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Suíça congela US$ 400 milhões ligados ao escândalo na Petrobras
O Ministério Público da Suíça informou nesta quarta-feira (18) que devolveu ao Brasil até agora US$ 120 milhões desviados do esquema na Petrobras. Ao todo, a procuradoria diz ter congelado US$ 400 milhões e aberto nove investigações sobre o caso no país. O montante equivale R$ 1,3 bilhão. As informações são do procurador-geral da Suíça, Michael Lauber. Ele está em Brasília participando de reuniões com procuradores brasileiros, alguns deles integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. Mais cedo, a procuradoria suíça já havia divulgado nota em que disse ter recebido cerca de 60 relatos de suspeitos de lavagem de dinheiro ligados ao escândalo de corrupção na Petrobras. Até agora, diz, 300 contas bancárias vinculadas a 30 bancos na Suíça foram vasculhadas por "aparentemente" integrarem o esquema de desvios de dinheiro no Brasil. De acordo os suíços, a maioria dos beneficiários dessas contas são empresas, altos executivos da Petrobras e fornecedores –todos ligados, direta ou indiretamente, com as suspeitas de propina na Petrobras. Segundo a Folha apurou, pelo menos US$ 77 milhões desse montante foram transferidos pela empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora da Petrobras, a duas offshores do brasileiro Julio Faerman, seu representante no Brasil até 2012. Entre 2003 e 2013, segundo documentos da procuradoria suíça, uma dessas offshores, a Jandell Investments, recebeu US$ 36 milhões, e a outra, a Bien Faire, US$ 46 milhões. Somente dessas duas empresas de Faerman, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco teria recebido US$ 22 milhões, sendo US$ 8 milhões por meio de sua própria offshore, a Tropez Real State. Ao todo, Faerman, apontado como elo do pagamento de propinas da SBM a funcionários da Petrobras, recebeu US$ 139 milhões por serviços prestados à empresa holandesa. Só o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que admitiu ter recebido propina, se comprometeu a repatriar US$ 67 milhões dos US$ 97 milhões que diz manter em contas na Suíça. Segundo os procuradores brasileiros, R$ 182 milhões desse dinheiro já foram devolvidos ao Brasil. As autoridades informaram ainda que abriram investigação contra oito brasileiros, além de outras pessoas que ainda não podem ser identificadas. O procurador-geral suíço classificou o caso Petrobras como "importante". Ele contou que sua unidade bloqueou, ao todo, 5,5 bilhões de francos suíços referentes a escândalos de corrupção. Ele não precisou, porém, o período em que esse valor foi bloqueado nem a quais casos se refere. Lauber passou dois dias em Brasília conversando com o procurador-geral da República brasileiro, Rodrigo Janot. As autoridades suíças dizem ter "grande interesse em contribuir para a resolução do escândalo através de suas próprias investigações". INDEPENDÊNCIA Lauber disse que, assim como ocorre com seus colegas no Brasil, o objetivo do Ministério Público suíço é montar denúncias consistentes o suficiente para "obter decisões claras" da Justiça no combate a corrupção e lavagem de dinheiro. Perguntado quais são os brasileiros investigados no exterior, ele justificou que não citaria nomes para respeitar o sigilo dos inquéritos. SOLIDARIEDADE Mais cedo, um grupo de parlamentares, entre eles o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), foi à Procuradoria-geral da República para prestar solidariedade a Rodrigo Janot. Eles se reuniram com o PGR e entregaram um manifesto de apoio ao trabalho do Ministério Público Federal. O movimento foi uma resposta às críticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Rodrigo Janot. Investigado por suspeita de participação no esquema de Petrobras, Cunha vem acusando o procurador-geral de "escolher quem investigar", ignorando critérios técnicos.
poder
Suíça congela US$ 400 milhões ligados ao escândalo na PetrobrasO Ministério Público da Suíça informou nesta quarta-feira (18) que devolveu ao Brasil até agora US$ 120 milhões desviados do esquema na Petrobras. Ao todo, a procuradoria diz ter congelado US$ 400 milhões e aberto nove investigações sobre o caso no país. O montante equivale R$ 1,3 bilhão. As informações são do procurador-geral da Suíça, Michael Lauber. Ele está em Brasília participando de reuniões com procuradores brasileiros, alguns deles integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. Mais cedo, a procuradoria suíça já havia divulgado nota em que disse ter recebido cerca de 60 relatos de suspeitos de lavagem de dinheiro ligados ao escândalo de corrupção na Petrobras. Até agora, diz, 300 contas bancárias vinculadas a 30 bancos na Suíça foram vasculhadas por "aparentemente" integrarem o esquema de desvios de dinheiro no Brasil. De acordo os suíços, a maioria dos beneficiários dessas contas são empresas, altos executivos da Petrobras e fornecedores –todos ligados, direta ou indiretamente, com as suspeitas de propina na Petrobras. Segundo a Folha apurou, pelo menos US$ 77 milhões desse montante foram transferidos pela empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora da Petrobras, a duas offshores do brasileiro Julio Faerman, seu representante no Brasil até 2012. Entre 2003 e 2013, segundo documentos da procuradoria suíça, uma dessas offshores, a Jandell Investments, recebeu US$ 36 milhões, e a outra, a Bien Faire, US$ 46 milhões. Somente dessas duas empresas de Faerman, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco teria recebido US$ 22 milhões, sendo US$ 8 milhões por meio de sua própria offshore, a Tropez Real State. Ao todo, Faerman, apontado como elo do pagamento de propinas da SBM a funcionários da Petrobras, recebeu US$ 139 milhões por serviços prestados à empresa holandesa. Só o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que admitiu ter recebido propina, se comprometeu a repatriar US$ 67 milhões dos US$ 97 milhões que diz manter em contas na Suíça. Segundo os procuradores brasileiros, R$ 182 milhões desse dinheiro já foram devolvidos ao Brasil. As autoridades informaram ainda que abriram investigação contra oito brasileiros, além de outras pessoas que ainda não podem ser identificadas. O procurador-geral suíço classificou o caso Petrobras como "importante". Ele contou que sua unidade bloqueou, ao todo, 5,5 bilhões de francos suíços referentes a escândalos de corrupção. Ele não precisou, porém, o período em que esse valor foi bloqueado nem a quais casos se refere. Lauber passou dois dias em Brasília conversando com o procurador-geral da República brasileiro, Rodrigo Janot. As autoridades suíças dizem ter "grande interesse em contribuir para a resolução do escândalo através de suas próprias investigações". INDEPENDÊNCIA Lauber disse que, assim como ocorre com seus colegas no Brasil, o objetivo do Ministério Público suíço é montar denúncias consistentes o suficiente para "obter decisões claras" da Justiça no combate a corrupção e lavagem de dinheiro. Perguntado quais são os brasileiros investigados no exterior, ele justificou que não citaria nomes para respeitar o sigilo dos inquéritos. SOLIDARIEDADE Mais cedo, um grupo de parlamentares, entre eles o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), foi à Procuradoria-geral da República para prestar solidariedade a Rodrigo Janot. Eles se reuniram com o PGR e entregaram um manifesto de apoio ao trabalho do Ministério Público Federal. O movimento foi uma resposta às críticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Rodrigo Janot. Investigado por suspeita de participação no esquema de Petrobras, Cunha vem acusando o procurador-geral de "escolher quem investigar", ignorando critérios técnicos.
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Oi tem dívida de R$ 9,8 bilhões com bancos públicos
O processo de recuperação judicial da Oi atinge fortemente os bancos públicos, que têm R$ 9,8 bilhões a receber da companhia de telecomunicações. Os dados são da lista de credores entregue à Justiça com o pedido de recuperação judicial. Dentre os bancos públicos, o Banco do Brasil é o maior credor, com R$ 4,4 bilhões. O BNDES vem em seguida, com R$ 3,3 bilhões. A Caixa tem créditos de R$ 2 bilhões. Completa a lista, o Banco do Nordeste, com R$ 127,2 milhões. Detalhamento da dívida - Em R$ bilhões A dívida da Oi com instituições federais corresponde a 15% dos débitos (R$ 65,4 bilhões). Considerando a dívida de R$ 10 bilhões com a Anatel, instituições relacionadas ao governo respondem por 30%. Dos bancos privados brasileiros, o único listado com valor relevante é o Itaú (R$ 1,5 bilhão). Principais credores - Em R$ bilhões Para o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal Filho, a crise da Oi não ameaça os bancos. "Atualmente, o nível de provisões do sistema representa mais de 80% do valor dos créditos, então há margem grande para absorção de choques." Principais acionistas - Em % Procurados, os bancos não quiseram comentar. Entre os bancos federais, o BNDES tem preferência na fila para receber o dinheiro, já que é o único que tem garantia para seus empréstimos. A prioridade, porém, são as cerca de 5.500 pessoas da lista que contempla o passivo trabalhista, que soma R$ 668 milhões. A lista mostra que os principais credores são detentores de títulos da dívida no exterior. Representantes deles, Citicorp e BNY Mellon são listados com créditos de R$ 33,9 bilhões. O mercado de telefonia fixa - Em % de linhas ativas Colaborou MACHADO DA COSTA, de Brasília
mercado
Oi tem dívida de R$ 9,8 bilhões com bancos públicosO processo de recuperação judicial da Oi atinge fortemente os bancos públicos, que têm R$ 9,8 bilhões a receber da companhia de telecomunicações. Os dados são da lista de credores entregue à Justiça com o pedido de recuperação judicial. Dentre os bancos públicos, o Banco do Brasil é o maior credor, com R$ 4,4 bilhões. O BNDES vem em seguida, com R$ 3,3 bilhões. A Caixa tem créditos de R$ 2 bilhões. Completa a lista, o Banco do Nordeste, com R$ 127,2 milhões. Detalhamento da dívida - Em R$ bilhões A dívida da Oi com instituições federais corresponde a 15% dos débitos (R$ 65,4 bilhões). Considerando a dívida de R$ 10 bilhões com a Anatel, instituições relacionadas ao governo respondem por 30%. Dos bancos privados brasileiros, o único listado com valor relevante é o Itaú (R$ 1,5 bilhão). Principais credores - Em R$ bilhões Para o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal Filho, a crise da Oi não ameaça os bancos. "Atualmente, o nível de provisões do sistema representa mais de 80% do valor dos créditos, então há margem grande para absorção de choques." Principais acionistas - Em % Procurados, os bancos não quiseram comentar. Entre os bancos federais, o BNDES tem preferência na fila para receber o dinheiro, já que é o único que tem garantia para seus empréstimos. A prioridade, porém, são as cerca de 5.500 pessoas da lista que contempla o passivo trabalhista, que soma R$ 668 milhões. A lista mostra que os principais credores são detentores de títulos da dívida no exterior. Representantes deles, Citicorp e BNY Mellon são listados com créditos de R$ 33,9 bilhões. O mercado de telefonia fixa - Em % de linhas ativas Colaborou MACHADO DA COSTA, de Brasília
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Sobre golpes e eleições
Nota-se, na militância que ainda chama de golpe o impeachment de Dilma Rousseff (PT), um júbilo revanchista com as agruras agora vividas por Michel Temer (PMDB). Por natural que seja, tal sentimento não deve deixar de conflitar-se com arraigadas percepções da realidade. Afinal, os setores supostamente culpados pelo naufrágio do poder petista —a Lava Jato, a imprensa, o mercado— desempenham os mesmos papéis de antes. O aparato policial investiga (não sem alguma dose de abusos), os veículos de comunicação reverberam (além de apresentarem suas próprias apurações e pontos de vista), os agentes econômicos protegem seus interesses. O processo por vezes é cruel, mas mantém-se nos limites do jogo democrático. Golpe não houve, tampouco está em curso. O impeachment respeitou, ao longo de meses, os ritos jurídicos e legislativos. Nada mais legítimo que Temer, igualmente, valha-se de todos os recursos e garantias legais à sua disposição. Instituições, no entanto, nunca serão engrenagens impermeáveis às forças políticas. Dilma não foi à lona apenas por ter fraudado de modo explícito o Orçamento –o que, para esta Folha, não justificava punição tão traumática. Seu destino poderia ser outro se a recessão que produziu e o estelionato eleitoral que cometeu não tivessem esvaziado sua sustentação popular e legislativa. Numa nota de ironia, cumpre recordar que algumas das derradeiras tentativas de salvar seu mandato partiram do empresariado, que se empenhava em evitar o agravamento da derrocada econômica. Não diferem, na essência, os cálculos que ora se fazem em torno dos desfechos possíveis para a crise do governo Temer. Este originou-se dos votos de mais de dois terços do Congresso, agregando uma expressiva maioria ancorada na centro-direita. Mesmo sob o impacto da Lava Jato e de dissidências recentes, essa coalizão ainda reúne condições de ditar o rumo dos acontecimentos. Só com seu aval poderão ser abertos processos, por crime comum ou de responsabilidade, contra o presidente; caso este venha a ter sua chapa cassada pela Justiça Eleitoral, seu mandato será concluído, segundo a Constituição, por um nome escolhido pelos deputados e senadores. Em defesa dessa previsibilidade já começam a mobilizar-se grupos que temem uma recaída recessiva do país. Preocupam-se com a hipótese de avanço de uma emenda constitucional ou de uma tese jurídica que possibilite a realização, já, de eleições diretas. Argumentam, com certa razão, que não é o melhor costume mudar as regras durante o jogo; nem será surpresa se a velha acusação de golpe voltar à tona. Mais uma vez, não é disso que se trata. A emenda só avançará com respaldo das ruas, o que a diferencia de conchavos parlamentares; seu objetivo não é beneficiar este ou aquele de forma casuística. Ao invés de restringir um direito —no caso, ao voto—, o texto o universaliza. Em momento tão delicado, é opção que não convém descartar. [email protected]
opiniao
Sobre golpes e eleiçõesNota-se, na militância que ainda chama de golpe o impeachment de Dilma Rousseff (PT), um júbilo revanchista com as agruras agora vividas por Michel Temer (PMDB). Por natural que seja, tal sentimento não deve deixar de conflitar-se com arraigadas percepções da realidade. Afinal, os setores supostamente culpados pelo naufrágio do poder petista —a Lava Jato, a imprensa, o mercado— desempenham os mesmos papéis de antes. O aparato policial investiga (não sem alguma dose de abusos), os veículos de comunicação reverberam (além de apresentarem suas próprias apurações e pontos de vista), os agentes econômicos protegem seus interesses. O processo por vezes é cruel, mas mantém-se nos limites do jogo democrático. Golpe não houve, tampouco está em curso. O impeachment respeitou, ao longo de meses, os ritos jurídicos e legislativos. Nada mais legítimo que Temer, igualmente, valha-se de todos os recursos e garantias legais à sua disposição. Instituições, no entanto, nunca serão engrenagens impermeáveis às forças políticas. Dilma não foi à lona apenas por ter fraudado de modo explícito o Orçamento –o que, para esta Folha, não justificava punição tão traumática. Seu destino poderia ser outro se a recessão que produziu e o estelionato eleitoral que cometeu não tivessem esvaziado sua sustentação popular e legislativa. Numa nota de ironia, cumpre recordar que algumas das derradeiras tentativas de salvar seu mandato partiram do empresariado, que se empenhava em evitar o agravamento da derrocada econômica. Não diferem, na essência, os cálculos que ora se fazem em torno dos desfechos possíveis para a crise do governo Temer. Este originou-se dos votos de mais de dois terços do Congresso, agregando uma expressiva maioria ancorada na centro-direita. Mesmo sob o impacto da Lava Jato e de dissidências recentes, essa coalizão ainda reúne condições de ditar o rumo dos acontecimentos. Só com seu aval poderão ser abertos processos, por crime comum ou de responsabilidade, contra o presidente; caso este venha a ter sua chapa cassada pela Justiça Eleitoral, seu mandato será concluído, segundo a Constituição, por um nome escolhido pelos deputados e senadores. Em defesa dessa previsibilidade já começam a mobilizar-se grupos que temem uma recaída recessiva do país. Preocupam-se com a hipótese de avanço de uma emenda constitucional ou de uma tese jurídica que possibilite a realização, já, de eleições diretas. Argumentam, com certa razão, que não é o melhor costume mudar as regras durante o jogo; nem será surpresa se a velha acusação de golpe voltar à tona. Mais uma vez, não é disso que se trata. A emenda só avançará com respaldo das ruas, o que a diferencia de conchavos parlamentares; seu objetivo não é beneficiar este ou aquele de forma casuística. Ao invés de restringir um direito —no caso, ao voto—, o texto o universaliza. Em momento tão delicado, é opção que não convém descartar. [email protected]
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Estudos apontam maior taxa de microcefalia em 'era pré zika'
Dois estudos publicados em boletins da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que, antes da "era zika", havia mais casos de microcefalia que o divulgado pelo Ministério da Saúde, o que expõe a fragilidade das estatísticas oficiais do país. Pelos dados do Sisnac (sistema de informações sobre nascidos vivos), a taxa de notificação de microcefalia no país até 2014 era de 0,5 caso para cada 10 mil nascimentos. Mas pesquisas de dois grupos do Nordeste mostram índices muito maiores. Nos EUA, a prevalência da microcefalia varia entre 2 e 12 por 10 mil nascimentos. Considerando-se que lá nascem 4 milhões de crianças ao ano, haveria então de 800 a 4.800 casos de microcefalia por ano. Se projetadas as mesmas estimativas para o Brasil, onde há 3 milhões de nascimentos/ano, seriam de 600 a 3.600 casos anuais. Os registros oficiais, porém, são só de 150 ao ano, em média, até 2014. DIVERGÊNCIA No surto atual, iniciado em 2015, foram confirmados 462 casos de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo 41 associados à zika. Mais 3.852 registros são investigados. Ao analisar diferentes bases de dados de recém-nascidos, os dois grupos de pesquisa encontraram um número muito maior de casos de microcefalia na "era pré-zika". Extrapolando os achados para a população total, estimaram que, antes do vírus, o país teria pelo menos 6.000 bebês com a má-formação por ano. Infográfico: Vírus da zika Um dos trabalhos foi liderado por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, e o outro, por um grupo do Círculo do Coração de Pernambuco em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba, que financia as pesquisas. Ainda que os estudos tenham limitações metodológicas, por considerarem uma amostra restrita, especialistas dizem que são valiosos. "Os dados do Ministério da Saúde são inúteis no que se refere à epidemiologia da microcefalia. Melhor que não houvesse porque só serviram para atrapalhar ainda mais o cenário", diz Salmo Raskin, especialista em genética médica da PUC-PR. Para o geneticista Décio Brunoni, da pós-graduação em distúrbios do desenvolvimento do Mackenzie, a subnotificação de anomalias congênitas, como microcefalia, ocorre em quase todo o país. PARAÍBA A revisão de casos na Paraíba feita pela força-tarefa do Círculo do Coração de Pernambuco levou em conta nascimentos de 2012 a 2015. Foram consultadas 16.208 fichas de uma rede de atendimento cardiológico —8% dos bebês tinham perímetro da cabeça menor que 32 cm (critério usados pelo governo). "Em meados de 2014, houve um pico dos casos de microcefalia, maior que o registrado nos últimos meses", diz a pediatra Sandra Mattos, principal autora do estudo que foi publicado pela OMS. O que realmente subiu nos últimos meses, segundo o mesmo conjunto de dados, são os casos de microcefalia grave, que podem causar consequências severas para o desenvolvimento dos bebês. Uma das hipóteses dos pesquisadores é que, antes, casos de microcefalia leves eram ignorados. Com a chegada do zika, todos passaram a ser notificados. De acordo com Sandra, o trabalho não rechaça a associação entre casos de vírus e microcefalia —o vírus da zika segue como principal suspeito. Mas, diz, há outros fatores que não podem ser descartados, entre eles má nutrição e exposição a agentes teratogênicos, como agrotóxicos, ou a drogas e vacinas na infância da mãe. Infográfico: Casos de microcefalia no Brasil - Casos notificados e sua relação com o zika virus LARVICIDA E MICROCEFALIA Para Eloisa Caldas, especialista em toxicologia da UnB (Universidade de Brasília), não existe relação entre o larvicida pyriproxyfen e o aumento dos casos de microcefalia registrados no país. "Tenho convicção disso", afirma a pesquisadora. O inseticida, largamente usado pelo Ministério da Saúde no combate às larvas do mosquito aedes, teve a aplicação suspensa pelo governo do Rio Grande Sul no sábado (13). A decisão foi tomada após um relatório da organização médica argentina "Physicians in the Crop-Sprayed Towns" (médicos nas cidades com colheita pulverizada, em tradução livre) relacionar o larvicida com a microcefalia. Entre os argumentos, a entidade relaciona o inicio do uso do larvicida no país ao período de maior manifestação de casos de microcefalia no Nordeste. Tanto o ministério quanto a empresa que produz a substância afirmaram no fim de semana que não há base científica para essa conclusão. O produto está na lista de itens chancelados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e considerados seguras para o combate às larvas do Aedes aegypti. Ele pode até ser usado na água potável. O documento que recomenda o uso explicita as doses do larvicida que devem ser usadas para que a saúde das pessoas não seja comprometida. Numa caixa de água de 1.000 litros, por exemplo, a quantidade máxima é de 1 grama do produto.
cotidiano
Estudos apontam maior taxa de microcefalia em 'era pré zika'Dois estudos publicados em boletins da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que, antes da "era zika", havia mais casos de microcefalia que o divulgado pelo Ministério da Saúde, o que expõe a fragilidade das estatísticas oficiais do país. Pelos dados do Sisnac (sistema de informações sobre nascidos vivos), a taxa de notificação de microcefalia no país até 2014 era de 0,5 caso para cada 10 mil nascimentos. Mas pesquisas de dois grupos do Nordeste mostram índices muito maiores. Nos EUA, a prevalência da microcefalia varia entre 2 e 12 por 10 mil nascimentos. Considerando-se que lá nascem 4 milhões de crianças ao ano, haveria então de 800 a 4.800 casos de microcefalia por ano. Se projetadas as mesmas estimativas para o Brasil, onde há 3 milhões de nascimentos/ano, seriam de 600 a 3.600 casos anuais. Os registros oficiais, porém, são só de 150 ao ano, em média, até 2014. DIVERGÊNCIA No surto atual, iniciado em 2015, foram confirmados 462 casos de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo 41 associados à zika. Mais 3.852 registros são investigados. Ao analisar diferentes bases de dados de recém-nascidos, os dois grupos de pesquisa encontraram um número muito maior de casos de microcefalia na "era pré-zika". Extrapolando os achados para a população total, estimaram que, antes do vírus, o país teria pelo menos 6.000 bebês com a má-formação por ano. Infográfico: Vírus da zika Um dos trabalhos foi liderado por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, e o outro, por um grupo do Círculo do Coração de Pernambuco em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba, que financia as pesquisas. Ainda que os estudos tenham limitações metodológicas, por considerarem uma amostra restrita, especialistas dizem que são valiosos. "Os dados do Ministério da Saúde são inúteis no que se refere à epidemiologia da microcefalia. Melhor que não houvesse porque só serviram para atrapalhar ainda mais o cenário", diz Salmo Raskin, especialista em genética médica da PUC-PR. Para o geneticista Décio Brunoni, da pós-graduação em distúrbios do desenvolvimento do Mackenzie, a subnotificação de anomalias congênitas, como microcefalia, ocorre em quase todo o país. PARAÍBA A revisão de casos na Paraíba feita pela força-tarefa do Círculo do Coração de Pernambuco levou em conta nascimentos de 2012 a 2015. Foram consultadas 16.208 fichas de uma rede de atendimento cardiológico —8% dos bebês tinham perímetro da cabeça menor que 32 cm (critério usados pelo governo). "Em meados de 2014, houve um pico dos casos de microcefalia, maior que o registrado nos últimos meses", diz a pediatra Sandra Mattos, principal autora do estudo que foi publicado pela OMS. O que realmente subiu nos últimos meses, segundo o mesmo conjunto de dados, são os casos de microcefalia grave, que podem causar consequências severas para o desenvolvimento dos bebês. Uma das hipóteses dos pesquisadores é que, antes, casos de microcefalia leves eram ignorados. Com a chegada do zika, todos passaram a ser notificados. De acordo com Sandra, o trabalho não rechaça a associação entre casos de vírus e microcefalia —o vírus da zika segue como principal suspeito. Mas, diz, há outros fatores que não podem ser descartados, entre eles má nutrição e exposição a agentes teratogênicos, como agrotóxicos, ou a drogas e vacinas na infância da mãe. Infográfico: Casos de microcefalia no Brasil - Casos notificados e sua relação com o zika virus LARVICIDA E MICROCEFALIA Para Eloisa Caldas, especialista em toxicologia da UnB (Universidade de Brasília), não existe relação entre o larvicida pyriproxyfen e o aumento dos casos de microcefalia registrados no país. "Tenho convicção disso", afirma a pesquisadora. O inseticida, largamente usado pelo Ministério da Saúde no combate às larvas do mosquito aedes, teve a aplicação suspensa pelo governo do Rio Grande Sul no sábado (13). A decisão foi tomada após um relatório da organização médica argentina "Physicians in the Crop-Sprayed Towns" (médicos nas cidades com colheita pulverizada, em tradução livre) relacionar o larvicida com a microcefalia. Entre os argumentos, a entidade relaciona o inicio do uso do larvicida no país ao período de maior manifestação de casos de microcefalia no Nordeste. Tanto o ministério quanto a empresa que produz a substância afirmaram no fim de semana que não há base científica para essa conclusão. O produto está na lista de itens chancelados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e considerados seguras para o combate às larvas do Aedes aegypti. Ele pode até ser usado na água potável. O documento que recomenda o uso explicita as doses do larvicida que devem ser usadas para que a saúde das pessoas não seja comprometida. Numa caixa de água de 1.000 litros, por exemplo, a quantidade máxima é de 1 grama do produto.
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Alexandre de Moraes é um ator despudorado
Desde que Alexandre de Moraes posou para um vídeo ceifando pés de maconha com uma peixeira, se sabe que ele é um ator despudorado. Vestido de preto da careca às botas, brandindo o facão para lá e para cá, o titular do ministério mais antigo, o da Justiça, criado antes da Independência, virou um astro da política da noite para o dia. O audaz ataque se deu numa plantação na fronteira paraguaia. Foi um comercial corriqueiro, daqueles no qual um político simula enfrentar os problemas sob a sua alçada. Como quando o ministro da Saúde vai a hospitais, ou o da Educação a escolas. Encenar uma armação num cenário real é um clichê que, de tão reiterado, ficou inócuo. O inédito no desempenho de Moraes foi a sua garra eletrizante. Ele se inspirou em Bruce Willis, no tipo que arregaça as mangas e parte para a ignorância. Como os arbustos de maconha se acovardaram diante da sua arremetida furiosa, a encenação ficou canhestra. Mas o recado foi dado: Alexandrão está de peixeira em punho, não mexam com ele. Em março, o modelito másculo fora o mesmo. Ainda secretário da Segurança de Geraldo Alckmin, Moraes foi a um ato pela derrubada de Dilma na avenida Paulista. O protesto se arrastava havia 18 horas, mas ele não foi lá zelar pelo sacrossanto direito dos motoristas (que pagam impostos!) ao engarrafamento, cláusula pétrea do programa tucano. Queria pegar carona na onda contra o PT. Com o terno lustroso, seu figurino clássico em entrevistas, deitou falação na frente da Fiesp para câmeras e microfones. O seu oportunismo foi captado de imediato. Veio o grito "aproveitador!", seguido de vaias e de "ladrão!" Os apupos se tornaram belicosos. O que fez Moraes? Espelhou-se em John Malkovich. Foi uma atuação soberba. Protegido por meia dúzia de meganhas, ele adotou um andar melífluo —não tão lento que parecesse provocação, nem tão rápido que evidenciasse a fuga. O seu semblante transmitia toda uma paleta de emoções contraditórias, do medo de levar uns cascudos ao pavor de parecer covarde, enquanto calculava com frieza o que seria melhor para o seu futuro. Moraes voltou às telas no domingo. Ao fazer campanha por seus correligionários tucanos no interior paulista, disse que haveria uma nova investida da Lava Jato nessa semana. E profetizou que seria lembrado pela plateia assim que a Polícia Federal agisse. Não deu outra, a PF prendeu Antonio Palocci na manhã seguinte. Moraes foi lembrado sim —só que como um político que está informado sobre ações policiais das quais não deveria ter ciência, um ministro que usa a Lava Jato para proteger o governo e assediar os seus adversários. Pego sem maquiagem, Moraes embromou com galhardia. Yul Brynner teve o topete de acusar a imprensa de deturpar o que afirmara. Aí surgiu o vídeo mostrando o que de fato disse no domingo. A conclusão é inequívoca: cheio de certezas, um Moraes muito à vontade demonstrou que não só sabe o que a Lava Jato fará como se jacta de o saber. Se um ministro de Dilma incorresse em tal abuso de autoridade, o cinema viria abaixo. Mas o protagonista da chanchada em cartaz é Michel Temer, que Antonio Carlos Magalhães dizia ter a fatiota de mordomo de filmes de terror. Convém, no entanto, que o júri do Festival de Gramado dê uma olhada nos vídeos de Moraes na internet. Apesar da concorrência renhida, ele é um candidato forte ao Kikito de coadjuvante.
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Alexandre de Moraes é um ator despudoradoDesde que Alexandre de Moraes posou para um vídeo ceifando pés de maconha com uma peixeira, se sabe que ele é um ator despudorado. Vestido de preto da careca às botas, brandindo o facão para lá e para cá, o titular do ministério mais antigo, o da Justiça, criado antes da Independência, virou um astro da política da noite para o dia. O audaz ataque se deu numa plantação na fronteira paraguaia. Foi um comercial corriqueiro, daqueles no qual um político simula enfrentar os problemas sob a sua alçada. Como quando o ministro da Saúde vai a hospitais, ou o da Educação a escolas. Encenar uma armação num cenário real é um clichê que, de tão reiterado, ficou inócuo. O inédito no desempenho de Moraes foi a sua garra eletrizante. Ele se inspirou em Bruce Willis, no tipo que arregaça as mangas e parte para a ignorância. Como os arbustos de maconha se acovardaram diante da sua arremetida furiosa, a encenação ficou canhestra. Mas o recado foi dado: Alexandrão está de peixeira em punho, não mexam com ele. Em março, o modelito másculo fora o mesmo. Ainda secretário da Segurança de Geraldo Alckmin, Moraes foi a um ato pela derrubada de Dilma na avenida Paulista. O protesto se arrastava havia 18 horas, mas ele não foi lá zelar pelo sacrossanto direito dos motoristas (que pagam impostos!) ao engarrafamento, cláusula pétrea do programa tucano. Queria pegar carona na onda contra o PT. Com o terno lustroso, seu figurino clássico em entrevistas, deitou falação na frente da Fiesp para câmeras e microfones. O seu oportunismo foi captado de imediato. Veio o grito "aproveitador!", seguido de vaias e de "ladrão!" Os apupos se tornaram belicosos. O que fez Moraes? Espelhou-se em John Malkovich. Foi uma atuação soberba. Protegido por meia dúzia de meganhas, ele adotou um andar melífluo —não tão lento que parecesse provocação, nem tão rápido que evidenciasse a fuga. O seu semblante transmitia toda uma paleta de emoções contraditórias, do medo de levar uns cascudos ao pavor de parecer covarde, enquanto calculava com frieza o que seria melhor para o seu futuro. Moraes voltou às telas no domingo. Ao fazer campanha por seus correligionários tucanos no interior paulista, disse que haveria uma nova investida da Lava Jato nessa semana. E profetizou que seria lembrado pela plateia assim que a Polícia Federal agisse. Não deu outra, a PF prendeu Antonio Palocci na manhã seguinte. Moraes foi lembrado sim —só que como um político que está informado sobre ações policiais das quais não deveria ter ciência, um ministro que usa a Lava Jato para proteger o governo e assediar os seus adversários. Pego sem maquiagem, Moraes embromou com galhardia. Yul Brynner teve o topete de acusar a imprensa de deturpar o que afirmara. Aí surgiu o vídeo mostrando o que de fato disse no domingo. A conclusão é inequívoca: cheio de certezas, um Moraes muito à vontade demonstrou que não só sabe o que a Lava Jato fará como se jacta de o saber. Se um ministro de Dilma incorresse em tal abuso de autoridade, o cinema viria abaixo. Mas o protagonista da chanchada em cartaz é Michel Temer, que Antonio Carlos Magalhães dizia ter a fatiota de mordomo de filmes de terror. Convém, no entanto, que o júri do Festival de Gramado dê uma olhada nos vídeos de Moraes na internet. Apesar da concorrência renhida, ele é um candidato forte ao Kikito de coadjuvante.
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Bolsa brasileira acompanha bom humor no exterior e sobe; dólar cai
A Bolsa brasileira sobe nesta segunda-feira (10) impulsionada pela expectativa de uma nova rodada de estímulos econômicos na China, após dados de balança comercial do país decepcionarem. No mercado cambial, o dólar cai pelo segundo dia seguido. Declarações de um vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre inflação e emprego foram interpretadas como um indício de que a taxa de juros nos Estados Unidos só deve ser elevada após a reunião de setembro do comitê de política monetária, contrariando a expectativa de um aumento no encontro do próximo mês. Às 15h04, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 1,52%, para R$ 3,459. No horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 1,36%, para R$ 3,462. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançava 1,63%, para 49.367 pontos, às 15h05. Na China, as exportações registraram queda anual de 8,3% em julho, comparado com um ganho de 2,8% em junho. Foi a maior redução em quatro meses. Já as importações caíram 8,1%, o nono mês consecutivo de baixa. O superavit comercial da China foi de US$ 43,03 bilhões em julho, abaixo do saldo positivo de US$ 47 bilhões em junho. O dado ficou abaixo da expectativa de economistas, que estimavam superavit de US$ 52,9 bilhões no período. "Há uma expectativa de que o governo chinês lance uma nova rodada de incentivos para tentar melhorar a economia do país", diz Eduardo Velho, economista-chefe da Invx Global Partners. A possibilidade de um acordo sobre um novo resgate à Grécia também anima o mercado. Um acordo de até € 86 bilhões (US$ 94,22 bilhões) em novos empréstimos ao país endividado precisa ser firmado até 20 de agosto, quando a Grécia precisa fazer o pagamento ao BCE (Banco Central Europeu). EUA Declarações do vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Stanley Fischer, aliviam o dólar nesta segunda. Segundo ele a inflação nos Estados Unidos está "muito baixa", mas apenas temporariamente. Além disso, ressaltou, a economia americana já estaria perto de alcançar o pleno emprego. "Grande parte da inflação atual é temporária", disse Fischer à Bloomberg TV. "Tem a ver com a queda no preço do petróleo. Tem a ver com o declínio nos preços de matérias-primas. Estas são coisas que vão se estabilizar em algum momento", acrescentou. Segundo Eduardo Velho, da Invx, o mercado interpretou as declarações como indício de que o Fed ainda não estaria disposto a elevar os juros nos EUA em setembro. O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano -cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima. AÇÕES Os papéis da Vale e da Petrobras ajudam a sustentar a alta da Bolsa nesta segunda-feira, em meio a uma trégua nas tensões políticas no país. Às 15h05, as ações mais negociadas da mineradora Vale registravam alta de 3,42%, para R$ 15,42, enquanto os papéis ordinários subiam 5,37%, para R$ 19,41, no mesmo horário. Às 15h06, as ações mais negociadas da Petrobras subiam 2,57%, para R$ 9,94, após caírem 6,1% na sexta-feira. No horário, os papéis com direito a voto tinham avanço de 3,95%, para R$ 11,03, depois de desabarem 7,42%. Apesar da calmaria, o viés da Bolsa ainda é de baixa ao longo da semana, afirma Velho. "Alguns fatores domésticos podem ter influência negativa, como novas derrotas do governo o Congresso e também as manifestações neste domingo contra a presidente Dilma Rousseff", ressalta. A presidente pretende se reunir nesta semana com movimentos de esquerda para tentar mostrar respaldo social em uma ofensiva contra as manifestações marcadas para o dia 16 de agosto. Para o governo, é importante sinalizar que Dilma não está isolada, apesar do recrudescimento da crise política.
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Bolsa brasileira acompanha bom humor no exterior e sobe; dólar caiA Bolsa brasileira sobe nesta segunda-feira (10) impulsionada pela expectativa de uma nova rodada de estímulos econômicos na China, após dados de balança comercial do país decepcionarem. No mercado cambial, o dólar cai pelo segundo dia seguido. Declarações de um vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre inflação e emprego foram interpretadas como um indício de que a taxa de juros nos Estados Unidos só deve ser elevada após a reunião de setembro do comitê de política monetária, contrariando a expectativa de um aumento no encontro do próximo mês. Às 15h04, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 1,52%, para R$ 3,459. No horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 1,36%, para R$ 3,462. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançava 1,63%, para 49.367 pontos, às 15h05. Na China, as exportações registraram queda anual de 8,3% em julho, comparado com um ganho de 2,8% em junho. Foi a maior redução em quatro meses. Já as importações caíram 8,1%, o nono mês consecutivo de baixa. O superavit comercial da China foi de US$ 43,03 bilhões em julho, abaixo do saldo positivo de US$ 47 bilhões em junho. O dado ficou abaixo da expectativa de economistas, que estimavam superavit de US$ 52,9 bilhões no período. "Há uma expectativa de que o governo chinês lance uma nova rodada de incentivos para tentar melhorar a economia do país", diz Eduardo Velho, economista-chefe da Invx Global Partners. A possibilidade de um acordo sobre um novo resgate à Grécia também anima o mercado. Um acordo de até € 86 bilhões (US$ 94,22 bilhões) em novos empréstimos ao país endividado precisa ser firmado até 20 de agosto, quando a Grécia precisa fazer o pagamento ao BCE (Banco Central Europeu). EUA Declarações do vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Stanley Fischer, aliviam o dólar nesta segunda. Segundo ele a inflação nos Estados Unidos está "muito baixa", mas apenas temporariamente. Além disso, ressaltou, a economia americana já estaria perto de alcançar o pleno emprego. "Grande parte da inflação atual é temporária", disse Fischer à Bloomberg TV. "Tem a ver com a queda no preço do petróleo. Tem a ver com o declínio nos preços de matérias-primas. Estas são coisas que vão se estabilizar em algum momento", acrescentou. Segundo Eduardo Velho, da Invx, o mercado interpretou as declarações como indício de que o Fed ainda não estaria disposto a elevar os juros nos EUA em setembro. O aumento dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano -cuja remuneração acompanha essa taxa e que são considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. Com a menor oferta de dólares, a cotação do dólar seria pressionada para cima. AÇÕES Os papéis da Vale e da Petrobras ajudam a sustentar a alta da Bolsa nesta segunda-feira, em meio a uma trégua nas tensões políticas no país. Às 15h05, as ações mais negociadas da mineradora Vale registravam alta de 3,42%, para R$ 15,42, enquanto os papéis ordinários subiam 5,37%, para R$ 19,41, no mesmo horário. Às 15h06, as ações mais negociadas da Petrobras subiam 2,57%, para R$ 9,94, após caírem 6,1% na sexta-feira. No horário, os papéis com direito a voto tinham avanço de 3,95%, para R$ 11,03, depois de desabarem 7,42%. Apesar da calmaria, o viés da Bolsa ainda é de baixa ao longo da semana, afirma Velho. "Alguns fatores domésticos podem ter influência negativa, como novas derrotas do governo o Congresso e também as manifestações neste domingo contra a presidente Dilma Rousseff", ressalta. A presidente pretende se reunir nesta semana com movimentos de esquerda para tentar mostrar respaldo social em uma ofensiva contra as manifestações marcadas para o dia 16 de agosto. Para o governo, é importante sinalizar que Dilma não está isolada, apesar do recrudescimento da crise política.
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Barão Vermelho apresenta novo vocalista em show neste sábado
O Barão Vermelho mostra ao público paulistano neste sábado (1º) o início de uma terceira fase na carreira da banda. Depois de despontar no cenário do rock brasileiro nos anos 1980, com Cazuza (1958-1990), e atravessar quase três décadas com o guitarrista Roberto Frejat como cantor, agora o microfone principal ganha novo titular, já conhecido do público roqueiro. Rodrigo Suricato criou em 2009 a banda que leva seu sobrenome, com boa aceitação do público. O Suricato se insere numa espécie de folk rock brasileiro, teve destaque no programa da Globo "SuperStar" e lançou um disco elogiado, "Sol-Te", que ganhou em 2015 o Grammy Latino na categoria melhor álbum brasileiro. Sem material inédito desde 2004 e se reunindo apenas para shows pontuais, o Barão voltou à estrada oficialmente e já fez quatro apresentações com o novo vocalista. "O objetivo é fazer as principais capitais, para comunicar bem a volta do Barão e, a longo prazo, gravar inéditas", conta Suricato à Folha. Agora o Barão tem dois integrantes de sua formação original, o baterista Guto Goffi e o tecladista Maurício Barros, e mais dois músicos há muitos anos no grupo, o baixista Rodrigo Santos e o guitarrista Fernando Magalhães. O convite para Suricato entrar foi feito por Mauricio. Eles ficaram amigos participando do projeto Nivea Rock, no ano passado, com Paula Toller, Paralamas, Nando Reis e Marjorie Estiano. "Eu me aproximei do Maurício e ele viu minha afinidade com o Barão. É a minha banda brasileira predileta de todos os tempos", celebra. O tecladista ficou impressionado ao ver que Suricato conhecia muitas músicas do Barão, não apenas os grandes sucessos. "Tive oportunidade de tocar muito essas músicas no início de carreira, na trajetória dos bares. E você pega uma intimidade. Modéstia à parte, eu me sinto muito feliz de estar dentro dessa história e de ser eu ali, e não um crooner. Poderia ser alguém que desempenhasse bem, mas sem grande identificação com as músicas." "Mal ou bem, as pessoas me conheciam com o Suricato. Mas claro que para cantar no Barão bate um frio na barriga, claro. Quando alguém fala que é uma responsabilidade muito grande, eu respondo que é uma irresponsabilidade muito grande," diz, rindo. "Suceder Frejat na banda que já teve Cazuza, puxa, é preciso ter muita cara de pau", confessa o vocalista. Como planejou, Rodrigo continua também a trajetória do Suricato. A banda grava agora mais um disco. E ele prepara um projeto com Liminha e Paula Toller. "Gosto de estar enturmado e produtivo. Tem canção para todo mundo. Me prender em algum lugar é me perder para sempre." * BARÃO VERMELHO QUANDO sábado (1º), às 22h ONDE Tom Brasil, r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 100 a R$ 240 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Barão Vermelho apresenta novo vocalista em show neste sábadoO Barão Vermelho mostra ao público paulistano neste sábado (1º) o início de uma terceira fase na carreira da banda. Depois de despontar no cenário do rock brasileiro nos anos 1980, com Cazuza (1958-1990), e atravessar quase três décadas com o guitarrista Roberto Frejat como cantor, agora o microfone principal ganha novo titular, já conhecido do público roqueiro. Rodrigo Suricato criou em 2009 a banda que leva seu sobrenome, com boa aceitação do público. O Suricato se insere numa espécie de folk rock brasileiro, teve destaque no programa da Globo "SuperStar" e lançou um disco elogiado, "Sol-Te", que ganhou em 2015 o Grammy Latino na categoria melhor álbum brasileiro. Sem material inédito desde 2004 e se reunindo apenas para shows pontuais, o Barão voltou à estrada oficialmente e já fez quatro apresentações com o novo vocalista. "O objetivo é fazer as principais capitais, para comunicar bem a volta do Barão e, a longo prazo, gravar inéditas", conta Suricato à Folha. Agora o Barão tem dois integrantes de sua formação original, o baterista Guto Goffi e o tecladista Maurício Barros, e mais dois músicos há muitos anos no grupo, o baixista Rodrigo Santos e o guitarrista Fernando Magalhães. O convite para Suricato entrar foi feito por Mauricio. Eles ficaram amigos participando do projeto Nivea Rock, no ano passado, com Paula Toller, Paralamas, Nando Reis e Marjorie Estiano. "Eu me aproximei do Maurício e ele viu minha afinidade com o Barão. É a minha banda brasileira predileta de todos os tempos", celebra. O tecladista ficou impressionado ao ver que Suricato conhecia muitas músicas do Barão, não apenas os grandes sucessos. "Tive oportunidade de tocar muito essas músicas no início de carreira, na trajetória dos bares. E você pega uma intimidade. Modéstia à parte, eu me sinto muito feliz de estar dentro dessa história e de ser eu ali, e não um crooner. Poderia ser alguém que desempenhasse bem, mas sem grande identificação com as músicas." "Mal ou bem, as pessoas me conheciam com o Suricato. Mas claro que para cantar no Barão bate um frio na barriga, claro. Quando alguém fala que é uma responsabilidade muito grande, eu respondo que é uma irresponsabilidade muito grande," diz, rindo. "Suceder Frejat na banda que já teve Cazuza, puxa, é preciso ter muita cara de pau", confessa o vocalista. Como planejou, Rodrigo continua também a trajetória do Suricato. A banda grava agora mais um disco. E ele prepara um projeto com Liminha e Paula Toller. "Gosto de estar enturmado e produtivo. Tem canção para todo mundo. Me prender em algum lugar é me perder para sempre." * BARÃO VERMELHO QUANDO sábado (1º), às 22h ONDE Tom Brasil, r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 100 a R$ 240 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Diego Luna teve de esconder dos filhos que atuaria em novo filme 'Star Wars'
O treinamento de Diego Luna para interpretar o Capitão Cassian Andor, um dos líderes da contraespionagem dos rebeldes de "Rogue One: Uma História Star Wars", que estreia em 15 de dezembro, começou muito tempo antes do ator mexicano de 36 anos assinar com o estúdio Disney. Primeiro, recebeu informações confidenciais em um almoço com o diretor do filme, o britânico Gareth Edwards ("Godzilla"). "Foi isso mesmo. Mas aí veio o sentimento agridoce, porque aquilo não me garantia o trabalho. A jornada só começou." Foram mais cinco meses de angústia e testes. "Passava semanas sem ouvir nenhuma notícia e achava que tinham contratado outro ator", confessa. Mas faz parte do universo "Star Wars", em que o segredo é a alma de um negócio que envolve bilhões de dólares. Quando precisava ler cenas com outros atores, Diego viajava para Londres e se registrava com nomes falsos em hotéis. Casado desde 2008 com a atriz e cantora mexicana Camila Sodi, com quem tem Jerónimo, 8, e Fiona, 6, ele se controlou até ao lado das crianças. "Meu filho é como qualquer fã, queria que eu falasse tudo, mas não podia abrir a boca. Não sei o que ele poderia dizer na escola", conta. "Foi ótimo para me preparar para o papel, porque faço um oficial da inteligência da Rebelião. Me senti como Jason Bourne", conta. Cassian Andor é um veterano soldado que precisa controlar a "criminosa" Jyn Erso (Felicity Jones) durante a missão da Rebelião para roubar os planos da Estrela da Morte -eventos que levam aos acontecimentos do primeiro "Guerra nas Estrelas", de 1977. "É um homem complicado e sombrio, que dedica sua vida à luta pela ideia de liberdade", diz Diego, que assim como Han Solo, possui um companheiro fiel, um androide. "Ele é um androide reprogramado.Sempre fala a verdade e isso nem sempre é uma vantagem. Mas não sou Han Solo. Só existe um desses." DE DUMBO A JEDI O ator conta que passou a infância brincando de Cavaleiro Jedi com os primos na Cidade do México. "É emocionante pensar nisso. Quando tinha seis anos me obrigavam a ver 'Dumbo', 'Bambi', essas coisas, mas 'Star Wars' foi o primeiro filme que vi quando cheguei à idade de poder escolher por vontade própria. Aprendi a gostar de cinema com ele." O próprio ator admite que "não era a escolha mais óbvia para o papel", mas a opção demonstra a vontade da franquia em refletir um universo mais diverso. "Me sinto como meu personagem, uma pessoa normal que está fazendo algo extraordinário. Tendo nascido no México, nunca imaginei que iria um dia participar de um fenômeno assim. Até ganhei um boneco com a minha cara. Isso é inacreditável, só acontece uma vez na vida", diz. E, falando de cinema, ele parece falar de política: "Essa diversidade de 'Rogue One' é nossa realidade e precisamos trabalhar juntos para ficarmos mais fortes. Precisamos lutar por mudanças."
serafina
Diego Luna teve de esconder dos filhos que atuaria em novo filme 'Star Wars'O treinamento de Diego Luna para interpretar o Capitão Cassian Andor, um dos líderes da contraespionagem dos rebeldes de "Rogue One: Uma História Star Wars", que estreia em 15 de dezembro, começou muito tempo antes do ator mexicano de 36 anos assinar com o estúdio Disney. Primeiro, recebeu informações confidenciais em um almoço com o diretor do filme, o britânico Gareth Edwards ("Godzilla"). "Foi isso mesmo. Mas aí veio o sentimento agridoce, porque aquilo não me garantia o trabalho. A jornada só começou." Foram mais cinco meses de angústia e testes. "Passava semanas sem ouvir nenhuma notícia e achava que tinham contratado outro ator", confessa. Mas faz parte do universo "Star Wars", em que o segredo é a alma de um negócio que envolve bilhões de dólares. Quando precisava ler cenas com outros atores, Diego viajava para Londres e se registrava com nomes falsos em hotéis. Casado desde 2008 com a atriz e cantora mexicana Camila Sodi, com quem tem Jerónimo, 8, e Fiona, 6, ele se controlou até ao lado das crianças. "Meu filho é como qualquer fã, queria que eu falasse tudo, mas não podia abrir a boca. Não sei o que ele poderia dizer na escola", conta. "Foi ótimo para me preparar para o papel, porque faço um oficial da inteligência da Rebelião. Me senti como Jason Bourne", conta. Cassian Andor é um veterano soldado que precisa controlar a "criminosa" Jyn Erso (Felicity Jones) durante a missão da Rebelião para roubar os planos da Estrela da Morte -eventos que levam aos acontecimentos do primeiro "Guerra nas Estrelas", de 1977. "É um homem complicado e sombrio, que dedica sua vida à luta pela ideia de liberdade", diz Diego, que assim como Han Solo, possui um companheiro fiel, um androide. "Ele é um androide reprogramado.Sempre fala a verdade e isso nem sempre é uma vantagem. Mas não sou Han Solo. Só existe um desses." DE DUMBO A JEDI O ator conta que passou a infância brincando de Cavaleiro Jedi com os primos na Cidade do México. "É emocionante pensar nisso. Quando tinha seis anos me obrigavam a ver 'Dumbo', 'Bambi', essas coisas, mas 'Star Wars' foi o primeiro filme que vi quando cheguei à idade de poder escolher por vontade própria. Aprendi a gostar de cinema com ele." O próprio ator admite que "não era a escolha mais óbvia para o papel", mas a opção demonstra a vontade da franquia em refletir um universo mais diverso. "Me sinto como meu personagem, uma pessoa normal que está fazendo algo extraordinário. Tendo nascido no México, nunca imaginei que iria um dia participar de um fenômeno assim. Até ganhei um boneco com a minha cara. Isso é inacreditável, só acontece uma vez na vida", diz. E, falando de cinema, ele parece falar de política: "Essa diversidade de 'Rogue One' é nossa realidade e precisamos trabalhar juntos para ficarmos mais fortes. Precisamos lutar por mudanças."
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Migração urbana na China deixa 70 milhões de crianças longe dos pais
Wang Suli, 39, vive há seis anos longe da única filha, que hoje tem 17 anos e estuda na cidade de origem da família, na Mongólia Interior (Norte do país). Elas se falam por telefone todo dia, mas se encontram duas vezes por ano. Wang, que é empregada doméstica, mudou-se com o marido e a filha para Pequim em 2005, em busca de trabalho e renda maior. Mas, com o alto custo da escola na capital, a menina voltou à cidade natal para viver com a avó. Hoje, a filha de Wang integra um exército de quase 70 milhões de crianças –uma em cada quatro pessoas no país de até 17 anos– deixadas para trás por causa da urbanização das últimas décadas e do rígido controle migratório instituído na China. O número praticamente triplicou na década passada. A maior parte, ou 61 milhões, está na área rural. Para estas, a estimativa que uma federação de mulheres fez em 2013 é que 53% estejam longe do pai e da mãe e que a maior parte viva com os avós. Em junho, o país ficou chocado com a morte de quatro irmãos que viviam sozinhos em uma vila da província de Guizhou, no sul, depois que a mãe mudou de cidade para trabalhar e o pai deixou a casa. Segundo a agência Xinhua, as crianças, de 5 a 13 anos, ingeriram pesticida. A mãe das crianças, analfabeta, partiu em busca de emprego numa província mais rica e temia sofrer violência doméstica caso voltasse. O pai mandava dinheiro para o filho mais velho. Apesar de outros países da região, como Filipinas e Tailândia, também terem elevados percentuais de crianças afastadas dos pais, o caso da China é único pelo vínculo com o controle que o governo tem da migração interna, explica Ron Pouwels, chefe do setor de proteção à criança do Unicef China (braço da Organização das Nações Unidas para a infância). REGRAS Os chineses estão vinculados ao local de origem da família. Caso migrem para outra cidade e não consigam transferir seu registro de residência –algo difícil quando a mudança é para as principais cidades–, benefícios como saúde e educação podem se tornar muito caros. Pouwels lembra que, além do registro, a vida na cidade é cara e, às vezes, em condições desfavoráveis. "É preciso ver onde os pais são empregados. Se é na construção civil, podem viver na obra." Segundo o Unicef, o aumento de "crianças deixadas para trás" foi mais intenso na China de 2000 a 2005 e perdeu fôlego de 2005 a 2010, último dado disponível. De 22,9 milhões em 2000, passou para 69,7 milhões em 2010. Tentando resolver tais problemas, a China anunciou em 2014 uma reforma no sistema de registro de residências, o "hukou", que pode favorecer a migração para algumas cidades grandes –mas não abarca Pequim e Xangai. Pouwels também cita a tentativa em curso de garantir educação a custos baixos para as crianças que migram. Essas medidas, porém, só amenizariam o problema no longo prazo. Para já, avalia o representante do Unicef, é preciso fortalecer a estrutura local de amparo, seja ajuda financeira, seja psicológica. Chien-Chung Huang, diretor do Centro de Pesquisas Huamin (Universidade Rutgers, EUA), concorda. "O 'hukou' é a principal barreira para essas crianças e os pais que migram. É improvável, no entanto, que o sistema mude no futuro próximo, devido ao controle populacional nas grandes cidades", afirma. "No meio tempo, o governo pode ampliar os recursos para educação, permitir que as crianças que migram frequentem a escola e melhorar o apoio do serviço social." Após a tragédia em Guizhou, o premiê, Li Keqiang, pediu a apuração de responsabilidades e exortou as autoridades a trabalharem juntas para apoiar os migrantes.
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Migração urbana na China deixa 70 milhões de crianças longe dos paisWang Suli, 39, vive há seis anos longe da única filha, que hoje tem 17 anos e estuda na cidade de origem da família, na Mongólia Interior (Norte do país). Elas se falam por telefone todo dia, mas se encontram duas vezes por ano. Wang, que é empregada doméstica, mudou-se com o marido e a filha para Pequim em 2005, em busca de trabalho e renda maior. Mas, com o alto custo da escola na capital, a menina voltou à cidade natal para viver com a avó. Hoje, a filha de Wang integra um exército de quase 70 milhões de crianças –uma em cada quatro pessoas no país de até 17 anos– deixadas para trás por causa da urbanização das últimas décadas e do rígido controle migratório instituído na China. O número praticamente triplicou na década passada. A maior parte, ou 61 milhões, está na área rural. Para estas, a estimativa que uma federação de mulheres fez em 2013 é que 53% estejam longe do pai e da mãe e que a maior parte viva com os avós. Em junho, o país ficou chocado com a morte de quatro irmãos que viviam sozinhos em uma vila da província de Guizhou, no sul, depois que a mãe mudou de cidade para trabalhar e o pai deixou a casa. Segundo a agência Xinhua, as crianças, de 5 a 13 anos, ingeriram pesticida. A mãe das crianças, analfabeta, partiu em busca de emprego numa província mais rica e temia sofrer violência doméstica caso voltasse. O pai mandava dinheiro para o filho mais velho. Apesar de outros países da região, como Filipinas e Tailândia, também terem elevados percentuais de crianças afastadas dos pais, o caso da China é único pelo vínculo com o controle que o governo tem da migração interna, explica Ron Pouwels, chefe do setor de proteção à criança do Unicef China (braço da Organização das Nações Unidas para a infância). REGRAS Os chineses estão vinculados ao local de origem da família. Caso migrem para outra cidade e não consigam transferir seu registro de residência –algo difícil quando a mudança é para as principais cidades–, benefícios como saúde e educação podem se tornar muito caros. Pouwels lembra que, além do registro, a vida na cidade é cara e, às vezes, em condições desfavoráveis. "É preciso ver onde os pais são empregados. Se é na construção civil, podem viver na obra." Segundo o Unicef, o aumento de "crianças deixadas para trás" foi mais intenso na China de 2000 a 2005 e perdeu fôlego de 2005 a 2010, último dado disponível. De 22,9 milhões em 2000, passou para 69,7 milhões em 2010. Tentando resolver tais problemas, a China anunciou em 2014 uma reforma no sistema de registro de residências, o "hukou", que pode favorecer a migração para algumas cidades grandes –mas não abarca Pequim e Xangai. Pouwels também cita a tentativa em curso de garantir educação a custos baixos para as crianças que migram. Essas medidas, porém, só amenizariam o problema no longo prazo. Para já, avalia o representante do Unicef, é preciso fortalecer a estrutura local de amparo, seja ajuda financeira, seja psicológica. Chien-Chung Huang, diretor do Centro de Pesquisas Huamin (Universidade Rutgers, EUA), concorda. "O 'hukou' é a principal barreira para essas crianças e os pais que migram. É improvável, no entanto, que o sistema mude no futuro próximo, devido ao controle populacional nas grandes cidades", afirma. "No meio tempo, o governo pode ampliar os recursos para educação, permitir que as crianças que migram frequentem a escola e melhorar o apoio do serviço social." Após a tragédia em Guizhou, o premiê, Li Keqiang, pediu a apuração de responsabilidades e exortou as autoridades a trabalharem juntas para apoiar os migrantes.
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Conheça o Brasileiro que Fez a Capa do 'Repentless', o Novo Disco do Slayer
Marcelo Vasco é carioca, mas mora nas frias serras gaúchas da cidade de Carlos Barbosa há alguns anos. Sob a alcunha de Mantus, ele é guitarrista do Pátria, uma banda de black metal na ativa desde 2008, com mais de cinco discos lançados e shows feitos na Noruega, o país-referência no gênero. Ele também trabalhou um tempo no departamento gráfico do selo de metal Indie Recordings, de 2007 até o começo deste ano, fazendo trampos de ilustração. Vasco já fez capas para o Dimmu Borgir, Obituary e Cavalera Conspiracy, entre outros, ou seja, é pouco foda? Como se nada disso bastasse, o nome dele agora é anunciado como "o brasileiro que fez a capa do novo disco do Slayer". Repentless, o tal novo disco, sai em 11 de setembro, e sua arte de capa, divulgada na última terça (16), ficou bonitona, detalhadíssima e, por que não, polêmica. Marcelo quase não acreditou quando ficou sabendo que seu trampo havia sido escolhido, porque sabia que estava diante de uma "oportunidade de ouro": "Quando o próprio Tom Araya e o Kerry King entraram em contato comigo, vi que o bicho ia pegar". "Para mim não há nada além de Slayer", diz Vasco. E como muita gente concorda com ele, fomos atrás de saber quem é, onde vive e do que se alimenta este ilustrador que vai entrar para história da maior banda de metal de todos os tempos. Ouça a nova música do Slayer enquanto lê a entrevista abaixo: vasco Noisey: Você trampa com ilustração mesmo? Marcelo Vasco: Sim, trabalho com arte gráfica há muitos anos, basicamente desde 1996 quando passei a me interessar mais sobre esse mundo. No começo fiz trabalhos mais "amadores" para amigos e a coisa foi andando com o passar dos anos. Desde 1999 trabalho profissionalmente. E vivo das minhas artes direcionadas ao mercado do heavy metal desde 2007, quando larguei tudo e me dediquei apenas a essa área. Foi o metal que te motivou a fazer trampos nesse estilo? Com certeza. Minha paixão pela música e pelo heavy metal começou bem cedo. Toco violão desde os meus nove anos e guitarra desde os 13. E sempre fiquei muito entusiasmado com as capas dos discos, naquela época ainda eram LPs em vinil. Para mim eram como quadros, verdadeiras obras de arte. Quais eram as suas capas preferidas nessa época? Muitas capas de death metal da época. A primeira capa do Dismember é fantástica, sou apaixonado por ela, acho que é a minha preferida, assinada pelo grande Dan Seagrave. Certamente o Dan e o HR Giger foram uma das minhas maiores inspirações artísticas. As próprias capas do Hell Awaits, Reign In Blood e South of Heaven do Slayer me marcaram muito. As capas do Cause of Death e do The End Complete do Obituary, e também as do Sepultura: Beneath The Remains e Arise. Enfim, são inúmeras capas que fica difícil de lembrar e citar aqui. Mas essas com certeza são clássicas que merecem destaque. São verdadeiras obras. Eu sou suspeito para falar desses caras aí. Pode crer. E como foi o processo da capa do Slayer? Tudo começou através da Nuclear Blast, que é o selo atual do Slayer. Já tínhamos trabalhado juntos anteriormente e então eles me perguntaram se eu gostaria de propor uma capa para o novo Slayer. E que haveriam outros artistas envolvidos, tentando a mesma coisa. Eu topei na hora pois o Slayer é a minha banda favorita desde que eu era moleque, então isso seria não só uma realização profissional, como também pessoal. Eles então me passaram o título do álbum e a letra de "Repentless". Trabalhei em vários rascunhos iniciais e eles acabaram gostando de um dos caminhos que eu propus. A partir disso começamos a trabalhar juntos, eu, o Tom Araya e o Kerry King, em cima dessa ideia, até a finalização da capa. O conceito geral é meu. Eles me deixaram extremamente livre para criar, o que foi muito legal. E eu como fã queria algo impactante, agressivo e polêmico, enfim, a cara do Slayer. Fugindo de modernidades, algo que tivesse uma conexão forte com os primeiros álbuns. Você pode mostrar algum rascunho? Infelizmente não posso mostrar os rascunhos. Desculpe. Mas posso te dizer que nunca trabalhei tanto em cima de uma capa, aprimorando cada detalhe junto com eles. Experimentando diversos caminhos, até que a gente chegasse no melhor resultado. Como eu disse, levei em torno de uns três meses se contarmos do ponto zero. E só de rascunhos de lá para cá, eu tenho de 60 a 80 diferentes. Foi realmente um trabalho muito minucioso. Ela é uma capa que se for vista em alta escala, num formato realmente grande, vai ser perceptível cada detalhe de textura. Pois a ideia é que fosse na vibe de uma pintura antiga e danificada, de séculos atrás. No zoom é possível vc ver até a textura da tela, como se tivesse sido pintada realmente a mão. E eu não sou pintor. Meu trabalho é 95% digital eu diria. Você se sentiu desafiado? Com certeza! Esse foi o meu maior desafio. Perdi muitas horas de sono trabalhando nisso incessantemente. Tudo por um motivo super plausível, claro. E eu sabia que essa era a minha oportunidade de ouro. Fui o melhor que pude, num intervalo muito curto de tempo. Acho que isso também contou pontos para mim. E me mostrei sempre pronto a enfrentar qualquer obstáculo, estava sempre disponível para ideias e modificações que eles tiveram durante o percurso. Foi bem cansativo mas no final motivo de grande orgulho para mim. E como foi para você receber a notícia? A notícia veio recentemente para mim na verdade. Eu sabia que estava chegando perto e estava entre os escolhidos já algumas semanas atrás. E quando o próprio Tom Araya e o Kerry King entraram em contato comigo, vi que o bicho ia pegar. Mas ainda assim foi difícil para mim, de acreditar que eu estava alcançando isso. Até agora a ficha não caiu. Só uns dias atrás é que eles de fato me disseram: "Pronto, é você que vai fazer nossa capa. Tá tudo acertado!" O que me chama atenção nas capas de metal é que elas geralmente são bem cheias de detalhes. Por curiosidade, quanto tempo leva de um projeto em branco até a ilustração final? Tudo depende muito da inspiração e da criatividade. No geral para a criação de uma capa leva de duas a quatro semanas. Essa do Slayer levou um pouco mais, se contar desde quando saiu o primeiro rascunho, dá para dizer que levou de dois a três meses quase. Eu costumo trabalhar quando fico livre para criar em cima dos conceitos passados pela banda. Gosto de estar bem livre para fluir sem barreiras... Quando me passam ideias concretas a coisa não anda. Não sou esse tipo de artista. Quero ter a minha própria visão daquilo e não ser apenas uma ferramenta mecânica ligada no automático para executar um trabalho já pensado, com ideias concretas e todos os detalhes. Quando surgem clientes assim eu de cara já não aceito o trabalho. Não é interessante para mim. Pode crer. É um misto de hobby e ofício, então? Na verdade é um trabalho que eu amo [risos]. É o meu ganha pão e é o meu único ofício desde 2007. Tenho meu escritório, tenho meus horários, clientes, tudo como manda o figurino. É algo extremamente sério para mim. Mas sem dúvida em grande parte sou apaixonado pelo que faço e de uns anos para cá tive a possibilidade de realmente escolher meus clientes e fazer só o que eu realmente acho interessante e que me dê algum pano para manga. Do caralho mesmo chegar nesse nível. Você chegou a fazer outras capas de bandas? Sim, claro. Já fiz bastante coisa legal... Desde 99 eu trabalho profissionalmente nessa área, então fica difícil contabilizar a coisa [risos]. Mas fiz trabalhos "mais recentes" pro Machine Head, pro Soulfly (do Max Cavalera, ex-Sepultura), Dimmu Borgir, Borknagar, Belphegor, Vader, Dark Funeral, Cavalera Conspiracy, Obituary e milhares de outras. E na sequência disso houve um trabalho mais fino em cima dos detalhes da capa inclusive, para ter certeza que tudo estava de acordo. Ver ela pronta e finalizada foi um alívio enorme, no melhor dos sentidos, e com sensação de dever cumprido. Para mim nada está além do Slayer. Eles têm sido minha banda favorita desde moleque. Então o que eu consegui é impagável, sem palavras.
vice
Conheça o Brasileiro que Fez a Capa do 'Repentless', o Novo Disco do SlayerMarcelo Vasco é carioca, mas mora nas frias serras gaúchas da cidade de Carlos Barbosa há alguns anos. Sob a alcunha de Mantus, ele é guitarrista do Pátria, uma banda de black metal na ativa desde 2008, com mais de cinco discos lançados e shows feitos na Noruega, o país-referência no gênero. Ele também trabalhou um tempo no departamento gráfico do selo de metal Indie Recordings, de 2007 até o começo deste ano, fazendo trampos de ilustração. Vasco já fez capas para o Dimmu Borgir, Obituary e Cavalera Conspiracy, entre outros, ou seja, é pouco foda? Como se nada disso bastasse, o nome dele agora é anunciado como "o brasileiro que fez a capa do novo disco do Slayer". Repentless, o tal novo disco, sai em 11 de setembro, e sua arte de capa, divulgada na última terça (16), ficou bonitona, detalhadíssima e, por que não, polêmica. Marcelo quase não acreditou quando ficou sabendo que seu trampo havia sido escolhido, porque sabia que estava diante de uma "oportunidade de ouro": "Quando o próprio Tom Araya e o Kerry King entraram em contato comigo, vi que o bicho ia pegar". "Para mim não há nada além de Slayer", diz Vasco. E como muita gente concorda com ele, fomos atrás de saber quem é, onde vive e do que se alimenta este ilustrador que vai entrar para história da maior banda de metal de todos os tempos. Ouça a nova música do Slayer enquanto lê a entrevista abaixo: vasco Noisey: Você trampa com ilustração mesmo? Marcelo Vasco: Sim, trabalho com arte gráfica há muitos anos, basicamente desde 1996 quando passei a me interessar mais sobre esse mundo. No começo fiz trabalhos mais "amadores" para amigos e a coisa foi andando com o passar dos anos. Desde 1999 trabalho profissionalmente. E vivo das minhas artes direcionadas ao mercado do heavy metal desde 2007, quando larguei tudo e me dediquei apenas a essa área. Foi o metal que te motivou a fazer trampos nesse estilo? Com certeza. Minha paixão pela música e pelo heavy metal começou bem cedo. Toco violão desde os meus nove anos e guitarra desde os 13. E sempre fiquei muito entusiasmado com as capas dos discos, naquela época ainda eram LPs em vinil. Para mim eram como quadros, verdadeiras obras de arte. Quais eram as suas capas preferidas nessa época? Muitas capas de death metal da época. A primeira capa do Dismember é fantástica, sou apaixonado por ela, acho que é a minha preferida, assinada pelo grande Dan Seagrave. Certamente o Dan e o HR Giger foram uma das minhas maiores inspirações artísticas. As próprias capas do Hell Awaits, Reign In Blood e South of Heaven do Slayer me marcaram muito. As capas do Cause of Death e do The End Complete do Obituary, e também as do Sepultura: Beneath The Remains e Arise. Enfim, são inúmeras capas que fica difícil de lembrar e citar aqui. Mas essas com certeza são clássicas que merecem destaque. São verdadeiras obras. Eu sou suspeito para falar desses caras aí. Pode crer. E como foi o processo da capa do Slayer? Tudo começou através da Nuclear Blast, que é o selo atual do Slayer. Já tínhamos trabalhado juntos anteriormente e então eles me perguntaram se eu gostaria de propor uma capa para o novo Slayer. E que haveriam outros artistas envolvidos, tentando a mesma coisa. Eu topei na hora pois o Slayer é a minha banda favorita desde que eu era moleque, então isso seria não só uma realização profissional, como também pessoal. Eles então me passaram o título do álbum e a letra de "Repentless". Trabalhei em vários rascunhos iniciais e eles acabaram gostando de um dos caminhos que eu propus. A partir disso começamos a trabalhar juntos, eu, o Tom Araya e o Kerry King, em cima dessa ideia, até a finalização da capa. O conceito geral é meu. Eles me deixaram extremamente livre para criar, o que foi muito legal. E eu como fã queria algo impactante, agressivo e polêmico, enfim, a cara do Slayer. Fugindo de modernidades, algo que tivesse uma conexão forte com os primeiros álbuns. Você pode mostrar algum rascunho? Infelizmente não posso mostrar os rascunhos. Desculpe. Mas posso te dizer que nunca trabalhei tanto em cima de uma capa, aprimorando cada detalhe junto com eles. Experimentando diversos caminhos, até que a gente chegasse no melhor resultado. Como eu disse, levei em torno de uns três meses se contarmos do ponto zero. E só de rascunhos de lá para cá, eu tenho de 60 a 80 diferentes. Foi realmente um trabalho muito minucioso. Ela é uma capa que se for vista em alta escala, num formato realmente grande, vai ser perceptível cada detalhe de textura. Pois a ideia é que fosse na vibe de uma pintura antiga e danificada, de séculos atrás. No zoom é possível vc ver até a textura da tela, como se tivesse sido pintada realmente a mão. E eu não sou pintor. Meu trabalho é 95% digital eu diria. Você se sentiu desafiado? Com certeza! Esse foi o meu maior desafio. Perdi muitas horas de sono trabalhando nisso incessantemente. Tudo por um motivo super plausível, claro. E eu sabia que essa era a minha oportunidade de ouro. Fui o melhor que pude, num intervalo muito curto de tempo. Acho que isso também contou pontos para mim. E me mostrei sempre pronto a enfrentar qualquer obstáculo, estava sempre disponível para ideias e modificações que eles tiveram durante o percurso. Foi bem cansativo mas no final motivo de grande orgulho para mim. E como foi para você receber a notícia? A notícia veio recentemente para mim na verdade. Eu sabia que estava chegando perto e estava entre os escolhidos já algumas semanas atrás. E quando o próprio Tom Araya e o Kerry King entraram em contato comigo, vi que o bicho ia pegar. Mas ainda assim foi difícil para mim, de acreditar que eu estava alcançando isso. Até agora a ficha não caiu. Só uns dias atrás é que eles de fato me disseram: "Pronto, é você que vai fazer nossa capa. Tá tudo acertado!" O que me chama atenção nas capas de metal é que elas geralmente são bem cheias de detalhes. Por curiosidade, quanto tempo leva de um projeto em branco até a ilustração final? Tudo depende muito da inspiração e da criatividade. No geral para a criação de uma capa leva de duas a quatro semanas. Essa do Slayer levou um pouco mais, se contar desde quando saiu o primeiro rascunho, dá para dizer que levou de dois a três meses quase. Eu costumo trabalhar quando fico livre para criar em cima dos conceitos passados pela banda. Gosto de estar bem livre para fluir sem barreiras... Quando me passam ideias concretas a coisa não anda. Não sou esse tipo de artista. Quero ter a minha própria visão daquilo e não ser apenas uma ferramenta mecânica ligada no automático para executar um trabalho já pensado, com ideias concretas e todos os detalhes. Quando surgem clientes assim eu de cara já não aceito o trabalho. Não é interessante para mim. Pode crer. É um misto de hobby e ofício, então? Na verdade é um trabalho que eu amo [risos]. É o meu ganha pão e é o meu único ofício desde 2007. Tenho meu escritório, tenho meus horários, clientes, tudo como manda o figurino. É algo extremamente sério para mim. Mas sem dúvida em grande parte sou apaixonado pelo que faço e de uns anos para cá tive a possibilidade de realmente escolher meus clientes e fazer só o que eu realmente acho interessante e que me dê algum pano para manga. Do caralho mesmo chegar nesse nível. Você chegou a fazer outras capas de bandas? Sim, claro. Já fiz bastante coisa legal... Desde 99 eu trabalho profissionalmente nessa área, então fica difícil contabilizar a coisa [risos]. Mas fiz trabalhos "mais recentes" pro Machine Head, pro Soulfly (do Max Cavalera, ex-Sepultura), Dimmu Borgir, Borknagar, Belphegor, Vader, Dark Funeral, Cavalera Conspiracy, Obituary e milhares de outras. E na sequência disso houve um trabalho mais fino em cima dos detalhes da capa inclusive, para ter certeza que tudo estava de acordo. Ver ela pronta e finalizada foi um alívio enorme, no melhor dos sentidos, e com sensação de dever cumprido. Para mim nada está além do Slayer. Eles têm sido minha banda favorita desde moleque. Então o que eu consegui é impagável, sem palavras.
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UOL transmite amistosos da seleção brasileira contra Argentina e Austrália
O UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, transmitirá ao vivo, em vídeo, os amistosos da seleção brasileira contra Argentina e Austrália, respectivamente nos dias 9 e 13 de junho, em Melbourne. As duas partidas poderão ser acompanhadas nas versões web e mobile do portal a partir das 7h (de Brasília). O sinal da transmissão será distribuído pela CBF, com a narração de Nivaldo Prieto e os comentários de Pelé e Denílson. O UOL também fará um programa especial no intervalo e após as partidas, com a participação dos jornalistas Juca Kfouri, colunista da Folha, Julio Gomes e Vitor Birner. "Estamos muito felizes em realizar as transmissões dos amistosos da seleção brasileira, o que reforça o nosso comprometimento em levar um conteúdo de qualidade e relevante para o nosso público apaixonado por esportes e futebol, aliado a uma tecnologia de ponta nas transmissões ao vivo", diz Rodrigo Flores, diretor de conteúdo do UOL. Esta será a primeira partida dos comandados do técnico Tite após assegurarem a classificação para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. O duelo também marca o retorno de Gabriel Jesus à seleção brasileira após se recuperar de uma fratura no pé direito. O amistoso contra a Argentina ainda terá como atrativo a estreia do técnico Jorge Sampaoli e a presença em campo de Lionel Messi, craque do Barcelona.
esporte
UOL transmite amistosos da seleção brasileira contra Argentina e AustráliaO UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, transmitirá ao vivo, em vídeo, os amistosos da seleção brasileira contra Argentina e Austrália, respectivamente nos dias 9 e 13 de junho, em Melbourne. As duas partidas poderão ser acompanhadas nas versões web e mobile do portal a partir das 7h (de Brasília). O sinal da transmissão será distribuído pela CBF, com a narração de Nivaldo Prieto e os comentários de Pelé e Denílson. O UOL também fará um programa especial no intervalo e após as partidas, com a participação dos jornalistas Juca Kfouri, colunista da Folha, Julio Gomes e Vitor Birner. "Estamos muito felizes em realizar as transmissões dos amistosos da seleção brasileira, o que reforça o nosso comprometimento em levar um conteúdo de qualidade e relevante para o nosso público apaixonado por esportes e futebol, aliado a uma tecnologia de ponta nas transmissões ao vivo", diz Rodrigo Flores, diretor de conteúdo do UOL. Esta será a primeira partida dos comandados do técnico Tite após assegurarem a classificação para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. O duelo também marca o retorno de Gabriel Jesus à seleção brasileira após se recuperar de uma fratura no pé direito. O amistoso contra a Argentina ainda terá como atrativo a estreia do técnico Jorge Sampaoli e a presença em campo de Lionel Messi, craque do Barcelona.
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Rio nega mudança de meta e diz que baía de Guanabara será despoluída
O secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, afirmou nesta quinta-feira (29) que o governo vai cumprir a meta de tratar 80% do esgoto produzido pelos municípios no entorno da baía de Guanabara até a Olimpíada de 2016. Ele afirmou que a declaração do secretário do Ambiente, André Corrêa, apontando como inviável o atingimento do compromisso, foi "mal interpretada". "Houve um má interpretação do que o secretário disse. Não vamos despoluir 80% da baía, mas vamos atingir a meta de tratar 80% do esgoto que migra para a baía, o que são coisas distintas", disse Espíndola, durante evento de lançamento da tocha olímpica. O objetivo, presente no dossiê de candidatura da cidade em 2009, foi descartado na semana passada pelo novo secretário do Ambiente, André Corrêa. Quando questionado sobre a meta, ele afirmou: "Não vai acontecer". Espíndola afirmou que os investimentos a serem concluídos no próximo ano vai garantir o cumprimento da meta. De acordo com ele, atualmente já são tratados cerca de 50% do esgoto despejado na baía. MARACANÃ O secretário sinalizou que a concessionária Maracanã deve permanecer a frente da administração do estádio. Segundo ele, a empresa será a responsável pela execução das obras no Parque Aquático Julio Delamare e no Maracanãzinho prevista para a Olimpíada. "Houve um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro, mas todos os investimentos do Maracanã serão realizados pela concessionária", disse Espíndola. "O objetivo é que ela permaneça a frente do Maracanã. Vamos estudar de que forma."
esporte
Rio nega mudança de meta e diz que baía de Guanabara será despoluídaO secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, afirmou nesta quinta-feira (29) que o governo vai cumprir a meta de tratar 80% do esgoto produzido pelos municípios no entorno da baía de Guanabara até a Olimpíada de 2016. Ele afirmou que a declaração do secretário do Ambiente, André Corrêa, apontando como inviável o atingimento do compromisso, foi "mal interpretada". "Houve um má interpretação do que o secretário disse. Não vamos despoluir 80% da baía, mas vamos atingir a meta de tratar 80% do esgoto que migra para a baía, o que são coisas distintas", disse Espíndola, durante evento de lançamento da tocha olímpica. O objetivo, presente no dossiê de candidatura da cidade em 2009, foi descartado na semana passada pelo novo secretário do Ambiente, André Corrêa. Quando questionado sobre a meta, ele afirmou: "Não vai acontecer". Espíndola afirmou que os investimentos a serem concluídos no próximo ano vai garantir o cumprimento da meta. De acordo com ele, atualmente já são tratados cerca de 50% do esgoto despejado na baía. MARACANÃ O secretário sinalizou que a concessionária Maracanã deve permanecer a frente da administração do estádio. Segundo ele, a empresa será a responsável pela execução das obras no Parque Aquático Julio Delamare e no Maracanãzinho prevista para a Olimpíada. "Houve um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro, mas todos os investimentos do Maracanã serão realizados pela concessionária", disse Espíndola. "O objetivo é que ela permaneça a frente do Maracanã. Vamos estudar de que forma."
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Senadores assinam documento contra PEC que muda demarcação de terras
Em um duro recado ao comando da Câmara dos Deputados e à bancada ruralista, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outros líderes da sigla, como Jader Barbalho (PA), Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE), além de expoentes do PSDB, como Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Aloysio Nunes (SP) e Álvaro Dias (PR), assinaram um texto que chama de "atentado" a iniciativa da Câmara de tentar fazer aprovar uma PEC que muda o sistema de demarcação de terras indígenas no país. A PEC 215 (Proposta de Emenda à Constituição) foi estimulada na gestão do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que autorizou a retomada de uma comissão especial para analisar a matéria. A PEC estende ao Legislativo o papel, atualmente restrito ao Executivo por meio do Ministério da Justiça e da Funai (Fundação Nacional do Índio), de localizar e demarcar terras indígenas, assim como unidades de conservação ambiental e territórios de quilombolas. O texto dos senadores que ataca a PEC, intitulado "Senadores apoiam sociedade civil contra PEC 215", foi elaborado pelo senador João Capiberibe (PSB-AP) e havia recebido até a tarde desta quarta-feira (27) a subscrição de 48 senadores, do total de 81 parlamentares da Casa. Também assinaram o documento diversos senadores do PT, como Lindbergh Farias (RJ), Gleisi Hoffmann (PR), Walter Pinheiro (BA), Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC) e José Pimentel (CE). O texto afirma que os senadores "unificaram o discurso e o posicionamento contra a PEC 215". Diz que, se aprovada, a iniciativa da Câmara "na prática vai significar a paralisação definitiva dos processos de regularização dessas áreas protegidas". "A PEC 215 não foi precedida de consulta. A confirmação de direitos de minorias não pode ficar suscetível a maiorias temporárias. A demarcação é um ato técnico e declaratório. Não há sentido em introduzir o componente político nesse ato. É incabível trazer essa matéria para o âmbito do Congresso, um equívoco político e jurídico, um atentado aos direitos dos povos indígenas", diz o texto. Capiberibe, que pessoalmente abordou alguns colegas para a coleta das assinaturas, disse que a ideia é "desestimular mesmo a iniciativa da Câmara, é uma posição política em relação a uma questão que não pode retroceder". Segundo o senador, Renan Calheiros lhe disse que, quando ministro da Justiça do governo Fernando Collor (1990-1992), trabalhou pela segurança dos índios ianomâmis, cujo território havia sido invadido por milhares de garimpeiros, daí sua opção "pela defesa dos direitos indígenas". "A PEC tramita há muitos anos, acho que desde 2002, e o Eduardo Cunha agora ressuscitou [a proposta] e gerou instabilidade entre povos indígenas e quilombolas. Mas o Parlamento não é para inventar leis, legisla em função de demandas originárias da sociedade. Não cabe ao Parlamento criar leis sem pé nem cabeça", disse Capiberibe. Segundo o senador, a transferência do poder de demarcação do Executivo para o Legislativo na prática provocaria a paralisação dos processos de demarcação, que já estão em compasso de espera desde que a ideia de aprovar a PEC começou a ser ventilada na Câmara. "Na mesa da presidente Dilma hoje estão 20 áreas indígenas só aguardando a decisão presidencial , que está sendo postergada", disse o senador. Quando a comissão especial foi reativada na Câmara para discutir o assunto, em fevereiro, Cunha afirmou que não cabia a ele recusar o pedido formulado pela bancada ruralista. "Não tenho poder ou competência legal para acabar com a PEC 215 ou nenhuma outra PEC. Tenho de cumprir o Regimento [da Câmara]", disse Cunha, na época. Ele também negou que a retomada da PEC houvesse sido negociada com os ruralistas quando de sua eleição à presidência da Casa, em fevereiro. Os defensores da PEC 215 afirmam que a transferência do poder demarcatório para o Legislativo é necessária para equilibrar o poder da Funai, a quem acusam de não manter critérios rigorosos na identificação das terras indígenas.
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Senadores assinam documento contra PEC que muda demarcação de terrasEm um duro recado ao comando da Câmara dos Deputados e à bancada ruralista, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outros líderes da sigla, como Jader Barbalho (PA), Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE), além de expoentes do PSDB, como Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Aloysio Nunes (SP) e Álvaro Dias (PR), assinaram um texto que chama de "atentado" a iniciativa da Câmara de tentar fazer aprovar uma PEC que muda o sistema de demarcação de terras indígenas no país. A PEC 215 (Proposta de Emenda à Constituição) foi estimulada na gestão do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que autorizou a retomada de uma comissão especial para analisar a matéria. A PEC estende ao Legislativo o papel, atualmente restrito ao Executivo por meio do Ministério da Justiça e da Funai (Fundação Nacional do Índio), de localizar e demarcar terras indígenas, assim como unidades de conservação ambiental e territórios de quilombolas. O texto dos senadores que ataca a PEC, intitulado "Senadores apoiam sociedade civil contra PEC 215", foi elaborado pelo senador João Capiberibe (PSB-AP) e havia recebido até a tarde desta quarta-feira (27) a subscrição de 48 senadores, do total de 81 parlamentares da Casa. Também assinaram o documento diversos senadores do PT, como Lindbergh Farias (RJ), Gleisi Hoffmann (PR), Walter Pinheiro (BA), Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC) e José Pimentel (CE). O texto afirma que os senadores "unificaram o discurso e o posicionamento contra a PEC 215". Diz que, se aprovada, a iniciativa da Câmara "na prática vai significar a paralisação definitiva dos processos de regularização dessas áreas protegidas". "A PEC 215 não foi precedida de consulta. A confirmação de direitos de minorias não pode ficar suscetível a maiorias temporárias. A demarcação é um ato técnico e declaratório. Não há sentido em introduzir o componente político nesse ato. É incabível trazer essa matéria para o âmbito do Congresso, um equívoco político e jurídico, um atentado aos direitos dos povos indígenas", diz o texto. Capiberibe, que pessoalmente abordou alguns colegas para a coleta das assinaturas, disse que a ideia é "desestimular mesmo a iniciativa da Câmara, é uma posição política em relação a uma questão que não pode retroceder". Segundo o senador, Renan Calheiros lhe disse que, quando ministro da Justiça do governo Fernando Collor (1990-1992), trabalhou pela segurança dos índios ianomâmis, cujo território havia sido invadido por milhares de garimpeiros, daí sua opção "pela defesa dos direitos indígenas". "A PEC tramita há muitos anos, acho que desde 2002, e o Eduardo Cunha agora ressuscitou [a proposta] e gerou instabilidade entre povos indígenas e quilombolas. Mas o Parlamento não é para inventar leis, legisla em função de demandas originárias da sociedade. Não cabe ao Parlamento criar leis sem pé nem cabeça", disse Capiberibe. Segundo o senador, a transferência do poder de demarcação do Executivo para o Legislativo na prática provocaria a paralisação dos processos de demarcação, que já estão em compasso de espera desde que a ideia de aprovar a PEC começou a ser ventilada na Câmara. "Na mesa da presidente Dilma hoje estão 20 áreas indígenas só aguardando a decisão presidencial , que está sendo postergada", disse o senador. Quando a comissão especial foi reativada na Câmara para discutir o assunto, em fevereiro, Cunha afirmou que não cabia a ele recusar o pedido formulado pela bancada ruralista. "Não tenho poder ou competência legal para acabar com a PEC 215 ou nenhuma outra PEC. Tenho de cumprir o Regimento [da Câmara]", disse Cunha, na época. Ele também negou que a retomada da PEC houvesse sido negociada com os ruralistas quando de sua eleição à presidência da Casa, em fevereiro. Os defensores da PEC 215 afirmam que a transferência do poder demarcatório para o Legislativo é necessária para equilibrar o poder da Funai, a quem acusam de não manter critérios rigorosos na identificação das terras indígenas.
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Novo banco dos Brics em Xangai quer desafiar grandes instituições
O novo banco de desenvolvimento dos Brics foi lançado formalmente em Xangai na terça-feira, com representantes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e quer desafiar instituições como o Banco Mundial, por meio de operações mais ágeis e rápidas. A inauguração da instituição, cujo nome oficial é Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), surge menos de um mês depois do lançamento do Banco de Desenvolvimento da Infraestrutura Asiática (AIIB), liderado pela China, cujo objetivo também é criar uma instituição paralela de investimento mundial na qual os países em desenvolvimento tenham mais influência. Ainda que conte com apenas cinco membros fundadores, ante 57 para o AIIB, o NDB terá capital inicial de US$ 100 bilhões, o mesmo que o AIIB. Os cinco países terão cotas votantes em quantidade igual. "Acreditamos que as necessidades de financiamento da Ásia na área de infraestrutura sejam tão vastas que haja facilmente espaço para dois de nós, e de fato para muito mais instituições", disse KV Kamath, presidente do NDB e antigo executivo do ICICI, o maior banco privado indiano. Mas ao contrário do AIIB, o NDB não se limitará à Ásia. Excluindo a África do Sul, os quatro países originais do grupo Bric compreendem mais de 40% da população do planeta, um quarto de sua área terrestre e mais de 25% do produto mundial bruto. Kamath e Lou Jiwei, ministro das Finanças chinês, foram cuidadosos em não criticar o Banco Mundial, o Banco de Desenvolvimento Asiático e as demais instituições existentes, na terça-feira. Mas deixaram claro que acreditam que o NDB possa melhorar as normas vigentes. "O banco colocará mais ênfase nas necessidades dos países em desenvolvimento, terá mais respeito pela situação nacional dos países em desenvolvimento e incorporará de maneira mais plena os valores dos países em desenvolvimento", disse Lou. "O desenvolvimento é um processo dinâmico. Não há algo que possa definir como 'as melhores práticas'". Kamarth prometeu que o banco deixaria de lado "as melhores práticas" e buscaria "as práticas do futuro", acrescentando que o sistema tradicional de financiamento ao desenvolvimento era muitas vezes "rígido, inflexível e lento demais". "Da perspectiva do país que capta os recursos, esses aspectos são grandes entraves ao crescimento", afirmou. O banco pretende desembolsar seus primeiros empréstimos em abril do ano que vem. Em mensagem gravada, lorde Nicholas Stern, professor da London School of Economics, recordou o momento em que ele e Joseph Stiglitz, antigo economista chefe do Banco Mundial, conceberam a ideia de um banco dos Brics, em Davos, 2011, como forma de os mercados emergentes com grandes superávits comerciais reciclarem esse dinheiro na forma de investimentos produtivos em seus países. A ideia foi formalmente discutida pela primeira vez em uma conferência de cúpula do grupo Brics no ano seguinte, e os termos de acordo foram assinados em julho do ano passado. Os analistas concordam em que a lógica econômica da instituição é sólida, mas alguns alertam que as tensões geopolíticas entre os membros do grupo Brics podem interferir na operação lisa do NDB. Eles apontam que, enquanto o AIIB teve seu lançamento oficial menos de dois anos depois de o presidente chinês Xi Jinping apresentar a proposta original, em outubro de 2013, o banco dos Brics demorou mais de quatro anos para iniciar suas operações. Uma das causas de atraso foram negociações quanto a onde instalar a sede do banco. Os líderes chineses esperam que sua presença em Xangai ajude a realizar as ambições da cidade quanto a se tornar um centro financeiro mundial até 2020. Mas Kamath disse que não via sinais de brigas políticas. "Se você escutou as posições de todos os países membros e depois decidiu o que se pode e o que não se pode fazer, disputas não deverão ser problema", ele disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Novo banco dos Brics em Xangai quer desafiar grandes instituiçõesO novo banco de desenvolvimento dos Brics foi lançado formalmente em Xangai na terça-feira, com representantes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e quer desafiar instituições como o Banco Mundial, por meio de operações mais ágeis e rápidas. A inauguração da instituição, cujo nome oficial é Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), surge menos de um mês depois do lançamento do Banco de Desenvolvimento da Infraestrutura Asiática (AIIB), liderado pela China, cujo objetivo também é criar uma instituição paralela de investimento mundial na qual os países em desenvolvimento tenham mais influência. Ainda que conte com apenas cinco membros fundadores, ante 57 para o AIIB, o NDB terá capital inicial de US$ 100 bilhões, o mesmo que o AIIB. Os cinco países terão cotas votantes em quantidade igual. "Acreditamos que as necessidades de financiamento da Ásia na área de infraestrutura sejam tão vastas que haja facilmente espaço para dois de nós, e de fato para muito mais instituições", disse KV Kamath, presidente do NDB e antigo executivo do ICICI, o maior banco privado indiano. Mas ao contrário do AIIB, o NDB não se limitará à Ásia. Excluindo a África do Sul, os quatro países originais do grupo Bric compreendem mais de 40% da população do planeta, um quarto de sua área terrestre e mais de 25% do produto mundial bruto. Kamath e Lou Jiwei, ministro das Finanças chinês, foram cuidadosos em não criticar o Banco Mundial, o Banco de Desenvolvimento Asiático e as demais instituições existentes, na terça-feira. Mas deixaram claro que acreditam que o NDB possa melhorar as normas vigentes. "O banco colocará mais ênfase nas necessidades dos países em desenvolvimento, terá mais respeito pela situação nacional dos países em desenvolvimento e incorporará de maneira mais plena os valores dos países em desenvolvimento", disse Lou. "O desenvolvimento é um processo dinâmico. Não há algo que possa definir como 'as melhores práticas'". Kamarth prometeu que o banco deixaria de lado "as melhores práticas" e buscaria "as práticas do futuro", acrescentando que o sistema tradicional de financiamento ao desenvolvimento era muitas vezes "rígido, inflexível e lento demais". "Da perspectiva do país que capta os recursos, esses aspectos são grandes entraves ao crescimento", afirmou. O banco pretende desembolsar seus primeiros empréstimos em abril do ano que vem. Em mensagem gravada, lorde Nicholas Stern, professor da London School of Economics, recordou o momento em que ele e Joseph Stiglitz, antigo economista chefe do Banco Mundial, conceberam a ideia de um banco dos Brics, em Davos, 2011, como forma de os mercados emergentes com grandes superávits comerciais reciclarem esse dinheiro na forma de investimentos produtivos em seus países. A ideia foi formalmente discutida pela primeira vez em uma conferência de cúpula do grupo Brics no ano seguinte, e os termos de acordo foram assinados em julho do ano passado. Os analistas concordam em que a lógica econômica da instituição é sólida, mas alguns alertam que as tensões geopolíticas entre os membros do grupo Brics podem interferir na operação lisa do NDB. Eles apontam que, enquanto o AIIB teve seu lançamento oficial menos de dois anos depois de o presidente chinês Xi Jinping apresentar a proposta original, em outubro de 2013, o banco dos Brics demorou mais de quatro anos para iniciar suas operações. Uma das causas de atraso foram negociações quanto a onde instalar a sede do banco. Os líderes chineses esperam que sua presença em Xangai ajude a realizar as ambições da cidade quanto a se tornar um centro financeiro mundial até 2020. Mas Kamath disse que não via sinais de brigas políticas. "Se você escutou as posições de todos os países membros e depois decidiu o que se pode e o que não se pode fazer, disputas não deverão ser problema", ele disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Equipe econômica já se prepara para a segunda onda de pressão política
Definido o valor do corte de gastos e aprovadas as medidas do ajuste fiscal no Congresso, a equipe econômica já se prepara para uma onda de pressões no meio do ano, diante da retração da atividade econômica do país. Até agora, as equipes de Joaquim Levy (Fazenda) e Alexandre Tombini (Banco Central) vivem mais um período de trégua do que de críticas dentro do governo, já que a prioridade é corrigir o rumo da política econômica brasileira para resgatar a confiança dos investidores. Mas a tendência, na avaliação da equipe de Tombini e Levy, é que os ventos mudem e a artilharia contra a atual política econômica –focada em ajuste fiscal e aperto nos juros– cresça quando aumentar a sensação de que a economia "está no chão" e o desemprego em alta. Segundo um assessor presidencial, isto vai acontecer no momento em que a inflação começar a cair, a partir de maio, e o ajuste fiscal já estiver implementado, estimulando a ala política do governo a pedir flexibilização no receituário ortodoxo. Aí, a equipe econômica será alvo de pressões principalmente para afrouxar a política monetária e também para liberar gastos públicos para tentar reverter o quadro de desaceleração da economia. No Palácio do Planalto, o maior pesadelo da ala política é que as estimativas mais pessimistas do mercado se confirmem e a retração da economia brasileira chegue aos 2% neste ano. ÂNCORA A equipe econômica não acredita num recuo desta magnitude. Diz que essa possibilidade "não existe" e trabalha com algo mais na casa de 1%, o que já será uma desaceleração forte, suficiente para despertar dentro do Planalto as primeiras críticas, ainda um pouco tímidas, ao aperto monetário do BC. Críticas que devem aumentar porque a equipe de Tombini já sinalizou que seguirá subindo a taxa de juros, hoje em 13,25% ao ano, mesmo num momento de forte retração da economia. O BC tem sinalizado que, neste momento, seu foco é levar a inflação para o centro da meta de 4,5% ao final de 2016. E que não pretende ceder à artilharia, quando ela aumentar, por considerar que se não conseguir ancorar as expectativas nesta direção nos próximos meses perderá novamente a batalha. Os problemas do governo, contudo, não estão restritos à condução da política econômica. Outro pesadelo a atormentar a equipe de Dilma são os reflexos da Operação Lava Jato sobre a saúde financeira das empreiteiras. A cada novidade nas investigações, como a delação de Ricardo Pessoa, da UTC, aumenta o risco de quebradeira no setor. Um complicador a mais para a fraca atividade econômica do país e para o futuro do plano de concessões que Dilma vai lançar para tirar o país do chão.
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Equipe econômica já se prepara para a segunda onda de pressão políticaDefinido o valor do corte de gastos e aprovadas as medidas do ajuste fiscal no Congresso, a equipe econômica já se prepara para uma onda de pressões no meio do ano, diante da retração da atividade econômica do país. Até agora, as equipes de Joaquim Levy (Fazenda) e Alexandre Tombini (Banco Central) vivem mais um período de trégua do que de críticas dentro do governo, já que a prioridade é corrigir o rumo da política econômica brasileira para resgatar a confiança dos investidores. Mas a tendência, na avaliação da equipe de Tombini e Levy, é que os ventos mudem e a artilharia contra a atual política econômica –focada em ajuste fiscal e aperto nos juros– cresça quando aumentar a sensação de que a economia "está no chão" e o desemprego em alta. Segundo um assessor presidencial, isto vai acontecer no momento em que a inflação começar a cair, a partir de maio, e o ajuste fiscal já estiver implementado, estimulando a ala política do governo a pedir flexibilização no receituário ortodoxo. Aí, a equipe econômica será alvo de pressões principalmente para afrouxar a política monetária e também para liberar gastos públicos para tentar reverter o quadro de desaceleração da economia. No Palácio do Planalto, o maior pesadelo da ala política é que as estimativas mais pessimistas do mercado se confirmem e a retração da economia brasileira chegue aos 2% neste ano. ÂNCORA A equipe econômica não acredita num recuo desta magnitude. Diz que essa possibilidade "não existe" e trabalha com algo mais na casa de 1%, o que já será uma desaceleração forte, suficiente para despertar dentro do Planalto as primeiras críticas, ainda um pouco tímidas, ao aperto monetário do BC. Críticas que devem aumentar porque a equipe de Tombini já sinalizou que seguirá subindo a taxa de juros, hoje em 13,25% ao ano, mesmo num momento de forte retração da economia. O BC tem sinalizado que, neste momento, seu foco é levar a inflação para o centro da meta de 4,5% ao final de 2016. E que não pretende ceder à artilharia, quando ela aumentar, por considerar que se não conseguir ancorar as expectativas nesta direção nos próximos meses perderá novamente a batalha. Os problemas do governo, contudo, não estão restritos à condução da política econômica. Outro pesadelo a atormentar a equipe de Dilma são os reflexos da Operação Lava Jato sobre a saúde financeira das empreiteiras. A cada novidade nas investigações, como a delação de Ricardo Pessoa, da UTC, aumenta o risco de quebradeira no setor. Um complicador a mais para a fraca atividade econômica do país e para o futuro do plano de concessões que Dilma vai lançar para tirar o país do chão.
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Ópera 'Elektra' mostra bom som, dinâmica e clareza
A grave crise institucional no Theatro Municipal —que culminou com a demissão do maestro titular e diretor artístico John Neschling no mês passado— parece não abalar músicos e coralistas da casa. Na ópera "Elektra", de Richard Strauss (1864-1949), talvez a produção mais importante da excessivamente enxuta temporada 2016 (basta dizer que esta é apenas a terceira montagem do ano até aqui), os corpos estáveis garantiram o êxito. É uma música difícil de fazer, e a Orquestra Sinfônica Municipal mostrou que está em grande forma. Som bonito, ampla dinâmica, clareza rítmica, além de homogeneidade em todos os naipes. O mesmo para o Coro Lírico, dirigido por Bruno Facio. Assumir a partitura de Strauss em cima da hora não seria tarefa fácil mesmo para um regente experiente, o que acentua as qualidades do jovem Eduardo Strausser (nascido em 1985), que havia sido assistente de Neschling. Na quarta (12) a soprano dinamarquesa Eva Johansson fez o papel de Elektra com fluência e amplo domínio cênico, mas também com algum esforço vocal diante da pesada massa de instrumentos. Melanie Diener sobrou como a irmã Crisótemis e o baixo Johmi Steinberg como o irmão Orestes. A mezzo-soprano Susanne Resmark esteve atenta às oscilações psicológicas de Clitemnestra, a mãe. A direção cênica de Livia Sabag (amparada por cenografia de Nicolàs Boni, figurinos de Fábio Namatame e iluminação de Caetano Vilela) é eficiente e atenta à música. O palco é dividido em dois andares, com quatro ambientes fixos visíveis o tempo todo. Eventualmente algumas projeções —quase gratuitas— são superpostas à cena. "Se eu não escutei? Se eu não escutei a música? Mas ela vem de mim", diz Elektra quase no final do excepcional texto do poeta Hugo von Hofmannsthal (1874-1929). De fato, a protagonista nunca sai de cena. Essa identidade entre "Elektra", a ópera, e Elektra, a personagem, está também na música de Strauss. Em sua entrada, ao pronunciar pausadamente "Agamêmnon!" —o nome do pai assassinado pela mãe e seu amante—, reflete as notas iniciais da orquestra, ré-lá-fá-ré. Seguindo os passos de Wagner (1813-83), Strauss identifica personagens com "leitmotive" (motivos condutores), figuras sonoras individualizadas manipuladas ao longo do drama. Strauss e Hofmannsthal superpõem virtuosisticamente música e texto de mãe, filha e irmã. Mas a obsessão de Elektra contamina tudo, permite cogitar que talvez não haja, no palco, nada além de seu ódio e solidão. ELEKTRA QUANDO sáb. (15), ter. (18) e qui. (20) às 20h; dom. (16), às 17h ONDE Theatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, tel. (11) 3053-2090 QUANTO R$ 50 a R$ 160 CLASSIFICAÇÃO 10 anos
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Ópera 'Elektra' mostra bom som, dinâmica e clarezaA grave crise institucional no Theatro Municipal —que culminou com a demissão do maestro titular e diretor artístico John Neschling no mês passado— parece não abalar músicos e coralistas da casa. Na ópera "Elektra", de Richard Strauss (1864-1949), talvez a produção mais importante da excessivamente enxuta temporada 2016 (basta dizer que esta é apenas a terceira montagem do ano até aqui), os corpos estáveis garantiram o êxito. É uma música difícil de fazer, e a Orquestra Sinfônica Municipal mostrou que está em grande forma. Som bonito, ampla dinâmica, clareza rítmica, além de homogeneidade em todos os naipes. O mesmo para o Coro Lírico, dirigido por Bruno Facio. Assumir a partitura de Strauss em cima da hora não seria tarefa fácil mesmo para um regente experiente, o que acentua as qualidades do jovem Eduardo Strausser (nascido em 1985), que havia sido assistente de Neschling. Na quarta (12) a soprano dinamarquesa Eva Johansson fez o papel de Elektra com fluência e amplo domínio cênico, mas também com algum esforço vocal diante da pesada massa de instrumentos. Melanie Diener sobrou como a irmã Crisótemis e o baixo Johmi Steinberg como o irmão Orestes. A mezzo-soprano Susanne Resmark esteve atenta às oscilações psicológicas de Clitemnestra, a mãe. A direção cênica de Livia Sabag (amparada por cenografia de Nicolàs Boni, figurinos de Fábio Namatame e iluminação de Caetano Vilela) é eficiente e atenta à música. O palco é dividido em dois andares, com quatro ambientes fixos visíveis o tempo todo. Eventualmente algumas projeções —quase gratuitas— são superpostas à cena. "Se eu não escutei? Se eu não escutei a música? Mas ela vem de mim", diz Elektra quase no final do excepcional texto do poeta Hugo von Hofmannsthal (1874-1929). De fato, a protagonista nunca sai de cena. Essa identidade entre "Elektra", a ópera, e Elektra, a personagem, está também na música de Strauss. Em sua entrada, ao pronunciar pausadamente "Agamêmnon!" —o nome do pai assassinado pela mãe e seu amante—, reflete as notas iniciais da orquestra, ré-lá-fá-ré. Seguindo os passos de Wagner (1813-83), Strauss identifica personagens com "leitmotive" (motivos condutores), figuras sonoras individualizadas manipuladas ao longo do drama. Strauss e Hofmannsthal superpõem virtuosisticamente música e texto de mãe, filha e irmã. Mas a obsessão de Elektra contamina tudo, permite cogitar que talvez não haja, no palco, nada além de seu ódio e solidão. ELEKTRA QUANDO sáb. (15), ter. (18) e qui. (20) às 20h; dom. (16), às 17h ONDE Theatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, tel. (11) 3053-2090 QUANTO R$ 50 a R$ 160 CLASSIFICAÇÃO 10 anos
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China corta taxa de compulsório de bancos para impulsionar crescimento
O banco central da China cortou o volume de dinheiro que os bancos devem manter como reservas nesta quarta-feira (4), o primeiro corte abrangente para o setor em mais de dois anos e meio, conforme aumenta esforços para fortalecer o crescimento da segunda maior economia do mundo. A medida, que surge menos de três meses após a China também ter cortado a taxa de juros pela primeira vez em mais de dois anos, era amplamente esperada por investidores, que apostavam que a política monetária teria que ser afrouxada ainda mais para elevar o crescimento econômico de uma mínima de 24 anos. A taxa de compulsório será reduzida em 0,5 ponto percentual, disse o Banco do Povo da China num comunicado em seu website. O corte entrará em vigor a partir de 5 de fevereiro e levará a taxa de compulsório para grandes bancos a 19,5%. "A medida ficou em linha com as expectativas", disse o economista sênior do Minsheng Bank Wen Bin. "Os fluxos de saída de capital e a depreciação do iuan levaram a vendas cambiais líquidas nos últimos meses. O banco central tem tentado usar ferramentas de política monetária de curto prazo para injetar mais liquidez, mas estas ferramentas parecem não ser o suficiente, então o BC tem de cortar o compulsório". Ele disse que não espera mais medidas de política monetária no primeiro trimestre. Salientando as preocupações do governo chinês sobre o enfraquecimento do crescimento econômico, o banco central disse que a taxa de compulsório será reduzida em mais 0,5 ponto percentual para bancos comerciais urbanos e rurais que emprestam a companhias de pequeno e médio portes. A taxa de compulsório para o Banco de Desenvolvimento Agrícola da China, um banco que empresta sob ordens do governo para apoiar suas políticas, será cortado em mais 4 pontos percentuais, disse o banco central. Alguns analistas disseram que o mais recente afrouxamento da política monetária pode ter sido incentivado pela pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial do gigantesco setor industrial chinês, que mostrou que ele encolheu inesperadamente pela primeira vez em dois anos e meio em janeiro. "O principal motivo foi que o PMI veio muito abaixo do esperado em janeiro, então se não houver mais reação de política monetária, muito provavelmente o crescimento do PIB da China no primeiro trimestre pode cair abaixo de 7%", disse o economista do ANZ Liu Li-gang. A China cortou a taxa de compulsório para alguns bancos no começo deste ano, mas esta foi a primeira mudança generalizada na taxa desde um corte de 0,5 ponto percentual feito em maio de 2012. Ele foi adotado depois que o banco central anunciou um corte inesperado na taxa de juros referencial em novembro, após uma série de dados mostraram perda de ímpeto da economia. O crescimento econômico da China desacelerou para 7,4% em 2014, nível mais fraco em 24 anos, ante 7,7% em 2013. A economia enfrenta dificuldades em 2015 já que persiste uma desaceleração no mercado imobiliário ao mesmo tempo em que companhias continuarão a enfrentar dificuldades para pagar dívidas e a demanda por exportação pode permanecer errática. Analistas consultados pela Reuters em janeiro esperavam que o crescimento econômico caia mais este ano para cerca de 7%.
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China corta taxa de compulsório de bancos para impulsionar crescimentoO banco central da China cortou o volume de dinheiro que os bancos devem manter como reservas nesta quarta-feira (4), o primeiro corte abrangente para o setor em mais de dois anos e meio, conforme aumenta esforços para fortalecer o crescimento da segunda maior economia do mundo. A medida, que surge menos de três meses após a China também ter cortado a taxa de juros pela primeira vez em mais de dois anos, era amplamente esperada por investidores, que apostavam que a política monetária teria que ser afrouxada ainda mais para elevar o crescimento econômico de uma mínima de 24 anos. A taxa de compulsório será reduzida em 0,5 ponto percentual, disse o Banco do Povo da China num comunicado em seu website. O corte entrará em vigor a partir de 5 de fevereiro e levará a taxa de compulsório para grandes bancos a 19,5%. "A medida ficou em linha com as expectativas", disse o economista sênior do Minsheng Bank Wen Bin. "Os fluxos de saída de capital e a depreciação do iuan levaram a vendas cambiais líquidas nos últimos meses. O banco central tem tentado usar ferramentas de política monetária de curto prazo para injetar mais liquidez, mas estas ferramentas parecem não ser o suficiente, então o BC tem de cortar o compulsório". Ele disse que não espera mais medidas de política monetária no primeiro trimestre. Salientando as preocupações do governo chinês sobre o enfraquecimento do crescimento econômico, o banco central disse que a taxa de compulsório será reduzida em mais 0,5 ponto percentual para bancos comerciais urbanos e rurais que emprestam a companhias de pequeno e médio portes. A taxa de compulsório para o Banco de Desenvolvimento Agrícola da China, um banco que empresta sob ordens do governo para apoiar suas políticas, será cortado em mais 4 pontos percentuais, disse o banco central. Alguns analistas disseram que o mais recente afrouxamento da política monetária pode ter sido incentivado pela pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial do gigantesco setor industrial chinês, que mostrou que ele encolheu inesperadamente pela primeira vez em dois anos e meio em janeiro. "O principal motivo foi que o PMI veio muito abaixo do esperado em janeiro, então se não houver mais reação de política monetária, muito provavelmente o crescimento do PIB da China no primeiro trimestre pode cair abaixo de 7%", disse o economista do ANZ Liu Li-gang. A China cortou a taxa de compulsório para alguns bancos no começo deste ano, mas esta foi a primeira mudança generalizada na taxa desde um corte de 0,5 ponto percentual feito em maio de 2012. Ele foi adotado depois que o banco central anunciou um corte inesperado na taxa de juros referencial em novembro, após uma série de dados mostraram perda de ímpeto da economia. O crescimento econômico da China desacelerou para 7,4% em 2014, nível mais fraco em 24 anos, ante 7,7% em 2013. A economia enfrenta dificuldades em 2015 já que persiste uma desaceleração no mercado imobiliário ao mesmo tempo em que companhias continuarão a enfrentar dificuldades para pagar dívidas e a demanda por exportação pode permanecer errática. Analistas consultados pela Reuters em janeiro esperavam que o crescimento econômico caia mais este ano para cerca de 7%.
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Mostra da Pinacoteca mantém preconceito com gueto negro
Só depois de 51 anos de sua inauguração, em 1905, é que a Pinacoteca do Estado recebeu a primeira obra de um artista negro. Foi o autorretrato de Arthur Timótheo da Costa (1882-1922), realizado em 1908, mas doado à instituição somente em 1956. Morto antes, o artista carioca que estudou na Escola Nacional de Belas Artes nunca soube de sua inserção no circuito paulista institucional. Compensar políticas públicas de discriminação é sem dúvida louvável, mas a mostra "Territórios: Artistas Afrodescendentes no Acervo da Pinacoteca" busca essa função por meio de uma estratégia bastante questionável. Em cartaz na Estação Pinacoteca e organizada pelo diretor da instituição, Tadeu Chiarelli, a mostra, que tem no autorretrato de Timótheo da Costa um dos pontos altos, mantém no gueto a produção dos que sofreram a escravidão e a discriminação. Afinal, será correto manter em um rótulo racial a prática artística? Além do mais, ao destacar na mostra 106 obras de afrodescendentes, quando o total do acervo alcança mais de 7.000 peças, o que se vê de fato é apenas uma parcela ínfima de sua coleção. Se a mostra ao menos problematizasse essa questão de forma mais direta, ao apresentar estatísticas de quantas retrospectivas de afrodescendentes foram realizadas na última década, em quantas exposições recentes esses artistas tomaram parte ou quantas obras foram adquiridas em proporção a outras etnias, a mostra ganharia um componente político mais realista. No entanto, simplesmente expor obras a partir de eixos um tanto neutros, como Matrizes Ocidentais, Matrizes Africanas e Matrizes Contemporâneas, sem contextualizar de fato essa produção, leva a mostra a simplesmente valorizar um artista pela sua cor e não pela sua qualidade. É justamente esse tipo de operação que mantém o preconceito, ao invés de realizar a inserção dos que por tanto tempo vivem discriminados. Contraditoriamente, a Pinacoteca possui um caráter excepcional em sua trajetória, já que teve como diretor por dez anos (1992-2002) Emanoel Araújo, que saiu da instituição para criar o Museu Afro Brasil. Também artista, Araújo é justamente homenageado na mostra com a exibição de um conjunto de 13 obras suas, ao lado de outro grupo significativo de Rubem Valentim, com 25 trabalhos. Ao final, contudo, a mostra parece mais uma ação de marketing politicamente correto do que uma efetiva política institucional ao longo da centenária história da Pinacoteca e, como toda ação de marketing, acaba sendo por demais simplista. TERRITÓRIOS: ARTISTAS AFRODESCENDENTES NO ACERVO DA PINACOTECA QUANDO: de ter. a dom., das 10h às 18h (a partir de 4/1/2016: de qua. a seg., das 10h às 18h); até 17/4; fechado nos dias 24, 25 e 31/12 e 1º/1/2016 ONDE: Estação Pinacoteca, largo General Osório, 66, tel. (11) 3335-4990 QUANTO: R$ 6
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Mostra da Pinacoteca mantém preconceito com gueto negroSó depois de 51 anos de sua inauguração, em 1905, é que a Pinacoteca do Estado recebeu a primeira obra de um artista negro. Foi o autorretrato de Arthur Timótheo da Costa (1882-1922), realizado em 1908, mas doado à instituição somente em 1956. Morto antes, o artista carioca que estudou na Escola Nacional de Belas Artes nunca soube de sua inserção no circuito paulista institucional. Compensar políticas públicas de discriminação é sem dúvida louvável, mas a mostra "Territórios: Artistas Afrodescendentes no Acervo da Pinacoteca" busca essa função por meio de uma estratégia bastante questionável. Em cartaz na Estação Pinacoteca e organizada pelo diretor da instituição, Tadeu Chiarelli, a mostra, que tem no autorretrato de Timótheo da Costa um dos pontos altos, mantém no gueto a produção dos que sofreram a escravidão e a discriminação. Afinal, será correto manter em um rótulo racial a prática artística? Além do mais, ao destacar na mostra 106 obras de afrodescendentes, quando o total do acervo alcança mais de 7.000 peças, o que se vê de fato é apenas uma parcela ínfima de sua coleção. Se a mostra ao menos problematizasse essa questão de forma mais direta, ao apresentar estatísticas de quantas retrospectivas de afrodescendentes foram realizadas na última década, em quantas exposições recentes esses artistas tomaram parte ou quantas obras foram adquiridas em proporção a outras etnias, a mostra ganharia um componente político mais realista. No entanto, simplesmente expor obras a partir de eixos um tanto neutros, como Matrizes Ocidentais, Matrizes Africanas e Matrizes Contemporâneas, sem contextualizar de fato essa produção, leva a mostra a simplesmente valorizar um artista pela sua cor e não pela sua qualidade. É justamente esse tipo de operação que mantém o preconceito, ao invés de realizar a inserção dos que por tanto tempo vivem discriminados. Contraditoriamente, a Pinacoteca possui um caráter excepcional em sua trajetória, já que teve como diretor por dez anos (1992-2002) Emanoel Araújo, que saiu da instituição para criar o Museu Afro Brasil. Também artista, Araújo é justamente homenageado na mostra com a exibição de um conjunto de 13 obras suas, ao lado de outro grupo significativo de Rubem Valentim, com 25 trabalhos. Ao final, contudo, a mostra parece mais uma ação de marketing politicamente correto do que uma efetiva política institucional ao longo da centenária história da Pinacoteca e, como toda ação de marketing, acaba sendo por demais simplista. TERRITÓRIOS: ARTISTAS AFRODESCENDENTES NO ACERVO DA PINACOTECA QUANDO: de ter. a dom., das 10h às 18h (a partir de 4/1/2016: de qua. a seg., das 10h às 18h); até 17/4; fechado nos dias 24, 25 e 31/12 e 1º/1/2016 ONDE: Estação Pinacoteca, largo General Osório, 66, tel. (11) 3335-4990 QUANTO: R$ 6
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Empreendedores vão participar de desafio em barco pelo rio Amazonas
E se você pudesse transformar Manaus? A pergunta é o ponto de partida do "The Boat Challenge", um desafio que reunirá em um barco potenciais empreendedores sociais da capital do Amazonas para uma viagem cujo destino final é promover o desenvolvimento socioeconômico da cidade. A iniciativa faz parte da Coca-Cola Open Up, plataforma de inovação aberta da Coca-Cola Brasil. Durante dois dias, um navio que sai do Festival de Parintins vai subir o rio Amazonas rumo a Manaus levando a bordo um grupo disposto a desenvolver ideias e negócios nas áreas de educação, meio ambiente, geração de emprego e renda, saúde e segurança. Para participar, potenciais empreendedores inscreveram suas ideias transformadoras pelo site Abra Ideias. Os selecionados irão participar do desafio no qual vão contar com apoio de especialistas para desenhar as soluções pensadas para a capital do Amazonas. Ao final da viagem, as iniciativas mais promissoras vão entrar em um processo de aceleração no Impact Hub de Manaus, uma rede mundial de empreendedorismo, e também terão acesso a potenciais investidores. Na página do Facebook do The Boat Challenge, criada para a postagem das ideias, pipocam vídeos como o de José Júnior. "Tenho 19 anos e a minha proposta para transformar Manaus é a criação de um site, com o conceito similar ao Airbnb, mas voltado apenas para população rural de Manaus", escreveu o jovem. "A ideia envolve a geração de emprego e renda para ribeirinhos que vivem em comunidades e que possam alugar uma parte da sua casa a um turista que queira ter uma experiência real de como é viver na Amazônia." Para participar do The Boat Challenge, os interessados devem ter mais de 18 anos, morar em Manaus e ter disponibilidade para estar a bordo entre os dias 28 a 30 de junho e também para se dedicar ao desenvolvimento do projeto até dezembro. Os autores das 30 melhores ideias serão convidados a embarcar nessa experiência de empreendedorismo. A plataforma Coca-Cola Open Up integra um conjunto de ações da empresa para apoiar a construção de uma cultura empreendedora no país. "Apostamos na inovação constante e em processos mais ágeis de chegada ao mercado", diz a diretora de Inovação, Ana Cristina Maia.
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Empreendedores vão participar de desafio em barco pelo rio AmazonasE se você pudesse transformar Manaus? A pergunta é o ponto de partida do "The Boat Challenge", um desafio que reunirá em um barco potenciais empreendedores sociais da capital do Amazonas para uma viagem cujo destino final é promover o desenvolvimento socioeconômico da cidade. A iniciativa faz parte da Coca-Cola Open Up, plataforma de inovação aberta da Coca-Cola Brasil. Durante dois dias, um navio que sai do Festival de Parintins vai subir o rio Amazonas rumo a Manaus levando a bordo um grupo disposto a desenvolver ideias e negócios nas áreas de educação, meio ambiente, geração de emprego e renda, saúde e segurança. Para participar, potenciais empreendedores inscreveram suas ideias transformadoras pelo site Abra Ideias. Os selecionados irão participar do desafio no qual vão contar com apoio de especialistas para desenhar as soluções pensadas para a capital do Amazonas. Ao final da viagem, as iniciativas mais promissoras vão entrar em um processo de aceleração no Impact Hub de Manaus, uma rede mundial de empreendedorismo, e também terão acesso a potenciais investidores. Na página do Facebook do The Boat Challenge, criada para a postagem das ideias, pipocam vídeos como o de José Júnior. "Tenho 19 anos e a minha proposta para transformar Manaus é a criação de um site, com o conceito similar ao Airbnb, mas voltado apenas para população rural de Manaus", escreveu o jovem. "A ideia envolve a geração de emprego e renda para ribeirinhos que vivem em comunidades e que possam alugar uma parte da sua casa a um turista que queira ter uma experiência real de como é viver na Amazônia." Para participar do The Boat Challenge, os interessados devem ter mais de 18 anos, morar em Manaus e ter disponibilidade para estar a bordo entre os dias 28 a 30 de junho e também para se dedicar ao desenvolvimento do projeto até dezembro. Os autores das 30 melhores ideias serão convidados a embarcar nessa experiência de empreendedorismo. A plataforma Coca-Cola Open Up integra um conjunto de ações da empresa para apoiar a construção de uma cultura empreendedora no país. "Apostamos na inovação constante e em processos mais ágeis de chegada ao mercado", diz a diretora de Inovação, Ana Cristina Maia.
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Delegados entregam a ministro lista tríplice para a chefia da PF
Delegados da Polícia Federal pediram nesta quarta (1º) ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a definição de um mandato de três anos para o cargo de diretor-geral da PF e no máximo uma recondução por igual período . Os delegados também querem que seja respeitada, para a próxima nomeação de um diretor-geral, a ordem de votação de uma lista tríplice escolhida por delegados da PF, a exemplo do critério adotado desde 2003 para a Procuradoria-Geral da República. Os delegados federais que formam a lista da categoria para uma futura nomeação são Erika Mialik Marena, Rodrigo de Melo Teixeira e Marcelo Eduardo Freitas. As reivindicações foram entregues a Moraes por dirigentes da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de PF), que afirma manter 2.257 filiados. O presidente da entidade, Carlos Eduardo Sobral, disse que o ministro prometeu analisar os pleitos. "A Polícia Federal investiga atos de corrupção praticados por membros do governo que tem acesso a recursos públicos, inclusive do alto escalão. Isso pode trazer um descontentamento e gerar pressão para a destituição de um diretor-geral", disse Sobral. A escolha de uma lista tríplice para a PF é polêmica. Luís Antonio Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, que reúne os servidores da categoria diz que a votação feita pela ADPF não tem nenhum valor legal. "Essa é uma estratégia para pressionar o diretor-geral e colocar no seu lugar uma pessoa alinhada aos propósitos da associação dos delegados." Eduardo Sobral argumenta que a lista era necessária diante de uma suposta proximidade da saída do atual diretor-geral, Leandro Daiello. "O diretor-geral já vem se manifestando em conversas informais que deve sair logo após as olimpíadas. Nada mais natural que realizar o processo da lista tríplice." O diretor-geral Leandro Daiello, no entanto, nega que tenha estabelecido prazo para deixar o cargo.
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Delegados entregam a ministro lista tríplice para a chefia da PFDelegados da Polícia Federal pediram nesta quarta (1º) ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a definição de um mandato de três anos para o cargo de diretor-geral da PF e no máximo uma recondução por igual período . Os delegados também querem que seja respeitada, para a próxima nomeação de um diretor-geral, a ordem de votação de uma lista tríplice escolhida por delegados da PF, a exemplo do critério adotado desde 2003 para a Procuradoria-Geral da República. Os delegados federais que formam a lista da categoria para uma futura nomeação são Erika Mialik Marena, Rodrigo de Melo Teixeira e Marcelo Eduardo Freitas. As reivindicações foram entregues a Moraes por dirigentes da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de PF), que afirma manter 2.257 filiados. O presidente da entidade, Carlos Eduardo Sobral, disse que o ministro prometeu analisar os pleitos. "A Polícia Federal investiga atos de corrupção praticados por membros do governo que tem acesso a recursos públicos, inclusive do alto escalão. Isso pode trazer um descontentamento e gerar pressão para a destituição de um diretor-geral", disse Sobral. A escolha de uma lista tríplice para a PF é polêmica. Luís Antonio Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, que reúne os servidores da categoria diz que a votação feita pela ADPF não tem nenhum valor legal. "Essa é uma estratégia para pressionar o diretor-geral e colocar no seu lugar uma pessoa alinhada aos propósitos da associação dos delegados." Eduardo Sobral argumenta que a lista era necessária diante de uma suposta proximidade da saída do atual diretor-geral, Leandro Daiello. "O diretor-geral já vem se manifestando em conversas informais que deve sair logo após as olimpíadas. Nada mais natural que realizar o processo da lista tríplice." O diretor-geral Leandro Daiello, no entanto, nega que tenha estabelecido prazo para deixar o cargo.
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Após barrar importação, Hong Kong retira carne brasileira do mercado
Hong Kong, que no início da semana decidiu suspender suas importações de carne brasileira, anunciou nesta sexta-feira (24) a retirada da carne supostamente adulterada procedente de alguns dos 21 estabelecimentos investigados na Operação Carne Fraca. A Polícia Federal está investigando o suposto uso de ácidos na carne e a manipulação de rótulos para maquiar produtos que já não estavam aptos para o consumo. O caso afeta um setor-chave da economia do Brasil, o maior exportador do mundo de carne bovina e avícola, e em particular dois gigantes do setor, JBS e BRF. As autoridades afirmam que as exportações caíram de US$ 63 milhões diários a apenas US$ 74 mil. O secretário de Saúde de Hong Kong, Ko Wing-man, anunciou a "retirada completa de toda a carne fresca, congelada e de ave" importada das fábricas no centro da crise. "Não pudemos eliminar completamente os perigos ocultos em termos de segurança alimentar", disse Ko aos repórteres para explicar sua decisão. Ko ressaltou que seis dos frigoríficos afetados no Brasil exportaram carne a Hong Kong e disse esperar que a ação devolva a confiança aos consumidores em relação à carne brasileira não proveniente dos estabelecimentos envolvidos no escândalo. Carne brasileira no mundo Hong Kong importou carne bovina no valor de US$ 718 milhões em 2016, segundo números do governo brasileiro. Em carne de frango, os envios à China —que também decidiu suspender suas importações— e a Hong Kong representaram 20% do total, segundo dados do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços). A União Europeia também tem barrado produtos de alguns frigoríficos de carne brasileira. O Japão, o terceiro maior mercado para o frango do Brasil, impôs uma medida similar, enquanto o México suspendeu a entrada de produtos avícolas brasileiros até receber "garantias sanitárias". Por sua vez, Coreia do Sul e Argentina reforçaram seus controles. PROIBIÇÕES 'ARBITRÁRIAS' O governo do presidente Michel Temer convocou os outros 163 membros da OMC (Organização Mundial de Comércio) a não impor proibições arbitrárias à indústria da carne do Brasil, que exporta cerca de US$ 13 bilhões anuais. As autoridades brasileiras estão fazendo malabarismos para conter os danos colaterais após a explosão do escândalo. Após uma investigação de mais de dois anos, a PF revelou um sistema no qual os inspetores sanitários recebiam subornos de empresários para autorizar o comércio de carnes não aptas para o consumo humano. Desde então, ocorreram mais de 30 prisões e três frigoríficos foram fechados. O secretário de Saúde de Hong Kong explicou que a proibição total de importar carne brasileira será mantida até que "obtenhamos a garantia das autoridades brasileiras de que sua investigação se limita a estes 21 frigoríficos". Ko acrescentou que qualquer produto que estivesse chegando ao enclave chinês procedente do Brasil poderia entrar, mas permaneceria selado até o fim das investigações. Em sua carta à OMC, o Brasil insiste que lida com apenas algumas maçãs podres e que a indústria alimentar brasileira tem boa saúde. Segundo o governo, dos 11 mil funcionários do ministério da Agricultura, 2.300 trabalham como inspetores de produtos de carne e apenas 33 indivíduos estão sendo investigados por conduta imprópria. De onde vem Para onde vai
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Após barrar importação, Hong Kong retira carne brasileira do mercadoHong Kong, que no início da semana decidiu suspender suas importações de carne brasileira, anunciou nesta sexta-feira (24) a retirada da carne supostamente adulterada procedente de alguns dos 21 estabelecimentos investigados na Operação Carne Fraca. A Polícia Federal está investigando o suposto uso de ácidos na carne e a manipulação de rótulos para maquiar produtos que já não estavam aptos para o consumo. O caso afeta um setor-chave da economia do Brasil, o maior exportador do mundo de carne bovina e avícola, e em particular dois gigantes do setor, JBS e BRF. As autoridades afirmam que as exportações caíram de US$ 63 milhões diários a apenas US$ 74 mil. O secretário de Saúde de Hong Kong, Ko Wing-man, anunciou a "retirada completa de toda a carne fresca, congelada e de ave" importada das fábricas no centro da crise. "Não pudemos eliminar completamente os perigos ocultos em termos de segurança alimentar", disse Ko aos repórteres para explicar sua decisão. Ko ressaltou que seis dos frigoríficos afetados no Brasil exportaram carne a Hong Kong e disse esperar que a ação devolva a confiança aos consumidores em relação à carne brasileira não proveniente dos estabelecimentos envolvidos no escândalo. Carne brasileira no mundo Hong Kong importou carne bovina no valor de US$ 718 milhões em 2016, segundo números do governo brasileiro. Em carne de frango, os envios à China —que também decidiu suspender suas importações— e a Hong Kong representaram 20% do total, segundo dados do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços). A União Europeia também tem barrado produtos de alguns frigoríficos de carne brasileira. O Japão, o terceiro maior mercado para o frango do Brasil, impôs uma medida similar, enquanto o México suspendeu a entrada de produtos avícolas brasileiros até receber "garantias sanitárias". Por sua vez, Coreia do Sul e Argentina reforçaram seus controles. PROIBIÇÕES 'ARBITRÁRIAS' O governo do presidente Michel Temer convocou os outros 163 membros da OMC (Organização Mundial de Comércio) a não impor proibições arbitrárias à indústria da carne do Brasil, que exporta cerca de US$ 13 bilhões anuais. As autoridades brasileiras estão fazendo malabarismos para conter os danos colaterais após a explosão do escândalo. Após uma investigação de mais de dois anos, a PF revelou um sistema no qual os inspetores sanitários recebiam subornos de empresários para autorizar o comércio de carnes não aptas para o consumo humano. Desde então, ocorreram mais de 30 prisões e três frigoríficos foram fechados. O secretário de Saúde de Hong Kong explicou que a proibição total de importar carne brasileira será mantida até que "obtenhamos a garantia das autoridades brasileiras de que sua investigação se limita a estes 21 frigoríficos". Ko acrescentou que qualquer produto que estivesse chegando ao enclave chinês procedente do Brasil poderia entrar, mas permaneceria selado até o fim das investigações. Em sua carta à OMC, o Brasil insiste que lida com apenas algumas maçãs podres e que a indústria alimentar brasileira tem boa saúde. Segundo o governo, dos 11 mil funcionários do ministério da Agricultura, 2.300 trabalham como inspetores de produtos de carne e apenas 33 indivíduos estão sendo investigados por conduta imprópria. De onde vem Para onde vai
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Bolsa não sustenta alta após pesquisa sobre governo e fecha no vermelho
Depois de ter subido até 0,77% durante o dia, com o mercado repercutindo positivamente a queda no nível de aprovação do governo Dilma Rousseff (PT), o principal índice da Bolsa brasileira perdeu força e fechou esta terça-feira (21) em baixa pela terceira sessão consecutiva. O Ibovespa teve desvalorização de 0,24%, para 51.474 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,932 bilhões –abaixo da média diária do ano, de R$ 6,738 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. No mês, a média diária é de R$ 5,337 bilhões. "Os bancos perderam força e caíram, empurrando a Bolsa para baixo", disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. Este é o setor com maior peso dentro do Ibovespa. Segundo Figueredo, a baixa do segmento reflete a expectativa pela reunião de política monetária do Banco Central, na próxima semana. O diretor de assuntos internacionais do BC, Tony Volpon, afirmou nesta sessão que atingir a meta de inflação de 4,5% ao final de 2016 é factível e desejável e que o sucesso dessa abordagem já encontra reflexo na redução de expectativas para o comportamento dos preços. "A fala fez reduziu algumas expectativas para a próxima reunião do Copom de uma alta de 0,5 ponto percentual da Selic [juro básico] para um aumento de 0,25 ponto percentual da taxa, o que pode ter pesado sobre os papéis dos bancos na Bolsa", afirmou Figueredo. Atualmente o juro está em 13,75% ao ano. O Itaú viu suas ações caírem 0,84%, para R$ 30,74, enquanto o papel preferencial do Bradesco, mais negociado e sem direito a voto, perdeu 0,89%, a R$ 27,95. A alta do Ibovespa mais cedo refletiu a queda na avaliação positiva do governo para 7,7%, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça, enquanto 70,9% avaliam negativamente a gestão de Dilma. No levantamento anterior, realizado em março, 10,8% consideravam o governo ótimo ou bom, enquanto 64,8% tinham avaliação ruim ou péssima. De acordo com o novo levantamento, 20,5% consideram o governo regular, contra 23,6% em março. A aprovação pessoal da presidente variou de 18,9% para 15,3% no período. O índice de desaprovação é de 79,9% em julho ante 77,7% em março. Na pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte, o instituto MDA ouviu 2.002 pessoas entre os dias 12 e 16 de julho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. "Há uma certa divisão. Tem um grupo que acha que é importante deixar [a Dilma] 'sangrando' para o PT chegar nas próximas eleições bem enfraquecido. Outro grupo apoia o impeachment", disse Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho. "Por isso, esses dados negativos para o governo acabam tendo impacto positivo na Bolsa." Ari Santos, gerente de mesa Bovespa da H.Commcor, disse que a reação lembra os momentos das pesquisas de intenção de voto à Presidência, no ano passado. Ele alerta, no entanto, que o mercado está muito volátil e que é difícil apostar na continuidade da alta do Ibovespa. O fôlego da Bolsa brasileira também foi limitado pela cautela com a situação da Grécia na zona do euro, embora as negociações com os credores tenham avançado alguns passos. Os principais índices de ações do continente europeu fecharam em queda nesta sessão. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, tiveram desvalorização de 0,19%, para R$ 10,77. Já as ordinárias, com direito a voto, cederam 0,08%, a R$ 11,85. Ambos os ativos chegaram a ter alta de mais de 1% durante o pregão. Em sentido oposto, o papel preferencial da Vale subiu 1,46%, para R$ 14,63. Segundo a Guide Investimentos, uma revista de negócios chinesa, a Caxin, disse que o governo injetou US$ 109 bilhões em três bancos com influência nas políticas locais para tentar combater os sinais de enfraquecimento da economia. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. CÂMBIO No câmbio, o dólar caiu em relação ao real, se ajustando às altas recentes. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, recuou 1,30%, para R$ 3,174 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, perdeu 0,87%, também para R$ 3,174. Nesta terça-feira, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto -operação que equivale a uma venda futura de dólares para estender o prazo de contratos. A oferta de 6 mil papéis foi totalmente vendida por US$ 294 milhões. Nos primeiros leilões deste mês, haviam sido ofertados até 7,1 mil swaps. Mantendo a oferta de até 6 mil contratos por dia até o penúltimo dia útil do mês, o BC rolará o equivalente a US$ 6,396 bilhões ao todo, ou cerca de 60% do lote total. Se continuasse com as ofertas anteriores, a rolagem seria de 70%, como a do mês anterior. Com agências de notícias
mercado
Bolsa não sustenta alta após pesquisa sobre governo e fecha no vermelhoDepois de ter subido até 0,77% durante o dia, com o mercado repercutindo positivamente a queda no nível de aprovação do governo Dilma Rousseff (PT), o principal índice da Bolsa brasileira perdeu força e fechou esta terça-feira (21) em baixa pela terceira sessão consecutiva. O Ibovespa teve desvalorização de 0,24%, para 51.474 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,932 bilhões –abaixo da média diária do ano, de R$ 6,738 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. No mês, a média diária é de R$ 5,337 bilhões. "Os bancos perderam força e caíram, empurrando a Bolsa para baixo", disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. Este é o setor com maior peso dentro do Ibovespa. Segundo Figueredo, a baixa do segmento reflete a expectativa pela reunião de política monetária do Banco Central, na próxima semana. O diretor de assuntos internacionais do BC, Tony Volpon, afirmou nesta sessão que atingir a meta de inflação de 4,5% ao final de 2016 é factível e desejável e que o sucesso dessa abordagem já encontra reflexo na redução de expectativas para o comportamento dos preços. "A fala fez reduziu algumas expectativas para a próxima reunião do Copom de uma alta de 0,5 ponto percentual da Selic [juro básico] para um aumento de 0,25 ponto percentual da taxa, o que pode ter pesado sobre os papéis dos bancos na Bolsa", afirmou Figueredo. Atualmente o juro está em 13,75% ao ano. O Itaú viu suas ações caírem 0,84%, para R$ 30,74, enquanto o papel preferencial do Bradesco, mais negociado e sem direito a voto, perdeu 0,89%, a R$ 27,95. A alta do Ibovespa mais cedo refletiu a queda na avaliação positiva do governo para 7,7%, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça, enquanto 70,9% avaliam negativamente a gestão de Dilma. No levantamento anterior, realizado em março, 10,8% consideravam o governo ótimo ou bom, enquanto 64,8% tinham avaliação ruim ou péssima. De acordo com o novo levantamento, 20,5% consideram o governo regular, contra 23,6% em março. A aprovação pessoal da presidente variou de 18,9% para 15,3% no período. O índice de desaprovação é de 79,9% em julho ante 77,7% em março. Na pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte, o instituto MDA ouviu 2.002 pessoas entre os dias 12 e 16 de julho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. "Há uma certa divisão. Tem um grupo que acha que é importante deixar [a Dilma] 'sangrando' para o PT chegar nas próximas eleições bem enfraquecido. Outro grupo apoia o impeachment", disse Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho. "Por isso, esses dados negativos para o governo acabam tendo impacto positivo na Bolsa." Ari Santos, gerente de mesa Bovespa da H.Commcor, disse que a reação lembra os momentos das pesquisas de intenção de voto à Presidência, no ano passado. Ele alerta, no entanto, que o mercado está muito volátil e que é difícil apostar na continuidade da alta do Ibovespa. O fôlego da Bolsa brasileira também foi limitado pela cautela com a situação da Grécia na zona do euro, embora as negociações com os credores tenham avançado alguns passos. Os principais índices de ações do continente europeu fecharam em queda nesta sessão. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, tiveram desvalorização de 0,19%, para R$ 10,77. Já as ordinárias, com direito a voto, cederam 0,08%, a R$ 11,85. Ambos os ativos chegaram a ter alta de mais de 1% durante o pregão. Em sentido oposto, o papel preferencial da Vale subiu 1,46%, para R$ 14,63. Segundo a Guide Investimentos, uma revista de negócios chinesa, a Caxin, disse que o governo injetou US$ 109 bilhões em três bancos com influência nas políticas locais para tentar combater os sinais de enfraquecimento da economia. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. CÂMBIO No câmbio, o dólar caiu em relação ao real, se ajustando às altas recentes. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, recuou 1,30%, para R$ 3,174 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, perdeu 0,87%, também para R$ 3,174. Nesta terça-feira, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto -operação que equivale a uma venda futura de dólares para estender o prazo de contratos. A oferta de 6 mil papéis foi totalmente vendida por US$ 294 milhões. Nos primeiros leilões deste mês, haviam sido ofertados até 7,1 mil swaps. Mantendo a oferta de até 6 mil contratos por dia até o penúltimo dia útil do mês, o BC rolará o equivalente a US$ 6,396 bilhões ao todo, ou cerca de 60% do lote total. Se continuasse com as ofertas anteriores, a rolagem seria de 70%, como a do mês anterior. Com agências de notícias
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Cunha cairá em poucos dias, avaliam assessores de Dilma
Ministros e assessores que acompanham a presidente Dilma Rousseff na Suécia apostam que a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara acontecerá em questão de dias. A presidente chegou a Estocolmo neste sábado (17) por volta das 17h, no horário local (12h em Brasília), para dois dias de encontros com autoridades locais e empresários, incluindo uma visita à fábrica da Saab, de quem o governo brasileiro comprou 36 caças Gripen NG por US$ 4,5 bilhões (em valores atualizados). Ao chegar ao hotel na capital sueca, Dilma evitou os jornalistas. Ela estava acompanhada dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Aldo Rebelo (Defesa), Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), este último ligado ao peemedebista Eduardo Cunha. O secretário de Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, também está presente. O ministro das Comunicações, André Figueiredo, chegaria num voo separado. À espera de Dilma para embarcar na Base Aérea de Brasília na noite de sexta (16), ministros e assessores assistiram juntos à reportagem do "Jornal Nacional", da TV Globo, que mostrou os documentos enviados pela Suíça à Procuradoria-Geral da República com fotocópia do passaporte e assinatura de Cunha vinculados a contas dele em bancos suíços. Durante o voo presidencial para a Suécia, a comitiva buscou mais informações pelos jornais de sábado. A reação ao noticiário foi de "espanto", segundo um dos ministros presentes. E a análise feita por eles, durante o voo com Dilma, foi de que a situação ficou insustentável para Cunha, sobretudo porque os deputados que o bancaram até agora devem se afastar de vez diante da pressão externa. O desafio, segundo um ministro, é encontrar um nome de consenso capaz de baixar a turbulência do plenário e tocar as reformas propostas pelo governo, como a da recriação da CMPF. Um outro ministro comparou o cenário a casos como os de Renan Calheiros, Severino Cavalcanti e Jader Barbalho, que renunciaram às presidências de Câmara ou Senado em crises semelhantes. Recém empossado ministro, Celso Pansera, chamado de "pau mandado" de Eduardo Cunha pelo doleiro Alberto Youssef (delator da Operação Lava Jato), não quis se manifestar publicamente na Suécia, optando por um movimento de distanciamento do presidente da Câmara. 2 a 0 Assessores destacaram o bom humor de Dilma durante a viagem presidencial. Ao deixar sua cabine para conversar com a equipe, ela teria evitado falar do caso de Cunha e da possível saída do ministro Joaquim Levy do Ministério da Fazenda. Nas palavras de um assessor, o governo venceu a semana por "2 a 0", ao conseguir liminares no STF (Supremo Tribunal Federal) travando o rito do impeachment na Câmara e em razão das novas provas contra Cunha, um adversário considerado peça decisiva para deflagrar um processo de afastamento da presidente. Segundo auxiliares, Dilma desembarcou na Suécia disposta a amenizar as especulações sobre a saída de Joaquim Levy da Fazenda. Seu objetivo é minimizar a polêmica em torno do movimento dele para deixar o cargo no final do ano. Levy teria decidido sair em reação à pressão que sofre de dentro do PT, principalmente da ala ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da Suécia, Dilma parte na noite de segunda-feira (19) para Helsinque, na Finlândia, para compromissos com o governo local na terça-feira. A presidente deverá retornar ao Brasil na quarta (21).
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Cunha cairá em poucos dias, avaliam assessores de DilmaMinistros e assessores que acompanham a presidente Dilma Rousseff na Suécia apostam que a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara acontecerá em questão de dias. A presidente chegou a Estocolmo neste sábado (17) por volta das 17h, no horário local (12h em Brasília), para dois dias de encontros com autoridades locais e empresários, incluindo uma visita à fábrica da Saab, de quem o governo brasileiro comprou 36 caças Gripen NG por US$ 4,5 bilhões (em valores atualizados). Ao chegar ao hotel na capital sueca, Dilma evitou os jornalistas. Ela estava acompanhada dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Aldo Rebelo (Defesa), Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), este último ligado ao peemedebista Eduardo Cunha. O secretário de Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, também está presente. O ministro das Comunicações, André Figueiredo, chegaria num voo separado. À espera de Dilma para embarcar na Base Aérea de Brasília na noite de sexta (16), ministros e assessores assistiram juntos à reportagem do "Jornal Nacional", da TV Globo, que mostrou os documentos enviados pela Suíça à Procuradoria-Geral da República com fotocópia do passaporte e assinatura de Cunha vinculados a contas dele em bancos suíços. Durante o voo presidencial para a Suécia, a comitiva buscou mais informações pelos jornais de sábado. A reação ao noticiário foi de "espanto", segundo um dos ministros presentes. E a análise feita por eles, durante o voo com Dilma, foi de que a situação ficou insustentável para Cunha, sobretudo porque os deputados que o bancaram até agora devem se afastar de vez diante da pressão externa. O desafio, segundo um ministro, é encontrar um nome de consenso capaz de baixar a turbulência do plenário e tocar as reformas propostas pelo governo, como a da recriação da CMPF. Um outro ministro comparou o cenário a casos como os de Renan Calheiros, Severino Cavalcanti e Jader Barbalho, que renunciaram às presidências de Câmara ou Senado em crises semelhantes. Recém empossado ministro, Celso Pansera, chamado de "pau mandado" de Eduardo Cunha pelo doleiro Alberto Youssef (delator da Operação Lava Jato), não quis se manifestar publicamente na Suécia, optando por um movimento de distanciamento do presidente da Câmara. 2 a 0 Assessores destacaram o bom humor de Dilma durante a viagem presidencial. Ao deixar sua cabine para conversar com a equipe, ela teria evitado falar do caso de Cunha e da possível saída do ministro Joaquim Levy do Ministério da Fazenda. Nas palavras de um assessor, o governo venceu a semana por "2 a 0", ao conseguir liminares no STF (Supremo Tribunal Federal) travando o rito do impeachment na Câmara e em razão das novas provas contra Cunha, um adversário considerado peça decisiva para deflagrar um processo de afastamento da presidente. Segundo auxiliares, Dilma desembarcou na Suécia disposta a amenizar as especulações sobre a saída de Joaquim Levy da Fazenda. Seu objetivo é minimizar a polêmica em torno do movimento dele para deixar o cargo no final do ano. Levy teria decidido sair em reação à pressão que sofre de dentro do PT, principalmente da ala ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da Suécia, Dilma parte na noite de segunda-feira (19) para Helsinque, na Finlândia, para compromissos com o governo local na terça-feira. A presidente deverá retornar ao Brasil na quarta (21).
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Os 50 anos da morte de Luz del Fuego, a vedete vanguardista
RESUMO Luz del Fuego era o nome artístico da dançarina capixaba Dora Vivacqua (1917-67), que causou espécie na boêmia carioca da década de 50 com performances sensuais e relacionamentos com políticos. Partidária do naturismo, vista como precursora do feminismo e homenageada em canção por Rita Lee, ela faria cem anos em 2017. "Luz del Fuego aplaudida por 293.975 pessoas", anunciava o "Jornal dos Sports", em 15 de janeiro de 1952. Àquela altura, o espetáculo "A Fruta de Eva" estava em cartaz havia apenas um mês e meio no Rio, com sessões de terça a sexta (uma por dia), além de três aos sábados e outras três aos domingos. O "Jornal dos Sports" era só elogios. "Há números que fazem o público vibrar de tal forma que as artistas são forçadas a bisá-los", dizia o diário carioca, que tinha seção dedicada ao showbiz, com ênfase no teatro de revista e em suas vedetes. Luz era uma delas. Na casa dos 30 anos, desfrutava o auge da popularidade naquela primeira metade da década de 1950. Não era tão exuberante quanto a sua colega de palcos Virginia Lane (1920-2014), mas sabia como provocar o público com coreografias em que aparecia nua, ou quase, com cobras se enroscando em seu corpo. Numa passagem pelo viaduto do Chá, em São Paulo, a dançarina de 1,50 m foi cercada por uma multidão. Para promover um espetáculo, estava pelada, com cabelos e pelos tingidos de verde, como contam as autoras Cristina Agostinho, Branca de Paula e Maria do Carmo Brandão na biografia "Luz del Fuego - A Bailarina do Povo" (Best Seller; esgotado). Mas a casa da vedete era o Rio. Ela se tornou uma das estrelas do histórico teatro Recreio, no centro da cidade. "Havia sempre uma multidão quando ela estacionava uma caminhonete amarela diante do teatro", diz Luiz Carlos Issa, jornalista que fez a última entrevista com Luz, publicada na revista "O Cruzeiro". Walter Pinto, o Midas do teatro de revista da época, sabia bem como organizar seu elenco de musas. Lane, por exemplo, encarnava as personagens maliciosas, e Mara Rúbia (1918-91), as inocentes. A Luz cabia instigar o público com uma sensualidade temperada por exotismo. Mas não só. Era também impetuosa fora dos tablados, alardeando opiniões contundentes para a época. Nos anos 50, defendia o divórcio, duas décadas antes de ele ser instituído no país. Walter Pinto deu a ela aparato para que obtivesse mais êxito de público, mas Luz não era uma persona artística lapidada pelo produtor. Seu estilo abusado, em que argúcia e ousadia conviviam com vulgaridade, havia surgido décadas antes. JIBOIAS Dora Vivacqua nasceu numa segunda-feira de Carnaval, em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Veio ao mundo em 21 de fevereiro de 1917, há cem anos. Antes dela, o casal Antônio e Etelvina Vivacqua havia tido 14 filhos. Influente no Espírito Santo, a família incluía políticos, empresários e intelectuais. Em comum entre eles, a fidelidade à Igreja Católica. Logo nos primeiros anos, Dora já revelava modos atípicos. Divertia-se com animais incomuns, o que ficou evidente após a visita a um serpentário em Belo Horizonte. Na adolescência, seu desapreço às convenções sociais começou a incomodar a família. Criticava o recato das irmãs e se distraía atiçando os meninos, mas sem se envolver com eles. No início dos anos 30, ela morava com Angélica, sua irmã, e Carlos, o marido dela, na capital mineira. Ele assediava a cunhada dia sim, dia não, até que Angélica flagrou Carlos bolinando Dora. A culpa recaiu sobre ela; a saída encontrada pela família foi interná-la num hospital psiquiátrico de Belo Horizonte, onde ficou por dois meses. "Ela era contestadora e sofreu uma barbaridade com a família tradicional", diz a militante feminista Schuma Schumaher, autora, com Erico Teixeira Vital Brazil, do "Dicionário Mulheres do Brasil" (Zahar). Aos 21 anos, Dora abandonou a família pra viver no Rio. Esperava atingir a fama, como Hedy Lammarr (1914-2000), austríaca radicada nos EUA que ficou famosa após aparecer nua no filme "Êxtase" (1933). Iniciou aulas de dança e passou a trabalhar em circo, como narrado em sua biografia. Ela sabia, porém, que não era especialmente talentosa como bailarina. A inspiração para se destacar veio enquanto folheava um livro numa loja do largo da Carioca. Nele, viu imagens de sacerdotisas da Macedônia envoltas em cobras. Os répteis se converteram em uma obsessão para Dora, que comprou jiboias da Amazônia e ensaiou com elas por quase um ano. Sua primeira apresentação com as cobras deixou perplexo o público, que a aplaudiu como nunca. Começava ali a transição do universo do circo para o do teatro de revista de Walter Pinto, que daria a Dora projeção nacional. Era o momento de adotar um nome artístico forte. Escolheu Luz del Fuego, marca de batom argentino que acabara de chegar ao Brasil. Em 1947, a vedete lançou "Trágico Black-Out", um romance de viés autobiográfico, com críticas ao casamento e descrições de fantasias sexuais. "Num mundo que está progredindo dia a dia, os preconceitos continuam amarrados a um poste", escreveu na introdução. A publicação gerou novo constrangimento a sua família. Furioso, o senador Attilio Vivacqua, irmão de Luz, mandou queimar os livros. Restaram poucas cópias. NATURISMO No segundo romance, "A Verdade Nua", de 1949, sua defesa do naturismo aparece com nitidez. Para Luz, os pais deveriam afastar os filhos do "pudor, a mais ignóbil das virtudes". Naquele mesmo ano, ela lançou o Partido Naturalista Brasileiro (PNB), que teria a defesa do divórcio, da mulher e do naturismo como principais bandeiras. Luz pretendia se candidatar a deputada federal, mas a legenda não obteve registro. A vedete não se deu por vencida. Meses depois, seu interesse crescente pelo naturismo a levou até o ministro da Marinha, Renato Guilhobel, para pedir a concessão de uma ilha a fim de criar um clube de nudismo. (As entrevistas da dançarina reverberavam entre os cariocas, o que lhe garantia certa influência. Além disso, colecionava casos amorosos com políticos. Clemente Mariani, ministro da Educação do governo de Eurico Gaspar Dutra, foi um dos amantes de Luz del Fuego, que jamais se casou.) Pois a vedete foi tão enfática que o ministro da Marinha lhe permitiu ocupar a pequena ilha Tapuama de Dentro, a 15 minutos de barco da ilha de Paquetá, na baía de Guanabara. Ela passou a morar no local –só ia ao Rio para apresentações esporádicas. Rebatizado por Luz como Ilha do Sol, o perímetro sediou o primeiro clube naturista da América Latina. A colônia viveu seu apogeu na segunda metade da década de 1950. Além de reunir mais de 200 sócios, tornou-se uma atração para quem não se satisfazia com o roteiro turístico carioca tradicional. O ator norte-americano Steve McQueen (1930-80), de "Sete Homens e Um Destino" (1960), foi um dos curiosos que passaram pela ilha. Luiz Carlos Issa, hoje com 80 anos e morador de Paquetá, lembra-se de um concorrido baile de Carnaval na colônia, embalado por músicos que vestiam apenas gravatas-borboletas. Eventos como esse, além das exibições eventuais no Rio, visavam a manutenção do clube. Mas os esforços foram insuficientes, o que obrigou Luz a fechá-lo no início dos anos 60. Ela passou a viver na ilha apenas com o caseiro Edgar. Com a redução do movimento, o local se tornou mais vulnerável. A vedete chegou a ameaçar com uma arma os irmãos pescadores Alfredo e Mozart Teixeira Dias porque desconfiava que estivessem usando a ilha pra esconder material de contrabando. Motivados pelo desejo de vingança e convictos de que Luz guardava muito dinheiro na ilha, como registrou a revista "O Cruzeiro", eles mataram a vedete a golpes de remo. Era a tarde de 19 de julho de 1967, há meio século. Oito anos depois, Rita Lee deu o nome de "Luz del Fuego" a uma das faixas do disco "Fruto Proibido". "Eu hoje represento o segredo/ Enrolado no papel/ Como Luz del Fuego/ Não tinha medo/ Ela também foi pro céu, cedo!", diz a letra. Em 1982, entrou em cartaz o filme que também levava no título o nome da vedete, com Lucélia Santos no papel principal. 50 ANOS DEPOIS Hoje, na Ilha do Sol, resta pouco além de escombros das construções de alvenaria de seis décadas atrás. A vegetação é escassa, já que pelo menos dois terços da ilha são formados por pedras. Plantas mais resistentes, como cactos, crescem nas fendas entre as rochas. No dia em que a reportagem esteve lá, os únicos moradores eram urubus e lagartos. Nas paredes que resistem ao tempo e ao vandalismo, há inscrições de cunho feminista, em tinta vermelha. Uma delas diz "seu corpo, suas regras". Não são resquícios dos tempos do clube nudista, e sim uma marca recente, de autoria desconhecida. "Luz del Fuego disse que ainda seria conhecida 50 anos depois de morrer. É, de fato, o que acontece", afirma Lola Aronovich, professora de literatura da Universidade Federal do Ceará (UFC) e blogueira feminista. Para ela, a vedete pode ser considerada uma precursora do feminismo brasileiro, ao lado de nomes como Pagu (1910-62) e Leila Diniz (1945-72). A Ilha do Sol está abandonada. A memória de Luz del Fuego, não. NAIEF HADDAD, 41, é repórter associado da Folha.
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Os 50 anos da morte de Luz del Fuego, a vedete vanguardistaRESUMO Luz del Fuego era o nome artístico da dançarina capixaba Dora Vivacqua (1917-67), que causou espécie na boêmia carioca da década de 50 com performances sensuais e relacionamentos com políticos. Partidária do naturismo, vista como precursora do feminismo e homenageada em canção por Rita Lee, ela faria cem anos em 2017. "Luz del Fuego aplaudida por 293.975 pessoas", anunciava o "Jornal dos Sports", em 15 de janeiro de 1952. Àquela altura, o espetáculo "A Fruta de Eva" estava em cartaz havia apenas um mês e meio no Rio, com sessões de terça a sexta (uma por dia), além de três aos sábados e outras três aos domingos. O "Jornal dos Sports" era só elogios. "Há números que fazem o público vibrar de tal forma que as artistas são forçadas a bisá-los", dizia o diário carioca, que tinha seção dedicada ao showbiz, com ênfase no teatro de revista e em suas vedetes. Luz era uma delas. Na casa dos 30 anos, desfrutava o auge da popularidade naquela primeira metade da década de 1950. Não era tão exuberante quanto a sua colega de palcos Virginia Lane (1920-2014), mas sabia como provocar o público com coreografias em que aparecia nua, ou quase, com cobras se enroscando em seu corpo. Numa passagem pelo viaduto do Chá, em São Paulo, a dançarina de 1,50 m foi cercada por uma multidão. Para promover um espetáculo, estava pelada, com cabelos e pelos tingidos de verde, como contam as autoras Cristina Agostinho, Branca de Paula e Maria do Carmo Brandão na biografia "Luz del Fuego - A Bailarina do Povo" (Best Seller; esgotado). Mas a casa da vedete era o Rio. Ela se tornou uma das estrelas do histórico teatro Recreio, no centro da cidade. "Havia sempre uma multidão quando ela estacionava uma caminhonete amarela diante do teatro", diz Luiz Carlos Issa, jornalista que fez a última entrevista com Luz, publicada na revista "O Cruzeiro". Walter Pinto, o Midas do teatro de revista da época, sabia bem como organizar seu elenco de musas. Lane, por exemplo, encarnava as personagens maliciosas, e Mara Rúbia (1918-91), as inocentes. A Luz cabia instigar o público com uma sensualidade temperada por exotismo. Mas não só. Era também impetuosa fora dos tablados, alardeando opiniões contundentes para a época. Nos anos 50, defendia o divórcio, duas décadas antes de ele ser instituído no país. Walter Pinto deu a ela aparato para que obtivesse mais êxito de público, mas Luz não era uma persona artística lapidada pelo produtor. Seu estilo abusado, em que argúcia e ousadia conviviam com vulgaridade, havia surgido décadas antes. JIBOIAS Dora Vivacqua nasceu numa segunda-feira de Carnaval, em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Veio ao mundo em 21 de fevereiro de 1917, há cem anos. Antes dela, o casal Antônio e Etelvina Vivacqua havia tido 14 filhos. Influente no Espírito Santo, a família incluía políticos, empresários e intelectuais. Em comum entre eles, a fidelidade à Igreja Católica. Logo nos primeiros anos, Dora já revelava modos atípicos. Divertia-se com animais incomuns, o que ficou evidente após a visita a um serpentário em Belo Horizonte. Na adolescência, seu desapreço às convenções sociais começou a incomodar a família. Criticava o recato das irmãs e se distraía atiçando os meninos, mas sem se envolver com eles. No início dos anos 30, ela morava com Angélica, sua irmã, e Carlos, o marido dela, na capital mineira. Ele assediava a cunhada dia sim, dia não, até que Angélica flagrou Carlos bolinando Dora. A culpa recaiu sobre ela; a saída encontrada pela família foi interná-la num hospital psiquiátrico de Belo Horizonte, onde ficou por dois meses. "Ela era contestadora e sofreu uma barbaridade com a família tradicional", diz a militante feminista Schuma Schumaher, autora, com Erico Teixeira Vital Brazil, do "Dicionário Mulheres do Brasil" (Zahar). Aos 21 anos, Dora abandonou a família pra viver no Rio. Esperava atingir a fama, como Hedy Lammarr (1914-2000), austríaca radicada nos EUA que ficou famosa após aparecer nua no filme "Êxtase" (1933). Iniciou aulas de dança e passou a trabalhar em circo, como narrado em sua biografia. Ela sabia, porém, que não era especialmente talentosa como bailarina. A inspiração para se destacar veio enquanto folheava um livro numa loja do largo da Carioca. Nele, viu imagens de sacerdotisas da Macedônia envoltas em cobras. Os répteis se converteram em uma obsessão para Dora, que comprou jiboias da Amazônia e ensaiou com elas por quase um ano. Sua primeira apresentação com as cobras deixou perplexo o público, que a aplaudiu como nunca. Começava ali a transição do universo do circo para o do teatro de revista de Walter Pinto, que daria a Dora projeção nacional. Era o momento de adotar um nome artístico forte. Escolheu Luz del Fuego, marca de batom argentino que acabara de chegar ao Brasil. Em 1947, a vedete lançou "Trágico Black-Out", um romance de viés autobiográfico, com críticas ao casamento e descrições de fantasias sexuais. "Num mundo que está progredindo dia a dia, os preconceitos continuam amarrados a um poste", escreveu na introdução. A publicação gerou novo constrangimento a sua família. Furioso, o senador Attilio Vivacqua, irmão de Luz, mandou queimar os livros. Restaram poucas cópias. NATURISMO No segundo romance, "A Verdade Nua", de 1949, sua defesa do naturismo aparece com nitidez. Para Luz, os pais deveriam afastar os filhos do "pudor, a mais ignóbil das virtudes". Naquele mesmo ano, ela lançou o Partido Naturalista Brasileiro (PNB), que teria a defesa do divórcio, da mulher e do naturismo como principais bandeiras. Luz pretendia se candidatar a deputada federal, mas a legenda não obteve registro. A vedete não se deu por vencida. Meses depois, seu interesse crescente pelo naturismo a levou até o ministro da Marinha, Renato Guilhobel, para pedir a concessão de uma ilha a fim de criar um clube de nudismo. (As entrevistas da dançarina reverberavam entre os cariocas, o que lhe garantia certa influência. Além disso, colecionava casos amorosos com políticos. Clemente Mariani, ministro da Educação do governo de Eurico Gaspar Dutra, foi um dos amantes de Luz del Fuego, que jamais se casou.) Pois a vedete foi tão enfática que o ministro da Marinha lhe permitiu ocupar a pequena ilha Tapuama de Dentro, a 15 minutos de barco da ilha de Paquetá, na baía de Guanabara. Ela passou a morar no local –só ia ao Rio para apresentações esporádicas. Rebatizado por Luz como Ilha do Sol, o perímetro sediou o primeiro clube naturista da América Latina. A colônia viveu seu apogeu na segunda metade da década de 1950. Além de reunir mais de 200 sócios, tornou-se uma atração para quem não se satisfazia com o roteiro turístico carioca tradicional. O ator norte-americano Steve McQueen (1930-80), de "Sete Homens e Um Destino" (1960), foi um dos curiosos que passaram pela ilha. Luiz Carlos Issa, hoje com 80 anos e morador de Paquetá, lembra-se de um concorrido baile de Carnaval na colônia, embalado por músicos que vestiam apenas gravatas-borboletas. Eventos como esse, além das exibições eventuais no Rio, visavam a manutenção do clube. Mas os esforços foram insuficientes, o que obrigou Luz a fechá-lo no início dos anos 60. Ela passou a viver na ilha apenas com o caseiro Edgar. Com a redução do movimento, o local se tornou mais vulnerável. A vedete chegou a ameaçar com uma arma os irmãos pescadores Alfredo e Mozart Teixeira Dias porque desconfiava que estivessem usando a ilha pra esconder material de contrabando. Motivados pelo desejo de vingança e convictos de que Luz guardava muito dinheiro na ilha, como registrou a revista "O Cruzeiro", eles mataram a vedete a golpes de remo. Era a tarde de 19 de julho de 1967, há meio século. Oito anos depois, Rita Lee deu o nome de "Luz del Fuego" a uma das faixas do disco "Fruto Proibido". "Eu hoje represento o segredo/ Enrolado no papel/ Como Luz del Fuego/ Não tinha medo/ Ela também foi pro céu, cedo!", diz a letra. Em 1982, entrou em cartaz o filme que também levava no título o nome da vedete, com Lucélia Santos no papel principal. 50 ANOS DEPOIS Hoje, na Ilha do Sol, resta pouco além de escombros das construções de alvenaria de seis décadas atrás. A vegetação é escassa, já que pelo menos dois terços da ilha são formados por pedras. Plantas mais resistentes, como cactos, crescem nas fendas entre as rochas. No dia em que a reportagem esteve lá, os únicos moradores eram urubus e lagartos. Nas paredes que resistem ao tempo e ao vandalismo, há inscrições de cunho feminista, em tinta vermelha. Uma delas diz "seu corpo, suas regras". Não são resquícios dos tempos do clube nudista, e sim uma marca recente, de autoria desconhecida. "Luz del Fuego disse que ainda seria conhecida 50 anos depois de morrer. É, de fato, o que acontece", afirma Lola Aronovich, professora de literatura da Universidade Federal do Ceará (UFC) e blogueira feminista. Para ela, a vedete pode ser considerada uma precursora do feminismo brasileiro, ao lado de nomes como Pagu (1910-62) e Leila Diniz (1945-72). A Ilha do Sol está abandonada. A memória de Luz del Fuego, não. NAIEF HADDAD, 41, é repórter associado da Folha.
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Disputada, Comic Con Experience divulga primeiras atrações
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Dezembro ainda está longe, mas para quem quer garantir um lugar na terceira edição da Comic Con Experience, a dica é não deixar para a última hora. "Quem prefere esperar a lista completa ser divulgada corre o risco de ficar sem ingresso", diz Ivan Costa, um dos sócios fundadores. A feira acontece de 1º a 4/12, no São Paulo Expo, e reúne atrações ligadas a vertentes diversas da cultura pop: quadrinhos, games, cinema e séries de TV. "Montamos uma Disneylândia que dura quatro dias", define -e diverte-se- Costa. Os ingressos começaram a ser vendidos na última sexta (8). No ano passado, a bilheteria só vendeu entradas para quinta e sexta; o restante zerou na venda on-line. Mesmo com a área quase duplicada, há chances de os ingressos esgotarem novamente. "O brasileiro é ávido por esse tipo de conteúdo e existe uma demanda reprimida", analisa o sócio. Por ora, há dez nomes confirmados, entre eles Arthur Adams, desenhista da Marvel desde a década de 1980, Marcello Quintanilha e Eduardo Risso, além de uma parceria com a Toei Animation, maior estúdio de animes do mundo. Outras atrações serão divulgadas durante o ano, mas alguns grandes expositores não devem ficar de fora. É o caso de Disney, Netflix, Warner Bros. e Panini Comics -só não dá para saber o que eles irão apresentar. Temas que envolvem mulheres, LGBTs e representação étnica, presentes em 2015, também voltam para a pauta. Entre as novidades estão a expansão e a mudança de local do Artists' Alley ("beco dos artistas"), que são o coração de toda e qualquer Comic Con. Nesta edição, a seção irá ocupar o meio do pavilhão e contará com cerca de 350 artistas que venderão seus livros e ilustrações. Se você é um deles, fique atento: o processo de seleção para quem quer expor começa em abril. São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. Rod. dos Imigrantes, s/n, quilômetro 1,5, Cursino, região sul, tel. 5067-1717. Qui.: 12h às 22h. Sex. e sáb.: 10h às 22h. Dom.: 10h às 20h. Até 4/12. 13 anos. Ingr.: R$ 139,98 a R$ 279,98. Combo (4 dias): R$ 639,98 a R$ 739,98. Business Summit: R$ 999,90. Ingr. a venda p/ ccxp.com.br. Estac. (R$ 30).
saopaulo
Disputada, Comic Con Experience divulga primeiras atraçõesGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Dezembro ainda está longe, mas para quem quer garantir um lugar na terceira edição da Comic Con Experience, a dica é não deixar para a última hora. "Quem prefere esperar a lista completa ser divulgada corre o risco de ficar sem ingresso", diz Ivan Costa, um dos sócios fundadores. A feira acontece de 1º a 4/12, no São Paulo Expo, e reúne atrações ligadas a vertentes diversas da cultura pop: quadrinhos, games, cinema e séries de TV. "Montamos uma Disneylândia que dura quatro dias", define -e diverte-se- Costa. Os ingressos começaram a ser vendidos na última sexta (8). No ano passado, a bilheteria só vendeu entradas para quinta e sexta; o restante zerou na venda on-line. Mesmo com a área quase duplicada, há chances de os ingressos esgotarem novamente. "O brasileiro é ávido por esse tipo de conteúdo e existe uma demanda reprimida", analisa o sócio. Por ora, há dez nomes confirmados, entre eles Arthur Adams, desenhista da Marvel desde a década de 1980, Marcello Quintanilha e Eduardo Risso, além de uma parceria com a Toei Animation, maior estúdio de animes do mundo. Outras atrações serão divulgadas durante o ano, mas alguns grandes expositores não devem ficar de fora. É o caso de Disney, Netflix, Warner Bros. e Panini Comics -só não dá para saber o que eles irão apresentar. Temas que envolvem mulheres, LGBTs e representação étnica, presentes em 2015, também voltam para a pauta. Entre as novidades estão a expansão e a mudança de local do Artists' Alley ("beco dos artistas"), que são o coração de toda e qualquer Comic Con. Nesta edição, a seção irá ocupar o meio do pavilhão e contará com cerca de 350 artistas que venderão seus livros e ilustrações. Se você é um deles, fique atento: o processo de seleção para quem quer expor começa em abril. São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. Rod. dos Imigrantes, s/n, quilômetro 1,5, Cursino, região sul, tel. 5067-1717. Qui.: 12h às 22h. Sex. e sáb.: 10h às 22h. Dom.: 10h às 20h. Até 4/12. 13 anos. Ingr.: R$ 139,98 a R$ 279,98. Combo (4 dias): R$ 639,98 a R$ 739,98. Business Summit: R$ 999,90. Ingr. a venda p/ ccxp.com.br. Estac. (R$ 30).
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Bolsa atinge novo recorde e acumula 8 semanas de alta; dólar fecha estável
O otimismo dos investidores com a economia brasileira fez a Bolsa atingir novo recorde nesta sexta (15), encostar em 76 mil pontos e embalar a oitava semana seguida de valorização. No mercado cambial, o dólar fechou estável, mas avançou na semana com o aumento das tensões geopolíticas no exterior. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, subiu 1,47%, para 75.756 pontos. É a primeira vez que o indicador fecha acima dos 75 mil pontos. Na máxima, atingiu 75.820 pontos, o maior nível histórico nas negociações diárias. O volume negociado foi de R$ 15,8 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre ações –a média diária do ano é de R$ 8,17 bilhões. O dólar comercial fechou estável a R$ 3,116. O dólar à vista recuou 0,14%, para R$ 3,129. Na semana, a moeda se valorizou 0,7% e 1,32%, respectivamente. O mercado acionário brasileiro conseguiu sustentar a oitava semana de valorização, ao avançar 3,66%. Os investidores mantêm o foco na atividade econômica e nas perspectivas de crescimento do país, desconsiderando fatores políticos que respingam sobre algumas das maiores empresas do Brasil e também sobre o Planalto. A segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer, por exemplo, não teve reflexo sobre o mercado acionário nesta sexta. "Há um descolamento da economia em relação à política. Então o otimismo dos investidores continuou, a ponto de os últimos acontecimentos não terem impactado o mercado financeiro", afirma Izak Benaderete, diretor de Investimentos da Porto Seguro Investimentos. Na avaliação dele, o terceiro trimestre do ano deve confirmar o crescimento da primeira metade de 2017. "Há um primeiro grande grande efeito que ainda nem está sendo plenamente sentido, que é a política monetária. Existe uma defasagem no repasse da política monetária, então o efeito das quedas de juros feitas no início do ano vai ser sentido a partir de agora na atividade econômica", afirma. O especialista estima que o impacto deve ser parecido com o do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) das contas inativas no segundo trimestre, que impulsionou o consumo das famílias. Assista ao vídeo A Bolsa brasileira também desconsiderou o aumento da aversão a risco no exterior após a Coreia do Norte disparar um novo míssil e também com a explosão do metrô em Londres. As ações europeias fecharam em baixa diante desse cenário turbulento, mas os principais índices americanos –Dow Jones e S&P 500– conseguiram renovar suas máximas. Apesar da máxima, a Bolsa ainda está bem distante do patamar de 20 de maio de 2008, segundo estudo da consultoria Economática. Pegando dados de fechamento de 13 de setembro, a empresa diz que o Ibovespa estava a 53,5% de sua pontuação máxima em dólares. Somente o índice da Colômbia tinha desempenho pior que o Ibovespa, de acordo com a consultoria. AÇÕES Das 59 ações do Ibovespa, 55 fecharam em alta, três caíram e uma terminou estável. As ações da JBS subiram 3,03%, no terceiro dia de avanço, com a expectativa de que a mudança no comando da empresa possa melhorar as perspectivas e a gestão da companhia. As ações da Petrobras fecharam em baixa, em dia indefinido para os preços de petróleo no exterior. O barril do WTI, dos EUA, teve leve queda, a US$ 49,88, e o barril do Brent, de Londres, avançou 0,14%, para US$ 55,55. Os papéis preferenciais da estatal brasileira ficaram estáveis em R$ 15,04. As ações ordinárias tiveram baixa de 0,45%, para R$ 15,58. A mineradora Vale conseguiu fechar em alta, apesar da queda de 2,51% dos preços do minério de ferro. O papel ordinário subiu 0,54%, para R$ 33,80. O preferencial fechou em alta de 3,49%, para R$ 32,06. No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 1,87%. As preferenciais do Bradesco se valorizaram 2,13%, e as ordinárias ganharam 2,86%. O Banco do Brasil subiu 1,46%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram avanço de 2,13%. CÂMBIO Depois de sessões de incerteza, o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. A autoridade monetária vendeu os 12 mil contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em outubro, no total de US$ 600 milhões. O lote soma US$ 9,975 bilhões. O dólar acabou refletindo o nervosismo com as tensões geopolíticas internacionais. Numa cesta de 31 moedas, o dólar ganhou força ante 20. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote do país, recuou 1,53%, para 179 pontos. No mercado de juros futuros, as taxas para janeiro de 2018 recuaram de 7,610% para 7,605%. A taxa para janeiro de 2019 caiu de 7,540% para 7,510%.
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Bolsa atinge novo recorde e acumula 8 semanas de alta; dólar fecha estávelO otimismo dos investidores com a economia brasileira fez a Bolsa atingir novo recorde nesta sexta (15), encostar em 76 mil pontos e embalar a oitava semana seguida de valorização. No mercado cambial, o dólar fechou estável, mas avançou na semana com o aumento das tensões geopolíticas no exterior. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, subiu 1,47%, para 75.756 pontos. É a primeira vez que o indicador fecha acima dos 75 mil pontos. Na máxima, atingiu 75.820 pontos, o maior nível histórico nas negociações diárias. O volume negociado foi de R$ 15,8 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre ações –a média diária do ano é de R$ 8,17 bilhões. O dólar comercial fechou estável a R$ 3,116. O dólar à vista recuou 0,14%, para R$ 3,129. Na semana, a moeda se valorizou 0,7% e 1,32%, respectivamente. O mercado acionário brasileiro conseguiu sustentar a oitava semana de valorização, ao avançar 3,66%. Os investidores mantêm o foco na atividade econômica e nas perspectivas de crescimento do país, desconsiderando fatores políticos que respingam sobre algumas das maiores empresas do Brasil e também sobre o Planalto. A segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer, por exemplo, não teve reflexo sobre o mercado acionário nesta sexta. "Há um descolamento da economia em relação à política. Então o otimismo dos investidores continuou, a ponto de os últimos acontecimentos não terem impactado o mercado financeiro", afirma Izak Benaderete, diretor de Investimentos da Porto Seguro Investimentos. Na avaliação dele, o terceiro trimestre do ano deve confirmar o crescimento da primeira metade de 2017. "Há um primeiro grande grande efeito que ainda nem está sendo plenamente sentido, que é a política monetária. Existe uma defasagem no repasse da política monetária, então o efeito das quedas de juros feitas no início do ano vai ser sentido a partir de agora na atividade econômica", afirma. O especialista estima que o impacto deve ser parecido com o do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) das contas inativas no segundo trimestre, que impulsionou o consumo das famílias. Assista ao vídeo A Bolsa brasileira também desconsiderou o aumento da aversão a risco no exterior após a Coreia do Norte disparar um novo míssil e também com a explosão do metrô em Londres. As ações europeias fecharam em baixa diante desse cenário turbulento, mas os principais índices americanos –Dow Jones e S&P 500– conseguiram renovar suas máximas. Apesar da máxima, a Bolsa ainda está bem distante do patamar de 20 de maio de 2008, segundo estudo da consultoria Economática. Pegando dados de fechamento de 13 de setembro, a empresa diz que o Ibovespa estava a 53,5% de sua pontuação máxima em dólares. Somente o índice da Colômbia tinha desempenho pior que o Ibovespa, de acordo com a consultoria. AÇÕES Das 59 ações do Ibovespa, 55 fecharam em alta, três caíram e uma terminou estável. As ações da JBS subiram 3,03%, no terceiro dia de avanço, com a expectativa de que a mudança no comando da empresa possa melhorar as perspectivas e a gestão da companhia. As ações da Petrobras fecharam em baixa, em dia indefinido para os preços de petróleo no exterior. O barril do WTI, dos EUA, teve leve queda, a US$ 49,88, e o barril do Brent, de Londres, avançou 0,14%, para US$ 55,55. Os papéis preferenciais da estatal brasileira ficaram estáveis em R$ 15,04. As ações ordinárias tiveram baixa de 0,45%, para R$ 15,58. A mineradora Vale conseguiu fechar em alta, apesar da queda de 2,51% dos preços do minério de ferro. O papel ordinário subiu 0,54%, para R$ 33,80. O preferencial fechou em alta de 3,49%, para R$ 32,06. No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 1,87%. As preferenciais do Bradesco se valorizaram 2,13%, e as ordinárias ganharam 2,86%. O Banco do Brasil subiu 1,46%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram avanço de 2,13%. CÂMBIO Depois de sessões de incerteza, o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. A autoridade monetária vendeu os 12 mil contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em outubro, no total de US$ 600 milhões. O lote soma US$ 9,975 bilhões. O dólar acabou refletindo o nervosismo com as tensões geopolíticas internacionais. Numa cesta de 31 moedas, o dólar ganhou força ante 20. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote do país, recuou 1,53%, para 179 pontos. No mercado de juros futuros, as taxas para janeiro de 2018 recuaram de 7,610% para 7,605%. A taxa para janeiro de 2019 caiu de 7,540% para 7,510%.
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A resposta dos portos
Estou percorrendo o Brasil para divulgar o programa de investimentos em logística do setor portuário. Estou convicto de que os portos podem dar a resposta que o Brasil precisa, na forma de investimentos privados que aumentarão a eficiência dos terminais, diminuindo custos e gerando novos empregos. Desde a vigência da Lei dos Portos (lei nº 12.815, de 2013) contabilizamos bons resultados nessa área. Já foram investidos R$ 11,5 bilhões na construção de 16 terminais de uso privado, na expansão de terminais, em novas autorizações e em prorrogações antecipadas de contratos de arrendamentos. Embora o momento seja de ajustes na economia, noto uma demanda aquecida e a disposição firme dos operadores em expandir e modernizar suas atividades portuárias. E novas oportunidades estão postas. Licitaremos ainda este ano áreas em Santos e no Pará para terminais de grãos e celulose. O pacote completo de investimentos nos portos brasileiros até 2018 é de R$ 37,4 bilhões, compreendendo 50 novos arrendamentos de áreas, 63 terminais de uso privado e 24 renovações antecipadas de arrendamentos em áreas de portos públicos. São projetos factíveis, espalhados de Norte a Sul do país. Daí a minha crença numa resposta positiva dos investidores. Destravar os portos brasileiros, por onde passam 95% da corrente comercial brasileira, é desafio e meta do ministério. Neste giro que fiz pelo Brasil ouvi queixas quanto à morosidade na análise dos processos por parte da Secretaria de Portos e da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Reuni as equipes técnicas dos dois órgãos e faremos uma reengenharia nos processos, para dar as respostas na velocidade que o mundo empresarial precisa. A decantada morosidade nos portos públicos vem sendo atacada, com a implantação do programa Porto Sem Papel, que reduz a burocracia portuária, substituindo 120 diferentes papéis por um único certificado. Órgãos intervenientes, como a Anvisa, têm feito esforços para reduzir os prazos de seus processos. As Companhias Docas estão sendo reestruturadas, com a implantação de um plano de modernização e eficiência. O investimento público também se faz presente na dragagem dos portos de Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Rio de Janeiro e Santos, onde a licitação acaba de ser retomada. Enfim, temos um conjunto de medidas estruturantes, públicas e privadas, que nos permitirão ganhos substantivos de logística na movimentação de cargas. Sabemos que há muito por fazer ainda. Os gargalos nos acessos portuários demandam investimentos. Precisamos otimizar o uso de modais mais baratos e eficientes, viabilizando novas rotas de escoamento, como o chamado Arco Norte, para que a carga viaje o menor trecho possível, e em menos tempo. A retomada de investimentos massivos em ferrovias e hidrovias, prevista no Programa Investimentos em Logística, lançado pela presidente Dilma Rousseff, é outra necessidade premente. Hoje, o modal rodoviário responde por 58% da demanda de transportes, contra 25% das ferrovias e 17% hidrovias. Num País continental deveríamos priorizar os dois últimos modais. Necessitamos também de uma revolução na navegação de cabotagem, eliminando custos e burocracia. São desafios imensos. O Brasil precisa voltar a crescer e a gerar empregos. Reitero minha confiança na resposta rápida do setor portuário brasileiro ao programa de investimentos em logística. Confio que superaremos estes dias difíceis e o Brasil cumprirá a sua vocação, que é o crescimento econômico com geração de emprego e renda. EDINHO ARAÚJO é ministro-chefe da Secretaria de Portos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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A resposta dos portosEstou percorrendo o Brasil para divulgar o programa de investimentos em logística do setor portuário. Estou convicto de que os portos podem dar a resposta que o Brasil precisa, na forma de investimentos privados que aumentarão a eficiência dos terminais, diminuindo custos e gerando novos empregos. Desde a vigência da Lei dos Portos (lei nº 12.815, de 2013) contabilizamos bons resultados nessa área. Já foram investidos R$ 11,5 bilhões na construção de 16 terminais de uso privado, na expansão de terminais, em novas autorizações e em prorrogações antecipadas de contratos de arrendamentos. Embora o momento seja de ajustes na economia, noto uma demanda aquecida e a disposição firme dos operadores em expandir e modernizar suas atividades portuárias. E novas oportunidades estão postas. Licitaremos ainda este ano áreas em Santos e no Pará para terminais de grãos e celulose. O pacote completo de investimentos nos portos brasileiros até 2018 é de R$ 37,4 bilhões, compreendendo 50 novos arrendamentos de áreas, 63 terminais de uso privado e 24 renovações antecipadas de arrendamentos em áreas de portos públicos. São projetos factíveis, espalhados de Norte a Sul do país. Daí a minha crença numa resposta positiva dos investidores. Destravar os portos brasileiros, por onde passam 95% da corrente comercial brasileira, é desafio e meta do ministério. Neste giro que fiz pelo Brasil ouvi queixas quanto à morosidade na análise dos processos por parte da Secretaria de Portos e da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Reuni as equipes técnicas dos dois órgãos e faremos uma reengenharia nos processos, para dar as respostas na velocidade que o mundo empresarial precisa. A decantada morosidade nos portos públicos vem sendo atacada, com a implantação do programa Porto Sem Papel, que reduz a burocracia portuária, substituindo 120 diferentes papéis por um único certificado. Órgãos intervenientes, como a Anvisa, têm feito esforços para reduzir os prazos de seus processos. As Companhias Docas estão sendo reestruturadas, com a implantação de um plano de modernização e eficiência. O investimento público também se faz presente na dragagem dos portos de Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Rio de Janeiro e Santos, onde a licitação acaba de ser retomada. Enfim, temos um conjunto de medidas estruturantes, públicas e privadas, que nos permitirão ganhos substantivos de logística na movimentação de cargas. Sabemos que há muito por fazer ainda. Os gargalos nos acessos portuários demandam investimentos. Precisamos otimizar o uso de modais mais baratos e eficientes, viabilizando novas rotas de escoamento, como o chamado Arco Norte, para que a carga viaje o menor trecho possível, e em menos tempo. A retomada de investimentos massivos em ferrovias e hidrovias, prevista no Programa Investimentos em Logística, lançado pela presidente Dilma Rousseff, é outra necessidade premente. Hoje, o modal rodoviário responde por 58% da demanda de transportes, contra 25% das ferrovias e 17% hidrovias. Num País continental deveríamos priorizar os dois últimos modais. Necessitamos também de uma revolução na navegação de cabotagem, eliminando custos e burocracia. São desafios imensos. O Brasil precisa voltar a crescer e a gerar empregos. Reitero minha confiança na resposta rápida do setor portuário brasileiro ao programa de investimentos em logística. Confio que superaremos estes dias difíceis e o Brasil cumprirá a sua vocação, que é o crescimento econômico com geração de emprego e renda. EDINHO ARAÚJO é ministro-chefe da Secretaria de Portos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Brasil enviará cônsul em Washington para acompanhar eleição na Venezuela
O cônsul-geral do Brasil em Washington, embaixador Antonino Mena Gonçalves, será o representante brasileiro na missão da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) que acompanhará a eleição parlamentar na Venezuela, no dia 6 de dezembro, segundo a Folha apurou. A escolha põe fim à incerteza sobre a participação do Brasil após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se retirar da missão em protesto contra a falta de garantias para uma observação crível e o veto de Caracas ao ex-ministro brasileiro Nelson Jobim como chefe da delegação. Diante do mal-estar causado pela decisão do TSE, o ex-presidente dominicano Leonel Fernández, chefe da missão da Unasul, pediu um assessor ao governo brasileiro, que indicou Mena Gonçalves. Fontes diplomáticas ainda mencionaram o embaixador aposentado e ex-ministro da Defesa José Viegas. Mas ele negou ter sido convidado e ressaltou que, de qualquer forma, não poderia ir à Venezuela por razões pessoais. A decisão de escalar um diplomata para substituir peritos do TSE foi recebida com ceticismo pela oposição venezuelana, que teme fraudes. "Um embaixador dá no mesmo que um astronauta. São pessoas que não têm a menor capacidade de ajudar no esforço de monitoramento", disse um opositor que pediu para não ser identificado. No Brasil, a oposição também questionou a escolha. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, acusou o governo brasileiro de "omissão" diante dos abusos eleitorais cometidos pelo chavismo. "Nomear um embaixador não resolve nada. Estava na cara que esta missão seria uma farsa para legitimar o resultado", afirmou. ESPECIALISTA Apesar das reservas quanto à função na missão da Unasul, o embaixador Mena Gonçalves é descrito por colegas como grande conhecedor dos temas de América Latina. Mena Gonçalves, que chefiou o Departamento das Américas e foi embaixador na Colômbia e na Bolívia, também é considerado um profissional de espírito crítico e sem filiação ideológica. Mena Gonçalves era embaixador em La Paz quando o governo de Evo Morales ocupou e nacionalizou instalações da Petrobras, em 2006. Segundo relatos, ele foi crítico à resposta conciliadora defendida pelo então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje à frente do consulado-geral na capital dos EUA, provável posto final na carreira, o embaixador diz a colegas que se sente à vontade para dizer o que pensa. A missão que integrará, porém, carece das prerrogativas necessárias para um monitoramento eficaz. Os representantes da Unasul serão acompanhadores, não observadores, e deverão se abster de emitir críticas contundentes ao processo. Enquanto o TSE recomendava iniciar a supervisão em meados de outubro, os acompanhadores só iniciaram formalmente as atividades nos últimos dias, o que dificulta uma avaliação abrangente do ambiente institucional e da equidade de campanha. Críticas também são formuladas contra José Luis Exeni, membro da autoridade eleitoral da Bolívia e que será coordenador técnico da missão da Unasul. Em outubro deste ano, Exeni, tido como próximo dos socialistas, admitiu publicamente irregularidades a favor do partido governista boliviano MAS em eleições locais no departamento de Chuquisaca, mas afirmou que o resultado "já está decidido" e portanto "não tem volta."
mundo
Brasil enviará cônsul em Washington para acompanhar eleição na VenezuelaO cônsul-geral do Brasil em Washington, embaixador Antonino Mena Gonçalves, será o representante brasileiro na missão da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) que acompanhará a eleição parlamentar na Venezuela, no dia 6 de dezembro, segundo a Folha apurou. A escolha põe fim à incerteza sobre a participação do Brasil após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se retirar da missão em protesto contra a falta de garantias para uma observação crível e o veto de Caracas ao ex-ministro brasileiro Nelson Jobim como chefe da delegação. Diante do mal-estar causado pela decisão do TSE, o ex-presidente dominicano Leonel Fernández, chefe da missão da Unasul, pediu um assessor ao governo brasileiro, que indicou Mena Gonçalves. Fontes diplomáticas ainda mencionaram o embaixador aposentado e ex-ministro da Defesa José Viegas. Mas ele negou ter sido convidado e ressaltou que, de qualquer forma, não poderia ir à Venezuela por razões pessoais. A decisão de escalar um diplomata para substituir peritos do TSE foi recebida com ceticismo pela oposição venezuelana, que teme fraudes. "Um embaixador dá no mesmo que um astronauta. São pessoas que não têm a menor capacidade de ajudar no esforço de monitoramento", disse um opositor que pediu para não ser identificado. No Brasil, a oposição também questionou a escolha. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, acusou o governo brasileiro de "omissão" diante dos abusos eleitorais cometidos pelo chavismo. "Nomear um embaixador não resolve nada. Estava na cara que esta missão seria uma farsa para legitimar o resultado", afirmou. ESPECIALISTA Apesar das reservas quanto à função na missão da Unasul, o embaixador Mena Gonçalves é descrito por colegas como grande conhecedor dos temas de América Latina. Mena Gonçalves, que chefiou o Departamento das Américas e foi embaixador na Colômbia e na Bolívia, também é considerado um profissional de espírito crítico e sem filiação ideológica. Mena Gonçalves era embaixador em La Paz quando o governo de Evo Morales ocupou e nacionalizou instalações da Petrobras, em 2006. Segundo relatos, ele foi crítico à resposta conciliadora defendida pelo então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje à frente do consulado-geral na capital dos EUA, provável posto final na carreira, o embaixador diz a colegas que se sente à vontade para dizer o que pensa. A missão que integrará, porém, carece das prerrogativas necessárias para um monitoramento eficaz. Os representantes da Unasul serão acompanhadores, não observadores, e deverão se abster de emitir críticas contundentes ao processo. Enquanto o TSE recomendava iniciar a supervisão em meados de outubro, os acompanhadores só iniciaram formalmente as atividades nos últimos dias, o que dificulta uma avaliação abrangente do ambiente institucional e da equidade de campanha. Críticas também são formuladas contra José Luis Exeni, membro da autoridade eleitoral da Bolívia e que será coordenador técnico da missão da Unasul. Em outubro deste ano, Exeni, tido como próximo dos socialistas, admitiu publicamente irregularidades a favor do partido governista boliviano MAS em eleições locais no departamento de Chuquisaca, mas afirmou que o resultado "já está decidido" e portanto "não tem volta."
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Coluna de Francisco Daudt tenta inculpar vítimas da ditadura, diz leitor
A coluna A nobreza do martírio, de Francisco Daudt, é repugnante. Tenta inculpar vítimas da ditadura militar. Nunca ouvi alguém que "alardeia ad nauseam sua condição de ex-presa e torturada". A tortura não tem atenuante, é indefensável, covardia do mais alto grau. BENTO COELHO MARQUES DE ABREU (São Paulo, SP) * É compreensível a aversão de muitos, inclusive a minha, em relação aos feitos do PT. Mais insistir na afirmação de que o movimento estudantil de 64, contra a ditadura militar, tinha como finalidade a implantação do comunismo, é um pouco temeroso. Naquela época, o PT nem havia sido parido. Há que se atentar também para o contexto da história mundial pressionada pela ameaça da Guerra Fria. Se habitávamos em uma democracia, cuja exclusão social era extremamente vergonhosa, como não pensar que o outro regime, o comunista, seria a solução? Mesmo assim, ninguém poderia dizer, com a devida certeza, que essa fantasia se tornaria uma realidade, caso os resistentes saíssem vitoriosos. Só atualmente, com a decadência do regime comunista, que foi possível constatar que quaisquer ditadura são contra indicadas, seja qual for a enfermidade. Em contrapartida, mesmo após termos atravessado um regime ditatorial, muitos ainda não conseguiram apreender o retrocesso que o nosso país mergulhou durante 21 anos. Do lema utilizado como atrativo "Pátria, Família com Deus pela liberdade", apenas a liberdade ou o direito de expressão foi suprimido, restando-nos Deus e todas as atrocidades cometidas em nome da pátria. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Coluna de Francisco Daudt tenta inculpar vítimas da ditadura, diz leitorA coluna A nobreza do martírio, de Francisco Daudt, é repugnante. Tenta inculpar vítimas da ditadura militar. Nunca ouvi alguém que "alardeia ad nauseam sua condição de ex-presa e torturada". A tortura não tem atenuante, é indefensável, covardia do mais alto grau. BENTO COELHO MARQUES DE ABREU (São Paulo, SP) * É compreensível a aversão de muitos, inclusive a minha, em relação aos feitos do PT. Mais insistir na afirmação de que o movimento estudantil de 64, contra a ditadura militar, tinha como finalidade a implantação do comunismo, é um pouco temeroso. Naquela época, o PT nem havia sido parido. Há que se atentar também para o contexto da história mundial pressionada pela ameaça da Guerra Fria. Se habitávamos em uma democracia, cuja exclusão social era extremamente vergonhosa, como não pensar que o outro regime, o comunista, seria a solução? Mesmo assim, ninguém poderia dizer, com a devida certeza, que essa fantasia se tornaria uma realidade, caso os resistentes saíssem vitoriosos. Só atualmente, com a decadência do regime comunista, que foi possível constatar que quaisquer ditadura são contra indicadas, seja qual for a enfermidade. Em contrapartida, mesmo após termos atravessado um regime ditatorial, muitos ainda não conseguiram apreender o retrocesso que o nosso país mergulhou durante 21 anos. Do lema utilizado como atrativo "Pátria, Família com Deus pela liberdade", apenas a liberdade ou o direito de expressão foi suprimido, restando-nos Deus e todas as atrocidades cometidas em nome da pátria. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Barcelona vai reencontrar Guardiola em grupo da Liga dos Campeões
A Uefa, entidade que organiza o futebol europeu, realizou nesta quinta-feira (25) o sorteio das chaves da Liga dos Campeões 2016/17. O Barcelona, do atacantes Neymar e Messi, caiu no grupo C e terá pela frente o Manchester City, que agora é treinado por Josep Guardiola, 45, técnico que ganhou muitos títulos pelo clube espanhol. Borussia Mönchengladbach, da Alemanha, e Celtic, da Escócia, completam a chave. Barça e City se enfrentaram na edição 2014/15 da Liga dos Campeões, pelas oitavas de final. Os espanhóis eliminaram os ingleses com uma vitória por 2 a 1 e outra por 1 a 0. Atual campeão, o Real Madrid está no grupo F, ao lado de Borussia Dortmund, da Alemanha, Sporting, de Portugal, e Légia Varsóvia, da Polônia. O atacante Cristiano Ronaldo, 31, grande estrela da equipe espanhola, vai reencontrar o Sporting, clube que o revelou. Presente no sorteio, o jogador sorriu ao ver que enfrentaria o seu ex-time. O Leicester, grande surpresa da última temporada ao conquistar o título do Campeonato Inglês, caiu em uma chave teoricamente fácil. Vai encarar Porto, de Portugal, Club Brugge, da Bélgica, e Copenhague, da Dinamarca. VEJA OS GRUPOS DA LIGA DOS CAMPEÕES 2016/17 GRUPO A Paris Saint-Germain Arsenal Basel Ludogorets GRUPO B Benfica Napoli Dinamo de Kiev Besiktas GRUPO C Barcelona Manchester City Borussia Mönchengladbach Celtic GRUPO D Bayern de Munique Atlético de Madri PSV Eindhoven Rostov GRUPO E CSKA Moscou Bayer Leverkusen Tottenham Monaco GRUPO F Real Madrid Borussia Dortmund Sporting Légia Varsóvia GRUPO G Leicester Porto Club Brugge Copenhague GRUPO H Juventus Sevilla Lyon Dinamo Zagreb
esporte
Barcelona vai reencontrar Guardiola em grupo da Liga dos CampeõesA Uefa, entidade que organiza o futebol europeu, realizou nesta quinta-feira (25) o sorteio das chaves da Liga dos Campeões 2016/17. O Barcelona, do atacantes Neymar e Messi, caiu no grupo C e terá pela frente o Manchester City, que agora é treinado por Josep Guardiola, 45, técnico que ganhou muitos títulos pelo clube espanhol. Borussia Mönchengladbach, da Alemanha, e Celtic, da Escócia, completam a chave. Barça e City se enfrentaram na edição 2014/15 da Liga dos Campeões, pelas oitavas de final. Os espanhóis eliminaram os ingleses com uma vitória por 2 a 1 e outra por 1 a 0. Atual campeão, o Real Madrid está no grupo F, ao lado de Borussia Dortmund, da Alemanha, Sporting, de Portugal, e Légia Varsóvia, da Polônia. O atacante Cristiano Ronaldo, 31, grande estrela da equipe espanhola, vai reencontrar o Sporting, clube que o revelou. Presente no sorteio, o jogador sorriu ao ver que enfrentaria o seu ex-time. O Leicester, grande surpresa da última temporada ao conquistar o título do Campeonato Inglês, caiu em uma chave teoricamente fácil. Vai encarar Porto, de Portugal, Club Brugge, da Bélgica, e Copenhague, da Dinamarca. VEJA OS GRUPOS DA LIGA DOS CAMPEÕES 2016/17 GRUPO A Paris Saint-Germain Arsenal Basel Ludogorets GRUPO B Benfica Napoli Dinamo de Kiev Besiktas GRUPO C Barcelona Manchester City Borussia Mönchengladbach Celtic GRUPO D Bayern de Munique Atlético de Madri PSV Eindhoven Rostov GRUPO E CSKA Moscou Bayer Leverkusen Tottenham Monaco GRUPO F Real Madrid Borussia Dortmund Sporting Légia Varsóvia GRUPO G Leicester Porto Club Brugge Copenhague GRUPO H Juventus Sevilla Lyon Dinamo Zagreb
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Próximo filme de Martin Scorsese é ambientado no Japão do século 17
Se Martin Scorsese se mostra aberto ao comentar o legado da Film Fundation, ele emudece quando o assunto muda para seus projetos atuais e futuros. A reportagem perguntou ao diretor, via The Film Foundation, sobre "Silence", seu novo filme, que deve ser lançado em 2016 e do qual foi extraído o storyboard usado no pôster da Mostra. Mas essas questões foram encaminhadas à agente de Scorsese. "Infelizmente Marty não poderá responder devido ao seu horário de trabalho agitado no momento", respondeu ela. Inspirado no romance histórico "O Silêncio", publicado em 1966 pelo japonês Shusaku Endo (ed. Planeta), a obra relata a arriscada empreitada de dois jesuítas portugueses (Andrew Garfield e Adam Driver) em busca do seu mentor (Liam Neeson), que sumiu no Japão do século 17. O terceiro quadro do storyboard mostra um homem amarrado e de cabeça para baixo. O livro narra como os japoneses costumavam torturar os católicos que tentavam pregar no país ao mergulhá-los em água fervente. A Folha também perguntou sobre os rumores de suas andanças por São Paulo. Em junho de 2014, a agência Efe informou que o cineasta esteve na capital paulista em busca de locações para um filme futuro. "Isso é mentira: ele não veio para a América do Sul", diz Rodrigo Teixeira, produtor brasileiro com quem Scorsese criou uma parceria para buscar novos talentos no cinema e que tem ajudado a intermediar o contato entre a organização da Mostra e o diretor. "Quando ele entra num filme, fica completamente concentrado", diz Teixeira. Do diretor, que não comparecerá ao festival paulistano, a Mostra exibirá "O Rei da Comédia" (1982).
ilustrada
Próximo filme de Martin Scorsese é ambientado no Japão do século 17Se Martin Scorsese se mostra aberto ao comentar o legado da Film Fundation, ele emudece quando o assunto muda para seus projetos atuais e futuros. A reportagem perguntou ao diretor, via The Film Foundation, sobre "Silence", seu novo filme, que deve ser lançado em 2016 e do qual foi extraído o storyboard usado no pôster da Mostra. Mas essas questões foram encaminhadas à agente de Scorsese. "Infelizmente Marty não poderá responder devido ao seu horário de trabalho agitado no momento", respondeu ela. Inspirado no romance histórico "O Silêncio", publicado em 1966 pelo japonês Shusaku Endo (ed. Planeta), a obra relata a arriscada empreitada de dois jesuítas portugueses (Andrew Garfield e Adam Driver) em busca do seu mentor (Liam Neeson), que sumiu no Japão do século 17. O terceiro quadro do storyboard mostra um homem amarrado e de cabeça para baixo. O livro narra como os japoneses costumavam torturar os católicos que tentavam pregar no país ao mergulhá-los em água fervente. A Folha também perguntou sobre os rumores de suas andanças por São Paulo. Em junho de 2014, a agência Efe informou que o cineasta esteve na capital paulista em busca de locações para um filme futuro. "Isso é mentira: ele não veio para a América do Sul", diz Rodrigo Teixeira, produtor brasileiro com quem Scorsese criou uma parceria para buscar novos talentos no cinema e que tem ajudado a intermediar o contato entre a organização da Mostra e o diretor. "Quando ele entra num filme, fica completamente concentrado", diz Teixeira. Do diretor, que não comparecerá ao festival paulistano, a Mostra exibirá "O Rei da Comédia" (1982).
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Teori quer investigar vazamento de delação de Delcídio
Relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki quer apurar o vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que teria citado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. A divulgação do acordo de colaboração irritou o ministro, que levou ao procurador-geral, Rodrigo Janot, seu desconforto com ação. Teori avalia que a publicidade da delação pode fazer parte de uma operação para tumultuar o processo e prejudicar a homologação do acordo. O ministro ainda estuda a forma como será apurado o vazamento. Segundo a Folha apurou, Teori deve confirmar nos próximos dias a delação de Delcídio. O ministro estaria analisando as condições do acordo fechado entre o senador e a Procuradoria-Geral da República. Além de Dilma e Lula, Delcídio citou vários políticos. De acordo com documentos divulgados pela revista "IstoÉ", o senador revelou aos investigadores que o ex-presidente mandou subornar o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, em troca de seu silêncio. O senador, afirma a revista, também diz que Dilma Rousseff tentou por três vezes interferir na Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Em uma delas, teria usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em seu relato, Delcídio cita outros senadores e deputados, tanto da base aliada quando da oposição. O governo nega as acusações e tenta desqualificar Delcídio, apontando que ele age por vingança após ter ficado três meses presos, sob acusação de que tentou atrapalhar as investigações da Lava Jato. O Instituto Lula também negou que o ex-presidente, que foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, tenha cometidos atos ilegais.
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Teori quer investigar vazamento de delação de DelcídioRelator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki quer apurar o vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que teria citado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. A divulgação do acordo de colaboração irritou o ministro, que levou ao procurador-geral, Rodrigo Janot, seu desconforto com ação. Teori avalia que a publicidade da delação pode fazer parte de uma operação para tumultuar o processo e prejudicar a homologação do acordo. O ministro ainda estuda a forma como será apurado o vazamento. Segundo a Folha apurou, Teori deve confirmar nos próximos dias a delação de Delcídio. O ministro estaria analisando as condições do acordo fechado entre o senador e a Procuradoria-Geral da República. Além de Dilma e Lula, Delcídio citou vários políticos. De acordo com documentos divulgados pela revista "IstoÉ", o senador revelou aos investigadores que o ex-presidente mandou subornar o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, em troca de seu silêncio. O senador, afirma a revista, também diz que Dilma Rousseff tentou por três vezes interferir na Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Em uma delas, teria usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em seu relato, Delcídio cita outros senadores e deputados, tanto da base aliada quando da oposição. O governo nega as acusações e tenta desqualificar Delcídio, apontando que ele age por vingança após ter ficado três meses presos, sob acusação de que tentou atrapalhar as investigações da Lava Jato. O Instituto Lula também negou que o ex-presidente, que foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, tenha cometidos atos ilegais.
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Anistia internacional alerta para casos de violência policial no Brasil
Num informe anual divulgado no final de fevereiro, a Anistia Internacional alertou para os recorrentes casos de violência policial no Brasil ao analisar a situação dos direitos humanos no país durante o ano de 2014. Para a entidade, prosseguem as denúncias de crimes cometidos por policiais, sobretudo contra negros e moradores das favelas. Além deles, o relatório cita trabalhadores rurais e indígenas como os mais vulneráveis às violações do Estado. Ao analisar a situação do Brasil em um capítulo, a Anistia Internacional ressaltou avanços, como a aprovação de um marco civil para a internet, que assegurou a neutralidade da rede e estabeleceu regras para proteger a liberdade de expressão e a privacidade. Mas a entidade fez críticas à repressão contra os protestos ocorridos no ano passado, principalmente durante a Copa do Mundo. "A polícia geralmente respondeu aos protestos com violência. Centenas de pessoas foram cercadas e detidas de modo arbitrário, algumas com base em leis de combate ao crime organizado, mesmo sem qualquer indicação de que estivessem envolvidas em atividades criminosas", diz trecho do relatório. A Anistia Internacional também destacou no informe as precárias condições das prisões brasileiras, a situação da segurança pública e a impunidade, citando como exemplo a ausência de punição aos agentes do Estado responsáveis por crimes durante a ditadura (1964-85). A íntegra do relatório, que não tem efeito prático algum, pode ser vista na internet, no site anistia.org.br.
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Anistia internacional alerta para casos de violência policial no BrasilNum informe anual divulgado no final de fevereiro, a Anistia Internacional alertou para os recorrentes casos de violência policial no Brasil ao analisar a situação dos direitos humanos no país durante o ano de 2014. Para a entidade, prosseguem as denúncias de crimes cometidos por policiais, sobretudo contra negros e moradores das favelas. Além deles, o relatório cita trabalhadores rurais e indígenas como os mais vulneráveis às violações do Estado. Ao analisar a situação do Brasil em um capítulo, a Anistia Internacional ressaltou avanços, como a aprovação de um marco civil para a internet, que assegurou a neutralidade da rede e estabeleceu regras para proteger a liberdade de expressão e a privacidade. Mas a entidade fez críticas à repressão contra os protestos ocorridos no ano passado, principalmente durante a Copa do Mundo. "A polícia geralmente respondeu aos protestos com violência. Centenas de pessoas foram cercadas e detidas de modo arbitrário, algumas com base em leis de combate ao crime organizado, mesmo sem qualquer indicação de que estivessem envolvidas em atividades criminosas", diz trecho do relatório. A Anistia Internacional também destacou no informe as precárias condições das prisões brasileiras, a situação da segurança pública e a impunidade, citando como exemplo a ausência de punição aos agentes do Estado responsáveis por crimes durante a ditadura (1964-85). A íntegra do relatório, que não tem efeito prático algum, pode ser vista na internet, no site anistia.org.br.
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Ex-presidente da Andrade muda versão de propina a chapa de Dilma
O executivo Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, prestou novo depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta quinta-feira (17) e, segundo advogados, mudou a versão dada anteriormente: afirmou que não houve propina para a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. O depoimento foi tomado pelo ministro Herman Benjamin no âmbito de uma ação movida pelo PSDB que investiga irregularidades na campanha da chapa eleita. Em setembro, Azevedo havia dito ao TSE que R$ 1 milhão que entrou no caixa da campanha de Dilma e Temer foi proveniente de um pagamento de propina feito em março de 2014, antes do período eleitoral, ao diretório nacional do PT. Agora, segundo advogados de defesa e de acusação que presenciaram o novo depoimento, Azevedo "retificou" sua versão e afirmou ter se confundido quanto à natureza da doação, que teria sido lícita. A mudança no teor do depoimento ocorre após a defesa de Dilma demonstrar no processo que o R$ 1 milhão chegou ao caixa da campanha por meio do PMDB de Temer, e não do PT, como a Folha revelou no último dia 9. A informação de que a doação desse valor supostamente ilegal tinha sido feita via PMDB poderia trazer prejuízos ao governo de Temer e, no pior cenário, até sua cassação. O PMDB tem sustentado que as campanhas da então candidata a presidente e do candidato a vice eram independentes. Depois de depor por cerca de duas horas, Azevedo saiu sem falar com a imprensa. "Da minha parte, estou bastante tranquilo, como vejo que tem que ser. As coisas são o que são, vamos continuar olhando para a frente", limitou-se a dizer. RETRATAÇÃO O advogado da campanha de Temer, Gustavo Guedes, disse que o novo depoimento de Azevedo foi uma "retificação" justificada por uma "confusão". "Ele apresentou a nova versão, dizendo que se equivocou e que, ao contrário do que disse, não houve da Andrade Gutierrez nenhum valor de propina para a campanha presidencial de 2014. Nem para a Dilma, nem para o PMDB, nem para a chapa", afirmou Guedes. Segundo Guedes, Azevedo justificou o erro dizendo que, apesar de ter feito a doação para o candidato a vice, recebeu recibos eleitorais emitidos pelo PT e assinados pelo então tesoureiro petista, Edinho Silva. "O vice-presidente pode arrecadar, abre conta e arrecada, mas ele não tem condição de emitir recibo eleitoral. Esse recibo era feito pelo PT, daí, então, essa confusão dele de R$ 1 milhão", disse. "Dos 25 testemunhos de acusação, [o de Azevedo] era o único que dizia que tinha alguma irregularidade na campanha. Hoje cai por terra toda e qualquer acusação de irregularidade na arrecadação de campanha de Dilma e Michel Temer", afirmou o advogado da campanha de Dilma, Flávio Caetano. Tanto Caetano como Guedes disseram que o único depoimento que afirmava ter havido dinheiro de propina na campanha da chapa eleita em 2014 era o de Azevedo. "Olhando os documentos, ele [Azevedo] percebeu que errou, trouxe uma informação equivocada, que aquele R$ 1 milhão não tinha origem em nenhum pagamento irregular ao PT e, sim, em uma doação voluntária que fez ao PMDB", disse Caetano. Questionado sobre a existência de propina, em geral, da Andrade Gutierrez para o PT, Caetano respondeu que o que interessa ao TSE é apenas a campanha presidencial. "Em relação à campanha ficou muito claro que não houve nenhuma irregularidade." Advogado do PSDB responsável por mover a ação no TSE, José Eduardo Alckmin disse que a Justiça deverá levar em conta "o conjunto da obra", e não somente esse depoimento. "O fato é que houve durante muito tempo dinheiro de caixa dois, inclusive abastecendo o partido da presidente Dilma. Aí, realmente, causa a necessidade de um exame bem apurado para ver se esse dinheiro não terá incidido na campanha eleitoral", disse Alckmin.
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Ex-presidente da Andrade muda versão de propina a chapa de DilmaO executivo Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, prestou novo depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta quinta-feira (17) e, segundo advogados, mudou a versão dada anteriormente: afirmou que não houve propina para a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. O depoimento foi tomado pelo ministro Herman Benjamin no âmbito de uma ação movida pelo PSDB que investiga irregularidades na campanha da chapa eleita. Em setembro, Azevedo havia dito ao TSE que R$ 1 milhão que entrou no caixa da campanha de Dilma e Temer foi proveniente de um pagamento de propina feito em março de 2014, antes do período eleitoral, ao diretório nacional do PT. Agora, segundo advogados de defesa e de acusação que presenciaram o novo depoimento, Azevedo "retificou" sua versão e afirmou ter se confundido quanto à natureza da doação, que teria sido lícita. A mudança no teor do depoimento ocorre após a defesa de Dilma demonstrar no processo que o R$ 1 milhão chegou ao caixa da campanha por meio do PMDB de Temer, e não do PT, como a Folha revelou no último dia 9. A informação de que a doação desse valor supostamente ilegal tinha sido feita via PMDB poderia trazer prejuízos ao governo de Temer e, no pior cenário, até sua cassação. O PMDB tem sustentado que as campanhas da então candidata a presidente e do candidato a vice eram independentes. Depois de depor por cerca de duas horas, Azevedo saiu sem falar com a imprensa. "Da minha parte, estou bastante tranquilo, como vejo que tem que ser. As coisas são o que são, vamos continuar olhando para a frente", limitou-se a dizer. RETRATAÇÃO O advogado da campanha de Temer, Gustavo Guedes, disse que o novo depoimento de Azevedo foi uma "retificação" justificada por uma "confusão". "Ele apresentou a nova versão, dizendo que se equivocou e que, ao contrário do que disse, não houve da Andrade Gutierrez nenhum valor de propina para a campanha presidencial de 2014. Nem para a Dilma, nem para o PMDB, nem para a chapa", afirmou Guedes. Segundo Guedes, Azevedo justificou o erro dizendo que, apesar de ter feito a doação para o candidato a vice, recebeu recibos eleitorais emitidos pelo PT e assinados pelo então tesoureiro petista, Edinho Silva. "O vice-presidente pode arrecadar, abre conta e arrecada, mas ele não tem condição de emitir recibo eleitoral. Esse recibo era feito pelo PT, daí, então, essa confusão dele de R$ 1 milhão", disse. "Dos 25 testemunhos de acusação, [o de Azevedo] era o único que dizia que tinha alguma irregularidade na campanha. Hoje cai por terra toda e qualquer acusação de irregularidade na arrecadação de campanha de Dilma e Michel Temer", afirmou o advogado da campanha de Dilma, Flávio Caetano. Tanto Caetano como Guedes disseram que o único depoimento que afirmava ter havido dinheiro de propina na campanha da chapa eleita em 2014 era o de Azevedo. "Olhando os documentos, ele [Azevedo] percebeu que errou, trouxe uma informação equivocada, que aquele R$ 1 milhão não tinha origem em nenhum pagamento irregular ao PT e, sim, em uma doação voluntária que fez ao PMDB", disse Caetano. Questionado sobre a existência de propina, em geral, da Andrade Gutierrez para o PT, Caetano respondeu que o que interessa ao TSE é apenas a campanha presidencial. "Em relação à campanha ficou muito claro que não houve nenhuma irregularidade." Advogado do PSDB responsável por mover a ação no TSE, José Eduardo Alckmin disse que a Justiça deverá levar em conta "o conjunto da obra", e não somente esse depoimento. "O fato é que houve durante muito tempo dinheiro de caixa dois, inclusive abastecendo o partido da presidente Dilma. Aí, realmente, causa a necessidade de um exame bem apurado para ver se esse dinheiro não terá incidido na campanha eleitoral", disse Alckmin.
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Justiça aceita denúncia contra suspeitos ligados ao Grupo Petrópolis
A Justiça Federal em Brasília acolheu a denúncia contra cinco suspeitos de terem praticado corrupção para beneficiar o dono do Grupo Petrópolis, Walter Faria, em processos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Agora, com a decisão do juiz Wallisney de Souza Oliveira, os cinco denunciados pelo Ministério Público tornam-se réus em uma ação penal. Dois deles eram advogados de Walter Faria: Benício Junior e Guilherme Macedo Soares. Já Paulo Roberto Cortez, Nelson Mallmann e Pedro Anan Junior, os outros três alvos, eram conselheiros do Carf à época dos fatos investigados. Eles teriam recebido propina para se atuarem em favor do empresário junto ao colegiado. Embora tenha sido investigado e o nome dele conste no relatório da Polícia Federal sobre o caso, Faria não foi acusado pelos procuradores de participar da suposta negociata. O magistrado, em seu despacho, pede ao Ministério Público que se manifeste explicitamente a respeito da situação do dono do Grupo Petrópolis. "[...] para dizer expressamente se requer ou não o arquivamento do inquérito policial relativamente a Walter Faria, considerando que tal investigado, embora tenha sido apontado no relatório conclusivo da autoridade policial como um dos responsáveis pelo ilícitos em questão, não consta no rol dos denunciados", justifica o juiz no documento. A ação, aberta no dia 7 de maio, é consequência da Operação Zelotes, que apura indícios de pagamento de propina a conselheiros do Carf e supostas compras de medidas provisórias do governo Federal. A denúncia aponta que Nelson Malmann e Paulo Cortez intermediaram, em nome do escritório dos advogados Benício e Guilherme, o pagamento de vantagem indevida ao outro conselheiro, Pedro Anan, no valor de R$ 46.925. Segundo a Procuradoria, eles trabalharam para que o Carf cancelasse, em 2014, uma cobrança de R$ 8,6 milhões imposta pela Receita Federal a Walter Faria. O empresário recorreu ao conselho em 2008, depois de ser autuado pela Receita em um procedimento administrativo que constatou irregularidades na sua declaração de imposto de renda de pessoa física. Benício é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro; Guilherme, de corrupção ativa; Paulo Cortez, de corrupção ativa e tráfico de influência; Nelson Mallmann, de corrupção ativa e tráfico de influência; Pedro Anan Júnior, de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e violação de direito autoral. OUTRO LADO Procurada, a assessoria dos advogados Benício Júnior e Guilherme Macedo informou que eles "negam qualquer envolvimento com os crimes imputados, bem como qualquer outra ação suspeita", que a decisão do Carf foi tomada por "maioria absoluta dos votos (4x2)" e que entregou documentos ao Ministério Público "que demonstravam absoluta regularidade do processo". Os demais acusados não foram localizados nesta sexta-feira (22). Anteriormente, a assessoria do grupo Petrópolis informou que "nunca autorizou qualquer atividade que possa ter qualquer conotação ilícita por parte de qualquer empresa contratada".
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Justiça aceita denúncia contra suspeitos ligados ao Grupo PetrópolisA Justiça Federal em Brasília acolheu a denúncia contra cinco suspeitos de terem praticado corrupção para beneficiar o dono do Grupo Petrópolis, Walter Faria, em processos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Agora, com a decisão do juiz Wallisney de Souza Oliveira, os cinco denunciados pelo Ministério Público tornam-se réus em uma ação penal. Dois deles eram advogados de Walter Faria: Benício Junior e Guilherme Macedo Soares. Já Paulo Roberto Cortez, Nelson Mallmann e Pedro Anan Junior, os outros três alvos, eram conselheiros do Carf à época dos fatos investigados. Eles teriam recebido propina para se atuarem em favor do empresário junto ao colegiado. Embora tenha sido investigado e o nome dele conste no relatório da Polícia Federal sobre o caso, Faria não foi acusado pelos procuradores de participar da suposta negociata. O magistrado, em seu despacho, pede ao Ministério Público que se manifeste explicitamente a respeito da situação do dono do Grupo Petrópolis. "[...] para dizer expressamente se requer ou não o arquivamento do inquérito policial relativamente a Walter Faria, considerando que tal investigado, embora tenha sido apontado no relatório conclusivo da autoridade policial como um dos responsáveis pelo ilícitos em questão, não consta no rol dos denunciados", justifica o juiz no documento. A ação, aberta no dia 7 de maio, é consequência da Operação Zelotes, que apura indícios de pagamento de propina a conselheiros do Carf e supostas compras de medidas provisórias do governo Federal. A denúncia aponta que Nelson Malmann e Paulo Cortez intermediaram, em nome do escritório dos advogados Benício e Guilherme, o pagamento de vantagem indevida ao outro conselheiro, Pedro Anan, no valor de R$ 46.925. Segundo a Procuradoria, eles trabalharam para que o Carf cancelasse, em 2014, uma cobrança de R$ 8,6 milhões imposta pela Receita Federal a Walter Faria. O empresário recorreu ao conselho em 2008, depois de ser autuado pela Receita em um procedimento administrativo que constatou irregularidades na sua declaração de imposto de renda de pessoa física. Benício é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro; Guilherme, de corrupção ativa; Paulo Cortez, de corrupção ativa e tráfico de influência; Nelson Mallmann, de corrupção ativa e tráfico de influência; Pedro Anan Júnior, de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e violação de direito autoral. OUTRO LADO Procurada, a assessoria dos advogados Benício Júnior e Guilherme Macedo informou que eles "negam qualquer envolvimento com os crimes imputados, bem como qualquer outra ação suspeita", que a decisão do Carf foi tomada por "maioria absoluta dos votos (4x2)" e que entregou documentos ao Ministério Público "que demonstravam absoluta regularidade do processo". Os demais acusados não foram localizados nesta sexta-feira (22). Anteriormente, a assessoria do grupo Petrópolis informou que "nunca autorizou qualquer atividade que possa ter qualquer conotação ilícita por parte de qualquer empresa contratada".
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Governo se reúne com União Europeia para definir Hipismo no Rio em 2016
Representantes do governo federal e da APO (Autoridade Pública Olímpica) se reúnem nesta sexta-feira (30), em Bruxelas, na Bélgica, com membros da União Europeia para definirem os protocolos sanitários para as provas de hipismo na Rio-2016. Deve ser o fim do imbróglio que, neste momento, coloca em risco a realização das provas no Rio, já que há burocracia para a emissão do certificado sanitário para liberar a entrada e saída de cavalos da Europa, EUA e Canadá no país para participarem das competições. Cogitou-se realizar as provas em Buenos Aires ou em Kentucky, nos EUA. O objetivo do encontro é aprovar um modelo de certificação veterinária internacional que permitirá aos animais saírem do Brasil e entrarem em outros países sem restrições sanitárias após as competições da Rio-2016. No início de novembro, avisita de uma delegação da Federação Internacional Equestre (FIE) para aprovar o sistema de medição da competição é considerada como limite para que seja solucionada a questão da entrada e saída dos cavalos do país.
esporte
Governo se reúne com União Europeia para definir Hipismo no Rio em 2016Representantes do governo federal e da APO (Autoridade Pública Olímpica) se reúnem nesta sexta-feira (30), em Bruxelas, na Bélgica, com membros da União Europeia para definirem os protocolos sanitários para as provas de hipismo na Rio-2016. Deve ser o fim do imbróglio que, neste momento, coloca em risco a realização das provas no Rio, já que há burocracia para a emissão do certificado sanitário para liberar a entrada e saída de cavalos da Europa, EUA e Canadá no país para participarem das competições. Cogitou-se realizar as provas em Buenos Aires ou em Kentucky, nos EUA. O objetivo do encontro é aprovar um modelo de certificação veterinária internacional que permitirá aos animais saírem do Brasil e entrarem em outros países sem restrições sanitárias após as competições da Rio-2016. No início de novembro, avisita de uma delegação da Federação Internacional Equestre (FIE) para aprovar o sistema de medição da competição é considerada como limite para que seja solucionada a questão da entrada e saída dos cavalos do país.
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Torre Eiffel bate recorde de visitação
A torre Eiffel recebeu um total de 7.097.302 visitantes em 2014, um crescimento de 5,3% em relação ao ano anterior, informou nesta terça-feira a empresa que administra o principal ponto turístico de Paris. "A torre Eiffel registrou o melhor ano de sua história", apontou em comunicado a Sociedade de Exploração da Torre Eiffel, comemorando a quebra do recorde. Segundo o órgão, 84% dos visitantes foram estrangeiros, apesar de os franceses (16%) term sido a nacionalidade mais assídua a subir a edificação mais alta da capital do país. Os americanos ocuparam a segunda posição no ranking de visitação (11,9%), seguidos dos britânicos (7,5%), italianos (6,8%), espanhóis (6,7%), alemães (4,9%), brasileiros (3,3%), russos (2,8%), holandeses (2,3) e indianos (2,2%), conforme a empresa que administra o monumento.
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Torre Eiffel bate recorde de visitaçãoA torre Eiffel recebeu um total de 7.097.302 visitantes em 2014, um crescimento de 5,3% em relação ao ano anterior, informou nesta terça-feira a empresa que administra o principal ponto turístico de Paris. "A torre Eiffel registrou o melhor ano de sua história", apontou em comunicado a Sociedade de Exploração da Torre Eiffel, comemorando a quebra do recorde. Segundo o órgão, 84% dos visitantes foram estrangeiros, apesar de os franceses (16%) term sido a nacionalidade mais assídua a subir a edificação mais alta da capital do país. Os americanos ocuparam a segunda posição no ranking de visitação (11,9%), seguidos dos britânicos (7,5%), italianos (6,8%), espanhóis (6,7%), alemães (4,9%), brasileiros (3,3%), russos (2,8%), holandeses (2,3) e indianos (2,2%), conforme a empresa que administra o monumento.
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No auge da seca, governo suspende contrato para poços na Bahia
No auge da estiagem que atinge o semiárido nordestino, o governo federal interrompeu um contrato para instalação de 60 poços tubulares na região de Juazeiro, norte da Bahia, por "indisponibilidade momentânea de recursos". O extrato de interrupção do contrato, assinado pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), foi publicado na segunda-feira (16) no Diário Oficial da União. O contrato firmado com a empresa Geofort Hidrogeologia e Construções prevê investimentos de R$ 1,9 milhões nos poços. Com a suspensão, ele deverá ser retomado somente em março de 2016. É a segunda vez seguida que a execução do contrato é interrompida por quatro meses. Em junho, o governo federal suspendeu o contrato por 120 dias também por falta de recursos. Os poços artesianos são considerados uma das principais alternativas para garantir o abastecimento de água, sobretudo em áreas rurais do semiárido. O município de Juazeiro está com situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional desde abril por causa da seca. Cidades vizinhas, como Curaçá e Sobradinho, vivem situação semelhante. O reservatório de Sobradinho, que abastece a região, atingiu esta semana 2,5% do seu volume útil –nível mais baixo registrado desde sua construção nos anos 1970. Ao mesmo tempo em que alega falta de recursos para poços, a Codevasf firmou convênio com a prefeitura de Santa Maria da Vitória (BA) para construir uma ponte no valor de R$ 475 mil. O ex-prefeito da localidade Prudente José de Moraes assumiu há cerca de um mês a superintendência da Codevasf na região por indicação do PP da Bahia. OUTRO LADO Em nota, o Ministério da Integração Nacional informou que a empresa contratada foi quem solicitou a interrupção do contrato em julho e pediu prorrogação do prazo em novembro. A Folha apurou, contudo, que a interrupção foi pedida pela empresa por falta de pagamento de obras já realizadas. Segundo o ministério, foram realizadas 55 perfurações ou instalações de poços neste contrato, sendo executados R$ 797 mil. Sobre o convênio com a Prefeitura de Santa Maria da Vitória, a pasta da Integração informa que este é objeto de emenda parlamentar, não tendo o órgão "ingerência sobre a aplicação de recursos de emenda".
cotidiano
No auge da seca, governo suspende contrato para poços na BahiaNo auge da estiagem que atinge o semiárido nordestino, o governo federal interrompeu um contrato para instalação de 60 poços tubulares na região de Juazeiro, norte da Bahia, por "indisponibilidade momentânea de recursos". O extrato de interrupção do contrato, assinado pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), foi publicado na segunda-feira (16) no Diário Oficial da União. O contrato firmado com a empresa Geofort Hidrogeologia e Construções prevê investimentos de R$ 1,9 milhões nos poços. Com a suspensão, ele deverá ser retomado somente em março de 2016. É a segunda vez seguida que a execução do contrato é interrompida por quatro meses. Em junho, o governo federal suspendeu o contrato por 120 dias também por falta de recursos. Os poços artesianos são considerados uma das principais alternativas para garantir o abastecimento de água, sobretudo em áreas rurais do semiárido. O município de Juazeiro está com situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional desde abril por causa da seca. Cidades vizinhas, como Curaçá e Sobradinho, vivem situação semelhante. O reservatório de Sobradinho, que abastece a região, atingiu esta semana 2,5% do seu volume útil –nível mais baixo registrado desde sua construção nos anos 1970. Ao mesmo tempo em que alega falta de recursos para poços, a Codevasf firmou convênio com a prefeitura de Santa Maria da Vitória (BA) para construir uma ponte no valor de R$ 475 mil. O ex-prefeito da localidade Prudente José de Moraes assumiu há cerca de um mês a superintendência da Codevasf na região por indicação do PP da Bahia. OUTRO LADO Em nota, o Ministério da Integração Nacional informou que a empresa contratada foi quem solicitou a interrupção do contrato em julho e pediu prorrogação do prazo em novembro. A Folha apurou, contudo, que a interrupção foi pedida pela empresa por falta de pagamento de obras já realizadas. Segundo o ministério, foram realizadas 55 perfurações ou instalações de poços neste contrato, sendo executados R$ 797 mil. Sobre o convênio com a Prefeitura de Santa Maria da Vitória, a pasta da Integração informa que este é objeto de emenda parlamentar, não tendo o órgão "ingerência sobre a aplicação de recursos de emenda".
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Reforma tributária nos EUA é parte de agenda pró-negócios
A primeira semana do governo Trump teve dois fatos marcantes: um recorde do índice Dow Jones e uma profusão de atos presidenciais. As principais medidas adotadas pelo novo presidente foram a retirada dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP), a retomada do processo regulatório para a construção de dois oleodutos controversos e a proposta de criação de um muro na fronteira com o México, a ser financiado pelos mexicanos. O conjunto pode apontar para uma estratégia econômica coerente. A julgar pela forma como foram tomadas, as medidas parecem mirar três objetivos: reduzir o custo para se produzir, ampliar o acesso a mercados externos e assegurar proteção contra a concorrência internacional. Para as empresas e o mercado financeiro americanos, as medidas soam como oportunidade histórica, como não se via desde a era Reagan, para o governo implantar uma agenda pró-negócios. O primeiro pilar dessa estratégia é uma reforma tributária ambiciosa para reduzir o custo de produção e exportação a partir dos EUA. A Casa Branca e a liderança republicana no Congresso propuseram extinguir o imposto de renda para as empresas e substituí-lo por um imposto de valor agregado federal sobre o consumo, inclusive de produtos importados. Na prática, a reforma, se aprovada, reduzirá a carga tributária, desonerará exportações e encarecerá importações. O resultado é que a economia americana poderá se tornar, ao mesmo tempo, altamente atrativa para investimentos estrangeiros e mais competitiva em exportações. Como a mudança tributária prevê a cobrança do imposto também sobre o produto importado, como o fazem o Brasil e todas as demais grandes economias, é possível criar uma narrativa para afirmar que a receita será utilizada para financiar a construção do muro. De fato, serão os exportadores estrangeiros e os importadores e consumidores americanos os verdadeiros financiadores. O segundo pilar é combinar o ganho de competitividade interna do novo sistema tributário com uma liberalização comercial por meio de acordos bilaterais. O terceiro e último pilar é adotar medidas de proteção a setores sensíveis à importação. No caso dos oleodutos, por exemplo, o presidente solicitou ao Departamento de Comércio que estude como assegurar que eles sejam construídos apenas com ferro e aço produzidos nos EUA. Trata-se, portanto, de uma exigência de conteúdo local. Para o Brasil, é fundamental acompanhar a evolução dessa política para que o país tire o melhor proveito possível, seja na relação bilateral com os americanos, seja com outros parceiros. De um lado, as medidas podem criar barreiras contra as exportações e investimentos brasileiros. De outro lado, podem abrir espaço político para novas negociações. A indústria está atenta, monitorando o processo via Coalizão das Indústrias Brasileiras "" o BIC "" e pronta a propor acordos via Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, parceria da Confederação Nacional da Indústria com a U.S. Chamber of Commerce, maior entidade empresarial americana. DIEGO BONOMO é gerente-executivo de comércio exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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Reforma tributária nos EUA é parte de agenda pró-negóciosA primeira semana do governo Trump teve dois fatos marcantes: um recorde do índice Dow Jones e uma profusão de atos presidenciais. As principais medidas adotadas pelo novo presidente foram a retirada dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP), a retomada do processo regulatório para a construção de dois oleodutos controversos e a proposta de criação de um muro na fronteira com o México, a ser financiado pelos mexicanos. O conjunto pode apontar para uma estratégia econômica coerente. A julgar pela forma como foram tomadas, as medidas parecem mirar três objetivos: reduzir o custo para se produzir, ampliar o acesso a mercados externos e assegurar proteção contra a concorrência internacional. Para as empresas e o mercado financeiro americanos, as medidas soam como oportunidade histórica, como não se via desde a era Reagan, para o governo implantar uma agenda pró-negócios. O primeiro pilar dessa estratégia é uma reforma tributária ambiciosa para reduzir o custo de produção e exportação a partir dos EUA. A Casa Branca e a liderança republicana no Congresso propuseram extinguir o imposto de renda para as empresas e substituí-lo por um imposto de valor agregado federal sobre o consumo, inclusive de produtos importados. Na prática, a reforma, se aprovada, reduzirá a carga tributária, desonerará exportações e encarecerá importações. O resultado é que a economia americana poderá se tornar, ao mesmo tempo, altamente atrativa para investimentos estrangeiros e mais competitiva em exportações. Como a mudança tributária prevê a cobrança do imposto também sobre o produto importado, como o fazem o Brasil e todas as demais grandes economias, é possível criar uma narrativa para afirmar que a receita será utilizada para financiar a construção do muro. De fato, serão os exportadores estrangeiros e os importadores e consumidores americanos os verdadeiros financiadores. O segundo pilar é combinar o ganho de competitividade interna do novo sistema tributário com uma liberalização comercial por meio de acordos bilaterais. O terceiro e último pilar é adotar medidas de proteção a setores sensíveis à importação. No caso dos oleodutos, por exemplo, o presidente solicitou ao Departamento de Comércio que estude como assegurar que eles sejam construídos apenas com ferro e aço produzidos nos EUA. Trata-se, portanto, de uma exigência de conteúdo local. Para o Brasil, é fundamental acompanhar a evolução dessa política para que o país tire o melhor proveito possível, seja na relação bilateral com os americanos, seja com outros parceiros. De um lado, as medidas podem criar barreiras contra as exportações e investimentos brasileiros. De outro lado, podem abrir espaço político para novas negociações. A indústria está atenta, monitorando o processo via Coalizão das Indústrias Brasileiras "" o BIC "" e pronta a propor acordos via Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, parceria da Confederação Nacional da Indústria com a U.S. Chamber of Commerce, maior entidade empresarial americana. DIEGO BONOMO é gerente-executivo de comércio exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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Brasil importará energia elétrica do Uruguai
O Brasil importará energia elétrica de geradoras do Uruguai situadas próximas da fronteira com o Brasil, segundo portaria do Ministério de Minas e Energia brasileiro publicada nesta terça-feira (29) no "Diário Oficial" da União. A publicação reconhece a "necessidade de importação de energia elétrica" do país vizinho, "de forma excepcional e temporária", por meio das Conversoras de Frequência de Rivera, de 70 megawatts, na fronteira dos municípios de Rivera (Uruguai) e Santana do Livramento, e pela futura Conversora de Melo (500 MW) no município uruguaio de Melo, próximo de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. O documento não estabelece uma data para o início da importação, mas a portaria entra em vigor nesta terça-feira. Segundo a portaria, a importação será realizada por meio de ofertas semanais de energia elétrica, tendo como destino o mercado de curto prazo do Sistema Interligado Nacional, "podendo haver ajustes conforme programação diária ou mesmo por necessidades em tempo real". Caberá à Eletrobras ser o agente responsável pela importação de energia elétrica perante a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os custos relativos à importação dessa energia elétrica que ultrapassarem o Preço da Liquidação de Diferenças (PLD) poderão ser recuperados por meio do encargo destinado à cobertura dos Custos do Serviço do Sistema, segundo a portaria.
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Brasil importará energia elétrica do UruguaiO Brasil importará energia elétrica de geradoras do Uruguai situadas próximas da fronteira com o Brasil, segundo portaria do Ministério de Minas e Energia brasileiro publicada nesta terça-feira (29) no "Diário Oficial" da União. A publicação reconhece a "necessidade de importação de energia elétrica" do país vizinho, "de forma excepcional e temporária", por meio das Conversoras de Frequência de Rivera, de 70 megawatts, na fronteira dos municípios de Rivera (Uruguai) e Santana do Livramento, e pela futura Conversora de Melo (500 MW) no município uruguaio de Melo, próximo de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. O documento não estabelece uma data para o início da importação, mas a portaria entra em vigor nesta terça-feira. Segundo a portaria, a importação será realizada por meio de ofertas semanais de energia elétrica, tendo como destino o mercado de curto prazo do Sistema Interligado Nacional, "podendo haver ajustes conforme programação diária ou mesmo por necessidades em tempo real". Caberá à Eletrobras ser o agente responsável pela importação de energia elétrica perante a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os custos relativos à importação dessa energia elétrica que ultrapassarem o Preço da Liquidação de Diferenças (PLD) poderão ser recuperados por meio do encargo destinado à cobertura dos Custos do Serviço do Sistema, segundo a portaria.
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Isaquias Queiroz e Erlon Souza são prata na canoagem C2 1000 m
Veja o vídeo O baiano Isaquias Queiroz, 22, tornou-se neste sábado (20) o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos. Ele e o parceiro Erlon Souza levaram a prata na prova do C2 1.000 m da canoagem velocidade, disputada na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. Eles chegaram atrás dos alemães Sebastian Brendel e Jan Vandrey (3min43s912 contra 3min44s819). Isaquias já havia sido medalhista de prata no C1 1.000 m e de bronze no C1 200 m. Até os Jogos do Rio, a modalidade jamais havia subido ao pódio em Olimpíadas. "A gente se trancou nesses últimos meses para treinar e não ser perturbado. Merecíamos muito essa medalha. Eu me dediquei durante um ano para vencer, foi uma competição muito pesada. As três medalhas não são só minhas, são do Brasil", afirmou Isaquias. "A prata é um dever cumprido. Só a gente sabe o que a gente passou. Infelizmente não deu para ganhar o ouro, mas fica para Tóquio", disse Erlon. Isaquias estava empatado em número de conquistas em uma única edição com os atiradores Guilherme Paraense e Afrânio da Costa (1920) e os nadadores Gustavo Borges e Cesar Cielo (2008). Esta é a primeira Olimpíada de Isaquias, que não obteve classificação para disputar Londres-2012 e imaginou que sua carreira competitiva no alto rendimento estivesse encerrada. 1:2 http://thumb.mais.uol.com.br/15965999-large.jpg?ver=1
esporte
Isaquias Queiroz e Erlon Souza são prata na canoagem C2 1000 m Veja o vídeo O baiano Isaquias Queiroz, 22, tornou-se neste sábado (20) o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos. Ele e o parceiro Erlon Souza levaram a prata na prova do C2 1.000 m da canoagem velocidade, disputada na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. Eles chegaram atrás dos alemães Sebastian Brendel e Jan Vandrey (3min43s912 contra 3min44s819). Isaquias já havia sido medalhista de prata no C1 1.000 m e de bronze no C1 200 m. Até os Jogos do Rio, a modalidade jamais havia subido ao pódio em Olimpíadas. "A gente se trancou nesses últimos meses para treinar e não ser perturbado. Merecíamos muito essa medalha. Eu me dediquei durante um ano para vencer, foi uma competição muito pesada. As três medalhas não são só minhas, são do Brasil", afirmou Isaquias. "A prata é um dever cumprido. Só a gente sabe o que a gente passou. Infelizmente não deu para ganhar o ouro, mas fica para Tóquio", disse Erlon. Isaquias estava empatado em número de conquistas em uma única edição com os atiradores Guilherme Paraense e Afrânio da Costa (1920) e os nadadores Gustavo Borges e Cesar Cielo (2008). Esta é a primeira Olimpíada de Isaquias, que não obteve classificação para disputar Londres-2012 e imaginou que sua carreira competitiva no alto rendimento estivesse encerrada. 1:2 http://thumb.mais.uol.com.br/15965999-large.jpg?ver=1
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Em 'Parque Cultural', autor joga com o mito de Aleksándr Púchkin
PARQUE CULTURAL (ótimo) AUTOR Serguei Dovlátov TRADUÇÃO e prefácio Yulia Mikaelyan EDITORA Kalinka QUANTO: R$ 45 (168 págs.) Furio Jesi (1941-1980), mitólogo italiano, diz que o mito "não é uma forma de conhecimento, uma vez que aquilo que distingue as formas de conhecimento é a transcendência do objeto conhecido ou, pelo menos, a transferência, diante do objeto a ser conhecido, a algo que o transcenda". E acrescenta: "O mito é desprovido de toda transcendência, é um operar por palavras ou por imagens". Portanto o mito é uma ação por meio de palavras e imagens. A partir de tal reflexão poderíamos ler o romance "Parque Cultural", de Serguei Dovlátov (1941-1990), visto que o mito ali presente, sem nenhuma marca transcendental, é o de Aleksándr Púchkin (1799-1837). No livro, escrito em 1983, Dovlátov coloca em cena o mito de Púchkin com o objetivo de ler sua história a contrapelo. Desse modo, desconstrói o mito soviético inteiramente enraizado, evidenciando ironicamente que todo mito pode estar destinado a ruínas, assim como pode emergir das ruínas. As imagens que provêm de tal leitura a contrapelo, portanto, trazem marcas informes da sobrevivência do passado no presente. Em 1922, na região da antiga propriedade de Púchkin, Mikháilovskoie-Trigórskoie, é erguido um parque-museu em sua homenagem. Há, no entanto um fato curioso, destacado por Yulia Mikaelyan no prefácio à edição: "Na verdade, a casa que pertencera ao poeta fora demolida ainda em 1860 por seu filho Grigóri e, em seu lugar, fora construída outra, com uma arquitetura distinta". Isto é, o grande símbolo do mito não é senão um simulacro do próprio mito. Em "Parque Cultural", o protagonista, o escritor Boris Alikhánov ("alter ego" de Dovlátov), vive suas experiências como guia no complexo histórico das Colinas de Púchkin, onde questiona o mito por meio de reminiscências, visto que o fluxo do mito consiste na insurgência de um passado remoto numa espécie de eterno presente. Num diálogo entre Viktória Albiértovna e Boris Alikhánov, lemos: "–Posso fazer uma pergunta? Quais objetos expostos no museu são autênticos? / –Será que isso é importante? / –Acho que sim. Pois um museu não é um teatro. / –Aqui tudo é autêntico. O rio, as colinas e as árvores são contemporâneos de Púchkin. [...] / –Estou me referindo às peças do museu. [...] / –Pertences de Púchkin?..." Em "Parque Cultural" há muitos fatos relacionados à vida de Dovlátov. Porém, como bem ressalta a tradutora, "esse aspecto documental é ilusório: seu gênero é a ficção". O romance é, portanto, a esfera de um mundo permeado de ambivalências. O escritor Lev Lóssev relembra que Dovlátov adorava dizer: "Sinto um orgulho especial quando me perguntam: 'E isso aconteceu de verdade?', ou quando meus parentes esclarecem meus contos e especificam os fatos segundo suas próprias lembranças. Isso significa que tomam minhas invencionices por realidade". Em última análise, Dovlátov, como guia-dissidente em "Parque Cultural", nos relembra que na origem e no fim da literatura há o mito.
ilustrada
Em 'Parque Cultural', autor joga com o mito de Aleksándr PúchkinPARQUE CULTURAL (ótimo) AUTOR Serguei Dovlátov TRADUÇÃO e prefácio Yulia Mikaelyan EDITORA Kalinka QUANTO: R$ 45 (168 págs.) Furio Jesi (1941-1980), mitólogo italiano, diz que o mito "não é uma forma de conhecimento, uma vez que aquilo que distingue as formas de conhecimento é a transcendência do objeto conhecido ou, pelo menos, a transferência, diante do objeto a ser conhecido, a algo que o transcenda". E acrescenta: "O mito é desprovido de toda transcendência, é um operar por palavras ou por imagens". Portanto o mito é uma ação por meio de palavras e imagens. A partir de tal reflexão poderíamos ler o romance "Parque Cultural", de Serguei Dovlátov (1941-1990), visto que o mito ali presente, sem nenhuma marca transcendental, é o de Aleksándr Púchkin (1799-1837). No livro, escrito em 1983, Dovlátov coloca em cena o mito de Púchkin com o objetivo de ler sua história a contrapelo. Desse modo, desconstrói o mito soviético inteiramente enraizado, evidenciando ironicamente que todo mito pode estar destinado a ruínas, assim como pode emergir das ruínas. As imagens que provêm de tal leitura a contrapelo, portanto, trazem marcas informes da sobrevivência do passado no presente. Em 1922, na região da antiga propriedade de Púchkin, Mikháilovskoie-Trigórskoie, é erguido um parque-museu em sua homenagem. Há, no entanto um fato curioso, destacado por Yulia Mikaelyan no prefácio à edição: "Na verdade, a casa que pertencera ao poeta fora demolida ainda em 1860 por seu filho Grigóri e, em seu lugar, fora construída outra, com uma arquitetura distinta". Isto é, o grande símbolo do mito não é senão um simulacro do próprio mito. Em "Parque Cultural", o protagonista, o escritor Boris Alikhánov ("alter ego" de Dovlátov), vive suas experiências como guia no complexo histórico das Colinas de Púchkin, onde questiona o mito por meio de reminiscências, visto que o fluxo do mito consiste na insurgência de um passado remoto numa espécie de eterno presente. Num diálogo entre Viktória Albiértovna e Boris Alikhánov, lemos: "–Posso fazer uma pergunta? Quais objetos expostos no museu são autênticos? / –Será que isso é importante? / –Acho que sim. Pois um museu não é um teatro. / –Aqui tudo é autêntico. O rio, as colinas e as árvores são contemporâneos de Púchkin. [...] / –Estou me referindo às peças do museu. [...] / –Pertences de Púchkin?..." Em "Parque Cultural" há muitos fatos relacionados à vida de Dovlátov. Porém, como bem ressalta a tradutora, "esse aspecto documental é ilusório: seu gênero é a ficção". O romance é, portanto, a esfera de um mundo permeado de ambivalências. O escritor Lev Lóssev relembra que Dovlátov adorava dizer: "Sinto um orgulho especial quando me perguntam: 'E isso aconteceu de verdade?', ou quando meus parentes esclarecem meus contos e especificam os fatos segundo suas próprias lembranças. Isso significa que tomam minhas invencionices por realidade". Em última análise, Dovlátov, como guia-dissidente em "Parque Cultural", nos relembra que na origem e no fim da literatura há o mito.
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Grêmio vence São Paulo-RS e permanece em 1º do Gaúcho
Com dois gols de Luan em dois minutos, o Grêmio espantou a zebra e bateu o São Paulo-RS para recuperar a primeira posição do Campeonato Gaúcho. Aos 23min da etapa final, Luan apareceu entre os zagueiros para marcar de cabeça após cruzamento de Everton. Em seguida, o atacante recebeu lançamento de Giuliano, driblou o marcador e o goleiro Vilar e apenas empurrou para o gol vazio. O triunfo deixa o Grêmio com 29 pontos, um a mais do que o rival Internacional. Por sua vez, o São Paulo é o 13º, com 13 pontos. Os gremistas jogam na quarta-feira (1º) contra o Campinense, em Campina Grande. Pelo Estadual, o próximo compromisso é no domingo (5), contra o São José no estádio Passo D'Areia. Na mesma data, o São Paulo-RS recebe o Lajeadense em Rio Grande. INTER Não foi uma atuação capaz de agradar o torcedor, mas o Inter ganhou o quinto jogo consecutivo ao fazer 1 a 0 no União Frederiquense, em Frederico Westphalen, pela 14ª rodada do Campeonato Gaúcho. O meia Valdivia marcou o único gol do jogo, aos 11min do segundo tempo, após desviar cruzamento de Eduardo Sasha para as redes. Com o resultado, o Inter chegou aos 28 pontos, e permanece em segundo lugar. Já a derrota rebaixou o União Frederiquense para a segunda divisão do Estadual. O Inter volta a jogar na próxima quarta-feira (1º). O time do técnico Diego Aguirre recebe o Ypiranga, em partida atrasada da sexta rodada. Já o União Frederiquense só volta a jogar no domingo (5). O adversário será o Veranópolis, fora de casa. CAMPEONATO GAÚCHO 14ª RODADA DOMINGO (29) Ypiranga 1 x 0 Novo Hamburgo União Frederiquense 0 x 1 Inter-RS Aimoré 3 x 1 Avenida Grêmio 2 x 0 São Paulo-RS Brasil x Veranópolis Passo Fundo x Juventude Lajeadense x Cruzeiro-RS SEGUNDA (30) Caxias x São José
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Grêmio vence São Paulo-RS e permanece em 1º do GaúchoCom dois gols de Luan em dois minutos, o Grêmio espantou a zebra e bateu o São Paulo-RS para recuperar a primeira posição do Campeonato Gaúcho. Aos 23min da etapa final, Luan apareceu entre os zagueiros para marcar de cabeça após cruzamento de Everton. Em seguida, o atacante recebeu lançamento de Giuliano, driblou o marcador e o goleiro Vilar e apenas empurrou para o gol vazio. O triunfo deixa o Grêmio com 29 pontos, um a mais do que o rival Internacional. Por sua vez, o São Paulo é o 13º, com 13 pontos. Os gremistas jogam na quarta-feira (1º) contra o Campinense, em Campina Grande. Pelo Estadual, o próximo compromisso é no domingo (5), contra o São José no estádio Passo D'Areia. Na mesma data, o São Paulo-RS recebe o Lajeadense em Rio Grande. INTER Não foi uma atuação capaz de agradar o torcedor, mas o Inter ganhou o quinto jogo consecutivo ao fazer 1 a 0 no União Frederiquense, em Frederico Westphalen, pela 14ª rodada do Campeonato Gaúcho. O meia Valdivia marcou o único gol do jogo, aos 11min do segundo tempo, após desviar cruzamento de Eduardo Sasha para as redes. Com o resultado, o Inter chegou aos 28 pontos, e permanece em segundo lugar. Já a derrota rebaixou o União Frederiquense para a segunda divisão do Estadual. O Inter volta a jogar na próxima quarta-feira (1º). O time do técnico Diego Aguirre recebe o Ypiranga, em partida atrasada da sexta rodada. Já o União Frederiquense só volta a jogar no domingo (5). O adversário será o Veranópolis, fora de casa. CAMPEONATO GAÚCHO 14ª RODADA DOMINGO (29) Ypiranga 1 x 0 Novo Hamburgo União Frederiquense 0 x 1 Inter-RS Aimoré 3 x 1 Avenida Grêmio 2 x 0 São Paulo-RS Brasil x Veranópolis Passo Fundo x Juventude Lajeadense x Cruzeiro-RS SEGUNDA (30) Caxias x São José
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Segunda fase do vestibular da Fuvest começa na tarde deste domingo
Começa no próximo domingo (4) o primeiro dia da segunda fase do vestibular da Fuvest. Serão 29.698 candidatos disputando vagas na USP (Universidade de São Paulo). No primeiro dia serão aplicadas as provas de português e redação. São dez questões de interpretação de texto, gramática e literatura, além da produção de texto. A prova vale 100 pontos, sendo metade deles apenas da redação, obrigatória para todos os candidatos. Nos 47 endereços de prova, os portões serão abertos às 12h30min e fechados às 13h, quando ninguém mais poderá entrar. Os candidatos só poderão sair do local de prova a partir às 15h. A Fuvest recomenda que o vestibulando visite o local de prova com antecedência. Na segunda-feira (5), serão 16 questões sobre as disciplinas história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões Interdisciplinares, todas com igual valor. Essa prova também vale 100 pontos e é obrigatória para todos os candidatos. A terceira prova ocorrerá na terça-feira (6) e terá 12 questões de duas ou três disciplinas, de acordo com o curso escolhido. Se forem duas disciplinas, serão seis questões de cada uma. Quando houuver três disciplinas, serão quatro questões de cada. Essa prova também vale 100 pontos. Os candidatos que concorrem a algumas carreira que têm provas de habilidades específicas também farão testes a partir do dia 07 de janeiro. A lista dos aprovados será divulgada no dia 31 de janeiro.
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Segunda fase do vestibular da Fuvest começa na tarde deste domingoComeça no próximo domingo (4) o primeiro dia da segunda fase do vestibular da Fuvest. Serão 29.698 candidatos disputando vagas na USP (Universidade de São Paulo). No primeiro dia serão aplicadas as provas de português e redação. São dez questões de interpretação de texto, gramática e literatura, além da produção de texto. A prova vale 100 pontos, sendo metade deles apenas da redação, obrigatória para todos os candidatos. Nos 47 endereços de prova, os portões serão abertos às 12h30min e fechados às 13h, quando ninguém mais poderá entrar. Os candidatos só poderão sair do local de prova a partir às 15h. A Fuvest recomenda que o vestibulando visite o local de prova com antecedência. Na segunda-feira (5), serão 16 questões sobre as disciplinas história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões Interdisciplinares, todas com igual valor. Essa prova também vale 100 pontos e é obrigatória para todos os candidatos. A terceira prova ocorrerá na terça-feira (6) e terá 12 questões de duas ou três disciplinas, de acordo com o curso escolhido. Se forem duas disciplinas, serão seis questões de cada uma. Quando houuver três disciplinas, serão quatro questões de cada. Essa prova também vale 100 pontos. Os candidatos que concorrem a algumas carreira que têm provas de habilidades específicas também farão testes a partir do dia 07 de janeiro. A lista dos aprovados será divulgada no dia 31 de janeiro.
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Motorola e Microsoft mantêm apostas nos celulares 'modestos'
A Microsoft e a Motorola reafirmaram nesta segunda-feira (2) seu foco em países emergentes e aparelhos mais modestos no mercado de celulares, que tem as faixas de preço superior mais lucrativas dominadas por Apple e Samsung. A fabricante do Windows (e agora proprietária da Nokia) lançou dois smartphones com capacidades e preço intermediários, o Lumia 640 e o Lumia 640 XL, que chegarão ao mercado em abril, com preços entre € 139 e € 219 (de R$ 450 a R$ 700). A Motorola, por sua vez, declarou por meio de seu presidente-executivo, Rick Osterloh, entusiasmo com o Brasil, onde lançou na semana passada a segunda versão de seu smartphone mais barato, o Moto E (R$ 699). "A nossa empresa trabalha agora totalmente focada nos modelos mais acessíveis", afirmou Osterloh. "Os celulares de topo de linha existem para levar aos baratos as principais novidades depois de uma ou duas gerações." O discurso de ambas empresas é o mesmo: o objetivo é levar as capacidades que chamam de "premium", como câmeras de alta definição ou reconhecimento de voz, às faixas de preço inferiores. Modelos de topo de linha têm geralmente construção metálica e telas e câmeras com resolução ultra-alta, em contraste com materiais plásticos dos intermediários As duas companhias adicionaram aos seus respectivos lançamentos a opção de suporte ao padrão 4G, segundo os executivos. AQUISIÇÕES Questionado pela Folha, o diretor da divisão de aparelhos da Microsoft (e antigo presidente-executivo da Nokia) afirmou acreditar que o desaparecimento da marca finlandesa não é prejudicial para os atuais e seus futuros celulares. "Sim, a Nokia era vista como fabricante de aparelhos resistentes, de qualidade, mas estudamos cuidadosamente e nos surpreendeu quão positivo tem sido o 'feedback' dos consumidores [em relação à marca Microsoft nos aparelhos]", disse, durante conversa privada com jornalistas. Apesar disso, afirmou, a substituição que sucedeu a compra da antiga maior fabricante de celulares do mundo, no ano passado, não foi uma opção: "Isso era parte do acordo." No mesmo tema, a Motorola, que passou das mãos do Google para as da chinesa Lenovo também em 2014, disse que se "beneficia imensamente da cadeia de produção em conjunto" mas que "mantém exatamente a mesma estratégia para seus produtos", segundo Osterloh. Uma das mudanças visíveis foi a reentrada da fabricante no mercado chinês, que tem suas peculiaridades, mas que "não difere de países como o Brasil [no segmento de smartphones]", afirma o executivo. "Em todo lugar é ultracompetitivo." 'USUÁRIOS LIVRES' Em resposta a um comentário feito pelo designer Jony Ive, atualmente o segundo executivo mais importante da Apple, Osterloh disse que a empresa que dirige é essencialmente díspar da concorrente por dar liberdade ao usuário. "Queremos que o consumidor faça parte do desenvolvimento", disse, referindo-se ao programa Moto Maker, que permite combinações variadas de cores e de componentes para alguns modelos nos EUA e em alguns outros países (indisponível no Brasil). O Moto Maker foi criticado pelo diretor da Apple como sendo uma maneira de "isentar-se de parte da responsabilidade pelo design [dos celulares]." "A própria escolha de usar Android dá uma liberdade de uso e uma compatibilidade com as quais a Apple claramente não concorda", disse Osterloh. E essa linha, disparou, outras fabricantes que usam Android deixam de fazer uma "escolha óbvia" ao modificar a interface do sistema operacional feito pelo Google, mantido praticamente intocado nos celulares da Motorola. "É difícil de especular por quê fazem isso." O jornalista YURI GONZAGA viajou a convite da Intel
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Motorola e Microsoft mantêm apostas nos celulares 'modestos'A Microsoft e a Motorola reafirmaram nesta segunda-feira (2) seu foco em países emergentes e aparelhos mais modestos no mercado de celulares, que tem as faixas de preço superior mais lucrativas dominadas por Apple e Samsung. A fabricante do Windows (e agora proprietária da Nokia) lançou dois smartphones com capacidades e preço intermediários, o Lumia 640 e o Lumia 640 XL, que chegarão ao mercado em abril, com preços entre € 139 e € 219 (de R$ 450 a R$ 700). A Motorola, por sua vez, declarou por meio de seu presidente-executivo, Rick Osterloh, entusiasmo com o Brasil, onde lançou na semana passada a segunda versão de seu smartphone mais barato, o Moto E (R$ 699). "A nossa empresa trabalha agora totalmente focada nos modelos mais acessíveis", afirmou Osterloh. "Os celulares de topo de linha existem para levar aos baratos as principais novidades depois de uma ou duas gerações." O discurso de ambas empresas é o mesmo: o objetivo é levar as capacidades que chamam de "premium", como câmeras de alta definição ou reconhecimento de voz, às faixas de preço inferiores. Modelos de topo de linha têm geralmente construção metálica e telas e câmeras com resolução ultra-alta, em contraste com materiais plásticos dos intermediários As duas companhias adicionaram aos seus respectivos lançamentos a opção de suporte ao padrão 4G, segundo os executivos. AQUISIÇÕES Questionado pela Folha, o diretor da divisão de aparelhos da Microsoft (e antigo presidente-executivo da Nokia) afirmou acreditar que o desaparecimento da marca finlandesa não é prejudicial para os atuais e seus futuros celulares. "Sim, a Nokia era vista como fabricante de aparelhos resistentes, de qualidade, mas estudamos cuidadosamente e nos surpreendeu quão positivo tem sido o 'feedback' dos consumidores [em relação à marca Microsoft nos aparelhos]", disse, durante conversa privada com jornalistas. Apesar disso, afirmou, a substituição que sucedeu a compra da antiga maior fabricante de celulares do mundo, no ano passado, não foi uma opção: "Isso era parte do acordo." No mesmo tema, a Motorola, que passou das mãos do Google para as da chinesa Lenovo também em 2014, disse que se "beneficia imensamente da cadeia de produção em conjunto" mas que "mantém exatamente a mesma estratégia para seus produtos", segundo Osterloh. Uma das mudanças visíveis foi a reentrada da fabricante no mercado chinês, que tem suas peculiaridades, mas que "não difere de países como o Brasil [no segmento de smartphones]", afirma o executivo. "Em todo lugar é ultracompetitivo." 'USUÁRIOS LIVRES' Em resposta a um comentário feito pelo designer Jony Ive, atualmente o segundo executivo mais importante da Apple, Osterloh disse que a empresa que dirige é essencialmente díspar da concorrente por dar liberdade ao usuário. "Queremos que o consumidor faça parte do desenvolvimento", disse, referindo-se ao programa Moto Maker, que permite combinações variadas de cores e de componentes para alguns modelos nos EUA e em alguns outros países (indisponível no Brasil). O Moto Maker foi criticado pelo diretor da Apple como sendo uma maneira de "isentar-se de parte da responsabilidade pelo design [dos celulares]." "A própria escolha de usar Android dá uma liberdade de uso e uma compatibilidade com as quais a Apple claramente não concorda", disse Osterloh. E essa linha, disparou, outras fabricantes que usam Android deixam de fazer uma "escolha óbvia" ao modificar a interface do sistema operacional feito pelo Google, mantido praticamente intocado nos celulares da Motorola. "É difícil de especular por quê fazem isso." O jornalista YURI GONZAGA viajou a convite da Intel
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Aurora boreal em imagens raras do espaço; veja vídeo
Um astronauta da Nasa capturou imagens raras e surpreendentes da aurora boreal diretamente do espaço. Scott Kelly fez a gravação num amanhecer em sua missão de um ano na Espação Espacial Internacional. A aurora boreal, fenômeno também conhecido como "luzes do norte", é decorrente da interação entre partículas solares carregadas de eletricidade e a atmosfera terrestre.
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Aurora boreal em imagens raras do espaço; veja vídeoUm astronauta da Nasa capturou imagens raras e surpreendentes da aurora boreal diretamente do espaço. Scott Kelly fez a gravação num amanhecer em sua missão de um ano na Espação Espacial Internacional. A aurora boreal, fenômeno também conhecido como "luzes do norte", é decorrente da interação entre partículas solares carregadas de eletricidade e a atmosfera terrestre.
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Festival de hambúrguer terá virada gastronômica de 30 horas
Começa na sexta-feira (15) a sexta edição do Burger Fest. Casas de São Paulo e Campinas vão incluir receitas inéditas em seus cardápios. Serão cerca de 150 novos sanduíches. Entram no festival casas como Esquina Mocotó, La Reina, Capim Santo, Empório Sagarana, Obá Restaurante, Feed Food e Forneria San Paolo. O festival vai até o dia 31/5. Nesta edição acontecerá também o "Burger Weekend", uma virada gastronômica do hambúrguer, das 12h de sábado (16) às 18h de domingo (17). Durante o período, barraquinhas vão vender receitas na feirinha gastronômica Jardim das Perdizes. Participam, por exemplo, 12 Burger Bistrot, Born to Grill e Vinil Burger. Onze barraquinhas vão vender cervejas artesanais. Na Feirinha Gastronômica especial Burger Fest, no Butantan Food Park, haverá aulas de hambúrguer, com o passo a passo da receita. O evento acontecerá no dia 27/5. O ramen burger, que tem "pães" feitos com miojo, será vendido no It Burger, no Tatuapé, durante o festival por R$ 33. Veja aqui a receita. Burger Fest no Brasil Quando de 15/5 a 31/5 Informações facebook.com/BurgerFestOficial e burgerfest.com.br Butantan Food Park Onde r. Agostinho Cantu, Butantã Jardim das Perdizes Onde av. Marquês de São Vicente, 2.301, Jardim das Perdizes It Burger Onde r. Fernandes Pinheiro, 51, Tatuapé
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Festival de hambúrguer terá virada gastronômica de 30 horasComeça na sexta-feira (15) a sexta edição do Burger Fest. Casas de São Paulo e Campinas vão incluir receitas inéditas em seus cardápios. Serão cerca de 150 novos sanduíches. Entram no festival casas como Esquina Mocotó, La Reina, Capim Santo, Empório Sagarana, Obá Restaurante, Feed Food e Forneria San Paolo. O festival vai até o dia 31/5. Nesta edição acontecerá também o "Burger Weekend", uma virada gastronômica do hambúrguer, das 12h de sábado (16) às 18h de domingo (17). Durante o período, barraquinhas vão vender receitas na feirinha gastronômica Jardim das Perdizes. Participam, por exemplo, 12 Burger Bistrot, Born to Grill e Vinil Burger. Onze barraquinhas vão vender cervejas artesanais. Na Feirinha Gastronômica especial Burger Fest, no Butantan Food Park, haverá aulas de hambúrguer, com o passo a passo da receita. O evento acontecerá no dia 27/5. O ramen burger, que tem "pães" feitos com miojo, será vendido no It Burger, no Tatuapé, durante o festival por R$ 33. Veja aqui a receita. Burger Fest no Brasil Quando de 15/5 a 31/5 Informações facebook.com/BurgerFestOficial e burgerfest.com.br Butantan Food Park Onde r. Agostinho Cantu, Butantã Jardim das Perdizes Onde av. Marquês de São Vicente, 2.301, Jardim das Perdizes It Burger Onde r. Fernandes Pinheiro, 51, Tatuapé
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Após frente fria, SP deve ter domingo com tempo seco e aberturas de sol
A frente fria que deixou o tempo instável na região metropolitana de São Paulo nos últimos dias já se afasta do continente, o que deve deixar o tempo seco e com aberturas de sol durante a tarde neste domingo (26). Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura, a sensação de frio continuará, principalmente, no início da manhã, quando os termômetros marcando em torno dos 10°C. No decorrer do dia, no entanto, as temperaturas sobem e podem chegar aos 20°C. No interior do Estado, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) ainda aponta possibilidade de chuvas fracas, neste domingo, no Vale do Paraíba e na serra da Mantiqueira. Em todo o Estado, o amanhecer deverá ser frio, podendo registrar temperaturas de até 5°C na Mantiqueira. O tempo não deve ter grande alteração na segunda-feira (27), com manhãs frias e tempo seco e ensolarado no decorrer do dia. Os termômetros poderão marcar entre 11°C e 22°C na capital paulista, que continuará sem expectativa de chuva. Na região de serra, as temperaturas poderão chegar aos 4°C.
cotidiano
Após frente fria, SP deve ter domingo com tempo seco e aberturas de solA frente fria que deixou o tempo instável na região metropolitana de São Paulo nos últimos dias já se afasta do continente, o que deve deixar o tempo seco e com aberturas de sol durante a tarde neste domingo (26). Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura, a sensação de frio continuará, principalmente, no início da manhã, quando os termômetros marcando em torno dos 10°C. No decorrer do dia, no entanto, as temperaturas sobem e podem chegar aos 20°C. No interior do Estado, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) ainda aponta possibilidade de chuvas fracas, neste domingo, no Vale do Paraíba e na serra da Mantiqueira. Em todo o Estado, o amanhecer deverá ser frio, podendo registrar temperaturas de até 5°C na Mantiqueira. O tempo não deve ter grande alteração na segunda-feira (27), com manhãs frias e tempo seco e ensolarado no decorrer do dia. Os termômetros poderão marcar entre 11°C e 22°C na capital paulista, que continuará sem expectativa de chuva. Na região de serra, as temperaturas poderão chegar aos 4°C.
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Filho de Guerra é internado, meia volta ao Brasil e desfalca o Palmeiras
O filho mais novo do meia venezuelano Alejandro Guerra, do Palmeiras, se afogou em uma piscina durante festa em Barueri nesta quarta-feira (5), e foi internado na unidade do Morumbi do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Assael, de 3 anos de idade, encontra-se em estado estável. No entanto, o jogador voltará ao Brasil para acompanhar a situação do filho e desfalcará o Palmeiras na partida desta quarta-feira contra o Barcelona de Guayaquil pelas oitavas de final da Libertadores. Guerra tem sido um dos melhores jogadores do time no ano e será desfalque considerável para o técnico Cuca, que tem diversas opções para substitui-lo caso mexa no esquema tático: Keno, Michel Bastos e Raphael Veiga são algumas das possibilidades. O venezuelano chegou ao Palmeiras no início deste ano. Ele foi contratado junto ao Atlético Nacional (COL) depois de ser eleito o melhor meia da Libertadores em 2016.
esporte
Filho de Guerra é internado, meia volta ao Brasil e desfalca o PalmeirasO filho mais novo do meia venezuelano Alejandro Guerra, do Palmeiras, se afogou em uma piscina durante festa em Barueri nesta quarta-feira (5), e foi internado na unidade do Morumbi do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Assael, de 3 anos de idade, encontra-se em estado estável. No entanto, o jogador voltará ao Brasil para acompanhar a situação do filho e desfalcará o Palmeiras na partida desta quarta-feira contra o Barcelona de Guayaquil pelas oitavas de final da Libertadores. Guerra tem sido um dos melhores jogadores do time no ano e será desfalque considerável para o técnico Cuca, que tem diversas opções para substitui-lo caso mexa no esquema tático: Keno, Michel Bastos e Raphael Veiga são algumas das possibilidades. O venezuelano chegou ao Palmeiras no início deste ano. Ele foi contratado junto ao Atlético Nacional (COL) depois de ser eleito o melhor meia da Libertadores em 2016.
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Festival de Gastronomia de Tiradentes termina neste fim de semana
Termina neste fim de semana o 18º Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, um dos mais prestigiados do país e que atrai milhares de visitantes para a pequena cidade do interior de Minas Gerais. Mesclando gastronomia e artes, música e teatro, o festival marca presença com a boa mesa em praticamente todos os restaurantes e bares locais. Os jantares especiais, chamados de festins, são o ponto alto na programação dos fins de semana, quando são apresentados os pratos de chefs locais e convidados. O evento faz parte de um projeto maior, o FARTURA, que também promove uma expedição pelo Brasil, mapeando os estados e buscando ingredientes e pratos locais. Neste ano será apresentado o resultado da pesquisa feita em Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí. Além dos brasileiros, o evento conta este ano com a participação de alguns chefs franceses que vieram cozinhar e dar aulas, em uma parceria do Festival de Tiradentes com o Festival L'Etoile de Mougins, na França. Neste sábado (29) apresentam seus pratos Ana Lula (Maranhão), Silvana Watel (Minas Gerais), Julien Mercier (França) e Serginho Jucá (Alagoas). A programação tem também um evento exclusivo: o Festival da Lagosta, com o chef Rodrigo Zarife, de Belo Horizonte, cozinhando o ingrediente, que será acompanhado de espumante e vinho branco. No domingo, dia 30, último dia do evento, a programação cultural do festival é o destaque, animando os visitantes e encerrando as atividades desta 18ª edição.
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Festival de Gastronomia de Tiradentes termina neste fim de semanaTermina neste fim de semana o 18º Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, um dos mais prestigiados do país e que atrai milhares de visitantes para a pequena cidade do interior de Minas Gerais. Mesclando gastronomia e artes, música e teatro, o festival marca presença com a boa mesa em praticamente todos os restaurantes e bares locais. Os jantares especiais, chamados de festins, são o ponto alto na programação dos fins de semana, quando são apresentados os pratos de chefs locais e convidados. O evento faz parte de um projeto maior, o FARTURA, que também promove uma expedição pelo Brasil, mapeando os estados e buscando ingredientes e pratos locais. Neste ano será apresentado o resultado da pesquisa feita em Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí. Além dos brasileiros, o evento conta este ano com a participação de alguns chefs franceses que vieram cozinhar e dar aulas, em uma parceria do Festival de Tiradentes com o Festival L'Etoile de Mougins, na França. Neste sábado (29) apresentam seus pratos Ana Lula (Maranhão), Silvana Watel (Minas Gerais), Julien Mercier (França) e Serginho Jucá (Alagoas). A programação tem também um evento exclusivo: o Festival da Lagosta, com o chef Rodrigo Zarife, de Belo Horizonte, cozinhando o ingrediente, que será acompanhado de espumante e vinho branco. No domingo, dia 30, último dia do evento, a programação cultural do festival é o destaque, animando os visitantes e encerrando as atividades desta 18ª edição.
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Parlamentares rejeitam primeiras emendas ao projeto de lei do 'brexit'
Parlamentares britânicos rejeitaram na segunda-feira (6) a primeira leva de emendas propostas ao projeto de lei que visa dar à primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, o direito de notificar a União Europeia sobre a intenção do país de se separar do bloco, o chamado "brexit". Durante sete horas de debate, os parlamentares votaram contra uma série de tentativas de legisladores pró-UE de incluir condições adicionais ao plano de May de iniciar as conversas sobre o rompimento até 31 de março. As votações de segunda-feira trataram sobre o escrutínio parlamentar ao processo de separação e do envolvimento das administrações regionais do Reino Unido. Novas votações, nas quais o governo pode enfrentar maior resistência, devem acontecer nesta terça (7) e na quarta-feira. Mais cedo na segunda-feira, May alertou os parlamentares para que não obstruíssem a vontade do povo britânico com emendas à sua legislação para o "brexit", dizendo que deseja levar em frente as conversas sobre a desfiliação da UE. "Nossos parceiros europeus agora querem ir adiante com as negociações, eu idem, e esta Casa idem", disse May ao Parlamento. "A mensagem está clara para todos, esta Casa se pronunciou e agora não é hora de obstruir os desejos do povo britânico expressos democraticamente. É hora de ir adiante com a separação da União Europeia". May disse que espera obter a aprovação dos parlamentares a tempo para poder se ater ao prazo de fim de março para desencadear oficialmente a saída britânica do bloco. Nesta terça-feira os parlamentares irão continuar a estudar a legislação, debatendo emendas aos termos finais do "brexit". O projeto de lei deve ser aprovado na Câmara dos Comuns na quarta-feira (8), sendo encaminhado em seguida à Câmara dos Lordes.
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Parlamentares rejeitam primeiras emendas ao projeto de lei do 'brexit'Parlamentares britânicos rejeitaram na segunda-feira (6) a primeira leva de emendas propostas ao projeto de lei que visa dar à primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, o direito de notificar a União Europeia sobre a intenção do país de se separar do bloco, o chamado "brexit". Durante sete horas de debate, os parlamentares votaram contra uma série de tentativas de legisladores pró-UE de incluir condições adicionais ao plano de May de iniciar as conversas sobre o rompimento até 31 de março. As votações de segunda-feira trataram sobre o escrutínio parlamentar ao processo de separação e do envolvimento das administrações regionais do Reino Unido. Novas votações, nas quais o governo pode enfrentar maior resistência, devem acontecer nesta terça (7) e na quarta-feira. Mais cedo na segunda-feira, May alertou os parlamentares para que não obstruíssem a vontade do povo britânico com emendas à sua legislação para o "brexit", dizendo que deseja levar em frente as conversas sobre a desfiliação da UE. "Nossos parceiros europeus agora querem ir adiante com as negociações, eu idem, e esta Casa idem", disse May ao Parlamento. "A mensagem está clara para todos, esta Casa se pronunciou e agora não é hora de obstruir os desejos do povo britânico expressos democraticamente. É hora de ir adiante com a separação da União Europeia". May disse que espera obter a aprovação dos parlamentares a tempo para poder se ater ao prazo de fim de março para desencadear oficialmente a saída britânica do bloco. Nesta terça-feira os parlamentares irão continuar a estudar a legislação, debatendo emendas aos termos finais do "brexit". O projeto de lei deve ser aprovado na Câmara dos Comuns na quarta-feira (8), sendo encaminhado em seguida à Câmara dos Lordes.
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Câmara deve autorizar a abertura do processo de impeachment contra Dilma? NÃO
CAMINHO FRAUDULENTO E ANTIDEMOCRÁTICO Sob a camuflagem de processo legal, está em curso uma ofensiva contra a democracia e a Constituição. O único objetivo das forças políticas e empresariais que se prestam a essa manobra é recuperar, a qualquer custo, o comando do Estado. Incapazes de conquistar o governo federal por meio das urnas, mais uma vez escolheram a via golpista para usurpar o poder político. Acusam a presidente da República de crime de responsabilidade que ela não cometeu. Apelidaram um desses crimes inexistentes de "pedalada fiscal", antecipação dos bancos públicos à União. Outro suposto delito são os decretos para abertura de crédito suplementar que permitiram, em 2014, manter o pagamento do Bolsa Família e de outros programas indispensáveis do governo. Todas as administrações federais, estaduais e municipais, desde a Constituição de 1988, recorreram a esses instrumentos quando tiveram que enfrentar problemas de arrecadação. Tais procedimentos tiveram, até o ano passado, aprovação dos tribunais de contas. Mesmo sem ter sua contabilidade rejeitada pelo Congresso, o governo da presidente Dilma Rousseff imediatamente se adaptou ao novo entendimento da matéria e suspendeu a utilização destas tradicionais ferramentas orçamentárias. Obviamente não poderia ser julgada, no presente, por ato que, no passado, obedecia às regras então vigentes. Os golpistas de ocasião, no entanto, viram nesta denúncia vazia o atalho para a fraude que estavam dispostos a perpetrar. Não há contra a chefe de Estado e de governo qualquer acusação por desvio de dinheiro público, corrupção ou propriedade de contas ilegais no exterior. Ao contrário dos que conspiram a céu aberto contra o mandato que lhe foi conferido pelo povo brasileiro, sua biografia é a de uma governante honesta e íntegra. O desprezo pela democracia está no código político-ideológico dos que se erguem contra a Constituição -seus ascendentes foram protagonistas das intentonas que levaram Getúlio Vargas ao suicídio e derrubaram o presidente João Goulart, submetendo o país a 21 anos de ditadura. Os mesmos interesses unem o passado e o presente das correntes golpistas: sabotar e interditar qualquer projeto de mudança capaz de reduzir a concentração de riqueza, renda e poder nas mãos das oligarquias. Para impor a agenda das grandes corporações financeiras, daqui e de fora, são dois os chefes da conspiração: Michel Temer, que traiu sua colega de chapa, e Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal, sob acusação dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Aliados à oposição de direita e insuflados por monopólios de comunicação, estão dispostos a violar a legalidade democrática e a atropelar a soberania do voto popular. O governo que estes senhores pretendem estabelecer, de forma ilegítima e ilegal, apresenta como programa um amplo portfólio de sacrifícios e retrocessos, com redução dos direitos populares, corte de programas sociais, arrocho dos salários, privatização da Petrobras, repressão aos movimentos sociais e perda da independência nacional. A Câmara dos Deputados, ao votar sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma, terá de decidir se está à altura da missão histórica de defender a Constituição. Não estão em jogo, afinal, as virtudes ou os defeitos da atual administração, mas sim se as instituições aceitarão o caminho fraudulento e antidemocrático, à revelia do voto popular, para derrubar um governo. Nenhum cidadão com apreço pela democracia, conquista forjada com a luta e a vida de tantos patriotas, pode ser cúmplice da vergonha internacional de ver o Brasil, hoje respeitado externamente, ser transformado numa republiqueta tomada de assalto por velhas raposas sem voto. RUI FALCÃO, 72, é presidente nacional do PT. Formado em direito pela USP, também é jornalista * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Câmara deve autorizar a abertura do processo de impeachment contra Dilma? NÃOCAMINHO FRAUDULENTO E ANTIDEMOCRÁTICO Sob a camuflagem de processo legal, está em curso uma ofensiva contra a democracia e a Constituição. O único objetivo das forças políticas e empresariais que se prestam a essa manobra é recuperar, a qualquer custo, o comando do Estado. Incapazes de conquistar o governo federal por meio das urnas, mais uma vez escolheram a via golpista para usurpar o poder político. Acusam a presidente da República de crime de responsabilidade que ela não cometeu. Apelidaram um desses crimes inexistentes de "pedalada fiscal", antecipação dos bancos públicos à União. Outro suposto delito são os decretos para abertura de crédito suplementar que permitiram, em 2014, manter o pagamento do Bolsa Família e de outros programas indispensáveis do governo. Todas as administrações federais, estaduais e municipais, desde a Constituição de 1988, recorreram a esses instrumentos quando tiveram que enfrentar problemas de arrecadação. Tais procedimentos tiveram, até o ano passado, aprovação dos tribunais de contas. Mesmo sem ter sua contabilidade rejeitada pelo Congresso, o governo da presidente Dilma Rousseff imediatamente se adaptou ao novo entendimento da matéria e suspendeu a utilização destas tradicionais ferramentas orçamentárias. Obviamente não poderia ser julgada, no presente, por ato que, no passado, obedecia às regras então vigentes. Os golpistas de ocasião, no entanto, viram nesta denúncia vazia o atalho para a fraude que estavam dispostos a perpetrar. Não há contra a chefe de Estado e de governo qualquer acusação por desvio de dinheiro público, corrupção ou propriedade de contas ilegais no exterior. Ao contrário dos que conspiram a céu aberto contra o mandato que lhe foi conferido pelo povo brasileiro, sua biografia é a de uma governante honesta e íntegra. O desprezo pela democracia está no código político-ideológico dos que se erguem contra a Constituição -seus ascendentes foram protagonistas das intentonas que levaram Getúlio Vargas ao suicídio e derrubaram o presidente João Goulart, submetendo o país a 21 anos de ditadura. Os mesmos interesses unem o passado e o presente das correntes golpistas: sabotar e interditar qualquer projeto de mudança capaz de reduzir a concentração de riqueza, renda e poder nas mãos das oligarquias. Para impor a agenda das grandes corporações financeiras, daqui e de fora, são dois os chefes da conspiração: Michel Temer, que traiu sua colega de chapa, e Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal, sob acusação dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Aliados à oposição de direita e insuflados por monopólios de comunicação, estão dispostos a violar a legalidade democrática e a atropelar a soberania do voto popular. O governo que estes senhores pretendem estabelecer, de forma ilegítima e ilegal, apresenta como programa um amplo portfólio de sacrifícios e retrocessos, com redução dos direitos populares, corte de programas sociais, arrocho dos salários, privatização da Petrobras, repressão aos movimentos sociais e perda da independência nacional. A Câmara dos Deputados, ao votar sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma, terá de decidir se está à altura da missão histórica de defender a Constituição. Não estão em jogo, afinal, as virtudes ou os defeitos da atual administração, mas sim se as instituições aceitarão o caminho fraudulento e antidemocrático, à revelia do voto popular, para derrubar um governo. Nenhum cidadão com apreço pela democracia, conquista forjada com a luta e a vida de tantos patriotas, pode ser cúmplice da vergonha internacional de ver o Brasil, hoje respeitado externamente, ser transformado numa republiqueta tomada de assalto por velhas raposas sem voto. RUI FALCÃO, 72, é presidente nacional do PT. Formado em direito pela USP, também é jornalista * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Danos econômicos
Segunda-feira (9) foi um dia atípico para o mercado financeiro no Brasil. Nas poucas horas em que circulou, a mera hipótese de que a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seria anulada provocou a elevação da cotação do dólar em quase 5%, a disparada dos juros internos e a queda da Bolsa de Valores. Quando ficaram evidentes as fragilidades jurídicas da decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), logo se reverteram aqueles movimentos bruscos —mas nem por isso o desastrado episódio deixou de produzir impactos negativos na economia do país. A imprensa internacional, já munida de amplo anedotário, repercutiu o evento com tons que iam da incredulidade à galhofa —e a própria meia-volta de Maranhão sem dúvida deu renovados motivos às narrativas escarnecedoras. O dano mais grave se dá no plano econômico, na medida em que se enfraquece a crença na estabilidade das regras, condição essencial para quem quer planejar o futuro e retomar investimentos. Pior para o Brasil, Maranhão não está sozinho na patacoada. A falta de respeito institucional começa com a presidente Dilma. Secundada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, ela traz prejuízos ao país toda vez que recorre à esdrúxula tese do golpe. Afinal, diante dessa retórica, é natural que estrangeiros passem a questionar a qualidade das instituições, embora elas tenham funcionado adequadamente. Não se pode minimizar a importância dessa confiança para o crescimento. Um bom pedaço da desgraça econômica dos últimos anos deriva da destruição do ambiente de negócios, que passou a ser refém da vontade caprichosa da presidente e de seus ministros. A enorme queda do PIB, que deve acumular perdas de 8% desde o início da recessão até o fim deste ano, resulta principalmente do colapso do investimento. Não é possível explicar a retração acentuada do crédito e da produção a não ser pela completa paralisia nas decisões de empresas e de consumidores. Essa etapa precisa ficar para trás, e não ser reforçada por aventuras canhestras. Cumpre retomar padrões simples e provados, como previsibilidade de regras, boa regulação de mercados, abertura para a concorrência, controle da inflação e saúde das contas públicas. É preciso, sobretudo, restaurar um princípio esquecido nos últimos anos, mas que foi fundamental em momentos importantes da vida nacional: o diálogo claro e direto com a sociedade a respeito dos problemas e das medidas que precisarão necessariamente ser adotadas. Somente assim se constroem instituições duradouras. [email protected]
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Danos econômicosSegunda-feira (9) foi um dia atípico para o mercado financeiro no Brasil. Nas poucas horas em que circulou, a mera hipótese de que a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seria anulada provocou a elevação da cotação do dólar em quase 5%, a disparada dos juros internos e a queda da Bolsa de Valores. Quando ficaram evidentes as fragilidades jurídicas da decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), logo se reverteram aqueles movimentos bruscos —mas nem por isso o desastrado episódio deixou de produzir impactos negativos na economia do país. A imprensa internacional, já munida de amplo anedotário, repercutiu o evento com tons que iam da incredulidade à galhofa —e a própria meia-volta de Maranhão sem dúvida deu renovados motivos às narrativas escarnecedoras. O dano mais grave se dá no plano econômico, na medida em que se enfraquece a crença na estabilidade das regras, condição essencial para quem quer planejar o futuro e retomar investimentos. Pior para o Brasil, Maranhão não está sozinho na patacoada. A falta de respeito institucional começa com a presidente Dilma. Secundada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, ela traz prejuízos ao país toda vez que recorre à esdrúxula tese do golpe. Afinal, diante dessa retórica, é natural que estrangeiros passem a questionar a qualidade das instituições, embora elas tenham funcionado adequadamente. Não se pode minimizar a importância dessa confiança para o crescimento. Um bom pedaço da desgraça econômica dos últimos anos deriva da destruição do ambiente de negócios, que passou a ser refém da vontade caprichosa da presidente e de seus ministros. A enorme queda do PIB, que deve acumular perdas de 8% desde o início da recessão até o fim deste ano, resulta principalmente do colapso do investimento. Não é possível explicar a retração acentuada do crédito e da produção a não ser pela completa paralisia nas decisões de empresas e de consumidores. Essa etapa precisa ficar para trás, e não ser reforçada por aventuras canhestras. Cumpre retomar padrões simples e provados, como previsibilidade de regras, boa regulação de mercados, abertura para a concorrência, controle da inflação e saúde das contas públicas. É preciso, sobretudo, restaurar um princípio esquecido nos últimos anos, mas que foi fundamental em momentos importantes da vida nacional: o diálogo claro e direto com a sociedade a respeito dos problemas e das medidas que precisarão necessariamente ser adotadas. Somente assim se constroem instituições duradouras. [email protected]
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Cunha sequestrou o governo e a oposição
O Planalto acha que precisa de Eduardo Cunha para segurar o impeachment e a oposição acha que precisa dele para consegui-lo. Já o doutor acha que o Planalto e meia dúzia de notáveis de Brasília podem livrá-lo dos efeitos da Lava Jato. É engano. De acordo com a documentação bancária conhecida, desde o dia 23 de abril de 2014 Eduardo Cunha sabe que a Lava Jato chegaria a ele. Foi quando fechou sua conta Orion no banco suíço Julius Baer, onde ficavam os cofrinhos de Renato Duque, Jorge Zelada e Paulo Roberto Costa. A Lava Jato tinha um mês de existência e já haviam sido presos Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. No dia 20 de maio, no mesmo banco, Cunha fechou a conta Triumph, aberta em 2007. Nenhuma delas era facilmente identificável a partir de seu nome. Tanto era assim que deixou outras duas em atividade. Em 2011 a Orion recebera um depósito de 1,3 milhão de francos suíços saídos de uma conta Acona, do BSI. Ela pertencia ao engenheiro João Augusto Henriques, um ex-diretor da BR Distribuidora que quase chegara a diretor internacional da Petrobras, mas indicara o doutor Zelada para o lugar. Em novembro do ano passado a conta Acona foi bloqueada a pedido do governo brasileiro. Nessa época poucas pessoas falavam de Henriques. O governo, a Petrobras e Cunha preferiram esquecer o que ele dissera ao repórter Diego Escosteguy em 2013: "Do que eu ganhasse (nos contratos intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era o combinado, um percentual que depende do negócio". A notícia do bloqueio da conta de Henriques no BSI chegou a Cunha, que se inquietou. Descobriu que a iniciativa partira de autoridades brasileiras. Calado, o Ministério Público estava atrás do poderoso Henriques. Cunha foi eleito presidente da Câmara em fevereiro, entrou atirando e anunciou que convocaria os 39 ministros da doutora Dilma para sabatinas. Onze dias depois, colocou em votação e viu aprovada a imposição do orçamento impositivo. Surgira a expressão "pauta-bomba". Em março o doutor entrou na lista do Janot e passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Uma semana depois, outra bomba: a Câmara aprovou uma mudança no cálculo do salário mínimo. No dia 17 de abril o banco Julius Baer fechou as duas outras contas ativas (Netherton e Kopek), que Cunha talvez tenha suposto serem inalcançáveis. Bomba de novo: menos de um mês depois a Câmara aprovou mudanças no cálculo do fator previdenciário. Em agosto o juiz Sérgio Moro aceitou uma denúncia do Ministério Público contra Henriques. Bomba: a Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional que vincula os salários de advogados públicos e policiais aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Em setembro, como era de se prever, Henriques foi preso. Desde o bloqueio da conta Acona isso era pedra cantada. Todas as bombas aprovadas pela Câmara, bem como aquelas que estão guardadas no paiol podem ser defendidas em discussões pontuais. O problema é que, no conjunto, simplesmente destroem as finanças do país. Custam R$ 284 bilhões ao longo dos próximos anos. O governo e a oposição acham que podem fazer acordos com Eduardo Cunha. Deixando-se de lado o fato que um acerto serviria para derrubar a doutora Dilma e o outro para preservá-la, o que há de mais intrigante nessas operações é que nem Cunha, nem a oposição e muito menos o Planalto, controlam o Ministério Público e a Lava Jato. Se controlassem, ela já teria acabado há muitos meses. Trata-se de um caso de contaminação voluntária de reputações, algumas até boas. Uma alma danada vem chamando o presidente da Câmara de "Al Pacino". Fica a dúvida do que isso significa. Na vida real ele é um grande profissional, com um Oscar no papel de Serpico, um corajoso policial honesto. Esteve também em filmes como "Um Dia de Cão" (baseado numa história verdadeira) e "O Poderoso Chefão". VAZAMENTOS Eduardo Cunha tinha toda razão quando se queixava de que seu nome vazava seletivamente nas denúncias de malfeitos. A entrada na roda de Renan Calheiros e Delcídio Amaral mostra que havia macumba na encruzilhada. MALUQUICE A ideia é maluca, mas tratando-se do comissariado, tudo é possível. O Planalto estaria interessado em vincular juridicamente à Advocacia Geral da União as agências reguladoras de telefonia, energia e saúde. Tradução: se a AGU der um refresco aos concessionários, as agências, que nasceram para ser autônomas, devem baixar a cabeça e acompanhar o corneteiro. SETE BRASIL A Sete Brasil esclarece: suas negociações com a Petrobras para a construção de 14 sondas de perfuração não incluem a discussão de multas para casos de atraso na entrega dos equipamentos. O que as duas empresas ainda negociam são as penalidades decorrentes de eventuais descumprimentos das cláusulas que determinam o conteúdo nacional na construção das sondas. REFRESCO Depois de ralarem mais de um ano apanhando do Ministério Público na Lava Jato, alguns escritórios de advocacia acreditam que abriu-se uma pequena brecha para futuros litígios nos tribunais superiores. Na variação ocorrida nos depoimentos do lobista Julio Camargo que, de início, não falou em Eduardo Cunha, teriam entrado mais argumentos do que simples ameaças ou temores. Se ficar comprovado que houve troca-trocas nesses tipos de depoimentos, mesmo que não se abale a estrutura jurídica das denúncias, tisna-se a moralidade das confissões. FALAR MAL DO SUS É UM VÍCIO IRRACIONAL Há dois anos, o Conselho Federal de Medicina divulga uma pesquisa que mostra a avaliação da saúde pública e privada pelos brasileiros. O resultado de 2015 foi óbvio: para 60% dos entrevistados ela é ruim, e para 54% o Sistema Único de Saúde não presta. Veio embutida nessa pesquisa uma informação menos óbvia e mais relevante. Quem recorre ao SUS (o andar de baixo) é mais benevolente com seus serviços do que aqueles que não o usam. Treze por cento desses usuários acham-no bom ou excelente e 53%, péssimo ou ruim. Quem não usa o SUS e paga plano privado tende a vê-lo com maus olhos, pois do contrário admitiria que está fazendo mau negócio. Só 8% avaliam-no como bom e 60% como ruim. Metade dos entrevistados que pagam planos usaram o SUS para consultas e exames e 20% internaram-se na sua rede. Entre os que fizeram cirurgias no SUS (16%), metade achou o serviço bom ou excelente. Não é um número que mereça ser festejado, mas sugere que o SUS vai melhor do que se pensa. Seus gargalos estão nas esperas e na gestão. Em novembro o Conselho divulgará outra rodada da pesquisa, fechando o foco nos planos privados.
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Cunha sequestrou o governo e a oposiçãoO Planalto acha que precisa de Eduardo Cunha para segurar o impeachment e a oposição acha que precisa dele para consegui-lo. Já o doutor acha que o Planalto e meia dúzia de notáveis de Brasília podem livrá-lo dos efeitos da Lava Jato. É engano. De acordo com a documentação bancária conhecida, desde o dia 23 de abril de 2014 Eduardo Cunha sabe que a Lava Jato chegaria a ele. Foi quando fechou sua conta Orion no banco suíço Julius Baer, onde ficavam os cofrinhos de Renato Duque, Jorge Zelada e Paulo Roberto Costa. A Lava Jato tinha um mês de existência e já haviam sido presos Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. No dia 20 de maio, no mesmo banco, Cunha fechou a conta Triumph, aberta em 2007. Nenhuma delas era facilmente identificável a partir de seu nome. Tanto era assim que deixou outras duas em atividade. Em 2011 a Orion recebera um depósito de 1,3 milhão de francos suíços saídos de uma conta Acona, do BSI. Ela pertencia ao engenheiro João Augusto Henriques, um ex-diretor da BR Distribuidora que quase chegara a diretor internacional da Petrobras, mas indicara o doutor Zelada para o lugar. Em novembro do ano passado a conta Acona foi bloqueada a pedido do governo brasileiro. Nessa época poucas pessoas falavam de Henriques. O governo, a Petrobras e Cunha preferiram esquecer o que ele dissera ao repórter Diego Escosteguy em 2013: "Do que eu ganhasse (nos contratos intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era o combinado, um percentual que depende do negócio". A notícia do bloqueio da conta de Henriques no BSI chegou a Cunha, que se inquietou. Descobriu que a iniciativa partira de autoridades brasileiras. Calado, o Ministério Público estava atrás do poderoso Henriques. Cunha foi eleito presidente da Câmara em fevereiro, entrou atirando e anunciou que convocaria os 39 ministros da doutora Dilma para sabatinas. Onze dias depois, colocou em votação e viu aprovada a imposição do orçamento impositivo. Surgira a expressão "pauta-bomba". Em março o doutor entrou na lista do Janot e passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Uma semana depois, outra bomba: a Câmara aprovou uma mudança no cálculo do salário mínimo. No dia 17 de abril o banco Julius Baer fechou as duas outras contas ativas (Netherton e Kopek), que Cunha talvez tenha suposto serem inalcançáveis. Bomba de novo: menos de um mês depois a Câmara aprovou mudanças no cálculo do fator previdenciário. Em agosto o juiz Sérgio Moro aceitou uma denúncia do Ministério Público contra Henriques. Bomba: a Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional que vincula os salários de advogados públicos e policiais aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Em setembro, como era de se prever, Henriques foi preso. Desde o bloqueio da conta Acona isso era pedra cantada. Todas as bombas aprovadas pela Câmara, bem como aquelas que estão guardadas no paiol podem ser defendidas em discussões pontuais. O problema é que, no conjunto, simplesmente destroem as finanças do país. Custam R$ 284 bilhões ao longo dos próximos anos. O governo e a oposição acham que podem fazer acordos com Eduardo Cunha. Deixando-se de lado o fato que um acerto serviria para derrubar a doutora Dilma e o outro para preservá-la, o que há de mais intrigante nessas operações é que nem Cunha, nem a oposição e muito menos o Planalto, controlam o Ministério Público e a Lava Jato. Se controlassem, ela já teria acabado há muitos meses. Trata-se de um caso de contaminação voluntária de reputações, algumas até boas. Uma alma danada vem chamando o presidente da Câmara de "Al Pacino". Fica a dúvida do que isso significa. Na vida real ele é um grande profissional, com um Oscar no papel de Serpico, um corajoso policial honesto. Esteve também em filmes como "Um Dia de Cão" (baseado numa história verdadeira) e "O Poderoso Chefão". VAZAMENTOS Eduardo Cunha tinha toda razão quando se queixava de que seu nome vazava seletivamente nas denúncias de malfeitos. A entrada na roda de Renan Calheiros e Delcídio Amaral mostra que havia macumba na encruzilhada. MALUQUICE A ideia é maluca, mas tratando-se do comissariado, tudo é possível. O Planalto estaria interessado em vincular juridicamente à Advocacia Geral da União as agências reguladoras de telefonia, energia e saúde. Tradução: se a AGU der um refresco aos concessionários, as agências, que nasceram para ser autônomas, devem baixar a cabeça e acompanhar o corneteiro. SETE BRASIL A Sete Brasil esclarece: suas negociações com a Petrobras para a construção de 14 sondas de perfuração não incluem a discussão de multas para casos de atraso na entrega dos equipamentos. O que as duas empresas ainda negociam são as penalidades decorrentes de eventuais descumprimentos das cláusulas que determinam o conteúdo nacional na construção das sondas. REFRESCO Depois de ralarem mais de um ano apanhando do Ministério Público na Lava Jato, alguns escritórios de advocacia acreditam que abriu-se uma pequena brecha para futuros litígios nos tribunais superiores. Na variação ocorrida nos depoimentos do lobista Julio Camargo que, de início, não falou em Eduardo Cunha, teriam entrado mais argumentos do que simples ameaças ou temores. Se ficar comprovado que houve troca-trocas nesses tipos de depoimentos, mesmo que não se abale a estrutura jurídica das denúncias, tisna-se a moralidade das confissões. FALAR MAL DO SUS É UM VÍCIO IRRACIONAL Há dois anos, o Conselho Federal de Medicina divulga uma pesquisa que mostra a avaliação da saúde pública e privada pelos brasileiros. O resultado de 2015 foi óbvio: para 60% dos entrevistados ela é ruim, e para 54% o Sistema Único de Saúde não presta. Veio embutida nessa pesquisa uma informação menos óbvia e mais relevante. Quem recorre ao SUS (o andar de baixo) é mais benevolente com seus serviços do que aqueles que não o usam. Treze por cento desses usuários acham-no bom ou excelente e 53%, péssimo ou ruim. Quem não usa o SUS e paga plano privado tende a vê-lo com maus olhos, pois do contrário admitiria que está fazendo mau negócio. Só 8% avaliam-no como bom e 60% como ruim. Metade dos entrevistados que pagam planos usaram o SUS para consultas e exames e 20% internaram-se na sua rede. Entre os que fizeram cirurgias no SUS (16%), metade achou o serviço bom ou excelente. Não é um número que mereça ser festejado, mas sugere que o SUS vai melhor do que se pensa. Seus gargalos estão nas esperas e na gestão. Em novembro o Conselho divulgará outra rodada da pesquisa, fechando o foco nos planos privados.
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'Johnny Depp é um grande guitarrista', diz Alice Cooper sobre colega de banda
Uma superbanda com glamour de cinema. Definição possível para o quinteto Hollywood Vampires, umas das mais aguardadas e imprevisíveis atrações do Rock in Rio. No vocal, Alice Cooper, 67, o cantor de rock número um do mundo no início dos anos 1970 e que ainda hoje apresenta, maquiado, seu circo de horrores movido a rock pesado. Nas guitarras, Joe Perry, 65, lenda do Aerosmith, e Johnny Depp, 52, astro de cinema acostumado a tocar nos bares roqueiros de Los Angeles. No baixo e na bateria, respectivamente, Duff McKagan, 51, e Matt Sorum, 54, que foram a "cozinha" da fase mais badalada do Guns N' Roses. "Johnny é um grande guitarrista. Quando está com a gente, trabalha duro como todo mundo e sabe um monte de músicas, até coisas bem antigas", diz Alice Cooper à Folha, numa entrevista em que explicou o que é realmente o Hollywood Vampires. Este era o nome de um clube formado em Los Angeles em 1972. Seus membros eram músicos como o próprio Alice, John Lennon, Jimmy Page, Robert Plant, Keith Moon (The Who), David Gilmour, Roger Waters e os Monkees. A regra para entrar no clube era simples. O candidato ia a uma das reuniões, levado por um amigo que já era sócio, e só seria aceito se bebesse mais do que qualquer outro membro naquela noite. "Música não era assunto", conta Alice. "Funcionava como um local para fugir do nosso dia a dia. Nem tietes entravam, era pura bebedeira mesmo. Só falando bobagens." Joe Perry, que chegou a frequentar o sótão que abrigava o clube nos últimos anos de reuniões, teve a ideia de gravar um álbum homenageando essa história. Alice Cooper foi além, levantando a ideia de uma banda de verdade, para excursionar com as músicas que entrariam no disco. Johnny Depp acabou participando por sua longa amizade com Alice. Quando a agenda de filmagens permite, Depp sobe ao palco nos shows que o amigo faz na Califórnia. O ator chegou a ter uma banda nos anos 1990, chamada P, com amigos do grupo punk Butthole Surfers. A escolha das músicas contemplou sucessos das bandas dos membros do clube. Exemplos: "Whole Lotta Love" (Led Zeppelin), "My Generation" (The Who) e "Cold Turkey" (Lennon). Duas são inéditas, compostas por Depp e Alice Cooper: "Raise the Dead" e "Dead Drunk Friends". CONVIDADOS SÓBRIOS Para as gravações, convidados de peso: Dave Grohl, Perry Farrell, Robbie Krieger (Doors), Brian Johnson (AC/DC), Slash e Paul McCartney. "O mais engraçado é que, para homenagear um clube de beberrões, todo mundo gravou sóbrio", conta Alice, às gargalhadas. "Não foi de propósito, apenas aconteceu." Uma das faixas mais bacanas mistura "School's Out", de Alice Cooper, e "Another Brick on the Wall Part. 2", do Pink Floyd, hinos contra o sistema escolar. "É, o Hollywood Vampires não gosta de professores", brinca Alice, que canta a faixa com Brian Johnson. O cantor não vê chances de a banda se tornar permanente. "Todos temos outras coisas para fazer, principalmente Johnny, que passa meses do outro lado do mundo rodando um filme. E eu preciso da minha carreira sozinho. Com esses caras, sinto falta da minha maquiagem e das tolices que faço no palco." HOLLYWOOD VAMPIRES NO ROCK IN RIO QUANDO quinta (24), às 21h ONDE Cidade do Rock, Parque dos Atletas, av. Salvador Allende, s/n QUANTO R$ 350 (esgotados) CLASSIFICAÇÃO 15 anos
ilustrada
'Johnny Depp é um grande guitarrista', diz Alice Cooper sobre colega de bandaUma superbanda com glamour de cinema. Definição possível para o quinteto Hollywood Vampires, umas das mais aguardadas e imprevisíveis atrações do Rock in Rio. No vocal, Alice Cooper, 67, o cantor de rock número um do mundo no início dos anos 1970 e que ainda hoje apresenta, maquiado, seu circo de horrores movido a rock pesado. Nas guitarras, Joe Perry, 65, lenda do Aerosmith, e Johnny Depp, 52, astro de cinema acostumado a tocar nos bares roqueiros de Los Angeles. No baixo e na bateria, respectivamente, Duff McKagan, 51, e Matt Sorum, 54, que foram a "cozinha" da fase mais badalada do Guns N' Roses. "Johnny é um grande guitarrista. Quando está com a gente, trabalha duro como todo mundo e sabe um monte de músicas, até coisas bem antigas", diz Alice Cooper à Folha, numa entrevista em que explicou o que é realmente o Hollywood Vampires. Este era o nome de um clube formado em Los Angeles em 1972. Seus membros eram músicos como o próprio Alice, John Lennon, Jimmy Page, Robert Plant, Keith Moon (The Who), David Gilmour, Roger Waters e os Monkees. A regra para entrar no clube era simples. O candidato ia a uma das reuniões, levado por um amigo que já era sócio, e só seria aceito se bebesse mais do que qualquer outro membro naquela noite. "Música não era assunto", conta Alice. "Funcionava como um local para fugir do nosso dia a dia. Nem tietes entravam, era pura bebedeira mesmo. Só falando bobagens." Joe Perry, que chegou a frequentar o sótão que abrigava o clube nos últimos anos de reuniões, teve a ideia de gravar um álbum homenageando essa história. Alice Cooper foi além, levantando a ideia de uma banda de verdade, para excursionar com as músicas que entrariam no disco. Johnny Depp acabou participando por sua longa amizade com Alice. Quando a agenda de filmagens permite, Depp sobe ao palco nos shows que o amigo faz na Califórnia. O ator chegou a ter uma banda nos anos 1990, chamada P, com amigos do grupo punk Butthole Surfers. A escolha das músicas contemplou sucessos das bandas dos membros do clube. Exemplos: "Whole Lotta Love" (Led Zeppelin), "My Generation" (The Who) e "Cold Turkey" (Lennon). Duas são inéditas, compostas por Depp e Alice Cooper: "Raise the Dead" e "Dead Drunk Friends". CONVIDADOS SÓBRIOS Para as gravações, convidados de peso: Dave Grohl, Perry Farrell, Robbie Krieger (Doors), Brian Johnson (AC/DC), Slash e Paul McCartney. "O mais engraçado é que, para homenagear um clube de beberrões, todo mundo gravou sóbrio", conta Alice, às gargalhadas. "Não foi de propósito, apenas aconteceu." Uma das faixas mais bacanas mistura "School's Out", de Alice Cooper, e "Another Brick on the Wall Part. 2", do Pink Floyd, hinos contra o sistema escolar. "É, o Hollywood Vampires não gosta de professores", brinca Alice, que canta a faixa com Brian Johnson. O cantor não vê chances de a banda se tornar permanente. "Todos temos outras coisas para fazer, principalmente Johnny, que passa meses do outro lado do mundo rodando um filme. E eu preciso da minha carreira sozinho. Com esses caras, sinto falta da minha maquiagem e das tolices que faço no palco." HOLLYWOOD VAMPIRES NO ROCK IN RIO QUANDO quinta (24), às 21h ONDE Cidade do Rock, Parque dos Atletas, av. Salvador Allende, s/n QUANTO R$ 350 (esgotados) CLASSIFICAÇÃO 15 anos
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Lars Von Trier nos coloca em belas imagens com seu 'Melancolia'
Um asteroide se aproxima perigosamente da Terra: haverá colisão? Digamos que esse —o eventual fim do mundo— é o falso problema proposto em "Melancolia" (2011, 14 anos, TC Cult, 19h35). Ou talvez seja uma metáfora do estado mental de Justine (Kirsten Dunst), a moça que vai se casar no início do filme. Isso que no passado se chamava "bile negra" é uma espécie de desânimo, de indiferença do mundo, de depressão. De tudo um pouco, mas com uma cara própria, única: a da melancolia. Trailer Talvez fosse o estado de Lars von Trier ao conceber seu filme. Um filme, diga-se, de imagens não raro marcantes. Nenhuma, penso, tão significativa quanto aquelas, no início, em que a limusine dos noivos tenta fazer uma curva, mas o carro é maior do que a estrada. Dobrar essa impossível curva talvez seja, afinal, a nossa existência, na visão de Von Trier. Na madrugada ainda, em horário impossível, o belo "Nazarin" (1959, 14 anos, Futura, 2h30) de Buñuel.
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Lars Von Trier nos coloca em belas imagens com seu 'Melancolia'Um asteroide se aproxima perigosamente da Terra: haverá colisão? Digamos que esse —o eventual fim do mundo— é o falso problema proposto em "Melancolia" (2011, 14 anos, TC Cult, 19h35). Ou talvez seja uma metáfora do estado mental de Justine (Kirsten Dunst), a moça que vai se casar no início do filme. Isso que no passado se chamava "bile negra" é uma espécie de desânimo, de indiferença do mundo, de depressão. De tudo um pouco, mas com uma cara própria, única: a da melancolia. Trailer Talvez fosse o estado de Lars von Trier ao conceber seu filme. Um filme, diga-se, de imagens não raro marcantes. Nenhuma, penso, tão significativa quanto aquelas, no início, em que a limusine dos noivos tenta fazer uma curva, mas o carro é maior do que a estrada. Dobrar essa impossível curva talvez seja, afinal, a nossa existência, na visão de Von Trier. Na madrugada ainda, em horário impossível, o belo "Nazarin" (1959, 14 anos, Futura, 2h30) de Buñuel.
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Ao estudar emojis, psicólogos querem desvendar comportamento humano
"E aí, curtiu o karaokê ontem à noite?", pergunta Jorge para Sarah, pelo WhatsApp, aplicativo para troca instantânea de mensagens. "Adorei. Não sabia que você cantava tão bem :P", ela responde. O emoticon ":P", referência a uma língua de fora, dá uma pista importante do que Sarah realmente gostaria de dizer: sua vontade era de furar os próprios tímpanos ao ouvir o desafinado amigo. A explicitação da ironia é uma das vantagens trazidas pelo uso de emoticons (expressões e desenhos baseados em caracteres convencionais, como ":-)", por exemplo) e emojis (como os desenhos que ilustram esta página, popularizados em aplicativos de trocas de mensagem). Os cientistas estão prestando cada vez mais atenção a essa forma de comunicação, especialmente psicólogos, em busca de entender um pouco melhor o comportamento humano. Para Linda Kaye, psicóloga da Universidade Edge Hill, no Reino Unido, explorar a miríade de dados de conversas virtuais carregadas de rostinhos e desenhinhos é uma chance de decifrar idiossincrasias a partir das situações em que cada um os utiliza. "Observando os traços de personalidade, parece haver uma relação positiva entre o uso de emojis e a capacidade de se relacionar com as outras pessoas", diz. Ela e outras duas colegas escreveram um artigo sobre o assunto que foi publicado na revista especializada "Trends in Cognitive Sciences" na semana passada. Outros estudos já constataram uma mistura de ativação de áreas do cérebro ligadas à linguagem e à emoção quando uma pessoa lê uma mensagem com emojis. De alguma maneira, esse tipo de resposta se aproximaria daquela gerada em uma interação face a face. Miniglossário de emoji No fim das contas, os emoticons e emojis podem ser muito mais do que o reforço de que algo foi satisfatório ou agradável (use um "coração" com "S2" ou "<3") ou a manifestação de segundas intenções por trás de uma conversa casual. Essas "palavras" como resume Luli Radfahrer, especialista em comunicação digital e professor da USP, não têm um significado fixo. Embora algumas como notas de dinheiro voando e o emoticon de espanto (:-O) sejam bem claros em resumir até frases inteiras, outros vão ganhando significados diferentes segundo quem os utiliza –especialmente os jovens. É o caso do "joinha". Para a velha guarda, o significado pode ser um singelo "OK", mas entre os mais jovens ele assumiu um significado mais rude, como um desinteressado ou rude "ah, tá", como explica Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia & Sociedade, do Rio de Janeiro, e colunista da Folha. "NOVIDADE" Se emojis são palavras que chegam como estrangeirismos em uma língua, é natural que os jovens sejam os primeiros a se apropriarem e transformarem seus significados, diz Radfarher. "Eles são os mais dispostos a experimentar com a língua." Isso não quer dizer que inaugurar uma "ciência dos emojis", como Linda e colegas defendem, com testes de imagens e análises comportamentais, tenha um bom embasamento, diz o professor, que acredita que estudos do tipo não acrescentariam muito sobre o que sabemos de linguística. Já Luiz Carlos Cagliari, professor aposentado e pesquisador da Unesp, lembra que a discussão não é tão diferente daquela que surgiu quando os europeus modernos tiveram contato com a China. "Acharam que os chineses não sabiam pensar, já que possuíam um sistema de escrita ideográfico, pictográfico, no qual primeiro vem a ideia, depois o som", diz. "Quem acha que emoticon ou emoji é novidade esquece que a escrita mais antiga era pictográfica, de objetos que eram traduzíveis em palavras. Os egípcios já tinham emojis –eles são tão velhos quanto andar para frente." Um paralelo possível é o caminho percorrido pelos programas de computador. Antes era necessário clicar em um comando para as funções pretendidas, como "salvar", para guardar um arquivo. Hoje, basta clicar em um ícone com um disquete –que muitos dos que nasceram neste milênio nem sabem o que originalmente significa. "No final das contas, a 'escrita chinesa' prevaleceu sobre a alfabética", brinca Cagliari. O interesse da academia em estudar o tema, opina, é uma boa chance para desfazer o preconceito linguístico que muitas vezes acaba viciando esse tipo de discussão. "A escola ensina a escrever de um jeito, mas esse jeito não é o único."
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Ao estudar emojis, psicólogos querem desvendar comportamento humano"E aí, curtiu o karaokê ontem à noite?", pergunta Jorge para Sarah, pelo WhatsApp, aplicativo para troca instantânea de mensagens. "Adorei. Não sabia que você cantava tão bem :P", ela responde. O emoticon ":P", referência a uma língua de fora, dá uma pista importante do que Sarah realmente gostaria de dizer: sua vontade era de furar os próprios tímpanos ao ouvir o desafinado amigo. A explicitação da ironia é uma das vantagens trazidas pelo uso de emoticons (expressões e desenhos baseados em caracteres convencionais, como ":-)", por exemplo) e emojis (como os desenhos que ilustram esta página, popularizados em aplicativos de trocas de mensagem). Os cientistas estão prestando cada vez mais atenção a essa forma de comunicação, especialmente psicólogos, em busca de entender um pouco melhor o comportamento humano. Para Linda Kaye, psicóloga da Universidade Edge Hill, no Reino Unido, explorar a miríade de dados de conversas virtuais carregadas de rostinhos e desenhinhos é uma chance de decifrar idiossincrasias a partir das situações em que cada um os utiliza. "Observando os traços de personalidade, parece haver uma relação positiva entre o uso de emojis e a capacidade de se relacionar com as outras pessoas", diz. Ela e outras duas colegas escreveram um artigo sobre o assunto que foi publicado na revista especializada "Trends in Cognitive Sciences" na semana passada. Outros estudos já constataram uma mistura de ativação de áreas do cérebro ligadas à linguagem e à emoção quando uma pessoa lê uma mensagem com emojis. De alguma maneira, esse tipo de resposta se aproximaria daquela gerada em uma interação face a face. Miniglossário de emoji No fim das contas, os emoticons e emojis podem ser muito mais do que o reforço de que algo foi satisfatório ou agradável (use um "coração" com "S2" ou "<3") ou a manifestação de segundas intenções por trás de uma conversa casual. Essas "palavras" como resume Luli Radfahrer, especialista em comunicação digital e professor da USP, não têm um significado fixo. Embora algumas como notas de dinheiro voando e o emoticon de espanto (:-O) sejam bem claros em resumir até frases inteiras, outros vão ganhando significados diferentes segundo quem os utiliza –especialmente os jovens. É o caso do "joinha". Para a velha guarda, o significado pode ser um singelo "OK", mas entre os mais jovens ele assumiu um significado mais rude, como um desinteressado ou rude "ah, tá", como explica Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia & Sociedade, do Rio de Janeiro, e colunista da Folha. "NOVIDADE" Se emojis são palavras que chegam como estrangeirismos em uma língua, é natural que os jovens sejam os primeiros a se apropriarem e transformarem seus significados, diz Radfarher. "Eles são os mais dispostos a experimentar com a língua." Isso não quer dizer que inaugurar uma "ciência dos emojis", como Linda e colegas defendem, com testes de imagens e análises comportamentais, tenha um bom embasamento, diz o professor, que acredita que estudos do tipo não acrescentariam muito sobre o que sabemos de linguística. Já Luiz Carlos Cagliari, professor aposentado e pesquisador da Unesp, lembra que a discussão não é tão diferente daquela que surgiu quando os europeus modernos tiveram contato com a China. "Acharam que os chineses não sabiam pensar, já que possuíam um sistema de escrita ideográfico, pictográfico, no qual primeiro vem a ideia, depois o som", diz. "Quem acha que emoticon ou emoji é novidade esquece que a escrita mais antiga era pictográfica, de objetos que eram traduzíveis em palavras. Os egípcios já tinham emojis –eles são tão velhos quanto andar para frente." Um paralelo possível é o caminho percorrido pelos programas de computador. Antes era necessário clicar em um comando para as funções pretendidas, como "salvar", para guardar um arquivo. Hoje, basta clicar em um ícone com um disquete –que muitos dos que nasceram neste milênio nem sabem o que originalmente significa. "No final das contas, a 'escrita chinesa' prevaleceu sobre a alfabética", brinca Cagliari. O interesse da academia em estudar o tema, opina, é uma boa chance para desfazer o preconceito linguístico que muitas vezes acaba viciando esse tipo de discussão. "A escola ensina a escrever de um jeito, mas esse jeito não é o único."
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MEC divulga resultados da chamada regular do Sisu
O MEC (Ministério da Educação) divulgou nesta segunda-feira (30) os resultados da chamada regular para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Para acessar, os candidatos devem fazer login no site sisualuno.mec.gov.br . As matrículas nas instituições escolhidas deverão ser feitas entre os dias 3 e 7 de fevereiro. Para participar da lista de espera, o aluno precisa acessar o boletim até as 23h59 do dia 10 de fevereiro. A convocação dos candidatos em lista de espera está marcada para o dia 16 de fevereiro. O prazo de inscrições do Sisu havia sido ampliado por causa das falhas técnicas no sistema que tem impedido que parte dos participantes tenha conseguido acessar o site na última quinta-feira (26). Inicialmente, terminaria na sexta (27), mas foi prorrogado até domingo (29). O Sisu reúne as vagas de instituições de ensino que selecionam seus alunos pela nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Participantes do exame estavam encontrando problemas desde a divulgação das notas, no dia 18, antes mesmo da abertura do Sisu. O Sisu recebeu, até 18h desta quinta-feira, 2.090.451 inscritos e 4.033.178 inscrições. As inconsistências encontradas no sistema que dificultavam o acesso de candidatos foram sanadas, segundo o MEC. A pasta indica que candidatos que tenham problemas entrem em contato com o MEC por meio do 0800 61 61 61 ou pelo e-mail [email protected]; Os calendários do ProUni (Programa Universidade para Todos) e do Fies (Financiamento Estudantil) continuam normalmente para os dias 31/1 a 3/02 e 7/2 a 10/2, respectivamente. A nota do Enem também é critério para os dois programas.
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MEC divulga resultados da chamada regular do SisuO MEC (Ministério da Educação) divulgou nesta segunda-feira (30) os resultados da chamada regular para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Para acessar, os candidatos devem fazer login no site sisualuno.mec.gov.br . As matrículas nas instituições escolhidas deverão ser feitas entre os dias 3 e 7 de fevereiro. Para participar da lista de espera, o aluno precisa acessar o boletim até as 23h59 do dia 10 de fevereiro. A convocação dos candidatos em lista de espera está marcada para o dia 16 de fevereiro. O prazo de inscrições do Sisu havia sido ampliado por causa das falhas técnicas no sistema que tem impedido que parte dos participantes tenha conseguido acessar o site na última quinta-feira (26). Inicialmente, terminaria na sexta (27), mas foi prorrogado até domingo (29). O Sisu reúne as vagas de instituições de ensino que selecionam seus alunos pela nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Participantes do exame estavam encontrando problemas desde a divulgação das notas, no dia 18, antes mesmo da abertura do Sisu. O Sisu recebeu, até 18h desta quinta-feira, 2.090.451 inscritos e 4.033.178 inscrições. As inconsistências encontradas no sistema que dificultavam o acesso de candidatos foram sanadas, segundo o MEC. A pasta indica que candidatos que tenham problemas entrem em contato com o MEC por meio do 0800 61 61 61 ou pelo e-mail [email protected]; Os calendários do ProUni (Programa Universidade para Todos) e do Fies (Financiamento Estudantil) continuam normalmente para os dias 31/1 a 3/02 e 7/2 a 10/2, respectivamente. A nota do Enem também é critério para os dois programas.
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Carta a um jovem escritor... popular
Mário de Andrade, Fernando Sabino, Mario Vargas Llosa, Rilke, Stephen King, toda uma galera infinitamente melhor que esta tadinha que vos fala já escreveu sua "carta a um jovem escritor". Mas eu acho que algumas coisas importantes ficaram de fora. Primeiro de tudo, você tem que se fazer a seguinte pergunta: você é um escritor popular? O teste é simples. Quando em desgraça, ainda que muito deprimido e prestes ao suicídio, ao narrar seus périplos a outrem, você arranca indiferença, lágrimas ou risos? Se for a terceira opção, prepare-se, com coragem e altivez, para uma vida de tortas na cara. O misteriozão blasé (aquele tipo que vai apenas expelir gases na varanda de uma festa, mas todos acham que ele está ali numa paquera míope com o horizonte, flertando com a morte), apesar de ser bem menos interessante e inteligente que você, sempre será mais respeitado. Talvez você ganhe algum dinheiro, mas vai gastar boa parte dele na terapia, tentando entender epítetos carinhosos, tais quais: vendido, podre, subliteratura, engodo. Sentar e escrever, pra quem de fato senta e escreve, não é nenhum problema (que preguiça de técnicas e cursos!), o problema é aturar o resto da humanidade traduzida em coisas terríveis como: grupinho fechado de escribas que vão te odiar se você não escrever sobre índios e cheirar a cabelo ensebado, críticos eruditos demais pra perder tempo com quem "fala de si achando graça" com tanta coisa mais séria e triste acontecendo no mundo e, o pior dos seres, o internauta raivoso com opinião! Ele até poderia ser um escritor (duvido!) se não perdesse tanto tempo inscrevendo seu CPF só pra xingar quem escreve. Mas não desista, você é mais forte do que eles! Você se arrisca a contar uma história com sentido, com diálogos, com personagens, enquanto muitos outros "reais artistas" têm a cara de pau e a arrogância de filmar uma cena de 27 minutos com um pombo caolho encarando uma valeta que, por sua vez, espelha um céu metade lilás, metade empretecido pela promessa de um vendaval. Filmes como "Casa Grande" e "O Lobo Atrás da Porta" são infinitamente melhores que qualquer comédia brasileira dos últimos anos. Vibro quando saem críticas boas a esses dois filmes e minha meta é um dia chegar lá. Mas o resto... O problema de alguns "intelectuais" cheios de julgamento e razão é a bipolaridade esquizofrênica: amam o povo, mas odeiam o popular. Se a mulher for uma doméstica manca numa Recife outonal que, perdida em um universo sombrio de seres ensimesmados, sonha casar, terás um filme premiado. Se a mulher for uma urbanoide neurótica obcecada em casar... ai ai ai, mais uma bosta de filme sobre casamento! Se você acha que seus inimigos acabam por aqui, sabe de nada, inocente. Ainda precisamos falar sobre o seu principal algoz: o assistente do diretor financeiro. Não importa se você está escrevendo um filme, um seriado, um livro, uma crônica. Existe um subalterno "do dinheiro" com especialização em te fazer se sentir um desgraçado toda vez que você cobrar a grana. Fica sempre um terrorismo no ar: "Ah, então você não faz porque ama, você faz PELO DINHEIRO, seu escroto??" Bom, tava no contrato. Oi? Alô? Esquece, o assistente do financeiro não tem um e-mail e nem um telefone que funcione! E ele almoça sempre às 11 da manhã e segue almoçando às sete da noite. A única coisa que eu penso nessas horas é: se tá difícil pra mim, imagina pro cara do roteiro do pombo caolho?
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Carta a um jovem escritor... popularMário de Andrade, Fernando Sabino, Mario Vargas Llosa, Rilke, Stephen King, toda uma galera infinitamente melhor que esta tadinha que vos fala já escreveu sua "carta a um jovem escritor". Mas eu acho que algumas coisas importantes ficaram de fora. Primeiro de tudo, você tem que se fazer a seguinte pergunta: você é um escritor popular? O teste é simples. Quando em desgraça, ainda que muito deprimido e prestes ao suicídio, ao narrar seus périplos a outrem, você arranca indiferença, lágrimas ou risos? Se for a terceira opção, prepare-se, com coragem e altivez, para uma vida de tortas na cara. O misteriozão blasé (aquele tipo que vai apenas expelir gases na varanda de uma festa, mas todos acham que ele está ali numa paquera míope com o horizonte, flertando com a morte), apesar de ser bem menos interessante e inteligente que você, sempre será mais respeitado. Talvez você ganhe algum dinheiro, mas vai gastar boa parte dele na terapia, tentando entender epítetos carinhosos, tais quais: vendido, podre, subliteratura, engodo. Sentar e escrever, pra quem de fato senta e escreve, não é nenhum problema (que preguiça de técnicas e cursos!), o problema é aturar o resto da humanidade traduzida em coisas terríveis como: grupinho fechado de escribas que vão te odiar se você não escrever sobre índios e cheirar a cabelo ensebado, críticos eruditos demais pra perder tempo com quem "fala de si achando graça" com tanta coisa mais séria e triste acontecendo no mundo e, o pior dos seres, o internauta raivoso com opinião! Ele até poderia ser um escritor (duvido!) se não perdesse tanto tempo inscrevendo seu CPF só pra xingar quem escreve. Mas não desista, você é mais forte do que eles! Você se arrisca a contar uma história com sentido, com diálogos, com personagens, enquanto muitos outros "reais artistas" têm a cara de pau e a arrogância de filmar uma cena de 27 minutos com um pombo caolho encarando uma valeta que, por sua vez, espelha um céu metade lilás, metade empretecido pela promessa de um vendaval. Filmes como "Casa Grande" e "O Lobo Atrás da Porta" são infinitamente melhores que qualquer comédia brasileira dos últimos anos. Vibro quando saem críticas boas a esses dois filmes e minha meta é um dia chegar lá. Mas o resto... O problema de alguns "intelectuais" cheios de julgamento e razão é a bipolaridade esquizofrênica: amam o povo, mas odeiam o popular. Se a mulher for uma doméstica manca numa Recife outonal que, perdida em um universo sombrio de seres ensimesmados, sonha casar, terás um filme premiado. Se a mulher for uma urbanoide neurótica obcecada em casar... ai ai ai, mais uma bosta de filme sobre casamento! Se você acha que seus inimigos acabam por aqui, sabe de nada, inocente. Ainda precisamos falar sobre o seu principal algoz: o assistente do diretor financeiro. Não importa se você está escrevendo um filme, um seriado, um livro, uma crônica. Existe um subalterno "do dinheiro" com especialização em te fazer se sentir um desgraçado toda vez que você cobrar a grana. Fica sempre um terrorismo no ar: "Ah, então você não faz porque ama, você faz PELO DINHEIRO, seu escroto??" Bom, tava no contrato. Oi? Alô? Esquece, o assistente do financeiro não tem um e-mail e nem um telefone que funcione! E ele almoça sempre às 11 da manhã e segue almoçando às sete da noite. A única coisa que eu penso nessas horas é: se tá difícil pra mim, imagina pro cara do roteiro do pombo caolho?
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O naufrágio
O zika e o surto de microcefalia. A lama tóxica que desaguou no Atlântico. O estouro dos cafofos da Petrobras e da CBF. Cabeças coroadas da burguesia e do PT vendo o sol nascer quadrado em Curitiba. Está tudo junto e misturado. É da natureza das crises amalgamar o acessório e o vital. Com isso, se firma a imagem que a barafunda atual é autóctone. Ocorre que a crise é planetária. O capital não tem pátria e o florão da América não é ilha. A vitória de oposições na Venezuela e na Argentina, para ficar nos fatos recentes, é sintoma do esgotamento do populismo latino-americano das últimas décadas. E o petismo integrou o projeto que ora soçobra, apesar das diferenças entre Chávez-Maduro, os Kirchner e Lula-Dilma. Os poderosos têm agido com prudência. Barack Obama recebeu Dilma Rousseff com lhaneza em julho, não disse uma palavra além do protocolar. Na sua última edição, contudo, "The Economist" foi explícita: considerou temerária a deflagração do impeachment. Para ela, a bandeira da moralidade, que justificaria junto à opinião pública a destituição da presidente, ficou maculada. Porque foi o corsário Eduardo Cunha que acendeu o pavio. A luz amarela emitida pela revista, que serve de farol para a grande finança local, fez com que os bancos ancorados na Avenida Faria Lima negassem fogo na hora H. A cautela imperial leva em conta a chalupa Lula, alvejada mas barulhenta. Caso "o cara" consiga escapar da Lava Jato, chegará às eleições de 2018 em condições de atirar a torto e a granel. O ideal teria sido continuar esburacando o casco do Planalto com pautas-bomba e seguir no cerco ao ex-presidente. Ver o governo e Lula irem a pique sem deixar saudade. A derrubada de Dilma não é indiferente. Sobretudo para quem teve ganhos reais no salário nos últimos treze anos. Para quem conseguiu casa própria ou teve acesso ao Bolsa Família. Para as mulheres que compraram micro-ondas a crédito, atenuando a dupla exploração do trabalho formal e do doméstico. A vida material é o que conta mais, sempre. Mas os ganhos concretos acabaram. Nem governo nem oposição cogitam reavivá-los. A rota que traçaram é a que foi adotada em outros oceanos, aliás sem resultado: austeridade. Querem afrouxar leis trabalhistas, tesourar aposentadorias, podar amparos estatais, aumentar tarifas, demitir às baciadas. A queda já ocorreu. Porque PT, PSDB e PMDB adotaram a mesma divisa: nada pelo social, o Brasil não cabe no Orçamento da União. Os pobres devem se conformar, devem gramar de sol a sol como motoboys. No dia de São Nunca os partidos verão o que fazer com ônibus, hospitais e escolas. Dane-se o sofrimento social. Naufragar é preciso. A crise então cabe no lema punk "no future". O futuro é o passado perpétuo: a conciliação conservadora dos bacanas, a casta parlamentar incrustada como craca nas ruínas do Estado, a política vista como gerência de negócios. O povo foi condenado às galés e o Brasil, coletividade imaginária, regrediu à Nova República de José Sarney. Por isso, a vibração cívica desses dias é postiça. Ela não atenua a depressão que se espalhou como lama tóxica. Só se deleita a gente surda e endurecida. Porque a pátria, como diria outro náufrago, Camões, está metida no gosto da cobiça e da rudeza, de uma austera, apagada e vil tristeza.
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O naufrágioO zika e o surto de microcefalia. A lama tóxica que desaguou no Atlântico. O estouro dos cafofos da Petrobras e da CBF. Cabeças coroadas da burguesia e do PT vendo o sol nascer quadrado em Curitiba. Está tudo junto e misturado. É da natureza das crises amalgamar o acessório e o vital. Com isso, se firma a imagem que a barafunda atual é autóctone. Ocorre que a crise é planetária. O capital não tem pátria e o florão da América não é ilha. A vitória de oposições na Venezuela e na Argentina, para ficar nos fatos recentes, é sintoma do esgotamento do populismo latino-americano das últimas décadas. E o petismo integrou o projeto que ora soçobra, apesar das diferenças entre Chávez-Maduro, os Kirchner e Lula-Dilma. Os poderosos têm agido com prudência. Barack Obama recebeu Dilma Rousseff com lhaneza em julho, não disse uma palavra além do protocolar. Na sua última edição, contudo, "The Economist" foi explícita: considerou temerária a deflagração do impeachment. Para ela, a bandeira da moralidade, que justificaria junto à opinião pública a destituição da presidente, ficou maculada. Porque foi o corsário Eduardo Cunha que acendeu o pavio. A luz amarela emitida pela revista, que serve de farol para a grande finança local, fez com que os bancos ancorados na Avenida Faria Lima negassem fogo na hora H. A cautela imperial leva em conta a chalupa Lula, alvejada mas barulhenta. Caso "o cara" consiga escapar da Lava Jato, chegará às eleições de 2018 em condições de atirar a torto e a granel. O ideal teria sido continuar esburacando o casco do Planalto com pautas-bomba e seguir no cerco ao ex-presidente. Ver o governo e Lula irem a pique sem deixar saudade. A derrubada de Dilma não é indiferente. Sobretudo para quem teve ganhos reais no salário nos últimos treze anos. Para quem conseguiu casa própria ou teve acesso ao Bolsa Família. Para as mulheres que compraram micro-ondas a crédito, atenuando a dupla exploração do trabalho formal e do doméstico. A vida material é o que conta mais, sempre. Mas os ganhos concretos acabaram. Nem governo nem oposição cogitam reavivá-los. A rota que traçaram é a que foi adotada em outros oceanos, aliás sem resultado: austeridade. Querem afrouxar leis trabalhistas, tesourar aposentadorias, podar amparos estatais, aumentar tarifas, demitir às baciadas. A queda já ocorreu. Porque PT, PSDB e PMDB adotaram a mesma divisa: nada pelo social, o Brasil não cabe no Orçamento da União. Os pobres devem se conformar, devem gramar de sol a sol como motoboys. No dia de São Nunca os partidos verão o que fazer com ônibus, hospitais e escolas. Dane-se o sofrimento social. Naufragar é preciso. A crise então cabe no lema punk "no future". O futuro é o passado perpétuo: a conciliação conservadora dos bacanas, a casta parlamentar incrustada como craca nas ruínas do Estado, a política vista como gerência de negócios. O povo foi condenado às galés e o Brasil, coletividade imaginária, regrediu à Nova República de José Sarney. Por isso, a vibração cívica desses dias é postiça. Ela não atenua a depressão que se espalhou como lama tóxica. Só se deleita a gente surda e endurecida. Porque a pátria, como diria outro náufrago, Camões, está metida no gosto da cobiça e da rudeza, de uma austera, apagada e vil tristeza.
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Veja cartum d'o pintinho na "Ilustríssima" deste domingo
ALEXANDRA MORAES, 34, é autora da série "o pintinho" (ed. Lote 42) e editora-adjunta de Especiais
ilustrissima
Veja cartum d'o pintinho na "Ilustríssima" deste domingoALEXANDRA MORAES, 34, é autora da série "o pintinho" (ed. Lote 42) e editora-adjunta de Especiais
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Projeto de US$ 51 milhões põe Brasil no mapa dos peixes
Dentro de sete meses, 20 milhões de filhotes de peixe pesando 30 g –menos que um pãozinho francês– serão transferidos para gaiolas de aço flutuantes no rio Paraná. Seis meses depois, com quase 1 kg, serão o primeiro lote do maior investimento feito no país em aquicultura (produção em cativeiro). O projeto, que será anunciado nos próximos dias, começará com 25 mil toneladas por ano, mas prevê quaduplicar a produção até 2020. Se o cronograma for seguido, o Brasil chegará perto de dobrar sua produção atual, de 150 mil toneladas anuais. Os US$ 51 milhões investidos na primeira etapa são 100% capital próprio da Tilabras, parceria entre uma das maiores produtoras de tilápia do mundo, a americana Reagal Springs, e a brasileira Axial, holding que atua no setor por meio da Mar & Terra. Num terreno equivalente a um terço do parque Ibirapuera, comprado na última semana em Selvíria (MS), nas margens do rio, será construído também um frigorífico. O rio Paraná é considerado um dos biomas mais adequados para a produção de tilápias em cativeiro, porque suas águas são muito limpas e o nível de corrente é adequado. Nos próximos 15 dias, a empresa pedirá à União concessão para explorar uma superfície fluvial cem vezes maior, pelo período de 20 anos, renováveis por mais 20. MILAGRE DE JESUS É com a tilápia, espécie originária do rio Nilo e apontada como o peixe que Jesus multiplicou perto do mar da Galileia, que o governo brasileiro pretende expandir sua presença no mercado global. "É um divisor de águas tanto em relação à escala do empreendimento quanto à estatura da empresa. Certamente vai chamar a atenção de competidores internacionais", diz o ministro da Pesca, Helder Barbalho. O governo federal procurou sete Estados para tentar destravar o licenciamento ambiental da atividade: as empresas precisam provar que não vão poluir as águas com excesso de ração, dejetos e animais mortos. Outra preocupação é impedir que as resistentes tilápias, presentes em quase todo país, se espalhem pela Amazônia, onde o cultivo é proibido. ATRÁS DE BOI E FRANGO Mesmo sem essa região, o potencial do Brasil é enorme, na avaliação de Sylvio Santoro Filho, diretor de projeto da Tilabras. Estão no país as maiores reservas de água doce do mundo, e o clima quente favorece a engorda dos peixes.No inverno, chegam a parar de comer e levam até 45 dias mais (ou seja, de 8 a 9 meses) para atingirem o tamanho necessário. O fato de que o brasileiro come poucos pescados –a média é inferior a 10 kg de pescado por pessoa por ano, abaixo dos 12 kg recomendados pela OMS e metade da média global (19 kg)– é visto como oportunidade de expansão pela nova empresa. O Mato Grosso do Sul foi escolhido por ser grande produtor de grãos, outro ponto forte do Brasil. Soja é insumo da ração, o principal item da planilha de custos da empresa, chegando a 70%. A Tilabras produzirá sua própria ração quando estiver criando 50 mil toneladas de tilápia, ponto que viabiliza a fábrica. Já estão projetadas outras duas expansões, para 75 mil e depois 100 mil toneladas, o que deve ocorrer em 2020. O porte do projeto leva em conta que o mercado global de pescados também é crescente. A empresa planeja exportar 70% de seus peixes a partir, principalmente para os EUA, maiores consumidores do planeta. A FAO estima que a demanda global por pescados crescerá em aproximadamente 30 milhões de toneladas até 2030. Essa oferta adicional virá da aquicultura, já que a pesca não tem superado os cerca de 90 milhões de toneladas anuais na última década. Entre os atuais líderes na produção de pescados, poucos têm condições de aumentar a produção de forma significativa. A China, por exemplo, líder na produção de tilápias, enfrenta aumento nos custos, o que poderia abrir espaço para o Brasil. A expectativa é que o país, hoje líder na exportação de carne bovina e de frango, galgue posições também no setor de pescados. "Saímos de pequenos produtores nacionais e passamos a multinacionais. Abriram-se as comportas para que empresas da mesma grandeza enxerguem o Brasil como oportunidade sensacional", diz Barbalho. Santoro admite o risco de novos competidores, mas defende que a Tilabras tem o trunfo do pioneirismo. "Até se instalarem, já teremos ampliado e conquistado o mercado interno, fator importante de viabilidade econômica." A não ser que outros grandes empreendimentos também se instalem no Brasil, o país ainda estará longe das previsões do banco holandês Rabobank, com forte presença no agronegócio, que há dois anos estimava 1 milhão de toneladas de pescados em 2022. PARCERIA O Brasil será o sexto país de instalação da Reagal Springs, que atua hoje no México, Indonésia, Honduras e Sumatra, além de nos EUA. A iniciativa para a parceria surgiu da empresa brasileira, que planejava aumentar sua participação no setor. Fundada em 2003, a Mar & Terra produz em Itaporã (MS) pintado e tilápia e, em Rondônia, pirarucu (é a única empresa do país autorizada a exportar essa espécie nativa). Hoje, produz aproximadamente 1.000 toneladas de pescado por ano e compra outras 5.000 toneladas, no mercado ou de engorda com produtores integrados. Os brasileiros visitaram, ao longo de um ano, vários criadouros fora do Brasil e concluíram que a Regal tinha tecnologia adequada para o tamanho do projeto que tinham em mente. Do lado da Reagal, o interesse era o de diversificar a produção. A americana também registrará um aumento significativo na produção, já que, somando todas as suas operações, vende hoje 100 mil toneladas de tilápias por ano. Quando começar a produzir pescados para consumo, no próximo ano, a Tilabras vai colocar no mercado entre 25 mil e 30 mil toneladas de tilápias, cinco vezes o que sai dos tanques dos maiores produtores do país atualmente. No começo serão vendidos peixes inteiros, para o mercado interno, mas, até o final de 2016, quando completa a primeira fase de investimentos, a Tilabras espera ter concluído a construção do frigorífico, o que lhe permitirá vender o peixe também em filés, frescos e congelados. Em cinco anos, a produção deve chegar a 100 mil toneladas anuais. Selvíria, onde ficarão as instalações industriais, está a 45 km de Três Lagoas, de onde deve vir a maior parte da mão de obra —no pico de produção, a empresa projeta 1.850 funcionários diretos, quase um terço de todos os selvirenses. Santoro afirma que boa parte dos funcionários devem ser recrutada entre agricultores e que todos terão que ser treinados, mesmo os que já tenham experiência em frigoríficos bovinos, pois o uso da faca é diferente. ENTRAVES Estudo do BNDES sobre o setor, divulgado em 2012, aponta os principais gargalos à evolução: dificuldades no licenciamento ambiental, falta de tecnologia e de crédito. Um dos problemas apontados por empresários são as dificuldades burocráticas e de licenciamento. O Ministério da Pesca diz que, além de tentar agilizar a concessão de licenças, tem negociado com governos estaduais a redução do custo de produção, principalmente pelo abatimento de tributos que incidem sobre a ração. A expectativa é que haja algum avanço em relação à desoneração no próximo trimestre. Outro gargalo importante é o custo de exportação. Um contêiner que saia do Brasil com destino aos EUA custa 60% mais que um despachado da China, a maior produtora global, com 40 milhões de toneladas por ano. No momento, Santoro diz que as condições do porto de Santos são adequadas para escoar sua produção. Mas estão em estudo outras opções, inclusive na região Norte. O rio Paraná é navegável até a bacia do Prata, mas a empresa não vê potencial de exportação para o Mercosul. FÊMEAS VIRAM MACHOS Neste ano, a Tilabras deve montar seu laboratório para a produção de alevinos, fase larval que dá origem aos peixes. A produção de alevinos crescerá paralelamente à construção da engorda, e a empresa pretende usá-los todos em sua fazenda, vendendo apenas eventuais saldos. Como os machos se desenvolvem muito mais que as fêmeas, os alevinos são colocados em um banho morno com hormônios e todos ficam do sexo masculino. Eles vão para a recria quando atingem de 2 a 3 gramas, em tanques menores. Quando chegam aos 30 gramas, são transferidos para seu habitat definitivo: tanques de 15 e 20 metros de diâmetro interno com profundidades de 4 a 6 metros, suficientes para conter 70 toneladas de peixes adultos. Cada um dos tanques –200 na fase inicial e 800 daqui a cinco anos– recebe aproximadamente 100.000 alevinos por ciclo de seis meses. Quando saem da água, por meio de um mecanismo de sucção, as tilápias estão com cerca de 900 gramas —há casos em que os clientes pedem peixes um pouco menores ou maiores. A Tilabras pretende começar a vender peixes inteiros, frescos e congelados, e, numa segunda etapa, filés que serão processados e embalados no frigorífico que será construído em Selvíria. CONCESSÃO Como as águas dos rios são da União, é preciso que a empresa obtenha a concessão para usá-las. O processo é regulamentado pelo decreto 4.895 de 2003, e prevê um prazo de 20 anos, renováveis por mais 20. A ANA (Agência Nacional de Águas) calcula a capacidade de suporte de cada manancial, ou seja, quantos peixes cada reservatório pode produzir, e estipula um valor pela concessão. Normalmente, ele é de R$ 500 por hectare, segundo Felipe Matias, secretário de Aquicultura do Ministério da Pesca –no caso da Tilabras, a área de criação deve ter 600 hectares, o que levaria o preço mínmo a cerca de R$ 300 mil. Além de estabelecer esse valor de outorga, o licenciamento exige autorização da Marinha e licença ambiental. A concessão é por processo licitatório —vence quem oferecer a maior outorga.
mercado
Projeto de US$ 51 milhões põe Brasil no mapa dos peixesDentro de sete meses, 20 milhões de filhotes de peixe pesando 30 g –menos que um pãozinho francês– serão transferidos para gaiolas de aço flutuantes no rio Paraná. Seis meses depois, com quase 1 kg, serão o primeiro lote do maior investimento feito no país em aquicultura (produção em cativeiro). O projeto, que será anunciado nos próximos dias, começará com 25 mil toneladas por ano, mas prevê quaduplicar a produção até 2020. Se o cronograma for seguido, o Brasil chegará perto de dobrar sua produção atual, de 150 mil toneladas anuais. Os US$ 51 milhões investidos na primeira etapa são 100% capital próprio da Tilabras, parceria entre uma das maiores produtoras de tilápia do mundo, a americana Reagal Springs, e a brasileira Axial, holding que atua no setor por meio da Mar & Terra. Num terreno equivalente a um terço do parque Ibirapuera, comprado na última semana em Selvíria (MS), nas margens do rio, será construído também um frigorífico. O rio Paraná é considerado um dos biomas mais adequados para a produção de tilápias em cativeiro, porque suas águas são muito limpas e o nível de corrente é adequado. Nos próximos 15 dias, a empresa pedirá à União concessão para explorar uma superfície fluvial cem vezes maior, pelo período de 20 anos, renováveis por mais 20. MILAGRE DE JESUS É com a tilápia, espécie originária do rio Nilo e apontada como o peixe que Jesus multiplicou perto do mar da Galileia, que o governo brasileiro pretende expandir sua presença no mercado global. "É um divisor de águas tanto em relação à escala do empreendimento quanto à estatura da empresa. Certamente vai chamar a atenção de competidores internacionais", diz o ministro da Pesca, Helder Barbalho. O governo federal procurou sete Estados para tentar destravar o licenciamento ambiental da atividade: as empresas precisam provar que não vão poluir as águas com excesso de ração, dejetos e animais mortos. Outra preocupação é impedir que as resistentes tilápias, presentes em quase todo país, se espalhem pela Amazônia, onde o cultivo é proibido. ATRÁS DE BOI E FRANGO Mesmo sem essa região, o potencial do Brasil é enorme, na avaliação de Sylvio Santoro Filho, diretor de projeto da Tilabras. Estão no país as maiores reservas de água doce do mundo, e o clima quente favorece a engorda dos peixes.No inverno, chegam a parar de comer e levam até 45 dias mais (ou seja, de 8 a 9 meses) para atingirem o tamanho necessário. O fato de que o brasileiro come poucos pescados –a média é inferior a 10 kg de pescado por pessoa por ano, abaixo dos 12 kg recomendados pela OMS e metade da média global (19 kg)– é visto como oportunidade de expansão pela nova empresa. O Mato Grosso do Sul foi escolhido por ser grande produtor de grãos, outro ponto forte do Brasil. Soja é insumo da ração, o principal item da planilha de custos da empresa, chegando a 70%. A Tilabras produzirá sua própria ração quando estiver criando 50 mil toneladas de tilápia, ponto que viabiliza a fábrica. Já estão projetadas outras duas expansões, para 75 mil e depois 100 mil toneladas, o que deve ocorrer em 2020. O porte do projeto leva em conta que o mercado global de pescados também é crescente. A empresa planeja exportar 70% de seus peixes a partir, principalmente para os EUA, maiores consumidores do planeta. A FAO estima que a demanda global por pescados crescerá em aproximadamente 30 milhões de toneladas até 2030. Essa oferta adicional virá da aquicultura, já que a pesca não tem superado os cerca de 90 milhões de toneladas anuais na última década. Entre os atuais líderes na produção de pescados, poucos têm condições de aumentar a produção de forma significativa. A China, por exemplo, líder na produção de tilápias, enfrenta aumento nos custos, o que poderia abrir espaço para o Brasil. A expectativa é que o país, hoje líder na exportação de carne bovina e de frango, galgue posições também no setor de pescados. "Saímos de pequenos produtores nacionais e passamos a multinacionais. Abriram-se as comportas para que empresas da mesma grandeza enxerguem o Brasil como oportunidade sensacional", diz Barbalho. Santoro admite o risco de novos competidores, mas defende que a Tilabras tem o trunfo do pioneirismo. "Até se instalarem, já teremos ampliado e conquistado o mercado interno, fator importante de viabilidade econômica." A não ser que outros grandes empreendimentos também se instalem no Brasil, o país ainda estará longe das previsões do banco holandês Rabobank, com forte presença no agronegócio, que há dois anos estimava 1 milhão de toneladas de pescados em 2022. PARCERIA O Brasil será o sexto país de instalação da Reagal Springs, que atua hoje no México, Indonésia, Honduras e Sumatra, além de nos EUA. A iniciativa para a parceria surgiu da empresa brasileira, que planejava aumentar sua participação no setor. Fundada em 2003, a Mar & Terra produz em Itaporã (MS) pintado e tilápia e, em Rondônia, pirarucu (é a única empresa do país autorizada a exportar essa espécie nativa). Hoje, produz aproximadamente 1.000 toneladas de pescado por ano e compra outras 5.000 toneladas, no mercado ou de engorda com produtores integrados. Os brasileiros visitaram, ao longo de um ano, vários criadouros fora do Brasil e concluíram que a Regal tinha tecnologia adequada para o tamanho do projeto que tinham em mente. Do lado da Reagal, o interesse era o de diversificar a produção. A americana também registrará um aumento significativo na produção, já que, somando todas as suas operações, vende hoje 100 mil toneladas de tilápias por ano. Quando começar a produzir pescados para consumo, no próximo ano, a Tilabras vai colocar no mercado entre 25 mil e 30 mil toneladas de tilápias, cinco vezes o que sai dos tanques dos maiores produtores do país atualmente. No começo serão vendidos peixes inteiros, para o mercado interno, mas, até o final de 2016, quando completa a primeira fase de investimentos, a Tilabras espera ter concluído a construção do frigorífico, o que lhe permitirá vender o peixe também em filés, frescos e congelados. Em cinco anos, a produção deve chegar a 100 mil toneladas anuais. Selvíria, onde ficarão as instalações industriais, está a 45 km de Três Lagoas, de onde deve vir a maior parte da mão de obra —no pico de produção, a empresa projeta 1.850 funcionários diretos, quase um terço de todos os selvirenses. Santoro afirma que boa parte dos funcionários devem ser recrutada entre agricultores e que todos terão que ser treinados, mesmo os que já tenham experiência em frigoríficos bovinos, pois o uso da faca é diferente. ENTRAVES Estudo do BNDES sobre o setor, divulgado em 2012, aponta os principais gargalos à evolução: dificuldades no licenciamento ambiental, falta de tecnologia e de crédito. Um dos problemas apontados por empresários são as dificuldades burocráticas e de licenciamento. O Ministério da Pesca diz que, além de tentar agilizar a concessão de licenças, tem negociado com governos estaduais a redução do custo de produção, principalmente pelo abatimento de tributos que incidem sobre a ração. A expectativa é que haja algum avanço em relação à desoneração no próximo trimestre. Outro gargalo importante é o custo de exportação. Um contêiner que saia do Brasil com destino aos EUA custa 60% mais que um despachado da China, a maior produtora global, com 40 milhões de toneladas por ano. No momento, Santoro diz que as condições do porto de Santos são adequadas para escoar sua produção. Mas estão em estudo outras opções, inclusive na região Norte. O rio Paraná é navegável até a bacia do Prata, mas a empresa não vê potencial de exportação para o Mercosul. FÊMEAS VIRAM MACHOS Neste ano, a Tilabras deve montar seu laboratório para a produção de alevinos, fase larval que dá origem aos peixes. A produção de alevinos crescerá paralelamente à construção da engorda, e a empresa pretende usá-los todos em sua fazenda, vendendo apenas eventuais saldos. Como os machos se desenvolvem muito mais que as fêmeas, os alevinos são colocados em um banho morno com hormônios e todos ficam do sexo masculino. Eles vão para a recria quando atingem de 2 a 3 gramas, em tanques menores. Quando chegam aos 30 gramas, são transferidos para seu habitat definitivo: tanques de 15 e 20 metros de diâmetro interno com profundidades de 4 a 6 metros, suficientes para conter 70 toneladas de peixes adultos. Cada um dos tanques –200 na fase inicial e 800 daqui a cinco anos– recebe aproximadamente 100.000 alevinos por ciclo de seis meses. Quando saem da água, por meio de um mecanismo de sucção, as tilápias estão com cerca de 900 gramas —há casos em que os clientes pedem peixes um pouco menores ou maiores. A Tilabras pretende começar a vender peixes inteiros, frescos e congelados, e, numa segunda etapa, filés que serão processados e embalados no frigorífico que será construído em Selvíria. CONCESSÃO Como as águas dos rios são da União, é preciso que a empresa obtenha a concessão para usá-las. O processo é regulamentado pelo decreto 4.895 de 2003, e prevê um prazo de 20 anos, renováveis por mais 20. A ANA (Agência Nacional de Águas) calcula a capacidade de suporte de cada manancial, ou seja, quantos peixes cada reservatório pode produzir, e estipula um valor pela concessão. Normalmente, ele é de R$ 500 por hectare, segundo Felipe Matias, secretário de Aquicultura do Ministério da Pesca –no caso da Tilabras, a área de criação deve ter 600 hectares, o que levaria o preço mínmo a cerca de R$ 300 mil. Além de estabelecer esse valor de outorga, o licenciamento exige autorização da Marinha e licença ambiental. A concessão é por processo licitatório —vence quem oferecer a maior outorga.
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Palmeiras pega Cruzeiro para manter retrospecto de aniversariante vitorioso  
Completando 101 anos de fundação nesta quarta-feira (26), o Palmeiras enfrenta o Cruzeiro no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil com o objetivo de repetir a tradição de comemorar seu aniversário com festa. Ao longo de sua história, o time jogou em 26 de agosto em 11 ocasiões, tendo vencido seis vezes, empatado três e perdido duas. Como venceu o rival desta noite na primeira partida por 2 a 1, a equipe alviverde joga por um empate ou até mesmo por uma derrota por um gol de diferença desde que marque dois ou mais para obter a classificação.   VITÓRIAS Duas vitórias do time aconteceram quando ainda se chamava Palestra Itália, ambas no Campeonato Paulista. Em 1917, o Palestra ganhou do Paulistano por 1 a 0 em seu terceiro aniversário. Dezessete anos depois, venceu o Paulista da Capital por 3 a 1 no estádio Antonio Alonso, que ficava na rua da Mooca.   Em 1979, conseguiu sua única goleada na data comemorativa: 4 a 1 sobre o Marília na casa do adversário.   As outras vitórias aconteceram em 1984 (3 a 1 sobre o Guarani no Pacaembu pelo Paulista), 1998 (2 a 1 sobre o Atlético-MG pelo Brasileiro) e a mais recente em 2007 (2 a 1 sobre o Figueirense no Orlando Scarpelli pelo Brasileiro).   CAMPEÃO Em 1934, a vitória sobre o Paulista da Capital garantiu o sexto título paulista ao Palestra Itália, o único até hoje conquistado em seu aniversário. Naquela edição do torneio, o time venceu 12 partidas, empatou uma e perdeu outra. O artilheiro da competição foi Romeu Pelliciari, do Palestra, com 13 gols.   EMPATES  O primeiro empate no aniversário aconteceu em 1928, no Paulista: Santos 2 x 2 Palestra Itália, na Vila Belmiro. Em 1992, também pelo Paulista, o Palmeiras empatou por 1 a 1 com o Guarani no estádio Palestra Itália.   O empate mais recente aconteceu em 1999, contra o adversário desta quarta (26): Palmeiras 2 x 2 Cruzeiro pela Copa Mercosul. DERROTAS Os dois revezes do Palmeiras em seu aniversário são recentes. Em 1995, perdeu para o Paraná por 1 a 0, pelo Brasileiro. Em 2010, no Pacaembu, perdeu para o Atlético-GO por 3 a 0, pela mesma competição.   SALDO DE GOLS Em seu aniversário, o Palmeiras anotou 20 gols e sofreu 14 em 11 jogos.   CONFIRA OS JOGOS E OS RESULTADOS DO PALMEIRAS EM SEU ANIVERSÁRIO 26/8/1917           Palestra Italia 1 x 0 Paulistano 26/8/1928           Santos 2 x 2 Palestra Italia 26/8/1934           C.A.Paulista da Capital 1 x 3 Palestra Italia 26/8/1979           Marilia 1 x 4 Palmeiras 26/8/1984           Palmeiras 3 x 1 Guarani 26/8/1992           Palmeiras 1 x 1 Guarani 26/8/1995           Paraná 1 x 0 Palmeiras 26/8/1998           Palmeiras 2 x 1 Atlético-MG 26/8/1999           Palmeiras 2 x 2 Cruzeiro 26/8/2007           Figueirense 1 x 2 Palmeiras 26/8/2010           Palmeiras 0 x 3 Atlético-GO
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Palmeiras pega Cruzeiro para manter retrospecto de aniversariante vitorioso  Completando 101 anos de fundação nesta quarta-feira (26), o Palmeiras enfrenta o Cruzeiro no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil com o objetivo de repetir a tradição de comemorar seu aniversário com festa. Ao longo de sua história, o time jogou em 26 de agosto em 11 ocasiões, tendo vencido seis vezes, empatado três e perdido duas. Como venceu o rival desta noite na primeira partida por 2 a 1, a equipe alviverde joga por um empate ou até mesmo por uma derrota por um gol de diferença desde que marque dois ou mais para obter a classificação.   VITÓRIAS Duas vitórias do time aconteceram quando ainda se chamava Palestra Itália, ambas no Campeonato Paulista. Em 1917, o Palestra ganhou do Paulistano por 1 a 0 em seu terceiro aniversário. Dezessete anos depois, venceu o Paulista da Capital por 3 a 1 no estádio Antonio Alonso, que ficava na rua da Mooca.   Em 1979, conseguiu sua única goleada na data comemorativa: 4 a 1 sobre o Marília na casa do adversário.   As outras vitórias aconteceram em 1984 (3 a 1 sobre o Guarani no Pacaembu pelo Paulista), 1998 (2 a 1 sobre o Atlético-MG pelo Brasileiro) e a mais recente em 2007 (2 a 1 sobre o Figueirense no Orlando Scarpelli pelo Brasileiro).   CAMPEÃO Em 1934, a vitória sobre o Paulista da Capital garantiu o sexto título paulista ao Palestra Itália, o único até hoje conquistado em seu aniversário. Naquela edição do torneio, o time venceu 12 partidas, empatou uma e perdeu outra. O artilheiro da competição foi Romeu Pelliciari, do Palestra, com 13 gols.   EMPATES  O primeiro empate no aniversário aconteceu em 1928, no Paulista: Santos 2 x 2 Palestra Itália, na Vila Belmiro. Em 1992, também pelo Paulista, o Palmeiras empatou por 1 a 1 com o Guarani no estádio Palestra Itália.   O empate mais recente aconteceu em 1999, contra o adversário desta quarta (26): Palmeiras 2 x 2 Cruzeiro pela Copa Mercosul. DERROTAS Os dois revezes do Palmeiras em seu aniversário são recentes. Em 1995, perdeu para o Paraná por 1 a 0, pelo Brasileiro. Em 2010, no Pacaembu, perdeu para o Atlético-GO por 3 a 0, pela mesma competição.   SALDO DE GOLS Em seu aniversário, o Palmeiras anotou 20 gols e sofreu 14 em 11 jogos.   CONFIRA OS JOGOS E OS RESULTADOS DO PALMEIRAS EM SEU ANIVERSÁRIO 26/8/1917           Palestra Italia 1 x 0 Paulistano 26/8/1928           Santos 2 x 2 Palestra Italia 26/8/1934           C.A.Paulista da Capital 1 x 3 Palestra Italia 26/8/1979           Marilia 1 x 4 Palmeiras 26/8/1984           Palmeiras 3 x 1 Guarani 26/8/1992           Palmeiras 1 x 1 Guarani 26/8/1995           Paraná 1 x 0 Palmeiras 26/8/1998           Palmeiras 2 x 1 Atlético-MG 26/8/1999           Palmeiras 2 x 2 Cruzeiro 26/8/2007           Figueirense 1 x 2 Palmeiras 26/8/2010           Palmeiras 0 x 3 Atlético-GO
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João Dória troca terno por agasalho e se aproxima dos jogadores da seleção
João Dória Jr., 57, empresário, apresentador de TV e jornalista, deixou o terno e blazer de lado para se integrar à delegação da seleção brasileira que disputa a Copa América, no Chile. No hotel em que o time está hospedado, e nos deslocamentos até o estádio, João Dória tem usado a blusa e o agasalho da CBF, algo raro para o também publicitário. Sua intenção é viver o dia a dia da seleção como qualquer chefe de delegação, um cargo simbólico, que tem principal função representar a CBF em eventos relacionados à competição, como jantares com autoridades. Nestes eventos João Dória precisa colocar seu blazer, mas quando está com os jogadores ele preferiu algo informal, para se aproximar dos boleiros, o que parece ter dado certo. No embarque da delegação no ônibus que levou o time para o estádio Germán Becker, palco da partida contra o Peru, neste domingo, Dória foi abraçando atleta a atleta, demonstrando intimidade. Ele foge do perfil de chefes de delegação, normalmente formado por cartolas, seja presidentes de clube ou de federações, que são convidados para acompanhar a seleção, normalmente viagens internacionais bancadas pela CBF, e que em troca podem dar apoio político à gestão do momento. Marco Polo Del Nero, presidente da CBF que assumiu em abril de 2015, preferiu mudar o perfil. Oficialmente disse que quer aproximar a seleção da sociedade, e que Dória, que lidera um influente grupo de líderes empresariais, seria essa ponte. Del Nero, também, queria se aproximar de empresário neste primeiro momento de sua gestão. Não sonhava o presidente, porém, que semanas depois de anunciar Dória uma investigação por corrupção colocaria na cadeia seu atual vice e antecessor, José Maria Marin, e colocaria sobre ele mesmo, segundo investigação do Departamento de Justiça americano, indícios de participação no recebimento de propinas para fechar acordos comerciais na CBF e na Conmebol. Del Nero nega. Para ajudar Dória na representação da CBF no Chile, e administrativamente cuidar de qualquer caso relacionado às denúncias que possam surgir no período da competição, Del Nero mandou dois aliados na delegação: o secretário geral da CBF, Walter Feldman, e o diretor de marketing, Gilberto Ratto. Feldman deve fazer bate e voltas do Brasil ao Chile, e estará nos jogos. Ratto deve permanecer o tempo todo. Del Nero, a princípio, não sairá do Brasil neste momento.
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João Dória troca terno por agasalho e se aproxima dos jogadores da seleçãoJoão Dória Jr., 57, empresário, apresentador de TV e jornalista, deixou o terno e blazer de lado para se integrar à delegação da seleção brasileira que disputa a Copa América, no Chile. No hotel em que o time está hospedado, e nos deslocamentos até o estádio, João Dória tem usado a blusa e o agasalho da CBF, algo raro para o também publicitário. Sua intenção é viver o dia a dia da seleção como qualquer chefe de delegação, um cargo simbólico, que tem principal função representar a CBF em eventos relacionados à competição, como jantares com autoridades. Nestes eventos João Dória precisa colocar seu blazer, mas quando está com os jogadores ele preferiu algo informal, para se aproximar dos boleiros, o que parece ter dado certo. No embarque da delegação no ônibus que levou o time para o estádio Germán Becker, palco da partida contra o Peru, neste domingo, Dória foi abraçando atleta a atleta, demonstrando intimidade. Ele foge do perfil de chefes de delegação, normalmente formado por cartolas, seja presidentes de clube ou de federações, que são convidados para acompanhar a seleção, normalmente viagens internacionais bancadas pela CBF, e que em troca podem dar apoio político à gestão do momento. Marco Polo Del Nero, presidente da CBF que assumiu em abril de 2015, preferiu mudar o perfil. Oficialmente disse que quer aproximar a seleção da sociedade, e que Dória, que lidera um influente grupo de líderes empresariais, seria essa ponte. Del Nero, também, queria se aproximar de empresário neste primeiro momento de sua gestão. Não sonhava o presidente, porém, que semanas depois de anunciar Dória uma investigação por corrupção colocaria na cadeia seu atual vice e antecessor, José Maria Marin, e colocaria sobre ele mesmo, segundo investigação do Departamento de Justiça americano, indícios de participação no recebimento de propinas para fechar acordos comerciais na CBF e na Conmebol. Del Nero nega. Para ajudar Dória na representação da CBF no Chile, e administrativamente cuidar de qualquer caso relacionado às denúncias que possam surgir no período da competição, Del Nero mandou dois aliados na delegação: o secretário geral da CBF, Walter Feldman, e o diretor de marketing, Gilberto Ratto. Feldman deve fazer bate e voltas do Brasil ao Chile, e estará nos jogos. Ratto deve permanecer o tempo todo. Del Nero, a princípio, não sairá do Brasil neste momento.
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Standard & Poor's eleva classificação soberana da Grécia
A agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a classificação soberana da Grécia, nesta sexta-feira, de CCC+ para B-, alegando que o país conseguirá cumprir "antes de março" as condições de reformas relacionadas ao plano de ajuda firmado em julho passado. Um dia antes de se completar um ano da chegada ao poder do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, da esquerda radical, a classificação da dívida soberana da Grécia aumentou em um nível, com perspectiva estável. A classificação já havia sido elevada em julho, quando Tsipras aceitou um terceiro plano de ajuda ao país para um período de cinco anos, por 86 bilhões de euros, em troca de reformas drásticas. Para a S&P, "antes do final de março, apesar das divergências entre o governo e seus credores, pensamos que a Grécia cumprirá as condições (de reforma) relacionadas a seu programa de apoio financeiro (...), abrindo caminho para discussões sobre a redução legal de sua dívida".
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Standard & Poor's eleva classificação soberana da GréciaA agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a classificação soberana da Grécia, nesta sexta-feira, de CCC+ para B-, alegando que o país conseguirá cumprir "antes de março" as condições de reformas relacionadas ao plano de ajuda firmado em julho passado. Um dia antes de se completar um ano da chegada ao poder do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, da esquerda radical, a classificação da dívida soberana da Grécia aumentou em um nível, com perspectiva estável. A classificação já havia sido elevada em julho, quando Tsipras aceitou um terceiro plano de ajuda ao país para um período de cinco anos, por 86 bilhões de euros, em troca de reformas drásticas. Para a S&P, "antes do final de março, apesar das divergências entre o governo e seus credores, pensamos que a Grécia cumprirá as condições (de reforma) relacionadas a seu programa de apoio financeiro (...), abrindo caminho para discussões sobre a redução legal de sua dívida".
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Nova consciência ambiental pode estar a caminho
O jogo está na mesa. A boa notícia é que desta vez todos os países estão a bordo. O acordo é melhor do que o que se esperava ao mencionar pela primeira vez 1,5˚C como o teto do aquecimento desejado e um compromisso de US$ 100 bilhões por ano, no mínimo, para a adaptação e mitigação dos efeitos climáticos nos países mais pobres. A má notícia é que, se todos os países cumprirem o que propuseram em seus INDCs (as metas de redução de emissão de poluentes de cada um), o planeta poderá aquecer entre 2,7˚C e 3,3˚C, o que significaria catástrofe. Resumindo: parabéns pelo acordo, mas ele é uma merda. Há, porém, uma porta da esperança aberta. São as revisões de metas de emissão de cada país previstas para cada cinco anos. Se essas metas forem mais ambiciosas em suas novas versões, ainda será possível limitar o aquecimento a 1,5˚C. Isso é muito ruim, mas é o melhor possível. É muito ruim porque, nesse cenário, muitos corais morrerão, e haverá enorme perda de biodiversidade e vida nos oceanos. Geleiras desaparecerão, aumentando em centenas de milhões o número de refugiados do clima e o número de conflitos que virão juntos. O nível do mar pode subir até 1 metro. Copacabana resiste? Seca, enchentes Mas paro por aqui. Vou poupá-los da repetição da lista do que nos aguarda e tento resumir um pouco o que foi observar esta COP21 de perto e na paralela. Quando as notícias começavam a ficar insuportáveis, a saída era escapar para o galpão dos "Observadores", onde centenas de ONGs, institutos de pesquisa, universidades, bancos e representantes da sociedade civil expunham seus projetos e ações em curso. O número de gente envolvida em algum aspecto da questão do clima tem multiplicado a cada encontro. Isso não passou despercebido para ninguém, nem um certo clima de euforia no ar. Viam-se desde projetos de ilhas artificiais flutuantes para receber os desabrigados que moram nas faixas litorâneas, novos sistemas construtivos, até campanhas para salvar os mangues. Num painel sobre financiamento de projetos, um palestrante de Harvard disse estarmos vivendo uma revolução intelectual. Ele identificou e mostrou que nos últimos três anos houve uma mudança de apetite no mundo dos negócios, o que é compreensível. Fala-se em trilhões de dólares o investimento a ser feito no mundo para nos adaptarmos à nova situação. As cifras mudam dependendo de quem as anuncia, mas é certo que o dinheiro do mundo mudará de mãos na próxima década. Os candidatos a essa corrida já deram a largada, e muitos deles estavam em Paris. O mercado é monoglota e já estão falando a sua língua. Para nós, mortais, é ótima notícia saber que muitos vão ficar bilionários da noite para o dia vendendo painéis fotovoltaicos ou baterias, à revelia dos árabes. BRASIL Cidades, transportes, recuperação de terras degradadas, replantio de florestas e agricultura foram os grandes temas presentes. Pena a ministra da Agricultura do Brasil, Kátia Abreu, não ter vindo se juntar a seus colegas aqui. Sua área é responsável por 20% das emissões de gases estufa no mundo. É fato que ela não está omissa: lançou em outubro um projeto chamado "Rural Sustentável" em prol de práticas saudáveis para pequenos e médios produtores. Foram US$ 26 milhões para as práticas saudáveis, ante R$ 94,5 bilhões para a agroindústria, que gasta grande parte disso em fertilizantes e agrotóxicos. Fertilizantes nitrogenados liberam óxido nitroso (N2O), um dos gases que mais contribuem para agravar o efeito estufa. Como se vê, o Brasil foi muito bem em sua atuação nas reuniões, mas na prática ainda estamos indo na contramão. Entre projetos impressionantes que vi vale destacar A Grande Muralha Verde, que é uma faixa replantada de árvores de 27 km de largura por 6.500 km de extensão que atravessará a África do Atlântico ao Mar Vermelho, passando por 12 países. Além de conter o Saara, ela cria um eixo verde de produção de alimentos e oportunidades para os habitantes. Os US$ 100 bilhões por ano de ajuda aos países pobres podem colocar este e outros bons projetos em marcha. Ao menos nisso esta crise poderá ter um lado positivo: transformar crise em oportunidade. CONSCIÊNCIA Nos anos 70, falávamos no fim do mundo e na chegada da era de Aquário, quando uma nova consciência nasceria. Havia de fato a possibilidade de uma guerra nuclear acabar com o planeta, mas depois disso nunca mais pensei no assunto. Até agora. Percebi que já são muitos a conviver com a catástrofe. Sabemos que, diante de catástrofes, alguma chave é ligada no coração ou na alma humana e passamos a agir como cardume, e não como indivíduos. Nestas horas, ninguém mede esforços para doar, empilhar sacos ou meter o pé na lama para ajudar quem está soterrado. Presenciei este sentimento nesta COP21. Vendo milhares de pessoas circulando por corredores tentando encontrar soluções, propondo outros sistemas econômicos ou tentando recuperar o que já era dado como perdido, me ocorreu que, afinal de contas, esta pode ser a tal nova consciência nascendo. Aquilo não era só trabalho. Ela vem de baixo, mas parece ter finalmente tocado também os de cima. O prognóstico continua sendo uma merda, mas há algo muito novo e promissor no ar. Uma vontade. Perceber isso foi a minha redenção.
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Nova consciência ambiental pode estar a caminhoO jogo está na mesa. A boa notícia é que desta vez todos os países estão a bordo. O acordo é melhor do que o que se esperava ao mencionar pela primeira vez 1,5˚C como o teto do aquecimento desejado e um compromisso de US$ 100 bilhões por ano, no mínimo, para a adaptação e mitigação dos efeitos climáticos nos países mais pobres. A má notícia é que, se todos os países cumprirem o que propuseram em seus INDCs (as metas de redução de emissão de poluentes de cada um), o planeta poderá aquecer entre 2,7˚C e 3,3˚C, o que significaria catástrofe. Resumindo: parabéns pelo acordo, mas ele é uma merda. Há, porém, uma porta da esperança aberta. São as revisões de metas de emissão de cada país previstas para cada cinco anos. Se essas metas forem mais ambiciosas em suas novas versões, ainda será possível limitar o aquecimento a 1,5˚C. Isso é muito ruim, mas é o melhor possível. É muito ruim porque, nesse cenário, muitos corais morrerão, e haverá enorme perda de biodiversidade e vida nos oceanos. Geleiras desaparecerão, aumentando em centenas de milhões o número de refugiados do clima e o número de conflitos que virão juntos. O nível do mar pode subir até 1 metro. Copacabana resiste? Seca, enchentes Mas paro por aqui. Vou poupá-los da repetição da lista do que nos aguarda e tento resumir um pouco o que foi observar esta COP21 de perto e na paralela. Quando as notícias começavam a ficar insuportáveis, a saída era escapar para o galpão dos "Observadores", onde centenas de ONGs, institutos de pesquisa, universidades, bancos e representantes da sociedade civil expunham seus projetos e ações em curso. O número de gente envolvida em algum aspecto da questão do clima tem multiplicado a cada encontro. Isso não passou despercebido para ninguém, nem um certo clima de euforia no ar. Viam-se desde projetos de ilhas artificiais flutuantes para receber os desabrigados que moram nas faixas litorâneas, novos sistemas construtivos, até campanhas para salvar os mangues. Num painel sobre financiamento de projetos, um palestrante de Harvard disse estarmos vivendo uma revolução intelectual. Ele identificou e mostrou que nos últimos três anos houve uma mudança de apetite no mundo dos negócios, o que é compreensível. Fala-se em trilhões de dólares o investimento a ser feito no mundo para nos adaptarmos à nova situação. As cifras mudam dependendo de quem as anuncia, mas é certo que o dinheiro do mundo mudará de mãos na próxima década. Os candidatos a essa corrida já deram a largada, e muitos deles estavam em Paris. O mercado é monoglota e já estão falando a sua língua. Para nós, mortais, é ótima notícia saber que muitos vão ficar bilionários da noite para o dia vendendo painéis fotovoltaicos ou baterias, à revelia dos árabes. BRASIL Cidades, transportes, recuperação de terras degradadas, replantio de florestas e agricultura foram os grandes temas presentes. Pena a ministra da Agricultura do Brasil, Kátia Abreu, não ter vindo se juntar a seus colegas aqui. Sua área é responsável por 20% das emissões de gases estufa no mundo. É fato que ela não está omissa: lançou em outubro um projeto chamado "Rural Sustentável" em prol de práticas saudáveis para pequenos e médios produtores. Foram US$ 26 milhões para as práticas saudáveis, ante R$ 94,5 bilhões para a agroindústria, que gasta grande parte disso em fertilizantes e agrotóxicos. Fertilizantes nitrogenados liberam óxido nitroso (N2O), um dos gases que mais contribuem para agravar o efeito estufa. Como se vê, o Brasil foi muito bem em sua atuação nas reuniões, mas na prática ainda estamos indo na contramão. Entre projetos impressionantes que vi vale destacar A Grande Muralha Verde, que é uma faixa replantada de árvores de 27 km de largura por 6.500 km de extensão que atravessará a África do Atlântico ao Mar Vermelho, passando por 12 países. Além de conter o Saara, ela cria um eixo verde de produção de alimentos e oportunidades para os habitantes. Os US$ 100 bilhões por ano de ajuda aos países pobres podem colocar este e outros bons projetos em marcha. Ao menos nisso esta crise poderá ter um lado positivo: transformar crise em oportunidade. CONSCIÊNCIA Nos anos 70, falávamos no fim do mundo e na chegada da era de Aquário, quando uma nova consciência nasceria. Havia de fato a possibilidade de uma guerra nuclear acabar com o planeta, mas depois disso nunca mais pensei no assunto. Até agora. Percebi que já são muitos a conviver com a catástrofe. Sabemos que, diante de catástrofes, alguma chave é ligada no coração ou na alma humana e passamos a agir como cardume, e não como indivíduos. Nestas horas, ninguém mede esforços para doar, empilhar sacos ou meter o pé na lama para ajudar quem está soterrado. Presenciei este sentimento nesta COP21. Vendo milhares de pessoas circulando por corredores tentando encontrar soluções, propondo outros sistemas econômicos ou tentando recuperar o que já era dado como perdido, me ocorreu que, afinal de contas, esta pode ser a tal nova consciência nascendo. Aquilo não era só trabalho. Ela vem de baixo, mas parece ter finalmente tocado também os de cima. O prognóstico continua sendo uma merda, mas há algo muito novo e promissor no ar. Uma vontade. Perceber isso foi a minha redenção.
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'Definitivamente mudei', diz Ed Sheeran sobre a vida pós-fama
Quando Ed Sheeran, então com 23 anos, lotou três noites no Estádio de Wembley –um recorde para um artista solo–, em 2015, pensou que finalmente precisaria de uma banda. Já não dava mais tempo. O inglês subiu ao palco acompanhado apenas de suas guitarras e de seu loop pedal, a varinha mágica que permite com que, sozinho, faça ao vivo o que muita "big band" não consegue nem em estúdio. Com engenhosa habilidade, gravou no pedal as diversas camadas de cada faixa de "x" (ou "Multiply"), seu segundo álbum, e as tocou para um público de 90 mil pessoas em cada uma das noites. Dois anos se passaram, e o músico, agora com 26 anos, continua sem tempo para arranjar uma banda própria. De lá pra cá, tornou-se um dos artistas mais rentáveis da indústria, tendo vendido mais de 22 milhões de álbuns ao redor do mundo e faturado mais de 90 milhões de dólares –uma faca de dois gumes, diz. Neste ano, quebrou mais recordes com "÷" (lê-se "Divide"), álbum com o qual liderou o topo das paradas em 14 países e que traz ao Brasil. Na última terça (23), Sheeran lotou de adolescentes e pais a Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba,onde deu a seguinte entrevista à Folha. O artista ainda passaria pelo Rio de Janeiro, nesta quinta (25), e se apresenta em São Paulo neste domingo (28), antes de encerrar sua vinda em Belo Horizonte, na terça (30). Menino de ouro - Fortuna estimada, em milhões de dólares * Folha - Por que a escolha de se apresentar sem uma banda? Ed Sheeran - Eu comecei sozinho com um loop pedal aos 14 anos e não podia manter uma banda, era só eu e minha guitarra. Consegui um contrato com a gravadora e eu não tive mais tempo de montar uma banda. E acontece que em todos os estágios da minha carreira, nunca tive tempo de fazer isso de maneira adequada. Uma vez que você toca no estádio de Wembley, você se pergunta: "Bom, por que preciso de uma banda?". É bom ter algo que ninguém mais pode fazer nesse nível, sabe? É bom ser o único que pode fazer isso. Você é conhecido como um dos mais produtivos compositores de hoje. No que suas letras diferem de hits atuais? Se escrevo para outra pessoa, definitivamente será com essa mentalidade [da indústria], mas, se estou fazendo minhas próprias coisas, tendo a ser mais pessoal, escrevo para me sentir melhor mais do que para fazer um hit. É bom poder fazer os dois. Você já deixou de compor algo do jeito que gostaria porque não conseguiria reproduzir no palco? Já, mas sempre dá-se um jeito. Quando eu compus "Sing", por exemplo, eu pensei "não sei como vou fazer isso no palco", mas há sempre um jeito. Você, assim como seu irmão [o compositor de música clássica Matthew Sheeran], costuma ouvir música clássica? Não entendo muito. Gosto mais da música clássica mais pop, se é que você me entende. São dois mundos diferentes, mas ele [Matthew] gosta de música pop e consegue trabalhar nesse universo também, ele é bom nisso. Como o dinheiro mudou a sua vida? A única coisa que isso faz é tirar preocupação de amigos e familiares quanto a não ter que se preocupar com as contas. Essa é a coisa boa que eu acho que o dinheiro traz. Mas é uma faca de dois gumes, embora eu tenda a não olhar para o lado ruim, pois não faz sentido, você deveria só focar no lado positivo da vida. Eu definitivamente mudei, ninguém permanece o mesmo. Isso é suficiente para que a fama valha a pena? Suas crises de ansiedade passaram? Foi por isso que tirei um tempo, mas acho que é uma questão de equilíbrio mais do que qualquer coisa. Estou mais equilibrado agora, realmente gosto de fazer turnês, acho muito legal. Não parei de ter [crises de ansiedade], mas não tenho o tempo todo, apenas quando estou em grandes grupos de pessoas. Como quando está no palco, por exemplo? É diferente. Eu não posso estar em uma multidão, mas posso olhar para uma multidão. Quando estou no meio, me sinto claustrofóbico, essa é a diferença. Quando você está no palco, a uma distância de dez metros, é completamente diferente. Por exemplo, ficar no aeroporto me deixa ansioso. Você disse saber que "Shape of You" faria mais sucesso agora, mas que "Castle on the Hill" seria a música pela qual seria lembrado daqui a 20 anos. Por que acha isso? É algo que eu simplesmente sei. Só estou na indústria há seis anos, mas vejo canções se tornarem as maiores do mundo e em um período de três anos serem lembradas, mas não com o mesmo poder. Ao mesmo tempo, uma canção como "Somebody That I Used To Know", da Gotye, é uma que eu acho que vai resistir ao tempo, ou "Stay With Me", de Sam Smith. Para mim, "Castle on the Hill" faz mais isso do que "Shape of You". A indústria é assim previsível? Não acho que a indústria seja previsível, mas você sabe o que é um clássico e o que não é. Eu amo "Shape of You", mas sei que não é um clássico, não é uma "Tiny Dancer" para Elton John, ou "Hey Jude" para os Beatles. É apenas muito boa para esse momento. E você não se importa? Não ligo, todo artista precisa de canções assim. Ao longo da minha carreira, tive canções que foram muito bem no rádio e que significaram muito para mim, mas que não eram as preferidas dos fãs. Acho que são essas, as preferidas dos fãs, que perduram, porque elas significam algo para mais gente. As que tocam no rádio são porta de entrada para que conheçam as outras, que podem resistir ao tempo, se é que isso faz sentido. Recentemente "÷" foi desbancado pelo novo álbum de Harry Styles. Você se importa com essas coisas? Meu álbum ficou dez semanas no topo, é claro que não vai ficar para sempre em primeiro. Sempre soube que ele lançaria neste ano. Todo artista traz certa competição, é o que deixa as coisas divertidas. * 1º entre os artistas mais ouvidos no Spotify 22 milhões de álbuns vendidos 2 Grammy APARIÇÕES EM FILMES E SÉRIES - Game of Thrones (2017) - O Bebê de Bridget Jones (2016) - The Bastard Executioner (2015) - Os Impegáveis (2015) COLABORAÇÕES "Love Yourself", de Justin Bieber "Moments", de One Direction "Everything Has Changed", de Taylor Swift "Dark Times", de The Weeknd "Pretty Woman", de Robbie Williams "Make Me Better", de James Blunt - ED SHEERAN QUANDO dom. (28), às 20h; ter. (30), em BH, às 21h ONDE em SP, Allianz Parque (r. Palestra Itália, 1.840); em BH, na Esplanada do Mineirão (av. Presidente Carlos Luz, s/n) QUANTO R$ 340 a R$ 420 (SP); R$ 260 a R$ 560 (BH) em livepass.com.br; 14 anos (menores de 14, só com responsáveis)
ilustrada
'Definitivamente mudei', diz Ed Sheeran sobre a vida pós-famaQuando Ed Sheeran, então com 23 anos, lotou três noites no Estádio de Wembley –um recorde para um artista solo–, em 2015, pensou que finalmente precisaria de uma banda. Já não dava mais tempo. O inglês subiu ao palco acompanhado apenas de suas guitarras e de seu loop pedal, a varinha mágica que permite com que, sozinho, faça ao vivo o que muita "big band" não consegue nem em estúdio. Com engenhosa habilidade, gravou no pedal as diversas camadas de cada faixa de "x" (ou "Multiply"), seu segundo álbum, e as tocou para um público de 90 mil pessoas em cada uma das noites. Dois anos se passaram, e o músico, agora com 26 anos, continua sem tempo para arranjar uma banda própria. De lá pra cá, tornou-se um dos artistas mais rentáveis da indústria, tendo vendido mais de 22 milhões de álbuns ao redor do mundo e faturado mais de 90 milhões de dólares –uma faca de dois gumes, diz. Neste ano, quebrou mais recordes com "÷" (lê-se "Divide"), álbum com o qual liderou o topo das paradas em 14 países e que traz ao Brasil. Na última terça (23), Sheeran lotou de adolescentes e pais a Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba,onde deu a seguinte entrevista à Folha. O artista ainda passaria pelo Rio de Janeiro, nesta quinta (25), e se apresenta em São Paulo neste domingo (28), antes de encerrar sua vinda em Belo Horizonte, na terça (30). Menino de ouro - Fortuna estimada, em milhões de dólares * Folha - Por que a escolha de se apresentar sem uma banda? Ed Sheeran - Eu comecei sozinho com um loop pedal aos 14 anos e não podia manter uma banda, era só eu e minha guitarra. Consegui um contrato com a gravadora e eu não tive mais tempo de montar uma banda. E acontece que em todos os estágios da minha carreira, nunca tive tempo de fazer isso de maneira adequada. Uma vez que você toca no estádio de Wembley, você se pergunta: "Bom, por que preciso de uma banda?". É bom ter algo que ninguém mais pode fazer nesse nível, sabe? É bom ser o único que pode fazer isso. Você é conhecido como um dos mais produtivos compositores de hoje. No que suas letras diferem de hits atuais? Se escrevo para outra pessoa, definitivamente será com essa mentalidade [da indústria], mas, se estou fazendo minhas próprias coisas, tendo a ser mais pessoal, escrevo para me sentir melhor mais do que para fazer um hit. É bom poder fazer os dois. Você já deixou de compor algo do jeito que gostaria porque não conseguiria reproduzir no palco? Já, mas sempre dá-se um jeito. Quando eu compus "Sing", por exemplo, eu pensei "não sei como vou fazer isso no palco", mas há sempre um jeito. Você, assim como seu irmão [o compositor de música clássica Matthew Sheeran], costuma ouvir música clássica? Não entendo muito. Gosto mais da música clássica mais pop, se é que você me entende. São dois mundos diferentes, mas ele [Matthew] gosta de música pop e consegue trabalhar nesse universo também, ele é bom nisso. Como o dinheiro mudou a sua vida? A única coisa que isso faz é tirar preocupação de amigos e familiares quanto a não ter que se preocupar com as contas. Essa é a coisa boa que eu acho que o dinheiro traz. Mas é uma faca de dois gumes, embora eu tenda a não olhar para o lado ruim, pois não faz sentido, você deveria só focar no lado positivo da vida. Eu definitivamente mudei, ninguém permanece o mesmo. Isso é suficiente para que a fama valha a pena? Suas crises de ansiedade passaram? Foi por isso que tirei um tempo, mas acho que é uma questão de equilíbrio mais do que qualquer coisa. Estou mais equilibrado agora, realmente gosto de fazer turnês, acho muito legal. Não parei de ter [crises de ansiedade], mas não tenho o tempo todo, apenas quando estou em grandes grupos de pessoas. Como quando está no palco, por exemplo? É diferente. Eu não posso estar em uma multidão, mas posso olhar para uma multidão. Quando estou no meio, me sinto claustrofóbico, essa é a diferença. Quando você está no palco, a uma distância de dez metros, é completamente diferente. Por exemplo, ficar no aeroporto me deixa ansioso. Você disse saber que "Shape of You" faria mais sucesso agora, mas que "Castle on the Hill" seria a música pela qual seria lembrado daqui a 20 anos. Por que acha isso? É algo que eu simplesmente sei. Só estou na indústria há seis anos, mas vejo canções se tornarem as maiores do mundo e em um período de três anos serem lembradas, mas não com o mesmo poder. Ao mesmo tempo, uma canção como "Somebody That I Used To Know", da Gotye, é uma que eu acho que vai resistir ao tempo, ou "Stay With Me", de Sam Smith. Para mim, "Castle on the Hill" faz mais isso do que "Shape of You". A indústria é assim previsível? Não acho que a indústria seja previsível, mas você sabe o que é um clássico e o que não é. Eu amo "Shape of You", mas sei que não é um clássico, não é uma "Tiny Dancer" para Elton John, ou "Hey Jude" para os Beatles. É apenas muito boa para esse momento. E você não se importa? Não ligo, todo artista precisa de canções assim. Ao longo da minha carreira, tive canções que foram muito bem no rádio e que significaram muito para mim, mas que não eram as preferidas dos fãs. Acho que são essas, as preferidas dos fãs, que perduram, porque elas significam algo para mais gente. As que tocam no rádio são porta de entrada para que conheçam as outras, que podem resistir ao tempo, se é que isso faz sentido. Recentemente "÷" foi desbancado pelo novo álbum de Harry Styles. Você se importa com essas coisas? Meu álbum ficou dez semanas no topo, é claro que não vai ficar para sempre em primeiro. Sempre soube que ele lançaria neste ano. Todo artista traz certa competição, é o que deixa as coisas divertidas. * 1º entre os artistas mais ouvidos no Spotify 22 milhões de álbuns vendidos 2 Grammy APARIÇÕES EM FILMES E SÉRIES - Game of Thrones (2017) - O Bebê de Bridget Jones (2016) - The Bastard Executioner (2015) - Os Impegáveis (2015) COLABORAÇÕES "Love Yourself", de Justin Bieber "Moments", de One Direction "Everything Has Changed", de Taylor Swift "Dark Times", de The Weeknd "Pretty Woman", de Robbie Williams "Make Me Better", de James Blunt - ED SHEERAN QUANDO dom. (28), às 20h; ter. (30), em BH, às 21h ONDE em SP, Allianz Parque (r. Palestra Itália, 1.840); em BH, na Esplanada do Mineirão (av. Presidente Carlos Luz, s/n) QUANTO R$ 340 a R$ 420 (SP); R$ 260 a R$ 560 (BH) em livepass.com.br; 14 anos (menores de 14, só com responsáveis)
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Vídeo anti-Dilma recicla propaganda de Aécio
Imagens da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência no ano passado ilustram vídeos com chamados às manifestações do próximo dia 15 pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Colaboradores da área de propaganda do tucano constam entre os difusores do material. Os vídeos, com imagens em alta resolução e música gravada em estúdio, estão sendo divulgados tanto em páginas de grupos que organizam o ato anti-Dilma, como no WhatsApp. O Vem Pra Rua, por exemplo, divulgou uma peça cuja abertura toda é feita com imagens da propaganda tucana. Representante do grupo, Rogerio Chequer disse que eles apenas republicaram o material, não o produziram. "Recebemos muita coisa e, quando concordamos, publicamos. Mas não tem a assinatura, não foi feita por nós." Veja vídeo Aécio não aparece nesses vídeos. As imagens mostram cenas de um Brasil pacato, como um senhor colocando frutas em um caminhão e um pescador lançando sua rede no rio. Em 2014, essas cenas emolduraram jingles na TV. Alguns difusores célebres desse material no WhatsApp colaboraram com Aécio. Zuza Nacif, por exemplo, que coordenou a campanha nas redes sociais, é um dos que distribuiu filmes pelo aplicativo. Ainda hoje ele faz trabalhos para o PSDB. Procurado, disse que não produziu nenhum vídeo. "Não tenho nem estrutura para isso", afirmou. Ele, no entanto, repassa materiais que considera interessantes para uma lista pessoal. "Se fossem meus, assumiria sorrindo, como cidadão. Todos têm direito de se manifestar." A qualidade e a capilaridade das peças chamaram a atenção do PT, que fez um levantamento sobre as campanhas "fora Dilma". Aliados da presidente dizem ter indícios de que grupos econômicos estão, em segredo, ajudando, com recursos e com robôs, a amplificar essas ações na internet. Nos últimos três meses, por exemplo, afirmam que o Revoltados Online (outro organizador do ato do dia 15) teve a interação de 16 milhões de pessoas. Páginas governistas, apenas 3 milhões. Procurada, a assessoria do PSDB disse que não cedeu imagens e não colabora institucionalmente com as manifestações. "Os programas de TV estão na internet e qualquer um pode acessar". Em nota, Aécio disse que o ato do dia 15 é "um movimento da sociedade". "Não do PSDB ou de outros partidos. É um movimento legítimo (...) e não faremos de conta que ele não existe", afirmou. "Acredito que militantes, simpatizantes e lideranças do PSDB, como de outras siglas, também irão para as ruas, como cidadãos, participar do ato que, esperamos, ocorra nos limites da lei e da democracia", concluiu.
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Vídeo anti-Dilma recicla propaganda de AécioImagens da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência no ano passado ilustram vídeos com chamados às manifestações do próximo dia 15 pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Colaboradores da área de propaganda do tucano constam entre os difusores do material. Os vídeos, com imagens em alta resolução e música gravada em estúdio, estão sendo divulgados tanto em páginas de grupos que organizam o ato anti-Dilma, como no WhatsApp. O Vem Pra Rua, por exemplo, divulgou uma peça cuja abertura toda é feita com imagens da propaganda tucana. Representante do grupo, Rogerio Chequer disse que eles apenas republicaram o material, não o produziram. "Recebemos muita coisa e, quando concordamos, publicamos. Mas não tem a assinatura, não foi feita por nós." Veja vídeo Aécio não aparece nesses vídeos. As imagens mostram cenas de um Brasil pacato, como um senhor colocando frutas em um caminhão e um pescador lançando sua rede no rio. Em 2014, essas cenas emolduraram jingles na TV. Alguns difusores célebres desse material no WhatsApp colaboraram com Aécio. Zuza Nacif, por exemplo, que coordenou a campanha nas redes sociais, é um dos que distribuiu filmes pelo aplicativo. Ainda hoje ele faz trabalhos para o PSDB. Procurado, disse que não produziu nenhum vídeo. "Não tenho nem estrutura para isso", afirmou. Ele, no entanto, repassa materiais que considera interessantes para uma lista pessoal. "Se fossem meus, assumiria sorrindo, como cidadão. Todos têm direito de se manifestar." A qualidade e a capilaridade das peças chamaram a atenção do PT, que fez um levantamento sobre as campanhas "fora Dilma". Aliados da presidente dizem ter indícios de que grupos econômicos estão, em segredo, ajudando, com recursos e com robôs, a amplificar essas ações na internet. Nos últimos três meses, por exemplo, afirmam que o Revoltados Online (outro organizador do ato do dia 15) teve a interação de 16 milhões de pessoas. Páginas governistas, apenas 3 milhões. Procurada, a assessoria do PSDB disse que não cedeu imagens e não colabora institucionalmente com as manifestações. "Os programas de TV estão na internet e qualquer um pode acessar". Em nota, Aécio disse que o ato do dia 15 é "um movimento da sociedade". "Não do PSDB ou de outros partidos. É um movimento legítimo (...) e não faremos de conta que ele não existe", afirmou. "Acredito que militantes, simpatizantes e lideranças do PSDB, como de outras siglas, também irão para as ruas, como cidadãos, participar do ato que, esperamos, ocorra nos limites da lei e da democracia", concluiu.
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Bilionário brasileiro doa em vida 60% de sua fortuna para causas sociais
Aos 71 anos, Elie Horn, dono da Cyrela, a maior construtora e incorporadora do país, decidiu doar 60% do seu patrimônio pessoal, estimado em US$ 1 bilhão (R$ 3,9 bilhões), para causas sociais. É o primeiro brasileiro a aderir ao The Giving Pledge (Chamada à Doação, em tradução livre), programa criado em 2010 por Bill Gates e Warren Buffett. Os americanos, que lideram o ranking mundial da filantropia, incentivam bilionários a destinar pelo menos metade de suas fortunas para investimentos sociais ao longo da vida. "Queria doar 100%", disse Horn, ao participar no 4º Fórum Brasileiro de Filantropos & Investidores Sociais, realizado em novembro pelo Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social). Ele contou publicamente detalhes sobre o compromisso de doação firmado no fim do ano passado. "No começo, minha mulher não gostou muito, brigou um pouco, mas depois aceitou", disse ele, fazendo gargalhar a plateia que lotou o evento ao qual a Folha teve acesso com exclusividade. "Meus filhos também me apoiaram. É uma doação familiar", prosseguiu o empresário, ao ser questionado sobre a repercussão do gesto entre os três herdeiros. O casal Elie e Susy Horn foi formalmente anunciado como novos membros do The Giving Pledge em junho, ao lado de outros bilionários da Índia e da Turquia. No site da organização, passaram a figurar entre os 138 membros (indivíduos e casais), nomes como Mark Zuckerberg, Michael Bloomberg, Richard Branson e Ted Turner. Em sua carta de adesão, Elie diz que se mirou no exemplo do falecido pai, que doou tudo o que tinha. "Pela presente, eu reconfirmo meu compromisso assumido há quase dez anos de doar até 60% dos meus bens para caridade (em hebraico, para fazer justiça)." O maior acionista da Cyrela e presidente do conselho de administração do grupo -hoje copresidido por Efraim, 37, e Raphael, 35, seus dois filhos mais velhos- afirma que a doação em vida de mais de R$ 2,3 bilhões fará dele "rico eternamente". "A moeda do bem é a única conversível neste e no outro mundo", disse Horn, judeu ortodoxo, em discurso fortemente arraigado em sua crença religiosa. "Deus é o grande ausente no mundo de hoje. Estamos aqui para quê?" Discreto e avesso a entrevistas, ele resumiu para um público de filantropos brasileiros, que incluía membros da família Setubal (Itaú) e Guilherme Leal (Natura), o que deixou expresso na carta ao The Giving Peldge. "Como seres humanos, nós não levaremos nada conosco para o outro mundo." Ele justifica as boas ações como missão na terra. "Fazer o bem é um ótimo investimento. É tão óbvio, não entendo como as pessoas não compreendem." Nascido na Síria em família judaica, Horn veio para o Brasil aos 10 anos, onde fez trajetória de "self-made man": de vendedor de porta em porta e corretor de imóveis a dono de império imobiliário que faturou R$ 5,68 bilhões no ano passado. Indagado sobre o destino da fortuna a ser investida em projetos sociais no Brasil, o empresário afirmou à Folha que "a doação tem que ser inteligente". "Na hora de fazer caridade, precisa dominar os sentimentos e decidir com a cabeça. Não com o coração." Ao descrever a sua visão da caridade na carta de adesão ao The Giving Pledge, ele destaca "educação em escolas e universidades" como áreas prioritárias. "É uma coisa totalmente separada das ações do instituto, que é financiado com 1% do lucro líquido da empresa", explica Aron Zylberman, diretor executivo do Instituto Cyrela, braço social do grupo. O executivo confirma o foco do investimento social como pessoa física do fundador do império imobiliário. "Será em educação formal e em educação religiosa." À Folha, Horn contou que nos últimos meses participou de sete eventos de arrecadação de recursos para fins beneficentes. Virou militante de um movimento para incentivar mais doações no Brasil, que ocupa uma modesta 105ª posição no ranking mundial de filantropia, segundo o World Giving Index, levantamento do CAF (Charities Aid Foundation). "Não temos no Brasil uma cultura de doação enraizada como nos Estados Unidos", explica Paula Fabiani, diretora-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Uma das razões é a falta de incentivos fiscais. "Lá, a taxação sobre herança pode chegar a 50%." A tributação é de 4% no Brasil, 16º país em número de bilionários, de acordo com o World Wealth Report, em 2014. "Precisamos trabalhar a cultura de doação em escolas e nas empresas, para que se torne um valor da sociedade, o que faria a elite brasileira se engajar de verdade nesse movimento", conclui Paula, lembrando que nesta terça, 1º de dezembro, celebra-se o #diadedoar, campanha global para encorajar doações.
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Bilionário brasileiro doa em vida 60% de sua fortuna para causas sociaisAos 71 anos, Elie Horn, dono da Cyrela, a maior construtora e incorporadora do país, decidiu doar 60% do seu patrimônio pessoal, estimado em US$ 1 bilhão (R$ 3,9 bilhões), para causas sociais. É o primeiro brasileiro a aderir ao The Giving Pledge (Chamada à Doação, em tradução livre), programa criado em 2010 por Bill Gates e Warren Buffett. Os americanos, que lideram o ranking mundial da filantropia, incentivam bilionários a destinar pelo menos metade de suas fortunas para investimentos sociais ao longo da vida. "Queria doar 100%", disse Horn, ao participar no 4º Fórum Brasileiro de Filantropos & Investidores Sociais, realizado em novembro pelo Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social). Ele contou publicamente detalhes sobre o compromisso de doação firmado no fim do ano passado. "No começo, minha mulher não gostou muito, brigou um pouco, mas depois aceitou", disse ele, fazendo gargalhar a plateia que lotou o evento ao qual a Folha teve acesso com exclusividade. "Meus filhos também me apoiaram. É uma doação familiar", prosseguiu o empresário, ao ser questionado sobre a repercussão do gesto entre os três herdeiros. O casal Elie e Susy Horn foi formalmente anunciado como novos membros do The Giving Pledge em junho, ao lado de outros bilionários da Índia e da Turquia. No site da organização, passaram a figurar entre os 138 membros (indivíduos e casais), nomes como Mark Zuckerberg, Michael Bloomberg, Richard Branson e Ted Turner. Em sua carta de adesão, Elie diz que se mirou no exemplo do falecido pai, que doou tudo o que tinha. "Pela presente, eu reconfirmo meu compromisso assumido há quase dez anos de doar até 60% dos meus bens para caridade (em hebraico, para fazer justiça)." O maior acionista da Cyrela e presidente do conselho de administração do grupo -hoje copresidido por Efraim, 37, e Raphael, 35, seus dois filhos mais velhos- afirma que a doação em vida de mais de R$ 2,3 bilhões fará dele "rico eternamente". "A moeda do bem é a única conversível neste e no outro mundo", disse Horn, judeu ortodoxo, em discurso fortemente arraigado em sua crença religiosa. "Deus é o grande ausente no mundo de hoje. Estamos aqui para quê?" Discreto e avesso a entrevistas, ele resumiu para um público de filantropos brasileiros, que incluía membros da família Setubal (Itaú) e Guilherme Leal (Natura), o que deixou expresso na carta ao The Giving Peldge. "Como seres humanos, nós não levaremos nada conosco para o outro mundo." Ele justifica as boas ações como missão na terra. "Fazer o bem é um ótimo investimento. É tão óbvio, não entendo como as pessoas não compreendem." Nascido na Síria em família judaica, Horn veio para o Brasil aos 10 anos, onde fez trajetória de "self-made man": de vendedor de porta em porta e corretor de imóveis a dono de império imobiliário que faturou R$ 5,68 bilhões no ano passado. Indagado sobre o destino da fortuna a ser investida em projetos sociais no Brasil, o empresário afirmou à Folha que "a doação tem que ser inteligente". "Na hora de fazer caridade, precisa dominar os sentimentos e decidir com a cabeça. Não com o coração." Ao descrever a sua visão da caridade na carta de adesão ao The Giving Pledge, ele destaca "educação em escolas e universidades" como áreas prioritárias. "É uma coisa totalmente separada das ações do instituto, que é financiado com 1% do lucro líquido da empresa", explica Aron Zylberman, diretor executivo do Instituto Cyrela, braço social do grupo. O executivo confirma o foco do investimento social como pessoa física do fundador do império imobiliário. "Será em educação formal e em educação religiosa." À Folha, Horn contou que nos últimos meses participou de sete eventos de arrecadação de recursos para fins beneficentes. Virou militante de um movimento para incentivar mais doações no Brasil, que ocupa uma modesta 105ª posição no ranking mundial de filantropia, segundo o World Giving Index, levantamento do CAF (Charities Aid Foundation). "Não temos no Brasil uma cultura de doação enraizada como nos Estados Unidos", explica Paula Fabiani, diretora-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Uma das razões é a falta de incentivos fiscais. "Lá, a taxação sobre herança pode chegar a 50%." A tributação é de 4% no Brasil, 16º país em número de bilionários, de acordo com o World Wealth Report, em 2014. "Precisamos trabalhar a cultura de doação em escolas e nas empresas, para que se torne um valor da sociedade, o que faria a elite brasileira se engajar de verdade nesse movimento", conclui Paula, lembrando que nesta terça, 1º de dezembro, celebra-se o #diadedoar, campanha global para encorajar doações.
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Prefeitura de Belo Horizonte contesta reportagem "A Copa que não acabou"
Sobre a reportagem A Copa que não acabou, que cita a Via 710 como uma das obras não iniciadas para o Mundial, a Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que a Via 710 foi retirada da matriz Copa 2014, conforme publicado no Diário Oficial da União, de 25 de novembro de 2013. As obras da VIA 710 começaram em setembro de 2014. Este sistema viário promoverá a ligação entre duas importantes regiões da capital e será um corredor viário de alta capacidade sem passagem pelo centro, permitindo deslocamentos que não impactarão a área central da cidade especialmente em dias de eventos. O prazo de conclusão das obras é 2016. CARLOS ALBERTO DOS SANTOS, chefe adjunto da assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de Belo Horizonte RESPOSTA DO JORNALISTA DIMMI AMORA - A informação de que o projeto foi retirado da Matriz da Copa consta do infográfico. A obra que constava da Matriz não foi realizada pelos problemas informados e o projeto citado é uma nova intervenção. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Prefeitura de Belo Horizonte contesta reportagem "A Copa que não acabou"Sobre a reportagem A Copa que não acabou, que cita a Via 710 como uma das obras não iniciadas para o Mundial, a Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que a Via 710 foi retirada da matriz Copa 2014, conforme publicado no Diário Oficial da União, de 25 de novembro de 2013. As obras da VIA 710 começaram em setembro de 2014. Este sistema viário promoverá a ligação entre duas importantes regiões da capital e será um corredor viário de alta capacidade sem passagem pelo centro, permitindo deslocamentos que não impactarão a área central da cidade especialmente em dias de eventos. O prazo de conclusão das obras é 2016. CARLOS ALBERTO DOS SANTOS, chefe adjunto da assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de Belo Horizonte RESPOSTA DO JORNALISTA DIMMI AMORA - A informação de que o projeto foi retirado da Matriz da Copa consta do infográfico. A obra que constava da Matriz não foi realizada pelos problemas informados e o projeto citado é uma nova intervenção. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Nove líderes sociais reconhecidos por atuar por um planeta mais sustentável
Do turismo em meio ao Vale do Jequitinhonha ao incentivo da compostagem doméstica em plena metrópole, organizações trabalham para que o impacto ambiental seja positivo. Nesta segunda-feira (5), em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, a reportagem selecionou nove delas que vêm fazendo a diferença quando o assunto é desenvolvimento sustentável. Ao longo de 13 anos, elas foram reconhecidas pelo Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Folha em parceria com a Fundação Schwab, e Prêmio Empreendedor Social de Futuro, concurso exclusivo do jornal. Hoje, os empreendedores sociais que lideram essas iniciativas integram a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Veja mais na galeria abaixo. *
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Nove líderes sociais reconhecidos por atuar por um planeta mais sustentávelDo turismo em meio ao Vale do Jequitinhonha ao incentivo da compostagem doméstica em plena metrópole, organizações trabalham para que o impacto ambiental seja positivo. Nesta segunda-feira (5), em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, a reportagem selecionou nove delas que vêm fazendo a diferença quando o assunto é desenvolvimento sustentável. Ao longo de 13 anos, elas foram reconhecidas pelo Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Folha em parceria com a Fundação Schwab, e Prêmio Empreendedor Social de Futuro, concurso exclusivo do jornal. Hoje, os empreendedores sociais que lideram essas iniciativas integram a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Veja mais na galeria abaixo. *
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A três meses das eleições, Argentina aumenta salário mínimo em 28,5%
O governo argentino, em acordo com sindicatos e associações patronais, anunciou um aumento de 28,5% para o salário mínimo, que será escalonado até janeiro de 2016. Os primeiros 18,5% do reajuste serão aplicados já a partir de 1º de agosto, a oito dias das primárias presidenciais. Os outros dez pontos percentuais serão acrescentados em janeiro. Isso fará com que o salário passe de 4.716 pesos para 6.060 pesos (de R$ 1.632 para R$ 2.097, pelo câmbio oficial, e de R$ 991 a R$ 1.273, pela cotação no mercado paralelo). O valor do salário mínimo é decidido na Argentina por meio do Conselho do Salário, que reúne entidades empresariais e de trabalhadores e funciona ininterruptamente há 12 anos. A presidente argentina, Cristina Kirchner, que integrou reunião do conselho, qualificou o aumento como "inédito no mundo" que o chefe do Executivo participe da discussão. "É importante para um presidente da República que empresas e trabalhadores se coloquem de acordo", afirmou Kirchner ao final da reunião, realizada na sede do Ministério do Trabalho. Segundo o jornal "La Nación", o encontro foi relativamente curto, tendo durado apenas um dia. Do lado sindical, participaram apenas as alas governistas das duas maiores centrais do país, a Confederação Geral do Trabalho e a Central de Trabalhadores da Argentina. As vertentes opositoras das duas centrais, comandadas pelos ex-aliados de Cristina Hugo Moyano e Pablo Micheli, não foram convidadas. Eles são os responsáveis pelas últimas greves gerais ocorridas no país em março e junho. Segundo o Indec, instituto de estatística da Argentina, a inflação foi de 15,0% em junho de 2015, em relação ao mesmo mês do ano anterior. A fiabilidade do órgão é contestada por organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em levantamentos de institutos independentes, a expectativa é que os números da inflação fiquem em torno de 27,5%, o que significaria apenas um ponto percentual de aumento real.
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A três meses das eleições, Argentina aumenta salário mínimo em 28,5%O governo argentino, em acordo com sindicatos e associações patronais, anunciou um aumento de 28,5% para o salário mínimo, que será escalonado até janeiro de 2016. Os primeiros 18,5% do reajuste serão aplicados já a partir de 1º de agosto, a oito dias das primárias presidenciais. Os outros dez pontos percentuais serão acrescentados em janeiro. Isso fará com que o salário passe de 4.716 pesos para 6.060 pesos (de R$ 1.632 para R$ 2.097, pelo câmbio oficial, e de R$ 991 a R$ 1.273, pela cotação no mercado paralelo). O valor do salário mínimo é decidido na Argentina por meio do Conselho do Salário, que reúne entidades empresariais e de trabalhadores e funciona ininterruptamente há 12 anos. A presidente argentina, Cristina Kirchner, que integrou reunião do conselho, qualificou o aumento como "inédito no mundo" que o chefe do Executivo participe da discussão. "É importante para um presidente da República que empresas e trabalhadores se coloquem de acordo", afirmou Kirchner ao final da reunião, realizada na sede do Ministério do Trabalho. Segundo o jornal "La Nación", o encontro foi relativamente curto, tendo durado apenas um dia. Do lado sindical, participaram apenas as alas governistas das duas maiores centrais do país, a Confederação Geral do Trabalho e a Central de Trabalhadores da Argentina. As vertentes opositoras das duas centrais, comandadas pelos ex-aliados de Cristina Hugo Moyano e Pablo Micheli, não foram convidadas. Eles são os responsáveis pelas últimas greves gerais ocorridas no país em março e junho. Segundo o Indec, instituto de estatística da Argentina, a inflação foi de 15,0% em junho de 2015, em relação ao mesmo mês do ano anterior. A fiabilidade do órgão é contestada por organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em levantamentos de institutos independentes, a expectativa é que os números da inflação fiquem em torno de 27,5%, o que significaria apenas um ponto percentual de aumento real.
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'Se quiserem, me derrubem', afirma Temer ao negar de novo a renúncia
Enfrentando a mais grave crise de seu governo, o presidente Michel Temer (PMDB) diz que renunciar seria uma admissão de culpa e desafia seus opositores: "Se quiserem, me derrubem". Em entrevista à Folha no Palácio da Alvorada, Temer afirma que não sabia que Joesley Batista, que o gravou de forma escondida, era investigado quando o recebeu fora da agenda em sua residência em março –embora, naquele momento, o dono da JBS já fosse alvo de três operações. Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado correndo com uma mala de dinheiro, Temer diz que mantinha com ele apenas "relação institucional". A atitude de Loures, para o presidente, não foi "aprovável". Mas ele defende o caráter do ex-assessor. "Coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole." * O sr. estabeleceu que ministro denunciado será afastado e, se virar réu, exonerado. Caso o procurador-geral da República o denuncie, o sr. vai se submeter a essa regra? *Michel Temer - * Não, porque eu sou chefe do Executivo. Os ministros são agentes do Executivo, de modo que a linha de corte que eu estabeleci para os ministros, por evidente não será a linha de corte para o presidente. Mas o sr. voluntariamente poderia se afastar. Não vou fazer isso, tanto mais que já contestei muito acentuadamente a gravação espetaculosa que foi feita. Tenho demonstrado com relativo sucesso que o que o empresário fez foi induzir uma conversa. Insistem sempre no ponto que avalizei um pagamento para o ex-deputado Eduardo Cunha, quando não querem tomar como resposta o que dei a uma frase dele em que ele dizia: "Olhe, tenho mantido boa relação com o Cunha" . [E eu disse]: "Mantenha isso". Além do quê, ontem mesmo o Eduardo Cunha lançou uma carta em que diz que jamais pediu [dinheiro] a ele [Joesley] e muito menos a mim. E até o contrário. Na verdade, ele me contestou algumas vezes. Como eu poderia comprar o silêncio, se naquele processo que ele sofre em Curitiba, fez 42 perguntas, 21 tentando me incriminar? O Joesley fala em zerar, liquidar pendências. Não sendo dinheiro, seria o quê? Não sei. Não dei a menor atenção a isso. Aliás, ele falou que tinha [comprado] dois juízes e um procurador. Conheço o Joesley de antes desse episódio. Sei que ele é um falastrão, uma pessoa que se jacta de eventuais influências. E logo depois ele diz que estava mentindo. Não é prevaricação se o sr. ouve um empresário dentro da sua casa relatando crimes? Você sabe que não? Eu ouço muita gente, e muita gente me diz as maiores bobagens que eu não levo em conta. Confesso que não levei essa bobagem em conta. O objetivo central da conversa não era esse. Ele foi levando a conversa para um ponto, as minhas respostas eram monossilábicas... Quando o sr. fala "ótimo, ótimo", o que o sr. queria dizer? Não sei, quando ele estava contando que estava se livrando das coisas etc. Era nesse contexto da suposta compra de juízes. Mas veja bem. Ele é um grande empresário. Quando tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da [Operação] Carne Fraca. Eu disse: "Venha quando for possível, eu atendo todo mundo". [Joesley disse] "Mas eu tenho muitos interesses no governo, tenho empregados, dou muito emprego". Daí ele me disse que tinha contato com Geddel [V. Lima, ex-ministro], falou do Rodrigo [Rocha Loures], falei: "Fale com o Rodrigo quando quiser, para não falar toda hora comigo." Ele buscou o sr. diretamente? Ele tentou três vezes me procurar. Ligou uma vez para a minha secretária, depois ligou aquele rapaz, o [Ricardo] Saud, eu não quis atendê-lo. Houve um dia que ele me pegou, conseguiu o meu telefone, e eu fiquei sem graça de não atendê-lo. Eu acho que ele ligou ou mandou alguém falar comigo, agora confesso que não me recordo bem. Por que não estava na agenda? A lei manda. Você sabe que muitas vezes eu marco cinco audiências e recebo 15 pessoas. Às vezes à noite, portanto inteiramente fora da agenda. Eu começo recebendo às vezes no café da manhã e vou para casa às 22h, tem alguém que quer conversar comigo. Até pode-se dizer, rigorosamente, deveria constar da agenda. Você tem razão. Foi uma falha? Foi, digamos, um hábito. Um hábito ilegal, não? Não é ilegal porque não é da minha postura ao longo do tempo [na verdade, está na lei 12.813/13]. Talvez eu tenha de tomar mais cuidado. Bastava ter um detector de metal para saber se ele tinha alguma coisa ou não, e não me gravaria. É moralmente defensável receber tarde da noite, fora da agenda, um empresário que estava sendo investigado? Eu nem sabia que ele estava sendo investigado. O sr. não sabia? No primeiro momento não. Estava no noticiário o tempo todo, presidente [Joesley naquele momento era investigado nas operações Sepsis, Cui Bono? e Greenfield]. Ele disse na fala comigo que as pessoas estavam tentando apanhá-lo, investigá-lo. Um assessor muito próximo do sr. [Rocha Loures] foi filmado correndo com uma mala pela rua. Qual sua avaliação? Vou esclarecer direitinho. Primeiro, tudo foi montado. Ele [Joesley] teve treinamento de 15 dias, vocês que deram [refere-se a reportagem da Folha], para gravar, fazer a delação, como encaminhar a conversa. A imagem dele correndo com dinheiro não é montagem. [Irritado] Não, peraí, eu vou chegar lá, né, se você me permitir... O que ele [Joesley] fez? A primeira coisa, o orientaram ou ele tomou a deliberação: "Grave alguém graúdo". Depois, como foi mencionado o nome do Rodrigo, certamente disseram: "Vá atrás do Rodrigo". E aí o Rodrigo certamente foi induzido, foi seduzido por ofertas mirabolantes e irreais. Agora, a pergunta que se impõe é a seguinte: a questão do Cade foi resolvida? Não foi. A questão do BNDES foi resolvida? Não foi. O Rocha Loures errou? Errou, evidentemente. O sr. se sente traído? Não vou dizer isso, porque ele é um homem, coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole. Eu o conheci como deputado, depois foi para o meu gabinete na Vice-Presidência, depois me acompanhou na Presidência, mas um homem de muito boa índole. Ele foi filmado com R$ 500 mil, que boa índole é essa? Sempre tive a convicção de que ele tem muito boa índole. Agora, que esse gesto não é aprovável. O sr. falou com ele desde o episódio? Não. O sr. rompeu com ele? Não se trata de romper ou não romper, não tenho uma relação, a não ser uma relação institucional [com ele]. Quando o sr. diz para o Joesley que ele poderia tratar de "tudo" com o Rodrigo Rocha Loures, o que o sr. quer dizer? Esse tudo são as matérias administrativas. Não é tuuudo [alongando o "u"]. Eu sei a insinuação que fizeram: "Se você tiver dinheiro para dar para ele, você entregue para ele". Evidentemente que não é isso. Seria uma imbecilidade, da minha parte, terrível. O sr. o conheceu há quantos anos? Quando ele era deputado, portanto, há uns dez anos. E mesmo o conhecendo há dez anos, ele tendo sido seu assessor... Mas espera aí, eu conheço 513 deputados há dez anos. Mas apenas ele foi seu assessor próximo. Como são próximos todos os meus assessores. E mesmo próximo era apenas uma relação institucional? Institucional, sem dúvida. Nos últimos dias, o sr. veio numa escalada nas declarações. Acha que a Procuradoria-Geral armou para o sr.? Eu percebo que você é muito calma [risos]. Espero que você jamais sofra as imputações morais que eu sofri. Eu estava apenas retrucando as imprecações de natureza moral gravíssimas, nada mais do que isso. Agora, mantenho a serenidade, especialmente na medida em que eu disse: eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa. No pronunciamento, o sr. foi muito duro com o acordo de delação. Não faço nenhuma observação em relação à Procuradoria. Agora, chamou a atenção de todos a tranquilidade com que ele [Joesley] saiu do país, quando muitos estão na prisão. Ou, quando saem, saem com tornozeleira. Além disso, vocês viram o jogo que ele fez na Bolsa. Ele não teve uma informação privilegiada, ele produziu uma informação privilegiada. Ele sabia, empresário sagaz como é, que no momento em que ele entregasse a gravação, o dólar subiria e as ações de sua empresa cairiam. Ele comprou US$ 1 bilhão e vendeu as ações antes da queda. Se permanecer no cargo, em setembro tem de escolher um novo procurador. O sr. acha que tem condição de conduzir esse processo sem estar contaminado depois de tudo isso que está acontecendo? Contaminado por esses fatos? Não me contamina, não. Aliás, eu tiro o "se". Porque eu vou continuar. É preciso alguma mudança na maneira como esses acordos são feitos? Mudança na lei? Acho que é preciso muita tranquilidade, serenidade, adequação dos atos praticados. Não podem se transformar em atos espetaculosos. E não estou dizendo que a Procuradoria faça isso, ou o Judiciário. Mas é que a naturalidade com que se leva adiante as delações... Você veja, as delações estão sob sigilo. O que acontece? No dia seguinte, são públicas. A melhor maneira de fazer com que eles estejam no dia seguinte em todas as redes de comunicação é colocar uma tarja na capa dizendo: sigiloso. Esse processo dá novo impulso ao projeto de lei de abuso de autoridade? É claro que ninguém é a favor do abuso de autoridade. Se é preciso aprimorar toda a legislação referente a abuso de autoridade, eu não saberia dizer. Abusar da autoridade é ultrapassar os limites legais. O sr. falou muito do Joesley. Mas qual a culpa que o sr. tem? Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento. Além dos áudios, há depoimentos em que os executivos da JBS fazem outras acusações. Por exemplo, que o sr. pediu caixa dois em 2010, 2012 e 2016. Inclusive para o [marqueteiro] Elsinho Mouco, para uma campanha da internet. No caso do Elsinho, ele fez a campanha do irmão do Joesley, e por isso recebeu aquelas verbas. Fez trabalhos para a empresa. Diz que até recentemente, esse empresário grampeador pediu se o Elsinho poderia ajudá-lo na questão da Carne Fraca. Empresário grampeador? Mas qual é o título que ele tem de ter? Coitadinho, ele tem de ter vergonha disso. Ele vai carregar isso pelo resto da vida. E vai transmitir uma herança muito desagradável para os filhos. Nos depoimentos, há conversa do Loures com o Joesley sobre a suposta compra do Cunha que é muito explícita. Por que é explícita? Porque eles conversam sobre pagamentos. Você está falando de uma conversa do Joesley com o Rodrigo. De repente, você vai me trazer uma conversa do Joesley com o João da Silva. O Rocha Loures não é um João da Silva. [Irritado] Eu sei, você está insistindo nisso, mas eu reitero que o Rodrigo era uma relação institucional que eu tinha, de muito apreço até, de muita proximidade. Era uma conversa deles, não é uma conversa minha. Um desembarque do PSDB e do DEM deixaria o sr. em uma situação muito difícil. O sr. já perdeu PSB e PPS. O PSB eu não perdi agora, foi antes, em razão da Previdência. No PPS, o Roberto Freire veio me explicar que tinha dificuldades. Eu agradeci, mas o Raul Jungmann, que é do PPS, está conosco. Até onde o sr. acha que vai a fidelidade do PSDB? Até 31/12 de 2018. Até que ponto vale a pena continuar sem força política para aprovar reformas e com a economia debilitada? [Irritado] Isso é você quem está dizendo. Eu vou revelar força política precisamente ao longo dessas próximas semanas com a votação de matérias importantes. O sr. acha que consegue? Tenho absoluta convicção de que consigo. É que criou-se um clima que permeia a entrevista do senhor e das senhoras de que vai ser um desastre, de que o Temer está perdido. Eu não estou perdido. REFAZENDO AS CONTAS - Com crise, governo vê apoio à reforma da Previdência se esvaziar mais ainda O julgamento da chapa Dilma-Temer recomeça no TSE em 6 de junho. Essa crise pode influenciar a decisão? Acho que não. Os ministros se pautam não pelo que acontece na política, mas pelo que passa na vida jurídica. Se o TSE cassar a chapa, o sr. pretende recorrer ao STF? Usarei os meios que a legislação me autoriza a usar. Agora, evidentemente que, se um dia, houver uma decisão transitada e julgada eu sou o primeiro a obedecer. O sr. colocou ênfase no fato de a gravação ter sido adulterada. Se a perícia concluir que não há problemas, o sr. não fica em situação complicada? Não. Quem falou que o áudio estava adulterado foram os senhores, foi a Folha [com base em análise de um perito feita a pedido do jornal]. E depois eu verifiquei que o "Estadão" também levantou o mesmo problema. Se disserem que não tem modificação nenhuma eu direi: a Folha e o "Estadão" erraram. Como o sr. vê o fato de a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] ter decidido pedir o seu impeachment? Lamento pelos colegas advogados. Eu já fui muito saudado, recebi homenagens da OAB. Tem uma certa surpresa minha, porque eles que me deram espada de ouro, aqueles títulos fundamentais da ordem, agora se comportam dessa maneira. Mas reconheço que é legítimo. Em quanto tempo o sr. acha que reaglutina a base? Não sei se preciso reaglutinar. Todos os partidos vêm dizer que estão comigo. É natural que, entre os deputados... Com aquele bombardeio, né? Há uma emissora de televisão [TV Globo] que fica o dia inteiro bombardeando. Essa crise atrasou quanto a retomada da economia? Tenho que verificar o que vai acontecer nas próximas semanas. [Henrique] Meirelles [Fazenda] me contou que se não tivesse acontecido aquele episódio na quarta [dia da divulgação do caso], ele teria um encontro com 200 empresários, todos animadíssimos. Causam um mal para o país. Como o sr. está sentindo a repercussão de seus dois pronunciamentos, mais incisivos? Olha, acho que eles gostaram desse novo modelito [risos]. As pessoas acharam que "enfim, temos presidente".
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'Se quiserem, me derrubem', afirma Temer ao negar de novo a renúnciaEnfrentando a mais grave crise de seu governo, o presidente Michel Temer (PMDB) diz que renunciar seria uma admissão de culpa e desafia seus opositores: "Se quiserem, me derrubem". Em entrevista à Folha no Palácio da Alvorada, Temer afirma que não sabia que Joesley Batista, que o gravou de forma escondida, era investigado quando o recebeu fora da agenda em sua residência em março –embora, naquele momento, o dono da JBS já fosse alvo de três operações. Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado correndo com uma mala de dinheiro, Temer diz que mantinha com ele apenas "relação institucional". A atitude de Loures, para o presidente, não foi "aprovável". Mas ele defende o caráter do ex-assessor. "Coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole." * O sr. estabeleceu que ministro denunciado será afastado e, se virar réu, exonerado. Caso o procurador-geral da República o denuncie, o sr. vai se submeter a essa regra? *Michel Temer - * Não, porque eu sou chefe do Executivo. Os ministros são agentes do Executivo, de modo que a linha de corte que eu estabeleci para os ministros, por evidente não será a linha de corte para o presidente. Mas o sr. voluntariamente poderia se afastar. Não vou fazer isso, tanto mais que já contestei muito acentuadamente a gravação espetaculosa que foi feita. Tenho demonstrado com relativo sucesso que o que o empresário fez foi induzir uma conversa. Insistem sempre no ponto que avalizei um pagamento para o ex-deputado Eduardo Cunha, quando não querem tomar como resposta o que dei a uma frase dele em que ele dizia: "Olhe, tenho mantido boa relação com o Cunha" . [E eu disse]: "Mantenha isso". Além do quê, ontem mesmo o Eduardo Cunha lançou uma carta em que diz que jamais pediu [dinheiro] a ele [Joesley] e muito menos a mim. E até o contrário. Na verdade, ele me contestou algumas vezes. Como eu poderia comprar o silêncio, se naquele processo que ele sofre em Curitiba, fez 42 perguntas, 21 tentando me incriminar? O Joesley fala em zerar, liquidar pendências. Não sendo dinheiro, seria o quê? Não sei. Não dei a menor atenção a isso. Aliás, ele falou que tinha [comprado] dois juízes e um procurador. Conheço o Joesley de antes desse episódio. Sei que ele é um falastrão, uma pessoa que se jacta de eventuais influências. E logo depois ele diz que estava mentindo. Não é prevaricação se o sr. ouve um empresário dentro da sua casa relatando crimes? Você sabe que não? Eu ouço muita gente, e muita gente me diz as maiores bobagens que eu não levo em conta. Confesso que não levei essa bobagem em conta. O objetivo central da conversa não era esse. Ele foi levando a conversa para um ponto, as minhas respostas eram monossilábicas... Quando o sr. fala "ótimo, ótimo", o que o sr. queria dizer? Não sei, quando ele estava contando que estava se livrando das coisas etc. Era nesse contexto da suposta compra de juízes. Mas veja bem. Ele é um grande empresário. Quando tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da [Operação] Carne Fraca. Eu disse: "Venha quando for possível, eu atendo todo mundo". [Joesley disse] "Mas eu tenho muitos interesses no governo, tenho empregados, dou muito emprego". Daí ele me disse que tinha contato com Geddel [V. Lima, ex-ministro], falou do Rodrigo [Rocha Loures], falei: "Fale com o Rodrigo quando quiser, para não falar toda hora comigo." Ele buscou o sr. diretamente? Ele tentou três vezes me procurar. Ligou uma vez para a minha secretária, depois ligou aquele rapaz, o [Ricardo] Saud, eu não quis atendê-lo. Houve um dia que ele me pegou, conseguiu o meu telefone, e eu fiquei sem graça de não atendê-lo. Eu acho que ele ligou ou mandou alguém falar comigo, agora confesso que não me recordo bem. Por que não estava na agenda? A lei manda. Você sabe que muitas vezes eu marco cinco audiências e recebo 15 pessoas. Às vezes à noite, portanto inteiramente fora da agenda. Eu começo recebendo às vezes no café da manhã e vou para casa às 22h, tem alguém que quer conversar comigo. Até pode-se dizer, rigorosamente, deveria constar da agenda. Você tem razão. Foi uma falha? Foi, digamos, um hábito. Um hábito ilegal, não? Não é ilegal porque não é da minha postura ao longo do tempo [na verdade, está na lei 12.813/13]. Talvez eu tenha de tomar mais cuidado. Bastava ter um detector de metal para saber se ele tinha alguma coisa ou não, e não me gravaria. É moralmente defensável receber tarde da noite, fora da agenda, um empresário que estava sendo investigado? Eu nem sabia que ele estava sendo investigado. O sr. não sabia? No primeiro momento não. Estava no noticiário o tempo todo, presidente [Joesley naquele momento era investigado nas operações Sepsis, Cui Bono? e Greenfield]. Ele disse na fala comigo que as pessoas estavam tentando apanhá-lo, investigá-lo. Um assessor muito próximo do sr. [Rocha Loures] foi filmado correndo com uma mala pela rua. Qual sua avaliação? Vou esclarecer direitinho. Primeiro, tudo foi montado. Ele [Joesley] teve treinamento de 15 dias, vocês que deram [refere-se a reportagem da Folha], para gravar, fazer a delação, como encaminhar a conversa. A imagem dele correndo com dinheiro não é montagem. [Irritado] Não, peraí, eu vou chegar lá, né, se você me permitir... O que ele [Joesley] fez? A primeira coisa, o orientaram ou ele tomou a deliberação: "Grave alguém graúdo". Depois, como foi mencionado o nome do Rodrigo, certamente disseram: "Vá atrás do Rodrigo". E aí o Rodrigo certamente foi induzido, foi seduzido por ofertas mirabolantes e irreais. Agora, a pergunta que se impõe é a seguinte: a questão do Cade foi resolvida? Não foi. A questão do BNDES foi resolvida? Não foi. O Rocha Loures errou? Errou, evidentemente. O sr. se sente traído? Não vou dizer isso, porque ele é um homem, coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole. Eu o conheci como deputado, depois foi para o meu gabinete na Vice-Presidência, depois me acompanhou na Presidência, mas um homem de muito boa índole. Ele foi filmado com R$ 500 mil, que boa índole é essa? Sempre tive a convicção de que ele tem muito boa índole. Agora, que esse gesto não é aprovável. O sr. falou com ele desde o episódio? Não. O sr. rompeu com ele? Não se trata de romper ou não romper, não tenho uma relação, a não ser uma relação institucional [com ele]. Quando o sr. diz para o Joesley que ele poderia tratar de "tudo" com o Rodrigo Rocha Loures, o que o sr. quer dizer? Esse tudo são as matérias administrativas. Não é tuuudo [alongando o "u"]. Eu sei a insinuação que fizeram: "Se você tiver dinheiro para dar para ele, você entregue para ele". Evidentemente que não é isso. Seria uma imbecilidade, da minha parte, terrível. O sr. o conheceu há quantos anos? Quando ele era deputado, portanto, há uns dez anos. E mesmo o conhecendo há dez anos, ele tendo sido seu assessor... Mas espera aí, eu conheço 513 deputados há dez anos. Mas apenas ele foi seu assessor próximo. Como são próximos todos os meus assessores. E mesmo próximo era apenas uma relação institucional? Institucional, sem dúvida. Nos últimos dias, o sr. veio numa escalada nas declarações. Acha que a Procuradoria-Geral armou para o sr.? Eu percebo que você é muito calma [risos]. Espero que você jamais sofra as imputações morais que eu sofri. Eu estava apenas retrucando as imprecações de natureza moral gravíssimas, nada mais do que isso. Agora, mantenho a serenidade, especialmente na medida em que eu disse: eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa. No pronunciamento, o sr. foi muito duro com o acordo de delação. Não faço nenhuma observação em relação à Procuradoria. Agora, chamou a atenção de todos a tranquilidade com que ele [Joesley] saiu do país, quando muitos estão na prisão. Ou, quando saem, saem com tornozeleira. Além disso, vocês viram o jogo que ele fez na Bolsa. Ele não teve uma informação privilegiada, ele produziu uma informação privilegiada. Ele sabia, empresário sagaz como é, que no momento em que ele entregasse a gravação, o dólar subiria e as ações de sua empresa cairiam. Ele comprou US$ 1 bilhão e vendeu as ações antes da queda. Se permanecer no cargo, em setembro tem de escolher um novo procurador. O sr. acha que tem condição de conduzir esse processo sem estar contaminado depois de tudo isso que está acontecendo? Contaminado por esses fatos? Não me contamina, não. Aliás, eu tiro o "se". Porque eu vou continuar. É preciso alguma mudança na maneira como esses acordos são feitos? Mudança na lei? Acho que é preciso muita tranquilidade, serenidade, adequação dos atos praticados. Não podem se transformar em atos espetaculosos. E não estou dizendo que a Procuradoria faça isso, ou o Judiciário. Mas é que a naturalidade com que se leva adiante as delações... Você veja, as delações estão sob sigilo. O que acontece? No dia seguinte, são públicas. A melhor maneira de fazer com que eles estejam no dia seguinte em todas as redes de comunicação é colocar uma tarja na capa dizendo: sigiloso. Esse processo dá novo impulso ao projeto de lei de abuso de autoridade? É claro que ninguém é a favor do abuso de autoridade. Se é preciso aprimorar toda a legislação referente a abuso de autoridade, eu não saberia dizer. Abusar da autoridade é ultrapassar os limites legais. O sr. falou muito do Joesley. Mas qual a culpa que o sr. tem? Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento. Além dos áudios, há depoimentos em que os executivos da JBS fazem outras acusações. Por exemplo, que o sr. pediu caixa dois em 2010, 2012 e 2016. Inclusive para o [marqueteiro] Elsinho Mouco, para uma campanha da internet. No caso do Elsinho, ele fez a campanha do irmão do Joesley, e por isso recebeu aquelas verbas. Fez trabalhos para a empresa. Diz que até recentemente, esse empresário grampeador pediu se o Elsinho poderia ajudá-lo na questão da Carne Fraca. Empresário grampeador? Mas qual é o título que ele tem de ter? Coitadinho, ele tem de ter vergonha disso. Ele vai carregar isso pelo resto da vida. E vai transmitir uma herança muito desagradável para os filhos. Nos depoimentos, há conversa do Loures com o Joesley sobre a suposta compra do Cunha que é muito explícita. Por que é explícita? Porque eles conversam sobre pagamentos. Você está falando de uma conversa do Joesley com o Rodrigo. De repente, você vai me trazer uma conversa do Joesley com o João da Silva. O Rocha Loures não é um João da Silva. [Irritado] Eu sei, você está insistindo nisso, mas eu reitero que o Rodrigo era uma relação institucional que eu tinha, de muito apreço até, de muita proximidade. Era uma conversa deles, não é uma conversa minha. Um desembarque do PSDB e do DEM deixaria o sr. em uma situação muito difícil. O sr. já perdeu PSB e PPS. O PSB eu não perdi agora, foi antes, em razão da Previdência. No PPS, o Roberto Freire veio me explicar que tinha dificuldades. Eu agradeci, mas o Raul Jungmann, que é do PPS, está conosco. Até onde o sr. acha que vai a fidelidade do PSDB? Até 31/12 de 2018. Até que ponto vale a pena continuar sem força política para aprovar reformas e com a economia debilitada? [Irritado] Isso é você quem está dizendo. Eu vou revelar força política precisamente ao longo dessas próximas semanas com a votação de matérias importantes. O sr. acha que consegue? Tenho absoluta convicção de que consigo. É que criou-se um clima que permeia a entrevista do senhor e das senhoras de que vai ser um desastre, de que o Temer está perdido. Eu não estou perdido. REFAZENDO AS CONTAS - Com crise, governo vê apoio à reforma da Previdência se esvaziar mais ainda O julgamento da chapa Dilma-Temer recomeça no TSE em 6 de junho. Essa crise pode influenciar a decisão? Acho que não. Os ministros se pautam não pelo que acontece na política, mas pelo que passa na vida jurídica. Se o TSE cassar a chapa, o sr. pretende recorrer ao STF? Usarei os meios que a legislação me autoriza a usar. Agora, evidentemente que, se um dia, houver uma decisão transitada e julgada eu sou o primeiro a obedecer. O sr. colocou ênfase no fato de a gravação ter sido adulterada. Se a perícia concluir que não há problemas, o sr. não fica em situação complicada? Não. Quem falou que o áudio estava adulterado foram os senhores, foi a Folha [com base em análise de um perito feita a pedido do jornal]. E depois eu verifiquei que o "Estadão" também levantou o mesmo problema. Se disserem que não tem modificação nenhuma eu direi: a Folha e o "Estadão" erraram. Como o sr. vê o fato de a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] ter decidido pedir o seu impeachment? Lamento pelos colegas advogados. Eu já fui muito saudado, recebi homenagens da OAB. Tem uma certa surpresa minha, porque eles que me deram espada de ouro, aqueles títulos fundamentais da ordem, agora se comportam dessa maneira. Mas reconheço que é legítimo. Em quanto tempo o sr. acha que reaglutina a base? Não sei se preciso reaglutinar. Todos os partidos vêm dizer que estão comigo. É natural que, entre os deputados... Com aquele bombardeio, né? Há uma emissora de televisão [TV Globo] que fica o dia inteiro bombardeando. Essa crise atrasou quanto a retomada da economia? Tenho que verificar o que vai acontecer nas próximas semanas. [Henrique] Meirelles [Fazenda] me contou que se não tivesse acontecido aquele episódio na quarta [dia da divulgação do caso], ele teria um encontro com 200 empresários, todos animadíssimos. Causam um mal para o país. Como o sr. está sentindo a repercussão de seus dois pronunciamentos, mais incisivos? Olha, acho que eles gostaram desse novo modelito [risos]. As pessoas acharam que "enfim, temos presidente".
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Delicado equilíbrio geopolítico
Repleto de acontecimentos potencialmente desestabilizadores, 2016 ficará marcado como um ano em que abalos na estrutura do ordenamento internacional colocaram o mundo à beira de um ataque de nervos. Embora alguns eventos tenham prometido trazer certa distensão ao cenário internacional -como a assinatura do acordo de paz entre o governo colombiano e as Farc, a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, a implementação de reformas liberalizantes na Argentina e a realização sem incidentes da Olimpíada no Brasil, apesar do não infundado temor de atentados terroristas-, assistiu-se em 2016 à progressiva deterioração da estabilidade geopolítica mundial. Esses movimentos que sacudiram os pilares da arquitetura internacional obedeceram ao avanço sistemático de forças centrípetas de fragmentação, manifestando-se em três variáveis principais: a resistência ao aprofundamento dos processos de regionalização e globalização; o avanço do terrorismo e do extremismo político-religioso; e a reafirmação da busca pela preservação de esferas de influência geopolítica. A resistência aos processos de regionalização e globalização se tornou mais patente com a saída do Reino Unido da União Europeia em junho, que sacudiu os mercados financeiros do mundo. Esse fenômeno, entretanto, é mais complexo e tem se manifestado no acirramento de nacionalismos e da xenofobia, na escalada do populismo e na exacerbação de protecionismos econômicos. Essa resistência ameaça soterrar possíveis benefícios advindos de mega-acordos inter-regionais de facilitação de comércio e investimentos, como a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) e a Parceria Transpacífico (TPP), com graves prejuízos potenciais para a economia global. Por outro lado, o avanço do terrorismo demonstra que o impacto cumulativo da violência extremista tem levado à diminuição da estabilidade e da segurança internacional -como exemplificam os reiterados ataques ocorridos (França, Bélgica, Alemanha, Turquia, Nigéria, Iêmen e Iraque)- e pode redesenhar o mapa geopolítico do globo. A frequência e intensidade desses atos vêm aumentando ao longo dos anos. Em 2016, foram registrados mais de 10 mil incidentes e mais de 29 mil mortes, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA. Isso representa mais de 33 atentados e mais de 85 vítimas fatais por dia. Desde o ano 2000, quando houve 3.361 mortes, ocorreu um aumento de nove vezes no número de vítimas do terrorismo. Finalmente, a renovada busca pela preservação de esferas de influência geopolítica -típica da Guerra Fria - e de obtenção de prestígio, liderança e poder tem antagonizado não apenas potências globais - como Estados Unidos, China e Rússia- mas também as regionais, como Turquia, Irã, Arábia Saudita e Japão, como ilustram a infindável crise síria, os frequentes entrechoques no Mar do Sul da China e as tensões no "arco de instabilidade", que se estende do Báltico ao Mar Negro. Para tornar esse intrincado cenário ainda mais complexo, Donald Trump, um magnata voluntarioso e inexperiente em assuntos geoestratégicos e de política externa, foi eleito presidente dos EUA, prometendo tornar o país "grande novamente". Suas primeiras, e polêmicas, iniciativas -como a opção preferencial pelo protecionismo econômico e o aparente antagonismo com a China, eleita adversário geoestratégico, com todas as implicações políticas e econômicas daí resultantes- parecem destinadas a colidir com os alicerces do atual ordenamento internacional. Se esse conjunto de eventos e processos tornou 2016 um ano extremamente turbulento, sua continuidade leva a crer que 2017 tende a ser um ano em que o mundo precisará se esforçar para alcançar delicado, e perigoso, equilíbrio geopolítico. MARCOS DEGAUT, doutor em segurança internacional pela Universidade da Flórida Central (EUA), é pesquisador da mesma instituição e copresidente do Instituto Kalout-Degaut de Política e Estratégia PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Delicado equilíbrio geopolíticoRepleto de acontecimentos potencialmente desestabilizadores, 2016 ficará marcado como um ano em que abalos na estrutura do ordenamento internacional colocaram o mundo à beira de um ataque de nervos. Embora alguns eventos tenham prometido trazer certa distensão ao cenário internacional -como a assinatura do acordo de paz entre o governo colombiano e as Farc, a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, a implementação de reformas liberalizantes na Argentina e a realização sem incidentes da Olimpíada no Brasil, apesar do não infundado temor de atentados terroristas-, assistiu-se em 2016 à progressiva deterioração da estabilidade geopolítica mundial. Esses movimentos que sacudiram os pilares da arquitetura internacional obedeceram ao avanço sistemático de forças centrípetas de fragmentação, manifestando-se em três variáveis principais: a resistência ao aprofundamento dos processos de regionalização e globalização; o avanço do terrorismo e do extremismo político-religioso; e a reafirmação da busca pela preservação de esferas de influência geopolítica. A resistência aos processos de regionalização e globalização se tornou mais patente com a saída do Reino Unido da União Europeia em junho, que sacudiu os mercados financeiros do mundo. Esse fenômeno, entretanto, é mais complexo e tem se manifestado no acirramento de nacionalismos e da xenofobia, na escalada do populismo e na exacerbação de protecionismos econômicos. Essa resistência ameaça soterrar possíveis benefícios advindos de mega-acordos inter-regionais de facilitação de comércio e investimentos, como a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) e a Parceria Transpacífico (TPP), com graves prejuízos potenciais para a economia global. Por outro lado, o avanço do terrorismo demonstra que o impacto cumulativo da violência extremista tem levado à diminuição da estabilidade e da segurança internacional -como exemplificam os reiterados ataques ocorridos (França, Bélgica, Alemanha, Turquia, Nigéria, Iêmen e Iraque)- e pode redesenhar o mapa geopolítico do globo. A frequência e intensidade desses atos vêm aumentando ao longo dos anos. Em 2016, foram registrados mais de 10 mil incidentes e mais de 29 mil mortes, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA. Isso representa mais de 33 atentados e mais de 85 vítimas fatais por dia. Desde o ano 2000, quando houve 3.361 mortes, ocorreu um aumento de nove vezes no número de vítimas do terrorismo. Finalmente, a renovada busca pela preservação de esferas de influência geopolítica -típica da Guerra Fria - e de obtenção de prestígio, liderança e poder tem antagonizado não apenas potências globais - como Estados Unidos, China e Rússia- mas também as regionais, como Turquia, Irã, Arábia Saudita e Japão, como ilustram a infindável crise síria, os frequentes entrechoques no Mar do Sul da China e as tensões no "arco de instabilidade", que se estende do Báltico ao Mar Negro. Para tornar esse intrincado cenário ainda mais complexo, Donald Trump, um magnata voluntarioso e inexperiente em assuntos geoestratégicos e de política externa, foi eleito presidente dos EUA, prometendo tornar o país "grande novamente". Suas primeiras, e polêmicas, iniciativas -como a opção preferencial pelo protecionismo econômico e o aparente antagonismo com a China, eleita adversário geoestratégico, com todas as implicações políticas e econômicas daí resultantes- parecem destinadas a colidir com os alicerces do atual ordenamento internacional. Se esse conjunto de eventos e processos tornou 2016 um ano extremamente turbulento, sua continuidade leva a crer que 2017 tende a ser um ano em que o mundo precisará se esforçar para alcançar delicado, e perigoso, equilíbrio geopolítico. MARCOS DEGAUT, doutor em segurança internacional pela Universidade da Flórida Central (EUA), é pesquisador da mesma instituição e copresidente do Instituto Kalout-Degaut de Política e Estratégia PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Organizadas lamentam torcida única: 'É a falência do futebol'
Três das principais torcidas organizadas do Estado de São Paulo lamentaram a decisão do governo de impor torcida única em clássicos. Se dentro e fora dos estádios já tiveram (ou ainda têm) confrontos, Gaviões da Fiel, Mancha Alvi Verde e Independente têm exatamente a mesma opinião sobre o tema. "É a falência do futebol", disseram lideranças das uniformizadas, em contato com a reportagem. Palmeirenses e corintianos protagonizaram cenas de violência no último domingo, antes e depois do clássico, em pelo menos quatro locais da Grande São Paulo. Integrantes de torcidas organizadas brigam em estação do metrô, em São Paulo Um homem, ainda não identificado, foi morto em uma praça em São Miguel Paulista com um tiro acidental no coração. Ele não participava da briga. Na última sexta-feira, a Polícia Civil realizou uma operação e prendeu um torcedor da Mancha, acusado de participar de uma agressão contra o presidente da Gaviões, no início de março. Nos conflitos deste domingo, dois corintianos que foram presos em Oruro, na Bolívia, foram identificados. Veja o que os representantes das torcidas falaram: Diretor da Gaviões da Fiel, Fabrício Pouseu: "É a falência do futebol. A falência do estado refletida no futebol. A torcida única é a solução atual, assim como foram a retirada dos mastros e a proibição das bebidas alcoólicas nos anos 90, o tempo passou e mostrou que nem de perto foram decisões acertadas, de nada adiantaram ao combate e prevenção à violência, torcida única não foi eficaz em nenhum lugar do mundo". Presidente da Independente, Henrique Gomes, o "Baby": "É a falência do futebol. O problema é social, as brigas vão continuar acontecendo. Isso não vai acabar. Nós estamos fazendo um baita trabalho preventivo, que diminuiu muito o número de brigas. As autoridades mesmo reconhecem que a Independente hoje dá muito menos trabalho. Escreveu, não leu, a gente expulsa lá dentro. Não tem como controlar tudo, mas nosso trabalho tem dado resultado. Com os 5% que vão em clássicos o espetáculo já estava ruim, agora vai ficar ainda pior. Se as torcidas acabarem, vão acabar por elas mesmas, por não terem lideranças. Não vai mudar nada para a Independente não ter mais ingresso do São Paulo. Nem sempre eles davam. A diretoria do clube ajuda uma vez ou outra, quando os ingressos são caros, nas novas arenas. Que se investigue, aliás, as arenas da Copa do Mundo. Queremos que investigue também". Presidente da Mancha Alvi Verde, Anderson Nigro, o "Nando": "É a falência do futebol. A falência do estado, a morte do futebol. A gente fez a reunião como sempre fazemos e informamos os locais onde estaríamos. Não havia nenhum policiamento. Mesmo punido, a gente avisou tudo que íamos fazer. Não tem santo em torcida organizada. Não tem, mesmo. A gente sabe disso. Mas essa medida não vai acabar com os problemas. Não tem motivo para punir organizações. Todas têm problemas. A polícia não consegue controlar todos os seus policiais. Com a gente, a mesma coisa". Onde foram as brigas
esporte
Organizadas lamentam torcida única: 'É a falência do futebol'Três das principais torcidas organizadas do Estado de São Paulo lamentaram a decisão do governo de impor torcida única em clássicos. Se dentro e fora dos estádios já tiveram (ou ainda têm) confrontos, Gaviões da Fiel, Mancha Alvi Verde e Independente têm exatamente a mesma opinião sobre o tema. "É a falência do futebol", disseram lideranças das uniformizadas, em contato com a reportagem. Palmeirenses e corintianos protagonizaram cenas de violência no último domingo, antes e depois do clássico, em pelo menos quatro locais da Grande São Paulo. Integrantes de torcidas organizadas brigam em estação do metrô, em São Paulo Um homem, ainda não identificado, foi morto em uma praça em São Miguel Paulista com um tiro acidental no coração. Ele não participava da briga. Na última sexta-feira, a Polícia Civil realizou uma operação e prendeu um torcedor da Mancha, acusado de participar de uma agressão contra o presidente da Gaviões, no início de março. Nos conflitos deste domingo, dois corintianos que foram presos em Oruro, na Bolívia, foram identificados. Veja o que os representantes das torcidas falaram: Diretor da Gaviões da Fiel, Fabrício Pouseu: "É a falência do futebol. A falência do estado refletida no futebol. A torcida única é a solução atual, assim como foram a retirada dos mastros e a proibição das bebidas alcoólicas nos anos 90, o tempo passou e mostrou que nem de perto foram decisões acertadas, de nada adiantaram ao combate e prevenção à violência, torcida única não foi eficaz em nenhum lugar do mundo". Presidente da Independente, Henrique Gomes, o "Baby": "É a falência do futebol. O problema é social, as brigas vão continuar acontecendo. Isso não vai acabar. Nós estamos fazendo um baita trabalho preventivo, que diminuiu muito o número de brigas. As autoridades mesmo reconhecem que a Independente hoje dá muito menos trabalho. Escreveu, não leu, a gente expulsa lá dentro. Não tem como controlar tudo, mas nosso trabalho tem dado resultado. Com os 5% que vão em clássicos o espetáculo já estava ruim, agora vai ficar ainda pior. Se as torcidas acabarem, vão acabar por elas mesmas, por não terem lideranças. Não vai mudar nada para a Independente não ter mais ingresso do São Paulo. Nem sempre eles davam. A diretoria do clube ajuda uma vez ou outra, quando os ingressos são caros, nas novas arenas. Que se investigue, aliás, as arenas da Copa do Mundo. Queremos que investigue também". Presidente da Mancha Alvi Verde, Anderson Nigro, o "Nando": "É a falência do futebol. A falência do estado, a morte do futebol. A gente fez a reunião como sempre fazemos e informamos os locais onde estaríamos. Não havia nenhum policiamento. Mesmo punido, a gente avisou tudo que íamos fazer. Não tem santo em torcida organizada. Não tem, mesmo. A gente sabe disso. Mas essa medida não vai acabar com os problemas. Não tem motivo para punir organizações. Todas têm problemas. A polícia não consegue controlar todos os seus policiais. Com a gente, a mesma coisa". Onde foram as brigas
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Polícia combate princípio de incêndio em área de manancial invadida em SP
A Polícia Militar Ambiental combateu um princípio de incêndio na noite desta segunda-feira (27) na região do Parque dos Búfalos, no Jardim Apurá, área de manancial na zona sul de São Paulo, região de conflito entre ambientalistas e invasores do terreno. A prefeitura prevê a construção de um parque com ciclovia e equipamentos como posto de saúde e escolas, além de um conjunto habitacional por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, a administração do prefeito Fernando Haddad enfrenta a oposição de ambientalistas que defendem a preservação do local e querem um parque, e não a construção de moradias na região localizada às margens da represa Billings. Segundo informações da Polícia Ambiental, por volta de 50 manifestantes atearam fogo em galhos, mas o princípio de incêndio foi rapidamente controlado. Além disso, alguns manifestantes jogaram pedras em viaturas da polícia, que faz plantão no local para proteger o parque. Conforme a Folha mostrou na quinta-feira (23), há uma espécie de "invasão-fantasma" no local –não há barracos nem sem teto dormindo no local, mas faixas que demarcam lotes e invasores vigiando a área. Na semana passada, a polícia multou em R$ 12,3 mil o proprietário da área de 48 mil metros quadrados localizada na região do Parque dos Búfalos. A multa foi aplicada por causa do dano ambiental provocado pelos invasores, com retirada de vegetação. De acordo com informações do movimento em defesa do Parque dos Búfalos, pelo menos mil árvores de vários tamanhos foram derrubadas. "Não somos contra moradia, mas queremos moradia digna", diz Henny Freitas, da Rede Novos Parques SP. Segundo ela, o movimento já entregou à prefeitura seis propostas de áreas com infraestrutura e que podem ser usadas para construção de moradias. Moradores do entorno do parque contam que as fogueiras são constantes na região depois que os invasores começaram a cortar árvores. Eles afirmam também que é comum encontrar restos de comida, garrafas de refrigerante e latas de cerveja no local.
cotidiano
Polícia combate princípio de incêndio em área de manancial invadida em SPA Polícia Militar Ambiental combateu um princípio de incêndio na noite desta segunda-feira (27) na região do Parque dos Búfalos, no Jardim Apurá, área de manancial na zona sul de São Paulo, região de conflito entre ambientalistas e invasores do terreno. A prefeitura prevê a construção de um parque com ciclovia e equipamentos como posto de saúde e escolas, além de um conjunto habitacional por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, a administração do prefeito Fernando Haddad enfrenta a oposição de ambientalistas que defendem a preservação do local e querem um parque, e não a construção de moradias na região localizada às margens da represa Billings. Segundo informações da Polícia Ambiental, por volta de 50 manifestantes atearam fogo em galhos, mas o princípio de incêndio foi rapidamente controlado. Além disso, alguns manifestantes jogaram pedras em viaturas da polícia, que faz plantão no local para proteger o parque. Conforme a Folha mostrou na quinta-feira (23), há uma espécie de "invasão-fantasma" no local –não há barracos nem sem teto dormindo no local, mas faixas que demarcam lotes e invasores vigiando a área. Na semana passada, a polícia multou em R$ 12,3 mil o proprietário da área de 48 mil metros quadrados localizada na região do Parque dos Búfalos. A multa foi aplicada por causa do dano ambiental provocado pelos invasores, com retirada de vegetação. De acordo com informações do movimento em defesa do Parque dos Búfalos, pelo menos mil árvores de vários tamanhos foram derrubadas. "Não somos contra moradia, mas queremos moradia digna", diz Henny Freitas, da Rede Novos Parques SP. Segundo ela, o movimento já entregou à prefeitura seis propostas de áreas com infraestrutura e que podem ser usadas para construção de moradias. Moradores do entorno do parque contam que as fogueiras são constantes na região depois que os invasores começaram a cortar árvores. Eles afirmam também que é comum encontrar restos de comida, garrafas de refrigerante e latas de cerveja no local.
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Guardiola nega ter pedido queda de médico que usava sangue de carneiro
O técnico do Bayern de Munique, Pep Guardiola, negou ter sido o responsável pela demissão do médico Hans-Wilhelm Müller-Wohlfahrt, 72. O profissional, que trabalhava no clube desde 1977, anunciou sua saída do time alemão após a derrota por 3 a 1 para o Porto, na quarta-feira (15), pelas quartas de final da Liga dos Campeões, alegando "quebra na relação de confiança". Um vídeo da partida mostra Guardiola irritado do lado de fora do banco de reservas e aplaudindo na direção do médico. Vídeo de Guardiola A irritação do treinador catalão estaria ligada aos excessos de problemas físicos enfrentados pelo Bayern. Pelo menos quatro jogadores importantes da equipe alemã (Alaba, Schweinsteiger, Ribéy e Robben) não puderam enfrentar o Porto devido a contusões. "[As palmas] Foram a minha reação de desilusão. Não teve nada a ver com o médico. A responsabilidade da derrota no Porto é minha. Esses jogadores são os meus heróis. Nas últimas semanas e meses, apesar das lesões, jogaram cada minuto e ainda aqui estão. Em dois anos, tivemos 30 cirurgias de jogadores, mas ainda ganhamos a Liga e a Copa", disse Guardiola. Müller-Wohlfahrt, uma lenda dentro da medicina esportiva, é famoso pelo uso de homeopatia e substâncias naturais, cujas propriedades medicinais não são comprovadas pela ciência, como injeções de mel, crista de galo e remédios à base de sangue de carneiro. Além dos jogadores do Bayern, ele é também queridinho das estrelas do atletismo. Usain Bolt, Maurice Greene e Paula Radcliffe são alguns dos que passaram por seus tratamentos para acelerar a recuperação de lesões.
esporte
Guardiola nega ter pedido queda de médico que usava sangue de carneiroO técnico do Bayern de Munique, Pep Guardiola, negou ter sido o responsável pela demissão do médico Hans-Wilhelm Müller-Wohlfahrt, 72. O profissional, que trabalhava no clube desde 1977, anunciou sua saída do time alemão após a derrota por 3 a 1 para o Porto, na quarta-feira (15), pelas quartas de final da Liga dos Campeões, alegando "quebra na relação de confiança". Um vídeo da partida mostra Guardiola irritado do lado de fora do banco de reservas e aplaudindo na direção do médico. Vídeo de Guardiola A irritação do treinador catalão estaria ligada aos excessos de problemas físicos enfrentados pelo Bayern. Pelo menos quatro jogadores importantes da equipe alemã (Alaba, Schweinsteiger, Ribéy e Robben) não puderam enfrentar o Porto devido a contusões. "[As palmas] Foram a minha reação de desilusão. Não teve nada a ver com o médico. A responsabilidade da derrota no Porto é minha. Esses jogadores são os meus heróis. Nas últimas semanas e meses, apesar das lesões, jogaram cada minuto e ainda aqui estão. Em dois anos, tivemos 30 cirurgias de jogadores, mas ainda ganhamos a Liga e a Copa", disse Guardiola. Müller-Wohlfahrt, uma lenda dentro da medicina esportiva, é famoso pelo uso de homeopatia e substâncias naturais, cujas propriedades medicinais não são comprovadas pela ciência, como injeções de mel, crista de galo e remédios à base de sangue de carneiro. Além dos jogadores do Bayern, ele é também queridinho das estrelas do atletismo. Usain Bolt, Maurice Greene e Paula Radcliffe são alguns dos que passaram por seus tratamentos para acelerar a recuperação de lesões.
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Como outros originais, musical sobre HIV se perde pelo caminho
LEMBRO TODO DIA DE VOCÊ (regular) QUANDO sex., sáb. e seg., às 20h; dom., às 19h; até 26/6 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 20 (16 anos) De Miguel Falabella a Möeller & Botelho, a busca de um musical nacional de fato, com composições originais, como aqueles de Chico Buarque ou Chiquinha Gonzaga, é um sonho recorrente. E frustrante, a cada nova tentativa. Não é diferente agora, com "Lembro Todo Dia de Você", da dupla Zé Henrique de Paula & Fernanda Maia, com Rafa Miranda. Algumas canções emocionam, mas a coesão de música, letras e história, que é a origem do musical contemporâneo, não acontece. O problema desta vez é que a trama não se desenrola pela música. São os diálogos que tocam o enredo. Diálogos não são o forte de Maia, que escreveu o texto, o chamado libreto, com a colaboração de Zé Henrique de Paula e Herbert Bianchi, a partir dos depoimentos de cinco rapazes com HIV. Maia responde, neste espetáculo, por texto, letras, direção musical e execução, como pianista. O que ela faz comprovadamente melhor, como se viu em "Urinal" e no recente "Senhor das Moscas", está na música. A limitação no roteiro se evidencia no final, com a cena de um julgamento. É uma sessão de terapia, um longo e estático quadro comandado por um analista, quase todo em diálogos, no qual a música tem função ilustrativa. Até então, com altos e baixos e apesar do figurino em maçantes tons de cinza, o musical acontecia. Melhor seria se tivesse prosseguido assim e tornado a cena final uma apoteose. Talvez devido à inexperiência em dramaturgia, acaba por retratar a Aids, hoje, com um enviesamento sentimental, piedoso -exigindo o mesmo do público. Contrasta com a produção teatral no momento de maior terror da doença, há mais de duas décadas, quando "Angels in America" e o musical "Rent", por exemplo, mesclavam excessos de tragédia e comédia. Além do texto, também as atuações vão por uma trilha melodramática. Embora seja um intérprete perfeito para o protagonista Thiago, tanto física como emocionalmente, Davi Tápias se perde -e ao público- quando é levado a chorar por uma meia hora. "Lembro Todo Dia" tem parentesco com "Company", musical histórico sobre um jovem e suas relações com o mundo. Mas aquele, a partir das canções, ergue papéis com contornos definidos. No brasileiro, ao contrário, os namorados de Thiago surgem como tipos que se definem em conversas rápidas. Não faltam qualidades esparsas, a começar pela cenografia engenhosa como sempre, desta vez unindo projeção de texto a uma parede vazada para a orquestra. Também as interpretações, dos namorados à mãe, têm boas passagens, ainda que fugidias. Os momentos mais consistentes de luz, neste espetáculo cinzento, acontecem quando entra em cena a atriz que faz a melhor amiga de Thiago, Bruna Guerin.
ilustrada
Como outros originais, musical sobre HIV se perde pelo caminhoLEMBRO TODO DIA DE VOCÊ (regular) QUANDO sex., sáb. e seg., às 20h; dom., às 19h; até 26/6 ONDE Centro Cultural Banco do Brasil, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 20 (16 anos) De Miguel Falabella a Möeller & Botelho, a busca de um musical nacional de fato, com composições originais, como aqueles de Chico Buarque ou Chiquinha Gonzaga, é um sonho recorrente. E frustrante, a cada nova tentativa. Não é diferente agora, com "Lembro Todo Dia de Você", da dupla Zé Henrique de Paula & Fernanda Maia, com Rafa Miranda. Algumas canções emocionam, mas a coesão de música, letras e história, que é a origem do musical contemporâneo, não acontece. O problema desta vez é que a trama não se desenrola pela música. São os diálogos que tocam o enredo. Diálogos não são o forte de Maia, que escreveu o texto, o chamado libreto, com a colaboração de Zé Henrique de Paula e Herbert Bianchi, a partir dos depoimentos de cinco rapazes com HIV. Maia responde, neste espetáculo, por texto, letras, direção musical e execução, como pianista. O que ela faz comprovadamente melhor, como se viu em "Urinal" e no recente "Senhor das Moscas", está na música. A limitação no roteiro se evidencia no final, com a cena de um julgamento. É uma sessão de terapia, um longo e estático quadro comandado por um analista, quase todo em diálogos, no qual a música tem função ilustrativa. Até então, com altos e baixos e apesar do figurino em maçantes tons de cinza, o musical acontecia. Melhor seria se tivesse prosseguido assim e tornado a cena final uma apoteose. Talvez devido à inexperiência em dramaturgia, acaba por retratar a Aids, hoje, com um enviesamento sentimental, piedoso -exigindo o mesmo do público. Contrasta com a produção teatral no momento de maior terror da doença, há mais de duas décadas, quando "Angels in America" e o musical "Rent", por exemplo, mesclavam excessos de tragédia e comédia. Além do texto, também as atuações vão por uma trilha melodramática. Embora seja um intérprete perfeito para o protagonista Thiago, tanto física como emocionalmente, Davi Tápias se perde -e ao público- quando é levado a chorar por uma meia hora. "Lembro Todo Dia" tem parentesco com "Company", musical histórico sobre um jovem e suas relações com o mundo. Mas aquele, a partir das canções, ergue papéis com contornos definidos. No brasileiro, ao contrário, os namorados de Thiago surgem como tipos que se definem em conversas rápidas. Não faltam qualidades esparsas, a começar pela cenografia engenhosa como sempre, desta vez unindo projeção de texto a uma parede vazada para a orquestra. Também as interpretações, dos namorados à mãe, têm boas passagens, ainda que fugidias. Os momentos mais consistentes de luz, neste espetáculo cinzento, acontecem quando entra em cena a atriz que faz a melhor amiga de Thiago, Bruna Guerin.
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CPI do Carf deve terminar sem votar relatório final
O relatório final da CPI do Carf foi protocolado nesta quarta-feira (10) pelo relator João Carlos Bacelar (PR-BA) mas, com o prazo de encerramento previsto para a quinta (11), nem deve ter tempo hábil para ser votado. O Carf é um órgão recursal de autuações da Receita Federal. Está no alvo de investigações de corrupção na Operação Zelotes. Bacelar adiou a apresentação do relatório nesta semana para pressionar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a prorrogar o funcionamento da comissão, o que não ocorreu. Agora, a cúpula da CPI pediu a Maia apenas uma prorrogação para votar o relatório final. Se o prazo não for concedido, porém, a comissão terminará sem nem propor indiciamentos. Em seu relatório, Bacelar sugere o indiciamento de executivos do grupo Gerdau, dentre eles André Gerdau, investigados na Operação Zelotes sob suspeita de pagar propina para obter julgamentos favoráveis no Carf, mas blinda outras empresas na mira dos investigadores, como o Bradesco, cujo presidente Luiz Trabuco já virou réu na Justiça Federal. As defesas dos empresários do Gerdau e do Bradesco afirmam que nunca houve pagamento de propina para obter vantagens no Carf. Bacelar também apontou problemas no funcionamento do conselho, como da escolha dos conselheiros e falta de transparência, e faz recomendações de mudanças para coibir as irregularidades identificadas na Zelotes. O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), já apresentou um voto em separado ao relatório de Bacelar, no qual pede a extinção do Carf e aponta que houve "clara blindagem" dos empresários na CPI. Instalada em março, a CPI do Carf pouco avançou, tendo esbarrado em um acordão do governo e da oposição que inviabilizou as votações polêmicas. Os grandes empresários não foram levados para prestar depoimento e a investigação parlamentar não avançou além do que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já haviam produzido.
poder
CPI do Carf deve terminar sem votar relatório finalO relatório final da CPI do Carf foi protocolado nesta quarta-feira (10) pelo relator João Carlos Bacelar (PR-BA) mas, com o prazo de encerramento previsto para a quinta (11), nem deve ter tempo hábil para ser votado. O Carf é um órgão recursal de autuações da Receita Federal. Está no alvo de investigações de corrupção na Operação Zelotes. Bacelar adiou a apresentação do relatório nesta semana para pressionar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a prorrogar o funcionamento da comissão, o que não ocorreu. Agora, a cúpula da CPI pediu a Maia apenas uma prorrogação para votar o relatório final. Se o prazo não for concedido, porém, a comissão terminará sem nem propor indiciamentos. Em seu relatório, Bacelar sugere o indiciamento de executivos do grupo Gerdau, dentre eles André Gerdau, investigados na Operação Zelotes sob suspeita de pagar propina para obter julgamentos favoráveis no Carf, mas blinda outras empresas na mira dos investigadores, como o Bradesco, cujo presidente Luiz Trabuco já virou réu na Justiça Federal. As defesas dos empresários do Gerdau e do Bradesco afirmam que nunca houve pagamento de propina para obter vantagens no Carf. Bacelar também apontou problemas no funcionamento do conselho, como da escolha dos conselheiros e falta de transparência, e faz recomendações de mudanças para coibir as irregularidades identificadas na Zelotes. O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), já apresentou um voto em separado ao relatório de Bacelar, no qual pede a extinção do Carf e aponta que houve "clara blindagem" dos empresários na CPI. Instalada em março, a CPI do Carf pouco avançou, tendo esbarrado em um acordão do governo e da oposição que inviabilizou as votações polêmicas. Os grandes empresários não foram levados para prestar depoimento e a investigação parlamentar não avançou além do que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já haviam produzido.
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Ôôôô.... Bock
Muito antes de o Brasil se abrir para o mercado de cervejas especiais, havia pelo menos um estilo que todos conheciam por aqui há mais de duas décadas: o bock, cortesia da Kaiser. Era só chegar esse friozinho do inverno, como agora, e começava a propaganda na TV com o indefectível "Ôôôô, Kaiser Bock" cantado em coro. O pior (na verdade, melhor) é que a cerveja era realmente boa, mesmo sendo feita em larga escala. O pior (pior mesmo) é que a opção está fora dos mercados desde o ano passado. Apesar de serem lagers encorpadas e com teor alcoólico mais elevado, as bock têm como característica serem um pouco adocicadas e suaves. Aqui quem manda não é lúpulo, como nas índia pale ale, mas sim o malte, que confere às cervejas uma tonalidade avermelhada ou acastanhada. Nas lojas especializadas não é difícil encontrar variações da bock, como a doppelbock (uma espécie de "bock em dobro", mais forte e escura), a weizenbock (com trigo na fórmula), a helles bock (uma bock clara) ou a eisbock (feita a partir da doppelbock congelada e com teor alcoólico próximo dos 14%). E, sempre é bom avisar, cuidado para não confundir a bock com o rótulo português Super Bock, cerveja popular na "terrinha" com opções lager, stout, green (com limão) e até uma com groselha... Mas nenhuma bock. Pode até ser que um dia a Heineken, dona da marca, resolva trazer o rótulo de volta. Enquanto isso não acontece, os órfãos da Kaiser Bock podem se refestelar com outras sugestões do gênero –algumas brasileiras inclusive com preço bem acessível para o mercado "premium". GLOSSÁRIO Bock Cervejas de baixa fermentação originárias de Einbeck, na região da Baviera (Alemanha), com forte presença de malte e amargor mais sutil DUELO DE TITÃS Como parte da programação da Brasil Brau (que inclui o Degusta Beer), uma degustação colocará frente a frente vários rótulos das cervejarias BrewDog (Escócia) e Brooklyn (EUA). O evento, no BrewDog Bar (r. Coropés, 41, Pinheiros), acontecerá nesta quarta (15). Há apenas 12 vagas e o valor é de R$ 150 (brasilbrau.com.br ). EISENBAHN WEIZENBOCK Fácil de encontrar em mercados, mistura trigo e maltes torrados. A coloração é vermelha e tem aparência turva. Aroma de especiarias TEOR ALCOÓLICO 8% QUANTO R$ 6,29 (355 ml) ONDE Extra; extra.com.br SCHORNSTEIN BOCK A boa cervejaria catarinense tem esta bock de espuma cremosa e persistente e sabor suave, adocicado no final TEOR ALCOÓLICO 7,0% QUANTO R$ 22,50 (500 ml) ONDE Ciao Vino & Birra tel. (11) 2306-3541
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Ôôôô.... BockMuito antes de o Brasil se abrir para o mercado de cervejas especiais, havia pelo menos um estilo que todos conheciam por aqui há mais de duas décadas: o bock, cortesia da Kaiser. Era só chegar esse friozinho do inverno, como agora, e começava a propaganda na TV com o indefectível "Ôôôô, Kaiser Bock" cantado em coro. O pior (na verdade, melhor) é que a cerveja era realmente boa, mesmo sendo feita em larga escala. O pior (pior mesmo) é que a opção está fora dos mercados desde o ano passado. Apesar de serem lagers encorpadas e com teor alcoólico mais elevado, as bock têm como característica serem um pouco adocicadas e suaves. Aqui quem manda não é lúpulo, como nas índia pale ale, mas sim o malte, que confere às cervejas uma tonalidade avermelhada ou acastanhada. Nas lojas especializadas não é difícil encontrar variações da bock, como a doppelbock (uma espécie de "bock em dobro", mais forte e escura), a weizenbock (com trigo na fórmula), a helles bock (uma bock clara) ou a eisbock (feita a partir da doppelbock congelada e com teor alcoólico próximo dos 14%). E, sempre é bom avisar, cuidado para não confundir a bock com o rótulo português Super Bock, cerveja popular na "terrinha" com opções lager, stout, green (com limão) e até uma com groselha... Mas nenhuma bock. Pode até ser que um dia a Heineken, dona da marca, resolva trazer o rótulo de volta. Enquanto isso não acontece, os órfãos da Kaiser Bock podem se refestelar com outras sugestões do gênero –algumas brasileiras inclusive com preço bem acessível para o mercado "premium". GLOSSÁRIO Bock Cervejas de baixa fermentação originárias de Einbeck, na região da Baviera (Alemanha), com forte presença de malte e amargor mais sutil DUELO DE TITÃS Como parte da programação da Brasil Brau (que inclui o Degusta Beer), uma degustação colocará frente a frente vários rótulos das cervejarias BrewDog (Escócia) e Brooklyn (EUA). O evento, no BrewDog Bar (r. Coropés, 41, Pinheiros), acontecerá nesta quarta (15). Há apenas 12 vagas e o valor é de R$ 150 (brasilbrau.com.br ). EISENBAHN WEIZENBOCK Fácil de encontrar em mercados, mistura trigo e maltes torrados. A coloração é vermelha e tem aparência turva. Aroma de especiarias TEOR ALCOÓLICO 8% QUANTO R$ 6,29 (355 ml) ONDE Extra; extra.com.br SCHORNSTEIN BOCK A boa cervejaria catarinense tem esta bock de espuma cremosa e persistente e sabor suave, adocicado no final TEOR ALCOÓLICO 7,0% QUANTO R$ 22,50 (500 ml) ONDE Ciao Vino & Birra tel. (11) 2306-3541
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Neymar se irrita com pergunta sobre comprometimento; veja vídeo
Fora da seleção principal por cinco partidas nos últimos treze meses por causa de suspensões, o atacante Neymar se irritou nesta terça (26) ao ser questionado sobre falta de comprometimento com o time. Contrariado com a pergunta, que chamou de "maldosa", fez questão de dizer que tem que ser cobrado pelos resultados dentro do campo. "Não sou um cara perfeito. Também gosto de sair, de me divertir com meus amigos, tenho família, amigos. Por que não posso sair, ir para a balada? Posso sim e eu vou. Independentemente de qualquer coisa, se tenho consciência do meu dever no dia seguinte, não vejo problema nenhum", afirmou o jogador do Barcelona. Neymar disse que vai continuar errando, mas que tenta sempre fazer o melhor. Leia a reportagem completa aqui.
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Neymar se irrita com pergunta sobre comprometimento; veja vídeoFora da seleção principal por cinco partidas nos últimos treze meses por causa de suspensões, o atacante Neymar se irritou nesta terça (26) ao ser questionado sobre falta de comprometimento com o time. Contrariado com a pergunta, que chamou de "maldosa", fez questão de dizer que tem que ser cobrado pelos resultados dentro do campo. "Não sou um cara perfeito. Também gosto de sair, de me divertir com meus amigos, tenho família, amigos. Por que não posso sair, ir para a balada? Posso sim e eu vou. Independentemente de qualquer coisa, se tenho consciência do meu dever no dia seguinte, não vejo problema nenhum", afirmou o jogador do Barcelona. Neymar disse que vai continuar errando, mas que tenta sempre fazer o melhor. Leia a reportagem completa aqui.
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Seleção feminina de basquete vence e vai à semifinal da Copa América
A seleção brasileira feminina de basquete continua com 100% de aproveitamento na Copa América do Canadá. Na madrugada desta quinta-feira (13), a equipe comandada pelo técnico Luiz Augusto Zanon venceu Ilhas Virgens por 72 a 58, pela quarta rodada do Grupo B, e garantiu com antecipação a vaga nas semifinais da competição. Com o resultado, o time brasileiro soma seis pontos —mesma pontuação da Argentina. As duas equipes se enfrentam nesta quinta-feira, às 23h45 (horário de Brasília), em jogo que vale a liderança da chave. O torneio distribui uma vaga para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. A seleção, porém, entrou na competição com a classificação assegurada para o megaevento. A vaga foi confirmada no último domingo (9) pela Fiba (Federação Internacional de Basquete). No confronto contra Ilhas Virgens, a principal pontuadora da seleção brasileira foi Nádia Colhado, que marcou 15 pontos. Ela ainda contribuiu com nove rebotes e uma assistência. Antes da vitória sobre Ilhas Virgens, o time brasileiro já havia vencido a Venezuela e o Equador Na última edição do Torneio Pré-Olímpico das Américas, disputado na cidade colombiana de Neiva, em 2011, o Brasil conquistou a vaga para a Olimpíada de Londres (2012) ao vencer na final a Argentina por 74 a 33.
esporte
Seleção feminina de basquete vence e vai à semifinal da Copa AméricaA seleção brasileira feminina de basquete continua com 100% de aproveitamento na Copa América do Canadá. Na madrugada desta quinta-feira (13), a equipe comandada pelo técnico Luiz Augusto Zanon venceu Ilhas Virgens por 72 a 58, pela quarta rodada do Grupo B, e garantiu com antecipação a vaga nas semifinais da competição. Com o resultado, o time brasileiro soma seis pontos —mesma pontuação da Argentina. As duas equipes se enfrentam nesta quinta-feira, às 23h45 (horário de Brasília), em jogo que vale a liderança da chave. O torneio distribui uma vaga para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. A seleção, porém, entrou na competição com a classificação assegurada para o megaevento. A vaga foi confirmada no último domingo (9) pela Fiba (Federação Internacional de Basquete). No confronto contra Ilhas Virgens, a principal pontuadora da seleção brasileira foi Nádia Colhado, que marcou 15 pontos. Ela ainda contribuiu com nove rebotes e uma assistência. Antes da vitória sobre Ilhas Virgens, o time brasileiro já havia vencido a Venezuela e o Equador Na última edição do Torneio Pré-Olímpico das Américas, disputado na cidade colombiana de Neiva, em 2011, o Brasil conquistou a vaga para a Olimpíada de Londres (2012) ao vencer na final a Argentina por 74 a 33.
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Esperava sair do primeiro dia com 2 a 0, diz Bellucci após derrota na Davis
Thomaz Bellucci não teve o desempenho que esperava em seu primeiro jogo no confronto entre Brasil e Argentina, pela primeira rodada do Grupo Mundial da Copa Davis, em Buenos Aires. Dominado durante toda a partida, perdeu por 3 sets a 1 para Leonardo Mayer (6/4, 6/2, 1/6, 6/3), ponto que consolidou o empate em 1 a 1 no duelo ao final desta sexta-feira. Ele não escondeu a frustração com o resultado. "Eu esperava que saíssemos ganhando este primeiro dia por 2 a 0", reconheceu. "Mas foi um dia interessante. O Feijão jogou muito bem", complementou, em alusão à vitória de João Souza sobre Carlos Berlocq na primeira partida, por 3 sets a 2. Capitão brasileiro na Davis e técnico de Bellucci, João Zwetsch acredita que o pupilo demorou para encontrar o ritmo ideal. "Ele melhorou no final do segundo set, venceu o terceiro e estava bem no quarto. O Thomaz não teve o melhor dos desempenhos", contou. "A tendência deste confronto é o equilíbrio. Foi um grande dia de tênis, com jogos muito disputados e muito comprometimento." Neste sábado, a partir das 13h, ocorre a partida de duplas, entre Marcelo Melo e Bruno Soares e, em princípio, Diego Schwartzman e Federico Delbonis. É bem provável, porém, que o capitão argentino, Daniel Orsanic, mude a escalação.
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Esperava sair do primeiro dia com 2 a 0, diz Bellucci após derrota na DavisThomaz Bellucci não teve o desempenho que esperava em seu primeiro jogo no confronto entre Brasil e Argentina, pela primeira rodada do Grupo Mundial da Copa Davis, em Buenos Aires. Dominado durante toda a partida, perdeu por 3 sets a 1 para Leonardo Mayer (6/4, 6/2, 1/6, 6/3), ponto que consolidou o empate em 1 a 1 no duelo ao final desta sexta-feira. Ele não escondeu a frustração com o resultado. "Eu esperava que saíssemos ganhando este primeiro dia por 2 a 0", reconheceu. "Mas foi um dia interessante. O Feijão jogou muito bem", complementou, em alusão à vitória de João Souza sobre Carlos Berlocq na primeira partida, por 3 sets a 2. Capitão brasileiro na Davis e técnico de Bellucci, João Zwetsch acredita que o pupilo demorou para encontrar o ritmo ideal. "Ele melhorou no final do segundo set, venceu o terceiro e estava bem no quarto. O Thomaz não teve o melhor dos desempenhos", contou. "A tendência deste confronto é o equilíbrio. Foi um grande dia de tênis, com jogos muito disputados e muito comprometimento." Neste sábado, a partir das 13h, ocorre a partida de duplas, entre Marcelo Melo e Bruno Soares e, em princípio, Diego Schwartzman e Federico Delbonis. É bem provável, porém, que o capitão argentino, Daniel Orsanic, mude a escalação.
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Motorista invade restaurante e foge deixando para trás mulher ferida
O motorista de um carro invadiu um restaurante fechado e fugiu do local do acidente deixando para trás uma mulher ferida em estado grave, no bairro Mauá, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo), na madrugada desta quinta-feira (27). Por volta da 0h30, o homem perdeu o controle da direção de um corsa hatch e invadiu o restaurante Sete Mares na estrada das Lágrimas. Com o impacto da batida, a porta de vidro do local ficou destruída e geladeiras, cadeiras e mesas foram arrastadas pelo veículo. Após o acidente, o motorista tentou fugir a pé deixando para trás uma mulher ferida dentro do carro. Uma equipe da Guarda Civil Municipal que passava pelo local se deparou com o acidente e foi avisada por funcionários do comércio que o motorista tinha fugido. Os guardas municipais fizeram buscas na região e prenderam o motorista, que tinha ferimentos leves, no cruzamento da estrada das Lágrimas com a avenida Guido Aliberti, no limite entre as cidades de São Caetano e São Bernardo do Campo. A mulher ferida gravemente foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao hospital estadual Mário Covas, em Santo André. Segundo a GCM, ela perdeu muito sangue e parte de massa encefálica. Segundo a GCM, o motorista estava nervoso e não conseguiu explicar o motivo de ter fugido do local do acidente. Ele será levado à delegacia sede de São Caetano do Sul.
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Motorista invade restaurante e foge deixando para trás mulher feridaO motorista de um carro invadiu um restaurante fechado e fugiu do local do acidente deixando para trás uma mulher ferida em estado grave, no bairro Mauá, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo), na madrugada desta quinta-feira (27). Por volta da 0h30, o homem perdeu o controle da direção de um corsa hatch e invadiu o restaurante Sete Mares na estrada das Lágrimas. Com o impacto da batida, a porta de vidro do local ficou destruída e geladeiras, cadeiras e mesas foram arrastadas pelo veículo. Após o acidente, o motorista tentou fugir a pé deixando para trás uma mulher ferida dentro do carro. Uma equipe da Guarda Civil Municipal que passava pelo local se deparou com o acidente e foi avisada por funcionários do comércio que o motorista tinha fugido. Os guardas municipais fizeram buscas na região e prenderam o motorista, que tinha ferimentos leves, no cruzamento da estrada das Lágrimas com a avenida Guido Aliberti, no limite entre as cidades de São Caetano e São Bernardo do Campo. A mulher ferida gravemente foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao hospital estadual Mário Covas, em Santo André. Segundo a GCM, ela perdeu muito sangue e parte de massa encefálica. Segundo a GCM, o motorista estava nervoso e não conseguiu explicar o motivo de ter fugido do local do acidente. Ele será levado à delegacia sede de São Caetano do Sul.
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Ministro da Educação foi reprovado para dar vaga a Mercadante, diz leitor
O retrato da educação no Brasil pode ser visto na reforma ministerial. Renato Janine Ribeiro, da Educação, foi reprovado para dar vaga a Aloizio Mercadante, da Casa Civil, que sofria bullying do PT e do PMDB (Dilma conversa com Mercadante, e ministro vai para a Educação). A diretora mudou Mercadante de turma para evitar novas rusgas com a base aliada. DANIEL CAMARGO (Curitiba, PR) * * A reforma ministerial de reforma não tem nada (Dilma afasta ministro do PT e aumenta a oferta ao PMDB). O que ocorre é uma redistribuição de cargos embasada na troca de favores. A conveniência política praticada pelos partidos para se manterem e ganharem mais poder torna inválido o nosso voto. FABIANO CAVALCANTI MUNDIM (Brasília, DF) * * A demissão arbitrária do ministro Arthur Chioro –e por que não dizer desrespeitosa, afinal foi demitido por telefone– mostra como este governo é promíscuo. É a prova cabal de que os interesses partidários são muito maiores do que os interesses da nação. A presidenta certamente colocará alguém cuja escolha não é baseada em critérios técnicos, mas nesses interesses espúrios que visam fortalecer um resto de poder e de credibilidade. RICARDO MENEGHINI RAMIRO DE LIMA (Guarulhos, SP) * * Como estão as lideranças dos movimentos pró-impeachment, que tanto aplaudiram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como abafaram possíveis manifestações contra o deputado? Nada como um dia após o outro: as máscaras caem e desnudam a realidade. O que poderia ser uma liderança de um possível processo de impeachment não era nada além de simples chantagem para obter mais ministérios. ALEXANDRE GONÇALVES (São Paulo, SP) * O setor elétrico reclama, de novo, da desorganização do governo, que lhe tem causado seguidos e vultosos prejuízos (Estatais culpam Dilma por perdas de usinas). Insiste em afirmar que, no período eleitoral, o governo deixou de tomar medidas necessárias ao equilíbrio financeiro dos contratos entre geradoras e distribuidoras, fato que teria gerado efeitos nefastos ao setor. O consumidor, que sempre é penalizado e obrigado a "pagar o pato", já está escaldado de repetidos erros do governo nesse setor e não se surpreenderá se acabar responsabilizado por mais esse desatino calculado em mais de R$ 20 bilhões. GILBERTO AMADO PEREIRA ALVES (Brasília, DF) * Hélio Bicudo disse se espantar com o enriquecimento súbito de Lula e família. Disse que grande parte da imprensa, assim como o PSDB e outros partidos, fazem corpo mole diante da questão do impeachment e acrescentou que o PT é composto de pessoas autoritárias. Por essas e outras, Bicudo, em parceria com a advogada Janaina Conceição Paschoal, entrou com pedido de impeachment. Eu e milhões de brasileiros apoiamos a iniciativa. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Apesar da coleção de denúncias na Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, segue incólume. Faz lembrar o mensalão do PSDB, que mesmo anterior ao do PT até hoje descansa em paz na Justiça de Minas Gerais. Nada como estar do lado "certo". EVALDO GÂNDARA BARCELLOS (Santa Rita do Passa Quatro, SP) * A crise no setor elétrico teve origem desde quando Dilma foi ministra de Minas e Energia no governo Lula, depois como chefe da Casa Civil e por fim no ano passado quando deixou de tomar medidas que fragilizam o segmento até hoje. As medidas dela foram de cunho eleitoral em 21014. Pagamos até hoje e quem sabe por muito tempo ainda. Depois dizem que não houve abuso de poder político-econômico. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ministro da Educação foi reprovado para dar vaga a Mercadante, diz leitorO retrato da educação no Brasil pode ser visto na reforma ministerial. Renato Janine Ribeiro, da Educação, foi reprovado para dar vaga a Aloizio Mercadante, da Casa Civil, que sofria bullying do PT e do PMDB (Dilma conversa com Mercadante, e ministro vai para a Educação). A diretora mudou Mercadante de turma para evitar novas rusgas com a base aliada. DANIEL CAMARGO (Curitiba, PR) * * A reforma ministerial de reforma não tem nada (Dilma afasta ministro do PT e aumenta a oferta ao PMDB). O que ocorre é uma redistribuição de cargos embasada na troca de favores. A conveniência política praticada pelos partidos para se manterem e ganharem mais poder torna inválido o nosso voto. FABIANO CAVALCANTI MUNDIM (Brasília, DF) * * A demissão arbitrária do ministro Arthur Chioro –e por que não dizer desrespeitosa, afinal foi demitido por telefone– mostra como este governo é promíscuo. É a prova cabal de que os interesses partidários são muito maiores do que os interesses da nação. A presidenta certamente colocará alguém cuja escolha não é baseada em critérios técnicos, mas nesses interesses espúrios que visam fortalecer um resto de poder e de credibilidade. RICARDO MENEGHINI RAMIRO DE LIMA (Guarulhos, SP) * * Como estão as lideranças dos movimentos pró-impeachment, que tanto aplaudiram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como abafaram possíveis manifestações contra o deputado? Nada como um dia após o outro: as máscaras caem e desnudam a realidade. O que poderia ser uma liderança de um possível processo de impeachment não era nada além de simples chantagem para obter mais ministérios. ALEXANDRE GONÇALVES (São Paulo, SP) * O setor elétrico reclama, de novo, da desorganização do governo, que lhe tem causado seguidos e vultosos prejuízos (Estatais culpam Dilma por perdas de usinas). Insiste em afirmar que, no período eleitoral, o governo deixou de tomar medidas necessárias ao equilíbrio financeiro dos contratos entre geradoras e distribuidoras, fato que teria gerado efeitos nefastos ao setor. O consumidor, que sempre é penalizado e obrigado a "pagar o pato", já está escaldado de repetidos erros do governo nesse setor e não se surpreenderá se acabar responsabilizado por mais esse desatino calculado em mais de R$ 20 bilhões. GILBERTO AMADO PEREIRA ALVES (Brasília, DF) * Hélio Bicudo disse se espantar com o enriquecimento súbito de Lula e família. Disse que grande parte da imprensa, assim como o PSDB e outros partidos, fazem corpo mole diante da questão do impeachment e acrescentou que o PT é composto de pessoas autoritárias. Por essas e outras, Bicudo, em parceria com a advogada Janaina Conceição Paschoal, entrou com pedido de impeachment. Eu e milhões de brasileiros apoiamos a iniciativa. JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP) * Apesar da coleção de denúncias na Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, segue incólume. Faz lembrar o mensalão do PSDB, que mesmo anterior ao do PT até hoje descansa em paz na Justiça de Minas Gerais. Nada como estar do lado "certo". EVALDO GÂNDARA BARCELLOS (Santa Rita do Passa Quatro, SP) * A crise no setor elétrico teve origem desde quando Dilma foi ministra de Minas e Energia no governo Lula, depois como chefe da Casa Civil e por fim no ano passado quando deixou de tomar medidas que fragilizam o segmento até hoje. As medidas dela foram de cunho eleitoral em 21014. Pagamos até hoje e quem sabe por muito tempo ainda. Depois dizem que não houve abuso de poder político-econômico. ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Anatomia do impeachment: o que dizem defesa, acusação e relator
Para entender o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em tramitação na Câmara dos Deputados, a Folha fez um levantamento do que diz a denúncia protocolada pelos advogados Miguel Reale Júnior, Janaina Paschoal e Hélio Bicudo, a defesa apresentada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e o parecer da comissão especial, formulado pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Veja abaixo: PEDALADAS FISCAIS EM 2014 Denúncia: A União realizou operações de crédito ilegais ao não repassar R$ 40 bilhões à Caixa, Banco do Brasil, BNDES e FGTS referentes a programas federais, fazendo os bancos pagarem com dinheiro próprio Defesa: Não se manifestou, porque pede que seja declarado juridicamente que o objeto do processo de impeachment seja limitado exclusivamente à apreciação apenas das condutas do atual mandato Parecer da comissão: Não tratou desses itens em seu voto final por serem do mandato anterior da presidente, mas abriu possibilidade de o Senado avaliar os mesmos atos no processo, se achar necessário PEDALADAS FISCAIS EM 2015 Denúncia: Documentos do Banco do Brasil indicam o não pagamento de R$ 3,5 bilhões do Plano Safra (programa agrícola) pelo Tesouro, o que prova que as pedaladas continuaram em 2015 Defesa: As pedaladas fiscais são, simplesmente, atrasos em pagamentos, e não configuram empréstimos. O Tribunal de Contas da União não se manifestou sobre possíveis pedaladas nesse caso Parecer da comissão: Os atos configuram, sim, empréstimos de bancos públicos ao governo, vedados pela lei. Não é necessário esperar uma decisão do TCU sobre o caso ABERTURA DE CRÉDITOS EM DECRETO Denúncia: A presidente editou decretos autorizando a abertura de créditos suplementares de R$ 96 bilhões, sendo R$ 2,5 bilhões baseados em receita nova. Esse gasto teria de ter passado pelo Congresso Defesa: A lei orçamentária de 2015 permite o uso de decretos para abertura de crédito. Isso decorre da compreensão, pelo Congresso, da necessidade de agilidade. Os atos tiveram o aval de técnicos de vários ministérios Parecer da comissão: A medida elevou gastos quando o governo já sabia que precisava cortar despesas para atingir a meta fiscal, o que a lei proíbe. Se os atos são assinados por Dilma, ela é a responsável por eles META FISCAL/DÍVIDA PÚBLICA Denúncia: A presidente deixou de contabilizar as pedaladas fiscais como dívida pública, o que gerou um superavit artificial ao longo do ano de 2015 Defesa: Um decreto de contingenciamento que limitava gastos públicos em R$ 8,5 bilhões foi editado, o que permitiria ao governo alcançar a meta fiscal Parecer da comissão: Apesar de classificados como irregulares, os atos não podem ser atribuídos à presidente e não foram aceitos como motivo para a abertura do processo de impeachment PETROLÃO E COMPRA DE PASADENA Denúncia: O doleiro Alberto Youssef disse que a presidente sabia do esquema de propinas na refinaria. O negócio, que gerou prejuízo de US$ 792 mi, foi feito quando Dilma presidia o conselho da Petrobras Defesa: A defesa não se manifestou, porque pede que seja afirmado juridicamente que o objeto do processo de impeachment seja limitado, exclusivamente, à apreciação apenas das condutas realizadas em 2015 (atual mandato) Parecer da comissão: Não tratou desses itens em seu voto final por serem relativos ao mandato anterior da presidente, mas abriu a possibilidade de o Senado avaliar os mesmos atos no processo, se achar necessário DENÚNCIAS CONTRA LULA Denúncia: Por ser "indissociável" de Lula, Dilma está vinculada às suspeitas que pairam sobre o ex-presidente, descobertas na Operação Lava Jato Defesa: A defesa não se manifestou, porque pede que seja afirmado juridicamente que o objeto do processo de impeachment seja limitado, exclusivamente, à apreciação apenas das condutas realizadas em 2015 (atual mandato) Parecer da comissão: Não tratou desses itens em seu voto final por serem do mandato anterior da presidente, mas abriu possibilidade de o Senado avaliar os mesmos atos no processo, se achar necessário
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Anatomia do impeachment: o que dizem defesa, acusação e relatorPara entender o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em tramitação na Câmara dos Deputados, a Folha fez um levantamento do que diz a denúncia protocolada pelos advogados Miguel Reale Júnior, Janaina Paschoal e Hélio Bicudo, a defesa apresentada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e o parecer da comissão especial, formulado pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Veja abaixo: PEDALADAS FISCAIS EM 2014 Denúncia: A União realizou operações de crédito ilegais ao não repassar R$ 40 bilhões à Caixa, Banco do Brasil, BNDES e FGTS referentes a programas federais, fazendo os bancos pagarem com dinheiro próprio Defesa: Não se manifestou, porque pede que seja declarado juridicamente que o objeto do processo de impeachment seja limitado exclusivamente à apreciação apenas das condutas do atual mandato Parecer da comissão: Não tratou desses itens em seu voto final por serem do mandato anterior da presidente, mas abriu possibilidade de o Senado avaliar os mesmos atos no processo, se achar necessário PEDALADAS FISCAIS EM 2015 Denúncia: Documentos do Banco do Brasil indicam o não pagamento de R$ 3,5 bilhões do Plano Safra (programa agrícola) pelo Tesouro, o que prova que as pedaladas continuaram em 2015 Defesa: As pedaladas fiscais são, simplesmente, atrasos em pagamentos, e não configuram empréstimos. O Tribunal de Contas da União não se manifestou sobre possíveis pedaladas nesse caso Parecer da comissão: Os atos configuram, sim, empréstimos de bancos públicos ao governo, vedados pela lei. Não é necessário esperar uma decisão do TCU sobre o caso ABERTURA DE CRÉDITOS EM DECRETO Denúncia: A presidente editou decretos autorizando a abertura de créditos suplementares de R$ 96 bilhões, sendo R$ 2,5 bilhões baseados em receita nova. Esse gasto teria de ter passado pelo Congresso Defesa: A lei orçamentária de 2015 permite o uso de decretos para abertura de crédito. Isso decorre da compreensão, pelo Congresso, da necessidade de agilidade. Os atos tiveram o aval de técnicos de vários ministérios Parecer da comissão: A medida elevou gastos quando o governo já sabia que precisava cortar despesas para atingir a meta fiscal, o que a lei proíbe. Se os atos são assinados por Dilma, ela é a responsável por eles META FISCAL/DÍVIDA PÚBLICA Denúncia: A presidente deixou de contabilizar as pedaladas fiscais como dívida pública, o que gerou um superavit artificial ao longo do ano de 2015 Defesa: Um decreto de contingenciamento que limitava gastos públicos em R$ 8,5 bilhões foi editado, o que permitiria ao governo alcançar a meta fiscal Parecer da comissão: Apesar de classificados como irregulares, os atos não podem ser atribuídos à presidente e não foram aceitos como motivo para a abertura do processo de impeachment PETROLÃO E COMPRA DE PASADENA Denúncia: O doleiro Alberto Youssef disse que a presidente sabia do esquema de propinas na refinaria. O negócio, que gerou prejuízo de US$ 792 mi, foi feito quando Dilma presidia o conselho da Petrobras Defesa: A defesa não se manifestou, porque pede que seja afirmado juridicamente que o objeto do processo de impeachment seja limitado, exclusivamente, à apreciação apenas das condutas realizadas em 2015 (atual mandato) Parecer da comissão: Não tratou desses itens em seu voto final por serem relativos ao mandato anterior da presidente, mas abriu a possibilidade de o Senado avaliar os mesmos atos no processo, se achar necessário DENÚNCIAS CONTRA LULA Denúncia: Por ser "indissociável" de Lula, Dilma está vinculada às suspeitas que pairam sobre o ex-presidente, descobertas na Operação Lava Jato Defesa: A defesa não se manifestou, porque pede que seja afirmado juridicamente que o objeto do processo de impeachment seja limitado, exclusivamente, à apreciação apenas das condutas realizadas em 2015 (atual mandato) Parecer da comissão: Não tratou desses itens em seu voto final por serem do mandato anterior da presidente, mas abriu possibilidade de o Senado avaliar os mesmos atos no processo, se achar necessário
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Mostra exibe quatro adaptações de Shakespeare para crianças; confira
MARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO A partir de 2/5, a mostra de repertório da Cia. Vagalum Tum Tum exibe quatro adaptações estreladas do inglês no teatro Viradalata; espetáculos ficam em cartaz até julho. Saiba mais sobre eles: Bruxas da Escócia Com linguagem circense e truques de mágica, o espetáculo adapta o clássico "Macbeth", de William Shakespeare. A peça conta a saga do valente general Macbeth, que é homenageado por vencer a guerra e proteger a Escócia. Na volta dessa batalha, ele encontra três bruxas que lançam uma profecia: será rei. A partir disso, torna-se o melhor amigo do monarca e, influenciado por sua mulher, inicia uma série de maldades para tomar o poder. Nesta versão bem-humorada, as mortes da tragédia viram uma brincadeira de catapultar os inimigos para o além. Informe-se sobre a peça * O Príncipe da Dinamarca A releitura de "Hamlet" é contada de forma inusitada: dois divertidos coveiros desenterram antigos personagens da obra, que se transformaram em engraçadas caveirinhas. Elas decidem, então, representar a saga do príncipe Hamlet, cujo pai -o rei da Dinamarca- morreu de forma misteriosa. Informe-se sobre a peça * O Bobo do Rei Neste espetáculo, a companhia adapta a obra "Rei Lear". Conta a história de um rei que, cansado de tanta responsabilidade, decide dividir seu lindo reino entre as três filhas -a partilha é feita de acordo com a declaração de amor que cada uma faz ao pai. As duas mais velhas usam as melhores palavras e causam ótima impressão. Mas Cordélia, a caçula, não capricha na manifestação e é renegada pelo monarca. Na montagem, os elementos trágicos originais são substituídos por encenações de palhaços. Informe-se sobre a peça * Othelito A peça é uma livre adaptação do clássico "Otelo". Com máscaras, mímica, piruetas e cambalhotas, os atores dão nova roupagem ao trágico romance do capitão mouro -sujeito medroso que vive cantando bravatas- com Desdêmona. Para ficar junto, o casal precisa enfrentar o preconceito do pai da moça, o senador Brabâncio. O tom humorístico escrachado, típico da "commedia dell'arte", marca presença nesta montagem que encerra o festival. Informe-se sobre a peça - OS ELEITOS Fabiana Futema, do blog 'Maternar', recomenda o espetáculo "Felpo Filva" A vida de Felpo Filva, um coelho escritor solitário, se transforma a partir da troca de cartas com uma fã, a coelhinha Charlô, que sugere finais felizes para seus poemas tristes. No início irritado com tanta bisbilhotice, ele acaba dando um novo rumo para sua vida. A peça permite que as crianças brinquem com as falas de Felpo. Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 98 lugares. Dom.: 15h e 17h. Até 31/5. Ingr.: R$ 5 a R$ 17 (grátis p/ menores de 12 anos). Estac. (R$ 6 e R$ 8 p/ 3h). * Mônica Rodrigues da Costa, editora de livros da Publifolhinha, indica a peça "2 por 4" O público se diverte com o enredo do grupo Esparrama, uma aula de conceitos musicais, como ritmo, timbre e altura, ministrada por dois palhaços e um quarteto de cordas. A dupla cômica rege os músicos, mas interrompe as peças de Mozart e Vivaldi com números típicos do picadeiro. Teatro Alfa. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 31/5. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 15 (menores de 12 anos) e R$ 30 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. Valet (R$ 20). * Gabriela Romeu, jornalista especializada em crianças, sugere o livro "Por Fora Bela Viola" Da relação afetuosa entre avô e neto nasce essa obra, escrita e ilustrada por Mauricio Negro. Com a verve da oralidade, o autor traz anedotas de humor insólito e fábulas da tradição italiana marcadas por divertidas expressões ítalo-paulistanas. Saboroso para ler em voz alta. Autor e ilustrador: Mauricio Negro. Editora: Edições SM (2015, 32 págs., R$ 40)
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Mostra exibe quatro adaptações de Shakespeare para crianças; confiraMARIANA AGUNZI DE SÃO PAULO A partir de 2/5, a mostra de repertório da Cia. Vagalum Tum Tum exibe quatro adaptações estreladas do inglês no teatro Viradalata; espetáculos ficam em cartaz até julho. Saiba mais sobre eles: Bruxas da Escócia Com linguagem circense e truques de mágica, o espetáculo adapta o clássico "Macbeth", de William Shakespeare. A peça conta a saga do valente general Macbeth, que é homenageado por vencer a guerra e proteger a Escócia. Na volta dessa batalha, ele encontra três bruxas que lançam uma profecia: será rei. A partir disso, torna-se o melhor amigo do monarca e, influenciado por sua mulher, inicia uma série de maldades para tomar o poder. Nesta versão bem-humorada, as mortes da tragédia viram uma brincadeira de catapultar os inimigos para o além. Informe-se sobre a peça * O Príncipe da Dinamarca A releitura de "Hamlet" é contada de forma inusitada: dois divertidos coveiros desenterram antigos personagens da obra, que se transformaram em engraçadas caveirinhas. Elas decidem, então, representar a saga do príncipe Hamlet, cujo pai -o rei da Dinamarca- morreu de forma misteriosa. Informe-se sobre a peça * O Bobo do Rei Neste espetáculo, a companhia adapta a obra "Rei Lear". Conta a história de um rei que, cansado de tanta responsabilidade, decide dividir seu lindo reino entre as três filhas -a partilha é feita de acordo com a declaração de amor que cada uma faz ao pai. As duas mais velhas usam as melhores palavras e causam ótima impressão. Mas Cordélia, a caçula, não capricha na manifestação e é renegada pelo monarca. Na montagem, os elementos trágicos originais são substituídos por encenações de palhaços. Informe-se sobre a peça * Othelito A peça é uma livre adaptação do clássico "Otelo". Com máscaras, mímica, piruetas e cambalhotas, os atores dão nova roupagem ao trágico romance do capitão mouro -sujeito medroso que vive cantando bravatas- com Desdêmona. Para ficar junto, o casal precisa enfrentar o preconceito do pai da moça, o senador Brabâncio. O tom humorístico escrachado, típico da "commedia dell'arte", marca presença nesta montagem que encerra o festival. Informe-se sobre a peça - OS ELEITOS Fabiana Futema, do blog 'Maternar', recomenda o espetáculo "Felpo Filva" A vida de Felpo Filva, um coelho escritor solitário, se transforma a partir da troca de cartas com uma fã, a coelhinha Charlô, que sugere finais felizes para seus poemas tristes. No início irritado com tanta bisbilhotice, ele acaba dando um novo rumo para sua vida. A peça permite que as crianças brinquem com as falas de Felpo. Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 98 lugares. Dom.: 15h e 17h. Até 31/5. Ingr.: R$ 5 a R$ 17 (grátis p/ menores de 12 anos). Estac. (R$ 6 e R$ 8 p/ 3h). * Mônica Rodrigues da Costa, editora de livros da Publifolhinha, indica a peça "2 por 4" O público se diverte com o enredo do grupo Esparrama, uma aula de conceitos musicais, como ritmo, timbre e altura, ministrada por dois palhaços e um quarteto de cordas. A dupla cômica rege os músicos, mas interrompe as peças de Mozart e Vivaldi com números típicos do picadeiro. Teatro Alfa. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, tel. 5693-4000. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 31/5. 50 min. Livre. Ingr.: R$ 15 (menores de 12 anos) e R$ 30 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. Valet (R$ 20). * Gabriela Romeu, jornalista especializada em crianças, sugere o livro "Por Fora Bela Viola" Da relação afetuosa entre avô e neto nasce essa obra, escrita e ilustrada por Mauricio Negro. Com a verve da oralidade, o autor traz anedotas de humor insólito e fábulas da tradição italiana marcadas por divertidas expressões ítalo-paulistanas. Saboroso para ler em voz alta. Autor e ilustrador: Mauricio Negro. Editora: Edições SM (2015, 32 págs., R$ 40)
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Sem clube desde 2014, zagueiro Lugano canta em karaokê
Sem clube desde 2014, quando deixou o West Bromwich, da Inglaterra, o zagueiro Diego Lugano, 34, aproveitou um dos seus momentos de folga para cantar num karaokê de Punta del Este, no Uruguai. O ex-jogador do São Paulo soltou a voz ao cantar a música "Porque yo en el amor soy un idiota", do cantor Chichi Peralta, ao lado da sua mulher. Uma pessoa presente no local filmou a cena. De acordo com o jornal "El Observador", Lugano estava numa discoteca de Punta del Este. O atleta busca uma equipe para jogar desde a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O Uruguai foi eliminado nas oitavas de final do Mundial ao perder para a Colômbia. Veja vídeo
esporte
Sem clube desde 2014, zagueiro Lugano canta em karaokêSem clube desde 2014, quando deixou o West Bromwich, da Inglaterra, o zagueiro Diego Lugano, 34, aproveitou um dos seus momentos de folga para cantar num karaokê de Punta del Este, no Uruguai. O ex-jogador do São Paulo soltou a voz ao cantar a música "Porque yo en el amor soy un idiota", do cantor Chichi Peralta, ao lado da sua mulher. Uma pessoa presente no local filmou a cena. De acordo com o jornal "El Observador", Lugano estava numa discoteca de Punta del Este. O atleta busca uma equipe para jogar desde a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O Uruguai foi eliminado nas oitavas de final do Mundial ao perder para a Colômbia. Veja vídeo
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Comissão do impeachment começa com debate sobre inclusão de delação
A primeira reunião de trabalho da comissão da Câmara que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi tomada pela discussão sobre a inclusão, feita pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da delação do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), no pedido. O presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), disse que a consideração da delação de Delcídio no pedido será decidida pelo relator, Jovair Arantes (PTB-GO). Durante a sessão foram apresentadas diversas questões de ordem, por deputados aliados do governo, pedindo a retirada das acusações de Delcídio do processo de impeachment. O primeiro vice-presidente da Comissão, Carlos Sampaio (PSDB-SP), defendeu, durante o debate na comissão do impeachment, que na opinião dele não caberia aditamento do depoimento do Delcídio ao pedido original. Outros integrantes da oposição foram na mesma linha com o argumento que isso daria munição para o governo questionar esse ponto na Justiça. Rosso disse que tentará decidir sobre as questões de ordem até esta quarta (23), quando a comissão se reúne novamente pela manhã. Ele, contudo, não descartou que elas sejam levadas ao plenário da Casa. "É nítido que os novos documentos não têm relação com o processo, têm outro objeto. Não servem como meio de prova dos fatos narrados na denúncia", disse Paulo Teixeira (PT-SP), um dos deputados que apresentaram questão de ordem. O petista disse que a inclusão de novos fatos na denúncia é passível de questionamento judicial e que a presidente deve saber exatamente do que está sendo acusada. "Não é possível que a todo momento se incluam novos fatos à denúncia que já se encontra na Comissão Especial", afirmou Teixeira. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também contestou, dizendo que o prazo da defesa, de dez sessões, não pode ser contado enquanto Arantes não definir se a delação fará parte do relatório. "Nova denúncia significa novo processo e nova comissão", afirmou. Rosso respondeu dizendo que todos os documentos anexados ao processo de impeachment foram publicados no "Diário Oficial da Câmara" no dia 18 de março, antes da primeira sessão do plenário que iniciou a contagem para a apresentação da defesa da presidente. Cunha nega que tenha feito um aditamento, afirmando apenas que juntou documentos por solicitação de um dos autores do pedido, a advogada Janaina Paschoal. A peça original do impeachment tinha como principal embasamento as supostas "pedaladas fiscais" do governo Dilma em 2014. O PT afirmou que, se a delação de Delcídio –que acusa Dilma e o ex-presidente Lula de participação no petrolão– fizer parte da análise da comissão, irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Cunha afirma que o PT está fazendo manobras para tentar atrasar o desfecho do processo. A presidente Dilma tem até dez sessões do plenário da Câmara para apresentar sua defesa. Nesta segunda foi realizada a segunda sessão. Antes da reunião, o relator havia afirmado a jornalistas que a delação de Delcídio será analisada na formulação do relatório. Depois do acirrado debate, ele afirmou que "vai ouvir toda a comissão". "Sozinho não vou tomar decisão. O meu relatório será sozinho, com toda a gama de assessores que temos na Casa. Mas vou fazer tudo em sintonia com a comissão", declarou. Tanto Rosso como Arantes se mostraram incomodados com a possibilidade de o governo recorrer à Justiça por causa das novas denúncias anexadas ao processo. "Não podemos deixar judicializar um processo que está em andamento", disse o relator, para "não perder todo o trabalho que já foi feito". PLANO DE TRABALHO Jovair Arantes apresentou o plano de trabalho para as próximas três semanas, com o depoimento, entre outros, dos autores do pedido de impeachment e de técnicos para falar das "pedaladas". Nesta semana, a proposta é que os membros da comissão se reúnam com a consultoria legislativa e de orçamento da Câmara, para esclarecer aspectos técnicos. Na próxima semana, seriam convocados os autores do processo de impeachment, o ex-petista Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, e o procurador junto ao TCU Júlio Marcelo de Oliveira. "Ao final teremos a manifestação da defesa", disse o relator. Segundo Arantes, nesta fase, serão feitas reuniões apenas para esclarecer aspectos específicos da denúncia, "de modo a subsidiar o entendimento e a formação do juízo político dos parlamentares da comissão". "Não haverá no curso dos trabalhos da comissão especial diligências ou oitivas voltadas à comprovação da veracidade dos fatos contidos na denúncia, porque o procedimento nesta fase é pré-processual", disse o relator, ressaltando que o papel da Câmara é de "apenas autorizar a instauração do processo no âmbito do Senado".
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Comissão do impeachment começa com debate sobre inclusão de delaçãoA primeira reunião de trabalho da comissão da Câmara que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi tomada pela discussão sobre a inclusão, feita pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da delação do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), no pedido. O presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), disse que a consideração da delação de Delcídio no pedido será decidida pelo relator, Jovair Arantes (PTB-GO). Durante a sessão foram apresentadas diversas questões de ordem, por deputados aliados do governo, pedindo a retirada das acusações de Delcídio do processo de impeachment. O primeiro vice-presidente da Comissão, Carlos Sampaio (PSDB-SP), defendeu, durante o debate na comissão do impeachment, que na opinião dele não caberia aditamento do depoimento do Delcídio ao pedido original. Outros integrantes da oposição foram na mesma linha com o argumento que isso daria munição para o governo questionar esse ponto na Justiça. Rosso disse que tentará decidir sobre as questões de ordem até esta quarta (23), quando a comissão se reúne novamente pela manhã. Ele, contudo, não descartou que elas sejam levadas ao plenário da Casa. "É nítido que os novos documentos não têm relação com o processo, têm outro objeto. Não servem como meio de prova dos fatos narrados na denúncia", disse Paulo Teixeira (PT-SP), um dos deputados que apresentaram questão de ordem. O petista disse que a inclusão de novos fatos na denúncia é passível de questionamento judicial e que a presidente deve saber exatamente do que está sendo acusada. "Não é possível que a todo momento se incluam novos fatos à denúncia que já se encontra na Comissão Especial", afirmou Teixeira. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também contestou, dizendo que o prazo da defesa, de dez sessões, não pode ser contado enquanto Arantes não definir se a delação fará parte do relatório. "Nova denúncia significa novo processo e nova comissão", afirmou. Rosso respondeu dizendo que todos os documentos anexados ao processo de impeachment foram publicados no "Diário Oficial da Câmara" no dia 18 de março, antes da primeira sessão do plenário que iniciou a contagem para a apresentação da defesa da presidente. Cunha nega que tenha feito um aditamento, afirmando apenas que juntou documentos por solicitação de um dos autores do pedido, a advogada Janaina Paschoal. A peça original do impeachment tinha como principal embasamento as supostas "pedaladas fiscais" do governo Dilma em 2014. O PT afirmou que, se a delação de Delcídio –que acusa Dilma e o ex-presidente Lula de participação no petrolão– fizer parte da análise da comissão, irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Cunha afirma que o PT está fazendo manobras para tentar atrasar o desfecho do processo. A presidente Dilma tem até dez sessões do plenário da Câmara para apresentar sua defesa. Nesta segunda foi realizada a segunda sessão. Antes da reunião, o relator havia afirmado a jornalistas que a delação de Delcídio será analisada na formulação do relatório. Depois do acirrado debate, ele afirmou que "vai ouvir toda a comissão". "Sozinho não vou tomar decisão. O meu relatório será sozinho, com toda a gama de assessores que temos na Casa. Mas vou fazer tudo em sintonia com a comissão", declarou. Tanto Rosso como Arantes se mostraram incomodados com a possibilidade de o governo recorrer à Justiça por causa das novas denúncias anexadas ao processo. "Não podemos deixar judicializar um processo que está em andamento", disse o relator, para "não perder todo o trabalho que já foi feito". PLANO DE TRABALHO Jovair Arantes apresentou o plano de trabalho para as próximas três semanas, com o depoimento, entre outros, dos autores do pedido de impeachment e de técnicos para falar das "pedaladas". Nesta semana, a proposta é que os membros da comissão se reúnam com a consultoria legislativa e de orçamento da Câmara, para esclarecer aspectos técnicos. Na próxima semana, seriam convocados os autores do processo de impeachment, o ex-petista Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, e o procurador junto ao TCU Júlio Marcelo de Oliveira. "Ao final teremos a manifestação da defesa", disse o relator. Segundo Arantes, nesta fase, serão feitas reuniões apenas para esclarecer aspectos específicos da denúncia, "de modo a subsidiar o entendimento e a formação do juízo político dos parlamentares da comissão". "Não haverá no curso dos trabalhos da comissão especial diligências ou oitivas voltadas à comprovação da veracidade dos fatos contidos na denúncia, porque o procedimento nesta fase é pré-processual", disse o relator, ressaltando que o papel da Câmara é de "apenas autorizar a instauração do processo no âmbito do Senado".
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Nome indicado pelo presidente é eleito novo primeiro-ministro da Ucrânia
O presidente do parlamento da Ucrânia, Volodymyr Groysman, foi eleito como o novo primeiro-ministro do país nesta quinta-feira (14), após a renúncia de Arseni Yatseniuk no domingo (10). Groysman, indicado ao cargo pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, foi eleito por 250 votos contra 57. "Eu vou mostrar a vocês o que liderar um país realmente significa", disse ele depois da votação. Ele tem sido uma figura conciliatória depois de a coalizão que governa o país ter se recusado a apoiar a ministra das finanças Natalie Jaresko, norte-americana de nascença e que tem sido elogiada pela sua postura reformista e pró-Ocidente. Segundo o jornal "Financial Times", Jaresko também era um dos nomes possíveis para o cargo. O ex-premiê Yatseniuk anunciou sua renúncia menos de dois meses após ter superado uma moção de censura que não conseguiu os votos necessários para afastá-lo, apesar de Poroshenko ter feito apelo à sua saída depois de uma série de escândalos de corrupção. Yatseniuk estava no cargo havia dois anos. Nos últimos meses ele foi alvo de críticas pelas insuficientes reformas colocadas e por suposta defesa dos interesses dos oligarcas no país.
mundo
Nome indicado pelo presidente é eleito novo primeiro-ministro da UcrâniaO presidente do parlamento da Ucrânia, Volodymyr Groysman, foi eleito como o novo primeiro-ministro do país nesta quinta-feira (14), após a renúncia de Arseni Yatseniuk no domingo (10). Groysman, indicado ao cargo pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, foi eleito por 250 votos contra 57. "Eu vou mostrar a vocês o que liderar um país realmente significa", disse ele depois da votação. Ele tem sido uma figura conciliatória depois de a coalizão que governa o país ter se recusado a apoiar a ministra das finanças Natalie Jaresko, norte-americana de nascença e que tem sido elogiada pela sua postura reformista e pró-Ocidente. Segundo o jornal "Financial Times", Jaresko também era um dos nomes possíveis para o cargo. O ex-premiê Yatseniuk anunciou sua renúncia menos de dois meses após ter superado uma moção de censura que não conseguiu os votos necessários para afastá-lo, apesar de Poroshenko ter feito apelo à sua saída depois de uma série de escândalos de corrupção. Yatseniuk estava no cargo havia dois anos. Nos últimos meses ele foi alvo de críticas pelas insuficientes reformas colocadas e por suposta defesa dos interesses dos oligarcas no país.
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Afetados, usuários do metrô de SP dizem que deveria 'parar tudo'
A paralisação de metrô e trem em São Paulo pegou usuários de surpresa na manhã desta quarta-feira (15) na estação Itaquera (zona leste). O motivo foi o fechamento do acesso à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na estação, uma das maiores da capital paulista. Na terça-feira (14), trabalhadores do sistema ferroviário haviam decidido manter o trabalho, ao contrário dos metroviários, que decidiram pela paralisação de 24 horas. O acesso à CPTM no local só foi liberado às 7h18. Segundo os movimentos que organizam o dia de paralisações, os atos são uma resposta à proposta de reforma da Previdência do governo do presidente Michel Temer (PMDB). Em Itaquera, a justificativa para o fechamento do acesso ao trem nas primeiras horas de funcionamento, dada por funcionários da companhia, é que haveria riscos à segurança com aglomerações geradas pelo fluxo trazido pela CPTM e não escoadas pelo metrô. A opção são as estações Dom Bosco, José Bonifácio ou Tatuapé –com micro-ônibus lotados fazendo o traslado de passageiros. Para a analista de sistemas Isabel Trajano, 47, que iria do Parque do Carmo à Paulista, apesar do prejuízo no transporte, "entendo o porquê da paralisação". "Não acho viável ter que contribuir 49 anos para poder me aposentar. Querem que eu apresente certidão de óbito para pleitear a aposentadoria?", ironizou. Para o conferente Erik Costa Santos, 24, que seguiria de Itaquera à Barra Funda, na zona oeste, "o trem parado cedo é que causou surpresa". "Porque se o governo quer tirar conquistas dos trabalhadores, sou a favor de que parem mesmo. Só acho então que tinha que parar tudo", opinou. Já a doméstica Silvana Moreno, 47, que seguiria de Cruz Sá para o Tatuapé, ambos na zona leste, o fechamento da CPTM, ainda que por algumas horas, foi "um transtorno e uma frustração". "Os micro-ônibus nos deixaram em Itaquera, sendo que a CPTM ainda estava fechada. Se é greve, é greve, não tem sentido um parar, o outro não, mas parar por um tempo e causar esse transtorno todo", disse. Para a dona de casa Vera Lúcia Santiago, 60, a paralisação do transporte impediu que fosse a uma consulta médica marcada havia seis meses com um cardiologista. Sem metrô, ela não conseguiu ir da Cidade Tiradentes, onde mora, para o agendamento no Incor, próximo à estação Clínicas. "Acho isso um absurdo. Operei em 2010, coloquei pontes de safena, e tinha essa consulta hoje. Para piorar, minha receita vence hoje e meu remédio está no fim", afirmou. Ela disse desconhecer tanto que nesta quarta haveria paralisações quanto a razão delas.
cotidiano
Afetados, usuários do metrô de SP dizem que deveria 'parar tudo'A paralisação de metrô e trem em São Paulo pegou usuários de surpresa na manhã desta quarta-feira (15) na estação Itaquera (zona leste). O motivo foi o fechamento do acesso à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na estação, uma das maiores da capital paulista. Na terça-feira (14), trabalhadores do sistema ferroviário haviam decidido manter o trabalho, ao contrário dos metroviários, que decidiram pela paralisação de 24 horas. O acesso à CPTM no local só foi liberado às 7h18. Segundo os movimentos que organizam o dia de paralisações, os atos são uma resposta à proposta de reforma da Previdência do governo do presidente Michel Temer (PMDB). Em Itaquera, a justificativa para o fechamento do acesso ao trem nas primeiras horas de funcionamento, dada por funcionários da companhia, é que haveria riscos à segurança com aglomerações geradas pelo fluxo trazido pela CPTM e não escoadas pelo metrô. A opção são as estações Dom Bosco, José Bonifácio ou Tatuapé –com micro-ônibus lotados fazendo o traslado de passageiros. Para a analista de sistemas Isabel Trajano, 47, que iria do Parque do Carmo à Paulista, apesar do prejuízo no transporte, "entendo o porquê da paralisação". "Não acho viável ter que contribuir 49 anos para poder me aposentar. Querem que eu apresente certidão de óbito para pleitear a aposentadoria?", ironizou. Para o conferente Erik Costa Santos, 24, que seguiria de Itaquera à Barra Funda, na zona oeste, "o trem parado cedo é que causou surpresa". "Porque se o governo quer tirar conquistas dos trabalhadores, sou a favor de que parem mesmo. Só acho então que tinha que parar tudo", opinou. Já a doméstica Silvana Moreno, 47, que seguiria de Cruz Sá para o Tatuapé, ambos na zona leste, o fechamento da CPTM, ainda que por algumas horas, foi "um transtorno e uma frustração". "Os micro-ônibus nos deixaram em Itaquera, sendo que a CPTM ainda estava fechada. Se é greve, é greve, não tem sentido um parar, o outro não, mas parar por um tempo e causar esse transtorno todo", disse. Para a dona de casa Vera Lúcia Santiago, 60, a paralisação do transporte impediu que fosse a uma consulta médica marcada havia seis meses com um cardiologista. Sem metrô, ela não conseguiu ir da Cidade Tiradentes, onde mora, para o agendamento no Incor, próximo à estação Clínicas. "Acho isso um absurdo. Operei em 2010, coloquei pontes de safena, e tinha essa consulta hoje. Para piorar, minha receita vence hoje e meu remédio está no fim", afirmou. Ela disse desconhecer tanto que nesta quarta haveria paralisações quanto a razão delas.
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Soares e Melo avançam na chave de duplas de Wimbledon; Bellucci cai
Depois de ser eliminado pelo espanhol Rafael Nadal na chave de simples de Wimbledon, na terça-feira (30), o brasileiro Thomaz Bellucci também caiu no torneio de duplas, nesta sexta (3). Ao lado do argentino Guillermo Duran, Bellucci perdeu para o dueto formado pelo indiano Rohan Bopanna e o romeno Florin Mergea por 3 sets a 0, com parciais de 7/5, 7/6 (5) e 7/6 (5). O confronto, que foi válido pela segunda rodada do torneio, teve duas horas e 11 minutos de duração. O Brasil, porém, continua com representantes na chave de duplas do masculino. Marcelo Melo e Bruno Soares venceram nesta sexta e avançaram para as oitavas de final. Ao lado do austríaco Alexander Peya, Soares bateu os bielorrussos Sergey Betov e Aliaksandr Bury por 3 sets a 1, com parciais de 6/1, 7/6 (6), 4/6 e 6/1, em duas horas e três minutos de partida. Já Melo, que faz dueto com o croata Ivan Dodig, sofreu, mas conseguiu passar pelo polonês Mariusz Fyrstenberg e o mexicano Santiago Gonzalez, por 3 sets a 2, com parciais de 7/6 (2), 6/7 (4), 2/6, 7/6 (5) e 6/4.
esporte
Soares e Melo avançam na chave de duplas de Wimbledon; Bellucci caiDepois de ser eliminado pelo espanhol Rafael Nadal na chave de simples de Wimbledon, na terça-feira (30), o brasileiro Thomaz Bellucci também caiu no torneio de duplas, nesta sexta (3). Ao lado do argentino Guillermo Duran, Bellucci perdeu para o dueto formado pelo indiano Rohan Bopanna e o romeno Florin Mergea por 3 sets a 0, com parciais de 7/5, 7/6 (5) e 7/6 (5). O confronto, que foi válido pela segunda rodada do torneio, teve duas horas e 11 minutos de duração. O Brasil, porém, continua com representantes na chave de duplas do masculino. Marcelo Melo e Bruno Soares venceram nesta sexta e avançaram para as oitavas de final. Ao lado do austríaco Alexander Peya, Soares bateu os bielorrussos Sergey Betov e Aliaksandr Bury por 3 sets a 1, com parciais de 6/1, 7/6 (6), 4/6 e 6/1, em duas horas e três minutos de partida. Já Melo, que faz dueto com o croata Ivan Dodig, sofreu, mas conseguiu passar pelo polonês Mariusz Fyrstenberg e o mexicano Santiago Gonzalez, por 3 sets a 2, com parciais de 7/6 (2), 6/7 (4), 2/6, 7/6 (5) e 6/4.
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'Aquarius' é indicado a melhor filme estrangeiro pelo César, o Oscar francês
A Academia de Artes e Técnicas de cinema, instituição que concede anualmente o prêmio César, anunciou, nesta quarta-feira (25), os indicados ao troféu deste ano. E 'Aquarius' recebeu uma indicação para concorrer na categoria de melhor filme estrangeiro. O César seria o equivalente francês ao Oscar nos Estados Unidos. O longa-metragem de Kleber Mendonça Filho concorre com filmes como "Eu, Daniel Blake", "Manchester à Beira-Mar", "Bacalaureat", "A Garota sem Nome" e "É Apenas o Fim do Mundo". Os líderes foram "Elle", de Paul Verhoeven, e "Frantz", de François Ozon, com onze indicações cada. Em seguida, vem "Mistério na Costa Chanel, de Bruno Dumont. Os três concorrem, entre outras categorias, a melhor filme. Além de "Elle", "Frantz" e "Mistério na Costa Chanel", outros cinco longas disputam o prêmio de melhor filme no Cesar: "Divines", "Agnus dei", "Mal de pierres" e "Victoria".
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'Aquarius' é indicado a melhor filme estrangeiro pelo César, o Oscar francêsA Academia de Artes e Técnicas de cinema, instituição que concede anualmente o prêmio César, anunciou, nesta quarta-feira (25), os indicados ao troféu deste ano. E 'Aquarius' recebeu uma indicação para concorrer na categoria de melhor filme estrangeiro. O César seria o equivalente francês ao Oscar nos Estados Unidos. O longa-metragem de Kleber Mendonça Filho concorre com filmes como "Eu, Daniel Blake", "Manchester à Beira-Mar", "Bacalaureat", "A Garota sem Nome" e "É Apenas o Fim do Mundo". Os líderes foram "Elle", de Paul Verhoeven, e "Frantz", de François Ozon, com onze indicações cada. Em seguida, vem "Mistério na Costa Chanel, de Bruno Dumont. Os três concorrem, entre outras categorias, a melhor filme. Além de "Elle", "Frantz" e "Mistério na Costa Chanel", outros cinco longas disputam o prêmio de melhor filme no Cesar: "Divines", "Agnus dei", "Mal de pierres" e "Victoria".
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Diário de Berlim: Turcos da Alemanha votam pró-Erdogan em referendo
Causou espécie entre os alemães o fato de mais de 400 mil turcos aqui residentes terem votado "sim" no último dia 16, no referendo que deu mais poderes ao já autoritário presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Os turcos, dizem os alemães, gozam aqui das liberdades de um Estado de Direito, mas parecem não ser contra a perseguição a opositores políticos ou se opor à instituição da pena de morte na Turquia. Observadores menos alarmistas ponderam que foram às urnas menos de 50% dos turcos radicados na Alemanha aptos a votar –ou seja, a maioria não se manifestou. Dos que votaram, porém, 63% apoiaram Erdogan (na Turquia, foram 51%). Isso acirrou o clima já tenso entre os dois países, marcado nos últimos meses por acusações de espionagem, pela perseguição a humoristas e jornalistas alemães e pela proibição, por parte da Alemanha, de comícios promovidos aqui por políticos turcos. No auge da crise, Erdogan chegou a afirmar que a chanceler Angela Merkel estaria adotando "práticas nazistas". PASSAPORTE O resultado do referendo influencia a campanha eleitoral alemã –a população vota em setembro–, porque retoma um tema polêmico: a dupla nacionalidade para estrangeiros. Desde 2014, turcos nascidos na Alemanha não precisam optar por um dos passaportes quando atingem a idade adulta. Para políticos de correntes diversas, o último pleito mostrou que a dupla nacionalidade não colaborou para a integração dos turcos na Alemanha. Até o deputado federal Cem Özdemir, dos Verdes, defende agora a revisão do instituto, já que os jovens alemães descendentes de turcos não teriam mais uma relação forte com a terra natal de seus pais ou avós. Sua proposta vem recebendo críticas por parte dos correligionários, porque ela se aproximaria das reivindicações do partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha). Além disso, não há levantamento indicando que a maioria dos detentores da dupla nacionalidade tenha votado pelo "sim" no referendo. RESGATE Um avião abandonado há anos em Fortaleza poderá ganhar um memorial na Alemanha. É o que planeja o governo para o Landshut, aeronave da Lufthansa sequestrada por palestinos em outubro de 1977. A ação aconteceu em meio ao "outono alemão", período marcado pela intensificação dos crimes cometidos pelo grupo terrorista de extrema esquerda RAF (Fração do Exército Vermelho). Os palestinos sequestraram 87 passageiros e cinco tripulantes que iam de Palma de Maiorca (Espanha) a Frankfurt visando à libertação de terroristas da RAF presos na Alemanha. O capitão da aeronave foi morto. O sequestro terminou cinco dias depois em Mogadíscio (Somália), quando um comando alemão libertou os reféns. O Landshut (batizado em homenagem a uma cidade bávara) voou alguns anos pela Lufthansa, até ser vendido em 1985 para os Estados Unidos. Tornou-se avião de carga e passou por vários proprietários estrangeiros –entre eles a empresa brasileira TAF–, até fazer sua última aterrissagem em Fortaleza, em 2008, e virar sucata. Agora, o governo alemão pensa em recomprar a aeronave e transportá-la para cá, onde alguns fragmentos seriam expostos num museu em Bonn. Não está descartada, porém, a construção de um memorial para o avião inteiro. Quase 40 anos depois do "outono alemão", até as vítimas do sequestro do Landshut apoiam a ideia. ARTE TEMPORÁRIA Faz décadas que paredes e muros grafitados se tornaram atrações turísticas de Berlim. Alguns grafites até se eternizaram na cidade, como "O Homem Amarelo", dos irmãos brasileiros Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como Osgemeos, exposto desde 2005 no bairro de Kreuzberg. Bem menos tempo vão durar as dezenas de obras participantes do projeto "The Haus", recém-grafitadas numa antiga agência bancária da Nuernberger Strasse, n° 68, perto da Ku'damm –importante avenida do oeste de Berlim. O prédio será derrubado em junho e, com ele, grafites e instalações de nomes importantes da arte de rua, como a dupla suíça One Truth, o berlinense El Bocho e o coletivo alemão Drink and Draw. Cada participante do projeto recebeu uma sala desse museu temporário para realizar suas criações. O brasileiro Paulo Consentino, por exemplo, fã de futebol, retratou o "selinho" dos jogadores alemães Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski na Copa de 2014. A obra faz referência ao "Beijo Fraterno", grafite do Muro de Berlim que ilustra um beijo entre Leonid Brejnev e Erich Honecker, antigos líderes comunistas. SILVIA BITTENCOURT, 51, jornalista, é autora de "A Cozinha Venenosa" (Três Estrelas)
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Diário de Berlim: Turcos da Alemanha votam pró-Erdogan em referendoCausou espécie entre os alemães o fato de mais de 400 mil turcos aqui residentes terem votado "sim" no último dia 16, no referendo que deu mais poderes ao já autoritário presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Os turcos, dizem os alemães, gozam aqui das liberdades de um Estado de Direito, mas parecem não ser contra a perseguição a opositores políticos ou se opor à instituição da pena de morte na Turquia. Observadores menos alarmistas ponderam que foram às urnas menos de 50% dos turcos radicados na Alemanha aptos a votar –ou seja, a maioria não se manifestou. Dos que votaram, porém, 63% apoiaram Erdogan (na Turquia, foram 51%). Isso acirrou o clima já tenso entre os dois países, marcado nos últimos meses por acusações de espionagem, pela perseguição a humoristas e jornalistas alemães e pela proibição, por parte da Alemanha, de comícios promovidos aqui por políticos turcos. No auge da crise, Erdogan chegou a afirmar que a chanceler Angela Merkel estaria adotando "práticas nazistas". PASSAPORTE O resultado do referendo influencia a campanha eleitoral alemã –a população vota em setembro–, porque retoma um tema polêmico: a dupla nacionalidade para estrangeiros. Desde 2014, turcos nascidos na Alemanha não precisam optar por um dos passaportes quando atingem a idade adulta. Para políticos de correntes diversas, o último pleito mostrou que a dupla nacionalidade não colaborou para a integração dos turcos na Alemanha. Até o deputado federal Cem Özdemir, dos Verdes, defende agora a revisão do instituto, já que os jovens alemães descendentes de turcos não teriam mais uma relação forte com a terra natal de seus pais ou avós. Sua proposta vem recebendo críticas por parte dos correligionários, porque ela se aproximaria das reivindicações do partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha). Além disso, não há levantamento indicando que a maioria dos detentores da dupla nacionalidade tenha votado pelo "sim" no referendo. RESGATE Um avião abandonado há anos em Fortaleza poderá ganhar um memorial na Alemanha. É o que planeja o governo para o Landshut, aeronave da Lufthansa sequestrada por palestinos em outubro de 1977. A ação aconteceu em meio ao "outono alemão", período marcado pela intensificação dos crimes cometidos pelo grupo terrorista de extrema esquerda RAF (Fração do Exército Vermelho). Os palestinos sequestraram 87 passageiros e cinco tripulantes que iam de Palma de Maiorca (Espanha) a Frankfurt visando à libertação de terroristas da RAF presos na Alemanha. O capitão da aeronave foi morto. O sequestro terminou cinco dias depois em Mogadíscio (Somália), quando um comando alemão libertou os reféns. O Landshut (batizado em homenagem a uma cidade bávara) voou alguns anos pela Lufthansa, até ser vendido em 1985 para os Estados Unidos. Tornou-se avião de carga e passou por vários proprietários estrangeiros –entre eles a empresa brasileira TAF–, até fazer sua última aterrissagem em Fortaleza, em 2008, e virar sucata. Agora, o governo alemão pensa em recomprar a aeronave e transportá-la para cá, onde alguns fragmentos seriam expostos num museu em Bonn. Não está descartada, porém, a construção de um memorial para o avião inteiro. Quase 40 anos depois do "outono alemão", até as vítimas do sequestro do Landshut apoiam a ideia. ARTE TEMPORÁRIA Faz décadas que paredes e muros grafitados se tornaram atrações turísticas de Berlim. Alguns grafites até se eternizaram na cidade, como "O Homem Amarelo", dos irmãos brasileiros Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como Osgemeos, exposto desde 2005 no bairro de Kreuzberg. Bem menos tempo vão durar as dezenas de obras participantes do projeto "The Haus", recém-grafitadas numa antiga agência bancária da Nuernberger Strasse, n° 68, perto da Ku'damm –importante avenida do oeste de Berlim. O prédio será derrubado em junho e, com ele, grafites e instalações de nomes importantes da arte de rua, como a dupla suíça One Truth, o berlinense El Bocho e o coletivo alemão Drink and Draw. Cada participante do projeto recebeu uma sala desse museu temporário para realizar suas criações. O brasileiro Paulo Consentino, por exemplo, fã de futebol, retratou o "selinho" dos jogadores alemães Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski na Copa de 2014. A obra faz referência ao "Beijo Fraterno", grafite do Muro de Berlim que ilustra um beijo entre Leonid Brejnev e Erich Honecker, antigos líderes comunistas. SILVIA BITTENCOURT, 51, jornalista, é autora de "A Cozinha Venenosa" (Três Estrelas)
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Discurso de Dilma em reunião com governadores foi pífio, diz leitor
É triste constatar que não apenas a presidente não tem propostas, mas sua equipe de assessores também não consegue estabelecer uma agenda para levar o governo até o final do mandato. Dilma reuniu governadores para um discurso pífio, amarrado a uma minuta que mais parecia um discurso de formatura colegial. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Discurso de Dilma em reunião com governadores foi pífio, diz leitorÉ triste constatar que não apenas a presidente não tem propostas, mas sua equipe de assessores também não consegue estabelecer uma agenda para levar o governo até o final do mandato. Dilma reuniu governadores para um discurso pífio, amarrado a uma minuta que mais parecia um discurso de formatura colegial. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Claudio Abramo deixa a direção da ONG Transparência Brasil
Claudio Weber Abramo deixou a direção da Transparência Brasil, organização dedicada ao combate à corrupção. Ele exerceu a função de diretor-executivo da ONG por quase 15 anos. Ele continuará no Conselho Deliberativo como vice-presidente. A jornalista Natália Paiva, ex-Folha, assumirá a diretoria-executiva em seu lugar. Eduardo Capobianco segue na presidência do Conselho, que conta ainda com Juca Kfouri (colunista da Folha). O jornalista José Roberto de Toledo também passa a integrar o Conselho. Segundo Abramo, ele decidiu pela saída porque seria o melhor modo de lidar com "severas restrições orçamentárias que sempre afetaram a entidade". "Saio com um misto de satisfação e frustração. Satisfação porque creio que a Transparência Brasil teve algum papel em tornar o poder público brasileiro mais visível, em fomentar o debate sobre assuntos relevantes e em colaborar para a evolução da integridade das instituições do Estado. Frustração porque, num país tão repleto de problemas no setor público, sobram palavras consternadas mas falta a disposição de se aplicarem recursos para exibi-los, entendê-los e mitigá-los", afirmou. Em nota, a Transparência Brasil afirmou que "o nome de Claudio praticamente se confundiu com a entidade". "Se é fato que suas mãos sangraram de tanto esmurrar ponta de faca, ao mesmo tempo criaram calos que permitiram à Transparência Brasil persistir na perseguição de seus objetivos", afirmou. Ainda segundo a ONG, Abramo trouxe "benefícios reais para a melhoria da integridade do poder público do país". Fundada em abril de 2000, a Transparência Brasil prioriza a realização de levantamentos sobre a incidência da corrupção em diferentes esferas, como a corrupção eleitoral, a perspectiva do setor privado, diagnósticos municipais etc. A ONG realiza o levantamento de históricos de parlamentares, mantém um banco de dados sobre financiamento eleitoral e faz a compilação de noticiário sobre corrupção. A organização também acompanha o desempenho dos ministros do Supremo Tribunal Federal e, em parceria com órgãos públicos, a condução de programas de combate à corrupção.
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Claudio Abramo deixa a direção da ONG Transparência BrasilClaudio Weber Abramo deixou a direção da Transparência Brasil, organização dedicada ao combate à corrupção. Ele exerceu a função de diretor-executivo da ONG por quase 15 anos. Ele continuará no Conselho Deliberativo como vice-presidente. A jornalista Natália Paiva, ex-Folha, assumirá a diretoria-executiva em seu lugar. Eduardo Capobianco segue na presidência do Conselho, que conta ainda com Juca Kfouri (colunista da Folha). O jornalista José Roberto de Toledo também passa a integrar o Conselho. Segundo Abramo, ele decidiu pela saída porque seria o melhor modo de lidar com "severas restrições orçamentárias que sempre afetaram a entidade". "Saio com um misto de satisfação e frustração. Satisfação porque creio que a Transparência Brasil teve algum papel em tornar o poder público brasileiro mais visível, em fomentar o debate sobre assuntos relevantes e em colaborar para a evolução da integridade das instituições do Estado. Frustração porque, num país tão repleto de problemas no setor público, sobram palavras consternadas mas falta a disposição de se aplicarem recursos para exibi-los, entendê-los e mitigá-los", afirmou. Em nota, a Transparência Brasil afirmou que "o nome de Claudio praticamente se confundiu com a entidade". "Se é fato que suas mãos sangraram de tanto esmurrar ponta de faca, ao mesmo tempo criaram calos que permitiram à Transparência Brasil persistir na perseguição de seus objetivos", afirmou. Ainda segundo a ONG, Abramo trouxe "benefícios reais para a melhoria da integridade do poder público do país". Fundada em abril de 2000, a Transparência Brasil prioriza a realização de levantamentos sobre a incidência da corrupção em diferentes esferas, como a corrupção eleitoral, a perspectiva do setor privado, diagnósticos municipais etc. A ONG realiza o levantamento de históricos de parlamentares, mantém um banco de dados sobre financiamento eleitoral e faz a compilação de noticiário sobre corrupção. A organização também acompanha o desempenho dos ministros do Supremo Tribunal Federal e, em parceria com órgãos públicos, a condução de programas de combate à corrupção.
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Heróis da DC se aliam em quatro episódios de seriados da Warner
As séries do canal Warner que são inspiradas em quadrinhos da DC têm uma semana especial, a partir desta quarta (14). Quatro seriados serão interligados numa trama em que os heróis vão atuar juntos contra alienígenas que tentam destruir a Terra. "Invasion!" é o nome do evento, que tem início nesta quarta-feira, às 22h30, no episódio de "Supergirl", passa na quinta por "The Flash" (21h40) e "Arrow" (22h30), e termina em "DC's Legends of Tomorrow", exibido na sexta, às 23h20. No domingo (17), a Warner reprisa todos os episódios na sequência, a partir das 22h30. Assim, a DC Comics confirma na TV a tendência do crossover, como é chamada essa mistura de personagens de narrativas diferentes reunidos numa mesma história. A DC e sua maior rival nos gibis, a Marvel, fazem isso a toda hora. O crossover mais bem-sucedido da DC é "Crise nas Infinitas Terras", de 1986. Pela Marvel, o sucesso é "Guerras Secretas" (1984). O pioneirismo desse subgênero de HQ é mesmo da DC. Em 1964, a história "Zatanna'a Search" foi iniciada no gibi do Gavião Negro. Nos meses seguintes, passou pelas revistas "Atom", "Detective Comics", "Green Lantern" e "Justice League of America". Numa mesma e longa aventura, até 1966, reuniram forças Batman, Robin, Elétron, Gavião Negro, Lanterna Verde e Homem Elástico. Esse troca-troca de heróis já atinge as produções para a TV e para o cinema. O filme da Liga da Justiça, que deve estrear no ano que vem, traz Ben Affleck e Gal Gadot, que foram Batman e Mulher-Maravilha no filme "Batman Vs. Superman", ao lado de Ezra Miller, o Flash do cinema.
ilustrada
Heróis da DC se aliam em quatro episódios de seriados da WarnerAs séries do canal Warner que são inspiradas em quadrinhos da DC têm uma semana especial, a partir desta quarta (14). Quatro seriados serão interligados numa trama em que os heróis vão atuar juntos contra alienígenas que tentam destruir a Terra. "Invasion!" é o nome do evento, que tem início nesta quarta-feira, às 22h30, no episódio de "Supergirl", passa na quinta por "The Flash" (21h40) e "Arrow" (22h30), e termina em "DC's Legends of Tomorrow", exibido na sexta, às 23h20. No domingo (17), a Warner reprisa todos os episódios na sequência, a partir das 22h30. Assim, a DC Comics confirma na TV a tendência do crossover, como é chamada essa mistura de personagens de narrativas diferentes reunidos numa mesma história. A DC e sua maior rival nos gibis, a Marvel, fazem isso a toda hora. O crossover mais bem-sucedido da DC é "Crise nas Infinitas Terras", de 1986. Pela Marvel, o sucesso é "Guerras Secretas" (1984). O pioneirismo desse subgênero de HQ é mesmo da DC. Em 1964, a história "Zatanna'a Search" foi iniciada no gibi do Gavião Negro. Nos meses seguintes, passou pelas revistas "Atom", "Detective Comics", "Green Lantern" e "Justice League of America". Numa mesma e longa aventura, até 1966, reuniram forças Batman, Robin, Elétron, Gavião Negro, Lanterna Verde e Homem Elástico. Esse troca-troca de heróis já atinge as produções para a TV e para o cinema. O filme da Liga da Justiça, que deve estrear no ano que vem, traz Ben Affleck e Gal Gadot, que foram Batman e Mulher-Maravilha no filme "Batman Vs. Superman", ao lado de Ezra Miller, o Flash do cinema.
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Mortes: Uma dona de casa com coração corintiano
Marli foi dona de casa. Casou-se aos 18 anos com Nicola, um professor de inglês que sonhava ser engenheiro. Com ele, viveu meio século. Teve três filhos e três netos, dos quais cuidou exclusiva e incansavelmente. Gostava de caprichosas festinhas infantis, cheias de doce, mesmo não comendo-os —por uma curiosa disfunção, o gosto lhe parecia azedo. Apesar de nunca ter trabalhado fora de casa, esteve longe de ser "Amélia". Era feminista, talvez sem sabê-lo. Na adolescência, usava calças compridas feitas pela irmã, e tinha de se esconder pelas ruas de Santo André (Grande SP) para não ser delatada às freiras do colégio. Casou-se de vestido curto, mostrando um pouco dos joelhos, e encantou até o padre, que disse que ela estava "uma visão". Louca por futebol, passou uma tarde inteira lavando o carro e chorando depois da derrota do Brasil para a Itália na Copa do Mundo de 82. Chegou a morar nos Estados Unidos nos anos 60, no interior de SP e MG nas décadas seguintes, mas, recentemente, voltou sozinha para o ABC, para perto dos filhos. Até o fim, foi independente, ou até teimosa. No hospital, queria fazer tudo sozinha. Morreu no dia 6, aos 73 anos. Foi fazer um reparo no coração corintiano e acabou encontrando-se com o único mal irremediável, como escreveu Ariano Suassuna em "O Auto da Compadecida", peça cuja adaptação para o cinema Marli adorava. Deixa os filhos e os netos. A missa de 7º dia será nesta terça (12), às 12h45, na igreja Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulista. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
cotidiano
Mortes: Uma dona de casa com coração corintianoMarli foi dona de casa. Casou-se aos 18 anos com Nicola, um professor de inglês que sonhava ser engenheiro. Com ele, viveu meio século. Teve três filhos e três netos, dos quais cuidou exclusiva e incansavelmente. Gostava de caprichosas festinhas infantis, cheias de doce, mesmo não comendo-os —por uma curiosa disfunção, o gosto lhe parecia azedo. Apesar de nunca ter trabalhado fora de casa, esteve longe de ser "Amélia". Era feminista, talvez sem sabê-lo. Na adolescência, usava calças compridas feitas pela irmã, e tinha de se esconder pelas ruas de Santo André (Grande SP) para não ser delatada às freiras do colégio. Casou-se de vestido curto, mostrando um pouco dos joelhos, e encantou até o padre, que disse que ela estava "uma visão". Louca por futebol, passou uma tarde inteira lavando o carro e chorando depois da derrota do Brasil para a Itália na Copa do Mundo de 82. Chegou a morar nos Estados Unidos nos anos 60, no interior de SP e MG nas décadas seguintes, mas, recentemente, voltou sozinha para o ABC, para perto dos filhos. Até o fim, foi independente, ou até teimosa. No hospital, queria fazer tudo sozinha. Morreu no dia 6, aos 73 anos. Foi fazer um reparo no coração corintiano e acabou encontrando-se com o único mal irremediável, como escreveu Ariano Suassuna em "O Auto da Compadecida", peça cuja adaptação para o cinema Marli adorava. Deixa os filhos e os netos. A missa de 7º dia será nesta terça (12), às 12h45, na igreja Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulista. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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STJD suspende presidente do Santos por acusar repórter de influenciar juiz
O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, foi suspenso nesta quarta-feira (9) pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O dirigente havia sido denunciado pela procuradoria do órgão por ter feito acusações infundadas ao repórter Eric Faria, da TV Globo, referentes a um jogo entre Santos e Flamengo pela Copa do Brasil. O cartola recebeu pena de 120 dias e multa de R$ 100 mil em sessão marcada por clima tenso e decisão dividida. Com a suspensão, Modesto, que não esteve no julgamento, não poderá assinar qualquer documento, frequentar vestiário ou áreas reservadas a dirigentes, dar entrevistas ou representar o Santos em eventos oficiais. A sessão foi realizada na terceira comissão disciplinar do STJD –o que admite recurso. O tribunal ainda avalia abrir novo processo para apurar depoimento apresentado pelo clube. "Vamos entrar amanhã [quinta-feira] com um pedido de efeito suspensivo e vamos recorrer ao pleno", disse Márcio Andraus, advogado do Santos na sessão do STJD. "Já há um procedimento aberto em relação a esse fato e tem tudo para acontecer alguma coisa em relação à saída do advogado de defesa, que afirmou que não houve interferência", respondeu o subprocurador Glauber Navega. Eric Faria também não compareceu, alegando compromissos profissionais, mas mandou um e-mail com relato sobre o episódio: "Venho ratificar, novamente, o que aconteceu naquele dia: cumpri todo o protocolo –rígido– da CBF e não mantive nenhum tipo de contato citado com o quarto árbitro". O Santos reconheceu que não houve interferência externa. No julgamento, o departamento jurídico do clube trabalhou mais para reduzir a pena de Modesto do que para contestar as acusações. ENTENDA O CASO Modesto havia sido denunciado nos artigos 1, 191 e 258 do CBDJ (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) após polêmica em partida contra o Flamengo válida pela Copa do Brasil no final de julho. Na ocasião, acusou Eric Faria, repórter da TV Globo, de ter incitado a arbitragem a anular a marcação de um pênalti favorável ao Santos. Na visão do tribunal, Modesto infringiu a imagem e a credibilidade do torneio ao fazer uma acusação sem provas. O árbitro Leandro Vuaden chegou a anotar a penalidade no lance em questão, mas mudou de ideia posteriormente. Segundo o presidente do Santos, isso teria acontecido por influência direta de Eric Faria, amparado por imagem da TV –a ação de um elemento externo ao campo de jogo é proibida pela Fifa. O Santos apresentou um ofício à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e chegou a pedir anulação da partida. Também montou um dossiê com elementos como o depoimento de um torcedor que estava em um camarote atrás da posição de Eric Faria. No entanto, como nenhuma das provas apresentadas pelo Santos era indubitável, o STJD acabou denunciando Modesto Roma Júnior, presidente da equipe paulista, por acusação sem provas.
esporte
STJD suspende presidente do Santos por acusar repórter de influenciar juizO presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, foi suspenso nesta quarta-feira (9) pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O dirigente havia sido denunciado pela procuradoria do órgão por ter feito acusações infundadas ao repórter Eric Faria, da TV Globo, referentes a um jogo entre Santos e Flamengo pela Copa do Brasil. O cartola recebeu pena de 120 dias e multa de R$ 100 mil em sessão marcada por clima tenso e decisão dividida. Com a suspensão, Modesto, que não esteve no julgamento, não poderá assinar qualquer documento, frequentar vestiário ou áreas reservadas a dirigentes, dar entrevistas ou representar o Santos em eventos oficiais. A sessão foi realizada na terceira comissão disciplinar do STJD –o que admite recurso. O tribunal ainda avalia abrir novo processo para apurar depoimento apresentado pelo clube. "Vamos entrar amanhã [quinta-feira] com um pedido de efeito suspensivo e vamos recorrer ao pleno", disse Márcio Andraus, advogado do Santos na sessão do STJD. "Já há um procedimento aberto em relação a esse fato e tem tudo para acontecer alguma coisa em relação à saída do advogado de defesa, que afirmou que não houve interferência", respondeu o subprocurador Glauber Navega. Eric Faria também não compareceu, alegando compromissos profissionais, mas mandou um e-mail com relato sobre o episódio: "Venho ratificar, novamente, o que aconteceu naquele dia: cumpri todo o protocolo –rígido– da CBF e não mantive nenhum tipo de contato citado com o quarto árbitro". O Santos reconheceu que não houve interferência externa. No julgamento, o departamento jurídico do clube trabalhou mais para reduzir a pena de Modesto do que para contestar as acusações. ENTENDA O CASO Modesto havia sido denunciado nos artigos 1, 191 e 258 do CBDJ (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) após polêmica em partida contra o Flamengo válida pela Copa do Brasil no final de julho. Na ocasião, acusou Eric Faria, repórter da TV Globo, de ter incitado a arbitragem a anular a marcação de um pênalti favorável ao Santos. Na visão do tribunal, Modesto infringiu a imagem e a credibilidade do torneio ao fazer uma acusação sem provas. O árbitro Leandro Vuaden chegou a anotar a penalidade no lance em questão, mas mudou de ideia posteriormente. Segundo o presidente do Santos, isso teria acontecido por influência direta de Eric Faria, amparado por imagem da TV –a ação de um elemento externo ao campo de jogo é proibida pela Fifa. O Santos apresentou um ofício à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e chegou a pedir anulação da partida. Também montou um dossiê com elementos como o depoimento de um torcedor que estava em um camarote atrás da posição de Eric Faria. No entanto, como nenhuma das provas apresentadas pelo Santos era indubitável, o STJD acabou denunciando Modesto Roma Júnior, presidente da equipe paulista, por acusação sem provas.
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Moro fazer muitas perguntas é uma virtude, diz promotor
Para o promotor de Justiça Roberto Livianu, quando Luiz Inácio Lula da Silva perguntou ao juiz Sergio Moro se ele era um magistrado imparcial, tentou usar a audiência na Justiça Federal como palanque para as eleições de 2018. "Mas a causa não é boa", diz o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção. "A questão são os fatos, e os fatos são graves, afirma. Em outubro de 2016, Moro assinou o prefácio do livro "48 Visões sobre a corrupção", lançado pelo instituto dirigido pelo promotor. Folha – Na sua opinião, o juiz Sergio Moro é imparcial? Roberto Livianu – Eu o vejo como um juiz imparcial. O índice de confirmação de suas decisões ultrapassa 90%. E isso inclui decisões de ministros que foram escolhidos pelo próprio grupo político cujos atos são contestados. Isso é algo bastante expressivo. A partir da chegada de Lula e Dilma ao poder, foram escolhidos procuradores-gerais da República independentes. Qual teria sido a intenção de Lula ao questionar Moro? Tenho a impressão de que o ex-presidente Lula preferiu ser ouvido pelo juiz diretamente para, entre aspas, arriscar o que seria possível. Mas a causa não é boa. Há uma quantidade muito grande de processos. O depoimento de Antonio Palocci é devastador. Arruína Lula. A questão não é a parcialidade ou imparcialidade do juiz. Qual é a questão? A questão são os fatos, e os fatos são graves. Não é questão do indivíduo, mas a soma dos casos. Não se trata de um complô, de atuação seletiva por parte do juiz Moro, "porque ele só condena petistas". "Cadê a condenação de Moro a Aécio? Cadê a condenação de Moro a José Serra?" Eles têm foro privilegiado. Moro não pode condenar Aécio, não pode condenar Serra. Então, não podemos confundir as coisas. O foro privilegiado é uma indústria de impunidade. A advocacia reclama que Moro age como procurador, e faz muita pergunta nas audiências. Quem preside a audiência é o juiz. Eu classifico o juiz Sergio Moro como um juiz corajoso, que busca reunir os elementos de prova com profundidade. Tem se notabilizado por ter condenado pessoas detentoras de parcelas importantes de poder. Essas reações são sintomáticas. Um juiz fazer muitas perguntas é uma virtude. Sou promotor há 25 anos. Fazer perguntas é obrigação do juiz. Isso está no Código de Processo Penal. O direito de defesa tem sido assegurado na Lava Jato? Sem sombra de dúvida. As pessoas acusadas são poderosas e muito ricas. Têm contratado os melhores advogados. Diferentemente de outros países, nós temos quatro degraus para o exercício de defesa. Há casos em que a literatura jurídica documenta 94 recursos. A delação premiada vai continuar um recurso importante? Muitas pessoas reagiram negativamente ao acordo da JBS. Estamos diante de um indivíduo que acusa o presidente no exercício da função, um senador que foi quase eleito presidente, um membro do Ministério Público e quase 1.900 políticos. Nós estamos diante de uma delação devastadora. Não é uma aberração cogitar a imunidade. A delação é um instrumento de prova. Não se pode abrir mão dele. Como o sr. avalia a gestão de Rodrigo Janot? Ele imprimiu dinamismo na PGR. O trabalho que foi feito em matéria de cooperação internacional foi extremamente importante. Poderia ter havido uma comunicação melhor. A sociedade não compreendeu bem esse acordo de delação [da JBS]. Qual é sua expectativa em relação a Raquel Dodge? Tem uma experiência larga no combate à corrupção. É importantíssimo termos, pela primeira vez, uma mulher à frente da PGR. Se os políticos imaginam que haverá corpo mole, vão cair do cavalo. Qual é sua avaliação da nova denúncia contra Temer? As ações propostas por Janot, todas gravíssimas, não têm volta. Dodge tem a obrigação de sustentá-las.
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Moro fazer muitas perguntas é uma virtude, diz promotorPara o promotor de Justiça Roberto Livianu, quando Luiz Inácio Lula da Silva perguntou ao juiz Sergio Moro se ele era um magistrado imparcial, tentou usar a audiência na Justiça Federal como palanque para as eleições de 2018. "Mas a causa não é boa", diz o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção. "A questão são os fatos, e os fatos são graves, afirma. Em outubro de 2016, Moro assinou o prefácio do livro "48 Visões sobre a corrupção", lançado pelo instituto dirigido pelo promotor. Folha – Na sua opinião, o juiz Sergio Moro é imparcial? Roberto Livianu – Eu o vejo como um juiz imparcial. O índice de confirmação de suas decisões ultrapassa 90%. E isso inclui decisões de ministros que foram escolhidos pelo próprio grupo político cujos atos são contestados. Isso é algo bastante expressivo. A partir da chegada de Lula e Dilma ao poder, foram escolhidos procuradores-gerais da República independentes. Qual teria sido a intenção de Lula ao questionar Moro? Tenho a impressão de que o ex-presidente Lula preferiu ser ouvido pelo juiz diretamente para, entre aspas, arriscar o que seria possível. Mas a causa não é boa. Há uma quantidade muito grande de processos. O depoimento de Antonio Palocci é devastador. Arruína Lula. A questão não é a parcialidade ou imparcialidade do juiz. Qual é a questão? A questão são os fatos, e os fatos são graves. Não é questão do indivíduo, mas a soma dos casos. Não se trata de um complô, de atuação seletiva por parte do juiz Moro, "porque ele só condena petistas". "Cadê a condenação de Moro a Aécio? Cadê a condenação de Moro a José Serra?" Eles têm foro privilegiado. Moro não pode condenar Aécio, não pode condenar Serra. Então, não podemos confundir as coisas. O foro privilegiado é uma indústria de impunidade. A advocacia reclama que Moro age como procurador, e faz muita pergunta nas audiências. Quem preside a audiência é o juiz. Eu classifico o juiz Sergio Moro como um juiz corajoso, que busca reunir os elementos de prova com profundidade. Tem se notabilizado por ter condenado pessoas detentoras de parcelas importantes de poder. Essas reações são sintomáticas. Um juiz fazer muitas perguntas é uma virtude. Sou promotor há 25 anos. Fazer perguntas é obrigação do juiz. Isso está no Código de Processo Penal. O direito de defesa tem sido assegurado na Lava Jato? Sem sombra de dúvida. As pessoas acusadas são poderosas e muito ricas. Têm contratado os melhores advogados. Diferentemente de outros países, nós temos quatro degraus para o exercício de defesa. Há casos em que a literatura jurídica documenta 94 recursos. A delação premiada vai continuar um recurso importante? Muitas pessoas reagiram negativamente ao acordo da JBS. Estamos diante de um indivíduo que acusa o presidente no exercício da função, um senador que foi quase eleito presidente, um membro do Ministério Público e quase 1.900 políticos. Nós estamos diante de uma delação devastadora. Não é uma aberração cogitar a imunidade. A delação é um instrumento de prova. Não se pode abrir mão dele. Como o sr. avalia a gestão de Rodrigo Janot? Ele imprimiu dinamismo na PGR. O trabalho que foi feito em matéria de cooperação internacional foi extremamente importante. Poderia ter havido uma comunicação melhor. A sociedade não compreendeu bem esse acordo de delação [da JBS]. Qual é sua expectativa em relação a Raquel Dodge? Tem uma experiência larga no combate à corrupção. É importantíssimo termos, pela primeira vez, uma mulher à frente da PGR. Se os políticos imaginam que haverá corpo mole, vão cair do cavalo. Qual é sua avaliação da nova denúncia contra Temer? As ações propostas por Janot, todas gravíssimas, não têm volta. Dodge tem a obrigação de sustentá-las.
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