title
stringlengths 4
146
| text
stringlengths 1
61.2k
| category
stringclasses 44
values | title_text
stringlengths 18
61.2k
| label
int64 0
43
|
---|---|---|---|---|
Juiz do Piauí determina suspensão do WhatsApp no Brasil
|
Um juiz do Piauí determinou o bloqueio do WhatsApp no Brasil, em razão de a empresa supostamente ter descumprido decisões anteriores relacionadas a investigações realizadas pela Polícia Civil do Estado. O motivo seriam crimes envolvendo crianças e adolescentes. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, a ordem judicial, emitida no dia 11 de fevereiro, foi encaminhada aos provedores de internet e de conexão móvel, como as operadoras de telefonia, e não aos donos das lojas de apps, como o Google e a Apple. O magistrado é da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina. "A ordem judicial foi expedida em virtude de anterior descumprimento, por parte do provedor de aplicação de internet WhatsApp, de outras determinações de caráter sigiloso", diz a nota da secretaria. À Folha, o juiz Luiz de Moura Correia, autor da decisão, afirmou que o objetivo é forçar a empresa dona do aplicativo a colaborar com investigações da polícia do Estado. A especialista em direito digital Gisele Arantes diz que a decisão do juiz de contatar as operadoras de telefonia tem a ver com viabilidade. "Como o WhatsApp ainda não tem representação no Brasil, levaria de dois a três anos para que a empresa recebesse a ordem judicial, por meio de uma carta rogatória", afirmou. O Facebook, que comprou o WhatsApp no ano passado, tem escritório no país. Mas, segundo Arantes, a rede social não é legalmente responsável pelo serviço de mensagens. "No documento, elas são empresas independentes." Para Arantes, a ordem judicial de retirar o WhatsApp do ar no Brasil é "rigorosa demais". "Bloquear o acesso ao serviço atingiria milhões de pessoas, especialmente aquelas que precisam dele para comunicar alguma emergência ou contratempo a familiares ou amigos." De acordo com Katia Esteves, delegada titular a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), houve o pedido de bloqueio à Justiça em razão de, desde 2013, a companhia não ter atendido a pedidos envolvendo as investigações do órgão. "Não posso me manifestar sobre o assunto, porque ele é sigiloso. Mas envolve a delegacia em que eu trabalho", disse Esteves. A Sinditelebrasil, associação que representa as operadoras de telefonia e que vai cuidar do assunto, não se pronunciou até a publicação desta reportagem. O Facebook disse que não se pronunciaria porque as empresas atuam de modo separado.
|
tec
|
Juiz do Piauí determina suspensão do WhatsApp no BrasilUm juiz do Piauí determinou o bloqueio do WhatsApp no Brasil, em razão de a empresa supostamente ter descumprido decisões anteriores relacionadas a investigações realizadas pela Polícia Civil do Estado. O motivo seriam crimes envolvendo crianças e adolescentes. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, a ordem judicial, emitida no dia 11 de fevereiro, foi encaminhada aos provedores de internet e de conexão móvel, como as operadoras de telefonia, e não aos donos das lojas de apps, como o Google e a Apple. O magistrado é da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina. "A ordem judicial foi expedida em virtude de anterior descumprimento, por parte do provedor de aplicação de internet WhatsApp, de outras determinações de caráter sigiloso", diz a nota da secretaria. À Folha, o juiz Luiz de Moura Correia, autor da decisão, afirmou que o objetivo é forçar a empresa dona do aplicativo a colaborar com investigações da polícia do Estado. A especialista em direito digital Gisele Arantes diz que a decisão do juiz de contatar as operadoras de telefonia tem a ver com viabilidade. "Como o WhatsApp ainda não tem representação no Brasil, levaria de dois a três anos para que a empresa recebesse a ordem judicial, por meio de uma carta rogatória", afirmou. O Facebook, que comprou o WhatsApp no ano passado, tem escritório no país. Mas, segundo Arantes, a rede social não é legalmente responsável pelo serviço de mensagens. "No documento, elas são empresas independentes." Para Arantes, a ordem judicial de retirar o WhatsApp do ar no Brasil é "rigorosa demais". "Bloquear o acesso ao serviço atingiria milhões de pessoas, especialmente aquelas que precisam dele para comunicar alguma emergência ou contratempo a familiares ou amigos." De acordo com Katia Esteves, delegada titular a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), houve o pedido de bloqueio à Justiça em razão de, desde 2013, a companhia não ter atendido a pedidos envolvendo as investigações do órgão. "Não posso me manifestar sobre o assunto, porque ele é sigiloso. Mas envolve a delegacia em que eu trabalho", disse Esteves. A Sinditelebrasil, associação que representa as operadoras de telefonia e que vai cuidar do assunto, não se pronunciou até a publicação desta reportagem. O Facebook disse que não se pronunciaria porque as empresas atuam de modo separado.
| 5 |
Manifestantes protestam contra governo Temer em São Paulo
|
Manifestantes protestaram contra o presidente interino Michel Temer, nesta terça-feira (17), em São Paulo. A manifestação foi convocada pelas redes sociais e contou com a participação de movimentos sociais como a UNE (União Nacional dos Estudantes), o Levante Popular, a UJS (União da Juventude Socialista) e a UBM (União Brasileira de Mulheres), entre outros. Os manifestantes fecharam o trânsito da avenida Paulista no sentido Consolação por volta das 18h15. Pouco mais de duas horas depois chegaram à Funarte, na alameda Nothmann, em Campos Elíseos (região central), onde artistas protestam contra o fechamento do Ministério da Cultura. Organizadores falam em 8.000 pessoas no protesto. A Polícia Militar não divulgou estimativa final –às 19h eram cerca de 1.000 pessoas, segundo a corporação. Na linha de frente, uma bateria da Marcha Mundial das Mulheres puxou cantos contra Temer, a quem chamavam de "traidor", e palavras em favor da presidente afastada Dilma Rousseff. Os militantes carregavam bandeiras e faixas com imagem do rosto de Dilma e mensagens contra o "golpe". "As mulheres, a juventude, o povo brasileiro se levantam contra o golpe no país", disse a coordenadora da Juventude da UBM, Maria das Neves. "Não aceitaremos um governo ilegítimo, que não respeita os anseios das mulheres, da população negra e LGBT", afirmou Maria, lembrando que esta terça marca o Dia Nacional de Combate à Homofobia. "Não aceitaremos que o Brasil volte ao passado." Para Leonardo Lima, secretário geral da UnaLGBT (União Nacional LGBT) e membro da UJS (União da Juventude Socialista), o governo Temer pode representar um retrocesso à causa gay. "Nos últimos anos a gente teve conquistas que não teve em 500 anos, como o Comitê de Cultura LGBT do MinC. E hoje nem MinC existe mais", afirmou. "A luta LGBT é também pela democracia". Dentro da Funarte, onde os manifestantes se juntaram aos artistas que ocupavam o local, o público decidiu, em assembleia, marcar outro protesto contra o governo Temer para esta quinta-feira (19), às 17h, com concentração no Masp. Há também outra manifestação marcada para domingo (22), na zona oeste da capital paulista, organizada pela Frente Povo Sem Medo.
|
poder
|
Manifestantes protestam contra governo Temer em São PauloManifestantes protestaram contra o presidente interino Michel Temer, nesta terça-feira (17), em São Paulo. A manifestação foi convocada pelas redes sociais e contou com a participação de movimentos sociais como a UNE (União Nacional dos Estudantes), o Levante Popular, a UJS (União da Juventude Socialista) e a UBM (União Brasileira de Mulheres), entre outros. Os manifestantes fecharam o trânsito da avenida Paulista no sentido Consolação por volta das 18h15. Pouco mais de duas horas depois chegaram à Funarte, na alameda Nothmann, em Campos Elíseos (região central), onde artistas protestam contra o fechamento do Ministério da Cultura. Organizadores falam em 8.000 pessoas no protesto. A Polícia Militar não divulgou estimativa final –às 19h eram cerca de 1.000 pessoas, segundo a corporação. Na linha de frente, uma bateria da Marcha Mundial das Mulheres puxou cantos contra Temer, a quem chamavam de "traidor", e palavras em favor da presidente afastada Dilma Rousseff. Os militantes carregavam bandeiras e faixas com imagem do rosto de Dilma e mensagens contra o "golpe". "As mulheres, a juventude, o povo brasileiro se levantam contra o golpe no país", disse a coordenadora da Juventude da UBM, Maria das Neves. "Não aceitaremos um governo ilegítimo, que não respeita os anseios das mulheres, da população negra e LGBT", afirmou Maria, lembrando que esta terça marca o Dia Nacional de Combate à Homofobia. "Não aceitaremos que o Brasil volte ao passado." Para Leonardo Lima, secretário geral da UnaLGBT (União Nacional LGBT) e membro da UJS (União da Juventude Socialista), o governo Temer pode representar um retrocesso à causa gay. "Nos últimos anos a gente teve conquistas que não teve em 500 anos, como o Comitê de Cultura LGBT do MinC. E hoje nem MinC existe mais", afirmou. "A luta LGBT é também pela democracia". Dentro da Funarte, onde os manifestantes se juntaram aos artistas que ocupavam o local, o público decidiu, em assembleia, marcar outro protesto contra o governo Temer para esta quinta-feira (19), às 17h, com concentração no Masp. Há também outra manifestação marcada para domingo (22), na zona oeste da capital paulista, organizada pela Frente Povo Sem Medo.
| 0 |
Emocionante, 'Iván' trata de memórias e despedidas
|
Quem olha para Iván Bojko, um velhinho simpático que mora no Paraná e tem por hobby construir banduras –uma espécie de alaúde típico da Ucrânia–, não imagina a vida que ele levou. Nascido há 91 anos numa aldeia ucraniana, Bojko foi preso pelos nazistas em 1942 e levado a um campo de trabalhos forçados na Alemanha, onde ficou por três anos. Com o fim da Segunda Guerra, não pôde voltar ao país natal: os russos dominavam a região e consideravam traidor quem supostamente havia colaborado com os alemães. Chegou ao Brasil em 1948. "Iván", do diretor paranaense Guto Pasko, conta a trajetória de Bojko e seu retorno à Ucrânia após quase sete décadas. O choque é grande: Bojko chega a Kiev e não reconhece a cidade. Encontra dois tocadores de bandura e parece triste quando eles dizem que a juventude não quer saber do velho instrumento. Mas a emoção é maior quando Bojko volta à pequena aldeia natal, onde encontra parentes, vizinhos e amigos. Há uma cena comovente em uma igreja: o padre interrompe a missa e pede à congregação que o saúde. Octogenárias cercam Bojko: uma era sua vizinha; outra, a esposa de um grande amigo. A catarse acontece quando Bojko reencontra a irmã em outra região do país. Ela relata a morte da mãe deles, uma história que ele nunca ouvira. É de gelar a alma. Mais que o relato do reencontro de um homem com sua família e pátria, "Iván" é um filme sobre memória e perda. Bojko recebe de presente um documento com sua árvore genealógica e fica espantando com a quantidade de parentes que nunca conheceu. Ao se despedir da irmã, ambos sabem que é para sempre. O filme é um pouco prolixo, parece estender algumas cenas que, reduzidas, ganhariam em dramaticidade. Mas nada que comprometa a experiência de ver esse documentário bonito e emocionante. IVÁN DIREÇÃO Guto Pasko ELENCO Iván Bojko PRODUÇÃO Brasil, 2014, 10 anos QUANDO em cartaz ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
|
ilustrada
|
Emocionante, 'Iván' trata de memórias e despedidasQuem olha para Iván Bojko, um velhinho simpático que mora no Paraná e tem por hobby construir banduras –uma espécie de alaúde típico da Ucrânia–, não imagina a vida que ele levou. Nascido há 91 anos numa aldeia ucraniana, Bojko foi preso pelos nazistas em 1942 e levado a um campo de trabalhos forçados na Alemanha, onde ficou por três anos. Com o fim da Segunda Guerra, não pôde voltar ao país natal: os russos dominavam a região e consideravam traidor quem supostamente havia colaborado com os alemães. Chegou ao Brasil em 1948. "Iván", do diretor paranaense Guto Pasko, conta a trajetória de Bojko e seu retorno à Ucrânia após quase sete décadas. O choque é grande: Bojko chega a Kiev e não reconhece a cidade. Encontra dois tocadores de bandura e parece triste quando eles dizem que a juventude não quer saber do velho instrumento. Mas a emoção é maior quando Bojko volta à pequena aldeia natal, onde encontra parentes, vizinhos e amigos. Há uma cena comovente em uma igreja: o padre interrompe a missa e pede à congregação que o saúde. Octogenárias cercam Bojko: uma era sua vizinha; outra, a esposa de um grande amigo. A catarse acontece quando Bojko reencontra a irmã em outra região do país. Ela relata a morte da mãe deles, uma história que ele nunca ouvira. É de gelar a alma. Mais que o relato do reencontro de um homem com sua família e pátria, "Iván" é um filme sobre memória e perda. Bojko recebe de presente um documento com sua árvore genealógica e fica espantando com a quantidade de parentes que nunca conheceu. Ao se despedir da irmã, ambos sabem que é para sempre. O filme é um pouco prolixo, parece estender algumas cenas que, reduzidas, ganhariam em dramaticidade. Mas nada que comprometa a experiência de ver esse documentário bonito e emocionante. IVÁN DIREÇÃO Guto Pasko ELENCO Iván Bojko PRODUÇÃO Brasil, 2014, 10 anos QUANDO em cartaz ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
| 1 |
Egito concede perdão a cem prisioneiros, incluindo jornalistas
|
O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, concedeu perdão a cem prisioneiros, incluindo três jornalistas da rede de TV Al Jazeera, nesta quarta-feira (23). O canadense Mohamed Fahmy, o egípcio Baher Mohamed e o australiano Peter Greste haviam sido condenados a três anos de prisão em um julgamento em agosto por trabalhar sem licença para membros da imprensa e por transmitirem material prejudicial ao país. Greste já havia sido deportado em fevereiro. A mulher de Fahmy confirmou a libertação dos dois profissionais da emissora ainda detidos. Os três negavam todas as acusações, às quais chamaram de absurdas, e atribuíam suas prisões a parte de uma ampla deterioração da liberdade de expressão no país. O perdão foi divulgado pela agência de noticias estatal, afirmando que ele foi concedido a prisioneiros que violaram leis contra protestos e a alguns que estavam doentes. Entidades de defesa dos direitos humanos têm acusado as autoridades do Egito de diversas violações desde que o Exército derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em 2013, após uma série de protestos contra suas medidas —muitas das quais endureciam leis baseadas em pretextos religiosos. Dezenas de pessoas haviam sido presas em 2014 por desrespeito a leis do ano anterior que baniam protestos feitos sem permissão. Entre os prisioneiros libertados, 16 são mulheres, segundo a agência de notícias estatal. O perdão foi anunciado no mesmo dia em que a França anunciou que havia fechado a venda de dois helicópteros militares Mistral para o Egito. A venda dos mesmos aparelhos para a Rússia havia sido cancelada anteriormente por questões políticas.
|
mundo
|
Egito concede perdão a cem prisioneiros, incluindo jornalistasO presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, concedeu perdão a cem prisioneiros, incluindo três jornalistas da rede de TV Al Jazeera, nesta quarta-feira (23). O canadense Mohamed Fahmy, o egípcio Baher Mohamed e o australiano Peter Greste haviam sido condenados a três anos de prisão em um julgamento em agosto por trabalhar sem licença para membros da imprensa e por transmitirem material prejudicial ao país. Greste já havia sido deportado em fevereiro. A mulher de Fahmy confirmou a libertação dos dois profissionais da emissora ainda detidos. Os três negavam todas as acusações, às quais chamaram de absurdas, e atribuíam suas prisões a parte de uma ampla deterioração da liberdade de expressão no país. O perdão foi divulgado pela agência de noticias estatal, afirmando que ele foi concedido a prisioneiros que violaram leis contra protestos e a alguns que estavam doentes. Entidades de defesa dos direitos humanos têm acusado as autoridades do Egito de diversas violações desde que o Exército derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito do país, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em 2013, após uma série de protestos contra suas medidas —muitas das quais endureciam leis baseadas em pretextos religiosos. Dezenas de pessoas haviam sido presas em 2014 por desrespeito a leis do ano anterior que baniam protestos feitos sem permissão. Entre os prisioneiros libertados, 16 são mulheres, segundo a agência de notícias estatal. O perdão foi anunciado no mesmo dia em que a França anunciou que havia fechado a venda de dois helicópteros militares Mistral para o Egito. A venda dos mesmos aparelhos para a Rússia havia sido cancelada anteriormente por questões políticas.
| 3 |
Com Blatter favorito e em crise, Fifa realiza eleição nesta sexta
|
Em meio ao escândalo com a recente prisão de sete cartolas há dois dias, a Fifa realiza nesta sexta-feira (29) em Zurique a eleição para escolha de seu novo presidente. O suíço Joseph Blatter é favorito à reeleição a um quinto mandato. Ao todo, 209 federações têm direito a voto. São dois candidatos na disputa: Blatter e o príncipe da Jordânia e vice-presidente da entidade, Ali bin Al-Hussein. Pelas regras, na primeira votação quem atingir dois terços do voto vence a disputa. Caso contrário, ocorre um novo "round", bastando maioria simples para que um candidato saia vencedor. A expectativa é que Blatter possa ter votos para levar já no primeiro turno. O dirigente suíço tem o apoio declarado das confederações sul-americana, asiática, africana e da América Central, do Norte e Caribe (Concacaf). O príncipe da Jordânia tem o apoio oficial da Uefa, que dirige o futebol europeu com 54 membros filiados à Fifa _pelo menos 45 teriam fechado apoio a ele. O príncipe aposta ainda que pode conquistar mais 60 votos de fora da Europa, estimativa considerada alta pelos cartolas em Zurique. Nesta quinta, na abertura do congresso, Blatter admitiu em discurso que a Fifa vive uma crise "sem precedentes" após a prisão dos cartolas na última quarta-feira (27), entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, todos acusados de corrupção pelas autoridades americanas. Ele, no entanto, atribuiu a terceiros a responsabilidade por colocarem a entidade no centro do maior escândalo de sua história. Disse não poder "monitorar todo mundo a toda hora" e afirmou que não permitirá que "poucos" destruam um "árduo trabalho" feito pela maioria pelo futebol. "Ações individuais trazem vergonha e humilhação e demandam ação e mudança de nós todos", disse. "Os corruptos no futebol são uma pequena minoria, como na sociedade", disse o dirigente. "Não pode haver lugar para qualquer tipo de corrupção. Os próximos meses não serão fáceis para a Fifa. Estou certo de que mais notícias ruins virão", ressaltou. DEL NERO FORA O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, não estará presente na votação. Ele abandonou o Congresso em Zurique para retornar ao Brasil em meio ao escândalo. A informação foi divulgada pela assessoria da Fifa, pega de surpresa pela saída repentina do cartola nesta quinta-feira (28). "Ele [Del Nero] informou à Fifa que retornou ao Brasil, mas não explicou os motivos", disse a entidade à Folha. Del Nero decidiu deixar a Suíça no mesmo dia em que a Folha publicou que há indícios na investigação do Departamento de Justiça dos EUA que podem envolvê-lo no esquema de propina relacionada à Copa do Brasil, competição de clubes organizada pela CBF. Segundo a Fifa, Del Nero, que apoia a reeleição do presidente Joseph Blatter, pode designar outra pessoa para votar no seu lugar na eleição. Além do congresso, ele estaria na reunião extraordinária do comitê executivo da Fifa no sábado (30) –informação, inclusive, que o próprio havia dado à Folha, em Zurique, na última segunda-feira (25). Neste encontro, a Fifa deve decidir sobre as vagas da Copa do Mundo destinadas aos continentes. A Conmebol, que reúne as seleções sul-americanas, pode perder a chance que tem hoje de disputar uma vaga na repescagem, além das quatro que já tem garantida.
|
esporte
|
Com Blatter favorito e em crise, Fifa realiza eleição nesta sextaEm meio ao escândalo com a recente prisão de sete cartolas há dois dias, a Fifa realiza nesta sexta-feira (29) em Zurique a eleição para escolha de seu novo presidente. O suíço Joseph Blatter é favorito à reeleição a um quinto mandato. Ao todo, 209 federações têm direito a voto. São dois candidatos na disputa: Blatter e o príncipe da Jordânia e vice-presidente da entidade, Ali bin Al-Hussein. Pelas regras, na primeira votação quem atingir dois terços do voto vence a disputa. Caso contrário, ocorre um novo "round", bastando maioria simples para que um candidato saia vencedor. A expectativa é que Blatter possa ter votos para levar já no primeiro turno. O dirigente suíço tem o apoio declarado das confederações sul-americana, asiática, africana e da América Central, do Norte e Caribe (Concacaf). O príncipe da Jordânia tem o apoio oficial da Uefa, que dirige o futebol europeu com 54 membros filiados à Fifa _pelo menos 45 teriam fechado apoio a ele. O príncipe aposta ainda que pode conquistar mais 60 votos de fora da Europa, estimativa considerada alta pelos cartolas em Zurique. Nesta quinta, na abertura do congresso, Blatter admitiu em discurso que a Fifa vive uma crise "sem precedentes" após a prisão dos cartolas na última quarta-feira (27), entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, todos acusados de corrupção pelas autoridades americanas. Ele, no entanto, atribuiu a terceiros a responsabilidade por colocarem a entidade no centro do maior escândalo de sua história. Disse não poder "monitorar todo mundo a toda hora" e afirmou que não permitirá que "poucos" destruam um "árduo trabalho" feito pela maioria pelo futebol. "Ações individuais trazem vergonha e humilhação e demandam ação e mudança de nós todos", disse. "Os corruptos no futebol são uma pequena minoria, como na sociedade", disse o dirigente. "Não pode haver lugar para qualquer tipo de corrupção. Os próximos meses não serão fáceis para a Fifa. Estou certo de que mais notícias ruins virão", ressaltou. DEL NERO FORA O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, não estará presente na votação. Ele abandonou o Congresso em Zurique para retornar ao Brasil em meio ao escândalo. A informação foi divulgada pela assessoria da Fifa, pega de surpresa pela saída repentina do cartola nesta quinta-feira (28). "Ele [Del Nero] informou à Fifa que retornou ao Brasil, mas não explicou os motivos", disse a entidade à Folha. Del Nero decidiu deixar a Suíça no mesmo dia em que a Folha publicou que há indícios na investigação do Departamento de Justiça dos EUA que podem envolvê-lo no esquema de propina relacionada à Copa do Brasil, competição de clubes organizada pela CBF. Segundo a Fifa, Del Nero, que apoia a reeleição do presidente Joseph Blatter, pode designar outra pessoa para votar no seu lugar na eleição. Além do congresso, ele estaria na reunião extraordinária do comitê executivo da Fifa no sábado (30) –informação, inclusive, que o próprio havia dado à Folha, em Zurique, na última segunda-feira (25). Neste encontro, a Fifa deve decidir sobre as vagas da Copa do Mundo destinadas aos continentes. A Conmebol, que reúne as seleções sul-americanas, pode perder a chance que tem hoje de disputar uma vaga na repescagem, além das quatro que já tem garantida.
| 4 |
Com Desert Trip, era do 'blockbuster' chega aos festivais
|
Bob Dylan, Rolling Stones, Paul McCartney, Neil Young, The Who e o ex-Pink Floyd Roger Waters no mesmo show. Estivéssemos em 1969, essa escalação seria verdadeiramente histórica, com os artistas em seus auges criativos e lançando discos antológicos. Hoje, o Desert Trip, como foi batizado o evento organizado pela Goldenvoice, mesma produtora que realiza o festival americano Coachella, ainda poderá ser considerado um marco, mas do showbiz, não da música. O festival, que foi confirmado nesta terça (3), vai inaugurar uma nova era no mercado de shows, guiada pela mesma fórmula que domina, há pelo menos 15 anos, as indústrias do cinema e do disco: a fórmula do "blockbuster". Em 1999, o então presidente e CEO do estúdio de cinema Warner Bros., Alan Horn, fez uma aposta arriscada: em vez de distribuir sua verba de divulgação pelos 20 e tantos filmes que lançava todo ano, começou a investir desproporcionalmente em três ou quatro filmes que pareciam ter maior potencial comercial. A tese de Horn era simples: pesquisas mostravam que o público de cinema nos EUA via, em média, seis filmes por ano. O melhor a fazer seria criar atrações muito desejadas -os "blockbusters", ou "arrasa-quarteirões"-, filmes que se destacariam no bolo e teriam grande apelo popular. A tática deu certo, e a Warner foi o estúdio mais bem-sucedido de Hollywood por mais de uma década, graças a sucessos como a série de longas "Harry Potter", "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "Se Beber, Não Case". Horn mostrou que era mais lucrativo ter alguns poucos megassucessos, não importando que a maioria dos filmes do estúdio não lucrassem nada ou quase nada. Nascia ali a era do "blockbuster". A fórmula de Horn se disseminou em todos os setores da indústria do entretenimento: estúdios de cinema gastam dezenas de milhões de dólares no marketing de filmes de ação de apelo juvenil, editoras fazem leilões multimilionários para ter o novo "50 Tons de Cinza" e emissoras disputam a tapa os rostos mais populares da TV, pagando salários estratosféricos. Com o Desert Trip, que ocorrerá nos dias 7, 8 e 9 de outubro no Empire Polo Club, em Indio, na Califórnia, mesmo local onde acontece o Coachella, a Goldenvoice adapta a fórmula de Horn para o mercado de shows: em vez de lotar o festival de bandas menores e ter uma grande atração principal por noite, por que não excluir os pequenos e oferecer só o filé? Afinal, a experiência de Hollywood comprova que, no fim das contas, o que o público quer é mais do mesmo. Juntar esses artistas veteranos é uma jogada comercial de gênio. As turnês mais rentáveis do mundo são as de bandas velhas -Rolling Stones, Eagles, U2, McCartney, Waters- que apelam a um público masculino, branco e acima dos 40, que não se importa em pagar ingressos caros e gasta muito com bebida e comida nos eventos. Os promotores do Desert Trip estão vendendo o festival como "uma oportunidade única" de ver esses ícones do rock juntos. O festival é um "evento", palavra que parece ser a preferida da indústria cultural nos últimos anos. Tudo é um "evento", seja o lançamento do último "Star Wars", o novo "Harry Potter" ou o Desert Trip. Não há muita diferença entre o moleque que passa 12 horas na fila para ver "Star Wars" ou o cinquentão que vai gastar alguns milhares de dólares para ouvir "Hey Jude" ou "Jumpin' Jack Flash" pela milésima vez. São todos clientes, e os clientes têm sempre razão. Se o Desert Trip for um grande sucesso -e ninguém aposta contra- podemos esperar mais eventos do tipo. Que tal Madonna, Beyoncé, Lady Gaga e Rihanna juntas? Ou então Coldplay, Maroon 5, Taylor Swift e Justin Bieber na mesma noite?
|
ilustrada
|
Com Desert Trip, era do 'blockbuster' chega aos festivaisBob Dylan, Rolling Stones, Paul McCartney, Neil Young, The Who e o ex-Pink Floyd Roger Waters no mesmo show. Estivéssemos em 1969, essa escalação seria verdadeiramente histórica, com os artistas em seus auges criativos e lançando discos antológicos. Hoje, o Desert Trip, como foi batizado o evento organizado pela Goldenvoice, mesma produtora que realiza o festival americano Coachella, ainda poderá ser considerado um marco, mas do showbiz, não da música. O festival, que foi confirmado nesta terça (3), vai inaugurar uma nova era no mercado de shows, guiada pela mesma fórmula que domina, há pelo menos 15 anos, as indústrias do cinema e do disco: a fórmula do "blockbuster". Em 1999, o então presidente e CEO do estúdio de cinema Warner Bros., Alan Horn, fez uma aposta arriscada: em vez de distribuir sua verba de divulgação pelos 20 e tantos filmes que lançava todo ano, começou a investir desproporcionalmente em três ou quatro filmes que pareciam ter maior potencial comercial. A tese de Horn era simples: pesquisas mostravam que o público de cinema nos EUA via, em média, seis filmes por ano. O melhor a fazer seria criar atrações muito desejadas -os "blockbusters", ou "arrasa-quarteirões"-, filmes que se destacariam no bolo e teriam grande apelo popular. A tática deu certo, e a Warner foi o estúdio mais bem-sucedido de Hollywood por mais de uma década, graças a sucessos como a série de longas "Harry Potter", "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "Se Beber, Não Case". Horn mostrou que era mais lucrativo ter alguns poucos megassucessos, não importando que a maioria dos filmes do estúdio não lucrassem nada ou quase nada. Nascia ali a era do "blockbuster". A fórmula de Horn se disseminou em todos os setores da indústria do entretenimento: estúdios de cinema gastam dezenas de milhões de dólares no marketing de filmes de ação de apelo juvenil, editoras fazem leilões multimilionários para ter o novo "50 Tons de Cinza" e emissoras disputam a tapa os rostos mais populares da TV, pagando salários estratosféricos. Com o Desert Trip, que ocorrerá nos dias 7, 8 e 9 de outubro no Empire Polo Club, em Indio, na Califórnia, mesmo local onde acontece o Coachella, a Goldenvoice adapta a fórmula de Horn para o mercado de shows: em vez de lotar o festival de bandas menores e ter uma grande atração principal por noite, por que não excluir os pequenos e oferecer só o filé? Afinal, a experiência de Hollywood comprova que, no fim das contas, o que o público quer é mais do mesmo. Juntar esses artistas veteranos é uma jogada comercial de gênio. As turnês mais rentáveis do mundo são as de bandas velhas -Rolling Stones, Eagles, U2, McCartney, Waters- que apelam a um público masculino, branco e acima dos 40, que não se importa em pagar ingressos caros e gasta muito com bebida e comida nos eventos. Os promotores do Desert Trip estão vendendo o festival como "uma oportunidade única" de ver esses ícones do rock juntos. O festival é um "evento", palavra que parece ser a preferida da indústria cultural nos últimos anos. Tudo é um "evento", seja o lançamento do último "Star Wars", o novo "Harry Potter" ou o Desert Trip. Não há muita diferença entre o moleque que passa 12 horas na fila para ver "Star Wars" ou o cinquentão que vai gastar alguns milhares de dólares para ouvir "Hey Jude" ou "Jumpin' Jack Flash" pela milésima vez. São todos clientes, e os clientes têm sempre razão. Se o Desert Trip for um grande sucesso -e ninguém aposta contra- podemos esperar mais eventos do tipo. Que tal Madonna, Beyoncé, Lady Gaga e Rihanna juntas? Ou então Coldplay, Maroon 5, Taylor Swift e Justin Bieber na mesma noite?
| 1 |
Agência de Ronaldo rompe com UFC e deixa lutadores
|
Ronaldo decidiu peitar o UFC, principal organização de artes marciais mistas (MMA) do mundo. A empresa de marketing esportivo do ex-jogador anunciou nesta terça-feira (10) que vai "se retirar de qualquer negociação que envolva o UFC, seus eventos ou lutadores". A 9INE gerencia a carreira de atletas como Vitor Belfort, que venceu na madrugada de domingo (8) a principal luta em São Paulo, e de Junior Cigano. A empresa também representava Anderson Silva, mas se desligou dele poucos meses antes do "Spider" ser flagrado no antidoping após sua luta com Nick Diaz. Ronaldo vai romper com o UFC por discordar de sua nova política de patrocínios. Desde julho, os lutadores foram obrigados a vestir a marca de acessórios esportivos da organização, a Reebok, e não podem mais estampar seus patrocinadores pessoais no octógono. Os banners personalizados dos atletas foram banidos. A tabela de compensação divulgada pelo UFC em abril divide lutadores por tempo nas ligas de MMA organizadas pela Zuffa, empresa dona dos direitos do UFC e dos finados WEC e Strikeforce, e distribui entre US$ 2,5 mil (R$ 9,5 mil) a US$ 40 mil (R$ 150 mil) para os atletas. Os lutadores também reclamam das políticas do UFC. Campeão dos pesos-penas, José Aldo disse que os atletas "perderam bastante". Alguns estimam um prejuízo de cerca de R$ 40 mil mensais A agência de Ronaldo acredita que a nova política de patrocínio, classificada de injusta, fere diretamente todos os atletas da organização, além das empresas que apoiaram e apostaram no UFC. SURPRESA A decisão da 9INE surpreendeu. O ex-atacante da seleção brasileira chegou a colaborar com a promoção de eventos do UFC no passado. Ele participou, inclusive, de treino aberto de Anderson Silva, que se trata de um importante evento promocional dos eventos do UFC. Na atividade, ele fazia movimentos de luta e colocava a mão para cima como se fosse um campeão arrancando aplausos dos fãs de MMA. A organização, por sua vez, posicionava o ex-atacante em lugar de destaque nas arenas, bem próximo ao octógono. A 9INE foi criada há cerca de quatro anos por Ronaldo em parceria com o empresário Marcus Buaiz, ao lado do Grupo WPP. O primeiro cliente foi Anderson Silva. Até a publicação desta reportagem, o UFC não comentou a decisão da 9INE de deixar de trabalhar com o MMA. VEJA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DA NINE Comunicamos que a partir desta data a 9ine Sports & Entertainment se retira de qualquer negociação que envolva o UFC, seus eventos ou lutadores. A agência não acredita no novo modelo adotado pela empresa na captação de patrocínio e é de opinião que este fere diretamente todos os atletas da organização, além das empresas que apoiaram e apostaram no UFC por longos anos. A história entre 9ine e UFC é antiga. Fomos a primeira agência de marketing esportivo e entretenimento a mergulhar de cabeça em projetos propostos pela franquia. Fomos também pioneiros ao trabalhar a imagem de lutadores como Anderson Silva, Junior Cigano e mais recentemente Vitor Belfort. Todos campeões e referências em suas categorias. Mas nem só de negócios se faz uma grande empresa. Temos princípios fundados na visão de um ex-atleta e amante do esporte. Nosso presidente, Ronaldo Nazário, não tolera ver uma organização alterar suas regras de captação de patrocínio e remuneração dos lutadores - de maneira arbitrária - sem tomar uma posição. Sendo assim, a 9ine sai do "negócio UFC" sem deixar de se posicionar a respeito do que acreditamos ser uma injustiça com os atletas, verdadeiros guerreiros, que vivem do MMA. A eles, desejamos todo o sucesso e sabedoria para lidar com as dificuldades que se avizinham.
|
esporte
|
Agência de Ronaldo rompe com UFC e deixa lutadoresRonaldo decidiu peitar o UFC, principal organização de artes marciais mistas (MMA) do mundo. A empresa de marketing esportivo do ex-jogador anunciou nesta terça-feira (10) que vai "se retirar de qualquer negociação que envolva o UFC, seus eventos ou lutadores". A 9INE gerencia a carreira de atletas como Vitor Belfort, que venceu na madrugada de domingo (8) a principal luta em São Paulo, e de Junior Cigano. A empresa também representava Anderson Silva, mas se desligou dele poucos meses antes do "Spider" ser flagrado no antidoping após sua luta com Nick Diaz. Ronaldo vai romper com o UFC por discordar de sua nova política de patrocínios. Desde julho, os lutadores foram obrigados a vestir a marca de acessórios esportivos da organização, a Reebok, e não podem mais estampar seus patrocinadores pessoais no octógono. Os banners personalizados dos atletas foram banidos. A tabela de compensação divulgada pelo UFC em abril divide lutadores por tempo nas ligas de MMA organizadas pela Zuffa, empresa dona dos direitos do UFC e dos finados WEC e Strikeforce, e distribui entre US$ 2,5 mil (R$ 9,5 mil) a US$ 40 mil (R$ 150 mil) para os atletas. Os lutadores também reclamam das políticas do UFC. Campeão dos pesos-penas, José Aldo disse que os atletas "perderam bastante". Alguns estimam um prejuízo de cerca de R$ 40 mil mensais A agência de Ronaldo acredita que a nova política de patrocínio, classificada de injusta, fere diretamente todos os atletas da organização, além das empresas que apoiaram e apostaram no UFC. SURPRESA A decisão da 9INE surpreendeu. O ex-atacante da seleção brasileira chegou a colaborar com a promoção de eventos do UFC no passado. Ele participou, inclusive, de treino aberto de Anderson Silva, que se trata de um importante evento promocional dos eventos do UFC. Na atividade, ele fazia movimentos de luta e colocava a mão para cima como se fosse um campeão arrancando aplausos dos fãs de MMA. A organização, por sua vez, posicionava o ex-atacante em lugar de destaque nas arenas, bem próximo ao octógono. A 9INE foi criada há cerca de quatro anos por Ronaldo em parceria com o empresário Marcus Buaiz, ao lado do Grupo WPP. O primeiro cliente foi Anderson Silva. Até a publicação desta reportagem, o UFC não comentou a decisão da 9INE de deixar de trabalhar com o MMA. VEJA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DA NINE Comunicamos que a partir desta data a 9ine Sports & Entertainment se retira de qualquer negociação que envolva o UFC, seus eventos ou lutadores. A agência não acredita no novo modelo adotado pela empresa na captação de patrocínio e é de opinião que este fere diretamente todos os atletas da organização, além das empresas que apoiaram e apostaram no UFC por longos anos. A história entre 9ine e UFC é antiga. Fomos a primeira agência de marketing esportivo e entretenimento a mergulhar de cabeça em projetos propostos pela franquia. Fomos também pioneiros ao trabalhar a imagem de lutadores como Anderson Silva, Junior Cigano e mais recentemente Vitor Belfort. Todos campeões e referências em suas categorias. Mas nem só de negócios se faz uma grande empresa. Temos princípios fundados na visão de um ex-atleta e amante do esporte. Nosso presidente, Ronaldo Nazário, não tolera ver uma organização alterar suas regras de captação de patrocínio e remuneração dos lutadores - de maneira arbitrária - sem tomar uma posição. Sendo assim, a 9ine sai do "negócio UFC" sem deixar de se posicionar a respeito do que acreditamos ser uma injustiça com os atletas, verdadeiros guerreiros, que vivem do MMA. A eles, desejamos todo o sucesso e sabedoria para lidar com as dificuldades que se avizinham.
| 4 |
Pesquisas do IBGE mostram falhas e viram preocupação
|
Os brasileiros analfabetos, com 14 anos ou mais, saltaram de 13,6 milhões para 20,7 milhões em apenas três meses no fim de 2015. As vendas do comércio de Santa Catarina se descolaram da anemia observada no restante do país e crescem com vigor desde o início deste ano. Os salários de domésticos, computados no principal índice de inflação do país, sobem com força, apesar da crise: 9% nos 12 meses até maio. Embora façam parte das estatísticas oficiais, esses dados não espelham a realidade. São distorções provocadas por mudanças nas pesquisas feitas pelo IBGE, que têm levado a instituição a ser foco de questionamentos frequentes por parte de economistas e pesquisadores. Segundo o instituto, é normal que, no processo de aprimoramento dos dados, surjam dúvidas e problemas que demandem novos ajustes. Um exemplo disso foi a disparada do analfabetismo, registrada erroneamente pela Pnad Contínua em 2015. Uma mudança no questionário da pesquisa induziu os entrevistadores a fazer uma pergunta de forma equivocada, segundo Cimar Azeredo, coordenador da área de Trabalho e Rendimento do IBGE. Com isso, muitos que antes entravam na categoria "ensino fundamental incompleto" passaram para o grupo "sem instrução ou com menos de um ano de estudo", que passou de 8,3% para 12,6% da população em idade ativa. O erro, percebido pela Folha, está sendo corrigido e uma revisão completa dessa série será apresentada em agosto, segundo o IBGE. "Está no contexto do aprimoramento das estatísticas. Agora, é melhor que não aconteça? Sim. Mudanças abruptas sempre podem levar a erros de interpretação", diz o economista Fernando de Holanda Barbosa, da FGV. Para Azeredo, o problema não é relevante porque o foco da pesquisa não é educação, mas mercado de trabalho. Economistas não questionam os solavancos decorrentes do processo de atualização das séries, mas a forma como o IBGE tem lidado com problemas e sugestões externas. Segundo eles, no caso de séries que refletem o dia a dia da economia, isso pode atrapalhar análises da conjuntura e até a execução de políticas públicas. "O IBGE fornece aos pesquisadores instrumentos para o check-up da economia. Sem ter cuidado, as análises ficam prejudicadas", diz Marcos Lisboa, presidente do Insper. O embate mais ruidoso entre o órgão e analistas se deveu à adoção na virada do ano de nova metodologia para o cálculo das pesquisas de comércio e do setor de serviço. Segundo especialistas, a decisão do IBGE de não atualizar a série histórica pode ter exacerbado as vendas do varejo, que aumentaram fortemente em janeiro. Um modo de evitar o problema seria o IBGE rodar, por um período, duas pesquisas simultaneamente -uma com o método novo e outra com o antigo- para fazer comparações e suavizar a transição. O custo, porém, aumentaria. Claudio Crespo, diretor da instituição, afirma que a escolha pela mudança rápida foi técnica e não teve relação com limites orçamentários. Segundo ele, as alterações feitas não justificavam a opção mais custosa. "Não houve mudanças de classificação econômica ou de conceitos."
|
mercado
|
Pesquisas do IBGE mostram falhas e viram preocupaçãoOs brasileiros analfabetos, com 14 anos ou mais, saltaram de 13,6 milhões para 20,7 milhões em apenas três meses no fim de 2015. As vendas do comércio de Santa Catarina se descolaram da anemia observada no restante do país e crescem com vigor desde o início deste ano. Os salários de domésticos, computados no principal índice de inflação do país, sobem com força, apesar da crise: 9% nos 12 meses até maio. Embora façam parte das estatísticas oficiais, esses dados não espelham a realidade. São distorções provocadas por mudanças nas pesquisas feitas pelo IBGE, que têm levado a instituição a ser foco de questionamentos frequentes por parte de economistas e pesquisadores. Segundo o instituto, é normal que, no processo de aprimoramento dos dados, surjam dúvidas e problemas que demandem novos ajustes. Um exemplo disso foi a disparada do analfabetismo, registrada erroneamente pela Pnad Contínua em 2015. Uma mudança no questionário da pesquisa induziu os entrevistadores a fazer uma pergunta de forma equivocada, segundo Cimar Azeredo, coordenador da área de Trabalho e Rendimento do IBGE. Com isso, muitos que antes entravam na categoria "ensino fundamental incompleto" passaram para o grupo "sem instrução ou com menos de um ano de estudo", que passou de 8,3% para 12,6% da população em idade ativa. O erro, percebido pela Folha, está sendo corrigido e uma revisão completa dessa série será apresentada em agosto, segundo o IBGE. "Está no contexto do aprimoramento das estatísticas. Agora, é melhor que não aconteça? Sim. Mudanças abruptas sempre podem levar a erros de interpretação", diz o economista Fernando de Holanda Barbosa, da FGV. Para Azeredo, o problema não é relevante porque o foco da pesquisa não é educação, mas mercado de trabalho. Economistas não questionam os solavancos decorrentes do processo de atualização das séries, mas a forma como o IBGE tem lidado com problemas e sugestões externas. Segundo eles, no caso de séries que refletem o dia a dia da economia, isso pode atrapalhar análises da conjuntura e até a execução de políticas públicas. "O IBGE fornece aos pesquisadores instrumentos para o check-up da economia. Sem ter cuidado, as análises ficam prejudicadas", diz Marcos Lisboa, presidente do Insper. O embate mais ruidoso entre o órgão e analistas se deveu à adoção na virada do ano de nova metodologia para o cálculo das pesquisas de comércio e do setor de serviço. Segundo especialistas, a decisão do IBGE de não atualizar a série histórica pode ter exacerbado as vendas do varejo, que aumentaram fortemente em janeiro. Um modo de evitar o problema seria o IBGE rodar, por um período, duas pesquisas simultaneamente -uma com o método novo e outra com o antigo- para fazer comparações e suavizar a transição. O custo, porém, aumentaria. Claudio Crespo, diretor da instituição, afirma que a escolha pela mudança rápida foi técnica e não teve relação com limites orçamentários. Segundo ele, as alterações feitas não justificavam a opção mais custosa. "Não houve mudanças de classificação econômica ou de conceitos."
| 2 |
Serena diz que quer participar da Olimpíada do Rio
|
A americana Serena Williams, número um do mundo, disse nesta quinta-feira (5) que deseja disputar os Jogos de 2016. "Espero competir na próxima Olimpíada, no Rio", disse Serena, que está na Argentina para enfrentar a equipe local pela Fed Cup, neste fim de semana. "Estou muito feliz de estar aqui [na Argentina]. É um pouco diferente porque se muda da quadra dura para o saibro para representar o país. Espero fazer uma boa participação pelos Estados Unidos", afirmou. Serena, que na Austrália faturou o seu 19º título de Grand Slam, evitou comentar a sua anunciada volta ao torneio de Indian Wells, onde se apresentará após 14 anos –ficou ausente devido a um episódio de injúria racial por parte da torcida em 2001. "Meu objetivo é continuar tentando me divertir e aproveitar o que faço, sempre com a intenção de ganhar e somar boas atuações. Acho que agora estou mais confiante e tenho um maior compromisso do que quando comecei a jogar, aos 17 anos", afirmou a mais nova das irmãs Williams. Com EFE
|
esporte
|
Serena diz que quer participar da Olimpíada do RioA americana Serena Williams, número um do mundo, disse nesta quinta-feira (5) que deseja disputar os Jogos de 2016. "Espero competir na próxima Olimpíada, no Rio", disse Serena, que está na Argentina para enfrentar a equipe local pela Fed Cup, neste fim de semana. "Estou muito feliz de estar aqui [na Argentina]. É um pouco diferente porque se muda da quadra dura para o saibro para representar o país. Espero fazer uma boa participação pelos Estados Unidos", afirmou. Serena, que na Austrália faturou o seu 19º título de Grand Slam, evitou comentar a sua anunciada volta ao torneio de Indian Wells, onde se apresentará após 14 anos –ficou ausente devido a um episódio de injúria racial por parte da torcida em 2001. "Meu objetivo é continuar tentando me divertir e aproveitar o que faço, sempre com a intenção de ganhar e somar boas atuações. Acho que agora estou mais confiante e tenho um maior compromisso do que quando comecei a jogar, aos 17 anos", afirmou a mais nova das irmãs Williams. Com EFE
| 4 |
Dilma sanciona sem vetos Orçamento da União de 2016
|
A presidente Dilma Rousseff sancionou sem vetos nesta quinta-feira (14) a LOA (Lei Orçamentária Anual) relativa a 2016. A proposta, aprovada em dezembro pelo Congresso Nacional, será publicada na edição desta sexta-feira (15) do Diário Oficial da União. O Orçamento da União de 2016 estima que as receitas federais somarão R$ 2,954 trilhões, incluindo o orçamento das estatais e os recursos levantados com a venda de títulos públicos. A lei garante uma economia ao setor público equivalente a 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) e conta com uma arrecadação de R$ 10 bilhões com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) a partir de setembro, o que pressupõe que a recriação do tributo será aprovada pelo Congresso Nacional até maio. A previsão de superavit primário ficou acima da última proposta feita pelo governo federal. A meta foi fixada em R$ 24 bilhões para a União, e em R$ 6,5 bilhões para Estados e municípios, em um total de R$ 30,5 bilhões (0,5% do PIB), sem a possibilidade de abatimento. O resultado previsto ainda está bem acima do projetado pelo mercado. A expectativa de analistas é que as contas do setor público fecharão 2016 com um deficit de 0,9% do PIB. Este ano, o setor público acumula um deficit de R$ 20 bilhões até outubro. O governo federal chegou a avaliar fazer mudanças no montante destinado ao fundo partidário, que foi aprovado pelo Congresso Nacional três vezes maior à proposta inicial enviada pelo Palácio do Planalto. Com a proibição do financiamento privado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), partidos da base aliada pediram ao governo federal que mantivesse o patamar aprovado pelo Poder Legislativo, o que levou o Palácio do Planalto manter o patamar de R$ 819 milhões. PROJEÇÕES As projeções do governo para o Orçamento de 2016 sofreram várias alterações ao longo do ano passado, à medida que a crise econômica e política se aprofundava. Em abril, a equipe econômica previu, no projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2016, que o setor público fecharia o ano seguinte com um superavit de 2% do PIB. Em julho, a meta para o setor público foi reduzida para 0,7%. Pouco mais de um mês depois, no final de agosto, o governo encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de Orçamento com deficit de R$ 30,5 bilhões (-0,5% do PIB), mas voltou atrás em poucos dias depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota do país, tirando o selo de bom pagador.
|
mercado
|
Dilma sanciona sem vetos Orçamento da União de 2016A presidente Dilma Rousseff sancionou sem vetos nesta quinta-feira (14) a LOA (Lei Orçamentária Anual) relativa a 2016. A proposta, aprovada em dezembro pelo Congresso Nacional, será publicada na edição desta sexta-feira (15) do Diário Oficial da União. O Orçamento da União de 2016 estima que as receitas federais somarão R$ 2,954 trilhões, incluindo o orçamento das estatais e os recursos levantados com a venda de títulos públicos. A lei garante uma economia ao setor público equivalente a 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) e conta com uma arrecadação de R$ 10 bilhões com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) a partir de setembro, o que pressupõe que a recriação do tributo será aprovada pelo Congresso Nacional até maio. A previsão de superavit primário ficou acima da última proposta feita pelo governo federal. A meta foi fixada em R$ 24 bilhões para a União, e em R$ 6,5 bilhões para Estados e municípios, em um total de R$ 30,5 bilhões (0,5% do PIB), sem a possibilidade de abatimento. O resultado previsto ainda está bem acima do projetado pelo mercado. A expectativa de analistas é que as contas do setor público fecharão 2016 com um deficit de 0,9% do PIB. Este ano, o setor público acumula um deficit de R$ 20 bilhões até outubro. O governo federal chegou a avaliar fazer mudanças no montante destinado ao fundo partidário, que foi aprovado pelo Congresso Nacional três vezes maior à proposta inicial enviada pelo Palácio do Planalto. Com a proibição do financiamento privado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), partidos da base aliada pediram ao governo federal que mantivesse o patamar aprovado pelo Poder Legislativo, o que levou o Palácio do Planalto manter o patamar de R$ 819 milhões. PROJEÇÕES As projeções do governo para o Orçamento de 2016 sofreram várias alterações ao longo do ano passado, à medida que a crise econômica e política se aprofundava. Em abril, a equipe econômica previu, no projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2016, que o setor público fecharia o ano seguinte com um superavit de 2% do PIB. Em julho, a meta para o setor público foi reduzida para 0,7%. Pouco mais de um mês depois, no final de agosto, o governo encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de Orçamento com deficit de R$ 30,5 bilhões (-0,5% do PIB), mas voltou atrás em poucos dias depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota do país, tirando o selo de bom pagador.
| 2 |
O troglodita que somos quando pequenos reage, mas civilização coíbe
|
"Alô, aqui fala Sinfrônio Epaminondas, acabei de ler seu artigo sobre alcoolismo, é muito bom! Você sabe quem sou eu?" "Bem, eu conheço a fama de um cirurgião infantil com esse nome". Depois de um breve silêncio, ele me corrigiu: "Pediátrico". Tive que segurar um ataque de riso ao imaginar um cirurgião tendo um faniquito no centro cirúrgico porque a enfermeira lhe dera um instrumento errado: era o cirurgião "infantil"... Mais tarde me dei conta de que "infantil" tem mesmo um duplo sentido, e que, se é muito desejável a preservação da criança que existe dentro de nós –afinal, a neotenia (apego à forma infantil de uma espécie) e sua consequente capacidade de invenção, criatividade e brincadeira, é das características mais preciosas do sapiens–, a infantilidade é outra coisa... e atrapalha. Ela é um resultado pouco conhecido das doenças psíquicas, vale dizer, do complexo de Édipo. Este é o nome que Freud deu ao legado triste de nossa infância, um assunto complicado de quem nos criou em que ficamos enredados sem querer, e que arrastamos como um peso morto pela vida afora. As doenças psíquicas nos aprisionam à infantilidade, especialmente no gerenciamento de dois temas cruciais para lidar com o mundo: a raiva e o amor. O pequeno troglodita que somos quando pequenos reage à raiva com o tacape, mas logo vem a civilização lhe ensinar que "isso é feio, não pode". Certo, mas... o que pode, então? Não ter raiva é impossível, precisaríamos de canais competentes para que ela corrigisse as injustiças que a causaram. É muito raro que isso seja ensinado, só nos ensinam a reprimi-la. Como resultado mais comum surge a criança boazinha: uma pobre coitada que mendiga amor suprimindo a raiva, e com isso sofrerá toda a sorte de abusos durante sua vida, começando com o bullying na escola. A "bondade masoquista" é, portanto, uma infantilidade. Mas seu oposto também o é. A criança rebelde, explosiva e violenta, prisioneira da vingança reativa, é tão infantil e despreparada para a vida de gente grande quanto a primeira. E há o despreparo para o gerenciamento do amor –sim, com-pletamente ligado ao primeiro, para saber amar é preciso saber gerenciar a raiva (ou alguém acha que não vai sentir raiva do ser amado?). Imagine aquele bonzinho amando! Vai se ferrar... Imagine o explosivo, então! Quando o item "sexo" se apresenta, mais infantilidades aparecem: ter vergonha do próprio desejo leva a negá-lo, a acusar o outro de sem-vergonhice. A necessidade de afirmar o próprio desejo –ou de combater suas inseguranças– leva ao don-juanismo, à conquista compulsiva que se satisfaz em si, às perversões (quando se é prisioneiro da transgressão, do desafio às leis da cultura). Essa face infantil das doenças neuróticas e perversas me fez ver a necessidade de o psicanalista agir numa direção insuspeitada: ele precisa exercer uma função de pai tardia para seus clientes, apresentar-lhes ferramentas úteis para o gerenciamento da raiva e do amor. Não basta deslindar o Édipo, entender o que nos prende à infância, é também preciso deixar a infantilidade para trás.
|
colunas
|
O troglodita que somos quando pequenos reage, mas civilização coíbe"Alô, aqui fala Sinfrônio Epaminondas, acabei de ler seu artigo sobre alcoolismo, é muito bom! Você sabe quem sou eu?" "Bem, eu conheço a fama de um cirurgião infantil com esse nome". Depois de um breve silêncio, ele me corrigiu: "Pediátrico". Tive que segurar um ataque de riso ao imaginar um cirurgião tendo um faniquito no centro cirúrgico porque a enfermeira lhe dera um instrumento errado: era o cirurgião "infantil"... Mais tarde me dei conta de que "infantil" tem mesmo um duplo sentido, e que, se é muito desejável a preservação da criança que existe dentro de nós –afinal, a neotenia (apego à forma infantil de uma espécie) e sua consequente capacidade de invenção, criatividade e brincadeira, é das características mais preciosas do sapiens–, a infantilidade é outra coisa... e atrapalha. Ela é um resultado pouco conhecido das doenças psíquicas, vale dizer, do complexo de Édipo. Este é o nome que Freud deu ao legado triste de nossa infância, um assunto complicado de quem nos criou em que ficamos enredados sem querer, e que arrastamos como um peso morto pela vida afora. As doenças psíquicas nos aprisionam à infantilidade, especialmente no gerenciamento de dois temas cruciais para lidar com o mundo: a raiva e o amor. O pequeno troglodita que somos quando pequenos reage à raiva com o tacape, mas logo vem a civilização lhe ensinar que "isso é feio, não pode". Certo, mas... o que pode, então? Não ter raiva é impossível, precisaríamos de canais competentes para que ela corrigisse as injustiças que a causaram. É muito raro que isso seja ensinado, só nos ensinam a reprimi-la. Como resultado mais comum surge a criança boazinha: uma pobre coitada que mendiga amor suprimindo a raiva, e com isso sofrerá toda a sorte de abusos durante sua vida, começando com o bullying na escola. A "bondade masoquista" é, portanto, uma infantilidade. Mas seu oposto também o é. A criança rebelde, explosiva e violenta, prisioneira da vingança reativa, é tão infantil e despreparada para a vida de gente grande quanto a primeira. E há o despreparo para o gerenciamento do amor –sim, com-pletamente ligado ao primeiro, para saber amar é preciso saber gerenciar a raiva (ou alguém acha que não vai sentir raiva do ser amado?). Imagine aquele bonzinho amando! Vai se ferrar... Imagine o explosivo, então! Quando o item "sexo" se apresenta, mais infantilidades aparecem: ter vergonha do próprio desejo leva a negá-lo, a acusar o outro de sem-vergonhice. A necessidade de afirmar o próprio desejo –ou de combater suas inseguranças– leva ao don-juanismo, à conquista compulsiva que se satisfaz em si, às perversões (quando se é prisioneiro da transgressão, do desafio às leis da cultura). Essa face infantil das doenças neuróticas e perversas me fez ver a necessidade de o psicanalista agir numa direção insuspeitada: ele precisa exercer uma função de pai tardia para seus clientes, apresentar-lhes ferramentas úteis para o gerenciamento da raiva e do amor. Não basta deslindar o Édipo, entender o que nos prende à infância, é também preciso deixar a infantilidade para trás.
| 10 |
'Não tenho o que dedurar', diz Marcelo Odebrecht sobre delação
|
O presidente afastado da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou nesta terça-feira (1º) à CPI da Petrobras que "não tenho o que dedurar", rejeitando a hipótese de um acordo de colaboração premiada na Operação Lava Jato, e disse que a investigação está causando "desgaste desnecessário". Ressaltando aos deputados que não poderia comentar detalhes das acusações que responde na Justiça, porque serão defendidas pelos seus advogados no processo, Marcelo foi o primeiro executivo da empreiteira Odebrecht a responder perguntas da CPI nesta sessão. Também foram ouvidos outros quatro executivos da Odebrecht: Márcio Faria, Rogério Araújo, César Ramos e Alexandrino Alencar, mas todos ficaram calados. Marcelo Odebrecht foi preso em junho como parte das investigações da Lava Jato, sob acusação de integrar o esquema de corrupção na Petrobras e formar um cartel para obter contratos com a estatal. Ele teve a prisão prorrogada em julho. Questionado pelo deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) se tinha intenção de firmar uma colaboração, Marcelo deu um exemplo com suas filhas. Segundo Odebrecht, quando elas brigavam e ele perguntava quem provocou a briga, "eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquele que fez o fato". "Para alguém dedurar, ele precisa ter o que dedurar. Esse é o primeiro fato. Isso eu acho que não ocorre aqui", declarou. Ele disse que a Polícia Federal lhe ofereceu a possibilidade de um acordo de colaboração quando foi ouvido. Marcelo Odebrecht ainda afirmou que sua defesa não teve acesso a todas as provas contra ele e, respondendo a perguntas sobre pressões pelo esvaziamento das investigações ou da possibilidade de fuga da prisão, disse "jamais". O advogado Nabor Bulhões, que defende Marcelo Odebrecht, destacou que a fala do executivo na CPI buscou chamar atenção para o cerceamento de defesa que ele e outros investigados na operação vêm sofrendo. "A defesa tem que conhecer não só o teor da acusação, mas todos os elementos que o MPF (Ministério Público Federal) se baseia para fazer a denuncia, e isso não aconteceu até agora. A situação é preocupante, traduz um enorme cerceamento de defesa para todos os acusados, entre eles o Marcelo", disse à Folha. Em agosto, a defesa do executivo protocolou uma petição solicitando ao juiz Sérgio Moro acesso a todas as delações premiadas que foram usadas pelo MPF para oferecer a denuncia contra Marcelo Odebrecht. O documento também pede acesso a registros sobre as doações bancárias envolvendo as empresas Intercorp, Trident, Klienfeld, Pexo Corporation e Quinus, e à integra de processos instaurados pelas Comissões Internas de Apuração da Petrobras, entre outros materiais. DESGASTE O presidente da Odebrecht afirmou ainda que a Lava Jato "está gerando desgaste desnecessário para a Petrobras e as empresas nacionais" e que "nós devíamos cuidar melhor tanto da imagem da Petrobras como das empresas nacionais". Questionado sobre a atual imagem da Odebrecht vinculada à corrupção, Marcelo chamou-a de "fenômeno da publicidade opressiva" e disse inclusive contar com os deputados para reverter essa concepção. Em sua fala inicial, Marcelo disse que "sempre" esteve à disposição para ser ouvido antes de ser preso, mas reclamou que só foi ouvido uma vez pela Polícia Federal, e após a sua prisão. Questionado pelo deputado Bruno Covas (PSDB-SP) se conversou sobre a relação entre a Odebrecht e a Petrobras em encontros com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula, Marcelo respondeu positivamente. "É provável e mais do que natural", disse e ressaltou ter se tratado de conversas "republicanas" e que provavelmente falaria sobre o tema com amigos, empresários e outros políticos. A questões sobre as acusações de fazer parte de um cartel de empreiteiras ou de pagamento de propina, por exemplo, Marcelo não quis comentar. Apesar de preso e afastado do dia a dia da empresa, o empreiteiro disse que a Odebrecht "continua absolutamente sólida" e vai superar a crise. "Cada um de nós vai superar esse momento e vamos sair mais fortalecidos dessa crise", afirmou. O ex-gerente da Petrobras Celso Araripe optou pelo silêncio também, mas chegou a afirmar que foi demitido da estatal sem ter conhecimento do relatório que lhe acusou.
|
poder
|
'Não tenho o que dedurar', diz Marcelo Odebrecht sobre delaçãoO presidente afastado da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou nesta terça-feira (1º) à CPI da Petrobras que "não tenho o que dedurar", rejeitando a hipótese de um acordo de colaboração premiada na Operação Lava Jato, e disse que a investigação está causando "desgaste desnecessário". Ressaltando aos deputados que não poderia comentar detalhes das acusações que responde na Justiça, porque serão defendidas pelos seus advogados no processo, Marcelo foi o primeiro executivo da empreiteira Odebrecht a responder perguntas da CPI nesta sessão. Também foram ouvidos outros quatro executivos da Odebrecht: Márcio Faria, Rogério Araújo, César Ramos e Alexandrino Alencar, mas todos ficaram calados. Marcelo Odebrecht foi preso em junho como parte das investigações da Lava Jato, sob acusação de integrar o esquema de corrupção na Petrobras e formar um cartel para obter contratos com a estatal. Ele teve a prisão prorrogada em julho. Questionado pelo deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) se tinha intenção de firmar uma colaboração, Marcelo deu um exemplo com suas filhas. Segundo Odebrecht, quando elas brigavam e ele perguntava quem provocou a briga, "eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquele que fez o fato". "Para alguém dedurar, ele precisa ter o que dedurar. Esse é o primeiro fato. Isso eu acho que não ocorre aqui", declarou. Ele disse que a Polícia Federal lhe ofereceu a possibilidade de um acordo de colaboração quando foi ouvido. Marcelo Odebrecht ainda afirmou que sua defesa não teve acesso a todas as provas contra ele e, respondendo a perguntas sobre pressões pelo esvaziamento das investigações ou da possibilidade de fuga da prisão, disse "jamais". O advogado Nabor Bulhões, que defende Marcelo Odebrecht, destacou que a fala do executivo na CPI buscou chamar atenção para o cerceamento de defesa que ele e outros investigados na operação vêm sofrendo. "A defesa tem que conhecer não só o teor da acusação, mas todos os elementos que o MPF (Ministério Público Federal) se baseia para fazer a denuncia, e isso não aconteceu até agora. A situação é preocupante, traduz um enorme cerceamento de defesa para todos os acusados, entre eles o Marcelo", disse à Folha. Em agosto, a defesa do executivo protocolou uma petição solicitando ao juiz Sérgio Moro acesso a todas as delações premiadas que foram usadas pelo MPF para oferecer a denuncia contra Marcelo Odebrecht. O documento também pede acesso a registros sobre as doações bancárias envolvendo as empresas Intercorp, Trident, Klienfeld, Pexo Corporation e Quinus, e à integra de processos instaurados pelas Comissões Internas de Apuração da Petrobras, entre outros materiais. DESGASTE O presidente da Odebrecht afirmou ainda que a Lava Jato "está gerando desgaste desnecessário para a Petrobras e as empresas nacionais" e que "nós devíamos cuidar melhor tanto da imagem da Petrobras como das empresas nacionais". Questionado sobre a atual imagem da Odebrecht vinculada à corrupção, Marcelo chamou-a de "fenômeno da publicidade opressiva" e disse inclusive contar com os deputados para reverter essa concepção. Em sua fala inicial, Marcelo disse que "sempre" esteve à disposição para ser ouvido antes de ser preso, mas reclamou que só foi ouvido uma vez pela Polícia Federal, e após a sua prisão. Questionado pelo deputado Bruno Covas (PSDB-SP) se conversou sobre a relação entre a Odebrecht e a Petrobras em encontros com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula, Marcelo respondeu positivamente. "É provável e mais do que natural", disse e ressaltou ter se tratado de conversas "republicanas" e que provavelmente falaria sobre o tema com amigos, empresários e outros políticos. A questões sobre as acusações de fazer parte de um cartel de empreiteiras ou de pagamento de propina, por exemplo, Marcelo não quis comentar. Apesar de preso e afastado do dia a dia da empresa, o empreiteiro disse que a Odebrecht "continua absolutamente sólida" e vai superar a crise. "Cada um de nós vai superar esse momento e vamos sair mais fortalecidos dessa crise", afirmou. O ex-gerente da Petrobras Celso Araripe optou pelo silêncio também, mas chegou a afirmar que foi demitido da estatal sem ter conhecimento do relatório que lhe acusou.
| 0 |
Tudo ou nada
|
BRASÍLIA - Em luta para manter-se o cargo, Dilma Rousseff encarnou Erich Ludendorff, o famoso comandante militar da Alemanha imperial na etapa final da Primeira Guerra Mundial. Foi para o tudo ou nada. A petista radicalizou com as apostas na implosão do PMDB e na indicação de Nelson Barbosa para a Fazenda. As perspectivas são sombrias. Esqueçam vitórias ou derrotas sobre ritos do impeachment no Supremo: para ambos os lados, elas sugerem incorretamente veredictos. Na política, ao investir no fratricídio entre Michel Temer e Renan Calheiros, a presidente queima talvez o último cartucho. Não sendo demissível, restou combater o vice, alternativa de poder, no seu partido. Na economia, a saída de Joaquim Levy só confirma a sensação de que o ocaso dos quase 13 anos de PT no poder se desenrola com niilismo. Seu antecessor, Guido Mantega, passou meses como ex-ministro em atividade. O mesmo ocorreu com o tecnocrata cuja soberba foi inversamente proporcional à eficácia. Provam que a cadeira da Fazenda sob Dilma tem a propriedade de liquefazer a espinha dorsal do ocupante. Já Barbosa vem pronto para a tarefa, até pela identificação com o receituário populista que levou o país à situação falimentar. Se quiser provar o contrário, terá de suar a camisa; se não, confirmará um aceno ao PT lulista e também a Renan. Tudo somado, o que restará a Dilma se sobreviver ao impeachment? Assentar sua igreja sobre a rocha porosa de Renan enquanto o mercado regurgita Barbosa? Atiçar a crise no PMDB serve para marcar Temer como inconfiável, assim como abrir um cofre vazio pode criar ilusões, mas sugere um custo de Pirro ao Planalto. Em 1918, Ludendorff arquitetou a "vitória final" ao atacar a frente ocidental que começava a ter reforço americano, após a rendição russa aos alemães lhe dar mais oxigênio. Exauriu-se, e a Alemanha caiu. Sem opção, Dilma arrisca a mesma trilha.
|
colunas
|
Tudo ou nadaBRASÍLIA - Em luta para manter-se o cargo, Dilma Rousseff encarnou Erich Ludendorff, o famoso comandante militar da Alemanha imperial na etapa final da Primeira Guerra Mundial. Foi para o tudo ou nada. A petista radicalizou com as apostas na implosão do PMDB e na indicação de Nelson Barbosa para a Fazenda. As perspectivas são sombrias. Esqueçam vitórias ou derrotas sobre ritos do impeachment no Supremo: para ambos os lados, elas sugerem incorretamente veredictos. Na política, ao investir no fratricídio entre Michel Temer e Renan Calheiros, a presidente queima talvez o último cartucho. Não sendo demissível, restou combater o vice, alternativa de poder, no seu partido. Na economia, a saída de Joaquim Levy só confirma a sensação de que o ocaso dos quase 13 anos de PT no poder se desenrola com niilismo. Seu antecessor, Guido Mantega, passou meses como ex-ministro em atividade. O mesmo ocorreu com o tecnocrata cuja soberba foi inversamente proporcional à eficácia. Provam que a cadeira da Fazenda sob Dilma tem a propriedade de liquefazer a espinha dorsal do ocupante. Já Barbosa vem pronto para a tarefa, até pela identificação com o receituário populista que levou o país à situação falimentar. Se quiser provar o contrário, terá de suar a camisa; se não, confirmará um aceno ao PT lulista e também a Renan. Tudo somado, o que restará a Dilma se sobreviver ao impeachment? Assentar sua igreja sobre a rocha porosa de Renan enquanto o mercado regurgita Barbosa? Atiçar a crise no PMDB serve para marcar Temer como inconfiável, assim como abrir um cofre vazio pode criar ilusões, mas sugere um custo de Pirro ao Planalto. Em 1918, Ludendorff arquitetou a "vitória final" ao atacar a frente ocidental que começava a ter reforço americano, após a rendição russa aos alemães lhe dar mais oxigênio. Exauriu-se, e a Alemanha caiu. Sem opção, Dilma arrisca a mesma trilha.
| 10 |
Temendo ser alvo de Delcídio, governo evita atacar senador preso na Lava Jato
|
Aconselhada por seu núcleo político mais próximo, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o governo não deve atacar nem isolar completamente o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira (25) na Operação Lava Jato por tentar obstruir as investigações. Segundo a Folha apurou, o governo teme que Delcídio use, nas palavras de um ministro, "até mesmo de mentiras" para atacar diretamente o Palácio do Planalto e, por isso, a ordem é ter cautela. Auxiliares de Dilma foram avisados na noite de terça-feira (24) sobre a prisão do senador. Ao tomar conhecimento dos fatos, a presidente demonstrou preocupação com o efeito que isso teria sobre votações importantes no Congresso e sobre sua imagem e a de seu governo. Delcídio era um dos principais articuladores do governo no Legislativo, com trânsito entre parlamentares da base aliada e da oposição, e participava da maior parte das reuniões de coordenação política do Planalto, realizadas às segundas-feiras e comandadas pela presidente. Horas após a prisão do senador, Dilma reuniu em seu gabinete no Palácio do Planalto os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) para fazer uma avaliação do cenário. Após examinar o conteúdo das falas de Delcídio, gravadas em um áudio entregue à Procuradoria-Geral da República, Dilma ordenou que, oficialmente, o governo dissesse que foi "surpreendido" pelos fatos e defendesse "a autonomia das investigações". CONTA PRÓPRIA Auxiliares da presidente ressaltaram que o conteúdo das falas do senador deixava claro que o senador "agia por conta própria" e não "a mando do governo federal". As conversas de Delcídio foram gravadas e entregues à PGR por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, também preso na Operação Lava Jato. Segundo interpretação dos investigadores, Delcídio queria impedir a delação premiada de Cerveró, fechada pelo ex-executivo da estatal em troca de redução de pena. Nas conversas, o senador cita, entre outros nomes, Dilma e o ministro da Justiça, em contextos diferentes que, segundo Cardozo, não condizem com a verdade. SUBSTITUTO Preocupada com o andamento de votações no Congresso, como a que estava marcada para esta quarta sobre a alteração da meta fiscal, Dilma escalou Berzoini para iniciar as negociações que resultariam na substituição de Delcídio na liderança do governo no Senado. No fim da tarde, porém, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota para informar que o novo líder do governo na Casa será escolhido somente na próxima semana. Até lá, respondem interinamente pelo cargo os vice-líderes Telmário Mota (PDT-RR), Wellington Fagundes (PR-MT), Paulo Rocha (PT-PA) e Hélio José (PSD-DF).
|
poder
|
Temendo ser alvo de Delcídio, governo evita atacar senador preso na Lava JatoAconselhada por seu núcleo político mais próximo, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o governo não deve atacar nem isolar completamente o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira (25) na Operação Lava Jato por tentar obstruir as investigações. Segundo a Folha apurou, o governo teme que Delcídio use, nas palavras de um ministro, "até mesmo de mentiras" para atacar diretamente o Palácio do Planalto e, por isso, a ordem é ter cautela. Auxiliares de Dilma foram avisados na noite de terça-feira (24) sobre a prisão do senador. Ao tomar conhecimento dos fatos, a presidente demonstrou preocupação com o efeito que isso teria sobre votações importantes no Congresso e sobre sua imagem e a de seu governo. Delcídio era um dos principais articuladores do governo no Legislativo, com trânsito entre parlamentares da base aliada e da oposição, e participava da maior parte das reuniões de coordenação política do Planalto, realizadas às segundas-feiras e comandadas pela presidente. Horas após a prisão do senador, Dilma reuniu em seu gabinete no Palácio do Planalto os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) para fazer uma avaliação do cenário. Após examinar o conteúdo das falas de Delcídio, gravadas em um áudio entregue à Procuradoria-Geral da República, Dilma ordenou que, oficialmente, o governo dissesse que foi "surpreendido" pelos fatos e defendesse "a autonomia das investigações". CONTA PRÓPRIA Auxiliares da presidente ressaltaram que o conteúdo das falas do senador deixava claro que o senador "agia por conta própria" e não "a mando do governo federal". As conversas de Delcídio foram gravadas e entregues à PGR por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, também preso na Operação Lava Jato. Segundo interpretação dos investigadores, Delcídio queria impedir a delação premiada de Cerveró, fechada pelo ex-executivo da estatal em troca de redução de pena. Nas conversas, o senador cita, entre outros nomes, Dilma e o ministro da Justiça, em contextos diferentes que, segundo Cardozo, não condizem com a verdade. SUBSTITUTO Preocupada com o andamento de votações no Congresso, como a que estava marcada para esta quarta sobre a alteração da meta fiscal, Dilma escalou Berzoini para iniciar as negociações que resultariam na substituição de Delcídio na liderança do governo no Senado. No fim da tarde, porém, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota para informar que o novo líder do governo na Casa será escolhido somente na próxima semana. Até lá, respondem interinamente pelo cargo os vice-líderes Telmário Mota (PDT-RR), Wellington Fagundes (PR-MT), Paulo Rocha (PT-PA) e Hélio José (PSD-DF).
| 0 |
Aprenda a limpar colchões e travesseiros direito
|
DE SÃO PAULO A organizadora pessoal Ana Paula Vanzan ensina como higienizar colchão e travesseiros. Os dois itens devem ser aspirados pelo menos a cada 15 dias. TRAVESSEIRO Coloque-o dentro de um saco plástico e sugue com o aspirador de pó até retirar todo o ar de dentro. Isso ajudará eliminar restos de peles mortas e ácaros. Ao contrário do que se pensa, não é recomendado deixar os travesseiros debaixo do sol. O calor cria um ambiente favorável para a proliferação de micro-organismos. Eles também não devem ser lavados -exceto os feitos de látex-, por causa da dificuldade de secagem. Se necessária, a limpeza pode ser realizada a seco. COLCHÃO Faça a aspiração dos dois lados do colchão, se possível. A boca do aspirador não deve ser a mesma usada na limpeza geral. As manchas na superfície podem ser removidas com um pano umedecido com água morna e vinagre. Para evitar a passagem de líquidos para a espuma, é interessante forrá-lo com uma capa impermeável.
|
sobretudo
|
Aprenda a limpar colchões e travesseiros direito
DE SÃO PAULO A organizadora pessoal Ana Paula Vanzan ensina como higienizar colchão e travesseiros. Os dois itens devem ser aspirados pelo menos a cada 15 dias. TRAVESSEIRO Coloque-o dentro de um saco plástico e sugue com o aspirador de pó até retirar todo o ar de dentro. Isso ajudará eliminar restos de peles mortas e ácaros. Ao contrário do que se pensa, não é recomendado deixar os travesseiros debaixo do sol. O calor cria um ambiente favorável para a proliferação de micro-organismos. Eles também não devem ser lavados -exceto os feitos de látex-, por causa da dificuldade de secagem. Se necessária, a limpeza pode ser realizada a seco. COLCHÃO Faça a aspiração dos dois lados do colchão, se possível. A boca do aspirador não deve ser a mesma usada na limpeza geral. As manchas na superfície podem ser removidas com um pano umedecido com água morna e vinagre. Para evitar a passagem de líquidos para a espuma, é interessante forrá-lo com uma capa impermeável.
| 9 |
Colômbia produz mais e eleva participação no mercado de café
|
Aos poucos, a Colômbia volta aos bons tempos na produção de café. A colheita de novembro permitiu aos produtores colombianos colocar 1,65 milhão de saca nos armazéns. Havia 18 anos que o país não conseguia um volume mensal tão grande, conforme dados da federação dos produtores de café da Colômbia. Novembro tradicionalmente é um período de aumento da produção. No início dos anos de 1990, por exemplo, o país chegava a produzir 2,8 milhões de sacas em novembro, mas a safra estava muito concentrada no final de ano. Das 16 milhões de sacas produzidas em 1991, por exemplo, 7,3 milhões ocorreram no último trimestre. Após a renovação dos cafezais, o país está obtendo uma safra mais homogênea durante o ano. Nos últimos 19 meses, à exceção de março, a produção sempre superou 1 milhão de sacas por mês. O volume maior de produção está garantindo presença mais forte dos colombianos no mercado externo. De dezembro de 2015 a novembro de 2016, a produção de café do país atingiu 14,4 milhões de sacas, segundo a federação dos produtores. Desse volume, 12,5 milhões de sacas (87%) foram colocadas no externo. A Colômbia chegou a produzir 17,8 milhões de sacas de café na safra 1991/92, período em que participou com 18% de toda a safra mundial. Naquele período, o Brasil tinha participação de 27%, e o Vietnã, inexpressivo 1%. Os dados mais recentes da OIC (Organização Internacional do Café) indicam que a Colômbia tem hoje apenas 9% da produção mundial, enquanto a do Vietnã subiu para 19%. O Brasil lidera, com 33%. A Colômbia, que tinha participação de 22% no mercado mundial de café na safra 1991/92, viu sua participação recuar para apenas 6% em 2011/12. Com a recuperação da produção, no entanto, o país já tem 12% das exportações mundiais. * Estimativas voltam a indicar boa safra de grãos Conab e IBGE divulgaram nesta quinta-feira (8) novas estimativas de safra. Assim como dados de outras consultorias independentes, os números mostram que a tendência é de boa safra. Os dados precisam, no entanto, serem ajustados. A safra total de grãos poderá chegar a 213 milhões de toneladas, segundo a Conab. Na avaliação do IBGE, fica em 210 milhões. Algumas diferenças nas previsões de soja e milho, produtos de maiores volumes, justificam as diferenças entre órgãos públicas e consultorias privadas. A produção total de milho na safra 2016/17 deverá atingir 84 milhões de toneladas, segundo a Conab. O IBGE prevê 81 milhões de toneladas, mas há consultorias –como a Céleres– que não descartam volume próximo a 100 milhões de toneladas. As diferenças no milho são grandes. A Conab prevê 21,4 milhões de toneladas de milho para o Estado de Mato Grosso, líder nacional. Já o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) refez seus cálculos na semana passada e espera uma colheita de pelo menos 25 milhões de toneladas. No caso da soja, os números do IBGE apontam para uma safra próxima a 104 milhões de toneladas, enquanto os da Conab indicam 102 milhões. Esses números estão próximos aos das consultorias privadas. As estimativas da produção de arroz, terceiro principal produto nacional em volume, têm números próximos. A Conab refez seus cálculos e espera 11,5 milhões de toneladas, enquanto o IBGE prevê 11,3 milhões.
|
colunas
|
Colômbia produz mais e eleva participação no mercado de caféAos poucos, a Colômbia volta aos bons tempos na produção de café. A colheita de novembro permitiu aos produtores colombianos colocar 1,65 milhão de saca nos armazéns. Havia 18 anos que o país não conseguia um volume mensal tão grande, conforme dados da federação dos produtores de café da Colômbia. Novembro tradicionalmente é um período de aumento da produção. No início dos anos de 1990, por exemplo, o país chegava a produzir 2,8 milhões de sacas em novembro, mas a safra estava muito concentrada no final de ano. Das 16 milhões de sacas produzidas em 1991, por exemplo, 7,3 milhões ocorreram no último trimestre. Após a renovação dos cafezais, o país está obtendo uma safra mais homogênea durante o ano. Nos últimos 19 meses, à exceção de março, a produção sempre superou 1 milhão de sacas por mês. O volume maior de produção está garantindo presença mais forte dos colombianos no mercado externo. De dezembro de 2015 a novembro de 2016, a produção de café do país atingiu 14,4 milhões de sacas, segundo a federação dos produtores. Desse volume, 12,5 milhões de sacas (87%) foram colocadas no externo. A Colômbia chegou a produzir 17,8 milhões de sacas de café na safra 1991/92, período em que participou com 18% de toda a safra mundial. Naquele período, o Brasil tinha participação de 27%, e o Vietnã, inexpressivo 1%. Os dados mais recentes da OIC (Organização Internacional do Café) indicam que a Colômbia tem hoje apenas 9% da produção mundial, enquanto a do Vietnã subiu para 19%. O Brasil lidera, com 33%. A Colômbia, que tinha participação de 22% no mercado mundial de café na safra 1991/92, viu sua participação recuar para apenas 6% em 2011/12. Com a recuperação da produção, no entanto, o país já tem 12% das exportações mundiais. * Estimativas voltam a indicar boa safra de grãos Conab e IBGE divulgaram nesta quinta-feira (8) novas estimativas de safra. Assim como dados de outras consultorias independentes, os números mostram que a tendência é de boa safra. Os dados precisam, no entanto, serem ajustados. A safra total de grãos poderá chegar a 213 milhões de toneladas, segundo a Conab. Na avaliação do IBGE, fica em 210 milhões. Algumas diferenças nas previsões de soja e milho, produtos de maiores volumes, justificam as diferenças entre órgãos públicas e consultorias privadas. A produção total de milho na safra 2016/17 deverá atingir 84 milhões de toneladas, segundo a Conab. O IBGE prevê 81 milhões de toneladas, mas há consultorias –como a Céleres– que não descartam volume próximo a 100 milhões de toneladas. As diferenças no milho são grandes. A Conab prevê 21,4 milhões de toneladas de milho para o Estado de Mato Grosso, líder nacional. Já o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) refez seus cálculos na semana passada e espera uma colheita de pelo menos 25 milhões de toneladas. No caso da soja, os números do IBGE apontam para uma safra próxima a 104 milhões de toneladas, enquanto os da Conab indicam 102 milhões. Esses números estão próximos aos das consultorias privadas. As estimativas da produção de arroz, terceiro principal produto nacional em volume, têm números próximos. A Conab refez seus cálculos e espera 11,5 milhões de toneladas, enquanto o IBGE prevê 11,3 milhões.
| 10 |
No lugar de Temer, Maia se encontrará com prefeitos e aposta em pauta nacional
|
Rodrigo Maia (DEM-RJ) vai aproveitar o exercício da Presidência da República para apostar em uma agenda nacional. Nesta quarta-feira (30), o deputado, que assume o Planalto até 6 de setembro, durante viagem de Michel Temer à China, deve participar de um evento com parlamentares e prefeitos para oficializar a chamada "bancada da Frente Nacional de Prefeitos". No modelo proposto no início do ano pelo próprio Maia, cada prefeito de capital e cidade média indica um parlamentar para cuidar da pauta de interesses dos municípios no Congresso. No encontro, em Brasília, os cerca de 70 deputados serão apresentados ao presidente da Câmara como integrantes da bancada e uma lista de reivindicações nas áreas de finanças, mobilidade urbana e saúde será entregue a ele. Entre as prioridades dos prefeitos está a partilha e destinação da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre combustíveis e a alteração da lei dos planos de saúde, permitindo que Estados e municípios sejam diretamente ressarcidos quando o atendimento na rede pública se der em estabelecimentos a eles vinculados. A pauta interessa ao projeto político de Maia que, desde a crise que assolou o governo, tenta se descolar da imagem impopular de Temer e criar uma agenda exclusiva da Câmara, para além da pauta econômica patrocinada pelo Palácio do Planalto. Segundo o presidente da Câmara, as medidas econômicas não serão abandonadas, mas dividirão espaço com projetos que estejam mais conectados com a sociedade, como a questão dos planos de saúde, além de adoção, segurança pública e até projetos em defesa dos animais. COSTURA POLÍTICA Maia pretende fazer ecoar diante dos prefeitos um discurso nacional, como tem feito nos últimos meses e desde que a Câmara barrou a primeira denúncia contra Temer. Em reunião no início do ano com a FNP, Maia havia pedido que as prefeituras designassem parlamentares para cuidar dos interesses dos municípios no Congresso. Entre as indicações que serão oficializadas nesta quarta estão Renata Abreu (Podemos-SP), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), Rosângela Gomes (PRB-RJ), o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), Paulo Azi (DEM-BA) e José Carlos Aleluia (DEM-BA), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), Luiz Lauro (PSB-SP) e o indicado pelo prefeito de Campinas e presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB). Donizette, inclusive, tem se aproximado de Maia, que tenta ampliar a bancada de seu partido, o DEM, principalmente com dissidentes do PSB. As conversas acontecem há meses e têm sofrido alguns reveses, visto que integrantes do PSB exigem mudanças no comando do DEM para fazer a migração. Maia insiste nas articulações com o objetivo de tentar conquistar o eleitor de centro-direita diante da divisão e falta de liderança única do PSDB, além de formar uma base parlamentar mais ampla, que dê capilaridade para um possível candidato do DEM à Presidência da República em 2018.
|
poder
|
No lugar de Temer, Maia se encontrará com prefeitos e aposta em pauta nacionalRodrigo Maia (DEM-RJ) vai aproveitar o exercício da Presidência da República para apostar em uma agenda nacional. Nesta quarta-feira (30), o deputado, que assume o Planalto até 6 de setembro, durante viagem de Michel Temer à China, deve participar de um evento com parlamentares e prefeitos para oficializar a chamada "bancada da Frente Nacional de Prefeitos". No modelo proposto no início do ano pelo próprio Maia, cada prefeito de capital e cidade média indica um parlamentar para cuidar da pauta de interesses dos municípios no Congresso. No encontro, em Brasília, os cerca de 70 deputados serão apresentados ao presidente da Câmara como integrantes da bancada e uma lista de reivindicações nas áreas de finanças, mobilidade urbana e saúde será entregue a ele. Entre as prioridades dos prefeitos está a partilha e destinação da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre combustíveis e a alteração da lei dos planos de saúde, permitindo que Estados e municípios sejam diretamente ressarcidos quando o atendimento na rede pública se der em estabelecimentos a eles vinculados. A pauta interessa ao projeto político de Maia que, desde a crise que assolou o governo, tenta se descolar da imagem impopular de Temer e criar uma agenda exclusiva da Câmara, para além da pauta econômica patrocinada pelo Palácio do Planalto. Segundo o presidente da Câmara, as medidas econômicas não serão abandonadas, mas dividirão espaço com projetos que estejam mais conectados com a sociedade, como a questão dos planos de saúde, além de adoção, segurança pública e até projetos em defesa dos animais. COSTURA POLÍTICA Maia pretende fazer ecoar diante dos prefeitos um discurso nacional, como tem feito nos últimos meses e desde que a Câmara barrou a primeira denúncia contra Temer. Em reunião no início do ano com a FNP, Maia havia pedido que as prefeituras designassem parlamentares para cuidar dos interesses dos municípios no Congresso. Entre as indicações que serão oficializadas nesta quarta estão Renata Abreu (Podemos-SP), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), Rosângela Gomes (PRB-RJ), o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), Paulo Azi (DEM-BA) e José Carlos Aleluia (DEM-BA), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), Luiz Lauro (PSB-SP) e o indicado pelo prefeito de Campinas e presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB). Donizette, inclusive, tem se aproximado de Maia, que tenta ampliar a bancada de seu partido, o DEM, principalmente com dissidentes do PSB. As conversas acontecem há meses e têm sofrido alguns reveses, visto que integrantes do PSB exigem mudanças no comando do DEM para fazer a migração. Maia insiste nas articulações com o objetivo de tentar conquistar o eleitor de centro-direita diante da divisão e falta de liderança única do PSDB, além de formar uma base parlamentar mais ampla, que dê capilaridade para um possível candidato do DEM à Presidência da República em 2018.
| 0 |
CBF confirma vice em avião e tenta voo de emergência para Colômbia
|
A direção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) confirmou que um dos seus vice-presidentes, Delfim Peixoto, que comanda a Federação de Santa Catarina, estava no avião com a equipe da Chapecoense, que caiu em La Unión, na Colômbia, na madrugada desta terça-feira (29) O secretário-geral da confederação, Walter Feldman, disse que está em contato com o governo brasileiro para conseguir um voo de emergência a fim de ir ao país onde aconteceria o jogo pela Copa Sul-Americana. "A maior tragédia que o futebol brasileiro poderia ter. Não temos palavras para descrever o tamanho da tristeza que estamos sentindo", afirmou à Folha. "Falamos com a diretoria da federação. Nos confirmaram que Delfim embarcou", completou. De acordo com Feldman, a CBF vai enviar um representante para a Colômbia. No entanto, ainda não foi decidido quem irá. "Estamos mobilizados para conseguir o maior número de informações. Acionamos ministros e esperamos um voo o quanto antes para o país", disse. A reportagem procurou o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, mas não conseguiu contato até o momento. Delfim Peixoto é um dos maiores opositores da atual gestão da entidade.
|
esporte
|
CBF confirma vice em avião e tenta voo de emergência para ColômbiaA direção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) confirmou que um dos seus vice-presidentes, Delfim Peixoto, que comanda a Federação de Santa Catarina, estava no avião com a equipe da Chapecoense, que caiu em La Unión, na Colômbia, na madrugada desta terça-feira (29) O secretário-geral da confederação, Walter Feldman, disse que está em contato com o governo brasileiro para conseguir um voo de emergência a fim de ir ao país onde aconteceria o jogo pela Copa Sul-Americana. "A maior tragédia que o futebol brasileiro poderia ter. Não temos palavras para descrever o tamanho da tristeza que estamos sentindo", afirmou à Folha. "Falamos com a diretoria da federação. Nos confirmaram que Delfim embarcou", completou. De acordo com Feldman, a CBF vai enviar um representante para a Colômbia. No entanto, ainda não foi decidido quem irá. "Estamos mobilizados para conseguir o maior número de informações. Acionamos ministros e esperamos um voo o quanto antes para o país", disse. A reportagem procurou o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, mas não conseguiu contato até o momento. Delfim Peixoto é um dos maiores opositores da atual gestão da entidade.
| 4 |
Noite no Beco
|
RIO DE JANEIRO - Sábado último (26), João Donato subiu ao palquinho do Bottles Bar, no Beco das Garrafas, em Copacabana, sentou-se ao teclado e começou a tocar "Minha Saudade", dele e de João Gilberto. Em segundos, todos os relógios giraram ao contrário e voltaram a 1953. Donato emendou com "Invitation", de Bronislau Kaper, e continuou com "Paradise Found", do trompetista Shorty Rogers, o craque da Costa Oeste. E assim foi. Durante uma hora e meia, Donato proporcionou à plateia que entupia o recinto uma ideia do que acontecia nas altas madrugadas dos anos 50, quando os músicos cariocas, fora do trabalho nas boates, reuniam-se nos piano-bares para tocar jazz e improvisar. Eles eram pianistas, como Dick Farney, Johnny Alf e Moacyr Peixoto; saxofonistas, como Cipó, Zé Bodega e Paulo Moura; trombonistas, como Astor, Norato e Maciel; os violonistas Garoto e Bola Sete, o violinista Fafá Lemos, e muitos mais. Donato tocava então acordeom, e seu ídolo no instrumento era o americano Ernie Felice. Um desses piano-bares era o do hotel Plaza, ali perto, mas as boates do Beco das Garrafas também se prestavam. O Beco teve o seu apogeu nos anos 50, como reduto do samba-canção, e, nos 60, da bossa nova e do samba-jazz. Depois, passou por décadas de sórdido abandono e só há pouco renasceu. Começou em 2006, quando Leila Martins abriu, na esquina com a rua Duvivier, sua magnífica livraria e loja de discos Bossa Nova & Companhia, que está lá até hoje. E consolidou-se, quando Amanda Bravo realizou o sonho de muita gente: reabrir os históricos Bottles e Little Club, no mesmo espaço em que eles funcionavam, e injetar-lhes grande música. O ponto alto da noite foi Donato tocando, pela primeira vez, a bela "Quando Me Vem à Lembrança" –sua única parceria com Tom Jobim, jamais gravada.
|
colunas
|
Noite no BecoRIO DE JANEIRO - Sábado último (26), João Donato subiu ao palquinho do Bottles Bar, no Beco das Garrafas, em Copacabana, sentou-se ao teclado e começou a tocar "Minha Saudade", dele e de João Gilberto. Em segundos, todos os relógios giraram ao contrário e voltaram a 1953. Donato emendou com "Invitation", de Bronislau Kaper, e continuou com "Paradise Found", do trompetista Shorty Rogers, o craque da Costa Oeste. E assim foi. Durante uma hora e meia, Donato proporcionou à plateia que entupia o recinto uma ideia do que acontecia nas altas madrugadas dos anos 50, quando os músicos cariocas, fora do trabalho nas boates, reuniam-se nos piano-bares para tocar jazz e improvisar. Eles eram pianistas, como Dick Farney, Johnny Alf e Moacyr Peixoto; saxofonistas, como Cipó, Zé Bodega e Paulo Moura; trombonistas, como Astor, Norato e Maciel; os violonistas Garoto e Bola Sete, o violinista Fafá Lemos, e muitos mais. Donato tocava então acordeom, e seu ídolo no instrumento era o americano Ernie Felice. Um desses piano-bares era o do hotel Plaza, ali perto, mas as boates do Beco das Garrafas também se prestavam. O Beco teve o seu apogeu nos anos 50, como reduto do samba-canção, e, nos 60, da bossa nova e do samba-jazz. Depois, passou por décadas de sórdido abandono e só há pouco renasceu. Começou em 2006, quando Leila Martins abriu, na esquina com a rua Duvivier, sua magnífica livraria e loja de discos Bossa Nova & Companhia, que está lá até hoje. E consolidou-se, quando Amanda Bravo realizou o sonho de muita gente: reabrir os históricos Bottles e Little Club, no mesmo espaço em que eles funcionavam, e injetar-lhes grande música. O ponto alto da noite foi Donato tocando, pela primeira vez, a bela "Quando Me Vem à Lembrança" –sua única parceria com Tom Jobim, jamais gravada.
| 10 |
Corintianos comemoram título com 'lei seca' em São Januário
|
O aquecimento para a conquista do sexto título do Campeonato Brasileiro pelo Corinthians foi regado a cerveja em São Januário. Já quando a bola rolou, a Polícia Militar decretou uma "lei seca". Beneficiados pela liberação da venda de cerveja nos estádios do Rio, os torcedores beberam até a única lanchonete improvisada aos corintianos fechar os portões. Pouco depois do início do jogo, torcedores tentaram saquear o bar e a polícia proibiu a venda no local. Na confusão, um torcedor identificado como Gabriel Marques, 26, foi ferido de raspão no braço com um tiro de borracha disparado por um militar. Ele foi levado ao posto médico e teve a mão imobilizada. "Futebol com cerveja é sempre melhor. Pena que rolou aquela confusão e o álcool secou", disse o comerciante Mauro Nascimento, 33. Mesmo sem vender cerveja no setor corintiano, Nascimento e mais dois amigos conseguiram mais quatro copos de um "cambista". "O cara é carioca. Vai lá no Vasco e nos vende com um acréscimo", acrescentou. Nos bares, um copo custava R$ 6. Com o cambista, a cerveja saía por R$ 12. A venda de cerveja deixou o clima mais tenso em São Januário. No intervalo, a Folha presenciou vascaínos discutindo com policiais.
|
esporte
|
Corintianos comemoram título com 'lei seca' em São JanuárioO aquecimento para a conquista do sexto título do Campeonato Brasileiro pelo Corinthians foi regado a cerveja em São Januário. Já quando a bola rolou, a Polícia Militar decretou uma "lei seca". Beneficiados pela liberação da venda de cerveja nos estádios do Rio, os torcedores beberam até a única lanchonete improvisada aos corintianos fechar os portões. Pouco depois do início do jogo, torcedores tentaram saquear o bar e a polícia proibiu a venda no local. Na confusão, um torcedor identificado como Gabriel Marques, 26, foi ferido de raspão no braço com um tiro de borracha disparado por um militar. Ele foi levado ao posto médico e teve a mão imobilizada. "Futebol com cerveja é sempre melhor. Pena que rolou aquela confusão e o álcool secou", disse o comerciante Mauro Nascimento, 33. Mesmo sem vender cerveja no setor corintiano, Nascimento e mais dois amigos conseguiram mais quatro copos de um "cambista". "O cara é carioca. Vai lá no Vasco e nos vende com um acréscimo", acrescentou. Nos bares, um copo custava R$ 6. Com o cambista, a cerveja saía por R$ 12. A venda de cerveja deixou o clima mais tenso em São Januário. No intervalo, a Folha presenciou vascaínos discutindo com policiais.
| 4 |
Ator de filme sobre Amazônia indicado ao Oscar nunca tinha ido ao cinema
|
Indígenas transformados em atores ocasionais, a floresta intocada e as culturas desconhecidas da Amazônia são os grandes protagonistas do filme "O Abraço da Serpente", com o qual a Colômbia busca seu primeiro Oscar. A terceira produção de Ciro Guerra é baseada nos diários do etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg e do biólogo americano Richard Evans Schultes, que entraram em território amazônico durante a primeira metade do século 20. A Amazônia colombiana era tão desconhecida —e continua sendo—, que Koch-Grünberg acreditava estar navegando pelo Brasil. Mas Guerra preferiu contar sua história não do ponto de vista do explorador, como a cinematografia aventureira de Werner Herzog em "Fitzcarraldo", mas do universo dos indígenas, dando-lhes voz e falando suas línguas. Confiou o papel crucial do pajé Karamakate, último sobrevivente de seu povo, a dois nativos: Nilbio Torres, da etnia kubeo, para interpretá-lo ainda jovem, e Antonio Bolívar, "o vô Antonio", um dos últimos representantes da etnia uitoto, para a fase adulta. Nilbio, de 30 anos, tem quatro filhos e vive na comunidade de Santa Marta, próximo à selvática Mitú. De olhos rasgados, pele morena e cabelos muito pretos, deve seu físico escultural ao cultivo de mandioca e banana em suas terras, às quais chega remando em uma canoa todos os dias. Pensava que seria um ajudante neste filme para ganhar algum dinheiro, mas lhe propuseram o papel de protagonista. Isso implicaria tomar o primeiro avião de sua vida para ir a Bogotá e tomar aulas de atuação. Nunca havia ouvido falar no Oscar, também não conhecia as salas de cinema. Mas sua memória para os textos e sua força interpretativa ante a câmera lhe valeram sua primeira experiência cinematográfica. "Entrar no personagem era difícil. Tinha que mostrá-lo como se fosse real", explica em um espanhol que fala com dificuldades. REVIVER A DOR Miguel Ramos, o jovem de etnia ticuna, que encarna Manduka, o assistente de Koch-Grünberg, nasceu há 27 anos em Nazaré, perto de Leticia, a capital colombiana do Amazonas. Muitas pessoas me disseram: "obrigado por nos representar, estamos orgulhosos de vocês", relata. Como Nilbio, considera um reconhecimento o fato de falar em ticuna, uitoto e kubeo na "grande tela". Mas, para ambos, o filme também aflora a dor. Miguel conta que, durante as filmagens, pensava nos tempos de massacres e as humilhações que seu povo sofreu sob o comando dos empresários que exploravam borracha na região. assista ao trailer "Às vezes falava com o vô Antonio e ficávamos calados, tristes em voltar a viver, dentro do filme, essa história", disse. Depois, alguém começa "a refletir que isto nos permite seguir fortalecendo nossa vida, nossas comunidades. Este filme nos permite seguir respirando", acrescenta. Segundo Ignacio Prieto, o antropólogo colombiano que assessorou Guerra, a extração de borracha mudou de maneira expressiva o mapa da Amazônia. Sessenta mil uitotos foram mortos, o que ocasionou "uma diáspora de comunidades até o Brasil e Peru", fugindo do regime de terror ao que eram submetidos. Junto aos seringais apareceu o "messianismo", um sincretismo entre o indígena e a tradição judaico-cristã imposta pelas comunidades religiosas espanholas que chegavam à selva. Esta mistura exaltou líderes espirituais peculiares que, com suas profecias e doutrinas, levaram povos amazônicos à destruição de sua cultura e cosmovisões, como também relata o filme. 'UNIVERSO DESCONHECIDO' A Amazônia mudou. Houve muito desmatamento e, hoje, é mais difícil viver da pesca, da caça e da agricultura. Em uma zona também afetada pela violência do conflito colombiano de mais de meio século, muitos optaram pela mineração e o cultivo de folha de coca, bem pago pelos narcotraficantes. Cada vez mais, conta Prieto, comunidades indígenas optam pelo isolamento voluntário. Miguel, que estuda em Bogotá para ser professor de educação física, conta que, na universidade, é questionado se, na selva, ainda se vestem com "guayuco" (tangas). "Isso me faz pensar que muita gente não conhece o Amazonas", sorri. "O Abraço da Serpente", que neste 28 de fevereiro pode levar o Oscar de melhor filme em língua estrangeira, foi, para muitos, o primeiro contato com uma região inexplorada e distante. "O Amazonas sempre esteve para trás, é um universo desconhecido para os colombianos, e agora o país tomou consciência de que ele está aqui e também os pertence", afirmou Prieto. O filme já está em cartaz no Rio. Em São Paulo, estreia na próxima quinta (25).
|
ilustrada
|
Ator de filme sobre Amazônia indicado ao Oscar nunca tinha ido ao cinemaIndígenas transformados em atores ocasionais, a floresta intocada e as culturas desconhecidas da Amazônia são os grandes protagonistas do filme "O Abraço da Serpente", com o qual a Colômbia busca seu primeiro Oscar. A terceira produção de Ciro Guerra é baseada nos diários do etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg e do biólogo americano Richard Evans Schultes, que entraram em território amazônico durante a primeira metade do século 20. A Amazônia colombiana era tão desconhecida —e continua sendo—, que Koch-Grünberg acreditava estar navegando pelo Brasil. Mas Guerra preferiu contar sua história não do ponto de vista do explorador, como a cinematografia aventureira de Werner Herzog em "Fitzcarraldo", mas do universo dos indígenas, dando-lhes voz e falando suas línguas. Confiou o papel crucial do pajé Karamakate, último sobrevivente de seu povo, a dois nativos: Nilbio Torres, da etnia kubeo, para interpretá-lo ainda jovem, e Antonio Bolívar, "o vô Antonio", um dos últimos representantes da etnia uitoto, para a fase adulta. Nilbio, de 30 anos, tem quatro filhos e vive na comunidade de Santa Marta, próximo à selvática Mitú. De olhos rasgados, pele morena e cabelos muito pretos, deve seu físico escultural ao cultivo de mandioca e banana em suas terras, às quais chega remando em uma canoa todos os dias. Pensava que seria um ajudante neste filme para ganhar algum dinheiro, mas lhe propuseram o papel de protagonista. Isso implicaria tomar o primeiro avião de sua vida para ir a Bogotá e tomar aulas de atuação. Nunca havia ouvido falar no Oscar, também não conhecia as salas de cinema. Mas sua memória para os textos e sua força interpretativa ante a câmera lhe valeram sua primeira experiência cinematográfica. "Entrar no personagem era difícil. Tinha que mostrá-lo como se fosse real", explica em um espanhol que fala com dificuldades. REVIVER A DOR Miguel Ramos, o jovem de etnia ticuna, que encarna Manduka, o assistente de Koch-Grünberg, nasceu há 27 anos em Nazaré, perto de Leticia, a capital colombiana do Amazonas. Muitas pessoas me disseram: "obrigado por nos representar, estamos orgulhosos de vocês", relata. Como Nilbio, considera um reconhecimento o fato de falar em ticuna, uitoto e kubeo na "grande tela". Mas, para ambos, o filme também aflora a dor. Miguel conta que, durante as filmagens, pensava nos tempos de massacres e as humilhações que seu povo sofreu sob o comando dos empresários que exploravam borracha na região. assista ao trailer "Às vezes falava com o vô Antonio e ficávamos calados, tristes em voltar a viver, dentro do filme, essa história", disse. Depois, alguém começa "a refletir que isto nos permite seguir fortalecendo nossa vida, nossas comunidades. Este filme nos permite seguir respirando", acrescenta. Segundo Ignacio Prieto, o antropólogo colombiano que assessorou Guerra, a extração de borracha mudou de maneira expressiva o mapa da Amazônia. Sessenta mil uitotos foram mortos, o que ocasionou "uma diáspora de comunidades até o Brasil e Peru", fugindo do regime de terror ao que eram submetidos. Junto aos seringais apareceu o "messianismo", um sincretismo entre o indígena e a tradição judaico-cristã imposta pelas comunidades religiosas espanholas que chegavam à selva. Esta mistura exaltou líderes espirituais peculiares que, com suas profecias e doutrinas, levaram povos amazônicos à destruição de sua cultura e cosmovisões, como também relata o filme. 'UNIVERSO DESCONHECIDO' A Amazônia mudou. Houve muito desmatamento e, hoje, é mais difícil viver da pesca, da caça e da agricultura. Em uma zona também afetada pela violência do conflito colombiano de mais de meio século, muitos optaram pela mineração e o cultivo de folha de coca, bem pago pelos narcotraficantes. Cada vez mais, conta Prieto, comunidades indígenas optam pelo isolamento voluntário. Miguel, que estuda em Bogotá para ser professor de educação física, conta que, na universidade, é questionado se, na selva, ainda se vestem com "guayuco" (tangas). "Isso me faz pensar que muita gente não conhece o Amazonas", sorri. "O Abraço da Serpente", que neste 28 de fevereiro pode levar o Oscar de melhor filme em língua estrangeira, foi, para muitos, o primeiro contato com uma região inexplorada e distante. "O Amazonas sempre esteve para trás, é um universo desconhecido para os colombianos, e agora o país tomou consciência de que ele está aqui e também os pertence", afirmou Prieto. O filme já está em cartaz no Rio. Em São Paulo, estreia na próxima quinta (25).
| 1 |
Autora desdobra temas diletos em livro adulto e em infantil
|
No Brasil como em outros países, o sucesso da Série Napolitana impulsionou a publicação dos romances anteriores de Elena Ferrante. Depois de "Dias de Abandono", publicado pela mesma Biblioteca Azul que lança aqui a tetralogia, chegam no fim desta semana, pela Intrínseca, "A Filha Perdida" e "Uma Noite na Praia". O segundo, destinado a crianças, é uma espécie de derivado do primeiro. Em ambos, Ferrante volta a temas que lhe são caros. No caso de "A Filha Perdida", comparecem o desejo feminino de ter o trabalho reconhecido enquanto se batalha com a vida doméstica, a fé na literatura como caminho, a sensação de inépcia no exercício da maternidade. Como em "Uma Noite na Praia", adicionam-se aí temores infantis, como o medo da perda, a codependência entre mãe e filha, que também surgiam em outras tramas. Leda, a protagonista de "A Filha Perdida", é uma professora de literatura inglesa que, de férias na praia, encontra uma família napolitana que lhe traz à mente associações perturbadoras com sua própria biografia. A partir do encontro, rememora sua vida. Com certa arrogância, começa a especular sobre a família, em especial sobre a jovem mãe, o que fará com que passe a refletir sobre a forma como cuidou de suas próprias filhas e de seu casamento, num momento em que ex-marido e prole vivem no Canadá e ela pode, enfim, se dedicar a si e a seu trabalho. Quando a menina, Elena, se perde na praia, movida por empatia e desejo de se fazer notar, Leda procura e acha a criança, aproximando-se assim dos napolitanos. Em outro traço recorrente, eis Ferrante brincando com a polissemia dos títulos, um pouco reforçada aqui pela tradução brasileira, que segue o título em inglês, mas não exatamente o italiano, no qual a filha era "obscura". Achada a filha, perde-se sua boneca, e o romance envereda pelo aprofundamento dos aspectos psicológicos de Leda, que Ferrante domina de forma precisa, sem parecer esquemática em nenhum momento. É um breve e denso romance, entre os melhores da autora. No livro infantil, a narrativa se desenrola do ponto de vista da boneca, esquecida pela dona, Mati, na praia. A angústia terrível do brinquedo é aumentada por personagens que são as forças da natureza –a Tempestade Noturna, a Onda, o Fogo. As crianças podem ler, a autora os protegeu com o final é feliz. Os pais também, se quiserem conhecer um pouco mais a escritora e saber como maneja habilmente seus temas favoritos em diferentes registros. A FILHA PERDIDA + UMA NOITE NA PRAIA AUTORA Elena Ferrante (com ilustrações de Mara Cerri, no infantil) TRADUÇÃO Marcello Lino EDITORA Intrínseca QUANTO: R$ 34,90 ("A Filha Perdida", 176 págs.; "Uma Noite na Praia", 40 págs); r$ 19,90 (cada e-book), já em pré-venda
|
ilustrada
|
Autora desdobra temas diletos em livro adulto e em infantilNo Brasil como em outros países, o sucesso da Série Napolitana impulsionou a publicação dos romances anteriores de Elena Ferrante. Depois de "Dias de Abandono", publicado pela mesma Biblioteca Azul que lança aqui a tetralogia, chegam no fim desta semana, pela Intrínseca, "A Filha Perdida" e "Uma Noite na Praia". O segundo, destinado a crianças, é uma espécie de derivado do primeiro. Em ambos, Ferrante volta a temas que lhe são caros. No caso de "A Filha Perdida", comparecem o desejo feminino de ter o trabalho reconhecido enquanto se batalha com a vida doméstica, a fé na literatura como caminho, a sensação de inépcia no exercício da maternidade. Como em "Uma Noite na Praia", adicionam-se aí temores infantis, como o medo da perda, a codependência entre mãe e filha, que também surgiam em outras tramas. Leda, a protagonista de "A Filha Perdida", é uma professora de literatura inglesa que, de férias na praia, encontra uma família napolitana que lhe traz à mente associações perturbadoras com sua própria biografia. A partir do encontro, rememora sua vida. Com certa arrogância, começa a especular sobre a família, em especial sobre a jovem mãe, o que fará com que passe a refletir sobre a forma como cuidou de suas próprias filhas e de seu casamento, num momento em que ex-marido e prole vivem no Canadá e ela pode, enfim, se dedicar a si e a seu trabalho. Quando a menina, Elena, se perde na praia, movida por empatia e desejo de se fazer notar, Leda procura e acha a criança, aproximando-se assim dos napolitanos. Em outro traço recorrente, eis Ferrante brincando com a polissemia dos títulos, um pouco reforçada aqui pela tradução brasileira, que segue o título em inglês, mas não exatamente o italiano, no qual a filha era "obscura". Achada a filha, perde-se sua boneca, e o romance envereda pelo aprofundamento dos aspectos psicológicos de Leda, que Ferrante domina de forma precisa, sem parecer esquemática em nenhum momento. É um breve e denso romance, entre os melhores da autora. No livro infantil, a narrativa se desenrola do ponto de vista da boneca, esquecida pela dona, Mati, na praia. A angústia terrível do brinquedo é aumentada por personagens que são as forças da natureza –a Tempestade Noturna, a Onda, o Fogo. As crianças podem ler, a autora os protegeu com o final é feliz. Os pais também, se quiserem conhecer um pouco mais a escritora e saber como maneja habilmente seus temas favoritos em diferentes registros. A FILHA PERDIDA + UMA NOITE NA PRAIA AUTORA Elena Ferrante (com ilustrações de Mara Cerri, no infantil) TRADUÇÃO Marcello Lino EDITORA Intrínseca QUANTO: R$ 34,90 ("A Filha Perdida", 176 págs.; "Uma Noite na Praia", 40 págs); r$ 19,90 (cada e-book), já em pré-venda
| 1 |
Aos 81, bailarina Marilena Ansaldi revisita história da dança no Masp
|
O palco está descascado. Cortinas abertas revelam a falta de coxias, as paredes de concreto e a arquitetura brutalista de Lina Bo Bardi no auditório do Masp. À estrutura arquitetônica revelada, uma companhia de dança sobrepõe a forma do espetáculo em construção em "Sala de Ensaio", última criação da Studio 3. Marilena Ansaldi, 81, ensaia mais uma vez sua despedida da carreira. Ela já a havia "encerrado oficialmente" há sete anos, mas voltou à cena no ano passado em "Paixão e Fúria - Callas, o Mito". "Depois de 60 anos, finalizo minha carreira com um solo improvisado a partir de uma música de Wagner sobre a estrela do amanhecer. É uma estrela de brilho fosco, mas que está lá no céu da manhã", diz a precursora da dança-teatro (mais dramatizada) no país. No ensaio, nada ofuscava o brilho de Ansaldi, mesmo quando ela poupava o corpo. "Ia fazer outra coisa, mais complicada, mas agora a carne dói. Então ponho a alma em cena", diz ela. Num cenário com apenas cadeiras e bancos que formam cinco salas de ensaio e usando "roupa de aula" como figurino, os bailarinos da Studio 3 dançam o que o público não pode ver. "Ensaio é quase um tabu, ninguém pode ver. Ainda mais quando é dança, uma coisa muito vaidosa. Mas é comum o ensaio ser o momento em que o bailarino se revela, arrisca fazer o impossível e alcança o sublime", diz o coreógrafo Anselmo Zolla, criador e diretor do espetáculo. As improvisações de Ansaldi revivem a história da dança paulistana. O Auditório do Masp, que foi um dos palcos dessa história, nos anos 70 e 80, recebe, em seguida, a mais recente criação do grupo Stagium. Em comemoração aos 45 anos da companhia, o coreógrafo Décio Otero criou "O Canto da Minha Terra", inspirado na obra do músico Ary Barroso (1903-1964). Mineiro de Ubá, como o músico, Otero montou um "espetáculo sentimental". Em movimentos da dança contemporânea, ele mescla sambas-exaltação e hinos à boemia e às letras bem-humoradas do compositor. "Mostramos que o Stagium ainda pode ser brejeiro", diz Marika Gidali, diretora da companhia que fundou com Otero, seu marido, em 1970. SALA DE ENSAIO E O CANTO DA MINHA TERRA Quando: ter. (8) e qua. (9), às 21h ("Sala"); sex. (11) e sáb. (12), às 21h, dom. (13), às 18h ("O Canto") Onde: Auditório Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3149-5959 Quanto: R$ 30 Classificação: livre
|
ilustrada
|
Aos 81, bailarina Marilena Ansaldi revisita história da dança no MaspO palco está descascado. Cortinas abertas revelam a falta de coxias, as paredes de concreto e a arquitetura brutalista de Lina Bo Bardi no auditório do Masp. À estrutura arquitetônica revelada, uma companhia de dança sobrepõe a forma do espetáculo em construção em "Sala de Ensaio", última criação da Studio 3. Marilena Ansaldi, 81, ensaia mais uma vez sua despedida da carreira. Ela já a havia "encerrado oficialmente" há sete anos, mas voltou à cena no ano passado em "Paixão e Fúria - Callas, o Mito". "Depois de 60 anos, finalizo minha carreira com um solo improvisado a partir de uma música de Wagner sobre a estrela do amanhecer. É uma estrela de brilho fosco, mas que está lá no céu da manhã", diz a precursora da dança-teatro (mais dramatizada) no país. No ensaio, nada ofuscava o brilho de Ansaldi, mesmo quando ela poupava o corpo. "Ia fazer outra coisa, mais complicada, mas agora a carne dói. Então ponho a alma em cena", diz ela. Num cenário com apenas cadeiras e bancos que formam cinco salas de ensaio e usando "roupa de aula" como figurino, os bailarinos da Studio 3 dançam o que o público não pode ver. "Ensaio é quase um tabu, ninguém pode ver. Ainda mais quando é dança, uma coisa muito vaidosa. Mas é comum o ensaio ser o momento em que o bailarino se revela, arrisca fazer o impossível e alcança o sublime", diz o coreógrafo Anselmo Zolla, criador e diretor do espetáculo. As improvisações de Ansaldi revivem a história da dança paulistana. O Auditório do Masp, que foi um dos palcos dessa história, nos anos 70 e 80, recebe, em seguida, a mais recente criação do grupo Stagium. Em comemoração aos 45 anos da companhia, o coreógrafo Décio Otero criou "O Canto da Minha Terra", inspirado na obra do músico Ary Barroso (1903-1964). Mineiro de Ubá, como o músico, Otero montou um "espetáculo sentimental". Em movimentos da dança contemporânea, ele mescla sambas-exaltação e hinos à boemia e às letras bem-humoradas do compositor. "Mostramos que o Stagium ainda pode ser brejeiro", diz Marika Gidali, diretora da companhia que fundou com Otero, seu marido, em 1970. SALA DE ENSAIO E O CANTO DA MINHA TERRA Quando: ter. (8) e qua. (9), às 21h ("Sala"); sex. (11) e sáb. (12), às 21h, dom. (13), às 18h ("O Canto") Onde: Auditório Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3149-5959 Quanto: R$ 30 Classificação: livre
| 1 |
Empresa lança 'hijab de performance' para atletas muçulmanas
|
A Nike apresentou nesta terça-feira (7) um modelo de hijab esportivo e de alta performance para atletas muçulmanas. O hijab é o mais comum entre os véus islâmicos usados principalmente por mulheres para atender determinação do Alcorão. É menos restritivo, por exemplo, que o niqab e a burca. Chamado "Nike Pro Hijab", o item deve chegar ao mercado em 2018 e é feito de uma malha de cor preta e opaca e em material que facilita a passagem de ar e a manutenção da temperatura. A novidade dá seguimento a linhas de produtos mais inclusivas da marca, uma semana após uma nova coleção direcionada a mulheres plus-size, e semanas depois de um vídeo direcionado a consumidores muçulmanos. Na peça, cinco atletas do Oriente Médio treinam e uma voz pergunta: "o que eles dirão sobre você?". A campanha acabou atraindo críticas justamente pela falta de oferta de produtos pela Nike às mulheres retratadas no vídeo. Campanha da Nike mira atletas islâmicas do Oriente Médio Em nota, a Nike afirmou que o produto vem sendo desenvolvido com a ajuda de atletas que descreveram dificuldades e demandas ligadas ao uso da veste tradicional. "Esse movimento permeou a consciência internacional a partir de 2012, quando uma corredora usando hijab despontou em Londres", continua a nota da empresa, citando Sarah Attar, atleta saudita dos 800 m nos Jogos Olímpicos de Londres. Uma das atletas consultadas foi Amna Al Haddad, levantadora de peso dos Emirados Árabes Unidos. Segundo ela, o hijab frequentemente se movia durante as competições, dificultando sua concentração. A novidade teria sido útil para a dupla egípcia formada por Doaa Elghobashy e Nada Meawad, que protagonizou imagens históricas em confronto com uma dupla alemã na Olimpíada do Rio, em 2016 —as europeias de biquíni, e as egípcias, em vestes que cobriam o corpo, segundo as regras islâmicas, incluindo o hijab.
|
esporte
|
Empresa lança 'hijab de performance' para atletas muçulmanasA Nike apresentou nesta terça-feira (7) um modelo de hijab esportivo e de alta performance para atletas muçulmanas. O hijab é o mais comum entre os véus islâmicos usados principalmente por mulheres para atender determinação do Alcorão. É menos restritivo, por exemplo, que o niqab e a burca. Chamado "Nike Pro Hijab", o item deve chegar ao mercado em 2018 e é feito de uma malha de cor preta e opaca e em material que facilita a passagem de ar e a manutenção da temperatura. A novidade dá seguimento a linhas de produtos mais inclusivas da marca, uma semana após uma nova coleção direcionada a mulheres plus-size, e semanas depois de um vídeo direcionado a consumidores muçulmanos. Na peça, cinco atletas do Oriente Médio treinam e uma voz pergunta: "o que eles dirão sobre você?". A campanha acabou atraindo críticas justamente pela falta de oferta de produtos pela Nike às mulheres retratadas no vídeo. Campanha da Nike mira atletas islâmicas do Oriente Médio Em nota, a Nike afirmou que o produto vem sendo desenvolvido com a ajuda de atletas que descreveram dificuldades e demandas ligadas ao uso da veste tradicional. "Esse movimento permeou a consciência internacional a partir de 2012, quando uma corredora usando hijab despontou em Londres", continua a nota da empresa, citando Sarah Attar, atleta saudita dos 800 m nos Jogos Olímpicos de Londres. Uma das atletas consultadas foi Amna Al Haddad, levantadora de peso dos Emirados Árabes Unidos. Segundo ela, o hijab frequentemente se movia durante as competições, dificultando sua concentração. A novidade teria sido útil para a dupla egípcia formada por Doaa Elghobashy e Nada Meawad, que protagonizou imagens históricas em confronto com uma dupla alemã na Olimpíada do Rio, em 2016 —as europeias de biquíni, e as egípcias, em vestes que cobriam o corpo, segundo as regras islâmicas, incluindo o hijab.
| 4 |
Facebook vai contratar 3.000 funcionários para evitar conteúdo violento
|
O Facebook vai contratar mais 3.000 funcionários ao longo do próximo ano para responder a denúncias publicação na rede social de material inapropriado e acelerar a remoção de vídeos exibindo assassinatos, suicídios e outros atos de violência, disse o presidente-executivo Mark Zuckerberg nesta quarta-feira (3). A contratação do pessoal é um reconhecimento pelo Facebook de que, pelo menos por enquanto, precisa de mais do que software automatizado para melhorar o monitoramento de posts. O Facebook Live, um serviço que permite a qualquer usuário transmitir ao vivo, foi prejudicado desde o seu lançamento no ano passado por pessoas que transmitem violência. Zuckerberg, cofundador da empresa, disse em publicação no Facebook que os novos contratados vão se unir aos 4.500 funcionários que já fazem a revisão de publicações que podem violar as políticas de serviço da rede social. Na semana passada, um pai na Tailândia transmitiu no Facebook Live ele próprio assassinando sua filha, disse a polícia. Depois de mais de um dia e 370 mil visualizações, o Facebook removeu o vídeo. Outros vídeos de Chicago e Cleveland também chocaram usuários pela violência que exibiram. mark zuckerberg "Estamos trabalhando para tornar esses vídeos mais fáceis de denunciar, para que possamos tomar a atitude correta mais cedo, seja respondendo rapidamente quando alguém precisa de ajuda ou derrubando um post." Os novos funcionários vão ocupar novos cargos e monitorar todo o conteúdo do Facebook, e não apenas vídeos ao vivo. A empresa não disse onde as vagas serão locados. A maior rede social do mundo, com 1,9 bilhão de usuários mensais, está se voltando para a inteligência artificial na tentativa de automatizar o processo de identificar pornografia, violência e outros materiais potencialmente ofensivos. Em março, a companhia disse ter planejado o uso de sua tecnologia para ajudar a localizar usuários com tendências suicidas e lhes dar assistência. Entretanto, o Facebook ainda depende em grande parte de seus usuários para reportar material problemático. A plataforma recebe milhões de denúncias de usuários por semana e, como outras grandes corporações do Vale do Silício, depende de milhares de monitores humanos para avaliar as denúncias. "Apesar da indústria alegar o contrário, eu não conheço nenhum mecanismo computadorizado que pode fazer este trabalho adequadamente, com precisão, 100% em vez de seres humanos. Nós não temos essa tecnologia ainda", disse Sarah Roberts, professora de estudos de informação na Universidade da Califórnia em Los Angeles, que acompanha o monitoramento de conteúdo.
|
mercado
|
Facebook vai contratar 3.000 funcionários para evitar conteúdo violentoO Facebook vai contratar mais 3.000 funcionários ao longo do próximo ano para responder a denúncias publicação na rede social de material inapropriado e acelerar a remoção de vídeos exibindo assassinatos, suicídios e outros atos de violência, disse o presidente-executivo Mark Zuckerberg nesta quarta-feira (3). A contratação do pessoal é um reconhecimento pelo Facebook de que, pelo menos por enquanto, precisa de mais do que software automatizado para melhorar o monitoramento de posts. O Facebook Live, um serviço que permite a qualquer usuário transmitir ao vivo, foi prejudicado desde o seu lançamento no ano passado por pessoas que transmitem violência. Zuckerberg, cofundador da empresa, disse em publicação no Facebook que os novos contratados vão se unir aos 4.500 funcionários que já fazem a revisão de publicações que podem violar as políticas de serviço da rede social. Na semana passada, um pai na Tailândia transmitiu no Facebook Live ele próprio assassinando sua filha, disse a polícia. Depois de mais de um dia e 370 mil visualizações, o Facebook removeu o vídeo. Outros vídeos de Chicago e Cleveland também chocaram usuários pela violência que exibiram. mark zuckerberg "Estamos trabalhando para tornar esses vídeos mais fáceis de denunciar, para que possamos tomar a atitude correta mais cedo, seja respondendo rapidamente quando alguém precisa de ajuda ou derrubando um post." Os novos funcionários vão ocupar novos cargos e monitorar todo o conteúdo do Facebook, e não apenas vídeos ao vivo. A empresa não disse onde as vagas serão locados. A maior rede social do mundo, com 1,9 bilhão de usuários mensais, está se voltando para a inteligência artificial na tentativa de automatizar o processo de identificar pornografia, violência e outros materiais potencialmente ofensivos. Em março, a companhia disse ter planejado o uso de sua tecnologia para ajudar a localizar usuários com tendências suicidas e lhes dar assistência. Entretanto, o Facebook ainda depende em grande parte de seus usuários para reportar material problemático. A plataforma recebe milhões de denúncias de usuários por semana e, como outras grandes corporações do Vale do Silício, depende de milhares de monitores humanos para avaliar as denúncias. "Apesar da indústria alegar o contrário, eu não conheço nenhum mecanismo computadorizado que pode fazer este trabalho adequadamente, com precisão, 100% em vez de seres humanos. Nós não temos essa tecnologia ainda", disse Sarah Roberts, professora de estudos de informação na Universidade da Califórnia em Los Angeles, que acompanha o monitoramento de conteúdo.
| 2 |
Frederico Vasconcelos: TJ-SP lança Audiência de Custódia
|
Lewandowski abre cerimônia nesta sexta (6); curso orienta juízes, advogados, policiais, promotores e servidores; TJ cria estrutura no Fórum da Barra Funda. Será lançado nesta sexta-feira (6), em São Paulo, o Projeto Audiência de Custódia, em cerimônia no Tribunal de Justiça de ... Leia post completo no blog
|
poder
|
Frederico Vasconcelos: TJ-SP lança Audiência de CustódiaLewandowski abre cerimônia nesta sexta (6); curso orienta juízes, advogados, policiais, promotores e servidores; TJ cria estrutura no Fórum da Barra Funda. Será lançado nesta sexta-feira (6), em São Paulo, o Projeto Audiência de Custódia, em cerimônia no Tribunal de Justiça de ... Leia post completo no blog
| 0 |
Dilma aparece no 'JN' e provoca novo panelaço
|
Moradores de diversos bairros de São Paulo, do Rio e do Distrito Federal promoveram um novo panelaço na noite desta segunda-feira (16) durante a exibição de falas da presidente Dilma Rousseff no "Jornal Nacional", da TV Globo. O telejornal noticiava trechos de uma entrevista coletiva concedida pela presidente nesta tarde. A ação foi convocada pela internet logo após Dilma falar com a imprensa. Até o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) usou seu Facebook para dizer que Dilma provavelmente apareceria no 'JN'. Com uma foto de um conjunto de panelas, afirmou: "cozinha arrumada, panelas à mão". A Folha recebeu relatos de panelaços nos bairros de Pinheiros, Tatuapé, Moema, Jardins, Aclimação, Consolação, Higienópolis, Itaim, Vila Leopoldina, Perdizes, Vila Madalena, Saúde, Jabaquara e Pompéia. Em Brasília, a mobilização teria sido menor, mas ocorreu no Plano Piloto –Asa Sul, Asa Norte e Sudoeste– e na cidade satélite de Águas Claras. No Rio, houve panelaço em Copacabana, Leblon, Leme, Botafogo (todos da zona sul), Tijuca (zona norte) e Barra (zona oeste). Nas redes sociais, internautas postaram imagens de panelaços em Goiânia e Curitiba. Essa é a terceira vez que o panelaço é utilizado para hostilizar o governo. A primeira edição do protesto ocorreu no dia 8 deste mês, durante pronunciamento em rede nacional da presidente. Neste domingo (15) houve nova manifestação durante a fala dos ministros da Justiça e do secretário-Geral da Presidência sobre os atos contra o governo que levaram centenas de milhares às ruas em todo o país.
|
poder
|
Dilma aparece no 'JN' e provoca novo panelaçoMoradores de diversos bairros de São Paulo, do Rio e do Distrito Federal promoveram um novo panelaço na noite desta segunda-feira (16) durante a exibição de falas da presidente Dilma Rousseff no "Jornal Nacional", da TV Globo. O telejornal noticiava trechos de uma entrevista coletiva concedida pela presidente nesta tarde. A ação foi convocada pela internet logo após Dilma falar com a imprensa. Até o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) usou seu Facebook para dizer que Dilma provavelmente apareceria no 'JN'. Com uma foto de um conjunto de panelas, afirmou: "cozinha arrumada, panelas à mão". A Folha recebeu relatos de panelaços nos bairros de Pinheiros, Tatuapé, Moema, Jardins, Aclimação, Consolação, Higienópolis, Itaim, Vila Leopoldina, Perdizes, Vila Madalena, Saúde, Jabaquara e Pompéia. Em Brasília, a mobilização teria sido menor, mas ocorreu no Plano Piloto –Asa Sul, Asa Norte e Sudoeste– e na cidade satélite de Águas Claras. No Rio, houve panelaço em Copacabana, Leblon, Leme, Botafogo (todos da zona sul), Tijuca (zona norte) e Barra (zona oeste). Nas redes sociais, internautas postaram imagens de panelaços em Goiânia e Curitiba. Essa é a terceira vez que o panelaço é utilizado para hostilizar o governo. A primeira edição do protesto ocorreu no dia 8 deste mês, durante pronunciamento em rede nacional da presidente. Neste domingo (15) houve nova manifestação durante a fala dos ministros da Justiça e do secretário-Geral da Presidência sobre os atos contra o governo que levaram centenas de milhares às ruas em todo o país.
| 0 |
Calabouço à beira-mar
|
Admito: não era uma cela das mais convencionais ou das piores. O cárcere era limitado, de um lado, por uma singela casa de madeira; atrás, pela paisagem rústica de uma cidade de interior. Um perfumado cajueiro delimitava outra das laterais; e a frente (mas poderíamos chamar de fundos) começava com uma areia não tão fofa. Para uma cela, não parecia ruim, especialmente sabendo que logo adiante batiam ondas de um mar que se perdia no horizonte. A separar da praia, somente um portão na cerca frágil e simbólica. Não eram necessárias gazuas, limas ou grampos de mulher para abrir ferrolhos que não existiam. Era o final dos anos 1970. Os três prisioneiros -melhor descrevê-los como desterrados- eram líderes de um movimento estudantil contra a ditadura militar que crescia em importância quanto mais começava a claudicar o governo. Mas o ditador e seu exército (inclusive os esbirros civis) ainda estavam lá. E tiveram a ideia de aprisionar também aqueles três jovens cabeludos. Às vésperas das férias da universidade (quando então os protestos eram mais difíceis de organizar) começou uma vigilância estreita contra os garotos, prenunciando o bote. Então sorrateiramente fugiram. Dispostos a, se necessário, sair do radar até que as aulas e o movimento estudantil voltassem em pleno vigor. E o discreto refúgio encontrado ficava na periferia de Florianópolis. Na casa de um casal de companheiros de luta, na praia de Cacupé. Era uma casa deliciosa, mas pequena; por isso eles montaram uma barraca no jardim, sombreada pelo cajueiro e envolta pela brisa do mar. Começou ali uma temporada de várias semanas que lhes mostrou como pode ser traiçoeira -a depender do momento- a convivência com aquilo que o mundo do turismo descreve como uma "praia paradisíaca", num local "isolado e tranquilo". Havia regras estritas de discrição. Nem pensar em circular na cidade: sendo líderes conhecidos nacionalmente, não seria impossível que alguém do movimento estudantil local (inclusive um possível policial infiltrado) os reconhecesse. E nada de comunicações óbvias, como telefonemas para a família (já disse que eram também irmãos?), o que significava deixar mãe, irmãs e namoradas no escuro, sem notícias. Sendo assim, a estadia na paradisíaca Cacupé foi dia a dia se tornando um tormento. E não havia internet, celular, TV a cabo -o que aumentava a angústia do isolamento. Tentavam ler, mas na pressa da fuga não haviam levado livros. Ouviam música, os LPs da coleção local. Conversavam o dia inteiro. Mas que assunto resta a três irmãos que viviam juntos, inclusive na militância? Repito que o desterro não era dos mais cruéis. Nada que pudesse se comparar ao gelo dos campos hitleristas ou aos gulags stalinistas; tampouco ao calor das celas castristas ou às imperialistas de Guantánamo. Mas espreguiçar-se na areia... saltitar no mar... jura que todo dia, o dia inteiro, é bom? Quem aguenta? A dinâmica do exílio os foi impelindo a outras ocupações. Um cuidava com desvelo da limpeza da casa dos anfitriões. Outro os presenteou com peças de xadrez esculpidas em pedaços de cabo de vassoura. Outro atracou-se ao único livro de cozinha ao alcance da mão, uma velha edição do "Dona Benta", com receitas que executava com o primor possível ou desenvolvia em variações como o memorável (apenas pra ele, claro) "purê à Cacupé" (mera versão do hachis Parmentier, cujo nome francês nenhum deles -dona Benta incluída- conhecia então). Mas esta é uma coluna de "Turismo". E decidi sempre forjar alguma ligação dos meus delírios com o tema oficial do caderno. Que nesse caso vem a ser: sempre desconfie de descrições de destinos paradisíacos, pois mesmo que pareçam ser, tudo sempre depende da sua expectativa. O paraíso pode ser o seu inferno, e enlouquecer. (Mas, nesse caso, pelo menos, atracar-me insanamente com dona Benta -sim, era eu-, terminou aguçando sabores de uma futura profissão.)
|
colunas
|
Calabouço à beira-marAdmito: não era uma cela das mais convencionais ou das piores. O cárcere era limitado, de um lado, por uma singela casa de madeira; atrás, pela paisagem rústica de uma cidade de interior. Um perfumado cajueiro delimitava outra das laterais; e a frente (mas poderíamos chamar de fundos) começava com uma areia não tão fofa. Para uma cela, não parecia ruim, especialmente sabendo que logo adiante batiam ondas de um mar que se perdia no horizonte. A separar da praia, somente um portão na cerca frágil e simbólica. Não eram necessárias gazuas, limas ou grampos de mulher para abrir ferrolhos que não existiam. Era o final dos anos 1970. Os três prisioneiros -melhor descrevê-los como desterrados- eram líderes de um movimento estudantil contra a ditadura militar que crescia em importância quanto mais começava a claudicar o governo. Mas o ditador e seu exército (inclusive os esbirros civis) ainda estavam lá. E tiveram a ideia de aprisionar também aqueles três jovens cabeludos. Às vésperas das férias da universidade (quando então os protestos eram mais difíceis de organizar) começou uma vigilância estreita contra os garotos, prenunciando o bote. Então sorrateiramente fugiram. Dispostos a, se necessário, sair do radar até que as aulas e o movimento estudantil voltassem em pleno vigor. E o discreto refúgio encontrado ficava na periferia de Florianópolis. Na casa de um casal de companheiros de luta, na praia de Cacupé. Era uma casa deliciosa, mas pequena; por isso eles montaram uma barraca no jardim, sombreada pelo cajueiro e envolta pela brisa do mar. Começou ali uma temporada de várias semanas que lhes mostrou como pode ser traiçoeira -a depender do momento- a convivência com aquilo que o mundo do turismo descreve como uma "praia paradisíaca", num local "isolado e tranquilo". Havia regras estritas de discrição. Nem pensar em circular na cidade: sendo líderes conhecidos nacionalmente, não seria impossível que alguém do movimento estudantil local (inclusive um possível policial infiltrado) os reconhecesse. E nada de comunicações óbvias, como telefonemas para a família (já disse que eram também irmãos?), o que significava deixar mãe, irmãs e namoradas no escuro, sem notícias. Sendo assim, a estadia na paradisíaca Cacupé foi dia a dia se tornando um tormento. E não havia internet, celular, TV a cabo -o que aumentava a angústia do isolamento. Tentavam ler, mas na pressa da fuga não haviam levado livros. Ouviam música, os LPs da coleção local. Conversavam o dia inteiro. Mas que assunto resta a três irmãos que viviam juntos, inclusive na militância? Repito que o desterro não era dos mais cruéis. Nada que pudesse se comparar ao gelo dos campos hitleristas ou aos gulags stalinistas; tampouco ao calor das celas castristas ou às imperialistas de Guantánamo. Mas espreguiçar-se na areia... saltitar no mar... jura que todo dia, o dia inteiro, é bom? Quem aguenta? A dinâmica do exílio os foi impelindo a outras ocupações. Um cuidava com desvelo da limpeza da casa dos anfitriões. Outro os presenteou com peças de xadrez esculpidas em pedaços de cabo de vassoura. Outro atracou-se ao único livro de cozinha ao alcance da mão, uma velha edição do "Dona Benta", com receitas que executava com o primor possível ou desenvolvia em variações como o memorável (apenas pra ele, claro) "purê à Cacupé" (mera versão do hachis Parmentier, cujo nome francês nenhum deles -dona Benta incluída- conhecia então). Mas esta é uma coluna de "Turismo". E decidi sempre forjar alguma ligação dos meus delírios com o tema oficial do caderno. Que nesse caso vem a ser: sempre desconfie de descrições de destinos paradisíacos, pois mesmo que pareçam ser, tudo sempre depende da sua expectativa. O paraíso pode ser o seu inferno, e enlouquecer. (Mas, nesse caso, pelo menos, atracar-me insanamente com dona Benta -sim, era eu-, terminou aguçando sabores de uma futura profissão.)
| 10 |
Aos 15 anos, filho de Schumacher disputará F-4 alemã
|
Mick Schumacher, 15, filho do heptacampeão mundial de F-1 Michael Schumacher, acertou contrato nesta segunda-feira (2) com a equipe holandesa Van Amersfoort para disputar a F-4 alemã. "Nós vimos sua habilidade na pista e estamos ansiosos para uma temporada de sucesso. Ele passou um dia inteiro no simulador de nossa sede na Holanda e depois o vimos em ação durante a sessão de testes em Valência e, eventualmente, chegamos a um acordo para competirmos juntos este ano na Fórmula 4 da Alemanha" disse o chefe da escuderia, Frits van Amersfoort. No ano passado, o jovem conquistou o vice-campeonato mundial de kart na categoria KF júnior, numa prova única disputada em Aunay-les-Bois, na França. Mick estava esquiando com o seu pai quando o ex-piloto chocou a cabeça contra uma rocha enquanto esquiava na estação Méribel em dezembro de 2013. Schumacher ficou internado num hospital de Grenoble, na França, logo após o acidente, até junho, quando saiu do coma. Na sequência, continuou sua recuperação no Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, onde ficou por aproximadamente três meses antes de continuar o tratamento em sua casa.
|
esporte
|
Aos 15 anos, filho de Schumacher disputará F-4 alemãMick Schumacher, 15, filho do heptacampeão mundial de F-1 Michael Schumacher, acertou contrato nesta segunda-feira (2) com a equipe holandesa Van Amersfoort para disputar a F-4 alemã. "Nós vimos sua habilidade na pista e estamos ansiosos para uma temporada de sucesso. Ele passou um dia inteiro no simulador de nossa sede na Holanda e depois o vimos em ação durante a sessão de testes em Valência e, eventualmente, chegamos a um acordo para competirmos juntos este ano na Fórmula 4 da Alemanha" disse o chefe da escuderia, Frits van Amersfoort. No ano passado, o jovem conquistou o vice-campeonato mundial de kart na categoria KF júnior, numa prova única disputada em Aunay-les-Bois, na França. Mick estava esquiando com o seu pai quando o ex-piloto chocou a cabeça contra uma rocha enquanto esquiava na estação Méribel em dezembro de 2013. Schumacher ficou internado num hospital de Grenoble, na França, logo após o acidente, até junho, quando saiu do coma. Na sequência, continuou sua recuperação no Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, onde ficou por aproximadamente três meses antes de continuar o tratamento em sua casa.
| 4 |
Reunião entre CPTM e funcionários fica sem acordo; categoria pode parar
|
Uma nova reunião de conciliação entre representantes da CPTM e funcionários da empresa terminou sem acordo na tarde desta terça-feira (2). A categoria vai fazer uma assembleia nesta noite para decidir se entra em greve nesta quarta ou se aguarda o andamento das negociações. Os representantes da CPTM fizeram duas propostas. Uma delas é de reajuste salarial de 7,72% –6,65% do IPC/Fipe (de março) mais 1% de produtividade sobre esse valor– e mais 10% sobre os benefícios, e a outra de reajuste de 8,25% sobre salários e sobre os benefícios. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs aumento de 8,5% nos salários e benefícios, mas o percentual não foi aceito pela empresa. Os funcionários, por sua vez, já tinham definido em assembleia realizada na semana passada uma contra-proposta de aumento salarial de 9,29%. Mesmo sem acordo, o TRT pediu que os trabalhadores permaneçam em estado de greve, mas sem paralisação até nova reunião, marcada para o dia 11. "A categoria está inquieta, nossa data-base foi em março e as negociações ainda não conseguiram progredir", disse o presidente do sindicato dos ferroviários, Eluiz Matos. "Eles [a CPTM] ainda têm até as 18h30 para tentar evitar uma greve", acrescentou. O último reajuste da categoria, que tem data-base em março, aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionário foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar a greve da categoria. Na segunda, os metroviários fecharam acordo de reajuste salarial com o Metrô, o que evitou a paralisação da categoria nesta terça. Pelo acordo, também feito em reunião no TRT, ficou definido o reajuste de 8,29%, além de 10% nos benefícios vale-refeição e vale-alimentação.
|
cotidiano
|
Reunião entre CPTM e funcionários fica sem acordo; categoria pode pararUma nova reunião de conciliação entre representantes da CPTM e funcionários da empresa terminou sem acordo na tarde desta terça-feira (2). A categoria vai fazer uma assembleia nesta noite para decidir se entra em greve nesta quarta ou se aguarda o andamento das negociações. Os representantes da CPTM fizeram duas propostas. Uma delas é de reajuste salarial de 7,72% –6,65% do IPC/Fipe (de março) mais 1% de produtividade sobre esse valor– e mais 10% sobre os benefícios, e a outra de reajuste de 8,25% sobre salários e sobre os benefícios. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs aumento de 8,5% nos salários e benefícios, mas o percentual não foi aceito pela empresa. Os funcionários, por sua vez, já tinham definido em assembleia realizada na semana passada uma contra-proposta de aumento salarial de 9,29%. Mesmo sem acordo, o TRT pediu que os trabalhadores permaneçam em estado de greve, mas sem paralisação até nova reunião, marcada para o dia 11. "A categoria está inquieta, nossa data-base foi em março e as negociações ainda não conseguiram progredir", disse o presidente do sindicato dos ferroviários, Eluiz Matos. "Eles [a CPTM] ainda têm até as 18h30 para tentar evitar uma greve", acrescentou. O último reajuste da categoria, que tem data-base em março, aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionário foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar a greve da categoria. Na segunda, os metroviários fecharam acordo de reajuste salarial com o Metrô, o que evitou a paralisação da categoria nesta terça. Pelo acordo, também feito em reunião no TRT, ficou definido o reajuste de 8,29%, além de 10% nos benefícios vale-refeição e vale-alimentação.
| 6 |
Cuenca fala sobre a própria morte em livro para 'explorar o patético'
|
A polícia carioca descobriu que João Paulo Cuenca estava morto, vítima de uma pneumonia com formação de abcessos, edema e outras tantas moléstias, enquanto o escritor compartilhava beijos e um baseado com uma italiana de colo farto e nariz adunco sob o Panteão, em Roma.O autor só foi mesmo se dar conta de sua própria "morte" três anos depois, em 2011, informado por um inspetor que um cadáver encontrado num prédio ocupado na Lapa, bairro-gênese da boemia carioca, portava como documento a sua certidão de nascimento.O fato insólito e real nutre tanto o filme "A Morte de J. P. Cuenca", que estreou nesta quinta (30) nos cinemas, quanto o romance "Descobri que Estava Morto", que o escritor e colunista da Folha lança nesta sexta (1º), durante a Flip. Ainda hoje, na festa literária de Paraty, Cuenca debate com a mexicana Valeria Luiselli.Leia mais aqui
|
tv
|
Cuenca fala sobre a própria morte em livro para 'explorar o patético'A polícia carioca descobriu que João Paulo Cuenca estava morto, vítima de uma pneumonia com formação de abcessos, edema e outras tantas moléstias, enquanto o escritor compartilhava beijos e um baseado com uma italiana de colo farto e nariz adunco sob o Panteão, em Roma.O autor só foi mesmo se dar conta de sua própria "morte" três anos depois, em 2011, informado por um inspetor que um cadáver encontrado num prédio ocupado na Lapa, bairro-gênese da boemia carioca, portava como documento a sua certidão de nascimento.O fato insólito e real nutre tanto o filme "A Morte de J. P. Cuenca", que estreou nesta quinta (30) nos cinemas, quanto o romance "Descobri que Estava Morto", que o escritor e colunista da Folha lança nesta sexta (1º), durante a Flip. Ainda hoje, na festa literária de Paraty, Cuenca debate com a mexicana Valeria Luiselli.Leia mais aqui
| 12 |
Petrobras autoriza retomada de negociações com Sete Brasil
|
A diretoria da Petrobras autorizou a retomada de negociações com a empresa de sondas Sete Brasil, hoje em recuperação judicial. A medida responde a solicitação feita pela própria fornecedora em audiência na Justiça realizada em fevereiro. A Folha apurou, porém, que a estatal não tem uma nova proposta sobre número de sondas e preços de aluguel. A ideia é ouvir o que a direção da Sete tem a propor. O contrato inicial previa a contratação de 29 sondas, que seriam usadas para explorar reservas no pré-sal. Com a queda do preço do petróleo e sua própria crise financeira, a estatal decidiu que não precisaria mais de todos os equipamentos. A Sete pediu recuperação judicial em abril de 2016, com uma dívida de R$ 19,3 bilhões. Desde então, vem tentando negociar um plano de recuperação com seus credores. A situação da empresa se complicou este ano, quando alguns de seus acionistas decidiram recorrer a arbitragem internacional para recuperar os prejuízos. Em seu balanço, a Petrobras identifica perdas possíveis de R$ 4,5 bilhões com os processos de arbitragem, que são movidos, principalmente, por fundos de pensão estatais —incluindo a Petros, dos empregados da estatal. A Sete foi criada em 2010 e tem entre seus acionistas, além dos fundos de pensão, os bancos Santander e BTG, a empresa americana EIG e os fundos Strong, Lakeshore, Luce Venture e FI-FGTS. Contratou para construir as sondas estaleiros controlados por empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. A Petrobras já havia proposto no fim de 2016 arbitragem para negociar um novo contrato com a fornecedora, mas teve o pedido negado. Naquele momento, a estatal dizia precisar de, no máximo, 10 sondas. Em nota divulgada nesta sexta (23), a Petrobras diz que "os resultados das tratativas, qualquer que seja, estará sujeito às normas de governança corporativa e conformidade da Petrobras, bem como à aprovação pelos seus órgãos competentes".
|
mercado
|
Petrobras autoriza retomada de negociações com Sete BrasilA diretoria da Petrobras autorizou a retomada de negociações com a empresa de sondas Sete Brasil, hoje em recuperação judicial. A medida responde a solicitação feita pela própria fornecedora em audiência na Justiça realizada em fevereiro. A Folha apurou, porém, que a estatal não tem uma nova proposta sobre número de sondas e preços de aluguel. A ideia é ouvir o que a direção da Sete tem a propor. O contrato inicial previa a contratação de 29 sondas, que seriam usadas para explorar reservas no pré-sal. Com a queda do preço do petróleo e sua própria crise financeira, a estatal decidiu que não precisaria mais de todos os equipamentos. A Sete pediu recuperação judicial em abril de 2016, com uma dívida de R$ 19,3 bilhões. Desde então, vem tentando negociar um plano de recuperação com seus credores. A situação da empresa se complicou este ano, quando alguns de seus acionistas decidiram recorrer a arbitragem internacional para recuperar os prejuízos. Em seu balanço, a Petrobras identifica perdas possíveis de R$ 4,5 bilhões com os processos de arbitragem, que são movidos, principalmente, por fundos de pensão estatais —incluindo a Petros, dos empregados da estatal. A Sete foi criada em 2010 e tem entre seus acionistas, além dos fundos de pensão, os bancos Santander e BTG, a empresa americana EIG e os fundos Strong, Lakeshore, Luce Venture e FI-FGTS. Contratou para construir as sondas estaleiros controlados por empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. A Petrobras já havia proposto no fim de 2016 arbitragem para negociar um novo contrato com a fornecedora, mas teve o pedido negado. Naquele momento, a estatal dizia precisar de, no máximo, 10 sondas. Em nota divulgada nesta sexta (23), a Petrobras diz que "os resultados das tratativas, qualquer que seja, estará sujeito às normas de governança corporativa e conformidade da Petrobras, bem como à aprovação pelos seus órgãos competentes".
| 2 |
Ação com dez ladrões mortos teve de 'sucatão' da polícia a estreia de fuzil
|
O empresário Cesar Gil, 57, chegou à casa da namorada por volta das 19h20 de domingo (3) e achou que teria um fim de noite tranquilo. Mas foi recebido com uma coronhada. Bandidos roubavam a casa dela, no Jardim Guedala, bairro nobre de São Paulo, na região do Morumbi. A Polícia Civil surpreendeu os criminosos, e dez ladrões morreram na ação. "Eles estavam lá desde as 18h. Minha sogra e minha mulher estavam numa missa e chegaram em seguida. Quando cheguei, eles me renderam. 'Me dá a senha do cofre', repetiam", contou à Folha. "Ameaçaram elas de morte. Não chegaram a amarrar, mas colocaram a gente de bruços." No assalto, levavam relógios, colar, anéis e R$ 4.000. "Eles saíram umas 19h40, e aí começou o tiroteio. Dentro de casa, a gente só tremia." Do lado de fora, policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações) buscavam a quadrilha na região desde as 14h daquele dia, a partir de investigação iniciada havia sete meses. Eles tinham suspeitas de que os ladrões poderiam atacar naquele domingo, mas não sabiam o endereço exato. O bando, especializado em assaltos a casas e condomínios de luxo, era liderado por Mizael Pereira Bastos, 28, o Sassá, foragido da Justiça. Considerado pela polícia como "o rei dos roubos a residência" –acusado de mais de 15 crimes do mesmo tipo–, Sassá já havia escapado de diversas equipes do Deic. Outro apontando como liderança no grupo era Felipe Macedo de Azevedo, 24, o Miojo, também foragido, acusado pelo assassinato de um policial civil há quatro anos e procurado por ataques a caixas eletrônicos no interior. Pessoas mortas por policiais civis em serviço - Mortes em ações já ultrapassam 2015 BUSCAS A principal pista que os policiais tinham dos criminosos ao percorrer as ruas do Morumbi eram os veículos que eles poderiam usar: um Fiat Toro e um Hyundai Santa Fé. Esses carros apareceram nos monitoramentos autorizados de telefonemas de integrantes da quadrilha de Miojo, investigados pelos ataques a caixas eletrônicos. Ao apurar a dica de um informante na semana passada, policiais descobriram que ele participou com Sassá do furto da casa de um desembargador, em 20 de agosto, vizinho da casa do Morumbi atacada no último domingo. Agentes montaram "plantão" a paisana no bairro a partir de sexta (1º). Às 18h30 de domingo, o delegado Ítalo Zaccaro Neto recebeu uma mensagem. "São os caras", gritou um policial pelo rádio. Os criminosos procurados estavam com os dois veículos estacionados na rua Puréus, endereço a 2,4 km do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista e residência de Geraldo Alckmin (PSDB). No sistema on-line de monitoramento de câmeras, os policiais consultaram as placas e viram que eles haviam partido naquele dia do Capão Redondo (zona sul), base da quadrilha monitorada. Os policiais do Deic chamaram apoio e se preparavam para fazer o cerco. Pegaram o bando deixando o local. Tiroteio no Morumbi BLINDAGEM Pela versão policial, os ladrões atiraram primeiro. Os dez foram mortos com 139 tiros. Nenhum agente morreu nem foi ferido com gravidade. "Quando a gente chega de carro, eles começam a atirar", diz o delegado Zaccaro Neto. "Já falaram [que o tiroteio durou] dez minutos, na internet os moradores falaram 20. Pra gente, que está ali, é quase impossível dizer. Pra mim foi quase uma semana." Os ladrões usavam coletes à prova de balas, portavam pelo menos quatro fuzis e tinham carros blindados. Os carros da Polícia Civil não têm blindagem, e havia um com mais de 150 mil km rodados, chamado internamente de "sucatão". "Na verdade, se fosse três, quatro meses atrás, a polícia abriria caminho, porque não tinha armamento à altura. Esses fuzis que usamos nesse enfrentamento, nós recebemos três meses atrás. Eles usam esse tipo de armamento porque eles abrem fogo, e a polícia sai do caminho", afirmou o delegado Antônio José Pereira, responsável pela divisão de patrimônio do Deic. Quando começou o tiroteio, a publicitária Cristiana Siqueira, 46, preparava um sanduíche, em uma casa de esquina no mesmo quarteirão. Ela gritou pela mãe, e as duas se afastaram da janela. "Na hora, você não concebe que é um tiroteio. 'Será que são fogos?', eu pensei. Depois, foram uns 10, 20 minutos de tiroteio. Parecia que tinha um caminhão entrando na minha casa." "Ouvi só pipoco. E o medo daquelas balas, de alguma me atingir? Na hora, não dá para pensar em nada. Aqui tem muito assalto. O pessoal assalta e bate, maltrata mesmo", conta um vigia que trabalha há 20 anos na região, que deixou a moto cair sobre o pé ao fugir do local. Na fuga, os ladrões no Fiat Toro bateram em um carro descaracterizado da polícia. Segundo os agentes, dois tentaram fugir e foram baleados. Outros dois foram mortos no carro –a polícia não explicou como os tiros perfuraram a blindagem– e um foi morto do lado de fora do veículo. O outro carro, a Santa Fé, teria tentado atropelar policiais que bloqueavam a rua. Bateu em um poste, e cinco criminosos foram mortos a tiros. Sassá, líder do grupo, calçava um tênis do desembargador que furtou no dia 20. Esse caso ocorre em meio a uma epidemia de crimes contra o patrimônio (furto, roubo e latrocínio) no Estado: nos primeiros seis meses do ano, houve em média um delito do tipo a cada 30 segundos.
|
cotidiano
|
Ação com dez ladrões mortos teve de 'sucatão' da polícia a estreia de fuzilO empresário Cesar Gil, 57, chegou à casa da namorada por volta das 19h20 de domingo (3) e achou que teria um fim de noite tranquilo. Mas foi recebido com uma coronhada. Bandidos roubavam a casa dela, no Jardim Guedala, bairro nobre de São Paulo, na região do Morumbi. A Polícia Civil surpreendeu os criminosos, e dez ladrões morreram na ação. "Eles estavam lá desde as 18h. Minha sogra e minha mulher estavam numa missa e chegaram em seguida. Quando cheguei, eles me renderam. 'Me dá a senha do cofre', repetiam", contou à Folha. "Ameaçaram elas de morte. Não chegaram a amarrar, mas colocaram a gente de bruços." No assalto, levavam relógios, colar, anéis e R$ 4.000. "Eles saíram umas 19h40, e aí começou o tiroteio. Dentro de casa, a gente só tremia." Do lado de fora, policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações) buscavam a quadrilha na região desde as 14h daquele dia, a partir de investigação iniciada havia sete meses. Eles tinham suspeitas de que os ladrões poderiam atacar naquele domingo, mas não sabiam o endereço exato. O bando, especializado em assaltos a casas e condomínios de luxo, era liderado por Mizael Pereira Bastos, 28, o Sassá, foragido da Justiça. Considerado pela polícia como "o rei dos roubos a residência" –acusado de mais de 15 crimes do mesmo tipo–, Sassá já havia escapado de diversas equipes do Deic. Outro apontando como liderança no grupo era Felipe Macedo de Azevedo, 24, o Miojo, também foragido, acusado pelo assassinato de um policial civil há quatro anos e procurado por ataques a caixas eletrônicos no interior. Pessoas mortas por policiais civis em serviço - Mortes em ações já ultrapassam 2015 BUSCAS A principal pista que os policiais tinham dos criminosos ao percorrer as ruas do Morumbi eram os veículos que eles poderiam usar: um Fiat Toro e um Hyundai Santa Fé. Esses carros apareceram nos monitoramentos autorizados de telefonemas de integrantes da quadrilha de Miojo, investigados pelos ataques a caixas eletrônicos. Ao apurar a dica de um informante na semana passada, policiais descobriram que ele participou com Sassá do furto da casa de um desembargador, em 20 de agosto, vizinho da casa do Morumbi atacada no último domingo. Agentes montaram "plantão" a paisana no bairro a partir de sexta (1º). Às 18h30 de domingo, o delegado Ítalo Zaccaro Neto recebeu uma mensagem. "São os caras", gritou um policial pelo rádio. Os criminosos procurados estavam com os dois veículos estacionados na rua Puréus, endereço a 2,4 km do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista e residência de Geraldo Alckmin (PSDB). No sistema on-line de monitoramento de câmeras, os policiais consultaram as placas e viram que eles haviam partido naquele dia do Capão Redondo (zona sul), base da quadrilha monitorada. Os policiais do Deic chamaram apoio e se preparavam para fazer o cerco. Pegaram o bando deixando o local. Tiroteio no Morumbi BLINDAGEM Pela versão policial, os ladrões atiraram primeiro. Os dez foram mortos com 139 tiros. Nenhum agente morreu nem foi ferido com gravidade. "Quando a gente chega de carro, eles começam a atirar", diz o delegado Zaccaro Neto. "Já falaram [que o tiroteio durou] dez minutos, na internet os moradores falaram 20. Pra gente, que está ali, é quase impossível dizer. Pra mim foi quase uma semana." Os ladrões usavam coletes à prova de balas, portavam pelo menos quatro fuzis e tinham carros blindados. Os carros da Polícia Civil não têm blindagem, e havia um com mais de 150 mil km rodados, chamado internamente de "sucatão". "Na verdade, se fosse três, quatro meses atrás, a polícia abriria caminho, porque não tinha armamento à altura. Esses fuzis que usamos nesse enfrentamento, nós recebemos três meses atrás. Eles usam esse tipo de armamento porque eles abrem fogo, e a polícia sai do caminho", afirmou o delegado Antônio José Pereira, responsável pela divisão de patrimônio do Deic. Quando começou o tiroteio, a publicitária Cristiana Siqueira, 46, preparava um sanduíche, em uma casa de esquina no mesmo quarteirão. Ela gritou pela mãe, e as duas se afastaram da janela. "Na hora, você não concebe que é um tiroteio. 'Será que são fogos?', eu pensei. Depois, foram uns 10, 20 minutos de tiroteio. Parecia que tinha um caminhão entrando na minha casa." "Ouvi só pipoco. E o medo daquelas balas, de alguma me atingir? Na hora, não dá para pensar em nada. Aqui tem muito assalto. O pessoal assalta e bate, maltrata mesmo", conta um vigia que trabalha há 20 anos na região, que deixou a moto cair sobre o pé ao fugir do local. Na fuga, os ladrões no Fiat Toro bateram em um carro descaracterizado da polícia. Segundo os agentes, dois tentaram fugir e foram baleados. Outros dois foram mortos no carro –a polícia não explicou como os tiros perfuraram a blindagem– e um foi morto do lado de fora do veículo. O outro carro, a Santa Fé, teria tentado atropelar policiais que bloqueavam a rua. Bateu em um poste, e cinco criminosos foram mortos a tiros. Sassá, líder do grupo, calçava um tênis do desembargador que furtou no dia 20. Esse caso ocorre em meio a uma epidemia de crimes contra o patrimônio (furto, roubo e latrocínio) no Estado: nos primeiros seis meses do ano, houve em média um delito do tipo a cada 30 segundos.
| 6 |
Osesp terá maratona de Mozart e das nove sinfonias de Beethoven em 2018
|
"Cuidar da música como uma prática diária de persistência em tempos de crise." A frase, extraída do texto em que o diretor artístico Arthur Nestrovski apresenta a temporada 2018 da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), é bastante precisa. Segundo a Controladoria da Fundação Osesp, o orçamento de 2017 foi 5,6% menor ante o ano anterior –de R$ 91 milhões para R$ 86 milhões. Para 2018, o valor deve ser mantido. O mais importante, no entanto, está preservado na programação anunciada com antecedência. Cada obra de cada concerto, com cada regente e cada solista, em 32 semanas de março a dezembro. Uma solução econômico-artística foi convidar regentes estrangeiros que têm estabelecido boa parceria musical com o grupo a fazerem dois repertórios diferentes em semanas consecutivas. São eles Louis Langrée, Robert Treviño, Giancarlo Guerrero e Markus Stenz, além da artista associada Nathalie Stutzmann. A programação aposta corretamente no estímulo ao amadurecimento de Valentina Peleggi (titular do coro e regente em residência da orquestra), e destina à regente titular Marin Alsop dez semanas de trabalho, que inicia com a "Sinfonia n.7", de Mahler. Ter Emmanuel Pahud (o mais importante flautista da atualidade) como artista em residência seria destaque em qualquer orquestra de ponta. Ele tocará duas vezes com a Osesp e em dois recitais solo (barroco e obras do século 20). Pahud também apresentará a estreia latino-americana do concerto de Philippe Manoury –um dos mais ativos nomes da vanguarda desde a década de 1980–, que virá a São Paulo em setembro como compositor visitante. Serão grátis a "Maratona Mozart", em outubro, e o festival "Viva Villa!", em fevereiro, com seis concertos celebrando o término da gravação das sinfonias de Villa-Lobos. Cabe destacar igualmente uma integral (ao longo do ano) das nove sinfonias de Beethoven com nove regentes. Encomendas de novas obras a Aylton Escobar e Ronaldo Miranda são bem-vindas, e cabe também aguardar com interesse a composição do talentoso jovem cearense Caio Facó, a ser estreada pelo Quarteto Osesp. Para quem está habituado a frequentar a Sala São Paulo, haverá uma mudança de horário. Em 2018, pela primeira vez, os concertos das séries de assinaturas de quinta e sexta serão às 20h30 (e não às 21h). Aos sábados segue o horário das 16h30. Se tentarmos antecipar o seu perfil, a temporada 2018 –cujo título é "Natureza dos Sons"– parece mais serena, mais sóbria do que a atual. Mas isso só será avaliado a partir de 20/2, quando os primeiros compassos do "Uirapuru" de Villa-Lobos derem início ao ano novo musical. * OSESP RENOVAÇÃO DE ASSINATURA de 23/10 a 10/11 TROCA DE ASSINATURAS de 14 a 24/11 NOVAS ASSINATURAS fixas e flexíveis de 27/11 a 12/01/18 (valores dos pacotes e formas de pagamento serão divulgados nesta quinta-feira no site oficial da orquestra www.osesp.art.br )
|
ilustrada
|
Osesp terá maratona de Mozart e das nove sinfonias de Beethoven em 2018"Cuidar da música como uma prática diária de persistência em tempos de crise." A frase, extraída do texto em que o diretor artístico Arthur Nestrovski apresenta a temporada 2018 da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), é bastante precisa. Segundo a Controladoria da Fundação Osesp, o orçamento de 2017 foi 5,6% menor ante o ano anterior –de R$ 91 milhões para R$ 86 milhões. Para 2018, o valor deve ser mantido. O mais importante, no entanto, está preservado na programação anunciada com antecedência. Cada obra de cada concerto, com cada regente e cada solista, em 32 semanas de março a dezembro. Uma solução econômico-artística foi convidar regentes estrangeiros que têm estabelecido boa parceria musical com o grupo a fazerem dois repertórios diferentes em semanas consecutivas. São eles Louis Langrée, Robert Treviño, Giancarlo Guerrero e Markus Stenz, além da artista associada Nathalie Stutzmann. A programação aposta corretamente no estímulo ao amadurecimento de Valentina Peleggi (titular do coro e regente em residência da orquestra), e destina à regente titular Marin Alsop dez semanas de trabalho, que inicia com a "Sinfonia n.7", de Mahler. Ter Emmanuel Pahud (o mais importante flautista da atualidade) como artista em residência seria destaque em qualquer orquestra de ponta. Ele tocará duas vezes com a Osesp e em dois recitais solo (barroco e obras do século 20). Pahud também apresentará a estreia latino-americana do concerto de Philippe Manoury –um dos mais ativos nomes da vanguarda desde a década de 1980–, que virá a São Paulo em setembro como compositor visitante. Serão grátis a "Maratona Mozart", em outubro, e o festival "Viva Villa!", em fevereiro, com seis concertos celebrando o término da gravação das sinfonias de Villa-Lobos. Cabe destacar igualmente uma integral (ao longo do ano) das nove sinfonias de Beethoven com nove regentes. Encomendas de novas obras a Aylton Escobar e Ronaldo Miranda são bem-vindas, e cabe também aguardar com interesse a composição do talentoso jovem cearense Caio Facó, a ser estreada pelo Quarteto Osesp. Para quem está habituado a frequentar a Sala São Paulo, haverá uma mudança de horário. Em 2018, pela primeira vez, os concertos das séries de assinaturas de quinta e sexta serão às 20h30 (e não às 21h). Aos sábados segue o horário das 16h30. Se tentarmos antecipar o seu perfil, a temporada 2018 –cujo título é "Natureza dos Sons"– parece mais serena, mais sóbria do que a atual. Mas isso só será avaliado a partir de 20/2, quando os primeiros compassos do "Uirapuru" de Villa-Lobos derem início ao ano novo musical. * OSESP RENOVAÇÃO DE ASSINATURA de 23/10 a 10/11 TROCA DE ASSINATURAS de 14 a 24/11 NOVAS ASSINATURAS fixas e flexíveis de 27/11 a 12/01/18 (valores dos pacotes e formas de pagamento serão divulgados nesta quinta-feira no site oficial da orquestra www.osesp.art.br )
| 1 |
Sexta tem redução de velocidade na zona sul e manifestação na Paulista
|
O QUE AFETA SUA VIDA Coletivos e movimentos de mulheres organizam, nesta sexta (30), uma manifestação contra o projeto de lei do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) que dificulta o aborto legal e o acesso a medicamentos abortivos. O PL já foi motivo de protesto no Rio de Janeiro nesta quarta (28). Na capital, as manifestantes se encontram na praça do Ciclista, na av. Paulista, a partir das 18h. Mais de 5.000 pessoas estão confirmaram presença pelo evento no Facebook. Fique atento ao trânsito na região. Em continuação ao Programa de Proteção à Vida, a CET implanta redução de velocidade em mais três vias da zona sul a partir desta sexta (30). Passam a operar a 50km/h as avenidas Doutor Hugo Beolchi, Engenheiro Armando de Arruda Pereira e Engenheiro George Corbisier. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta (30) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O dia segue parcialmente nublado e sol aparece entre nuvens nesta sexta (30). As temperaturas ficam entre 18ºC e 28ºC. * CULTURA E LAZER A peça "Uma Espécie de Alasca" estreia temporada no auditório do Masp nesta sexta (30). Com texto do inglês Harold Pinter (1930-2008), a trama conta a história de uma mulher que, após dormir durante 29 anos, acorda com a mente de uma menina de 16. O espetáculo é inspirado na obra do neurologista Oliver Sacks. Ingr.: R$ 25 O músico Arrigo Barnabé, ícone do movimento Vanguarda Paulista, homenageia Lupicínio Rodrigues em show do projeto "Caixa de Ódio" na Casa de Francisca. Ingr.: R$ 62 No Cine Joia, a festa Cinesthesia reúne música e cinema em clima de Halloween: durante a exibição do longa Nosferatu, de 1922, a banda Radiohead Cover Brasil interpreta o disco "Kid A". Ingr.: R$ 40 Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 21h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
|
saopaulo
|
Sexta tem redução de velocidade na zona sul e manifestação na PaulistaO QUE AFETA SUA VIDA Coletivos e movimentos de mulheres organizam, nesta sexta (30), uma manifestação contra o projeto de lei do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) que dificulta o aborto legal e o acesso a medicamentos abortivos. O PL já foi motivo de protesto no Rio de Janeiro nesta quarta (28). Na capital, as manifestantes se encontram na praça do Ciclista, na av. Paulista, a partir das 18h. Mais de 5.000 pessoas estão confirmaram presença pelo evento no Facebook. Fique atento ao trânsito na região. Em continuação ao Programa de Proteção à Vida, a CET implanta redução de velocidade em mais três vias da zona sul a partir desta sexta (30). Passam a operar a 50km/h as avenidas Doutor Hugo Beolchi, Engenheiro Armando de Arruda Pereira e Engenheiro George Corbisier. Vale lembrar: não devem circular nesta sexta (30) veículos com placas que terminam em 9 ou 0. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O dia segue parcialmente nublado e sol aparece entre nuvens nesta sexta (30). As temperaturas ficam entre 18ºC e 28ºC. * CULTURA E LAZER A peça "Uma Espécie de Alasca" estreia temporada no auditório do Masp nesta sexta (30). Com texto do inglês Harold Pinter (1930-2008), a trama conta a história de uma mulher que, após dormir durante 29 anos, acorda com a mente de uma menina de 16. O espetáculo é inspirado na obra do neurologista Oliver Sacks. Ingr.: R$ 25 O músico Arrigo Barnabé, ícone do movimento Vanguarda Paulista, homenageia Lupicínio Rodrigues em show do projeto "Caixa de Ódio" na Casa de Francisca. Ingr.: R$ 62 No Cine Joia, a festa Cinesthesia reúne música e cinema em clima de Halloween: durante a exibição do longa Nosferatu, de 1922, a banda Radiohead Cover Brasil interpreta o disco "Kid A". Ingr.: R$ 40 Veja mais opções de como aproveitar o dia em SP no site do "Guia Folha" * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 21h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
| 17 |
Veja os principais trechos da conversa entre senador Delcídio do Amaral, filho de Cerveró e advogado
|
Abaixo, você confere uma seleção de trechos das conversas entre o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Bernardo, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e advogado Edson Ribeiro. Delcídio, que até então era líder do governo no Senado, foi preso na manhã desta quarta-feira (25). Ele é suspeito de interferir no andamento da Operação Lava Jato ao planejar uma possível fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, do país. O banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, e o advogado Edson Ribeiro também foram presos sob suspeita de envolvimento no esquema. Discussão sobre vantagens e desvantagens de o ex-diretor da Petrobras fugir para a Espanha, em que tem nacionalidade, de barco. Pesam também se é melhor deixar o Brasil por Venezuela ou Paraguai. DELCÍDIO : Hoje eu falo, porque acho que o foco é o seguinte, tirar [Cerveró da Cadeia], agora a hora que ele sair tem que ir embora mesmo. *BERNARDO: * É, eu já até pensei, a gente tava pensando em ir pela Venezuela, mas acho que... deve se sair, sai com tornozeleira, tem que tirar a tornozeleira e entrar, acho que o melhor jeito seria um barco... É, mais porque aí chega na Espanha, pelo menos você não passa por imigração na Espanha. De barco, de barco você deve ter como chegar... EDSON: Cara é muito longe [ir até a Espanha de barco]. DELCÍDIO: Pois é, mas a ideia é sair de onde de lá? BERNARDO: Não, da Venezuela, ou da... EDSON: É muito longe. DELCÍDIO: Não, não. BERNARDO: Não, mas o pessoal faz cara, eu tenho um amigo que trouxe um veleiro agora de... EDSON: Não, tudo bem. Vai matar o teu velho [Nestor Cerveró]. BERNARDO: É mas não sei, acho que... EDSON: [risos] Pô, ficar preso BERNARDO: Pegar um veleiro bom. DELCÍDIO: Não mas a saída pra ele melhor, é a saída pelo Paraguai. BERNARDO: Mercosul. EDSON: Mercosul, porque o pessoal tem convenções no Mercosul, a informação é muito rápida [...] Seria melhor, porque ele tá no Paraná, atravessa o Paraguai. DELCÍDIO: A fronteira seca. EDSON: Entendeu? E vai embora, eu já levei muita gente por ali. * Eles trabalham com a hipóteses de Cerveró sair da cadeia por meio de um habeas corpus, mas ser obrigado a mantes uma tornozeleira eletrônica para monitorar seus deslocamentos. DELCÍDIO: Mas ele [Cerveró] tando com tornozeleira como é que ele deslocaria? BERNARDO: Não, aí tem que tirar a tornozeleira, vai apitar e já tira na hora que tiver, ou a gente conseguir alguém que... EDSON: Isto a gente vai ter que examinar. BERNARDO: É. EDSON: Porque a minha expectativa é que o [juiz Sergio] Moro faça uma nova preventiva, se bem que não existe motivo nenhum. * O senador, o advogado e o filho de Cerveró conversam sobre as vantagens de fugir para a Espanha em um jato particular. EDSON: Não sei o custo disso [usar um avião particular para fugir], vou apurar tudo isso eu tenho amigos que têm empresa de táxi aéreo, de aviação, entendeu, ver com eles qual o custo disto, a gente bota no avião e vai embora. DIOGO: Mas esses de pequeno porte, eles cruzam [o Atlântico, até a Espanha]? BERNARDO: Deve parar na [Ilha da] Madeira, alguma coisa assim. EDSON: Depende, se você pegar um DELCÍDIO: Não, depende do avião. EDSON: Citation. DELCÍDIO: Não, não. Citation tem que parar no meio. Tem que pegar um Falcon 50, alguma coisa assim. DIOGO: Mas para na Venezuela. DELCÍDIO: Aí vai direto [para a Espanha], vai embora. EDSON: Se for direto, ótimo Outro tema da conversa foi a montagem de uma articulação para influenciar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) a favor de Cerveró. Envolveria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que é investigado na Lava Jato, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-senador José Sarney (PMDB-AP). DELCÍDIO: Eu acho que nós temos que centrar fogo no STF agora. Eu conversei com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato na corte], conversei com o [ministro Dias] Toffoli, pedi pro Toffoli conversar com o Gilmar [Mendes, ministro], o Michel [Temer] conversou com o Gilmar também, porque o Michel tá muito preocupado com o [também ex-diretor da Petrobras preso Jorge] Zelada. E e eu vou conversar com o Gilmar também. EDSON: Tá. DELCÍDIO: Porque o Gilmar, ele oscila muito. Uma hora ele tá bem, outra hora ele tá ruim e eu sou um dos poucos caras... EDSON: Quem seria a melhor pessoa pra falar com ele [Gilmar Mendes]? Renan ou Sarney? DELCÍDIO: Com o Gilmar? Não. Eu acho que o Renan conversaria bem com ele. EDSON: Eu também acho, o Renan, é preocupante a situação do Renan. DELCÍDIO: Eu acho que Mas por que? Tem mais coisas do Renan? Não tem. EDSON: Não, mas acho que o Fernando [Baiano, lobista que virou delator] fala nele, não fala? DELCÍDIO: Fala, mas fala remetendo ao Nestor [Cerveró]. EDSON: Ah é, também? Então tudo bem. DELCÍDIO: Como também fala do Jader [Barbalho, senador], remetendo ao Nestor. * Eles demonstram ter esperança num pedido de habeas corpus (HC) nas mãos do ministro do STF Edson Fachin. Aceito, avaliam, anularia várias delações feitas no âmbito da Lava Jato. Delcídio diz então que precisa conversar com Fachin, sugerindo que tentará influenciá-lo. Diogo Ferreira, assessor de Delcídio, aparece neste trecho. EDSON: Eu tô com aquele outro HC, que tá na mão do Fachin. DELCÍDIO: Tá com o Fachin? EDSON: Tá () Se a gente anula aquilo [uma delação], a situação de todos tá resolvida. Porque aí eu vou anular em cadeia. Eu anulo a dele, Paulo Roberto [Costa, ex-diretor da Petrobras], anulo a do Fernando Baiano [lobista]. DIOGO: É pra anular a delação premiada. EDSON: Paulo Roberto, porque foi homologada pelo Supremo. Aí eu consigo anular a do [empreiteiro] Ricardo Pessoa, enquanto Supremo também eu peço suspensão e anulo aquela porcaria também em situação idêntica. Consigo anular a do Fernando Baiano, a do [ex-gerente da Petrobras Pedro] Barusco e a do [lobista] Júlio Camargo. Pô cara! DELCÍDIO: E está com o Fachin? Eu tô precisando fazer uma visita pra ele lá, hein? EDSON: Essa é a melhor. Porque acaba a operação [Lava Jato] (...) A partir da anulação, tudo resta nulo, tudo. DELCÍDIO: Isso tá com o Fachin? EDSON: E o bom, a nossa tese é cível, e ele [Fachin] é civilista. DIOGO: Exatamente. EDSON: Isso foi a melhor coisa que aconteceu. [O pedido de anulação] foi pro Fachin. BERNARDO: O problema é ele Tem a possibilidade de ele redistribuir uma porra assim? EDSON: Não! [...] DELCÍDIO: Diogo, nós precisamos marcar isso logo com o Fachin, viu? Fala com o Tarcísio lá. DIOGO: Tá. DELCÍDIO: Pra ver se eu faço uma visita pro Fachin. Eles mostram-se surpresos quando Delcídio informa que, em reunião com André Esteves, dono do banco BTG Pactual, viu com o banqueiro a reprodução da delação sigilosa de Cerveró. Segundo o senador, o banqueiro pagaria Edson Ribeiro e a família do ex-diretor da Petrobras. Em troca, Cerveró não deveria fechar delação ou omitir a participação do senador e do banqueiro na corrupção da Petrobras. DELCÍDIO: Bom, aí eu cheguei lá, sentei com o André [Esteves], falei "ó André eu tô com o pessoal eu já conversei com a turma já falei com o Edson [Ribeiro], vou conversar com o Bernardo [Cerveró], é, eu acho que é importante agora a gente encaminhar definitivamente aquilo que nós conversamos. É, você mesmo me procurou, né?" (...) Ele me procurou, ele tava preocupado, né? Especialmente com relação aquela operação dos postos, né? BERNARDO Sim. DELCÍDIO: (...) Ele [André Esteves] disse: "Não Delcídio, não tem problema nenhum. Ó, eu tô interessado, eu preciso resolver isso. Ó, o meu banco é enorme, se eu tiver problema com o meu banco, eu tô fodido (...) Ó, eu quero ajudar, quero atender o advogado, quero atender a família, ajudo, sou companheiro, pá, pá." E a conversa fluiu bem. A única coisa que eu achei estranha foi o seguinte: é no meio da -porque banqueiro, vocês conhecem; vocês sabem como é que banqueiro; é foda, né?- Ele [André] quer ajuda, ele quer apoio. Ele dá apoio, mas ele chora as pitangas e vai criando, onde ele puder enganchar, ele engancha. Ele trouxe um paper, aquele paper. EDSON: Hum. DELCÍDIO: É, do Nestor [Cerveró]. Mas com anotações que, suponho, têm a ver com as do Nestor. Vocês chegaram a ter acesso algum documento assim? EDSON: Eu não, você viu? BERNARDO: Ele fazia [anotações], mas ficava com ele na cela. DELCÍDIO: Pois é, então ou alguém reproduziu isso... BERNARDO: Esse que é o lance. O que foi vazado, a gente acha que pode ter sido vazado ali de dentro. [O doleiro Alberto] Youssef na cela com ele, uma coisa assim. [...] EDSON: Só pra colocar. O que que eu combinei com o Nestor que ele negaria tudo com relação a você e tudo com relação ao (...). Tudo. Não é isso? BERNARDO: Sim EDSON: Tá acertado isso. Então não vai ter. Não tendo delação, ficaria acertado isso. Não tendo delação. Tá? E se houvesse delação, ele excluiria [o senador e o banqueiro]. Não é isto? DELCÍDIO: É isso. * Delcídio conta que se surpreendeu ao ver o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), com o deputado e ex-jogador Romário (PSB-RJ). Conta então que eles fizeram um acordo para apoiar a candidatura do secretário de Governo, Pedro Paulo. E sugere que o acordo envolveu algo a respeito de uma conta de Romário, que seria real. Meses atrás, a revista "Veja" noticiou que Romário tinha uma conta na Suíça, informação que foi desmentida pelo banco suíço BSI e gerou um pedido de desculpas da publicação. Curiosamente, um irmão de Paes é sócio do BTG Pactual, de André Esteves, instituição que comprou o BSI no ano passado. DELCÍDIO: Hoje eu estava com minha agenda toda organizadinha, só a partir das 13 horas. Aí, pra acabar de complicar ainda mais o jogo, me aparece o Eduardo Paes, com Pedro Paulo, com Romário e com [o senador do PMDB-ES Ricardo] Ferraço. EDSON:Fizeram acordo, né? DELCÍDIO: Diz o Eduardo [Paes] que fez. EDSON: Tinha conta realmente do Romário. BERNARDO: Tinha essa conta? DELCÍDIO: E em função disso fizeram acordo. EDSON: Seu amigo então foi comprado. Tira porque senão você vai preso. DELCÍDIO: O que eu achei estranho [no encontro, foi] ele ter chegado: "O que você, Romário, o que você tá fazendo aqui?". "Não, não, vim, tô acompanhando o Eduardo". EDSON Esquisito DELCÍDIO: Esquisito pra caramba. Aí o Eduardo falou assim: "Não Delcídio", porque [com] o Eduardo tenho intimidade, o Eduardo foi companheirão meu aqui, principalmente na CPI dos Correios, ele foi meu braço direito aqui. Aí ele disse: "Não, Delcídio, eu chamei aqui o Romário", na frente do Romário, "chamei o Romário, ó, nós acertamos uma aliança: o Romário apoiar o Pedro Paulo". É isso que ele tá falando. Mas tem esse motivo.
|
asmais
|
Veja os principais trechos da conversa entre senador Delcídio do Amaral, filho de Cerveró e advogadoAbaixo, você confere uma seleção de trechos das conversas entre o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Bernardo, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e advogado Edson Ribeiro. Delcídio, que até então era líder do governo no Senado, foi preso na manhã desta quarta-feira (25). Ele é suspeito de interferir no andamento da Operação Lava Jato ao planejar uma possível fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, do país. O banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, e o advogado Edson Ribeiro também foram presos sob suspeita de envolvimento no esquema. Discussão sobre vantagens e desvantagens de o ex-diretor da Petrobras fugir para a Espanha, em que tem nacionalidade, de barco. Pesam também se é melhor deixar o Brasil por Venezuela ou Paraguai. DELCÍDIO : Hoje eu falo, porque acho que o foco é o seguinte, tirar [Cerveró da Cadeia], agora a hora que ele sair tem que ir embora mesmo. *BERNARDO: * É, eu já até pensei, a gente tava pensando em ir pela Venezuela, mas acho que... deve se sair, sai com tornozeleira, tem que tirar a tornozeleira e entrar, acho que o melhor jeito seria um barco... É, mais porque aí chega na Espanha, pelo menos você não passa por imigração na Espanha. De barco, de barco você deve ter como chegar... EDSON: Cara é muito longe [ir até a Espanha de barco]. DELCÍDIO: Pois é, mas a ideia é sair de onde de lá? BERNARDO: Não, da Venezuela, ou da... EDSON: É muito longe. DELCÍDIO: Não, não. BERNARDO: Não, mas o pessoal faz cara, eu tenho um amigo que trouxe um veleiro agora de... EDSON: Não, tudo bem. Vai matar o teu velho [Nestor Cerveró]. BERNARDO: É mas não sei, acho que... EDSON: [risos] Pô, ficar preso BERNARDO: Pegar um veleiro bom. DELCÍDIO: Não mas a saída pra ele melhor, é a saída pelo Paraguai. BERNARDO: Mercosul. EDSON: Mercosul, porque o pessoal tem convenções no Mercosul, a informação é muito rápida [...] Seria melhor, porque ele tá no Paraná, atravessa o Paraguai. DELCÍDIO: A fronteira seca. EDSON: Entendeu? E vai embora, eu já levei muita gente por ali. * Eles trabalham com a hipóteses de Cerveró sair da cadeia por meio de um habeas corpus, mas ser obrigado a mantes uma tornozeleira eletrônica para monitorar seus deslocamentos. DELCÍDIO: Mas ele [Cerveró] tando com tornozeleira como é que ele deslocaria? BERNARDO: Não, aí tem que tirar a tornozeleira, vai apitar e já tira na hora que tiver, ou a gente conseguir alguém que... EDSON: Isto a gente vai ter que examinar. BERNARDO: É. EDSON: Porque a minha expectativa é que o [juiz Sergio] Moro faça uma nova preventiva, se bem que não existe motivo nenhum. * O senador, o advogado e o filho de Cerveró conversam sobre as vantagens de fugir para a Espanha em um jato particular. EDSON: Não sei o custo disso [usar um avião particular para fugir], vou apurar tudo isso eu tenho amigos que têm empresa de táxi aéreo, de aviação, entendeu, ver com eles qual o custo disto, a gente bota no avião e vai embora. DIOGO: Mas esses de pequeno porte, eles cruzam [o Atlântico, até a Espanha]? BERNARDO: Deve parar na [Ilha da] Madeira, alguma coisa assim. EDSON: Depende, se você pegar um DELCÍDIO: Não, depende do avião. EDSON: Citation. DELCÍDIO: Não, não. Citation tem que parar no meio. Tem que pegar um Falcon 50, alguma coisa assim. DIOGO: Mas para na Venezuela. DELCÍDIO: Aí vai direto [para a Espanha], vai embora. EDSON: Se for direto, ótimo Outro tema da conversa foi a montagem de uma articulação para influenciar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) a favor de Cerveró. Envolveria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que é investigado na Lava Jato, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-senador José Sarney (PMDB-AP). DELCÍDIO: Eu acho que nós temos que centrar fogo no STF agora. Eu conversei com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato na corte], conversei com o [ministro Dias] Toffoli, pedi pro Toffoli conversar com o Gilmar [Mendes, ministro], o Michel [Temer] conversou com o Gilmar também, porque o Michel tá muito preocupado com o [também ex-diretor da Petrobras preso Jorge] Zelada. E e eu vou conversar com o Gilmar também. EDSON: Tá. DELCÍDIO: Porque o Gilmar, ele oscila muito. Uma hora ele tá bem, outra hora ele tá ruim e eu sou um dos poucos caras... EDSON: Quem seria a melhor pessoa pra falar com ele [Gilmar Mendes]? Renan ou Sarney? DELCÍDIO: Com o Gilmar? Não. Eu acho que o Renan conversaria bem com ele. EDSON: Eu também acho, o Renan, é preocupante a situação do Renan. DELCÍDIO: Eu acho que Mas por que? Tem mais coisas do Renan? Não tem. EDSON: Não, mas acho que o Fernando [Baiano, lobista que virou delator] fala nele, não fala? DELCÍDIO: Fala, mas fala remetendo ao Nestor [Cerveró]. EDSON: Ah é, também? Então tudo bem. DELCÍDIO: Como também fala do Jader [Barbalho, senador], remetendo ao Nestor. * Eles demonstram ter esperança num pedido de habeas corpus (HC) nas mãos do ministro do STF Edson Fachin. Aceito, avaliam, anularia várias delações feitas no âmbito da Lava Jato. Delcídio diz então que precisa conversar com Fachin, sugerindo que tentará influenciá-lo. Diogo Ferreira, assessor de Delcídio, aparece neste trecho. EDSON: Eu tô com aquele outro HC, que tá na mão do Fachin. DELCÍDIO: Tá com o Fachin? EDSON: Tá () Se a gente anula aquilo [uma delação], a situação de todos tá resolvida. Porque aí eu vou anular em cadeia. Eu anulo a dele, Paulo Roberto [Costa, ex-diretor da Petrobras], anulo a do Fernando Baiano [lobista]. DIOGO: É pra anular a delação premiada. EDSON: Paulo Roberto, porque foi homologada pelo Supremo. Aí eu consigo anular a do [empreiteiro] Ricardo Pessoa, enquanto Supremo também eu peço suspensão e anulo aquela porcaria também em situação idêntica. Consigo anular a do Fernando Baiano, a do [ex-gerente da Petrobras Pedro] Barusco e a do [lobista] Júlio Camargo. Pô cara! DELCÍDIO: E está com o Fachin? Eu tô precisando fazer uma visita pra ele lá, hein? EDSON: Essa é a melhor. Porque acaba a operação [Lava Jato] (...) A partir da anulação, tudo resta nulo, tudo. DELCÍDIO: Isso tá com o Fachin? EDSON: E o bom, a nossa tese é cível, e ele [Fachin] é civilista. DIOGO: Exatamente. EDSON: Isso foi a melhor coisa que aconteceu. [O pedido de anulação] foi pro Fachin. BERNARDO: O problema é ele Tem a possibilidade de ele redistribuir uma porra assim? EDSON: Não! [...] DELCÍDIO: Diogo, nós precisamos marcar isso logo com o Fachin, viu? Fala com o Tarcísio lá. DIOGO: Tá. DELCÍDIO: Pra ver se eu faço uma visita pro Fachin. Eles mostram-se surpresos quando Delcídio informa que, em reunião com André Esteves, dono do banco BTG Pactual, viu com o banqueiro a reprodução da delação sigilosa de Cerveró. Segundo o senador, o banqueiro pagaria Edson Ribeiro e a família do ex-diretor da Petrobras. Em troca, Cerveró não deveria fechar delação ou omitir a participação do senador e do banqueiro na corrupção da Petrobras. DELCÍDIO: Bom, aí eu cheguei lá, sentei com o André [Esteves], falei "ó André eu tô com o pessoal eu já conversei com a turma já falei com o Edson [Ribeiro], vou conversar com o Bernardo [Cerveró], é, eu acho que é importante agora a gente encaminhar definitivamente aquilo que nós conversamos. É, você mesmo me procurou, né?" (...) Ele me procurou, ele tava preocupado, né? Especialmente com relação aquela operação dos postos, né? BERNARDO Sim. DELCÍDIO: (...) Ele [André Esteves] disse: "Não Delcídio, não tem problema nenhum. Ó, eu tô interessado, eu preciso resolver isso. Ó, o meu banco é enorme, se eu tiver problema com o meu banco, eu tô fodido (...) Ó, eu quero ajudar, quero atender o advogado, quero atender a família, ajudo, sou companheiro, pá, pá." E a conversa fluiu bem. A única coisa que eu achei estranha foi o seguinte: é no meio da -porque banqueiro, vocês conhecem; vocês sabem como é que banqueiro; é foda, né?- Ele [André] quer ajuda, ele quer apoio. Ele dá apoio, mas ele chora as pitangas e vai criando, onde ele puder enganchar, ele engancha. Ele trouxe um paper, aquele paper. EDSON: Hum. DELCÍDIO: É, do Nestor [Cerveró]. Mas com anotações que, suponho, têm a ver com as do Nestor. Vocês chegaram a ter acesso algum documento assim? EDSON: Eu não, você viu? BERNARDO: Ele fazia [anotações], mas ficava com ele na cela. DELCÍDIO: Pois é, então ou alguém reproduziu isso... BERNARDO: Esse que é o lance. O que foi vazado, a gente acha que pode ter sido vazado ali de dentro. [O doleiro Alberto] Youssef na cela com ele, uma coisa assim. [...] EDSON: Só pra colocar. O que que eu combinei com o Nestor que ele negaria tudo com relação a você e tudo com relação ao (...). Tudo. Não é isso? BERNARDO: Sim EDSON: Tá acertado isso. Então não vai ter. Não tendo delação, ficaria acertado isso. Não tendo delação. Tá? E se houvesse delação, ele excluiria [o senador e o banqueiro]. Não é isto? DELCÍDIO: É isso. * Delcídio conta que se surpreendeu ao ver o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), com o deputado e ex-jogador Romário (PSB-RJ). Conta então que eles fizeram um acordo para apoiar a candidatura do secretário de Governo, Pedro Paulo. E sugere que o acordo envolveu algo a respeito de uma conta de Romário, que seria real. Meses atrás, a revista "Veja" noticiou que Romário tinha uma conta na Suíça, informação que foi desmentida pelo banco suíço BSI e gerou um pedido de desculpas da publicação. Curiosamente, um irmão de Paes é sócio do BTG Pactual, de André Esteves, instituição que comprou o BSI no ano passado. DELCÍDIO: Hoje eu estava com minha agenda toda organizadinha, só a partir das 13 horas. Aí, pra acabar de complicar ainda mais o jogo, me aparece o Eduardo Paes, com Pedro Paulo, com Romário e com [o senador do PMDB-ES Ricardo] Ferraço. EDSON:Fizeram acordo, né? DELCÍDIO: Diz o Eduardo [Paes] que fez. EDSON: Tinha conta realmente do Romário. BERNARDO: Tinha essa conta? DELCÍDIO: E em função disso fizeram acordo. EDSON: Seu amigo então foi comprado. Tira porque senão você vai preso. DELCÍDIO: O que eu achei estranho [no encontro, foi] ele ter chegado: "O que você, Romário, o que você tá fazendo aqui?". "Não, não, vim, tô acompanhando o Eduardo". EDSON Esquisito DELCÍDIO: Esquisito pra caramba. Aí o Eduardo falou assim: "Não Delcídio", porque [com] o Eduardo tenho intimidade, o Eduardo foi companheirão meu aqui, principalmente na CPI dos Correios, ele foi meu braço direito aqui. Aí ele disse: "Não, Delcídio, eu chamei aqui o Romário", na frente do Romário, "chamei o Romário, ó, nós acertamos uma aliança: o Romário apoiar o Pedro Paulo". É isso que ele tá falando. Mas tem esse motivo.
| 23 |
Agronegócio banca times de futebol no Sul e Centro-Oeste
|
Orçamentos enxutos, executivos de sucesso na iniciativa privada no comando e jogadores desconhecidos ganhando salários "realistas". Na contramão dos gigantes da bola, times pequenos bancados pelo agronegócio deixaram de ser surpresas e estão firmando uma nova realidade no futebol brasileiro. A Chapecoense-SC, financiada com a ajuda da indústria da carne da cidade, e a Luverdense-MT, idealizada num dos principais centros produtores de soja do país, são os principais exemplos do novo modelo de sucesso. Com orçamento de R$ 45 milhões neste ano (o do Flamengo é de R$ 400 milhões), o time catarinense vai medir forças pela terceira vez consecutiva com as milionárias equipes da Série A do Brasileiro. Já a Luverdense, de Lucas do Rio Verde, cidade de cerca de 50 mil habitantes no interior de Mato Grosso, vai jogar a Série B pela terceira vez. Futebol e agronegócio "Não tem segredo. O negócio é trabalhar com seriedade e não dar calote nem nos jogadores nem na sociedade. No futuro, todos os clubes terão que ser assim. Não cabem mais aventuras no futebol", disse Neivor Canton, vice-presidente da Aurora, frigorífico que estampa seu logo no uniforme da Chapecoense. Terceiro maior conglomerado industrial do setor de carnes do Brasil, a companhia vai pagar R$ 3,5 milhões por ano ao time. A Caixa, que também financia o agronegócio, é o patrocinador principal -investe R$ 5 milhões. O time também deve receber R$ 25 milhões da TV e outros R$ 5 milhões pagos pelos seus cerca de 8.000 sócios. Apesar das receitas modestas, o time conseguiu ter sucesso dentro de campo (chegou às quartas de final da Copa Sul-Americana) e fechar com lucro nos últimos anos -em 2014, o superávit financeiro foi de R$ 877 mil. A média salarial do elenco é de R$ 30 mil. Já o teto é R$ 100 mil mensais -ou 1/8 do salário de Fred, do Fluminense, de R$ 800 mil neste ano. Desde 2008, quando os executivos da cidade decidiram investir no futebol seguindo o modelo adotado em suas empresas, a Chapecoense teve uma ascensão rápida. A equipe pulou da Série D para a A em cinco anos. "Sempre fui otimista, mas nunca sonhei que chegaríamos tão longe", afirmou o meia Neném, 33, que chegou à cidade de 200 mil habitantes em 2008 e participou da histórica arrancada do time. Para este ano, os dirigentes querem manter a equipe na Série A e conquistar pela quinta vez o Catarinense. Apesar das metas esportivas, os executivos não abrem mão do controle dos gastos. No final do ano, eles mudaram o estatuto do clube para limitar o poder do presidente. Contratações de atletas e empréstimos bancários precisam ser aprovados também pelos conselheiros. "Administramos o clube com responsabilidade fiscal", disse o presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David De Nes Filho, o Maninho, ex-executivo do extinto frigorífico Chapecó, responsável por montar grandes times de vôlei na cidade nos anos 90. LUVERDENSE Comandado por dirigentes que são empresários do agronegócio na cidade, a Luverdense foi fundada em 2004 e já venceu duas vezes o Estadual do Mato Grosso. Com uma média de 920 torcedores por jogo na Série B de 2015, o clube vai gastar cerca de R$ 10 milhões em 2016. A remuneração dos jogadores é definida de acordo com o desempenho em campo. Se o atleta for titular em todas as partidas, pode receber até R$ 20 mil. Já as contratações são definidas levando em consideração o esquema tático do time (4-4-1-1) estabelecido pelos cartolas. Veteranos, nem pensar. A idade média nesta temporada vai ser de 25 anos. "Trabalhamos com a realidade. Não queremos enganar ninguém e não vendemos ilusão", disse o diretor-executivo da Luverdense, Maico Gaúcho. A principal fonte de receita é a venda de jogadores. O time da temporada passada foi praticamente desfeito. Este ano, o clube contratou pelo menos 15 novatos. O objetivo é se manter na Série B. O salto para a Série A está planejado para acontecer até o final da década. PETRÓLEO Assim como agronegócio, o petróleo foi o combustível para uma série de clubes de cidades do interior sonharem com a elite do futebol brasileiro nos últimos anos. Bancados por prefeituras de cidades beneficiadas pelos royalties do petróleo, alguns times chegaram a se destacar, mas não conseguiram se segurar no topo. O Potiguar e o Baraúnas, ambos de Mossoró (RN), e o Coari, do Amazonas, chegaram a conquistar títulos estaduais. As duas cidades servem de base para a Petrobras. Um dos principais centros da indústria do petróleo no país, Macaé (RJ) também investiu alto no futebol. O time chegou à Série B do Brasileiro em 2014, mas não resistiu à crise financeira da região. Com dificuldade para receber os repasses do município, o time caiu de produção na reta final no ano passado e foi rebaixado para a Série C. "Dinheiro demais também pode atrapalhar. O importante é saber gastar e conseguir se sustentar sem depender dos outros", disse o presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David De Nes Filho, o Maninho. O time manda os seus jogos no estádio municipal, mas não recebe verbas do governo. "O nosso modelo evita depender dos cofres públicos. Acreditamos que a prefeitura não precisa investir no futebol", afirmou.
|
esporte
|
Agronegócio banca times de futebol no Sul e Centro-OesteOrçamentos enxutos, executivos de sucesso na iniciativa privada no comando e jogadores desconhecidos ganhando salários "realistas". Na contramão dos gigantes da bola, times pequenos bancados pelo agronegócio deixaram de ser surpresas e estão firmando uma nova realidade no futebol brasileiro. A Chapecoense-SC, financiada com a ajuda da indústria da carne da cidade, e a Luverdense-MT, idealizada num dos principais centros produtores de soja do país, são os principais exemplos do novo modelo de sucesso. Com orçamento de R$ 45 milhões neste ano (o do Flamengo é de R$ 400 milhões), o time catarinense vai medir forças pela terceira vez consecutiva com as milionárias equipes da Série A do Brasileiro. Já a Luverdense, de Lucas do Rio Verde, cidade de cerca de 50 mil habitantes no interior de Mato Grosso, vai jogar a Série B pela terceira vez. Futebol e agronegócio "Não tem segredo. O negócio é trabalhar com seriedade e não dar calote nem nos jogadores nem na sociedade. No futuro, todos os clubes terão que ser assim. Não cabem mais aventuras no futebol", disse Neivor Canton, vice-presidente da Aurora, frigorífico que estampa seu logo no uniforme da Chapecoense. Terceiro maior conglomerado industrial do setor de carnes do Brasil, a companhia vai pagar R$ 3,5 milhões por ano ao time. A Caixa, que também financia o agronegócio, é o patrocinador principal -investe R$ 5 milhões. O time também deve receber R$ 25 milhões da TV e outros R$ 5 milhões pagos pelos seus cerca de 8.000 sócios. Apesar das receitas modestas, o time conseguiu ter sucesso dentro de campo (chegou às quartas de final da Copa Sul-Americana) e fechar com lucro nos últimos anos -em 2014, o superávit financeiro foi de R$ 877 mil. A média salarial do elenco é de R$ 30 mil. Já o teto é R$ 100 mil mensais -ou 1/8 do salário de Fred, do Fluminense, de R$ 800 mil neste ano. Desde 2008, quando os executivos da cidade decidiram investir no futebol seguindo o modelo adotado em suas empresas, a Chapecoense teve uma ascensão rápida. A equipe pulou da Série D para a A em cinco anos. "Sempre fui otimista, mas nunca sonhei que chegaríamos tão longe", afirmou o meia Neném, 33, que chegou à cidade de 200 mil habitantes em 2008 e participou da histórica arrancada do time. Para este ano, os dirigentes querem manter a equipe na Série A e conquistar pela quinta vez o Catarinense. Apesar das metas esportivas, os executivos não abrem mão do controle dos gastos. No final do ano, eles mudaram o estatuto do clube para limitar o poder do presidente. Contratações de atletas e empréstimos bancários precisam ser aprovados também pelos conselheiros. "Administramos o clube com responsabilidade fiscal", disse o presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David De Nes Filho, o Maninho, ex-executivo do extinto frigorífico Chapecó, responsável por montar grandes times de vôlei na cidade nos anos 90. LUVERDENSE Comandado por dirigentes que são empresários do agronegócio na cidade, a Luverdense foi fundada em 2004 e já venceu duas vezes o Estadual do Mato Grosso. Com uma média de 920 torcedores por jogo na Série B de 2015, o clube vai gastar cerca de R$ 10 milhões em 2016. A remuneração dos jogadores é definida de acordo com o desempenho em campo. Se o atleta for titular em todas as partidas, pode receber até R$ 20 mil. Já as contratações são definidas levando em consideração o esquema tático do time (4-4-1-1) estabelecido pelos cartolas. Veteranos, nem pensar. A idade média nesta temporada vai ser de 25 anos. "Trabalhamos com a realidade. Não queremos enganar ninguém e não vendemos ilusão", disse o diretor-executivo da Luverdense, Maico Gaúcho. A principal fonte de receita é a venda de jogadores. O time da temporada passada foi praticamente desfeito. Este ano, o clube contratou pelo menos 15 novatos. O objetivo é se manter na Série B. O salto para a Série A está planejado para acontecer até o final da década. PETRÓLEO Assim como agronegócio, o petróleo foi o combustível para uma série de clubes de cidades do interior sonharem com a elite do futebol brasileiro nos últimos anos. Bancados por prefeituras de cidades beneficiadas pelos royalties do petróleo, alguns times chegaram a se destacar, mas não conseguiram se segurar no topo. O Potiguar e o Baraúnas, ambos de Mossoró (RN), e o Coari, do Amazonas, chegaram a conquistar títulos estaduais. As duas cidades servem de base para a Petrobras. Um dos principais centros da indústria do petróleo no país, Macaé (RJ) também investiu alto no futebol. O time chegou à Série B do Brasileiro em 2014, mas não resistiu à crise financeira da região. Com dificuldade para receber os repasses do município, o time caiu de produção na reta final no ano passado e foi rebaixado para a Série C. "Dinheiro demais também pode atrapalhar. O importante é saber gastar e conseguir se sustentar sem depender dos outros", disse o presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David De Nes Filho, o Maninho. O time manda os seus jogos no estádio municipal, mas não recebe verbas do governo. "O nosso modelo evita depender dos cofres públicos. Acreditamos que a prefeitura não precisa investir no futebol", afirmou.
| 4 |
Conselhos de consultoria para carreira da geração milênio são problemáticos
|
Na semana passada, encontrei por acaso um artigo do presidente-executivo do Boston Consulting Group (BCG) no qual ele aconselhava aos jovens profissionais na casa dos 20 anos sobre como "acelerar" suas carreiras. Rich Lesser baseou esses conselhos na carreira esplêndida, se bem que segura, que ele mesmo construiu —alguns anos na Procter & Gamble, seguidos por um MBA em Harvard, e depois 28 anos no BCG. Ao longo do caminho, ele falou a milhares de jovens, e sentiu que era hora de lhes dizer o que estavam fazendo de errado —e como deveriam agir para se tornarem mais parecidos com ele. O artigo foi publicado no LinkedIn meses atrás, mas o BCG se impressionou tanto com as percepções expostas por Lesser que continua a alardeá-las nas mídias sociais. No entanto, quando li o artigo até a conclusão —"com reflexão, foco e o compromisso de investir em você mesmo e fazer diferença, será possível encontrar o lugar certo para você"—, o tédio terminou superado pela preocupação. O conselho era muito, muito ruim, e eu senti que precisava proteger os jovens da casa dos 20 anos contra tentar segui-lo. A primeira dica que ele oferece é escolher "algo que você considere verdadeiramente empolgante e satisfatório". Isso parece razoável, mas a recomendação tem três coisas de errado. É banal —ninguém recomendaria um emprego frustrante e que cause nervosismo. Segundo, não ajuda em muita coisa, porque quando você tem pouco mais de 20 anos é difícil saber se você encontrará satisfação em um emprego até que o tente. Terceiro, isso estabelece expectativas elevadas demais. Mesmo os melhores empregos são empolgantes e satisfatórios de modo apenas intermitente. Por boa parte do tempo, são tediosos, frustrantes ou ambos. A diferença entre expectativa e realidade é o maior problema para a geração milênio, e Lesser deveria se esforçar por não aumentá-la. Em seguida ele sugere buscar um empregador que permita que o contratado aprenda coisas. "A casa dos 20 anos é um período único para desenvolver um conjunto de capacitações que durarão a vida inteira". Não, não é verdade. Nenhum conjunto de capacitações, para usar o termo dele, dura mais de uma ou duas décadas, excetuada, talvez, a capacidade de formar uma frase, fazer contas de adição e se relacionar bem com pessoas. Capacitações e experiências podem se desatualizar. O critério seguinte dele —será que poderei fazer diferença?— é ainda mais problemático. Não só essa é a pergunta errada para que uma pessoa de 20 e poucos anos faça, já que é impossível fazer diferença quando você está apenas começando, como é uma pergunta errada a fazer para pessoas de qualquer idade. Não estou certa do motivo para que tenhamos nos apegado a essa história de fazer diferença. A realidade é que tudo depende de que diferença a pessoa faça. A enfermeira de tratamento paliativo que cuidou do meu pai em seus últimos dias de vida, no hospital Whittington, fez uma diferença que jamais esquecerei. Da mesma forma, Sir Philip Green fez uma diferença que os pensionistas da BHS também demorarão muito a esquecer. Para a maioria dos escravos do salário, é difícil dizer que diferença fazemos, mas isso não torna nossas funções irrelevantes. Consultores de gestão fazem alguma diferença? Eu faço? Tudo depende de seu ponto de partida. Imagino que, hoje, eu esteja fazendo alguma diferença para Lesser —ainda que não uma diferença positiva. A questão final dele é a pior de todas: poderei encontrar equilíbrio? A resposta a isso é não, não existe esse tal de equilíbrio. Em lugar disso, cada trabalhador tem uma escolha: trabalhar o tempo todo ou não trabalhar o tempo todo. Seria melhor se o presidente-executivo de uma das maiores consultorias de gestão do planeta dissesse aos jovens na casa dos 20 anos que ele comanda uma empresa que explora o trabalho da elite, e que trabalhar lá requereria cancelar todos os encontros românticos, festas de aniversário e quaisquer outras formas de diversão a cada vez que o emprego assim exigir. Como Lesser, eu tive uma carreira segura e nada imaginosa, envolvendo apenas dois empregadores: O JPMorgan e o "Financial Times". Mas desde minha época, e a de Lesser, duas coisas importantes mudaram. Para nós, a vida em uma grande empresa era mais ou menos compulsória, se você estivesse interessado em negócios; agora ela é opcional, já que a pessoa pode escolher uma startup. Algumas pessoas se adaptam bem à vida em uma grande empresa, outras menos. É difícil ter certeza até que você experimente, e assim meu conselho é aceitar um emprego em uma grande empresa o mais cedo possível, e decidir o quanto você (des)gosta dele. A segunda mudança é que a vida profissional é tão longa, hoje, que não há pressa em acertar de primeira - o que me conduz ao meu segundo argumento. Se você tomar alguns caminhos errados, não fará diferença. Ao decidir trabalhar primeiro para a Procter & Gamble e depois para o BCG, Lesser preparou planilhas —e só no fim decidiu seguir o coração. Para mim as coisas foram diferentes. Trabalhei para o JPMorgan e para o "Financial Times" porque foram as duas únicas empresas que me ofereceram emprego. Parecia excelente motivo para escolhê-las. Continua a sê-lo, ainda hoje. PAULO MIGLIACCI
|
colunas
|
Conselhos de consultoria para carreira da geração milênio são problemáticosNa semana passada, encontrei por acaso um artigo do presidente-executivo do Boston Consulting Group (BCG) no qual ele aconselhava aos jovens profissionais na casa dos 20 anos sobre como "acelerar" suas carreiras. Rich Lesser baseou esses conselhos na carreira esplêndida, se bem que segura, que ele mesmo construiu —alguns anos na Procter & Gamble, seguidos por um MBA em Harvard, e depois 28 anos no BCG. Ao longo do caminho, ele falou a milhares de jovens, e sentiu que era hora de lhes dizer o que estavam fazendo de errado —e como deveriam agir para se tornarem mais parecidos com ele. O artigo foi publicado no LinkedIn meses atrás, mas o BCG se impressionou tanto com as percepções expostas por Lesser que continua a alardeá-las nas mídias sociais. No entanto, quando li o artigo até a conclusão —"com reflexão, foco e o compromisso de investir em você mesmo e fazer diferença, será possível encontrar o lugar certo para você"—, o tédio terminou superado pela preocupação. O conselho era muito, muito ruim, e eu senti que precisava proteger os jovens da casa dos 20 anos contra tentar segui-lo. A primeira dica que ele oferece é escolher "algo que você considere verdadeiramente empolgante e satisfatório". Isso parece razoável, mas a recomendação tem três coisas de errado. É banal —ninguém recomendaria um emprego frustrante e que cause nervosismo. Segundo, não ajuda em muita coisa, porque quando você tem pouco mais de 20 anos é difícil saber se você encontrará satisfação em um emprego até que o tente. Terceiro, isso estabelece expectativas elevadas demais. Mesmo os melhores empregos são empolgantes e satisfatórios de modo apenas intermitente. Por boa parte do tempo, são tediosos, frustrantes ou ambos. A diferença entre expectativa e realidade é o maior problema para a geração milênio, e Lesser deveria se esforçar por não aumentá-la. Em seguida ele sugere buscar um empregador que permita que o contratado aprenda coisas. "A casa dos 20 anos é um período único para desenvolver um conjunto de capacitações que durarão a vida inteira". Não, não é verdade. Nenhum conjunto de capacitações, para usar o termo dele, dura mais de uma ou duas décadas, excetuada, talvez, a capacidade de formar uma frase, fazer contas de adição e se relacionar bem com pessoas. Capacitações e experiências podem se desatualizar. O critério seguinte dele —será que poderei fazer diferença?— é ainda mais problemático. Não só essa é a pergunta errada para que uma pessoa de 20 e poucos anos faça, já que é impossível fazer diferença quando você está apenas começando, como é uma pergunta errada a fazer para pessoas de qualquer idade. Não estou certa do motivo para que tenhamos nos apegado a essa história de fazer diferença. A realidade é que tudo depende de que diferença a pessoa faça. A enfermeira de tratamento paliativo que cuidou do meu pai em seus últimos dias de vida, no hospital Whittington, fez uma diferença que jamais esquecerei. Da mesma forma, Sir Philip Green fez uma diferença que os pensionistas da BHS também demorarão muito a esquecer. Para a maioria dos escravos do salário, é difícil dizer que diferença fazemos, mas isso não torna nossas funções irrelevantes. Consultores de gestão fazem alguma diferença? Eu faço? Tudo depende de seu ponto de partida. Imagino que, hoje, eu esteja fazendo alguma diferença para Lesser —ainda que não uma diferença positiva. A questão final dele é a pior de todas: poderei encontrar equilíbrio? A resposta a isso é não, não existe esse tal de equilíbrio. Em lugar disso, cada trabalhador tem uma escolha: trabalhar o tempo todo ou não trabalhar o tempo todo. Seria melhor se o presidente-executivo de uma das maiores consultorias de gestão do planeta dissesse aos jovens na casa dos 20 anos que ele comanda uma empresa que explora o trabalho da elite, e que trabalhar lá requereria cancelar todos os encontros românticos, festas de aniversário e quaisquer outras formas de diversão a cada vez que o emprego assim exigir. Como Lesser, eu tive uma carreira segura e nada imaginosa, envolvendo apenas dois empregadores: O JPMorgan e o "Financial Times". Mas desde minha época, e a de Lesser, duas coisas importantes mudaram. Para nós, a vida em uma grande empresa era mais ou menos compulsória, se você estivesse interessado em negócios; agora ela é opcional, já que a pessoa pode escolher uma startup. Algumas pessoas se adaptam bem à vida em uma grande empresa, outras menos. É difícil ter certeza até que você experimente, e assim meu conselho é aceitar um emprego em uma grande empresa o mais cedo possível, e decidir o quanto você (des)gosta dele. A segunda mudança é que a vida profissional é tão longa, hoje, que não há pressa em acertar de primeira - o que me conduz ao meu segundo argumento. Se você tomar alguns caminhos errados, não fará diferença. Ao decidir trabalhar primeiro para a Procter & Gamble e depois para o BCG, Lesser preparou planilhas —e só no fim decidiu seguir o coração. Para mim as coisas foram diferentes. Trabalhei para o JPMorgan e para o "Financial Times" porque foram as duas únicas empresas que me ofereceram emprego. Parecia excelente motivo para escolhê-las. Continua a sê-lo, ainda hoje. PAULO MIGLIACCI
| 10 |
Livro narra a trajetória da cafetina Eny Cezarino e seu famoso bordel
|
A cidade de Bauru (SP) ganhou notoriedade por saciar a fome de muitos brasileiros. Lá nasceu o advogado e radialista Casemiro Pinto Neto, que em 1934 criou o famoso sanduíche batizado com o nome do município. Na década seguinte, Bauru ofereceu ao país outra combinação célebre -pelo menos para muitos homens. Do final dos anos 1940 ao começo dos 1980, funcionou na cidade do interior paulista um dos principais bordéis do Brasil, a Casa de Eny. O local chegou a reunir 30 prostitutas em seus tempos áureos e seduziu políticos, artistas, fazendeiros e empresários. Essa história é contada pelo jornalista Lucius de Mello no livro "Eny e o Grande Bordel Brasileiro", reeditado agora pela editora Planeta. Lançado originalmente há 13 anos, o trabalho volta às livrarias no começo de março com texto atualizado. A Planeta lança ainda um e-book com casos inéditos recolhidos pelo jornalista. Mello, 50, mudou-se para Bauru em 1988, para trabalhar como repórter da TV Globo, e passou 14 anos lá. Assim que chegou, só ouvia comentários sobre Eny, morta um ano antes, aos 70. "A cidade ainda estava em luto, as pessoas falavam dela com muito pesar. Fiquei muito interessado em saber mais e passei dez anos colhendo material", diz ele, hoje editor do programa "Domingo Espetacular", da TV Record. Eny Cezarino foi a mulher que virou Bauru de ponta-cabeça. Nasceu em 1917, em São Paulo, numa família de classe média de origem italiana. O avô de Eny era um italiano que aportou no Brasil em fins de 1884, contratado para soltar fogos no aniversário de São Paulo. O ramo italiano dos Cezarinos possuía uma larga experiência nos espetáculos pirotécnicos. A família esperava que Eny se casasse com um militar, mas ela tinha planos bem diferentes. Fugiu de casa e trabalhou como prostituta no Rio e em Porto Alegre, até finalmente chegar a Bauru. Quando a dona da pensão em que trabalhava decidiu passar o ponto, em 1947, Eny resolveu que era hora de iniciar seu próprio negócio. Levou ao mundo da prostituição um padrão de qualidade até então raro em qualquer bordel do país. Eny selecionava as mulheres a dedo, em viagens por cidades do interior de São Paulo e do sul do país. Quando sabia de algum concurso de beleza, tentava convencer a vencedora a trabalhar para ela. A cafetina comprava roupas de qualidade, pagava sessões quase diárias no cabeleireiro e levava as "meninas" ao cinema para copiarem o gestual de Sophia Loren e Elizabeth Taylor. O bordel de Eny impressionava ainda por seu aspecto suntuoso. Ocupava um casarão, no trevo de entrada da cidade, de 12 mil m², com 40 quartos, piscina, pista de dança em forma de violão, sauna, bar, restaurante e um belo jardim. "Não havia nada parecido com aquela casa", conta hoje o produtor de TV Guga Oliveira, 70, que passou por lá em uma noitada de 1978. "Era nacionalmente famosa, ia gente do país todo visitá-la, inclusive homens bem poderosos." Eny era um forte cabo eleitoral e vários políticos foram pedir seu apoio -e de quebra se divertir um pouco. POR CIMA DO MURO Um dos casos inéditos do livro traz um fato curioso: a relação de Eny com a apresentadora de programas de culinária Palmirinha Onofre, 83. Palmirinha nasceu em Bauru e passou parte da juventude num sítio próximo ao bordel. Curiosa para saber o que ocorria por trás dos altos muros, ela subia nas árvores para espionar a casa. "Mas nunca vi nada, as mulheres eram comportadas. De ficavam de maiô na piscina, tomando sol. Não deu para aprender nada", relembra. O livro conta que Eny ficou impressionada pela beleza e elegância de Palmirinha. Secretamente, sonhava em tê-la em seu grupo de "meninas". "Sério? Não sabia desse sucesso todo", declarou Palmirinha ao conversar com a Folha. "Eu prefiro a vida que eu levei, o sucesso na TV. Mas acho que cada um deve ser respeitado e ter a liberdade de fazer o que quiser." Para a população local, Eny possuía um lado demoníaco e outro angelical. Financiou diversas obras de caridade e encontrou famílias para crianças abandonadas. Ainda é uma presença forte na cidade. Há uns dois ou três anos o rosto dela foi grafitado no pátio da antiga estação de trem de Bauru. O local do casarão, hoje fechado e arruinado, é conhecido por todos como o "trevo da Eny" -um letreiro identificando o bordel permanece de pé. "Eny é um símbolo de Bauru, mas a cidade ainda a rejeita, por preconceito. Ela merecia uma estátua, por tudo que representou para a cidade", defende o historiador bauruense Henrique Perazzi de Aquino. O mito de Eny deve ganhar força em breve. Os roteiristas Walther Negrão, Suzana Pires e Júlio Fischer escreveram para a TV Globo uma minissérie em dez capítulos sobre ela. As gravações devem começar neste ano. ENY E O GRANDE BORDEL BRASILEIRO AUTOR Lucius de Mello EDITORA Planeta QUANTO R$ 44,90 (408 págs.); R$ 7,99 (e-book) A CASA DA MÃE ENY Alguns clientes famosos e uma vizinha do bordel, segundo o livro JÂNIO QUADROS (1917-1992) O ex-presidente era candidato a governador de SP em 1982 quando, em visita a Bauru, foi pedir apoio a Eny, grande cabo eleitoral. "Não sabia que em Bauru existiam áreas palacianas", gracejou, segundo o livro JOÃO GOULART (1919-1976) Em 1955, o futuro presidente fez comício em Bauru e depois foi ao bordel. Ficou encantado, relata Lucius de Mello. "A senhora precisa abrir uma filial desta pensão lá nos pampas", teria dito à cafetina VINICIUS DE MORAES (1913-1980) Conforme a pesquisa de Lucius de Mello, hospedou-se ao menos duas vezes na casa. "[Em Bauru] Posso até nem fazer show, mas deixar de passar na Eny, jamais!", dizia o poetinha, pelo relato do livro SÉRGIO REIS Esteve na casa três vezes, mas garante que nunca dormiu com as moças. Numa das ocasiões, desafiado por outro cliente, fez um show pelado no bordel PALMIRINHA A apresentadora morou perto do bordel na juventude. Costumava subir nas árvores para espionar as mulheres. "Mas nunca vi nada, elas eram comportadas. Não deu para aprender nada"
|
ilustrada
|
Livro narra a trajetória da cafetina Eny Cezarino e seu famoso bordelA cidade de Bauru (SP) ganhou notoriedade por saciar a fome de muitos brasileiros. Lá nasceu o advogado e radialista Casemiro Pinto Neto, que em 1934 criou o famoso sanduíche batizado com o nome do município. Na década seguinte, Bauru ofereceu ao país outra combinação célebre -pelo menos para muitos homens. Do final dos anos 1940 ao começo dos 1980, funcionou na cidade do interior paulista um dos principais bordéis do Brasil, a Casa de Eny. O local chegou a reunir 30 prostitutas em seus tempos áureos e seduziu políticos, artistas, fazendeiros e empresários. Essa história é contada pelo jornalista Lucius de Mello no livro "Eny e o Grande Bordel Brasileiro", reeditado agora pela editora Planeta. Lançado originalmente há 13 anos, o trabalho volta às livrarias no começo de março com texto atualizado. A Planeta lança ainda um e-book com casos inéditos recolhidos pelo jornalista. Mello, 50, mudou-se para Bauru em 1988, para trabalhar como repórter da TV Globo, e passou 14 anos lá. Assim que chegou, só ouvia comentários sobre Eny, morta um ano antes, aos 70. "A cidade ainda estava em luto, as pessoas falavam dela com muito pesar. Fiquei muito interessado em saber mais e passei dez anos colhendo material", diz ele, hoje editor do programa "Domingo Espetacular", da TV Record. Eny Cezarino foi a mulher que virou Bauru de ponta-cabeça. Nasceu em 1917, em São Paulo, numa família de classe média de origem italiana. O avô de Eny era um italiano que aportou no Brasil em fins de 1884, contratado para soltar fogos no aniversário de São Paulo. O ramo italiano dos Cezarinos possuía uma larga experiência nos espetáculos pirotécnicos. A família esperava que Eny se casasse com um militar, mas ela tinha planos bem diferentes. Fugiu de casa e trabalhou como prostituta no Rio e em Porto Alegre, até finalmente chegar a Bauru. Quando a dona da pensão em que trabalhava decidiu passar o ponto, em 1947, Eny resolveu que era hora de iniciar seu próprio negócio. Levou ao mundo da prostituição um padrão de qualidade até então raro em qualquer bordel do país. Eny selecionava as mulheres a dedo, em viagens por cidades do interior de São Paulo e do sul do país. Quando sabia de algum concurso de beleza, tentava convencer a vencedora a trabalhar para ela. A cafetina comprava roupas de qualidade, pagava sessões quase diárias no cabeleireiro e levava as "meninas" ao cinema para copiarem o gestual de Sophia Loren e Elizabeth Taylor. O bordel de Eny impressionava ainda por seu aspecto suntuoso. Ocupava um casarão, no trevo de entrada da cidade, de 12 mil m², com 40 quartos, piscina, pista de dança em forma de violão, sauna, bar, restaurante e um belo jardim. "Não havia nada parecido com aquela casa", conta hoje o produtor de TV Guga Oliveira, 70, que passou por lá em uma noitada de 1978. "Era nacionalmente famosa, ia gente do país todo visitá-la, inclusive homens bem poderosos." Eny era um forte cabo eleitoral e vários políticos foram pedir seu apoio -e de quebra se divertir um pouco. POR CIMA DO MURO Um dos casos inéditos do livro traz um fato curioso: a relação de Eny com a apresentadora de programas de culinária Palmirinha Onofre, 83. Palmirinha nasceu em Bauru e passou parte da juventude num sítio próximo ao bordel. Curiosa para saber o que ocorria por trás dos altos muros, ela subia nas árvores para espionar a casa. "Mas nunca vi nada, as mulheres eram comportadas. De ficavam de maiô na piscina, tomando sol. Não deu para aprender nada", relembra. O livro conta que Eny ficou impressionada pela beleza e elegância de Palmirinha. Secretamente, sonhava em tê-la em seu grupo de "meninas". "Sério? Não sabia desse sucesso todo", declarou Palmirinha ao conversar com a Folha. "Eu prefiro a vida que eu levei, o sucesso na TV. Mas acho que cada um deve ser respeitado e ter a liberdade de fazer o que quiser." Para a população local, Eny possuía um lado demoníaco e outro angelical. Financiou diversas obras de caridade e encontrou famílias para crianças abandonadas. Ainda é uma presença forte na cidade. Há uns dois ou três anos o rosto dela foi grafitado no pátio da antiga estação de trem de Bauru. O local do casarão, hoje fechado e arruinado, é conhecido por todos como o "trevo da Eny" -um letreiro identificando o bordel permanece de pé. "Eny é um símbolo de Bauru, mas a cidade ainda a rejeita, por preconceito. Ela merecia uma estátua, por tudo que representou para a cidade", defende o historiador bauruense Henrique Perazzi de Aquino. O mito de Eny deve ganhar força em breve. Os roteiristas Walther Negrão, Suzana Pires e Júlio Fischer escreveram para a TV Globo uma minissérie em dez capítulos sobre ela. As gravações devem começar neste ano. ENY E O GRANDE BORDEL BRASILEIRO AUTOR Lucius de Mello EDITORA Planeta QUANTO R$ 44,90 (408 págs.); R$ 7,99 (e-book) A CASA DA MÃE ENY Alguns clientes famosos e uma vizinha do bordel, segundo o livro JÂNIO QUADROS (1917-1992) O ex-presidente era candidato a governador de SP em 1982 quando, em visita a Bauru, foi pedir apoio a Eny, grande cabo eleitoral. "Não sabia que em Bauru existiam áreas palacianas", gracejou, segundo o livro JOÃO GOULART (1919-1976) Em 1955, o futuro presidente fez comício em Bauru e depois foi ao bordel. Ficou encantado, relata Lucius de Mello. "A senhora precisa abrir uma filial desta pensão lá nos pampas", teria dito à cafetina VINICIUS DE MORAES (1913-1980) Conforme a pesquisa de Lucius de Mello, hospedou-se ao menos duas vezes na casa. "[Em Bauru] Posso até nem fazer show, mas deixar de passar na Eny, jamais!", dizia o poetinha, pelo relato do livro SÉRGIO REIS Esteve na casa três vezes, mas garante que nunca dormiu com as moças. Numa das ocasiões, desafiado por outro cliente, fez um show pelado no bordel PALMIRINHA A apresentadora morou perto do bordel na juventude. Costumava subir nas árvores para espionar as mulheres. "Mas nunca vi nada, elas eram comportadas. Não deu para aprender nada"
| 1 |
Governo está tranquilo com ida de Cardozo a CPI, diz líder do governo
|
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta terça-feira (14) que a ida do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) à CPI da Petrobras gera "expectativa" e "tensão política", mas que o governo está tranquilo em relação a isso. Cardozo deve depor na sessão desta quarta (15). "Vejo [a ida de Cardozo] com a mais absoluta naturalidade. Ele é ministro da Justiça. Evidentemente que há grande expectativa sobre sua vinda, até por conta das operações que foram realizadas nesta manhã por parte da Polícia Federal", afirmou Guimarães, fazendo referência à nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça, em que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-ministros do primeiro governo Dilma Rousseff e políticos do PP. "Não tenho dimensão dessas operações, a não ser o que foi divulgado hoje. Evidentemente, não deixa de trazer tensão política, mas não traz preocupação ao governo", completou o petista. Para o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), a presença do ministro servirá para que a oposição o questione sobre temas como viagens presidenciais e agendas públicas de Dilma. "Acho que vai ser importante para a gente discutir temas relevantes como a última viagem internacional da presidente Dilma e a sua parada no Porto (em Portugal), em uma parada técnica secreta que só se tomou conhecimento depois que a imprensa revelou", disse. Dilma pernoitou na cidade portuguesa durante sua ida para a Rússia, mas a informação só constou da agenda oficial após ela já ter viajado. Questionado sobre se o exemplo citado não fugia do escopo das investigações da CPI, Mendonça discordou. "Eu não creio que foge do escopo da CPI. Até porque o grande tema do Legislativo, do Executivo e do Judiciário são as relações e inter-relações com a Operação Lava jato que está em curso em um processo pleno de investigação. Diante de um quadro como esse, a presidente tem que ter mais responsabilidade e cautela em suas agendas", disse. Cardozo foi convocado pelos parlamentares que integram a CPI da Petrobras na semana passada. A convocação provocou reclamações do Palácio do Planalto nos bastidores, mas foi negociada pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), em troca de poupar o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e os atuais ministros da presidente Dilma Rousseff. Cardozo será questionado pelos parlamentares sobre o caso da escuta ilegal encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef. Sindicância interna da Polícia Federal concluiu que a escuta estava inativa, mas dois policiais federais ouvidos pela CPI disseram que o equipamento funcionava e foi instalado sem autorização judicial.
|
poder
|
Governo está tranquilo com ida de Cardozo a CPI, diz líder do governoO líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta terça-feira (14) que a ida do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) à CPI da Petrobras gera "expectativa" e "tensão política", mas que o governo está tranquilo em relação a isso. Cardozo deve depor na sessão desta quarta (15). "Vejo [a ida de Cardozo] com a mais absoluta naturalidade. Ele é ministro da Justiça. Evidentemente que há grande expectativa sobre sua vinda, até por conta das operações que foram realizadas nesta manhã por parte da Polícia Federal", afirmou Guimarães, fazendo referência à nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça, em que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-ministros do primeiro governo Dilma Rousseff e políticos do PP. "Não tenho dimensão dessas operações, a não ser o que foi divulgado hoje. Evidentemente, não deixa de trazer tensão política, mas não traz preocupação ao governo", completou o petista. Para o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), a presença do ministro servirá para que a oposição o questione sobre temas como viagens presidenciais e agendas públicas de Dilma. "Acho que vai ser importante para a gente discutir temas relevantes como a última viagem internacional da presidente Dilma e a sua parada no Porto (em Portugal), em uma parada técnica secreta que só se tomou conhecimento depois que a imprensa revelou", disse. Dilma pernoitou na cidade portuguesa durante sua ida para a Rússia, mas a informação só constou da agenda oficial após ela já ter viajado. Questionado sobre se o exemplo citado não fugia do escopo das investigações da CPI, Mendonça discordou. "Eu não creio que foge do escopo da CPI. Até porque o grande tema do Legislativo, do Executivo e do Judiciário são as relações e inter-relações com a Operação Lava jato que está em curso em um processo pleno de investigação. Diante de um quadro como esse, a presidente tem que ter mais responsabilidade e cautela em suas agendas", disse. Cardozo foi convocado pelos parlamentares que integram a CPI da Petrobras na semana passada. A convocação provocou reclamações do Palácio do Planalto nos bastidores, mas foi negociada pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), em troca de poupar o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e os atuais ministros da presidente Dilma Rousseff. Cardozo será questionado pelos parlamentares sobre o caso da escuta ilegal encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef. Sindicância interna da Polícia Federal concluiu que a escuta estava inativa, mas dois policiais federais ouvidos pela CPI disseram que o equipamento funcionava e foi instalado sem autorização judicial.
| 0 |
A saga da Belinha
|
Não conheço a cadela. Tampouco as pessoas envolvidas no resgate. Mas acompanhei o drama desde o início, pelas redes sociais e por anúncios na mídia local. Belinha, uma charmosa vira-lata de olhos cor de mel e pelagem acinzentada, havia fugido da casa dos adotantes, no município de Alumínio. A cadela foi finalmente salva depois de 33 dias repletos de ansiedade por parte de protetores de animais, projetada nos relatos sobre os insistentes mutirões de busca. A foto dela estampou pensamentos meus durante dias. Circulava pela região de olho também na possibilidade de cruzar com seus caminhos. Conheci, ao ler narrativas sobre ações da Sociedade Protetora dos Animais de São Roque, nomes de bairros da área onde ocorreu a fuga: Colibri, Filgueiras, Oncinha. Entristeci ao me deparar com uma postagem responsável por destilar a frustração de ativistas: eles haviam recebido a informação do suposto paradeiro da Belinha, mas, ao vasculhar Vila Paraíso, em Alumínio, não a encontraram. A persistência e o compromisso com o destino da cadelinha prevaleceram, e a foto de Belinha com a legenda "encontrada", publicada nas redes sociais, ajudou a anunciar o final de uma desventura iniciada no dia 4 de outubro. A cadela retornou ao canil. Pelo que entendi, não sairá mais do radar dos seus protetores. O episódio provoca diversas reflexões, mas gostaria de enfatizar uma delas: a importância da mobilização da sociedade civil em áreas nas quais o poder público demonstra incompetência e ineficiência. Até onde sei, Belinha não contou com ajuda decisiva de instituições nos planos municipal, estadual ou federal. Seu destino dependeu e depende essencialmente de ativistas que se dispõem a não esperar pela ação governamental em um país onde recursos não são escassos. Escassas são as políticas e as iniciativas que recuperem a confiança da população no uso eficiente do dinheiro público.
|
colunas
|
A saga da BelinhaNão conheço a cadela. Tampouco as pessoas envolvidas no resgate. Mas acompanhei o drama desde o início, pelas redes sociais e por anúncios na mídia local. Belinha, uma charmosa vira-lata de olhos cor de mel e pelagem acinzentada, havia fugido da casa dos adotantes, no município de Alumínio. A cadela foi finalmente salva depois de 33 dias repletos de ansiedade por parte de protetores de animais, projetada nos relatos sobre os insistentes mutirões de busca. A foto dela estampou pensamentos meus durante dias. Circulava pela região de olho também na possibilidade de cruzar com seus caminhos. Conheci, ao ler narrativas sobre ações da Sociedade Protetora dos Animais de São Roque, nomes de bairros da área onde ocorreu a fuga: Colibri, Filgueiras, Oncinha. Entristeci ao me deparar com uma postagem responsável por destilar a frustração de ativistas: eles haviam recebido a informação do suposto paradeiro da Belinha, mas, ao vasculhar Vila Paraíso, em Alumínio, não a encontraram. A persistência e o compromisso com o destino da cadelinha prevaleceram, e a foto de Belinha com a legenda "encontrada", publicada nas redes sociais, ajudou a anunciar o final de uma desventura iniciada no dia 4 de outubro. A cadela retornou ao canil. Pelo que entendi, não sairá mais do radar dos seus protetores. O episódio provoca diversas reflexões, mas gostaria de enfatizar uma delas: a importância da mobilização da sociedade civil em áreas nas quais o poder público demonstra incompetência e ineficiência. Até onde sei, Belinha não contou com ajuda decisiva de instituições nos planos municipal, estadual ou federal. Seu destino dependeu e depende essencialmente de ativistas que se dispõem a não esperar pela ação governamental em um país onde recursos não são escassos. Escassas são as políticas e as iniciativas que recuperem a confiança da população no uso eficiente do dinheiro público.
| 10 |
Semana em São Paulo tem balada com Céu, cinema no quintal da Casa das Rosas e festival esotérico
|
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO DOMINGO (31/7) Da 'terrinha' | Queijadinhas, pasteis de Belém, alheiras e outros quitutes portugueses serão alguns dos itens disponíveis no cardápio da Portugal Fest. Em sua terceira edição, o evento que termina neste domingo leva à Mooca não só comida, mas também música e danças lusitanas. Portugal Fest Mooca. R. Taquari, 549, Mooca, região leste. Dom.: 10h às 20h. GRÁTIS * SEGUNDA (1º/8) Abrindo os trabalhos | Celebrando seu 14º aniversário, o já tradicional e sem frescuras Bar da Dida, nos Jardins, promove noite ao ar livre com rock ao vivo. Couvert de R$ 15. Bar da Dida. R. Dr. Melo Alves, 98, Jardins, tel. 3088-7177. A partir das 18h30. * TERÇA (2/8) Barro, madeira e tinta | A arte popular brasileira produzida desde a década de 1940 é o foco da mostra "Entreolhares". A exposição reúne cerca de 200 obras que pertencem a coleções públicas e particulares. Entre elas estão carrancas feitas por Mestre Guarany e cerâmicas do pernambucano Mestre Vitalino. Museu Afro Brasil. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10, parque Ibirapuera, tel. 3320-8900. Ter. a dom.: 10h às 17h. Ingr.: R$ 6 (Sáb.: Grátis). Até 7/8. * QUARTA (3/8) Big band erudita | A Orquestra Jazz Sinfônica recebe a cantora Lívia Nestrovski em concerto no qual serão interpretadas versões criadas pelo compositor paulista Carlos Rennó com base em sucessos dos músicos americanos Cole Porter e George Gershwin. Sala São Paulo. Pça.Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3223-3966.1.484 lugares. Qua.: 21h. Ingr.: R$ 50 a R$ 120 p/ www.ingressorapido.com.br * QUINTA (4/8) 'Jardim Paradiso' | A Casa das Rosas promove em seu quintal uma sessão do filme "Amor nos Tempos de Cólera" (2007), de Mike Newell. Inspirado no romance de Gabriel García Marquez, o longa tem Fernanda Montenegro e Javier Barden no elenco. Haverá cadeiras disponíveis, mas o público também pode se acomodar no chão. Casa das Rosas. Av. Paulista, 37, tel. 3285-6986. Qui.: 19h30. GRÁTIS * SEXTA (5/8) Show balada | A cantora Céu é uma das atrações da noite que celebra o segundo ano da festa Sexta Básica. Além dela, que neste ano lançou "Tropix", seu quarto disco em estúdio, sobem ao palco o grupo Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, Otto e Tulipa Ruiz. Por motivos de saúde, Luiz Melodia cancelou sua participação. Audioclub. Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, região oeste, tel. 3862-8279. Sex.: abertura dos portões às 22h. Ingr.: R$ 50 a R$ 80 p/ www.ticket360.com.br * SÁBADO (6/8) Acredite se quiser | O Encontro Místico de Embu das Artes chega à terceira edição. O evento oferece venda de produtos esotéricos, danças ciganas, tarô, numerologia, leitura de borra de café, búzios e outros tipos de oráculos. Também haverá palestras sobre temas diversos. Veja a programação completa em http://bit.ly/2aixgMV. Parque Francisco Rizzo. R. Alberto Giosa, 390, Embu das Artes, tel. 4704-4710. Sáb.: 10h às 19h. GRÁTIS
|
saopaulo
|
Semana em São Paulo tem balada com Céu, cinema no quintal da Casa das Rosas e festival esotéricoBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO DOMINGO (31/7) Da 'terrinha' | Queijadinhas, pasteis de Belém, alheiras e outros quitutes portugueses serão alguns dos itens disponíveis no cardápio da Portugal Fest. Em sua terceira edição, o evento que termina neste domingo leva à Mooca não só comida, mas também música e danças lusitanas. Portugal Fest Mooca. R. Taquari, 549, Mooca, região leste. Dom.: 10h às 20h. GRÁTIS * SEGUNDA (1º/8) Abrindo os trabalhos | Celebrando seu 14º aniversário, o já tradicional e sem frescuras Bar da Dida, nos Jardins, promove noite ao ar livre com rock ao vivo. Couvert de R$ 15. Bar da Dida. R. Dr. Melo Alves, 98, Jardins, tel. 3088-7177. A partir das 18h30. * TERÇA (2/8) Barro, madeira e tinta | A arte popular brasileira produzida desde a década de 1940 é o foco da mostra "Entreolhares". A exposição reúne cerca de 200 obras que pertencem a coleções públicas e particulares. Entre elas estão carrancas feitas por Mestre Guarany e cerâmicas do pernambucano Mestre Vitalino. Museu Afro Brasil. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10, parque Ibirapuera, tel. 3320-8900. Ter. a dom.: 10h às 17h. Ingr.: R$ 6 (Sáb.: Grátis). Até 7/8. * QUARTA (3/8) Big band erudita | A Orquestra Jazz Sinfônica recebe a cantora Lívia Nestrovski em concerto no qual serão interpretadas versões criadas pelo compositor paulista Carlos Rennó com base em sucessos dos músicos americanos Cole Porter e George Gershwin. Sala São Paulo. Pça.Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3223-3966.1.484 lugares. Qua.: 21h. Ingr.: R$ 50 a R$ 120 p/ www.ingressorapido.com.br * QUINTA (4/8) 'Jardim Paradiso' | A Casa das Rosas promove em seu quintal uma sessão do filme "Amor nos Tempos de Cólera" (2007), de Mike Newell. Inspirado no romance de Gabriel García Marquez, o longa tem Fernanda Montenegro e Javier Barden no elenco. Haverá cadeiras disponíveis, mas o público também pode se acomodar no chão. Casa das Rosas. Av. Paulista, 37, tel. 3285-6986. Qui.: 19h30. GRÁTIS * SEXTA (5/8) Show balada | A cantora Céu é uma das atrações da noite que celebra o segundo ano da festa Sexta Básica. Além dela, que neste ano lançou "Tropix", seu quarto disco em estúdio, sobem ao palco o grupo Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, Otto e Tulipa Ruiz. Por motivos de saúde, Luiz Melodia cancelou sua participação. Audioclub. Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, região oeste, tel. 3862-8279. Sex.: abertura dos portões às 22h. Ingr.: R$ 50 a R$ 80 p/ www.ticket360.com.br * SÁBADO (6/8) Acredite se quiser | O Encontro Místico de Embu das Artes chega à terceira edição. O evento oferece venda de produtos esotéricos, danças ciganas, tarô, numerologia, leitura de borra de café, búzios e outros tipos de oráculos. Também haverá palestras sobre temas diversos. Veja a programação completa em http://bit.ly/2aixgMV. Parque Francisco Rizzo. R. Alberto Giosa, 390, Embu das Artes, tel. 4704-4710. Sáb.: 10h às 19h. GRÁTIS
| 17 |
Ex-chef do restaurante nº1 do mundo leva 'culinária social' para Bolívia
|
O dinamarquês Noma, restaurante considerado o melhor do mundo quatro vezes pela revista inglesa "Restaurant", foi aberto em 2003 e nasceu da visão dos chefs Claus Mayer e René Redzepi de valorizar a biodiversidade nórdica e as técnicas de preparo regionais e de respeitar os produtos e as temporadas impostos pela natureza. A receita foi exportada –e para um destino nada óbvio. Desde 2013, a Bolívia é o novo eldorado de Claus Meyer. E, no caso do projeto no país vizinho, também um empenho em impactar a sociedade com o fortalecimento de sua cultura gastronômica e capacitação de jovens talentos. O restaurante Gustu é a mais forte e vistosa ponta do tripé do "Melting Pot Bolívia", projeto gastronômico e social fundado por Meyer na Bolívia. O nome significa "sabor" em aymara, uma das línguas indígenas oficiais do Estado plurinacional. Em menos de dois anos, a casa foi eleita pela mesma "Restaurant" a 32ª melhor da América Latina. Uma conquista com sabor bem boliviano: todos os ingredientes usados têm origem no país e isso vale também para as bebidas (caso dos vinhos de Tarija e da bolivianíssima aguardente de uva chamada singani), assim como equipamentos do salão (exceto louça e prataria). A língua oficial da equipe também é o castelhano. Mesmo para estrangeiros como a chef dinamarquesa radicada em La Paz, Kamilla Seidler, responsável por implantar a filosofia de Claus no Gustu. "Eu não tenho a menor ideia de como a comida boliviana deve ser! Nem eu, nem Kamilla, sabemos como cozinhar os produtos que temos aqui", diz o chef dinamarquês. "O que sabemos é que temos que comprar do fazendeiro, ter biodiversidade, respeitar as temporadas. Mas ela vai se criar, se desenvolver em sua própria linguagem." Nos menus-degustação, servidos em três versões, a entrada pode ter uma fresquíssima truta do lago Titicaca defumada e, nos pratos principais, é possível provar carnes exóticas. A de alpaca, uma espécie de parente sul-americano dos camelos, é servida como charque desfiado, com palmito fresco e gema de ovo, e a de lhama, em medalhões com raiz de cactos. Entre as sobremesas, há sorvete de chirimoya, conhecida no Brasil como fruta-do-conde. "MELTING POT SOCIAL" Das paredes do Gustu para fora existem dois grandes projetos de fundo social tocados por profissionais de gestão e professores de gastronomia, com foco em formação e treinamento de cozinheiros –as outras duas pontas do tripé. O mais abrangente é o Manq'a, um centro de formação de profissionais de cozinha que capta jovens de baixa renda entre 16 e 28 anos. Por enquanto, há uma unidade (de 14 previstas até o final de 2016) em El Alto, carente cidade satélite de La Paz. O objetivo é dar oportunidades –"queremos empoderar a comunidade e criar a cultura do empreendedorismo", afirma o coordenador Gilberto Bejarano– e há integração com o Gustu: os cinco melhores de cada turma ganham estágio no restaurante. O terceiro vértice do projeto é o Suma Phayata, também voltado à capacitação profissional. Ainda recém-nascido, elegeu as cinco melhores comidas de rua de La Paz. São exemplos os populares sanduíches de chola da Plaza de las Cholas, com pão tipo sarnita, macio e arredondado, pernil e molho ají, e o choripan de D. Elvira, do Mercado Lanza, com pão tipo marraqueta, que lembra o nosso pão francês, linguiça artesanal e molhos caseiros. Comandados por mulheres, os postos passaram por avaliação de especialistas que sugeriram melhorias de métodos e técnicas das tradicionalíssimas "comidas callejeras paceñas", as comidas de rua de La Paz. "Faço isso para melhorar a sociedade. Acho que fiz isso na minha e agora quero fazer isso por uma comunidade mais pobre. E, por causa da biodiversidade e do potencial da cultura gastronômica, a Bolívia é o lugar certo para isso", conclui Meyer. GLOSSÁRIO GRÃOS: assim como no Brasil, arroz e trigo estão bem presentes na cozinha boliviana, mas o grão mais popular por lá é o milho: há cerca de 1.500 tipos de "maíces" no país. A Bolívia também é conhecida por ser a terra da quinoa. TUBÉRCULOS: se o Brasil é o país da mandioca, a Bolívia (em dobradinha com o Peru) é o da batata. Já foram catalogadas 1.555 espécies distintas de "papas" e tubérculos, como a roxa "la oca" e a adocicada yacon. PEIXES: sem acesso ao mar, na Bolívia se consomem quase que exclusivamente peixes de rio. O mais popular deles é a truta, abundante no lago Titicaca, além dos amazônicos surubim e sábalo, conhecido no Brasil como curimbatá. CARNES: o mapa da carne na Bolívia é semelhante ao do Brasil: frango, bovina e suína são, nessa ordem, as mais consumidas –e com curva ascendente de vendas. Na alta gastronomia, o país tem duas joias: lhamas e alpacas. VINHO: do principal departamento vinícola da Bolívia, Tarija, a 2.000 metros de altura, saem vinhos de uvas merlot e petit verdot. Mas a bebida de uva mais típica é a Singani, aguardente feita a partir da moscatel.
|
comida
|
Ex-chef do restaurante nº1 do mundo leva 'culinária social' para BolíviaO dinamarquês Noma, restaurante considerado o melhor do mundo quatro vezes pela revista inglesa "Restaurant", foi aberto em 2003 e nasceu da visão dos chefs Claus Mayer e René Redzepi de valorizar a biodiversidade nórdica e as técnicas de preparo regionais e de respeitar os produtos e as temporadas impostos pela natureza. A receita foi exportada –e para um destino nada óbvio. Desde 2013, a Bolívia é o novo eldorado de Claus Meyer. E, no caso do projeto no país vizinho, também um empenho em impactar a sociedade com o fortalecimento de sua cultura gastronômica e capacitação de jovens talentos. O restaurante Gustu é a mais forte e vistosa ponta do tripé do "Melting Pot Bolívia", projeto gastronômico e social fundado por Meyer na Bolívia. O nome significa "sabor" em aymara, uma das línguas indígenas oficiais do Estado plurinacional. Em menos de dois anos, a casa foi eleita pela mesma "Restaurant" a 32ª melhor da América Latina. Uma conquista com sabor bem boliviano: todos os ingredientes usados têm origem no país e isso vale também para as bebidas (caso dos vinhos de Tarija e da bolivianíssima aguardente de uva chamada singani), assim como equipamentos do salão (exceto louça e prataria). A língua oficial da equipe também é o castelhano. Mesmo para estrangeiros como a chef dinamarquesa radicada em La Paz, Kamilla Seidler, responsável por implantar a filosofia de Claus no Gustu. "Eu não tenho a menor ideia de como a comida boliviana deve ser! Nem eu, nem Kamilla, sabemos como cozinhar os produtos que temos aqui", diz o chef dinamarquês. "O que sabemos é que temos que comprar do fazendeiro, ter biodiversidade, respeitar as temporadas. Mas ela vai se criar, se desenvolver em sua própria linguagem." Nos menus-degustação, servidos em três versões, a entrada pode ter uma fresquíssima truta do lago Titicaca defumada e, nos pratos principais, é possível provar carnes exóticas. A de alpaca, uma espécie de parente sul-americano dos camelos, é servida como charque desfiado, com palmito fresco e gema de ovo, e a de lhama, em medalhões com raiz de cactos. Entre as sobremesas, há sorvete de chirimoya, conhecida no Brasil como fruta-do-conde. "MELTING POT SOCIAL" Das paredes do Gustu para fora existem dois grandes projetos de fundo social tocados por profissionais de gestão e professores de gastronomia, com foco em formação e treinamento de cozinheiros –as outras duas pontas do tripé. O mais abrangente é o Manq'a, um centro de formação de profissionais de cozinha que capta jovens de baixa renda entre 16 e 28 anos. Por enquanto, há uma unidade (de 14 previstas até o final de 2016) em El Alto, carente cidade satélite de La Paz. O objetivo é dar oportunidades –"queremos empoderar a comunidade e criar a cultura do empreendedorismo", afirma o coordenador Gilberto Bejarano– e há integração com o Gustu: os cinco melhores de cada turma ganham estágio no restaurante. O terceiro vértice do projeto é o Suma Phayata, também voltado à capacitação profissional. Ainda recém-nascido, elegeu as cinco melhores comidas de rua de La Paz. São exemplos os populares sanduíches de chola da Plaza de las Cholas, com pão tipo sarnita, macio e arredondado, pernil e molho ají, e o choripan de D. Elvira, do Mercado Lanza, com pão tipo marraqueta, que lembra o nosso pão francês, linguiça artesanal e molhos caseiros. Comandados por mulheres, os postos passaram por avaliação de especialistas que sugeriram melhorias de métodos e técnicas das tradicionalíssimas "comidas callejeras paceñas", as comidas de rua de La Paz. "Faço isso para melhorar a sociedade. Acho que fiz isso na minha e agora quero fazer isso por uma comunidade mais pobre. E, por causa da biodiversidade e do potencial da cultura gastronômica, a Bolívia é o lugar certo para isso", conclui Meyer. GLOSSÁRIO GRÃOS: assim como no Brasil, arroz e trigo estão bem presentes na cozinha boliviana, mas o grão mais popular por lá é o milho: há cerca de 1.500 tipos de "maíces" no país. A Bolívia também é conhecida por ser a terra da quinoa. TUBÉRCULOS: se o Brasil é o país da mandioca, a Bolívia (em dobradinha com o Peru) é o da batata. Já foram catalogadas 1.555 espécies distintas de "papas" e tubérculos, como a roxa "la oca" e a adocicada yacon. PEIXES: sem acesso ao mar, na Bolívia se consomem quase que exclusivamente peixes de rio. O mais popular deles é a truta, abundante no lago Titicaca, além dos amazônicos surubim e sábalo, conhecido no Brasil como curimbatá. CARNES: o mapa da carne na Bolívia é semelhante ao do Brasil: frango, bovina e suína são, nessa ordem, as mais consumidas –e com curva ascendente de vendas. Na alta gastronomia, o país tem duas joias: lhamas e alpacas. VINHO: do principal departamento vinícola da Bolívia, Tarija, a 2.000 metros de altura, saem vinhos de uvas merlot e petit verdot. Mas a bebida de uva mais típica é a Singani, aguardente feita a partir da moscatel.
| 26 |
O apartamento pichado do Sex Pistols é oficialmente um marco punk de Londres
|
No começo do ano, visitamos o apartamento de Jimi Hendrix na Mayfair, onde ele pagava apenas £30 por uma semana de aluguel com a então namorada Kathy Etchingham em 1968. Desde então, Etchingham abriu a casa em Brook Street para o público, lotando o espaço com talismãs das viagens do casal para o mercado de Portobello Road, recriando como o apartamento era quando o rockstar estourou. Como você pode imaginar, o apartamento dos anos 70 dos Sex Pistols não tem o mesmo charme do lar boêmio de Jimi, mas o antigo flat da icônica banda de punk se tornou o mais novo marco histórico de Londres. Segundo o Guardian, os dois prédios do século 17 da Denmark Street em Londres receberam recentemente o status Grade II* - "a segunda mais alta categoria, que inclui apenas 5,5% dos prédios históricos". Um dos apartamentos, no número 6 da Denmark Street, foi a base da banda durante o auge do punk nos anos 70, e ainda conta com os rabiscos na parede de Johnny Rotten, incluindo uma caricatura do empresário da banda, Malcolm McLaren. "O propósito é listar o lugar entre as coisas de importância histórica e cultural, e acho que o punk é uma parte muito importante da história da nossa cultura, então reconhecemos o apartamento na lista", disse Posy Metz, a consultora da lista que sugeriu o prédio. O jornal aponta que a significância histórica da Denmark Street não acaba nos oito prédios construídos entre 1686 e 1691 que ainda sobrevivem - o lugar também têm uma rica história musical. "Foi lá que os Rolling Stones gravaram seu primeiro álbum; onde David Bowie acampou numa ambulância convertida esperando conhecer as pessoas certas; e onde Elton John, no telhado, escreveu 'Your Song'." O filho de McLaren e Vivienne Westwood, Joe Corré, anunciou recentemente seus planos de queimar sua herança punk de $7 milhões depois da notícia da celebração paradoxal dos 40 anos do gênero por instituições britânicas, que culmina no dia 26 de novembro. A gente queria sugerir o quintal do prédio na Denmark Street para a fogueira - já que o pai dele pagava o aluguel entre 1975 e 1977 - mas segundo uma pesquisa no Google Maps, o prédio não tem quintal. Tradução MARINA SCHNOOR
|
turismo
|
O apartamento pichado do Sex Pistols é oficialmente um marco punk de LondresNo começo do ano, visitamos o apartamento de Jimi Hendrix na Mayfair, onde ele pagava apenas £30 por uma semana de aluguel com a então namorada Kathy Etchingham em 1968. Desde então, Etchingham abriu a casa em Brook Street para o público, lotando o espaço com talismãs das viagens do casal para o mercado de Portobello Road, recriando como o apartamento era quando o rockstar estourou. Como você pode imaginar, o apartamento dos anos 70 dos Sex Pistols não tem o mesmo charme do lar boêmio de Jimi, mas o antigo flat da icônica banda de punk se tornou o mais novo marco histórico de Londres. Segundo o Guardian, os dois prédios do século 17 da Denmark Street em Londres receberam recentemente o status Grade II* - "a segunda mais alta categoria, que inclui apenas 5,5% dos prédios históricos". Um dos apartamentos, no número 6 da Denmark Street, foi a base da banda durante o auge do punk nos anos 70, e ainda conta com os rabiscos na parede de Johnny Rotten, incluindo uma caricatura do empresário da banda, Malcolm McLaren. "O propósito é listar o lugar entre as coisas de importância histórica e cultural, e acho que o punk é uma parte muito importante da história da nossa cultura, então reconhecemos o apartamento na lista", disse Posy Metz, a consultora da lista que sugeriu o prédio. O jornal aponta que a significância histórica da Denmark Street não acaba nos oito prédios construídos entre 1686 e 1691 que ainda sobrevivem - o lugar também têm uma rica história musical. "Foi lá que os Rolling Stones gravaram seu primeiro álbum; onde David Bowie acampou numa ambulância convertida esperando conhecer as pessoas certas; e onde Elton John, no telhado, escreveu 'Your Song'." O filho de McLaren e Vivienne Westwood, Joe Corré, anunciou recentemente seus planos de queimar sua herança punk de $7 milhões depois da notícia da celebração paradoxal dos 40 anos do gênero por instituições britânicas, que culmina no dia 26 de novembro. A gente queria sugerir o quintal do prédio na Denmark Street para a fogueira - já que o pai dele pagava o aluguel entre 1975 e 1977 - mas segundo uma pesquisa no Google Maps, o prédio não tem quintal. Tradução MARINA SCHNOOR
| 20 |
Renan quer agendar votação sobre Fachin para próxima terça
|
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que vai agendar para a próxima terça-feira (19) a votação da indicação de Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal) no plenário da Casa. Renan não deu detalhes dos motivos para deixar a análise da indicação para a semana que vem. "A prudência recomenda esse calendário", disse o senador. Fachin, que foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para ser o próximo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), está sendo sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (acompanhe ao vivo). Se, terminada a audiência, a comissão votar a indicação, a pauta fica de imediato para ser apreciada pelo plenário do Senado. A palavra final sobre a indicação será do plenário, mesmo que a comissão rejeite a indicação de Fachin.
|
poder
|
Renan quer agendar votação sobre Fachin para próxima terçaO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que vai agendar para a próxima terça-feira (19) a votação da indicação de Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal) no plenário da Casa. Renan não deu detalhes dos motivos para deixar a análise da indicação para a semana que vem. "A prudência recomenda esse calendário", disse o senador. Fachin, que foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para ser o próximo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), está sendo sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (acompanhe ao vivo). Se, terminada a audiência, a comissão votar a indicação, a pauta fica de imediato para ser apreciada pelo plenário do Senado. A palavra final sobre a indicação será do plenário, mesmo que a comissão rejeite a indicação de Fachin.
| 0 |
Prefeitura de SP quer diminuir para 60 dias fila para exame e consulta
|
Após patinar na promessa de acabar com a longa espera da fila da saúde na rede municipal, a gestão Fernando Haddad (PT) fixou a meta de chegar, até 2017, a uma demora de no máximo 60 dias para que um paciente do SUS consiga uma consulta ou exame. O último dado sobre a fila, de julho, mostrava uma espera de 205 dias para consultas e de 124 dias para exames. A nova meta, que não consta do plano de governo de Haddad, foi estabelecida pela Secretaria Municipal da Saúde no desenvolvimento de um plano com conselhos municipais e subprefeituras. O secretário adjunto da pasta, Paulo de Tarso Puccini, diz que a orientação é que os médicos solucionem mais casos no primeiro atendimento básico, evitando atolar a fila de especialidades. "Com isso, uma espera aceitável seria entre 30 e 60 dias no máximo na rede pública." A prefeitura não informa dados da demora atual nem do começo da gestão, mas há relatos de longas esperas. A dona-de-casa Edilene Soares aguarda há um ano a cirurgia para a fimose de seu filho Pedro, 2. A aposentada Erminda Maria Carvalho, 83, conta que estava com problemas no aparelho de audição em janeiro, mas só conseguiu a consulta do otorrino para abril. Maria Eunice Belmino da Silva, 64, chegou a esperar oito meses por uma consulta com um cardiologista. MAIS UNIDADES O novo plano discutido pela pasta também fixou metas específicas para alguns procedimentos -como queda em 50% do tempo de espera para vasectomia e laqueadura. Outros objetivos são regionais, como a diminuição da demora de procedimentos cirúrgicos de média complexidade de dois anos para seis meses em Cidade Tiradentes, distrito da zona leste. Lideranças na área de saúde avaliam que a verdadeira diminuição da fila será alcançada só com a criação de novas unidades de atendimento prometidas por Haddad. Apenas 10 das 32 unidades da Rede Hora Certa já foram concluídas. Das 43 Unidades Básicas de Saúde prometidas, apenas 4 foram entregues. "Os sistemas de aviso não diminuíram a fila de espera como o esperado e isso era uma aposta de todos", diz o promotor Arthur Pinto Filho, que atua na área de saúde pública. "Só quando essa rede de atendimento se estruturar, com novos hospitais, é que vamos dar conta do problema." Paulo Spina, do Fórum Popular de Saúde, concorda. "A prefeitura tem essa visão de que a melhoria da gestão pode melhorar a situação, mas a verdade é que falta tudo, hospitais, médicos."
|
cotidiano
|
Prefeitura de SP quer diminuir para 60 dias fila para exame e consultaApós patinar na promessa de acabar com a longa espera da fila da saúde na rede municipal, a gestão Fernando Haddad (PT) fixou a meta de chegar, até 2017, a uma demora de no máximo 60 dias para que um paciente do SUS consiga uma consulta ou exame. O último dado sobre a fila, de julho, mostrava uma espera de 205 dias para consultas e de 124 dias para exames. A nova meta, que não consta do plano de governo de Haddad, foi estabelecida pela Secretaria Municipal da Saúde no desenvolvimento de um plano com conselhos municipais e subprefeituras. O secretário adjunto da pasta, Paulo de Tarso Puccini, diz que a orientação é que os médicos solucionem mais casos no primeiro atendimento básico, evitando atolar a fila de especialidades. "Com isso, uma espera aceitável seria entre 30 e 60 dias no máximo na rede pública." A prefeitura não informa dados da demora atual nem do começo da gestão, mas há relatos de longas esperas. A dona-de-casa Edilene Soares aguarda há um ano a cirurgia para a fimose de seu filho Pedro, 2. A aposentada Erminda Maria Carvalho, 83, conta que estava com problemas no aparelho de audição em janeiro, mas só conseguiu a consulta do otorrino para abril. Maria Eunice Belmino da Silva, 64, chegou a esperar oito meses por uma consulta com um cardiologista. MAIS UNIDADES O novo plano discutido pela pasta também fixou metas específicas para alguns procedimentos -como queda em 50% do tempo de espera para vasectomia e laqueadura. Outros objetivos são regionais, como a diminuição da demora de procedimentos cirúrgicos de média complexidade de dois anos para seis meses em Cidade Tiradentes, distrito da zona leste. Lideranças na área de saúde avaliam que a verdadeira diminuição da fila será alcançada só com a criação de novas unidades de atendimento prometidas por Haddad. Apenas 10 das 32 unidades da Rede Hora Certa já foram concluídas. Das 43 Unidades Básicas de Saúde prometidas, apenas 4 foram entregues. "Os sistemas de aviso não diminuíram a fila de espera como o esperado e isso era uma aposta de todos", diz o promotor Arthur Pinto Filho, que atua na área de saúde pública. "Só quando essa rede de atendimento se estruturar, com novos hospitais, é que vamos dar conta do problema." Paulo Spina, do Fórum Popular de Saúde, concorda. "A prefeitura tem essa visão de que a melhoria da gestão pode melhorar a situação, mas a verdade é que falta tudo, hospitais, médicos."
| 6 |
Dirigentes do PT chamam reunião de emergência em SP
|
Dirigentes do PT fazem uma reunião de emergência nesta sexta-feira (4) em São Paulo para discutir reações à operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior líder do partido. Dirigentes do Instituto Lula se concentram no PT e estão convocando militantes, parlamentares e movimentos sociais para um ato na porta do diretório nacional do partido. Há expectativa de que o próprio Lula vá para o PT após seu depoimento. Para dirigentes da sigla, a Operação Aletheia criou um "espetáculo sem necessidade", com "agentes armados até os dentes" na porta do prédio de Lula. Os petistas lembram que o ex-presidente já prestou depoimentos outras vezes quando foi chamado e dizem que não havia necessidade da condução coercitiva. O partido deve discutir a realização de atos de rua em resposta à operação. A avaliação inicial é que a operação é também uma reação ao discurso de Lula do último fim de semana, quando ele se voltou contra as investigações no aniversário do PT. Veem na ação, ainda, uma tentativa de a Polícia Federal reafirmar sua autoridade depois da substituição de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça por Wellington Lima, nome indicado por Jaques Wagner (Casa Civil). PELA INTERNET O partido fez sua convocação na rede social. "Twitter oficial do Pt: #lulapresopolitico não podemos deixar barato. Precisamos todos reagir. Agora!" Já o presidente estadual do PT, Emidio de Souza, convocou petistas pelo mealing do partido. Ele recomendou que os militantes cancelassem suas agendas. Há manifestações populares em frente às casas de Lula, Lulinha e no Instituto Lula.
|
poder
|
Dirigentes do PT chamam reunião de emergência em SPDirigentes do PT fazem uma reunião de emergência nesta sexta-feira (4) em São Paulo para discutir reações à operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior líder do partido. Dirigentes do Instituto Lula se concentram no PT e estão convocando militantes, parlamentares e movimentos sociais para um ato na porta do diretório nacional do partido. Há expectativa de que o próprio Lula vá para o PT após seu depoimento. Para dirigentes da sigla, a Operação Aletheia criou um "espetáculo sem necessidade", com "agentes armados até os dentes" na porta do prédio de Lula. Os petistas lembram que o ex-presidente já prestou depoimentos outras vezes quando foi chamado e dizem que não havia necessidade da condução coercitiva. O partido deve discutir a realização de atos de rua em resposta à operação. A avaliação inicial é que a operação é também uma reação ao discurso de Lula do último fim de semana, quando ele se voltou contra as investigações no aniversário do PT. Veem na ação, ainda, uma tentativa de a Polícia Federal reafirmar sua autoridade depois da substituição de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça por Wellington Lima, nome indicado por Jaques Wagner (Casa Civil). PELA INTERNET O partido fez sua convocação na rede social. "Twitter oficial do Pt: #lulapresopolitico não podemos deixar barato. Precisamos todos reagir. Agora!" Já o presidente estadual do PT, Emidio de Souza, convocou petistas pelo mealing do partido. Ele recomendou que os militantes cancelassem suas agendas. Há manifestações populares em frente às casas de Lula, Lulinha e no Instituto Lula.
| 0 |
Fundo americano perde R$ 1,2 bi com empresa do Brasil envolvida em corrupção
|
Em maio de 2015, o chefe do bilionário fundo americano KKR para a América Latina, Jorge Fergie, estava em seu escritório em São Paulo quando um e-mail piscou na tela do computador. Fergie não reconheceu o remetente, mas o assunto chamou a sua atenção: "Aceco TI". Na mensagem, um delator anônimo dizia que a empresa brasileira, especializada em criar ambientes seguros para armazenagem de dados e recém-adquirida pelo KKR, fraudava o balanço para inflar lucros e subornava funcionários públicos no Brasil e no exterior para obter contratos. O delator citava como exemplo um data center feito para a estatal de telecomunicações do Equador. Garantia que a Aceco perdera US$ 10 milhões com o projeto, sem registro contábil. Fergie tomou um susto. Somente alguém de dentro da empresa podia ter tantos detalhes. O que o executivo ainda não sabia é que o caso era apenas um dos problemas que teria de explicar a seus superiores em Nova York. Uma investigação feita pela consultoria KPMG para o KKR descobriu que, entre 2012 e 2014, a Aceco pagou R$ 57 milhões a consultorias, escritórios de advocacia e outras firmas que podem ter sido usadas para repassar propina. Quase um ano antes, em junho de 2014, o KKR havia adquirido 87% da Aceco por US$ 500 milhões (R$ 1,2 bilhão). A empresa pertencia à família Nitzan e ao fundo General Atlantic, que aproveitou a chance para deixar o negócio. O empresário Jorge Nitzan reteve uma fatia de 12% na Aceco, e o acordo de acionistas o manteve como seu principal executivo. Ele e sua irmã herdaram a Aceco do pai, um israelense que se mudou para o Brasil em 1958. Famoso pelo estilo agressivo nos negócios, o KKR foi criado em 1976 por Henry Kravis, um pioneiro da indústria de private equity nos Estados Unidos. Em Wall Street, os executivos do KKR são conhecidos como os "bárbaros". A Aceco foi sua primeira aquisição direta no Brasil e um dos primeiros negócios fechados pelo venezuelano Fergie. Na época, ele achava que estava fazendo uma aposta segura, apesar da crise que se avizinhava, porque a demanda por armazenamento de dados só tendia a aumentar. O executivo, no entanto, subestimou o tamanho da confusão no Brasil e a vulnerabilidade da Aceco, que obtinha mais de 80% de sua receita com clientes do setor público. Quatro meses depois de o negócio ser fechado, Dilma Rousseff se reelegeu presidente e o dólar disparou, elevando o custo da aquisição da Aceco para o KKR. Ao mesmo tempo, a crise econômica reduziu o interesse do setor público por novos contratos – um golpe para a Aceco. PLANILHA DA PROPINA Dois dias depois de receber o e-mail anônimo, Fergie chegou à sede da Aceco no início da manhã acompanhado de peritos da KPMG, especializados em desvendar crimes. O grupo foi recebido por Jorge Nitzan, que negou todas as acusações, mas permitiu a entrada da KPMG na empresa. Os investigadores copiaram milhares de e-mails e documentos internos em poucas horas. Nas semanas seguintes, entrevistaram dezenas de funcionários e ex-funcionários, incluindo o remente do e-mail, que concordou em colaborar desde que sua identidade fosse preservada. A consultoria encontrou uma planilha com informações sobre 144 notas fiscais emitidas por 35 fornecedores suspeitos de terem sido usados para o pagamento de propina, incluindo cinco consultorias que nos meses anteriores também haviam caído na teia da Operação Lava Jato. Os valores das notas fiscais correspondiam a porcentuais de contratos com clientes do setor público, como o Ministério da Integração Nacional, o Ministério do Turismo, a Eletronuclear e a Secretaria da Fazenda de São Paulo. A Folha teve acesso a contratos, notas fiscais e e-mails que ligam esses fornecedores com a Aceco e funcionários do governo. A reportagem verificou que muitas empresas não têm site na internet nem telefone ativo, e três fornecedores não souberam precisar o serviço que haviam prestado. As notas fiscais registram pagamentos de serviços de consultoria, honorários de advogados, compra de material de construção e, principalmente, instalação de aparelhos de ar condicionado, essenciais para manter a temperatura nos data centers. Após concluir as investigações e afastar Nitzan da direção da empresa, o KKR partiu para o ataque. Entrou com pedido de arbitragem contra a família e o General Atlantic para desfazer o negócio, alegando ter sido enganado. Também abriu processo na Justiça e orientou a nova direção da Aceco a buscar um acordo de leniência com o Ministério da Transparência. O KKR não permitiu que seus executivos dessem entrevista e disse, por meio de nota, que foi "enganado" pelos vendedores da Aceco. Jorge Nitzan negou as acusações por meio de sua assessoria, mas não respondeu a perguntas específicas. O General Atlantic não deu entrevista. Em conversas recentes com assessores, Nitzan disse que as acusações do KKR não passam de uma "armação" para receber o dinheiro de volta e que a auditoria feita pela KPMG é "tendenciosa". A KPMG afirmou que o caso é sigiloso e que "garante os resultados do seu trabalho". O KKR reconheceu em seu balanço a perda do R$ 1,2 bilhão pago pela Aceco, mas segue tentando reaver o dinheiro com a arbitragem e a ação judicial. Os processos devem levar meses para chegar a um desfecho, mas os "bárbaros" de Wall Street não parecem dispostos a desistir tão cedo. NEGÓCIOS SOB SUSPEITA - Principais contratos da Aceco em que a KPMG apontou indícios de pagamento de propina Herdeiro da Aceco retomou controle com ajuda do Bradesco A disputa entre o KKR e Jorge Nitzan sofreu uma reviravolta no mês passado. O empresário retomou temporariamente o controle da Aceco, e o fundo americano agora corre o risco de perder todos os direitos sobre a empresa. Quando os dois sócios ainda comemoravam a chegada do KKR, a Aceco tomou emprestados cerca de R$ 600 milhões do Bradesco para expandir suas operações. A própria Aceco tomou metade dos recursos, e a Auckland, holding criada pelo KKR para adquirir a companhia brasileira, tomou o restante. O Bradesco recebeu como garantia todas as ações do KKR na Auckland e na Aceco. O plano de expansão do KKR, aprovado por Nitzan, alavancou demais a Aceco. Sua receita despencou com a recessão no Brasil, e as dívidas ficaram pesadas demais. A Aceco e sua controladora deixaram então de pagar a dívida. Pessoas próximas ao KKR dizem que estavam renegociando a dívida com o Bradesco e que informaram o banco das suspeitas de corrupção na Aceco. Procurado, o Bradesco não comentou. Assessores de Nitzan afirmam que o Bradesco prorrogou o vencimento de juros oito vezes seguidas antes de negociar com ele uma solução. Foi neste momento que a sorte do empresário virou. Sem conhecimento do KKR, o Bradesco vendeu a dívida da holding Auckland para uma empresa aberta por Nitzan e renegociou o restante. O empresário então executou as garantias e se tornou dono de todas as ações que o KKR tinha na Aceco. Na prática, o fundo perdeu a empresa. O KKR foi à Justiça reclamar, mas o juiz do caso determinou que o fundo só poderia retomar a empresa se quitasse a dívida com o Bradesco. Receoso de perder mais dinheiro, o KKR não pagou. O contrato do empréstimo da Aceco e sua holding com o Bradesco impõe uma condição importante: se exercer as garantias, o detentor da dívida é obrigado a colocar as ações da empresa à venda. Nitzan agora está em busca de um novo comprador para a Aceco. Com a empresa sob nova direção, o KKR não poderá sequer prosseguir com a arbitragem que acionou. Se encontrar um novo sócio, Nitzan pode tentar reerguer a empresa que herdou do pai e esquecer os problemas. Tudo que o KKR quer é impedir que isso aconteça.
|
mercado
|
Fundo americano perde R$ 1,2 bi com empresa do Brasil envolvida em corrupçãoEm maio de 2015, o chefe do bilionário fundo americano KKR para a América Latina, Jorge Fergie, estava em seu escritório em São Paulo quando um e-mail piscou na tela do computador. Fergie não reconheceu o remetente, mas o assunto chamou a sua atenção: "Aceco TI". Na mensagem, um delator anônimo dizia que a empresa brasileira, especializada em criar ambientes seguros para armazenagem de dados e recém-adquirida pelo KKR, fraudava o balanço para inflar lucros e subornava funcionários públicos no Brasil e no exterior para obter contratos. O delator citava como exemplo um data center feito para a estatal de telecomunicações do Equador. Garantia que a Aceco perdera US$ 10 milhões com o projeto, sem registro contábil. Fergie tomou um susto. Somente alguém de dentro da empresa podia ter tantos detalhes. O que o executivo ainda não sabia é que o caso era apenas um dos problemas que teria de explicar a seus superiores em Nova York. Uma investigação feita pela consultoria KPMG para o KKR descobriu que, entre 2012 e 2014, a Aceco pagou R$ 57 milhões a consultorias, escritórios de advocacia e outras firmas que podem ter sido usadas para repassar propina. Quase um ano antes, em junho de 2014, o KKR havia adquirido 87% da Aceco por US$ 500 milhões (R$ 1,2 bilhão). A empresa pertencia à família Nitzan e ao fundo General Atlantic, que aproveitou a chance para deixar o negócio. O empresário Jorge Nitzan reteve uma fatia de 12% na Aceco, e o acordo de acionistas o manteve como seu principal executivo. Ele e sua irmã herdaram a Aceco do pai, um israelense que se mudou para o Brasil em 1958. Famoso pelo estilo agressivo nos negócios, o KKR foi criado em 1976 por Henry Kravis, um pioneiro da indústria de private equity nos Estados Unidos. Em Wall Street, os executivos do KKR são conhecidos como os "bárbaros". A Aceco foi sua primeira aquisição direta no Brasil e um dos primeiros negócios fechados pelo venezuelano Fergie. Na época, ele achava que estava fazendo uma aposta segura, apesar da crise que se avizinhava, porque a demanda por armazenamento de dados só tendia a aumentar. O executivo, no entanto, subestimou o tamanho da confusão no Brasil e a vulnerabilidade da Aceco, que obtinha mais de 80% de sua receita com clientes do setor público. Quatro meses depois de o negócio ser fechado, Dilma Rousseff se reelegeu presidente e o dólar disparou, elevando o custo da aquisição da Aceco para o KKR. Ao mesmo tempo, a crise econômica reduziu o interesse do setor público por novos contratos – um golpe para a Aceco. PLANILHA DA PROPINA Dois dias depois de receber o e-mail anônimo, Fergie chegou à sede da Aceco no início da manhã acompanhado de peritos da KPMG, especializados em desvendar crimes. O grupo foi recebido por Jorge Nitzan, que negou todas as acusações, mas permitiu a entrada da KPMG na empresa. Os investigadores copiaram milhares de e-mails e documentos internos em poucas horas. Nas semanas seguintes, entrevistaram dezenas de funcionários e ex-funcionários, incluindo o remente do e-mail, que concordou em colaborar desde que sua identidade fosse preservada. A consultoria encontrou uma planilha com informações sobre 144 notas fiscais emitidas por 35 fornecedores suspeitos de terem sido usados para o pagamento de propina, incluindo cinco consultorias que nos meses anteriores também haviam caído na teia da Operação Lava Jato. Os valores das notas fiscais correspondiam a porcentuais de contratos com clientes do setor público, como o Ministério da Integração Nacional, o Ministério do Turismo, a Eletronuclear e a Secretaria da Fazenda de São Paulo. A Folha teve acesso a contratos, notas fiscais e e-mails que ligam esses fornecedores com a Aceco e funcionários do governo. A reportagem verificou que muitas empresas não têm site na internet nem telefone ativo, e três fornecedores não souberam precisar o serviço que haviam prestado. As notas fiscais registram pagamentos de serviços de consultoria, honorários de advogados, compra de material de construção e, principalmente, instalação de aparelhos de ar condicionado, essenciais para manter a temperatura nos data centers. Após concluir as investigações e afastar Nitzan da direção da empresa, o KKR partiu para o ataque. Entrou com pedido de arbitragem contra a família e o General Atlantic para desfazer o negócio, alegando ter sido enganado. Também abriu processo na Justiça e orientou a nova direção da Aceco a buscar um acordo de leniência com o Ministério da Transparência. O KKR não permitiu que seus executivos dessem entrevista e disse, por meio de nota, que foi "enganado" pelos vendedores da Aceco. Jorge Nitzan negou as acusações por meio de sua assessoria, mas não respondeu a perguntas específicas. O General Atlantic não deu entrevista. Em conversas recentes com assessores, Nitzan disse que as acusações do KKR não passam de uma "armação" para receber o dinheiro de volta e que a auditoria feita pela KPMG é "tendenciosa". A KPMG afirmou que o caso é sigiloso e que "garante os resultados do seu trabalho". O KKR reconheceu em seu balanço a perda do R$ 1,2 bilhão pago pela Aceco, mas segue tentando reaver o dinheiro com a arbitragem e a ação judicial. Os processos devem levar meses para chegar a um desfecho, mas os "bárbaros" de Wall Street não parecem dispostos a desistir tão cedo. NEGÓCIOS SOB SUSPEITA - Principais contratos da Aceco em que a KPMG apontou indícios de pagamento de propina Herdeiro da Aceco retomou controle com ajuda do Bradesco A disputa entre o KKR e Jorge Nitzan sofreu uma reviravolta no mês passado. O empresário retomou temporariamente o controle da Aceco, e o fundo americano agora corre o risco de perder todos os direitos sobre a empresa. Quando os dois sócios ainda comemoravam a chegada do KKR, a Aceco tomou emprestados cerca de R$ 600 milhões do Bradesco para expandir suas operações. A própria Aceco tomou metade dos recursos, e a Auckland, holding criada pelo KKR para adquirir a companhia brasileira, tomou o restante. O Bradesco recebeu como garantia todas as ações do KKR na Auckland e na Aceco. O plano de expansão do KKR, aprovado por Nitzan, alavancou demais a Aceco. Sua receita despencou com a recessão no Brasil, e as dívidas ficaram pesadas demais. A Aceco e sua controladora deixaram então de pagar a dívida. Pessoas próximas ao KKR dizem que estavam renegociando a dívida com o Bradesco e que informaram o banco das suspeitas de corrupção na Aceco. Procurado, o Bradesco não comentou. Assessores de Nitzan afirmam que o Bradesco prorrogou o vencimento de juros oito vezes seguidas antes de negociar com ele uma solução. Foi neste momento que a sorte do empresário virou. Sem conhecimento do KKR, o Bradesco vendeu a dívida da holding Auckland para uma empresa aberta por Nitzan e renegociou o restante. O empresário então executou as garantias e se tornou dono de todas as ações que o KKR tinha na Aceco. Na prática, o fundo perdeu a empresa. O KKR foi à Justiça reclamar, mas o juiz do caso determinou que o fundo só poderia retomar a empresa se quitasse a dívida com o Bradesco. Receoso de perder mais dinheiro, o KKR não pagou. O contrato do empréstimo da Aceco e sua holding com o Bradesco impõe uma condição importante: se exercer as garantias, o detentor da dívida é obrigado a colocar as ações da empresa à venda. Nitzan agora está em busca de um novo comprador para a Aceco. Com a empresa sob nova direção, o KKR não poderá sequer prosseguir com a arbitragem que acionou. Se encontrar um novo sócio, Nitzan pode tentar reerguer a empresa que herdou do pai e esquecer os problemas. Tudo que o KKR quer é impedir que isso aconteça.
| 2 |
Habeas corpus preventivo pede que Lula não seja preso na Lava Jato
|
Um habeas corpus preventivo impetrado na Justiça Federal no Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (24), pede que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não seja preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, caso o juiz federal Sergio Moro tome uma decisão nesse sentido. O pedido foi feito às 16h20 de quarta e refere-se a um possível pedido de prisão preventiva, e foi negado pela Justiça nesta quinta (25). O autor da solicitação é Maurício Ramos Thomaz, de Campinas, que se apresenta como consultor, justifica o pedido afirmando que uma possível prisão de Lula já teria sido noticiada pela imprensa. Thomaz já ingressou com outros pedidos de habeas corpus em casos de repercussão, um deles em favor do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, réu na Lava Jato. Também já ajuizou HC em favor de Simone Vasconcelos, condenada no mensalão, entre outros casos. O Instituto Lula negou que o ex-presidente esteja por trás do pedido. Segundo o instituto, qualquer cidadão poderia impetrar o habeas corpus. Já a assessoria de Lula encara a atitude como de "alguém preocupado com o ex-presidente" ou "como uma provocação". "O Instituto Lula estranha que sua divulgação parta do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO)", afirma o instituto em nota à Folha. Caiado, um dos principais oposicionistas do Senado, divulgou em seu Twitter nesta quinta (25) que Lula teria entrado com o pedido por receio de ser preso. "O ex-presidente não é investigado na operação Lava-jato", conclui o instituto. Em nota intitulada "Divulgue a verdade", a secretaria nacional de organização do PT disse que o partido foi informado pela imprensa e que não sabe, no momento, se o ato partiu de "algum provocador para gerar um factóide". "O ex-presidente já instruiu seus advogados para que ingressem nos autos e requeiram expressamente o não conhecimento do habeas corpus", informou. Em nota, a 13ª vara da Justiça Federal no Paraná, cujo titular é Moro, disse que "a fim de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe, perante este juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do excelentíssimo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva". A 13ª vara federal de Curitiba, onde correm os processos da Lava Jato, informou que não há, naquele juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas de Lula. CONVERSAS Lula tem dito a aliados que a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Guiterrez é uma demonstração de que ele será o próximo alvo da operação que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Nas conversas, ele se mostra preocupado pelo fato de não ter foro privilegiado, podendo ser chamado a depor a qualquer momento. Por isso, expressa insatisfação que o caso ainda esteja sob condução do juiz Sérgio Moro. Apesar do argumento de que outros partidos podem ser afetados pelos desdobramentos da investigação, a tensão é maior entre petistas. Desde o fim de 2014, a informação, que circulava no meio empresarial e político, era de que Marcelo Odebrecht não "cairia sozinho" caso fosse preso. A empresa sempre negou ameaças. Entre executivos e políticos, contudo, as supostas ameaças eram vistas como um recado ao PT dada a proximidade entre a Odebrecht e Lula -a empresa patrocinou viagens do ex-presidente ao exterior, para tentar fomentar negócios na África e América Latina. ALEXANDRINO Um dos presos é Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht que acompanhava Lula nessas viagens patrocinadas pela empreiteira. Integrantes dizem que "querem pegar Lula". Lula também se encontrou com executivos da Odebrecht no exterior. Em viagem à Guiné Equatorial em 2011, como representante do governo Dilma e chefe da delegação brasileira na Assembleia da União Africana, o ex-presidente colocou Alencar entre os integrantes de sua delegação oficial. A inclusão de Alencar no grupo causou estranheza no Itamaraty, que pediu informações sobre o caso à assessoria de Lula -o nome não estava em lista oficial enviada inicialmente ao ministério. A Odebrecht entrou na Guiné Equatorial após a visita de Lula. Lula e Alencar são conhecidos de longa data: no livro "Mais Louco do Bando", Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, relata uma viagem em 2009 que Alexandrino fez a Brasília com Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração da empresa. Na época, Lula pediu ajuda à Odebrecht para o Corinthians construir seu estádio. Esta não foi a única viagem internacional de Lula com participação do ex-executivo da Odebrecht (ele pediu demissão nesta semana). Em maio de 2011, o ex-presidente foi ao Panamá a convite da empresa. No roteiro, estavam previstos visitas a obras da empresa com ministros, o presidente Ricardo Martinelli e a primeira-dama. Na ocasião, o ex-diretor ofereceu jantar em sua casa para Lula, Martinelli e os ministros da Economia, Obras Públicas e Assuntos do Canal. Como revelou a Folha em 2013, o ex-presidente prometeu, após o jantar, levar três pedidos a Dilma, com quem teria encontro na mesma semana: maior presença da Petrobras no Panamá, um encontro entre os ministros dos dois países e a criação de um centro de manutenção da Embraer. A Odebrecht obteve no Panamá contratos de US$ 3 bilhões. Cinco meses depois do jantar, engenheiros da construtora foram fotografados com um estudo de impacto ambiental sobre uma obra que só seria anexado à licitação três meses mais tarde. Em depoimento à Polícia Federal na Operação Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse ter recebido cerca de US$ 1 milhão de propina da Odebrecht por meio de contas no Panamá. Segundo ele, o executivo Rogério Araújo foi quem operou o pagamento. Em junho e julho de 2011, Lula também viajou ao exterior com apoio da empresa. O ex-presidente viajou em jato da Odebrecht para Caracas, na Venezuela. Lá, encontrou-se com "grupo restrito de autoridades e representantes do setor privado". O ex-presidente também esteve em Angola para um evento patrocinado pela Odebrecht. Essas viagens constam de telegramas do Itamaraty, revelados pela Folha em 2013.
|
poder
|
Habeas corpus preventivo pede que Lula não seja preso na Lava JatoUm habeas corpus preventivo impetrado na Justiça Federal no Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (24), pede que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não seja preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, caso o juiz federal Sergio Moro tome uma decisão nesse sentido. O pedido foi feito às 16h20 de quarta e refere-se a um possível pedido de prisão preventiva, e foi negado pela Justiça nesta quinta (25). O autor da solicitação é Maurício Ramos Thomaz, de Campinas, que se apresenta como consultor, justifica o pedido afirmando que uma possível prisão de Lula já teria sido noticiada pela imprensa. Thomaz já ingressou com outros pedidos de habeas corpus em casos de repercussão, um deles em favor do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, réu na Lava Jato. Também já ajuizou HC em favor de Simone Vasconcelos, condenada no mensalão, entre outros casos. O Instituto Lula negou que o ex-presidente esteja por trás do pedido. Segundo o instituto, qualquer cidadão poderia impetrar o habeas corpus. Já a assessoria de Lula encara a atitude como de "alguém preocupado com o ex-presidente" ou "como uma provocação". "O Instituto Lula estranha que sua divulgação parta do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO)", afirma o instituto em nota à Folha. Caiado, um dos principais oposicionistas do Senado, divulgou em seu Twitter nesta quinta (25) que Lula teria entrado com o pedido por receio de ser preso. "O ex-presidente não é investigado na operação Lava-jato", conclui o instituto. Em nota intitulada "Divulgue a verdade", a secretaria nacional de organização do PT disse que o partido foi informado pela imprensa e que não sabe, no momento, se o ato partiu de "algum provocador para gerar um factóide". "O ex-presidente já instruiu seus advogados para que ingressem nos autos e requeiram expressamente o não conhecimento do habeas corpus", informou. Em nota, a 13ª vara da Justiça Federal no Paraná, cujo titular é Moro, disse que "a fim de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe, perante este juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do excelentíssimo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva". A 13ª vara federal de Curitiba, onde correm os processos da Lava Jato, informou que não há, naquele juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas de Lula. CONVERSAS Lula tem dito a aliados que a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Guiterrez é uma demonstração de que ele será o próximo alvo da operação que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Nas conversas, ele se mostra preocupado pelo fato de não ter foro privilegiado, podendo ser chamado a depor a qualquer momento. Por isso, expressa insatisfação que o caso ainda esteja sob condução do juiz Sérgio Moro. Apesar do argumento de que outros partidos podem ser afetados pelos desdobramentos da investigação, a tensão é maior entre petistas. Desde o fim de 2014, a informação, que circulava no meio empresarial e político, era de que Marcelo Odebrecht não "cairia sozinho" caso fosse preso. A empresa sempre negou ameaças. Entre executivos e políticos, contudo, as supostas ameaças eram vistas como um recado ao PT dada a proximidade entre a Odebrecht e Lula -a empresa patrocinou viagens do ex-presidente ao exterior, para tentar fomentar negócios na África e América Latina. ALEXANDRINO Um dos presos é Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht que acompanhava Lula nessas viagens patrocinadas pela empreiteira. Integrantes dizem que "querem pegar Lula". Lula também se encontrou com executivos da Odebrecht no exterior. Em viagem à Guiné Equatorial em 2011, como representante do governo Dilma e chefe da delegação brasileira na Assembleia da União Africana, o ex-presidente colocou Alencar entre os integrantes de sua delegação oficial. A inclusão de Alencar no grupo causou estranheza no Itamaraty, que pediu informações sobre o caso à assessoria de Lula -o nome não estava em lista oficial enviada inicialmente ao ministério. A Odebrecht entrou na Guiné Equatorial após a visita de Lula. Lula e Alencar são conhecidos de longa data: no livro "Mais Louco do Bando", Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, relata uma viagem em 2009 que Alexandrino fez a Brasília com Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração da empresa. Na época, Lula pediu ajuda à Odebrecht para o Corinthians construir seu estádio. Esta não foi a única viagem internacional de Lula com participação do ex-executivo da Odebrecht (ele pediu demissão nesta semana). Em maio de 2011, o ex-presidente foi ao Panamá a convite da empresa. No roteiro, estavam previstos visitas a obras da empresa com ministros, o presidente Ricardo Martinelli e a primeira-dama. Na ocasião, o ex-diretor ofereceu jantar em sua casa para Lula, Martinelli e os ministros da Economia, Obras Públicas e Assuntos do Canal. Como revelou a Folha em 2013, o ex-presidente prometeu, após o jantar, levar três pedidos a Dilma, com quem teria encontro na mesma semana: maior presença da Petrobras no Panamá, um encontro entre os ministros dos dois países e a criação de um centro de manutenção da Embraer. A Odebrecht obteve no Panamá contratos de US$ 3 bilhões. Cinco meses depois do jantar, engenheiros da construtora foram fotografados com um estudo de impacto ambiental sobre uma obra que só seria anexado à licitação três meses mais tarde. Em depoimento à Polícia Federal na Operação Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse ter recebido cerca de US$ 1 milhão de propina da Odebrecht por meio de contas no Panamá. Segundo ele, o executivo Rogério Araújo foi quem operou o pagamento. Em junho e julho de 2011, Lula também viajou ao exterior com apoio da empresa. O ex-presidente viajou em jato da Odebrecht para Caracas, na Venezuela. Lá, encontrou-se com "grupo restrito de autoridades e representantes do setor privado". O ex-presidente também esteve em Angola para um evento patrocinado pela Odebrecht. Essas viagens constam de telegramas do Itamaraty, revelados pela Folha em 2013.
| 0 |
Cai o número de mexicanos que buscam os Estados Unidos
|
Apesar de colocar ênfase no combate à imigração ilegal vinda do México, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não ofereceu um perfil preciso de quem entra hoje de forma ilícita no país e o porquê. Estatísticas e origem daqueles que buscam abrigo no país do Norte são pouco conhecidos do americano médio, e muitas das declarações de Trump não conferem com dados oficiais, das Nações Unidas e de ONGs. Estudos recentes do Pew Research Center mostram que, apesar de representarem pouco mais da metade (52%) dos 11 milhões de indocumentados que vivem hoje nos EUA, os mexicanos vêm cruzando a fronteira cada vez menos. Depois de alcançar um pico em 2007, a população de imigrantes ilegais vindos do país azteca vem caindo sensivelmente. Segundo o governo mexicano, isso se deve à melhoria econômica do país desde a implementação do Nafta (1994) e à criação de postos de emprego nos pólos industriais –que inclusive atraíram empresas norte-americanas– inaugurados nas regiões de Guanajuato, Aguascalientes e Querétaro. DRAMA CENTRO-AMERICANO Segundo o governo dos EUA, de 2015 para cá, houve um aumento de 23% da imigração ilegal, mas 91% dos que atravessaram a fronteira de modo ilícito vem, na verdade, do "Northern Triangle" (Triângulo do Norte), formado por Honduras, Guatemala e El Salvador. Nestes três países, a violência causada pelas guerras entre gangues têm aumentado os níveis de homicídio na região. Hoje, o Triângulo do Norte é a região do mundo onde mais gente morre assassinada, depois de zonas que estão de fato em guerra, segundo a ONU. El Salvador e Honduras vêm se revezando no posto de quem tem mais mortos por homicídio nas Américas, com taxas que vão de 90 a 110 assassinatos para cada 100 mil pessoas. Outro estereótipo sobre a imigração ilegal aos EUA que não corresponde à realidade atual é que ela ocorre com indivíduos isolados indo em busca de trabalho, ou para engajar-se em atividades criminosas, para depois enviar remessas a seus familiares. A coisa funcionava assim até os anos 90. Mas o que os novos levantamentos mostram é que os centro-americanos têm fugido de seus países em grupos familiares de quatro a quinze pessoas. "Podemos chamar isso de uma verdadeira crise de refugiados, as pessoas vão para não voltar e porque não têm alternativas em casa", diz Perrine Leclerc, que comanda o escritório para refugiados das Nações Unidas na fronteira do México com a Guatemala. Mas o que está por trás dessa epidemia de violência na América Central? Entre 1980 e 1992, a Guerra Civil em El Salvador desestabilizou as economias da região, provocando altos índices de imigração. Uma vez nos EUA, e concentrados principalmente na Califórnia, muitos centro-americanos formaram gangues. As principais são hoje conhecidas como Mara Salvatrucha e Barrio-18 e o "look" inconfundível de seus integrantes são seus corpos inteiramente tomados por tatuagens. De pequenas bandos, essas gangues se transformaram em facções criminosas. Durante a gestão Bill Clinton (1993-2001), foi realizada uma política de deportação de indivíduos com registros criminais e outros indocumentados. "O que ocorreu foi que, de volta a seus países, as gangues em vez de se dissolverem, se fortaleceram. Afinal, seus integrantes chegaram a nações com economia débil, recém-saídas de conflitos, sem possibilidades de reintegra-los à sociedade. Então, o crime passou a ser uma das únicas opções", diz à Folha o jornalista e escritor salvadorenho Óscar Martínez, autor do livro "A History of Violence - Living and Dying in Central America" (ed. Verso). As atividades dos dois bandos fundamenta-se na extorsão –calcula-se que mais de 70% dos comerciantes desses países pagam taxas a criminosos–, além da tributação ilegal do transporte de bens lícitos e ilícitos. Como El Salvador não é um país produtor de drogas, a atividade lucrativa é cobrar pelo uso de rotas de narcotráfico que atravessam suas fronteiras. Durante os anos 00, as autoridades locais alternaram políticas de linha-dura a tréguas negociadas. Em 2014, a trégua mais exitosa até agora foi quebrada, e as duas gangues, hoje com mais de 80 mil membros nos três países, fora bandos associados a eles, voltaram a enfrentar-se, entre si e contra a força pública. "É necessário que o novo governo dos EUA conheça bem esse histórico, porque é muito fácil vender a ideia de que a imigração ilegal é uma linha reta, e que basta colocar um muro que ela vai parar", diz Martínez. E completa: "Políticas de deportação em massa, como a que propõe Trump, e que em menor grau realizaram presidentes anteriores, como Clinton e Obama, podem ter efeitos nefastos, como essas taxas altíssimas de homicídios e o aumento de imigrantes ilegais." TRÊS MILHÕES Bandeira de sua campanha, o plano de deportação foi confirmado por Trump durante entrevista ao programa "60 Minutes". O presidente eleito disse que uma das primeiras atitudes será deportar os ilegais que tenham passagens pela polícia, que, segundo ele, chegariam a 3 milhões de pessoas. O número, porém, não bate com o que o próprio governo dos EUA possui. Segundo dados oficiais, após as deportações da gestão Obama, restaram no país 1,9 milhão de imigrantes com registro criminal. E mesmo esse montante não é composto apenas de indocumentados, engloba também imigrantes legais ou em trânsito. "Só deportar não adianta, assim como só encarcerar tampouco. É preciso uma ação conjunta dos governos e políticas de reintegração", diz Martínez. OUTROS PAÍSES A crise de violência na América Central é tão séria que os imigrantes desses países já não têm apenas os EUA como objetivo. Vêm se multiplicado os pedidos de asilo e a imigração ilegal a outros países. De 2015 para cá, houve um aumento de 285% de pedidos de asilo por parte de refugiados do Triângulo do Norte para México, Belize, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. O governo mexicano lançou um programa para receber refugiados do conflito centro-americano, porém o fluxo de pedidos tem sido maior que o esperado e muitos foram recusados. As autoridades mexicanas, além disso, deportaram 177 mil centro-americanos que entraram no país de modo ilícito. "Eu creio que, para ficar em bons termos com os EUA, o governo mexicano irá acirrar o controle e tentar fechar à força sua fronteira ao sul. Aí sim, creio que vamos ver a eclosão de muito mais violência", prognostica Martínez.
|
mundo
|
Cai o número de mexicanos que buscam os Estados UnidosApesar de colocar ênfase no combate à imigração ilegal vinda do México, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não ofereceu um perfil preciso de quem entra hoje de forma ilícita no país e o porquê. Estatísticas e origem daqueles que buscam abrigo no país do Norte são pouco conhecidos do americano médio, e muitas das declarações de Trump não conferem com dados oficiais, das Nações Unidas e de ONGs. Estudos recentes do Pew Research Center mostram que, apesar de representarem pouco mais da metade (52%) dos 11 milhões de indocumentados que vivem hoje nos EUA, os mexicanos vêm cruzando a fronteira cada vez menos. Depois de alcançar um pico em 2007, a população de imigrantes ilegais vindos do país azteca vem caindo sensivelmente. Segundo o governo mexicano, isso se deve à melhoria econômica do país desde a implementação do Nafta (1994) e à criação de postos de emprego nos pólos industriais –que inclusive atraíram empresas norte-americanas– inaugurados nas regiões de Guanajuato, Aguascalientes e Querétaro. DRAMA CENTRO-AMERICANO Segundo o governo dos EUA, de 2015 para cá, houve um aumento de 23% da imigração ilegal, mas 91% dos que atravessaram a fronteira de modo ilícito vem, na verdade, do "Northern Triangle" (Triângulo do Norte), formado por Honduras, Guatemala e El Salvador. Nestes três países, a violência causada pelas guerras entre gangues têm aumentado os níveis de homicídio na região. Hoje, o Triângulo do Norte é a região do mundo onde mais gente morre assassinada, depois de zonas que estão de fato em guerra, segundo a ONU. El Salvador e Honduras vêm se revezando no posto de quem tem mais mortos por homicídio nas Américas, com taxas que vão de 90 a 110 assassinatos para cada 100 mil pessoas. Outro estereótipo sobre a imigração ilegal aos EUA que não corresponde à realidade atual é que ela ocorre com indivíduos isolados indo em busca de trabalho, ou para engajar-se em atividades criminosas, para depois enviar remessas a seus familiares. A coisa funcionava assim até os anos 90. Mas o que os novos levantamentos mostram é que os centro-americanos têm fugido de seus países em grupos familiares de quatro a quinze pessoas. "Podemos chamar isso de uma verdadeira crise de refugiados, as pessoas vão para não voltar e porque não têm alternativas em casa", diz Perrine Leclerc, que comanda o escritório para refugiados das Nações Unidas na fronteira do México com a Guatemala. Mas o que está por trás dessa epidemia de violência na América Central? Entre 1980 e 1992, a Guerra Civil em El Salvador desestabilizou as economias da região, provocando altos índices de imigração. Uma vez nos EUA, e concentrados principalmente na Califórnia, muitos centro-americanos formaram gangues. As principais são hoje conhecidas como Mara Salvatrucha e Barrio-18 e o "look" inconfundível de seus integrantes são seus corpos inteiramente tomados por tatuagens. De pequenas bandos, essas gangues se transformaram em facções criminosas. Durante a gestão Bill Clinton (1993-2001), foi realizada uma política de deportação de indivíduos com registros criminais e outros indocumentados. "O que ocorreu foi que, de volta a seus países, as gangues em vez de se dissolverem, se fortaleceram. Afinal, seus integrantes chegaram a nações com economia débil, recém-saídas de conflitos, sem possibilidades de reintegra-los à sociedade. Então, o crime passou a ser uma das únicas opções", diz à Folha o jornalista e escritor salvadorenho Óscar Martínez, autor do livro "A History of Violence - Living and Dying in Central America" (ed. Verso). As atividades dos dois bandos fundamenta-se na extorsão –calcula-se que mais de 70% dos comerciantes desses países pagam taxas a criminosos–, além da tributação ilegal do transporte de bens lícitos e ilícitos. Como El Salvador não é um país produtor de drogas, a atividade lucrativa é cobrar pelo uso de rotas de narcotráfico que atravessam suas fronteiras. Durante os anos 00, as autoridades locais alternaram políticas de linha-dura a tréguas negociadas. Em 2014, a trégua mais exitosa até agora foi quebrada, e as duas gangues, hoje com mais de 80 mil membros nos três países, fora bandos associados a eles, voltaram a enfrentar-se, entre si e contra a força pública. "É necessário que o novo governo dos EUA conheça bem esse histórico, porque é muito fácil vender a ideia de que a imigração ilegal é uma linha reta, e que basta colocar um muro que ela vai parar", diz Martínez. E completa: "Políticas de deportação em massa, como a que propõe Trump, e que em menor grau realizaram presidentes anteriores, como Clinton e Obama, podem ter efeitos nefastos, como essas taxas altíssimas de homicídios e o aumento de imigrantes ilegais." TRÊS MILHÕES Bandeira de sua campanha, o plano de deportação foi confirmado por Trump durante entrevista ao programa "60 Minutes". O presidente eleito disse que uma das primeiras atitudes será deportar os ilegais que tenham passagens pela polícia, que, segundo ele, chegariam a 3 milhões de pessoas. O número, porém, não bate com o que o próprio governo dos EUA possui. Segundo dados oficiais, após as deportações da gestão Obama, restaram no país 1,9 milhão de imigrantes com registro criminal. E mesmo esse montante não é composto apenas de indocumentados, engloba também imigrantes legais ou em trânsito. "Só deportar não adianta, assim como só encarcerar tampouco. É preciso uma ação conjunta dos governos e políticas de reintegração", diz Martínez. OUTROS PAÍSES A crise de violência na América Central é tão séria que os imigrantes desses países já não têm apenas os EUA como objetivo. Vêm se multiplicado os pedidos de asilo e a imigração ilegal a outros países. De 2015 para cá, houve um aumento de 285% de pedidos de asilo por parte de refugiados do Triângulo do Norte para México, Belize, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. O governo mexicano lançou um programa para receber refugiados do conflito centro-americano, porém o fluxo de pedidos tem sido maior que o esperado e muitos foram recusados. As autoridades mexicanas, além disso, deportaram 177 mil centro-americanos que entraram no país de modo ilícito. "Eu creio que, para ficar em bons termos com os EUA, o governo mexicano irá acirrar o controle e tentar fechar à força sua fronteira ao sul. Aí sim, creio que vamos ver a eclosão de muito mais violência", prognostica Martínez.
| 3 |
Livro inédito de Dr. Seuss não é seu melhor, mas diverte, diz 'NYT'
|
Um livro inédito de Dr. Seuss, "What Pet Should I Get?" –em português, "Que Animal de Estimação Eu Deveria Ter?"–, está prestes a chegar às livrarias americanas, 24 anos depois da morte do autor. A víuva do escritor encontrou os manuscritos e as ilustrações do título na casa onde viviam pouco depois de Theodor Geisel (nome verdadeiro de Seuss) morrer, aos 87 anos, em 1991. A Random House, que edita "What Pet Should I Get?", segundo a "Time", afirmou em abril que dobraria a primeira impressão do livro de 500 mil cópias para um milhão, devido à alta procura. O título sai oficialmente em 28 de julho e já está em pré-venda na Amazon, por US$ 9,89. Uma resenha poética emulando o estilo de Dr. Seuss, publicada pelo "New York Times" neste domingo (19), diz que "What Pet Should I Get" não traz uma grande lição – como "O Loraz", que "implorava, por favor salvem as árvores". "'What Pet Should I Get?' nos diverte bem. Quem se importa se não é o melhor que ele [Seuss] escreveu?", escreve a resenhista Michiko Kakutani, crítica do "New York Times" e vencedora do Pulitzer por suas análises literárias.
|
ilustrada
|
Livro inédito de Dr. Seuss não é seu melhor, mas diverte, diz 'NYT'Um livro inédito de Dr. Seuss, "What Pet Should I Get?" –em português, "Que Animal de Estimação Eu Deveria Ter?"–, está prestes a chegar às livrarias americanas, 24 anos depois da morte do autor. A víuva do escritor encontrou os manuscritos e as ilustrações do título na casa onde viviam pouco depois de Theodor Geisel (nome verdadeiro de Seuss) morrer, aos 87 anos, em 1991. A Random House, que edita "What Pet Should I Get?", segundo a "Time", afirmou em abril que dobraria a primeira impressão do livro de 500 mil cópias para um milhão, devido à alta procura. O título sai oficialmente em 28 de julho e já está em pré-venda na Amazon, por US$ 9,89. Uma resenha poética emulando o estilo de Dr. Seuss, publicada pelo "New York Times" neste domingo (19), diz que "What Pet Should I Get" não traz uma grande lição – como "O Loraz", que "implorava, por favor salvem as árvores". "'What Pet Should I Get?' nos diverte bem. Quem se importa se não é o melhor que ele [Seuss] escreveu?", escreve a resenhista Michiko Kakutani, crítica do "New York Times" e vencedora do Pulitzer por suas análises literárias.
| 1 |
Revisão da dívida de SP é congelada em corte de gastos do governo Dilma
|
Após mais de uma década de pressões, uma saída para destravar os investimentos na maior metrópole brasileira foi aprovada pelo Congresso e pelo Planalto -no entanto, tão cedo não sairá do papel. Às voltas com um pacote para tirar do vermelho as contas do Tesouro Nacional, o governo Dilma Rousseff (PT) já indicou que adiará por prazo indeterminado a revisão dos valores da dívida impagável da Prefeitura de São Paulo com a União. Na prática, isso significa que a cidade permanecerá impossibilitada de tomar financiamentos para obras de urbanismo e outros projetos de infraestrutura que poderiam resolver problemas como os que vieram à tona após as fortes chuvas do início do ano. Enquanto isso, a maior parte de sua receita está comprometida com salários, aposentadorias e despesas sociais obrigatórias. O endividamento paulistano é, de longe, o mais grave entre as capitais e os maiores municípios do país. Mesmo entre os Estados, só o Rio Grande do Sul apresenta proporções comparáveis. Segundo o dado mais atual, de agosto de 2014, a dívida soma R$ 68 bilhões, a maior parte dela com a União, que em 2000 socorreu financeiramente a administração municipal. De lá para cá, os valores sempre estiveram bem acima dos 120% da receita anual fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje, são 189%. Trata-se uma herança dos anos 90, em especial da administração de Paulo Maluf (1993-1996), quando a legislação ainda oferecia oportunidades para a emissão de títulos municipais e estaduais. Os prefeitos que assumiram depois tiveram de se contentar com a arrecadação tributária e os repasses do Estado e da União, além de destinar 13% da receita ao pagamento de juros e amortizações. Sem poder tomar novos empréstimos, a cidade ficou à margem da expansão geral de investimentos -obras e compras de máquinas e equipamentos- patrocinada nos últimos anos pela administração federal petista. Em 2013, por exemplo, os investimentos responderam por apenas 8% das despesas em São Paulo, contra 14% no Rio de Janeiro, a segunda capital mais endividada. Só em novembro de 2014 uma lei permitiu que a União recalculasse, com índices mais favoráveis, os valores devidos por gestões regionais. CAUTELA Ao assumir o Ministério da Fazenda neste mês, Joaquim Levy disse, porém, que o tema é "bastante complexo" e será conduzido com "o máximo de diálogo possível", num sinal de que nada acontecerá por enquanto. A prioridade mais imediata da política econômica é elevar a poupança de União, Estados e municípios com objetivo de fazer o pagamento da dívida pública. A contenção de gastos atingirá, ainda, os repasses do governo paulista à prefeitura da capital. Nos últimos anos, a expansão dos investimentos do Estado foi impulsionada por financiamentos de bancos federais, que agora serão freados para conter gastos.
|
cotidiano
|
Revisão da dívida de SP é congelada em corte de gastos do governo DilmaApós mais de uma década de pressões, uma saída para destravar os investimentos na maior metrópole brasileira foi aprovada pelo Congresso e pelo Planalto -no entanto, tão cedo não sairá do papel. Às voltas com um pacote para tirar do vermelho as contas do Tesouro Nacional, o governo Dilma Rousseff (PT) já indicou que adiará por prazo indeterminado a revisão dos valores da dívida impagável da Prefeitura de São Paulo com a União. Na prática, isso significa que a cidade permanecerá impossibilitada de tomar financiamentos para obras de urbanismo e outros projetos de infraestrutura que poderiam resolver problemas como os que vieram à tona após as fortes chuvas do início do ano. Enquanto isso, a maior parte de sua receita está comprometida com salários, aposentadorias e despesas sociais obrigatórias. O endividamento paulistano é, de longe, o mais grave entre as capitais e os maiores municípios do país. Mesmo entre os Estados, só o Rio Grande do Sul apresenta proporções comparáveis. Segundo o dado mais atual, de agosto de 2014, a dívida soma R$ 68 bilhões, a maior parte dela com a União, que em 2000 socorreu financeiramente a administração municipal. De lá para cá, os valores sempre estiveram bem acima dos 120% da receita anual fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje, são 189%. Trata-se uma herança dos anos 90, em especial da administração de Paulo Maluf (1993-1996), quando a legislação ainda oferecia oportunidades para a emissão de títulos municipais e estaduais. Os prefeitos que assumiram depois tiveram de se contentar com a arrecadação tributária e os repasses do Estado e da União, além de destinar 13% da receita ao pagamento de juros e amortizações. Sem poder tomar novos empréstimos, a cidade ficou à margem da expansão geral de investimentos -obras e compras de máquinas e equipamentos- patrocinada nos últimos anos pela administração federal petista. Em 2013, por exemplo, os investimentos responderam por apenas 8% das despesas em São Paulo, contra 14% no Rio de Janeiro, a segunda capital mais endividada. Só em novembro de 2014 uma lei permitiu que a União recalculasse, com índices mais favoráveis, os valores devidos por gestões regionais. CAUTELA Ao assumir o Ministério da Fazenda neste mês, Joaquim Levy disse, porém, que o tema é "bastante complexo" e será conduzido com "o máximo de diálogo possível", num sinal de que nada acontecerá por enquanto. A prioridade mais imediata da política econômica é elevar a poupança de União, Estados e municípios com objetivo de fazer o pagamento da dívida pública. A contenção de gastos atingirá, ainda, os repasses do governo paulista à prefeitura da capital. Nos últimos anos, a expansão dos investimentos do Estado foi impulsionada por financiamentos de bancos federais, que agora serão freados para conter gastos.
| 6 |
Parlamento do Egito aprova lei que proíbe policiais de falar com imprensa
|
O Parlamento do Egito aprovou nesta terça-feira (9) uma lei que impede policiais de passar informações para a imprensa. A medida é vista como uma tentativa de encobrir casos de corrupção e abuso do governo militar de Abdel Fattah al-Sisi. A nova lei determina que policiais só poderão fornecer informações ou publicar textos, relatórios e fotos relacionados ao seu trabalho com autorização escrita do ministro do Interior. Aqueles que descumprirem a lei estarão sujeitos a pena de prisão e multas de até US$ 2.000. Em fevereiro desde ano, o presidente al-Sisi pediu ao Ministério do Interior que reprimisse casos de abuso policial e submetesse propostas ao Parlamento para atingir esse objetivo. Em abril, a tensão cresceu após um policial matar um motorista durante uma discussão de trânsito. "Esta lei é mais um exemplo do esforço do governo em minar a transparência, que é essencial para o funcionamento adequado de um Estado moderno", afirma Timothy Kaldas, do Instituto Tahrir de Política para o Oriente Médio. "Este plano de curadoria restrita da informação por parte do Estado vai intensificar as dúvidas já existentes sobre a integridade das instituições do governo." O texto da nova lei determina ainda que os policiais tenham respeito pelos direitos humanos. Ativistas criticam a cultura de impunidade disseminada nas forças de segurança do Egito. Em abril deste ano, policiais reprimiram manifestações populares contra o governo de al-Sisi. O país também viu crescer o número de prisões por blasfêmia. TENSÃO POLÍTICA Após a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011, egípcios elegeram o islamita Mohammed Mursi, ligado à Irmandade Muçulmana, para presidente. Descontentes com suas políticas, vistas como conservadoras demais, milhões foram às ruas. Em 3 de julho de 2013, o Exército depôs Mursi, que foi condenado prisão perpétua. Eleito no ano seguinte como alternativa à política islamita, al-Sisi tem no entanto ampliado a repressão usando a religião como argumento.
|
mundo
|
Parlamento do Egito aprova lei que proíbe policiais de falar com imprensaO Parlamento do Egito aprovou nesta terça-feira (9) uma lei que impede policiais de passar informações para a imprensa. A medida é vista como uma tentativa de encobrir casos de corrupção e abuso do governo militar de Abdel Fattah al-Sisi. A nova lei determina que policiais só poderão fornecer informações ou publicar textos, relatórios e fotos relacionados ao seu trabalho com autorização escrita do ministro do Interior. Aqueles que descumprirem a lei estarão sujeitos a pena de prisão e multas de até US$ 2.000. Em fevereiro desde ano, o presidente al-Sisi pediu ao Ministério do Interior que reprimisse casos de abuso policial e submetesse propostas ao Parlamento para atingir esse objetivo. Em abril, a tensão cresceu após um policial matar um motorista durante uma discussão de trânsito. "Esta lei é mais um exemplo do esforço do governo em minar a transparência, que é essencial para o funcionamento adequado de um Estado moderno", afirma Timothy Kaldas, do Instituto Tahrir de Política para o Oriente Médio. "Este plano de curadoria restrita da informação por parte do Estado vai intensificar as dúvidas já existentes sobre a integridade das instituições do governo." O texto da nova lei determina ainda que os policiais tenham respeito pelos direitos humanos. Ativistas criticam a cultura de impunidade disseminada nas forças de segurança do Egito. Em abril deste ano, policiais reprimiram manifestações populares contra o governo de al-Sisi. O país também viu crescer o número de prisões por blasfêmia. TENSÃO POLÍTICA Após a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011, egípcios elegeram o islamita Mohammed Mursi, ligado à Irmandade Muçulmana, para presidente. Descontentes com suas políticas, vistas como conservadoras demais, milhões foram às ruas. Em 3 de julho de 2013, o Exército depôs Mursi, que foi condenado prisão perpétua. Eleito no ano seguinte como alternativa à política islamita, al-Sisi tem no entanto ampliado a repressão usando a religião como argumento.
| 3 |
Mais humor, por favor
|
SÃO PAULO - Olhe para a imagem acima. Sua pressão se regularizou, sua tolerância à dor subiu e você ficou mais resistente a infecções. O humor, já sabem os médicos, melhora a saúde, além de ser uma das formas mais refinadas de inteligência. E talvez a última arma de resistência do ministro Joaquim Levy. O Congresso eleva os gastos públicos com o Judiciário e ele afirma: "Precisamos acelerar o ajuste". O Congresso impede o corte no pagamento de benefícios e ele repete: "Precisamos acelerar o ajuste". O Congresso barra aumentos de arrecadação: "Precisamos acelerar o ajuste". Com tantas bombas fiscais, o Congresso está sendo irresponsável?, pergunta o repórter Valdo Cruz. Nada de contra-ataque. "O Congresso reflete o que ele entende ser alguns desejos. Na área econômica, algumas coisas andam mais fácil, outras demoram um pouquinho mais." Até quando seus próprios colegas de governo trabalham abertamente contra o garrote, desconversa: "Por falha minha não conheço a proposta, não vou falar de algo que não sei". "E é preciso acelerar o ajuste." Ainda assim havia surpresa na entrevista da última quinta à noite: a de que, como descreveu o repórter, Levy continuava bem-humorado –apesar dos crescentes bombardeios externos e sabotagens internas. Faz sentido. O segredo da presença de espírito é justamente manejar ideias que contrariam a lógica. No país que naufragou com a âncora cambial e se debate com a âncora fiscal, o humor parece ser para Levy uma âncora moral –ferramenta útil para um ministro que, como bem notou Vinicius Mota neste espaço, gosta de símbolos náuticos. * Para se distrair da turbulência mesquinha, navegantes não devem perder as tempestades marinhas de William Turner (1775-1851), na Pinacoteca. [email protected]
|
colunas
|
Mais humor, por favorSÃO PAULO - Olhe para a imagem acima. Sua pressão se regularizou, sua tolerância à dor subiu e você ficou mais resistente a infecções. O humor, já sabem os médicos, melhora a saúde, além de ser uma das formas mais refinadas de inteligência. E talvez a última arma de resistência do ministro Joaquim Levy. O Congresso eleva os gastos públicos com o Judiciário e ele afirma: "Precisamos acelerar o ajuste". O Congresso impede o corte no pagamento de benefícios e ele repete: "Precisamos acelerar o ajuste". O Congresso barra aumentos de arrecadação: "Precisamos acelerar o ajuste". Com tantas bombas fiscais, o Congresso está sendo irresponsável?, pergunta o repórter Valdo Cruz. Nada de contra-ataque. "O Congresso reflete o que ele entende ser alguns desejos. Na área econômica, algumas coisas andam mais fácil, outras demoram um pouquinho mais." Até quando seus próprios colegas de governo trabalham abertamente contra o garrote, desconversa: "Por falha minha não conheço a proposta, não vou falar de algo que não sei". "E é preciso acelerar o ajuste." Ainda assim havia surpresa na entrevista da última quinta à noite: a de que, como descreveu o repórter, Levy continuava bem-humorado –apesar dos crescentes bombardeios externos e sabotagens internas. Faz sentido. O segredo da presença de espírito é justamente manejar ideias que contrariam a lógica. No país que naufragou com a âncora cambial e se debate com a âncora fiscal, o humor parece ser para Levy uma âncora moral –ferramenta útil para um ministro que, como bem notou Vinicius Mota neste espaço, gosta de símbolos náuticos. * Para se distrair da turbulência mesquinha, navegantes não devem perder as tempestades marinhas de William Turner (1775-1851), na Pinacoteca. [email protected]
| 10 |
Marcelo Odebrecht apresenta recibos de doações de R$ 4 milhões ao Instituto Lula
|
A Polícia Federal anexou a inquéritos da Lava Jato, na última quinta-feira (21), recibos apresentados pelo empresário Marcelo Odebrecht que indicam doações de R$ 4 milhões ao Instituto Lula. Os recibos referem-se a quatro doações –cada uma de R$ 1 milhão. Também foi entregue uma troca de e-mails entre Odebrecht e executivos da empresa, na qual falam desses repasses. As informações foram antecipadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo". As doações já haviam sido citadas pelo empresário ao juiz Sergio Moro, no depoimento do dia 4 de setembro. Odebrecht afirmou que os valores foram debitados da planilha "Italiano", que, segundo ele, era uma espécie de conta de propina que mantinha com Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o empresário, os e-mails só foram entregues em agosto deste ano porque não teriam sido encontrados na época em que fechou acordo com as autoridades. À Polícia Federal, Odebrecht afirmou que as cópias dos recibos foram extraídas do computador de Fernando Migliaccio, executivo da empresa, "juntamente com os impressos dos emails, que corrobora que os valores foram efetivamente descontados da planilha italiano, senão não haveria razão para estar de posse dele". "Italiano disse que o Japonês vai lhe procurar para um apoio formal ao inst de 4m (nao sabe se todo este ano, ou 2 este ano e 2 do outro). Vai sair de um saldo que o amigo de meu pai ainda tem comigo de 14 (coordenar com HS no que tange ao Credito) mas com MP no que tange ao discurso pois será formal", disse Odebrecht em um dos e-mails trocados com executivos do grupo. OUTRO LADO Confira a íntegra da nota de Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula: "Somente a tentativa de manter ou ampliar benefícios que a Lava Jato concede a delatores justificam que o Sr. Marcelo Odebrecht, após reconhecer a realização de doações oficiais e com impostos recolhidos ao Instituto Lula, esteja, agora, querendo transformar essas mesmas doações em atos ilícitos para envolver o ex-presidente Lula. Em 04/09, o Sr. Marcelo prestou depoimento perante o juiz Sérgio Moro e quando questionado pela defesa de Lula confirmou que "são doações oficiais, com recibo e imposto recolhido". Não bastasse, na cópia do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED – da Construtora Norberto Odebrecht S/A - ou seja, na contabilidade oficial da companhia -, apresentada no processo nº 5063130-17.2016.4.04.7000/PR em 14/07/2017 pelo MPF, constam expressamente os lançamentos relativos às doações realizadas em 16/12/2013, 31/01/2014, 05/03/2014 e 31/03/2014 ao Instituto Lula. Ou seja, esses documentos mostram, de forma inequívoca, a origem lícita das doações (veja documentos anexados). O Instituto Lula é entidade sem fins lucrativos, com administração própria, e não se confunde com a pessoa do ex-presidente Lula. Lula não praticou qualquer crime antes, durante ou após exercer o cargo de Presidente da República".
|
poder
|
Marcelo Odebrecht apresenta recibos de doações de R$ 4 milhões ao Instituto LulaA Polícia Federal anexou a inquéritos da Lava Jato, na última quinta-feira (21), recibos apresentados pelo empresário Marcelo Odebrecht que indicam doações de R$ 4 milhões ao Instituto Lula. Os recibos referem-se a quatro doações –cada uma de R$ 1 milhão. Também foi entregue uma troca de e-mails entre Odebrecht e executivos da empresa, na qual falam desses repasses. As informações foram antecipadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo". As doações já haviam sido citadas pelo empresário ao juiz Sergio Moro, no depoimento do dia 4 de setembro. Odebrecht afirmou que os valores foram debitados da planilha "Italiano", que, segundo ele, era uma espécie de conta de propina que mantinha com Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o empresário, os e-mails só foram entregues em agosto deste ano porque não teriam sido encontrados na época em que fechou acordo com as autoridades. À Polícia Federal, Odebrecht afirmou que as cópias dos recibos foram extraídas do computador de Fernando Migliaccio, executivo da empresa, "juntamente com os impressos dos emails, que corrobora que os valores foram efetivamente descontados da planilha italiano, senão não haveria razão para estar de posse dele". "Italiano disse que o Japonês vai lhe procurar para um apoio formal ao inst de 4m (nao sabe se todo este ano, ou 2 este ano e 2 do outro). Vai sair de um saldo que o amigo de meu pai ainda tem comigo de 14 (coordenar com HS no que tange ao Credito) mas com MP no que tange ao discurso pois será formal", disse Odebrecht em um dos e-mails trocados com executivos do grupo. OUTRO LADO Confira a íntegra da nota de Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula: "Somente a tentativa de manter ou ampliar benefícios que a Lava Jato concede a delatores justificam que o Sr. Marcelo Odebrecht, após reconhecer a realização de doações oficiais e com impostos recolhidos ao Instituto Lula, esteja, agora, querendo transformar essas mesmas doações em atos ilícitos para envolver o ex-presidente Lula. Em 04/09, o Sr. Marcelo prestou depoimento perante o juiz Sérgio Moro e quando questionado pela defesa de Lula confirmou que "são doações oficiais, com recibo e imposto recolhido". Não bastasse, na cópia do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED – da Construtora Norberto Odebrecht S/A - ou seja, na contabilidade oficial da companhia -, apresentada no processo nº 5063130-17.2016.4.04.7000/PR em 14/07/2017 pelo MPF, constam expressamente os lançamentos relativos às doações realizadas em 16/12/2013, 31/01/2014, 05/03/2014 e 31/03/2014 ao Instituto Lula. Ou seja, esses documentos mostram, de forma inequívoca, a origem lícita das doações (veja documentos anexados). O Instituto Lula é entidade sem fins lucrativos, com administração própria, e não se confunde com a pessoa do ex-presidente Lula. Lula não praticou qualquer crime antes, durante ou após exercer o cargo de Presidente da República".
| 0 |
Agências de publicidade se unem e formam 13ª maior do país
|
A tradicional agência DPZ, fundada em 1968 por Roberto Duailibi, Fransesc Petit e José Zaragoza, vai ganhar um T. O presidente-executivo da multinacional francesa de publicidade Publicis Groupe, Maurice Lévy, anuncia nesta quarta-feira (20), durante evento em São Paulo, a fusão da DPZ com a Taterka. O nome das empresas unidas passa a ser DPZ&T. A empresa nasce como a 13ª maior agência do país, considerando o volume de faturamento das duas no ano passado. A DPZ e a Taterka estavam, respectivamente, na 21ª e a 29ª colocação entre as maiores agência do país, de acordo com o ranking elaborado pelo Ibope Media, com base no faturamento bruto (sem tirar os descontos concedidos pelos veículos). DPZ e Taterka fazem parte da rede Publicis Worldwide Brasil (PWW), que inclui ainda Salles Chemistri, Publicis Brasil, AG2 Nurun e Talent. Além da PWW, no Brasil, o grupo francês, terceiro maior conglomerado de comunicações do mundo, é dono das agências Neogama/BBH, Leo Burnett Tailor Made e F/Nazca Saachi & Saatchi. OUTRAS FUSÕES A possibilidade de uma fusão da DPZ com alguma outra agência da rede estava sendo especulada desde que o Publicis concluiu a compra da totalidade das ações da DPZ, em dezembro de 2013. De lá pra cá, a PWW Brasil promoveu outras três fusões: a Talent absorveu a QG, e a Publicis Brasil incorporou a Red Lion. Mais recentemente, o grupo promoveu a fusão de quatro agências digitais (AG2 Publicis Modem, Publicis Dialog, Razorfish e Digitas), dando origem à AG2 Nurun. O ex-sócio da Tarerka Eduardo Simon vai comandar a DPZ&T, que ganhará uma nova sede. Tonico Pereira, principal executivo da DPZ, assume como principal executivo de operações. Os principais clientes das duas agências serão mantidos: McDonald's e Natura, da Taterka, e Itaú, Bombril e Vivo, da DPZ. RAIO -X Publicis Groupe Receita: € 7,255 bilhões Funcionários: 75 mil Principais rivais: Omnicom e WPP Atuação no mundo: 108 países Agências no Brasil: DPZ, Taterka, F/Nazca Saatchi & Saatchi, Andreoli MSL, Neogama BBH São Paulo, Razorfish, Prodigious Worldwide Brazil, Publicis Brasil, Talent, Tribal - Digitas
|
mercado
|
Agências de publicidade se unem e formam 13ª maior do paísA tradicional agência DPZ, fundada em 1968 por Roberto Duailibi, Fransesc Petit e José Zaragoza, vai ganhar um T. O presidente-executivo da multinacional francesa de publicidade Publicis Groupe, Maurice Lévy, anuncia nesta quarta-feira (20), durante evento em São Paulo, a fusão da DPZ com a Taterka. O nome das empresas unidas passa a ser DPZ&T. A empresa nasce como a 13ª maior agência do país, considerando o volume de faturamento das duas no ano passado. A DPZ e a Taterka estavam, respectivamente, na 21ª e a 29ª colocação entre as maiores agência do país, de acordo com o ranking elaborado pelo Ibope Media, com base no faturamento bruto (sem tirar os descontos concedidos pelos veículos). DPZ e Taterka fazem parte da rede Publicis Worldwide Brasil (PWW), que inclui ainda Salles Chemistri, Publicis Brasil, AG2 Nurun e Talent. Além da PWW, no Brasil, o grupo francês, terceiro maior conglomerado de comunicações do mundo, é dono das agências Neogama/BBH, Leo Burnett Tailor Made e F/Nazca Saachi & Saatchi. OUTRAS FUSÕES A possibilidade de uma fusão da DPZ com alguma outra agência da rede estava sendo especulada desde que o Publicis concluiu a compra da totalidade das ações da DPZ, em dezembro de 2013. De lá pra cá, a PWW Brasil promoveu outras três fusões: a Talent absorveu a QG, e a Publicis Brasil incorporou a Red Lion. Mais recentemente, o grupo promoveu a fusão de quatro agências digitais (AG2 Publicis Modem, Publicis Dialog, Razorfish e Digitas), dando origem à AG2 Nurun. O ex-sócio da Tarerka Eduardo Simon vai comandar a DPZ&T, que ganhará uma nova sede. Tonico Pereira, principal executivo da DPZ, assume como principal executivo de operações. Os principais clientes das duas agências serão mantidos: McDonald's e Natura, da Taterka, e Itaú, Bombril e Vivo, da DPZ. RAIO -X Publicis Groupe Receita: € 7,255 bilhões Funcionários: 75 mil Principais rivais: Omnicom e WPP Atuação no mundo: 108 países Agências no Brasil: DPZ, Taterka, F/Nazca Saatchi & Saatchi, Andreoli MSL, Neogama BBH São Paulo, Razorfish, Prodigious Worldwide Brazil, Publicis Brasil, Talent, Tribal - Digitas
| 2 |
Cunha pede Lula e Temer como testemunhas de defesa na Lava Jato
|
Em sua defesa prévia, protocolada na noite de terça-feira (1º), o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) incluiu em seu rol de testemunhas de defesa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Michel Temer. Também foram citados Henrique Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo, o ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e mais 17 pessoas. Apesar do chamado, o comparecimento dos citados não é certo. Primeiro, o juiz precisa avaliar a pertinência da convocação. Se a intimação da testemunha for deferida pelo magistrado, ela será obrigada a comparecer. De acordo com o artigo 206 do Código de Processo Penal, a testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Cunha é réu na Lava Jato sob as acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele foi preso preventivamente no último dia 19, sob ordens do juiz federal Sergio Moro, que passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato. Na defesa prévia, os advogados do ex-deputado não explicam os motivos para chamar Temer e Lula nem fazem nenhuma outra menção a eles. A defesa cita apenas a "imprescindibilidade" de ouvir essas pessoas e afirma que a quantidade de testemunhas se justifica pelo número "de fatos imputados" ao réu. Segundo a acusação, Cunha recebeu propina de aproximadamente US$ 1,5 milhão em uma conta na Suíça. O valor é referente a um contrato da estatal no Benin, país do oeste da África. A propina teria como objetivo garantir sustentação política para Jorge Luiz Zelada na área internacional da Petrobras. Cunha também é acusado de lavagem de dinheiro por tentar mascarar as movimentações bancárias fora do país. Na peça, a defesa de Cunha negou as acusações e pediu a rejeição da denúncia. "O defendente requer que caso Vossa Excelência não rejeite a denúncia contra ele apresentada, nem o absolva sumariamente, nos termos pleiteados, ordene a diligência abaixo requerida, ouça as testemunhas arroladas e, ao fim, julgue improcedente a acusação, absolvendo-o de todas as imputações lhe formuladas." Os advogados do ex-deputado também pedem que a Shell forneça cópia do procedimento de contratação dos poços de petróleo no Benin. "Por meio dessa diligência, pretende-se provar que o contrato investigado nos presentes autos foi celebrado em conformidade com as regras do mercado e não, ao contrário do que diz o MPF, em razão de propina paga ao defendente", sustenta a defesa.
|
poder
|
Cunha pede Lula e Temer como testemunhas de defesa na Lava JatoEm sua defesa prévia, protocolada na noite de terça-feira (1º), o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) incluiu em seu rol de testemunhas de defesa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Michel Temer. Também foram citados Henrique Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo, o ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e mais 17 pessoas. Apesar do chamado, o comparecimento dos citados não é certo. Primeiro, o juiz precisa avaliar a pertinência da convocação. Se a intimação da testemunha for deferida pelo magistrado, ela será obrigada a comparecer. De acordo com o artigo 206 do Código de Processo Penal, a testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Cunha é réu na Lava Jato sob as acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele foi preso preventivamente no último dia 19, sob ordens do juiz federal Sergio Moro, que passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato. Na defesa prévia, os advogados do ex-deputado não explicam os motivos para chamar Temer e Lula nem fazem nenhuma outra menção a eles. A defesa cita apenas a "imprescindibilidade" de ouvir essas pessoas e afirma que a quantidade de testemunhas se justifica pelo número "de fatos imputados" ao réu. Segundo a acusação, Cunha recebeu propina de aproximadamente US$ 1,5 milhão em uma conta na Suíça. O valor é referente a um contrato da estatal no Benin, país do oeste da África. A propina teria como objetivo garantir sustentação política para Jorge Luiz Zelada na área internacional da Petrobras. Cunha também é acusado de lavagem de dinheiro por tentar mascarar as movimentações bancárias fora do país. Na peça, a defesa de Cunha negou as acusações e pediu a rejeição da denúncia. "O defendente requer que caso Vossa Excelência não rejeite a denúncia contra ele apresentada, nem o absolva sumariamente, nos termos pleiteados, ordene a diligência abaixo requerida, ouça as testemunhas arroladas e, ao fim, julgue improcedente a acusação, absolvendo-o de todas as imputações lhe formuladas." Os advogados do ex-deputado também pedem que a Shell forneça cópia do procedimento de contratação dos poços de petróleo no Benin. "Por meio dessa diligência, pretende-se provar que o contrato investigado nos presentes autos foi celebrado em conformidade com as regras do mercado e não, ao contrário do que diz o MPF, em razão de propina paga ao defendente", sustenta a defesa.
| 0 |
Cruzeiro vence em casa e se aproxima da classificação na Libertadores
|
O Cruzeiro deu uma resposta à sua torcida após a derrota para o Tombense no Campeonato Mineiro ao vencer o Mineros (VEN) por 3 a 0, em casa, nesta quarta-feira (8), e se manter na liderança do grupo 3 da Taça Libertadores. Giorgian De Arrascaeta, Leandro Damião e Henrique foram os responsáveis por balançar as redes dos venezuelanos e assegurar o triunfo do bicampeão brasileiro. Com o resultado, o Cruzeiro está na primeira colocação da chave com oito pontos conquistados, enquanto os comandados de Marcos Mathias permanecem na lanterna, com um ponto apenas. O Universitario de Sucre (BOL) tem seis pontos e ocupa a vice-liderança. O Huracán (ARG) é o terceiro, com quatro.
|
esporte
|
Cruzeiro vence em casa e se aproxima da classificação na LibertadoresO Cruzeiro deu uma resposta à sua torcida após a derrota para o Tombense no Campeonato Mineiro ao vencer o Mineros (VEN) por 3 a 0, em casa, nesta quarta-feira (8), e se manter na liderança do grupo 3 da Taça Libertadores. Giorgian De Arrascaeta, Leandro Damião e Henrique foram os responsáveis por balançar as redes dos venezuelanos e assegurar o triunfo do bicampeão brasileiro. Com o resultado, o Cruzeiro está na primeira colocação da chave com oito pontos conquistados, enquanto os comandados de Marcos Mathias permanecem na lanterna, com um ponto apenas. O Universitario de Sucre (BOL) tem seis pontos e ocupa a vice-liderança. O Huracán (ARG) é o terceiro, com quatro.
| 4 |
Latino-americanos se destacam em evento sobre romance policial na França
|
Menos de uma semana depois do Salão do Livro de Paris, que neste ano homenageou o Brasil, a cidade de Lyon abrigou outro grande evento literário na França, entre os dias 27 e 29 de março: a 11ª edição do Quais du Polar. Como indica seu nome, o festival criado em 2005 gira em torno do romance policial ("polar", no francês coloquial) e levou ao sudeste do país os best-sellers John Grisham e Michael Connelly, que fizeram concorrido debate sobre o sistema judiciário norte-americano no Théatre des Célestins, uma das tantas plataformas ("quais") do evento de Lyon. Essa, aliás, é a principal característica do festival. Se o Salão de Paris acontece num pavilhão semelhante ao das bienais do livro de São Paulo e Rio de Janeiro, o Quais du Polar ocupa palácios públicos, cinemas, teatros, igrejas e museus, com programações paralelas que acabam indo além da literatura policial. O brasileiro Paulo Lins, por exemplo, participou de uma das mesas mais politizadas, ao lado do mexicano Paco Ignacio Taibo 2º e do cubano Leonardo Padura, colunista da Folha e autor de "O Homem que Amava os Cachorros", "thriller" histórico sobre o assassinato do revolucionário russo Leon Trótski. O trio latino eclipsou Connelly (que enfatizou o sentido político da luta dos advogados contra os bancos, nos EUA) e a canadense Emily St. John Mandel (cultora mais ortodoxa do "noir") com os comentários histriônicos de Taibo sobre o "nonsense" da política mexicana e de Padura sobre o surgimento em Cuba, após o fim do bloco soviético, de diferenças de classe que geraram "asentamientos" semelhantes às favelas brasileiras, mas também uma literatura menos cordata em relação ao regime comunista. E como a favela é o cenário de "Cidade de Deus", Lins fez o discurso mais contundente, atribuindo a violência brasileira ao passado escravocrata, porém dando peso igual, hoje, ao tráfico de drogas e ao comércio de armas, que envolve tanto os pequenos criminosos quanto os estados delinquentes. Outra mostra de como o Quais du Polar cria formatos inusitados em sua programação foram as seções de cinema apresentadas por escritores e as visitas ao Museu de Belas Artes, em que autores convidados comentavam quadros do acervo - caso do argelino Yasmina Khadra que, ao analisar a belíssima tela "A Leitura", de Henri Fantin-Latour, provou que todo escritor se define antes como leitor do que por um gênero, policial ou não. O jornalista MANUEL DA COSTA PINTO viajou a convite do Quais du Polar e do Bureau du Livre da Embaixada da França.
|
ilustrada
|
Latino-americanos se destacam em evento sobre romance policial na FrançaMenos de uma semana depois do Salão do Livro de Paris, que neste ano homenageou o Brasil, a cidade de Lyon abrigou outro grande evento literário na França, entre os dias 27 e 29 de março: a 11ª edição do Quais du Polar. Como indica seu nome, o festival criado em 2005 gira em torno do romance policial ("polar", no francês coloquial) e levou ao sudeste do país os best-sellers John Grisham e Michael Connelly, que fizeram concorrido debate sobre o sistema judiciário norte-americano no Théatre des Célestins, uma das tantas plataformas ("quais") do evento de Lyon. Essa, aliás, é a principal característica do festival. Se o Salão de Paris acontece num pavilhão semelhante ao das bienais do livro de São Paulo e Rio de Janeiro, o Quais du Polar ocupa palácios públicos, cinemas, teatros, igrejas e museus, com programações paralelas que acabam indo além da literatura policial. O brasileiro Paulo Lins, por exemplo, participou de uma das mesas mais politizadas, ao lado do mexicano Paco Ignacio Taibo 2º e do cubano Leonardo Padura, colunista da Folha e autor de "O Homem que Amava os Cachorros", "thriller" histórico sobre o assassinato do revolucionário russo Leon Trótski. O trio latino eclipsou Connelly (que enfatizou o sentido político da luta dos advogados contra os bancos, nos EUA) e a canadense Emily St. John Mandel (cultora mais ortodoxa do "noir") com os comentários histriônicos de Taibo sobre o "nonsense" da política mexicana e de Padura sobre o surgimento em Cuba, após o fim do bloco soviético, de diferenças de classe que geraram "asentamientos" semelhantes às favelas brasileiras, mas também uma literatura menos cordata em relação ao regime comunista. E como a favela é o cenário de "Cidade de Deus", Lins fez o discurso mais contundente, atribuindo a violência brasileira ao passado escravocrata, porém dando peso igual, hoje, ao tráfico de drogas e ao comércio de armas, que envolve tanto os pequenos criminosos quanto os estados delinquentes. Outra mostra de como o Quais du Polar cria formatos inusitados em sua programação foram as seções de cinema apresentadas por escritores e as visitas ao Museu de Belas Artes, em que autores convidados comentavam quadros do acervo - caso do argelino Yasmina Khadra que, ao analisar a belíssima tela "A Leitura", de Henri Fantin-Latour, provou que todo escritor se define antes como leitor do que por um gênero, policial ou não. O jornalista MANUEL DA COSTA PINTO viajou a convite do Quais du Polar e do Bureau du Livre da Embaixada da França.
| 1 |
Em quatro anos, sobe 10% número de moradores de rua em São Paulo
|
A cidade de São Paulo tem 15.905 moradores de rua, 10% mais do que há quatro anos. O ritmo de crescimento dessa população é bem superior ao dos demais habitantes, mas vem caindo: era de 5,14% ao ano na década de 2000 e baixou para 2,5% desde 2009. Os dados fazem parte do censo dos moradores de rua feito pela Fipe/USP (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) entre fevereiro e março, a pedido da gestão Fernando Haddad (PT). Eles apontam que, num intervalo de 15 anos, a população de rua cresceu 82% –é como se, a cada três dias, a cidade recebesse quatro moradores nessas condições. Já a quantidade total de habitantes na capital paulista cresceu menos de 1% entre 2000 e 2010 –e 2,9% nos últimos cinco anos, segundo projeção da Fundação Seade. O censo dos moradores de rua é um ponto de partida para definir as políticas sociais, como necessidade de ampliação de albergues e identificação de regiões vulneráveis. Hoje, há 9.000 vagas nas casas de acolhida da cidade, quantidade insuficiente para receber essa população. A pesquisa mostra que a maioria das pessoas nessa situação é de homens (82%). Da faixa etária, a parcela predominante –36,6%– é de 31 a 49 anos. José Charlton, 41, e Silvia Helena de Souza, 43, estão entre eles. O primeiro mora na rua há dois anos, em razão de briga com familiares. A segunda, há oito anos. Ela morava com a irmã, a mãe e cinco filhos no Ceará. Veio com todos para São Paulo –segundo ela, que é evangélica, "a mando de Deus"–, mas nem sabe mais onde eles estão agora. O distrito que mais tem pessoas dormindo nas ruas é a Sé, no centro, que inclui a cracolândia -nele estão 52,7% dos moradores de rua da cidade. Em seguida aparecem Mooca (11,5%), Lapa (5,6%), Santana/Tucuruvi (3,7%) e Pinheiros (2,9%). SENSAÇÃO A gestão Haddad minimizou a alta registrada pelo censo. "Não aumentou muito, embora muitos digam que há essa sensação. Antes, as pessoas ficavam escondidas em buracos, hoje ficam mais aparentes porque a gestão não busca um processo de higienização", diz a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer. Ela afirma que a prefeitura vem investindo na ampliação dos serviços, como casas de acolhida para famílias.
|
cotidiano
|
Em quatro anos, sobe 10% número de moradores de rua em São PauloA cidade de São Paulo tem 15.905 moradores de rua, 10% mais do que há quatro anos. O ritmo de crescimento dessa população é bem superior ao dos demais habitantes, mas vem caindo: era de 5,14% ao ano na década de 2000 e baixou para 2,5% desde 2009. Os dados fazem parte do censo dos moradores de rua feito pela Fipe/USP (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) entre fevereiro e março, a pedido da gestão Fernando Haddad (PT). Eles apontam que, num intervalo de 15 anos, a população de rua cresceu 82% –é como se, a cada três dias, a cidade recebesse quatro moradores nessas condições. Já a quantidade total de habitantes na capital paulista cresceu menos de 1% entre 2000 e 2010 –e 2,9% nos últimos cinco anos, segundo projeção da Fundação Seade. O censo dos moradores de rua é um ponto de partida para definir as políticas sociais, como necessidade de ampliação de albergues e identificação de regiões vulneráveis. Hoje, há 9.000 vagas nas casas de acolhida da cidade, quantidade insuficiente para receber essa população. A pesquisa mostra que a maioria das pessoas nessa situação é de homens (82%). Da faixa etária, a parcela predominante –36,6%– é de 31 a 49 anos. José Charlton, 41, e Silvia Helena de Souza, 43, estão entre eles. O primeiro mora na rua há dois anos, em razão de briga com familiares. A segunda, há oito anos. Ela morava com a irmã, a mãe e cinco filhos no Ceará. Veio com todos para São Paulo –segundo ela, que é evangélica, "a mando de Deus"–, mas nem sabe mais onde eles estão agora. O distrito que mais tem pessoas dormindo nas ruas é a Sé, no centro, que inclui a cracolândia -nele estão 52,7% dos moradores de rua da cidade. Em seguida aparecem Mooca (11,5%), Lapa (5,6%), Santana/Tucuruvi (3,7%) e Pinheiros (2,9%). SENSAÇÃO A gestão Haddad minimizou a alta registrada pelo censo. "Não aumentou muito, embora muitos digam que há essa sensação. Antes, as pessoas ficavam escondidas em buracos, hoje ficam mais aparentes porque a gestão não busca um processo de higienização", diz a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer. Ela afirma que a prefeitura vem investindo na ampliação dos serviços, como casas de acolhida para famílias.
| 6 |
No Rio, flamenguistas fazem festa em aeroporto antes de jogo com Palmeiras
|
Milhares de torcedores do Flamengo lotaram na tarde desta terça (13) o aeroporto Santos Dumont para apoiar os jogadores no embarque para São Paulo. Nesta quarta (14), os cariocas enfrentam o Palmeiras, na disputa pela liderança do Campeonato Brasileiro. O time do Parque São Jorge tem um ponto a mais que o do Rio. Segundo a Infraero, cerca de 5 mil torcedores tomaram os arredores e o saguão do aeroporto. A despedida dos torcedores foi organizada pelas redes sociais. Eles caminharam pelas principais ruas do centro do Rio até chegar no Santos Dumont. Os flamenguistas pretendem repetir em São Paulo a festa desta tarde no Rio. A delegação desembarca às 16h50, em Congonhas. Os integrantes das organizadas dos dois clubes estão proibidos de entrar no estádio pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por causa de uma confusão na partida do primeiro turno entre os dois times em Brasília. Os auditores do STJD já informaram que podem impor aos clubes uma pena mais dura, caso os integrantes das organizadas compareçam ao estádio nesta quarta.
|
esporte
|
No Rio, flamenguistas fazem festa em aeroporto antes de jogo com PalmeirasMilhares de torcedores do Flamengo lotaram na tarde desta terça (13) o aeroporto Santos Dumont para apoiar os jogadores no embarque para São Paulo. Nesta quarta (14), os cariocas enfrentam o Palmeiras, na disputa pela liderança do Campeonato Brasileiro. O time do Parque São Jorge tem um ponto a mais que o do Rio. Segundo a Infraero, cerca de 5 mil torcedores tomaram os arredores e o saguão do aeroporto. A despedida dos torcedores foi organizada pelas redes sociais. Eles caminharam pelas principais ruas do centro do Rio até chegar no Santos Dumont. Os flamenguistas pretendem repetir em São Paulo a festa desta tarde no Rio. A delegação desembarca às 16h50, em Congonhas. Os integrantes das organizadas dos dois clubes estão proibidos de entrar no estádio pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por causa de uma confusão na partida do primeiro turno entre os dois times em Brasília. Os auditores do STJD já informaram que podem impor aos clubes uma pena mais dura, caso os integrantes das organizadas compareçam ao estádio nesta quarta.
| 4 |
Prepare-se: quinta-feira nublada com shows de Miúcha e Melanina Carioca
|
DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "A verdade não muda. É sempre verdade, não é relativa. A gente deve tentar encontrar essa verdade, nas pessoas, nas escolhas e em tudo. Procurar melhorar nosso lado espiritual, se cobrar na medida certa, respeitar a todos e a natureza. Maior amadurecimento é viver a realidade. Parar de viver o Facebook (redes sociais) e viver mais a vida." Priscila Brasil, 24, estudante de engenharia, Santa Cecília * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
|
saopaulo
|
Prepare-se: quinta-feira nublada com shows de Miúcha e Melanina CariocaDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "A verdade não muda. É sempre verdade, não é relativa. A gente deve tentar encontrar essa verdade, nas pessoas, nas escolhas e em tudo. Procurar melhorar nosso lado espiritual, se cobrar na medida certa, respeitar a todos e a natureza. Maior amadurecimento é viver a realidade. Parar de viver o Facebook (redes sociais) e viver mais a vida." Priscila Brasil, 24, estudante de engenharia, Santa Cecília * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
| 17 |
Preço médio do litro da gasolina sobe a R$ 3,762 na primeira semana do ano
|
O preço médio do litro da gasolina subiu a R$ 3,762 na primeira semana de janeiro, seguindo a tendência de alta iniciada após a Petrobras reajustar o valor do combustível na refinaria, no início de dezembro. A média é superior à registrada em todas as semanas de 2016, de acordo com pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela divulgação do relatório. Desde que a Petrobras anunciou uma elevação de 8,1% do preço da gasolina nas refinarias, em 5 de dezembro, o valor médio pago pelo consumidor nos postos subiu 1,92%. Em relação à última semana de dezembro, o aumento foi de 0,18%. A elevação dos preços nas bombas é próximo ao impacto de R$ 0,12 por litro estimado pela empresa à época do reajuste. O valor médio do litro de etanol também subiu para R$ 2,863 na primeira semana de 2017, após fechar o ano passado em R$ 2,844 o litro –alta de 0,67% em uma semana.
|
mercado
|
Preço médio do litro da gasolina sobe a R$ 3,762 na primeira semana do anoO preço médio do litro da gasolina subiu a R$ 3,762 na primeira semana de janeiro, seguindo a tendência de alta iniciada após a Petrobras reajustar o valor do combustível na refinaria, no início de dezembro. A média é superior à registrada em todas as semanas de 2016, de acordo com pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela divulgação do relatório. Desde que a Petrobras anunciou uma elevação de 8,1% do preço da gasolina nas refinarias, em 5 de dezembro, o valor médio pago pelo consumidor nos postos subiu 1,92%. Em relação à última semana de dezembro, o aumento foi de 0,18%. A elevação dos preços nas bombas é próximo ao impacto de R$ 0,12 por litro estimado pela empresa à época do reajuste. O valor médio do litro de etanol também subiu para R$ 2,863 na primeira semana de 2017, após fechar o ano passado em R$ 2,844 o litro –alta de 0,67% em uma semana.
| 2 |
Ministros do Supremo elogiam Fachin e dizem que resistência é política
|
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) elogiaram nesta quarta-feira (13) o desempenho do advogado Luiz Edson Fachin em sabatina no Senado e apontaram que as resistências à sua indicação para uma vaga no tribunal se devem à conjuntura política, não à qualificação profissional dele. A indicação de Fachin foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na noite de terça (12) por 20 votos favoráveis e 7 contrários, maior número de votos negativos das últimas sabatinas. Sua efetiva indicação, porém, precisa ser aprovada pelo plenário do Senado, votação que deve ocorrer na próxima semana. O ministro Luís Roberto Barroso disse que Fachin "desempenhou seu papel de forma meritória". "Eu acho que as resistências em grande parte tem a mais ver com uma conjuntura do país do que com a qualificação do professor Fachin, que é inequívoca", afirmou. Já o ministro Marco Aurélio Mello disse que Fachin "saiu maior do que entrou". "É um grande quadro para o Supremo e que não pode ser utilizado como instrumento para retaliar o poder Executivo que o indicou", disse. Para Celso de Mello, ministro que está há mais tempo no STF, Fachin tem "alta qualificação profissional". Ele disse que o Senado "agirá com máxima sabedoria".
|
poder
|
Ministros do Supremo elogiam Fachin e dizem que resistência é políticaMinistros do STF (Supremo Tribunal Federal) elogiaram nesta quarta-feira (13) o desempenho do advogado Luiz Edson Fachin em sabatina no Senado e apontaram que as resistências à sua indicação para uma vaga no tribunal se devem à conjuntura política, não à qualificação profissional dele. A indicação de Fachin foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na noite de terça (12) por 20 votos favoráveis e 7 contrários, maior número de votos negativos das últimas sabatinas. Sua efetiva indicação, porém, precisa ser aprovada pelo plenário do Senado, votação que deve ocorrer na próxima semana. O ministro Luís Roberto Barroso disse que Fachin "desempenhou seu papel de forma meritória". "Eu acho que as resistências em grande parte tem a mais ver com uma conjuntura do país do que com a qualificação do professor Fachin, que é inequívoca", afirmou. Já o ministro Marco Aurélio Mello disse que Fachin "saiu maior do que entrou". "É um grande quadro para o Supremo e que não pode ser utilizado como instrumento para retaliar o poder Executivo que o indicou", disse. Para Celso de Mello, ministro que está há mais tempo no STF, Fachin tem "alta qualificação profissional". Ele disse que o Senado "agirá com máxima sabedoria".
| 0 |
Gestão Haddad suspende passe livre de alunos que estudam na Grande SP
|
Pelo menos 9.000 estudantes que moram em São Paulo e estudam na região metropolitana tiveram seus passes livres suspensos, agora em julho, pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). A prefeitura afirma, no entanto, que o benefício já foi restabelecido. É o caso de Luanna Gabriely Mendes do Nascimento, 21, que mora no Grajaú, na zona sul da cidade, e estuda história na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em Guarulhos (Grande SP). Luanna conta que desde o ano passado recebe a cota do passe livre para poder estudar em Guarulhos, mas quando foi utilizar o bilhete no começo do mês percebeu que o benefício não havia sido liberado. "Desde o ano passado, as cotas caem sempre no primeiro dia do mês, mas isso não aconteceu agora. Do nada, não tínhamos mais o benefício". Para ir até a universidade, a estudante conta que precisa pegar um ônibus até a estação Grajaú, da linha 9-esmeralda da CPTM, mais duas baldeações até chegar na estação Armênia, da linha 1-azul do Metrô, onde pega um ônibus intermunicipal. "Sem o passe livre, gasto mais de R$ 24 para ir e voltar. Na segunda, eu não fui para faculdade. Nos demais dias consegui uma carona com o meu irmão, mas muitos dos meus amigos faltaram", disse Luanna. A estudante diz ainda que muitos de seus colegas também foram prejudicados pela suspensão do passe livre. Segundo Luanna, alguns de seus amigos entraram em contato com a SPTrans (empresa municipal que administra o transporte público) e foram informados de que não teriam direito ao passe livre porque não estudavam na cidade e que nunca deveriam ter recebido o benefício. A Secretaria Municipal de Transportes informou que um erro de processamento fez com que os estudantes deixassem de receber o benefício no início do mês de julho. "O problema será corrigido com a máxima urgência e as cotas disponibilizadas a partir da próxima sexta-feira (8)", disse, em nota, a pasta. A Prefeitura informou que o serviço foi restabelecido já nesta quinta (7). Atualmente, segundo a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), 664.791 estudantes são beneficiados com o passe livre. A estudante ouvida pela Folha disse que houve a liberação do benefício entre a noite desta quarta (6) e a manhã desta quinta, mas que muitos de seus colegas ainda não tiveram o benefício restabelecido. A gratuidade é válida para alunos do ensino fundamental e médio da rede pública, de universidade pública com renda familiar per capita de até R$ 1.182 e de universidade privada beneficiários do ProUni (Programa Universidade para Todos), Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), bolsa universidade ou cotas sociais. A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) informou que vai rever a portaria e adaptá-la ao atendimento de todos os estudantes que hoje têm direito ao passe livre. De acordo com a secretaria, a portaria que regulamenta a isenção do pagamento aos estudantes exige que a instituição de ensino deva estar localizada dentro do município de São Paulo.
|
cotidiano
|
Gestão Haddad suspende passe livre de alunos que estudam na Grande SPPelo menos 9.000 estudantes que moram em São Paulo e estudam na região metropolitana tiveram seus passes livres suspensos, agora em julho, pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). A prefeitura afirma, no entanto, que o benefício já foi restabelecido. É o caso de Luanna Gabriely Mendes do Nascimento, 21, que mora no Grajaú, na zona sul da cidade, e estuda história na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em Guarulhos (Grande SP). Luanna conta que desde o ano passado recebe a cota do passe livre para poder estudar em Guarulhos, mas quando foi utilizar o bilhete no começo do mês percebeu que o benefício não havia sido liberado. "Desde o ano passado, as cotas caem sempre no primeiro dia do mês, mas isso não aconteceu agora. Do nada, não tínhamos mais o benefício". Para ir até a universidade, a estudante conta que precisa pegar um ônibus até a estação Grajaú, da linha 9-esmeralda da CPTM, mais duas baldeações até chegar na estação Armênia, da linha 1-azul do Metrô, onde pega um ônibus intermunicipal. "Sem o passe livre, gasto mais de R$ 24 para ir e voltar. Na segunda, eu não fui para faculdade. Nos demais dias consegui uma carona com o meu irmão, mas muitos dos meus amigos faltaram", disse Luanna. A estudante diz ainda que muitos de seus colegas também foram prejudicados pela suspensão do passe livre. Segundo Luanna, alguns de seus amigos entraram em contato com a SPTrans (empresa municipal que administra o transporte público) e foram informados de que não teriam direito ao passe livre porque não estudavam na cidade e que nunca deveriam ter recebido o benefício. A Secretaria Municipal de Transportes informou que um erro de processamento fez com que os estudantes deixassem de receber o benefício no início do mês de julho. "O problema será corrigido com a máxima urgência e as cotas disponibilizadas a partir da próxima sexta-feira (8)", disse, em nota, a pasta. A Prefeitura informou que o serviço foi restabelecido já nesta quinta (7). Atualmente, segundo a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), 664.791 estudantes são beneficiados com o passe livre. A estudante ouvida pela Folha disse que houve a liberação do benefício entre a noite desta quarta (6) e a manhã desta quinta, mas que muitos de seus colegas ainda não tiveram o benefício restabelecido. A gratuidade é válida para alunos do ensino fundamental e médio da rede pública, de universidade pública com renda familiar per capita de até R$ 1.182 e de universidade privada beneficiários do ProUni (Programa Universidade para Todos), Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), bolsa universidade ou cotas sociais. A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) informou que vai rever a portaria e adaptá-la ao atendimento de todos os estudantes que hoje têm direito ao passe livre. De acordo com a secretaria, a portaria que regulamenta a isenção do pagamento aos estudantes exige que a instituição de ensino deva estar localizada dentro do município de São Paulo.
| 6 |
Oscip atua no Complexo da Maré a partir de cinco eixos estruturantes
|
Eliana de Sousa Silva se recusou a virar nome de rua. Os moradores quiseram homenageá-la como fundadora da Redes de Desenvolvimento da Maré, já que a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) fez o trabalho pioneiro que resultou na cartografia do complexo de favelas. Até então, a Maré era um emaranhado de ruas, becos e vielas sem nome e sem CEP que constava do mapa da cidade apenas como uma mancha branca. "Fizemos o mapeamento de todas as ruas e praças, batizados com nomes de moradores e pessoas ligadas à história local", conta. Veja vídeo Ela abortou a tentativa de nomear uma das ruas principais de Nova Holanda. "Não tem cabimento. Mas disseram que, quando eu for desta para uma melhor, meu nome vai pra lá. Aí não tenho mais nada a ver com isso", brinca. Além de ter permitido aos moradores receberem correspondências em casa (antes retiradas numa entidade), o projeto colocou, literalmente, a Maré no mapa. O complexo de favelas será agora incluído oficialmente na cartografia do município, e a experiência vem sendo replicada em outras comunidades. CINCO EIXOS A Redes da Maré atua em cinco eixos estruturantes: educação, arte e cultura, comunicação, desenvolvimento urbano e segurança pública. Na seara educacional, o sucesso do curso pré-vestibular, experiência pioneira, se expandiu para cursos preparatórios para o ensino médio, técnico e fundamental. A partir desta dimensão do trabalho, Eliana e seu grupo pensaram em outros fatores que poderiam impactar na autonomia, mobilidade social e qualidade de vida das pessoas da Maré. Assim surgiram os outros quatro eixos da organização. Arte e cultura foi o segundo. Ex-babá, Karoline da Silva Pinto, 23, começou na escola de dança da Redes, passou ao curso pré-vestibular e hoje dá aulas e faz faculdade de dança na UFRJ (Universidade Federal do Rio Janeiro). "É um sonho que virou realidade", diz. Comunicação foi o terceiro eixo proposto pela Redes, com a criação e produção do jornal "Maré de Notícias", que busca mudar a forma como o território e seus habitantes são representados. Desenvolvimento territorial foi um eixo surgido como um Censo da Maré. O levantamento permitiu o cálculo do número de escolas públicas necessárias no território para dar conta de todas as crianças nascidas nos últimos anos: 19 novas unidades. O estudo, apresentado ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), foi incluído no planejamento da prefeitura, que hoje está construindo as 19 novas escolas na Maré, número apontado pelo estudo. "Sistematizar informações para amparar reivindicações é um papel muito importante da Redes", avalia Eliana. ABORDAGEM POLICIAL Por essa lógica, na área de segurança pública, seu principal projeto chama-se "Somos da Maré, Temos Direitos". Uma cartilha com parâmetros técnicos de uma abordagem policial foi distribuída junto com um adesivo a ser colado nas casas e barracos onde se lê: "Conhecemos nossos direitos! Não entre nesta casa sem respeitar a legalidade da ação". Marinalva Florêncio dos Santos, 54, colou duas vezes o adesivo na porta de sua casa, já invadida pela polícia sobre a alegação de haver traficantes em sua laje. "Eu não posso ser abordada direito? Por que tenho que levar tapa na cara? A campanha foi importante para eu saber dos meus direito, mas não me tirou o medo da polícia", diz a moradora da Nova Holanda.
|
empreendedorsocial
|
Oscip atua no Complexo da Maré a partir de cinco eixos estruturantesEliana de Sousa Silva se recusou a virar nome de rua. Os moradores quiseram homenageá-la como fundadora da Redes de Desenvolvimento da Maré, já que a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) fez o trabalho pioneiro que resultou na cartografia do complexo de favelas. Até então, a Maré era um emaranhado de ruas, becos e vielas sem nome e sem CEP que constava do mapa da cidade apenas como uma mancha branca. "Fizemos o mapeamento de todas as ruas e praças, batizados com nomes de moradores e pessoas ligadas à história local", conta. Veja vídeo Ela abortou a tentativa de nomear uma das ruas principais de Nova Holanda. "Não tem cabimento. Mas disseram que, quando eu for desta para uma melhor, meu nome vai pra lá. Aí não tenho mais nada a ver com isso", brinca. Além de ter permitido aos moradores receberem correspondências em casa (antes retiradas numa entidade), o projeto colocou, literalmente, a Maré no mapa. O complexo de favelas será agora incluído oficialmente na cartografia do município, e a experiência vem sendo replicada em outras comunidades. CINCO EIXOS A Redes da Maré atua em cinco eixos estruturantes: educação, arte e cultura, comunicação, desenvolvimento urbano e segurança pública. Na seara educacional, o sucesso do curso pré-vestibular, experiência pioneira, se expandiu para cursos preparatórios para o ensino médio, técnico e fundamental. A partir desta dimensão do trabalho, Eliana e seu grupo pensaram em outros fatores que poderiam impactar na autonomia, mobilidade social e qualidade de vida das pessoas da Maré. Assim surgiram os outros quatro eixos da organização. Arte e cultura foi o segundo. Ex-babá, Karoline da Silva Pinto, 23, começou na escola de dança da Redes, passou ao curso pré-vestibular e hoje dá aulas e faz faculdade de dança na UFRJ (Universidade Federal do Rio Janeiro). "É um sonho que virou realidade", diz. Comunicação foi o terceiro eixo proposto pela Redes, com a criação e produção do jornal "Maré de Notícias", que busca mudar a forma como o território e seus habitantes são representados. Desenvolvimento territorial foi um eixo surgido como um Censo da Maré. O levantamento permitiu o cálculo do número de escolas públicas necessárias no território para dar conta de todas as crianças nascidas nos últimos anos: 19 novas unidades. O estudo, apresentado ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), foi incluído no planejamento da prefeitura, que hoje está construindo as 19 novas escolas na Maré, número apontado pelo estudo. "Sistematizar informações para amparar reivindicações é um papel muito importante da Redes", avalia Eliana. ABORDAGEM POLICIAL Por essa lógica, na área de segurança pública, seu principal projeto chama-se "Somos da Maré, Temos Direitos". Uma cartilha com parâmetros técnicos de uma abordagem policial foi distribuída junto com um adesivo a ser colado nas casas e barracos onde se lê: "Conhecemos nossos direitos! Não entre nesta casa sem respeitar a legalidade da ação". Marinalva Florêncio dos Santos, 54, colou duas vezes o adesivo na porta de sua casa, já invadida pela polícia sobre a alegação de haver traficantes em sua laje. "Eu não posso ser abordada direito? Por que tenho que levar tapa na cara? A campanha foi importante para eu saber dos meus direito, mas não me tirou o medo da polícia", diz a moradora da Nova Holanda.
| 21 |
Julgamento do TSE é só mais um ato do teatro de faz de conta no Brasil
|
Brasília virou um teatro de faz de conta e nós somos os espectadores dessa farsa. Teoricamente, as instituições continuam funcionando, mas, na prática, a verdade vem sendo tão distorcida que o enredo caminha para um desfecho perigoso. Difícil saber onde tudo isso começou, mas talvez tenha sido no estelionato eleitoral de 2014, quando Dilma Rousseff e Michel Temer se elegeram prometendo algo impossível de cumprir. No primeiro mandato, Dilma tinha cometido tantos erros na condução da economia que o Estado estava quebrado e era questão de pouco tempo até o desemprego chegar. Hoje, temos 14,2 milhões de desempregados. A farsa continuou no impeachment da presidente. O rito foi cumprido a risca, mas o Congresso fez de conta que estava cassando o mandato por conta das "pedaladas fiscais", enquanto a verdade era bem distinta. Dilma caiu porque jogou o país numa profunda recessão e porque os políticos estavam desesperados para "controlar" a Lava Jato. Na esperança de ter uma travessia relativamente tranquila até 2018, a elite brasileira apoiou o governo Temer, desconsiderando todas as suspeitas que pairavam sobre ele. Com a delação de Joesley Batista e a incrível gravação da conversa com o mandatário da república na calada da noite, tornou-se impossível continuar fazendo de conta. As desculpas de Temer sobre sua relação com Joesley —"não acreditei no que dizia o empresário falastrão", "esqueci de colocar o compromisso na agenda", "não sabia de quem era o jato particular que usei"— são totalmente absurdas. Mas o Planalto as repete como se fossem verdade. O julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é apenas o ato mais recente dessa farsa. Até a publicação dessa coluna, os juízes faziam malabarismos para ignorar provas abundantes de caixa 2. O ministro Gilmar Mendes não tem qualquer decoro em mudar sua convicções conforme o governo de turno. Outros dois ministros da corte foram indicados pelo próprio Temer para julgá-lo —ou seria melhor dizer para absolvê-lo? Na ânsia de conquistar e se manter no poder, os grupos políticos —o que inclui Executivo, Legislativo e Judiciário— seguem fazendo de conta que esse é um país sério, distorcendo a verdade e as próprias instituições que dizem representar, sem se importar com o perigo que sua conduta representa para a democracia.
|
colunas
|
Julgamento do TSE é só mais um ato do teatro de faz de conta no BrasilBrasília virou um teatro de faz de conta e nós somos os espectadores dessa farsa. Teoricamente, as instituições continuam funcionando, mas, na prática, a verdade vem sendo tão distorcida que o enredo caminha para um desfecho perigoso. Difícil saber onde tudo isso começou, mas talvez tenha sido no estelionato eleitoral de 2014, quando Dilma Rousseff e Michel Temer se elegeram prometendo algo impossível de cumprir. No primeiro mandato, Dilma tinha cometido tantos erros na condução da economia que o Estado estava quebrado e era questão de pouco tempo até o desemprego chegar. Hoje, temos 14,2 milhões de desempregados. A farsa continuou no impeachment da presidente. O rito foi cumprido a risca, mas o Congresso fez de conta que estava cassando o mandato por conta das "pedaladas fiscais", enquanto a verdade era bem distinta. Dilma caiu porque jogou o país numa profunda recessão e porque os políticos estavam desesperados para "controlar" a Lava Jato. Na esperança de ter uma travessia relativamente tranquila até 2018, a elite brasileira apoiou o governo Temer, desconsiderando todas as suspeitas que pairavam sobre ele. Com a delação de Joesley Batista e a incrível gravação da conversa com o mandatário da república na calada da noite, tornou-se impossível continuar fazendo de conta. As desculpas de Temer sobre sua relação com Joesley —"não acreditei no que dizia o empresário falastrão", "esqueci de colocar o compromisso na agenda", "não sabia de quem era o jato particular que usei"— são totalmente absurdas. Mas o Planalto as repete como se fossem verdade. O julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é apenas o ato mais recente dessa farsa. Até a publicação dessa coluna, os juízes faziam malabarismos para ignorar provas abundantes de caixa 2. O ministro Gilmar Mendes não tem qualquer decoro em mudar sua convicções conforme o governo de turno. Outros dois ministros da corte foram indicados pelo próprio Temer para julgá-lo —ou seria melhor dizer para absolvê-lo? Na ânsia de conquistar e se manter no poder, os grupos políticos —o que inclui Executivo, Legislativo e Judiciário— seguem fazendo de conta que esse é um país sério, distorcendo a verdade e as próprias instituições que dizem representar, sem se importar com o perigo que sua conduta representa para a democracia.
| 10 |
Falta de novidades coloca em xeque capacidade de smartphones de inovar
|
Um debate move a indústria de smartphones: acabou a capacidade das marcas de continuar inovando? Os novos modelos trazem poucas novidades do ponto de vista tecnológico. E as que surgem não resolvem problemas mais críticos para o usuário, como o fato de as baterias não durarem longos períodos. O Mobile World Congress, que ocorreu na semana passada em Barcelona e é o principal evento de telefonia móvel do mundo, quase não trouxe telefones (novos, pelo menos) –e debruçou-se mais sobre avanços que estão mais para atualizações do que para mudanças revolucionárias. Foram poucos lançamentos. Mais raros ainda aqueles que fizeram barulho: o principal deles foi o LG G5, que apostou em um celular modular, composto de peças removíveis e substituíveis. Mas o aparelho está longe de ser algo como o projeto Ara, do Google, em que o smartphone seria composto de blocos, como peças de Lego. O programa da gigante que criou o Android, no entanto, se arrasta há anos e não dá indício de sair do papel. Com o Galaxy S7, a Samsung apenas atualizou um modelo sucesso de crítica, mas nem tanto de público. Há melhorias pontuais, como métodos para reforçar o desempenho da câmera em condições de pouca luz e um chip que permite usar o sistema de pagamento Samsung Pay com as antigas máquinas de cartão magnético. Nada que se compare à transição do S5 para o S6, cujo design colocou a sul-coreana em condições de competir com o iPhone. Mas, para Roberto Soboll, diretor de dispositivos móveis da empresa no Brasil, ainda resta muito tempo antes de a capacidade de inovação no setor se esgotar. "Ainda não é o momento em que vamos passar para novas experiências [como relógios inteligentes e realidade virtual]", diz. Mas pondera: "Esse é um mercado de reposição, já mais maduro". DISPOSITIVOS A Samsung apostou em novas experiências em Barcelona. Além do Gear VR, óculos de realidade virtual, levou para o congresso uma câmera capaz de produzir conteúdo para a nova tecnologia, a Gear 360. Todas as maiores fabricantes também trouxeram dispositivos que giram em torno do aparelho, mas que não são inovações embutidas nele. "É normal que parte da inovação venha do ecossistema em torno do smartphone. É como os apps: muito da inovação acontece neles, que as pessoas baixam depois que o aparelho existe", diz Hiroshi Lockheimer, responsável pelo Android, do Google. Investir no desenvolvimento de dispositivos que atuem em conjunto com os celulares é uma forma de atacar cedo a estagnação nos smartphones. Tim Cook, chefão da Apple, anunciou em janeiro que espera queda no número de vendas de iPhone no atual trimestre. A Samsung registrou 10% de queda no anterior. "Por um lado, isso é resultado da dificuldade da diferenciação entre os lançamentos", diz Leonardo Munin, analista da IDC Brasil. Mas ele diz que a queda nos números significa também que as pessoas estão demorando mais a trocar de aparelhos, justamente por terem melhorado nos últimos anos. Por outro lado, há quem aposte em novos mercados, especialmente quando existem 6 bilhões de acessos a tecnologias móveis no mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). "Há cada cada vez mais importância em países como China, Índia, Indonésia e Brasil. Ainda há um grande caminho de inclusão", diz o vice-presidente da chinesa Xiaomi, Hugo Barra. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Qualcomm, e BRUNO SCATENA, da Samsung
|
tec
|
Falta de novidades coloca em xeque capacidade de smartphones de inovarUm debate move a indústria de smartphones: acabou a capacidade das marcas de continuar inovando? Os novos modelos trazem poucas novidades do ponto de vista tecnológico. E as que surgem não resolvem problemas mais críticos para o usuário, como o fato de as baterias não durarem longos períodos. O Mobile World Congress, que ocorreu na semana passada em Barcelona e é o principal evento de telefonia móvel do mundo, quase não trouxe telefones (novos, pelo menos) –e debruçou-se mais sobre avanços que estão mais para atualizações do que para mudanças revolucionárias. Foram poucos lançamentos. Mais raros ainda aqueles que fizeram barulho: o principal deles foi o LG G5, que apostou em um celular modular, composto de peças removíveis e substituíveis. Mas o aparelho está longe de ser algo como o projeto Ara, do Google, em que o smartphone seria composto de blocos, como peças de Lego. O programa da gigante que criou o Android, no entanto, se arrasta há anos e não dá indício de sair do papel. Com o Galaxy S7, a Samsung apenas atualizou um modelo sucesso de crítica, mas nem tanto de público. Há melhorias pontuais, como métodos para reforçar o desempenho da câmera em condições de pouca luz e um chip que permite usar o sistema de pagamento Samsung Pay com as antigas máquinas de cartão magnético. Nada que se compare à transição do S5 para o S6, cujo design colocou a sul-coreana em condições de competir com o iPhone. Mas, para Roberto Soboll, diretor de dispositivos móveis da empresa no Brasil, ainda resta muito tempo antes de a capacidade de inovação no setor se esgotar. "Ainda não é o momento em que vamos passar para novas experiências [como relógios inteligentes e realidade virtual]", diz. Mas pondera: "Esse é um mercado de reposição, já mais maduro". DISPOSITIVOS A Samsung apostou em novas experiências em Barcelona. Além do Gear VR, óculos de realidade virtual, levou para o congresso uma câmera capaz de produzir conteúdo para a nova tecnologia, a Gear 360. Todas as maiores fabricantes também trouxeram dispositivos que giram em torno do aparelho, mas que não são inovações embutidas nele. "É normal que parte da inovação venha do ecossistema em torno do smartphone. É como os apps: muito da inovação acontece neles, que as pessoas baixam depois que o aparelho existe", diz Hiroshi Lockheimer, responsável pelo Android, do Google. Investir no desenvolvimento de dispositivos que atuem em conjunto com os celulares é uma forma de atacar cedo a estagnação nos smartphones. Tim Cook, chefão da Apple, anunciou em janeiro que espera queda no número de vendas de iPhone no atual trimestre. A Samsung registrou 10% de queda no anterior. "Por um lado, isso é resultado da dificuldade da diferenciação entre os lançamentos", diz Leonardo Munin, analista da IDC Brasil. Mas ele diz que a queda nos números significa também que as pessoas estão demorando mais a trocar de aparelhos, justamente por terem melhorado nos últimos anos. Por outro lado, há quem aposte em novos mercados, especialmente quando existem 6 bilhões de acessos a tecnologias móveis no mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). "Há cada cada vez mais importância em países como China, Índia, Indonésia e Brasil. Ainda há um grande caminho de inclusão", diz o vice-presidente da chinesa Xiaomi, Hugo Barra. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Qualcomm, e BRUNO SCATENA, da Samsung
| 5 |
Ueba! Hoje é Domingo Friday!
|
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador Geral da República! Bom dia! Pra quem ainda não tá preso! E as piadas prontas: "Filhos de deputados roubam Papai Noel em Palmas". É o DNA! E estavam comemorando a vitória do Corinthians. Mais um agravante: filho de deputado e corintiano. Rarará. E esta: "Terremoto no Peru". Que inveja! O meu não dá uma tremidinha faz tempo! Rarará! Prisões da semana: o senador Delcídio. Delcídio não, deu merda. DEU RUIM! Deu Ruim do Amaral! E o banqueiro André Esteves! O Rei dos Trocadilhos! "Você já esteve preso? O André Esteves". Trocou o banco Pactual pelo banco dos réus! E como todo bom banqueiro era amigo do Lula e do Aécio! E o "Piauí Herald": "Delcídio e André Esteves estavam aguardando a Black Friday pra comprar o Cerveró". Iam pagar a rota de fuga do Cerveró. E duas coisas que não combinam: Cerveró e rota! Mirava no Paraguai e ia parar na Bolívia. Rarará! E ele ia fugir pra Espanha disfarçado de quadro de Picasso? Ia se esconder no Museu Picasso! Rarará! E o tuiteiro Aramatéia Azevedo revela o momento da prisão do Delcídio: "Vossa Excelência está preso". "Tenho direito a um advogado." "Sim, ele já está preso ali na viatura." "Tenho direito a um telefonema pro meu assessor." "Ele também está preso na viatura." "E se eu precisar de dinheiro pra fiança?" "Sem problemas, seu banqueiro está preso na viatura de trás." Rarará. A DANÇA DOS FAMOSOS! E hoje é Domingo Friday! E o bom do Black Friday é que você não compra por impulso. Os sites da loja ou travam ou tudo que você quer não tem no estoque. Uma amiga queria comprar um liquidificador, preencheu um monte de coisas e a resposta: "Não disponível no estoque". Aí ela pegou o dinheiro e gastou tudo em churros. Churros Friday! No Brasil é Propina Friday. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
|
colunas
|
Ueba! Hoje é Domingo Friday!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador Geral da República! Bom dia! Pra quem ainda não tá preso! E as piadas prontas: "Filhos de deputados roubam Papai Noel em Palmas". É o DNA! E estavam comemorando a vitória do Corinthians. Mais um agravante: filho de deputado e corintiano. Rarará. E esta: "Terremoto no Peru". Que inveja! O meu não dá uma tremidinha faz tempo! Rarará! Prisões da semana: o senador Delcídio. Delcídio não, deu merda. DEU RUIM! Deu Ruim do Amaral! E o banqueiro André Esteves! O Rei dos Trocadilhos! "Você já esteve preso? O André Esteves". Trocou o banco Pactual pelo banco dos réus! E como todo bom banqueiro era amigo do Lula e do Aécio! E o "Piauí Herald": "Delcídio e André Esteves estavam aguardando a Black Friday pra comprar o Cerveró". Iam pagar a rota de fuga do Cerveró. E duas coisas que não combinam: Cerveró e rota! Mirava no Paraguai e ia parar na Bolívia. Rarará! E ele ia fugir pra Espanha disfarçado de quadro de Picasso? Ia se esconder no Museu Picasso! Rarará! E o tuiteiro Aramatéia Azevedo revela o momento da prisão do Delcídio: "Vossa Excelência está preso". "Tenho direito a um advogado." "Sim, ele já está preso ali na viatura." "Tenho direito a um telefonema pro meu assessor." "Ele também está preso na viatura." "E se eu precisar de dinheiro pra fiança?" "Sem problemas, seu banqueiro está preso na viatura de trás." Rarará. A DANÇA DOS FAMOSOS! E hoje é Domingo Friday! E o bom do Black Friday é que você não compra por impulso. Os sites da loja ou travam ou tudo que você quer não tem no estoque. Uma amiga queria comprar um liquidificador, preencheu um monte de coisas e a resposta: "Não disponível no estoque". Aí ela pegou o dinheiro e gastou tudo em churros. Churros Friday! No Brasil é Propina Friday. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
| 10 |
Prefeitura de São Paulo comenta reportagem sobre cracolândia
|
Com relação à reportagem Guarda Civil de SP terá base fixa e efetivo na cracolândia, a Prefeitura de São Paulo esclarece: 1) a Inspetoria de Redução de Danos, que será instalada no bairro da Luz, tem como único objetivo zelar pela segurança dos moradores, do comércio e dos dependentes de drogas que aderiram ao programa; 2) não é o objetivo da inspetoria ou da Guarda Civil Metropolitana enfrentar o tráfico de drogas. Quem detém a competência para isso são as polícias Civil e Militar, além da Polícia Federal; 3) os guardas-civis que atuarão na nova inspetoria terão formação específica e acompanhamento individual. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Prefeitura de São Paulo comenta reportagem sobre cracolândiaCom relação à reportagem Guarda Civil de SP terá base fixa e efetivo na cracolândia, a Prefeitura de São Paulo esclarece: 1) a Inspetoria de Redução de Danos, que será instalada no bairro da Luz, tem como único objetivo zelar pela segurança dos moradores, do comércio e dos dependentes de drogas que aderiram ao programa; 2) não é o objetivo da inspetoria ou da Guarda Civil Metropolitana enfrentar o tráfico de drogas. Quem detém a competência para isso são as polícias Civil e Militar, além da Polícia Federal; 3) os guardas-civis que atuarão na nova inspetoria terão formação específica e acompanhamento individual. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 16 |
Petrobras e Brookfield querem fechar venda de gasodutos até o fim do ano
|
A Petrobras informou nesta segunda-feira (31) que trabalha junto com a canadense Broofield para concluir até o fim do ano a operação de venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS). A operação, de US$ 5,19 bilhões, contempla a transferência à Brookfield de 90% das ações da empresa, que controla a malha de gasodutos da região Sudeste. O negócio será avaliado pelos acionistas da Petrobras em assembleia marcada para o dia 30 de novembro. Depende também de aprovação de órgãos de defesa da concorrência. Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a estatal informa que receberá, na data de conclusão do negócio, US$ 4,34 bilhões. O restante será pago em cinco anos. De acordo com a Petrobras, as negociações contemplam a continuidade da prestação de serviços de transporte de gás natural. O contrato com a NTS prevê o transporte de 158,2 milhões de metros cúbicos por dia, com tarifas que variam entre R$ 1,38 e R$ 2,40 por milhão de BTU (unidade de poder calorífico usada para mensurar contratos de gás). A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transporte, permanecerá operando a malha, a partir de um novo contrato em negociação. A venda da NTS é, até agora, a maior operação do plano de desinvestimentos da Petrobras, que prevê arrecadar US$ 34,6 bilhões até 2019. A companhia vai negociar também a malha de gasodutos do Nordeste, que é controlada por uma subsidiária chamada Nova Transportadora do Nordeste (NTN).
|
mercado
|
Petrobras e Brookfield querem fechar venda de gasodutos até o fim do anoA Petrobras informou nesta segunda-feira (31) que trabalha junto com a canadense Broofield para concluir até o fim do ano a operação de venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS). A operação, de US$ 5,19 bilhões, contempla a transferência à Brookfield de 90% das ações da empresa, que controla a malha de gasodutos da região Sudeste. O negócio será avaliado pelos acionistas da Petrobras em assembleia marcada para o dia 30 de novembro. Depende também de aprovação de órgãos de defesa da concorrência. Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a estatal informa que receberá, na data de conclusão do negócio, US$ 4,34 bilhões. O restante será pago em cinco anos. De acordo com a Petrobras, as negociações contemplam a continuidade da prestação de serviços de transporte de gás natural. O contrato com a NTS prevê o transporte de 158,2 milhões de metros cúbicos por dia, com tarifas que variam entre R$ 1,38 e R$ 2,40 por milhão de BTU (unidade de poder calorífico usada para mensurar contratos de gás). A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transporte, permanecerá operando a malha, a partir de um novo contrato em negociação. A venda da NTS é, até agora, a maior operação do plano de desinvestimentos da Petrobras, que prevê arrecadar US$ 34,6 bilhões até 2019. A companhia vai negociar também a malha de gasodutos do Nordeste, que é controlada por uma subsidiária chamada Nova Transportadora do Nordeste (NTN).
| 2 |
Bayer estuda oferta de US$ 40 bilhões pela Monsanto
|
O grupo químico e de medicamentos alemão Bayer, avaliado em € 79 bilhões, está estudando a possibilidade de adquirir o grupo de agribusiness norte-americano Monsanto por mais de US$ 40 bilhões, no que seria a mais recente consolidação entre os fornecedores mundiais de sementes e produtos químicos de uso agrícola. A Bayer e seus consultores financeiros vêm estudando há semanas de que maneira a companhia combinada seria estruturada. Se for apresentada uma oferta pela empresa sediada em St. Louis, ela viria quase um ano depois da tentativa frustrada da Bayer de adquirir outra rival, a Syngenta, da Suíça. Pessoas envolvidas no processo disseram que embora a companhia alemã estivesse ponderando a oferta da Monsanto, estava preocupada com a possibilidade de que uma união desse porte enfrentasse diversos obstáculos, da parte das autoridades regulatórias e de defesa da competição. Não está claro se as duas partes já realizaram negociações diretas, mas uma potencial oferta surgiria em um momento no qual o setor de agribusiness viu rápida sucessão de fusões e aquisições em larga escala, incluindo a fusão de US$ 130 bilhões entre a Dow Chemical e a DuPont, em dezembro. Uma transação permitiria que a Bayer complementasse suas operações de ciências agrícolas, incorporando as divisões de biotecnologia e sementes da Monsanto, que incluem o spray químico Roundup e as sementes geneticamente modificadas Roundup Ready. A Bayer se recusou a comentar e a Monsanto não respondeu de imediato a pedidos de comentários. As ações da Monsanto subiram em 9,5%, para US$ 100,52, na abertura do pregão em Nova York, o que significa um valor de mercado para US$ 42,5 bilhões. As ações da Bayer caíram em 4,6%, para 95,44 bilhões de euros, por conta da notícia da possível oferta, que foi reportada pela Bloomberg. As rápidas rodadas de negociações, nos últimos meses, foram deflagradas pela tentativa infrutífera da Monsanto de comprar a Syngenta, que fracassou em agosto. Hugh Grant, o escocês que ocupa a presidência executiva da Monsanto desde 2003, argumentou que a companhia norte-americana precisa ir além de sua dependência do segmento de organismos geneticamente modificados, e prover uma oferta mais integrada aos agricultores, incluindo produtos químicos essenciais. Essa lógica sustentava as três tentativas da Monsanto para adquirir a Syngenta desde 2011, todas frustradas, que terminaram por levar a companhia suíça a aceitar uma oferta de aquisição de US$ 44 bilhões da ChemChina, um grupo chinês pouco conhecido que vem realizando grandes aquisições no exterior. Somadas à fusão entre a Dow e a DuPont, as transações deixaram a Monsanto exposta e levaram a Bayer e sua rival alemã BASF a estudar diversos cenários para suas unidades de agribusiness. A Bayer recentemente apontou um novo presidente-executivo: Werner Baumann, veterano com 28 anos de experiência na empresa e seu antigo vice-presidente de estratégia, que substituiu Marijn Dekkers no comando da empresa em abril. Dekkers substituiu Michael Treschow como presidente do conselho da Unilever. Sob Dekkers, que comandou a empresa por seis anos, a Bayer se transformou de um conglomerado químico conservador em um grupo com mais foco nas ciências biológicas. No ano passado, ela promoveu a abertura de capital de sua divisão Covestro, de plásticos, na oferta pública inicial de ações no mercado alemão em anos - ainda que as condições turbulentas do mercado tenham forçado a Bayer a reduzir o preço de emissão. Depois da oferta pública inicial, a Bayer ficou com quatro áreas operacionais: farmacêutica, produtos de saúde ao consumidor, saúde animal e agricultura. A companhia, que foi criada há 150 anos, produz o Xarelto, um anticoagulante que é grande sucesso de mercado, com 2,3 bilhões de euros em vendas no ano passado. Ela também fabrica produtos que vão de pesticidas e coleiras antipulgas a remédios contra o câncer e à marca mais antiga da empresa - a aspirina. Ela continua a ter raízes profundas em sua cidade de origem, Leverkusen, na região industrial da Renânia do Norte-Vestfália um relacionamento caracterizado pelo seu controle do time local de futebol da Bundesliga, o Bayer Leverkusen. Tradução de PAULO MIGLIACCI
|
mercado
|
Bayer estuda oferta de US$ 40 bilhões pela MonsantoO grupo químico e de medicamentos alemão Bayer, avaliado em € 79 bilhões, está estudando a possibilidade de adquirir o grupo de agribusiness norte-americano Monsanto por mais de US$ 40 bilhões, no que seria a mais recente consolidação entre os fornecedores mundiais de sementes e produtos químicos de uso agrícola. A Bayer e seus consultores financeiros vêm estudando há semanas de que maneira a companhia combinada seria estruturada. Se for apresentada uma oferta pela empresa sediada em St. Louis, ela viria quase um ano depois da tentativa frustrada da Bayer de adquirir outra rival, a Syngenta, da Suíça. Pessoas envolvidas no processo disseram que embora a companhia alemã estivesse ponderando a oferta da Monsanto, estava preocupada com a possibilidade de que uma união desse porte enfrentasse diversos obstáculos, da parte das autoridades regulatórias e de defesa da competição. Não está claro se as duas partes já realizaram negociações diretas, mas uma potencial oferta surgiria em um momento no qual o setor de agribusiness viu rápida sucessão de fusões e aquisições em larga escala, incluindo a fusão de US$ 130 bilhões entre a Dow Chemical e a DuPont, em dezembro. Uma transação permitiria que a Bayer complementasse suas operações de ciências agrícolas, incorporando as divisões de biotecnologia e sementes da Monsanto, que incluem o spray químico Roundup e as sementes geneticamente modificadas Roundup Ready. A Bayer se recusou a comentar e a Monsanto não respondeu de imediato a pedidos de comentários. As ações da Monsanto subiram em 9,5%, para US$ 100,52, na abertura do pregão em Nova York, o que significa um valor de mercado para US$ 42,5 bilhões. As ações da Bayer caíram em 4,6%, para 95,44 bilhões de euros, por conta da notícia da possível oferta, que foi reportada pela Bloomberg. As rápidas rodadas de negociações, nos últimos meses, foram deflagradas pela tentativa infrutífera da Monsanto de comprar a Syngenta, que fracassou em agosto. Hugh Grant, o escocês que ocupa a presidência executiva da Monsanto desde 2003, argumentou que a companhia norte-americana precisa ir além de sua dependência do segmento de organismos geneticamente modificados, e prover uma oferta mais integrada aos agricultores, incluindo produtos químicos essenciais. Essa lógica sustentava as três tentativas da Monsanto para adquirir a Syngenta desde 2011, todas frustradas, que terminaram por levar a companhia suíça a aceitar uma oferta de aquisição de US$ 44 bilhões da ChemChina, um grupo chinês pouco conhecido que vem realizando grandes aquisições no exterior. Somadas à fusão entre a Dow e a DuPont, as transações deixaram a Monsanto exposta e levaram a Bayer e sua rival alemã BASF a estudar diversos cenários para suas unidades de agribusiness. A Bayer recentemente apontou um novo presidente-executivo: Werner Baumann, veterano com 28 anos de experiência na empresa e seu antigo vice-presidente de estratégia, que substituiu Marijn Dekkers no comando da empresa em abril. Dekkers substituiu Michael Treschow como presidente do conselho da Unilever. Sob Dekkers, que comandou a empresa por seis anos, a Bayer se transformou de um conglomerado químico conservador em um grupo com mais foco nas ciências biológicas. No ano passado, ela promoveu a abertura de capital de sua divisão Covestro, de plásticos, na oferta pública inicial de ações no mercado alemão em anos - ainda que as condições turbulentas do mercado tenham forçado a Bayer a reduzir o preço de emissão. Depois da oferta pública inicial, a Bayer ficou com quatro áreas operacionais: farmacêutica, produtos de saúde ao consumidor, saúde animal e agricultura. A companhia, que foi criada há 150 anos, produz o Xarelto, um anticoagulante que é grande sucesso de mercado, com 2,3 bilhões de euros em vendas no ano passado. Ela também fabrica produtos que vão de pesticidas e coleiras antipulgas a remédios contra o câncer e à marca mais antiga da empresa - a aspirina. Ela continua a ter raízes profundas em sua cidade de origem, Leverkusen, na região industrial da Renânia do Norte-Vestfália um relacionamento caracterizado pelo seu controle do time local de futebol da Bundesliga, o Bayer Leverkusen. Tradução de PAULO MIGLIACCI
| 2 |
Com Fuvest, av. Paulista será fechada para carros mais tarde neste domingo
|
A avenida Paulista, no centro de São Paulo, será fechada para a circulação de carros mais tarde neste domingo (10). A interdição da via terá início às 13h, três horas além do horário habitual, e se estenderá até as 18h. A mudança, segundo a prefeitura, ocorrerá em decorrência da segunda fase da Fuvest, realizada neste domingo (10). A mesma medida havia sido tomada na primeira fase do vestibular, em novembro, para não atrapalhar a chegada dos candidatos que fariam a prova na região da avenida. De acordo com a prefeitura, a alteração não afetará o funcionamento da ciclofaixa de lazer, ativada pela manhã. Além da Paulista, 20 vias serão abertas para pedestres na cidade neste domingo (10), entre elas as avenidas Sumaré, na zona oeste, a Carlos Caldeira Filho e a Santa Catarina, na zona sul, e a Antônio Estevão de Carvalho, na zona leste. PARIS A capital francesa anunciou nesta semana que a avenida Champs-Elysées passará a ser bloqueada para carros e liberada para pedestres um domingo por mês. A prefeita Anne Hidalgo afirmou que o programa deve ter início em abril.
|
educacao
|
Com Fuvest, av. Paulista será fechada para carros mais tarde neste domingoA avenida Paulista, no centro de São Paulo, será fechada para a circulação de carros mais tarde neste domingo (10). A interdição da via terá início às 13h, três horas além do horário habitual, e se estenderá até as 18h. A mudança, segundo a prefeitura, ocorrerá em decorrência da segunda fase da Fuvest, realizada neste domingo (10). A mesma medida havia sido tomada na primeira fase do vestibular, em novembro, para não atrapalhar a chegada dos candidatos que fariam a prova na região da avenida. De acordo com a prefeitura, a alteração não afetará o funcionamento da ciclofaixa de lazer, ativada pela manhã. Além da Paulista, 20 vias serão abertas para pedestres na cidade neste domingo (10), entre elas as avenidas Sumaré, na zona oeste, a Carlos Caldeira Filho e a Santa Catarina, na zona sul, e a Antônio Estevão de Carvalho, na zona leste. PARIS A capital francesa anunciou nesta semana que a avenida Champs-Elysées passará a ser bloqueada para carros e liberada para pedestres um domingo por mês. A prefeita Anne Hidalgo afirmou que o programa deve ter início em abril.
| 11 |
Salão do Automóvel tem protesto de sindicalistas no estande da Nissan
|
Um grupo de sindicalistas da CUT, da UGT e da Força Sindical aproveitou o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo para fazer um ato de apoio a trabalhadores da fábrica da Nissan no Mississipi (EUA). Esse tipo de manifestação já se tornou tradicional nos grandes salões em que a marca japonesa está presente. A montadora enfrenta problemas com a UAW, organização sindical americana. A entidade diz que a Nissan mantém política que intimida funcionários a se filiarem —nos EUA, o trabalhador não é obrigado a fazer parte de um sindicato. A Nissan diz por meio de comunicado que os trabalhares da fábrica decidiram, em diversas assembleias, não aderir à UAW e que a empresa não interfere nessa escolha. De acordo com Adriano de Assis Lateri, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos SP e da Força Sindical, 300 trabalhadores teriam participado do protesto. Pela contagem da reportagem, havia 100 sindicalistas em frente ao estande da Nissan –pelo cálculo da UAW, eram esperados 150. O protesto começou às 15h50 e terminou cerca de 20 minutos depois. Alguns manifestantes carregavam cartazes com dizeres em inglês contrários à Donald Trump, que foram trazidos por alguns membros da UAW que vieram ao salão. A segurança do estande não interferiu, o a manifestação foi encerrada sem confusões. Não há problemas atuais entre a montadora –que tem uma fábrica em Resende (RJ)– e os sindicatos no Brasil, diz o representante da Força Sindical. "Mas o relacionamento precisa melhorar para ser considerado bom", afirma Lateri. íntegra do comunicado da Nissan: "Nas fábricas da Nissan de todo o mundo, a decisão de unir-se -ou não- a um sindicato cabe inteiramente ao funcionário. A Nissan respeita as leis trabalhistas em todos os países em que opera e garantimos que nossos funcionários têm liberdade de expressar suas opiniões. Os funcionários da Nissan Estados Unidos possuem empregos que estão entre os mais seguros e os que oferecem os maiores salários em manufatura nas regiões em que operam. Nós apoiamos o direito de cada funcionário escolher quem os representa, e os funcionários da Nissan Estados Unidos votaram repetidamente contra representação sindical."
|
mercado
|
Salão do Automóvel tem protesto de sindicalistas no estande da NissanUm grupo de sindicalistas da CUT, da UGT e da Força Sindical aproveitou o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo para fazer um ato de apoio a trabalhadores da fábrica da Nissan no Mississipi (EUA). Esse tipo de manifestação já se tornou tradicional nos grandes salões em que a marca japonesa está presente. A montadora enfrenta problemas com a UAW, organização sindical americana. A entidade diz que a Nissan mantém política que intimida funcionários a se filiarem —nos EUA, o trabalhador não é obrigado a fazer parte de um sindicato. A Nissan diz por meio de comunicado que os trabalhares da fábrica decidiram, em diversas assembleias, não aderir à UAW e que a empresa não interfere nessa escolha. De acordo com Adriano de Assis Lateri, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos SP e da Força Sindical, 300 trabalhadores teriam participado do protesto. Pela contagem da reportagem, havia 100 sindicalistas em frente ao estande da Nissan –pelo cálculo da UAW, eram esperados 150. O protesto começou às 15h50 e terminou cerca de 20 minutos depois. Alguns manifestantes carregavam cartazes com dizeres em inglês contrários à Donald Trump, que foram trazidos por alguns membros da UAW que vieram ao salão. A segurança do estande não interferiu, o a manifestação foi encerrada sem confusões. Não há problemas atuais entre a montadora –que tem uma fábrica em Resende (RJ)– e os sindicatos no Brasil, diz o representante da Força Sindical. "Mas o relacionamento precisa melhorar para ser considerado bom", afirma Lateri. íntegra do comunicado da Nissan: "Nas fábricas da Nissan de todo o mundo, a decisão de unir-se -ou não- a um sindicato cabe inteiramente ao funcionário. A Nissan respeita as leis trabalhistas em todos os países em que opera e garantimos que nossos funcionários têm liberdade de expressar suas opiniões. Os funcionários da Nissan Estados Unidos possuem empregos que estão entre os mais seguros e os que oferecem os maiores salários em manufatura nas regiões em que operam. Nós apoiamos o direito de cada funcionário escolher quem os representa, e os funcionários da Nissan Estados Unidos votaram repetidamente contra representação sindical."
| 2 |
Misto de ativista com cover de Elvis, reverendo canta contra consumismo
|
Na última Black Friday, Billy Talen e seu bando seguiram o fluxo de consumidores que se dirigiam à Macy's, a autoproclamada maior loja do mundo. Ao contrário do resto do pessoal, eles não estavam correndo atrás de pechinchas. Vestido com terno branco e colarinho de padre, Billy, o reverendo platinado e topetudo de 1,90 m, pegou o megafone e, acompanhado por seu coral gospel, começou a gritar: "Parem de comprar!". Pregar contra o que ele chama de "religião fundamentalista do consumo" não é novidade para Billy. No fim dos anos 1990, o ator-ativista começou a se incomodar com a transformação da então degradada Times Square em um grande shopping a céu aberto. Escolheu a loja da Disney como alvo e, vestido de padre, foi avisar os clientes dos perigos do consumo desenfreado. Acabou expulso da loja, mas criou sua própria religião. "Fundei uma nova teologia em que o Mickey é o demônio", diz, enquanto come com a mão tanto um sanduíche quanto a salada que o acompanha, depois de um de seus shows-missa com o Stop Shopping Choir, no Joe's Pub, no East Village. Billy é um personagem e sabe disso. "As pessoas não conseguem entender se sou um ativista político, um cover de Elvis ou o líder de uma igreja de verdade." A melhor definição seria uma mistura dos três. Preso mais de 50 vezes, o reverendo virou uma lenda do ativismo nova-iorquino. Além da Macy's e da Disney, outros de seus capetas preferidos são o Walmart e o Starbucks. Ele foi banido da rede de cafeterias depois de seguidos protestos contra a sua "falsa boemia", e a marca chegou a distribuir um informe aos gerentes ensinando "O que fazer se o reverendo Billy aparecer na minha loja?". Nos últimos meses, Billy ampliou sua campanha ecológica e foi convidado por Neil Young para abrir a turnê "The Monsanto Years", contra a gigante que atua no mercado de transgênicos. "Foi uma experiência incrível. Neil é um radical e um professor. Ele é como o papa Francisco e o [ator] Russell Brand, pessoas que não têm medo de gritar contra grandes corporações." Conectada com o que acontece no mundo, a igreja de Billy passou a abraçar novas causas. Engajou-se no Occupy Wall Street e no recente movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre). O eclético coro de cerca de 30 cantores-ativistas reúne gente de todas as cores e idades (incluindo um bebê de colo) e parece uma mistura de coral de igreja gospel com musical da Broadway. Na fé de Billy, o consumo estimula a violência. "Não sei bem explicar por quê. Mas sei que somos um país extremamente consumista e temos tropas no Afeganistão, no Iraque e em mais de 130 países. Nós somos agressivos, somos os babacas do mundo e vendemos muitas coisas." Billy e seu coro sonham em trazer sua igreja pra se apresentar no Brasil. Resta saber se alguma empresa abençoada terá coragem de patrocinar.
|
serafina
|
Misto de ativista com cover de Elvis, reverendo canta contra consumismoNa última Black Friday, Billy Talen e seu bando seguiram o fluxo de consumidores que se dirigiam à Macy's, a autoproclamada maior loja do mundo. Ao contrário do resto do pessoal, eles não estavam correndo atrás de pechinchas. Vestido com terno branco e colarinho de padre, Billy, o reverendo platinado e topetudo de 1,90 m, pegou o megafone e, acompanhado por seu coral gospel, começou a gritar: "Parem de comprar!". Pregar contra o que ele chama de "religião fundamentalista do consumo" não é novidade para Billy. No fim dos anos 1990, o ator-ativista começou a se incomodar com a transformação da então degradada Times Square em um grande shopping a céu aberto. Escolheu a loja da Disney como alvo e, vestido de padre, foi avisar os clientes dos perigos do consumo desenfreado. Acabou expulso da loja, mas criou sua própria religião. "Fundei uma nova teologia em que o Mickey é o demônio", diz, enquanto come com a mão tanto um sanduíche quanto a salada que o acompanha, depois de um de seus shows-missa com o Stop Shopping Choir, no Joe's Pub, no East Village. Billy é um personagem e sabe disso. "As pessoas não conseguem entender se sou um ativista político, um cover de Elvis ou o líder de uma igreja de verdade." A melhor definição seria uma mistura dos três. Preso mais de 50 vezes, o reverendo virou uma lenda do ativismo nova-iorquino. Além da Macy's e da Disney, outros de seus capetas preferidos são o Walmart e o Starbucks. Ele foi banido da rede de cafeterias depois de seguidos protestos contra a sua "falsa boemia", e a marca chegou a distribuir um informe aos gerentes ensinando "O que fazer se o reverendo Billy aparecer na minha loja?". Nos últimos meses, Billy ampliou sua campanha ecológica e foi convidado por Neil Young para abrir a turnê "The Monsanto Years", contra a gigante que atua no mercado de transgênicos. "Foi uma experiência incrível. Neil é um radical e um professor. Ele é como o papa Francisco e o [ator] Russell Brand, pessoas que não têm medo de gritar contra grandes corporações." Conectada com o que acontece no mundo, a igreja de Billy passou a abraçar novas causas. Engajou-se no Occupy Wall Street e no recente movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre). O eclético coro de cerca de 30 cantores-ativistas reúne gente de todas as cores e idades (incluindo um bebê de colo) e parece uma mistura de coral de igreja gospel com musical da Broadway. Na fé de Billy, o consumo estimula a violência. "Não sei bem explicar por quê. Mas sei que somos um país extremamente consumista e temos tropas no Afeganistão, no Iraque e em mais de 130 países. Nós somos agressivos, somos os babacas do mundo e vendemos muitas coisas." Billy e seu coro sonham em trazer sua igreja pra se apresentar no Brasil. Resta saber se alguma empresa abençoada terá coragem de patrocinar.
| 22 |
Após 7 anos, rompimento de barragem em Rondônia segue sem punição
|
O rompimento da barragem de uma usina hidrelétrica em construção em Rondônia, que causou danos ambientais há sete anos em uma área de 1.324 hectares, continua até hoje sem punição. A PCH (Pequena Usina Hidrelétrica) de Apertadinho, em Vilhena, estava em fase final de obras em janeiro de 2008 quando a barragem se rompeu. Vistoria técnica feita à época indica que o acidente destruiu mata nativa e fauna em áreas de preservação permanentes, causou assoreamento e deposição de detritos no rio e erosão do solo, entre outros estragos. O acidente deu início a uma série de idas e vindas de decisões judiciais e a uma disputa que chegou até ao Congresso. Mas ninguém foi responsabilizado definitivamente pelos danos ambientais. E a obra segue parada. Dona do empreendimento, a concessionária Cebel (Centrais Elétricas Belém), representada pelo operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, culpa as construtoras Schahin Engenharia e EIT pelos prejuízos. As empresas negam e afirmam que o acidente foi causado por falha no projeto, que não era de sua responsabilidade. O grupo Schahin, segundo o jornal "O Globo", acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e deputados ligados a ele de perseguirem suas empresas, com apoio de Funaro, que seria próximo do peemedebista. A perseguição se daria por meio de pedidos excessivos, de interesse de Funaro, para a Schahin dar explicações sobre temas diversos e teria chegado até a CPI da Petrobras, onde Schahin e EIT são investigadas por suspeita de participação na Operação Lava Jato. Um exemplo da atuação de Funaro junto à Câmara seria um requerimento feito em 2009 pela ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ), aliada de Cunha, para a Schahin prestar esclarecimentos sobre o acidente. Funaro confirmou à Folha ter falado com Solange sobre a necessidade de a Câmara apurar o tema. IDAS E VINDAS Em 2009, o Ministério Público abriu uma ação civil pública contra a Schahin e a EIT, para que elas fossem obrigadas a recompor vegetação, solo e rio num prazo de cinco anos. O processo está parado, porque as empresas questionam a isenção do perito responsável pelo laudo que embasou a ação. A Promotoria também firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Cebel, no qual a concessionária se compromete a tomar uma série de medidas para recuperar a área degradada. O promotor Pablo Hernandez Viscardi, da 3ª Promotoria de Justiça de Vilhena, afirmou, em nota, que "a empresa vem cumprindo parcialmente" o acordo. Em paralelo, o Ibama e a Sedam (Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental) aplicaram multa total de R$ 100 milhões à Cebel pelos danos ambientais, mas os valores ainda não foram pagos. No laudo feito a pedido da Sedam, os técnicos recomendaram que o órgão solicitasse abertura de inquérito para apurar as causas e a responsabilidade pelos crimes ambientais cometidos. Procurados, o governo e a polícia de Rondônia não se pronunciaram sobre o andamento do inquérito. Há ainda uma disputa entre a concessionária e as construtoras sem decisão definitiva. Em 2009, ao contabilizar prejuízo de mais de R$ 1 bilhão com o acidente, a Cebel cobrou indenização das duas empreiteiras por um tribunal arbitral da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. Em 2014, a corte arbitral responsabilizou a Schahin e a EIT pelo acidente e aplicou uma multa de R$ 11,8 milhões. As empreiteiras questionaram a validade da decisão na Justiça do Ceará, que em maio deste ano anulou a sentença. Na semana passada, a Cebel recorreu para tentar fazer valer a condenação das empreiteiras. Na época do acidente, a Cebel iniciou a reconstrução da usina, orçada em R$ 200 milhões, mas não seguiu adiante por falta de recursos. OUTRO LADO Representante da Cebel, o operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro atribui a responsabilidade do acidente ao consórcio construtor formado pela Schahin e EIT, que executaram as obras, e afirma que a empresa cumpriu 80% dos compromissos firmados no Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público. O advogado Adelmo Emerenciano, que representa a Schahin, diz que o acidente foi causado por falhas no projeto, que era de responsabilidade da Cebel. Fala ainda que as empresas não têm responsabilidade pelo acidente porque seguiram estritamente o projeto que receberam da concessionária. A reportagem não conseguiu contato com a EIT. O Ibama diz que o processo do auto de infração ambiental aplicado pelo órgão à Cebel não foi concluído e, por isso, a multa não foi paga. Procurado, o governo de Rondônia afirmou que autuou a Cebel pela poluição causada e que o processo administrativo está em trâmite, mas não respondeu se os danos ambientais já foram reparados nem se levou à frente pedido de inquérito por crimes ambientais. O Ministério Público de Rondônia afirma que aguarda o andamento da ação civil pública.
|
mercado
|
Após 7 anos, rompimento de barragem em Rondônia segue sem puniçãoO rompimento da barragem de uma usina hidrelétrica em construção em Rondônia, que causou danos ambientais há sete anos em uma área de 1.324 hectares, continua até hoje sem punição. A PCH (Pequena Usina Hidrelétrica) de Apertadinho, em Vilhena, estava em fase final de obras em janeiro de 2008 quando a barragem se rompeu. Vistoria técnica feita à época indica que o acidente destruiu mata nativa e fauna em áreas de preservação permanentes, causou assoreamento e deposição de detritos no rio e erosão do solo, entre outros estragos. O acidente deu início a uma série de idas e vindas de decisões judiciais e a uma disputa que chegou até ao Congresso. Mas ninguém foi responsabilizado definitivamente pelos danos ambientais. E a obra segue parada. Dona do empreendimento, a concessionária Cebel (Centrais Elétricas Belém), representada pelo operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, culpa as construtoras Schahin Engenharia e EIT pelos prejuízos. As empresas negam e afirmam que o acidente foi causado por falha no projeto, que não era de sua responsabilidade. O grupo Schahin, segundo o jornal "O Globo", acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e deputados ligados a ele de perseguirem suas empresas, com apoio de Funaro, que seria próximo do peemedebista. A perseguição se daria por meio de pedidos excessivos, de interesse de Funaro, para a Schahin dar explicações sobre temas diversos e teria chegado até a CPI da Petrobras, onde Schahin e EIT são investigadas por suspeita de participação na Operação Lava Jato. Um exemplo da atuação de Funaro junto à Câmara seria um requerimento feito em 2009 pela ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ), aliada de Cunha, para a Schahin prestar esclarecimentos sobre o acidente. Funaro confirmou à Folha ter falado com Solange sobre a necessidade de a Câmara apurar o tema. IDAS E VINDAS Em 2009, o Ministério Público abriu uma ação civil pública contra a Schahin e a EIT, para que elas fossem obrigadas a recompor vegetação, solo e rio num prazo de cinco anos. O processo está parado, porque as empresas questionam a isenção do perito responsável pelo laudo que embasou a ação. A Promotoria também firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Cebel, no qual a concessionária se compromete a tomar uma série de medidas para recuperar a área degradada. O promotor Pablo Hernandez Viscardi, da 3ª Promotoria de Justiça de Vilhena, afirmou, em nota, que "a empresa vem cumprindo parcialmente" o acordo. Em paralelo, o Ibama e a Sedam (Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental) aplicaram multa total de R$ 100 milhões à Cebel pelos danos ambientais, mas os valores ainda não foram pagos. No laudo feito a pedido da Sedam, os técnicos recomendaram que o órgão solicitasse abertura de inquérito para apurar as causas e a responsabilidade pelos crimes ambientais cometidos. Procurados, o governo e a polícia de Rondônia não se pronunciaram sobre o andamento do inquérito. Há ainda uma disputa entre a concessionária e as construtoras sem decisão definitiva. Em 2009, ao contabilizar prejuízo de mais de R$ 1 bilhão com o acidente, a Cebel cobrou indenização das duas empreiteiras por um tribunal arbitral da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. Em 2014, a corte arbitral responsabilizou a Schahin e a EIT pelo acidente e aplicou uma multa de R$ 11,8 milhões. As empreiteiras questionaram a validade da decisão na Justiça do Ceará, que em maio deste ano anulou a sentença. Na semana passada, a Cebel recorreu para tentar fazer valer a condenação das empreiteiras. Na época do acidente, a Cebel iniciou a reconstrução da usina, orçada em R$ 200 milhões, mas não seguiu adiante por falta de recursos. OUTRO LADO Representante da Cebel, o operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro atribui a responsabilidade do acidente ao consórcio construtor formado pela Schahin e EIT, que executaram as obras, e afirma que a empresa cumpriu 80% dos compromissos firmados no Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público. O advogado Adelmo Emerenciano, que representa a Schahin, diz que o acidente foi causado por falhas no projeto, que era de responsabilidade da Cebel. Fala ainda que as empresas não têm responsabilidade pelo acidente porque seguiram estritamente o projeto que receberam da concessionária. A reportagem não conseguiu contato com a EIT. O Ibama diz que o processo do auto de infração ambiental aplicado pelo órgão à Cebel não foi concluído e, por isso, a multa não foi paga. Procurado, o governo de Rondônia afirmou que autuou a Cebel pela poluição causada e que o processo administrativo está em trâmite, mas não respondeu se os danos ambientais já foram reparados nem se levou à frente pedido de inquérito por crimes ambientais. O Ministério Público de Rondônia afirma que aguarda o andamento da ação civil pública.
| 2 |
Cientistas criam robô salamandra, que anda e nada como o anfíbio
|
Um robô salamandra que simula o movimento do animal de verdade foi desenvolvido na Suíça. Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Lausanne, usaram raios-X para rastrear os movimentos do anfíbio. O objetivo da pesquisa é aprender mais sobre a salamandra e um dia criar robôs que possam andar e nadar, para auxílio em operações de busca, resgate e de detecção de poluição.
|
ciencia
|
Cientistas criam robô salamandra, que anda e nada como o anfíbioUm robô salamandra que simula o movimento do animal de verdade foi desenvolvido na Suíça. Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Lausanne, usaram raios-X para rastrear os movimentos do anfíbio. O objetivo da pesquisa é aprender mais sobre a salamandra e um dia criar robôs que possam andar e nadar, para auxílio em operações de busca, resgate e de detecção de poluição.
| 15 |
O fim do congestionamento
|
Cheguei ao Brasil há quase sete anos. Amo este país. Mas sofro com este trânsito maluco, os 12 milhões de moradores de São Paulo e eu. Passamos sufoco porque as cidades se planejaram para os carros. Na capital paulista, 25% da área construída é dedicada a estacionamentos. Todo cidadão sente o custo do transporte no Brasil. As famílias gastam 20% da renda com isso, despesa equivalente a 17% do salário mínimo em São Paulo e no Rio -em Xangai, por exemplo, o número é de 4%. O alto custo se soma à falta de segurança. Em São Paulo, 35% das mulheres já sofreram assédio no transporte público. A missão do aplicativo 99 é tornar a mobilidade urbana mais barata, rápida e segura. Somente no primeiro semestre, recebemos centenas de milhões de dólares em investimentos. As grandes cidades brasileiras estão atraindo o capital internacional porque o problema do trânsito vai ser resolvido. Sim, as cidades podem ser mais vivas, agradáveis e seguras. Temos sinais concretos de que passamos por uma revolução em termos de mobilidade urbana. A transformação começa com as próprias pessoas. Elas não precisam possuir as coisas para desfrutá-las. Cada vez mais os indivíduos vão preferir utilizar carros, em vez de ser donos deles. O carro não é mais símbolo de liberdade. Ao contrário: tem se tornado um fardo. Pesquisa da Box 1824 mostrou que só 3% dos jovens do Brasil, entre 18 e 24 anos, desejam comprar carros e motocicletas. Pedir um transporte por um aplicativo sempre que quiser e onde estiver, e chegar aonde você precisa da melhor maneira possível. Esta é a opção mais rápida e mais barata. Como consequência, quanto mais usarmos carros (em vez de comprá-los), menos carros circularão. Para cada duas pessoas que compartilharem suas rotas, teremos um carro a menos por aí . Em dez anos, as grandes cidades brasileiras terão menos trânsito, poluição e estacionamentos. E serão mais seguras. A segurança precisa ser construída com o esforço de todos. A 99 mapeia áreas de riscos, envia alerta aos motoristas e tem um 0800 dedicado para apoiar os usuários 24 horas por dia, 7 dias por semana. Monitoramos corridas e investimos pesado em tecnologias que previnem a violência. Empresas como a 99 podem e devem colaborar com os governos. Hoje, em Jinan, na China, nosso parceiro DiDi Chuxing já opera semáforos inteligentes, melhorando a velocidade do trânsito em 20%. Sonhamos em fazer algo assim nas grandes cidades brasileiras. Questões que afetam a vida de milhões de brasileiros serão resolvidas de forma colaborativa por empresas de tecnologia, governos e sociedade. O futuro já começou. PETER FERNANDEZ é presidente da 99 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
|
opiniao
|
O fim do congestionamentoCheguei ao Brasil há quase sete anos. Amo este país. Mas sofro com este trânsito maluco, os 12 milhões de moradores de São Paulo e eu. Passamos sufoco porque as cidades se planejaram para os carros. Na capital paulista, 25% da área construída é dedicada a estacionamentos. Todo cidadão sente o custo do transporte no Brasil. As famílias gastam 20% da renda com isso, despesa equivalente a 17% do salário mínimo em São Paulo e no Rio -em Xangai, por exemplo, o número é de 4%. O alto custo se soma à falta de segurança. Em São Paulo, 35% das mulheres já sofreram assédio no transporte público. A missão do aplicativo 99 é tornar a mobilidade urbana mais barata, rápida e segura. Somente no primeiro semestre, recebemos centenas de milhões de dólares em investimentos. As grandes cidades brasileiras estão atraindo o capital internacional porque o problema do trânsito vai ser resolvido. Sim, as cidades podem ser mais vivas, agradáveis e seguras. Temos sinais concretos de que passamos por uma revolução em termos de mobilidade urbana. A transformação começa com as próprias pessoas. Elas não precisam possuir as coisas para desfrutá-las. Cada vez mais os indivíduos vão preferir utilizar carros, em vez de ser donos deles. O carro não é mais símbolo de liberdade. Ao contrário: tem se tornado um fardo. Pesquisa da Box 1824 mostrou que só 3% dos jovens do Brasil, entre 18 e 24 anos, desejam comprar carros e motocicletas. Pedir um transporte por um aplicativo sempre que quiser e onde estiver, e chegar aonde você precisa da melhor maneira possível. Esta é a opção mais rápida e mais barata. Como consequência, quanto mais usarmos carros (em vez de comprá-los), menos carros circularão. Para cada duas pessoas que compartilharem suas rotas, teremos um carro a menos por aí . Em dez anos, as grandes cidades brasileiras terão menos trânsito, poluição e estacionamentos. E serão mais seguras. A segurança precisa ser construída com o esforço de todos. A 99 mapeia áreas de riscos, envia alerta aos motoristas e tem um 0800 dedicado para apoiar os usuários 24 horas por dia, 7 dias por semana. Monitoramos corridas e investimos pesado em tecnologias que previnem a violência. Empresas como a 99 podem e devem colaborar com os governos. Hoje, em Jinan, na China, nosso parceiro DiDi Chuxing já opera semáforos inteligentes, melhorando a velocidade do trânsito em 20%. Sonhamos em fazer algo assim nas grandes cidades brasileiras. Questões que afetam a vida de milhões de brasileiros serão resolvidas de forma colaborativa por empresas de tecnologia, governos e sociedade. O futuro já começou. PETER FERNANDEZ é presidente da 99 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
| 14 |
Tribunal de Contas suspende abertura de novos cursos de medicina
|
A abertura de 2.290 vagas de medicina no país foi suspensa pelo TCU (Tribunal de Contas da União) diante de supostas irregularidades na criação dos novos cursos. Há dois anos, na esteira do programa Mais Médicos, o governo federal passou a indicar os municípios em que poderiam ser abertas novas vagas de medicina. A partir dessa lista, coube ao MEC, então, selecionar as melhores propostas de faculdades particulares interessadas na disputa. Essa seleção, entretanto, motivou questionamentos na Justiça e recursos ao TCU, que decidiu paralisar o processo até análise final do plenário. O caso é relatado pela ministra Ana Arraes. O órgão de controle pode anular o processo. Inicialmente previsto para junho, o resultado final da seleção ainda não foi confirmado. O principal motivo do conflito é a exigência, prevista no edital, de "capacidade econômico-financeira" das mantenedoras. As escolas argumentam que o documento não explicitou a forma como esse critério seria avaliado, nem indicou que a tarefa caberia à FGV Projetos, contratada pelo ministério. "A FGV estabeleceu nota de 1 a 10 e disse: 'abaixo da nota 6, não tem condições de abrir [curso de medicina]'. Isso deveria estar no edital, e não estava", reconheceu o ministro Aloizio Mercadante (Educação) em audiência na Câmara dos Deputados. Para a ministra responsável pelo tema no TCU, os procedimentos adotados "descumpriram princípios basilares" da Lei de Licitações. "Admitir a publicidade posterior dos critérios de classificação propiciaria ao gestor mal-intencionado escolher a vencedora que lhe aprouvesse", disse a ministra Ana Arraes em despacho. Ao todo, o edital motivou sete ações na Justiça. "Fomos desclassificados na primeira fase sem saber o porquê. E esse modelo de avaliação [da saúde financeira] não é aplicável a instituições sem fins lucrativos", argumenta Antonio da Motta, representante da Unece (União de Educação e Cultura), mantenedora que recorreu ao TCU. Procurado pela reportagem, o MEC afirmou que a metodologia adotada pela FGV é "adequada aos termos do edital". A pasta chegou à pedir ao TCU que o processo fosse retomado, "diante de graves prejuízos para o Programa Mais Médicos", mas não obteve sucesso. O MEC destacou ainda que encaminhou seus argumentos diante da "decisão cautelar" do tribunal, tomada no mês passado. "O MEC já adotou todos os procedimentos cabíveis para a revisão da medida cautelar determinada pelo TCU, prestando as informações pertinentes à ministra Ana Arraes. No momento, o ministério aguarda a decisão do Tribunal para anunciar a nova data de divulgação dos resultados", informou em nota. Entre as metas do programa federal, está a criação de 11,5 mil novas vagas de medicina até 2017.
|
educacao
|
Tribunal de Contas suspende abertura de novos cursos de medicinaA abertura de 2.290 vagas de medicina no país foi suspensa pelo TCU (Tribunal de Contas da União) diante de supostas irregularidades na criação dos novos cursos. Há dois anos, na esteira do programa Mais Médicos, o governo federal passou a indicar os municípios em que poderiam ser abertas novas vagas de medicina. A partir dessa lista, coube ao MEC, então, selecionar as melhores propostas de faculdades particulares interessadas na disputa. Essa seleção, entretanto, motivou questionamentos na Justiça e recursos ao TCU, que decidiu paralisar o processo até análise final do plenário. O caso é relatado pela ministra Ana Arraes. O órgão de controle pode anular o processo. Inicialmente previsto para junho, o resultado final da seleção ainda não foi confirmado. O principal motivo do conflito é a exigência, prevista no edital, de "capacidade econômico-financeira" das mantenedoras. As escolas argumentam que o documento não explicitou a forma como esse critério seria avaliado, nem indicou que a tarefa caberia à FGV Projetos, contratada pelo ministério. "A FGV estabeleceu nota de 1 a 10 e disse: 'abaixo da nota 6, não tem condições de abrir [curso de medicina]'. Isso deveria estar no edital, e não estava", reconheceu o ministro Aloizio Mercadante (Educação) em audiência na Câmara dos Deputados. Para a ministra responsável pelo tema no TCU, os procedimentos adotados "descumpriram princípios basilares" da Lei de Licitações. "Admitir a publicidade posterior dos critérios de classificação propiciaria ao gestor mal-intencionado escolher a vencedora que lhe aprouvesse", disse a ministra Ana Arraes em despacho. Ao todo, o edital motivou sete ações na Justiça. "Fomos desclassificados na primeira fase sem saber o porquê. E esse modelo de avaliação [da saúde financeira] não é aplicável a instituições sem fins lucrativos", argumenta Antonio da Motta, representante da Unece (União de Educação e Cultura), mantenedora que recorreu ao TCU. Procurado pela reportagem, o MEC afirmou que a metodologia adotada pela FGV é "adequada aos termos do edital". A pasta chegou à pedir ao TCU que o processo fosse retomado, "diante de graves prejuízos para o Programa Mais Médicos", mas não obteve sucesso. O MEC destacou ainda que encaminhou seus argumentos diante da "decisão cautelar" do tribunal, tomada no mês passado. "O MEC já adotou todos os procedimentos cabíveis para a revisão da medida cautelar determinada pelo TCU, prestando as informações pertinentes à ministra Ana Arraes. No momento, o ministério aguarda a decisão do Tribunal para anunciar a nova data de divulgação dos resultados", informou em nota. Entre as metas do programa federal, está a criação de 11,5 mil novas vagas de medicina até 2017.
| 11 |
Não foi crime de homofobia, afirma advogado de agressores de ambulante
|
O advogado Marcolino Nunes Pinho, defensor da dupla que espancou até a morte do ambulante Luiz Carlos Ruas, 54, disse que eles não vão se apresentar à polícia. "Eles não vão se entregar não, por enquanto", disse à Folha nesta terça (27). Ainda segundo o defensor, ele vai tentar revogar a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo antes de decidir a situação dos dois. Pinho disse que não se trata de um caso de homofobia. Disse que seus clientes alegam que partiram para briga naquela noite porque Alípio dos Santos, 26, teve o celular roubado por um grupo de pessoas do lado de fora da estação Pedro 2°, da linha 3-vermelha do Metrô paulista, entre elas uma travesti, onde as câmeras do Metrô não conseguem captar. Ainda segundo a defesa, os dois agrediram Ruas porque o vendedor também teria se envolvido na briga. "O senhor Luiz Ruas foi tentar ajudar os travestis, que ele conhecia, e deu uma garrafada na cabeça do Alípio. Aí, ficou nervoso porque tomou a garrafada e foi para cima dele. Ele disse que nem entendeu porque aquele senhor se envolveu na confusão", disse o advogado. Imagens de câmeras do Metrô mostram Ruas sendo agredido a socos e chutes na cabeça pelos dois. Pinho afirmou ainda que fotografias das lesões sofridas por Alípio dos Santos estão sendo anexadas no pedido de revogação da prisão. "Se você perceber nas imagens, ele [Alípio] está sangrando bastante. Está bastante lesionado. Na boca, no joelho, nos braços, na barriga. Uma pessoa que só bate não teria essas lesões todas", afirmou. A reportagem solicitou cópias das fotos, mas o advogado não as forneceu. Veja O defensor também negou que os agressores tenham usado soco inglês contra Ruas, como a polícia suspeita. Pinho disse que são anéis os objetos brilhantes que aparecem na mão de um deles nas imagens captadas por testemunhas. Uma delas, ouvida pela Folha, porém, tem outra versão. Afirma que Ruas apenas pediu para que os dois parassem com as agressões. "O Índio foi defender. Disse; 'Não faz isso com o rapaz'. Aí, começou a confusão", disse a dona de casa Ivani Kohara. A família do vendedor também afirma que Ruas, que tinha o apelido de "Índio", não gostava de violência e não se envolvia em brigas. A família de Ruas será assessorada pelo advogado Augusto de Arruda Botelho, importante criminalista de São Paulo. Botelho trabalhará para a família sem cobrança de honorário e será assistente de acusação. "Estou muito revoltado com essa história. Dentro dos limites da lei, os crimes de intolerância precisam ser severamente punidos", afirmou o advogado. MANIFESTAÇÃO Cerca de cem pessoas, entre elas de defesa da causa LGBT, compareceram no início da tarde desta terça (27) para um protesto na estação Pedro 2º. Convocada pelas redes sociais pelo jovem Bruno Diego Alves, 25, a manifestação pediu mais segurança aos usuários do sistema metroviário de São Paulo e o fim da homofobia. "Espero que fique de exemplo, para que a morte do Luiz Carlos Ruas não se repita. Pagamos imposto caro, tarifa alta, e não temos segurança ao usar o metrô. Dinheiro tem, o que falta é vontade", criticou. RECOMPENSA O corpo do vendedor foi enterrado nesta terça (27) no Cemitério da Paz, em Diadema (Grande SP), com a presença de parentes e amigos. Também nesta terça, o governo de São Paulo anunciou uma recompensa de R$ 50 mil para quem repassar informações que possam levar à prisão dos dois agressores. "Não há a necessidade de realizar cadastro ou identificação pessoal, garantindo assim o sigilo absoluto", diz nota do governo paulista. A polícia confirmou que, horas antes de Santos agredir o vendedor no metrô, ele chegou a ser levado para uma delegacia no Brás por ter ameaçado uma vizinha de 19 anos e destruído móveis e a porta da casa dela. Ele alegou que a moça fazia fofocas sobre sua vida privada.
|
cotidiano
|
Não foi crime de homofobia, afirma advogado de agressores de ambulanteO advogado Marcolino Nunes Pinho, defensor da dupla que espancou até a morte do ambulante Luiz Carlos Ruas, 54, disse que eles não vão se apresentar à polícia. "Eles não vão se entregar não, por enquanto", disse à Folha nesta terça (27). Ainda segundo o defensor, ele vai tentar revogar a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo antes de decidir a situação dos dois. Pinho disse que não se trata de um caso de homofobia. Disse que seus clientes alegam que partiram para briga naquela noite porque Alípio dos Santos, 26, teve o celular roubado por um grupo de pessoas do lado de fora da estação Pedro 2°, da linha 3-vermelha do Metrô paulista, entre elas uma travesti, onde as câmeras do Metrô não conseguem captar. Ainda segundo a defesa, os dois agrediram Ruas porque o vendedor também teria se envolvido na briga. "O senhor Luiz Ruas foi tentar ajudar os travestis, que ele conhecia, e deu uma garrafada na cabeça do Alípio. Aí, ficou nervoso porque tomou a garrafada e foi para cima dele. Ele disse que nem entendeu porque aquele senhor se envolveu na confusão", disse o advogado. Imagens de câmeras do Metrô mostram Ruas sendo agredido a socos e chutes na cabeça pelos dois. Pinho afirmou ainda que fotografias das lesões sofridas por Alípio dos Santos estão sendo anexadas no pedido de revogação da prisão. "Se você perceber nas imagens, ele [Alípio] está sangrando bastante. Está bastante lesionado. Na boca, no joelho, nos braços, na barriga. Uma pessoa que só bate não teria essas lesões todas", afirmou. A reportagem solicitou cópias das fotos, mas o advogado não as forneceu. Veja O defensor também negou que os agressores tenham usado soco inglês contra Ruas, como a polícia suspeita. Pinho disse que são anéis os objetos brilhantes que aparecem na mão de um deles nas imagens captadas por testemunhas. Uma delas, ouvida pela Folha, porém, tem outra versão. Afirma que Ruas apenas pediu para que os dois parassem com as agressões. "O Índio foi defender. Disse; 'Não faz isso com o rapaz'. Aí, começou a confusão", disse a dona de casa Ivani Kohara. A família do vendedor também afirma que Ruas, que tinha o apelido de "Índio", não gostava de violência e não se envolvia em brigas. A família de Ruas será assessorada pelo advogado Augusto de Arruda Botelho, importante criminalista de São Paulo. Botelho trabalhará para a família sem cobrança de honorário e será assistente de acusação. "Estou muito revoltado com essa história. Dentro dos limites da lei, os crimes de intolerância precisam ser severamente punidos", afirmou o advogado. MANIFESTAÇÃO Cerca de cem pessoas, entre elas de defesa da causa LGBT, compareceram no início da tarde desta terça (27) para um protesto na estação Pedro 2º. Convocada pelas redes sociais pelo jovem Bruno Diego Alves, 25, a manifestação pediu mais segurança aos usuários do sistema metroviário de São Paulo e o fim da homofobia. "Espero que fique de exemplo, para que a morte do Luiz Carlos Ruas não se repita. Pagamos imposto caro, tarifa alta, e não temos segurança ao usar o metrô. Dinheiro tem, o que falta é vontade", criticou. RECOMPENSA O corpo do vendedor foi enterrado nesta terça (27) no Cemitério da Paz, em Diadema (Grande SP), com a presença de parentes e amigos. Também nesta terça, o governo de São Paulo anunciou uma recompensa de R$ 50 mil para quem repassar informações que possam levar à prisão dos dois agressores. "Não há a necessidade de realizar cadastro ou identificação pessoal, garantindo assim o sigilo absoluto", diz nota do governo paulista. A polícia confirmou que, horas antes de Santos agredir o vendedor no metrô, ele chegou a ser levado para uma delegacia no Brás por ter ameaçado uma vizinha de 19 anos e destruído móveis e a porta da casa dela. Ele alegou que a moça fazia fofocas sobre sua vida privada.
| 6 |
Roubar sem ser pego passou a ser quase impossível
|
A corrupção não vai acabar no Brasil, mas ela nunca mais será a mesma. A tecnologia tem enorme participação nessa transformação. Câmeras nas ruas, corredores e elevadores, câmeras nos celulares, gravadores de bolso, grampos telefônicos, chips de rastreamento, histórico de transações financeiras. Com tantos instrumentos, somados a um Judiciário crescentemente independente e competente, roubar sem ser pego passou a ser quase impossível. Não se rouba dinheiro público sozinho. É preciso ter cúmplices, ao seu lado, e contrapartes, do outro lado. Quem achou que sabia cometer crimes perfeitos esqueceu-se de que o segredo não era só dele. Eis que os cúmplices e contrapartes, para salvar o próprio pescoço, entregam todos. Santa delação premiada. A pirâmide desmoronou. Os políticos, agentes públicos e empresários, motivados pela impunidade que acabou sem pré-aviso, caem um a um. Poucos restarão. O momento é histórico por estarmos entre duas eras. É a Revolução Brasileira. Durante a transição entre o antigo e o novo, a percepção de evolução não é clara. É difícil sentir progresso enquanto escândalos inescrupulosos são revelados. Ficamos com a impressão de que estamos regredindo, já que os agentes do sistema antigo não morrem de uma hora para outra. Eles resistem, esperneiam, gastam milhões com advogados que prolongam seus reinados e cortes, ameaçam se safar, renascem e recaem. Os brasileiros do bem sofrem diariamente ao acompanhar esse show de horror, protagonizado por vampiros criminosos. O Congresso, desesperado, tenta aprovar leis para se livrarem, em massa, da guilhotina. O Judiciário, assoberbado, é tentado pelo excesso de poder e responsabilidade. O Executivo, irreversivelmente comprometido, distribui as poucas cartas restantes de foro privilegiado aos amigos mais próximos. Lula, Dilma e Temer, os três presidentes da chapa petista, tentam, cada um à sua maneira e estilo, trocar verdades escancaradas por jogos de espelhos e fumaça que a mais ninguém enganam. O jogo político é intenso. A base do governo, enquanto apresenta um discurso tipicamente peessedebista (isto é, em cima do muro), investe tempo e salários arquitetando uma transição, já avançada, para desembarcar do governo e se manter no poder. O Senado tenta evitar a ascensão da Câmara através de um projeto inescrupuloso e inviável de eleições diretas. Para coroar a novela mexicana, Renan Calheiros, mestre zumbi, renasce das cinzas para indicar Romero Jucá como membro da Comissão de... Ética. Enquanto os vampiros do Brasil não recebem, um a um, seu golpe fatal com estaca de madeira no coração, continuam a sangrar o país e sugar o pouco que lhes resta. Esmagado entre as duas eras, o povo assiste, com sensação de impotência, às cenas patéticas de uma morte em mil atos, com a aflição de que ela, ao final, não ocorra.
|
colunas
|
Roubar sem ser pego passou a ser quase impossívelA corrupção não vai acabar no Brasil, mas ela nunca mais será a mesma. A tecnologia tem enorme participação nessa transformação. Câmeras nas ruas, corredores e elevadores, câmeras nos celulares, gravadores de bolso, grampos telefônicos, chips de rastreamento, histórico de transações financeiras. Com tantos instrumentos, somados a um Judiciário crescentemente independente e competente, roubar sem ser pego passou a ser quase impossível. Não se rouba dinheiro público sozinho. É preciso ter cúmplices, ao seu lado, e contrapartes, do outro lado. Quem achou que sabia cometer crimes perfeitos esqueceu-se de que o segredo não era só dele. Eis que os cúmplices e contrapartes, para salvar o próprio pescoço, entregam todos. Santa delação premiada. A pirâmide desmoronou. Os políticos, agentes públicos e empresários, motivados pela impunidade que acabou sem pré-aviso, caem um a um. Poucos restarão. O momento é histórico por estarmos entre duas eras. É a Revolução Brasileira. Durante a transição entre o antigo e o novo, a percepção de evolução não é clara. É difícil sentir progresso enquanto escândalos inescrupulosos são revelados. Ficamos com a impressão de que estamos regredindo, já que os agentes do sistema antigo não morrem de uma hora para outra. Eles resistem, esperneiam, gastam milhões com advogados que prolongam seus reinados e cortes, ameaçam se safar, renascem e recaem. Os brasileiros do bem sofrem diariamente ao acompanhar esse show de horror, protagonizado por vampiros criminosos. O Congresso, desesperado, tenta aprovar leis para se livrarem, em massa, da guilhotina. O Judiciário, assoberbado, é tentado pelo excesso de poder e responsabilidade. O Executivo, irreversivelmente comprometido, distribui as poucas cartas restantes de foro privilegiado aos amigos mais próximos. Lula, Dilma e Temer, os três presidentes da chapa petista, tentam, cada um à sua maneira e estilo, trocar verdades escancaradas por jogos de espelhos e fumaça que a mais ninguém enganam. O jogo político é intenso. A base do governo, enquanto apresenta um discurso tipicamente peessedebista (isto é, em cima do muro), investe tempo e salários arquitetando uma transição, já avançada, para desembarcar do governo e se manter no poder. O Senado tenta evitar a ascensão da Câmara através de um projeto inescrupuloso e inviável de eleições diretas. Para coroar a novela mexicana, Renan Calheiros, mestre zumbi, renasce das cinzas para indicar Romero Jucá como membro da Comissão de... Ética. Enquanto os vampiros do Brasil não recebem, um a um, seu golpe fatal com estaca de madeira no coração, continuam a sangrar o país e sugar o pouco que lhes resta. Esmagado entre as duas eras, o povo assiste, com sensação de impotência, às cenas patéticas de uma morte em mil atos, com a aflição de que ela, ao final, não ocorra.
| 10 |
Ideb do ensino médio irá abranger todas as escolas públicas e privadas
|
A próxima edição do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica ) contará com notas de todas as escolas de ensino médio do país, incluindo públicas e particulares. Atualmente, o ensino médio não tem notas por escola. Só há um índice geral da etapa, por amostragem. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do Ministério da Educação, anunciou pelas redes sociais nesta quinta-feira (23) que a avaliação de português e matemática –feita até hoje apenas por uma amostra de escolas– será ampliada para todas as escolas. Todos os alunos do 3º ano do ensino médio deverão fazer a avaliação federal neste ano. Dessa forma, será possível ter um Ideb de cada unidade, como já ocorre nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. Ainda não há definição oficial, mas a Folha apurou que o Ideb do ensino médio deve substituir a divulgação dos resultados por escola do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Para Reynaldo Fernandes, professor da USP e presidente do Inep quando o Ideb foi criado, em 2007, a decisão é positiva. "Com uma prova universal no ensino médio, as escolas vão ganhar [recebendo os dado]", diz. Fernandes conta que, na época da criação do Ideb, a aposta do MEC era que o Enem cumprisse o papel de oferecer dados sobre as escolas, embora nunca tenha sido descartado ampliar a Prova Brasil para essa etapa. "Mas acho que o Enem, com os desafios logísticos, acabou tomando a discussão dentro do Inep", diz. A divulgação de dados do Enem por escola causaram críticas de especialistas porque o exame não tem a função de avaliar a unidade. Além disso, os critérios de divulgação das médias por escola deixam um grande percentual de unidades sem informações. Na última edição do Ideb, 60% das escolas públicas brasileiras ficam fora da lista do Enem. Só têm a média divulgada escolas em que ao menos metade dos alunos fizeram o Enem têm suas notas divulgadas. Também é necessário um mínimo de dez alunos participantes. O professor Francisco Soares, também ex-presidente do Inep, acredita que o Enem seria capaz de oferecer um bom retrato das escolas. "Seria ainda mais interessante que mais escolas particulares do ensino fundamental participassem da Prova Brasil", diz ele. A mudança ocorre após o governo Michel Temer (PMDB) conseguir aprovar a reforma do ensino médio. O MEC também planeja mudanças no formato do Enem, tanto para cortar custos com a realização da prova como para adequar a prova ao previsto na nova estrutura do ensino médio. Com a ampliação, é prevista a participação de mais de 7,5 milhões de estudantes, segundo o Inep. Desses, 2,4 milhões são alunos do 3º no do médio em unidades públicas e privadas. O restante, do ensino fundamental (fazem a avaliação alunos do 5º e 9º anos). Ainda não há informações sobre custos para uma aplicação censitária da Prova Brasil (avaliação federal que compõe o Ideb). Também não está certo como o governo vai convencer as escolas particulares a participarem do processo. Além do desempenho na prova, o índice leva em conta taxas de aprovação escolar. A avaliação é realizada a cada dois anos.
|
educacao
|
Ideb do ensino médio irá abranger todas as escolas públicas e privadasA próxima edição do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica ) contará com notas de todas as escolas de ensino médio do país, incluindo públicas e particulares. Atualmente, o ensino médio não tem notas por escola. Só há um índice geral da etapa, por amostragem. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do Ministério da Educação, anunciou pelas redes sociais nesta quinta-feira (23) que a avaliação de português e matemática –feita até hoje apenas por uma amostra de escolas– será ampliada para todas as escolas. Todos os alunos do 3º ano do ensino médio deverão fazer a avaliação federal neste ano. Dessa forma, será possível ter um Ideb de cada unidade, como já ocorre nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. Ainda não há definição oficial, mas a Folha apurou que o Ideb do ensino médio deve substituir a divulgação dos resultados por escola do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Para Reynaldo Fernandes, professor da USP e presidente do Inep quando o Ideb foi criado, em 2007, a decisão é positiva. "Com uma prova universal no ensino médio, as escolas vão ganhar [recebendo os dado]", diz. Fernandes conta que, na época da criação do Ideb, a aposta do MEC era que o Enem cumprisse o papel de oferecer dados sobre as escolas, embora nunca tenha sido descartado ampliar a Prova Brasil para essa etapa. "Mas acho que o Enem, com os desafios logísticos, acabou tomando a discussão dentro do Inep", diz. A divulgação de dados do Enem por escola causaram críticas de especialistas porque o exame não tem a função de avaliar a unidade. Além disso, os critérios de divulgação das médias por escola deixam um grande percentual de unidades sem informações. Na última edição do Ideb, 60% das escolas públicas brasileiras ficam fora da lista do Enem. Só têm a média divulgada escolas em que ao menos metade dos alunos fizeram o Enem têm suas notas divulgadas. Também é necessário um mínimo de dez alunos participantes. O professor Francisco Soares, também ex-presidente do Inep, acredita que o Enem seria capaz de oferecer um bom retrato das escolas. "Seria ainda mais interessante que mais escolas particulares do ensino fundamental participassem da Prova Brasil", diz ele. A mudança ocorre após o governo Michel Temer (PMDB) conseguir aprovar a reforma do ensino médio. O MEC também planeja mudanças no formato do Enem, tanto para cortar custos com a realização da prova como para adequar a prova ao previsto na nova estrutura do ensino médio. Com a ampliação, é prevista a participação de mais de 7,5 milhões de estudantes, segundo o Inep. Desses, 2,4 milhões são alunos do 3º no do médio em unidades públicas e privadas. O restante, do ensino fundamental (fazem a avaliação alunos do 5º e 9º anos). Ainda não há informações sobre custos para uma aplicação censitária da Prova Brasil (avaliação federal que compõe o Ideb). Também não está certo como o governo vai convencer as escolas particulares a participarem do processo. Além do desempenho na prova, o índice leva em conta taxas de aprovação escolar. A avaliação é realizada a cada dois anos.
| 11 |
Auditoria vê obra irregular de gestão Anastasia em Minas
|
Investigação da Controladoria-Geral de Minas aponta corrupção, desvios e mau uso de dinheiro público na construção de um centro internacional de meio ambiente no governo de Antonio Anastasia (PSDB), atual senador e relator da comissão especial do impeachment de Dilma. A controladoria, órgão do governo estadual, auditou amostra de R$ 37,7 milhões da obra, ou 16% dos R$ 230 milhões do total do projeto. Localizado na cidade de Frutal (MG), incluiu recursos estaduais, federais e do BNDES. Dessa parte, os auditores verificaram que os prejuízos aos cofres públicos chegaram a R$ 18 milhões, ou seja, 48% do que foi investigado. As irregularidades encontradas foram pagamentos indevidos a empresas por serviços não prestados ou prestados em desacordo ao contratado, superfaturamento, não entrega de equipamentos, armazenagem e controle inadequado e restrição à competitividade de licitações. A auditoria concluída no ano passado corre em sigilo. Suas conclusões foram obtidas pela Folha. Parte das irregularidades, segundo os relatórios da Controladoria, beneficiou a CWP (Construtora Waldemar Polizzi), que pertenceu a parentes de Anastasia até quatro meses antes de ele assumir o governo mineiro em 2010. A CWP, segundo os auditores, foi a beneficiária de desvios de R$ 8,6 milhões e deixou de recolher aos cofres públicos uma taxa de fiscalização da licitação no valor de cerca de R$ 400 mil. Na licitação para construção de parte do centro de pesquisa, as quatro adversárias da CWP foram desclassificadas, e um dos argumentos foi o de que não possuíam técnico responsável com capacitação suficiente para a obra. Apenas Waldemar Anastasia Polizzi, primo em primeiro grau do hoje senador, foi considerado apto para o trabalho, o que permitiu a vitória da construtora. Segundo a controladoria, as exigências do edital da licitação foram irregulares e limitaram a livre competição. Procurado pela Folha, o primo de Anastasia disse que na prática nunca foi o responsável técnico pela obra, o que indica fraude no uso do nome dele na concorrência. CANOS Intitulado "Cidade das Águas - Hidroex", o centro de pesquisa tem como objetivo desenvolver projetos na área de recursos hídricos e tem parceria com a Unesco, órgão da ONU para ciência, educação e cultura. É composto por laboratórios, alojamentos e salas de trabalho. A obra foi tocada de 2010 até 2014, quando parou com cerca de 70% concluída. Há duas semanas parte do projeto foi retomada. A CWP venceu o lote da licitação para fazer os prédios da biblioteca, do laboratório e do alojamento dos pesquisadores, por R$ 55,7 milhões. O contrato, porém, recebeu cinco aditivos e o valor saltou para R$ 69,3 milhões. O relatório da controladoria, concluído em julho do ano passado, recomendou que o Estado exigisse a devolução de R$ 8,6 milhões pagos indevidamente à CWP em razão de "serviços não executados, serviços executados de forma diversa ao estipulado no contrato e a pagamentos em duplicidade". Também recomendou a instauração de processo administrativo punitivo para que a CWP seja impedida de contratar com a administração pública do Estado. A auditoria aponta irregularidades grosseiras. O contrato entre a Cidade das Águas e a CWP previa instalar canos de cobre por onde circularia água aquecida. Quando os auditores foram verificar, a tubulação instalada era de PVC, mais barata. As prateleiras instaladas nas paredes tinham bancadas em granito de 2 cm, quando o contratado foi de 3 cm. Alguns itens foram pagos duas vezes, como sifões de pia que constavam nas tabelas de material "Louças e Metais" e também no item "Cubas". Só em sifões foram desviados R$ 30.351,74. OUTRO LADO A assessoria do senador Antonio Anastasia disse, em nota, que ele "jamais teve participação na empresa Construtora Waldemar Polizzi ou em qualquer outra". "A empresa Construtora Waldemar Polizzi estava desativada havia vários anos. Em 2009 ela foi vendida. Interessava a quem a adquiriu os chamados 'atestados técnicos', cujo titular era Waldemar", disse a nota. O senador, segundo a nota, diz que não foi chamado pela Controladoria para falar sobre o projeto. "Ele defende que "quaisquer denúncias devam ser apuradas pelos órgãos competentes e julgadas na forma da lei", diz a nota. A construtora CWP foi procurada durante dois dias, mas ninguém da direção respondeu às ligações. Waldemar Anastasia Polizzi, ex-sócio da CWP, diz que na prática nunca foi o responsável técnico pela obra. "Quando nós vendemos a construtora para poder funcionar, não adiantava nada não ter um responsável técnico", disse. Ele afirma que, "durante um ano mais ou menos" ficou como responsável técnico para que a empresa pudesse participar de licitações". Polizzi nega ter participado da obra.
|
poder
|
Auditoria vê obra irregular de gestão Anastasia em MinasInvestigação da Controladoria-Geral de Minas aponta corrupção, desvios e mau uso de dinheiro público na construção de um centro internacional de meio ambiente no governo de Antonio Anastasia (PSDB), atual senador e relator da comissão especial do impeachment de Dilma. A controladoria, órgão do governo estadual, auditou amostra de R$ 37,7 milhões da obra, ou 16% dos R$ 230 milhões do total do projeto. Localizado na cidade de Frutal (MG), incluiu recursos estaduais, federais e do BNDES. Dessa parte, os auditores verificaram que os prejuízos aos cofres públicos chegaram a R$ 18 milhões, ou seja, 48% do que foi investigado. As irregularidades encontradas foram pagamentos indevidos a empresas por serviços não prestados ou prestados em desacordo ao contratado, superfaturamento, não entrega de equipamentos, armazenagem e controle inadequado e restrição à competitividade de licitações. A auditoria concluída no ano passado corre em sigilo. Suas conclusões foram obtidas pela Folha. Parte das irregularidades, segundo os relatórios da Controladoria, beneficiou a CWP (Construtora Waldemar Polizzi), que pertenceu a parentes de Anastasia até quatro meses antes de ele assumir o governo mineiro em 2010. A CWP, segundo os auditores, foi a beneficiária de desvios de R$ 8,6 milhões e deixou de recolher aos cofres públicos uma taxa de fiscalização da licitação no valor de cerca de R$ 400 mil. Na licitação para construção de parte do centro de pesquisa, as quatro adversárias da CWP foram desclassificadas, e um dos argumentos foi o de que não possuíam técnico responsável com capacitação suficiente para a obra. Apenas Waldemar Anastasia Polizzi, primo em primeiro grau do hoje senador, foi considerado apto para o trabalho, o que permitiu a vitória da construtora. Segundo a controladoria, as exigências do edital da licitação foram irregulares e limitaram a livre competição. Procurado pela Folha, o primo de Anastasia disse que na prática nunca foi o responsável técnico pela obra, o que indica fraude no uso do nome dele na concorrência. CANOS Intitulado "Cidade das Águas - Hidroex", o centro de pesquisa tem como objetivo desenvolver projetos na área de recursos hídricos e tem parceria com a Unesco, órgão da ONU para ciência, educação e cultura. É composto por laboratórios, alojamentos e salas de trabalho. A obra foi tocada de 2010 até 2014, quando parou com cerca de 70% concluída. Há duas semanas parte do projeto foi retomada. A CWP venceu o lote da licitação para fazer os prédios da biblioteca, do laboratório e do alojamento dos pesquisadores, por R$ 55,7 milhões. O contrato, porém, recebeu cinco aditivos e o valor saltou para R$ 69,3 milhões. O relatório da controladoria, concluído em julho do ano passado, recomendou que o Estado exigisse a devolução de R$ 8,6 milhões pagos indevidamente à CWP em razão de "serviços não executados, serviços executados de forma diversa ao estipulado no contrato e a pagamentos em duplicidade". Também recomendou a instauração de processo administrativo punitivo para que a CWP seja impedida de contratar com a administração pública do Estado. A auditoria aponta irregularidades grosseiras. O contrato entre a Cidade das Águas e a CWP previa instalar canos de cobre por onde circularia água aquecida. Quando os auditores foram verificar, a tubulação instalada era de PVC, mais barata. As prateleiras instaladas nas paredes tinham bancadas em granito de 2 cm, quando o contratado foi de 3 cm. Alguns itens foram pagos duas vezes, como sifões de pia que constavam nas tabelas de material "Louças e Metais" e também no item "Cubas". Só em sifões foram desviados R$ 30.351,74. OUTRO LADO A assessoria do senador Antonio Anastasia disse, em nota, que ele "jamais teve participação na empresa Construtora Waldemar Polizzi ou em qualquer outra". "A empresa Construtora Waldemar Polizzi estava desativada havia vários anos. Em 2009 ela foi vendida. Interessava a quem a adquiriu os chamados 'atestados técnicos', cujo titular era Waldemar", disse a nota. O senador, segundo a nota, diz que não foi chamado pela Controladoria para falar sobre o projeto. "Ele defende que "quaisquer denúncias devam ser apuradas pelos órgãos competentes e julgadas na forma da lei", diz a nota. A construtora CWP foi procurada durante dois dias, mas ninguém da direção respondeu às ligações. Waldemar Anastasia Polizzi, ex-sócio da CWP, diz que na prática nunca foi o responsável técnico pela obra. "Quando nós vendemos a construtora para poder funcionar, não adiantava nada não ter um responsável técnico", disse. Ele afirma que, "durante um ano mais ou menos" ficou como responsável técnico para que a empresa pudesse participar de licitações". Polizzi nega ter participado da obra.
| 0 |
Com soluções frágeis, longa faz bom retrato dos conflitos médicos
|
O começo de "Hipócrates" não é muito auspicioso. O filme parece se filiar ao grupo de produções francesas que tenta emular, de maneira desajeitada, as hollywoodianas. Nas primeiras cenas, o protagonista Benjamin (Vincent Lacoste), residente na unidade de um hospital comandada pelo pai, é apresentado como um rock star da medicina. Cortes rápidos, trilha sonora pop, dancinhas nos corredores... tudo nos leva a crer que estamos diante da versão francesa, e piorada, de séries médicas americanas como "Grey's Anatomy" e "Scrubs". Mas logo fica claro que é um artifício utilizado pelo diretor Thomas Lilti, que é também médico (ele exerce as duas profissões paralelamente). No começo, o filme se cola ao olhar ingênuo de Benjamim. Mas logo o protagonista leva um choque de realidade. Seu cotidiano é repleto de dilemas éticos, de politicagens e corporativismos, de relações culpadas com pacientes e competitivas com colegas –sobretudo o argelino Abdel (Reda Kateb), mais humanista e competente que ele. Em dado momento, Benjamin comete um erro acobertado pelo pai e descoberto por Abdel. Em outro, é coagido a se livrar de uma paciente terminal para desocupar o leito. São episódios que afastam Benjamin do juramento de Hipócrates, da promessa de exercer a profissão da maneira mais honesta possível. Aos poucos, o filme se afasta das matrizes americanas para firmar uma personalidade própria, menos interessada no diagnóstico dos pacientes e mais no contexto político e econômico da medicina. Ainda assim há soluções frágeis: a oposição entre Benjamin, o filhinho de papai, e Abdel, quase um santo, é um tanto binária. Mas "Hipócrates" se beneficia muito do olhar de conhecedor de Lilti. Apesar de tratar da realidade da França e ser feito para todos os públicos, é um filme que merece ser visto por médicos brasileiros –que verão seus conflitos diários tratados de maneira menos simplista do que no noticiário. HIPÓCRATES (Hippocrate) DIREÇÃO Thomas Lilti ELENCO Vincent Lacoste, Reda Kateb PRODUÇÃO França, 2014, 12 anos QUANDO em cartaz
|
ilustrada
|
Com soluções frágeis, longa faz bom retrato dos conflitos médicosO começo de "Hipócrates" não é muito auspicioso. O filme parece se filiar ao grupo de produções francesas que tenta emular, de maneira desajeitada, as hollywoodianas. Nas primeiras cenas, o protagonista Benjamin (Vincent Lacoste), residente na unidade de um hospital comandada pelo pai, é apresentado como um rock star da medicina. Cortes rápidos, trilha sonora pop, dancinhas nos corredores... tudo nos leva a crer que estamos diante da versão francesa, e piorada, de séries médicas americanas como "Grey's Anatomy" e "Scrubs". Mas logo fica claro que é um artifício utilizado pelo diretor Thomas Lilti, que é também médico (ele exerce as duas profissões paralelamente). No começo, o filme se cola ao olhar ingênuo de Benjamim. Mas logo o protagonista leva um choque de realidade. Seu cotidiano é repleto de dilemas éticos, de politicagens e corporativismos, de relações culpadas com pacientes e competitivas com colegas –sobretudo o argelino Abdel (Reda Kateb), mais humanista e competente que ele. Em dado momento, Benjamin comete um erro acobertado pelo pai e descoberto por Abdel. Em outro, é coagido a se livrar de uma paciente terminal para desocupar o leito. São episódios que afastam Benjamin do juramento de Hipócrates, da promessa de exercer a profissão da maneira mais honesta possível. Aos poucos, o filme se afasta das matrizes americanas para firmar uma personalidade própria, menos interessada no diagnóstico dos pacientes e mais no contexto político e econômico da medicina. Ainda assim há soluções frágeis: a oposição entre Benjamin, o filhinho de papai, e Abdel, quase um santo, é um tanto binária. Mas "Hipócrates" se beneficia muito do olhar de conhecedor de Lilti. Apesar de tratar da realidade da França e ser feito para todos os públicos, é um filme que merece ser visto por médicos brasileiros –que verão seus conflitos diários tratados de maneira menos simplista do que no noticiário. HIPÓCRATES (Hippocrate) DIREÇÃO Thomas Lilti ELENCO Vincent Lacoste, Reda Kateb PRODUÇÃO França, 2014, 12 anos QUANDO em cartaz
| 1 |
Mobilidade urbana domina debate entre vereadores na Folha
|
ANA LUIZA ALBUQUERQUE DE SÃO PAULO A mobilidade urbana foi o assunto central do debate promovido pela Folha nesta terça-feira (27) entre vereadores que tentam a reeleição em São Paulo. As soluções para o tema passaram pelo uso da carona compartilhada ao transporte hidroviário. Participaram do evento Eduardo Tuma (PSDB), José Police Neto (PSD), Paulo Fiorilo (PT), Paulo Frange (PTB) e Ricardo Nunes (PMDB). Assista Para Fiorilo, o principal problema é que o transporte de trilhos está "muito aquém" do que a cidade precisa. "O governo do Estado precisa contribuir com a parte dele." Nunes destacou a possibilidade de usar o transporte hidroviário e ressaltou que é fundamental que o emprego seja próximo da moradia. Frange afirmou que é importante pensar também nas dificuldades dos idosos e deficientes. Police defendeu o uso da carona compartilhada por meio do uso de aplicativos. "Os carros representam 80% dos congestionamentos. Precisamos colocar mais pessoas nos carros em circulação." Tuma disse que criou um projeto de lei para incentivar o uso da bicicleta, que garantiria créditos para utilizar no transporte coletivo. REDUÇÃO DE VELOCIDADE Os candidatos discordaram sobre a redução dos limites de velocidade nas marginais, instituída pelo atual prefeito Fernando Haddad (PT), e a aplicação de multas. Para Tuma, a gestão tem utilizado as multas como "forma de arrecadação", por meio, inclusive, de "radares escondidos". O tucano se posicionou contra a redução da velocidade. "Acredito que não há correlação com a diminuição do número de acidentes." Nunes alinhou-se a Tuma, dizendo que os dados de redução de mortes são questionáveis, já que estados que mantiveram a velocidade também teriam apresentado menor número de óbitos. Do outro lado, Fiorilo afirmou que "não existe indústria da multa, existe indústria da morte" e que "fiscalizar é fundamental para que as pessoas cumpram os limites". Frange disse que é a favor da vida, que "deve ser preservada acima de tudo". Police, por sua vez, defendeu que a cidade "vai pagar caro" pela forma "ideológica" pela qual a eleição tratou o assunto. "Esse tema não comporta achismo. O mundo já convencionou que a redução não só salva, mas evita acidentes." CONHEÇA OS PARTICIPANTES José Police Neto (PSD) José Police Neto, 43, está em seu terceiro mandato como vereador na cidade de São Paulo. Foi presidente da Câmara em 2011, reeleito em 2012. É pesquisador social e cursou ciências sociais na Universidade Federal de São Carlos. Coordenou a campanha de Mário Covas e de Geraldo Alckmin ao governo do Estado de São Paulo. Assumiu o cargo de vereador pela primeira vez em 2005. Atua com temas ligados ao desenvolvimento urbanístico na cidade de São Paulo. Eduardo Tuma (PSDB) Eduardo Tuma, 35, é pós-doutorando em direito pela Universidade Sorbonne e professor doutor da faculdade FMU/SP. Graduado em direito e em teologia, possui extensão universitária pela Universidade de Harvard. É especialista em Direito Tributário, mestre em Direito do Estado e doutor em Filosofia do Direito pela PUC/SP. Paulistano, atuou como assessor técnico parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo até ser eleito para o seu primeiro mandato como vereador de São Paulo, em 2012. Desenvolve trabalhos na área de assistência social e recuperação de dependentes químicos junto a entidades do 3º setor, principalmente igrejas. Paulo Fiorilo (PT) Paulo Fiorilo, 52, é formado em filosofia, mestre em ciências políticas pela PUC-SP e professor da rede municipal de ensino. Atuou como chefe de gabinete na Câmara Municipal de São Paulo por 14 anos e chefiou o gabinete da prefeita Marta Suplicy em 2003. Entre 2005 e 2008, Fiorilo exerceu seu primeiro mandato de vereador em São Paulo e presidiu o PT da capital, quando coordenou a campanha de Lula à presidência do Brasil. Atua na Câmara Municipal na defesa do governo do prefeito Fernando Haddad e trabalha pelo desenvolvimento regional, especialmente em bairros da periferia. Paulo Frange (PTB) Paulo Frange, 64, é médico cardiologista formado pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. É membro da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. É vereador em São Paulo desde 1997 e está no seu quinto mandado. Já ocupou a vice-presidência da Câmara Municipal e presidiu a Comissão de Saúde, Finanças e Orçamento e Comissão de Política Urbana. É autor da lei que instituiu a Virada da Saúde na cidade e da lei que libera os médicos do rodízio municipal de veículos. Ricardo Nunes (PMDB) Ricardo Nunes, 48, é empresário, fundador da empresa Nikkey, que hoje possui diversas filiais. Foi presidente da AESUL (Associação Empresarial da Região Sul) e fundou a ADESP (Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo) e a ABRAFIT (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário). Está em seu primeiro mandato como vereador e é líder do PMDB na Câmara Municipal de São Paulo. É voluntário em entidades sem fins lucrativos como a SOBEI (Associação Beneficente de Interlagos), que atende mais de quatro mil crianças na região sul da cidade. PRIMEIRO DEBATE Na segunda, a Folha realizou um debate com candidatos a vereador que concorrem pela primeira vez ao cargo. Compareceram ao evento a estudante Carol Protesto (PT); o administrador Daniel Annenberg (PSDB), ex-presidente do Detran-SP; a arquiteta e urbanista Agnes Helena (Novo); Luiza Eluf (PSD), advogada e procuradora de Justiça aposentada; e o ativista digital Pedro Markun (Rede).
|
poder
|
Mobilidade urbana domina debate entre vereadores na FolhaANA LUIZA ALBUQUERQUE DE SÃO PAULO A mobilidade urbana foi o assunto central do debate promovido pela Folha nesta terça-feira (27) entre vereadores que tentam a reeleição em São Paulo. As soluções para o tema passaram pelo uso da carona compartilhada ao transporte hidroviário. Participaram do evento Eduardo Tuma (PSDB), José Police Neto (PSD), Paulo Fiorilo (PT), Paulo Frange (PTB) e Ricardo Nunes (PMDB). Assista Para Fiorilo, o principal problema é que o transporte de trilhos está "muito aquém" do que a cidade precisa. "O governo do Estado precisa contribuir com a parte dele." Nunes destacou a possibilidade de usar o transporte hidroviário e ressaltou que é fundamental que o emprego seja próximo da moradia. Frange afirmou que é importante pensar também nas dificuldades dos idosos e deficientes. Police defendeu o uso da carona compartilhada por meio do uso de aplicativos. "Os carros representam 80% dos congestionamentos. Precisamos colocar mais pessoas nos carros em circulação." Tuma disse que criou um projeto de lei para incentivar o uso da bicicleta, que garantiria créditos para utilizar no transporte coletivo. REDUÇÃO DE VELOCIDADE Os candidatos discordaram sobre a redução dos limites de velocidade nas marginais, instituída pelo atual prefeito Fernando Haddad (PT), e a aplicação de multas. Para Tuma, a gestão tem utilizado as multas como "forma de arrecadação", por meio, inclusive, de "radares escondidos". O tucano se posicionou contra a redução da velocidade. "Acredito que não há correlação com a diminuição do número de acidentes." Nunes alinhou-se a Tuma, dizendo que os dados de redução de mortes são questionáveis, já que estados que mantiveram a velocidade também teriam apresentado menor número de óbitos. Do outro lado, Fiorilo afirmou que "não existe indústria da multa, existe indústria da morte" e que "fiscalizar é fundamental para que as pessoas cumpram os limites". Frange disse que é a favor da vida, que "deve ser preservada acima de tudo". Police, por sua vez, defendeu que a cidade "vai pagar caro" pela forma "ideológica" pela qual a eleição tratou o assunto. "Esse tema não comporta achismo. O mundo já convencionou que a redução não só salva, mas evita acidentes." CONHEÇA OS PARTICIPANTES José Police Neto (PSD) José Police Neto, 43, está em seu terceiro mandato como vereador na cidade de São Paulo. Foi presidente da Câmara em 2011, reeleito em 2012. É pesquisador social e cursou ciências sociais na Universidade Federal de São Carlos. Coordenou a campanha de Mário Covas e de Geraldo Alckmin ao governo do Estado de São Paulo. Assumiu o cargo de vereador pela primeira vez em 2005. Atua com temas ligados ao desenvolvimento urbanístico na cidade de São Paulo. Eduardo Tuma (PSDB) Eduardo Tuma, 35, é pós-doutorando em direito pela Universidade Sorbonne e professor doutor da faculdade FMU/SP. Graduado em direito e em teologia, possui extensão universitária pela Universidade de Harvard. É especialista em Direito Tributário, mestre em Direito do Estado e doutor em Filosofia do Direito pela PUC/SP. Paulistano, atuou como assessor técnico parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo até ser eleito para o seu primeiro mandato como vereador de São Paulo, em 2012. Desenvolve trabalhos na área de assistência social e recuperação de dependentes químicos junto a entidades do 3º setor, principalmente igrejas. Paulo Fiorilo (PT) Paulo Fiorilo, 52, é formado em filosofia, mestre em ciências políticas pela PUC-SP e professor da rede municipal de ensino. Atuou como chefe de gabinete na Câmara Municipal de São Paulo por 14 anos e chefiou o gabinete da prefeita Marta Suplicy em 2003. Entre 2005 e 2008, Fiorilo exerceu seu primeiro mandato de vereador em São Paulo e presidiu o PT da capital, quando coordenou a campanha de Lula à presidência do Brasil. Atua na Câmara Municipal na defesa do governo do prefeito Fernando Haddad e trabalha pelo desenvolvimento regional, especialmente em bairros da periferia. Paulo Frange (PTB) Paulo Frange, 64, é médico cardiologista formado pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. É membro da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. É vereador em São Paulo desde 1997 e está no seu quinto mandado. Já ocupou a vice-presidência da Câmara Municipal e presidiu a Comissão de Saúde, Finanças e Orçamento e Comissão de Política Urbana. É autor da lei que instituiu a Virada da Saúde na cidade e da lei que libera os médicos do rodízio municipal de veículos. Ricardo Nunes (PMDB) Ricardo Nunes, 48, é empresário, fundador da empresa Nikkey, que hoje possui diversas filiais. Foi presidente da AESUL (Associação Empresarial da Região Sul) e fundou a ADESP (Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo) e a ABRAFIT (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário). Está em seu primeiro mandato como vereador e é líder do PMDB na Câmara Municipal de São Paulo. É voluntário em entidades sem fins lucrativos como a SOBEI (Associação Beneficente de Interlagos), que atende mais de quatro mil crianças na região sul da cidade. PRIMEIRO DEBATE Na segunda, a Folha realizou um debate com candidatos a vereador que concorrem pela primeira vez ao cargo. Compareceram ao evento a estudante Carol Protesto (PT); o administrador Daniel Annenberg (PSDB), ex-presidente do Detran-SP; a arquiteta e urbanista Agnes Helena (Novo); Luiza Eluf (PSD), advogada e procuradora de Justiça aposentada; e o ativista digital Pedro Markun (Rede).
| 0 |
Construção civil puxa para baixo resultado da indústria no PIB
|
O desempenho negativo da construção civil é o principal fator a derrubar os resultados da indústria no PIB (Produto Interno Bruto). No segundo trimestre, a indústria recuou 0,5% ante os primeiros três meses do ano. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a retração foi de 2,1%. No acumulado no semestre, a queda é de 1,6%. A construção civil responde por cerca de um quarto do conjunto da indústria. Ainda sob influência do crédito comprimido e de dificuldades de construtoras, o setor recuou 2% ante os primeiros três meses do ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda é de 7%. Já são 13 trimestres seguidos de contração da construção civil no PIB. Com números mais positivos vindos do setor automotivo e de equipamentos de informática, a indústria de transformação teve resultado positivo no segundo trimestre de 0,1%, ante os primeiros três meses do ano. Na comparação anual, porém, o número ainda é negativo na indústria de transformação (-1%), com variação igual à do primeiro trimestre. A queda, porém, é menos negativa do que o período mais difícil da recessão, em meados de 2016. Já na indústria extrativa, a maior produção de petróleo e de minério de ferro, a taxa de câmbio e preços mais altos impulsionaram o setor, que cresceu 0,4% no segundo trimestre, ante o primeiro, e 5,9% ante o mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o crescimento acumulado da indústria extrativa cresceu 7,8%. FUTURO Os primeiros sinais sobre a atividade industrial em agosto são positivos. O PMI do setor (índice de gerente de compras, da sigla em inglês), apurado pelo IHS Markit, subiu a 50,9 depois de ter ficado em 50 em julho. Acima de 50, o indicador aponta expansão. O resultado refletiu principalmente o crescimento nos volumes de novos pedidos, diante do fortalecimento da demanda, o que levou a uma produção maior. A demanda externa também teve destaque no resultado, uma vez que o número de pedidos do exterior cresceu em agosto no ritmo mais rápido desde abril de 2016, com os entrevistados citando a moeda relativamente fraca como fator. A Argentina foi citada como fonte importante de negócios. As indústrias, entretanto, enfrentaram preços mais elevados de energia, combustíveis e metais, além de tributação mais alta, e com isso os custos de insumo atingiram o patamar mais alto em cinco meses. Com isso os preços de venda voltaram a aumentar em agosto após apresentarem queda no mês anterior, com alguns entrevistados citando tentativas de proteção das margens de lucro. Embora a produção tenha aumentado, os empresários do setor continuaram cortando funcionários, chegando a 30 meses de perdas de posições na indústria. O PMI de agosto mostrou ainda que o otimismo da indústria perdeu força, chegando ao nível mais baixo em 16 meses, embora ainda haja expectativa de investimentos e planos de expansão de negócios. O que afeta a confiança do empresário da indústria são as preocupações com a situação política no país e com as eleições presidenciais de 2018, de acordo com o IHS Markit.
|
mercado
|
Construção civil puxa para baixo resultado da indústria no PIBO desempenho negativo da construção civil é o principal fator a derrubar os resultados da indústria no PIB (Produto Interno Bruto). No segundo trimestre, a indústria recuou 0,5% ante os primeiros três meses do ano. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a retração foi de 2,1%. No acumulado no semestre, a queda é de 1,6%. A construção civil responde por cerca de um quarto do conjunto da indústria. Ainda sob influência do crédito comprimido e de dificuldades de construtoras, o setor recuou 2% ante os primeiros três meses do ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda é de 7%. Já são 13 trimestres seguidos de contração da construção civil no PIB. Com números mais positivos vindos do setor automotivo e de equipamentos de informática, a indústria de transformação teve resultado positivo no segundo trimestre de 0,1%, ante os primeiros três meses do ano. Na comparação anual, porém, o número ainda é negativo na indústria de transformação (-1%), com variação igual à do primeiro trimestre. A queda, porém, é menos negativa do que o período mais difícil da recessão, em meados de 2016. Já na indústria extrativa, a maior produção de petróleo e de minério de ferro, a taxa de câmbio e preços mais altos impulsionaram o setor, que cresceu 0,4% no segundo trimestre, ante o primeiro, e 5,9% ante o mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o crescimento acumulado da indústria extrativa cresceu 7,8%. FUTURO Os primeiros sinais sobre a atividade industrial em agosto são positivos. O PMI do setor (índice de gerente de compras, da sigla em inglês), apurado pelo IHS Markit, subiu a 50,9 depois de ter ficado em 50 em julho. Acima de 50, o indicador aponta expansão. O resultado refletiu principalmente o crescimento nos volumes de novos pedidos, diante do fortalecimento da demanda, o que levou a uma produção maior. A demanda externa também teve destaque no resultado, uma vez que o número de pedidos do exterior cresceu em agosto no ritmo mais rápido desde abril de 2016, com os entrevistados citando a moeda relativamente fraca como fator. A Argentina foi citada como fonte importante de negócios. As indústrias, entretanto, enfrentaram preços mais elevados de energia, combustíveis e metais, além de tributação mais alta, e com isso os custos de insumo atingiram o patamar mais alto em cinco meses. Com isso os preços de venda voltaram a aumentar em agosto após apresentarem queda no mês anterior, com alguns entrevistados citando tentativas de proteção das margens de lucro. Embora a produção tenha aumentado, os empresários do setor continuaram cortando funcionários, chegando a 30 meses de perdas de posições na indústria. O PMI de agosto mostrou ainda que o otimismo da indústria perdeu força, chegando ao nível mais baixo em 16 meses, embora ainda haja expectativa de investimentos e planos de expansão de negócios. O que afeta a confiança do empresário da indústria são as preocupações com a situação política no país e com as eleições presidenciais de 2018, de acordo com o IHS Markit.
| 2 |
Explosão no Rio de Janeiro coloca todo o país em alerta, afirma aposentado
|
A tragédia da explosão no Rio põe todo o país em alerta (Explosão no Rio de Janeiro partiu de pizzaria, diz prefeitura ). Será que, em São Paulo, todos os estabelecimentos são devidamente fiscalizados pelas autoridades competentes? É um verdadeiro absurdo o que disse um oficial do Corpo de Bombeiros do Rio depois da tragédia: "Nossa fiscalização é feita quando nos chamam para algum problema". * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Explosão no Rio de Janeiro coloca todo o país em alerta, afirma aposentadoA tragédia da explosão no Rio põe todo o país em alerta (Explosão no Rio de Janeiro partiu de pizzaria, diz prefeitura ). Será que, em São Paulo, todos os estabelecimentos são devidamente fiscalizados pelas autoridades competentes? É um verdadeiro absurdo o que disse um oficial do Corpo de Bombeiros do Rio depois da tragédia: "Nossa fiscalização é feita quando nos chamam para algum problema". * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 16 |
Santos leva gol no fim e perde depois de três vitórias consecutivas
|
A série de três vitórias consecutivas do Santos no Campeonato Brasileiro foi interrompida neste sábado (18) com a derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR, em Curitiba. Por causa desse resultado, certamente o time paulista deixará o grupo dos quatro primeiros colocados da competição neste domingo (19). O Santos fez um bom primeiro tempo na Arena da Baixada. Tocando a bola no campo de ataque, a equipe envolveu os paranaenses e mandou dois chutes na trave, um de Vitor Bueno e outro de Gabriel. Na segunda etapa, porém, o time alvinegro acabou dominado pelos donos da casa. Aparentemente satisfeito com o resultado de 0 a 0, o Santos foi conservador demais e se viu castigado com um gol de cabeça do experiente zagueiro Paulo André, aos 43min. Na próxima rodada do Brasileiro, o Santos enfrentará o Fluminense em Cariacica (ES), na quarta-feira (22). No mesmo dia, o Atlético-PR enfrentará a Chapecoense, em Chapecó. Veja vídeo
|
esporte
|
Santos leva gol no fim e perde depois de três vitórias consecutivasA série de três vitórias consecutivas do Santos no Campeonato Brasileiro foi interrompida neste sábado (18) com a derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR, em Curitiba. Por causa desse resultado, certamente o time paulista deixará o grupo dos quatro primeiros colocados da competição neste domingo (19). O Santos fez um bom primeiro tempo na Arena da Baixada. Tocando a bola no campo de ataque, a equipe envolveu os paranaenses e mandou dois chutes na trave, um de Vitor Bueno e outro de Gabriel. Na segunda etapa, porém, o time alvinegro acabou dominado pelos donos da casa. Aparentemente satisfeito com o resultado de 0 a 0, o Santos foi conservador demais e se viu castigado com um gol de cabeça do experiente zagueiro Paulo André, aos 43min. Na próxima rodada do Brasileiro, o Santos enfrentará o Fluminense em Cariacica (ES), na quarta-feira (22). No mesmo dia, o Atlético-PR enfrentará a Chapecoense, em Chapecó. Veja vídeo
| 4 |
Em livro, jornalista descreve como e quem deu início à pirataria digital
|
Em 4 de junho de 2002, Eminem esperava se consolidar como um dos maiores popstars do planeta com o lançamento de "The Eminem Show". Mas, 25 dias antes da chegada do CD às lojas, o rapper americano tomou um susto: as 20 músicas do álbum estavam disponíveis na internet. De graça. O responsável por distribuir as faixas foi Dell Glover, que trabalhava em uma fábrica de CDs da Universal Music nos Estados Unidos. Eminem não foi o único –Jay-Z, Queens of the Stone Age, U2, Kanye West e centenas de outros artistas estão entre as vítimas de Glover, que entre o fim dos anos 1990 e o início de 2007 montou um esquema para tirar os discos da fábrica e levá-los para casa, onde digitalizava o material e o passava para um grupo de piratas digitais chamado RNS (de Rabid Neurosis, ou neurose raivosa, em português). Glover é considerado o "paciente zero" da pirataria pelo livro "Como a Música Ficou Grátis", do jornalista americano Stephen Witt, que acaba de sair no Brasil. Infográfico Pirataria digital - Crédito Editoria de Arte/Folhapress É a primeira vez que um livro descreve como e quem alimentava a pirataria digital, atividade que ajudou a fazer despencar o faturamento da indústria fonográfica –de US$ 38 bilhões em 1999 (o equivalente, hoje, a US$ 54,4 bi, ou R$174,8 bi ) para US$ 14,9 bilhões (R$ 47 bi) em 2014. Além de Glover, o livro descreve a criação do MP3, formato padrão da música digital, e como as gravadoras, personificadas na figura de Doug Morris, ex-chefe da Universal Music, lidaram com a pirataria. Stephen Witt falou à Folha. Folha - Por que quis investigar a pirataria na música? Stephen Witt - Eu fui um pirata obsessivo. Em 1997, quando iniciei a faculdade, tinha um computador com uma capacidade mínima de armazenamento. Então comecei a piratear discos. Depois de dez anos, formei uma biblioteca gigantesca de músicas. E há pouco tempo me perguntei: de onde vieram todos esses arquivos? E foi aí que pensei em escrever o livro. Se as gravadoras tivessem reagido de maneira diferente à pirataria, poderiam ter impedido a disseminação? Iriam sofrer de qualquer jeito. Porque, hoje, dá para baixar só músicas em vez de discos inteiros. Mas as gravadoras não agiram corretamente. Estavam satisfeitas com a receita gerada pelos CDs e achavam que esse formato iria durar muito. Poderiam ter criado um sistema de distribuição de músicas por assinatura, mas não quiseram. Foram mais de dez anos de sofrimento. Quais eram as motivações daqueles que pirateavam música? Ganhar dinheiro? Eu era um desses garotos, e definitivamente dinheiro não era uma motivação. A motivação era criar ou pertencer a uma comunidade em que se podia trocar músicas de forma gratuita e democrática. O que você faria se o seu livro fosse pirateado? Já estão fazendo isso! Piratearam o livro um mês antes de ser publicado. Eu fico impressionado, empolgado até com a atenção que o livro desperta. Mas, claro, a minha editora não concorda. Como você chegou até Glover? Eu me interessei por esse grupo underground que se autointitulava The Scene (a cena). E o FBI realizou várias investigações que tinham esses caras como alvo. Nos EUA, há o Pacer (Public Access to Court Electronic Records), banco com informações do sistema judiciário desde 1988. Ali encontrei o caso de Dell, e na hora me interessei por ele. Sozinho, ele havia causado mais danos à indústria da música do que todos os outros que eu havia checado somados. Achei um perfil no Facebook que poderia ser o dele. Mandei uma mensagem e, no dia seguinte, ele me ligou. Por que as indústrias do cinema e a de livros não foram tão afetadas pela pirataria digital como a da música? Porque essas indústrias são diferentes, especialmente por um detalhe. Nós éramos obrigados a comprar um disco mesmo que gostássemos apenas de uma música. Dá para dissociar a canção do disco. Com filmes e livros, temos apenas um produto. Além disso, esses caras que começaram a pirataria eram muito jovens, a música era a coisa mais importante para eles. E, no início, os filmes eram mais difíceis de serem pirateados, eram arquivos muito maiores, e a internet não era rápida. Quando foi a última vez que você comprou um disco? Há muito tempo, nem me lembro. Mas assino o [serviço de streaming] Spotify, pago US$ 120 [R$ 385] por ano por uma biblioteca enorme. E, até para saber como o streaming funciona, assinei outros serviços, como o Tidal e o Apple Music. Mas uma hora vou ficar apenas com um deles. A música perdeu valor com a chegada do MP3? O MP3 certamente mostrou que muita gente não queria gastar muito com música, mas não diminuiu o valor dela em si. Gostamos de música como antes, mas está mais difícil ganhar dinheiro com ela. A música era tratada como uma commodity, íamos a uma loja e comprávamos um disco. Hoje está ao nosso alcance todo o tempo. Muita gente critica a qualidade do MP3. Você concorda? No início havia uma diferença notável na qualidade. Hoje, a maioria das pessoas não consegue diferenciar o som do MP3 do som do CD. O que interessa é poder levar a música para onde você for. COMO A MÚSICA FICOU GRÁTIS AUTOR Stephe Witt TRADUÇÃO Andrea Gottlieb de Castro Neves EDITORA Intrínseca QUANTO R$ 24,90 (e-book) e R$ 39,90 (272 págs.)
|
ilustrada
|
Em livro, jornalista descreve como e quem deu início à pirataria digitalEm 4 de junho de 2002, Eminem esperava se consolidar como um dos maiores popstars do planeta com o lançamento de "The Eminem Show". Mas, 25 dias antes da chegada do CD às lojas, o rapper americano tomou um susto: as 20 músicas do álbum estavam disponíveis na internet. De graça. O responsável por distribuir as faixas foi Dell Glover, que trabalhava em uma fábrica de CDs da Universal Music nos Estados Unidos. Eminem não foi o único –Jay-Z, Queens of the Stone Age, U2, Kanye West e centenas de outros artistas estão entre as vítimas de Glover, que entre o fim dos anos 1990 e o início de 2007 montou um esquema para tirar os discos da fábrica e levá-los para casa, onde digitalizava o material e o passava para um grupo de piratas digitais chamado RNS (de Rabid Neurosis, ou neurose raivosa, em português). Glover é considerado o "paciente zero" da pirataria pelo livro "Como a Música Ficou Grátis", do jornalista americano Stephen Witt, que acaba de sair no Brasil. Infográfico Pirataria digital - Crédito Editoria de Arte/Folhapress É a primeira vez que um livro descreve como e quem alimentava a pirataria digital, atividade que ajudou a fazer despencar o faturamento da indústria fonográfica –de US$ 38 bilhões em 1999 (o equivalente, hoje, a US$ 54,4 bi, ou R$174,8 bi ) para US$ 14,9 bilhões (R$ 47 bi) em 2014. Além de Glover, o livro descreve a criação do MP3, formato padrão da música digital, e como as gravadoras, personificadas na figura de Doug Morris, ex-chefe da Universal Music, lidaram com a pirataria. Stephen Witt falou à Folha. Folha - Por que quis investigar a pirataria na música? Stephen Witt - Eu fui um pirata obsessivo. Em 1997, quando iniciei a faculdade, tinha um computador com uma capacidade mínima de armazenamento. Então comecei a piratear discos. Depois de dez anos, formei uma biblioteca gigantesca de músicas. E há pouco tempo me perguntei: de onde vieram todos esses arquivos? E foi aí que pensei em escrever o livro. Se as gravadoras tivessem reagido de maneira diferente à pirataria, poderiam ter impedido a disseminação? Iriam sofrer de qualquer jeito. Porque, hoje, dá para baixar só músicas em vez de discos inteiros. Mas as gravadoras não agiram corretamente. Estavam satisfeitas com a receita gerada pelos CDs e achavam que esse formato iria durar muito. Poderiam ter criado um sistema de distribuição de músicas por assinatura, mas não quiseram. Foram mais de dez anos de sofrimento. Quais eram as motivações daqueles que pirateavam música? Ganhar dinheiro? Eu era um desses garotos, e definitivamente dinheiro não era uma motivação. A motivação era criar ou pertencer a uma comunidade em que se podia trocar músicas de forma gratuita e democrática. O que você faria se o seu livro fosse pirateado? Já estão fazendo isso! Piratearam o livro um mês antes de ser publicado. Eu fico impressionado, empolgado até com a atenção que o livro desperta. Mas, claro, a minha editora não concorda. Como você chegou até Glover? Eu me interessei por esse grupo underground que se autointitulava The Scene (a cena). E o FBI realizou várias investigações que tinham esses caras como alvo. Nos EUA, há o Pacer (Public Access to Court Electronic Records), banco com informações do sistema judiciário desde 1988. Ali encontrei o caso de Dell, e na hora me interessei por ele. Sozinho, ele havia causado mais danos à indústria da música do que todos os outros que eu havia checado somados. Achei um perfil no Facebook que poderia ser o dele. Mandei uma mensagem e, no dia seguinte, ele me ligou. Por que as indústrias do cinema e a de livros não foram tão afetadas pela pirataria digital como a da música? Porque essas indústrias são diferentes, especialmente por um detalhe. Nós éramos obrigados a comprar um disco mesmo que gostássemos apenas de uma música. Dá para dissociar a canção do disco. Com filmes e livros, temos apenas um produto. Além disso, esses caras que começaram a pirataria eram muito jovens, a música era a coisa mais importante para eles. E, no início, os filmes eram mais difíceis de serem pirateados, eram arquivos muito maiores, e a internet não era rápida. Quando foi a última vez que você comprou um disco? Há muito tempo, nem me lembro. Mas assino o [serviço de streaming] Spotify, pago US$ 120 [R$ 385] por ano por uma biblioteca enorme. E, até para saber como o streaming funciona, assinei outros serviços, como o Tidal e o Apple Music. Mas uma hora vou ficar apenas com um deles. A música perdeu valor com a chegada do MP3? O MP3 certamente mostrou que muita gente não queria gastar muito com música, mas não diminuiu o valor dela em si. Gostamos de música como antes, mas está mais difícil ganhar dinheiro com ela. A música era tratada como uma commodity, íamos a uma loja e comprávamos um disco. Hoje está ao nosso alcance todo o tempo. Muita gente critica a qualidade do MP3. Você concorda? No início havia uma diferença notável na qualidade. Hoje, a maioria das pessoas não consegue diferenciar o som do MP3 do som do CD. O que interessa é poder levar a música para onde você for. COMO A MÚSICA FICOU GRÁTIS AUTOR Stephe Witt TRADUÇÃO Andrea Gottlieb de Castro Neves EDITORA Intrínseca QUANTO R$ 24,90 (e-book) e R$ 39,90 (272 págs.)
| 1 |
Banda de post-rock Explosions in the Sky anuncia shows no Brasil
|
Uma das mais conhecidas bandas do gênero post-rock, a Explosions in the Sky se apresentará em São Paulo e no Rio, durante uma turnê pela América Latina em novembro. O quarteto americano, que compõe músicas sempre instrumentais com elementos do jazz, da música eletrônica e do rock progressivo, apresentará o álbum "Take Care, Take Care, Take Care", lançado em 2011 após quatro anos sem novos discos. Quinto trabalho do grupo, o CD saiu após um 2010 "sabático", como define a banda. Todas as músicas foram criadas a partir de demos gravadas no período de hiato. A banda se apresenta no Cine Joia, em São Paulo, em 18 de novembro. No Rio, o show acontece no dia 19, no Circo Voador. Ingressos custam R$ 180 e R$ 220, respectivamente. A banda esteve no Brasil pela última vez em 2013. Na época, o grupo foi uma das atrações anunciadas para o festival Sónar, que foi cancelado, e mesmo assim decidiu manter o show em São Paulo. SÃO PAULO QUANDO quarta-feira (18/11), 22h ONDE Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82. Tel. 11 3101-1305) QUANTO R$ 180 RIO DE JANEIRO QUANDO quinta-feira (19/11), 22h ONDE Circo Voador (Rua Arcos, s/n. Tel. 21 2533-0354) QUANTO R$ 220
|
ilustrada
|
Banda de post-rock Explosions in the Sky anuncia shows no BrasilUma das mais conhecidas bandas do gênero post-rock, a Explosions in the Sky se apresentará em São Paulo e no Rio, durante uma turnê pela América Latina em novembro. O quarteto americano, que compõe músicas sempre instrumentais com elementos do jazz, da música eletrônica e do rock progressivo, apresentará o álbum "Take Care, Take Care, Take Care", lançado em 2011 após quatro anos sem novos discos. Quinto trabalho do grupo, o CD saiu após um 2010 "sabático", como define a banda. Todas as músicas foram criadas a partir de demos gravadas no período de hiato. A banda se apresenta no Cine Joia, em São Paulo, em 18 de novembro. No Rio, o show acontece no dia 19, no Circo Voador. Ingressos custam R$ 180 e R$ 220, respectivamente. A banda esteve no Brasil pela última vez em 2013. Na época, o grupo foi uma das atrações anunciadas para o festival Sónar, que foi cancelado, e mesmo assim decidiu manter o show em São Paulo. SÃO PAULO QUANDO quarta-feira (18/11), 22h ONDE Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82. Tel. 11 3101-1305) QUANTO R$ 180 RIO DE JANEIRO QUANDO quinta-feira (19/11), 22h ONDE Circo Voador (Rua Arcos, s/n. Tel. 21 2533-0354) QUANTO R$ 220
| 1 |
Denúncia penal contra Doria por propaganda irregular chega a Janot
|
THAIS BILENKY DE SÃO PAULO A promotoria eleitoral de São Paulo encaminhou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denúncia contra a chapa do candidato a prefeito João Doria (PSDB). Ao considerar crime eleitoral uma propaganda de TV veiculada pelo tucano, na semana passada, a Justiça fez com que a denúncia penal fosse encaminhada ao procurador-geral, uma vez que o vice da chapa, deputado federal Bruno Covas (PSDB), tem foro privilegiado. A inserção de TV do dia 9 empregou computação gráfica e efeitos visuais, além de exibir o brasão da Prefeitura de São Paulo, o que a legislação eleitoral veda. Na terça-feira (13), o juiz Márcio Teixeira Laranjo julgou procedente a representação contra a campanha de Doria. Na quarta (14), o promotor eleitoral de São Paulo José Carlos Bonilha encaminhou a denúncia ao procurador regional, que, por sua vez, a levará a Janot. OUTRO LADO Quando da decisão liminar da Justiça, no sábado (10), o advogado da coligação do tucano, Anderson Pomini, afirmou que a propaganda já havia sido adequada às exigências da legislação eleitoral. Procurada, a campanha do tucano afirmou que "é procedimento comum que se apure a prática de crime eleitoral pelo eventual uso de imagem da administração pública em favor da campanha". "Certamente, a representação será arquivada", disse a campanha.
|
poder
|
Denúncia penal contra Doria por propaganda irregular chega a JanotTHAIS BILENKY DE SÃO PAULO A promotoria eleitoral de São Paulo encaminhou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denúncia contra a chapa do candidato a prefeito João Doria (PSDB). Ao considerar crime eleitoral uma propaganda de TV veiculada pelo tucano, na semana passada, a Justiça fez com que a denúncia penal fosse encaminhada ao procurador-geral, uma vez que o vice da chapa, deputado federal Bruno Covas (PSDB), tem foro privilegiado. A inserção de TV do dia 9 empregou computação gráfica e efeitos visuais, além de exibir o brasão da Prefeitura de São Paulo, o que a legislação eleitoral veda. Na terça-feira (13), o juiz Márcio Teixeira Laranjo julgou procedente a representação contra a campanha de Doria. Na quarta (14), o promotor eleitoral de São Paulo José Carlos Bonilha encaminhou a denúncia ao procurador regional, que, por sua vez, a levará a Janot. OUTRO LADO Quando da decisão liminar da Justiça, no sábado (10), o advogado da coligação do tucano, Anderson Pomini, afirmou que a propaganda já havia sido adequada às exigências da legislação eleitoral. Procurada, a campanha do tucano afirmou que "é procedimento comum que se apure a prática de crime eleitoral pelo eventual uso de imagem da administração pública em favor da campanha". "Certamente, a representação será arquivada", disse a campanha.
| 0 |
EUA dizem que ainda não há indícios de coordenação entre ataques
|
O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse nesta sexta-feira (26) que não havia nenhuma evidência até agora de que os ataques terroristas em França, Tunísia e Kuait foram coordenados. Após os atentados, vários países anunciaram ter aumentado seu alerta de segurança. A França, que já estava em alerta mais alto desde os ataques de janeiro em Paris, elevou seu alerta no sudeste do país e em torno de locais de culto religioso. A Tunísia e o Kuait também já estavam em alerta elevado devido a atentados recentes. Além disso, anunciaram ter aumentado seu alerta de segurança a Itália e a Espanha, de acordo com as agências de notícias. O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, afirmou que os ataques ainda estavam sendo investigados, mas que até agora não havia "nenhuma indicação em um nível tático de que foram coordenados". "Obviamente, claramente, todos foram ataques terroristas", disse Kirby em coletiva. Grupos extremistas fizeram ataques nesses três países nesta sexta, três dias após membros da facção radical Estado Islâmico (EI) terem feito um chamado a seus apoiadores incentivando o "martírio" no mês sagrado do Ramadã. O pior atentado ocorreu em uma praia turística na Tunísia, em que dezenas de banhistas —muitos deles britânicos e alemães— foram mortos por um atirador disfarçado de turista. Na França, uma cabeça decapitada foi encontrada em uma usina de gás com bandeiras e inscrições em árabe. Também houve explosões que deixaram ao menos dois feridos. Um suspeito foi preso. No Kuait, um homem-bomba atacou uma mesquita xiita durante as preces de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos. Esta foi a única das três ações reivindicada pelo EI. A extensão geográfica dos atentados —que ocorreram em três continentes— mostra a disseminação da ameaça de facções extremistas pelo planeta. Atentados pelo mundo
|
mundo
|
EUA dizem que ainda não há indícios de coordenação entre ataquesO Departamento de Estado dos Estados Unidos disse nesta sexta-feira (26) que não havia nenhuma evidência até agora de que os ataques terroristas em França, Tunísia e Kuait foram coordenados. Após os atentados, vários países anunciaram ter aumentado seu alerta de segurança. A França, que já estava em alerta mais alto desde os ataques de janeiro em Paris, elevou seu alerta no sudeste do país e em torno de locais de culto religioso. A Tunísia e o Kuait também já estavam em alerta elevado devido a atentados recentes. Além disso, anunciaram ter aumentado seu alerta de segurança a Itália e a Espanha, de acordo com as agências de notícias. O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, afirmou que os ataques ainda estavam sendo investigados, mas que até agora não havia "nenhuma indicação em um nível tático de que foram coordenados". "Obviamente, claramente, todos foram ataques terroristas", disse Kirby em coletiva. Grupos extremistas fizeram ataques nesses três países nesta sexta, três dias após membros da facção radical Estado Islâmico (EI) terem feito um chamado a seus apoiadores incentivando o "martírio" no mês sagrado do Ramadã. O pior atentado ocorreu em uma praia turística na Tunísia, em que dezenas de banhistas —muitos deles britânicos e alemães— foram mortos por um atirador disfarçado de turista. Na França, uma cabeça decapitada foi encontrada em uma usina de gás com bandeiras e inscrições em árabe. Também houve explosões que deixaram ao menos dois feridos. Um suspeito foi preso. No Kuait, um homem-bomba atacou uma mesquita xiita durante as preces de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos. Esta foi a única das três ações reivindicada pelo EI. A extensão geográfica dos atentados —que ocorreram em três continentes— mostra a disseminação da ameaça de facções extremistas pelo planeta. Atentados pelo mundo
| 3 |
Crianças e colegas de treino vibram com bronze em clube de Mayra Aguiar
|
FERNANDA CANOFRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE A luta valendo a medalha de bronze teve peso de um ouro para a torcida na sede da Sogipa (Sociedade de Ginástica de Porto Alegre), clube de Mayra Aguiar, em Porto Alegre. Durante a luta, colegas de treino no tatame e crianças do Projeto Criança, que sonham em um dia entrar no esporte, vibravam a cada movimento da judoca gaúcha no telão. Os movimentos da rival cubana era desdenhados pela torcida exclusiva, que revezava os gritos de "Mayra!" e "Brasil!". Quando a vitória foi decretada para a brasileira, a sala explodiu em comemoração. Para Moacir Mendes, professor de judô na instituição, que treina com a atleta, não há como medir o significado a segunda medalha olímpica por ela. "Nós tínhamos três atletas na Olimpíada e isso já é um feito grandioso. A medalha é o que todo mundo quer e hoje nossa esperança estava toda depositado nela", afirma. Mas o legado maior, que Mayra com apenas 25 anos já tem, está nas novas gerações. "Ela tem muita influência. As meninas que treinam na Sogipa se inspiram muito nela e vemos que aumentou muito o numero de meninas no judô querendo ser como ela", diz Mendes. PROJETO O Projeto Criança consiste em uma escola de educação infantil que tem como base trabalho no desenvolvimento motor. A partir dos seis anos, as crianças têm iniciação em vários esportes, inclusive no judô. Tiago Pinho, 19 anos, treina há quatro anos na Sogipa e se inspira em Mayra. "O que mais admiro nela é a humildade", diz o colega de clube. "Para eu chegar onde ela está, tenho que treinar muito. Ela tem dom nato", completa. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
|
esporte
|
Crianças e colegas de treino vibram com bronze em clube de Mayra Aguiar
FERNANDA CANOFRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE A luta valendo a medalha de bronze teve peso de um ouro para a torcida na sede da Sogipa (Sociedade de Ginástica de Porto Alegre), clube de Mayra Aguiar, em Porto Alegre. Durante a luta, colegas de treino no tatame e crianças do Projeto Criança, que sonham em um dia entrar no esporte, vibravam a cada movimento da judoca gaúcha no telão. Os movimentos da rival cubana era desdenhados pela torcida exclusiva, que revezava os gritos de "Mayra!" e "Brasil!". Quando a vitória foi decretada para a brasileira, a sala explodiu em comemoração. Para Moacir Mendes, professor de judô na instituição, que treina com a atleta, não há como medir o significado a segunda medalha olímpica por ela. "Nós tínhamos três atletas na Olimpíada e isso já é um feito grandioso. A medalha é o que todo mundo quer e hoje nossa esperança estava toda depositado nela", afirma. Mas o legado maior, que Mayra com apenas 25 anos já tem, está nas novas gerações. "Ela tem muita influência. As meninas que treinam na Sogipa se inspiram muito nela e vemos que aumentou muito o numero de meninas no judô querendo ser como ela", diz Mendes. PROJETO O Projeto Criança consiste em uma escola de educação infantil que tem como base trabalho no desenvolvimento motor. A partir dos seis anos, as crianças têm iniciação em vários esportes, inclusive no judô. Tiago Pinho, 19 anos, treina há quatro anos na Sogipa e se inspira em Mayra. "O que mais admiro nela é a humildade", diz o colega de clube. "Para eu chegar onde ela está, tenho que treinar muito. Ela tem dom nato", completa. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
| 4 |
Não há final feliz no julgamento de Temer no TSE
|
Michel Temer vai ao TSE tentar provar que era vice o suficiente de Dilma para assumir em seu lugar depois do impeachment, mas não o suficiente para ser cassado junto com ela. Qualquer jurista sério, qualquer pessoa razoável, sabe que seria ilegal separar os companheiros de chapa no julgamento. O relator do processo, ministro Herman Benjamin, parece ser as duas coisas, e pedirá a cassação da chapa. Gilmar Mendes vai tentar matar no peito. Ao que tudo indica, houve mesmo dinheiro de corrupção na campanha de Dilma/Temer. Mesmo que nenhum dos dois tenha participado do esquema de onde veio o dinheiro, se o suborno for comprovado, é correto cassar a chapa. Afinal, o dinheiro sujo lhes dava uma vantagem indevida contra as chapas que não receberam dinheiro do cartel das empreiteiras, como era o caso da chapa do...da... bom, em tese poderia ter havido uma chapa que não tivesse recebido dinheiro do cartel das empreiteiras. E essa chapa teria saído em desvantagem contra as que receberam. Se a doação ilegal for comprovada, ficará claro que Dilma Rousseff não deveria ter terminado seu mandato, mesmo que não fosse culpada de nada, pessoalmente. Sua chapa deveria ter sido cassada, e novas eleições deveriam ter sido realizadas, sem a participação de nenhuma chapa que tivesse recebido dinheiro do cartel das empreiteiras. Nesse cenário talvez tivesse sido necessário importar chapas. Uma disputa entre o Frente Amplio uruguaio e a Democracia Cristã alemã pela presidência brasileira, por exemplo, certamente atrairia público. Bom, alguém pode perguntar, então o impeachment não foi tão ruim assim, foi? Se Dilma deveria mesmo ter sido cassada, tanto faz se foi de um jeito ou de outro. Não. O impeachment de 2016 matou duas eleições presidenciais, a de 2014 e a que teria podido acontecer em 2016. O impeachment desviou o sentimento de insatisfação popular em favor do pessoal de que fala Raymundo Faoro em seu livro mais famoso. Como bônus, ganharam tempo até que se fechasse a janela legal em que a cassação implicaria a convocação de novas eleições. Desde o dia primeiro de janeiro de 2017, cassar Dilma/Temer é jogar a eleição para o Congresso, onde votaria a mesma turma que deu a Temer a presidência em 2016. Gilmar Mendes (quem mais?) inclusive já sugeriu que se eleja o próprio Temer para terminar o mandato. Ao contrário de uma nova eleição direta, que reabriria o jogo, a eleição no Congresso garante que o grupo no poder será o mesmo que fez o impeachment. Seria bom se alguém encontrasse uma saída constitucional que permitisse novas eleições nos próximos meses. Até agora, que eu saiba, ninguém encontrou. É difícil imaginar um bom presidente eleito por essa legislatura. Se o quadro continuar assim, restará aguentar o PMDB no Planalto até o fim do mandato que deveria ter sido de Dilma ou de quem vencesse as eleições diretas de 2016. Só torço para que o TSE encontre uma forma de sair dessa história de maneira digna. Prefiro que isso acabe com Gilmar atrasando o processo indefinidamente, ou com alguma outra malandragem para tornar sem efeito uma eventual cassação, do que com uma decisão criminosa e vagabunda do TSE julgando Dilma e Temer separadamente. Nem toda instituição brasileira precisa sair dessa crise de joelhos.
|
colunas
|
Não há final feliz no julgamento de Temer no TSEMichel Temer vai ao TSE tentar provar que era vice o suficiente de Dilma para assumir em seu lugar depois do impeachment, mas não o suficiente para ser cassado junto com ela. Qualquer jurista sério, qualquer pessoa razoável, sabe que seria ilegal separar os companheiros de chapa no julgamento. O relator do processo, ministro Herman Benjamin, parece ser as duas coisas, e pedirá a cassação da chapa. Gilmar Mendes vai tentar matar no peito. Ao que tudo indica, houve mesmo dinheiro de corrupção na campanha de Dilma/Temer. Mesmo que nenhum dos dois tenha participado do esquema de onde veio o dinheiro, se o suborno for comprovado, é correto cassar a chapa. Afinal, o dinheiro sujo lhes dava uma vantagem indevida contra as chapas que não receberam dinheiro do cartel das empreiteiras, como era o caso da chapa do...da... bom, em tese poderia ter havido uma chapa que não tivesse recebido dinheiro do cartel das empreiteiras. E essa chapa teria saído em desvantagem contra as que receberam. Se a doação ilegal for comprovada, ficará claro que Dilma Rousseff não deveria ter terminado seu mandato, mesmo que não fosse culpada de nada, pessoalmente. Sua chapa deveria ter sido cassada, e novas eleições deveriam ter sido realizadas, sem a participação de nenhuma chapa que tivesse recebido dinheiro do cartel das empreiteiras. Nesse cenário talvez tivesse sido necessário importar chapas. Uma disputa entre o Frente Amplio uruguaio e a Democracia Cristã alemã pela presidência brasileira, por exemplo, certamente atrairia público. Bom, alguém pode perguntar, então o impeachment não foi tão ruim assim, foi? Se Dilma deveria mesmo ter sido cassada, tanto faz se foi de um jeito ou de outro. Não. O impeachment de 2016 matou duas eleições presidenciais, a de 2014 e a que teria podido acontecer em 2016. O impeachment desviou o sentimento de insatisfação popular em favor do pessoal de que fala Raymundo Faoro em seu livro mais famoso. Como bônus, ganharam tempo até que se fechasse a janela legal em que a cassação implicaria a convocação de novas eleições. Desde o dia primeiro de janeiro de 2017, cassar Dilma/Temer é jogar a eleição para o Congresso, onde votaria a mesma turma que deu a Temer a presidência em 2016. Gilmar Mendes (quem mais?) inclusive já sugeriu que se eleja o próprio Temer para terminar o mandato. Ao contrário de uma nova eleição direta, que reabriria o jogo, a eleição no Congresso garante que o grupo no poder será o mesmo que fez o impeachment. Seria bom se alguém encontrasse uma saída constitucional que permitisse novas eleições nos próximos meses. Até agora, que eu saiba, ninguém encontrou. É difícil imaginar um bom presidente eleito por essa legislatura. Se o quadro continuar assim, restará aguentar o PMDB no Planalto até o fim do mandato que deveria ter sido de Dilma ou de quem vencesse as eleições diretas de 2016. Só torço para que o TSE encontre uma forma de sair dessa história de maneira digna. Prefiro que isso acabe com Gilmar atrasando o processo indefinidamente, ou com alguma outra malandragem para tornar sem efeito uma eventual cassação, do que com uma decisão criminosa e vagabunda do TSE julgando Dilma e Temer separadamente. Nem toda instituição brasileira precisa sair dessa crise de joelhos.
| 10 |
Com turbulência política, setor de aço revisa para baixo projeção de consumo
|
A indústria de aço revisou para baixo sua projeção para o consumo aparente do produto no país após as turbulências políticas vividas no último mês, diz o presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Baptista Filho. "Esperava-se que as medidas fiscais e reformas propostas pelo governo andariam mais rápido, mas, com o cenário atual, deverão caminhar mais lentamente." Em outubro, a perspectiva para 2017 era uma alta de 3,8% do consumo aparente de aço no país. O novo cálculo não foi revelado. Os planos de expansão da empresa foram congelados. "Neste setor, uma operação abaixo de 80% da capacidade não gera retorno suficiente para manter os investimentos, e estamos há tempos abaixo desse limiar." Leia a coluna completa aqui.
|
colunas
|
Com turbulência política, setor de aço revisa para baixo projeção de consumoA indústria de aço revisou para baixo sua projeção para o consumo aparente do produto no país após as turbulências políticas vividas no último mês, diz o presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Baptista Filho. "Esperava-se que as medidas fiscais e reformas propostas pelo governo andariam mais rápido, mas, com o cenário atual, deverão caminhar mais lentamente." Em outubro, a perspectiva para 2017 era uma alta de 3,8% do consumo aparente de aço no país. O novo cálculo não foi revelado. Os planos de expansão da empresa foram congelados. "Neste setor, uma operação abaixo de 80% da capacidade não gera retorno suficiente para manter os investimentos, e estamos há tempos abaixo desse limiar." Leia a coluna completa aqui.
| 10 |
Clube do Qatar anuncia contratação do meia Xavi, do Barcelona
|
O Al Sadd, do Catar, confirmou neste sábado (28) a contratação do meia Xavi, do Barcelona, para a próxima temporada. Segundo o jornal Sport, da Espanha, o meio-campista irá defender a equipe por três temporadas. "O Al Sadd conseguiu fechar com o capitão do Barcelona, Xavi; esta é uma foto dele com o diretor esportivo Muhammed Ghoulam", escreveu Al-Berik, diretor do clube do Oriente Médio, em suas redes sociais junto a uma imagem do meio campista. Campeão 25 vezes com a equipe espanhola, Xavi também terá a função de treinador das categorias de base, encarregada de revelar jogadores para a Copa do Mundo de 2022. Na última temporada, o jogador recebeu propostas de outros clubes, mas decidiu em ficar no Barcelona. Desta vez, o valor anual de R$35 mi pesou na decisão do atleta. O seu último jogo vestindo as cores do clube catalão pode ser contra o Athetic Bilbao pela final da Copa do Rei.
|
esporte
|
Clube do Qatar anuncia contratação do meia Xavi, do BarcelonaO Al Sadd, do Catar, confirmou neste sábado (28) a contratação do meia Xavi, do Barcelona, para a próxima temporada. Segundo o jornal Sport, da Espanha, o meio-campista irá defender a equipe por três temporadas. "O Al Sadd conseguiu fechar com o capitão do Barcelona, Xavi; esta é uma foto dele com o diretor esportivo Muhammed Ghoulam", escreveu Al-Berik, diretor do clube do Oriente Médio, em suas redes sociais junto a uma imagem do meio campista. Campeão 25 vezes com a equipe espanhola, Xavi também terá a função de treinador das categorias de base, encarregada de revelar jogadores para a Copa do Mundo de 2022. Na última temporada, o jogador recebeu propostas de outros clubes, mas decidiu em ficar no Barcelona. Desta vez, o valor anual de R$35 mi pesou na decisão do atleta. O seu último jogo vestindo as cores do clube catalão pode ser contra o Athetic Bilbao pela final da Copa do Rei.
| 4 |
Novo ICMS afeta venda de 34% das lojas virtuais, diz pesquisa
|
Pesquisa feita com 535 donos de pequenas lojas virtuais pelo Sebrae mostrou que 182 deles (ou 34%) tiveram de restringir suas vendas após a entrada em vigor da nova legislação do ICMS. Entre essas lojas, 135 pararam de vender para outros Estados e 47 interromperam todas as suas vendas. A pesquisa foi feita pela internet, a partir de e-mails enviados para donos de lojas virtuais que mantêm relacionamento com as organizações Camara e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico), ABComm (associação do setor) e E-commerce Brasil (site dedicado ao segmento). MUDANÇAS NO ICMS - Donos de pequenas lojas virtuais apontam atrasos e aumento de custos com novas regras Desde o início deste ano, empresas que fazem vendas para consumidores finais localizados em outros Estados são responsáveis por calcular qual o imposto devido ao Estado em que ela está e qual a parcela cabida ao Estado de destino do produto. Antes do envio da mercadoria, a empresa deve gerar guias de recolhimento do ICMS, pagá-las e anexá-las ao produto. As regras foram introduzidas pelo convênio 93/15 do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária, órgão ligado à Fazenda). Segundo Pedro Guasti, presidente do Conselho de comércio Eletrônico da FecomercioSP, as exigências tornam o negócio de muitas empresas inviáveis. Citando estimativas da consultoria e.bit (mantida pelo grupo Buscapé, do qual é vice-presidente), ele diz haver entre 40 mil e 50 mil lojas virtuais formais no Brasil. Dessas, cerca de 500 são médias ou grandes (a maior parte tem até quatro funcionários). "Muitas dessas empresas passam a ter de contratar alguém só para cuidar do pagamento do imposto. Como esse é um setor em que a mão de obra é escassa, a empresa não terá um custo menor que R$ 3.000 por mês com o profissional. Para ter R$ 3.000 de lucro adicional, ela terá de fazer muitas vendas a mais." CUSTOS A principal está no aumento da carga tributária, citada por 85,6% dos empresários. O aumento acontece porque, antes da mudança da regra, todo o ICMS pago pelas pequenas empresas era destinado ao Estado de origem, seguindo uma tabela com alíquotas menores no caso de optantes pelo Simples. Esses valores não tiveram desconto, mesmo com a exigência dos novos pagamentos que são feitos após cada venda. A burocracia do novo sistema levou 73,8% dos empresários a modificar a operação da empresa, contratando novos profissionais ou deslocando os existentes. Outro problema apontado pelos empresários está nas entregas: 67,5% afirmam estar tendo atrasos devido às novas regras. Apesar dos prejuízos apontados, só 3,6% reajustaram preço.
|
mercado
|
Novo ICMS afeta venda de 34% das lojas virtuais, diz pesquisaPesquisa feita com 535 donos de pequenas lojas virtuais pelo Sebrae mostrou que 182 deles (ou 34%) tiveram de restringir suas vendas após a entrada em vigor da nova legislação do ICMS. Entre essas lojas, 135 pararam de vender para outros Estados e 47 interromperam todas as suas vendas. A pesquisa foi feita pela internet, a partir de e-mails enviados para donos de lojas virtuais que mantêm relacionamento com as organizações Camara e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico), ABComm (associação do setor) e E-commerce Brasil (site dedicado ao segmento). MUDANÇAS NO ICMS - Donos de pequenas lojas virtuais apontam atrasos e aumento de custos com novas regras Desde o início deste ano, empresas que fazem vendas para consumidores finais localizados em outros Estados são responsáveis por calcular qual o imposto devido ao Estado em que ela está e qual a parcela cabida ao Estado de destino do produto. Antes do envio da mercadoria, a empresa deve gerar guias de recolhimento do ICMS, pagá-las e anexá-las ao produto. As regras foram introduzidas pelo convênio 93/15 do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária, órgão ligado à Fazenda). Segundo Pedro Guasti, presidente do Conselho de comércio Eletrônico da FecomercioSP, as exigências tornam o negócio de muitas empresas inviáveis. Citando estimativas da consultoria e.bit (mantida pelo grupo Buscapé, do qual é vice-presidente), ele diz haver entre 40 mil e 50 mil lojas virtuais formais no Brasil. Dessas, cerca de 500 são médias ou grandes (a maior parte tem até quatro funcionários). "Muitas dessas empresas passam a ter de contratar alguém só para cuidar do pagamento do imposto. Como esse é um setor em que a mão de obra é escassa, a empresa não terá um custo menor que R$ 3.000 por mês com o profissional. Para ter R$ 3.000 de lucro adicional, ela terá de fazer muitas vendas a mais." CUSTOS A principal está no aumento da carga tributária, citada por 85,6% dos empresários. O aumento acontece porque, antes da mudança da regra, todo o ICMS pago pelas pequenas empresas era destinado ao Estado de origem, seguindo uma tabela com alíquotas menores no caso de optantes pelo Simples. Esses valores não tiveram desconto, mesmo com a exigência dos novos pagamentos que são feitos após cada venda. A burocracia do novo sistema levou 73,8% dos empresários a modificar a operação da empresa, contratando novos profissionais ou deslocando os existentes. Outro problema apontado pelos empresários está nas entregas: 67,5% afirmam estar tendo atrasos devido às novas regras. Apesar dos prejuízos apontados, só 3,6% reajustaram preço.
| 2 |
Aviso
|
Excepcionalmente, o colunista não escreve nesta quinta-feira (31).
|
colunas
|
AvisoExcepcionalmente, o colunista não escreve nesta quinta-feira (31).
| 10 |
Desabrigadas de Paraisópolis, grávidas dormem há 11 dias em chão de escola
|
Soraia Barbosa, 34, esperava ter o terceiro filho em outro lugar. Cadastrada pela prefeitura para ser removida de uma área de risco, diz ela, temia que o córrego voltasse a subir e levasse sua casa. No sábado (14), de fato, seu barraco se foi. Grávida de oito meses, no entanto, ela não perdeu tudo para a água. Dessa vez, a culpa foi do fogo. Há 11 dias, a desempregada e cerca de outras 60 pessoas –sete grávidas e 33 crianças entre elas– dormem no chão do ginásio do CEU Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Eles vieram de uma área alagadiça da favela, chamada de Caixa Baixa, como no filme "Cidade de Deus". Cortado por um córrego, que se transforma em rio com correnteza, de acordo com a chuva, o local foi atingido por um incêndio no sábado (14). As chamas se espalharam por uma área de mil metros quadrados e deixaram 160 famílias desabrigadas. "Um menino colocou fogo em fios de cobre e acabou queimando a favela toda", diz Soraia, que acha que o rapaz "tomou um corretivo" de alguns moradores antes de ser pego pela Polícia Militar. Suspeito de provocar o incêndio, Matheus Rodrigues da Silva, 20, foi preso poucas horas depois de o fogo ser controlado pelos Bombeiros. Na primeira noite, seis famílias foram para o CEU. No dia seguinte, já eram 50. Durante a semana, quem tinha casa de parentes ou conhecidos para onde ir, se virou. Colchonetes, cobertores e roupas doadas espalhadas pelo chão –quem não tinha para onde correr, foi ficando. Ali, tentam se proteger do frio e da situação precária. Dos dois chuveiros, apenas um tem água quente. Montaram então uma "escala de banhos". "Mulher é das 18h às 20h e os homens das 20h às 22h", conta o porteiro desempregado Moacy Lima Feliciano, 28, que divide um colchão de casal com a mulher, grávida de sete meses, e as duas filhas, de três e cinco anos. Desabrigados de incêndio em Paraisópolis Assim como Soraia, Moacy esperava sair da Caixa Baixa em breve. Todos por ali dizem que estavam cadastrados pela gestão Haddad (PT) para serem removidos da área em que o córrego Antonico será canalizado. Diferentemente da maior parte de Paraisópolis, o local é repleto de barracos de madeira. "O meu era o 31.338 A. Desde 12 de dezembro de 2014, eles pegaram meu nome", diz Soraia. Com dores no "pé da barriga" e dificuldades para se levantar, a desempregada diz que não quer "repetir" outras duas mulheres que estavam no CEU e entraram em trabalho de parto sem ter um teto. Além dela, ainda há outras seis grávidas, cinco com mais de sete meses de gestação. REMOÇÃO Se tudo ocorrer como planeja a prefeitura, todos devem sair do ginásio nesta quinta-feira (26), afirma o secretário municipal da Habitação, João Sette Whitaker. "Eles têm que receber logo o auxílio-aluguel [de R$ 400] porque além do frio, está difícil de ficarem aqui", diz Rejane, da Associação das Mulheres de Paraisópolis. Whitaker estima que isso deve ocorrer em até 15 dias após os desabrigados deixarem o CEU. Em um primeiro momento, quem não tiver para onde ir, afirma, receberá da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social a oferta de ir para abrigos. Desavenças entre as lideranças de moradores atrapalharam as negociações com a comunidade e o número de famílias que perderam suas casas precisa ser checado. Em situações como essa, pessoas que não são da área atingida costumam se apresentar para receber o benefício. "Quando a subprefeitura foi fazer o levantamento das casas atingidas, algumas lideranças impediram o trabalho", diz Whitaker. "Pedi, inclusive, ajuda da GCM para o trabalho ser concluído." Sobre os cadastros feitos antes do incêndio, ele explica que a obra de canalização do córrego e a retirada dos moradores não pode ser feita de uma vez. "A área já estava sendo atendida e 64 famílias já haviam sido retiradas e passaram a receber o auxílio." Enquanto espera por essa ajuda, Moacy vai gastando com a alimentação da mulher e das filhas o pouco que resta do que recebeu após ser demitido. Na segunda (23), o porteiro tinha o suficiente para menos de uma semana.
|
cotidiano
|
Desabrigadas de Paraisópolis, grávidas dormem há 11 dias em chão de escolaSoraia Barbosa, 34, esperava ter o terceiro filho em outro lugar. Cadastrada pela prefeitura para ser removida de uma área de risco, diz ela, temia que o córrego voltasse a subir e levasse sua casa. No sábado (14), de fato, seu barraco se foi. Grávida de oito meses, no entanto, ela não perdeu tudo para a água. Dessa vez, a culpa foi do fogo. Há 11 dias, a desempregada e cerca de outras 60 pessoas –sete grávidas e 33 crianças entre elas– dormem no chão do ginásio do CEU Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Eles vieram de uma área alagadiça da favela, chamada de Caixa Baixa, como no filme "Cidade de Deus". Cortado por um córrego, que se transforma em rio com correnteza, de acordo com a chuva, o local foi atingido por um incêndio no sábado (14). As chamas se espalharam por uma área de mil metros quadrados e deixaram 160 famílias desabrigadas. "Um menino colocou fogo em fios de cobre e acabou queimando a favela toda", diz Soraia, que acha que o rapaz "tomou um corretivo" de alguns moradores antes de ser pego pela Polícia Militar. Suspeito de provocar o incêndio, Matheus Rodrigues da Silva, 20, foi preso poucas horas depois de o fogo ser controlado pelos Bombeiros. Na primeira noite, seis famílias foram para o CEU. No dia seguinte, já eram 50. Durante a semana, quem tinha casa de parentes ou conhecidos para onde ir, se virou. Colchonetes, cobertores e roupas doadas espalhadas pelo chão –quem não tinha para onde correr, foi ficando. Ali, tentam se proteger do frio e da situação precária. Dos dois chuveiros, apenas um tem água quente. Montaram então uma "escala de banhos". "Mulher é das 18h às 20h e os homens das 20h às 22h", conta o porteiro desempregado Moacy Lima Feliciano, 28, que divide um colchão de casal com a mulher, grávida de sete meses, e as duas filhas, de três e cinco anos. Desabrigados de incêndio em Paraisópolis Assim como Soraia, Moacy esperava sair da Caixa Baixa em breve. Todos por ali dizem que estavam cadastrados pela gestão Haddad (PT) para serem removidos da área em que o córrego Antonico será canalizado. Diferentemente da maior parte de Paraisópolis, o local é repleto de barracos de madeira. "O meu era o 31.338 A. Desde 12 de dezembro de 2014, eles pegaram meu nome", diz Soraia. Com dores no "pé da barriga" e dificuldades para se levantar, a desempregada diz que não quer "repetir" outras duas mulheres que estavam no CEU e entraram em trabalho de parto sem ter um teto. Além dela, ainda há outras seis grávidas, cinco com mais de sete meses de gestação. REMOÇÃO Se tudo ocorrer como planeja a prefeitura, todos devem sair do ginásio nesta quinta-feira (26), afirma o secretário municipal da Habitação, João Sette Whitaker. "Eles têm que receber logo o auxílio-aluguel [de R$ 400] porque além do frio, está difícil de ficarem aqui", diz Rejane, da Associação das Mulheres de Paraisópolis. Whitaker estima que isso deve ocorrer em até 15 dias após os desabrigados deixarem o CEU. Em um primeiro momento, quem não tiver para onde ir, afirma, receberá da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social a oferta de ir para abrigos. Desavenças entre as lideranças de moradores atrapalharam as negociações com a comunidade e o número de famílias que perderam suas casas precisa ser checado. Em situações como essa, pessoas que não são da área atingida costumam se apresentar para receber o benefício. "Quando a subprefeitura foi fazer o levantamento das casas atingidas, algumas lideranças impediram o trabalho", diz Whitaker. "Pedi, inclusive, ajuda da GCM para o trabalho ser concluído." Sobre os cadastros feitos antes do incêndio, ele explica que a obra de canalização do córrego e a retirada dos moradores não pode ser feita de uma vez. "A área já estava sendo atendida e 64 famílias já haviam sido retiradas e passaram a receber o auxílio." Enquanto espera por essa ajuda, Moacy vai gastando com a alimentação da mulher e das filhas o pouco que resta do que recebeu após ser demitido. Na segunda (23), o porteiro tinha o suficiente para menos de uma semana.
| 6 |
Australian Delegation Is Robbed; Athletes Receive Security Orientation
|
FROM RIO The chief of the Australian mission confirmed on Sunday (the 31st) that a laptop computer and t-shirts from the delegation were stolen at the outbreak of a fire in their building at the Olympic Village on Friday (the 29th). According to Kitty Chiller, a computer belonging to one of the cycling team members disappeared and IT equipment from the Australian office was ransacked, although nothing was taken. She said further that in the midst of the confusion surrounding the evacuation of the building, she saw people leaving with delegation t-shirts. "We don't know how many were stolen. And yes, this is worrisome." Ms. Chiller said that effective security had been increased at the Olympic Village, with a security professional stationed at every door in the building. Despite the theft, she said that she isn't worried about the safety of the team. "In terms of general security, we feel safe". The team, however, has taken precautions to prevent additional theft. "We reminded all the members of the team to keep their doors locked, both to their individual rooms and their apartments, and to keep all objects of value in locked drawers. We have a safe in the operational area, where they can put passports and wallets if they want to. Medals will be kept there as well", she explained. She also said that she didn't know how many people had taken team t-shirts. They were part of the long-sleeve uniform - what she refers to as "Zika t-shirts" - and were still in their packaging. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *Abandoned Parents of Babies with Microcephaly Go to Court in Brazil *Federal Police Report Shows That Lula Instructed Renovation of Country House *'The Olympics Could Be a Game-Changing Moment in Our Lives," Says Syrian Refugee
|
esporte
|
Australian Delegation Is Robbed; Athletes Receive Security Orientation
FROM RIO The chief of the Australian mission confirmed on Sunday (the 31st) that a laptop computer and t-shirts from the delegation were stolen at the outbreak of a fire in their building at the Olympic Village on Friday (the 29th). According to Kitty Chiller, a computer belonging to one of the cycling team members disappeared and IT equipment from the Australian office was ransacked, although nothing was taken. She said further that in the midst of the confusion surrounding the evacuation of the building, she saw people leaving with delegation t-shirts. "We don't know how many were stolen. And yes, this is worrisome." Ms. Chiller said that effective security had been increased at the Olympic Village, with a security professional stationed at every door in the building. Despite the theft, she said that she isn't worried about the safety of the team. "In terms of general security, we feel safe". The team, however, has taken precautions to prevent additional theft. "We reminded all the members of the team to keep their doors locked, both to their individual rooms and their apartments, and to keep all objects of value in locked drawers. We have a safe in the operational area, where they can put passports and wallets if they want to. Medals will be kept there as well", she explained. She also said that she didn't know how many people had taken team t-shirts. They were part of the long-sleeve uniform - what she refers to as "Zika t-shirts" - and were still in their packaging. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *Abandoned Parents of Babies with Microcephaly Go to Court in Brazil *Federal Police Report Shows That Lula Instructed Renovation of Country House *'The Olympics Could Be a Game-Changing Moment in Our Lives," Says Syrian Refugee
| 4 |
Subsets and Splits
No community queries yet
The top public SQL queries from the community will appear here once available.