title
stringlengths 4
146
| text
stringlengths 1
61.2k
| category
stringclasses 44
values | title_text
stringlengths 18
61.2k
| label
int64 0
43
|
---|---|---|---|---|
Simulação de golpe de Estado assusta alunos em escola na Argentina
|
A direção de uma escola pública argentina em La Plata, capital da província de Buenos Aires, fez na quarta-feira (16) uma simulação de um golpe de Estado sem avisar previamente alunos e professores. A iniciativa deixou alguns estudantes do ensino médio e professores em pânico, chorando no pátio interno do colégio. O objetivo da simulação foi relembrar o episódio conhecido como A Noite do Lápis. Há 39 anos, na noite de 16 de setembro de 1976, poucos meses após o golpe militar de 24 de março, que derrubou Isabelita Perón e instaurou a última ditadura militar no país, dez estudantes secundaristas foram sequestrados e mais tarde encontrados assassinados em La Plata. É um dos fatos mais conhecidos da ditadura argentina, já que muitas das vítimas tinham menos de 18 anos e foram torturados antes de serem mortos. Na quarta-feira, os alunos estavam nas salas de aula da Escola Normal 1 de La Plata (56 km ao sul de Buenos Aires), quando começaram a ouvir por alto-falantes a fala de uma atriz que imitava a voz de Cristina Kirchner. Em tom de angústia, a "presidente" anunciava que havia sido derrubada por um golpe e pedia ajuda. "A voz sussurrante da presidente dizia aos estudantes que eles eram o futuro da nação e que não podiam perder a esperança", disse a um canal local Fernando, um pai de aluno que não quis se identificar. "Foi para torná-los [os estudantes] conscientes do que foi A Noite do Lápis. Mas foi um erro, pois deixaram-nos muitíssimo assustados", disse uma mãe de estudante ao canal TN sem quere também se identificar. As autoridades disseram que estão investigando o que aconteceu na escola. "Fizeram-nos sair para o pátio e escutar uma voz que seria a da presidente", disse outra mãe. De acordo com os estudantes, o áudio "tinha gritos, confusão, e era tudo muito agressivo". Dizia até como os alunos deveriam passar a se vestir a partir de então. Alguns depoimentos de pais e alunos indicaram que a ideia foi concebida por uma vice-diretora que trabalha com teatro em conjunto com alunos do centro estudantil. "Existem alunos que nem sabem o que é um golpe de Estado, e brincam com isso", disse um estudante à rádio Red92. O governador da província de Buenos Aires é o governista Daniel Scioli, candidato presidencial mais bem posicionado nas pesquisas para as eleições de 25 de outubro
|
mundo
|
Simulação de golpe de Estado assusta alunos em escola na ArgentinaA direção de uma escola pública argentina em La Plata, capital da província de Buenos Aires, fez na quarta-feira (16) uma simulação de um golpe de Estado sem avisar previamente alunos e professores. A iniciativa deixou alguns estudantes do ensino médio e professores em pânico, chorando no pátio interno do colégio. O objetivo da simulação foi relembrar o episódio conhecido como A Noite do Lápis. Há 39 anos, na noite de 16 de setembro de 1976, poucos meses após o golpe militar de 24 de março, que derrubou Isabelita Perón e instaurou a última ditadura militar no país, dez estudantes secundaristas foram sequestrados e mais tarde encontrados assassinados em La Plata. É um dos fatos mais conhecidos da ditadura argentina, já que muitas das vítimas tinham menos de 18 anos e foram torturados antes de serem mortos. Na quarta-feira, os alunos estavam nas salas de aula da Escola Normal 1 de La Plata (56 km ao sul de Buenos Aires), quando começaram a ouvir por alto-falantes a fala de uma atriz que imitava a voz de Cristina Kirchner. Em tom de angústia, a "presidente" anunciava que havia sido derrubada por um golpe e pedia ajuda. "A voz sussurrante da presidente dizia aos estudantes que eles eram o futuro da nação e que não podiam perder a esperança", disse a um canal local Fernando, um pai de aluno que não quis se identificar. "Foi para torná-los [os estudantes] conscientes do que foi A Noite do Lápis. Mas foi um erro, pois deixaram-nos muitíssimo assustados", disse uma mãe de estudante ao canal TN sem quere também se identificar. As autoridades disseram que estão investigando o que aconteceu na escola. "Fizeram-nos sair para o pátio e escutar uma voz que seria a da presidente", disse outra mãe. De acordo com os estudantes, o áudio "tinha gritos, confusão, e era tudo muito agressivo". Dizia até como os alunos deveriam passar a se vestir a partir de então. Alguns depoimentos de pais e alunos indicaram que a ideia foi concebida por uma vice-diretora que trabalha com teatro em conjunto com alunos do centro estudantil. "Existem alunos que nem sabem o que é um golpe de Estado, e brincam com isso", disse um estudante à rádio Red92. O governador da província de Buenos Aires é o governista Daniel Scioli, candidato presidencial mais bem posicionado nas pesquisas para as eleições de 25 de outubro
| 3 |
Arquitetas ensinam estratégias de decoração com o uso de espelhos
|
DE SÃO PAULO Mais do que estímulo ao narcisismo, revestir as paredes com espelhos é uma estratégia de decoração. Se bem usados, eles podem esconder móveis, ampliar e clarear ambientes. Para não errar, a dica é dar atenção ao que está sendo refletido. "Não adianta ser uma parede totalmente branca. Por outro lado, é preciso ter cuidado com objetos grandes, como lustres pesados, porque eles serão duplicados", diz a arquiteta Inah Mantovani, do escritório Larsson Mantovani. O reflexo também não deve dar destaque a eletrônicos, como ar-condicionado e fiações, explica a arquiteta Carolina Razuk, do escritório Mestisso. Abaixo, veja quatro ideias das especialistas para aproveitar bem os espelhos. 1. CAPA DE INVISIBILIDADE Revestir um móvel pode ser um bom truque para disfarçar sua presença e dar leveza ao ambiente. No projeto deste quarto de casal, Carolina Razuk optou por um guarda-roupa com portas de correr espelhadas. Com isso, também resolveu outro problema: a falta de espaço para um espelho de corpo inteiro "Como o quarto fica no andar de cima de um loft, não há tantas paredes disponíveis", explica a afirma a arquiteta. "O casal precisava de um espelho grande para o dia a dia, e eu não queria tirar espaço de marcenaria para isso", completa. Com a lateral do móvel encostado na parede, o reflexo também ajudou a dar continuidade à cabeceira de madeira, passando a sensação de que o cômodo é maior. 2. ILUSÃO DE ÓTICA O melhor jeito de um ambiente parecer mais amplo é "duplicar" seu espaço. Para isso, quanto maior a superfície espelhada, melhor. Nessa sala de 15 m² feita por Razuk, uma parede inteira foi espelhada com peças horizontais, que deixam o cômodo mais "largo". Dependendo da área da parede, não será possível instalar uma única peça. "É importante medir as portas e o elevador antes de decidir o tamanho das lâminas", explica. Na sala, ela colocou quatro faixas posicionadas na horizontal. "A divisão das lâminas não pode ser feita de qualquer jeito, tem que mostrar que foi pensada para ficar bonita", diz. A arquiteta não recomenda partir a peça ao meio, para não passar a impressão de que foi remendada. A mesa de dois lugares, encostada no espelho, também é estratégica: ocupa pouco espaço e, com o reflexo, parece maior. 3. CANTO ILUMINADO Na sala de TV projetada pela arquiteta Inah Mantovani, um espelho foi usado na lateral da parede para refletir a luminosidade da janela. "Deu um brilho àquele canto, que era escuro para caramba", diz. Bem em frente, colocou um vaso iluminado por um spot no teto. O reflexo duplicou a imagem das folhas, deixando a sala mais verde. Além disso, a peça foi instalada na lacuna do lado oposto à porta e, assim, deu maior equilíbrio à parede. 4. PEÇA DECORATIVA No quarto de casal projetado por Mantovani, um espelho de corpo inteiro com moldura assimétrica de ferro ajudou a compor um cantinho de leitura ao lado da cama. Para dar um ar descontraído à decoração, a peça fica apenas encostada na parede "Se fosse pendurado, não teria o mesmo charme", afirma. "Do jeito que está, pode substituir um quadro, já que, num quarto de casal, nem sempre os dois têm o mesmo gosto para arte." Para peças mais leves, a arquiteta recomenda colocar um ganchinho de arame atrás do quadro e prendê-lo a um prego, para evitar que escorregue. Antes de furar a parede, é importante medir a altura do espelho já encostado, com a medida da folga desejada.
|
sobretudo
|
Arquitetas ensinam estratégias de decoração com o uso de espelhos
DE SÃO PAULO Mais do que estímulo ao narcisismo, revestir as paredes com espelhos é uma estratégia de decoração. Se bem usados, eles podem esconder móveis, ampliar e clarear ambientes. Para não errar, a dica é dar atenção ao que está sendo refletido. "Não adianta ser uma parede totalmente branca. Por outro lado, é preciso ter cuidado com objetos grandes, como lustres pesados, porque eles serão duplicados", diz a arquiteta Inah Mantovani, do escritório Larsson Mantovani. O reflexo também não deve dar destaque a eletrônicos, como ar-condicionado e fiações, explica a arquiteta Carolina Razuk, do escritório Mestisso. Abaixo, veja quatro ideias das especialistas para aproveitar bem os espelhos. 1. CAPA DE INVISIBILIDADE Revestir um móvel pode ser um bom truque para disfarçar sua presença e dar leveza ao ambiente. No projeto deste quarto de casal, Carolina Razuk optou por um guarda-roupa com portas de correr espelhadas. Com isso, também resolveu outro problema: a falta de espaço para um espelho de corpo inteiro "Como o quarto fica no andar de cima de um loft, não há tantas paredes disponíveis", explica a afirma a arquiteta. "O casal precisava de um espelho grande para o dia a dia, e eu não queria tirar espaço de marcenaria para isso", completa. Com a lateral do móvel encostado na parede, o reflexo também ajudou a dar continuidade à cabeceira de madeira, passando a sensação de que o cômodo é maior. 2. ILUSÃO DE ÓTICA O melhor jeito de um ambiente parecer mais amplo é "duplicar" seu espaço. Para isso, quanto maior a superfície espelhada, melhor. Nessa sala de 15 m² feita por Razuk, uma parede inteira foi espelhada com peças horizontais, que deixam o cômodo mais "largo". Dependendo da área da parede, não será possível instalar uma única peça. "É importante medir as portas e o elevador antes de decidir o tamanho das lâminas", explica. Na sala, ela colocou quatro faixas posicionadas na horizontal. "A divisão das lâminas não pode ser feita de qualquer jeito, tem que mostrar que foi pensada para ficar bonita", diz. A arquiteta não recomenda partir a peça ao meio, para não passar a impressão de que foi remendada. A mesa de dois lugares, encostada no espelho, também é estratégica: ocupa pouco espaço e, com o reflexo, parece maior. 3. CANTO ILUMINADO Na sala de TV projetada pela arquiteta Inah Mantovani, um espelho foi usado na lateral da parede para refletir a luminosidade da janela. "Deu um brilho àquele canto, que era escuro para caramba", diz. Bem em frente, colocou um vaso iluminado por um spot no teto. O reflexo duplicou a imagem das folhas, deixando a sala mais verde. Além disso, a peça foi instalada na lacuna do lado oposto à porta e, assim, deu maior equilíbrio à parede. 4. PEÇA DECORATIVA No quarto de casal projetado por Mantovani, um espelho de corpo inteiro com moldura assimétrica de ferro ajudou a compor um cantinho de leitura ao lado da cama. Para dar um ar descontraído à decoração, a peça fica apenas encostada na parede "Se fosse pendurado, não teria o mesmo charme", afirma. "Do jeito que está, pode substituir um quadro, já que, num quarto de casal, nem sempre os dois têm o mesmo gosto para arte." Para peças mais leves, a arquiteta recomenda colocar um ganchinho de arame atrás do quadro e prendê-lo a um prego, para evitar que escorregue. Antes de furar a parede, é importante medir a altura do espelho já encostado, com a medida da folga desejada.
| 9 |
Mercosul deve defender medidas mais duras contra governo da Venezuela
|
Começa nesta quinta-feira (20), com a reunião de chanceleres, a 50ª edição da Cúpula do Mercosul, na qual a Argentina passará a um Brasil em crise política a presidência pro tempore do bloco. Figuram na agenda como temas mais importantes a queda de barreiras aduaneiras —impulsionada por Brasil e Argentina, mas travada pelo Uruguai— e os detalhes que faltam para a conclusão do acordo do bloco com a União Europeia, novela que se arrasta há anos. Mas o tema de fundo da reunião deve ser a Venezuela. Apesar de as chancelarias do Brasil e da Argentina terem afirmado, durante a semana passada, que dificilmente se agravaria o grau de punição do país —atualmente suspenso no bloco— são esperados discursos mais enfáticos pedindo o diálogo do governo com a oposição. Outro pedido deve ser por eventual pressão pelo cancelamento da Assembleia Constituinte convocada por Nicolás Maduro para o dia 30. A troca da ex-chanceler argentina Susana Malcorra pelo atual, Jorge Faurie, deve marcar um aumento no tom da condenação da o país com relação a Maduro. Malcorra era mais moderada e pró-diálogo, e vinha contendo os ataques do presidente Mauricio Macri. Faurie é mais afinado com o líder. Agora, o bloco deve ao menos discutir outras possibilidades além da suspensão atual. Uma delas é acionar a cláusula democrática do protocolo de Ushuaia, que prevê medidas mais duras. Elas incluem até mesmo o fechamento de fronteiras, do tráfego aéreo e marítimo e a suspensão do comércio e do fornecimento de energia. Segundo a Folha apurou, os países têm hesitado em adotar a medida porque aumentaria a crise humanitária venezuelana. Mas não está descartado que discutam sua aplicação, total ou parcial. Outra medida que marca o endurecimento contra Caracas foi o convite ao presidente da Assembleia Nacional venezuelana, o opositor Julio Borges, para participar da cúpula de presidentes. O adversário de Maduro confirmou presença no evento e disse nesta quarta (19) que pretende explicar a situação do país e as medidas após o plebiscito simbólico que rejeitou a Constituinte. Ele tem sido um dos principais líderes da oposição a manter contato e fazer visitas a líderes de governos latinos para pressionar Maduro. BACHELET E EVO Além dos líderes dos países-membros do bloco, Macri (Argentina), Michel Temer (Brasil), Horacio Cartes (Paraguai) e Tabaré Vázquez (Uruguai), estarão presentes, como representantes de Estados associados ao Mercosul, Michelle Bachelet (Chile) e Evo Morales (Bolivia). Os mandatários se reúnem na sexta-feira (21). Segundo o Itamaraty, Temer deverá chegar a Mendoza na noite de quinta (19). A presidente chilena vem conversando com regularidade com Macri sobre os mecanismos para a aproximação do bloco com a Aliança do Pacífico (formada por Chile, México, Colômbia e Peru). Já Morales vem também para participar de uma "contracúpula", organizada por movimentos sociais que virão a Mendoza para protestar contra a prisão de Milagro Sala, opositora de Macri considerada presa política pela ONG Anistia Internacional, e detida em Jujuy (noroeste) há quase dois anos, sem uma condenação final. Quem vem destoando mais do grupo é o Uruguai, único país do bloco original hoje governado pela esquerda. Além de manter uma posição de cautela quanto à Venezuela, o país, devido a uma crise econômica, voltou a subir taxas de produtos importados de dentro e fora do Mercosul. A medida levou à reação da Argentina. "Num momento em que concordamos em derrubar barreiras, voltar a medidas protecionistas é um retrocesso", disse Faurie. Para o economista Marcelo Elizondo, o Mercosul precisa ser redesenhado para aumentar sua participação no comércio mundial. "Em 2012, o bloco respondia por 1,92% do comércio mundial, hoje isso caiu para 1,68%", diz.
|
mundo
|
Mercosul deve defender medidas mais duras contra governo da VenezuelaComeça nesta quinta-feira (20), com a reunião de chanceleres, a 50ª edição da Cúpula do Mercosul, na qual a Argentina passará a um Brasil em crise política a presidência pro tempore do bloco. Figuram na agenda como temas mais importantes a queda de barreiras aduaneiras —impulsionada por Brasil e Argentina, mas travada pelo Uruguai— e os detalhes que faltam para a conclusão do acordo do bloco com a União Europeia, novela que se arrasta há anos. Mas o tema de fundo da reunião deve ser a Venezuela. Apesar de as chancelarias do Brasil e da Argentina terem afirmado, durante a semana passada, que dificilmente se agravaria o grau de punição do país —atualmente suspenso no bloco— são esperados discursos mais enfáticos pedindo o diálogo do governo com a oposição. Outro pedido deve ser por eventual pressão pelo cancelamento da Assembleia Constituinte convocada por Nicolás Maduro para o dia 30. A troca da ex-chanceler argentina Susana Malcorra pelo atual, Jorge Faurie, deve marcar um aumento no tom da condenação da o país com relação a Maduro. Malcorra era mais moderada e pró-diálogo, e vinha contendo os ataques do presidente Mauricio Macri. Faurie é mais afinado com o líder. Agora, o bloco deve ao menos discutir outras possibilidades além da suspensão atual. Uma delas é acionar a cláusula democrática do protocolo de Ushuaia, que prevê medidas mais duras. Elas incluem até mesmo o fechamento de fronteiras, do tráfego aéreo e marítimo e a suspensão do comércio e do fornecimento de energia. Segundo a Folha apurou, os países têm hesitado em adotar a medida porque aumentaria a crise humanitária venezuelana. Mas não está descartado que discutam sua aplicação, total ou parcial. Outra medida que marca o endurecimento contra Caracas foi o convite ao presidente da Assembleia Nacional venezuelana, o opositor Julio Borges, para participar da cúpula de presidentes. O adversário de Maduro confirmou presença no evento e disse nesta quarta (19) que pretende explicar a situação do país e as medidas após o plebiscito simbólico que rejeitou a Constituinte. Ele tem sido um dos principais líderes da oposição a manter contato e fazer visitas a líderes de governos latinos para pressionar Maduro. BACHELET E EVO Além dos líderes dos países-membros do bloco, Macri (Argentina), Michel Temer (Brasil), Horacio Cartes (Paraguai) e Tabaré Vázquez (Uruguai), estarão presentes, como representantes de Estados associados ao Mercosul, Michelle Bachelet (Chile) e Evo Morales (Bolivia). Os mandatários se reúnem na sexta-feira (21). Segundo o Itamaraty, Temer deverá chegar a Mendoza na noite de quinta (19). A presidente chilena vem conversando com regularidade com Macri sobre os mecanismos para a aproximação do bloco com a Aliança do Pacífico (formada por Chile, México, Colômbia e Peru). Já Morales vem também para participar de uma "contracúpula", organizada por movimentos sociais que virão a Mendoza para protestar contra a prisão de Milagro Sala, opositora de Macri considerada presa política pela ONG Anistia Internacional, e detida em Jujuy (noroeste) há quase dois anos, sem uma condenação final. Quem vem destoando mais do grupo é o Uruguai, único país do bloco original hoje governado pela esquerda. Além de manter uma posição de cautela quanto à Venezuela, o país, devido a uma crise econômica, voltou a subir taxas de produtos importados de dentro e fora do Mercosul. A medida levou à reação da Argentina. "Num momento em que concordamos em derrubar barreiras, voltar a medidas protecionistas é um retrocesso", disse Faurie. Para o economista Marcelo Elizondo, o Mercosul precisa ser redesenhado para aumentar sua participação no comércio mundial. "Em 2012, o bloco respondia por 1,92% do comércio mundial, hoje isso caiu para 1,68%", diz.
| 3 |
Heróis cotidianos dos direitos humanos
|
Nesta semana, Alemanha e França honram mulheres e homens corajosos que se engajam em todo o mundo pelos direitos de seus próximos. São pessoas como a brasileira Maria da Penha, que ficou confinada a uma cadeira de rodas depois que seu marido a atacou e que hoje luta com perseverança pela proteção das mulheres vítimas de violência doméstica. Sunitha Krishnan, da Índia, se engaja contra a prostituição forçada e o tráfico de seres humanos em seu país. No Chade, Jacqueline Moudeïna lutou com grande coragem e com sucesso para que o antigo presidente Hissène Habré fosse responsabilizado pelos crimes cometidos durante seu mandato. Na Síria, Raed al Saleh é o chefe dos White Helmets, um grupo de voluntários que na guerra civil ajuda a resgatar pessoas soterradas após ataques aéreos e a reconstruir infraestruturas. Todos eles são pessoas oriundas das mais diferentes partes do mundo e foram marcadas pelas experiências mais diversas. Mas há algo que os une: a luta pelos direitos de seus próximos. Para honrar esse engajamento, decidimos em conjunto criar um Prêmio Franco-Alemão de Direitos Humanos e do Estado de Direito, concedido nesta quinta (1º/12), em Berlim, pela primeira vez. Com ele, prestamos homenagem a pessoas que se empenham de forma dedicada em prol de outros, muitas vezes sob condições difíceis e correndo elevados riscos. Para França e Alemanha, a proteção e a promoção dos direitos humanos constituem o núcleo de nossas atividades em matéria de política externa. Por isso, como comunidade global, comprometemo-nos com esses direitos após as pavorosas guerras mundiais do século 20 - no âmbito das Nações Unidas, do Conselho da Europa e da União Europeia. Hoje, porém, precisamos assegurar que essa grande conquista não seja posta em dúvida. Constatamos esse perigo de erosão -em um mundo em que cada vez mais governos limitam liberdades públicas e individuais- em nome da segurança, da estabilidade política ou das especificidades culturais. Também vemos isso acontecer em democracias, quando são presos jornalistas, advogados e membros de organizações não governamentais; quando se tenta construir muros, apesar de a história nos ensinar que jamais servem como solução. É com determinação que França e Alemanha se opõem a essas tendências. Em nossas numerosas viagens conjuntas, vimos de perto o que significa para uma população ser privada de seus direitos elementares. Por esse motivo, fazemos uso de todo o leque de instrumentos de nossa política externa na defesa dessa causa -desde apoiar defensores locais dos direitos humanos até o fomento da governança democrática, da prevenção de crises à gestão pós-conflito. Como ministros do Exterior, continuaremos a lutar de forma incansável não só pela denúncia de violações de direitos mas também pela proteção ativa das pessoas contra a restrição de suas liberdades fundamentais. O Prêmio Franco-Alemão de Direitos Humanos e do Estado de Direito é expressão disso. Para mais informações sobre os laureados deste ano, consulte os seguintes nos sites da Representações da República Federal da Alemanha no Brasil e da Embaixada da França no Brasil JEAN-MARC AYRAULT é ministro das Relações Exteriores da França. Foi primeiro-ministro francês de maio de 2012 a março de 2014 FRANK-WALTER STEINMEIER é é ministro das Relações Exteriores da Alemanha, cargo que também ocupou de 2005 a 2009 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
|
opiniao
|
Heróis cotidianos dos direitos humanosNesta semana, Alemanha e França honram mulheres e homens corajosos que se engajam em todo o mundo pelos direitos de seus próximos. São pessoas como a brasileira Maria da Penha, que ficou confinada a uma cadeira de rodas depois que seu marido a atacou e que hoje luta com perseverança pela proteção das mulheres vítimas de violência doméstica. Sunitha Krishnan, da Índia, se engaja contra a prostituição forçada e o tráfico de seres humanos em seu país. No Chade, Jacqueline Moudeïna lutou com grande coragem e com sucesso para que o antigo presidente Hissène Habré fosse responsabilizado pelos crimes cometidos durante seu mandato. Na Síria, Raed al Saleh é o chefe dos White Helmets, um grupo de voluntários que na guerra civil ajuda a resgatar pessoas soterradas após ataques aéreos e a reconstruir infraestruturas. Todos eles são pessoas oriundas das mais diferentes partes do mundo e foram marcadas pelas experiências mais diversas. Mas há algo que os une: a luta pelos direitos de seus próximos. Para honrar esse engajamento, decidimos em conjunto criar um Prêmio Franco-Alemão de Direitos Humanos e do Estado de Direito, concedido nesta quinta (1º/12), em Berlim, pela primeira vez. Com ele, prestamos homenagem a pessoas que se empenham de forma dedicada em prol de outros, muitas vezes sob condições difíceis e correndo elevados riscos. Para França e Alemanha, a proteção e a promoção dos direitos humanos constituem o núcleo de nossas atividades em matéria de política externa. Por isso, como comunidade global, comprometemo-nos com esses direitos após as pavorosas guerras mundiais do século 20 - no âmbito das Nações Unidas, do Conselho da Europa e da União Europeia. Hoje, porém, precisamos assegurar que essa grande conquista não seja posta em dúvida. Constatamos esse perigo de erosão -em um mundo em que cada vez mais governos limitam liberdades públicas e individuais- em nome da segurança, da estabilidade política ou das especificidades culturais. Também vemos isso acontecer em democracias, quando são presos jornalistas, advogados e membros de organizações não governamentais; quando se tenta construir muros, apesar de a história nos ensinar que jamais servem como solução. É com determinação que França e Alemanha se opõem a essas tendências. Em nossas numerosas viagens conjuntas, vimos de perto o que significa para uma população ser privada de seus direitos elementares. Por esse motivo, fazemos uso de todo o leque de instrumentos de nossa política externa na defesa dessa causa -desde apoiar defensores locais dos direitos humanos até o fomento da governança democrática, da prevenção de crises à gestão pós-conflito. Como ministros do Exterior, continuaremos a lutar de forma incansável não só pela denúncia de violações de direitos mas também pela proteção ativa das pessoas contra a restrição de suas liberdades fundamentais. O Prêmio Franco-Alemão de Direitos Humanos e do Estado de Direito é expressão disso. Para mais informações sobre os laureados deste ano, consulte os seguintes nos sites da Representações da República Federal da Alemanha no Brasil e da Embaixada da França no Brasil JEAN-MARC AYRAULT é ministro das Relações Exteriores da França. Foi primeiro-ministro francês de maio de 2012 a março de 2014 FRANK-WALTER STEINMEIER é é ministro das Relações Exteriores da Alemanha, cargo que também ocupou de 2005 a 2009 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
| 14 |
Trump, pede para sair
|
Donald Trump lembrou nesta quarta-feira (17) Luiz Inácio Lula da Silva e suas reiteradas queixas sobre perseguição da mídia. Disse Trump que "nenhum político na História tem sido tratado pior e mais injustamente" [do que ele]. Ao contrário de Lula, no entanto, Trump tem razão em parte. O brasileiro deveu sua ascensão à simpatia com que sua história de vida foi retratada pela mídia, que, depois, jamais omitiu os bons resultados de seu governo, o que ajudou a consolidar a sua imagem. O que a mídia não deixou de fazer é apontar o que até um ícone da esquerda e incansável bajulador do lulopetismo, como Noam Chomsky, acaba de fazer, em entrevista à Democracy Now: "É simplesmente doloroso ver que o Partido dos Trabalhadores, que levou adiante medidas significativas, não pôde manter suas mãos longe da caixa registradora. Eles se juntaram à elite extremamente corrupta, que está roubando o tempo todo, tomaram parte nisso e se desacreditaram." Voltemos a Trump. De fato, minha memória não registra um presidente que tenha sido tão alvejado como ele. Chegou-se a um ponto em que a mais sintética mas, ao mesmo tempo, a mais precisa descrição da conjuntura norte-americana pertence a Rachel Maddow (rede MSNBC): "A hipérbole está morta", soltou na terça-feira (16). De fato, a administração Trump produz tal quantidade de despautérios e com tanta frequência que se tornou impossível exagerar na retórica a respeito. É como escreve o "Financial Times": "Donald Trump precisou de apenas quatro meses para conseguir o que Richard Nixon levou mais do que quatro anos. Ou, em outras palavras, colocar-se em uma situação em que a palavra impeachment deixa de ser um delírio para se tornar uma possibilidade clara e presente —do meu ponto de vista, até desejável. Significa que o bombardeio de que o presidente se queixa não é uma conspiração contra ele, promovida pelos "inimigos do povo", como Trump se refere à mídia, em eco de retórica nazista ou soviética. É apenas o registro factual de impropriedades. E, no caso mais recente, de um potencial crime, o de obstrução da Justiça, como revelado no memorando em que o então diretor do FMI, James Comey, registra que o presidente pediu que ele encerrasse a investigação sobre ligações entre o pessoal de Trump e a Rússia. O grave em todo o cerco a Trump é que as críticas acabaram se concentrando mais no caráter do presidente do que propriamente nas medidas que ele adota. Nem vou citar os "inimigos do povo". Nesta quarta-feira, o sítio "Times of Israel" publica declarações de Shabtai Shavit, ex-chefe do Mossad, o serviço israelense de inteligência, que qualifica Trump como "touro em loja de louças" e acrescenta: se lhe pedissem que passasse informações para a CIA, faria o possível para não entregá-las. É o mesmo que dizer, como escreveu Edward Luce (Financial Times), que "a maioria das pessoas sabe que Mr. Trump não serve para ser comandante-em-chefe". Não serve também, portanto, para ser presidente.
|
colunas
|
Trump, pede para sairDonald Trump lembrou nesta quarta-feira (17) Luiz Inácio Lula da Silva e suas reiteradas queixas sobre perseguição da mídia. Disse Trump que "nenhum político na História tem sido tratado pior e mais injustamente" [do que ele]. Ao contrário de Lula, no entanto, Trump tem razão em parte. O brasileiro deveu sua ascensão à simpatia com que sua história de vida foi retratada pela mídia, que, depois, jamais omitiu os bons resultados de seu governo, o que ajudou a consolidar a sua imagem. O que a mídia não deixou de fazer é apontar o que até um ícone da esquerda e incansável bajulador do lulopetismo, como Noam Chomsky, acaba de fazer, em entrevista à Democracy Now: "É simplesmente doloroso ver que o Partido dos Trabalhadores, que levou adiante medidas significativas, não pôde manter suas mãos longe da caixa registradora. Eles se juntaram à elite extremamente corrupta, que está roubando o tempo todo, tomaram parte nisso e se desacreditaram." Voltemos a Trump. De fato, minha memória não registra um presidente que tenha sido tão alvejado como ele. Chegou-se a um ponto em que a mais sintética mas, ao mesmo tempo, a mais precisa descrição da conjuntura norte-americana pertence a Rachel Maddow (rede MSNBC): "A hipérbole está morta", soltou na terça-feira (16). De fato, a administração Trump produz tal quantidade de despautérios e com tanta frequência que se tornou impossível exagerar na retórica a respeito. É como escreve o "Financial Times": "Donald Trump precisou de apenas quatro meses para conseguir o que Richard Nixon levou mais do que quatro anos. Ou, em outras palavras, colocar-se em uma situação em que a palavra impeachment deixa de ser um delírio para se tornar uma possibilidade clara e presente —do meu ponto de vista, até desejável. Significa que o bombardeio de que o presidente se queixa não é uma conspiração contra ele, promovida pelos "inimigos do povo", como Trump se refere à mídia, em eco de retórica nazista ou soviética. É apenas o registro factual de impropriedades. E, no caso mais recente, de um potencial crime, o de obstrução da Justiça, como revelado no memorando em que o então diretor do FMI, James Comey, registra que o presidente pediu que ele encerrasse a investigação sobre ligações entre o pessoal de Trump e a Rússia. O grave em todo o cerco a Trump é que as críticas acabaram se concentrando mais no caráter do presidente do que propriamente nas medidas que ele adota. Nem vou citar os "inimigos do povo". Nesta quarta-feira, o sítio "Times of Israel" publica declarações de Shabtai Shavit, ex-chefe do Mossad, o serviço israelense de inteligência, que qualifica Trump como "touro em loja de louças" e acrescenta: se lhe pedissem que passasse informações para a CIA, faria o possível para não entregá-las. É o mesmo que dizer, como escreveu Edward Luce (Financial Times), que "a maioria das pessoas sabe que Mr. Trump não serve para ser comandante-em-chefe". Não serve também, portanto, para ser presidente.
| 10 |
Técnico do Chile elogia evolução com Tite, mas vê fraquezas na seleção
|
Juan Antonio Pizzi não entrou em detalhes, mas disse acreditar que a seleção brasileira tem fraquezas que podem ser exploradas pelo Chile. A classificação da equipe para a Copa do Mundo de 2018 se apoia nisso. Apesar de estar em terceiro nas eliminatórias sul-americanas, com 26 pontos, há o risco de eliminação se não vencer. Esse é o único resultado que classifica os chilenos sem que tenham de se preocupar com outros jogos. Do vice-líder Uruguai para o sétimo colocado Paraguai, a diferença é de quatro pontos. A partida será nesta terça (10), às 20h30, no Allianz Parque, em São Paulo. O Brasil jamais foi derrotado em partidas pelas eliminatórias como mandante. "A cada virtude que há em uma equipe adversária, há fraqueza. Assim como o Brasil. Temos muitas virtudes. Estou convencido que temos time para disputar o jogo com o Brasil. O trabalho de Tite é estupendo: modificou em pouco tempo a equipe, que era cercada de muitas dúvidas. Mas temos o mesmo tipo de individualidade", disse o treinador nascido na Argentina. Pizzi vai esperar por Charles Aránguiz até o último momento. O volante ex-Internacional tem lesão na panturrilha. A crise no meio-campo se torna maior porque o principal nome do setor, o meia Arturo Vidal, está suspenso. Argentino, Pizzi pode ajudar a eliminar a seleção do seu país. Não que esteja muito preocupado com isso. No ano passado, ele foi o técnico que derrotou seus compatriotas na final da Copa América. Depois da partida, Lionel Messi anunciou que abandonaria a seleção. Voltou atrás meses depois. O treinador sabe que sua reputação está em jogo. O Chile viveu altos e baixos nas eliminatórias. Venceu na última rodada o Equador, em casa, mas havia perdido nas duas anteriores. "Sem deixar de reconhecer a minha nacionalidade, também quero ser muito claro que minha ocupação está pura e exclusivamente com a minha equipe. As demais seleções têm o trabalho delas. Eu me ocupo apenas com o meu jogo com o Brasil", afirmou. O Chile esteve presente nas duas últimas Copas e, apesar de ter conquistado duas Copas Américas seguidas (2015 e 2016), não estar na Rússia em 2018 abriria uma crise na seleção do país. "Sei o que vai se passar com qualquer uma das situações, faz parte do futebol. Estou preparado porque sempre fui equilibrado. Qualquer que seja o resultado, vou manter o equilíbrio", finaliza.
|
esporte
|
Técnico do Chile elogia evolução com Tite, mas vê fraquezas na seleçãoJuan Antonio Pizzi não entrou em detalhes, mas disse acreditar que a seleção brasileira tem fraquezas que podem ser exploradas pelo Chile. A classificação da equipe para a Copa do Mundo de 2018 se apoia nisso. Apesar de estar em terceiro nas eliminatórias sul-americanas, com 26 pontos, há o risco de eliminação se não vencer. Esse é o único resultado que classifica os chilenos sem que tenham de se preocupar com outros jogos. Do vice-líder Uruguai para o sétimo colocado Paraguai, a diferença é de quatro pontos. A partida será nesta terça (10), às 20h30, no Allianz Parque, em São Paulo. O Brasil jamais foi derrotado em partidas pelas eliminatórias como mandante. "A cada virtude que há em uma equipe adversária, há fraqueza. Assim como o Brasil. Temos muitas virtudes. Estou convencido que temos time para disputar o jogo com o Brasil. O trabalho de Tite é estupendo: modificou em pouco tempo a equipe, que era cercada de muitas dúvidas. Mas temos o mesmo tipo de individualidade", disse o treinador nascido na Argentina. Pizzi vai esperar por Charles Aránguiz até o último momento. O volante ex-Internacional tem lesão na panturrilha. A crise no meio-campo se torna maior porque o principal nome do setor, o meia Arturo Vidal, está suspenso. Argentino, Pizzi pode ajudar a eliminar a seleção do seu país. Não que esteja muito preocupado com isso. No ano passado, ele foi o técnico que derrotou seus compatriotas na final da Copa América. Depois da partida, Lionel Messi anunciou que abandonaria a seleção. Voltou atrás meses depois. O treinador sabe que sua reputação está em jogo. O Chile viveu altos e baixos nas eliminatórias. Venceu na última rodada o Equador, em casa, mas havia perdido nas duas anteriores. "Sem deixar de reconhecer a minha nacionalidade, também quero ser muito claro que minha ocupação está pura e exclusivamente com a minha equipe. As demais seleções têm o trabalho delas. Eu me ocupo apenas com o meu jogo com o Brasil", afirmou. O Chile esteve presente nas duas últimas Copas e, apesar de ter conquistado duas Copas Américas seguidas (2015 e 2016), não estar na Rússia em 2018 abriria uma crise na seleção do país. "Sei o que vai se passar com qualquer uma das situações, faz parte do futebol. Estou preparado porque sempre fui equilibrado. Qualquer que seja o resultado, vou manter o equilíbrio", finaliza.
| 4 |
Dentistas apostam em formas de tratar a cárie sem o motorzinho
|
Um mascarado com luvas e máscara liga um barulhento aparelho e o aproxima do rosto de uma pessoa. Poderia ser um filme terror, mas é só uma visita ao dentista. Alguns profissionais, cientes do terror causado pelo motorzinho, e avaliando a severidade de cada caso, têm deixado o aparelho de lado e, em certos casos, até mesmo largado as cáries quietas em seus cantos. O tratamento costumeiro, pelo menos até então, era a remoção completa, na qual toda área cariada era extirpada. O protagonista da tarefa, claro, era o motorzinho, aparelho que, com auxílio de brocas em alta rotação, desgasta o dente. (A descrição não deixa de ser assustadora) Seguindo uma filosofia odontológica de mínima intervenção, muito desse estresse pode ser evitado e é possível até não fazer absolutamente nada em relação a uma cárie. "É igual quando você tem uma pinta e procura um dermatologista", afirma José Imparato, presidente da ABO (Associação Brasileira de Odontopediatria) e professor da USP. "Você vai controlar a lesão da cárie assim como controla pintas no corpo, sem precisar remover todas." Novos modos de tratar as cáries A cárie, em geral, pode ser dividida em duas partes. Uma delas é a infectada, cheia de bactérias, amolecida e morta. A outra é a área afetada, mais seca e com menos bactérias. A ideia é fazer uma remoção seletiva, ou seja, retirar somente a primeira parte. É possível fazer uma remoção mecânica ou unir a ação de instrumentos manuais com a remoção química. Entram, em ação, então, compostos que conseguem amolecer a cárie ainda mais, facilitando a remoção seletiva. Nesse caso, géis à base de papaína (enzima extraída originalmente do mamão) são uma opção. "O tratamento com gel é conservador. Na maioria das vezes nem usamos motor", diz Sandra Kalil, criadora de um dos produtos à base de papaína disponíveis no mercado. "Ele reage com o tecido cariado e não com o normal. Tira a 'terra ruim' sem afetar a boa", diz Alexandre Magno, consultor científico de outro desses produtos, recém-lançado. Bisnagas de um dos produtos, por exemplo, podem ser encontrados por volta de R$ 80 e ser usados para entre 40 e 50 aplicações (cerca R$ 2 por aplicação). "O tratamento não é mais caro por causa disso [do gel], pode ser até mais barato", diz Kalil. Lasers também fazem parte do arsenal do tratamento dentário. Finalmente, não remover nada também é uma opção dentro da filosofia de mínima intervenção. Se a lesão da cárie for pequena e não estiver muito profunda na dentina (camada interna do dente), o buraco pode ser selado com substâncias adequadas, sem a necessidade de remoção. Esses procedimentos menos invasivos são agrupados sob a sigla ART (Tratamento Restaurador Atraumático, na sigla em inglês). Nenhum deles, contudo, substitui completamente o uso do motorzinho. São maneiras complementares de tratar a cárie, dependendo das condições do paciente, dizem especialistas. DIAGNÓSTICO As novas diretrizes da cariologia (área do conhecimento que estuda cáries)afastam o motorzinho da boca das pessoas menos por novas tecnologias e mais pela preocupação com diagnósticos precisos. "Tratamentos invasivos vêm perdendo espaço, é uma tendência", afirma o cirurgião-dentista Rodrigo Moraes. Ele diz que antes se acreditava que um pontinho preto no dente contaminava toda a área ao redor. José Imparato compara a situação com cirurgias cardíacas que antes precisavam da abertura do peito e hoje são resolvidas com pequenas incisões. "É claro que a pessoa vai preferir a menos invasiva." "Às vezes a lesão não é visível. Quem se incomoda é o dentista, não o paciente", diz o presidente da ABO. Ele afirma que, se antes o explorador dental (o pequeno gancho dos dentistas) era passado bruscamente pelos dentes à procura da cárie, hoje o diagnóstico se baseia mais no visual e em radiografias. Contudo, manter bons hábitos de higiene bucal, como escovação, uso de fio dental e escovas interdentais é o melhor tratamento não invasivo, segundo Moraes. "Em tempos de crise as pessoas tendem a negligenciar a ida ao dentista. É muito mais caro depois reconstituir dentes estragados do que investir um pouco na saúde bucal", afirma o cirurgião-dentista.
|
equilibrioesaude
|
Dentistas apostam em formas de tratar a cárie sem o motorzinhoUm mascarado com luvas e máscara liga um barulhento aparelho e o aproxima do rosto de uma pessoa. Poderia ser um filme terror, mas é só uma visita ao dentista. Alguns profissionais, cientes do terror causado pelo motorzinho, e avaliando a severidade de cada caso, têm deixado o aparelho de lado e, em certos casos, até mesmo largado as cáries quietas em seus cantos. O tratamento costumeiro, pelo menos até então, era a remoção completa, na qual toda área cariada era extirpada. O protagonista da tarefa, claro, era o motorzinho, aparelho que, com auxílio de brocas em alta rotação, desgasta o dente. (A descrição não deixa de ser assustadora) Seguindo uma filosofia odontológica de mínima intervenção, muito desse estresse pode ser evitado e é possível até não fazer absolutamente nada em relação a uma cárie. "É igual quando você tem uma pinta e procura um dermatologista", afirma José Imparato, presidente da ABO (Associação Brasileira de Odontopediatria) e professor da USP. "Você vai controlar a lesão da cárie assim como controla pintas no corpo, sem precisar remover todas." Novos modos de tratar as cáries A cárie, em geral, pode ser dividida em duas partes. Uma delas é a infectada, cheia de bactérias, amolecida e morta. A outra é a área afetada, mais seca e com menos bactérias. A ideia é fazer uma remoção seletiva, ou seja, retirar somente a primeira parte. É possível fazer uma remoção mecânica ou unir a ação de instrumentos manuais com a remoção química. Entram, em ação, então, compostos que conseguem amolecer a cárie ainda mais, facilitando a remoção seletiva. Nesse caso, géis à base de papaína (enzima extraída originalmente do mamão) são uma opção. "O tratamento com gel é conservador. Na maioria das vezes nem usamos motor", diz Sandra Kalil, criadora de um dos produtos à base de papaína disponíveis no mercado. "Ele reage com o tecido cariado e não com o normal. Tira a 'terra ruim' sem afetar a boa", diz Alexandre Magno, consultor científico de outro desses produtos, recém-lançado. Bisnagas de um dos produtos, por exemplo, podem ser encontrados por volta de R$ 80 e ser usados para entre 40 e 50 aplicações (cerca R$ 2 por aplicação). "O tratamento não é mais caro por causa disso [do gel], pode ser até mais barato", diz Kalil. Lasers também fazem parte do arsenal do tratamento dentário. Finalmente, não remover nada também é uma opção dentro da filosofia de mínima intervenção. Se a lesão da cárie for pequena e não estiver muito profunda na dentina (camada interna do dente), o buraco pode ser selado com substâncias adequadas, sem a necessidade de remoção. Esses procedimentos menos invasivos são agrupados sob a sigla ART (Tratamento Restaurador Atraumático, na sigla em inglês). Nenhum deles, contudo, substitui completamente o uso do motorzinho. São maneiras complementares de tratar a cárie, dependendo das condições do paciente, dizem especialistas. DIAGNÓSTICO As novas diretrizes da cariologia (área do conhecimento que estuda cáries)afastam o motorzinho da boca das pessoas menos por novas tecnologias e mais pela preocupação com diagnósticos precisos. "Tratamentos invasivos vêm perdendo espaço, é uma tendência", afirma o cirurgião-dentista Rodrigo Moraes. Ele diz que antes se acreditava que um pontinho preto no dente contaminava toda a área ao redor. José Imparato compara a situação com cirurgias cardíacas que antes precisavam da abertura do peito e hoje são resolvidas com pequenas incisões. "É claro que a pessoa vai preferir a menos invasiva." "Às vezes a lesão não é visível. Quem se incomoda é o dentista, não o paciente", diz o presidente da ABO. Ele afirma que, se antes o explorador dental (o pequeno gancho dos dentistas) era passado bruscamente pelos dentes à procura da cárie, hoje o diagnóstico se baseia mais no visual e em radiografias. Contudo, manter bons hábitos de higiene bucal, como escovação, uso de fio dental e escovas interdentais é o melhor tratamento não invasivo, segundo Moraes. "Em tempos de crise as pessoas tendem a negligenciar a ida ao dentista. É muito mais caro depois reconstituir dentes estragados do que investir um pouco na saúde bucal", afirma o cirurgião-dentista.
| 8 |
Rede de hotéis elimina serviço pay-per-view de canais pornográficos
|
A rede de hotéis e resorts Hilton vai remover os canais "on demand" de pornografia de todos os seus estabelecimentos. A mudança de política foi anunciada pelo Centro Nacional sobre Exploração Sexual dos EUA (NCSE, sigla em inglês para National Center on Sexual Exploitation) e confirmada à Folha pela assessoria de imprensa da rede. Segundo a empresa, a medida já entrou em vigor e, até o fim do mês, nenhum dos mais de 4.400 hotéis das marcas Hilton –que incluem as bandeiras Waldord Astoria e Conrad– deve renovar ou criar um contrato com canais de pay-per-view pornográficos. A rede, hoje, tem dois hotéis no Brasil –um em São Paulo e outro, aberto em abril deste ano, no Rio de Janeiro; há outros 23 na América do Sul. O banimento dos canais pornô tem a ver com a publicação, pela NCSE, de uma lista anual de 12 companhias que contribuem para a "exploração sexual". Neste ano, por exemplo, a "dirty dozen" inclui o Facebook, a série de livros "Cinquenta Tons de Cinza" e o YouTube. A rede Hilton estava no ranking até o anúncio da nova medida.
|
turismo
|
Rede de hotéis elimina serviço pay-per-view de canais pornográficosA rede de hotéis e resorts Hilton vai remover os canais "on demand" de pornografia de todos os seus estabelecimentos. A mudança de política foi anunciada pelo Centro Nacional sobre Exploração Sexual dos EUA (NCSE, sigla em inglês para National Center on Sexual Exploitation) e confirmada à Folha pela assessoria de imprensa da rede. Segundo a empresa, a medida já entrou em vigor e, até o fim do mês, nenhum dos mais de 4.400 hotéis das marcas Hilton –que incluem as bandeiras Waldord Astoria e Conrad– deve renovar ou criar um contrato com canais de pay-per-view pornográficos. A rede, hoje, tem dois hotéis no Brasil –um em São Paulo e outro, aberto em abril deste ano, no Rio de Janeiro; há outros 23 na América do Sul. O banimento dos canais pornô tem a ver com a publicação, pela NCSE, de uma lista anual de 12 companhias que contribuem para a "exploração sexual". Neste ano, por exemplo, a "dirty dozen" inclui o Facebook, a série de livros "Cinquenta Tons de Cinza" e o YouTube. A rede Hilton estava no ranking até o anúncio da nova medida.
| 20 |
Fotógrafa exalta amor próprio em ensaio com casais em momentos de intimidade
|
Alle Manzano já foi bloqueada no Facebook por 18 vezes. Já perdeu outras quatro contas na rede social, além de perder outras três no Instagram. Isso porque a fotógrafa paulistana posta algumas imagens de seu trabalho. Há seis anos ela resolveu começar a tirar fotos de mulheres nuas. "Fico decepcionada. Vivemos no século 21 e ainda existe esse tabu com uma coisa simples", conta ela que, sem muita opção, aceita o bloqueio, mas sempre publica novamente a foto banida. "Defendo minha arte até o fim." Com mais uma série de fotos, Manzano apresenta na Art Lab Gallery, a partir desta quinta (15), a exposição "Amem-se". Acompanhadas por poesias de Helena Ferreira, as cenas das 15 fotos exibidas foram inspiradas em algumas músicas do cantor Otto e tentam passar ao público sentimentos e emoções de casais em momentos de intimidade. Com curadoria de Márcia Goldstein, uma das mensagens que a artista quer transmitir é a de amor próprio que as pessoas devem sentir. "Antes de se doar para o seu par, a pessoa tem de se sentir bem consigo mesmo e se amar", diz. Para reforçar a ideia, ela diz que selecionou casais "que se amam já no olhar". AMEM-SE, POR ALLE MANZANO ONDE: Art Lab Gallery - rua da Consolação, 3.387, Cerqueira César, São Paulo QUANDO: 15 a 24 de dezembro 11h às 19h QUANTO: Grátis
|
ilustrada
|
Fotógrafa exalta amor próprio em ensaio com casais em momentos de intimidadeAlle Manzano já foi bloqueada no Facebook por 18 vezes. Já perdeu outras quatro contas na rede social, além de perder outras três no Instagram. Isso porque a fotógrafa paulistana posta algumas imagens de seu trabalho. Há seis anos ela resolveu começar a tirar fotos de mulheres nuas. "Fico decepcionada. Vivemos no século 21 e ainda existe esse tabu com uma coisa simples", conta ela que, sem muita opção, aceita o bloqueio, mas sempre publica novamente a foto banida. "Defendo minha arte até o fim." Com mais uma série de fotos, Manzano apresenta na Art Lab Gallery, a partir desta quinta (15), a exposição "Amem-se". Acompanhadas por poesias de Helena Ferreira, as cenas das 15 fotos exibidas foram inspiradas em algumas músicas do cantor Otto e tentam passar ao público sentimentos e emoções de casais em momentos de intimidade. Com curadoria de Márcia Goldstein, uma das mensagens que a artista quer transmitir é a de amor próprio que as pessoas devem sentir. "Antes de se doar para o seu par, a pessoa tem de se sentir bem consigo mesmo e se amar", diz. Para reforçar a ideia, ela diz que selecionou casais "que se amam já no olhar". AMEM-SE, POR ALLE MANZANO ONDE: Art Lab Gallery - rua da Consolação, 3.387, Cerqueira César, São Paulo QUANDO: 15 a 24 de dezembro 11h às 19h QUANTO: Grátis
| 1 |
Se for raspar o tacho, é preciso reduzir endividamento e despesa com juros
|
Ponha-se na seguinte situação: você tem a receber certo montante de dinheiro de várias pessoas. Não será tudo pago de uma única vez, mas distribuído ao longo de muitos anos. Por outro lado você está endividado e enfrenta dificuldades financeiras. Parece natural, portanto, que pense em alguma forma de antecipar aquilo que irá receber para abater suas dívidas, medida que ainda ajudaria a reduzir suas despesas com juros. Isto não difere, em essência, da proposta de "securitização de recebíveis" recentemente colocada em discussão no Congresso. Tanto o governo federal como os estaduais têm a receber um fluxo de recursos relativo a tributos que não haviam sido pagos, mas que foram regularizados ao longo do tempo. Tipicamente, empresas prometem pagar os atrasados dentro de um prazo determinado sob certas condições (abatimento de multas, etc). O que se propõe, neste contexto, é que governos possam antecipar a entrada destes recursos vendendo a potenciais interessados o direito a seu recebimento. Trata-se, em última análise, da venda de um ativo do governo, equivalente à venda de uma propriedade, que, estima-se, poderia gerar algo da ordem de R$ 55 bilhões para o governo federal e R$ 30 bilhões para os governos estaduais. Há, porém, oposição. Representantes da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional acreditam que o governo só deve vender o osso (créditos com maior risco econômico) e manter para si o filé. É uma bobagem: quem vende osso, recebe o valor de osso; quem vende filé, recebe o valor de filé. A questão aqui é criar mecanismos que favoreçam a competição por estes créditos, de forma a garantir o maior valor possível, deixando claro, desde o início, que o risco de crédito depois da venda fica todo para o comprador, sem passivos para o setor público. Posto de outra forma, se o filé for realmente tão bom como defendido pela PGFN um leilão bem desenhado (e há gente no governo que entende do assunto ) garantirá que se pague o valor correto por estes créditos. Isto dito, se a venda de recebíveis equivale à alienação de ativos, seu tratamento contábil não pode ser diferente daquele adotado até agora. Recursos oriundos de privatização, por exemplo, de natureza similar à securitização, não foram tratados como receitas fiscais, ou seja, estes ingressos não se traduziram em redução do déficit público. Uma analogia pode ser útil: a família que vende um de seus carros não contabilizaria o dinheiro da venda como salário de seus membros. Da mesma forma, vendas de ativos não representam renda corrente regular, mas uma operação pontual, de natureza diferente do fluxo normal de receitas do governo. Devem, portanto, ser entendidas como financiamento do déficit, não como receita do governo. Também por este motivo eventuais recursos obtidos com a securitização não devem ser usados para o pagamento de despesas correntes. Mantendo a analogia, não seria uma boa ideia para a família acima vender o carro para pagar as férias, em particular se tiver dívidas. Estes recursos devem ser usados para reduzir o endividamento e a despesa com juros. No final das contas, se bem feita, a securitização pode ajudar a reduzir o ritmo de aumento da dívida. Não vai mudar o jogo, mas daria algum fôlego enquanto o ajuste fiscal não se materializa.
|
colunas
|
Se for raspar o tacho, é preciso reduzir endividamento e despesa com jurosPonha-se na seguinte situação: você tem a receber certo montante de dinheiro de várias pessoas. Não será tudo pago de uma única vez, mas distribuído ao longo de muitos anos. Por outro lado você está endividado e enfrenta dificuldades financeiras. Parece natural, portanto, que pense em alguma forma de antecipar aquilo que irá receber para abater suas dívidas, medida que ainda ajudaria a reduzir suas despesas com juros. Isto não difere, em essência, da proposta de "securitização de recebíveis" recentemente colocada em discussão no Congresso. Tanto o governo federal como os estaduais têm a receber um fluxo de recursos relativo a tributos que não haviam sido pagos, mas que foram regularizados ao longo do tempo. Tipicamente, empresas prometem pagar os atrasados dentro de um prazo determinado sob certas condições (abatimento de multas, etc). O que se propõe, neste contexto, é que governos possam antecipar a entrada destes recursos vendendo a potenciais interessados o direito a seu recebimento. Trata-se, em última análise, da venda de um ativo do governo, equivalente à venda de uma propriedade, que, estima-se, poderia gerar algo da ordem de R$ 55 bilhões para o governo federal e R$ 30 bilhões para os governos estaduais. Há, porém, oposição. Representantes da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional acreditam que o governo só deve vender o osso (créditos com maior risco econômico) e manter para si o filé. É uma bobagem: quem vende osso, recebe o valor de osso; quem vende filé, recebe o valor de filé. A questão aqui é criar mecanismos que favoreçam a competição por estes créditos, de forma a garantir o maior valor possível, deixando claro, desde o início, que o risco de crédito depois da venda fica todo para o comprador, sem passivos para o setor público. Posto de outra forma, se o filé for realmente tão bom como defendido pela PGFN um leilão bem desenhado (e há gente no governo que entende do assunto ) garantirá que se pague o valor correto por estes créditos. Isto dito, se a venda de recebíveis equivale à alienação de ativos, seu tratamento contábil não pode ser diferente daquele adotado até agora. Recursos oriundos de privatização, por exemplo, de natureza similar à securitização, não foram tratados como receitas fiscais, ou seja, estes ingressos não se traduziram em redução do déficit público. Uma analogia pode ser útil: a família que vende um de seus carros não contabilizaria o dinheiro da venda como salário de seus membros. Da mesma forma, vendas de ativos não representam renda corrente regular, mas uma operação pontual, de natureza diferente do fluxo normal de receitas do governo. Devem, portanto, ser entendidas como financiamento do déficit, não como receita do governo. Também por este motivo eventuais recursos obtidos com a securitização não devem ser usados para o pagamento de despesas correntes. Mantendo a analogia, não seria uma boa ideia para a família acima vender o carro para pagar as férias, em particular se tiver dívidas. Estes recursos devem ser usados para reduzir o endividamento e a despesa com juros. No final das contas, se bem feita, a securitização pode ajudar a reduzir o ritmo de aumento da dívida. Não vai mudar o jogo, mas daria algum fôlego enquanto o ajuste fiscal não se materializa.
| 10 |
Hoje na TV: Brasil x Itália, pela Liga Mundial de vôlei
|
7h30 - Wimbledon, tênis, ESPN e ESPN + 7h30 - Mundial de vôlei de praia, oitavas de final, SporTV 3 9h - Wimbledon, tênis, ESPN, ESPN + e SporTV 2 14h - Brasil x Itália, Liga Mundial de vôlei, Band e Globo 14h - Mundial de vôlei de praia, quartas de final, SporTV 3 21h - Fluminense x Santos, Brasileiro, SporTV 21h30 - Winnipeg Blue Bombers x Hamilton Tiger-Cats, futebol canadense, ESPN 5h - Grand Prix de judô, etapa da Mongólia, ESPN e SporTV 2 6h - Treino livre do GP da Inglaterra, F-1, SporTV
|
esporte
|
Hoje na TV: Brasil x Itália, pela Liga Mundial de vôlei7h30 - Wimbledon, tênis, ESPN e ESPN + 7h30 - Mundial de vôlei de praia, oitavas de final, SporTV 3 9h - Wimbledon, tênis, ESPN, ESPN + e SporTV 2 14h - Brasil x Itália, Liga Mundial de vôlei, Band e Globo 14h - Mundial de vôlei de praia, quartas de final, SporTV 3 21h - Fluminense x Santos, Brasileiro, SporTV 21h30 - Winnipeg Blue Bombers x Hamilton Tiger-Cats, futebol canadense, ESPN 5h - Grand Prix de judô, etapa da Mongólia, ESPN e SporTV 2 6h - Treino livre do GP da Inglaterra, F-1, SporTV
| 4 |
Palmeiras evoluiu muito nos últimos anos, mas não construiu um estilo
|
Bizu foi contratado pelo Palmeiras em março de 1987, credenciado por seus gols pelo Caxias. Passou cinco meses sem marcar e para fugir da seca pediu até para mudar de nome: "Me chamem de Cláudio." Continuou sendo Bizu. No dia 28 de outubro, o Palmeiras foi jogar contra o Santa Cruz, no Arruda. O Santa era lanterna e o Palmeiras de Rubens Minelli brigava para se classificar para as semifinais da Copa União. O Santa Cruz fez 1 x 0 e Bizu virou o jogo. Fez seus dois primeiros gols pelo Palmeiras no dia de São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. A lembrança veio à memória, porque hoje o Palmeiras joga pelo título contra o Santa Cruz, lanterna. O time de hoje é muito melhor do que o de 1987, eliminado pouco depois. O Santa é ainda pior. Tudo dá ideia de que a partida será fácil e Cuca verá sua equipe atropelar o rabeira, para abrir três pontos sobre o Flamengo. "O jogo é difícil", diz um integrante da comissão técnica. Para ganhar pelo Brasileirão, é preciso jogar bem. Na sexta-feira, Cuca falou sobre razões que fazem o Palmeiras fazer boas apresentações e outras discretas. "Nós jogamos de um jeito, aprenderam a nos marcar e treinamos sempre coisas novas para tentar melhorar." Por mais que o Palmeiras tenha evoluído muito nos últimos quatro anos, não houve processo de construção de um estilo. É diferente do São Paulo da década passada ou do Corinthians, com Mano e Tite. A maneira similar de jogar fez com que, com entradas e saídas de jogadores, o Corinthians continuasse forte por seis anos. Parece que isto se perdeu com Cristóvão Borges e agora com Fábio Carille. Vai ser preciso começar de novo. Não se trata de ter o mesmo desenho tático. Contra o Botafogo, Carille adotou o mesmo 4-1-4-1 de Tite e o time foi péssimo. É necessário ser compacto e criativo. O Corinthians de hoje tem só a primeira parte. No caso do Palmeiras, a desconfiança ainda existe porque o time é muito novo. Não o elenco, contratado ano passado e mantido em sua maioria. O jeito de jogar é diferente de quando o treinador era Marcelo Oliveira ou Oswaldo de Oliveira. Não se criou um processo. O Palmeiras joga asfixiando o adversário na saída de bola, explorando jogadas ensaiadas e impondo velocidade perto da grande área apenas porque Cuca quer assim. O nível de maturidade de um clube se alcança quando o estilo é semelhante independentemente dos jogadores e até do treinador. Isto é o Barcelona. Não existe no Brasil. O exemplo do Corinthians é o mais próximo aqui. O Palmeiras da eliminação da Libertadores e da derrota para o Nacional no Allianz Parque, em março, não dava a menor pista de que poderia virar um timaço. Dizia-se que o Palmeiras contratou em quantidade, não em qualidade. Hoje há quem afirme que Cuca dirige o melhor elenco do país. Foi seu trabalho que mudou a percepção geral. Hoje, a primeira missão palmeirense é ganhar o Brasileirão. A segunda, manter Cuca para a Libertadores e depois definir o estilo para o time, com o técnico ou sem ele. Por causa do trabalho de Cuca é que o Palmeiras joga hoje contra o Santa Cruz como favorito. Sem precisar do santo das causas impossíveis. ATLÉTICO VIVO Dos concorrentes ao título do Brasileiro, o Atlético-MG é quem sofre mais gols. Dos últimos dez jogos, foi vazado em oito. É semelhante ao problema que Marcelo Oliveira tinha no Palmeiras, que sofreu gols em todos os últimos 19 jogos de 2015. PRÓXIMOS PASSOS O empate contra o Flamengo mantém o São Paulo 4 pontos distante da zona da degola. Isso exige cuidado. Nas próximas duas rodadas, o time enfrenta Sport, em Recife, e Santos, no Pacaembu. Ricardo Gomes precisa de pelo menos quatro pontos.
|
colunas
|
Palmeiras evoluiu muito nos últimos anos, mas não construiu um estiloBizu foi contratado pelo Palmeiras em março de 1987, credenciado por seus gols pelo Caxias. Passou cinco meses sem marcar e para fugir da seca pediu até para mudar de nome: "Me chamem de Cláudio." Continuou sendo Bizu. No dia 28 de outubro, o Palmeiras foi jogar contra o Santa Cruz, no Arruda. O Santa era lanterna e o Palmeiras de Rubens Minelli brigava para se classificar para as semifinais da Copa União. O Santa Cruz fez 1 x 0 e Bizu virou o jogo. Fez seus dois primeiros gols pelo Palmeiras no dia de São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. A lembrança veio à memória, porque hoje o Palmeiras joga pelo título contra o Santa Cruz, lanterna. O time de hoje é muito melhor do que o de 1987, eliminado pouco depois. O Santa é ainda pior. Tudo dá ideia de que a partida será fácil e Cuca verá sua equipe atropelar o rabeira, para abrir três pontos sobre o Flamengo. "O jogo é difícil", diz um integrante da comissão técnica. Para ganhar pelo Brasileirão, é preciso jogar bem. Na sexta-feira, Cuca falou sobre razões que fazem o Palmeiras fazer boas apresentações e outras discretas. "Nós jogamos de um jeito, aprenderam a nos marcar e treinamos sempre coisas novas para tentar melhorar." Por mais que o Palmeiras tenha evoluído muito nos últimos quatro anos, não houve processo de construção de um estilo. É diferente do São Paulo da década passada ou do Corinthians, com Mano e Tite. A maneira similar de jogar fez com que, com entradas e saídas de jogadores, o Corinthians continuasse forte por seis anos. Parece que isto se perdeu com Cristóvão Borges e agora com Fábio Carille. Vai ser preciso começar de novo. Não se trata de ter o mesmo desenho tático. Contra o Botafogo, Carille adotou o mesmo 4-1-4-1 de Tite e o time foi péssimo. É necessário ser compacto e criativo. O Corinthians de hoje tem só a primeira parte. No caso do Palmeiras, a desconfiança ainda existe porque o time é muito novo. Não o elenco, contratado ano passado e mantido em sua maioria. O jeito de jogar é diferente de quando o treinador era Marcelo Oliveira ou Oswaldo de Oliveira. Não se criou um processo. O Palmeiras joga asfixiando o adversário na saída de bola, explorando jogadas ensaiadas e impondo velocidade perto da grande área apenas porque Cuca quer assim. O nível de maturidade de um clube se alcança quando o estilo é semelhante independentemente dos jogadores e até do treinador. Isto é o Barcelona. Não existe no Brasil. O exemplo do Corinthians é o mais próximo aqui. O Palmeiras da eliminação da Libertadores e da derrota para o Nacional no Allianz Parque, em março, não dava a menor pista de que poderia virar um timaço. Dizia-se que o Palmeiras contratou em quantidade, não em qualidade. Hoje há quem afirme que Cuca dirige o melhor elenco do país. Foi seu trabalho que mudou a percepção geral. Hoje, a primeira missão palmeirense é ganhar o Brasileirão. A segunda, manter Cuca para a Libertadores e depois definir o estilo para o time, com o técnico ou sem ele. Por causa do trabalho de Cuca é que o Palmeiras joga hoje contra o Santa Cruz como favorito. Sem precisar do santo das causas impossíveis. ATLÉTICO VIVO Dos concorrentes ao título do Brasileiro, o Atlético-MG é quem sofre mais gols. Dos últimos dez jogos, foi vazado em oito. É semelhante ao problema que Marcelo Oliveira tinha no Palmeiras, que sofreu gols em todos os últimos 19 jogos de 2015. PRÓXIMOS PASSOS O empate contra o Flamengo mantém o São Paulo 4 pontos distante da zona da degola. Isso exige cuidado. Nas próximas duas rodadas, o time enfrenta Sport, em Recife, e Santos, no Pacaembu. Ricardo Gomes precisa de pelo menos quatro pontos.
| 10 |
Ações de estatais disparam com delação premiada de Delcídio; dólar cai
|
A notícia de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) comprometeu a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula em delação premiada faz a Bolsa se descolar do exterior e subir quase 3%, com os investidores apostando que aumentaram as chances de mudança no governo. A alta do Ibovespa é comandada pelas ações de estatais; os papéis preferenciais subiam mais de 12%, e os ordinários ganhavam mais de 10%. O dólar opera em forte queda, enquanto os juros futuros se ajustam à decisão do Copom (Comitê de Politica Monetária) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. O principal índice da Bolsa paulista subia há pouco 2,83%, aos 46.165,20 pontos, capitaneada pelas ações de estatais. As ações preferenciais da Petrobras ganhavam 12,38%, a R$ 6,35, e as ordinárias subiam 10,37%, a R$ 8,94, apesar da queda do petróleo no mercado internacional. Bolsa sobe e dólar cai com chance de impeachment - Bolsa, em pontos Os papéis ON do Banco do Brasil tinham alta de 9,05%, a R$ 16,02. E as ações da Eletrobras —que não fazem parte do Ibovespa— avançavam 7,10%, a R$ 10,71 (PNB), e 7,97%, a R$ 6,36 (ON). Os papéis PN da estatal mineira Cemig ganhavam 8,18%, a R$ 6,61. Também operavam com alta expressiva os papéis do setor financeiro, Vale e siderúrgicas, entre outros. No mercado de câmbio, o dólar à vista perdia 1,53%, cotado a R$ 3,8288. O dólar comercial recuava 1,54%, a R$ 3,8290. Detalhes do acordo de delação premiada de Delcídio foram veiculados pelo site da revista "Istoé", que publicou reportagem com trechos dos termos de delação. "Não é o clima estável lá fora que vai animar ainda mais os negócios por aqui. Petróleo e Bolsas estáveis lá fora poderiam sugerir alguma realização por aqui, depois das fortes altas dos últimos dias, mas o foco por aqui está no noticiário político", escreveu o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos. "O mercado agradece toda vez que a chance de mudança no comando do país aumenta. Nem mesmo a manutenção dos juros pelo Copom com placar dividido vai tirar a força da expectativa de melhora", acrescenta. Nesta quarta-feira, a moeda americana à vista já havia fechado na menor cotação do ano, enquanto o principal índice da Bolsa paulista alcançou o maior nível de 2016. Analistas e operadores apontaram como um dos fatores para o bom humor do mercado na quarta-feira, além do cenário externo favorável, a informação de que o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da empreiteira OAS condenado a 16 anos de prisão na Operação Lava Jato, decidiu fazer um acordo de delação premiada, segundo a Folha apurou junto a profissionais e investigadores que acompanham as negociações. Bolsa sobe e dólar cai com chance de impeachment - Dólar, em R$ Nos EUA, os índices acionários operavam em baixa: o Dow Jones perdia 0,36%, o S&P 500 recuava 0,39% e o Nasdaq, -0,49%. As Bolsas europeias fecharam com sinais divergentes: Londres (-0,27%), Paris (-0,20%), Frankfurt (-0,25%), Madri (+0,03%) e Milão (+0,78%). Na Ásia, a maioria das Bolsas fechou em alta. O petróleo opera com volatilidade nesta sessão. Em Londres, o Brent perdia há pouco 0,11%, a US$ 36,89 o barril; nos EUA, o WTI recuava 0,09%, a US$ 34,63 o barril. JUROS No mercado de juros futuros, os contratos se ajustam à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. O contrato de DI para janeiro de 2017, que subia, virou e passou a recuar, de 14,060% na véspera para 14,050% e o contrato de DI para janeiro de 2021 caía de 15,300% para 15,080%. Para analistas, depois que o Copom manteve a taxa Selic inalterada em 14,25%, com placar de votação em 6 a 2 —-os votos contrários queriam elevação de 0,5%—, fica afastada a possibilidade de queda da Selic no curto prazo.
|
mercado
|
Ações de estatais disparam com delação premiada de Delcídio; dólar caiA notícia de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) comprometeu a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula em delação premiada faz a Bolsa se descolar do exterior e subir quase 3%, com os investidores apostando que aumentaram as chances de mudança no governo. A alta do Ibovespa é comandada pelas ações de estatais; os papéis preferenciais subiam mais de 12%, e os ordinários ganhavam mais de 10%. O dólar opera em forte queda, enquanto os juros futuros se ajustam à decisão do Copom (Comitê de Politica Monetária) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. O principal índice da Bolsa paulista subia há pouco 2,83%, aos 46.165,20 pontos, capitaneada pelas ações de estatais. As ações preferenciais da Petrobras ganhavam 12,38%, a R$ 6,35, e as ordinárias subiam 10,37%, a R$ 8,94, apesar da queda do petróleo no mercado internacional. Bolsa sobe e dólar cai com chance de impeachment - Bolsa, em pontos Os papéis ON do Banco do Brasil tinham alta de 9,05%, a R$ 16,02. E as ações da Eletrobras —que não fazem parte do Ibovespa— avançavam 7,10%, a R$ 10,71 (PNB), e 7,97%, a R$ 6,36 (ON). Os papéis PN da estatal mineira Cemig ganhavam 8,18%, a R$ 6,61. Também operavam com alta expressiva os papéis do setor financeiro, Vale e siderúrgicas, entre outros. No mercado de câmbio, o dólar à vista perdia 1,53%, cotado a R$ 3,8288. O dólar comercial recuava 1,54%, a R$ 3,8290. Detalhes do acordo de delação premiada de Delcídio foram veiculados pelo site da revista "Istoé", que publicou reportagem com trechos dos termos de delação. "Não é o clima estável lá fora que vai animar ainda mais os negócios por aqui. Petróleo e Bolsas estáveis lá fora poderiam sugerir alguma realização por aqui, depois das fortes altas dos últimos dias, mas o foco por aqui está no noticiário político", escreveu o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos. "O mercado agradece toda vez que a chance de mudança no comando do país aumenta. Nem mesmo a manutenção dos juros pelo Copom com placar dividido vai tirar a força da expectativa de melhora", acrescenta. Nesta quarta-feira, a moeda americana à vista já havia fechado na menor cotação do ano, enquanto o principal índice da Bolsa paulista alcançou o maior nível de 2016. Analistas e operadores apontaram como um dos fatores para o bom humor do mercado na quarta-feira, além do cenário externo favorável, a informação de que o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da empreiteira OAS condenado a 16 anos de prisão na Operação Lava Jato, decidiu fazer um acordo de delação premiada, segundo a Folha apurou junto a profissionais e investigadores que acompanham as negociações. Bolsa sobe e dólar cai com chance de impeachment - Dólar, em R$ Nos EUA, os índices acionários operavam em baixa: o Dow Jones perdia 0,36%, o S&P 500 recuava 0,39% e o Nasdaq, -0,49%. As Bolsas europeias fecharam com sinais divergentes: Londres (-0,27%), Paris (-0,20%), Frankfurt (-0,25%), Madri (+0,03%) e Milão (+0,78%). Na Ásia, a maioria das Bolsas fechou em alta. O petróleo opera com volatilidade nesta sessão. Em Londres, o Brent perdia há pouco 0,11%, a US$ 36,89 o barril; nos EUA, o WTI recuava 0,09%, a US$ 34,63 o barril. JUROS No mercado de juros futuros, os contratos se ajustam à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. O contrato de DI para janeiro de 2017, que subia, virou e passou a recuar, de 14,060% na véspera para 14,050% e o contrato de DI para janeiro de 2021 caía de 15,300% para 15,080%. Para analistas, depois que o Copom manteve a taxa Selic inalterada em 14,25%, com placar de votação em 6 a 2 —-os votos contrários queriam elevação de 0,5%—, fica afastada a possibilidade de queda da Selic no curto prazo.
| 2 |
Brasileiro surpreende e se qualifica em 5º para a semifinal da canoagem slalom
|
BRUNO VILLAS BÔAS DO RIO O brasileiro Pedro Henrique Gonçalves, 23, surpreendeu neste domingo (7) ao se qualificar em quinto lugar para a semifinal da canoagem slalom, na categoria caiaque simples masculino (K1), no Parque Radical, em Deodoro, subúrbio do Rio. Em seu melhor tempo, o brasileiro desceu a corredeira artificial em 86s48, sofrendo dois segundos de punição. O líder da prova foi o italiano Giovanni de Gennaro, com tempo de 86,85 e nenhuma falta. A semifinal acontece na terça-feira (9). Na categoria K1, 21 atletas descem uma corredeira artificial em caiaques. Eles precisam descer o mais rapidamente possível, atravessando pelo meio de balizas (sem tocá-las). Do total de competidores, 15 avançam para a semifinal. Esta é a primeira Olimpíada de Pedro, conhecido como Pepê. Ele lembrou que ficou de fora da Olimpíada de Londres, em 2012, por apenas 13 centésimos, após cometer falta na penúltima baliza de uma prova. "Estou me preparando há quatro anos para esse momento. E hoje consegui terminar entre os melhores do mundo. Então estou muito feliz. Agora é passar da semifinal", disse o atleta após a prova. Reprodução Time Brasil Em bom número, a torcida brasileira vibrou muito em Deodoro. Primeiro, para incentivar o brasileiro. Depois, para secar os concorrentes. Quando rivais cometiam falta, a arquibancada vibrava como um gol. Criado em Piraju (SP), cidade cortada pelo rio Paranapanema e uma espécie de celeiro de atletas da canoagem slalom, Pedro terá de superar adversários como o tcheco Jiri Paskavec, o francês Sébastien Combot e o eslocavo Jakub Grigar, que segundo a revista americana "Sports Illustrated", são os mais cotados para a medalha olímpica na categoria. Neste domingo, fortes ventos na região atrasaram o início da disputa da canoagem slalom em 1 hora. Além dos caiaques serem leves, o vento faz as balizas balançarem e acaba atrapalhando atletas. "Você traça uma linha até a baliza, mas quando chega o vento faz ela mudar de lugar. Por isso toquei na baliza na primeira bateria", disse Pedro, ressaltando que a dificuldade afeta todo mundo. Na canoagem slalom, as balizas ficam penduradas por cabos que atravessam a corredeira artificial de uma margem a outra. Por isso, estão sujeitas a balançar em momentos de vento mais forte. "Na semifinal pode chover, pode ter sol forte, só não pode ventar", disse Pedro, em tom de brincadeira. Na categoria canoa simples, o brasileiro Felipe Borges, 21, fez o 16º melhor tempo neste domingo (7) e não conseguiu avançar. O atleta disse que foi sua primeira Olimpíada e que o objetivo é focar em 2020. "Na minha primeira bateria eu fiquei impressionado com o tamanho do público. Eu nunca tive um público muito grande. Isso talvez tenha tirado o foco. Mas na segunda bateria entrei focado e fiz um tempo melhor", disse ele. Apesar do vento, a prova foi realizada sem problemas técnicos. Uma preocupação constante é a bomba d'água. Em março, o canal artificial chegou a ser esvaziado por causa de uma falha na bomba. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
|
esporte
|
Brasileiro surpreende e se qualifica em 5º para a semifinal da canoagem slalom
BRUNO VILLAS BÔAS DO RIO O brasileiro Pedro Henrique Gonçalves, 23, surpreendeu neste domingo (7) ao se qualificar em quinto lugar para a semifinal da canoagem slalom, na categoria caiaque simples masculino (K1), no Parque Radical, em Deodoro, subúrbio do Rio. Em seu melhor tempo, o brasileiro desceu a corredeira artificial em 86s48, sofrendo dois segundos de punição. O líder da prova foi o italiano Giovanni de Gennaro, com tempo de 86,85 e nenhuma falta. A semifinal acontece na terça-feira (9). Na categoria K1, 21 atletas descem uma corredeira artificial em caiaques. Eles precisam descer o mais rapidamente possível, atravessando pelo meio de balizas (sem tocá-las). Do total de competidores, 15 avançam para a semifinal. Esta é a primeira Olimpíada de Pedro, conhecido como Pepê. Ele lembrou que ficou de fora da Olimpíada de Londres, em 2012, por apenas 13 centésimos, após cometer falta na penúltima baliza de uma prova. "Estou me preparando há quatro anos para esse momento. E hoje consegui terminar entre os melhores do mundo. Então estou muito feliz. Agora é passar da semifinal", disse o atleta após a prova. Reprodução Time Brasil Em bom número, a torcida brasileira vibrou muito em Deodoro. Primeiro, para incentivar o brasileiro. Depois, para secar os concorrentes. Quando rivais cometiam falta, a arquibancada vibrava como um gol. Criado em Piraju (SP), cidade cortada pelo rio Paranapanema e uma espécie de celeiro de atletas da canoagem slalom, Pedro terá de superar adversários como o tcheco Jiri Paskavec, o francês Sébastien Combot e o eslocavo Jakub Grigar, que segundo a revista americana "Sports Illustrated", são os mais cotados para a medalha olímpica na categoria. Neste domingo, fortes ventos na região atrasaram o início da disputa da canoagem slalom em 1 hora. Além dos caiaques serem leves, o vento faz as balizas balançarem e acaba atrapalhando atletas. "Você traça uma linha até a baliza, mas quando chega o vento faz ela mudar de lugar. Por isso toquei na baliza na primeira bateria", disse Pedro, ressaltando que a dificuldade afeta todo mundo. Na canoagem slalom, as balizas ficam penduradas por cabos que atravessam a corredeira artificial de uma margem a outra. Por isso, estão sujeitas a balançar em momentos de vento mais forte. "Na semifinal pode chover, pode ter sol forte, só não pode ventar", disse Pedro, em tom de brincadeira. Na categoria canoa simples, o brasileiro Felipe Borges, 21, fez o 16º melhor tempo neste domingo (7) e não conseguiu avançar. O atleta disse que foi sua primeira Olimpíada e que o objetivo é focar em 2020. "Na minha primeira bateria eu fiquei impressionado com o tamanho do público. Eu nunca tive um público muito grande. Isso talvez tenha tirado o foco. Mas na segunda bateria entrei focado e fiz um tempo melhor", disse ele. Apesar do vento, a prova foi realizada sem problemas técnicos. Uma preocupação constante é a bomba d'água. Em março, o canal artificial chegou a ser esvaziado por causa de uma falha na bomba. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
| 4 |
'Rio não comporta mais megaeventos e obras', diz Marcelo Freixo
|
ITALO NOGUEIRA DE DO RIO O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), 49, disputa pela segunda vez a Prefeitura do Rio praticamente sem aliança partidária. Está coligado apenas com o nanico PCB, que não tem vereador na cidade. Apesar do pouco apoio formal, Freixo aposta na "aliança com a sociedade", em referência a especialistas que reuniu para debater seu plano de governo. "Não é a aliança tradicional porque a política que se pede hoje não é a tradicional. Temos um quadro de governabilidade melhor do que qualquer aliança partidária", disse, em entrevista à Folha na última quinta-feira (21). Em segundo lugar nas pesquisas, ele diz que vai se relacionar de "forma republicana" com o presidente Michel Temer, embora considere o governo "golpista"."Os interesses do Rio estarão à frente das divergências." Para ele, a cidade precisa se planejar melhor após a passagem da Olimpíada. "O Rio não comporta mais megaeventos e obras." * Folha - Uma das críticas ao PSOL é de que o partido se empenha mais na defesa do mandato de Dilma Rousseff do que na cobrança pelos casos de corrupção do PT. O que o sr. acha dessa crítica? Marcelo Freixo - Acho que é injusta. O PSOL não fez parte do governo. Ele não defendeu o governo porque não pertenceu nem teve identidade com ele. Sempre pontuamos críticas muito contundentes no que diz respeito à questão do desemprego, na questão previdenciária, política para as mulheres, indígenas... Agora, o golpe existiu e foi muito violento. São duas coisas separadas. Uma é a crítica à lógica de governabilidade que levou à prática de corrupção sim, e o golpe. Em nenhum momento dissemos que não havia corrupção ou que não era necessário investigar. Questionamos a parcialidade da Justiça criminal. Ela também foi política. Mas a crítica à parcialidade não é construída para esconder uma denúncia. Num comício recente o sr. disse que o que ocorria com o ex-presidente Lula era uma injustiça. Fiz duras críticas ao PMDB do Rio, às alianças da esquerda com o PMDB, ao modelo de governabilidade do Lula e PT, e ao mesmo tempo disse que o episódio do Ministério Público mais uma vez era equivocado diante da Justiça criminal. Mas há uma denúncia de que a OAS bancou a reforma num triplex supostamente dele e a guarda de seus bens pessoais. Se isso for provado, evidente que deve ser investigado. Não existe meia corrupção. Mas tem que ter prova. Por que o sr. não tem usado a crítica ao que chama de golpe como mote de campanha, assim como tem feito Jandira [Feghali]? Acho que temos mais condição de falar contra o golpe e contra o PMDB do que qualquer outra candidatura. Quem fez a denúncia contra Eduardo Cunha fomos nós. Até o último momento o governo tentou um acordo. Nós não. Fizemos oposição ao PMDB e não estamos com ele em nenhuma aliança nacional. Usamos isso na medida certa. A questão é que não temos só isso para dizer. Temos um programa de cidade que disputa com o do PMDB. A gente tem condições de divergir do projeto de cidade do PMDB. Nem todos têm. Quem não tem? Quem participou do governo. [Carlos Roberto] Osório, Índio [da Costa], Jandira. Todos participaram do governo. Como sr. pretende se relacionar com um governo que considera golpista? De forma republicana. O interesse da cidade está acima das nossas divergências políticas. O governo Michel Temer é oriundo de um golpe. Não vou mudar de opinião em relação a isso. Mas enquanto ele exercer a Presidência, mesmo sendo um governo golpista, os interesses do Rio de Janeiro estarão a frente das nossas divergências. O PSOL tem dificuldades de formar alianças? Não, formou várias alianças Brasil afora. O PSOL está crescendo no tempo certo. Não está com as dores de crescimento que outros partidos tiveram. O PSOL hoje disputa com chances as prefeituras de Porto Alegre, Cuiabá, Belém, Rio, Sorocaba, Friburgo, Niterói. O crescimento é de uma trajetória coerente, e não com alianças que não se explicam ou financiamento que não deve ser feito. No Rio foi onde ele mais cresceu. Temos a segunda maior bancada de vereadores, uma das maiores da Alerj e três deputados federais. No Rio é bem maior do que o PSDB, por exemplo. No Rio vivemos momento complicado em que o PMDB abraçou todo mundo, estava todo mundo no governo. Temos uma fragmentação agora que dificulta a aliança. Fizemos aliança com movimentos sociais importantes, intelectuais, pensadores. Não é a aliança tradicional porque a política que se pede hoje não é a tradicional. Temos um quadro de governabilidade que é melhor do que qualquer aliança partidária pode apresentar para o Rio. Temos uma quantidade enorme do que há de melhor para governar com uma outra lógica política. Não é pelo sectarismo do PSOL que alianças não foram feitas. É porque todos estavam no guarda-chuva do PMDB. O prefeito de Macapá saiu do PSOL dizendo que queria ter "relações mais amplas". Sim, ele foi se coligar com o DEM. Não podia ficar no PSOL. Teve de ir para a Rede. Aliança com o DEM no PSOL não dá. Aliança para a gente não é para ganhar tempo de TV nem para ganhar eleição de qualquer maneira. Por que não conseguiu agregar outros partidos no Rio? Isso tem a ver com conjuntura. O Molon foi para a Rede para ser candidato. É legítimo. A Jandira veio com a aliança PT e PC do B que até fevereiro apoiava o Pedro Paulo. Quando veio o impeachment, isso muda. Eles precisam de uma candidatura, o que também é legítimo. O importante é que tenha uma candidatura progressista no segundo turno. Estamos muito perto disso. Como sr. pretende ter uma governabilidade na Câmara? Passa pela mobilização da sociedade. Mas quem vota são os vereadores. [Votam] Olhando para a sociedade. Os gabinetes podem estar cheios, a sociedade pode estar mobilizada. A prefeitura pode informar melhor sobre os projetos de seu interesse que estão sendo votados na Câmara. Olívio Dutra, na década de 80, ganha a Prefeitura de Porto Alegre com dois vereadores dos 21 que a cidade tinha. Ele cria o orçamento participativo e muda completamente o modelo de administração e vira uma referência internacional. Naquela época nem tinha internet. Pode-se criar um aplicativo para consultar os moradores pelo celular. Pode ter também um conselho de moradores que se reúne com frequência como Nova York e Berlim fazem. Se cria uma cultura de participação, melhora também a relação com a Câmara de Vereadores. Vou conversar com todos os vereadores eleitos, desde que não tenha sido eleito pelo banditismo político. Quero que o PT, PSDB, PC do B e todos os partidos elejam bom vereadores. Mas vamos acabar com a ciranda de cargos comissionados para o bem do Rio. A única aliança partidária é com o PCB, tido como mais radical do que o PSOL. O site deles nesta quinta (21) tinha uma saudação a um encontro de guerrilheiros das Farc. PCB é um partido com quadros intelectuais no Rio. Nosso programa não se restringe a nenhum partido, mas na discussão com toda a sociedade. É a primeira vez que o sr. declara ao TSE como ocupação deputado. Virou político profissional? Não sabia disso. Sou professor. Deputado é um instrumento. Fui professor até 2010. Só não continuei dando aula por conta da CPI das Milícias, que me fez ter que andar com segurança. O sr. acha possível governar com essa necessidade de segurança? Uma cidade em que o prefeito não pode circular tem problemas para além do prefeito, né? Temos que enfrentar. Eu não tenho problemas de segurança por conta da minha vida privada. Ao contrário de outros deputados, não fui parar em delegacia por problemas domésticos. As vezes que tive acesso a segurança foi por determinação de função pública. O sr. acha que corre mais risco como prefeito do que como deputado? Acho que não, pela visibilidade que tem. Qual sua avaliação sobre o legado da Olimpíada? O problema não está na Olimpíada, mas no desperdício da oportunidade. Você chega no final de uma Olimpíada com mais da metade das escolas sem quadra poliesportiva, sem uma política de esporte que chegue nos lugares mais pobres. Houve também uma insistência no modelo rodoviário. Evidente que o BRT melhora o sistema rodoviário. Mas insiste no modelo rodoviário. Não se pensa a bicicleta como um modal como todas as cidades do mundo hoje pensam. As ciclovias continuam fazendo parte da Secretaria Meio Ambiente, porque interessa aos empresários de ônibus. Não tem uma integração tarifária. Em qualquer cidade do mundo um bilhete pode ser usado por uma semana em trem, barca, metrô, ônibus. Isso porque há um poder público que pensa a mobilidade. Aqui não há poder público. Há a Fetranspor que determina o que acontece no transporte do Rio. O VLT é mais caro e demoraria mais para ser construído. Mas a médio prazo você ganha muito mais porque é efetivamente um transporte de massa. Temos algumas PPPs em andamento. Como será sua relação com as grandes empreiteiras? O que estiver no contrato, temos uma responsabilidade republicana. Contrato é contrato. Vamos fazer auditorias nos contratos tanto das empreiteiras como OSs. Mas um contrato que estiver correto será cumprido. A gente não quer demonizar a iniciativa privada. Queremos ter uma boa relação, mas as parcerias precisam ter um interesse público mais nítido. Às vezes tenho dificuldade de ver o que o poder público ganha com determinadas parcerias. Eu queria pensar também na parceria público-público. Por que não temos uma parceria com a Fiocruz na área de saúde? A Cidade Universitária da UFRJ é muito distante da cidade do Rio de Janeiro. Uma série de pesquisas sobre mobilidade urbana na Cidade Universitária não são usados, ou sequer do conhecimento, da cidade do Rio. Nem parece que uma está dentro da outra. Para tirar minha capa de maldade com a rede privada, tem duas coisas de modelo de desenvolvimento do Rio que são muito mal aproveitadas. Tenho muito diálogo com os donos de bares e restaurantes. Eles são os que mais empregam jovens, cerca de 25%. É um setor que nos interessa uma parceria. Os polos gastronômicos reclamam do completo abandono da prefeitura. Há também a economia colaborativa em que o Rio não desenvolve nada. Mas não tem a mesma escala de [geração de empregos em] obras de infraestrutura. São alternativa ao modelo de desenvolvimento. O Rio não comporta mais essa quantidade de megaeventos e obras. É uma cidade que tem cuidar mais das pessoas. Mas no que diz respeito às obras, uma das coisas que defendemos são obras de saneamento básico com mão de obra local. Sempre que o sr. cita o prefeito Eduardo Paes e uma obra com a Odebrecht, por exemplo, aponta como se já fosse um indício de fraude. Como funcionaria essa relação dessa forma? Não acho que a empresa já traga fraude. Acho que a maior parte das fraudes é responsabilidade do poder público que exige propina quase como de forma contratual. Muitas criaram seu departamento de propina porque não conseguiriam se relacionar com o Rio de Janeiro. Mas isso não as isenta de responsabilidade. A corrupção é sempre de mão dupla. Acho que há uma peemedebização da vida política no Rio que fez com que a relação com as empresas se tornassem algo muito ruim. Não acho que toda empresa seja necessariamente corrupta, que seja intrínseco. Mas fato é que no contrato da zona portuária tem o dedo do Eduardo Cunha num esquema de corrupção. Maracanã idem. O sr. foi um grande crítico da derrubada do elevado da Perimetral. Qual sua avaliação atual sobre a obra? O dinheiro gasto ali faria boa parte do saneamento da zona oeste. Estou dizendo que a obra e a consequência foram ruins? Não. Está bonito. Mas acho que a cidade poderia ter participado dessa decisão um pouco mais. Não quer dizer que não deveria ter sido feito. Acho que tem que ter mais debate e possibilidade de consulta. Não dá para o prefeito agir como um príncipe. O problema é o método. Governar em determinado momento não é tomar medidas impopulares? Como em qualquer lugar do mundo. Mas é o exercício da democracia. Você não pode tomar uma decisão sobre um bairro sem ouvir aquele bairro, aprofundar o debate. Pode ser que tenha que se tomar decisões impopulares. Cada uma a seu momento. Mas o método da democracia tem que acontecer. Todas as cidades do mundo que avançaram fizeram assim. Qual sua avaliação sobre a gestão Eduardo Paes? O instituto Rio Como Vamos fez uma pesquisa em 2011 e 2015 perguntando aos cariocas quem sairia ou não do Rio. A proporção era de 70 e poucos não sairiam e 20 e poucos sairiam. Em 2015 isso se inverte. Esse é um termômetro do que foi a gestão Eduardo Paes. Teve acertos, como o Parque Madureira. Mas a cidade tem que ser pensada como um todo. A expansão da Clínica da Família e do atendimento básico de saúde é algo com o qual a gente concorda. Mas ele fez isso através de OSs sem nenhuma transparência. Temos que reconhecer avanços. Mas a cidade se tornou uma das mais caras do mundo, injusta e mais violenta. O IDH da Rocinha é comparável ao de Botswana e da Gávea, ao da Noruega. É o único lugar do mundo que você consegue ir de Botswana para a Noruega de mototáxi.
|
poder
|
'Rio não comporta mais megaeventos e obras', diz Marcelo FreixoITALO NOGUEIRA DE DO RIO O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), 49, disputa pela segunda vez a Prefeitura do Rio praticamente sem aliança partidária. Está coligado apenas com o nanico PCB, que não tem vereador na cidade. Apesar do pouco apoio formal, Freixo aposta na "aliança com a sociedade", em referência a especialistas que reuniu para debater seu plano de governo. "Não é a aliança tradicional porque a política que se pede hoje não é a tradicional. Temos um quadro de governabilidade melhor do que qualquer aliança partidária", disse, em entrevista à Folha na última quinta-feira (21). Em segundo lugar nas pesquisas, ele diz que vai se relacionar de "forma republicana" com o presidente Michel Temer, embora considere o governo "golpista"."Os interesses do Rio estarão à frente das divergências." Para ele, a cidade precisa se planejar melhor após a passagem da Olimpíada. "O Rio não comporta mais megaeventos e obras." * Folha - Uma das críticas ao PSOL é de que o partido se empenha mais na defesa do mandato de Dilma Rousseff do que na cobrança pelos casos de corrupção do PT. O que o sr. acha dessa crítica? Marcelo Freixo - Acho que é injusta. O PSOL não fez parte do governo. Ele não defendeu o governo porque não pertenceu nem teve identidade com ele. Sempre pontuamos críticas muito contundentes no que diz respeito à questão do desemprego, na questão previdenciária, política para as mulheres, indígenas... Agora, o golpe existiu e foi muito violento. São duas coisas separadas. Uma é a crítica à lógica de governabilidade que levou à prática de corrupção sim, e o golpe. Em nenhum momento dissemos que não havia corrupção ou que não era necessário investigar. Questionamos a parcialidade da Justiça criminal. Ela também foi política. Mas a crítica à parcialidade não é construída para esconder uma denúncia. Num comício recente o sr. disse que o que ocorria com o ex-presidente Lula era uma injustiça. Fiz duras críticas ao PMDB do Rio, às alianças da esquerda com o PMDB, ao modelo de governabilidade do Lula e PT, e ao mesmo tempo disse que o episódio do Ministério Público mais uma vez era equivocado diante da Justiça criminal. Mas há uma denúncia de que a OAS bancou a reforma num triplex supostamente dele e a guarda de seus bens pessoais. Se isso for provado, evidente que deve ser investigado. Não existe meia corrupção. Mas tem que ter prova. Por que o sr. não tem usado a crítica ao que chama de golpe como mote de campanha, assim como tem feito Jandira [Feghali]? Acho que temos mais condição de falar contra o golpe e contra o PMDB do que qualquer outra candidatura. Quem fez a denúncia contra Eduardo Cunha fomos nós. Até o último momento o governo tentou um acordo. Nós não. Fizemos oposição ao PMDB e não estamos com ele em nenhuma aliança nacional. Usamos isso na medida certa. A questão é que não temos só isso para dizer. Temos um programa de cidade que disputa com o do PMDB. A gente tem condições de divergir do projeto de cidade do PMDB. Nem todos têm. Quem não tem? Quem participou do governo. [Carlos Roberto] Osório, Índio [da Costa], Jandira. Todos participaram do governo. Como sr. pretende se relacionar com um governo que considera golpista? De forma republicana. O interesse da cidade está acima das nossas divergências políticas. O governo Michel Temer é oriundo de um golpe. Não vou mudar de opinião em relação a isso. Mas enquanto ele exercer a Presidência, mesmo sendo um governo golpista, os interesses do Rio de Janeiro estarão a frente das nossas divergências. O PSOL tem dificuldades de formar alianças? Não, formou várias alianças Brasil afora. O PSOL está crescendo no tempo certo. Não está com as dores de crescimento que outros partidos tiveram. O PSOL hoje disputa com chances as prefeituras de Porto Alegre, Cuiabá, Belém, Rio, Sorocaba, Friburgo, Niterói. O crescimento é de uma trajetória coerente, e não com alianças que não se explicam ou financiamento que não deve ser feito. No Rio foi onde ele mais cresceu. Temos a segunda maior bancada de vereadores, uma das maiores da Alerj e três deputados federais. No Rio é bem maior do que o PSDB, por exemplo. No Rio vivemos momento complicado em que o PMDB abraçou todo mundo, estava todo mundo no governo. Temos uma fragmentação agora que dificulta a aliança. Fizemos aliança com movimentos sociais importantes, intelectuais, pensadores. Não é a aliança tradicional porque a política que se pede hoje não é a tradicional. Temos um quadro de governabilidade que é melhor do que qualquer aliança partidária pode apresentar para o Rio. Temos uma quantidade enorme do que há de melhor para governar com uma outra lógica política. Não é pelo sectarismo do PSOL que alianças não foram feitas. É porque todos estavam no guarda-chuva do PMDB. O prefeito de Macapá saiu do PSOL dizendo que queria ter "relações mais amplas". Sim, ele foi se coligar com o DEM. Não podia ficar no PSOL. Teve de ir para a Rede. Aliança com o DEM no PSOL não dá. Aliança para a gente não é para ganhar tempo de TV nem para ganhar eleição de qualquer maneira. Por que não conseguiu agregar outros partidos no Rio? Isso tem a ver com conjuntura. O Molon foi para a Rede para ser candidato. É legítimo. A Jandira veio com a aliança PT e PC do B que até fevereiro apoiava o Pedro Paulo. Quando veio o impeachment, isso muda. Eles precisam de uma candidatura, o que também é legítimo. O importante é que tenha uma candidatura progressista no segundo turno. Estamos muito perto disso. Como sr. pretende ter uma governabilidade na Câmara? Passa pela mobilização da sociedade. Mas quem vota são os vereadores. [Votam] Olhando para a sociedade. Os gabinetes podem estar cheios, a sociedade pode estar mobilizada. A prefeitura pode informar melhor sobre os projetos de seu interesse que estão sendo votados na Câmara. Olívio Dutra, na década de 80, ganha a Prefeitura de Porto Alegre com dois vereadores dos 21 que a cidade tinha. Ele cria o orçamento participativo e muda completamente o modelo de administração e vira uma referência internacional. Naquela época nem tinha internet. Pode-se criar um aplicativo para consultar os moradores pelo celular. Pode ter também um conselho de moradores que se reúne com frequência como Nova York e Berlim fazem. Se cria uma cultura de participação, melhora também a relação com a Câmara de Vereadores. Vou conversar com todos os vereadores eleitos, desde que não tenha sido eleito pelo banditismo político. Quero que o PT, PSDB, PC do B e todos os partidos elejam bom vereadores. Mas vamos acabar com a ciranda de cargos comissionados para o bem do Rio. A única aliança partidária é com o PCB, tido como mais radical do que o PSOL. O site deles nesta quinta (21) tinha uma saudação a um encontro de guerrilheiros das Farc. PCB é um partido com quadros intelectuais no Rio. Nosso programa não se restringe a nenhum partido, mas na discussão com toda a sociedade. É a primeira vez que o sr. declara ao TSE como ocupação deputado. Virou político profissional? Não sabia disso. Sou professor. Deputado é um instrumento. Fui professor até 2010. Só não continuei dando aula por conta da CPI das Milícias, que me fez ter que andar com segurança. O sr. acha possível governar com essa necessidade de segurança? Uma cidade em que o prefeito não pode circular tem problemas para além do prefeito, né? Temos que enfrentar. Eu não tenho problemas de segurança por conta da minha vida privada. Ao contrário de outros deputados, não fui parar em delegacia por problemas domésticos. As vezes que tive acesso a segurança foi por determinação de função pública. O sr. acha que corre mais risco como prefeito do que como deputado? Acho que não, pela visibilidade que tem. Qual sua avaliação sobre o legado da Olimpíada? O problema não está na Olimpíada, mas no desperdício da oportunidade. Você chega no final de uma Olimpíada com mais da metade das escolas sem quadra poliesportiva, sem uma política de esporte que chegue nos lugares mais pobres. Houve também uma insistência no modelo rodoviário. Evidente que o BRT melhora o sistema rodoviário. Mas insiste no modelo rodoviário. Não se pensa a bicicleta como um modal como todas as cidades do mundo hoje pensam. As ciclovias continuam fazendo parte da Secretaria Meio Ambiente, porque interessa aos empresários de ônibus. Não tem uma integração tarifária. Em qualquer cidade do mundo um bilhete pode ser usado por uma semana em trem, barca, metrô, ônibus. Isso porque há um poder público que pensa a mobilidade. Aqui não há poder público. Há a Fetranspor que determina o que acontece no transporte do Rio. O VLT é mais caro e demoraria mais para ser construído. Mas a médio prazo você ganha muito mais porque é efetivamente um transporte de massa. Temos algumas PPPs em andamento. Como será sua relação com as grandes empreiteiras? O que estiver no contrato, temos uma responsabilidade republicana. Contrato é contrato. Vamos fazer auditorias nos contratos tanto das empreiteiras como OSs. Mas um contrato que estiver correto será cumprido. A gente não quer demonizar a iniciativa privada. Queremos ter uma boa relação, mas as parcerias precisam ter um interesse público mais nítido. Às vezes tenho dificuldade de ver o que o poder público ganha com determinadas parcerias. Eu queria pensar também na parceria público-público. Por que não temos uma parceria com a Fiocruz na área de saúde? A Cidade Universitária da UFRJ é muito distante da cidade do Rio de Janeiro. Uma série de pesquisas sobre mobilidade urbana na Cidade Universitária não são usados, ou sequer do conhecimento, da cidade do Rio. Nem parece que uma está dentro da outra. Para tirar minha capa de maldade com a rede privada, tem duas coisas de modelo de desenvolvimento do Rio que são muito mal aproveitadas. Tenho muito diálogo com os donos de bares e restaurantes. Eles são os que mais empregam jovens, cerca de 25%. É um setor que nos interessa uma parceria. Os polos gastronômicos reclamam do completo abandono da prefeitura. Há também a economia colaborativa em que o Rio não desenvolve nada. Mas não tem a mesma escala de [geração de empregos em] obras de infraestrutura. São alternativa ao modelo de desenvolvimento. O Rio não comporta mais essa quantidade de megaeventos e obras. É uma cidade que tem cuidar mais das pessoas. Mas no que diz respeito às obras, uma das coisas que defendemos são obras de saneamento básico com mão de obra local. Sempre que o sr. cita o prefeito Eduardo Paes e uma obra com a Odebrecht, por exemplo, aponta como se já fosse um indício de fraude. Como funcionaria essa relação dessa forma? Não acho que a empresa já traga fraude. Acho que a maior parte das fraudes é responsabilidade do poder público que exige propina quase como de forma contratual. Muitas criaram seu departamento de propina porque não conseguiriam se relacionar com o Rio de Janeiro. Mas isso não as isenta de responsabilidade. A corrupção é sempre de mão dupla. Acho que há uma peemedebização da vida política no Rio que fez com que a relação com as empresas se tornassem algo muito ruim. Não acho que toda empresa seja necessariamente corrupta, que seja intrínseco. Mas fato é que no contrato da zona portuária tem o dedo do Eduardo Cunha num esquema de corrupção. Maracanã idem. O sr. foi um grande crítico da derrubada do elevado da Perimetral. Qual sua avaliação atual sobre a obra? O dinheiro gasto ali faria boa parte do saneamento da zona oeste. Estou dizendo que a obra e a consequência foram ruins? Não. Está bonito. Mas acho que a cidade poderia ter participado dessa decisão um pouco mais. Não quer dizer que não deveria ter sido feito. Acho que tem que ter mais debate e possibilidade de consulta. Não dá para o prefeito agir como um príncipe. O problema é o método. Governar em determinado momento não é tomar medidas impopulares? Como em qualquer lugar do mundo. Mas é o exercício da democracia. Você não pode tomar uma decisão sobre um bairro sem ouvir aquele bairro, aprofundar o debate. Pode ser que tenha que se tomar decisões impopulares. Cada uma a seu momento. Mas o método da democracia tem que acontecer. Todas as cidades do mundo que avançaram fizeram assim. Qual sua avaliação sobre a gestão Eduardo Paes? O instituto Rio Como Vamos fez uma pesquisa em 2011 e 2015 perguntando aos cariocas quem sairia ou não do Rio. A proporção era de 70 e poucos não sairiam e 20 e poucos sairiam. Em 2015 isso se inverte. Esse é um termômetro do que foi a gestão Eduardo Paes. Teve acertos, como o Parque Madureira. Mas a cidade tem que ser pensada como um todo. A expansão da Clínica da Família e do atendimento básico de saúde é algo com o qual a gente concorda. Mas ele fez isso através de OSs sem nenhuma transparência. Temos que reconhecer avanços. Mas a cidade se tornou uma das mais caras do mundo, injusta e mais violenta. O IDH da Rocinha é comparável ao de Botswana e da Gávea, ao da Noruega. É o único lugar do mundo que você consegue ir de Botswana para a Noruega de mototáxi.
| 0 |
Grupo pró-impeachment volta a acampar na calçada da Paulista
|
Mais de dez horas após a retirada da Paulista pela Tropa de Choque da Polícia Militar, um grupo pró-impeachment voltou montar acampamento em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na noite de sexta-feira (18). Nas duas noites anteriores, ao menos cem pessoas se revezavam no local. Desta vez, os manifestantes montaram oito barracas de acampamento em frente a Fiesp. Segundo líderes do movimento, 37 pessoas foram cadastradas. Algumas pessoas se abrigavam do frio da madrugada dentro das barracas de acampamento. Outras, sentadas no muro da estação de metrô Trianon-Masp, usavam bandeiras do Brasil ou mantas para se proteger do frio. Uma mesa de plástico com água e bolachas foi colocada próximo às barracas. Próximo ao acampamento, foi colocada uma faixa improvisada com a frase " Impeachment quem quer? Os honestos". O empresário Cristóvão Eduardo Flores Villavicencio disse que o grupo fez uma reunião por volta das 21h30 para distribuir responsabilidades, como quem vai cuidar das barracas, cadastro e alimentos. Nesta madrugada, todos os manifestantes presentes foram cadastrados e receberam uma espécie de fita que foi amarrada ao pulso. "Estamos primeiro preocupados com a organização do pessoal e em fazer um planejamento de como será manifestação", disse. PAULISTA ABERTA Policiais usaram bombas de gás e caminhão com canhão de água para dispersar os manifestantes, parte dos quais, acampados na avenida Paulista desde a última quarta-feira (16). Foi a primeira vez que a PM usou jato de água em grandes protestos. Inicialmente, apesar de já possuir os mesmos blindados israelenses, o uso era evitado -devido a uma possível crítica relacionada à crise hídrica. Em protestos do MPL (Movimento Passe Livre) recentes, a PM também preferiu métodos mais agressivos, como o uso de balas de borracha. Após um movimento rápido dos policiais, a avenida foi desobstruída e o trânsito liberado. Ninguém foi preso. Houve gritos contra Geraldo Alckmin, como "Ladrão de merenda". Os portões da entrada da estação Trianon-Masp foram fechados pela própria equipe do metrô. Os manifestantes que saíram das ruas ocupavam, agora, a calçada.
|
poder
|
Grupo pró-impeachment volta a acampar na calçada da PaulistaMais de dez horas após a retirada da Paulista pela Tropa de Choque da Polícia Militar, um grupo pró-impeachment voltou montar acampamento em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na noite de sexta-feira (18). Nas duas noites anteriores, ao menos cem pessoas se revezavam no local. Desta vez, os manifestantes montaram oito barracas de acampamento em frente a Fiesp. Segundo líderes do movimento, 37 pessoas foram cadastradas. Algumas pessoas se abrigavam do frio da madrugada dentro das barracas de acampamento. Outras, sentadas no muro da estação de metrô Trianon-Masp, usavam bandeiras do Brasil ou mantas para se proteger do frio. Uma mesa de plástico com água e bolachas foi colocada próximo às barracas. Próximo ao acampamento, foi colocada uma faixa improvisada com a frase " Impeachment quem quer? Os honestos". O empresário Cristóvão Eduardo Flores Villavicencio disse que o grupo fez uma reunião por volta das 21h30 para distribuir responsabilidades, como quem vai cuidar das barracas, cadastro e alimentos. Nesta madrugada, todos os manifestantes presentes foram cadastrados e receberam uma espécie de fita que foi amarrada ao pulso. "Estamos primeiro preocupados com a organização do pessoal e em fazer um planejamento de como será manifestação", disse. PAULISTA ABERTA Policiais usaram bombas de gás e caminhão com canhão de água para dispersar os manifestantes, parte dos quais, acampados na avenida Paulista desde a última quarta-feira (16). Foi a primeira vez que a PM usou jato de água em grandes protestos. Inicialmente, apesar de já possuir os mesmos blindados israelenses, o uso era evitado -devido a uma possível crítica relacionada à crise hídrica. Em protestos do MPL (Movimento Passe Livre) recentes, a PM também preferiu métodos mais agressivos, como o uso de balas de borracha. Após um movimento rápido dos policiais, a avenida foi desobstruída e o trânsito liberado. Ninguém foi preso. Houve gritos contra Geraldo Alckmin, como "Ladrão de merenda". Os portões da entrada da estação Trianon-Masp foram fechados pela própria equipe do metrô. Os manifestantes que saíram das ruas ocupavam, agora, a calçada.
| 0 |
Aviso
|
Excepcionalmente, a coluna não será publicada nesta sexta (25).
|
colunas
|
AvisoExcepcionalmente, a coluna não será publicada nesta sexta (25).
| 10 |
O futuro da USP
|
É mais fácil um camelo passar pelo olho de uma agulha do que um bem-sucedido ex-aluno da USP alcançar a anuência de uma certa classe de professores para ajudar a instituição que o formou. A glosa vem a propósito das suspeitas que a associação dos docentes (Adusp) tem lançado contra o projeto USP do Futuro, patrocinado pelo reitor Marco Antonio Zago. Trata-se de consultoria da empresa McKinsey sobre a gestão da universidade que foi paga por um grupo de antigos estudantes por meio da organização Comunitas. Querendo tanta distância de empresários quanto o demônio da cruz, os críticos se alvoroçam diante do que julgam ser um espectro da privatização da USP —enfrentam fantasmas enquanto a instituição tem problemas bem reais. A irresponsável política de pessoal da administração anterior levou a folha de pagamento da entidade a comprometer mais de 100% de suas receitas. Com Zago, medidas como um programa de demissões voluntárias conseguiram reduzir despesas com custeio e investimento de R$ 1 bilhão, em 2013, para R$ 636 milhões no ano seguinte. A principal fonte de recursos da USP está na parcela de 5,03% da arrecadação com ICMS, o que neste ano deve chegar a R$ 4,9 bilhões, segundo o jornal "Valor Econômico". Zago sustenta que já se superou o pior da crise da USP, mas é fato que a universidade precisa fazer mais que cortar custos. Ela tem de projetar para si um futuro compatível com o próprio orçamento. É evidente que um diagnóstico externo, produzido com apuro empresarial, só poderá ajudar. A discussão posterior sobre o que fazer não deveria partir de tabus, como o que se levanta contra a cobrança de mensalidades por quem possa pagar. Só 34,6% dos quase 11 mil alunos ingressantes na USP em 2016 fizeram o ensino médio em escolas públicas —os outros dois terços provavelmente não precisariam ter seus estudos financiados pela sociedade. No momento, de todo modo, soa persecutória a suposição de que a consultoria acoberta esse ou qualquer outro desígnio oculto, apenas por haver empresários envolvidos. Ainda assim, tal suspeita seria mais rapidamente afastada se a reitoria divulgasse quem são essas aves raras, num país em que tão poucos se preocupam em retribuir o sucesso alcançado após estudar em instituições sustentadas pelo conjunto dos contribuintes. [email protected]
|
opiniao
|
O futuro da USPÉ mais fácil um camelo passar pelo olho de uma agulha do que um bem-sucedido ex-aluno da USP alcançar a anuência de uma certa classe de professores para ajudar a instituição que o formou. A glosa vem a propósito das suspeitas que a associação dos docentes (Adusp) tem lançado contra o projeto USP do Futuro, patrocinado pelo reitor Marco Antonio Zago. Trata-se de consultoria da empresa McKinsey sobre a gestão da universidade que foi paga por um grupo de antigos estudantes por meio da organização Comunitas. Querendo tanta distância de empresários quanto o demônio da cruz, os críticos se alvoroçam diante do que julgam ser um espectro da privatização da USP —enfrentam fantasmas enquanto a instituição tem problemas bem reais. A irresponsável política de pessoal da administração anterior levou a folha de pagamento da entidade a comprometer mais de 100% de suas receitas. Com Zago, medidas como um programa de demissões voluntárias conseguiram reduzir despesas com custeio e investimento de R$ 1 bilhão, em 2013, para R$ 636 milhões no ano seguinte. A principal fonte de recursos da USP está na parcela de 5,03% da arrecadação com ICMS, o que neste ano deve chegar a R$ 4,9 bilhões, segundo o jornal "Valor Econômico". Zago sustenta que já se superou o pior da crise da USP, mas é fato que a universidade precisa fazer mais que cortar custos. Ela tem de projetar para si um futuro compatível com o próprio orçamento. É evidente que um diagnóstico externo, produzido com apuro empresarial, só poderá ajudar. A discussão posterior sobre o que fazer não deveria partir de tabus, como o que se levanta contra a cobrança de mensalidades por quem possa pagar. Só 34,6% dos quase 11 mil alunos ingressantes na USP em 2016 fizeram o ensino médio em escolas públicas —os outros dois terços provavelmente não precisariam ter seus estudos financiados pela sociedade. No momento, de todo modo, soa persecutória a suposição de que a consultoria acoberta esse ou qualquer outro desígnio oculto, apenas por haver empresários envolvidos. Ainda assim, tal suspeita seria mais rapidamente afastada se a reitoria divulgasse quem são essas aves raras, num país em que tão poucos se preocupam em retribuir o sucesso alcançado após estudar em instituições sustentadas pelo conjunto dos contribuintes. [email protected]
| 14 |
Marcos recebe alta de hospital uma semana após cirurgia no coração
|
O ex-goleiro do Palmeiras e da seleção brasileira Marcos recebeu alta do hospital HCor nesta quinta-feira (27), uma semana após passar por uma operação no coração. A informação foi divulgada pelo hospital em boletim médico. O pentacampeão e ídolo alviverde passou por uma cirurgia cardíaca para corrigir uma alteração na válvula mitral, que gerava um inchaço no coração. O processo correu dentro da normalidade esperada pelos médicos. Campeão da Copa do Mundo de 2002 com a seleção brasileira, Marcos descobriu o problema cardíaco há quase um mês, depois da realização de exames de rotina. A recomendação médica era de operação imediata. O processo cirúrgico surgiu como a melhor opção para conter o inchaço e solucionar o problema cardíaco descoberto há poucas semanas. Logo após a operação, o goleiro ficou internado na UTI, em observação.
|
esporte
|
Marcos recebe alta de hospital uma semana após cirurgia no coraçãoO ex-goleiro do Palmeiras e da seleção brasileira Marcos recebeu alta do hospital HCor nesta quinta-feira (27), uma semana após passar por uma operação no coração. A informação foi divulgada pelo hospital em boletim médico. O pentacampeão e ídolo alviverde passou por uma cirurgia cardíaca para corrigir uma alteração na válvula mitral, que gerava um inchaço no coração. O processo correu dentro da normalidade esperada pelos médicos. Campeão da Copa do Mundo de 2002 com a seleção brasileira, Marcos descobriu o problema cardíaco há quase um mês, depois da realização de exames de rotina. A recomendação médica era de operação imediata. O processo cirúrgico surgiu como a melhor opção para conter o inchaço e solucionar o problema cardíaco descoberto há poucas semanas. Logo após a operação, o goleiro ficou internado na UTI, em observação.
| 4 |
Brasil cai cinco posições em ranking de ambiente de negócios
|
O Brasil manteve uma colocação ruim no ranking anual do Banco Mundial sobre ambiente de negócios, divulgado nesta terça (27), ficando em 116º lugar. O levantamento engloba 189 países. A pesquisa do ano anterior inicialmente colocava o país na 120ª colocação, mas, após revisão (com a inclusão de novos dados, como a facilidade de instalação de energia elétrica), o Brasil passou para o 111º lugar. Na comparação entre os dois anos, porém, a nota ficou praticamente estável, enquanto outras nações se modernizaram, deixando o Brasil mais para trás. O estudo do Banco Mundial aponta os vários entraves que posicionam o país na metade de baixo da lista. AMBIENTE DE NEGÓCIOS - País cai no ranking do Banco Mundial Um exemplo é a facilidade para abrir uma empresa, em que o Brasil está em 174º, à frente de apenas 15 países do ranking e atrás de nações como Equador, Mali e Fiji. O relatório enumera as razões para as dificuldades do empreendedorismo no país: em média, começar um negócio no país leva 83 dias e envolve 11 procedimentos burocráticos. Na comparação, em Cingapura, que lidera o ranking desde 2006, são três procedimentos e apenas dois dias e meio em média. Além das barreiras regulatórias para abrir um negócio, o Brasil ocupa posição baixa no ranking em quase todos os outros quesitos. Um deles é a obtenção de alvarás para construção, em que está 169º lugar, com uma demora média de 425,7 dias. No pagamento de tributos, o relatório posiciona o país na lanterna (178ª posição), estimando em 2.600 horas o tempo médio gasto anualmente por um empresário brasileiro para preparar e pagar seus impostos. Esse tempo está bem acima da média na América Latina, de 361 horas, e muito mais que as 117 horas nos países-membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne grandes economias globais). REFORMAS Um dos focos do estudo é no desempenho dos países em efetuar reformas que facilitem os negócios. Nesse quesito, há duas menções sobre o Brasil, uma positiva e outra negativa. O país é elogiado pelo investimento em sistemas eletrônicos que minimizam a burocracia no comércio exterior, por meio do Portal Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior). Por outro lado, é reprovado pelo aumento da taxa de transferência de propriedade em São Paulo —a cidade e o Rio de Janeiro são acompanhadas pelo levantamento. "Uma economia moderna não pode funcionar sem regulação e, ao mesmo tempo, ela pode levar a uma paralisia se a regulação for precária e pesada", afirmou na apresentação do relatório Kaushik Basu, economista-chefe do Banco Mundial. O desafio, segundo ele, é identificar e se livrar das regulações que barram o desenvolvimento das pequenas e médias empresas. O relatório observa que menos de metade das 32 economias da América Latina implementou reformas no ano passado. Entre os países da região, o mais bem colocado é o México (38º), seguido do Chile (48º) e do Peru (50º). - Setores em que o país melhorou: Mesma posição no ranking: Setores em que o país piorou:
|
mercado
|
Brasil cai cinco posições em ranking de ambiente de negóciosO Brasil manteve uma colocação ruim no ranking anual do Banco Mundial sobre ambiente de negócios, divulgado nesta terça (27), ficando em 116º lugar. O levantamento engloba 189 países. A pesquisa do ano anterior inicialmente colocava o país na 120ª colocação, mas, após revisão (com a inclusão de novos dados, como a facilidade de instalação de energia elétrica), o Brasil passou para o 111º lugar. Na comparação entre os dois anos, porém, a nota ficou praticamente estável, enquanto outras nações se modernizaram, deixando o Brasil mais para trás. O estudo do Banco Mundial aponta os vários entraves que posicionam o país na metade de baixo da lista. AMBIENTE DE NEGÓCIOS - País cai no ranking do Banco Mundial Um exemplo é a facilidade para abrir uma empresa, em que o Brasil está em 174º, à frente de apenas 15 países do ranking e atrás de nações como Equador, Mali e Fiji. O relatório enumera as razões para as dificuldades do empreendedorismo no país: em média, começar um negócio no país leva 83 dias e envolve 11 procedimentos burocráticos. Na comparação, em Cingapura, que lidera o ranking desde 2006, são três procedimentos e apenas dois dias e meio em média. Além das barreiras regulatórias para abrir um negócio, o Brasil ocupa posição baixa no ranking em quase todos os outros quesitos. Um deles é a obtenção de alvarás para construção, em que está 169º lugar, com uma demora média de 425,7 dias. No pagamento de tributos, o relatório posiciona o país na lanterna (178ª posição), estimando em 2.600 horas o tempo médio gasto anualmente por um empresário brasileiro para preparar e pagar seus impostos. Esse tempo está bem acima da média na América Latina, de 361 horas, e muito mais que as 117 horas nos países-membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne grandes economias globais). REFORMAS Um dos focos do estudo é no desempenho dos países em efetuar reformas que facilitem os negócios. Nesse quesito, há duas menções sobre o Brasil, uma positiva e outra negativa. O país é elogiado pelo investimento em sistemas eletrônicos que minimizam a burocracia no comércio exterior, por meio do Portal Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior). Por outro lado, é reprovado pelo aumento da taxa de transferência de propriedade em São Paulo —a cidade e o Rio de Janeiro são acompanhadas pelo levantamento. "Uma economia moderna não pode funcionar sem regulação e, ao mesmo tempo, ela pode levar a uma paralisia se a regulação for precária e pesada", afirmou na apresentação do relatório Kaushik Basu, economista-chefe do Banco Mundial. O desafio, segundo ele, é identificar e se livrar das regulações que barram o desenvolvimento das pequenas e médias empresas. O relatório observa que menos de metade das 32 economias da América Latina implementou reformas no ano passado. Entre os países da região, o mais bem colocado é o México (38º), seguido do Chile (48º) e do Peru (50º). - Setores em que o país melhorou: Mesma posição no ranking: Setores em que o país piorou:
| 2 |
Ministros do STF criticam disputa que suspendeu depoimentos da Lava Jato
|
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) criticaram nesta quinta-feira (16) a disputa de poder entre as cúpulas do Ministério Público Federal e da Polícia Federal sobre os rumos das investigações de políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Incomodado com movimentações da PF na Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, e o ministro do STF Teori Zavascki determinou nesta quarta (15) a suspensão de depoimentos de sete inquéritos que seriam tomados nesta semana. A decisão tem efeito sobre processos que estão relacionados a 40 investigados entre políticos e operadores do esquema, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Vaccari foi preso nesta quarta. Para o ministro Marco Aurélio Mello, o desentendimento entre as autoridades "não é coisa boa" para o andamento das investigações e tem potencial para atrasar os trabalhos. "A leitura que a sociedade faz não é boa, como se houvesse desentendimento mais profundo, entre os envolvidos no inquérito, a PF, o MP e também judiciário. O bom é que haja harmonia" disse. Segundo o ministro, inquéritos contra políticos são capitaneados pelo STF. Ele afirmou ainda que "não pode haver tumulto" nos depoimentos de envolvidos, dos investigados e das testemunhas. Outro ministro ouvido sob a condição de anonimato disse que as desavenças entre o MP e a PF são antigas e, sem dúvida, terão como consequência o prolongamento das apurações. Em nota divulgada nesta quinta (15), a Associação dos Delegados da Polícia Federal repudiou "a tentativa do Ministério Público Federal de interferir nas apurações" da PF. Os delegados criticaram o MPF e dizem que esta movimentação é comandada por Janot. "A autonomia defendida amplia os níveis de controle interno, externo e social das atividades da Polícia Federal, o que a entidade rejeita é a intenção de um controle exclusivo do Ministério Público Federal sobre a PF. Tendência essa cada vez mais evidenciada na postura institucional do Ministério Público Federal de promover o esvaziamento e o enfraquecimento da Polícia Federal com o nítido objetivo de transformá-la de uma Polícia Judiciária da União em uma verdadeira Polícia Ministerial sob o comando de Janot", afirmou a associação. 2013 A briga entre procuradores e policiais sobre competências para investigar casos é antiga e ganhou fôlego em 2013, quando policias reforçaram o movimento pela aprovação do projeto que retirava poderes de investigação do Ministério Público, que estava em discussão no Congresso. Com os protestos de junho que sacudiram as ruas no país naquela época, no entanto, a Câmara rejeitou a proposta. As duas categorias protagonizam estranhamento desde então. Não há informações de quantos ou quais depoimentos da Lava Jato foram cancelados, mas a expectativa é de que sejam retomados na próxima semana. Segundo procuradores que acompanham o caso, o Ministério Público recorreu ao STF para frear as apurações numa tentativa de "retomar as rédeas" e redefinir as estratégias do caso. Em um despacho de março, Zavascki definiu que o controle do processo, que implica no direcionamento de todas as ações referentes ao caso, estava nas mãos da Procuradoria. Os procuradores ficaram incomodados com a ação da PF para marcar depoimentos, decidir quem e quando seriam ouvidos, sem consulta prévia ao Ministério Público. A medida foi interpretada como uma movimentação dos investigadores da PF para medir forças e buscar autonomia. A Folha apurou que, numa contraofensiva, o Ministério Público passou a ligar para os políticos e oferecer que os depoimentos também poderiam ocorrer com os procuradores. As cúpulas dos dois órgãos teriam se desentendido. Investigadores da PF ouvidos pela Folha afirmam que os procuradores estão atuando de forma extremamente agressiva para manter as rédeas da operação e estariam irritados com as articulações da categoria para conquistar autonomia funcional e orçamentária.
|
poder
|
Ministros do STF criticam disputa que suspendeu depoimentos da Lava JatoMinistros do STF (Supremo Tribunal Federal) criticaram nesta quinta-feira (16) a disputa de poder entre as cúpulas do Ministério Público Federal e da Polícia Federal sobre os rumos das investigações de políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Incomodado com movimentações da PF na Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, e o ministro do STF Teori Zavascki determinou nesta quarta (15) a suspensão de depoimentos de sete inquéritos que seriam tomados nesta semana. A decisão tem efeito sobre processos que estão relacionados a 40 investigados entre políticos e operadores do esquema, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Vaccari foi preso nesta quarta. Para o ministro Marco Aurélio Mello, o desentendimento entre as autoridades "não é coisa boa" para o andamento das investigações e tem potencial para atrasar os trabalhos. "A leitura que a sociedade faz não é boa, como se houvesse desentendimento mais profundo, entre os envolvidos no inquérito, a PF, o MP e também judiciário. O bom é que haja harmonia" disse. Segundo o ministro, inquéritos contra políticos são capitaneados pelo STF. Ele afirmou ainda que "não pode haver tumulto" nos depoimentos de envolvidos, dos investigados e das testemunhas. Outro ministro ouvido sob a condição de anonimato disse que as desavenças entre o MP e a PF são antigas e, sem dúvida, terão como consequência o prolongamento das apurações. Em nota divulgada nesta quinta (15), a Associação dos Delegados da Polícia Federal repudiou "a tentativa do Ministério Público Federal de interferir nas apurações" da PF. Os delegados criticaram o MPF e dizem que esta movimentação é comandada por Janot. "A autonomia defendida amplia os níveis de controle interno, externo e social das atividades da Polícia Federal, o que a entidade rejeita é a intenção de um controle exclusivo do Ministério Público Federal sobre a PF. Tendência essa cada vez mais evidenciada na postura institucional do Ministério Público Federal de promover o esvaziamento e o enfraquecimento da Polícia Federal com o nítido objetivo de transformá-la de uma Polícia Judiciária da União em uma verdadeira Polícia Ministerial sob o comando de Janot", afirmou a associação. 2013 A briga entre procuradores e policiais sobre competências para investigar casos é antiga e ganhou fôlego em 2013, quando policias reforçaram o movimento pela aprovação do projeto que retirava poderes de investigação do Ministério Público, que estava em discussão no Congresso. Com os protestos de junho que sacudiram as ruas no país naquela época, no entanto, a Câmara rejeitou a proposta. As duas categorias protagonizam estranhamento desde então. Não há informações de quantos ou quais depoimentos da Lava Jato foram cancelados, mas a expectativa é de que sejam retomados na próxima semana. Segundo procuradores que acompanham o caso, o Ministério Público recorreu ao STF para frear as apurações numa tentativa de "retomar as rédeas" e redefinir as estratégias do caso. Em um despacho de março, Zavascki definiu que o controle do processo, que implica no direcionamento de todas as ações referentes ao caso, estava nas mãos da Procuradoria. Os procuradores ficaram incomodados com a ação da PF para marcar depoimentos, decidir quem e quando seriam ouvidos, sem consulta prévia ao Ministério Público. A medida foi interpretada como uma movimentação dos investigadores da PF para medir forças e buscar autonomia. A Folha apurou que, numa contraofensiva, o Ministério Público passou a ligar para os políticos e oferecer que os depoimentos também poderiam ocorrer com os procuradores. As cúpulas dos dois órgãos teriam se desentendido. Investigadores da PF ouvidos pela Folha afirmam que os procuradores estão atuando de forma extremamente agressiva para manter as rédeas da operação e estariam irritados com as articulações da categoria para conquistar autonomia funcional e orçamentária.
| 0 |
Procon-RJ entra com ação contra operadoras por bloqueio de internet
|
O Procon-RJ entrou com uma ação na Justiça contra as operadoras Oi, Tim, Vivo e Claro em razão da estratégia das companhias de cortar a internet móvel dos clientes após o fim do pacote de dados contratado (antes, as empresas reduziam bastante a velocidade da conexão, mas ainda permitiam o acesso). Com o corte, o cliente precisa desembolsar mais dinheiro para restabelecer a conexão, contratando um pacote com limite superior ao de sua franquia atual ou um pacote adicional para usar até o fim do ciclo de faturamento. Uma alternativa é usar aplicativos que ajudam a controlar o uso dos dados. O órgão de defesa do consumidor argumenta na ação, que corre na 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que essas companhias mudaram o acordo com os clientes de maneira unilateral, o que, na visão da instituição, fere o "direito adquirido previsto pela Constituição Federal e no Código de Defesa do Consumidor". Por isso, o Procon-RJ pede a concessão de uma liminar para que os clientes continuem usando a internet mesmo após "estourar" o pacote –as operadoras só poderiam adotar a nova regra para os contratos firmados depois que a ação foi instaurada. O pedido é de aplicação de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Nesta segunda-feira (23), Ministério da Justiça cobrou esclarecimentos das empresas sobre o assunto. As informações vão ajudar em uma investigação preliminar sobre o tema. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) afirma, em comunicado, que as operadoras não têm a obrigação de oferecer a velocidade reduzida ao fim do pacote, a não ser que isso esteja previsto no contrato –alterações nos planos devem ser comunicadas ao cliente com no mínimo 30 dias de antecedência. De acordo com a agência reguladora, as companhias decidiram começar a cortar a conexão porque "velocidades reduzidas são insuficientes para muitas das modernas aplicações, não atendem às necessidade dos usuários e provocam uma experiência ruim de navegação". "As empresas do serviço móvel são remuneradas pela prestação de seus serviços –entre eles o serviços de dados– e não têm obrigação de prestá-los de forma gratuita", afirma. OUTRO LADO A TIM, que na semana passada anunciou que vai adotar a restrição a partir de 20 de março para clientes pós pagos, disse que ainda não recebeu notificação sobre o assunto e que tomou a atitude para "oferecer uma melhor experiência de navegação móvel". A Claro, que adota a estratégia para clientes pré-pagos e do tipo controle, também disse que não foi notificada e que não tem previsão de quando a medida vai atingir os planos pós-pagos. A Vivo informou não ter sido notificada e a Oi afirmou que não comenta ações judiciais em andamento.
|
mercado
|
Procon-RJ entra com ação contra operadoras por bloqueio de internetO Procon-RJ entrou com uma ação na Justiça contra as operadoras Oi, Tim, Vivo e Claro em razão da estratégia das companhias de cortar a internet móvel dos clientes após o fim do pacote de dados contratado (antes, as empresas reduziam bastante a velocidade da conexão, mas ainda permitiam o acesso). Com o corte, o cliente precisa desembolsar mais dinheiro para restabelecer a conexão, contratando um pacote com limite superior ao de sua franquia atual ou um pacote adicional para usar até o fim do ciclo de faturamento. Uma alternativa é usar aplicativos que ajudam a controlar o uso dos dados. O órgão de defesa do consumidor argumenta na ação, que corre na 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que essas companhias mudaram o acordo com os clientes de maneira unilateral, o que, na visão da instituição, fere o "direito adquirido previsto pela Constituição Federal e no Código de Defesa do Consumidor". Por isso, o Procon-RJ pede a concessão de uma liminar para que os clientes continuem usando a internet mesmo após "estourar" o pacote –as operadoras só poderiam adotar a nova regra para os contratos firmados depois que a ação foi instaurada. O pedido é de aplicação de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Nesta segunda-feira (23), Ministério da Justiça cobrou esclarecimentos das empresas sobre o assunto. As informações vão ajudar em uma investigação preliminar sobre o tema. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) afirma, em comunicado, que as operadoras não têm a obrigação de oferecer a velocidade reduzida ao fim do pacote, a não ser que isso esteja previsto no contrato –alterações nos planos devem ser comunicadas ao cliente com no mínimo 30 dias de antecedência. De acordo com a agência reguladora, as companhias decidiram começar a cortar a conexão porque "velocidades reduzidas são insuficientes para muitas das modernas aplicações, não atendem às necessidade dos usuários e provocam uma experiência ruim de navegação". "As empresas do serviço móvel são remuneradas pela prestação de seus serviços –entre eles o serviços de dados– e não têm obrigação de prestá-los de forma gratuita", afirma. OUTRO LADO A TIM, que na semana passada anunciou que vai adotar a restrição a partir de 20 de março para clientes pós pagos, disse que ainda não recebeu notificação sobre o assunto e que tomou a atitude para "oferecer uma melhor experiência de navegação móvel". A Claro, que adota a estratégia para clientes pré-pagos e do tipo controle, também disse que não foi notificada e que não tem previsão de quando a medida vai atingir os planos pós-pagos. A Vivo informou não ter sido notificada e a Oi afirmou que não comenta ações judiciais em andamento.
| 2 |
Lava Jato muda rotina de Procuradoria no RS, que analisa ação contra Lula
|
Quando o juiz Sergio Moro despachou pela condução coercitiva do ex-presidente Lula, em fevereiro de 2016, a procuradora Maria Emília da Costa Dick, 46, teve que trabalhar do hospital. Integrante do grupo do Ministério Público Federal em Porto Alegre que atua na segunda instância da Lava Jato, ela viu o e-mail se encher de mensagens da força-tarefa de Curitiba. Do leito, repassou as informações aos colegas. O grupo de Porto Alegre tem trabalhado em momentos de folga com frequência, conforme os casos de maior repercussão ganham sentença de Moro e chegam ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Avessos a entrevistas e mais discretos que a força-tarefa de Curitiba, os seis integrantes entraram no Ministério Público no concurso de 1996. Quatro trabalhavam no combate à lavagem de dinheiro em primeira instância. Eles reveem os autos e se posicionam, como Ministério Público Federal, nas ações que chegam ao tribunal. É da PRR-4 o próximo passo do processo de Lula no caso do tríplex de Guarujá (SP). O órgão apresentará manifestação antes de o processo chegar ao gabinete do juiz relator, João Pedro Gebran Neto. A peça, que será elaborada pelo procurador Maurício Gotardo Gerum, 48, deve ser apresentada em 5 de outubro. Esse é o prazo final previsto no processo eletrônico, de 20 dias após a intimação –embora a Procuradoria Regional não precise necessariamente seguir esse prazo e, a rigor, não tem seguido. Até agora, a média de entrega das manifestações da Lava Jato pela PRR-4 é de 45 dias. "Esse é um processo difícil, que envolve uma questão política", diz Maria Emília. "Nossa postura é de fazer tudo de forma mais rápida, dentro da lei, sem esticar e sem diminuir o prazo. Fazer tudo exato. Não podemos dar nenhuma conotação política, porque é isso o que eles [a defesa] buscam: sempre dar uma conotação política quando o nosso trabalho é técnico." A procuradora atuou no caso do ex-ministro José Dirceu, condenado a 20 anos de prisão em junho do ano passado e solto por habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) em maio. A manifestação do Ministério Público em segunda instância foi entregue em janeiro. O julgamento começou em 13 de setembro, mas foi paralisado por um pedido de vista. "Trabalhamos durante todo o recesso nesse processo e entreguei. Depois, quando soltaram o Dirceu, o [ministro Ricardo] Lewandowski deu a entender que o processo estava demorado. Gente, se você comparar com o outro TRF, ninguém julga mais rápido que o nosso", afirma. "Daí eu falei para o Gebran: 'Graças a Deus que eu entreguei aquilo. Imagina se fosse comigo, iam dizer que estava havia muito tempo com o Ministério Público'." Além de manifestações nos autos, os procuradores participam das sessões da oitava turma do TRF, composta por Gebran e outros dois juízes, responsável pela Lava Jato. Tanto Gebran como Moro já foram alvos de pedidos de suspeição da defesa de Lula e de outros réus da operação, com aval contrário da PRR-4. Na manifestação de uma queixa-crime da defesa de Lula contra Moro, a procuradora Ana Luísa Von Mengden, 47, chegou a reclamar do tratamento feito pelos advogados aos juízes, sugerindo a possibilidade de processo pelos crimes de injúria e calúnia. "O representante usa de expressões grosseiras e vulgares para descrever o que trata como fatos, ofendendo a honra do magistrado federal Sergio Fernando Moro e do desembargador federal João Pedro Gebran Neto (...) reunindo suposições em sequência ilógica e desconexa, tecendo, ao final, ilações com o nítido propósito de promover ataque pessoal", escreveu. DESTAQUE Ao contrário da força-tarefa de Curitiba, os procuradores da PRR-4 não são exclusivos da Lava Jato, nem assinam todas as peças em conjunto. Um dos membros, Adriano Augusto Silvestrin Guedes, 47, também atua na Operação Carne Fraca –e ainda se espanta com o tamanho da repercussão dos casos em que tem trabalhado. "Esses dias eu estava assistindo ao jornal em casa e falaram da Carne Fraca e depois do [Aldemir] Bendine. As duas estavam comigo", ri. O aumento dos casos de destaque nas mãos da PRR-4 foi levada em conta pela atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, então candidata ao cargo, que iniciou sua campanha em Porto Alegre. Segundo os procuradores, ela disse que o grupo da Lava Jato seria mantido. O holofote também fez os seis passarem a solicitar segurança institucional em julgamentos de repercussão. Uma atuação passada de Maria Emília só repercutiu nacionalmente após a própria Lava Jato: a Operação Sucuri, que apurava facilitação de contrabando com a participação de policiais federais. Entre os alvos estava Newton Ishii, conhecido como Japonês da Federal. "Quando começaram a falar do Japonês da Federal, pensei: de onde conheço esse nome? Fui olhar", diz, e bate na mesa como quem tem uma epifania: "Meu réu! O Japonês da Federal era meu réu."
|
poder
|
Lava Jato muda rotina de Procuradoria no RS, que analisa ação contra LulaQuando o juiz Sergio Moro despachou pela condução coercitiva do ex-presidente Lula, em fevereiro de 2016, a procuradora Maria Emília da Costa Dick, 46, teve que trabalhar do hospital. Integrante do grupo do Ministério Público Federal em Porto Alegre que atua na segunda instância da Lava Jato, ela viu o e-mail se encher de mensagens da força-tarefa de Curitiba. Do leito, repassou as informações aos colegas. O grupo de Porto Alegre tem trabalhado em momentos de folga com frequência, conforme os casos de maior repercussão ganham sentença de Moro e chegam ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Avessos a entrevistas e mais discretos que a força-tarefa de Curitiba, os seis integrantes entraram no Ministério Público no concurso de 1996. Quatro trabalhavam no combate à lavagem de dinheiro em primeira instância. Eles reveem os autos e se posicionam, como Ministério Público Federal, nas ações que chegam ao tribunal. É da PRR-4 o próximo passo do processo de Lula no caso do tríplex de Guarujá (SP). O órgão apresentará manifestação antes de o processo chegar ao gabinete do juiz relator, João Pedro Gebran Neto. A peça, que será elaborada pelo procurador Maurício Gotardo Gerum, 48, deve ser apresentada em 5 de outubro. Esse é o prazo final previsto no processo eletrônico, de 20 dias após a intimação –embora a Procuradoria Regional não precise necessariamente seguir esse prazo e, a rigor, não tem seguido. Até agora, a média de entrega das manifestações da Lava Jato pela PRR-4 é de 45 dias. "Esse é um processo difícil, que envolve uma questão política", diz Maria Emília. "Nossa postura é de fazer tudo de forma mais rápida, dentro da lei, sem esticar e sem diminuir o prazo. Fazer tudo exato. Não podemos dar nenhuma conotação política, porque é isso o que eles [a defesa] buscam: sempre dar uma conotação política quando o nosso trabalho é técnico." A procuradora atuou no caso do ex-ministro José Dirceu, condenado a 20 anos de prisão em junho do ano passado e solto por habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) em maio. A manifestação do Ministério Público em segunda instância foi entregue em janeiro. O julgamento começou em 13 de setembro, mas foi paralisado por um pedido de vista. "Trabalhamos durante todo o recesso nesse processo e entreguei. Depois, quando soltaram o Dirceu, o [ministro Ricardo] Lewandowski deu a entender que o processo estava demorado. Gente, se você comparar com o outro TRF, ninguém julga mais rápido que o nosso", afirma. "Daí eu falei para o Gebran: 'Graças a Deus que eu entreguei aquilo. Imagina se fosse comigo, iam dizer que estava havia muito tempo com o Ministério Público'." Além de manifestações nos autos, os procuradores participam das sessões da oitava turma do TRF, composta por Gebran e outros dois juízes, responsável pela Lava Jato. Tanto Gebran como Moro já foram alvos de pedidos de suspeição da defesa de Lula e de outros réus da operação, com aval contrário da PRR-4. Na manifestação de uma queixa-crime da defesa de Lula contra Moro, a procuradora Ana Luísa Von Mengden, 47, chegou a reclamar do tratamento feito pelos advogados aos juízes, sugerindo a possibilidade de processo pelos crimes de injúria e calúnia. "O representante usa de expressões grosseiras e vulgares para descrever o que trata como fatos, ofendendo a honra do magistrado federal Sergio Fernando Moro e do desembargador federal João Pedro Gebran Neto (...) reunindo suposições em sequência ilógica e desconexa, tecendo, ao final, ilações com o nítido propósito de promover ataque pessoal", escreveu. DESTAQUE Ao contrário da força-tarefa de Curitiba, os procuradores da PRR-4 não são exclusivos da Lava Jato, nem assinam todas as peças em conjunto. Um dos membros, Adriano Augusto Silvestrin Guedes, 47, também atua na Operação Carne Fraca –e ainda se espanta com o tamanho da repercussão dos casos em que tem trabalhado. "Esses dias eu estava assistindo ao jornal em casa e falaram da Carne Fraca e depois do [Aldemir] Bendine. As duas estavam comigo", ri. O aumento dos casos de destaque nas mãos da PRR-4 foi levada em conta pela atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, então candidata ao cargo, que iniciou sua campanha em Porto Alegre. Segundo os procuradores, ela disse que o grupo da Lava Jato seria mantido. O holofote também fez os seis passarem a solicitar segurança institucional em julgamentos de repercussão. Uma atuação passada de Maria Emília só repercutiu nacionalmente após a própria Lava Jato: a Operação Sucuri, que apurava facilitação de contrabando com a participação de policiais federais. Entre os alvos estava Newton Ishii, conhecido como Japonês da Federal. "Quando começaram a falar do Japonês da Federal, pensei: de onde conheço esse nome? Fui olhar", diz, e bate na mesa como quem tem uma epifania: "Meu réu! O Japonês da Federal era meu réu."
| 0 |
Brasileira encontra 'caixa-preta' na Aerolíneas Argentinas pós-Cristina
|
A brasileira Isela Costantini, 44, completou nesta quinta-feira (4) um mês à frente da maior empresa aérea argentina, a estatal Aerolíneas Argentinas. Os 30 dias, no entanto, passaram longe do necessário para que ficasse ciente de toda a situação da companhia. De números, por enquanto, só tem um de cabeça: a empresa terá um deficit de US$ 1 bilhão neste ano se não houver mudanças. As estimativas do mercado, porém, apontam que a empresa vinha tendo um prejuízo anual de US$ 400 milhões. Costantini não tem dados da dívida total nem sabe de cor os custos anuais de operação. "Todo dia aqui é uma surpresa e sempre surge uma nova dívida", disse à Folha. À Boeing, por exemplo, precisa pagar US$ 110 milhões, que deveriam ter sido acertados no ano passado. A auditoria mais recente foi feita em 2013, pela KPMG. Desde então, a estatal não tem números confiáveis. Em julho do ano passado, foi concluído o último balanço, mas Costantini não acredita nesses dados. Diante da desordem, a prioridade da executiva é organizar os processos de operação e fazer com que o deficit anual não chegue nem a US$ 500 milhões. Para isso, algumas medidas já foram tomadas. Em janeiro, a brasileira rescindiu o contrato com a Sol, uma empresa aérea local e privada. Desde setembro do ano passado, a Aerolíneas arcava com os custos de voo da parceira em troca de poder usar a frota da Sol (composta por oito aeronaves) em caso de um aumento de demanda. Costantini também cortou custos não operacionais. Um exemplo foi a diminuição no valor da comissão pago às agências revendedoras de passagens -caiu de 3% para 1%. Por enquanto, demissões não estão no radar, apesar de Costantini admitir que o quadro de funcionários, com 12.200 postos, é inchado. A intenção inicial é analisar quais departamentos precisam ou não dos empregados e fazer realocações. ESTATIZAÇÃO A Aerolíneas pertencia ao grupo espanhol Marsans até 2008, quando o governo de Cristina Kirchner a estatizou, assumindo uma dívida de US$ 890 milhões. Durante o período kirchnerista, surgiram acusações de corrupção e mau uso do dinheiro público -em 2015, o governo repassou à empresa US$ 464 milhões. "Estamos tentando criar uma cultura de orçamento. Os funcionários aqui buscavam as melhores práticas, mas com um cheque em branco. Eles sabiam que a companhia tinha dívidas, mas não havia a preocupação de lançar novos negócios [que gerassem lucros]." O governo Kirchner também procurou ampliar as conexões dentro do país, incluindo nas rotas cidades que não eram atraentes sob o ponto de vista comercial. Por enquanto, não haverá alteração no número de destinos para reduzir gastos, afirma a executiva. "A empresa é do Estado, isso não muda. Queremos ter uma empresa com objetivo social, mas o mínimo é que ela não perca dinheiro." Em relação à desvalorização do peso, Costantini afirma que essa não é uma preocupação no momento. No Brasil, o enfraquecimento do real é um dos fatores geradores de prejuízos às aéreas. Para a executiva, o barateamento do combustível no mercado internacional compensará a alta do dólar. Costantini, no entanto, não sabe qual é a parcela exata dos custos em dólares no total da empresa, mas diz que é inferior a 60% (valor considerado pelas brasileiras do mesmo setor). A executiva nasceu em São Paulo, mas é filha de argentinos. A cidadania argentina foi tirada há menos de um ano. Formada em comunicação pela PUC-PR, comandou até 2015 a General Motors na Argentina, no Paraguai e no Uruguai.
|
mercado
|
Brasileira encontra 'caixa-preta' na Aerolíneas Argentinas pós-CristinaA brasileira Isela Costantini, 44, completou nesta quinta-feira (4) um mês à frente da maior empresa aérea argentina, a estatal Aerolíneas Argentinas. Os 30 dias, no entanto, passaram longe do necessário para que ficasse ciente de toda a situação da companhia. De números, por enquanto, só tem um de cabeça: a empresa terá um deficit de US$ 1 bilhão neste ano se não houver mudanças. As estimativas do mercado, porém, apontam que a empresa vinha tendo um prejuízo anual de US$ 400 milhões. Costantini não tem dados da dívida total nem sabe de cor os custos anuais de operação. "Todo dia aqui é uma surpresa e sempre surge uma nova dívida", disse à Folha. À Boeing, por exemplo, precisa pagar US$ 110 milhões, que deveriam ter sido acertados no ano passado. A auditoria mais recente foi feita em 2013, pela KPMG. Desde então, a estatal não tem números confiáveis. Em julho do ano passado, foi concluído o último balanço, mas Costantini não acredita nesses dados. Diante da desordem, a prioridade da executiva é organizar os processos de operação e fazer com que o deficit anual não chegue nem a US$ 500 milhões. Para isso, algumas medidas já foram tomadas. Em janeiro, a brasileira rescindiu o contrato com a Sol, uma empresa aérea local e privada. Desde setembro do ano passado, a Aerolíneas arcava com os custos de voo da parceira em troca de poder usar a frota da Sol (composta por oito aeronaves) em caso de um aumento de demanda. Costantini também cortou custos não operacionais. Um exemplo foi a diminuição no valor da comissão pago às agências revendedoras de passagens -caiu de 3% para 1%. Por enquanto, demissões não estão no radar, apesar de Costantini admitir que o quadro de funcionários, com 12.200 postos, é inchado. A intenção inicial é analisar quais departamentos precisam ou não dos empregados e fazer realocações. ESTATIZAÇÃO A Aerolíneas pertencia ao grupo espanhol Marsans até 2008, quando o governo de Cristina Kirchner a estatizou, assumindo uma dívida de US$ 890 milhões. Durante o período kirchnerista, surgiram acusações de corrupção e mau uso do dinheiro público -em 2015, o governo repassou à empresa US$ 464 milhões. "Estamos tentando criar uma cultura de orçamento. Os funcionários aqui buscavam as melhores práticas, mas com um cheque em branco. Eles sabiam que a companhia tinha dívidas, mas não havia a preocupação de lançar novos negócios [que gerassem lucros]." O governo Kirchner também procurou ampliar as conexões dentro do país, incluindo nas rotas cidades que não eram atraentes sob o ponto de vista comercial. Por enquanto, não haverá alteração no número de destinos para reduzir gastos, afirma a executiva. "A empresa é do Estado, isso não muda. Queremos ter uma empresa com objetivo social, mas o mínimo é que ela não perca dinheiro." Em relação à desvalorização do peso, Costantini afirma que essa não é uma preocupação no momento. No Brasil, o enfraquecimento do real é um dos fatores geradores de prejuízos às aéreas. Para a executiva, o barateamento do combustível no mercado internacional compensará a alta do dólar. Costantini, no entanto, não sabe qual é a parcela exata dos custos em dólares no total da empresa, mas diz que é inferior a 60% (valor considerado pelas brasileiras do mesmo setor). A executiva nasceu em São Paulo, mas é filha de argentinos. A cidadania argentina foi tirada há menos de um ano. Formada em comunicação pela PUC-PR, comandou até 2015 a General Motors na Argentina, no Paraguai e no Uruguai.
| 2 |
Fratus acaba com hegemonia de Cielo nos 50 m livre no Maria Lenk
|
Bruno Fratus confirmou a boa fase nesta quarta-feira (8) e acabou com a hegemonia de Cesar Cielo na prova dos 50 m livre no Troféu Maria Lenk. Com o tempo de 21s74, o nadador do Pinheiros estabeleceu a segunda melhor marca da distância neste ano. O francês Florent Manaudou, com 21s57, é o líder do ranking. Medalha de ouro em Pequim-08 e bronze em Londres-12 nos 50 m livre, Cielo era o vencedor da prova no Maria Lenk desde 2008. Em 2006, ele venceu também a prova, mas não competiu no ano seguinte por causa dos estudos nos EUA. "Tenho a sorte de ter ele [o Cesar Cielo] como rival. Fiquei contente com o resultado", disse Fratus, que comemorou bastante a vitória na piscina do Fluminense. O resultado foi cercado de suspense. O tempo do nadador do Pinheiros só apareceu no placar quase um minuto depois do final da prova. Até então, Cielo era apontado como o vencedor. "É natural querer bater na frente dele. A competição faz evoluirmos juntos", acrescentou. Cielo terminou a prova com 21s84 e não escondeu o descontentamento com a marca. "Foi uma prova muito fraca. Com esses tempos, não poderemos fazer muita coisa no Mundial. É até difícil falar o que não deu certo. Fiquei mais de meio segundo do meu melhor tempo", disse o nadador do Minas Tênis. Com os tempos, a dupla garantiu classificação para o Mundial de Kazan, na Rússia. O campeonato será disputado em agosto. Fratus disse que pretende disputar também o Pan de Toronto, em julho. O nadador nascido em Macaé foi uma das surpresas da temporada de 2014. Ele venceu a prova no Pampacífico e nadou a distância três vezes na casa dos 21s4, tempo que lhe daria medalha de prata nos Jogos de Londres. Desde o ano passado, ele treina com Brett Hawke, em Auburn, nos EUA. O treinador trabalhou com Cielo na época da conquista do ouro em Pequim. "Não temos relação pessoal. Nos encontramos em competições. Mas fico feliz pelos nossos resultados", afirmou Fratus, ao ser questionado sobre o relacionamento com Cielo. OUTRA SURPRESA Com 18 anos, Brandonn Pierry, do Corinthians, ficou em segundo lugar nos 400 m medley e garantiu a classificação para o Mundial. Ele nadou a distância em 4m15s82, sua melhor marca na carreira. Thiago Pereira venceu a prova, com 4min13s94.
|
esporte
|
Fratus acaba com hegemonia de Cielo nos 50 m livre no Maria LenkBruno Fratus confirmou a boa fase nesta quarta-feira (8) e acabou com a hegemonia de Cesar Cielo na prova dos 50 m livre no Troféu Maria Lenk. Com o tempo de 21s74, o nadador do Pinheiros estabeleceu a segunda melhor marca da distância neste ano. O francês Florent Manaudou, com 21s57, é o líder do ranking. Medalha de ouro em Pequim-08 e bronze em Londres-12 nos 50 m livre, Cielo era o vencedor da prova no Maria Lenk desde 2008. Em 2006, ele venceu também a prova, mas não competiu no ano seguinte por causa dos estudos nos EUA. "Tenho a sorte de ter ele [o Cesar Cielo] como rival. Fiquei contente com o resultado", disse Fratus, que comemorou bastante a vitória na piscina do Fluminense. O resultado foi cercado de suspense. O tempo do nadador do Pinheiros só apareceu no placar quase um minuto depois do final da prova. Até então, Cielo era apontado como o vencedor. "É natural querer bater na frente dele. A competição faz evoluirmos juntos", acrescentou. Cielo terminou a prova com 21s84 e não escondeu o descontentamento com a marca. "Foi uma prova muito fraca. Com esses tempos, não poderemos fazer muita coisa no Mundial. É até difícil falar o que não deu certo. Fiquei mais de meio segundo do meu melhor tempo", disse o nadador do Minas Tênis. Com os tempos, a dupla garantiu classificação para o Mundial de Kazan, na Rússia. O campeonato será disputado em agosto. Fratus disse que pretende disputar também o Pan de Toronto, em julho. O nadador nascido em Macaé foi uma das surpresas da temporada de 2014. Ele venceu a prova no Pampacífico e nadou a distância três vezes na casa dos 21s4, tempo que lhe daria medalha de prata nos Jogos de Londres. Desde o ano passado, ele treina com Brett Hawke, em Auburn, nos EUA. O treinador trabalhou com Cielo na época da conquista do ouro em Pequim. "Não temos relação pessoal. Nos encontramos em competições. Mas fico feliz pelos nossos resultados", afirmou Fratus, ao ser questionado sobre o relacionamento com Cielo. OUTRA SURPRESA Com 18 anos, Brandonn Pierry, do Corinthians, ficou em segundo lugar nos 400 m medley e garantiu a classificação para o Mundial. Ele nadou a distância em 4m15s82, sua melhor marca na carreira. Thiago Pereira venceu a prova, com 4min13s94.
| 4 |
Chuva rápida volta após 14 dias, mas frio intenso seguirá durante a semana
|
Depois de 14 dias secos e com baixa umidade relativa do ar, a capital paulista voltou a ter algum registro de chuvas na tarde deste sábado (16). E o ar, mais úmido, voltou a ser mais respirável. Às 14h, a estação automática do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 4,2 mm de chuva. É a primeira vez, desde o dia 2 de julho, que o pluviômetro localizado em Santana, na zona norte paulistana, saiu do zero. Naquele dia choveu apenas 0,2 mm. A última chuva consistente na cidade, de 12,2 mm, havia ocorrido há mais de um mês, no dia 2 de junho. A chuva, consequência da passagem de um frente fria por todo o Estado de São Paulo, vai ser rápida. Não deve durar até à noite. Mas, depois que ela passar, chegará um massa de ar polar que vai derrubar bastante a temperatura. Se o sábado amanheceu com temperaturas na casa dos 22°C, as primeiras horas da manhã de domingo (17) deverão registrar temperaturas um pouco abaixo dos 10°C. Se amanhã a expectativa é que a mínima seja de 7°C na capital, na segunda, os termômetros poderão cair mais um grau. O frio continua durante a semana, pelo menos até quarta-feira (20). Mas ele será seco. Terça e quarta-feira podem ocorrer apenas alguns chuviscos entre a capital e o litoral de São Paulo. O domingo e a segunda-feira serão ainda mais gelados na região da serra da Mantiqueira, onde fica a cidade de Campos do Jordão, muito procurada pelos turistas nesta época do ano. De acordo com o Inmet, as temperaturas no alto da serra poderão ser negativas em até dois graus depois de amanhã.
|
cotidiano
|
Chuva rápida volta após 14 dias, mas frio intenso seguirá durante a semanaDepois de 14 dias secos e com baixa umidade relativa do ar, a capital paulista voltou a ter algum registro de chuvas na tarde deste sábado (16). E o ar, mais úmido, voltou a ser mais respirável. Às 14h, a estação automática do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 4,2 mm de chuva. É a primeira vez, desde o dia 2 de julho, que o pluviômetro localizado em Santana, na zona norte paulistana, saiu do zero. Naquele dia choveu apenas 0,2 mm. A última chuva consistente na cidade, de 12,2 mm, havia ocorrido há mais de um mês, no dia 2 de junho. A chuva, consequência da passagem de um frente fria por todo o Estado de São Paulo, vai ser rápida. Não deve durar até à noite. Mas, depois que ela passar, chegará um massa de ar polar que vai derrubar bastante a temperatura. Se o sábado amanheceu com temperaturas na casa dos 22°C, as primeiras horas da manhã de domingo (17) deverão registrar temperaturas um pouco abaixo dos 10°C. Se amanhã a expectativa é que a mínima seja de 7°C na capital, na segunda, os termômetros poderão cair mais um grau. O frio continua durante a semana, pelo menos até quarta-feira (20). Mas ele será seco. Terça e quarta-feira podem ocorrer apenas alguns chuviscos entre a capital e o litoral de São Paulo. O domingo e a segunda-feira serão ainda mais gelados na região da serra da Mantiqueira, onde fica a cidade de Campos do Jordão, muito procurada pelos turistas nesta época do ano. De acordo com o Inmet, as temperaturas no alto da serra poderão ser negativas em até dois graus depois de amanhã.
| 6 |
Frederico Vasconcelos: Na cadeia, desmatador tem cafeteira, internet e até aparelho de ginástica
|
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) vão encaminhar ofício à Justiça Estadual e à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) para pedir o fim de privilégios concedidos na ... Leia post completo no blog
|
poder
|
Frederico Vasconcelos: Na cadeia, desmatador tem cafeteira, internet e até aparelho de ginásticaO Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) vão encaminhar ofício à Justiça Estadual e à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) para pedir o fim de privilégios concedidos na ... Leia post completo no blog
| 0 |
Tecnologia de tradução começa a cumprir promessas
|
O setor tecnológico está fazendo seu melhor para superar a Torre de Babel. No mês passado, o Skype, serviço de conversas em vídeo da Microsoft, começou a oferecer tradução simultânea entre inglês e espanhol. Certamente, a tecnologia de tradução ainda pode ser terrível. O programa requer um fone de ouvido com microfone e funciona melhor se o interlocutor deixar de falar para entender o que a outra pessoa disse. A experiência do teste foi um pouco como se dois funcionários de telemarketing estivessem usando rádios walkie-talkie. Mas essas reclamações seriam preciosismo ante o que parece ser fundamentalmente um milagre: após alguns minutos, eu me acostumei com o processo e comecei a conversar livremente com um colombiano sobre sua família e sua vida em Medellín (cidade cujo nome o Skype interpretou errado a princípio, mas que depois acertou). A maior barreira que nos separa, nossa língua, começou a desaparecer. Os erros de interpretação são parte-chave de como os produtos on-line melhoram. Os serviços se aprimoram com o uso, por meio do chamado aprendizado de máquinas. Foi assim que o corretor ortográfico tornou-se mais confiável, assim como progridem buscas, mapas e outros serviços. "O programa aprende como você, usando as conversas", disse durante nossa conversa Sebastian Cuberos, meu amigo da Colômbia. "Neste momento, é muito bom." A gramática não é perfeita, mas é possível entender o que ele diz. Há apenas algumas milhares de pessoas utilizando o serviço no Skype. Enquanto o programa aprende com elas, receberá as outras cerca de 40 mil que estão na lista de espera para experimentar o serviço de espanhol para inglês. Mesmo neste estágio incipiente, o mecanismo levanta a possibilidade de, por exemplo, aulas de ciências sociais conjuntas entre crianças nos EUA e no México. GOOGLE TRANSLATE Para não ficar para trás, o Google em breve anunciará uma atualização para seu aplicativo de tradução para celulares. O aplicativo Google Translate, que oferece tradução textual para 90 idiomas, passará a detectar automaticamente se alguém está conversando em algum idioma popular e irá transcrever o que ouve. "Temos mais de 500 milhões de usuários em todas as nossas plataformas", diz Macduff Hughes, diretor de engenharia do Google Translate. Segundo ele, 80% a 90% de todo o conteúdo da web está em apenas dez idiomas, o que torna a tradução parte crítica do aprendizado para muitas pessoas. A tradução automática de páginas da web já é uma capacidade do navegador Chrome. Pessoas que usam o "browser" podem ver um site originalmente em inglês, por exemplo, em coreano. O Google também anunciará um serviço que permite que você aponte a câmera do celular para uma placa ou anúncio na rua em outro país e veja uma versão traduzida na tela, automaticamente. Tradução de YURI GONZAGA
|
tec
|
Tecnologia de tradução começa a cumprir promessasO setor tecnológico está fazendo seu melhor para superar a Torre de Babel. No mês passado, o Skype, serviço de conversas em vídeo da Microsoft, começou a oferecer tradução simultânea entre inglês e espanhol. Certamente, a tecnologia de tradução ainda pode ser terrível. O programa requer um fone de ouvido com microfone e funciona melhor se o interlocutor deixar de falar para entender o que a outra pessoa disse. A experiência do teste foi um pouco como se dois funcionários de telemarketing estivessem usando rádios walkie-talkie. Mas essas reclamações seriam preciosismo ante o que parece ser fundamentalmente um milagre: após alguns minutos, eu me acostumei com o processo e comecei a conversar livremente com um colombiano sobre sua família e sua vida em Medellín (cidade cujo nome o Skype interpretou errado a princípio, mas que depois acertou). A maior barreira que nos separa, nossa língua, começou a desaparecer. Os erros de interpretação são parte-chave de como os produtos on-line melhoram. Os serviços se aprimoram com o uso, por meio do chamado aprendizado de máquinas. Foi assim que o corretor ortográfico tornou-se mais confiável, assim como progridem buscas, mapas e outros serviços. "O programa aprende como você, usando as conversas", disse durante nossa conversa Sebastian Cuberos, meu amigo da Colômbia. "Neste momento, é muito bom." A gramática não é perfeita, mas é possível entender o que ele diz. Há apenas algumas milhares de pessoas utilizando o serviço no Skype. Enquanto o programa aprende com elas, receberá as outras cerca de 40 mil que estão na lista de espera para experimentar o serviço de espanhol para inglês. Mesmo neste estágio incipiente, o mecanismo levanta a possibilidade de, por exemplo, aulas de ciências sociais conjuntas entre crianças nos EUA e no México. GOOGLE TRANSLATE Para não ficar para trás, o Google em breve anunciará uma atualização para seu aplicativo de tradução para celulares. O aplicativo Google Translate, que oferece tradução textual para 90 idiomas, passará a detectar automaticamente se alguém está conversando em algum idioma popular e irá transcrever o que ouve. "Temos mais de 500 milhões de usuários em todas as nossas plataformas", diz Macduff Hughes, diretor de engenharia do Google Translate. Segundo ele, 80% a 90% de todo o conteúdo da web está em apenas dez idiomas, o que torna a tradução parte crítica do aprendizado para muitas pessoas. A tradução automática de páginas da web já é uma capacidade do navegador Chrome. Pessoas que usam o "browser" podem ver um site originalmente em inglês, por exemplo, em coreano. O Google também anunciará um serviço que permite que você aponte a câmera do celular para uma placa ou anúncio na rua em outro país e veja uma versão traduzida na tela, automaticamente. Tradução de YURI GONZAGA
| 5 |
Rock e Beatles são opções para pequenos avessos ao Halloween
|
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Não gosta do Dia das Bruxas? Que tal então aproveitar o feriado prolongado para curtir shows? Nesta segunda (1º), a Banda Estralo apresenta novos arranjos para músicas como "O Calhambeque" e "O Vira". No mesmo dia, o sexteto Zig Zag passeia por histórias do Saci e do Curupira em show. Confira abaixo. * ESTRALANDO ROQUE Com teatro, dança e poesia, o show é uma viagem pelo rock nacional. Adultos relembram -e os pequenos conhecem- músicas como "O Calhambeque", de Roberto Carlos, e "O Vira", do grupo Secos e Molhados, que ganham novos arranjos. Sesc Consolação - teatro Anchieta. R. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, tel. 3234-3000. 280 lugares. Seg. (1º/11): 11h. 60 min. Livre. Ingr.: R$ 5 a R$ 17. - BEATLES PARA CRIANÇAS Cinco músicos celebram o quarteto de Liverpool. Sem a proposta de tributo ou "cover", a banda narra histórias: "Help", por exemplo, segue as desventuras de um menino que estudou matemática, mas descobre que a prova é de geografia. Teatro UMC. Av. Imp. Leopoldina, 550, (entrada p/ Boulevard Fran's Café), Vila Leopoldina, tel. 2574-7749. 290 pessoas. Dom. (1º/11): 16h. Seg. (2): 11h e 15h. 70 min. Livre. Ingr.: R$ 60. Estac. (R$ 15 - convênio). - PALAVRA CANTADA "O que que tem na sopa do neném? Será que tem espinafre? Será que tem tomate?" Autora dos versos na canção "Sopa", a dupla Sandra Peres e Paulo Tatit, sucesso no gênero musical infantil, revisita 20 anos de carreira, completados em 2014. O repertório contempla inéditas, mas também músicas famosas, como "Bolacha de Água e Sal" e "Vem Dançar com a Gente". Em setembro, lançaram o DVD "Cantigas de Roda", com dez músicas de um CD homônimo gravado em 1996, no qual os dois adaptaram canções e parlendas brasileiras de domínio público. Paulo Eiró. Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro, região sul, tel. 5546-0449. 600 lugares. Dom. (1º/11): 15h. 60 min. Livre. GRÁTIS - ZIGZAGUIÁ As netas chegam para passar um dia na casa do Vô Zinho, mas não saem do videogame, deixando o senhorzinho frustrado. No entanto, um apagão inesperado inverte a situação. A partir do incidente, as crianças são levadas a experimentar outras brincadeiras, ao mesmo tempo em que conhecem personagens da cultura popular brasileira. Neste show, o sexteto -cujo primeiro trabalho desenvolvido foi "A Arca", com canções de Vinicius de Moraes- assina o roteiro e faz de ritmos como o choro e o xote os panos de fundo para histórias do Saci e do Curupira. A interpretação do grupo usa instrumentos como flauta, percussão e saxofones. Sesc Pinheiros - pça. de eventos. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. Dom. (1º/11) e seg. (2): 12h. Até 2/11. 50 min. Livre. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). GRÁTIS * Os eleitos Fabiana Futema, do blog 'Maternar', recomenda a peça "O Gigante Egoísta" Gigante constrói um muro ao redor de seu palacete para impedir que o jardim seja invadido pelas crianças. O que ele não sabe é que essa decisão faz sua casa ser tomada por um inverno sem fim. A primavera só retorna quando um garoto ignora a proibição e volta a brincar no jardim do Gigante. Peça premiada, dá uma lição sobre tolerância e amizade. Centro Cultural Fiesp Ruth Cardoso - teatro Sesi SP. Av. Paulista, 1.313, Bela Vista, centro, tel. 3528-2000. 456 lugares. Sáb. e dom.: 15h30. Até 8/11. GRÁTIS - Gabriela Romeu, jornalista especializada em crianças, indica o musical "Operilda na Orquestra Amazônica" Operilda, bruxinha simpática interpretada por Andréa Bassitt, leva a plateia a uma incursão pela música brasileira de um jeito divertido. No percurso, além de compositores eruditos, como Villa-Lobos e Carlos Gomes, as crianças conhecem canções de Tom Jobim e Chiquinha Gonzaga. Zanoni Ferrite. Av. Renata, 163, Chácara Belenzinho, região leste, tel. 2216-1520. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 15/11. 60 min. Livre. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS - Mônica Rodrigues da Costa, editora da Publifolhinha, sugere o espetáculo "Era uma Era" Inspirada em livro de Rubem Alves, conta a história de um reino -no passado e no presente. Lá, em um prédio encantado, vivem o rei Barba Rala e seus súditos, como Mano da Quebrada e dona Colherosa. Eles são surpreendidos por um fato que muda as peripécias e os leva ao futuro. Teatro João Caetano. R. Borges Lagoa, 650, Vila Clementino, região sul, tel. 5573-3774. 70 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 22/11. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS
|
saopaulo
|
Rock e Beatles são opções para pequenos avessos ao HalloweenGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Não gosta do Dia das Bruxas? Que tal então aproveitar o feriado prolongado para curtir shows? Nesta segunda (1º), a Banda Estralo apresenta novos arranjos para músicas como "O Calhambeque" e "O Vira". No mesmo dia, o sexteto Zig Zag passeia por histórias do Saci e do Curupira em show. Confira abaixo. * ESTRALANDO ROQUE Com teatro, dança e poesia, o show é uma viagem pelo rock nacional. Adultos relembram -e os pequenos conhecem- músicas como "O Calhambeque", de Roberto Carlos, e "O Vira", do grupo Secos e Molhados, que ganham novos arranjos. Sesc Consolação - teatro Anchieta. R. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, tel. 3234-3000. 280 lugares. Seg. (1º/11): 11h. 60 min. Livre. Ingr.: R$ 5 a R$ 17. - BEATLES PARA CRIANÇAS Cinco músicos celebram o quarteto de Liverpool. Sem a proposta de tributo ou "cover", a banda narra histórias: "Help", por exemplo, segue as desventuras de um menino que estudou matemática, mas descobre que a prova é de geografia. Teatro UMC. Av. Imp. Leopoldina, 550, (entrada p/ Boulevard Fran's Café), Vila Leopoldina, tel. 2574-7749. 290 pessoas. Dom. (1º/11): 16h. Seg. (2): 11h e 15h. 70 min. Livre. Ingr.: R$ 60. Estac. (R$ 15 - convênio). - PALAVRA CANTADA "O que que tem na sopa do neném? Será que tem espinafre? Será que tem tomate?" Autora dos versos na canção "Sopa", a dupla Sandra Peres e Paulo Tatit, sucesso no gênero musical infantil, revisita 20 anos de carreira, completados em 2014. O repertório contempla inéditas, mas também músicas famosas, como "Bolacha de Água e Sal" e "Vem Dançar com a Gente". Em setembro, lançaram o DVD "Cantigas de Roda", com dez músicas de um CD homônimo gravado em 1996, no qual os dois adaptaram canções e parlendas brasileiras de domínio público. Paulo Eiró. Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro, região sul, tel. 5546-0449. 600 lugares. Dom. (1º/11): 15h. 60 min. Livre. GRÁTIS - ZIGZAGUIÁ As netas chegam para passar um dia na casa do Vô Zinho, mas não saem do videogame, deixando o senhorzinho frustrado. No entanto, um apagão inesperado inverte a situação. A partir do incidente, as crianças são levadas a experimentar outras brincadeiras, ao mesmo tempo em que conhecem personagens da cultura popular brasileira. Neste show, o sexteto -cujo primeiro trabalho desenvolvido foi "A Arca", com canções de Vinicius de Moraes- assina o roteiro e faz de ritmos como o choro e o xote os panos de fundo para histórias do Saci e do Curupira. A interpretação do grupo usa instrumentos como flauta, percussão e saxofones. Sesc Pinheiros - pça. de eventos. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. Dom. (1º/11) e seg. (2): 12h. Até 2/11. 50 min. Livre. Estac. (R$ 7,50 e R$ 10 p/ 3 h). GRÁTIS * Os eleitos Fabiana Futema, do blog 'Maternar', recomenda a peça "O Gigante Egoísta" Gigante constrói um muro ao redor de seu palacete para impedir que o jardim seja invadido pelas crianças. O que ele não sabe é que essa decisão faz sua casa ser tomada por um inverno sem fim. A primavera só retorna quando um garoto ignora a proibição e volta a brincar no jardim do Gigante. Peça premiada, dá uma lição sobre tolerância e amizade. Centro Cultural Fiesp Ruth Cardoso - teatro Sesi SP. Av. Paulista, 1.313, Bela Vista, centro, tel. 3528-2000. 456 lugares. Sáb. e dom.: 15h30. Até 8/11. GRÁTIS - Gabriela Romeu, jornalista especializada em crianças, indica o musical "Operilda na Orquestra Amazônica" Operilda, bruxinha simpática interpretada por Andréa Bassitt, leva a plateia a uma incursão pela música brasileira de um jeito divertido. No percurso, além de compositores eruditos, como Villa-Lobos e Carlos Gomes, as crianças conhecem canções de Tom Jobim e Chiquinha Gonzaga. Zanoni Ferrite. Av. Renata, 163, Chácara Belenzinho, região leste, tel. 2216-1520. 204 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 15/11. 60 min. Livre. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS - Mônica Rodrigues da Costa, editora da Publifolhinha, sugere o espetáculo "Era uma Era" Inspirada em livro de Rubem Alves, conta a história de um reino -no passado e no presente. Lá, em um prédio encantado, vivem o rei Barba Rala e seus súditos, como Mano da Quebrada e dona Colherosa. Eles são surpreendidos por um fato que muda as peripécias e os leva ao futuro. Teatro João Caetano. R. Borges Lagoa, 650, Vila Clementino, região sul, tel. 5573-3774. 70 lugares. Sáb. e dom.: 16h. Até 22/11. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS
| 17 |
A nova guerra de Temer
|
BRASÍLIA - Depois de vencer a batalha pelo poder, Michel Temer decidiu declarar guerra a uma palavra. No primeiro ato após a confirmação do impeachment, ele reuniu a tropa e determinou que os ministros reajam a cada vez que seu governo for chamado de "golpista". "Agora nós não vamos levar ofensas para casa", anunciou, em discurso transmitido pela emissora oficial do Planalto. Ele disse que "as coisas se definiram" e que "é preciso muita firmeza" para defender a reputação do novo regime. Com o cenho franzido, Temer descreveu uma situação com a qual a sua equipe passou a conviver. "De vez em quando você vai num lugar e [ouve]: 'Golpista!'. Golpista é você que está contra a Constituição, né?", perguntou, sem esperar resposta. "Todos que estão aqui são elegantes. Mas é preciso firmeza, digo eu. E firmeza para quando disserem golpista", ordenou o presidente. "Nós precisamos responder. Agora, falou, nós respondemos. Não pode deixar uma palavra, porque senão eles tentarão desvalorizar", prosseguiu. Ele encerrou a preleção com um aviso: "Não pode tolerar essa espécie de afirmação. Quem tolerar, eu confesso que vou trocar uma ideia sobre isso". Temer citou as expressões "golpe" e "golpista" oito vezes, embora tenha manifestado o desejo de retirá-las de circulação. No mesmo discurso, reclamou da imagem do novo governo no "plano internacional". "Tentaram muito e conseguiram, até com algum sucesso, dizer que aqui no Brasil houve um golpe", disse. Apesar da queixa do presidente, parte da imprensa estrangeira continua a usar os termos que o incomodam. Nesta quinta (1º), o jornal espanhol "El País" descreveu a derrubada de Dilma Rousseff como um "golpe baixo" na democracia brasileira. A guerra de Temer com as palavras pode ser mais longa que a disputa por votos no Congresso. A não ser, é claro, que ele aproveite a reunião do G20 para importar métodos chineses de convencimento.
|
colunas
|
A nova guerra de TemerBRASÍLIA - Depois de vencer a batalha pelo poder, Michel Temer decidiu declarar guerra a uma palavra. No primeiro ato após a confirmação do impeachment, ele reuniu a tropa e determinou que os ministros reajam a cada vez que seu governo for chamado de "golpista". "Agora nós não vamos levar ofensas para casa", anunciou, em discurso transmitido pela emissora oficial do Planalto. Ele disse que "as coisas se definiram" e que "é preciso muita firmeza" para defender a reputação do novo regime. Com o cenho franzido, Temer descreveu uma situação com a qual a sua equipe passou a conviver. "De vez em quando você vai num lugar e [ouve]: 'Golpista!'. Golpista é você que está contra a Constituição, né?", perguntou, sem esperar resposta. "Todos que estão aqui são elegantes. Mas é preciso firmeza, digo eu. E firmeza para quando disserem golpista", ordenou o presidente. "Nós precisamos responder. Agora, falou, nós respondemos. Não pode deixar uma palavra, porque senão eles tentarão desvalorizar", prosseguiu. Ele encerrou a preleção com um aviso: "Não pode tolerar essa espécie de afirmação. Quem tolerar, eu confesso que vou trocar uma ideia sobre isso". Temer citou as expressões "golpe" e "golpista" oito vezes, embora tenha manifestado o desejo de retirá-las de circulação. No mesmo discurso, reclamou da imagem do novo governo no "plano internacional". "Tentaram muito e conseguiram, até com algum sucesso, dizer que aqui no Brasil houve um golpe", disse. Apesar da queixa do presidente, parte da imprensa estrangeira continua a usar os termos que o incomodam. Nesta quinta (1º), o jornal espanhol "El País" descreveu a derrubada de Dilma Rousseff como um "golpe baixo" na democracia brasileira. A guerra de Temer com as palavras pode ser mais longa que a disputa por votos no Congresso. A não ser, é claro, que ele aproveite a reunião do G20 para importar métodos chineses de convencimento.
| 10 |
Jéferson Assumção: A literatura brasileira no Salão do Livro de Paris
|
O Brasil, homenageado na 35ª edição do Salão do Livro de Paris que ocorre de 20 a 23 de março na capital francesa, é um país com uma literatura cada vez mais presente no cenário internacional. Isso se deve a pelo menos três fatores, entre outros: isenção de impostos sobre livros, aumento do interesse mundial pela literatura brasileira e forte investimento público na tradução de obras nacionais para outros idiomas. Conforme dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL), somente em 2013 o setor editorial brasileiro produziu 467 milhões exemplares de livros e teve um faturamento total de R$ 5, 3 bilhões. Foram 480 milhões de livros vendidos. Deste total, o mercado comprou R$ 3,8 bi e o governo, principalmente o Ministério da Educação (MEC), adquiriu R$ 1,4 bilhão. A cada ano, o Brasil tem em média mais 21 mil novos títulos lançados, o que totalizou, em 2013, 90 milhões de livros inéditos e 376 milhões de reimpressões. O crescente interesse mundial em relação ao Brasil vem aumentando nossa presença e nossa relevância nas feiras internacionais. Nos últimos anos, o Brasil foi o país homenageado em alguns dos principais eventos do setor, como a Feira de Frankfurt 2013, a maior do mundo, e de Bolonha 2014, a mais importante feira de literatura infanto-juvenil. Antes disso, o Brasil foi homenageado em Santiago do Chile, em 2007, Santo Domingo em 2009 e Bogotá em 2012, além de participar de diversas outras ações internacionais, cujo objetivo é mostrar a qualidade da literatura que se faz aqui e a importância de nosso setor editorial. Com o Salão do Livro de Paris, mais uma rodada de oportunidades se coloca para autores e editores brasileiros. O expressivo crescimento do número de bolsas de tradução concedidas no período 2011 a 2014, pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) também tem sido um incentivo para a literatura brasileira. O Programa de Traduções concedeu 770 bolsas de 1991 a 2014, sendo que destas 543 entre os anos de 2011 e 2014 (70% do total). Trata-se de um enorme impulso à presença da nossa literatura no Exterior, o que acontecia muito pouco até então. Basta procurar o que havia de livros nossos no mercado internacional para perceber o quanto esta realidade era restrita. Hoje, apenas pelo programa da FBN, 290 autores brasileiros estão publicados em 47 países, num total de investimentos do Ministério da Cultura de cerca de R$ 4,5 milhões de reais (apenas se contar o investido a partir de 2011). Os cinco países que mais se interessaram em participar do programa são Alemanha, Espanha, França, Itália, Argentina e os dez principais autores traduzidos: Clarice Lispector, Jorge Amado, Machado de Assis, Rubem Fonseca, Moacyr Scliar, Alberto Mussa, Adriana Lisboa, Daniel Galera, Chico Buarque e Michel Laub. Na próxima semana, numa ação articulada entre Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores e Câmara Brasileira do Livro (CBL), 43 autores representarão o País na França. Para a seleção dos nomes foi escolhida uma curadoria externa e estabelecidos critérios que certamente ajudarão a dar um bom panorama da literatura produzida no Brasil de hoje. Foram levados em consideração a representatividade regional, o equilíbrio de gênero (masculino e feminino), a diversidade étnica e cultural, de gêneros literários e ciências humanas, equilíbrio entre autores consagrados e novos e preferencialmente com obras traduzidas para o francês. Com decisão política, articulação, visão estratégica, todas contidas no Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e investimento, o Brasil tem mostrado ao mundo, de maneira cada vez mais estruturada, a qualidade de sua literatura. Será assim, novamente, no Salão do Livro de Paris. JÉFERSON ASSUMÇÃO é escritor, diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
|
opiniao
|
Jéferson Assumção: A literatura brasileira no Salão do Livro de ParisO Brasil, homenageado na 35ª edição do Salão do Livro de Paris que ocorre de 20 a 23 de março na capital francesa, é um país com uma literatura cada vez mais presente no cenário internacional. Isso se deve a pelo menos três fatores, entre outros: isenção de impostos sobre livros, aumento do interesse mundial pela literatura brasileira e forte investimento público na tradução de obras nacionais para outros idiomas. Conforme dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL), somente em 2013 o setor editorial brasileiro produziu 467 milhões exemplares de livros e teve um faturamento total de R$ 5, 3 bilhões. Foram 480 milhões de livros vendidos. Deste total, o mercado comprou R$ 3,8 bi e o governo, principalmente o Ministério da Educação (MEC), adquiriu R$ 1,4 bilhão. A cada ano, o Brasil tem em média mais 21 mil novos títulos lançados, o que totalizou, em 2013, 90 milhões de livros inéditos e 376 milhões de reimpressões. O crescente interesse mundial em relação ao Brasil vem aumentando nossa presença e nossa relevância nas feiras internacionais. Nos últimos anos, o Brasil foi o país homenageado em alguns dos principais eventos do setor, como a Feira de Frankfurt 2013, a maior do mundo, e de Bolonha 2014, a mais importante feira de literatura infanto-juvenil. Antes disso, o Brasil foi homenageado em Santiago do Chile, em 2007, Santo Domingo em 2009 e Bogotá em 2012, além de participar de diversas outras ações internacionais, cujo objetivo é mostrar a qualidade da literatura que se faz aqui e a importância de nosso setor editorial. Com o Salão do Livro de Paris, mais uma rodada de oportunidades se coloca para autores e editores brasileiros. O expressivo crescimento do número de bolsas de tradução concedidas no período 2011 a 2014, pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) também tem sido um incentivo para a literatura brasileira. O Programa de Traduções concedeu 770 bolsas de 1991 a 2014, sendo que destas 543 entre os anos de 2011 e 2014 (70% do total). Trata-se de um enorme impulso à presença da nossa literatura no Exterior, o que acontecia muito pouco até então. Basta procurar o que havia de livros nossos no mercado internacional para perceber o quanto esta realidade era restrita. Hoje, apenas pelo programa da FBN, 290 autores brasileiros estão publicados em 47 países, num total de investimentos do Ministério da Cultura de cerca de R$ 4,5 milhões de reais (apenas se contar o investido a partir de 2011). Os cinco países que mais se interessaram em participar do programa são Alemanha, Espanha, França, Itália, Argentina e os dez principais autores traduzidos: Clarice Lispector, Jorge Amado, Machado de Assis, Rubem Fonseca, Moacyr Scliar, Alberto Mussa, Adriana Lisboa, Daniel Galera, Chico Buarque e Michel Laub. Na próxima semana, numa ação articulada entre Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores e Câmara Brasileira do Livro (CBL), 43 autores representarão o País na França. Para a seleção dos nomes foi escolhida uma curadoria externa e estabelecidos critérios que certamente ajudarão a dar um bom panorama da literatura produzida no Brasil de hoje. Foram levados em consideração a representatividade regional, o equilíbrio de gênero (masculino e feminino), a diversidade étnica e cultural, de gêneros literários e ciências humanas, equilíbrio entre autores consagrados e novos e preferencialmente com obras traduzidas para o francês. Com decisão política, articulação, visão estratégica, todas contidas no Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) e investimento, o Brasil tem mostrado ao mundo, de maneira cada vez mais estruturada, a qualidade de sua literatura. Será assim, novamente, no Salão do Livro de Paris. JÉFERSON ASSUMÇÃO é escritor, diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
| 14 |
Painel: Janot descreve 'organização criminosa' na Petrobras nos moldes do mensalão
|
Mensalão reloaded O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, descreve o esquema de desvios na Petrobras como uma "complexa organização criminosa" dividida em núcleos, como o mensalão: político, econômico (empreiteiras), administrativo (funcionários da Petrobras) e financeiro (operadores da propina). Chamada na PGR ... Leia post completo no blog
|
poder
|
Painel: Janot descreve 'organização criminosa' na Petrobras nos moldes do mensalãoMensalão reloaded O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, descreve o esquema de desvios na Petrobras como uma "complexa organização criminosa" dividida em núcleos, como o mensalão: político, econômico (empreiteiras), administrativo (funcionários da Petrobras) e financeiro (operadores da propina). Chamada na PGR ... Leia post completo no blog
| 0 |
WhatsApp anuncia teste de ferramenta para empresa falar com clientes
|
O WhatsApp anunciou nesta terça-feira (5) que começará testes de novas ferramentas para serem usadas por empresas para sua comunicação com consumidores. É a primeira vez que a empresa, criada em 2008 e comprada pelo Facebook seis anos depois, cria uma iniciativa para o mercado corporativo. A ação também indica um caminho para a companhia começar a gerar receita —a empresa tem mais de 1 bilhão de usuários ativos em seu aplicativo por dia, todos usando o serviço gratuitamente. Os testes serão feitos a partir de pilotos com companhias selecionadas. O WhatsApp não informou quantas empresas participam desta etapa do desenvolvimento das ferramentas. A empresa afirmou que ainda não há uma data de lançamento das novas funções, mas elas devem chegar ao mercado em alguns meses. Segundo o WhatssApp, é possível que empresas venham a pagar uma taxa pelo uso do app, mas isso não deve acontecer no curto prazo. Em um post em seu blog oficial, o WhatsApp afirma que o aplicativo já é usado para a comunicação entre consumidores e companhias, porém de modo rudimentar. A ferramenta deverá trazer novas formas de gerenciar múltiplas conversas e maneiras mais eficientes para reconhecer se uma comunicação corporativa vem de conta confiável, desafios que o WhatsApp reconhece existir para empresas que usam o app hoje. Haverá um aplicativo gratuito para pequenas empresas e uma solução mais robusta para grandes, como companhias aéreas, lojas virtuais e bancos. Elas poderão usar o serviço para oferecer informações como horários de voos e confirmações de entrega, por exemplo. BRASIL No Brasil, o serviço é testado pelo banco Itaú. Inicialmente ele é oferecido para alguns clientes do banco na categoria Personnalité Digital (segmento de contas digitais para alta renda). Os participantes do piloto podem se comunicar com seus gerentes a partir do aplicativo, além do e-mail, chat e mensagens SMS. Do lado dos gerentes, as mensagens que chegarem pelo aplicativo irão para uma caixa junto com as mensagens recebidas pelos outros canais, com cores diferentes identificando a origem de cada uma delas. Ricardo Guerra, diretor-executivo do Itaú, diz que o banco rotineiramente recebe pedidos para incluir o canal do WhatsApp em seu atendimento. A participação no piloto vem com o objetivo de atender essa demanda reprimida, segundo ele. A princípio, o Itaú não terá uma conta verificada que garanta aos clientes que receberem mensagens que o conteúdo é realmente do banco. Para garantir o máximo de segurança aos clientes, a empresa deverá divulgar o número com o qual atende para que eles o reconheçam ao serem contatados. O projeto deverá ser ampliado aos poucos. Entre as funções que o banco estuda incluir estão envio de notificações e alertas. O Itaú não informa qual o número de clientes que já têm acesso ao piloto nem quantos são membros da categoria onde ocorre a primeira implantação do WhatsApp. O banco diz que a iniciativa contará com o envolvimento de mais de 50 profissionais em contato direto com a matriz do WhatsApp no Vale do Silício (EUA).
|
mercado
|
WhatsApp anuncia teste de ferramenta para empresa falar com clientesO WhatsApp anunciou nesta terça-feira (5) que começará testes de novas ferramentas para serem usadas por empresas para sua comunicação com consumidores. É a primeira vez que a empresa, criada em 2008 e comprada pelo Facebook seis anos depois, cria uma iniciativa para o mercado corporativo. A ação também indica um caminho para a companhia começar a gerar receita —a empresa tem mais de 1 bilhão de usuários ativos em seu aplicativo por dia, todos usando o serviço gratuitamente. Os testes serão feitos a partir de pilotos com companhias selecionadas. O WhatsApp não informou quantas empresas participam desta etapa do desenvolvimento das ferramentas. A empresa afirmou que ainda não há uma data de lançamento das novas funções, mas elas devem chegar ao mercado em alguns meses. Segundo o WhatssApp, é possível que empresas venham a pagar uma taxa pelo uso do app, mas isso não deve acontecer no curto prazo. Em um post em seu blog oficial, o WhatsApp afirma que o aplicativo já é usado para a comunicação entre consumidores e companhias, porém de modo rudimentar. A ferramenta deverá trazer novas formas de gerenciar múltiplas conversas e maneiras mais eficientes para reconhecer se uma comunicação corporativa vem de conta confiável, desafios que o WhatsApp reconhece existir para empresas que usam o app hoje. Haverá um aplicativo gratuito para pequenas empresas e uma solução mais robusta para grandes, como companhias aéreas, lojas virtuais e bancos. Elas poderão usar o serviço para oferecer informações como horários de voos e confirmações de entrega, por exemplo. BRASIL No Brasil, o serviço é testado pelo banco Itaú. Inicialmente ele é oferecido para alguns clientes do banco na categoria Personnalité Digital (segmento de contas digitais para alta renda). Os participantes do piloto podem se comunicar com seus gerentes a partir do aplicativo, além do e-mail, chat e mensagens SMS. Do lado dos gerentes, as mensagens que chegarem pelo aplicativo irão para uma caixa junto com as mensagens recebidas pelos outros canais, com cores diferentes identificando a origem de cada uma delas. Ricardo Guerra, diretor-executivo do Itaú, diz que o banco rotineiramente recebe pedidos para incluir o canal do WhatsApp em seu atendimento. A participação no piloto vem com o objetivo de atender essa demanda reprimida, segundo ele. A princípio, o Itaú não terá uma conta verificada que garanta aos clientes que receberem mensagens que o conteúdo é realmente do banco. Para garantir o máximo de segurança aos clientes, a empresa deverá divulgar o número com o qual atende para que eles o reconheçam ao serem contatados. O projeto deverá ser ampliado aos poucos. Entre as funções que o banco estuda incluir estão envio de notificações e alertas. O Itaú não informa qual o número de clientes que já têm acesso ao piloto nem quantos são membros da categoria onde ocorre a primeira implantação do WhatsApp. O banco diz que a iniciativa contará com o envolvimento de mais de 50 profissionais em contato direto com a matriz do WhatsApp no Vale do Silício (EUA).
| 2 |
Ajuste fiscal é a única receita para a estabilização e o crescimento, diz leitor
|
Incapaz de fazer uma autocrítica e assumir a responsabilidade pelo descalabro em que afundou o país, Dilma vem falar agora em "travessia da crise" (Dilma canta grito do XV de Piracicaba (SP) e diz que busca equilibrar contas ). Assim como Caronte, o barqueiro que conduzia os mortos ao reino de Hades, deus do mundo inferior, Dilma assume o papel de barqueira para levar-nos do volume morto aos subterrâneos da Terra. E o pior é que pode faltar a moeda para pagar o frete. HÉLIO DE LIMA CARVALHO (São Paulo, SP) * Mesmo os que não simpatizam com o PT não podem deixar de apoiar os esforços de Joaquim Levy em torno do ajuste fiscal. O passado recente do Brasil tem demonstrado que essa é a única receita para a estabilização e o crescimento. Assim, causa espanto ver funcionários do Judiciário (muito bem remunerados) fazerem campanha por algo como 80% de reajuste ("Lewandowski fala em reajuste condizente com realidade econômica" ) e ainda serem apoiados por parlamentares em birra com o governo. Será que o país deles é outro? RICARDO GUILHERME BUSCH (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Ajuste fiscal é a única receita para a estabilização e o crescimento, diz leitorIncapaz de fazer uma autocrítica e assumir a responsabilidade pelo descalabro em que afundou o país, Dilma vem falar agora em "travessia da crise" (Dilma canta grito do XV de Piracicaba (SP) e diz que busca equilibrar contas ). Assim como Caronte, o barqueiro que conduzia os mortos ao reino de Hades, deus do mundo inferior, Dilma assume o papel de barqueira para levar-nos do volume morto aos subterrâneos da Terra. E o pior é que pode faltar a moeda para pagar o frete. HÉLIO DE LIMA CARVALHO (São Paulo, SP) * Mesmo os que não simpatizam com o PT não podem deixar de apoiar os esforços de Joaquim Levy em torno do ajuste fiscal. O passado recente do Brasil tem demonstrado que essa é a única receita para a estabilização e o crescimento. Assim, causa espanto ver funcionários do Judiciário (muito bem remunerados) fazerem campanha por algo como 80% de reajuste ("Lewandowski fala em reajuste condizente com realidade econômica" ) e ainda serem apoiados por parlamentares em birra com o governo. Será que o país deles é outro? RICARDO GUILHERME BUSCH (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 16 |
Erramos: Crítica: Cheio de referências, 'Birdman' é o mais ousado do Oscar
|
Por um erro da Redação, a data de lançamento do filme "Noite Americana" foi publicada como sendo 19763 no texto "Crítica: Cheio de referências, 'Birdman' é o mais ousado do Oscar", publicado na versão impressa e no site da Folha (Ilustrada - 28/01/2015 - 02h00). O correto é 1973. O texto foi corrigido.
|
ilustrada
|
Erramos: Crítica: Cheio de referências, 'Birdman' é o mais ousado do OscarPor um erro da Redação, a data de lançamento do filme "Noite Americana" foi publicada como sendo 19763 no texto "Crítica: Cheio de referências, 'Birdman' é o mais ousado do Oscar", publicado na versão impressa e no site da Folha (Ilustrada - 28/01/2015 - 02h00). O correto é 1973. O texto foi corrigido.
| 1 |
Bolsa sobe após perda generalizada, mas cautela com Grécia continua
|
O principal índice da Bolsa brasileira se recupera nesta terça-feira (16) da baixa registrada na véspera, seguindo o mau humor generalizado nos mercados internacionais, que refletiram o impasse para um acordo entre Grécia e seus credores internacionais. Às 12h55 (de Brasília), o Ibovespa subia 0,94%, para 53.636 pontos. As Bolsas dos Estados Unidos ganhavam entre 0,20% e 0,50% no mesmo horário, enquanto na Europa, os índices de ações avançavam mais de 0,2%, com exceção da Bolsa de Atenas, que caía 4,77%. Segundo analistas, a desvalorização dos papéis globais no pregão de segunda-feira abriu uma brecha para que investidores aproveitassem "oportunidades" nos mercados nesta sessão, comprando ativos que ficaram "baratos". A Grécia e seus credores não conseguiram chegar a um acordo no domingo (14) para que o país possa receber mais ajuda financeira em troca de reformas até o fim do mês, quando poderá dar um calote da dívida se não conseguir novos fundos. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta terça que o FMI (Fundo Monetário Internacional) tem responsabilidade "criminal" pela situação econômica do país. Os ministros das Finanças da zona do euro se reúnem nesta quinta-feira (18), em encontro que é visto como a última oportunidade para um acordo ser fechado. Atenas tem apenas duas semanas para encontrar um modo de sair do impasse antes de se ver diante de um pagamento de € 1,6 bilhão ao FMI, potencialmente deixando o país sem dinheiro, sem poder tomar empréstimos. O setor financeiro, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, é o principal vetor da alta da Bolsa brasileira nesta terça-feira. O Itaú Unibanco subia 2,72%, às 12h55, para R$ 34,28, enquanto a ação preferencial do Bradesco, sem direito a voto, tinha valorização de 2,46%, para R$ 28,29. Em nota a clientes, o Credit Suisse chamou a atenção para a forte recuperação da ação do Itaú ao longo do pregão na véspera, avaliando que o movimento pode estar relacionado à retomada de recompra de ações pelo banco. "Se realmente a recompra estiver ativa, o sinal nos parece bastante interessante e pode indicar um piso importante de curto prazo para o papel", escreveu o banco. Já o Banco do Brasil subia 3,78%, para R$ 23,31. Matéria do jornal o "Estado de S.Paulo" afirmou que o governo pode ter que pagar R$ 24,5 bilhões para a instituição e para o BNDES referente a crédito agrícola. O Santander Brasil avançava 3,83%, para R$ 16,80. O BTG Pactual elevou a recomendação para os papéis do banco para "compra", citando que o preço está atrativo. "Lucro não deve ficar muito longe do primeiro trimestre, mas resultado pré-provisão deve melhorar, o que pode indicar um segundo semestre melhor", destacou o BTG em nota. DÓLAR No mercado de câmbio, o dólar comercial caía nesta terça-feira, com a expectativa de entrada de recursos no país se sobrepondo à cautela com a crise grega, segundo operadores. O mercado também segue alerta com a reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano) nesta semana. A presidente do Fed, Janet Yellen, já sinalizou que a taxa deve voltar a subir ainda em 2015, após permanecer desde 2008 em seu menor nível histórico, entre zero e 0,25% ao ano. Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima. Às 12h55, o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, cedia 0,54% sobre o real, cotado em R$ 3,111 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha leve alta de 0,20%, para R$ 3,108. Investidores continuam monitorando também a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária ter reduzido, na semana passada, a rolagem do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta terça-feira 6.300 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 309,1 milhões. Com Reuters
|
mercado
|
Bolsa sobe após perda generalizada, mas cautela com Grécia continuaO principal índice da Bolsa brasileira se recupera nesta terça-feira (16) da baixa registrada na véspera, seguindo o mau humor generalizado nos mercados internacionais, que refletiram o impasse para um acordo entre Grécia e seus credores internacionais. Às 12h55 (de Brasília), o Ibovespa subia 0,94%, para 53.636 pontos. As Bolsas dos Estados Unidos ganhavam entre 0,20% e 0,50% no mesmo horário, enquanto na Europa, os índices de ações avançavam mais de 0,2%, com exceção da Bolsa de Atenas, que caía 4,77%. Segundo analistas, a desvalorização dos papéis globais no pregão de segunda-feira abriu uma brecha para que investidores aproveitassem "oportunidades" nos mercados nesta sessão, comprando ativos que ficaram "baratos". A Grécia e seus credores não conseguiram chegar a um acordo no domingo (14) para que o país possa receber mais ajuda financeira em troca de reformas até o fim do mês, quando poderá dar um calote da dívida se não conseguir novos fundos. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta terça que o FMI (Fundo Monetário Internacional) tem responsabilidade "criminal" pela situação econômica do país. Os ministros das Finanças da zona do euro se reúnem nesta quinta-feira (18), em encontro que é visto como a última oportunidade para um acordo ser fechado. Atenas tem apenas duas semanas para encontrar um modo de sair do impasse antes de se ver diante de um pagamento de € 1,6 bilhão ao FMI, potencialmente deixando o país sem dinheiro, sem poder tomar empréstimos. O setor financeiro, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, é o principal vetor da alta da Bolsa brasileira nesta terça-feira. O Itaú Unibanco subia 2,72%, às 12h55, para R$ 34,28, enquanto a ação preferencial do Bradesco, sem direito a voto, tinha valorização de 2,46%, para R$ 28,29. Em nota a clientes, o Credit Suisse chamou a atenção para a forte recuperação da ação do Itaú ao longo do pregão na véspera, avaliando que o movimento pode estar relacionado à retomada de recompra de ações pelo banco. "Se realmente a recompra estiver ativa, o sinal nos parece bastante interessante e pode indicar um piso importante de curto prazo para o papel", escreveu o banco. Já o Banco do Brasil subia 3,78%, para R$ 23,31. Matéria do jornal o "Estado de S.Paulo" afirmou que o governo pode ter que pagar R$ 24,5 bilhões para a instituição e para o BNDES referente a crédito agrícola. O Santander Brasil avançava 3,83%, para R$ 16,80. O BTG Pactual elevou a recomendação para os papéis do banco para "compra", citando que o preço está atrativo. "Lucro não deve ficar muito longe do primeiro trimestre, mas resultado pré-provisão deve melhorar, o que pode indicar um segundo semestre melhor", destacou o BTG em nota. DÓLAR No mercado de câmbio, o dólar comercial caía nesta terça-feira, com a expectativa de entrada de recursos no país se sobrepondo à cautela com a crise grega, segundo operadores. O mercado também segue alerta com a reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano) nesta semana. A presidente do Fed, Janet Yellen, já sinalizou que a taxa deve voltar a subir ainda em 2015, após permanecer desde 2008 em seu menor nível histórico, entre zero e 0,25% ao ano. Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima. Às 12h55, o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, cedia 0,54% sobre o real, cotado em R$ 3,111 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha leve alta de 0,20%, para R$ 3,108. Investidores continuam monitorando também a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária ter reduzido, na semana passada, a rolagem do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta terça-feira 6.300 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 309,1 milhões. Com Reuters
| 2 |
Claressa Shields é a primeira americana a levar o ouro no boxe em duas Olimpíadas
|
DE SÃO PAULO Mais uma atleta americana fez história no Rio de Janeiro. Depois de Simone Biles, que conseguiu quatro medalhas de ouro na ginástica, foi a vez da boxeadora Claressa Shields, 21, que levou o bicampeonato na categoria peso médio (até 75 kg). Com o triunfo, ela se tornou a primeira lutadora americana a conseguir duas medalhas de ouro em Olimpíadas consecutivas, depois de vencer também em Londres-2012. Antes dela, George Finnegan era o único competidor dos Estados Unidos a conseguir duas medalhas no esporte —mas ambas vieram em St. Louis-1904, quando ele competiu em duas categorias diferentes de peso. Depois da vitória, a boxeadora destacou que supera dificuldades por ser negra e mulher em um esporte que é, na maioria dos casos, dominado por homens. "Mulheres negras fazendo coisas grandes é algo mágico. O fato de que eu sou tão dominante em um esporte dominado por homens significa muito", disse. "A vida é baseada em decisões e no que você decide fazer. Eu decidi ser grande." Para conseguir o título, Shields venceu a holandesa Nouchka Fontjin na final, disputada às 14h deste domingo (21) no Pavilhão 6 do Riocentro. Foi a 45° medalha do time americano na Rio-2016. Cerca de três horas depois, o time masculino de basquete venceu a Sérvia, conseguiu mais um ouro e selou a participação do país nos Jogos. Os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar no quadro de medalhas. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
|
esporte
|
Claressa Shields é a primeira americana a levar o ouro no boxe em duas Olimpíadas
DE SÃO PAULO Mais uma atleta americana fez história no Rio de Janeiro. Depois de Simone Biles, que conseguiu quatro medalhas de ouro na ginástica, foi a vez da boxeadora Claressa Shields, 21, que levou o bicampeonato na categoria peso médio (até 75 kg). Com o triunfo, ela se tornou a primeira lutadora americana a conseguir duas medalhas de ouro em Olimpíadas consecutivas, depois de vencer também em Londres-2012. Antes dela, George Finnegan era o único competidor dos Estados Unidos a conseguir duas medalhas no esporte —mas ambas vieram em St. Louis-1904, quando ele competiu em duas categorias diferentes de peso. Depois da vitória, a boxeadora destacou que supera dificuldades por ser negra e mulher em um esporte que é, na maioria dos casos, dominado por homens. "Mulheres negras fazendo coisas grandes é algo mágico. O fato de que eu sou tão dominante em um esporte dominado por homens significa muito", disse. "A vida é baseada em decisões e no que você decide fazer. Eu decidi ser grande." Para conseguir o título, Shields venceu a holandesa Nouchka Fontjin na final, disputada às 14h deste domingo (21) no Pavilhão 6 do Riocentro. Foi a 45° medalha do time americano na Rio-2016. Cerca de três horas depois, o time masculino de basquete venceu a Sérvia, conseguiu mais um ouro e selou a participação do país nos Jogos. Os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar no quadro de medalhas. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
| 4 |
Com lirismo sórdido, livro retrata quinteto que vive na sarjeta
|
NUNCA HOUVE TANTO FIM COMO AGORA (ÓTIMO) QUANDO Evandro Affonso Ferreira EDITORA Record QUANTO R$ 39,90 (160 págs.) * Nau dos indigentes que replica a nau dos insensatos, tendo a bordo não os loucos (eternizados no quadro de Bosch) que navegavam os rios do imaginário medieval, mas um cortejo de "náufragos do asfalto" à altura dos pesadelos boschianos. Assim é "Nunca Houve Tanto Fim como Agora", novo romance de Evandro Affonso Ferreira. Com realismo sádico e lirismo sórdido, destilado dos miasmas urbanos, o mineiro de Araxá sintetiza as linhas de força de sua literatura. O livro é narrado por Seleno, ex-menino de rua que, agora na pele de um modesto professor, relembra em parágrafos breves as andanças de uma farândola de funâmbulos. Trocando em miúdos, um quinteto de enjeitados sociais e existenciais que se equilibram no meio-fio das sarjetas, sob marquises e viadutos. Do tal quinteto só conheceremos três personagens: Eurídice (sarcástica ninfa do esgoto), Ismênio (dotado de sensibilidade e clarividência suicidas) e o próprio narrador. Os outros dois integrantes da "comunidade nômade cujo nome é Relento" não são nomeados -e talvez por isso sejam mais reais do que seus duplos de nomes mitológicos. Afinal, todos eles são ainda menos do que os "ex-homens" de Gorki, aqueles vagabundos despencados na ralé russa. Em nosso sistema escravagista (que superou com galhardia e longevidade a servidão czarista), já morreram na partida: roubam fotos de família em jazigos para compor genealogias vicárias, mas nem sequer sabem suas datas de nascimento. "Desdém generalizado é aniquilamento implacável", diz o narrador. Para esses maltrapilhos fedorentos, que vivem entre rapinagens e coitos caninos, pior do que a condição de "ácaros topográficos", "fulminados por olhares dedetizadores", é a indiferença que os torna invisíveis: "O não olhar, o quase olhar deles todos, também era torturante para nós: configurava nossa, por assim dizer, não existência", diz o narrador sobre a cegueira da cidade para o lumpesinato das ruas. Ao criar essa fauna remelenta, Ferreira combina procedimento de livros anteriores. De "Erefuê" ou "Catrâmbias!", a exumação de palavras vetustas, caídas em desuso, para exprimir a degenerescência em vida de seus desvalidos -como ao descrever seus indigentes mirins como "zumbis zuruós, zoropitós". E, de "Minha Mãe se Matou sem Dizer Adeus" ou "O Mendigo que Sabia de Cor os Adágios de Erasmo de Rotterdam", um adensamento do fôlego narrativo ao compor a litania de seus fracassados, sempre tendo como subtexto referências mitico-literárias -como nas passagens em que o narrador sonha em buscar sua Eurídice nas profundezas do inferno e, como um Orfeu dos becos, recitar poemas de Anna Akhmátova ou Hilda Hilst. A diferença, aqui, é que o descompasso (característico da obra pregressa do escritor) entre o universo capenga de suas personagens e suas citações eruditas se explicita como jogo ficcional nas últimas cinco linhas do livro -torneio estilístico que esbofeteia o leitor ao sugerir que nos falta a empatia do narrador com o "abandono épico" que produziu esse romance notável.
|
ilustrada
|
Com lirismo sórdido, livro retrata quinteto que vive na sarjetaNUNCA HOUVE TANTO FIM COMO AGORA (ÓTIMO) QUANDO Evandro Affonso Ferreira EDITORA Record QUANTO R$ 39,90 (160 págs.) * Nau dos indigentes que replica a nau dos insensatos, tendo a bordo não os loucos (eternizados no quadro de Bosch) que navegavam os rios do imaginário medieval, mas um cortejo de "náufragos do asfalto" à altura dos pesadelos boschianos. Assim é "Nunca Houve Tanto Fim como Agora", novo romance de Evandro Affonso Ferreira. Com realismo sádico e lirismo sórdido, destilado dos miasmas urbanos, o mineiro de Araxá sintetiza as linhas de força de sua literatura. O livro é narrado por Seleno, ex-menino de rua que, agora na pele de um modesto professor, relembra em parágrafos breves as andanças de uma farândola de funâmbulos. Trocando em miúdos, um quinteto de enjeitados sociais e existenciais que se equilibram no meio-fio das sarjetas, sob marquises e viadutos. Do tal quinteto só conheceremos três personagens: Eurídice (sarcástica ninfa do esgoto), Ismênio (dotado de sensibilidade e clarividência suicidas) e o próprio narrador. Os outros dois integrantes da "comunidade nômade cujo nome é Relento" não são nomeados -e talvez por isso sejam mais reais do que seus duplos de nomes mitológicos. Afinal, todos eles são ainda menos do que os "ex-homens" de Gorki, aqueles vagabundos despencados na ralé russa. Em nosso sistema escravagista (que superou com galhardia e longevidade a servidão czarista), já morreram na partida: roubam fotos de família em jazigos para compor genealogias vicárias, mas nem sequer sabem suas datas de nascimento. "Desdém generalizado é aniquilamento implacável", diz o narrador. Para esses maltrapilhos fedorentos, que vivem entre rapinagens e coitos caninos, pior do que a condição de "ácaros topográficos", "fulminados por olhares dedetizadores", é a indiferença que os torna invisíveis: "O não olhar, o quase olhar deles todos, também era torturante para nós: configurava nossa, por assim dizer, não existência", diz o narrador sobre a cegueira da cidade para o lumpesinato das ruas. Ao criar essa fauna remelenta, Ferreira combina procedimento de livros anteriores. De "Erefuê" ou "Catrâmbias!", a exumação de palavras vetustas, caídas em desuso, para exprimir a degenerescência em vida de seus desvalidos -como ao descrever seus indigentes mirins como "zumbis zuruós, zoropitós". E, de "Minha Mãe se Matou sem Dizer Adeus" ou "O Mendigo que Sabia de Cor os Adágios de Erasmo de Rotterdam", um adensamento do fôlego narrativo ao compor a litania de seus fracassados, sempre tendo como subtexto referências mitico-literárias -como nas passagens em que o narrador sonha em buscar sua Eurídice nas profundezas do inferno e, como um Orfeu dos becos, recitar poemas de Anna Akhmátova ou Hilda Hilst. A diferença, aqui, é que o descompasso (característico da obra pregressa do escritor) entre o universo capenga de suas personagens e suas citações eruditas se explicita como jogo ficcional nas últimas cinco linhas do livro -torneio estilístico que esbofeteia o leitor ao sugerir que nos falta a empatia do narrador com o "abandono épico" que produziu esse romance notável.
| 1 |
Ativistas do Greenpeace protestam contra Alckmin e a crise hídrica em SP
|
Um grupo de ativistas do Greenpeace protestou nesta terça-feira (23) na praça da Sé, região central da capital paulista, para cobrar do governo de São Paulo medidas concretas para solucionar a crise da água no Estado. Com o slogan "Não vai faltar sede", os ativistas distribuíram garrafas de água, simbolizando as últimas gotas do sistema Cantareira, que opera nesta terça com 15,4% de sua capacidade. Eles contaram com a ajuda da mascote "Voluminho" para distribuir as 2.600 garrafas com o rótulo do produto fictício. A embalagem criada pela ONG tem uma foto do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) sorrindo e a frase: "Minha preferida!". Na composição da água "100% volume morto", está escrito: "Negação, hipocrisia, mau gerenciamento, corrupção, lucro, bolsa de valores, acionistas & propaganda enganosa". Durante a ação, membros do Greenpeace levaram esclarecimentos a quem passava pela praça. "A má gestão hídrica da água atualmente fez com que ela fosse tratada como mercadoria e não como direito. Por isso, lançamos essa contrapropaganda, mostrando que são as últimas gotas do nosso reservatório Cantareira", disse Fabiana Alves, coordenadora da campanha. Fabiana criticou o atual modelo de cobrança diferenciado pela água. "O Greenpeace tem pedido para que acabem os contratos de demanda firme, que são contratos com grandes empresas, que consomem mais de 500 mil litros de água por mês com a Sabesp. Esses contratos fazem com que essas empresas, quanto mais consumem, menos elas pagam pela água. Essa é uma ótica totalmente de mercado e não de direito, que é como deve ser tratada", disse. Alckmin tem sustentado que esta é a maior seca dos últimos anos e que as obras do governo de São Paulo no sistema estão sendo feitas a tempo de evitar um racionamento drástico. OUTRO LADO A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos informou que lamenta que o Greenpeace use sua popularidade para confundir a população. "Ao contrário do que afirma o grupo, São Paulo é, de longe, o Estado que mais investe em saneamento no Brasil: nas últimas duas décadas, São Paulo foi responsável por nada menos que 39,3% de tudo que foi investido no setor no país", disse em nota. A secretaria disse ainda que continua adotando uma "série de medidas para garantir o abastecimento, como a implantação do bônus para quem economiza água e ônus para quem desperdiça; o uso da reserva técnica; a integração de sistemas permitindo a diminuição da retirada de água do Cantareira; e obras emergenciais, como a ampliação da capacidade de produção de água da ETA Alto da Boa Vista, com membranas ultrafiltrantes, maior captação de água dos rios Guaratuba e Guaió, interligação do Rio Grande com o sistema Alto Tietê, entre outras". Segundo a secretaria, a Sabesp investiu R$ 9,3 bilhões entre os anos de 1995 e 2013 em medidas para "aumentar a segurança do abastecimento de água, a capacidade de produção, o transporte de água tratada e a integração entre os sistemas produtores, além de ter reduzido sensivelmente as perdas, atingindo padrões internacionais. No período, a capacidade de produção subiu 57,2 para 73,3 m³/s". Com informações da Agência Brasil
|
cotidiano
|
Ativistas do Greenpeace protestam contra Alckmin e a crise hídrica em SPUm grupo de ativistas do Greenpeace protestou nesta terça-feira (23) na praça da Sé, região central da capital paulista, para cobrar do governo de São Paulo medidas concretas para solucionar a crise da água no Estado. Com o slogan "Não vai faltar sede", os ativistas distribuíram garrafas de água, simbolizando as últimas gotas do sistema Cantareira, que opera nesta terça com 15,4% de sua capacidade. Eles contaram com a ajuda da mascote "Voluminho" para distribuir as 2.600 garrafas com o rótulo do produto fictício. A embalagem criada pela ONG tem uma foto do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) sorrindo e a frase: "Minha preferida!". Na composição da água "100% volume morto", está escrito: "Negação, hipocrisia, mau gerenciamento, corrupção, lucro, bolsa de valores, acionistas & propaganda enganosa". Durante a ação, membros do Greenpeace levaram esclarecimentos a quem passava pela praça. "A má gestão hídrica da água atualmente fez com que ela fosse tratada como mercadoria e não como direito. Por isso, lançamos essa contrapropaganda, mostrando que são as últimas gotas do nosso reservatório Cantareira", disse Fabiana Alves, coordenadora da campanha. Fabiana criticou o atual modelo de cobrança diferenciado pela água. "O Greenpeace tem pedido para que acabem os contratos de demanda firme, que são contratos com grandes empresas, que consomem mais de 500 mil litros de água por mês com a Sabesp. Esses contratos fazem com que essas empresas, quanto mais consumem, menos elas pagam pela água. Essa é uma ótica totalmente de mercado e não de direito, que é como deve ser tratada", disse. Alckmin tem sustentado que esta é a maior seca dos últimos anos e que as obras do governo de São Paulo no sistema estão sendo feitas a tempo de evitar um racionamento drástico. OUTRO LADO A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos informou que lamenta que o Greenpeace use sua popularidade para confundir a população. "Ao contrário do que afirma o grupo, São Paulo é, de longe, o Estado que mais investe em saneamento no Brasil: nas últimas duas décadas, São Paulo foi responsável por nada menos que 39,3% de tudo que foi investido no setor no país", disse em nota. A secretaria disse ainda que continua adotando uma "série de medidas para garantir o abastecimento, como a implantação do bônus para quem economiza água e ônus para quem desperdiça; o uso da reserva técnica; a integração de sistemas permitindo a diminuição da retirada de água do Cantareira; e obras emergenciais, como a ampliação da capacidade de produção de água da ETA Alto da Boa Vista, com membranas ultrafiltrantes, maior captação de água dos rios Guaratuba e Guaió, interligação do Rio Grande com o sistema Alto Tietê, entre outras". Segundo a secretaria, a Sabesp investiu R$ 9,3 bilhões entre os anos de 1995 e 2013 em medidas para "aumentar a segurança do abastecimento de água, a capacidade de produção, o transporte de água tratada e a integração entre os sistemas produtores, além de ter reduzido sensivelmente as perdas, atingindo padrões internacionais. No período, a capacidade de produção subiu 57,2 para 73,3 m³/s". Com informações da Agência Brasil
| 6 |
Incêndio atinge fábrica na região metropolitana de SP
|
Um incêndio atingiu, na manhã desta sexta-feira (7), uma indústria de plástico reciclável em São Lourenço da Serra, município da Grande São Paulo. Uma nuvem de fumaça cobre a estrada Vieira de Moraes, onde fica a indústria, próxima à rodovia Régis Bittencourt. O fogo atacou a vegetação ao lado dos galpões da fábrica. Os bombeiros tentam evitar que a construção seja atingida. O incêndio começou às 5h15. O Corpo de Bombeiros foi acionado pelo porteiro da fábrica, que estava vazia. Não há feridos, de acordo com a corporação.
|
cotidiano
|
Incêndio atinge fábrica na região metropolitana de SPUm incêndio atingiu, na manhã desta sexta-feira (7), uma indústria de plástico reciclável em São Lourenço da Serra, município da Grande São Paulo. Uma nuvem de fumaça cobre a estrada Vieira de Moraes, onde fica a indústria, próxima à rodovia Régis Bittencourt. O fogo atacou a vegetação ao lado dos galpões da fábrica. Os bombeiros tentam evitar que a construção seja atingida. O incêndio começou às 5h15. O Corpo de Bombeiros foi acionado pelo porteiro da fábrica, que estava vazia. Não há feridos, de acordo com a corporação.
| 6 |
Platini diz que suspensão é uma fraude e promete recorrer; Uefa apoia francês
|
Suspenso das atividades do futebol por 8 anos pelo Comitê de Ética da Fifa nesta segunda-feira (21), o francês Michel Platini considerou sua punição uma "verdadeira fraude" e afirmou que vai recorrer da decisão. "Estou convencido que minha sorte já estava lançada antes da audiência do dia 18 de dezembro e que esse veredito não é mais do que o revestimento patético de uma vontade de me eliminar do mundo do futebol", afirmou Platini, que estava suspenso preventivamente por 90 dias desde outubro. "Estou em paz com minha consciência", concluiu o ex-jogador francês, que disse não estar surpreendido pela decisão tomada hoje pelo Comitê. Na última quinta-feira (17), o ex-jogador decidiu não comparecer na audiência sobre o caso por considerar que o "órgão está viciado" e foi representado por seus advogados. Platini foi suspenso juntamente com Blatter após o Comitê de Ética da Fifa considerar os dois dirigentes culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês. A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente. Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil). Assim como Blatter, o francês declarou que prevê recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e, "chegado o momento, à justiça civil", para que seja indenizado por todo o prejuízo sofrido "durante longas semanas". UEFA A Uefa, que era comandada pelo dirigente, afirmou confiar na inocência de seu ex-presidente e que irá dar todo apoio ao francês para que ele tenha a oportunidade de "limpar seu nome". "Naturalmente, a Uefa está extremamente desapontada com essa decisão, mas que ainda é passível de apelação. Mais uma vez, a Uefa apoia Michel Platini nesse processo e na oportunidade de limpar seu nome", disse.
|
esporte
|
Platini diz que suspensão é uma fraude e promete recorrer; Uefa apoia francêsSuspenso das atividades do futebol por 8 anos pelo Comitê de Ética da Fifa nesta segunda-feira (21), o francês Michel Platini considerou sua punição uma "verdadeira fraude" e afirmou que vai recorrer da decisão. "Estou convencido que minha sorte já estava lançada antes da audiência do dia 18 de dezembro e que esse veredito não é mais do que o revestimento patético de uma vontade de me eliminar do mundo do futebol", afirmou Platini, que estava suspenso preventivamente por 90 dias desde outubro. "Estou em paz com minha consciência", concluiu o ex-jogador francês, que disse não estar surpreendido pela decisão tomada hoje pelo Comitê. Na última quinta-feira (17), o ex-jogador decidiu não comparecer na audiência sobre o caso por considerar que o "órgão está viciado" e foi representado por seus advogados. Platini foi suspenso juntamente com Blatter após o Comitê de Ética da Fifa considerar os dois dirigentes culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês. A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente. Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil). Assim como Blatter, o francês declarou que prevê recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e, "chegado o momento, à justiça civil", para que seja indenizado por todo o prejuízo sofrido "durante longas semanas". UEFA A Uefa, que era comandada pelo dirigente, afirmou confiar na inocência de seu ex-presidente e que irá dar todo apoio ao francês para que ele tenha a oportunidade de "limpar seu nome". "Naturalmente, a Uefa está extremamente desapontada com essa decisão, mas que ainda é passível de apelação. Mais uma vez, a Uefa apoia Michel Platini nesse processo e na oportunidade de limpar seu nome", disse.
| 4 |
Vídeos mostram carro pegando fogo na avenida Paulista, no centro de SP
|
Um carro pegou fogo e assustou pessoas que passavam pela avenida Paulista, região central de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (9). De acordo com o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido. Segundo a corporação, um Fiorino branco começou a pegar fogo na altura do número 500 da via por volta das 9h30. Uma equipe dos bombeiros foi encaminhada para o local e apagou o incêndio em poucos minutos. O vídeo abaixo, do analista administrativo Cláudio Rogério Silva Soares, 37, publicado no UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, mostra em poucos segundos o veículo tomado pelas chamas. Veja vídeo Por causa do acidente, uma das vias mais importantes da capital paulista chegou a ser interditada para o tráfego de veículos em um dos sentidos. Veja vídeo Já o vídeo acima, foi enviado pelo leitor da Folha João Amancio Neto. As informações foram repassadas pelo Whatsapp da Folha: (11) 99490-1649.
|
cotidiano
|
Vídeos mostram carro pegando fogo na avenida Paulista, no centro de SPUm carro pegou fogo e assustou pessoas que passavam pela avenida Paulista, região central de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (9). De acordo com o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido. Segundo a corporação, um Fiorino branco começou a pegar fogo na altura do número 500 da via por volta das 9h30. Uma equipe dos bombeiros foi encaminhada para o local e apagou o incêndio em poucos minutos. O vídeo abaixo, do analista administrativo Cláudio Rogério Silva Soares, 37, publicado no UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, mostra em poucos segundos o veículo tomado pelas chamas. Veja vídeo Por causa do acidente, uma das vias mais importantes da capital paulista chegou a ser interditada para o tráfego de veículos em um dos sentidos. Veja vídeo Já o vídeo acima, foi enviado pelo leitor da Folha João Amancio Neto. As informações foram repassadas pelo Whatsapp da Folha: (11) 99490-1649.
| 6 |
Nova Lei de Arbitragem deve ter efeito no longo prazo
|
O novo Código de Processo Civil e a nova Lei de Arbitragem não deverão descongestionar o Judiciário a médio prazo, avaliam especialistas consultados pela Folha. A legislação atualizada estimula os meios consensuais para solução de conflitos, como a mediação e a conciliação. Mas a redução do elevado volume de processos nos tribunais requer mudanças nas práticas das empresas e nos procedimentos de advogados, árbitros e juízes —além de investimentos no Judiciário. Cerca de 40% dos 100 milhões de processos que tramitam no país são de autoria do Poder Público, em sua maioria execuções fiscais, que não serão resolvidas pela mediação. Esse realismo de negociadores e pesquisadores contraria o otimismo oficial, que prevê uma segunda Reforma do Judiciário a partir de março de 2016, quando entrará em vigor o novo CPC. A arbitragem —decisão neutra de terceiros— teve a legislação atualizada em maio deste ano. Já o marco regulatório da mediação foi fixado em junho último. O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, presidente da comissão de juristas que elaborou o anteprojeto do CPC, definiu o novo código como uma "obra de ousadia e coragem". "Não aguentávamos mais queixas do cidadão de que a Justiça é muito morosa", afirmou em recente palestra na Ordem dos Advogados do Brasil. "A sociedade falou e foi ouvida. Levamos a sério o compromisso de viabilizar um Judiciário que preste a Justiça em prazo razoável", disse Fux. Ele põe fé nos dispositivos que reduzem os recursos protelatórios: "Respeitando a ampla defesa, mantivemos alguns recursos, mas evitamos que a cada passo do juiz a parte possa recorrer". Esse entusiasmo começa a ser contido no próprio Judiciário. Nesta semana, corregedores de tribunais estaduais decidiram pedir maior prazo para o novo CPC entrar em vigor. Alegam que precisam de mais tempo para adequar diversos procedimentos trazidos pela norma à realidade das Cortes estaduais. No final de agosto, cerca de 500 magistrados aprovaram no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, 62 enunciados [orientações] para a aplicação no novo código. No encontro, o item mais destacado foi a obrigatoriedade da conciliação antes da decisão do juiz. "Ainda há uma resistência passiva, desconhecimento das vantagens da mediação, não somente por parte de advogados, mas dos juízes e dos jurisdicionados", afirma Kazuo Watanabe, desembargador aposentado do TJ-SP e professor de direito aposentado da USP. Segundo ele, "a mediação ainda não é a mentalidade dos professores de direito, juízes e advogados, que preferem a sentença". "A população muitas vezes não quer mediação e nem conciliação, quer sentença de juiz. Predomina entre nós a cultura da sentença, e não a cultura da pacificação", diz. Para Watanabe, o marco regulatório da mediação, por si só, não criará uma nova mentalidade. Será necessário o Judiciário investir em infraestrutura, adequar os serviços de mediação e conciliação. PARADIGMA "Mais do que desafogar o Judiciário, como anuncia a mídia, o novo CPC vai provocar uma mudança cultural. As partes passarão a ter papel mais ativo", diz Luiz Fernando Fraga, do escritório de advocacia Barbosa Müssnich Aragão (BMA). Prevê-se que o novo CPC venha a acelerar os julgamentos, estimular os devedores a pagar as dívidas e evitar recorrer ao Judiciário para protelar o cumprimento de seus compromissos. "O novo CPC provocará uma mudança de paradigma para advogados e empresas", diz Sérgio Fagundes, do BMA. Empresas públicas e privadas, por exemplo, serão obrigadas a manter cadastros atualizados nos sistemas de processos eletrônicos para receber citações e intimações. Em casos mais complexos, recomenda-se reforço das diligências legais sobre sócios e subsidiárias. Os advogados deverão ter participação mais ativa na produção de provas e na preservação de documentos, sugere o BMA. Por sua vez, a videoconferência reduzirá custos de deslocamentos para a produção de prova oral. "Os árbitros brasileiros têm arraigada a ideia de que o juiz é o destinatário da prova. Os árbitros estrangeiros deixam as partes mais à vontade para estabelecer os procedimentos e a produção de provas", diz Luiz Fernando Fraga. Nelson Nery Junior, professor titular da Faculdade de Direito da PUC e da Unesp, diz que as empresas estão usando cada vez mais a arbitragem, mas isso ainda é insuficiente. O novo CPC reforça a ideia de desafogar o Judiciário, criando uma mediação prévia, "mas não traz nada de revolucionário". "Pela minha experiência de 40 anos de profissão no direito —como advogado e árbitro—, acho que as coisas podem melhorar, mas o impacto será muito pequeno. Tem que haver um choque cultural, não é a lei que vai mudar isso". "Não é com mudança de legislação, apenas, que serão melhoradas as condições da Justiça brasileira e o tempo de duração dos processos", diz Nery Junior. Segundo o especialista, a primeira mudança tem que ser promovida internamente nas empresas, com os dirigentes estimulando os departamentos jurídicos a, sempre que possível, tentar a mediação e a arbitragem. CUSTO DO LITÍGIO O ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça, presidiu a Comissão de Juristas do Senado encarregada atualizar a lei de arbitragem e mediação. Em entrevista ao site "Consultor Jurídico", ele disse que o ponto mais importante da lei é "mudar a cultura do litígio judicial para uma cultura da solução extrajudicial de autocomposição". Ele aposta na instalação de centros de mediação e arbitragem nas câmaras municipais, nos governos de estado, nos Procons. O advogado Frederico Straube não vê a arbitragem como uma alternativa para desafogar o Judiciário. "Muito mais importante será a prática efetiva da mediação", diz. Ele presidiu o Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá e frequenta a lista de árbitros de várias instituições no Brasil e no exterior. Segundo Straube, a mediação prévia como degrau obrigatório, antes do processo judicial, contribui para a redução de conflitos. A arbitragem, em si, não terá essa virtude e não é um procedimento barato. A lei trouxe algumas modificações importantes no sentido de prestigiar a arbitragem. Eliminou a dúvida sobre se os órgãos da administração pública poderiam se valer da arbitragem quando o Estado atua como ente privado. Havia resistência de alguns tribunais de contas, diz. "Os juízes conhecerão melhor a arbitragem através do novo CPC", diz. "Quanto mais importante for o caso para os negócios da empresa, deve-se optar pela arbitragem", recomenda Straube. É importante que os negócios sejam discutidos num juízo sigiloso. Uma das inovações da Lei de Arbitragem é determinar o segredo de Justiça no Judiciário quando houver confidencialidade na ação de arbitragem –exceto nos processos envolvendo a administração pública. O empresário deve pensar sobre o custo da litigiosidade, valendo-se da mediação para as causas menores. Aos advogados ele sugere que as cláusulas não sejam teratológicas ou vazias. Segundo Straube, uma solução arbitral pode ser obtida num prazo médio de 15 a 16 meses e tem valor de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça. No Judiciário, chega-se a uma decisão final, no mínimo, 16 anos depois de iniciado o processo. NEGOCIAÇÃO Espera-se que os advogados valorizem a negociação com a parte contrária, e não apenas a disputa e o litígio. "Na maioria das faculdades, o profissional do direito é preparado para trabalhar basicamente no contencioso", diz Watanabe. Alguns grandes escritórios de advocacia cumprem a cláusula escalonada da mediação prévia à arbitragem apenas como mera formalidade, sem se empenhar na tentativa de solução amigável do conflito. Watanabe não acredita em soluções imediatas. Aposta nos "Pactos de Mediação", protocolos em que as empresas se comprometem a adotar políticas e práticas internas para reduzir os custos da solução de litígios. Ele é adepto do conceito defendido pelo presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, de que "a Justiça é uma obra coletiva". O tribunal paulista desenvolveu o projeto "Empresa Amiga da Justiça", para tentar reduzir o número de processos por meio da conciliação. Watanabe acredita que a criação da cadeira específica de Mediação e Conciliação nas faculdades de direito formará novas gerações de advogados e juízes com o entendimento de que a solução consensual "é um exercício mais nobre do poder". "A lei por si só não modifica a sociedade, mas dependendo da lei, pode criar nas pessoas um grande interesse pelos benefícios que traz, como aconteceu com o Código de Defesa do Consumidor e com a Lei dos Juizados de Pequenas Causas", diz Watanabe. Ele participou da equipe que concebeu os Juizados Especiais de Pequenas Causas, no início dos anos 80, iniciativa que alargou o acesso das camadas mais humildes ao Judiciário. "A ideia foi muito combatida no início, mas obteve a aprovação da sociedade, que viu na conciliação um eficaz mecanismo de solução de conflitos", diz. "Vamos aguardar a interpretação do novo CPC, para sabermos se teremos juiz mais ativo na condução do processo, ou continuaremos com o paradigma atual", afirma o especialista.
|
mercado
|
Nova Lei de Arbitragem deve ter efeito no longo prazoO novo Código de Processo Civil e a nova Lei de Arbitragem não deverão descongestionar o Judiciário a médio prazo, avaliam especialistas consultados pela Folha. A legislação atualizada estimula os meios consensuais para solução de conflitos, como a mediação e a conciliação. Mas a redução do elevado volume de processos nos tribunais requer mudanças nas práticas das empresas e nos procedimentos de advogados, árbitros e juízes —além de investimentos no Judiciário. Cerca de 40% dos 100 milhões de processos que tramitam no país são de autoria do Poder Público, em sua maioria execuções fiscais, que não serão resolvidas pela mediação. Esse realismo de negociadores e pesquisadores contraria o otimismo oficial, que prevê uma segunda Reforma do Judiciário a partir de março de 2016, quando entrará em vigor o novo CPC. A arbitragem —decisão neutra de terceiros— teve a legislação atualizada em maio deste ano. Já o marco regulatório da mediação foi fixado em junho último. O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, presidente da comissão de juristas que elaborou o anteprojeto do CPC, definiu o novo código como uma "obra de ousadia e coragem". "Não aguentávamos mais queixas do cidadão de que a Justiça é muito morosa", afirmou em recente palestra na Ordem dos Advogados do Brasil. "A sociedade falou e foi ouvida. Levamos a sério o compromisso de viabilizar um Judiciário que preste a Justiça em prazo razoável", disse Fux. Ele põe fé nos dispositivos que reduzem os recursos protelatórios: "Respeitando a ampla defesa, mantivemos alguns recursos, mas evitamos que a cada passo do juiz a parte possa recorrer". Esse entusiasmo começa a ser contido no próprio Judiciário. Nesta semana, corregedores de tribunais estaduais decidiram pedir maior prazo para o novo CPC entrar em vigor. Alegam que precisam de mais tempo para adequar diversos procedimentos trazidos pela norma à realidade das Cortes estaduais. No final de agosto, cerca de 500 magistrados aprovaram no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, 62 enunciados [orientações] para a aplicação no novo código. No encontro, o item mais destacado foi a obrigatoriedade da conciliação antes da decisão do juiz. "Ainda há uma resistência passiva, desconhecimento das vantagens da mediação, não somente por parte de advogados, mas dos juízes e dos jurisdicionados", afirma Kazuo Watanabe, desembargador aposentado do TJ-SP e professor de direito aposentado da USP. Segundo ele, "a mediação ainda não é a mentalidade dos professores de direito, juízes e advogados, que preferem a sentença". "A população muitas vezes não quer mediação e nem conciliação, quer sentença de juiz. Predomina entre nós a cultura da sentença, e não a cultura da pacificação", diz. Para Watanabe, o marco regulatório da mediação, por si só, não criará uma nova mentalidade. Será necessário o Judiciário investir em infraestrutura, adequar os serviços de mediação e conciliação. PARADIGMA "Mais do que desafogar o Judiciário, como anuncia a mídia, o novo CPC vai provocar uma mudança cultural. As partes passarão a ter papel mais ativo", diz Luiz Fernando Fraga, do escritório de advocacia Barbosa Müssnich Aragão (BMA). Prevê-se que o novo CPC venha a acelerar os julgamentos, estimular os devedores a pagar as dívidas e evitar recorrer ao Judiciário para protelar o cumprimento de seus compromissos. "O novo CPC provocará uma mudança de paradigma para advogados e empresas", diz Sérgio Fagundes, do BMA. Empresas públicas e privadas, por exemplo, serão obrigadas a manter cadastros atualizados nos sistemas de processos eletrônicos para receber citações e intimações. Em casos mais complexos, recomenda-se reforço das diligências legais sobre sócios e subsidiárias. Os advogados deverão ter participação mais ativa na produção de provas e na preservação de documentos, sugere o BMA. Por sua vez, a videoconferência reduzirá custos de deslocamentos para a produção de prova oral. "Os árbitros brasileiros têm arraigada a ideia de que o juiz é o destinatário da prova. Os árbitros estrangeiros deixam as partes mais à vontade para estabelecer os procedimentos e a produção de provas", diz Luiz Fernando Fraga. Nelson Nery Junior, professor titular da Faculdade de Direito da PUC e da Unesp, diz que as empresas estão usando cada vez mais a arbitragem, mas isso ainda é insuficiente. O novo CPC reforça a ideia de desafogar o Judiciário, criando uma mediação prévia, "mas não traz nada de revolucionário". "Pela minha experiência de 40 anos de profissão no direito —como advogado e árbitro—, acho que as coisas podem melhorar, mas o impacto será muito pequeno. Tem que haver um choque cultural, não é a lei que vai mudar isso". "Não é com mudança de legislação, apenas, que serão melhoradas as condições da Justiça brasileira e o tempo de duração dos processos", diz Nery Junior. Segundo o especialista, a primeira mudança tem que ser promovida internamente nas empresas, com os dirigentes estimulando os departamentos jurídicos a, sempre que possível, tentar a mediação e a arbitragem. CUSTO DO LITÍGIO O ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça, presidiu a Comissão de Juristas do Senado encarregada atualizar a lei de arbitragem e mediação. Em entrevista ao site "Consultor Jurídico", ele disse que o ponto mais importante da lei é "mudar a cultura do litígio judicial para uma cultura da solução extrajudicial de autocomposição". Ele aposta na instalação de centros de mediação e arbitragem nas câmaras municipais, nos governos de estado, nos Procons. O advogado Frederico Straube não vê a arbitragem como uma alternativa para desafogar o Judiciário. "Muito mais importante será a prática efetiva da mediação", diz. Ele presidiu o Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá e frequenta a lista de árbitros de várias instituições no Brasil e no exterior. Segundo Straube, a mediação prévia como degrau obrigatório, antes do processo judicial, contribui para a redução de conflitos. A arbitragem, em si, não terá essa virtude e não é um procedimento barato. A lei trouxe algumas modificações importantes no sentido de prestigiar a arbitragem. Eliminou a dúvida sobre se os órgãos da administração pública poderiam se valer da arbitragem quando o Estado atua como ente privado. Havia resistência de alguns tribunais de contas, diz. "Os juízes conhecerão melhor a arbitragem através do novo CPC", diz. "Quanto mais importante for o caso para os negócios da empresa, deve-se optar pela arbitragem", recomenda Straube. É importante que os negócios sejam discutidos num juízo sigiloso. Uma das inovações da Lei de Arbitragem é determinar o segredo de Justiça no Judiciário quando houver confidencialidade na ação de arbitragem –exceto nos processos envolvendo a administração pública. O empresário deve pensar sobre o custo da litigiosidade, valendo-se da mediação para as causas menores. Aos advogados ele sugere que as cláusulas não sejam teratológicas ou vazias. Segundo Straube, uma solução arbitral pode ser obtida num prazo médio de 15 a 16 meses e tem valor de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça. No Judiciário, chega-se a uma decisão final, no mínimo, 16 anos depois de iniciado o processo. NEGOCIAÇÃO Espera-se que os advogados valorizem a negociação com a parte contrária, e não apenas a disputa e o litígio. "Na maioria das faculdades, o profissional do direito é preparado para trabalhar basicamente no contencioso", diz Watanabe. Alguns grandes escritórios de advocacia cumprem a cláusula escalonada da mediação prévia à arbitragem apenas como mera formalidade, sem se empenhar na tentativa de solução amigável do conflito. Watanabe não acredita em soluções imediatas. Aposta nos "Pactos de Mediação", protocolos em que as empresas se comprometem a adotar políticas e práticas internas para reduzir os custos da solução de litígios. Ele é adepto do conceito defendido pelo presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, de que "a Justiça é uma obra coletiva". O tribunal paulista desenvolveu o projeto "Empresa Amiga da Justiça", para tentar reduzir o número de processos por meio da conciliação. Watanabe acredita que a criação da cadeira específica de Mediação e Conciliação nas faculdades de direito formará novas gerações de advogados e juízes com o entendimento de que a solução consensual "é um exercício mais nobre do poder". "A lei por si só não modifica a sociedade, mas dependendo da lei, pode criar nas pessoas um grande interesse pelos benefícios que traz, como aconteceu com o Código de Defesa do Consumidor e com a Lei dos Juizados de Pequenas Causas", diz Watanabe. Ele participou da equipe que concebeu os Juizados Especiais de Pequenas Causas, no início dos anos 80, iniciativa que alargou o acesso das camadas mais humildes ao Judiciário. "A ideia foi muito combatida no início, mas obteve a aprovação da sociedade, que viu na conciliação um eficaz mecanismo de solução de conflitos", diz. "Vamos aguardar a interpretação do novo CPC, para sabermos se teremos juiz mais ativo na condução do processo, ou continuaremos com o paradigma atual", afirma o especialista.
| 2 |
Em meio a crise, Dilma deixa de ler jornais e tenta exibir autocontrole
|
Submersa por uma crise sem paralelos nas últimas duas décadas, a presidente Dilma Rousseff tem mudado alguns hábitos. Antes leitora contumaz da imprensa, ela já não lê mais os jornais brasileiros como fazia todas as manhãs na hora do café. Vez ou outra, até navega por notícias internacionais. Mas só. Com bastante frequência, é algum assessor que lhe chama a atenção para algum assunto específico na mídia. Assim, Dilma repete o hábito de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que considerava que a imprensa só trazia más notícias e achava melhor ignorá-las. No auge do escândalo do mensalão, em 2005, o antecessor parou de ler periódicos e chegou a se gabar disso publicamente. No entorno presidencial, há a percepção de que a mandatária pode estar em fase de negação da realidade, deslocada da seriedade da crise. Outros negam isso e lembram que em jantar recente no Palácio da Alvorada ela mesma disse não estar "nem deprimida, nem alheia". Eles afirmam que a atitude reflete um traço de personalidade da chefe, de exibir autocontrole em momentos de maior dificuldade para evitar uma queda generalizada no ânimo –de resto, perceptível em toda a Esplanada dos Ministérios. Apesar do cenário "sombrio", como definiram até mesmo ministros próximos nos últimos dias, Dilma, conhecida pelo estilo de cobrança dura e intempestiva, tem demonstrado alguma tranquilidade nos bastidores e, não raro, até bom humor. Na quinta-feira (6), ao tomar conhecimento dos índices recordes de impopularidade (apenas 8% de ótimo e bom) apurados pelo Datafolha, ela se limitou a reclamar do fato de a apresentação da sondagem ter coincidido com o programa do PT divulgado naquele mesmo dia. Auxiliares de Dilma afirmam que ela não toma nenhum estabilizador de humor, seja alopático ou fitoterápico. Ao contrário, relatam que ela detesta remédios. Dilma também anda mais vaidosa, experimentando maquiagens e comprando roupas adequadas à silhueta que passou a exibir após aderir a uma dieta da moda. Segue, aliás, recomendando a dieta a quem se queixa do excesso de peso. Mesmo políticos que costumam tirar o sono do Planalto dizem que Dilma está de bom humor –caso de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado que esteve com ela nos últimos dias. Não que os afamados pitos presidenciais tenham cessado. Distribuiu broncas a ministros petistas durante reunião de emergência para avaliar o cenário da crise, na quinta-feira (6). Os alvos da vez foram Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Justiça), este alvo frequente da ira da chefe. O bom humor presidencial, contudo, não contaminou sua equipe. O clima no Planalto é de apreensão. Como disse um auxiliar próximo, pedindo anonimato: "Estamos descendo a ladeira sem freios, e ainda não conseguimos dar um cavalo de pau". Neste domingo (9) haverá uma reunião para debater a crise. Os ministros mais próximos defendem que algum tipo de medida seja tomada antes do dia 16, quando está prevista uma grande adesão aos protestos marcados contra a presidente. Dilma deverá viajar mais, pode fazer uma reforma ministerial e estuda fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e TV, contra o que pesa a provável reação popular em forma de panelaço.
|
poder
|
Em meio a crise, Dilma deixa de ler jornais e tenta exibir autocontroleSubmersa por uma crise sem paralelos nas últimas duas décadas, a presidente Dilma Rousseff tem mudado alguns hábitos. Antes leitora contumaz da imprensa, ela já não lê mais os jornais brasileiros como fazia todas as manhãs na hora do café. Vez ou outra, até navega por notícias internacionais. Mas só. Com bastante frequência, é algum assessor que lhe chama a atenção para algum assunto específico na mídia. Assim, Dilma repete o hábito de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que considerava que a imprensa só trazia más notícias e achava melhor ignorá-las. No auge do escândalo do mensalão, em 2005, o antecessor parou de ler periódicos e chegou a se gabar disso publicamente. No entorno presidencial, há a percepção de que a mandatária pode estar em fase de negação da realidade, deslocada da seriedade da crise. Outros negam isso e lembram que em jantar recente no Palácio da Alvorada ela mesma disse não estar "nem deprimida, nem alheia". Eles afirmam que a atitude reflete um traço de personalidade da chefe, de exibir autocontrole em momentos de maior dificuldade para evitar uma queda generalizada no ânimo –de resto, perceptível em toda a Esplanada dos Ministérios. Apesar do cenário "sombrio", como definiram até mesmo ministros próximos nos últimos dias, Dilma, conhecida pelo estilo de cobrança dura e intempestiva, tem demonstrado alguma tranquilidade nos bastidores e, não raro, até bom humor. Na quinta-feira (6), ao tomar conhecimento dos índices recordes de impopularidade (apenas 8% de ótimo e bom) apurados pelo Datafolha, ela se limitou a reclamar do fato de a apresentação da sondagem ter coincidido com o programa do PT divulgado naquele mesmo dia. Auxiliares de Dilma afirmam que ela não toma nenhum estabilizador de humor, seja alopático ou fitoterápico. Ao contrário, relatam que ela detesta remédios. Dilma também anda mais vaidosa, experimentando maquiagens e comprando roupas adequadas à silhueta que passou a exibir após aderir a uma dieta da moda. Segue, aliás, recomendando a dieta a quem se queixa do excesso de peso. Mesmo políticos que costumam tirar o sono do Planalto dizem que Dilma está de bom humor –caso de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado que esteve com ela nos últimos dias. Não que os afamados pitos presidenciais tenham cessado. Distribuiu broncas a ministros petistas durante reunião de emergência para avaliar o cenário da crise, na quinta-feira (6). Os alvos da vez foram Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Justiça), este alvo frequente da ira da chefe. O bom humor presidencial, contudo, não contaminou sua equipe. O clima no Planalto é de apreensão. Como disse um auxiliar próximo, pedindo anonimato: "Estamos descendo a ladeira sem freios, e ainda não conseguimos dar um cavalo de pau". Neste domingo (9) haverá uma reunião para debater a crise. Os ministros mais próximos defendem que algum tipo de medida seja tomada antes do dia 16, quando está prevista uma grande adesão aos protestos marcados contra a presidente. Dilma deverá viajar mais, pode fazer uma reforma ministerial e estuda fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e TV, contra o que pesa a provável reação popular em forma de panelaço.
| 0 |
Guitarrista do Metallica perde celular com 250 novos riffs
|
Se perder o celular já é ruim, imagine se o aparelho tem 250 novas composições nele. Pois foi o que aconteceu há seis meses com Kirk Hammett, guitarrista do Metallica. Ele contou ao site "Blabbermouth" no sábado (18) que seu iPhone, com centenas de riffs para o novo álbum da banda, desapareceu. "Só consigo me lembrar de, tipo, oito [das melodias]. Me apeguei a ideia de que simplesmente não era para ser, vou seguir em frente", disse o músico. O guitarrista falou sobre o disco sucessor de "Death Magnetic", de 2008, e comentou que o novo trabalho está ficando "bem pesado" e "bastante parecido com 'Death Magnetic'". "Uma ou duas músicas lembram algo de 'And Justice for All', embora o álbum não soe muito como 'And Justice for All'", comentou Hammett. Fica o mistério. O Metallica se apresenta no Brasil em setembro, no festival Rock in Rio.
|
ilustrada
|
Guitarrista do Metallica perde celular com 250 novos riffsSe perder o celular já é ruim, imagine se o aparelho tem 250 novas composições nele. Pois foi o que aconteceu há seis meses com Kirk Hammett, guitarrista do Metallica. Ele contou ao site "Blabbermouth" no sábado (18) que seu iPhone, com centenas de riffs para o novo álbum da banda, desapareceu. "Só consigo me lembrar de, tipo, oito [das melodias]. Me apeguei a ideia de que simplesmente não era para ser, vou seguir em frente", disse o músico. O guitarrista falou sobre o disco sucessor de "Death Magnetic", de 2008, e comentou que o novo trabalho está ficando "bem pesado" e "bastante parecido com 'Death Magnetic'". "Uma ou duas músicas lembram algo de 'And Justice for All', embora o álbum não soe muito como 'And Justice for All'", comentou Hammett. Fica o mistério. O Metallica se apresenta no Brasil em setembro, no festival Rock in Rio.
| 1 |
Governos omitem mais de R$ 400 milhões do gasto da Olimpíada
|
Os governos federal e municipal do Rio omitem mais de R$ 400 milhões de gastos do documento que descreve o custo oficial da Olimpíada. Fazem parte dos itens não incluídos a construção de arquibancadas, compra de móveis para vilas dos Atletas e de Mídia, indenização para moradores removidos do Parque Olímpico e custeio de órgãos criados para os Jogos. Esses itens somam R$ 409 milhões e não fazem parte do gasto oficial da Olimpíada. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), reconheceu haver a possibilidade de "contabilidade paralela", mas defendeu os dados oficiais. O Ministério do Esporte disse que a matriz tem como objetivo "estipular as obrigações de cada um dos entes governamentais com projetos relacionados aos Jogos". A APO (Autoridade Pública Olímpica) divulgou nesta sexta (26) atualização da Matriz de Responsabilidade, que lista o custo das arenas e itens essenciais aos Jogos. O documento diz que o valor desses itens é de R$ 6,67 bilhões. O custo total da Olimpíada (R$ 38,7 bilhões) é composto pela matriz, o orçamento do comitê organizador (R$ 7,4 bilhões) e o plano de legado (R$ 24,6 bilhões). Só os dois primeiros são considerados gastos essenciais. O último é composto por obras de infraestrutura prometidas ao Comitê Olímpico Internacional, mas sem relação direta com os Jogos. Não consta em nenhum dos três documentos, por exemplo, as indenizações para moradores da Vila Autódromo. Segundo levantamento do gabinete da vereadora Teresa Bergher (PSDB), a prefeitura já gastou R$ 105 milhões com esses pagamentos. Em um primeiro momento, esse valor era de R$ 10 milhões a menos, mas foi atualizado durante a tarde pelo gabinete da vereadora. Também está fora da lista a compra, por R$ 22 milhões, de arquibancadas temporárias para o Engenhão, Centro Olímpico de Esportes Aquáticos e Handebol. O gasto com a estrutura da APO e da Empresa Olímpica Municipal, criadas para o evento, também não constam do orçamento oficial. Elas consumiram em quatro anos R$ 75,9 milhões e R$ 58,7 milhões, respectivamente. Há também a contratação, pelo Ministério do Esporte, de consultoria para definir preços de instalações temporárias no evento (R$ 54,5 milhões), a compra de móveis para as vilas dos atletas e de mídia (R$ 29,3 milhões), o reajuste da obra do Velódromo (R$ 7,8 milhões) e o monitoramento de obras do Parque Olímpico (R$ 56,7 milhões), valor apurado e incluído pela Folha após a primeira publicação desta reportagem nesta sexta. As omissões listadas referem-se só a custos diretamente ligados a Olimpíada. Há contudo, gastos em política pública que não constam no plano de legado e na matriz. A Secretaria de Grandes Eventos do Ministério da Justiça disse que vai gastar cerca de R$ 350 milhões no plano de segurança da Olimpíada. O custo não está descrito no plano de legado, atualizado em abril, nem na matriz.
|
esporte
|
Governos omitem mais de R$ 400 milhões do gasto da OlimpíadaOs governos federal e municipal do Rio omitem mais de R$ 400 milhões de gastos do documento que descreve o custo oficial da Olimpíada. Fazem parte dos itens não incluídos a construção de arquibancadas, compra de móveis para vilas dos Atletas e de Mídia, indenização para moradores removidos do Parque Olímpico e custeio de órgãos criados para os Jogos. Esses itens somam R$ 409 milhões e não fazem parte do gasto oficial da Olimpíada. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), reconheceu haver a possibilidade de "contabilidade paralela", mas defendeu os dados oficiais. O Ministério do Esporte disse que a matriz tem como objetivo "estipular as obrigações de cada um dos entes governamentais com projetos relacionados aos Jogos". A APO (Autoridade Pública Olímpica) divulgou nesta sexta (26) atualização da Matriz de Responsabilidade, que lista o custo das arenas e itens essenciais aos Jogos. O documento diz que o valor desses itens é de R$ 6,67 bilhões. O custo total da Olimpíada (R$ 38,7 bilhões) é composto pela matriz, o orçamento do comitê organizador (R$ 7,4 bilhões) e o plano de legado (R$ 24,6 bilhões). Só os dois primeiros são considerados gastos essenciais. O último é composto por obras de infraestrutura prometidas ao Comitê Olímpico Internacional, mas sem relação direta com os Jogos. Não consta em nenhum dos três documentos, por exemplo, as indenizações para moradores da Vila Autódromo. Segundo levantamento do gabinete da vereadora Teresa Bergher (PSDB), a prefeitura já gastou R$ 105 milhões com esses pagamentos. Em um primeiro momento, esse valor era de R$ 10 milhões a menos, mas foi atualizado durante a tarde pelo gabinete da vereadora. Também está fora da lista a compra, por R$ 22 milhões, de arquibancadas temporárias para o Engenhão, Centro Olímpico de Esportes Aquáticos e Handebol. O gasto com a estrutura da APO e da Empresa Olímpica Municipal, criadas para o evento, também não constam do orçamento oficial. Elas consumiram em quatro anos R$ 75,9 milhões e R$ 58,7 milhões, respectivamente. Há também a contratação, pelo Ministério do Esporte, de consultoria para definir preços de instalações temporárias no evento (R$ 54,5 milhões), a compra de móveis para as vilas dos atletas e de mídia (R$ 29,3 milhões), o reajuste da obra do Velódromo (R$ 7,8 milhões) e o monitoramento de obras do Parque Olímpico (R$ 56,7 milhões), valor apurado e incluído pela Folha após a primeira publicação desta reportagem nesta sexta. As omissões listadas referem-se só a custos diretamente ligados a Olimpíada. Há contudo, gastos em política pública que não constam no plano de legado e na matriz. A Secretaria de Grandes Eventos do Ministério da Justiça disse que vai gastar cerca de R$ 350 milhões no plano de segurança da Olimpíada. O custo não está descrito no plano de legado, atualizado em abril, nem na matriz.
| 4 |
"Mudar não é só trocar placas", diz vítima da ditadura
|
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania lançou, no dia 13, o projeto "Ruas de Memória". A intenção é alterar o nome de 22 espaços públicos da cidade -entre ruas, viadutos e praças- que foram batizados em homenagem a marcos da ditadura militar. Rosalina de Santa Cruz, 70, torturada e presa nos anos de 1971 e 1974, celebra a iniciativa, mas pede ações pedagógicas. Leia mais aqui
|
tv
|
"Mudar não é só trocar placas", diz vítima da ditaduraA Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania lançou, no dia 13, o projeto "Ruas de Memória". A intenção é alterar o nome de 22 espaços públicos da cidade -entre ruas, viadutos e praças- que foram batizados em homenagem a marcos da ditadura militar. Rosalina de Santa Cruz, 70, torturada e presa nos anos de 1971 e 1974, celebra a iniciativa, mas pede ações pedagógicas. Leia mais aqui
| 12 |
Começa festival internacional de teatro, música e cinema no Rio
|
O FIL, Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, é uma mistureba da boa. Ele começou nesta quinta (24) e, até 4 de outubro, reúne em nove espaços do Rio teatro, música, dança, oficinas, debates e mostras paralelas, com atrações de diversos países. Na plateia, a proposta também é a mistura: tem atração para toda a família, começando pelos bebês. Para eles, foram criados os espetáculos "Os Bosques que Dormem" (Canadá) e "Fascinado por Maçãs" (Brasil e Dinamarca). O primeiro inclui teatro de animação, sombra e marionetes para contar a história de uma criança que carrega dentro dela uma floresta adormecida. No segundo, o músico Claus Carlsen e a atriz Lisa Becker fazem experiências de gravitação musical. Assim, um saco plástico se transforma num suspiro, a rede de pesca envolve o músico num vestido caçador de sonhos, a luz no rosto da atriz muda a cor dos sentimentos. Entre as oficinas, destaque para o workshop de percussão com o grupo Fadas Magrinhas, e a oficina "Brinquedos Cantados e Ritmados" com Lydia Hortélio, musicóloga e educadora, e a coreógrafa Andrea Jabor. Os ingressos para os vinte espetáculos do FIL já podem ser comprados pela internet. O evento foi criado por Karen Acioly, premiada atriz, dramaturga e diretora, que há anos se dedica à arte voltada para crianças e jovens. PARA CONFERIR 13º Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens ONDE em nove teatros do Rio QUANDO de 24 de setembro a 4 de outubro QUANTO de R$ 5 a R$ 20; oficinas grátis com inscrição prévia Programação completa no site. * Veja alguns destaques da programação para crianças: Espetáculo Os Bosques que Dormem ONDE Oi Futuro Flamengo (área externa) - r. Dois de Dezembro, 63, tel. (21) 3131-3060 QUANDO 26 de setembro, às 11h30, e 27 de setembro, às 16h e às 18h30 QUANTO R$ 10 Espetáculo Fascinado por Maçãs ONDE Teatro Maria Clara Machado - av. Padre Leonel Franca, 240, tel. (21) 2274-7722 QUANDO 26 e 27/9, às 16h QUANTO R$ 20 (inteira) - entrada gratuita para crianças com até dois anos Oficina de Percussão Fadas Magrinhas ONDE Oi Futuro Flamengo (área externa) - r. Dois de Dezembro, 63, tel. (21) 3131-3060 QUANDO 4 de outubro, às 11h30 QUANTO grátis Inscrições no dia de realização, de acordo com o número de vagas (para crianças de 5 a 9 anos) Oficina de Brinquedos Cantados e Brinquedos Ritmados ONDE Espaço Tom Jobim - r. Jardim Botânico, 1.008 QUANDO 26 de setembro, às 16h, e 27 de setembro, às 14h QUANTO grátis Inscrições pelo e-mail [email protected] e confirmação prévia
|
folhinha
|
Começa festival internacional de teatro, música e cinema no RioO FIL, Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, é uma mistureba da boa. Ele começou nesta quinta (24) e, até 4 de outubro, reúne em nove espaços do Rio teatro, música, dança, oficinas, debates e mostras paralelas, com atrações de diversos países. Na plateia, a proposta também é a mistura: tem atração para toda a família, começando pelos bebês. Para eles, foram criados os espetáculos "Os Bosques que Dormem" (Canadá) e "Fascinado por Maçãs" (Brasil e Dinamarca). O primeiro inclui teatro de animação, sombra e marionetes para contar a história de uma criança que carrega dentro dela uma floresta adormecida. No segundo, o músico Claus Carlsen e a atriz Lisa Becker fazem experiências de gravitação musical. Assim, um saco plástico se transforma num suspiro, a rede de pesca envolve o músico num vestido caçador de sonhos, a luz no rosto da atriz muda a cor dos sentimentos. Entre as oficinas, destaque para o workshop de percussão com o grupo Fadas Magrinhas, e a oficina "Brinquedos Cantados e Ritmados" com Lydia Hortélio, musicóloga e educadora, e a coreógrafa Andrea Jabor. Os ingressos para os vinte espetáculos do FIL já podem ser comprados pela internet. O evento foi criado por Karen Acioly, premiada atriz, dramaturga e diretora, que há anos se dedica à arte voltada para crianças e jovens. PARA CONFERIR 13º Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens ONDE em nove teatros do Rio QUANDO de 24 de setembro a 4 de outubro QUANTO de R$ 5 a R$ 20; oficinas grátis com inscrição prévia Programação completa no site. * Veja alguns destaques da programação para crianças: Espetáculo Os Bosques que Dormem ONDE Oi Futuro Flamengo (área externa) - r. Dois de Dezembro, 63, tel. (21) 3131-3060 QUANDO 26 de setembro, às 11h30, e 27 de setembro, às 16h e às 18h30 QUANTO R$ 10 Espetáculo Fascinado por Maçãs ONDE Teatro Maria Clara Machado - av. Padre Leonel Franca, 240, tel. (21) 2274-7722 QUANDO 26 e 27/9, às 16h QUANTO R$ 20 (inteira) - entrada gratuita para crianças com até dois anos Oficina de Percussão Fadas Magrinhas ONDE Oi Futuro Flamengo (área externa) - r. Dois de Dezembro, 63, tel. (21) 3131-3060 QUANDO 4 de outubro, às 11h30 QUANTO grátis Inscrições no dia de realização, de acordo com o número de vagas (para crianças de 5 a 9 anos) Oficina de Brinquedos Cantados e Brinquedos Ritmados ONDE Espaço Tom Jobim - r. Jardim Botânico, 1.008 QUANDO 26 de setembro, às 16h, e 27 de setembro, às 14h QUANTO grátis Inscrições pelo e-mail [email protected] e confirmação prévia
| 27 |
Casos de dengue explodem e até capela vira hospital no interior de SP
|
A explosão de casos de dengue no interior de São Paulo, que deixou até prefeito doente, já transformou capela e escola em hospitais improvisados, forçou a suspensão de aulas e fez com que prefeituras doassem à população repelentes e sementes de uma planta que atrai o predador do Aedes aegypti. Levantamento da Folha mostra que a situação é a mais crítica ao menos desde 2010. Em 50 dos 645 municípios paulistas, a reportagem mapeou 44.140 infectados –casos confirmados, e não só suspeitos. É mais que a quantidade registrada no Estado inteiro no primeiro bimestre de cada um dos últimos cinco anos. Desde janeiro, 28 pessoas morreram em decorrência da dengue e há outras 38 mortes suspeitas em investigação. Na capital, são 563 casos e um óbito suspeito em apuração. Os dados do Ministério da Saúde, só sobre casos suspeitos, apontam 51,8 mil notificações em São Paulo até 14 de fevereiro, 900% mais que no mesmo período de 2014. O Estado, que estava em 18º lugar na relação de notificações por 100 mil habitantes (117,7), ocupa agora a terceira posição no país, atrás de Goiás (221,7) e Acre (517,3). AULAS SUSPENSAS A dengue é assunto da vez principalmente em cidades com menos de 40 mil habitantes, como Florínia e Trabiju, onde a média é de um doente a cada 13 e 14 moradores. Os casos estão espalhados pelo Estado, com registros de surtos, epidemias ou mortes em 11 das 15 regiões administrativas de São Paulo. Com 2.066 casos, ou 1 a cada 16 habitantes, Aguaí decidiu reabrir sua Santa Casa, fechada desde 2013, para instalar na capela camas para pacientes com dengue. Em 2014, a cidade enfrentou desabastecimento de água, o que levou a população a estocar o produto em baldes e galões. Resultado: agentes de saúde encontraram larvas do mosquito transmissor da dengue em recipientes mal vedados. Em Ubirajara, as aulas na rede municipal chegaram a ser suspensas. Com a epidemia, os postos de saúde passaram a distribuir repelentes gratuitamente, e a prefeitura entrega aos moradores sementes de crotalária. Mesmo sem comprovação científica, segundo o diretor do departamento de saúde, Marcos Rogério Briquezi, a planta atrai libélulas que são predadoras do mosquito. Em Catanduva, a distribuição da semente é restrita a locais públicos. A epidemia de dengue lá é uma das mais graves no Estado, com seis mortes, 22 óbitos sob investigação e 4.284 casos. Além de postos de saúde, uma escola foi adaptada para atender pacientes. A cidade de Marília concentra o maior número de confirmações: 5.811 casos. O prefeito de Ubirajara, Walmir Bordin (DEM), e sua mulher contraíram a doença, assim como o vice de Aguaí, Adalberto Fassina (PMDB). Em Rio Claro, seis jogadores do time de basquete e quatro de futebol tiveram dengue. Entre outras armas adotadas por municípios estão o uso de drones para buscar criadouros, alerta divulgados por carros de som e na torre da igreja e apelo de padres durante as missas. Colaborou PEDRO IVO TOMÉ
|
cotidiano
|
Casos de dengue explodem e até capela vira hospital no interior de SPA explosão de casos de dengue no interior de São Paulo, que deixou até prefeito doente, já transformou capela e escola em hospitais improvisados, forçou a suspensão de aulas e fez com que prefeituras doassem à população repelentes e sementes de uma planta que atrai o predador do Aedes aegypti. Levantamento da Folha mostra que a situação é a mais crítica ao menos desde 2010. Em 50 dos 645 municípios paulistas, a reportagem mapeou 44.140 infectados –casos confirmados, e não só suspeitos. É mais que a quantidade registrada no Estado inteiro no primeiro bimestre de cada um dos últimos cinco anos. Desde janeiro, 28 pessoas morreram em decorrência da dengue e há outras 38 mortes suspeitas em investigação. Na capital, são 563 casos e um óbito suspeito em apuração. Os dados do Ministério da Saúde, só sobre casos suspeitos, apontam 51,8 mil notificações em São Paulo até 14 de fevereiro, 900% mais que no mesmo período de 2014. O Estado, que estava em 18º lugar na relação de notificações por 100 mil habitantes (117,7), ocupa agora a terceira posição no país, atrás de Goiás (221,7) e Acre (517,3). AULAS SUSPENSAS A dengue é assunto da vez principalmente em cidades com menos de 40 mil habitantes, como Florínia e Trabiju, onde a média é de um doente a cada 13 e 14 moradores. Os casos estão espalhados pelo Estado, com registros de surtos, epidemias ou mortes em 11 das 15 regiões administrativas de São Paulo. Com 2.066 casos, ou 1 a cada 16 habitantes, Aguaí decidiu reabrir sua Santa Casa, fechada desde 2013, para instalar na capela camas para pacientes com dengue. Em 2014, a cidade enfrentou desabastecimento de água, o que levou a população a estocar o produto em baldes e galões. Resultado: agentes de saúde encontraram larvas do mosquito transmissor da dengue em recipientes mal vedados. Em Ubirajara, as aulas na rede municipal chegaram a ser suspensas. Com a epidemia, os postos de saúde passaram a distribuir repelentes gratuitamente, e a prefeitura entrega aos moradores sementes de crotalária. Mesmo sem comprovação científica, segundo o diretor do departamento de saúde, Marcos Rogério Briquezi, a planta atrai libélulas que são predadoras do mosquito. Em Catanduva, a distribuição da semente é restrita a locais públicos. A epidemia de dengue lá é uma das mais graves no Estado, com seis mortes, 22 óbitos sob investigação e 4.284 casos. Além de postos de saúde, uma escola foi adaptada para atender pacientes. A cidade de Marília concentra o maior número de confirmações: 5.811 casos. O prefeito de Ubirajara, Walmir Bordin (DEM), e sua mulher contraíram a doença, assim como o vice de Aguaí, Adalberto Fassina (PMDB). Em Rio Claro, seis jogadores do time de basquete e quatro de futebol tiveram dengue. Entre outras armas adotadas por municípios estão o uso de drones para buscar criadouros, alerta divulgados por carros de som e na torre da igreja e apelo de padres durante as missas. Colaborou PEDRO IVO TOMÉ
| 6 |
Duas participantes da Marcha das Margaridas morrem durante evento
|
Duas participantes da Marcha das Margaridas, realizada em Brasília, morreram nesta quarta (12) enquanto participavam do evento. A marcha reúne cerca de 30 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar. A maior parte é de trabalhadoras rurais de vários Estados, além de estudantes e sindicalistas. As mortes tiveram causas naturais, segundo participantes do evento. As vítimas são Maria Pureza, do Sergipe, e Maria Alzemira, do Piauí –organizadores da marcha não souberam informar, até esta tarde, os nomes completos delas. Segundo uma funcionária da Fetag-PI (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí), que não quis se identificar, Maria Alzemira era do município de Monsenhor Gil e passou mal assim que chegou de ônibus a Brasília na manhã de terça (11). Ela chegou a ser internada, mas não resistiu e morreu hoje. Os médicos teriam informado que ela sofreu um AVC. Já Maria Pureza passou mal na manhã desta quarta (12), durante a marcha, próximo ao Congresso. Participantes do evento não souberam informar em que condições ela morreu, mas contaram que ela chegou a ser socorrida. Segundo colegas, ela era do município de Japaratuba (SE). Nesta tarde, as Margaridas receberam a presidente Dilma Rousseff (PT) no estádio Mané Garrincha, onde estão alojadas. A presidente, em seu discurso, homenageou as duas mulheres mortas.
|
poder
|
Duas participantes da Marcha das Margaridas morrem durante eventoDuas participantes da Marcha das Margaridas, realizada em Brasília, morreram nesta quarta (12) enquanto participavam do evento. A marcha reúne cerca de 30 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar. A maior parte é de trabalhadoras rurais de vários Estados, além de estudantes e sindicalistas. As mortes tiveram causas naturais, segundo participantes do evento. As vítimas são Maria Pureza, do Sergipe, e Maria Alzemira, do Piauí –organizadores da marcha não souberam informar, até esta tarde, os nomes completos delas. Segundo uma funcionária da Fetag-PI (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí), que não quis se identificar, Maria Alzemira era do município de Monsenhor Gil e passou mal assim que chegou de ônibus a Brasília na manhã de terça (11). Ela chegou a ser internada, mas não resistiu e morreu hoje. Os médicos teriam informado que ela sofreu um AVC. Já Maria Pureza passou mal na manhã desta quarta (12), durante a marcha, próximo ao Congresso. Participantes do evento não souberam informar em que condições ela morreu, mas contaram que ela chegou a ser socorrida. Segundo colegas, ela era do município de Japaratuba (SE). Nesta tarde, as Margaridas receberam a presidente Dilma Rousseff (PT) no estádio Mané Garrincha, onde estão alojadas. A presidente, em seu discurso, homenageou as duas mulheres mortas.
| 0 |
Pato inflado da Fiesp é rasgado a facadas em Brasília
|
Um dos patos inflados que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), havia erguido em Brasília foi esfaqueado neste sábado (2). Os patos da federação fazem parte de uma campanha anti-impostos. O boneco que foi rasgado a facadas estava localizado na Asa Norte e tinha 5 metros de altura. Outros infláveis encomendados pela Fiesp permanecem distribuídos pela capital federal. Na terça (29), a Fiesp inflou um pato gigante, de 20 metros, e instalou cerca de outros 5.000 patinhos amarelos em frente ao Congresso na campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff. A entidade pretende deixar o pato gigante em vigília em Brasília até que termine a votação pela deposição da presidente. Desde setembro de 2015, os bonecos são usados como ícones da campanha da federação contra o aumento de impostos e a retomada da CPMF, chamada de de "Não vou pagar o pato".
|
poder
|
Pato inflado da Fiesp é rasgado a facadas em BrasíliaUm dos patos inflados que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), havia erguido em Brasília foi esfaqueado neste sábado (2). Os patos da federação fazem parte de uma campanha anti-impostos. O boneco que foi rasgado a facadas estava localizado na Asa Norte e tinha 5 metros de altura. Outros infláveis encomendados pela Fiesp permanecem distribuídos pela capital federal. Na terça (29), a Fiesp inflou um pato gigante, de 20 metros, e instalou cerca de outros 5.000 patinhos amarelos em frente ao Congresso na campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff. A entidade pretende deixar o pato gigante em vigília em Brasília até que termine a votação pela deposição da presidente. Desde setembro de 2015, os bonecos são usados como ícones da campanha da federação contra o aumento de impostos e a retomada da CPMF, chamada de de "Não vou pagar o pato".
| 0 |
Véu da prepotência
|
SÃO PAULO - Prefeitos de cidades litorâneas francesas estão proibindo o uso do burkini, um traje de banho que cobre praticamente todo o corpo e é bastante utilizado por muçulmanas mais observantes. Já são pelo menos três os alcaides que adotaram essa medida nos últimos dias. A França é reincidente nessa matéria. Uma lei nacional já banira, em 2004, o uso de símbolos religiosos ostensivos em escolas públicas. Embora a norma não o explicite, o alvo da proibição eram os véus muçulmanos. Em 2010, uma nova lei vetou o uso, em todos os espaços públicos, de qualquer adereço que esconda o rosto da pessoa. Camuflada sob a preocupação com a segurança, estava a proscrição da burca e do niqab, trajes adotados pelas muçulmanas que seguem orientações mais rígidas. Não tenho nenhuma simpatia por religiões em geral, muito menos pelas que oprimem as mulheres. Diria até que sou fã do zelo com o qual os franceses cultivam a laicidade do Estado, mas sua posição em relação os véus me parece despropositada. Se é verdade que muitas mulheres se cobrem por imposição de seus pais, maridos e de uma cultura no geral misógina, é forçoso reconhecer que existem ao menos alguns casos em que elas o fazem de livre e espontânea vontade. Não são poucas as muçulmanas criadas na França, detentoras de títulos universitários, expostas ao liberalismo ocidental que optam por usar o véu. Proibi-las de fazê-lo lembra a posição dos conservadores que, nos anos 60, queriam banir a minissaia e o biquíni. O que está em questão é a própria função do Estado. Se você acha que ele tem a missão de formar o melhor cidadão possível —o que quer que isso signifique—, pode simpatizar com a posição dos franceses. Se, por outro lado, pensa que o poder público deve limitar-se a criar um ambiente em que os cidadãos possam perseguir a vida que preferirem, deve, como eu, rejeitar o veto ao burkini.
|
colunas
|
Véu da prepotênciaSÃO PAULO - Prefeitos de cidades litorâneas francesas estão proibindo o uso do burkini, um traje de banho que cobre praticamente todo o corpo e é bastante utilizado por muçulmanas mais observantes. Já são pelo menos três os alcaides que adotaram essa medida nos últimos dias. A França é reincidente nessa matéria. Uma lei nacional já banira, em 2004, o uso de símbolos religiosos ostensivos em escolas públicas. Embora a norma não o explicite, o alvo da proibição eram os véus muçulmanos. Em 2010, uma nova lei vetou o uso, em todos os espaços públicos, de qualquer adereço que esconda o rosto da pessoa. Camuflada sob a preocupação com a segurança, estava a proscrição da burca e do niqab, trajes adotados pelas muçulmanas que seguem orientações mais rígidas. Não tenho nenhuma simpatia por religiões em geral, muito menos pelas que oprimem as mulheres. Diria até que sou fã do zelo com o qual os franceses cultivam a laicidade do Estado, mas sua posição em relação os véus me parece despropositada. Se é verdade que muitas mulheres se cobrem por imposição de seus pais, maridos e de uma cultura no geral misógina, é forçoso reconhecer que existem ao menos alguns casos em que elas o fazem de livre e espontânea vontade. Não são poucas as muçulmanas criadas na França, detentoras de títulos universitários, expostas ao liberalismo ocidental que optam por usar o véu. Proibi-las de fazê-lo lembra a posição dos conservadores que, nos anos 60, queriam banir a minissaia e o biquíni. O que está em questão é a própria função do Estado. Se você acha que ele tem a missão de formar o melhor cidadão possível —o que quer que isso signifique—, pode simpatizar com a posição dos franceses. Se, por outro lado, pensa que o poder público deve limitar-se a criar um ambiente em que os cidadãos possam perseguir a vida que preferirem, deve, como eu, rejeitar o veto ao burkini.
| 10 |
Manoel de Oliveira era feito de sonhos, diz Walter Carvalho; leia repercussão
|
Cineastas e críticos lamentaram esta manhã a morte de Manoel de Oliveira e ressaltaram a importância de sua obra para o cinema. Leia a seguir a repercussão: Ismail Xavier, crítico de cinema "Manoel de Oliveira teve uma carreira muito singular pela extensão. Foi produtivo até o fim. Não houve um Manoel de Oliveira aposentado. Além deste dado singular, sua carreira foi extraordinária enquanto qualidade estética, um dos mais importantes cineastas do mundo, sem dúvida. Soube dialogar muito bem com a história, com a literatura, mesmo quando não se tratava de adaptações diretas. Construiu uma obra inovadora também no diálogo com o neorrealismo, atravessou o cinema moderno como um dos cineastas mais criativos, e continuou se renovando sempre" Luiz Carlos Barreto - cineasta "Manoel de Oliveira era e continuará a ser juntamente com Rossellini, Visconti, De Sica e Glauber um autentico cineasta de alma latina que nunca se rendeu ao cinema fútil, permanecendo fiel ao cinema ÚTIL". Walter Carvalho - cineasta "Nós somos feitos de todas as matérias dos sonhos, mas Manoel de Oliveira era feito de sonhos de cinema." Guilherme Coelho - cineasta "No momento em que, no mundo todo, o cinema independente tem que se reinventar e sobreviver em face a tantas telas, distrações e super-heróis, a vida e a obra de Manoel de Oliveira nos mostra que acreditar no cinema até o fim - como cineasta ou espectador - é uma maneira de vencer a morte e viver muitas vidas". Mauro Lima - cineasta "Ele filmou tanto e por tanto tempo que eu cheguei a achar que ele tinha descoberto como não morrer. Me lembro de como me marcaram os dois primeiros filmes dele que vi; "Os Canibais" uma opereta sobre a decadência de uma certa alta sociedade portuguesa e "Non, ou a Vã Glória de Mandar" um anti-épico sobre as guerras que Portugal perdeu. Geniais os dois. Uma perda para o cinema". Marcelo Gomes - cineasta "As vezes eu achava que ele jamais iria morrer tamanha era sua longevidade. Ele , como todos nós, não pode desafiar o tempo mas a obra que nos deixa é imortal".
|
ilustrada
|
Manoel de Oliveira era feito de sonhos, diz Walter Carvalho; leia repercussãoCineastas e críticos lamentaram esta manhã a morte de Manoel de Oliveira e ressaltaram a importância de sua obra para o cinema. Leia a seguir a repercussão: Ismail Xavier, crítico de cinema "Manoel de Oliveira teve uma carreira muito singular pela extensão. Foi produtivo até o fim. Não houve um Manoel de Oliveira aposentado. Além deste dado singular, sua carreira foi extraordinária enquanto qualidade estética, um dos mais importantes cineastas do mundo, sem dúvida. Soube dialogar muito bem com a história, com a literatura, mesmo quando não se tratava de adaptações diretas. Construiu uma obra inovadora também no diálogo com o neorrealismo, atravessou o cinema moderno como um dos cineastas mais criativos, e continuou se renovando sempre" Luiz Carlos Barreto - cineasta "Manoel de Oliveira era e continuará a ser juntamente com Rossellini, Visconti, De Sica e Glauber um autentico cineasta de alma latina que nunca se rendeu ao cinema fútil, permanecendo fiel ao cinema ÚTIL". Walter Carvalho - cineasta "Nós somos feitos de todas as matérias dos sonhos, mas Manoel de Oliveira era feito de sonhos de cinema." Guilherme Coelho - cineasta "No momento em que, no mundo todo, o cinema independente tem que se reinventar e sobreviver em face a tantas telas, distrações e super-heróis, a vida e a obra de Manoel de Oliveira nos mostra que acreditar no cinema até o fim - como cineasta ou espectador - é uma maneira de vencer a morte e viver muitas vidas". Mauro Lima - cineasta "Ele filmou tanto e por tanto tempo que eu cheguei a achar que ele tinha descoberto como não morrer. Me lembro de como me marcaram os dois primeiros filmes dele que vi; "Os Canibais" uma opereta sobre a decadência de uma certa alta sociedade portuguesa e "Non, ou a Vã Glória de Mandar" um anti-épico sobre as guerras que Portugal perdeu. Geniais os dois. Uma perda para o cinema". Marcelo Gomes - cineasta "As vezes eu achava que ele jamais iria morrer tamanha era sua longevidade. Ele , como todos nós, não pode desafiar o tempo mas a obra que nos deixa é imortal".
| 1 |
Frederico Vasconcelos: Reforço do MP do Distrito Federal na força-tarefa da Operação Lava Jato
|
Em texto no jornal "Valor Econômico" desta quarta-feira (21), o jornalista Thiago Resende trata da nova força-tarefa criada por Rodrigo Janot para auxiliar o Procurador-Geral da República na análise dos processos dos políticos envolvidos na Operação Lava-Jato. "Janot reuniu profissionais ... Leia post completo no blog
|
poder
|
Frederico Vasconcelos: Reforço do MP do Distrito Federal na força-tarefa da Operação Lava JatoEm texto no jornal "Valor Econômico" desta quarta-feira (21), o jornalista Thiago Resende trata da nova força-tarefa criada por Rodrigo Janot para auxiliar o Procurador-Geral da República na análise dos processos dos políticos envolvidos na Operação Lava-Jato. "Janot reuniu profissionais ... Leia post completo no blog
| 0 |
Carla Pernambuco ensina a fazer acompanhamentos para o churrasco
|
A chef Carla Pernambuco (Carlota e Las Chicas) vai participar do projeto A Churrasqueira, da gaúcha Clarice Chwartzmann, que vem a São Paulo pela primeira vez no próximo sábado (1º de agosto). No curso, Chwartzmann ensina a fazer o típico churrasco gaúcho, desde a utilização dos utensílios até a preparação das carnes. Os acompanhamentos e sobremesas ficarão a cargo de Carla Pernambuco. O projeto da gaúcha começou em setembro do ano passado, em Porto Alegre (RS), com o curso Mulheres na Churrasqueira –Yes We can do It. A Churrasqueira busca apresentar o universo do churrasco a pequenos grupos de mulheres, numa espécie de confraria feminina. "Tradicionalmente, fazer churrasco é para os homens. Um universo em que mulheres não ousam entrar por desconhecer seus segredos e mistérios", é parte da descrição do projeto em sua página no Facebook. Em São Paulo, a aula, que custa R$ 250, será aberta ao público masculino pela primeira vez. São 25 vagas e, para se inscrever, é preciso mandar um e-mail para [email protected] A Churrasqueira Quando 1º de agosto, das 12h30 às 17h Onde Zeppelin Filmes, r. Pereira Leite, 149, Alto de Pinheiros Quanto R$ 250 (curso, churrasco, harmonização de vinhos, bebidas e sobremesa); inscrições pelo e-mail: [email protected] Mais (51) 99996798; www.facebook.com/mulheresnachurrasqueira
|
comida
|
Carla Pernambuco ensina a fazer acompanhamentos para o churrascoA chef Carla Pernambuco (Carlota e Las Chicas) vai participar do projeto A Churrasqueira, da gaúcha Clarice Chwartzmann, que vem a São Paulo pela primeira vez no próximo sábado (1º de agosto). No curso, Chwartzmann ensina a fazer o típico churrasco gaúcho, desde a utilização dos utensílios até a preparação das carnes. Os acompanhamentos e sobremesas ficarão a cargo de Carla Pernambuco. O projeto da gaúcha começou em setembro do ano passado, em Porto Alegre (RS), com o curso Mulheres na Churrasqueira –Yes We can do It. A Churrasqueira busca apresentar o universo do churrasco a pequenos grupos de mulheres, numa espécie de confraria feminina. "Tradicionalmente, fazer churrasco é para os homens. Um universo em que mulheres não ousam entrar por desconhecer seus segredos e mistérios", é parte da descrição do projeto em sua página no Facebook. Em São Paulo, a aula, que custa R$ 250, será aberta ao público masculino pela primeira vez. São 25 vagas e, para se inscrever, é preciso mandar um e-mail para [email protected] A Churrasqueira Quando 1º de agosto, das 12h30 às 17h Onde Zeppelin Filmes, r. Pereira Leite, 149, Alto de Pinheiros Quanto R$ 250 (curso, churrasco, harmonização de vinhos, bebidas e sobremesa); inscrições pelo e-mail: [email protected] Mais (51) 99996798; www.facebook.com/mulheresnachurrasqueira
| 26 |
Rolling Stones divulgam teaser de bastidores de 'Blue & Lonesome'
|
Após anunciar a data de lançamento de "Blue & Lonesome" para 2 dezembro, os Rolling Stones divulgaram, nesta sexta-feira (7), um teaser com cenas dos bastidores da gravação deste que é o primeiro álbum de estúdio da banda em uma década. As imagens mostram os integrantes juntos em momentos descontraídos, cantando a faixa que já havia sido antecipada, "Just Your Fool", originalmente escrita e gravada em 1960 por Little Walter. Para comemorar o novo trabalho, a banda fará uma tarde de perguntas e respostas com os fãs em suas redes sociais na quarta-feira (12). Com covers de blues, o álbum é uma retomada da banda às suas raízes e conta com a guitarra de Eric Clapton em duas faixas e a percussão de Jim Keltner em uma versão de "Hoo Doo Blues", gravada em 1958 por Lightnin' Slim. A seleção inclui canções de artistas como Howlin' Wolf e Jimmy Reed. "Blue & Lonesome" estará disponível em CD, plataformas digitais, vinil duplo e edição deluxe incluindo CD, mini-livro de 75 páginas sobre a gravação e cartões postais da banda. Teaser de 'Blue & Lonesome'
|
ilustrada
|
Rolling Stones divulgam teaser de bastidores de 'Blue & Lonesome'Após anunciar a data de lançamento de "Blue & Lonesome" para 2 dezembro, os Rolling Stones divulgaram, nesta sexta-feira (7), um teaser com cenas dos bastidores da gravação deste que é o primeiro álbum de estúdio da banda em uma década. As imagens mostram os integrantes juntos em momentos descontraídos, cantando a faixa que já havia sido antecipada, "Just Your Fool", originalmente escrita e gravada em 1960 por Little Walter. Para comemorar o novo trabalho, a banda fará uma tarde de perguntas e respostas com os fãs em suas redes sociais na quarta-feira (12). Com covers de blues, o álbum é uma retomada da banda às suas raízes e conta com a guitarra de Eric Clapton em duas faixas e a percussão de Jim Keltner em uma versão de "Hoo Doo Blues", gravada em 1958 por Lightnin' Slim. A seleção inclui canções de artistas como Howlin' Wolf e Jimmy Reed. "Blue & Lonesome" estará disponível em CD, plataformas digitais, vinil duplo e edição deluxe incluindo CD, mini-livro de 75 páginas sobre a gravação e cartões postais da banda. Teaser de 'Blue & Lonesome'
| 1 |
Hoje na TV: Barcelona, Chelsea e Arsenal pela Liga dos Campeões
|
12h Sporting x Al Ahli Futebol de areia, SporTV 2 13h15 Levante x Barcelona Futebol de areia, SporTV 2 14h30 Fluminense x Corinthians Futebol de areia, SporTV 2 15h30 Spezia x Vicenza Italiano Série B, Bandsports 15h45 Flamengo x Vasco Futebol de areia, SporTV 2 17h45 Hungria x Dinamarca Handebol, Mundial feminino, ESPN, SporTV 2 17h45 Bayer Leverkusen x Barcelona Liga dos Campeões, Band e TNT 17h45 Chelsea x Porto Liga dos Campeões, Space 17h45 Olympiacos x Arsenal Liga dos Campeões, EI MAXX 17h45 Dinamo Zagreb x Bayern de Munique Liga dos Campeões, EI MAXX 2 19h15 Canadá x México Futebol feminino, Torneio internacional, Bandsports 21h40 Brasil x Trinidad e Tobago Futebol feminino, Torneio internacional, Band e Bandsports 22h Santa Fé x Huracán Copa Sul-Americana, Fox Sports, SporTV 22h Taekwondo Copa do Mundo, Esporte Interativo 22h15 Corrientes x Brasília Basquete, Sul-americana, SporTV 2 22h30 Toronto Raptors x San Antonio Spurs NBA, Basquete, ESPN
|
esporte
|
Hoje na TV: Barcelona, Chelsea e Arsenal pela Liga dos Campeões12h Sporting x Al Ahli Futebol de areia, SporTV 2 13h15 Levante x Barcelona Futebol de areia, SporTV 2 14h30 Fluminense x Corinthians Futebol de areia, SporTV 2 15h30 Spezia x Vicenza Italiano Série B, Bandsports 15h45 Flamengo x Vasco Futebol de areia, SporTV 2 17h45 Hungria x Dinamarca Handebol, Mundial feminino, ESPN, SporTV 2 17h45 Bayer Leverkusen x Barcelona Liga dos Campeões, Band e TNT 17h45 Chelsea x Porto Liga dos Campeões, Space 17h45 Olympiacos x Arsenal Liga dos Campeões, EI MAXX 17h45 Dinamo Zagreb x Bayern de Munique Liga dos Campeões, EI MAXX 2 19h15 Canadá x México Futebol feminino, Torneio internacional, Bandsports 21h40 Brasil x Trinidad e Tobago Futebol feminino, Torneio internacional, Band e Bandsports 22h Santa Fé x Huracán Copa Sul-Americana, Fox Sports, SporTV 22h Taekwondo Copa do Mundo, Esporte Interativo 22h15 Corrientes x Brasília Basquete, Sul-americana, SporTV 2 22h30 Toronto Raptors x San Antonio Spurs NBA, Basquete, ESPN
| 4 |
Paulo Bernardo foi 'patrono' de crimes no Planejamento, diz força-tarefa
|
A força-tarefa do Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e mais 19 envolvidos na operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato que investiga desvios de recursos da pasta iniciados quando o petista estava à frente dela. De sexta (29) até esta segunda (1º), os procuradores ofereceram três denuncias. A maior delas é a primeira e inclui nomes como o do ex-ministro Paulo Bernardo e outros 12 alvos suspeitos de crimes de formação de organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O esquema que, segundo o Ministério Público, perdurou de 2010 até 2015, quando foi deflagrada a operação Pixuleco, envolveu a celebração de um Acordo de Cooperação Técnica que representava o Ministério do Planejamento e duas entidades que representavam a Consist. O acordo deu ao grupo Consist a função de gerir empréstimos consignados a servidores públicos e cerca de 70% do faturamento líquido da empresa foi destinado a parceiros do esquema. Ainda de acordo com o órgão, as investigações dividiram os alvos em três grupos: agentes políticos, agentes públicos a empresa Consist e seus parceiro. O ex-ministro Paulo Bernardo integra o grupo de agentes políticos juntamente com Duvanier Paiva e Nelson de Freitas, apontados pelos procuradores como os responsáveis por instalar o esquema no Ministério do Planejamento a mando do ex-ministro petista. "Paulo Bernardo nomeia essas pessoas mas ele não aparece formalmente. No entanto, tinha a consciência de tudo. Ele tomava as decisões e determinava que seus funcionários as executassem. Cerca de R$ 7 milhões foram destinados ao núcleo de Paulo Bernardo", afirmou o procurador Andrey Borges de Mendonça em coletiva de imprensa nesta segunda. Segundo os procuradores, e-mail apreendido nas investigações apontam Paulo Bernardo como o "patrono" da organização. Freitas, que está preso preventivamente, era diretor do departamento de administração de sistemas de informação do Ministério do Planejamento, e Paiva, falecido em 2012, também era funcionário da pasta. A investigação aponta valores direcionados diretamente a Paulo Bernardo, que inicialmente recebia 9,6% do faturamento da Consist, que cai para 4,8% em 2012 e 2,9% em 2014. Um dos relatórios da PF da mostra também que a esposa de Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi beneficiada com pagamento de despesas para sua campanha ao senado. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que também foi denunciado, aparece entre os agentes políticos com o papel de indicar as empresas que firmaram contratos fictícios com a Consist para receber dinheiro desviado que foi direcionado ao PT. O advogado eleitoral Guilherme Gonçalves, que atou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann também foi denunciado. Os procuradores afirmam que ele teve contratos por cinco anos com a Consist mas prestou apenas três serviços nesse período. Há provas também de que Guilherme pagou despesas do casal, principalmente ligadas à campanhas, como motorista e aluguel de imóvel. ENVOLVIMENTO PMDB O MPF também investiga a participação do PMDB no esquema. Há suspeita de 24,82% que era a fatia dos contratos direcionada da Consit à empresa pernambucana Consucred, possa ter servido para abastecer o PMDB e destinatários finais ligados ao partido. "Ha evidências de que a Consucred representava o PMDB e que o valor pago para ela pode ter beneficiado o partido. Esse tema ainda é alvo de investigação", relatou Mendonça. Essa frente ainda está sob investigação, já que nem todo matéria apreendido na Custo Brasil teve tempo de ser analisado pelos peritos. No entanto, como a pasta estava sob o comando do PT, os peritos acreditam que a maior parte dos desvios foi para o partido. O ex-ministro da previdência Carlos Gabas não foi denunciado porque ainda há parte do material colhido para ser analisado, segundo os investigadores. "As investigações vão continuar especialmente em relação ao núcleo de Brasília que envolvia Dercio Guedes e Carlos Gabas, por exemplo", disse o procurador. "Essas pessoas não foram denunciadas até esse momento para que desse tempo de analisar todas as mídias apreendidas" explicou. Para os procuradores, a operação Custo Brasil ainda terá muitos desmembramentos. OUTRO LADO A defesa de Paulo Bernardo disse que "reitera que não participou ou teve qualquer ingerência na celebração ou manutenção do acordo de cooperação técnica celebrado autonomamente". A defesa de Gleisi Hoffmann não se manifestou. O advogado de João Vaccari disse que a acusação se baseia apenas em delação sem provas para confirmá-la. Carlos Gabas disse nunca ter se envolvido no esquema. Consist, Consucred, Nelson de Freitas e Guilherme Gonçalves não foram encontrados.
|
poder
|
Paulo Bernardo foi 'patrono' de crimes no Planejamento, diz força-tarefaA força-tarefa do Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e mais 19 envolvidos na operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato que investiga desvios de recursos da pasta iniciados quando o petista estava à frente dela. De sexta (29) até esta segunda (1º), os procuradores ofereceram três denuncias. A maior delas é a primeira e inclui nomes como o do ex-ministro Paulo Bernardo e outros 12 alvos suspeitos de crimes de formação de organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O esquema que, segundo o Ministério Público, perdurou de 2010 até 2015, quando foi deflagrada a operação Pixuleco, envolveu a celebração de um Acordo de Cooperação Técnica que representava o Ministério do Planejamento e duas entidades que representavam a Consist. O acordo deu ao grupo Consist a função de gerir empréstimos consignados a servidores públicos e cerca de 70% do faturamento líquido da empresa foi destinado a parceiros do esquema. Ainda de acordo com o órgão, as investigações dividiram os alvos em três grupos: agentes políticos, agentes públicos a empresa Consist e seus parceiro. O ex-ministro Paulo Bernardo integra o grupo de agentes políticos juntamente com Duvanier Paiva e Nelson de Freitas, apontados pelos procuradores como os responsáveis por instalar o esquema no Ministério do Planejamento a mando do ex-ministro petista. "Paulo Bernardo nomeia essas pessoas mas ele não aparece formalmente. No entanto, tinha a consciência de tudo. Ele tomava as decisões e determinava que seus funcionários as executassem. Cerca de R$ 7 milhões foram destinados ao núcleo de Paulo Bernardo", afirmou o procurador Andrey Borges de Mendonça em coletiva de imprensa nesta segunda. Segundo os procuradores, e-mail apreendido nas investigações apontam Paulo Bernardo como o "patrono" da organização. Freitas, que está preso preventivamente, era diretor do departamento de administração de sistemas de informação do Ministério do Planejamento, e Paiva, falecido em 2012, também era funcionário da pasta. A investigação aponta valores direcionados diretamente a Paulo Bernardo, que inicialmente recebia 9,6% do faturamento da Consist, que cai para 4,8% em 2012 e 2,9% em 2014. Um dos relatórios da PF da mostra também que a esposa de Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi beneficiada com pagamento de despesas para sua campanha ao senado. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que também foi denunciado, aparece entre os agentes políticos com o papel de indicar as empresas que firmaram contratos fictícios com a Consist para receber dinheiro desviado que foi direcionado ao PT. O advogado eleitoral Guilherme Gonçalves, que atou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann também foi denunciado. Os procuradores afirmam que ele teve contratos por cinco anos com a Consist mas prestou apenas três serviços nesse período. Há provas também de que Guilherme pagou despesas do casal, principalmente ligadas à campanhas, como motorista e aluguel de imóvel. ENVOLVIMENTO PMDB O MPF também investiga a participação do PMDB no esquema. Há suspeita de 24,82% que era a fatia dos contratos direcionada da Consit à empresa pernambucana Consucred, possa ter servido para abastecer o PMDB e destinatários finais ligados ao partido. "Ha evidências de que a Consucred representava o PMDB e que o valor pago para ela pode ter beneficiado o partido. Esse tema ainda é alvo de investigação", relatou Mendonça. Essa frente ainda está sob investigação, já que nem todo matéria apreendido na Custo Brasil teve tempo de ser analisado pelos peritos. No entanto, como a pasta estava sob o comando do PT, os peritos acreditam que a maior parte dos desvios foi para o partido. O ex-ministro da previdência Carlos Gabas não foi denunciado porque ainda há parte do material colhido para ser analisado, segundo os investigadores. "As investigações vão continuar especialmente em relação ao núcleo de Brasília que envolvia Dercio Guedes e Carlos Gabas, por exemplo", disse o procurador. "Essas pessoas não foram denunciadas até esse momento para que desse tempo de analisar todas as mídias apreendidas" explicou. Para os procuradores, a operação Custo Brasil ainda terá muitos desmembramentos. OUTRO LADO A defesa de Paulo Bernardo disse que "reitera que não participou ou teve qualquer ingerência na celebração ou manutenção do acordo de cooperação técnica celebrado autonomamente". A defesa de Gleisi Hoffmann não se manifestou. O advogado de João Vaccari disse que a acusação se baseia apenas em delação sem provas para confirmá-la. Carlos Gabas disse nunca ter se envolvido no esquema. Consist, Consucred, Nelson de Freitas e Guilherme Gonçalves não foram encontrados.
| 0 |
Ensaio em preto e branco registra o centro histórico de Montevidéu
|
Não fossem as pessoas caminhando com celulares e carros circulando pelas ruas, o centro histórico de Montevidéu, no Uruguai, poderia ser uma cidade de décadas passadas. Essa foi a avaliação do fotógrafo e editor de fotografia do jornal "Agora", Otavio Valle, que visitou a cidade em abril deste ano. "Para quem vive em uma capital como São Paulo, a tranquilidade da 'Ciudad Vieja' é balsâmica. É inimaginável fazer um paralelo com o centro velho de São Paulo", diz. Na visita, Valle fez um ensaio em preto e branco na região, que é repleta de cafés, museus, centros culturais, restaurantes e bares. "No meio do cenário bucólico você pode descobrir, por exemplo, um restaurante especializado em cozinha moderna, como o Estrecho, cravado em meio a antigos casarões." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Colorido da Índia, por Diogo Moreira Underground em Nova Jersey, por Bia Bittencourt Da serra à praia em SC, por Moacyr Lopes Junior Ceará, por Adriano Vizoni Santiago de Compostela, por Eduardo Quirino Pescadores em Muro Alto (PE), por Frâncio de Holanda Turistas no Mar Morto, por Eduardo Anizelli Atacama, por Lucas Baptista Juazeiro do Norte, por Samuel Pessoa O Peru fotografado por um celular, por Luisa Dörr Casas de famosos em Los Angeles, por Apu Gomes
|
turismo
|
Ensaio em preto e branco registra o centro histórico de MontevidéuNão fossem as pessoas caminhando com celulares e carros circulando pelas ruas, o centro histórico de Montevidéu, no Uruguai, poderia ser uma cidade de décadas passadas. Essa foi a avaliação do fotógrafo e editor de fotografia do jornal "Agora", Otavio Valle, que visitou a cidade em abril deste ano. "Para quem vive em uma capital como São Paulo, a tranquilidade da 'Ciudad Vieja' é balsâmica. É inimaginável fazer um paralelo com o centro velho de São Paulo", diz. Na visita, Valle fez um ensaio em preto e branco na região, que é repleta de cafés, museus, centros culturais, restaurantes e bares. "No meio do cenário bucólico você pode descobrir, por exemplo, um restaurante especializado em cozinha moderna, como o Estrecho, cravado em meio a antigos casarões." * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Colorido da Índia, por Diogo Moreira Underground em Nova Jersey, por Bia Bittencourt Da serra à praia em SC, por Moacyr Lopes Junior Ceará, por Adriano Vizoni Santiago de Compostela, por Eduardo Quirino Pescadores em Muro Alto (PE), por Frâncio de Holanda Turistas no Mar Morto, por Eduardo Anizelli Atacama, por Lucas Baptista Juazeiro do Norte, por Samuel Pessoa O Peru fotografado por um celular, por Luisa Dörr Casas de famosos em Los Angeles, por Apu Gomes
| 20 |
Senado aprova projeto de lei para punir abuso de autoridade
|
Após uma reunião que adentrou a madrugada passada e contou com parlamentares de diversos partidos, o Senado chegou a um acordo e aprovou nesta quarta-feira (26) o projeto de lei que endurece as punições por abuso de autoridade atribuídas a agentes públicos –incluindo juízes, promotores e policiais. O texto obteve 54 votos a favor e 19 contra. Os senadores tentaram aprovar o projeto em votação simbólica, em que não seriam registradas as posições individuais de cada parlamentar, mas houve recurso do plenário para que a votação fosse nominal. O projeto será enviado à Câmara, onde passará por comissões antes de ser votado em plenário. Só depois a proposta será enviada ao presidente Michel Temer para sanção ou veto. Diante de divergências em relação ao texto, o relator Roberto Requião (PMDB-PR) aceitou recuar na última hora e amenizou trechos que eram apontados por integrantes do Judiciário e do Ministério Público como ferramentas de retaliação a juízes e investigadores, em especial na Operação Lava Jato. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), recebeu parlamentares do PSDB, do PT, do PP e de outros partidos até as 2h da manhã desta quarta-feira para costurar esse acordo. Os senadores que resistiam em aprovar o texto aceitaram mudar de posição após as concessões feitas por Requião. Momentos antes da votação do relatório na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Requião aceitou modificar o artigo que poderia permitir a punição de juízes em caso de divergência na interpretação da lei. Sob ataque de magistrados, procuradores e senadores de diversos partidos, ele aceitou retirar do relatório o trecho que dizia que só não configuraria abuso a divergência de interpretação "necessariamente razoável". Os críticos diziam que a palavra "razoável" era genérica e dava margem para a punição de qualquer decisão judicial. O senador Renan Calheiros, que foi o autor do projeto, defendeu as alterações. "Fica sobejamente demonstrado que nós não queremos punir juiz por interpretar equivocadamente a lei. Queremos acabar com o abuso de autoridade." O projeto aprovado em plenário permite, por exemplo, punir autoridades por prisões preventivas em "desconformidade com as hipóteses legais" e criminaliza diligências como ações de busca e apreensão feitas de forma "desproporcional". Apesar da flexibilização do texto, senadores, magistrados e procuradores já apontaram desconforto com algumas dessas medidas. "O texto de fato é melhor do que o anterior, mas ainda traz graves ameaças à atuação do Judiciário e do Ministério Público. E é inoportuno, porque é um momento histórico que não encontra a necessidade desse debate nesse instante", disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que votou contra o projeto. O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu a revisão da legislação sobre o tema. "A lei de abuso de autoridade que nós temos é para permitir o abuso de autoridade, foi feita na ditadura militar. Se não mudarmos hoje, estamos sendo coniventes." O presidente do Senado disse ter feito uma "intensa conversa" para buscar entendimento, e afirmou que consultou a PGR (Procuradoria-Geral da República), que se opunha ao relatório original de Requião. Promotores e juízes argumentavam que o texto anterior prejudicaria a atuação do Ministério Público e do Judiciário ao abrir caminho para a punição de atos relacionados a investigações e processos, que são suas funções essenciais. "Como estamos vendo, [não tem] nada a ver com a Lava Jato. Estamos disciplinando o abuso de autoridade, de qualquer autoridade", retrucou Requião, durante a leitura do relatório. Requião manteve no relatório o artigo que abre a possibilidade de acusados processarem juízes, promotores e investigadores –ou seja, que um cidadão comum proponha ação penal contra quem o investiga sem que isso seja autorizado pelo Ministério Público, como acontece hoje. O relator, no entanto, amenizou esse trecho do projeto, propondo que os acusados só tenham direito de processar autoridades caso o Ministério Público não se posicione em um prazo de seis meses sobre a solicitação de quem se considerar vítima de abuso. BATALHA Ao longo da tramitação do projeto, integrantes do Judiciário e do MP travaram uma batalha com os senadores favoráveis à proposta, acusando-os de tentar tolher investigações. Procuradores sustentavam que as punições criadas pelo projeto terão impacto direto e imediato sobre a Lava Jato. Ao todo, 28 dos 81 senadores são alvos de inquéritos em decorrência da operação. O projeto de abuso de autoridade foi apresentado pelo ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e ganhou força no Congresso no fim de 2016, com os avanços das investigações de corrupção contra políticos. No fim do ano passado, após diligências da Polícia Federal nas dependências do Senado, Renan fez um esforço para acelerar a votação do projeto. Alvo de inúmeras críticas, contudo, foi obrigado a recuar. ABUSO DE AUTORIDADE Relator amenizou texto antes de votação O QUE É: Lei que define quais atos de agentes públicos podem ser considerados crimes de abuso de autoridade A CRÍTICA: Senadores, juízes e membros do Ministério Público dizem que o projeto pode inibir a atuação de investigadores e magistrados ao abrir margem para a punição de diligências e até de prisões preventivas consideradas abusivas ARTIGO 1º O QUE DIZIA O TEXTO: Texto dizia que a divergência na interpretação da lei ou na avaliação de fatos só não seria tratada como abuso se fosse "necessariamente razoável e fundamentada" O QUE DIZEM OS CRÍTICOS: Diziam que a palavra "razoável" era genérica e dava margem para a punição de qualquer decisão judicial O QUE O RELATOR FEZ: Roberto Requião, o relator do texto, retirou a expressão "necessariamente razoável" ARTIGO 3º O QUE DIZIA O TEXTO: Qualquer acusado pode processar juízes, promotores e investigadores, sem necessidade de autorização do Ministério Público para isso O QUE DIZEM OS CRÍTICOS: Integrantes do Judiciário e Ministério Público dizem que o artigo abria margem para avalanche de ações e inibiria o trabalho O QUE O RELATOR FEZ: Relator também amenizou ponto; agora, o cidadão comum só pode propor a ação se o Ministério Público não se manifestar em seis meses sobre a solicitação de quem se considerar vítima de abuso ARTIGO 9º O QUE DIZIA O TEXTO: Passa a considerar crime, com pena de prisão de um a quatro anos, decretar prisão preventiva ou medidas como busca e apreensão "desconformidade com as hipóteses legais" O QUE DIZEM OS CRÍTICOS: Magistrados e procuradores já apontaram desconforto com algumas dessas medidas e com o critério que seria usado para considerar o que está em "desconformidade" O QUE O RELATOR FEZ: Texto foi mantido
|
poder
|
Senado aprova projeto de lei para punir abuso de autoridadeApós uma reunião que adentrou a madrugada passada e contou com parlamentares de diversos partidos, o Senado chegou a um acordo e aprovou nesta quarta-feira (26) o projeto de lei que endurece as punições por abuso de autoridade atribuídas a agentes públicos –incluindo juízes, promotores e policiais. O texto obteve 54 votos a favor e 19 contra. Os senadores tentaram aprovar o projeto em votação simbólica, em que não seriam registradas as posições individuais de cada parlamentar, mas houve recurso do plenário para que a votação fosse nominal. O projeto será enviado à Câmara, onde passará por comissões antes de ser votado em plenário. Só depois a proposta será enviada ao presidente Michel Temer para sanção ou veto. Diante de divergências em relação ao texto, o relator Roberto Requião (PMDB-PR) aceitou recuar na última hora e amenizou trechos que eram apontados por integrantes do Judiciário e do Ministério Público como ferramentas de retaliação a juízes e investigadores, em especial na Operação Lava Jato. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), recebeu parlamentares do PSDB, do PT, do PP e de outros partidos até as 2h da manhã desta quarta-feira para costurar esse acordo. Os senadores que resistiam em aprovar o texto aceitaram mudar de posição após as concessões feitas por Requião. Momentos antes da votação do relatório na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Requião aceitou modificar o artigo que poderia permitir a punição de juízes em caso de divergência na interpretação da lei. Sob ataque de magistrados, procuradores e senadores de diversos partidos, ele aceitou retirar do relatório o trecho que dizia que só não configuraria abuso a divergência de interpretação "necessariamente razoável". Os críticos diziam que a palavra "razoável" era genérica e dava margem para a punição de qualquer decisão judicial. O senador Renan Calheiros, que foi o autor do projeto, defendeu as alterações. "Fica sobejamente demonstrado que nós não queremos punir juiz por interpretar equivocadamente a lei. Queremos acabar com o abuso de autoridade." O projeto aprovado em plenário permite, por exemplo, punir autoridades por prisões preventivas em "desconformidade com as hipóteses legais" e criminaliza diligências como ações de busca e apreensão feitas de forma "desproporcional". Apesar da flexibilização do texto, senadores, magistrados e procuradores já apontaram desconforto com algumas dessas medidas. "O texto de fato é melhor do que o anterior, mas ainda traz graves ameaças à atuação do Judiciário e do Ministério Público. E é inoportuno, porque é um momento histórico que não encontra a necessidade desse debate nesse instante", disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que votou contra o projeto. O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu a revisão da legislação sobre o tema. "A lei de abuso de autoridade que nós temos é para permitir o abuso de autoridade, foi feita na ditadura militar. Se não mudarmos hoje, estamos sendo coniventes." O presidente do Senado disse ter feito uma "intensa conversa" para buscar entendimento, e afirmou que consultou a PGR (Procuradoria-Geral da República), que se opunha ao relatório original de Requião. Promotores e juízes argumentavam que o texto anterior prejudicaria a atuação do Ministério Público e do Judiciário ao abrir caminho para a punição de atos relacionados a investigações e processos, que são suas funções essenciais. "Como estamos vendo, [não tem] nada a ver com a Lava Jato. Estamos disciplinando o abuso de autoridade, de qualquer autoridade", retrucou Requião, durante a leitura do relatório. Requião manteve no relatório o artigo que abre a possibilidade de acusados processarem juízes, promotores e investigadores –ou seja, que um cidadão comum proponha ação penal contra quem o investiga sem que isso seja autorizado pelo Ministério Público, como acontece hoje. O relator, no entanto, amenizou esse trecho do projeto, propondo que os acusados só tenham direito de processar autoridades caso o Ministério Público não se posicione em um prazo de seis meses sobre a solicitação de quem se considerar vítima de abuso. BATALHA Ao longo da tramitação do projeto, integrantes do Judiciário e do MP travaram uma batalha com os senadores favoráveis à proposta, acusando-os de tentar tolher investigações. Procuradores sustentavam que as punições criadas pelo projeto terão impacto direto e imediato sobre a Lava Jato. Ao todo, 28 dos 81 senadores são alvos de inquéritos em decorrência da operação. O projeto de abuso de autoridade foi apresentado pelo ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e ganhou força no Congresso no fim de 2016, com os avanços das investigações de corrupção contra políticos. No fim do ano passado, após diligências da Polícia Federal nas dependências do Senado, Renan fez um esforço para acelerar a votação do projeto. Alvo de inúmeras críticas, contudo, foi obrigado a recuar. ABUSO DE AUTORIDADE Relator amenizou texto antes de votação O QUE É: Lei que define quais atos de agentes públicos podem ser considerados crimes de abuso de autoridade A CRÍTICA: Senadores, juízes e membros do Ministério Público dizem que o projeto pode inibir a atuação de investigadores e magistrados ao abrir margem para a punição de diligências e até de prisões preventivas consideradas abusivas ARTIGO 1º O QUE DIZIA O TEXTO: Texto dizia que a divergência na interpretação da lei ou na avaliação de fatos só não seria tratada como abuso se fosse "necessariamente razoável e fundamentada" O QUE DIZEM OS CRÍTICOS: Diziam que a palavra "razoável" era genérica e dava margem para a punição de qualquer decisão judicial O QUE O RELATOR FEZ: Roberto Requião, o relator do texto, retirou a expressão "necessariamente razoável" ARTIGO 3º O QUE DIZIA O TEXTO: Qualquer acusado pode processar juízes, promotores e investigadores, sem necessidade de autorização do Ministério Público para isso O QUE DIZEM OS CRÍTICOS: Integrantes do Judiciário e Ministério Público dizem que o artigo abria margem para avalanche de ações e inibiria o trabalho O QUE O RELATOR FEZ: Relator também amenizou ponto; agora, o cidadão comum só pode propor a ação se o Ministério Público não se manifestar em seis meses sobre a solicitação de quem se considerar vítima de abuso ARTIGO 9º O QUE DIZIA O TEXTO: Passa a considerar crime, com pena de prisão de um a quatro anos, decretar prisão preventiva ou medidas como busca e apreensão "desconformidade com as hipóteses legais" O QUE DIZEM OS CRÍTICOS: Magistrados e procuradores já apontaram desconforto com algumas dessas medidas e com o critério que seria usado para considerar o que está em "desconformidade" O QUE O RELATOR FEZ: Texto foi mantido
| 0 |
Inspiração da Lava Jato gerou corrupção 2.0, diz pesquisador
|
As manifestações do último domingo (13) exaltaram a Operação Lava Jato e seu mais célebre protagonista, o juiz federal Sergio Moro. Se a iniciativa anticorrupção italiana, chamada Operação Mãos Limpas, que inspirou a brasileira, ditasse também seu desfecho, haveria pouco a comemorar. Ao investigar milhares de políticos italianos, incluindo quatro ex-primeiros-ministros e centenas de empresários, a Mãos Limpas paradoxalmente promoveu uma espécie de "corrupção 2.0", difusa e de difícil combate. O diagnóstico é do cientista político Alberto Vannucci, 52, professor da Universidade de Pisa e principal referência de Moro em artigo de 2004 sobre a operação italiana. Segundo Vannucci, a falta de medidas de promoção de transparência e prestação de contas fez com que o esforço daquele grupo de juízes acabasse em pizza. Leia trechos da entrevista. * Folha - A Itália tem hoje índices de percepção de corrupção semelhantes àqueles pré-Operação Mãos Limpas. O que deu errado? Alberto Vanucci - Há uma série de motivos para isso. O primeiro deles é que a Mãos Limpas foi uma ação judicial que obteve sucesso parcial na repressão e sanção de certas atividades criminosas cometidas pela classe política e econômica italianas, mas foi um fracasso completo na renovação da política italiana. Não promoveu nenhuma melhora na transparência, na prestação de contas nem na capacidade de resposta das instituições políticas italianas. Ao contrário, até duas décadas depois da operação, não havíamos criado nenhuma lei anticorrupção. Pior: várias medidas, propostas e aprovadas pelos partidos de centro direita e de centro esquerda, aumentaram a imunidade da classe política ao criar obstáculos para investigações. Eles aprenderam a lição e, no ano seguinte ao término da operação, recobrado o direito de criar e aprovar leis, criaram condições para o desenvolvimento de uma corrupção mais difusa e de mais difícil detecção. Uma corrupção 2.0. A indignação da sociedade com a corrupção revelada pela operação não teve continuidade após seu término? O apoio popular às ações anticorrupção da Mãos Limpas teve vida curta. Talvez a maior causa da falta de reação do eleitorado ao que se seguiu à Mãos Limpas tenha sido o fato de seu desenvolvimento ter partido da investigação das elites política e econômica para a apuração de uma cultura de corrupção que envolvia atores da chamada sociedade civil: médicos, pequenos empresários que pagavam propinas regulares etc. Quando a percepção de risco de envolvimento nas denúncias cresceu entre a maior parte da população italiana, a corrupção deixou de ser um assunto. Qual foi o papel da mídia? No início da operação, havia um interesse intenso da mídia. O nível dos políticos envolvidos tendia a aumentar a cada fase da Mãos Limpas. Em poucos meses, as lideranças dos partidos políticos mais importantes da Itália estavam sendo acusados. Depois desse impacto inicial, no entanto, tiveram início os processos judiciais, que foram muito morosos. Muitas vezes tão lentos que os crimes prescreviam antes de terminarem os julgamentos em todas as instâncias. Muita gente se livrou das acusações por causa disso. Como a Mãos Limpas colaborou, de certa maneira, para a ascensão de Silvio Berlusconi a primeiro-ministro? Diretamente. A escalada de Berlusconi é uma consequência direta da operação. Antes de 1992, ele era um empresário de vários setores, como mídia, futebol, finanças e seguros. São atividades que estavam sobre algum tipo de regulação pública, e ele havia comprado proteção política, em especial entre as lideranças de centro direita e centro esquerda, que foram varridas da cena institucional durante a operação Mãos Limpa. O Partido Socialista Italiano, que tinha 15% do eleitorado o apoiando, ficou com menos de 1% em 1994, dois anos após o início da operação. O Partido Democrata Cristão caiu de 30% para menos de 11%. Berlusconi percebeu este vazio político, este vácuo de representação, e, com seu talento empresarial, criou seu próprio partido, batizado de Forza Itália, algo que se grita nos estádios durante jogos de futebol. Como a população não queria mais votar nos velhos partidos envolvidos nos escândalos de corrupção, Berlusconi obteve esses votos. Seu partido foi fundado em janeiro de 1994 e, em março, obteve mais de 20% dos votos e conquistou maioria na Câmara dos Deputados, o que o tornou primeiro-ministro. A tal crise de representatividade política. Sim. A completa deslegitimação da classe política dominante fez surgir uma nova safra de atores profundamente envolvida no sistema de corrupção que existia antes da operação, da qual Berlusconi é o maior exemplo. A percepção dos eleitores se tornou binária: se o político era antigo, era ruim e corrupto; se era novo, era bom e presumivelmente honesto. Berlusconi era novo, apesar de não ser honesto. Sua condenação por fraude fiscal, no entanto, ocorreu apenas em 2012. Ou seja, eliminar um circuito de corruptos e corruptores pode simplesmente promover um novo circuito de corrupção ainda pior? Infelizmente, sim. No ambiente de corrupção pós-Mãos LImpas, os novos partidos políticos não podiam exercer o papel de garantidores do sistema nacional de corrupção, mas outros atores, como empresários, intermediários, políticos ou mesmo integrantes do crime organizado, passaram a ser os garantidores de um sistema local e mais restrito de corrupção. Agora temos um sistema policêntrico. O efeito dominó que a Mãos Limpas teve se tornou algo impossível de se repetir, e a corrupção, mais difícil de ser punida. Qual foi a importância das prisões preventivas para a operação Mãos Limpas? Foi muito importante para dar início à bola de neve que deu à Mãos Limpas a proporção que ela teve. O primeiro político preso, Mario Chiesa, pode ficar até três meses em prisão cautelar, de acordo com a legislação italiana. Por dois meses, ele resistiu, até que as evidências reunidas contra ele se tornaram tão consistentes que ele foi expulso do seu partido. Sem apoio, confessou e começou a colaborar com as autoridades. Ao denunciar o envolvimento de outros políticos e empresários, criou um fluxo de informações sobre quem havia pago o quê e para quem. Como a corrupção é um crime do colarinho branco, geralmente envolve as elites, gente que não imaginava que poderia ser presa. Reunidas as evidências que justificassem a prisão cautelar, um curto período de tempo atrás das grades se mostrava suficiente para que essas pessoas cooperassem. isso porque, apesar de serem criminosos, em geral não são violentos e não se consideram ladrões. Esses poucos dias, semanas ou meses na prisão acabaram se tornando a única pena por eles cumprida porque a cooperação em muitos casos levou à extinção da punição por aquele crime. Era a contrapartida das delações? A prisão preventiva só pode ser justificada quando há razões como a possibilidade de repetição do crime, de atrapalhar as investigações, de coagir testemunhas etc. Quando há uma confissão completa e verossímil, as razões para a manutenção para a prisão cautelar desaparecem e o preso era enviado para prisão domiciliar ou mesmo libertado, o que se tornou um grande incentivo para cooperação. Quem pagou pelos crimes, então? Não houve, em certa medida, impunidade para os crimes de corrupção descobertos pela Mãos Limpas? Há estatísticas que mostram que mais ou menos 25% dos investigados na operação foram condenados, o que é mais que média de condenação para os crimes comuns na Itália. Menos de 2% dos condenados cumpriu pena restritiva de liberdade, ou seja, prisão em regime fechado. A grande maioria recebeu penas alternativas de prestação de serviços à comunidade e coisas do gênero. De que maneira este resultado pode configurar incentivo à corrupção? É dramático dizer, mas acredito que seja, sim, um incentivo. Essa não é uma opinião minha apenas. Muitos dos juízes que participaram da Mãos Limpas admitiram, de forma melancólica, que a operação foi inócua em muitos aspectos, numa visão otimista, quando não prejudicial porque ensinou algumas lições para aqueles envolvidos no circuito de corrupção sistêmica de forma que eles pudessem criar novos modelos de atividade ilegal com altas expectativas de impunidade. Neste sentido, teria a Mãos Limpas fomentado um processo de deslegitimação do próprio Judiciário e de sua eficácia? Sim, certamente. Isso é exatamente o que observamos após a ascensão de Berlusconi, quando a grande questão de debate na esfera pública deixou de ser a corrupção política e passou a ser a medida em que os operadores do Direito poderiam investigar e processar políticos uma vez que não eram figuras eleitas democraticamente. Ou seja, de onde viria o poder e a legitimidade desses juízes se não haviam sido eleitos pelo povo? Surgiram ainda questões como: por que os juízes estão investigando e processando certos políticos e não outros? Suas ações são isentas ou orientadas politicamente? Apesar desses questionamentos terem sido levantados tanto pela centro direita como pela centro esquerda italianas, o primeiro a fazê-lo foi Berlusconi, que foi acusado de corrupção apenas alguns meses depois de ter se tornado primeiro ministro. Ele começou uma campanha muito dura contra essas acusações. E inquéritos judiciais se tornaram instrumentos de conflito político. Como é esperado do juiz que siga suas obrigações institucionais com isenção, seguindo princípios do Estado de Direito, a acusação de que o Judiciário havia se politizado traiu a confiança da sociedade e deslegitimou as ações. Claro que o risco de juízes se orientarem por suas posições pessoais sempre existe em qualquer sistema institucional. Mas quando o Estado de Direito funciona, haverá sempre outros juízes que poderão impedir alguém com motivações pessoais de práticas enviesadas.
|
poder
|
Inspiração da Lava Jato gerou corrupção 2.0, diz pesquisadorAs manifestações do último domingo (13) exaltaram a Operação Lava Jato e seu mais célebre protagonista, o juiz federal Sergio Moro. Se a iniciativa anticorrupção italiana, chamada Operação Mãos Limpas, que inspirou a brasileira, ditasse também seu desfecho, haveria pouco a comemorar. Ao investigar milhares de políticos italianos, incluindo quatro ex-primeiros-ministros e centenas de empresários, a Mãos Limpas paradoxalmente promoveu uma espécie de "corrupção 2.0", difusa e de difícil combate. O diagnóstico é do cientista político Alberto Vannucci, 52, professor da Universidade de Pisa e principal referência de Moro em artigo de 2004 sobre a operação italiana. Segundo Vannucci, a falta de medidas de promoção de transparência e prestação de contas fez com que o esforço daquele grupo de juízes acabasse em pizza. Leia trechos da entrevista. * Folha - A Itália tem hoje índices de percepção de corrupção semelhantes àqueles pré-Operação Mãos Limpas. O que deu errado? Alberto Vanucci - Há uma série de motivos para isso. O primeiro deles é que a Mãos Limpas foi uma ação judicial que obteve sucesso parcial na repressão e sanção de certas atividades criminosas cometidas pela classe política e econômica italianas, mas foi um fracasso completo na renovação da política italiana. Não promoveu nenhuma melhora na transparência, na prestação de contas nem na capacidade de resposta das instituições políticas italianas. Ao contrário, até duas décadas depois da operação, não havíamos criado nenhuma lei anticorrupção. Pior: várias medidas, propostas e aprovadas pelos partidos de centro direita e de centro esquerda, aumentaram a imunidade da classe política ao criar obstáculos para investigações. Eles aprenderam a lição e, no ano seguinte ao término da operação, recobrado o direito de criar e aprovar leis, criaram condições para o desenvolvimento de uma corrupção mais difusa e de mais difícil detecção. Uma corrupção 2.0. A indignação da sociedade com a corrupção revelada pela operação não teve continuidade após seu término? O apoio popular às ações anticorrupção da Mãos Limpas teve vida curta. Talvez a maior causa da falta de reação do eleitorado ao que se seguiu à Mãos Limpas tenha sido o fato de seu desenvolvimento ter partido da investigação das elites política e econômica para a apuração de uma cultura de corrupção que envolvia atores da chamada sociedade civil: médicos, pequenos empresários que pagavam propinas regulares etc. Quando a percepção de risco de envolvimento nas denúncias cresceu entre a maior parte da população italiana, a corrupção deixou de ser um assunto. Qual foi o papel da mídia? No início da operação, havia um interesse intenso da mídia. O nível dos políticos envolvidos tendia a aumentar a cada fase da Mãos Limpas. Em poucos meses, as lideranças dos partidos políticos mais importantes da Itália estavam sendo acusados. Depois desse impacto inicial, no entanto, tiveram início os processos judiciais, que foram muito morosos. Muitas vezes tão lentos que os crimes prescreviam antes de terminarem os julgamentos em todas as instâncias. Muita gente se livrou das acusações por causa disso. Como a Mãos Limpas colaborou, de certa maneira, para a ascensão de Silvio Berlusconi a primeiro-ministro? Diretamente. A escalada de Berlusconi é uma consequência direta da operação. Antes de 1992, ele era um empresário de vários setores, como mídia, futebol, finanças e seguros. São atividades que estavam sobre algum tipo de regulação pública, e ele havia comprado proteção política, em especial entre as lideranças de centro direita e centro esquerda, que foram varridas da cena institucional durante a operação Mãos Limpa. O Partido Socialista Italiano, que tinha 15% do eleitorado o apoiando, ficou com menos de 1% em 1994, dois anos após o início da operação. O Partido Democrata Cristão caiu de 30% para menos de 11%. Berlusconi percebeu este vazio político, este vácuo de representação, e, com seu talento empresarial, criou seu próprio partido, batizado de Forza Itália, algo que se grita nos estádios durante jogos de futebol. Como a população não queria mais votar nos velhos partidos envolvidos nos escândalos de corrupção, Berlusconi obteve esses votos. Seu partido foi fundado em janeiro de 1994 e, em março, obteve mais de 20% dos votos e conquistou maioria na Câmara dos Deputados, o que o tornou primeiro-ministro. A tal crise de representatividade política. Sim. A completa deslegitimação da classe política dominante fez surgir uma nova safra de atores profundamente envolvida no sistema de corrupção que existia antes da operação, da qual Berlusconi é o maior exemplo. A percepção dos eleitores se tornou binária: se o político era antigo, era ruim e corrupto; se era novo, era bom e presumivelmente honesto. Berlusconi era novo, apesar de não ser honesto. Sua condenação por fraude fiscal, no entanto, ocorreu apenas em 2012. Ou seja, eliminar um circuito de corruptos e corruptores pode simplesmente promover um novo circuito de corrupção ainda pior? Infelizmente, sim. No ambiente de corrupção pós-Mãos LImpas, os novos partidos políticos não podiam exercer o papel de garantidores do sistema nacional de corrupção, mas outros atores, como empresários, intermediários, políticos ou mesmo integrantes do crime organizado, passaram a ser os garantidores de um sistema local e mais restrito de corrupção. Agora temos um sistema policêntrico. O efeito dominó que a Mãos Limpas teve se tornou algo impossível de se repetir, e a corrupção, mais difícil de ser punida. Qual foi a importância das prisões preventivas para a operação Mãos Limpas? Foi muito importante para dar início à bola de neve que deu à Mãos Limpas a proporção que ela teve. O primeiro político preso, Mario Chiesa, pode ficar até três meses em prisão cautelar, de acordo com a legislação italiana. Por dois meses, ele resistiu, até que as evidências reunidas contra ele se tornaram tão consistentes que ele foi expulso do seu partido. Sem apoio, confessou e começou a colaborar com as autoridades. Ao denunciar o envolvimento de outros políticos e empresários, criou um fluxo de informações sobre quem havia pago o quê e para quem. Como a corrupção é um crime do colarinho branco, geralmente envolve as elites, gente que não imaginava que poderia ser presa. Reunidas as evidências que justificassem a prisão cautelar, um curto período de tempo atrás das grades se mostrava suficiente para que essas pessoas cooperassem. isso porque, apesar de serem criminosos, em geral não são violentos e não se consideram ladrões. Esses poucos dias, semanas ou meses na prisão acabaram se tornando a única pena por eles cumprida porque a cooperação em muitos casos levou à extinção da punição por aquele crime. Era a contrapartida das delações? A prisão preventiva só pode ser justificada quando há razões como a possibilidade de repetição do crime, de atrapalhar as investigações, de coagir testemunhas etc. Quando há uma confissão completa e verossímil, as razões para a manutenção para a prisão cautelar desaparecem e o preso era enviado para prisão domiciliar ou mesmo libertado, o que se tornou um grande incentivo para cooperação. Quem pagou pelos crimes, então? Não houve, em certa medida, impunidade para os crimes de corrupção descobertos pela Mãos Limpas? Há estatísticas que mostram que mais ou menos 25% dos investigados na operação foram condenados, o que é mais que média de condenação para os crimes comuns na Itália. Menos de 2% dos condenados cumpriu pena restritiva de liberdade, ou seja, prisão em regime fechado. A grande maioria recebeu penas alternativas de prestação de serviços à comunidade e coisas do gênero. De que maneira este resultado pode configurar incentivo à corrupção? É dramático dizer, mas acredito que seja, sim, um incentivo. Essa não é uma opinião minha apenas. Muitos dos juízes que participaram da Mãos Limpas admitiram, de forma melancólica, que a operação foi inócua em muitos aspectos, numa visão otimista, quando não prejudicial porque ensinou algumas lições para aqueles envolvidos no circuito de corrupção sistêmica de forma que eles pudessem criar novos modelos de atividade ilegal com altas expectativas de impunidade. Neste sentido, teria a Mãos Limpas fomentado um processo de deslegitimação do próprio Judiciário e de sua eficácia? Sim, certamente. Isso é exatamente o que observamos após a ascensão de Berlusconi, quando a grande questão de debate na esfera pública deixou de ser a corrupção política e passou a ser a medida em que os operadores do Direito poderiam investigar e processar políticos uma vez que não eram figuras eleitas democraticamente. Ou seja, de onde viria o poder e a legitimidade desses juízes se não haviam sido eleitos pelo povo? Surgiram ainda questões como: por que os juízes estão investigando e processando certos políticos e não outros? Suas ações são isentas ou orientadas politicamente? Apesar desses questionamentos terem sido levantados tanto pela centro direita como pela centro esquerda italianas, o primeiro a fazê-lo foi Berlusconi, que foi acusado de corrupção apenas alguns meses depois de ter se tornado primeiro ministro. Ele começou uma campanha muito dura contra essas acusações. E inquéritos judiciais se tornaram instrumentos de conflito político. Como é esperado do juiz que siga suas obrigações institucionais com isenção, seguindo princípios do Estado de Direito, a acusação de que o Judiciário havia se politizado traiu a confiança da sociedade e deslegitimou as ações. Claro que o risco de juízes se orientarem por suas posições pessoais sempre existe em qualquer sistema institucional. Mas quando o Estado de Direito funciona, haverá sempre outros juízes que poderão impedir alguém com motivações pessoais de práticas enviesadas.
| 0 |
Painel FC
|
Documentos em processo elevam a transação de Neymar a R$ 385 milhões Documentos reunidos no processo aberto na Espanha pelo grupo DIS contra Neymar, Santos e Barcelona mostram que o valor da negociação do atleta já bateu a casa dos 90 milhões de euros (R$ 385 milhões), segundo advogados que cuidam do caso, e deve aumentar ainda mais. Divulgado inicialmente em 17,1 milhões de euros, e depois admitido pelo Barcelona ter ultrapassado os 80 milhões de euros com comissões, o aumento se deve a inclusão de mais pagamentos laterais realizados na negociação e que não haviam sido divulgados. Reunião. A Fifa terá uma reunião extraordinária de seu Comitê Executivo, provavelmente no dia 20 de outubro, em Zurique. É grande a chance de a eleição para presidente, que está marcada para 26 de fevereiro de 2016, ser adiada devido ao aumento da crise, que fez Joseph Blatter e Michel Platini serem suspensos. Mais tempo. Também deve ser definido que a data-limite para os pré-candidatos conseguirem cinco apoios de federações para lançar o nome será ampliada - hoje é 26 de outubro. A crise. Milton Cruz, eterno auxiliar-técnico do São Paulo - no clube desde 1997 - pode sair chamuscado dacrise no clube por ter dado entrevista cravando que Juan Carlos Osorio deixaria o cargo, antes mesmo de o técnico comunicar a diretoria. Chance. Se Carlos Miguel Aidar se segurar no cargo de presidente, ele deve tirá-lo da função de auxiliar e deixá-lo, num primeiro momento, apenas como observador de futuros jogadores. A lei. Em reunião na quarta (7), na sede da CBF, presidentes de federações disseram à cúpula da entidade que o Profut pode fazer com seus estaduais fiquem esvaziados com a exigência para os clubes apresentarem certidão negativa de débito dez dias antes do início das competições. Embaixo. O principal temor são pelos clubes menores. "Temos de lembrar que em alguns Estados há duas e até três divisões. Vai ser uma debandada de clubes se nada mudar", disse Mauro Carmélio, presidente da Federação Cearense. Namoradinha. A atriz Fiorella Mattheis, namorada do são-paulino Alexandre Pato, vai estrelar campanha de um dos patrocinadores sobre a Rio-2016, a Bradesco Seguros, que vai ao ar domingo (11). No filme, que fala sobre repetição de treinos para ganhar, o narrador brinca que o pai da atriz já ouviu muito na rua "e aí, sogrão".
|
esporte
|
Painel FCDocumentos em processo elevam a transação de Neymar a R$ 385 milhões Documentos reunidos no processo aberto na Espanha pelo grupo DIS contra Neymar, Santos e Barcelona mostram que o valor da negociação do atleta já bateu a casa dos 90 milhões de euros (R$ 385 milhões), segundo advogados que cuidam do caso, e deve aumentar ainda mais. Divulgado inicialmente em 17,1 milhões de euros, e depois admitido pelo Barcelona ter ultrapassado os 80 milhões de euros com comissões, o aumento se deve a inclusão de mais pagamentos laterais realizados na negociação e que não haviam sido divulgados. Reunião. A Fifa terá uma reunião extraordinária de seu Comitê Executivo, provavelmente no dia 20 de outubro, em Zurique. É grande a chance de a eleição para presidente, que está marcada para 26 de fevereiro de 2016, ser adiada devido ao aumento da crise, que fez Joseph Blatter e Michel Platini serem suspensos. Mais tempo. Também deve ser definido que a data-limite para os pré-candidatos conseguirem cinco apoios de federações para lançar o nome será ampliada - hoje é 26 de outubro. A crise. Milton Cruz, eterno auxiliar-técnico do São Paulo - no clube desde 1997 - pode sair chamuscado dacrise no clube por ter dado entrevista cravando que Juan Carlos Osorio deixaria o cargo, antes mesmo de o técnico comunicar a diretoria. Chance. Se Carlos Miguel Aidar se segurar no cargo de presidente, ele deve tirá-lo da função de auxiliar e deixá-lo, num primeiro momento, apenas como observador de futuros jogadores. A lei. Em reunião na quarta (7), na sede da CBF, presidentes de federações disseram à cúpula da entidade que o Profut pode fazer com seus estaduais fiquem esvaziados com a exigência para os clubes apresentarem certidão negativa de débito dez dias antes do início das competições. Embaixo. O principal temor são pelos clubes menores. "Temos de lembrar que em alguns Estados há duas e até três divisões. Vai ser uma debandada de clubes se nada mudar", disse Mauro Carmélio, presidente da Federação Cearense. Namoradinha. A atriz Fiorella Mattheis, namorada do são-paulino Alexandre Pato, vai estrelar campanha de um dos patrocinadores sobre a Rio-2016, a Bradesco Seguros, que vai ao ar domingo (11). No filme, que fala sobre repetição de treinos para ganhar, o narrador brinca que o pai da atriz já ouviu muito na rua "e aí, sogrão".
| 4 |
A foto, o pai e o rugido do leão
|
No dia 30 de maio de 2014, minha filha me mostrou, toda animada, uma fotografia que encontrou na internet. "É impressão minha ou esse cameraman da MGM se parece muito com o vovô Otis?" Assim que vi a foto, engasguei. Era a cara do meu pai. Bem, pelo menos seu perfil, a mesma postura, o mesmo nariz e as mesmas roupas que ele usava, incluindo o boné. Essa imagem da besta feroz rugindo antes de cada filme a fez lembrar de uma fotografia que eu tinha do meu pai de pé ao lado de uma leoa. A possibilidade de aquele homem da foto ser meu pai invocou tantas histórias de aventuras para mim contadas por ele em algumas de nossas longas e frequentes caminhadas juntos e me fez perceber que havia muita coisa ainda sobre esse homem que eu não conhecia e, como ele não era o tipo de pessoa que se vangloriasse de uma lista de pessoas famosas que o conheciam, não estava surpresa com o fato de talvez ser ele na foto. Eu estava acostumada com as histórias improváveis mas deliciosas que ele contava. Contou quando estava na guerra, locado em Arles, na França e, de uma só tacada, "quase" capturou Hitler. Seguindo uma pista passada a ele por alguma fonte duvidosa, ele partiu para ganhar a guerra. Para sua decepção, o tal homem era um padeiro, num refúgio recente numa aldeia vizinha e que teve o azar de se parecer com o Führer. Após sua captura, o homem assustado se submeteu felizmente a um barbeiro. Mas, mais importante, seria com essa história que meu pai pararia para conversar livremente com bêbados, drogados e prostitutas no nosso bairro e como eles iriam cumprimentá-lo todas as manhãs a caminho do trabalho. Comecei a estudar dança com oito anos, graças a uma dedicada tentativa de meus pais de me tirar de casa nas manhãs de sábado. Meu pai fazia cinema e TV, minha mãe era atriz, e estudou no Old Vic Theatre, em Londres. Eu cresci nos anos 1960 dependendo do sistema de metrô de Nova York, subindo e descendo lances de escada cheirando a urina e me locomovendo por aquelas catacumbas de ferro. Eu me sentia num caldeirão de culturas. Por morar lá, eu me tornei consciente dos ritmos que acompanhavam cada paisagem cultural, uma vez que cada quarteirão parecia ter sua própria cor, sotaque e tempo. Com a maneira do meu pai olhar a vida –como um filme–, cresci enfrentando-a como uma série de cortes apressadamente colados. Nos anos 1950, meu pai e seus dois irmãos, já vivendo em Nova York, criaram um estúdio de cinema e frequentemente entrevistavam pessoas para filmes de notícias e propaganda. Surpreendentemente, a lista tinha nomes como Eleanor Roosevelt, Helen Keller e um jovem senador chamado Richard Nixon. Meu trabalho como diretora da Cia. Domínio Público em "Posso Dançar Pra Você?"(2013) e "Suportar"(2014) é o exemplo de como meu pai me ensinou que eu poderia ler a poesia em um bando de pardais que passam sobre um telhado, ou numa criança brincando ao lado do corpo de um homem sem-teto dormindo ao lado de seu cachorro. A poesia do cinema do meu pai alcançou uma parte da minha capacidade de recepção. E isso me abriu para ver a vida usando uma outra maneira de ligar imagens; como trabalhamos e organizamos isso, os fluxos e convergências de informações transitando de um elemento para outro, é a arte do ofício e a memória viva. Embora meu pai nunca tivesse encontrado Hitler escondido naquela aldeia francesa, ou pudesse não ser ele naquela foto, ele foi a força que levou um ideal a encontrar um propósito na impossibilidade de uma missão. É dentro dessa esfera de otimismo e tantos ensinamentos do valor do comum e apreciação do espírito humano que eu danço. HOLLY CAVRELL, 60, bailarina e coreógrafa americana radicada no Brasil, fundou a Cia. Domínio Publico e é professora do Departamento de Artes Corporais da Unicamp.
|
ilustrissima
|
A foto, o pai e o rugido do leãoNo dia 30 de maio de 2014, minha filha me mostrou, toda animada, uma fotografia que encontrou na internet. "É impressão minha ou esse cameraman da MGM se parece muito com o vovô Otis?" Assim que vi a foto, engasguei. Era a cara do meu pai. Bem, pelo menos seu perfil, a mesma postura, o mesmo nariz e as mesmas roupas que ele usava, incluindo o boné. Essa imagem da besta feroz rugindo antes de cada filme a fez lembrar de uma fotografia que eu tinha do meu pai de pé ao lado de uma leoa. A possibilidade de aquele homem da foto ser meu pai invocou tantas histórias de aventuras para mim contadas por ele em algumas de nossas longas e frequentes caminhadas juntos e me fez perceber que havia muita coisa ainda sobre esse homem que eu não conhecia e, como ele não era o tipo de pessoa que se vangloriasse de uma lista de pessoas famosas que o conheciam, não estava surpresa com o fato de talvez ser ele na foto. Eu estava acostumada com as histórias improváveis mas deliciosas que ele contava. Contou quando estava na guerra, locado em Arles, na França e, de uma só tacada, "quase" capturou Hitler. Seguindo uma pista passada a ele por alguma fonte duvidosa, ele partiu para ganhar a guerra. Para sua decepção, o tal homem era um padeiro, num refúgio recente numa aldeia vizinha e que teve o azar de se parecer com o Führer. Após sua captura, o homem assustado se submeteu felizmente a um barbeiro. Mas, mais importante, seria com essa história que meu pai pararia para conversar livremente com bêbados, drogados e prostitutas no nosso bairro e como eles iriam cumprimentá-lo todas as manhãs a caminho do trabalho. Comecei a estudar dança com oito anos, graças a uma dedicada tentativa de meus pais de me tirar de casa nas manhãs de sábado. Meu pai fazia cinema e TV, minha mãe era atriz, e estudou no Old Vic Theatre, em Londres. Eu cresci nos anos 1960 dependendo do sistema de metrô de Nova York, subindo e descendo lances de escada cheirando a urina e me locomovendo por aquelas catacumbas de ferro. Eu me sentia num caldeirão de culturas. Por morar lá, eu me tornei consciente dos ritmos que acompanhavam cada paisagem cultural, uma vez que cada quarteirão parecia ter sua própria cor, sotaque e tempo. Com a maneira do meu pai olhar a vida –como um filme–, cresci enfrentando-a como uma série de cortes apressadamente colados. Nos anos 1950, meu pai e seus dois irmãos, já vivendo em Nova York, criaram um estúdio de cinema e frequentemente entrevistavam pessoas para filmes de notícias e propaganda. Surpreendentemente, a lista tinha nomes como Eleanor Roosevelt, Helen Keller e um jovem senador chamado Richard Nixon. Meu trabalho como diretora da Cia. Domínio Público em "Posso Dançar Pra Você?"(2013) e "Suportar"(2014) é o exemplo de como meu pai me ensinou que eu poderia ler a poesia em um bando de pardais que passam sobre um telhado, ou numa criança brincando ao lado do corpo de um homem sem-teto dormindo ao lado de seu cachorro. A poesia do cinema do meu pai alcançou uma parte da minha capacidade de recepção. E isso me abriu para ver a vida usando uma outra maneira de ligar imagens; como trabalhamos e organizamos isso, os fluxos e convergências de informações transitando de um elemento para outro, é a arte do ofício e a memória viva. Embora meu pai nunca tivesse encontrado Hitler escondido naquela aldeia francesa, ou pudesse não ser ele naquela foto, ele foi a força que levou um ideal a encontrar um propósito na impossibilidade de uma missão. É dentro dessa esfera de otimismo e tantos ensinamentos do valor do comum e apreciação do espírito humano que eu danço. HOLLY CAVRELL, 60, bailarina e coreógrafa americana radicada no Brasil, fundou a Cia. Domínio Publico e é professora do Departamento de Artes Corporais da Unicamp.
| 18 |
Em um ano na prisão, herdeiro da Odebrecht passou por 'conversão'
|
Nas últimas semanas, para susto dos agentes da Polícia Federal, Marcelo Odebrecht começou a contar piadas na carceragem onde está preso em Curitiba (PR). O espanto tem motivo simples: Marcelo, cuja prisão completa um ano neste domingo (19), vivia cabisbaixo e quieto. Parecia arrogante, irascível e inconformado, como se fosse vítima de erros judiciais em série. Agora se converteu em "gente boa", como é chamado por agentes da Polícia Federal. Até assiste à TV ao lado do doleiro Alberto Youssef, dono do aparelho, já que a porta das celas na carceragem ficam abertas. A mudança ocorreu após a maior empreiteira do país, que faturou R$ 132 bilhões em 2015, decidir fazer um acordo de delação que promete ser histórico pelas revelações. Marcelo era inicialmente contra a colaboração, mas dobrou-se às evidências apresentadas por seu pai, Emílio Odebrecht: ou delata ou o grupo quebra. As dívidas chegam a R$ 90 bilhões. Finalmente ele topou. Marcelo foi preso em 19 de junho, a partir de acusação que seus advogados consideravam frágil: a de pagar propina no exterior. O próprio juiz Sergio Moro revogou esse pedido e decretou uma nova prisão quando descobriu anotações que Marcelo fizera em seu celular, nas quais havia sugestão de destruição de provas e de interferência na apuração. TRÊS PASSOS ATRÁS Habituado a mandar e estar à frente dos concorrentes, Marcelo experimentou na prisão a sensação de estar sempre três ou quatro passos atrás dos investigadores. Enquanto ele negava ter usado contas no exterior para pagar suborno, procuradores já tinham provas vindas da Suíça da movimentação. Quando seus advogados imaginavam que poderiam entregar algo grandioso para a polícia num eventual acordo de delação, como um departamento especializado em pagar suborno, a PF descobriu essa divisão em Salvador (BA) e uma testemunha-bomba: a funcionária que cuidava desse setor, Maria Lúcia Tavares, que aceitou fazer um acordo de delação. Ela conseguira escapar dos advogados da Odebrecht para se salvar da prisão. Com a delação de Maria Lúcia os executivos e advogados na Odebrecht concluíram que não havia mais defesa possível para o grupo. Foi um baque para Marcelo. Em setembro de 2015, numa sessão da CPI da Petrobras, ele externou seu desprezo por delatores: "Quando lá em casa minhas meninas brigam, eu perguntava: ´Quem fez isso?'. Eu talvez brigasse mais com quem dedurasse". Marcelo tinha tanta certeza de que sairia rapidamente da prisão que nem se licenciou da presidência do grupo. Despachava com advogados que iam até o presídio em Curitiba e dava ordens como se estivesse de férias. Só em dezembro abriu mão do cargo por pressão de bancos e da família. Banqueiros, afinal, não gostam de dar crédito para uma empresa cujo presidente está preso. O executivo também exibiu o que os policiais classificam como "arrogância" ao ser interrogado por Moro sobre as anotações em seu celular. Em vez de responder às perguntas do juiz, como faz todo réu, apresentou um texto prolixo, cheio de evasivas. A estratégia foi depois considerada desastrosa. Depois que deixou a presidência do grupo, Marcelo substituiu a preocupação com negócios por exercícios físicos, em jornadas de até seis horas diárias. A bateria incluía duas horas de bicicleta, exercícios em barras, flexão e levantamento de peso com um galão de água que ele adaptara. Essas jornadas só eram possíveis porque deixara a PF e fora transferido em julho de 2015 para o Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba. Marcelo queria voltar a presidir a Odebrecht, o quarto maior grupo privado do país, após deixar a prisão. Mas foi convencido que é uma missão impossível para quem vai confessar o pagamento de subornos em escala jamais vista no Brasil. Uma das maiores resistências contra a sua volta partiu do próprio pai. Emílio Odebrecht tem dito a amigos e advogados ouvidos pela Folha sob condição de anonimato que foi um erro ter colocado o filho para dirigir o grupo. Apesar de ter estudado numa escola exemplar na Suíça, a IMD (International Institute for Management Development), Marcelo é considerado pelo pai um executivo inexperiente, até ingênuo. Um exemplo recorrente da suposta ingenuidade foi ter montado um departamento para cuidar de propina dentro da própria empresa. Marcelo começou a virar "gente boa", como dizem os policiais, pouco meses depois de regressar para a carceragem da PF. Ele foi trazido de volta para a sede da polícia em fevereiro, na mesma data da prisão do ex-marqueteiro do PT João Santana, como estratégia de pressão para que ele aderisse à delação premiada. Afinal, a PF já tinha informações de que Santana recebera recursos da Odebrecht no exterior. Colocar um ao lado do outro poderia minar a resistência de Marcelo. A estratégia com Santana não funcionou, mas há cerca de um mês foi definido que ele faria o acordo. Mesmo pagando advogados caríssimos, os tribunais já haviam dado oito decisões contrárias à revogação da prisão dele. Marcelo está sozinho na cela de 16 metros quadrados, depois de dividi-la com um traficante de drogas. Os outros detidos na PF são os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama e o ex-deputado Pedro Corrêa, delatores ou candidatos à delação. Marcelo continua obcecado por exercícios físicos, a ponto de usar as grades para se exercitar às 5h, antes de o sol nascer. Agora tem também outra preocupação: prepara com disciplina militar o que entrará no acordo. Depois que o ex-presidente José Sarney comparou o conteúdo da delação da Odebrecht a uma metralhadora ponto 100, um dos participantes das negociações disse que a imagem é imprecisa: o teor se parece mais com uma bomba incendiária, que extermina tudo onde cai. - Herdeiro da Odebrecht é alvo da Lava Jato 1º PEDIDO DE PRISÃO 19.jun.15 Marcelo Odebrecht é preso preventivamente pela Lava Jato. Segundo juiz Sergio Moro, há prova de pagamento de propina pela empresa 22.jun.15 Bilhete de Marcelo à sua defesa recolhido pela PF traz orientações para contestar acusações. Uma das frases, 'destruir e-mail sondas', leva à suspeita de tentativa de ocultar provas 20.jul.15 PF apresenta um relatório com anotações encontradas no celular do executivo que sugerem que ele tentou deter o avanço das investigações 1ª DENÚNCIA 24.jul.15 Lava Jato encontra contas na Suíça que ligam a Odebrecht ao pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras. Marcelo é denunciado, e nova prisão preventiva é decretada 25.jul.15 Marcelo e outros executivos são transferidos para o Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais 28.jul.15 Moro acolhe a primeira denúncia contra Marcelo, no caso de contratos de R$ 12,6 bilhões em obras de refinarias no Paraná e Pernambuco, no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) e na sede da Petrobras em Vitória (ES) 7.ago.15 Marcelo troca sua defesa, que passa a ser feita por Nabor Bulhões 1º.set.15 Executivo depõe na CPI da Petrobras e diz não ter o que delatar 2ª DENÚNCIA 16.out.15 Marcelo é novamente denunciado sob acusação de pagar propinas no total de R$ 138 milhões em oito obras da Petrobras, como a terraplenagem das refinaria Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ) 19.out.15 Moro aceita a denúncia e decreta a prisão preventiva do empresário pela terceira vez 10.dez.15 Executivo formaliza seu afastamento da presidência do grupo 2.mar.16 Nas alegações finais em uma das ações penais, defesa critica teoria do 'domínio do fato', ou seja, ideia de que Marcelo Odebrecht sabia das práticas da empresa CONDENAÇÃO 8.mar.16 Marcelo Odebrecht é condenado pelo juiz Moro a 19 anos e 4 meses de prisão 3ª DENÚNCIA 28.abr.16 Empresário é alvo de nova denúncia, relacionada às investigações sobre setor de pagamentos de propina na empresa e repasses ao marqueteiro do PT João Santana; acusação é aceita *DELAÇÃO 25.mai.16* Marcelo e Ministério Público assinam negociação de delação premiada e de leniência 1º.jun.16 Moro suspende por 30 dias segunda ação penal contra Marcelo Odebrecht 8.jun.16 Empresa envia comunicado aos funcionários com autocrítica sobre sua conduta
|
poder
|
Em um ano na prisão, herdeiro da Odebrecht passou por 'conversão'Nas últimas semanas, para susto dos agentes da Polícia Federal, Marcelo Odebrecht começou a contar piadas na carceragem onde está preso em Curitiba (PR). O espanto tem motivo simples: Marcelo, cuja prisão completa um ano neste domingo (19), vivia cabisbaixo e quieto. Parecia arrogante, irascível e inconformado, como se fosse vítima de erros judiciais em série. Agora se converteu em "gente boa", como é chamado por agentes da Polícia Federal. Até assiste à TV ao lado do doleiro Alberto Youssef, dono do aparelho, já que a porta das celas na carceragem ficam abertas. A mudança ocorreu após a maior empreiteira do país, que faturou R$ 132 bilhões em 2015, decidir fazer um acordo de delação que promete ser histórico pelas revelações. Marcelo era inicialmente contra a colaboração, mas dobrou-se às evidências apresentadas por seu pai, Emílio Odebrecht: ou delata ou o grupo quebra. As dívidas chegam a R$ 90 bilhões. Finalmente ele topou. Marcelo foi preso em 19 de junho, a partir de acusação que seus advogados consideravam frágil: a de pagar propina no exterior. O próprio juiz Sergio Moro revogou esse pedido e decretou uma nova prisão quando descobriu anotações que Marcelo fizera em seu celular, nas quais havia sugestão de destruição de provas e de interferência na apuração. TRÊS PASSOS ATRÁS Habituado a mandar e estar à frente dos concorrentes, Marcelo experimentou na prisão a sensação de estar sempre três ou quatro passos atrás dos investigadores. Enquanto ele negava ter usado contas no exterior para pagar suborno, procuradores já tinham provas vindas da Suíça da movimentação. Quando seus advogados imaginavam que poderiam entregar algo grandioso para a polícia num eventual acordo de delação, como um departamento especializado em pagar suborno, a PF descobriu essa divisão em Salvador (BA) e uma testemunha-bomba: a funcionária que cuidava desse setor, Maria Lúcia Tavares, que aceitou fazer um acordo de delação. Ela conseguira escapar dos advogados da Odebrecht para se salvar da prisão. Com a delação de Maria Lúcia os executivos e advogados na Odebrecht concluíram que não havia mais defesa possível para o grupo. Foi um baque para Marcelo. Em setembro de 2015, numa sessão da CPI da Petrobras, ele externou seu desprezo por delatores: "Quando lá em casa minhas meninas brigam, eu perguntava: ´Quem fez isso?'. Eu talvez brigasse mais com quem dedurasse". Marcelo tinha tanta certeza de que sairia rapidamente da prisão que nem se licenciou da presidência do grupo. Despachava com advogados que iam até o presídio em Curitiba e dava ordens como se estivesse de férias. Só em dezembro abriu mão do cargo por pressão de bancos e da família. Banqueiros, afinal, não gostam de dar crédito para uma empresa cujo presidente está preso. O executivo também exibiu o que os policiais classificam como "arrogância" ao ser interrogado por Moro sobre as anotações em seu celular. Em vez de responder às perguntas do juiz, como faz todo réu, apresentou um texto prolixo, cheio de evasivas. A estratégia foi depois considerada desastrosa. Depois que deixou a presidência do grupo, Marcelo substituiu a preocupação com negócios por exercícios físicos, em jornadas de até seis horas diárias. A bateria incluía duas horas de bicicleta, exercícios em barras, flexão e levantamento de peso com um galão de água que ele adaptara. Essas jornadas só eram possíveis porque deixara a PF e fora transferido em julho de 2015 para o Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba. Marcelo queria voltar a presidir a Odebrecht, o quarto maior grupo privado do país, após deixar a prisão. Mas foi convencido que é uma missão impossível para quem vai confessar o pagamento de subornos em escala jamais vista no Brasil. Uma das maiores resistências contra a sua volta partiu do próprio pai. Emílio Odebrecht tem dito a amigos e advogados ouvidos pela Folha sob condição de anonimato que foi um erro ter colocado o filho para dirigir o grupo. Apesar de ter estudado numa escola exemplar na Suíça, a IMD (International Institute for Management Development), Marcelo é considerado pelo pai um executivo inexperiente, até ingênuo. Um exemplo recorrente da suposta ingenuidade foi ter montado um departamento para cuidar de propina dentro da própria empresa. Marcelo começou a virar "gente boa", como dizem os policiais, pouco meses depois de regressar para a carceragem da PF. Ele foi trazido de volta para a sede da polícia em fevereiro, na mesma data da prisão do ex-marqueteiro do PT João Santana, como estratégia de pressão para que ele aderisse à delação premiada. Afinal, a PF já tinha informações de que Santana recebera recursos da Odebrecht no exterior. Colocar um ao lado do outro poderia minar a resistência de Marcelo. A estratégia com Santana não funcionou, mas há cerca de um mês foi definido que ele faria o acordo. Mesmo pagando advogados caríssimos, os tribunais já haviam dado oito decisões contrárias à revogação da prisão dele. Marcelo está sozinho na cela de 16 metros quadrados, depois de dividi-la com um traficante de drogas. Os outros detidos na PF são os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama e o ex-deputado Pedro Corrêa, delatores ou candidatos à delação. Marcelo continua obcecado por exercícios físicos, a ponto de usar as grades para se exercitar às 5h, antes de o sol nascer. Agora tem também outra preocupação: prepara com disciplina militar o que entrará no acordo. Depois que o ex-presidente José Sarney comparou o conteúdo da delação da Odebrecht a uma metralhadora ponto 100, um dos participantes das negociações disse que a imagem é imprecisa: o teor se parece mais com uma bomba incendiária, que extermina tudo onde cai. - Herdeiro da Odebrecht é alvo da Lava Jato 1º PEDIDO DE PRISÃO 19.jun.15 Marcelo Odebrecht é preso preventivamente pela Lava Jato. Segundo juiz Sergio Moro, há prova de pagamento de propina pela empresa 22.jun.15 Bilhete de Marcelo à sua defesa recolhido pela PF traz orientações para contestar acusações. Uma das frases, 'destruir e-mail sondas', leva à suspeita de tentativa de ocultar provas 20.jul.15 PF apresenta um relatório com anotações encontradas no celular do executivo que sugerem que ele tentou deter o avanço das investigações 1ª DENÚNCIA 24.jul.15 Lava Jato encontra contas na Suíça que ligam a Odebrecht ao pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras. Marcelo é denunciado, e nova prisão preventiva é decretada 25.jul.15 Marcelo e outros executivos são transferidos para o Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais 28.jul.15 Moro acolhe a primeira denúncia contra Marcelo, no caso de contratos de R$ 12,6 bilhões em obras de refinarias no Paraná e Pernambuco, no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) e na sede da Petrobras em Vitória (ES) 7.ago.15 Marcelo troca sua defesa, que passa a ser feita por Nabor Bulhões 1º.set.15 Executivo depõe na CPI da Petrobras e diz não ter o que delatar 2ª DENÚNCIA 16.out.15 Marcelo é novamente denunciado sob acusação de pagar propinas no total de R$ 138 milhões em oito obras da Petrobras, como a terraplenagem das refinaria Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ) 19.out.15 Moro aceita a denúncia e decreta a prisão preventiva do empresário pela terceira vez 10.dez.15 Executivo formaliza seu afastamento da presidência do grupo 2.mar.16 Nas alegações finais em uma das ações penais, defesa critica teoria do 'domínio do fato', ou seja, ideia de que Marcelo Odebrecht sabia das práticas da empresa CONDENAÇÃO 8.mar.16 Marcelo Odebrecht é condenado pelo juiz Moro a 19 anos e 4 meses de prisão 3ª DENÚNCIA 28.abr.16 Empresário é alvo de nova denúncia, relacionada às investigações sobre setor de pagamentos de propina na empresa e repasses ao marqueteiro do PT João Santana; acusação é aceita *DELAÇÃO 25.mai.16* Marcelo e Ministério Público assinam negociação de delação premiada e de leniência 1º.jun.16 Moro suspende por 30 dias segunda ação penal contra Marcelo Odebrecht 8.jun.16 Empresa envia comunicado aos funcionários com autocrítica sobre sua conduta
| 0 |
Veja opções de pacotes para conhecer vinícolas em Portugal
|
A produção de vinhos é um dos grandes chamarizes para o turismo em Portugal –país que está entre os principais destinos de brasileiros na Europa. Entre as regiões produtoras de mais destaque, com estrutura para receber visitantes, estão o Porto-Douro, Minho e o Alentejo. Veja abaixo uma seleção de pacotes para conhecer as vinícolas dessas regiões. * € 140 (R$ 507) Duas noites no hotel Vila Galé do Porto, com visita guiada às caves. Inclui city tour e café para duas pessoas. Sem aéreo. Reservas: vilagale.com € 220 (R$ 789) Valor para duas noites no hotel Santa Beatriz, na vinícola Adega Mayor (Alentejo). Para duas pessoas, inclui café, um jantar e visita à vinícola com degustação. Sem aéreo. Reservas: adegamayor.pt € 275 (R$ 997) Pacote para duas noites no castelo de Estremoz, com meia pensão. Sem aéreo, inclui visita com degustação à Adega Tiago Cabaço. Valor para casal. Reservas: pousadas.pt R$ 2.841 Valor por pessoa para seis noites no Porto, sem refeições. Inclui aéreo, sem extras. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br R$ 2.932 Quatro noites em Porto, por pessoa. Inclui aéreo, café e passeio a vinícola com degustação de espumante, vinho verde e do Porto. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 984 (R$ 3.222) Valor por pessoa para sete noites entre Lisboa e Porto, com visita a vinícola. Sem aéreo, com café. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br R$ 3.670 Seis noites em Évora, no Alentejo. Inclui aéreo e café, por pessoa. Sem extras. No Decolar: decolar.com US$ 1.299 (R$ 4.253) Pacote de seis noites entre Lisboa e Évora. Preço por pessoa, com café e quatro refeições, traslados e passeios. Na Flot: (11) 4504-4544; flot.com.br € 1.150 (R$ 4.168) Preço por pessoa para seis noites entre Lisboa e o Alentejo, com café e quatro refeições em restaurantes regionais. Sem aéreo. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br € 1.263 (R$ 4.799) Seis noites entre Lisboa e o Alentejo, com café. Preço por pessoa, sem aéreo, com passeios. Na Flytour: flytour.com.br € 1.737 (R$ 6.297) Dez noites entre Porto, Lisboa e o Alentejo. Sem aéreo, com café e visita a dez vinícolas, com degustações. Por pessoa. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br € 1.910 (R$ 6.923) Valor por pessoa para sete noites entre Lisboa, Coimbra, Porto e o Douro. Inclui café, locação de carro e passeios a vinícolas. Na Interpoint: (11) 3087-9400; interpoint.com.br R$ 7.658 Valor para duas pessoas por seis noites no Porto. Com aéreo e café, sem extras. Na Expedia: 0800-7610765; expedia.com.br € 2.335 (R$ 8.464) Valor por pessoa para quatro noites na região do Douro, com café e passeios. Sem aéreo. Na Teresa Perez: (11) 3799-4000; teresaperez.com.br € 2.664 (R$ 9.657) Valor por pessoa para 13 noites entre Lisboa, Porto, Alentejo e Douro. Sem aéreo, inclui café, seis jantares e passeios. Na Stella Barros: (11) 2166-2250; stellabarros.com.br € 2.842 (R$ 10.302) Pacote de sete noites, com café, entre Lisboa, Óbidos e o Alentejo. Sem aéreo, inclui aluguel de carro e, de passeios, prova de vinhos, visita a vinícolas e aula de cozinha. Na MMTGapnet: (11) 3124-6444; turismodoalentejo.com.br € 2.860 (R$ 10.367) Pacote de 14 noites, passando por Lisboa, Porto e Douro. Sem aéreo, inclui café, aluguel de carro e visitas a vinícolas. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br US$ 4.995 (R$ 16.355) Cinco noites, passando por Évora e Avis. Preço por pessoa, sem aéreo, inclui café, quatro almoços e quatro jantares harmonizados com vinhos, e tours. Na Butterfield & Robinson: (11) 3071-4590; butterfield.com.br € 4.735 (R$ 17.164) Pacote de oito noites, por pessoa, entre Lisboa, Porto, Óbidos e Douro. Com café, sem aéreo, inclui passeios. Na Queensberry: (11) 3217-7200; queensberry.com.br € 4.950 (R$ 17.944) Dez noites entre Lisboa, o Douro e o Alentejo, guiadas pelo enólogo Carlos Cabral. Sem aéreo, com café, oito almoços e passeios. Por pessoa. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
|
turismo
|
Veja opções de pacotes para conhecer vinícolas em PortugalA produção de vinhos é um dos grandes chamarizes para o turismo em Portugal –país que está entre os principais destinos de brasileiros na Europa. Entre as regiões produtoras de mais destaque, com estrutura para receber visitantes, estão o Porto-Douro, Minho e o Alentejo. Veja abaixo uma seleção de pacotes para conhecer as vinícolas dessas regiões. * € 140 (R$ 507) Duas noites no hotel Vila Galé do Porto, com visita guiada às caves. Inclui city tour e café para duas pessoas. Sem aéreo. Reservas: vilagale.com € 220 (R$ 789) Valor para duas noites no hotel Santa Beatriz, na vinícola Adega Mayor (Alentejo). Para duas pessoas, inclui café, um jantar e visita à vinícola com degustação. Sem aéreo. Reservas: adegamayor.pt € 275 (R$ 997) Pacote para duas noites no castelo de Estremoz, com meia pensão. Sem aéreo, inclui visita com degustação à Adega Tiago Cabaço. Valor para casal. Reservas: pousadas.pt R$ 2.841 Valor por pessoa para seis noites no Porto, sem refeições. Inclui aéreo, sem extras. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br R$ 2.932 Quatro noites em Porto, por pessoa. Inclui aéreo, café e passeio a vinícola com degustação de espumante, vinho verde e do Porto. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br US$ 984 (R$ 3.222) Valor por pessoa para sete noites entre Lisboa e Porto, com visita a vinícola. Sem aéreo, com café. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br R$ 3.670 Seis noites em Évora, no Alentejo. Inclui aéreo e café, por pessoa. Sem extras. No Decolar: decolar.com US$ 1.299 (R$ 4.253) Pacote de seis noites entre Lisboa e Évora. Preço por pessoa, com café e quatro refeições, traslados e passeios. Na Flot: (11) 4504-4544; flot.com.br € 1.150 (R$ 4.168) Preço por pessoa para seis noites entre Lisboa e o Alentejo, com café e quatro refeições em restaurantes regionais. Sem aéreo. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br € 1.263 (R$ 4.799) Seis noites entre Lisboa e o Alentejo, com café. Preço por pessoa, sem aéreo, com passeios. Na Flytour: flytour.com.br € 1.737 (R$ 6.297) Dez noites entre Porto, Lisboa e o Alentejo. Sem aéreo, com café e visita a dez vinícolas, com degustações. Por pessoa. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br € 1.910 (R$ 6.923) Valor por pessoa para sete noites entre Lisboa, Coimbra, Porto e o Douro. Inclui café, locação de carro e passeios a vinícolas. Na Interpoint: (11) 3087-9400; interpoint.com.br R$ 7.658 Valor para duas pessoas por seis noites no Porto. Com aéreo e café, sem extras. Na Expedia: 0800-7610765; expedia.com.br € 2.335 (R$ 8.464) Valor por pessoa para quatro noites na região do Douro, com café e passeios. Sem aéreo. Na Teresa Perez: (11) 3799-4000; teresaperez.com.br € 2.664 (R$ 9.657) Valor por pessoa para 13 noites entre Lisboa, Porto, Alentejo e Douro. Sem aéreo, inclui café, seis jantares e passeios. Na Stella Barros: (11) 2166-2250; stellabarros.com.br € 2.842 (R$ 10.302) Pacote de sete noites, com café, entre Lisboa, Óbidos e o Alentejo. Sem aéreo, inclui aluguel de carro e, de passeios, prova de vinhos, visita a vinícolas e aula de cozinha. Na MMTGapnet: (11) 3124-6444; turismodoalentejo.com.br € 2.860 (R$ 10.367) Pacote de 14 noites, passando por Lisboa, Porto e Douro. Sem aéreo, inclui café, aluguel de carro e visitas a vinícolas. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br US$ 4.995 (R$ 16.355) Cinco noites, passando por Évora e Avis. Preço por pessoa, sem aéreo, inclui café, quatro almoços e quatro jantares harmonizados com vinhos, e tours. Na Butterfield & Robinson: (11) 3071-4590; butterfield.com.br € 4.735 (R$ 17.164) Pacote de oito noites, por pessoa, entre Lisboa, Porto, Óbidos e Douro. Com café, sem aéreo, inclui passeios. Na Queensberry: (11) 3217-7200; queensberry.com.br € 4.950 (R$ 17.944) Dez noites entre Lisboa, o Douro e o Alentejo, guiadas pelo enólogo Carlos Cabral. Sem aéreo, com café, oito almoços e passeios. Por pessoa. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
| 20 |
Paulo Dallari, ex-chefe de gabinete de Haddad, assume direção do Municipal
|
O advogado Paulo Massi Dallari, ex-chefe de gabinete do prefeito Fernando Haddad (PT), é o novo diretor-geral da Fundação Theatro Municipal. O anúncio foi feito pela Secretaria Municipal de Cultura nesta segunda-feira (23). Ele substitui José Luiz Herencia, que pediu exoneração na última quinta (19) após quase três anos no cargo. O ex-diretor atribuiu a decisão a motivos de "caráter pessoal e irrevogáveis" e, em nota, pediu que "divergências pessoais, interferências exteriores ou o embate entre visões distintas (...)" não comprometam as atividades da instituição. Dallari assumiu a chefia do gabinete do prefeito em julho de 2013 e permaneceu no cargo até setembro do ano seguinte. Também na gestão Haddad, foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Relações Internacionais e Federativas. Ele é formado em direito pela PUC-SP. Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura afirma que o pedido de exoneração de Herencia está relacionado a "questões administrativas e não artísticas". Ainda segundo a pasta, a temporada 2016 do Theatro será anunciada no início de dezembro. O maestro John Neschling continua no posto de diretor artístico.
|
ilustrada
|
Paulo Dallari, ex-chefe de gabinete de Haddad, assume direção do MunicipalO advogado Paulo Massi Dallari, ex-chefe de gabinete do prefeito Fernando Haddad (PT), é o novo diretor-geral da Fundação Theatro Municipal. O anúncio foi feito pela Secretaria Municipal de Cultura nesta segunda-feira (23). Ele substitui José Luiz Herencia, que pediu exoneração na última quinta (19) após quase três anos no cargo. O ex-diretor atribuiu a decisão a motivos de "caráter pessoal e irrevogáveis" e, em nota, pediu que "divergências pessoais, interferências exteriores ou o embate entre visões distintas (...)" não comprometam as atividades da instituição. Dallari assumiu a chefia do gabinete do prefeito em julho de 2013 e permaneceu no cargo até setembro do ano seguinte. Também na gestão Haddad, foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Relações Internacionais e Federativas. Ele é formado em direito pela PUC-SP. Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura afirma que o pedido de exoneração de Herencia está relacionado a "questões administrativas e não artísticas". Ainda segundo a pasta, a temporada 2016 do Theatro será anunciada no início de dezembro. O maestro John Neschling continua no posto de diretor artístico.
| 1 |
À polícia, militantes do PSDB narram transporte de eleitores em prévias
|
Um apoiador do empresário João Doria na disputa interna do PSDB pela candidatura à Prefeitura de São Paulo afirmou, à Polícia Civil, que trabalhou transportando eleitores até os locais de votação no último domingo (28), quando o partido realizou a primeira etapa das prévias paulistanas. A informação consta de boletim de ocorrência lavrado após uma confusão interromper a eleição no diretório do Tatuapé (zona leste de São Paulo). O militante que assumiu na delegacia que estava transportando eleitores até o local de votação é Albino José Seriqueira, conhecido como Bininho, que fazia campanha para Doria. Ele falou com a polícia porque foi agredido por um morador da região durante a confusão que acabou encerrando a eleição no Tatuapé. Bininho deu uma série de entrevistas sobre o que havia ocorrido e ganhou notoriedade por ter ficado com calças arriadas no meio da confusão. Segundo o registro no B.O., Bininho disse à polícia que "participava da votação para escolha do candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Diretório do PSDB - Tatuapé, levando e trazendo eleitores". "Quando chegou no local dos fatos, a confusão já estava instalada", diz o documento. Bininho disse ter levado um soco no rosto durante a briga. Doria vem sendo acusado pelos adversários nas prévias de ter comprado votos. Ele venceu a primeira fase das prévias e agora vai disputar o segundo turno contra o vereador Andrea Matarazzo. Aliados de Matarazzo e Tripoli fizeram uma representação contra Doria por suposto abuso de poder econômico. O empresário cresceu na disputa interna com o apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Questionado sobre as acusações de compra de votos, Alckmin saiu em defesa de Doria e disse que as alegações eram "ridículas". Doria, por sua vez, nega qualquer irregularidade e disse que fez sua pré-campanha com base nas regras estabelecidas pelo PSDB paulistano. CONFUSÃO Os militantes prestaram depoimento porque a polícia foi acionada para conter o tumulto que se instalou no local de votação das prévias no Tatuapé. O boletim de ocorrência informa que as autoridades foram acionadas para conter uma "invasão por membros de uma facção criminosa" que tentavam, "mediante ameaça, impedir a votação de filiados do PSDB". Moradores da região teriam reconhecido um dos três rapazes que invadiram a zona de votação. No B.O. ele só é identificado pelo apelido, Geleia. A Folha reuniu informações com moradores no dia em que houve a confusão e cruzou os dados com o relato que consta do documento da Polícia Civil. Geleia seria um morador conhecido na área e foi descrito no B.O como integrante de uma facção criminosa. Na ocasião, os moradores disseram que Geleia decidiu invadir o local após uma mesária, apoiadora do deputado Ricardo Tripoli, ser pressionada por aliados de Doria para retirar da ata de votação o registro de que o grupo do empresário estaria oferecendo cerveja e churrasco para atrair militantes. Geleia não é militante do PSDB, mas conhece os moradores da região e acompanhava o processo de votação do lado de fora. Pessoas que acompanharam a confusão disseram à reportagem que ele teria invadido o local para encerrar a discussão. Segundo o relato registrado no B.O., Geleia determinou a dois jovens –aparentemente menores de idade– que danificassem as urnas e os computadores que estavam sendo usados. Ele ainda teria agredido uma mulher com um soco no rosto e ameaçado outra militante do PSDB com um banco. No dia da confusão, o deputado Ricardo Tripoli disse não reconhecer os autores da agressão e não estimular a violência.
|
poder
|
À polícia, militantes do PSDB narram transporte de eleitores em préviasUm apoiador do empresário João Doria na disputa interna do PSDB pela candidatura à Prefeitura de São Paulo afirmou, à Polícia Civil, que trabalhou transportando eleitores até os locais de votação no último domingo (28), quando o partido realizou a primeira etapa das prévias paulistanas. A informação consta de boletim de ocorrência lavrado após uma confusão interromper a eleição no diretório do Tatuapé (zona leste de São Paulo). O militante que assumiu na delegacia que estava transportando eleitores até o local de votação é Albino José Seriqueira, conhecido como Bininho, que fazia campanha para Doria. Ele falou com a polícia porque foi agredido por um morador da região durante a confusão que acabou encerrando a eleição no Tatuapé. Bininho deu uma série de entrevistas sobre o que havia ocorrido e ganhou notoriedade por ter ficado com calças arriadas no meio da confusão. Segundo o registro no B.O., Bininho disse à polícia que "participava da votação para escolha do candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Diretório do PSDB - Tatuapé, levando e trazendo eleitores". "Quando chegou no local dos fatos, a confusão já estava instalada", diz o documento. Bininho disse ter levado um soco no rosto durante a briga. Doria vem sendo acusado pelos adversários nas prévias de ter comprado votos. Ele venceu a primeira fase das prévias e agora vai disputar o segundo turno contra o vereador Andrea Matarazzo. Aliados de Matarazzo e Tripoli fizeram uma representação contra Doria por suposto abuso de poder econômico. O empresário cresceu na disputa interna com o apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Questionado sobre as acusações de compra de votos, Alckmin saiu em defesa de Doria e disse que as alegações eram "ridículas". Doria, por sua vez, nega qualquer irregularidade e disse que fez sua pré-campanha com base nas regras estabelecidas pelo PSDB paulistano. CONFUSÃO Os militantes prestaram depoimento porque a polícia foi acionada para conter o tumulto que se instalou no local de votação das prévias no Tatuapé. O boletim de ocorrência informa que as autoridades foram acionadas para conter uma "invasão por membros de uma facção criminosa" que tentavam, "mediante ameaça, impedir a votação de filiados do PSDB". Moradores da região teriam reconhecido um dos três rapazes que invadiram a zona de votação. No B.O. ele só é identificado pelo apelido, Geleia. A Folha reuniu informações com moradores no dia em que houve a confusão e cruzou os dados com o relato que consta do documento da Polícia Civil. Geleia seria um morador conhecido na área e foi descrito no B.O como integrante de uma facção criminosa. Na ocasião, os moradores disseram que Geleia decidiu invadir o local após uma mesária, apoiadora do deputado Ricardo Tripoli, ser pressionada por aliados de Doria para retirar da ata de votação o registro de que o grupo do empresário estaria oferecendo cerveja e churrasco para atrair militantes. Geleia não é militante do PSDB, mas conhece os moradores da região e acompanhava o processo de votação do lado de fora. Pessoas que acompanharam a confusão disseram à reportagem que ele teria invadido o local para encerrar a discussão. Segundo o relato registrado no B.O., Geleia determinou a dois jovens –aparentemente menores de idade– que danificassem as urnas e os computadores que estavam sendo usados. Ele ainda teria agredido uma mulher com um soco no rosto e ameaçado outra militante do PSDB com um banco. No dia da confusão, o deputado Ricardo Tripoli disse não reconhecer os autores da agressão e não estimular a violência.
| 0 |
Atentado a bomba deixa ao menos 90 mortos em área diplomática de Cabul
|
A explosão de uma bomba escondida em um caminhão da rede de esgoto deixou ao menos 90 mortos e 400 feridos nesta quarta-feira (31) em Cabul, capital do Afeganistão. O ataque ocorreu na região conhecida como Wazir Akbar Khan, que concentra embaixadas internacionais e fica próxima ao palácio presidencial, em meio ao início do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Segundo um porta-voz do Ministério do Saúde, o número de vítimas divulgado é provisório e ainda pode subir —há muitas mulheres e crianças, que foram levadas a hospitais da cidade. A carga explosiva foi acionada em um caminhão-pipa às 8h30 locais (1h30 em Brasília), segundo o Ministério do Interior afegão, próximo à Embaixada da Alemanha. O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, afirmou que um guarda da embaixada foi morto e alguns trabalhadores do local ficaram feridos. Também foram atingidos os prédios das representações da França, Turquia, Paquistão, Japão, Emirados Árabes Unidos, Índia e Bulgária. Um motorista afegão da rede britânica BBC morreu no ataque e quatro jornalistas ficaram feridos. O motorista trabalhava há mais de quatro anos para o serviço afegão da BBC, era casado e tinha filhos, segundo nota divulgada pela rede. O comunicado não informa a nacionalidade dos jornalistas feridos. Nenhum grupo terrorista assumiu o atentado até este momento. O Estado Islâmico e o Taleban foram autores dos últimos ataques no país. O Taleban, que anunciou no fim de abril o início da "ofensiva de primavera", afirmou em uma rede social que não tem envolvimento com o atentado de Cabul, que condenam "com veemência". No passado, o grupo não reivindicou ataques com alto número de civis mortos. Cerca de 50 carros foram destruídos ou danificados pela explosão. Vidros de lojas, restaurantes e outros prédios foram quebrados em um raio de um quilômetro do centro da explosão. Atentado em Cabul, Afeganistão CRIME DE GUERRA Para o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, o ataque desta quarta-feira foi um "crime de guerra". "Esses terroristas continuam matando inocentes inclusive durante o mês sagrado do Ramadã", afirmou. Ao falar sobre os danos à embaixada alemã, o ministro Sigmar Gabriel declarou que "tais ataques não modificam nossa determinação de apoiar o governo afegão em seus esforços para estabilizar o país". A missão da Otan —aliança militar ocidental— no país elogiou a "vigilância e a coragem das forças de segurança afegãs que impediram o veículo" de avançar ainda mais na zona diplomática. "Estamos a favor da paz, mas os que nos matam durante o mês sagrado do Ramadã não merecem ser convocados para selar a paz, devem ser destruídos", disse Abdullah Abdullah, chefe do Executivo afegão. A Anistia Internacional também condenou um "horrível ato de violência deliberado, que demonstra que o conflito no Afeganistão não diminui, e sim aumenta perigosamente, de uma maneira que deveria alarmar a comunidade internacional". O ataque aconteceu em um contexto de incerteza para o Afeganistão. Em abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o lançamento de sua mais potente bomba não nuclear, a "mãe de todas as bombas", contra um esconderijo do Estado Islâmico em uma província a oeste de Cabul. O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, afirmou há alguns dias que 2017 será um ano difícil para o Exército afegão e para os soldados estrangeiros enviados ao Afeganistão. Com tropas no país desde 2001, o governo americano mantém no Afeganistão 8.400 soldados, somados a 5.000 militares de países aliados, com a missão de treinar e assessorar as Forças Armadas afegãs.
|
mundo
|
Atentado a bomba deixa ao menos 90 mortos em área diplomática de CabulA explosão de uma bomba escondida em um caminhão da rede de esgoto deixou ao menos 90 mortos e 400 feridos nesta quarta-feira (31) em Cabul, capital do Afeganistão. O ataque ocorreu na região conhecida como Wazir Akbar Khan, que concentra embaixadas internacionais e fica próxima ao palácio presidencial, em meio ao início do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Segundo um porta-voz do Ministério do Saúde, o número de vítimas divulgado é provisório e ainda pode subir —há muitas mulheres e crianças, que foram levadas a hospitais da cidade. A carga explosiva foi acionada em um caminhão-pipa às 8h30 locais (1h30 em Brasília), segundo o Ministério do Interior afegão, próximo à Embaixada da Alemanha. O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, afirmou que um guarda da embaixada foi morto e alguns trabalhadores do local ficaram feridos. Também foram atingidos os prédios das representações da França, Turquia, Paquistão, Japão, Emirados Árabes Unidos, Índia e Bulgária. Um motorista afegão da rede britânica BBC morreu no ataque e quatro jornalistas ficaram feridos. O motorista trabalhava há mais de quatro anos para o serviço afegão da BBC, era casado e tinha filhos, segundo nota divulgada pela rede. O comunicado não informa a nacionalidade dos jornalistas feridos. Nenhum grupo terrorista assumiu o atentado até este momento. O Estado Islâmico e o Taleban foram autores dos últimos ataques no país. O Taleban, que anunciou no fim de abril o início da "ofensiva de primavera", afirmou em uma rede social que não tem envolvimento com o atentado de Cabul, que condenam "com veemência". No passado, o grupo não reivindicou ataques com alto número de civis mortos. Cerca de 50 carros foram destruídos ou danificados pela explosão. Vidros de lojas, restaurantes e outros prédios foram quebrados em um raio de um quilômetro do centro da explosão. Atentado em Cabul, Afeganistão CRIME DE GUERRA Para o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, o ataque desta quarta-feira foi um "crime de guerra". "Esses terroristas continuam matando inocentes inclusive durante o mês sagrado do Ramadã", afirmou. Ao falar sobre os danos à embaixada alemã, o ministro Sigmar Gabriel declarou que "tais ataques não modificam nossa determinação de apoiar o governo afegão em seus esforços para estabilizar o país". A missão da Otan —aliança militar ocidental— no país elogiou a "vigilância e a coragem das forças de segurança afegãs que impediram o veículo" de avançar ainda mais na zona diplomática. "Estamos a favor da paz, mas os que nos matam durante o mês sagrado do Ramadã não merecem ser convocados para selar a paz, devem ser destruídos", disse Abdullah Abdullah, chefe do Executivo afegão. A Anistia Internacional também condenou um "horrível ato de violência deliberado, que demonstra que o conflito no Afeganistão não diminui, e sim aumenta perigosamente, de uma maneira que deveria alarmar a comunidade internacional". O ataque aconteceu em um contexto de incerteza para o Afeganistão. Em abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o lançamento de sua mais potente bomba não nuclear, a "mãe de todas as bombas", contra um esconderijo do Estado Islâmico em uma província a oeste de Cabul. O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, afirmou há alguns dias que 2017 será um ano difícil para o Exército afegão e para os soldados estrangeiros enviados ao Afeganistão. Com tropas no país desde 2001, o governo americano mantém no Afeganistão 8.400 soldados, somados a 5.000 militares de países aliados, com a missão de treinar e assessorar as Forças Armadas afegãs.
| 3 |
Mulheres sofrem ameaças de estupro ao defender feminismo na internet
|
Há dois anos, quando deu uma entrevista na TV, a escritora Nádia Lapa, 35, leu ofensas no Twitter como "quem teve coragem de comer essa mulher?". Ela considera que esses são "xingamentos até leves", mas que é "muito ruim quando são milhares de pessoas falando isso". Lapa criou em 2011 o blog Cem Homens, espaço em que relatava sua vida sexual com o pseudônimo Letícia F.. "Eu recebia propostas de sexo e fotos de pênis por e-mail. Nos comentários do blog, eu era chamada de 'depósito de DST' e desejavam que eu morresse", lembra. Nos Estados Unidos, um "troll" –como são chamados usuários anônimos mal-intencionados– criou um perfil falso no Twitter para ofender a escritora feminista Lindy West, que ganhou projeção na internet ao criticar piadas sobre estupro. O caso foi o estopim para o presidente-executivo do Twitter, Dick Costolo, admitir que a plataforma é péssima (em inglês, disse "we suck") em lidar com esse tipo de abuso. "Não é nenhum segredo, e o resto do mundo fala sobre isso todo dia", disse no começo do mês em um comunicado aos funcionários. Dolores Aronovich, 47, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), diz acreditar que o Twitter está se preocupando um pouco mais com a misoginia. Ela cita a parceria feita em novembro entre a empresa e a ONG Women, Action & Media para aprimorar a apuração das denúncias de assédio. Aronovich é autora do blog feminista Escreva, Lola, Escreva, com cerca de 200 mil acessos mensais. Desde 2011, recebe ameaças de estupro e morte vindas de homens. "Publicam meu endereço e meu telefone na internet e fotos da minha casa que eles tiram do Google", relata. Em dezembro, as ameaças ultrapassaram a fronteira da internet. Logo após publicar no Twitter que havia voltado de uma viagem, a professora recebeu ligações com ameaças de morte em sua casa. "Qualquer mulher que se destacar na internet vai ser ameaçada de estupro", diz. "Infelizmente, a internet reflete a misoginia que existe na sociedade." A jornalista Juliana de Faria, autora do blog Think Olga e idealizadora da campanha Chega de Fiu Fiu, sobre assédio às mulheres nas ruas, confirma a sentença. Ela diz ter recebido "pelo menos mil e-mails" de ameaças após a divulgação de uma pesquisa sobre o assunto. ELAS SOFREM MAIS Mulheres jovens são as que mais sofrem perseguição e assédio na internet, segundo pesquisa do instituto americano Pew Research Center publicada em outubro do ano passado. No estudo, 25% das mulheres entre 18 e 24 anos reportaram terem sido assediadas. Entre os homens, o número cai para 13%. "A internet é um lugar violento. Homens também sofrem, mas a mulher, muito mais", avalia Faria. A hostilidade à presença de mulheres em espaços virtuais não se limita a debates feministas. A servidora pública Lidiany Santos, 27, sofreu as consequências por escrever sobre temas considerados masculinos. Em 2010, ela criou o site Game of Thrones BR (sobre o seriado de aventura homônimo), que se tornou uma referência sobre o programa no país. Homens e mulheres colaboram para o site, porém Santos notou que os comentários nos textos de mulheres eram mais agressivos e incluíam xingamentos. "Já foram até o meu marido sugerir que ele me calasse", afirma Santos. Calá-la é o objetivo das ameaças, na visão da professora da UFC. "Vou continuar combatendo essa gente, e por meio dessa atitude empoderar outras mulheres que ficam com medo, porque [passar por] isso é muito comum."
|
tec
|
Mulheres sofrem ameaças de estupro ao defender feminismo na internetHá dois anos, quando deu uma entrevista na TV, a escritora Nádia Lapa, 35, leu ofensas no Twitter como "quem teve coragem de comer essa mulher?". Ela considera que esses são "xingamentos até leves", mas que é "muito ruim quando são milhares de pessoas falando isso". Lapa criou em 2011 o blog Cem Homens, espaço em que relatava sua vida sexual com o pseudônimo Letícia F.. "Eu recebia propostas de sexo e fotos de pênis por e-mail. Nos comentários do blog, eu era chamada de 'depósito de DST' e desejavam que eu morresse", lembra. Nos Estados Unidos, um "troll" –como são chamados usuários anônimos mal-intencionados– criou um perfil falso no Twitter para ofender a escritora feminista Lindy West, que ganhou projeção na internet ao criticar piadas sobre estupro. O caso foi o estopim para o presidente-executivo do Twitter, Dick Costolo, admitir que a plataforma é péssima (em inglês, disse "we suck") em lidar com esse tipo de abuso. "Não é nenhum segredo, e o resto do mundo fala sobre isso todo dia", disse no começo do mês em um comunicado aos funcionários. Dolores Aronovich, 47, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), diz acreditar que o Twitter está se preocupando um pouco mais com a misoginia. Ela cita a parceria feita em novembro entre a empresa e a ONG Women, Action & Media para aprimorar a apuração das denúncias de assédio. Aronovich é autora do blog feminista Escreva, Lola, Escreva, com cerca de 200 mil acessos mensais. Desde 2011, recebe ameaças de estupro e morte vindas de homens. "Publicam meu endereço e meu telefone na internet e fotos da minha casa que eles tiram do Google", relata. Em dezembro, as ameaças ultrapassaram a fronteira da internet. Logo após publicar no Twitter que havia voltado de uma viagem, a professora recebeu ligações com ameaças de morte em sua casa. "Qualquer mulher que se destacar na internet vai ser ameaçada de estupro", diz. "Infelizmente, a internet reflete a misoginia que existe na sociedade." A jornalista Juliana de Faria, autora do blog Think Olga e idealizadora da campanha Chega de Fiu Fiu, sobre assédio às mulheres nas ruas, confirma a sentença. Ela diz ter recebido "pelo menos mil e-mails" de ameaças após a divulgação de uma pesquisa sobre o assunto. ELAS SOFREM MAIS Mulheres jovens são as que mais sofrem perseguição e assédio na internet, segundo pesquisa do instituto americano Pew Research Center publicada em outubro do ano passado. No estudo, 25% das mulheres entre 18 e 24 anos reportaram terem sido assediadas. Entre os homens, o número cai para 13%. "A internet é um lugar violento. Homens também sofrem, mas a mulher, muito mais", avalia Faria. A hostilidade à presença de mulheres em espaços virtuais não se limita a debates feministas. A servidora pública Lidiany Santos, 27, sofreu as consequências por escrever sobre temas considerados masculinos. Em 2010, ela criou o site Game of Thrones BR (sobre o seriado de aventura homônimo), que se tornou uma referência sobre o programa no país. Homens e mulheres colaboram para o site, porém Santos notou que os comentários nos textos de mulheres eram mais agressivos e incluíam xingamentos. "Já foram até o meu marido sugerir que ele me calasse", afirma Santos. Calá-la é o objetivo das ameaças, na visão da professora da UFC. "Vou continuar combatendo essa gente, e por meio dessa atitude empoderar outras mulheres que ficam com medo, porque [passar por] isso é muito comum."
| 5 |
Expansão de vagas de trabalho nos EUA mantém expectativa sobre juros
|
A criação de postos de trabalho nos Estados Unidos, em novembro, perdeu velocidade, mas não a ponto de frustrar expectativas de elevação dos juros ainda neste mês. O país gerou 211 mil vagas em novembro e manteve o desemprego em 5%, taxa considerada suficiente por economistas para uma taxa básica de juros superior à praticada desde a crise de 2008, próxima de zero. A menos de duas semanas da última reunião do Federal Reserve (banco central americano) do ano, o indicador, divulgado pelo governo, traz ainda revisões para cima da criação de postos em setembro (145 mil) e outubro (298 mil). CRIAÇÃO DE VAGAS DE EMPREGO NOS EUA - Em mil Com isso, a média mensal de abertura de vagas dos últimos três meses passa a ser de 218 mil. A dos últimos 12 meses, de 237 mil. A revisão de outubro amplia a expectativa de aumentos dos juros, com uma expansão vigorosa. Em novembro, os setores de construção (mais 46 mil postos), serviços profissionais e técnicos (mais 28 mil) e saúde (mais 24 mil) puxaram os ganhos. Mineração (menos 11 mil) e a indústria da informação (menos 12 mil) subtraíram vagas. Em novembro, o trabalhador médio passou a ganhar US$ 0,04 a mais por hora, no total de US$ 25,25. No mês anterior, o ganho havia sido de US$ 0,09. Desemprego nos EUA - Em % JUROS O Fed examina a pressão inflacionária e a expansão do mercado de trabalho em suas decisões sobre política monetária. A meta do banco central é uma inflação de 2% ao ano, indicador que hoje está praticamente zerado. A presidente do Fed, Janet Yellen, deu sinais, nesta semana, de que a elevação não deve ser adiada indefinidamente, para impedir a economia americana de se aquecer em excesso. Se isso acontecesse, argumentou Yellen na quarta-feira (2), "nós provavelmente acabaríamos sendo forçados a apertar a política monetária abruptamente. Isso poderia perturbar mercados financeiros e até levar a economia, inadvertidamente, à recessão". Muitos economistas apostam em um aumento de 0,25 ponto percentual no encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) nos dias 15 e 16 deste mês. A criação de vagas em novembro será revisada em janeiro.
|
mercado
|
Expansão de vagas de trabalho nos EUA mantém expectativa sobre jurosA criação de postos de trabalho nos Estados Unidos, em novembro, perdeu velocidade, mas não a ponto de frustrar expectativas de elevação dos juros ainda neste mês. O país gerou 211 mil vagas em novembro e manteve o desemprego em 5%, taxa considerada suficiente por economistas para uma taxa básica de juros superior à praticada desde a crise de 2008, próxima de zero. A menos de duas semanas da última reunião do Federal Reserve (banco central americano) do ano, o indicador, divulgado pelo governo, traz ainda revisões para cima da criação de postos em setembro (145 mil) e outubro (298 mil). CRIAÇÃO DE VAGAS DE EMPREGO NOS EUA - Em mil Com isso, a média mensal de abertura de vagas dos últimos três meses passa a ser de 218 mil. A dos últimos 12 meses, de 237 mil. A revisão de outubro amplia a expectativa de aumentos dos juros, com uma expansão vigorosa. Em novembro, os setores de construção (mais 46 mil postos), serviços profissionais e técnicos (mais 28 mil) e saúde (mais 24 mil) puxaram os ganhos. Mineração (menos 11 mil) e a indústria da informação (menos 12 mil) subtraíram vagas. Em novembro, o trabalhador médio passou a ganhar US$ 0,04 a mais por hora, no total de US$ 25,25. No mês anterior, o ganho havia sido de US$ 0,09. Desemprego nos EUA - Em % JUROS O Fed examina a pressão inflacionária e a expansão do mercado de trabalho em suas decisões sobre política monetária. A meta do banco central é uma inflação de 2% ao ano, indicador que hoje está praticamente zerado. A presidente do Fed, Janet Yellen, deu sinais, nesta semana, de que a elevação não deve ser adiada indefinidamente, para impedir a economia americana de se aquecer em excesso. Se isso acontecesse, argumentou Yellen na quarta-feira (2), "nós provavelmente acabaríamos sendo forçados a apertar a política monetária abruptamente. Isso poderia perturbar mercados financeiros e até levar a economia, inadvertidamente, à recessão". Muitos economistas apostam em um aumento de 0,25 ponto percentual no encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) nos dias 15 e 16 deste mês. A criação de vagas em novembro será revisada em janeiro.
| 2 |
Líder de grupo citado por atirador de Charleston doou para republicanos
|
O líder de um grupo supremacista branco dos Estados Unidos que supostamente tem vínculos com a radicalização de Dylann Roof, acusado de cometer de um massacre na semana passada em uma igreja frequentada por negros em Charleston (Carolina do Sul), doou dezenas de milhares de dólares para campanhas de candidatos republicanos, incluindo presidenciáveis, revelou o jornal britânico "The Guardian" nesta segunda-feira (22). Earl Holt, presidente do Conselho de Cidadãos Conservadores (CdeCC), fez doações nos últimos anos no valor total de US$ 65 mil (cerca de R$ 200 mil) para fundos de campanha republicanos. Dentre os beneficiários, estão os pré-candidatos na disputa pela Casa Branca em 2016 Ted Cruz, Rand Paul e Rick Santorum. Um porta-voz da campanha de Ted Cruz afirmou ao jornal americano "New York Times" que os US$ 8.500 (R$26 mil) recebidos de Holt seriam "devolvidos imediatamente". As outras campanhas não se pronunciaram sobre o assunto. MANIFESTO Um manifesto atribuído a Roof aponta que a sua radicalização teria ocorrido após a leitura de textos disponíveis no website do CdeCC sobre crimes violentos cometidos por negros contra brancos. "Neste momento [ao ler textos do CdeCC] eu percebi que algo estava muito errado", diz o manifesto. Roof, 21, foi detido sob acusações de matar nove pessoas na Igreja Metodista Emanuel em Charleston na quarta-feira (17). Segundo testemunhas, ele teria dito, antes de abrir fogo, que queria "matar pessoas negras". Em um comunicado publicado neste domingo (21) em seu nome, Holt afirma que não se surpreendeu ao saber que Roof teria se informado sobre crimes violentos cometidos por negros contra brancos por meio de textos disponíveis no website do CdeCC. Holt considera a página como uma das poucas no mundo que "registra com precisão e honestidade" esse tipo de crime. No entanto, ele nega que o CdeCC seja responsável pelas "ações individuais" de Roof e diz que o grupo nunca promoveu atividades ilegais. Diversos comentários racistas foram publicados na internet sob o nome de Earl Holt. Em um deles, é dito que os negros são "a raça mais preguiçosa, estúpida e suscetível a cometer crimes na história do mundo".
|
mundo
|
Líder de grupo citado por atirador de Charleston doou para republicanosO líder de um grupo supremacista branco dos Estados Unidos que supostamente tem vínculos com a radicalização de Dylann Roof, acusado de cometer de um massacre na semana passada em uma igreja frequentada por negros em Charleston (Carolina do Sul), doou dezenas de milhares de dólares para campanhas de candidatos republicanos, incluindo presidenciáveis, revelou o jornal britânico "The Guardian" nesta segunda-feira (22). Earl Holt, presidente do Conselho de Cidadãos Conservadores (CdeCC), fez doações nos últimos anos no valor total de US$ 65 mil (cerca de R$ 200 mil) para fundos de campanha republicanos. Dentre os beneficiários, estão os pré-candidatos na disputa pela Casa Branca em 2016 Ted Cruz, Rand Paul e Rick Santorum. Um porta-voz da campanha de Ted Cruz afirmou ao jornal americano "New York Times" que os US$ 8.500 (R$26 mil) recebidos de Holt seriam "devolvidos imediatamente". As outras campanhas não se pronunciaram sobre o assunto. MANIFESTO Um manifesto atribuído a Roof aponta que a sua radicalização teria ocorrido após a leitura de textos disponíveis no website do CdeCC sobre crimes violentos cometidos por negros contra brancos. "Neste momento [ao ler textos do CdeCC] eu percebi que algo estava muito errado", diz o manifesto. Roof, 21, foi detido sob acusações de matar nove pessoas na Igreja Metodista Emanuel em Charleston na quarta-feira (17). Segundo testemunhas, ele teria dito, antes de abrir fogo, que queria "matar pessoas negras". Em um comunicado publicado neste domingo (21) em seu nome, Holt afirma que não se surpreendeu ao saber que Roof teria se informado sobre crimes violentos cometidos por negros contra brancos por meio de textos disponíveis no website do CdeCC. Holt considera a página como uma das poucas no mundo que "registra com precisão e honestidade" esse tipo de crime. No entanto, ele nega que o CdeCC seja responsável pelas "ações individuais" de Roof e diz que o grupo nunca promoveu atividades ilegais. Diversos comentários racistas foram publicados na internet sob o nome de Earl Holt. Em um deles, é dito que os negros são "a raça mais preguiçosa, estúpida e suscetível a cometer crimes na história do mundo".
| 3 |
Ingressos encalham e Copa das Confederações não empolga russos
|
Teste para o Mundial de 2018, a Copa das Confederações serve como termômetro para a Fifa. Enquanto comemora a situação dos estádios prontos a um mês da abertura, a entidade vê uma realidade fria e de quase indiferença dos russos em relação ao torneio que terá, além da seleção nacional, a campeã mundial Alemanha e Portugal, com Cristiano Ronaldo. São dois os grandes problemas: a baixa procura por ingressos e a falta de acordo com emissoras locais para transmissão das partidas. Se a competição começasse agora, não haveria difusão em televisão para a maioria dos 144,4 milhões de habitantes do país. Nem em locais públicos isso será possível, uma vez que na Copa das Confederações não haverá as tradicionais Fan Fests. O desencontro com as televisões afeta também transmissões por telefones celulares e pela internet. De acordo com a empresa Telesport, especializada na aquisição de direitos e que fez proposta conjunta das emissoras estatais Canal 1, VGTRK e Match TV, o valor cobrado pela Fifa é exorbitante. Peter Makarenko, chefe da empresa, disse que os direitos conjuntos para exibição da Copa das Confederações e da Copa custam US$ 120 milhões (R$ 374,5 milhões). Trata-se de um valor quase quatro vezes maior do que o pago há quatro anos para os eventos no Brasil. À época, foram cobrados US$ 32 milhões (R$ 100 milhões). "As negociações estão em andamento e atualizações serão dadas no tempo correto. Não temos mais comentários sobre o tema", afirmou um porta-voz da Fifa à Folha. Ao redor do mundo, a transmissão seja por telefone ou internet já está garantida em 134 territórios. No Brasil, a competição será exibida pela Globo, Band e SporTV. ENCALHE No total, foram disponibilizados 696 mil tíquetes para a Copa das Confederações, mas até a última atualização oficial, em 3 de maio, só 300 mil haviam sido vendidos. A Fifa afirmou à Folha que o número tem crescido, já que os postos de venda fixa já foram abertos nas quatro sedes (Kazan, Moscou, São Petersburgo e Sochi) e a venda via internet não exige mais fila de espera. Porém, novos números não foram fornecidos. Das 16 partidas do campeonato, a única para a qual já não é possível comprar ingresso é Rússia x Portugal, em 21 de junho, em Moscou. Para as outras 15 sobram entradas em todos os setores. Nem mesmo a abertura (Rússia x Nova Zelândia, em São Petersburgo) tem lotação máxima, bem como a final, que ocorrerá na mesma arena. Há quatro anos, no Brasil, o jogo de abertura entre a seleção e o Japão se esgotou em fevereiro. Os demais jogos do time nacional se esgotaram antes do início do evento. O preço pode ser uma explicação. À exceção da categoria 4, voltada a residentes russos e cujas entradas precisam ser pagas em rublos a um valor de 960 (R$ 53), na fase de grupos as demais categorias não saem por menos de US$ 70 (R$ 218). "Queria ver Rússia x Portugal, mas me informaram que está esgotado. Estou pensando em ver Camarões x Chile aqui em Moscou, mas os ingressos estão muito caros. Deveriam ser mais baratos", disse o malaio Shurgan Surish, estudante de medicina. Ele e o russo Venceslav Kostov foram duas pessoas das apenas oito que entraram no centro de venda de tíquetes de Moscou nos 40 minutos em que a reportagem esteve presente ao local. A divulgação também não é grande até o momento. Nos principais pontos turísticos, nos trens do metrô e nas vias de Moscou não há propagandas da competição. Nas proximidades da Praça Vermelha, um modesto relógio marca apenas o tempo que falta até a Copa do Mundo. Não há qualquer menção ao torneio que se aproxima. A maior ação promocional tem ocorrido aos fins de semanas, com a montagem de um parque temático em cada uma das quatro cidades-sede, com a presença de ex-campeões da Copa das Confederações e do troféu oficial da competição. COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2017 - Cidades-sedes TESTE Os quatro estádios que serão usados na Copa das Confederações já foram inaugurados e testados. O último a abrir as portas foi o de São Petersburgo, em 23 de abril. A ressalva foi o gramado, que estava longe das condições ideais para um jogo. Ele só será usado novamente na Copa das Confederações. A arena foi a que mais tempo levou para ser concluída. Foram dez anos entre o início, em 2007, e o fim das obras, em 2017. O estádio de Moscou (Arena Otkritie), inaugurado em 2014, tem recebido os jogos do Spartak Moscou, que na semana passada foi campeão russo. A última partida no local antes da Copa das Confederações será realizada nesta quarta (17), entre o Spartak e o Terek Grozny. Em Sochi, o estádio projetado para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 foi usado em 28 de março no empate em 3 a 3 entre Rússia e Bélgica, que serviu oficialmente como teste para os organizadores. Foi usado também na final da Copa da Rússia em 2 de maio, que terminou com triunfo do Lokomotiv por 2 a 0 sobre o Ural. Apenas 24.500 pessoas estiveram presentes na arena para 47.659 espectadores. Já o estádio de Kazan foi aberta para a Universíade de 2013 e é casa do Rubin Kazan, time da cidade que disputa a primeira divisão. Assim como no Brasil, o estádio da abertura da Copa do Mundo não será usado na Copa das Confederações. Em 2013, o Itaquerão estava longe de estar concluído. Em Moscou, o Estádio Luzhniki passa por grande renovação para se adaptar às exigências da Fifa, a exemplo do que houve no Maracanã. A taça já passou por Moscou, Kazan e Sochi. No próximo final de semana estará em São Petersburgo, palco da abertura e da decisão.
|
esporte
|
Ingressos encalham e Copa das Confederações não empolga russosTeste para o Mundial de 2018, a Copa das Confederações serve como termômetro para a Fifa. Enquanto comemora a situação dos estádios prontos a um mês da abertura, a entidade vê uma realidade fria e de quase indiferença dos russos em relação ao torneio que terá, além da seleção nacional, a campeã mundial Alemanha e Portugal, com Cristiano Ronaldo. São dois os grandes problemas: a baixa procura por ingressos e a falta de acordo com emissoras locais para transmissão das partidas. Se a competição começasse agora, não haveria difusão em televisão para a maioria dos 144,4 milhões de habitantes do país. Nem em locais públicos isso será possível, uma vez que na Copa das Confederações não haverá as tradicionais Fan Fests. O desencontro com as televisões afeta também transmissões por telefones celulares e pela internet. De acordo com a empresa Telesport, especializada na aquisição de direitos e que fez proposta conjunta das emissoras estatais Canal 1, VGTRK e Match TV, o valor cobrado pela Fifa é exorbitante. Peter Makarenko, chefe da empresa, disse que os direitos conjuntos para exibição da Copa das Confederações e da Copa custam US$ 120 milhões (R$ 374,5 milhões). Trata-se de um valor quase quatro vezes maior do que o pago há quatro anos para os eventos no Brasil. À época, foram cobrados US$ 32 milhões (R$ 100 milhões). "As negociações estão em andamento e atualizações serão dadas no tempo correto. Não temos mais comentários sobre o tema", afirmou um porta-voz da Fifa à Folha. Ao redor do mundo, a transmissão seja por telefone ou internet já está garantida em 134 territórios. No Brasil, a competição será exibida pela Globo, Band e SporTV. ENCALHE No total, foram disponibilizados 696 mil tíquetes para a Copa das Confederações, mas até a última atualização oficial, em 3 de maio, só 300 mil haviam sido vendidos. A Fifa afirmou à Folha que o número tem crescido, já que os postos de venda fixa já foram abertos nas quatro sedes (Kazan, Moscou, São Petersburgo e Sochi) e a venda via internet não exige mais fila de espera. Porém, novos números não foram fornecidos. Das 16 partidas do campeonato, a única para a qual já não é possível comprar ingresso é Rússia x Portugal, em 21 de junho, em Moscou. Para as outras 15 sobram entradas em todos os setores. Nem mesmo a abertura (Rússia x Nova Zelândia, em São Petersburgo) tem lotação máxima, bem como a final, que ocorrerá na mesma arena. Há quatro anos, no Brasil, o jogo de abertura entre a seleção e o Japão se esgotou em fevereiro. Os demais jogos do time nacional se esgotaram antes do início do evento. O preço pode ser uma explicação. À exceção da categoria 4, voltada a residentes russos e cujas entradas precisam ser pagas em rublos a um valor de 960 (R$ 53), na fase de grupos as demais categorias não saem por menos de US$ 70 (R$ 218). "Queria ver Rússia x Portugal, mas me informaram que está esgotado. Estou pensando em ver Camarões x Chile aqui em Moscou, mas os ingressos estão muito caros. Deveriam ser mais baratos", disse o malaio Shurgan Surish, estudante de medicina. Ele e o russo Venceslav Kostov foram duas pessoas das apenas oito que entraram no centro de venda de tíquetes de Moscou nos 40 minutos em que a reportagem esteve presente ao local. A divulgação também não é grande até o momento. Nos principais pontos turísticos, nos trens do metrô e nas vias de Moscou não há propagandas da competição. Nas proximidades da Praça Vermelha, um modesto relógio marca apenas o tempo que falta até a Copa do Mundo. Não há qualquer menção ao torneio que se aproxima. A maior ação promocional tem ocorrido aos fins de semanas, com a montagem de um parque temático em cada uma das quatro cidades-sede, com a presença de ex-campeões da Copa das Confederações e do troféu oficial da competição. COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2017 - Cidades-sedes TESTE Os quatro estádios que serão usados na Copa das Confederações já foram inaugurados e testados. O último a abrir as portas foi o de São Petersburgo, em 23 de abril. A ressalva foi o gramado, que estava longe das condições ideais para um jogo. Ele só será usado novamente na Copa das Confederações. A arena foi a que mais tempo levou para ser concluída. Foram dez anos entre o início, em 2007, e o fim das obras, em 2017. O estádio de Moscou (Arena Otkritie), inaugurado em 2014, tem recebido os jogos do Spartak Moscou, que na semana passada foi campeão russo. A última partida no local antes da Copa das Confederações será realizada nesta quarta (17), entre o Spartak e o Terek Grozny. Em Sochi, o estádio projetado para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 foi usado em 28 de março no empate em 3 a 3 entre Rússia e Bélgica, que serviu oficialmente como teste para os organizadores. Foi usado também na final da Copa da Rússia em 2 de maio, que terminou com triunfo do Lokomotiv por 2 a 0 sobre o Ural. Apenas 24.500 pessoas estiveram presentes na arena para 47.659 espectadores. Já o estádio de Kazan foi aberta para a Universíade de 2013 e é casa do Rubin Kazan, time da cidade que disputa a primeira divisão. Assim como no Brasil, o estádio da abertura da Copa do Mundo não será usado na Copa das Confederações. Em 2013, o Itaquerão estava longe de estar concluído. Em Moscou, o Estádio Luzhniki passa por grande renovação para se adaptar às exigências da Fifa, a exemplo do que houve no Maracanã. A taça já passou por Moscou, Kazan e Sochi. No próximo final de semana estará em São Petersburgo, palco da abertura e da decisão.
| 4 |
Veja as mortes e missas publicadas nesta sexta-feira
|
MORTES Estela Maria Nunes - Aos 59, solteira. Deixa irmãs, sobrinhos e amigos. Cemitério do Campo Grande. Jair Ribeiro - Aos 81, casado com Vera Maria Joazeiro Ribeiro. Deixa os filhos Luiz, Rogerio, Nicola, Leandro e Renato. Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Joracy Fichman Jampolsky - Aos 73, casada com Saul Jampolsky. Deixa os filhos, Luiz, Rejane, Beatriz e Fabiane, as irmãs Esther e Anilda, e netos. Cemitério Israelita do Butantã. Moritz Moise - Aos 86, casado com Rebeca Sapira. Deixa a filha, Felicia, e netos. Cemitério Israelita do Butantã. Persio Osorio Nogueira - Aos 82. Deixa a mulher, Maribel Rios Sion. Cemitério São Paulo. * 7º DIA Ian Clement Levy - Hoje (13/3), às 19h, na igreja Nossa Senhora Mãe do Salvador (Cruz Torta), av. Professor Frederico Hermann Jr, 105, Alto de Pinheiros. Irmã Maria Luiza de Medeiros - Amanhã (14/3), às 17h, na igreja São João de Brito, rua Nebraska, 868, Brooklyn. * 30º DIA Luiz Antonio de Souza Aranha - Amanhã (14/3), às 17h30, na capela Estigmatinos Nova, r. Conde Afonso Celso, 1.282, Sumaré, Ribeirão Preto (SP). Maria Helena Gregori - Hoje (13/2), às 11h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa.
|
cotidiano
|
Veja as mortes e missas publicadas nesta sexta-feiraMORTES Estela Maria Nunes - Aos 59, solteira. Deixa irmãs, sobrinhos e amigos. Cemitério do Campo Grande. Jair Ribeiro - Aos 81, casado com Vera Maria Joazeiro Ribeiro. Deixa os filhos Luiz, Rogerio, Nicola, Leandro e Renato. Cemitério Municipal de Bebedouro (SP). Joracy Fichman Jampolsky - Aos 73, casada com Saul Jampolsky. Deixa os filhos, Luiz, Rejane, Beatriz e Fabiane, as irmãs Esther e Anilda, e netos. Cemitério Israelita do Butantã. Moritz Moise - Aos 86, casado com Rebeca Sapira. Deixa a filha, Felicia, e netos. Cemitério Israelita do Butantã. Persio Osorio Nogueira - Aos 82. Deixa a mulher, Maribel Rios Sion. Cemitério São Paulo. * 7º DIA Ian Clement Levy - Hoje (13/3), às 19h, na igreja Nossa Senhora Mãe do Salvador (Cruz Torta), av. Professor Frederico Hermann Jr, 105, Alto de Pinheiros. Irmã Maria Luiza de Medeiros - Amanhã (14/3), às 17h, na igreja São João de Brito, rua Nebraska, 868, Brooklyn. * 30º DIA Luiz Antonio de Souza Aranha - Amanhã (14/3), às 17h30, na capela Estigmatinos Nova, r. Conde Afonso Celso, 1.282, Sumaré, Ribeirão Preto (SP). Maria Helena Gregori - Hoje (13/2), às 11h, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa.
| 6 |
BC americano mantém juros e diz que riscos à perspectiva diminuíram
|
O Federal Reserve, banco central norte-americano, deixou os juros inalterados nesta quarta-feira (27) mas disse que os riscos de curto prazo à perspectiva econômica dos Estados Unidos diminuíram, abrindo a porta para retomar o aperto monetário neste ano. O Fed informou que a economia cresceu em ritmo moderado e os ganhos no emprego foram fortes em junho. Além disso, os gastos das famílias também vinham "crescendo fortemente" e destacou um aumento da utilização da força do trabalho. Embora autoridades do Fed tenham dito que continuam a monitorar de perto os dados de inflação e os acontecimentos econômicos e financeiros globais, indicaram menos preocupação com possíveis choques que possam tirar a economia norte-americana dos trilhos. "Os riscos de curto prazo à perspectiva econômica têm diminuído", disse o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em comunicado após dois dias de reuniões, em que optou por manter a taxa básica de juros em uma faixa entre 0,25% e 0,50%. Evolução da taxa de juros dos EUA, em % - O Fomc ressaltou, porém, que as expectativas de inflação ficaram, no geral, pouco inalteradas em relação aos meses anteriores. O Fed tem mantido os juros desde dezembro, quando elevou-os pela primeira vez em quase uma década e sinalizou planejar mais quatro aumentos em 2016. Essa perspectiva foi reduzida para dois aumentos neste ano após autoridades do Fed divulgarem novas projeções, nas quais também reduziram suas estimativas de crescimento no longo prazo para a economia dos EUA. Apesar da forte recuperação do crescimento do emprego no mês passado, com a economia perto do pleno emprego, a maioria dos membros do Fomc pediu cautela ao aumentar os juros até que houvesse progresso concreto em elevar a inflação na direção da meta de 2% do Fed. A medida de inflação preferida pelo Fed está atualmente em 1,6% e tem permanecido abaixo do objetivo há mais de quatro anos. A desaceleração econômica global, a volatilidade nos mercados financeiros e a incerteza sobre o impacto do referendo em junho que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia forçaram repetidamente o Fed a postergar outro aumento de juros. Mas o impacto inicial do referendo sobre a economia dos EUA foi pequeno. Uma série de dados econômicos melhores que o esperado, além do afrouxamento das condições financeiras, também acalmaram os ânimos. Há ainda mais três reuniões do Fed neste ano –em setembro, novembro e dezembro. Uma alta de juros em novembro é vista como improvável porque o encontro ocorrerá uma semana antes das eleições presidenciais. A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, foi a única dissidente na reunião desta semana. Ela foi a favor de elevar os juros em três das últimas quatro reuniões. O que é FED
|
mercado
|
BC americano mantém juros e diz que riscos à perspectiva diminuíramO Federal Reserve, banco central norte-americano, deixou os juros inalterados nesta quarta-feira (27) mas disse que os riscos de curto prazo à perspectiva econômica dos Estados Unidos diminuíram, abrindo a porta para retomar o aperto monetário neste ano. O Fed informou que a economia cresceu em ritmo moderado e os ganhos no emprego foram fortes em junho. Além disso, os gastos das famílias também vinham "crescendo fortemente" e destacou um aumento da utilização da força do trabalho. Embora autoridades do Fed tenham dito que continuam a monitorar de perto os dados de inflação e os acontecimentos econômicos e financeiros globais, indicaram menos preocupação com possíveis choques que possam tirar a economia norte-americana dos trilhos. "Os riscos de curto prazo à perspectiva econômica têm diminuído", disse o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em comunicado após dois dias de reuniões, em que optou por manter a taxa básica de juros em uma faixa entre 0,25% e 0,50%. Evolução da taxa de juros dos EUA, em % - O Fomc ressaltou, porém, que as expectativas de inflação ficaram, no geral, pouco inalteradas em relação aos meses anteriores. O Fed tem mantido os juros desde dezembro, quando elevou-os pela primeira vez em quase uma década e sinalizou planejar mais quatro aumentos em 2016. Essa perspectiva foi reduzida para dois aumentos neste ano após autoridades do Fed divulgarem novas projeções, nas quais também reduziram suas estimativas de crescimento no longo prazo para a economia dos EUA. Apesar da forte recuperação do crescimento do emprego no mês passado, com a economia perto do pleno emprego, a maioria dos membros do Fomc pediu cautela ao aumentar os juros até que houvesse progresso concreto em elevar a inflação na direção da meta de 2% do Fed. A medida de inflação preferida pelo Fed está atualmente em 1,6% e tem permanecido abaixo do objetivo há mais de quatro anos. A desaceleração econômica global, a volatilidade nos mercados financeiros e a incerteza sobre o impacto do referendo em junho que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia forçaram repetidamente o Fed a postergar outro aumento de juros. Mas o impacto inicial do referendo sobre a economia dos EUA foi pequeno. Uma série de dados econômicos melhores que o esperado, além do afrouxamento das condições financeiras, também acalmaram os ânimos. Há ainda mais três reuniões do Fed neste ano –em setembro, novembro e dezembro. Uma alta de juros em novembro é vista como improvável porque o encontro ocorrerá uma semana antes das eleições presidenciais. A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, foi a única dissidente na reunião desta semana. Ela foi a favor de elevar os juros em três das últimas quatro reuniões. O que é FED
| 2 |
Colômbia pede que Venezuela reabra sua fronteira com o país
|
O governo da Colômbia pediu nesta terça-feira (25) cooperação à Venezuela para que possa ser reaberta a fronteira entre os dois países, fechada há uma semana por ordem do presidente Nicolás Maduro. Tomada depois que paramilitares mataram três soldados, a decisão do mandatário chavista foi seguida por um estado de exceção que levou à deportação de 1.113 colombianos em cinco dias. Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e do Interior colombianos pediram que a crise fronteiriça não seja usada politicamente em ambos os países. A declaração foi uma resposta à retórica inflamada do mandatário chavista e do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que rompeu com seu sucessor, Juan Manuel Santos, e a quem Maduro acusa de comandar os paramilitares que atacaram os soldados na fronteira. "A agressividade nos dois lados da fronteira não ajuda em nada a resolver a situação, assim como tampouco entendemos quem pretende tirar proveito da lamentável situação de nossos compatriotas", diz o comunicado. Na segunda (24), Maduro disse que a Venezuela é vítima do "modelo capitalista paramilitar de extrema direita colombiana" que, de acordo com ele, é chefiado por Uribe. "A fronteira vai ficar fechada até que se restabeleça um mínimo de convivência, de respeito à legalidade, à vida e à economia." Uribe rebateu Maduro e comparou a deportação ao Holocausto. "Assim como Hitler difundiu o ódio contra os judeus, a ditadura castro-chavista da Venezuela se dedica a destilar o ódio contra o povo colombiano." A troca de acusações acontece meses antes de eleições nos dois países. Em dezembro, Maduro tentará manter sua maioria no Parlamento, apesar da grave crise econômica e de desabastecimento. Dois meses antes, será a vez de Uribe medir forças com o Santos, seu ex-aliado, nos pleitos para os governos de departamentos (Estados) e prefeituras da Colômbia. A discussão entre Maduro e Uribe acontece horas antes da primeira rodada de negociações entre as chanceleres colombiana, María Ángela Holguín, e venezuelana, Delcy Rodríguez. As duas se reúnem em Cartagena (Colômbia) na tarde desta quarta. DEPORTADOS Enquanto os ânimos políticos dos dois lados da fronteira se acirram, dezenas de colombianos deportados nos últimos dias tentaram nesta terça (25) recuperar parte de seus pertences atravessando ilegalmente o rio Táchira, que divide os dois países. . Devido ao estado de exceção, as famílias colombianas foram retiradas à força por soldados da Guarda Nacional Bolivariana de favelas de San Antonio del Táchira. Devido ao temor de que seus objetos fossem destruídos ou recolhidos pelos soldados, dezenas de pessoas aproveitam a maré baixa e cruzaram o curso d'água com móveis e eletrodomésticos. Em entrevista à imprensa colombiana, os deportados dizem que os soldados invadiram suas casas de forma truculenta e destruíram os barracos onde moravam. Para fazer frente às deportações, a Colômbia construiu abrigos em Cúcuta para abrigar os deportados. No total, 864 adultos e 249 crianças receberam assistência. Os últimos 42 entraram nesta terça pela fronteira em Paraguachón, a 521 km de Cúcuta. A Defensoria Pública do país também investiga o caso de 34 crianças venezuelanas que foram separadas de seus pais colombianos.
|
mundo
|
Colômbia pede que Venezuela reabra sua fronteira com o paísO governo da Colômbia pediu nesta terça-feira (25) cooperação à Venezuela para que possa ser reaberta a fronteira entre os dois países, fechada há uma semana por ordem do presidente Nicolás Maduro. Tomada depois que paramilitares mataram três soldados, a decisão do mandatário chavista foi seguida por um estado de exceção que levou à deportação de 1.113 colombianos em cinco dias. Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e do Interior colombianos pediram que a crise fronteiriça não seja usada politicamente em ambos os países. A declaração foi uma resposta à retórica inflamada do mandatário chavista e do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que rompeu com seu sucessor, Juan Manuel Santos, e a quem Maduro acusa de comandar os paramilitares que atacaram os soldados na fronteira. "A agressividade nos dois lados da fronteira não ajuda em nada a resolver a situação, assim como tampouco entendemos quem pretende tirar proveito da lamentável situação de nossos compatriotas", diz o comunicado. Na segunda (24), Maduro disse que a Venezuela é vítima do "modelo capitalista paramilitar de extrema direita colombiana" que, de acordo com ele, é chefiado por Uribe. "A fronteira vai ficar fechada até que se restabeleça um mínimo de convivência, de respeito à legalidade, à vida e à economia." Uribe rebateu Maduro e comparou a deportação ao Holocausto. "Assim como Hitler difundiu o ódio contra os judeus, a ditadura castro-chavista da Venezuela se dedica a destilar o ódio contra o povo colombiano." A troca de acusações acontece meses antes de eleições nos dois países. Em dezembro, Maduro tentará manter sua maioria no Parlamento, apesar da grave crise econômica e de desabastecimento. Dois meses antes, será a vez de Uribe medir forças com o Santos, seu ex-aliado, nos pleitos para os governos de departamentos (Estados) e prefeituras da Colômbia. A discussão entre Maduro e Uribe acontece horas antes da primeira rodada de negociações entre as chanceleres colombiana, María Ángela Holguín, e venezuelana, Delcy Rodríguez. As duas se reúnem em Cartagena (Colômbia) na tarde desta quarta. DEPORTADOS Enquanto os ânimos políticos dos dois lados da fronteira se acirram, dezenas de colombianos deportados nos últimos dias tentaram nesta terça (25) recuperar parte de seus pertences atravessando ilegalmente o rio Táchira, que divide os dois países. . Devido ao estado de exceção, as famílias colombianas foram retiradas à força por soldados da Guarda Nacional Bolivariana de favelas de San Antonio del Táchira. Devido ao temor de que seus objetos fossem destruídos ou recolhidos pelos soldados, dezenas de pessoas aproveitam a maré baixa e cruzaram o curso d'água com móveis e eletrodomésticos. Em entrevista à imprensa colombiana, os deportados dizem que os soldados invadiram suas casas de forma truculenta e destruíram os barracos onde moravam. Para fazer frente às deportações, a Colômbia construiu abrigos em Cúcuta para abrigar os deportados. No total, 864 adultos e 249 crianças receberam assistência. Os últimos 42 entraram nesta terça pela fronteira em Paraguachón, a 521 km de Cúcuta. A Defensoria Pública do país também investiga o caso de 34 crianças venezuelanas que foram separadas de seus pais colombianos.
| 3 |
Mais da metade de cães e gatos estão acima do peso e a culpa é nossa
|
Os dados são assustadores: 58% dos gatos e 54% dos cães norte-americanos estão acima do peso. Pior: os índices subiram no último ano. Pior ainda: no Brasil, não é diferente. Os dados são da Associação para a Prevenção da Obesidade de Animais de Estimação (Apop, na sigla em inglês), que avaliou 1.224 bichos. Ela foi fundada por um veterinário e triatleta com o objetivo de levar pets e donos a uma vida mais saudável. Há muitas divergências nos estudos sobre obesidade, mas algumas certezas. Uma delas é que cães e gatos não pedem pizza por telefone nem abrem a geladeira. Portanto, se estão engordando, temos culpa no cartório. A boa notícia é que podemos virar o jogo. Uma outra pesquisa, da Royal Canin (fabricantes de rações), mostra que, sob regime alimentar adequado, 97% dos cães e gatos obesos perdem cerca de 10% do peso em três meses. O estudo foi feito em 27 países, com 1.325 cães (há 31 brasileiros entre eles). O mais importante: 49% dos donos notaram redução no comportamento de pedir alimento. Foi isso que o russo Ivan Pavlov comprovou há quase cem anos. Ele passou a tocar uma campainha antes de alimentar os cães. Com a repetição do estímulo, viu que eles já salivavam com o som, antes de ver a comida. Ou seja: se até o sistema autônomo pode ser condicionado, imagine o comportamento! - + PETS Nacos de amor? Falando em obesidade, uma terceira pesquisa (aff!) comprova que os responsáveis veem na comida uma forma de dar carinho aos seus animais. A CVS Solutions ouviu 3.476 donos de cães. Desses, 27% disseram dar comida caseira ao animal "para agradá-lo e variar o cardápio". Toca da Onça A ONG AMPARA Animal promove jantar beneficente para arrecadar fundos para o Projeto Toca da Onça. Eles precisam de R$ 500 mil para construir recintos para onças que vivem em Jundiaí, em espaços de 25 m². Saiba mais: Bar Alto da Harmonia. r. Harmonia, 27, Vila Madalena. Terça (9), R$ 100. [email protected]
|
colunas
|
Mais da metade de cães e gatos estão acima do peso e a culpa é nossaOs dados são assustadores: 58% dos gatos e 54% dos cães norte-americanos estão acima do peso. Pior: os índices subiram no último ano. Pior ainda: no Brasil, não é diferente. Os dados são da Associação para a Prevenção da Obesidade de Animais de Estimação (Apop, na sigla em inglês), que avaliou 1.224 bichos. Ela foi fundada por um veterinário e triatleta com o objetivo de levar pets e donos a uma vida mais saudável. Há muitas divergências nos estudos sobre obesidade, mas algumas certezas. Uma delas é que cães e gatos não pedem pizza por telefone nem abrem a geladeira. Portanto, se estão engordando, temos culpa no cartório. A boa notícia é que podemos virar o jogo. Uma outra pesquisa, da Royal Canin (fabricantes de rações), mostra que, sob regime alimentar adequado, 97% dos cães e gatos obesos perdem cerca de 10% do peso em três meses. O estudo foi feito em 27 países, com 1.325 cães (há 31 brasileiros entre eles). O mais importante: 49% dos donos notaram redução no comportamento de pedir alimento. Foi isso que o russo Ivan Pavlov comprovou há quase cem anos. Ele passou a tocar uma campainha antes de alimentar os cães. Com a repetição do estímulo, viu que eles já salivavam com o som, antes de ver a comida. Ou seja: se até o sistema autônomo pode ser condicionado, imagine o comportamento! - + PETS Nacos de amor? Falando em obesidade, uma terceira pesquisa (aff!) comprova que os responsáveis veem na comida uma forma de dar carinho aos seus animais. A CVS Solutions ouviu 3.476 donos de cães. Desses, 27% disseram dar comida caseira ao animal "para agradá-lo e variar o cardápio". Toca da Onça A ONG AMPARA Animal promove jantar beneficente para arrecadar fundos para o Projeto Toca da Onça. Eles precisam de R$ 500 mil para construir recintos para onças que vivem em Jundiaí, em espaços de 25 m². Saiba mais: Bar Alto da Harmonia. r. Harmonia, 27, Vila Madalena. Terça (9), R$ 100. [email protected]
| 10 |
Bolsa brasileira fecha em queda após especulações sobre Petrobras
|
O principal índice da Bolsa brasileira fechou com leve queda nesta terça-feira (23), em dia de pouco volume financeiro e pautado pela perspectiva de um acordo sobre a dívida grega. No fim do dia, especulações sobre um possível corte no plano de investimento da Petrobras puxaram as ações da estatal para baixo e ajudaram o índice, que permaneceu em alta durante praticamente todo o dia, a fechar no negativo. A estatal planeja reduzir de US$ 220,4 bilhões para US$ 165 bilhões o seu plano de investimentos para o período entre 2014 e 2018, segundo informação do serviço Broadcast, da Agência Estado. A informação desagradou aos analistas do mercado de capitais, que esperavam uma redução ainda maior. O Ibovespa registrou queda de 0,17%, para 53.772 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,44 bilhões. "Há informações de que o plano de investimentos teria um corte menor que do que mercado estava projetando e, por conta disso, as ações caíram. Não podemos cravar nada sobre o corte. Por enquanto é só especulação, mas com certeza afetou o valor das ações", afirmou João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos. As ações preferenciais (sem direito a voto - as mais negociadas) da Petrobras registraram queda de 1,74%, cotadas a R$ 12,97, enquanto que as ordinárias encerraram o dia com queda de 1,37%, cotadas a R$ 14,35. Além de especulações no mercado interno, o possível acordo entre a Grécia e seus credores refletiu no índice brasileiro, que acompanhou a cautela das principais bolsas internacionais durante o dia. "O mercado começou trabalhando em alta, mas foi perdendo fôlego ao longo do dia. A Bolsa brasileira acompanhou o movimento externo na expectativa do acordo grego", afirmou Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho. Em Nova York, os principais índices trabalharam próximos a estabilidade durante todo o dia. Já na Europa, os principais índices acionários subiram cerca de 1% no aguardo do desfecho sobre o acordo grego. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, vai se reunir na quarta-feira (24) com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, informou um comunicado de seu gabinete. Com isso, cresce a expectativa para um acordo para que a Grécia pague uma dívida de € 1,6 bilhão com o FMI (Fundo Monetário Internacional) que expira no próximo dia 30. Para quitá-la, o país tenta desbloquear € 7,2 bilhões, a última parte do socorro de € 240 bilhões recebido do FMI e BCE (Banco Central Europeu) desde 2010. Entre as altas no índice no Brasil, o destaque foi a Braskem, que liderou as altas por boa parte do dia, após o governo voltar atrás e poupar grandes indústrias eletrointensivas. A empresa, que havia puxado a desvalorização dos papéis na semana passada após novas operações da Lava Jato, fechou em alta de 3,21%, cotada a R$ 12,85. Além da Braskem, outras duas companhias beneficiadas pela medida tiveram resultados opostos. Enquanto a Vale registrou alta nas ações, a Gerdau terminou o dia com os papéis em queda. CÂMBIO O dólar encerrou as negociações desta terça-feira (21) em alta ante o real. A divisa americana ganhou força após o diretor do Federal Reserve, o banco central americano, afirmar que o órgão poderá elevar a taxa de juros mais de uma vez. "O dólar chegou a R$ 3,11. Tudo isso foi pelo FED anunciar que poderia haver outro aumento na taxa de juros do país", diz Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho. O diretor do Federal Reserve Jerome Powell afirmou nesta terça-feira que está preparado para elevar a taxa de juros duas vezes neste ano, uma em setembro e outra em dezembro, desde que a performance da economia fique em linha com o esperado. Com isso, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,68% sobre o real, cotado em R$ 3,098 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,38%, para R$ 3,094. Com agências de notícias
|
mercado
|
Bolsa brasileira fecha em queda após especulações sobre PetrobrasO principal índice da Bolsa brasileira fechou com leve queda nesta terça-feira (23), em dia de pouco volume financeiro e pautado pela perspectiva de um acordo sobre a dívida grega. No fim do dia, especulações sobre um possível corte no plano de investimento da Petrobras puxaram as ações da estatal para baixo e ajudaram o índice, que permaneceu em alta durante praticamente todo o dia, a fechar no negativo. A estatal planeja reduzir de US$ 220,4 bilhões para US$ 165 bilhões o seu plano de investimentos para o período entre 2014 e 2018, segundo informação do serviço Broadcast, da Agência Estado. A informação desagradou aos analistas do mercado de capitais, que esperavam uma redução ainda maior. O Ibovespa registrou queda de 0,17%, para 53.772 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,44 bilhões. "Há informações de que o plano de investimentos teria um corte menor que do que mercado estava projetando e, por conta disso, as ações caíram. Não podemos cravar nada sobre o corte. Por enquanto é só especulação, mas com certeza afetou o valor das ações", afirmou João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos. As ações preferenciais (sem direito a voto - as mais negociadas) da Petrobras registraram queda de 1,74%, cotadas a R$ 12,97, enquanto que as ordinárias encerraram o dia com queda de 1,37%, cotadas a R$ 14,35. Além de especulações no mercado interno, o possível acordo entre a Grécia e seus credores refletiu no índice brasileiro, que acompanhou a cautela das principais bolsas internacionais durante o dia. "O mercado começou trabalhando em alta, mas foi perdendo fôlego ao longo do dia. A Bolsa brasileira acompanhou o movimento externo na expectativa do acordo grego", afirmou Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho. Em Nova York, os principais índices trabalharam próximos a estabilidade durante todo o dia. Já na Europa, os principais índices acionários subiram cerca de 1% no aguardo do desfecho sobre o acordo grego. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, vai se reunir na quarta-feira (24) com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, informou um comunicado de seu gabinete. Com isso, cresce a expectativa para um acordo para que a Grécia pague uma dívida de € 1,6 bilhão com o FMI (Fundo Monetário Internacional) que expira no próximo dia 30. Para quitá-la, o país tenta desbloquear € 7,2 bilhões, a última parte do socorro de € 240 bilhões recebido do FMI e BCE (Banco Central Europeu) desde 2010. Entre as altas no índice no Brasil, o destaque foi a Braskem, que liderou as altas por boa parte do dia, após o governo voltar atrás e poupar grandes indústrias eletrointensivas. A empresa, que havia puxado a desvalorização dos papéis na semana passada após novas operações da Lava Jato, fechou em alta de 3,21%, cotada a R$ 12,85. Além da Braskem, outras duas companhias beneficiadas pela medida tiveram resultados opostos. Enquanto a Vale registrou alta nas ações, a Gerdau terminou o dia com os papéis em queda. CÂMBIO O dólar encerrou as negociações desta terça-feira (21) em alta ante o real. A divisa americana ganhou força após o diretor do Federal Reserve, o banco central americano, afirmar que o órgão poderá elevar a taxa de juros mais de uma vez. "O dólar chegou a R$ 3,11. Tudo isso foi pelo FED anunciar que poderia haver outro aumento na taxa de juros do país", diz Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho. O diretor do Federal Reserve Jerome Powell afirmou nesta terça-feira que está preparado para elevar a taxa de juros duas vezes neste ano, uma em setembro e outra em dezembro, desde que a performance da economia fique em linha com o esperado. Com isso, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,68% sobre o real, cotado em R$ 3,098 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,38%, para R$ 3,094. Com agências de notícias
| 2 |
Lindbergh mantém candidatura e acirra disputa pela presidência do PT
|
Apesar do lançamento por Lula do nome de Gleisi Hoffmann (PR) para disputar a presidência do PT, o senador Lindbergh Farias (RJ) disse a apoiadores que manterá sua candidatura à presidência do PT. Candidato de uma ala que se intitula Muda PT, ele informou a aliados que gravará um vídeo sobre a manutenção de seu nome na eleição. No entanto, Lindbergh será procurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que desista da disputa em favor da unidade. Ambos foram citados na Lava Jato. Gleisi é ré sob acusação de recebimento de propina para sua campanha ao Senado. O caso de Lindbergh foi arquivado por determinação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Lula passou a trabalhar abertamente por Gleisi na sexta-feira (31), após reuniões com quatro candidatos ao cargo, inclusive a senadora. O presidente do PT, Rui Falcão, também é um dos apoiadores de ideia, sob o argumento de que é hora de haver uma mulher à frente do partido. O nome de Gleisi surgiu depois de aberta uma disputa na CNB entre o ex-ministro Alexandre Padilha e o tesoureiro da sigla, Márcio Macedo.
|
poder
|
Lindbergh mantém candidatura e acirra disputa pela presidência do PTApesar do lançamento por Lula do nome de Gleisi Hoffmann (PR) para disputar a presidência do PT, o senador Lindbergh Farias (RJ) disse a apoiadores que manterá sua candidatura à presidência do PT. Candidato de uma ala que se intitula Muda PT, ele informou a aliados que gravará um vídeo sobre a manutenção de seu nome na eleição. No entanto, Lindbergh será procurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que desista da disputa em favor da unidade. Ambos foram citados na Lava Jato. Gleisi é ré sob acusação de recebimento de propina para sua campanha ao Senado. O caso de Lindbergh foi arquivado por determinação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Lula passou a trabalhar abertamente por Gleisi na sexta-feira (31), após reuniões com quatro candidatos ao cargo, inclusive a senadora. O presidente do PT, Rui Falcão, também é um dos apoiadores de ideia, sob o argumento de que é hora de haver uma mulher à frente do partido. O nome de Gleisi surgiu depois de aberta uma disputa na CNB entre o ex-ministro Alexandre Padilha e o tesoureiro da sigla, Márcio Macedo.
| 0 |
Cunha manda arquivar mais dois pedidos de impeachment contra Dilma
|
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mandou nesta quinta-feira (1º) para o arquivo mais dois pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff. O principal pedido, assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo ex-ministro da Justiça do governo FHC Miguel Reale Júnior, porém, continua sob análise. Cunha deve mandar arquivar também esse pedido, mas nesse caso a oposição irá recorrer da decisão ao plenário da Câmara. A maioria simples dos presentes decidirá, então, se dá ou não seguimento ao pedido. Caso derrubem a decisão de Cunha, é aberta uma comissão especial que dá um parecer ao plenário. Se pelo menos 342 dos 513 deputados forem favoráveis à abertura do processo de impeachment, Dilma é afastada do cargo. Pela regra, aberto o processo de impeachment, o presidente da República é afastado de suas funções por 180 dias, para ser processado e julgado pelo Senado. Com as decisões desta quinta, resta a análise sobre nove pedidos de impedimento. Cunha é o responsável por tomar a decisão monocraticamente. Cabe recurso dessa decisão ao plenário. IMPEACHMENT
|
poder
|
Cunha manda arquivar mais dois pedidos de impeachment contra DilmaO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mandou nesta quinta-feira (1º) para o arquivo mais dois pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff. O principal pedido, assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo ex-ministro da Justiça do governo FHC Miguel Reale Júnior, porém, continua sob análise. Cunha deve mandar arquivar também esse pedido, mas nesse caso a oposição irá recorrer da decisão ao plenário da Câmara. A maioria simples dos presentes decidirá, então, se dá ou não seguimento ao pedido. Caso derrubem a decisão de Cunha, é aberta uma comissão especial que dá um parecer ao plenário. Se pelo menos 342 dos 513 deputados forem favoráveis à abertura do processo de impeachment, Dilma é afastada do cargo. Pela regra, aberto o processo de impeachment, o presidente da República é afastado de suas funções por 180 dias, para ser processado e julgado pelo Senado. Com as decisões desta quinta, resta a análise sobre nove pedidos de impedimento. Cunha é o responsável por tomar a decisão monocraticamente. Cabe recurso dessa decisão ao plenário. IMPEACHMENT
| 0 |
Veja código de conduta para sobreviver aos primeiros meses no emprego
|
ANA LUIZA TIEGHI DE SÃO PAULO No mercado de trabalho, a primeira impressão nem sempre é a que fica. Para os novatos ansiosos em mostrar serviço, saber disso pode ajudar a controlar as expectativas e os nervos. "As empresas costumam ser complacentes com quem está começando, principalmente os jovens. Raramente alguém é excepcional na primeira semana. O desempenho se mostra no dia a dia", diz a psicóloga Myrt Cruz, professora da PUC-SP. Ela e outros especialistas são unânimes em afirmar que para passar pelos primeiros dias de trabalho de forma tranquila é preciso anotar tudo: tarefas, sistemas utilizados e nomes de chefes, colegas e clientes. A estratégia foi usada por Matheus Campanhã, 26, advogado sênior do escritório Schroeder & Valverde, contratado há menos de um mês. "Eu me sentia bobo, não sabia nem usar a impressora." A mudança deixou o advogado inseguro, porque ele estava saindo de uma companhia grande e indo para uma empresa pequena, onde teria mais responsabilidades. Para se acalmar, encarou a novidade com um desafio. No fim, foi mais simples do que ele pensava. "Meus colegas e chefes estavam me esperando. Aqui, as pessoas são mais próximas do que no meu emprego anterior", afirma. Uma regra de ouro para os novatos, de acordo com Cruz, é ir com calma. Isso vale inclusive na hora de tirar dúvidas. É preciso bom senso do profissional para não importunar colegas e chefes ou invadir o espaço do outro. "Tento estar sempre dentro das conversas da equipe. Uma parte do aprendizado é perguntar para os outros, mas a outra é observação", diz Natalia Cardoso, 27, recém-contratada como gerente de planejamento de uma agência de publicidade. MOTIVAÇÃO Para Fátima Motta, consultora de carreira e professora da ESPM, é fundamental ser humilde e mostrar boa vontade. "Cada vez mais precisamos de profissionais sem frescura, que façam o que precisa ser feito." Érika Avelino, 21, foi bem recebida em seu novo trabalho (uma operadora de turismo, onde é assistente de produto), mas considera que sua motivação foi essencial para garantir um aprendizado rápido. "Não fiquei parada. Tem que mostrar entusiasmo, porque quanto mais interessada você está, mais conteúdo vão te passar." Ela teve uma experiência diferente em seu emprego anterior, também no setor de turismo. "Me deixaram em um canto até alguém ter paciência para vir falar comigo." Quando isso acontece, a aproximação com a equipe precisa partir do próprio contratado. Segundo o coach Jorge Oliveira, a hora do café é um bom momento para começar a se relacionar com os colegas. A partir daí, o profissional pode se mostrar aberto para almoçar ou ir a um happy hour. "Mas se eles almoçam juntos todos os dias e não te chamam, você tem que pensar no que está fazendo." Convidar os outros para ir almoçar já no primeiro dia não é uma boa ideia –só em empresas muito informais. Outra recomendação é agir com naturalidade, para não ganhar fama de puxa-saco. EXPERIÊNCIA Profissionais mais velhos são contratados também pela bagagem que adquiriram em empregos anteriores, mas precisam tomar cuidado para não deixar suas experiências passadas contaminarem o novo trabalho. De acordo com Cruz, eles não devem insistir em trabalhar da mesma forma, ainda que essa maneira tenha funcionado antes. É preciso respeitar a cultura e a identidade da empresa atual. Gustavo Tadao, 43, é gerente de estatísticas de negócio da Sodexo desde o começo deste mês. Antes, passou mais de 11 anos em outra empresa. Entre um trabalho e outro, contou com a ajuda de uma agência de recolocação e contatou antigos colegas –estratégia que deu certo. O novo trabalho mudou seu campo de atuação –ele deixou a área de TI para virar um analista de dados. "Meu desafio é trazer a experiência que tive lá atrás para fazer algo novo", afirma. FESTA E CARTA Empresas têm feito festas e até enviado cartas e presentes aos novos funcionários para motivar e ajudar na integração com o resto da equipe. Poucos dias antes de começar no emprego novo, o cientista de computação Gustavo Tadao, 43, recebeu um envelope em sua casa com um kit de boas-vindas: mensagens para ele e sua família, explicação sobre a cultura da empresa, crachá, calendário e caderno. "Senti que eles estavam estavam realmente me esperando", conta. Segundo a psicóloga Myrt Cruz, ações como essas já acontecem há algum tempo, mas ficaram mais comuns neste ano. "É uma sacada interessante das empresas, porque aproxima o funcionário o mais rapidamente possível da equipe de trabalho." A assistente de produto Érika Avelino, 21, chegou com medo ao primeiro dia de trabalho, mas encontrou uma pequena festa montada em sua mesa. "Fizeram uma cartinha para mim e deixaram presentes", lembra. A relações públicas Natalia Cardoso, 27, também encontrou uma recepção calorosa. Seu chefe a esperava, havia uma placa de "bem-vinda, Natalia" em sua mesa e foi marcado um almoço com os colegas para o seu primeiro dia. "É uma forma de humanizar o ambiente de trabalho", diz o coach Jorge Oliveira. Mas, se o profissional é tímido, a recepção calorosa pode assustar. "A pessoa não se sente à vontade. O importante mesmo é ter uma abertura para acolher o recém-chegado e alguém que o ajude a decodificar a empresa." Quanto mais depressa isso acontecer, melhor para o contratante. "O funcionário vai produzir mais rápido", afirma. Avelino sentiu o efeito positivo da sua acolhida. Em apenas quatro dias de empresa, já era capaz de ajudar as outras funcionárias. "É uma troca." * Como se comportar no emprego novo RECÉM-FORMADO Seja humilde Por mais que tenha estudado, você ainda não tem a experiência no mundo real. Aprenda como funcionam as relações de trabalho na empresa e respeite as hierarquias Tenha interesse Quanto mais você mostrar que quer aprender, mais irão lhe ensinar. Porém, busque equilíbrio no período de experiência e não tente fazer mais do que consegue Não puxe o saco Cuidado com a vontade de agradar os superiores. Se passar do ponto, pode ficar com má fama entre os colegas EXPERIENTE Foque no trabalho Siga a regra dos relacionamentos amorosos: não fale do "ex" na frente do atual nem compare os dois empregos, a não ser que lhe perguntem Seja dedicado Não lamente se o novo trabalho for em uma posição inferior em relação ao antigo. A empresa não tem culpa e espera sua dedicação Pergunte sem medo Não tenha receio de questionar, mas também saiba observar. Ao sugerir mudanças baseadas na sua experiência anterior, tenha cuidado para não parecer que quer transformar uma empresa na outra
|
sobretudo
|
Veja código de conduta para sobreviver aos primeiros meses no emprego
ANA LUIZA TIEGHI DE SÃO PAULO No mercado de trabalho, a primeira impressão nem sempre é a que fica. Para os novatos ansiosos em mostrar serviço, saber disso pode ajudar a controlar as expectativas e os nervos. "As empresas costumam ser complacentes com quem está começando, principalmente os jovens. Raramente alguém é excepcional na primeira semana. O desempenho se mostra no dia a dia", diz a psicóloga Myrt Cruz, professora da PUC-SP. Ela e outros especialistas são unânimes em afirmar que para passar pelos primeiros dias de trabalho de forma tranquila é preciso anotar tudo: tarefas, sistemas utilizados e nomes de chefes, colegas e clientes. A estratégia foi usada por Matheus Campanhã, 26, advogado sênior do escritório Schroeder & Valverde, contratado há menos de um mês. "Eu me sentia bobo, não sabia nem usar a impressora." A mudança deixou o advogado inseguro, porque ele estava saindo de uma companhia grande e indo para uma empresa pequena, onde teria mais responsabilidades. Para se acalmar, encarou a novidade com um desafio. No fim, foi mais simples do que ele pensava. "Meus colegas e chefes estavam me esperando. Aqui, as pessoas são mais próximas do que no meu emprego anterior", afirma. Uma regra de ouro para os novatos, de acordo com Cruz, é ir com calma. Isso vale inclusive na hora de tirar dúvidas. É preciso bom senso do profissional para não importunar colegas e chefes ou invadir o espaço do outro. "Tento estar sempre dentro das conversas da equipe. Uma parte do aprendizado é perguntar para os outros, mas a outra é observação", diz Natalia Cardoso, 27, recém-contratada como gerente de planejamento de uma agência de publicidade. MOTIVAÇÃO Para Fátima Motta, consultora de carreira e professora da ESPM, é fundamental ser humilde e mostrar boa vontade. "Cada vez mais precisamos de profissionais sem frescura, que façam o que precisa ser feito." Érika Avelino, 21, foi bem recebida em seu novo trabalho (uma operadora de turismo, onde é assistente de produto), mas considera que sua motivação foi essencial para garantir um aprendizado rápido. "Não fiquei parada. Tem que mostrar entusiasmo, porque quanto mais interessada você está, mais conteúdo vão te passar." Ela teve uma experiência diferente em seu emprego anterior, também no setor de turismo. "Me deixaram em um canto até alguém ter paciência para vir falar comigo." Quando isso acontece, a aproximação com a equipe precisa partir do próprio contratado. Segundo o coach Jorge Oliveira, a hora do café é um bom momento para começar a se relacionar com os colegas. A partir daí, o profissional pode se mostrar aberto para almoçar ou ir a um happy hour. "Mas se eles almoçam juntos todos os dias e não te chamam, você tem que pensar no que está fazendo." Convidar os outros para ir almoçar já no primeiro dia não é uma boa ideia –só em empresas muito informais. Outra recomendação é agir com naturalidade, para não ganhar fama de puxa-saco. EXPERIÊNCIA Profissionais mais velhos são contratados também pela bagagem que adquiriram em empregos anteriores, mas precisam tomar cuidado para não deixar suas experiências passadas contaminarem o novo trabalho. De acordo com Cruz, eles não devem insistir em trabalhar da mesma forma, ainda que essa maneira tenha funcionado antes. É preciso respeitar a cultura e a identidade da empresa atual. Gustavo Tadao, 43, é gerente de estatísticas de negócio da Sodexo desde o começo deste mês. Antes, passou mais de 11 anos em outra empresa. Entre um trabalho e outro, contou com a ajuda de uma agência de recolocação e contatou antigos colegas –estratégia que deu certo. O novo trabalho mudou seu campo de atuação –ele deixou a área de TI para virar um analista de dados. "Meu desafio é trazer a experiência que tive lá atrás para fazer algo novo", afirma. FESTA E CARTA Empresas têm feito festas e até enviado cartas e presentes aos novos funcionários para motivar e ajudar na integração com o resto da equipe. Poucos dias antes de começar no emprego novo, o cientista de computação Gustavo Tadao, 43, recebeu um envelope em sua casa com um kit de boas-vindas: mensagens para ele e sua família, explicação sobre a cultura da empresa, crachá, calendário e caderno. "Senti que eles estavam estavam realmente me esperando", conta. Segundo a psicóloga Myrt Cruz, ações como essas já acontecem há algum tempo, mas ficaram mais comuns neste ano. "É uma sacada interessante das empresas, porque aproxima o funcionário o mais rapidamente possível da equipe de trabalho." A assistente de produto Érika Avelino, 21, chegou com medo ao primeiro dia de trabalho, mas encontrou uma pequena festa montada em sua mesa. "Fizeram uma cartinha para mim e deixaram presentes", lembra. A relações públicas Natalia Cardoso, 27, também encontrou uma recepção calorosa. Seu chefe a esperava, havia uma placa de "bem-vinda, Natalia" em sua mesa e foi marcado um almoço com os colegas para o seu primeiro dia. "É uma forma de humanizar o ambiente de trabalho", diz o coach Jorge Oliveira. Mas, se o profissional é tímido, a recepção calorosa pode assustar. "A pessoa não se sente à vontade. O importante mesmo é ter uma abertura para acolher o recém-chegado e alguém que o ajude a decodificar a empresa." Quanto mais depressa isso acontecer, melhor para o contratante. "O funcionário vai produzir mais rápido", afirma. Avelino sentiu o efeito positivo da sua acolhida. Em apenas quatro dias de empresa, já era capaz de ajudar as outras funcionárias. "É uma troca." * Como se comportar no emprego novo RECÉM-FORMADO Seja humilde Por mais que tenha estudado, você ainda não tem a experiência no mundo real. Aprenda como funcionam as relações de trabalho na empresa e respeite as hierarquias Tenha interesse Quanto mais você mostrar que quer aprender, mais irão lhe ensinar. Porém, busque equilíbrio no período de experiência e não tente fazer mais do que consegue Não puxe o saco Cuidado com a vontade de agradar os superiores. Se passar do ponto, pode ficar com má fama entre os colegas EXPERIENTE Foque no trabalho Siga a regra dos relacionamentos amorosos: não fale do "ex" na frente do atual nem compare os dois empregos, a não ser que lhe perguntem Seja dedicado Não lamente se o novo trabalho for em uma posição inferior em relação ao antigo. A empresa não tem culpa e espera sua dedicação Pergunte sem medo Não tenha receio de questionar, mas também saiba observar. Ao sugerir mudanças baseadas na sua experiência anterior, tenha cuidado para não parecer que quer transformar uma empresa na outra
| 9 |
Especialistas debatem trabalho forçado e imigração na cadeia da moda; veja
|
No último evento da série "Diálogos Transformadores" de 2017, especialistas e empreendedores sociais debateram "Trabalho e Imigração na Cadeia da Moda", nesta quinta-feira (28), no Teatro Folha, em São Paulo. Realizado em parceria com a Ashoka e apresentado pelo Instituto C&A, o evento multimídia mistura entrevista e debate para discutir e apontar caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável. Neste primeiro bloco, o trio protagonista formado por Leonardo Sakamoto, fundador da ONG Repórter Brasil, a procuradora Cristiane Lopes, coordenadora do grupo de trabalho sobre migrantes e refugiados do Ministério Público do Trabalho, e Edmundo Lima, diretor-executivo da ABVTex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) foi entrevistado pela mediadora Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social. O público conheceu ainda o caso inspirador de Dariele Santos, cofundadora do Instituto Alinha, junto da costureira Lídia Romero.
|
tv
|
Especialistas debatem trabalho forçado e imigração na cadeia da moda; vejaNo último evento da série "Diálogos Transformadores" de 2017, especialistas e empreendedores sociais debateram "Trabalho e Imigração na Cadeia da Moda", nesta quinta-feira (28), no Teatro Folha, em São Paulo. Realizado em parceria com a Ashoka e apresentado pelo Instituto C&A, o evento multimídia mistura entrevista e debate para discutir e apontar caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável. Neste primeiro bloco, o trio protagonista formado por Leonardo Sakamoto, fundador da ONG Repórter Brasil, a procuradora Cristiane Lopes, coordenadora do grupo de trabalho sobre migrantes e refugiados do Ministério Público do Trabalho, e Edmundo Lima, diretor-executivo da ABVTex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) foi entrevistado pela mediadora Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social. O público conheceu ainda o caso inspirador de Dariele Santos, cofundadora do Instituto Alinha, junto da costureira Lídia Romero.
| 12 |
Morre aos 82 a atriz Donna Douglas, da série 'A Família Buscapé'
|
A atriz Donna Douglas, que interpretoy Elly May Clampett no seriado 'A Família Buscapé', morreu nesta quinta-feira (1º) em decorrência de um câncer no pâncreas. Aos 82 anos, Douglas morreu em Baton Rouge, na Louisiana (EUA), onde vivia. A atriz estrelou diversas séries e propagandas na televisão americana, mas ficou mundialmente famosa pelo papel em "A Família Buscapé", exibida de 1962 a 1971.
|
ilustrada
|
Morre aos 82 a atriz Donna Douglas, da série 'A Família Buscapé'A atriz Donna Douglas, que interpretoy Elly May Clampett no seriado 'A Família Buscapé', morreu nesta quinta-feira (1º) em decorrência de um câncer no pâncreas. Aos 82 anos, Douglas morreu em Baton Rouge, na Louisiana (EUA), onde vivia. A atriz estrelou diversas séries e propagandas na televisão americana, mas ficou mundialmente famosa pelo papel em "A Família Buscapé", exibida de 1962 a 1971.
| 1 |
Deputados federais viajam ao exterior a cada dois dias, aponta levantamento
|
A Câmara dos Deputados bancou, com passagens aéreas e diárias, 1.283 viagens de deputados federais ao exterior desde 2010, em uma média de uma decolagem a cada dois dias. Levantamento da Folha em dados oficiais da Casa e em relatórios apresentados pelos parlamentares mostra um variado leque de motivações, destinos e explicações para as chamadas missões oficiais, que chegaram a 69 países dos cinco continentes, com especial predileção por Estados Unidos, Suíça e França. O grosso das justificativas defende o conhecimento in loco de realidades diversas, além do estreitamento de parcerias com governos, parlamentos e empresários de outros países –o que não raro inclui turismo ou atividades de duvidoso proveito legislativo. Nelson Pellegrino (PT-BA), por exemplo, é um dos que mais receberam autorizações, 14 no total, para viagens ao exterior desde 2010. Quatro delas para a França, onde participou de encontros da área de defesa em Paris, Bordeaux, Cherbourg-Octeville, Lorient e Toulon. A última, em outubro deste ano, foi para visitar o Salão do Chocolate de Paris, ocasião em que publicou em redes sociais fotos do evento, entre elas a de um gorila de chocolate gigante. Pellegrino, até julho secretário de Turismo da Bahia (mais tradicional região produtora do cacau do país), também visitou uma região produtora de vinhos. Recebeu da Câmara R$ 7.750 em diárias, mais passagens. Em maio, três deputados embarcaram para Nova York com o único objetivo de serem homenageados pela comunidade brasileira local. Geovania de Sá (PSDB-SC) mereceu a láurea por ter apresentado projeto que estabelece para famílias pobres gratuidade no traslado de corpos de brasileiros mortos no exterior. Apresentado em outubro de 2015, o projeto está na estaca zero, sem nenhum indicativo de que vá avançar. Outro integrante da comitiva, Jovair Arantes (PTB-GO) registrou no relatório à Câmara ter sido homenageado pela "relevância nacional" do seu trabalho e pela "postura de atenção" com seu Estado. Ele havia acabado de ser o relator do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. CAMPEÕES Os campeões de viagens ao exterior são Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Claudio Cajado (DEM-BA). O roteiro da dupla totaliza 21 países das Américas, Europa e Ásia. Mudalen fez 28 viagens desde 2010 e está atualmente na 29ª, segundo seu gabinete –esta, ainda sem registro no órgãos de transparência da Casa. A viagem anterior de Mudalen havia sido no início de novembro como observador da Assembleia-Geral da ONU. O relatório da viagem tem fotos do deputado no evento e é escrito em primeira pessoa, mas traz trechos copiados na íntegra, sem citação da fonte, do release da assembleia divulgado pela página em português da ONU. Uma das mais opulentas viagens de deputados ao exterior foi encabeçada em 2015 pelo então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso. A comitiva levou 20 congressistas e pelo menos oito mulheres dos parlamentares a encontro na Rússia, mas o roteiro incluiu turismo em Israel, Paris e uma apresentação do "Lago dos Cisnes" no Bolshoi, em Moscou. Mesmo comissões que despertam pouco interesse entre os deputados motivam deslocamentos internacionais. Tome-se o caso da que analisa a unificação no país das polícias Civil e Militar, tema com pouquíssima chance de prosperar no Congresso. Instalado há mais de um ano, o colegiado teve como único resultado no último mês a aprovação de um requerimento. Apesar disso, parlamentares foram a cidades da Alemanha, França e Itália sob o argumento de conhecer o sistema de segurança público local. Os próximos destinos são Nova York, Canadá e Chile. Os mais viajandões - De 2010 até 2016 REFORMA ESPORTIVA Uma comissão especial que discute reforma na legislação esportiva também ultrapassou fronteiras. Quatro parlamentares foram neste ano a Inglaterra e Alemanha, com direito a dois fins de semana livres nesses países. Só as diárias totalizaram R$ 40 mil. Pelo menos dois levaram as mulheres, José Rocha (PR-BA) e o relator da comissão, Rogério Marinho (PSDB-RN). Ambos argumentaram que bancaram do próprio bolso os dias livres e as despesas com as mulheres. valores das diárias - Câmara banca passagem aérea e diária para hospedagem, alimentação e transporte local (em US$) "Só encontrei com ela no final do expediente, que foi bastante intenso. Então à noite, evidentemente que nós somos filhos de Deus, eu podia usufruir da companhia da minha senhora", disse o tucano. Outro dos campões em viagem, Fábio Ramalho (PMDB-MG) ficou cinco dias em Londres, em 2010, para um jantar de gala para premiação dos "homens do ano". "Agradeço a esta Casa pela inesquecível oportunidade de ter estado presente em tão significante evento", registrou Ramalho no relatório de uma página que entregou à Câmara. Nas 15 viagens seguintes participou, entre outros eventos, da abertura da Olimpíada de Londres e de comitivas a China, México, Rússia e Polônia. "Não se deve apequenar o papel importante que um membro do Legislativo pode exercer na representação dos interesses regionais e nacionais", disse o deputado à Folha. Autorizações de viagem internacional por ano - Em 2016 foram 216 viagens até meados de novembro * OUTRO LADO: MISSÕES INTERNACIONAIS SÃO ESSENCIAIS, DIZEM DEPUTADOS Os deputados ouvidos pela reportagem defenderam a necessidade das viagens ao exterior afirmando que elas são essenciais para o trabalho que exercem. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiu o mandato em julho deste ano, disse via assessoria que a designação dos deputados para as viagens está condicionada a ganhos institucionais, a convites prévios de autoridades do país de destino e "à promoção do intercâmbio legislativo, das relações comerciais e do compartilhamento de tecnologias, entre outros ganhos". A Folha solicitou o gasto global, ano a ano, com essas viagens, mas a presidência da Câmara disse que esse dado só será fornecido por meio da Lei de Acesso à Informação. PAÍSES PREFERIDOS Números de deputados que viajaram para esse destino Na página da transparência da Câmara, há o dado individual sobre diárias de cada viagem (R$ 1.358 para países da América do Sul e R$ 1.486 para os demais países), mas não o custo das passagens aéreas. Nelson Pellegrino (PT-BA), que já presidiu a Comissão de Defesa Nacional e Relações Exteriores, afirmou que a função exige "missões no exterior para tratar de questões estratégicas referentes a soberania nacional". Sobre a participação no Salão do Chocolate em Paris, afirmou que seu objetivo foi buscar "o fortalecimento da produção do cacau na Bahia por meio de parcerias" e divulgar o Estado como destino turístico. O deputado afirmou ainda que visitou, a convite, a cooperativa Marquis de Pomereuil, que mantém convênio de cooperação com a Bahia, "onde desenvolve projeto de produção de espumantes". Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da comissão especial de reformulação da legislação esportiva, disse que usará em seu parecer experiências colhidas na Inglaterra e Alemanha. "Conversamos com empresários, gestores de futebol, pessoas responsáveis pela segurança. Seria completamente impossível buscar essas informações apenas com referência de internet ou teleconferência", disse. José Rocha (PR-BA), que integrou a comitiva, foi na mesma linha. "É importante que a gente conheça como funciona a legislação em outros países para que a gente possa complementar o trabalho na Câmara. Isso é importante ser feito pessoalmente." O relator da comissão que discute proposta de unificação das polícias no Brasil, Vinícius Carvalho (PRB-SP), disse que o colegiado faz um sério trabalho de campo. "O trabalho na França, por exemplo, foi de 8h às 18h, o dia todo em escola de formação, na parte de inspetoria geral deles. Isso é importante porque estamos investindo em algo que vai ser bom para o nosso país na área de segurança." Capitão Augusto (PR-SP), que acompanhou o relator na viagem à Alemanha, diz que a experiência serviu para reforçar a convicção de que no Brasil a unificação é impossível. "Depois que eu fui lá voltei convicto." Geovania de Sá (PSDB-SC) atribui a paralisia de seu projeto ao grande número de propostas em tramitação. Diz que mesmo assim valeu a pena a viagem, pois ela pôde ouvir as demandas da comunidade brasileira em Nova York. Cláudio Cajado (DEM-BA) argumentou que suas viagens são motivadas pela Comissão de Relações Exteriores, da qual é membro. Afirmou que em várias ocasiões é o embaixador brasileiro que pede a ida de um parlamentar para representar a Câmara em determinado evento. Átila Lins (PSD-AM) é representante dos países da América Latina e do Caribe na UIP (União Interparlamentar), atividade à qual está relacionada a maior parte de suas viagens internacionais, ressalta sua assessoria. Cléber Verde (PRB-MA) destacou considerar "extremamente relevantes" as viagens das quais participou, citando, entre outras missões oficiais, ida ao Estados Unidos que, segundo ele, viabilizou com o YouTube o sistema de gravação das sessões das comissões da Câmara. O gabinete de Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) disse que o deputado não poderia se manifestar porque estava em viagem oficial ao Panamá.
|
poder
|
Deputados federais viajam ao exterior a cada dois dias, aponta levantamentoA Câmara dos Deputados bancou, com passagens aéreas e diárias, 1.283 viagens de deputados federais ao exterior desde 2010, em uma média de uma decolagem a cada dois dias. Levantamento da Folha em dados oficiais da Casa e em relatórios apresentados pelos parlamentares mostra um variado leque de motivações, destinos e explicações para as chamadas missões oficiais, que chegaram a 69 países dos cinco continentes, com especial predileção por Estados Unidos, Suíça e França. O grosso das justificativas defende o conhecimento in loco de realidades diversas, além do estreitamento de parcerias com governos, parlamentos e empresários de outros países –o que não raro inclui turismo ou atividades de duvidoso proveito legislativo. Nelson Pellegrino (PT-BA), por exemplo, é um dos que mais receberam autorizações, 14 no total, para viagens ao exterior desde 2010. Quatro delas para a França, onde participou de encontros da área de defesa em Paris, Bordeaux, Cherbourg-Octeville, Lorient e Toulon. A última, em outubro deste ano, foi para visitar o Salão do Chocolate de Paris, ocasião em que publicou em redes sociais fotos do evento, entre elas a de um gorila de chocolate gigante. Pellegrino, até julho secretário de Turismo da Bahia (mais tradicional região produtora do cacau do país), também visitou uma região produtora de vinhos. Recebeu da Câmara R$ 7.750 em diárias, mais passagens. Em maio, três deputados embarcaram para Nova York com o único objetivo de serem homenageados pela comunidade brasileira local. Geovania de Sá (PSDB-SC) mereceu a láurea por ter apresentado projeto que estabelece para famílias pobres gratuidade no traslado de corpos de brasileiros mortos no exterior. Apresentado em outubro de 2015, o projeto está na estaca zero, sem nenhum indicativo de que vá avançar. Outro integrante da comitiva, Jovair Arantes (PTB-GO) registrou no relatório à Câmara ter sido homenageado pela "relevância nacional" do seu trabalho e pela "postura de atenção" com seu Estado. Ele havia acabado de ser o relator do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. CAMPEÕES Os campeões de viagens ao exterior são Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Claudio Cajado (DEM-BA). O roteiro da dupla totaliza 21 países das Américas, Europa e Ásia. Mudalen fez 28 viagens desde 2010 e está atualmente na 29ª, segundo seu gabinete –esta, ainda sem registro no órgãos de transparência da Casa. A viagem anterior de Mudalen havia sido no início de novembro como observador da Assembleia-Geral da ONU. O relatório da viagem tem fotos do deputado no evento e é escrito em primeira pessoa, mas traz trechos copiados na íntegra, sem citação da fonte, do release da assembleia divulgado pela página em português da ONU. Uma das mais opulentas viagens de deputados ao exterior foi encabeçada em 2015 pelo então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso. A comitiva levou 20 congressistas e pelo menos oito mulheres dos parlamentares a encontro na Rússia, mas o roteiro incluiu turismo em Israel, Paris e uma apresentação do "Lago dos Cisnes" no Bolshoi, em Moscou. Mesmo comissões que despertam pouco interesse entre os deputados motivam deslocamentos internacionais. Tome-se o caso da que analisa a unificação no país das polícias Civil e Militar, tema com pouquíssima chance de prosperar no Congresso. Instalado há mais de um ano, o colegiado teve como único resultado no último mês a aprovação de um requerimento. Apesar disso, parlamentares foram a cidades da Alemanha, França e Itália sob o argumento de conhecer o sistema de segurança público local. Os próximos destinos são Nova York, Canadá e Chile. Os mais viajandões - De 2010 até 2016 REFORMA ESPORTIVA Uma comissão especial que discute reforma na legislação esportiva também ultrapassou fronteiras. Quatro parlamentares foram neste ano a Inglaterra e Alemanha, com direito a dois fins de semana livres nesses países. Só as diárias totalizaram R$ 40 mil. Pelo menos dois levaram as mulheres, José Rocha (PR-BA) e o relator da comissão, Rogério Marinho (PSDB-RN). Ambos argumentaram que bancaram do próprio bolso os dias livres e as despesas com as mulheres. valores das diárias - Câmara banca passagem aérea e diária para hospedagem, alimentação e transporte local (em US$) "Só encontrei com ela no final do expediente, que foi bastante intenso. Então à noite, evidentemente que nós somos filhos de Deus, eu podia usufruir da companhia da minha senhora", disse o tucano. Outro dos campões em viagem, Fábio Ramalho (PMDB-MG) ficou cinco dias em Londres, em 2010, para um jantar de gala para premiação dos "homens do ano". "Agradeço a esta Casa pela inesquecível oportunidade de ter estado presente em tão significante evento", registrou Ramalho no relatório de uma página que entregou à Câmara. Nas 15 viagens seguintes participou, entre outros eventos, da abertura da Olimpíada de Londres e de comitivas a China, México, Rússia e Polônia. "Não se deve apequenar o papel importante que um membro do Legislativo pode exercer na representação dos interesses regionais e nacionais", disse o deputado à Folha. Autorizações de viagem internacional por ano - Em 2016 foram 216 viagens até meados de novembro * OUTRO LADO: MISSÕES INTERNACIONAIS SÃO ESSENCIAIS, DIZEM DEPUTADOS Os deputados ouvidos pela reportagem defenderam a necessidade das viagens ao exterior afirmando que elas são essenciais para o trabalho que exercem. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiu o mandato em julho deste ano, disse via assessoria que a designação dos deputados para as viagens está condicionada a ganhos institucionais, a convites prévios de autoridades do país de destino e "à promoção do intercâmbio legislativo, das relações comerciais e do compartilhamento de tecnologias, entre outros ganhos". A Folha solicitou o gasto global, ano a ano, com essas viagens, mas a presidência da Câmara disse que esse dado só será fornecido por meio da Lei de Acesso à Informação. PAÍSES PREFERIDOS Números de deputados que viajaram para esse destino Na página da transparência da Câmara, há o dado individual sobre diárias de cada viagem (R$ 1.358 para países da América do Sul e R$ 1.486 para os demais países), mas não o custo das passagens aéreas. Nelson Pellegrino (PT-BA), que já presidiu a Comissão de Defesa Nacional e Relações Exteriores, afirmou que a função exige "missões no exterior para tratar de questões estratégicas referentes a soberania nacional". Sobre a participação no Salão do Chocolate em Paris, afirmou que seu objetivo foi buscar "o fortalecimento da produção do cacau na Bahia por meio de parcerias" e divulgar o Estado como destino turístico. O deputado afirmou ainda que visitou, a convite, a cooperativa Marquis de Pomereuil, que mantém convênio de cooperação com a Bahia, "onde desenvolve projeto de produção de espumantes". Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da comissão especial de reformulação da legislação esportiva, disse que usará em seu parecer experiências colhidas na Inglaterra e Alemanha. "Conversamos com empresários, gestores de futebol, pessoas responsáveis pela segurança. Seria completamente impossível buscar essas informações apenas com referência de internet ou teleconferência", disse. José Rocha (PR-BA), que integrou a comitiva, foi na mesma linha. "É importante que a gente conheça como funciona a legislação em outros países para que a gente possa complementar o trabalho na Câmara. Isso é importante ser feito pessoalmente." O relator da comissão que discute proposta de unificação das polícias no Brasil, Vinícius Carvalho (PRB-SP), disse que o colegiado faz um sério trabalho de campo. "O trabalho na França, por exemplo, foi de 8h às 18h, o dia todo em escola de formação, na parte de inspetoria geral deles. Isso é importante porque estamos investindo em algo que vai ser bom para o nosso país na área de segurança." Capitão Augusto (PR-SP), que acompanhou o relator na viagem à Alemanha, diz que a experiência serviu para reforçar a convicção de que no Brasil a unificação é impossível. "Depois que eu fui lá voltei convicto." Geovania de Sá (PSDB-SC) atribui a paralisia de seu projeto ao grande número de propostas em tramitação. Diz que mesmo assim valeu a pena a viagem, pois ela pôde ouvir as demandas da comunidade brasileira em Nova York. Cláudio Cajado (DEM-BA) argumentou que suas viagens são motivadas pela Comissão de Relações Exteriores, da qual é membro. Afirmou que em várias ocasiões é o embaixador brasileiro que pede a ida de um parlamentar para representar a Câmara em determinado evento. Átila Lins (PSD-AM) é representante dos países da América Latina e do Caribe na UIP (União Interparlamentar), atividade à qual está relacionada a maior parte de suas viagens internacionais, ressalta sua assessoria. Cléber Verde (PRB-MA) destacou considerar "extremamente relevantes" as viagens das quais participou, citando, entre outras missões oficiais, ida ao Estados Unidos que, segundo ele, viabilizou com o YouTube o sistema de gravação das sessões das comissões da Câmara. O gabinete de Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) disse que o deputado não poderia se manifestar porque estava em viagem oficial ao Panamá.
| 0 |
Prudência energética
|
Os lagos das usinas hidrelétricas estão mais vazios hoje do que no começo da primavera de 2000, o ano que antecedeu o racionamento energético de 2001, conhecido popular e imprecisamente como o período do apagão. Em todas as grandes regiões do país, o nível médio dos reservatórios também é inferior ao registrado nos anos secos de 2014 e 2015. Os números impressionam e certamente devem despertar preocupação e providências cautelares por parte das autoridades do setor elétrico e dos governos federal e estaduais. A perspectiva de chuvas para outubro tampouco se mostra favorável. É preciso, entretanto, dar o devido contexto a tais dados de escassez, a fim de evitar conclusões tão drásticas como enganosas, que podem provocar mais alarmismo do que medidas racionais de contenção do consumo de água e luz. O país dispõe agora de outras fontes de energia elétrica. Há uma década, a dependência em relação ao potencial hidráulico chegava a cerca de 83%; hoje, são 65%. O aproveitamento dos ventos resultava em mísero 0,1% da energia; atualmente, as eólicas respondem por 6% da produção nacional. Há reservas a serem acionadas, como os geradores das termelétricas. Além do mais, o país dispõe de mais linhas de transmissão, o que facilita a redistribuição de eletricidade entre as regiões, racionalizando o uso da água e evitando restrições de consumo. Ainda assim, há sinais de alerta a serem considerados. Nesta sexta (29), a Agência Nacional de Energia Elétrica anunciou a chamada bandeira vermelha patamar dois, um valor adicionado às tarifas. Pela primeira vez desde 2015, quando esse sistema foi adotado, chega-se ao nível mais elevado de tarifação extra, um meio de indicar o aumento do risco de escassez de água —e da necessidade de recorrer a fontes mais caras. A alta do custo da eletricidade para as empresas é particularmente preocupante em um momento de recuperação incipiente da economia, após brutal recessão. Desde 2014, o país vive sob seca intermitente; no Nordeste, o fenômeno perdura desde 2012. Há racionamento de água no Distrito Federal desde o início do ano. Apenas no início do período habitual das precipitações no Sudeste e no Centro-Oeste será possível ter mais clareza quanto à extensão da crise hídrica. Não convém, todavia, esperar tanto –ou simplesmente torcer pelas chuvas do verão, como fez o governo FHC em 2000. De maneira prudente e tecnicamente esclarecida, é preciso estudar desde já planos e campanhas de racionalização do consumo de eletricidade e de água. [email protected]
|
opiniao
|
Prudência energéticaOs lagos das usinas hidrelétricas estão mais vazios hoje do que no começo da primavera de 2000, o ano que antecedeu o racionamento energético de 2001, conhecido popular e imprecisamente como o período do apagão. Em todas as grandes regiões do país, o nível médio dos reservatórios também é inferior ao registrado nos anos secos de 2014 e 2015. Os números impressionam e certamente devem despertar preocupação e providências cautelares por parte das autoridades do setor elétrico e dos governos federal e estaduais. A perspectiva de chuvas para outubro tampouco se mostra favorável. É preciso, entretanto, dar o devido contexto a tais dados de escassez, a fim de evitar conclusões tão drásticas como enganosas, que podem provocar mais alarmismo do que medidas racionais de contenção do consumo de água e luz. O país dispõe agora de outras fontes de energia elétrica. Há uma década, a dependência em relação ao potencial hidráulico chegava a cerca de 83%; hoje, são 65%. O aproveitamento dos ventos resultava em mísero 0,1% da energia; atualmente, as eólicas respondem por 6% da produção nacional. Há reservas a serem acionadas, como os geradores das termelétricas. Além do mais, o país dispõe de mais linhas de transmissão, o que facilita a redistribuição de eletricidade entre as regiões, racionalizando o uso da água e evitando restrições de consumo. Ainda assim, há sinais de alerta a serem considerados. Nesta sexta (29), a Agência Nacional de Energia Elétrica anunciou a chamada bandeira vermelha patamar dois, um valor adicionado às tarifas. Pela primeira vez desde 2015, quando esse sistema foi adotado, chega-se ao nível mais elevado de tarifação extra, um meio de indicar o aumento do risco de escassez de água —e da necessidade de recorrer a fontes mais caras. A alta do custo da eletricidade para as empresas é particularmente preocupante em um momento de recuperação incipiente da economia, após brutal recessão. Desde 2014, o país vive sob seca intermitente; no Nordeste, o fenômeno perdura desde 2012. Há racionamento de água no Distrito Federal desde o início do ano. Apenas no início do período habitual das precipitações no Sudeste e no Centro-Oeste será possível ter mais clareza quanto à extensão da crise hídrica. Não convém, todavia, esperar tanto –ou simplesmente torcer pelas chuvas do verão, como fez o governo FHC em 2000. De maneira prudente e tecnicamente esclarecida, é preciso estudar desde já planos e campanhas de racionalização do consumo de eletricidade e de água. [email protected]
| 14 |
Dirigentes do COI demonstram mal-estar por acusação contra Nuzman
|
"Você não tem uma pergunta mais fácil?", indagou o chileno Neven Ilic, 55, presidente do comitê olímpico de seu país e da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) na quinta-feira (14), em intervalo da sessão do COI (Comitê Olímpico Internacional) no centro de convenções de Lima. Ele havia sido questionado sobre a investigação que corre no Brasil e na França e que envolve o cartola brasileiro mais influente dos últimos anos no esporte olímpico. Suspeito de atuar como elo no esquema de compra de votos que deu ao Rio de Janeiro a Olimpíada de 2016, Carlos Arthur Nuzman, 75, é tema delicado dentro do complexo organograma de 134 membros -ativos e honorários, sem direito a voto- do COI, repleto de dirigentes esportivos, ex-atletas, herdeiros reais e personalidades. Seus advogados negam qualquer relação com o caso. É inegável, no entanto, que a simples menção do assunto causa enorme mal-estar entre dirigentes, embora não haja acusação formal contra ele das autoridades brasileiras e francesas, que iniciaram a investigação ao mirarem os senegaleses Lamine Diack, ex-membro do COI, e seu filho, Papa Massata. Eles teriam recebido milhões para influenciar votantes a elegerem o Rio e também Tóquio para os Jogos de 2020. Internamente, existe pressão para que a entidade atue com pulso firme para reprimir reiterados casos de corrupção que têm maculado sua imagem, entre eles o que envolve o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do Comitê Rio-2016. Poucos, porém, verbalizam. Um membro do órgão que pediu para não ser identificado disse à Folha que, até pouco tempo atrás, ele era "um dos nossos". O desconforto transpareceu na maneira como a chefe da comissão de coordenação da Rio-2016, a marroquina Nawal el Moutawakel, evitou contato com jornalistas. Reação similar ao do suíço Patrick Baumann, que na quarta-feira (13), data em que Paris e Los Angeles foram eleitas sedes dos Jogos de 2024 e 2028, afirmou que "não era hora" de falar da suspeita de compra de votos. "Esqueça. Hoje é um dia para se comemorar", disparou. Nuzman foi membro ativo do comitê entre 2000 e 2012, e há quatro anos tornou-se honorário -atualmente, ele também compõe a comissão de coordenação para os Jogos de Tóquio-2020. Nunca conseguiu, dentro da hierarquia, ocupar um cargo de cúpula, como fazer parte do comitê executivo. Ainda assim, ganhou considerável influência no mundo olímpico, provada com a vitória do Rio para os Jogos de 2016, hoje sob suspeita. Ele dirige o COB há 22 anos, desde 1995, e por outros 20 comandou a Confederação Brasileira de Vôlei -foi atleta da modalidade, com participação nos Jogos de Tóquio-1964. Na história dos Jogos, foi o único presidente do comitê organizador a acumular o cargo de mandatário do comitê olímpico do país-sede. Nuzman viajaria ao Peru para participar do evento do COI e também pediria recursos para aplacar os alegados R$ 100 milhões de dívida que a Rio-2016 deixou principalmente com fornecedores. Contudo, não pôde viajar pois teve seus passaportes apreendidos pela Polícia Federal. CRÍTICAS Durante os três dias de sessão em Lima, a voz mais crítica à atuação do COI foi do canadense Richard Pound. No passado vice-presidente e responsável por negociar direitos de transmissão do comitê, ele exigiu uma conduta mais rígida de seus pares. "O COI precisa dar um tempo. Pensar no que fazer para reparar isso. A sua reputação e dos membros foi absolutamente afetada pelas alegações de compra de votos." Segundo o canadense, há anos o COI tem juntado críticas e reclamações contra a conduta de Nuzman dentro do Brasil. Algumas delas foram feitas por Eric Maleson, ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, que encaminhou relatórios nos quais disse que Nuzman, de quem é desafeto, fazia gestão temerária. Maleson prestou depoimento e colaborou com procuradores franceses na investigação. "Eu mesmo recebi cópias de pessoas que enviaram esses documentos. O COI tem posse de muito material relativo a Nuzman", complementou Pound. Isso não significa que haja consenso sobre qual medida tomar. Inicialmente, o COI destacou que sua comissão de ética, que agora é chefiada pelo ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, é quem vai se encarregar da condução do caso e aplicar eventuais sanções aos envolvidos. "Quando as Justiças do Brasil e da França nos derem provas, atuaremos rapidamente. É preciso tomar cuidado com declarações de algumas pessoas que as disparam com outras finalidades, como políticas. Se Nuzman for culpado, terá de pagar. Mas ninguém pode ser culpado sem que haja prova", comentou Gerardo Werthein, membro argentino do COI. Único brasileiro entre os membros, o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, que é muito ligado a Nuzman, afirmou que ao longo da semana "muita gente perguntou" sobre o caso. "Eu não acredito [na compra de votos]. Espero que decida-se rápido porque a gente precisa continuar trabalhando. O importante é que a justiça seja feita", disse Rajzman. A sessão do COI em Lima terminou nesta sexta-feira (15), mas a reverberação da suspeita de compra de votos não parece ver linha de chegada no horizonte.
|
esporte
|
Dirigentes do COI demonstram mal-estar por acusação contra Nuzman"Você não tem uma pergunta mais fácil?", indagou o chileno Neven Ilic, 55, presidente do comitê olímpico de seu país e da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) na quinta-feira (14), em intervalo da sessão do COI (Comitê Olímpico Internacional) no centro de convenções de Lima. Ele havia sido questionado sobre a investigação que corre no Brasil e na França e que envolve o cartola brasileiro mais influente dos últimos anos no esporte olímpico. Suspeito de atuar como elo no esquema de compra de votos que deu ao Rio de Janeiro a Olimpíada de 2016, Carlos Arthur Nuzman, 75, é tema delicado dentro do complexo organograma de 134 membros -ativos e honorários, sem direito a voto- do COI, repleto de dirigentes esportivos, ex-atletas, herdeiros reais e personalidades. Seus advogados negam qualquer relação com o caso. É inegável, no entanto, que a simples menção do assunto causa enorme mal-estar entre dirigentes, embora não haja acusação formal contra ele das autoridades brasileiras e francesas, que iniciaram a investigação ao mirarem os senegaleses Lamine Diack, ex-membro do COI, e seu filho, Papa Massata. Eles teriam recebido milhões para influenciar votantes a elegerem o Rio e também Tóquio para os Jogos de 2020. Internamente, existe pressão para que a entidade atue com pulso firme para reprimir reiterados casos de corrupção que têm maculado sua imagem, entre eles o que envolve o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do Comitê Rio-2016. Poucos, porém, verbalizam. Um membro do órgão que pediu para não ser identificado disse à Folha que, até pouco tempo atrás, ele era "um dos nossos". O desconforto transpareceu na maneira como a chefe da comissão de coordenação da Rio-2016, a marroquina Nawal el Moutawakel, evitou contato com jornalistas. Reação similar ao do suíço Patrick Baumann, que na quarta-feira (13), data em que Paris e Los Angeles foram eleitas sedes dos Jogos de 2024 e 2028, afirmou que "não era hora" de falar da suspeita de compra de votos. "Esqueça. Hoje é um dia para se comemorar", disparou. Nuzman foi membro ativo do comitê entre 2000 e 2012, e há quatro anos tornou-se honorário -atualmente, ele também compõe a comissão de coordenação para os Jogos de Tóquio-2020. Nunca conseguiu, dentro da hierarquia, ocupar um cargo de cúpula, como fazer parte do comitê executivo. Ainda assim, ganhou considerável influência no mundo olímpico, provada com a vitória do Rio para os Jogos de 2016, hoje sob suspeita. Ele dirige o COB há 22 anos, desde 1995, e por outros 20 comandou a Confederação Brasileira de Vôlei -foi atleta da modalidade, com participação nos Jogos de Tóquio-1964. Na história dos Jogos, foi o único presidente do comitê organizador a acumular o cargo de mandatário do comitê olímpico do país-sede. Nuzman viajaria ao Peru para participar do evento do COI e também pediria recursos para aplacar os alegados R$ 100 milhões de dívida que a Rio-2016 deixou principalmente com fornecedores. Contudo, não pôde viajar pois teve seus passaportes apreendidos pela Polícia Federal. CRÍTICAS Durante os três dias de sessão em Lima, a voz mais crítica à atuação do COI foi do canadense Richard Pound. No passado vice-presidente e responsável por negociar direitos de transmissão do comitê, ele exigiu uma conduta mais rígida de seus pares. "O COI precisa dar um tempo. Pensar no que fazer para reparar isso. A sua reputação e dos membros foi absolutamente afetada pelas alegações de compra de votos." Segundo o canadense, há anos o COI tem juntado críticas e reclamações contra a conduta de Nuzman dentro do Brasil. Algumas delas foram feitas por Eric Maleson, ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, que encaminhou relatórios nos quais disse que Nuzman, de quem é desafeto, fazia gestão temerária. Maleson prestou depoimento e colaborou com procuradores franceses na investigação. "Eu mesmo recebi cópias de pessoas que enviaram esses documentos. O COI tem posse de muito material relativo a Nuzman", complementou Pound. Isso não significa que haja consenso sobre qual medida tomar. Inicialmente, o COI destacou que sua comissão de ética, que agora é chefiada pelo ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, é quem vai se encarregar da condução do caso e aplicar eventuais sanções aos envolvidos. "Quando as Justiças do Brasil e da França nos derem provas, atuaremos rapidamente. É preciso tomar cuidado com declarações de algumas pessoas que as disparam com outras finalidades, como políticas. Se Nuzman for culpado, terá de pagar. Mas ninguém pode ser culpado sem que haja prova", comentou Gerardo Werthein, membro argentino do COI. Único brasileiro entre os membros, o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, que é muito ligado a Nuzman, afirmou que ao longo da semana "muita gente perguntou" sobre o caso. "Eu não acredito [na compra de votos]. Espero que decida-se rápido porque a gente precisa continuar trabalhando. O importante é que a justiça seja feita", disse Rajzman. A sessão do COI em Lima terminou nesta sexta-feira (15), mas a reverberação da suspeita de compra de votos não parece ver linha de chegada no horizonte.
| 4 |
Leitor comenta invasão de ratos na Câmara dos Deputados
|
Pode ser que os ratos tenham invadido a Câmara dos Deputados por saberem que o presidente Eduardo Cunha está com a faca e o queijo na mão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
|
paineldoleitor
|
Leitor comenta invasão de ratos na Câmara dos DeputadosPode ser que os ratos tenham invadido a Câmara dos Deputados por saberem que o presidente Eduardo Cunha está com a faca e o queijo na mão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
| 16 |
MITsp: Companhia colombiana monta velório em casa na Vila Madalena
|
"Morrer de Amor, Segundo Ato Inevitável" é o primeiro dos dois espetáculos que a companhia colombiana La Maldita Vanidad apresenta na MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo). Com a proposta de apresentar-se em espaços não convencionais, o grupo escolheu uma casa de família na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo) para encenar a montar o espetáculo - que se desenrola, justamente, durante um velório improvisado na casa de uma família. Inicialmente previsto para ser apresentado na Oficina Oswald de Andrade, "Morrer de Amor..." foi transferido para a casa (onde mora uma das produtoras da MITsp) a pedido do grupo. O horário da apresentação também foi alterado, das 16h para as 18h. As mudanças, avisadas desde a semana passada, antes da abertura oficial da mostra, na sexta (6), aparentemente não causaram confusão. Por volta das 17h30 desta segunda (9), a maior parte do público que tinha comprado ingressos pela internet já aguardava no terraço e na escada da casa. Na rua, meia dúzia de pessoas sem ingressos esperava alguma desistência para poder entrar. Com lotação máxima de 50 pessoas, os ingressos se esgotaram. Mesmo assim, quem ficou na "fila da esperança" foi recompensado. Quando a porta da casa foi aberta para o público, ainda havia uns cinco lugares disponíveis. Disponíveis e desconfortáveis, já que os banquinhos e cadeiras deixavam todos espremidos. Talvez fosse a intenção criar esse desconforto no público, refletindo o desconforto dos personagens no velório de um jovem que morrera em circunstâncias confusas. Fora obrigar a plateia a um estado corporal de tensão, o espaço pouco convencional não foi muito explorado. A estrutura da peça caberia perfeitamente em palco italiano. Mas não deixou de ter o seu charme e o público, apesar do calor, de um ou outro pernilongo e da impossibilidade de mudar de posição na cadeira ou banquinho, parecia estar mobilizado pela trama, favorecida pela ótima interpretação dos atores da Maldita Vanidad. ORGANIZAÇÃO: a distribuição dos ingressos comprados pela internet e dos poucos que sobraram foi tranquila. A acomodação do público na sala de estar também ocorreu sem problemas. TRADUÇÃO: as legendas estavam razoavelmente bem sincronizadas, mas, para quem estava sentado nas laterais da sala, a visibilidade era ruim. REAÇÃO: o público acompanhou o espetáculo sem grandes arroubos de entusiasmo, mas também sem demonstrar desagrado. RESUMO: o "realismo físico" de estar na sala de uma família durante o velório compensa o desconforto. A qualidade da interpretação é outro ponto forte e valoriza o humor irônico de certas passagens da peça, além de minimizar alguns trechos que beiram o melodramático.
|
ilustrada
|
MITsp: Companhia colombiana monta velório em casa na Vila Madalena"Morrer de Amor, Segundo Ato Inevitável" é o primeiro dos dois espetáculos que a companhia colombiana La Maldita Vanidad apresenta na MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo). Com a proposta de apresentar-se em espaços não convencionais, o grupo escolheu uma casa de família na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo) para encenar a montar o espetáculo - que se desenrola, justamente, durante um velório improvisado na casa de uma família. Inicialmente previsto para ser apresentado na Oficina Oswald de Andrade, "Morrer de Amor..." foi transferido para a casa (onde mora uma das produtoras da MITsp) a pedido do grupo. O horário da apresentação também foi alterado, das 16h para as 18h. As mudanças, avisadas desde a semana passada, antes da abertura oficial da mostra, na sexta (6), aparentemente não causaram confusão. Por volta das 17h30 desta segunda (9), a maior parte do público que tinha comprado ingressos pela internet já aguardava no terraço e na escada da casa. Na rua, meia dúzia de pessoas sem ingressos esperava alguma desistência para poder entrar. Com lotação máxima de 50 pessoas, os ingressos se esgotaram. Mesmo assim, quem ficou na "fila da esperança" foi recompensado. Quando a porta da casa foi aberta para o público, ainda havia uns cinco lugares disponíveis. Disponíveis e desconfortáveis, já que os banquinhos e cadeiras deixavam todos espremidos. Talvez fosse a intenção criar esse desconforto no público, refletindo o desconforto dos personagens no velório de um jovem que morrera em circunstâncias confusas. Fora obrigar a plateia a um estado corporal de tensão, o espaço pouco convencional não foi muito explorado. A estrutura da peça caberia perfeitamente em palco italiano. Mas não deixou de ter o seu charme e o público, apesar do calor, de um ou outro pernilongo e da impossibilidade de mudar de posição na cadeira ou banquinho, parecia estar mobilizado pela trama, favorecida pela ótima interpretação dos atores da Maldita Vanidad. ORGANIZAÇÃO: a distribuição dos ingressos comprados pela internet e dos poucos que sobraram foi tranquila. A acomodação do público na sala de estar também ocorreu sem problemas. TRADUÇÃO: as legendas estavam razoavelmente bem sincronizadas, mas, para quem estava sentado nas laterais da sala, a visibilidade era ruim. REAÇÃO: o público acompanhou o espetáculo sem grandes arroubos de entusiasmo, mas também sem demonstrar desagrado. RESUMO: o "realismo físico" de estar na sala de uma família durante o velório compensa o desconforto. A qualidade da interpretação é outro ponto forte e valoriza o humor irônico de certas passagens da peça, além de minimizar alguns trechos que beiram o melodramático.
| 1 |
Comitê Paraolímpico investiga 'sumiço' de time de goalball da Argélia
|
LUIZA FRANCO DO RIO O Comitê Paraolímpico Internacional investiga o que motivou o "bolo" que o time de goalball da Argélia deu na Paraolimpíada. Até este sábado (10), cinco atletas com deficiência visual e dois membros da comissão técnica não haviam chegado. O chefe de mídia do Comitê Paraolímpico Internacional, Craig Spence, desconfia da justificativa dada pelo Comitê Paraolímpico da Argélia. Segundo ele, os argelinos dizem que o motivo seria atrasos no trânsito até o Rio. "O que sabemos até agora é que o time não está no país. O IPC ainda está investigando. Vamos tomar as medidas necessárias se pudermos. O time estava treinando num centro em Varsóvia, na Polônia, e era para elas terem viajado no dia 5 de setembro. O time está dizendo que sofreu atrasos, que voos foram cancelados, que perderam as conexões, por isso não chegaram", diz Spence. "Eu viajo um bocado. Em geral, você consegue chegar ao seu destino, mesmo que perca um voo. Acho que mesmo se você pegasse um barco da Polônia até o Brasil você chegaria a tempo! Estamos tentando fazer os argelinos nos darem uma explicação que faça sentido", acrescentou Spence. que esporte é esse A equipe tinha um jogo marcado contra os EUA na última sexta (9). Na ausência das argelinas, o jogo foi cancelado. Segundo Spence, a ausência do time argelino deu vitória às americanas. Há outro jogo previsto para este sábado (10), contra Israel. A Rio 2016 diz que vai reembolsar espectadores que fizerem essa solicitação. "Vamos reembolsar aqueles que pedirem, pois as sessões costumam ser para dois jogos. Mas cada ausência do time da Argélia será preenchida por atrações para entreter o público para que eles não percam tempo", disse, neste sábado, o diretor de comunicação da Rio 2016, Mario Andrada. A suspeita do Comitê Paraolímpico Internacional é de protesto político, segundo o jornal New York Times. A Argélia não tem relações diplomáticas com Israel. Não seria a primeira vez que um protesto político contra Israel acontece na Rio 2016. Durante a Olimpíada, o judoca egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão do israelense Or Sasson após ser derrotado.
|
esporte
|
Comitê Paraolímpico investiga 'sumiço' de time de goalball da Argélia
LUIZA FRANCO DO RIO O Comitê Paraolímpico Internacional investiga o que motivou o "bolo" que o time de goalball da Argélia deu na Paraolimpíada. Até este sábado (10), cinco atletas com deficiência visual e dois membros da comissão técnica não haviam chegado. O chefe de mídia do Comitê Paraolímpico Internacional, Craig Spence, desconfia da justificativa dada pelo Comitê Paraolímpico da Argélia. Segundo ele, os argelinos dizem que o motivo seria atrasos no trânsito até o Rio. "O que sabemos até agora é que o time não está no país. O IPC ainda está investigando. Vamos tomar as medidas necessárias se pudermos. O time estava treinando num centro em Varsóvia, na Polônia, e era para elas terem viajado no dia 5 de setembro. O time está dizendo que sofreu atrasos, que voos foram cancelados, que perderam as conexões, por isso não chegaram", diz Spence. "Eu viajo um bocado. Em geral, você consegue chegar ao seu destino, mesmo que perca um voo. Acho que mesmo se você pegasse um barco da Polônia até o Brasil você chegaria a tempo! Estamos tentando fazer os argelinos nos darem uma explicação que faça sentido", acrescentou Spence. que esporte é esse A equipe tinha um jogo marcado contra os EUA na última sexta (9). Na ausência das argelinas, o jogo foi cancelado. Segundo Spence, a ausência do time argelino deu vitória às americanas. Há outro jogo previsto para este sábado (10), contra Israel. A Rio 2016 diz que vai reembolsar espectadores que fizerem essa solicitação. "Vamos reembolsar aqueles que pedirem, pois as sessões costumam ser para dois jogos. Mas cada ausência do time da Argélia será preenchida por atrações para entreter o público para que eles não percam tempo", disse, neste sábado, o diretor de comunicação da Rio 2016, Mario Andrada. A suspeita do Comitê Paraolímpico Internacional é de protesto político, segundo o jornal New York Times. A Argélia não tem relações diplomáticas com Israel. Não seria a primeira vez que um protesto político contra Israel acontece na Rio 2016. Durante a Olimpíada, o judoca egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão do israelense Or Sasson após ser derrotado.
| 4 |
Organização social pode agilizar gestão pública, diz ministro da Cultura, Juca Ferreira
|
De volta ao ministério que comandou de 2008 a 2010, o baiano Juca Ferreira, 66, reassume a Cultura anunciando mudanças na Funarte, instituição de fomento às artes da pasta, e defendendo as organizações sociais como forma de gestão de órgãos públicos. Entidades de direito privado sem fins lucrativos, as OS administram equipamentos públicos, substituindo a ação direta do Estado. Setores do PT consideram o mecanismo uma forma de privatização, que terceiriza serviços. Na entrevista concedida à Folha na terça (3) em São Paulo, Juca disse que o instrumento "agiliza a administração pública". O modelo será adotado na Cinemateca Brasileira com seu apoio. O ministro também defendeu a reforma na Lei Rouanet, que chamou de "ovo da serpente neoliberal". Hoje, empresas deduzem do imposto de renda 100% do investido em projetos culturais –Juca quer reduzir o valor para 80%. Folha - Em bate-papo com internautas, o sr. disse que o PT cometeu muitos erros. Quais? Juca Ferreira - O PT teve uma fase de mergulho nos movimentos sociais. Foi quando entrou forte no jogo político, a partir da "Carta aos Brasileiros" [de 2002, em que Lula se comprometia em manter a política econômica], que enfraqueceu essa relação. O mergulho nesse processo de forma pouco crítica aproximou o PT demasiadamente dos partidos tradicionais, dos partidos que criticava. Como será sua relação com o Senado e a Câmara, que acaba de eleger Eduardo Cunha (PMDB) para a presidência? Sou confiante nos projetos pelos quais temos interesse no Congresso porque foram muito discutidos. Discutimos a Lei Rouanet por oito anos. A maioria dos Estados recebe praticamente nada da Rouanet, então seus representantes, de esquerda ou de direita, têm consciência de que não são contemplados. Aprovamos vários projetos na minha gestão anterior, na de [Gilberto] Gil. O Vale-Cultura, lançado pelo sr., foi aprovado na gestão Marta Suplicy, assim como parte da reforma dos direitos autorais, outra bandeira da sua gestão. Faltou articulação política da sua parte? Na democracia, a velocidade é mais lenta, mas gera um processo mais seguro. Convencemos a área cultural de que era importante modernizar os direitos autorais. Quando o texto foi enviado [ao Congresso], já era dezembro de 2010, quando eu estava saindo, então não é que tenha faltado articulação. Eu talvez tenha sido o ministro que mais foi ao Congresso. Alguém planta e alguém colhe, e a vida continua. Por que há resistência da Fazenda às mudanças propostas pelo sr. à Lei Rouanet? A resistência é dos que são beneficiados. São sempre os mesmos que têm acesso: os que podem dar retorno de imagem às empresas. Você pega o dinheiro público e dá para as empresas fazerem marketing sem acrescentar nenhum tostão. Sou a favor da parceria público-privada. Mas isso é uma transferência de recursos públicos para fortalecimento de marcas e imagens de empresas. O que vai ser feito efetivamente para renovar a Funarte, como o sr. anunciou? A Funarte está perdendo força, está muito decrépita. Vou criar uma comissão para escutar a sociedade e um grupo de trabalho mais técnico para redesenhar a instituição. É preciso nacionalizá-la. O novo presidente do Instituto Brasileiro de Museus, Carlos Roberto Brandão, é tido como mais alinhado ao PSDB e favorável à gestão via organizações sociais. É uma opção para os museus do MinC? Escolhi um especialista em museus. Ele [Brandão] nem assumiu ainda. Sua presença não significa afirmação de OS. A rejeição que se tem às OS é que elas serviram de instrumento para a privatização no Estado de São Paulo. Mas você não pode confundir o fato de terem sido usados como instrumento para a privatização com significarem intrinsecamente privatização. Há uma diferença enorme. Adotei a OS no Theatro Municipal [em SP] e está dando certo. Então não existe só o uso da OS para privatizar. Pode ser também para agilizar a administração pública. Há membros do Fora do Eixo na esfera do MinC. O coletivo foi acusado de dar calote em músicos e não tratar bem mulheres. Isso não o incomoda? Eu não sou do Fora do Eixo, então faça a pergunta ao Fora do Eixo. Mas o sr. está nomeando gente do Fora do Eixo. Quem é que eu estou nomeando? Marielle Ramires como assessora do seu gabinete. Foi publicado no Diário Oficial. O que você está sugerindo é que, se tiver algum vínculo com o Fora do Eixo, não pode ser nomeado? Estou perguntando se o sr. não se incomoda com as acusações que envolvem quem está nomeando para o ministério. Para a Funarte nomeei um artista que escreve para o [jornal] "O Globo", do Rio [o filósofo Francisco Bosco]. Você não me fez uma pergunta sequer sobre o vínculo entre o ministério e "O Globo". Não quero falar sobre isso porque eu acho que é uma malícia. Acho que a imprensa tem que ser generosa com os críticos porque não responde completamente à complexidade da realidade brasileira. A imprensa tem um ponto de vista específico e rejeita completamente a abertura para outros pontos de vista. Fotografia ISADORA BRANT | Edição ANDRÉ FELIPE, BRUNO SCATENA e GIOVANNI BELLO
|
ilustrada
|
Organização social pode agilizar gestão pública, diz ministro da Cultura, Juca FerreiraDe volta ao ministério que comandou de 2008 a 2010, o baiano Juca Ferreira, 66, reassume a Cultura anunciando mudanças na Funarte, instituição de fomento às artes da pasta, e defendendo as organizações sociais como forma de gestão de órgãos públicos. Entidades de direito privado sem fins lucrativos, as OS administram equipamentos públicos, substituindo a ação direta do Estado. Setores do PT consideram o mecanismo uma forma de privatização, que terceiriza serviços. Na entrevista concedida à Folha na terça (3) em São Paulo, Juca disse que o instrumento "agiliza a administração pública". O modelo será adotado na Cinemateca Brasileira com seu apoio. O ministro também defendeu a reforma na Lei Rouanet, que chamou de "ovo da serpente neoliberal". Hoje, empresas deduzem do imposto de renda 100% do investido em projetos culturais –Juca quer reduzir o valor para 80%. Folha - Em bate-papo com internautas, o sr. disse que o PT cometeu muitos erros. Quais? Juca Ferreira - O PT teve uma fase de mergulho nos movimentos sociais. Foi quando entrou forte no jogo político, a partir da "Carta aos Brasileiros" [de 2002, em que Lula se comprometia em manter a política econômica], que enfraqueceu essa relação. O mergulho nesse processo de forma pouco crítica aproximou o PT demasiadamente dos partidos tradicionais, dos partidos que criticava. Como será sua relação com o Senado e a Câmara, que acaba de eleger Eduardo Cunha (PMDB) para a presidência? Sou confiante nos projetos pelos quais temos interesse no Congresso porque foram muito discutidos. Discutimos a Lei Rouanet por oito anos. A maioria dos Estados recebe praticamente nada da Rouanet, então seus representantes, de esquerda ou de direita, têm consciência de que não são contemplados. Aprovamos vários projetos na minha gestão anterior, na de [Gilberto] Gil. O Vale-Cultura, lançado pelo sr., foi aprovado na gestão Marta Suplicy, assim como parte da reforma dos direitos autorais, outra bandeira da sua gestão. Faltou articulação política da sua parte? Na democracia, a velocidade é mais lenta, mas gera um processo mais seguro. Convencemos a área cultural de que era importante modernizar os direitos autorais. Quando o texto foi enviado [ao Congresso], já era dezembro de 2010, quando eu estava saindo, então não é que tenha faltado articulação. Eu talvez tenha sido o ministro que mais foi ao Congresso. Alguém planta e alguém colhe, e a vida continua. Por que há resistência da Fazenda às mudanças propostas pelo sr. à Lei Rouanet? A resistência é dos que são beneficiados. São sempre os mesmos que têm acesso: os que podem dar retorno de imagem às empresas. Você pega o dinheiro público e dá para as empresas fazerem marketing sem acrescentar nenhum tostão. Sou a favor da parceria público-privada. Mas isso é uma transferência de recursos públicos para fortalecimento de marcas e imagens de empresas. O que vai ser feito efetivamente para renovar a Funarte, como o sr. anunciou? A Funarte está perdendo força, está muito decrépita. Vou criar uma comissão para escutar a sociedade e um grupo de trabalho mais técnico para redesenhar a instituição. É preciso nacionalizá-la. O novo presidente do Instituto Brasileiro de Museus, Carlos Roberto Brandão, é tido como mais alinhado ao PSDB e favorável à gestão via organizações sociais. É uma opção para os museus do MinC? Escolhi um especialista em museus. Ele [Brandão] nem assumiu ainda. Sua presença não significa afirmação de OS. A rejeição que se tem às OS é que elas serviram de instrumento para a privatização no Estado de São Paulo. Mas você não pode confundir o fato de terem sido usados como instrumento para a privatização com significarem intrinsecamente privatização. Há uma diferença enorme. Adotei a OS no Theatro Municipal [em SP] e está dando certo. Então não existe só o uso da OS para privatizar. Pode ser também para agilizar a administração pública. Há membros do Fora do Eixo na esfera do MinC. O coletivo foi acusado de dar calote em músicos e não tratar bem mulheres. Isso não o incomoda? Eu não sou do Fora do Eixo, então faça a pergunta ao Fora do Eixo. Mas o sr. está nomeando gente do Fora do Eixo. Quem é que eu estou nomeando? Marielle Ramires como assessora do seu gabinete. Foi publicado no Diário Oficial. O que você está sugerindo é que, se tiver algum vínculo com o Fora do Eixo, não pode ser nomeado? Estou perguntando se o sr. não se incomoda com as acusações que envolvem quem está nomeando para o ministério. Para a Funarte nomeei um artista que escreve para o [jornal] "O Globo", do Rio [o filósofo Francisco Bosco]. Você não me fez uma pergunta sequer sobre o vínculo entre o ministério e "O Globo". Não quero falar sobre isso porque eu acho que é uma malícia. Acho que a imprensa tem que ser generosa com os críticos porque não responde completamente à complexidade da realidade brasileira. A imprensa tem um ponto de vista específico e rejeita completamente a abertura para outros pontos de vista. Fotografia ISADORA BRANT | Edição ANDRÉ FELIPE, BRUNO SCATENA e GIOVANNI BELLO
| 1 |
Médico diagnostica abstinência em Serra por ausência em eleições
|
*Um eleitor de Haddad que mora no Itaim Paulista saiu de casa ontem na esperança de chegar ao seu local de votação na zona oeste no dia 3 de outubro. *Um médico indiscreto do ministro José Serra disse que ele está tendo crises de abstinência por não estar disputando eleições em São Paulo este ano. *A amigos, Marta Suplicy criticou a PM de São Paulo, que jogou spray de pimenta em seu ex-marido, Eduardo Suplicy: "Péssima mira". *Com menos de 2% dos votos quando disputou a prefeitura do Rio, Rodrigo Maia acabou virando presidente em exercício. Levy Fidelix, que não passa de 1%, se encheu de esperança. * Veja outras matérias desta semana:
|
colunas
|
Médico diagnostica abstinência em Serra por ausência em eleições*Um eleitor de Haddad que mora no Itaim Paulista saiu de casa ontem na esperança de chegar ao seu local de votação na zona oeste no dia 3 de outubro. *Um médico indiscreto do ministro José Serra disse que ele está tendo crises de abstinência por não estar disputando eleições em São Paulo este ano. *A amigos, Marta Suplicy criticou a PM de São Paulo, que jogou spray de pimenta em seu ex-marido, Eduardo Suplicy: "Péssima mira". *Com menos de 2% dos votos quando disputou a prefeitura do Rio, Rodrigo Maia acabou virando presidente em exercício. Levy Fidelix, que não passa de 1%, se encheu de esperança. * Veja outras matérias desta semana:
| 10 |
Duas tramas de terror ecoam a atualidade próxima a nós
|
Talvez algo aproxime "Drácula" (1931, 12 anos, TC Cult, 0h05) de "Leviatã" (2014, 14 anos, TC Cult, 12h35). Ambos tratam de reinados de terror. O do conde vampiresco, em sua versão mais célebre, a de Tod Browning, com Béla Lugosi, diz respeito a um homem que não consegue morrer inteiramente. O "Leviatã" de Andrei Zviagintsev nos fala de um Estado soviético que persiste, que não consegue morrer, na medida em que o pesado aparelho de Estado foi ocupado por máfias. A história, bastante singela, afinal, diz respeito a um homem que luta, em uma pequena cidade, contra o poder mafioso. Mais do que a trama propriamente dita, interessam, aqui, as imagens. Desde os tristes blocos de habitação popular do antigo regime aos lugares da corrupção generalizada. Já o Drácula apenas precisa sugar sangue para sobreviver. Ou seja, dois filmes que nos falam bastante sobre a atualidade próxima a nós.
|
ilustrada
|
Duas tramas de terror ecoam a atualidade próxima a nósTalvez algo aproxime "Drácula" (1931, 12 anos, TC Cult, 0h05) de "Leviatã" (2014, 14 anos, TC Cult, 12h35). Ambos tratam de reinados de terror. O do conde vampiresco, em sua versão mais célebre, a de Tod Browning, com Béla Lugosi, diz respeito a um homem que não consegue morrer inteiramente. O "Leviatã" de Andrei Zviagintsev nos fala de um Estado soviético que persiste, que não consegue morrer, na medida em que o pesado aparelho de Estado foi ocupado por máfias. A história, bastante singela, afinal, diz respeito a um homem que luta, em uma pequena cidade, contra o poder mafioso. Mais do que a trama propriamente dita, interessam, aqui, as imagens. Desde os tristes blocos de habitação popular do antigo regime aos lugares da corrupção generalizada. Já o Drácula apenas precisa sugar sangue para sobreviver. Ou seja, dois filmes que nos falam bastante sobre a atualidade próxima a nós.
| 1 |
De dentro e de fora
|
A Lava Jato nunca viveu sob tanto risco quanto agora. Sofre ameaças externas, como seria de esperar, mas também internas, o que provoca consternação e surpresa. No campo da política, a manobra vergonhosa quase levada a cabo na segunda-feira (19) atesta quão longe os congressistas se dispõem a ir no intuito de esterilizar as investigações. Por muito pouco não terminou aprovado um projeto cujo objetivo era simplesmente anistiar caixa dois praticado até agora. A despeito da repercussão negativa do episódio, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) se sentiu à vontade para defender o perdão. "Esse debate tem que ser feito sem medo, sem preconceito, sem patrulha e sem histeria", afirmou ao jornal "O Globo" o articulador político da administração Michel Temer (PMDB). Com a mesma sem-cerimônia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a propugnar por medidas que protejam as garantias individuais dos investigados e, numa referência à apresentação midiática da denúncia contra Lula feita pelo Ministério Público Federal, criticou o exibicionismo da força-tarefa da Lava Jato. Não é difícil imaginar os verdadeiros propósitos de Renan, ele próprio às voltas com a Justiça. Igualmente difícil, todavia, é tirar-lhe razão nesse caso específico. Houve evidente exagero no constrangimento que os procuradores impuseram ao ex-presidente. Na última quinta-feira (22), outro petista viu-se alvo de medida exagerada e desnecessária. Trata-se do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda), preso enquanto sua mulher passava por cirurgia no hospital -e solto cinco horas depois. Acusa-se Mantega de, em 2012, ter pedido R$ 5 milhões a Eike Batista. Segundo o empresário relatou, o dinheiro se destinaria a quitar dívidas de campanha do PT e foi transferido por meio de contrato fraudulento. Suspeita-se que o pagamento fosse compensação por negócios de Eike com a Petrobras. A trama soa coerente com tudo o que se sabe acerca do escândalo do petrolão. O ex-ministro deve ser investigado e, se condenado, arcar com as sanções previstas em lei. Nada parecia justificar, contudo, sua prisão provisória -e a própria soltura confirma a tese. Resvalando perigosamente no arbítrio, excessos desse tipo interessam sobretudo aos detratores da Lava Jato. Causam danos à imagem da investigação, ajudam os que se fingem de vítimas e facilitam a ofensiva dos políticos. As autoridades envolvidas com a operação têm demonstrado grande dificuldade em reconhecer os erros que cometem. Se tiverem raciocínio estratégico, porém, perceberão que a estrita observância da lei é a melhor defesa da Lava Jato contra os que pretendem enterrá-la. [email protected]
|
opiniao
|
De dentro e de foraA Lava Jato nunca viveu sob tanto risco quanto agora. Sofre ameaças externas, como seria de esperar, mas também internas, o que provoca consternação e surpresa. No campo da política, a manobra vergonhosa quase levada a cabo na segunda-feira (19) atesta quão longe os congressistas se dispõem a ir no intuito de esterilizar as investigações. Por muito pouco não terminou aprovado um projeto cujo objetivo era simplesmente anistiar caixa dois praticado até agora. A despeito da repercussão negativa do episódio, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) se sentiu à vontade para defender o perdão. "Esse debate tem que ser feito sem medo, sem preconceito, sem patrulha e sem histeria", afirmou ao jornal "O Globo" o articulador político da administração Michel Temer (PMDB). Com a mesma sem-cerimônia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a propugnar por medidas que protejam as garantias individuais dos investigados e, numa referência à apresentação midiática da denúncia contra Lula feita pelo Ministério Público Federal, criticou o exibicionismo da força-tarefa da Lava Jato. Não é difícil imaginar os verdadeiros propósitos de Renan, ele próprio às voltas com a Justiça. Igualmente difícil, todavia, é tirar-lhe razão nesse caso específico. Houve evidente exagero no constrangimento que os procuradores impuseram ao ex-presidente. Na última quinta-feira (22), outro petista viu-se alvo de medida exagerada e desnecessária. Trata-se do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda), preso enquanto sua mulher passava por cirurgia no hospital -e solto cinco horas depois. Acusa-se Mantega de, em 2012, ter pedido R$ 5 milhões a Eike Batista. Segundo o empresário relatou, o dinheiro se destinaria a quitar dívidas de campanha do PT e foi transferido por meio de contrato fraudulento. Suspeita-se que o pagamento fosse compensação por negócios de Eike com a Petrobras. A trama soa coerente com tudo o que se sabe acerca do escândalo do petrolão. O ex-ministro deve ser investigado e, se condenado, arcar com as sanções previstas em lei. Nada parecia justificar, contudo, sua prisão provisória -e a própria soltura confirma a tese. Resvalando perigosamente no arbítrio, excessos desse tipo interessam sobretudo aos detratores da Lava Jato. Causam danos à imagem da investigação, ajudam os que se fingem de vítimas e facilitam a ofensiva dos políticos. As autoridades envolvidas com a operação têm demonstrado grande dificuldade em reconhecer os erros que cometem. Se tiverem raciocínio estratégico, porém, perceberão que a estrita observância da lei é a melhor defesa da Lava Jato contra os que pretendem enterrá-la. [email protected]
| 14 |
Futuro distópico é cenário para musical com canções do Queen
|
É num futuro distópico que se explicam os "gagas", "galileos" e "scaramouches" do Queen. "We Will Rock", musical inspirado na banda inglesa, não conta a história do grupo, mas usa suas composições para falar de um tempo distante e sombrio. O musical do West End londrino foi escrito pelo inglês Ben Elton em parceria com dois membros do Queen: Brian May e Roger Taylor. Estreou em Londres em 2002, e a franquia chega agora ao Brasil, com estreia nesta quinta (24), inaugurando o Teatro Santanter. A trama começa 300 anos anos no futuro. O Planeta Terra é agora dominado por uma companhia chamada Global Soft, onde todos vivem dominados pela internet Gaga. Logo na abertura, explica-se que a música e o sucesso tornaram-se efêmeros, impulsionados por reality shows musicais: "A Global Soft criou supercomputadores, fazendo com que jovens fizessem uploads de suas almas", conta o antigo bibliotecário Toca (papel de Rodrigo Miallaret). Para manter todos sob domínio, a Global Soft precisa evitar que se descubra o rock. "Os jovens nunca poderão conhecer o rock. Os Boêmios nunca vão encontrar a rapsódia", esbraveja em cena Fred Silveira, que interpreta Khashoggi, um funcionário da empresa comandada por Killer Queen (Andrezza Massei). Mas um grupo de revolucionários, os Boêmios, tenta reverter a situação. Eles são liderados por Galileo (Alírio Netto), jovem que ouve sons estranhos, e pela roqueira Scaramouche (Livia Dabarian). "É um cenário em que a música orgânica, de instrumento, foi banida, tudo ficou computadorizado", comenta Alírio, fã do Queen desde a infância -"comecei a cantar por causa deles". 'ROCKICAL' May e Taylor não quiseram fazer um musical tradicional, diz o coreógrafo inglês Philip Comley, na produção da peça desde 2009. "Eles queriam levar um clima de show de rock a um cenário teatral. Então há uma proximidade grande entre os atores e a plateia." É o que o diretor da montagem, o alemão Uwe Petersen, chama de "rockical". "O fim do musical é um grande show", conta o encenador. Para tanto, diz Petersen, buscou-se na história um pouco do "humor que o rock'n'roll também tem". Segundo ele, nas montagens que acompanhou na Europa (Alemanha, Suíça e Áustria), fãs chegavam a caráter, com camisetas e acessórios da banda. "Quando estreamos na Alemanha, a plateia estava lotada de cinquentões com camisas do Queen entoando 'We Are the Champions'." Ainda assim, não há quem represente a banda em cena. Mas são feitas referências a seus membros, em especial ao vocalista Freddie Mercury (1946-91), com sua personalidade extravagante reproduzida em figurinos e gestos. As músicas não são traduzidas, porém têm alterações nas letras para contar a história -para falar do domínio da Global Sof, por exemplo, o refrão de "Radio Gaga" virou "all we hear is Internet Gaga". "Temos experiência em outros países, e as pessoas achavam muito estranho de repente ouvir as músicas do Queen em suas línguas", afirma Petersen. "Achamos melhor ter legendas, para que as pessoas também pudessem cantar com a gente." WE WILL ROCK YOU QUANDO qui. e sex., às 21h, sáb., às 17h e às 21h, e dom., às 16h e às 20h ONDE Teatro Santander, av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, tel. (11) 4003-1022 QUANTO R$ 80 a R$ 300 CLASSIFICAÇÃO livre
|
ilustrada
|
Futuro distópico é cenário para musical com canções do QueenÉ num futuro distópico que se explicam os "gagas", "galileos" e "scaramouches" do Queen. "We Will Rock", musical inspirado na banda inglesa, não conta a história do grupo, mas usa suas composições para falar de um tempo distante e sombrio. O musical do West End londrino foi escrito pelo inglês Ben Elton em parceria com dois membros do Queen: Brian May e Roger Taylor. Estreou em Londres em 2002, e a franquia chega agora ao Brasil, com estreia nesta quinta (24), inaugurando o Teatro Santanter. A trama começa 300 anos anos no futuro. O Planeta Terra é agora dominado por uma companhia chamada Global Soft, onde todos vivem dominados pela internet Gaga. Logo na abertura, explica-se que a música e o sucesso tornaram-se efêmeros, impulsionados por reality shows musicais: "A Global Soft criou supercomputadores, fazendo com que jovens fizessem uploads de suas almas", conta o antigo bibliotecário Toca (papel de Rodrigo Miallaret). Para manter todos sob domínio, a Global Soft precisa evitar que se descubra o rock. "Os jovens nunca poderão conhecer o rock. Os Boêmios nunca vão encontrar a rapsódia", esbraveja em cena Fred Silveira, que interpreta Khashoggi, um funcionário da empresa comandada por Killer Queen (Andrezza Massei). Mas um grupo de revolucionários, os Boêmios, tenta reverter a situação. Eles são liderados por Galileo (Alírio Netto), jovem que ouve sons estranhos, e pela roqueira Scaramouche (Livia Dabarian). "É um cenário em que a música orgânica, de instrumento, foi banida, tudo ficou computadorizado", comenta Alírio, fã do Queen desde a infância -"comecei a cantar por causa deles". 'ROCKICAL' May e Taylor não quiseram fazer um musical tradicional, diz o coreógrafo inglês Philip Comley, na produção da peça desde 2009. "Eles queriam levar um clima de show de rock a um cenário teatral. Então há uma proximidade grande entre os atores e a plateia." É o que o diretor da montagem, o alemão Uwe Petersen, chama de "rockical". "O fim do musical é um grande show", conta o encenador. Para tanto, diz Petersen, buscou-se na história um pouco do "humor que o rock'n'roll também tem". Segundo ele, nas montagens que acompanhou na Europa (Alemanha, Suíça e Áustria), fãs chegavam a caráter, com camisetas e acessórios da banda. "Quando estreamos na Alemanha, a plateia estava lotada de cinquentões com camisas do Queen entoando 'We Are the Champions'." Ainda assim, não há quem represente a banda em cena. Mas são feitas referências a seus membros, em especial ao vocalista Freddie Mercury (1946-91), com sua personalidade extravagante reproduzida em figurinos e gestos. As músicas não são traduzidas, porém têm alterações nas letras para contar a história -para falar do domínio da Global Sof, por exemplo, o refrão de "Radio Gaga" virou "all we hear is Internet Gaga". "Temos experiência em outros países, e as pessoas achavam muito estranho de repente ouvir as músicas do Queen em suas línguas", afirma Petersen. "Achamos melhor ter legendas, para que as pessoas também pudessem cantar com a gente." WE WILL ROCK YOU QUANDO qui. e sex., às 21h, sáb., às 17h e às 21h, e dom., às 16h e às 20h ONDE Teatro Santander, av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, tel. (11) 4003-1022 QUANTO R$ 80 a R$ 300 CLASSIFICAÇÃO livre
| 1 |
Violência contra ex-presidente é afronta ao país, afirma Instituto Lula
|
O Instituto Lula divulgou nota em que critica a ação desta sexta (4) da Polícia Federal, que tem como alvo o ex-presidente Lula e familiares. A PF deflagrou a 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia, que apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e do tríplex em Guarujá. O ex-presidente nega as acusações. A Folha apurou com integrantes da defesa do ex-presidente que Lula está sendo levado para o aeroporto de Congonhas, onde deve prestar depoimento à Polícia Federal. Congonhas seria um lugar mais seguro para que Lula prestasse depoimento. A informação disponível até agora é a de que ele não será conduzido a Curitiba. Orlando Silva (PC do B-SP) já está no aeroporto. Há relatos de que um comboio semelhante ao que levou Lula já chegou ao local. O ex-presidente é alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva (quando o investigado é obrigado a depor). Os advogados dele tinham entrado com habeas corpus para evitar a medida, mas ele valia só para São Paulo, e não para Curitiba, de onde despacha o juiz federal Sergio Moro, conforme informações dadas à Folha. Lula reagiu bem quando a PF bateu à sua porta. Segundo relatos, o petista estava "tranquilo" dos momentos iniciais até a condução coercitiva. Veja abaixo a nota do instituto. * Violência contra Lula afronta o país e o estado de direito A violência praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade brasileira. A ação da chamada força-tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal, e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal. 1) Nada justifica um mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente que colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado. Nos últimos meses, Lula prestou informações e depoimentos em quatro inquéritos, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato. Dezenas de testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela força-tarefa, em depoimentos previamente marcados. Por que o ex-presidente Lula foi submetido ao constrangimento da condução coercitiva? 2) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras. A Lava Jato já recebeu da Receita Federal, oficialmente, todas as informações referentes a estas contas, que foram objeto de minuciosa autuação fiscal no ano passado. 3) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula, pois este sigilo já foi quebrado, compartilhado com o Ministério Público Federal e vazado ilegalmente para a imprensa, este sim um crime que não mereceu a devida atenção do Ministério Público. 4) Nada justifica a invasão do Instituto Lula e da empresa LILS, a pretexto de obter informações sobre palestras do ex-presidente Lula, contratadas por 40 empresas do Brasil e de outros países, entre as quais a INFOGLOBO, que edita as publicações da Família Marinho (http://www.institutolula.org/as-palestras-de-lula-a-violacao-de-sigilo-bancario-do-ex-presidente-foi-um-ato-criminoso). Todas as informações referentes a estas palestras foram prestadas à Procuradoria da República do Distrito Federal e compartilhadas com a Lava Jato. Também neste caso, o Ministério Público nada fez em relação ao vazamento ilegal de informações sigilosas para a imprensa. 5) Nada justifica levar o ex-presidente Lula a depor sobre um apartamento no Guarujá que não é nunca foi dele e sobre um sítio de amigos em Atibaia, onde ele passa seus dias de descanso. Além de esclarecer a situação do apartamento em nota pública - na qual chegou a expor sua declaração de bens - e em informações prestadas por escrito ao Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente prestou esclarecimentos sobre o sítio de Atibaia em ação perante o Supremo Tribunal Federal, que também é de conhecimento público. 6) A defesa do ex-presidente Lula peticionou ao STF para que decida o conflito de atribuições entre o Ministério Público de São Paulo e o Ministério Público Federal (força-tarefa), para apontar a quem cabe investigar os fatos, que são os mesmos. Solicitou também medida liminar suspendendo os procedimentos paralelos até que se decida a competência conforme a lei. Ao precipitar-se em ações invasivas e coercitivas nesta manhã, antes de uma decisão sobre estes pedidos, a chamada força-tarefa cometeu grave afronta à mais alta Corte do País, afronta que se estende a todas as instituições republicanas. 7) O único resultado da violência desencadeada hoje pela força-tarefa é submeter o ex-presidente a um constrangimento público. Não é a credibilidade de Lula, mas da Operação Lava Jato que fica comprometida, quando seus dirigentes voltam-se para um alvo político sob os mais frágeis pretextos. O Instituto Lula reafirma que Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida, antes, durante ou depois de governar o País. Jamais se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava Jato, sejam quaisquer outras. A violência praticada nesta manhã - injusta, injustificável, arbitrária e ilegal - será repudiada por todos os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e do estado de direito, no Brasil e ao redor do mundo, pois Lula é uma personalidade internacional que dignifica o País, símbolo da paz, do combate à fome e da inclusão social. É uma violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história.
|
poder
|
Violência contra ex-presidente é afronta ao país, afirma Instituto LulaO Instituto Lula divulgou nota em que critica a ação desta sexta (4) da Polícia Federal, que tem como alvo o ex-presidente Lula e familiares. A PF deflagrou a 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia, que apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e do tríplex em Guarujá. O ex-presidente nega as acusações. A Folha apurou com integrantes da defesa do ex-presidente que Lula está sendo levado para o aeroporto de Congonhas, onde deve prestar depoimento à Polícia Federal. Congonhas seria um lugar mais seguro para que Lula prestasse depoimento. A informação disponível até agora é a de que ele não será conduzido a Curitiba. Orlando Silva (PC do B-SP) já está no aeroporto. Há relatos de que um comboio semelhante ao que levou Lula já chegou ao local. O ex-presidente é alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva (quando o investigado é obrigado a depor). Os advogados dele tinham entrado com habeas corpus para evitar a medida, mas ele valia só para São Paulo, e não para Curitiba, de onde despacha o juiz federal Sergio Moro, conforme informações dadas à Folha. Lula reagiu bem quando a PF bateu à sua porta. Segundo relatos, o petista estava "tranquilo" dos momentos iniciais até a condução coercitiva. Veja abaixo a nota do instituto. * Violência contra Lula afronta o país e o estado de direito A violência praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade brasileira. A ação da chamada força-tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal, e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal. 1) Nada justifica um mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente que colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado. Nos últimos meses, Lula prestou informações e depoimentos em quatro inquéritos, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato. Dezenas de testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela força-tarefa, em depoimentos previamente marcados. Por que o ex-presidente Lula foi submetido ao constrangimento da condução coercitiva? 2) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras. A Lava Jato já recebeu da Receita Federal, oficialmente, todas as informações referentes a estas contas, que foram objeto de minuciosa autuação fiscal no ano passado. 3) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula, pois este sigilo já foi quebrado, compartilhado com o Ministério Público Federal e vazado ilegalmente para a imprensa, este sim um crime que não mereceu a devida atenção do Ministério Público. 4) Nada justifica a invasão do Instituto Lula e da empresa LILS, a pretexto de obter informações sobre palestras do ex-presidente Lula, contratadas por 40 empresas do Brasil e de outros países, entre as quais a INFOGLOBO, que edita as publicações da Família Marinho (http://www.institutolula.org/as-palestras-de-lula-a-violacao-de-sigilo-bancario-do-ex-presidente-foi-um-ato-criminoso). Todas as informações referentes a estas palestras foram prestadas à Procuradoria da República do Distrito Federal e compartilhadas com a Lava Jato. Também neste caso, o Ministério Público nada fez em relação ao vazamento ilegal de informações sigilosas para a imprensa. 5) Nada justifica levar o ex-presidente Lula a depor sobre um apartamento no Guarujá que não é nunca foi dele e sobre um sítio de amigos em Atibaia, onde ele passa seus dias de descanso. Além de esclarecer a situação do apartamento em nota pública - na qual chegou a expor sua declaração de bens - e em informações prestadas por escrito ao Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente prestou esclarecimentos sobre o sítio de Atibaia em ação perante o Supremo Tribunal Federal, que também é de conhecimento público. 6) A defesa do ex-presidente Lula peticionou ao STF para que decida o conflito de atribuições entre o Ministério Público de São Paulo e o Ministério Público Federal (força-tarefa), para apontar a quem cabe investigar os fatos, que são os mesmos. Solicitou também medida liminar suspendendo os procedimentos paralelos até que se decida a competência conforme a lei. Ao precipitar-se em ações invasivas e coercitivas nesta manhã, antes de uma decisão sobre estes pedidos, a chamada força-tarefa cometeu grave afronta à mais alta Corte do País, afronta que se estende a todas as instituições republicanas. 7) O único resultado da violência desencadeada hoje pela força-tarefa é submeter o ex-presidente a um constrangimento público. Não é a credibilidade de Lula, mas da Operação Lava Jato que fica comprometida, quando seus dirigentes voltam-se para um alvo político sob os mais frágeis pretextos. O Instituto Lula reafirma que Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida, antes, durante ou depois de governar o País. Jamais se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava Jato, sejam quaisquer outras. A violência praticada nesta manhã - injusta, injustificável, arbitrária e ilegal - será repudiada por todos os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e do estado de direito, no Brasil e ao redor do mundo, pois Lula é uma personalidade internacional que dignifica o País, símbolo da paz, do combate à fome e da inclusão social. É uma violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história.
| 0 |
Greve na Ford termina com acordo de redução de salário e novo lay-off
|
Depois de Volkswagen e Mercedes-Benz, a Ford é a terceira montadora do ABC e a quarta do país a aprovar a adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego) e a reduzir os salários e a jornada a partir de janeiro de 2016. A proposta aprovada pelos trabalhadores em assembleia nesta sexta (18) prevê seis meses de redução, prorrogáveis por mais seis, será válida para toda a fábrica, segundo a montadora. Em troca, os funcionários garantiram estabilidade até agosto de 2017 e a empresa cancela 203 demissões anunciadas. A Ford fez acordo para cortar 20% da remuneração e da jornada com o sindicato. Metade da redução salarial (20%) será bancada pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), como prevê a legislação que criou o PPE. Com isso, os salários serão diminuídos em 10% por um prazo de até 12 meses. O salário médio nas montadoras da região do ABC é de R$ 5.000, segundo dados do sindicato. Além disso, a empresa vai prorrogar o "lay-off" (suspensão do contrato de trabalho) de um grupo de funcionários afastados desde maio. A partir de janeiro, como deve reduzir o ritmo da linha de produção do ABC, também foi negociado um novo "lay-off" para 2016, segundo informaram sindicato e empresa. Veja as regras de adesão ao PPE O PPE será "para todos os empregados da unidade de São Bernardo do Campo e dos escritórios regionais de vendas", diz a Ford. A montadora informou que está prevista a abertura de um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária) para empregados horistas (produção) no período de 24 de setembro a 9 de outubro", e que "adicionalmente, será implementada a suspensão temporária do contrato de trabalho ('lay-off') para o período do final de 2015 e durante o ano de 2016". FIM DA GREVE A decisão foi aprovada em assembleia na manhã desta sexta-feira (18) e põe fim à greve iniciada no dia 10, após a Ford anunciar a demissão de 203 empregados. Os cortes haviam sido comunicados, há cerca de duas semanas, após a abixa adesão a um PDV (Programa de Demissão Voluntária), aberto por dois meses, que não atingiu a meta pretendida pela empresa, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Ford tem cerca de 4.300 trabalhadores na unidade de São Bernardo do Campo. Desse total, 160 estão em "lay-off" (suspensão temporário do contrato de trabalho) desde maio e 59 estão afastados em banco de horas. Do grupo de 160 afastados, cerca de 60 podem retornar em outubro e cerca de cem podem ter "lay-off" estendido, segundo o sindicato. Outro grupo de 150 pode ter seus contratos suspensos a partir de janeiro. A empresa havia informado ter um excedente ao menos de 250 metalúrgicos nessa unidade. A prorrogação foi negociada para evitar o corte de salário de 30%, como inicialmente a empresa pretendia, de acordo com o sindicato. "Foi uma negociação dura. Ontem [quinta, dia 17] ficamos 12 horas em reunião. Vamos usar o PPE e o lay-off porque a empresa alegou qye a redução de 20% na jornada não seria suficiente", disse Rafael Marques, presidente do sindicato. "Sabemos que a situação é complexa, e ficaria ainda mais crítica a partir de janeiro, quando haverá novo ajuste na produção da fábrica. Atualmente ela produz 35 carros e 13 caminhões por hora e a partir do início do ano que vem reduzirá as linhas para 31 carros e 11 caminhões", afirmou o dirigente. BENEFÍCIOS Assim como o acordo feito na Volks, a redução salarial não atingirá o 13o salário nem as férias e estão mantidos os acordos de reajuste salarial e participação nos lucros. O sindicato informou ainda que a Ford também garante a complementação do salário reduzido, nos casos em que a a metade da redução salarial for maior que o limite máximo pago pelo FAT - de R$ 900. Na Volkswagen, a redução de salário e jornada atingiu 60% do total de empregados da montadora no país e quase a totalidade da fábrica do ABC. A unidade tem 12,6 mil. É a maior já feita desde a criação do programa do governo federal —PPE— e foi aprovada nesta quinta (17) pela maioria dos funcionários. EMPRESAS QUE JÁ ADERIRAM AO PPE VOLKSWAGEN: 11.600 funcionários aprovaram entrar no plano MERCEDES-BENZ: 10.000 FORD: cerca de 4.000 CATERPILLAR: 1.498 (acordo já assinado com governo) RASSINI NHK AUTOPEÇAS: 550 (acordo já assinado com governo) PRENSAS SCHULER: 456 GRAMMER DO BRASIL: 451 (acordo já assinado com governo) TRICOL: 114 Fontes: MTE e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
|
mercado
|
Greve na Ford termina com acordo de redução de salário e novo lay-offDepois de Volkswagen e Mercedes-Benz, a Ford é a terceira montadora do ABC e a quarta do país a aprovar a adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego) e a reduzir os salários e a jornada a partir de janeiro de 2016. A proposta aprovada pelos trabalhadores em assembleia nesta sexta (18) prevê seis meses de redução, prorrogáveis por mais seis, será válida para toda a fábrica, segundo a montadora. Em troca, os funcionários garantiram estabilidade até agosto de 2017 e a empresa cancela 203 demissões anunciadas. A Ford fez acordo para cortar 20% da remuneração e da jornada com o sindicato. Metade da redução salarial (20%) será bancada pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), como prevê a legislação que criou o PPE. Com isso, os salários serão diminuídos em 10% por um prazo de até 12 meses. O salário médio nas montadoras da região do ABC é de R$ 5.000, segundo dados do sindicato. Além disso, a empresa vai prorrogar o "lay-off" (suspensão do contrato de trabalho) de um grupo de funcionários afastados desde maio. A partir de janeiro, como deve reduzir o ritmo da linha de produção do ABC, também foi negociado um novo "lay-off" para 2016, segundo informaram sindicato e empresa. Veja as regras de adesão ao PPE O PPE será "para todos os empregados da unidade de São Bernardo do Campo e dos escritórios regionais de vendas", diz a Ford. A montadora informou que está prevista a abertura de um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária) para empregados horistas (produção) no período de 24 de setembro a 9 de outubro", e que "adicionalmente, será implementada a suspensão temporária do contrato de trabalho ('lay-off') para o período do final de 2015 e durante o ano de 2016". FIM DA GREVE A decisão foi aprovada em assembleia na manhã desta sexta-feira (18) e põe fim à greve iniciada no dia 10, após a Ford anunciar a demissão de 203 empregados. Os cortes haviam sido comunicados, há cerca de duas semanas, após a abixa adesão a um PDV (Programa de Demissão Voluntária), aberto por dois meses, que não atingiu a meta pretendida pela empresa, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Ford tem cerca de 4.300 trabalhadores na unidade de São Bernardo do Campo. Desse total, 160 estão em "lay-off" (suspensão temporário do contrato de trabalho) desde maio e 59 estão afastados em banco de horas. Do grupo de 160 afastados, cerca de 60 podem retornar em outubro e cerca de cem podem ter "lay-off" estendido, segundo o sindicato. Outro grupo de 150 pode ter seus contratos suspensos a partir de janeiro. A empresa havia informado ter um excedente ao menos de 250 metalúrgicos nessa unidade. A prorrogação foi negociada para evitar o corte de salário de 30%, como inicialmente a empresa pretendia, de acordo com o sindicato. "Foi uma negociação dura. Ontem [quinta, dia 17] ficamos 12 horas em reunião. Vamos usar o PPE e o lay-off porque a empresa alegou qye a redução de 20% na jornada não seria suficiente", disse Rafael Marques, presidente do sindicato. "Sabemos que a situação é complexa, e ficaria ainda mais crítica a partir de janeiro, quando haverá novo ajuste na produção da fábrica. Atualmente ela produz 35 carros e 13 caminhões por hora e a partir do início do ano que vem reduzirá as linhas para 31 carros e 11 caminhões", afirmou o dirigente. BENEFÍCIOS Assim como o acordo feito na Volks, a redução salarial não atingirá o 13o salário nem as férias e estão mantidos os acordos de reajuste salarial e participação nos lucros. O sindicato informou ainda que a Ford também garante a complementação do salário reduzido, nos casos em que a a metade da redução salarial for maior que o limite máximo pago pelo FAT - de R$ 900. Na Volkswagen, a redução de salário e jornada atingiu 60% do total de empregados da montadora no país e quase a totalidade da fábrica do ABC. A unidade tem 12,6 mil. É a maior já feita desde a criação do programa do governo federal —PPE— e foi aprovada nesta quinta (17) pela maioria dos funcionários. EMPRESAS QUE JÁ ADERIRAM AO PPE VOLKSWAGEN: 11.600 funcionários aprovaram entrar no plano MERCEDES-BENZ: 10.000 FORD: cerca de 4.000 CATERPILLAR: 1.498 (acordo já assinado com governo) RASSINI NHK AUTOPEÇAS: 550 (acordo já assinado com governo) PRENSAS SCHULER: 456 GRAMMER DO BRASIL: 451 (acordo já assinado com governo) TRICOL: 114 Fontes: MTE e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
| 2 |
Reprovação de Dilma cresce e supera a de Collor em 1992
|
Com 71% de reprovação, a presidente Dilma Rousseff (PT) superou as piores taxas registradas por Fernando Collor (1990-92) no cargo às vésperas de sofrer um processo de impeachment, mostra pesquisa Datafolha feita entre terça e esta quarta-feira (5). No levantamento anterior, realizado na terceira semana de junho, 65% dos entrevistados viam o governo Dilma como ruim ou péssimo. O grupo dos que consideram a atuação da petista ótima ou boa variou para baixo, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Em junho, 10% dos consultados pelo Datafolha mantinham essa opinião. Agora, são 8%. Avaliação da presidente Dilma O cenário piorou para a presidente Dilma também no que diz respeito a um eventual pedido de impeachment. Questionados se o Congresso deveria abrir um procedimento formal de afastamento, 66% dos entrevistados disseram que sim. No levantamento anterior, realizado em abril, eram 63%. Impeachment Impeachment Também aumentou a quantidade de pessoas que acham que ela será retirada do cargo, independentemente de suas opiniões sobre um eventual processo de impeachment. Em abril, 29% diziam que a presidente seria afastada do Planalto. Agora, 38% disseram achar que Dilma sofrerá um impeachment. Os números registrados pelo Datafolha na pesquisa desta semana são os piores desde que o instituto iniciou a série de pesquisas em âmbito nacional, em 1990, no governo Fernando Collor. O atual senador pelo PTB-AL, investigado na Lava Jato, era até agora o recordista de impopularidade na série do Datafolha, com 9% de aprovação e 68% de reprovação na véspera de seu impeachment, em setembro de 1992. Dilma, dessa forma, passa a ser a presidente com a pior taxa de popularidade entre todos os eleitos diretamente desde a redemocratização. As pesquisas Datafolha do período do governo José Sarney (1985-1990) eram feitas em dez capitais. Incomparáveis, portanto, com as seguintes. Nesse universo, Sarney registrou 68% de reprovação em seu pior momento, em meio à superinflação. Sistema de governo REGIÕES A reprovação à presidente Dilma Rousseff é homogênea em relação às regiões do país, com índices em patamares semelhantes em todas elas. Nos locais em que seu partido, o PT, costuma ter mais reprovação, a presidente registrou taxas levemente piores. A maior taxa de reprovação foi registrada na região Centro-Oeste, 77%. No Sudeste e no Sul, 73% dos entrevistados disseram que o governo é ruim ou péssimo. Mesmo no Nordeste, região do país onde o PT costuma ter melhor desempenho eleitoral, a aprovação de Dilma é baixa. Apenas 10% dos consultados pelo Datafolha afirmaram que o governo é ótimo ou bom. Outros 66% entendem que a administração é ruim ou péssima. As taxas apuradas pelo Datafolha em relação à questão do impeachment também são consistentes independentemente da região do país. No Centro-Oeste, 74% acreditam que o Congresso deveria fazer tramitar um pedido de afastamento. Sul e Sudeste registram 65%. No Nordeste, o percentual é maior, porém dentro da margem de erro, com 67%. Também não há diferença relevante em relação a idade ou o sexo dos entrevistados. Os resultados tanto entre homens como entre mulheres repetem o percentual de reprovação geral, de 71%. Dilma tem reprovação levemente inferior entre pessoas com mais de 60 anos (68%). Os resultados das outras faixas etárias variam pouco, sempre dentro da margem de erro. O Datafolha entrevistou 3.358 pessoas com 16 anos ou mais em 201 municípios nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança do levantamento é de 95% –se fossem realizadas 100 pesquisas com a mesma metodologia, os resultados estariam dentro da margem de erro em 95 ocasiões. O pior momento de cada presidente
|
poder
|
Reprovação de Dilma cresce e supera a de Collor em 1992Com 71% de reprovação, a presidente Dilma Rousseff (PT) superou as piores taxas registradas por Fernando Collor (1990-92) no cargo às vésperas de sofrer um processo de impeachment, mostra pesquisa Datafolha feita entre terça e esta quarta-feira (5). No levantamento anterior, realizado na terceira semana de junho, 65% dos entrevistados viam o governo Dilma como ruim ou péssimo. O grupo dos que consideram a atuação da petista ótima ou boa variou para baixo, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Em junho, 10% dos consultados pelo Datafolha mantinham essa opinião. Agora, são 8%. Avaliação da presidente Dilma O cenário piorou para a presidente Dilma também no que diz respeito a um eventual pedido de impeachment. Questionados se o Congresso deveria abrir um procedimento formal de afastamento, 66% dos entrevistados disseram que sim. No levantamento anterior, realizado em abril, eram 63%. Impeachment Impeachment Também aumentou a quantidade de pessoas que acham que ela será retirada do cargo, independentemente de suas opiniões sobre um eventual processo de impeachment. Em abril, 29% diziam que a presidente seria afastada do Planalto. Agora, 38% disseram achar que Dilma sofrerá um impeachment. Os números registrados pelo Datafolha na pesquisa desta semana são os piores desde que o instituto iniciou a série de pesquisas em âmbito nacional, em 1990, no governo Fernando Collor. O atual senador pelo PTB-AL, investigado na Lava Jato, era até agora o recordista de impopularidade na série do Datafolha, com 9% de aprovação e 68% de reprovação na véspera de seu impeachment, em setembro de 1992. Dilma, dessa forma, passa a ser a presidente com a pior taxa de popularidade entre todos os eleitos diretamente desde a redemocratização. As pesquisas Datafolha do período do governo José Sarney (1985-1990) eram feitas em dez capitais. Incomparáveis, portanto, com as seguintes. Nesse universo, Sarney registrou 68% de reprovação em seu pior momento, em meio à superinflação. Sistema de governo REGIÕES A reprovação à presidente Dilma Rousseff é homogênea em relação às regiões do país, com índices em patamares semelhantes em todas elas. Nos locais em que seu partido, o PT, costuma ter mais reprovação, a presidente registrou taxas levemente piores. A maior taxa de reprovação foi registrada na região Centro-Oeste, 77%. No Sudeste e no Sul, 73% dos entrevistados disseram que o governo é ruim ou péssimo. Mesmo no Nordeste, região do país onde o PT costuma ter melhor desempenho eleitoral, a aprovação de Dilma é baixa. Apenas 10% dos consultados pelo Datafolha afirmaram que o governo é ótimo ou bom. Outros 66% entendem que a administração é ruim ou péssima. As taxas apuradas pelo Datafolha em relação à questão do impeachment também são consistentes independentemente da região do país. No Centro-Oeste, 74% acreditam que o Congresso deveria fazer tramitar um pedido de afastamento. Sul e Sudeste registram 65%. No Nordeste, o percentual é maior, porém dentro da margem de erro, com 67%. Também não há diferença relevante em relação a idade ou o sexo dos entrevistados. Os resultados tanto entre homens como entre mulheres repetem o percentual de reprovação geral, de 71%. Dilma tem reprovação levemente inferior entre pessoas com mais de 60 anos (68%). Os resultados das outras faixas etárias variam pouco, sempre dentro da margem de erro. O Datafolha entrevistou 3.358 pessoas com 16 anos ou mais em 201 municípios nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança do levantamento é de 95% –se fossem realizadas 100 pesquisas com a mesma metodologia, os resultados estariam dentro da margem de erro em 95 ocasiões. O pior momento de cada presidente
| 0 |
Comitê de Direitos Humanos da ONU analisará queixa de Lula contra Moro
|
O Comitê de Direitos Humanos da ONU irá analisar comunicado enviado em nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que acusa o juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato de violar direitos. Cristiano Zanin Martins, um dos advogados do ex-presidente, informou por meio de nota que soube da aceitação do pedido nesta quarta-feira (26). A carta do comitê, emitido na segunda (25), informa que o comunicado sobre Lula foi registrado pelo órgão. Na prática, trata-se da admissão do pedido, já que o comitê pode rejeitar a apreciação dos comunicados que recebe. O documento recebido por Zanin Martins informa que uma cópia do comunicado sobre Lula foi enviado ao governo brasileiro, para que ele apresente informações pertinentes para o caso. Qualquer resposta do governo será encaminhada à defesa do ex-presidente para que ela possa comentar. A petição de Zanin Martins questionou a "privação de liberdade" de Lula quando ele foi alvo de condução coercitiva autorizada por Moro, na 24ª fase da Lava Jato, em março. Além disso, o comunicado também trata da divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente, também por determinação do juiz. Para a defesa do ex-presidente, Moro também antecipou juízo de valor ao imputar crimes ao petista em documento ao STF (Supremo Tribunal Federal).
|
poder
|
Comitê de Direitos Humanos da ONU analisará queixa de Lula contra MoroO Comitê de Direitos Humanos da ONU irá analisar comunicado enviado em nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que acusa o juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato de violar direitos. Cristiano Zanin Martins, um dos advogados do ex-presidente, informou por meio de nota que soube da aceitação do pedido nesta quarta-feira (26). A carta do comitê, emitido na segunda (25), informa que o comunicado sobre Lula foi registrado pelo órgão. Na prática, trata-se da admissão do pedido, já que o comitê pode rejeitar a apreciação dos comunicados que recebe. O documento recebido por Zanin Martins informa que uma cópia do comunicado sobre Lula foi enviado ao governo brasileiro, para que ele apresente informações pertinentes para o caso. Qualquer resposta do governo será encaminhada à defesa do ex-presidente para que ela possa comentar. A petição de Zanin Martins questionou a "privação de liberdade" de Lula quando ele foi alvo de condução coercitiva autorizada por Moro, na 24ª fase da Lava Jato, em março. Além disso, o comunicado também trata da divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente, também por determinação do juiz. Para a defesa do ex-presidente, Moro também antecipou juízo de valor ao imputar crimes ao petista em documento ao STF (Supremo Tribunal Federal).
| 0 |
Uma ponte para estreitar laços
|
No dia 18 de março, a França e o Brasil inauguraram a ponte que une Amapá e Guiana Francesa, concretizando assim um projeto conduzido há 20 anos pelos sucessivos governos franceses e brasileiros. Numa época em que outros países tendem a se fechar, nossos países devem se orgulhar de terem construído essa ponte, símbolo de uma visão de futuro partilhado. Um futuro desejado pelas autoridades dos dois lados do Oiapoque e que, no Brasil, contou com o incansável apoio dos representantes eleitos do Amapá. Após uma longa espera, a abertura dessa ponte representa um grande acontecimento para as populações do Amapá e da Guiana Francesa, que serão as primeiras beneficiadas. Certamente, ainda há detalhes a serem acertados. Estamos trabalhando especialmente na definição de um dispositivo adaptado no que se refere ao seguro auto, a fim de proteger os motoristas brasileiros que dirigem na Guiana Francesa e os motoristas franceses que dirigem no Brasil. Para irmos ainda mais longe, assim que as autoridades brasileiras desejarem, a França estará pronta para abrir a ponte diariamente por 24 horas. As obras de conclusão do asfalto da BR-156, entre a fronteira e Macapá, devem começar ainda este ano. São essenciais para permitir o desenvolvimento do transporte de mercadorias e de pessoas. Em relação aos vistos -obrigatórios para entrar na Guiana Francesa, uma vez que esse território francês não integra o espaço Schengen-, nós continuaremos a trabalhar em estreita cooperação com nossos parceiros brasileiros para facilitar os intercâmbios. Já demos prova disso ao criar um documento de identidade de fronteiriço que permite a entrada sem visto na zona de fronteira francesa ou ao conceder ao cônsul honorário da França em Macapá o poder de emitir vistos para os habitantes do Estado. Todavia, a abertura da ponte não deve ser vista como um fim em si mesmo, mas como um estímulo à continuidade e à intensificação de nossos esforços conjuntos em prol de uma cooperação regional cada vez mais forte para o desenvolvimento econômico de nossos territórios e o bem-estar das suas populações. Por exemplo, o financiamento de projetos de cooperação científica e tecnológica sobre o bioma da Amazônia, por meio do programa Guyamazon, tornou possível a realização de mais de 250 missões de cooperação científica entre a Guiana Francesa e o Amapá, desde seu lançamento em 2011. No âmbito do ensino, a Embaixada da França e o Instituto Federal do Amapá acabaram de criar dois cargos de leitores de francês, em Macapá e em Oiapoque. Na Guiana Francesa, onde vivem 11 mil brasileiros (terceira comunidade estrangeira no local), o Ministério francês da Educação financia há anos nove cargos de assistentes linguísticos para reforçar a aprendizagem do português. Estou convencido de que em um futuro próximo essa ponte será uma oportunidade para estendermos o intercâmbio não apenas entre nossos países, mas alcançando também o planalto das Guianas, com nossos vizinhos comuns do Suriname e da Guiana. LAURENT BILI é embaixador da França no Brasil desde 2015 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
|
opiniao
|
Uma ponte para estreitar laçosNo dia 18 de março, a França e o Brasil inauguraram a ponte que une Amapá e Guiana Francesa, concretizando assim um projeto conduzido há 20 anos pelos sucessivos governos franceses e brasileiros. Numa época em que outros países tendem a se fechar, nossos países devem se orgulhar de terem construído essa ponte, símbolo de uma visão de futuro partilhado. Um futuro desejado pelas autoridades dos dois lados do Oiapoque e que, no Brasil, contou com o incansável apoio dos representantes eleitos do Amapá. Após uma longa espera, a abertura dessa ponte representa um grande acontecimento para as populações do Amapá e da Guiana Francesa, que serão as primeiras beneficiadas. Certamente, ainda há detalhes a serem acertados. Estamos trabalhando especialmente na definição de um dispositivo adaptado no que se refere ao seguro auto, a fim de proteger os motoristas brasileiros que dirigem na Guiana Francesa e os motoristas franceses que dirigem no Brasil. Para irmos ainda mais longe, assim que as autoridades brasileiras desejarem, a França estará pronta para abrir a ponte diariamente por 24 horas. As obras de conclusão do asfalto da BR-156, entre a fronteira e Macapá, devem começar ainda este ano. São essenciais para permitir o desenvolvimento do transporte de mercadorias e de pessoas. Em relação aos vistos -obrigatórios para entrar na Guiana Francesa, uma vez que esse território francês não integra o espaço Schengen-, nós continuaremos a trabalhar em estreita cooperação com nossos parceiros brasileiros para facilitar os intercâmbios. Já demos prova disso ao criar um documento de identidade de fronteiriço que permite a entrada sem visto na zona de fronteira francesa ou ao conceder ao cônsul honorário da França em Macapá o poder de emitir vistos para os habitantes do Estado. Todavia, a abertura da ponte não deve ser vista como um fim em si mesmo, mas como um estímulo à continuidade e à intensificação de nossos esforços conjuntos em prol de uma cooperação regional cada vez mais forte para o desenvolvimento econômico de nossos territórios e o bem-estar das suas populações. Por exemplo, o financiamento de projetos de cooperação científica e tecnológica sobre o bioma da Amazônia, por meio do programa Guyamazon, tornou possível a realização de mais de 250 missões de cooperação científica entre a Guiana Francesa e o Amapá, desde seu lançamento em 2011. No âmbito do ensino, a Embaixada da França e o Instituto Federal do Amapá acabaram de criar dois cargos de leitores de francês, em Macapá e em Oiapoque. Na Guiana Francesa, onde vivem 11 mil brasileiros (terceira comunidade estrangeira no local), o Ministério francês da Educação financia há anos nove cargos de assistentes linguísticos para reforçar a aprendizagem do português. Estou convencido de que em um futuro próximo essa ponte será uma oportunidade para estendermos o intercâmbio não apenas entre nossos países, mas alcançando também o planalto das Guianas, com nossos vizinhos comuns do Suriname e da Guiana. LAURENT BILI é embaixador da França no Brasil desde 2015 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
| 14 |
'É fácil achar que sou a responsável', diz Pitty sobre críticas a dublagem
|
Durante o evento de lançamento do jogo de luta "Mortal Kombat X" no Brasil, nesta quinta-feira (16), a cantora Pitty falou à Folha sobre a repercussão de seu trabalho de dublagem para o título, criticado por alguns internautas. "É muito fácil acharem que eu tenho toda a responsabilidade pelo resultado, quando na verdade não tenho", disse a roqueira, fã assumida da franquia. "Recebi um texto que eu tinha de ler e fui dirigida. Fiz exatamente o que me disseram para fazer." Pitty foi convidada pela Warner Bros., distribuidora do jogo no país, para dublar a personagem Cassandra Cage, inédita na série "Mortal Kombat". Na história do game, Cassandra (ou Cassie) é filha dos lutadores Johnny Cage e Sonya Blade. Para a cantora, Cassie reflete algumas de suas características. "Ela é uma mulher forte, autônoma, que compra as brigas e dá a cara a tapa." Pitty Antes mesmo do lançamento do jogo, alguns jogadores expressaram descontentamento com a atuação da artista e a escolha da Warner por uma celebridade em vez de um profissional de dublagem. "Era de imaginar, a dublagem da Pitty no 'Mortal Kombat X' ficou lamentável. Essas distribuidoras deviam parar de chamar famoso pra dublar", comentou Jr Fragoso Nardino no Twitter. "Entendo essa coisa de ter um dublador profissional, mas se a Warner quisesse um não teriam me chamado", afirmou ainda Pitty. "Eles sabiam que eu não tinha experiência." A Folha procurou a Warner para comentar a decisão, mas, até a conclusão desta nota, ninguém se pronunciou. Desenvolvido pelo estúdio NetherRealm, "Mortal Kombat X" chegou hoje às lojas físicas brasileiras para PC, Xbox One e Playstation 4. O título também tem versões para dispositivos móveis com Android e iOS, e sairá para Xbox 360 e PlayStation 3 em junho.
|
tec
|
'É fácil achar que sou a responsável', diz Pitty sobre críticas a dublagemDurante o evento de lançamento do jogo de luta "Mortal Kombat X" no Brasil, nesta quinta-feira (16), a cantora Pitty falou à Folha sobre a repercussão de seu trabalho de dublagem para o título, criticado por alguns internautas. "É muito fácil acharem que eu tenho toda a responsabilidade pelo resultado, quando na verdade não tenho", disse a roqueira, fã assumida da franquia. "Recebi um texto que eu tinha de ler e fui dirigida. Fiz exatamente o que me disseram para fazer." Pitty foi convidada pela Warner Bros., distribuidora do jogo no país, para dublar a personagem Cassandra Cage, inédita na série "Mortal Kombat". Na história do game, Cassandra (ou Cassie) é filha dos lutadores Johnny Cage e Sonya Blade. Para a cantora, Cassie reflete algumas de suas características. "Ela é uma mulher forte, autônoma, que compra as brigas e dá a cara a tapa." Pitty Antes mesmo do lançamento do jogo, alguns jogadores expressaram descontentamento com a atuação da artista e a escolha da Warner por uma celebridade em vez de um profissional de dublagem. "Era de imaginar, a dublagem da Pitty no 'Mortal Kombat X' ficou lamentável. Essas distribuidoras deviam parar de chamar famoso pra dublar", comentou Jr Fragoso Nardino no Twitter. "Entendo essa coisa de ter um dublador profissional, mas se a Warner quisesse um não teriam me chamado", afirmou ainda Pitty. "Eles sabiam que eu não tinha experiência." A Folha procurou a Warner para comentar a decisão, mas, até a conclusão desta nota, ninguém se pronunciou. Desenvolvido pelo estúdio NetherRealm, "Mortal Kombat X" chegou hoje às lojas físicas brasileiras para PC, Xbox One e Playstation 4. O título também tem versões para dispositivos móveis com Android e iOS, e sairá para Xbox 360 e PlayStation 3 em junho.
| 5 |
Servidor deixa dívida de R$ 20 mil após usar imóvel de Darcy Ribeiro
|
Um dos servidores do Tribunal de Justiça do Rio que moraram no apartamento deixado pelo ex-senador Darcy Ribeiro –quando ele estava sob guarda judicial– acumula uma dívida de R$ 20 mil em aluguéis e ainda cobra ressarcimento por obras no imóvel. Como revelou a Folha nesta quarta (18), num intervalo de 14 anos, enquanto tramitava a ação de inventário do imóvel após a morte de Ribeiro e de sua ex-mulher, ele foi alugado pelo próprio tribunal a mulheres de servidores. O valor cobrado pelo aluguel era de R$ 800 por mês, contra uma média de mercado estimada em R$ 5.000. O apartamento de 276 metros quadrados em Copacabana, na zona sul do Rio, é avaliado em R$ 3,8 milhões. O servidor Eduardo Wrangler foi inquilino do imóvel por cinco anos. O contrato de locação foi feito em 2008 entre a mulher dele, Mara Dantas, e a Central de Inventariante, órgão do TJ que administra as heranças no Rio. Além de ter deixado uma dívida de R$ 20 mil com aluguéis, Wrangler cobra na Justiça R$ 100 mil por melhorias que diz ter feito no imóvel. Ele não foi encontrado nesta quarta pela Folha para falar do assunto. Em depoimentos à Justiça, disse que investiu em obras no apartamento porque ele não apresentava condições de moradia. CORREGEDORIA O apartamento em Copacabana havia sido deixado pelo ex-senador e antropólogo Darcy Ribeiro, morto em 1997, para sua ex-mulher, Berta -que morreu nove meses depois. A Corregedoria do TJ do Rio investiga desde 2013 a utilização do imóvel por servidores que pagaram aluguel abaixo do mercado, mas ainda não obteve resultados. A corregedora Maria Augusta Vaz disse em nota que "está apurando todos os fatos a fim de que todos os responsáveis sejam submetidos ao devido processo legal". Se for comprovada alguma irregularidade por parte do inventariante, ele pode ser responsabilizado por "má gestão" do apartamento. Em depoimento à Justiça, a coordenadora da Central de Inventariante do TJ, Cristina Barsotti, disse que foi feita vistoria da corregedoria no imóvel e que foi "verificada a compatibilidade do valor e cláusulas contratuais". Na terça (17), Barsotti disse "não haver problemas em alugar imóveis a juízes, desembargadores ou seus parentes". "Tenho impedimento de falar sobre processo que posso julgar, mas considero tais contratos, no mínimo, conflito de interesses", disse João Damasceno, juiz da 1ª Vara de Órfãos e Sucessões, onde está o inventário da ex-mulher de Darcy Ribeiro. Ele assumiu a vara há dois anos, quando o processo foi recuperado.
|
cotidiano
|
Servidor deixa dívida de R$ 20 mil após usar imóvel de Darcy RibeiroUm dos servidores do Tribunal de Justiça do Rio que moraram no apartamento deixado pelo ex-senador Darcy Ribeiro –quando ele estava sob guarda judicial– acumula uma dívida de R$ 20 mil em aluguéis e ainda cobra ressarcimento por obras no imóvel. Como revelou a Folha nesta quarta (18), num intervalo de 14 anos, enquanto tramitava a ação de inventário do imóvel após a morte de Ribeiro e de sua ex-mulher, ele foi alugado pelo próprio tribunal a mulheres de servidores. O valor cobrado pelo aluguel era de R$ 800 por mês, contra uma média de mercado estimada em R$ 5.000. O apartamento de 276 metros quadrados em Copacabana, na zona sul do Rio, é avaliado em R$ 3,8 milhões. O servidor Eduardo Wrangler foi inquilino do imóvel por cinco anos. O contrato de locação foi feito em 2008 entre a mulher dele, Mara Dantas, e a Central de Inventariante, órgão do TJ que administra as heranças no Rio. Além de ter deixado uma dívida de R$ 20 mil com aluguéis, Wrangler cobra na Justiça R$ 100 mil por melhorias que diz ter feito no imóvel. Ele não foi encontrado nesta quarta pela Folha para falar do assunto. Em depoimentos à Justiça, disse que investiu em obras no apartamento porque ele não apresentava condições de moradia. CORREGEDORIA O apartamento em Copacabana havia sido deixado pelo ex-senador e antropólogo Darcy Ribeiro, morto em 1997, para sua ex-mulher, Berta -que morreu nove meses depois. A Corregedoria do TJ do Rio investiga desde 2013 a utilização do imóvel por servidores que pagaram aluguel abaixo do mercado, mas ainda não obteve resultados. A corregedora Maria Augusta Vaz disse em nota que "está apurando todos os fatos a fim de que todos os responsáveis sejam submetidos ao devido processo legal". Se for comprovada alguma irregularidade por parte do inventariante, ele pode ser responsabilizado por "má gestão" do apartamento. Em depoimento à Justiça, a coordenadora da Central de Inventariante do TJ, Cristina Barsotti, disse que foi feita vistoria da corregedoria no imóvel e que foi "verificada a compatibilidade do valor e cláusulas contratuais". Na terça (17), Barsotti disse "não haver problemas em alugar imóveis a juízes, desembargadores ou seus parentes". "Tenho impedimento de falar sobre processo que posso julgar, mas considero tais contratos, no mínimo, conflito de interesses", disse João Damasceno, juiz da 1ª Vara de Órfãos e Sucessões, onde está o inventário da ex-mulher de Darcy Ribeiro. Ele assumiu a vara há dois anos, quando o processo foi recuperado.
| 6 |
Subsets and Splits
No community queries yet
The top public SQL queries from the community will appear here once available.