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Objetividade e encantamento
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Carlos Alberto Dória é um sociólogo que tem se interessado muito por comida e escrito livros fundamentais para o entendimento dela. Com esse E-Boca Livre, da editora Tapioca, vem nos mostrar os posts de seu blog, reflexões quase que cotidianas sobre os assuntos próprios ao alimento e o uso dele. O autor é decididamente um foodie, palavra difícil de traduzir e que aqui no Brasil vai levando uma pecha pejorativa. Não, não, não, foodie é o Dória, foodies são vocês que compraram ou vão comprar o livro dele, foodie sou eu que estou escrevendo essa resenha, foodies são aqueles que de algum modo estão ligados à comida. Aqueles enochatos, pão-chatos, vinagre-chatos, seriam chatos de todo jeito, na mais pura essência da chatice. Pois bem, toda quinta-feira, depois que saiam os dois cadernos de comida nos principais jornais de São Paulo todos corriam para o blog do Cadoria a saber o que ele havia achado de nossos escritos. Se implicava com alguma coisas logo dizíamos que havia acordado com ovo atravessado. Os elogiados tinham o dia feito. Era nosso ombudsman, criador de casos, mas sempre com pitadas de bom senso e de polêmica, senão qual a graça? No livro novo, lançado na semana passada, começa tratando de um assunto muito querido a ele, que é a crítica. Crítica de jornal, de revista, de blog. A quem serve a crítica? Como interpretá-la? Como segui-la? Os protagonistas dessa história que não tem fim que é a comida são o chef, o chefinho e o chefete. Ele gosta mesmo dos que se chamam e são cozinheiros. Aqueles que aprenderam, estudaram, experimentaram. Corta o barato dos imitadores sem noção e exalta os criativos. Vê-se logo que o autor quer dirigir todos os esforços para a comida brasileira. "Podemos interrogá-la, mexer nos seus elementos, se quisermos uma culinária viva, dinâmica, moderna, legível." Se fincarmos pé em tradicionalismos, babau, cozinha brasileira. Por causa disso passeia por chefs estrangeiros e brasileiros, expondo seus métodos e filosofias. É agora que aparece a palavra "encantamento" que vai influenciar o livro todo. São as fases pelas quais passamos. Ultimamente, por exemplo, quem nos encantou, nos tirou do sério foi Ferran Adrià. Ele era capaz de tirar da nossa boca um "ó" bem redondo. E Atala, e a Rizzo, que não se esquecem da "nouvelle cuisine" nem desprezam técnicas novas. Querem trazer o gosto bom e o sorriso aos que comem da comida deles. E conseguem. Nós que não esperávamos da boca do Carlos Alberto Dória a palavra encantamento, o vemos entrar em assunto mais pragmático, o da hospitalidade, de guardanapos, rolhas, garçons, sommeliers, food trucks. Adora o assunto "excesso de açúcar", odeia leite condensado e Nutella, entende de porcos e quer que entendamos também. Todos assuntos a fazer pensar, mas que apesar da objetividade entram também no ramo do encantamento, pois o restaurante é o lugar privilegiado da comida boa, lugar da experiência que nos dá prazer. Dá uns cutucões para primeiramente voltarmos ao caipirismo, aos modos velhos de fazer as comidas, descobrir ingredientes que esquecemos, quem sabe acharemos aí um caminho? No capítulo de cozinha inzoneira trata de assuntos que já expôs em livros e conferências. Vem contestar as "manchas culinárias do Brasil", o respeito às tradições baianas, nordestinas e mineira. Elas teriam vindo à tona para facilitar a divisão neste país tão grande, mas que de pouco pesquisadas acabam tolhendo nossa liberdade. Não queremos só preservar a tradição, mas comer gostoso. Renovar a comida sem deixar que perca a universalidade do comer bem. É claro que não se esqueceu que a nossa identidade culinária está no arroz com feijão, e dentro dessas 255 páginas, acho que não se esqueceu de um só assunto que nos incomoda e faz pensar. Através da leitura dele veremos o tamanho de nossas colheres de pau, verdadeiras varas de condão para a arte de encantar e reencantar o mundo através da boa ementa.
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Objetividade e encantamentoCarlos Alberto Dória é um sociólogo que tem se interessado muito por comida e escrito livros fundamentais para o entendimento dela. Com esse E-Boca Livre, da editora Tapioca, vem nos mostrar os posts de seu blog, reflexões quase que cotidianas sobre os assuntos próprios ao alimento e o uso dele. O autor é decididamente um foodie, palavra difícil de traduzir e que aqui no Brasil vai levando uma pecha pejorativa. Não, não, não, foodie é o Dória, foodies são vocês que compraram ou vão comprar o livro dele, foodie sou eu que estou escrevendo essa resenha, foodies são aqueles que de algum modo estão ligados à comida. Aqueles enochatos, pão-chatos, vinagre-chatos, seriam chatos de todo jeito, na mais pura essência da chatice. Pois bem, toda quinta-feira, depois que saiam os dois cadernos de comida nos principais jornais de São Paulo todos corriam para o blog do Cadoria a saber o que ele havia achado de nossos escritos. Se implicava com alguma coisas logo dizíamos que havia acordado com ovo atravessado. Os elogiados tinham o dia feito. Era nosso ombudsman, criador de casos, mas sempre com pitadas de bom senso e de polêmica, senão qual a graça? No livro novo, lançado na semana passada, começa tratando de um assunto muito querido a ele, que é a crítica. Crítica de jornal, de revista, de blog. A quem serve a crítica? Como interpretá-la? Como segui-la? Os protagonistas dessa história que não tem fim que é a comida são o chef, o chefinho e o chefete. Ele gosta mesmo dos que se chamam e são cozinheiros. Aqueles que aprenderam, estudaram, experimentaram. Corta o barato dos imitadores sem noção e exalta os criativos. Vê-se logo que o autor quer dirigir todos os esforços para a comida brasileira. "Podemos interrogá-la, mexer nos seus elementos, se quisermos uma culinária viva, dinâmica, moderna, legível." Se fincarmos pé em tradicionalismos, babau, cozinha brasileira. Por causa disso passeia por chefs estrangeiros e brasileiros, expondo seus métodos e filosofias. É agora que aparece a palavra "encantamento" que vai influenciar o livro todo. São as fases pelas quais passamos. Ultimamente, por exemplo, quem nos encantou, nos tirou do sério foi Ferran Adrià. Ele era capaz de tirar da nossa boca um "ó" bem redondo. E Atala, e a Rizzo, que não se esquecem da "nouvelle cuisine" nem desprezam técnicas novas. Querem trazer o gosto bom e o sorriso aos que comem da comida deles. E conseguem. Nós que não esperávamos da boca do Carlos Alberto Dória a palavra encantamento, o vemos entrar em assunto mais pragmático, o da hospitalidade, de guardanapos, rolhas, garçons, sommeliers, food trucks. Adora o assunto "excesso de açúcar", odeia leite condensado e Nutella, entende de porcos e quer que entendamos também. Todos assuntos a fazer pensar, mas que apesar da objetividade entram também no ramo do encantamento, pois o restaurante é o lugar privilegiado da comida boa, lugar da experiência que nos dá prazer. Dá uns cutucões para primeiramente voltarmos ao caipirismo, aos modos velhos de fazer as comidas, descobrir ingredientes que esquecemos, quem sabe acharemos aí um caminho? No capítulo de cozinha inzoneira trata de assuntos que já expôs em livros e conferências. Vem contestar as "manchas culinárias do Brasil", o respeito às tradições baianas, nordestinas e mineira. Elas teriam vindo à tona para facilitar a divisão neste país tão grande, mas que de pouco pesquisadas acabam tolhendo nossa liberdade. Não queremos só preservar a tradição, mas comer gostoso. Renovar a comida sem deixar que perca a universalidade do comer bem. É claro que não se esqueceu que a nossa identidade culinária está no arroz com feijão, e dentro dessas 255 páginas, acho que não se esqueceu de um só assunto que nos incomoda e faz pensar. Através da leitura dele veremos o tamanho de nossas colheres de pau, verdadeiras varas de condão para a arte de encantar e reencantar o mundo através da boa ementa.
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Ação para derrubar financiamento privado é 'peça falsa', diz Cunha
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reuniu-se no final da tarde desta quinta-feira (11) com a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber. O motivo da visita, segundo o peemedebista, era mostrar a Weber que o pedido para anular decisão da Câmara favorável à constitucionalização do financiamento privado das campanhas é baseado em uma "peça falsa". Logo após o plenário da Câmara aprovar a inclusão na Constituição da permissão que empresas financiem os partidos políticos, siglas lideradas pelo PT ingressaram no STF com um mandado de segurança para tentar derrubar a votação. Eles questionam a manobra política adotada por Cunha, que após uma primeira rejeição pelo plenário da Câmara, quebrou um acordo político de que o tema só seria votado uma vez e o colocou novamente em votação. Por meio de uma pressão sobre aliados, a proposta acabou sendo aprovada. "Me pareceu que o texto do mandato estava tão mentiroso, que eu preciso mostrar que é uma litigância de ma-fé. Aquela peça é uma peça falsa, então faço questão de levar até ela [Weber, que relata o caso] para falar isso", afirmou Cunha. O peemedebista foi à corte acompanhado por uma comitiva de dez líderes partidários do DEM, PSDB, PMDB, Solidariedade, PR, PTB, PRB, PSC, PHS e PEN. Ele deixou a reunião sem dar detalhes da conversa com a ministra. "Foi um encontro que não me cabe comentar. Eu levei os documentos que foram solicitados", afirmou ao voltar para a Câmara. Segundo Cunha, não há prazo para uma decisão. AMEAÇA Em seu blog, o colunista da revista "Veja" Lauro Jardim publicou nesta quinta que Cunha fez chegar a Weber, por meio de um ministro da corte, a ameaça de que se ela der uma liminar favorável ao pedido dos partidos de esquerda haverá retaliação na Câmara em projetos de interesse do STF. Cunha negou e disse que irá processar o jornalista. Ligado ao mundo empresarial, Eduardo Cunha foi o principal articulador da aprovação da constitucionalização do financiamento privado das campanhas. Seu objetivo é barrar a inclinação do STF de proibir a prática. O texto aprovado na Câmara precisa ainda de uma segunda votação e da análise do Senado.
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Ação para derrubar financiamento privado é 'peça falsa', diz CunhaO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reuniu-se no final da tarde desta quinta-feira (11) com a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber. O motivo da visita, segundo o peemedebista, era mostrar a Weber que o pedido para anular decisão da Câmara favorável à constitucionalização do financiamento privado das campanhas é baseado em uma "peça falsa". Logo após o plenário da Câmara aprovar a inclusão na Constituição da permissão que empresas financiem os partidos políticos, siglas lideradas pelo PT ingressaram no STF com um mandado de segurança para tentar derrubar a votação. Eles questionam a manobra política adotada por Cunha, que após uma primeira rejeição pelo plenário da Câmara, quebrou um acordo político de que o tema só seria votado uma vez e o colocou novamente em votação. Por meio de uma pressão sobre aliados, a proposta acabou sendo aprovada. "Me pareceu que o texto do mandato estava tão mentiroso, que eu preciso mostrar que é uma litigância de ma-fé. Aquela peça é uma peça falsa, então faço questão de levar até ela [Weber, que relata o caso] para falar isso", afirmou Cunha. O peemedebista foi à corte acompanhado por uma comitiva de dez líderes partidários do DEM, PSDB, PMDB, Solidariedade, PR, PTB, PRB, PSC, PHS e PEN. Ele deixou a reunião sem dar detalhes da conversa com a ministra. "Foi um encontro que não me cabe comentar. Eu levei os documentos que foram solicitados", afirmou ao voltar para a Câmara. Segundo Cunha, não há prazo para uma decisão. AMEAÇA Em seu blog, o colunista da revista "Veja" Lauro Jardim publicou nesta quinta que Cunha fez chegar a Weber, por meio de um ministro da corte, a ameaça de que se ela der uma liminar favorável ao pedido dos partidos de esquerda haverá retaliação na Câmara em projetos de interesse do STF. Cunha negou e disse que irá processar o jornalista. Ligado ao mundo empresarial, Eduardo Cunha foi o principal articulador da aprovação da constitucionalização do financiamento privado das campanhas. Seu objetivo é barrar a inclinação do STF de proibir a prática. O texto aprovado na Câmara precisa ainda de uma segunda votação e da análise do Senado.
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Uber tem 5 vezes mais downloads em SP em dia de protesto, diz empresa
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O aplicativo Uber teve cinco vezes mais downloads em São Paulo nesta quarta-feira (8) após taxistas organizarem protestos em cinco cidades do país, afirmou o serviço on-line que conecta motoristas profissionais e usuários em busca de transporte. Taxistas organizaram nesta quarta-feira protestos em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte pedindo o banimento do aplicativo. Eles alegam que o serviço promove o transporte ilegal de usuários e afirmam que os motoristas cadastrados pelo Uber não têm licença de taxistas. Em São Paulo, o protesto reuniu 5.000 taxistas, segundo a Associação Brasileira das Associações e Cooperativas de Táxi (Abracomtaxi), que convocou uma carreata com destino à Câmara dos Vereadores, no centro da cidade. Criado em 2010 nos Estados Unidos, o aplicativo permite que o usuário chame um motorista profissional a preços mais acessíveis que o serviços de táxi convencionais. A empresa não revelou números de usuários no Brasil ou na cidade de São Paulo, mas a associação de taxistas estima que o aplicativo tenha 1.200 usuários cadastrados na capital paulista, número não confirmado pela empresa. Dados sobre performance de downloads do aplicativo nas outras cidades do país onde houve protestos de taxistas ainda não tinham sido computados, informou a companhia. Em nota com comentários sobre os protestos, a empresa no Brasil disse acreditar que "os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades". "A Uber ressalta ainda que não é uma empresa de táxi, muito menos fornece este tipo de serviço, mas sim uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma tecnológica que conecta motoristas parceiros particulares a usuários que buscam viagens seguras e eficientes", disse a companhia. Em seu site, a companhia diz não ser um serviço ilegal. "Trazemos um modelo disruptivo e inovador para o mercado. Por isso, ainda não existe uma regulação específica para esta indústria chamada de 'economia colaborativa'", disse. Em redes sociais como Twitter, usuários brasileiros defenderam o Uber após notícias sobre as manifestações de taxistas. Alguns disseram que até então não conheciam o aplicativo, mas que fariam o download após os protestos desta quarta-feira. A companhia norte-americana também está enfrentando investigação do Ministério Público Federal (MPF), que já questionou a Prefeitura de São Paulo sobre a legalidade do serviço, segundo Ivana Crivelli, advogada da Associação Boa Vista de Taxistas, que entrou com a reclamação no MPF. A empresa disse que não iria comentar a investigação. BRIGA MUNDIAL As batalhas regulatórias com autoridades locais têm se tornado frequentes para o Uber, que está presente em 295 cidades de 55 países e é a empresa iniciante de tecnologia mais valiosa do mundo. A empresa entrou com queixas em Bruxelas contra a Espanha e a Alemanha por terem proibido seus serviços, intensificando a batalha da companhia norte-americana em disputas jurídicas pela Europa. Nos Estados Unidos, a empresa pediu esta semana para um tribunal do país arquivar um processo aberto por uma suposta vítima de estupro na capital indiana Nova Déli, afirmando que a companhia não poderia ser considerada responsável pelos atos do motorista. Na segunda feira, acusações contra um motorista do serviço na cidade norte-americana de Chicago acusado de estupro no ano passado foram derrubadas. Para o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos, houve casos de cidades que inicialmente proibiram o Uber, mas que posteriormente regularizaram a situação do aplicativo após pressão dos usuários. "No Brasil, vai ser uma batalha imprevisível. Será interessante para saber em que medida o país tem um ambiente de negócios aberto à inovação", declarou, completando que iniciativas como a do aplicativo contribuem para melhorar a situação da mobilidade urbana nas grandes cidades.
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Uber tem 5 vezes mais downloads em SP em dia de protesto, diz empresaO aplicativo Uber teve cinco vezes mais downloads em São Paulo nesta quarta-feira (8) após taxistas organizarem protestos em cinco cidades do país, afirmou o serviço on-line que conecta motoristas profissionais e usuários em busca de transporte. Taxistas organizaram nesta quarta-feira protestos em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte pedindo o banimento do aplicativo. Eles alegam que o serviço promove o transporte ilegal de usuários e afirmam que os motoristas cadastrados pelo Uber não têm licença de taxistas. Em São Paulo, o protesto reuniu 5.000 taxistas, segundo a Associação Brasileira das Associações e Cooperativas de Táxi (Abracomtaxi), que convocou uma carreata com destino à Câmara dos Vereadores, no centro da cidade. Criado em 2010 nos Estados Unidos, o aplicativo permite que o usuário chame um motorista profissional a preços mais acessíveis que o serviços de táxi convencionais. A empresa não revelou números de usuários no Brasil ou na cidade de São Paulo, mas a associação de taxistas estima que o aplicativo tenha 1.200 usuários cadastrados na capital paulista, número não confirmado pela empresa. Dados sobre performance de downloads do aplicativo nas outras cidades do país onde houve protestos de taxistas ainda não tinham sido computados, informou a companhia. Em nota com comentários sobre os protestos, a empresa no Brasil disse acreditar que "os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades". "A Uber ressalta ainda que não é uma empresa de táxi, muito menos fornece este tipo de serviço, mas sim uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma tecnológica que conecta motoristas parceiros particulares a usuários que buscam viagens seguras e eficientes", disse a companhia. Em seu site, a companhia diz não ser um serviço ilegal. "Trazemos um modelo disruptivo e inovador para o mercado. Por isso, ainda não existe uma regulação específica para esta indústria chamada de 'economia colaborativa'", disse. Em redes sociais como Twitter, usuários brasileiros defenderam o Uber após notícias sobre as manifestações de taxistas. Alguns disseram que até então não conheciam o aplicativo, mas que fariam o download após os protestos desta quarta-feira. A companhia norte-americana também está enfrentando investigação do Ministério Público Federal (MPF), que já questionou a Prefeitura de São Paulo sobre a legalidade do serviço, segundo Ivana Crivelli, advogada da Associação Boa Vista de Taxistas, que entrou com a reclamação no MPF. A empresa disse que não iria comentar a investigação. BRIGA MUNDIAL As batalhas regulatórias com autoridades locais têm se tornado frequentes para o Uber, que está presente em 295 cidades de 55 países e é a empresa iniciante de tecnologia mais valiosa do mundo. A empresa entrou com queixas em Bruxelas contra a Espanha e a Alemanha por terem proibido seus serviços, intensificando a batalha da companhia norte-americana em disputas jurídicas pela Europa. Nos Estados Unidos, a empresa pediu esta semana para um tribunal do país arquivar um processo aberto por uma suposta vítima de estupro na capital indiana Nova Déli, afirmando que a companhia não poderia ser considerada responsável pelos atos do motorista. Na segunda feira, acusações contra um motorista do serviço na cidade norte-americana de Chicago acusado de estupro no ano passado foram derrubadas. Para o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos, houve casos de cidades que inicialmente proibiram o Uber, mas que posteriormente regularizaram a situação do aplicativo após pressão dos usuários. "No Brasil, vai ser uma batalha imprevisível. Será interessante para saber em que medida o país tem um ambiente de negócios aberto à inovação", declarou, completando que iniciativas como a do aplicativo contribuem para melhorar a situação da mobilidade urbana nas grandes cidades.
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Fim de festa, por ora
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Os vizinhos fazem festa com barulho exagerado até altas horas. Chegam a polícia e o Samu. O pessoal joga substâncias suspeitas no ralo, leva uma dura e os paramédicos dão assistência aos mais prejudicados. A festa acaba, a turma se acalma, uns tomam glicose. Mas os motivos de animação continuam. Polícia e remédio, um dia, podem não bastar. Em termos rudes, foi mais ou menos isso que se passou ontem no mercado, dia de dólar variando entre R$ 4,24 e R$ 4, de taxas de juros que não subiram mais porque bateram no teto regulamentar da Bolsa e, depois, porque tomaram um sossega-leão. O Banco Central ameaçou derrubar, na marra, exageros no dólar. O Tesouro tomou medidas para segurar as taxas de juros na praça e, assim, também ajudou a curar as feridas de quem havia se arrebentado com alta recente dos juros, o que ajudava a empestear o ambiente. Enfim, não se pode desprezar o fato de que a coisa se acalmou aqui também porque o tumulto no mercado mundial também diminuiu. O risco de investir no Brasil sobe desde que o governo passou a dar sinais de que jogara a toalha, de que não pretendia ou seria capaz de controlar o aumento da dívida, evidentes no final de julho. Desde a semana passada, o risco desembestou, acelerado pelo desastre político doméstico e pelo tumulto causado pela indefinição dos juros americanos. Risco crescente, na prática, significa juros e dólar em alta, cada um ajudando o outro a dar saltos. Alexandre Tombini, presidente do BC, saiu-se bem ontem no papel de xerife. Ele e/ou seus diretores avisaram que: 1) O Banco Central não vai aumentar as "suas" taxas de juros, não vai chancelar a projeção de alta em tese embutida nas taxas do mercado, que não se renderia à extravagância (talvez) temporária dos donos do dinheiro; 2) Se necessário venderia dólares das reservas; 3) Agia em acordo com o Tesouro, que daria um jeito de derrubar excessos nas taxas de juros no mercado; 4) Afora problema maior, a taxa de juros continua na mesma por tempo "prolongado" porque o BC considera que a inflação vai diminuir, mesmo com a alta do dólar, que não será tão repassada aos preços devido à recessão profunda o bastante para compensar o efeito desvalorização do real; 5) O pânico atual decorre do descrédito na política fiscal; 6) Sem perspectiva de contenção do buraco nas contas do governo, o BC não vai ser capaz de levar a inflação à meta em 2016, com acreditava pelo menos até julho; 7) Segundo testes do BC, mesmo com as exorbitâncias desta semana, os bancos aguentam o tranco; 8) Não há problemas nas contas externas ou fuga de capitais. A mensagem do BC foi repetida a mercado e mídia, com argumentos disciplinadamente semelhantes. A princípio, pelo menos é arriscado testar a determinação do BC, que funciona. Isto é, tende a funcionar no curto prazo, se as ameaças não parecem vazias, se eventuais medidas de emergência não se tornam rotina e desde que problemas de fundo comecem a ser resolvidos. O Tesouro comprou títulos (da dívida do governo), para acalmar a praça (com o que o preço dos papéis sobem, os juros caem). Anunciou um programa de compras diárias até a semana que vem, o que deve conter juros e colocar alguma ordem nos preços do mercado.
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Fim de festa, por oraOs vizinhos fazem festa com barulho exagerado até altas horas. Chegam a polícia e o Samu. O pessoal joga substâncias suspeitas no ralo, leva uma dura e os paramédicos dão assistência aos mais prejudicados. A festa acaba, a turma se acalma, uns tomam glicose. Mas os motivos de animação continuam. Polícia e remédio, um dia, podem não bastar. Em termos rudes, foi mais ou menos isso que se passou ontem no mercado, dia de dólar variando entre R$ 4,24 e R$ 4, de taxas de juros que não subiram mais porque bateram no teto regulamentar da Bolsa e, depois, porque tomaram um sossega-leão. O Banco Central ameaçou derrubar, na marra, exageros no dólar. O Tesouro tomou medidas para segurar as taxas de juros na praça e, assim, também ajudou a curar as feridas de quem havia se arrebentado com alta recente dos juros, o que ajudava a empestear o ambiente. Enfim, não se pode desprezar o fato de que a coisa se acalmou aqui também porque o tumulto no mercado mundial também diminuiu. O risco de investir no Brasil sobe desde que o governo passou a dar sinais de que jogara a toalha, de que não pretendia ou seria capaz de controlar o aumento da dívida, evidentes no final de julho. Desde a semana passada, o risco desembestou, acelerado pelo desastre político doméstico e pelo tumulto causado pela indefinição dos juros americanos. Risco crescente, na prática, significa juros e dólar em alta, cada um ajudando o outro a dar saltos. Alexandre Tombini, presidente do BC, saiu-se bem ontem no papel de xerife. Ele e/ou seus diretores avisaram que: 1) O Banco Central não vai aumentar as "suas" taxas de juros, não vai chancelar a projeção de alta em tese embutida nas taxas do mercado, que não se renderia à extravagância (talvez) temporária dos donos do dinheiro; 2) Se necessário venderia dólares das reservas; 3) Agia em acordo com o Tesouro, que daria um jeito de derrubar excessos nas taxas de juros no mercado; 4) Afora problema maior, a taxa de juros continua na mesma por tempo "prolongado" porque o BC considera que a inflação vai diminuir, mesmo com a alta do dólar, que não será tão repassada aos preços devido à recessão profunda o bastante para compensar o efeito desvalorização do real; 5) O pânico atual decorre do descrédito na política fiscal; 6) Sem perspectiva de contenção do buraco nas contas do governo, o BC não vai ser capaz de levar a inflação à meta em 2016, com acreditava pelo menos até julho; 7) Segundo testes do BC, mesmo com as exorbitâncias desta semana, os bancos aguentam o tranco; 8) Não há problemas nas contas externas ou fuga de capitais. A mensagem do BC foi repetida a mercado e mídia, com argumentos disciplinadamente semelhantes. A princípio, pelo menos é arriscado testar a determinação do BC, que funciona. Isto é, tende a funcionar no curto prazo, se as ameaças não parecem vazias, se eventuais medidas de emergência não se tornam rotina e desde que problemas de fundo comecem a ser resolvidos. O Tesouro comprou títulos (da dívida do governo), para acalmar a praça (com o que o preço dos papéis sobem, os juros caem). Anunciou um programa de compras diárias até a semana que vem, o que deve conter juros e colocar alguma ordem nos preços do mercado.
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Serviço de armazenamento RapidShare vai acabar em março
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Diga adeus ao RapidShare : o serviço de armazenamento de arquivos on-line anunciou que vai encerrar suas operações em 31 de março. Após essa data, todos os perfis e dados do site serão deletados automaticamente, segundo comunicado no site do serviço. O RapidShare recomenda que seus usuários façam uma cópia de segurança de seus arquivos, caso desejem mantê-los. Disponibilizado para internautas em 2002, o serviço com base de dados na Suíça foi um dos mais populares sites de download da década passada. Em 2012, com a queda do Megaupload, o RapidShare experienciou uma explosão de novos usuários e precisou até limitar a velocidade de downloads para lidar com a demanda.
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Serviço de armazenamento RapidShare vai acabar em marçoDiga adeus ao RapidShare : o serviço de armazenamento de arquivos on-line anunciou que vai encerrar suas operações em 31 de março. Após essa data, todos os perfis e dados do site serão deletados automaticamente, segundo comunicado no site do serviço. O RapidShare recomenda que seus usuários façam uma cópia de segurança de seus arquivos, caso desejem mantê-los. Disponibilizado para internautas em 2002, o serviço com base de dados na Suíça foi um dos mais populares sites de download da década passada. Em 2012, com a queda do Megaupload, o RapidShare experienciou uma explosão de novos usuários e precisou até limitar a velocidade de downloads para lidar com a demanda.
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Acidente entre barco de migrantes e balsa deixa 13 mortos na Turquia
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Treze pessoas morreram neste domingo (20), incluindo seis crianças, e várias são consideradas desaparecidas após a colisão de uma balsa com um barco de migrantes que seguia para a Grécia, informou a guarda costeira turca. O acidente aconteceu na costa de Çanakkale, noroeste da Turquia. A nacionalidade das vítimas não foi informada. A Guarda Costeira conseguiu salvar 20 passageiros e continua procurando possíveis sobreviventes. "Eles (os imigrantes) disseram aos socorristas que havia, no total, 46 pessoas no bote", afirmou um porta-voz da guarda costeira. Nos últimos meses, muitos migrantes, em sua maioria sírios, tentaram viajar da Turquia para as ilhas gregas mais próximas, porta de entrada para a União Europeia (UE). As condições de travessia do Mar Egeu são perigosas e os naufrágios frequentes. No total, 274 migrantes morreram afogados desde o início do ano em águas turcas e 53.200 foram resgatados pela Guarda Costeira, segundo o governo. Desde janeiro, quase 310 mil refugiados entraram no território da União Europeia através da Grécia, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Quase 2.800 pessoas morreram durante a travessia em naufrágios.
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mundo
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Acidente entre barco de migrantes e balsa deixa 13 mortos na TurquiaTreze pessoas morreram neste domingo (20), incluindo seis crianças, e várias são consideradas desaparecidas após a colisão de uma balsa com um barco de migrantes que seguia para a Grécia, informou a guarda costeira turca. O acidente aconteceu na costa de Çanakkale, noroeste da Turquia. A nacionalidade das vítimas não foi informada. A Guarda Costeira conseguiu salvar 20 passageiros e continua procurando possíveis sobreviventes. "Eles (os imigrantes) disseram aos socorristas que havia, no total, 46 pessoas no bote", afirmou um porta-voz da guarda costeira. Nos últimos meses, muitos migrantes, em sua maioria sírios, tentaram viajar da Turquia para as ilhas gregas mais próximas, porta de entrada para a União Europeia (UE). As condições de travessia do Mar Egeu são perigosas e os naufrágios frequentes. No total, 274 migrantes morreram afogados desde o início do ano em águas turcas e 53.200 foram resgatados pela Guarda Costeira, segundo o governo. Desde janeiro, quase 310 mil refugiados entraram no território da União Europeia através da Grécia, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Quase 2.800 pessoas morreram durante a travessia em naufrágios.
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Diretor atesta segurança no comando do longa 'O Homem que Elas Amavam Demais'
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Reconstituir um caso real, um crime rumoroso, de modo a ressaltar o aspecto ficcional da história, perdida ao se transformar em notícia. Se a proposta não chega a ser inovadora, a segurança com que o veterano diretor francês André Téchiné a conduz em "O Homem que Elas Amavam Demais" alcança um resultado incomum. O cineasta toma como base o desaparecimento de Agnès Le Roux, jovem filha da proprietária de um cassino na Riviera Francesa, ocorrido em meados dos anos 1970 e até hoje sem solução. O título "O Homem que Elas Amavam Demais" combina a incontornável matriz Truffaut do cinema francês com um mistério de inspiração hitckcockiana. Téchiné, contudo, recusa a opção do pastiche para retrabalhar os motivos que dão sustento a seu cinema há décadas com pequenas variações. GRADAÇÕES Do mesmo modo que em "A Moça do Trem" (2009), também baseado num crime que alimentou por um tempo a crônica policial, o diretor se interessa menos pelos fatos e mais em percorrer as gradações que culminam na situação criminal. Em vez de uma narrativa policialesca preocupada em investigar, reconstruir para no fim determinar um culpado, "O Homem que Elas Amavam Demais" prefere se deter nos jogos de poder sem pretender decifrar os subterrâneos da psicologia. Como em "O Lugar do Crime" (1986) e em "Os Ladrões" (1996), os personagens de Téchiné cedem à atração pela marginalidade, percebem o risco como uma alternativa ao tédio ou ao excesso de normalidade. MATURIDADE Catherine Deneuve reaparece como atriz-fetiche do cineasta, mas desta vez não é ela que segue os impulsos e mergulha no lado selvagem. No papel da aristocrática Renée Le Roux, a estrela francesa interpreta a mãe contrariada pela filha movida pela paixão. Mais que prestígio, Deneuve empresta sua maturidade ao filme e oferece um contraste à natureza impulsiva de Agnès, interpretada por Adèle Haenel, vista há pouco em "Amor à Primeira Briga" (2014), dirigido por Thomas Cailley. O personagem-título ganha consistência na aparência ambivalente de Maurice Agnelet (Guillaume Canet), cujo ar de bom moço, o cordeiro a que seu sobrenome alude, esconde a astúcia de um advogado que não demonstra reconhecer limites. Em torno dele, as mulheres gravitam movidas por interesses afetivos, materiais ou passionais. Téchiné, no entanto, prefere esvaziar o personagem de qualquer charme, o que garante que ele se mantenha opaco e misterioso. Se o estilo distanciado do cineasta pode frustrar quem busca uma ficção policial convencional, ele permite capturar numa forma depurada os movimentos de atração e repulsão, deixando na sombra as explicações e a moral que as acompanham. o homem que elas amavam demais O HOMEM QUE ELAS AMAVAM DEMAIS (L'homme qu'on aimait trop) DIREÇÃO André Téchiné ELENCO Guillaume Canet, Catherine Deneuve e Adèle Haenel PRODUÇÃO França, 2014, 16 anos QUANDO estreia nesta quinta (28) AVALIAÇÃO bom
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ilustrada
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Diretor atesta segurança no comando do longa 'O Homem que Elas Amavam Demais'Reconstituir um caso real, um crime rumoroso, de modo a ressaltar o aspecto ficcional da história, perdida ao se transformar em notícia. Se a proposta não chega a ser inovadora, a segurança com que o veterano diretor francês André Téchiné a conduz em "O Homem que Elas Amavam Demais" alcança um resultado incomum. O cineasta toma como base o desaparecimento de Agnès Le Roux, jovem filha da proprietária de um cassino na Riviera Francesa, ocorrido em meados dos anos 1970 e até hoje sem solução. O título "O Homem que Elas Amavam Demais" combina a incontornável matriz Truffaut do cinema francês com um mistério de inspiração hitckcockiana. Téchiné, contudo, recusa a opção do pastiche para retrabalhar os motivos que dão sustento a seu cinema há décadas com pequenas variações. GRADAÇÕES Do mesmo modo que em "A Moça do Trem" (2009), também baseado num crime que alimentou por um tempo a crônica policial, o diretor se interessa menos pelos fatos e mais em percorrer as gradações que culminam na situação criminal. Em vez de uma narrativa policialesca preocupada em investigar, reconstruir para no fim determinar um culpado, "O Homem que Elas Amavam Demais" prefere se deter nos jogos de poder sem pretender decifrar os subterrâneos da psicologia. Como em "O Lugar do Crime" (1986) e em "Os Ladrões" (1996), os personagens de Téchiné cedem à atração pela marginalidade, percebem o risco como uma alternativa ao tédio ou ao excesso de normalidade. MATURIDADE Catherine Deneuve reaparece como atriz-fetiche do cineasta, mas desta vez não é ela que segue os impulsos e mergulha no lado selvagem. No papel da aristocrática Renée Le Roux, a estrela francesa interpreta a mãe contrariada pela filha movida pela paixão. Mais que prestígio, Deneuve empresta sua maturidade ao filme e oferece um contraste à natureza impulsiva de Agnès, interpretada por Adèle Haenel, vista há pouco em "Amor à Primeira Briga" (2014), dirigido por Thomas Cailley. O personagem-título ganha consistência na aparência ambivalente de Maurice Agnelet (Guillaume Canet), cujo ar de bom moço, o cordeiro a que seu sobrenome alude, esconde a astúcia de um advogado que não demonstra reconhecer limites. Em torno dele, as mulheres gravitam movidas por interesses afetivos, materiais ou passionais. Téchiné, no entanto, prefere esvaziar o personagem de qualquer charme, o que garante que ele se mantenha opaco e misterioso. Se o estilo distanciado do cineasta pode frustrar quem busca uma ficção policial convencional, ele permite capturar numa forma depurada os movimentos de atração e repulsão, deixando na sombra as explicações e a moral que as acompanham. o homem que elas amavam demais O HOMEM QUE ELAS AMAVAM DEMAIS (L'homme qu'on aimait trop) DIREÇÃO André Téchiné ELENCO Guillaume Canet, Catherine Deneuve e Adèle Haenel PRODUÇÃO França, 2014, 16 anos QUANDO estreia nesta quinta (28) AVALIAÇÃO bom
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Para Manoel de Oliveira a 'civilização mata'; relembre entrevista
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O cineasta Manoel de Oliveira, que morreu nesta quinta-feira (2), aos 106 anos, acreditava que a civilização atual está depravada, perdeu ética e força, em "um movimento em direção à morte que ninguém para". Em entrevista ao jornalista Thiago Stivaletti para a Folha em 2005, o português foi categórico ao afirmar que a civilização mata. Na época, Manoel de Oliveira havia ganhado um livro sobre sua obra, editado pela Cosacnaify, e uma retrospectiva completa na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com seus quase 40 filmes. Confira a entrevista na íntegra: * É difícil entrevistar Manoel de Oliveira depois que o organizador da Mostra Leon Cakoff passou cerca de 14 horas conversando com o diretor para o livro que está sendo lançado no festival pela editora Cosacnaify. Mas fascina a disposição com que o cineasta português de 96 anos, o mais velho em atividade hoje no mundo, discorre sobre cinema, vida, história e fé. O mundo moderno não lhe mete medo: aprende a lidar com as novas tecnologias ao mesmo tempo em que as critica. Revisou no computador as provas do livro e demonstrou conhecer a internet –viu na rede a foto que ilustraria a capa antes mesmo que os editores a mostrassem. Num curta inédito rodado no ano passado em São Paulo para um projeto embrionário da Mostra, analisa como o celular prejudica mais do que ajuda a comunicação humana. Leia abaixo os principais tópicos da entrevista com o cineasta. O CINEMA EM 1931 (ANO DE SEU PRIMEIRO FILME) - A sétima arte ainda era uma descoberta. O espectador era muito curioso, atento, buscava a compreensão, gostava de ter dúvidas e discutir com os outros nos intervalos entre um filme e outro. O cinema ainda contrariava a vontade do realizador, porque ainda se buscava uma especificidade para esse novo suporte. Como era mudo, não podia se aproveitar do poder da palavra e buscou criar um mundo onírico. A palavra fez com que o cinema se tornasse uma síntese de todas as artes: literatura, música, teatro, fotografia. Porque tudo remete à imagem: a palavra remete a uma imagem, a música remete a uma imagem. "ANIKI-BÓBÓ", FILME DE 1942 CONSIDERADO UM PRECURSOR DO NEO-REALISMO - Ao fazê-lo, não tinha consciência de que estava criando uma nova estética. Hoje, vejo que a única diferença entre o meu filme e aqueles do neo-realismo é o projeto político destes últimos. Em "Aniki-Bóbó" há apenas preocupações humanas. E um sentido transcendente que eu buscava no cristianismo. "UM FILME FALADO" E OS MALES DA CIVILIZAÇÃO - Apesar do domínio do império americano hoje, ainda vivemos numa civilização ocidental de origem mediterrânea. Mas essa civilização está depravada, perdeu ética e força, está contaminada por corrupção, guerras, poluição. É um movimento em direção à morte que ninguém para. Hoje não se colocam nos maços aquele dizer "o cigarro mata"? Podemos dizer o mesmo de nosso mundo hoje: a civilização mata. A FÉ, TEMA DE "ESPELHO MÁGICO" (2005) - A fé continua tendo um papel fundamental, é o alimento da vida. Não existe criação sem um criador. Nós acreditamos no que está criado; alguns põem em dúvida o criador. Mas a prova de sua existência é a própria criatura. O problema todo é acreditar apenas no que está comprovado. A grande força da fé está no contrário, no crer sem provas. "Espelho Mágico" é a história de Alfreda, dama rica cujo maior sonho é a ser agraciada com a aparição da Virgem Maria. Sua contradição é acreditar piamente na existência da Virgem Maria, mas querer a todo custo encontrá-la para fazer algumas perguntas, encontrar alguma explicação. Que explicação? Não sabemos. POSSÍVEL CONSELHO PARA OS NOVOS CINEASTAS - Uma vez, uma rapariga me enviou uma carta pedindo uma opinião sobre um projeto de documentário que sua irmã estava desenvolvendo. Me perguntava o que ela devia fazer. Se ela não sabia, como saberia eu? Não se ensina a vocação a ninguém. Só a técnica é que se pode aprender.
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Para Manoel de Oliveira a 'civilização mata'; relembre entrevistaO cineasta Manoel de Oliveira, que morreu nesta quinta-feira (2), aos 106 anos, acreditava que a civilização atual está depravada, perdeu ética e força, em "um movimento em direção à morte que ninguém para". Em entrevista ao jornalista Thiago Stivaletti para a Folha em 2005, o português foi categórico ao afirmar que a civilização mata. Na época, Manoel de Oliveira havia ganhado um livro sobre sua obra, editado pela Cosacnaify, e uma retrospectiva completa na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com seus quase 40 filmes. Confira a entrevista na íntegra: * É difícil entrevistar Manoel de Oliveira depois que o organizador da Mostra Leon Cakoff passou cerca de 14 horas conversando com o diretor para o livro que está sendo lançado no festival pela editora Cosacnaify. Mas fascina a disposição com que o cineasta português de 96 anos, o mais velho em atividade hoje no mundo, discorre sobre cinema, vida, história e fé. O mundo moderno não lhe mete medo: aprende a lidar com as novas tecnologias ao mesmo tempo em que as critica. Revisou no computador as provas do livro e demonstrou conhecer a internet –viu na rede a foto que ilustraria a capa antes mesmo que os editores a mostrassem. Num curta inédito rodado no ano passado em São Paulo para um projeto embrionário da Mostra, analisa como o celular prejudica mais do que ajuda a comunicação humana. Leia abaixo os principais tópicos da entrevista com o cineasta. O CINEMA EM 1931 (ANO DE SEU PRIMEIRO FILME) - A sétima arte ainda era uma descoberta. O espectador era muito curioso, atento, buscava a compreensão, gostava de ter dúvidas e discutir com os outros nos intervalos entre um filme e outro. O cinema ainda contrariava a vontade do realizador, porque ainda se buscava uma especificidade para esse novo suporte. Como era mudo, não podia se aproveitar do poder da palavra e buscou criar um mundo onírico. A palavra fez com que o cinema se tornasse uma síntese de todas as artes: literatura, música, teatro, fotografia. Porque tudo remete à imagem: a palavra remete a uma imagem, a música remete a uma imagem. "ANIKI-BÓBÓ", FILME DE 1942 CONSIDERADO UM PRECURSOR DO NEO-REALISMO - Ao fazê-lo, não tinha consciência de que estava criando uma nova estética. Hoje, vejo que a única diferença entre o meu filme e aqueles do neo-realismo é o projeto político destes últimos. Em "Aniki-Bóbó" há apenas preocupações humanas. E um sentido transcendente que eu buscava no cristianismo. "UM FILME FALADO" E OS MALES DA CIVILIZAÇÃO - Apesar do domínio do império americano hoje, ainda vivemos numa civilização ocidental de origem mediterrânea. Mas essa civilização está depravada, perdeu ética e força, está contaminada por corrupção, guerras, poluição. É um movimento em direção à morte que ninguém para. Hoje não se colocam nos maços aquele dizer "o cigarro mata"? Podemos dizer o mesmo de nosso mundo hoje: a civilização mata. A FÉ, TEMA DE "ESPELHO MÁGICO" (2005) - A fé continua tendo um papel fundamental, é o alimento da vida. Não existe criação sem um criador. Nós acreditamos no que está criado; alguns põem em dúvida o criador. Mas a prova de sua existência é a própria criatura. O problema todo é acreditar apenas no que está comprovado. A grande força da fé está no contrário, no crer sem provas. "Espelho Mágico" é a história de Alfreda, dama rica cujo maior sonho é a ser agraciada com a aparição da Virgem Maria. Sua contradição é acreditar piamente na existência da Virgem Maria, mas querer a todo custo encontrá-la para fazer algumas perguntas, encontrar alguma explicação. Que explicação? Não sabemos. POSSÍVEL CONSELHO PARA OS NOVOS CINEASTAS - Uma vez, uma rapariga me enviou uma carta pedindo uma opinião sobre um projeto de documentário que sua irmã estava desenvolvendo. Me perguntava o que ela devia fazer. Se ela não sabia, como saberia eu? Não se ensina a vocação a ninguém. Só a técnica é que se pode aprender.
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Rebeldes sírios chegam a acordo com Assad para deixar Aleppo
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Rebeldes sírios afirmaram nesta terça-feira (13) ter chegado a um acordo com o regime de Bashar al-Assad para abandonar as áreas de Aleppo sitiadas há meses. Eles devem fugir para as regiões ao oeste controladas pela oposição. Encerra-se, assim, o longo embate pela cidade, um dos símbolos da guerra civil iniciada em 2011. Os detalhes do acordo, mediado pela Turquia e ainda não confirmado pelo Exército sírio, não estão claros. Mas espera-se que milhares de moradores possam deixar a cidade nesta noite, começando pelos feridos. Os avanços do Exército sírio foram acompanhados por diversas denúncias de violações aos direitos humanos. As Nações Unidas afirmaram ter recebido relatos de que uma milícia iraquiana aliada ao regime do ditador Bashar al-Assad matou ao menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, ao entrar em uma área rebelde. Rupert Colville, porta-voz da ONU para direitos humanos, descreveu a área sob o controle da oposição como uma região "infernal", submetida aos bombardeios. As Nações Unidas afirmaram, também, que mais de cem crianças desacompanhadas estavam presas em uma construção alvejada. REFÚGIO Milhares de pessoas deixaram a região rebelde nos últimos dias, entre os bombardeios. O clima frio e chuvoso dificultou a fuga. A saída dos moradores foi registrada pela TV estatal síria. Centenas de deslocados protegiam-se da chuva, carregando os seus pertences. Teme-se que os civis que escaparem de Aleppo possam ser aprisionados pelo regime ou refugiados na província de Idlib, provavelmente uma das próximas regiões atacadas pelo Exército sírio. Zeid Ra'ad Al Hussein, chefe de direitos humanos da ONU, afirmou em uma nota que "o fim deste cruel conflito" não está próximo. "O que está acontecendo em Aleppo pode se repetir em Raqqa, em Idlib. Não podemos deixar que continue." COLAPSO A derrota da oposição em Aleppo ocorre após semanas de intenso ataque com auxílio do governo russo de Vladimir Putin, apesar da condenação internacional. Bombardeados e impedidos de receber suprimentos, os serviços médicos e de resgate entraram em colapso. A União Europeia afirmou que não irá financiar a reconstrução da Síria após a guerra caso Damasco e Moscou não deixem espaço para uma oposição real ao regime. O bloco europeu estuda incrementar as sanções contra a Síria, mas por ora não deve aumentar os bloqueios impostos à Rússia, principal aliada do regime de Assad. Ter o controle de Aleppo será a maior vitória do regime sírio desde o início do conflito civil, em março de 2011. Aleppo era, àquela época, a maior cidade do país. Mas a tomada da cidade também atesta a dependência do ditador Assad em relação a apoios externos, como a Rússia e o Irã, sem os quais não teria avançado. Assad busca, agora, consolidar seu poder na região conhecida como "Síria útil": Damasco, Aleppo, a costa e as principais estradas. É o território que pode ajudar a sustentar o regime. Por isso a prioridade em relação às regiões desérticas, de menor relevância estratégica. Após Aleppo, só restarão duas importantes áreas urbanas fora do controle do regime de Assad: Raqqa e Idlib. Raqqa, no centro do país, é a auto-proclamada capital da organização terrorista Estado Islâmico. Idlib, no noroeste, é bastião da Jabhat Fateh al-Sham (a antiga Jabhat al-Nusra), milícia radical ligada à rede Al Qaeda. O Estado Islâmico avançou durante esta semana e retomou o deserto de Palmira, uma das regiões arqueológicas mais importantes da Síria. A organização terrorista tem sido expulsa, por outro lado, de Mossul, a sua principal fortaleza no Iraque.
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mundo
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Rebeldes sírios chegam a acordo com Assad para deixar AleppoRebeldes sírios afirmaram nesta terça-feira (13) ter chegado a um acordo com o regime de Bashar al-Assad para abandonar as áreas de Aleppo sitiadas há meses. Eles devem fugir para as regiões ao oeste controladas pela oposição. Encerra-se, assim, o longo embate pela cidade, um dos símbolos da guerra civil iniciada em 2011. Os detalhes do acordo, mediado pela Turquia e ainda não confirmado pelo Exército sírio, não estão claros. Mas espera-se que milhares de moradores possam deixar a cidade nesta noite, começando pelos feridos. Os avanços do Exército sírio foram acompanhados por diversas denúncias de violações aos direitos humanos. As Nações Unidas afirmaram ter recebido relatos de que uma milícia iraquiana aliada ao regime do ditador Bashar al-Assad matou ao menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, ao entrar em uma área rebelde. Rupert Colville, porta-voz da ONU para direitos humanos, descreveu a área sob o controle da oposição como uma região "infernal", submetida aos bombardeios. As Nações Unidas afirmaram, também, que mais de cem crianças desacompanhadas estavam presas em uma construção alvejada. REFÚGIO Milhares de pessoas deixaram a região rebelde nos últimos dias, entre os bombardeios. O clima frio e chuvoso dificultou a fuga. A saída dos moradores foi registrada pela TV estatal síria. Centenas de deslocados protegiam-se da chuva, carregando os seus pertences. Teme-se que os civis que escaparem de Aleppo possam ser aprisionados pelo regime ou refugiados na província de Idlib, provavelmente uma das próximas regiões atacadas pelo Exército sírio. Zeid Ra'ad Al Hussein, chefe de direitos humanos da ONU, afirmou em uma nota que "o fim deste cruel conflito" não está próximo. "O que está acontecendo em Aleppo pode se repetir em Raqqa, em Idlib. Não podemos deixar que continue." COLAPSO A derrota da oposição em Aleppo ocorre após semanas de intenso ataque com auxílio do governo russo de Vladimir Putin, apesar da condenação internacional. Bombardeados e impedidos de receber suprimentos, os serviços médicos e de resgate entraram em colapso. A União Europeia afirmou que não irá financiar a reconstrução da Síria após a guerra caso Damasco e Moscou não deixem espaço para uma oposição real ao regime. O bloco europeu estuda incrementar as sanções contra a Síria, mas por ora não deve aumentar os bloqueios impostos à Rússia, principal aliada do regime de Assad. Ter o controle de Aleppo será a maior vitória do regime sírio desde o início do conflito civil, em março de 2011. Aleppo era, àquela época, a maior cidade do país. Mas a tomada da cidade também atesta a dependência do ditador Assad em relação a apoios externos, como a Rússia e o Irã, sem os quais não teria avançado. Assad busca, agora, consolidar seu poder na região conhecida como "Síria útil": Damasco, Aleppo, a costa e as principais estradas. É o território que pode ajudar a sustentar o regime. Por isso a prioridade em relação às regiões desérticas, de menor relevância estratégica. Após Aleppo, só restarão duas importantes áreas urbanas fora do controle do regime de Assad: Raqqa e Idlib. Raqqa, no centro do país, é a auto-proclamada capital da organização terrorista Estado Islâmico. Idlib, no noroeste, é bastião da Jabhat Fateh al-Sham (a antiga Jabhat al-Nusra), milícia radical ligada à rede Al Qaeda. O Estado Islâmico avançou durante esta semana e retomou o deserto de Palmira, uma das regiões arqueológicas mais importantes da Síria. A organização terrorista tem sido expulsa, por outro lado, de Mossul, a sua principal fortaleza no Iraque.
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F-1 reinventa regras, deixa carros mais rápidos e 'torce' contra a Mercedes
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Não é apenas a ausência do atual campeão Nico Rosberg que vai dar o ar de mudança à F-1 em 2017. Neste domingo (26), às 2h, a temporada começa com a maior alteração no regulamento aerodinâmico da década. Os carros que correm no GP da Austrália, em Albert Park, têm pneus, aerofólios e carenagem mais largas, o que resulta em visual mais agressivo e aumento de velocidade nas curvas -o que deve puxar o tempo de cada volta alguns segundos para baixo. A pedido da organização, os compostos da Pirelli estão mais resistentes. A tendência é que as corridas tenham menos pit stops e os pilotos não precisem se preocupar tanto em poupar pneus. O regulamento deixará a pilotagem fisicamente mais extenuante. As novas regras foram bem recebidas pelos pilotos. A alegria de quem está no do cockpit contrasta com a dúvida de quem está fora dele. Com as mudanças, os engenheiros temem que vai ser ainda mais difícil ultrapassar. A preocupação já chegou até os organizadores, que podem anunciar alterações nas regras do DRS ("drag reduction system", sistema que permite trocar o ângulo dos aerofólios nas retas) após o GP da China, caso haja poucas trocas de posição. A mudança no visual da categoria não é garantia de que a F-1 vai apresentar maior equilíbrio entre as equipes, mas os testes da pré-temporada indicam que a Mercedes encontrará mais dificuldades para manter seu domínio. No primeiro treino oficial do ano, na Austrália, Lewis Hamilton conseguiu cravar a pole position com a Mercedes, mas ao seu lado estará a Ferrari de Sebastian Vettel. A segunda terá os outros dois carros destas equipes, com Valtteri Bottas e Kimi Raikkonen. Felipe Massa, da Williams, larga em sétimo. Treino Oficial - Austrália Nos oito dias de pista aberta em Barcelona Kimi Raikkonen, da Ferrari, cravou a volta mais rápida: 1m18s634. Mais de 3 segundos mais veloz que a pole de 2016. Sebastian Vettel, companheiro do finlandês, foi o segundo mais rápido da pré-temporada, com 1m19s024. Valtteri Bottas, que substitui Rosberg na Mercedes, e Lewis Hamilton, aparecem em seguida. É comum as equipes fortes esconderem o jogo nos testes e se concentrarem em avaliar a durabilidade dos componentes. A melhor volta de Raikkonen foi marcada com pneus supermacios, mais duros que os ultramacios. A Mercedes domina a F-1 desde a introdução dos motores híbridos turboalimentados, em 2014. Dos 59 GPs disputados desde então, 51 foram vencidos pelos alemães, e em apenas três vezes um carro não largou da pole. A Williams dá sinais de recuperação após uma temporada abaixo das expectativas em 2016. Felipe Massa chegou a liderar um dia de testes na Espanha e, apesar das batidas de seu novo companheiro, Lance Stroll, a equipe foi a terceira que mais andou, com 800 voltas completadas. A decepção foi a McLaren, que, com 425 voltas, foi a que menos andou devido a várias quebras. Os problemas já desencadearam uma crise com a Honda, fornecedora dos motores. McLaren e Honda estão juntas desde 2015. NA TV GP da Austrália 2h (de domingo) Globo
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esporte
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F-1 reinventa regras, deixa carros mais rápidos e 'torce' contra a MercedesNão é apenas a ausência do atual campeão Nico Rosberg que vai dar o ar de mudança à F-1 em 2017. Neste domingo (26), às 2h, a temporada começa com a maior alteração no regulamento aerodinâmico da década. Os carros que correm no GP da Austrália, em Albert Park, têm pneus, aerofólios e carenagem mais largas, o que resulta em visual mais agressivo e aumento de velocidade nas curvas -o que deve puxar o tempo de cada volta alguns segundos para baixo. A pedido da organização, os compostos da Pirelli estão mais resistentes. A tendência é que as corridas tenham menos pit stops e os pilotos não precisem se preocupar tanto em poupar pneus. O regulamento deixará a pilotagem fisicamente mais extenuante. As novas regras foram bem recebidas pelos pilotos. A alegria de quem está no do cockpit contrasta com a dúvida de quem está fora dele. Com as mudanças, os engenheiros temem que vai ser ainda mais difícil ultrapassar. A preocupação já chegou até os organizadores, que podem anunciar alterações nas regras do DRS ("drag reduction system", sistema que permite trocar o ângulo dos aerofólios nas retas) após o GP da China, caso haja poucas trocas de posição. A mudança no visual da categoria não é garantia de que a F-1 vai apresentar maior equilíbrio entre as equipes, mas os testes da pré-temporada indicam que a Mercedes encontrará mais dificuldades para manter seu domínio. No primeiro treino oficial do ano, na Austrália, Lewis Hamilton conseguiu cravar a pole position com a Mercedes, mas ao seu lado estará a Ferrari de Sebastian Vettel. A segunda terá os outros dois carros destas equipes, com Valtteri Bottas e Kimi Raikkonen. Felipe Massa, da Williams, larga em sétimo. Treino Oficial - Austrália Nos oito dias de pista aberta em Barcelona Kimi Raikkonen, da Ferrari, cravou a volta mais rápida: 1m18s634. Mais de 3 segundos mais veloz que a pole de 2016. Sebastian Vettel, companheiro do finlandês, foi o segundo mais rápido da pré-temporada, com 1m19s024. Valtteri Bottas, que substitui Rosberg na Mercedes, e Lewis Hamilton, aparecem em seguida. É comum as equipes fortes esconderem o jogo nos testes e se concentrarem em avaliar a durabilidade dos componentes. A melhor volta de Raikkonen foi marcada com pneus supermacios, mais duros que os ultramacios. A Mercedes domina a F-1 desde a introdução dos motores híbridos turboalimentados, em 2014. Dos 59 GPs disputados desde então, 51 foram vencidos pelos alemães, e em apenas três vezes um carro não largou da pole. A Williams dá sinais de recuperação após uma temporada abaixo das expectativas em 2016. Felipe Massa chegou a liderar um dia de testes na Espanha e, apesar das batidas de seu novo companheiro, Lance Stroll, a equipe foi a terceira que mais andou, com 800 voltas completadas. A decepção foi a McLaren, que, com 425 voltas, foi a que menos andou devido a várias quebras. Os problemas já desencadearam uma crise com a Honda, fornecedora dos motores. McLaren e Honda estão juntas desde 2015. NA TV GP da Austrália 2h (de domingo) Globo
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Investimento direto pode financiar deficit externo em 2015, diz BC
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O investimento direto em empresas brasileiras pode superar neste ano a previsão do Banco Central e financiar completamente o deficit do país nas suas transações com o exterior. Isso não acontecia desde 2012. Em outubro, pela primeira vez no acumulado do ano, o investimento direto superou o deficit, e o BC avalia que essa tendência pode se manter até dezembro. O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, afirmou que o deficit em outubro (US$ 4,2 bilhões) e no acumulado do ano (US$ 53,5 bilhões) são os menores registrados na série que começa em 2010, quando têm início as novas estatísticas sobre transações correntes. Rocha disse que o BC prevê deficit de US$ 4,5 bilhões nas transações correntes em novembro e investimentos de US$ 4,8 bilhões. Se os números se confirmarem, segundo ele, é provável que o deficit em 2015 fique abaixo dos US$ 65 bilhões projetados pela instituição anteriormente. Para o investimento direto, por outro lado, haveria chances de o valor ao final do ano superar a projeção, que também é de US$ 65 bilhões. "Esses dados mostram um ajuste do setor externo que pode ser mais acentuado do que o BC vinha prevendo", afirmou. "Neste momento de ajustes [na economia], o setor externo dá uma contribuição positiva, o que se traduz em menor deficit." INVESTIMENTOS Segundo Rocha, além da queda na atividade e da depreciação cambial, há outro fator que contribuiu para a queda no deficit, que é a mudança no passivo brasileiros com o exterior, com maior participação de investimentos em empresas e menor de dívidas. Com isso, em momentos como o atual, há queda nas remessas de lucros para o exterior (as empresas lucram menos e trocam esses ganhos em reais por uma quantidade menor de dólares). Já a despesa com juros segue praticamente estável no ano, apesar do aumento das taxas no Brasil. Ao citar o investimento direto, que teve em outubro o maior resultado do ano (US$ 6,7 bilhões), Rocha afirmou que houve concentração em operações de alto valor. Os dados do BC mostram uma entrada de US$ 2,2 bilhões de produtos do fumo, via Países Baixos. Reportagem da Folha desta quarta-feira (25) mostrou que os estrangeiros lideram as aquisições e fusões no Brasil pela 1ª vez desde 2002. Com a desaceleração da economia e a alta do dólar, o mercado brasileiro ficou mais barato e atraente para empresas estrangeiras. VIAGENS Sobre o resultado com viagens internacionais, que recuou 30% no acumulado do ano, Rocha afirmou que a desaceleração dos gastos tem se acentuado ao longo de 2015 e que esse processo deve aparecer novamente nos dados de novembro. O número parcial mostra uma despesa de US$ 792 milhões até a última terça-feira (24). De acordo com o Banco Central, essas despesas somaram US$ 15,1 bilhões no ano até outubro, uma redução de US$ 6,6 bilhões. No mês passado, foram gastos US$ 1 bilhão, menos da metade dos US$ 2,1 bilhões de outubro de 2014.
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Investimento direto pode financiar deficit externo em 2015, diz BCO investimento direto em empresas brasileiras pode superar neste ano a previsão do Banco Central e financiar completamente o deficit do país nas suas transações com o exterior. Isso não acontecia desde 2012. Em outubro, pela primeira vez no acumulado do ano, o investimento direto superou o deficit, e o BC avalia que essa tendência pode se manter até dezembro. O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, afirmou que o deficit em outubro (US$ 4,2 bilhões) e no acumulado do ano (US$ 53,5 bilhões) são os menores registrados na série que começa em 2010, quando têm início as novas estatísticas sobre transações correntes. Rocha disse que o BC prevê deficit de US$ 4,5 bilhões nas transações correntes em novembro e investimentos de US$ 4,8 bilhões. Se os números se confirmarem, segundo ele, é provável que o deficit em 2015 fique abaixo dos US$ 65 bilhões projetados pela instituição anteriormente. Para o investimento direto, por outro lado, haveria chances de o valor ao final do ano superar a projeção, que também é de US$ 65 bilhões. "Esses dados mostram um ajuste do setor externo que pode ser mais acentuado do que o BC vinha prevendo", afirmou. "Neste momento de ajustes [na economia], o setor externo dá uma contribuição positiva, o que se traduz em menor deficit." INVESTIMENTOS Segundo Rocha, além da queda na atividade e da depreciação cambial, há outro fator que contribuiu para a queda no deficit, que é a mudança no passivo brasileiros com o exterior, com maior participação de investimentos em empresas e menor de dívidas. Com isso, em momentos como o atual, há queda nas remessas de lucros para o exterior (as empresas lucram menos e trocam esses ganhos em reais por uma quantidade menor de dólares). Já a despesa com juros segue praticamente estável no ano, apesar do aumento das taxas no Brasil. Ao citar o investimento direto, que teve em outubro o maior resultado do ano (US$ 6,7 bilhões), Rocha afirmou que houve concentração em operações de alto valor. Os dados do BC mostram uma entrada de US$ 2,2 bilhões de produtos do fumo, via Países Baixos. Reportagem da Folha desta quarta-feira (25) mostrou que os estrangeiros lideram as aquisições e fusões no Brasil pela 1ª vez desde 2002. Com a desaceleração da economia e a alta do dólar, o mercado brasileiro ficou mais barato e atraente para empresas estrangeiras. VIAGENS Sobre o resultado com viagens internacionais, que recuou 30% no acumulado do ano, Rocha afirmou que a desaceleração dos gastos tem se acentuado ao longo de 2015 e que esse processo deve aparecer novamente nos dados de novembro. O número parcial mostra uma despesa de US$ 792 milhões até a última terça-feira (24). De acordo com o Banco Central, essas despesas somaram US$ 15,1 bilhões no ano até outubro, uma redução de US$ 6,6 bilhões. No mês passado, foram gastos US$ 1 bilhão, menos da metade dos US$ 2,1 bilhões de outubro de 2014.
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BC europeu estende programa de estímulo, mas reduz injeção de dinheiro
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O Banco Central Europeu anunciou nesta quinta-feira (8) que vai estender seu programa de estímulos econômicos até o final de 2017, embora tenha reduzido o valor mensal de recompra de ativos de € 80 bilhões para € 60 bilhões a partir de abril. O presidente do BCE, Mario Draghi, deixou claro, no entanto, que não estava indicando liquidação definitiva do programa. "Não houve nenhuma discussão sobre o encerramento hoje", disse ele em coletiva de imprensa. "Uma presença sustentada é também a mensagem da decisão de hoje." O banco se manteve firme sobre a possibilidade de o novo plano poder ser revertido. "Se, entretanto, as perspectivas se tornarem menos favoráveis ou se as condições financeiras se tornarem incompatíveis com novos progressos, no sentido de ajuste sustentado do caminho da inflação, o conselho do BCE pretende aumentar o programa em termos de dimensão e/ou duração", disse Draghi, lendo a declaração do conselho. A decisão foi divulgada após a reunião de política monetária em que o BCE manteve a taxa de depósito em -0,40%, enquanto a taxa de empréstimo permaneceu em 0,25%. O BCE confirmou que iria afrouxar as regras para as suas compras para assegurar que o programa continuasse sem problemas, aumentando o intervalo de vencimento dos títulos elegíveis e permitindo a compra de títulos com rendimento inferior à taxa de depósito do BCE. Com as eleições de alto risco em quatro das cinco maiores economias da zona do euro, esperava-se que o BCE mantivesse as compras de ativos, provavelmente com receios de que o corte prematuro pudesse abortar uma recuperação ainda tímida na zona do euro. A redução das recompras de ativos deve vir como uma surpresa para os mercados, já que os investidores esperavam uma extensão de seis meses a um ritmo constante de € 80 bilhões por mês. Ao estender o programa de recompra de ativos, mas reduzindo o ritmo mensal, o BCE pode estar tentando preservar seu estímulo monetário enquanto riscos políticos turvam o cenário para a recuperação da zona do euro. Após o anúncio, o euro atingiu o maior patamar em três semanas. Desde março de 2015, o BCE comprou mais de € 1,4 trilhão de títulos, principalmente de dívida pública, lutando contra a ameaça de deflação e tentando impulsionar o bloco monetário, ainda prejudicado pelo legado da crise da dívida de 2009.
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BC europeu estende programa de estímulo, mas reduz injeção de dinheiroO Banco Central Europeu anunciou nesta quinta-feira (8) que vai estender seu programa de estímulos econômicos até o final de 2017, embora tenha reduzido o valor mensal de recompra de ativos de € 80 bilhões para € 60 bilhões a partir de abril. O presidente do BCE, Mario Draghi, deixou claro, no entanto, que não estava indicando liquidação definitiva do programa. "Não houve nenhuma discussão sobre o encerramento hoje", disse ele em coletiva de imprensa. "Uma presença sustentada é também a mensagem da decisão de hoje." O banco se manteve firme sobre a possibilidade de o novo plano poder ser revertido. "Se, entretanto, as perspectivas se tornarem menos favoráveis ou se as condições financeiras se tornarem incompatíveis com novos progressos, no sentido de ajuste sustentado do caminho da inflação, o conselho do BCE pretende aumentar o programa em termos de dimensão e/ou duração", disse Draghi, lendo a declaração do conselho. A decisão foi divulgada após a reunião de política monetária em que o BCE manteve a taxa de depósito em -0,40%, enquanto a taxa de empréstimo permaneceu em 0,25%. O BCE confirmou que iria afrouxar as regras para as suas compras para assegurar que o programa continuasse sem problemas, aumentando o intervalo de vencimento dos títulos elegíveis e permitindo a compra de títulos com rendimento inferior à taxa de depósito do BCE. Com as eleições de alto risco em quatro das cinco maiores economias da zona do euro, esperava-se que o BCE mantivesse as compras de ativos, provavelmente com receios de que o corte prematuro pudesse abortar uma recuperação ainda tímida na zona do euro. A redução das recompras de ativos deve vir como uma surpresa para os mercados, já que os investidores esperavam uma extensão de seis meses a um ritmo constante de € 80 bilhões por mês. Ao estender o programa de recompra de ativos, mas reduzindo o ritmo mensal, o BCE pode estar tentando preservar seu estímulo monetário enquanto riscos políticos turvam o cenário para a recuperação da zona do euro. Após o anúncio, o euro atingiu o maior patamar em três semanas. Desde março de 2015, o BCE comprou mais de € 1,4 trilhão de títulos, principalmente de dívida pública, lutando contra a ameaça de deflação e tentando impulsionar o bloco monetário, ainda prejudicado pelo legado da crise da dívida de 2009.
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Com receio de crise, Temer não quer novas eleições na Câmara
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Com o receio de enfrentar de partida uma crise na base aliada, o vice-presidente Michel Temer decidiu não encampar neste momento movimento por uma nova eleição para a sucessão na Câmara dos Deputados e iniciará aproximação na semana que vem com o presidente Waldir Maranhão (PP-MA). Segundo a Folha apurou, emissários do peemedebista fizeram chegar ao parlamentar a disposição de um encontro entre os dois logo após a votação no Senado Federal da admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcada para quarta-feira (11). No início da noite desta sexta-feira (6), Maranhão foi à casa do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), gesto visto como mais um passo para uma composição entre o deputado do PP e as forças políticas em torno de Temer. A equipe do vice-presidente reconhece a falta de estatura política e de preparo administrativo de Maranhão para comandar a Casa. Para ela, o ideal seria eleger um substituto para o parlamentar, mas a prioridade é manter uma base aliada ampla e unida, que consiga aprovar nos dois primeiros meses de um eventual governo interino um pacote de medidas econômicas. Neste primeiro momento, o vice-presidente não irá interferir na questão e deixará a decisão nas mãos da Câmara dos Deputados. Nas palavras de um aliado do peemedebista, dessa forma, o ônus de uma decisão equivocada não recairia sobre ele. Na segunda quinzena de junho o plenário da Câmara poderá fazer a votação definitiva sobre se cassa ou não o mandato de Cunha, alvo de processo no Conselho de Ética da Casa. Se o peemedebista perder o mandato, a Câmara tem que realizar novas eleições em até cinco sessões. Na quinta-feira (5), logo após a decisão pela suspensão do mandato de Cunha, partidos de oposição, como PSDB e DEM, iniciaram movimentação por uma nova eleição, defendendo nos bastidores um nome tucano para o posto. O PMDB, maior partido da Câmara, reagiu à articulação. A maior parte da bancada peemedebista defende neste momento um mandato-tampão de Maranhão. Caso a Casa inicie movimentação por uma nova eleição, no entanto, a sigla reivindica que seja um nome do partido. Para o grupo de Temer, uma crise neste momento na base aliada ou a realização de uma eleição para presidente poderia atrasar ou até mesmo inviabilizar a aprovação de propostas que serão sugeridas pelo vice-presidente caso Dilma seja afastada. O diagnóstico é que, à frente do Palácio do Planalto, o peemedebista terá de apresentar como cartão de visitas mudanças efetivas e uma gestão superior à da petista nos primeiros dois meses de mandato, aproveitando uma espécie de "lua de mel" com o Congresso Nacional. Nos cálculos do grupo do peemedebista, no período será possível contar com uma base aliada de cerca de 400 deputados federais e 56 senadores, tropa que poderá ser reduzida caso o governo não consiga estabilizar a economia. Para que sejam aprovadas mudanças na Constituição, por exemplo, são necessários pelo menos 308 votos. O vice-presidente também terá de acelerar a aprovação da alteração da meta fiscal, que teria de ser feita até o dia 22 para evitar a interrupção do pagamento de despesas básicas do governo, como luz e telefone. Para o caso de votações importantes, que demandem um nome de peso para conduzir a tramitação, aliados do vice-presidente defendem que seja feita uma negociação com Maranhão. Em troca do apoio à sua manutenção, ele aceitaria deixar que o o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP), assuma as sessões legislativas. Além de ser mais experiente, o deputado do PRB teria mais pulso para presidir o processo. O próprio Mansur disse em reunião com líderes partidários na noite de quinta que a fragilidade política e administrativa de Maranhão não é problema na condução das sessões. "Eu ajudo ele ou toco as sessões", afirmou, de acordo com relatos. f
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Com receio de crise, Temer não quer novas eleições na CâmaraCom o receio de enfrentar de partida uma crise na base aliada, o vice-presidente Michel Temer decidiu não encampar neste momento movimento por uma nova eleição para a sucessão na Câmara dos Deputados e iniciará aproximação na semana que vem com o presidente Waldir Maranhão (PP-MA). Segundo a Folha apurou, emissários do peemedebista fizeram chegar ao parlamentar a disposição de um encontro entre os dois logo após a votação no Senado Federal da admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcada para quarta-feira (11). No início da noite desta sexta-feira (6), Maranhão foi à casa do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), gesto visto como mais um passo para uma composição entre o deputado do PP e as forças políticas em torno de Temer. A equipe do vice-presidente reconhece a falta de estatura política e de preparo administrativo de Maranhão para comandar a Casa. Para ela, o ideal seria eleger um substituto para o parlamentar, mas a prioridade é manter uma base aliada ampla e unida, que consiga aprovar nos dois primeiros meses de um eventual governo interino um pacote de medidas econômicas. Neste primeiro momento, o vice-presidente não irá interferir na questão e deixará a decisão nas mãos da Câmara dos Deputados. Nas palavras de um aliado do peemedebista, dessa forma, o ônus de uma decisão equivocada não recairia sobre ele. Na segunda quinzena de junho o plenário da Câmara poderá fazer a votação definitiva sobre se cassa ou não o mandato de Cunha, alvo de processo no Conselho de Ética da Casa. Se o peemedebista perder o mandato, a Câmara tem que realizar novas eleições em até cinco sessões. Na quinta-feira (5), logo após a decisão pela suspensão do mandato de Cunha, partidos de oposição, como PSDB e DEM, iniciaram movimentação por uma nova eleição, defendendo nos bastidores um nome tucano para o posto. O PMDB, maior partido da Câmara, reagiu à articulação. A maior parte da bancada peemedebista defende neste momento um mandato-tampão de Maranhão. Caso a Casa inicie movimentação por uma nova eleição, no entanto, a sigla reivindica que seja um nome do partido. Para o grupo de Temer, uma crise neste momento na base aliada ou a realização de uma eleição para presidente poderia atrasar ou até mesmo inviabilizar a aprovação de propostas que serão sugeridas pelo vice-presidente caso Dilma seja afastada. O diagnóstico é que, à frente do Palácio do Planalto, o peemedebista terá de apresentar como cartão de visitas mudanças efetivas e uma gestão superior à da petista nos primeiros dois meses de mandato, aproveitando uma espécie de "lua de mel" com o Congresso Nacional. Nos cálculos do grupo do peemedebista, no período será possível contar com uma base aliada de cerca de 400 deputados federais e 56 senadores, tropa que poderá ser reduzida caso o governo não consiga estabilizar a economia. Para que sejam aprovadas mudanças na Constituição, por exemplo, são necessários pelo menos 308 votos. O vice-presidente também terá de acelerar a aprovação da alteração da meta fiscal, que teria de ser feita até o dia 22 para evitar a interrupção do pagamento de despesas básicas do governo, como luz e telefone. Para o caso de votações importantes, que demandem um nome de peso para conduzir a tramitação, aliados do vice-presidente defendem que seja feita uma negociação com Maranhão. Em troca do apoio à sua manutenção, ele aceitaria deixar que o o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP), assuma as sessões legislativas. Além de ser mais experiente, o deputado do PRB teria mais pulso para presidir o processo. O próprio Mansur disse em reunião com líderes partidários na noite de quinta que a fragilidade política e administrativa de Maranhão não é problema na condução das sessões. "Eu ajudo ele ou toco as sessões", afirmou, de acordo com relatos. f
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Dilma e Macri
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BRASÍLIA - Lula e Néstor Kirchner chegaram ao poder no mesmo ano, 2003, criaram uma nova organização internacional, a Unasul, e lideraram a guinada à esquerda do continente na última década. A aliança sobreviveu à eleição de Dilma e Cristina, mas não chegará à terceira geração de presidentes. Foi implodida pela eleição de Mauricio Macri, o liberal que governará a Argentina a partir do próximo dia 10. A vitória de Macri não estava nos planos do Planalto. Dilma abriu o palácio para o candidato governista, Daniel Scioli. Lula chegou a reforçar um ato de sua campanha, no qual pediu votos para o "projeto que mudou a história da Argentina". Por outro lado, a oposição brasileira não escondeu a torcida por Macri, que foi comparado ao tucano Aécio Neves. Nesta segunda, Fernando Henrique Cardoso festejou seu triunfo como a derrota da "irresponsabilidade" e do "populismo". As emoções eleitorais ainda estão à flor da pele, mas vão passar em breve. Macri e Dilma sabem disso e já começaram a ensaiar uma aproximação, mesmo que a contragosto. O novo presidente da Argentina prometeu inaugurar um relacionamento mais "dinâmico" com o Brasil. Dilma o convidou a visitar Brasília antes de receber a faixa. O fim da aliança do PT com o kirchnerismo não significa que as relações entre Brasil e Argentina vão piorar. Diplomatas lembram que Lula se deu melhor com Bush do que com o sucessor Obama, com quem teria mais afinidade ideológica. Na área comercial, a saída de Cristina, que voltou sua atenção para os chineses, abre caminho a uma nova tentativa de ressuscitar o Mercosul. Para o petismo, o pior que pode acontecer é o sucesso de Macri inspirar uma nova onda de governos de centro-direita no continente. Nesse caso, o ocaso do kirchnerismo seria um aperitivo para uma derrota do PT em 2018. Mas isso não é um problema para Dilma, e sim para Lula, o cabo eleitoral do derrotado Scioli.
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Dilma e MacriBRASÍLIA - Lula e Néstor Kirchner chegaram ao poder no mesmo ano, 2003, criaram uma nova organização internacional, a Unasul, e lideraram a guinada à esquerda do continente na última década. A aliança sobreviveu à eleição de Dilma e Cristina, mas não chegará à terceira geração de presidentes. Foi implodida pela eleição de Mauricio Macri, o liberal que governará a Argentina a partir do próximo dia 10. A vitória de Macri não estava nos planos do Planalto. Dilma abriu o palácio para o candidato governista, Daniel Scioli. Lula chegou a reforçar um ato de sua campanha, no qual pediu votos para o "projeto que mudou a história da Argentina". Por outro lado, a oposição brasileira não escondeu a torcida por Macri, que foi comparado ao tucano Aécio Neves. Nesta segunda, Fernando Henrique Cardoso festejou seu triunfo como a derrota da "irresponsabilidade" e do "populismo". As emoções eleitorais ainda estão à flor da pele, mas vão passar em breve. Macri e Dilma sabem disso e já começaram a ensaiar uma aproximação, mesmo que a contragosto. O novo presidente da Argentina prometeu inaugurar um relacionamento mais "dinâmico" com o Brasil. Dilma o convidou a visitar Brasília antes de receber a faixa. O fim da aliança do PT com o kirchnerismo não significa que as relações entre Brasil e Argentina vão piorar. Diplomatas lembram que Lula se deu melhor com Bush do que com o sucessor Obama, com quem teria mais afinidade ideológica. Na área comercial, a saída de Cristina, que voltou sua atenção para os chineses, abre caminho a uma nova tentativa de ressuscitar o Mercosul. Para o petismo, o pior que pode acontecer é o sucesso de Macri inspirar uma nova onda de governos de centro-direita no continente. Nesse caso, o ocaso do kirchnerismo seria um aperitivo para uma derrota do PT em 2018. Mas isso não é um problema para Dilma, e sim para Lula, o cabo eleitoral do derrotado Scioli.
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Canadá e México podem tarifar carne dos EUA em US$ 1 bilhão, diz OMC
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Canadá e México podem impor tarifas a produtos dos Estados Unidos avaliados em cerca de US$ 1 bilhão, decidiu um painel da OMC (Organização Mundial do Comércio) nesta segunda-feira (7), com os países se preparando para retaliar as regras de rotulagem de carnes dos EUA. O painel de arbitragem da OMC estabeleceu um nível anual de retaliação de 1,055 bilhão de dólares canadenses (US$ 780 milhões) para o Canadá e US$ 228 milhões para o México, consideravelmente menos que os 3,068 bilhões de dólares canadenses e US$ 713 milhões que os dois países haviam pedido. A disputa teve origem em 2009 quando os EUA impuseram uma regra para que os pontos de venda usem marcas para dar aos consumidores mais informações sobre a origem de seus alimentos. Canadá e México argumentaram que as regras dos EUA, conhecidas como rotulação de país de origem (COOL, na sigla em inglês), levou a uma diminuição do abate e do processamento de carne de bovina e suína canadense e mexicana nos EUA, reduzindo a renda dos produtores. "Estamos desapontados com esta decisão e seu potencial impacto em negociações entre parceiros vitais da América do Norte", disse Tim Reif, conselheiro geral do Escritório dos Representantes do Comércio dos EUA. "Continuaremos a consultar os membros do Congresso conforme consideram as opções de substituição da atual lei COOL e os próximos passos adicionais".
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Canadá e México podem tarifar carne dos EUA em US$ 1 bilhão, diz OMCCanadá e México podem impor tarifas a produtos dos Estados Unidos avaliados em cerca de US$ 1 bilhão, decidiu um painel da OMC (Organização Mundial do Comércio) nesta segunda-feira (7), com os países se preparando para retaliar as regras de rotulagem de carnes dos EUA. O painel de arbitragem da OMC estabeleceu um nível anual de retaliação de 1,055 bilhão de dólares canadenses (US$ 780 milhões) para o Canadá e US$ 228 milhões para o México, consideravelmente menos que os 3,068 bilhões de dólares canadenses e US$ 713 milhões que os dois países haviam pedido. A disputa teve origem em 2009 quando os EUA impuseram uma regra para que os pontos de venda usem marcas para dar aos consumidores mais informações sobre a origem de seus alimentos. Canadá e México argumentaram que as regras dos EUA, conhecidas como rotulação de país de origem (COOL, na sigla em inglês), levou a uma diminuição do abate e do processamento de carne de bovina e suína canadense e mexicana nos EUA, reduzindo a renda dos produtores. "Estamos desapontados com esta decisão e seu potencial impacto em negociações entre parceiros vitais da América do Norte", disse Tim Reif, conselheiro geral do Escritório dos Representantes do Comércio dos EUA. "Continuaremos a consultar os membros do Congresso conforme consideram as opções de substituição da atual lei COOL e os próximos passos adicionais".
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Pedido de cidadania da Nova Zelândia por americanos sobe 70% com Trump
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Uma coisa é falar sobre fugir para outro país quando um novo presidente é eleito. Já efetivamente fazê-lo é coisa muito diferente. Mas é exatamente isso que parece estar acontecendo, pelo menos em um cantinho distante do planeta. Na Nova Zelândia, o número de norte-americanos que solicitaram cidadania aumentou em 70% nas 12 semanas depois da eleição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, em comparação com o mesmo período um ano antes, de acordo com registros oficiais de imigração obtidos pela agência de notícias Associated Press. Os números também demonstram que o número de norte-americanos que obtiveram vistos de trabalho na Nova Zelândia em janeiro foi 18% mais alto que o total do mês em 2016, e o número de visitantes norte-americanos ao país subiu pela mesma proporção. Na Nova Zelândia, uma concessão de cidadania é o caminho de entrada para pessoas que não tenham parentes no país. Entre os norte-americanos que têm pai ou mãe neozelandeses, os pedidos de cidadania posteriores à eleição subiram em 11% ante o ano anterior. Em resposta a uma solicitação da Associated Press, nos termos da lei neozelandesa de liberdade de informação, o Departamento de Assuntos Internos da Nova Zelândia informou que nos dois dias posteriores à eleição dos Estados Unidos, em novembro, o número de visitantes norte-americanos ao site do país que oferece informações sobre como obter cidadania mais que decuplicou ante o número de visitas no período um mês antes. É fato que o número de norte-americanos que estão solicitando cidadania neozelandesa continua a ser relativamente baixo. O país fica a mais de 10 mil quilômetros da porção continental dos Estados Unidos, e talvez seja mais conhecido por suas majestosas paisagens. A agricultura continua a ter posição central na economia, e o país abriga seis vezes mais ovelhas que habitantes humanos –estes são 4,8 milhões. Trump fez breve referência ao país durante a campanha eleitoral, quando um repórter de televisão neozelandês perguntou o que a eleição poderia significar para o país localizado no sul do Pacífico. "Diga oi a Bob Charles. Adoro Bob Charles", respondeu Trump. "Você sabe quem é Bob Charles? Seu maior golfista". Charles ganhou o British Open em 1963. Alguns norte-americanos que vivem na Nova Zelândia dizem que amigos e parentes os consultaram sobre a possibilidade de se mudarem para lá, depois da eleição. Alanna Irving, empreendedora de San Francisco que comanda uma startup de tecnologia, se mudou para a Nova Zelândia seis anos atrás, e mais tarde se casou com um kiwi, o nome pelo qual os cidadãos locais são conhecidos. "É um lugar muito bom para viver, e pode-se ver e sentir consideravelmente a diferença em como a sociedade é organizada, e nas coisas que as pessoas priorizam", ela disse. "A Nova Zelândia é um lugar onde a igualdade é importante, acredito. É menos individualista, e mais preocupada com a comunidade". Ela disse que o amigo de um amigo ficou tão incomodado com o resultado da eleição que pegou um avião para a Nova Zelândia imediatamente, para estudar a possibilidade de viver no país. Irving diz que a visita desse conhecido superou suas expectativas. "Isso realmente simbolizou para mim que havia pessoas nos Estados Unidos que acreditavam que as coisas seguiriam em direção muito diferente daquela que elas desejavam para seu futuro, ou para seus filhos, e elas estão considerando a Nova Zelândia como uma possível alternativa", disse Irving. A maioria dos norte-americano precisa viver pelo menos cinco anos na Nova Zelândia antes de solicitar cidadania. Cameron Pritchard, consultor de imigração na Malcolm Pacific Immigration, em Wellington, disse que o aumento no número de solicitações de cidadania talvez resultasse de pessoas que desejam se estabelecer mais firmemente em seu país adotivo, dadas as incertezas que existem no mundo. O objetivo "é conseguir um pouco mais de segurança, ou tomar uma decisão de longo prazo de que a Nova Zelândia é o lugar que elas desejam chamar de lar", ele disse. Pritchard disse que sua empresa havia registrado grande alta no número de consultas vindas dos Estados Unidos, no período da eleição. "Foi mais uma onda de empolgação inicial do que qualquer coisa que possa ser traduzida em uma grande avalanche de números", ele disse. Irving disse que planeja solicitar cidadania da Nova Zelândia este ano e que não prevê voltar a morar nos Estados Unidos. Ela diz que a empolgação que alguns inovadores e algumas companhias norte-americanas despertam faz falta, mas que a tecnologia permite que ela se mantenha conectada com esse aspecto do mundo. No entanto, ela acrescenta que existe uma coisa que lhe faz falta e não há como replicar online: a cozinha mexicana excelente disponível nos Estados Unidos. * OS NÚMEROS Norte-americanos que solicitaram concessão extraordinária de cidadania neozelandesa: De 8 de novembro de 2016 a 31 de janeiro de 2017: 170 De 8 de novembro de 2015 a 31 de janeiro de 2016: 100 Norte-americanos que solicitaram concessão de cidadania neozelandesa por descendência: De 8 de novembro de 2016 a 31 de janeiro de 2017: 203 De 8 de novembro de 2015 a 31 de janeiro de 2016: 183 Visitas norte-americanas à área de naturalização do site do Departamento de Assuntos Internos: De 8 a 10 de novembro de 2016: 4.146 De 4 de outubro a 6 de outubro de 2015: 305 Pessoas vindas dos EUA com vistos de trabalho: Janeiro de 2017: 254 Janeiro de 2016: 216 Chegadas de visitantes dos EUA: Janeiro de 2017: 34.240 Janeiro de 2016: 28.992 Fontes: Departamento de Assuntos Internos, Statistics New Zealand Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Pedido de cidadania da Nova Zelândia por americanos sobe 70% com TrumpUma coisa é falar sobre fugir para outro país quando um novo presidente é eleito. Já efetivamente fazê-lo é coisa muito diferente. Mas é exatamente isso que parece estar acontecendo, pelo menos em um cantinho distante do planeta. Na Nova Zelândia, o número de norte-americanos que solicitaram cidadania aumentou em 70% nas 12 semanas depois da eleição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, em comparação com o mesmo período um ano antes, de acordo com registros oficiais de imigração obtidos pela agência de notícias Associated Press. Os números também demonstram que o número de norte-americanos que obtiveram vistos de trabalho na Nova Zelândia em janeiro foi 18% mais alto que o total do mês em 2016, e o número de visitantes norte-americanos ao país subiu pela mesma proporção. Na Nova Zelândia, uma concessão de cidadania é o caminho de entrada para pessoas que não tenham parentes no país. Entre os norte-americanos que têm pai ou mãe neozelandeses, os pedidos de cidadania posteriores à eleição subiram em 11% ante o ano anterior. Em resposta a uma solicitação da Associated Press, nos termos da lei neozelandesa de liberdade de informação, o Departamento de Assuntos Internos da Nova Zelândia informou que nos dois dias posteriores à eleição dos Estados Unidos, em novembro, o número de visitantes norte-americanos ao site do país que oferece informações sobre como obter cidadania mais que decuplicou ante o número de visitas no período um mês antes. É fato que o número de norte-americanos que estão solicitando cidadania neozelandesa continua a ser relativamente baixo. O país fica a mais de 10 mil quilômetros da porção continental dos Estados Unidos, e talvez seja mais conhecido por suas majestosas paisagens. A agricultura continua a ter posição central na economia, e o país abriga seis vezes mais ovelhas que habitantes humanos –estes são 4,8 milhões. Trump fez breve referência ao país durante a campanha eleitoral, quando um repórter de televisão neozelandês perguntou o que a eleição poderia significar para o país localizado no sul do Pacífico. "Diga oi a Bob Charles. Adoro Bob Charles", respondeu Trump. "Você sabe quem é Bob Charles? Seu maior golfista". Charles ganhou o British Open em 1963. Alguns norte-americanos que vivem na Nova Zelândia dizem que amigos e parentes os consultaram sobre a possibilidade de se mudarem para lá, depois da eleição. Alanna Irving, empreendedora de San Francisco que comanda uma startup de tecnologia, se mudou para a Nova Zelândia seis anos atrás, e mais tarde se casou com um kiwi, o nome pelo qual os cidadãos locais são conhecidos. "É um lugar muito bom para viver, e pode-se ver e sentir consideravelmente a diferença em como a sociedade é organizada, e nas coisas que as pessoas priorizam", ela disse. "A Nova Zelândia é um lugar onde a igualdade é importante, acredito. É menos individualista, e mais preocupada com a comunidade". Ela disse que o amigo de um amigo ficou tão incomodado com o resultado da eleição que pegou um avião para a Nova Zelândia imediatamente, para estudar a possibilidade de viver no país. Irving diz que a visita desse conhecido superou suas expectativas. "Isso realmente simbolizou para mim que havia pessoas nos Estados Unidos que acreditavam que as coisas seguiriam em direção muito diferente daquela que elas desejavam para seu futuro, ou para seus filhos, e elas estão considerando a Nova Zelândia como uma possível alternativa", disse Irving. A maioria dos norte-americano precisa viver pelo menos cinco anos na Nova Zelândia antes de solicitar cidadania. Cameron Pritchard, consultor de imigração na Malcolm Pacific Immigration, em Wellington, disse que o aumento no número de solicitações de cidadania talvez resultasse de pessoas que desejam se estabelecer mais firmemente em seu país adotivo, dadas as incertezas que existem no mundo. O objetivo "é conseguir um pouco mais de segurança, ou tomar uma decisão de longo prazo de que a Nova Zelândia é o lugar que elas desejam chamar de lar", ele disse. Pritchard disse que sua empresa havia registrado grande alta no número de consultas vindas dos Estados Unidos, no período da eleição. "Foi mais uma onda de empolgação inicial do que qualquer coisa que possa ser traduzida em uma grande avalanche de números", ele disse. Irving disse que planeja solicitar cidadania da Nova Zelândia este ano e que não prevê voltar a morar nos Estados Unidos. Ela diz que a empolgação que alguns inovadores e algumas companhias norte-americanas despertam faz falta, mas que a tecnologia permite que ela se mantenha conectada com esse aspecto do mundo. No entanto, ela acrescenta que existe uma coisa que lhe faz falta e não há como replicar online: a cozinha mexicana excelente disponível nos Estados Unidos. * OS NÚMEROS Norte-americanos que solicitaram concessão extraordinária de cidadania neozelandesa: De 8 de novembro de 2016 a 31 de janeiro de 2017: 170 De 8 de novembro de 2015 a 31 de janeiro de 2016: 100 Norte-americanos que solicitaram concessão de cidadania neozelandesa por descendência: De 8 de novembro de 2016 a 31 de janeiro de 2017: 203 De 8 de novembro de 2015 a 31 de janeiro de 2016: 183 Visitas norte-americanas à área de naturalização do site do Departamento de Assuntos Internos: De 8 a 10 de novembro de 2016: 4.146 De 4 de outubro a 6 de outubro de 2015: 305 Pessoas vindas dos EUA com vistos de trabalho: Janeiro de 2017: 254 Janeiro de 2016: 216 Chegadas de visitantes dos EUA: Janeiro de 2017: 34.240 Janeiro de 2016: 28.992 Fontes: Departamento de Assuntos Internos, Statistics New Zealand Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Operação no norte de Paris termina com 8 presos e ao menos 2 mortos
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Uma megaoperação antiterrorismo em Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris, terminou com a prisão de oito suspeitos e a morte de ao menos duas pessoas que teriam ligação com os ataques terroristas que deixaram 129 mortos e 368 feridos na semana passada na capital francesa. De acordo com o procurador François Molins, a operação foi lançada após a interceptação de ligações telefônicas, ações de vigilância e de testemunhos indicarem que o homem suspeito de ser mentor dos ataques, Abdelhamid Abaaoud, poderia estar em um esconderijo na área, e não na Síria, como se acreditava inicialmente. Informações preliminares indicam que, entre os mortos, há uma mulher que teria se explodido ao acionar um colete com explosivos durante a operação. Molins, porém, não confirmou esse dado durante a coletiva concedida à tarde. "Esse ponto precisa ser verificado pela análise do corpo e dos restos mortais, assim como por todas as operações policiais forenses que ainda têm de ser conduzidas." Molins afirmou que Abaaoud, um belga de ascendência marroquina de 27 anos, nem o foragido Salah Abdeslam, um francês nascido na Bélgica, estão entre os presos. O procurador, porém, não descartou a possibilidade de que eles tenham sido mortos, afirmando que os corpos ainda estão sendo analisados. Vários policiais ficaram feridos, e uma cadela chamada Diesel, de 7 anos, "foi morta por terroristas", disse a polícia nacional em um tuíte. Por volta de 4h20 (1h20, horário de Brasília) desta quarta-feira (18), policiais cercaram a esquina das ruas Corbillon e République, centro da cidade, a cerca de 500 metros da catedral gótica de Saint-Denis, do século 12. Mais tarde, soldados reforçaram a operação no local. Os suspeitos, cujas identidades não foram reveladas, ocupavam um apartamento na região. Houve uma intensa troca de tiros e explosões. A reportagem da Folha esteve na área cercada pela polícia que dava acesso ao local do confronto. Policiais impediram que jornalistas se aproximassem da rua onde ocorreu o tiroteio. As autoridades orientaram os moradores a não deixar suas casas. Estações de trem e estabelecimentos comerciais na região foram fechados, e aulas escolares canceladas. Após a operação, a polícia arrombou a porta da catedral de Saint-Denis, aparentemente para fazer investigações forenses. "Eu estava dormindo e de repente ouvi uma explosão. Os tiros foram por volta de 4h e 5h. Fiquei assustado e deixei meu apartamento", relatou à Folha o estudante Daouda Gassama, 17, que mora na área da ação policial. De acordo com o procurador de Paris, a operação desta quarta impediu novos atentados. Além disso, a operação buscava suspeitos ligados a Ismael Mostefai e Samy Amimour, dois dos três terroristas que mataram 89 pessoas na casa de shows Bataclan –ambos se explodiram após os atentados. Onde fica Saint-Deins
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mundo
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Operação no norte de Paris termina com 8 presos e ao menos 2 mortosUma megaoperação antiterrorismo em Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris, terminou com a prisão de oito suspeitos e a morte de ao menos duas pessoas que teriam ligação com os ataques terroristas que deixaram 129 mortos e 368 feridos na semana passada na capital francesa. De acordo com o procurador François Molins, a operação foi lançada após a interceptação de ligações telefônicas, ações de vigilância e de testemunhos indicarem que o homem suspeito de ser mentor dos ataques, Abdelhamid Abaaoud, poderia estar em um esconderijo na área, e não na Síria, como se acreditava inicialmente. Informações preliminares indicam que, entre os mortos, há uma mulher que teria se explodido ao acionar um colete com explosivos durante a operação. Molins, porém, não confirmou esse dado durante a coletiva concedida à tarde. "Esse ponto precisa ser verificado pela análise do corpo e dos restos mortais, assim como por todas as operações policiais forenses que ainda têm de ser conduzidas." Molins afirmou que Abaaoud, um belga de ascendência marroquina de 27 anos, nem o foragido Salah Abdeslam, um francês nascido na Bélgica, estão entre os presos. O procurador, porém, não descartou a possibilidade de que eles tenham sido mortos, afirmando que os corpos ainda estão sendo analisados. Vários policiais ficaram feridos, e uma cadela chamada Diesel, de 7 anos, "foi morta por terroristas", disse a polícia nacional em um tuíte. Por volta de 4h20 (1h20, horário de Brasília) desta quarta-feira (18), policiais cercaram a esquina das ruas Corbillon e République, centro da cidade, a cerca de 500 metros da catedral gótica de Saint-Denis, do século 12. Mais tarde, soldados reforçaram a operação no local. Os suspeitos, cujas identidades não foram reveladas, ocupavam um apartamento na região. Houve uma intensa troca de tiros e explosões. A reportagem da Folha esteve na área cercada pela polícia que dava acesso ao local do confronto. Policiais impediram que jornalistas se aproximassem da rua onde ocorreu o tiroteio. As autoridades orientaram os moradores a não deixar suas casas. Estações de trem e estabelecimentos comerciais na região foram fechados, e aulas escolares canceladas. Após a operação, a polícia arrombou a porta da catedral de Saint-Denis, aparentemente para fazer investigações forenses. "Eu estava dormindo e de repente ouvi uma explosão. Os tiros foram por volta de 4h e 5h. Fiquei assustado e deixei meu apartamento", relatou à Folha o estudante Daouda Gassama, 17, que mora na área da ação policial. De acordo com o procurador de Paris, a operação desta quarta impediu novos atentados. Além disso, a operação buscava suspeitos ligados a Ismael Mostefai e Samy Amimour, dois dos três terroristas que mataram 89 pessoas na casa de shows Bataclan –ambos se explodiram após os atentados. Onde fica Saint-Deins
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Tribunal mantém decisão, e Dudu continua suspenso por 180 dias
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O TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da Federação Paulista de Futebol decidiu nesta segunda-feira (20) manter a suspensão de 180 dias aplicada ao atacante palmeirense Dudu por agressão ao árbitro Guilherme Ceretta de Lima na final do Campeonato Paulista. Dos nove auditores do órgão, sete votaram pela manutenção da pena. Além disso, ele pegou um jogo de suspensão no Estadual do próximo ano por agressão verbal. A pena por agressão é idêntica à recebida no último dia 18 de maio quando julgado no artigo 254-A parágrafo terceiro -se a ação for praticada contra árbitros-, que prevê pena mínima de suspensão por cento e oitenta dias. O árbitro relatou na súmula que o jogador palmeirense partiu em sua direção e "desferiu um golpe de forma intencional o atingindo nas costas". Dudu, no entanto, cumpriu apenas uma pequena parte da pena no primeiro julgamento, já que conseguiu um efeito suspensivo em 28 de maio e vinha atuando normalmente desde o dia 4 de junho. O Palmeiras ainda pode recorrer ao Pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e conseguir um novo efeito suspensivo para que o jogador continue podendo ser escalado até o novo julgamento.
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esporte
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Tribunal mantém decisão, e Dudu continua suspenso por 180 diasO TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da Federação Paulista de Futebol decidiu nesta segunda-feira (20) manter a suspensão de 180 dias aplicada ao atacante palmeirense Dudu por agressão ao árbitro Guilherme Ceretta de Lima na final do Campeonato Paulista. Dos nove auditores do órgão, sete votaram pela manutenção da pena. Além disso, ele pegou um jogo de suspensão no Estadual do próximo ano por agressão verbal. A pena por agressão é idêntica à recebida no último dia 18 de maio quando julgado no artigo 254-A parágrafo terceiro -se a ação for praticada contra árbitros-, que prevê pena mínima de suspensão por cento e oitenta dias. O árbitro relatou na súmula que o jogador palmeirense partiu em sua direção e "desferiu um golpe de forma intencional o atingindo nas costas". Dudu, no entanto, cumpriu apenas uma pequena parte da pena no primeiro julgamento, já que conseguiu um efeito suspensivo em 28 de maio e vinha atuando normalmente desde o dia 4 de junho. O Palmeiras ainda pode recorrer ao Pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e conseguir um novo efeito suspensivo para que o jogador continue podendo ser escalado até o novo julgamento.
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Banco Central indica que juros não devem cair tão cedo
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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) manter, mais uma vez, a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Apesar de a decisão ter sido esperada pelo mercado, chamou a atenção dos economistas o trecho do comunicado em que os diretores da instituição detalharam as condições necessárias para que os juros comecem a cair. A redução da Selic dependerá da velocidade de recuo da inflação nos próximos meses –inclusive da persistência dos efeitos do choque nos preços dos alimentos– e da aprovação das medidas de ajuste fiscal, segundo o documento. Para o Banco Central, esses fatores podem dar mais confiança de que a meta de inflação de 4,5% em 2017 será atingida e, assim, abrir espaço para a flexibilização da política monetária. Conforme revelou a Folha nesta quarta, a equipe do presidente Michel Temer já trabalha com a possibilidade de a taxa de juros começar a cair só no próximo ano, diante do ritmo ainda lento de queda da inflação e da demora na aprovação das medidas fiscais propostas pelo governo. O Palácio do Planalto considera o cenário de a proposta do teto de gastos só ser aprovada pelo Congresso Nacional no próximo ano, por causa das eleições municipais de outubro. Com a confirmação de sua permanência no cargo, que ocorreu também nesta quarta-feira, Temer tentará acelerar a tramitação da proposta no Legislativo, o que, segundo a avaliação da equipe, pode melhorar a expectativa do mercado em relação à economia e contribuir para uma queda na inflação. Confira a evolução da taxa Selic - Em % ao ano REGRA DO JOGO Com o comunicado desta quarta, o Copom "deixou mais clara a regra do jogo" e indicou que não está com pressa para reduzir a taxa de juros, segundo a avaliação de Tatiana Pinheiro, economista do Banco Santander. "Ele está sinalizando que a flexibilização depende de uma série de fatores que não estão vendo agora. É a indicação de que o plano de voo do Banco Central não tem uma ansiedade de início de flexibilização monetária." O Santander projeta redução dos juros para 13,75% na última reunião deste ano, em novembro. Tatiana afirma que isso dependerá, no entanto, da tramitação da proposta do teto dos gastos. "Sumir incerteza eu entendo que é aprovar. Enquanto não aprovar, continua com incerteza", disse. A proposta está em uma comissão e depois ainda precisa da aprovação nos plenários da Câmara e do Senado. A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, enxerga que só em 2017 o Banco Central encontrará o cenário que considera necessário para começar a reduzir os juros. "Achamos que essas condições só estarão presentes no ano que vem. Até 30 de novembro [última reunião do Copom em 2016], não deve ser possível", afirmou. A reunião desta quarta foi a segunda sob o comando de Ilan Goldfajn e da nova diretoria do Banco Central. Na reunião anterior, em julho, os diretores também mantiveram a Selic em 14,25% ao ano. O Copom, que se reúne a cada 45 dias, ainda tem mais duas reuniões em 2016, em outubro e em novembro.
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mercado
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Banco Central indica que juros não devem cair tão cedoO Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) manter, mais uma vez, a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Apesar de a decisão ter sido esperada pelo mercado, chamou a atenção dos economistas o trecho do comunicado em que os diretores da instituição detalharam as condições necessárias para que os juros comecem a cair. A redução da Selic dependerá da velocidade de recuo da inflação nos próximos meses –inclusive da persistência dos efeitos do choque nos preços dos alimentos– e da aprovação das medidas de ajuste fiscal, segundo o documento. Para o Banco Central, esses fatores podem dar mais confiança de que a meta de inflação de 4,5% em 2017 será atingida e, assim, abrir espaço para a flexibilização da política monetária. Conforme revelou a Folha nesta quarta, a equipe do presidente Michel Temer já trabalha com a possibilidade de a taxa de juros começar a cair só no próximo ano, diante do ritmo ainda lento de queda da inflação e da demora na aprovação das medidas fiscais propostas pelo governo. O Palácio do Planalto considera o cenário de a proposta do teto de gastos só ser aprovada pelo Congresso Nacional no próximo ano, por causa das eleições municipais de outubro. Com a confirmação de sua permanência no cargo, que ocorreu também nesta quarta-feira, Temer tentará acelerar a tramitação da proposta no Legislativo, o que, segundo a avaliação da equipe, pode melhorar a expectativa do mercado em relação à economia e contribuir para uma queda na inflação. Confira a evolução da taxa Selic - Em % ao ano REGRA DO JOGO Com o comunicado desta quarta, o Copom "deixou mais clara a regra do jogo" e indicou que não está com pressa para reduzir a taxa de juros, segundo a avaliação de Tatiana Pinheiro, economista do Banco Santander. "Ele está sinalizando que a flexibilização depende de uma série de fatores que não estão vendo agora. É a indicação de que o plano de voo do Banco Central não tem uma ansiedade de início de flexibilização monetária." O Santander projeta redução dos juros para 13,75% na última reunião deste ano, em novembro. Tatiana afirma que isso dependerá, no entanto, da tramitação da proposta do teto dos gastos. "Sumir incerteza eu entendo que é aprovar. Enquanto não aprovar, continua com incerteza", disse. A proposta está em uma comissão e depois ainda precisa da aprovação nos plenários da Câmara e do Senado. A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, enxerga que só em 2017 o Banco Central encontrará o cenário que considera necessário para começar a reduzir os juros. "Achamos que essas condições só estarão presentes no ano que vem. Até 30 de novembro [última reunião do Copom em 2016], não deve ser possível", afirmou. A reunião desta quarta foi a segunda sob o comando de Ilan Goldfajn e da nova diretoria do Banco Central. Na reunião anterior, em julho, os diretores também mantiveram a Selic em 14,25% ao ano. O Copom, que se reúne a cada 45 dias, ainda tem mais duas reuniões em 2016, em outubro e em novembro.
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São Paulo vê situação complicadíssima e projeta 3 vitórias para avançar
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Com dois pontos somados em nove disputados, o São Paulo admite que a situação está 'complicadíssima' para conseguir a classificação para as oitavas de final da Copa Libertadores. A equipe ocupa a terceira colocação do Grupo 1, com dois pontos —três a menos do que o River Plate, segundo colocado. O The Strongest é o líder com sete pontos. "A situação ficou complicadíssima. Se quiser classificar, tem de vencer os três jogos, não resta alternativa. Temos mais três jogos, e agora vamos ver o que acontece", disse Paulo Henrique Ganso, que marcou o gol da equipe no empate contra o Trujillanos. O camisa 10 ainda perdeu um pênalti. "A gente criou mais jogadas. Eles também tiveram oportunidades, mas foram em contra-ataques porque a gente se lançou mais. Infelizmente perdi a cobrança do pênalti, mas nossa equipe buscou mais o gol. Não era o resultado que a gente esperava, e agora temos que decidir a vaga com as vitórias nos próximos jogos", acrescentou. O técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, também vê a situação complicada, mas ainda acredita na classificação. "A conta é essa agora: temos que pontuar mais nas próximas partidas. Não há outra maneira de nos mantermos na disputa se não for desta forma. Vamos fazer o impossível até a última rodada para buscar a vaga", disse o treinador, que lamentou a ineficiência do ataque. "No primeiro tempo tivemos algumas complicações, mas depois melhoramos no jogo. Na segunda etapa, nossa equipe evoluiu e buscou mais o gol. Eles também tiveram chances, principalmente nos últimos 15 minutos quando a partida ficou mais aberta, mas infelizmente não conseguimos marcar mais de uma vez. Com um pouco mais de tranquilidade, a gente poderia ter conquistado um resultado melhor", avaliou Patón, que completou. O São Paulo volta a campo pelo torneio sul-americano no dia 5 de abril, quando recebe o Trujillanos. A equipe ainda enfrenta o River Plate em casa e visita o The Strongest. Antes da partida contra o Trujillanos, o time do Morumbi terá cinco jogos pelo Campeonato Paulista: Ituano (dia 20), Botafogo (dia 23), Santos (dia 27), Linense (30) e Oeste (2 de abril).
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esporte
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São Paulo vê situação complicadíssima e projeta 3 vitórias para avançarCom dois pontos somados em nove disputados, o São Paulo admite que a situação está 'complicadíssima' para conseguir a classificação para as oitavas de final da Copa Libertadores. A equipe ocupa a terceira colocação do Grupo 1, com dois pontos —três a menos do que o River Plate, segundo colocado. O The Strongest é o líder com sete pontos. "A situação ficou complicadíssima. Se quiser classificar, tem de vencer os três jogos, não resta alternativa. Temos mais três jogos, e agora vamos ver o que acontece", disse Paulo Henrique Ganso, que marcou o gol da equipe no empate contra o Trujillanos. O camisa 10 ainda perdeu um pênalti. "A gente criou mais jogadas. Eles também tiveram oportunidades, mas foram em contra-ataques porque a gente se lançou mais. Infelizmente perdi a cobrança do pênalti, mas nossa equipe buscou mais o gol. Não era o resultado que a gente esperava, e agora temos que decidir a vaga com as vitórias nos próximos jogos", acrescentou. O técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, também vê a situação complicada, mas ainda acredita na classificação. "A conta é essa agora: temos que pontuar mais nas próximas partidas. Não há outra maneira de nos mantermos na disputa se não for desta forma. Vamos fazer o impossível até a última rodada para buscar a vaga", disse o treinador, que lamentou a ineficiência do ataque. "No primeiro tempo tivemos algumas complicações, mas depois melhoramos no jogo. Na segunda etapa, nossa equipe evoluiu e buscou mais o gol. Eles também tiveram chances, principalmente nos últimos 15 minutos quando a partida ficou mais aberta, mas infelizmente não conseguimos marcar mais de uma vez. Com um pouco mais de tranquilidade, a gente poderia ter conquistado um resultado melhor", avaliou Patón, que completou. O São Paulo volta a campo pelo torneio sul-americano no dia 5 de abril, quando recebe o Trujillanos. A equipe ainda enfrenta o River Plate em casa e visita o The Strongest. Antes da partida contra o Trujillanos, o time do Morumbi terá cinco jogos pelo Campeonato Paulista: Ituano (dia 20), Botafogo (dia 23), Santos (dia 27), Linense (30) e Oeste (2 de abril).
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A integral do erro
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A expressão que dá título a este artigo é de autoria do grande empresário Paulo Cunha, profundo conhecedor da economia brasileira. Sirvo-me de sua inspiração para sintetizar algo que a tradição econômica no país tornou insofismável: os graves e frequentes erros de concepção de nossas políticas econômicas resultam em novos erros e são aprofundados por medidas subsequentes que tentam em vão corrigi-los. Poderíamos citar como exemplos recentes os casos da descapitalização dos setores elétrico e de óleo e gás, causada pelas tão pretensiosas quanto falhas políticas de contenção de preços e tarifas. Vou, contudo, me ater à chamada "desoneração da folha de salários", uma decisão cujas premissas originais acabaram prejudicadas por equívocos tão graves que medidas pontuais não são capazes de superá-los. A arrecadação da contribuição patronal ao INSS até 2011 era inteiramente apoiada na folha de salários, implicando distorções para uma economia que se quer inserida no contexto mundial. Isso se deve à sistemática de a contribuição cumulativa não admitir a compensação dos valores recolhidos como crédito em etapas posteriores de produção. Além disso, ela não incidia sobre importações nem era abatida nas exportações. Devido ao elevado valor da contribuição, equivalente a 20% da massa de salários, tal modelo traduzia-se em relevante fonte de encarecimento do produto brasileiro em relação à concorrência estrangeira. Fazia sentido, portanto, substituir tal sistema por outro que suprimisse a cumulatividade do encargo, além de viabilizar sua cobrança sobre as importações e descontá-la nas exportações. Tais aperfeiçoamentos foram adotados apenas parcialmente no programa de desoneração instituído pelo governo, embora contemplasse a dedução nas exportações e incidisse sobre as importações. O programa ficou inicialmente restrito a alguns setores industriais, conforme a intenção original, que também permitia a neutralidade fiscal na mudança. Mas não foi retirada a cumulatividade, já que o encargo sobre a folha foi substituído por uma taxa de 1% a 2% sobre o faturamento das empresas. Não foi o único nem o mais grave dos erros cometidos. Dois devem ser destacados. Primeiro, o governo ofereceu um subsídio às empresas que optassem pela mudança de modelo. Segundo, abriu o benefício, progressivamente, a mais de 50 segmentos, muitos deles fora do objetivo central de melhorar a capacidade de concorrência dos setores de bens comercializáveis, em especial daqueles com elevado peso do custo do emprego. Com isso, um programa que poderia perfeitamente prescindir de subsídios passou a ter um custo extremamente alto. Não devido à mudança da base de incidência da folha para o faturamento, mas pelo descasamento entre a arrecadação necessária ao custeio do INSS e as novas alíquotas, gerando um deficit estimado pelo Ministério da Fazenda para 2015 em R$ 25 bilhões. O setor empresarial pode argumentar que corte de impostos é sempre bem-vindo a uma economia onerada abusivamente pela carga tributária. Mas, num momento em que as contas públicas caminham para o impasse, deveria ter sido relevada não a desoneração em si, e sim a importância da melhoria de competitividade que o programa, com ou sem subsídio, permitiria trazer. De mais a mais, empresários e dirigentes sindicais que, erroneamente, têm se manifestado contrários às correções propostas ao Congresso devem ter presente as seguintes questões: políticas públicas envolvendo subvenções tributárias requerem avaliação criteriosa do custo fiscal, assim como de seu mérito em relação a outros programas que possam ser executados em favor da economia e do bem-estar social. O conceito da "integral do erro", conforme a definição de nosso companheiro Paulo Cunha, deixa seu rastro nesse tumultuado programa. As medidas propostas recentemente pelo governo reduzindo à metade o ônus fiscal da desoneração da folha, nesse sentido, caminham na direção correta, apesar de manter o equívoco da cumulatividade do encargo. Como em outras iniciativas de má sorte, é mais um passivo da conta de erros, distorções e omissões que vai para a enorme fila de espera da oportunidade de uma ampla reforma tributária.
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colunas
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A integral do erroA expressão que dá título a este artigo é de autoria do grande empresário Paulo Cunha, profundo conhecedor da economia brasileira. Sirvo-me de sua inspiração para sintetizar algo que a tradição econômica no país tornou insofismável: os graves e frequentes erros de concepção de nossas políticas econômicas resultam em novos erros e são aprofundados por medidas subsequentes que tentam em vão corrigi-los. Poderíamos citar como exemplos recentes os casos da descapitalização dos setores elétrico e de óleo e gás, causada pelas tão pretensiosas quanto falhas políticas de contenção de preços e tarifas. Vou, contudo, me ater à chamada "desoneração da folha de salários", uma decisão cujas premissas originais acabaram prejudicadas por equívocos tão graves que medidas pontuais não são capazes de superá-los. A arrecadação da contribuição patronal ao INSS até 2011 era inteiramente apoiada na folha de salários, implicando distorções para uma economia que se quer inserida no contexto mundial. Isso se deve à sistemática de a contribuição cumulativa não admitir a compensação dos valores recolhidos como crédito em etapas posteriores de produção. Além disso, ela não incidia sobre importações nem era abatida nas exportações. Devido ao elevado valor da contribuição, equivalente a 20% da massa de salários, tal modelo traduzia-se em relevante fonte de encarecimento do produto brasileiro em relação à concorrência estrangeira. Fazia sentido, portanto, substituir tal sistema por outro que suprimisse a cumulatividade do encargo, além de viabilizar sua cobrança sobre as importações e descontá-la nas exportações. Tais aperfeiçoamentos foram adotados apenas parcialmente no programa de desoneração instituído pelo governo, embora contemplasse a dedução nas exportações e incidisse sobre as importações. O programa ficou inicialmente restrito a alguns setores industriais, conforme a intenção original, que também permitia a neutralidade fiscal na mudança. Mas não foi retirada a cumulatividade, já que o encargo sobre a folha foi substituído por uma taxa de 1% a 2% sobre o faturamento das empresas. Não foi o único nem o mais grave dos erros cometidos. Dois devem ser destacados. Primeiro, o governo ofereceu um subsídio às empresas que optassem pela mudança de modelo. Segundo, abriu o benefício, progressivamente, a mais de 50 segmentos, muitos deles fora do objetivo central de melhorar a capacidade de concorrência dos setores de bens comercializáveis, em especial daqueles com elevado peso do custo do emprego. Com isso, um programa que poderia perfeitamente prescindir de subsídios passou a ter um custo extremamente alto. Não devido à mudança da base de incidência da folha para o faturamento, mas pelo descasamento entre a arrecadação necessária ao custeio do INSS e as novas alíquotas, gerando um deficit estimado pelo Ministério da Fazenda para 2015 em R$ 25 bilhões. O setor empresarial pode argumentar que corte de impostos é sempre bem-vindo a uma economia onerada abusivamente pela carga tributária. Mas, num momento em que as contas públicas caminham para o impasse, deveria ter sido relevada não a desoneração em si, e sim a importância da melhoria de competitividade que o programa, com ou sem subsídio, permitiria trazer. De mais a mais, empresários e dirigentes sindicais que, erroneamente, têm se manifestado contrários às correções propostas ao Congresso devem ter presente as seguintes questões: políticas públicas envolvendo subvenções tributárias requerem avaliação criteriosa do custo fiscal, assim como de seu mérito em relação a outros programas que possam ser executados em favor da economia e do bem-estar social. O conceito da "integral do erro", conforme a definição de nosso companheiro Paulo Cunha, deixa seu rastro nesse tumultuado programa. As medidas propostas recentemente pelo governo reduzindo à metade o ônus fiscal da desoneração da folha, nesse sentido, caminham na direção correta, apesar de manter o equívoco da cumulatividade do encargo. Como em outras iniciativas de má sorte, é mais um passivo da conta de erros, distorções e omissões que vai para a enorme fila de espera da oportunidade de uma ampla reforma tributária.
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Funk contra impeachment atrai 50 mil a Copacabana, estimam organizadores
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A manifestação contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff na manhã deste domingo (17) na praia de Copacabana, zona sul do Rio, reuniu 50 mil pessoas, segundo os organizadores. O número, porém, foi menor do que o esperado pela organização, que prometia 100 mil pessoas no ato, convocado pela produtora de bailes funk Furacão 2000 e pela Frente Brasil Popular. A convocação nas redes sociais dizia que a favela iria descer para as ruas e se engajar na luta contra a queda da presidente. A previsão, no entanto, não se concretizou na proporção anunciada. O que se viu foi a adesão de manifestantes de classe média, centrais sindicais, movimentos sociais, partidos de esquerda e estudantes. Os próprios organizadores reconheceram o que o público não era majoritariamente de favela. Ressaltaram, contudo, que houve, sim, a adesão pontual de manifestantes de comunidades cariocas. "Nós tivemos pouco tempo para organizar o protesto. Havia também um temor muito grande de confrontos com o outro lado. No final o balanço foi positivo, acho que deu mais de 50 mil pessoas. Mesmo que a massa não tenha descido em peso como gostaríamos, a favela sabe que o governo do PT foi o que mais investiu no Rio e proporcionou uma vida melhor para os pobres", disse o empresário Rômulo Costa, fundador da Furacão 2000. A partir das 15h, grupos a favor do impeachment também iniciam sua mobilização na orla de Copacabana. Diante do temor pelo confronto entre os dois lados, a PM do Rio reforçou o policiamento na orla, com 800 homens. Um cordão de isolamento feito por policiais próximo ao posto 3 da orla, onde o protesto começou. A PM não faz estimativa de público em manifestações. No auge do protesto, por volta de meio-dia, o público ocupava as duas pistas da avenida Atlântica, ao longo de dois quarteirões. O protesto começou às 9h e terminou por volta das 13h. MORADOR DE FAVELA O estudante de serviço social Silas de Oliveira, 28, era um dos moradores de favela no protesto. Morador da comunidade de Vila Aliança, em Bangu, zona oeste, ele é beneficiário do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e será o primeiro de sua família a se formar na universidade. "Eu tenho pai e mãe pobres. Nunca teria tido a oportunidade de estudar se não fosse pelo governo do PT. Estou aqui defendendo meu voto, que precisa ser respeitado", disse. Além da série de funks executada no carro de som da Furacão 2000, houve discursos de políticos locais e de funkeiros. Palavras de ordem foram direcionadas principalmente contra o que classificam como golpe e também contra o vice-presidente, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Não houve manifestações contra a operação Lava Jato ou críticas ao juiz federal Sérgio Moro. Os manifestantes reagiam com vaias quando defensores do impeachment se manifestavam nas janelas dos apartamentos de frente para o mar. Alguns moradores, no entanto, agitaram bandeiras vermelhas do alto de prédios e recebiam aplausos do público. DISCURSO DE ÓDIO Uma manifestante levava um cartaz com a mensagem: "faça análise, não faça golpe". A psicanalista Shantala Pontes, 28, moradora de Niteroi, teve a ideia porque disse perceber em seu consultório o crescimento do discurso de ódio entre os insatisfeitos com o PT. "Freud diz que as pessoas buscam a figura de um herói nesses momentos de dificuldade, mas eu vejo que é um discurso pronto que embute vários preconceitos e é perigoso", disse. Um homem destoava da multidão por usar camisa do Brasil– um dos símbolos dos apoiadores do impeachment– e uma placa com o apelo "Dilma fica". Camelô e morador de Nova Iguaçu, Carlos Henrique, 46, disse que sua vida melhorou com o governo do PT. "Eu consegui um emprego quando o Lula entrou. Hoje eu posso comer de tudo e tomar a minha cervejinha despreocupado, coisa que eu não conseguia porque não sobrava dinheiro. Eu não entendo de política, mas quero que a Dilma fique", disse ele.
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poder
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Funk contra impeachment atrai 50 mil a Copacabana, estimam organizadoresA manifestação contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff na manhã deste domingo (17) na praia de Copacabana, zona sul do Rio, reuniu 50 mil pessoas, segundo os organizadores. O número, porém, foi menor do que o esperado pela organização, que prometia 100 mil pessoas no ato, convocado pela produtora de bailes funk Furacão 2000 e pela Frente Brasil Popular. A convocação nas redes sociais dizia que a favela iria descer para as ruas e se engajar na luta contra a queda da presidente. A previsão, no entanto, não se concretizou na proporção anunciada. O que se viu foi a adesão de manifestantes de classe média, centrais sindicais, movimentos sociais, partidos de esquerda e estudantes. Os próprios organizadores reconheceram o que o público não era majoritariamente de favela. Ressaltaram, contudo, que houve, sim, a adesão pontual de manifestantes de comunidades cariocas. "Nós tivemos pouco tempo para organizar o protesto. Havia também um temor muito grande de confrontos com o outro lado. No final o balanço foi positivo, acho que deu mais de 50 mil pessoas. Mesmo que a massa não tenha descido em peso como gostaríamos, a favela sabe que o governo do PT foi o que mais investiu no Rio e proporcionou uma vida melhor para os pobres", disse o empresário Rômulo Costa, fundador da Furacão 2000. A partir das 15h, grupos a favor do impeachment também iniciam sua mobilização na orla de Copacabana. Diante do temor pelo confronto entre os dois lados, a PM do Rio reforçou o policiamento na orla, com 800 homens. Um cordão de isolamento feito por policiais próximo ao posto 3 da orla, onde o protesto começou. A PM não faz estimativa de público em manifestações. No auge do protesto, por volta de meio-dia, o público ocupava as duas pistas da avenida Atlântica, ao longo de dois quarteirões. O protesto começou às 9h e terminou por volta das 13h. MORADOR DE FAVELA O estudante de serviço social Silas de Oliveira, 28, era um dos moradores de favela no protesto. Morador da comunidade de Vila Aliança, em Bangu, zona oeste, ele é beneficiário do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e será o primeiro de sua família a se formar na universidade. "Eu tenho pai e mãe pobres. Nunca teria tido a oportunidade de estudar se não fosse pelo governo do PT. Estou aqui defendendo meu voto, que precisa ser respeitado", disse. Além da série de funks executada no carro de som da Furacão 2000, houve discursos de políticos locais e de funkeiros. Palavras de ordem foram direcionadas principalmente contra o que classificam como golpe e também contra o vice-presidente, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Não houve manifestações contra a operação Lava Jato ou críticas ao juiz federal Sérgio Moro. Os manifestantes reagiam com vaias quando defensores do impeachment se manifestavam nas janelas dos apartamentos de frente para o mar. Alguns moradores, no entanto, agitaram bandeiras vermelhas do alto de prédios e recebiam aplausos do público. DISCURSO DE ÓDIO Uma manifestante levava um cartaz com a mensagem: "faça análise, não faça golpe". A psicanalista Shantala Pontes, 28, moradora de Niteroi, teve a ideia porque disse perceber em seu consultório o crescimento do discurso de ódio entre os insatisfeitos com o PT. "Freud diz que as pessoas buscam a figura de um herói nesses momentos de dificuldade, mas eu vejo que é um discurso pronto que embute vários preconceitos e é perigoso", disse. Um homem destoava da multidão por usar camisa do Brasil– um dos símbolos dos apoiadores do impeachment– e uma placa com o apelo "Dilma fica". Camelô e morador de Nova Iguaçu, Carlos Henrique, 46, disse que sua vida melhorou com o governo do PT. "Eu consegui um emprego quando o Lula entrou. Hoje eu posso comer de tudo e tomar a minha cervejinha despreocupado, coisa que eu não conseguia porque não sobrava dinheiro. Eu não entendo de política, mas quero que a Dilma fique", disse ele.
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A máfia da judicialização da saúde
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"Eu acuso! Meu dever é de falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga por um crime que não cometeu." O trecho, extraído da célebre carta "J'Accuse", escrita em 1898 por Émile Zola ao então presidente francês Félix Faure, denunciando irregularidades na Justiça Militar daquele país, ilustra o ímpeto com que o Brasil deve encarar a questão da máfia da judicialização da saúde, que vem trazendo grandes lucros a fabricantes de materiais médico-hospitalares e a seus parceiros às custas da saúde e boa-fé de pacientes em todo território nacional. São esquemas em que profissionais da saúde, advogados e fabricantes de materiais médico-hospitalares mancomunam-se para incentivar o cidadão comum a buscar benefícios indevidos na Justiça. O uso desse expediente jurídico é generalizado -visa desde o acesso a itens banais, como achocolatados diet e papéis higiênicos, até a procedimentos não previstos no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ou medicamentos caríssimos que nem sequer são legalizados no país. Esse mal, além de sangrar o orçamento para o atendimento na rede pública, também põe em cheque a saúde suplementar. Os casos, infelizmente, estão espalhados por todo o país, até mesmo em instituições reconhecidas, como o Hospital das Clínicas e o Albert Einstein. No Distrito Federal, a Operação Mr. Hyde revelou recentemente um conluio envolvendo médicos, enfermeiros, diretores de hospitais e empresários para a realização de cirurgias desnecessárias que chegavam a mutilar pacientes utilizando materiais de baixa qualidade. É necessário combater o problema por diversos motivos. O primeiro é óbvio: evitar que o Judiciário seja usado para a obtenção de vantagens indevidas. O segundo diz respeito à ameaça que tais procedimentos constituem à integridade física e emocional de pacientes que, sem saber, tomam parte em negociatas que podem até mesmo levar à morte. O terceiro motivo é o impacto financeiro e social dessa corrupção, uma vez que milhões são desviados de investimentos em atendimentos básicos de muitos para privilegiar o tratamento em caráter excepcional de poucos que têm condições de pagar um advogado. Antes de mais nada, o sistema de remuneração da saúde deve evoluir do atual "fee for service" -pagamentos variáveis conforme o número de procedimentos e produtos utilizados por médicos e demais profissionais da saúde- para o padrão DRG, que privilegia a criação de pacotes de serviços e produtos hospitalares com base em dados coletados a partir da internação de pacientes. São muitas as vantagens desse paradigma, como a redução dos riscos de máfias se articularem por meio do uso de recursos finitos de maneira irresponsável e a possibilidade de comparar a assistência realizada por diferentes prestadores e a padronização dos tratamentos. É ainda desejável discutir regras mais rígidas em relação à venda de materiais médico-hospitalares. Atualmente, nos EUA, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) está processando alguns dos maiores fabricantes mundiais desses produtos, cujas filiais comprovadamente tomam parte em negociações de superfaturamento e uso desnecessário desses itens. A ideia é exigir, pelas regras de compliance americanas, uma atitude mais transparente dessas organizações. No final, o recado é simples e claro: não há e nunca haverá preço que cubra a saúde e o bem-estar da população; portanto, qualquer esquema corrupto deverá ser combatido. PEDRO RAMOS, advogado com especialização em negociação pela Universidade Paris-Sorbonne (França), é diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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opiniao
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A máfia da judicialização da saúde"Eu acuso! Meu dever é de falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga por um crime que não cometeu." O trecho, extraído da célebre carta "J'Accuse", escrita em 1898 por Émile Zola ao então presidente francês Félix Faure, denunciando irregularidades na Justiça Militar daquele país, ilustra o ímpeto com que o Brasil deve encarar a questão da máfia da judicialização da saúde, que vem trazendo grandes lucros a fabricantes de materiais médico-hospitalares e a seus parceiros às custas da saúde e boa-fé de pacientes em todo território nacional. São esquemas em que profissionais da saúde, advogados e fabricantes de materiais médico-hospitalares mancomunam-se para incentivar o cidadão comum a buscar benefícios indevidos na Justiça. O uso desse expediente jurídico é generalizado -visa desde o acesso a itens banais, como achocolatados diet e papéis higiênicos, até a procedimentos não previstos no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ou medicamentos caríssimos que nem sequer são legalizados no país. Esse mal, além de sangrar o orçamento para o atendimento na rede pública, também põe em cheque a saúde suplementar. Os casos, infelizmente, estão espalhados por todo o país, até mesmo em instituições reconhecidas, como o Hospital das Clínicas e o Albert Einstein. No Distrito Federal, a Operação Mr. Hyde revelou recentemente um conluio envolvendo médicos, enfermeiros, diretores de hospitais e empresários para a realização de cirurgias desnecessárias que chegavam a mutilar pacientes utilizando materiais de baixa qualidade. É necessário combater o problema por diversos motivos. O primeiro é óbvio: evitar que o Judiciário seja usado para a obtenção de vantagens indevidas. O segundo diz respeito à ameaça que tais procedimentos constituem à integridade física e emocional de pacientes que, sem saber, tomam parte em negociatas que podem até mesmo levar à morte. O terceiro motivo é o impacto financeiro e social dessa corrupção, uma vez que milhões são desviados de investimentos em atendimentos básicos de muitos para privilegiar o tratamento em caráter excepcional de poucos que têm condições de pagar um advogado. Antes de mais nada, o sistema de remuneração da saúde deve evoluir do atual "fee for service" -pagamentos variáveis conforme o número de procedimentos e produtos utilizados por médicos e demais profissionais da saúde- para o padrão DRG, que privilegia a criação de pacotes de serviços e produtos hospitalares com base em dados coletados a partir da internação de pacientes. São muitas as vantagens desse paradigma, como a redução dos riscos de máfias se articularem por meio do uso de recursos finitos de maneira irresponsável e a possibilidade de comparar a assistência realizada por diferentes prestadores e a padronização dos tratamentos. É ainda desejável discutir regras mais rígidas em relação à venda de materiais médico-hospitalares. Atualmente, nos EUA, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) está processando alguns dos maiores fabricantes mundiais desses produtos, cujas filiais comprovadamente tomam parte em negociações de superfaturamento e uso desnecessário desses itens. A ideia é exigir, pelas regras de compliance americanas, uma atitude mais transparente dessas organizações. No final, o recado é simples e claro: não há e nunca haverá preço que cubra a saúde e o bem-estar da população; portanto, qualquer esquema corrupto deverá ser combatido. PEDRO RAMOS, advogado com especialização em negociação pela Universidade Paris-Sorbonne (França), é diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Empresas de design trocam produção de móvel por download de projeto
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Em vez de comprar uma cadeira pronta, o cliente baixa um projeto do site e fabrica o móvel como e onde quiser. Este é o conceito do design aberto, que tem atraído empreendedores brasileiros. O arquiteto Denis Fuzzi, proprietário do Studio Dlux, é um dos pioneiros da iniciativa no país. Há três anos, ele criou um projeto de uma cadeira feita de caixas e divulgou nas redes sociais. A ideia chamou a atenção de um dos criadores da Opendesk, empresa inglesa que hoje é o maior mercado de mobiliários de design aberto. "Criamos uma rede de designers, produtores e consumidores. Qualquer pessoa pode baixar o projeto do móvel e adaptá-lo", explica Fuzzi, cuja cadeira já foi produzida em mais de cem países. O download de projetos do Studio Dlux e da Opendesk, é gratuito. Para Fuzzi, a plataforma serve como uma ferramenta de marketing. "Muitos dos clientes que temos fora do Brasil nos conhecem por conta disso", diz. O estúdio também usa os arquivos digitais para baratear o custo de produção. Com sede em São Paulo, o Dlux envia pela internet projetos de clientes em outras cidades para produtores locais, que ficam responsáveis por construir os móveis. "Sai mais barato do que fabricar em São Paulo e mandar entregar", diz Fuzzi. Em Florianópolis (SC), o Projeto CR.U.SH também aposta no design aberto. Uma plataforma on-line disponibiliza gratuitamente os projetos de móveis de madeira, em arquivo PDF. O desenho já pronto para ser usado na máquina CNC, que corta chapas a partir de um arquivo digital, custa R$ 20. "Disponibilizamos há dois meses o arquivo pago e já tivemos downloads. Sabemos que há mercado, falta descobrir se o volume viabiliza o negócio", diz Mateus Machado, um dos fundadores. Segundo ele, o público-alvo da empresa são fábricas que tenham a máquina CNC. "Acreditamos na popularização da fabricação digital. Uma máquina dessas custava R$ 100 mil, mas hoje existem equipamentos de R$ 30 mil." Para Denivaldo Pereira, coordenador do Fab Lab do Centro Universitário Belas Artes, o design aberto é um modelo ainda incipiente no país. "O maior ganho está no marketing. Disponibilizar um projeto pode tornar a marca conhecida internacionalmente."
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mercado
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Empresas de design trocam produção de móvel por download de projetoEm vez de comprar uma cadeira pronta, o cliente baixa um projeto do site e fabrica o móvel como e onde quiser. Este é o conceito do design aberto, que tem atraído empreendedores brasileiros. O arquiteto Denis Fuzzi, proprietário do Studio Dlux, é um dos pioneiros da iniciativa no país. Há três anos, ele criou um projeto de uma cadeira feita de caixas e divulgou nas redes sociais. A ideia chamou a atenção de um dos criadores da Opendesk, empresa inglesa que hoje é o maior mercado de mobiliários de design aberto. "Criamos uma rede de designers, produtores e consumidores. Qualquer pessoa pode baixar o projeto do móvel e adaptá-lo", explica Fuzzi, cuja cadeira já foi produzida em mais de cem países. O download de projetos do Studio Dlux e da Opendesk, é gratuito. Para Fuzzi, a plataforma serve como uma ferramenta de marketing. "Muitos dos clientes que temos fora do Brasil nos conhecem por conta disso", diz. O estúdio também usa os arquivos digitais para baratear o custo de produção. Com sede em São Paulo, o Dlux envia pela internet projetos de clientes em outras cidades para produtores locais, que ficam responsáveis por construir os móveis. "Sai mais barato do que fabricar em São Paulo e mandar entregar", diz Fuzzi. Em Florianópolis (SC), o Projeto CR.U.SH também aposta no design aberto. Uma plataforma on-line disponibiliza gratuitamente os projetos de móveis de madeira, em arquivo PDF. O desenho já pronto para ser usado na máquina CNC, que corta chapas a partir de um arquivo digital, custa R$ 20. "Disponibilizamos há dois meses o arquivo pago e já tivemos downloads. Sabemos que há mercado, falta descobrir se o volume viabiliza o negócio", diz Mateus Machado, um dos fundadores. Segundo ele, o público-alvo da empresa são fábricas que tenham a máquina CNC. "Acreditamos na popularização da fabricação digital. Uma máquina dessas custava R$ 100 mil, mas hoje existem equipamentos de R$ 30 mil." Para Denivaldo Pereira, coordenador do Fab Lab do Centro Universitário Belas Artes, o design aberto é um modelo ainda incipiente no país. "O maior ganho está no marketing. Disponibilizar um projeto pode tornar a marca conhecida internacionalmente."
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Ônibus despenca em ribanceira e mata três passageiros no litoral de São Paulo
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Um ônibus de turismo despencou de uma serra após tombar na rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) e deixou três pessoas mortas e outras 30 feridas na manhã desta sexta-feira (15), segundo o Comando da PRE (Polícia Rodoviária do Estado). O acidente ocorreu no km 82,4 da estrada em Ubatuba (no litoral norte, a 226 km de São Paulo) por volta das 8h20. Segundo informações da Santa Casa de Ubatuba, para onde todos os sobreviventes foram encaminhados, o veículo transportava 32 passageiros, sendo 15 crianças, além do motorista –inicialmente, a PRE havia divulgado que eram 33 as pessoas transportadas pelo ônibus. Nenhum dos sobreviventes corre risco de vida. Ao todo, 26 passageiros sofreram lesões leves e quatro tiveram ferimentos graves –destes, dois foram transferidos para a Casa de Saúde Stella Maris, em Caraguatatuba (SP), e outros dois, que passam por cirurgia, serão encaminhados para Taubaté. O hospital aguarda a confirmação do médico legista para divulgar a identidade dos mortos no acidente. A suspeita inicial é de que o motorista perdeu o controle da direção do veículo, que avançou contra a mureta instalada na margem da estrada, tombou e caiu ribanceira abaixo. Equipes de Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros resgataram as vítimas do barranco. Os passageiros são moradores de Limeira (a 151 km de São Paulo). O ônibus, da empresa Aguiatur, foi fretado pelo grupo para seguir viagem rumo a uma das praias de Ubatuba. O DER (Departamento de Estados de Rodagem), que havia bloqueado a rodovia, já liberou o tráfego nos dois sentidos. RESTRIÇÃO O trecho da rodovia Oswaldo Cruz onde o acidente ocorreu possui uma restrição para a circulação de ônibus de passageiros e veículos de carga. A região é de serra e tem curvas acentuadas que tornam o tráfego de veículos longos muito perigoso. A medida consta numa portaria do DER publicada em abril de 2014. A norma barra a circulação de veículos de grandes dimensões do km 78 ao km 86 da rodovia —o acidente foi registrado no km 82,4. A proibição vale por 24 horas em todos os dias da semana. O DER, por meio de nota, informou à Folha que desde a publicação da portaria instalou 22 placas de aviso que indicam a restrição. O Departamento de Estradas informou ainda que o seu papel não é o de fiscalizar o cumprimento da regra, trabalho este que cabe, por exemplo, à Polícia Rodoviária. Só estão liberados veículos de carga com até 7 metros de comprimento e ônibus abaixo de 7,4 metros na Oswaldo Cruz. Agora, o trabalho da perícia será o de analisar o tamanho do ônibus que tombou nesta sexta e as demais causas que provocaram o acidente. O laudo será usado pela Polícia Civil para responsabilizar os culpados. O DER ressaltou ainda que desde a publicação da portaria, nenhuma autorização especial foi emitida para permitir a circulação de veículos acima do tamanho previsto. OUTRO LADO A reportagem tentou contato com a Aguiatur mas, em virtude de feriado municipal em Limeira, só conseguiu falar com uma secretária folguista que não tinha informações sobre o acidente.
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cotidiano
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Ônibus despenca em ribanceira e mata três passageiros no litoral de São PauloUm ônibus de turismo despencou de uma serra após tombar na rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) e deixou três pessoas mortas e outras 30 feridas na manhã desta sexta-feira (15), segundo o Comando da PRE (Polícia Rodoviária do Estado). O acidente ocorreu no km 82,4 da estrada em Ubatuba (no litoral norte, a 226 km de São Paulo) por volta das 8h20. Segundo informações da Santa Casa de Ubatuba, para onde todos os sobreviventes foram encaminhados, o veículo transportava 32 passageiros, sendo 15 crianças, além do motorista –inicialmente, a PRE havia divulgado que eram 33 as pessoas transportadas pelo ônibus. Nenhum dos sobreviventes corre risco de vida. Ao todo, 26 passageiros sofreram lesões leves e quatro tiveram ferimentos graves –destes, dois foram transferidos para a Casa de Saúde Stella Maris, em Caraguatatuba (SP), e outros dois, que passam por cirurgia, serão encaminhados para Taubaté. O hospital aguarda a confirmação do médico legista para divulgar a identidade dos mortos no acidente. A suspeita inicial é de que o motorista perdeu o controle da direção do veículo, que avançou contra a mureta instalada na margem da estrada, tombou e caiu ribanceira abaixo. Equipes de Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros resgataram as vítimas do barranco. Os passageiros são moradores de Limeira (a 151 km de São Paulo). O ônibus, da empresa Aguiatur, foi fretado pelo grupo para seguir viagem rumo a uma das praias de Ubatuba. O DER (Departamento de Estados de Rodagem), que havia bloqueado a rodovia, já liberou o tráfego nos dois sentidos. RESTRIÇÃO O trecho da rodovia Oswaldo Cruz onde o acidente ocorreu possui uma restrição para a circulação de ônibus de passageiros e veículos de carga. A região é de serra e tem curvas acentuadas que tornam o tráfego de veículos longos muito perigoso. A medida consta numa portaria do DER publicada em abril de 2014. A norma barra a circulação de veículos de grandes dimensões do km 78 ao km 86 da rodovia —o acidente foi registrado no km 82,4. A proibição vale por 24 horas em todos os dias da semana. O DER, por meio de nota, informou à Folha que desde a publicação da portaria instalou 22 placas de aviso que indicam a restrição. O Departamento de Estradas informou ainda que o seu papel não é o de fiscalizar o cumprimento da regra, trabalho este que cabe, por exemplo, à Polícia Rodoviária. Só estão liberados veículos de carga com até 7 metros de comprimento e ônibus abaixo de 7,4 metros na Oswaldo Cruz. Agora, o trabalho da perícia será o de analisar o tamanho do ônibus que tombou nesta sexta e as demais causas que provocaram o acidente. O laudo será usado pela Polícia Civil para responsabilizar os culpados. O DER ressaltou ainda que desde a publicação da portaria, nenhuma autorização especial foi emitida para permitir a circulação de veículos acima do tamanho previsto. OUTRO LADO A reportagem tentou contato com a Aguiatur mas, em virtude de feriado municipal em Limeira, só conseguiu falar com uma secretária folguista que não tinha informações sobre o acidente.
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Casino diz que plano de redução de dívida continua após rebaixamento
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O Casino disse nesta segunda-feira (21) que está no caminho de reduzir sua dívida como prometido, depois de a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortar a recomendação de crédito do grupo varejista para "junk", citando queda de lucro, fraqueza no Brasil e competição em seu mercado doméstico. O varejista francês controla o Grupo Pão de Açúcar no Brasil. O Casino disse que a decisão da agência de conferir um rating "BB+", que não é grau de investimento, com perspectiva estável, adiciona menos de € 20 milhões —antes de impostos— ao custo de sua dívida em bônus neste ano, sem efeito em sua liquidez. O Casino também confirmou a previsão de lucro recorrente para o ano, divulgada mais cedo neste mês para sua divisão na França, assim como "a contínua e rápida implementação de plano de desalavancagem". A empresa disse que importantes vendas na Ásia estão progredindo e a conclusão da venda de participação de 58,6% na unidade tailandesa Big C Supercenter por € 3,1 bilhões é iminente. A companhia também informou que a venda de ativos no Vietnã está progredindo bem.
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Casino diz que plano de redução de dívida continua após rebaixamentoO Casino disse nesta segunda-feira (21) que está no caminho de reduzir sua dívida como prometido, depois de a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortar a recomendação de crédito do grupo varejista para "junk", citando queda de lucro, fraqueza no Brasil e competição em seu mercado doméstico. O varejista francês controla o Grupo Pão de Açúcar no Brasil. O Casino disse que a decisão da agência de conferir um rating "BB+", que não é grau de investimento, com perspectiva estável, adiciona menos de € 20 milhões —antes de impostos— ao custo de sua dívida em bônus neste ano, sem efeito em sua liquidez. O Casino também confirmou a previsão de lucro recorrente para o ano, divulgada mais cedo neste mês para sua divisão na França, assim como "a contínua e rápida implementação de plano de desalavancagem". A empresa disse que importantes vendas na Ásia estão progredindo e a conclusão da venda de participação de 58,6% na unidade tailandesa Big C Supercenter por € 3,1 bilhões é iminente. A companhia também informou que a venda de ativos no Vietnã está progredindo bem.
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Obama e Netanyahu tentam superar diferenças após meses de afastamento
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Após mais de um ano de distanciamento, o presidente americano, Barack Obama, declarou intenção de superar diferenças com Israel em relação ao Irã e retomar negociações de paz no Oriente Médio. No primeiro encontro em 13 meses, realizado nesta segunda-feira (9), na Casa Branca, Obama e o premiê Binyamin Netanyahu anunciariam que discutiriam o acirramento de tensão entre palestinos e israelenses, o acordo com o Irã, a guerra na Síria e possivelmente o aumento nos repasses de ajuda militar dos EUA a Israel. Sobre o acordo com o Irã, que Netanyahu chamou de "erro histórico" meses atrás, Obama disse: "Não é segredo que eu e o premiê tivemos fortes diferenças nessa questão específica [acordo nuclear], mas não discordamos sobre a necessidade de garantir que o Irã não obtenha uma arma atômica". Sugerindo que aquilo que une EUA e Israel nessa questão é mais forte do que as divergências, o líder americano também afirmou que os dois concordam com a importância de mitigar e desestabilizar eventuais atividades atômicas que estejam em curso no Irã. "Então avaliaremos como encontrar um meio-termo nesse assunto." O pacto prevê a retirada de sanções impostas por potências ocidentais em troca de limites ao programa nuclear do país persa. No pronunciamento conjunto antes da reunião, o israelense manteve o tom assertivo ao dizer que o país vem sendo "testado pela instabilidade e insegurança" no Oriente Médio. "Todo o mundo pode ver a selvageria do Estado Islâmico, a agressão e o terror de aliados do Irã e do próprio Irã. A combinação de turbulências tem desabrigado milhões de pessoas e massacrado centenas de milhares. E não sabemos o que vai acontecer", disse Netanyahu. Netanyahu, porém, acrescentou: "Ninguém deve duvidar da determinação de Israel de se defender nem de genuinamente procurar paz". Obama afirmou que "não é segredo" que a segurança no Oriente Médio "se deteriorou". "Vou discutir com o primeiro-ministro seus pensamentos sobre como diminuir a temperatura entre israelenses e palestinos, como podemos retomar o caminho da paz e como podemos assegurar que aspirações palestinas legítimas se realizem por meio de um processo político, assim como garantindo a capacidade de Israel de se proteger", disse o americano. Em sua fala, o premiê repetiu o discurso em defesa de "dois Estados, dois povos". Celebrou a "oportunidade de trabalhar juntamente" com Obama, a quem agradeceu por "fortalecer a aliança" entre os dois países. O encontro acontece após meses de discordâncias públicas e gestos de aproximação do premiê com o Partido Republicano, que faz oposição a Obama. O americano condenou a violência de palestinos contra cidadãos israelenses e defendeu "o direito e a obrigação" de Israel de se proteger. DESPRETENSÃO Pesquisador do centro de estudos Council on Foreign Relations, Eliott Abrams disse que o encontro foi mais despretensioso que os anteriores, porque ambos reconheceram derrotas e, portanto, tinham menos ambições –o que não necessariamente é ruim. "Eles podem achar um meio-termo, porque superaram duas grandes brigas: o acordo com o Irã [fechado a despeito da oposição de Netanyahu] e o esforço de Obama por um acordo de paz abrangente entre Israel e a Palestina. Obama disse que o acordo não acontecerá, então os dois têm menos a discutir", disse o pesquisador. Na observação de Abrams, ambos os líderes tentaram parecer amigáveis para evitar fornecer munição às respectivas oposições, que poderiam acusá-los de "estragar" as relações entre EUA e Israel. Agora, sugeriu o pesquisador, eles podem debater "como interromper a onda de violência, como melhorar a economia palestina e como aumentar a ajuda militar dos EUA a Israel".
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mundo
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Obama e Netanyahu tentam superar diferenças após meses de afastamentoApós mais de um ano de distanciamento, o presidente americano, Barack Obama, declarou intenção de superar diferenças com Israel em relação ao Irã e retomar negociações de paz no Oriente Médio. No primeiro encontro em 13 meses, realizado nesta segunda-feira (9), na Casa Branca, Obama e o premiê Binyamin Netanyahu anunciariam que discutiriam o acirramento de tensão entre palestinos e israelenses, o acordo com o Irã, a guerra na Síria e possivelmente o aumento nos repasses de ajuda militar dos EUA a Israel. Sobre o acordo com o Irã, que Netanyahu chamou de "erro histórico" meses atrás, Obama disse: "Não é segredo que eu e o premiê tivemos fortes diferenças nessa questão específica [acordo nuclear], mas não discordamos sobre a necessidade de garantir que o Irã não obtenha uma arma atômica". Sugerindo que aquilo que une EUA e Israel nessa questão é mais forte do que as divergências, o líder americano também afirmou que os dois concordam com a importância de mitigar e desestabilizar eventuais atividades atômicas que estejam em curso no Irã. "Então avaliaremos como encontrar um meio-termo nesse assunto." O pacto prevê a retirada de sanções impostas por potências ocidentais em troca de limites ao programa nuclear do país persa. No pronunciamento conjunto antes da reunião, o israelense manteve o tom assertivo ao dizer que o país vem sendo "testado pela instabilidade e insegurança" no Oriente Médio. "Todo o mundo pode ver a selvageria do Estado Islâmico, a agressão e o terror de aliados do Irã e do próprio Irã. A combinação de turbulências tem desabrigado milhões de pessoas e massacrado centenas de milhares. E não sabemos o que vai acontecer", disse Netanyahu. Netanyahu, porém, acrescentou: "Ninguém deve duvidar da determinação de Israel de se defender nem de genuinamente procurar paz". Obama afirmou que "não é segredo" que a segurança no Oriente Médio "se deteriorou". "Vou discutir com o primeiro-ministro seus pensamentos sobre como diminuir a temperatura entre israelenses e palestinos, como podemos retomar o caminho da paz e como podemos assegurar que aspirações palestinas legítimas se realizem por meio de um processo político, assim como garantindo a capacidade de Israel de se proteger", disse o americano. Em sua fala, o premiê repetiu o discurso em defesa de "dois Estados, dois povos". Celebrou a "oportunidade de trabalhar juntamente" com Obama, a quem agradeceu por "fortalecer a aliança" entre os dois países. O encontro acontece após meses de discordâncias públicas e gestos de aproximação do premiê com o Partido Republicano, que faz oposição a Obama. O americano condenou a violência de palestinos contra cidadãos israelenses e defendeu "o direito e a obrigação" de Israel de se proteger. DESPRETENSÃO Pesquisador do centro de estudos Council on Foreign Relations, Eliott Abrams disse que o encontro foi mais despretensioso que os anteriores, porque ambos reconheceram derrotas e, portanto, tinham menos ambições –o que não necessariamente é ruim. "Eles podem achar um meio-termo, porque superaram duas grandes brigas: o acordo com o Irã [fechado a despeito da oposição de Netanyahu] e o esforço de Obama por um acordo de paz abrangente entre Israel e a Palestina. Obama disse que o acordo não acontecerá, então os dois têm menos a discutir", disse o pesquisador. Na observação de Abrams, ambos os líderes tentaram parecer amigáveis para evitar fornecer munição às respectivas oposições, que poderiam acusá-los de "estragar" as relações entre EUA e Israel. Agora, sugeriu o pesquisador, eles podem debater "como interromper a onda de violência, como melhorar a economia palestina e como aumentar a ajuda militar dos EUA a Israel".
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Maior parte do mercado prevê corte da taxa básica de juros em 0,25 ponto
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Os analistas estão convencidos de que o Banco Central reduzirá a taxa básica de juros (Selic) na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste ano, que será concluída nesta quarta-feira (30). A maioria prevê que o BC será conservador e faça um corte de 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Esta é a projeção de 47 —ou cerca de 90%— dos 52 economistas consultados pela agência Bloomberg. Apenas sete acreditam numa redução maior, de 0,50 ponto, para 13,50% ao ano. A Selic a 13,75% na última reunião do Copom do ano também é esperada pelos economistas ouvidos pelo BC no Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (28). No mercado de juros futuros, as taxas recuaram nesta terça-feira (29), indicando a percepção dos investidores de que a Selic será reduzida. O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,620% para 13,613%; o contrato de DI para janeiro de 2018 recuou de 12,120% para 12,080%; e o DI para janeiro de 2019 cedeu de 11,680% para 11,610%. Se confirmado, será o segundo corte da taxa básica desde outubro de 2012. O primeiro ocorreu no dia 19 do mês passado, quando o Copom reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. PIB Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, avalia que o BC será conservador e cortará a taxa em 0,25 ponto. "A percepção é de que, apesar dos riscos externos e internos, o Copom não deverá interromper o ciclo de queda dos juros", afirma. De acordo com Velho, a deterioração da atividade econômica é um fator para que o BC continue reduzindo os juros, e o Copom estará atento ao PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que será divulgado na manhã desta quarta-feira pelo IBGE, horas antes da decisão sobre a Selic. A mediana das projeções coletadas pela Bloomberg para o PIB do terceiro trimestre é de uma queda de 3,2% sobre o mesmo período do ano passado. "O PIB mais fraco contribui para a queda da inflação, e o BC segue firme na ideia de convergência rápida da inflação para a meta [de 4,5%]." André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, também espera um corte de 0,25 ponto. Ele pondera, em relatório, que a atividade segue deteriorando, e que a trajetória de queda do PIB tende a ser mais persistente. "O BC deveria, nesta situação, cortar mais fortemente os juros para aliviar as condições monetárias de um país que não tem para onde crescer, mas não parece que o Copom irá fazer isso tão rapidamente." RISCOS Entre os riscos internos que podem interromper o ciclo de queda da taxa básica de juros, analistas apontam a possibilidade de as medidas do ajuste fiscal não avançarem no Congresso. Isso poderia ocorrer, por exemplo, se delações premiadas na Operação Lava Jato atingirem diretamente o governo do presidente do Michel Temer. O principal risco externo vem dos EUA. Antes da eleição do republicano Donald Trump para a presidência americana, no dia 8, a maior parte do mercado apostava em um corte da Selic de 0,50 ponto percentual. A visão mais otimista do mercado até então se devia ao arrefecimento do IPCA, o índice oficial de inflação, apesar de a ata da reunião do Copom de outubro ter indicado preocupação com a persistência da inflação de serviços. Desde a vitória de Trump, o dólar já subiu cerca de 7% ante o real, com a leitura do mercado de que a economia americana vai acelerar sob o governo do republicano, elevando a inflação e, consequentemente, os juros naquele país. A valorização da moeda americana é um fator de pressão sobre a inflação no Brasil.
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mercado
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Maior parte do mercado prevê corte da taxa básica de juros em 0,25 pontoOs analistas estão convencidos de que o Banco Central reduzirá a taxa básica de juros (Selic) na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste ano, que será concluída nesta quarta-feira (30). A maioria prevê que o BC será conservador e faça um corte de 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Esta é a projeção de 47 —ou cerca de 90%— dos 52 economistas consultados pela agência Bloomberg. Apenas sete acreditam numa redução maior, de 0,50 ponto, para 13,50% ao ano. A Selic a 13,75% na última reunião do Copom do ano também é esperada pelos economistas ouvidos pelo BC no Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (28). No mercado de juros futuros, as taxas recuaram nesta terça-feira (29), indicando a percepção dos investidores de que a Selic será reduzida. O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,620% para 13,613%; o contrato de DI para janeiro de 2018 recuou de 12,120% para 12,080%; e o DI para janeiro de 2019 cedeu de 11,680% para 11,610%. Se confirmado, será o segundo corte da taxa básica desde outubro de 2012. O primeiro ocorreu no dia 19 do mês passado, quando o Copom reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. PIB Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, avalia que o BC será conservador e cortará a taxa em 0,25 ponto. "A percepção é de que, apesar dos riscos externos e internos, o Copom não deverá interromper o ciclo de queda dos juros", afirma. De acordo com Velho, a deterioração da atividade econômica é um fator para que o BC continue reduzindo os juros, e o Copom estará atento ao PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que será divulgado na manhã desta quarta-feira pelo IBGE, horas antes da decisão sobre a Selic. A mediana das projeções coletadas pela Bloomberg para o PIB do terceiro trimestre é de uma queda de 3,2% sobre o mesmo período do ano passado. "O PIB mais fraco contribui para a queda da inflação, e o BC segue firme na ideia de convergência rápida da inflação para a meta [de 4,5%]." André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, também espera um corte de 0,25 ponto. Ele pondera, em relatório, que a atividade segue deteriorando, e que a trajetória de queda do PIB tende a ser mais persistente. "O BC deveria, nesta situação, cortar mais fortemente os juros para aliviar as condições monetárias de um país que não tem para onde crescer, mas não parece que o Copom irá fazer isso tão rapidamente." RISCOS Entre os riscos internos que podem interromper o ciclo de queda da taxa básica de juros, analistas apontam a possibilidade de as medidas do ajuste fiscal não avançarem no Congresso. Isso poderia ocorrer, por exemplo, se delações premiadas na Operação Lava Jato atingirem diretamente o governo do presidente do Michel Temer. O principal risco externo vem dos EUA. Antes da eleição do republicano Donald Trump para a presidência americana, no dia 8, a maior parte do mercado apostava em um corte da Selic de 0,50 ponto percentual. A visão mais otimista do mercado até então se devia ao arrefecimento do IPCA, o índice oficial de inflação, apesar de a ata da reunião do Copom de outubro ter indicado preocupação com a persistência da inflação de serviços. Desde a vitória de Trump, o dólar já subiu cerca de 7% ante o real, com a leitura do mercado de que a economia americana vai acelerar sob o governo do republicano, elevando a inflação e, consequentemente, os juros naquele país. A valorização da moeda americana é um fator de pressão sobre a inflação no Brasil.
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Sete Brasil adia decisão sobre pedido de recuperação judicial
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A empresa de sondas Sete Brasil adiou a assembleia marcada para esta sexta (18) em que os sócios decidiriam se partem ou não para um processo de recuperação judicial. A votação ficou para a segunda semana de janeiro. A companhia já está avaliando propostas de escritórios de advocacia especializados nesse tipo de processo. Até lá, os acionistas vão conversar com credores, operadores, investidores e os estaleiros contratados para construir as sondas. A ideia é ir à Justiça já com um acordo de recuperação costurado com todos eles. Também está na mesa um processo de indenização contra a Petrobras de pelo menos R$ 20 bilhões por danos. Em uma eventual recuperação judicial, a Sete vai tentar convencer o juiz de que foi criada pelo governo para retirar o peso do custo de construção das sondas de exploração do pré-sal da Petrobras. De acordo com o plano do governo, a estatal alugaria os equipamentos pagando um pouco a mais do que no mercado internacional como forma de desenvolver a indústria local. O BNDES financiaria a Sete diretamente. O projeto começou a ruir com queda do preço do petróleo. O BNDES se recusou a dar dinheiro diretamente para a companhia, que se endividou com bancos, pagando juros mais elevados. Hoje, ela deve cerca de R$ 14 bilhões. A situação piorou com o envolvimento da Sete na Lava Jato. Os pagamentos aos fornecedores foram represados, e o caixa da Sete está praticamente esgotado.
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Sete Brasil adia decisão sobre pedido de recuperação judicialA empresa de sondas Sete Brasil adiou a assembleia marcada para esta sexta (18) em que os sócios decidiriam se partem ou não para um processo de recuperação judicial. A votação ficou para a segunda semana de janeiro. A companhia já está avaliando propostas de escritórios de advocacia especializados nesse tipo de processo. Até lá, os acionistas vão conversar com credores, operadores, investidores e os estaleiros contratados para construir as sondas. A ideia é ir à Justiça já com um acordo de recuperação costurado com todos eles. Também está na mesa um processo de indenização contra a Petrobras de pelo menos R$ 20 bilhões por danos. Em uma eventual recuperação judicial, a Sete vai tentar convencer o juiz de que foi criada pelo governo para retirar o peso do custo de construção das sondas de exploração do pré-sal da Petrobras. De acordo com o plano do governo, a estatal alugaria os equipamentos pagando um pouco a mais do que no mercado internacional como forma de desenvolver a indústria local. O BNDES financiaria a Sete diretamente. O projeto começou a ruir com queda do preço do petróleo. O BNDES se recusou a dar dinheiro diretamente para a companhia, que se endividou com bancos, pagando juros mais elevados. Hoje, ela deve cerca de R$ 14 bilhões. A situação piorou com o envolvimento da Sete na Lava Jato. Os pagamentos aos fornecedores foram represados, e o caixa da Sete está praticamente esgotado.
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Merquior, o conformista combativo
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RESUMO José Guilherme Merquior (1941-91) destacou-se pela erudição, curiosidade intelectual e capacidade de trabalho. A obra do ensaísta e diplomata, que vai da literatura à política, passando pela arte e pela filosofia, está sendo reeditada. Liberal e crítico do marxismo, ele tornou-se exemplo de conservador civilizado. Uma certeza e uma dúvida pairam sobre José Guilherme Merquior. Não há, mesmo entre seus desafetos, que não eram poucos, quem não reconheça sua inteligência superior e imensa cultura. Por outro lado, até para seus admiradores, também numerosos, por vezes é difícil avaliar o legado de sua produção intelectual. Diplomata, ensaísta, crítico literário, Merquior morreu aos 49 anos em 1991. Deixou uma obra espantosa, tanto pelo volume (19 livros) quanto pela variedade de temas (literatura, filosofia, política, economia, sociologia, história). Defensor do liberalismo, crítico feroz do pensamento de esquerda, Merquior foi uma figura de destaque no debate cultural brasileiro entre os anos 1960 e 1980. À erudição somava-se o gosto irrefreável pela polêmica. Talvez sejam essas duas marcas que ainda hoje embaralhem a avaliação de sua carreira. O pensamento de Merquior voltou à tona há três anos, quando a editora É Realizações iniciou o projeto de reedição de seus livros, acrescidos de cartas, documentos e análises inéditas sobre sua obra. O próximo a sair, "Formalismo & Tradição Moderna" (1974), previsto para setembro, dá uma boa medida da ambição que norteou sua carreira. Em 13 longos ensaios, ele comenta o modernismo brasileiro, as artes plásticas, a cultura kitsch, a pintura renascentista, um poema de Camões, a tradição da poesia lírica e muito mais. João Cezar de Castro Rocha, professor de literatura comparada da Uerj e coordenador das reedições, convida a encarar com olhos livres os textos do ensaísta, para além das dicotomias que o marcaram em vida. "A produção da cultura ocidental foi marcada por uma distinção rígida entre direita e esquerda. Nós precisamos ler o Merquior hoje reconhecendo um fato elementar: a queda do Muro de Berlim. Se o fizermos, vamos descobrir coisas interessantíssimas. Ele foi um dos maiores intelectuais do século 20." FORA DO COMUM Merquior nasceu em abril de 1941, no bairro carioca da Tijuca, em uma família de classe média sem vocação intelectual. Mais velho de quatro irmãos, impressionou desde cedo pela inteligência fora do comum. Quando se pergunta aos irmãos como era ele, a resposta invariável é: alguém que nasceu para ler, sempre enfronhado em livros. "Ele carregou um livro até na primeira vez em que fomos ao Maracanã, ainda garotos, ver um jogo do Fluminense. Leu durante o jogo inteiro. Só interrompeu quando saiu um gol. Então ele olhou para o campo e perguntou de que time era o homem de camisa preta. Era o juiz", se recorda, aos risos, Carlos Augusto, um dos irmãos. Da primeira viagem a Paris, aos 15 anos, voltou com a mala cheia de livros e o busto pesado de Voltaire, um de seus ídolos. Merquior não praticava esportes, saía pouco de casa, nunca teve muita habilidade para atividades práticas. Nem só a literatura, contudo, ocupava a cabeça do garoto prodígio. Aos 16 anos se apaixonou por uma colega de escola um ano mais velha, Hilda. Depois disso nunca mais se separaram – casaram-se em 1963 e tiveram dois filhos, Pedro e Julia. Hilda, hoje aos 75 anos, sofre de uma doença degenerativa e perdeu a memória. Pedro morreu aos 33, de acidente de moto, em 2004. Julia, 49, é dona de uma loja de produtos sustentáveis no Rio. CÁUSTICO Aos 18, Merquior começou a publicar críticas na imprensa. O tom cáustico marcou a coluna "Poesia para Amanhã", no prestigiado "Suplemento Dominical" do "Jornal do Brasil". Sobre o poeta amazonense Thiago de Mello e o seu "Vento Geral" escreveu em junho de 1960: "T.M é mau poeta: e só. Mas tem pelo menos uma vantagem: entre os maus, é o pior. 'Vento Geral' representa o apogeu da retórica, a mais preciosa reunião de vácuo verbal que surgiu de 1945 para cá". Em 1961, durante um festival de cinema russo e soviético, o filósofo marxista Leandro Konder (1936-2014) aproximou-se de "um jovem de rosto rechonchudo, que falava pelos cotovelos", conforme declarou ao jornal "O Globo" em 1991. Na conversa, Konder citou um texto de Merquior. Ao que ouviu: "Mas Merquior sou eu". Gargalharam e ficaram amigos, apesar das diferenças ideológicas. Caiu também nas graças de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. O primeiro ofereceu-lhe, em 1963, um poema como presente de casamento. O segundo, um ano antes, sem conhecê-lo pessoalmente, convidou-o a ajudá-lo na antologia "Poesia do Brasil". RAZÃO Em 1965, Merquior lançou seu primeiro livro, "Razão do Poema". O título já denotava um elemento que seria central em todos os seus livros posteriores –a crença no racionalismo. A antologia com ensaios sobre Gonçalves Dias, Drummond, Murilo Mendes, João Cabral e outros foi saudada como um acontecimento. "Os textos são formidáveis. Apenas Antonio Candido entende e sente a poesia como ele", diz o poeta Armando Freitas Filho. O próprio Candido, em conferência em homenagem ao autor, em 1991, afirmou que Merquior "foi sem dúvida um dos maiores críticos que o Brasil teve, e isto já se prenunciava nos primeiros escritos". Há certo consenso de que o melhor de sua produção foi a crítica literária, especialmente a de poesia. É a partir de meados dos anos 1970 que política e economia ganham mais terreno em seus livros – em parte reflexo de seu trabalho no Ministério das Relações Exteriores. Formado em direito e filosofia, prestou concurso para o Itamaraty em 1962. E, sim, foi o primeiro colocado. "Naquele ano houve dois concursos para nossa turma. Ele foi o primeiro colocado em um, eu em outro. Isso criou certa solidariedade entre nós", conta o embaixador Luiz Felipe Lampreia, ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso. "Merquior priorizou a parte intelectual à atuação rotineira de um diplomata. Não tinha vocação para ser negociador comercial, como eu fui. Notabilizou-se pelo brilho intelectual, como João Cabral, Guimarães Rosa e Vinicius de Moraes." O embaixador Marcos Azambuja, formado em 1957 no Itamaraty, conta que Merquior chegou ao Instituto Rio Branco com grande reputação. "Sempre que tínhamos alguma dúvida sobre qualquer assunto, íamos falar com ele. Era uma pessoa realmente extraordinária, agradabilíssima." Azambuja faz uma descrição curiosa da ambivalência do colega. "Ele tinha uma cara redonda, risonha, ao mesmo tempo angelical e demoníaca. Tinha uma impaciência tremenda com as pessoas que pensavam o lugar-comum." Após o golpe militar de 1964, Merquior foi chamado a prestar depoimento, sob suspeita de ligações com grupos de esquerda. Provavelmente caiu no radar dos militares por ter realizado conferências no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), extinto pelo governo logo após o golpe. No seu acervo, hoje em posse da É, há uma cópia do processo administrativo aberto contra o jovem diplomata e da resposta dele –que foi absolvido. A editora planeja publicar os documentos. O processo é datado de 11 de setembro de 1964. Traz nove perguntas sobre formação universitária, filiação partidária e opinião sobre o novo governo, entre outros temas. A oitava indagava acerca dos conflitos ideológicos no mundo moderno. Aos 23, ele defendia pontos-chave de seu pensamento. "Uma das características do mundo moderno é o pluralismo", escreveu. "[...] É evidente que a solução dos conflitos ideológicos mais gritantes do nosso tempo deverá ser buscada através da prática de uma atitude em que prevaleça o espírito de franco debate e o ânimo de solidariedade internacional." O caso leva a uma questão irônica: um dos futuros expoentes do liberalismo no Brasil, que iria declarar diversas vezes a morte do marxismo, teria sido de esquerda aos 20 e poucos anos? Os amigos do Itamaraty acham que não. "Não era de esquerda nem de direita, mas de centro", acredita Lampreia. Mas talvez se possa dizer que o jovem Merquior nutria certa simpatia pela esquerda, alimentada sobretudo pela vasta curiosidade intelectual. "Merquior nunca chegou a ser marxista, mas na época estava interessado na teoria estética do marxismo, sobretudo em Lukács. Mas ainda antes do golpe de 1964 ele reviu sua posição e me escreveu uma carta, na qual se manifestava insatisfeito até com a teoria estética", escreveu Konder em 1991. Lukács é uma das referências do segundo livro de Merquior, "Arte e Sociedade em Marcuse, Adorno e Benjamin" (1969). O alemão Gunter Karl Pressler, professor de teoria literária na Universidade Federal do Pará, aponta um feito histórico do livro –teria sido o primeiro do mundo a analisar sistematicamente a Escola de Frankfurt: "Este estudo foi publicado antes da referência sempre citada sobre a Escola de Frankfurt: 'A Imaginação Dialética', de 1973, do americano Martin Jay", diz. PARIS Em 1966, Merquior partiu para seu primeiro posto internacional, como terceiro-secretário na embaixada em Paris. Em 72, concluiu doutorado na Sorbonne sobre a poesia de Drummond. Depois de passagem por Bonn, na Alemanha, foi levado pelo embaixador Roberto Campos para ser primeiro-secretário em Londres, em 1975. Os quatro anos na Inglaterra e o convívio com Campos e com intelectuais como Ernst Gellner e Raymond Aron marcaram o início de sua conversão ao liberalismo. Na London School of Economics, obteve seu segundo doutorado. "Ninguém no Brasil sintetizou melhor a essência do 'argumento liberal' nem mostrou mais claramente o antagonismo que existe entre os ideais liberais e as modas intelectuais 'pós-modernas'", avalia hoje o filósofo Olavo de Carvalho. Especialmente a partir dos anos 1980, Merquior, como observou Campos, passou da "convicção liberal" à "pregação liberal". São dessa fase o citado "O Argumento Liberal" (1983), "Michel Foucault, ou o Niilismo de Cátedra" (1985) e "O Marxismo Ocidental" (1987). Tomando o partido da modernidade e do racionalismo, iniciou então uma cruzada contra o marxismo, a psicanálise e a arte de vanguarda. Via nos três alvos exemplos de dogmatismo, de pessimismo, de rejeição ao racionalismo iluminista, de condenação da civilização moderna e da ciência. Mas "seria possível atacar o marxismo, a psicanálise e a arte de vanguarda sem ser reacionário em política, ciências humanas e estética?", indagou-se Merquior no prefácio de "As Ideias e as Formas" (1981). Essa questão resume as principais críticas a sua obra. "Embora fosse seu amigo e admirador de sua erudição, não posso negar que fosse política e intelectualmente um conservador", afirma Luiz Costa Lima, crítico e professor emérito da PUC-RJ. "Há observações pontuais muito boas na obra dele, mas dentro desses limites", completa. "Os contrapontos que fez às vanguardas artísticas são extremamente superficiais. O elogio do progresso iluminista se tornou equivocado no final do século 19. Por um equívoco de visão, ele não percebeu nada disso." Alcir Pécora, professor de teoria literária da Unicamp, acredita que Merquior tendia "a uma visão conformista". "Há algo de profundamente 'diplomático' na sua maneira de pensar: uma esperança de resolução das contradições da cultura e da sociedade depositada na mesa das racionalizações normativas institucionais." Outra crítica costumeira é a de que o autor jamais produziu ideia original. Seria, nessa visão, essencialmente um catalogador de conhecimento, não um pensador. Castro Rocha discorda. "Ele pegou as ideias mais importantes da cultura ocidental e realizou uma síntese de uma clareza que ninguém mais poderia fazer. Para fazer isso é preciso ter ideias." BRIGÃO Nos anos 1980, Merquior participou de polêmicas hoje lendárias no meio intelectual brasileiro. José Mário Pereira, editor da Topbooks e um dos mais próximos amigos do escritor na última década de vida dele, acompanhou todas de perto. "Ele adorava uma polêmica. Parecia um menino brigão, se exacerbava. Às vezes passava um fim de semana inteiro respondendo a alguma crítica." Pereira recorda, por exemplo, uma disputa com Ricardo Musse, então doutorando em filosofia, hoje professor do departamento de sociologia da USP. Em texto publicado na Folha em novembro de 1990, Musse escreveu: "No figurino redutor de Merquior, toda e qualquer crítica à modernidade nada mais é do que um ressaibo de irracionalismo romântico". Duas semanas depois, veio a resposta, também publicada na Folha. "Não sei se aos doutorandos em 'filô' da USP se exige saber ler antes de pretender julgar. Em caso positivo, temo pelo doutoramento de Musse", escreveu. No meio do texto soltou uma de suas tiradas: "O chocolate, quando bom e bem-feito, pode ser muito agradável ao paladar. Mas sua consistência será sempre algo precária. Não assim a de Musse". Merquior também atacou (e foi atacado) por psicanalistas, teve entreveros com Paulo Francis, chamou Caetano Veloso de "um pseudointelectual de miolo mole". O cantor retrucou na época: "Prefiro o Belchior". Caetano ainda se lembra bem do episódio. "O fato é que 'intelectual de miolo mole' é uma expressão genial para descrever a geração de cançonetistas dos anos 60. Pelo menos é certa em relação a mim", diz hoje. Ele leu há pouco e achou excelente o livro de Merquior sobre Foucault. A mais famosa controvérsia de Merquior, porém, foi com Marilena de Souza Chaui, professora do departamento de filosofia da USP. Em texto publicado em maio de 1981 no "Jornal do Brasil", ele notou a presença literal –dispensada de aspas– de parágrafos do filósofo francês Claude Lefort no livro "Cultura e Democracia", de Chaui. Dois meses depois, a professora publicou sua resposta no "JB". "Merquior sugere que houve apropriação indébita. Equivocou-se." "Esclareço ainda que devo a Claude Lefort muito mais do que o leitor sequer poderia imaginar e que muitas das suas ideias e minhas nasceram juntas, o que me deixa sempre muito à vontade para transitar entre elas." O caso ganhou fumaças de guerra entre esquerda e direita e repercutiu por meses. Dois anos depois, Lefort veio ao Brasil e disse ter sido reconhecido por várias pessoas nas ruas. Na mesma época, Merquior foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e nomeado assessor do então ministro da Casa Civil, Leitão de Abreu, durante o governo de João Figueiredo –oferecendo munição pesada a seus desafetos, que passaram a tachá-lo de reacionário e "intelectual da ditadura". "Foi uma injustiça que fizeram com ele", considera Armando Freitas Filho. "Nunca foi reacionário. Era um liberal no sentido inglês." Rubens Ricupero, diplomata e ex-ministro da Fazenda (governo Itamar Franco), considera um absurdo dizer que Merquior fosse um homem de direita. "Nada tinha do liberal favorável à redução ou limitação do papel do Estado na luta contra a desigualdade e a miséria." Em entrevista à Folha em 1986, Merquior definiu-se como liberal em economia, social-democrata em política e anarquista em cultura. "Nenhum liberal que eu conheça disse que o mercado resolve todos os problemas sociais. Daí a necessidade de um Estado protetor. Também não resolve todos os problemas econômicos, daí a necessidade, menor, mas também importante, de um Estado promotor", declarou ao "JB" em 1990. João Cezar de Castro Rocha define assim o credo liberal de Merquior: democracia como valor universal; racionalismo como estrutura de pensamento; pluralismo como método intelectual; economia de mercado, porém com a presença do Estado como força de equilíbrio das desigualdades. Castro Rocha vê três fases na carreira de Merquior. Na primeira, nos anos 1960, as preocupações eram puramente estéticas. Na segunda, a partir dos 1970, a análise é menos detalhada e mais panorâmica. O liberalismo torna-se o eixo de reflexão. A arte deixa de ser vista em seus próprios termos e passa a simbolizar a crise da cultura. A terceira fase, a partir dos anos 1980, não chegou a se concluir, mas Castro Rocha levanta a hipótese de que Merquior já não se contentava em ser apenas um pensador e considerava a ideia de colocar em prática um projeto de país. Já definiram Merquior como um intelectual em busca de um príncipe, alguém de quem pudesse ser o mentor. Por um momento Fernando Collor de Mello ocupou esse papel. Roberto Campos conta em suas memórias que, antes e depois de eleito presidente da República, Collor procurou Merquior em Paris, onde ele era embaixador do Brasil na Unesco. Queria "colher ideias sobre a modernidade" e pediu-lhe um programa partidário. O diplomata elaborou um documento de 33 páginas, espécie de "agenda social-liberal" para o Brasil. Também escreveu grande parte do discurso de posse. "Ele ficou muito impressionado com o Collor. Achava que ele tinha vontade, visão, empenho em construir um novo Brasil. Certamente ele lamentaria tudo o que ocorreu depois", afirma José Mário Pereira. "Ele fez uma avaliação errada daquele momento", diz Marcos Azambuja. "Acreditava que o Brasil tinha maturidade para encontrar o caminho racional. Ele achava que o Collor era o que parecia ser, o jovem político idealista, e não viu o que era na realidade, o velho político de Alagoas." Merquior escreveu a plataforma partidária já tomado pelo câncer de intestino que o mataria. Em dezembro de 1990, fez sua última palestra, em Paris. Mesmo bastante debilitado fisicamente, falou por quase uma hora, em francês, sem texto escrito, sobre os últimos cem anos da história do Brasil. O último projeto foi "O Liberalismo - Antigo e Moderno", que concluiu pouco antes de morrer. O livro póstumo foi o fecho perfeito de uma trajetória que impressiona e instiga –e permanece longe de ser um consenso. Títulos relançados pela É Realizações "Razão do Poema" (1965) R$ 63; 336 págs. "Formalismo & Tradição Moderna" (1974) R$ 64,90; 512 págs. "A Estética de Lévi-Strauss" (1975) R$ 39; 168 págs. "Verso Universo em Drummond" (1976) R$ 59; 416 págs. "De Anchieta a Euclides" (1977) R$ 49,90; 400 págs. "O Liberalismo" (1991) R$ 39,90; 384 págs. MARCO RODRIGO ALMEIDA, 31, é jornalista da Folha. ZÉ OTÁVIO, 31, é ilustrador e expõe na Plus Galeria, em Goiânia, até 8/10.
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ilustrissima
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Merquior, o conformista combativoRESUMO José Guilherme Merquior (1941-91) destacou-se pela erudição, curiosidade intelectual e capacidade de trabalho. A obra do ensaísta e diplomata, que vai da literatura à política, passando pela arte e pela filosofia, está sendo reeditada. Liberal e crítico do marxismo, ele tornou-se exemplo de conservador civilizado. Uma certeza e uma dúvida pairam sobre José Guilherme Merquior. Não há, mesmo entre seus desafetos, que não eram poucos, quem não reconheça sua inteligência superior e imensa cultura. Por outro lado, até para seus admiradores, também numerosos, por vezes é difícil avaliar o legado de sua produção intelectual. Diplomata, ensaísta, crítico literário, Merquior morreu aos 49 anos em 1991. Deixou uma obra espantosa, tanto pelo volume (19 livros) quanto pela variedade de temas (literatura, filosofia, política, economia, sociologia, história). Defensor do liberalismo, crítico feroz do pensamento de esquerda, Merquior foi uma figura de destaque no debate cultural brasileiro entre os anos 1960 e 1980. À erudição somava-se o gosto irrefreável pela polêmica. Talvez sejam essas duas marcas que ainda hoje embaralhem a avaliação de sua carreira. O pensamento de Merquior voltou à tona há três anos, quando a editora É Realizações iniciou o projeto de reedição de seus livros, acrescidos de cartas, documentos e análises inéditas sobre sua obra. O próximo a sair, "Formalismo & Tradição Moderna" (1974), previsto para setembro, dá uma boa medida da ambição que norteou sua carreira. Em 13 longos ensaios, ele comenta o modernismo brasileiro, as artes plásticas, a cultura kitsch, a pintura renascentista, um poema de Camões, a tradição da poesia lírica e muito mais. João Cezar de Castro Rocha, professor de literatura comparada da Uerj e coordenador das reedições, convida a encarar com olhos livres os textos do ensaísta, para além das dicotomias que o marcaram em vida. "A produção da cultura ocidental foi marcada por uma distinção rígida entre direita e esquerda. Nós precisamos ler o Merquior hoje reconhecendo um fato elementar: a queda do Muro de Berlim. Se o fizermos, vamos descobrir coisas interessantíssimas. Ele foi um dos maiores intelectuais do século 20." FORA DO COMUM Merquior nasceu em abril de 1941, no bairro carioca da Tijuca, em uma família de classe média sem vocação intelectual. Mais velho de quatro irmãos, impressionou desde cedo pela inteligência fora do comum. Quando se pergunta aos irmãos como era ele, a resposta invariável é: alguém que nasceu para ler, sempre enfronhado em livros. "Ele carregou um livro até na primeira vez em que fomos ao Maracanã, ainda garotos, ver um jogo do Fluminense. Leu durante o jogo inteiro. Só interrompeu quando saiu um gol. Então ele olhou para o campo e perguntou de que time era o homem de camisa preta. Era o juiz", se recorda, aos risos, Carlos Augusto, um dos irmãos. Da primeira viagem a Paris, aos 15 anos, voltou com a mala cheia de livros e o busto pesado de Voltaire, um de seus ídolos. Merquior não praticava esportes, saía pouco de casa, nunca teve muita habilidade para atividades práticas. Nem só a literatura, contudo, ocupava a cabeça do garoto prodígio. Aos 16 anos se apaixonou por uma colega de escola um ano mais velha, Hilda. Depois disso nunca mais se separaram – casaram-se em 1963 e tiveram dois filhos, Pedro e Julia. Hilda, hoje aos 75 anos, sofre de uma doença degenerativa e perdeu a memória. Pedro morreu aos 33, de acidente de moto, em 2004. Julia, 49, é dona de uma loja de produtos sustentáveis no Rio. CÁUSTICO Aos 18, Merquior começou a publicar críticas na imprensa. O tom cáustico marcou a coluna "Poesia para Amanhã", no prestigiado "Suplemento Dominical" do "Jornal do Brasil". Sobre o poeta amazonense Thiago de Mello e o seu "Vento Geral" escreveu em junho de 1960: "T.M é mau poeta: e só. Mas tem pelo menos uma vantagem: entre os maus, é o pior. 'Vento Geral' representa o apogeu da retórica, a mais preciosa reunião de vácuo verbal que surgiu de 1945 para cá". Em 1961, durante um festival de cinema russo e soviético, o filósofo marxista Leandro Konder (1936-2014) aproximou-se de "um jovem de rosto rechonchudo, que falava pelos cotovelos", conforme declarou ao jornal "O Globo" em 1991. Na conversa, Konder citou um texto de Merquior. Ao que ouviu: "Mas Merquior sou eu". Gargalharam e ficaram amigos, apesar das diferenças ideológicas. Caiu também nas graças de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. O primeiro ofereceu-lhe, em 1963, um poema como presente de casamento. O segundo, um ano antes, sem conhecê-lo pessoalmente, convidou-o a ajudá-lo na antologia "Poesia do Brasil". RAZÃO Em 1965, Merquior lançou seu primeiro livro, "Razão do Poema". O título já denotava um elemento que seria central em todos os seus livros posteriores –a crença no racionalismo. A antologia com ensaios sobre Gonçalves Dias, Drummond, Murilo Mendes, João Cabral e outros foi saudada como um acontecimento. "Os textos são formidáveis. Apenas Antonio Candido entende e sente a poesia como ele", diz o poeta Armando Freitas Filho. O próprio Candido, em conferência em homenagem ao autor, em 1991, afirmou que Merquior "foi sem dúvida um dos maiores críticos que o Brasil teve, e isto já se prenunciava nos primeiros escritos". Há certo consenso de que o melhor de sua produção foi a crítica literária, especialmente a de poesia. É a partir de meados dos anos 1970 que política e economia ganham mais terreno em seus livros – em parte reflexo de seu trabalho no Ministério das Relações Exteriores. Formado em direito e filosofia, prestou concurso para o Itamaraty em 1962. E, sim, foi o primeiro colocado. "Naquele ano houve dois concursos para nossa turma. Ele foi o primeiro colocado em um, eu em outro. Isso criou certa solidariedade entre nós", conta o embaixador Luiz Felipe Lampreia, ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso. "Merquior priorizou a parte intelectual à atuação rotineira de um diplomata. Não tinha vocação para ser negociador comercial, como eu fui. Notabilizou-se pelo brilho intelectual, como João Cabral, Guimarães Rosa e Vinicius de Moraes." O embaixador Marcos Azambuja, formado em 1957 no Itamaraty, conta que Merquior chegou ao Instituto Rio Branco com grande reputação. "Sempre que tínhamos alguma dúvida sobre qualquer assunto, íamos falar com ele. Era uma pessoa realmente extraordinária, agradabilíssima." Azambuja faz uma descrição curiosa da ambivalência do colega. "Ele tinha uma cara redonda, risonha, ao mesmo tempo angelical e demoníaca. Tinha uma impaciência tremenda com as pessoas que pensavam o lugar-comum." Após o golpe militar de 1964, Merquior foi chamado a prestar depoimento, sob suspeita de ligações com grupos de esquerda. Provavelmente caiu no radar dos militares por ter realizado conferências no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), extinto pelo governo logo após o golpe. No seu acervo, hoje em posse da É, há uma cópia do processo administrativo aberto contra o jovem diplomata e da resposta dele –que foi absolvido. A editora planeja publicar os documentos. O processo é datado de 11 de setembro de 1964. Traz nove perguntas sobre formação universitária, filiação partidária e opinião sobre o novo governo, entre outros temas. A oitava indagava acerca dos conflitos ideológicos no mundo moderno. Aos 23, ele defendia pontos-chave de seu pensamento. "Uma das características do mundo moderno é o pluralismo", escreveu. "[...] É evidente que a solução dos conflitos ideológicos mais gritantes do nosso tempo deverá ser buscada através da prática de uma atitude em que prevaleça o espírito de franco debate e o ânimo de solidariedade internacional." O caso leva a uma questão irônica: um dos futuros expoentes do liberalismo no Brasil, que iria declarar diversas vezes a morte do marxismo, teria sido de esquerda aos 20 e poucos anos? Os amigos do Itamaraty acham que não. "Não era de esquerda nem de direita, mas de centro", acredita Lampreia. Mas talvez se possa dizer que o jovem Merquior nutria certa simpatia pela esquerda, alimentada sobretudo pela vasta curiosidade intelectual. "Merquior nunca chegou a ser marxista, mas na época estava interessado na teoria estética do marxismo, sobretudo em Lukács. Mas ainda antes do golpe de 1964 ele reviu sua posição e me escreveu uma carta, na qual se manifestava insatisfeito até com a teoria estética", escreveu Konder em 1991. Lukács é uma das referências do segundo livro de Merquior, "Arte e Sociedade em Marcuse, Adorno e Benjamin" (1969). O alemão Gunter Karl Pressler, professor de teoria literária na Universidade Federal do Pará, aponta um feito histórico do livro –teria sido o primeiro do mundo a analisar sistematicamente a Escola de Frankfurt: "Este estudo foi publicado antes da referência sempre citada sobre a Escola de Frankfurt: 'A Imaginação Dialética', de 1973, do americano Martin Jay", diz. PARIS Em 1966, Merquior partiu para seu primeiro posto internacional, como terceiro-secretário na embaixada em Paris. Em 72, concluiu doutorado na Sorbonne sobre a poesia de Drummond. Depois de passagem por Bonn, na Alemanha, foi levado pelo embaixador Roberto Campos para ser primeiro-secretário em Londres, em 1975. Os quatro anos na Inglaterra e o convívio com Campos e com intelectuais como Ernst Gellner e Raymond Aron marcaram o início de sua conversão ao liberalismo. Na London School of Economics, obteve seu segundo doutorado. "Ninguém no Brasil sintetizou melhor a essência do 'argumento liberal' nem mostrou mais claramente o antagonismo que existe entre os ideais liberais e as modas intelectuais 'pós-modernas'", avalia hoje o filósofo Olavo de Carvalho. Especialmente a partir dos anos 1980, Merquior, como observou Campos, passou da "convicção liberal" à "pregação liberal". São dessa fase o citado "O Argumento Liberal" (1983), "Michel Foucault, ou o Niilismo de Cátedra" (1985) e "O Marxismo Ocidental" (1987). Tomando o partido da modernidade e do racionalismo, iniciou então uma cruzada contra o marxismo, a psicanálise e a arte de vanguarda. Via nos três alvos exemplos de dogmatismo, de pessimismo, de rejeição ao racionalismo iluminista, de condenação da civilização moderna e da ciência. Mas "seria possível atacar o marxismo, a psicanálise e a arte de vanguarda sem ser reacionário em política, ciências humanas e estética?", indagou-se Merquior no prefácio de "As Ideias e as Formas" (1981). Essa questão resume as principais críticas a sua obra. "Embora fosse seu amigo e admirador de sua erudição, não posso negar que fosse política e intelectualmente um conservador", afirma Luiz Costa Lima, crítico e professor emérito da PUC-RJ. "Há observações pontuais muito boas na obra dele, mas dentro desses limites", completa. "Os contrapontos que fez às vanguardas artísticas são extremamente superficiais. O elogio do progresso iluminista se tornou equivocado no final do século 19. Por um equívoco de visão, ele não percebeu nada disso." Alcir Pécora, professor de teoria literária da Unicamp, acredita que Merquior tendia "a uma visão conformista". "Há algo de profundamente 'diplomático' na sua maneira de pensar: uma esperança de resolução das contradições da cultura e da sociedade depositada na mesa das racionalizações normativas institucionais." Outra crítica costumeira é a de que o autor jamais produziu ideia original. Seria, nessa visão, essencialmente um catalogador de conhecimento, não um pensador. Castro Rocha discorda. "Ele pegou as ideias mais importantes da cultura ocidental e realizou uma síntese de uma clareza que ninguém mais poderia fazer. Para fazer isso é preciso ter ideias." BRIGÃO Nos anos 1980, Merquior participou de polêmicas hoje lendárias no meio intelectual brasileiro. José Mário Pereira, editor da Topbooks e um dos mais próximos amigos do escritor na última década de vida dele, acompanhou todas de perto. "Ele adorava uma polêmica. Parecia um menino brigão, se exacerbava. Às vezes passava um fim de semana inteiro respondendo a alguma crítica." Pereira recorda, por exemplo, uma disputa com Ricardo Musse, então doutorando em filosofia, hoje professor do departamento de sociologia da USP. Em texto publicado na Folha em novembro de 1990, Musse escreveu: "No figurino redutor de Merquior, toda e qualquer crítica à modernidade nada mais é do que um ressaibo de irracionalismo romântico". Duas semanas depois, veio a resposta, também publicada na Folha. "Não sei se aos doutorandos em 'filô' da USP se exige saber ler antes de pretender julgar. Em caso positivo, temo pelo doutoramento de Musse", escreveu. No meio do texto soltou uma de suas tiradas: "O chocolate, quando bom e bem-feito, pode ser muito agradável ao paladar. Mas sua consistência será sempre algo precária. Não assim a de Musse". Merquior também atacou (e foi atacado) por psicanalistas, teve entreveros com Paulo Francis, chamou Caetano Veloso de "um pseudointelectual de miolo mole". O cantor retrucou na época: "Prefiro o Belchior". Caetano ainda se lembra bem do episódio. "O fato é que 'intelectual de miolo mole' é uma expressão genial para descrever a geração de cançonetistas dos anos 60. Pelo menos é certa em relação a mim", diz hoje. Ele leu há pouco e achou excelente o livro de Merquior sobre Foucault. A mais famosa controvérsia de Merquior, porém, foi com Marilena de Souza Chaui, professora do departamento de filosofia da USP. Em texto publicado em maio de 1981 no "Jornal do Brasil", ele notou a presença literal –dispensada de aspas– de parágrafos do filósofo francês Claude Lefort no livro "Cultura e Democracia", de Chaui. Dois meses depois, a professora publicou sua resposta no "JB". "Merquior sugere que houve apropriação indébita. Equivocou-se." "Esclareço ainda que devo a Claude Lefort muito mais do que o leitor sequer poderia imaginar e que muitas das suas ideias e minhas nasceram juntas, o que me deixa sempre muito à vontade para transitar entre elas." O caso ganhou fumaças de guerra entre esquerda e direita e repercutiu por meses. Dois anos depois, Lefort veio ao Brasil e disse ter sido reconhecido por várias pessoas nas ruas. Na mesma época, Merquior foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e nomeado assessor do então ministro da Casa Civil, Leitão de Abreu, durante o governo de João Figueiredo –oferecendo munição pesada a seus desafetos, que passaram a tachá-lo de reacionário e "intelectual da ditadura". "Foi uma injustiça que fizeram com ele", considera Armando Freitas Filho. "Nunca foi reacionário. Era um liberal no sentido inglês." Rubens Ricupero, diplomata e ex-ministro da Fazenda (governo Itamar Franco), considera um absurdo dizer que Merquior fosse um homem de direita. "Nada tinha do liberal favorável à redução ou limitação do papel do Estado na luta contra a desigualdade e a miséria." Em entrevista à Folha em 1986, Merquior definiu-se como liberal em economia, social-democrata em política e anarquista em cultura. "Nenhum liberal que eu conheça disse que o mercado resolve todos os problemas sociais. Daí a necessidade de um Estado protetor. Também não resolve todos os problemas econômicos, daí a necessidade, menor, mas também importante, de um Estado promotor", declarou ao "JB" em 1990. João Cezar de Castro Rocha define assim o credo liberal de Merquior: democracia como valor universal; racionalismo como estrutura de pensamento; pluralismo como método intelectual; economia de mercado, porém com a presença do Estado como força de equilíbrio das desigualdades. Castro Rocha vê três fases na carreira de Merquior. Na primeira, nos anos 1960, as preocupações eram puramente estéticas. Na segunda, a partir dos 1970, a análise é menos detalhada e mais panorâmica. O liberalismo torna-se o eixo de reflexão. A arte deixa de ser vista em seus próprios termos e passa a simbolizar a crise da cultura. A terceira fase, a partir dos anos 1980, não chegou a se concluir, mas Castro Rocha levanta a hipótese de que Merquior já não se contentava em ser apenas um pensador e considerava a ideia de colocar em prática um projeto de país. Já definiram Merquior como um intelectual em busca de um príncipe, alguém de quem pudesse ser o mentor. Por um momento Fernando Collor de Mello ocupou esse papel. Roberto Campos conta em suas memórias que, antes e depois de eleito presidente da República, Collor procurou Merquior em Paris, onde ele era embaixador do Brasil na Unesco. Queria "colher ideias sobre a modernidade" e pediu-lhe um programa partidário. O diplomata elaborou um documento de 33 páginas, espécie de "agenda social-liberal" para o Brasil. Também escreveu grande parte do discurso de posse. "Ele ficou muito impressionado com o Collor. Achava que ele tinha vontade, visão, empenho em construir um novo Brasil. Certamente ele lamentaria tudo o que ocorreu depois", afirma José Mário Pereira. "Ele fez uma avaliação errada daquele momento", diz Marcos Azambuja. "Acreditava que o Brasil tinha maturidade para encontrar o caminho racional. Ele achava que o Collor era o que parecia ser, o jovem político idealista, e não viu o que era na realidade, o velho político de Alagoas." Merquior escreveu a plataforma partidária já tomado pelo câncer de intestino que o mataria. Em dezembro de 1990, fez sua última palestra, em Paris. Mesmo bastante debilitado fisicamente, falou por quase uma hora, em francês, sem texto escrito, sobre os últimos cem anos da história do Brasil. O último projeto foi "O Liberalismo - Antigo e Moderno", que concluiu pouco antes de morrer. O livro póstumo foi o fecho perfeito de uma trajetória que impressiona e instiga –e permanece longe de ser um consenso. Títulos relançados pela É Realizações "Razão do Poema" (1965) R$ 63; 336 págs. "Formalismo & Tradição Moderna" (1974) R$ 64,90; 512 págs. "A Estética de Lévi-Strauss" (1975) R$ 39; 168 págs. "Verso Universo em Drummond" (1976) R$ 59; 416 págs. "De Anchieta a Euclides" (1977) R$ 49,90; 400 págs. "O Liberalismo" (1991) R$ 39,90; 384 págs. MARCO RODRIGO ALMEIDA, 31, é jornalista da Folha. ZÉ OTÁVIO, 31, é ilustrador e expõe na Plus Galeria, em Goiânia, até 8/10.
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Empresas vão buscar legisladores para evitar impostos de bebidas adocicadas
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A Unica, união das empresas da cadeia do açúcar e do álcool, vai tentar influenciar legisladores para evitar leis que aumentem impostos sobre bebidas adocicadas, diz Elizabeth Farina, presidente da associação. O plano é fazer "uma ação sobre agentes públicos e parlamentares para mostrar que [taxar] terá impacto negativo do ponto de vista econômico e não vai almejar os benefícios desejados". Um estudo da Universidade de Berkley mostra que a cidade passou a cobrar tributos sobre bebidas adocicadas, e o consumo caiu 21%. Haverá um movimento, diz Farina: "Muitos municípios e países vão adotar taxação". Leia a coluna completa aqui.
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Empresas vão buscar legisladores para evitar impostos de bebidas adocicadasA Unica, união das empresas da cadeia do açúcar e do álcool, vai tentar influenciar legisladores para evitar leis que aumentem impostos sobre bebidas adocicadas, diz Elizabeth Farina, presidente da associação. O plano é fazer "uma ação sobre agentes públicos e parlamentares para mostrar que [taxar] terá impacto negativo do ponto de vista econômico e não vai almejar os benefícios desejados". Um estudo da Universidade de Berkley mostra que a cidade passou a cobrar tributos sobre bebidas adocicadas, e o consumo caiu 21%. Haverá um movimento, diz Farina: "Muitos municípios e países vão adotar taxação". Leia a coluna completa aqui.
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Mundo Econômico
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PANORAMA MUNDO Apesar de uma desvalorização acumulada de 0,47% do dólar no último mês, a moeda americana se valorizou 0,43% ante o real na última semana, fechando em R$ 2,9965. O dólar iniciou o mês em queda com a publicação dos índices do desempenho da economia americana, que vieram abaixo do previsto. O fato lançou dúvidas sobre a capacidade de o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevar a taxa básica de juros americana no segundo semestre, como se especulava. Com os juros não subindo, as empresas aumentaram a sua previsão de lucro, fato potencializado pelo aumento da competitividade internacional com o dólar mais barato. Como consequência, as ações das empresas se valorizaram, o que é refletido no aumento semanal de Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 em 0,5%, 0,9% e 0,3%, respectivamente. Entre os indicadores americanos que estão abaixo das expectativas do mercado estão a geração de empregos, as vendas no varejo, a confiança do consumidor, o PIB (Produto Interno Bruto) trimestral e a produção industrial (que caiu pelo quinto mês consecutivo). O petróleo barato ajudou no crescimento da zona do euro, que passou para 0,4%, acima dos 0,3% do período anterior. A estabilização dos retornos sobre títulos soberanos deu nova confiança aos investidores, assim como a promessa de Mario Draghi, presidente do BCE (Banco Central Europeu), de manter o programa de compra de ativos enquanto for necessário. O desempenho americano, porém, acabou anulando os ganhos e gerando perdas nas Bolsas europeias. Somado a isso, a valorização do euro ante o dólar encareceu as exportações europeias, piorando o desempenho de diversas empresas. Com isso, índices como o FTSE-100, da Inglaterra, o DAX, da Alemanha, e o CAC-40, da França, caíram 0,18%, 0,98% e 0,71%, respectivamente, na última sexta-feira (15). Após a vitória dos conservadores nas eleições britânicas, o Banco da Inglaterra decidiu manter as taxas de juros no valor mínimo histórico de 0,5%, aguardando uma recuperação da atividade econômica e da inflação para elevar a taxa. A Grécia continua a preocupar a zona do euro, principalmente por causa da possível insolvência do seu sistema bancário, que sofre com a fuga de capitais. A instabilidade fez com que a previsão de crescimento anual fosse reduzida de 2,5% para meros 0,5%. A alta na Bolsa japonesa de 0,64% nessa segunda-feira (18) foi explicada pelo bom desempenho das empresas que, na perspectiva de crescimento futuro, aumentaram a importação de máquinas em 2,9% no mês de março em relação a fevereiro. Além disso, as Bolsas também refletiram o crescimento do Japão no primeiro trimestre, que deve chegar a 1,6%. O baixo preço do minério de ferro, devido ao excesso de oferta, está levando ao fechamento de várias mineradoras chinesas com altos custos operacionais. Apesar do crescimento de 0,57% da produção industrial e de 0,74% das vendas no varejo em abril, um crescimento maior era esperado. Para conter a redução do crescimento econômico, o governo chinês planeja lançar um pacote com estímulos monetários e fiscais. A divulgação dos dados da economia chinesa abaixo das expectativas levou a uma queda na Bolsa de Xangai de 0,6%. Nessa semana será divulgado o IPC anual do Reino Unido e da zona do euro, além do PIB trimestral e do PMI industrial de maio da Alemanha. PANORAMA BRASIL Pelo quinto mês consecutivo o índice de confiança do comércio apresentou queda, dessa vez de 6,3% em relação ao mês anterior e de 22,1% frente ao mesmo mês do ano passado. O menor nível de confiança dos empresários pode ser explicado por dados negativos para a economia brasileira, como a redução da participação no comércio global de 1,3% para 1,2%, queda de 0,8% da produção industrial em março (tendo caído 4,7% nos últimos 12 meses) e aumento do número de empresas inadimplentes em 1,8% no mês de abril. O volume de vendas no varejo ampliado (ou seja, que inclui a venda de automóveis e materiais de construção) caiu 1,6% em março em comparação com o mês anterior. Dentre os principais motivos para a menor atividade no setor estão as tarifas mais elevadas, crédito mais caro e a deterioração do mercado de trabalho. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, medida que estima a variação mensal do PIB, pode ter havido queda de 0,5% no Produto Interno Bruto em março. Na última semana, o Ibovespa teve desvalorização de 1,7%, causada principalmente por bancos que tiveram sua classificação de risco reduzida pela agência de classificação de risco Moody´s. Por isso, o investidor estrangeiro opera com aversão ao risco em relação ao Brasil. A queda só não foi maior por causa do resultado trimestral surpreendente da Petrobras, que lucrou R$ 5,33 bilhões, quando a expectativa era de R$ 2,50 bilhões, o que valorizou as ações da empresa em 2%. A presidente Dilma Rousseff anunciou nova fase do programa de concessões em obras de infraestrutura como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos. Além disso, o governo afirma que o corte no Orçamento Governamental deverá ser anunciado nesta quinta-feira (21). Ambas as medidas buscam recuperar a economia brasileira, que apresenta características recessivas. Nessa semana será divulgada a taxa de desemprego de abril e o Fluxo Cambial Estrangeiro. Post em parceria com Álex Mondl von Metzen, graduando em economia pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia
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Mundo EconômicoPANORAMA MUNDO Apesar de uma desvalorização acumulada de 0,47% do dólar no último mês, a moeda americana se valorizou 0,43% ante o real na última semana, fechando em R$ 2,9965. O dólar iniciou o mês em queda com a publicação dos índices do desempenho da economia americana, que vieram abaixo do previsto. O fato lançou dúvidas sobre a capacidade de o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevar a taxa básica de juros americana no segundo semestre, como se especulava. Com os juros não subindo, as empresas aumentaram a sua previsão de lucro, fato potencializado pelo aumento da competitividade internacional com o dólar mais barato. Como consequência, as ações das empresas se valorizaram, o que é refletido no aumento semanal de Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 em 0,5%, 0,9% e 0,3%, respectivamente. Entre os indicadores americanos que estão abaixo das expectativas do mercado estão a geração de empregos, as vendas no varejo, a confiança do consumidor, o PIB (Produto Interno Bruto) trimestral e a produção industrial (que caiu pelo quinto mês consecutivo). O petróleo barato ajudou no crescimento da zona do euro, que passou para 0,4%, acima dos 0,3% do período anterior. A estabilização dos retornos sobre títulos soberanos deu nova confiança aos investidores, assim como a promessa de Mario Draghi, presidente do BCE (Banco Central Europeu), de manter o programa de compra de ativos enquanto for necessário. O desempenho americano, porém, acabou anulando os ganhos e gerando perdas nas Bolsas europeias. Somado a isso, a valorização do euro ante o dólar encareceu as exportações europeias, piorando o desempenho de diversas empresas. Com isso, índices como o FTSE-100, da Inglaterra, o DAX, da Alemanha, e o CAC-40, da França, caíram 0,18%, 0,98% e 0,71%, respectivamente, na última sexta-feira (15). Após a vitória dos conservadores nas eleições britânicas, o Banco da Inglaterra decidiu manter as taxas de juros no valor mínimo histórico de 0,5%, aguardando uma recuperação da atividade econômica e da inflação para elevar a taxa. A Grécia continua a preocupar a zona do euro, principalmente por causa da possível insolvência do seu sistema bancário, que sofre com a fuga de capitais. A instabilidade fez com que a previsão de crescimento anual fosse reduzida de 2,5% para meros 0,5%. A alta na Bolsa japonesa de 0,64% nessa segunda-feira (18) foi explicada pelo bom desempenho das empresas que, na perspectiva de crescimento futuro, aumentaram a importação de máquinas em 2,9% no mês de março em relação a fevereiro. Além disso, as Bolsas também refletiram o crescimento do Japão no primeiro trimestre, que deve chegar a 1,6%. O baixo preço do minério de ferro, devido ao excesso de oferta, está levando ao fechamento de várias mineradoras chinesas com altos custos operacionais. Apesar do crescimento de 0,57% da produção industrial e de 0,74% das vendas no varejo em abril, um crescimento maior era esperado. Para conter a redução do crescimento econômico, o governo chinês planeja lançar um pacote com estímulos monetários e fiscais. A divulgação dos dados da economia chinesa abaixo das expectativas levou a uma queda na Bolsa de Xangai de 0,6%. Nessa semana será divulgado o IPC anual do Reino Unido e da zona do euro, além do PIB trimestral e do PMI industrial de maio da Alemanha. PANORAMA BRASIL Pelo quinto mês consecutivo o índice de confiança do comércio apresentou queda, dessa vez de 6,3% em relação ao mês anterior e de 22,1% frente ao mesmo mês do ano passado. O menor nível de confiança dos empresários pode ser explicado por dados negativos para a economia brasileira, como a redução da participação no comércio global de 1,3% para 1,2%, queda de 0,8% da produção industrial em março (tendo caído 4,7% nos últimos 12 meses) e aumento do número de empresas inadimplentes em 1,8% no mês de abril. O volume de vendas no varejo ampliado (ou seja, que inclui a venda de automóveis e materiais de construção) caiu 1,6% em março em comparação com o mês anterior. Dentre os principais motivos para a menor atividade no setor estão as tarifas mais elevadas, crédito mais caro e a deterioração do mercado de trabalho. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, medida que estima a variação mensal do PIB, pode ter havido queda de 0,5% no Produto Interno Bruto em março. Na última semana, o Ibovespa teve desvalorização de 1,7%, causada principalmente por bancos que tiveram sua classificação de risco reduzida pela agência de classificação de risco Moody´s. Por isso, o investidor estrangeiro opera com aversão ao risco em relação ao Brasil. A queda só não foi maior por causa do resultado trimestral surpreendente da Petrobras, que lucrou R$ 5,33 bilhões, quando a expectativa era de R$ 2,50 bilhões, o que valorizou as ações da empresa em 2%. A presidente Dilma Rousseff anunciou nova fase do programa de concessões em obras de infraestrutura como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos. Além disso, o governo afirma que o corte no Orçamento Governamental deverá ser anunciado nesta quinta-feira (21). Ambas as medidas buscam recuperar a economia brasileira, que apresenta características recessivas. Nessa semana será divulgada a taxa de desemprego de abril e o Fluxo Cambial Estrangeiro. Post em parceria com Álex Mondl von Metzen, graduando em economia pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia
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Palmeiras anuncia o atacante Keno, terceiro reforço para 2017
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Nesta terça-feira (20), o Palmeiras anunciou seu terceiro reforço para a próxima temporada. Trata-se do atacante Keno, 27, ex-Santa Cruz. Antes dele, o clube já havia confirmado a chegada dos meias Raphael Veiga, 21, ex-Coritiba, e Hyoran, 23, ex-Chapecoense. No Brasileiro, a despeito de ter sido rebaixado com a equipe do Santa Cruz, Keno dividiu o destaque ofensivo da equipe com Grafite e marcou dez gols no torneio. "Disputei a Libertadores do ano passado pelo Atlas [MEX] e será totalmente diferente agora que estou no Brasil, no campeão brasileiro. Será difícil, teremos muitos times pela frente para conseguir o objetivo, mas nada é impossível para quem quer ser campeão. O Palmeiras vai muito forte para essa batalha", disse o jogador, que assinou contrato de quatro anos. Veloz e habilidoso, Keno costuma atuar pelos lados do campo, e então deverá concorrer por oportunidades com Dudu, Erik, Róger Guedes e Rafael Marques.
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esporte
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Palmeiras anuncia o atacante Keno, terceiro reforço para 2017Nesta terça-feira (20), o Palmeiras anunciou seu terceiro reforço para a próxima temporada. Trata-se do atacante Keno, 27, ex-Santa Cruz. Antes dele, o clube já havia confirmado a chegada dos meias Raphael Veiga, 21, ex-Coritiba, e Hyoran, 23, ex-Chapecoense. No Brasileiro, a despeito de ter sido rebaixado com a equipe do Santa Cruz, Keno dividiu o destaque ofensivo da equipe com Grafite e marcou dez gols no torneio. "Disputei a Libertadores do ano passado pelo Atlas [MEX] e será totalmente diferente agora que estou no Brasil, no campeão brasileiro. Será difícil, teremos muitos times pela frente para conseguir o objetivo, mas nada é impossível para quem quer ser campeão. O Palmeiras vai muito forte para essa batalha", disse o jogador, que assinou contrato de quatro anos. Veloz e habilidoso, Keno costuma atuar pelos lados do campo, e então deverá concorrer por oportunidades com Dudu, Erik, Róger Guedes e Rafael Marques.
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Breve guia de oito textos para (tentar) entender a misteriosa Coreia do Norte
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Bomba de hidrogênio, sushi de ouriço, um monstro que se alimenta de ferro. E também um executivo suíço e duas americanas com veneno entre os dentes e sangue nos olhos. Quando se busca entender a Coreia do Norte –que anunciou nesta semana a explosão de uma suposta bomba H, é preciso se defrontar com todo tipo de artefatos bizarros e personagens que habitam as sombras. Sob o déspota Kim Jong-un, ninguém é o que diz ser, todos desconfiam de todos. Parece uma realidade paralela –e é. No mundo dos livros e dos textos on-line, difícil encontrar um retrato isento e definitivo do país. A ditadura impõe muitas restrições a quem tenta entendê-la. Estrangeiros são espionados o tempo todo. Mesmo os norte-coreanos não podem se mover livremente. Assim, relatos de altos funcionários ocidentais, em geral diplomatas, são enviesados porque eles quase nunca conseguem ver algo além da capital, Pyongyang, disparada a área mais próspera (ou menos miserável) do país. Necessário, também, considerar a parcialidade dos poucos jornalistas/escritores que conseguem entrar no país. Uma vez lá dentro, eles são tão vigiados que dificilmente acabam mudando as opiniões negativas de antes de viajar. Quando voltam, cospem fogo contra o reino eremita da dinastia Kim. Mas nem tudo são trevas. Aqui e ali, encontramos quem lance luzes sobre esse país tão isolado. Abaixo, uma seleção de livros e textos (alguns, infelizmente, em inglês) sobre aquela que talvez seja a nova pátria da bomba de fusão nuclear. NETFLIX A Netflix estreia "The Propaganda Game", do diretor espanhol Alvaro Longoria, segue uma equipe de filmagem em busca de como seria a vida real dos norte-coreanos em 2014. Tem algumas cenas memoráveis, mas acaba deixando mais perguntas que respostas. * OITO PASSEIOS preços em dólar da Amazon COMRADES AND STRANGERS AUTOR Michael Harrold EDITORA Wiley, 2004, 432 págs. QUANTO US$ 30,32 Em 1986, um inglês recém-formado responde a um anúncio de "procura-se tradutor". Quando vê, está trabalhando na Coreia do Norte, como revisor das versões em inglês dos textos da propaganda oficial. Paranoia, medo, delações. Harrold passou seis anos nesse esquema. KIM JONG-IL: NORTH KOREA'S DEAR LEADER AUTOR Michael Breen EDITORA Wiley, 2004, 200 págs. QUANTO US$ 8,99 Diversas bizarrices do regime de Kim Jong-il, pai do atual ditador, como sequestrar um diretor sul-coreano para que ele dirigisse o filme "Pulgasari", sobre um monstro assassino que se alimenta de ferro (o longa: youtu.be/eCKSR0JArUQ). VIVA O GRANDE LÍDER - UM REPÓRTER BRASILEIRO NA COREIA DO NORTE AUTOR Marcelo Abreu EDITORA Geração Ed., 2002, 235 págs. QUANTO R$ 24,90 Sem se identificar como repórter, Marcelo Abreu conseguiu viajar sem tanta vigilância do Estado. Mas não foi fácil fugir das situações de falsa harmonia montadas para estrangeiro ver. FUGA DO CAMPO 14 AUTOR Blaine Harden EDITORA Intrínseca, 2012, 232 págs. QUANTO R$ 29,90 Relato raríssimo de um fugitivo de um campo de trabalhos forçados para prisioneiros políticos. Recentemente, o coreano admitiu alguns exageros. NADA A INVEJAR AUTORA Barbara Demick EDITORA Cia. das Letras, 2013, 416 págs. QUANTO R$ 38,50 A imagem dominante no ocidente, dos norte-coreanos como zumbis desinformados e famélicos. Foi o primeiro a focar em pessoas comuns, que fugiram pela China. I WAS KIM JONG-IL'S COOK AUTOR Kenji Fujimoto Editado só em japonês; a história em inglês está aqui Kim Jong-il viu na TV um belo sushi de ovas de ouriço e mandou Fujimoto (que alega ter sido o "personal sushiman" do ex-ditador) voar até o Japão para trazer um igual. O chef não voltou. WITHOUT YOU, THERE'S NO US AUTOR Suki Kim EDITORA Broadway B., 2015, 320 págs QUANTO US$ 10,84 A sul-coreano-americana Suki Kim se inscreveu para ensinar na universidade que uma ONG cristã montava em Pyongyang. E foi aceita! Ela ama os alunos, de tão ingênuos. Mas também os odeia, por serem tão mentirosos. A CAPITALIST IN NORTH KOREA QUANTO Felix Abt EDITORA Tuttle, 2014, 320 págs. US$ 17,20 O suíço chefiava uma multinacional com negócios na Coreia do Norte. A empresa saiu, ele ficou e abriu uma fábrica de produtos farmacêuticos com o governo. Muito ativo em redes socais, desconfiado e brigão. ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR é chefe de redação e repórter do "Fantástico".
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ilustrada
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Breve guia de oito textos para (tentar) entender a misteriosa Coreia do NorteBomba de hidrogênio, sushi de ouriço, um monstro que se alimenta de ferro. E também um executivo suíço e duas americanas com veneno entre os dentes e sangue nos olhos. Quando se busca entender a Coreia do Norte –que anunciou nesta semana a explosão de uma suposta bomba H, é preciso se defrontar com todo tipo de artefatos bizarros e personagens que habitam as sombras. Sob o déspota Kim Jong-un, ninguém é o que diz ser, todos desconfiam de todos. Parece uma realidade paralela –e é. No mundo dos livros e dos textos on-line, difícil encontrar um retrato isento e definitivo do país. A ditadura impõe muitas restrições a quem tenta entendê-la. Estrangeiros são espionados o tempo todo. Mesmo os norte-coreanos não podem se mover livremente. Assim, relatos de altos funcionários ocidentais, em geral diplomatas, são enviesados porque eles quase nunca conseguem ver algo além da capital, Pyongyang, disparada a área mais próspera (ou menos miserável) do país. Necessário, também, considerar a parcialidade dos poucos jornalistas/escritores que conseguem entrar no país. Uma vez lá dentro, eles são tão vigiados que dificilmente acabam mudando as opiniões negativas de antes de viajar. Quando voltam, cospem fogo contra o reino eremita da dinastia Kim. Mas nem tudo são trevas. Aqui e ali, encontramos quem lance luzes sobre esse país tão isolado. Abaixo, uma seleção de livros e textos (alguns, infelizmente, em inglês) sobre aquela que talvez seja a nova pátria da bomba de fusão nuclear. NETFLIX A Netflix estreia "The Propaganda Game", do diretor espanhol Alvaro Longoria, segue uma equipe de filmagem em busca de como seria a vida real dos norte-coreanos em 2014. Tem algumas cenas memoráveis, mas acaba deixando mais perguntas que respostas. * OITO PASSEIOS preços em dólar da Amazon COMRADES AND STRANGERS AUTOR Michael Harrold EDITORA Wiley, 2004, 432 págs. QUANTO US$ 30,32 Em 1986, um inglês recém-formado responde a um anúncio de "procura-se tradutor". Quando vê, está trabalhando na Coreia do Norte, como revisor das versões em inglês dos textos da propaganda oficial. Paranoia, medo, delações. Harrold passou seis anos nesse esquema. KIM JONG-IL: NORTH KOREA'S DEAR LEADER AUTOR Michael Breen EDITORA Wiley, 2004, 200 págs. QUANTO US$ 8,99 Diversas bizarrices do regime de Kim Jong-il, pai do atual ditador, como sequestrar um diretor sul-coreano para que ele dirigisse o filme "Pulgasari", sobre um monstro assassino que se alimenta de ferro (o longa: youtu.be/eCKSR0JArUQ). VIVA O GRANDE LÍDER - UM REPÓRTER BRASILEIRO NA COREIA DO NORTE AUTOR Marcelo Abreu EDITORA Geração Ed., 2002, 235 págs. QUANTO R$ 24,90 Sem se identificar como repórter, Marcelo Abreu conseguiu viajar sem tanta vigilância do Estado. Mas não foi fácil fugir das situações de falsa harmonia montadas para estrangeiro ver. FUGA DO CAMPO 14 AUTOR Blaine Harden EDITORA Intrínseca, 2012, 232 págs. QUANTO R$ 29,90 Relato raríssimo de um fugitivo de um campo de trabalhos forçados para prisioneiros políticos. Recentemente, o coreano admitiu alguns exageros. NADA A INVEJAR AUTORA Barbara Demick EDITORA Cia. das Letras, 2013, 416 págs. QUANTO R$ 38,50 A imagem dominante no ocidente, dos norte-coreanos como zumbis desinformados e famélicos. Foi o primeiro a focar em pessoas comuns, que fugiram pela China. I WAS KIM JONG-IL'S COOK AUTOR Kenji Fujimoto Editado só em japonês; a história em inglês está aqui Kim Jong-il viu na TV um belo sushi de ovas de ouriço e mandou Fujimoto (que alega ter sido o "personal sushiman" do ex-ditador) voar até o Japão para trazer um igual. O chef não voltou. WITHOUT YOU, THERE'S NO US AUTOR Suki Kim EDITORA Broadway B., 2015, 320 págs QUANTO US$ 10,84 A sul-coreano-americana Suki Kim se inscreveu para ensinar na universidade que uma ONG cristã montava em Pyongyang. E foi aceita! Ela ama os alunos, de tão ingênuos. Mas também os odeia, por serem tão mentirosos. A CAPITALIST IN NORTH KOREA QUANTO Felix Abt EDITORA Tuttle, 2014, 320 págs. US$ 17,20 O suíço chefiava uma multinacional com negócios na Coreia do Norte. A empresa saiu, ele ficou e abriu uma fábrica de produtos farmacêuticos com o governo. Muito ativo em redes socais, desconfiado e brigão. ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR é chefe de redação e repórter do "Fantástico".
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Em clima de campanha, Lula critica 'pessimismo' da imprensa
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Recebido como celebridade no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (13) que os jovens brasileiros estão sem perspectivas e criticou o que chamou de pessimismo da imprensa brasileira. "Quando sai da faculdade, o jovem já não consegue o emprego que sonhava. Aí liga a TV e só vê desgraça, corrupção. Não tem uma notícia boa", afirmou. Segundo Lula, esse pessimismo acaba afastando os jovens da política. "Precisamos criar uma corrente de notícias boas", pediu. "Não estou dizendo que as coisas estão maravilhosas, mas não estão tão ruins como eles [a mídia] falam". O ex-presidente discursou em um evento voltado para a militância jovem dos movimentos sociais de esquerda e recebeu tratamento de popstar. Quando chegou, foi cercado por dezenas de pessoas que gritavam seu nome e pediam para tirar fotos. Em sua fala, o deputado Vicentinho (PT-SP) comparou-o a Nelson Mandela e Martin Luther King, dizendo que Lula é hoje a maior liderança dos trabalhadores no mundo. Ao menos três pessoas que discursaram pediram que Lula se candidate à Presidência em 2018. Dilma foi citada três vezes durante o debate, duas pelo próprio Lula. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que promove uma polêmica reorganização nas escolas do Estado, foram duramente criticados por quem passou pelo palco. Lula, porém, não fez críticas diretas a nenhum político.
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Em clima de campanha, Lula critica 'pessimismo' da imprensaRecebido como celebridade no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (13) que os jovens brasileiros estão sem perspectivas e criticou o que chamou de pessimismo da imprensa brasileira. "Quando sai da faculdade, o jovem já não consegue o emprego que sonhava. Aí liga a TV e só vê desgraça, corrupção. Não tem uma notícia boa", afirmou. Segundo Lula, esse pessimismo acaba afastando os jovens da política. "Precisamos criar uma corrente de notícias boas", pediu. "Não estou dizendo que as coisas estão maravilhosas, mas não estão tão ruins como eles [a mídia] falam". O ex-presidente discursou em um evento voltado para a militância jovem dos movimentos sociais de esquerda e recebeu tratamento de popstar. Quando chegou, foi cercado por dezenas de pessoas que gritavam seu nome e pediam para tirar fotos. Em sua fala, o deputado Vicentinho (PT-SP) comparou-o a Nelson Mandela e Martin Luther King, dizendo que Lula é hoje a maior liderança dos trabalhadores no mundo. Ao menos três pessoas que discursaram pediram que Lula se candidate à Presidência em 2018. Dilma foi citada três vezes durante o debate, duas pelo próprio Lula. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que promove uma polêmica reorganização nas escolas do Estado, foram duramente criticados por quem passou pelo palco. Lula, porém, não fez críticas diretas a nenhum político.
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Ataíde diz que negociação de Boschilia está no início e não vê atrito com Aidar
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O vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerrero, confirmou o interesse do Monaco, da França, no meia-atacante Boschilia, 19. No entanto, o dirigente negou que a negociação esteja concluída. "Existe uma negociação, mas ainda está no início. Existe uma diferença muito grande entre o que o São Paulo deseja e o Monaco quer pagar. [A negociação] pode demorar ou não", disse o vice-presidente do São Paulo. Ataíde revelou que a negociação já se arrasta há algum tempo e foi vazada por algum membro da diretoria são-paulina. O dirigente também negou qualquer problema com o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, sobre o veto a chegada do zagueiro Lugano. O mandatário são-paulino queria a contratação do jogador, mas foi voto vencido. Além de Ataíde, o treinador Osorio vetou a contratação. De acordo com o técnico, o São Paulo necessita da contratação de um zagueiro canhoto, já que possui cinco jogadores da posição que são destros. "Não existe problema. Ele conversou comigo e expliquei a situação. Estamos falando a mesma língua sim. Estamos com muitos zagueiros destro no elenco", completou.
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Ataíde diz que negociação de Boschilia está no início e não vê atrito com AidarO vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerrero, confirmou o interesse do Monaco, da França, no meia-atacante Boschilia, 19. No entanto, o dirigente negou que a negociação esteja concluída. "Existe uma negociação, mas ainda está no início. Existe uma diferença muito grande entre o que o São Paulo deseja e o Monaco quer pagar. [A negociação] pode demorar ou não", disse o vice-presidente do São Paulo. Ataíde revelou que a negociação já se arrasta há algum tempo e foi vazada por algum membro da diretoria são-paulina. O dirigente também negou qualquer problema com o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, sobre o veto a chegada do zagueiro Lugano. O mandatário são-paulino queria a contratação do jogador, mas foi voto vencido. Além de Ataíde, o treinador Osorio vetou a contratação. De acordo com o técnico, o São Paulo necessita da contratação de um zagueiro canhoto, já que possui cinco jogadores da posição que são destros. "Não existe problema. Ele conversou comigo e expliquei a situação. Estamos falando a mesma língua sim. Estamos com muitos zagueiros destro no elenco", completou.
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Bauza se diz preocupado com situação física do São Paulo após derrota
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Edgardo Bauza, técnico do São Paulo, está preocupado. Não com a derrota deste domingo (22) para o Internacional, no Morumbi, mas com o condicionamento físico de seus jogadores para o futuro. Para enfrentar o Coritiba na quarta (25), por exemplo, ele deve perder o volante Hudson, que sentiu uma lesão na coxa esquerda, e Calleri, que tem dores. Segundo Bauza, culpa do esforço gigantesco feito pelos seus atletas para chegar até a semifinal da Libertadores. "No jogo de hoje [contra o Inter]. o Hudson terminou o jogo mancando, machucado. Outros estavam cansados, pelo esforço que fizeram no jogo de quarta. Por jogar a Libertadores, tivemos mais partidas que os nossos adversários do Brasileiro. Preocupa, mas é um tema que já tratei", disse Bauza. Na derrota para o Inter, Bauza já havia perdido Thiago Mendes e Michel Bastos, também machucados. Soma-se o fato de ter perdido Rodrigo Caio e Mena para a Copa América do Centenário – o primeiro pelo Brasil, o segundo no Chile –, ele pode ter problemas para escalar a equipe no futuro. "Mas digo que o time esteve corajoso hoje, não se poupou e nem demonstrou desânimo. Fizemos um ótimo segundo tempo, avalio que o time jogou bem", disse Bauza. Antes do jogo, o presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, disse que o treinador teria que explicar sobre declaração que deu à imprensa argentina, de que o São Paulo negocia a contratação de um brasileiro que atua fora do Brasil. "Não sabemos de negociação", disse Leco. "Não vou falar nomes de contratação, não seria ético", limitou-se a dizer Bauza.
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Bauza se diz preocupado com situação física do São Paulo após derrotaEdgardo Bauza, técnico do São Paulo, está preocupado. Não com a derrota deste domingo (22) para o Internacional, no Morumbi, mas com o condicionamento físico de seus jogadores para o futuro. Para enfrentar o Coritiba na quarta (25), por exemplo, ele deve perder o volante Hudson, que sentiu uma lesão na coxa esquerda, e Calleri, que tem dores. Segundo Bauza, culpa do esforço gigantesco feito pelos seus atletas para chegar até a semifinal da Libertadores. "No jogo de hoje [contra o Inter]. o Hudson terminou o jogo mancando, machucado. Outros estavam cansados, pelo esforço que fizeram no jogo de quarta. Por jogar a Libertadores, tivemos mais partidas que os nossos adversários do Brasileiro. Preocupa, mas é um tema que já tratei", disse Bauza. Na derrota para o Inter, Bauza já havia perdido Thiago Mendes e Michel Bastos, também machucados. Soma-se o fato de ter perdido Rodrigo Caio e Mena para a Copa América do Centenário – o primeiro pelo Brasil, o segundo no Chile –, ele pode ter problemas para escalar a equipe no futuro. "Mas digo que o time esteve corajoso hoje, não se poupou e nem demonstrou desânimo. Fizemos um ótimo segundo tempo, avalio que o time jogou bem", disse Bauza. Antes do jogo, o presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, disse que o treinador teria que explicar sobre declaração que deu à imprensa argentina, de que o São Paulo negocia a contratação de um brasileiro que atua fora do Brasil. "Não sabemos de negociação", disse Leco. "Não vou falar nomes de contratação, não seria ético", limitou-se a dizer Bauza.
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Se promotores e PF querem mudar a República, que façam política, diz Lula
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Em seu discurso de despedida depois de uma viagem de três dias percorrendo Bahia e Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu críticas à atuação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Lava Jato e foi ovacionado por militantes na noite desta quarta-feira (13), no Recife. "Se algum representante do Ministério Público, que é uma instituição séria que eu respeito, quiser mudar a República, é melhor deixar o cargo e se candidatar a deputado ou senador e fazer política. Se algum policial federal quer mudar a República, é melhor fazer política", disse. Neste ano, Lula chegou a ser conduzido coercitivamente por agentes da PF para depoimento em São Paulo em um desdobramento da Operação Lava Jato. Na terça (12), em Petrolina (PE), o petista já havia se queixado do episódio em uma entrevista à "Rádio Jornal". Para o ex-presidente, desde dezembro de 2014 há uma criminalização do PT. Segundo ele, trata-se de uma represália por ser o seu partido o responsável pelas investigações de corrupção no país. "Foi o PT quem tirou o tapete que encobria a corrupção nesse país. Foi o PT que investiu na Polícia Federal. Foi no governo do PT que o presidente deixou de escolher o procurador geral da república dando autonomia. É isso que eles não aceitam", afirmou. DISCURSO INFLAMADO No último discurso do périplo pelo Nordeste, Lula apresentou uma fala inflamada, ao contrário do ato realizado pela manhã em Caruaru. O público também mais empolgado na capital pernambucana interrompia o petista com palavras de ordem e aplausos a cada ataque aos defensores do impeachment. Nem a chuva forte que caiu durante discurso foi capaz de dispersar a multidão. Além do presidente interino Michel Temer e do deputado Eduardo Cunha, ambos do PMDB, Lula disparou críticas contra a imprensa, a quem acusou de fazer "conluio com a Câmara Federal" para afastar a presidente Dilma Rousseff. "Será que não é possível fazer investigação sem condenar a partir de manchete de jornal? Sem ter que vender manchete para jornal?", questionou aos gritos. E voltou a listar feitos que atribuiu ao seu governo, como o combate à miséria, maior acesso ao ensino superior e o programa Luz para Todos. CARAVANA Desde a última segunda-feira (4), o ex-presidente vem realizando uma série de atos em cidades nordestina, em busca de apoio à presidente afastada Dilma Rousseff. Em todos, fez questão de ser acompanhado por políticos locais. Tanto na Bahia quanto em Pernambuco, foram escolhidas cidades estratégicas do ponto de vista político e econômico da região, como Juazeiro (PE), Petrolina (PE) e Caruauru (PE), esta na região de sua cidade-natal, Garanhuns. Os atos reuniram majoritariamente militantes ligados a algum tipo de sindicato ou movimentos sociais. Lula sustentou a tese do golpe, repetindo a palavra incansavelmente a cada ato, e se disse vítima de perseguição das elites. Críticas direcionadas a Temer e Cunha, antigos aliados, também foram corriqueiras. Em nenhuma das quatro cidades, percorridas em três dias, o ex-presidente se deparou com protestos contrários a ele e a Dilma.
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poder
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Se promotores e PF querem mudar a República, que façam política, diz LulaEm seu discurso de despedida depois de uma viagem de três dias percorrendo Bahia e Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu críticas à atuação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Lava Jato e foi ovacionado por militantes na noite desta quarta-feira (13), no Recife. "Se algum representante do Ministério Público, que é uma instituição séria que eu respeito, quiser mudar a República, é melhor deixar o cargo e se candidatar a deputado ou senador e fazer política. Se algum policial federal quer mudar a República, é melhor fazer política", disse. Neste ano, Lula chegou a ser conduzido coercitivamente por agentes da PF para depoimento em São Paulo em um desdobramento da Operação Lava Jato. Na terça (12), em Petrolina (PE), o petista já havia se queixado do episódio em uma entrevista à "Rádio Jornal". Para o ex-presidente, desde dezembro de 2014 há uma criminalização do PT. Segundo ele, trata-se de uma represália por ser o seu partido o responsável pelas investigações de corrupção no país. "Foi o PT quem tirou o tapete que encobria a corrupção nesse país. Foi o PT que investiu na Polícia Federal. Foi no governo do PT que o presidente deixou de escolher o procurador geral da república dando autonomia. É isso que eles não aceitam", afirmou. DISCURSO INFLAMADO No último discurso do périplo pelo Nordeste, Lula apresentou uma fala inflamada, ao contrário do ato realizado pela manhã em Caruaru. O público também mais empolgado na capital pernambucana interrompia o petista com palavras de ordem e aplausos a cada ataque aos defensores do impeachment. Nem a chuva forte que caiu durante discurso foi capaz de dispersar a multidão. Além do presidente interino Michel Temer e do deputado Eduardo Cunha, ambos do PMDB, Lula disparou críticas contra a imprensa, a quem acusou de fazer "conluio com a Câmara Federal" para afastar a presidente Dilma Rousseff. "Será que não é possível fazer investigação sem condenar a partir de manchete de jornal? Sem ter que vender manchete para jornal?", questionou aos gritos. E voltou a listar feitos que atribuiu ao seu governo, como o combate à miséria, maior acesso ao ensino superior e o programa Luz para Todos. CARAVANA Desde a última segunda-feira (4), o ex-presidente vem realizando uma série de atos em cidades nordestina, em busca de apoio à presidente afastada Dilma Rousseff. Em todos, fez questão de ser acompanhado por políticos locais. Tanto na Bahia quanto em Pernambuco, foram escolhidas cidades estratégicas do ponto de vista político e econômico da região, como Juazeiro (PE), Petrolina (PE) e Caruauru (PE), esta na região de sua cidade-natal, Garanhuns. Os atos reuniram majoritariamente militantes ligados a algum tipo de sindicato ou movimentos sociais. Lula sustentou a tese do golpe, repetindo a palavra incansavelmente a cada ato, e se disse vítima de perseguição das elites. Críticas direcionadas a Temer e Cunha, antigos aliados, também foram corriqueiras. Em nenhuma das quatro cidades, percorridas em três dias, o ex-presidente se deparou com protestos contrários a ele e a Dilma.
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Lula diz que pode ser candidato em 2018 para preservar programas sociais
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a possibilidade de ser candidato à sucessão presidencial em 2018 para "evitar a destruição das políticas de inclusão social". Em entrevista à televisão venezuelana Telesur, o petista ponderou, contudo, que não gostaria de se ver candidato e que trabalha para construir a candidatura de uma pessoa mais nova que ele, que tem 70 anos. "Eu trabalho com a ideia de que possamos construir a possibilidade de uma outra candidatura, de ter uma pessoa mais nova que não foi presidente. Eu já fui presidente, não preciso ser presidente outra vez", disse. "A única possibilidade que tem de eu voltar é evitar a destruição das políticas de inclusão social que nós fizemos neste país", acrescentou. O petista acusou na entrevista Michel Temer de atuar como se fosse presidente definitivo e disse que o governo interino "virará as costas para a América do Sul" e não quer "enxergar os BRICs". "Ele começa a agir como se já tivesse sido votado o impeachment e ele não foi votado ainda. O novo governo já está mudando tudo como se ele já estivesse definitivamente no posto", criticou. Segundo Lula, o discurso feito pelo ministro José Serra (Relações Exteriores) em sua cerimônia de posse é o da "elite brasileira" e de quem "não gosta de pobre, de negro ou de tratar os do andar de baixo com igualdade de posição". "Eles estão colocando em prática o que sempre fizeram e acreditaram", disse. "O Brasil está voltando àquela ideia que o Chico Buarque falou: o Brasil está voltando a falar fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia", acrescentou. Ele também avaliou como um "equívoco" o governo interino ter revogado a contratação de até 11.250 moradias do Minha Casa, Minha Vida, medida realizada no apagar das luzes da gestão Dilma Rousseff. "Foi um equívoco histórico e eles pagarão o preço", disse. O petista avaliou que o país vive atualmente um momento "muito delicado" e que a democracia foi ferida "quase mortalmente". Para ele, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ainda pode ser revertido no Senado Federal diante da gestão interina de Michel temer. "Eu acho que é possível convencer os senadores", disse. "Inclusive com alguns arrependidos com o que o Michel Temer fez na Presidência da República", disse.
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Lula diz que pode ser candidato em 2018 para preservar programas sociaisO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a possibilidade de ser candidato à sucessão presidencial em 2018 para "evitar a destruição das políticas de inclusão social". Em entrevista à televisão venezuelana Telesur, o petista ponderou, contudo, que não gostaria de se ver candidato e que trabalha para construir a candidatura de uma pessoa mais nova que ele, que tem 70 anos. "Eu trabalho com a ideia de que possamos construir a possibilidade de uma outra candidatura, de ter uma pessoa mais nova que não foi presidente. Eu já fui presidente, não preciso ser presidente outra vez", disse. "A única possibilidade que tem de eu voltar é evitar a destruição das políticas de inclusão social que nós fizemos neste país", acrescentou. O petista acusou na entrevista Michel Temer de atuar como se fosse presidente definitivo e disse que o governo interino "virará as costas para a América do Sul" e não quer "enxergar os BRICs". "Ele começa a agir como se já tivesse sido votado o impeachment e ele não foi votado ainda. O novo governo já está mudando tudo como se ele já estivesse definitivamente no posto", criticou. Segundo Lula, o discurso feito pelo ministro José Serra (Relações Exteriores) em sua cerimônia de posse é o da "elite brasileira" e de quem "não gosta de pobre, de negro ou de tratar os do andar de baixo com igualdade de posição". "Eles estão colocando em prática o que sempre fizeram e acreditaram", disse. "O Brasil está voltando àquela ideia que o Chico Buarque falou: o Brasil está voltando a falar fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia", acrescentou. Ele também avaliou como um "equívoco" o governo interino ter revogado a contratação de até 11.250 moradias do Minha Casa, Minha Vida, medida realizada no apagar das luzes da gestão Dilma Rousseff. "Foi um equívoco histórico e eles pagarão o preço", disse. O petista avaliou que o país vive atualmente um momento "muito delicado" e que a democracia foi ferida "quase mortalmente". Para ele, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ainda pode ser revertido no Senado Federal diante da gestão interina de Michel temer. "Eu acho que é possível convencer os senadores", disse. "Inclusive com alguns arrependidos com o que o Michel Temer fez na Presidência da República", disse.
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Promotoria irá manter apuração sobre acidente que matou filho de Alckmin
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O Ministério Público de São Paulo irá manter investigação para apontar as causas do acidente de helicóptero que matou o filho do governador Geraldo Alckmin e mais quatro pessoas em Carapicuíba, na Grande SP, em abril de 2015. Relatório conclusivo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão vinculado à Aeronáutica que apura acidentes aéreos, divulgado no último dia 13, apontou que a queda foi causada por falha em componentes que estavam desconectados. A promotoria de Carapicuíba, porém, discorda dessa conclusão. De acordo com a promotora Sandra Reimberg, responsável pelo caso, o principal elemento que levou à discordância foi a interpretação de um vídeo feito pela Airbus, fabricante da aeronave, que simulou as condições do voo no momento do acidente. Gravada em francês, a simulação não levou em conta, por exemplo, a pressão hidráulica do motor. "Eles simularam as manobras com pressão a 30 bar, quando a aeronave registrava 140 bar no momento que perdeu sustentação", disse ela em referência à unidade usada para medir pressão. "Me parece que eles estão chegando a uma conclusão a partir de informações imprecisas do fabricante", completou. A promotora também discorda da versão do Cenipa que atribuiu a queda ao fato de os controles flexíveis (ball type) e alavancas (bellcranck), fundamentais para o piloto controlar a aeronave em voo, estarem desconectados antes da decolagem. "A aeronave teve o motor ligado e desligado oito vezes naquele dia. Se esses componentes estivessem desconectados, o motor nem poderia ter sido acionado tantas vezes." A investigação do MP irá solicitar perícia nas pás da aeronave que se quebraram durante o voo. Segundo a promotora, as pás haviam retornado da manutenção feita pela empresa Helibrás, localizada em Itajubá (MG), no dia do acidente. Além disso, a promotora esclareceu que o relatório do Cenipa não pode ser usado como meio de prova na investigação comandada pelo MP desde outubro de 2016. "Temos um corpo de técnicos próprio que está analisando todos os elementos." ACIDENTE O piloto Thomaz Alckmin participava de um voo de testes na aeronave a partir de um heliponto em Carapicuíba quando ocorreu o acidente minutos depois da decolagem. O helicóptero caiu sobre uma residência dentro de um condomínio localizado em área nobre do município, na estrada da Fazendinha. O filho do governador, morreram no acidente o piloto Carlos Haroldo Isquerdo, 53, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, 42, Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34. O relatório da Polícia Civil, concluído no final do ano passado, apontava "negligência e imperícia por parte dos técnicos envolvidos na manutenção" e chegou a indiciar cinco pessoas, por homicídio culposo qualificado, homicídio culposo qualificado em coautoria, falso testemunho e alteração de imagens. Na ocasião, o Ministério Público também refutou a conclusão da polícia e obteve aval da Justiça para continuar apurando o acidente por conta própria, suspendendo também os indiciamentos. Segundo a Promotoria, o perito da polícia não teria qualificação técnica.
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cotidiano
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Promotoria irá manter apuração sobre acidente que matou filho de AlckminO Ministério Público de São Paulo irá manter investigação para apontar as causas do acidente de helicóptero que matou o filho do governador Geraldo Alckmin e mais quatro pessoas em Carapicuíba, na Grande SP, em abril de 2015. Relatório conclusivo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão vinculado à Aeronáutica que apura acidentes aéreos, divulgado no último dia 13, apontou que a queda foi causada por falha em componentes que estavam desconectados. A promotoria de Carapicuíba, porém, discorda dessa conclusão. De acordo com a promotora Sandra Reimberg, responsável pelo caso, o principal elemento que levou à discordância foi a interpretação de um vídeo feito pela Airbus, fabricante da aeronave, que simulou as condições do voo no momento do acidente. Gravada em francês, a simulação não levou em conta, por exemplo, a pressão hidráulica do motor. "Eles simularam as manobras com pressão a 30 bar, quando a aeronave registrava 140 bar no momento que perdeu sustentação", disse ela em referência à unidade usada para medir pressão. "Me parece que eles estão chegando a uma conclusão a partir de informações imprecisas do fabricante", completou. A promotora também discorda da versão do Cenipa que atribuiu a queda ao fato de os controles flexíveis (ball type) e alavancas (bellcranck), fundamentais para o piloto controlar a aeronave em voo, estarem desconectados antes da decolagem. "A aeronave teve o motor ligado e desligado oito vezes naquele dia. Se esses componentes estivessem desconectados, o motor nem poderia ter sido acionado tantas vezes." A investigação do MP irá solicitar perícia nas pás da aeronave que se quebraram durante o voo. Segundo a promotora, as pás haviam retornado da manutenção feita pela empresa Helibrás, localizada em Itajubá (MG), no dia do acidente. Além disso, a promotora esclareceu que o relatório do Cenipa não pode ser usado como meio de prova na investigação comandada pelo MP desde outubro de 2016. "Temos um corpo de técnicos próprio que está analisando todos os elementos." ACIDENTE O piloto Thomaz Alckmin participava de um voo de testes na aeronave a partir de um heliponto em Carapicuíba quando ocorreu o acidente minutos depois da decolagem. O helicóptero caiu sobre uma residência dentro de um condomínio localizado em área nobre do município, na estrada da Fazendinha. O filho do governador, morreram no acidente o piloto Carlos Haroldo Isquerdo, 53, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, 42, Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34. O relatório da Polícia Civil, concluído no final do ano passado, apontava "negligência e imperícia por parte dos técnicos envolvidos na manutenção" e chegou a indiciar cinco pessoas, por homicídio culposo qualificado, homicídio culposo qualificado em coautoria, falso testemunho e alteração de imagens. Na ocasião, o Ministério Público também refutou a conclusão da polícia e obteve aval da Justiça para continuar apurando o acidente por conta própria, suspendendo também os indiciamentos. Segundo a Promotoria, o perito da polícia não teria qualificação técnica.
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Ato em solidariedade às vítimas de atentado em Paris reúne 200 em SP
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Franceses residentes no Brasil e brasileiros solidários às vítimas da tragédia na França fizeram um ato no vão do Masp. Cerca de 200 pessoas se reuniram após os organizadores convocarem o ato no Facebook. De acordo com um membro do consulado francês, o ato se deu de forma espontânea e o clima era de muita emoção entre os presentes. Algumas pessoas acenderam velas e depois foi cantado o hino francês, relata o fotógrafo da Folha Eduardo Anizelli. Muitos dos presentes seguravam cartazes com a inscrição "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie), que se tornou um dos símbolos dos protestos contra o atentado e virou trending topic do Twitter. No Rio de Janeiro, cerca de 200 pessoas se reuniram no Largo do Machado exibindo cartazes com a inscrição "Somos todos Charlie".
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mundo
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Ato em solidariedade às vítimas de atentado em Paris reúne 200 em SPFranceses residentes no Brasil e brasileiros solidários às vítimas da tragédia na França fizeram um ato no vão do Masp. Cerca de 200 pessoas se reuniram após os organizadores convocarem o ato no Facebook. De acordo com um membro do consulado francês, o ato se deu de forma espontânea e o clima era de muita emoção entre os presentes. Algumas pessoas acenderam velas e depois foi cantado o hino francês, relata o fotógrafo da Folha Eduardo Anizelli. Muitos dos presentes seguravam cartazes com a inscrição "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie), que se tornou um dos símbolos dos protestos contra o atentado e virou trending topic do Twitter. No Rio de Janeiro, cerca de 200 pessoas se reuniram no Largo do Machado exibindo cartazes com a inscrição "Somos todos Charlie".
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Após brigas entre torcidas, Paysandu é denunciado por homofobia no STJD
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O Paysandu será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por conta de uma briga entre torcidas que teria sido provocada por conta de um ato de homofobia de uma delas. A confusão aconteceu no jogo do dia 30 de junho, contra o Luverdense, no estádio da Curuzu. Segundo o STJD, "integrantes da torcidas organizada do Paysandu, a Terror Bicolor, teriam agredido integrantes da torcida Banda Alma Celeste, organizada que se manifestou a favor da causa LGBT e que aboliu o grito de 'bicha', além de estender a bandeira LGBT nas arquibancadas". A Procuradoria destacou que as agressões foram represálias e tiveram como motivação atos discriminatórios por conta do posicionamento da Alma Celeste. Desta forma, o clube responderá ao artigo 243-G (praticar ato discriminatório), o que pode lhe render a perda de um mando de campo, a perda de três pontos e mais multa (R$ 100 a R$ 100 mil). Além disso, o Paysandu foi enquadrado no artigo 213, inciso I, parágrafo 1º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva por não garantir a prevenção ou repressão das desordens. Pelo descumprimento do artigo, o clube paraense pode ser multado entre R$ 100 e R$ 100 mil e punido com perda de até 10 mandos de campo. O processo está na pauta da Terceira Comissão Disciplinar agendada para a próxima quarta-feira, dia 19 de julho, a partir das 15h. Já ciente da denúncia, o Paysandu publicou nota dizendo que o departamento jurídico já começou a preparar a defesa para o julgamento e que tem certeza que irá provar que não é um clube homofóbico. "A Diretoria Jurídica já começou a preparar a defesa do clube. O advogado Osvaldo Sestário e um dos advogados integrantes da Diretoria Jurídica do Paysandu farão a defesa do clube. A Diretoria Jurídica trabalha com tranquilidade e certeza de que irá provar que o Paysandu não é um clube homofóbico e que presta total apoio a manifestações de combate a todo e qualquer tipo de preconceito", diz. Por não relatar as ocorrências na súmula, o árbitro Jean Pierre foi também denunciado no artigo 266 e corre risco de suspensão por 30 a 360 dias, além de uma multa entre R$ 100 e R$ 1 mil.
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esporte
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Após brigas entre torcidas, Paysandu é denunciado por homofobia no STJDO Paysandu será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por conta de uma briga entre torcidas que teria sido provocada por conta de um ato de homofobia de uma delas. A confusão aconteceu no jogo do dia 30 de junho, contra o Luverdense, no estádio da Curuzu. Segundo o STJD, "integrantes da torcidas organizada do Paysandu, a Terror Bicolor, teriam agredido integrantes da torcida Banda Alma Celeste, organizada que se manifestou a favor da causa LGBT e que aboliu o grito de 'bicha', além de estender a bandeira LGBT nas arquibancadas". A Procuradoria destacou que as agressões foram represálias e tiveram como motivação atos discriminatórios por conta do posicionamento da Alma Celeste. Desta forma, o clube responderá ao artigo 243-G (praticar ato discriminatório), o que pode lhe render a perda de um mando de campo, a perda de três pontos e mais multa (R$ 100 a R$ 100 mil). Além disso, o Paysandu foi enquadrado no artigo 213, inciso I, parágrafo 1º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva por não garantir a prevenção ou repressão das desordens. Pelo descumprimento do artigo, o clube paraense pode ser multado entre R$ 100 e R$ 100 mil e punido com perda de até 10 mandos de campo. O processo está na pauta da Terceira Comissão Disciplinar agendada para a próxima quarta-feira, dia 19 de julho, a partir das 15h. Já ciente da denúncia, o Paysandu publicou nota dizendo que o departamento jurídico já começou a preparar a defesa para o julgamento e que tem certeza que irá provar que não é um clube homofóbico. "A Diretoria Jurídica já começou a preparar a defesa do clube. O advogado Osvaldo Sestário e um dos advogados integrantes da Diretoria Jurídica do Paysandu farão a defesa do clube. A Diretoria Jurídica trabalha com tranquilidade e certeza de que irá provar que o Paysandu não é um clube homofóbico e que presta total apoio a manifestações de combate a todo e qualquer tipo de preconceito", diz. Por não relatar as ocorrências na súmula, o árbitro Jean Pierre foi também denunciado no artigo 266 e corre risco de suspensão por 30 a 360 dias, além de uma multa entre R$ 100 e R$ 1 mil.
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Livro aborda o amor nas letras de Paulinho da Viola à luz da filosofia
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Eliete Eça Negreiros não se divide entre música e filosofia, mas soma as duas áreas em que atua. A cantora, 64, nome de destaque no grupo da vanguarda paulistana (Arrigo Barnabé e outros que despontaram nos anos 1980), está lançando o livro "Paulinho da Viola e o Elogio do Amor", adaptação da tese de doutorado que defendeu na USP. Sua dissertação de mestrado, "Ensaiando a Canção: Paulinho da Viola e Outros Escritos", editada em 2011, também foi sobre o artista, que completou 74 anos no último sábado, 12 de novembro. "Ouço Paulinho desde a adolescência. Aprendi muito sobre a vida ouvindo suas canções. Ele me apresentou a filosofia de um modo simples, direto e belo", diz ela. "Fiquei buscando um elo entre o samba e a filosofia até descobrir que eu já tinha esse elo." No novo trabalho, Negreiros analisa a forte presença do amor na obra de Paulinho filiando suas letras (e as de seus parceiros) à "tradição ocidental", de Platão e Aristóteles a Sigmund Freud e Walter Benjamin. "Mesmo no disco mais triste de Paulinho, que é 'Nervos de Aço' (1973), não há melodrama nas letras", ressalta ela. "Há dor, tristeza, luto, mas nunca um transbordamento da emoção. Existe delicadeza, elegância, uma aceitação do sofrimento como parte da vida e um reconhecimento do desejo do outro." No livro, Negreiros apresenta essas conclusões iluminando versos que, de tão cantados, parecem ter perdido parte de sua força original. Assim, "Coisas do Mundo, Minha Nega", "Nada de Novo", "Para Ver as Meninas", "Coração Leviano" e outros sucessos do compositor têm seus significados realçados. ALMA DO SAMBISTA Um dos aspectos estudados é o papel do samba como tema e interlocutor. Segundo a autora, é como se o samba fosse "a alma do sambista". "Paulinho conversa com sua criação, acho isso maravilhoso", diz, e cita exemplos: "Às vezes ele reclama da vida: 'Ah! Meu samba, tudo se transformou/ Nem as cordas do meu pinho/ Podem mais amenizar a dor' ['Tudo se Transformou'], e aí o samba é amigo, confidente." Outras vezes, "reclama da indiferença do samba: 'Meu samba não se importa que eu esteja numa/ De andar roendo as unhas pela madrugada' ['Roendo as Unhas']. Às vezes ele conta o que aconteceu com seu samba: 'Meu samba andou parado até você aparecer' ['Num Samba Curto']." O artista, que aprovou o livro anterior, ainda não comentou a nova publicação. * "Na canção, a ideia de uma pele ferida é especialmente esclarecedora para a caracterização do estado melancólico, pois a ferida é precisamente a marca, o vestígio de algo que, embora tenha passado, ainda causa sofrimento. Ela é sinal do passado e da permanência da dor. Há em algumas canções este singular paradoxo: por um lado, o poeta declara que a melancolia paralisa a sua alma, rouba-lhe a inspiração: 'Eu gostaria de ver essa tristeza passar/ Um novo samba compor, um novo amor encontrar/ Mas a tristeza é tão grande no meu peito/ Não sei pra que a gente fica desse jeito' ['Nada de Novo']. E, por outro, a própria canção que lamenta a paralisia do pensamento e da emoção é fruto dessa tristeza. Então, a melancolia parece possuir esse ambíguo poder de paralisar o poeta, bloquear sua criação, pelo estado de abatimento a que o sujeito é reduzido, e ser, ao mesmo tempo, fonte de inspiração, motivo e móvel da canção. Paulinho da Viola, seguindo a tradição de nosso cancioneiro, tem na saudade e na melancolia tema e motivo de inspiração." Extraído de "Paulinho da Viola e o Elogio do Amor" * PAULINHO DA VIOLA E O ELOGIO DO AMOR AUTOR Eliete Eça Negreiros EDITORA Ateliê QUANTO R$ 41 (148 págs.)
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ilustrada
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Livro aborda o amor nas letras de Paulinho da Viola à luz da filosofiaEliete Eça Negreiros não se divide entre música e filosofia, mas soma as duas áreas em que atua. A cantora, 64, nome de destaque no grupo da vanguarda paulistana (Arrigo Barnabé e outros que despontaram nos anos 1980), está lançando o livro "Paulinho da Viola e o Elogio do Amor", adaptação da tese de doutorado que defendeu na USP. Sua dissertação de mestrado, "Ensaiando a Canção: Paulinho da Viola e Outros Escritos", editada em 2011, também foi sobre o artista, que completou 74 anos no último sábado, 12 de novembro. "Ouço Paulinho desde a adolescência. Aprendi muito sobre a vida ouvindo suas canções. Ele me apresentou a filosofia de um modo simples, direto e belo", diz ela. "Fiquei buscando um elo entre o samba e a filosofia até descobrir que eu já tinha esse elo." No novo trabalho, Negreiros analisa a forte presença do amor na obra de Paulinho filiando suas letras (e as de seus parceiros) à "tradição ocidental", de Platão e Aristóteles a Sigmund Freud e Walter Benjamin. "Mesmo no disco mais triste de Paulinho, que é 'Nervos de Aço' (1973), não há melodrama nas letras", ressalta ela. "Há dor, tristeza, luto, mas nunca um transbordamento da emoção. Existe delicadeza, elegância, uma aceitação do sofrimento como parte da vida e um reconhecimento do desejo do outro." No livro, Negreiros apresenta essas conclusões iluminando versos que, de tão cantados, parecem ter perdido parte de sua força original. Assim, "Coisas do Mundo, Minha Nega", "Nada de Novo", "Para Ver as Meninas", "Coração Leviano" e outros sucessos do compositor têm seus significados realçados. ALMA DO SAMBISTA Um dos aspectos estudados é o papel do samba como tema e interlocutor. Segundo a autora, é como se o samba fosse "a alma do sambista". "Paulinho conversa com sua criação, acho isso maravilhoso", diz, e cita exemplos: "Às vezes ele reclama da vida: 'Ah! Meu samba, tudo se transformou/ Nem as cordas do meu pinho/ Podem mais amenizar a dor' ['Tudo se Transformou'], e aí o samba é amigo, confidente." Outras vezes, "reclama da indiferença do samba: 'Meu samba não se importa que eu esteja numa/ De andar roendo as unhas pela madrugada' ['Roendo as Unhas']. Às vezes ele conta o que aconteceu com seu samba: 'Meu samba andou parado até você aparecer' ['Num Samba Curto']." O artista, que aprovou o livro anterior, ainda não comentou a nova publicação. * "Na canção, a ideia de uma pele ferida é especialmente esclarecedora para a caracterização do estado melancólico, pois a ferida é precisamente a marca, o vestígio de algo que, embora tenha passado, ainda causa sofrimento. Ela é sinal do passado e da permanência da dor. Há em algumas canções este singular paradoxo: por um lado, o poeta declara que a melancolia paralisa a sua alma, rouba-lhe a inspiração: 'Eu gostaria de ver essa tristeza passar/ Um novo samba compor, um novo amor encontrar/ Mas a tristeza é tão grande no meu peito/ Não sei pra que a gente fica desse jeito' ['Nada de Novo']. E, por outro, a própria canção que lamenta a paralisia do pensamento e da emoção é fruto dessa tristeza. Então, a melancolia parece possuir esse ambíguo poder de paralisar o poeta, bloquear sua criação, pelo estado de abatimento a que o sujeito é reduzido, e ser, ao mesmo tempo, fonte de inspiração, motivo e móvel da canção. Paulinho da Viola, seguindo a tradição de nosso cancioneiro, tem na saudade e na melancolia tema e motivo de inspiração." Extraído de "Paulinho da Viola e o Elogio do Amor" * PAULINHO DA VIOLA E O ELOGIO DO AMOR AUTOR Eliete Eça Negreiros EDITORA Ateliê QUANTO R$ 41 (148 págs.)
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Sem verba, consórcio paralisa 'linha das universidades' do metrô de SP
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O consórcio responsável pela construção, operação e manutenção da futura linha 6-laranja do Metrô paulista, bandeira do governador Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou a suspensão das obras. A concessionária Move São Paulo, composta pelas empresas Odebrecht Transport, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e pelo fundo Eco Realty, alegou nesta segunda (5) problemas para a obtenção de financiamento de longo prazo, "condição indispensável à continuidade do projeto". Afora o fundo, as três empresas de engenharia que integram o consórcio são investigadas pela Operação Lava Jato, sob acusação de pagar propina para políticos, o que pode afetar a capacidade de obter empréstimos no mercado. Ficarão mantidos, segundo o consórcio, o processo de desapropriação das áreas necessárias ao empreendimento —que recebe verbas do Estado—, o atendimento à comunidade afetada e a logística para receber os dois tatuzões, já adquiridos. Esses equipamentos começariam suas perfurações embaixo do rio Tietê, em complexa obra de engenharia. A linha 6-laranja tinha sido inicialmente prevista para 2018, mas recentemente já se trabalhava com prazo de início de funcionamento apenas em 2021. A suspensão das obras deve prejudicar ainda mais esse calendário. Também conhecida como a "linha das universidades", ela terá instituições como o Mackenzie e a PUC em seu trajeto. Quando concluída, a linha terá 15 estações em 15,3 km, e ligará o noroeste da cidade ao centro (Brasilândia-São Joaquim). Estima-se que mais de 600 mil pessoas usarão essa linha diariamente. Veja infográfico Os investimentos já feitos chegam à casa de R$ 2,7 bilhões. Em nota, a concessionária afirma que negocia com o BNDES e com o governo de São Paulo "alternativas para o reequilíbrio da parceria público-privada de implantação da linha 6-laranja de metrô". MODELO A suspensão das obras sob responsabilidade privada é um baque nos planos da gestão Alckmin. Essa era a primeira PPP (parceria público-privado) integral do Brasil, e englobava tanto a construção da linha e das estações quanto sua futura operação. "Imaginávamos que, com esse modelo, poderíamos reduzir os prazos de entrega, já que o setor público, com a lei de licitações, é mais engessado", afirma Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos. O governo Alckmin tem planos de privatizar 60% da operação da rede do Metrô, ficando essencialmente responsável pela regulamentação e fiscalização do setor, e reduzindo sua participação na operação das linhas. Por meio de nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirma que "vê com preocupação a não obtenção de financiamento de longo prazo no valor de R$ 5,6 bilhões junto ao BNDES pelo consórcio Move São Paulo". A pasta ressalta que não há pendências do Estado com o consórcio e lamenta os atrasos: "A STM já aportou R$ 694 milhões para obras e R$ 979 milhões para desapropriação de 370 imóveis. Qualquer atraso na obra gera multa e até a rescisão contratual". Quando assinou o contrato para a PPP, em dezembro de 2013, o governador afirmou que essa era "uma das principais obras de São Paulo, com mais de 10 mil trabalhadores, e vai beneficiar 2 milhões de pessoas". Segundo Pelissioni, uma equipe verificará nesta terça-feira (6) a situação dos canteiros das obras da linha para avaliar as próximas medidas a serem tomadas. O secretário de Alckmin diz ainda que o governo tentará colaborar nas negociações para o financiamento do BNDES —o novo prazo para resolver o assunto é outubro.
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cotidiano
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Sem verba, consórcio paralisa 'linha das universidades' do metrô de SPO consórcio responsável pela construção, operação e manutenção da futura linha 6-laranja do Metrô paulista, bandeira do governador Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou a suspensão das obras. A concessionária Move São Paulo, composta pelas empresas Odebrecht Transport, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e pelo fundo Eco Realty, alegou nesta segunda (5) problemas para a obtenção de financiamento de longo prazo, "condição indispensável à continuidade do projeto". Afora o fundo, as três empresas de engenharia que integram o consórcio são investigadas pela Operação Lava Jato, sob acusação de pagar propina para políticos, o que pode afetar a capacidade de obter empréstimos no mercado. Ficarão mantidos, segundo o consórcio, o processo de desapropriação das áreas necessárias ao empreendimento —que recebe verbas do Estado—, o atendimento à comunidade afetada e a logística para receber os dois tatuzões, já adquiridos. Esses equipamentos começariam suas perfurações embaixo do rio Tietê, em complexa obra de engenharia. A linha 6-laranja tinha sido inicialmente prevista para 2018, mas recentemente já se trabalhava com prazo de início de funcionamento apenas em 2021. A suspensão das obras deve prejudicar ainda mais esse calendário. Também conhecida como a "linha das universidades", ela terá instituições como o Mackenzie e a PUC em seu trajeto. Quando concluída, a linha terá 15 estações em 15,3 km, e ligará o noroeste da cidade ao centro (Brasilândia-São Joaquim). Estima-se que mais de 600 mil pessoas usarão essa linha diariamente. Veja infográfico Os investimentos já feitos chegam à casa de R$ 2,7 bilhões. Em nota, a concessionária afirma que negocia com o BNDES e com o governo de São Paulo "alternativas para o reequilíbrio da parceria público-privada de implantação da linha 6-laranja de metrô". MODELO A suspensão das obras sob responsabilidade privada é um baque nos planos da gestão Alckmin. Essa era a primeira PPP (parceria público-privado) integral do Brasil, e englobava tanto a construção da linha e das estações quanto sua futura operação. "Imaginávamos que, com esse modelo, poderíamos reduzir os prazos de entrega, já que o setor público, com a lei de licitações, é mais engessado", afirma Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos. O governo Alckmin tem planos de privatizar 60% da operação da rede do Metrô, ficando essencialmente responsável pela regulamentação e fiscalização do setor, e reduzindo sua participação na operação das linhas. Por meio de nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirma que "vê com preocupação a não obtenção de financiamento de longo prazo no valor de R$ 5,6 bilhões junto ao BNDES pelo consórcio Move São Paulo". A pasta ressalta que não há pendências do Estado com o consórcio e lamenta os atrasos: "A STM já aportou R$ 694 milhões para obras e R$ 979 milhões para desapropriação de 370 imóveis. Qualquer atraso na obra gera multa e até a rescisão contratual". Quando assinou o contrato para a PPP, em dezembro de 2013, o governador afirmou que essa era "uma das principais obras de São Paulo, com mais de 10 mil trabalhadores, e vai beneficiar 2 milhões de pessoas". Segundo Pelissioni, uma equipe verificará nesta terça-feira (6) a situação dos canteiros das obras da linha para avaliar as próximas medidas a serem tomadas. O secretário de Alckmin diz ainda que o governo tentará colaborar nas negociações para o financiamento do BNDES —o novo prazo para resolver o assunto é outubro.
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Mortes: Típica mãe judia que brincava com o iídiche
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Uma caminhada de cerca de 4,5 km entre a avenida Paulista e o shopping Iguatemi, zona oeste de SP, pode inspirar preguiça em qualquer jovem. Para Esther Frankenthal Kignel, porém, o percurso era um passeio: percorria-o -ida e volta- de duas a três vezes por semana. Aos 70 anos. Em dia de chuva, trocava de atividade física, subindo e descendo dez andares nas escadas de seu prédio, ao menos duas vezes. Passou a adotar os exercícios após se curar de um câncer nos intestinos. A doença veio pouco depois de perder o marido, José, em 1991. Antes de dormir, lia com o advogado coletâneas de piadas sobre judeus. As risadas noturnas e os livros em iídiche, língua das comunidades judaicas da Europa, ficaram na memória dos filhos. Gostava de inventar palavras no idioma, usado pelo casal para impedir que os pequenos os compreendesse. Nasceu em Erebango, no norte do Rio Grande do Sul, onde o pai, de origem palestina, trabalhava numa fazenda. Era ajudado pela mulher, de raízes na Bielorrúsia, hoje Belarus, Europa oriental. A família se mudou para a capital paulista quando Esther era pequena. Cresceu no Bom Retiro, tradicional reduto judaico no centro da cidade, onde conheceu o homem com quem viveu por 46 anos. Segundo a família, era a típica mãe judia: dura e protetora. Diz-se que seu bife com batatas fritas era imbatível. Em 2005, começou a apresentar sintomas do mal de Alzheimer. Morreu no dia 26 do mês passado, aos 93 anos, por infecções causadas pela doença. Deixa três filhos, quatro netos e dois bisnetos. [email protected] - MORTES NESANEL WAJSMAN - Aos 87. Casado com Ivone Wajsman. Deixa os filhos Marcia, Paula e Rubens, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA CECÍLIA TICIANELLI DE MORAES - Hoje (3/6), às 17h30 na paróquia N. S. do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. CLÁUDIA VIRGÍNIA MARIA RAPPA - Hoje (3/6), às 10h, na paróquia São José, r. Dinamarca, 32, Jardim Europa. ELEONORA SANTOS ABREU IMMEDIATO - Amanhã (4/6), às 13h, na paróquia São Pedro, r. Circular do Bosque, 31, Parque Morumbi. EVELY MIRTAHUI SANCHES - Hoje (3/6) às 19h, na paróquia N. S. do Carmo, r. Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista. LEDA MENCARINI FERRO - Hoje (3/6), ao meio-dia, na paróquia N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jardim Paulistano. LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA CARVALHAES - Hoje (3/6), às 18h30, na paróquia São Gabriel, av. São Gabriel, 108, Jardim Paulista. ONOFRE DE ALMEIDA SAMPAIO JÚNIOR - Hoje (3/6), às 18h30, na paróquia São Gabriel, na av. São Gabriel , 108, Jardim Paulista. * 30º DIA OLINDO ADELINO GAVA - Hoje (3/6), às 19h15, na paróquia Sagrada Família, av. do Cursino, 1.915, Jardim da Saúde. * 1º ANO TEREZINA MAZZEO DE BENEDETTO - Hoje (3/6), às 19h30, na igreja Imaculada Conceição, av. Brig. Luís Antônio, 2.071, Bela Vista. * 4º ANO DENEVAL HORNES MELLO - Hoje (3/6), às 20h, na igreja São Judas Tadeu, avenida Jabaquara, 2.682, Jabaquara. * EM MEMÓRIA NOELI PORTO DE SOUZA - Amanhã (4/6), às 11h, na paróquia Imaculada Conceição, av. Brig. Luís Antônio, 2.071, Bela Vista. NAZIRA SIMÃO ALEXANDRE - Amanhã (4/6), às 18h, na igreja S. Gabriel, av. São Gabriel, 108, Jardim Paulista.
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cotidiano
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Mortes: Típica mãe judia que brincava com o iídicheUma caminhada de cerca de 4,5 km entre a avenida Paulista e o shopping Iguatemi, zona oeste de SP, pode inspirar preguiça em qualquer jovem. Para Esther Frankenthal Kignel, porém, o percurso era um passeio: percorria-o -ida e volta- de duas a três vezes por semana. Aos 70 anos. Em dia de chuva, trocava de atividade física, subindo e descendo dez andares nas escadas de seu prédio, ao menos duas vezes. Passou a adotar os exercícios após se curar de um câncer nos intestinos. A doença veio pouco depois de perder o marido, José, em 1991. Antes de dormir, lia com o advogado coletâneas de piadas sobre judeus. As risadas noturnas e os livros em iídiche, língua das comunidades judaicas da Europa, ficaram na memória dos filhos. Gostava de inventar palavras no idioma, usado pelo casal para impedir que os pequenos os compreendesse. Nasceu em Erebango, no norte do Rio Grande do Sul, onde o pai, de origem palestina, trabalhava numa fazenda. Era ajudado pela mulher, de raízes na Bielorrúsia, hoje Belarus, Europa oriental. A família se mudou para a capital paulista quando Esther era pequena. Cresceu no Bom Retiro, tradicional reduto judaico no centro da cidade, onde conheceu o homem com quem viveu por 46 anos. Segundo a família, era a típica mãe judia: dura e protetora. Diz-se que seu bife com batatas fritas era imbatível. Em 2005, começou a apresentar sintomas do mal de Alzheimer. Morreu no dia 26 do mês passado, aos 93 anos, por infecções causadas pela doença. Deixa três filhos, quatro netos e dois bisnetos. [email protected] - MORTES NESANEL WAJSMAN - Aos 87. Casado com Ivone Wajsman. Deixa os filhos Marcia, Paula e Rubens, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA CECÍLIA TICIANELLI DE MORAES - Hoje (3/6), às 17h30 na paróquia N. S. do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré. CLÁUDIA VIRGÍNIA MARIA RAPPA - Hoje (3/6), às 10h, na paróquia São José, r. Dinamarca, 32, Jardim Europa. ELEONORA SANTOS ABREU IMMEDIATO - Amanhã (4/6), às 13h, na paróquia São Pedro, r. Circular do Bosque, 31, Parque Morumbi. EVELY MIRTAHUI SANCHES - Hoje (3/6) às 19h, na paróquia N. S. do Carmo, r. Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista. LEDA MENCARINI FERRO - Hoje (3/6), ao meio-dia, na paróquia N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 100, Jardim Paulistano. LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA CARVALHAES - Hoje (3/6), às 18h30, na paróquia São Gabriel, av. São Gabriel, 108, Jardim Paulista. ONOFRE DE ALMEIDA SAMPAIO JÚNIOR - Hoje (3/6), às 18h30, na paróquia São Gabriel, na av. São Gabriel , 108, Jardim Paulista. * 30º DIA OLINDO ADELINO GAVA - Hoje (3/6), às 19h15, na paróquia Sagrada Família, av. do Cursino, 1.915, Jardim da Saúde. * 1º ANO TEREZINA MAZZEO DE BENEDETTO - Hoje (3/6), às 19h30, na igreja Imaculada Conceição, av. Brig. Luís Antônio, 2.071, Bela Vista. * 4º ANO DENEVAL HORNES MELLO - Hoje (3/6), às 20h, na igreja São Judas Tadeu, avenida Jabaquara, 2.682, Jabaquara. * EM MEMÓRIA NOELI PORTO DE SOUZA - Amanhã (4/6), às 11h, na paróquia Imaculada Conceição, av. Brig. Luís Antônio, 2.071, Bela Vista. NAZIRA SIMÃO ALEXANDRE - Amanhã (4/6), às 18h, na igreja S. Gabriel, av. São Gabriel, 108, Jardim Paulista.
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Em busca de 1ª vitória, Cristóvão promove mudanças no Corinthians
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Cristóvão Borges vai fazer mudanças na equipe do Corinthians para o jogo deste sábado (25), às 21h, contra o Santa Cruz, no Itaquerão. O treinador, no entanto, não revelou o que pretende alterar no time alvinegro. Em sua estreia, na quarta-feira (22), Cristóvão foi derrotado pelo Atlético-MG por 2 a 1 e sentiu que precisava mudar alguma coisa, como deixou claro após o treinamento desta sexta (24). "Nós treinamos algumas opções. Tentaremos fazer alguma coisa diferente, preparamos algumas coisas para tentarmos fazer no jogo." O zagueiro Vilson, que machucou o tornozelo direito na quarta, treinou nesta sexta e tem chance de formar dupla com Balbuena, que cumpriu suspensão. Se ele não puder jogar, Pedro Henrique continuará na equipe, mesmo depois da falha no segundo gol do Atlético-MG. No ataque, Lucca, autor de um gol no Mineirão, pode ganhar a vaga de Romero, que foi titular nos dois últimos jogos, mas não se saiu bem. CORINTHIANS Cássio; Fagner, Balbuena, Vilson (Pedro Henrique) e Uendel; Bruno Henrique e Rodriguinho; Marquinhos Gabriel, Guilherme e Giovanni Augusto; Romero (Lucca). T.: Cristóvão Borges SANTA CRUZ Tiago Cardoso; Vítor, Neris, Danny Morais e Allan Vieira; Uillian Correia, João Paulo e Lelê; Arthur, Keno e Grafite T.: Milton Mendes Estádio: Arena Corinthians/Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) /TV: 21h, pay per view
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esporte
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Em busca de 1ª vitória, Cristóvão promove mudanças no CorinthiansCristóvão Borges vai fazer mudanças na equipe do Corinthians para o jogo deste sábado (25), às 21h, contra o Santa Cruz, no Itaquerão. O treinador, no entanto, não revelou o que pretende alterar no time alvinegro. Em sua estreia, na quarta-feira (22), Cristóvão foi derrotado pelo Atlético-MG por 2 a 1 e sentiu que precisava mudar alguma coisa, como deixou claro após o treinamento desta sexta (24). "Nós treinamos algumas opções. Tentaremos fazer alguma coisa diferente, preparamos algumas coisas para tentarmos fazer no jogo." O zagueiro Vilson, que machucou o tornozelo direito na quarta, treinou nesta sexta e tem chance de formar dupla com Balbuena, que cumpriu suspensão. Se ele não puder jogar, Pedro Henrique continuará na equipe, mesmo depois da falha no segundo gol do Atlético-MG. No ataque, Lucca, autor de um gol no Mineirão, pode ganhar a vaga de Romero, que foi titular nos dois últimos jogos, mas não se saiu bem. CORINTHIANS Cássio; Fagner, Balbuena, Vilson (Pedro Henrique) e Uendel; Bruno Henrique e Rodriguinho; Marquinhos Gabriel, Guilherme e Giovanni Augusto; Romero (Lucca). T.: Cristóvão Borges SANTA CRUZ Tiago Cardoso; Vítor, Neris, Danny Morais e Allan Vieira; Uillian Correia, João Paulo e Lelê; Arthur, Keno e Grafite T.: Milton Mendes Estádio: Arena Corinthians/Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) /TV: 21h, pay per view
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Pela 6ª vez no ano, decisão reúne Roger Federer e Novak Djokovic
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Número 1 e número 2 do mundo protagonizam neste domingo (13) mais uma final de Grand Slam. O sérvio Novak Djokovic, 28, em primeiro lugar no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), e o suíço Roger Federer, 34, em segundo, se enfrentam na decisão do Aberto dos Estados Unidos, em um dos duelos mais equilibrados do esporte mundial. Apesar de estar à frente no ranking mundial, Djokovic, possui ligeira desvantagem em relação ao adversário no confronto direto –são 20 vitórias do sérvio contra 21 do suíço. O equilíbrio é um aperitivo a mais para o confronto entre ambos que, somente nesta temporada, já se encontraram em cinco finais. No último duelo entre os dois, Federer quebrou uma série de vitórias conquistadas por Djokovic, que havia derrotado o adversário nos três encontros anteriores –nas decisões do Masters 1.000 de Indian Wells, do Masters 1.000 de Roma, e de Wimbledon. No Aberto dos Estados Unidos, Djokovic teve mais trabalho que o adversário para chegar à final. Ele perdeu sets para os espanhóis Roberto Bautista Agut, nas oitavas de final, e Feliciano Lopez, nas quartas. Federer, por sua vez, ainda não foi derrotado em sets no torneio. "Vai ser muito difícil, mas estou pronto para isso", afirmou. "Eu tentei muito chegar a uma decisão nesses últimos seis anos. Talvez eu esteja no meu melhor momento: estou servindo muito bem, estou rebatendo e parece que está funcionando, espero ir bem este ano", disse à ESPN. Federer quer entrar para a história como o primeiro a levar seis vezes o Aberto dos EUA na carreira. Djokovic tem apenas um título do torneio. Nas rápidas semifinais, Djokovic venceu com facilidade o croata Maric Cilic, atual campeão do torneio. Federer também confirmou o favoritismo ao bater o compatriota Stan Wawrinka.
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esporte
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Pela 6ª vez no ano, decisão reúne Roger Federer e Novak DjokovicNúmero 1 e número 2 do mundo protagonizam neste domingo (13) mais uma final de Grand Slam. O sérvio Novak Djokovic, 28, em primeiro lugar no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), e o suíço Roger Federer, 34, em segundo, se enfrentam na decisão do Aberto dos Estados Unidos, em um dos duelos mais equilibrados do esporte mundial. Apesar de estar à frente no ranking mundial, Djokovic, possui ligeira desvantagem em relação ao adversário no confronto direto –são 20 vitórias do sérvio contra 21 do suíço. O equilíbrio é um aperitivo a mais para o confronto entre ambos que, somente nesta temporada, já se encontraram em cinco finais. No último duelo entre os dois, Federer quebrou uma série de vitórias conquistadas por Djokovic, que havia derrotado o adversário nos três encontros anteriores –nas decisões do Masters 1.000 de Indian Wells, do Masters 1.000 de Roma, e de Wimbledon. No Aberto dos Estados Unidos, Djokovic teve mais trabalho que o adversário para chegar à final. Ele perdeu sets para os espanhóis Roberto Bautista Agut, nas oitavas de final, e Feliciano Lopez, nas quartas. Federer, por sua vez, ainda não foi derrotado em sets no torneio. "Vai ser muito difícil, mas estou pronto para isso", afirmou. "Eu tentei muito chegar a uma decisão nesses últimos seis anos. Talvez eu esteja no meu melhor momento: estou servindo muito bem, estou rebatendo e parece que está funcionando, espero ir bem este ano", disse à ESPN. Federer quer entrar para a história como o primeiro a levar seis vezes o Aberto dos EUA na carreira. Djokovic tem apenas um título do torneio. Nas rápidas semifinais, Djokovic venceu com facilidade o croata Maric Cilic, atual campeão do torneio. Federer também confirmou o favoritismo ao bater o compatriota Stan Wawrinka.
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Após pancada, Luis Fabiano é levado ao hospital com dores nas costelas
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Autor de um dos gols da vitória do São Paulo por 3 a 0 sobre o Vasco, o atacante Luis Fabiano deixou o jogo antes do apito final e foi encaminhado para o Hospital São Luiz após cair no campo e sofrer pancada nas costelas. O lance da queda de Luis Fabiano ocorreu aos 34 minutos do segundo tempo, quatro minutos após ele ter marcado o último gol do jogo pela Copa do Brasil. Ao cair, ele bateu a região do tórax no chão. Foi retirado do gramado de maca e levado até a ambulância, de onde seguiu para o hospital. O médico do São Paulo, José Sanchez, informou que o atacante realizará exames como medida de precaução. "Ele vai realizar alguns exames no hospital durante a madrugada. Ele estava um pouco agitado, preocupado, mas agora está mais calmo. Ainda não temos ideia do que possa ser nem previsão se isso pode tirar ele do clássico contra o Palmeiras", disse o médico. O clássico acontece neste domingo (27).
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esporte
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Após pancada, Luis Fabiano é levado ao hospital com dores nas costelasAutor de um dos gols da vitória do São Paulo por 3 a 0 sobre o Vasco, o atacante Luis Fabiano deixou o jogo antes do apito final e foi encaminhado para o Hospital São Luiz após cair no campo e sofrer pancada nas costelas. O lance da queda de Luis Fabiano ocorreu aos 34 minutos do segundo tempo, quatro minutos após ele ter marcado o último gol do jogo pela Copa do Brasil. Ao cair, ele bateu a região do tórax no chão. Foi retirado do gramado de maca e levado até a ambulância, de onde seguiu para o hospital. O médico do São Paulo, José Sanchez, informou que o atacante realizará exames como medida de precaução. "Ele vai realizar alguns exames no hospital durante a madrugada. Ele estava um pouco agitado, preocupado, mas agora está mais calmo. Ainda não temos ideia do que possa ser nem previsão se isso pode tirar ele do clássico contra o Palmeiras", disse o médico. O clássico acontece neste domingo (27).
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Rei por prazo fixo
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SÃO PAULO - Líderes do DEM protocolaram uma representação em que pedem, entre outras coisas, que Dilma Rousseff restitua à União os gastos decorrentes da viagem que fez a São Paulo no último fim de semana para prestar solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entender dos bravos democratas, o deslocamento tinha caráter pessoal e não público. O pedido é obviamente uma bobagem. A segurança presidencial não a deixa deslocar-se em aviões de carreira e sem uma pesada escolta. Pelas mesmas regras de segurança, Geraldo Alckmin e sua família usam aeronaves do governo paulista para ir a seu sítio em Pindamonhangaba. O que faz mais sentido é perguntar se todo esse aparato é mesmo necessário. Na Europa, especialmente nos países do norte, as mordomias e facilidades concedidas a políticos são poucas. Não é incomum avistar um premiê usando transporte público para ir de casa até o serviço ou empurrando seu próprio carrinho de compras no supermercado, já que eles não têm direito a geladeira cheia paga pelos contribuintes. Recomendo aqui o livro de Claudia Wallin sobre a vida de políticos na Suécia. Por que aqui é diferente? A culpa é dos americanos. Quando eles inventaram a instituição da Presidência, os modelos de governança em que podiam se inspirar eram as monarquias europeias. O presidente acabou se tornando um rei por prazo fixo. Embora sujeito a controles institucionais num sistema de freios e contrapesos, manteve direito a viver num palácio cercado por serviçais. Brasileiros imitamos a Presidência americana –com menos controles institucionais, é claro– e expandimos seus luxos para toda a corte de políticos e autoridades. A segurança me parece muito mais um pretexto para a pompa do que um gênero de primeira necessidade. A verdade é que o presidencialismo é um sistema que, em vários aspectos, envelheceu mal.
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colunas
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Rei por prazo fixoSÃO PAULO - Líderes do DEM protocolaram uma representação em que pedem, entre outras coisas, que Dilma Rousseff restitua à União os gastos decorrentes da viagem que fez a São Paulo no último fim de semana para prestar solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entender dos bravos democratas, o deslocamento tinha caráter pessoal e não público. O pedido é obviamente uma bobagem. A segurança presidencial não a deixa deslocar-se em aviões de carreira e sem uma pesada escolta. Pelas mesmas regras de segurança, Geraldo Alckmin e sua família usam aeronaves do governo paulista para ir a seu sítio em Pindamonhangaba. O que faz mais sentido é perguntar se todo esse aparato é mesmo necessário. Na Europa, especialmente nos países do norte, as mordomias e facilidades concedidas a políticos são poucas. Não é incomum avistar um premiê usando transporte público para ir de casa até o serviço ou empurrando seu próprio carrinho de compras no supermercado, já que eles não têm direito a geladeira cheia paga pelos contribuintes. Recomendo aqui o livro de Claudia Wallin sobre a vida de políticos na Suécia. Por que aqui é diferente? A culpa é dos americanos. Quando eles inventaram a instituição da Presidência, os modelos de governança em que podiam se inspirar eram as monarquias europeias. O presidente acabou se tornando um rei por prazo fixo. Embora sujeito a controles institucionais num sistema de freios e contrapesos, manteve direito a viver num palácio cercado por serviçais. Brasileiros imitamos a Presidência americana –com menos controles institucionais, é claro– e expandimos seus luxos para toda a corte de políticos e autoridades. A segurança me parece muito mais um pretexto para a pompa do que um gênero de primeira necessidade. A verdade é que o presidencialismo é um sistema que, em vários aspectos, envelheceu mal.
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Bancos centrais já não podem mais ignorar as criptomoedas
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Poucas questões despertam mais ansiedade nos bancos centrais do que o medo de perder o controle das moedas pelas quais são responsáveis. Os últimos dias ofereceram mais uma ilustração perfeita desse ponto. Na segunda-feira, o banco central chinês baniu as ofertas iniciais de moedas do tipo bitcoin, levando a uma queda de até 20% no valor de algumas criptomoedas. Nos bastidores, há crescente inquietação quanto ao grau de desordenamento que a tecnologia pode causar nos bancos e no sistema de pagamentos. Nos últimos meses, tanto o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia quanto o Fórum Econômico Mundial publicaram estudos longos sobre suas preocupações e a situação do mercado. Até o momento, quem ganhou mais com a nova tecnologia foram os clientes. Os inovadores em tecnologia financeira parecem ter causado menos desordenamento do que se esperava, porque em geral não foram capazes de alterar as bases de competição em um setor tão regulamentado, argumenta o relatório do Fórum Econômico Mundial. Em lugar disso, a tecnologia levou a uma melhora acentuada nos serviços aos clientes e a uma queda forte no custo dos pagamentos. Mas, além da resiliência diante de ataques cibernéticos, há três grandes preocupações. Primeiro, será que os bancos, cuja segurança sempre foi uma das principais preocupações das autoridades regulatórias, serão enfraquecidos pelos novos concorrentes? Para simplificar, será que surgirá algo como a Amazon no mercado dos bancos? Os financistas costumavam acreditar que a regulamentação tornaria o mercado de serviços financeiros pouco atraente para novos rivais. Mas agora estão começando a perceber que rivais não bancários podem tomar por alvo as áreas mais lucrativas do mercado e colher os benefícios, tornando os bancos que operam sob forte regulamentação menos lucrativos. Segundo, será que os bancos se tornarão menos importantes quando os negócios de empréstimos forem transferidos para fora do perímetro regulatório? De 2009 para cá, muitos negócios foram transferidos dos bancos para o setor de gestão de ativos. Mais de US$ 600 bilhões foram captados para financiar dívidas privadas, de acordo com a Preqin, uma companhia que pesquisa dados de mercado, Como resultado, as autoridades estão dedicando mais tempo a analisar o setor não bancário. A crescente dependência dos bancos quanto a grandes empresas de tecnologia que operam sua infraestrutura também vem levando as autoridades financeiras a pensar sobre que setor é mais importante em termos sistêmicos. Terceiro, será que os bancos centrais perderiam o controle dos pagamentos caso moedas como o bitcoin, emitidas pelo setor privado, vierem a decolar? Emitir moedas é um negócio lucrativo, porque os bancos centrais embolsam a diferença entre o custo de emissão da moeda ou cédula e seu valor de face. Os bancos centrais também temem que sua capacidade de monitorar o sistema de pagamentos se reduziria. Dada a luta mundial contra o terrorismo e o crime organizado, essa é uma preocupação aguda. Em um cenário extremo, os bancos centrais temem que poderiam até perder o controle da base monetária. Até recentemente, as autoridades não se preocupavam demais com as criptomoedas —elas ofereciam pouco benefícios como moeda, a não ser para pessoas interessadas simplesmente em ocultar seus rastros. Não são um "repositório de valor", como o movimento da segunda-feira demonstra. Não são aceitas de maneira ampla o suficiente para que sejam meio de troca útil. E as moedas digitais não cumpriram suas promessas de segurança —foram alvo de diversas ações de hackers bem sucedidas, nos últimos 12 meses. Mas à medida que as criptomoedas crescem, devemos esperar que mais e mais bancos centrais busquem impedir ou restringir seu uso. A tendência será mais aguda em mercados nos quais o crime organizado e fugas de capital sejam preocupação. Isso não bastará para deter os especuladores e entusiastas, mas limitará o potencial dessas moedas para criar poderosos efeitos de rede que fariam delas uma moeda paralela útil. Mas talvez essas preocupações possam levar maior número de bancos centrais a esforços para tornar suas moedas mais atraentes. Protolocos mais eficientes para pagamentos eletrônicos certamente ajudariam, e há muito a aprender com a tecnologia do bitcoin. De um ponto de vista mais profundo, essa é mais uma razão para que o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão e outros bancos centrais abandonem o mais rápido possível seus perigosos experimentos com taxas de juros negativas. O autor é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial. Tradução de PAULO MIGLIACCI HUW VAN STEENIS é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial
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mercado
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Bancos centrais já não podem mais ignorar as criptomoedasPoucas questões despertam mais ansiedade nos bancos centrais do que o medo de perder o controle das moedas pelas quais são responsáveis. Os últimos dias ofereceram mais uma ilustração perfeita desse ponto. Na segunda-feira, o banco central chinês baniu as ofertas iniciais de moedas do tipo bitcoin, levando a uma queda de até 20% no valor de algumas criptomoedas. Nos bastidores, há crescente inquietação quanto ao grau de desordenamento que a tecnologia pode causar nos bancos e no sistema de pagamentos. Nos últimos meses, tanto o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia quanto o Fórum Econômico Mundial publicaram estudos longos sobre suas preocupações e a situação do mercado. Até o momento, quem ganhou mais com a nova tecnologia foram os clientes. Os inovadores em tecnologia financeira parecem ter causado menos desordenamento do que se esperava, porque em geral não foram capazes de alterar as bases de competição em um setor tão regulamentado, argumenta o relatório do Fórum Econômico Mundial. Em lugar disso, a tecnologia levou a uma melhora acentuada nos serviços aos clientes e a uma queda forte no custo dos pagamentos. Mas, além da resiliência diante de ataques cibernéticos, há três grandes preocupações. Primeiro, será que os bancos, cuja segurança sempre foi uma das principais preocupações das autoridades regulatórias, serão enfraquecidos pelos novos concorrentes? Para simplificar, será que surgirá algo como a Amazon no mercado dos bancos? Os financistas costumavam acreditar que a regulamentação tornaria o mercado de serviços financeiros pouco atraente para novos rivais. Mas agora estão começando a perceber que rivais não bancários podem tomar por alvo as áreas mais lucrativas do mercado e colher os benefícios, tornando os bancos que operam sob forte regulamentação menos lucrativos. Segundo, será que os bancos se tornarão menos importantes quando os negócios de empréstimos forem transferidos para fora do perímetro regulatório? De 2009 para cá, muitos negócios foram transferidos dos bancos para o setor de gestão de ativos. Mais de US$ 600 bilhões foram captados para financiar dívidas privadas, de acordo com a Preqin, uma companhia que pesquisa dados de mercado, Como resultado, as autoridades estão dedicando mais tempo a analisar o setor não bancário. A crescente dependência dos bancos quanto a grandes empresas de tecnologia que operam sua infraestrutura também vem levando as autoridades financeiras a pensar sobre que setor é mais importante em termos sistêmicos. Terceiro, será que os bancos centrais perderiam o controle dos pagamentos caso moedas como o bitcoin, emitidas pelo setor privado, vierem a decolar? Emitir moedas é um negócio lucrativo, porque os bancos centrais embolsam a diferença entre o custo de emissão da moeda ou cédula e seu valor de face. Os bancos centrais também temem que sua capacidade de monitorar o sistema de pagamentos se reduziria. Dada a luta mundial contra o terrorismo e o crime organizado, essa é uma preocupação aguda. Em um cenário extremo, os bancos centrais temem que poderiam até perder o controle da base monetária. Até recentemente, as autoridades não se preocupavam demais com as criptomoedas —elas ofereciam pouco benefícios como moeda, a não ser para pessoas interessadas simplesmente em ocultar seus rastros. Não são um "repositório de valor", como o movimento da segunda-feira demonstra. Não são aceitas de maneira ampla o suficiente para que sejam meio de troca útil. E as moedas digitais não cumpriram suas promessas de segurança —foram alvo de diversas ações de hackers bem sucedidas, nos últimos 12 meses. Mas à medida que as criptomoedas crescem, devemos esperar que mais e mais bancos centrais busquem impedir ou restringir seu uso. A tendência será mais aguda em mercados nos quais o crime organizado e fugas de capital sejam preocupação. Isso não bastará para deter os especuladores e entusiastas, mas limitará o potencial dessas moedas para criar poderosos efeitos de rede que fariam delas uma moeda paralela útil. Mas talvez essas preocupações possam levar maior número de bancos centrais a esforços para tornar suas moedas mais atraentes. Protolocos mais eficientes para pagamentos eletrônicos certamente ajudariam, e há muito a aprender com a tecnologia do bitcoin. De um ponto de vista mais profundo, essa é mais uma razão para que o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão e outros bancos centrais abandonem o mais rápido possível seus perigosos experimentos com taxas de juros negativas. O autor é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial. Tradução de PAULO MIGLIACCI HUW VAN STEENIS é vice-presidente mundial de estratégia da administradora de investimento Schroders e membro do grupo de tecnologia financeira do Fórum Econômico Mundial
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Filha mais nova de Obama trabalha em restaurante no início das férias
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Sasha, 15, filha mais nova do presidente dos EUA, Barack Obama, começou suas férias trabalhando em um restaurante de Martha's Vineyard, ilha turística no Estado de Massachusetts onde a família costuma descansar no verão. Ela foi contratada pelo Nancy's, especializado em frutos do mar, para ser caixa em meio período de quatro horas na primeira semana na ilha. Depois, se juntará ao pai e à mãe, Michelle, para mais duas semanas de férias. Assim como todos os membros da família, Sasha Obama é acompanhada por seis agentes do Serviço Secreto, que ficaram do lado de fora do estabelecimento enquanto ela trabalha. Segundo o site americano "TMZ", a filha do presidente recebe a remuneração padrão, de US$ 12 (R$ 38,35) por hora mais as gorjetas dos clientes. A família Obama aluga uma casa em Martha's Vineyard em quase todos os verões desde que Barack foi eleito para a Casa Branca, em 2008. A exceção foi 2012, quando o atual presidente disputava a reeleição.
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mundo
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Filha mais nova de Obama trabalha em restaurante no início das fériasSasha, 15, filha mais nova do presidente dos EUA, Barack Obama, começou suas férias trabalhando em um restaurante de Martha's Vineyard, ilha turística no Estado de Massachusetts onde a família costuma descansar no verão. Ela foi contratada pelo Nancy's, especializado em frutos do mar, para ser caixa em meio período de quatro horas na primeira semana na ilha. Depois, se juntará ao pai e à mãe, Michelle, para mais duas semanas de férias. Assim como todos os membros da família, Sasha Obama é acompanhada por seis agentes do Serviço Secreto, que ficaram do lado de fora do estabelecimento enquanto ela trabalha. Segundo o site americano "TMZ", a filha do presidente recebe a remuneração padrão, de US$ 12 (R$ 38,35) por hora mais as gorjetas dos clientes. A família Obama aluga uma casa em Martha's Vineyard em quase todos os verões desde que Barack foi eleito para a Casa Branca, em 2008. A exceção foi 2012, quando o atual presidente disputava a reeleição.
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Ex-doméstica assiste a 'Que Horas Ela Volta' e diz que preconceito é real
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INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Doméstica durante 24 anos, Maria Lima, 65, cobre o rosto com as mãos quando Val –empregada interpretada por Regina Casé no filme "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert– leva para a festa de aniversário da patroa o conjunto de xícaras que deu de presente a ela. Na sessão, que a sãopaulo acompanha, Maria aperta os olhos e repete "tragédia, tragédia". A cena termina com Val sendo empurrada pela patroa de volta para a cozinha. "Val, pelo amor de Deus, essa não. Eu disse que essa a gente vai levar para o Guarujá." A apreensão volta nos momentos em que Jéssica (Camila Márdila), filha de Val que vai fazer vestibular em São Paulo e fica na casa da família, desafia a hierarquia ao almoçar com o patrão e dormir no quarto de hóspedes. Além da própria experiência, Maria traz em suas reações o mandato como presidente do sindicato da categoria na cidade. Ela diz que situações como as do filme não são raras, mas que hoje as domésticas estão empenhadas em cobrar seus direitos. são paulo - "Que Horas Ela Volta?" é factível? Maria Lima - Sim, e a história é velha porque todas nós somos imigrantes, viemos do Nordeste para São Paulo à procura de uma vida melhor. É uma história já antiga, conhecida e reconhecida mundialmente. E achei muito bom. Tudo é verdade. Ela querer ser mãe do filho da outra, a história de fazer parte da família, o que não é coisa nenhuma. Sempre tem uma relação de desigualdade. Sua história conversa com a de Val, interpretada por Regina Casé? Sim. Quando cheguei, eles [os ex-patrões] tinham casado recentemente. Cuidei da filha e aí depois veio outra e fui cuidando. Saí quando uma estava com catorze anos e a outra com dez anos. Tudo o que eu tenho é graças ao trabalho doméstico. No começo a gente trata assim [como se fossem filha], mas depois a gente sabe que é só pelo trabalho, não tem que criar aquela imagem. Você tem respeito, admiração, ajuda educar porque a mãe trabalha e a criança tem que ficar no seu poder. Hoje elas são casadas, uma já tem filho e a gente troca figurinhas, vai visitar. Tenho um bom convívio, mas eles lá e eu aqui. Continuo sendo a Maria, mas a Maria que foi a empregada deles, não me considero da família, nunca. Porque onde você trabalha e recebe um salário não pode ser considerada da família. Você está lá para prestar um trabalho, tem que ter respeito, educação, ser uma boa profissional naquilo que você vai fazer, isso é o importante. Quais são as maiores reclamações das empregadas ao sindicato? São sempre as mesmas: "você não pode comer isso porque é do meu filho". "Vai na feira? Compra tal coisa para o meu filho." Elas contam e é realidade. Se sentem mal. Muitas delas estão pedindo as contas, porque querem fazer faculdade, o que não acontecia na minha época. As empregadas domésticas hoje questionam mais o patrão? Algumas. Elas procuram fazer interrogações, não aceitam qualquer coisa. Patrão não faz delas mais gato e sapato porque são ativas, pelo menos as que vão ao sindicato. "Ele quer que eu durma no emprego, mas não vou mais dormir porque tenho minha casa." "Quero meu horário de trabalho honesto, meu salário digno." Elas questionam tudo. Agora, com a PEC das domésticas [proposta de emenda constitucional aprovada em 2013], muitas vão com a patroa para se atualizar. Melhorou bastante. Os empregadores estão mais abertos a discutir essas questões? Estão entendendo, mas alguns relutam. Acham que a empregada tem que estar 24 horas a mercê e não é por aí. Hoje a gente tem a liberdade de ir e vir e tem o direito de dizer o que não quer. Sou um ser humano, tenho que ter minhas horas de descanso. Todo mundo faz luta pelos seus direitos, mas nossa categoria é tímida para ir para rua. Se acontecesse um movimento desse ia parar o país, porque todos dependem de uma pessoa em casa. Somos 7, 8 milhões. Você já pensou o caos? Quem fica para lavar, passar? E a desigualdade no Brasil? Melhorou um pouco. Esse governo foi o que mais trabalhou pela visão total dos trabalhadores, apesar dos pesares. Os nordestinos viajaram mais, comeram melhor, compraram seu carro, sua casa, puderam comprar seus supérfluos. Tudo tem seu tempo, sua hora. No passado a gente não tinha e hoje vamos usufruir, por que não? O que ainda falta? Precisa mais avanço da nossa parte. Oportunidade tem, mas precisamos avançar mais na igualdade. Digamos, aqui [no cinema] tem um monte de gente, quantas trabalhadores domésticas estão aqui presentes? Eu. Entendeu? Porque a essa hora da tarde, está todo mundo saindo do trabalho. Melhorou um pouco porque, em outras épocas, não se tinha a visibilidade que tem hoje. Minhas sobrinhas e os filhos de outras companheiras estão fazendo faculdade.
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saopaulo
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Ex-doméstica assiste a 'Que Horas Ela Volta' e diz que preconceito é realINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Doméstica durante 24 anos, Maria Lima, 65, cobre o rosto com as mãos quando Val –empregada interpretada por Regina Casé no filme "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert– leva para a festa de aniversário da patroa o conjunto de xícaras que deu de presente a ela. Na sessão, que a sãopaulo acompanha, Maria aperta os olhos e repete "tragédia, tragédia". A cena termina com Val sendo empurrada pela patroa de volta para a cozinha. "Val, pelo amor de Deus, essa não. Eu disse que essa a gente vai levar para o Guarujá." A apreensão volta nos momentos em que Jéssica (Camila Márdila), filha de Val que vai fazer vestibular em São Paulo e fica na casa da família, desafia a hierarquia ao almoçar com o patrão e dormir no quarto de hóspedes. Além da própria experiência, Maria traz em suas reações o mandato como presidente do sindicato da categoria na cidade. Ela diz que situações como as do filme não são raras, mas que hoje as domésticas estão empenhadas em cobrar seus direitos. são paulo - "Que Horas Ela Volta?" é factível? Maria Lima - Sim, e a história é velha porque todas nós somos imigrantes, viemos do Nordeste para São Paulo à procura de uma vida melhor. É uma história já antiga, conhecida e reconhecida mundialmente. E achei muito bom. Tudo é verdade. Ela querer ser mãe do filho da outra, a história de fazer parte da família, o que não é coisa nenhuma. Sempre tem uma relação de desigualdade. Sua história conversa com a de Val, interpretada por Regina Casé? Sim. Quando cheguei, eles [os ex-patrões] tinham casado recentemente. Cuidei da filha e aí depois veio outra e fui cuidando. Saí quando uma estava com catorze anos e a outra com dez anos. Tudo o que eu tenho é graças ao trabalho doméstico. No começo a gente trata assim [como se fossem filha], mas depois a gente sabe que é só pelo trabalho, não tem que criar aquela imagem. Você tem respeito, admiração, ajuda educar porque a mãe trabalha e a criança tem que ficar no seu poder. Hoje elas são casadas, uma já tem filho e a gente troca figurinhas, vai visitar. Tenho um bom convívio, mas eles lá e eu aqui. Continuo sendo a Maria, mas a Maria que foi a empregada deles, não me considero da família, nunca. Porque onde você trabalha e recebe um salário não pode ser considerada da família. Você está lá para prestar um trabalho, tem que ter respeito, educação, ser uma boa profissional naquilo que você vai fazer, isso é o importante. Quais são as maiores reclamações das empregadas ao sindicato? São sempre as mesmas: "você não pode comer isso porque é do meu filho". "Vai na feira? Compra tal coisa para o meu filho." Elas contam e é realidade. Se sentem mal. Muitas delas estão pedindo as contas, porque querem fazer faculdade, o que não acontecia na minha época. As empregadas domésticas hoje questionam mais o patrão? Algumas. Elas procuram fazer interrogações, não aceitam qualquer coisa. Patrão não faz delas mais gato e sapato porque são ativas, pelo menos as que vão ao sindicato. "Ele quer que eu durma no emprego, mas não vou mais dormir porque tenho minha casa." "Quero meu horário de trabalho honesto, meu salário digno." Elas questionam tudo. Agora, com a PEC das domésticas [proposta de emenda constitucional aprovada em 2013], muitas vão com a patroa para se atualizar. Melhorou bastante. Os empregadores estão mais abertos a discutir essas questões? Estão entendendo, mas alguns relutam. Acham que a empregada tem que estar 24 horas a mercê e não é por aí. Hoje a gente tem a liberdade de ir e vir e tem o direito de dizer o que não quer. Sou um ser humano, tenho que ter minhas horas de descanso. Todo mundo faz luta pelos seus direitos, mas nossa categoria é tímida para ir para rua. Se acontecesse um movimento desse ia parar o país, porque todos dependem de uma pessoa em casa. Somos 7, 8 milhões. Você já pensou o caos? Quem fica para lavar, passar? E a desigualdade no Brasil? Melhorou um pouco. Esse governo foi o que mais trabalhou pela visão total dos trabalhadores, apesar dos pesares. Os nordestinos viajaram mais, comeram melhor, compraram seu carro, sua casa, puderam comprar seus supérfluos. Tudo tem seu tempo, sua hora. No passado a gente não tinha e hoje vamos usufruir, por que não? O que ainda falta? Precisa mais avanço da nossa parte. Oportunidade tem, mas precisamos avançar mais na igualdade. Digamos, aqui [no cinema] tem um monte de gente, quantas trabalhadores domésticas estão aqui presentes? Eu. Entendeu? Porque a essa hora da tarde, está todo mundo saindo do trabalho. Melhorou um pouco porque, em outras épocas, não se tinha a visibilidade que tem hoje. Minhas sobrinhas e os filhos de outras companheiras estão fazendo faculdade.
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Há muita suposição e pouca certeza sobre o vírus zika
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Há muitas suposições e quase nenhuma certeza em tudo o que envolve hoje os casos do vírus zika e os surtos de microcefalia que ocorrem no Nordeste do país. Quase a totalidade dos registros de zika são tidos como suspeitos porque não há testes sorológicos suficientes para comprová-los. O diagnóstico da infecção tem sido feito com base nos sintomas, que, no início, confundem-se com os da dengue. Assim, as projeções do Ministério da Saúde sobre o zika são baseadas em casos descartados de dengue e chegam a números alarmantes -mínimo de 497.593 e máximo de 1.482.701 casos. Mas como confiar nessas projeções se em regiões epidêmicas para dengue, como São Paulo, o teste sorológico (para dengue) não é feito em todos os casos suspeitos? E os casos de zika assintomáticos (que representam 80% do total), entram nesse cálculo? Pelas estimativas mais otimistas do ministério, o Estado de São Paulo deveria ser o campeão em casos de zika, com 236.494 registros. Mas, segundo o governo paulista, o Estado só tem quatro casos, sendo dois autóctones. Para os infectologistas, é possível que muitos dos casos de dengue registrados no último verão em São Paulo já tenham sido do vírus zika. Mas, de novo, são suposições. Em relação à microcefalia, as incertezas se repetem. Os 1.761 registros de má-formação ainda são considerados suspeitos porque os bebês precisam passar por exames mais complexos para comprová-la. Até agora, o vírus só foi encontrado em três do total de casos investigados. Quando teremos essas confirmações de fato? O que é preciso? Mais especialistas, mais equipamentos? A própria seleção dos casos de microcefalia pode apresentar vieses que preocupam neurologistas e especialistas em medicina fetal. Ao estabelecer como principal critério de triagem a circunferência da cabeça do bebê (menor que 32 cm), o real tamanho do problema pode demorar para aparecer. Em geral, a microcefalia ocorre quando uma lesão cerebral extensa leva à redução do volume do cérebro e, consequentemente, à diminuição da medida da circunferência da cabecinha do feto. Mas exames de imagem feitos em bebês de mães que teriam sido infectadas pelo zika durante a gestação têm demonstrado várias lesões do tecido cerebral sem, contudo, levar a uma microcefalia. Ou seja, a cabeça do bebê têm medidas normais, mas o cérebro apresenta problemas como calcificações e diminuição dos giros (gomos), ficando com um aspecto liso. "Tem que olhar o cérebro, não só a cabeça", alertam os médicos. A própria associação entre o zika e a microcefalia carece de mais investigação pelos critérios da medicina baseada em evidência. Qual o risco de a grávida infectada pelo zika gerar um bebê com microcefalia? Ninguém sabe. O que existe até agora é medicina baseada em suposições. A falta de respostas para muitas das questões que envolvem o zika e suas consequências é esperada pelo ineditismo da situação. Embora o vírus tenha sido descrito pela primeira vez em 1947, só agora é que está chamando a atenção das autoridades sanitárias do mundo. Ainda devem demorar as primeiras conclusões de estudos como o que vai demonstrar se o vírus sofreu mutações ao chegar ao Brasil ou se as pessoas que já tiveram dengue podem sofrer um impacto maior com o zika. Mas algumas lições já podem ser tiradas desse caos sanitário. Uma delas é nunca mais subestimar um vírus desconhecido. Em maio deste ano, ao confirmar a circulação do zika no país, o então ministro da Saúde, Artur Chioro, dizia que o novo vírus não preocupava: "É uma doença benigna e que tem cura." Sete meses depois, a situação já é considerada "gravíssima" pelo atual ministro, Marcelo Castro.
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cotidiano
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Há muita suposição e pouca certeza sobre o vírus zikaHá muitas suposições e quase nenhuma certeza em tudo o que envolve hoje os casos do vírus zika e os surtos de microcefalia que ocorrem no Nordeste do país. Quase a totalidade dos registros de zika são tidos como suspeitos porque não há testes sorológicos suficientes para comprová-los. O diagnóstico da infecção tem sido feito com base nos sintomas, que, no início, confundem-se com os da dengue. Assim, as projeções do Ministério da Saúde sobre o zika são baseadas em casos descartados de dengue e chegam a números alarmantes -mínimo de 497.593 e máximo de 1.482.701 casos. Mas como confiar nessas projeções se em regiões epidêmicas para dengue, como São Paulo, o teste sorológico (para dengue) não é feito em todos os casos suspeitos? E os casos de zika assintomáticos (que representam 80% do total), entram nesse cálculo? Pelas estimativas mais otimistas do ministério, o Estado de São Paulo deveria ser o campeão em casos de zika, com 236.494 registros. Mas, segundo o governo paulista, o Estado só tem quatro casos, sendo dois autóctones. Para os infectologistas, é possível que muitos dos casos de dengue registrados no último verão em São Paulo já tenham sido do vírus zika. Mas, de novo, são suposições. Em relação à microcefalia, as incertezas se repetem. Os 1.761 registros de má-formação ainda são considerados suspeitos porque os bebês precisam passar por exames mais complexos para comprová-la. Até agora, o vírus só foi encontrado em três do total de casos investigados. Quando teremos essas confirmações de fato? O que é preciso? Mais especialistas, mais equipamentos? A própria seleção dos casos de microcefalia pode apresentar vieses que preocupam neurologistas e especialistas em medicina fetal. Ao estabelecer como principal critério de triagem a circunferência da cabeça do bebê (menor que 32 cm), o real tamanho do problema pode demorar para aparecer. Em geral, a microcefalia ocorre quando uma lesão cerebral extensa leva à redução do volume do cérebro e, consequentemente, à diminuição da medida da circunferência da cabecinha do feto. Mas exames de imagem feitos em bebês de mães que teriam sido infectadas pelo zika durante a gestação têm demonstrado várias lesões do tecido cerebral sem, contudo, levar a uma microcefalia. Ou seja, a cabeça do bebê têm medidas normais, mas o cérebro apresenta problemas como calcificações e diminuição dos giros (gomos), ficando com um aspecto liso. "Tem que olhar o cérebro, não só a cabeça", alertam os médicos. A própria associação entre o zika e a microcefalia carece de mais investigação pelos critérios da medicina baseada em evidência. Qual o risco de a grávida infectada pelo zika gerar um bebê com microcefalia? Ninguém sabe. O que existe até agora é medicina baseada em suposições. A falta de respostas para muitas das questões que envolvem o zika e suas consequências é esperada pelo ineditismo da situação. Embora o vírus tenha sido descrito pela primeira vez em 1947, só agora é que está chamando a atenção das autoridades sanitárias do mundo. Ainda devem demorar as primeiras conclusões de estudos como o que vai demonstrar se o vírus sofreu mutações ao chegar ao Brasil ou se as pessoas que já tiveram dengue podem sofrer um impacto maior com o zika. Mas algumas lições já podem ser tiradas desse caos sanitário. Uma delas é nunca mais subestimar um vírus desconhecido. Em maio deste ano, ao confirmar a circulação do zika no país, o então ministro da Saúde, Artur Chioro, dizia que o novo vírus não preocupava: "É uma doença benigna e que tem cura." Sete meses depois, a situação já é considerada "gravíssima" pelo atual ministro, Marcelo Castro.
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Bauza usa jogo contra Toluca para testar de novo time sem Ganso
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A goleada por 4 a 0 sobre o Toluca (MEX) no Morumbi, na quinta (28), não serviu apenas para encaminhar a classificação do São Paulo às quartas de final da Libertadores. O resultado também trouxe uma tranquilidade que permitirá ao técnico Edgardo Bauza utilizar o jogo para consolidar uma formação alternativa para o restante do ano. Na partida desta quarta (4), nos 2.680 m da cidade de Toluca, o treinador deve deixar Ganso no banco e colocar em campo a mesma formação que usou contra o The Strongest, na Bolívia, pela última rodada da fase de grupos. Uma das maiores dificuldades de Bauza ao longo da temporada foi armar uma equipe que dependesse menos do meia. Sem uma opção para substituí-lo quando preciso, a saída implicava uma mudança na formação tática. No jogo contra os bolivianos, a escolha de deixar seu jogador mais criativo no banco funcionou –o time conseguiu o empate em 1 a 1 que dava vaga na próxima fase. O treinador montou a equipe com três volantes: Hudson jogou centralizado à frente da zaga, e, ao seu lado, Wesley e Thiago Mendes tiveram liberdade para atacar. Com Kelvin e Michel Bastos abertos, a equipe funcionou, por vezes, em um 4-1-4-1. Os dois devem começar jogando, assim como Calleri, que foi o atacante naquela ocasião e retorna ao time após cumprir suspensão diante do Toluca. Denis, que também estava suspenso, volta ao gol. Na defesa, Maicon teve febre nesta terça (3) e virou dúvida. Se não jogar, Lucão formará dupla de zaga com Rodrigo Caio. TOLUCA Talavera; Silva, Galindo, da Silva, Rojas; Gamboa, Esquivel, Lobos, Cueva; Rios y Triverio. Técnico: José Cardozo SÃO PAULO Denis; Bruno, Maicon (Lucão), Rodrigo Caio e Mena; Hudson, Thiago Mendes e Wesley; Kelvin e Michel Bastos; Calleri. Técnico: Edgardo Bauza Estádio: Nemesio Diez Árbitro: Wilson Lamoroux (COL) TV: 19h15, Fox Sports
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esporte
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Bauza usa jogo contra Toluca para testar de novo time sem GansoA goleada por 4 a 0 sobre o Toluca (MEX) no Morumbi, na quinta (28), não serviu apenas para encaminhar a classificação do São Paulo às quartas de final da Libertadores. O resultado também trouxe uma tranquilidade que permitirá ao técnico Edgardo Bauza utilizar o jogo para consolidar uma formação alternativa para o restante do ano. Na partida desta quarta (4), nos 2.680 m da cidade de Toluca, o treinador deve deixar Ganso no banco e colocar em campo a mesma formação que usou contra o The Strongest, na Bolívia, pela última rodada da fase de grupos. Uma das maiores dificuldades de Bauza ao longo da temporada foi armar uma equipe que dependesse menos do meia. Sem uma opção para substituí-lo quando preciso, a saída implicava uma mudança na formação tática. No jogo contra os bolivianos, a escolha de deixar seu jogador mais criativo no banco funcionou –o time conseguiu o empate em 1 a 1 que dava vaga na próxima fase. O treinador montou a equipe com três volantes: Hudson jogou centralizado à frente da zaga, e, ao seu lado, Wesley e Thiago Mendes tiveram liberdade para atacar. Com Kelvin e Michel Bastos abertos, a equipe funcionou, por vezes, em um 4-1-4-1. Os dois devem começar jogando, assim como Calleri, que foi o atacante naquela ocasião e retorna ao time após cumprir suspensão diante do Toluca. Denis, que também estava suspenso, volta ao gol. Na defesa, Maicon teve febre nesta terça (3) e virou dúvida. Se não jogar, Lucão formará dupla de zaga com Rodrigo Caio. TOLUCA Talavera; Silva, Galindo, da Silva, Rojas; Gamboa, Esquivel, Lobos, Cueva; Rios y Triverio. Técnico: José Cardozo SÃO PAULO Denis; Bruno, Maicon (Lucão), Rodrigo Caio e Mena; Hudson, Thiago Mendes e Wesley; Kelvin e Michel Bastos; Calleri. Técnico: Edgardo Bauza Estádio: Nemesio Diez Árbitro: Wilson Lamoroux (COL) TV: 19h15, Fox Sports
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Rendição
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Max Weber distinguiu a "ética da convicção" da "ética da responsabilidade". Na sabatina de terça, Luiz Edson Fachin invocou a segunda para envernizar uma peculiar "ética da conveniência" –e passou 11 horas declarando sua adoração pelo que criticou ao longo da vida. O jurista atacou o direito de propriedade em 1986. Mas vale a pena discutir 1986? O jurista não aprecia a proteção especial à família nuclear. E daí? A diversidade de opiniões informadas enriquece o STF. Conversa inútil. Nenhum senador desviou-se dos rumos óbvios para inquiri-lo sobre o que interessa: a fonte das leis. Fachin acredita que os juízes têm a prerrogativa de inventar a lei. Se seu nome for aprovado em plenário, os senadores estarão assinando um termo de rendição do Poder Legislativo. Fachin é da corrente de pensamento de outro Luís, Roberto Barroso, que já está no STF. Eles são expoentes da vertente radical do neoconstitucionalismo, a árvore teórica de um ativismo judicial ilimitado. Nesse campo ideológico, a norma formal deve ceder lugar à norma axiológica, isto é, a valores morais genéricos que serviriam de régua na interpretação dos códigos legais. A Constituição proclama as metas da igualdade, do bem-estar e da justiça? Sob a ótica deles, é o suficiente para varrer a letra das leis pelo sopro purificador do juiz-ativista. Tudo que está escrito pode ser lido pelo avesso –eis a mensagem de Luís e Luiz. Na "nova dogmática da interpretação constitucional" de Barroso, a filtragem do Direito escorrega da norma objetiva para o terreno do arbítrio subjetivo. A Constituição abriga o princípio da igualdade perante a lei? Basta reinterpretá-la à luz do imperativo de justiça histórica –e concluir pela recepção de leis raciais na ordem jurídica nacional. A letra constitucional proíbe a discriminação de cor no acesso à educação superior? Basta atribuir um significado paradoxal à palavra –e explicar que a meta axiológica da igualdade demanda a "discriminação positiva". O neoconstitucionalismo nasceu no pós-guerra como reação progressista ao formalismo excludente da ordem liberal. "A lei tem que ser legítima, alinhando-se aos princípios constitucionais!", gritaram os juristas indignados com o novelo de artimanhas de uma legalidade meticulosamente construída para negar direitos. Contudo, nas margens dessa revolta modernizante, surgiu uma escola jacobina que prega a reforma social pelo Direito e, não por acaso, repete incessantemente o mantra da "carência de legitimidade" dos atuais parlamentos. Os fundadores da arquitetura moderna queriam "mudar a cidade para transformar a sociedade". Os juristas jacobinos cultivam o mesmo sonho exagerado, mas escolheram a ferramenta do Direito, o que os coloca em rota de colisão com o poder encarregado de fazer as leis. Fachin não é petista, a não ser num sentido puramente circunstancial. Mais que um partido, precisa de alianças com o "povo organizado": movimentos sociais, entidades corporativas, ONGs. A reengenharia da ordem jurídica, por cima dos representantes eleitos, deve ser vista como produto da vontade da sociedade civil. Fachin compartilha com o PT o objetivo de anular os direitos do Congresso, isto é, do "povo desorganizado". "Uma Constituição se faz Constituição no desenrolar de um processo constituinte material de índole permanente", pelo recurso a "ações afirmativas" e pelo "resgate de dívidas históricas", escreveu Fachin em 2011. A "revolução permanente" do Direito, pelo ativismo do jurista iluminado –eis o núcleo do seu pensamento. Numa sabatina intelectualmente preguiçosa, os senadores nem mesmo roçaram no tema relevante. Família? Propriedade? Não: Fachin quer transferir para "os juristas que têm lado" o mandato dos deputados e senadores. Alvaro Dias tem razão numa coisa: essa decisão "não é uma questão partidária".
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colunas
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RendiçãoMax Weber distinguiu a "ética da convicção" da "ética da responsabilidade". Na sabatina de terça, Luiz Edson Fachin invocou a segunda para envernizar uma peculiar "ética da conveniência" –e passou 11 horas declarando sua adoração pelo que criticou ao longo da vida. O jurista atacou o direito de propriedade em 1986. Mas vale a pena discutir 1986? O jurista não aprecia a proteção especial à família nuclear. E daí? A diversidade de opiniões informadas enriquece o STF. Conversa inútil. Nenhum senador desviou-se dos rumos óbvios para inquiri-lo sobre o que interessa: a fonte das leis. Fachin acredita que os juízes têm a prerrogativa de inventar a lei. Se seu nome for aprovado em plenário, os senadores estarão assinando um termo de rendição do Poder Legislativo. Fachin é da corrente de pensamento de outro Luís, Roberto Barroso, que já está no STF. Eles são expoentes da vertente radical do neoconstitucionalismo, a árvore teórica de um ativismo judicial ilimitado. Nesse campo ideológico, a norma formal deve ceder lugar à norma axiológica, isto é, a valores morais genéricos que serviriam de régua na interpretação dos códigos legais. A Constituição proclama as metas da igualdade, do bem-estar e da justiça? Sob a ótica deles, é o suficiente para varrer a letra das leis pelo sopro purificador do juiz-ativista. Tudo que está escrito pode ser lido pelo avesso –eis a mensagem de Luís e Luiz. Na "nova dogmática da interpretação constitucional" de Barroso, a filtragem do Direito escorrega da norma objetiva para o terreno do arbítrio subjetivo. A Constituição abriga o princípio da igualdade perante a lei? Basta reinterpretá-la à luz do imperativo de justiça histórica –e concluir pela recepção de leis raciais na ordem jurídica nacional. A letra constitucional proíbe a discriminação de cor no acesso à educação superior? Basta atribuir um significado paradoxal à palavra –e explicar que a meta axiológica da igualdade demanda a "discriminação positiva". O neoconstitucionalismo nasceu no pós-guerra como reação progressista ao formalismo excludente da ordem liberal. "A lei tem que ser legítima, alinhando-se aos princípios constitucionais!", gritaram os juristas indignados com o novelo de artimanhas de uma legalidade meticulosamente construída para negar direitos. Contudo, nas margens dessa revolta modernizante, surgiu uma escola jacobina que prega a reforma social pelo Direito e, não por acaso, repete incessantemente o mantra da "carência de legitimidade" dos atuais parlamentos. Os fundadores da arquitetura moderna queriam "mudar a cidade para transformar a sociedade". Os juristas jacobinos cultivam o mesmo sonho exagerado, mas escolheram a ferramenta do Direito, o que os coloca em rota de colisão com o poder encarregado de fazer as leis. Fachin não é petista, a não ser num sentido puramente circunstancial. Mais que um partido, precisa de alianças com o "povo organizado": movimentos sociais, entidades corporativas, ONGs. A reengenharia da ordem jurídica, por cima dos representantes eleitos, deve ser vista como produto da vontade da sociedade civil. Fachin compartilha com o PT o objetivo de anular os direitos do Congresso, isto é, do "povo desorganizado". "Uma Constituição se faz Constituição no desenrolar de um processo constituinte material de índole permanente", pelo recurso a "ações afirmativas" e pelo "resgate de dívidas históricas", escreveu Fachin em 2011. A "revolução permanente" do Direito, pelo ativismo do jurista iluminado –eis o núcleo do seu pensamento. Numa sabatina intelectualmente preguiçosa, os senadores nem mesmo roçaram no tema relevante. Família? Propriedade? Não: Fachin quer transferir para "os juristas que têm lado" o mandato dos deputados e senadores. Alvaro Dias tem razão numa coisa: essa decisão "não é uma questão partidária".
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EUA se acocoraram ao reconhecer Coreia do Norte como ameaça
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Num mundo de atores racionais e regras usuais de relações internacionais, a Coreia do Norte poderia cantar vitória estratégica sobre os Estados Unidos no embate acerca de seu programa de armas nucleares. Bastaria ao regime de Pyongyang seguir com sua receita até aqui: esticou os limites da retórica norte-americana e está, aparentemente, a um passo de colocar um artefato nuclear viável em forma de ogiva de míssil de alcance intercontinental. Só isso fez com que o paupérrimo país fosse tratado como igual por adversários muito mais poderosos. Nesta quarta (9), o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, fez uma declaração apelando à ditadura de Kim Jong-un para que se una à "comunidade internacional" e revisitou todas as capacidades de defesa e ataque dos americanos e seus aliados. Tudo verdade, mas em termos diplomáticos ele acocorou-se. Considerando que o próprio Trump já havia sido humilhado ao tuitar que a Coreia do Norte nunca teria um míssil intercontinental, só para ser desmentido, o escopo da debacle de imagem para Washington já é enorme. Se parasse aí, a dinastia Kim teria ganho mais alguns anos de sobrevida, como ocorreu com seu pai. Nada muito garantido, contudo. Muammar Gaddafi, o "cachorro louco" da Líbia, virou comensal de líderes ocidentais assim que entregou seu programa de armas nucleares. Mesmo regendo sobre um mar de petróleo, o que lhe garantiu boa vontade dos antigos inimigos, ele acabou deposto e morto no deserto com a ajuda do mesmo Ocidente. Esse é um exemplo que deve estar no cálculo de Kim, mas a real variável que parece impedir a Coreia do Norte de acomodar-se na cadeira de negociações é a total imprevisibilidade do ditador e de seu antípoda, Trump. Ao perceber que o americano jogava com a retórica, ainda que o dono do maior arsenal atômico do mundo falar em "fogo e fúria" ser algo de arrepiar em qualquer situação, Kim acelerou o quanto pôde seu programa. Tudo indica que o ditador não pretende parar a um passo de ter uma bomba para vaporizar Los Angeles, até porque já tem na alçada de sua mira de mísseis plenamente testados a Coreia do Sul, o Japão e a base de Guam (EUA). No tal mundo normal, assim como fez o Irã, Kim extrairia o máximo de concessões e deixaria tudo como está. Nada sugere isso, não menos porque está claro que a bizarra dinastia comunista só confia sua sobrevivência na certeza dos adversários de que ele pode atingi-los —mesmo sob pena de virar pó. Trump é outro fator a ser considerado. Ele não só fala sandices: os EUA colocaram grande poder de fogo em torno da península Coreana, para desespero de Seul. A capital sul-coreana irá pagar caro, em vidas, em todo cenário de conflito na região. Se a cadeia de comando americana tem inúmeros freios e contrapesos para evitar decisões impensadas, ao fim a autoridade é do presidente. Como mesmo vozes mais moderadas já falaram no fim da tal "paciência estratégica", o caminho para o enfrentamento está sendo pavimentado de bravata em bravata. Exceto que alguém surpreenda, desta vez positivamente.
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mundo
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EUA se acocoraram ao reconhecer Coreia do Norte como ameaçaNum mundo de atores racionais e regras usuais de relações internacionais, a Coreia do Norte poderia cantar vitória estratégica sobre os Estados Unidos no embate acerca de seu programa de armas nucleares. Bastaria ao regime de Pyongyang seguir com sua receita até aqui: esticou os limites da retórica norte-americana e está, aparentemente, a um passo de colocar um artefato nuclear viável em forma de ogiva de míssil de alcance intercontinental. Só isso fez com que o paupérrimo país fosse tratado como igual por adversários muito mais poderosos. Nesta quarta (9), o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, fez uma declaração apelando à ditadura de Kim Jong-un para que se una à "comunidade internacional" e revisitou todas as capacidades de defesa e ataque dos americanos e seus aliados. Tudo verdade, mas em termos diplomáticos ele acocorou-se. Considerando que o próprio Trump já havia sido humilhado ao tuitar que a Coreia do Norte nunca teria um míssil intercontinental, só para ser desmentido, o escopo da debacle de imagem para Washington já é enorme. Se parasse aí, a dinastia Kim teria ganho mais alguns anos de sobrevida, como ocorreu com seu pai. Nada muito garantido, contudo. Muammar Gaddafi, o "cachorro louco" da Líbia, virou comensal de líderes ocidentais assim que entregou seu programa de armas nucleares. Mesmo regendo sobre um mar de petróleo, o que lhe garantiu boa vontade dos antigos inimigos, ele acabou deposto e morto no deserto com a ajuda do mesmo Ocidente. Esse é um exemplo que deve estar no cálculo de Kim, mas a real variável que parece impedir a Coreia do Norte de acomodar-se na cadeira de negociações é a total imprevisibilidade do ditador e de seu antípoda, Trump. Ao perceber que o americano jogava com a retórica, ainda que o dono do maior arsenal atômico do mundo falar em "fogo e fúria" ser algo de arrepiar em qualquer situação, Kim acelerou o quanto pôde seu programa. Tudo indica que o ditador não pretende parar a um passo de ter uma bomba para vaporizar Los Angeles, até porque já tem na alçada de sua mira de mísseis plenamente testados a Coreia do Sul, o Japão e a base de Guam (EUA). No tal mundo normal, assim como fez o Irã, Kim extrairia o máximo de concessões e deixaria tudo como está. Nada sugere isso, não menos porque está claro que a bizarra dinastia comunista só confia sua sobrevivência na certeza dos adversários de que ele pode atingi-los —mesmo sob pena de virar pó. Trump é outro fator a ser considerado. Ele não só fala sandices: os EUA colocaram grande poder de fogo em torno da península Coreana, para desespero de Seul. A capital sul-coreana irá pagar caro, em vidas, em todo cenário de conflito na região. Se a cadeia de comando americana tem inúmeros freios e contrapesos para evitar decisões impensadas, ao fim a autoridade é do presidente. Como mesmo vozes mais moderadas já falaram no fim da tal "paciência estratégica", o caminho para o enfrentamento está sendo pavimentado de bravata em bravata. Exceto que alguém surpreenda, desta vez positivamente.
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Itália autoriza extradição de Henrique Pizzolato, condenado no mensalão
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O governo da Itália decidiu nesta sexta-feira (24) extraditar o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Ele fugiu para o país europeu, onde entrou com o passaporte de um irmão morto há mais de 35 anos, para evitar ser preso no Brasil, mas foi localizado e preso no início de fevereiro de 2014 em uma operação da Interpol em Maranello, norte da Itália, por uso de passaporte falso. A decisão do governo Matteo Renzi já foi comunicada, por canais diplomáticos e da Interpol, ao governo brasileiro. Não cabe mais recurso. Após a comunicação oficial ao governo brasileiro, que deve ocorrer ainda nesta sexta (24), via chancelaria dos dois países, o Brasil terá 20 dias para transferi-lo. Uma equipe da Polícia Federal deverá ser mandada à Itália para acompanhar o petista na viagem de volta. Pizzolato está preso desde fevereiro na penitenciária Sant'Anna, em Módena. É a primeira vez que a Itália extradita um cidadão nacional para o Brasil. A decisão do governo italiano pôs fim a uma intensa especulação de que a Itália poderia dar o "troco" pelo caso do ex-terrorista Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo governo Lula em 2010, e encerra também uma novela com quase vinte meses de duração. DERROTA E VITÓRIA O processo de extradição começou com uma derrota para o governo brasileiro, já que o pedido havia sido negado na primeira instância da Justiça italiana, que alegou razões de segurança à vida de Pizzolato, colocando-o em liberdade no final de outubro (ele estava preso desde fevereiro). O governo do Brasil recorreu à Corte de Cassação, o mais alto tribunal da Itália, que acolheu as garantias oferecidas de que ele não seria submetido a tortura nem que sua vida correria risco em uma ala do complexo penitenciário da Papuda (DF), argumento usado por sua defesa para tentar evitar a extradição. A Papuda foi um dos três presídios apresentados pelo governo brasileiro como locais para o petista cumprir a pena. Ele foi preso novamente após essa decisão, mas a palavra final, política, cabia ao ministro da Justiça, Andrea Orlando, decidir a conveniência e o interesse do Estado italiano em seguir ou não a sentença da mais alta corte. Orlando a seguiu. O argumento do governo brasileiro para conseguir extraditar Pizzolato foi baseado na chamada teoria da concretude do risco -isto é, ao mesmo tempo em que o país admite que há problemas no sistema carcerário de maneira geral, convenceu que, no caso específico do condenado, ele não vai correr risco ao cumprir a pena no mesmo pavilhão da Papuda onde outros mensaleiros estiveram presos. Pizzolato passou a ser considerado foragido em 15 de novembro de 2013, quando o ministro Joaquim Barbosa emitiu a ordem de prisão dos condenados do processo do mensalão. O petista havia fugido dois meses antes para a Itália com documentos em nome de Celso Pizzolato, seu irmão morto em 1978, e passou a viver com os documentos em nome dele. - CONDENAÇÃO DE HENRIQUE PIZZOLATO CRIMES Corrupção passiva, peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro PENA 12 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, mais uma multa de R$ 1,3 milhão O QUE ELE FEZ Em 2003 e 2004, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil autorizou o repasse de R$ 73,8 milhões que a instituição tinha no fundo Visanet para a DNA, agência de publicidade do empresário Marcos Valério que tinha contrato com o BB e foi usada para distribuir dinheiro a políticos. Pizzolato recebeu R$ 336 mil do esquema O QUE ELE DISSE Pizzolato afirmou durante o julgamento que o dinheiro que recebeu era destinado ao PT e foi entregue a um emissário do partido. Ele se queixou do fato de que outros executivos do banco autorizaram repasses de recursos do Visanet e não foram processados. Ele nega que o dinheiro tenha sido desviado para o mensalão
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poder
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Itália autoriza extradição de Henrique Pizzolato, condenado no mensalãoO governo da Itália decidiu nesta sexta-feira (24) extraditar o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Ele fugiu para o país europeu, onde entrou com o passaporte de um irmão morto há mais de 35 anos, para evitar ser preso no Brasil, mas foi localizado e preso no início de fevereiro de 2014 em uma operação da Interpol em Maranello, norte da Itália, por uso de passaporte falso. A decisão do governo Matteo Renzi já foi comunicada, por canais diplomáticos e da Interpol, ao governo brasileiro. Não cabe mais recurso. Após a comunicação oficial ao governo brasileiro, que deve ocorrer ainda nesta sexta (24), via chancelaria dos dois países, o Brasil terá 20 dias para transferi-lo. Uma equipe da Polícia Federal deverá ser mandada à Itália para acompanhar o petista na viagem de volta. Pizzolato está preso desde fevereiro na penitenciária Sant'Anna, em Módena. É a primeira vez que a Itália extradita um cidadão nacional para o Brasil. A decisão do governo italiano pôs fim a uma intensa especulação de que a Itália poderia dar o "troco" pelo caso do ex-terrorista Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo governo Lula em 2010, e encerra também uma novela com quase vinte meses de duração. DERROTA E VITÓRIA O processo de extradição começou com uma derrota para o governo brasileiro, já que o pedido havia sido negado na primeira instância da Justiça italiana, que alegou razões de segurança à vida de Pizzolato, colocando-o em liberdade no final de outubro (ele estava preso desde fevereiro). O governo do Brasil recorreu à Corte de Cassação, o mais alto tribunal da Itália, que acolheu as garantias oferecidas de que ele não seria submetido a tortura nem que sua vida correria risco em uma ala do complexo penitenciário da Papuda (DF), argumento usado por sua defesa para tentar evitar a extradição. A Papuda foi um dos três presídios apresentados pelo governo brasileiro como locais para o petista cumprir a pena. Ele foi preso novamente após essa decisão, mas a palavra final, política, cabia ao ministro da Justiça, Andrea Orlando, decidir a conveniência e o interesse do Estado italiano em seguir ou não a sentença da mais alta corte. Orlando a seguiu. O argumento do governo brasileiro para conseguir extraditar Pizzolato foi baseado na chamada teoria da concretude do risco -isto é, ao mesmo tempo em que o país admite que há problemas no sistema carcerário de maneira geral, convenceu que, no caso específico do condenado, ele não vai correr risco ao cumprir a pena no mesmo pavilhão da Papuda onde outros mensaleiros estiveram presos. Pizzolato passou a ser considerado foragido em 15 de novembro de 2013, quando o ministro Joaquim Barbosa emitiu a ordem de prisão dos condenados do processo do mensalão. O petista havia fugido dois meses antes para a Itália com documentos em nome de Celso Pizzolato, seu irmão morto em 1978, e passou a viver com os documentos em nome dele. - CONDENAÇÃO DE HENRIQUE PIZZOLATO CRIMES Corrupção passiva, peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro PENA 12 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, mais uma multa de R$ 1,3 milhão O QUE ELE FEZ Em 2003 e 2004, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil autorizou o repasse de R$ 73,8 milhões que a instituição tinha no fundo Visanet para a DNA, agência de publicidade do empresário Marcos Valério que tinha contrato com o BB e foi usada para distribuir dinheiro a políticos. Pizzolato recebeu R$ 336 mil do esquema O QUE ELE DISSE Pizzolato afirmou durante o julgamento que o dinheiro que recebeu era destinado ao PT e foi entregue a um emissário do partido. Ele se queixou do fato de que outros executivos do banco autorizaram repasses de recursos do Visanet e não foram processados. Ele nega que o dinheiro tenha sido desviado para o mensalão
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Prender petistas não basta, diz leitor
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OPERAÇÃO LAVA JATO A sociedade brasileira está apostando na Lava Jato. As prisões do pessoal do PT são bem-vindas, mas não bastam. Espera-se que o STF acorde e pare de se acovardar, mandando a gangue dos outros partidos para a prisão. JOSÉ CARLOS DE O. FERREIRA (Salvador, BA) * Gleisi Hoffmann, assim como Lula, não sabia de nada? ARTHUR MONDIN (Guarapuava, PR) * Se as leis são as mesmas e todos são iguais, a pergunta que não pode calar é a seguinte: por que têm ocorrido prisões determinadas pela Justiça Federal e nenhuma pelo STF? OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) * A comparação entre a Inquisição e a Lava Jato, feita por Alberto Toron, é exagerada. Enquanto na primeira se confessava para não ir para a fogueira, na segunda delata-se para obter o benefício da prisão domiciliar, geralmente em belas mansões adquiridas com dinheiro ilícito. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Na mesma ocasião em que Janio de Freitas aponta com precisão os equívocos da Lava Jato, somos lembrados da impunidade de Eduardo Cunha e da falta de esclarecimentos e empenho na investigação das mortes de PC Farias e Eduardo Campos, além de sermos informados da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Esses fatos ampliam a razão do articulista em relação às arbitrariedades no Paraná. ALFREDO STERNHEIM, cineasta (São Paulo, SP) * Grande coisa Eduardo Cunha se tornar réu no STF pela segunda vez. Seu colega Renan Calheiros tem nove inquéritos em andamento e os ministros nada decidem. MÁRCIO M. LEONEL (São Paulo, SP) * Honesta ou alheia: qual seria o adjetivo correto para uma presidente que não percebia a corrupção ao seu redor? E o que pensar das testemunhas de defesa de Dilma Rousseff, todas com seus papéis bem decorados, mostrando ser impossível que algum ato presidencial pudesse contrariar a lei? ENI MARIA MARTIN DE CARVALHO (Botucatu, SP) - IMPUNIDADE Livianu nos avisa que, caso o STF restabeleça o direito à impunidade, devemos exercer o nosso direito à indignação, talvez um dos poucos que ainda nos restam para constranger os ministros a fazer a coisa certa. Roubar e matar viraram coisas triviais, ninguém vai para a cadeia. Isso gera um clima de fragilidade, insegurança e revolta, que põe em xeque o próprio conceito de Estado democrático de Direito. PATRICIA NOGUEIRA (Brasília, DF) - CRISE ECONÔMICA Em "Feijão ostentação", faltou abordar o fato de o Brasil ser o país do agronegócio. Os grandes proprietários de terras não estão preocupados com o abastecimento do mercado interno e não existe responsabilidade alguma com a questão da fome. A função social da terra não está sendo cumprida. A reforma agrária é urgente. Falta financiamento aos pequenos agricultores e à agricultura familiar. A bancada ruralista continua criando leis que privilegiam a elite rural conservadora. ROBERTO GOMES DA SILVA FILHO, professor da USP (São Paulo, SP) * Lendo a coluna de Aécio Neves, achei patente a falta de compromisso com a verdade do articulista ao apresentar a proposta de instituir um teto para os gastos públicos como se fosse um debate inédito. O "remédio" da austeridade — que põe nas costas dos mais pobres o peso da crise econômica — é conhecido no Brasil e no exterior, haja vista o exemplo da Grécia. Fato é que, por trás de uma linguagem rebuscada, está um programa inviável de implementar democraticamente, seja por sua ineficiência, seja por sua impopularidade. GABRIEL BERÉ MOTTA, estudante (São Paulo, SP) - MORTE DA ONÇA JUMA Revoltado com o sacrifício cruel e injustificado da onça Juma, que acompanhou a festa de revezamento da tocha olímpica no Amazonas, proponho que o animal, um dos símbolos do Brasil, seja homenageado na cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio. ARSONVAL M. MUNIZ, advogado (São Paulo, SP) - GONZAGUINHA Após reportagem da Folha, acompanhei no canal Brasil programa da MPB sobre o astro Gonzaguinha. Com tanta chatice nas TVs aberta e fechada, até que enfim um programa de encher os olhos de alegria. VALTER REIS (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Excelente ilustração de Mariza Dias Costa sobre estupro. A grande maioria vai direito ao texto, ainda mais sendo de Contardo Calligaris, mas Mariza está de parabéns. Grande artista plástica! JOSÉ ANTONIO GARBINO, médico (Bauru, SP) * Francisco Daudt, na sua coluna "Independência e autonomia", oferece-nos um texto maravilhoso. É claro e didático e, a meu ver, confirma a colocação do neurocientista Ivan Izquierdo de que a psicanálise é um exercício estético, o que em filosofia significa a busca do conhecimento sensível. Para ler e guardar. JUSSARA HELENA BELTRESCHI (Ribeirão Preto, SP) - CADERNOS REGIONAIS Não gostei de terem tirado os cadernos regionais. Neles eu me informava sobre a minha região, cultura, cinemas etc. Gostaria imensamente que voltassem a publicá-los. JANETE PAULA CHIARI (Sertãozinho, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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paineldoleitor
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Prender petistas não basta, diz leitorOPERAÇÃO LAVA JATO A sociedade brasileira está apostando na Lava Jato. As prisões do pessoal do PT são bem-vindas, mas não bastam. Espera-se que o STF acorde e pare de se acovardar, mandando a gangue dos outros partidos para a prisão. JOSÉ CARLOS DE O. FERREIRA (Salvador, BA) * Gleisi Hoffmann, assim como Lula, não sabia de nada? ARTHUR MONDIN (Guarapuava, PR) * Se as leis são as mesmas e todos são iguais, a pergunta que não pode calar é a seguinte: por que têm ocorrido prisões determinadas pela Justiça Federal e nenhuma pelo STF? OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) * A comparação entre a Inquisição e a Lava Jato, feita por Alberto Toron, é exagerada. Enquanto na primeira se confessava para não ir para a fogueira, na segunda delata-se para obter o benefício da prisão domiciliar, geralmente em belas mansões adquiridas com dinheiro ilícito. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Na mesma ocasião em que Janio de Freitas aponta com precisão os equívocos da Lava Jato, somos lembrados da impunidade de Eduardo Cunha e da falta de esclarecimentos e empenho na investigação das mortes de PC Farias e Eduardo Campos, além de sermos informados da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Esses fatos ampliam a razão do articulista em relação às arbitrariedades no Paraná. ALFREDO STERNHEIM, cineasta (São Paulo, SP) * Grande coisa Eduardo Cunha se tornar réu no STF pela segunda vez. Seu colega Renan Calheiros tem nove inquéritos em andamento e os ministros nada decidem. MÁRCIO M. LEONEL (São Paulo, SP) * Honesta ou alheia: qual seria o adjetivo correto para uma presidente que não percebia a corrupção ao seu redor? E o que pensar das testemunhas de defesa de Dilma Rousseff, todas com seus papéis bem decorados, mostrando ser impossível que algum ato presidencial pudesse contrariar a lei? ENI MARIA MARTIN DE CARVALHO (Botucatu, SP) - IMPUNIDADE Livianu nos avisa que, caso o STF restabeleça o direito à impunidade, devemos exercer o nosso direito à indignação, talvez um dos poucos que ainda nos restam para constranger os ministros a fazer a coisa certa. Roubar e matar viraram coisas triviais, ninguém vai para a cadeia. Isso gera um clima de fragilidade, insegurança e revolta, que põe em xeque o próprio conceito de Estado democrático de Direito. PATRICIA NOGUEIRA (Brasília, DF) - CRISE ECONÔMICA Em "Feijão ostentação", faltou abordar o fato de o Brasil ser o país do agronegócio. Os grandes proprietários de terras não estão preocupados com o abastecimento do mercado interno e não existe responsabilidade alguma com a questão da fome. A função social da terra não está sendo cumprida. A reforma agrária é urgente. Falta financiamento aos pequenos agricultores e à agricultura familiar. A bancada ruralista continua criando leis que privilegiam a elite rural conservadora. ROBERTO GOMES DA SILVA FILHO, professor da USP (São Paulo, SP) * Lendo a coluna de Aécio Neves, achei patente a falta de compromisso com a verdade do articulista ao apresentar a proposta de instituir um teto para os gastos públicos como se fosse um debate inédito. O "remédio" da austeridade — que põe nas costas dos mais pobres o peso da crise econômica — é conhecido no Brasil e no exterior, haja vista o exemplo da Grécia. Fato é que, por trás de uma linguagem rebuscada, está um programa inviável de implementar democraticamente, seja por sua ineficiência, seja por sua impopularidade. GABRIEL BERÉ MOTTA, estudante (São Paulo, SP) - MORTE DA ONÇA JUMA Revoltado com o sacrifício cruel e injustificado da onça Juma, que acompanhou a festa de revezamento da tocha olímpica no Amazonas, proponho que o animal, um dos símbolos do Brasil, seja homenageado na cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio. ARSONVAL M. MUNIZ, advogado (São Paulo, SP) - GONZAGUINHA Após reportagem da Folha, acompanhei no canal Brasil programa da MPB sobre o astro Gonzaguinha. Com tanta chatice nas TVs aberta e fechada, até que enfim um programa de encher os olhos de alegria. VALTER REIS (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Excelente ilustração de Mariza Dias Costa sobre estupro. A grande maioria vai direito ao texto, ainda mais sendo de Contardo Calligaris, mas Mariza está de parabéns. Grande artista plástica! JOSÉ ANTONIO GARBINO, médico (Bauru, SP) * Francisco Daudt, na sua coluna "Independência e autonomia", oferece-nos um texto maravilhoso. É claro e didático e, a meu ver, confirma a colocação do neurocientista Ivan Izquierdo de que a psicanálise é um exercício estético, o que em filosofia significa a busca do conhecimento sensível. Para ler e guardar. JUSSARA HELENA BELTRESCHI (Ribeirão Preto, SP) - CADERNOS REGIONAIS Não gostei de terem tirado os cadernos regionais. Neles eu me informava sobre a minha região, cultura, cinemas etc. Gostaria imensamente que voltassem a publicá-los. JANETE PAULA CHIARI (Sertãozinho, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Ação do BNDES distorce decisões sobre crédito
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A edição deste domingo (9) da Folha discute o enorme custo imposto pelo BNDES ao contribuinte, mas qual o benefício dessas operações para a economia brasileira? O que nos compram esses bilhões de reais em subsídios? A resposta parece simples: esses bilhões de reais geram crédito às empresas, e esse crédito financia investimentos, cria empregos e fomenta a produção. Não fosse o BNDES, a empresa que toma empréstimos a juros subsidiados não compraria equipamentos nem contrataria funcionários. Portanto, teríamos menos investimento, produção e empregos no país. Essa resposta está errada. Não pelo que acontece com a empresa que toma empréstimos do BNDES, mas pelo que deixa de acontecer na economia por causa dessa operação. Considere um repasse do Tesouro Nacional ao BNDES que gera um empréstimo de R$ 10 milhões para uma empresa. Vamos supor que o repasse e o empréstimo deixem de acontecer. A empresa que usaria esses R$ 10 milhões para comprar uma máquina agora não tem mais recursos para investir. Parece então que temos de fato menos investimento na economia. Só que a história não acaba por aí. Sem esse repasse ao BNDES, o Tesouro precisa captar R$ 10 milhões a menos. Consequentemente, nas mãos daqueles que compram títulos públicos, sobram R$ 10 milhões –o dinheiro que o governo tomaria emprestado e repassaria ao BNDES. PADARIA, LAVADORA Claro, esses recursos não somem da economia. Os bancos, fundos de investimento ou poupadores que compravam títulos públicos agora precisam buscar outros destinos para esses R$ 10 milhões que não os cofres do governo. Afinal, ninguém quer deixar o dinheiro parado. Assim, esses recursos chegam às mãos da padaria que estava com dificuldades para conseguir empréstimo e do cidadão que buscava financiamento para comprar sua máquina de lavar. Portanto, os bilhões de reais despendidos com o BNDES não criam crédito. O efeito real desses subsídios é a alteração na alocação do crédito na economia. Por causa do BNDES, o dinheiro que financiaria a compra da máquina de lavar pelo cidadão e a reforma da padaria é emprestado ao governo, que o repassa ao BNDES, que empresta a quem tem a sorte de ter acesso ao crédito subsidiado. METRÔ, FUTEBOL Isso é diferente de outros gastos públicos. Os recursos utilizados nas obras do metrô e na construção das arenas para a Copa do Mundo resultam em estádios e infraestrutura de transporte. Portanto, geram benefícios. Pode-se discutir se o benefício do estádio ou do metrô compensa o custo pago pela população, mas há um benefício. Por outro lado, os bilhões de reais gastos pelo Tesouro em subsídios fazem com que uma grande fatia dos recursos disponíveis para investimento seja alocada pelo BNDES, e não pela mão invisível do mercado. Não é nada claro que esse efeito seja benéfico –mesmo sem custo algum. A discussão sobre o BNDES precisa começar exatamente por essa questão: queremos pagar alguma coisa para modificar a alocação do crédito? Se sim, em que casos, e por quê?
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mercado
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Ação do BNDES distorce decisões sobre créditoA edição deste domingo (9) da Folha discute o enorme custo imposto pelo BNDES ao contribuinte, mas qual o benefício dessas operações para a economia brasileira? O que nos compram esses bilhões de reais em subsídios? A resposta parece simples: esses bilhões de reais geram crédito às empresas, e esse crédito financia investimentos, cria empregos e fomenta a produção. Não fosse o BNDES, a empresa que toma empréstimos a juros subsidiados não compraria equipamentos nem contrataria funcionários. Portanto, teríamos menos investimento, produção e empregos no país. Essa resposta está errada. Não pelo que acontece com a empresa que toma empréstimos do BNDES, mas pelo que deixa de acontecer na economia por causa dessa operação. Considere um repasse do Tesouro Nacional ao BNDES que gera um empréstimo de R$ 10 milhões para uma empresa. Vamos supor que o repasse e o empréstimo deixem de acontecer. A empresa que usaria esses R$ 10 milhões para comprar uma máquina agora não tem mais recursos para investir. Parece então que temos de fato menos investimento na economia. Só que a história não acaba por aí. Sem esse repasse ao BNDES, o Tesouro precisa captar R$ 10 milhões a menos. Consequentemente, nas mãos daqueles que compram títulos públicos, sobram R$ 10 milhões –o dinheiro que o governo tomaria emprestado e repassaria ao BNDES. PADARIA, LAVADORA Claro, esses recursos não somem da economia. Os bancos, fundos de investimento ou poupadores que compravam títulos públicos agora precisam buscar outros destinos para esses R$ 10 milhões que não os cofres do governo. Afinal, ninguém quer deixar o dinheiro parado. Assim, esses recursos chegam às mãos da padaria que estava com dificuldades para conseguir empréstimo e do cidadão que buscava financiamento para comprar sua máquina de lavar. Portanto, os bilhões de reais despendidos com o BNDES não criam crédito. O efeito real desses subsídios é a alteração na alocação do crédito na economia. Por causa do BNDES, o dinheiro que financiaria a compra da máquina de lavar pelo cidadão e a reforma da padaria é emprestado ao governo, que o repassa ao BNDES, que empresta a quem tem a sorte de ter acesso ao crédito subsidiado. METRÔ, FUTEBOL Isso é diferente de outros gastos públicos. Os recursos utilizados nas obras do metrô e na construção das arenas para a Copa do Mundo resultam em estádios e infraestrutura de transporte. Portanto, geram benefícios. Pode-se discutir se o benefício do estádio ou do metrô compensa o custo pago pela população, mas há um benefício. Por outro lado, os bilhões de reais gastos pelo Tesouro em subsídios fazem com que uma grande fatia dos recursos disponíveis para investimento seja alocada pelo BNDES, e não pela mão invisível do mercado. Não é nada claro que esse efeito seja benéfico –mesmo sem custo algum. A discussão sobre o BNDES precisa começar exatamente por essa questão: queremos pagar alguma coisa para modificar a alocação do crédito? Se sim, em que casos, e por quê?
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Melodias alegres disfarçam reflexões do disco de estreia do Dingo Bells
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NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Travestidas de alegres, por meio de uma sonoridade pop comum a bandas brasileiras dos anos 1970 e vocais leves que poderiam trazer boas notícias, as músicas de "Maravilhas da Vida Moderna", do Dingo Bells, destacam certezas descontentes que surgem no processo de amadurecimento. O grupo gaúcho de Rodrigo Fischmann (voz, bateria e percussão), Diogo Brochmann (voz, guitarra e teclado) e Felipe Kautz (voz e baixo) apresenta o álbum de estreia no sábado (6), no Itaú Cultural. Aos 27 anos, os integrantes do trio parecem ter uma visão negativa dos 30. Em suas canções, personagens são abandonados no altar, percebem que não são especiais como pensavam e que o fim é inevitável. "Muitas vezes, um lamento é mais fácil de ser escrito do que uma celebração. Embora [o CD] não soe pessimista, há mensagens pessimistas por trás de algumas letras", conta Kautz à sãopaulo. "'Mistério dos 30' é muito mais uma caracterização do sucesso, um conceito pouco questionado, que prevê que você precisa constituir uma família, por exemplo. [A produção do álbum] não é uma sessão de terapia, mas a gente exorcizou bastante coisa", continua com um riso tímido. OUÇA "MISTÉRIO DOS 30" "Mistério dos 30" E quais são as maravilhas da vida moderna? "Uau (risos)! Essa é uma ironia em si mesma. São as coisas que facilitam a nossa vida, mas ao mesmo tempo afastam as pessoas. Hoje você tem seu escritório no bolso, já é um chavão. São as coisas que nos incomodavam, que observamos com algum deslumbre e decepção também", pondera o baixista. As reflexões parecem ser as mesmas para todos os músicos, que se conheceram na escola e estão juntos como banda desde 2003. Não é à toa que o tema da passagem do tempo se repete de maneiras diferentes ao longo das 11 canções. "'Dinossauros' talvez seja um pouco fatalista. Fala de alguém que sabe estar vislumbrando o fim e que as coisas não vão acabar bem. É algo que todo mundo deve pensar em algum momento. O final de uma fase. O fato de você escolher o que vai fazer nesse tempo que resta", diz. OUÇA "DINOSSAUROS" "Dinossauros" Ainda que "Maravilhas da Vida Moderna" seja um retrato da banda, hoje, não há histórias pessoais que tenham influenciado literalmente as composições —ao menos que Kautz pudesse contar. "As músicas não são roteiros, são mais sensações de histórias que a gente viveu. Visões mais fatalistas", conta. Em "Fugiu do Dia", a Dingo Bells imaginou um personagem correndo, literalmente, do dia. Foi uma letra trabalhosa que foi finalizada durante a pré-produção. Já em "Maria Certeza", iniciada por Kautz, foi pensada como um folhetim situada em uma vila vila brasileira em que todo mundo se conhece. Nada aconteceu como é descrito lá, mas traduzem sentimentos reais. A vida moderna também é expressa em sentidos, como as buzinas descritas em "Eu Vim Passear" e referências ao paladar também chamam a atenção em expressões como "gosto de metal", "sabor de remédio" ou "mar de aspirina". Tem alguém aí tomando anti-depressivo? "Não mais. Trocamos tudo por esporte", diz o músico enquanto solta uma gargalhada. "São mais metáforas. Mas pensando agora, o gosto é uma sensação muito íntima, só você sente. Diz o que você está pensando sobre as coisas", finaliza. Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, tel. 2168-1776. 249 lugares. Sáb. (6/6): 20h. 80 min. Livre. Retirar ingr. 30 min. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108). GRÁTIS
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saopaulo
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Melodias alegres disfarçam reflexões do disco de estreia do Dingo BellsNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Travestidas de alegres, por meio de uma sonoridade pop comum a bandas brasileiras dos anos 1970 e vocais leves que poderiam trazer boas notícias, as músicas de "Maravilhas da Vida Moderna", do Dingo Bells, destacam certezas descontentes que surgem no processo de amadurecimento. O grupo gaúcho de Rodrigo Fischmann (voz, bateria e percussão), Diogo Brochmann (voz, guitarra e teclado) e Felipe Kautz (voz e baixo) apresenta o álbum de estreia no sábado (6), no Itaú Cultural. Aos 27 anos, os integrantes do trio parecem ter uma visão negativa dos 30. Em suas canções, personagens são abandonados no altar, percebem que não são especiais como pensavam e que o fim é inevitável. "Muitas vezes, um lamento é mais fácil de ser escrito do que uma celebração. Embora [o CD] não soe pessimista, há mensagens pessimistas por trás de algumas letras", conta Kautz à sãopaulo. "'Mistério dos 30' é muito mais uma caracterização do sucesso, um conceito pouco questionado, que prevê que você precisa constituir uma família, por exemplo. [A produção do álbum] não é uma sessão de terapia, mas a gente exorcizou bastante coisa", continua com um riso tímido. OUÇA "MISTÉRIO DOS 30" "Mistério dos 30" E quais são as maravilhas da vida moderna? "Uau (risos)! Essa é uma ironia em si mesma. São as coisas que facilitam a nossa vida, mas ao mesmo tempo afastam as pessoas. Hoje você tem seu escritório no bolso, já é um chavão. São as coisas que nos incomodavam, que observamos com algum deslumbre e decepção também", pondera o baixista. As reflexões parecem ser as mesmas para todos os músicos, que se conheceram na escola e estão juntos como banda desde 2003. Não é à toa que o tema da passagem do tempo se repete de maneiras diferentes ao longo das 11 canções. "'Dinossauros' talvez seja um pouco fatalista. Fala de alguém que sabe estar vislumbrando o fim e que as coisas não vão acabar bem. É algo que todo mundo deve pensar em algum momento. O final de uma fase. O fato de você escolher o que vai fazer nesse tempo que resta", diz. OUÇA "DINOSSAUROS" "Dinossauros" Ainda que "Maravilhas da Vida Moderna" seja um retrato da banda, hoje, não há histórias pessoais que tenham influenciado literalmente as composições —ao menos que Kautz pudesse contar. "As músicas não são roteiros, são mais sensações de histórias que a gente viveu. Visões mais fatalistas", conta. Em "Fugiu do Dia", a Dingo Bells imaginou um personagem correndo, literalmente, do dia. Foi uma letra trabalhosa que foi finalizada durante a pré-produção. Já em "Maria Certeza", iniciada por Kautz, foi pensada como um folhetim situada em uma vila vila brasileira em que todo mundo se conhece. Nada aconteceu como é descrito lá, mas traduzem sentimentos reais. A vida moderna também é expressa em sentidos, como as buzinas descritas em "Eu Vim Passear" e referências ao paladar também chamam a atenção em expressões como "gosto de metal", "sabor de remédio" ou "mar de aspirina". Tem alguém aí tomando anti-depressivo? "Não mais. Trocamos tudo por esporte", diz o músico enquanto solta uma gargalhada. "São mais metáforas. Mas pensando agora, o gosto é uma sensação muito íntima, só você sente. Diz o que você está pensando sobre as coisas", finaliza. Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, tel. 2168-1776. 249 lugares. Sáb. (6/6): 20h. 80 min. Livre. Retirar ingr. 30 min. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108). GRÁTIS
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Shell anuncia compra de gigante britânica de óleo por US$ 70 bilhões
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A empresa petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell apresentou uma proposta de compra da britânica BG Group por 47 bilhões de libras (cerca de US$ 70 bi), anunciaram as companhias em um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira (8). Os conselhos de administração da Shell e do BG Group chegaram a um acordo sobre o valor e as modalidades da transação, anunciada em um contexto de queda constante do preço do petróleo desde junho de 2014. "O resultado será uma empresa mais competitiva e sólida para todos os nossos acionistas no atual contexto de volatilidade dos preços do petróleo", declarou Jorma Ollila, presidente da Shell. As duas empresas destacaram sua complementaridade, já que o BG Group, surgido da ex-British Gas, tem forte presença na Austrália e Brasil, assim como uma atividade importante na produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) e na exploração em águas profundas. A Shell oferece aos acionistas do BG Group pagar uma parte da aquisição em dinheiro e a outra em ações, o que renderia 19% do capital do novo grupo. Ao mesmo tempo, a Shell lançará um programa de compra das próprias ações por um valor de 25 bilhões de dólares entre 2017 e 2020. A oferta da Shell deve ser examinada e aprovada por acionistas das duas empresas em assembleias gerais. Caso o negócio seja concretizado, será a primeira grande aquisição no setor de energia desde o rápido declínio do preço do petróleo, em junho passado –quadro que estimula a consolidação. A empresa britânica, que tem valor de mercado de cerca de US$ 46 bilhões, foi fortemente afetada pela queda no preço da matéria-prima. Depois de registrar prejuízo de US$ 1 bilhão em 2014, anunciou corte de 30% nos investimentos deste ano. Com a aquisição da BG, a Shell ampliaria a sua presença na área de exploração de petróleo no Brasil, onde já atua na produção e distribuição de etanol, por meio da joint venture com a Cosan, e na área de gás, com uma participação na Comgás. A BG tem participação em cinco campos do pré-sal na Bacia de Santos (Lula, Iracema, Sapinhoá, Iara e Lapa), além de ser a operadora de dez blocos na bacia de Barreirinhas, no Maranhão, que tem potencial para a descoberta de petróleo leve.
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mercado
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Shell anuncia compra de gigante britânica de óleo por US$ 70 bilhõesA empresa petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell apresentou uma proposta de compra da britânica BG Group por 47 bilhões de libras (cerca de US$ 70 bi), anunciaram as companhias em um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira (8). Os conselhos de administração da Shell e do BG Group chegaram a um acordo sobre o valor e as modalidades da transação, anunciada em um contexto de queda constante do preço do petróleo desde junho de 2014. "O resultado será uma empresa mais competitiva e sólida para todos os nossos acionistas no atual contexto de volatilidade dos preços do petróleo", declarou Jorma Ollila, presidente da Shell. As duas empresas destacaram sua complementaridade, já que o BG Group, surgido da ex-British Gas, tem forte presença na Austrália e Brasil, assim como uma atividade importante na produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) e na exploração em águas profundas. A Shell oferece aos acionistas do BG Group pagar uma parte da aquisição em dinheiro e a outra em ações, o que renderia 19% do capital do novo grupo. Ao mesmo tempo, a Shell lançará um programa de compra das próprias ações por um valor de 25 bilhões de dólares entre 2017 e 2020. A oferta da Shell deve ser examinada e aprovada por acionistas das duas empresas em assembleias gerais. Caso o negócio seja concretizado, será a primeira grande aquisição no setor de energia desde o rápido declínio do preço do petróleo, em junho passado –quadro que estimula a consolidação. A empresa britânica, que tem valor de mercado de cerca de US$ 46 bilhões, foi fortemente afetada pela queda no preço da matéria-prima. Depois de registrar prejuízo de US$ 1 bilhão em 2014, anunciou corte de 30% nos investimentos deste ano. Com a aquisição da BG, a Shell ampliaria a sua presença na área de exploração de petróleo no Brasil, onde já atua na produção e distribuição de etanol, por meio da joint venture com a Cosan, e na área de gás, com uma participação na Comgás. A BG tem participação em cinco campos do pré-sal na Bacia de Santos (Lula, Iracema, Sapinhoá, Iara e Lapa), além de ser a operadora de dez blocos na bacia de Barreirinhas, no Maranhão, que tem potencial para a descoberta de petróleo leve.
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Mayday
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RIO DE JANEIRO - O desastre de um avião nos Alpes franceses, mais cedo ou mais tarde, será transformado em documentário. Os acidentes aéreos são sempre atribuídos à falha humana, as companhias tendem a não aceitar a culpa dos aparelhos geralmente fatigados, preferindo jogar a responsabilidade nas tripulações. A recente tragédia não escapou desta tendência. A culpa pelo acidente ficou com o copiloto. Vou citar dois casos. Nos aviões do futuro, na cabine dos comandantes ficarão somente dois pilotos e um cachorro, provavelmente um pitbull, que será treinado para impedir qualquer intervenção humana na direção do aparelho. Um movimento dos pilotos em direção ao painel de controle e o cachorro impedirá qualquer gesto dos comandantes, ficando o avião entregue ao sofisticado sistema eletrônico que cuidará da velocidade, altitude e direção ao aeroporto predeterminado. Outro caso que conheço, soube por relatos fidedignos. Ocorreu num avião da Taca (Transportes Aéreos da América Central). Os passageiros foram chamados para embarcarem, assim que se sentaram nas poltronas, o comandante ligou os motores da aeronave. Logo em seguida, avisou que um dos reatores não estava funcionando bem e pediu que os passageiros voltassem para a sala de espera, pois precisava trocar a peça defeituosa. Os passageiros saíram em direção ao aeroporto, nem tiveram tempo de tomar um cafezinho. Logo o alto-falante da companhia pediu que todos voltassem para o avião. Um dos passageiros perguntou a um membro da tripulação, por que em tão pouco tempo (10 minutos) um motor avariado foi substituído por outro: – Como conseguiram trocar o motor em tão pouco tempo? A resposta foi rápida: – Não trocamos o motor, mas trocamos o piloto, que é um covarde.
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colunas
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MaydayRIO DE JANEIRO - O desastre de um avião nos Alpes franceses, mais cedo ou mais tarde, será transformado em documentário. Os acidentes aéreos são sempre atribuídos à falha humana, as companhias tendem a não aceitar a culpa dos aparelhos geralmente fatigados, preferindo jogar a responsabilidade nas tripulações. A recente tragédia não escapou desta tendência. A culpa pelo acidente ficou com o copiloto. Vou citar dois casos. Nos aviões do futuro, na cabine dos comandantes ficarão somente dois pilotos e um cachorro, provavelmente um pitbull, que será treinado para impedir qualquer intervenção humana na direção do aparelho. Um movimento dos pilotos em direção ao painel de controle e o cachorro impedirá qualquer gesto dos comandantes, ficando o avião entregue ao sofisticado sistema eletrônico que cuidará da velocidade, altitude e direção ao aeroporto predeterminado. Outro caso que conheço, soube por relatos fidedignos. Ocorreu num avião da Taca (Transportes Aéreos da América Central). Os passageiros foram chamados para embarcarem, assim que se sentaram nas poltronas, o comandante ligou os motores da aeronave. Logo em seguida, avisou que um dos reatores não estava funcionando bem e pediu que os passageiros voltassem para a sala de espera, pois precisava trocar a peça defeituosa. Os passageiros saíram em direção ao aeroporto, nem tiveram tempo de tomar um cafezinho. Logo o alto-falante da companhia pediu que todos voltassem para o avião. Um dos passageiros perguntou a um membro da tripulação, por que em tão pouco tempo (10 minutos) um motor avariado foi substituído por outro: – Como conseguiram trocar o motor em tão pouco tempo? A resposta foi rápida: – Não trocamos o motor, mas trocamos o piloto, que é um covarde.
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Presidente da Câmara cobra posição do Brasil sobre prisões na Venezuela
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobrou neste domingo (22) do governo brasileiro uma posição sobre a prisão de oposicionistas ao governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro. Segundo Eduardo Cunha, "não dá para os países democráticos assistirem isso de braços cruzados como se fosse normal prender oposicionista, ainda mais detentor de mandato." Pelo Twitter, o peemedebista questionou o governo da presidente Dilma Rousseff. "Quero deixar o meu protesto pelas prisões absurdas do regime da Venezuela tentando calar a sua oposição", afirmou. "Até quando o Brasil ficará calado sem reagir a isso?", questionou. O prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso na quinta-feira (19) e indiciado por conspiração e formação de quadrilha. No dia seguinte, um juiz acatou as acusações do Ministério Público (MP) e ordenou que o prefeito fosse levado a um presídio militar. A defesa nega as acusações e irá recorrer. Na noite desta sexta-feira (20), o Itamaraty divulgou nota em que diz que o governo brasileiro "acompanha com grande preocupação a situação na Venezuela". O texto não cita diretamente a prisão do prefeito. "O governo brasileiro acompanha com grande preocupação a evolução da situação na Venezuela e insta todos os atores envolvidos a trabalhar pela paz e pela manutenção da democracia", diz o texto. Durante a entrega das cartas credenciais a embaixadores no Palácio do Planalto, na manhã de sexta, a presidente Dilma Rousseff havia dito que a detenção é uma "questão interna" da Venezuela. "Eu não posso receber um embaixador baseada em questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseada nas relações que eles estabelecem com o Brasil", disse a presidente, em resposta a um jornalista. PROTESTOS DE 2014 A procuradoria da Venezuela afirma que Ledezma tem ligação com estudantes presos por incitar os protestos antigoverno de 2014, nos quais 43 pessoas morreram. O governo divulgou vídeos que supostamente provam que os jovens agiram sob ordens da direita colombiana. Até agora, porém, não foram apresentadas evidências contra Ledezma. Críticos dizem que a detenção do prefeito revela um esforço de Maduro para tentar desviar o foco da grave crise econômica e acirrar divisões da oposição antes da eleição parlamentar do segundo semestre. A prisão de Ledezma e de outros opositores, como Leopoldo López, também pelos protestos de 2004, segundo especialistas, é uma maneira de jogar com as debilidades e tentar rachar a oposição e tentar rachar.
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Presidente da Câmara cobra posição do Brasil sobre prisões na VenezuelaO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobrou neste domingo (22) do governo brasileiro uma posição sobre a prisão de oposicionistas ao governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro. Segundo Eduardo Cunha, "não dá para os países democráticos assistirem isso de braços cruzados como se fosse normal prender oposicionista, ainda mais detentor de mandato." Pelo Twitter, o peemedebista questionou o governo da presidente Dilma Rousseff. "Quero deixar o meu protesto pelas prisões absurdas do regime da Venezuela tentando calar a sua oposição", afirmou. "Até quando o Brasil ficará calado sem reagir a isso?", questionou. O prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso na quinta-feira (19) e indiciado por conspiração e formação de quadrilha. No dia seguinte, um juiz acatou as acusações do Ministério Público (MP) e ordenou que o prefeito fosse levado a um presídio militar. A defesa nega as acusações e irá recorrer. Na noite desta sexta-feira (20), o Itamaraty divulgou nota em que diz que o governo brasileiro "acompanha com grande preocupação a situação na Venezuela". O texto não cita diretamente a prisão do prefeito. "O governo brasileiro acompanha com grande preocupação a evolução da situação na Venezuela e insta todos os atores envolvidos a trabalhar pela paz e pela manutenção da democracia", diz o texto. Durante a entrega das cartas credenciais a embaixadores no Palácio do Planalto, na manhã de sexta, a presidente Dilma Rousseff havia dito que a detenção é uma "questão interna" da Venezuela. "Eu não posso receber um embaixador baseada em questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseada nas relações que eles estabelecem com o Brasil", disse a presidente, em resposta a um jornalista. PROTESTOS DE 2014 A procuradoria da Venezuela afirma que Ledezma tem ligação com estudantes presos por incitar os protestos antigoverno de 2014, nos quais 43 pessoas morreram. O governo divulgou vídeos que supostamente provam que os jovens agiram sob ordens da direita colombiana. Até agora, porém, não foram apresentadas evidências contra Ledezma. Críticos dizem que a detenção do prefeito revela um esforço de Maduro para tentar desviar o foco da grave crise econômica e acirrar divisões da oposição antes da eleição parlamentar do segundo semestre. A prisão de Ledezma e de outros opositores, como Leopoldo López, também pelos protestos de 2004, segundo especialistas, é uma maneira de jogar com as debilidades e tentar rachar a oposição e tentar rachar.
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Leitores divergem sobre questão de laicidade do Estado
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Preocupa-me perceber o alarido por causa de um pai-nosso rezado na Câmara ('Não posso calar deputados', afirma Cunha). Aqueles que reprovaram a oração e invocaram a laicidade do Estado não estariam fomentando a intolerância que tanto combatem? RODRIGO CÉSAR COCCARO, promotor de Justiça (São Paulo, SP) * * A intolerância, a ignorância e o preconceito, marcas registradas das igrejas neopentecostais, mostraram novamente as suas garras na Câmara dos Deputados ('O Estado é laico; a política não', diz pastor). O que eu mais temo hoje, no Brasil, é a formação de um "Estado evangélico" e sua versão pretensamente cristã da sharia. ZANDOR FERREIRA (Goiânia, GO) * Quando houve o atentado ao "Charlie Hebdo", nossa esquerda caviar disse que os cartunistas estavam ofendendo os muçulmanos e o islamismo, mas não vê nada de mal que ridicularizem símbolos cristãos, como aconteceu na Parada Gay. MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) * É bom saber que podemos contar com o STF como contraponto à indigência intelectual de nosso Congresso, muito agravada na legislatura atual. Como disse Hélio Schwartsman (Delírios liberticidas), eu também conto com o Supremo para manter minha liberdade de dizer que a Bíblia é um compêndio de lendas ancestrais, que não tenho religião, que o amor (gay ou hétero) é sempre lindo e que não aceito ter minha vida regrada por fundamentalistas. JOSÉ CLÁUVER DE AGUIAR JUNIOR (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores divergem sobre questão de laicidade do EstadoPreocupa-me perceber o alarido por causa de um pai-nosso rezado na Câmara ('Não posso calar deputados', afirma Cunha). Aqueles que reprovaram a oração e invocaram a laicidade do Estado não estariam fomentando a intolerância que tanto combatem? RODRIGO CÉSAR COCCARO, promotor de Justiça (São Paulo, SP) * * A intolerância, a ignorância e o preconceito, marcas registradas das igrejas neopentecostais, mostraram novamente as suas garras na Câmara dos Deputados ('O Estado é laico; a política não', diz pastor). O que eu mais temo hoje, no Brasil, é a formação de um "Estado evangélico" e sua versão pretensamente cristã da sharia. ZANDOR FERREIRA (Goiânia, GO) * Quando houve o atentado ao "Charlie Hebdo", nossa esquerda caviar disse que os cartunistas estavam ofendendo os muçulmanos e o islamismo, mas não vê nada de mal que ridicularizem símbolos cristãos, como aconteceu na Parada Gay. MARCELO CIOTI (Atibaia, SP) * É bom saber que podemos contar com o STF como contraponto à indigência intelectual de nosso Congresso, muito agravada na legislatura atual. Como disse Hélio Schwartsman (Delírios liberticidas), eu também conto com o Supremo para manter minha liberdade de dizer que a Bíblia é um compêndio de lendas ancestrais, que não tenho religião, que o amor (gay ou hétero) é sempre lindo e que não aceito ter minha vida regrada por fundamentalistas. JOSÉ CLÁUVER DE AGUIAR JUNIOR (Santos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Bélgica encontra explosivos e digitais de foragido de ataques de Paris
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A Procuradoria da Bélgica informou nesta sexta-feira (8) que encontrou rastros de explosivos e uma impressão digital de Salah Abdeslam, único foragido da série de ataques em Paris, que deixou 130 mortos em 13 de novembro. As provas encontradas são mais uma prova de que parte dos atentados foi planejada na Bélgica, onde moravam dois dos envolvidos nos ataques —Abdeslam e o mentor dos atentados, Abdelhamid Abaaoud. Os vestígios foram recolhidos em apartamento no bairro de Schaerbeek, na capital belga, em 10 de dezembro passado. Também foram encontrados cintos feitos a mão, que ainda seriam preenchidos com bombas. O explosivo encontrado é composto de peróxido de amônia (TATP), o mesmo usado nos cintos dos homens-bomba que se explodiram nos atentados. Também foram encontrados outros cintos ainda a serem preparados. O imóvel foi alugado com uma identidade falsa, que a polícia diz ter sido usada por um suspeito de envolvimento com os ataques preso nas últimas semanas. Para as autoridades belgas, o apartamento era uma fábrica de bombas. Apesar de terem encontrado digitais de Salah Abdeslam, os investigadores não informaram saber se o foragido passou pelo apartamento revistado em Bruxelas antes ou depois dos ataques na capital francesa. INVESTIGAÇÕES Desde novembro, as autoridades belgas têm feito prisões e buscas relacionadas com os atentados. Desde então, mais de dez pessoas foram presas por ligação com os organizadores da ação terrorista. A maior parte deles têm ligação com Abdeslam, incluindo dois que viajaram de Bruxelas à França horas após a ação para buscar o terrorista foragido e outro que o conduziu entre bairros da capital belga após seu retorno. Apesar das operações, o paradeiro de Abdeslam continua desconhecido. Os demais participantes do ataque morreram ao se explodirem, exceto Abdelhamid Abaooud, morto em operação policial na periferia de Paris em 18 de dezembro. Os atentados atingiram três restaurantes, a casa de shows Bataclan e o entorno do Stade de France, onde jogavam as seleções de França e Alemanha. A ação terrorista foi coordenada pela milícia terrorista Estado Islâmico.
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Bélgica encontra explosivos e digitais de foragido de ataques de ParisA Procuradoria da Bélgica informou nesta sexta-feira (8) que encontrou rastros de explosivos e uma impressão digital de Salah Abdeslam, único foragido da série de ataques em Paris, que deixou 130 mortos em 13 de novembro. As provas encontradas são mais uma prova de que parte dos atentados foi planejada na Bélgica, onde moravam dois dos envolvidos nos ataques —Abdeslam e o mentor dos atentados, Abdelhamid Abaaoud. Os vestígios foram recolhidos em apartamento no bairro de Schaerbeek, na capital belga, em 10 de dezembro passado. Também foram encontrados cintos feitos a mão, que ainda seriam preenchidos com bombas. O explosivo encontrado é composto de peróxido de amônia (TATP), o mesmo usado nos cintos dos homens-bomba que se explodiram nos atentados. Também foram encontrados outros cintos ainda a serem preparados. O imóvel foi alugado com uma identidade falsa, que a polícia diz ter sido usada por um suspeito de envolvimento com os ataques preso nas últimas semanas. Para as autoridades belgas, o apartamento era uma fábrica de bombas. Apesar de terem encontrado digitais de Salah Abdeslam, os investigadores não informaram saber se o foragido passou pelo apartamento revistado em Bruxelas antes ou depois dos ataques na capital francesa. INVESTIGAÇÕES Desde novembro, as autoridades belgas têm feito prisões e buscas relacionadas com os atentados. Desde então, mais de dez pessoas foram presas por ligação com os organizadores da ação terrorista. A maior parte deles têm ligação com Abdeslam, incluindo dois que viajaram de Bruxelas à França horas após a ação para buscar o terrorista foragido e outro que o conduziu entre bairros da capital belga após seu retorno. Apesar das operações, o paradeiro de Abdeslam continua desconhecido. Os demais participantes do ataque morreram ao se explodirem, exceto Abdelhamid Abaooud, morto em operação policial na periferia de Paris em 18 de dezembro. Os atentados atingiram três restaurantes, a casa de shows Bataclan e o entorno do Stade de France, onde jogavam as seleções de França e Alemanha. A ação terrorista foi coordenada pela milícia terrorista Estado Islâmico.
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Juiz diz que venda de imóvel de prefeito eleito de BH foi simulada
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O juiz eleitoral Delvan Barcelos Junior, da 344ª Zona Eleitoral, manteve a rejeição das contas de campanha do prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), em decisão proferida nesta terça-feira (6). A rejeição de contas havia sido pedida na última semana em um parecer preliminar da Justiça Eleitoral de Minas Gerais que contestava a legalidade de uma doação de R$ 2,2 milhões que o próprio Kalil fez à sua campanha. Cabe recurso da decisão. O prefeito eleito afirma que a doação foi feita com recursos obtidos com a venda de 37,5% de um apartamento em Belo Horizonte para seus três filhos. O magistrado argumenta que os negócios jurídicos que ampararam a doação de R$ 2,2 milhões para a campanha estão "maculados pelos vícios da simulação" porque "objetivam esconder uma verdadeira doação". O juiz ainda ressalta que este valor doado por Kalil representa 62,7% do total da arrecadação da campanha, podendo caracterizar "indevida influência no resultado do pleito". Na sua defesa apresentada junto ao juiz, Kalil nega que tenha ocorrido uma doação simulada e afirma que os negócios que deram origem aos recursos doados à campanha foram "lícitos e livremente pactuados". Na documentação apresentada à Justiça Eleitoral, Kalil informa que fez a doação de campanha com recursos obtidos em um contrato de promessa de compra e venda de imóvel firmado com seus filhos. Os filhos, por sua vez, obtiveram os recursos por meio de uma promessa de compra e venda de outro apartamento, firmada no mesmo dia. Este apartamento dos filhos teria sido comprado pela empresa CBC Imóveis e Conservadora, com sede em Santo André (SP). A empresa tem como sócios a empresa Sada Participações e o empresário Vittorio Medioli, prefeito eleito de Betim, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Medioli é aliado de Kalil e foi eleito prefeito de Betim pelo PHS, mesmo partido que o prefeito de Belo Horizonte. Na decisão, o juiz ainda destaca que parte do valor da venda do imóvel dos filhos de Kalil para a CBC Imóveis foi depositado diretamente na conta do prefeito eleito de Belo Horizonte, que doou o valor para a própria campanha. VALOR DOS IMÓVEIS O magistrado ainda aponta discrepâncias entre o valor dos imóveis declarados em datas recentes e o valor de venda. Escritura de inventário datada de abril de 2014 aponta que o apartamento que Kalil diz ter vendido parcialmente aos filhos era avaliado em R$ 1.047.269,00. Desta forma, a parcela de 37,5%, que teria sido vendida aos filhos de Kalil por R$ 2,2 milhões em outubro deste ano, teria valor de mercado de R$ 392.725,87 há pouco mais de dois anos. Também há discrepância no valor apartamento vendido pelos filhos de Kalil. O imóvel foi doado em 2012 por Kalil e sua mulher aos filhos em 2012 com valor de mercado de R$ 957.988,00. Agora, pouco mais de quatro anos depois, foi vendido por R$ 5.231.250 –quase cinco vezes mais– para a empresa de Vittorio Medioli, aliado político de Kalil. O juiz ainda destaca que tamanha valorização dos imóveis "contraria todas as tendências do mercado imobiliário" de Belo Horizonte, citando o atual cenário de crise econômica.
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Juiz diz que venda de imóvel de prefeito eleito de BH foi simuladaO juiz eleitoral Delvan Barcelos Junior, da 344ª Zona Eleitoral, manteve a rejeição das contas de campanha do prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), em decisão proferida nesta terça-feira (6). A rejeição de contas havia sido pedida na última semana em um parecer preliminar da Justiça Eleitoral de Minas Gerais que contestava a legalidade de uma doação de R$ 2,2 milhões que o próprio Kalil fez à sua campanha. Cabe recurso da decisão. O prefeito eleito afirma que a doação foi feita com recursos obtidos com a venda de 37,5% de um apartamento em Belo Horizonte para seus três filhos. O magistrado argumenta que os negócios jurídicos que ampararam a doação de R$ 2,2 milhões para a campanha estão "maculados pelos vícios da simulação" porque "objetivam esconder uma verdadeira doação". O juiz ainda ressalta que este valor doado por Kalil representa 62,7% do total da arrecadação da campanha, podendo caracterizar "indevida influência no resultado do pleito". Na sua defesa apresentada junto ao juiz, Kalil nega que tenha ocorrido uma doação simulada e afirma que os negócios que deram origem aos recursos doados à campanha foram "lícitos e livremente pactuados". Na documentação apresentada à Justiça Eleitoral, Kalil informa que fez a doação de campanha com recursos obtidos em um contrato de promessa de compra e venda de imóvel firmado com seus filhos. Os filhos, por sua vez, obtiveram os recursos por meio de uma promessa de compra e venda de outro apartamento, firmada no mesmo dia. Este apartamento dos filhos teria sido comprado pela empresa CBC Imóveis e Conservadora, com sede em Santo André (SP). A empresa tem como sócios a empresa Sada Participações e o empresário Vittorio Medioli, prefeito eleito de Betim, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Medioli é aliado de Kalil e foi eleito prefeito de Betim pelo PHS, mesmo partido que o prefeito de Belo Horizonte. Na decisão, o juiz ainda destaca que parte do valor da venda do imóvel dos filhos de Kalil para a CBC Imóveis foi depositado diretamente na conta do prefeito eleito de Belo Horizonte, que doou o valor para a própria campanha. VALOR DOS IMÓVEIS O magistrado ainda aponta discrepâncias entre o valor dos imóveis declarados em datas recentes e o valor de venda. Escritura de inventário datada de abril de 2014 aponta que o apartamento que Kalil diz ter vendido parcialmente aos filhos era avaliado em R$ 1.047.269,00. Desta forma, a parcela de 37,5%, que teria sido vendida aos filhos de Kalil por R$ 2,2 milhões em outubro deste ano, teria valor de mercado de R$ 392.725,87 há pouco mais de dois anos. Também há discrepância no valor apartamento vendido pelos filhos de Kalil. O imóvel foi doado em 2012 por Kalil e sua mulher aos filhos em 2012 com valor de mercado de R$ 957.988,00. Agora, pouco mais de quatro anos depois, foi vendido por R$ 5.231.250 –quase cinco vezes mais– para a empresa de Vittorio Medioli, aliado político de Kalil. O juiz ainda destaca que tamanha valorização dos imóveis "contraria todas as tendências do mercado imobiliário" de Belo Horizonte, citando o atual cenário de crise econômica.
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Ao menos 19 estrangeiros estão entre as vítimas dos atentados de Paris
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Ao menos 19 estrangeiros estão entre as vítimas dos atentados de sexta (13) em Paris. Os ataques ocorreram em seis locais diferentes e deixaram 129 mortos, além de mais de 300 feridos. O Ministério das Relações Exteriores do Chile confirmou a morte de três cidadãos chilenos O músico Luis Felipe Zschoche Vale, a sobrinha do embaixador do Chile no México, Patricia Sua Martín, e sua filha, Elsa Veronique Delplace San Martín, nascida na França, morreram no ataque à casa de show Bataclan. O México confirmou a morte de duas mulheres, que tinham dupla nacionalidade. Outro cidadão mexicano, que também tinha nacionalidade australiana, foi ferido e está se recuperando. Veja a lista completa: - Duas mulheres e um homem do Chile - Duas mulheres com nacionalidade mexicana - O espanhol Alberto González Garrido, 29, que assistia ao show no Bataclan - Dois portugueses - Ao menos três belgas, um deles com nacionalidade francesa - Dois romenos - Um britânico - Duas irmãs da Tunísia - Uma mulher e um homem da Argélia - Um marroquino
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Ao menos 19 estrangeiros estão entre as vítimas dos atentados de ParisAo menos 19 estrangeiros estão entre as vítimas dos atentados de sexta (13) em Paris. Os ataques ocorreram em seis locais diferentes e deixaram 129 mortos, além de mais de 300 feridos. O Ministério das Relações Exteriores do Chile confirmou a morte de três cidadãos chilenos O músico Luis Felipe Zschoche Vale, a sobrinha do embaixador do Chile no México, Patricia Sua Martín, e sua filha, Elsa Veronique Delplace San Martín, nascida na França, morreram no ataque à casa de show Bataclan. O México confirmou a morte de duas mulheres, que tinham dupla nacionalidade. Outro cidadão mexicano, que também tinha nacionalidade australiana, foi ferido e está se recuperando. Veja a lista completa: - Duas mulheres e um homem do Chile - Duas mulheres com nacionalidade mexicana - O espanhol Alberto González Garrido, 29, que assistia ao show no Bataclan - Dois portugueses - Ao menos três belgas, um deles com nacionalidade francesa - Dois romenos - Um britânico - Duas irmãs da Tunísia - Uma mulher e um homem da Argélia - Um marroquino
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Thiago Pereira nada eliminatória, mas não participará da final
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Atrás de um recorde de medalhas no Pan de Toronto, o nadador Thiago Pereira caiu pela primeira vez na piscina nesta terça-feira (14). Ele disputou a eliminatória do revezamento 4 x 100 m, vencida pelo Brasil com o tempo de 3min17s87. Pereira não nadará a final da prova, que ocorre às 21h31 (de Brasília). "Essa primeira caída na água foi bem importante para sentir o clima da competição. A piscina aqui é maravilhosa. Hoje já fiz minha parte e agora é com eles à tarde", afirmou. A equipe brasileira, que sairá na raia 4 na decisão, será formada por Matheus Santana, João de Lucca, Bruno Fratus e Marcelo Chierighini. Embora não nade a final, Pereira receberá medalha caso o Brasil fique entre os três primeiros, o que é provável. "Não perdemos esta prova [4 x 100 m] desde o Pan de Winnipeg-1999, e não vai ser na nossa mão que isso vai acontecer", afirmou Fratus. Pereira, que tem 18 medalhas em Pan, quer superar Gustavo Borges (19) e o cubano Erick Lopez (22) como atleta mais vezes laureado no evento. O brasileiro vai nadar oito provas no Canadá até o sábado, dia final da natação. EM BUSCA DO RECORDE Pereira chega a Toronto-2015 com 18 medalhas pan-americanas no currículo, e pode sair dele com até 26. E ele nem precisa obter tamanha coleção para triturar recordes no evento. Bastam duas para superar o ex-nadador Gustavo Borges -que soma 19- como o maior medalhista brasileiro. Um pouco mais é necessário para ultrapassar o alvo real de Pereira: o cubano Erick Lopez, ex-ginasta que amealhou 22 pódios entre as edições de Havana-1991 e Santo Domingo-2003 -com 18 medalhas de ouro.
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esporte
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Thiago Pereira nada eliminatória, mas não participará da finalAtrás de um recorde de medalhas no Pan de Toronto, o nadador Thiago Pereira caiu pela primeira vez na piscina nesta terça-feira (14). Ele disputou a eliminatória do revezamento 4 x 100 m, vencida pelo Brasil com o tempo de 3min17s87. Pereira não nadará a final da prova, que ocorre às 21h31 (de Brasília). "Essa primeira caída na água foi bem importante para sentir o clima da competição. A piscina aqui é maravilhosa. Hoje já fiz minha parte e agora é com eles à tarde", afirmou. A equipe brasileira, que sairá na raia 4 na decisão, será formada por Matheus Santana, João de Lucca, Bruno Fratus e Marcelo Chierighini. Embora não nade a final, Pereira receberá medalha caso o Brasil fique entre os três primeiros, o que é provável. "Não perdemos esta prova [4 x 100 m] desde o Pan de Winnipeg-1999, e não vai ser na nossa mão que isso vai acontecer", afirmou Fratus. Pereira, que tem 18 medalhas em Pan, quer superar Gustavo Borges (19) e o cubano Erick Lopez (22) como atleta mais vezes laureado no evento. O brasileiro vai nadar oito provas no Canadá até o sábado, dia final da natação. EM BUSCA DO RECORDE Pereira chega a Toronto-2015 com 18 medalhas pan-americanas no currículo, e pode sair dele com até 26. E ele nem precisa obter tamanha coleção para triturar recordes no evento. Bastam duas para superar o ex-nadador Gustavo Borges -que soma 19- como o maior medalhista brasileiro. Um pouco mais é necessário para ultrapassar o alvo real de Pereira: o cubano Erick Lopez, ex-ginasta que amealhou 22 pódios entre as edições de Havana-1991 e Santo Domingo-2003 -com 18 medalhas de ouro.
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Steven Wasson dirige Bete Coelho como mulher em tratamento por depressão
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A caixa de Pandora é esvaziada e "uma pequena coisa é a última a escapar", a esperança. Uma mulher em depressão está finalmente diante da redenção, talvez. "É uma situação ambígua", descreve o autor, diretor e cenógrafo americano Steven Wasson. "Pode ser bom, a esperança significa que pode existir algo mais. Mas pode ser algo que nunca chega. Isso mantém a personagem principal na terra da melancolia, infectada." A mulher é representada por Bete Coelho em "A Melancolia de Pandora", que estreia nesta sexta (15) no Sesc Belenzinho, com uma caixa de três metros e meio de comprimento como cenário. Wasson, último discípulo do ator francês Étienne Decroux (1898-1991), referência histórica do teatro físico, aborda em suas peças mais recentes os mitos clássicos, alterados e "num contexto diferente", contemporâneo. Orfeu, por exemplo, ressurgiu num hospital psiquiátrico. O mesmo acontece com a caixa de Pandora, agora aberta por um anjo (Djin Sganzerla) para a mulher já em tratamento –sob os cuidados de um médico (André Guerreiro Lopes) e seu assistente (Ricardo Bittencourt), que veem na destruição do mito a cura para a depressão. Em "O Trabalho e os Dias", do poeta grego Hesíodo (c. 750-650 AEC), a caixa, ao ser aberta por Pandora, a primeira mulher, deixa escapar todos os males do mundo, como as doenças, mas mantém presa a esperança. PARTITURA Bete Coelho diz que "em todo trabalho o ator tem de costurar sua própria partitura" e ela está nesse ponto, "apesar da estreia próxima". "Faço uma paciente, uma mulher melancólica, sendo tratada por um pesquisador a serviço de sua descoberta", diz. "Ele acha que a cura é pelo extermínio do mito em que ela pode estar fixada. No final, por meio de um anjo louco, maluco, ela consegue uma redenção." Segundo Djin, "o anjo traz o olhar dos deuses, faz a ponte entre o divino e os seres humanos". É um "anjo caído, bêbado", que busca despertar a mulher do "estado entorpecido, que você não sabe de onde vem, se são as drogas do próprio médico". Wasson vê ambiguidade no término de seu espetáculo. O elenco, nem tanto. "Eu acredito que no final a mulher desperta", diz Djin. "A Melancolia de Pandora" reúne as companhias de Wasson (Théâtre de l'Ange Fou, do Anjo Louco), Bete e Bittencourt (BR116) e Djin e Lopes (Lusco-Fusco). Nasceu nos bastidores de duas montagens recentes do diretor americano Bob Wilson, nas quais Bete atuou e Lopes foi assistente de direção. "Logo nos primeiros ensaios de 'A Dama do Mar' a gente teve afinidade no trabalho, de olhar", descreve ele, que é codiretor de "A Melancolia de Pandora". Lopes fez parte do grupo de Wasson por cinco anos, tendo criado o papel do médico noutra peça, "The Orpheus Complex", apresentada pela Europa e no Brasil, dez anos atrás. "O l'Ange Fou tem uma linguagem muito própria, esse teatro do movimento, físico", diz. "A nossa coluna vertebral está nisso. Mas durante os ensaios esse universo foi virando cada vez mais um universo comum. Cada um está inserido muito pessoalmente, dentro do seu repertório, e traduzindo também o que foi solicitado pelo Steven." A MELANCOLIA DE PANDORA QUANDO qui., sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 7/8 ONDE Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700 QUANTO R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 10 anos
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ilustrada
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Steven Wasson dirige Bete Coelho como mulher em tratamento por depressãoA caixa de Pandora é esvaziada e "uma pequena coisa é a última a escapar", a esperança. Uma mulher em depressão está finalmente diante da redenção, talvez. "É uma situação ambígua", descreve o autor, diretor e cenógrafo americano Steven Wasson. "Pode ser bom, a esperança significa que pode existir algo mais. Mas pode ser algo que nunca chega. Isso mantém a personagem principal na terra da melancolia, infectada." A mulher é representada por Bete Coelho em "A Melancolia de Pandora", que estreia nesta sexta (15) no Sesc Belenzinho, com uma caixa de três metros e meio de comprimento como cenário. Wasson, último discípulo do ator francês Étienne Decroux (1898-1991), referência histórica do teatro físico, aborda em suas peças mais recentes os mitos clássicos, alterados e "num contexto diferente", contemporâneo. Orfeu, por exemplo, ressurgiu num hospital psiquiátrico. O mesmo acontece com a caixa de Pandora, agora aberta por um anjo (Djin Sganzerla) para a mulher já em tratamento –sob os cuidados de um médico (André Guerreiro Lopes) e seu assistente (Ricardo Bittencourt), que veem na destruição do mito a cura para a depressão. Em "O Trabalho e os Dias", do poeta grego Hesíodo (c. 750-650 AEC), a caixa, ao ser aberta por Pandora, a primeira mulher, deixa escapar todos os males do mundo, como as doenças, mas mantém presa a esperança. PARTITURA Bete Coelho diz que "em todo trabalho o ator tem de costurar sua própria partitura" e ela está nesse ponto, "apesar da estreia próxima". "Faço uma paciente, uma mulher melancólica, sendo tratada por um pesquisador a serviço de sua descoberta", diz. "Ele acha que a cura é pelo extermínio do mito em que ela pode estar fixada. No final, por meio de um anjo louco, maluco, ela consegue uma redenção." Segundo Djin, "o anjo traz o olhar dos deuses, faz a ponte entre o divino e os seres humanos". É um "anjo caído, bêbado", que busca despertar a mulher do "estado entorpecido, que você não sabe de onde vem, se são as drogas do próprio médico". Wasson vê ambiguidade no término de seu espetáculo. O elenco, nem tanto. "Eu acredito que no final a mulher desperta", diz Djin. "A Melancolia de Pandora" reúne as companhias de Wasson (Théâtre de l'Ange Fou, do Anjo Louco), Bete e Bittencourt (BR116) e Djin e Lopes (Lusco-Fusco). Nasceu nos bastidores de duas montagens recentes do diretor americano Bob Wilson, nas quais Bete atuou e Lopes foi assistente de direção. "Logo nos primeiros ensaios de 'A Dama do Mar' a gente teve afinidade no trabalho, de olhar", descreve ele, que é codiretor de "A Melancolia de Pandora". Lopes fez parte do grupo de Wasson por cinco anos, tendo criado o papel do médico noutra peça, "The Orpheus Complex", apresentada pela Europa e no Brasil, dez anos atrás. "O l'Ange Fou tem uma linguagem muito própria, esse teatro do movimento, físico", diz. "A nossa coluna vertebral está nisso. Mas durante os ensaios esse universo foi virando cada vez mais um universo comum. Cada um está inserido muito pessoalmente, dentro do seu repertório, e traduzindo também o que foi solicitado pelo Steven." A MELANCOLIA DE PANDORA QUANDO qui., sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 7/8 ONDE Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700 QUANTO R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 10 anos
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Contra a empatia
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SÃO PAULO - "Against Empathy" (contra a empatia), o título da mais recente obra do psicólogo Paul Bloom, é feito para provocar. A empatia, afinal, se tornou o sentimento favorito da modernidade, explicando mais ou menos tudo, desde a origem da moral até a existência de psicopatas, que seriam pessoas privadas de qualquer traço desse afeto. Bloom obviamente discorda. Ele não apenas considera essas interpretações equivocadas como ainda afirma que o excesso de empatia é que é responsável por alguns dos piores problemas sociais que enfrentamos, como o racismo e qualquer atitude que envolva o favorecimento de alguns em detrimento de outros. E, mesmo defendendo teses assim controversas, o autor conseguiu escrever um livro convincente e cativante. Até acho que Bloom, de Yale, "roubou" um pouquinho. Ele define empatia como "nossa capacidade de ver o mundo através dos olhos de outros, sentindo o que eles sentem". Está absolutamente correto, mas, ao utilizar essa definição relativamente restrita, o autor acaba excluindo do termo noções a ele conexas, como a compaixão, que Bloom valoriza bastante. Fica mais fácil bater na empatia sem risco de acertar também sentimentos muito próximos que o psicólogo vê como mais relevantes. De todo modo, penso que Bloom está coberto de razão ao afirmar que, se guiássemos nossa moral apenas pela empatia, criaríamos um mundo horrível, no qual atuaríamos por impulso e nos sentiríamos livres para agir com indiferença e mesmo crueldade em relação àqueles com os quais não nos identificamos, seja por não pertencerem a nosso grupo, seja por não os vermos com facilidade. Para Bloom, uma moral consistente exige a intervenção de princípios mais abstratos, como imparcialidade e justiça. Exige também um esforço intelectual para tentar analisar implicações que não estejam na nossa cara. Nessas funções mais elevadas, a empatia só atrapalha.
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Contra a empatiaSÃO PAULO - "Against Empathy" (contra a empatia), o título da mais recente obra do psicólogo Paul Bloom, é feito para provocar. A empatia, afinal, se tornou o sentimento favorito da modernidade, explicando mais ou menos tudo, desde a origem da moral até a existência de psicopatas, que seriam pessoas privadas de qualquer traço desse afeto. Bloom obviamente discorda. Ele não apenas considera essas interpretações equivocadas como ainda afirma que o excesso de empatia é que é responsável por alguns dos piores problemas sociais que enfrentamos, como o racismo e qualquer atitude que envolva o favorecimento de alguns em detrimento de outros. E, mesmo defendendo teses assim controversas, o autor conseguiu escrever um livro convincente e cativante. Até acho que Bloom, de Yale, "roubou" um pouquinho. Ele define empatia como "nossa capacidade de ver o mundo através dos olhos de outros, sentindo o que eles sentem". Está absolutamente correto, mas, ao utilizar essa definição relativamente restrita, o autor acaba excluindo do termo noções a ele conexas, como a compaixão, que Bloom valoriza bastante. Fica mais fácil bater na empatia sem risco de acertar também sentimentos muito próximos que o psicólogo vê como mais relevantes. De todo modo, penso que Bloom está coberto de razão ao afirmar que, se guiássemos nossa moral apenas pela empatia, criaríamos um mundo horrível, no qual atuaríamos por impulso e nos sentiríamos livres para agir com indiferença e mesmo crueldade em relação àqueles com os quais não nos identificamos, seja por não pertencerem a nosso grupo, seja por não os vermos com facilidade. Para Bloom, uma moral consistente exige a intervenção de princípios mais abstratos, como imparcialidade e justiça. Exige também um esforço intelectual para tentar analisar implicações que não estejam na nossa cara. Nessas funções mais elevadas, a empatia só atrapalha.
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SoftBank quer vender U$ 7,9 bi em ações do Alibaba para reduzir dívida
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O SoftBank Group disse que venderá pelo menos US$ 7,9 bilhões em ações no Alibaba Group Holding —um movimento que reduzirá a dívida da empresa japonesa em meio a preocupações sobre prejuízos em sua unidade de telecomunicações norte-americana Sprint. A transação marca a primeira venda de ações da gigante chinesa de varejo on-line por seu maior acionista desde que o SoftBank começou a investir na empresa em 2000 e reduzirá sua fatia de 32,2% para cerca de 28%. As duas empresas disseram que manteriam uma parceria estratégica. Investidores têm se preocupado sobre as finanças na empresa japonesa de internet e telecomunicações desde que adquiriu, em 2013, uma parcela majoritária na Sprint, quarta maior operadora de internet sem fio dos Estados Unidos, que tem queimado caixa em meio a uma competição feroz por assinantes. A planejada venda de ações incluirá de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões de ações, que serão vendidos em uma colocação privada para investidores de uma truste controlada pelo SoftBank. O Morgan Stanley e o Deutsche Bank administrarão essa porção da venda. Ações equivalentes a US$ 2 bilhões serão compradas pelo Alibaba com dinheiro disponível e US$ 400 milhões serão comprados pelo Alibaba Partnership, um grupo de 34 pessoas formado por Ma e outros fundadores e executivos do Alibaba. Um adicional de US$ 500 milhões em ações deve ser vendido a um fundo soberano não identificado. O presidente-executivo do SoftBank, Masayoshi Son, permanecerá como diretor da Alibaba, enquanto o presidente-executivo do Alibaba, Jack Ma, permanecerá no conselho do SoftBank.
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mercado
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SoftBank quer vender U$ 7,9 bi em ações do Alibaba para reduzir dívidaO SoftBank Group disse que venderá pelo menos US$ 7,9 bilhões em ações no Alibaba Group Holding —um movimento que reduzirá a dívida da empresa japonesa em meio a preocupações sobre prejuízos em sua unidade de telecomunicações norte-americana Sprint. A transação marca a primeira venda de ações da gigante chinesa de varejo on-line por seu maior acionista desde que o SoftBank começou a investir na empresa em 2000 e reduzirá sua fatia de 32,2% para cerca de 28%. As duas empresas disseram que manteriam uma parceria estratégica. Investidores têm se preocupado sobre as finanças na empresa japonesa de internet e telecomunicações desde que adquiriu, em 2013, uma parcela majoritária na Sprint, quarta maior operadora de internet sem fio dos Estados Unidos, que tem queimado caixa em meio a uma competição feroz por assinantes. A planejada venda de ações incluirá de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões de ações, que serão vendidos em uma colocação privada para investidores de uma truste controlada pelo SoftBank. O Morgan Stanley e o Deutsche Bank administrarão essa porção da venda. Ações equivalentes a US$ 2 bilhões serão compradas pelo Alibaba com dinheiro disponível e US$ 400 milhões serão comprados pelo Alibaba Partnership, um grupo de 34 pessoas formado por Ma e outros fundadores e executivos do Alibaba. Um adicional de US$ 500 milhões em ações deve ser vendido a um fundo soberano não identificado. O presidente-executivo do SoftBank, Masayoshi Son, permanecerá como diretor da Alibaba, enquanto o presidente-executivo do Alibaba, Jack Ma, permanecerá no conselho do SoftBank.
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'Poemas' reúne versos e escritos do italiano Pasolini, intelectual e cineasta
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Precursor. Polemista. Profeta. Profano. Poeta. Os PPP que abreviam o nome de Pier Paolo Pasolini sugerem as múltiplas facetas em que seu talento se desdobrou. Sua face mais conhecida no Brasil ainda é a de cineasta. Da vasta obra poética e crítica dessa estrela de primeira grandeza da cultura italiana do século 20, a poesia estava restrita aos que a leram no original. Com "Poemas", deixa de ser inédita. Trata-se de uma antologia de poemas e ensaios selecionados em conjunto pelo crítico literário italiano Alfonso Berardinelli e por Maurício Santana Dias, professor de literatura italiana da USP e tradutor dos textos, em edição bilíngue. São excertos de oito livros de poesia publicados pelo autor em vida e ainda ensaios que integraram as coletâneas "Empirismo Herético" (1972) e outros extraídos dos póstumos "Escritos Corsários" e "Cartas Luteranas". A inclusão dos ensaios confirma a coerência da obra, considerada pelos organizadores um "conjunto poético", pois, como afirma Santana Dias, "em certo momento sua poesia não se distinguia mais da prosa". A questão "poética" assume diversos significados ao longo da carreira de Pasolini. O principal, contudo, é sua força transformadora. Para alguns, isso se deve ao sucesso do primeiro livro de poesias de Pasolini, escritas em dialeto friuliano, que lhe abrira portas e mudara a vida. A partir de então, e até sua morte, toda a criação para Pasolini seria "poesia". A obra começou em 1942, quando publicou às próprias custas, por uma pequena editora de Bolonha, poemas no dialeto falado pela mãe. Neles, exprime um mundo lírico, quase fantástico e autobiográfico. É nele que já se vislumbra o conceito de "origem". Em resumo, trata-se de buscar uma nova língua para a poesia, daí a escolha do dialeto, uma língua "virgem" sem qualquer tradição literária, de usar planos frontais inspirados na pintura medieval, que remetiam ao modo de apresentação predominante no primeiro cinema, de obter cores artesanalmente para a pintura e até mesmo tentar criar novas notas para a música. A Segunda Guerra Mundial obriga-o a se alistar, mas se refugia na cidade natal da mãe e lá empreende uma intensa atividade política que ecoará nos versos fúnebres e tortuosos de "O Rouxinol da Igreja Católica", presente nesta antologia. Três anos depois, muda-se para Roma, onde vive até a morte. A década de 1950 será seu período mais produtivo do ponto de vista artístico. Escreve poesias premiadas, romances e descobre o cinema. A capital o fascina, assim como a vitalidade do subproletariado da cidade. Ele começa a usar a linguagem, as gírias e o dialeto locais para escrever os romances "Ragazzi di Vita" (Meninos de Vida), de 1955, e "Una Vita Violentata" (Uma Vida Violenta), de 1959. A originalidade estilística das obras o leva ao centro do mundo intelectual, mas o tema de ambos, cujos protagonistas são adolescentes que passam o tempo organizando pequenos delitos, acaba lhe valendo processos. É quando começa a se configurar, para o bem e para o mal, junto à opinião pública, seu papel de "provocador". É dessa época o poema "As Cinzas de Gramsci", também presente no presente volume, que o qualificou como "comunista herético" ao explorar a dialética entre razão revolucionaria e paixão. Nos anos 1960, estreia no cinema e "diretor" passaria a ser sua ocupação principal. A escolha da linguagem cinematográfica reverbera em sua atividade literária fazendo-o abandonar a métrica e se lançar em experimentações, como fica claro em "Poesia em Forma de Rosa", de 1964. O processo culmina numa poesia que parece querer se devorar devido às lacunas que exibe, como acontece em "Transumanar e Organizar" (1970). Da metade dos anos 1960 em diante, intensificou-se a atividade como ensaísta e polemista. Depois da publicação de "Empirismo Herético", em 1972, Pasolini começa a escrever para revistas semanais e, pouco depois, para o jornal "Corriere della Sera", os artigos reunidos em "Escritos Corsários" e "Cartas Luteranas". Nessa passagem da literatura para a crítica da sociedade, sua fama se multiplicou. Assim como aumentou sua capacidade de se colocar como voz destoante, anticonformista. Sua morte trágica aos 53 anos de idade, em circunstâncias que permanecem obscuras, "ampliou seu sucesso e sua influência, fazendo dele um mito", afirma o professor Berardinelli em texto do volume. Dentre as enérgicas reações a seu violento fim, a do critico de arte italiano Federico Zeri foi uma das que melhor captou o significado: "A morte de Pasolini é bem parecida com a de Caravaggio, pois ambas parecem ter sido criadas, roteirizadas, dirigidas e interpretadas por eles mesmos". POEMAS Autor: Pier Paolo Pasolini Organização: Alfonso Berardinelli e Maurício Santana Dias Tradução: Maurício Santana Dias Editora: Cosac Naify Quanto: R$ 59,90 (320 págs.) Avaliação: ótimo
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'Poemas' reúne versos e escritos do italiano Pasolini, intelectual e cineastaPrecursor. Polemista. Profeta. Profano. Poeta. Os PPP que abreviam o nome de Pier Paolo Pasolini sugerem as múltiplas facetas em que seu talento se desdobrou. Sua face mais conhecida no Brasil ainda é a de cineasta. Da vasta obra poética e crítica dessa estrela de primeira grandeza da cultura italiana do século 20, a poesia estava restrita aos que a leram no original. Com "Poemas", deixa de ser inédita. Trata-se de uma antologia de poemas e ensaios selecionados em conjunto pelo crítico literário italiano Alfonso Berardinelli e por Maurício Santana Dias, professor de literatura italiana da USP e tradutor dos textos, em edição bilíngue. São excertos de oito livros de poesia publicados pelo autor em vida e ainda ensaios que integraram as coletâneas "Empirismo Herético" (1972) e outros extraídos dos póstumos "Escritos Corsários" e "Cartas Luteranas". A inclusão dos ensaios confirma a coerência da obra, considerada pelos organizadores um "conjunto poético", pois, como afirma Santana Dias, "em certo momento sua poesia não se distinguia mais da prosa". A questão "poética" assume diversos significados ao longo da carreira de Pasolini. O principal, contudo, é sua força transformadora. Para alguns, isso se deve ao sucesso do primeiro livro de poesias de Pasolini, escritas em dialeto friuliano, que lhe abrira portas e mudara a vida. A partir de então, e até sua morte, toda a criação para Pasolini seria "poesia". A obra começou em 1942, quando publicou às próprias custas, por uma pequena editora de Bolonha, poemas no dialeto falado pela mãe. Neles, exprime um mundo lírico, quase fantástico e autobiográfico. É nele que já se vislumbra o conceito de "origem". Em resumo, trata-se de buscar uma nova língua para a poesia, daí a escolha do dialeto, uma língua "virgem" sem qualquer tradição literária, de usar planos frontais inspirados na pintura medieval, que remetiam ao modo de apresentação predominante no primeiro cinema, de obter cores artesanalmente para a pintura e até mesmo tentar criar novas notas para a música. A Segunda Guerra Mundial obriga-o a se alistar, mas se refugia na cidade natal da mãe e lá empreende uma intensa atividade política que ecoará nos versos fúnebres e tortuosos de "O Rouxinol da Igreja Católica", presente nesta antologia. Três anos depois, muda-se para Roma, onde vive até a morte. A década de 1950 será seu período mais produtivo do ponto de vista artístico. Escreve poesias premiadas, romances e descobre o cinema. A capital o fascina, assim como a vitalidade do subproletariado da cidade. Ele começa a usar a linguagem, as gírias e o dialeto locais para escrever os romances "Ragazzi di Vita" (Meninos de Vida), de 1955, e "Una Vita Violentata" (Uma Vida Violenta), de 1959. A originalidade estilística das obras o leva ao centro do mundo intelectual, mas o tema de ambos, cujos protagonistas são adolescentes que passam o tempo organizando pequenos delitos, acaba lhe valendo processos. É quando começa a se configurar, para o bem e para o mal, junto à opinião pública, seu papel de "provocador". É dessa época o poema "As Cinzas de Gramsci", também presente no presente volume, que o qualificou como "comunista herético" ao explorar a dialética entre razão revolucionaria e paixão. Nos anos 1960, estreia no cinema e "diretor" passaria a ser sua ocupação principal. A escolha da linguagem cinematográfica reverbera em sua atividade literária fazendo-o abandonar a métrica e se lançar em experimentações, como fica claro em "Poesia em Forma de Rosa", de 1964. O processo culmina numa poesia que parece querer se devorar devido às lacunas que exibe, como acontece em "Transumanar e Organizar" (1970). Da metade dos anos 1960 em diante, intensificou-se a atividade como ensaísta e polemista. Depois da publicação de "Empirismo Herético", em 1972, Pasolini começa a escrever para revistas semanais e, pouco depois, para o jornal "Corriere della Sera", os artigos reunidos em "Escritos Corsários" e "Cartas Luteranas". Nessa passagem da literatura para a crítica da sociedade, sua fama se multiplicou. Assim como aumentou sua capacidade de se colocar como voz destoante, anticonformista. Sua morte trágica aos 53 anos de idade, em circunstâncias que permanecem obscuras, "ampliou seu sucesso e sua influência, fazendo dele um mito", afirma o professor Berardinelli em texto do volume. Dentre as enérgicas reações a seu violento fim, a do critico de arte italiano Federico Zeri foi uma das que melhor captou o significado: "A morte de Pasolini é bem parecida com a de Caravaggio, pois ambas parecem ter sido criadas, roteirizadas, dirigidas e interpretadas por eles mesmos". POEMAS Autor: Pier Paolo Pasolini Organização: Alfonso Berardinelli e Maurício Santana Dias Tradução: Maurício Santana Dias Editora: Cosac Naify Quanto: R$ 59,90 (320 págs.) Avaliação: ótimo
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'Não serei desleal', diz Temer
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BRASÍLIA - Visto com desconfiança pelo Planalto, o vice-presidente Michel Temer afirma que não será "desleal" com Dilma Rousseff durante o processo de impeachment. Ele se diz injustiçado pelas acusações de que seu grupo conspira a favor da derrubada da presidente. "Eu jamais cometeria qualquer ato de deslealdade institucional. Isso macularia o meu currículo", disse o vice à coluna. "Se eu chego à Presidência por uma deslealdade institucional, eu chego mal", acrescentou. Temer se incomodou com as críticas à carta que escreveu à presidente. Ele sustenta que a correspondência foi "pessoal" e, por isso, não tratou da crise econômica nem apresentou propostas para tirar o país da crise. "Fiz uma carta pessoal, não um manifesto político. Se soubesse que seria vazada, não escreveria", afirmou. Ele disse que autorizou a divulgação do documento depois de ver trechos vazados à sua revelia. O peemedebista defendeu pontos da carta criticados na coluna de ontem, como a queixa de não ter sido convidado para uma reunião de Dilma com o vice-presidente americano Joe Biden. "Parece pequeno, mas não é. Ele é meu homólogo. Era uma questão de protocolo", disse. Temer negou que o trecho final da correspondência, no qual disse que Dilma não confia nele e no PMDB, seja uma senha para a ruptura com o governo. "O PMDB vai romper com ela? Não vai", afirmou. Para aliados do vice, a divulgação da carta foi ruim para o governo, e não para ele. Ontem a ala anti-Dilma do PMDB ganhou força ao destituir Leonardo Picciani da liderança do partido na Câmara. O movimento teve o aval discreto de Temer. * A Mesa da Câmara, subordinada a Eduardo Cunha, afastou o relator que não se subordinou a Eduardo Cunha. Até quando o Supremo Tribunal Federal aceitará as manobras do deputado para impedir que o Conselho de Ética o investigue?
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colunas
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'Não serei desleal', diz TemerBRASÍLIA - Visto com desconfiança pelo Planalto, o vice-presidente Michel Temer afirma que não será "desleal" com Dilma Rousseff durante o processo de impeachment. Ele se diz injustiçado pelas acusações de que seu grupo conspira a favor da derrubada da presidente. "Eu jamais cometeria qualquer ato de deslealdade institucional. Isso macularia o meu currículo", disse o vice à coluna. "Se eu chego à Presidência por uma deslealdade institucional, eu chego mal", acrescentou. Temer se incomodou com as críticas à carta que escreveu à presidente. Ele sustenta que a correspondência foi "pessoal" e, por isso, não tratou da crise econômica nem apresentou propostas para tirar o país da crise. "Fiz uma carta pessoal, não um manifesto político. Se soubesse que seria vazada, não escreveria", afirmou. Ele disse que autorizou a divulgação do documento depois de ver trechos vazados à sua revelia. O peemedebista defendeu pontos da carta criticados na coluna de ontem, como a queixa de não ter sido convidado para uma reunião de Dilma com o vice-presidente americano Joe Biden. "Parece pequeno, mas não é. Ele é meu homólogo. Era uma questão de protocolo", disse. Temer negou que o trecho final da correspondência, no qual disse que Dilma não confia nele e no PMDB, seja uma senha para a ruptura com o governo. "O PMDB vai romper com ela? Não vai", afirmou. Para aliados do vice, a divulgação da carta foi ruim para o governo, e não para ele. Ontem a ala anti-Dilma do PMDB ganhou força ao destituir Leonardo Picciani da liderança do partido na Câmara. O movimento teve o aval discreto de Temer. * A Mesa da Câmara, subordinada a Eduardo Cunha, afastou o relator que não se subordinou a Eduardo Cunha. Até quando o Supremo Tribunal Federal aceitará as manobras do deputado para impedir que o Conselho de Ética o investigue?
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Nicarágua tem vulcões ativos, florestas preservadas e praias boas para o surfe
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Maior país da América Central, a Nicarágua tem tudo para seguir o exemplo da vizinha Costa Rica e virar um dos destinos favoritos da região. Motivos para isso não faltam. Banhado pelo mar do Caribe e pelo oceano Pacífico, o lugar reúne vulcões, floresta, praias e montanhas. Com solo vulcânico muito fértil, o país é essencialmente agrícola –exporta café, carne e derivados de cana. Mas, da mesma forma que aconteceu com a Costa Rica, o turismo pode virar protagonista da economia. No ano passado, o vizinho famoso recebeu mais de 2,9 milhões de visitantes, contra 1,6 milhão na Nicarágua. Por reunir hospedagem e passeios bons e baratos, o lugar foi adotado por mochileiros, que podem ser vistos nos principais pontos turísticos, como as praias do Pacífico, a ilha de Ometepe e os 14 vulcões nicaraguenses, espremidos em uma área pouco menor que o Estado do Ceará. Mesmo sem voos diretos, 4.000 brasileiros visitaram a Nicarágua no ano passado. É preciso fazer escala (em Lima, Bogotá, Cidade do Panamá ou San Salvador) para desembarcar no aeroporto de Manágua, a capital do país. Chegando lá, o visitante se dá conta de que, apesar de o espanhol ser o idioma principal, algumas áreas do lado caribenho falam inglês e miskito, dialeto de origem africana. E, embora o país tenha moeda própria, o córdoba (R$ 1 equivale a 8,9 córdobas), o dólar americano funciona muito bem em todo canto. Boa parte da superfície da Nicarágua é coberta por florestas -as áreas de preservação são 17% do total. Mas a natureza não está apenas nas reservas. Vista do alto, Manágua transparece todo esse verde, com árvores frondosas por toda a cidade. PLANO VERDE Nem sempre foi assim. A paisagem começou a mudar em 1972, quando um terremoto matou mais de 10 mil pessoas e mudou para sempre a altura máxima de novos prédios. No lugar de algumas construções, a cidade plantou figueiras e mangueiras. Embora Manágua cumpra o papel de capital econômica e administrativa, as capitais turísticas do país são outras. León é a cidade de Ruben Darío (1867-1916), um dos poetas hispânicos mais influentes. Sua casa foi transformada num museu que narra suas vivências literárias. Ainda em León, o Museu de la Revolución vale pelos guias, ex-guerrilheiros que participaram do movimento do líder revolucionário Augusto Sandino (1895-1934). Eles se empolgam contando suas histórias, portanto não dá para ter pressa. Por fim, a catedral da cidade encanta com sua fachada larguíssima. Batizada em homenagem à cidade espanhola da Andaluzia, Granada guarda os traços bem preservados dos três séculos de colonização espanhola. É uma mistura de Paraty (RJ) com algo de Tiradentes (MG). Erguida em 1751, a catedral de Nossa Senhora da Assunção é bonita, mas a melhor vista do lugar você terá no campanário da igreja de La Merced. Pelas ruas, músicos tocam algo parecido com moda de viola e sanfona, com uma delicadeza que remete mais ao rural do que à salsa caribenha dançante. O centrinho de Granada guarda os ares de uma cidade de interior -o lugar tem 120 mil habitantes. Um bom programa é sentar num dos quatro quiosques da praça central e comer um "vigorón" -prato com torresmo, mandioca e salada de repolho sobre folha de bananeira. Na calle Calzada fica o epicentro turístico de Granada, com opções hoteleiras e gastronômicas fartas. Passando pela igreja de Guadalupe, dá para descer até as margens do lago Nicarágua (também chamado de Cocibolca) e passear de voadeira pelas "isletas", um conjunto de 365 ilhotas formado há milhares de anos após sucessivas erupções do vulcão Mombacho. Cobertas por vegetação e sem praias, as ilhas são ocupadas por casarões em meio a palmeiras imensas, árvores-da-chuva e sumaúmas. Em alguns pontos do caminho, macacos-aranhas comilões se aproximam dos barcos em busca de alimento e de um contato com os turistas, cada vez mais comuns. Turismo na Nicarágua * Os ingleses descobriram as belezas da costa da Nicarágua ainda no século 17. Destinos de descanso e mergulho, Corn Island e Little Corn Island falam a língua da rainha britânica até hoje e são os favoritos entre aqueles que buscam a beleza mais clichê do Caribe: praias com areia branquinha e águas claras. Mas é no Pacífico que a Nicarágua revela seu maior potencial -e os surfistas já descobriram isso há tempos. Com algumas das melhores ondas das Américas para o surfe, como em Popoyo, Colorado e playa Hermosa, a região de Rivas, no sul da Nicarágua, é a mais buscada pelos praticantes do esporte. Por lá, há dezenas de pequenos vilarejos com hospedagens decentes e preços em conta, como a vila de playa Gigante, de onde partem passeios para várias praias do lugar, como La Redonda e Amarillo, boas tanto para surfar quanto para descansar. Perto dali, San Juan del Sur parece um Guarujá (SP) do passado: é uma cidadezinha de pescadores com boas opções culinárias. RESORTS Não é só o mochileiro que tem espaço no litoral nicaraguense. É impossível não associar o desenvolvimento do turismo no país com a inauguração do Mukul Resort (mukulresort.com), em 2014. A iniciativa do empresário do ramo de rum Carlos Pellas é uma espécie de segredo da chamada Costa Esmeralda, já que não é indicado por placas na estrada que sai de Manágua (capital do país). Celebridades como os atores americanos Morgan Freeman e Scarlett Johanson e a apresentadora de TV brasileira Patrícia Poeta já visitaram o lugar, que fica em meio à uma mata preservada repleta de animais. As acomodações -a partir de US$ 360 a diária por pessoa ou R$ 1.140-, em vilas reservadas em meio à floresta nativa, contam com uma praia particular, Manzanillo, que tem ondas perfeitas para aprender ou praticar surfe. Um spa recebe os hóspedes com tratamentos exclusivos. Por fim, os visitantes podem optar entre dois restaurantes, um deles autoral, onde o chef Cyrill Cheminot prepara alta gastronomia com ingredientes locais e internacionais. O hóspede também pode agendar um tour de pesca pela região e trazer um atum pescado por ele mesmo para ser preparado no jantar. A conclusão é que existe uma Nicarágua para cada estilo de viajante. * R$ 3.091 Quatro diárias por pessoa, em quarto duplo, no hotel Antigua Estación Granada. Inclui aéreo, sem café da manhã. Na CVC: cvc.com.br R$ 3.474 Pacote para uma pessoa por sete noites no hotel San Leon del Sol. Sem aéreo, inclui café da manhã. Na Decolar: decolar.com R$ 3.750 (US$ 1.187) Quatro noites por pessoa no Mukul Resort & Spa, em quarto de casal. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados. Na Interpoint Viagens & Turismo: interpoint.com.br R$ 3.939 Seis noites por pessoa no hotel Colonial Granada, em quarto duplo. Inclui aéreo. Na Decolar: decolar.com R$ 4.253 (US$ 1.346) Preço por pessoa para cinco noites, em quarto duplo, no Soma Surf Resort. Inclui aéreo (Copa) e seguro viagem. Na Trade Tours: tradetours.com.br R$ 6.400 Pacote de três noites para duas pessoas no hotel Casa Morazan, no centro histórico de Granada. Inclui aéreo (com taxas e impostos) e café da manhã. Na Expedia: expedia.com.br R$ 6.844 (US$ 2.160) Pacote para quatro noites por pessoa no Mukul Beach, Golf & Spa, em quarto duplo. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados de chegada e saída. Válido de 01 a 15 de dezembro. Na Teresa Perez Tours: teresaperez.com.br R$ 8.165 (US$ 2.584) Valor individual para 11 noites, passando por Nicarágua, El Salvador e Guatemala. Inclui aéreo, traslados, seguro viagem e passeios à cidade de Granada e ao vulcão Masaya, ambos na Nicarágua. Na Venice Turismo: veniceturismo.com.br
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Nicarágua tem vulcões ativos, florestas preservadas e praias boas para o surfeMaior país da América Central, a Nicarágua tem tudo para seguir o exemplo da vizinha Costa Rica e virar um dos destinos favoritos da região. Motivos para isso não faltam. Banhado pelo mar do Caribe e pelo oceano Pacífico, o lugar reúne vulcões, floresta, praias e montanhas. Com solo vulcânico muito fértil, o país é essencialmente agrícola –exporta café, carne e derivados de cana. Mas, da mesma forma que aconteceu com a Costa Rica, o turismo pode virar protagonista da economia. No ano passado, o vizinho famoso recebeu mais de 2,9 milhões de visitantes, contra 1,6 milhão na Nicarágua. Por reunir hospedagem e passeios bons e baratos, o lugar foi adotado por mochileiros, que podem ser vistos nos principais pontos turísticos, como as praias do Pacífico, a ilha de Ometepe e os 14 vulcões nicaraguenses, espremidos em uma área pouco menor que o Estado do Ceará. Mesmo sem voos diretos, 4.000 brasileiros visitaram a Nicarágua no ano passado. É preciso fazer escala (em Lima, Bogotá, Cidade do Panamá ou San Salvador) para desembarcar no aeroporto de Manágua, a capital do país. Chegando lá, o visitante se dá conta de que, apesar de o espanhol ser o idioma principal, algumas áreas do lado caribenho falam inglês e miskito, dialeto de origem africana. E, embora o país tenha moeda própria, o córdoba (R$ 1 equivale a 8,9 córdobas), o dólar americano funciona muito bem em todo canto. Boa parte da superfície da Nicarágua é coberta por florestas -as áreas de preservação são 17% do total. Mas a natureza não está apenas nas reservas. Vista do alto, Manágua transparece todo esse verde, com árvores frondosas por toda a cidade. PLANO VERDE Nem sempre foi assim. A paisagem começou a mudar em 1972, quando um terremoto matou mais de 10 mil pessoas e mudou para sempre a altura máxima de novos prédios. No lugar de algumas construções, a cidade plantou figueiras e mangueiras. Embora Manágua cumpra o papel de capital econômica e administrativa, as capitais turísticas do país são outras. León é a cidade de Ruben Darío (1867-1916), um dos poetas hispânicos mais influentes. Sua casa foi transformada num museu que narra suas vivências literárias. Ainda em León, o Museu de la Revolución vale pelos guias, ex-guerrilheiros que participaram do movimento do líder revolucionário Augusto Sandino (1895-1934). Eles se empolgam contando suas histórias, portanto não dá para ter pressa. Por fim, a catedral da cidade encanta com sua fachada larguíssima. Batizada em homenagem à cidade espanhola da Andaluzia, Granada guarda os traços bem preservados dos três séculos de colonização espanhola. É uma mistura de Paraty (RJ) com algo de Tiradentes (MG). Erguida em 1751, a catedral de Nossa Senhora da Assunção é bonita, mas a melhor vista do lugar você terá no campanário da igreja de La Merced. Pelas ruas, músicos tocam algo parecido com moda de viola e sanfona, com uma delicadeza que remete mais ao rural do que à salsa caribenha dançante. O centrinho de Granada guarda os ares de uma cidade de interior -o lugar tem 120 mil habitantes. Um bom programa é sentar num dos quatro quiosques da praça central e comer um "vigorón" -prato com torresmo, mandioca e salada de repolho sobre folha de bananeira. Na calle Calzada fica o epicentro turístico de Granada, com opções hoteleiras e gastronômicas fartas. Passando pela igreja de Guadalupe, dá para descer até as margens do lago Nicarágua (também chamado de Cocibolca) e passear de voadeira pelas "isletas", um conjunto de 365 ilhotas formado há milhares de anos após sucessivas erupções do vulcão Mombacho. Cobertas por vegetação e sem praias, as ilhas são ocupadas por casarões em meio a palmeiras imensas, árvores-da-chuva e sumaúmas. Em alguns pontos do caminho, macacos-aranhas comilões se aproximam dos barcos em busca de alimento e de um contato com os turistas, cada vez mais comuns. Turismo na Nicarágua * Os ingleses descobriram as belezas da costa da Nicarágua ainda no século 17. Destinos de descanso e mergulho, Corn Island e Little Corn Island falam a língua da rainha britânica até hoje e são os favoritos entre aqueles que buscam a beleza mais clichê do Caribe: praias com areia branquinha e águas claras. Mas é no Pacífico que a Nicarágua revela seu maior potencial -e os surfistas já descobriram isso há tempos. Com algumas das melhores ondas das Américas para o surfe, como em Popoyo, Colorado e playa Hermosa, a região de Rivas, no sul da Nicarágua, é a mais buscada pelos praticantes do esporte. Por lá, há dezenas de pequenos vilarejos com hospedagens decentes e preços em conta, como a vila de playa Gigante, de onde partem passeios para várias praias do lugar, como La Redonda e Amarillo, boas tanto para surfar quanto para descansar. Perto dali, San Juan del Sur parece um Guarujá (SP) do passado: é uma cidadezinha de pescadores com boas opções culinárias. RESORTS Não é só o mochileiro que tem espaço no litoral nicaraguense. É impossível não associar o desenvolvimento do turismo no país com a inauguração do Mukul Resort (mukulresort.com), em 2014. A iniciativa do empresário do ramo de rum Carlos Pellas é uma espécie de segredo da chamada Costa Esmeralda, já que não é indicado por placas na estrada que sai de Manágua (capital do país). Celebridades como os atores americanos Morgan Freeman e Scarlett Johanson e a apresentadora de TV brasileira Patrícia Poeta já visitaram o lugar, que fica em meio à uma mata preservada repleta de animais. As acomodações -a partir de US$ 360 a diária por pessoa ou R$ 1.140-, em vilas reservadas em meio à floresta nativa, contam com uma praia particular, Manzanillo, que tem ondas perfeitas para aprender ou praticar surfe. Um spa recebe os hóspedes com tratamentos exclusivos. Por fim, os visitantes podem optar entre dois restaurantes, um deles autoral, onde o chef Cyrill Cheminot prepara alta gastronomia com ingredientes locais e internacionais. O hóspede também pode agendar um tour de pesca pela região e trazer um atum pescado por ele mesmo para ser preparado no jantar. A conclusão é que existe uma Nicarágua para cada estilo de viajante. * R$ 3.091 Quatro diárias por pessoa, em quarto duplo, no hotel Antigua Estación Granada. Inclui aéreo, sem café da manhã. Na CVC: cvc.com.br R$ 3.474 Pacote para uma pessoa por sete noites no hotel San Leon del Sol. Sem aéreo, inclui café da manhã. Na Decolar: decolar.com R$ 3.750 (US$ 1.187) Quatro noites por pessoa no Mukul Resort & Spa, em quarto de casal. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados. Na Interpoint Viagens & Turismo: interpoint.com.br R$ 3.939 Seis noites por pessoa no hotel Colonial Granada, em quarto duplo. Inclui aéreo. Na Decolar: decolar.com R$ 4.253 (US$ 1.346) Preço por pessoa para cinco noites, em quarto duplo, no Soma Surf Resort. Inclui aéreo (Copa) e seguro viagem. Na Trade Tours: tradetours.com.br R$ 6.400 Pacote de três noites para duas pessoas no hotel Casa Morazan, no centro histórico de Granada. Inclui aéreo (com taxas e impostos) e café da manhã. Na Expedia: expedia.com.br R$ 6.844 (US$ 2.160) Pacote para quatro noites por pessoa no Mukul Beach, Golf & Spa, em quarto duplo. Sem aéreo, inclui café da manhã e traslados de chegada e saída. Válido de 01 a 15 de dezembro. Na Teresa Perez Tours: teresaperez.com.br R$ 8.165 (US$ 2.584) Valor individual para 11 noites, passando por Nicarágua, El Salvador e Guatemala. Inclui aéreo, traslados, seguro viagem e passeios à cidade de Granada e ao vulcão Masaya, ambos na Nicarágua. Na Venice Turismo: veniceturismo.com.br
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Iniciativas de cidadãos e empresas levam mais paulistanos a ocupar SP
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NATÁLIA ALBERTONI INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO No Minhocão, um grupo festeja um aniversário, outro faz um churrasco. Na Paulista, enquanto skates e bicicletas dividem o espaço da nova ciclovia, uma banda se apresenta perto do metrô Trianon-Masp. Alguém deposita R$ 20 no chapéu. Mais cedo, centenas aparecem para o aulão grátis de ioga no Ibirapuera. Não muito longe dali, na horta da praça das Corujas, zona oeste, uma mulher colhe temperos para o almoço do último domingo (19). Em 2015, o paulistano está mais na rua. E em praças, escadarias, jardins. Ao ar livre, ele faz sarau de poesia, shows, apresenta peças de teatro, come, cozinha, canta e dança. Ocupado, o espaço público da cidade, esvaziado nas últimas décadas, torna-se atraente de novo —tanto para os empresários de olho nos consumidores quanto para o cidadão que quer um parquinho legal para o filho brincar e conhecer outras crianças. Segundo Euler Sandeville, professor de arquitetura e urbanismo da USP, a retomada das ruas tem duas grandes raízes. Uma delas data do início deste século, com a criação de coletivos —a maioria formada por jovens— e suas diversas intervenções urbanas. Mais recentes, movimentos como o Occupy chamaram atenção para o espaço público como zona de disputa política. De Wall Street, em Nova York, o Occupy se levantou contra a a desigualdade econômica e se espalhou pelo mundo a partir de 2011. Em São Paulo, nota-se um aumento de eventos e iniciativas desde 2013. Para o artista Rodrigo Guima, 33, as manifestações de junho daquele ano deram força a uma "noção de pertencimento, de que a rua poderia ser uma plataforma para experimentar a cidade". Ele é responsável pelo projeto Aqui Bate um Coração, que, até 2014, colocou corações de isopor no peito de estátuas da capital e de outras 49 cidades, inclusive estrangeiras. Não mais concentrados nas mãos de coletivos como Baixo Centro e Movimento Boa Praça, que rediscutem o espaço púbico há mais tempo, os eventos de rua agora também estão nas mãos de grupos menores ou até de um indivíduo. "Antes, falar sobre isso era algo subversivo. Hoje não", diz Thiago Carrapatoso, 31, que foi do Baixo Centro e hoje integra o grupo SP Sem Minhocão. As atividades se desenvolvem em diferentes formatos e pontos da capital. O Slam da Guilhermina, batalha de poesias, é feito desde 2012 em uma praça anexa à estação do metrô Guilhermina-Esperança, na zona leste. Começou com cerca de dez pessoas, e hoje recebe cem. No Jardim Monte Azul, na zona sul, o coletivo Revitarte refez uma escadaria do bairro e criou um mosaico sobre ela. "Com esse trabalho, conseguimos pressionar a subprefeitura para instalar iluminação no local", diz Allan Lima, 29, que integra o projeto. É possível agir com ou sem apoio do poder público. O modelo de Conselho Participativo, instituído em 2013 para eleger representantes dos bairros, ainda é visto como insuficiente e burocrático, embora represente alguma inovação. No entanto, ao contrário de 2013, quando o diálogo com a prefeitura rendia poucos frutos —como apontou reportagem da sãopaulo em janeiro daquele ano— houve avanços. Por exemplo: um evento para mais de 250 pessoas precisa de autorização da subprefeitura que deve ser solicitada 30 dias antes. Se consegui-la era missão quase impossível, hoje, segundo entrevistados, o procedimento é simples. Fontes: Carolina Tarrio, do Movimento Boa Praça, Dija Jones, do Show de Rua SP, Mylena Mandolesi, do Karaokê na Praça, Renata Minerbo, do Acupuntura Urbana, e Thiago Carrapatoso, do grupo SP sem Minhocão Do chuveiro para a rua Mylena Mandolesi, 39, criou o Karaokê na Praça em 2014. O primeiro encontro, na praça do Pôr do Sol, reuniu mais de 500 pessoas. Hoje com endereço fixo —a praça Ana Maria Poppovic, no Sumaré, zona oeste—, o projeto ganhou até concurso. "Dá raiva de quem reclama da burocracia, porque as coisas andam", diz Mylena, que decidiu montar o karaokê por acreditar que a música "une as pessoas". Com 5.000 praças para seus cerca de 12 milhões de habitantes, São Paulo tem poucos pontos públicos de encontro. Gilda Collet Bruna, professora de arquitetura do Mackenzie, vê o aumento de atividades como uma resposta a essa carência. "Aqui não tem praia, a população sente que não tem lugar para ir. Áreas abertas estão ganhando um papel na identificação das pessoas com a cidade", diz. Reconhecendo essa mudança de hábito, marcas também direcionam suas estratégias para atingir seu público. No mês passado, a Nivea patrocinou um show com Ivete Sangalo e Criolo que levou 700 mil às ruas. A Heineken, que construiu parklets nos Jardins, Pinheiros e Itaim Bibi, diz mapear tendências de comportamento para desenvolver suas ações. Carolina Tarrio, do Movimento Boa Praça, diz que agências de publicidade a procuram para saber como participar do projeto, mas às vezes vê a aproximação como "pouco eficaz e marqueteira"."Há interesse das empresas de embarcarem na nova onda. Algumas levam brindes e acham que estão colaborando." Para o professor Sandaville, da USP, outros tipos de ação também podem perder o sentido se feitos sem a compreensão do processo de construção da cidade. "Ficam intervenções descoladas de uma discussão." Para ele, a falta de conhecimento sobre formas de transformar o ambiente urbano e a carência de educação para a cidadania são entraves. Outro ponto a ser considerado são os limites no uso do espaço público, para que ele não se torne privado. Laura Sobral, 29, urbanista e membro de A Batata Precisa de Você, que atua no largo da Batata, acha que uma alteração de valores é necessária. "É difícil ter um espaço de qualidade e igualitário se a sociedade não é assim. Não é milagre, é uma troca." O secretário municipal de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki, diz que, com novas políticas e outra mentalidade, a prefeitura tenta transformar o que considera um processo histórico de privatização do espaço público. "Nos últimos 50 anos, as pessoas passaram a frequentar locais privados e o espaço público passou a ser visto como abandonado e perigoso. Estamos numa fase de disputa simbólica sobre o que se quer pela cidade", diz. No entanto, Bonduki ainda percebe resistência. Dá o exemplo do Minhocão, que lota aos fins de semana, mas tem parte da população contrária ao seu fechamento. Ainda que o elevado não esteja fechado, o parque já existe para o artista Felipe Morozini, 40, da associação Parque Minhocão. "Ele foi criado espontaneamente, o que é mais legal". * Coletivos, pessoas e iniciativas ouvidas ou citadas pela reportagem A Batata Precisa de Você largodabatata.com.br Acupuntura Urbana acupunturaurbana.com.br Associação Parque Minhocão minhocao.org Banca Tatuí bancatatui.com.br Estopô Balaio coletivoestopobalaio.com.br Feira Mistura Única facebook.com/FeiraMisturaUnica Grupo Esparrama facebook.com/esparrama Hortelões Urbanos facebook.com/horteloesurbanos Karaokê na Praça facebook.com/karaokenapracabr Movimento Boa Praça movimentoboapraca.com.br My Yoga facebook.com/myyoga.jardins.fan.page Revitarte revitarte.com Rodrigo Guima instagram.com/guimaguima Show de Rua SP facebook.com/showderuasp Slam da Guilhermina facebook.com/slamdaguilhermina SP Sem Minhocão goo.gl/A37swo Thiago Coiote facebook.com/thcoiote Thiago Cóstackz costackz.com
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saopaulo
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Iniciativas de cidadãos e empresas levam mais paulistanos a ocupar SPNATÁLIA ALBERTONI INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO No Minhocão, um grupo festeja um aniversário, outro faz um churrasco. Na Paulista, enquanto skates e bicicletas dividem o espaço da nova ciclovia, uma banda se apresenta perto do metrô Trianon-Masp. Alguém deposita R$ 20 no chapéu. Mais cedo, centenas aparecem para o aulão grátis de ioga no Ibirapuera. Não muito longe dali, na horta da praça das Corujas, zona oeste, uma mulher colhe temperos para o almoço do último domingo (19). Em 2015, o paulistano está mais na rua. E em praças, escadarias, jardins. Ao ar livre, ele faz sarau de poesia, shows, apresenta peças de teatro, come, cozinha, canta e dança. Ocupado, o espaço público da cidade, esvaziado nas últimas décadas, torna-se atraente de novo —tanto para os empresários de olho nos consumidores quanto para o cidadão que quer um parquinho legal para o filho brincar e conhecer outras crianças. Segundo Euler Sandeville, professor de arquitetura e urbanismo da USP, a retomada das ruas tem duas grandes raízes. Uma delas data do início deste século, com a criação de coletivos —a maioria formada por jovens— e suas diversas intervenções urbanas. Mais recentes, movimentos como o Occupy chamaram atenção para o espaço público como zona de disputa política. De Wall Street, em Nova York, o Occupy se levantou contra a a desigualdade econômica e se espalhou pelo mundo a partir de 2011. Em São Paulo, nota-se um aumento de eventos e iniciativas desde 2013. Para o artista Rodrigo Guima, 33, as manifestações de junho daquele ano deram força a uma "noção de pertencimento, de que a rua poderia ser uma plataforma para experimentar a cidade". Ele é responsável pelo projeto Aqui Bate um Coração, que, até 2014, colocou corações de isopor no peito de estátuas da capital e de outras 49 cidades, inclusive estrangeiras. Não mais concentrados nas mãos de coletivos como Baixo Centro e Movimento Boa Praça, que rediscutem o espaço púbico há mais tempo, os eventos de rua agora também estão nas mãos de grupos menores ou até de um indivíduo. "Antes, falar sobre isso era algo subversivo. Hoje não", diz Thiago Carrapatoso, 31, que foi do Baixo Centro e hoje integra o grupo SP Sem Minhocão. As atividades se desenvolvem em diferentes formatos e pontos da capital. O Slam da Guilhermina, batalha de poesias, é feito desde 2012 em uma praça anexa à estação do metrô Guilhermina-Esperança, na zona leste. Começou com cerca de dez pessoas, e hoje recebe cem. No Jardim Monte Azul, na zona sul, o coletivo Revitarte refez uma escadaria do bairro e criou um mosaico sobre ela. "Com esse trabalho, conseguimos pressionar a subprefeitura para instalar iluminação no local", diz Allan Lima, 29, que integra o projeto. É possível agir com ou sem apoio do poder público. O modelo de Conselho Participativo, instituído em 2013 para eleger representantes dos bairros, ainda é visto como insuficiente e burocrático, embora represente alguma inovação. No entanto, ao contrário de 2013, quando o diálogo com a prefeitura rendia poucos frutos —como apontou reportagem da sãopaulo em janeiro daquele ano— houve avanços. Por exemplo: um evento para mais de 250 pessoas precisa de autorização da subprefeitura que deve ser solicitada 30 dias antes. Se consegui-la era missão quase impossível, hoje, segundo entrevistados, o procedimento é simples. Fontes: Carolina Tarrio, do Movimento Boa Praça, Dija Jones, do Show de Rua SP, Mylena Mandolesi, do Karaokê na Praça, Renata Minerbo, do Acupuntura Urbana, e Thiago Carrapatoso, do grupo SP sem Minhocão Do chuveiro para a rua Mylena Mandolesi, 39, criou o Karaokê na Praça em 2014. O primeiro encontro, na praça do Pôr do Sol, reuniu mais de 500 pessoas. Hoje com endereço fixo —a praça Ana Maria Poppovic, no Sumaré, zona oeste—, o projeto ganhou até concurso. "Dá raiva de quem reclama da burocracia, porque as coisas andam", diz Mylena, que decidiu montar o karaokê por acreditar que a música "une as pessoas". Com 5.000 praças para seus cerca de 12 milhões de habitantes, São Paulo tem poucos pontos públicos de encontro. Gilda Collet Bruna, professora de arquitetura do Mackenzie, vê o aumento de atividades como uma resposta a essa carência. "Aqui não tem praia, a população sente que não tem lugar para ir. Áreas abertas estão ganhando um papel na identificação das pessoas com a cidade", diz. Reconhecendo essa mudança de hábito, marcas também direcionam suas estratégias para atingir seu público. No mês passado, a Nivea patrocinou um show com Ivete Sangalo e Criolo que levou 700 mil às ruas. A Heineken, que construiu parklets nos Jardins, Pinheiros e Itaim Bibi, diz mapear tendências de comportamento para desenvolver suas ações. Carolina Tarrio, do Movimento Boa Praça, diz que agências de publicidade a procuram para saber como participar do projeto, mas às vezes vê a aproximação como "pouco eficaz e marqueteira"."Há interesse das empresas de embarcarem na nova onda. Algumas levam brindes e acham que estão colaborando." Para o professor Sandaville, da USP, outros tipos de ação também podem perder o sentido se feitos sem a compreensão do processo de construção da cidade. "Ficam intervenções descoladas de uma discussão." Para ele, a falta de conhecimento sobre formas de transformar o ambiente urbano e a carência de educação para a cidadania são entraves. Outro ponto a ser considerado são os limites no uso do espaço público, para que ele não se torne privado. Laura Sobral, 29, urbanista e membro de A Batata Precisa de Você, que atua no largo da Batata, acha que uma alteração de valores é necessária. "É difícil ter um espaço de qualidade e igualitário se a sociedade não é assim. Não é milagre, é uma troca." O secretário municipal de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki, diz que, com novas políticas e outra mentalidade, a prefeitura tenta transformar o que considera um processo histórico de privatização do espaço público. "Nos últimos 50 anos, as pessoas passaram a frequentar locais privados e o espaço público passou a ser visto como abandonado e perigoso. Estamos numa fase de disputa simbólica sobre o que se quer pela cidade", diz. No entanto, Bonduki ainda percebe resistência. Dá o exemplo do Minhocão, que lota aos fins de semana, mas tem parte da população contrária ao seu fechamento. Ainda que o elevado não esteja fechado, o parque já existe para o artista Felipe Morozini, 40, da associação Parque Minhocão. "Ele foi criado espontaneamente, o que é mais legal". * Coletivos, pessoas e iniciativas ouvidas ou citadas pela reportagem A Batata Precisa de Você largodabatata.com.br Acupuntura Urbana acupunturaurbana.com.br Associação Parque Minhocão minhocao.org Banca Tatuí bancatatui.com.br Estopô Balaio coletivoestopobalaio.com.br Feira Mistura Única facebook.com/FeiraMisturaUnica Grupo Esparrama facebook.com/esparrama Hortelões Urbanos facebook.com/horteloesurbanos Karaokê na Praça facebook.com/karaokenapracabr Movimento Boa Praça movimentoboapraca.com.br My Yoga facebook.com/myyoga.jardins.fan.page Revitarte revitarte.com Rodrigo Guima instagram.com/guimaguima Show de Rua SP facebook.com/showderuasp Slam da Guilhermina facebook.com/slamdaguilhermina SP Sem Minhocão goo.gl/A37swo Thiago Coiote facebook.com/thcoiote Thiago Cóstackz costackz.com
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Lula se reúne com conselheiros de seu instituto, mas não comenta suspeitas
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Mais de 20 conselheiros do Instituto Lula se reuniram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um hotel na zona sul de São Paulo, para discutir um novo formato da entidade privilegiando os debates para a conjuntura nacional. "Viemos discutir como o instituto vai funcionar daqui para frente. Na avaliação de diretores e conselheiros, é necessário se voltar para as questões do Brasil", afirmou o presidente-diretor da entidade, Paulo Okamotto. Logo no início da reunião, Lula afirmou que não falaria sobre as suspeitas referentes ao sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, e ao tríplex em Guarujá, no litoral do Estado, porque diziam respeito a sua vida pessoal. Tanto o imóvel quanto o terreno tiveram reformas pagas por empreiteiras, segundo testemunhas, e são alvos de investigação da Polícia Federal e Ministério Público. Em sua fala, a professora e socióloga Maria Vitória Benevides defendeu que o PT aprofundasse o relacionamento do instituto "com entidades da sociedade civil, como universidades e a OAB para discutir um projeto de país e não só enfrentar a crise política e econômica". Ela também disse que as acusações afetavam a honra do presidente Lula, e ouviu como resposta do ex-presidente: "Não discuto questões pessoais em reuniões do instituto". O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que questões referentes às denúncias envolvendo o ex-presidente e aos depoimentos que ele dará ao MP serão tratadas na reunião de conjuntura marcada para segunda (14), com a presença de Lula. Os advogados do petista Roberto Teixeira e Cristiano Martins chegaram no final da reunião e não se pronunciaram. O encontro durou pouco mais de cinco horas.
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poder
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Lula se reúne com conselheiros de seu instituto, mas não comenta suspeitasMais de 20 conselheiros do Instituto Lula se reuniram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um hotel na zona sul de São Paulo, para discutir um novo formato da entidade privilegiando os debates para a conjuntura nacional. "Viemos discutir como o instituto vai funcionar daqui para frente. Na avaliação de diretores e conselheiros, é necessário se voltar para as questões do Brasil", afirmou o presidente-diretor da entidade, Paulo Okamotto. Logo no início da reunião, Lula afirmou que não falaria sobre as suspeitas referentes ao sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, e ao tríplex em Guarujá, no litoral do Estado, porque diziam respeito a sua vida pessoal. Tanto o imóvel quanto o terreno tiveram reformas pagas por empreiteiras, segundo testemunhas, e são alvos de investigação da Polícia Federal e Ministério Público. Em sua fala, a professora e socióloga Maria Vitória Benevides defendeu que o PT aprofundasse o relacionamento do instituto "com entidades da sociedade civil, como universidades e a OAB para discutir um projeto de país e não só enfrentar a crise política e econômica". Ela também disse que as acusações afetavam a honra do presidente Lula, e ouviu como resposta do ex-presidente: "Não discuto questões pessoais em reuniões do instituto". O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que questões referentes às denúncias envolvendo o ex-presidente e aos depoimentos que ele dará ao MP serão tratadas na reunião de conjuntura marcada para segunda (14), com a presença de Lula. Os advogados do petista Roberto Teixeira e Cristiano Martins chegaram no final da reunião e não se pronunciaram. O encontro durou pouco mais de cinco horas.
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PT aprova indicação de Dilma para conselho da Perseu Abramo
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Reunida nesta quinta-feira (10), a cúpula do PT aprovou, por unanimidade, a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do conselho da fundação Perseu Abramo, ligada à sigla. O nome dela ainda será submetido à diretoria executiva da fundação. O atual presidente da fundação, Márcio Pochmann, foi reconduzido. Conforme a Folha noticiou, o nome de Dilma chegou a ser cogitado para o comando da fundação, mas a iniciativa sofreu resistência dentro do partido. A presidência do conselho tem caráter figurativo. Seu presidente recebe uma contribuição por participação em suas reuniões trimestrais. Os integrantes da direção têm papel executivo e salário.
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PT aprova indicação de Dilma para conselho da Perseu AbramoReunida nesta quinta-feira (10), a cúpula do PT aprovou, por unanimidade, a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do conselho da fundação Perseu Abramo, ligada à sigla. O nome dela ainda será submetido à diretoria executiva da fundação. O atual presidente da fundação, Márcio Pochmann, foi reconduzido. Conforme a Folha noticiou, o nome de Dilma chegou a ser cogitado para o comando da fundação, mas a iniciativa sofreu resistência dentro do partido. A presidência do conselho tem caráter figurativo. Seu presidente recebe uma contribuição por participação em suas reuniões trimestrais. Os integrantes da direção têm papel executivo e salário.
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Governo federal quer arrecadar R$ 30 bilhões com hidrelétricas
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O governo espera arrecadar pelo menos R$ 30 bilhões com a venda de usinas da Eletrobras e pretende usar um terço do valor para compensar o aumento no preço da energia para o consumidor em razão dessa privatização. A estatal ainda avalia quais usinas serão colocadas à venda. A prioridade são as 14 hidrelétricas da Chesf, de Furnas e da Eletronorte que hoje operam com preço "tabelado", um modelo conhecido como regime de cotas. Entre elas, Paulo Afonso (BA), Porto Colômbia (MG/SP), Marimbondo (MG), Luiz Carlos Barreto (SP) e Coaracy Nunes (AP). A mudança faz parte do novo marco regulatório do setor elétrico, que está sob consulta pública e deve entrar em vigor neste semestre por meio de medida provisória. Pelas regras vigentes, e que agora serão modificadas, as geradoras do regime de cotas são obrigadas a vender a energia por cerca de R$ 60 o MWh (megawatt-hora). No mercado livre, essa energia custa cerca de R$ 140 MWh. Com a privatização, venderiam a energia a preço de mercado e, por isso, os consumidores hoje atendidos por essas hidrelétricas teriam aumento de 7% na conta de luz. Para compensá-los, o governo quer destinar um terço do dinheiro da privatização (R$ 10 bilhões) para uma conta que subsidia a energia. Os outros dois terços seriam divididos entre a União e a Eletrobras, que passa por reestruturação e tem uma dívida de R$ 46 bilhões. A equipe econômica tem pressa para reforçar o caixa da União e ajudar no cumprimento da meta de deficit de 2018 (R$ 129 bilhões). Para 2017, o governo conta com R$ 11 bilhões da venda de quatro usinas da Cemig que não renovaram contratos e foram retomadas pela União. Nas estimativas da equipe econômica, quem arrematar as geradoras também terá de pagar cerca de R$ 4 bilhões pelos contratos que serão repassados à iniciativa privada.
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Governo federal quer arrecadar R$ 30 bilhões com hidrelétricasO governo espera arrecadar pelo menos R$ 30 bilhões com a venda de usinas da Eletrobras e pretende usar um terço do valor para compensar o aumento no preço da energia para o consumidor em razão dessa privatização. A estatal ainda avalia quais usinas serão colocadas à venda. A prioridade são as 14 hidrelétricas da Chesf, de Furnas e da Eletronorte que hoje operam com preço "tabelado", um modelo conhecido como regime de cotas. Entre elas, Paulo Afonso (BA), Porto Colômbia (MG/SP), Marimbondo (MG), Luiz Carlos Barreto (SP) e Coaracy Nunes (AP). A mudança faz parte do novo marco regulatório do setor elétrico, que está sob consulta pública e deve entrar em vigor neste semestre por meio de medida provisória. Pelas regras vigentes, e que agora serão modificadas, as geradoras do regime de cotas são obrigadas a vender a energia por cerca de R$ 60 o MWh (megawatt-hora). No mercado livre, essa energia custa cerca de R$ 140 MWh. Com a privatização, venderiam a energia a preço de mercado e, por isso, os consumidores hoje atendidos por essas hidrelétricas teriam aumento de 7% na conta de luz. Para compensá-los, o governo quer destinar um terço do dinheiro da privatização (R$ 10 bilhões) para uma conta que subsidia a energia. Os outros dois terços seriam divididos entre a União e a Eletrobras, que passa por reestruturação e tem uma dívida de R$ 46 bilhões. A equipe econômica tem pressa para reforçar o caixa da União e ajudar no cumprimento da meta de deficit de 2018 (R$ 129 bilhões). Para 2017, o governo conta com R$ 11 bilhões da venda de quatro usinas da Cemig que não renovaram contratos e foram retomadas pela União. Nas estimativas da equipe econômica, quem arrematar as geradoras também terá de pagar cerca de R$ 4 bilhões pelos contratos que serão repassados à iniciativa privada.
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Na Índia, a inflação está em queda, e o PIB, em alta
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Enquanto o Brasil se debate com inflação bem acima das expectativas e juros em elevação, a Índia vem surpreendendo positivamente os investidores com preços em queda e crescimento em alta. O primeiro-ministro Narendra Modi assumiu no ano passado em meio a enormes expectativas de reformas. No orçamento anunciado na semana passada, o país vai na contramão do Brasil –prevê redução dos impostos sobre empresas de 30% para 25% e aumento nos investimentos do governo em infraestrutura. O governo estima que o PIB indiano vai passar de 7,4% no atual ano fiscal para 8,5% no que começa mês que vem. Em janeiro, a inflação anualizada foi de 5,11%, abaixo do teto da meta de 4% (dois pontos a mais, 6%). A inflação estava em dois dígitos em novembro de 2013. No Brasil, o IPCA de fevereiro ficou em 1,22%, acima das expectativas do mercado medidas pelo relatório Focus do BC, de 1,07%, e acumulado em 12 meses em 7,7%, acima do teto da meta de 4,5%. O banco central indiano já reduziu a taxa de juros duas vezes este ano. Nesta semana, enquanto o Copom elevava a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 12,75%, o banco indiano cortava os juros em 0,25 ponto, para 7,5%. A queda nos preços de commodities, que afetou negativamente a balança comercial e a inflação do Brasil, beneficiou a Índia, grande importador de matérias-primas e petróleo. O país continua com alto deficit nominal (que inclui o pagamento de juros), de 4,1% do PIB, e adiou para daqui a três anos a meta de chegar a 3% do PIB. Em comparação, o deficit nominal do orçamento no Brasil está em 6,7%. "Recuperamos a credibilidade da economia indiana", afirmou Arun Jaitley, ministro das Finanças. "O mundo está prevendo que é hora de a Índia voar." No Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse à Folha na quinta (5): "O Brasil não está doente!".
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Na Índia, a inflação está em queda, e o PIB, em altaEnquanto o Brasil se debate com inflação bem acima das expectativas e juros em elevação, a Índia vem surpreendendo positivamente os investidores com preços em queda e crescimento em alta. O primeiro-ministro Narendra Modi assumiu no ano passado em meio a enormes expectativas de reformas. No orçamento anunciado na semana passada, o país vai na contramão do Brasil –prevê redução dos impostos sobre empresas de 30% para 25% e aumento nos investimentos do governo em infraestrutura. O governo estima que o PIB indiano vai passar de 7,4% no atual ano fiscal para 8,5% no que começa mês que vem. Em janeiro, a inflação anualizada foi de 5,11%, abaixo do teto da meta de 4% (dois pontos a mais, 6%). A inflação estava em dois dígitos em novembro de 2013. No Brasil, o IPCA de fevereiro ficou em 1,22%, acima das expectativas do mercado medidas pelo relatório Focus do BC, de 1,07%, e acumulado em 12 meses em 7,7%, acima do teto da meta de 4,5%. O banco central indiano já reduziu a taxa de juros duas vezes este ano. Nesta semana, enquanto o Copom elevava a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 12,75%, o banco indiano cortava os juros em 0,25 ponto, para 7,5%. A queda nos preços de commodities, que afetou negativamente a balança comercial e a inflação do Brasil, beneficiou a Índia, grande importador de matérias-primas e petróleo. O país continua com alto deficit nominal (que inclui o pagamento de juros), de 4,1% do PIB, e adiou para daqui a três anos a meta de chegar a 3% do PIB. Em comparação, o deficit nominal do orçamento no Brasil está em 6,7%. "Recuperamos a credibilidade da economia indiana", afirmou Arun Jaitley, ministro das Finanças. "O mundo está prevendo que é hora de a Índia voar." No Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse à Folha na quinta (5): "O Brasil não está doente!".
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Windows 10 custará a partir de R$ 330 no Brasil
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A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (29) que venderá seu novo sistema operacional para computadores por R$ 330 (versão Windows 10 Home) e por R$ 560 (Windows 10 Pro, que tem certas ferramentas avançadas, como BitLocker, de criptografia). O software será vendido on-line e no varejo, em um pen drive. Usuários donos de máquinas já compradas com o Windows 7, o Windows 8 ou o Windows 8.1 original não precisam pagar –basta que atualizem até o dia 29 de julho do ano que vem. Nos EUA, a companhia lançou o software por US$ 119 e US$ 199, cerca de R$ 395 e de R$ 661, respectivamente, pelo Windows 10 Home e pelo Windows 10 Pro. A cotação usada para essa conversão é a de R$ 3,32 –os preços seriam igualados com a moeda a R$ 2,77. Tire suas dúvidas em relação ao novo sistema. A Microsoft tem uma página dedicada a explicar as diferenças entre as edições do Windows 10. Em resumo, um PC de casa não precisa do Windows 10 Pro, como o nome pode sugerir. Veja abaixo o que o Windows 10 Home não tem (e que o Windows 10 Pro tem): Veja outras diferenças na página de ajuda da Microsoft. A companhia divulgou em comunicado que oferecerá serviço técnico acerca da atualização para a nova edição do Windows em suas lojas físicas e em unidades da Fast Shop e da Fnac.
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Windows 10 custará a partir de R$ 330 no BrasilA Microsoft anunciou nesta quarta-feira (29) que venderá seu novo sistema operacional para computadores por R$ 330 (versão Windows 10 Home) e por R$ 560 (Windows 10 Pro, que tem certas ferramentas avançadas, como BitLocker, de criptografia). O software será vendido on-line e no varejo, em um pen drive. Usuários donos de máquinas já compradas com o Windows 7, o Windows 8 ou o Windows 8.1 original não precisam pagar –basta que atualizem até o dia 29 de julho do ano que vem. Nos EUA, a companhia lançou o software por US$ 119 e US$ 199, cerca de R$ 395 e de R$ 661, respectivamente, pelo Windows 10 Home e pelo Windows 10 Pro. A cotação usada para essa conversão é a de R$ 3,32 –os preços seriam igualados com a moeda a R$ 2,77. Tire suas dúvidas em relação ao novo sistema. A Microsoft tem uma página dedicada a explicar as diferenças entre as edições do Windows 10. Em resumo, um PC de casa não precisa do Windows 10 Pro, como o nome pode sugerir. Veja abaixo o que o Windows 10 Home não tem (e que o Windows 10 Pro tem): Veja outras diferenças na página de ajuda da Microsoft. A companhia divulgou em comunicado que oferecerá serviço técnico acerca da atualização para a nova edição do Windows em suas lojas físicas e em unidades da Fast Shop e da Fnac.
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Prepare-se: sexta-feira com Tiê, Ivan Lins, Fábio Jr. e Fernando Ferrer
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DE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Não existe nada melhor que nosso fôlego de vida. Como eu sei? Até agora, não encontrei nada melhor. Então, pra mim, apesar do que possa vir a acontecer, viver ainda é melhor que tudo." Jonathan dos Anjos, 22, comerciante, Itaquera * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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saopaulo
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Prepare-se: sexta-feira com Tiê, Ivan Lins, Fábio Jr. e Fernando FerrerDE SÃO PAULO PERSONAGEM DO DIA "Não existe nada melhor que nosso fôlego de vida. Como eu sei? Até agora, não encontrei nada melhor. Então, pra mim, apesar do que possa vir a acontecer, viver ainda é melhor que tudo." Jonathan dos Anjos, 22, comerciante, Itaquera * TEMPO * O QUE AFETA SUA VIDA * CULTURA E ENTRETENIMENTO AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Edição: Fabiana Seragusa Reportagem: Carolina Dantas (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Saldo comercial de março é o maior já registrado para o mês
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O saldo comercial de março foi o maior já registrado desde o início da série histórica, iniciada em 1989. O superavit da balança alcançou US$ 4,4 bilhões, informou nesta sexta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento (Mdic). Há um ano, em março de 2015, o saldo da balança ficou positivo em US$ 460 milhões. Assim, o crescimento do superavit ficou em 864%. A explicação para o saldo está nas quedas das importações, que somaram US$ 11,6 bilhões, uma redução de 30% em relação a março do ano anterior, que refletiram um menor preço dos produtos e também um menor volume da quantidade importada. As exportações também caíram, mas apenas 5,8%, e somaram US$ 16 bilhões. SALDO POSITIVO - Queda das importações impactou o superavit da balança comercial<br><br><b>Saldo da balança comercial brasileira, em US$ bi</b> Essa redução é explicada principalmente pelo preço, já que em volume, o Brasil está caminhando para mais um ano recorde. "Conseguimos um volume recorde em 2015 e estamos caminhando para outro em 2016", afirma Herlon Brandão, diretor da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic. No primeiro trimestre do ano, o saldo alcançou US$ 8,4 bilhões -diferença entre US$ 40,6 bilhões em exportações e US$ 32,2 bilhões em importações. Para os três primeiros meses do ano, o saldo alcançado é o terceiro maior para o trimestre e o melhor desde 2007, quando a balança alcançou superavit para US$ 8,7 bilhões. Em 2015, entre janeiro e março, a balança registrou deficit de US$ 5,5 bilhões. A exportação de itens os básicos, produzidos pela indústria extrativa mineral e pela agropecuária, foi a que mais sofreu no trimestre, com uma queda 5,4%. Os bens industrializados também sofreram uma redução de 3,9% no trimestre. O panorama dos itens básicos reflete principalmente a queda do preço em dólar da soja, do minério de ferro e do petróleo. Principais produtos da balança em março - Apesar do aumento do volume de exportação, que em quantidade relativa cresceu 15,7%, os preços médios caíram 17,4% entre março do ano passado e deste ano. Pelo lado da importação, os preços também caíram e ajudaram a reduzir a conta. Em média, ficaram 9% abaixo na comparação entre março deste ano e do ano passado. No entanto, a principal explicação para a redução está na quantidade relativa importada, que ficou 23,1% abaixo. Para Brandão, a queda tanto do volume, quanto do valor, reflete a menor atividade econômica do país. CONTA PETRÓLEO O país vem reduzindo seu deficit balança comercial do petróleo, que leva em conta não só o óleo bruto, mas também seus derivados. Em março deste ano, a deficit ficou em US$ 470 milhões, enquanto que no mesmo mês do ano passado esse valor ficou em US$ 788 milhões. No trimestre, o deficit está em US$ 816 milhões. Há um ano, somava US$ 3,3 bilhões. Brandão afirma que a queda do preço internacional, o aumento do percentual do álcool e do biodiesel na gasolina e no diesel, respectivamente, além do crescimento nacional da produção de petróleo bruto favoreceram à redução do deficit. "Estamos com uma demanda menor por derivados de petróleo, muito em conta pelo aumento da produção de outros combustíveis, mas também por uma queda do consumo interno", diz Brandão. CORREÇÃO O Mdic fez uma correção nas contas da balança comercial apresentadas na semana anterior. De acordo com Brandão, um erro de um exportador havia elevado as vendas nacionais em US$ 331 milhões.
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Saldo comercial de março é o maior já registrado para o mêsO saldo comercial de março foi o maior já registrado desde o início da série histórica, iniciada em 1989. O superavit da balança alcançou US$ 4,4 bilhões, informou nesta sexta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento (Mdic). Há um ano, em março de 2015, o saldo da balança ficou positivo em US$ 460 milhões. Assim, o crescimento do superavit ficou em 864%. A explicação para o saldo está nas quedas das importações, que somaram US$ 11,6 bilhões, uma redução de 30% em relação a março do ano anterior, que refletiram um menor preço dos produtos e também um menor volume da quantidade importada. As exportações também caíram, mas apenas 5,8%, e somaram US$ 16 bilhões. SALDO POSITIVO - Queda das importações impactou o superavit da balança comercial<br><br><b>Saldo da balança comercial brasileira, em US$ bi</b> Essa redução é explicada principalmente pelo preço, já que em volume, o Brasil está caminhando para mais um ano recorde. "Conseguimos um volume recorde em 2015 e estamos caminhando para outro em 2016", afirma Herlon Brandão, diretor da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic. No primeiro trimestre do ano, o saldo alcançou US$ 8,4 bilhões -diferença entre US$ 40,6 bilhões em exportações e US$ 32,2 bilhões em importações. Para os três primeiros meses do ano, o saldo alcançado é o terceiro maior para o trimestre e o melhor desde 2007, quando a balança alcançou superavit para US$ 8,7 bilhões. Em 2015, entre janeiro e março, a balança registrou deficit de US$ 5,5 bilhões. A exportação de itens os básicos, produzidos pela indústria extrativa mineral e pela agropecuária, foi a que mais sofreu no trimestre, com uma queda 5,4%. Os bens industrializados também sofreram uma redução de 3,9% no trimestre. O panorama dos itens básicos reflete principalmente a queda do preço em dólar da soja, do minério de ferro e do petróleo. Principais produtos da balança em março - Apesar do aumento do volume de exportação, que em quantidade relativa cresceu 15,7%, os preços médios caíram 17,4% entre março do ano passado e deste ano. Pelo lado da importação, os preços também caíram e ajudaram a reduzir a conta. Em média, ficaram 9% abaixo na comparação entre março deste ano e do ano passado. No entanto, a principal explicação para a redução está na quantidade relativa importada, que ficou 23,1% abaixo. Para Brandão, a queda tanto do volume, quanto do valor, reflete a menor atividade econômica do país. CONTA PETRÓLEO O país vem reduzindo seu deficit balança comercial do petróleo, que leva em conta não só o óleo bruto, mas também seus derivados. Em março deste ano, a deficit ficou em US$ 470 milhões, enquanto que no mesmo mês do ano passado esse valor ficou em US$ 788 milhões. No trimestre, o deficit está em US$ 816 milhões. Há um ano, somava US$ 3,3 bilhões. Brandão afirma que a queda do preço internacional, o aumento do percentual do álcool e do biodiesel na gasolina e no diesel, respectivamente, além do crescimento nacional da produção de petróleo bruto favoreceram à redução do deficit. "Estamos com uma demanda menor por derivados de petróleo, muito em conta pelo aumento da produção de outros combustíveis, mas também por uma queda do consumo interno", diz Brandão. CORREÇÃO O Mdic fez uma correção nas contas da balança comercial apresentadas na semana anterior. De acordo com Brandão, um erro de um exportador havia elevado as vendas nacionais em US$ 331 milhões.
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Em volta do rombo nas contas do governo Temer
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Iniciada antes das eleições de 2014, a disputa pela Presidência em 2018 volta a ser predominante no processo político. Já bem notada, a contrariedade mútua de Michel Temer e Henrique Meirelles não decorre da aparente divergência de concepções econômicas entre o ministro da Fazenda e o grupo do Planalto. O jogo é apenas de política, enquanto o país se desconstrói sob a propaganda de que "a recuperação começou". A divergência exposta está no montante do rombo financeiro que o governo, fracassadas as metas prometidas para 2016 e, depois, para 2017, deve admitir neste ano. Meirelles defende o teto, estabelecido como rígido e imutável, de R$ 139 bilhões. Temer e seu grupo querem elevá-lo. Só para a pretendida vitória na Câmara contra a licença para processá-lo, Temer empenhou nas últimas semanas mais de R$ 4 bilhões em pedidos de deputados: R$ 2 bilhões em junho e R$ 2,1 bilhões até meado deste mês, cuja soma equivale a quatro vezes o empenhado nos cinco meses anteriores. Com outros gastos, veio a necessidade de aumento de impostos (dos combustíveis) e o corte de mais R$ 5,9 bilhões em investimentos previstos até o fim do ano –além dos quase R$ 40 bilhões já cancelados. Se assim está sendo para sustar o primeiro processo proposto pela Procuradoria-Geral da República contra Temer, não é difícil entender o que se deve esperar quando cheguem à Câmara as outras denúncias previstas em medida de Rodrigo Janot. O que leva a uma observação a propósito: trata-se do uso de bilhões do dinheiro público para beneficiar um político gravado em encontro clandestino para os acertos indecentes que pudemos ouvir e ler em transcrição. Mas não só por essa expectativa Temer e seu grupo batalham pela admissão de um rombo maior nas contas do governo. Faltam cinco meses para o fim de um ano em que os políticos governistas só têm, até agora, notícias negativas para o eleitorado. E o ano que vem será de eleições. Alguma recuperação de imagem nos próximos cinco meses é ansiada pelo "centrão" pró-Temer. Seja evitando a aprovação de propostas impopulares do governo, seja com afrouxamento do arrocho aplicado pelo governo, a pretexto de uma reabilitação nacional que, todos sentem, não está nem à vista. Antes de desligar-se do PSDB para entrar no governo Lula, e antes mesmo de entrar no PSDB, o Henrique Meirelles retornado de longa vida como banqueiro nos Estados Unidos planejou candidatar-se à Presidência (posso fazer tal afirmação porque, na época, uma assessoria contratada por Meirelles me procurou para um encontro que não aconteceu). Aspiração dessa grandeza não morre jamais, José Serra que o diga. O êxito na recuperação do crescimento econômico é, porém, a única possibilidade hoje perceptível para uma tentativa da ambição de Meirelles. Logo, para ele é indispensável a preservação do que lhe parece a maneira de chegar a tal êxito, não importa o que, quem e quantos caiam pelo caminho. O tabuleiro em que Henrique Meirelles e Michel Temer passaram a jogar é o da política. Um e outro tornam-se seus piores antagonistas. Entre um e outro, a economia do país de 200 milhões de pessoas é um dispositivo de fazer política.
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Em volta do rombo nas contas do governo TemerIniciada antes das eleições de 2014, a disputa pela Presidência em 2018 volta a ser predominante no processo político. Já bem notada, a contrariedade mútua de Michel Temer e Henrique Meirelles não decorre da aparente divergência de concepções econômicas entre o ministro da Fazenda e o grupo do Planalto. O jogo é apenas de política, enquanto o país se desconstrói sob a propaganda de que "a recuperação começou". A divergência exposta está no montante do rombo financeiro que o governo, fracassadas as metas prometidas para 2016 e, depois, para 2017, deve admitir neste ano. Meirelles defende o teto, estabelecido como rígido e imutável, de R$ 139 bilhões. Temer e seu grupo querem elevá-lo. Só para a pretendida vitória na Câmara contra a licença para processá-lo, Temer empenhou nas últimas semanas mais de R$ 4 bilhões em pedidos de deputados: R$ 2 bilhões em junho e R$ 2,1 bilhões até meado deste mês, cuja soma equivale a quatro vezes o empenhado nos cinco meses anteriores. Com outros gastos, veio a necessidade de aumento de impostos (dos combustíveis) e o corte de mais R$ 5,9 bilhões em investimentos previstos até o fim do ano –além dos quase R$ 40 bilhões já cancelados. Se assim está sendo para sustar o primeiro processo proposto pela Procuradoria-Geral da República contra Temer, não é difícil entender o que se deve esperar quando cheguem à Câmara as outras denúncias previstas em medida de Rodrigo Janot. O que leva a uma observação a propósito: trata-se do uso de bilhões do dinheiro público para beneficiar um político gravado em encontro clandestino para os acertos indecentes que pudemos ouvir e ler em transcrição. Mas não só por essa expectativa Temer e seu grupo batalham pela admissão de um rombo maior nas contas do governo. Faltam cinco meses para o fim de um ano em que os políticos governistas só têm, até agora, notícias negativas para o eleitorado. E o ano que vem será de eleições. Alguma recuperação de imagem nos próximos cinco meses é ansiada pelo "centrão" pró-Temer. Seja evitando a aprovação de propostas impopulares do governo, seja com afrouxamento do arrocho aplicado pelo governo, a pretexto de uma reabilitação nacional que, todos sentem, não está nem à vista. Antes de desligar-se do PSDB para entrar no governo Lula, e antes mesmo de entrar no PSDB, o Henrique Meirelles retornado de longa vida como banqueiro nos Estados Unidos planejou candidatar-se à Presidência (posso fazer tal afirmação porque, na época, uma assessoria contratada por Meirelles me procurou para um encontro que não aconteceu). Aspiração dessa grandeza não morre jamais, José Serra que o diga. O êxito na recuperação do crescimento econômico é, porém, a única possibilidade hoje perceptível para uma tentativa da ambição de Meirelles. Logo, para ele é indispensável a preservação do que lhe parece a maneira de chegar a tal êxito, não importa o que, quem e quantos caiam pelo caminho. O tabuleiro em que Henrique Meirelles e Michel Temer passaram a jogar é o da política. Um e outro tornam-se seus piores antagonistas. Entre um e outro, a economia do país de 200 milhões de pessoas é um dispositivo de fazer política.
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Supremo suspende multa ao governo do RS por parcelar salários
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O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (24) suspender a aplicação de multa ao governo do Rio Grande do Sul por atraso no pagamento de salários dos servidores do Estado. A decisão vale até que o Supremo conclua o julgamento que questiona a legalidade do parcelamento dos vencimentos dos funcionários do Estado. A maioria dos ministros já votou para proibir a prática, mas o caso foi suspenso porque o ministro Dias Toffoli pediu mais prazo para analisar o tema. Não há prazo para a retomada da ação. A folha de pagamento líquida do Executivo gira em torno de R$ 950 milhões por mês. Sem recursos financeiros, o governo do RS vive uma crise sem precedentes. Parcelou os salários dos servidores em dois meses. Os rendimentos de agosto foram divididos em quatro vezes. Funcionários do Judiciário e Legislativo recebem normalmente. O caso chegou ao STF quando o governador José Ivo Sartori (PMDB) pediu a derrubada de liminares (decisões provisórias) do Tribunal de Justiça do Estado que proibiram o parcelamento do pagamento dos vencimentos dos servidores. Em decisão liminar, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, manteve a decisão da Justiça local, sendo que a Constituição obriga o pagamento do salário até o último dia do mês. O argumento do ministro foi de que os salários têm caráter alimentício, portanto, a verba não pode ser adiada. Na sessão desta quinta, a decisão de Lewandoswski, que confirmava decisões do Tribunal de Justiiça do RS que aplicavam multa ao Estado por parcelamentos, foi seguida pelos ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Edson Fachin. Uma das decisões locais estabelecia multa diária de R$ 50 mil em descumprimento. Teori Zavascki, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia votaram pela proibição, mas divergiram sobre a aplicação da sanção, em caso de descumprimento pelo governo. "Não há duvida alguma que os servidores fazem jus a receberem em dia os salários pelos serviços prestados. Trata-se de direito constitucional", disse Teori. [...] O governador não paga porque não quer pagar. O Estado é que está sem condições de pagar", completou. Lewandowski e Marco Aurélio defenderam a imputação de multa ao Estado em caso de atrasos, para não enfraquecer e esvaziar a decisão judicial. O temor é que sem multa o Estado se sinta livre para atrasar os pagamentos. O presidente do STF demonstrou preocupação com o efeito desse entendimento. "Os servidores do Estado estão à beira da miserabilidade, não estão pagando suas contas. Nós emasculamos o poder Judiciário local. O tribunal deu uma decisão inócua, manda pagar e não tem como cumprir. Estimula outros Estados em situação financeira ruim a deixar de pagar servidores", disse. Marco Aurélio reforçou o discurso. "O servidor não tem fôlego para aguardar para além do dia 30 até que o Estado possua caixa e satisfaça os valores. Se agora tirarmos a sanção prevista pelo Judiciário do RS, estaremos esvaziando essa decisão", afirmou. Até agora, Gilmar Mendes ficou isolado e defendeu a derruba das decisões da Justiça local que proíbem o parcelamento. O ministro argumentou que, diante do cenário de crise econômica no país, era preciso analisar a situação de forma crítica, sendo que a situação do RS deve se replicar por outros Estados. Ele lembrou que os pagamentos não foram realizados em dias por falta de caixa e não por má vontade do governo. "Não vejo como justificar a determinação para que se faça o pagamento em dia e muito menos para que se imponha multa", disse Mendes. Toffoli chegou a votar para manter o veto ao parcelamento, mas depois da posição de Medes recuou e pediu vista. Ele propôs, no entanto, que foi concedida uma liminar para suspender a multa até decisão final do tribunal sobre o caso, o que foi acolhido pelo plenário.
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Supremo suspende multa ao governo do RS por parcelar saláriosO STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (24) suspender a aplicação de multa ao governo do Rio Grande do Sul por atraso no pagamento de salários dos servidores do Estado. A decisão vale até que o Supremo conclua o julgamento que questiona a legalidade do parcelamento dos vencimentos dos funcionários do Estado. A maioria dos ministros já votou para proibir a prática, mas o caso foi suspenso porque o ministro Dias Toffoli pediu mais prazo para analisar o tema. Não há prazo para a retomada da ação. A folha de pagamento líquida do Executivo gira em torno de R$ 950 milhões por mês. Sem recursos financeiros, o governo do RS vive uma crise sem precedentes. Parcelou os salários dos servidores em dois meses. Os rendimentos de agosto foram divididos em quatro vezes. Funcionários do Judiciário e Legislativo recebem normalmente. O caso chegou ao STF quando o governador José Ivo Sartori (PMDB) pediu a derrubada de liminares (decisões provisórias) do Tribunal de Justiça do Estado que proibiram o parcelamento do pagamento dos vencimentos dos servidores. Em decisão liminar, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, manteve a decisão da Justiça local, sendo que a Constituição obriga o pagamento do salário até o último dia do mês. O argumento do ministro foi de que os salários têm caráter alimentício, portanto, a verba não pode ser adiada. Na sessão desta quinta, a decisão de Lewandoswski, que confirmava decisões do Tribunal de Justiiça do RS que aplicavam multa ao Estado por parcelamentos, foi seguida pelos ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Edson Fachin. Uma das decisões locais estabelecia multa diária de R$ 50 mil em descumprimento. Teori Zavascki, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia votaram pela proibição, mas divergiram sobre a aplicação da sanção, em caso de descumprimento pelo governo. "Não há duvida alguma que os servidores fazem jus a receberem em dia os salários pelos serviços prestados. Trata-se de direito constitucional", disse Teori. [...] O governador não paga porque não quer pagar. O Estado é que está sem condições de pagar", completou. Lewandowski e Marco Aurélio defenderam a imputação de multa ao Estado em caso de atrasos, para não enfraquecer e esvaziar a decisão judicial. O temor é que sem multa o Estado se sinta livre para atrasar os pagamentos. O presidente do STF demonstrou preocupação com o efeito desse entendimento. "Os servidores do Estado estão à beira da miserabilidade, não estão pagando suas contas. Nós emasculamos o poder Judiciário local. O tribunal deu uma decisão inócua, manda pagar e não tem como cumprir. Estimula outros Estados em situação financeira ruim a deixar de pagar servidores", disse. Marco Aurélio reforçou o discurso. "O servidor não tem fôlego para aguardar para além do dia 30 até que o Estado possua caixa e satisfaça os valores. Se agora tirarmos a sanção prevista pelo Judiciário do RS, estaremos esvaziando essa decisão", afirmou. Até agora, Gilmar Mendes ficou isolado e defendeu a derruba das decisões da Justiça local que proíbem o parcelamento. O ministro argumentou que, diante do cenário de crise econômica no país, era preciso analisar a situação de forma crítica, sendo que a situação do RS deve se replicar por outros Estados. Ele lembrou que os pagamentos não foram realizados em dias por falta de caixa e não por má vontade do governo. "Não vejo como justificar a determinação para que se faça o pagamento em dia e muito menos para que se imponha multa", disse Mendes. Toffoli chegou a votar para manter o veto ao parcelamento, mas depois da posição de Medes recuou e pediu vista. Ele propôs, no entanto, que foi concedida uma liminar para suspender a multa até decisão final do tribunal sobre o caso, o que foi acolhido pelo plenário.
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'Biópsia líquida' para monitorar câncer passa a ser oferecida no país
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Alguns laboratórios estão disponibilizando no Brasil o exame que ficou conhecido como "biópsia líquida". Trata-se de uma análise a partir do sangue na qual é possível encontrar e analisar o DNA de células tumorais. A alternativa "clássica", a biópsia convencional, muitas vezes requer cirurgia, especialmente em órgãos internos, como o pulmão. A existência de DNA no plasma sanguíneo (veja infográfico) não é inusual –pode acontecer com vários tipos celulares– e é por isso que a fração de DNA tumoral é pequena, geralmente menor do que 1%, o que acaba requerendo um cuidado especial com a amostra. O DNA tumoral circulante, ou ctDNA, pode revelar mutações importantes, como uma no gene EGFR que pode estar presente em vários tipos de câncer, como o de pulmão. Se ela existir, assim como acontece quando há outros tipos de mutação, é possível indicar medicamentos mais eficazes no combate à doença, como o erlotinibe e o gefitinibe, das farmacêuticas Roche e AstraZeneca, respectivamente. DNA no sangue Um dos laboratórios que está realizando esse tipo de análise é a Progenética Hermes Pardini. Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento do laboratório, Mariano Zalis, uma das vantagens de fazer o teste com sangue e não com o tecido coletado na biópsia convencional (que é conservado em um bloco de parafina) é a quantidade de DNA que pode ser obtida nesse novo método. É consenso entre médicos que o exame de sangue não substitui a biópsia convencional, mas ele pode ser especialmente útil para acompanhar a evolução do tumor (em uma frequência semanal ou mensal, por exemplo) e antecipar o surgimento de células resistentes –o que muitas vezes requer a troca de medicamento. A AstraZeneca está oferecendo gratuitamente o exame para detectar mutações no gene EGFR pelo programa ID.ME. Para isso é necessário o cadastro pelo médico. Normalmente, o teste custa cerca de R$ 1.500. Por enquanto, a iniciativa está disponível nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia –é necessário que o médico faça a requisição. A previsão é de que seja disponibilizado nacionalmente em agosto. EVIDÊNCIAS Recentemente, foram divulgados os resultados de um estudo americano de biópsia líquida com dados de 17 mil pacientes. Foram analisadas alterações genéticas em mais de 50 tipos de câncer. Entre 94% e 100% das vezes, a mutação encontrada no sangue correspondia àquela do tecido da biópsia. A vantagem da análise convencional ainda é a informação histológica –que tipos de células participam daquele tumor e suas características químicas ou de forma, por exemplo. "Esse tipo de informação ainda é fundamental para a caracterização do tumor e para a definição do tratamento", afirma o oncologista Daniel Herchenhorn, do Grupo Oncologia D'Or. O recurso da biópsia líquida será especialmente útil para pacientes que não podem ser rebiopsiados, ou seja, que não podem passar novamente por um procedimento invasivo como uma cirurgia. Em 63% dos casos de câncer de pulmão analisados no estudo americano, a amostra obtida pela biópsia tecidual foi insuficientemente ou apenas parcialmente testada. Na análise sanguínea,o volume de material a ser testado é, na prática, ilimitado. A técnica poderá ser usada como uma forma barata de rastreamento, "caçando" tumores em pessoas de grupos de risco. Ela também reduz uma desvantagem da biópsia tumoral, que é o risco de pegar uma região do tumor que não representa adequadamente sua totalidade –existe uma variabilidade "geográfica" e o pedaço retirado é bastante pequeno. Esse resultado seria um passo adiante na abordagem "agnóstica" do tumor, ou seja, deixando de lado onde ele está (pulmão, útero ou intestino, por exemplo) e se preocupando mais com suas características biológicas, como as proteínas e enzimas que ele produz, explica Philip Mack, da Universidade da Califórnia em Davis, que apresentou o estudo. "É uma abordagem na linha de caracterizar o perfil genético do tumor e personalizar o tratamento. Já é algo real hoje no Brasil, no sistema privado", diz Herchenhorn. No estudo, a partir da análise do DNA tumoral circulante foi possível recomendar o tratamento ideal para 63,6% dos pacientes, o que inclui desde o uso de drogas já aprovadas pela FDA (espécie de Anvisa americana) até a elegibilidade para participação em testes clínicos. O DNA tumoral circulante foi detectado em 83% das amostras de sangue analisadas. Boa parte dos casos em que isso não foi possível referem-se a câncer no cérebro, como glioblastoma. O futuro do combate ao câncer
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equilibrioesaude
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'Biópsia líquida' para monitorar câncer passa a ser oferecida no paísAlguns laboratórios estão disponibilizando no Brasil o exame que ficou conhecido como "biópsia líquida". Trata-se de uma análise a partir do sangue na qual é possível encontrar e analisar o DNA de células tumorais. A alternativa "clássica", a biópsia convencional, muitas vezes requer cirurgia, especialmente em órgãos internos, como o pulmão. A existência de DNA no plasma sanguíneo (veja infográfico) não é inusual –pode acontecer com vários tipos celulares– e é por isso que a fração de DNA tumoral é pequena, geralmente menor do que 1%, o que acaba requerendo um cuidado especial com a amostra. O DNA tumoral circulante, ou ctDNA, pode revelar mutações importantes, como uma no gene EGFR que pode estar presente em vários tipos de câncer, como o de pulmão. Se ela existir, assim como acontece quando há outros tipos de mutação, é possível indicar medicamentos mais eficazes no combate à doença, como o erlotinibe e o gefitinibe, das farmacêuticas Roche e AstraZeneca, respectivamente. DNA no sangue Um dos laboratórios que está realizando esse tipo de análise é a Progenética Hermes Pardini. Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento do laboratório, Mariano Zalis, uma das vantagens de fazer o teste com sangue e não com o tecido coletado na biópsia convencional (que é conservado em um bloco de parafina) é a quantidade de DNA que pode ser obtida nesse novo método. É consenso entre médicos que o exame de sangue não substitui a biópsia convencional, mas ele pode ser especialmente útil para acompanhar a evolução do tumor (em uma frequência semanal ou mensal, por exemplo) e antecipar o surgimento de células resistentes –o que muitas vezes requer a troca de medicamento. A AstraZeneca está oferecendo gratuitamente o exame para detectar mutações no gene EGFR pelo programa ID.ME. Para isso é necessário o cadastro pelo médico. Normalmente, o teste custa cerca de R$ 1.500. Por enquanto, a iniciativa está disponível nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia –é necessário que o médico faça a requisição. A previsão é de que seja disponibilizado nacionalmente em agosto. EVIDÊNCIAS Recentemente, foram divulgados os resultados de um estudo americano de biópsia líquida com dados de 17 mil pacientes. Foram analisadas alterações genéticas em mais de 50 tipos de câncer. Entre 94% e 100% das vezes, a mutação encontrada no sangue correspondia àquela do tecido da biópsia. A vantagem da análise convencional ainda é a informação histológica –que tipos de células participam daquele tumor e suas características químicas ou de forma, por exemplo. "Esse tipo de informação ainda é fundamental para a caracterização do tumor e para a definição do tratamento", afirma o oncologista Daniel Herchenhorn, do Grupo Oncologia D'Or. O recurso da biópsia líquida será especialmente útil para pacientes que não podem ser rebiopsiados, ou seja, que não podem passar novamente por um procedimento invasivo como uma cirurgia. Em 63% dos casos de câncer de pulmão analisados no estudo americano, a amostra obtida pela biópsia tecidual foi insuficientemente ou apenas parcialmente testada. Na análise sanguínea,o volume de material a ser testado é, na prática, ilimitado. A técnica poderá ser usada como uma forma barata de rastreamento, "caçando" tumores em pessoas de grupos de risco. Ela também reduz uma desvantagem da biópsia tumoral, que é o risco de pegar uma região do tumor que não representa adequadamente sua totalidade –existe uma variabilidade "geográfica" e o pedaço retirado é bastante pequeno. Esse resultado seria um passo adiante na abordagem "agnóstica" do tumor, ou seja, deixando de lado onde ele está (pulmão, útero ou intestino, por exemplo) e se preocupando mais com suas características biológicas, como as proteínas e enzimas que ele produz, explica Philip Mack, da Universidade da Califórnia em Davis, que apresentou o estudo. "É uma abordagem na linha de caracterizar o perfil genético do tumor e personalizar o tratamento. Já é algo real hoje no Brasil, no sistema privado", diz Herchenhorn. No estudo, a partir da análise do DNA tumoral circulante foi possível recomendar o tratamento ideal para 63,6% dos pacientes, o que inclui desde o uso de drogas já aprovadas pela FDA (espécie de Anvisa americana) até a elegibilidade para participação em testes clínicos. O DNA tumoral circulante foi detectado em 83% das amostras de sangue analisadas. Boa parte dos casos em que isso não foi possível referem-se a câncer no cérebro, como glioblastoma. O futuro do combate ao câncer
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Caminhões, anfetaminas e acidentes
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As causas dos acidentes com caminhões nas estradas brasileiras são bem conhecidas. Mas as mortes e as graves sequelas nos feridos continuam. Em 2005, nos "Arquivos de Neuro-Psiquiatria" pesquisa de José Carlos Souza e colaboradores assinalava o consumo de estimulantes como cafeína e anfetamina e que 43,2% dos motoristas de caminhão conduziam os veículos por mais de 16h/dia. Em 2013, Juliana Takitane e colaboradores relatam na revista "Ciência & Saúde Coletiva" presença de anfetaminas em 10,8% das amostras de urina de 134 desses profissionais, obtidas em duas rodovias do estado de São Paulo. Ainda em 2013, o presidente da Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Estado de São Paulo, Valdir de Sousa Pestana, afirmava que a principal causa dos acidentes com caminhões era o excesso de horas trabalhadas. Na "Revista Saúde Pública" deste mês, da Faculdade de Saúde Pública da USP, Lúcio Garcia de Oliveira e colaboradores analisam o uso de anfetaminas pelos motoristas de caminhão e destacam a necessidade da aplicação da Lei do Descanso (lei 12.619/2012) que regulamenta a carga horária de trabalho. O estudo, com 684 motoristas, detectou os fatores preditores ao uso da droga: trabalho superior a 12 horas, em turno noturno ou irregular e consumo de álcool. Uma das ações das anfetaminas é dar alento e mais horas acordado aos seus usuários. Após o efeito, vem a sonolência, a atenção diminuída e a possibilidades de acidentes.
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colunas
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Caminhões, anfetaminas e acidentesAs causas dos acidentes com caminhões nas estradas brasileiras são bem conhecidas. Mas as mortes e as graves sequelas nos feridos continuam. Em 2005, nos "Arquivos de Neuro-Psiquiatria" pesquisa de José Carlos Souza e colaboradores assinalava o consumo de estimulantes como cafeína e anfetamina e que 43,2% dos motoristas de caminhão conduziam os veículos por mais de 16h/dia. Em 2013, Juliana Takitane e colaboradores relatam na revista "Ciência & Saúde Coletiva" presença de anfetaminas em 10,8% das amostras de urina de 134 desses profissionais, obtidas em duas rodovias do estado de São Paulo. Ainda em 2013, o presidente da Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Estado de São Paulo, Valdir de Sousa Pestana, afirmava que a principal causa dos acidentes com caminhões era o excesso de horas trabalhadas. Na "Revista Saúde Pública" deste mês, da Faculdade de Saúde Pública da USP, Lúcio Garcia de Oliveira e colaboradores analisam o uso de anfetaminas pelos motoristas de caminhão e destacam a necessidade da aplicação da Lei do Descanso (lei 12.619/2012) que regulamenta a carga horária de trabalho. O estudo, com 684 motoristas, detectou os fatores preditores ao uso da droga: trabalho superior a 12 horas, em turno noturno ou irregular e consumo de álcool. Uma das ações das anfetaminas é dar alento e mais horas acordado aos seus usuários. Após o efeito, vem a sonolência, a atenção diminuída e a possibilidades de acidentes.
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Seleção argentina de futebol desembarca no Rio ao som de 'La Mano de Dios'
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JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO A seleção olímpica masculina da Argentina desembarcou na manhã deste sábado (30) no Rio de Janeiro para a disputa da Olimpíada. Os jogadores embarcaram em um voo às 10h45 no aeroporto de Guarulhos e aterrissaram às 11h20 no Santos Dumont. Durante o voo, os atletas ligaram o alto falante no celular e colocaram músicas argentinas para tocar. Entre elas, "La Mano de Dios", um hino a Diego Maradona. Repreendidos pela comissária de bordo, os jogadores tiveram que desligar o aparelho. Entre os atletas, estava o atacante Jonathan Calleri, que deixou o São Paulo este mês. A Argentina está no Grupo D da Olimpíada, ao lado das seleções da Argélia, Honduras e Portugal. O país já tem dois ouros olímpicos na modalidade: em Atenas-2004 e Pequim-2008.
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Seleção argentina de futebol desembarca no Rio ao som de 'La Mano de Dios'
JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO A seleção olímpica masculina da Argentina desembarcou na manhã deste sábado (30) no Rio de Janeiro para a disputa da Olimpíada. Os jogadores embarcaram em um voo às 10h45 no aeroporto de Guarulhos e aterrissaram às 11h20 no Santos Dumont. Durante o voo, os atletas ligaram o alto falante no celular e colocaram músicas argentinas para tocar. Entre elas, "La Mano de Dios", um hino a Diego Maradona. Repreendidos pela comissária de bordo, os jogadores tiveram que desligar o aparelho. Entre os atletas, estava o atacante Jonathan Calleri, que deixou o São Paulo este mês. A Argentina está no Grupo D da Olimpíada, ao lado das seleções da Argélia, Honduras e Portugal. O país já tem dois ouros olímpicos na modalidade: em Atenas-2004 e Pequim-2008.
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Pena de vida
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RIO DE JANEIRO - A execução do brasileiro Marco, condenado à morte por tráfico de drogas segundo leis constituídas de um Estado soberano, a Indonésia, provocou "consternação e indignação" na presidente Dilma. Consternação e indignação que não demonstrou diante dos estrangeiros degolados pelas leis de exceção de um não-Estado, o Estado Islâmico, com quem, para constrangimento internacional, ela propôs "dialogar". Houvesse um embaixador brasileiro junto aos degoladores, Dilma o teria chamado de volta? Assim como não se pode ser a favor da pena de morte, vale perguntar se Dilma se consterna ou fica indignada pelas multidões de brasileiros condenados à pena de vida –haverá outra maneira de definir a situação dos habitantes das cracolândias? Se a presidente nunca passou perto desses aglomerados subumanos, existe um a menos de dois quilômetros do Palácio do Planalto, em Brasília, e com o número regulamentar de zumbis, estropiados, grávidas e crianças. Dilma deveria inspecioná-lo para ter uma amostra de como vivem pessoas afetadas pelo produto que Marco vendia na Indonésia e tantos vendem por aqui. Uma alternativa seria visitar alguma clínica séria de tratamento de dependência química. Há várias no Rio, em São Paulo e, espero, em Brasília. Nelas, uma das primeiras lições é a da quebra da prepotência –a consciência de que se é impotente diante da droga e que a única saída é ficar longe dela. Num áudio que circulou pela internet às vésperas da execução, Marco parece confiante de que será libertado e voltará ao Brasil para dizer "aos jovens" que a droga só leva "à prisão ou à morte". Ou seja, a longa prisão não o curara da prepotência –continuava a se sentir dono de seu destino e capaz de salvar toda uma geração com sua mensagem. Que sua triste morte sirva ao menos de veículo para essa mensagem.
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Pena de vidaRIO DE JANEIRO - A execução do brasileiro Marco, condenado à morte por tráfico de drogas segundo leis constituídas de um Estado soberano, a Indonésia, provocou "consternação e indignação" na presidente Dilma. Consternação e indignação que não demonstrou diante dos estrangeiros degolados pelas leis de exceção de um não-Estado, o Estado Islâmico, com quem, para constrangimento internacional, ela propôs "dialogar". Houvesse um embaixador brasileiro junto aos degoladores, Dilma o teria chamado de volta? Assim como não se pode ser a favor da pena de morte, vale perguntar se Dilma se consterna ou fica indignada pelas multidões de brasileiros condenados à pena de vida –haverá outra maneira de definir a situação dos habitantes das cracolândias? Se a presidente nunca passou perto desses aglomerados subumanos, existe um a menos de dois quilômetros do Palácio do Planalto, em Brasília, e com o número regulamentar de zumbis, estropiados, grávidas e crianças. Dilma deveria inspecioná-lo para ter uma amostra de como vivem pessoas afetadas pelo produto que Marco vendia na Indonésia e tantos vendem por aqui. Uma alternativa seria visitar alguma clínica séria de tratamento de dependência química. Há várias no Rio, em São Paulo e, espero, em Brasília. Nelas, uma das primeiras lições é a da quebra da prepotência –a consciência de que se é impotente diante da droga e que a única saída é ficar longe dela. Num áudio que circulou pela internet às vésperas da execução, Marco parece confiante de que será libertado e voltará ao Brasil para dizer "aos jovens" que a droga só leva "à prisão ou à morte". Ou seja, a longa prisão não o curara da prepotência –continuava a se sentir dono de seu destino e capaz de salvar toda uma geração com sua mensagem. Que sua triste morte sirva ao menos de veículo para essa mensagem.
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Israel em seu labirinto
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Na noite de quarta-feira (8), assim que terminou o jejum obrigatório para muçulmanos durante o Ramadã, as redes sociais dos palestinos foram tomadas por mensagens assim: "Nós rompemos o jejum matando judeus". Alusão ao atentado de pouco antes em Tel Aviv, no qual dois primos palestinos saíram disparando contra quem estivesse próximo no Sarona Market, centro de entretenimento/restaurantes. Mataram quatro. A festa dos palestinos ocorreu também nas ruas. É fácil entender como essa reação selvagem, somada a cenas semelhantes em atentados anteriores, provocou uma tremenda mudança em Israel. Mudança tão formidável que, pouco antes do episódio de quarta, Aluf Benn, redator-chefe do excelente jornal "Haaretz", de centro-esquerda, dava Israel por acabado, em artigo para "Foreign Affairs". Escreveu: "Israel —pelo menos a versão de Israel secular e progressista que uma vez capturou a imagem do mundo— está acabado. (...) O país que o substituiu é profundamente diferente daquele que seus fundadores imaginaram quase 70 anos atrás". Explica o jornalista: "Os atuais líderes de Israel —comandados pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que se metamorfoseou depois da eleição de um conservador avesso ao risco em um radical de extrema-direita— veem a democracia como sinônimo de domínio da maioria sem controles e não têm paciência com restrições como revisão pelo Judiciário ou a proteção das minorias", em que "só judeus devem gozar de plenos direitos, enquanto os autóctones [no caso, os palestinos] devem ser tratados com suspeição". Aluf não está sozinho nesse lamento sobre o estado das coisas em Israel. Na véspera do Dia de Rememoração do Holocausto, no mês passado, o então subchefe do Estado-Maior, major-general Yair Golan, roçou a heresia. Disse: "Se há algo que dá medo na relembrança do Holocausto, é perceber vestígios desse horrível processo que se desenvolveu na Europa —particularmente na Alemanha— 70, 80, 90 anos atrás, agora entre nós no ano 2016". Não são opiniões de fanáticos palestinos mas de judeus do establishment. Deve de fato haver algo de perturbador no ambiente quando um jornalista veterano e respeitado, Roni Daniel, ferido na Guerra dos Seis Dias, diz, em debate na TV, não estar certo de que quer que seus filhos permaneçam em Israel. Parece evidente que a ocupação dos territórios palestinos, numa ponta, e os atentados contra judeus, na outra, envenenaram o ambiente. Até o pai de Ben Ari, uma das vítimas da quarta-feira, faz essa ligação, relata o "Times of Israel": ele "acusou o governo de fracassar em encontrar uma solução estratégica para o conflito entre israelenses e palestinos e, em vez disso, recorrer a movimentos táticos que só podem causar mais sofrimento aos palestinos e empurrar mais alguns deles para o ciclo do terror". Afinal, diz o prefeito de Tel Aviv, o trabalhista Ron Huldai, "nós não podemos manter essa gente em uma realidade em que são ocupados e esperar que cheguem à conclusão de que tudo está certo e que podem continuar vivendo desse jeito".
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Israel em seu labirintoNa noite de quarta-feira (8), assim que terminou o jejum obrigatório para muçulmanos durante o Ramadã, as redes sociais dos palestinos foram tomadas por mensagens assim: "Nós rompemos o jejum matando judeus". Alusão ao atentado de pouco antes em Tel Aviv, no qual dois primos palestinos saíram disparando contra quem estivesse próximo no Sarona Market, centro de entretenimento/restaurantes. Mataram quatro. A festa dos palestinos ocorreu também nas ruas. É fácil entender como essa reação selvagem, somada a cenas semelhantes em atentados anteriores, provocou uma tremenda mudança em Israel. Mudança tão formidável que, pouco antes do episódio de quarta, Aluf Benn, redator-chefe do excelente jornal "Haaretz", de centro-esquerda, dava Israel por acabado, em artigo para "Foreign Affairs". Escreveu: "Israel —pelo menos a versão de Israel secular e progressista que uma vez capturou a imagem do mundo— está acabado. (...) O país que o substituiu é profundamente diferente daquele que seus fundadores imaginaram quase 70 anos atrás". Explica o jornalista: "Os atuais líderes de Israel —comandados pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que se metamorfoseou depois da eleição de um conservador avesso ao risco em um radical de extrema-direita— veem a democracia como sinônimo de domínio da maioria sem controles e não têm paciência com restrições como revisão pelo Judiciário ou a proteção das minorias", em que "só judeus devem gozar de plenos direitos, enquanto os autóctones [no caso, os palestinos] devem ser tratados com suspeição". Aluf não está sozinho nesse lamento sobre o estado das coisas em Israel. Na véspera do Dia de Rememoração do Holocausto, no mês passado, o então subchefe do Estado-Maior, major-general Yair Golan, roçou a heresia. Disse: "Se há algo que dá medo na relembrança do Holocausto, é perceber vestígios desse horrível processo que se desenvolveu na Europa —particularmente na Alemanha— 70, 80, 90 anos atrás, agora entre nós no ano 2016". Não são opiniões de fanáticos palestinos mas de judeus do establishment. Deve de fato haver algo de perturbador no ambiente quando um jornalista veterano e respeitado, Roni Daniel, ferido na Guerra dos Seis Dias, diz, em debate na TV, não estar certo de que quer que seus filhos permaneçam em Israel. Parece evidente que a ocupação dos territórios palestinos, numa ponta, e os atentados contra judeus, na outra, envenenaram o ambiente. Até o pai de Ben Ari, uma das vítimas da quarta-feira, faz essa ligação, relata o "Times of Israel": ele "acusou o governo de fracassar em encontrar uma solução estratégica para o conflito entre israelenses e palestinos e, em vez disso, recorrer a movimentos táticos que só podem causar mais sofrimento aos palestinos e empurrar mais alguns deles para o ciclo do terror". Afinal, diz o prefeito de Tel Aviv, o trabalhista Ron Huldai, "nós não podemos manter essa gente em uma realidade em que são ocupados e esperar que cheguem à conclusão de que tudo está certo e que podem continuar vivendo desse jeito".
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Ex-presidente do PP cita ministro do TCU e políticos em delação premiada
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O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE), ex-presidente do PP, cita políticos da base do governo e da oposição em sua delação premiada, negociada por cerca de oito meses e assinada há duas semanas com a PGR (Procuradoria Geral da República). A Folha teve acesso a alguns trechos da delação de Corrêa, preso em Curitiba, chamados de "anexos". O acordo ainda precisa ser homologado pelo Supremo. Em um destes anexos, intitulado "Mesada de Augusto Nardes", o ex-parlamentar mira o atual ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). Afirma que, entre 2003 e 2005, quando Nardes era deputado federal pelo PP, ele estava entre os nomes da bancada da Câmara que recebiam propina arrecadada pelo deputado José Janene (morto em 2010) junto à Petrobras e outros órgãos com diretorias indicadas pelo PP. Corrêa lembra que, quando Nardes foi nomeado ministro do TCU, em 2005, foi destruído um recibo que comprovava o pagamento da propina. Era, segundo Corrêa, um recibo de valor "baixo", algo entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Isso foi feito, de acordo com o ex-deputado, porque o documento poderia "prejudicar a nomeação". O pernambucano também apresentou uma lista de operadores de propina e incluiu o nome de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e uma de suas principais assessoras, como a responsável por conduzir movimentações financeiras ligadas ao tucano. A citação a ela é a primeira numa lista que inclui nomes como Marcos Valério, operador do mensalão, e Benedito Oliveira, o Bené, investigado na Operação Acrônimo, que apura suspeitas de irregularidades na campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, no ano de 2014. REELEIÇÃO Também foi apresentado um anexo sobre o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tem como foco a votação que aprovou a emenda constitucional possibilitando a sua reeleição, em 1997. Segundo o relato, o ex-presidente FHC contou com apoio financeiro do empresariado para aprovar o projeto da reeleição. Olavo Setubal, do Banco Itaú, morto em 2008, é mencionado como alguém que ajudou FHC. "Olavo Setubal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", diz o anexo, citando o relato do ex-deputado federal pernambucano. A delação de Corrêa deve causar impacto, entre outros motivos, porque ele teve quase 40 anos de vida política, parte deles presidindo o PP, legenda que integrou a base aliada dos presidentes FHC, Lula e Dilma. Passaram por seu crivo nomeações como a de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, um dos primeiros delatores da Lava Jato. A colaboração está consolidada em pouco mais de 70 anexos, cada um com um tema. São cinco referentes a Lula e cinco a Dilma. LULA Um dos fatos apontados por Corrêa envolvendo Lula, como revelou a revista "Veja" no ano passado, foi uma reunião com a participação dele, do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de José Eduardo Dutra, na época presidente da Petrobras, para acertar a nomeação de Costa para a diretoria da estatal, em 2004. O ex-parlamentar e outros integrantes da cúpula do PP defendiam a nomeação, enquanto Dutra, sob pressão do PT, era contra. Corrêa disse, porém, que Lula atuou em nome do indicado e revelou detalhes da conversa. "Mas Lula, eu entendo a posição do conselho. Não é da tradição da Petrobras, assim, sem mais nem menos trocar um diretor", disse Dutra, na época presidente da estatal. Lula respondeu, segundo Corrêa: "Se fossemos pensar em tradição nem você era presidente da Petrobras e nem eu era presidente da República", teria dito. De acordo com o relato, 15 dias depois deste diálogo, com a nomeação de Costa, o PP destravou a pauta do Congresso Nacional. Apesar das revelações, há pouca prova documental apresentada pelo ex-parlamentar, um dos motivos que levaram sua negociação a ser uma das mais longas da Operação Lava Jato. Os fatos narrados por Corrêa são vistos como "uma crônica política" que ajudará a completar lacunas de outras colaborações. OUTRO LADO O ministro do TCU Augusto Nardes afirmou que o envolvimento de seu nome na delação do ex-deputado Pedro Corrêa é uma "retaliação pela oposição" que fazia dentro do PP. Disse que foi um candidato independente ao cargo e que não contou com apoio do ex-parlamentar, na época presidente da sigla. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) declarou que Andrea Neves, irmã dele, não conhece e jamais teve contato com Pedro Corrêa. Também enfatizou que repudia "as falsas acusações mais uma vez repetidas, sem indícios que possam minimamente comprová-las". O tucano fez um apelo para que a Justiça esclareça "as denúncias verdadeiras e aquelas que têm unicamente o objetivo de tumultuar as investigações". Ao tomar conhecimento da citação envolvendo compra de votos na emenda da reeleição em seu governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou o episódio como "ridículo". Em nota, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, disse que fica "profundamente indignado" ao ver o nome do pai dele, Olavo Setubal, "absurdamente envolvido numa história sem comprovações". "Ele era um homem absolutamente ético e tenho convicção de que jamais se envolveu em nada parecido com o que, covardemente, o ex-deputado Pedro Corrêa descreveu. Meu pai não participava de qualquer atividade política desde 1986, e não há nenhum indício de que essa história possa ter fundamento". O instituto Lula disse que não comenta falatórios e que "quem quiser levantar suspeitas em relação a Lula que apresente provas". A defesa de Corrêa não se pronunciou.
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Ex-presidente do PP cita ministro do TCU e políticos em delação premiadaO ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE), ex-presidente do PP, cita políticos da base do governo e da oposição em sua delação premiada, negociada por cerca de oito meses e assinada há duas semanas com a PGR (Procuradoria Geral da República). A Folha teve acesso a alguns trechos da delação de Corrêa, preso em Curitiba, chamados de "anexos". O acordo ainda precisa ser homologado pelo Supremo. Em um destes anexos, intitulado "Mesada de Augusto Nardes", o ex-parlamentar mira o atual ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). Afirma que, entre 2003 e 2005, quando Nardes era deputado federal pelo PP, ele estava entre os nomes da bancada da Câmara que recebiam propina arrecadada pelo deputado José Janene (morto em 2010) junto à Petrobras e outros órgãos com diretorias indicadas pelo PP. Corrêa lembra que, quando Nardes foi nomeado ministro do TCU, em 2005, foi destruído um recibo que comprovava o pagamento da propina. Era, segundo Corrêa, um recibo de valor "baixo", algo entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Isso foi feito, de acordo com o ex-deputado, porque o documento poderia "prejudicar a nomeação". O pernambucano também apresentou uma lista de operadores de propina e incluiu o nome de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e uma de suas principais assessoras, como a responsável por conduzir movimentações financeiras ligadas ao tucano. A citação a ela é a primeira numa lista que inclui nomes como Marcos Valério, operador do mensalão, e Benedito Oliveira, o Bené, investigado na Operação Acrônimo, que apura suspeitas de irregularidades na campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, no ano de 2014. REELEIÇÃO Também foi apresentado um anexo sobre o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tem como foco a votação que aprovou a emenda constitucional possibilitando a sua reeleição, em 1997. Segundo o relato, o ex-presidente FHC contou com apoio financeiro do empresariado para aprovar o projeto da reeleição. Olavo Setubal, do Banco Itaú, morto em 2008, é mencionado como alguém que ajudou FHC. "Olavo Setubal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", diz o anexo, citando o relato do ex-deputado federal pernambucano. A delação de Corrêa deve causar impacto, entre outros motivos, porque ele teve quase 40 anos de vida política, parte deles presidindo o PP, legenda que integrou a base aliada dos presidentes FHC, Lula e Dilma. Passaram por seu crivo nomeações como a de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, um dos primeiros delatores da Lava Jato. A colaboração está consolidada em pouco mais de 70 anexos, cada um com um tema. São cinco referentes a Lula e cinco a Dilma. LULA Um dos fatos apontados por Corrêa envolvendo Lula, como revelou a revista "Veja" no ano passado, foi uma reunião com a participação dele, do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de José Eduardo Dutra, na época presidente da Petrobras, para acertar a nomeação de Costa para a diretoria da estatal, em 2004. O ex-parlamentar e outros integrantes da cúpula do PP defendiam a nomeação, enquanto Dutra, sob pressão do PT, era contra. Corrêa disse, porém, que Lula atuou em nome do indicado e revelou detalhes da conversa. "Mas Lula, eu entendo a posição do conselho. Não é da tradição da Petrobras, assim, sem mais nem menos trocar um diretor", disse Dutra, na época presidente da estatal. Lula respondeu, segundo Corrêa: "Se fossemos pensar em tradição nem você era presidente da Petrobras e nem eu era presidente da República", teria dito. De acordo com o relato, 15 dias depois deste diálogo, com a nomeação de Costa, o PP destravou a pauta do Congresso Nacional. Apesar das revelações, há pouca prova documental apresentada pelo ex-parlamentar, um dos motivos que levaram sua negociação a ser uma das mais longas da Operação Lava Jato. Os fatos narrados por Corrêa são vistos como "uma crônica política" que ajudará a completar lacunas de outras colaborações. OUTRO LADO O ministro do TCU Augusto Nardes afirmou que o envolvimento de seu nome na delação do ex-deputado Pedro Corrêa é uma "retaliação pela oposição" que fazia dentro do PP. Disse que foi um candidato independente ao cargo e que não contou com apoio do ex-parlamentar, na época presidente da sigla. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) declarou que Andrea Neves, irmã dele, não conhece e jamais teve contato com Pedro Corrêa. Também enfatizou que repudia "as falsas acusações mais uma vez repetidas, sem indícios que possam minimamente comprová-las". O tucano fez um apelo para que a Justiça esclareça "as denúncias verdadeiras e aquelas que têm unicamente o objetivo de tumultuar as investigações". Ao tomar conhecimento da citação envolvendo compra de votos na emenda da reeleição em seu governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou o episódio como "ridículo". Em nota, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, disse que fica "profundamente indignado" ao ver o nome do pai dele, Olavo Setubal, "absurdamente envolvido numa história sem comprovações". "Ele era um homem absolutamente ético e tenho convicção de que jamais se envolveu em nada parecido com o que, covardemente, o ex-deputado Pedro Corrêa descreveu. Meu pai não participava de qualquer atividade política desde 1986, e não há nenhum indício de que essa história possa ter fundamento". O instituto Lula disse que não comenta falatórios e que "quem quiser levantar suspeitas em relação a Lula que apresente provas". A defesa de Corrêa não se pronunciou.
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Maroon 5 e Rolling Stones estão entre apostas de melhores shows de 2016
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Confira abaixo as apostas de shows que serão destaque em 2016, segundo a "Ilustrada". 1. Coldplay Longe do Brasil desde o Rock in Rio de 2011, a banda do cantor Chris Martin vem pela quinta vez ao país. A nova turnê, cada vez mais próxima do clima dos shows do U2, divulga "A Head Full of Dreams", sétimo álbum do quarteto. Quando: São Paulo (7/4), Rio de Janeiro (10/4) 2. Tomorrowland Festival Depois de reunir 180 mil pessoas em 2015, o megafestival eletrônico volta para o Parque Maeda, em Itu (SP). Além de repetir o grande nome do ano passado, o francês David Guetta, traz a dupla sueca Axwell /\ Ingrosso, do hit mundial "Sun Is Shining". Quando: Itu (21, 22 e 23/5) 3. Maroon 5 Popular entre quem tem menos de 30 anos, o Maroon 5, grupo do vocalista Adam Levine, vai levar muito público jovem a seus sete shows no Brasil. Quando: Porto Alegre (9/3), Belo Horizonte (11/3), Salvador (13/3), Fortaleza (15/3), São Paulo (17 e 19/3), Rio de Janeiro (20/3) 4. Rolling Stones Abrindo seu 54º ano de atividades, a banda inglesa vem ao Brasil em fevereiro. Sem álbum novo, deve fazer um show de antigos sucessos, e certamente o público não irá reclamar disso. Com Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts já setentões, pode ser a última chance para os brasileiros assistirem de perto à autointitulada maior banda de rock do mundo. Quando: Rio de Janeiro (20/2), São Paulo (24 e 27/2); Porto Alegre (2/3) 5. Lollapalooza O festival aposta num line-up mais voltado ao hip hop e ao pop. Nomes fortes do rap estão na lista, como os americanos Snoop Dogg e Eminem, e o brasileiro Emicida. Noel Gallagher é atração para os fãs de rock, mas quem fecha a segunda noite de apresentações, encerrando o evento com pop, é a ruiva britânica Florence Welch. Quando: São Paulo (12 e 13/3)
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ilustrada
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Maroon 5 e Rolling Stones estão entre apostas de melhores shows de 2016Confira abaixo as apostas de shows que serão destaque em 2016, segundo a "Ilustrada". 1. Coldplay Longe do Brasil desde o Rock in Rio de 2011, a banda do cantor Chris Martin vem pela quinta vez ao país. A nova turnê, cada vez mais próxima do clima dos shows do U2, divulga "A Head Full of Dreams", sétimo álbum do quarteto. Quando: São Paulo (7/4), Rio de Janeiro (10/4) 2. Tomorrowland Festival Depois de reunir 180 mil pessoas em 2015, o megafestival eletrônico volta para o Parque Maeda, em Itu (SP). Além de repetir o grande nome do ano passado, o francês David Guetta, traz a dupla sueca Axwell /\ Ingrosso, do hit mundial "Sun Is Shining". Quando: Itu (21, 22 e 23/5) 3. Maroon 5 Popular entre quem tem menos de 30 anos, o Maroon 5, grupo do vocalista Adam Levine, vai levar muito público jovem a seus sete shows no Brasil. Quando: Porto Alegre (9/3), Belo Horizonte (11/3), Salvador (13/3), Fortaleza (15/3), São Paulo (17 e 19/3), Rio de Janeiro (20/3) 4. Rolling Stones Abrindo seu 54º ano de atividades, a banda inglesa vem ao Brasil em fevereiro. Sem álbum novo, deve fazer um show de antigos sucessos, e certamente o público não irá reclamar disso. Com Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts já setentões, pode ser a última chance para os brasileiros assistirem de perto à autointitulada maior banda de rock do mundo. Quando: Rio de Janeiro (20/2), São Paulo (24 e 27/2); Porto Alegre (2/3) 5. Lollapalooza O festival aposta num line-up mais voltado ao hip hop e ao pop. Nomes fortes do rap estão na lista, como os americanos Snoop Dogg e Eminem, e o brasileiro Emicida. Noel Gallagher é atração para os fãs de rock, mas quem fecha a segunda noite de apresentações, encerrando o evento com pop, é a ruiva britânica Florence Welch. Quando: São Paulo (12 e 13/3)
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Guerrero vira maior artilheiro estrangeiro da história do Corinthians
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Depois de se ausentar por três jogos na Copa Libertadores, suspenso pela Conmebol, nesta terça-feira (17) Guerrero fez seu primeiro gol no torneio desta temporada e chegou a 47 pelo Corinthians, assim superando o argentino Tévez, que marcou 46 gols pelo clube entre 2005 e 2006. O centroavante peruano tornou-se o maior artilheiro estrangeiro da história do clube. Após a vitória por 2 a 1 sobre o Danubio, nesta terça-feira, em Montevidéu, o camisa 9 festejou sua estreia. "Considero que ainda não tinha estreado na competição, hoje (terça-feira) foi minha estreia. Feliz porque ajudei a contribuir com o time, o importante é que fizemos o trabalho, somamos os três pontos", disse o jogador após a partida. Até este duelo, Guerrero havia atuado por apenas 26 minutos na Libertadores. Ele foi expulso na vitória por 4 a 0 sobre o Once Caldas, pela primeira fase, no Itaquerão. Depois, pegou gancho da entidade sul-americana e só voltou a campo pelo torneio nesta terça.
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esporte
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Guerrero vira maior artilheiro estrangeiro da história do CorinthiansDepois de se ausentar por três jogos na Copa Libertadores, suspenso pela Conmebol, nesta terça-feira (17) Guerrero fez seu primeiro gol no torneio desta temporada e chegou a 47 pelo Corinthians, assim superando o argentino Tévez, que marcou 46 gols pelo clube entre 2005 e 2006. O centroavante peruano tornou-se o maior artilheiro estrangeiro da história do clube. Após a vitória por 2 a 1 sobre o Danubio, nesta terça-feira, em Montevidéu, o camisa 9 festejou sua estreia. "Considero que ainda não tinha estreado na competição, hoje (terça-feira) foi minha estreia. Feliz porque ajudei a contribuir com o time, o importante é que fizemos o trabalho, somamos os três pontos", disse o jogador após a partida. Até este duelo, Guerrero havia atuado por apenas 26 minutos na Libertadores. Ele foi expulso na vitória por 4 a 0 sobre o Once Caldas, pela primeira fase, no Itaquerão. Depois, pegou gancho da entidade sul-americana e só voltou a campo pelo torneio nesta terça.
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Transporte escolar deverá ter cadeirinha para crianças, decide Contran
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Veículos de transporte escolar serão obrigados a ter cadeirinhas para crianças de até sete anos e meio. A obrigatoriedade foi decidida em reunião do Conselho Nacional de Trânsito nesta quarta (17). A regra, que já valia para os carros de passeio desde 2010, prevê que as empresas de transporte escolar adotem diferentes tipos de dispositivos de segurança, de acordo com a faixa etária dos alunos. Assim, crianças de até um ano deverão ser transportadas em bebê-conforto; de um a quatro anos, em cadeirinhas com encosto e cinco próprio; de quatro a sete anos e meio, assentos de elevação conhecidos como "booster". A resolução será publicada nos próximos dias. O Ministério das Cidades não disse a partir de quando ela entra em vigor nem se haverá prazo para adaptação. A multa por descumprimento é de R$ 191,54. Para Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), a nova regra favorece a segurança e atende recomendações técnicas. "A criança não tem a menor condição de se precaver em um acidente. Sua vulnerabilidade é maior, então a cadeirinha é muito positiva do ponto de vista da segurança. Aquilo que é necessário no automóvel por que não seria no transporte escolar?", questiona. De acordo com a ONG Criança Segura, em média cinco crianças de até 15 anos morrem por dia em acidentes de trânsito no país. O trânsito é a principal causa de morte acidental nessa faixa etária, responsável por 40% dos casos. Em meio ao debate da exigência, transportadores escolares argumentavam que, por atender crianças de várias idades, não haveria espaço nos veículos para guardar as cadeirinhas quando elas não estão em uso. Previam ainda aumento de custo dos serviços. Segundo estimativa da Fenatresc (Federação Nacional de Transportes Escolares), o setor tem uma frota de 90 mil veículos, 60% deles na mão de autônomos. Eduardo Biavati, especialista em educação e segurança no trânsito, prevê que haverá dificuldade no cumprimento e na fiscalização da nova regra. "A fiscalização não vai ter braço para averiguar cada caso. Já é assim nos carros, o fiscal não tem como checar certidão de nascimento. No fim das contas temos que alertar os pais, eles que precisam se conscientizar e cobrar dos transportadores", diz. Néspoli diz que é preciso dar um prazo para que os transportadores se adequem à nova regra. "Não podemos vincular uma questão de segurança a uma dificuldade operacional, mas a partir do momento que se exige uma mudança, que envolve compra, deve haver tempo para eles se organizarem." Estudos americanos apontam que cadeirinhas podem reduzir em até 71% os riscos de morte em acidentes.
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cotidiano
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Transporte escolar deverá ter cadeirinha para crianças, decide ContranVeículos de transporte escolar serão obrigados a ter cadeirinhas para crianças de até sete anos e meio. A obrigatoriedade foi decidida em reunião do Conselho Nacional de Trânsito nesta quarta (17). A regra, que já valia para os carros de passeio desde 2010, prevê que as empresas de transporte escolar adotem diferentes tipos de dispositivos de segurança, de acordo com a faixa etária dos alunos. Assim, crianças de até um ano deverão ser transportadas em bebê-conforto; de um a quatro anos, em cadeirinhas com encosto e cinco próprio; de quatro a sete anos e meio, assentos de elevação conhecidos como "booster". A resolução será publicada nos próximos dias. O Ministério das Cidades não disse a partir de quando ela entra em vigor nem se haverá prazo para adaptação. A multa por descumprimento é de R$ 191,54. Para Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), a nova regra favorece a segurança e atende recomendações técnicas. "A criança não tem a menor condição de se precaver em um acidente. Sua vulnerabilidade é maior, então a cadeirinha é muito positiva do ponto de vista da segurança. Aquilo que é necessário no automóvel por que não seria no transporte escolar?", questiona. De acordo com a ONG Criança Segura, em média cinco crianças de até 15 anos morrem por dia em acidentes de trânsito no país. O trânsito é a principal causa de morte acidental nessa faixa etária, responsável por 40% dos casos. Em meio ao debate da exigência, transportadores escolares argumentavam que, por atender crianças de várias idades, não haveria espaço nos veículos para guardar as cadeirinhas quando elas não estão em uso. Previam ainda aumento de custo dos serviços. Segundo estimativa da Fenatresc (Federação Nacional de Transportes Escolares), o setor tem uma frota de 90 mil veículos, 60% deles na mão de autônomos. Eduardo Biavati, especialista em educação e segurança no trânsito, prevê que haverá dificuldade no cumprimento e na fiscalização da nova regra. "A fiscalização não vai ter braço para averiguar cada caso. Já é assim nos carros, o fiscal não tem como checar certidão de nascimento. No fim das contas temos que alertar os pais, eles que precisam se conscientizar e cobrar dos transportadores", diz. Néspoli diz que é preciso dar um prazo para que os transportadores se adequem à nova regra. "Não podemos vincular uma questão de segurança a uma dificuldade operacional, mas a partir do momento que se exige uma mudança, que envolve compra, deve haver tempo para eles se organizarem." Estudos americanos apontam que cadeirinhas podem reduzir em até 71% os riscos de morte em acidentes.
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Governo Temer será mais uma "caixa-preta", diz Clóvis Rossi
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A exemplo de Itamar Franco, que sucedeu o então presidente Fernando Collor após sua renúncia durante processo de impeachment, o eventual governo do presidente interino Michel Temer será mais uma "caixa-preta" do ponto de vista das medidas que poderá vir a tomar. A avaliação é do colunista da Folha Clóvis Rossi levando em consideração o fato de que o PMDB, partido de Temer, não teve candidato a presidente nas últimas eleições. Portanto, eles não teriam um plano de governo consolidado. Rossi participou da programação ao vivo da "TV Folha" desta terça-feira (30), que também contou com a participação, direto de Brasília, do diretor da Sucursal, Leandro Colon, e da repórter Marina Dias. Colon destacou as falas emocionadas dos advogados de defesa e acusação, José Eduardo Cardozo e Janaína Paschoal, respectivamente. Para ele, a previsão é que a votação ocorra na manhã de quarta-feira (31). "Cada senador vai querer aparecer em rede nacional. É uma oportunidade histórica para o registro das posições deles", lembra Colon. Segundo Marina, o prognóstico do PT é pessimista, e Cardozo já fala em recorrer ao STF, caso o Senado decida pelo Impeachment. Caso ao menos 54 dos 81 senadores considerem Dilma culpada, ela perde a Presidência. Acompanhe a cobertura sobre a votação
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tv
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Governo Temer será mais uma "caixa-preta", diz Clóvis RossiA exemplo de Itamar Franco, que sucedeu o então presidente Fernando Collor após sua renúncia durante processo de impeachment, o eventual governo do presidente interino Michel Temer será mais uma "caixa-preta" do ponto de vista das medidas que poderá vir a tomar. A avaliação é do colunista da Folha Clóvis Rossi levando em consideração o fato de que o PMDB, partido de Temer, não teve candidato a presidente nas últimas eleições. Portanto, eles não teriam um plano de governo consolidado. Rossi participou da programação ao vivo da "TV Folha" desta terça-feira (30), que também contou com a participação, direto de Brasília, do diretor da Sucursal, Leandro Colon, e da repórter Marina Dias. Colon destacou as falas emocionadas dos advogados de defesa e acusação, José Eduardo Cardozo e Janaína Paschoal, respectivamente. Para ele, a previsão é que a votação ocorra na manhã de quarta-feira (31). "Cada senador vai querer aparecer em rede nacional. É uma oportunidade histórica para o registro das posições deles", lembra Colon. Segundo Marina, o prognóstico do PT é pessimista, e Cardozo já fala em recorrer ao STF, caso o Senado decida pelo Impeachment. Caso ao menos 54 dos 81 senadores considerem Dilma culpada, ela perde a Presidência. Acompanhe a cobertura sobre a votação
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Confissão dá o tom de comédia romântica 'Amor, Paris, Cinema'
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AMOR, PARIS, CINEMA (bom) (Arnaud Fait Son 2e Film) DIREÇÃO Arnaud Viard ELENCO Arnaud Viard, Irène Jacob, Louise Coldefy PRODUÇÃO França, 2015, 14 anos Veja salas e horários de exibição. * É possível imaginar que alguém sairia de casa para ver um filme intitulado "Amor, Paris, Cinema"? É a versão brasileira para "Arnaud Fait Son 2e Film". Seria tão mais desejável algo como "Arnaldo faz seu segundo filme". Mas se distribuidoras começarem a ouvir críticos, elas podem ir à falência, então melhor deixar quieto. O fato é que uma tradução literal seria mais fiel ao que o filme é: um projeto parcialmente pessoal, e um pouco confessional, do ator Arnaud Viard, que assina aqui seu segundo longa-metragem como diretor. O espectador brasileiro deve se lembrar dele no recente e terrível "Paris Pode Esperar", de Eleanor Coppola. Ele é o bon-vivant que seduz Diane Lane durante uma viagem de carro pela França. Não é um ator prolífico, sendo mais conhecido, ao menos até a década passada, dos espectadores da TV francesa. Nessa espécie de "Oito e Meio" cômico (referência ao filme de Fellini que trata da crise criativa de um cineasta), Viard é inteligente a ponto de brincar até com sua biografia (a série que o fez famoso na vida real, "Que du Bonheur", é mencionada várias vezes), e chega bem perto daqueles que parecem ser seus modelos cinematográficos. Ele se coloca no filme como um homem de 45 anos que vive um relacionamento em crise com Chloé (Irène Jacob), porque eles não podem ter filhos. Vive também uma crise criativa, pois seu primeiro e único filme já tem alguns anos e o segundo parece em eterna gestação. Separa-se da esposa e tenta relações casuais com outras mulheres. Enquanto isso, procura se acertar com a gerente do banco, rascunha ideias que poderiam servir para o tão demorado segundo longa e, principalmente, dá aulas num curso para atores, onde se envolve mais seriamente com Gabrielle (Louise Coldefy), uma aspirante a atriz de 21 anos. Não é só Fellini que é invocado. Se trocássemos a música bobinha de Mathieu Boogaerts por um clássico do jazz, "Amor, Paris, Cinema" poderia passar por uma versão francesa de Woody Allen (diretor que, por sua vez, também havia feito seu "Oito e Meio" em "Memórias"). Há citações explícitas de filmes como "Annie Hall". Se houvesse uma fagulha de genialidade evidente em sua direção, passaria por um herdeiro de Eric Rohmer. Se como ator fosse mais desajeitado e naturalmente cômico, teríamos um novo Emmanuel Mouret (outro ator e diretor frequentemente comparado tanto com Allen quanto com Rohmer). Arnaud Viard não é nada disso. Mas se esforça para que seu filme seja ao menos agradável. De fato, jamais ficamos entediados, dificilmente torcemos para que acabe logo, até porque o filme é bem curto, tem 80 minutos. Algumas ideias são tolas, como o notebook que se transforma em um piano imaginário enquanto ele explode de ideias para o famigerado longa, ou a dança improvisada de todos os alunos do curso. Mas no geral é um filme agradável, com o carisma de Viard, a presença iluminadora de Irène Jacob e um grande sucesso de Rita Lee para encerrar com uma piscadela para o público brasileiro. * Assista ao trailer de 'Amor, Paris, Cinema' Assista ao trailer de 'Amor, Paris, Cinema'
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Confissão dá o tom de comédia romântica 'Amor, Paris, Cinema'AMOR, PARIS, CINEMA (bom) (Arnaud Fait Son 2e Film) DIREÇÃO Arnaud Viard ELENCO Arnaud Viard, Irène Jacob, Louise Coldefy PRODUÇÃO França, 2015, 14 anos Veja salas e horários de exibição. * É possível imaginar que alguém sairia de casa para ver um filme intitulado "Amor, Paris, Cinema"? É a versão brasileira para "Arnaud Fait Son 2e Film". Seria tão mais desejável algo como "Arnaldo faz seu segundo filme". Mas se distribuidoras começarem a ouvir críticos, elas podem ir à falência, então melhor deixar quieto. O fato é que uma tradução literal seria mais fiel ao que o filme é: um projeto parcialmente pessoal, e um pouco confessional, do ator Arnaud Viard, que assina aqui seu segundo longa-metragem como diretor. O espectador brasileiro deve se lembrar dele no recente e terrível "Paris Pode Esperar", de Eleanor Coppola. Ele é o bon-vivant que seduz Diane Lane durante uma viagem de carro pela França. Não é um ator prolífico, sendo mais conhecido, ao menos até a década passada, dos espectadores da TV francesa. Nessa espécie de "Oito e Meio" cômico (referência ao filme de Fellini que trata da crise criativa de um cineasta), Viard é inteligente a ponto de brincar até com sua biografia (a série que o fez famoso na vida real, "Que du Bonheur", é mencionada várias vezes), e chega bem perto daqueles que parecem ser seus modelos cinematográficos. Ele se coloca no filme como um homem de 45 anos que vive um relacionamento em crise com Chloé (Irène Jacob), porque eles não podem ter filhos. Vive também uma crise criativa, pois seu primeiro e único filme já tem alguns anos e o segundo parece em eterna gestação. Separa-se da esposa e tenta relações casuais com outras mulheres. Enquanto isso, procura se acertar com a gerente do banco, rascunha ideias que poderiam servir para o tão demorado segundo longa e, principalmente, dá aulas num curso para atores, onde se envolve mais seriamente com Gabrielle (Louise Coldefy), uma aspirante a atriz de 21 anos. Não é só Fellini que é invocado. Se trocássemos a música bobinha de Mathieu Boogaerts por um clássico do jazz, "Amor, Paris, Cinema" poderia passar por uma versão francesa de Woody Allen (diretor que, por sua vez, também havia feito seu "Oito e Meio" em "Memórias"). Há citações explícitas de filmes como "Annie Hall". Se houvesse uma fagulha de genialidade evidente em sua direção, passaria por um herdeiro de Eric Rohmer. Se como ator fosse mais desajeitado e naturalmente cômico, teríamos um novo Emmanuel Mouret (outro ator e diretor frequentemente comparado tanto com Allen quanto com Rohmer). Arnaud Viard não é nada disso. Mas se esforça para que seu filme seja ao menos agradável. De fato, jamais ficamos entediados, dificilmente torcemos para que acabe logo, até porque o filme é bem curto, tem 80 minutos. Algumas ideias são tolas, como o notebook que se transforma em um piano imaginário enquanto ele explode de ideias para o famigerado longa, ou a dança improvisada de todos os alunos do curso. Mas no geral é um filme agradável, com o carisma de Viard, a presença iluminadora de Irène Jacob e um grande sucesso de Rita Lee para encerrar com uma piscadela para o público brasileiro. * Assista ao trailer de 'Amor, Paris, Cinema' Assista ao trailer de 'Amor, Paris, Cinema'
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Pai, pedra e pão
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É raro que, na correria dos anos e décadas, o rio do tempo se coagule no rodamoinho de um minuto. É preciso que amor e arte se enlacem para salvar o instante fugidio. Foi o que ocorreu com Franz Kafka na tarde de 13 de agosto de 1912, ao visitar um amigo. Ele vê, sentada na sala, a moça loira que veste a blusa com displicência, tem o pescoço longo e o rosto ossudo. Ao se acercar, percebe que a "afasta um pouco dela mesma" –imagem kafkiana por excelência: ao entrarmos na órbita de um corpo, ele deixa de ser o que é. O escritor registrou no seu diário, dias depois: "Ao me sentar, olhei-a detidamente pela primeira vez e, sentado, já tinha chegado a uma opinião inabalável". Entre puxar a cadeira e se acomodar, Kafka, aos 29 anos, se apaixonou por Felice Bauer, de 26. Embora tenha pedido duas vezes à jovem que se casasse com ele, retirou a proposta em seguida. Nunca escreveu o nome dela, só as iniciais FB, mas sob o seu impacto enfileirou três obras-primas em seguida, "A Metamorfose", "O Foguista" e "América". Isso lá com o tímido e travado Kafka. Mas, na vida de um povo, há momentos que condensem o passado, definam o presente e deflagrem o futuro? "O Pão e a Pedra", que a Companhia do Latão encena no Tusp, diz que sim. A peça parte da greve metalúrgica no ABC, em 1979, para pensar o impasse político de hoje. Logo no início, um ator avisa que a montagem foi criada nos tumultuados primeiros meses do ano, e que Lula não será representado. Contudo, é à luz da atual caça ao ex-presidente e de suas contradições, que "O Pão e a Pedra" situa o líder da greve histórica. A ausência de Lula do palco espelha o seu sumiço em 1979. A ditadura baixou o pau e, por dois dias, ele largou os operários ao léu. Reapareceu para, contra o ímpeto dos grevistas, fazer com que voltassem às fábricas e engolissem um acordo danoso. Em vez de pão, o pai deu pedra aos filhos famintos (Lucas; 11, 11). O desamparo da massa de então é o de hoje, quando a liderança desaparece de novo. Com a dificuldade adicional de que o antes recalcado agora extravasa: a metalúrgica Joana (Helena Albergaria) se traveste porque as mulheres ganham menos, e ela cria o filho sozinha. Será ela feminista? Uma transgênero rebelada contra o patriarcalismo? Complexidade análoga está presente em Fúria Santa (Rogério Bandeira), personagem que contrasta a crença no Pai Eterno de ontem (da teologia da libertação) com a de hoje (da teologia da prosperidade). A religião tanto ilumina como aliena. "O Pão e a Pedra" põe para debater o chefete de seção, a jovem militante, o padre de periferia, o veterano desiludido, o fura-greve, o esquerdista dogmático, o dedo-duro, o filho abandonado e o pai ausente. Como eles não usam black-tie, a peça tem uma gravidade que destoa da cena atual, cheia de chanchadas recicladas e frivolidade de celebridades. Nem por isso o espetáculo da Companhia do Latão deixa de ser espetáculo. A estética não se verga à política, nem as certezas da sociologia suplantam a perplexidade da trupe. A vivacidade de "O Pão e a Pedra" vem da arte. Aí, de surpresa, Sol Faganello interpreta "Na Galeria", de Kafka. O seu brio é tal que parece que basta bradar "basta!" para que o tempo pare –e o pai, o pão e a pedra sejam superados. Como é assim só na arte, o espectador apoia o rosto no parapeito e, afundando como num sonho pesado, chora sem o saber.
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colunas
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Pai, pedra e pãoÉ raro que, na correria dos anos e décadas, o rio do tempo se coagule no rodamoinho de um minuto. É preciso que amor e arte se enlacem para salvar o instante fugidio. Foi o que ocorreu com Franz Kafka na tarde de 13 de agosto de 1912, ao visitar um amigo. Ele vê, sentada na sala, a moça loira que veste a blusa com displicência, tem o pescoço longo e o rosto ossudo. Ao se acercar, percebe que a "afasta um pouco dela mesma" –imagem kafkiana por excelência: ao entrarmos na órbita de um corpo, ele deixa de ser o que é. O escritor registrou no seu diário, dias depois: "Ao me sentar, olhei-a detidamente pela primeira vez e, sentado, já tinha chegado a uma opinião inabalável". Entre puxar a cadeira e se acomodar, Kafka, aos 29 anos, se apaixonou por Felice Bauer, de 26. Embora tenha pedido duas vezes à jovem que se casasse com ele, retirou a proposta em seguida. Nunca escreveu o nome dela, só as iniciais FB, mas sob o seu impacto enfileirou três obras-primas em seguida, "A Metamorfose", "O Foguista" e "América". Isso lá com o tímido e travado Kafka. Mas, na vida de um povo, há momentos que condensem o passado, definam o presente e deflagrem o futuro? "O Pão e a Pedra", que a Companhia do Latão encena no Tusp, diz que sim. A peça parte da greve metalúrgica no ABC, em 1979, para pensar o impasse político de hoje. Logo no início, um ator avisa que a montagem foi criada nos tumultuados primeiros meses do ano, e que Lula não será representado. Contudo, é à luz da atual caça ao ex-presidente e de suas contradições, que "O Pão e a Pedra" situa o líder da greve histórica. A ausência de Lula do palco espelha o seu sumiço em 1979. A ditadura baixou o pau e, por dois dias, ele largou os operários ao léu. Reapareceu para, contra o ímpeto dos grevistas, fazer com que voltassem às fábricas e engolissem um acordo danoso. Em vez de pão, o pai deu pedra aos filhos famintos (Lucas; 11, 11). O desamparo da massa de então é o de hoje, quando a liderança desaparece de novo. Com a dificuldade adicional de que o antes recalcado agora extravasa: a metalúrgica Joana (Helena Albergaria) se traveste porque as mulheres ganham menos, e ela cria o filho sozinha. Será ela feminista? Uma transgênero rebelada contra o patriarcalismo? Complexidade análoga está presente em Fúria Santa (Rogério Bandeira), personagem que contrasta a crença no Pai Eterno de ontem (da teologia da libertação) com a de hoje (da teologia da prosperidade). A religião tanto ilumina como aliena. "O Pão e a Pedra" põe para debater o chefete de seção, a jovem militante, o padre de periferia, o veterano desiludido, o fura-greve, o esquerdista dogmático, o dedo-duro, o filho abandonado e o pai ausente. Como eles não usam black-tie, a peça tem uma gravidade que destoa da cena atual, cheia de chanchadas recicladas e frivolidade de celebridades. Nem por isso o espetáculo da Companhia do Latão deixa de ser espetáculo. A estética não se verga à política, nem as certezas da sociologia suplantam a perplexidade da trupe. A vivacidade de "O Pão e a Pedra" vem da arte. Aí, de surpresa, Sol Faganello interpreta "Na Galeria", de Kafka. O seu brio é tal que parece que basta bradar "basta!" para que o tempo pare –e o pai, o pão e a pedra sejam superados. Como é assim só na arte, o espectador apoia o rosto no parapeito e, afundando como num sonho pesado, chora sem o saber.
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Sobre homens e bichos
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A Conferência do clima em Paris; o encontro de Lisboa, "O desconhecido, a 100 anos de hoje"; e a inauguração do Museu do Amanhã no Rio, eventos de dezembro e voltados para o futuro, sugerem uma pergunta incômoda: como será a relação entre homens e bichos no século 22? Para se proteger e para se alimentar, o vínculo sempre foi de dominação: experimentação, exploração e entretenimento. Matar animais para comer a carne faz parte da condição humana, tem legitimação bíblica, e o futuro, ao que parece, não caminha para o vegetarianismo. Ainda dependemos de primatas para pesquisas científicas e queremos um meio de erradicar, por exemplo, o Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue. O ataque a uma baleia é capaz de gerar indignação, mas não se fala (a não ser pelos efeitos colaterais em seres humanos ou para o ambiente) contra o uso de substâncias para eliminar colônias inteiras de ratos, pombos ou cupins que infestam as cidades. A chave da diferenciação é a senciência -sensibilidade física e emocional, como dor e sofrimento. Quem presenciou o sacrifício de uma rês sabe o que acontece. Por alguma razão, animais de grande porte, principalmente mamíferos, contam com uma simpatia humana que não alcança invertebrados ou peixes, aparentemente insensíveis. Quem nunca esmagou uma barata? Steven Pinker, em "Os Anjos Bons da Nossa Natureza" (Companhia das Letras, 2013), lembra que uma das reformas notáveis da humanidade é a prevenção da crueldade contra animais. Se a evolução é impressionante, alguns limites parecem intransponíveis. Códigos de ética regem a condição de vida de animais utilizados em laboratórios, leis penais punem maus tratos, como a briga de galo e a farra do boi, os circos sobrevivem só com malabaristas e palhaços, espetáculos com golfinhos adestrados perdem interesse. Dada a imensidão dos oceanos e a proibição internacional da caça, cresce a população de baleias jubarte, mas o tigre de Sumatra, pela agressividade e falta de espaço, está destinado ao cativeiro. É crime caçar ou aprisionar animais silvestres ou maltratar os domésticos. Mas permite-se o manejo e o comércio de carne e subprodutos de jacaré e tartaruga. O "abate humanitário" do gado bovino está ligado a razões morais, mas também a interesses econômicos: o bife macio. Cuidamos bem de cães e gatos, mas um ato tão severo como a castração é tido como humanitário e solidário: a Prefeitura de São Paulo oferece o serviço gratuitamente. Cavalgamos, apartamos filhotes e engaiolamos aves. Exercício de ficção científica, é possível imaginar um admirável mundo novo, sem zoológicos e aquários (as crianças com acesso cinematográfico e interativo às espécies para compreender seus instintos, ouvir os ruídos, sentir o cheiro, a textura da pele), sem caçadores, eugenia, charretes e artefatos de couro ou osso, com controle orgânico de pragas, ecossistemas equilibrados, e, para a satisfação de todos, uma indústria capaz de fabricar com sabor, aparência e valor nutricional rabo e barriga de porco, picanha e a parte gorda do atum -a partir da revolução genética e não dos matadouros. Até lá, é conviver com o bem-vindo trato humanitário e os seus eufemismos. [email protected]
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colunas
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Sobre homens e bichosA Conferência do clima em Paris; o encontro de Lisboa, "O desconhecido, a 100 anos de hoje"; e a inauguração do Museu do Amanhã no Rio, eventos de dezembro e voltados para o futuro, sugerem uma pergunta incômoda: como será a relação entre homens e bichos no século 22? Para se proteger e para se alimentar, o vínculo sempre foi de dominação: experimentação, exploração e entretenimento. Matar animais para comer a carne faz parte da condição humana, tem legitimação bíblica, e o futuro, ao que parece, não caminha para o vegetarianismo. Ainda dependemos de primatas para pesquisas científicas e queremos um meio de erradicar, por exemplo, o Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue. O ataque a uma baleia é capaz de gerar indignação, mas não se fala (a não ser pelos efeitos colaterais em seres humanos ou para o ambiente) contra o uso de substâncias para eliminar colônias inteiras de ratos, pombos ou cupins que infestam as cidades. A chave da diferenciação é a senciência -sensibilidade física e emocional, como dor e sofrimento. Quem presenciou o sacrifício de uma rês sabe o que acontece. Por alguma razão, animais de grande porte, principalmente mamíferos, contam com uma simpatia humana que não alcança invertebrados ou peixes, aparentemente insensíveis. Quem nunca esmagou uma barata? Steven Pinker, em "Os Anjos Bons da Nossa Natureza" (Companhia das Letras, 2013), lembra que uma das reformas notáveis da humanidade é a prevenção da crueldade contra animais. Se a evolução é impressionante, alguns limites parecem intransponíveis. Códigos de ética regem a condição de vida de animais utilizados em laboratórios, leis penais punem maus tratos, como a briga de galo e a farra do boi, os circos sobrevivem só com malabaristas e palhaços, espetáculos com golfinhos adestrados perdem interesse. Dada a imensidão dos oceanos e a proibição internacional da caça, cresce a população de baleias jubarte, mas o tigre de Sumatra, pela agressividade e falta de espaço, está destinado ao cativeiro. É crime caçar ou aprisionar animais silvestres ou maltratar os domésticos. Mas permite-se o manejo e o comércio de carne e subprodutos de jacaré e tartaruga. O "abate humanitário" do gado bovino está ligado a razões morais, mas também a interesses econômicos: o bife macio. Cuidamos bem de cães e gatos, mas um ato tão severo como a castração é tido como humanitário e solidário: a Prefeitura de São Paulo oferece o serviço gratuitamente. Cavalgamos, apartamos filhotes e engaiolamos aves. Exercício de ficção científica, é possível imaginar um admirável mundo novo, sem zoológicos e aquários (as crianças com acesso cinematográfico e interativo às espécies para compreender seus instintos, ouvir os ruídos, sentir o cheiro, a textura da pele), sem caçadores, eugenia, charretes e artefatos de couro ou osso, com controle orgânico de pragas, ecossistemas equilibrados, e, para a satisfação de todos, uma indústria capaz de fabricar com sabor, aparência e valor nutricional rabo e barriga de porco, picanha e a parte gorda do atum -a partir da revolução genética e não dos matadouros. Até lá, é conviver com o bem-vindo trato humanitário e os seus eufemismos. [email protected]
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Governo discute adiar reajuste de servidores para o 2º semestre de 2018
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O governo discute a possibilidade de adiar o reajuste salarial de parte dos servidores públicos para o segundo semestre do ano que vem. O objetivo é tentar reduzir o rombo no Orçamento de 2018. Integrantes da equipe econômica e do núcleo político do presidente Michel Temer já consideram adotar essa alternativa para evitar o agravamento do déficit nas contas públicas do ano que vem, previsto em R$ 129 bilhões. O aumento dos salários dos servidores, que teve a aprovação do Congresso, deve ampliar em R$ 22 bilhões as despesas do governo no ano que vem. Se conseguir adiar o reajuste para o segundo semestre, a União poderia poupar R$ 11 bilhões. Assessores de Temer argumentam que os reajustes foram calculados a partir de uma expectativa de inflação superior às taxas atuais. Como os índices estão abaixo do centro da meta, parte da equipe econômica acredita que há espaço para "repactuar" esses aumentos. A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que estão em estudo os reajustes previstos para 2018 e 2019. O plano é adiar em alguns meses a data da concessão dos aumentos de cada ano. "O fato é que temos restrições. Estamos colocando dentro de um conjunto de possibilidades de revisão de despesas obrigatórias estudar a postergação de reajustes [salariais dos servidores]." Segundo Vescovi, não há uma proposta concreta pronta, mas a ideia inicial é manter os percentuais de aumento salarial negociados, mas "se pode discutir a postergação de um reajuste por alguns meses ou algum período". No time do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), porém, há quem discorde da ideia e diga que a discussão ainda é incipiente, além de não impactar nas contas deste ano. Parte da ala política do governo também resiste em adotar a medida, por temer a reação das categorias afetadas por um possível adiamento, mas auxiliares do presidente admitem reservadamente que a decisão pode ser tomada, se for necessário. A eventual mudança na data de concessão do reajuste precisaria ser aprovada pelo Congresso na votação da Lei Orçamentária de 2018. O governo também pretende fazer uma revisão de despesas para este ano, devido às dificuldades cada vez maiores de arrecadação e de cumprimento da meta fiscal, de déficit de R$ 139 bilhões. Gastos com pessoal também poderão ser reavaliados, de acordo com integrantes da equipe econômica. A discussão sobre a revisão da meta fiscal de 2017, que era rechaçada pela equipe econômica e por Temer até a semana passada, passou a ser tratada como uma possibilidade. O aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis, admitem assessores, não foi suficiente para cobrir o rombo do Orçamento e há poucas brechas para a geração de novas receitas no curto prazo —em especial devido às dificuldades de aprovação de novos tributos pelo Congresso. Como o governo já trabalha com limitações de despesas que ameaçam o funcionamento de serviços públicos, a elevação do déficit das contas públicas se transformou em uma alternativa a ser considerada pelo Ministério da Fazenda. No Planalto, a narrativa é a mesma: as contas estão justas e o aumento do imposto sobre os combustíveis talvez não tenha o resultado esperado —a elevação do PIS/Cofins foi suspensa nesta semana por um juiz de primeira instância, mas o governo recorreu. Por isso, reconhecem assessores de Temer, novas medidas, consideradas emergenciais, precisarão ser adotadas para gerar receita. ROMBO RECORDE O deficit do governo federal alcançou R$ 56 bilhões no primeiro semestre deste ano, o pior resultado da série histórica iniciada em 2017. O rombo é 48% superior ao registrado no mesmo período de 2016. Segundo o Tesouro Nacional, o resultado para o mês de junho também foi o pior em 20 anos, de R$ 19,79 bilhões. Os gastos com folha de pagamentos e encargos cresceram 11,3% nos primeiros seis meses do ano. Para conter essas despesas, o governo já tinha anunciado a intenção de lançar um programa de demissão voluntária para servidores, além de estimular que funcionários reduzam a jornada de trabalho, aceitando receber menos. (BRUNO BOGHOSSIAN, MARINA DIAS, MARIANA CARNEIRO E JULIO WIZIACK)
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mercado
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Governo discute adiar reajuste de servidores para o 2º semestre de 2018O governo discute a possibilidade de adiar o reajuste salarial de parte dos servidores públicos para o segundo semestre do ano que vem. O objetivo é tentar reduzir o rombo no Orçamento de 2018. Integrantes da equipe econômica e do núcleo político do presidente Michel Temer já consideram adotar essa alternativa para evitar o agravamento do déficit nas contas públicas do ano que vem, previsto em R$ 129 bilhões. O aumento dos salários dos servidores, que teve a aprovação do Congresso, deve ampliar em R$ 22 bilhões as despesas do governo no ano que vem. Se conseguir adiar o reajuste para o segundo semestre, a União poderia poupar R$ 11 bilhões. Assessores de Temer argumentam que os reajustes foram calculados a partir de uma expectativa de inflação superior às taxas atuais. Como os índices estão abaixo do centro da meta, parte da equipe econômica acredita que há espaço para "repactuar" esses aumentos. A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que estão em estudo os reajustes previstos para 2018 e 2019. O plano é adiar em alguns meses a data da concessão dos aumentos de cada ano. "O fato é que temos restrições. Estamos colocando dentro de um conjunto de possibilidades de revisão de despesas obrigatórias estudar a postergação de reajustes [salariais dos servidores]." Segundo Vescovi, não há uma proposta concreta pronta, mas a ideia inicial é manter os percentuais de aumento salarial negociados, mas "se pode discutir a postergação de um reajuste por alguns meses ou algum período". No time do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), porém, há quem discorde da ideia e diga que a discussão ainda é incipiente, além de não impactar nas contas deste ano. Parte da ala política do governo também resiste em adotar a medida, por temer a reação das categorias afetadas por um possível adiamento, mas auxiliares do presidente admitem reservadamente que a decisão pode ser tomada, se for necessário. A eventual mudança na data de concessão do reajuste precisaria ser aprovada pelo Congresso na votação da Lei Orçamentária de 2018. O governo também pretende fazer uma revisão de despesas para este ano, devido às dificuldades cada vez maiores de arrecadação e de cumprimento da meta fiscal, de déficit de R$ 139 bilhões. Gastos com pessoal também poderão ser reavaliados, de acordo com integrantes da equipe econômica. A discussão sobre a revisão da meta fiscal de 2017, que era rechaçada pela equipe econômica e por Temer até a semana passada, passou a ser tratada como uma possibilidade. O aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis, admitem assessores, não foi suficiente para cobrir o rombo do Orçamento e há poucas brechas para a geração de novas receitas no curto prazo —em especial devido às dificuldades de aprovação de novos tributos pelo Congresso. Como o governo já trabalha com limitações de despesas que ameaçam o funcionamento de serviços públicos, a elevação do déficit das contas públicas se transformou em uma alternativa a ser considerada pelo Ministério da Fazenda. No Planalto, a narrativa é a mesma: as contas estão justas e o aumento do imposto sobre os combustíveis talvez não tenha o resultado esperado —a elevação do PIS/Cofins foi suspensa nesta semana por um juiz de primeira instância, mas o governo recorreu. Por isso, reconhecem assessores de Temer, novas medidas, consideradas emergenciais, precisarão ser adotadas para gerar receita. ROMBO RECORDE O deficit do governo federal alcançou R$ 56 bilhões no primeiro semestre deste ano, o pior resultado da série histórica iniciada em 2017. O rombo é 48% superior ao registrado no mesmo período de 2016. Segundo o Tesouro Nacional, o resultado para o mês de junho também foi o pior em 20 anos, de R$ 19,79 bilhões. Os gastos com folha de pagamentos e encargos cresceram 11,3% nos primeiros seis meses do ano. Para conter essas despesas, o governo já tinha anunciado a intenção de lançar um programa de demissão voluntária para servidores, além de estimular que funcionários reduzam a jornada de trabalho, aceitando receber menos. (BRUNO BOGHOSSIAN, MARINA DIAS, MARIANA CARNEIRO E JULIO WIZIACK)
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Veja roteiro com Jaguar, Porsche e convites para o casamento
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TATIANA BABADOBULOS CAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO Já pensou em ir ao casório em um Jaguar? Ou em um Porsche? Veja empresas que oferecem os mais diversos automóveis para os noivos entrarem de uma forma diferente no local do casamento. No roteiro, há também empresas de convites, para chamar todo mundo para o importante momento. CARRO DE CENA A empresa oferece 16 veículos para aluguel. Há novidades, como carros temáticos: Kombi dos anos 1970, moto Harley-Davidson com carrinho lateral e o Yellow Cab, típico táxi nova-iorquino. O mais alugado é o Cadillac 1941 preto, que sai por R$ 1.200 durante quatro horas. carrodecena.com.br. R. Alegre, 1.066, Santa Paula, São Caetano do Sul, tel. 4318-1516. Seg. a sex.: 10h às 21h. Sáb. e dom.: 10h às 14h. Atendimento c/ hora marcada. Estac. grátis. * DANTE FORESTIERI A empresa possui 27 carros para alugar. O mais pedido é o Rolls-Royce presidencial. Há opções de conversíveis, como o Ford amarelo, o Pontiac vermelho e o Mustang branco. O aluguel varia de R$ 800 a R$ 1.200, com quatro horas de festa, incluindo o motorista. A empresa também vende a placa com o nome dos noivos (R$ 60). Pede reserva de seis meses a um ano de antecedência. danteforestieri.com.br. R. Magalhães de Araújo, 38, Jardim Guedala, região oeste, tel. 97276-6026 e 99780-3007. Sáb.: 10h às 16h. Estac. grátis. * PASSADO E PRESENTE Há 30 anos no mercado, aluga limusine e carros antigos esportivos. O Volkswagen Fusca conversível de 1950 está sendo bastante pedido e sai por R$ 1.200 para festa com quatro horas de duração e motorista. Entre os esportivos, o Porsche Spider (R$ 1.500) é o mais requisitado. A saída da limusine sai por R$ 1.800. Pede reserva com um ano de antecedência, se quiser um modelo específico. passadoepresente.com.br. Av. Gen. Ataliba Leonel, 1.095, Santana, região norte, tel. 2212-7932 e 2986-9846. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 9h às 15h. Estac. grátis. * PRIME BLACK TIE No mercado há dez anos, a empresa possui três limusines para alugar (a partir de R$ 2.500 a saída mínima de quatro horas). Para casamentos, faz o trajeto entre a igreja e o local da festa, com a parada para seção de fotos dos noivos. Pede mínimo de 15 dias de antecedência para reservar o modelo escolhido. pbtlimousines.com.br. R. Vitorino Carmilo, 894, Barra Funda, região central, tel. 4304-0767. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 12h. Atendimento c/ hora marcada. Estac. grátis. * RICHCARS A empresa tem dez carros para alugar, entre modelos antigos e modernos. O Packard é o mais pedido entre os antigos e o Jaguar, entre os mais modernos, e custa na faixa de R$ 1.500. A empresa trabalha pelo trajeto do evento, que começa no cabeleireiro, segue para a igreja e bufê, que varia de quatro a 12 horas. No caso do PT Cruiser, o aluguel custa a partir de R$ 500. Pede seis meses de antecedência para reserva. richcars.com.br. R. Mte. Alegre, 428, cj. 34, Perdizes, região oeste, tel. 3865-4426. Seg. a sáb.: 10h às 20h. Estac. grátis. - CONVITES CASA DOS CONVITES Vende convites de diferentes formatos, relevos e impressões metalizadas. O cento custa, dependendo do material, R$ 1.600 em média. A previsão de entrega é de 30 dias após a aprovação do layout. casadosconvites.com.br. Av. Paes de Barros, 1.523, Mooca, região leste, tel. 2028-4772. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 17h. Estac. grátis. * CHÂTEAU DU PAPIER Entre os tipos de convite, o cliente pode escolher o mais sóbrio, os finos e delicados e os com tipografias modernas. A entrega varia de seis a oito semanas. Cada um custa a partir de R$ 10. chateaudupapier.com.br. Tel. 2893-2442 ou [email protected]. Seg. a sáb.: 9h às 18h. Atendimento em domicílio. * CONTO DE NOIVA A empresa oferece todo o serviço de papelaria que envolve o casamento, como monograma, "save the date" (aviso do casamento), convite, leque, menu, painel de recados e cartão de agradecimento. Há oito estilos. O convite sai por a partir de R$ 17 cada um. Aluga também sombrinha, que pode ser de plástico, tecido, papel ou renda. Custa R$ 50 cada uma. contodenoiva.com. R. Vergueiro, 7.165, sl. 181, Vila Firmiano Pinto, região sul, tel. 4327-5760. Seg. a sex.: 13h às 19h. Sáb.: 9h às 12h. Atendimento c/ hora marcada. * DOM BOSCO CONVITES A empresa oferece linha de convites tradicionais e modernos (a partir de R$ 7,90 a unidade), além de complementos personalizados, como sandálias e leques. A garrafa de água leva o monograma dos noivos, em dois tamanhos (250 ml e 500 ml) e custa, respectivamente, R$ 15,90 eR$ 16,90, a partir de 50 unidades. domboscobrasil.com. Al. Tietê, 618, casa 7, Cerqueira César, região oeste, tel. 3061-0662. Seg. a sex.: 9h às 19h. Atendimento c/ hora marcada. * EMPÓRIO DAS AMÊNDOAS Há dois anos na internet, vende mais de 35 tipos de amêndoas confeitadas, incluindo as tradicionais brancas e as italianas ou californianas douradas, que podem ser recheadas de chocolate e de outros sete sabores, como caramelo e nozes. A standard, amêndoa chilena confeitada no Brasil, custa a partir de R$ 12,50 (cem unidades). Para fazer lembrancinhas, pede de dez a 12 dias. emporiodasamendoas.com.br. Tel. 3569-7781. Seg. a sex.: 9h às 17h. Atendimento c/ hora marcada. * FAMIGERADO ESTÚDIO A designer Camila Cafardo e outros dois sócios produzem a comunicação gráfica do casamento, como convites, cardápio, "tag" para carro e lembrancinhas, além do site do casal. Cada convite sai por a partir de R$ 15. Pede um mês de antecedência a contar da data de distribuição. famigerado.com.br. Tel.: 3539-7726. Atendimento com hora marcada. * PALÁCIO DOS CONVITES Há 160 modelos, desde os tradicionais até os modernos. Faz também caixas personalizadas para padrinhos. O cardápio para deixar nas mesas custa a partir de R$ 2,50 cada um e os convites saem por a partir de R$ 350 o cento. Pede 20 dias úteis de antecedência depois da aprovação da arte. palaciodosconvites.com.br. Av. Paes de Barros, 520, Mooca, região leste, tel. 3213-9708. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 16h. Estac. grátis. * PAPEL & ESTILO O atendimento é com hora marcada e a empresa possui sete unidades na cidade. São mais de 800 opções de formatos de convites. Para o fechamento, há opções de laços, pérolas, strass, lacre de metal ou de cera. Para encomendas, a loja pede 25 dias úteis de antecedência só para confecção. Os valores variam de R$ 7 a R$ 55 cada convite. Para padrinho há caixas personalizadas com garrafas de uísque e vodca. papeleestilo.com.br. R. Sena Madureira, 226, Vila Clementino, região sul, tel. 5571-4585. Seg. a sex.: 10h15 às 19h. Sáb.: 10h às 16h. * PAPELOGIA Produz convites e acessórios para o casamento, como menus, cartão de agradecimento para ser enviado após a cerimônia, tags para bem-casados e rótulos para garrafa de água. Há mais de 50 tipos de letras. Os covites custam a partir de R$ 3. Os rótulos de tamanho padrão saem por a partir de R$ 1 para o mínimo de 50 garrafas. papelogia.com.br. Av. Diogo Antonio Feijó, 59, Km 18, Osasco, tel. 4557-9773. * RELEVO ARAÚJO Há 70 anos no mercado, a empresa tradicional faz, além de convites, cartões de agradecimento, lembrancinhas, mapas, caixas para padrinhos e para banheiros. Oferece diferentes tipos de relevo, mas o mais pedido é o americano. Pede cinco meses de antecedência. Cada convite custa a partir de R$ 10. relevoaraujo.com.br. R. Francisco Leitão, 469, cj. 1.107, Pinheiros, região oeste, tel. 3331-3100. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. Estac. grátis - convênio.
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Veja roteiro com Jaguar, Porsche e convites para o casamentoTATIANA BABADOBULOS CAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO Já pensou em ir ao casório em um Jaguar? Ou em um Porsche? Veja empresas que oferecem os mais diversos automóveis para os noivos entrarem de uma forma diferente no local do casamento. No roteiro, há também empresas de convites, para chamar todo mundo para o importante momento. CARRO DE CENA A empresa oferece 16 veículos para aluguel. Há novidades, como carros temáticos: Kombi dos anos 1970, moto Harley-Davidson com carrinho lateral e o Yellow Cab, típico táxi nova-iorquino. O mais alugado é o Cadillac 1941 preto, que sai por R$ 1.200 durante quatro horas. carrodecena.com.br. R. Alegre, 1.066, Santa Paula, São Caetano do Sul, tel. 4318-1516. Seg. a sex.: 10h às 21h. Sáb. e dom.: 10h às 14h. Atendimento c/ hora marcada. Estac. grátis. * DANTE FORESTIERI A empresa possui 27 carros para alugar. O mais pedido é o Rolls-Royce presidencial. Há opções de conversíveis, como o Ford amarelo, o Pontiac vermelho e o Mustang branco. O aluguel varia de R$ 800 a R$ 1.200, com quatro horas de festa, incluindo o motorista. A empresa também vende a placa com o nome dos noivos (R$ 60). Pede reserva de seis meses a um ano de antecedência. danteforestieri.com.br. R. Magalhães de Araújo, 38, Jardim Guedala, região oeste, tel. 97276-6026 e 99780-3007. Sáb.: 10h às 16h. Estac. grátis. * PASSADO E PRESENTE Há 30 anos no mercado, aluga limusine e carros antigos esportivos. O Volkswagen Fusca conversível de 1950 está sendo bastante pedido e sai por R$ 1.200 para festa com quatro horas de duração e motorista. Entre os esportivos, o Porsche Spider (R$ 1.500) é o mais requisitado. A saída da limusine sai por R$ 1.800. Pede reserva com um ano de antecedência, se quiser um modelo específico. passadoepresente.com.br. Av. Gen. Ataliba Leonel, 1.095, Santana, região norte, tel. 2212-7932 e 2986-9846. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 9h às 15h. Estac. grátis. * PRIME BLACK TIE No mercado há dez anos, a empresa possui três limusines para alugar (a partir de R$ 2.500 a saída mínima de quatro horas). Para casamentos, faz o trajeto entre a igreja e o local da festa, com a parada para seção de fotos dos noivos. Pede mínimo de 15 dias de antecedência para reservar o modelo escolhido. pbtlimousines.com.br. R. Vitorino Carmilo, 894, Barra Funda, região central, tel. 4304-0767. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 12h. Atendimento c/ hora marcada. Estac. grátis. * RICHCARS A empresa tem dez carros para alugar, entre modelos antigos e modernos. O Packard é o mais pedido entre os antigos e o Jaguar, entre os mais modernos, e custa na faixa de R$ 1.500. A empresa trabalha pelo trajeto do evento, que começa no cabeleireiro, segue para a igreja e bufê, que varia de quatro a 12 horas. No caso do PT Cruiser, o aluguel custa a partir de R$ 500. Pede seis meses de antecedência para reserva. richcars.com.br. R. Mte. Alegre, 428, cj. 34, Perdizes, região oeste, tel. 3865-4426. Seg. a sáb.: 10h às 20h. Estac. grátis. - CONVITES CASA DOS CONVITES Vende convites de diferentes formatos, relevos e impressões metalizadas. O cento custa, dependendo do material, R$ 1.600 em média. A previsão de entrega é de 30 dias após a aprovação do layout. casadosconvites.com.br. Av. Paes de Barros, 1.523, Mooca, região leste, tel. 2028-4772. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 10h às 17h. Estac. grátis. * CHÂTEAU DU PAPIER Entre os tipos de convite, o cliente pode escolher o mais sóbrio, os finos e delicados e os com tipografias modernas. A entrega varia de seis a oito semanas. Cada um custa a partir de R$ 10. chateaudupapier.com.br. Tel. 2893-2442 ou [email protected]. Seg. a sáb.: 9h às 18h. Atendimento em domicílio. * CONTO DE NOIVA A empresa oferece todo o serviço de papelaria que envolve o casamento, como monograma, "save the date" (aviso do casamento), convite, leque, menu, painel de recados e cartão de agradecimento. Há oito estilos. O convite sai por a partir de R$ 17 cada um. Aluga também sombrinha, que pode ser de plástico, tecido, papel ou renda. Custa R$ 50 cada uma. contodenoiva.com. R. Vergueiro, 7.165, sl. 181, Vila Firmiano Pinto, região sul, tel. 4327-5760. Seg. a sex.: 13h às 19h. Sáb.: 9h às 12h. Atendimento c/ hora marcada. * DOM BOSCO CONVITES A empresa oferece linha de convites tradicionais e modernos (a partir de R$ 7,90 a unidade), além de complementos personalizados, como sandálias e leques. A garrafa de água leva o monograma dos noivos, em dois tamanhos (250 ml e 500 ml) e custa, respectivamente, R$ 15,90 eR$ 16,90, a partir de 50 unidades. domboscobrasil.com. Al. Tietê, 618, casa 7, Cerqueira César, região oeste, tel. 3061-0662. Seg. a sex.: 9h às 19h. Atendimento c/ hora marcada. * EMPÓRIO DAS AMÊNDOAS Há dois anos na internet, vende mais de 35 tipos de amêndoas confeitadas, incluindo as tradicionais brancas e as italianas ou californianas douradas, que podem ser recheadas de chocolate e de outros sete sabores, como caramelo e nozes. A standard, amêndoa chilena confeitada no Brasil, custa a partir de R$ 12,50 (cem unidades). Para fazer lembrancinhas, pede de dez a 12 dias. emporiodasamendoas.com.br. Tel. 3569-7781. Seg. a sex.: 9h às 17h. Atendimento c/ hora marcada. * FAMIGERADO ESTÚDIO A designer Camila Cafardo e outros dois sócios produzem a comunicação gráfica do casamento, como convites, cardápio, "tag" para carro e lembrancinhas, além do site do casal. Cada convite sai por a partir de R$ 15. Pede um mês de antecedência a contar da data de distribuição. famigerado.com.br. Tel.: 3539-7726. Atendimento com hora marcada. * PALÁCIO DOS CONVITES Há 160 modelos, desde os tradicionais até os modernos. Faz também caixas personalizadas para padrinhos. O cardápio para deixar nas mesas custa a partir de R$ 2,50 cada um e os convites saem por a partir de R$ 350 o cento. Pede 20 dias úteis de antecedência depois da aprovação da arte. palaciodosconvites.com.br. Av. Paes de Barros, 520, Mooca, região leste, tel. 3213-9708. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 16h. Estac. grátis. * PAPEL & ESTILO O atendimento é com hora marcada e a empresa possui sete unidades na cidade. São mais de 800 opções de formatos de convites. Para o fechamento, há opções de laços, pérolas, strass, lacre de metal ou de cera. Para encomendas, a loja pede 25 dias úteis de antecedência só para confecção. Os valores variam de R$ 7 a R$ 55 cada convite. Para padrinho há caixas personalizadas com garrafas de uísque e vodca. papeleestilo.com.br. R. Sena Madureira, 226, Vila Clementino, região sul, tel. 5571-4585. Seg. a sex.: 10h15 às 19h. Sáb.: 10h às 16h. * PAPELOGIA Produz convites e acessórios para o casamento, como menus, cartão de agradecimento para ser enviado após a cerimônia, tags para bem-casados e rótulos para garrafa de água. Há mais de 50 tipos de letras. Os covites custam a partir de R$ 3. Os rótulos de tamanho padrão saem por a partir de R$ 1 para o mínimo de 50 garrafas. papelogia.com.br. Av. Diogo Antonio Feijó, 59, Km 18, Osasco, tel. 4557-9773. * RELEVO ARAÚJO Há 70 anos no mercado, a empresa tradicional faz, além de convites, cartões de agradecimento, lembrancinhas, mapas, caixas para padrinhos e para banheiros. Oferece diferentes tipos de relevo, mas o mais pedido é o americano. Pede cinco meses de antecedência. Cada convite custa a partir de R$ 10. relevoaraujo.com.br. R. Francisco Leitão, 469, cj. 1.107, Pinheiros, região oeste, tel. 3331-3100. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. Estac. grátis - convênio.
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'Falta de reação institucional' impede que presos sejam soltos, diz Moro
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O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, afirmou nesta quarta-feira (28) que a "falta de reação institucional" frente aos crimes cometidos por empreiteiras e seus executivos impede que os presos na sétima fase da investigação sejam libertados. Questionado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o motivo por que três executivos e um funcionário da OAS continuam presos, Moro afirmou que a única maneira segura de tirá-los da cadeia seria suspender todos os contratos da empresa, não só com a Petrobras, mas "com todas as outras entidades da administração pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos". "Somente dessa forma, ficaria afastado, de forma eficaz, o risco de repetição dos crimes", diz o magistrado no documento. O juiz ressalva que a suspensão dos contratos não é de interesse nem mesmo da OAS e, por esse motivo, não é possível que os presos sejam libertados. Os funcionários da OAS que ainda estão presos são José Adelmário Pinheiro Filho (presidente) e Mateus Coutinho de Sá (diretor financeiro), Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da área internacional) e José Ricardo Nogueira Breghirolli (responsável por distribuir o dinheiro). No trecho que fala sobre a "falta de reação institucional", Sergio Moro afirma ainda que "a prática sistemática e duradoura de graves crimes contra a Administração Pública mina a confiança da sociedade na integridade da lei e da Justiça". "Os problemas se avolumam e os custos para sua resolução se tornarão cada cada vez maiores", completa. Em outro trecho do documento, Moro afirma que a corrupção na Petrobras, "lamentavelmente", acontece há muitos anos. Ele cita "a existência de um quadro de corrupção e de lavagem de dinheiro sistêmico".
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'Falta de reação institucional' impede que presos sejam soltos, diz MoroO juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, afirmou nesta quarta-feira (28) que a "falta de reação institucional" frente aos crimes cometidos por empreiteiras e seus executivos impede que os presos na sétima fase da investigação sejam libertados. Questionado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o motivo por que três executivos e um funcionário da OAS continuam presos, Moro afirmou que a única maneira segura de tirá-los da cadeia seria suspender todos os contratos da empresa, não só com a Petrobras, mas "com todas as outras entidades da administração pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos". "Somente dessa forma, ficaria afastado, de forma eficaz, o risco de repetição dos crimes", diz o magistrado no documento. O juiz ressalva que a suspensão dos contratos não é de interesse nem mesmo da OAS e, por esse motivo, não é possível que os presos sejam libertados. Os funcionários da OAS que ainda estão presos são José Adelmário Pinheiro Filho (presidente) e Mateus Coutinho de Sá (diretor financeiro), Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da área internacional) e José Ricardo Nogueira Breghirolli (responsável por distribuir o dinheiro). No trecho que fala sobre a "falta de reação institucional", Sergio Moro afirma ainda que "a prática sistemática e duradoura de graves crimes contra a Administração Pública mina a confiança da sociedade na integridade da lei e da Justiça". "Os problemas se avolumam e os custos para sua resolução se tornarão cada cada vez maiores", completa. Em outro trecho do documento, Moro afirma que a corrupção na Petrobras, "lamentavelmente", acontece há muitos anos. Ele cita "a existência de um quadro de corrupção e de lavagem de dinheiro sistêmico".
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