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Leitor diz que celular perde funções e Motorola não sabe corrigir o erro
O leitor João Pacheco Fernandes Neto reclama de fim de função em celular da Motorola. Ele conta que, por ser tetraplégico, escolheu um aparelho celular que tivesse funções adaptáveis às suas necessidades. Após analisar outras opções, o leitor comprou um smartphone da empresa. Porém, após uma atualização automática do sistema operacional do aparelho, diversas funções que garantiam a acessibilidade foram removidas. Além disso, um aplicativo com a mesma função também foi extinto. Fernandes Neto ligou para a fabricante do telefone, que não conseguiu solucionar o problema. "[O funcionário] disse que as manobras que ele havia ensinado funcionavam no aparelho dele, e era uma pena que, no meu, não!" Resposta - A Motorola lamenta o ocorrido e diz que está em contato com o leitor para solucionar o caso. - Queixa de Mirela Regina Teodoro: Cirurgia demorada Após realização de exames, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo promete entrar em contato com família de paciente para agendar cirurgia, mas, de um contato para o outro, espera sobe de 60 para 90 dias. Resposta do instituto Informa que a data da cirurgia foi marcada para sexta-feira (20), e a família já foi avisada. - Queixa de José Aparecido Manoel: Banco fechado Acesso a caixas eletrônicos de agência do Banco do Brasil em Pontal (SP) é trancado, diariamente, das 20h às 8h. Enquanto isso, terminais de outros bancos na mesma cidade funcionam até as 22h. Resposta do Banco do Brasil Diz que o horário de funcionamento das salas de autoatendimento pode ser alterado. - Queixa de Mara Chagas: Sem reembolso Celular e joias são levados durante assalto em farmácia da rede Drogasil. Empresa foi contatada para fazer reembolso de pertences, já que é responsável pela segurança na loja, mas não responde aos contatos. Resposta da Drogasil Afirma que, em contato com a leitora, prestou todos os esclarecimentos necessários. - Queixa de Denise Machado: Cobrança extra Após apresentação de documentos provando acordo feito há dez anos, Itaú desiste de cobrar mensalidade por cartão de crédito. Porém, logo depois, banco passa a tarifar cada depósito efetuado no caixas. Resposta do Itaú Esclarece que a tarifa passou a valer no final de 2014, após divulgação feita pelo banco.
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Leitor diz que celular perde funções e Motorola não sabe corrigir o erroO leitor João Pacheco Fernandes Neto reclama de fim de função em celular da Motorola. Ele conta que, por ser tetraplégico, escolheu um aparelho celular que tivesse funções adaptáveis às suas necessidades. Após analisar outras opções, o leitor comprou um smartphone da empresa. Porém, após uma atualização automática do sistema operacional do aparelho, diversas funções que garantiam a acessibilidade foram removidas. Além disso, um aplicativo com a mesma função também foi extinto. Fernandes Neto ligou para a fabricante do telefone, que não conseguiu solucionar o problema. "[O funcionário] disse que as manobras que ele havia ensinado funcionavam no aparelho dele, e era uma pena que, no meu, não!" Resposta - A Motorola lamenta o ocorrido e diz que está em contato com o leitor para solucionar o caso. - Queixa de Mirela Regina Teodoro: Cirurgia demorada Após realização de exames, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo promete entrar em contato com família de paciente para agendar cirurgia, mas, de um contato para o outro, espera sobe de 60 para 90 dias. Resposta do instituto Informa que a data da cirurgia foi marcada para sexta-feira (20), e a família já foi avisada. - Queixa de José Aparecido Manoel: Banco fechado Acesso a caixas eletrônicos de agência do Banco do Brasil em Pontal (SP) é trancado, diariamente, das 20h às 8h. Enquanto isso, terminais de outros bancos na mesma cidade funcionam até as 22h. Resposta do Banco do Brasil Diz que o horário de funcionamento das salas de autoatendimento pode ser alterado. - Queixa de Mara Chagas: Sem reembolso Celular e joias são levados durante assalto em farmácia da rede Drogasil. Empresa foi contatada para fazer reembolso de pertences, já que é responsável pela segurança na loja, mas não responde aos contatos. Resposta da Drogasil Afirma que, em contato com a leitora, prestou todos os esclarecimentos necessários. - Queixa de Denise Machado: Cobrança extra Após apresentação de documentos provando acordo feito há dez anos, Itaú desiste de cobrar mensalidade por cartão de crédito. Porém, logo depois, banco passa a tarifar cada depósito efetuado no caixas. Resposta do Itaú Esclarece que a tarifa passou a valer no final de 2014, após divulgação feita pelo banco.
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Carteiros decidem entrar em greve em SP
Os trabalhadores dos Correios da capital, da Grande SP e de Sorocaba e região aderiram à greve nacional. Carteiros de Campinas, Santos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Vale do Paraíba já tinham parado. A paralisação nessas regiões e em outros 22 Estados começou há oito dias. De acordo o Sintect-SP (sindicato dos trabalhadores), houve sete tentativas de acordo com a empresa. A categoria pede 10% de aumento nos benefícios, reajuste de R$ 300 no salário e manutenção do acordo coletivo, incluindo o plano de saúde. Os Correios, no entanto, oferecem 3% de aumento em salários e benefícios e parte do acordo. O impasse está no plano de saúde. Os trabalhadores dizem que não podem pagar pelo benefício. "Não dá para um carteiro pagar mensalidade de R$ 600 e coparticipação em exames ganhando um salário baixo", comentou o diretor do Sintect-SP, Douglas Melo. O piso salarial do carteiro é de R$ 1.600. Na segunda-feira, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que os sindicatos garantam 80% dos trabalhadores em serviço, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia. Os Correios não comentaram.
mercado
Carteiros decidem entrar em greve em SPOs trabalhadores dos Correios da capital, da Grande SP e de Sorocaba e região aderiram à greve nacional. Carteiros de Campinas, Santos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Vale do Paraíba já tinham parado. A paralisação nessas regiões e em outros 22 Estados começou há oito dias. De acordo o Sintect-SP (sindicato dos trabalhadores), houve sete tentativas de acordo com a empresa. A categoria pede 10% de aumento nos benefícios, reajuste de R$ 300 no salário e manutenção do acordo coletivo, incluindo o plano de saúde. Os Correios, no entanto, oferecem 3% de aumento em salários e benefícios e parte do acordo. O impasse está no plano de saúde. Os trabalhadores dizem que não podem pagar pelo benefício. "Não dá para um carteiro pagar mensalidade de R$ 600 e coparticipação em exames ganhando um salário baixo", comentou o diretor do Sintect-SP, Douglas Melo. O piso salarial do carteiro é de R$ 1.600. Na segunda-feira, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que os sindicatos garantam 80% dos trabalhadores em serviço, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia. Os Correios não comentaram.
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Slogan de Trump remete a campanha isolacionista do período entreguerras
O provável candidato presidencial republicano Donald Trump resume sua agenda de política externa a duas palavras: "America First" (Estados Unidos em primeiro lugar). Para os estudiosos de história americana, esse slogan remete à tumultuada eleição presidencial de 1940, quando centenas de milhares de americanos entraram para o Comitê America First. O objetivo principal desse grupo isolacionista era impedir os Estados Unidos de se aliar ao Reino Unido no combate à Alemanha nazista, que nessa época já tinha invadido quase toda a Europa. Mas o comitê também é lembrado pelo antissemitismo declarado de alguns de seus membros mais destacados e pelo fato de elogiar a política econômica de Adolf Hitler. O Comitê America First foi fundado na Universidade Yale na primavera de 1940 por estudantes, entre os quais Gerald Ford, que depois se tornaria presidente, e Potter Stewart, que viria a ser juiz da Suprema Corte. John F. Kennedy –que também se tornaria presidente– contribuiu, na época, com US$100. Meses depois, a França rendeu-se aos alemães, e os britânicos pareciam estar prestes a cair. Em pouco tempo o comitê se tornou a maior organização antiguerra da história dos Estados Unidos, com mais de 800 mil membros pagantes. À medida que foi crescendo, o comitê foi atraindo celebridades, políticos e empresários que se opunham à ajuda dada pelo presidente Franklin Roosevelt ao Reino Unido. Entre eles estava o admirado aviador Charles Lindbergh, que uma década antes se tornara o primeiro homem a atravessar o oceano Atlântico em um voo ininterrupto. AMIGOS EM BERLIM Lindbergh, cuja família era de origem alemã, fez várias visitas de alto perfil à Alemanha, incluindo uma em 1936, para as Olimpíadas em Berlim, como convidado especial do marechal de campo Hermann Goering, comandante da força aérea alemã. Ele acabou admirando o modo como Hitler revitalizou a economia alemã, numa época em que os Estados Unidos ainda estavam atolados na Grande Depressão, e ficou maravilhado com os caças e os bombardeiros avançados da Luftwaffe. Quando retornou aos EUA, Lindbergh falou favoravelmente dos nazistas e publicou artigos de opinião, amplamente lidos, dizendo que a conquista militar alemã da Europa era inevitável e que os EUA deveriam ficar de fora da guerra. Ele entrou para o comitê executivo do America First e tornou-se o rosto público do grupo, percorrendo o país para discursar em grandes comícios contra a guerra. ISOLACIONISMO E ANTISSEMITISMO O America First defendia a ideia de que dois oceanos imensos protegeriam os Estados Unidos de qualquer invasão externa. O grupo também se opôs à aceitação de refugiados judeus que fugiam da perseguição nazista. Além de Lindbergh, o comitê executivo do America First incluía o empresário automobilista Henry Ford, que tinha pago pela publicação de uma série de panfletos antissemitas intitulados "The International Jew" (O judeu internacional), e Avery Brundage, ex-presidente do Comitê Olímpico norte-americano, que impedira dois corredores judeus americanos de competir nos Jogos Olímpicos de Berlim. Lindbergh defendeu posições antissemitas em seus discursos, incluindo um comício do America First promovido em Des Moines, Iowa, em setembro de 1941. "As raças britânica e judaica querem nos envolver na guerra por razões que não são americanas", ele disse. "O maior perigo que elas representam para este país se deve ao fato de terem grandes posses e influência sobre nosso cinema, nossa imprensa, nossa rádio e nosso governo." Dias depois do ataque japonês a Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, a Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos. O America First foi disperso rapidamente. TRUMP Em seu primeiro grande discurso sobre política externa, em abril, Trump disse: "'America First' será o tema principal do meu governo". Ele vem usando o slogan reiteradamente em sua campanha, incluindo em um discurso nesta semana. "Vamos colocar a América em primeiro lugar e tornar a América grande outra vez", disse Trump em outro discurso na semana passada. "Precisamos reformar nosso sistema econômico para que possamos novamente ter sucesso todos juntos e para que a América possa voltar a enriquecer. É isso o que queremos dizer com America First." Trump propôs a construção de "um muro grande e bonito" na fronteira dos EUA com o México para impedir a passagem de imigrantes latinos e se opõe à aceitação de refugiados muçulmanos da Síria. Além disso, já advogou que os acordos comerciais internacionais sejam "rasgados". Historiadores disseram à Associated Press que existem alguns paralelos ideológicos entre o discurso de Trump na campanha e as posições assumidas 75 anos atrás pelos membros do primeiro comitê America First. Naquela época, como agora, um desaquecimento econômico alimentou o ressentimento popular contra a imigração, especialmente contra imigrantes não vistos como americanos tradicionais. "Falar em construir um muro revela a ilusão de que é possível haver uma defesa física que impeça a entrada de elementos estrangeiros", disse Bruce Miroff, professor de política americana na Universidade Estadual de Nova York em Albany. "O America First se inspirava e alimentava a desconfiança em relação a uma outra ameaça que supostamente colocava em risco o modo de vida americano. Na época, esse outro eram os judeus. No caso de Trump, os outros são os muçulmanos e o medo do terrorismo." Hope Hicks, porta-voz da campanha de Trump, não respondeu a mensagens esta semana pedindo comentários sobre o slogan America First. A Liga Antidifamação, uma organização de defesa dos direitos civis de judeus, mandou uma carta a Trump dois meses atrás pedindo que ele se abstivesse de usar o slogan "America First". O grupo pegou US$ 56 mil que Trump e sua fundação familiar lhe haviam doado ao longo de anos e redirecionou o dinheiro para novos programas educativos de combate a preconceitos e ao bullying. "Para muitos americanos, o termo 'America First' sempre será ligado a essa história e maculado por ela", disse Jonathan Greenblatt, o executivo-chefe do grupo. "Numa temporada política que já levou a um diálogo nacional sobre civilidade e tolerância, escolher uma palavra de ordem historicamente associada à incivilidade e intolerância parece pouco recomendável." O grupo não recebeu nenhuma resposta à sua carta, mas Trump continuou a usar o slogan, incluindo-o em um discurso novo na terça-feira (28). Tradução de CLARA ALLAIN
mundo
Slogan de Trump remete a campanha isolacionista do período entreguerrasO provável candidato presidencial republicano Donald Trump resume sua agenda de política externa a duas palavras: "America First" (Estados Unidos em primeiro lugar). Para os estudiosos de história americana, esse slogan remete à tumultuada eleição presidencial de 1940, quando centenas de milhares de americanos entraram para o Comitê America First. O objetivo principal desse grupo isolacionista era impedir os Estados Unidos de se aliar ao Reino Unido no combate à Alemanha nazista, que nessa época já tinha invadido quase toda a Europa. Mas o comitê também é lembrado pelo antissemitismo declarado de alguns de seus membros mais destacados e pelo fato de elogiar a política econômica de Adolf Hitler. O Comitê America First foi fundado na Universidade Yale na primavera de 1940 por estudantes, entre os quais Gerald Ford, que depois se tornaria presidente, e Potter Stewart, que viria a ser juiz da Suprema Corte. John F. Kennedy –que também se tornaria presidente– contribuiu, na época, com US$100. Meses depois, a França rendeu-se aos alemães, e os britânicos pareciam estar prestes a cair. Em pouco tempo o comitê se tornou a maior organização antiguerra da história dos Estados Unidos, com mais de 800 mil membros pagantes. À medida que foi crescendo, o comitê foi atraindo celebridades, políticos e empresários que se opunham à ajuda dada pelo presidente Franklin Roosevelt ao Reino Unido. Entre eles estava o admirado aviador Charles Lindbergh, que uma década antes se tornara o primeiro homem a atravessar o oceano Atlântico em um voo ininterrupto. AMIGOS EM BERLIM Lindbergh, cuja família era de origem alemã, fez várias visitas de alto perfil à Alemanha, incluindo uma em 1936, para as Olimpíadas em Berlim, como convidado especial do marechal de campo Hermann Goering, comandante da força aérea alemã. Ele acabou admirando o modo como Hitler revitalizou a economia alemã, numa época em que os Estados Unidos ainda estavam atolados na Grande Depressão, e ficou maravilhado com os caças e os bombardeiros avançados da Luftwaffe. Quando retornou aos EUA, Lindbergh falou favoravelmente dos nazistas e publicou artigos de opinião, amplamente lidos, dizendo que a conquista militar alemã da Europa era inevitável e que os EUA deveriam ficar de fora da guerra. Ele entrou para o comitê executivo do America First e tornou-se o rosto público do grupo, percorrendo o país para discursar em grandes comícios contra a guerra. ISOLACIONISMO E ANTISSEMITISMO O America First defendia a ideia de que dois oceanos imensos protegeriam os Estados Unidos de qualquer invasão externa. O grupo também se opôs à aceitação de refugiados judeus que fugiam da perseguição nazista. Além de Lindbergh, o comitê executivo do America First incluía o empresário automobilista Henry Ford, que tinha pago pela publicação de uma série de panfletos antissemitas intitulados "The International Jew" (O judeu internacional), e Avery Brundage, ex-presidente do Comitê Olímpico norte-americano, que impedira dois corredores judeus americanos de competir nos Jogos Olímpicos de Berlim. Lindbergh defendeu posições antissemitas em seus discursos, incluindo um comício do America First promovido em Des Moines, Iowa, em setembro de 1941. "As raças britânica e judaica querem nos envolver na guerra por razões que não são americanas", ele disse. "O maior perigo que elas representam para este país se deve ao fato de terem grandes posses e influência sobre nosso cinema, nossa imprensa, nossa rádio e nosso governo." Dias depois do ataque japonês a Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, a Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos. O America First foi disperso rapidamente. TRUMP Em seu primeiro grande discurso sobre política externa, em abril, Trump disse: "'America First' será o tema principal do meu governo". Ele vem usando o slogan reiteradamente em sua campanha, incluindo em um discurso nesta semana. "Vamos colocar a América em primeiro lugar e tornar a América grande outra vez", disse Trump em outro discurso na semana passada. "Precisamos reformar nosso sistema econômico para que possamos novamente ter sucesso todos juntos e para que a América possa voltar a enriquecer. É isso o que queremos dizer com America First." Trump propôs a construção de "um muro grande e bonito" na fronteira dos EUA com o México para impedir a passagem de imigrantes latinos e se opõe à aceitação de refugiados muçulmanos da Síria. Além disso, já advogou que os acordos comerciais internacionais sejam "rasgados". Historiadores disseram à Associated Press que existem alguns paralelos ideológicos entre o discurso de Trump na campanha e as posições assumidas 75 anos atrás pelos membros do primeiro comitê America First. Naquela época, como agora, um desaquecimento econômico alimentou o ressentimento popular contra a imigração, especialmente contra imigrantes não vistos como americanos tradicionais. "Falar em construir um muro revela a ilusão de que é possível haver uma defesa física que impeça a entrada de elementos estrangeiros", disse Bruce Miroff, professor de política americana na Universidade Estadual de Nova York em Albany. "O America First se inspirava e alimentava a desconfiança em relação a uma outra ameaça que supostamente colocava em risco o modo de vida americano. Na época, esse outro eram os judeus. No caso de Trump, os outros são os muçulmanos e o medo do terrorismo." Hope Hicks, porta-voz da campanha de Trump, não respondeu a mensagens esta semana pedindo comentários sobre o slogan America First. A Liga Antidifamação, uma organização de defesa dos direitos civis de judeus, mandou uma carta a Trump dois meses atrás pedindo que ele se abstivesse de usar o slogan "America First". O grupo pegou US$ 56 mil que Trump e sua fundação familiar lhe haviam doado ao longo de anos e redirecionou o dinheiro para novos programas educativos de combate a preconceitos e ao bullying. "Para muitos americanos, o termo 'America First' sempre será ligado a essa história e maculado por ela", disse Jonathan Greenblatt, o executivo-chefe do grupo. "Numa temporada política que já levou a um diálogo nacional sobre civilidade e tolerância, escolher uma palavra de ordem historicamente associada à incivilidade e intolerância parece pouco recomendável." O grupo não recebeu nenhuma resposta à sua carta, mas Trump continuou a usar o slogan, incluindo-o em um discurso novo na terça-feira (28). Tradução de CLARA ALLAIN
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Disney anuncia novas datas em que Magic Kingdom funcionará até as 23h
O Walt Disney World anunciou novas datas do evento Disney After Hours ('Disney depois da hora', em tradução livre) em 2018. O ingresso dá direito aos visitantes permanecerem no parque Magic Kingdom, em Orlando , na Flórida (EUA), durante três horas além do encerramento. No período, 25 atrações continuam em funcionamento, além de encontros com personagens e shows especiais. Também estão incluídos no valor do tíquete lanches como pipoca, sorvete e refrigerantes. O evento acontece entre as 20h, horário de encerramento, e as 23h. O ingresso sai por US$ 119 (R$ 370) por pessoa. Não é necessário adquirir o ingresso comum para participar. Esta é a segunda temporada do evento. Somente sete datas foram anunciadas: 19, 26 e 30 de janeiro; 8 e 15 de fevereiro; e 1º e 8 de março de 2018. Os ingressos são adquiridos na página oficial do Walt Disney World Resort.
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Disney anuncia novas datas em que Magic Kingdom funcionará até as 23hO Walt Disney World anunciou novas datas do evento Disney After Hours ('Disney depois da hora', em tradução livre) em 2018. O ingresso dá direito aos visitantes permanecerem no parque Magic Kingdom, em Orlando , na Flórida (EUA), durante três horas além do encerramento. No período, 25 atrações continuam em funcionamento, além de encontros com personagens e shows especiais. Também estão incluídos no valor do tíquete lanches como pipoca, sorvete e refrigerantes. O evento acontece entre as 20h, horário de encerramento, e as 23h. O ingresso sai por US$ 119 (R$ 370) por pessoa. Não é necessário adquirir o ingresso comum para participar. Esta é a segunda temporada do evento. Somente sete datas foram anunciadas: 19, 26 e 30 de janeiro; 8 e 15 de fevereiro; e 1º e 8 de março de 2018. Os ingressos são adquiridos na página oficial do Walt Disney World Resort.
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O curioso caso do Joesley Batista judeu
Se serve de consolo para o presidente Michel Temer, informo que surgiu uma espécie de Joesley Batista em um país que aparece com frequência no noticiário mas quase nunca ou nunca por escândalos de corrupção. Refiro-me a Israel. O Joesley Batista judeu é também empresário, como o original tapuia, e também tem intimidade com o governante de turno, no caso o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Na verdade, tem intimidade até maior, por ter sido chefe de gabinete do premiê. Chama-se Ari Harow e acaba de tornar-se testemunha (de acusação) em duas investigações a respeito de casos de corrupção que envolvem seu antigo chefe. Há mais semelhanças com o Brasil, embora a dimensão do trambique seja substancialmente menor. A mídia israelense informa que Harow incriminou Netanyahu no "Caso 2000", como foi batizado pelos investigadores. Pouco imaginativo na comparação com os nomes que usa a Polícia Federal brasileira. Trata-se de um suposto acordo entre o premiê e o "publisher" do jornal Yedioth Ahronoth, Arnon Mozes, pelo qual o governo atrapalharia o jornal rival Israel Hayom, em troca de uma cobertura mais favorável do Yedioth. Segundo o Canal 2 da TV israelense, Harow teria sido orientado por Netanyahu a levar adiante o acordo entre seu chefe e o editor Mozes. Lembra, portanto, a suposta (ou real) indicação de Rodrigo Rocha Loures como interlocutor de Joesley Batista. Mas está abissalmente longe da mala com dinheiro que Rocha Loures recebeu. O segundo escândalo, o "Caso 1000", envolve supostos (ou reais) presentes ilícitos de benfeitores bilionários do primeiro-ministro, no valor de "milhares de shekels" (moeda israelense) em charutos e champanhe. Não lembra Sérgio Cabral, mas com valores menos suculentos? A delação do ex-chefe de gabinete, como a de Joesley Batista, mereceu um prêmio, menos generoso no entanto: deve pegar seis meses de serviços comunitários e uma multa equivalente a US$ 193 mil (R$ 603 mil). O fato de os valores envolvidos nem sequer se aproximarem dos que a Lava Jato está revelando não impediu a profunda indignação de parte da mídia israelense. O repórter investigativo Gidi Weitz (do Haaretz) escreve que não são os únicos escândalos a sacudir Israel e conclui: "Todos esses casos demonstram uma enraizada cultura de corrupção às custas do público. (...) A corrupção é uma indústria que envolve dezenas de pessoas, incluindo algumas muito bem situadas no governo, pessoas dentro das máquinas partidárias, consultores, conselheiros e lobistas. E, às vezes, pessoas que não são criminosos experimentados em absoluto, mas apenas cidadãos que obedecem às leis mas que se vêem mergulhando na lama porque pensam 'cosi fan tutte' (todos o fazem)". Aposto que você já leu algo muito parecido em português. Tem mais: charge na página de opinião do Yedioth mostra um aeroporto lotado e um homem dizendo que está lotado como a Lahav 433 (a unidade de investigações de fraudes da polícia, o que seria mais ou menos equivalente à Lava Jato). Serve de consolo ou apenas demonstra que o Brasil é mais corrupto?
colunas
O curioso caso do Joesley Batista judeuSe serve de consolo para o presidente Michel Temer, informo que surgiu uma espécie de Joesley Batista em um país que aparece com frequência no noticiário mas quase nunca ou nunca por escândalos de corrupção. Refiro-me a Israel. O Joesley Batista judeu é também empresário, como o original tapuia, e também tem intimidade com o governante de turno, no caso o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Na verdade, tem intimidade até maior, por ter sido chefe de gabinete do premiê. Chama-se Ari Harow e acaba de tornar-se testemunha (de acusação) em duas investigações a respeito de casos de corrupção que envolvem seu antigo chefe. Há mais semelhanças com o Brasil, embora a dimensão do trambique seja substancialmente menor. A mídia israelense informa que Harow incriminou Netanyahu no "Caso 2000", como foi batizado pelos investigadores. Pouco imaginativo na comparação com os nomes que usa a Polícia Federal brasileira. Trata-se de um suposto acordo entre o premiê e o "publisher" do jornal Yedioth Ahronoth, Arnon Mozes, pelo qual o governo atrapalharia o jornal rival Israel Hayom, em troca de uma cobertura mais favorável do Yedioth. Segundo o Canal 2 da TV israelense, Harow teria sido orientado por Netanyahu a levar adiante o acordo entre seu chefe e o editor Mozes. Lembra, portanto, a suposta (ou real) indicação de Rodrigo Rocha Loures como interlocutor de Joesley Batista. Mas está abissalmente longe da mala com dinheiro que Rocha Loures recebeu. O segundo escândalo, o "Caso 1000", envolve supostos (ou reais) presentes ilícitos de benfeitores bilionários do primeiro-ministro, no valor de "milhares de shekels" (moeda israelense) em charutos e champanhe. Não lembra Sérgio Cabral, mas com valores menos suculentos? A delação do ex-chefe de gabinete, como a de Joesley Batista, mereceu um prêmio, menos generoso no entanto: deve pegar seis meses de serviços comunitários e uma multa equivalente a US$ 193 mil (R$ 603 mil). O fato de os valores envolvidos nem sequer se aproximarem dos que a Lava Jato está revelando não impediu a profunda indignação de parte da mídia israelense. O repórter investigativo Gidi Weitz (do Haaretz) escreve que não são os únicos escândalos a sacudir Israel e conclui: "Todos esses casos demonstram uma enraizada cultura de corrupção às custas do público. (...) A corrupção é uma indústria que envolve dezenas de pessoas, incluindo algumas muito bem situadas no governo, pessoas dentro das máquinas partidárias, consultores, conselheiros e lobistas. E, às vezes, pessoas que não são criminosos experimentados em absoluto, mas apenas cidadãos que obedecem às leis mas que se vêem mergulhando na lama porque pensam 'cosi fan tutte' (todos o fazem)". Aposto que você já leu algo muito parecido em português. Tem mais: charge na página de opinião do Yedioth mostra um aeroporto lotado e um homem dizendo que está lotado como a Lahav 433 (a unidade de investigações de fraudes da polícia, o que seria mais ou menos equivalente à Lava Jato). Serve de consolo ou apenas demonstra que o Brasil é mais corrupto?
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15 pacotes de última hora para viajar com os filhos no Dia da Criança
Falta menos de uma semana para o feriado, mas ainda existem vagas em hotéis e pousadas para o Dia da Criança. A Folha selecionou 15 pacotes para pais e filhos, em todas as regiões do Brasil, com programação infantil –de recreação com personagens do Sítio do Picapau Amarelo a visita a um santuário de macacos na Amazônia. Confira abaixo. * R$ 424 Duas noites em Caldas Novas (GO) para casal e duas crianças de até 12 anos. No Privé, com acesso ilimitado aos três parques aquáticos do local. Reservas: privehoteiseparques.com.br R$ 665 Preço por pessoa para três noites em Balneário Camboriú (SC), sem aéreo. Com transporte e ingresso para o parque Beto Carrero World no pacote. Na Flytour: flytour.com.br R$ 1.534 Pacote de cinco diárias no hotel-fazenda São João, em São Pedro (SP). Com passeio a cavalo, pesca e parque aquático inclusos. Por pessoa. Na CVC: cvc.com.br R$ 1.578 Quatro noites em Foz do Iguaçu (PR), com peças de teatro e oficina para aprender a jogar golfe inclusos no pacote. Valor para dois adultos e duas crianças de até 12 anos. Reservas: wishgolfresort.com.br R$ 1.600 Valor para duas noites no Santa Clara Eco Resort, em Dourado (SP), para casal e criança de até dois anos. Com atividades infantis como arvorismo e aulas de caiaque inclusos. Reservas: santaclaraecoresort.com.br R$ 1.717,20 Pacote sem aéreo para três noites no resort do Beach Park, em Fortaleza (CE), para dois adultos e duas crianças de até 12 anos. Com acesso livre ao parque. Reservas: beachpark.com.br/pacotes R$ 1.860 Três noites para casal e criança de até cinco anos na pousada Piuval, em Poconé (MT). Inclui caminhada para avistar bichos como macacos e jacarés. Reservas: pousadapiuval.com.br R$ 1.970 Com caminhada na selva e visita a um centro de reabilitação de macacos resgatados pelo Ibama, valor para três noites no Amazon Ecopark Lodge, em Manaus (AM). Por pessoa. Crianças de até cinco anos, acompanhadas de dois adultos, pagam R$ 110. Na Adventure Club: adventureclub.com.br R$ 2.134,94 Preço por pessoa para quatro noites no Rio Quente Resorts, em Caldas Novas (GO), com acesso ao parque aquático, sem aéreo. Reservas: rioquenteresorts.com.br R$ 2.250 Com passeio de barco entre pais e filhos, duas noites na pousada das Bromélias, em Paraty (RJ). Valor para casal e crianças de até cinco anos. Reservas: pousadabromelias.com.br R$ 2.391 Três noites no hotel-fazenda Mazzaropi, em Taubaté (SP), para casal e criança de dois anos. Inclui festa caipira e caça ao tesouro. Reservas: mazzaropi.com.br R$ 3.000 Quatro dias no San Raphael Country, em Itu (SP), em apartamento com até uma criança de até 12 anos. Inclui recreação com oficina de pintura de rosto e gincanas aquáticas. Reservas: sanraphaelcountry.com.br R$ 3.830 Valor por pessoa, com até duas crianças grátis, para sete noites no Sauipe Premium Hotel, na Costa do Sauipe (BA). Programação inclui concurso de culinária com três participantes do "MasterChef Junior". Na Abreu: abreutur.com.br R$ 4.114 Com acampamento noturno para crianças e passeio na estrada de ferro de Campos do Jordão (SP), quatro noites no hotel Toriba para casal e filho de até oito anos. Reservas: toriba.com.br R$ 9.858 Sem aéreo, quatro noites no Cristalino Lodge, em Alta Floresta (MT). Valor para dois adultos e uma criança de até 14 anos, com passeio de barco e canoagem inclusos. Na NomadRoots: nomadroots.com.br
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15 pacotes de última hora para viajar com os filhos no Dia da CriançaFalta menos de uma semana para o feriado, mas ainda existem vagas em hotéis e pousadas para o Dia da Criança. A Folha selecionou 15 pacotes para pais e filhos, em todas as regiões do Brasil, com programação infantil –de recreação com personagens do Sítio do Picapau Amarelo a visita a um santuário de macacos na Amazônia. Confira abaixo. * R$ 424 Duas noites em Caldas Novas (GO) para casal e duas crianças de até 12 anos. No Privé, com acesso ilimitado aos três parques aquáticos do local. Reservas: privehoteiseparques.com.br R$ 665 Preço por pessoa para três noites em Balneário Camboriú (SC), sem aéreo. Com transporte e ingresso para o parque Beto Carrero World no pacote. Na Flytour: flytour.com.br R$ 1.534 Pacote de cinco diárias no hotel-fazenda São João, em São Pedro (SP). Com passeio a cavalo, pesca e parque aquático inclusos. Por pessoa. Na CVC: cvc.com.br R$ 1.578 Quatro noites em Foz do Iguaçu (PR), com peças de teatro e oficina para aprender a jogar golfe inclusos no pacote. Valor para dois adultos e duas crianças de até 12 anos. Reservas: wishgolfresort.com.br R$ 1.600 Valor para duas noites no Santa Clara Eco Resort, em Dourado (SP), para casal e criança de até dois anos. Com atividades infantis como arvorismo e aulas de caiaque inclusos. Reservas: santaclaraecoresort.com.br R$ 1.717,20 Pacote sem aéreo para três noites no resort do Beach Park, em Fortaleza (CE), para dois adultos e duas crianças de até 12 anos. Com acesso livre ao parque. Reservas: beachpark.com.br/pacotes R$ 1.860 Três noites para casal e criança de até cinco anos na pousada Piuval, em Poconé (MT). Inclui caminhada para avistar bichos como macacos e jacarés. Reservas: pousadapiuval.com.br R$ 1.970 Com caminhada na selva e visita a um centro de reabilitação de macacos resgatados pelo Ibama, valor para três noites no Amazon Ecopark Lodge, em Manaus (AM). Por pessoa. Crianças de até cinco anos, acompanhadas de dois adultos, pagam R$ 110. Na Adventure Club: adventureclub.com.br R$ 2.134,94 Preço por pessoa para quatro noites no Rio Quente Resorts, em Caldas Novas (GO), com acesso ao parque aquático, sem aéreo. Reservas: rioquenteresorts.com.br R$ 2.250 Com passeio de barco entre pais e filhos, duas noites na pousada das Bromélias, em Paraty (RJ). Valor para casal e crianças de até cinco anos. Reservas: pousadabromelias.com.br R$ 2.391 Três noites no hotel-fazenda Mazzaropi, em Taubaté (SP), para casal e criança de dois anos. Inclui festa caipira e caça ao tesouro. Reservas: mazzaropi.com.br R$ 3.000 Quatro dias no San Raphael Country, em Itu (SP), em apartamento com até uma criança de até 12 anos. Inclui recreação com oficina de pintura de rosto e gincanas aquáticas. Reservas: sanraphaelcountry.com.br R$ 3.830 Valor por pessoa, com até duas crianças grátis, para sete noites no Sauipe Premium Hotel, na Costa do Sauipe (BA). Programação inclui concurso de culinária com três participantes do "MasterChef Junior". Na Abreu: abreutur.com.br R$ 4.114 Com acampamento noturno para crianças e passeio na estrada de ferro de Campos do Jordão (SP), quatro noites no hotel Toriba para casal e filho de até oito anos. Reservas: toriba.com.br R$ 9.858 Sem aéreo, quatro noites no Cristalino Lodge, em Alta Floresta (MT). Valor para dois adultos e uma criança de até 14 anos, com passeio de barco e canoagem inclusos. Na NomadRoots: nomadroots.com.br
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Hamas executa três homens por morte de integrante do grupo palestino
O grupo radical palestino Hamas anunciou ter executado três homens que teriam matado, em março, um integrante do alto escalão do grupo. Segundo o Ministério do Interior da facção, dois foram enforcados e o terceiro foi fuzilado. Centenas de pessoas assistiram às execuções. Os três receberam sentenças de morte no domingo, depois que um tribunal militar especial, após deliberar por uma semana, considerou eles culpados de matar Mazen Faqha. Grupos de direitos humanos locais criticaram o julgamento. Faqha, 38 anos, foi morto na garagem de seu prédio no dia 24 de março. Segundo o Hamas, o assassino usou uma arma com um silenciador e fugiu. Imediatamente o grupo culpou Israel pela morte e iniciou uma busca pelos assassinos. Israel havia sentenciado Faqha nove vezes a prisão perpétua por comandar ataques suicidas no país. Em 2011, porém, ele foi libertado com outros 1.000 prisioneiros palestinos em troca de um soldado israelense. Desde 2007, o Hamas executou 25 pessoas em seu sistema judicial. MODERAÇÃO No início do mês, o Hamas divulgou um documento que foi visto como uma moderação de seu discurso. Pela primeira vez, admitiu a possibilidade de um Estado palestino nos limites vigentes em 1967, antes da Guerra dos Seis Dias. No conflito, Israel conquistou a faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Historicamente, o grupo sempre defendeu o fim do Estado de Israel e uma Palestina unificada. A nova plataforma do grupo foi apresentada em um momento de tensões crescentes entre o Hamas e seu principal rival político, o movimento Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente.
mundo
Hamas executa três homens por morte de integrante do grupo palestinoO grupo radical palestino Hamas anunciou ter executado três homens que teriam matado, em março, um integrante do alto escalão do grupo. Segundo o Ministério do Interior da facção, dois foram enforcados e o terceiro foi fuzilado. Centenas de pessoas assistiram às execuções. Os três receberam sentenças de morte no domingo, depois que um tribunal militar especial, após deliberar por uma semana, considerou eles culpados de matar Mazen Faqha. Grupos de direitos humanos locais criticaram o julgamento. Faqha, 38 anos, foi morto na garagem de seu prédio no dia 24 de março. Segundo o Hamas, o assassino usou uma arma com um silenciador e fugiu. Imediatamente o grupo culpou Israel pela morte e iniciou uma busca pelos assassinos. Israel havia sentenciado Faqha nove vezes a prisão perpétua por comandar ataques suicidas no país. Em 2011, porém, ele foi libertado com outros 1.000 prisioneiros palestinos em troca de um soldado israelense. Desde 2007, o Hamas executou 25 pessoas em seu sistema judicial. MODERAÇÃO No início do mês, o Hamas divulgou um documento que foi visto como uma moderação de seu discurso. Pela primeira vez, admitiu a possibilidade de um Estado palestino nos limites vigentes em 1967, antes da Guerra dos Seis Dias. No conflito, Israel conquistou a faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Historicamente, o grupo sempre defendeu o fim do Estado de Israel e uma Palestina unificada. A nova plataforma do grupo foi apresentada em um momento de tensões crescentes entre o Hamas e seu principal rival político, o movimento Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente.
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Irlandeses aprovam casamento gay com 62% dos votos em referendo
A Irlanda aprovou a legalização do casamento gay em referendo realizado nesta sexta-feira (22). Com apuração concluída neste sábado (23) nas 43 regiões eleitorais do país, 62% dos eleitores votaram "sim", ante 37% que optaram pelo 'não'. A participação da população irlandesa, majoritariamente católica, na votação chegou a 60%, segundo o jornal "Irish Times". Os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Irlanda celebraram o resultado antes mesmo da divulgação dos números oficiais. A esplanada do Castelo de Dublin, que já foi a residência dos governantes britânicos e sempre foi um símbolo do poder, ficou lotada de partidários do "sim", em um clima de festa. Veja fotos "É fantástico ser irlandês", disse Rory O'Neill, que usa o nome artístico "Panti Bliss", a drag queen mais famosa da Irlanda e um dos líderes da campanha a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. "É histórico, somos o primeiro país do mundo a votar a favor da igualdade no matrimônio em um referendo", disse o ministro da Saúde, Leo Varadkar. "É uma revolução cultural", completou, em referência à forte tradição católica do país (a religião é seguida por 85% da população), onde a homossexualidade só deixou de ser considerada crime em 1993. Na entrada do principal local de apuração de votos em Dublin, duas mulheres, Grainne O'Grady, 44, e Pauline Tracey, 53, afirmaram que planejavam apenas "celebrar, celebrar e celebrar". "Eu poderia explodir de tanta felicidade. O que estava em jogo era se nós somos iguais em nosso próprio país", disse O'Grady, enquanto Tracey declarou que está "muito orgulhosa". Na sexta-feira (22), mais de 3,2 milhões de irlandeses estavam registrados para votar a favor ou contra uma emenda constitucional que contempla que "o matrimônio pode ser contratado de acordo com a lei por duas pessoas, sem distinção de sexo". A mudança constitucional votada nesta sexta já havia sido aprovada pelo Parlamento irlandês em março. A imprensa local antecipara um índice alto de participação, em particular nas grandes cidades. Para Colm O'Gorman, da Anistia Internacional, a vitória do "sim" "constitui uma mensagem extraordinária de esperança à comunidade homossexual e transexual, vítima da perseguição em todo o mundo". O "sim" foi defendido por todos os principais partidos políticos irlandeses, incluindo o Fine Gael do primeiro-ministro Enda Kenny. Os defensores da reforma constitucional receberam o apoio de várias celebridades, como o cantor Bono, do grupo U2, e o ator Colin Farrell. NOVO PAÍS Do lado do "não", a Igreja Católica de Irlanda e os conservadores defenderam que o matrimônio deveria seguir exclusivo para a união entre um homem e uma mulher. "Houve uma impressionante vitória do 'sim'", disse David Quinn, diretor do Instituto Iona, grupo católico contrário à aprovação. Quinn criticou o fato de nenhum partido ter apoiado o "não" e disse ter dado voz a "centenas de milhares" de irlandeses contrários à medida. "Estamos em um novo país", disse à agência Associated Press o comentarista político Sean Donnelly, na ativa desde os anos 1970. "Na época em que eu fui criado, a igreja era todo-poderosa e nem se usava a palavra 'gay'."
mundo
Irlandeses aprovam casamento gay com 62% dos votos em referendoA Irlanda aprovou a legalização do casamento gay em referendo realizado nesta sexta-feira (22). Com apuração concluída neste sábado (23) nas 43 regiões eleitorais do país, 62% dos eleitores votaram "sim", ante 37% que optaram pelo 'não'. A participação da população irlandesa, majoritariamente católica, na votação chegou a 60%, segundo o jornal "Irish Times". Os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Irlanda celebraram o resultado antes mesmo da divulgação dos números oficiais. A esplanada do Castelo de Dublin, que já foi a residência dos governantes britânicos e sempre foi um símbolo do poder, ficou lotada de partidários do "sim", em um clima de festa. Veja fotos "É fantástico ser irlandês", disse Rory O'Neill, que usa o nome artístico "Panti Bliss", a drag queen mais famosa da Irlanda e um dos líderes da campanha a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. "É histórico, somos o primeiro país do mundo a votar a favor da igualdade no matrimônio em um referendo", disse o ministro da Saúde, Leo Varadkar. "É uma revolução cultural", completou, em referência à forte tradição católica do país (a religião é seguida por 85% da população), onde a homossexualidade só deixou de ser considerada crime em 1993. Na entrada do principal local de apuração de votos em Dublin, duas mulheres, Grainne O'Grady, 44, e Pauline Tracey, 53, afirmaram que planejavam apenas "celebrar, celebrar e celebrar". "Eu poderia explodir de tanta felicidade. O que estava em jogo era se nós somos iguais em nosso próprio país", disse O'Grady, enquanto Tracey declarou que está "muito orgulhosa". Na sexta-feira (22), mais de 3,2 milhões de irlandeses estavam registrados para votar a favor ou contra uma emenda constitucional que contempla que "o matrimônio pode ser contratado de acordo com a lei por duas pessoas, sem distinção de sexo". A mudança constitucional votada nesta sexta já havia sido aprovada pelo Parlamento irlandês em março. A imprensa local antecipara um índice alto de participação, em particular nas grandes cidades. Para Colm O'Gorman, da Anistia Internacional, a vitória do "sim" "constitui uma mensagem extraordinária de esperança à comunidade homossexual e transexual, vítima da perseguição em todo o mundo". O "sim" foi defendido por todos os principais partidos políticos irlandeses, incluindo o Fine Gael do primeiro-ministro Enda Kenny. Os defensores da reforma constitucional receberam o apoio de várias celebridades, como o cantor Bono, do grupo U2, e o ator Colin Farrell. NOVO PAÍS Do lado do "não", a Igreja Católica de Irlanda e os conservadores defenderam que o matrimônio deveria seguir exclusivo para a união entre um homem e uma mulher. "Houve uma impressionante vitória do 'sim'", disse David Quinn, diretor do Instituto Iona, grupo católico contrário à aprovação. Quinn criticou o fato de nenhum partido ter apoiado o "não" e disse ter dado voz a "centenas de milhares" de irlandeses contrários à medida. "Estamos em um novo país", disse à agência Associated Press o comentarista político Sean Donnelly, na ativa desde os anos 1970. "Na época em que eu fui criado, a igreja era todo-poderosa e nem se usava a palavra 'gay'."
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Visita de Obama remexe em feridas da população de Hiroshima
Horas antes da visita do presidente Barack Obama a Hiroshima, a sobrevivente da bomba atômica Kinuyo Ikegami, 82, prestou suas homenagens no memorial da tragédia de 6 de agosto de 1945. "Eu podia ouvir as crianças da escola gritarem: 'Me ajude! Me ajude!'", disse, entre lágrimas. "Foi lamentável, muito horrível. Até agora, me enche de emoção." Obama cumprimentou alguns dos sobreviventes do bombardeio de Hiroshima após sua fala nesta sexta-feira (27), em que defendeu a necessidade de resolver conflitos pela diplomacia e a perseguição de um mundo sem armas nucleares. Como era esperado, o americano não se desculpou pelos bombardeios atômicos no Japão nem se questionou sobre a opção americana pelo uso da arma nuclear. Para o sobrevivente da bomba Eiji Hattori, 73, no entanto, a fala de Obama pode ser entendida como um pedido de desculpas. "Me sinto diferente agora. Não achei que ele iria tão longe e falaria tanto. Sinto como se tivesse sido salvo de algum jeito. Para mim, foi mais que suficiente", disse. Os pais e avós de Hattori, que vendiam arroz perto de onde a bomba caiu, morreram naquele dia ou em seguida. Hattori tem, hoje, três tipos de câncer. Takeo Sugiyama, 85, também se disse tocado pelo pronunciamento do americano. "Espero que ele faça o máximo pela paz mundial até o final de seu mandato. Essa ação, sozinha, pode provar que ele pensa o que disse hoje", disse o sobrevivente, que perdeu a irmã mais nova no bombardeio de 1945. Hiroshima ABSTRATO Já Miki Tsukishita, 75, queria ter ouvido mais de Obama. "Temo que não ouvi nada concreto sobre como ele planeja alcançar a abolição das armas nucleares. Sobreviventes da bomba, como eu, estão ficando velhos. Apenas festejar sua visita não é suficiente." O taxista Kenki Ishida, 68, nascido logo após o bombardeio, também diz que a visita é "só um primeiro passo". "Ainda estamos há dez anos da possibilidade de um presidente pedir desculpas." "Não podemos dizer para a Coreia do Norte não ter bombas nucleares quando os Estados Unidos têm (...) Não é possível nos livrarmos das armas nucleares quando elas são usadas para a dissuasão." Corrida nuclear
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Visita de Obama remexe em feridas da população de HiroshimaHoras antes da visita do presidente Barack Obama a Hiroshima, a sobrevivente da bomba atômica Kinuyo Ikegami, 82, prestou suas homenagens no memorial da tragédia de 6 de agosto de 1945. "Eu podia ouvir as crianças da escola gritarem: 'Me ajude! Me ajude!'", disse, entre lágrimas. "Foi lamentável, muito horrível. Até agora, me enche de emoção." Obama cumprimentou alguns dos sobreviventes do bombardeio de Hiroshima após sua fala nesta sexta-feira (27), em que defendeu a necessidade de resolver conflitos pela diplomacia e a perseguição de um mundo sem armas nucleares. Como era esperado, o americano não se desculpou pelos bombardeios atômicos no Japão nem se questionou sobre a opção americana pelo uso da arma nuclear. Para o sobrevivente da bomba Eiji Hattori, 73, no entanto, a fala de Obama pode ser entendida como um pedido de desculpas. "Me sinto diferente agora. Não achei que ele iria tão longe e falaria tanto. Sinto como se tivesse sido salvo de algum jeito. Para mim, foi mais que suficiente", disse. Os pais e avós de Hattori, que vendiam arroz perto de onde a bomba caiu, morreram naquele dia ou em seguida. Hattori tem, hoje, três tipos de câncer. Takeo Sugiyama, 85, também se disse tocado pelo pronunciamento do americano. "Espero que ele faça o máximo pela paz mundial até o final de seu mandato. Essa ação, sozinha, pode provar que ele pensa o que disse hoje", disse o sobrevivente, que perdeu a irmã mais nova no bombardeio de 1945. Hiroshima ABSTRATO Já Miki Tsukishita, 75, queria ter ouvido mais de Obama. "Temo que não ouvi nada concreto sobre como ele planeja alcançar a abolição das armas nucleares. Sobreviventes da bomba, como eu, estão ficando velhos. Apenas festejar sua visita não é suficiente." O taxista Kenki Ishida, 68, nascido logo após o bombardeio, também diz que a visita é "só um primeiro passo". "Ainda estamos há dez anos da possibilidade de um presidente pedir desculpas." "Não podemos dizer para a Coreia do Norte não ter bombas nucleares quando os Estados Unidos têm (...) Não é possível nos livrarmos das armas nucleares quando elas são usadas para a dissuasão." Corrida nuclear
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Prefeitura do Rio fixa 5º prazo para inauguração do Museu do Amanhã
Já foram quatro adiamentos desde 2011. A Prefeitura do Rio de Janeiro afirma que agora vai: segundo o órgão informou à Folha nesta segunda-feira (17), a inauguração do Museu do Amanhã, uma das principais obras de revitalização da zona portuária da capital fluminense, acontecerá até o fim do ano. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) disse que 98% das obras, na praça Mauá (centro da cidade), estão concluídas. Ainda falta finalizar instalações de vídeos e jogos e o sistema de ar-condicionado. A construção começou no início de 2010. Deveria terminar em 2011. Após postergar duas vezes a estreia, Paes afirmou que o museu abriria as portas no aniversário do Rio, em março de 2015 –"um presente para a cidade". No entanto a prefeitura adiou novamente a inauguração, para o último trimestre de 2015. Alegou que esperava a chegada de equipamentos estrangeiros. Em janeiro, um protesto de cerca de 400 trabalhadores contra a morte de um operário eletrocutado também paralisou a obra. BROMÉLIA O projeto, orçado em R$ 215 milhões, é do premiado arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Alguns comparam seu formato com o de uma folha ou uma flor (a bromélia). Museu do amanhã Calatrava é responsável por obras polêmicas. É o cados de uma ponte em Veneza (Itália) com falhas na estrutura e da Ópera de Valencia, na Espanha, que foi interditada após pedaços de sua cobertura de azulejos despencarem (leia ao lado). Com uma área de 30 mil metros quadrados, o Museu do Amanhã usará ambientes audiovisuais, instalações interativas e jogos para falar sobre o futuro. O museu, uma PPP (Parceria Público Privada) com a Fundação Roberto Marinho, já definiu as exposições de longa duração divididas em cinco áreas principais: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Imaginação.
ilustrada
Prefeitura do Rio fixa 5º prazo para inauguração do Museu do AmanhãJá foram quatro adiamentos desde 2011. A Prefeitura do Rio de Janeiro afirma que agora vai: segundo o órgão informou à Folha nesta segunda-feira (17), a inauguração do Museu do Amanhã, uma das principais obras de revitalização da zona portuária da capital fluminense, acontecerá até o fim do ano. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) disse que 98% das obras, na praça Mauá (centro da cidade), estão concluídas. Ainda falta finalizar instalações de vídeos e jogos e o sistema de ar-condicionado. A construção começou no início de 2010. Deveria terminar em 2011. Após postergar duas vezes a estreia, Paes afirmou que o museu abriria as portas no aniversário do Rio, em março de 2015 –"um presente para a cidade". No entanto a prefeitura adiou novamente a inauguração, para o último trimestre de 2015. Alegou que esperava a chegada de equipamentos estrangeiros. Em janeiro, um protesto de cerca de 400 trabalhadores contra a morte de um operário eletrocutado também paralisou a obra. BROMÉLIA O projeto, orçado em R$ 215 milhões, é do premiado arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Alguns comparam seu formato com o de uma folha ou uma flor (a bromélia). Museu do amanhã Calatrava é responsável por obras polêmicas. É o cados de uma ponte em Veneza (Itália) com falhas na estrutura e da Ópera de Valencia, na Espanha, que foi interditada após pedaços de sua cobertura de azulejos despencarem (leia ao lado). Com uma área de 30 mil metros quadrados, o Museu do Amanhã usará ambientes audiovisuais, instalações interativas e jogos para falar sobre o futuro. O museu, uma PPP (Parceria Público Privada) com a Fundação Roberto Marinho, já definiu as exposições de longa duração divididas em cinco áreas principais: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Imaginação.
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Jovens largam carreira para abrir cafés enxutos e com grãos selecionados
Paulo Filho sabia de três coisas ao deixar o design. Queria sair da frente do computador, trabalhar em pé e com pessoas. Abriu um café, o Kof, com sua amiga arquiteta Camila Romano. Rodolfo Herrera e Flavio Seixlack também colocaram de lado as profissões de formação. E lá se foram para trás do balcão do pequeno Beluga Café, que eles mesmos montaram. Jamais imaginaram perder 10 quilos em poucos meses de trabalho. Como na "Quadrilha" de Drummond, Douglas Siqueira, que não tinha entrado na história, largou a vida de executivo e abriu o Torra Clara. Há muito em comum entre esses três cafés paulistanos -além de serem tocados pessoalmente por seus proprietários. Talvez sejam fruto de um movimento impulsionado pela abertura, mais remota, do Coffee Lab, que adotou sistema descomplicado de serviço e teve ótima projeção. Todos eles têm estruturas enxutíssimas, e serviço idem. O cliente deve fazer o pedido no balcão e nenhum cobra os 10% de taxa habitual. O fato de essas cafeterias serem um plano B, no entanto, não diminui o cuidado que há por trás dos negócios. Os donos estudam o produto e garimpam cafés de alta qualidade, a exemplo da edição limitada de catuaí vermelho vendido no Beluga. Como outros pequenos lotes, os grãos são produzidos com cuidado, sob condições especiais de clima e de solo, com características únicas de aroma e sabor. Exemplares do produtor e torrefador Hugo Wolff e grãos da Fazenda Ambiental Fortaleza (FAF), no ramo desde 1850 no interior de SP, também marcam presença. No Torra Clara pode-se provar boa parte da linha da FAF, como o Carmen Miranda (R$ 7). Este, preparado no V 60 (um coador com sulcos internos em espiral, que permitem melhor fluxo da água), mostra notas florais e doçura acentuada -em parte, graças ao seu processamento natural, no qual o grão seca com polpa e casca. Nota-se, ainda, a exploração dos mais variados métodos de preparo. No Kof, por exemplo, há um ousado (para brasileiros) café coado no gelo (R$ 10). Para a dose dupla, faz-se uma extração concentrada do café sobre o gelo, que, conforme derrete, dá bom equilíbrio à bebida. Para abastecer o cardápio, firmam parcerias com fornecedores selecionados, outro reflexo da estrutura enxuta. O Torra Clara recebe tortas do Torta no Quintal -a de cinco cogumelos com cream cheese e massa podre já nasceu hit (R$ 26, com salada). No Beluga, o pão de mel com geleia de damasco e chocolate meio amargo (R$ 5, a fatia) sai das mãos da dupla Beza, formada por uma polonesa e uma belga. No balcão, bolos de uma "boleira do bairro" e waffles. Estes são também boa pedida no Kof. Lá, são fornecidos por Thierry Pouge, outro sujeito que largou sua profissão-plano-A para dedicar-se a uma pequena produção de waffles (fofos por dentro e crocantes por fora; a R$ 7, para besuntar com manteiga) e de cookies (altos, macios, a R$ 7). Eis que comes, bebes e o clima despretensioso desses cafés andam atraindo público. No mesmo embalo que a gastronomia tem seguido em São Paulo: mais simples e descomplicada. TORRA CLARA Onde r. Oscar Freire, 2.286, Pinheiros, tel. 11/3297-8486 Kof - King of the Fork Onde r. Artur de Azevedo, 1.317, Pinheiros, tel. 11/2533-9391 BELUGA CAFÉ Onde r. Doutor Cesário Mota Júnior, 379, Vila Buarque; tel. 11/3214-5322
comida
Jovens largam carreira para abrir cafés enxutos e com grãos selecionadosPaulo Filho sabia de três coisas ao deixar o design. Queria sair da frente do computador, trabalhar em pé e com pessoas. Abriu um café, o Kof, com sua amiga arquiteta Camila Romano. Rodolfo Herrera e Flavio Seixlack também colocaram de lado as profissões de formação. E lá se foram para trás do balcão do pequeno Beluga Café, que eles mesmos montaram. Jamais imaginaram perder 10 quilos em poucos meses de trabalho. Como na "Quadrilha" de Drummond, Douglas Siqueira, que não tinha entrado na história, largou a vida de executivo e abriu o Torra Clara. Há muito em comum entre esses três cafés paulistanos -além de serem tocados pessoalmente por seus proprietários. Talvez sejam fruto de um movimento impulsionado pela abertura, mais remota, do Coffee Lab, que adotou sistema descomplicado de serviço e teve ótima projeção. Todos eles têm estruturas enxutíssimas, e serviço idem. O cliente deve fazer o pedido no balcão e nenhum cobra os 10% de taxa habitual. O fato de essas cafeterias serem um plano B, no entanto, não diminui o cuidado que há por trás dos negócios. Os donos estudam o produto e garimpam cafés de alta qualidade, a exemplo da edição limitada de catuaí vermelho vendido no Beluga. Como outros pequenos lotes, os grãos são produzidos com cuidado, sob condições especiais de clima e de solo, com características únicas de aroma e sabor. Exemplares do produtor e torrefador Hugo Wolff e grãos da Fazenda Ambiental Fortaleza (FAF), no ramo desde 1850 no interior de SP, também marcam presença. No Torra Clara pode-se provar boa parte da linha da FAF, como o Carmen Miranda (R$ 7). Este, preparado no V 60 (um coador com sulcos internos em espiral, que permitem melhor fluxo da água), mostra notas florais e doçura acentuada -em parte, graças ao seu processamento natural, no qual o grão seca com polpa e casca. Nota-se, ainda, a exploração dos mais variados métodos de preparo. No Kof, por exemplo, há um ousado (para brasileiros) café coado no gelo (R$ 10). Para a dose dupla, faz-se uma extração concentrada do café sobre o gelo, que, conforme derrete, dá bom equilíbrio à bebida. Para abastecer o cardápio, firmam parcerias com fornecedores selecionados, outro reflexo da estrutura enxuta. O Torra Clara recebe tortas do Torta no Quintal -a de cinco cogumelos com cream cheese e massa podre já nasceu hit (R$ 26, com salada). No Beluga, o pão de mel com geleia de damasco e chocolate meio amargo (R$ 5, a fatia) sai das mãos da dupla Beza, formada por uma polonesa e uma belga. No balcão, bolos de uma "boleira do bairro" e waffles. Estes são também boa pedida no Kof. Lá, são fornecidos por Thierry Pouge, outro sujeito que largou sua profissão-plano-A para dedicar-se a uma pequena produção de waffles (fofos por dentro e crocantes por fora; a R$ 7, para besuntar com manteiga) e de cookies (altos, macios, a R$ 7). Eis que comes, bebes e o clima despretensioso desses cafés andam atraindo público. No mesmo embalo que a gastronomia tem seguido em São Paulo: mais simples e descomplicada. TORRA CLARA Onde r. Oscar Freire, 2.286, Pinheiros, tel. 11/3297-8486 Kof - King of the Fork Onde r. Artur de Azevedo, 1.317, Pinheiros, tel. 11/2533-9391 BELUGA CAFÉ Onde r. Doutor Cesário Mota Júnior, 379, Vila Buarque; tel. 11/3214-5322
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Em quatro aulas, escritor compartilha técnicas para desenvolver escrita
O escritor e jornalista Thales Guaracy comandará os quatro encontros da oficina "Escreva bem, pense melhor", oferecido pela Associação Viva e Deixe Viver em agosto, no centro de São Paulo. O objetivo é o aperfeiçoamento e a capacidade de pensar e produzir textos, buscando o desenvolvimento pessoal. Além disso, visa promover melhores ideias por meio do exercício da escrita. As aulas serão às terças-feiras, a partir da terça-feira (9), de acordo com o cronograma: o desafio do papel em branco; o pensamento estruturado; a forma e o raciocínio: redação e estilo; e os elementos da criação. Para mais informações e inscrições, acesse o site da associação ou ligue para: (11) 3081-6343. Escreva bem, pense melhor - CCH (Centro de Comunicação e Histórias) - rua Fortunato, 140, São Paulo, SP. Todas as terças-feiras de agosto a partir de 9/8: das 19h às 21h. Informações e inscrições, pelo site ou telefone: (11) 3081-6343. R$ 490
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Em quatro aulas, escritor compartilha técnicas para desenvolver escritaO escritor e jornalista Thales Guaracy comandará os quatro encontros da oficina "Escreva bem, pense melhor", oferecido pela Associação Viva e Deixe Viver em agosto, no centro de São Paulo. O objetivo é o aperfeiçoamento e a capacidade de pensar e produzir textos, buscando o desenvolvimento pessoal. Além disso, visa promover melhores ideias por meio do exercício da escrita. As aulas serão às terças-feiras, a partir da terça-feira (9), de acordo com o cronograma: o desafio do papel em branco; o pensamento estruturado; a forma e o raciocínio: redação e estilo; e os elementos da criação. Para mais informações e inscrições, acesse o site da associação ou ligue para: (11) 3081-6343. Escreva bem, pense melhor - CCH (Centro de Comunicação e Histórias) - rua Fortunato, 140, São Paulo, SP. Todas as terças-feiras de agosto a partir de 9/8: das 19h às 21h. Informações e inscrições, pelo site ou telefone: (11) 3081-6343. R$ 490
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'Meirelles ministro não basta para retomar crescimento', diz economista
Um nome forte para o Ministério da Fazenda não será suficiente para a retomada da atividade no país, diz o economista-chefe do banco de investimento Credit Suisse no Brasil, Nilson Teixeira. A confiança dos investidores só virá se um eventual presidente Temer for capaz de negociar com o Legislativo um pacote de medidas amplo, que seja aprovado em no máximo um mês, avalia. "Mais importante do que um ministro Henrique Meirelles é um governo Temer." * Folha - Se Temer assumir o governo, quanto tempo tem para reverter a crise econômica? Nilson Teixeira - Não há uma clara indicação de como será o governo. Há posições que nos parecem díspares, políticas mais liberais e outras que parecem até intervencionistas. Intervencionistas? Por exemplo, escolher setores para ajudar a trazer maior crescimento. Não é muito diferente do que foi perseguido nos últimos anos. O denominador comum do que vem sendo anunciado é um bloco pequeno de medidas que será encaminhado ao Congresso. Deveria ser mais amplo, com medidas não necessariamente concomitantes, mas que deixassem claro ao Congresso e à sociedade quais as medidas necessárias para melhorar a questão fiscal e retomar a atividade. Não bastam medidas como reforma da previdência, que já é quase um consenso, terceirização, a DRU [Desvinculação das Receitas da União] ampla e concessões e privatizações para permitir uma retomada rápida do investimento, para ser o principal gatilho da retomada. Um pacote desses sem medida adicional vem com um ponto de interrogação. A questão fiscal, que tem dois problemas: a solvência de longo prazo e a reversão de resultados muito desfavoráveis do ano passado e deste também, de queda de arrecadação e gastos crescentes. Fazer a reforma da previdência é necessário, mas não adianta só criar uma idade mínima e equiparar setor privado e público sem uma regra de transição de curto prazo. Ou seja, é preciso atuar no curto prazo? Sim. Por exemplo, a DRU tem hoje muito menos efeito, porque não intervém na previdência nem no gasto com servidores públicos. Os gastos com saúde e educação estão atrelados ao crescimento do PIB, ou seja, também não seriam alterados, assim como as transferências para Estados e municípios. Só a DRU não vai reverter de maneira importante o resultado no curto prazo. Por curto prazo você quer dizer que limite? Dois anos, mais ou menos. A privatização tem que ser acelerada, mas, por mais rápido que sejam os processos, investimentos ocorrerão no fim do próximo ano ou em 2018. Veja os aeroportos: mesmo com a Copa do Mundo, demoraram, atrasaram. Não virá estímulo para a economia por aí. A terceirização também é uma ideia boa, mas, num ambiente de recessão como este, não reverterá o aumento do desemprego. Não vejo gatilhos para a retomada da atividade nem para sanar o problema fiscal. Diz-se que a contração, num cenário otimista, seria 3,5% neste ano e, no ano que vem, 1%. Mesmo se assumirmos que haverá cobrança de CPMF -que, com alíquota de 0,38%, daria de 1,5% a 2% do PIB a mais de arrecadação-, ainda assim haverá deficit primário em 2017. Como reverter o deficit? É preciso reduzir gastos obrigatórios e renúncias tributárias. Fazer uma reforma forte na previdência e congelar contratações e reajustes do funcionalismo nos três Poderes. São medidas muito duras, mas todos teremos que pagar esse ajuste. Caberá ao Congresso optar por quem pagará mais. Um dos grupos mais beneficiados foi o dos funcionários públicos, que tiveram aumentos bem maiores que os do setor privado. Independente de ser justo ou não, é natural que eles paguem mais. Outro ponto é o abatimento no Imposto de Renda de despesas com educação e saúde. Quem recebe esse benefício é a classe mais rica da população. Só de abatimentos com médicos são R$ 11 bilhões por ano; com escolas, entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões. Mas é viável politicamente mexer em salário de servidor e IR em ano eleitoral? No fundo, sempre vão se ferir interesses. Não há como fazer um ajustamento fiscal sem ferir interesses. E, na hipótese de o vice assumir, caberá a ele arbitrar o processo, não de forma isolada. Cabe ao vice-presidente evitar os erros passados e articular os projetos antes de levar para o Congresso, com os líderes partidários, para ter maior capacidade de aprovação das medidas. Não cabe ao presidente decidir quem vai ser o grupo mais penalizado, isso tem que ser articulado com o Congresso. Mas não será possível caminhar sem ferir interesses. A saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dificulta o ajuste? O fator crucial é que o presidente seja firme na coordenação de todo o seu ministério e consiga convencer os congressistas sobre a urgência e necessidade da aprovação de um amplo conjunto de medidas. A probabilidade de sucesso dessa missão no Congresso cresce à medida que haja uma maior parceria com os líderes dos partidos da base aliada e os presidentes das duas Casas. Os nomes dos envolvidos nessa dinâmica são menos relevantes nessa atuação coordenada do Executivo e do Legislativo, independentemente da maior experiência e influência de alguns congressistas. Que outras desonerações deveriam ser feitas? Por exemplo, o tratamento tributário diferente para as empresas unipessoais, que fazem serviço tipicamente de pessoa física. Há um tratamento diferente para pessoas que prestam o mesmo serviço. Um médico que dá um recibo com seu CPF paga muito mais imposto que o mesmo médico se abrir uma empresa. Não parece razoável. A desoneração da folha de pagamento tem que ser discutida. Será que de fato ela trouxe benefícios que compensem os R$ 25,9 bilhões que custou. Pesquisas questionam também os benefícios do Simples. Pois é, e, em vez de reduzir, o caminho proposto está sendo ampliar. Essas medidas precisam ser as primeiras. Colocar uma meta fiscal realista. Tenho ouvido falar em R$ 100 bilhões de deficit [para este ano], o que me parece temerário. Deve ser de R$ 140 bilhões, R$ 120 bilhões. Cabe ao governo fazer as contas, mas de forma realista. Para evitar que daqui a três meses tenha que enviar nova meta ao Congresso. Qual seria uma meta realista? Um deficit em torno de 2% do PIB de deficit. Hoje ele está em 2,3% do PIB. Há uma variável imprevisível que pode ter impacto: a repatriação de recursos. Ninguém tem ideia de qual será o valor arrecadado. Fizemos no passado um cálculo usando todos os processos em vários países e chegamos a uma média de R$ 12 bilhões. Mas já há participantes do mercado falando em R$ 70 bilhões. São hipóteses. É impossível prever. Com um cálculo de R$ 50 bilhões, que parece um número enorme, o deficit primário neste ano seria de 1,8% do PIB. Há essa variável que é imprecisa, mas de qualquer forma não resolve o problema do próximo ano. Então há necessidade de um ajuste no curto prazo, que pode vir um pouco de Cide e corte de renúncias fiscais. Com a CPMF? O ideal seria que o "p" seja realmente o "p", provisório, ou seja, que se anuncie logo qual será o cronograma de reversão. E um cronograma para rever as renúncias que são muito discutíveis, como o Simples e a Zona Franca de Manaus. Precisa ser um pacote amplo, apresentado ao Congresso, e antes disso até para os líderes partidários, um conjunto amplo de medidas, que mostre que estamos tratando da questão fiscal de curto e de longo prazo, da melhoria da eficiência da economia e da educação. Talvez não tenha condições de imediatamente vir com todos os projetos, mas pelo menos as ideias gerais e principalmente um cronograma já discutido com os líderes, para ser aprovado num curto intervalo de tempo. Não adianta fazer toda uma negociação agora e esperar oito meses para aprovar as medidas. É preciso aprová-las num intervalo reduzido. Por isso é necessária uma coordenação forte com os presidentes das duas Casas, com os presidentes das comissões, os líderes dos partidos. É preciso, mais do que apoio, uma parceria com o Legislativo e, por que não dizer, o Judiciário, para acelerar esse período. Se o governo consegue deslanchar esse pacote, o que podemos esperar? E se não fizer? Dá pra piorar mais? Não existem só esses casos extremos. Existe um meio termo. Se aprovasse tudo rapidamente, neste ano haveria contração entre 3% e 3,5% e, no próximo ano, podemos sonhar com crescimento de 2%. No outro caso extremo, em que nada acontece, a contração neste ano pode superar 4% e, no próximo, pode vir uma contração muito expressiva. De quanto? Difícil precisar, mas da ordem de 3%, com deterioração em todas as frentes: inflação, atividade econômica, mercado de trabalho e balanço de pagamentos, principalmente na conta de capital. Seu cenário pessimista para um eventual governo é, então, muito parecido com o cenário para o governo Dilma? É muito desfavorável. Seria o mesmo que não mudar o presidente? [pausa] Seria muito negativo. Mas não aprovar nada é um cenário muito pessimista. O que deve acontecer é algo no meio termo. Agora é o momento, há muita oportunidade, é possível construir maioria significativa na Câmara e no Senado, e podemos presumir que, caso o vice presidente assuma... O sr. tem dúvidas de que ele vá assumir? Estou apenas sendo cauteloso, como faz a Folha [risos]. Dá pra lançar um programa de concessões com esse cenário de juros tão altos? As taxas de juros longas podem cair, e em que prazo? Se não houver nada concreto até agosto, não há cenário de retomada, a confiança não se sustenta. A inflação no Brasil é muito alta, comparando com desenvolvidos, emergentes, com a Ásia, é muito alta e continua muito alta. Neste ano, deve ser de 8% ou maior. Grande parte dos participantes do mercado trabalha com a hipótese de declínio dos juros, porque a inflação está diminuindo e há recessão. Mas a inflação está muito alta. Mesmo os mais otimistas esperam mais de 6% neste ano. A maioria do mercado ainda espera uma inflação muito alta, entre 6,5% e 7% para este ano e até 6% no ano que vem. Seria mais adequado esperar uma inflação mais baixa para reduzir os juros. Aqueles que advogam reduzir juros acham que não haverá aumento de impostos e julgam que o deficit primário será bastante expressivo. Neste cenário, o adequado seria elevar os juros. Não partilhamos a ideia de que uma equipe econômica crível é condição suficiente para reduzir os juros. É condição necessária, mas não suficiente. Tem que vir acompanhada de uma redução da inflação e de maior confiança da população de que a inflação vai ficar na meta, o que não é o caso. Quanto à curva longa: nossos cenários, sujeitos a decisões do governo e do Legislativo, são compatíveis com redução significativa na ponta mais longa. É fundamental mostrar solvência, esforço da sociedade para ajustar desequilíbrios existentes, para que haja financiamento externo mais favorável. Não há mercado externo aberto para as empresas brasileiras. É preciso abrir o mercado brasileiro, como por exemplo no setor aéreo e na construção civil. A eventual mudança de governo cria um ambiente de confiança suficiente para a volta do investimento? O empresário vê que está com a utilização da capacidade baixa, o endividamento alto, taxa de juros alta, inadimplência aumentando, demanda interna diminuindo, com redução de salário, massa salarial declinando. Não vai investir. Não basta só achar que as condições de trabalho são melhores e vamos investir. Elas são condição necessárias. Mas é preciso que sejam tomadas as medidas necessárias de ajuste para que comece a haver, gradualmente, a volta do investimento. É o mesmo com as privatizações. Elas são fundamentais, mas não vão gerar investimentos nem neste ano nem no início do ano que vem, não há tempo hábil para isso. Dá para soltar um pacote de concessões antes de fazer ajuste fiscal? Para lançar, sim. Daria certo? É tudo uma questão de preço. Haverá um preço que atrairá participantes, mas será sempre melhor se houver medidas fiscais aprovadas. Isso vai permitir que a taxa de retorno seja bem menor. Aí cabe optar se o que se quer é mais investimento, tarifa menor ou arrecadar mais. As concessões poderiam trazer recursos expressivos para ajudar no fiscal? Faz sentido o argumento de que não é preciso elevar impostos porque a privatização traria receitas? Mas vai vender o quê? As joias da coroa seriam Congonhas e Santos Dumont. Furnas, Itaipu? Mas levaria tempo. Achamos que é preciso encarar as privatizações muito mais como melhoria da eficiência do que como fonte de recurso. Porque são fontes de recurso que se esgotam. O que o sr. está defendendo é que, para retomar o crescimento, o novo governo terá que apresentar um pacote amplo de medidas de curto, médio e longo prazo e aprová-las até agosto? O governo precisa apresentar no primeiro mês um pacote amplo e aprovar boa parte das medidas até meados de agosto, por causa do calendário eleitoral. Com líderes parceiros, um projeto que seja do Executivo e do Legislativo. Quanto mais longe a base estiver do governo na construção desse projeto, mais difícil a aprovação. É o que mostram os diários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e até mesmo a experiência recente da presidente Dilma. Teria sido muito mais fácil aprovar reformas no começo do primeiro mandato do que agora. Mais do que medidas econômicas, o que é preciso é um acordo político? Sim, pelo menos com o PSDB. As medidas que menciono não são muito diferentes do que seria proposto em um governo do PSDB. Se o vice assumir, será o fim de uma era do governo PT, marcada por questões fortes: subsídio do BNDES, programas sociais que interferiram no setor privado, como Fies. O que deve mudar na economia? No caso do BNDES, é inegável que não dá para continuar com os subsídios. Não é claro que esses financiamentos melhoraram o bem estar ou a produtividade, não há estudo que mostre que essa quantidade imensa de recursos gerou benefícios que compensassem o custo. A educação tem vários instrumentos de medição de qualidade, dos alunos, mas essa informação é pouco utilizada. Por que não pegar uma instituição que teve papel importante na industrialização brasileira para cuidar de uma área que é a mais importante do país? A equipe funcional do BNDES é da melhor qualidade, poderia, com base nas informações existentes, melhorar a educação sem grande custo. Como o sr. define o governo Dilma na economia, em poucas palavras? Em vez de definir o governo Dilma, prefiro falar do que se espera de um eventual governo Temer. É a redução da intervenção, um diálogo mais aberto e parceiro com o Congresso, medidas que melhorem as condições de negócios, abertura da economia com os principais parceiros, com os EUA e a Europa. O que se espera é que o desajuste fiscal seja reduzido, que se caminhe para o que se pretendia no início do governo Dilma: redução relevante da dívida bruta e deficit nominal zero. Era o que se esperava, que em 2015 se caminhasse para deficit nominal zero. E hoje está em 9% do PIB. Como avalia a composição da equipe econômica de Temer? Os nomes mencionados têm reputação, experiência. Mas, mais importante que isso, mais importante que um ministro Henrique Meirelles é um governo Temer. Não basta o ministro Meirelles querer algo, tem que ser o eventual presidente Temer querendo. E participando ativamente daquele projeto, da coordenação. Isso é crucial para a aprovação das medidas: que o eventual presidente Temer tenha interesse e vontade política para fazer que todos caminhem na mesma direção.
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'Meirelles ministro não basta para retomar crescimento', diz economistaUm nome forte para o Ministério da Fazenda não será suficiente para a retomada da atividade no país, diz o economista-chefe do banco de investimento Credit Suisse no Brasil, Nilson Teixeira. A confiança dos investidores só virá se um eventual presidente Temer for capaz de negociar com o Legislativo um pacote de medidas amplo, que seja aprovado em no máximo um mês, avalia. "Mais importante do que um ministro Henrique Meirelles é um governo Temer." * Folha - Se Temer assumir o governo, quanto tempo tem para reverter a crise econômica? Nilson Teixeira - Não há uma clara indicação de como será o governo. Há posições que nos parecem díspares, políticas mais liberais e outras que parecem até intervencionistas. Intervencionistas? Por exemplo, escolher setores para ajudar a trazer maior crescimento. Não é muito diferente do que foi perseguido nos últimos anos. O denominador comum do que vem sendo anunciado é um bloco pequeno de medidas que será encaminhado ao Congresso. Deveria ser mais amplo, com medidas não necessariamente concomitantes, mas que deixassem claro ao Congresso e à sociedade quais as medidas necessárias para melhorar a questão fiscal e retomar a atividade. Não bastam medidas como reforma da previdência, que já é quase um consenso, terceirização, a DRU [Desvinculação das Receitas da União] ampla e concessões e privatizações para permitir uma retomada rápida do investimento, para ser o principal gatilho da retomada. Um pacote desses sem medida adicional vem com um ponto de interrogação. A questão fiscal, que tem dois problemas: a solvência de longo prazo e a reversão de resultados muito desfavoráveis do ano passado e deste também, de queda de arrecadação e gastos crescentes. Fazer a reforma da previdência é necessário, mas não adianta só criar uma idade mínima e equiparar setor privado e público sem uma regra de transição de curto prazo. Ou seja, é preciso atuar no curto prazo? Sim. Por exemplo, a DRU tem hoje muito menos efeito, porque não intervém na previdência nem no gasto com servidores públicos. Os gastos com saúde e educação estão atrelados ao crescimento do PIB, ou seja, também não seriam alterados, assim como as transferências para Estados e municípios. Só a DRU não vai reverter de maneira importante o resultado no curto prazo. Por curto prazo você quer dizer que limite? Dois anos, mais ou menos. A privatização tem que ser acelerada, mas, por mais rápido que sejam os processos, investimentos ocorrerão no fim do próximo ano ou em 2018. Veja os aeroportos: mesmo com a Copa do Mundo, demoraram, atrasaram. Não virá estímulo para a economia por aí. A terceirização também é uma ideia boa, mas, num ambiente de recessão como este, não reverterá o aumento do desemprego. Não vejo gatilhos para a retomada da atividade nem para sanar o problema fiscal. Diz-se que a contração, num cenário otimista, seria 3,5% neste ano e, no ano que vem, 1%. Mesmo se assumirmos que haverá cobrança de CPMF -que, com alíquota de 0,38%, daria de 1,5% a 2% do PIB a mais de arrecadação-, ainda assim haverá deficit primário em 2017. Como reverter o deficit? É preciso reduzir gastos obrigatórios e renúncias tributárias. Fazer uma reforma forte na previdência e congelar contratações e reajustes do funcionalismo nos três Poderes. São medidas muito duras, mas todos teremos que pagar esse ajuste. Caberá ao Congresso optar por quem pagará mais. Um dos grupos mais beneficiados foi o dos funcionários públicos, que tiveram aumentos bem maiores que os do setor privado. Independente de ser justo ou não, é natural que eles paguem mais. Outro ponto é o abatimento no Imposto de Renda de despesas com educação e saúde. Quem recebe esse benefício é a classe mais rica da população. Só de abatimentos com médicos são R$ 11 bilhões por ano; com escolas, entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões. Mas é viável politicamente mexer em salário de servidor e IR em ano eleitoral? No fundo, sempre vão se ferir interesses. Não há como fazer um ajustamento fiscal sem ferir interesses. E, na hipótese de o vice assumir, caberá a ele arbitrar o processo, não de forma isolada. Cabe ao vice-presidente evitar os erros passados e articular os projetos antes de levar para o Congresso, com os líderes partidários, para ter maior capacidade de aprovação das medidas. Não cabe ao presidente decidir quem vai ser o grupo mais penalizado, isso tem que ser articulado com o Congresso. Mas não será possível caminhar sem ferir interesses. A saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dificulta o ajuste? O fator crucial é que o presidente seja firme na coordenação de todo o seu ministério e consiga convencer os congressistas sobre a urgência e necessidade da aprovação de um amplo conjunto de medidas. A probabilidade de sucesso dessa missão no Congresso cresce à medida que haja uma maior parceria com os líderes dos partidos da base aliada e os presidentes das duas Casas. Os nomes dos envolvidos nessa dinâmica são menos relevantes nessa atuação coordenada do Executivo e do Legislativo, independentemente da maior experiência e influência de alguns congressistas. Que outras desonerações deveriam ser feitas? Por exemplo, o tratamento tributário diferente para as empresas unipessoais, que fazem serviço tipicamente de pessoa física. Há um tratamento diferente para pessoas que prestam o mesmo serviço. Um médico que dá um recibo com seu CPF paga muito mais imposto que o mesmo médico se abrir uma empresa. Não parece razoável. A desoneração da folha de pagamento tem que ser discutida. Será que de fato ela trouxe benefícios que compensem os R$ 25,9 bilhões que custou. Pesquisas questionam também os benefícios do Simples. Pois é, e, em vez de reduzir, o caminho proposto está sendo ampliar. Essas medidas precisam ser as primeiras. Colocar uma meta fiscal realista. Tenho ouvido falar em R$ 100 bilhões de deficit [para este ano], o que me parece temerário. Deve ser de R$ 140 bilhões, R$ 120 bilhões. Cabe ao governo fazer as contas, mas de forma realista. Para evitar que daqui a três meses tenha que enviar nova meta ao Congresso. Qual seria uma meta realista? Um deficit em torno de 2% do PIB de deficit. Hoje ele está em 2,3% do PIB. Há uma variável imprevisível que pode ter impacto: a repatriação de recursos. Ninguém tem ideia de qual será o valor arrecadado. Fizemos no passado um cálculo usando todos os processos em vários países e chegamos a uma média de R$ 12 bilhões. Mas já há participantes do mercado falando em R$ 70 bilhões. São hipóteses. É impossível prever. Com um cálculo de R$ 50 bilhões, que parece um número enorme, o deficit primário neste ano seria de 1,8% do PIB. Há essa variável que é imprecisa, mas de qualquer forma não resolve o problema do próximo ano. Então há necessidade de um ajuste no curto prazo, que pode vir um pouco de Cide e corte de renúncias fiscais. Com a CPMF? O ideal seria que o "p" seja realmente o "p", provisório, ou seja, que se anuncie logo qual será o cronograma de reversão. E um cronograma para rever as renúncias que são muito discutíveis, como o Simples e a Zona Franca de Manaus. Precisa ser um pacote amplo, apresentado ao Congresso, e antes disso até para os líderes partidários, um conjunto amplo de medidas, que mostre que estamos tratando da questão fiscal de curto e de longo prazo, da melhoria da eficiência da economia e da educação. Talvez não tenha condições de imediatamente vir com todos os projetos, mas pelo menos as ideias gerais e principalmente um cronograma já discutido com os líderes, para ser aprovado num curto intervalo de tempo. Não adianta fazer toda uma negociação agora e esperar oito meses para aprovar as medidas. É preciso aprová-las num intervalo reduzido. Por isso é necessária uma coordenação forte com os presidentes das duas Casas, com os presidentes das comissões, os líderes dos partidos. É preciso, mais do que apoio, uma parceria com o Legislativo e, por que não dizer, o Judiciário, para acelerar esse período. Se o governo consegue deslanchar esse pacote, o que podemos esperar? E se não fizer? Dá pra piorar mais? Não existem só esses casos extremos. Existe um meio termo. Se aprovasse tudo rapidamente, neste ano haveria contração entre 3% e 3,5% e, no próximo ano, podemos sonhar com crescimento de 2%. No outro caso extremo, em que nada acontece, a contração neste ano pode superar 4% e, no próximo, pode vir uma contração muito expressiva. De quanto? Difícil precisar, mas da ordem de 3%, com deterioração em todas as frentes: inflação, atividade econômica, mercado de trabalho e balanço de pagamentos, principalmente na conta de capital. Seu cenário pessimista para um eventual governo é, então, muito parecido com o cenário para o governo Dilma? É muito desfavorável. Seria o mesmo que não mudar o presidente? [pausa] Seria muito negativo. Mas não aprovar nada é um cenário muito pessimista. O que deve acontecer é algo no meio termo. Agora é o momento, há muita oportunidade, é possível construir maioria significativa na Câmara e no Senado, e podemos presumir que, caso o vice presidente assuma... O sr. tem dúvidas de que ele vá assumir? Estou apenas sendo cauteloso, como faz a Folha [risos]. Dá pra lançar um programa de concessões com esse cenário de juros tão altos? As taxas de juros longas podem cair, e em que prazo? Se não houver nada concreto até agosto, não há cenário de retomada, a confiança não se sustenta. A inflação no Brasil é muito alta, comparando com desenvolvidos, emergentes, com a Ásia, é muito alta e continua muito alta. Neste ano, deve ser de 8% ou maior. Grande parte dos participantes do mercado trabalha com a hipótese de declínio dos juros, porque a inflação está diminuindo e há recessão. Mas a inflação está muito alta. Mesmo os mais otimistas esperam mais de 6% neste ano. A maioria do mercado ainda espera uma inflação muito alta, entre 6,5% e 7% para este ano e até 6% no ano que vem. Seria mais adequado esperar uma inflação mais baixa para reduzir os juros. Aqueles que advogam reduzir juros acham que não haverá aumento de impostos e julgam que o deficit primário será bastante expressivo. Neste cenário, o adequado seria elevar os juros. Não partilhamos a ideia de que uma equipe econômica crível é condição suficiente para reduzir os juros. É condição necessária, mas não suficiente. Tem que vir acompanhada de uma redução da inflação e de maior confiança da população de que a inflação vai ficar na meta, o que não é o caso. Quanto à curva longa: nossos cenários, sujeitos a decisões do governo e do Legislativo, são compatíveis com redução significativa na ponta mais longa. É fundamental mostrar solvência, esforço da sociedade para ajustar desequilíbrios existentes, para que haja financiamento externo mais favorável. Não há mercado externo aberto para as empresas brasileiras. É preciso abrir o mercado brasileiro, como por exemplo no setor aéreo e na construção civil. A eventual mudança de governo cria um ambiente de confiança suficiente para a volta do investimento? O empresário vê que está com a utilização da capacidade baixa, o endividamento alto, taxa de juros alta, inadimplência aumentando, demanda interna diminuindo, com redução de salário, massa salarial declinando. Não vai investir. Não basta só achar que as condições de trabalho são melhores e vamos investir. Elas são condição necessárias. Mas é preciso que sejam tomadas as medidas necessárias de ajuste para que comece a haver, gradualmente, a volta do investimento. É o mesmo com as privatizações. Elas são fundamentais, mas não vão gerar investimentos nem neste ano nem no início do ano que vem, não há tempo hábil para isso. Dá para soltar um pacote de concessões antes de fazer ajuste fiscal? Para lançar, sim. Daria certo? É tudo uma questão de preço. Haverá um preço que atrairá participantes, mas será sempre melhor se houver medidas fiscais aprovadas. Isso vai permitir que a taxa de retorno seja bem menor. Aí cabe optar se o que se quer é mais investimento, tarifa menor ou arrecadar mais. As concessões poderiam trazer recursos expressivos para ajudar no fiscal? Faz sentido o argumento de que não é preciso elevar impostos porque a privatização traria receitas? Mas vai vender o quê? As joias da coroa seriam Congonhas e Santos Dumont. Furnas, Itaipu? Mas levaria tempo. Achamos que é preciso encarar as privatizações muito mais como melhoria da eficiência do que como fonte de recurso. Porque são fontes de recurso que se esgotam. O que o sr. está defendendo é que, para retomar o crescimento, o novo governo terá que apresentar um pacote amplo de medidas de curto, médio e longo prazo e aprová-las até agosto? O governo precisa apresentar no primeiro mês um pacote amplo e aprovar boa parte das medidas até meados de agosto, por causa do calendário eleitoral. Com líderes parceiros, um projeto que seja do Executivo e do Legislativo. Quanto mais longe a base estiver do governo na construção desse projeto, mais difícil a aprovação. É o que mostram os diários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e até mesmo a experiência recente da presidente Dilma. Teria sido muito mais fácil aprovar reformas no começo do primeiro mandato do que agora. Mais do que medidas econômicas, o que é preciso é um acordo político? Sim, pelo menos com o PSDB. As medidas que menciono não são muito diferentes do que seria proposto em um governo do PSDB. Se o vice assumir, será o fim de uma era do governo PT, marcada por questões fortes: subsídio do BNDES, programas sociais que interferiram no setor privado, como Fies. O que deve mudar na economia? No caso do BNDES, é inegável que não dá para continuar com os subsídios. Não é claro que esses financiamentos melhoraram o bem estar ou a produtividade, não há estudo que mostre que essa quantidade imensa de recursos gerou benefícios que compensassem o custo. A educação tem vários instrumentos de medição de qualidade, dos alunos, mas essa informação é pouco utilizada. Por que não pegar uma instituição que teve papel importante na industrialização brasileira para cuidar de uma área que é a mais importante do país? A equipe funcional do BNDES é da melhor qualidade, poderia, com base nas informações existentes, melhorar a educação sem grande custo. Como o sr. define o governo Dilma na economia, em poucas palavras? Em vez de definir o governo Dilma, prefiro falar do que se espera de um eventual governo Temer. É a redução da intervenção, um diálogo mais aberto e parceiro com o Congresso, medidas que melhorem as condições de negócios, abertura da economia com os principais parceiros, com os EUA e a Europa. O que se espera é que o desajuste fiscal seja reduzido, que se caminhe para o que se pretendia no início do governo Dilma: redução relevante da dívida bruta e deficit nominal zero. Era o que se esperava, que em 2015 se caminhasse para deficit nominal zero. E hoje está em 9% do PIB. Como avalia a composição da equipe econômica de Temer? Os nomes mencionados têm reputação, experiência. Mas, mais importante que isso, mais importante que um ministro Henrique Meirelles é um governo Temer. Não basta o ministro Meirelles querer algo, tem que ser o eventual presidente Temer querendo. E participando ativamente daquele projeto, da coordenação. Isso é crucial para a aprovação das medidas: que o eventual presidente Temer tenha interesse e vontade política para fazer que todos caminhem na mesma direção.
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Leitores criticam manifestação do PT sobre doações recebidas pelo partido
Mais uma vez o PT vem a público afirmar que todas as doações recebidas pelo partido foram feitas dentro dos parâmetros legais e declaradas à Justiça. Repetida à exaustão, essa frase irrita e subestima a inteligência do povo brasileiro. A questão é outra: Se restar provado que doações recebidas tiveram origem ilegal, o PT não deve devolver e/ou ressarcir a quem de direito? ANTONIO SERGIO BIAGIOTTI (Mococa, SP) * Pensei que o humorista Simão tinha mudado de lugar ao ler a "defesa" do senhor Magela, assessor da secretaria de comunicação social do PT, no Painel do Leitor. Ele afirma que o partido recebeu todas as doações dentro dos "parâmetros legais". Como vivemos no país da piada pronta, fiquei conformado, afinal estamos com carência de humoristas da verve desse cidadão. NÉLSON JOSÉ FEROLDI (Buritama, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores criticam manifestação do PT sobre doações recebidas pelo partidoMais uma vez o PT vem a público afirmar que todas as doações recebidas pelo partido foram feitas dentro dos parâmetros legais e declaradas à Justiça. Repetida à exaustão, essa frase irrita e subestima a inteligência do povo brasileiro. A questão é outra: Se restar provado que doações recebidas tiveram origem ilegal, o PT não deve devolver e/ou ressarcir a quem de direito? ANTONIO SERGIO BIAGIOTTI (Mococa, SP) * Pensei que o humorista Simão tinha mudado de lugar ao ler a "defesa" do senhor Magela, assessor da secretaria de comunicação social do PT, no Painel do Leitor. Ele afirma que o partido recebeu todas as doações dentro dos "parâmetros legais". Como vivemos no país da piada pronta, fiquei conformado, afinal estamos com carência de humoristas da verve desse cidadão. NÉLSON JOSÉ FEROLDI (Buritama, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Mortes: Uma baixinha cheia de alegria
A baixa estatura e o pouco peso de Mirella Penteado pareciam um disfarce para esconder sua força interna, sua personalidade. Eram necessários poucos minutos para que a imagem de menina frágil sumisse diante da agitação e da voz meio gritada, que eram sua marca registrada. Nascida e criada na capital paulista, ela se formou em direito e chegou a trabalhar em um escritório de advocacia. Mas logo resolveu migrar para o jornalismo, e não foi para qualquer área do jornalismo. Não queria pautas engessadas, gostava da agitação, da vida social, conhecer moda, discutir comportamento. Foi assim que chegou ao site Glamurama. "Expansiva, barulhenta, criativa, sofisticada, engraçada", enumera a colunista e jornalista social Joyce Pascowitch. "Ela tinha um corpo frágil, mas uma alma fortíssima", completa. O corpo frágil era resultado de uma síndrome vascular que acompanhava Mirella desde pequena. Chegava a ter crises, hemorragias, que às vezes a levavam para o hospital, mas isso nunca a segurava por muito tempo. Estava sempre pronta para músicas de Nina Simone, para noitadas com os amigos e viagens a Trancoso (BA). Nas últimas semanas, vivia momentos especiais. Esteve em Paris, um dos lugares de que mais gostava, compartilhando cada detalhe com os amigos por fotos e mensagens. Também estava morando sozinha pela primeira vez. Deixava a proteção de suas maiores amigas: a mãe, Sandra, e a irmã, Gabriela. Morreu dia 16, aos 32, em decorrência de uma síndrome vascular. Deixa os pais, a irmã e muitos amigos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Mortes: Uma baixinha cheia de alegriaA baixa estatura e o pouco peso de Mirella Penteado pareciam um disfarce para esconder sua força interna, sua personalidade. Eram necessários poucos minutos para que a imagem de menina frágil sumisse diante da agitação e da voz meio gritada, que eram sua marca registrada. Nascida e criada na capital paulista, ela se formou em direito e chegou a trabalhar em um escritório de advocacia. Mas logo resolveu migrar para o jornalismo, e não foi para qualquer área do jornalismo. Não queria pautas engessadas, gostava da agitação, da vida social, conhecer moda, discutir comportamento. Foi assim que chegou ao site Glamurama. "Expansiva, barulhenta, criativa, sofisticada, engraçada", enumera a colunista e jornalista social Joyce Pascowitch. "Ela tinha um corpo frágil, mas uma alma fortíssima", completa. O corpo frágil era resultado de uma síndrome vascular que acompanhava Mirella desde pequena. Chegava a ter crises, hemorragias, que às vezes a levavam para o hospital, mas isso nunca a segurava por muito tempo. Estava sempre pronta para músicas de Nina Simone, para noitadas com os amigos e viagens a Trancoso (BA). Nas últimas semanas, vivia momentos especiais. Esteve em Paris, um dos lugares de que mais gostava, compartilhando cada detalhe com os amigos por fotos e mensagens. Também estava morando sozinha pela primeira vez. Deixava a proteção de suas maiores amigas: a mãe, Sandra, e a irmã, Gabriela. Morreu dia 16, aos 32, em decorrência de uma síndrome vascular. Deixa os pais, a irmã e muitos amigos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Dólar sobe 1,72% e Bolsa cai 1,55% com maior chance de Lula virar ministro
O dólar comercial subia e o Ibovespa caía ao longo da sessão desta segunda-feira (14), influenciados pela queda das commodities no mercado internacional. No entanto, já na reta final do pregão, a notícia, divulgada pela Folha, de que a presidente Dilma Rousseff aguarda um telefonema do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmando que ele aceita assumir um ministério ampliou a alta da moeda americana e a queda do principal índice da Bolsa paulista, que ficou abaixo dos 49 mil pontos. Segundo operadores, a possibilidade de Lula se tornar ministro desagrada ao mercado, à medida em que o ex-presidente garante foro privilegiado nos casos em que é investigado, ao mesmo tempo que poderia fortalecer o governo Dilma Rousseff —o que dificultaria um eventual impeachment. Além disso, a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, que estava incumbida de decidir sobre o pedido de prisão do ex-presidente Lula, decidiu nesta segunda-feira transferir o caso ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, tocada por procuradores e pela Polícia Federal. Diante disso, Lula teria ficado mais à vontade para aceitar o convite de Dilma. DÓLAR OSCILANTE - Moeda norte americana fechou em R$ 3,65 nesta segunda-feira, alta de 1,72% No dia seguinte às manifestações contra o governo, que superaram as expectativas, o mercado financeiro já vinha operando em ritmo de espera por novidades na esfera política. "O clima nesta segunda-feira é de ressaca. Os protestos foram um sucesso, mas os investidores agora se perguntam quem vai conduzir o país em um pós-Dilma", comentou mais cedo um operador. Segundo ele, isso ficou claro depois que líderes da oposição ao governo foram hostilizados durante as manifestações deste domingo (13). "Estamos sem um nome para liderar o país", acrescentou. O dólar comercial terminou o pregão com ganho de 1,72%, a R$ 3,6520. A moeda americana à vista, que subiu na maior parte do dia, fechou em leve queda de 0,03%, a R$ 3,6150, antes das notícias envolvendo o ex-presidente Lula. O real se desvalorizou também por conta da queda dos preços do petróleo no mercado internacional, depois que o Irã declarou que só deverá aderir a um acordo para conter o excesso de oferta após aumentar sua produção. Em Londres, o petróleo Brent perdia 1,89%, para US$ 39,59 o barril; nos EUA, o WTI caía 3,22%, para US$ 37,26. No mercado de juros futuros, os contratos acompanharam a alta do dólar: o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,730% para 13,790%; o DI para janeiro de 2021 avançou de 14,190% para 14,240% BOLSA O Ibovespa fechou em queda de 1,55%, aos 48.867,33 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,783 bilhões. Além das notícias sobre o ex-presidente Lula, o índice foi pressionado pelas ações da Petrobras e Vale —que recuaram acompanhando os preços do petróleo e do minério de ferro, respectivamente. As ações da Petrobras perderam 8,52%, a R$ 7,40 (PN) e 5,45%, a R$ 9,54 (ON). Os papéis da Vale terminaram em queda de 4,43%, a R$ 9,70 (PNA) e de 3,10%. a R$ 13,44 (ON). Os papéis do setor financeiro, que chegaram a operar em alta nesta segunda-feira, terminaram no terreno negativo: Itaú Unibanco PN perdeu 0,46%; Bradesco PN, -0,63%; Banco do Brasil ON, -2,46%; BM&FBovespa ON, -3,22%; Santander unit subiu 0,12%. EXTERIOR Em Wall Street, os índices acionários fecharam perto da estabilidade: Dow Jones (+0,09%), S&P 500 (-0,13%) e Nasdaq (+0,04%). Os investidores aguardam a reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) na próxima quarta-feira (16), que decidirá sobre o rumo dos juros naquele país. As Bolsas europeias fecharam em alta, com exceção de Milão: Londres (+0,57%); Paris (+0,31%); Frankfurt (+1,62%); Madri (+0,57%); Milão (-0,03%). Os índices repercutiram a produção industrial da zona do euro melhor do que o esperado. A produção industrial nos 19 países da região subiu 2,1% em janeiro ante dezembro, segundo a Eurostat, a agência de estatísticas do bloco, e teve crescimento anual de 2,8%. As Bolsas chinesas subiram nesta segunda-feira. Os investidores reagiram positivamente às declarações do presidente do principal órgão regulador de mercado. Liu Shiyu disse no sábado (12) que a mudança da China para um sistema de registro para novas ofertas públicas iniciais de ações "vai levar um tempo relativamente longo", e que "é muito cedo" para falar sobre a saída dos fundos de resgate do governo do mercado.
mercado
Dólar sobe 1,72% e Bolsa cai 1,55% com maior chance de Lula virar ministroO dólar comercial subia e o Ibovespa caía ao longo da sessão desta segunda-feira (14), influenciados pela queda das commodities no mercado internacional. No entanto, já na reta final do pregão, a notícia, divulgada pela Folha, de que a presidente Dilma Rousseff aguarda um telefonema do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmando que ele aceita assumir um ministério ampliou a alta da moeda americana e a queda do principal índice da Bolsa paulista, que ficou abaixo dos 49 mil pontos. Segundo operadores, a possibilidade de Lula se tornar ministro desagrada ao mercado, à medida em que o ex-presidente garante foro privilegiado nos casos em que é investigado, ao mesmo tempo que poderia fortalecer o governo Dilma Rousseff —o que dificultaria um eventual impeachment. Além disso, a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, que estava incumbida de decidir sobre o pedido de prisão do ex-presidente Lula, decidiu nesta segunda-feira transferir o caso ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, tocada por procuradores e pela Polícia Federal. Diante disso, Lula teria ficado mais à vontade para aceitar o convite de Dilma. DÓLAR OSCILANTE - Moeda norte americana fechou em R$ 3,65 nesta segunda-feira, alta de 1,72% No dia seguinte às manifestações contra o governo, que superaram as expectativas, o mercado financeiro já vinha operando em ritmo de espera por novidades na esfera política. "O clima nesta segunda-feira é de ressaca. Os protestos foram um sucesso, mas os investidores agora se perguntam quem vai conduzir o país em um pós-Dilma", comentou mais cedo um operador. Segundo ele, isso ficou claro depois que líderes da oposição ao governo foram hostilizados durante as manifestações deste domingo (13). "Estamos sem um nome para liderar o país", acrescentou. O dólar comercial terminou o pregão com ganho de 1,72%, a R$ 3,6520. A moeda americana à vista, que subiu na maior parte do dia, fechou em leve queda de 0,03%, a R$ 3,6150, antes das notícias envolvendo o ex-presidente Lula. O real se desvalorizou também por conta da queda dos preços do petróleo no mercado internacional, depois que o Irã declarou que só deverá aderir a um acordo para conter o excesso de oferta após aumentar sua produção. Em Londres, o petróleo Brent perdia 1,89%, para US$ 39,59 o barril; nos EUA, o WTI caía 3,22%, para US$ 37,26. No mercado de juros futuros, os contratos acompanharam a alta do dólar: o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,730% para 13,790%; o DI para janeiro de 2021 avançou de 14,190% para 14,240% BOLSA O Ibovespa fechou em queda de 1,55%, aos 48.867,33 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,783 bilhões. Além das notícias sobre o ex-presidente Lula, o índice foi pressionado pelas ações da Petrobras e Vale —que recuaram acompanhando os preços do petróleo e do minério de ferro, respectivamente. As ações da Petrobras perderam 8,52%, a R$ 7,40 (PN) e 5,45%, a R$ 9,54 (ON). Os papéis da Vale terminaram em queda de 4,43%, a R$ 9,70 (PNA) e de 3,10%. a R$ 13,44 (ON). Os papéis do setor financeiro, que chegaram a operar em alta nesta segunda-feira, terminaram no terreno negativo: Itaú Unibanco PN perdeu 0,46%; Bradesco PN, -0,63%; Banco do Brasil ON, -2,46%; BM&FBovespa ON, -3,22%; Santander unit subiu 0,12%. EXTERIOR Em Wall Street, os índices acionários fecharam perto da estabilidade: Dow Jones (+0,09%), S&P 500 (-0,13%) e Nasdaq (+0,04%). Os investidores aguardam a reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) na próxima quarta-feira (16), que decidirá sobre o rumo dos juros naquele país. As Bolsas europeias fecharam em alta, com exceção de Milão: Londres (+0,57%); Paris (+0,31%); Frankfurt (+1,62%); Madri (+0,57%); Milão (-0,03%). Os índices repercutiram a produção industrial da zona do euro melhor do que o esperado. A produção industrial nos 19 países da região subiu 2,1% em janeiro ante dezembro, segundo a Eurostat, a agência de estatísticas do bloco, e teve crescimento anual de 2,8%. As Bolsas chinesas subiram nesta segunda-feira. Os investidores reagiram positivamente às declarações do presidente do principal órgão regulador de mercado. Liu Shiyu disse no sábado (12) que a mudança da China para um sistema de registro para novas ofertas públicas iniciais de ações "vai levar um tempo relativamente longo", e que "é muito cedo" para falar sobre a saída dos fundos de resgate do governo do mercado.
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Petrobras tem nova queda por preço do petróleo; dólar e Bolsa sobem
As ações da Petrobras amargaram outro dia de desvalorização nesta terça-feira (19), após a estatal voltar ao nível de 1999 no mercado de ações na segunda (18). Os papéis da estatal até iniciaram a terça (19) em alta, após o mercado se animar com possíveis estímulos na economia chinesa, mas a volatilidade dos preços do petróleo e a piora nas Bolsas em Wall Street derrubaram as ações novamente. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociados e sem direito a voto, tiveram queda de 2,91%, a R$ 4,66, enquanto as ações ordinárias, com direito a voto, se desvalorizaram em 2,38%%, a R$ 6,15. O Ibovespa subiu 0,32%, aos 38.057 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,129 bilhões. "Os preços do petróleo se mantiveram abaixo dos US$ 29 e isso afeta a Petrobras nesse final, já que os papéis subiram pela manhã. Mesmo com o ambiente externo favorável, com bolsas europeias em alta, a Petrobras não consegue fechar valorizada por isso", diz Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos. Os mercados financeiros globais reagiram favoravelmente, sob expectativas de que Pequim combata a desaceleração com novos estímulos, após dados apontarem o menor crescimento do país em 25 anos. As ações da Vale tiveram alta graças a uma correção feita pelo mercado e influenciadas pelas notícias da China, que pode aumentar o apetite por commoditie. As ações preferenciais da mineradora subiram 1,29%, a R$ 7,04, enquanto as ordinárias tiveram alta de 3,26%, a R$ 9,18. PETRÓLEO Os preços do petróleo tiveram volatilidade durante toda essa terça (19), mas ficaram na casa dos US$ 28. O Brent, negociado em Londres, se valorizou em 0,91%, a US$ 28,82 o barril. Já o WTI, comercializado no mercado americano, caiu 3,53%, a US$ 28,38. JUROS O mercado de juros futuros mais curtos recuou após a nota divulgada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na véspera da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa básica de juros gerar uma correção de rota no mercado. Nesta manhã, o presidente do BC alimentou as dúvidas do mercado ao aumentar as chances de que o órgão promova um aumento menor dos juros básicos ou até mesmo deixe-os inalterados. O DI para fevereiro de 2016 caiu de 14,445% para 14,379% Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, diz que o mercado de juros começou a cair logo após a fala do presidente do BC. "Podemos dizer que o resultado está totalmente ligado a fala do Tombini", afirmou Velho. DÓLAR O dólar fechou em alta em relação ao real nesta terça (19), pressionado por preocupações locais. A moeda americana chegou a operar em baixa pela manhã, mas não manteve a desvalorização ante a moeda brasileira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, se valorizou em 0,29%, a R$ 4,043 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, teve alta de 0,49%, a R$ 4,055. A divisa chegou a recuar com firmeza logo no início dos negócios, após a economia chinesa crescer em 2015 no ritmo mais fraco em 25 anos. A queda, porém virou alta após a fala do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Operadores ressaltaram que as perspectivas para o mercado brasileiro continuam difíceis, em meio a incertezas sobre o cenário político e econômico local. "O nosso cenário doméstico é péssimo. Temos espaço para que o dólar suba, pelo menos, mais 2% em janeiro. [Nesta terça] ainda tivemos uma carta de Tombini sem nexo ou propósito, então mesmo com a China, o cenário interno foi mal", diz Ítalo Santos, especialista em câmbio da Icap do Brasil. O BC realizou na manhã desta terça (19) mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 6,762 bilhões, ou cerca de 65% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
mercado
Petrobras tem nova queda por preço do petróleo; dólar e Bolsa sobemAs ações da Petrobras amargaram outro dia de desvalorização nesta terça-feira (19), após a estatal voltar ao nível de 1999 no mercado de ações na segunda (18). Os papéis da estatal até iniciaram a terça (19) em alta, após o mercado se animar com possíveis estímulos na economia chinesa, mas a volatilidade dos preços do petróleo e a piora nas Bolsas em Wall Street derrubaram as ações novamente. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociados e sem direito a voto, tiveram queda de 2,91%, a R$ 4,66, enquanto as ações ordinárias, com direito a voto, se desvalorizaram em 2,38%%, a R$ 6,15. O Ibovespa subiu 0,32%, aos 38.057 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,129 bilhões. "Os preços do petróleo se mantiveram abaixo dos US$ 29 e isso afeta a Petrobras nesse final, já que os papéis subiram pela manhã. Mesmo com o ambiente externo favorável, com bolsas europeias em alta, a Petrobras não consegue fechar valorizada por isso", diz Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos. Os mercados financeiros globais reagiram favoravelmente, sob expectativas de que Pequim combata a desaceleração com novos estímulos, após dados apontarem o menor crescimento do país em 25 anos. As ações da Vale tiveram alta graças a uma correção feita pelo mercado e influenciadas pelas notícias da China, que pode aumentar o apetite por commoditie. As ações preferenciais da mineradora subiram 1,29%, a R$ 7,04, enquanto as ordinárias tiveram alta de 3,26%, a R$ 9,18. PETRÓLEO Os preços do petróleo tiveram volatilidade durante toda essa terça (19), mas ficaram na casa dos US$ 28. O Brent, negociado em Londres, se valorizou em 0,91%, a US$ 28,82 o barril. Já o WTI, comercializado no mercado americano, caiu 3,53%, a US$ 28,38. JUROS O mercado de juros futuros mais curtos recuou após a nota divulgada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na véspera da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa básica de juros gerar uma correção de rota no mercado. Nesta manhã, o presidente do BC alimentou as dúvidas do mercado ao aumentar as chances de que o órgão promova um aumento menor dos juros básicos ou até mesmo deixe-os inalterados. O DI para fevereiro de 2016 caiu de 14,445% para 14,379% Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, diz que o mercado de juros começou a cair logo após a fala do presidente do BC. "Podemos dizer que o resultado está totalmente ligado a fala do Tombini", afirmou Velho. DÓLAR O dólar fechou em alta em relação ao real nesta terça (19), pressionado por preocupações locais. A moeda americana chegou a operar em baixa pela manhã, mas não manteve a desvalorização ante a moeda brasileira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, se valorizou em 0,29%, a R$ 4,043 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, teve alta de 0,49%, a R$ 4,055. A divisa chegou a recuar com firmeza logo no início dos negócios, após a economia chinesa crescer em 2015 no ritmo mais fraco em 25 anos. A queda, porém virou alta após a fala do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Operadores ressaltaram que as perspectivas para o mercado brasileiro continuam difíceis, em meio a incertezas sobre o cenário político e econômico local. "O nosso cenário doméstico é péssimo. Temos espaço para que o dólar suba, pelo menos, mais 2% em janeiro. [Nesta terça] ainda tivemos uma carta de Tombini sem nexo ou propósito, então mesmo com a China, o cenário interno foi mal", diz Ítalo Santos, especialista em câmbio da Icap do Brasil. O BC realizou na manhã desta terça (19) mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 6,762 bilhões, ou cerca de 65% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
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Corinthians tenta melhor retrospecto no Brasileiro contra times paulistas
Líder isolado do Brasileiro, com a melhor defesa e o segundo melhor ataque. Os números do Corinthians no campeonato são superlativos, mas contra rivais do Estado a situação não é tão boa. Nos duelos contra os paulistas, o time acumula até agora duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Um aproveitamento de 44% dos pontos disputados –muito abaixo do índice de 71% que a equipe ostenta no torneio. Dos 24 pontos que o alvinegro deixou de ganhar no Brasileiro, dez foram para times do Estado de São Paulo. Para tentar melhorar seu retrospecto contra os paulistas, o Corinthians não terá vida fácil neste domingo, às 16h, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. Pela frente, terá um adversário embalado, a Ponte Preta, que vem de quatro vitórias consecutivas nos últimos quatro jogos. Em um mês, passou de candidata ao rebaixamento para sonhar com uma vaga na Libertadores. O Corinthians, por sua vez, só perdeu quatro partidas até agora –e duas foram para conterrâneos: 2 a 0 para o Palmeiras, no final de maio, e 1 a 0 para o Santos, em junho. O time inclusive amargou uma sequência de nove jogos sem vencer clássico no ano, o maior jejum de Tite no clube. "Clássico é um campeonato à parte. E estamos perdendo", chegou a dizer após a primeira derrota para o Santos na Copa do Brasil –o time perderia ainda o segundo jogo e seria eliminado. Embora a Ponte Preta tenha perdido os dois jogos que fez neste ano contra o Corinthians, a boa fase se reflete na confiança do elenco. "Eles se defendem bem e atacam rápido. Mas o futebol é momento, e dentro de campo a diferença de pontos não interfere", disse o meia Cristian ao site da Ponte Preta. LESÕES Para se manter no topo, o Corinthians também luta contra as lesões, que aumentam no fim da temporada. O clube tem sete jogadores no departamento médico. Dos titulares, estão fora do jogo de hoje os laterais Fagner e Uendel –serão substituídos por Edilson e Yago. Para o preparador físico Fábio Mahseredjian setembro e lesões são sinônimos no nosso futebol. "Para quem passou o ano inteiro praticamente sem lesões, não é um número assustador", disse. Mahseredjian é otimista e conta com a pausa na tabela do Brasileiro para a disputa das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 para que a maioria dos lesionados volte a atuar já na próxima partida, contra o Goiás, que acontece no dia 15 de outubro. PONTE PRETA Marcelo Lomba; Rodinei, Renato Chaves, Ferron e Gilson; Elton, Juninho, Felipe Azevedo, Cristian, Biro Biro e Borges T.: Doriva CORINTHIANS Cássio; Edílson, Felipe, Gil e Yago; Ralf, Jadson, Elias, Renato Augusto; Malcom e Vagner Love T.: Tite Estádio: Moisés Lucarelli, em Campinas /Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP) /Horário: 16h /TV: Globo e Band (para SP, exceto Campinas)
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Corinthians tenta melhor retrospecto no Brasileiro contra times paulistasLíder isolado do Brasileiro, com a melhor defesa e o segundo melhor ataque. Os números do Corinthians no campeonato são superlativos, mas contra rivais do Estado a situação não é tão boa. Nos duelos contra os paulistas, o time acumula até agora duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Um aproveitamento de 44% dos pontos disputados –muito abaixo do índice de 71% que a equipe ostenta no torneio. Dos 24 pontos que o alvinegro deixou de ganhar no Brasileiro, dez foram para times do Estado de São Paulo. Para tentar melhorar seu retrospecto contra os paulistas, o Corinthians não terá vida fácil neste domingo, às 16h, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. Pela frente, terá um adversário embalado, a Ponte Preta, que vem de quatro vitórias consecutivas nos últimos quatro jogos. Em um mês, passou de candidata ao rebaixamento para sonhar com uma vaga na Libertadores. O Corinthians, por sua vez, só perdeu quatro partidas até agora –e duas foram para conterrâneos: 2 a 0 para o Palmeiras, no final de maio, e 1 a 0 para o Santos, em junho. O time inclusive amargou uma sequência de nove jogos sem vencer clássico no ano, o maior jejum de Tite no clube. "Clássico é um campeonato à parte. E estamos perdendo", chegou a dizer após a primeira derrota para o Santos na Copa do Brasil –o time perderia ainda o segundo jogo e seria eliminado. Embora a Ponte Preta tenha perdido os dois jogos que fez neste ano contra o Corinthians, a boa fase se reflete na confiança do elenco. "Eles se defendem bem e atacam rápido. Mas o futebol é momento, e dentro de campo a diferença de pontos não interfere", disse o meia Cristian ao site da Ponte Preta. LESÕES Para se manter no topo, o Corinthians também luta contra as lesões, que aumentam no fim da temporada. O clube tem sete jogadores no departamento médico. Dos titulares, estão fora do jogo de hoje os laterais Fagner e Uendel –serão substituídos por Edilson e Yago. Para o preparador físico Fábio Mahseredjian setembro e lesões são sinônimos no nosso futebol. "Para quem passou o ano inteiro praticamente sem lesões, não é um número assustador", disse. Mahseredjian é otimista e conta com a pausa na tabela do Brasileiro para a disputa das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 para que a maioria dos lesionados volte a atuar já na próxima partida, contra o Goiás, que acontece no dia 15 de outubro. PONTE PRETA Marcelo Lomba; Rodinei, Renato Chaves, Ferron e Gilson; Elton, Juninho, Felipe Azevedo, Cristian, Biro Biro e Borges T.: Doriva CORINTHIANS Cássio; Edílson, Felipe, Gil e Yago; Ralf, Jadson, Elias, Renato Augusto; Malcom e Vagner Love T.: Tite Estádio: Moisés Lucarelli, em Campinas /Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP) /Horário: 16h /TV: Globo e Band (para SP, exceto Campinas)
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Relator ainda estuda como atender orientação de Temer para Previdência
Depois de o presidente Michel Temer ter anunciado às pressas a retirada dos servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), ainda estuda com técnicos do Congresso e do Planalto como atender a orientação presidencial. O deputado declarou que "o fato do presidente dar uma orientação não quer dizer que possa passar por cima da Constituição" e afirmou que é necessário "estudo constitucional para ver a viabilidade jurídica dessa direção". Oliveira Maia se reuniu nesta quarta-feira (22) com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, além de técnicos do Palácio do Planalto e do Congresso. No meio do encontro, o presidente Michel Temer apareceu na sala da reunião, acompanhado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento). O relator disse que a equipe técnica ainda está estudando a melhor forma de viabilizar a retirada de parte dos servidores e que há "alguns muitos" trechos da Constituição que atrapalham essa mudança, mas garantiu que "viabilidade sempre há". "O fato de o presidente dar uma orientação não quer dizer que possa passar por cima da Constituição. Há boa vontade da bancada, interesse da base, de atender, dentro da regra constitucional, mas nem o presidente tem interesse de suplantar regra constitucional nenhuma. Vamos caminhar no sentido de construir um caminho que tenha base constitucional, que não vá no futuro ser questionada na Justiça", declarou. Atualmente, a Constituição trata da aposentadoria de servidores da União, Estados, Distrito Federal e municípios no mesmo artigo. ANÚNCIO Temer surpreendeu até mesmo técnicos do Palácio do Planalto e dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento ao convocar a imprensa na noite de quarta-feira para a anunciar a exclusão de servidores estaduais e municipais da proposta. Serão retirados da reforma os servidores estaduais e os funcionários públicos de municípios que têm regimes próprios de Previdência. Os servidores de municípios que estão ligados ao INSS serão afetados pelo texto que for aprovado pelo Congresso. Cerca de 3.500 municípios estão ligados ao INSS, enquanto outros 2.000 têm regimes próprios de Previdência. A medida do governo, que já havia deixado de fora da proposta as Forças Armadas, bombeiros e policiais militares, enfraquece o argumento central em defesa da reforma, de que as mudanças afetariam toda a população. A decisão foi tomada para enfraquecer o poder de mobilização contra a reforma, já que professores públicos e policiais civis são duas categorias numerosas que têm se manifestado contra as mudanças.
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Relator ainda estuda como atender orientação de Temer para PrevidênciaDepois de o presidente Michel Temer ter anunciado às pressas a retirada dos servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), ainda estuda com técnicos do Congresso e do Planalto como atender a orientação presidencial. O deputado declarou que "o fato do presidente dar uma orientação não quer dizer que possa passar por cima da Constituição" e afirmou que é necessário "estudo constitucional para ver a viabilidade jurídica dessa direção". Oliveira Maia se reuniu nesta quarta-feira (22) com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, além de técnicos do Palácio do Planalto e do Congresso. No meio do encontro, o presidente Michel Temer apareceu na sala da reunião, acompanhado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento). O relator disse que a equipe técnica ainda está estudando a melhor forma de viabilizar a retirada de parte dos servidores e que há "alguns muitos" trechos da Constituição que atrapalham essa mudança, mas garantiu que "viabilidade sempre há". "O fato de o presidente dar uma orientação não quer dizer que possa passar por cima da Constituição. Há boa vontade da bancada, interesse da base, de atender, dentro da regra constitucional, mas nem o presidente tem interesse de suplantar regra constitucional nenhuma. Vamos caminhar no sentido de construir um caminho que tenha base constitucional, que não vá no futuro ser questionada na Justiça", declarou. Atualmente, a Constituição trata da aposentadoria de servidores da União, Estados, Distrito Federal e municípios no mesmo artigo. ANÚNCIO Temer surpreendeu até mesmo técnicos do Palácio do Planalto e dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento ao convocar a imprensa na noite de quarta-feira para a anunciar a exclusão de servidores estaduais e municipais da proposta. Serão retirados da reforma os servidores estaduais e os funcionários públicos de municípios que têm regimes próprios de Previdência. Os servidores de municípios que estão ligados ao INSS serão afetados pelo texto que for aprovado pelo Congresso. Cerca de 3.500 municípios estão ligados ao INSS, enquanto outros 2.000 têm regimes próprios de Previdência. A medida do governo, que já havia deixado de fora da proposta as Forças Armadas, bombeiros e policiais militares, enfraquece o argumento central em defesa da reforma, de que as mudanças afetariam toda a população. A decisão foi tomada para enfraquecer o poder de mobilização contra a reforma, já que professores públicos e policiais civis são duas categorias numerosas que têm se manifestado contra as mudanças.
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Diretor não quer só a cópia digital, diz Martin Scorsese
O diretor Martin Scorsese, 72, será uma espécie de homenageado indireto da 39ª Mostra de Cinema de São Paulo, que começa em 22 de outubro. Mas não conte com retrospectiva de longas como "Taxi Driver", "Touro Indomável" ou "Os Bons Companheiros". O festival paulistano presta homenagem ao lado restaurador desse cineasta lendário, que em 1990 criou a associação The Film Foundation, entidade que preserva filmes antigos. A Mostra exibe 24 das mais de 700 obras restauradas pela instituição, entre elas "Como Era Verde o Meu Vale" (1941), de John Ford, e "Rashomon" (1950), de Akira Kurosawa. Em entrevista à Folha, por e-mail, Scorsese faz um balanço dos 25 anos da organização que capitaneia ao lado de nomes como Steven Spielberg, Woody Allen e Francis Ford Coppola. Para ele, a revolução que substituiu as cópias em película no cinema traz uma dúvida: será que filmes capturados digitalmente poderão ser projetados no futuro, como as versões em 35 mm? O cineasta também comentou o convite que recebeu para desenhar o pôster da Mostra. Para o cartaz, usou um storyboard de seu próximo filme, "Silence", previsto para 2016, sobre jesuítas portugueses perseguidos no Japão do século 17. Questionado sobre detalhes desse longa e aspectos de sua carreira, o diretor se manteve em silêncio. * Folha - O que descreve o storyboard de "Silence" que você selecionou upara criar o cartaz Mostra de São Paulo? Martin Scorsese - O storyboard descreve uma cena crucial no filme e eu pensei que os desenhos funcionariam bem para o pôster. Tive a honra de ser convidado para isso. Na sua opinião, a associação The Film Foundation foi capaz de realizar o seu propósito? Há agora uma consciência disseminada sobre a importância do cinema e da preservação. E com a transição da película para o digital, há uma noção de que o filme é precioso. Por quê? Os cineastas não querem perder o filme como um meio e só ter a opção digital. Manter os filmes é absolutamente essencial na preservação deles. Sabemos que os filmes de mais de cem anos atrás ainda podem ser projetados. Seremos capazes de exibir um filme capturado digitalmente em 10 anos? Infelizmente não sabemos a resposta para essa pergunta. Ainda há muito trabalho a fazer para garantir que o trabalho criativo dos cineastas seja preservado para o futuro. A Mostra planeja sessões especiais para exibir alguns desses filmes. Em sua opinião, qual é a importância de que novos públicos vejam esses clássicos na tela grande? Gosto de pensar que não há algo coisa como filmes "antigos", mas filmes que alguns podem ainda não ter visto. Um filme é novo para uma plateia se eles nunca o viu antes. E a melhor maneira de vivenciar esse filme é pela forma como ele foi originalmente concebido para ser visto -na tela grande, com a melhor qualidade de imagem e compartilhado com o público. A missão da associação The Film Foundation é restaurar e preservar filmes –e já ajudou a salvar mais de 700 até agora. De igual importância é ter certeza de que esses filmes estão disponíveis para ser vistos pelo público. Todos os anos, centenas de exibições de filmes restaurados com financiamento da fundação são exibidos em locais em todo o mundo, em museus e festivais como esta apresentação emocionante em São Paulo. Como é a escolha dos filmes que serão preservados? A fundação ajuda a restaurar, em média, de 20 a 30 filmes por ano, trabalhando em parceria com arquivos de filmes de todo o mundo. Os projetos são propostos anualmente com base na necessidade mais urgente. Priorizar projetos é difícil, pois há muito mais do que podemos financiar. Ao decidir quais os filmes a restaurar, consideramos significado cultural e histórico, a condição física dos elementos e se eles são raros. Nós sempre tentamos trabalhar a partir dos negativos originais da câmera. Você está envolvido na preservação de que filmes agora? Atualmente, estamos trabalhando em vários projetos exclusivos, incluindo restaurar o corte original do diretor de "The Road Back" (1937), de James Whale, que tinha sido considerado um filme perdido por muitos; o documentário de quatro horas e meia "The Memory of Justice" (1976), de Marcel Ophüls "; e o drama mudo raramente visto "Rosita" (1923), de Ernst Lubitsch, estrelado por Mary Pickford. Estou pessoalmente envolvido em todas essas restaurações. Considero um privilégio ser capaz de ajudar a garantir que estes tesouros sejam restaurados e guardados para as gerações futuras. O Brasil tem um filme restaurado pela fundação, "Limite" (1931), de Mário Peixoto. Por que decidiu preservar esse filme em particular? "Limite" nunca foi lançado comercialmente e foi raramente visto no Brasil ou em qualquer outro lugar. Ao longo dos anos, alcançou uma espécie de status de lenda, especialmente por ter sido o único concluído pelo diretor Mário Peixoto, que tinha 21 anos quando o filme foi feito, em 1931. Tecnicamente inovador, de um expressionismo cheio de imaginação, profundamente poética ainda emocionalmente delicado, o filme é uma obra surpreendentemente madura e provocante, um feito verdadeiramente notável. Walter Salles tem sido um grande entusiasta deste filme e trabalhou durante anos em sua restauração, colaborando com Arquivo Mario Peixoto e seu curador, Saulo Pereira de Mello, bem como Carlos Magalhães e Patrícia de Filippi na Cinemateca Brasileira. Há planos de restaurar outros brasileiros? O Projeto Cinema Mundial [responsável pela restauração de títulos de todo o mundo], juntamente com Cineteca di Bologna e L'Immagine Ritrovata foi capaz de ajudar a garantir que esta obra-prima do cinema brasileiro ["Limite"] tivesse a preservação que merece. Esperamos ajudar mais filmes brasileiros. Destaques da Mostra
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Diretor não quer só a cópia digital, diz Martin ScorseseO diretor Martin Scorsese, 72, será uma espécie de homenageado indireto da 39ª Mostra de Cinema de São Paulo, que começa em 22 de outubro. Mas não conte com retrospectiva de longas como "Taxi Driver", "Touro Indomável" ou "Os Bons Companheiros". O festival paulistano presta homenagem ao lado restaurador desse cineasta lendário, que em 1990 criou a associação The Film Foundation, entidade que preserva filmes antigos. A Mostra exibe 24 das mais de 700 obras restauradas pela instituição, entre elas "Como Era Verde o Meu Vale" (1941), de John Ford, e "Rashomon" (1950), de Akira Kurosawa. Em entrevista à Folha, por e-mail, Scorsese faz um balanço dos 25 anos da organização que capitaneia ao lado de nomes como Steven Spielberg, Woody Allen e Francis Ford Coppola. Para ele, a revolução que substituiu as cópias em película no cinema traz uma dúvida: será que filmes capturados digitalmente poderão ser projetados no futuro, como as versões em 35 mm? O cineasta também comentou o convite que recebeu para desenhar o pôster da Mostra. Para o cartaz, usou um storyboard de seu próximo filme, "Silence", previsto para 2016, sobre jesuítas portugueses perseguidos no Japão do século 17. Questionado sobre detalhes desse longa e aspectos de sua carreira, o diretor se manteve em silêncio. * Folha - O que descreve o storyboard de "Silence" que você selecionou upara criar o cartaz Mostra de São Paulo? Martin Scorsese - O storyboard descreve uma cena crucial no filme e eu pensei que os desenhos funcionariam bem para o pôster. Tive a honra de ser convidado para isso. Na sua opinião, a associação The Film Foundation foi capaz de realizar o seu propósito? Há agora uma consciência disseminada sobre a importância do cinema e da preservação. E com a transição da película para o digital, há uma noção de que o filme é precioso. Por quê? Os cineastas não querem perder o filme como um meio e só ter a opção digital. Manter os filmes é absolutamente essencial na preservação deles. Sabemos que os filmes de mais de cem anos atrás ainda podem ser projetados. Seremos capazes de exibir um filme capturado digitalmente em 10 anos? Infelizmente não sabemos a resposta para essa pergunta. Ainda há muito trabalho a fazer para garantir que o trabalho criativo dos cineastas seja preservado para o futuro. A Mostra planeja sessões especiais para exibir alguns desses filmes. Em sua opinião, qual é a importância de que novos públicos vejam esses clássicos na tela grande? Gosto de pensar que não há algo coisa como filmes "antigos", mas filmes que alguns podem ainda não ter visto. Um filme é novo para uma plateia se eles nunca o viu antes. E a melhor maneira de vivenciar esse filme é pela forma como ele foi originalmente concebido para ser visto -na tela grande, com a melhor qualidade de imagem e compartilhado com o público. A missão da associação The Film Foundation é restaurar e preservar filmes –e já ajudou a salvar mais de 700 até agora. De igual importância é ter certeza de que esses filmes estão disponíveis para ser vistos pelo público. Todos os anos, centenas de exibições de filmes restaurados com financiamento da fundação são exibidos em locais em todo o mundo, em museus e festivais como esta apresentação emocionante em São Paulo. Como é a escolha dos filmes que serão preservados? A fundação ajuda a restaurar, em média, de 20 a 30 filmes por ano, trabalhando em parceria com arquivos de filmes de todo o mundo. Os projetos são propostos anualmente com base na necessidade mais urgente. Priorizar projetos é difícil, pois há muito mais do que podemos financiar. Ao decidir quais os filmes a restaurar, consideramos significado cultural e histórico, a condição física dos elementos e se eles são raros. Nós sempre tentamos trabalhar a partir dos negativos originais da câmera. Você está envolvido na preservação de que filmes agora? Atualmente, estamos trabalhando em vários projetos exclusivos, incluindo restaurar o corte original do diretor de "The Road Back" (1937), de James Whale, que tinha sido considerado um filme perdido por muitos; o documentário de quatro horas e meia "The Memory of Justice" (1976), de Marcel Ophüls "; e o drama mudo raramente visto "Rosita" (1923), de Ernst Lubitsch, estrelado por Mary Pickford. Estou pessoalmente envolvido em todas essas restaurações. Considero um privilégio ser capaz de ajudar a garantir que estes tesouros sejam restaurados e guardados para as gerações futuras. O Brasil tem um filme restaurado pela fundação, "Limite" (1931), de Mário Peixoto. Por que decidiu preservar esse filme em particular? "Limite" nunca foi lançado comercialmente e foi raramente visto no Brasil ou em qualquer outro lugar. Ao longo dos anos, alcançou uma espécie de status de lenda, especialmente por ter sido o único concluído pelo diretor Mário Peixoto, que tinha 21 anos quando o filme foi feito, em 1931. Tecnicamente inovador, de um expressionismo cheio de imaginação, profundamente poética ainda emocionalmente delicado, o filme é uma obra surpreendentemente madura e provocante, um feito verdadeiramente notável. Walter Salles tem sido um grande entusiasta deste filme e trabalhou durante anos em sua restauração, colaborando com Arquivo Mario Peixoto e seu curador, Saulo Pereira de Mello, bem como Carlos Magalhães e Patrícia de Filippi na Cinemateca Brasileira. Há planos de restaurar outros brasileiros? O Projeto Cinema Mundial [responsável pela restauração de títulos de todo o mundo], juntamente com Cineteca di Bologna e L'Immagine Ritrovata foi capaz de ajudar a garantir que esta obra-prima do cinema brasileiro ["Limite"] tivesse a preservação que merece. Esperamos ajudar mais filmes brasileiros. Destaques da Mostra
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Por favor, desliguem os celulares
Alguns médicos legistas amadores têm andado entretidos a passar certidões de óbito. O romance, o autor, o riso, a arte, a ficção –todos têm morrido várias mortes. Talvez seja exagero dizer que todas essas coisas morreram, mas é inegável que algumas estão com má cara. A ficção, por exemplo, agoniza por causa do celular. Quase todos os filmes têm, agora, uma aborrecida cena dedicada a telecomunicações. Em certo ponto, o herói interrompe a ação para constatar que está sem bateria no celular, ou tem pouco sinal no local onde se encontra. Assim, ninguém pode avisá-lo de que há um assassino escondido no armário, ou uma bomba prestes a explodir. E, infelizmente, quase nunca a bomba está prestes a explodir no armário onde se esconde o assassino, o que resolveria dois problemas. Antigamente, os enredos sofriam por défice de comunicação. As pessoas que rodeavam a Lassie tinham de fazer um esforço hermenêutico bastante grande para interpretar os latidos do bicho: "O quê, Lassie? O Timmy caiu ao poço da quinta dos Ferguson, junto ao celeiro, quando se debruçava para caçar uma borboleta, pois começou na semana passada uma coleção de lepidópteros?". Hoje, o excesso de comunicação prejudica a história. O final de "Romeu e Julieta" seria bem diferente no tempo dos celulares. Depois de dar a Julieta a poção que vai colocá-la durante 42 horas num estado de morte aparente, frei Lourenço envia um mensageiro a Mântua, para que ele ponha Romeu a par do embuste, e evite que o jovem resolva praticar gestos românticos irreversíveis. No entanto, como se sabe, o mensageiro não consegue contatar Romeu, e o caso acaba em tragédia. Se todas as personagens estivessem munidas de um smartphone, porém, o final da peça teria menor densidade dramática: – Alô? – Romeu, é frei Lourenço. Tudo bem? Olha, é só para avisar que a Julieta não está mesmo morta. Parece que está, mas não está. Foi uma poção que eu lhe dei. – Ah, ótimo. Que susto. É que parece mesmo morta. Sendo assim vou pô-la em posições estranhas e tirar umas fotos engraçadas para colocar no snapchat. #falsofalecimento. Já te mando. A voz que fala no início dos espetáculos pede aos espectadores que desliguem os celulares. É fundamental que comece a fazer o mesmo pedido às personagens da peça.
colunas
Por favor, desliguem os celularesAlguns médicos legistas amadores têm andado entretidos a passar certidões de óbito. O romance, o autor, o riso, a arte, a ficção –todos têm morrido várias mortes. Talvez seja exagero dizer que todas essas coisas morreram, mas é inegável que algumas estão com má cara. A ficção, por exemplo, agoniza por causa do celular. Quase todos os filmes têm, agora, uma aborrecida cena dedicada a telecomunicações. Em certo ponto, o herói interrompe a ação para constatar que está sem bateria no celular, ou tem pouco sinal no local onde se encontra. Assim, ninguém pode avisá-lo de que há um assassino escondido no armário, ou uma bomba prestes a explodir. E, infelizmente, quase nunca a bomba está prestes a explodir no armário onde se esconde o assassino, o que resolveria dois problemas. Antigamente, os enredos sofriam por défice de comunicação. As pessoas que rodeavam a Lassie tinham de fazer um esforço hermenêutico bastante grande para interpretar os latidos do bicho: "O quê, Lassie? O Timmy caiu ao poço da quinta dos Ferguson, junto ao celeiro, quando se debruçava para caçar uma borboleta, pois começou na semana passada uma coleção de lepidópteros?". Hoje, o excesso de comunicação prejudica a história. O final de "Romeu e Julieta" seria bem diferente no tempo dos celulares. Depois de dar a Julieta a poção que vai colocá-la durante 42 horas num estado de morte aparente, frei Lourenço envia um mensageiro a Mântua, para que ele ponha Romeu a par do embuste, e evite que o jovem resolva praticar gestos românticos irreversíveis. No entanto, como se sabe, o mensageiro não consegue contatar Romeu, e o caso acaba em tragédia. Se todas as personagens estivessem munidas de um smartphone, porém, o final da peça teria menor densidade dramática: – Alô? – Romeu, é frei Lourenço. Tudo bem? Olha, é só para avisar que a Julieta não está mesmo morta. Parece que está, mas não está. Foi uma poção que eu lhe dei. – Ah, ótimo. Que susto. É que parece mesmo morta. Sendo assim vou pô-la em posições estranhas e tirar umas fotos engraçadas para colocar no snapchat. #falsofalecimento. Já te mando. A voz que fala no início dos espetáculos pede aos espectadores que desliguem os celulares. É fundamental que comece a fazer o mesmo pedido às personagens da peça.
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O velho e o novo
Quando questionado por sustentar ideais de igualdade e justiça social aos 70 anos de idade, o saudoso Plínio de Arruda Sampaio (1930-2014) respondeu: "Ficar velho não é virar velhaco". Há pessoas que, mesmo velhas, permanecem jovens de espírito. Abertas para o novo. E há outros que, mesmo jovens, carregam os medos e preconceitos das velhas gerações. Jovens, mas com o espírito de velhos rançosos. É o caso de Kim Kataguiri, que lidera o MBL (Movimento Brasil Livre) e tornou-se agora colunista deste jornal. Não é exatamente uma surpresa a Folha tê-lo contratado. A maior parte de seus colunistas é liberal em economia e politicamente conservadora, assim como sua linha editorial. Neste quesito, Kim estará à vontade. Talvez a surpresa de muitos seja por conta de seu despreparo, mais do que por sua posição política. Difusor de piadas machistas, com discurso repleto de argumentos rasos e com uma prepotência própria de quem ainda não recebeu a notícia, Kim não está qualificado sequer como uma voz coerente da direita. Mas o que de fato surpreende é ver Kim e seu MBL tratados por alguns como representantes do "novo", do autêntico espírito de revolta da juventude contra a velha política. Na verdade, eles são precisamente o contrário disso. Há uma percepção cada vez mais ampla de que estamos vivenciando a crise de uma época. De que este sistema político é incapaz de representar as maiorias. De que este modelo econômico só atende aos interesses privilegiados do 1%. Daí uma série de movimentos que nasceram nos últimos anos com ojeriza à velha política e clamando por transformações profundas. Como o movimento Ocuppy Wall Street, lançado em Nova York (EUA), que reuniu milhares de pessoas numa ocupação permanente em Manhattan, depois estendida com protestos em várias cidades norte-americanas, contra a ganância desmedida da elite financeira. Como o 15M, quando o povo indignado espanhol tomou as ruas e praças contra as políticas liberais de austeridade, os despejos em massa por conta das hipotecas "subprime" (segunda linha) e a corrupção da "porta giratória". Dessa energia nasceu o Podemos. Como também as grandes lutas dos estudantes chilenos por reformas do ensino, que levaram multidões de jovens às ruas contra o modelo liberal-privatista de educação, herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Esses ventos também chegaram por aqui: as ocupações de escolas em São Paulo, as lutas contra o aumento das tarifas de transporte e as batalhas cotidianas pelo direito à cidade, nos centros e periferias urbanos, espalhadas pelo Brasil. Poderíamos falar dos jovens do Ocupe Estelita, em Recife, que se insurgiram contra a especulação imobiliária e a apropriação privada do espaço público. Da resistência negra, no Capão ou em Ferguson (Missouri, nos EUA), que expressa a revolta da juventude contra o extermínio policial. Ou ainda da bela luta das mulheres –as mesmas que Kim comparou a "miojo"– contra os projetos retrógrados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aí está o novo. Por esses ares passa o legítimo sentimento de repulsa à velha política, aos seus representantes e privilégios. Defender os mecanismos sociais que produzem desigualdades, a ideologia meritocrática e a repressão a quem luta é o que há de mais velho. É o programa da ordem, sempre a postos para prestar seus serviços à Casa Grande. Kim é isso: um garoto da ordem. Ergueu-se no rescaldo da crise do petismo, expressando de forma confusa os anseios de uma classe média sem projeto nem visão de país, que –sentindo-se insegura– busca apoio nas bengalas do conservadorismo. As crises fazem surgir o novo, mas também dão roupa nova ao velho.
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O velho e o novoQuando questionado por sustentar ideais de igualdade e justiça social aos 70 anos de idade, o saudoso Plínio de Arruda Sampaio (1930-2014) respondeu: "Ficar velho não é virar velhaco". Há pessoas que, mesmo velhas, permanecem jovens de espírito. Abertas para o novo. E há outros que, mesmo jovens, carregam os medos e preconceitos das velhas gerações. Jovens, mas com o espírito de velhos rançosos. É o caso de Kim Kataguiri, que lidera o MBL (Movimento Brasil Livre) e tornou-se agora colunista deste jornal. Não é exatamente uma surpresa a Folha tê-lo contratado. A maior parte de seus colunistas é liberal em economia e politicamente conservadora, assim como sua linha editorial. Neste quesito, Kim estará à vontade. Talvez a surpresa de muitos seja por conta de seu despreparo, mais do que por sua posição política. Difusor de piadas machistas, com discurso repleto de argumentos rasos e com uma prepotência própria de quem ainda não recebeu a notícia, Kim não está qualificado sequer como uma voz coerente da direita. Mas o que de fato surpreende é ver Kim e seu MBL tratados por alguns como representantes do "novo", do autêntico espírito de revolta da juventude contra a velha política. Na verdade, eles são precisamente o contrário disso. Há uma percepção cada vez mais ampla de que estamos vivenciando a crise de uma época. De que este sistema político é incapaz de representar as maiorias. De que este modelo econômico só atende aos interesses privilegiados do 1%. Daí uma série de movimentos que nasceram nos últimos anos com ojeriza à velha política e clamando por transformações profundas. Como o movimento Ocuppy Wall Street, lançado em Nova York (EUA), que reuniu milhares de pessoas numa ocupação permanente em Manhattan, depois estendida com protestos em várias cidades norte-americanas, contra a ganância desmedida da elite financeira. Como o 15M, quando o povo indignado espanhol tomou as ruas e praças contra as políticas liberais de austeridade, os despejos em massa por conta das hipotecas "subprime" (segunda linha) e a corrupção da "porta giratória". Dessa energia nasceu o Podemos. Como também as grandes lutas dos estudantes chilenos por reformas do ensino, que levaram multidões de jovens às ruas contra o modelo liberal-privatista de educação, herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Esses ventos também chegaram por aqui: as ocupações de escolas em São Paulo, as lutas contra o aumento das tarifas de transporte e as batalhas cotidianas pelo direito à cidade, nos centros e periferias urbanos, espalhadas pelo Brasil. Poderíamos falar dos jovens do Ocupe Estelita, em Recife, que se insurgiram contra a especulação imobiliária e a apropriação privada do espaço público. Da resistência negra, no Capão ou em Ferguson (Missouri, nos EUA), que expressa a revolta da juventude contra o extermínio policial. Ou ainda da bela luta das mulheres –as mesmas que Kim comparou a "miojo"– contra os projetos retrógrados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aí está o novo. Por esses ares passa o legítimo sentimento de repulsa à velha política, aos seus representantes e privilégios. Defender os mecanismos sociais que produzem desigualdades, a ideologia meritocrática e a repressão a quem luta é o que há de mais velho. É o programa da ordem, sempre a postos para prestar seus serviços à Casa Grande. Kim é isso: um garoto da ordem. Ergueu-se no rescaldo da crise do petismo, expressando de forma confusa os anseios de uma classe média sem projeto nem visão de país, que –sentindo-se insegura– busca apoio nas bengalas do conservadorismo. As crises fazem surgir o novo, mas também dão roupa nova ao velho.
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Sob nova direção, Municipal supre com criatividade falha na área lírica
Mudanças na direção artística dos principais teatros e orquestras do exterior são anunciadas com anos de antecedência. Entre nós –e esse tem sido o caso do Theatro Municipal de São Paulo– há quase sempre rupturas drásticas, em geral atreladas aos câmbios políticos. Espera-se que o Theatro Municipal apresente anualmente uma boa temporada lírica, da mesma forma que já há, na Sala São Paulo (sede da Osesp), uma temporada sinfônica de excelência. Para isso é preciso somar quantidade e qualidade. Ao contrário do que possa parecer a quem não frequenta o Theatro Municipal, óperas atraem muito público e podem ser mais baratas do que cinema. Se compararmos o estilo das duas gestões anteriores, Abel Rocha (2011-12) conseguiu em pouco tempo uma ampla variedade de títulos e equilíbrio entre a presença de cantores nacionais e internacionais, enquanto John Neschling (2013-16) renovou a orquestra e focou em temporadas menores, com predominância de títulos consagrados e participação maciça de estrangeiros. Nos dois casos, a transição entre equipes implicou descontinuidade da temporada lírica, e o mesmo ocorre agora, quando Cleber Papa assume a direção artística e Roberto Minczuk como regente titular (a divisão de funções é saudável). A estreia de Minczuk será neste fim de semana com obras de Villa-Lobos e Mendelssohn. Não se montam óperas da noite para o dia, e enquanto não são encenadas, o Municipal fará dois títulos em versão concerto ("Fidelio", de Beethoven, e "A Danação de Fausto", de Berlioz), e usará a criatividade para multiplicar a ocupação de seu espaço. Assim, além de concertos sinfônicos, foram criadas séries temáticas em horários alternativos, como "Domingo no Municipal", "Meu Primeiro Recital" e "Concertos Informais", com mobilização de todos os corpos estáveis. Entre os destaques da programação deste semestre está a maratona com todas as "Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos –uma especialidade de Roberto Minczuk–, que serão apresentadas em um único dia, com o ciclo dividido em duas partes, às 16h30 e 20h. * DESTAQUES 9"Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos (4/3 e 5/3) "Paixão Segundo São João", de Bach (14 e 15/4) "Pedro e o Lobo", de Prokofiev, e "Guia Orquestral", de Britten (vários horários) "Kubrick em Concerto": "2001, Uma Odisseia no Espaço" (7 e 8/7); "Barry Lyndon" (14 e 15/7); "Laranja Mecânica" (21 e 22/7) * ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL, com Roberto Minczuk QUANDO sáb. (18) às 20h e dom. (19) às 17h ONDE Theatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, tel. (11) 3053-2090 QUANTO R$ 20 a R$ 100
ilustrada
Sob nova direção, Municipal supre com criatividade falha na área líricaMudanças na direção artística dos principais teatros e orquestras do exterior são anunciadas com anos de antecedência. Entre nós –e esse tem sido o caso do Theatro Municipal de São Paulo– há quase sempre rupturas drásticas, em geral atreladas aos câmbios políticos. Espera-se que o Theatro Municipal apresente anualmente uma boa temporada lírica, da mesma forma que já há, na Sala São Paulo (sede da Osesp), uma temporada sinfônica de excelência. Para isso é preciso somar quantidade e qualidade. Ao contrário do que possa parecer a quem não frequenta o Theatro Municipal, óperas atraem muito público e podem ser mais baratas do que cinema. Se compararmos o estilo das duas gestões anteriores, Abel Rocha (2011-12) conseguiu em pouco tempo uma ampla variedade de títulos e equilíbrio entre a presença de cantores nacionais e internacionais, enquanto John Neschling (2013-16) renovou a orquestra e focou em temporadas menores, com predominância de títulos consagrados e participação maciça de estrangeiros. Nos dois casos, a transição entre equipes implicou descontinuidade da temporada lírica, e o mesmo ocorre agora, quando Cleber Papa assume a direção artística e Roberto Minczuk como regente titular (a divisão de funções é saudável). A estreia de Minczuk será neste fim de semana com obras de Villa-Lobos e Mendelssohn. Não se montam óperas da noite para o dia, e enquanto não são encenadas, o Municipal fará dois títulos em versão concerto ("Fidelio", de Beethoven, e "A Danação de Fausto", de Berlioz), e usará a criatividade para multiplicar a ocupação de seu espaço. Assim, além de concertos sinfônicos, foram criadas séries temáticas em horários alternativos, como "Domingo no Municipal", "Meu Primeiro Recital" e "Concertos Informais", com mobilização de todos os corpos estáveis. Entre os destaques da programação deste semestre está a maratona com todas as "Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos –uma especialidade de Roberto Minczuk–, que serão apresentadas em um único dia, com o ciclo dividido em duas partes, às 16h30 e 20h. * DESTAQUES 9"Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos (4/3 e 5/3) "Paixão Segundo São João", de Bach (14 e 15/4) "Pedro e o Lobo", de Prokofiev, e "Guia Orquestral", de Britten (vários horários) "Kubrick em Concerto": "2001, Uma Odisseia no Espaço" (7 e 8/7); "Barry Lyndon" (14 e 15/7); "Laranja Mecânica" (21 e 22/7) * ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL, com Roberto Minczuk QUANDO sáb. (18) às 20h e dom. (19) às 17h ONDE Theatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, tel. (11) 3053-2090 QUANTO R$ 20 a R$ 100
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Receita libera consulta a lote residual de restituição do IR de 2008 a 2015
A Receita Federal liberou nesta sexta-feira (8) a consulta ao lote de restituições do Imposto de Renda referentes aos anos de 2008 a 2015. A restituição vale para quem caiu na malha fina em algum desses anos e regularizou a situação. As restituições de 207.573 contribuintes, que totalizam R$ 405 milhões, devem ser pagas na próxima sexta-feira (15). O valor é corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas, após cair na conta, não recebe nenhuma atualização. A correção pela Selic vai de 9,79% (correspondente a 2015) a 78,29% (correspondente a 2008). RESTITUIÇÃO DO IR Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita, ou ligar para o Receitafone, no número 146. O dinheiro é depositado na agência bancária indicada pelo contribuinte ao fazer a declaração. O valor é corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas, após cair na conta, não recebe nenhuma atualização. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico - Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, pelo link fornecido acima. Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do BB ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).
mercado
Receita libera consulta a lote residual de restituição do IR de 2008 a 2015A Receita Federal liberou nesta sexta-feira (8) a consulta ao lote de restituições do Imposto de Renda referentes aos anos de 2008 a 2015. A restituição vale para quem caiu na malha fina em algum desses anos e regularizou a situação. As restituições de 207.573 contribuintes, que totalizam R$ 405 milhões, devem ser pagas na próxima sexta-feira (15). O valor é corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas, após cair na conta, não recebe nenhuma atualização. A correção pela Selic vai de 9,79% (correspondente a 2015) a 78,29% (correspondente a 2008). RESTITUIÇÃO DO IR Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita, ou ligar para o Receitafone, no número 146. O dinheiro é depositado na agência bancária indicada pelo contribuinte ao fazer a declaração. O valor é corrigido pela Selic (taxa básica de juros), mas, após cair na conta, não recebe nenhuma atualização. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico - Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, pelo link fornecido acima. Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do BB ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).
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Thiago Braz surpreende e fatura o ouro com recorde olímpico no salto com vara
MARCEL RIZZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Uma noite épica. Uma medalha histórica. A medalha de ouro conquistada por Thiago Braz, 22, na prova do salto com vara traduziu o que é superação. O paulista de Marília redimiu anos de frustração do atletismo nacional e de desilusões pessoais em um palco, o Engenhão, que viu de tudo um pouco nesta segunda-feira (15). A competição se iniciou com cerca de uma hora de atraso devido à forte chuva que caiu no estádio pouco antes do início da sessão noturna. Depois que a água deu uma trégua, a disputa recomeçou para logo ser paralisada. O equipamento que eleva o sarrafo simplesmente quebrou. Os competidores esperaram por aproximadamente 15 minutos até que a solução, manual, fosse encontrada. Depois disso, um embate de um nível técnico altíssimo se seguiu por duas horas perante um estádio parcialmente vazio que se tornou ensurdecedor a cada salto do brasileiro. Thiago superou o sarrafo, na sequência, em 5,65 m, 5,75 m e 5,93 m. Conforme os rivais caíram, um a um, sobrou neste estágio somente o mais temido entre os oponentes: o francês Renaud Lavillenie, atual campeão olímpico na vara e recordista mundial (6,16 m). O favorito acertou todos os seus saltos até chegar a 6,03 m. Aí Thiago fez mágica. Acertou sua tentativa para a marca, incendiou o Engenhão, bateu o recorde olímpico da prova e seu recorde continental. "É campeão, é campeão, é campeão", saudou a arquibancada, absolutamente atônita. A vitória história de Thiago, a primeira do atletismo brasileiro desde o triunfo de Maurren Maggi no salto em distância em Pequim-2008, não foi exatamente uma zebra. Em 2010, ele foi vice-campeão olímpico nos Jogos da Juventude de Cingapura. Dois anos mais tarde, sagrou-se campeão mundial júnior.  O ucraniano Vitaly Petrov, que treinou os dois maiores nomes da história do salto com vara, seu compatriota Sergei Bubka e a russa Ielena Isinbaieva, que trabalhava como consultor do Brasil, costumava chamá-lo de "novo Bubka". Nesta segunda, Thiago confirmou a profecia de Petrov, que se tornou seu técnico em definitivo no final de 2014, após uma cisão dolorosa. O saltador era treinado por Elson Miranda, também técnico por Fabiana Murer, que foi justamente quem trouxe Petrov ao Brasil. Quando soube que seu pupilo decidiu treinar com o ucraniano em Formia, na Itália, a relação azedou —e até hoje está estremecida. A escolha pela vida no exterior, respaldada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) e pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), o fez saltar mais alto. Mas, em grandes eventos, ele insistentemente ficava aquém da expectativa. Foi assim no Pan de Toronto e no Mundial de Pequim, em 2015, e no Mundial indoor de Portland neste ano. Em todos Thiago ficou longe do pódio. Para tirá-lo do foco e da pressão, a CBAt o enviou para terminar sua preparação olímpica em um centro de treinamento em Natal (RN), longe do restante da equipe, que se aclimatou no Rio e em São Paulo. Quis o destino que sua reviravolta, sua ressurreição, ocorresse na competição mais importante da história do país. Seu ouro se tornou a 15ª medalha olímpica do atletismo brasileiro, e a primeira dourada de um homem desde que Joaquim Cruz triunfou nos 800 m nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Em provas de campo, é a primeira medalha máxima desde que Adhemar Ferreira da Silva triunfou no salto triplo na Olimpíada de Melbourne, em 1956. Thiago Braz. Guarde esse nome. Porque ele fez história. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
esporte
Thiago Braz surpreende e fatura o ouro com recorde olímpico no salto com vara MARCEL RIZZO PAULO ROBERTO CONDE ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO Uma noite épica. Uma medalha histórica. A medalha de ouro conquistada por Thiago Braz, 22, na prova do salto com vara traduziu o que é superação. O paulista de Marília redimiu anos de frustração do atletismo nacional e de desilusões pessoais em um palco, o Engenhão, que viu de tudo um pouco nesta segunda-feira (15). A competição se iniciou com cerca de uma hora de atraso devido à forte chuva que caiu no estádio pouco antes do início da sessão noturna. Depois que a água deu uma trégua, a disputa recomeçou para logo ser paralisada. O equipamento que eleva o sarrafo simplesmente quebrou. Os competidores esperaram por aproximadamente 15 minutos até que a solução, manual, fosse encontrada. Depois disso, um embate de um nível técnico altíssimo se seguiu por duas horas perante um estádio parcialmente vazio que se tornou ensurdecedor a cada salto do brasileiro. Thiago superou o sarrafo, na sequência, em 5,65 m, 5,75 m e 5,93 m. Conforme os rivais caíram, um a um, sobrou neste estágio somente o mais temido entre os oponentes: o francês Renaud Lavillenie, atual campeão olímpico na vara e recordista mundial (6,16 m). O favorito acertou todos os seus saltos até chegar a 6,03 m. Aí Thiago fez mágica. Acertou sua tentativa para a marca, incendiou o Engenhão, bateu o recorde olímpico da prova e seu recorde continental. "É campeão, é campeão, é campeão", saudou a arquibancada, absolutamente atônita. A vitória história de Thiago, a primeira do atletismo brasileiro desde o triunfo de Maurren Maggi no salto em distância em Pequim-2008, não foi exatamente uma zebra. Em 2010, ele foi vice-campeão olímpico nos Jogos da Juventude de Cingapura. Dois anos mais tarde, sagrou-se campeão mundial júnior.  O ucraniano Vitaly Petrov, que treinou os dois maiores nomes da história do salto com vara, seu compatriota Sergei Bubka e a russa Ielena Isinbaieva, que trabalhava como consultor do Brasil, costumava chamá-lo de "novo Bubka". Nesta segunda, Thiago confirmou a profecia de Petrov, que se tornou seu técnico em definitivo no final de 2014, após uma cisão dolorosa. O saltador era treinado por Elson Miranda, também técnico por Fabiana Murer, que foi justamente quem trouxe Petrov ao Brasil. Quando soube que seu pupilo decidiu treinar com o ucraniano em Formia, na Itália, a relação azedou —e até hoje está estremecida. A escolha pela vida no exterior, respaldada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) e pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), o fez saltar mais alto. Mas, em grandes eventos, ele insistentemente ficava aquém da expectativa. Foi assim no Pan de Toronto e no Mundial de Pequim, em 2015, e no Mundial indoor de Portland neste ano. Em todos Thiago ficou longe do pódio. Para tirá-lo do foco e da pressão, a CBAt o enviou para terminar sua preparação olímpica em um centro de treinamento em Natal (RN), longe do restante da equipe, que se aclimatou no Rio e em São Paulo. Quis o destino que sua reviravolta, sua ressurreição, ocorresse na competição mais importante da história do país. Seu ouro se tornou a 15ª medalha olímpica do atletismo brasileiro, e a primeira dourada de um homem desde que Joaquim Cruz triunfou nos 800 m nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Em provas de campo, é a primeira medalha máxima desde que Adhemar Ferreira da Silva triunfou no salto triplo na Olimpíada de Melbourne, em 1956. Thiago Braz. Guarde esse nome. Porque ele fez história. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Atrasados do IR pagam multa sobre total do imposto devido
O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda 2015, referente aos ganhos de 2014, terminou na quinta-feira (30), mas a Receita estima que 400 mil contribuintes ainda precisam regularizar sua situação com o fisco. Os atrasados devem pagar multa de 1% ao mês sobre o total de imposto devido. É importante notar que o imposto devido é o total de imposto calculado no ano, e não o saldo a pagar. A multa mínima foi fixada em R$ 165,74. Ou seja, mesmo quem tem direito a restituição pagará o valor mínimo da multa se atrasou o envio. Quanto mais o contribuinte que deve impostos demorar para acertar as contas com a Receita, maior será a penalidade –que pode chegar ao máximo de 20% sobre o total devido. Um contribuinte com imposto devido de R$ 30 mil no ano de 2014 pode ter de pagar uma multa de até R$ 6 mil (equivalente a 20% do tributo) conforme o número de meses em atraso, explica Marcelo Siqueira, advogado tributarista do Siqueira Castro Advogados. Para regularizar a situação, pode-se usar o mesmo programa do IR 2015 para fazer a declaração. Para pagar a multa, basta declarar o imposto e imprimir o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) por meio do Programa Gerador da Declaração clicando em "Darf de multa por Entrega em Atraso" no menu "Imprimir", do lado esquerdo da tela. O pagamento deve ser feito em até 30 dias contados a partir da entrega em atraso. Após esse prazo, haverá incidência de juros de mora com base no juro básico (taxa Selic), atualmente fixada em 13,25% ao ano. Quem não tem imposto devido, mas precisava declarar, fica apenas com a multa de R$ 165,74. Quem precisa fazer retificação ou declarar anos anteriores deve baixar os programas daquele ano-base. No site da Receita há programas de até cinco anos atrás. "Caso o contribuinte precise, por exemplo, incluir um imóvel que ficou de fora de uma declaração anterior, basta retificar as declarações anteriores, lembrando que os valores dos imóveis não devem ser atualizados pelos preços de mercado, mas declarados pelo seu custo de aquisição", explica Siqueira. Vale ressaltar ainda que as declarações retificadas devem ficar em acordo com a atual, sem dados conflitantes. A entrega de declaração retificadora não está sujeita à multa por atraso. Aos atrasados, não é mais permitido o envio do documento por meio de tablets e smartphones. Eles também perderam direito à declaração pré-preenchida.
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Atrasados do IR pagam multa sobre total do imposto devidoO prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda 2015, referente aos ganhos de 2014, terminou na quinta-feira (30), mas a Receita estima que 400 mil contribuintes ainda precisam regularizar sua situação com o fisco. Os atrasados devem pagar multa de 1% ao mês sobre o total de imposto devido. É importante notar que o imposto devido é o total de imposto calculado no ano, e não o saldo a pagar. A multa mínima foi fixada em R$ 165,74. Ou seja, mesmo quem tem direito a restituição pagará o valor mínimo da multa se atrasou o envio. Quanto mais o contribuinte que deve impostos demorar para acertar as contas com a Receita, maior será a penalidade –que pode chegar ao máximo de 20% sobre o total devido. Um contribuinte com imposto devido de R$ 30 mil no ano de 2014 pode ter de pagar uma multa de até R$ 6 mil (equivalente a 20% do tributo) conforme o número de meses em atraso, explica Marcelo Siqueira, advogado tributarista do Siqueira Castro Advogados. Para regularizar a situação, pode-se usar o mesmo programa do IR 2015 para fazer a declaração. Para pagar a multa, basta declarar o imposto e imprimir o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) por meio do Programa Gerador da Declaração clicando em "Darf de multa por Entrega em Atraso" no menu "Imprimir", do lado esquerdo da tela. O pagamento deve ser feito em até 30 dias contados a partir da entrega em atraso. Após esse prazo, haverá incidência de juros de mora com base no juro básico (taxa Selic), atualmente fixada em 13,25% ao ano. Quem não tem imposto devido, mas precisava declarar, fica apenas com a multa de R$ 165,74. Quem precisa fazer retificação ou declarar anos anteriores deve baixar os programas daquele ano-base. No site da Receita há programas de até cinco anos atrás. "Caso o contribuinte precise, por exemplo, incluir um imóvel que ficou de fora de uma declaração anterior, basta retificar as declarações anteriores, lembrando que os valores dos imóveis não devem ser atualizados pelos preços de mercado, mas declarados pelo seu custo de aquisição", explica Siqueira. Vale ressaltar ainda que as declarações retificadas devem ficar em acordo com a atual, sem dados conflitantes. A entrega de declaração retificadora não está sujeita à multa por atraso. Aos atrasados, não é mais permitido o envio do documento por meio de tablets e smartphones. Eles também perderam direito à declaração pré-preenchida.
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Comissão da ONU culpa Rússia por alimentar conflito no leste da Ucrânia
O fluxo de armamento pesado e tropas vindo da Rússia é apontado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU como uma das principais causas para a intensificação e a mortalidade do conflito no leste da Ucrânia. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (2), a entidade estima que mais de 6.000 pessoas morreram desde abril, quando começaram os enfrentamentos. Destas, 842 foram mortas entre meados de janeiro e meados de fevereiro deste ano. Para a comissão, há informações confiáveis de que houve um fluxo contínuo de armamento sofisticado e combatentes vindos de outros países saindo do território russo para as regiões de Donetsk e Lugansk, principais palcos do conflito. "Isso alimentou a escalada do conflito e as novas ofensivas de grupos armados, minando o potencial para a paz enquanto os grupos armados estenderam suas áreas de controle. Isso levou a um aumento significante das mortes militares e civis". O vice-secretário-geral da comissão da ONU, Ivan Simonovic, disse que o conflito poderá ganhar proporções internacionais se os separatistas pró-Rússia tentarem dominar a cidade de Mariupol, controlada pelo governo ucraniano. Desde o início da retirada das tropas da região, na semana passada, as autoridades de Kiev acusam os separatistas de tentar reagrupar seus homens e seus armamentos para tentar dominar a cidade, o que é negado pelos rebeldes. Em 18 de fevereiro, os separatistas tomaram o controle de Debaltseve, cidade que era dominada pelo governo, apesar do início do cessar-fogo acertado no dia 12 em um acordo mediado por Rússia, Alemanha e França. RESTRIÇÕES A comissão também critica o governo ucraniano por impor restrições de viagem aos civis de Donetsk e Lugansk, dificultando a saída da zona de conflito. Ambos os lados também foram criticados por manter civis presos sem acusações. O relatório é divulgado horas antes de uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado americano, John Kerry, na qual a crise na Ucrânia será o principal assunto. Em entrevista coletiva, Kerry afirmou ter pressionado Lavrov a forçar os separatistas a aceitar o cessar-fogo, sob a ameaça de ampliar as sanções contra a economia russa, e pediu a aplicação da trégua. "Se isso não acontece, se continuamos a manter esses padrões de não cumprimento, serão inevitáveis as consequências contra a já combalida economia russa", disse. Por outro lado, o chanceler russo pediu que as autoridades ucranianas que levantem o bloqueio econômico e de pessoas ao leste do país e se distancie do que chamou de "extremistas ocidentais". Nesta terça, o Exército da Ucrânia disse que os rebeldes continuam a receber armas da Rússia e que violaram o cessar-fogo 32 vezes na última semana e que um soldado morreu nas últimas 24 horas em territórios dominados por separatistas.
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Comissão da ONU culpa Rússia por alimentar conflito no leste da UcrâniaO fluxo de armamento pesado e tropas vindo da Rússia é apontado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU como uma das principais causas para a intensificação e a mortalidade do conflito no leste da Ucrânia. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (2), a entidade estima que mais de 6.000 pessoas morreram desde abril, quando começaram os enfrentamentos. Destas, 842 foram mortas entre meados de janeiro e meados de fevereiro deste ano. Para a comissão, há informações confiáveis de que houve um fluxo contínuo de armamento sofisticado e combatentes vindos de outros países saindo do território russo para as regiões de Donetsk e Lugansk, principais palcos do conflito. "Isso alimentou a escalada do conflito e as novas ofensivas de grupos armados, minando o potencial para a paz enquanto os grupos armados estenderam suas áreas de controle. Isso levou a um aumento significante das mortes militares e civis". O vice-secretário-geral da comissão da ONU, Ivan Simonovic, disse que o conflito poderá ganhar proporções internacionais se os separatistas pró-Rússia tentarem dominar a cidade de Mariupol, controlada pelo governo ucraniano. Desde o início da retirada das tropas da região, na semana passada, as autoridades de Kiev acusam os separatistas de tentar reagrupar seus homens e seus armamentos para tentar dominar a cidade, o que é negado pelos rebeldes. Em 18 de fevereiro, os separatistas tomaram o controle de Debaltseve, cidade que era dominada pelo governo, apesar do início do cessar-fogo acertado no dia 12 em um acordo mediado por Rússia, Alemanha e França. RESTRIÇÕES A comissão também critica o governo ucraniano por impor restrições de viagem aos civis de Donetsk e Lugansk, dificultando a saída da zona de conflito. Ambos os lados também foram criticados por manter civis presos sem acusações. O relatório é divulgado horas antes de uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado americano, John Kerry, na qual a crise na Ucrânia será o principal assunto. Em entrevista coletiva, Kerry afirmou ter pressionado Lavrov a forçar os separatistas a aceitar o cessar-fogo, sob a ameaça de ampliar as sanções contra a economia russa, e pediu a aplicação da trégua. "Se isso não acontece, se continuamos a manter esses padrões de não cumprimento, serão inevitáveis as consequências contra a já combalida economia russa", disse. Por outro lado, o chanceler russo pediu que as autoridades ucranianas que levantem o bloqueio econômico e de pessoas ao leste do país e se distancie do que chamou de "extremistas ocidentais". Nesta terça, o Exército da Ucrânia disse que os rebeldes continuam a receber armas da Rússia e que violaram o cessar-fogo 32 vezes na última semana e que um soldado morreu nas últimas 24 horas em territórios dominados por separatistas.
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Governo prepara ação no STF caso impeachment seja aprovado
Com o aumento do risco de sofrer uma derrota na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe jurídica a preparar um recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso seja aprovado um pedido de impeachment contra seu mandato. A estratégia foi elaborada no fim de semana em reunião da petista com ministros e assessores e tem como objetivo judicializar o processo de afastamento diante da conclusão do Planalto de que ele "não tem base legal" e é "insustentável juridicamente". A ideia é que, inicialmente, deputados petistas ingressem com medidas judiciais na Suprema Corte durante a tramitação do processo na comissão especial do impeachment, que foi instalada na semana passada. Caso Dilma sofra uma derrota no plenário da Câmara, o governo daria início à estratégia de "judicializar" o impeachment. Cabe à Câmara decidir se abre ou não o processo, com o voto de pelo menos 342 dos 512 deputados federais (o presidente da Câmara não vota). Em paralelo às ações na Justiça, a presidente orientou o núcleo político a reforçar movimento para impedir que a votação dos deputados seja ratificada pelo Senado e, assim, ela seja afastada temporariamente por até 180 dias. Em iniciativa capitaneada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, escalado para atuar informalmente como ministro da Casa Civil, o governo aumentará a ofensiva sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e sobre a base governista, sobretudo a bancada do PMDB. A avaliação é que, diante da perspectiva de derrota na Câmara, é necessário estruturar uma espécie de "front" de resistência para barrar o impeachment logo de cara e impeça que o Senado ceda ao longo da tramitação às pressões de manifestações de rua pela saída da petista. Para reforçar a estratégia de judicialização, a presidente fará encontro público nesta terça (22) com juristas e advogados para defender a "legalidade democrática" e criticar o processo de impeachment. PRESSÃO O governo também estuda questionar judicialmente caso a comissão especial do impeachment anexe ao pedido de afastamento a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). Em notificação a Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), incluiu solicitação feita pelos autores do pedido para que sejam incluídas acusações feitas pelo senador. Para o Planalto, a decisão é "totalmente ilegal" e "não para em pé". Segundo um assessor presidencial, se a delação premiada pode ser usada como argumento para o impeachment, será necessário também abrir pedido de cassação contra outros políticos citados por ele, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Na delação premiada, Delcídio disse que Lula mandou comprar o silêncio de testemunhas de casos de corrupção na Petrobras e que Dilma usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros envolvidos no escândalo. O senador acrescentou ainda que Aécio recebeu propina de Furnas, empresa de economia mista subsidiária da Eletrobras. Os três negam as acusações. A preocupação da presidente com a aprovação do impeachment aumentou nesta segunda-feira (21) após reunião de coordenação política. No encontro, ministros de partidos da base aliada, como PR e PMDB, relataram sofrer pressões de deputados e senadores para que deixem a Esplanada dos Ministérios. Numa tentativa de evitar uma debandada, sugeriram à petista que apresente medidas econômicas e políticas que demonstrem que o governo não acabou. A presidente fez um apelo para que os ministros das cotas partidárias atuem de maneira mais incisiva nas bancadas federais para evitar a abertura do processo. ARMAS CONTRA O IMPEACHMENT
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Governo prepara ação no STF caso impeachment seja aprovadoCom o aumento do risco de sofrer uma derrota na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe jurídica a preparar um recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso seja aprovado um pedido de impeachment contra seu mandato. A estratégia foi elaborada no fim de semana em reunião da petista com ministros e assessores e tem como objetivo judicializar o processo de afastamento diante da conclusão do Planalto de que ele "não tem base legal" e é "insustentável juridicamente". A ideia é que, inicialmente, deputados petistas ingressem com medidas judiciais na Suprema Corte durante a tramitação do processo na comissão especial do impeachment, que foi instalada na semana passada. Caso Dilma sofra uma derrota no plenário da Câmara, o governo daria início à estratégia de "judicializar" o impeachment. Cabe à Câmara decidir se abre ou não o processo, com o voto de pelo menos 342 dos 512 deputados federais (o presidente da Câmara não vota). Em paralelo às ações na Justiça, a presidente orientou o núcleo político a reforçar movimento para impedir que a votação dos deputados seja ratificada pelo Senado e, assim, ela seja afastada temporariamente por até 180 dias. Em iniciativa capitaneada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, escalado para atuar informalmente como ministro da Casa Civil, o governo aumentará a ofensiva sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e sobre a base governista, sobretudo a bancada do PMDB. A avaliação é que, diante da perspectiva de derrota na Câmara, é necessário estruturar uma espécie de "front" de resistência para barrar o impeachment logo de cara e impeça que o Senado ceda ao longo da tramitação às pressões de manifestações de rua pela saída da petista. Para reforçar a estratégia de judicialização, a presidente fará encontro público nesta terça (22) com juristas e advogados para defender a "legalidade democrática" e criticar o processo de impeachment. PRESSÃO O governo também estuda questionar judicialmente caso a comissão especial do impeachment anexe ao pedido de afastamento a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). Em notificação a Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), incluiu solicitação feita pelos autores do pedido para que sejam incluídas acusações feitas pelo senador. Para o Planalto, a decisão é "totalmente ilegal" e "não para em pé". Segundo um assessor presidencial, se a delação premiada pode ser usada como argumento para o impeachment, será necessário também abrir pedido de cassação contra outros políticos citados por ele, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Na delação premiada, Delcídio disse que Lula mandou comprar o silêncio de testemunhas de casos de corrupção na Petrobras e que Dilma usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros envolvidos no escândalo. O senador acrescentou ainda que Aécio recebeu propina de Furnas, empresa de economia mista subsidiária da Eletrobras. Os três negam as acusações. A preocupação da presidente com a aprovação do impeachment aumentou nesta segunda-feira (21) após reunião de coordenação política. No encontro, ministros de partidos da base aliada, como PR e PMDB, relataram sofrer pressões de deputados e senadores para que deixem a Esplanada dos Ministérios. Numa tentativa de evitar uma debandada, sugeriram à petista que apresente medidas econômicas e políticas que demonstrem que o governo não acabou. A presidente fez um apelo para que os ministros das cotas partidárias atuem de maneira mais incisiva nas bancadas federais para evitar a abertura do processo. ARMAS CONTRA O IMPEACHMENT
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Atala, do Atá, e Diniz, da Fazenda da Toca, debatem agricultura sustentável
Diferentes formas de tornar a produção agrícola mais sustentável para o planeta vêm ganhando força nos últimos anos. A aplicação pode ser feita nas mais diversas indústrias, da têxtil –a segunda mais poluente–, utilizando algodão orgânico, por exemplo, à alimentícia, diminuindo o uso de agrotóxicos. Para discutir o cenário e a implantação dessa maneira de produzir, empreendedores sociais, especialistas e ambientalistas se reúnem em mais um evento da série "Diálogos Transformadores", que debaterá o tema "Nova Agricultura: Uma Produção Mais Sustentável de Alimentos e Fibras", na terça-feira (27), em São Paulo. O evento realizado pela Folha, em parceria com a Ashoka, reúne Pedro Paulo Diniz, criador da Fazenda da Toca, de produtos orgânicos; o chef Alex Atala, fundador do Instituto Atá, que trabalha pelo fortalecimento da cadeia do alimento brasileiro; e Silvio Moraes, representante para a América Latina da Textile Exchange e pesquisador de algodão orgânico, como protagonistas. O trio participa de entrevista e debate com Rogério Dias, coordenador de agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Laércio Meirelles, pioneiro no desenvolvimento de certificações participativas de orgânicos, metodologia exportada para mais de cem países. Esta edição, apresentada pelo Instituto C&A, traz também os casos inspiradores de Cláudio Spínola, fundador da Morada da Floresta, referência em práticas sustentáveis na cidade de São Paulo; e Andrea Sousa Lima, que usa a agricultura agroecológica como ferramenta para empoderar mulheres na região do semiárido brasileiro. "Os 'Diálogos Transformadores' são um espaço de atualização, inspiração, engajamento e ação. As soluções que criam futuros sustentáveis já estão acontecendo hoje", afirma Wellington Nogueira, presidente da Ashoka Brasil. "A missão da nossa parceria com a Folha é criar esse importante espaço de disseminação dessas iniciativas para potencializar seu impacto." "Acreditamos que o diálogo e a colaboração entre especialistas, empreendedores sociais e todos aqueles interessados em promover transformações positivas na sociedade é fundamental para que a agenda de sustentabilidade avance", afirma a diretora executiva do Instituto C&A, Giuliana Ortega. "Por isso, estamos apoiando uma série de três 'Diálogos Transformadores' que discutirão temas relevantes para a sustentabilidade da indústria da moda e de tantos outros setores, como economia circular, agricultura familiar e trabalho forçado." A íntegra do evento poderá ser acompanhada também pela internet, na transmissão ao vivo da "TV Folha". O conteúdo da discussão, que se propõe a apontar caminhos, será ainda transformado em um minidocumentário para websérie no canal "Diálogos Transformadores". "É uma iniciativa que leva a excelência editorial da Folha para uma série de conteúdos multimídia sobre importantes temas da agenda socioambiental por meio de diálogos que começam na 'TV Folha', continuam no nosso auditório e chegam até a escola", afirma Sérgio Dávila, editor-executivo do jornal. "Além de informar, apontar caminhos e conscientizar, é também uma oportunidade de mobilizar a Rede Folha de Empreendedores. Diálogos Transformadores - Nova Agricultura: Uma Produção Mais Sustentável de Alimentos e Fibras - Auditório da Folha de S.Paulo - alameda Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos, São Paulo, SP. Ter. (27): das 16h às 18h. GRÁTIS
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Atala, do Atá, e Diniz, da Fazenda da Toca, debatem agricultura sustentávelDiferentes formas de tornar a produção agrícola mais sustentável para o planeta vêm ganhando força nos últimos anos. A aplicação pode ser feita nas mais diversas indústrias, da têxtil –a segunda mais poluente–, utilizando algodão orgânico, por exemplo, à alimentícia, diminuindo o uso de agrotóxicos. Para discutir o cenário e a implantação dessa maneira de produzir, empreendedores sociais, especialistas e ambientalistas se reúnem em mais um evento da série "Diálogos Transformadores", que debaterá o tema "Nova Agricultura: Uma Produção Mais Sustentável de Alimentos e Fibras", na terça-feira (27), em São Paulo. O evento realizado pela Folha, em parceria com a Ashoka, reúne Pedro Paulo Diniz, criador da Fazenda da Toca, de produtos orgânicos; o chef Alex Atala, fundador do Instituto Atá, que trabalha pelo fortalecimento da cadeia do alimento brasileiro; e Silvio Moraes, representante para a América Latina da Textile Exchange e pesquisador de algodão orgânico, como protagonistas. O trio participa de entrevista e debate com Rogério Dias, coordenador de agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Laércio Meirelles, pioneiro no desenvolvimento de certificações participativas de orgânicos, metodologia exportada para mais de cem países. Esta edição, apresentada pelo Instituto C&A, traz também os casos inspiradores de Cláudio Spínola, fundador da Morada da Floresta, referência em práticas sustentáveis na cidade de São Paulo; e Andrea Sousa Lima, que usa a agricultura agroecológica como ferramenta para empoderar mulheres na região do semiárido brasileiro. "Os 'Diálogos Transformadores' são um espaço de atualização, inspiração, engajamento e ação. As soluções que criam futuros sustentáveis já estão acontecendo hoje", afirma Wellington Nogueira, presidente da Ashoka Brasil. "A missão da nossa parceria com a Folha é criar esse importante espaço de disseminação dessas iniciativas para potencializar seu impacto." "Acreditamos que o diálogo e a colaboração entre especialistas, empreendedores sociais e todos aqueles interessados em promover transformações positivas na sociedade é fundamental para que a agenda de sustentabilidade avance", afirma a diretora executiva do Instituto C&A, Giuliana Ortega. "Por isso, estamos apoiando uma série de três 'Diálogos Transformadores' que discutirão temas relevantes para a sustentabilidade da indústria da moda e de tantos outros setores, como economia circular, agricultura familiar e trabalho forçado." A íntegra do evento poderá ser acompanhada também pela internet, na transmissão ao vivo da "TV Folha". O conteúdo da discussão, que se propõe a apontar caminhos, será ainda transformado em um minidocumentário para websérie no canal "Diálogos Transformadores". "É uma iniciativa que leva a excelência editorial da Folha para uma série de conteúdos multimídia sobre importantes temas da agenda socioambiental por meio de diálogos que começam na 'TV Folha', continuam no nosso auditório e chegam até a escola", afirma Sérgio Dávila, editor-executivo do jornal. "Além de informar, apontar caminhos e conscientizar, é também uma oportunidade de mobilizar a Rede Folha de Empreendedores. Diálogos Transformadores - Nova Agricultura: Uma Produção Mais Sustentável de Alimentos e Fibras - Auditório da Folha de S.Paulo - alameda Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos, São Paulo, SP. Ter. (27): das 16h às 18h. GRÁTIS
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Prostitutas idosas revelam lado sombrio da ascensão sul-coreana
Enquanto cerca de uma dúzia de homens idosos fazem hora em uma pracinha perto de um cinema, batendo papo ou olhando as pessoas que passam, diversas mulheres enrugadas caminham entre eles, procurando clientes que desejem pagar por sexo nos motéis próximos. "Ei, que tal vir comigo? Vou tratá-lo muito bem", disse uma mulher claudicante de 76 anos ao repórter que a abordou, em uma ensolarada tarde recente. A despeito de uma campanha de repressão policial que resultou em 33 detenções no segundo trimestre, entre as quais a de uma mulher de 84 anos, as chamadas "damas de Baco" continuam a ser vistas perto do teatro Piccadilly, no bairro de Jongno, Seul. O apelido vem de uma popular bebida energética, Baccus, que muitas das prostitutas tradicionalmente vendem. As mulheres de meia-idade e idosas e os seus clientes —alvo de lástima e desdém neste país conservador— oferecem um vislumbre do lado sombrio da rápida ascensão econômica da Coreia do Sul e da erosão dos papéis tradicionais dos pais e filhos. A classe média, crescente e ultracompetitiva, se preocupa só em subir na vida, e muitas pessoas idosas e pobres se veem obrigadas a cuidar das próprias necessidades. A despeito do dramático crescimento do país depois da Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, muitas mulheres mais velhas, na cultura sul-coreana dominada pelos homens, não receberam educação e oportunidades de emprego iguais quando eram jovens. Viúvas, divorciadas ou abandonadas pelos filhos, algumas delas agora se veem sem uma rede de segurança social e por isso são forçadas a recorrer à prostituição. Algumas são pagas para beber com homens mais velhos e só ocasionalmente fazem sexo com eles. Os viúvos e divorciados idosos, enquanto isso, buscam mulheres para satisfazer seus desejos sexuais ou combater a solidão, já que persistem os preconceitos contra segundos casamentos e namoros entre idosos. No final de 2013 e começo de 2014, o número de "mulheres de Baco" atingiu um pico de entre 300 e 400 só no bairro de Jongno, de acordo com Lee Hosun, professora da Korea Soongsil Cyber University, em Seul, que entrevistou dezenas dessas mulheres. Agora, depois das ações policiais, restam cerca de 200, muitas na faixa dos 60 e 70 anos, segundo Lee, e 20 delas frequentam regularmente a área da praça do Piccadilly. Acredita-se que centenas de outras "damas de Baco" estejam ativas no país. ILEGALIDADE A prostituição é ilegal, na Coreia do Sul, e os tradicionais bairros dedicados a isso vêm desaparecendo com o avanço de novos projetos imobiliários em áreas antigas das cidades. A despeito de ocasionais batidas policiais, porém, nas sombras o negócio do sexo ainda prospera. "Eu sei que não deveria fazer isso", diz a prostituta idosa e claudicante. "Mas ninguém diria que é melhor morrer de fome do que vir aqui." A mulher, que vestia uma calça azul escuro e blusa xadrez, concordou em conversar com a Associated Press em um café próximo, depois de fracassar em atrair clientes, mas não quis revelar seu nome porque a família não sabe que é prostituta. Ela começou a vender os energéticos Baccus 20 anos atrás. Cerca de dois anos depois, começou a vender sexo. Ela continua a fazê-lo para pagar por seu tratamento para artrite, que custa US$ 250 por mês. Ela e o marido vivem com o filho, um operário mal pago, e a família dele, e dependem em parte de subsídios do governo. "Todas as mulheres aqui mantêm segredo sobre o que fazem, diante de suas famílias", ela disse. Uma das mulheres diz que precisa de dinheiro para cuidar da mãe doente. Outra precisa de dinheiro para um filho deficiente. Uma é analfabeta. Algumas já não falam com seus filhos adultos. Outras são chinesas de etnia coreana que se mudaram para Seul em busca de uma vida melhor. "É uma tragédia", diz a professora Lee. "É como se nossas mães fossem forçadas a erguer as saias para ganhar dinheiro porque os filhos não lhes dão comida". De acordo com os ideais confucianos, os filhos devem amar os pais. Por séculos, os filhos mais velhos acolheram pais idosos em suas casas e cuidaram deles até a morte. Mas, com a modernização do país, as gerações mais jovens se mudaram para as cidades em busca de escolas e empregos, e muitos pais ficaram para trás na zona rural. Outros filhos simplesmente deixaram de tomar conta dos pais. ENVELHECIMENTO A Coreia do Sul tem uma das populações que envelhece mais rápido no planeta, mas seus sistemas de aposentadoria e previdência para os idosos ficam aquém dos demais países desenvolvidos. Quase metade dos sul-coreanos com idade de 65 anos ou mais têm renda inferior à metade da média nacional, e o índice de suicídios entre os idosos quase quadruplicou nos últimos 25 anos. "Meus dois filhos levaram todo meu dinheiro. Comprei uma casa para o meu filho quando ele se casou, e gastei muito para casar minha filha", diz uma "dama de Baco" de 71 anos, divorciada, com quem converso na praça. "Agora não nos falamos mais. Estou sozinha há muito tempo". A mulher, que também optou por não revelar seu nome por vergonha, disse que era prostituta há muitos anos. "No primeiro ano, me sentia realmente envergonhada", disse. "Não conseguia dormir bem porque me preocupava e achava que não deveria fazer o que faço. Mesmo hoje, não durmo muito bem". A mulher, vestida em um conjunto escuro de duas peças e sapatos vermelhos, diz que há 10 dias não consegue um cliente —queixa frequente na praça, diante do desaquecimento da economia. "Algumas mulheres estão pulando uma refeição por dia. Como vão comprar comida se não conseguem nem pagar o aluguel?" Ela disse que a maioria das mulheres da praça ganhava de 200 mil a 300 mil won (de US$ 168 a US$ 252) por mês, mas que as mais velhas às vezes cobram apenas 10 mil won (US$ 8) por sexo. TÉDIO Para os clientes, a questão muitas vezes é combater a solidão. Muitos homens idosos foram estimulados a sacrificar suas vidas pessoais em benefício de suas empresas, e a manter as emoções escondidas. Depois da aposentadoria, eles muitas vezes enfrentam dificuldade para ocupar seus dias. Um homem divorciado de 78 anos disse à Associated Press que vem à praça do Piccadilly todos os dias para matar o tempo. Ocasionalmente vai a um beco silencioso com uma "dama de Baco" para conversar, e paga US$ 8 para tocar-lhe os seios e as mãos. "Vivo sozinho há muito tempo, e esse tipo de coisa me refresca", disse o homem, que não tem qualquer contato com seus dois filhos adultos e as famílias deles. Ele se identificou apenas pelo sobrenome, Jung. No passado, pagava por sexo —30 mil won (US$ 25) pelas mulheres mais velhas e 50 mil won (US$ 42) pelas mais jovens. ADVERTÊNCIA Antes da ação policial, uma estação de metrô perto da praça e um parque público perto do templo confuciano de Jongmyo, que é parte da lista de patrimônio cultural da humanidade da Unesco, eram os pontos preferenciais para as "damas de Baco". Depois das batidas ocasionais, as autoridades em geral liberam as mulheres detidas com uma advertência ou pequena multa, porque de acordo com a polícia elas estão velhas demais para recomeçar. "Lamento muito por elas", disse um policial da área, que só se identificou pelo sobrenome, Jeong. A professora Lee diz que a maioria das mulheres que entrevistou se envolveu inicialmente com prostituição trabalhando em bares de karaokê ou casas de chá, quando jovens. Algumas poucas —cinco ou seis— eram donas de casa comuns antes de se voltarem à prostituição já na velhice. "Ninguém me disse que se tornou prostituta porque gosta", ela disse. "Será que isso é realmente um problema sujo dessas mulheres idosas ou um problema causado pelas pessoas comuns que as criticam? Creio que seja um problema da nossa sociedade". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Prostitutas idosas revelam lado sombrio da ascensão sul-coreanaEnquanto cerca de uma dúzia de homens idosos fazem hora em uma pracinha perto de um cinema, batendo papo ou olhando as pessoas que passam, diversas mulheres enrugadas caminham entre eles, procurando clientes que desejem pagar por sexo nos motéis próximos. "Ei, que tal vir comigo? Vou tratá-lo muito bem", disse uma mulher claudicante de 76 anos ao repórter que a abordou, em uma ensolarada tarde recente. A despeito de uma campanha de repressão policial que resultou em 33 detenções no segundo trimestre, entre as quais a de uma mulher de 84 anos, as chamadas "damas de Baco" continuam a ser vistas perto do teatro Piccadilly, no bairro de Jongno, Seul. O apelido vem de uma popular bebida energética, Baccus, que muitas das prostitutas tradicionalmente vendem. As mulheres de meia-idade e idosas e os seus clientes —alvo de lástima e desdém neste país conservador— oferecem um vislumbre do lado sombrio da rápida ascensão econômica da Coreia do Sul e da erosão dos papéis tradicionais dos pais e filhos. A classe média, crescente e ultracompetitiva, se preocupa só em subir na vida, e muitas pessoas idosas e pobres se veem obrigadas a cuidar das próprias necessidades. A despeito do dramático crescimento do país depois da Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, muitas mulheres mais velhas, na cultura sul-coreana dominada pelos homens, não receberam educação e oportunidades de emprego iguais quando eram jovens. Viúvas, divorciadas ou abandonadas pelos filhos, algumas delas agora se veem sem uma rede de segurança social e por isso são forçadas a recorrer à prostituição. Algumas são pagas para beber com homens mais velhos e só ocasionalmente fazem sexo com eles. Os viúvos e divorciados idosos, enquanto isso, buscam mulheres para satisfazer seus desejos sexuais ou combater a solidão, já que persistem os preconceitos contra segundos casamentos e namoros entre idosos. No final de 2013 e começo de 2014, o número de "mulheres de Baco" atingiu um pico de entre 300 e 400 só no bairro de Jongno, de acordo com Lee Hosun, professora da Korea Soongsil Cyber University, em Seul, que entrevistou dezenas dessas mulheres. Agora, depois das ações policiais, restam cerca de 200, muitas na faixa dos 60 e 70 anos, segundo Lee, e 20 delas frequentam regularmente a área da praça do Piccadilly. Acredita-se que centenas de outras "damas de Baco" estejam ativas no país. ILEGALIDADE A prostituição é ilegal, na Coreia do Sul, e os tradicionais bairros dedicados a isso vêm desaparecendo com o avanço de novos projetos imobiliários em áreas antigas das cidades. A despeito de ocasionais batidas policiais, porém, nas sombras o negócio do sexo ainda prospera. "Eu sei que não deveria fazer isso", diz a prostituta idosa e claudicante. "Mas ninguém diria que é melhor morrer de fome do que vir aqui." A mulher, que vestia uma calça azul escuro e blusa xadrez, concordou em conversar com a Associated Press em um café próximo, depois de fracassar em atrair clientes, mas não quis revelar seu nome porque a família não sabe que é prostituta. Ela começou a vender os energéticos Baccus 20 anos atrás. Cerca de dois anos depois, começou a vender sexo. Ela continua a fazê-lo para pagar por seu tratamento para artrite, que custa US$ 250 por mês. Ela e o marido vivem com o filho, um operário mal pago, e a família dele, e dependem em parte de subsídios do governo. "Todas as mulheres aqui mantêm segredo sobre o que fazem, diante de suas famílias", ela disse. Uma das mulheres diz que precisa de dinheiro para cuidar da mãe doente. Outra precisa de dinheiro para um filho deficiente. Uma é analfabeta. Algumas já não falam com seus filhos adultos. Outras são chinesas de etnia coreana que se mudaram para Seul em busca de uma vida melhor. "É uma tragédia", diz a professora Lee. "É como se nossas mães fossem forçadas a erguer as saias para ganhar dinheiro porque os filhos não lhes dão comida". De acordo com os ideais confucianos, os filhos devem amar os pais. Por séculos, os filhos mais velhos acolheram pais idosos em suas casas e cuidaram deles até a morte. Mas, com a modernização do país, as gerações mais jovens se mudaram para as cidades em busca de escolas e empregos, e muitos pais ficaram para trás na zona rural. Outros filhos simplesmente deixaram de tomar conta dos pais. ENVELHECIMENTO A Coreia do Sul tem uma das populações que envelhece mais rápido no planeta, mas seus sistemas de aposentadoria e previdência para os idosos ficam aquém dos demais países desenvolvidos. Quase metade dos sul-coreanos com idade de 65 anos ou mais têm renda inferior à metade da média nacional, e o índice de suicídios entre os idosos quase quadruplicou nos últimos 25 anos. "Meus dois filhos levaram todo meu dinheiro. Comprei uma casa para o meu filho quando ele se casou, e gastei muito para casar minha filha", diz uma "dama de Baco" de 71 anos, divorciada, com quem converso na praça. "Agora não nos falamos mais. Estou sozinha há muito tempo". A mulher, que também optou por não revelar seu nome por vergonha, disse que era prostituta há muitos anos. "No primeiro ano, me sentia realmente envergonhada", disse. "Não conseguia dormir bem porque me preocupava e achava que não deveria fazer o que faço. Mesmo hoje, não durmo muito bem". A mulher, vestida em um conjunto escuro de duas peças e sapatos vermelhos, diz que há 10 dias não consegue um cliente —queixa frequente na praça, diante do desaquecimento da economia. "Algumas mulheres estão pulando uma refeição por dia. Como vão comprar comida se não conseguem nem pagar o aluguel?" Ela disse que a maioria das mulheres da praça ganhava de 200 mil a 300 mil won (de US$ 168 a US$ 252) por mês, mas que as mais velhas às vezes cobram apenas 10 mil won (US$ 8) por sexo. TÉDIO Para os clientes, a questão muitas vezes é combater a solidão. Muitos homens idosos foram estimulados a sacrificar suas vidas pessoais em benefício de suas empresas, e a manter as emoções escondidas. Depois da aposentadoria, eles muitas vezes enfrentam dificuldade para ocupar seus dias. Um homem divorciado de 78 anos disse à Associated Press que vem à praça do Piccadilly todos os dias para matar o tempo. Ocasionalmente vai a um beco silencioso com uma "dama de Baco" para conversar, e paga US$ 8 para tocar-lhe os seios e as mãos. "Vivo sozinho há muito tempo, e esse tipo de coisa me refresca", disse o homem, que não tem qualquer contato com seus dois filhos adultos e as famílias deles. Ele se identificou apenas pelo sobrenome, Jung. No passado, pagava por sexo —30 mil won (US$ 25) pelas mulheres mais velhas e 50 mil won (US$ 42) pelas mais jovens. ADVERTÊNCIA Antes da ação policial, uma estação de metrô perto da praça e um parque público perto do templo confuciano de Jongmyo, que é parte da lista de patrimônio cultural da humanidade da Unesco, eram os pontos preferenciais para as "damas de Baco". Depois das batidas ocasionais, as autoridades em geral liberam as mulheres detidas com uma advertência ou pequena multa, porque de acordo com a polícia elas estão velhas demais para recomeçar. "Lamento muito por elas", disse um policial da área, que só se identificou pelo sobrenome, Jeong. A professora Lee diz que a maioria das mulheres que entrevistou se envolveu inicialmente com prostituição trabalhando em bares de karaokê ou casas de chá, quando jovens. Algumas poucas —cinco ou seis— eram donas de casa comuns antes de se voltarem à prostituição já na velhice. "Ninguém me disse que se tornou prostituta porque gosta", ela disse. "Será que isso é realmente um problema sujo dessas mulheres idosas ou um problema causado pelas pessoas comuns que as criticam? Creio que seja um problema da nossa sociedade". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Na terra da Lava Jato, 60 mil vão às ruas durante protestos
Terra da Operação Lava Jato, Curitiba registrou um protesto com 60 mil pessoas nas ruas contra o governo Dilma Rousseff e a corrupção. A estimativa é da PM. Manifestantes pediram a renúncia de Dilma e gritaram "Fora PT". Gritos de apoio à Operação Lava Jato também eram ouvidos com frequência. Uma faixa de 50 metros de comprimento com a frase "Viva a Lava Jato" foi carregada no protesto. Muitos pediram a prisão do ex-presidente Lula e manifestavam apoio ao juiz Sergio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. No carro de som, um organizador chegou a perguntar: "E o Lula, prende ou não prende?" O próprio público respondeu: "Um, dois, três, Lula no xadrez". Curitiba abriga os presos na investigação de corrupção na Petrobras. Por volta das 15h, duas pessoas que vestiam camisetas vermelhas e defendiam o governo de Dilma Rousseff (PT) trocaram socos com um grupo de manifestantes na praça Santos Andrade, segundo a PM. A confusão se dispersou quando os policiais chegavam para deter a briga. Não houve feridos e os manifestantes não foram identificados. Manifestantes aproveitaram o protesto para colher assinaturas em favor de medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público Federal, que conduz as investigações da Lava Jato. Segundo a PM paranaense, os protestos em todo o Estado atraíram 109 mil pessoas. Foram 20 mil manifestantes em Londrina e 20 mil em Maringá (ambas no Norte do Estado). Foz do Iguaçu teve público de 3 mil pessoas, assim como Cascavel. Outras dez cidades paranaenses também tiveram protestos, de acordo com a polícia. Não houve incidentes, e os atos foram pacíficos.
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Na terra da Lava Jato, 60 mil vão às ruas durante protestosTerra da Operação Lava Jato, Curitiba registrou um protesto com 60 mil pessoas nas ruas contra o governo Dilma Rousseff e a corrupção. A estimativa é da PM. Manifestantes pediram a renúncia de Dilma e gritaram "Fora PT". Gritos de apoio à Operação Lava Jato também eram ouvidos com frequência. Uma faixa de 50 metros de comprimento com a frase "Viva a Lava Jato" foi carregada no protesto. Muitos pediram a prisão do ex-presidente Lula e manifestavam apoio ao juiz Sergio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. No carro de som, um organizador chegou a perguntar: "E o Lula, prende ou não prende?" O próprio público respondeu: "Um, dois, três, Lula no xadrez". Curitiba abriga os presos na investigação de corrupção na Petrobras. Por volta das 15h, duas pessoas que vestiam camisetas vermelhas e defendiam o governo de Dilma Rousseff (PT) trocaram socos com um grupo de manifestantes na praça Santos Andrade, segundo a PM. A confusão se dispersou quando os policiais chegavam para deter a briga. Não houve feridos e os manifestantes não foram identificados. Manifestantes aproveitaram o protesto para colher assinaturas em favor de medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público Federal, que conduz as investigações da Lava Jato. Segundo a PM paranaense, os protestos em todo o Estado atraíram 109 mil pessoas. Foram 20 mil manifestantes em Londrina e 20 mil em Maringá (ambas no Norte do Estado). Foz do Iguaçu teve público de 3 mil pessoas, assim como Cascavel. Outras dez cidades paranaenses também tiveram protestos, de acordo com a polícia. Não houve incidentes, e os atos foram pacíficos.
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Jorginho deixa o comando do Vasco; 'ninguém está imune', diz Eurico
Após obter o acesso à Série A do Brasileiro com a vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, no sábado (26), o técnico Jorginho deixou o comando do time nesta segunda-feira (28). Ao oficializar a saída do treinador, o presidente do clube, Eurico Miranda, prometeu outras mudanças no clube além da alteração da comissão técnica "Ninguém está imune a minha reformulação. Nem os outros profissionais, nem jogador. Ninguém está imune. Ninguém está com estabilidade", declarou o cartola. Embora tenha falado em "reformulação", ele bancou seu filho Eurico Brandão, que é quem comanda atualmente o departamento de futebol do clube carioca. "O meu filho continua sendo meu representante no futebol. Isso não adianta de conversa fiada para lá e para cá. Ele continua", afirmou. O presidente vascaíno ainda fez questão de enaltecer o trabalho realizado por Brandão e por Álvaro, o outro filho que é gerente da base. "Eles são absolutamente competentes. Um é benemérito do Vasco e o outro está na base. Façam uma pesquisa. Todos os jogadores de sucesso na base fazem referência a esse meu filho. Philippe Coutinho, Alex Teixeira, Souza, o Thalles agora. São meninos que vieram pra cá com 11, 12 anos, trazidos pelo meu filho. É complicado me atingir e querem atingir meus filhos? Não é justo, mas estou habituado com as injustiças", afirmou o dirigente. Eurico não informou quem poderá substituir Jorginho.
esporte
Jorginho deixa o comando do Vasco; 'ninguém está imune', diz EuricoApós obter o acesso à Série A do Brasileiro com a vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, no sábado (26), o técnico Jorginho deixou o comando do time nesta segunda-feira (28). Ao oficializar a saída do treinador, o presidente do clube, Eurico Miranda, prometeu outras mudanças no clube além da alteração da comissão técnica "Ninguém está imune a minha reformulação. Nem os outros profissionais, nem jogador. Ninguém está imune. Ninguém está com estabilidade", declarou o cartola. Embora tenha falado em "reformulação", ele bancou seu filho Eurico Brandão, que é quem comanda atualmente o departamento de futebol do clube carioca. "O meu filho continua sendo meu representante no futebol. Isso não adianta de conversa fiada para lá e para cá. Ele continua", afirmou. O presidente vascaíno ainda fez questão de enaltecer o trabalho realizado por Brandão e por Álvaro, o outro filho que é gerente da base. "Eles são absolutamente competentes. Um é benemérito do Vasco e o outro está na base. Façam uma pesquisa. Todos os jogadores de sucesso na base fazem referência a esse meu filho. Philippe Coutinho, Alex Teixeira, Souza, o Thalles agora. São meninos que vieram pra cá com 11, 12 anos, trazidos pelo meu filho. É complicado me atingir e querem atingir meus filhos? Não é justo, mas estou habituado com as injustiças", afirmou o dirigente. Eurico não informou quem poderá substituir Jorginho.
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Só tempo dirá se poesia visual de 'Velho Chico' surte audiência
Quem conhece o Velho Chico? O rio, que nasce em meio a montanhas em Minas Gerais e escorre por quase 3.000 km até ir ao encontro do mar, é, mais que pano de fundo, um verdadeiro personagem da nova novela das nove, que estreou nesta segunda (14). Num cenário de encher os olhos, desenrola-se a trama de "Velho Chico", uma história de conflito entre duas famílias que vão brigar por água, terra e negócios. Da pena do escritor Benedito Ruy Barbosa, 84, virão à tona morte, vingança, culpa e, é claro, o despertar de um romance proibido. A julgar pelo primeiro capítulo, que exibiu um Rodrigo Santoro inspirado, um bon-vivant a caminho de suceder o pai como coronel, o espectador precisará de um pouco de tensão para se manter jogado no sofá. Nesta estreia, a novela foi de Jacinto (Tarcísio Meira, em passagem meteórica, mas memorável) e Encarnação (Selma Egrei, mais macho que muito homem, como Benedito gosta). A hora é propícia para pôr de lado a desmiolada facção de "A Regra do Jogo", poupar os ouvidos do funk depressão de Merlô (Juliano Cazarré) e abrir os olhos diante do belíssimo espetáculo visual que o diretor artístico, Luiz Fernando Carvalho, nos oferece. A trilha sonora é regada de brasilidade: já apareceram Gal ("Como 2 e 2") e Bethânia ("Meu Primeiro Amor"). Virão Alceu ("Flor de Tangerina"), Ednardo ("Enquanto Engoma a Calça") e Amelinha ("Gemedeira"). O tema de abertura é uma regravação de "Tropicália", em que Caetano é acompanhado pela Sinfônica de Heliópolis. Entregar ao veterano Benedito, que há 14 anos estava longe do horário nobre, a batuta da trama das nove é parte de uma estratégia da Globo, que pretende levar ao espectador um enredo menos vinculado ao momento de crise por que passa o país. "Velho Chico" promete investir na narrativa e nas imagens, que, trabalhadas por Carvalho, trazem ao primeiro plano um Brasil profundo que quase ninguém vê e que muitos talvez prefiram não ver. De qualquer modo, o diretor, que mantém com o sertão uma ligação visceral -sua mãe, Glicia, era sertaneja-, sabe como poucos fazer poesia com uma câmera na mão. Se essa saga familiar vai ou não vingar (ou dar preguiça), isso só o tempo dirá. Até lá, teremos a chance de mergulhar na eloquência do rio. Na luta pelo horário nobre, cada vez mais cambaleante, o surrado bordão da novela anterior ainda faz sentido: vitória na guerra —da audiência! VELHO CHICO QUANDO de segunda a sábado, às 21h, na Globo AVALIAÇÃO bom ★
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Só tempo dirá se poesia visual de 'Velho Chico' surte audiênciaQuem conhece o Velho Chico? O rio, que nasce em meio a montanhas em Minas Gerais e escorre por quase 3.000 km até ir ao encontro do mar, é, mais que pano de fundo, um verdadeiro personagem da nova novela das nove, que estreou nesta segunda (14). Num cenário de encher os olhos, desenrola-se a trama de "Velho Chico", uma história de conflito entre duas famílias que vão brigar por água, terra e negócios. Da pena do escritor Benedito Ruy Barbosa, 84, virão à tona morte, vingança, culpa e, é claro, o despertar de um romance proibido. A julgar pelo primeiro capítulo, que exibiu um Rodrigo Santoro inspirado, um bon-vivant a caminho de suceder o pai como coronel, o espectador precisará de um pouco de tensão para se manter jogado no sofá. Nesta estreia, a novela foi de Jacinto (Tarcísio Meira, em passagem meteórica, mas memorável) e Encarnação (Selma Egrei, mais macho que muito homem, como Benedito gosta). A hora é propícia para pôr de lado a desmiolada facção de "A Regra do Jogo", poupar os ouvidos do funk depressão de Merlô (Juliano Cazarré) e abrir os olhos diante do belíssimo espetáculo visual que o diretor artístico, Luiz Fernando Carvalho, nos oferece. A trilha sonora é regada de brasilidade: já apareceram Gal ("Como 2 e 2") e Bethânia ("Meu Primeiro Amor"). Virão Alceu ("Flor de Tangerina"), Ednardo ("Enquanto Engoma a Calça") e Amelinha ("Gemedeira"). O tema de abertura é uma regravação de "Tropicália", em que Caetano é acompanhado pela Sinfônica de Heliópolis. Entregar ao veterano Benedito, que há 14 anos estava longe do horário nobre, a batuta da trama das nove é parte de uma estratégia da Globo, que pretende levar ao espectador um enredo menos vinculado ao momento de crise por que passa o país. "Velho Chico" promete investir na narrativa e nas imagens, que, trabalhadas por Carvalho, trazem ao primeiro plano um Brasil profundo que quase ninguém vê e que muitos talvez prefiram não ver. De qualquer modo, o diretor, que mantém com o sertão uma ligação visceral -sua mãe, Glicia, era sertaneja-, sabe como poucos fazer poesia com uma câmera na mão. Se essa saga familiar vai ou não vingar (ou dar preguiça), isso só o tempo dirá. Até lá, teremos a chance de mergulhar na eloquência do rio. Na luta pelo horário nobre, cada vez mais cambaleante, o surrado bordão da novela anterior ainda faz sentido: vitória na guerra —da audiência! VELHO CHICO QUANDO de segunda a sábado, às 21h, na Globo AVALIAÇÃO bom ★
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Cemitério na Turquia abre seção para refugiados que morreram afogados
Há seis meses, o cemitério turco Dogancay inaugurou uma seção especial para abrigar os refugiados que morrem afogados tentando chegar até a Grécia. Já são 530 refugiados enterrados no Dogancay. Quase metade são crianças. Em 130 dos túmulos, há só uma plaquinha com um número e um cravo vermelho. São mortos desconhecidos: não foi possível identificá-los e não apareceu nenhum parente para reclamar o corpo. "Todos os dias chega mais um; são famílias inteiras que morrem no mar", diz o imã Ahmet Altan, enquanto aponta para os túmulos 41.622, 41.997 e 42.185, na área reservada a crianças com menos de dois anos. Mesmo com o aperto na fiscalização da Otan (aliança militar do Ocidente) no mar Egeu e o acordo entre União Europeia e Turquia, que passa a valer neste domingo (20), famílias de refugiados não desistem de pegar o bote rumo ao "paraíso" europeu. Neste ano, até 17 de março, 144.899 chegaram à Grécia vindos da Turquia, sendo que outros 362 morreram no mar, segundo a Organização Internacional de Migrações. A grande maioria eram sírios, afegãos e iraquianos. No mesmo período do ano passado, 10.535 fizeram a travessia. Em todo o ano passado, 853.650 refugiados chegaram à Grécia; 3.771 morreram afogados tentando cruzar. CENTRO DO TRÁFICO Esmirna é o centro do tráfico de refugiados para a Grécia. As famílias vêm da Síria, do Iraque e do Afeganistão, fugindo da guerra. Todas as noites, os coiotes ficam na frente da mesquita no bairro de Basmane e saem com famílias carregando suas roupas e pertences em sacos plásticos pretos e o dinheiro e os celulares dentro de bexigas, que amarram no braço. De lá, os refugiados são transportados em vans até cidades na costa como Ayvalik, Bodrum e Cesme, de onde pegam o bote até ilhas gregas como Lesbos. Esse foi o trajeto do menino sírio Alan Kurdi, 3, que se afogou com a mãe e o irmão em setembro de 2015. A foto de Kurdi morto em uma praia atraiu a atenção mundial para o drama dos refugiados. O hotel Hekimoglu, no bairro de Basmane, está lotado de refugiados há quatro anos. "As pessoas ficam aqui de um dia a um mês, dependendo de quanto tempo demora para sair o bote", conta Ali Hekimoglu, dono do hotel, que é na realidade uma pensão caindo aos pedaços. Os quartos abrigam até dez pessoas –cada uma paga 15 liras turcas (US$ 5) por noite. Segundo Hekimoglu, por causa das patrulhas no Egeu e do frio, o movimento caiu no último mês –mas só 5%. "As pessoas estão desesperadas, não vão desistir", diz. "Muitos saem daqui para pegar o bote, voltam uns dias depois contando que o barco afundou e os amigos morreram; aí tentam de novo." Em um dos quartos do hotel, espreme-se uma família de oito pessoas há mais de uma semana. São iraquianos da minoria yazidi, da região de Sinjar. Eles escaparam de um massacre do Estado Islâmico (EI). Escondidos, sobreviveram comendo folhas de árvores durante dias. "Queremos ir a qualquer país longe do EI", diz o agricultor Wahid Sidi, 36. Ele precisa de US$ 3.000 para levar à Grécia a família toda: sua mulher e mais seis filhos, de 1, 7, 9, 11, 13 e 15 anos. Já juntou pouco mais de US$ 2 mil, com ajuda de parentes que estão na Europa. "Prefiro morrer no mar a morrer com o EI", dizia, enquanto seu vizinho de quarto mostrava no celular uma foto do primo morto afogado. A família não tem dinheiro para comprar coletes salva-vidas, diz Sidi. Não que isso seja alguma garantia. Em janeiro, foram apreendidos 1.200 coletes defeituosos em uma fábrica em Esmirna –em vez de flutuar, ficavam mais pesados na água. Nas lojas do centro da cidade, apesar da fiscalização, vendem-se coletes por 70 LT (US$ 25) o infantil e 100 LT (US$ 35) o adulto. Nos vendedores ambulantes, eles são bem mais baratos. Mehmet, que não quis revelar o sobrenome, vende dez por dia, a 30 LT cada (US$ 10). "Os europeus é que estão matando essas pessoas, não são os coletes que são falsos", diz. ACORDO A partir deste domingo (20), a Turquia passará a receber de volta todos os refugiados que forem pegos cruzando o Egeu rumo à Grécia. Em contrapartida, a UE terá de respeitar a regra do "um por um": a cada refugiado sírio que retornar à Turquia, um outro que já estiver em acampamentos turcos será reassentado em algum país do bloco. Mas haverá um limite de 72 mil reassentados. O problema é que há na Turquia quase 3 milhões de refugiados. E, segundo a Agência de Resposta a Desastres e Emergências da Turquia, há lugar para apenas 300 mil, em 26 campos no país. "É um absurdo a Turquia pegar de volta essa gente, ninguém sabe onde vão colocá-los", diz Hekimoglu. Muitos nem têm a opção de ficar. O sírio Ali Mohammed, 21, foi atingido por uma bomba em Deir ez-Zor, no leste da Síria. Sofreu uma lesão grave na coluna, por isso não sente nada nas pernas e precisa usar sonda urinária. Os hospitais na Turquia dizem que não têm como tratá-lo. Ele e o pai vão pegar um bote. O plano é ir para a Alemanha, onde têm familiares. ONDE FICAM ESMIRNA E DOGANCAY MÁRTIRES Quando a guarda-costeira resgata os corpos no mar, leva-os para o necrotério, onde ficam por 15 dias. Se não aparecer nenhum familiar, é realizado um exame de DNA. Aí o corpo é preparado de acordo com o ritual islâmico –fazem a ablução, embrulham no pano branco dos pés à cabeça, e enterram sem caixão. Muitas vezes o imã Altan é o único presente. "No islã, todos aqueles que morrem na guerra, no parto, afogados, em incêndios ou terremotos são considerados mártires", diz o imã. "Estes refugiados são mártires duas vezes –estavam na guerra defendendo seu país e depois morreram afogados. Vão direto para o paraíso."
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Cemitério na Turquia abre seção para refugiados que morreram afogadosHá seis meses, o cemitério turco Dogancay inaugurou uma seção especial para abrigar os refugiados que morrem afogados tentando chegar até a Grécia. Já são 530 refugiados enterrados no Dogancay. Quase metade são crianças. Em 130 dos túmulos, há só uma plaquinha com um número e um cravo vermelho. São mortos desconhecidos: não foi possível identificá-los e não apareceu nenhum parente para reclamar o corpo. "Todos os dias chega mais um; são famílias inteiras que morrem no mar", diz o imã Ahmet Altan, enquanto aponta para os túmulos 41.622, 41.997 e 42.185, na área reservada a crianças com menos de dois anos. Mesmo com o aperto na fiscalização da Otan (aliança militar do Ocidente) no mar Egeu e o acordo entre União Europeia e Turquia, que passa a valer neste domingo (20), famílias de refugiados não desistem de pegar o bote rumo ao "paraíso" europeu. Neste ano, até 17 de março, 144.899 chegaram à Grécia vindos da Turquia, sendo que outros 362 morreram no mar, segundo a Organização Internacional de Migrações. A grande maioria eram sírios, afegãos e iraquianos. No mesmo período do ano passado, 10.535 fizeram a travessia. Em todo o ano passado, 853.650 refugiados chegaram à Grécia; 3.771 morreram afogados tentando cruzar. CENTRO DO TRÁFICO Esmirna é o centro do tráfico de refugiados para a Grécia. As famílias vêm da Síria, do Iraque e do Afeganistão, fugindo da guerra. Todas as noites, os coiotes ficam na frente da mesquita no bairro de Basmane e saem com famílias carregando suas roupas e pertences em sacos plásticos pretos e o dinheiro e os celulares dentro de bexigas, que amarram no braço. De lá, os refugiados são transportados em vans até cidades na costa como Ayvalik, Bodrum e Cesme, de onde pegam o bote até ilhas gregas como Lesbos. Esse foi o trajeto do menino sírio Alan Kurdi, 3, que se afogou com a mãe e o irmão em setembro de 2015. A foto de Kurdi morto em uma praia atraiu a atenção mundial para o drama dos refugiados. O hotel Hekimoglu, no bairro de Basmane, está lotado de refugiados há quatro anos. "As pessoas ficam aqui de um dia a um mês, dependendo de quanto tempo demora para sair o bote", conta Ali Hekimoglu, dono do hotel, que é na realidade uma pensão caindo aos pedaços. Os quartos abrigam até dez pessoas –cada uma paga 15 liras turcas (US$ 5) por noite. Segundo Hekimoglu, por causa das patrulhas no Egeu e do frio, o movimento caiu no último mês –mas só 5%. "As pessoas estão desesperadas, não vão desistir", diz. "Muitos saem daqui para pegar o bote, voltam uns dias depois contando que o barco afundou e os amigos morreram; aí tentam de novo." Em um dos quartos do hotel, espreme-se uma família de oito pessoas há mais de uma semana. São iraquianos da minoria yazidi, da região de Sinjar. Eles escaparam de um massacre do Estado Islâmico (EI). Escondidos, sobreviveram comendo folhas de árvores durante dias. "Queremos ir a qualquer país longe do EI", diz o agricultor Wahid Sidi, 36. Ele precisa de US$ 3.000 para levar à Grécia a família toda: sua mulher e mais seis filhos, de 1, 7, 9, 11, 13 e 15 anos. Já juntou pouco mais de US$ 2 mil, com ajuda de parentes que estão na Europa. "Prefiro morrer no mar a morrer com o EI", dizia, enquanto seu vizinho de quarto mostrava no celular uma foto do primo morto afogado. A família não tem dinheiro para comprar coletes salva-vidas, diz Sidi. Não que isso seja alguma garantia. Em janeiro, foram apreendidos 1.200 coletes defeituosos em uma fábrica em Esmirna –em vez de flutuar, ficavam mais pesados na água. Nas lojas do centro da cidade, apesar da fiscalização, vendem-se coletes por 70 LT (US$ 25) o infantil e 100 LT (US$ 35) o adulto. Nos vendedores ambulantes, eles são bem mais baratos. Mehmet, que não quis revelar o sobrenome, vende dez por dia, a 30 LT cada (US$ 10). "Os europeus é que estão matando essas pessoas, não são os coletes que são falsos", diz. ACORDO A partir deste domingo (20), a Turquia passará a receber de volta todos os refugiados que forem pegos cruzando o Egeu rumo à Grécia. Em contrapartida, a UE terá de respeitar a regra do "um por um": a cada refugiado sírio que retornar à Turquia, um outro que já estiver em acampamentos turcos será reassentado em algum país do bloco. Mas haverá um limite de 72 mil reassentados. O problema é que há na Turquia quase 3 milhões de refugiados. E, segundo a Agência de Resposta a Desastres e Emergências da Turquia, há lugar para apenas 300 mil, em 26 campos no país. "É um absurdo a Turquia pegar de volta essa gente, ninguém sabe onde vão colocá-los", diz Hekimoglu. Muitos nem têm a opção de ficar. O sírio Ali Mohammed, 21, foi atingido por uma bomba em Deir ez-Zor, no leste da Síria. Sofreu uma lesão grave na coluna, por isso não sente nada nas pernas e precisa usar sonda urinária. Os hospitais na Turquia dizem que não têm como tratá-lo. Ele e o pai vão pegar um bote. O plano é ir para a Alemanha, onde têm familiares. ONDE FICAM ESMIRNA E DOGANCAY MÁRTIRES Quando a guarda-costeira resgata os corpos no mar, leva-os para o necrotério, onde ficam por 15 dias. Se não aparecer nenhum familiar, é realizado um exame de DNA. Aí o corpo é preparado de acordo com o ritual islâmico –fazem a ablução, embrulham no pano branco dos pés à cabeça, e enterram sem caixão. Muitas vezes o imã Altan é o único presente. "No islã, todos aqueles que morrem na guerra, no parto, afogados, em incêndios ou terremotos são considerados mártires", diz o imã. "Estes refugiados são mártires duas vezes –estavam na guerra defendendo seu país e depois morreram afogados. Vão direto para o paraíso."
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Valcke diz que deve deixar a Fifa após a eleição marcada para 2016
O secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, afirmou nesta sexta-feira (24) que deverá deixar o seu cargo logo após as eleições para a presidência da entidade, marcada para o dia 26 de fevereiro. A nova eleição foi marcado após o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, renunciar ao cargo em meio ao escândalo que levou à prisão de sete cartolas, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. "Sim, o próximo presidente da Fifa deve ter um novo secretário-geral", disse Valcke durante entrevista na Rússia, onde no sábado será realizado o sorteio para as eliminatórias da Copa do Mundo-2018. "O que farei depois? Tenho a sorte de ter uma vida particular", acrescentou. O dirigente afirmou também que não se sente responsável pela situação da Fifa, que está mergulhada no escândalo de corrupção. "Não acho que eu seja responsável, faço parte da administração da Fifa e estou orgulhoso do que fizemos nos últimos anos", disse. No início de junho, uma carta divulgada pelo canal sul-africano SABC, mostrou que o secretário-geral da Fifa recebeu o pedido de repasse de US$ 10 milhões (R$ 32 milhões) que as autoridades americanas alegam ser propina de esquema de corrupção no futebol. Segundo documento divulgado, Valcke recebeu uma solicitação por escrito no dia 4 de março de 2008 do ex-presidente da Associação de Futebol Sul-Africana, Molef Oliphant, pedindo a transferência desse montante para Jack Warner, então presidente da Concacaf, a Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central.  As autoridades americanas apontam que esse dinheiro foi usado para comprar votos a favor da candidatura da África do Sul à Copa de 2010. Procurada pela Folha para comentar a carta, a Fifa afirma que o documento não contradiz sua versão sobre o episódio.  Valcke, que ficou mais conhecido no Brasil após afirmar que o país deveria receber um chute no traseiro em razão dos atrasos na preparação para a Copa do Mundo-2014, afirmou também que a Fifa vai se reunir com os principais parceiros comerciais no próximo mês, após três grandes patrocinadores aumentarem a pressão por reformas na organização responsável pelo futebol mundial após o escândalo de corrupção. "Claramente, há um número de patrocinadores, principalmente três, que são Coca-Cola, McDonald's e Visa, que expressaram e enviaram uma carta à Fifa, pedindo informaçõe. Dois ou três dias atrás recebemos uma carta de todos eles oferecendo um encontro conjunto, então haverá um encontro no próximo mês", disse Valcke citando as reformas que serão feitas na entidade.
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Valcke diz que deve deixar a Fifa após a eleição marcada para 2016O secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, afirmou nesta sexta-feira (24) que deverá deixar o seu cargo logo após as eleições para a presidência da entidade, marcada para o dia 26 de fevereiro. A nova eleição foi marcado após o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, renunciar ao cargo em meio ao escândalo que levou à prisão de sete cartolas, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. "Sim, o próximo presidente da Fifa deve ter um novo secretário-geral", disse Valcke durante entrevista na Rússia, onde no sábado será realizado o sorteio para as eliminatórias da Copa do Mundo-2018. "O que farei depois? Tenho a sorte de ter uma vida particular", acrescentou. O dirigente afirmou também que não se sente responsável pela situação da Fifa, que está mergulhada no escândalo de corrupção. "Não acho que eu seja responsável, faço parte da administração da Fifa e estou orgulhoso do que fizemos nos últimos anos", disse. No início de junho, uma carta divulgada pelo canal sul-africano SABC, mostrou que o secretário-geral da Fifa recebeu o pedido de repasse de US$ 10 milhões (R$ 32 milhões) que as autoridades americanas alegam ser propina de esquema de corrupção no futebol. Segundo documento divulgado, Valcke recebeu uma solicitação por escrito no dia 4 de março de 2008 do ex-presidente da Associação de Futebol Sul-Africana, Molef Oliphant, pedindo a transferência desse montante para Jack Warner, então presidente da Concacaf, a Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central.  As autoridades americanas apontam que esse dinheiro foi usado para comprar votos a favor da candidatura da África do Sul à Copa de 2010. Procurada pela Folha para comentar a carta, a Fifa afirma que o documento não contradiz sua versão sobre o episódio.  Valcke, que ficou mais conhecido no Brasil após afirmar que o país deveria receber um chute no traseiro em razão dos atrasos na preparação para a Copa do Mundo-2014, afirmou também que a Fifa vai se reunir com os principais parceiros comerciais no próximo mês, após três grandes patrocinadores aumentarem a pressão por reformas na organização responsável pelo futebol mundial após o escândalo de corrupção. "Claramente, há um número de patrocinadores, principalmente três, que são Coca-Cola, McDonald's e Visa, que expressaram e enviaram uma carta à Fifa, pedindo informaçõe. Dois ou três dias atrás recebemos uma carta de todos eles oferecendo um encontro conjunto, então haverá um encontro no próximo mês", disse Valcke citando as reformas que serão feitas na entidade.
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'Bonito é o movimento na fotografia', diz premiado German Lorca
Um dos principais nomes da fotografia no Brasil, German Lorca, 93, fará palestra na Folha na próxima segunda-feira (5), às 19h. O evento, que é gratuito e aberto ao público, marca o início do Programa de Treinamento em Fotojornalismo e Vídeo. Na ocasião, Lorca falará de sua carreira e de sua relação com a fotografia. Para participar, é preciso mandar nome completo e RG para o e-mail [email protected]. Ao lado de Geraldo de Barros (1923-1998) e de Thomas Farkas (1924-2011), Lorca foi um dos precursores do modernismo na fotografia do Brasil. Segundo o curador especializado em fotografia Eder Chiodetto, "sua obra pode ser vista como um elo preciso entre o ideário modernista e a arte contemporânea brasileira". A ideia de testar imagens com contornos difusos e levemente desfocadas, a princípio, gerou controvérsia. Em certa reunião do Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB), quando ainda era um amador, entre o fim dos anos 1940 e início de 1950, Lorca apresentou aos colegas uma foto não muito nítida da espuma das ondas do mar. "O bonito era o movimento. Era isso que eu queria mostrar: o movimento na fotografia". Até então, a fotografia brasileira ainda estava muito ligada à ideia de registro, ainda que de maneira artística. Foi a partir dessa época que começou a quebrar regras e ganhar imaginação. No fim de novembro, suas fotos farão parte de uma exposição com 280 obras de fotógrafos do FCCB. A mostra acontece de 26/11 a 20/3/2016, no Masp, e tem curadoria de Rosângela Rennó. CARREIRA É com modéstia que German Lorca resume seus 65 anos de carreira. Conta que deu seus primeiros passos como fotógrafo na lua de mel, quando conseguiu uma câmera emprestada com um amigo. "Não perdi uma foto", diz. Tempos depois, em 1946, com uma máquina alemã usada que comprou na loja de um amigo, começou a frequentar o FCCB. Como naquela época não havia escolas de fotografia na cidade, o clube reunia entusiastas para discutir e aprender a partir da experiência. Suas fotos da arquitetura e do dia a dia do centro mostram uma São Paulo que começava a ganhar os traços do progresso, mas conservava o charme clássico dos anos 50. A profissão de contador deu lugar à de fotógrafo e Lorca fez história ao registrar as comemorações dos 400 anos da cidade por ângulos inusitados e pouco convencionais. Com o passar do tempo e a promessa de maiores rendimentos, Lorca trocou as ruas pela fotografia publicitária. Não deixou de lado, porém, aquilo que chama de "foto de arte" —entre um serviço e outro, se punha a experimentar com sobreposições, contornos e sombras. Aos 93 anos, já perdeu as contas de quantos prêmios ganhou e de quantas exposições participou. Ainda assim, não se convence: "Não sou artista. Sou um fotógrafo que faz boas fotografias".
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'Bonito é o movimento na fotografia', diz premiado German LorcaUm dos principais nomes da fotografia no Brasil, German Lorca, 93, fará palestra na Folha na próxima segunda-feira (5), às 19h. O evento, que é gratuito e aberto ao público, marca o início do Programa de Treinamento em Fotojornalismo e Vídeo. Na ocasião, Lorca falará de sua carreira e de sua relação com a fotografia. Para participar, é preciso mandar nome completo e RG para o e-mail [email protected]. Ao lado de Geraldo de Barros (1923-1998) e de Thomas Farkas (1924-2011), Lorca foi um dos precursores do modernismo na fotografia do Brasil. Segundo o curador especializado em fotografia Eder Chiodetto, "sua obra pode ser vista como um elo preciso entre o ideário modernista e a arte contemporânea brasileira". A ideia de testar imagens com contornos difusos e levemente desfocadas, a princípio, gerou controvérsia. Em certa reunião do Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB), quando ainda era um amador, entre o fim dos anos 1940 e início de 1950, Lorca apresentou aos colegas uma foto não muito nítida da espuma das ondas do mar. "O bonito era o movimento. Era isso que eu queria mostrar: o movimento na fotografia". Até então, a fotografia brasileira ainda estava muito ligada à ideia de registro, ainda que de maneira artística. Foi a partir dessa época que começou a quebrar regras e ganhar imaginação. No fim de novembro, suas fotos farão parte de uma exposição com 280 obras de fotógrafos do FCCB. A mostra acontece de 26/11 a 20/3/2016, no Masp, e tem curadoria de Rosângela Rennó. CARREIRA É com modéstia que German Lorca resume seus 65 anos de carreira. Conta que deu seus primeiros passos como fotógrafo na lua de mel, quando conseguiu uma câmera emprestada com um amigo. "Não perdi uma foto", diz. Tempos depois, em 1946, com uma máquina alemã usada que comprou na loja de um amigo, começou a frequentar o FCCB. Como naquela época não havia escolas de fotografia na cidade, o clube reunia entusiastas para discutir e aprender a partir da experiência. Suas fotos da arquitetura e do dia a dia do centro mostram uma São Paulo que começava a ganhar os traços do progresso, mas conservava o charme clássico dos anos 50. A profissão de contador deu lugar à de fotógrafo e Lorca fez história ao registrar as comemorações dos 400 anos da cidade por ângulos inusitados e pouco convencionais. Com o passar do tempo e a promessa de maiores rendimentos, Lorca trocou as ruas pela fotografia publicitária. Não deixou de lado, porém, aquilo que chama de "foto de arte" —entre um serviço e outro, se punha a experimentar com sobreposições, contornos e sombras. Aos 93 anos, já perdeu as contas de quantos prêmios ganhou e de quantas exposições participou. Ainda assim, não se convence: "Não sou artista. Sou um fotógrafo que faz boas fotografias".
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Outro Canal: Seleção brasileira no Pan será incômodo para Globo
Vai ter seleção brasileira de futebol no Pan deste ano. Segundo fontes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) finalmente confirmou a participação do time masculino de futebol nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho. ... Leia post completo no blog
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Outro Canal: Seleção brasileira no Pan será incômodo para GloboVai ter seleção brasileira de futebol no Pan deste ano. Segundo fontes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) finalmente confirmou a participação do time masculino de futebol nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho. ... Leia post completo no blog
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Turistas acampam na praia de Copacabana para aguardar fogos
A praia de Copacabana virou ponto de acampamento na véspera deste réveillon. Alguns grupos levaram suas barracas para a areia para guardar lugar perto do palco principal, montado em frente ao hotel Copacabana Palace. Outros, para passar a noite. Foi o caso de Mike Pintos, 27. Ele chegou ao meio-dia com a mulher, Agnes Cardoso, 24, grávida de quatro meses, para conseguir uma "vaga" perto do mar e do palco. "Vimos uns argentinos acampando aqui na Copa e decidimos imitar", brinca Pintos. O casal pretende retornar a Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na tarde do dia 1º. Dependem da atuação da Secretaria de Ordem Pública (Seop), que recolheu barracas no início da tarde. Uma caminhada pela orla por volta das 20h, no entanto, deixava claro que a Seop não deu conta de conter a moda das barracas.
cotidiano
Turistas acampam na praia de Copacabana para aguardar fogosA praia de Copacabana virou ponto de acampamento na véspera deste réveillon. Alguns grupos levaram suas barracas para a areia para guardar lugar perto do palco principal, montado em frente ao hotel Copacabana Palace. Outros, para passar a noite. Foi o caso de Mike Pintos, 27. Ele chegou ao meio-dia com a mulher, Agnes Cardoso, 24, grávida de quatro meses, para conseguir uma "vaga" perto do mar e do palco. "Vimos uns argentinos acampando aqui na Copa e decidimos imitar", brinca Pintos. O casal pretende retornar a Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na tarde do dia 1º. Dependem da atuação da Secretaria de Ordem Pública (Seop), que recolheu barracas no início da tarde. Uma caminhada pela orla por volta das 20h, no entanto, deixava claro que a Seop não deu conta de conter a moda das barracas.
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Statoil limita perfurações na Bacia de Campos por preços baixos de petróleo
A norueguesa Statoil decidiu limitar o ritmo das perfurações de poços no campo de Peregrino, na Bacia de Campos, em busca de redução de custos, o que poderá trazer algum impacto na produção, ainda que não considerado relevante, em meio aos baixos preços do petróleo. Para isso, a empresa resolveu substituir as duas equipes de perfuração que atuavam paralelamente nas duas plataformas fixas de produção do campo por apenas uma equipe unificada que irá se alternar entre as unidades conforme o cronograma da empresa. "As atividades de perfuração e produção continuarão em ambas as plataformas no campo do Peregrino, mas limitadas a uma operação de perfuração em qualquer ponto em tempo", afirmou a companhia à Reuters, após questionamentos feitos com base em uma informação de mercado. Peregrino entrou em operação em 2011 e produz atualmente entre 90 mil e 95 mil barris de óleo equivalente ao dia, segundo a empresa. Além disso, é o oitavo maior campo produtor de petróleo do Brasil, segundo os últimos dados publicados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Questionada sobre qual deve ser o impacto das medidas na produção da companhia, a empresa evitou falar em volumes. "Nós não estamos esperando um declínio relevante devido a essa iniciativa", afirmou a empresa. A Statoil acrescentou que está perfurando um poço na plataforma B neste momento e estão previstos mais poços, em ambas as plataformas, ao longo do ano. A norueguesa é a operadora de Peregrino, com 60% de participação, e tem como sócia a chinesa Sinochem, que detém os outros 40%. A medida ocorre em meio aos baixos preços do petróleo, que atingiram recentemente os menores valores em 12 anos, abaixo de US$ 30 por barril, com o excedente global do produto pressionando as cotações. O óleo de Peregrino tem 14º na escala API, sendo considerado um dos mais pesados já produzidos no mar brasileiro. Quanto maior o grau da escala API, mais leve e valioso é o petróleo; o grau API médio no Brasil em novembro foi de 25. Apesar do cenário de preços baixos e da busca por redução de custos, a Statoil mantém para o fim desta década a previsão para entrada em operação de uma terceira plataforma fixa em Peregrino, de acordo com a petroleira norueguesa.
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Statoil limita perfurações na Bacia de Campos por preços baixos de petróleoA norueguesa Statoil decidiu limitar o ritmo das perfurações de poços no campo de Peregrino, na Bacia de Campos, em busca de redução de custos, o que poderá trazer algum impacto na produção, ainda que não considerado relevante, em meio aos baixos preços do petróleo. Para isso, a empresa resolveu substituir as duas equipes de perfuração que atuavam paralelamente nas duas plataformas fixas de produção do campo por apenas uma equipe unificada que irá se alternar entre as unidades conforme o cronograma da empresa. "As atividades de perfuração e produção continuarão em ambas as plataformas no campo do Peregrino, mas limitadas a uma operação de perfuração em qualquer ponto em tempo", afirmou a companhia à Reuters, após questionamentos feitos com base em uma informação de mercado. Peregrino entrou em operação em 2011 e produz atualmente entre 90 mil e 95 mil barris de óleo equivalente ao dia, segundo a empresa. Além disso, é o oitavo maior campo produtor de petróleo do Brasil, segundo os últimos dados publicados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Questionada sobre qual deve ser o impacto das medidas na produção da companhia, a empresa evitou falar em volumes. "Nós não estamos esperando um declínio relevante devido a essa iniciativa", afirmou a empresa. A Statoil acrescentou que está perfurando um poço na plataforma B neste momento e estão previstos mais poços, em ambas as plataformas, ao longo do ano. A norueguesa é a operadora de Peregrino, com 60% de participação, e tem como sócia a chinesa Sinochem, que detém os outros 40%. A medida ocorre em meio aos baixos preços do petróleo, que atingiram recentemente os menores valores em 12 anos, abaixo de US$ 30 por barril, com o excedente global do produto pressionando as cotações. O óleo de Peregrino tem 14º na escala API, sendo considerado um dos mais pesados já produzidos no mar brasileiro. Quanto maior o grau da escala API, mais leve e valioso é o petróleo; o grau API médio no Brasil em novembro foi de 25. Apesar do cenário de preços baixos e da busca por redução de custos, a Statoil mantém para o fim desta década a previsão para entrada em operação de uma terceira plataforma fixa em Peregrino, de acordo com a petroleira norueguesa.
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Aécio defende que debate sobre parlamentarismo fique para 2019
O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta terça-feira (15) que a discussão sobre a adoção de um sistema parlamentarista no país fique apenas para 2019. Para ele, somente um presidente escolhido em uma eleição direta terá autoridade para propor uma mudança no sistema presidencialista. "É algo que o PSDB defende, mas que fique para o presidente eleito em 2018. Ele terá autoridade, de eleito pelo sistema presidencialista e vendos o fracasso e as dificuldades [do atual sistema], de propor isso", disse. O tucano garantiu ainda que, caso seja eleito um presidente do PSDB, uma de suas primeiras iniciativas será propor alteração do presidencialismo para o parlamentarismo. O senador tratou sobre o tema após audiência, no Palácio do Planalto, com o presidente Michel Temer. Em oposição ao tucano, o peemedebista já disse que "não seria despropositada" discutir a adoção do parlamentarismo em 2018. "Eu acho que podemos pensar em um parlamentarismo para 2018. Acho que não seria despropositado", disse o presidente, no início deste mês. Nesta terça-feira (15), o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, defendeu que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), faça uma nova rodada de conversa sobre a reforma política com os presidentes dos partidos. "Do jeito que está, não há nenhum consenso sobre assunto. Eu vou conversar com a bancada da Câmara hoje", disse. O tucano criticou ainda a proposta de criação de um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões com recursos públicos para financiar as campanhas do ano que vem. "O Fundão, do jeito que está, eu sou contra. Como você vai votar na mesma época que está discutindo o aumento do deficit para bilhões e bilhões?", disse. Tasso voltou a repetir que o PSDB só apoiará a mudança do atual modelo de escolha de deputados –proporcional– para o "distritão" se houver um compromisso de transição para o voto distrital misto em 2020.
poder
Aécio defende que debate sobre parlamentarismo fique para 2019O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta terça-feira (15) que a discussão sobre a adoção de um sistema parlamentarista no país fique apenas para 2019. Para ele, somente um presidente escolhido em uma eleição direta terá autoridade para propor uma mudança no sistema presidencialista. "É algo que o PSDB defende, mas que fique para o presidente eleito em 2018. Ele terá autoridade, de eleito pelo sistema presidencialista e vendos o fracasso e as dificuldades [do atual sistema], de propor isso", disse. O tucano garantiu ainda que, caso seja eleito um presidente do PSDB, uma de suas primeiras iniciativas será propor alteração do presidencialismo para o parlamentarismo. O senador tratou sobre o tema após audiência, no Palácio do Planalto, com o presidente Michel Temer. Em oposição ao tucano, o peemedebista já disse que "não seria despropositada" discutir a adoção do parlamentarismo em 2018. "Eu acho que podemos pensar em um parlamentarismo para 2018. Acho que não seria despropositado", disse o presidente, no início deste mês. Nesta terça-feira (15), o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, defendeu que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), faça uma nova rodada de conversa sobre a reforma política com os presidentes dos partidos. "Do jeito que está, não há nenhum consenso sobre assunto. Eu vou conversar com a bancada da Câmara hoje", disse. O tucano criticou ainda a proposta de criação de um fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões com recursos públicos para financiar as campanhas do ano que vem. "O Fundão, do jeito que está, eu sou contra. Como você vai votar na mesma época que está discutindo o aumento do deficit para bilhões e bilhões?", disse. Tasso voltou a repetir que o PSDB só apoiará a mudança do atual modelo de escolha de deputados –proporcional– para o "distritão" se houver um compromisso de transição para o voto distrital misto em 2020.
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Robô é motorista, diz autoridade dos EUA sobre carros autônomos
Uma barreira significativa ao plano do Google de colocar nas ruas carros autoguiados foi removida, depois que uma autoridade de transporte nos Estados Unidos determinou que um robô atendia à definição legal de "motorista". Em carta a Chris Urmson, diretor do projeto do carro autoguiado no Google, a Administração Nacional da Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA) norte-americana anunciou que concordava com a interpretação proposta pela empresa para o código federal de segurança de veículos motorizados, que todo carro precisa satisfazer para uso nas vias públicas dos Estados Unidos. O Google alega que os carros serão mais seguros quando os seres humanos não tiverem capacidade de intervir em sua condição de maneira alguma, e os veículos dependerem exclusivamente de um sistema de inteligência artificial que tomará decisões, potencialmente de vida e morte, com base em um conjunto de sensores, mapas e câmeras. Essa abordagem é mais extrema que a de muitas montadoras de automóveis, que advogam uma progressão mais gradual na direção da condução autônoma, o que por muitos anos ainda requereria controle dos veículos por um motorista humano. No ano passado, a ideia do Google encontrou um potencial obstáculo quando o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia decidiu que quaisquer carros autônomos em teste no Estado tinham de contar com volante e pedal de freio. O Google argumentou contra essa proposta e sua posição foi reforçada no mês passado quando Anthony Foxx, o secretário do Transporte norte-americano, anunciou a introdução de novas regras nacionais para "veículos completamente autônomos", dentro de alguns meses. As questões que o Google encaminhou à NHTSA em duas cartas, em novembro e janeiro, giravam em torno de diversos requisitos atuais quanto ao projeto de carros, entre os quais pedais de freio e controles de faróis, pisca-piscas, espelhos retrovisores e freios de mão por meio de botões ou alavancas - itens que a companhia deseja excluir. As escolhas da companhia de internet em termos de projeto despertaram "diversas questões novas", anunciou a agência de regulamentação de automóveis em sua resposta, publicada no site da NHTSA. "A NHTSA interpretará 'motorista' no contexto do projeto de veículo motorizado descrito pelo Google, como referência ao sistema de autocondução, e não a qualquer dos ocupantes do veículo", a agência regulatória afirmou. "Concordamos com o Google em que seu veículo autoguiado não contará com um 'motorista' no sentido tradicional em que veículos vêm tendo motoristas durante os últimos mais de 100 anos", diz a carta. A agência prosseguiu afirmando que "se nenhum ocupante humano do veículo tiver a capacidade de dirigi-lo na prática, é mais razoável identificar o motorista como aquilo (e não aquele) que estiver conduzindo o veículo. No caso, um item do equipamento do veículo motorizado, o sistema de autocondução estará de fato dirigindo o veículo". No entanto, a agência acrescentou que algumas das questões propostas pelo Google iam além de sua capacidade de testá-las. A companhia "também pode desejar reconsiderar" sua insistência em remover inteiramente controles como a coluna do volante. A NHTSA afirmou que consideraria a redação de novas regras para mudar a definição de "motorista", mas alertou que esse processo pode "requerer tempo substancial". Enquanto isso, o Google poderá solicitar uma isenção das regras vigentes, para o teste de seus carros autoguiados. O Google afirmou que estava considerando o conteúdo da carta. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Robô é motorista, diz autoridade dos EUA sobre carros autônomosUma barreira significativa ao plano do Google de colocar nas ruas carros autoguiados foi removida, depois que uma autoridade de transporte nos Estados Unidos determinou que um robô atendia à definição legal de "motorista". Em carta a Chris Urmson, diretor do projeto do carro autoguiado no Google, a Administração Nacional da Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA) norte-americana anunciou que concordava com a interpretação proposta pela empresa para o código federal de segurança de veículos motorizados, que todo carro precisa satisfazer para uso nas vias públicas dos Estados Unidos. O Google alega que os carros serão mais seguros quando os seres humanos não tiverem capacidade de intervir em sua condição de maneira alguma, e os veículos dependerem exclusivamente de um sistema de inteligência artificial que tomará decisões, potencialmente de vida e morte, com base em um conjunto de sensores, mapas e câmeras. Essa abordagem é mais extrema que a de muitas montadoras de automóveis, que advogam uma progressão mais gradual na direção da condução autônoma, o que por muitos anos ainda requereria controle dos veículos por um motorista humano. No ano passado, a ideia do Google encontrou um potencial obstáculo quando o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia decidiu que quaisquer carros autônomos em teste no Estado tinham de contar com volante e pedal de freio. O Google argumentou contra essa proposta e sua posição foi reforçada no mês passado quando Anthony Foxx, o secretário do Transporte norte-americano, anunciou a introdução de novas regras nacionais para "veículos completamente autônomos", dentro de alguns meses. As questões que o Google encaminhou à NHTSA em duas cartas, em novembro e janeiro, giravam em torno de diversos requisitos atuais quanto ao projeto de carros, entre os quais pedais de freio e controles de faróis, pisca-piscas, espelhos retrovisores e freios de mão por meio de botões ou alavancas - itens que a companhia deseja excluir. As escolhas da companhia de internet em termos de projeto despertaram "diversas questões novas", anunciou a agência de regulamentação de automóveis em sua resposta, publicada no site da NHTSA. "A NHTSA interpretará 'motorista' no contexto do projeto de veículo motorizado descrito pelo Google, como referência ao sistema de autocondução, e não a qualquer dos ocupantes do veículo", a agência regulatória afirmou. "Concordamos com o Google em que seu veículo autoguiado não contará com um 'motorista' no sentido tradicional em que veículos vêm tendo motoristas durante os últimos mais de 100 anos", diz a carta. A agência prosseguiu afirmando que "se nenhum ocupante humano do veículo tiver a capacidade de dirigi-lo na prática, é mais razoável identificar o motorista como aquilo (e não aquele) que estiver conduzindo o veículo. No caso, um item do equipamento do veículo motorizado, o sistema de autocondução estará de fato dirigindo o veículo". No entanto, a agência acrescentou que algumas das questões propostas pelo Google iam além de sua capacidade de testá-las. A companhia "também pode desejar reconsiderar" sua insistência em remover inteiramente controles como a coluna do volante. A NHTSA afirmou que consideraria a redação de novas regras para mudar a definição de "motorista", mas alertou que esse processo pode "requerer tempo substancial". Enquanto isso, o Google poderá solicitar uma isenção das regras vigentes, para o teste de seus carros autoguiados. O Google afirmou que estava considerando o conteúdo da carta. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Balão em forma de baleia e tartagura fará sobrevoo no centro de São Paulo
A artista australiana Patricia Piccinini testou nesta sexta (9), no centro de São Paulo, sua obra "Skywhale", um balão criado por ela em 2013, em formato meio baleia meio tartaruga. Exibido pela primeira vez durante as comemorações do centenário de Canberra, capital da Austrália, o balão possui 34 metros de comprimento, 23 de altura, pesa meia tonelada e é pelo menos duas vezes maior que um balão padrão. A obra, que levou sete meses para ser confeccionada, fará um sobrevoo no Vale do Anhangabaú nesta segunda (12), a partir das 16h. A ideia para "Skywhale" surgiu a partir da percepção da artista de como os animais podem ocupar diferentes ambientes. Patricia cita as baleias como exemplo, mamíferos que "devem estar na terra, mas que de alguma forma se adaptaram ao mundo aquático". "E se esses mamífiros evoluíssem de alguma forma e fossem para o ar?", questiona. A artista abre no mesmo dia, no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (r. Álvares Penteado, 112, tel. 11-3113-3651) a exposição Comciência, que exibe cerca de 40 esculturas que misturam seres super-realistas a criaturas estranhas.
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Balão em forma de baleia e tartagura fará sobrevoo no centro de São PauloA artista australiana Patricia Piccinini testou nesta sexta (9), no centro de São Paulo, sua obra "Skywhale", um balão criado por ela em 2013, em formato meio baleia meio tartaruga. Exibido pela primeira vez durante as comemorações do centenário de Canberra, capital da Austrália, o balão possui 34 metros de comprimento, 23 de altura, pesa meia tonelada e é pelo menos duas vezes maior que um balão padrão. A obra, que levou sete meses para ser confeccionada, fará um sobrevoo no Vale do Anhangabaú nesta segunda (12), a partir das 16h. A ideia para "Skywhale" surgiu a partir da percepção da artista de como os animais podem ocupar diferentes ambientes. Patricia cita as baleias como exemplo, mamíferos que "devem estar na terra, mas que de alguma forma se adaptaram ao mundo aquático". "E se esses mamífiros evoluíssem de alguma forma e fossem para o ar?", questiona. A artista abre no mesmo dia, no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (r. Álvares Penteado, 112, tel. 11-3113-3651) a exposição Comciência, que exibe cerca de 40 esculturas que misturam seres super-realistas a criaturas estranhas.
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Ex-bancário, jovem prefeito de Minas peita Samarco e atrasa nova licença
Leris Braga (PHS), 34, prefeito de Santa Bárbara (MG), é a mais recente preocupação da mineradora Samarco, que busca duas licenças ambientais para voltar a operar após o rompimento da barragem que deixou 19 mortos em 2015. Uma das autorizações está travada desde janeiro na cidade, onde a Samarco captava água para produção de minério. O volume retirado pela empresa em um ano é o suficiente para abastecer os 30 mil habitantes por 11 anos. As outras quatro cidades onde a Samarco atua em MG (Mariana, Ouro Preto, Catas Altas e Matipó) já emitiram a chamada carta de conformidade para que a empresa inicie o processo de reabilitação das licenças suspensas em outubro passado. A mineradora pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton. O prefeito diz que a adutora da Samarco está em uma zona de recuperação ambiental e, por isso, a empresa deve entregar estudos sobre seu impacto e cooperar para cessar a degradação da área. "A medida de mitigação é importante, porque preservar o recurso hídrico é preservar a matéria-prima", diz o prefeito. Em fevereiro, mês em que entrou na Justiça, a Samarco também entregou os estudos, atualmente sob análise da prefeitura. Uma decisão deverá sair nos próximos dias. A mineradora chegou a obter na Justiça, no mês passado, uma sentença que obrigava o município a emitir ou não a carta em dez dias, independentemente da análise dos estudos. Dias depois, a presidente do STF, Cármen Lúcia, derrubou a decisão. "A expedição de declaração de conformidade sem a devida análise e conclusão sobre os impactos [...] importa, de imediato, expor toda a coletividade do município a situação de risco", afirmou a ministra. "A prefeitura não se manifestou até agora. Se julgar não haver conformidade, ela tem que apresentar o aspecto que está sendo descumprido. Se for possível consertar, eu conserto. Ou compenso de outra maneira", diz Alexandre Souto, gerente da Samarco. As partes chegaram a um acordo informal em abril: a Samarco iria arcar com um projeto de estação de tratamento de esgoto para Santa Bárbara. O acerto desandou porque o prefeito queria que a mineradora executasse a obra, e a empresa se comprometeu somente a ajudar a captar recursos públicos. "Não é correto a empresa fazer a estação de tratamento. Os estudos mostram que a adutora tem impacto desprezível", diz o gerente. A Samarco argumenta que não cabe à prefeitura exigir compensações, já que o licenciamento e a definição de contrapartidas são competências do governo estadual. O prefeito afirma, porém, que não pede uma compensação ambiental. "São estudos para embasar a decisão da prefeitura, não tem a ver com licenciamento ambiental. É uma zona degradada, se algum empreendedor deseja algo ali, ele precisa equilibrar. O município não quer uma oferta, não é um negócio." A Samarco quer voltar a operar com 60% da sua capacidade –não é possível a recuperação plena após a tragédia. Para isso, necessita ainda da licença, protocolada há um ano, para construir um novo sistema de rejeitos. Um ano de Lama "O entrave de Santa Bárbara atrasou, e muito, a retomada. A última expectativa era o final deste ano, mas já foi frustrado", diz o gerente. O retorno representaria 20 mil empregos diretos e indiretos. A própria Santa Bárbara vive da mineração, que representou 8,6% de sua receita de R$ 96,4 milhões em 2016. A Samarco, porém, não paga impostos à cidade por não explorar minério ali. "O município compreende a importância da mineração. Preciso pensar nos colaboradores de hoje da mineração, mas também preciso pensar nos empregados de amanhã." Nascido em Santa Bárbara e filho de pequenos produtores rurais, o prefeito Braga foi estudar administração em Belo Horizonte, onde passou num concurso do Banco do Brasil. Deixou o posto para concorrer à prefeitura em 2012. Novato e sem padrinhos políticos, foi reeleito com 78% dos votos no ano passado. Braga e Samarco já se cruzaram em 2013, quando o prefeito assumiu a administração e, faltando 12% para a instalação da adutora, verificou que faltava o alvará municipal para a obra, que foi embargada pela Promotoria. Para conclusão, prefeitura e Samarco fizeram um acordo que prevê R$ 12,8 milhões em investimentos até 2020. Foram construídos posto de saúde, centro comunitário, centro de empreendedorismo, além de pavimentação. Ainda restam R$ 4,4 milhões a serem repassados pela Samarco. Foi também nessa época que a primeira carta de conformidade da adutora, expedida em 2009 pelo ex-prefeito Antônio Eduardo Martins (PTB), foi questionada na Justiça em ações por improbidade ambiental e crime contra a administração ambiental. Segundo o Ministério Público, não houve "avaliação técnica prévia que embasasse essa declaração municipal". A defesa do ex-prefeito afirma que ele fez questão de ressalvar, na carta, que a legislação ambiental pertinente deveria ser respeitada. A Samarco diz que os acordos já firmados regularizam as pendências e que a questão está resolvida.
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Ex-bancário, jovem prefeito de Minas peita Samarco e atrasa nova licençaLeris Braga (PHS), 34, prefeito de Santa Bárbara (MG), é a mais recente preocupação da mineradora Samarco, que busca duas licenças ambientais para voltar a operar após o rompimento da barragem que deixou 19 mortos em 2015. Uma das autorizações está travada desde janeiro na cidade, onde a Samarco captava água para produção de minério. O volume retirado pela empresa em um ano é o suficiente para abastecer os 30 mil habitantes por 11 anos. As outras quatro cidades onde a Samarco atua em MG (Mariana, Ouro Preto, Catas Altas e Matipó) já emitiram a chamada carta de conformidade para que a empresa inicie o processo de reabilitação das licenças suspensas em outubro passado. A mineradora pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton. O prefeito diz que a adutora da Samarco está em uma zona de recuperação ambiental e, por isso, a empresa deve entregar estudos sobre seu impacto e cooperar para cessar a degradação da área. "A medida de mitigação é importante, porque preservar o recurso hídrico é preservar a matéria-prima", diz o prefeito. Em fevereiro, mês em que entrou na Justiça, a Samarco também entregou os estudos, atualmente sob análise da prefeitura. Uma decisão deverá sair nos próximos dias. A mineradora chegou a obter na Justiça, no mês passado, uma sentença que obrigava o município a emitir ou não a carta em dez dias, independentemente da análise dos estudos. Dias depois, a presidente do STF, Cármen Lúcia, derrubou a decisão. "A expedição de declaração de conformidade sem a devida análise e conclusão sobre os impactos [...] importa, de imediato, expor toda a coletividade do município a situação de risco", afirmou a ministra. "A prefeitura não se manifestou até agora. Se julgar não haver conformidade, ela tem que apresentar o aspecto que está sendo descumprido. Se for possível consertar, eu conserto. Ou compenso de outra maneira", diz Alexandre Souto, gerente da Samarco. As partes chegaram a um acordo informal em abril: a Samarco iria arcar com um projeto de estação de tratamento de esgoto para Santa Bárbara. O acerto desandou porque o prefeito queria que a mineradora executasse a obra, e a empresa se comprometeu somente a ajudar a captar recursos públicos. "Não é correto a empresa fazer a estação de tratamento. Os estudos mostram que a adutora tem impacto desprezível", diz o gerente. A Samarco argumenta que não cabe à prefeitura exigir compensações, já que o licenciamento e a definição de contrapartidas são competências do governo estadual. O prefeito afirma, porém, que não pede uma compensação ambiental. "São estudos para embasar a decisão da prefeitura, não tem a ver com licenciamento ambiental. É uma zona degradada, se algum empreendedor deseja algo ali, ele precisa equilibrar. O município não quer uma oferta, não é um negócio." A Samarco quer voltar a operar com 60% da sua capacidade –não é possível a recuperação plena após a tragédia. Para isso, necessita ainda da licença, protocolada há um ano, para construir um novo sistema de rejeitos. Um ano de Lama "O entrave de Santa Bárbara atrasou, e muito, a retomada. A última expectativa era o final deste ano, mas já foi frustrado", diz o gerente. O retorno representaria 20 mil empregos diretos e indiretos. A própria Santa Bárbara vive da mineração, que representou 8,6% de sua receita de R$ 96,4 milhões em 2016. A Samarco, porém, não paga impostos à cidade por não explorar minério ali. "O município compreende a importância da mineração. Preciso pensar nos colaboradores de hoje da mineração, mas também preciso pensar nos empregados de amanhã." Nascido em Santa Bárbara e filho de pequenos produtores rurais, o prefeito Braga foi estudar administração em Belo Horizonte, onde passou num concurso do Banco do Brasil. Deixou o posto para concorrer à prefeitura em 2012. Novato e sem padrinhos políticos, foi reeleito com 78% dos votos no ano passado. Braga e Samarco já se cruzaram em 2013, quando o prefeito assumiu a administração e, faltando 12% para a instalação da adutora, verificou que faltava o alvará municipal para a obra, que foi embargada pela Promotoria. Para conclusão, prefeitura e Samarco fizeram um acordo que prevê R$ 12,8 milhões em investimentos até 2020. Foram construídos posto de saúde, centro comunitário, centro de empreendedorismo, além de pavimentação. Ainda restam R$ 4,4 milhões a serem repassados pela Samarco. Foi também nessa época que a primeira carta de conformidade da adutora, expedida em 2009 pelo ex-prefeito Antônio Eduardo Martins (PTB), foi questionada na Justiça em ações por improbidade ambiental e crime contra a administração ambiental. Segundo o Ministério Público, não houve "avaliação técnica prévia que embasasse essa declaração municipal". A defesa do ex-prefeito afirma que ele fez questão de ressalvar, na carta, que a legislação ambiental pertinente deveria ser respeitada. A Samarco diz que os acordos já firmados regularizam as pendências e que a questão está resolvida.
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TCU faz inspeção para fiscalizar acordos de leniência da Lava Jato
O TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu fazer uma inspeção no Ministério da Transparência (antiga CGU) para fiscalizar os acordos de leniência em andamento entre o governo e empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Em decisão nesta segunda-feira (22), o ministro do tribunal Bruno Dantas autorizou que os técnicos do TCU vão ao prédio do ministério para pegar dados sobre o acordo de leniência pedido no ano passado por duas empresas do grupo Engevix, uma das envolvidas no esquema. De acordo com documento obtido pela Folha, Bruno Dantas informa que a inspeção será feita em acordo com o ministério que informou oficialmente estar disposto a abrir os documentos para o tribunal, o que antes não ocorria. Durante todo o ano de 2015, TCU e CGU travaram uma batalha em relação aos acordos de leniência das empresas envolvidas na operação. O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada das empresas, em que elas assinam um documento confessando irregularidades em contratos com a administração e pagam multa em troca de não perder o direito de ser contratada pelos órgãos públicos (a chamada declaração de inidoneidade). A CGU não queria dar acesso ao Tribunal de Contas aos acordos que vinham sendo discutidos antes deles estarem finalizados. O TCU informava que a lei obrigava o órgão a fiscalizar a realização do acordo e não poderia apenas referendar no final o que fosse tratado entre o governo e as empresas. Para fugir da fiscalização do TCU, o governo da presidente afastada Dilma Rousseff editou uma medida provisória no fim do ano passado determinando que o órgão de controle só teria acesso aos termos dos acordos no fim. Em resposta, o TCU informou que não iria abrir mão de sua prerrogativa de punir as empresas com a declaração de inidoneidade, o que impediria a companhia de contratar com a administração pública por até cinco anos, e começou processos para isso neste ano. A Medida Provisória acabou perdendo a validade sem ter sido votada e a lei dos acordos de leniência ficou sem modificação. Por causa disso, justificou o ministro Dantas, é necessário que o TCU tome conhecimento previamente sobre os termos dos acordos em andamento entre a empresas e o governo. Outras empresas estão também tentando acordos de leniência com o governo. Os processos delas são tratados no TCU por outros ministros que podem tomar medidas semelhantes nos próximos dias.
poder
TCU faz inspeção para fiscalizar acordos de leniência da Lava JatoO TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu fazer uma inspeção no Ministério da Transparência (antiga CGU) para fiscalizar os acordos de leniência em andamento entre o governo e empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Em decisão nesta segunda-feira (22), o ministro do tribunal Bruno Dantas autorizou que os técnicos do TCU vão ao prédio do ministério para pegar dados sobre o acordo de leniência pedido no ano passado por duas empresas do grupo Engevix, uma das envolvidas no esquema. De acordo com documento obtido pela Folha, Bruno Dantas informa que a inspeção será feita em acordo com o ministério que informou oficialmente estar disposto a abrir os documentos para o tribunal, o que antes não ocorria. Durante todo o ano de 2015, TCU e CGU travaram uma batalha em relação aos acordos de leniência das empresas envolvidas na operação. O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada das empresas, em que elas assinam um documento confessando irregularidades em contratos com a administração e pagam multa em troca de não perder o direito de ser contratada pelos órgãos públicos (a chamada declaração de inidoneidade). A CGU não queria dar acesso ao Tribunal de Contas aos acordos que vinham sendo discutidos antes deles estarem finalizados. O TCU informava que a lei obrigava o órgão a fiscalizar a realização do acordo e não poderia apenas referendar no final o que fosse tratado entre o governo e as empresas. Para fugir da fiscalização do TCU, o governo da presidente afastada Dilma Rousseff editou uma medida provisória no fim do ano passado determinando que o órgão de controle só teria acesso aos termos dos acordos no fim. Em resposta, o TCU informou que não iria abrir mão de sua prerrogativa de punir as empresas com a declaração de inidoneidade, o que impediria a companhia de contratar com a administração pública por até cinco anos, e começou processos para isso neste ano. A Medida Provisória acabou perdendo a validade sem ter sido votada e a lei dos acordos de leniência ficou sem modificação. Por causa disso, justificou o ministro Dantas, é necessário que o TCU tome conhecimento previamente sobre os termos dos acordos em andamento entre a empresas e o governo. Outras empresas estão também tentando acordos de leniência com o governo. Os processos delas são tratados no TCU por outros ministros que podem tomar medidas semelhantes nos próximos dias.
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Com novo Morrissey, Porches encanta no segundo dia do Pitchfork Festival
Um encantamento recíproco marcou o início do segundo dia do Pitchfork Festival Paris, nesta sexta (28), no Grande Halle de la Villette. Foi com Aaron Maine, figuraça alta que lidera a delicada banda-projeto indie eletrônica Porches, de Nova York. "É minha segunda vez em Paris. Como tudo aqui é lindo. Como esse festival é lindo. Como vocês são lindos", disse Maine no primeiro break de sua apresentação no evento francês, depois da terceira música da noite, de seu segundo álbum "Pool", lançado neste ano. Disco que se o indie americano considera como primeiro, o da "revelação" de uma das mais bonitas vozes atuais da música jovem, quem somos nós para discordar. O público, em número muito bom dado o início da jornada de shows que iria acabar só sete horas depois, retribuía tal contentamento com aplausos efusivos e "uhus". O porte e uma certa lembrança física de um Morrissey jovem e vozeirão de um Antony Hegarty (hoje Anohni, ex-Antony & The Johnsons e Hercules and Love Affair), Aaron Maine é uma dessas escolhas novas e bem curadas que definem o Pitchfork Festival Paris. Se nada interromper a trajetória do Porches, a partir de agora vamos vê-lo tocar em todos os outros festivais maiores. A delicadeza do Porches, deixada no Grande Halle, sobreviveu até ser completamente devastada pela maçaroca sonora experimental do grupo Explosions in the Sky, veterano grupo de post-rock de Austin, Texas. Do alto de seus sete álbuns lançados, o Explosions in the Sky é cada vez melhor em construir suas narrativas sem vocais, baseadas em barulhos intensos, barulhos contidos, algum barulho e calmaria. A história quem vê o show cria a sua. Hipnótico. Conhecida do público indie, Natasha Khan, a moça que é dona da banda Bat for Lashes, entrou no palco de noiva. Noiva de vermelho. A fase em que ela se encontra é a do recém-lançado (julho) quarto álbum, "The Bride", disco com história que liga suas canções em torno de amor e melancolia, solidão e tristeza, com o casamento como pano de fundo. O som é indie pop mas a história das letras é punk. Vai do sonho do casamento com o amor ideal, o "Eu aceito" da igreja, a morte do noivo a caminho da cerimônia e a fuga da noiva para longe de seu lugar, para se resolver com a perda. Tudo embalado por boas canções pop. O show do P4k Paris não foi só isso, mas foi principalmente isso. E foi bom de ver. Um dos nomes mais cultuados da música eletrônica hoje, o norueguês Todd Terje é outro que montou banda para dar uma certa vida a suas músicas, para além de um set de DJ. O som tropical de suas picapes pede um baterista e um percussionista ao vivo, para batucar em cima de sua eletrônica fina, de alta cultura. E a simbiose com o público que quer dançar ao mesmo tempo que vê uma apresentação de banda é perfeita. Pelo menos nesta sexta, no Pitchfork Festival, foi. O jornalista Lúcio Ribeiro viaja pela Europa à convite da Air France.
ilustrada
Com novo Morrissey, Porches encanta no segundo dia do Pitchfork FestivalUm encantamento recíproco marcou o início do segundo dia do Pitchfork Festival Paris, nesta sexta (28), no Grande Halle de la Villette. Foi com Aaron Maine, figuraça alta que lidera a delicada banda-projeto indie eletrônica Porches, de Nova York. "É minha segunda vez em Paris. Como tudo aqui é lindo. Como esse festival é lindo. Como vocês são lindos", disse Maine no primeiro break de sua apresentação no evento francês, depois da terceira música da noite, de seu segundo álbum "Pool", lançado neste ano. Disco que se o indie americano considera como primeiro, o da "revelação" de uma das mais bonitas vozes atuais da música jovem, quem somos nós para discordar. O público, em número muito bom dado o início da jornada de shows que iria acabar só sete horas depois, retribuía tal contentamento com aplausos efusivos e "uhus". O porte e uma certa lembrança física de um Morrissey jovem e vozeirão de um Antony Hegarty (hoje Anohni, ex-Antony & The Johnsons e Hercules and Love Affair), Aaron Maine é uma dessas escolhas novas e bem curadas que definem o Pitchfork Festival Paris. Se nada interromper a trajetória do Porches, a partir de agora vamos vê-lo tocar em todos os outros festivais maiores. A delicadeza do Porches, deixada no Grande Halle, sobreviveu até ser completamente devastada pela maçaroca sonora experimental do grupo Explosions in the Sky, veterano grupo de post-rock de Austin, Texas. Do alto de seus sete álbuns lançados, o Explosions in the Sky é cada vez melhor em construir suas narrativas sem vocais, baseadas em barulhos intensos, barulhos contidos, algum barulho e calmaria. A história quem vê o show cria a sua. Hipnótico. Conhecida do público indie, Natasha Khan, a moça que é dona da banda Bat for Lashes, entrou no palco de noiva. Noiva de vermelho. A fase em que ela se encontra é a do recém-lançado (julho) quarto álbum, "The Bride", disco com história que liga suas canções em torno de amor e melancolia, solidão e tristeza, com o casamento como pano de fundo. O som é indie pop mas a história das letras é punk. Vai do sonho do casamento com o amor ideal, o "Eu aceito" da igreja, a morte do noivo a caminho da cerimônia e a fuga da noiva para longe de seu lugar, para se resolver com a perda. Tudo embalado por boas canções pop. O show do P4k Paris não foi só isso, mas foi principalmente isso. E foi bom de ver. Um dos nomes mais cultuados da música eletrônica hoje, o norueguês Todd Terje é outro que montou banda para dar uma certa vida a suas músicas, para além de um set de DJ. O som tropical de suas picapes pede um baterista e um percussionista ao vivo, para batucar em cima de sua eletrônica fina, de alta cultura. E a simbiose com o público que quer dançar ao mesmo tempo que vê uma apresentação de banda é perfeita. Pelo menos nesta sexta, no Pitchfork Festival, foi. O jornalista Lúcio Ribeiro viaja pela Europa à convite da Air France.
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Horizonte perdido
Poucas experiências no mundo foram tão atordoantes quanto essa. Nem um bungee jumping na Nova Zelândia, nem olhar para dentro da cratera de um vulcão na Islândia, nem atravessar um mar turbulento em Belize: nada me deixou com uma sensação de tontura tão grande quando dessa vez, em que eu estava com os dois pés em terra firme, olhando lá longe, e não conseguia ver a linha do horizonte. Nos dias anteriores eu já havia passado por algumas sensações estranhas. Afinal, quando a diferença entre dois pontos de uma capital pode chegar a quase mil metros de altura –e estamos falando da casa dos 3.000 metros, mais ou menos– seu corpo, não acostumado ao ar rarefeito, estranha mesmo. A digestão a essa altitude é quase um esporte de aventura. E um copo de vinho é capaz de ter o efeito de um xaxim úmido no seu estômago... Não comi mal em La Paz –pelo contrário. Por razões misteriosas que nem quis investigar, um dos sócios-fundadores do Noma (esse mesmo, do chef dinamarquês René Redzepi, considerado um dos melhores chefs do mundo) resolveu abrir na capital boliviana um restaurante. O Gustu é tão bom que fui lá duas vezes: para experimentar primeiro um menu de sete pratos e depois um de 12! O problema é que nada cai muito bem para o turista. Todo mundo dizia que, quando eu chegasse ao salar de Uyuni, que era meu destino final nessa viagem, eu me sentiria um pouco melhor. De fato, uma vez ali, a sensação desagradável do ar rarefeito tinha diminuído, apesar de a altitude não ter mudado tão drasticamente assim. Em compensação, descobri um outro desconforto –não propriamente físico, mas sensorial. Depois de me acomodar em um incrível hotel feito de tijolos de sal, peguei um 4x4 para explorar o salar. Minha curiosidade era imensa, pois eu já sabia que essa era uma das paisagens mais fascinantes da natureza. Mesmo assim, o que experimentei ali acabou sendo algo completamente inédito. Conforme a estação do ano, você tem duas visões diferentes do salar. Na estação seca, conhece todo o solo craquelado, como um enorme deserto plano, infinito. Eu fui em outra época (fevereiro), quando essa imensa superfície ganha uma fina camada de água, transformando-se num gigantesco espelho do céu. E é então que tudo fica meio embaralhado... De alguma maneira, esse reflexo cria uma ilusão de ótica e faz com que o horizonte simplesmente desapareça. Essa linha –tão familiar que nos ajuda a organizar o mundo, dividindo o céu da terra (ou do mar)– some. Isso mesmo: some. E é como se estivéssemos flutuando num enorme espaço, sem referência do que é em cima ou embaixo. Não fosse a gravidade, seria possível ter a sensação de que estamos flutuando –aliás, apesar dela, somos tomados por uma estranha náusea, que vem provavelmente dessa perda de referencial. É uma sensação primeiro assustadora; só depois que seus olhos (e seu labirinto) se acostumam com o que está em volta é que você começa a delirar com aquela paisagem. Minutos depois de estar circulando por lá, você começa a pensar em não ir embora. Chega então uma paz estranha –celestial. A rasa piscina faz você crer que está andando sobre a água. O céu de um azul brutal é não só seu abrigo como sua passarela. A ilusão é a de que o tempo parou. E você não quer mais nada da vida além de ser mais um prisioneiro do salar...
colunas
Horizonte perdidoPoucas experiências no mundo foram tão atordoantes quanto essa. Nem um bungee jumping na Nova Zelândia, nem olhar para dentro da cratera de um vulcão na Islândia, nem atravessar um mar turbulento em Belize: nada me deixou com uma sensação de tontura tão grande quando dessa vez, em que eu estava com os dois pés em terra firme, olhando lá longe, e não conseguia ver a linha do horizonte. Nos dias anteriores eu já havia passado por algumas sensações estranhas. Afinal, quando a diferença entre dois pontos de uma capital pode chegar a quase mil metros de altura –e estamos falando da casa dos 3.000 metros, mais ou menos– seu corpo, não acostumado ao ar rarefeito, estranha mesmo. A digestão a essa altitude é quase um esporte de aventura. E um copo de vinho é capaz de ter o efeito de um xaxim úmido no seu estômago... Não comi mal em La Paz –pelo contrário. Por razões misteriosas que nem quis investigar, um dos sócios-fundadores do Noma (esse mesmo, do chef dinamarquês René Redzepi, considerado um dos melhores chefs do mundo) resolveu abrir na capital boliviana um restaurante. O Gustu é tão bom que fui lá duas vezes: para experimentar primeiro um menu de sete pratos e depois um de 12! O problema é que nada cai muito bem para o turista. Todo mundo dizia que, quando eu chegasse ao salar de Uyuni, que era meu destino final nessa viagem, eu me sentiria um pouco melhor. De fato, uma vez ali, a sensação desagradável do ar rarefeito tinha diminuído, apesar de a altitude não ter mudado tão drasticamente assim. Em compensação, descobri um outro desconforto –não propriamente físico, mas sensorial. Depois de me acomodar em um incrível hotel feito de tijolos de sal, peguei um 4x4 para explorar o salar. Minha curiosidade era imensa, pois eu já sabia que essa era uma das paisagens mais fascinantes da natureza. Mesmo assim, o que experimentei ali acabou sendo algo completamente inédito. Conforme a estação do ano, você tem duas visões diferentes do salar. Na estação seca, conhece todo o solo craquelado, como um enorme deserto plano, infinito. Eu fui em outra época (fevereiro), quando essa imensa superfície ganha uma fina camada de água, transformando-se num gigantesco espelho do céu. E é então que tudo fica meio embaralhado... De alguma maneira, esse reflexo cria uma ilusão de ótica e faz com que o horizonte simplesmente desapareça. Essa linha –tão familiar que nos ajuda a organizar o mundo, dividindo o céu da terra (ou do mar)– some. Isso mesmo: some. E é como se estivéssemos flutuando num enorme espaço, sem referência do que é em cima ou embaixo. Não fosse a gravidade, seria possível ter a sensação de que estamos flutuando –aliás, apesar dela, somos tomados por uma estranha náusea, que vem provavelmente dessa perda de referencial. É uma sensação primeiro assustadora; só depois que seus olhos (e seu labirinto) se acostumam com o que está em volta é que você começa a delirar com aquela paisagem. Minutos depois de estar circulando por lá, você começa a pensar em não ir embora. Chega então uma paz estranha –celestial. A rasa piscina faz você crer que está andando sobre a água. O céu de um azul brutal é não só seu abrigo como sua passarela. A ilusão é a de que o tempo parou. E você não quer mais nada da vida além de ser mais um prisioneiro do salar...
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Em missa na Bósnia, papa Francisco cobra avanços no processo de paz
O papa Francisco celebrou neste sábado (6) uma missa em Sarajevo, capital da Bósnia. Cerca de 65 mil pessoas estavam presentes. Antes da missa, em discurso pronunciado na cerimônia de boas-vindas no palácio presidencial, Francisco louvou "os progressos" vividos na Bósnia nos últimos anos, mas pediu para o país "não se contentar com o que já foi conquistado" e defendeu diálogo para que a paz se consolide em uma terra na qual convivem croatas, sérvios e bósnios muçulmanos. Durante o discurso, o papa fez um pedido à comunidade internacional, e "em particular à União Europeia", para que contribua para garantir no território "que o processo de paz iniciado seja cada vez mais sólido e irreversível". "Até os ferimentos mais profundos podem ser curados através de um processo que purifique a memória e dê esperança para o futuro", afirmou o pontífice. Francisco lembrou a visita realizada por João Paulo 2º em 1997 a uma Sarajevo que ainda tentava recuperar-se da guerra (1992-1995) e demonstrou sua satisfação por pisar na agora capital bósnia "como peregrino da paz e do diálogo". "É para mim um motivo de alegria encontrar-me nesta cidade, que sofreu tanto por causa dos sangrentos conflitos do século passado, e volta a ser um lugar de diálogo e de convivência pacífica", ressaltou. Por sua parte, o presidente rotativo da Bósnia-Herzegovina, o sérvio Mladen Ivanic, recebeu o papa em reunião em Sarajevo expressando o desejo que seu país tenha deixado para trás as divisões étnicas e religiosas. "Temos confiança de que o tempo da falta de entendimento, intolerância e divisões ficou para atrás, que tenhamos aprendido a lição do passado recente e que diante de nós esteja uma nova era de entendimento, reconciliação e cooperação", afirmou. Ivanic esteve acompanhado pelos outros dois membros que formam o trio presidencial do país, o muçulmano Bakir Izetbegovic e o croata Dragan Covic, em representação dos diferentes grupos étnicos que integram a nação. "Desejamos edificar a Bósnia-Herzegovina como uma sociedade à altura do homem e de todas as religiões. O cumprimento deste objetivo não é simples e representa um grande desafio tanto para os líderes políticos e religiosos como para cada cidadão", concluiu o presidente rotativo. Ao terminar a reunião com presidente, o papa Francisco, que recebeu as chaves de Sarajevo e se tornou cidadão honorário da capital, soltou pombas brancas com uma saudação aos cidadãos da Bósnia-Herzegovina: "Que a paz esteja convosco".
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Em missa na Bósnia, papa Francisco cobra avanços no processo de pazO papa Francisco celebrou neste sábado (6) uma missa em Sarajevo, capital da Bósnia. Cerca de 65 mil pessoas estavam presentes. Antes da missa, em discurso pronunciado na cerimônia de boas-vindas no palácio presidencial, Francisco louvou "os progressos" vividos na Bósnia nos últimos anos, mas pediu para o país "não se contentar com o que já foi conquistado" e defendeu diálogo para que a paz se consolide em uma terra na qual convivem croatas, sérvios e bósnios muçulmanos. Durante o discurso, o papa fez um pedido à comunidade internacional, e "em particular à União Europeia", para que contribua para garantir no território "que o processo de paz iniciado seja cada vez mais sólido e irreversível". "Até os ferimentos mais profundos podem ser curados através de um processo que purifique a memória e dê esperança para o futuro", afirmou o pontífice. Francisco lembrou a visita realizada por João Paulo 2º em 1997 a uma Sarajevo que ainda tentava recuperar-se da guerra (1992-1995) e demonstrou sua satisfação por pisar na agora capital bósnia "como peregrino da paz e do diálogo". "É para mim um motivo de alegria encontrar-me nesta cidade, que sofreu tanto por causa dos sangrentos conflitos do século passado, e volta a ser um lugar de diálogo e de convivência pacífica", ressaltou. Por sua parte, o presidente rotativo da Bósnia-Herzegovina, o sérvio Mladen Ivanic, recebeu o papa em reunião em Sarajevo expressando o desejo que seu país tenha deixado para trás as divisões étnicas e religiosas. "Temos confiança de que o tempo da falta de entendimento, intolerância e divisões ficou para atrás, que tenhamos aprendido a lição do passado recente e que diante de nós esteja uma nova era de entendimento, reconciliação e cooperação", afirmou. Ivanic esteve acompanhado pelos outros dois membros que formam o trio presidencial do país, o muçulmano Bakir Izetbegovic e o croata Dragan Covic, em representação dos diferentes grupos étnicos que integram a nação. "Desejamos edificar a Bósnia-Herzegovina como uma sociedade à altura do homem e de todas as religiões. O cumprimento deste objetivo não é simples e representa um grande desafio tanto para os líderes políticos e religiosos como para cada cidadão", concluiu o presidente rotativo. Ao terminar a reunião com presidente, o papa Francisco, que recebeu as chaves de Sarajevo e se tornou cidadão honorário da capital, soltou pombas brancas com uma saudação aos cidadãos da Bósnia-Herzegovina: "Que a paz esteja convosco".
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Queda do petróleo torna urgente política para o etanol, diz setor
O governo apostou no uso das fontes renováveis de energia para auxiliar na meta de descarbonização da economia, aprovada na COP-21. O cenário para um dos principais itens desse segmento, o etanol, ainda é incerto. A produção nacional atual está próxima de 30 bilhões de litros, mas o governo coloca em suas metas 50 bilhões para 2030. Há uma conscientização sobre os benefícios desse combustível, com efeitos ambientais e sobre a saúde. Não há, porém, uma política de longo prazo que garanta esses 50 bilhões de litros. A Petrobras está em um momento de fragilidade, e a distribuição de combustíveis vai passar por mudanças. A empresa acumulou elevados prejuízos na produção e na distribuição de combustíveis nos últimos anos, o que não deverá ocorrer a partir de agora. A estatal vai entregar os combustíveis na refinaria, e o ônus da distribuição passa a ser das distribuidoras. Um dos efeitos será o fim da equalização de preços da gasolina, o que permite, por exemplo, que os preços atuais do combustível em Roraima tenham similaridade com os do Nordeste e do Sul. A Petrobras não deverá arcar mais também com as perdas da importação de gasolina, o que ocorreu nos anos recentes para que o produto não pressionasse a inflação. Essa política jogou o setor sucroenergético no chão. A vantagem para o setor, agora, é que as importações -tanto da Petrobras como das demais distribuidoras- vão manter uma correlação maior com os preços externos. Isso é bom para o setor de etanol se o petróleo voltar a subir. O custo maior da gasolina dá maior margem para o derivado de cana. O cenário de queda externa do petróleo, no entanto, vai colocar ainda mais em evidência a falta de uma política que garanta a sobrevivência do setor sucroenergético. O pais precisa aproveitar o momento para adotar uma política tributária reguladora para o setor, segundo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio). Sem ela, não haverá investimentos tanto no setor de produção de etanol como no de bens de capital, que também sofre as consequências da crise desses últimos anos, acrescenta ele. Antonio Padua Rodrigues, diretor da Unica, diz que essa política tem de contemplar avaliações sobre preços internacionais do petróleo, câmbio e incentivos para que o etanol cumpra o seu papel na matriz limpa de energia. As medidas têm de ser de longo prazo, para que o setor tenha uma diretriz. Mas podem ser ajustadas conforme ocorra a entrada de novos produtos vindos da biomassa, tomando com base produtividade e custos do setor. Para Carvalho, o governo deveria construir um programa de complementaridade entre energia das hidrelétricas e da biomassa. Para um melhor aproveitamento do potencial da biomassa como energia, o governo teria de buscar uma viabilidade técnica e de investimentos para a conexão dos sistemas à rede de transmissão e distribuição de energia elétrica. Além disso, fazer leilões exclusivos e regionais voltados para as fontes renováveis descentralizadas, de acordo com Carvalho.
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Queda do petróleo torna urgente política para o etanol, diz setorO governo apostou no uso das fontes renováveis de energia para auxiliar na meta de descarbonização da economia, aprovada na COP-21. O cenário para um dos principais itens desse segmento, o etanol, ainda é incerto. A produção nacional atual está próxima de 30 bilhões de litros, mas o governo coloca em suas metas 50 bilhões para 2030. Há uma conscientização sobre os benefícios desse combustível, com efeitos ambientais e sobre a saúde. Não há, porém, uma política de longo prazo que garanta esses 50 bilhões de litros. A Petrobras está em um momento de fragilidade, e a distribuição de combustíveis vai passar por mudanças. A empresa acumulou elevados prejuízos na produção e na distribuição de combustíveis nos últimos anos, o que não deverá ocorrer a partir de agora. A estatal vai entregar os combustíveis na refinaria, e o ônus da distribuição passa a ser das distribuidoras. Um dos efeitos será o fim da equalização de preços da gasolina, o que permite, por exemplo, que os preços atuais do combustível em Roraima tenham similaridade com os do Nordeste e do Sul. A Petrobras não deverá arcar mais também com as perdas da importação de gasolina, o que ocorreu nos anos recentes para que o produto não pressionasse a inflação. Essa política jogou o setor sucroenergético no chão. A vantagem para o setor, agora, é que as importações -tanto da Petrobras como das demais distribuidoras- vão manter uma correlação maior com os preços externos. Isso é bom para o setor de etanol se o petróleo voltar a subir. O custo maior da gasolina dá maior margem para o derivado de cana. O cenário de queda externa do petróleo, no entanto, vai colocar ainda mais em evidência a falta de uma política que garanta a sobrevivência do setor sucroenergético. O pais precisa aproveitar o momento para adotar uma política tributária reguladora para o setor, segundo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio). Sem ela, não haverá investimentos tanto no setor de produção de etanol como no de bens de capital, que também sofre as consequências da crise desses últimos anos, acrescenta ele. Antonio Padua Rodrigues, diretor da Unica, diz que essa política tem de contemplar avaliações sobre preços internacionais do petróleo, câmbio e incentivos para que o etanol cumpra o seu papel na matriz limpa de energia. As medidas têm de ser de longo prazo, para que o setor tenha uma diretriz. Mas podem ser ajustadas conforme ocorra a entrada de novos produtos vindos da biomassa, tomando com base produtividade e custos do setor. Para Carvalho, o governo deveria construir um programa de complementaridade entre energia das hidrelétricas e da biomassa. Para um melhor aproveitamento do potencial da biomassa como energia, o governo teria de buscar uma viabilidade técnica e de investimentos para a conexão dos sistemas à rede de transmissão e distribuição de energia elétrica. Além disso, fazer leilões exclusivos e regionais voltados para as fontes renováveis descentralizadas, de acordo com Carvalho.
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Governo Temer avalia que custo de não ter mulheres será alto
A equipe de Michel Temer e o próprio presidente estão incomodados com as críticas que ele tem sofrido por não ter nomeado uma única mulher para o ministério. Colocam a culpa nos partidos, que só indicaram homens para os cargos. Mas já concluíram que o custo de manter a situação como está pode ser alto demais. PENEIRA Segundo um dos ministros mais próximos de Temer, apenas nomear mulheres para secretarias de ministérios, como anunciou Eliseu Padilha, da Casa Civil, não resolverá o problema. PENEIRA 2 Diz o ministro que "o risco é pensarmos que o assunto já foi 'precificado', ou seja, que já pagamos o custo de ter só homens na equipe, e esquecermos o assunto". Ele acha que o tema pode se transformar em um dos calcanhares de aquiles de Michel Temer por muito tempo. DO LAR A principal razão para o abatimento de Lula não é o impeachment de Dilma Rousseff, segundo um dos melhores amigos do ex-presidente e um outro interlocutor direto. O que preocupa o petista de verdade é o fato de parte da família dele estar sendo também investigada. REFORÇO O impeachment só agravou o desânimo do ex-presidente, que se veria agora ainda mais exposto a eventuais medidas espetaculares de operações policiais. UM NO PALCO O ator Marcos Veras estreou o monólogo "Acorda pra Cuspir" na quarta (11), no Teatro Porto Seguro. Os atores Fábio Porchat, Miá Mello, Regiane Alves, Ângela Dip e Júlia Rabello, mulher do artista, estiveram na plateia da peça. UNIDOS NA CAUSA Além do apoio do Tucannabis, grupo de filiados ao PSDB paulista favorável à descriminalização da droga, a Marcha da Maconha, neste sábado (14), terá a presença do "Bloco da Esquerda Canábica". A ala diz que participa do protesto, na avenida Paulista, pela legalização da erva e "contra o golpe e o governo Michel Temer". COMO UMA DEUSAAA Rosane Malta, ex-mulher do senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL), foi com amigos na quinta (12) a um bar em Santa Cecília, um dia após gravar entrevista com Luciana Gimenez na RedeTV! comentando o impeachment de Dilma Rousseff. A passagem de Rosane pelo Bar do Nelson terminou com ela entoando, ao lado do cantor Stenio Mello, os versos da música "O Amor e o Poder". COMO UMA DEUSAAA 2 A ex-primeira-dama viajou a São Paulo a convite da emissora, que exibe sua participação no "Superpop" desta segunda (16). Rosane se hospedou na suíte presidencial do Maksoud Plaza. NOVO SERTANEJO O cantor e compositor João Victor fez show de lançamento do CD "Sóis" na quinta (12), no Villa Country, com participação do cantor e ator Fiuk. O diretor da TV Record Júlio Casares, a designer de joias Debora Molinari e o empresário Marco Tobal estavam na apresentação. CENA DE MÚSICA João Carlos Martins e Alexandre Nero filmaram no início da semana, na Sala São Paulo, cenas de "João", longa que será baseado na carreira de pianista do maestro. O filme, dirigido por Mauro Lima e com Nero no papel principal, tem previsão de estreia para 2017 e orçamento de cerca de R$ 9 milhões. JANTAR DO BEM Carol Celico e Rosangela Lyra receberam convidados em jantar beneficente em prol da Fundação Amor Horizontal, da qual são diretoras. A arquiteta Camila Klein e o empresário Enrico Celico estiveram no restaurante Junji Sakamoto, na terça (10). CURTO-CIRCUITO Os empresários Julia Hamuche e Maurício Bochnakian se casam neste sábado (14) em cerimônia às 19h30, na Catedral Ortodoxa, no Paraíso. Gabriel Nobrega e sua banda Silibrina se apresentam no Auditório do Ibirapuera, neste sábado (14), às 21h. Vivianne Pasmanter participa neste sábado (14) no Memorial da América Latina da campanha Junho Vermelho, de incentivo à doação de sangue. Agnaldo Rayol celebra com show neste sábado (14), às 19h, no Teatro J. Safra, 60 anos de carreira. A 10ª Virada Cultural Paulista começa neste fim de semana, em 23 cidades. O projeto Soul Kitchen participa neste sábado (14) do evento "No Estúdio", realizado pelo artista plástico Sandro Akel às 14h30, na Barra Funda. A Casa Cor SP abre neste domingo (15), às 17h, no Jockey Club. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Governo Temer avalia que custo de não ter mulheres será altoA equipe de Michel Temer e o próprio presidente estão incomodados com as críticas que ele tem sofrido por não ter nomeado uma única mulher para o ministério. Colocam a culpa nos partidos, que só indicaram homens para os cargos. Mas já concluíram que o custo de manter a situação como está pode ser alto demais. PENEIRA Segundo um dos ministros mais próximos de Temer, apenas nomear mulheres para secretarias de ministérios, como anunciou Eliseu Padilha, da Casa Civil, não resolverá o problema. PENEIRA 2 Diz o ministro que "o risco é pensarmos que o assunto já foi 'precificado', ou seja, que já pagamos o custo de ter só homens na equipe, e esquecermos o assunto". Ele acha que o tema pode se transformar em um dos calcanhares de aquiles de Michel Temer por muito tempo. DO LAR A principal razão para o abatimento de Lula não é o impeachment de Dilma Rousseff, segundo um dos melhores amigos do ex-presidente e um outro interlocutor direto. O que preocupa o petista de verdade é o fato de parte da família dele estar sendo também investigada. REFORÇO O impeachment só agravou o desânimo do ex-presidente, que se veria agora ainda mais exposto a eventuais medidas espetaculares de operações policiais. UM NO PALCO O ator Marcos Veras estreou o monólogo "Acorda pra Cuspir" na quarta (11), no Teatro Porto Seguro. Os atores Fábio Porchat, Miá Mello, Regiane Alves, Ângela Dip e Júlia Rabello, mulher do artista, estiveram na plateia da peça. UNIDOS NA CAUSA Além do apoio do Tucannabis, grupo de filiados ao PSDB paulista favorável à descriminalização da droga, a Marcha da Maconha, neste sábado (14), terá a presença do "Bloco da Esquerda Canábica". A ala diz que participa do protesto, na avenida Paulista, pela legalização da erva e "contra o golpe e o governo Michel Temer". COMO UMA DEUSAAA Rosane Malta, ex-mulher do senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL), foi com amigos na quinta (12) a um bar em Santa Cecília, um dia após gravar entrevista com Luciana Gimenez na RedeTV! comentando o impeachment de Dilma Rousseff. A passagem de Rosane pelo Bar do Nelson terminou com ela entoando, ao lado do cantor Stenio Mello, os versos da música "O Amor e o Poder". COMO UMA DEUSAAA 2 A ex-primeira-dama viajou a São Paulo a convite da emissora, que exibe sua participação no "Superpop" desta segunda (16). Rosane se hospedou na suíte presidencial do Maksoud Plaza. NOVO SERTANEJO O cantor e compositor João Victor fez show de lançamento do CD "Sóis" na quinta (12), no Villa Country, com participação do cantor e ator Fiuk. O diretor da TV Record Júlio Casares, a designer de joias Debora Molinari e o empresário Marco Tobal estavam na apresentação. CENA DE MÚSICA João Carlos Martins e Alexandre Nero filmaram no início da semana, na Sala São Paulo, cenas de "João", longa que será baseado na carreira de pianista do maestro. O filme, dirigido por Mauro Lima e com Nero no papel principal, tem previsão de estreia para 2017 e orçamento de cerca de R$ 9 milhões. JANTAR DO BEM Carol Celico e Rosangela Lyra receberam convidados em jantar beneficente em prol da Fundação Amor Horizontal, da qual são diretoras. A arquiteta Camila Klein e o empresário Enrico Celico estiveram no restaurante Junji Sakamoto, na terça (10). CURTO-CIRCUITO Os empresários Julia Hamuche e Maurício Bochnakian se casam neste sábado (14) em cerimônia às 19h30, na Catedral Ortodoxa, no Paraíso. Gabriel Nobrega e sua banda Silibrina se apresentam no Auditório do Ibirapuera, neste sábado (14), às 21h. Vivianne Pasmanter participa neste sábado (14) no Memorial da América Latina da campanha Junho Vermelho, de incentivo à doação de sangue. Agnaldo Rayol celebra com show neste sábado (14), às 19h, no Teatro J. Safra, 60 anos de carreira. A 10ª Virada Cultural Paulista começa neste fim de semana, em 23 cidades. O projeto Soul Kitchen participa neste sábado (14) do evento "No Estúdio", realizado pelo artista plástico Sandro Akel às 14h30, na Barra Funda. A Casa Cor SP abre neste domingo (15), às 17h, no Jockey Club. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Placa de carro ajudou a polícia a achar cativeiro da sogra de chefe da F-1
Policiais da delegacia antissequestro de São Paulo usaram a informação de parte de uma placa de carro para conseguir chegar ao cativeiro onde Aparecida Schunck, 67, era mantida refém por sequestradores desde dia 22 de julho. Os sequestradores tocaram a campainha da casa se passando por entregadores de móveis. Como a família aguardava uma entrega, a própria Aparecida abriu a porta de casa, quando foi rendida. Eles fugiram em dois carros: o Fiesta da sequestrada e um segundo carro, que acabou sendo decisivo para a localização dos criminosos. Segundo um integrante da investigação, apenas com base nos números finais da placa do carro, a polícia passou a fazer uma busca por exclusão. Checaram o cadastro de veículos e imagens de câmeras de rua até identificar a possível rota naquele dia –a cidade de Cotia (Grande SP). Enquanto isso, os bandidos mantinham contato com a família apenas por e-mail. A primeira mensagem teria sido um texto longo e bem escrito, mas, com o passar dos dias, os criminosos passaram a mandar textos curtos e até com xingamentos à polícia. A polícia descobriu o local do cativeiro no final da semana passada, quando passou a monitorar o local, até a ação por volta das 18h30 deste domingo (31). Aparecida foi encontrada em bom estado de saúde –ela não estava amarrada. "Peço para os bandidos não sequestrarem ninguém em São Paulo porque eles serão presos", disse ela, em rápida declaração ao chegar à Polícia Civil, em São Paulo. Durante todo o período do sequestro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebia relatórios diários com informações sobre o andamento das investigações. Os criminosos pediam resgate de R$ 120 milhões, que precisariam ser entregues em quatro pacotes de dinheiro vivo –o primeiro pedido teria sido acima desse valor. O resgate não foi pago, segundo disse à Folha um integrante da cúpula da polícia paulista. Policiais da DAS (Divisão Antissequestro) da Polícia Civil prenderam dois suspeitos de participação no sequestro. Aparecida Schunck deixou a sede do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa) por volta da 0h30 desta segunda-feira (1º) no carro da família, junto com a filha, Fabiana Flosi, esposa de Bernie, sem falar com a imprensa. O carro foi escoltado por dois veículos com policiais. Os dois presos Victor Oliveira Amorim, 19, procurado por furto, e David Vicente de Azevedo, 23, foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo delito durante a madrugada e depois conduzidos à carceragem do 2º DP (Bom Retiro). Mãe da brasileira Fabiana Flosi, 38, casada com Ecclestone, 85, Aparecida foi sequestrada na noite de 22 de julho, em Interlagos, na zona sul. Fabiana e Ecclestone moram em Londres. Os dois se conheceram em 2009, quando ela trabalhava na organização do GP do Brasil. Um ano depois, Eccleston se separou de maneira ruidosa da ex-mulher, a ex-modelo croata Slavica Radic, com quem viveu por 25 anos. Ele teve que pagar R$ 1,7 bilhão a ela. Pouco depois da separação, Fabiana deixou o Brasil e, em 2012, casou-se com Ecclestone em uma cerimônia em Gstaad, na Suíça. Em entrevista na noite deste domingo (31), a delegada Elisabete Sato, chefe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil de SP, criticou a demora da família de Aparecida Schunck de comunicar o sequestro dela. A policial também atacou a divulgação do sequestro por alguns veículos da imprensa antes de sua conclusão –esse não foi o caso da Folha. A Folha acompanhou o desenrolar desse sequestro desde o início, mas nada divulgou em respeito às normas do "Manual da Redação". O jornal pode decidir omitir uma informação se ela colocar em risco a segurança pública, uma pessoa ou uma empresa. A divulgação é feita somente com a autorização dos familiares das vítimas ou após a conclusão do caso. SEQUESTROS EM SÃO PAULO Nos últimos anos, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de casos de sequestro tem caído. De 2012, quando houve 43 crimes desse tipo, até 2015, quando a pasta registrou 33 sequestros, a redução foi de 23%. No primeiro semestre deste ano, foram 14 casos até o fim de junho –ante 17 sequestros registrados no primeiro semestre de 2015. Sequestro e cárcere privado - Por Estado, em 2013 Sequestro e cárcere privado - Total, por ano
cotidiano
Placa de carro ajudou a polícia a achar cativeiro da sogra de chefe da F-1Policiais da delegacia antissequestro de São Paulo usaram a informação de parte de uma placa de carro para conseguir chegar ao cativeiro onde Aparecida Schunck, 67, era mantida refém por sequestradores desde dia 22 de julho. Os sequestradores tocaram a campainha da casa se passando por entregadores de móveis. Como a família aguardava uma entrega, a própria Aparecida abriu a porta de casa, quando foi rendida. Eles fugiram em dois carros: o Fiesta da sequestrada e um segundo carro, que acabou sendo decisivo para a localização dos criminosos. Segundo um integrante da investigação, apenas com base nos números finais da placa do carro, a polícia passou a fazer uma busca por exclusão. Checaram o cadastro de veículos e imagens de câmeras de rua até identificar a possível rota naquele dia –a cidade de Cotia (Grande SP). Enquanto isso, os bandidos mantinham contato com a família apenas por e-mail. A primeira mensagem teria sido um texto longo e bem escrito, mas, com o passar dos dias, os criminosos passaram a mandar textos curtos e até com xingamentos à polícia. A polícia descobriu o local do cativeiro no final da semana passada, quando passou a monitorar o local, até a ação por volta das 18h30 deste domingo (31). Aparecida foi encontrada em bom estado de saúde –ela não estava amarrada. "Peço para os bandidos não sequestrarem ninguém em São Paulo porque eles serão presos", disse ela, em rápida declaração ao chegar à Polícia Civil, em São Paulo. Durante todo o período do sequestro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebia relatórios diários com informações sobre o andamento das investigações. Os criminosos pediam resgate de R$ 120 milhões, que precisariam ser entregues em quatro pacotes de dinheiro vivo –o primeiro pedido teria sido acima desse valor. O resgate não foi pago, segundo disse à Folha um integrante da cúpula da polícia paulista. Policiais da DAS (Divisão Antissequestro) da Polícia Civil prenderam dois suspeitos de participação no sequestro. Aparecida Schunck deixou a sede do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa) por volta da 0h30 desta segunda-feira (1º) no carro da família, junto com a filha, Fabiana Flosi, esposa de Bernie, sem falar com a imprensa. O carro foi escoltado por dois veículos com policiais. Os dois presos Victor Oliveira Amorim, 19, procurado por furto, e David Vicente de Azevedo, 23, foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo delito durante a madrugada e depois conduzidos à carceragem do 2º DP (Bom Retiro). Mãe da brasileira Fabiana Flosi, 38, casada com Ecclestone, 85, Aparecida foi sequestrada na noite de 22 de julho, em Interlagos, na zona sul. Fabiana e Ecclestone moram em Londres. Os dois se conheceram em 2009, quando ela trabalhava na organização do GP do Brasil. Um ano depois, Eccleston se separou de maneira ruidosa da ex-mulher, a ex-modelo croata Slavica Radic, com quem viveu por 25 anos. Ele teve que pagar R$ 1,7 bilhão a ela. Pouco depois da separação, Fabiana deixou o Brasil e, em 2012, casou-se com Ecclestone em uma cerimônia em Gstaad, na Suíça. Em entrevista na noite deste domingo (31), a delegada Elisabete Sato, chefe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil de SP, criticou a demora da família de Aparecida Schunck de comunicar o sequestro dela. A policial também atacou a divulgação do sequestro por alguns veículos da imprensa antes de sua conclusão –esse não foi o caso da Folha. A Folha acompanhou o desenrolar desse sequestro desde o início, mas nada divulgou em respeito às normas do "Manual da Redação". O jornal pode decidir omitir uma informação se ela colocar em risco a segurança pública, uma pessoa ou uma empresa. A divulgação é feita somente com a autorização dos familiares das vítimas ou após a conclusão do caso. SEQUESTROS EM SÃO PAULO Nos últimos anos, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o número de casos de sequestro tem caído. De 2012, quando houve 43 crimes desse tipo, até 2015, quando a pasta registrou 33 sequestros, a redução foi de 23%. No primeiro semestre deste ano, foram 14 casos até o fim de junho –ante 17 sequestros registrados no primeiro semestre de 2015. Sequestro e cárcere privado - Por Estado, em 2013 Sequestro e cárcere privado - Total, por ano
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Festival de Lego em shopping reúne nove estações para as crianças brincarem
JÚLIA GOUVEIA DE SÃO PAULO O 1º Festival Lego se encaixa nas férias escolares da criançada e vai agradar também aos fãs de outras gerações que se divertiram com esse brinquedo famoso mundialmente. A partir de quarta (28), no espaço Casa Bossa do shopping Cidade Jardim, as crianças vão encontrar nove estações diferentes onde poderão brincar com as pecinhas coloridas. E o melhor de tudo: a entrada é gratuita, sendo necessário apenas fazer um cadastro no local ou pelo site (legofestival.com.br ). Entre as brincadeiras, há uma disputa para ver quem constrói mais rápido um veículo que ande em linha reta feito com os bloquinhos. Em outro espaço, a proposta é se inspirar em "Star Wars" e criar uma nave intergaláctica. Em uma mesa em formato de coração, a criançada vai encontrar as peças da coleção inspirada nas princesas da Disney. Já em uma piscina forrada de Lego, adultos e crianças podem soltar a imaginação e criar objetos. Além das pecinhas de encaixar, os games da marca também fazem parte do festival e estarão presentes em cinco estações diferentes. As atividades do festival duram 50 minutos casa uma e a maioria delas é para crianças a partir dos quatro anos. Os pequenos (a partir de 18 meses) podem brincar na piscina com as pecinhas de Lego duplo, que são maiores. Cidade Jardim - Casa Bossa. Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butatã, região oeste, tel. 3552-1000. A partir de 28/6 até 16/7. Das 12h até às 20h. Livre (menores de idade devem ser acompanhados por responsável maior de 18 anos). Estac. a partir de R$ 14. GRÁTIS * Embalo junino #ArraiaDoAnália O mês está acabando, mas a festa junina do shopping Anália Franco segue até 2/7. Na barraca de comes e bebes, há opções como bolo de fubá e carne-louca, feitas pelo Divino Fogão. A novidade deste ano é o correio elegante eletrônico: as mensagens enviadas aparecem em um painel de LED. Brincadeiras típicas, como pescaria e "rabo do burro", animam a criançada. Nos fins de semana, o Trio Amizade embalada a festa com hits de forró. Shopping Anália Franco - pça de eventos. Av. Regente Feijó, 1.739, Vila Regente Feijó, região leste, tel. 4003-4133. Dom. a sex.: 12h às 21h. Sáb.: 10h às 21h. Livre. Até 2/7. Estac. a partir de R$ 8. GRÁTIS. * Foi dada a largada! Circuito de "Carros 3" - Disney-Pixar A criançada pode esquentar os motores para a animação "Carros 3", que deve entrar em cartaz no dia 13/7. O Mooca Plaza montou um circuito de 100 m² que desemboca em uma corrida de autorama. Para chegar ao pódio, os participantes terão que passar por vários treinamentos, como o de rosquear porcas para prender pneus. A atração vai até o próximo domingo (2) na praça de eventos do shopping. Mooca Plaza Shopping - praça de eventos. R. Capitão Pacheco e Chaves, 313, Mooca, região leste, tel. 3548-4502. Seg. a sex.: 12h às 22h. Sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 22h. Livre. Até 2/7. Estac. a partir de R$ 8. GRÁTIS * Diversão "on ice" Pista de patinação no gelo Até 7/8, uma pista de patinação no gelo estará no São Bernardo Plaza. Para patinar por 1 hora, o ingresso custa R$ 50. Crianças menores de 5 anos também podem brincar, mas em trenós puxados por monitores (R$ 20). Os equipamentos de segurança, como capacete e joelheiras, também estão inclusos. Shopping São Bernardo Plaza. Av. Rotary, 624, Centro, São Bernardo do Campo, tel. 4128-2209. Seg. a sáb.: 10h30 às 22h30. Dom: 12h às 21h. Livre. Até 7/8. Ingr: a partir de R$ 30 por 30 minutos. Estac. a partir de R$ 8. * Nos bastidores Ateliê da Elephant Parade Em agosto, os paulistanos vão encontrar pelas ruas da cidade 85 esculturas elefantes coloridos, que fazem parte da Elephant Parade. Mas quem visita o shopping Ibirapuera já consegue ter um teaser do que vem por aí –o local recebe um ateliê onde os artistas plásticos se revezam na execução do trabalho de pintura das peças. A ideia é que o público veja o "nascimento" das obras. Ibirapuera - piso Jurupis. Av. Ibirapuera, 3103, Indianópolis, região sul, tel. 5095-2300. Seg. a sáb.: 12h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Até 31/7. Livre. Estac. a partir de R$ 14. GRÁTIS
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Festival de Lego em shopping reúne nove estações para as crianças brincaremJÚLIA GOUVEIA DE SÃO PAULO O 1º Festival Lego se encaixa nas férias escolares da criançada e vai agradar também aos fãs de outras gerações que se divertiram com esse brinquedo famoso mundialmente. A partir de quarta (28), no espaço Casa Bossa do shopping Cidade Jardim, as crianças vão encontrar nove estações diferentes onde poderão brincar com as pecinhas coloridas. E o melhor de tudo: a entrada é gratuita, sendo necessário apenas fazer um cadastro no local ou pelo site (legofestival.com.br ). Entre as brincadeiras, há uma disputa para ver quem constrói mais rápido um veículo que ande em linha reta feito com os bloquinhos. Em outro espaço, a proposta é se inspirar em "Star Wars" e criar uma nave intergaláctica. Em uma mesa em formato de coração, a criançada vai encontrar as peças da coleção inspirada nas princesas da Disney. Já em uma piscina forrada de Lego, adultos e crianças podem soltar a imaginação e criar objetos. Além das pecinhas de encaixar, os games da marca também fazem parte do festival e estarão presentes em cinco estações diferentes. As atividades do festival duram 50 minutos casa uma e a maioria delas é para crianças a partir dos quatro anos. Os pequenos (a partir de 18 meses) podem brincar na piscina com as pecinhas de Lego duplo, que são maiores. Cidade Jardim - Casa Bossa. Av. Magalhães de Castro, 12.000, Butatã, região oeste, tel. 3552-1000. A partir de 28/6 até 16/7. Das 12h até às 20h. Livre (menores de idade devem ser acompanhados por responsável maior de 18 anos). Estac. a partir de R$ 14. GRÁTIS * Embalo junino #ArraiaDoAnália O mês está acabando, mas a festa junina do shopping Anália Franco segue até 2/7. Na barraca de comes e bebes, há opções como bolo de fubá e carne-louca, feitas pelo Divino Fogão. A novidade deste ano é o correio elegante eletrônico: as mensagens enviadas aparecem em um painel de LED. Brincadeiras típicas, como pescaria e "rabo do burro", animam a criançada. Nos fins de semana, o Trio Amizade embalada a festa com hits de forró. Shopping Anália Franco - pça de eventos. Av. Regente Feijó, 1.739, Vila Regente Feijó, região leste, tel. 4003-4133. Dom. a sex.: 12h às 21h. Sáb.: 10h às 21h. Livre. Até 2/7. Estac. a partir de R$ 8. GRÁTIS. * Foi dada a largada! Circuito de "Carros 3" - Disney-Pixar A criançada pode esquentar os motores para a animação "Carros 3", que deve entrar em cartaz no dia 13/7. O Mooca Plaza montou um circuito de 100 m² que desemboca em uma corrida de autorama. Para chegar ao pódio, os participantes terão que passar por vários treinamentos, como o de rosquear porcas para prender pneus. A atração vai até o próximo domingo (2) na praça de eventos do shopping. Mooca Plaza Shopping - praça de eventos. R. Capitão Pacheco e Chaves, 313, Mooca, região leste, tel. 3548-4502. Seg. a sex.: 12h às 22h. Sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 22h. Livre. Até 2/7. Estac. a partir de R$ 8. GRÁTIS * Diversão "on ice" Pista de patinação no gelo Até 7/8, uma pista de patinação no gelo estará no São Bernardo Plaza. Para patinar por 1 hora, o ingresso custa R$ 50. Crianças menores de 5 anos também podem brincar, mas em trenós puxados por monitores (R$ 20). Os equipamentos de segurança, como capacete e joelheiras, também estão inclusos. Shopping São Bernardo Plaza. Av. Rotary, 624, Centro, São Bernardo do Campo, tel. 4128-2209. Seg. a sáb.: 10h30 às 22h30. Dom: 12h às 21h. Livre. Até 7/8. Ingr: a partir de R$ 30 por 30 minutos. Estac. a partir de R$ 8. * Nos bastidores Ateliê da Elephant Parade Em agosto, os paulistanos vão encontrar pelas ruas da cidade 85 esculturas elefantes coloridos, que fazem parte da Elephant Parade. Mas quem visita o shopping Ibirapuera já consegue ter um teaser do que vem por aí –o local recebe um ateliê onde os artistas plásticos se revezam na execução do trabalho de pintura das peças. A ideia é que o público veja o "nascimento" das obras. Ibirapuera - piso Jurupis. Av. Ibirapuera, 3103, Indianópolis, região sul, tel. 5095-2300. Seg. a sáb.: 12h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Até 31/7. Livre. Estac. a partir de R$ 14. GRÁTIS
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Temer recebe Maia no Jaburu para discutir crise política
O presidente Michel Temer se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no fim da manhã deste domingo (9) para discutir o agravamento da crise política e a votação da denúncia apresentada contra o peemedebista. Temer chamou Maia ao Palácio do Jaburu por volta das 11h. Os dois conversaram por pouco mais de uma hora na residência oficial do presidente. O governo quer acelerar a votação da denúncia contra Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e no plenário da Câmara, mas o cronograma estabelecido até agora deixa aberta a possibilidade de que o processo só seja concluído em agosto –após o período de recesso parlamentar que começa em 18 de julho. Auxiliares de Temer tentam articular a suspensão desse recesso, com o adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Oficialmente, os parlamentares só saem de folga se esse projeto for votado até o dia 17. Nesse cenário, seria preciso entrar em acordo com as bancadas para evitar também o chamado "recesso branco", em que as atividades no Congresso são mantidas, mas não há sessões de votação convocadas. REFORMA TRABALHISTA Temer também recebeu neste domingo (9) o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que recomendou cautela ao governo para a votação da reforma trabalhista, na terça-feira (11). Segundo levantamento da Folha, há promessa de votos suficientes para aprovar o texto, mas a margem pró-governo é apertada. Dos 81 senadores, 42 declararam apoio ao texto. O governo precisa de ao menos 41 para ganhar a votação no plenário. São contra a proposta pelo menos 23 senadores, de acordo com a enquete e 16 não se manifestaram. CRISE Primeiro na linha sucessória do Palácio do Planalto, Maia poderá assumir interinamente o cargo por até seis meses caso a Câmara e o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovem o recebimento da denúncia que acusa Temer de corrupção passiva. O afastamento só se dá após análise da Justiça, mas antes é necessário aval da Câmara por ao menos 342 votos. Maia tem dado declarações públicas em que enfatiza sua lealdade a Temer. Ele não tem feito movimentos para minar a sustentação dada ao presidente no Congresso, mas já recebeu em sua casa dezenas de deputados que participam dessas articulações. Na Alemanha, na sexta-feira (7), Temer disse que confia no presidente da Câmara. "Acredito plenamente. Ele só me dá provas de lealdade", afirmou.
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Temer recebe Maia no Jaburu para discutir crise políticaO presidente Michel Temer se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no fim da manhã deste domingo (9) para discutir o agravamento da crise política e a votação da denúncia apresentada contra o peemedebista. Temer chamou Maia ao Palácio do Jaburu por volta das 11h. Os dois conversaram por pouco mais de uma hora na residência oficial do presidente. O governo quer acelerar a votação da denúncia contra Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e no plenário da Câmara, mas o cronograma estabelecido até agora deixa aberta a possibilidade de que o processo só seja concluído em agosto –após o período de recesso parlamentar que começa em 18 de julho. Auxiliares de Temer tentam articular a suspensão desse recesso, com o adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Oficialmente, os parlamentares só saem de folga se esse projeto for votado até o dia 17. Nesse cenário, seria preciso entrar em acordo com as bancadas para evitar também o chamado "recesso branco", em que as atividades no Congresso são mantidas, mas não há sessões de votação convocadas. REFORMA TRABALHISTA Temer também recebeu neste domingo (9) o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que recomendou cautela ao governo para a votação da reforma trabalhista, na terça-feira (11). Segundo levantamento da Folha, há promessa de votos suficientes para aprovar o texto, mas a margem pró-governo é apertada. Dos 81 senadores, 42 declararam apoio ao texto. O governo precisa de ao menos 41 para ganhar a votação no plenário. São contra a proposta pelo menos 23 senadores, de acordo com a enquete e 16 não se manifestaram. CRISE Primeiro na linha sucessória do Palácio do Planalto, Maia poderá assumir interinamente o cargo por até seis meses caso a Câmara e o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovem o recebimento da denúncia que acusa Temer de corrupção passiva. O afastamento só se dá após análise da Justiça, mas antes é necessário aval da Câmara por ao menos 342 votos. Maia tem dado declarações públicas em que enfatiza sua lealdade a Temer. Ele não tem feito movimentos para minar a sustentação dada ao presidente no Congresso, mas já recebeu em sua casa dezenas de deputados que participam dessas articulações. Na Alemanha, na sexta-feira (7), Temer disse que confia no presidente da Câmara. "Acredito plenamente. Ele só me dá provas de lealdade", afirmou.
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Geddel é caso de impunidade mais assombroso de nosso tempo
Depois de tudo o que Geddel Vieira Lima fez para ser agora definido como "criminoso em série", é até afrontoso com o próprio Ministério Público, com a Polícia Federal e a Justiça que sua prisão seja por uma dúzia de telefonemas quase ingênuos. Geddel é o caso de impunidade mais assombroso e de imunidade mais inexplicada na política do nosso tempo. Tem um quarto de século desde que se fez notado em Brasília, como integrante dos "Anões do Orçamento", sete deputados que adulteravam em seu proveito financeiro o orçamento do país, e em 1993 afinal caíram em uma CPI. Exceto Geddel. A impunidade dada então ao jovem peemedebista expõe bem o compadrio inescrupuloso que rege grande parte das relações e das decisões parlamentares. E está nas raízes do tal "presidencialismo de coalizão", eufemismo acadêmico para fantasiar o sistema de venda, compra e chantagem que dá ou retira apoio aos governos nas Casas do Congresso. Atolado nas fraudes, Geddel, com sucessivas ataques de desespero e choro, implorou ao líder do PFL Luiz Eduardo Magalhães, seu adversário na Bahia, que o salvasse da cassação. Nas últimas horas anteriores ao relatório do tumultuoso deputado Roberto Magalhães, Luiz Eduardo riscou o nome de Geddel na relação de cassados. Abusado, ameaçador, perverso, Geddel pôde seguir sua vocação, e cresceu nos governos de Fernando Henrique, Lula e Dilma. Com Temer, seu "amigo fraterno", chegou ao Planalto. Sempre envolvido em casos que não levavam a consequências legais. Antonio Carlos Magalhães, testemunha do enriquecimento de seu adversário estadual, até criou um bordão para propagar os avanços do patrimônio injustificável do deputado: "Geddel vai às compras". Imune, não admitiu e não deixou de se vingar, ainda que fosse só pela língua maldosa, de qualquer chamado de atenção para sua atividade. Dou o testemunho pessoal de teimoso ex-processado por Geddel. Derrotado, me mandou como emissário um jornalista de Brasília: dispunha-se a viajar ao Rio, porque "queria um entendimento" comigo. Foi assim que desperdicei mais uma boa oportunidade. Aécio Neves não diria o mesmo. Disse outras coisas ao seu gosto e proveito. Por exemplo: "Os R$ 2 milhões [recebidos de Joesley Batista] foram um empréstimo". Ou: "Fui vítima de uma armadilha engendrada por um criminoso confesso de mais de 200 crimes". Logo, Aécio tinha com o "criminoso confesso" uma relação íntima, a ponto de a ele recorrer para um empréstimo alto. Aliás, recebido, embora não como empréstimo, mas como doação pedida. Joesley Batista não participou da construção, contratada e comandada por Aécio Neves, da Cidade Administrativa de Minas, obra de grandeza juscelinista. Não foram necessárias armadilhas para o então governador deixar motivos que hoje, enfim, fundamentam inquérito sobre subornos e comissões auferidas das empreiteiras e fornecedores da Cidade. Até parece coisa de Geddel, mas há 15 anos o caso de Furnas Centrais Elétricas retém as investigações graças a outras celebridades do ramo. Se houve armadilha, foi contra os funcionários e os interesses da empresa. O "criminoso confesso", que é isso mesmo, não estava nessa. Mas o nome de Aécio Neves aparece ao lado de Eduardo Cunha, em duas apreciáveis condições: bloqueadores das investigações e principais denunciados pelos desvios. Aécio não se referiu ao caso em seu recente discurso de defesa no Senado. É, no entanto, um de seus nove inquéritos. Dois estão com Gilmar Mendes, uma garantia. Dos outros, não se sabe se por estarem na Lava afinal estarão também a Jato.
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Geddel é caso de impunidade mais assombroso de nosso tempoDepois de tudo o que Geddel Vieira Lima fez para ser agora definido como "criminoso em série", é até afrontoso com o próprio Ministério Público, com a Polícia Federal e a Justiça que sua prisão seja por uma dúzia de telefonemas quase ingênuos. Geddel é o caso de impunidade mais assombroso e de imunidade mais inexplicada na política do nosso tempo. Tem um quarto de século desde que se fez notado em Brasília, como integrante dos "Anões do Orçamento", sete deputados que adulteravam em seu proveito financeiro o orçamento do país, e em 1993 afinal caíram em uma CPI. Exceto Geddel. A impunidade dada então ao jovem peemedebista expõe bem o compadrio inescrupuloso que rege grande parte das relações e das decisões parlamentares. E está nas raízes do tal "presidencialismo de coalizão", eufemismo acadêmico para fantasiar o sistema de venda, compra e chantagem que dá ou retira apoio aos governos nas Casas do Congresso. Atolado nas fraudes, Geddel, com sucessivas ataques de desespero e choro, implorou ao líder do PFL Luiz Eduardo Magalhães, seu adversário na Bahia, que o salvasse da cassação. Nas últimas horas anteriores ao relatório do tumultuoso deputado Roberto Magalhães, Luiz Eduardo riscou o nome de Geddel na relação de cassados. Abusado, ameaçador, perverso, Geddel pôde seguir sua vocação, e cresceu nos governos de Fernando Henrique, Lula e Dilma. Com Temer, seu "amigo fraterno", chegou ao Planalto. Sempre envolvido em casos que não levavam a consequências legais. Antonio Carlos Magalhães, testemunha do enriquecimento de seu adversário estadual, até criou um bordão para propagar os avanços do patrimônio injustificável do deputado: "Geddel vai às compras". Imune, não admitiu e não deixou de se vingar, ainda que fosse só pela língua maldosa, de qualquer chamado de atenção para sua atividade. Dou o testemunho pessoal de teimoso ex-processado por Geddel. Derrotado, me mandou como emissário um jornalista de Brasília: dispunha-se a viajar ao Rio, porque "queria um entendimento" comigo. Foi assim que desperdicei mais uma boa oportunidade. Aécio Neves não diria o mesmo. Disse outras coisas ao seu gosto e proveito. Por exemplo: "Os R$ 2 milhões [recebidos de Joesley Batista] foram um empréstimo". Ou: "Fui vítima de uma armadilha engendrada por um criminoso confesso de mais de 200 crimes". Logo, Aécio tinha com o "criminoso confesso" uma relação íntima, a ponto de a ele recorrer para um empréstimo alto. Aliás, recebido, embora não como empréstimo, mas como doação pedida. Joesley Batista não participou da construção, contratada e comandada por Aécio Neves, da Cidade Administrativa de Minas, obra de grandeza juscelinista. Não foram necessárias armadilhas para o então governador deixar motivos que hoje, enfim, fundamentam inquérito sobre subornos e comissões auferidas das empreiteiras e fornecedores da Cidade. Até parece coisa de Geddel, mas há 15 anos o caso de Furnas Centrais Elétricas retém as investigações graças a outras celebridades do ramo. Se houve armadilha, foi contra os funcionários e os interesses da empresa. O "criminoso confesso", que é isso mesmo, não estava nessa. Mas o nome de Aécio Neves aparece ao lado de Eduardo Cunha, em duas apreciáveis condições: bloqueadores das investigações e principais denunciados pelos desvios. Aécio não se referiu ao caso em seu recente discurso de defesa no Senado. É, no entanto, um de seus nove inquéritos. Dois estão com Gilmar Mendes, uma garantia. Dos outros, não se sabe se por estarem na Lava afinal estarão também a Jato.
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Aviso de férias
O colunista está em férias.
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Os petralhas, como os pokémons, estão sendo pegos
Os petralhas, para o bem do Brasil, estão sendo pegos, como pokémons inimigos da civilidade. E não! Eles nunca foram do tipo Zubat ou Pidgey, que se capturam logo na primeira pokebola. Que nada! São bichos tinhosos. Estão mais para Dragonite, Blastoise e Charizard. Vejam quanto tempo demorou até que caíssem em desgraça. Ladrões de dinheiro público continuarão a existir em todos os partidos. Os operadores de caixa dois também. E é claro que crimes e criminosos têm de continuar a ser combatidos com severidade. Pokebola neles! Mas é preciso tomar cuidado para não cair presa de uma falácia. Nem todos os pokémons são iguais. E o jornalismo existe, entre outras razões, para tratar de modo diferente os diferentes. Já volto ao ponto. Há 15 anos, criei o vocábulo "petralha". Nasceu da fusão da sigla "PT" com a palavra "metralha", numa referência aos irmãos que viviam tentando roubar o Tio Patinhas. Um "petralha" é aquele que justifica o roubo de dinheiro público em nome de uma causa. E não me venham dizer que se trata de uma caricatura da esquerda, assim como "coxinha" é uma caricatura da direita! Um "coxinha" não é o ladrão do lado de cá. Não é um criminoso ou um justificador de crimes. Como se vê, a palavra antecede a chegada do PT ao governo federal. Com ela, eu designava aquela que eu entendia ser a prática dos petistas na Prefeitura de Santo André, então administrada por Celso Daniel, que foi assassinado. O "Washington Post" afirmou que o turista precisa saber o significado de seis palavras se quiser entender o Brasil contemporâneo. Fiquei contente. Uma delas é "petralha". As outras são "gourmetização", "jeitinho", "zoeira", "coxinha" e "crise". A minha criação já havia alcançado altitude maior como expressão de uma realidade reconhecível: a palavra integra o "Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa". O autor da obra, Luiz Antonio Sacconi, diga-se, sofreu retaliações por isso. Teve seu dicionário e seu minidicionário rejeitados pelo MEC dos... petralhas! O jornal americano não foi muito feliz ao tentar explicar o significado da palavra. Misturou alhos com bugalhos. Os barbudos, os maconheiros e até os estudantes de sociologia fariam parte de tal comunidade. Eu jamais disse isso. Até porque nunca entendi a associação entre drogas e esquerda. Fui vermelho um dia. Tínhamos um desprezo solene por viciados. O que mudou? Talvez isso se deva ao fato de os esquerdistas terem passado a consumir mais maconha e menos Marx, o que, quero crer, não colabora para a qualidade do marxismo que praticam nem para a gostosura da viagem. Sempre achei curioso esse esforço para transformar fumaça em categoria de pensamento. Mas deixo essas digressões para outros baratos. Tentarei não desperdiçar a minha pokebola. Não basta ser ladrão para ser petralha, embora o petralha seja um ladrão. Não basta fazer caixa dois para ser petralha, embora um petralha faça caixa dois. Não basta cobrar propina para ser petralha, embora um petralha cobre propina. Um petralha torna o vício uma precondição da virtude. Um petralha transforma o crime numa teoria de poder. Um petralha usa o assalto ao cofre como ato preparatório do assalto à institucionalidade. Nós matamos os petralhas como horizonte utópico. Agora começa a luta. Facebook
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Os petralhas, como os pokémons, estão sendo pegosOs petralhas, para o bem do Brasil, estão sendo pegos, como pokémons inimigos da civilidade. E não! Eles nunca foram do tipo Zubat ou Pidgey, que se capturam logo na primeira pokebola. Que nada! São bichos tinhosos. Estão mais para Dragonite, Blastoise e Charizard. Vejam quanto tempo demorou até que caíssem em desgraça. Ladrões de dinheiro público continuarão a existir em todos os partidos. Os operadores de caixa dois também. E é claro que crimes e criminosos têm de continuar a ser combatidos com severidade. Pokebola neles! Mas é preciso tomar cuidado para não cair presa de uma falácia. Nem todos os pokémons são iguais. E o jornalismo existe, entre outras razões, para tratar de modo diferente os diferentes. Já volto ao ponto. Há 15 anos, criei o vocábulo "petralha". Nasceu da fusão da sigla "PT" com a palavra "metralha", numa referência aos irmãos que viviam tentando roubar o Tio Patinhas. Um "petralha" é aquele que justifica o roubo de dinheiro público em nome de uma causa. E não me venham dizer que se trata de uma caricatura da esquerda, assim como "coxinha" é uma caricatura da direita! Um "coxinha" não é o ladrão do lado de cá. Não é um criminoso ou um justificador de crimes. Como se vê, a palavra antecede a chegada do PT ao governo federal. Com ela, eu designava aquela que eu entendia ser a prática dos petistas na Prefeitura de Santo André, então administrada por Celso Daniel, que foi assassinado. O "Washington Post" afirmou que o turista precisa saber o significado de seis palavras se quiser entender o Brasil contemporâneo. Fiquei contente. Uma delas é "petralha". As outras são "gourmetização", "jeitinho", "zoeira", "coxinha" e "crise". A minha criação já havia alcançado altitude maior como expressão de uma realidade reconhecível: a palavra integra o "Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa". O autor da obra, Luiz Antonio Sacconi, diga-se, sofreu retaliações por isso. Teve seu dicionário e seu minidicionário rejeitados pelo MEC dos... petralhas! O jornal americano não foi muito feliz ao tentar explicar o significado da palavra. Misturou alhos com bugalhos. Os barbudos, os maconheiros e até os estudantes de sociologia fariam parte de tal comunidade. Eu jamais disse isso. Até porque nunca entendi a associação entre drogas e esquerda. Fui vermelho um dia. Tínhamos um desprezo solene por viciados. O que mudou? Talvez isso se deva ao fato de os esquerdistas terem passado a consumir mais maconha e menos Marx, o que, quero crer, não colabora para a qualidade do marxismo que praticam nem para a gostosura da viagem. Sempre achei curioso esse esforço para transformar fumaça em categoria de pensamento. Mas deixo essas digressões para outros baratos. Tentarei não desperdiçar a minha pokebola. Não basta ser ladrão para ser petralha, embora o petralha seja um ladrão. Não basta fazer caixa dois para ser petralha, embora um petralha faça caixa dois. Não basta cobrar propina para ser petralha, embora um petralha cobre propina. Um petralha torna o vício uma precondição da virtude. Um petralha transforma o crime numa teoria de poder. Um petralha usa o assalto ao cofre como ato preparatório do assalto à institucionalidade. Nós matamos os petralhas como horizonte utópico. Agora começa a luta. Facebook
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30 anos
A última semana foi especialmente difícil para o PT. Mais um tesoureiro petista foi preso e, demonstrando de novo a ausência de fronteiras entre o governo e o partido, surgiu outra séria denúncia de que agora até mesmo a CGU teria sido usada para atrasar investigações de interesse do país, porque poderiam ter criado constrangimentos para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Também, mais uma vez, ministros de Estado se transformaram em porta-vozes do partido, e não do governo, ao fazer aquilo que o PT costuma fazer quando quer ignorar a realidade: investir na desinformação. No caso, na tentativa de relativizar as irregularidades cometidas pela administração federal apontadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Nenhum desses temas mereceu a devida atenção do ex-porta-voz do governo petista André Singer, ilustre colunista desta Folha, que preferiu dedicar a sua última coluna a criticar o que seria, na sua opinião, o meu posicionamento frente à tese do impeachment, que tem mobilizado corações e mentes por todo o país. Nada mais natural que alguém tão ligado ao PT discorde das minhas posições, mas me surpreendeu a forma simplista com que fatos extremamente graves foram tratados. Nos últimos tempos a ideia de impeachment ganhou forte impulso na sociedade. No front do PT, a estratégia autoritária é clara: buscar qualquer argumento para tentar questionar a legitimidade da tese, interditar e desqualificar esse debate. Para isso estimulam o raciocínio segundo o qual impeachment é golpe, tentando constranger milhões de democratas indignados com o que está ocorrendo no país. Nesse debate, em pontos extremos, de um lado está o PT tachando de golpistas os que cobram providências. De outro, estão aqueles que veem no impeachment um valor absoluto. Defendem a tese a priori e buscam no dia a dia argumentos para sustentá-la. A verdade é que existe uma referência central que precisa nortear toda essa discussão: a do respeito à ordem democrática. Para ser solução legítima, o impeachment precisa ser o final de um caminho percorrido com rigor, respeito à realidade e à legalidade. O papel das oposições neste momento é não se acovardar. É exigir investigações. É garantir as condições para que o debate democrático ocorra. E, nesse debate, sempre respeitando a Constituição, nenhuma palavra é proibida. * Amanhã, nossa memória histórica e coletiva visita os 30 anos da morte de Tancredo Neves. Um brasileiro que sempre defendeu o que é essencial: a democracia. E sempre teve coragem de fazer o que precisava ser feito. Eu nunca me esqueço disso.
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30 anosA última semana foi especialmente difícil para o PT. Mais um tesoureiro petista foi preso e, demonstrando de novo a ausência de fronteiras entre o governo e o partido, surgiu outra séria denúncia de que agora até mesmo a CGU teria sido usada para atrasar investigações de interesse do país, porque poderiam ter criado constrangimentos para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Também, mais uma vez, ministros de Estado se transformaram em porta-vozes do partido, e não do governo, ao fazer aquilo que o PT costuma fazer quando quer ignorar a realidade: investir na desinformação. No caso, na tentativa de relativizar as irregularidades cometidas pela administração federal apontadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Nenhum desses temas mereceu a devida atenção do ex-porta-voz do governo petista André Singer, ilustre colunista desta Folha, que preferiu dedicar a sua última coluna a criticar o que seria, na sua opinião, o meu posicionamento frente à tese do impeachment, que tem mobilizado corações e mentes por todo o país. Nada mais natural que alguém tão ligado ao PT discorde das minhas posições, mas me surpreendeu a forma simplista com que fatos extremamente graves foram tratados. Nos últimos tempos a ideia de impeachment ganhou forte impulso na sociedade. No front do PT, a estratégia autoritária é clara: buscar qualquer argumento para tentar questionar a legitimidade da tese, interditar e desqualificar esse debate. Para isso estimulam o raciocínio segundo o qual impeachment é golpe, tentando constranger milhões de democratas indignados com o que está ocorrendo no país. Nesse debate, em pontos extremos, de um lado está o PT tachando de golpistas os que cobram providências. De outro, estão aqueles que veem no impeachment um valor absoluto. Defendem a tese a priori e buscam no dia a dia argumentos para sustentá-la. A verdade é que existe uma referência central que precisa nortear toda essa discussão: a do respeito à ordem democrática. Para ser solução legítima, o impeachment precisa ser o final de um caminho percorrido com rigor, respeito à realidade e à legalidade. O papel das oposições neste momento é não se acovardar. É exigir investigações. É garantir as condições para que o debate democrático ocorra. E, nesse debate, sempre respeitando a Constituição, nenhuma palavra é proibida. * Amanhã, nossa memória histórica e coletiva visita os 30 anos da morte de Tancredo Neves. Um brasileiro que sempre defendeu o que é essencial: a democracia. E sempre teve coragem de fazer o que precisava ser feito. Eu nunca me esqueço disso.
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Pastor é suspeito de matar duas mulheres a pedradas na Bahia
O pastor evangélico Edmar dos Santos Brito está sendo procurado pela polícia da Bahia sob suspeita de ter matado duas mulheres a golpes de pedra na noite desta terça-feira (19), em Vitória da Conquista, sudoeste do Estado. As vítimas são a pastora Marcilene Oliveira Sampaio, 38, e a prima dela, Ana Cristina Santos Sampaio, 37, que é de São Paulo e estava na Bahia para um casamento. Marcilene era professora universitária no campus da Uneb (Universidade Estadual da Bahia) de Brumado, cidade vizinha a Vitória da Conquista, e bastante conhecida no meio acadêmico. O duplo homicídio ocorreu por motivo de vingança contra a pastora, segundo informou o delegado Marcus Vinícius de Morais, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (20). Marcilene e o marido dela, o também pastor Carlos Eduardo de Souza, 50, estavam à frente de uma igreja junto com Edmar, mas acabaram saindo e abrindo outro templo religioso, levando com eles vários fiéis. Por causa disso, o casal de pastores e Edmar passaram a ter discussões constantes, mas nunca havia ocorrido ameaça de morte. Atualmente, Edmar não tinha igreja certa e fazia pregações avulsas, pelas quais cobrava. Ele era muito conhecido no sudoeste da Bahia, de acordo com a polícia. O crime ocorreu por volta das 23h, quando Carlos Eduardo, Marcilene e Ana Cristina seguiam para casa, depois de terem participado de um culto evangélico. O casal, que morava num sítio próximo a Vitória da Conquista, foi perseguido, segundo a polícia, por Edmar e mais dois comparsas, o ex-pastor Fábio de Jesus Santos, 34, e Adriano Silva dos Santos, 36, que atuava de forma ilegal como segurança. "O plano deles era seguir Carlos Eduardo e Marcilene até em casa e matá-los", contou o delegado. Na volta para casa, a picape L200 de Carlos Eduardo teve um problema. O pastor parou na estrada, momento em que os ocupantes do veículo foram abordados por Edmar e os comparsas. O pastor Carlos Eduardo foi colocado no veículo usado pelo trio, um Versa, e as mulheres foram mortas a golpes de pedra dados por Edmar, segundo relataram Fábio e Adriano em depoimento à polícia e em entrevista à imprensa. FUGA Após as mulheres serem mortas, o pastor Edmar e Fábio entraram no veículo usado no crime junto com Carlos Eduardo, que passou a sofrer uma série de espancamentos. O rosto da vítima ficou ensanguentado. Os criminosos seguiam com ele de volta para Vitória da Conquista, quando a vítima tomou o volante e provocou um acidente com outro carro, que trafegava na direção oposta. Edmar aproveitou para fugir. Fábio também deixou o local, mas foi localizado pela polícia momentos depois. Carlos Eduardo procurou ajuda com as pessoas que estavam no outro carro. Ele recebeu atendimentos médico e já está em casa. Já Adriano, o outro comparsa, seguiu com a picape para uma área rural para tentar esconder o veículo. Ele foi preso na manhã desta quarta-feira, e a picape, recuperada. A polícia informou que já possui elementos para pedir a prisão preventiva de Edmar, que não possui advogado constituído, assim como Adriano e Fábio.
cotidiano
Pastor é suspeito de matar duas mulheres a pedradas na BahiaO pastor evangélico Edmar dos Santos Brito está sendo procurado pela polícia da Bahia sob suspeita de ter matado duas mulheres a golpes de pedra na noite desta terça-feira (19), em Vitória da Conquista, sudoeste do Estado. As vítimas são a pastora Marcilene Oliveira Sampaio, 38, e a prima dela, Ana Cristina Santos Sampaio, 37, que é de São Paulo e estava na Bahia para um casamento. Marcilene era professora universitária no campus da Uneb (Universidade Estadual da Bahia) de Brumado, cidade vizinha a Vitória da Conquista, e bastante conhecida no meio acadêmico. O duplo homicídio ocorreu por motivo de vingança contra a pastora, segundo informou o delegado Marcus Vinícius de Morais, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (20). Marcilene e o marido dela, o também pastor Carlos Eduardo de Souza, 50, estavam à frente de uma igreja junto com Edmar, mas acabaram saindo e abrindo outro templo religioso, levando com eles vários fiéis. Por causa disso, o casal de pastores e Edmar passaram a ter discussões constantes, mas nunca havia ocorrido ameaça de morte. Atualmente, Edmar não tinha igreja certa e fazia pregações avulsas, pelas quais cobrava. Ele era muito conhecido no sudoeste da Bahia, de acordo com a polícia. O crime ocorreu por volta das 23h, quando Carlos Eduardo, Marcilene e Ana Cristina seguiam para casa, depois de terem participado de um culto evangélico. O casal, que morava num sítio próximo a Vitória da Conquista, foi perseguido, segundo a polícia, por Edmar e mais dois comparsas, o ex-pastor Fábio de Jesus Santos, 34, e Adriano Silva dos Santos, 36, que atuava de forma ilegal como segurança. "O plano deles era seguir Carlos Eduardo e Marcilene até em casa e matá-los", contou o delegado. Na volta para casa, a picape L200 de Carlos Eduardo teve um problema. O pastor parou na estrada, momento em que os ocupantes do veículo foram abordados por Edmar e os comparsas. O pastor Carlos Eduardo foi colocado no veículo usado pelo trio, um Versa, e as mulheres foram mortas a golpes de pedra dados por Edmar, segundo relataram Fábio e Adriano em depoimento à polícia e em entrevista à imprensa. FUGA Após as mulheres serem mortas, o pastor Edmar e Fábio entraram no veículo usado no crime junto com Carlos Eduardo, que passou a sofrer uma série de espancamentos. O rosto da vítima ficou ensanguentado. Os criminosos seguiam com ele de volta para Vitória da Conquista, quando a vítima tomou o volante e provocou um acidente com outro carro, que trafegava na direção oposta. Edmar aproveitou para fugir. Fábio também deixou o local, mas foi localizado pela polícia momentos depois. Carlos Eduardo procurou ajuda com as pessoas que estavam no outro carro. Ele recebeu atendimentos médico e já está em casa. Já Adriano, o outro comparsa, seguiu com a picape para uma área rural para tentar esconder o veículo. Ele foi preso na manhã desta quarta-feira, e a picape, recuperada. A polícia informou que já possui elementos para pedir a prisão preventiva de Edmar, que não possui advogado constituído, assim como Adriano e Fábio.
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Trump diz que poderá tomar decisão rápida sobre novo chefe para o FBI
O presidente americano, Donald Trump, disse neste sábado (13) que agirá rapidamente para designar um novo diretor do FBI, após a controversa demissão de James Comey, que ainda gera críticas em Washington. O governo de Trump –envolvido em uma controvérsia que aumentou com a demissão súbita e suas diferentes explicações sobre suas razões– entrevistará os quatro primeiros candidatos para o posto neste sábado. "Podemos tomar uma decisão rápida", disse Trump aos repórteres a bordo do avião presidencial Air Force One. A Casa Branca não fixou um prazo para o processo de substituir Comey. Trump descreveu os candidatos que são considerados para o posto como "gente de destaque", "muito conhecida" e "do mais alto nível". Neste sábado, o procurador-geral Jeff Sessions e seu adjunto Rod Rosenstein entrevistarão o diretor interino do FBI, Andrew McCabe, o senador (republicano) do Texas John Cornyn, o ex-procurador federal Michael Garcia e a ex-procuradora geral adjunta Alice Fisher, indicou o jornal "The New York Times", citando fontes próximas às reuniões. A designação de um novo diretor do FBI que seja independente da Casa Branca será esquadrinhada enquanto Trump enfrenta uma avalanche de críticas por demitir Comey, que estava encarregado de uma investigação criminal sobre os possíveis laços de sua equipe de campanha com a Rússia. CANDIDATOS McCabe, que fez carreira como agente no FBI, participou de muitas investigações de alto nível, incluindo a dos atentados na maratona de Boston em 2013 e o ataque contra o consulado americano em Benghazi, na Líbia, em 2012. Nesta semana, McCabe contradisse Trump, ao declarar a senadores que Comey tinha grande apoio dentro das fileiras do FBI, e que o caso da suposta interferência russa nas eleições americanas era uma "investigação altamente significativa". Cornyn, o número dois do Partido Republicano no Senado, foi procurador-geral do Texas antes de ser eleito senador, em 2002. Garcia foi número dois do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário e procurador-geral sob o ex-presidente George W. Bush. Fisher liderou a divisão criminal da procuradoria-geral sob Bush. Outros candidatos são o ex-delegado da polícia de Nova York Raymond Kelly, a ex-senadora republicana Kelly Ayotte e o legislador da Carolina do Sul Trey Gowdy, um ex-procurador geral que liderou a investigação do ataque em Benghazi na Câmara de Representantes. O designado por Trump deve ser confirmado pelo Senado, onde os democratas e alguns republicanos criticaram a demissão de Comey.
mundo
Trump diz que poderá tomar decisão rápida sobre novo chefe para o FBIO presidente americano, Donald Trump, disse neste sábado (13) que agirá rapidamente para designar um novo diretor do FBI, após a controversa demissão de James Comey, que ainda gera críticas em Washington. O governo de Trump –envolvido em uma controvérsia que aumentou com a demissão súbita e suas diferentes explicações sobre suas razões– entrevistará os quatro primeiros candidatos para o posto neste sábado. "Podemos tomar uma decisão rápida", disse Trump aos repórteres a bordo do avião presidencial Air Force One. A Casa Branca não fixou um prazo para o processo de substituir Comey. Trump descreveu os candidatos que são considerados para o posto como "gente de destaque", "muito conhecida" e "do mais alto nível". Neste sábado, o procurador-geral Jeff Sessions e seu adjunto Rod Rosenstein entrevistarão o diretor interino do FBI, Andrew McCabe, o senador (republicano) do Texas John Cornyn, o ex-procurador federal Michael Garcia e a ex-procuradora geral adjunta Alice Fisher, indicou o jornal "The New York Times", citando fontes próximas às reuniões. A designação de um novo diretor do FBI que seja independente da Casa Branca será esquadrinhada enquanto Trump enfrenta uma avalanche de críticas por demitir Comey, que estava encarregado de uma investigação criminal sobre os possíveis laços de sua equipe de campanha com a Rússia. CANDIDATOS McCabe, que fez carreira como agente no FBI, participou de muitas investigações de alto nível, incluindo a dos atentados na maratona de Boston em 2013 e o ataque contra o consulado americano em Benghazi, na Líbia, em 2012. Nesta semana, McCabe contradisse Trump, ao declarar a senadores que Comey tinha grande apoio dentro das fileiras do FBI, e que o caso da suposta interferência russa nas eleições americanas era uma "investigação altamente significativa". Cornyn, o número dois do Partido Republicano no Senado, foi procurador-geral do Texas antes de ser eleito senador, em 2002. Garcia foi número dois do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário e procurador-geral sob o ex-presidente George W. Bush. Fisher liderou a divisão criminal da procuradoria-geral sob Bush. Outros candidatos são o ex-delegado da polícia de Nova York Raymond Kelly, a ex-senadora republicana Kelly Ayotte e o legislador da Carolina do Sul Trey Gowdy, um ex-procurador geral que liderou a investigação do ataque em Benghazi na Câmara de Representantes. O designado por Trump deve ser confirmado pelo Senado, onde os democratas e alguns republicanos criticaram a demissão de Comey.
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Belo Monte vira realidade, mas caos na cidade da usina está longe do fim
A chegada de Belo Monte a Altamira (PA) era para ter revolucionado a cidade, segundo o discurso do governo e dos empreendedores. As vésperas do acionamento da primeira turbina da usina, o caos no dia a dia da região, inclusive no rio Xingu, está longe de acabar. Por causa do impacto socioambiental causado pela obra, um gigante de concreto erguido na Amazônia, uma série de ações socioambientais deveria ter sido concluída antes do início do funcionamento das máquinas. O que se vê nas ruas é a aflição no dia a dia de quem se desligou do emprego em Belo Monte, mas continua na região, as obras viárias e de saneamento inacabadas e os ribeirinhos longe do rio onde eles sempre viveram. Além dos índices de violência, como o número de roubos, que também estão em alta. Até agora, a empresa Norte Energia, responsável pela megaobra, investiu mais de R$ 3 bilhões em ações socioambientais. Mesmo com o dinheiro injetado, os problemas se multiplicam. O drama de Antoniel Mourão Pires é um deles. Aos 37 anos, morador do Maranhão, ele mudou com a mulher e duas crianças para Altamira em agosto de 2013. Veio trabalhar como motorista de veículos pesados na obra."Minha perspectiva era vir e construir um sonho e terminar minha casa lá em São Luís, mas nem consegui começar. Chegamos aqui e a realidade era outra". Desempregado desde dezembro e sem vontade de voltar para a terra natal, o motorista está sufocado pelo aluguel em Altamira. O custo de vida na cidade subiu devido ao dinheiro que circulou no local nos últimos cinco anos. Quase 30 mil empregados chegaram para erguer a megabarragem. Mas, agora, com a saída de grande parte deles, o problema deve ser inverso. A economia local começa a murchar, o que é fácil de perceber no comércio. A reportagem encontrou Pires em um loteamento de moradia popular invadido, para onde ele pretendia mudar e se livrar do aluguel. Outras seis pessoas da invasão, de um total de 60 famílias, são desempregados da usina de Belo Monte. A família do motorista continua na casa alugada no centro da cidade. "Mas tem dia que não dá para comer direito", diz Pires, que para sobreviver está se desfazendo dos bens adquiridos na época que estava no trabalho. O que mulher ganha como vendedora serve só para pagar o aluguel. Na fila do desemprego, perto do escritório do consórcio que está fazendo Belo Monte, boatos de que novas contratações vão começar trazem dezenas de pessoas todos os dias. Muitos dormem ali mesmo, no chão ou em redes, a semana toda. "Trabalhei 1 ano e 6 meses na obra. No ano passado resolvi voltar para Pinheiro [MA] e levantar minha casinha. O que me trouxe aqui é a precisão, porque o dinheiro acabou", diz João Silva. Além dos que vieram de fora, os moradores de Altamira também estão expostos por causa da crônica falta de saneamento básico da cidade. O esgoto ainda acaba indo, em parte, para o rio Xingu. No início deste mês, o Ministério Público Federal de Altamira pediu a suspensão emergencial do barramento do rio, porque o esgoto tenderia a ficar acumulado na orla em frente da cidade. Apesar de a empresa Norte Energia ter construído as redes coletoras e as estações de tratamento, não foi feito a ligação final para os imóveis. Depois de um impasse entre o poder público local e a empresa responsável por Belo Monte, as ligações, assumidas pela Norte Energia, deverão ficar prontas em setembro, segundo o grupo.
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Belo Monte vira realidade, mas caos na cidade da usina está longe do fimA chegada de Belo Monte a Altamira (PA) era para ter revolucionado a cidade, segundo o discurso do governo e dos empreendedores. As vésperas do acionamento da primeira turbina da usina, o caos no dia a dia da região, inclusive no rio Xingu, está longe de acabar. Por causa do impacto socioambiental causado pela obra, um gigante de concreto erguido na Amazônia, uma série de ações socioambientais deveria ter sido concluída antes do início do funcionamento das máquinas. O que se vê nas ruas é a aflição no dia a dia de quem se desligou do emprego em Belo Monte, mas continua na região, as obras viárias e de saneamento inacabadas e os ribeirinhos longe do rio onde eles sempre viveram. Além dos índices de violência, como o número de roubos, que também estão em alta. Até agora, a empresa Norte Energia, responsável pela megaobra, investiu mais de R$ 3 bilhões em ações socioambientais. Mesmo com o dinheiro injetado, os problemas se multiplicam. O drama de Antoniel Mourão Pires é um deles. Aos 37 anos, morador do Maranhão, ele mudou com a mulher e duas crianças para Altamira em agosto de 2013. Veio trabalhar como motorista de veículos pesados na obra."Minha perspectiva era vir e construir um sonho e terminar minha casa lá em São Luís, mas nem consegui começar. Chegamos aqui e a realidade era outra". Desempregado desde dezembro e sem vontade de voltar para a terra natal, o motorista está sufocado pelo aluguel em Altamira. O custo de vida na cidade subiu devido ao dinheiro que circulou no local nos últimos cinco anos. Quase 30 mil empregados chegaram para erguer a megabarragem. Mas, agora, com a saída de grande parte deles, o problema deve ser inverso. A economia local começa a murchar, o que é fácil de perceber no comércio. A reportagem encontrou Pires em um loteamento de moradia popular invadido, para onde ele pretendia mudar e se livrar do aluguel. Outras seis pessoas da invasão, de um total de 60 famílias, são desempregados da usina de Belo Monte. A família do motorista continua na casa alugada no centro da cidade. "Mas tem dia que não dá para comer direito", diz Pires, que para sobreviver está se desfazendo dos bens adquiridos na época que estava no trabalho. O que mulher ganha como vendedora serve só para pagar o aluguel. Na fila do desemprego, perto do escritório do consórcio que está fazendo Belo Monte, boatos de que novas contratações vão começar trazem dezenas de pessoas todos os dias. Muitos dormem ali mesmo, no chão ou em redes, a semana toda. "Trabalhei 1 ano e 6 meses na obra. No ano passado resolvi voltar para Pinheiro [MA] e levantar minha casinha. O que me trouxe aqui é a precisão, porque o dinheiro acabou", diz João Silva. Além dos que vieram de fora, os moradores de Altamira também estão expostos por causa da crônica falta de saneamento básico da cidade. O esgoto ainda acaba indo, em parte, para o rio Xingu. No início deste mês, o Ministério Público Federal de Altamira pediu a suspensão emergencial do barramento do rio, porque o esgoto tenderia a ficar acumulado na orla em frente da cidade. Apesar de a empresa Norte Energia ter construído as redes coletoras e as estações de tratamento, não foi feito a ligação final para os imóveis. Depois de um impasse entre o poder público local e a empresa responsável por Belo Monte, as ligações, assumidas pela Norte Energia, deverão ficar prontas em setembro, segundo o grupo.
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Caixa-preta do avião da EgyptAir aponta tentativa de apagar fogo
Informações recuperadas de uma das caixas-preta do avião da EgyptAir que caiu no Mediterrâneo em maio, com 66 passageiros a bordo, indicam uma tentativa de apagar um incêndio antes do sumiço da aeronave, segundo fontes da comissão que investiga o acidente. As causas exatas do acidente, no entanto, ainda não foram determinadas e todas as possibilidades são investigadas, disse a fonte à Reuters. A informação foi extraída da caixa-preta que registra os dados de voz da cabine do avião. A aeronave desapareceu quando fazia a rota entre Paris e o Cairo, em boas condições meteorológicas. Uma das primeiras hipóteses levantadas foi a de terrorismo, apesar de nenhum grupo ter reivindicado a autoria pela queda do avião. Avião desaparecido Origem dos passageiros Uma sequência de mensagens automáticas enviadas pela aeronave, no entanto, apontaram para a presença de fumaça na cabine, o que indicou a possibilidade de fogo no avião, acidental ou não. No mês passado, as autoridades conseguiram recuperar as duas caixas-preta do Airbus A320, uma dela com registros de voz da cabine dos pilotos e a outra com dados do voo.
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Caixa-preta do avião da EgyptAir aponta tentativa de apagar fogoInformações recuperadas de uma das caixas-preta do avião da EgyptAir que caiu no Mediterrâneo em maio, com 66 passageiros a bordo, indicam uma tentativa de apagar um incêndio antes do sumiço da aeronave, segundo fontes da comissão que investiga o acidente. As causas exatas do acidente, no entanto, ainda não foram determinadas e todas as possibilidades são investigadas, disse a fonte à Reuters. A informação foi extraída da caixa-preta que registra os dados de voz da cabine do avião. A aeronave desapareceu quando fazia a rota entre Paris e o Cairo, em boas condições meteorológicas. Uma das primeiras hipóteses levantadas foi a de terrorismo, apesar de nenhum grupo ter reivindicado a autoria pela queda do avião. Avião desaparecido Origem dos passageiros Uma sequência de mensagens automáticas enviadas pela aeronave, no entanto, apontaram para a presença de fumaça na cabine, o que indicou a possibilidade de fogo no avião, acidental ou não. No mês passado, as autoridades conseguiram recuperar as duas caixas-preta do Airbus A320, uma dela com registros de voz da cabine dos pilotos e a outra com dados do voo.
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'Um limite entre nós' entrelaça bem drama doméstico e racial
UM LIMITE ENTRE NÓS ELENCO: Denzel Washington, Viola Davis, Jovan Adepo PRODUÇÃO: EUA, 2016, 12 anos DIREÇÃO: Denzel Washington Veja salas e horários de exibição. * Há algo em comum entre os melhores filmes adaptados de peças: eles não tentam disfarçar sua origem teatral. De "Uma Rua Chamada Pecado" (1951), de Elia Kazan, até "Possuídos" (1998), de William Friedkin, de "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" (1966), de Mike Nichols, a "A Pele de Vênus" (2013), de Roman Polanski, nenhum esconde de onde veio. "Um Limite Entre Nós" pode não estar nessa mesma liga. Mas tem igual orgulho de exalar o cheiro do tablado. O filme baseia-se na peça "Fences" (1983), de August Wilson, e conta a história do coletor de lixo Troy (Denzel Washington), ex-presidiário e ex-jogador de beisebol, na Pittsburgh dos anos 1950. Troy queria ter jogado na liga principal de beisebol, então vedada a negros. No presente, seu filho caçula é convidado para um teste em um time de futebol americano. O conflito se instala quando Troy proíbe o filho de ir ao teste, alegando que ele não terá chances por ser negro. Mas sua mulher, a dedicada Rose (Viola Davis), se coloca contra a decisão. O filme é uma mistura muito hábil de drama racial e doméstico, mostrando como as feridas causadas pelo racismo dividiram não apenas uma nação como também muitas famílias negras. O título original, "Fences" (cercas), remete a essas barreiras erguidas para proteger, mas que também isolam. Ao levar a peça para o cinema, o diretor e protagonista Denzel Washington poderia ter adotado os recursos básicos para tornar "cinematográfica" uma obra teatral. Para começar, cortar diálogo, transformar palavra em ação. Denzel preferiu preservar o caudaloso texto de Wilson, manter os longos monólogos, em um filme de 2 horas e 19 minutos de duração. Poderia ter inventado outras locações, transferido cenas de lugar, mas quis manter 90% da ação na casa de Troy. Poderia ter chamado atores diferentes dos da versão teatral, para criar uma novidade. Preferiu seguir como protagonista, ao lado de Davis –mesma dupla da premiada montagem de 2010. Todas as decisões se revelam acertadas. Há uma cena ou outra de maior carga simbólica (como o monólogo do protagonista com a morte e, sobretudo, a última sequência) que fogem do tom naturalista ao qual nos habituamos na tela e soam artificiais. Mas, de resto, "Um Limite Entre Nós" entrega aquilo que promete: um dueto entre dois virtuoses para interpretar uma grande obra (e muitos momentos para brilhar em solos). Como um encontro dos pianistas Martha Argerich e Nelson Freire para tocar a "Suíte no 2" de Rachmaninoff. Com algum cinismo, pode-se interpretar essa soma de virtuosismo como a pavimentação de uma estrada segura para o Oscar (uma estratégia eficaz, vide a estatueta dada a Davis como atriz coadjuvante e as indicações para filme, ator e roteiro adaptado). Mas também pode-se relaxar e fruir o trabalho excepcional de atores que conseguem revelar as intenções por trás de cada palavra e de cada gesto, tocando sempre as notas certas de emoção.
ilustrada
'Um limite entre nós' entrelaça bem drama doméstico e racialUM LIMITE ENTRE NÓS ELENCO: Denzel Washington, Viola Davis, Jovan Adepo PRODUÇÃO: EUA, 2016, 12 anos DIREÇÃO: Denzel Washington Veja salas e horários de exibição. * Há algo em comum entre os melhores filmes adaptados de peças: eles não tentam disfarçar sua origem teatral. De "Uma Rua Chamada Pecado" (1951), de Elia Kazan, até "Possuídos" (1998), de William Friedkin, de "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" (1966), de Mike Nichols, a "A Pele de Vênus" (2013), de Roman Polanski, nenhum esconde de onde veio. "Um Limite Entre Nós" pode não estar nessa mesma liga. Mas tem igual orgulho de exalar o cheiro do tablado. O filme baseia-se na peça "Fences" (1983), de August Wilson, e conta a história do coletor de lixo Troy (Denzel Washington), ex-presidiário e ex-jogador de beisebol, na Pittsburgh dos anos 1950. Troy queria ter jogado na liga principal de beisebol, então vedada a negros. No presente, seu filho caçula é convidado para um teste em um time de futebol americano. O conflito se instala quando Troy proíbe o filho de ir ao teste, alegando que ele não terá chances por ser negro. Mas sua mulher, a dedicada Rose (Viola Davis), se coloca contra a decisão. O filme é uma mistura muito hábil de drama racial e doméstico, mostrando como as feridas causadas pelo racismo dividiram não apenas uma nação como também muitas famílias negras. O título original, "Fences" (cercas), remete a essas barreiras erguidas para proteger, mas que também isolam. Ao levar a peça para o cinema, o diretor e protagonista Denzel Washington poderia ter adotado os recursos básicos para tornar "cinematográfica" uma obra teatral. Para começar, cortar diálogo, transformar palavra em ação. Denzel preferiu preservar o caudaloso texto de Wilson, manter os longos monólogos, em um filme de 2 horas e 19 minutos de duração. Poderia ter inventado outras locações, transferido cenas de lugar, mas quis manter 90% da ação na casa de Troy. Poderia ter chamado atores diferentes dos da versão teatral, para criar uma novidade. Preferiu seguir como protagonista, ao lado de Davis –mesma dupla da premiada montagem de 2010. Todas as decisões se revelam acertadas. Há uma cena ou outra de maior carga simbólica (como o monólogo do protagonista com a morte e, sobretudo, a última sequência) que fogem do tom naturalista ao qual nos habituamos na tela e soam artificiais. Mas, de resto, "Um Limite Entre Nós" entrega aquilo que promete: um dueto entre dois virtuoses para interpretar uma grande obra (e muitos momentos para brilhar em solos). Como um encontro dos pianistas Martha Argerich e Nelson Freire para tocar a "Suíte no 2" de Rachmaninoff. Com algum cinismo, pode-se interpretar essa soma de virtuosismo como a pavimentação de uma estrada segura para o Oscar (uma estratégia eficaz, vide a estatueta dada a Davis como atriz coadjuvante e as indicações para filme, ator e roteiro adaptado). Mas também pode-se relaxar e fruir o trabalho excepcional de atores que conseguem revelar as intenções por trás de cada palavra e de cada gesto, tocando sempre as notas certas de emoção.
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Chegada do maior avião do mundo leva 'turistas' a Campinas
O Antonov 225, maior avião do mundo em atividade, pousou por volta das 11h desta segunda-feira (14) no aeroporto Internacional de Campinas (SP). A chegada da aeronave causou aglomeração de curiosos no entorno do aeroporto. Houve quem estacionasse o carro no acostamento da rodovia Santos Dumont, ao lado da cabeceira da pista, o que é irregular. Outros, como estudante Gabriel Gonçalves, 16, arrumou um espaço em uma rua cheia de lama, ao lado da pista do aeroporto para assistir ao pouso. "O pouso estava previsto para as 10h30. Mas eu estava com medo de não achar um lugar para ver, então cheguei às 7h", conta Gabriel, que viajou desde Judiaí (a 40km até Viracopos). vídeo O administrador Augusto Santos, 34, que mora em São Carlos (a cerca de 90km de Viracopos), saiu de casa às 6h só para ver o Antonov. "Pra quem gosta de aviação, é um momento histórico. Foi assim que aproveitei minha emenda de feriado". A passagem do Antonov por Campinas é a primeira parada da aeronave no país para a missão de carregar um transformador produzido pela ABB, em Guarulhos, até o Chile. As dimensões do transformador foram desenhadas para que a peça pudesse ser transportada no Antonov. Em Campinas, a aeronave será equipada com um suporte especial que servirá para sustentar o transformador. De Campinas, às 22h30, o Antonov vai até o aeroporto de Guarulhos. A previsão da chegada é às 23h. A aterrissagem será transmitida ao vivo pela concessionária do aeroporto. Em Guarulhos, a operação de carregamento durará a madrugada inteira. A decolagem do Antonov está prevista após as 6h. SONHO O único exemplar do Antonov Mriya 225 foi construído entre 1984 e 1988, como parte do programa espacial soviético. O objetivo é que ele pudesse transportar o ônibus espacial soviético até sua base de lançamento. Com seu tamanho descomunal, muitos projetistas duvidaram que o avião conseguiria sair do chão. Por isso, foi apelidado de Mirya, ou sonho em russo. Com a queda da União Soviética, no entanto, o avião ficou encostado. Em 2000, a fabricante do Antonov, com sede na Ucrânia, resolveu reformar a aeronave. O projeto era o de transformar o modelo no maior cargueiro comercial do mundo. Entre os desafios estava o de obter certificações internacionais, questão desnecessária enquanto o avião operava apenas na União Soviética. A única passagem do Antonov pelo país havia sido em 2010, para transporte de peças para a Petrobras.
cotidiano
Chegada do maior avião do mundo leva 'turistas' a CampinasO Antonov 225, maior avião do mundo em atividade, pousou por volta das 11h desta segunda-feira (14) no aeroporto Internacional de Campinas (SP). A chegada da aeronave causou aglomeração de curiosos no entorno do aeroporto. Houve quem estacionasse o carro no acostamento da rodovia Santos Dumont, ao lado da cabeceira da pista, o que é irregular. Outros, como estudante Gabriel Gonçalves, 16, arrumou um espaço em uma rua cheia de lama, ao lado da pista do aeroporto para assistir ao pouso. "O pouso estava previsto para as 10h30. Mas eu estava com medo de não achar um lugar para ver, então cheguei às 7h", conta Gabriel, que viajou desde Judiaí (a 40km até Viracopos). vídeo O administrador Augusto Santos, 34, que mora em São Carlos (a cerca de 90km de Viracopos), saiu de casa às 6h só para ver o Antonov. "Pra quem gosta de aviação, é um momento histórico. Foi assim que aproveitei minha emenda de feriado". A passagem do Antonov por Campinas é a primeira parada da aeronave no país para a missão de carregar um transformador produzido pela ABB, em Guarulhos, até o Chile. As dimensões do transformador foram desenhadas para que a peça pudesse ser transportada no Antonov. Em Campinas, a aeronave será equipada com um suporte especial que servirá para sustentar o transformador. De Campinas, às 22h30, o Antonov vai até o aeroporto de Guarulhos. A previsão da chegada é às 23h. A aterrissagem será transmitida ao vivo pela concessionária do aeroporto. Em Guarulhos, a operação de carregamento durará a madrugada inteira. A decolagem do Antonov está prevista após as 6h. SONHO O único exemplar do Antonov Mriya 225 foi construído entre 1984 e 1988, como parte do programa espacial soviético. O objetivo é que ele pudesse transportar o ônibus espacial soviético até sua base de lançamento. Com seu tamanho descomunal, muitos projetistas duvidaram que o avião conseguiria sair do chão. Por isso, foi apelidado de Mirya, ou sonho em russo. Com a queda da União Soviética, no entanto, o avião ficou encostado. Em 2000, a fabricante do Antonov, com sede na Ucrânia, resolveu reformar a aeronave. O projeto era o de transformar o modelo no maior cargueiro comercial do mundo. Entre os desafios estava o de obter certificações internacionais, questão desnecessária enquanto o avião operava apenas na União Soviética. A única passagem do Antonov pelo país havia sido em 2010, para transporte de peças para a Petrobras.
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Associação Nacional de Jornais elege nova diretoria
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) elegeu em Brasília nesta quinta-feira (18) a nova direção da entidade. O jornalista gaúcho Marcelo Rech, 56, vice-presidente editorial do grupo RBS, vai assumir a presidência da associação por um período de dois anos. Ele substitui Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, diretor-geral da Rede Gazeta, do Espírito Santo, que esteve à frente da entidade por dois mandatos a partir de 2012. A posse de Rech ocorrerá em setembro, em data ainda não definida. Ele já foi repórter, editor-chefe e diretor de Redação do jornal gaúcho "Zero Hora". Também em setembro, a ANJ vai entregar o prêmio de Liberdade de Imprensa de 2016 ao jornal "Gazeta do Povo" e aos jornalistas da publicação responsáveis por reportagens sobre salários no Judiciário e no Ministério Público do Paraná. Fundada em 1979, a ANJ possui hoje 115 jornais associados de todo o país.
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Associação Nacional de Jornais elege nova diretoriaA ANJ (Associação Nacional de Jornais) elegeu em Brasília nesta quinta-feira (18) a nova direção da entidade. O jornalista gaúcho Marcelo Rech, 56, vice-presidente editorial do grupo RBS, vai assumir a presidência da associação por um período de dois anos. Ele substitui Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, diretor-geral da Rede Gazeta, do Espírito Santo, que esteve à frente da entidade por dois mandatos a partir de 2012. A posse de Rech ocorrerá em setembro, em data ainda não definida. Ele já foi repórter, editor-chefe e diretor de Redação do jornal gaúcho "Zero Hora". Também em setembro, a ANJ vai entregar o prêmio de Liberdade de Imprensa de 2016 ao jornal "Gazeta do Povo" e aos jornalistas da publicação responsáveis por reportagens sobre salários no Judiciário e no Ministério Público do Paraná. Fundada em 1979, a ANJ possui hoje 115 jornais associados de todo o país.
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Para Armínio Fraga, 'uma guinada populista levará tudo para o brejo'
A economia brasileira só voltará a crescer com vigor quando houver clareza sobre as forças políticas que vão liderar o próximo governo, afirma o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. "Se a mudança imprimida na direção da política econômica for mantida, consolida uma coisa muito boa", diz. "Mas pode acontecer o contrário, uma guinada populista, e ir tudo para o brejo." O economista, que dirigiu o Banco Central de 1999 a 2002, no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), recebeu a Folha na tarde de quarta-feira (2), o dia em que o presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu barrar a denúncia criminal apresentada contra ele na Câmara dos Deputados. Fraga não expressa entusiasmo pelo governo Temer, revela desencanto com o PSDB e o senador Aécio Neves, o candidato para quem trabalhou nas eleições de 2014, e diz temer que a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de 2018 elimine qualquer chance de um debate consistente sobre os rumos do país. * Folha - Os mercados parecem calmos hoje, apesar das incertezas na política e das dificuldades na economia. Por quê? Armínio Fraga - Há gente nervosa, mas ninguém em pânico. As condições externas são favoráveis. O dinheiro está queimando na mão das pessoas lá fora, com juro muito baixo. O Brasil continua com juro alto, apesar da queda recente, o que atrai capital. Além disso, existe a percepção, a meu ver bastante correta, de que as instituições do país estão funcionando. E o balanço de pagamentos também deu uma guinada enorme, o que dá certo conforto. Apesar da confusão, o governo vem conseguindo manter viva alguma margem para a aprovação de reformas. Provavelmente, o que o mercado embute nas expectativas hoje é um 2018 tranquilo. Mas tenho receio de esse quase consenso não ser tão firme assim. O que pode desencadear a tempestade é a política? A política e as eleições. Existe a expectativa de que uma solução seria algo ao centro, antipolítica, vindo de fora. Fala-se na ideia de procurar alguém como [o presidente francês, Emmanuel] Macron. Mas é certo que, mesmo que surja alguém sem o histórico difícil que muitos do mundo político têm, não vai acontecer no Brasil uma guinada tão grande na composição do Congresso. O Brasil velho continuará lá, superbem representado, o que vai dificultar. Dificultar o quê? O trabalho de quem quer que venha a ser eleito. Mesmo se o Brasil evitar os extremos no espectro de candidatos, será necessário que o próximo governo tenha um alto grau de competência e mobilização, muito pouco plausível. O que assustaria o mercado? Se [o próximo governo] não vier com algo muito bem fundamentado na gestão da economia, pode trazer um problema enorme. A dívida pública, mesmo com todas essas reformas aprovadas, o que não é certo que aconteça, vai estar na Lua, indo para 95% do PIB. Ninguém parece muito preocupado com isso hoje em dia. Não sei por quê. Não é algo que permita qualquer grau de displicência ou tranquilidade. Vejam o que está acontecendo com o investimento. Está abaixo de 14% do PIB. A gente tinha que estar investindo o dobro disso para crescer, porque nossas carências são enormes. A calmaria dá ao Brasil tempo, mas só isso. Até acho que vem uma recuperação por aí, com a queda dos juros e certa tranquilidade que vem desde o impeachment de Dilma [Rousseff]. Com certeza a saída dela ajudou muito. Mas não será aquela recuperação espetacular enquanto não houver clareza em relação ao que vem por aí. A crise política e a recessão prolongada estimularão candidaturas de perfil populista? Um discurso de honestidade e segurança irá muito longe. Na área econômica, a base do discurso de todos deverá ser colocar a economia nos trilhos. Todos sempre dizem que tudo é possível, ninguém faz as contas e a vida segue. Nossos governos estão muito fragilizados do ponto de vista financeiro. O Estado do Rio vive situação dramática, e vários outros estão muito mal. A fragilidade financeira limitará o próximo presidente? Quem chegar terá que tomar medidas emergenciais e rever muita coisa. A Previdência que ser rediscutida, e existem muitas outras questões ligadas ao tamanho e à qualidade do Estado. Tudo isso com o Congresso ainda em boa parte com a cabeça do Brasil velho, que deu errado. A estratégia [do atual governo] de promover um ajuste fiscal gradual é pragmática. Provavelmente acharam que era o que dava para fazer, mas ela só posterga o desafio. Não devemos ter medo. Um ajuste bem-feito, radical, provavelmente aumentaria nossa capacidade de crescer. Daria muito mais espaço para o Banco Central baixar os juros e alongaria os horizontes, destravaria muito o investimento. Os gargalos existentes em áreas como a infraestrutura podem travar a recuperação? Eles existem, mas também podem atrair investimento. Arrisco dizer que, num país arrumado, o crescimento teria como locomotiva o investimento. Esse tipo de pressão seria um luxo comparado com o que vemos hoje. Qual a vantagem de estar cortando juros porque o país está em depressão? Não adianta nada. A revisão da meta fiscal deste ano causará dano à credibilidade da equipe econômica? Estamos pagando o preço de várias coisas, dos aumentos salariais do início do governo Temer. Sempre defendi que o trabalho maior fosse feito pelo lado do gasto, mas não tem jeito. Infelizmente, vamos ter que aumentar os impostos. No curto prazo, é inevitável e desejável que se faça isso, em razão dos riscos com o aumento da dívida. O impacto da Operação Lava Jato sobre grandes empresas como a Odebrecht a JBS para impor um novo padrão de relacionamento entre o poder econômico e o Estado? Vai ficar mais difícil voltar ao que havia, mas a tentação sempre existirá. Boa parte do empresariado esteve na cama com vários governos, especialmente esses mais recentes. Por serem mais centralizadores, levaram esse jogo a um patamar nunca visto antes. Acredito que revelações e punições daqui para a frente funcionarão como um freio. É um boa consequência dessa tragédia. Mas tem que tirar do outro lado o espaço discricionário que permitiu ao governo fazer do Estado um balcão. O sr. ficou surpreso com os diálogos de Joesley Batista com o senador Aécio Neves ? Fiquei chateado. Entendo que a política exija negociações variadas, que há uma disputa por recursos do orçamento e tudo mais, mas ali havia muitos aspectos do Brasil velho. Foi desagradável. Na campanha presidencial de 2014, eu estava animado com a possibilidade de trabalhar com Aécio. Acho que teria sido um bom presidente, mas esse lado mais extremo eu não enxergava. É uma tristeza. Como a visita secreta de Joesley ao presidente, na calada da noite. Temer chegou [ao poder] com uma boa agenda. Foi parceiro preferencial do PT na roubalheira e na destruição da economia, mas teve o mérito de parar com aquilo e apresentar uma proposta [de reformas]. Foi uma grande surpresa. Depois ficou claro que seus vínculos com o Brasil velho eram muito fortes. Há risco de retrocesso? Se a mudança na direção da política econômica for mantida, consolida uma coisa muito boa. Pode acontecer o contrário, uma guinada populista e ir tudo para o brejo. E o PSDB? Não tenho muito entusiasmo pelo que estou vendo. O PSDB está se enrolando todo. Vai acabar perdendo a chance. O que espera do debate na campanha eleitoral de 2018? Se Lula for candidato, vai voltar ao mesmo padrão de mentiras e promessas de antes. Ele declarou outro dia que nunca o Brasil precisou tanto do PT quanto hoje. Para quê? Para quebrar de novo? Para enriquecer todos esses que estão aí mamando há tanto tempo? Acho que a campanha vai ser de baixíssimo nível. Se a discussão não for boa, quem vier depois não terá legitimidade para tomar as medidas necessárias. Fica a ideia de que o Brasil tem apenas duas opções: ser feliz, ou tomar medidas amargas. Isso dificulta a solução da falência generalizada que se aproxima. Quando penso nos oito anos do governo Fernando Henrique [1995-2002], mesmo o início do governo Lula, que foi uma surpresa positiva, acho que foi um sonho. O normal não é aquilo, é o que está aí agora. O medo é que aquilo tenha sido só um acidente.
mercado
Para Armínio Fraga, 'uma guinada populista levará tudo para o brejo'A economia brasileira só voltará a crescer com vigor quando houver clareza sobre as forças políticas que vão liderar o próximo governo, afirma o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. "Se a mudança imprimida na direção da política econômica for mantida, consolida uma coisa muito boa", diz. "Mas pode acontecer o contrário, uma guinada populista, e ir tudo para o brejo." O economista, que dirigiu o Banco Central de 1999 a 2002, no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), recebeu a Folha na tarde de quarta-feira (2), o dia em que o presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu barrar a denúncia criminal apresentada contra ele na Câmara dos Deputados. Fraga não expressa entusiasmo pelo governo Temer, revela desencanto com o PSDB e o senador Aécio Neves, o candidato para quem trabalhou nas eleições de 2014, e diz temer que a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de 2018 elimine qualquer chance de um debate consistente sobre os rumos do país. * Folha - Os mercados parecem calmos hoje, apesar das incertezas na política e das dificuldades na economia. Por quê? Armínio Fraga - Há gente nervosa, mas ninguém em pânico. As condições externas são favoráveis. O dinheiro está queimando na mão das pessoas lá fora, com juro muito baixo. O Brasil continua com juro alto, apesar da queda recente, o que atrai capital. Além disso, existe a percepção, a meu ver bastante correta, de que as instituições do país estão funcionando. E o balanço de pagamentos também deu uma guinada enorme, o que dá certo conforto. Apesar da confusão, o governo vem conseguindo manter viva alguma margem para a aprovação de reformas. Provavelmente, o que o mercado embute nas expectativas hoje é um 2018 tranquilo. Mas tenho receio de esse quase consenso não ser tão firme assim. O que pode desencadear a tempestade é a política? A política e as eleições. Existe a expectativa de que uma solução seria algo ao centro, antipolítica, vindo de fora. Fala-se na ideia de procurar alguém como [o presidente francês, Emmanuel] Macron. Mas é certo que, mesmo que surja alguém sem o histórico difícil que muitos do mundo político têm, não vai acontecer no Brasil uma guinada tão grande na composição do Congresso. O Brasil velho continuará lá, superbem representado, o que vai dificultar. Dificultar o quê? O trabalho de quem quer que venha a ser eleito. Mesmo se o Brasil evitar os extremos no espectro de candidatos, será necessário que o próximo governo tenha um alto grau de competência e mobilização, muito pouco plausível. O que assustaria o mercado? Se [o próximo governo] não vier com algo muito bem fundamentado na gestão da economia, pode trazer um problema enorme. A dívida pública, mesmo com todas essas reformas aprovadas, o que não é certo que aconteça, vai estar na Lua, indo para 95% do PIB. Ninguém parece muito preocupado com isso hoje em dia. Não sei por quê. Não é algo que permita qualquer grau de displicência ou tranquilidade. Vejam o que está acontecendo com o investimento. Está abaixo de 14% do PIB. A gente tinha que estar investindo o dobro disso para crescer, porque nossas carências são enormes. A calmaria dá ao Brasil tempo, mas só isso. Até acho que vem uma recuperação por aí, com a queda dos juros e certa tranquilidade que vem desde o impeachment de Dilma [Rousseff]. Com certeza a saída dela ajudou muito. Mas não será aquela recuperação espetacular enquanto não houver clareza em relação ao que vem por aí. A crise política e a recessão prolongada estimularão candidaturas de perfil populista? Um discurso de honestidade e segurança irá muito longe. Na área econômica, a base do discurso de todos deverá ser colocar a economia nos trilhos. Todos sempre dizem que tudo é possível, ninguém faz as contas e a vida segue. Nossos governos estão muito fragilizados do ponto de vista financeiro. O Estado do Rio vive situação dramática, e vários outros estão muito mal. A fragilidade financeira limitará o próximo presidente? Quem chegar terá que tomar medidas emergenciais e rever muita coisa. A Previdência que ser rediscutida, e existem muitas outras questões ligadas ao tamanho e à qualidade do Estado. Tudo isso com o Congresso ainda em boa parte com a cabeça do Brasil velho, que deu errado. A estratégia [do atual governo] de promover um ajuste fiscal gradual é pragmática. Provavelmente acharam que era o que dava para fazer, mas ela só posterga o desafio. Não devemos ter medo. Um ajuste bem-feito, radical, provavelmente aumentaria nossa capacidade de crescer. Daria muito mais espaço para o Banco Central baixar os juros e alongaria os horizontes, destravaria muito o investimento. Os gargalos existentes em áreas como a infraestrutura podem travar a recuperação? Eles existem, mas também podem atrair investimento. Arrisco dizer que, num país arrumado, o crescimento teria como locomotiva o investimento. Esse tipo de pressão seria um luxo comparado com o que vemos hoje. Qual a vantagem de estar cortando juros porque o país está em depressão? Não adianta nada. A revisão da meta fiscal deste ano causará dano à credibilidade da equipe econômica? Estamos pagando o preço de várias coisas, dos aumentos salariais do início do governo Temer. Sempre defendi que o trabalho maior fosse feito pelo lado do gasto, mas não tem jeito. Infelizmente, vamos ter que aumentar os impostos. No curto prazo, é inevitável e desejável que se faça isso, em razão dos riscos com o aumento da dívida. O impacto da Operação Lava Jato sobre grandes empresas como a Odebrecht a JBS para impor um novo padrão de relacionamento entre o poder econômico e o Estado? Vai ficar mais difícil voltar ao que havia, mas a tentação sempre existirá. Boa parte do empresariado esteve na cama com vários governos, especialmente esses mais recentes. Por serem mais centralizadores, levaram esse jogo a um patamar nunca visto antes. Acredito que revelações e punições daqui para a frente funcionarão como um freio. É um boa consequência dessa tragédia. Mas tem que tirar do outro lado o espaço discricionário que permitiu ao governo fazer do Estado um balcão. O sr. ficou surpreso com os diálogos de Joesley Batista com o senador Aécio Neves ? Fiquei chateado. Entendo que a política exija negociações variadas, que há uma disputa por recursos do orçamento e tudo mais, mas ali havia muitos aspectos do Brasil velho. Foi desagradável. Na campanha presidencial de 2014, eu estava animado com a possibilidade de trabalhar com Aécio. Acho que teria sido um bom presidente, mas esse lado mais extremo eu não enxergava. É uma tristeza. Como a visita secreta de Joesley ao presidente, na calada da noite. Temer chegou [ao poder] com uma boa agenda. Foi parceiro preferencial do PT na roubalheira e na destruição da economia, mas teve o mérito de parar com aquilo e apresentar uma proposta [de reformas]. Foi uma grande surpresa. Depois ficou claro que seus vínculos com o Brasil velho eram muito fortes. Há risco de retrocesso? Se a mudança na direção da política econômica for mantida, consolida uma coisa muito boa. Pode acontecer o contrário, uma guinada populista e ir tudo para o brejo. E o PSDB? Não tenho muito entusiasmo pelo que estou vendo. O PSDB está se enrolando todo. Vai acabar perdendo a chance. O que espera do debate na campanha eleitoral de 2018? Se Lula for candidato, vai voltar ao mesmo padrão de mentiras e promessas de antes. Ele declarou outro dia que nunca o Brasil precisou tanto do PT quanto hoje. Para quê? Para quebrar de novo? Para enriquecer todos esses que estão aí mamando há tanto tempo? Acho que a campanha vai ser de baixíssimo nível. Se a discussão não for boa, quem vier depois não terá legitimidade para tomar as medidas necessárias. Fica a ideia de que o Brasil tem apenas duas opções: ser feliz, ou tomar medidas amargas. Isso dificulta a solução da falência generalizada que se aproxima. Quando penso nos oito anos do governo Fernando Henrique [1995-2002], mesmo o início do governo Lula, que foi uma surpresa positiva, acho que foi um sonho. O normal não é aquilo, é o que está aí agora. O medo é que aquilo tenha sido só um acidente.
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Anvisa suspende propaganda de suplemento com fosfoetanolamina
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta terça-feira (21) propagandas de dois suplementos feitos à base de fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer", por alegarem propriedades terapêuticas e funcionais não comprovadas –o que é proibido no Brasil. A medida atinge os produtos "Phospho 2-AEP imune system", da marca New Life, e "Phospho Ethanolamine", da marca Quality Medical Line, que é produzida pelo laboratório Federico Diaz. Ambos os produtos vinham sendo anunciados como suplementos alimentares por meio de propagandas nas páginas das duas marcas no Facebook. A Anvisa, porém, afirma que é proibida a divulgação de propriedades terapêuticas para estes produtos -o que dava a entender parte dos anúncios. "Ou seja, seu fabricante não pode alegar que cura uma determinada doença no seu rótulo, na sua caixa ou na sua propaganda", explica a agência, em nota. Ainda de acordo com a Anvisa, "propagandas nas redes sociais que induzam o consumidor a crer que a fosfoetanolamina, como suplemento, combata o câncer –ou qualquer outra doença– e atribuam propriedades funcionais e/ou de saúde são irregulares". Nova pílula do câncer SUPLEMENTO A decisão, publicada no Diário Oficial da União, abre um novo capítulo no debate em relação ao uso e oferta no Brasil da fosfoetanolamina, substância ainda em fase de testes. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a distribuição da droga no país. Desde o início deste mês, no entanto, o produto "Phospho Ethanolamine"vem sendo anunciado no Brasil como suplemento alimentar por dois cientistas que pesquisavam a substância na USP e que, nos últimos meses, se separaram desse grupo inicial de investigação. A ideia, assim, era lançá-lo não mais como um possível remédio, mas como suplemento alimentar –uma forma de acelerar o acesso à substância no país. Segundo os pesquisadores,o produto será fabricado nos Estados Unidos sob a supervisão do laboratório Federico Diaz e poderá ser importado a partir de março, de forma individual. Em geral, a importação de suplementos e remédios para uso individual não precisa da aprovação da Anvisa, desde que a quantidade não seja característica para venda. Se o suplemento for importado para ser vendido no Brasil, no entanto, é preciso o registro do produto, o que requer testes que comprovem suas propriedades. Já no caso das propagandas, a regra prevê que "qualquer informação ou propriedade funcional ou de saúde de um alimento veiculada, por qualquer meio de comunicação, não poderá ser diferente em seu significado daquela aprovada para constar em sua rotulagem". Segundo a Anvisa, as regras dos Estados Unidos também proíbem que suplementos alimentares tragam alegações terapêuticas. Inicialmente, nem a embalagem nem os cientistas responsáveis pelo suplemento citam diretamente benefícios para pacientes com câncer. A página do suplemento no Facebook, no entanto, chegou o anunciar o produto ao lado da foto de uma mulher careca com a frase "Não desista!". Questionada, a Anvisa não informou, porém, quantas e quais propagandas foram suspensas. Nesta terça, após a suspensão, a maior parte das imagens já haviam sido retiradas. Na última semana, um dos cientistas, Marcos Almeida, afirmou à Folha não tinha visto a foto da mulher careca e que a achava de mau gosto. "Foi um erro de marketing", afirmou. A Folha procurou representantes da marca Quality Medical Line comentar a suspensão das propagandas, mas não obteve resposta até o momento. Já a advogada Danielle Bordinhon, que defende no Brasil a New Life Health Company, afirma que a empresa está adequando as divulgações dos produtos em seus sites e redes sociais e irá cumprir todas as determinações das regras brasileiras. Ela afirma ainda que a composição do produto vendido pela empresa é diferente da fosfoetanolamina atualmente em fase de testes no Brasil, tendo uma quantidade menor da substância, informa. Segundo a Anvisa, a decisão ocorre como medida "acauteladora", o que indica que não há aplicação de possíveis penalidades imediatas. Os responsáveis terão o prazo de 60 dias para dar explicações e recorrer da suspensão. - Alegação Terapêutica Rota Alternativa - Década de 1990 A substância é sintetizada pelo pesquisador Gilberto Chierice e começa a ser distribuída para pacientes 10.jun.2014 Após a aposentadoria de Chierice, o Instituto de Química de São Carlos da USP publica portaria que impede a produção e distribuição de qualquer droga sem registro (caso da fosfo) out.2015 O Tribunal de Justiça de São Paulo barra liminares que pediam acesso à droga, mas volta atrás depois que o STF determina a entrega a paciente com câncer no RJ 13.out.2015 USP diz não ter condições de produzir a substância em larga escala, mas que tentará cumprir os mandados judiciais 8.mar.2016 Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que autoriza comercialização e uso da droga; o projeto seguiu para o Senado 22.mar.2016 Projeto de lei é também aprovado pelo Senado Federal 14.abr.2016 Dilma sanciona a lei, contrariando recomendação da Anvisa 19.mai.2016 STF vota liminar para derrubar a lei que permitia a fosfo
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Anvisa suspende propaganda de suplemento com fosfoetanolaminaA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta terça-feira (21) propagandas de dois suplementos feitos à base de fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer", por alegarem propriedades terapêuticas e funcionais não comprovadas –o que é proibido no Brasil. A medida atinge os produtos "Phospho 2-AEP imune system", da marca New Life, e "Phospho Ethanolamine", da marca Quality Medical Line, que é produzida pelo laboratório Federico Diaz. Ambos os produtos vinham sendo anunciados como suplementos alimentares por meio de propagandas nas páginas das duas marcas no Facebook. A Anvisa, porém, afirma que é proibida a divulgação de propriedades terapêuticas para estes produtos -o que dava a entender parte dos anúncios. "Ou seja, seu fabricante não pode alegar que cura uma determinada doença no seu rótulo, na sua caixa ou na sua propaganda", explica a agência, em nota. Ainda de acordo com a Anvisa, "propagandas nas redes sociais que induzam o consumidor a crer que a fosfoetanolamina, como suplemento, combata o câncer –ou qualquer outra doença– e atribuam propriedades funcionais e/ou de saúde são irregulares". Nova pílula do câncer SUPLEMENTO A decisão, publicada no Diário Oficial da União, abre um novo capítulo no debate em relação ao uso e oferta no Brasil da fosfoetanolamina, substância ainda em fase de testes. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a distribuição da droga no país. Desde o início deste mês, no entanto, o produto "Phospho Ethanolamine"vem sendo anunciado no Brasil como suplemento alimentar por dois cientistas que pesquisavam a substância na USP e que, nos últimos meses, se separaram desse grupo inicial de investigação. A ideia, assim, era lançá-lo não mais como um possível remédio, mas como suplemento alimentar –uma forma de acelerar o acesso à substância no país. Segundo os pesquisadores,o produto será fabricado nos Estados Unidos sob a supervisão do laboratório Federico Diaz e poderá ser importado a partir de março, de forma individual. Em geral, a importação de suplementos e remédios para uso individual não precisa da aprovação da Anvisa, desde que a quantidade não seja característica para venda. Se o suplemento for importado para ser vendido no Brasil, no entanto, é preciso o registro do produto, o que requer testes que comprovem suas propriedades. Já no caso das propagandas, a regra prevê que "qualquer informação ou propriedade funcional ou de saúde de um alimento veiculada, por qualquer meio de comunicação, não poderá ser diferente em seu significado daquela aprovada para constar em sua rotulagem". Segundo a Anvisa, as regras dos Estados Unidos também proíbem que suplementos alimentares tragam alegações terapêuticas. Inicialmente, nem a embalagem nem os cientistas responsáveis pelo suplemento citam diretamente benefícios para pacientes com câncer. A página do suplemento no Facebook, no entanto, chegou o anunciar o produto ao lado da foto de uma mulher careca com a frase "Não desista!". Questionada, a Anvisa não informou, porém, quantas e quais propagandas foram suspensas. Nesta terça, após a suspensão, a maior parte das imagens já haviam sido retiradas. Na última semana, um dos cientistas, Marcos Almeida, afirmou à Folha não tinha visto a foto da mulher careca e que a achava de mau gosto. "Foi um erro de marketing", afirmou. A Folha procurou representantes da marca Quality Medical Line comentar a suspensão das propagandas, mas não obteve resposta até o momento. Já a advogada Danielle Bordinhon, que defende no Brasil a New Life Health Company, afirma que a empresa está adequando as divulgações dos produtos em seus sites e redes sociais e irá cumprir todas as determinações das regras brasileiras. Ela afirma ainda que a composição do produto vendido pela empresa é diferente da fosfoetanolamina atualmente em fase de testes no Brasil, tendo uma quantidade menor da substância, informa. Segundo a Anvisa, a decisão ocorre como medida "acauteladora", o que indica que não há aplicação de possíveis penalidades imediatas. Os responsáveis terão o prazo de 60 dias para dar explicações e recorrer da suspensão. - Alegação Terapêutica Rota Alternativa - Década de 1990 A substância é sintetizada pelo pesquisador Gilberto Chierice e começa a ser distribuída para pacientes 10.jun.2014 Após a aposentadoria de Chierice, o Instituto de Química de São Carlos da USP publica portaria que impede a produção e distribuição de qualquer droga sem registro (caso da fosfo) out.2015 O Tribunal de Justiça de São Paulo barra liminares que pediam acesso à droga, mas volta atrás depois que o STF determina a entrega a paciente com câncer no RJ 13.out.2015 USP diz não ter condições de produzir a substância em larga escala, mas que tentará cumprir os mandados judiciais 8.mar.2016 Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que autoriza comercialização e uso da droga; o projeto seguiu para o Senado 22.mar.2016 Projeto de lei é também aprovado pelo Senado Federal 14.abr.2016 Dilma sanciona a lei, contrariando recomendação da Anvisa 19.mai.2016 STF vota liminar para derrubar a lei que permitia a fosfo
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Robô japonês Kirobo volta à Terra após 18 meses no espaço
O pequeno robô japonês Kirobo retornou à Terra, depois de 18 meses na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), anunciaram os responsáveis por esse programa, nesta quinta-feira. O androide, do tamanho de um chihuahua, partiu em agosto de 2013 rumo à ISS e participou, junto com os cientistas da estação, de vários experimentos para estudar a utilidade de um "robô de companhia" em situações de isolamento prolongado. Kirobo é capaz de conversar, de forma natural - explica seu principal inventor, o engenheiro Tomotaka Takahashi. O projeto é resultado da parceria entre a Universidade de Tóquio, a companhia Dentsu e o fabricante de automóveis Toyota. O robô "conviveu" com o astronauta Koichi Wakata no módulo japonês da ISS. A dupla foi acompanhada durante meses por crianças de escolas japonesas.
ciencia
Robô japonês Kirobo volta à Terra após 18 meses no espaçoO pequeno robô japonês Kirobo retornou à Terra, depois de 18 meses na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), anunciaram os responsáveis por esse programa, nesta quinta-feira. O androide, do tamanho de um chihuahua, partiu em agosto de 2013 rumo à ISS e participou, junto com os cientistas da estação, de vários experimentos para estudar a utilidade de um "robô de companhia" em situações de isolamento prolongado. Kirobo é capaz de conversar, de forma natural - explica seu principal inventor, o engenheiro Tomotaka Takahashi. O projeto é resultado da parceria entre a Universidade de Tóquio, a companhia Dentsu e o fabricante de automóveis Toyota. O robô "conviveu" com o astronauta Koichi Wakata no módulo japonês da ISS. A dupla foi acompanhada durante meses por crianças de escolas japonesas.
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Ministro admite mexer na Lei Piva para viabilizar novo fundo de fomento
O ministro do Esporte, George Hilton, disse no final da manhã desta sexta (23) que o projeto do fundo de fomento ao esporte olímpico poderá ser beneficiado por parte da verba da Lei Piva.  Depois de se reunir com presidentes de confederações esportivas, Hilton afirmou que o fundo seria financiado pela União, Estados e Municípios, além das loterias.  A Lei Piva foi sancionada em julho de 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e para o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro). Neste período, a lei já repassou mais de R$ 1 bilhão ao setor. "Vamos fazer uma grande discussão e ampliar os benefícios", disse o ministro, acrescentando que pretende concluir um diagnóstico do mundo olímpico até março. As confederações brasileiras olímpicas receberão em 2015 o total de R$ 117,7 milhões, destinados pela Lei Piva. De acordo com o ministro, a proposta do fundo pretende ajudar desde programas educacionais até o alto rendimento e será semelhante a lei de diretrizes da educação.  "Queremos uma legislação que permita a continuidade das ações do esporte depois da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos", acrescentou Hilton assumiu o ministério no início do mês admitindo não 'entender profundamente' sobre a área que comandará. Ele substituiu Aldo Rebelo, que foi para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Ligado à Igreja Universal, Hilton está na cota do PRB no governo de Dilma Rousseff e teve sua escolha criticada por atletas. Depois da reunião, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, elogiou o ministro e fez questão de defender a Lei Piva. "Tudo que ajude atletas, clubes e federações será bem vindo. Mas temos que conversar e discutir. O sucesso do esporte brasileiro é baseado na Lei Piva, que tem que ser seguido e aperfeiçoado. A lei é um exemplo de financiamento no esporte para o mundo", disse Nuzman, um dos principais articuladores pela criação da lei em 2001.
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Ministro admite mexer na Lei Piva para viabilizar novo fundo de fomentoO ministro do Esporte, George Hilton, disse no final da manhã desta sexta (23) que o projeto do fundo de fomento ao esporte olímpico poderá ser beneficiado por parte da verba da Lei Piva.  Depois de se reunir com presidentes de confederações esportivas, Hilton afirmou que o fundo seria financiado pela União, Estados e Municípios, além das loterias.  A Lei Piva foi sancionada em julho de 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e para o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro). Neste período, a lei já repassou mais de R$ 1 bilhão ao setor. "Vamos fazer uma grande discussão e ampliar os benefícios", disse o ministro, acrescentando que pretende concluir um diagnóstico do mundo olímpico até março. As confederações brasileiras olímpicas receberão em 2015 o total de R$ 117,7 milhões, destinados pela Lei Piva. De acordo com o ministro, a proposta do fundo pretende ajudar desde programas educacionais até o alto rendimento e será semelhante a lei de diretrizes da educação.  "Queremos uma legislação que permita a continuidade das ações do esporte depois da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos", acrescentou Hilton assumiu o ministério no início do mês admitindo não 'entender profundamente' sobre a área que comandará. Ele substituiu Aldo Rebelo, que foi para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Ligado à Igreja Universal, Hilton está na cota do PRB no governo de Dilma Rousseff e teve sua escolha criticada por atletas. Depois da reunião, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, elogiou o ministro e fez questão de defender a Lei Piva. "Tudo que ajude atletas, clubes e federações será bem vindo. Mas temos que conversar e discutir. O sucesso do esporte brasileiro é baseado na Lei Piva, que tem que ser seguido e aperfeiçoado. A lei é um exemplo de financiamento no esporte para o mundo", disse Nuzman, um dos principais articuladores pela criação da lei em 2001.
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Carlos Pereira: Democracia nos nossos ouvidos
É possível observar argumentos reticentes à possibilidade do impeachment da presidente da República. Não me refiro à resistência natural daqueles que são contrários ao impeachment por razões de alinhamento político-ideológico e que procuram se segurar em potenciais malfeitos cometidos por governos anteriores a fim de justificar atos de impunidade e desvios do presente. Tem sido comum escutar frases como "o que será do Brasil na mão do PMDB ocupando a presidência? Ruim com ela, pior com o Michel Temer", "ao contrário de Collor, o PT tem base social e vai resistir a um processo de impeachment", "a polarização desencadeada por um processo de impeachment traria riscos à democracia", "o PT vai se vitimizar sob a bandeira do 'golpismo' e os custos do impeachment serão enormes" e por aí vai. Quando não se pune adequadamente malfeitos e desvios de governantes, alimenta-se o sentimento disfuncional de "cinismo cívico". Esse sentimento de "vale-tudo" é devastador para as relações dos cidadãos com a política. Por outro lado, quando se pune adequadamente, como ocorrido no julgamento do mensalão, reforça-se a ideia de que as instituições de controle funcionam e que a sociedade não compactua com desvios éticos. Argumentos pragmáticos sobre as potenciais consequências negativas de impeachment não encontram respaldo empírico. Os efeitos do impeachment sobre a governança, qualidade da democracia e sobre a economia são efêmeros. Na realidade, não levam a crises debilitantes e proporcionam reequilíbrios no sistema político. No lugar de enfraquecer, a democracia se fortalece em novas bases quando os parâmetros da governabilidade são reequilibrados. Ao se responsabilizar atores políticos, portanto, ocorre um processo de retroalimentação da virtude sob vícios. Para a geração que nasceu na década de 1960, discutir e participar ativamente da política ou era coisa proibida ou restrito para poucos "irresponsáveis". Testemunhar, nos dias de hoje, o país engajado e a sociedade mais politizada, discutindo e se posicionando politicamente nas esquinas, nos bares, nas mídias sociais, na salas de aula é motivo de regozijo. Ver os vizinhos correrem às suas varandas e janelas a baterem panelas e, aos berros, gritarem "Fora, Dilma!" enquanto a presidente falava em cadeia nacional foi surpreendente. Da mesma forma, foi democrático ver, na sexta-feira, 13 de março, milhares de militantes com suas camisas vermelhas invadirem as ruas de várias cidades brasileiras em defesa do governo Dilma e de sonhos de um país mais inclusivo, igualitário e democrático. No domingo, 15 de março, também nos surpreendemos ao ver outros tantos milhares de cidadãos por todo o Brasil saírem às ruas vestindo verde e amarelo protestando contra a corrupção no governo Dilma. Muitos, inclusive, pedindo o impeachment da presidente. Sim, o país está muito dividido e extremamente polarizado. E daí? Será que isso traz algum risco à democracia? O mais surpreendente é que a resposta a essa pergunta é um sonoro não! Um não barulhento como as panelas soando às janelas; um não tão alto quanto os gritos em defesa e contrários ao governo. A democracia não se arrisca quando vai às ruas, a democracia não se coloca em perigo quando há divergência de opiniões, de projetos e de interpretações. A democracia se constrói no dissenso e no debate de ideias, no direito à oposição e na incerteza dos resultados. Aqueles que preferem o silêncio e que têm receios das suas consequências que se recolham aos seus sofás e reclamem do barulho que a democracia faz. CARLOS PEREIRA, 50, cientista político, é professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV. É coautor de "Beliefs, Leadership and Critical Transitions: Brazil 1964-2014", que será lançado em 2015 pela Princeton University Press * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Carlos Pereira: Democracia nos nossos ouvidosÉ possível observar argumentos reticentes à possibilidade do impeachment da presidente da República. Não me refiro à resistência natural daqueles que são contrários ao impeachment por razões de alinhamento político-ideológico e que procuram se segurar em potenciais malfeitos cometidos por governos anteriores a fim de justificar atos de impunidade e desvios do presente. Tem sido comum escutar frases como "o que será do Brasil na mão do PMDB ocupando a presidência? Ruim com ela, pior com o Michel Temer", "ao contrário de Collor, o PT tem base social e vai resistir a um processo de impeachment", "a polarização desencadeada por um processo de impeachment traria riscos à democracia", "o PT vai se vitimizar sob a bandeira do 'golpismo' e os custos do impeachment serão enormes" e por aí vai. Quando não se pune adequadamente malfeitos e desvios de governantes, alimenta-se o sentimento disfuncional de "cinismo cívico". Esse sentimento de "vale-tudo" é devastador para as relações dos cidadãos com a política. Por outro lado, quando se pune adequadamente, como ocorrido no julgamento do mensalão, reforça-se a ideia de que as instituições de controle funcionam e que a sociedade não compactua com desvios éticos. Argumentos pragmáticos sobre as potenciais consequências negativas de impeachment não encontram respaldo empírico. Os efeitos do impeachment sobre a governança, qualidade da democracia e sobre a economia são efêmeros. Na realidade, não levam a crises debilitantes e proporcionam reequilíbrios no sistema político. No lugar de enfraquecer, a democracia se fortalece em novas bases quando os parâmetros da governabilidade são reequilibrados. Ao se responsabilizar atores políticos, portanto, ocorre um processo de retroalimentação da virtude sob vícios. Para a geração que nasceu na década de 1960, discutir e participar ativamente da política ou era coisa proibida ou restrito para poucos "irresponsáveis". Testemunhar, nos dias de hoje, o país engajado e a sociedade mais politizada, discutindo e se posicionando politicamente nas esquinas, nos bares, nas mídias sociais, na salas de aula é motivo de regozijo. Ver os vizinhos correrem às suas varandas e janelas a baterem panelas e, aos berros, gritarem "Fora, Dilma!" enquanto a presidente falava em cadeia nacional foi surpreendente. Da mesma forma, foi democrático ver, na sexta-feira, 13 de março, milhares de militantes com suas camisas vermelhas invadirem as ruas de várias cidades brasileiras em defesa do governo Dilma e de sonhos de um país mais inclusivo, igualitário e democrático. No domingo, 15 de março, também nos surpreendemos ao ver outros tantos milhares de cidadãos por todo o Brasil saírem às ruas vestindo verde e amarelo protestando contra a corrupção no governo Dilma. Muitos, inclusive, pedindo o impeachment da presidente. Sim, o país está muito dividido e extremamente polarizado. E daí? Será que isso traz algum risco à democracia? O mais surpreendente é que a resposta a essa pergunta é um sonoro não! Um não barulhento como as panelas soando às janelas; um não tão alto quanto os gritos em defesa e contrários ao governo. A democracia não se arrisca quando vai às ruas, a democracia não se coloca em perigo quando há divergência de opiniões, de projetos e de interpretações. A democracia se constrói no dissenso e no debate de ideias, no direito à oposição e na incerteza dos resultados. Aqueles que preferem o silêncio e que têm receios das suas consequências que se recolham aos seus sofás e reclamem do barulho que a democracia faz. CARLOS PEREIRA, 50, cientista político, é professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV. É coautor de "Beliefs, Leadership and Critical Transitions: Brazil 1964-2014", que será lançado em 2015 pela Princeton University Press * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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STF deve decidir quando doação empresarial fica proibida, diz Gilmar
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (21) que o julgamento que proibiu as doações de empresas para campanhas eleitorais e partidos ainda não foi concluído. Segundo o ministro, o tribunal ainda precisa discutir a chamada modulação de efeitos, ou seja, estabelecer a partir de quando uma decisão seria aplicada. A proclamação do resultado do julgamento, no entanto, deixa claro que a decisão aplica-se às eleições de 2016. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, já disse que o caso está encerrado. Mendes argumentou que, como não houve quorum mínimo de oito ministros para decidir sobre a modulação, os efeitos do julgamento não estão claros. Entre os oito ministros que votaram pela inconstitucionalidade do financiamento empresarial, dois votaram contra a modulação. "O fato é que não se encerrou quanto a questão da modulação de efeitos. Precisamos de oito votos nesse sentido. E nós não tínhamos, não foi porque eu saí ou deixei de sair [ do plenário],é que nós não tínhamos oito votos no plenário", disse o ministro. "É preciso que haja uma modulação, uma votação que limite os efeitos a partir de agora, que é o que se está propondo, ou em algum momento no futuro. Isso precisa de oito votos. Isso tem sido a prática, de modo que tribunal tem que seguir. Já fizemos isso em outros casos. Não é bom o tribunal constitucional descumprir a lei que baliza suas decisões", completou. Gilmar Mendes também discorda da tese de que o julgamento impediria automaticamente que o Congresso votasse uma nova Proposta de Emenda à Constituição para permitir doações de empresas porque a decisão teria sido tomada com base em premissas de cláusula pétrea da Constituição, aquelas que não podem ser alteradas pelos congressistas. Lewandowski e o ministro Marco Aurélio Mello já manifestaram esse entendimento. Segundo o ministro, isso ainda terá que ser examinado, mas, a princípio, há espaço para que o Legislativo discuta a questão. "A rigor, o tribunal, por fundamentos diversos, julgou que era inconstitucional. Não parece que isso se trate de Cláusula Pétrea, mas isso precisa ser examinado", disse. "Isso [doação de empresas] é um tema passível de ser disciplinado na legislação. Tem que vir do Congresso, ser devidamente discutido. No mundo todo esse é um tema que em geral não está disciplinado na Constituição, isso é construído a partir das próprias experiências, passa por muitas alterações, em função dos episódios que ocorrem, corrupção eleitoral e todos os desvios", reforçou o ministro. "GOLPE PETISTA" Em relação ao embate com os petistas e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) por causa do julgamento, o ministro disse que "esse assunto já está encerrado, já respondi a todas as manifestações", disse. Durante seu voto, Gilmar Mendes afirmou que o PT envolveu a OAB numa conspiração em defesa do financiamento público para se perpetuar no poder após ser beneficiado com o esquema de corrupção da Petrobras. O julgamento do Supremo deve ser usado pela presidente Dilma Rousseff para vetar lei aprovada pelo Congresso na semana passada que permite doações de empresas para partidos até o limite de R$ 20 milhões. Em meio à crise política, Dilma é pressionada por aliados a dar aval ao texto. Um possível veto à medida pode complicar ainda mais a relação dela com o Congresso. A petista tem até o dia 30 para avaliar o projeto. Se não vetar, a norma será questionada no STF e ministros ouvidos pela Folha dizem que o texto do projeto da Câmara será considerado inconstitucional. Atualmente, a lei permite a doação de empresas e fixa o limite em até 2% do faturamento bruto do ano anterior ao da eleição. Nas eleições de 2014, mais de 70% do arrecadado pelos partidos e candidatos veio de empresas. Os ministros do Supremo decidiram ainda que fica mantida a atual previsão para que pessoas físicas possam fazer doações para campanhas até o limite de 10% dos rendimentos.
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STF deve decidir quando doação empresarial fica proibida, diz GilmarO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (21) que o julgamento que proibiu as doações de empresas para campanhas eleitorais e partidos ainda não foi concluído. Segundo o ministro, o tribunal ainda precisa discutir a chamada modulação de efeitos, ou seja, estabelecer a partir de quando uma decisão seria aplicada. A proclamação do resultado do julgamento, no entanto, deixa claro que a decisão aplica-se às eleições de 2016. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, já disse que o caso está encerrado. Mendes argumentou que, como não houve quorum mínimo de oito ministros para decidir sobre a modulação, os efeitos do julgamento não estão claros. Entre os oito ministros que votaram pela inconstitucionalidade do financiamento empresarial, dois votaram contra a modulação. "O fato é que não se encerrou quanto a questão da modulação de efeitos. Precisamos de oito votos nesse sentido. E nós não tínhamos, não foi porque eu saí ou deixei de sair [ do plenário],é que nós não tínhamos oito votos no plenário", disse o ministro. "É preciso que haja uma modulação, uma votação que limite os efeitos a partir de agora, que é o que se está propondo, ou em algum momento no futuro. Isso precisa de oito votos. Isso tem sido a prática, de modo que tribunal tem que seguir. Já fizemos isso em outros casos. Não é bom o tribunal constitucional descumprir a lei que baliza suas decisões", completou. Gilmar Mendes também discorda da tese de que o julgamento impediria automaticamente que o Congresso votasse uma nova Proposta de Emenda à Constituição para permitir doações de empresas porque a decisão teria sido tomada com base em premissas de cláusula pétrea da Constituição, aquelas que não podem ser alteradas pelos congressistas. Lewandowski e o ministro Marco Aurélio Mello já manifestaram esse entendimento. Segundo o ministro, isso ainda terá que ser examinado, mas, a princípio, há espaço para que o Legislativo discuta a questão. "A rigor, o tribunal, por fundamentos diversos, julgou que era inconstitucional. Não parece que isso se trate de Cláusula Pétrea, mas isso precisa ser examinado", disse. "Isso [doação de empresas] é um tema passível de ser disciplinado na legislação. Tem que vir do Congresso, ser devidamente discutido. No mundo todo esse é um tema que em geral não está disciplinado na Constituição, isso é construído a partir das próprias experiências, passa por muitas alterações, em função dos episódios que ocorrem, corrupção eleitoral e todos os desvios", reforçou o ministro. "GOLPE PETISTA" Em relação ao embate com os petistas e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) por causa do julgamento, o ministro disse que "esse assunto já está encerrado, já respondi a todas as manifestações", disse. Durante seu voto, Gilmar Mendes afirmou que o PT envolveu a OAB numa conspiração em defesa do financiamento público para se perpetuar no poder após ser beneficiado com o esquema de corrupção da Petrobras. O julgamento do Supremo deve ser usado pela presidente Dilma Rousseff para vetar lei aprovada pelo Congresso na semana passada que permite doações de empresas para partidos até o limite de R$ 20 milhões. Em meio à crise política, Dilma é pressionada por aliados a dar aval ao texto. Um possível veto à medida pode complicar ainda mais a relação dela com o Congresso. A petista tem até o dia 30 para avaliar o projeto. Se não vetar, a norma será questionada no STF e ministros ouvidos pela Folha dizem que o texto do projeto da Câmara será considerado inconstitucional. Atualmente, a lei permite a doação de empresas e fixa o limite em até 2% do faturamento bruto do ano anterior ao da eleição. Nas eleições de 2014, mais de 70% do arrecadado pelos partidos e candidatos veio de empresas. Os ministros do Supremo decidiram ainda que fica mantida a atual previsão para que pessoas físicas possam fazer doações para campanhas até o limite de 10% dos rendimentos.
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Juntos, Tribalistas são menos interessantes do que separados
TRIBALISTAS (regular) ARTISTAS Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte LANÇAMENTO Phonomotor/ Universal QUANTO R$ 30 (CD), R$ 40 (DVD) * Repetindo o mesmo modelo que deu tão certo em seu disco de estreia ("Tribalistas", 2002), Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte se reuniram para lançar um punhado de canções em trio. Desta vez, no entanto, a união não fez a força. Se a primeira aparição do supergrupo foi um acontecimento, potencializado por pérolas radiofônicas como "Já Sei Namorar", o novo CD parece versão diluída do anterior: menos criativo, menos inspirado, menos necessário; não por acaso, menor também no número de faixas. A repetição pode ser vista como identidade –o som e as letras dos Tribalistas inegavelmente têm uma marca, um estilo autoral facilmente reconhecível. Pode ser também sinal de fadiga criativa. Nesse sentido, chama a atenção o fato de o trio ter voltado mais gregário: o primeiro disco tinha dez composições só deles, o atual tem quatro –as outras seis incluem parceiros, como a portuguesa Carminho (que também canta, na infantil "Os Peixinhos") e Brás Antunes (filho de Arnaldo). Curiosamente, as canções assinadas apenas pelos três são as mais interessantes. "Baião do Mundo" e "Feliz e Saudável" têm melodias pop e animadas (como seus títulos já indicam) e usam suas vozes com eficiência. "Diáspora" é a melhor do disco, com letra que trata de imigrantes e refugiados usando referências bíblicas e históricas e citando poemas de Sousândrade e de Castro Alves. É, ainda, bem resolvida melodicamente, com destaque para as intervenções de Brown, que faz até beatbox. Temas contemporâneos também aparecem em "Lutar e Vencer", que fala das ocupações de escolas por estudantes –movimento que foi apoiado por Marisa e Arnaldo–, e em "Um Só" (esta, com Brás Antunes), manifesto que se conecta à canção "Tribalistas", do CD anterior. Nos tempos cínicos e belicosos que seguem, os Tribalistas parecem deslocados com seu espírito paz e amor –talvez justamente por isso sejam necessários. Mas seu novo trabalho mostra um trio que não é apenas menor do que a soma de suas partes isoladas, mas do que já foi. * Ouça no deezer
ilustrada
Juntos, Tribalistas são menos interessantes do que separadosTRIBALISTAS (regular) ARTISTAS Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte LANÇAMENTO Phonomotor/ Universal QUANTO R$ 30 (CD), R$ 40 (DVD) * Repetindo o mesmo modelo que deu tão certo em seu disco de estreia ("Tribalistas", 2002), Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte se reuniram para lançar um punhado de canções em trio. Desta vez, no entanto, a união não fez a força. Se a primeira aparição do supergrupo foi um acontecimento, potencializado por pérolas radiofônicas como "Já Sei Namorar", o novo CD parece versão diluída do anterior: menos criativo, menos inspirado, menos necessário; não por acaso, menor também no número de faixas. A repetição pode ser vista como identidade –o som e as letras dos Tribalistas inegavelmente têm uma marca, um estilo autoral facilmente reconhecível. Pode ser também sinal de fadiga criativa. Nesse sentido, chama a atenção o fato de o trio ter voltado mais gregário: o primeiro disco tinha dez composições só deles, o atual tem quatro –as outras seis incluem parceiros, como a portuguesa Carminho (que também canta, na infantil "Os Peixinhos") e Brás Antunes (filho de Arnaldo). Curiosamente, as canções assinadas apenas pelos três são as mais interessantes. "Baião do Mundo" e "Feliz e Saudável" têm melodias pop e animadas (como seus títulos já indicam) e usam suas vozes com eficiência. "Diáspora" é a melhor do disco, com letra que trata de imigrantes e refugiados usando referências bíblicas e históricas e citando poemas de Sousândrade e de Castro Alves. É, ainda, bem resolvida melodicamente, com destaque para as intervenções de Brown, que faz até beatbox. Temas contemporâneos também aparecem em "Lutar e Vencer", que fala das ocupações de escolas por estudantes –movimento que foi apoiado por Marisa e Arnaldo–, e em "Um Só" (esta, com Brás Antunes), manifesto que se conecta à canção "Tribalistas", do CD anterior. Nos tempos cínicos e belicosos que seguem, os Tribalistas parecem deslocados com seu espírito paz e amor –talvez justamente por isso sejam necessários. Mas seu novo trabalho mostra um trio que não é apenas menor do que a soma de suas partes isoladas, mas do que já foi. * Ouça no deezer
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Usuário de plano de saúde sofre com falta de transparência, diz especialista
Os usuários de planos privados de saúde sofrem com falta de transparência no sistema, afirmaram os três especialistas que participaram nesta terça (14) de debate no 3º Fórum a Saúde do Brasil, promovido pela Folha, Interfarma e Unimed. Algumas das soluções propostas foram adoção de indicadores de qualidade que permitam comparação dos serviços e mudança na remuneração feita pelas operadoras. Luiz Augusto Carneiro, superintendente do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar, citou como exemplo da falta de transparência a indicação de exames para os pacientes. "Você vai ao médico, ele pede para fazer um exame de R$ 2 mil num laboratório que o plano não cobre e você não sabe se precisa ou se ele está recebendo algo", disse Carneiro. "Em países como EUA e França você tem leis de transparência para esse tipo de coisa." O coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, Paulo Furquim destacou também que hoje o usuário não tem elementos objetivos para saber se um hospital é melhor do que o outro. Segundo ele, uma instituição com imagem ótima pode ter a mesma qualidade de outra menos bem vista. "A publicização de índices estimularia a concorrência", afirmou. "Concordo com tudo o que foi dito", disse o presidente da Gama Saúde, do Grupo Qualicorp, Mauricio Ceschin. Ele ressalvou que, ainda que usuários de planos possam estar insatisfeitos, quem não possui o serviço quer ter. O sistema melhorará, afirma Ceschin, se mudar o modelo de remuneração no sistema. Hoje, os planos pagam os hospitais por material e mão de obra utilizados nos procedimentos. Ele defende que o pagamento seja feito com base no desfecho clínico, o que exigiria maior efetividade dos serviços. "Não vejo sustentabilidade de longo prazo no sistema como ele é hoje. Não estamos entregando modelo saudável para as próximas gerações", afirmou Ceschin.
seminariosfolha
Usuário de plano de saúde sofre com falta de transparência, diz especialistaOs usuários de planos privados de saúde sofrem com falta de transparência no sistema, afirmaram os três especialistas que participaram nesta terça (14) de debate no 3º Fórum a Saúde do Brasil, promovido pela Folha, Interfarma e Unimed. Algumas das soluções propostas foram adoção de indicadores de qualidade que permitam comparação dos serviços e mudança na remuneração feita pelas operadoras. Luiz Augusto Carneiro, superintendente do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar, citou como exemplo da falta de transparência a indicação de exames para os pacientes. "Você vai ao médico, ele pede para fazer um exame de R$ 2 mil num laboratório que o plano não cobre e você não sabe se precisa ou se ele está recebendo algo", disse Carneiro. "Em países como EUA e França você tem leis de transparência para esse tipo de coisa." O coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, Paulo Furquim destacou também que hoje o usuário não tem elementos objetivos para saber se um hospital é melhor do que o outro. Segundo ele, uma instituição com imagem ótima pode ter a mesma qualidade de outra menos bem vista. "A publicização de índices estimularia a concorrência", afirmou. "Concordo com tudo o que foi dito", disse o presidente da Gama Saúde, do Grupo Qualicorp, Mauricio Ceschin. Ele ressalvou que, ainda que usuários de planos possam estar insatisfeitos, quem não possui o serviço quer ter. O sistema melhorará, afirma Ceschin, se mudar o modelo de remuneração no sistema. Hoje, os planos pagam os hospitais por material e mão de obra utilizados nos procedimentos. Ele defende que o pagamento seja feito com base no desfecho clínico, o que exigiria maior efetividade dos serviços. "Não vejo sustentabilidade de longo prazo no sistema como ele é hoje. Não estamos entregando modelo saudável para as próximas gerações", afirmou Ceschin.
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Petrobras registra prejuízo de R$ 16,458 bilhões no terceiro trimestre
Depois de um trimestre de alívio, a Petrobras voltou a registrar prejuízo no terceiro trimestre de 2016. A perda foi de R$ 16,458 bilhões, provocada, principalmente, por nova baixa no valor de ativos. A baixa nos ativos soma R$ 15,7 bilhões e refere-se a efeitos no aumento do risco país, do câmbio e da postergação de alguns projetos, com relação à última avaliação feita em dezembro de 2015. "É um evento não recorrente e a Petrobras não espera que nos próximos trimestres ocorram resultados de testes de imparidade (baixas) dessa magnitude que aconteceram neste trimestre", disse o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro. Foram baixas de R$ 5,6 bilhões em campos de petróleo, R$ 2,8 bilhões em equipamentos vinculado à atividade de produção, R$ 2,5 bilhões na refinaria de Pernambuco e R$ 2 bilhões no complexo petroquímico de Suape. No terceiro trimestre de 2015, a estatal havia registrado prejuízo de R$ 3,759 bilhões, provocado também por baixas em valores de ativos. No segundo trimestre de 2016, teve lucro de R$ 370 milhões, o primeiro após um período de nove meses de prejuízo. Outra provisão com impacto no resultado refere-se aos acordos negociados com fundos de investimento que acionaram a empresa na Justiça de Nova York, no valor de R$ 1,2 bilhão. Em outubro, a companhia anunciou acordo com quatro fundos para encerrar as ações. Foram incorporados esses acordos e aqueles que estão em fase final de negociações, disse Monteiro. Mas não há provisão para ações coletivas. A direção da Petrobras defendeu que os resultados operacionais mostraram evolução e que, se não fossem os itens extraordinários, teria apresentado lucro de cerca de R$ 600 milhões. "Todos os resultados operacionais da companhia melhoraram", disse Monteiro. A empresa fechou o trimestre com R$ 16,4 bilhões com fluxo livre de caixa, o que significa que gerou mais dinheiro do que gastou. "É um dinheiro que está sendo usado para pagar a nossa dívida", disse o gerente executivo de desempenho, Mário Jorge da Silva. DÍVIDA A dívida, porém, fechou setembro em R$ 398,165 bilhões, ante R$ 397,760 bilhões do segundo trimestre. Em dólares, houve pequena redução, de US$ 123,9 bilhões para US$ 122,7 bilhões. A diretora de exploração e produção, Solange Guedes, disse que foi "o melhor trimestre da história" em termos de produção de petróleo, com recorde trimestral de 2,87 milhões de barris por dia. O crescimento da produção do pré-sal, que tem melhor qualidade, levou a empresa a reduzir as importações, ampliando de 82% para 96% o uso de petróleo nacional em suas refinarias. Com isso, chegou ao segundo trimestre consecutivo com saldo positivo em sua balança comercial, de 210 mil barris por dia. Monteiro manteve a meta de venda de US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016 e frisou que, até agora, 65% do valor já foi negociado. A receita da estatal foi de R$ 70,443 bilhões no terceiro trimestre, contra R$ 82,238 bilhões no mesmo período de 2015. Entre janeiro e setembro de 2016, a Petrobras acumula prejuízo de R$ 17,334 bilhões, ante lucro de R$ 2,102 bilhões no mesmo período do ano anterior.
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Petrobras registra prejuízo de R$ 16,458 bilhões no terceiro trimestreDepois de um trimestre de alívio, a Petrobras voltou a registrar prejuízo no terceiro trimestre de 2016. A perda foi de R$ 16,458 bilhões, provocada, principalmente, por nova baixa no valor de ativos. A baixa nos ativos soma R$ 15,7 bilhões e refere-se a efeitos no aumento do risco país, do câmbio e da postergação de alguns projetos, com relação à última avaliação feita em dezembro de 2015. "É um evento não recorrente e a Petrobras não espera que nos próximos trimestres ocorram resultados de testes de imparidade (baixas) dessa magnitude que aconteceram neste trimestre", disse o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro. Foram baixas de R$ 5,6 bilhões em campos de petróleo, R$ 2,8 bilhões em equipamentos vinculado à atividade de produção, R$ 2,5 bilhões na refinaria de Pernambuco e R$ 2 bilhões no complexo petroquímico de Suape. No terceiro trimestre de 2015, a estatal havia registrado prejuízo de R$ 3,759 bilhões, provocado também por baixas em valores de ativos. No segundo trimestre de 2016, teve lucro de R$ 370 milhões, o primeiro após um período de nove meses de prejuízo. Outra provisão com impacto no resultado refere-se aos acordos negociados com fundos de investimento que acionaram a empresa na Justiça de Nova York, no valor de R$ 1,2 bilhão. Em outubro, a companhia anunciou acordo com quatro fundos para encerrar as ações. Foram incorporados esses acordos e aqueles que estão em fase final de negociações, disse Monteiro. Mas não há provisão para ações coletivas. A direção da Petrobras defendeu que os resultados operacionais mostraram evolução e que, se não fossem os itens extraordinários, teria apresentado lucro de cerca de R$ 600 milhões. "Todos os resultados operacionais da companhia melhoraram", disse Monteiro. A empresa fechou o trimestre com R$ 16,4 bilhões com fluxo livre de caixa, o que significa que gerou mais dinheiro do que gastou. "É um dinheiro que está sendo usado para pagar a nossa dívida", disse o gerente executivo de desempenho, Mário Jorge da Silva. DÍVIDA A dívida, porém, fechou setembro em R$ 398,165 bilhões, ante R$ 397,760 bilhões do segundo trimestre. Em dólares, houve pequena redução, de US$ 123,9 bilhões para US$ 122,7 bilhões. A diretora de exploração e produção, Solange Guedes, disse que foi "o melhor trimestre da história" em termos de produção de petróleo, com recorde trimestral de 2,87 milhões de barris por dia. O crescimento da produção do pré-sal, que tem melhor qualidade, levou a empresa a reduzir as importações, ampliando de 82% para 96% o uso de petróleo nacional em suas refinarias. Com isso, chegou ao segundo trimestre consecutivo com saldo positivo em sua balança comercial, de 210 mil barris por dia. Monteiro manteve a meta de venda de US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016 e frisou que, até agora, 65% do valor já foi negociado. A receita da estatal foi de R$ 70,443 bilhões no terceiro trimestre, contra R$ 82,238 bilhões no mesmo período de 2015. Entre janeiro e setembro de 2016, a Petrobras acumula prejuízo de R$ 17,334 bilhões, ante lucro de R$ 2,102 bilhões no mesmo período do ano anterior.
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Crianças que chupam o dedo ou roem unhas têm menos alergias, diz estudo
Embora geralmente sejam vistos com maus olhos, os hábitos de chupar o dedo ou roer as unhas podem ter efeitos positivos, segundo um novo estudo realizado na Nova Zelândia. O trabalho publicado no periódico científico Pediatrics indica que crianças que fazem isso têm menos chances de desenvolver alergias –ao serem expostas a germes, seus sistemas imunológicos ficariam mais resistentes. A pesquisa chegou à conclusão de que os dois comportamentos preveniram reações alérgicas entre 1 mil pessoas avaliadas periodicamente entre os 5 e os 32 anos de idade. Mas esses hábitos não tiveram qualquer efeito sobre a probabilidade de se desenvolver asma, uma condição que pode ser causada por reações alérgicas, ou febre dos fenos, um tipo de alergia ao pólen de algumas plantas. Os cientistas verificaram se os participantes do estudo chupavam o dedo ou roíam as unhas quando eles tinham 5, 7, 9 e 11 anos. Depois, foram testados para alergias aos 13 e aos 32 anos. Um terço das crianças mantinham estes hábitos. Aos 13 anos, elas tinham 30% menos chances de terem reações alérgicas a coisas como ácaros ou pelos de cachorro ou gato em comparação com aquelas que não chupavam o dedo ou roíam as unhas. E essa proteção aparentemente é mantida na idade adulta, segundo os cientistas da Universidade de Otago. O pesquisador Malcom Sears, da Universidade McMaster, no Canadá, diz que, "apesar de não serem hábitos recomendáveis ou a serem incentivados, parecem ter um lado positivo". Holly Shaw, da Allergy UK, organização sem fins lucrativos que dá apoio a pessoas alérgicas no Reino Unido, destaca que "pesquisas em outros países apoiam essa teoria da influência do meio ambiente e de micróbios presentes no sistema digestivo sobre as chances de uma pessoa desenvolver uma alergia alimentar". "Ter animais de estimação em casa, irmãos mais velhos ou viver em uma fazenda também já foram identificados como fatores ambientais que podem influenciar no desenvolvimento de uma condição alérgica."
equilibrioesaude
Crianças que chupam o dedo ou roem unhas têm menos alergias, diz estudoEmbora geralmente sejam vistos com maus olhos, os hábitos de chupar o dedo ou roer as unhas podem ter efeitos positivos, segundo um novo estudo realizado na Nova Zelândia. O trabalho publicado no periódico científico Pediatrics indica que crianças que fazem isso têm menos chances de desenvolver alergias –ao serem expostas a germes, seus sistemas imunológicos ficariam mais resistentes. A pesquisa chegou à conclusão de que os dois comportamentos preveniram reações alérgicas entre 1 mil pessoas avaliadas periodicamente entre os 5 e os 32 anos de idade. Mas esses hábitos não tiveram qualquer efeito sobre a probabilidade de se desenvolver asma, uma condição que pode ser causada por reações alérgicas, ou febre dos fenos, um tipo de alergia ao pólen de algumas plantas. Os cientistas verificaram se os participantes do estudo chupavam o dedo ou roíam as unhas quando eles tinham 5, 7, 9 e 11 anos. Depois, foram testados para alergias aos 13 e aos 32 anos. Um terço das crianças mantinham estes hábitos. Aos 13 anos, elas tinham 30% menos chances de terem reações alérgicas a coisas como ácaros ou pelos de cachorro ou gato em comparação com aquelas que não chupavam o dedo ou roíam as unhas. E essa proteção aparentemente é mantida na idade adulta, segundo os cientistas da Universidade de Otago. O pesquisador Malcom Sears, da Universidade McMaster, no Canadá, diz que, "apesar de não serem hábitos recomendáveis ou a serem incentivados, parecem ter um lado positivo". Holly Shaw, da Allergy UK, organização sem fins lucrativos que dá apoio a pessoas alérgicas no Reino Unido, destaca que "pesquisas em outros países apoiam essa teoria da influência do meio ambiente e de micróbios presentes no sistema digestivo sobre as chances de uma pessoa desenvolver uma alergia alimentar". "Ter animais de estimação em casa, irmãos mais velhos ou viver em uma fazenda também já foram identificados como fatores ambientais que podem influenciar no desenvolvimento de uma condição alérgica."
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Brasil se perde no debate 'hetero' x 'ortodoxos' na economia
Passei a ser considerado "ortodoxo" quando voltei ao Brasil, em 2010. Nos dez anos que englobam meu doutorado em Yale e minha docência na London School of Economics, não recebia esse rótulo. Não porque minhas ideias tenham subitamente se modificado quando voltei ao Brasil. Mas porque a oposição entre "ortodoxos" e "heterodoxos" praticamente não existe lá fora. Assim como atacantes no futebol vivem de marcar gols, pesquisadores vivem de publicar em periódicos. Contudo, ser artilheiro da terceira divisão do campeonato paulista é muito diferente de ser artilheiro da Champions League europeia. Anderson Cavalo deve ser um excelente jogador, mas Lionel Messi é melhor. Da mesma maneira, há periódicos muito pouco lidos, e outros que têm grande impacto sobre a profissão, nos quais é muito difícil publicar. Para avaliar a produção de um pesquisador e, portanto, de um departamento de economia, o meio acadêmico internacional classifica os periódicos com base em critérios objetivos, baseados em medidas de impacto, como o número de citações. Há certo consenso sobre a importância dos periódicos. Em qualquer universidade relevante do mundo, os de mais prestígio na área de economia (os "top 5") são os cinco primeiros do quadro ao lado. Para se tornar professor titular nos melhores departamentos de economia, a meta é publicar artigos nos "top 5" (entre 2 e 5, dependendo da universidade e de quanto impacto o artigo obtém). SUBJETIVIDADE A classificação que avalia a produção das universidades brasileiras (a da Capes), porém, é feita de maneira subjetiva: um grupo de acadêmicos se reúne para elaborá-la. Na analogia, é como se os técnicos de futebol elegessem os principais campeonatos. Entre os 30 periódicos mais bem classificados na avaliação da Capes (nível A1), 26 estão bem classificados em rankings objetivos. Os quatro últimos, porém, estão entre o 149º e o 253º lugar em ranking objetivo de impacto. Estão na lista da Capes apenas por serem "heterodoxos" -ou seja, por não seguirem as linhas de pesquisa estabelecidas na academia. Sem essa inclusão, a avaliação da produção internacional de alguns economistas e departamentos de economia brasileiros mudaria radicalmente. Até onde eu sei, todo mundo em Yale e na LSE é "ortodoxo", assim como em qualquer outro centro de prestígio, como Harvard, Chicago, MIT. Thomas Piketty é 100% "ortodoxo": já publicou artigos nos cinco periódicos no topo da classificação objetiva e nunca publicou em nenhum dos "heterodoxos". Da mesma maneira, Paul Krugman, Nouriel Roubini e Joseph Stiglitz são 100% ortodoxos. EQUÍVOCOS Em suma, "ortodoxo" em economia não significa muito em termos de opiniões sobre políticas públicas. Um acadêmico considerado "ortodoxo" no Brasil é aquele que interage com a grande maioria da comunidade acadêmica internacional. Os heterodoxos, por seu lado, estão tentando construir outro caminho, que conversa pouco com a grande maioria dessa comunidade. Alguns equívocos são comuns, por exemplo, o de acreditar que ortodoxos se baseiam em formulações antigas. Muitos heterodoxos se definem como "pós-keynesianos", por exemplo, e seguem Keynes, economista brilhante que morreu em 1946. Outro engano é acreditar que, se heterodoxos são "pós-keynesianos", "ortodoxos" são "antikeynesianos". De forma alguma! Parte fundamental do pensamento keynesiano é que os preços e salários demoram a se ajustar. A implicação-chave do meu artigo mais bem publicado é que o ajuste de preços é de fato mais lento do que os dados parecem indicar. Tenho artigos com conclusões "keynesianas", outros com conclusões completamente contrárias e é isso que faz de mim um "ortodoxo": eu não sou "keynesiano" nem "austríaco". E acho ótimo que a grande maioria da profissão seja assim. Economistas que publicam nos periódicos heterodoxos têm todo o meu respeito: estão produzindo, diferentemente de grande parte das pessoas pagas como professores pesquisadores (com o dinheiro de impostos) que não publica há décadas. DEBATE POLÍTICO Até agora, falei do meio acadêmico. No debate sobre políticas públicas, "ortodoxia" equivale a defender juros altos e ajuste fiscal. Acredito que, de fato, a grande maioria dos economistas que publicam nos principais periódicos do mundo (os "ortodoxos") defenderia um ajuste fiscal para o Brasil no momento atual, se parasse para estudar o assunto (muitos não devem ter opinião formada a respeito). Mas, em outros casos, há muita discordância. Além disso, essa distinção acaba por passar a ideia de que economia se resume às políticas monetária e fiscal. Economia é muito, mas muito mais que isso. CRITÉRIOS HETERODOXOS - Avaliação brasileira não segue a internacional
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Brasil se perde no debate 'hetero' x 'ortodoxos' na economiaPassei a ser considerado "ortodoxo" quando voltei ao Brasil, em 2010. Nos dez anos que englobam meu doutorado em Yale e minha docência na London School of Economics, não recebia esse rótulo. Não porque minhas ideias tenham subitamente se modificado quando voltei ao Brasil. Mas porque a oposição entre "ortodoxos" e "heterodoxos" praticamente não existe lá fora. Assim como atacantes no futebol vivem de marcar gols, pesquisadores vivem de publicar em periódicos. Contudo, ser artilheiro da terceira divisão do campeonato paulista é muito diferente de ser artilheiro da Champions League europeia. Anderson Cavalo deve ser um excelente jogador, mas Lionel Messi é melhor. Da mesma maneira, há periódicos muito pouco lidos, e outros que têm grande impacto sobre a profissão, nos quais é muito difícil publicar. Para avaliar a produção de um pesquisador e, portanto, de um departamento de economia, o meio acadêmico internacional classifica os periódicos com base em critérios objetivos, baseados em medidas de impacto, como o número de citações. Há certo consenso sobre a importância dos periódicos. Em qualquer universidade relevante do mundo, os de mais prestígio na área de economia (os "top 5") são os cinco primeiros do quadro ao lado. Para se tornar professor titular nos melhores departamentos de economia, a meta é publicar artigos nos "top 5" (entre 2 e 5, dependendo da universidade e de quanto impacto o artigo obtém). SUBJETIVIDADE A classificação que avalia a produção das universidades brasileiras (a da Capes), porém, é feita de maneira subjetiva: um grupo de acadêmicos se reúne para elaborá-la. Na analogia, é como se os técnicos de futebol elegessem os principais campeonatos. Entre os 30 periódicos mais bem classificados na avaliação da Capes (nível A1), 26 estão bem classificados em rankings objetivos. Os quatro últimos, porém, estão entre o 149º e o 253º lugar em ranking objetivo de impacto. Estão na lista da Capes apenas por serem "heterodoxos" -ou seja, por não seguirem as linhas de pesquisa estabelecidas na academia. Sem essa inclusão, a avaliação da produção internacional de alguns economistas e departamentos de economia brasileiros mudaria radicalmente. Até onde eu sei, todo mundo em Yale e na LSE é "ortodoxo", assim como em qualquer outro centro de prestígio, como Harvard, Chicago, MIT. Thomas Piketty é 100% "ortodoxo": já publicou artigos nos cinco periódicos no topo da classificação objetiva e nunca publicou em nenhum dos "heterodoxos". Da mesma maneira, Paul Krugman, Nouriel Roubini e Joseph Stiglitz são 100% ortodoxos. EQUÍVOCOS Em suma, "ortodoxo" em economia não significa muito em termos de opiniões sobre políticas públicas. Um acadêmico considerado "ortodoxo" no Brasil é aquele que interage com a grande maioria da comunidade acadêmica internacional. Os heterodoxos, por seu lado, estão tentando construir outro caminho, que conversa pouco com a grande maioria dessa comunidade. Alguns equívocos são comuns, por exemplo, o de acreditar que ortodoxos se baseiam em formulações antigas. Muitos heterodoxos se definem como "pós-keynesianos", por exemplo, e seguem Keynes, economista brilhante que morreu em 1946. Outro engano é acreditar que, se heterodoxos são "pós-keynesianos", "ortodoxos" são "antikeynesianos". De forma alguma! Parte fundamental do pensamento keynesiano é que os preços e salários demoram a se ajustar. A implicação-chave do meu artigo mais bem publicado é que o ajuste de preços é de fato mais lento do que os dados parecem indicar. Tenho artigos com conclusões "keynesianas", outros com conclusões completamente contrárias e é isso que faz de mim um "ortodoxo": eu não sou "keynesiano" nem "austríaco". E acho ótimo que a grande maioria da profissão seja assim. Economistas que publicam nos periódicos heterodoxos têm todo o meu respeito: estão produzindo, diferentemente de grande parte das pessoas pagas como professores pesquisadores (com o dinheiro de impostos) que não publica há décadas. DEBATE POLÍTICO Até agora, falei do meio acadêmico. No debate sobre políticas públicas, "ortodoxia" equivale a defender juros altos e ajuste fiscal. Acredito que, de fato, a grande maioria dos economistas que publicam nos principais periódicos do mundo (os "ortodoxos") defenderia um ajuste fiscal para o Brasil no momento atual, se parasse para estudar o assunto (muitos não devem ter opinião formada a respeito). Mas, em outros casos, há muita discordância. Além disso, essa distinção acaba por passar a ideia de que economia se resume às políticas monetária e fiscal. Economia é muito, mas muito mais que isso. CRITÉRIOS HETERODOXOS - Avaliação brasileira não segue a internacional
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Cármen Lúcia rechaça intervenção e diz que Judiciário cumpre seu papel
A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, rechaçou a ideia de que o fantasma da intervenção militar esteja à espreita diante de um Judiciário incapaz de lidar com a corrupção da classe política. A ministra foi questionada neste sábado (7), no Festival Piauí GloboNews de Jornalismo, sobre a fala de Antonio Hamilton Mourão. Em setembro, o general da ativa no Exército apontou a tomada do poder como saída possível para a avalanche de denúncias que soterra Brasília, isso se o Judiciário "não solucionar o problema político". Em palestra promovida pela maçonaria em Brasília, Mourão disse que a causa não era só dele: tinha simpatia de "companheiros do Alto Comando do Exército". A declaração sem dúvida "é grave", ainda que exposta "teoricamente para um pequeno grupo", disse aquela à frente da mais alta corte do país. Mas, para Cármen Lúcia, o Judiciário está, sim, "cumprindo seu papel". Fora que "não há justiça sem democracia, e o brasileiro não aguenta mais ser injustiçado", continuou a ministra. SEDE DEMOCRÁTICA Disse ver demonstração dessa sede democrática em todos os lugares que vai, "desde a sala de aula, onde tenho alunos de 22 anos, até pessoas muito mais velhas com as quais eu convivo e que já experimentaram períodos ditatoriais no Brasil". O país, para ela, hoje vive "um momento de responsabilidade, serenidade e certeza". Se o Judiciário dá conta do recado, o que dizer do Executivo –estaria o governo Michel Temer respondendo "frouxamente" à prosa militarista de Mourão? A ministra preferiu se esquivar da pergunta feita pela repórter da "Piauí" Consuelo Dieguez, que mediou o bate-papo. "Sou presidente [do STF], já tenho problemas de sobra para me meter [em outro Poder]", disse em tom bem-humorado. Não foi o único atalho diplomático que pegou para se desviar de indagações espinhosas sobre assuntos que fervem no noticiário nacional, das suspeitas sobre a negociação entre a Procuradoria-Geral da República com os delatores da JBS até o controverso afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo Supremo. INCÊNDIOS Dieguez abriu a conversa com um trecho do perfil de Cármen Lúcia que escreveu para a edição de junho da revista. "Desde que assumiu o comando da mais alta corte de Justiça do país, em setembro do ano passado, ela não tem feito outra coisa senão apagar incêndios. A maioria deles provocada pelos ocupantes dos prédios do outro lado da praça: o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto", relatou então. A jornalista reconheceu que o texto já caducou, pois novas chamas beiram a presidência de Cármen Lúcia. Mourão foi um dos focos de incêndio. Outro: o colega no STF Gilmar Mendes, colecionador de polêmicas. Uma das mais vistosas se deu quando o magistrado concedeu habeas corpus a Jacob Barata Filho, conhecido como "rei do ônibus" e atual investigado por suspeita de corrupção no Rio. Barato Filho fora preso em desdobramento da Operação Lava Jato. O homem que mandou soltá-lo não era exatamente um estranho. Segundo a Procuradoria, Mendes foi padrinho de casamento da filha do investigado –uma festa no Copacabana Palace, em 2013, que entrou na mira de manifestantes, que se aglomeraram na frente do hotel e da igreja, munidos de cartazes onde se lia "dona Baratinha" e "pego ônibus lotado, me dá um bem casado!". Cármen Lúcia afirmou que cabe a cada magistrado se declarar suspeito ou não para julgar um caso, sempre "um dado subjetivo". CASO PESSOAL Deu um exemplo pessoal: muito antes de ela entrar no Supremo, seu pai processou um banco "no qual tinha uma pequena conta", por acreditar que tinha "direito à correção [monetária]", na época dos planos econômicos falidos. Já ministra do STF, o tema chegou ao plenário. Ela preferiu não julgar o caso. "Se eu votasse contra os poupadores, iam dizer que foi só para mostrar independência. Se votasse a favor, iam dizer: 'Ah, mas o pai dela tem ação'." Mesmo quando o pai, já velhinho, disse que renunciaria ao processo só para a filha poder julgá-lo, ela manteve a posição. "Ainda não expulsei a madre superiora de dentro de mim –e fui muito criticada [por ficar de fora mesmo com a renúncia do pai]. 'Bobagem, não está querendo julgar'." "O cidadão brasileiro tem que ir dormir sem ter que desconfiar sequer do que o juiz está fazendo. Por isso me declarei suspeita", afirmou à plateia. Há, no entanto, certa ânsia em querer encontrar juízes "suspeitos" só quando suas decisões não agradam. Ela se disse preocupada com uma reação popular típica quando um ministro mandar soltar um preso, por exemplo –se isso acontece, aí é um alvoroço. "Mas, se houver manutenção [da prisão], não questionam." Ou seja: "Não está a se questionar a postura do ministro, mas o resultado. E não existe direito de resultado." E se hoje o alvo "é a pessoa que a gente não gosta, amanhã pode ser qualquer pessoa nesta sala", afirmou, para na sequência sair em defesa de um "direito objetivo e impessoal". Ela evitou ataques diretos a Gilmar Mendes, que "tem um estilo todo apropriado de falar, com a ênfase que lhe é própria". Só disse "a hora de tanta virulência" no país "será superada quanto melhores forem os exemplos daqueles servidores que ocupam" posições de destaque em órgãos "tão vistosos". FLEUMA A fleuma de Cármen Lúcia só foi abalada quando a mediadora leu uma pergunta da plateia que mencionava o caos no sistema penitenciário, em parte explicado pela inaptidão do Judiciário em conter o excesso de prisões provisórias. Como ela, "do conforto da sua poltrona", lidava com esse tipo de angústia que afeta diretamente o cidadão? "Vem, vem para o meu lugar", rebateu, lembrando que sua posição não era das mais fáceis. A Suprema Corte dos EUA, por exemplo, julga dezenas de casos por ano. O Supremo Tribunal brasileiro, dezenas de milhares. Citou Jesus Cristo e Carlos Drummond de Andrade para dizer que o Supremo, afinal, não é a cura para todos os males sociais. "Cristo fez dez mandamentos que até hoje não foram cumpridos, que dirá nós?", afirmou. O Decálogo, segundo a Bíblia, foi entregue por Deus em tábuas de pedra ao profeta Moisés. Já as palavras do poeta mineiro evocadas foram as dos poema "Nosso Tempo", recitado por Cármen Lúcia: "Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra".
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Cármen Lúcia rechaça intervenção e diz que Judiciário cumpre seu papelA presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, rechaçou a ideia de que o fantasma da intervenção militar esteja à espreita diante de um Judiciário incapaz de lidar com a corrupção da classe política. A ministra foi questionada neste sábado (7), no Festival Piauí GloboNews de Jornalismo, sobre a fala de Antonio Hamilton Mourão. Em setembro, o general da ativa no Exército apontou a tomada do poder como saída possível para a avalanche de denúncias que soterra Brasília, isso se o Judiciário "não solucionar o problema político". Em palestra promovida pela maçonaria em Brasília, Mourão disse que a causa não era só dele: tinha simpatia de "companheiros do Alto Comando do Exército". A declaração sem dúvida "é grave", ainda que exposta "teoricamente para um pequeno grupo", disse aquela à frente da mais alta corte do país. Mas, para Cármen Lúcia, o Judiciário está, sim, "cumprindo seu papel". Fora que "não há justiça sem democracia, e o brasileiro não aguenta mais ser injustiçado", continuou a ministra. SEDE DEMOCRÁTICA Disse ver demonstração dessa sede democrática em todos os lugares que vai, "desde a sala de aula, onde tenho alunos de 22 anos, até pessoas muito mais velhas com as quais eu convivo e que já experimentaram períodos ditatoriais no Brasil". O país, para ela, hoje vive "um momento de responsabilidade, serenidade e certeza". Se o Judiciário dá conta do recado, o que dizer do Executivo –estaria o governo Michel Temer respondendo "frouxamente" à prosa militarista de Mourão? A ministra preferiu se esquivar da pergunta feita pela repórter da "Piauí" Consuelo Dieguez, que mediou o bate-papo. "Sou presidente [do STF], já tenho problemas de sobra para me meter [em outro Poder]", disse em tom bem-humorado. Não foi o único atalho diplomático que pegou para se desviar de indagações espinhosas sobre assuntos que fervem no noticiário nacional, das suspeitas sobre a negociação entre a Procuradoria-Geral da República com os delatores da JBS até o controverso afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo Supremo. INCÊNDIOS Dieguez abriu a conversa com um trecho do perfil de Cármen Lúcia que escreveu para a edição de junho da revista. "Desde que assumiu o comando da mais alta corte de Justiça do país, em setembro do ano passado, ela não tem feito outra coisa senão apagar incêndios. A maioria deles provocada pelos ocupantes dos prédios do outro lado da praça: o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto", relatou então. A jornalista reconheceu que o texto já caducou, pois novas chamas beiram a presidência de Cármen Lúcia. Mourão foi um dos focos de incêndio. Outro: o colega no STF Gilmar Mendes, colecionador de polêmicas. Uma das mais vistosas se deu quando o magistrado concedeu habeas corpus a Jacob Barata Filho, conhecido como "rei do ônibus" e atual investigado por suspeita de corrupção no Rio. Barato Filho fora preso em desdobramento da Operação Lava Jato. O homem que mandou soltá-lo não era exatamente um estranho. Segundo a Procuradoria, Mendes foi padrinho de casamento da filha do investigado –uma festa no Copacabana Palace, em 2013, que entrou na mira de manifestantes, que se aglomeraram na frente do hotel e da igreja, munidos de cartazes onde se lia "dona Baratinha" e "pego ônibus lotado, me dá um bem casado!". Cármen Lúcia afirmou que cabe a cada magistrado se declarar suspeito ou não para julgar um caso, sempre "um dado subjetivo". CASO PESSOAL Deu um exemplo pessoal: muito antes de ela entrar no Supremo, seu pai processou um banco "no qual tinha uma pequena conta", por acreditar que tinha "direito à correção [monetária]", na época dos planos econômicos falidos. Já ministra do STF, o tema chegou ao plenário. Ela preferiu não julgar o caso. "Se eu votasse contra os poupadores, iam dizer que foi só para mostrar independência. Se votasse a favor, iam dizer: 'Ah, mas o pai dela tem ação'." Mesmo quando o pai, já velhinho, disse que renunciaria ao processo só para a filha poder julgá-lo, ela manteve a posição. "Ainda não expulsei a madre superiora de dentro de mim –e fui muito criticada [por ficar de fora mesmo com a renúncia do pai]. 'Bobagem, não está querendo julgar'." "O cidadão brasileiro tem que ir dormir sem ter que desconfiar sequer do que o juiz está fazendo. Por isso me declarei suspeita", afirmou à plateia. Há, no entanto, certa ânsia em querer encontrar juízes "suspeitos" só quando suas decisões não agradam. Ela se disse preocupada com uma reação popular típica quando um ministro mandar soltar um preso, por exemplo –se isso acontece, aí é um alvoroço. "Mas, se houver manutenção [da prisão], não questionam." Ou seja: "Não está a se questionar a postura do ministro, mas o resultado. E não existe direito de resultado." E se hoje o alvo "é a pessoa que a gente não gosta, amanhã pode ser qualquer pessoa nesta sala", afirmou, para na sequência sair em defesa de um "direito objetivo e impessoal". Ela evitou ataques diretos a Gilmar Mendes, que "tem um estilo todo apropriado de falar, com a ênfase que lhe é própria". Só disse "a hora de tanta virulência" no país "será superada quanto melhores forem os exemplos daqueles servidores que ocupam" posições de destaque em órgãos "tão vistosos". FLEUMA A fleuma de Cármen Lúcia só foi abalada quando a mediadora leu uma pergunta da plateia que mencionava o caos no sistema penitenciário, em parte explicado pela inaptidão do Judiciário em conter o excesso de prisões provisórias. Como ela, "do conforto da sua poltrona", lidava com esse tipo de angústia que afeta diretamente o cidadão? "Vem, vem para o meu lugar", rebateu, lembrando que sua posição não era das mais fáceis. A Suprema Corte dos EUA, por exemplo, julga dezenas de casos por ano. O Supremo Tribunal brasileiro, dezenas de milhares. Citou Jesus Cristo e Carlos Drummond de Andrade para dizer que o Supremo, afinal, não é a cura para todos os males sociais. "Cristo fez dez mandamentos que até hoje não foram cumpridos, que dirá nós?", afirmou. O Decálogo, segundo a Bíblia, foi entregue por Deus em tábuas de pedra ao profeta Moisés. Já as palavras do poeta mineiro evocadas foram as dos poema "Nosso Tempo", recitado por Cármen Lúcia: "Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra".
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Hospitais dos Médicos Sem Fronteiras sofreram 94 ataques na Síria em 2015
Mais de 60 instalações apoiadas pela ONG Médicos Sem Fronteiras foram atingidas por 94 ataques na Síria durante 2015, das quais 12 foram completamente destruídas, segundo relatório divulgado pela entidade nesta quinta-feira (18). A ONG dá apoio a 70 instalações de assistência médica no país, que vive em guerra civil desde 2011. A infraestrutura de saúde no país foi "dizimada", segundo o estudo. A guerra civil na Síria se estende desde 2011, agravada pela repressão brutal do regime e pela atuação de milícias armadas, incluindo a facção terrorista Estado Islâmico. Estima-se em 470 mil o número de mortos no conflito. Os Médicos sem Fronteiras registraram, no ano passado, 7.009 mortes em 70 dos hospitais e clínicas que apoiam. Houve também 154.647 feridos, um número que Joanne Liu, presidente da ONG, afirmou não ter precedentes. Cerca de 40% das vítimas eram mulheres e crianças, indicando que civis são alvos frequentes dos ataques. Foi a primeira vez que a ONG reuniu esses dados de maneira consistente, produzindo um balanço da situação nos hospitais que apoia. Foram 63 instalações atingidas durante 2015. Nesse mesmo período, 23 funcionários foram mortos. Diversos dos ataques ocorreram logo após um primeiro bombardeio, os chamados "ataques duplos", causando a morte de equipes de resgate no local. "Isso indica que, em alguns casos, os ataques vão além do uso indiscriminado da violência", afirmou a ONG. O estudo concentrou-se apenas em parte das instalações de saúde na Síria, e não inclui mortes causadas por desnutrição ou falta de tratamento médico. RÚSSIA Os ataques a instalações dos Médicos sem Fronteiras foram debatidos durante a semana, antes mesmo da divulgação do relatório. Na segunda-feira (15), 25 foram mortos em um hospital no norte da Síria. A organização pede uma investigação internacional sobre esse ataque. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos sugeriu que o ataque tenha partido de aviões russos, o que foi negado por Moscou. A Rússia é um dos principais aliados do ditador Bashar al-Assad. Os Médicos sem Fronteiras não têm autorização para trabalhar em áreas controladas pelo regime sírio. Tampouco há atendimento da ONG no território ocupado por terroristas do Estado Islâmico. Uma das questões em debate é se os Médicos sem Fronteiras deveriam informar suas coordenadas aos atores envolvidos no conflito sírio. A Rússia não havia sido oficialmente informada da posição do hospital atingido no norte do país, por exemplo. * Bombardeios em instalações médicas na Síria Instalações médicas totalmente destruídas
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Hospitais dos Médicos Sem Fronteiras sofreram 94 ataques na Síria em 2015Mais de 60 instalações apoiadas pela ONG Médicos Sem Fronteiras foram atingidas por 94 ataques na Síria durante 2015, das quais 12 foram completamente destruídas, segundo relatório divulgado pela entidade nesta quinta-feira (18). A ONG dá apoio a 70 instalações de assistência médica no país, que vive em guerra civil desde 2011. A infraestrutura de saúde no país foi "dizimada", segundo o estudo. A guerra civil na Síria se estende desde 2011, agravada pela repressão brutal do regime e pela atuação de milícias armadas, incluindo a facção terrorista Estado Islâmico. Estima-se em 470 mil o número de mortos no conflito. Os Médicos sem Fronteiras registraram, no ano passado, 7.009 mortes em 70 dos hospitais e clínicas que apoiam. Houve também 154.647 feridos, um número que Joanne Liu, presidente da ONG, afirmou não ter precedentes. Cerca de 40% das vítimas eram mulheres e crianças, indicando que civis são alvos frequentes dos ataques. Foi a primeira vez que a ONG reuniu esses dados de maneira consistente, produzindo um balanço da situação nos hospitais que apoia. Foram 63 instalações atingidas durante 2015. Nesse mesmo período, 23 funcionários foram mortos. Diversos dos ataques ocorreram logo após um primeiro bombardeio, os chamados "ataques duplos", causando a morte de equipes de resgate no local. "Isso indica que, em alguns casos, os ataques vão além do uso indiscriminado da violência", afirmou a ONG. O estudo concentrou-se apenas em parte das instalações de saúde na Síria, e não inclui mortes causadas por desnutrição ou falta de tratamento médico. RÚSSIA Os ataques a instalações dos Médicos sem Fronteiras foram debatidos durante a semana, antes mesmo da divulgação do relatório. Na segunda-feira (15), 25 foram mortos em um hospital no norte da Síria. A organização pede uma investigação internacional sobre esse ataque. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos sugeriu que o ataque tenha partido de aviões russos, o que foi negado por Moscou. A Rússia é um dos principais aliados do ditador Bashar al-Assad. Os Médicos sem Fronteiras não têm autorização para trabalhar em áreas controladas pelo regime sírio. Tampouco há atendimento da ONG no território ocupado por terroristas do Estado Islâmico. Uma das questões em debate é se os Médicos sem Fronteiras deveriam informar suas coordenadas aos atores envolvidos no conflito sírio. A Rússia não havia sido oficialmente informada da posição do hospital atingido no norte do país, por exemplo. * Bombardeios em instalações médicas na Síria Instalações médicas totalmente destruídas
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Vinte e um anos de impunidade
BRASÍLIA - Em abril de 1994, o brasileiro vivia sob o governo de Itamar Franco, pagava as contas em cruzeiros reais e torcia para a seleção de Bebeto e Romário conquistar o tetracampeonato mundial de futebol. Naquele mês longínquo, o empresário Luiz Estevão enviou US$ 1 milhão para uma conta do juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, na Suíça. Segundo o Ministério Público, o pagamento estava ligado a fraudes na construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo. Estevão se elegeu senador, foi investigado na CPI do Judiciário e teve o mandato cassado. Apesar do escândalo, continuou a fazer política e negócios. Hoje comanda mais de 200 empresas, um time de futebol e o diretório brasiliense do PRTB. Em maio de 2006, mais de 12 anos depois de pagar propina a Lalau, o ex-senador foi condenado pelo Tribunal Regional Federal a 31 anos de prisão por corrupção ativa, formação de quadrilha, estelionato, peculato e uso de documento falso. Passaram-se mais nove anos, e ele ainda não começou a cumprir a pena. O caso mostra como réus com muito dinheiro conseguem prolongar seus processos até o infinito, apresentando dezenas de recursos para não pagar por seus crimes. Na última segunda-feira, o Ministério Público pediu ao STF que acabe com a farra. O subprocurador Edson Oliveira de Almeida enumerou a incrível série de recursos que Estevão apresentou com o único objetivo de alcançar a prescrição da pena. Até aqui, o ex-senador só passou cinco meses preso, devido a outro processo. Em março, ele deixou a cadeia começou a montar um novo negócio. Vai lançar um site jornalístico, que terá dificuldades para dar notícias sobre corrupção e impunidade. * O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu a Dilma Rousseff que renuncie por falta de "base moral". Dará o mesmo conselho a Eduardo Cunha, aliado do PSDB?
colunas
Vinte e um anos de impunidadeBRASÍLIA - Em abril de 1994, o brasileiro vivia sob o governo de Itamar Franco, pagava as contas em cruzeiros reais e torcia para a seleção de Bebeto e Romário conquistar o tetracampeonato mundial de futebol. Naquele mês longínquo, o empresário Luiz Estevão enviou US$ 1 milhão para uma conta do juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, na Suíça. Segundo o Ministério Público, o pagamento estava ligado a fraudes na construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo. Estevão se elegeu senador, foi investigado na CPI do Judiciário e teve o mandato cassado. Apesar do escândalo, continuou a fazer política e negócios. Hoje comanda mais de 200 empresas, um time de futebol e o diretório brasiliense do PRTB. Em maio de 2006, mais de 12 anos depois de pagar propina a Lalau, o ex-senador foi condenado pelo Tribunal Regional Federal a 31 anos de prisão por corrupção ativa, formação de quadrilha, estelionato, peculato e uso de documento falso. Passaram-se mais nove anos, e ele ainda não começou a cumprir a pena. O caso mostra como réus com muito dinheiro conseguem prolongar seus processos até o infinito, apresentando dezenas de recursos para não pagar por seus crimes. Na última segunda-feira, o Ministério Público pediu ao STF que acabe com a farra. O subprocurador Edson Oliveira de Almeida enumerou a incrível série de recursos que Estevão apresentou com o único objetivo de alcançar a prescrição da pena. Até aqui, o ex-senador só passou cinco meses preso, devido a outro processo. Em março, ele deixou a cadeia começou a montar um novo negócio. Vai lançar um site jornalístico, que terá dificuldades para dar notícias sobre corrupção e impunidade. * O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu a Dilma Rousseff que renuncie por falta de "base moral". Dará o mesmo conselho a Eduardo Cunha, aliado do PSDB?
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Jovens nos EUA trocam dívidas por vida em microcasas
Quem caminha pela rua Hamlin, no nordeste de Washington, pode confundir a construção de madeira nos fundos de uma espaçosa residência com uma casa de bonecas. Mas há poucos meses o caixote se tornou o lar da geógrafa Lee Pera, de 37 anos. Pera levou três anos para construir a casa, erguida sobre rodas e que soma 13 metros quadrados, área equivalente à de uma caminhonete de cabine dupla. Ela diz que, em vez de aprisioná-la, morar naquele espaço lhe proporcionou mais tempo livre e uma vida social mais intensa. Antes, Pera morava num apartamento e não tinha acesso a áreas externas. "Adoro chegar em casa à tarde e sentar na varanda, e também adoro ter um armário menor. É muito bom não ter que pensar em tantas opções", ela afirma à BBC Brasil. Rodeada por árvores e estacionada no quintal da casa de amigos, a residência de Pera é composta por varanda, sala, cozinha, banheiro e um "loft" com cama de casal. A geógrafa pertence a um grupo crescente de americanos que, embora escolarizados e com boas perspectivas profissionais, têm optado por viver em casas minúsculas sobre rodas. Muitos querem evitar passar décadas em trabalhos indesejados em troca de salários que permitam saldar os empréstimos da casa própria. Outros buscam um estilo de vida mais simples e ecológico, livre do consumismo que marca a vida nos subúrbios americanos. Outros ainda, como o casal Guillaume Dutilh e Jenna Spesard, querem poder viajar sem sair de casa. Acompanhados por sua cadela Salies, eles já percorreram 31 mil quilômetros (dez vezes o trajeto de Porto Alegre a Manaus) desde que começaram a viajar pela América do Norte, há quase um ano. O trio, que mantém o blog "Tiny House, Giant Journey" (casa minúscula, jornada gigante), está agora no Alasca. Em comum, quase todos construíram suas casas - ou ao menos parte delas - com as próprias mãos, orientados por livros, blogs e fóruns na internet. O movimento das casas minúsculas ("tiny houses") foi retratado no documentário Tiny, exibido no Netflix, e no reality showTiny House Nation, veiculado na TV americana. O movimento considera minúsculas casas com até 400 pés quadrados (37 metros quadrados). Não há dados sobre quantos americanos moram nessas residências. FETICHE E CONFUSÃO Autor de um dos mais populares blogs sobre microcasas (tinyrevolution.com), Andrew Odom diz que hoje há um "fetiche e muita confusão" em torno do tema nos Estados Unidos. Segundo ele, muitos dos que têm se mudado para casas minúsculas buscam soluções rápidas para problemas pontuais, como dívidas, e ignoram a essência do movimento, que "tem a ver com uma transição espiritual, mental e física". "A menos que a pessoa dê os passos internos necessários para separar desejo e necessidade e se libertar de uma sociedade materialista, a mudança não será bem sucedida", afirma à BBC Brasil. Pessoas de vários lugares - inclusive muitos americanos pobres - vivem em espaços apertados há milênios, mas Odom diz que muitos no país só passaram a considerar a opção a partir da crise econômica de 2008. A crise começou com o colapso do setor imobiliário americano. Famílias endividadas contraíam empréstimos para investir em casas na esperança de ganhar com a constante valorização dos imóveis. Quando a bolha estourou, os preços despencaram, bancos quebraram e muitos perderam os bens. Para Odom, o episódio mostrou que a estabilidade financeira dos Estados Unidos é incompatível com o sistema imobiliário atual, em que famílias contraem pesadas dívidas para ter onde morar. Ele diz que, mais baratas, as microcasas poderiam solucionar parte do problema - a dele custou US$ 12 mil (R$ 41 mil), ou 3,6% do preço de uma casa americana média. A partir de US$ 10 mil é possível encomendar uma casa minúscula pronta pela internet. Para Odom, porém, o maior obstáculo para a expansão do movimento são restrições legais. A maioria das cidades americanas proíbe que moradores vivam em casas muito pequenas. Uma forma de driblar a regulação é construi-las sobre rodas. Nesse caso, são consideradas residências móveis (como trailers) e toleradas em certas áreas. Ainda assim, muitas prefeituras não permitem que pessoas morem integralmente nessas unidades. Para Carey Carscallen, diretor da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade Andrews, em Michigan, outra barreira à disseminação do movimento é o número de residentes que uma microcasa comporta. Para ele, ela pode abrigar um morador ou, no máximo, dois. A partir daí, a convivência ficaria muito difícil. Carscallen orientou seus alunos num projeto em que tiveram de construir duas casas minúsculas. Durante o experimento, ele diz ter sido procurado por muitas pessoas que pediam ideias para erguer suas próprias unidades. Para o professor, microcasas são ideais para jovens profissionais "que acabaram de sair da faculdade e ainda não acumularam muita coisa". FRUSTRAÇÃO E DESISTÊNCIA Nem todos conseguem migrar para espaços tão pequenos. Em julho, o site Business Insider citou três casos de pessoas que desistiram de viver em microcasas. Um casal sucumbiu aos frequentes vazamentos e crescentes custos de manutenção; um morador não conseguiu autorização da prefeitura para viver no local; e um casal se sentiu muito isolado na área em que pôde se instalar. Andrew Odom concorda que casas minúsculas não são para todos. Hoje ele divide a residência de 23 metros quadrados com a mulher e a filha de três anos, mas reconhece que um dia terá de se mudar para um lugar maior. O que não significa que morará numa casa típica de subúrbio. Para ele, uma residência com dois quartos e 70 metros quadrados - ainda bem pequena para padrões locais - deverá ser suficiente. "Vamos avaliar quais são nossas necessidades e nos ajustar".
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Jovens nos EUA trocam dívidas por vida em microcasasQuem caminha pela rua Hamlin, no nordeste de Washington, pode confundir a construção de madeira nos fundos de uma espaçosa residência com uma casa de bonecas. Mas há poucos meses o caixote se tornou o lar da geógrafa Lee Pera, de 37 anos. Pera levou três anos para construir a casa, erguida sobre rodas e que soma 13 metros quadrados, área equivalente à de uma caminhonete de cabine dupla. Ela diz que, em vez de aprisioná-la, morar naquele espaço lhe proporcionou mais tempo livre e uma vida social mais intensa. Antes, Pera morava num apartamento e não tinha acesso a áreas externas. "Adoro chegar em casa à tarde e sentar na varanda, e também adoro ter um armário menor. É muito bom não ter que pensar em tantas opções", ela afirma à BBC Brasil. Rodeada por árvores e estacionada no quintal da casa de amigos, a residência de Pera é composta por varanda, sala, cozinha, banheiro e um "loft" com cama de casal. A geógrafa pertence a um grupo crescente de americanos que, embora escolarizados e com boas perspectivas profissionais, têm optado por viver em casas minúsculas sobre rodas. Muitos querem evitar passar décadas em trabalhos indesejados em troca de salários que permitam saldar os empréstimos da casa própria. Outros buscam um estilo de vida mais simples e ecológico, livre do consumismo que marca a vida nos subúrbios americanos. Outros ainda, como o casal Guillaume Dutilh e Jenna Spesard, querem poder viajar sem sair de casa. Acompanhados por sua cadela Salies, eles já percorreram 31 mil quilômetros (dez vezes o trajeto de Porto Alegre a Manaus) desde que começaram a viajar pela América do Norte, há quase um ano. O trio, que mantém o blog "Tiny House, Giant Journey" (casa minúscula, jornada gigante), está agora no Alasca. Em comum, quase todos construíram suas casas - ou ao menos parte delas - com as próprias mãos, orientados por livros, blogs e fóruns na internet. O movimento das casas minúsculas ("tiny houses") foi retratado no documentário Tiny, exibido no Netflix, e no reality showTiny House Nation, veiculado na TV americana. O movimento considera minúsculas casas com até 400 pés quadrados (37 metros quadrados). Não há dados sobre quantos americanos moram nessas residências. FETICHE E CONFUSÃO Autor de um dos mais populares blogs sobre microcasas (tinyrevolution.com), Andrew Odom diz que hoje há um "fetiche e muita confusão" em torno do tema nos Estados Unidos. Segundo ele, muitos dos que têm se mudado para casas minúsculas buscam soluções rápidas para problemas pontuais, como dívidas, e ignoram a essência do movimento, que "tem a ver com uma transição espiritual, mental e física". "A menos que a pessoa dê os passos internos necessários para separar desejo e necessidade e se libertar de uma sociedade materialista, a mudança não será bem sucedida", afirma à BBC Brasil. Pessoas de vários lugares - inclusive muitos americanos pobres - vivem em espaços apertados há milênios, mas Odom diz que muitos no país só passaram a considerar a opção a partir da crise econômica de 2008. A crise começou com o colapso do setor imobiliário americano. Famílias endividadas contraíam empréstimos para investir em casas na esperança de ganhar com a constante valorização dos imóveis. Quando a bolha estourou, os preços despencaram, bancos quebraram e muitos perderam os bens. Para Odom, o episódio mostrou que a estabilidade financeira dos Estados Unidos é incompatível com o sistema imobiliário atual, em que famílias contraem pesadas dívidas para ter onde morar. Ele diz que, mais baratas, as microcasas poderiam solucionar parte do problema - a dele custou US$ 12 mil (R$ 41 mil), ou 3,6% do preço de uma casa americana média. A partir de US$ 10 mil é possível encomendar uma casa minúscula pronta pela internet. Para Odom, porém, o maior obstáculo para a expansão do movimento são restrições legais. A maioria das cidades americanas proíbe que moradores vivam em casas muito pequenas. Uma forma de driblar a regulação é construi-las sobre rodas. Nesse caso, são consideradas residências móveis (como trailers) e toleradas em certas áreas. Ainda assim, muitas prefeituras não permitem que pessoas morem integralmente nessas unidades. Para Carey Carscallen, diretor da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade Andrews, em Michigan, outra barreira à disseminação do movimento é o número de residentes que uma microcasa comporta. Para ele, ela pode abrigar um morador ou, no máximo, dois. A partir daí, a convivência ficaria muito difícil. Carscallen orientou seus alunos num projeto em que tiveram de construir duas casas minúsculas. Durante o experimento, ele diz ter sido procurado por muitas pessoas que pediam ideias para erguer suas próprias unidades. Para o professor, microcasas são ideais para jovens profissionais "que acabaram de sair da faculdade e ainda não acumularam muita coisa". FRUSTRAÇÃO E DESISTÊNCIA Nem todos conseguem migrar para espaços tão pequenos. Em julho, o site Business Insider citou três casos de pessoas que desistiram de viver em microcasas. Um casal sucumbiu aos frequentes vazamentos e crescentes custos de manutenção; um morador não conseguiu autorização da prefeitura para viver no local; e um casal se sentiu muito isolado na área em que pôde se instalar. Andrew Odom concorda que casas minúsculas não são para todos. Hoje ele divide a residência de 23 metros quadrados com a mulher e a filha de três anos, mas reconhece que um dia terá de se mudar para um lugar maior. O que não significa que morará numa casa típica de subúrbio. Para ele, uma residência com dois quartos e 70 metros quadrados - ainda bem pequena para padrões locais - deverá ser suficiente. "Vamos avaliar quais são nossas necessidades e nos ajustar".
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Teori ficou enfurecido com decisão de Lewandowski e decidiu dar liminar
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ficou enfurecido com o anúncio feito nesta quarta-feira (4) pelo presidente da corte, Ricardo Lewandowski, de que pautaria nesta quinta a ação da Rede que pedia o afastamento de Eduardo Cunha do cargo de presidente da Câmara. A ação do partido de Marina Silva foi colocada na pauta a pedido do relator da matéria, ministro Marco Aurélio Mello. De acordo com interlocutores de Zavascki, ele se sentiu atropelado pois já tinha sinalizado, na semana passada, que levaria em breve outro pedido de afastamento de Cunha, feito pela Procuradoria-Geral da República, para ser analisado pelo plenário do STF. Zavascki ficou incomodado com a possibilidade de ser acusado de ter retardado o processo contra Cunha. O ministro analisa desde o fim do ano passado o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que Cunha seja afastado de suas funções. O STF vinha sofrendo críticas por retardar a decisão, permitindo que Cunha comandasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff e, segundo a PGR, usasse o cargo em benefício próprio, interferindo diretamente no processo de sua própria cassação, em análise na Câmara dos Deputados. Um outro interlocutor de Zavascki diz que ele não ficou exatamente "enfurecido" pois entenderia que Marco Aurélio Mello tinha o direito de estabelecer seu próprio prazo para decidir sobre o afastamento. E que a Lewandowski não sobraria outra alternativa senão a de pautar o tema. Mas, contrariado com a situação, Zavaski decidiu acelerar a própria decisão, concedendo a liminar que afastou Cunha. De qualquer forma, a decisão de Zavascki causou perplexidade entre boa parte dos colegas da corte. Por mais que os fatos apontados por ele para suspender Cunha sejam graves, poderiam ter sido discutidos na sessão marcada para a tarde desta quinta por Lewandowski. Com a liminar, no entanto, Zavascki retoma as rédeas do assunto. Ele deve submeter nesta quinta sua decisão liminar ao plenário do STF.
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Teori ficou enfurecido com decisão de Lewandowski e decidiu dar liminarO ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ficou enfurecido com o anúncio feito nesta quarta-feira (4) pelo presidente da corte, Ricardo Lewandowski, de que pautaria nesta quinta a ação da Rede que pedia o afastamento de Eduardo Cunha do cargo de presidente da Câmara. A ação do partido de Marina Silva foi colocada na pauta a pedido do relator da matéria, ministro Marco Aurélio Mello. De acordo com interlocutores de Zavascki, ele se sentiu atropelado pois já tinha sinalizado, na semana passada, que levaria em breve outro pedido de afastamento de Cunha, feito pela Procuradoria-Geral da República, para ser analisado pelo plenário do STF. Zavascki ficou incomodado com a possibilidade de ser acusado de ter retardado o processo contra Cunha. O ministro analisa desde o fim do ano passado o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que Cunha seja afastado de suas funções. O STF vinha sofrendo críticas por retardar a decisão, permitindo que Cunha comandasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff e, segundo a PGR, usasse o cargo em benefício próprio, interferindo diretamente no processo de sua própria cassação, em análise na Câmara dos Deputados. Um outro interlocutor de Zavascki diz que ele não ficou exatamente "enfurecido" pois entenderia que Marco Aurélio Mello tinha o direito de estabelecer seu próprio prazo para decidir sobre o afastamento. E que a Lewandowski não sobraria outra alternativa senão a de pautar o tema. Mas, contrariado com a situação, Zavaski decidiu acelerar a própria decisão, concedendo a liminar que afastou Cunha. De qualquer forma, a decisão de Zavascki causou perplexidade entre boa parte dos colegas da corte. Por mais que os fatos apontados por ele para suspender Cunha sejam graves, poderiam ter sido discutidos na sessão marcada para a tarde desta quinta por Lewandowski. Com a liminar, no entanto, Zavascki retoma as rédeas do assunto. Ele deve submeter nesta quinta sua decisão liminar ao plenário do STF.
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Medicina da USP cria ouvidoria para receber denúncias de estudantes
A FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) anunciou nesta sexta-feira (6) a criação de uma ouvidoria para receber denúncias, críticas e queixas de alunos e colaboradores da instituição. O novo canal de comunicação entre alunos e faculdade será coordenado pela socióloga Elisabeth Therezinha de Vargas e Silva, e também fará sugestões à instituição e buscar apoio jurídico, conforme os relatos de vítimas e testemunhas. Em comunicado, a coordenadora da ouvidoria afirmou que o órgão será voltado a pessoas ligadas à faculdade e que "a principal característica do trabalho é o sigilo absoluto sobre a identidade de autores das denúncias, críticas e depoimentos e dos denunciados para manter a segurança de todos". A ouvidoria deverá elaborar relatórios que serão apresentados e discutidos pela diretoria e pela congregação da FMUSP para a tomada de providências sobre os fatos relatados pelos denunciantes. Segundo a faculdade, a socióloga já atuou como coordenadora no Conselho dos Direitos da Mulher e na Secretaria Executiva da Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos, ambos do Ministério da Justiça, e durante 13 ano foi assessora de projetos sociais e educacionais no Centro Ruth Cardoso, entre outras atividades ao longo de sua carreira. A criação da ouvidoria acontece após uma série de denúncias de abuso e violência sofridos e realizados por alunos. Uma CPI também foi criada na Alesp para investigar os casos. A comissão não divulgou o número de denúncias que chegaram da USP, mas a Folha contabiliza ao menos dois que foram relatados em audiências e não foram investigados pela universidade. Há duas semanas, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, pediu que os diretores da universidade reabram sindicâncias de suspeitas antigas de estupro na instituição que vieram à tona depois de denúncias.
cotidiano
Medicina da USP cria ouvidoria para receber denúncias de estudantesA FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) anunciou nesta sexta-feira (6) a criação de uma ouvidoria para receber denúncias, críticas e queixas de alunos e colaboradores da instituição. O novo canal de comunicação entre alunos e faculdade será coordenado pela socióloga Elisabeth Therezinha de Vargas e Silva, e também fará sugestões à instituição e buscar apoio jurídico, conforme os relatos de vítimas e testemunhas. Em comunicado, a coordenadora da ouvidoria afirmou que o órgão será voltado a pessoas ligadas à faculdade e que "a principal característica do trabalho é o sigilo absoluto sobre a identidade de autores das denúncias, críticas e depoimentos e dos denunciados para manter a segurança de todos". A ouvidoria deverá elaborar relatórios que serão apresentados e discutidos pela diretoria e pela congregação da FMUSP para a tomada de providências sobre os fatos relatados pelos denunciantes. Segundo a faculdade, a socióloga já atuou como coordenadora no Conselho dos Direitos da Mulher e na Secretaria Executiva da Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos, ambos do Ministério da Justiça, e durante 13 ano foi assessora de projetos sociais e educacionais no Centro Ruth Cardoso, entre outras atividades ao longo de sua carreira. A criação da ouvidoria acontece após uma série de denúncias de abuso e violência sofridos e realizados por alunos. Uma CPI também foi criada na Alesp para investigar os casos. A comissão não divulgou o número de denúncias que chegaram da USP, mas a Folha contabiliza ao menos dois que foram relatados em audiências e não foram investigados pela universidade. Há duas semanas, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, pediu que os diretores da universidade reabram sindicâncias de suspeitas antigas de estupro na instituição que vieram à tona depois de denúncias.
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Ministro do STF quer julgar liberação do porte de droga neste semestre
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki afirmou nesta terça-feira (2) que trabalha para liberar para julgamento ainda neste semestre o processo que decidirá se portar drogas para consumo pessoal deixará ou não de ser crime no país. Em setembro do ano passado, Teori pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o processo e interrompeu o julgamento do caso pelo pelo plenário do Supremo. "Quero ver se libero nesse semestre. É uma questão que exige muita reflexão, obviamente, no meu entender não são questões tão singelas. Eu acho que isso tem repercussão grande na vida das pessoas e no próprio papel do Judiciário, no que toca o Judiciário, o Poder Legislativo em deliberar a respeito", disse o ministro. "Tem que meditar bastante, eu estou estudando, estou fazendo um estudo de Direito comparado, experiência de outros países, porque esse é um problema universal", completou. O ministro não quis adiantar se a tendência é que siga o que já foi colocado pelos colegas que já votaram no caso. O julgamento foi interrompido depois que os ministros do STF, Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, disseram que são favoráveis a descriminalização do porte apenas de maconha, sem incluir outras drogas. Infográfico: Entenda a descriminalização das drogas Primeiro a falar, Fachin votou pela descriminalização do porte da maconha para consumo pessoal, mas defendeu a manutenção das regras atuais para as demais drogas, como cocaína e crack. Ele propôs ainda que o Congresso deve aprovar uma lei para distinguir usuário e traficante, estabelecendo, por exemplo, quantidades mínimas para essa caracterização. O ministro também defendeu que a produção e comercialização da maconha continuem a ser classificadas como crime Na sequência, em um voto recheado de frases de efeito, o ministro Luís Roberto Barroso defendeu que o STF determine a descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal. Em seu voto, no entanto, Barroso avançou e se mostrou favorável à liberação do plantio para consumo próprio, o que não foi aprovado por Fachin, e sugeriu uma quantidade mínima para diferenciar o consumidor do traficante: o usuário teria um limite de até 25 gramas e a autorização para plantio de "seis plantas fêmeas" –modelos semelhantes aos adotados em Portugal e no Uruguai, respectivamente. Essa definição estaria em vigor até a definição de novos parâmetros pelo Congresso Nacional. Em seu voto, Barroso apontou a falência de uma política pública repressiva em relação às drogas, destacando o fato de que o cigarro, de consumo legalizado, teve sua venda reduzida nos últimos anos. Diz ainda que a criminalização impede que usuários de drogas busquem tratamento no sistema de saúde, por receio de serem punidos. "A criminalização não protege, mas antes compromete a saúde pública", diz. Relator do caso no STF, Mendes defendeu em seu voto que não é crime o porte de entorpecentes para consumo próprio. Ele votou para que pessoas flagradas com drogas para uso pessoal estejam sujeitas a sanções civis, como aulas e advertência verbal. Mendes afirmou ainda no julgamento anterior que a criminalização do porte de drogas para consumo próprio desrespeita "a decisão da pessoa de colocar em risco a própria saúde". A discussão envolve a constitucionalidade do artigo 28 da Lei Antidrogas, que define como crime adquirir, guardar ou portar drogas para si. Hoje, quem é flagrado com drogas para uso próprio responde em liberdade, mas pode perder a condição de réu primário, além de ficar sujeito a penas como advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa. O caso em análise, que tramita desde 2011, terá efeito direto em outros 248 processos que aguardam posição do tribunal. Limites da maconha ao redor do mundo
cotidiano
Ministro do STF quer julgar liberação do porte de droga neste semestreO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki afirmou nesta terça-feira (2) que trabalha para liberar para julgamento ainda neste semestre o processo que decidirá se portar drogas para consumo pessoal deixará ou não de ser crime no país. Em setembro do ano passado, Teori pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o processo e interrompeu o julgamento do caso pelo pelo plenário do Supremo. "Quero ver se libero nesse semestre. É uma questão que exige muita reflexão, obviamente, no meu entender não são questões tão singelas. Eu acho que isso tem repercussão grande na vida das pessoas e no próprio papel do Judiciário, no que toca o Judiciário, o Poder Legislativo em deliberar a respeito", disse o ministro. "Tem que meditar bastante, eu estou estudando, estou fazendo um estudo de Direito comparado, experiência de outros países, porque esse é um problema universal", completou. O ministro não quis adiantar se a tendência é que siga o que já foi colocado pelos colegas que já votaram no caso. O julgamento foi interrompido depois que os ministros do STF, Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, disseram que são favoráveis a descriminalização do porte apenas de maconha, sem incluir outras drogas. Infográfico: Entenda a descriminalização das drogas Primeiro a falar, Fachin votou pela descriminalização do porte da maconha para consumo pessoal, mas defendeu a manutenção das regras atuais para as demais drogas, como cocaína e crack. Ele propôs ainda que o Congresso deve aprovar uma lei para distinguir usuário e traficante, estabelecendo, por exemplo, quantidades mínimas para essa caracterização. O ministro também defendeu que a produção e comercialização da maconha continuem a ser classificadas como crime Na sequência, em um voto recheado de frases de efeito, o ministro Luís Roberto Barroso defendeu que o STF determine a descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal. Em seu voto, no entanto, Barroso avançou e se mostrou favorável à liberação do plantio para consumo próprio, o que não foi aprovado por Fachin, e sugeriu uma quantidade mínima para diferenciar o consumidor do traficante: o usuário teria um limite de até 25 gramas e a autorização para plantio de "seis plantas fêmeas" –modelos semelhantes aos adotados em Portugal e no Uruguai, respectivamente. Essa definição estaria em vigor até a definição de novos parâmetros pelo Congresso Nacional. Em seu voto, Barroso apontou a falência de uma política pública repressiva em relação às drogas, destacando o fato de que o cigarro, de consumo legalizado, teve sua venda reduzida nos últimos anos. Diz ainda que a criminalização impede que usuários de drogas busquem tratamento no sistema de saúde, por receio de serem punidos. "A criminalização não protege, mas antes compromete a saúde pública", diz. Relator do caso no STF, Mendes defendeu em seu voto que não é crime o porte de entorpecentes para consumo próprio. Ele votou para que pessoas flagradas com drogas para uso pessoal estejam sujeitas a sanções civis, como aulas e advertência verbal. Mendes afirmou ainda no julgamento anterior que a criminalização do porte de drogas para consumo próprio desrespeita "a decisão da pessoa de colocar em risco a própria saúde". A discussão envolve a constitucionalidade do artigo 28 da Lei Antidrogas, que define como crime adquirir, guardar ou portar drogas para si. Hoje, quem é flagrado com drogas para uso próprio responde em liberdade, mas pode perder a condição de réu primário, além de ficar sujeito a penas como advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa. O caso em análise, que tramita desde 2011, terá efeito direto em outros 248 processos que aguardam posição do tribunal. Limites da maconha ao redor do mundo
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Duelo brasileiro nas oitavas da Libertadores é improvável; veja
Com três grupos da Libertadores já definidos e os outros cinco na última rodada, já é possível fazer previsões sobre os cruzamentos das oitavas de final da principal competição do continente. E a boa notícia (ou não) para os times brasileiros é que dificilmente haverá um duelo nacional já de cara no mata-mata. Entre as possibilidades de confrontos brasileiros nas oitavas, a mais plausível é Corinthians x Grêmio, se os paulistas tiverem a quinta melhor campanha entre os primeiros colocados e os gaúchos ficarem com o quarto melhor posto entre os segundos. Qualquer outro duelo depende de combinações bem improváveis. Confira: ATLÉTICO-MG O Atlético-MG já terminou sua participação no grupo 5, com 13 pontos. Fica em terceiro na classificação geral se o Grêmio vencer o Toluca em casa, ou em quarto se o Toluca pontuar. Só perde mais uma posição (podendo ficar em quinto) se o Corinthians massacrar o Cobresal em casa –a diferença no saldo é de cinco gols. Adversários prováveis: Nacional, Táchira ou Santa Fe CORINTHIANS O Corinthians vai pegar o lanterna e eliminado Cobresal em casa na última rodada e deve vencer. Ganhando, será a quarta melhor campanha se o Grêmio bater o Toluca em casa e o Corinthians tirar uma diferença de dois gols pró para os mexicanos. Caso contrário, ficará com o quinto lugar entre os primeiros colocados. Para ficar em terceiro, além da vitória do Grêmio, o Corinthians terá que vencer o Cobresal por cinco ou mais gols. No caso de um 5 a 0, ficaria empatado com o Atlético-MG em todos os critérios, e o dono da terceira melhor campanha teria que ser decidido no sorteio. Adversários prováveis: Racing, Grêmio ou Santa Fe GRÊMIO O Grêmio já está garantido na segunda colocação do grupo e enfrenta em casa o líder Toluca. Se ganhar, o mais provável é ser a melhor campanha entre os segundos –para isso, o São Paulo não pode vencer o Strongest e o Racing não pode vencer o Bolívar, ambos jogos fora de casa e na altitude, em que o empate é suficiente para os visitantes. Se o Grêmio empatar com o Toluca, deve ficar entre a terceira e a quinta colocações entre os segundos. É terceiro se o Racing perder do Bolívar e Cerro Porteño x Santa Fe tiver empate; quarto se uma das condições acima não acontecer; e quinto se nenhuma das condições acontecer. Já se o Grêmio perder em casa, é praticamente certo que ficará com a sétima campanha entre os segundos. Adversários prováveis: Rosario Central, Boca Juniors, Toluca ou Corinthians SÃO PAULO O São Paulo é o time com situação mais indefinida e o único brasileiro que ainda não sabe se vai avançar às oitavas. Pode até ficar em primeiro do grupo, mas depende de o River Plate não vencer em casa o eliminado Trujillanos. O mais provável é ficar em segundo; para isso, um empate com o Strongest fora de casa é suficiente. Se o São Paulo conseguir o empate na Bolívia, deve ficar com a segunda, terceira ou quarta melhor campanha entre os segundos colocados. Para ser segundo, o Toluca tem que pontuar contra o Grêmio e Cerro Porteño x Santa Fe tem que terminar empatado. Para ser terceiro, uma das duas condições acima não pode acontecer. Para ser quarto, as duas condições acima não podem acontecer. Já se o São Paulo vencer o Strongest em La Paz, é grande a chance de terminar com a melhor campanha entre os segundos colocados. Adversários prováveis: Toluca, Boca Juniors ou River Plate Confira o que deve acontecer para que esses jogos ocorram: Atlético-MG x São Paulo: Se o Toluca pontuar contra o Grêmio, o Atlético-MG deve ser o quarto melhor primeiro. Para o São Paulo ser o quinto melhor segundo, tem que empatar com o Strongest; além disso, Cerro Porteño x Santa Fe precisa ter vencedor e tanto Racing quanto Huracán precisam de improváveis vitórias fora de casa contra Bolívar e Atlético Nacional. Atlético-MG x Grêmio: Se o Grêmio empatar com o Toluca, o Atlético-MG deve ser o quarto melhor primeiro. Com isso, o Grêmio deve ser o quinto melhor segundo se o Racing pontuar contra o Bolívar e Cerro Porteño x Santa Fe tiver um vencedor. Corinthians x São Paulo: O Corinthians deve ser a quinta melhor campanha se vencer o Cobresal e se o Toluca pontuar contra o Grêmio. O São Paulo deve ser o quarto melhor segundo se empatar com o Strongest, se Cerro x Santa Fe terminar empatado e se Racing ou Huracán conseguirem improváveis vitórias fora contra Bolívar e Atlético Nacional. Corinthians x Grêmio: Talvez o confronto mais provável. O Corinthians deve ser a quinta melhor campanha se vencer o Cobresal e se o Grêmio empatar com o Toluca. Neste caso, para o Grêmio ser o quarto, somente uma destas condições deve acontecer: o Racing pontuar contra o Bolívar ou Cerro x Santa Fe ter um vencedor.
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Duelo brasileiro nas oitavas da Libertadores é improvável; vejaCom três grupos da Libertadores já definidos e os outros cinco na última rodada, já é possível fazer previsões sobre os cruzamentos das oitavas de final da principal competição do continente. E a boa notícia (ou não) para os times brasileiros é que dificilmente haverá um duelo nacional já de cara no mata-mata. Entre as possibilidades de confrontos brasileiros nas oitavas, a mais plausível é Corinthians x Grêmio, se os paulistas tiverem a quinta melhor campanha entre os primeiros colocados e os gaúchos ficarem com o quarto melhor posto entre os segundos. Qualquer outro duelo depende de combinações bem improváveis. Confira: ATLÉTICO-MG O Atlético-MG já terminou sua participação no grupo 5, com 13 pontos. Fica em terceiro na classificação geral se o Grêmio vencer o Toluca em casa, ou em quarto se o Toluca pontuar. Só perde mais uma posição (podendo ficar em quinto) se o Corinthians massacrar o Cobresal em casa –a diferença no saldo é de cinco gols. Adversários prováveis: Nacional, Táchira ou Santa Fe CORINTHIANS O Corinthians vai pegar o lanterna e eliminado Cobresal em casa na última rodada e deve vencer. Ganhando, será a quarta melhor campanha se o Grêmio bater o Toluca em casa e o Corinthians tirar uma diferença de dois gols pró para os mexicanos. Caso contrário, ficará com o quinto lugar entre os primeiros colocados. Para ficar em terceiro, além da vitória do Grêmio, o Corinthians terá que vencer o Cobresal por cinco ou mais gols. No caso de um 5 a 0, ficaria empatado com o Atlético-MG em todos os critérios, e o dono da terceira melhor campanha teria que ser decidido no sorteio. Adversários prováveis: Racing, Grêmio ou Santa Fe GRÊMIO O Grêmio já está garantido na segunda colocação do grupo e enfrenta em casa o líder Toluca. Se ganhar, o mais provável é ser a melhor campanha entre os segundos –para isso, o São Paulo não pode vencer o Strongest e o Racing não pode vencer o Bolívar, ambos jogos fora de casa e na altitude, em que o empate é suficiente para os visitantes. Se o Grêmio empatar com o Toluca, deve ficar entre a terceira e a quinta colocações entre os segundos. É terceiro se o Racing perder do Bolívar e Cerro Porteño x Santa Fe tiver empate; quarto se uma das condições acima não acontecer; e quinto se nenhuma das condições acontecer. Já se o Grêmio perder em casa, é praticamente certo que ficará com a sétima campanha entre os segundos. Adversários prováveis: Rosario Central, Boca Juniors, Toluca ou Corinthians SÃO PAULO O São Paulo é o time com situação mais indefinida e o único brasileiro que ainda não sabe se vai avançar às oitavas. Pode até ficar em primeiro do grupo, mas depende de o River Plate não vencer em casa o eliminado Trujillanos. O mais provável é ficar em segundo; para isso, um empate com o Strongest fora de casa é suficiente. Se o São Paulo conseguir o empate na Bolívia, deve ficar com a segunda, terceira ou quarta melhor campanha entre os segundos colocados. Para ser segundo, o Toluca tem que pontuar contra o Grêmio e Cerro Porteño x Santa Fe tem que terminar empatado. Para ser terceiro, uma das duas condições acima não pode acontecer. Para ser quarto, as duas condições acima não podem acontecer. Já se o São Paulo vencer o Strongest em La Paz, é grande a chance de terminar com a melhor campanha entre os segundos colocados. Adversários prováveis: Toluca, Boca Juniors ou River Plate Confira o que deve acontecer para que esses jogos ocorram: Atlético-MG x São Paulo: Se o Toluca pontuar contra o Grêmio, o Atlético-MG deve ser o quarto melhor primeiro. Para o São Paulo ser o quinto melhor segundo, tem que empatar com o Strongest; além disso, Cerro Porteño x Santa Fe precisa ter vencedor e tanto Racing quanto Huracán precisam de improváveis vitórias fora de casa contra Bolívar e Atlético Nacional. Atlético-MG x Grêmio: Se o Grêmio empatar com o Toluca, o Atlético-MG deve ser o quarto melhor primeiro. Com isso, o Grêmio deve ser o quinto melhor segundo se o Racing pontuar contra o Bolívar e Cerro Porteño x Santa Fe tiver um vencedor. Corinthians x São Paulo: O Corinthians deve ser a quinta melhor campanha se vencer o Cobresal e se o Toluca pontuar contra o Grêmio. O São Paulo deve ser o quarto melhor segundo se empatar com o Strongest, se Cerro x Santa Fe terminar empatado e se Racing ou Huracán conseguirem improváveis vitórias fora contra Bolívar e Atlético Nacional. Corinthians x Grêmio: Talvez o confronto mais provável. O Corinthians deve ser a quinta melhor campanha se vencer o Cobresal e se o Grêmio empatar com o Toluca. Neste caso, para o Grêmio ser o quarto, somente uma destas condições deve acontecer: o Racing pontuar contra o Bolívar ou Cerro x Santa Fe ter um vencedor.
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Bombeiros resgatam grupo perdido em trilha na Serra do Mar, em SP
Quatro pessoas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar nesta segunda-feira (18) após se perderem em uma trilha na Serra do Mar, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) na tarde deste domingo (17). Elas não tiveram os nomes divulgados pelos bombeiros. O grupo todo foi resgatado sem ferimentos. Dois homens foram encontrados pela manhã, e, por volta das 16h, o helicóptero Águia, da PM, encontrou as duas mulheres. O pedido de socorro foi realizado por volta das 20h deste domingo, quando um dos membros do grupo ligou e informou que eles estavam perdidos, mas que a bateria do celular estava no fim. As buscas começaram ainda no domingo, mas foram suspensas no meio da madrugada devido às condições de visibilidade. As buscas foram retomadas por volta das 8h30 com duas equipes dos bombeiros, com apoio aéreo. A Fundação Florestal, que administra espaços ambientais no Estado de São Paulo, informou que o acesso à Cachoeira da Torre não é permitido, por ser um local que apresenta riscos. A instituição lembra ainda que a equipe do Núcleo Itutinga-Pilões, do Parque Estadual Serra do Mar, com apoio da Polícia Militar Ambiental, faz constantes ações de fiscalização no local, no sentido de coibir a entrada. "No último final de semana foram realizadas ações de fiscalização na região. Infelizmente, apesar das advertências –feitas por monitores e placas de sinalização–, algumas pessoas ainda se arriscam por acessos clandestinos, o que além de perigoso, pode configurar crime ambiental", disse, em nota, a fundação.
cotidiano
Bombeiros resgatam grupo perdido em trilha na Serra do Mar, em SPQuatro pessoas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar nesta segunda-feira (18) após se perderem em uma trilha na Serra do Mar, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) na tarde deste domingo (17). Elas não tiveram os nomes divulgados pelos bombeiros. O grupo todo foi resgatado sem ferimentos. Dois homens foram encontrados pela manhã, e, por volta das 16h, o helicóptero Águia, da PM, encontrou as duas mulheres. O pedido de socorro foi realizado por volta das 20h deste domingo, quando um dos membros do grupo ligou e informou que eles estavam perdidos, mas que a bateria do celular estava no fim. As buscas começaram ainda no domingo, mas foram suspensas no meio da madrugada devido às condições de visibilidade. As buscas foram retomadas por volta das 8h30 com duas equipes dos bombeiros, com apoio aéreo. A Fundação Florestal, que administra espaços ambientais no Estado de São Paulo, informou que o acesso à Cachoeira da Torre não é permitido, por ser um local que apresenta riscos. A instituição lembra ainda que a equipe do Núcleo Itutinga-Pilões, do Parque Estadual Serra do Mar, com apoio da Polícia Militar Ambiental, faz constantes ações de fiscalização no local, no sentido de coibir a entrada. "No último final de semana foram realizadas ações de fiscalização na região. Infelizmente, apesar das advertências –feitas por monitores e placas de sinalização–, algumas pessoas ainda se arriscam por acessos clandestinos, o que além de perigoso, pode configurar crime ambiental", disse, em nota, a fundação.
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Líder do PT diz que colegas que pedem saída de Vaccari estão 'fora do eixo'
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), criticou nesta quinta-feira (9) correligionários que pedem a saída do tesoureiro do partido, João Vaccarri Neto, e disse que há um movimento que se transformou em " verdadeira obsessão" para tentar "criminalizar as finanças do partido". Vaccari presta depoimento, na manhã desta quinta-feira (9), à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo Sibá, a bancada petista orientou que o tesoureiro recorresse ao STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir uma autorização para permanecer calado numa tentativa de evitar que possa ocorrer voz de prisão por parte de algum parlamentar disposto a criar uma "espetacularização" do depoimento. Para o petista, não há elementos que justifiquem a saída de Vaccari, que está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal. "Não topo [a saída]. Quem diz isso está fora do eixo. O petista que disser isso está fora do eixo. Isso é um absurdo e será uma pré-condenação. Ele só sai se provarem alguma coisa. Se está com a consciência tranquila, é o que basta", disse. Segundo a Folha apurou, o ex-presidente Lula está entre os que defendem o afastamento imediato de Vaccari e tem dito a aliados que, se permanecer no cargo, o tesoureiro não consegue nem se defender nem ajudar o partido. Em carta aberta, dirigentes estaduais do PT do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina também pediram mudanças na política econômica do governo federal e o afastamento de filiados do partido indiciados em casos de corrupção, caso do tesoureiro nacional da legenda. O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro é outro petista que já defendeu que Vaccari não pedir seu afastamento do cargo, o comando nacional do partido deve fazê-lo preventivamente. CPI Sibá afirmou que Vaccari vai colaborar com a CPI e responder ao que for questionado. Ele desconversou sobre o treinamento do tesoureiro para sua participação na CPI. O presidente do PT, Rui Falcão, teria afirmado a correligionários durante uma reunião que não haveria preocupação com a fala, uma vez que ele estaria sendo preparado. O líder do PT também afirmou que o partido prepara uma ofensiva contra o PSDB na Justiça e está recolhendo material sobre escândalos envolvendo a cúpula tucana para constranger a oposição. "Se é guerra, vamos para a guerra", afirmou.
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Líder do PT diz que colegas que pedem saída de Vaccari estão 'fora do eixo'O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), criticou nesta quinta-feira (9) correligionários que pedem a saída do tesoureiro do partido, João Vaccarri Neto, e disse que há um movimento que se transformou em " verdadeira obsessão" para tentar "criminalizar as finanças do partido". Vaccari presta depoimento, na manhã desta quinta-feira (9), à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo Sibá, a bancada petista orientou que o tesoureiro recorresse ao STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir uma autorização para permanecer calado numa tentativa de evitar que possa ocorrer voz de prisão por parte de algum parlamentar disposto a criar uma "espetacularização" do depoimento. Para o petista, não há elementos que justifiquem a saída de Vaccari, que está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal. "Não topo [a saída]. Quem diz isso está fora do eixo. O petista que disser isso está fora do eixo. Isso é um absurdo e será uma pré-condenação. Ele só sai se provarem alguma coisa. Se está com a consciência tranquila, é o que basta", disse. Segundo a Folha apurou, o ex-presidente Lula está entre os que defendem o afastamento imediato de Vaccari e tem dito a aliados que, se permanecer no cargo, o tesoureiro não consegue nem se defender nem ajudar o partido. Em carta aberta, dirigentes estaduais do PT do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina também pediram mudanças na política econômica do governo federal e o afastamento de filiados do partido indiciados em casos de corrupção, caso do tesoureiro nacional da legenda. O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro é outro petista que já defendeu que Vaccari não pedir seu afastamento do cargo, o comando nacional do partido deve fazê-lo preventivamente. CPI Sibá afirmou que Vaccari vai colaborar com a CPI e responder ao que for questionado. Ele desconversou sobre o treinamento do tesoureiro para sua participação na CPI. O presidente do PT, Rui Falcão, teria afirmado a correligionários durante uma reunião que não haveria preocupação com a fala, uma vez que ele estaria sendo preparado. O líder do PT também afirmou que o partido prepara uma ofensiva contra o PSDB na Justiça e está recolhendo material sobre escândalos envolvendo a cúpula tucana para constranger a oposição. "Se é guerra, vamos para a guerra", afirmou.
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Operadoras de celular voltam a poder cortar acesso à internet em SP
As operadoras de celular Oi, Claro, TIM e Vivo voltaram a poder bloquear o acesso à internet por celular quando o usuário atinge o limite do pacote de dados contratado. Uma decisão favorável à Oi datada do dia 22 do ministro Moura Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça, suspendeu todas as ações coletivas sobre o tema até que se decida em qual esfera o assunto será tratado. Deixam também de ter validade liminares proferidas em primeira instância que ainda não foram sustadas em segunda instância, como a que impedia as empresas de realizarem o corte no Estado sob multa de R$ 25 mil por dia. Ela havia sido concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pedido do Procon-SP. O bloqueio após o uso da cota diária vem sendo realizado desde o fim de 2014 —antes, a velocidade era apenas reduzida. Dessa forma, o cliente precisa desembolsar mais dinheiro para restabelecer a conexão, contratando um pacote com limite superior ao de sua franquia ou um pacote adicional para usar até o fim do ciclo de faturamento. As ações coletivas argumentam que mudanças contratuais permitindo o bloqueio ocorreram sem que os usuários fossem informados, no momento em que adquiriram os serviços, de que essa era uma possibilidade. A ação da Oi afirma que já foram propostas pelo menos 15 ações coletivas em vários Estados do país sobre o tema contra as operadoras. Segundo a empresa, isso teria criado "indefinição" e "decisões inconciliáveis sob o ângulo lógico e prático". A decisão do STJ não entra no mérito da questão do bloqueio, apesar de ressaltar "que houve o deferimento de quase todas as liminares em favor dos usuários da internet via telefone celular no sistema pré-pago". Ribeiro deferiu o pedido de liminar até que se decida em qual esfera o caso será julgado. A data para a decisão ainda não foi marcada. Procurada pela reportagem, a TIM afirma apenas que "está ciente da decisão do STJ". A Vivo e a Claro dizem que não comentam decisões judiciais e a Oi que não comenta decisões judiciais "em andamento". O Procon-SP esclarece que continuam valendo, no entanto, multas somando R$ 22,7 milhões contra as empresas por causa das alterações dos contratos para viabilizar o bloqueio. Segundo o órgão, que é vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Governo do Estado de São Paulo, elas são resultado de um processo administrativo interno com base no código de defesa do consumidor.
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Operadoras de celular voltam a poder cortar acesso à internet em SPAs operadoras de celular Oi, Claro, TIM e Vivo voltaram a poder bloquear o acesso à internet por celular quando o usuário atinge o limite do pacote de dados contratado. Uma decisão favorável à Oi datada do dia 22 do ministro Moura Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça, suspendeu todas as ações coletivas sobre o tema até que se decida em qual esfera o assunto será tratado. Deixam também de ter validade liminares proferidas em primeira instância que ainda não foram sustadas em segunda instância, como a que impedia as empresas de realizarem o corte no Estado sob multa de R$ 25 mil por dia. Ela havia sido concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pedido do Procon-SP. O bloqueio após o uso da cota diária vem sendo realizado desde o fim de 2014 —antes, a velocidade era apenas reduzida. Dessa forma, o cliente precisa desembolsar mais dinheiro para restabelecer a conexão, contratando um pacote com limite superior ao de sua franquia ou um pacote adicional para usar até o fim do ciclo de faturamento. As ações coletivas argumentam que mudanças contratuais permitindo o bloqueio ocorreram sem que os usuários fossem informados, no momento em que adquiriram os serviços, de que essa era uma possibilidade. A ação da Oi afirma que já foram propostas pelo menos 15 ações coletivas em vários Estados do país sobre o tema contra as operadoras. Segundo a empresa, isso teria criado "indefinição" e "decisões inconciliáveis sob o ângulo lógico e prático". A decisão do STJ não entra no mérito da questão do bloqueio, apesar de ressaltar "que houve o deferimento de quase todas as liminares em favor dos usuários da internet via telefone celular no sistema pré-pago". Ribeiro deferiu o pedido de liminar até que se decida em qual esfera o caso será julgado. A data para a decisão ainda não foi marcada. Procurada pela reportagem, a TIM afirma apenas que "está ciente da decisão do STJ". A Vivo e a Claro dizem que não comentam decisões judiciais e a Oi que não comenta decisões judiciais "em andamento". O Procon-SP esclarece que continuam valendo, no entanto, multas somando R$ 22,7 milhões contra as empresas por causa das alterações dos contratos para viabilizar o bloqueio. Segundo o órgão, que é vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Governo do Estado de São Paulo, elas são resultado de um processo administrativo interno com base no código de defesa do consumidor.
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Entusiasta da UE, Kohl é velado na França e enterrado na Alemanha
Centenas de alemães e também líderes europeus prestaram homenagens neste sábado (1º) a Helmut Kohl, chanceler da Alemanha de 1982 a 1998 e considerado o arquiteto da reunificação do país após a queda do muro de Berlim. Ele morreu em 16 de junho, aos 87 anos. Pela manhã, autoridades de vários países compareceram ao velório, ocorrido na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, fronteira com a Alemanha. Kohl tornou-se a primeira pessoa a ser homenageada com esse tipo de evento pela União Europeia. Segundo Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), o velório em Estrasburgo era um pedido de Kohl. "Helmut Kohl era um patriota alemão, mas também um patriota europeu", disse Juncker. Além de ter comandado a reunificação da Alemaha, Kohl também foi um dos líderes que impulsionaram a criação do euro, moeda hoje usada por 19 países. A chanceler alemã, Anegal Merkel, que herdou de Kohl a liderança do partido conservador CDU (União Democrata-Cristã), afirmou que, "sem Helmut Kohl, as vidas de milhões de pessoas que viviam do outro lado do muro até 1990 teriam tomado um rumo completamente diferente, inclusive a minha" —a chanceler cresceu na antiga Alemanha Oriental. "Obrigado pelas oportunidades que você me deu", disse Merkel. A chanceler, porém, teve uma relação conflituosa com Kohl e a família dele. Depois de o líder alemão ter sido envolvido num escândalo de caixa 2 eleitoral após seu mandato, elka se afastou do antigo padrinho. A viúva de Kohl, Maike Richter, não queria convidar Merkel para a cerimônia em Estrasburgo, mas depois foi demovida da ideia por membros da CDU. Após o velório, o caixão com o corpo de Kohl foi levado de helicóptero para a Alemanha e seguiu pelo rio Reno até a cidade de Speyer, com centenas de pessoas acompanhando o cortejo por estradas e às margens do rio. Ele foi enterrado num pequeno cemitério da cidade, que fica no Estado da Renânia-Palatinado.
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Entusiasta da UE, Kohl é velado na França e enterrado na AlemanhaCentenas de alemães e também líderes europeus prestaram homenagens neste sábado (1º) a Helmut Kohl, chanceler da Alemanha de 1982 a 1998 e considerado o arquiteto da reunificação do país após a queda do muro de Berlim. Ele morreu em 16 de junho, aos 87 anos. Pela manhã, autoridades de vários países compareceram ao velório, ocorrido na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, fronteira com a Alemanha. Kohl tornou-se a primeira pessoa a ser homenageada com esse tipo de evento pela União Europeia. Segundo Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), o velório em Estrasburgo era um pedido de Kohl. "Helmut Kohl era um patriota alemão, mas também um patriota europeu", disse Juncker. Além de ter comandado a reunificação da Alemaha, Kohl também foi um dos líderes que impulsionaram a criação do euro, moeda hoje usada por 19 países. A chanceler alemã, Anegal Merkel, que herdou de Kohl a liderança do partido conservador CDU (União Democrata-Cristã), afirmou que, "sem Helmut Kohl, as vidas de milhões de pessoas que viviam do outro lado do muro até 1990 teriam tomado um rumo completamente diferente, inclusive a minha" —a chanceler cresceu na antiga Alemanha Oriental. "Obrigado pelas oportunidades que você me deu", disse Merkel. A chanceler, porém, teve uma relação conflituosa com Kohl e a família dele. Depois de o líder alemão ter sido envolvido num escândalo de caixa 2 eleitoral após seu mandato, elka se afastou do antigo padrinho. A viúva de Kohl, Maike Richter, não queria convidar Merkel para a cerimônia em Estrasburgo, mas depois foi demovida da ideia por membros da CDU. Após o velório, o caixão com o corpo de Kohl foi levado de helicóptero para a Alemanha e seguiu pelo rio Reno até a cidade de Speyer, com centenas de pessoas acompanhando o cortejo por estradas e às margens do rio. Ele foi enterrado num pequeno cemitério da cidade, que fica no Estado da Renânia-Palatinado.
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Escolhida por Trump para Educação afastou dinheiro de escolas públicas
Seria difícil encontrar alguém mais engajada com a ideia de afastar dinheiro público das escolas públicas tradicionais do que Betsy DeVos, a escolhida por Donald Trump para ser a secretária de Educação dos Estados Unidos. Como filantropa, ativista e levantadora de fundos para o Partido Republicano, há quase 30 anos DeVos incentiva a entrega de vouchers (pagos com dinheiro dos contribuintes) a famílias para pagar mensalidades de seus filhos em escolas particulares ou paroquiais. Além disso ela vem fazendo pressão pela ampliação de escolas autônomas (instituições particulares, mas que recebem verbas públicas) e procurando reduzir a influência dos sindicatos de professores. Filha de família rica, seu marido Dick DeVos, que há dez anos foi candidato derrotado ao governo do Michigan, é herdeiro da fortuna Amway. Como muitos filantropos educacionais, DeVos argumenta que uma criança não deve ser obrigada a estudar numa escola falida apenas devido ao lugar onde vive. Mas seus esforços para ampliar as oportunidades educacionais em seu próprio Estado, o Michigan, e no resto do país passam por cima das escolas públicas existentes e focalizam quase inteiramente a criação de modelos mais novos e empreendedores para competir com as escolas tradicionais por alunos e dinheiro. Suas doações e seu ativismo são voltados quase inteiramente a grupos que procuram afastar alunos e dinheiro das escolas públicas, que Trump descreve como "as escolas governamentais falidas". Ativistas conservadores que defendem a possibilidade de escolha escolar a saudaram na quarta-feira (23) como alguém que, como eles, semeia a agitação no ensino público e vai procurar bloquear o que eles enxergam como sendo a ingerência federal nas escolas locais. O ex-governador Jeb Bush, da Flórida, onde DeVos ajudou a promover leis de incentivos fiscais para bolsas de estudos em escolas particulares, descreveu DeVos como "uma escolha excelente" e "uma defensora ferrenha de mudanças que fará pressão por uma nova visão da educação". "A lealdade dela é dada às famílias, especialmente às famílias que se esforçam na base da pirâmide econômica, e não a um modelo superado de ensino público que não vem funcionando para elas, de geração em geração", ele escreveu no Facebook. Frederick M. Hess, diretor de estudos de política educacional no conservador American Enterprise Institute, em Washington, qualificou DeVos como "uma conservadora inteligente e de princípios, favorável ao governo menor, que tem experiência com política e é bem informada em relação às políticas relevantes". Mas os sindicatos de professores a rejeitam completamente. Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores, descreveu DeVos como "a figura mais ideológica, mais antiensino público escolhida para a pasta da Educação" em quatro décadas. Mesmo alguns grupos favoráveis às escolas autônomas, como ela, receiam que a escolha de uma secretária da Educação tão identificada como partidária dos vouchers é um indício de que a administração Trump vai tentar reduzir as verbas do ensino público. Quando era candidato, Trump propôs que US$ 20 bilhões em verbas públicas já existentes fossem direcionados para vouchers que as famílias poderiam usar para pagar as mensalidades de escolas particulares ou paroquiais. Talvez US$ 15 bilhões desse valor viriam das verbas destinadas às escolas que atendem os alunos mais pobres do país. Trump descreveu a escolha escolar como "a questão de direitos civis de nossos tempos". Amber Arellano, diretora-executiva do grupo Education Trust-Midwest, no Michigan, que defende as escolas autônomas, mas critica uma lei relativa às escolas autônomas no Michigan que DeVos gastou milhões para defender, disse que a escolha de DeVos para a pasta da Educação "pode enfraquecer os avanços arduamente conquistados do país, desviando recursos dos jovens que mais os necessitam ou descumprindo a responsabilidade do governo federal de proteger as necessidades e os interesses de todos os estudantes, especialmente os mais vulneráveis". O Michigan é um dos maiores "laboratórios" americanos de escolha escolar, especialmente com escolas autônomas. Os distritos escolares de Detroit, Flint e Grand Rapids têm algumas das dez maiores parcelas nacionais de estudante matriculados em escolas autônomas, e o Estado repassa a essas escolas US$ 1 bilhão por ano em verbas educacionais. Dessas escolas, 80% são dirigidas por empresas com fins lucrativos —uma parcela muito maior que em qualquer outra parte do país. Betsy DeVos e seu marido, os nomes mais destacados da política republicana estadual, podem ter sido os maiores apoiadores financeiros e políticos do esforço. AVALIAÇÃO Mas, se o Michigan é um centro de escolha escolar, é também um dos piores lugares para se argumentar que a escolha melhora o nível das escolas. À medida que o Estado aderiu às escolas autônomas e as ampliou, nas duas últimas décadas, ele vem caindo nos rankings nacionais de provas de leitura e matemática. A maioria das escolas autônomas apresenta performance abaixo da média estadual. E uma revisão federal de 2015 identificou uma porcentagem "injustificavelmente alta" de escolas autônomas na lista das escolas de pior desempenho no Estado. O número de escolas autônomas nessa lista dobrou desde 2010, após a aprovação de uma lei de ampliação dessas escolas promovida por um grupo financiado por DeVos. O grupo bloqueou um dispositivo da lei que teria proibido escolas com baixo desempenho de serem ampliadas ou reproduzidas. DeVos, 58, tornou-se ativista educacional principalmente com a defesa dos vouchers. Ela já participou dos conselhos de direção de várias organizações que fazem campanha em todo o país pelos vouchers. Uma iniciativa que ela liderou para criar vouchers educacionais no Michigan fracassou em 2000. No ano seguinte, DeVos criou o Projeto Educacional dos Grandes Lagos, que se tornou proponente ferrenho da expansão das escolas autônomas. Ela vem doando generosamente a candidatos que apoiam o projeto. A lei do Michigan defendida por DeVos para o estabelecimento de escolas autônomas, 20 anos atrás, autoriza um número muito grande de organizações a fundar escolas desse tipo, mas criou poucos mecanismos de fiscalização. Mesmo os defensores republicanos das escolas autônomas dizem que a lei permitiu a ampliação ou reprodução de escolas autônomas de baixo nível. Na primavera passada, o grupo apoiado por DeVos foi a força principal por trás da derrota de um projeto de lei que visava definir critérios para identificar e fechar escolas falidas, tanto autônomas quanto públicas, em Detroit, onde uma enxurrada de escolas autônomas criadas na última década gerou uma situação que mesmo os defensores dessas escolas descrevem como caótica. DeVos nasceu no oeste do Michigan, a parte mais conservadora e religiosa do Estado, onde seu pai criou uma empresa de autopeças bem-sucedida. Seu irmão é Erik Prince, fundador da empresa de segurança privada Blackwater, que recebeu contratos do governo americano valendo bilhões no Oriente Médio. Como muitos conservadores que apoiaram Donald Trump, DeVos não é a favor do Common Core, o conjunto de padrões que definem os conhecimentos que os alunos em cada ano do ensino devem dominar. O conjunto foi desenvolvido pela Associação Nacional de Governadores e outros grupos e é descrito incorretamente como sendo uma política federal. DeVos não tinha apoiado Trump; sua família defendeu o senador Marco Rubio, da Flórida, na primária presidencial republicana. Na quarta (23), ela escreveu no Twitter: "É uma honra trabalhar com o presidente eleito em sua visão para tornar a educação americana grande outra vez. A situação em que a educação se encontra hoje não é aceitável". Tradução de Clara Allain
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Escolhida por Trump para Educação afastou dinheiro de escolas públicasSeria difícil encontrar alguém mais engajada com a ideia de afastar dinheiro público das escolas públicas tradicionais do que Betsy DeVos, a escolhida por Donald Trump para ser a secretária de Educação dos Estados Unidos. Como filantropa, ativista e levantadora de fundos para o Partido Republicano, há quase 30 anos DeVos incentiva a entrega de vouchers (pagos com dinheiro dos contribuintes) a famílias para pagar mensalidades de seus filhos em escolas particulares ou paroquiais. Além disso ela vem fazendo pressão pela ampliação de escolas autônomas (instituições particulares, mas que recebem verbas públicas) e procurando reduzir a influência dos sindicatos de professores. Filha de família rica, seu marido Dick DeVos, que há dez anos foi candidato derrotado ao governo do Michigan, é herdeiro da fortuna Amway. Como muitos filantropos educacionais, DeVos argumenta que uma criança não deve ser obrigada a estudar numa escola falida apenas devido ao lugar onde vive. Mas seus esforços para ampliar as oportunidades educacionais em seu próprio Estado, o Michigan, e no resto do país passam por cima das escolas públicas existentes e focalizam quase inteiramente a criação de modelos mais novos e empreendedores para competir com as escolas tradicionais por alunos e dinheiro. Suas doações e seu ativismo são voltados quase inteiramente a grupos que procuram afastar alunos e dinheiro das escolas públicas, que Trump descreve como "as escolas governamentais falidas". Ativistas conservadores que defendem a possibilidade de escolha escolar a saudaram na quarta-feira (23) como alguém que, como eles, semeia a agitação no ensino público e vai procurar bloquear o que eles enxergam como sendo a ingerência federal nas escolas locais. O ex-governador Jeb Bush, da Flórida, onde DeVos ajudou a promover leis de incentivos fiscais para bolsas de estudos em escolas particulares, descreveu DeVos como "uma escolha excelente" e "uma defensora ferrenha de mudanças que fará pressão por uma nova visão da educação". "A lealdade dela é dada às famílias, especialmente às famílias que se esforçam na base da pirâmide econômica, e não a um modelo superado de ensino público que não vem funcionando para elas, de geração em geração", ele escreveu no Facebook. Frederick M. Hess, diretor de estudos de política educacional no conservador American Enterprise Institute, em Washington, qualificou DeVos como "uma conservadora inteligente e de princípios, favorável ao governo menor, que tem experiência com política e é bem informada em relação às políticas relevantes". Mas os sindicatos de professores a rejeitam completamente. Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores, descreveu DeVos como "a figura mais ideológica, mais antiensino público escolhida para a pasta da Educação" em quatro décadas. Mesmo alguns grupos favoráveis às escolas autônomas, como ela, receiam que a escolha de uma secretária da Educação tão identificada como partidária dos vouchers é um indício de que a administração Trump vai tentar reduzir as verbas do ensino público. Quando era candidato, Trump propôs que US$ 20 bilhões em verbas públicas já existentes fossem direcionados para vouchers que as famílias poderiam usar para pagar as mensalidades de escolas particulares ou paroquiais. Talvez US$ 15 bilhões desse valor viriam das verbas destinadas às escolas que atendem os alunos mais pobres do país. Trump descreveu a escolha escolar como "a questão de direitos civis de nossos tempos". Amber Arellano, diretora-executiva do grupo Education Trust-Midwest, no Michigan, que defende as escolas autônomas, mas critica uma lei relativa às escolas autônomas no Michigan que DeVos gastou milhões para defender, disse que a escolha de DeVos para a pasta da Educação "pode enfraquecer os avanços arduamente conquistados do país, desviando recursos dos jovens que mais os necessitam ou descumprindo a responsabilidade do governo federal de proteger as necessidades e os interesses de todos os estudantes, especialmente os mais vulneráveis". O Michigan é um dos maiores "laboratórios" americanos de escolha escolar, especialmente com escolas autônomas. Os distritos escolares de Detroit, Flint e Grand Rapids têm algumas das dez maiores parcelas nacionais de estudante matriculados em escolas autônomas, e o Estado repassa a essas escolas US$ 1 bilhão por ano em verbas educacionais. Dessas escolas, 80% são dirigidas por empresas com fins lucrativos —uma parcela muito maior que em qualquer outra parte do país. Betsy DeVos e seu marido, os nomes mais destacados da política republicana estadual, podem ter sido os maiores apoiadores financeiros e políticos do esforço. AVALIAÇÃO Mas, se o Michigan é um centro de escolha escolar, é também um dos piores lugares para se argumentar que a escolha melhora o nível das escolas. À medida que o Estado aderiu às escolas autônomas e as ampliou, nas duas últimas décadas, ele vem caindo nos rankings nacionais de provas de leitura e matemática. A maioria das escolas autônomas apresenta performance abaixo da média estadual. E uma revisão federal de 2015 identificou uma porcentagem "injustificavelmente alta" de escolas autônomas na lista das escolas de pior desempenho no Estado. O número de escolas autônomas nessa lista dobrou desde 2010, após a aprovação de uma lei de ampliação dessas escolas promovida por um grupo financiado por DeVos. O grupo bloqueou um dispositivo da lei que teria proibido escolas com baixo desempenho de serem ampliadas ou reproduzidas. DeVos, 58, tornou-se ativista educacional principalmente com a defesa dos vouchers. Ela já participou dos conselhos de direção de várias organizações que fazem campanha em todo o país pelos vouchers. Uma iniciativa que ela liderou para criar vouchers educacionais no Michigan fracassou em 2000. No ano seguinte, DeVos criou o Projeto Educacional dos Grandes Lagos, que se tornou proponente ferrenho da expansão das escolas autônomas. Ela vem doando generosamente a candidatos que apoiam o projeto. A lei do Michigan defendida por DeVos para o estabelecimento de escolas autônomas, 20 anos atrás, autoriza um número muito grande de organizações a fundar escolas desse tipo, mas criou poucos mecanismos de fiscalização. Mesmo os defensores republicanos das escolas autônomas dizem que a lei permitiu a ampliação ou reprodução de escolas autônomas de baixo nível. Na primavera passada, o grupo apoiado por DeVos foi a força principal por trás da derrota de um projeto de lei que visava definir critérios para identificar e fechar escolas falidas, tanto autônomas quanto públicas, em Detroit, onde uma enxurrada de escolas autônomas criadas na última década gerou uma situação que mesmo os defensores dessas escolas descrevem como caótica. DeVos nasceu no oeste do Michigan, a parte mais conservadora e religiosa do Estado, onde seu pai criou uma empresa de autopeças bem-sucedida. Seu irmão é Erik Prince, fundador da empresa de segurança privada Blackwater, que recebeu contratos do governo americano valendo bilhões no Oriente Médio. Como muitos conservadores que apoiaram Donald Trump, DeVos não é a favor do Common Core, o conjunto de padrões que definem os conhecimentos que os alunos em cada ano do ensino devem dominar. O conjunto foi desenvolvido pela Associação Nacional de Governadores e outros grupos e é descrito incorretamente como sendo uma política federal. DeVos não tinha apoiado Trump; sua família defendeu o senador Marco Rubio, da Flórida, na primária presidencial republicana. Na quarta (23), ela escreveu no Twitter: "É uma honra trabalhar com o presidente eleito em sua visão para tornar a educação americana grande outra vez. A situação em que a educação se encontra hoje não é aceitável". Tradução de Clara Allain
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Dúvida sobre morrer de culpa ou tristeza divide estética e moral
Muita gente pensa que filósofo é "racional". Tem muito filósofo assim mesmo. Que acredita nas ideias. Mas nem sempre é assim. Para mim, as ideias seguem as taras e as emoções, se acomodam a elas, que fazem o que podem para sobreviver num mundo muitas vezes hostil aos sentimentos. Penso, como os românticos, que o centro da vida são os afetos. Dias atrás, uma amiga me pôs uma questão de ordem moral muito instigante: do que eu preferiria morrer? De tristeza ou de culpa? Proponho a você a mesma indagação. Qual seria, entre as duas, a pior forma de morrer (ou viver)? Caso fosse dada a você a necessidade imperativa de fazer uma escolha desta ordem, morrer de tristeza ou morrer de culpa, qual você escolheria? Não tenha pressa em responder. Afinal, nas duas alternativas está a palavra "morrer", palavra esta que exige cuidado ao ser manipulada. Nessa questão está pressuposta a escolha entre dois males (como me dizia outra amiga dias atrás). As duas alternativas transitam pelo que na filosofia chamaríamos de experiência estética e moral. Estética em filosofia não significa a priori algo a ver com a arte, mas com as sensações por conta da palavra grega "aesthesis" ser traduzida por sensações ("anestesia" significa perda das sensações não por acaso...). Uma experiência estética toca os afetos, o gosto, as sensações. Moral, por sua vez, fala do comportamento, da norma, da boa ou da má conduta, do certo ou do errado, enfim, do que é esperado de nós no tocante ao convívio normatizado em sociedade. É comum imaginar-se que haveria um conflito inevitável entre uma experiência estética e uma experiência moral, já que a segunda pressupõe alguma forma de constrangimento da primeira, a fim de torná-la "civilizada". Autores como os românticos alemães dos séculos 18 e 19 sonhavam com um encontro profundo entre estética e moral, no qual "o que sentimos existiria em harmonia com nossa ação moral". Utopia? Sim, creio ser uma utopia. Somos demasiadamente contraditórios para termos qualquer forma de harmonia nesse nível. Harmônicos, só os cadáveres ou os mentirosos. Voltando a nossa questão. O que você escolheria: morrer de tristeza ou de culpa? Tristeza é um afeto, um sentimento, um estado de alma advindo da perda de algo que nos dá prazer, felicidade, gosto pra viver. Impossível esgotar os sentidos da tristeza. São Tomás de Aquino (século 13) achava a tristeza uma forma de pecado porque o mundo, segundo o Criador, é bom. Você acredita que seja bom mesmo? Culpa, por sua vez, é um afeto essencialmente decorrente da vida moral. Muita gente acredita, como os filósofos ingleses dos séculos 18 e 19, que a base da vida moral seja o afeto, portanto, haveria uma relação profunda entre a moral e a estética. No caso, a culpa seria um afeto moral decorrente da consciência de que fizemos sofrer alguém que não merecia sofrer. Mas na questão em si está o fato de você poder morrer de uma das duas, tristeza ou culpa. Vejamos um pouco de contexto hipotético para ajudar em sua decisão. Imagine que essa tristeza fosse causada pela certeza de que você deve abrir mão de algo que você ama muito ou deseja profundamente. Algo ou alguém que você sinta ter buscado a vida inteira, mas que não pode ou não deve ter com você, a não ser que seja às custas de muito sofrimento para outras pessoas que não merecem tamanho e atroz sofrimento. Você deveria abrir mão desse seu desejo em favor do que seria o esperado em termos de normas sociais e de cuidado para com os "inocentes". Ao fazê-lo, optaria por ser triste, mas fiel ao que é certo, daí minha amiga falar em "morrer de tristeza". Escolheria a infelicidade em nome do que é moralmente justo. Por outro lado, se você optar pelo desejo, levaria a agonia para o coração daqueles que não deveriam viver essa agonia. Daí a ideia de "morrer de culpa". Morrer de culpa seria o preço por ter sido fiel ao seu desejo. Abrir mão da felicidade em nome do "certo" pode lhe fazer infeliz. Mas, a infelicidade pode ser um dos hábitos mais profundos em nossas vidas.
colunas
Dúvida sobre morrer de culpa ou tristeza divide estética e moralMuita gente pensa que filósofo é "racional". Tem muito filósofo assim mesmo. Que acredita nas ideias. Mas nem sempre é assim. Para mim, as ideias seguem as taras e as emoções, se acomodam a elas, que fazem o que podem para sobreviver num mundo muitas vezes hostil aos sentimentos. Penso, como os românticos, que o centro da vida são os afetos. Dias atrás, uma amiga me pôs uma questão de ordem moral muito instigante: do que eu preferiria morrer? De tristeza ou de culpa? Proponho a você a mesma indagação. Qual seria, entre as duas, a pior forma de morrer (ou viver)? Caso fosse dada a você a necessidade imperativa de fazer uma escolha desta ordem, morrer de tristeza ou morrer de culpa, qual você escolheria? Não tenha pressa em responder. Afinal, nas duas alternativas está a palavra "morrer", palavra esta que exige cuidado ao ser manipulada. Nessa questão está pressuposta a escolha entre dois males (como me dizia outra amiga dias atrás). As duas alternativas transitam pelo que na filosofia chamaríamos de experiência estética e moral. Estética em filosofia não significa a priori algo a ver com a arte, mas com as sensações por conta da palavra grega "aesthesis" ser traduzida por sensações ("anestesia" significa perda das sensações não por acaso...). Uma experiência estética toca os afetos, o gosto, as sensações. Moral, por sua vez, fala do comportamento, da norma, da boa ou da má conduta, do certo ou do errado, enfim, do que é esperado de nós no tocante ao convívio normatizado em sociedade. É comum imaginar-se que haveria um conflito inevitável entre uma experiência estética e uma experiência moral, já que a segunda pressupõe alguma forma de constrangimento da primeira, a fim de torná-la "civilizada". Autores como os românticos alemães dos séculos 18 e 19 sonhavam com um encontro profundo entre estética e moral, no qual "o que sentimos existiria em harmonia com nossa ação moral". Utopia? Sim, creio ser uma utopia. Somos demasiadamente contraditórios para termos qualquer forma de harmonia nesse nível. Harmônicos, só os cadáveres ou os mentirosos. Voltando a nossa questão. O que você escolheria: morrer de tristeza ou de culpa? Tristeza é um afeto, um sentimento, um estado de alma advindo da perda de algo que nos dá prazer, felicidade, gosto pra viver. Impossível esgotar os sentidos da tristeza. São Tomás de Aquino (século 13) achava a tristeza uma forma de pecado porque o mundo, segundo o Criador, é bom. Você acredita que seja bom mesmo? Culpa, por sua vez, é um afeto essencialmente decorrente da vida moral. Muita gente acredita, como os filósofos ingleses dos séculos 18 e 19, que a base da vida moral seja o afeto, portanto, haveria uma relação profunda entre a moral e a estética. No caso, a culpa seria um afeto moral decorrente da consciência de que fizemos sofrer alguém que não merecia sofrer. Mas na questão em si está o fato de você poder morrer de uma das duas, tristeza ou culpa. Vejamos um pouco de contexto hipotético para ajudar em sua decisão. Imagine que essa tristeza fosse causada pela certeza de que você deve abrir mão de algo que você ama muito ou deseja profundamente. Algo ou alguém que você sinta ter buscado a vida inteira, mas que não pode ou não deve ter com você, a não ser que seja às custas de muito sofrimento para outras pessoas que não merecem tamanho e atroz sofrimento. Você deveria abrir mão desse seu desejo em favor do que seria o esperado em termos de normas sociais e de cuidado para com os "inocentes". Ao fazê-lo, optaria por ser triste, mas fiel ao que é certo, daí minha amiga falar em "morrer de tristeza". Escolheria a infelicidade em nome do que é moralmente justo. Por outro lado, se você optar pelo desejo, levaria a agonia para o coração daqueles que não deveriam viver essa agonia. Daí a ideia de "morrer de culpa". Morrer de culpa seria o preço por ter sido fiel ao seu desejo. Abrir mão da felicidade em nome do "certo" pode lhe fazer infeliz. Mas, a infelicidade pode ser um dos hábitos mais profundos em nossas vidas.
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Governo aumenta orçamento do Bolsa Família com reajuste do benefício
O governo federal promete aumentar em até R$ 1 bilhão o orçamento previsto para o programa Bolsa Família deste ano. A informação foi confirmada pelo Ministério do Desenvolvimento Social nesta segunda-feira (4). Apesar de divulgar que haverá o aumento, a pasta ainda não definiu qual será o percentual do reajuste e nem quando os pagamentos serão feitos com o novo valor. O Orçamento da União para 2016, ainda não sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê uma margem para a ampliação de repasses para o Bolsa Família. Segundo o ministério, não há previsão de que novos beneficiários sejam incluídos no programa, que conta atualmente com cerca de 13,9 milhões de famílias. A previsão é de que o programa possa repassar até R$ 28,8 bilhões neste ano. Em 2015, o valor destinado foi de R$ 27,7 bilhões. Atualmente, o benefício médio pago às famílias é de R$ 164. No primeiro dia do ano, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias com um veto a uma nova regra para o reajuste do Bolsa Família baseado na inflação dos últimos 20 meses. A proposta foi feita pelo senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, quando o texto da LDO tramitou no Congresso. Em nota, a ministra Tereza Campello criticou a ideia do tucano. "Usar o argumento de que recompõe perda inflacionária é desconhecer o que ocorreu com os mais pobres nos últimos anos", disse. Segundo a pasta, o benefício médio do programa cresceu acima da inflação desde 2011. Também em nota, Aécio lamentou o veto. "Sem recomposição do poder de compra do Bolsa Família, o alcance social do programa diminui e a crise criada pelo governo do PT invade a vida dos mais pobres", disse. Segundo o senador, um reajuste de 11,6% no programa teria um impacto de R$ 3 bilhões.
poder
Governo aumenta orçamento do Bolsa Família com reajuste do benefícioO governo federal promete aumentar em até R$ 1 bilhão o orçamento previsto para o programa Bolsa Família deste ano. A informação foi confirmada pelo Ministério do Desenvolvimento Social nesta segunda-feira (4). Apesar de divulgar que haverá o aumento, a pasta ainda não definiu qual será o percentual do reajuste e nem quando os pagamentos serão feitos com o novo valor. O Orçamento da União para 2016, ainda não sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê uma margem para a ampliação de repasses para o Bolsa Família. Segundo o ministério, não há previsão de que novos beneficiários sejam incluídos no programa, que conta atualmente com cerca de 13,9 milhões de famílias. A previsão é de que o programa possa repassar até R$ 28,8 bilhões neste ano. Em 2015, o valor destinado foi de R$ 27,7 bilhões. Atualmente, o benefício médio pago às famílias é de R$ 164. No primeiro dia do ano, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias com um veto a uma nova regra para o reajuste do Bolsa Família baseado na inflação dos últimos 20 meses. A proposta foi feita pelo senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, quando o texto da LDO tramitou no Congresso. Em nota, a ministra Tereza Campello criticou a ideia do tucano. "Usar o argumento de que recompõe perda inflacionária é desconhecer o que ocorreu com os mais pobres nos últimos anos", disse. Segundo a pasta, o benefício médio do programa cresceu acima da inflação desde 2011. Também em nota, Aécio lamentou o veto. "Sem recomposição do poder de compra do Bolsa Família, o alcance social do programa diminui e a crise criada pelo governo do PT invade a vida dos mais pobres", disse. Segundo o senador, um reajuste de 11,6% no programa teria um impacto de R$ 3 bilhões.
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PEC pode sepultar ação das doações de campanha, dizem ministros do STF
Pelo menos dois ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) acreditam que a eventual aprovação da emenda sobre financiamento de campanha pelo Congresso pode sepultar a ação referente ao tema que tramita na corte. A Câmara aprovou nesta quarta-feira (27), em primeiro turno, uma proposta para incluir na Constituição a permissão a empresas privadas doarem a partidos políticos, exclusivamente. O projeto voltará à pauta dos deputados. Se passar novamente, seguirá para o Senado, última etapa da tramitação no Congresso, antes da ir à sanção presidencial. O ministro Marco Aurélio Mello foi o mais taxativo. Para ele, se essa emenda receber o crivo definitivo no Legislativo antes de o Supremo concluir sua análise, a ação "voltará à estaca zero". "Se isso ocorrer, a ação que está no STF ficará prejudicada, perderá o objeto", adiantou. Para o ministro, nesse cenário, o Supremo precisaria ser provocado com outro processo para deliberar sobre a legalidade desse modelo de contribuições. A ação direta de inconstitucionalidade (Adin), atualmente parada no Supremo, foi proposta pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com objetivo de proibir todas as doações de empresas, tanto a candidatos quanto às legendas. O ministro Luiz Fux, embora não tenha sido conclusivo, também enxerga margem para que a decisão do Congresso torne a Adin inócua. Quando questionado, no primeiro momento, Fux afirmou que não há esse risco porque a ação "é mais ampla". Em seguida, porém, ele disse que "pode tornar prejudicada a ação", apesar de o conteúdo ser diferente da emenda do Congresso. Embora tenha evitado opinar, Celso de Mello comentou a possibilidade de a OAB argumentar que a proposta do Congresso fere uma cláusula pétrea da Constituição, algo que não inviabilizaria a continuidade da Adin. "Sempre um argumento muito respeitável da OAB, que é a autora da ação. De qualquer maneira, vamos aguardar", esquivou-se. Luís Roberto Barroso evitou tratar da possibilidade de impacto no Supremo. "Eu tenho por princípio e por superstição não falar sobre coisas que vão ser julgadas", justificou. Ele reiterou, porém, o que disse em plenário, que o financiamento, por si só, não deve ser considerado ilegal. Ele considera, no entanto, ser necessário a imposição de limites, entre eles a proibição de empresas doarem para vários partidos. "A decisão política de permitir que empresas participem de doação, se vier a ser tomada por emenda constitucional, eu acho legitima. Mas, ainda assim, a matéria dependerá de regulamentação", resumiu Barroso. Questionado, o ministro Teori Zavascki não quis comentar antes de o Congresso fechar questão sobre o assunto. PRAZO DE ANÁLISE O ministro Gilmar Mendes já havia adiantado, nesta quarta (27), que devolverá a Adin ao plenário até o final de junho. Ele pediu vista do processo em abril do ano passado. A respeito de decisões da Câmara, Mendes admite que a aprovação da PEC tende comprometer a ação no Judiciário, mas apenas em parte. "Se essas alterações para financiamento de campanha forem aprovadas, creio que inviabiliza somente o conteúdo da Adin que trata de financiamento de campanha, mas a ação, como um todo, é bem mais ampla", ponderou o ministro.
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PEC pode sepultar ação das doações de campanha, dizem ministros do STFPelo menos dois ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) acreditam que a eventual aprovação da emenda sobre financiamento de campanha pelo Congresso pode sepultar a ação referente ao tema que tramita na corte. A Câmara aprovou nesta quarta-feira (27), em primeiro turno, uma proposta para incluir na Constituição a permissão a empresas privadas doarem a partidos políticos, exclusivamente. O projeto voltará à pauta dos deputados. Se passar novamente, seguirá para o Senado, última etapa da tramitação no Congresso, antes da ir à sanção presidencial. O ministro Marco Aurélio Mello foi o mais taxativo. Para ele, se essa emenda receber o crivo definitivo no Legislativo antes de o Supremo concluir sua análise, a ação "voltará à estaca zero". "Se isso ocorrer, a ação que está no STF ficará prejudicada, perderá o objeto", adiantou. Para o ministro, nesse cenário, o Supremo precisaria ser provocado com outro processo para deliberar sobre a legalidade desse modelo de contribuições. A ação direta de inconstitucionalidade (Adin), atualmente parada no Supremo, foi proposta pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com objetivo de proibir todas as doações de empresas, tanto a candidatos quanto às legendas. O ministro Luiz Fux, embora não tenha sido conclusivo, também enxerga margem para que a decisão do Congresso torne a Adin inócua. Quando questionado, no primeiro momento, Fux afirmou que não há esse risco porque a ação "é mais ampla". Em seguida, porém, ele disse que "pode tornar prejudicada a ação", apesar de o conteúdo ser diferente da emenda do Congresso. Embora tenha evitado opinar, Celso de Mello comentou a possibilidade de a OAB argumentar que a proposta do Congresso fere uma cláusula pétrea da Constituição, algo que não inviabilizaria a continuidade da Adin. "Sempre um argumento muito respeitável da OAB, que é a autora da ação. De qualquer maneira, vamos aguardar", esquivou-se. Luís Roberto Barroso evitou tratar da possibilidade de impacto no Supremo. "Eu tenho por princípio e por superstição não falar sobre coisas que vão ser julgadas", justificou. Ele reiterou, porém, o que disse em plenário, que o financiamento, por si só, não deve ser considerado ilegal. Ele considera, no entanto, ser necessário a imposição de limites, entre eles a proibição de empresas doarem para vários partidos. "A decisão política de permitir que empresas participem de doação, se vier a ser tomada por emenda constitucional, eu acho legitima. Mas, ainda assim, a matéria dependerá de regulamentação", resumiu Barroso. Questionado, o ministro Teori Zavascki não quis comentar antes de o Congresso fechar questão sobre o assunto. PRAZO DE ANÁLISE O ministro Gilmar Mendes já havia adiantado, nesta quarta (27), que devolverá a Adin ao plenário até o final de junho. Ele pediu vista do processo em abril do ano passado. A respeito de decisões da Câmara, Mendes admite que a aprovação da PEC tende comprometer a ação no Judiciário, mas apenas em parte. "Se essas alterações para financiamento de campanha forem aprovadas, creio que inviabiliza somente o conteúdo da Adin que trata de financiamento de campanha, mas a ação, como um todo, é bem mais ampla", ponderou o ministro.
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Cidades terão veículos modernos, mas falta integração de modais urbanos
As obras de transporte urbano que serão realizadas nos próximos anos no Brasil deixarão o país mais perto de inovações tecnológicas vistas em regiões consideradas exemplo de mobilidade ao redor do mundo. Há, por exemplo, obras de BRTs (transporte rápido por ônibus, na sigla em inglês), adotados por países como Espanha, Suíça e Colômbia, em diversas cidades brasileiras. O VLT (veículo leve sobre trilho), espécie de bonde moderno utilizado em países europeus, também será adotado nos próximos anos. As novidades não estão apenas nos modelos a ser implementados –há também soluções para sistemas já conhecidos. É o caso do metrô sem condutor, implementado na linha 4-amarela do metrô de São Paulo, capaz de aumentar a eficiência energética e reduzir o intervalo entre os trens em até 40%, segundo a Siemens, responsável pela tecnologia. A partir de 2020, os passageiros da linha 6-laranja também poderão usufruir da tecnologia. "Os sistemas são modernos, comparáveis aos melhores do mundo", diz Gustavo Guerra, presidente da Odebrecht Mobilidade, parte do consórcio que realiza a construção da linha 6. Mas, de acordo com especialistas, faltam na ampliação da oferta de transporte projetos que aumentem a integração entre os modais. "Temos que integrar o ônibus, o BRT, o VLT, o monotrilho, e também pensar nas pessoas que completam seus percursos a pé ou de bicicleta", afirma Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitano de SP. O professor da Unicamp Carlos Alberto Bandeira Guimarães cita a importância de terminais de transferência entre o transporte sobre trilhos e os ônibus. "O metrô é bonito, moderno, mas quando o passageiro sai do trem, precisa andar vários quarteirões na chuva para pegar o ônibus", diz consultor Horácio Figueira. "Isso é rudimentar, e parece que ninguém quer resolver." Para ele, isso acontece porque ninguém quer arcar com os custos extras. "Quem constrói o metrô não acha que é responsabilidade dele fazer, também, o terminal. Isso deveria ser dividido com o poder municipal", afirma. CONCORRÊNCIA O presidente da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores sobre Trilhos), Joubert Flores, afirma que há, hoje, competição entre os modais, o que prejudica o funcionamento do sistema de transporte urbano. Segundo ele, em regiões desenvolvidas há órgãos responsáveis por planejar e gerenciar o sistema para que ele seja eficiente mesmo sem competição, garantindo aos passageiros uma menor tarifa com qualidade. Embora a integração melhore a experiência do usuário do transporte coletivo, alguns acreditam que ela não é suficiente para fazer com que parte da população abandone os meios privados de deslocamento. Para isso, será preciso, ainda medidas que tornem proibitivo o custo de utilização do carro. "Na hora de escolher o modal, as pessoas levam em conta tempo e custo", diz Eduardo Vasconcellos, assessor da ANTP (associação de transportes públicos). Para ele, o custo para circular com veículo próprio ainda é baixo. "Na Europa, você paga seis vezes mais para andar de carro que de coletivo. Aqui, paga-se a mesma coisa, ou até menos." * O QUE ESTÁ POR VIR Obras de transporte urbano nos próximos anos Metrô em São Paulo >> O governo de Geraldo Alckmin vai conceder a operação da linha 5-lilás do metrô à iniciativa privada. Ela deve ganhar até 2018 mais 11,5 km, com dez novas estações >> A linha 6-laranja, que vai ligar a Brasilândia até a estação São Joaquim, deve iniciar suas operações em 2020. Terá integração com duas linhas da CPTM VLT Os veículos leves sobre trilhos, espécie de bonde visto em países da Europa, terão operação em diversas cidades brasileiras, com início a partir do ano que vem. Entre os municípios com obras ou projetos para o VLT estão Rio, Fortaleza (CE), Salvador (BA), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Campinas (SP) e cidades da Baixada Santista, também em São Paulo Trens Além das duas linhas do monotrilho que serão construídas pelo governo do Estado de São Paulo, há outros projetos para o transporte ferroviário em andamento no país. Um exemplo é o trem intercidades, que vai ligar municípios do interior de SP. Há ainda o trem pé vermelho no Paraná e o regional entre Brasília e Luziânia (GO) BRT Chamado de transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês), o sistema é caracterizado por corredor exclusivo para que os veículos circulem com mais agilidade. Além disso, a cobrança é feita fora dos ônibus, para aumentar ainda mais a rapidez. Está em implementação em cidades como Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA)
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Cidades terão veículos modernos, mas falta integração de modais urbanosAs obras de transporte urbano que serão realizadas nos próximos anos no Brasil deixarão o país mais perto de inovações tecnológicas vistas em regiões consideradas exemplo de mobilidade ao redor do mundo. Há, por exemplo, obras de BRTs (transporte rápido por ônibus, na sigla em inglês), adotados por países como Espanha, Suíça e Colômbia, em diversas cidades brasileiras. O VLT (veículo leve sobre trilho), espécie de bonde moderno utilizado em países europeus, também será adotado nos próximos anos. As novidades não estão apenas nos modelos a ser implementados –há também soluções para sistemas já conhecidos. É o caso do metrô sem condutor, implementado na linha 4-amarela do metrô de São Paulo, capaz de aumentar a eficiência energética e reduzir o intervalo entre os trens em até 40%, segundo a Siemens, responsável pela tecnologia. A partir de 2020, os passageiros da linha 6-laranja também poderão usufruir da tecnologia. "Os sistemas são modernos, comparáveis aos melhores do mundo", diz Gustavo Guerra, presidente da Odebrecht Mobilidade, parte do consórcio que realiza a construção da linha 6. Mas, de acordo com especialistas, faltam na ampliação da oferta de transporte projetos que aumentem a integração entre os modais. "Temos que integrar o ônibus, o BRT, o VLT, o monotrilho, e também pensar nas pessoas que completam seus percursos a pé ou de bicicleta", afirma Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitano de SP. O professor da Unicamp Carlos Alberto Bandeira Guimarães cita a importância de terminais de transferência entre o transporte sobre trilhos e os ônibus. "O metrô é bonito, moderno, mas quando o passageiro sai do trem, precisa andar vários quarteirões na chuva para pegar o ônibus", diz consultor Horácio Figueira. "Isso é rudimentar, e parece que ninguém quer resolver." Para ele, isso acontece porque ninguém quer arcar com os custos extras. "Quem constrói o metrô não acha que é responsabilidade dele fazer, também, o terminal. Isso deveria ser dividido com o poder municipal", afirma. CONCORRÊNCIA O presidente da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores sobre Trilhos), Joubert Flores, afirma que há, hoje, competição entre os modais, o que prejudica o funcionamento do sistema de transporte urbano. Segundo ele, em regiões desenvolvidas há órgãos responsáveis por planejar e gerenciar o sistema para que ele seja eficiente mesmo sem competição, garantindo aos passageiros uma menor tarifa com qualidade. Embora a integração melhore a experiência do usuário do transporte coletivo, alguns acreditam que ela não é suficiente para fazer com que parte da população abandone os meios privados de deslocamento. Para isso, será preciso, ainda medidas que tornem proibitivo o custo de utilização do carro. "Na hora de escolher o modal, as pessoas levam em conta tempo e custo", diz Eduardo Vasconcellos, assessor da ANTP (associação de transportes públicos). Para ele, o custo para circular com veículo próprio ainda é baixo. "Na Europa, você paga seis vezes mais para andar de carro que de coletivo. Aqui, paga-se a mesma coisa, ou até menos." * O QUE ESTÁ POR VIR Obras de transporte urbano nos próximos anos Metrô em São Paulo >> O governo de Geraldo Alckmin vai conceder a operação da linha 5-lilás do metrô à iniciativa privada. Ela deve ganhar até 2018 mais 11,5 km, com dez novas estações >> A linha 6-laranja, que vai ligar a Brasilândia até a estação São Joaquim, deve iniciar suas operações em 2020. Terá integração com duas linhas da CPTM VLT Os veículos leves sobre trilhos, espécie de bonde visto em países da Europa, terão operação em diversas cidades brasileiras, com início a partir do ano que vem. Entre os municípios com obras ou projetos para o VLT estão Rio, Fortaleza (CE), Salvador (BA), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Campinas (SP) e cidades da Baixada Santista, também em São Paulo Trens Além das duas linhas do monotrilho que serão construídas pelo governo do Estado de São Paulo, há outros projetos para o transporte ferroviário em andamento no país. Um exemplo é o trem intercidades, que vai ligar municípios do interior de SP. Há ainda o trem pé vermelho no Paraná e o regional entre Brasília e Luziânia (GO) BRT Chamado de transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês), o sistema é caracterizado por corredor exclusivo para que os veículos circulem com mais agilidade. Além disso, a cobrança é feita fora dos ônibus, para aumentar ainda mais a rapidez. Está em implementação em cidades como Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA)
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Delator da Lava Jato liga entrega de propina a Gleisi, Meurer e Pizzolatti
O advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, 67, detalhou em delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ter feito entregas de dinheiro em shoppings, apartamentos, estacionamentos e hotéis para pessoas ligadas a três políticos: a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC). Os valores, segundo Pieruccini, foram providenciados pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de propinas na Petrobras. Ele é o terceiro entregador de dinheiro de Youssef que aceitou fazer delação na Lava Jato. A íntegra de seis depoimentos prestados em fevereiro por Pieruccini –um dos quais foi citado, em parte, em relatório final da PF de março no inquérito que trata de Gleisi– foi tornada pública no dia 13 passado, após decisão do ministro do STF Teori Zavascki. Segundo Pieruccini, em 2010 ele foi orientado por Youssef a fazer quatro viagens de São Paulo a Curitiba (PR) para entregar dinheiro à campanha de Gleisi, ex-ministra da Casa Civil (2011-2014). Ele contou ter ouvido de Youssef que os valores "tinham sido acertados com Paulo Bernardo", marido de Gleisi e ex-ministro do Planejamento (2005-2011) e das Comunicações (2011-2015), e se destinavam à campanha eleitoral da candidata ao Senado. Pieruccini disse que as entregas ocorreram em uma sala no PolloShop, localizado na rua Camões, em Curitiba, pertencente ao empresário Ernesto Kugler Rodrigues. Pieruccini levou uma caixa lacrada com a inscrição "P.B./Gleisi". Na sua frente, segundo o advogado, Kugler contou as notas, em um total de R$ 250 mil, mas fez duas reclamações: o primeiro valor "não dava nem para o cheiro" e a etiqueta da caixa não deveria mais aparecer nas próximas entregas –houve mais três, de mesmo valor, de acordo com ele. As entregas a Meurer, segundo o delator, foram "mais de 30" entre 2009 e 2011, quase sempre no hotel Curitiba, na cidade homônima, mas também no estacionamento do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR). A Pizzolatti, segundo Pieruccini, houve duas entregas em dinheiro –a primeira, de R$ 100 mil, no segundo semestre de 2009. A Procuradoria-Geral da República denunciou Meurer e dois filhos dele em 2015, sob a acusação de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras. Em março de 2016, apresentou denúncia contra Pizzolatti e outros seis deputados do PP. Em relação a Gleisi, a Polícia Federal anunciou o indiciamento da senadora, mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não concordou com a posição da polícia. Ele alega que, em 2007, o Supremo proibiu a PF de fazer, por conta própria, o indiciamento de autoridades com foro privilegiado, como o presidente da República, ministros de Estado, senadores e deputados. OUTRO LADO Em depoimentos prestados à Polícia Federal, os ex-ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo negaram quaisquer irregularidades na campanha de Gleisi em 2010 ao Senado. Bernardo disse que o empresário Ernesto Kugler já atuou, no passado, na "mobilização do empresariado para participar de reuniões no período eleitoral", mas não teve "nenhuma participação direta na campanha". Gleisi afirmou à PF que conhece Kugler há "cerca de dez anos", que ele "participou de alguns eventos da campanha de 2010, mas não atuou na captação de recursos". Kugler afirmou à PF que "nunca obteve" de Youssef "ou de emissário dele algum valor destinado à campanha" de Gleisi. Ele diz que não arrecadou recursos para a campanha de 2010. À PF, o deputado Nelson Meurer afirmou que "nunca teve qualquer movimentação financeira com Youssef", embora tenha estado no escritório do doleiro "duas ou três vezes", para acompanhar outro político do PP. Também à PF, Pizzolatti afirmou que "nunca recebeu dinheiro de Youssef ou teve despesas pagas pelo doleiro".
poder
Delator da Lava Jato liga entrega de propina a Gleisi, Meurer e PizzolattiO advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, 67, detalhou em delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ter feito entregas de dinheiro em shoppings, apartamentos, estacionamentos e hotéis para pessoas ligadas a três políticos: a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC). Os valores, segundo Pieruccini, foram providenciados pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de propinas na Petrobras. Ele é o terceiro entregador de dinheiro de Youssef que aceitou fazer delação na Lava Jato. A íntegra de seis depoimentos prestados em fevereiro por Pieruccini –um dos quais foi citado, em parte, em relatório final da PF de março no inquérito que trata de Gleisi– foi tornada pública no dia 13 passado, após decisão do ministro do STF Teori Zavascki. Segundo Pieruccini, em 2010 ele foi orientado por Youssef a fazer quatro viagens de São Paulo a Curitiba (PR) para entregar dinheiro à campanha de Gleisi, ex-ministra da Casa Civil (2011-2014). Ele contou ter ouvido de Youssef que os valores "tinham sido acertados com Paulo Bernardo", marido de Gleisi e ex-ministro do Planejamento (2005-2011) e das Comunicações (2011-2015), e se destinavam à campanha eleitoral da candidata ao Senado. Pieruccini disse que as entregas ocorreram em uma sala no PolloShop, localizado na rua Camões, em Curitiba, pertencente ao empresário Ernesto Kugler Rodrigues. Pieruccini levou uma caixa lacrada com a inscrição "P.B./Gleisi". Na sua frente, segundo o advogado, Kugler contou as notas, em um total de R$ 250 mil, mas fez duas reclamações: o primeiro valor "não dava nem para o cheiro" e a etiqueta da caixa não deveria mais aparecer nas próximas entregas –houve mais três, de mesmo valor, de acordo com ele. As entregas a Meurer, segundo o delator, foram "mais de 30" entre 2009 e 2011, quase sempre no hotel Curitiba, na cidade homônima, mas também no estacionamento do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR). A Pizzolatti, segundo Pieruccini, houve duas entregas em dinheiro –a primeira, de R$ 100 mil, no segundo semestre de 2009. A Procuradoria-Geral da República denunciou Meurer e dois filhos dele em 2015, sob a acusação de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras. Em março de 2016, apresentou denúncia contra Pizzolatti e outros seis deputados do PP. Em relação a Gleisi, a Polícia Federal anunciou o indiciamento da senadora, mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não concordou com a posição da polícia. Ele alega que, em 2007, o Supremo proibiu a PF de fazer, por conta própria, o indiciamento de autoridades com foro privilegiado, como o presidente da República, ministros de Estado, senadores e deputados. OUTRO LADO Em depoimentos prestados à Polícia Federal, os ex-ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo negaram quaisquer irregularidades na campanha de Gleisi em 2010 ao Senado. Bernardo disse que o empresário Ernesto Kugler já atuou, no passado, na "mobilização do empresariado para participar de reuniões no período eleitoral", mas não teve "nenhuma participação direta na campanha". Gleisi afirmou à PF que conhece Kugler há "cerca de dez anos", que ele "participou de alguns eventos da campanha de 2010, mas não atuou na captação de recursos". Kugler afirmou à PF que "nunca obteve" de Youssef "ou de emissário dele algum valor destinado à campanha" de Gleisi. Ele diz que não arrecadou recursos para a campanha de 2010. À PF, o deputado Nelson Meurer afirmou que "nunca teve qualquer movimentação financeira com Youssef", embora tenha estado no escritório do doleiro "duas ou três vezes", para acompanhar outro político do PP. Também à PF, Pizzolatti afirmou que "nunca recebeu dinheiro de Youssef ou teve despesas pagas pelo doleiro".
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Em vídeo, João Doria condena mostra 'Queermuseu' e performance no MAM
O prefeito de São Paulo, João Doria, publicou neste sábado (30) um vídeo condenando performance do artista Wagner Schwartz no MAM (Museu de Arte Moderna), na capital paulista, e a mostra "Queermuseu", realizada pelo Santander Cultural em Porto Alegre. "Afrontam o direito, a liberdade e, obviamente, a responsabilidade", diz Doria em vídeo publicado numa rede social. Ele chamou de "libidinosa" e "absolutamente imprópria" a performance artística no MAM. "Peço que aqueles que promovem a arte no Brasil tenham consciência de que é preciso respeitar àqueles que frequentam os espaços públicos." Doria No caso do MAM, a polêmica surgiu após fotos e vídeos da performance "La Bête", realizada na última terça (26), viralizarem na internet. As imagens foram captadas durante a apresentação do coreógrafo carioca Wagner Schwartz –nela, seu corpo nu pode ser manipulado pelo público. A performance, apresentada na abertura da exposição "Brasil em Multiplicação", evoca um "Bicho", obra manipulável da artista Lygia Clark (1920-1988). Num desses vídeos, aparece uma criança, com a mãe, mexendo nas mãos e nos pés do artista nu. As imagens desencadearam uma onda de acusações de incitação à pedofilia. O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar se houve crime ou violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por parte da instituição, do artista ou da mãe da menina. Ainda neste sábado à tarde, um protesto na porta do museu, reunindo cerca de 30 pessoas contrárias à performance, terminou em agressão contra funcionários. O MAM afirma que, na ocasião em que a performance foi realizada, havia sinalização alertando sobre nudez e diz que "o trabalho não tem conteúdo erótico". O museu ressaltou ainda que a criança estava com a mãe e lamentou "manifestações de ódio e de intimidação". Procurado pela Folha, o curador do museu, Felipe Chaimovich, disse que a exposição não será fechada e reafirmou que a performance "não tinha nenhum caráter erótico". OUTROS CASOS A polêmica em torno da performance no MAM vem na sequência do fechamento da mostra "Queermuseu", pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, após campanha bem-sucedida de boicote à exposição promovida por grupos conservadores. Em Campo Grande (MS), um delegado da Polícia Civil ordenou o confisco de um quadro em uma mostra. Em Jundiaí (SP), um juiz proibiu a apresentação de uma peça que tem uma atriz transgênero no papel de Jesus. Nesta quinta (28), em recomendação endereçada ao Santander Cultural, o Ministério Público Federal do RS afirmou que o fechamento de uma exposição remete a "situações perigosas da história, como o período nazista". O MPF recomendou "a imediata reabertura da exposição", sob pena de "adoção das medidas judiciais cabíveis". O Santander reafirmou que a mostra não será reaberta.
ilustrada
Em vídeo, João Doria condena mostra 'Queermuseu' e performance no MAMO prefeito de São Paulo, João Doria, publicou neste sábado (30) um vídeo condenando performance do artista Wagner Schwartz no MAM (Museu de Arte Moderna), na capital paulista, e a mostra "Queermuseu", realizada pelo Santander Cultural em Porto Alegre. "Afrontam o direito, a liberdade e, obviamente, a responsabilidade", diz Doria em vídeo publicado numa rede social. Ele chamou de "libidinosa" e "absolutamente imprópria" a performance artística no MAM. "Peço que aqueles que promovem a arte no Brasil tenham consciência de que é preciso respeitar àqueles que frequentam os espaços públicos." Doria No caso do MAM, a polêmica surgiu após fotos e vídeos da performance "La Bête", realizada na última terça (26), viralizarem na internet. As imagens foram captadas durante a apresentação do coreógrafo carioca Wagner Schwartz –nela, seu corpo nu pode ser manipulado pelo público. A performance, apresentada na abertura da exposição "Brasil em Multiplicação", evoca um "Bicho", obra manipulável da artista Lygia Clark (1920-1988). Num desses vídeos, aparece uma criança, com a mãe, mexendo nas mãos e nos pés do artista nu. As imagens desencadearam uma onda de acusações de incitação à pedofilia. O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar se houve crime ou violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por parte da instituição, do artista ou da mãe da menina. Ainda neste sábado à tarde, um protesto na porta do museu, reunindo cerca de 30 pessoas contrárias à performance, terminou em agressão contra funcionários. O MAM afirma que, na ocasião em que a performance foi realizada, havia sinalização alertando sobre nudez e diz que "o trabalho não tem conteúdo erótico". O museu ressaltou ainda que a criança estava com a mãe e lamentou "manifestações de ódio e de intimidação". Procurado pela Folha, o curador do museu, Felipe Chaimovich, disse que a exposição não será fechada e reafirmou que a performance "não tinha nenhum caráter erótico". OUTROS CASOS A polêmica em torno da performance no MAM vem na sequência do fechamento da mostra "Queermuseu", pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, após campanha bem-sucedida de boicote à exposição promovida por grupos conservadores. Em Campo Grande (MS), um delegado da Polícia Civil ordenou o confisco de um quadro em uma mostra. Em Jundiaí (SP), um juiz proibiu a apresentação de uma peça que tem uma atriz transgênero no papel de Jesus. Nesta quinta (28), em recomendação endereçada ao Santander Cultural, o Ministério Público Federal do RS afirmou que o fechamento de uma exposição remete a "situações perigosas da história, como o período nazista". O MPF recomendou "a imediata reabertura da exposição", sob pena de "adoção das medidas judiciais cabíveis". O Santander reafirmou que a mostra não será reaberta.
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Fechar escola é coisa de Dr. Abobrinha, diz ator do personagem
O fechamento de escolas para a reorganização da rede pública estadual de São Paulo, medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB), é o tipo de coisa que o Dr. Abobrinha, vilão do "Castelo Rá-Tim-Bum", faria. A constatação é do próprio Dr. Abobrinha, interpretado pelo ator Pascoal da Conceição. O intérprete paulistano está apoiando os estudantes que ocupam a escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste da cidade. Apesar de estar caracterizado como o poeta Mario de Andrade, personagem que interpreta recorrentemente, Conceição é conhecido pelos alunos do colégio como o corretor imobiliário malvado da série infantil. A Fernão Dias Paes terá só o nível médio a partir de 2016. Segundo a secretaria de Educação, 213 alunos do fundamental serão transferidos para a escola Godofredo Furtado, a cerca de 1,5 km. Além da reorganização das escolas, os alunos reclamam também da estrutura: chão esburacado e banheiro sem vaso sanitário, dizem. Para o ator, as mudanças promovidas pelo governo estadual, "uma abstração de cima para baixo", desconsidera o "valor imaterial e sentimental que há numa escola". "Esse ato é histórico", afirma. O ator fez um discurso, rodeado por manifestantes da parte de fora da escola. "Se Mário de Andrade estivesse vivo, ele estaria aqui", disse, lembrando que o poeta era também um homem engajado na gestão pública da cidade. No final, alunos cantaram uma música da série infantil com Conceição: "bum, bum, bum, castelo rá tim bum". Ao menos 300 manifestantes estão do lado de fora da escola, com apoio do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), para incentivar os cerca de cem estudantes da Fernão Dias Paes que permanecem dentro da escola. PROTESTO Os estudantes protestam desde a manhã desta terça-feira (10) quando centenas de alunos ocuparam a escola em protesto contra a reorganização feita pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) nas escolas da rede estadual paulista. Ao todo, 94 unidades deixaram de funcionar para dar lugar a atividades como creche e ensino técnico; 754 passarão a atender apenas um de três ciclos de ensino (fundamental 1 e 2 e médio). Por desacato à autoridade, José Roberto Guido, diretor estadual da Apeosp, foi detido e levado ao 14º DP (Pinheiros). Guido estava embriagado. Por volta das 11h, ele estava consumindo bebidas alcoólicas em uma padaria próxima à escola, onde arrumou confusão com funcionários e manifestantes que foram comer no local. O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, conversou com os alunos nesta terça (10) por volta das 22h e disse que iria cobrar diálogo por parte do governador Geraldo Alckmin. Nesta quarta (11), Suplicy informou que tentou entrar em contato com Alckmin, mas não conseguiu. Ele mandou um e-mail e deixou um recado com a secretária do governador.
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Fechar escola é coisa de Dr. Abobrinha, diz ator do personagemO fechamento de escolas para a reorganização da rede pública estadual de São Paulo, medida do governo Geraldo Alckmin (PSDB), é o tipo de coisa que o Dr. Abobrinha, vilão do "Castelo Rá-Tim-Bum", faria. A constatação é do próprio Dr. Abobrinha, interpretado pelo ator Pascoal da Conceição. O intérprete paulistano está apoiando os estudantes que ocupam a escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste da cidade. Apesar de estar caracterizado como o poeta Mario de Andrade, personagem que interpreta recorrentemente, Conceição é conhecido pelos alunos do colégio como o corretor imobiliário malvado da série infantil. A Fernão Dias Paes terá só o nível médio a partir de 2016. Segundo a secretaria de Educação, 213 alunos do fundamental serão transferidos para a escola Godofredo Furtado, a cerca de 1,5 km. Além da reorganização das escolas, os alunos reclamam também da estrutura: chão esburacado e banheiro sem vaso sanitário, dizem. Para o ator, as mudanças promovidas pelo governo estadual, "uma abstração de cima para baixo", desconsidera o "valor imaterial e sentimental que há numa escola". "Esse ato é histórico", afirma. O ator fez um discurso, rodeado por manifestantes da parte de fora da escola. "Se Mário de Andrade estivesse vivo, ele estaria aqui", disse, lembrando que o poeta era também um homem engajado na gestão pública da cidade. No final, alunos cantaram uma música da série infantil com Conceição: "bum, bum, bum, castelo rá tim bum". Ao menos 300 manifestantes estão do lado de fora da escola, com apoio do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), para incentivar os cerca de cem estudantes da Fernão Dias Paes que permanecem dentro da escola. PROTESTO Os estudantes protestam desde a manhã desta terça-feira (10) quando centenas de alunos ocuparam a escola em protesto contra a reorganização feita pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) nas escolas da rede estadual paulista. Ao todo, 94 unidades deixaram de funcionar para dar lugar a atividades como creche e ensino técnico; 754 passarão a atender apenas um de três ciclos de ensino (fundamental 1 e 2 e médio). Por desacato à autoridade, José Roberto Guido, diretor estadual da Apeosp, foi detido e levado ao 14º DP (Pinheiros). Guido estava embriagado. Por volta das 11h, ele estava consumindo bebidas alcoólicas em uma padaria próxima à escola, onde arrumou confusão com funcionários e manifestantes que foram comer no local. O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, conversou com os alunos nesta terça (10) por volta das 22h e disse que iria cobrar diálogo por parte do governador Geraldo Alckmin. Nesta quarta (11), Suplicy informou que tentou entrar em contato com Alckmin, mas não conseguiu. Ele mandou um e-mail e deixou um recado com a secretária do governador.
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Saiba como preparar em casa o crocante bolovo do bar Alma Esquina
DE SÃO PAULO Crocante por fora e macio por dentro, o bolovo é um dos petiscos preferidos dos botequeiros mais assíduos. Trata-se de um bolinho de carne recheado com um ovo inteiro. Abaixo, veja a receita do chef Ivan Achar servida no boteco Alma Esquina. RENDIMENTO: 12 porções INGREDIENTES MODO DE PREPARO Informe-se sobre o local
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Saiba como preparar em casa o crocante bolovo do bar Alma EsquinaDE SÃO PAULO Crocante por fora e macio por dentro, o bolovo é um dos petiscos preferidos dos botequeiros mais assíduos. Trata-se de um bolinho de carne recheado com um ovo inteiro. Abaixo, veja a receita do chef Ivan Achar servida no boteco Alma Esquina. RENDIMENTO: 12 porções INGREDIENTES MODO DE PREPARO Informe-se sobre o local
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Jantar de Temer com aliados tem clima de 'confiança na vitória'
Num ambiente descrito como de "confiança na vitória", o vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi recebido em um jantar com cerca de 85 deputados que apoiam sua ascensão ao Palácio do Planalto. O encontro, na noite desta quinta-feira (14), ocorreu no mesmo dia em que se cristalizou a avaliação de que a oposição já tem votos suficientes para aprovar o impeachment de Dilma Rousseff. O evento foi realizado em uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, e organizado pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). Os convidados foram recebidos com vinho, whisky e outras bebidas. Apesar do clima de comemoração, deputados que participaram do encontro relataram à Folha que o pedido era de que o trabalho fosse mantido até o último dia. Durante o jantar, os deputados aliados de Temer passaram em revista a quantidade de votos por partido encontro cada Estado. A conta final indicava 363 votos a favor do afastamento de Dilma. "O ideal é que domingo fosse hoje", comentou Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). O vice chegou antes das 22h ao local e, de saída, cumprimentou individualmente cada um dos presentes. Ele não chegou a discursar, mas recebeu votos de "boa sorte". Para o jantar, em que foi servido massa e risoto, Temer foi acomodado em uma mesa com outras 11 pessoas, entre elas líderes de partidos que apoiam o impeachment, o prefeito ACM Neto (DEM-BA) e o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS), um dos principais articuladores políticos de Temer. O vice deixou o local por volta de meia-noite, sem dar declarações. Minutos antes, questionado pela Folha se "o vice ainda estava" no jantar, o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) corrigiu a reportagem: "Vice, não. Presidente".
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Jantar de Temer com aliados tem clima de 'confiança na vitória'Num ambiente descrito como de "confiança na vitória", o vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi recebido em um jantar com cerca de 85 deputados que apoiam sua ascensão ao Palácio do Planalto. O encontro, na noite desta quinta-feira (14), ocorreu no mesmo dia em que se cristalizou a avaliação de que a oposição já tem votos suficientes para aprovar o impeachment de Dilma Rousseff. O evento foi realizado em uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, e organizado pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). Os convidados foram recebidos com vinho, whisky e outras bebidas. Apesar do clima de comemoração, deputados que participaram do encontro relataram à Folha que o pedido era de que o trabalho fosse mantido até o último dia. Durante o jantar, os deputados aliados de Temer passaram em revista a quantidade de votos por partido encontro cada Estado. A conta final indicava 363 votos a favor do afastamento de Dilma. "O ideal é que domingo fosse hoje", comentou Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). O vice chegou antes das 22h ao local e, de saída, cumprimentou individualmente cada um dos presentes. Ele não chegou a discursar, mas recebeu votos de "boa sorte". Para o jantar, em que foi servido massa e risoto, Temer foi acomodado em uma mesa com outras 11 pessoas, entre elas líderes de partidos que apoiam o impeachment, o prefeito ACM Neto (DEM-BA) e o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS), um dos principais articuladores políticos de Temer. O vice deixou o local por volta de meia-noite, sem dar declarações. Minutos antes, questionado pela Folha se "o vice ainda estava" no jantar, o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) corrigiu a reportagem: "Vice, não. Presidente".
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Governo nega que haja atrasos em repasse para plano de emprego
O Ministério do Trabalho nega que haja atrasos nos pagamentos às empresas da contrapartida do governo no PPE (Programa de Proteção ao Emprego). A pasta afirma que, em algumas situações, as folhas de pagamento é que foram entregues com atraso, impossibilitando a rotina de análise e, consequentemente, o pagamento. "Não é um atraso no repasse do ministério, e sim na entrega de documentação pela empresa", diz em nota. O ministério afirma que, para receber os recursos do PPE, as empresas precisam enviar um arquivo contendo dados dos trabalhadores e os respectivos valores de salário até o 12º dia útil antes da data de pagamento dos salários. PROTEÇÃO AO EMPREGO - Raio-X do programa do governo federal para evitar demissões Ainda de acordo com o governo, até o segundo dia útil antes da data de pagamento da folha, a Caixa Econômica Federal credita na conta da empresa os recursos liberados pelo ministério. "Há, porém, situações de empresas que não enviaram as folhas de pagamento nos prazos exigidos", diz. O Ministério do Trabalho também nega qualquer falta de recursos no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que custeia o PPE. Segundo apurou a reportagem, o FAT teve um problema de fluxo de caixa no fim de 2015, com o atraso em alguns pagamentos para o início deste ano.
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Governo nega que haja atrasos em repasse para plano de empregoO Ministério do Trabalho nega que haja atrasos nos pagamentos às empresas da contrapartida do governo no PPE (Programa de Proteção ao Emprego). A pasta afirma que, em algumas situações, as folhas de pagamento é que foram entregues com atraso, impossibilitando a rotina de análise e, consequentemente, o pagamento. "Não é um atraso no repasse do ministério, e sim na entrega de documentação pela empresa", diz em nota. O ministério afirma que, para receber os recursos do PPE, as empresas precisam enviar um arquivo contendo dados dos trabalhadores e os respectivos valores de salário até o 12º dia útil antes da data de pagamento dos salários. PROTEÇÃO AO EMPREGO - Raio-X do programa do governo federal para evitar demissões Ainda de acordo com o governo, até o segundo dia útil antes da data de pagamento da folha, a Caixa Econômica Federal credita na conta da empresa os recursos liberados pelo ministério. "Há, porém, situações de empresas que não enviaram as folhas de pagamento nos prazos exigidos", diz. O Ministério do Trabalho também nega qualquer falta de recursos no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que custeia o PPE. Segundo apurou a reportagem, o FAT teve um problema de fluxo de caixa no fim de 2015, com o atraso em alguns pagamentos para o início deste ano.
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Designer que vende sapato para Lady Gaga cobra até R$ 9 mil por par inusitado
Com uma máquina de costura vintage e uma antiga prensa de couros, o designer israelense Kobi Levi está conquistando celebridades com sapatos com formas insusitadas. Entre as clientes famosas estão Lady Gaga, Fergie e Whoopi Goldberg.
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Designer que vende sapato para Lady Gaga cobra até R$ 9 mil por par inusitadoCom uma máquina de costura vintage e uma antiga prensa de couros, o designer israelense Kobi Levi está conquistando celebridades com sapatos com formas insusitadas. Entre as clientes famosas estão Lady Gaga, Fergie e Whoopi Goldberg.
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Com 'Aqui', Richard McGuire inventa a máquina do tempo
Aqui (muito bom) AUTOR Richard McGuire TRADUÇÃO Erico Assis EDITORA Quadrinhos na Cia. QUANTO R$ 79,90 (304 págs.) * A forma mais honesta de traduzir o resultado dos 25 anos de trabalho de Richard McGuire em "Aqui" para o leitor que ainda não o conhece é afirmar que o autor inventou a máquina do tempo. "Aqui" segue a trajetória não linear do canto da sala de uma casa ao longo de bilhões de anos, desde o instante em que o local onde a casa foi construída não passava de um pântano até 22 mil anos no futuro a partir de agora. De roldão, sabemos (ou intuímos) o que se passa com os seres ao seu redor, de dinossauros extintos a indígenas americanos semiextintos, dos colonizadores ingleses à história de uma família, até chegar o porvir no qual a compreensão do ambiente só se dá por meio dos hologramas de um museu interativo. O "nouveau roman" de Alain Robbe-Grillet tinha entre suas premissas a possibilidade de narrar sob a perspectiva de objetos, usando da descrição maníaca. O objetivismo dos franceses buscava o descolamento da psicologia dos personagens, uma espécie de marco zero sentimental. Algo semelhante é obtido por McGuire em "Aqui", pois, à medida que a vida passa, apenas o silêncio -abissal- permanece. O silêncio, precisamente, é o tema que perpassa a justaposição de textos e imagens de "Aqui", em chave mais poderosa que em Robe-Grillet. A capacidade enternecedora desses fragmentos -a primeira visita de um filho bastardo ao pai na América dos peregrinos, o jogo erótico de um casal moicano, a morte do avô da família que habita o casarão- é intensa. Igualmente, não é de agora que sabemos que a ficção é também uma variação coletiva do sonho. O surrealismo nos ensinou isso, algo que a física atual corrobora: o tempo não existe, e passado e presente coexistem em contiguidade, a mesma existente entre o canto da sala e a lareira da máquina do tempo criada por Richard McGuire. Em algum lugar do futuro, "Aqui" será usada para ensinar que a cronologia não passa de uma ficção ditada pelo sentimento. JOCA REINERS TERRON é escritor, autor de "Noite Dentro da Noite" (Companhia das Letras)
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Com 'Aqui', Richard McGuire inventa a máquina do tempoAqui (muito bom) AUTOR Richard McGuire TRADUÇÃO Erico Assis EDITORA Quadrinhos na Cia. QUANTO R$ 79,90 (304 págs.) * A forma mais honesta de traduzir o resultado dos 25 anos de trabalho de Richard McGuire em "Aqui" para o leitor que ainda não o conhece é afirmar que o autor inventou a máquina do tempo. "Aqui" segue a trajetória não linear do canto da sala de uma casa ao longo de bilhões de anos, desde o instante em que o local onde a casa foi construída não passava de um pântano até 22 mil anos no futuro a partir de agora. De roldão, sabemos (ou intuímos) o que se passa com os seres ao seu redor, de dinossauros extintos a indígenas americanos semiextintos, dos colonizadores ingleses à história de uma família, até chegar o porvir no qual a compreensão do ambiente só se dá por meio dos hologramas de um museu interativo. O "nouveau roman" de Alain Robbe-Grillet tinha entre suas premissas a possibilidade de narrar sob a perspectiva de objetos, usando da descrição maníaca. O objetivismo dos franceses buscava o descolamento da psicologia dos personagens, uma espécie de marco zero sentimental. Algo semelhante é obtido por McGuire em "Aqui", pois, à medida que a vida passa, apenas o silêncio -abissal- permanece. O silêncio, precisamente, é o tema que perpassa a justaposição de textos e imagens de "Aqui", em chave mais poderosa que em Robe-Grillet. A capacidade enternecedora desses fragmentos -a primeira visita de um filho bastardo ao pai na América dos peregrinos, o jogo erótico de um casal moicano, a morte do avô da família que habita o casarão- é intensa. Igualmente, não é de agora que sabemos que a ficção é também uma variação coletiva do sonho. O surrealismo nos ensinou isso, algo que a física atual corrobora: o tempo não existe, e passado e presente coexistem em contiguidade, a mesma existente entre o canto da sala e a lareira da máquina do tempo criada por Richard McGuire. Em algum lugar do futuro, "Aqui" será usada para ensinar que a cronologia não passa de uma ficção ditada pelo sentimento. JOCA REINERS TERRON é escritor, autor de "Noite Dentro da Noite" (Companhia das Letras)
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Em jogo sem gols, Coritiba mantém jejum em partidas fora de casa
Em partida morna no estádio Orlando Scapelli, em Florianópolis, Figueirense e Coritiba empataram por 0 a 0 neste domingo (19), em partida válida pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar da maior posse de bola, a equipe visitante não conseguiu aproveitar o menor ritmo dos catarinenses, que enfrentaram uma torcida impaciente em seu estádio. O Coritiba dá sequência a uma fase complicada de partidas fora de casa e somam apenas dois pontos como visitante no Brasileiro. Com o resultado, os paranaenses caem uma posição e se mantêm na zona do rebaixamento, no 19º lugar, com dez pontos. O Figueirense soma 16 e é o 15º colocado. Na próxima rodada, o Figueirense encontra o Atlético-MG, no sábado (25). Já no domingo (26), o Coritiba joga contra o Corinthians. Veja vídeo
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Em jogo sem gols, Coritiba mantém jejum em partidas fora de casaEm partida morna no estádio Orlando Scapelli, em Florianópolis, Figueirense e Coritiba empataram por 0 a 0 neste domingo (19), em partida válida pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar da maior posse de bola, a equipe visitante não conseguiu aproveitar o menor ritmo dos catarinenses, que enfrentaram uma torcida impaciente em seu estádio. O Coritiba dá sequência a uma fase complicada de partidas fora de casa e somam apenas dois pontos como visitante no Brasileiro. Com o resultado, os paranaenses caem uma posição e se mantêm na zona do rebaixamento, no 19º lugar, com dez pontos. O Figueirense soma 16 e é o 15º colocado. Na próxima rodada, o Figueirense encontra o Atlético-MG, no sábado (25). Já no domingo (26), o Coritiba joga contra o Corinthians. Veja vídeo
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