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Dilma, a hora é agora
Tão equivocado quanto subestimar o impacto das recentes manifestações é ceder à histeria relembrando golpe de 1964, suicídio de Getúlio Vargas, impeachment de Collor etc. Teve gente que foi mais longe: desastre como juiz, o advogado Joaquim Barbosa mostrou-se um fiasco também como historiador. Traçou paralelos com a Revolução Francesa, quando qualquer ginasiano associaria o período ao da reação thermidoriana. Cair nestas armadilhas tem a mesma inteligência de acreditar na "espontaneidade" das manifestações deste domingo (15). Sem falar da Guerra Fria, a situação de 1964 era totalmente distinta. Perto do governo Goulart, o programa atual de Dilma Rousseff soa como ópera para o establishment. Jango defendia, ao menos em palavras, a reforma agrária, tinha aliados como as Ligas Camponesas de Francisco Julião, pregava aumento de salários e endossava a estatização de multinacionais. Coisas de deixar qualquer grande empresário, na cidade e no campo, apavorado ""ainda mais com a efervescência na área militar. Hoje a elite está mais perdida que cachorro em dia de mudança. "O governo petista é uma quadrilha de ladrões. Abaixo a corrupção". Aí, quando se examinam nomes envolvidos, aparecem Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e gente que divide a mesa ao lado em caros restaurantes. Ou Pedro Barusco e Alberto Youssef, ladrões confessos. (Curioso: até agora não se encontrou uma conta verdadeiramente milionária assinada por figurões do PT. Até agora.) Corta pra mim, porque o assunto é mesmo de polícia. Vamos à lista do HSBC. Entre traficantes, criminosos e sonegadores contumazes, surgem sobrenomes da fina flor do capitalismo tropical. São culpados? Inocentes? A Justiça que decida. A da Suíça, provavelmente, porque a brasileira adora esconder papéis e trocar gavetas. "Bem, mas tem o pessoal do PSDB e PSB para nos salvar". Risos. Eduardo Campos, Sérgio Guerra, Anastasia, Aécioportos, trensalão, Metrô paulista etc. dispensam comentários. Os banqueiros, esses, então, assistem a tudo de camarote. Instalaram um representante no Ministério da Fazenda que festeja o corte de direitos trabalhistas, vibra com a alta de juros e faz pouco das políticas sociais. Ano após ano, os lucros dessa turma engordam enquanto a indústria local definha. Por que diabos a banca iria querer trocar de presidente? Aí chegamos ao Parlamento. Os presidentes das duas casas aparecem na mira da Operação Lava Jato. Ambos fazem parte da linha sucessória. E os dois são da "base aliada". Estão com Dilma, mas também contra ela –o sinal positivo ou negativo depende da proximidade do cadafalso. Escolha em quem confiar. Em momento de rara sinceridade, a presidente afirmou no último dia 12: "Esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou em 2009 [...] Trouxemos para as contas públicas e o Orçamento da fiscal da União problemas que de outra forma recairiam sobre a sociedade, os trabalhadores." Fez muito bem. Usou dinheiro social para salvar milhões de famílias da fome, assegurar empregos e impedir que o Brasil virasse uma Grécia ou Europa em decomposição. E, veja só, deixou os ricos ainda mais ricos! O problema é daqui pra frente. Ou bem o governo adota uma linha obrigando os milionários a dividir o custo da crise que eles mesmos criaram e avança no projeto da Constituinte ou bem vai passar quatro anos num processo de sarneyzação, como assinalou o filósofo Marcos Nobre em artigo recente. Quanto a impeachment, Dilma fique tranquila. O pessoal de cima pode querer muita coisa, menos mexer num vespeiro em que é quase impossível achar inocentes. Basta ver quem são os bastiões do pedido oficial. Um é Paulinho "Tequila" da Força, do SD, que abriga em suas fileiras gente como Sérgio Argôlo, queridinho de Alberto Youssef. O outro é o "democrata armado" Jair Bolsonaro, do PP –partido campeão em acusados na Lava Jato.
colunas
Dilma, a hora é agoraTão equivocado quanto subestimar o impacto das recentes manifestações é ceder à histeria relembrando golpe de 1964, suicídio de Getúlio Vargas, impeachment de Collor etc. Teve gente que foi mais longe: desastre como juiz, o advogado Joaquim Barbosa mostrou-se um fiasco também como historiador. Traçou paralelos com a Revolução Francesa, quando qualquer ginasiano associaria o período ao da reação thermidoriana. Cair nestas armadilhas tem a mesma inteligência de acreditar na "espontaneidade" das manifestações deste domingo (15). Sem falar da Guerra Fria, a situação de 1964 era totalmente distinta. Perto do governo Goulart, o programa atual de Dilma Rousseff soa como ópera para o establishment. Jango defendia, ao menos em palavras, a reforma agrária, tinha aliados como as Ligas Camponesas de Francisco Julião, pregava aumento de salários e endossava a estatização de multinacionais. Coisas de deixar qualquer grande empresário, na cidade e no campo, apavorado ""ainda mais com a efervescência na área militar. Hoje a elite está mais perdida que cachorro em dia de mudança. "O governo petista é uma quadrilha de ladrões. Abaixo a corrupção". Aí, quando se examinam nomes envolvidos, aparecem Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e gente que divide a mesa ao lado em caros restaurantes. Ou Pedro Barusco e Alberto Youssef, ladrões confessos. (Curioso: até agora não se encontrou uma conta verdadeiramente milionária assinada por figurões do PT. Até agora.) Corta pra mim, porque o assunto é mesmo de polícia. Vamos à lista do HSBC. Entre traficantes, criminosos e sonegadores contumazes, surgem sobrenomes da fina flor do capitalismo tropical. São culpados? Inocentes? A Justiça que decida. A da Suíça, provavelmente, porque a brasileira adora esconder papéis e trocar gavetas. "Bem, mas tem o pessoal do PSDB e PSB para nos salvar". Risos. Eduardo Campos, Sérgio Guerra, Anastasia, Aécioportos, trensalão, Metrô paulista etc. dispensam comentários. Os banqueiros, esses, então, assistem a tudo de camarote. Instalaram um representante no Ministério da Fazenda que festeja o corte de direitos trabalhistas, vibra com a alta de juros e faz pouco das políticas sociais. Ano após ano, os lucros dessa turma engordam enquanto a indústria local definha. Por que diabos a banca iria querer trocar de presidente? Aí chegamos ao Parlamento. Os presidentes das duas casas aparecem na mira da Operação Lava Jato. Ambos fazem parte da linha sucessória. E os dois são da "base aliada". Estão com Dilma, mas também contra ela –o sinal positivo ou negativo depende da proximidade do cadafalso. Escolha em quem confiar. Em momento de rara sinceridade, a presidente afirmou no último dia 12: "Esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou em 2009 [...] Trouxemos para as contas públicas e o Orçamento da fiscal da União problemas que de outra forma recairiam sobre a sociedade, os trabalhadores." Fez muito bem. Usou dinheiro social para salvar milhões de famílias da fome, assegurar empregos e impedir que o Brasil virasse uma Grécia ou Europa em decomposição. E, veja só, deixou os ricos ainda mais ricos! O problema é daqui pra frente. Ou bem o governo adota uma linha obrigando os milionários a dividir o custo da crise que eles mesmos criaram e avança no projeto da Constituinte ou bem vai passar quatro anos num processo de sarneyzação, como assinalou o filósofo Marcos Nobre em artigo recente. Quanto a impeachment, Dilma fique tranquila. O pessoal de cima pode querer muita coisa, menos mexer num vespeiro em que é quase impossível achar inocentes. Basta ver quem são os bastiões do pedido oficial. Um é Paulinho "Tequila" da Força, do SD, que abriga em suas fileiras gente como Sérgio Argôlo, queridinho de Alberto Youssef. O outro é o "democrata armado" Jair Bolsonaro, do PP –partido campeão em acusados na Lava Jato.
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Arábia Saudita indica produção de petróleo recorde para suprir demanda
A produção de petróleo da Arábia Saudita chegará a níveis recordes nas próximas semanas para atender à maior demanda por energia no verão, mas é improvável que ela seja impulsionada a um nível capaz de inundar os mercados globais, afirmaram fontes da indústria local. A produção poderá subir para cerca de 10,5 milhões de barris por dia durante o verão (Hemisfério Norte), disseram as fontes. A produção em abril ficou em 10,15 milhões de barris por dia, disseram três fontes da indústria que monitoram a produção saudita. Essas projeções podem ajudar a aliviar temores do mercado de que a Arábia Saudita poderia contribuir fortemente para ampliar um excedente global de produção, após negociações para congelamento da oferta no Catar neste mês terem fracassado após recusa de Riad em fechar o acordo sem a participação do Irã. Dias após o encontro, o vice-príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, disse que o reino poderia, se quisesse, ampliar a produção imediatamente para 11,5 milhões de barris por dia e ir a 12,5 milhões de barris por dia entre seis e nove meses. Alguns analistas disseram que os comentários sinalizaram uma nova fase na batalha por participação no mercado com o Irã, que está elevando suas exportações após a retirada de sanções internacionais contra o país. Mas fontes da indústria na Arábia Saudita disseram que Riad não planeja jogar mais petróleo no mercado se não houver demanda.
mercado
Arábia Saudita indica produção de petróleo recorde para suprir demandaA produção de petróleo da Arábia Saudita chegará a níveis recordes nas próximas semanas para atender à maior demanda por energia no verão, mas é improvável que ela seja impulsionada a um nível capaz de inundar os mercados globais, afirmaram fontes da indústria local. A produção poderá subir para cerca de 10,5 milhões de barris por dia durante o verão (Hemisfério Norte), disseram as fontes. A produção em abril ficou em 10,15 milhões de barris por dia, disseram três fontes da indústria que monitoram a produção saudita. Essas projeções podem ajudar a aliviar temores do mercado de que a Arábia Saudita poderia contribuir fortemente para ampliar um excedente global de produção, após negociações para congelamento da oferta no Catar neste mês terem fracassado após recusa de Riad em fechar o acordo sem a participação do Irã. Dias após o encontro, o vice-príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, disse que o reino poderia, se quisesse, ampliar a produção imediatamente para 11,5 milhões de barris por dia e ir a 12,5 milhões de barris por dia entre seis e nove meses. Alguns analistas disseram que os comentários sinalizaram uma nova fase na batalha por participação no mercado com o Irã, que está elevando suas exportações após a retirada de sanções internacionais contra o país. Mas fontes da indústria na Arábia Saudita disseram que Riad não planeja jogar mais petróleo no mercado se não houver demanda.
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Leitor critica seção "Quadrinhas"
Gostaria que voltassem as tiras de humor nas segundas no caderno IIlustrada. Muito fracas essas quadrinhas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor critica seção "Quadrinhas"Gostaria que voltassem as tiras de humor nas segundas no caderno IIlustrada. Muito fracas essas quadrinhas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Fungos e parasitas corroem democracia, diz Dilma no Piauí
Em ato no Piauí, a presidente afastada Dilma Rousseff comparou nesta sexta-feira (15) o processo de impeachment a uma árvore atacada por "fungos e parasitas". Ela discursou por quase meia hora, reafirmou que não renunciará e disse crer que voltará ao cargo para "pacificar" o país. Dilma afirmou passar por um golpe "disfarçado e frio", semelhante a uma árvore atacada a golpes de machado. "Vamos imaginar que essa democracia seja uma árvore e essa árvore seja atacada em um golpe militar, o machado a destrói, derruba você, tira o governo e tira também o regime, derrubando a árvore", disse. "Neste golpe que eles chamam de golpe escondido, golpe disfarçado, golpe frio, nesse a árvore não é atacado pelo machado, mas ela é atacada por fungos e parasitas, que corrói por dentro a instituição". O ato de apoio à presidente afastada aconteceu na praça Pedro 2º e contou com cerca de 8.000 pessoas, segundo balanço da Frente Brasil Popular –a PM estima em 3.000 pessoas. O público, a maioria trabalhadores rurais com bandeiras do MST, além de CUT e partidos PCO e PC do B, soltou balões vermelhos e brancos e muitos levaram cartazes em formato de coração com a frase: "coração valente". Durante as falas, havia gritos de: 'Volta, querida!". Com a presença no Piauí, a presidente afastada encerra a semana de visitas ao Nordeste por líderes petistas aberta na segunda-feira (11) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na Bahia e em Pernambuco, Lula defendeu Dilma e conclamou o público a brigar com senadores e "enchê-los" de mensagens de whatsapp para que votem contrários ao processo de impeachment em curso no Senado. Ao se defender de que não praticou crime de responsabilidade, fez uma analogia com sua atividade física mais conhecida. "O Ministério Público disse que não tem pedalada. Tirando as da bicicleta que eu ando, não tem pedalada. Eu acho grave é que estão tomando medidas de cunho permanente em um governo provisório. Se eu não voltar vão ficar permanentes". 'VOU VOLTAR' Ao lado do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), Dilma voltou a garantir que não irá renunciar ao cargo. "Eles acharam que o caminho mais fácil, por eu ser mulher, era a renúncia, há uma conspiração de ricos e brancos e não vou renunciar, não. Não vou renunciar, pois não tenho conta nesse cartório, e nem no exterior". A presidente afastada disse que voltará ao cargo e criará um ambiente de salvação nacional. "Nós seremos capazes que assim que voltar a presidência de pacificar esse pais, de criar um ambiente verdadeiro de salvação nacional, não esse aí, do salve-se quem puder, mas a verdadeira salvação de todos os brasileiros". Durante seu discurso, Dilma não citou o nome do presidente interino Michel Temer, mas sim fez menção ao "governo que está ai". Segundo ela, o governo trabalha com um plano de cortar despesas, privatizar, vender o patrimônio do país e o de buscar outras formas de receitas. A presidente afastada atacou, ainda, o projeto de aumentar a jornada de trabalho para 80 horas ao defini-lo como a "volta da escravidão".
poder
Fungos e parasitas corroem democracia, diz Dilma no PiauíEm ato no Piauí, a presidente afastada Dilma Rousseff comparou nesta sexta-feira (15) o processo de impeachment a uma árvore atacada por "fungos e parasitas". Ela discursou por quase meia hora, reafirmou que não renunciará e disse crer que voltará ao cargo para "pacificar" o país. Dilma afirmou passar por um golpe "disfarçado e frio", semelhante a uma árvore atacada a golpes de machado. "Vamos imaginar que essa democracia seja uma árvore e essa árvore seja atacada em um golpe militar, o machado a destrói, derruba você, tira o governo e tira também o regime, derrubando a árvore", disse. "Neste golpe que eles chamam de golpe escondido, golpe disfarçado, golpe frio, nesse a árvore não é atacado pelo machado, mas ela é atacada por fungos e parasitas, que corrói por dentro a instituição". O ato de apoio à presidente afastada aconteceu na praça Pedro 2º e contou com cerca de 8.000 pessoas, segundo balanço da Frente Brasil Popular –a PM estima em 3.000 pessoas. O público, a maioria trabalhadores rurais com bandeiras do MST, além de CUT e partidos PCO e PC do B, soltou balões vermelhos e brancos e muitos levaram cartazes em formato de coração com a frase: "coração valente". Durante as falas, havia gritos de: 'Volta, querida!". Com a presença no Piauí, a presidente afastada encerra a semana de visitas ao Nordeste por líderes petistas aberta na segunda-feira (11) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na Bahia e em Pernambuco, Lula defendeu Dilma e conclamou o público a brigar com senadores e "enchê-los" de mensagens de whatsapp para que votem contrários ao processo de impeachment em curso no Senado. Ao se defender de que não praticou crime de responsabilidade, fez uma analogia com sua atividade física mais conhecida. "O Ministério Público disse que não tem pedalada. Tirando as da bicicleta que eu ando, não tem pedalada. Eu acho grave é que estão tomando medidas de cunho permanente em um governo provisório. Se eu não voltar vão ficar permanentes". 'VOU VOLTAR' Ao lado do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), Dilma voltou a garantir que não irá renunciar ao cargo. "Eles acharam que o caminho mais fácil, por eu ser mulher, era a renúncia, há uma conspiração de ricos e brancos e não vou renunciar, não. Não vou renunciar, pois não tenho conta nesse cartório, e nem no exterior". A presidente afastada disse que voltará ao cargo e criará um ambiente de salvação nacional. "Nós seremos capazes que assim que voltar a presidência de pacificar esse pais, de criar um ambiente verdadeiro de salvação nacional, não esse aí, do salve-se quem puder, mas a verdadeira salvação de todos os brasileiros". Durante seu discurso, Dilma não citou o nome do presidente interino Michel Temer, mas sim fez menção ao "governo que está ai". Segundo ela, o governo trabalha com um plano de cortar despesas, privatizar, vender o patrimônio do país e o de buscar outras formas de receitas. A presidente afastada atacou, ainda, o projeto de aumentar a jornada de trabalho para 80 horas ao defini-lo como a "volta da escravidão".
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Busca infrutífera
SÃO PAULO - O destino parecia sorrir para a Chapecoense. O time iria disputar uma final de campeonato internacional e não fazia má figura no Brasileirão. O clube era citado como caso de sucesso, pois, valendo-se de gestão competente, colhia ótimos resultados mesmo dispondo de um orçamento enxuto. Mas não foi preciso mais do que um instante para transformar a história de êxitos em tragédia. Agora a maior parte da delegação está morta. Com ela pereceram ainda duas dezenas de jornalistas e vários tripulantes. Desastres como esse mostram que estamos inapelavelmente sujeitos aos desígnios do acaso. Ainda não sabemos exatamente o que derrubou o avião, mas, se esse acidente não fugir muito ao padrão, terá sido uma sucessão de problemas que se desenrolaram numa sequência precisa e fatal. Se um dos elementos, como o mau tempo ou uma decisão qualquer do piloto, estivesse ausente, a catástrofe talvez não tivesse se materializado, e a Chapecoense poderia até ter vencido o jogo da quarta à noite. Mas, no nosso universo, não foi o que aconteceu. Tragédias como essa mexem conosco não só porque temos a capacidade de nos identificar com a dor dos envolvidos mas também porque temos dificuldade em aceitar a tirania do acaso. A própria condição humana pode ser descrita como uma tentativa de vencer o aleatório e assumir controle pleno sobre o mundo. É claro que é uma busca infrutífera. Algumas tentativas são bastante infantis. É o caso das religiões, em que criamos entidades imaginárias às quais atribuímos poderes mágicos e depois ficamos implorando para que essas fantasias nos ajudem. Outras são parcialmente efetivas. É o caso das engenharias, em que estudamos os problemas e procuramos solucioná-los racionalmente. Só que conseguimos no máximo domesticar um tantinho o acaso, jamais derrotá-lo. Nós o odiamos, mas é ele que rege o universo.
colunas
Busca infrutíferaSÃO PAULO - O destino parecia sorrir para a Chapecoense. O time iria disputar uma final de campeonato internacional e não fazia má figura no Brasileirão. O clube era citado como caso de sucesso, pois, valendo-se de gestão competente, colhia ótimos resultados mesmo dispondo de um orçamento enxuto. Mas não foi preciso mais do que um instante para transformar a história de êxitos em tragédia. Agora a maior parte da delegação está morta. Com ela pereceram ainda duas dezenas de jornalistas e vários tripulantes. Desastres como esse mostram que estamos inapelavelmente sujeitos aos desígnios do acaso. Ainda não sabemos exatamente o que derrubou o avião, mas, se esse acidente não fugir muito ao padrão, terá sido uma sucessão de problemas que se desenrolaram numa sequência precisa e fatal. Se um dos elementos, como o mau tempo ou uma decisão qualquer do piloto, estivesse ausente, a catástrofe talvez não tivesse se materializado, e a Chapecoense poderia até ter vencido o jogo da quarta à noite. Mas, no nosso universo, não foi o que aconteceu. Tragédias como essa mexem conosco não só porque temos a capacidade de nos identificar com a dor dos envolvidos mas também porque temos dificuldade em aceitar a tirania do acaso. A própria condição humana pode ser descrita como uma tentativa de vencer o aleatório e assumir controle pleno sobre o mundo. É claro que é uma busca infrutífera. Algumas tentativas são bastante infantis. É o caso das religiões, em que criamos entidades imaginárias às quais atribuímos poderes mágicos e depois ficamos implorando para que essas fantasias nos ajudem. Outras são parcialmente efetivas. É o caso das engenharias, em que estudamos os problemas e procuramos solucioná-los racionalmente. Só que conseguimos no máximo domesticar um tantinho o acaso, jamais derrotá-lo. Nós o odiamos, mas é ele que rege o universo.
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Trump diz que tentar negociar com a Coreia do Norte é perda de tempo
O presidente americano Donald Trump contou neste domingo (1º) que disse ao secretário de Estado, Rex Tillerson, que ele estava "perdendo tempo tentando negociar com o homem do foguete [King Jong-un]". O post em sua conta pessoal no twitter fez referência às declarações feitas por Tillerson no sábado (30) durante uma viagem à China. O secretário de Estado afirmou na ocasião que os EUA estavam abertos ao diálogo com a Coreia do Norte e que Washington dispunha de canais de comunicação diretos com o regime de King Jong-un, mas que o ditador não tinha demonstrado interesse em negociar. "Poupe sua energia, Rex, nós faremos o que precisa ser feito!", escreveu Trump. Um funcionário de alto escalão do governo americano disse que, considerando as últimas provocações feitas por Pyongyang, o presidente não acredita que este seja um bom momento para negociar com a Coreia do Norte. Ele também afirmou que os canais de comunicação aos quais Tillerson se referiu são destinados a negociações sobre o retorno de cidadãos americanos detidos pelo regime norte-coreano. A realização de testes balísticos por Pyongyang aumentou a tensão entre Donald Trump e Kim Jong-un, que têm trocado ameaças nos últimos meses. rocket man rex
mundo
Trump diz que tentar negociar com a Coreia do Norte é perda de tempoO presidente americano Donald Trump contou neste domingo (1º) que disse ao secretário de Estado, Rex Tillerson, que ele estava "perdendo tempo tentando negociar com o homem do foguete [King Jong-un]". O post em sua conta pessoal no twitter fez referência às declarações feitas por Tillerson no sábado (30) durante uma viagem à China. O secretário de Estado afirmou na ocasião que os EUA estavam abertos ao diálogo com a Coreia do Norte e que Washington dispunha de canais de comunicação diretos com o regime de King Jong-un, mas que o ditador não tinha demonstrado interesse em negociar. "Poupe sua energia, Rex, nós faremos o que precisa ser feito!", escreveu Trump. Um funcionário de alto escalão do governo americano disse que, considerando as últimas provocações feitas por Pyongyang, o presidente não acredita que este seja um bom momento para negociar com a Coreia do Norte. Ele também afirmou que os canais de comunicação aos quais Tillerson se referiu são destinados a negociações sobre o retorno de cidadãos americanos detidos pelo regime norte-coreano. A realização de testes balísticos por Pyongyang aumentou a tensão entre Donald Trump e Kim Jong-un, que têm trocado ameaças nos últimos meses. rocket man rex
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'Se multa é baixa, chinês leva', diz representante de clubes do país
Em meio ao desmanche corintiano, do êxodo para a China, um dos representantes mais conhecidos do futebol chinês avisa: Dunga terá que viajar muito para fazer as convocações da seleção brasileira. Joseph Lee, 57, indonésio, vive no Brasil há 36 anos. É conhecido também no meio que atua como Mister Lee. Foi ele quem acertou a mais recente venda do time alvinegro, do zagueiro Gil para o Shandong Luneng. Com seu português cheio de sotaque, mas bem pronunciado, o empresário explica o atual cenário. "Se multa é alta, chinês se curva. Se multa é baixa, chinês leva", diz em entrevista para a Folha. "Antes os jogadores ficavam mais preocupados em ficar longe da seleção. Agora não é mais assim. Dunga vai ter que se acostumar a pegar o avião para ver os jogadores na China", continua. Lee conta que já há planos para que novos clubes sejam fundados no país que agora conta com Renato Augusto, Ralf, Luis Fabiano e Jadson para a temporada. "São 16 times na primeira divisão e 16 na segunda. Esse número vai aumentar nos próximos anos, com certeza. E vai ser mais preocupação para o futebol brasileiro. Outros vão sair". Responsável também pela permanência de Rafael Marques no Palmeiras, após negociações com o Henan Jianye, o empresário garante que jamais passou por cima de um clube para fazer as suas transferências e enxerga também um lado positivo com as movimentações. "Eu nunca passo por cima de um clube. Cada um tem um jeito de atuar. Eu conheço as regras da Fifa, vou direto no presidente, converso sobre a proposta e assim começa a negociação. Se eu pular essa etapa, fecho as portas. Não quero isso, nem para mim, nem para o jogador". "Olha só o Corinthians, está recebendo muito dinheiro com as vendas e pode se reformular. Tem o lado bom também", complementa. Com seu escritório montado na avenida Paulista, Mister Lee também é dono de restaurante, concessionária e empreendimentos imobiliários. Feliz com seus negócios dando certo, ele corre antes da janela de transferências se fechar. "Os dias são corridos em janeiro. Temos mais coisas para fechar. Preciso correr aqui", finaliza. Mercado da bola
esporte
'Se multa é baixa, chinês leva', diz representante de clubes do paísEm meio ao desmanche corintiano, do êxodo para a China, um dos representantes mais conhecidos do futebol chinês avisa: Dunga terá que viajar muito para fazer as convocações da seleção brasileira. Joseph Lee, 57, indonésio, vive no Brasil há 36 anos. É conhecido também no meio que atua como Mister Lee. Foi ele quem acertou a mais recente venda do time alvinegro, do zagueiro Gil para o Shandong Luneng. Com seu português cheio de sotaque, mas bem pronunciado, o empresário explica o atual cenário. "Se multa é alta, chinês se curva. Se multa é baixa, chinês leva", diz em entrevista para a Folha. "Antes os jogadores ficavam mais preocupados em ficar longe da seleção. Agora não é mais assim. Dunga vai ter que se acostumar a pegar o avião para ver os jogadores na China", continua. Lee conta que já há planos para que novos clubes sejam fundados no país que agora conta com Renato Augusto, Ralf, Luis Fabiano e Jadson para a temporada. "São 16 times na primeira divisão e 16 na segunda. Esse número vai aumentar nos próximos anos, com certeza. E vai ser mais preocupação para o futebol brasileiro. Outros vão sair". Responsável também pela permanência de Rafael Marques no Palmeiras, após negociações com o Henan Jianye, o empresário garante que jamais passou por cima de um clube para fazer as suas transferências e enxerga também um lado positivo com as movimentações. "Eu nunca passo por cima de um clube. Cada um tem um jeito de atuar. Eu conheço as regras da Fifa, vou direto no presidente, converso sobre a proposta e assim começa a negociação. Se eu pular essa etapa, fecho as portas. Não quero isso, nem para mim, nem para o jogador". "Olha só o Corinthians, está recebendo muito dinheiro com as vendas e pode se reformular. Tem o lado bom também", complementa. Com seu escritório montado na avenida Paulista, Mister Lee também é dono de restaurante, concessionária e empreendimentos imobiliários. Feliz com seus negócios dando certo, ele corre antes da janela de transferências se fechar. "Os dias são corridos em janeiro. Temos mais coisas para fechar. Preciso correr aqui", finaliza. Mercado da bola
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'Não estamos contando com isso', diz Meirelles sobre alta do PIB no 1º tri
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta (21) que a equipe econômica, apesar de acreditar na possibilidade, não conta com uma recuperação do PIB (Produto Interno Bruto) já no primeiro trimestre do ano que vem. A expectativa, segundo o ministro, é que somente no último trimestre de 2017 o país esteja crescendo em um ritmo mais forte, acima de 2%, na comparação com mesmo período de 2016. "Existe uma boa possibilidade de que o número do primeiro trimestre seja positivo, mas não estamos contando com isso", declarou o ministro durante café da manhã com jornalistas, ao ser questionado sobre o comportamento do PIB nos primeiros três meses do ano que vem. De acordo com ele, a tendência é que a economia se estabilize e depois volte a crescer. Ao comentar o possível impacto da eleição de Donald Trump à presidência dos EUA, ele disse que o Brasil "está fazendo o dever de casa". "Vamos voltar a crescer", disse. "O que esse governo não faz e não fará é tomar medidas artificialistas, como no passado. Não há mágica na economia", completou. ESTADOS Questionado sobre a frase do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que declarou nesta terça (20) que o Congresso não tem que dizer "Amém" à Fazenda, ele declarou que cada braço do governo tem sua função. Às vésperas do recesso de fim de ano, a Câmara aprovou proposta de renegociação das dívidas dos Estados sem contemplar exigências do Ministério da Fazenda para obrigar governadores a cortar gastos e equilibrar as contas. "Cada um na sua função. Temos a Câmara de Deputados, o Judiciário, o governo federal, cada um na sua área. A área política negocia com o Congresso, e a área econômica faz suas propostas", declarou o ministro. "A Câmara exerceu seu direito constitucional de discordar".
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'Não estamos contando com isso', diz Meirelles sobre alta do PIB no 1º triO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta (21) que a equipe econômica, apesar de acreditar na possibilidade, não conta com uma recuperação do PIB (Produto Interno Bruto) já no primeiro trimestre do ano que vem. A expectativa, segundo o ministro, é que somente no último trimestre de 2017 o país esteja crescendo em um ritmo mais forte, acima de 2%, na comparação com mesmo período de 2016. "Existe uma boa possibilidade de que o número do primeiro trimestre seja positivo, mas não estamos contando com isso", declarou o ministro durante café da manhã com jornalistas, ao ser questionado sobre o comportamento do PIB nos primeiros três meses do ano que vem. De acordo com ele, a tendência é que a economia se estabilize e depois volte a crescer. Ao comentar o possível impacto da eleição de Donald Trump à presidência dos EUA, ele disse que o Brasil "está fazendo o dever de casa". "Vamos voltar a crescer", disse. "O que esse governo não faz e não fará é tomar medidas artificialistas, como no passado. Não há mágica na economia", completou. ESTADOS Questionado sobre a frase do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que declarou nesta terça (20) que o Congresso não tem que dizer "Amém" à Fazenda, ele declarou que cada braço do governo tem sua função. Às vésperas do recesso de fim de ano, a Câmara aprovou proposta de renegociação das dívidas dos Estados sem contemplar exigências do Ministério da Fazenda para obrigar governadores a cortar gastos e equilibrar as contas. "Cada um na sua função. Temos a Câmara de Deputados, o Judiciário, o governo federal, cada um na sua área. A área política negocia com o Congresso, e a área econômica faz suas propostas", declarou o ministro. "A Câmara exerceu seu direito constitucional de discordar".
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Dilma compara governo Temer a democracia infestada de parasitas
Durante almoço na casa do físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite, nesta quinta-feira (9), a presidente afastada Dilma Rousseff comparou o governo interino de Michel Temer a uma "democracia infestada de parasitas". "Há, de fato, um golpe no Brasil. Mas há algo pior que um golpe: quando você destrói ou cria mecanismos que leva a destruição do regime democrático, você pode fazer de dois jeitos, o jeito do golpe militar, que é como se cortasse a árvore com o machado, ou do jeito do golpe parlamentar, em que você pega a árvore da democracia e infesta de parasitas", afirmou ela. Sem fazer referência direta ao PMDB, partido do presidente interino, Dilma disse que o partido, que era de centro, se transformou em uma sigla de direita, e está nas mãos do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "O partido de centro ficou de direita, se transformou em um partido de direita", afirmou. "Não estou dizendo que o fulano A é de direita, é porque a hegemonia dele está na mão de um senhor chamado Eduardo Cunha, que tem pauta própria. A pauta dele é conservadora para mais de metro", emendou. Segundo a presidente, o processo de impeachment foi financiado pelo PMDB com o objetivo de "estancar a sangria e impedir que se chegasse a eles nas investigações" da Operação Lava Jato. "Eles mesmo revelaram, não precisou que nós ficássemos dizendo. Está nas gravações [do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado]."
poder
Dilma compara governo Temer a democracia infestada de parasitasDurante almoço na casa do físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite, nesta quinta-feira (9), a presidente afastada Dilma Rousseff comparou o governo interino de Michel Temer a uma "democracia infestada de parasitas". "Há, de fato, um golpe no Brasil. Mas há algo pior que um golpe: quando você destrói ou cria mecanismos que leva a destruição do regime democrático, você pode fazer de dois jeitos, o jeito do golpe militar, que é como se cortasse a árvore com o machado, ou do jeito do golpe parlamentar, em que você pega a árvore da democracia e infesta de parasitas", afirmou ela. Sem fazer referência direta ao PMDB, partido do presidente interino, Dilma disse que o partido, que era de centro, se transformou em uma sigla de direita, e está nas mãos do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "O partido de centro ficou de direita, se transformou em um partido de direita", afirmou. "Não estou dizendo que o fulano A é de direita, é porque a hegemonia dele está na mão de um senhor chamado Eduardo Cunha, que tem pauta própria. A pauta dele é conservadora para mais de metro", emendou. Segundo a presidente, o processo de impeachment foi financiado pelo PMDB com o objetivo de "estancar a sangria e impedir que se chegasse a eles nas investigações" da Operação Lava Jato. "Eles mesmo revelaram, não precisou que nós ficássemos dizendo. Está nas gravações [do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado]."
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Nova prisão é ilegal, inconstitucional e abusiva, diz defensor de Odebrecht
O advogado Nabor Bulhões, que defende Marcelo Odebrecht, presidente do grupo que leva o seu sobrenome, disse à Folha que o juiz Sergio Moro afronta o Supremo Tribunal Federal ao mandar prender o executivo pela terceira vez sem que haja fatos novos para justificar o ato. Bulhões classificou o novo decreto como "ilegal, inconstitucional e abusivo". Para ele, a nova prisão é uma maneira de retardar a liberdade de Marcelo, já que um pedido nesse sentido deve chegar ao Supremo nos próximos dias. O novo decreto de prisão altera, em tese, essa possibilidade. Segundo as regras processuais, um pedido de liberdade contra a nova prisão teria de começar do zero e passar pelo TRF (Tribunal Regional Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça), até que chegue ao Supremo, um processo que costuma demorar 90 dias. O juiz não responde às acusações que advogados fazem a ele e só se manifesta no processo. Leia a seguir os principais trechos da entrevista: * Folha - Como o sr. avalia o novo decreto de prisão de Marcelo Odebrecht? Nabor Bulhões - O decreto é absolutamente ilegal, inconstitucional e abusivo. O Supremo já considerou abusiva a prisão de um corréu de Marcelo Odebrecht porque não havia fato novo [o executivo Alexandrino Alencar foi solto pelo Supremo na última sexta-feira pelo ministro Teori Zavascki com este argumento]. Por que a nova prisão é ilegal? Não existe processo novo nem fato novo. O que existe é um processo para perpetuar a prisão de Marcelo Odebrecht. É um ato que põe em risco o nosso sistema jurídico porque viola a Constituição. Uma nova prisão só pode ser decretada com fatos novos, mas os fatos que o juiz cita são todos velhos. Por que haveria violação da Constituição? A prisão preventiva não pode antecipar a punição. Qual é a necessidade de decretar uma nova prisão de quem já está preso? O primeiro pressuposto da prisão preventiva é a necessidade da prisão. Qual necessidade de prisão há para quem já está preso? Não é preciso recorrer à lógica jurídica para entender isso. Basta usar o senso comum. E por que seria abusiva? A nova prisão visa contornar uma eventual liberdade que o Supremo poderia conceder a Marcelo. O juiz está tentando impor a Marcelo um quadro prisional aflitivo. Ele impede que o acusado recorra ao sistema jurídico para conseguir a liberdade e tenha que começar do zero [o recurso contra uma nova prisão, em tese, terá que ser julgado por duas instâncias antes de chegar ao Supremo]. Não vamos deixar isso acontecer. O Supremo diz que uma nova prisão preventiva só pode ser decretada quando há fatos novos. Na visão do sr., o juiz afronta o Supremo com o novo decreto? O ministro Teori disse que um segundo decreto de prisão não pode servir para suprimir a competência do Supremo. É óbvio que foi isso que aconteceu com o novo decreto de prisão.
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Nova prisão é ilegal, inconstitucional e abusiva, diz defensor de OdebrechtO advogado Nabor Bulhões, que defende Marcelo Odebrecht, presidente do grupo que leva o seu sobrenome, disse à Folha que o juiz Sergio Moro afronta o Supremo Tribunal Federal ao mandar prender o executivo pela terceira vez sem que haja fatos novos para justificar o ato. Bulhões classificou o novo decreto como "ilegal, inconstitucional e abusivo". Para ele, a nova prisão é uma maneira de retardar a liberdade de Marcelo, já que um pedido nesse sentido deve chegar ao Supremo nos próximos dias. O novo decreto de prisão altera, em tese, essa possibilidade. Segundo as regras processuais, um pedido de liberdade contra a nova prisão teria de começar do zero e passar pelo TRF (Tribunal Regional Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça), até que chegue ao Supremo, um processo que costuma demorar 90 dias. O juiz não responde às acusações que advogados fazem a ele e só se manifesta no processo. Leia a seguir os principais trechos da entrevista: * Folha - Como o sr. avalia o novo decreto de prisão de Marcelo Odebrecht? Nabor Bulhões - O decreto é absolutamente ilegal, inconstitucional e abusivo. O Supremo já considerou abusiva a prisão de um corréu de Marcelo Odebrecht porque não havia fato novo [o executivo Alexandrino Alencar foi solto pelo Supremo na última sexta-feira pelo ministro Teori Zavascki com este argumento]. Por que a nova prisão é ilegal? Não existe processo novo nem fato novo. O que existe é um processo para perpetuar a prisão de Marcelo Odebrecht. É um ato que põe em risco o nosso sistema jurídico porque viola a Constituição. Uma nova prisão só pode ser decretada com fatos novos, mas os fatos que o juiz cita são todos velhos. Por que haveria violação da Constituição? A prisão preventiva não pode antecipar a punição. Qual é a necessidade de decretar uma nova prisão de quem já está preso? O primeiro pressuposto da prisão preventiva é a necessidade da prisão. Qual necessidade de prisão há para quem já está preso? Não é preciso recorrer à lógica jurídica para entender isso. Basta usar o senso comum. E por que seria abusiva? A nova prisão visa contornar uma eventual liberdade que o Supremo poderia conceder a Marcelo. O juiz está tentando impor a Marcelo um quadro prisional aflitivo. Ele impede que o acusado recorra ao sistema jurídico para conseguir a liberdade e tenha que começar do zero [o recurso contra uma nova prisão, em tese, terá que ser julgado por duas instâncias antes de chegar ao Supremo]. Não vamos deixar isso acontecer. O Supremo diz que uma nova prisão preventiva só pode ser decretada quando há fatos novos. Na visão do sr., o juiz afronta o Supremo com o novo decreto? O ministro Teori disse que um segundo decreto de prisão não pode servir para suprimir a competência do Supremo. É óbvio que foi isso que aconteceu com o novo decreto de prisão.
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Paciente com suspeita de ebola está 'calmo', diz Fiocruz
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou na tarde desta quinta-feira (12) o primeiro boletim de saúde do brasileiro suspeito de ter contraído ebola durante uma viagem ao continente africano. O homem, que estava em Belo Horizonte (MG), chegou ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), centro de referência de tratamento do ebola, da Fiocruz, por volta de meia-noite. E foi submetido de imediato a um exame de sangue. O resultado deve sair em 24 horas. Caso, a presença do vírus causador do ebola não seja detectada, ele vai passar por um novo exame em 48 horas. O segundo resultado também deve ser obtido em 24 horas. De acordo com boletim médico divulgado pela fundação, ele foi recebido em bom estado, sem apresentar febre, lúcido e cooperativo, embora apresente um quadro de desidratação. Ainda segundo o documento, o paciente foi informado da suspeita de ter contraído ebola e "está ciente da necessidade de isolamento. Está calmo em relação a isso". Transmissão, evolução e tratamento do ebola O homem vai ficar por tempo indeterminado isolado em uma ala do instituto. Apenas seis agentes de saúde (dois médicos infectologistas, dois enfermeiros e dois profissionais de desinfecção), divididos em dois grupos que atuarão em turnos, terão contato com o paciente. O acesso à ala em que o paciente ficará de resguardo só pode ser feito com a utilização de roupas, botas e capacetes especiais, informou a assessoria da Fiocruz. O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas vai seguir com seu funcionamento normal, atendendo os demais pacientes em outras alas. O local tem capacidade para trinta leitos. O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira que o paciente é um homem brasileiro, de 46 anos, que esteve recentemente em Guiné, um dos países assolados pelo ebola. Ele retornou ao em 6 de novembro, e dois dias depois passou a apresentar sintomas, como febre alta, dor muscular e dor de cabeça.
cotidiano
Paciente com suspeita de ebola está 'calmo', diz FiocruzA Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou na tarde desta quinta-feira (12) o primeiro boletim de saúde do brasileiro suspeito de ter contraído ebola durante uma viagem ao continente africano. O homem, que estava em Belo Horizonte (MG), chegou ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), centro de referência de tratamento do ebola, da Fiocruz, por volta de meia-noite. E foi submetido de imediato a um exame de sangue. O resultado deve sair em 24 horas. Caso, a presença do vírus causador do ebola não seja detectada, ele vai passar por um novo exame em 48 horas. O segundo resultado também deve ser obtido em 24 horas. De acordo com boletim médico divulgado pela fundação, ele foi recebido em bom estado, sem apresentar febre, lúcido e cooperativo, embora apresente um quadro de desidratação. Ainda segundo o documento, o paciente foi informado da suspeita de ter contraído ebola e "está ciente da necessidade de isolamento. Está calmo em relação a isso". Transmissão, evolução e tratamento do ebola O homem vai ficar por tempo indeterminado isolado em uma ala do instituto. Apenas seis agentes de saúde (dois médicos infectologistas, dois enfermeiros e dois profissionais de desinfecção), divididos em dois grupos que atuarão em turnos, terão contato com o paciente. O acesso à ala em que o paciente ficará de resguardo só pode ser feito com a utilização de roupas, botas e capacetes especiais, informou a assessoria da Fiocruz. O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas vai seguir com seu funcionamento normal, atendendo os demais pacientes em outras alas. O local tem capacidade para trinta leitos. O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira que o paciente é um homem brasileiro, de 46 anos, que esteve recentemente em Guiné, um dos países assolados pelo ebola. Ele retornou ao em 6 de novembro, e dois dias depois passou a apresentar sintomas, como febre alta, dor muscular e dor de cabeça.
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Rádios inglesas não tocam música que chama premiê de 'mentirosa'
"Liar Liar GE2017" está entre as canções mais populares do Reino Unido esta semana. Quando este texto estava sendo escrito, ela ocupava a segunda posição na parada de downloads britânica da iTunes, atrás apenas de outro grande hit do momento, "Despacito", de Luis Fonsi e Daddy Yankee, com participação especial de Justin Bieber. "Liar, Liar", composta e interpretada pelo grupo Captain SKA, também estava perto do topo da parada oficial de singles britânica, reportou a BBC na terça-feira (30). Mas se você ligar o rádio, no Reino Unido, dificilmente ouvirá a canção. As rádios simplesmente não a estão tocando. Por que não? Bem, o problema está no conteúdo da letra –e nas imagens da primeira-ministra Theresa May exibidas no vídeo que acompanha a canção. "Ela é mentirosa, mentirosa", canta a vocalista Adeolla Shyllon no refrão, que inclui exemplos de promessas aparentemente não cumpridas por May. "Não, não se pode confiar nela", Shyllon canta em seguida. Outros versos são ainda mais claramente políticos. "Enfermeiras passando fome, escolas em declínio", diz um dos versos da primeira estrofe. "Não reconheço meu país, todo quebrado". A mensagem política da canção não é acidente. A banda Captain SKA lançou a canção "Liar Liar" original em 2010, em oposição aos planos do governo para elevar as mensalidades das universidades. Os membros da banda, que informaram ao jornal "Evening Standard" que são músicos de estúdio britânicos, decidiram remixá-la para capturar o clima predominante entre os oponentes do governo de centro-direita de May, durante a campanha para a eleição de 8 de junho. O vídeo da canção termina com uma mensagem implícita de oposição ao Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra. "Em 8 de junho, fora conservadores", afirma uma legenda no final da faixa. A canção, lançada na sexta-feira, está sendo promovida por uma organização chamada Assembleia Popular Contra a Austeridade, que se opõe aos cortes nos gastos públicos e está doando o dinheiro arrecadado com as vendas da canção a organizações que doam alimentos a pessoas carentes. O grupo vem expondo em vídeo as estações de rádio que se recusam a executar a canção, e muitas pessoas criaram petições para exigir que ela seja executada. REGRAS POLÍTICAS A Radio 1, uma das estações de rádio da BBC, informou em comunicado que não executaria a canção em função de regras editoriais quanto a conteúdo político. "Não vetamos canções ou artistas, mas nossas normas editoriais requerem imparcialidade e o Reino Unido está em campanha eleitoral; por isso não tocaremos a canção", a rádio informou. Reportagens sugerem que outras estações de rádio de grande audiência, como a Heart e a Capital FM, também decidiram não tocar "Liar Liar GE2017". As regras britânicas quanto a conteúdo político no rádio e TV podem explicar a ausência da canção nas rádios. O site do Ofcom, o departamento britânico de regulamentação de telecomunicações, aponta que "a proibição a propaganda política na TV e rádio britânicos está em vigor há muito tempo". A lei britânica também dispõe que partidos políticos não podem adquirir tempo publicitário para veicular anúncios, e devem usar apenas o horário político obrigatório que os veículos lhes fornecem gratuitamente. Apesar dessas regras, a música em muitas ocasiões tomou por alvo a elite política. Margaret Thatcher, primeira-ministra conservadora que governou o Reino Unido de 1979 a 1990, foi alvo da canção "Stand Down Margaret", da banda Beat. Em 1977, a irônica "God Save the Queen", do Sex Pistols, se tornou uma das canções mais populares do Reino Unido, no 25º aniversário da coroação da rainha Elizabeth 2ª, mas sua execução foi proibida na BBC e há boatos de que ela foi impedida de chegar ao primeiro posto na parada oficial de sucessos do país por conta de seu conteúdo político. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mundo
Rádios inglesas não tocam música que chama premiê de 'mentirosa'"Liar Liar GE2017" está entre as canções mais populares do Reino Unido esta semana. Quando este texto estava sendo escrito, ela ocupava a segunda posição na parada de downloads britânica da iTunes, atrás apenas de outro grande hit do momento, "Despacito", de Luis Fonsi e Daddy Yankee, com participação especial de Justin Bieber. "Liar, Liar", composta e interpretada pelo grupo Captain SKA, também estava perto do topo da parada oficial de singles britânica, reportou a BBC na terça-feira (30). Mas se você ligar o rádio, no Reino Unido, dificilmente ouvirá a canção. As rádios simplesmente não a estão tocando. Por que não? Bem, o problema está no conteúdo da letra –e nas imagens da primeira-ministra Theresa May exibidas no vídeo que acompanha a canção. "Ela é mentirosa, mentirosa", canta a vocalista Adeolla Shyllon no refrão, que inclui exemplos de promessas aparentemente não cumpridas por May. "Não, não se pode confiar nela", Shyllon canta em seguida. Outros versos são ainda mais claramente políticos. "Enfermeiras passando fome, escolas em declínio", diz um dos versos da primeira estrofe. "Não reconheço meu país, todo quebrado". A mensagem política da canção não é acidente. A banda Captain SKA lançou a canção "Liar Liar" original em 2010, em oposição aos planos do governo para elevar as mensalidades das universidades. Os membros da banda, que informaram ao jornal "Evening Standard" que são músicos de estúdio britânicos, decidiram remixá-la para capturar o clima predominante entre os oponentes do governo de centro-direita de May, durante a campanha para a eleição de 8 de junho. O vídeo da canção termina com uma mensagem implícita de oposição ao Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra. "Em 8 de junho, fora conservadores", afirma uma legenda no final da faixa. A canção, lançada na sexta-feira, está sendo promovida por uma organização chamada Assembleia Popular Contra a Austeridade, que se opõe aos cortes nos gastos públicos e está doando o dinheiro arrecadado com as vendas da canção a organizações que doam alimentos a pessoas carentes. O grupo vem expondo em vídeo as estações de rádio que se recusam a executar a canção, e muitas pessoas criaram petições para exigir que ela seja executada. REGRAS POLÍTICAS A Radio 1, uma das estações de rádio da BBC, informou em comunicado que não executaria a canção em função de regras editoriais quanto a conteúdo político. "Não vetamos canções ou artistas, mas nossas normas editoriais requerem imparcialidade e o Reino Unido está em campanha eleitoral; por isso não tocaremos a canção", a rádio informou. Reportagens sugerem que outras estações de rádio de grande audiência, como a Heart e a Capital FM, também decidiram não tocar "Liar Liar GE2017". As regras britânicas quanto a conteúdo político no rádio e TV podem explicar a ausência da canção nas rádios. O site do Ofcom, o departamento britânico de regulamentação de telecomunicações, aponta que "a proibição a propaganda política na TV e rádio britânicos está em vigor há muito tempo". A lei britânica também dispõe que partidos políticos não podem adquirir tempo publicitário para veicular anúncios, e devem usar apenas o horário político obrigatório que os veículos lhes fornecem gratuitamente. Apesar dessas regras, a música em muitas ocasiões tomou por alvo a elite política. Margaret Thatcher, primeira-ministra conservadora que governou o Reino Unido de 1979 a 1990, foi alvo da canção "Stand Down Margaret", da banda Beat. Em 1977, a irônica "God Save the Queen", do Sex Pistols, se tornou uma das canções mais populares do Reino Unido, no 25º aniversário da coroação da rainha Elizabeth 2ª, mas sua execução foi proibida na BBC e há boatos de que ela foi impedida de chegar ao primeiro posto na parada oficial de sucessos do país por conta de seu conteúdo político. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Hostels em Nova York tentam atrair jovens e reaquecer a cidade
Certo dia no fim de novembro, cerca de uma dúzia de proprietários e executivos de hostels (albergues) americanos e europeus fizeram uma excursão de quatro horas de duração, de ônibus, aos bairros industriais do distrito de Queens. Determinados a reanimar e expandir o atrofiado segmento de albergues na cidade de Nova York —o que eles dizem tornaria a cidade mais atraente para os turistas jovens–, os visitantes estavam avaliando imóveis comerciais e armazéns. "Os donos de albergues são como os mochileiros", diz Anne Dolan, fundadora e diretora da Clink Hostels. "Ousamos ir a lugares aonde ninguém mais vai." Mas a questão em Nova York, dizem esses especialistas, é que poucos mochileiros ousam passar pela cidade, porque não há acomodações para eles. Como resultado, afirmam, a cidade está perdendo não só turistas e receita tributária mas a chance de se divulgar junto aos jovens. "Creio que os albergues tornem as grandes cidades acessíveis para os jovens", disse Dolan. "Nova York está perdendo esse mercado". Os defensores dos albergues atribuem a culpa por isso a uma lei estadual aprovada seis anos atrás, contra locações em lugares superlotados ou inadequados. Mas o resultado da lei foi o fim de quase 60 albergues, de acordo com Feargal Mooney, presidente-executivo da Hostelworld, empresa de reservas em albergues que organizou a excursão. Mooney diz esperar que um novo projeto de lei, que está por ser debatido no legislativo municipal, possa reanimar o segmento. No momento, o único verdadeiro albergue de Nova York é operado por uma organização sem fins lucrativos, a Hostelling International USA, na avenida Amsterdam, Upper West Side, ele diz. O albergue consegue operar em Nova York por conta da classificação do edifício que ocupa e de uma licença para uso especial. Aaron Chaffee, vice-presidente de desenvolvimento de albergues da Hostelling International, disse que receberia positivamente a instalação de novos albergues na cidade, mas apoia a necessidade de regulamentação. Antes da lei de 2010, alguns albergues ofereciam acomodações abaixo do padrão, reconhece Mooney, mas nem todos. Nova York fatura cerca de US$ 234 milhões ao ano com albergues e formas relacionadas de turismo, o que é cerca de um terço do montante que uma cidade de seu tamanho deveria movimentar, de acordo com uma recente análise da Hostelworld. Nos Estados Unidos, disse Daly, cidades como Miami, Los Angeles e Chicago estão atraindo investimento em albergues que poderia ser direcionado a Nova York. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Hostels em Nova York tentam atrair jovens e reaquecer a cidadeCerto dia no fim de novembro, cerca de uma dúzia de proprietários e executivos de hostels (albergues) americanos e europeus fizeram uma excursão de quatro horas de duração, de ônibus, aos bairros industriais do distrito de Queens. Determinados a reanimar e expandir o atrofiado segmento de albergues na cidade de Nova York —o que eles dizem tornaria a cidade mais atraente para os turistas jovens–, os visitantes estavam avaliando imóveis comerciais e armazéns. "Os donos de albergues são como os mochileiros", diz Anne Dolan, fundadora e diretora da Clink Hostels. "Ousamos ir a lugares aonde ninguém mais vai." Mas a questão em Nova York, dizem esses especialistas, é que poucos mochileiros ousam passar pela cidade, porque não há acomodações para eles. Como resultado, afirmam, a cidade está perdendo não só turistas e receita tributária mas a chance de se divulgar junto aos jovens. "Creio que os albergues tornem as grandes cidades acessíveis para os jovens", disse Dolan. "Nova York está perdendo esse mercado". Os defensores dos albergues atribuem a culpa por isso a uma lei estadual aprovada seis anos atrás, contra locações em lugares superlotados ou inadequados. Mas o resultado da lei foi o fim de quase 60 albergues, de acordo com Feargal Mooney, presidente-executivo da Hostelworld, empresa de reservas em albergues que organizou a excursão. Mooney diz esperar que um novo projeto de lei, que está por ser debatido no legislativo municipal, possa reanimar o segmento. No momento, o único verdadeiro albergue de Nova York é operado por uma organização sem fins lucrativos, a Hostelling International USA, na avenida Amsterdam, Upper West Side, ele diz. O albergue consegue operar em Nova York por conta da classificação do edifício que ocupa e de uma licença para uso especial. Aaron Chaffee, vice-presidente de desenvolvimento de albergues da Hostelling International, disse que receberia positivamente a instalação de novos albergues na cidade, mas apoia a necessidade de regulamentação. Antes da lei de 2010, alguns albergues ofereciam acomodações abaixo do padrão, reconhece Mooney, mas nem todos. Nova York fatura cerca de US$ 234 milhões ao ano com albergues e formas relacionadas de turismo, o que é cerca de um terço do montante que uma cidade de seu tamanho deveria movimentar, de acordo com uma recente análise da Hostelworld. Nos Estados Unidos, disse Daly, cidades como Miami, Los Angeles e Chicago estão atraindo investimento em albergues que poderia ser direcionado a Nova York. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Corpo de Leonard Cohen, morto na segunda, já foi enterrado no Canadá
Ao contrário do que era especulado, o poeta, cantor e compositor canadense Leonard Cohen morreu na segunda-feira (7), e não quinta (10), aos 82 anos. A data correta da morte do cantor foi confirmada por representantes da gravadora Sony à revista americana "Billboard", após ser reportada originalmente pelo Leonard Cohen Forum, site tocado em conjunto pelas equipes das páginas Leonard Cohen Files e Speaking Cohen, mantidas por fãs. O músico morreu em sua casa, em Los Angeles, e seu corpo foi sepultado na quinta-feira em uma cerimônia privada na província de Westmount, na Ilha de Montreal, no Canadá, país em que nasceu, informou o jornal "The New York Times". Segundo a "Billboard", a congregação de Cohen, Shaar Hashomayim, afirmou que o desejo do cantor foi ser sepultado com "um tradicional rito judaico, ao lado de seus pais, avós e bisavós". A causa da morte de Cohen não foi divulgada. Conhecido por suas canções melancólicas em letras poéticas, que o colocam em um mesmo patamar que Bob Dylan, o canadense foi mais fundo em sua última obra. Algumas faixas falavam claramente na morte: "Estou pronto, meu Senhor".
ilustrada
Corpo de Leonard Cohen, morto na segunda, já foi enterrado no CanadáAo contrário do que era especulado, o poeta, cantor e compositor canadense Leonard Cohen morreu na segunda-feira (7), e não quinta (10), aos 82 anos. A data correta da morte do cantor foi confirmada por representantes da gravadora Sony à revista americana "Billboard", após ser reportada originalmente pelo Leonard Cohen Forum, site tocado em conjunto pelas equipes das páginas Leonard Cohen Files e Speaking Cohen, mantidas por fãs. O músico morreu em sua casa, em Los Angeles, e seu corpo foi sepultado na quinta-feira em uma cerimônia privada na província de Westmount, na Ilha de Montreal, no Canadá, país em que nasceu, informou o jornal "The New York Times". Segundo a "Billboard", a congregação de Cohen, Shaar Hashomayim, afirmou que o desejo do cantor foi ser sepultado com "um tradicional rito judaico, ao lado de seus pais, avós e bisavós". A causa da morte de Cohen não foi divulgada. Conhecido por suas canções melancólicas em letras poéticas, que o colocam em um mesmo patamar que Bob Dylan, o canadense foi mais fundo em sua última obra. Algumas faixas falavam claramente na morte: "Estou pronto, meu Senhor".
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Exportações do país têm melhor desempenho do ano em junho
Depois de encerrar 2014 com o primeiro deficit em 14 anos, a balança comercial brasileira registrou neste primeiro semestre um superavit de US$ 2,222 bilhões, em meio a uma expressiva retração das importações. Com a fraca atividade econômica doméstica e o dólar em alta, as importações do Brasil encolheram 20,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. A demanda por produtos externos recuou em todas as principais categorias: máquinas e equipamentos (-21,5%), bens de consumo (-13,7%), combustíveis (-42,5%) e matérias-primas (-13,7%). As exportações do país, por outro lado, também caíram no ano, em 14,7%. Nesse caso, o desempenho reflete a forte queda dos preços das principais commodities verificada a partir do segundo semestre de 2014 e também a desaceleração econômica da maioria dos mercados compradores, como Argentina, China e União Europeia. O valor das exportações de minério de ferro, por exemplo, despencou 49% no semestre, e o de soja em grão, 22,5%, apesar de os volumes embarcados terem aumentado no período–7,1% e 1,4% respectivamente. A queda da demanda do Mercosul, especialmente da Argentina, preocupa porque o bloco é o principal consumidor dos produtos industrializados brasileiros. Não por acaso, as exportações de automóveis caíram 6,6% no semestre e as de autopeças recuaram 9,5%. Na semana passada, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que o país deve fechar o ano com um superavit comercial de US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões. A projeção é mais otimista do que as estimativas do mercado, que apontam para um superavit de US$ 4 bilhões, segundo o mais recente levantamento feito pelo Banco Central. É consenso, no entanto, que a recuperação do saldo comercial vai contribuir para reduzir a demanda do país por capital externo no ano –ainda que à custa da perda do dinamismo da economia. US$ 4,5 BI EM JUNHO Em junho, a balança comercial teve o maior saldo do ano, de US$ 4,527 bilhões, como resultado da retração contínua das importações e também de uma melhora no desempenho das exportações. No mês, as vendas externas somaram US$ 19,628 bilhões, maior valor do ano. O resultado ainda é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (-8,7%), mas a diferença diminuiu –em maio, as exportações encolheram 15% na comparação com maio de 2014. EXPORTAÇÃO ARTIFICIAL O fluxo no mês foi alavancado pela exportação "artificial" de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 690 milhões. Trata-se de operação legal, mas estritamente contábil, em que uma empresa, para obter vantagens fiscais, registra a exportação da plataforma, mas o equipamento permanece no país. Também houve crescimento nas exportações de produtos como carne de frango (6,3%), automóveis (46%), aviões (51,4%) e minério de cobre (39%). Leia mais sobre a balança comercial do agronegócio no 'Vaivém das Commodities'
mercado
Exportações do país têm melhor desempenho do ano em junhoDepois de encerrar 2014 com o primeiro deficit em 14 anos, a balança comercial brasileira registrou neste primeiro semestre um superavit de US$ 2,222 bilhões, em meio a uma expressiva retração das importações. Com a fraca atividade econômica doméstica e o dólar em alta, as importações do Brasil encolheram 20,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. A demanda por produtos externos recuou em todas as principais categorias: máquinas e equipamentos (-21,5%), bens de consumo (-13,7%), combustíveis (-42,5%) e matérias-primas (-13,7%). As exportações do país, por outro lado, também caíram no ano, em 14,7%. Nesse caso, o desempenho reflete a forte queda dos preços das principais commodities verificada a partir do segundo semestre de 2014 e também a desaceleração econômica da maioria dos mercados compradores, como Argentina, China e União Europeia. O valor das exportações de minério de ferro, por exemplo, despencou 49% no semestre, e o de soja em grão, 22,5%, apesar de os volumes embarcados terem aumentado no período–7,1% e 1,4% respectivamente. A queda da demanda do Mercosul, especialmente da Argentina, preocupa porque o bloco é o principal consumidor dos produtos industrializados brasileiros. Não por acaso, as exportações de automóveis caíram 6,6% no semestre e as de autopeças recuaram 9,5%. Na semana passada, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que o país deve fechar o ano com um superavit comercial de US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões. A projeção é mais otimista do que as estimativas do mercado, que apontam para um superavit de US$ 4 bilhões, segundo o mais recente levantamento feito pelo Banco Central. É consenso, no entanto, que a recuperação do saldo comercial vai contribuir para reduzir a demanda do país por capital externo no ano –ainda que à custa da perda do dinamismo da economia. US$ 4,5 BI EM JUNHO Em junho, a balança comercial teve o maior saldo do ano, de US$ 4,527 bilhões, como resultado da retração contínua das importações e também de uma melhora no desempenho das exportações. No mês, as vendas externas somaram US$ 19,628 bilhões, maior valor do ano. O resultado ainda é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (-8,7%), mas a diferença diminuiu –em maio, as exportações encolheram 15% na comparação com maio de 2014. EXPORTAÇÃO ARTIFICIAL O fluxo no mês foi alavancado pela exportação "artificial" de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 690 milhões. Trata-se de operação legal, mas estritamente contábil, em que uma empresa, para obter vantagens fiscais, registra a exportação da plataforma, mas o equipamento permanece no país. Também houve crescimento nas exportações de produtos como carne de frango (6,3%), automóveis (46%), aviões (51,4%) e minério de cobre (39%). Leia mais sobre a balança comercial do agronegócio no 'Vaivém das Commodities'
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Novo código reforça conciliação para resolver litígio de empresas
Métodos alternativos para resolver conflitos, a conciliação e a mediação ganharam reforço com o novo CPC (Código de Processo Civil) –que entrou em vigor na sexta (18) e traz a obrigatoriedade da audiência de conciliação. A conciliação entre empresas, assim como a mediação, é indicada para as que mantêm uma relação continuada e tendem a não romper a parceria –a diferença é que a mediação é usada quando as partes têm um vínculo ainda mais profundo, como sócios. "Na crise, o custo importa ainda mais", aponta Daniela Gabbay, advogada e professora da FGV. A duração e os custos da conciliação são muito menores que os de uma ação na Justiça ou arbitragem –quando as partes indicam um árbitro para julgar o litígio em assuntos específicos. A opção já vinha crescendo. Em 2015, a área cível do TJ-SP realizou 132.531 audiências de conciliação, alta de mais de 500% sobre 2012. Enquanto o tempo médio de uma ação na Justiça é de 10 a 15 anos, "a conciliação pode resolver tudo em um único ato", afirma Emmanoel Campelo, coordenador do Comitê Gestor Nacional pela Conciliação do CNJ. O tempo de espera para marcar uma conciliação no Cejusc da cidade de São Paulo, o mais movimentado do Estado, é de 30 a 60 dias. Mas há alternativas mais rápidas. SEM SAIR DE CASA A Concilie Online usa o chat on-line. Segundo seu fundador, Agostinho Simões, o processo demora, em geral, sete dias úteis e o preço médio de sua conciliação é 60% mais baixo que o de um processo tradicional. A eConciliador segue o mesmo princípio, mas propostas e contrapropostas são processadas por algoritmos. Segundo Marcelo Valenzuela, sócio-diretor, o acordo leva em média quatro minutos e sete segundos. E a empresa contratante só paga se houver acordo. O CNJ aprovou a criação do Sistema de Mediação Digital, uma ferramenta on-line para promover a resolução de conflitos a custo zero. O foco são conflitos na área de seguros, consumo e processos de execução fiscal, na fase pré-processual. André Gomma, juiz auxiliar da presidência do CNJ, afirma que, para ações já em curso, cabe a cada tribunal aderir à ferramenta. Segundo ele, o sistema deve entrar em funcionamento em cerca de seis semanas e há planos ainda para a criação de um aplicativo. - EM DIÁLOGO Saiba o que são e como funcionam as mediações de conflitos MÉTODOS '1- Mediação* *Similar à conciliação, mas usada quando as partes têm uma relação continuada, como conflitos entre sócios. O mediador atua de forma menos avaliativa e mais facilitadora 2- Arbitragem Um árbitro ou mais (número ímpar) indicados pelas partes julgam o litígio. Indicada para conflitos muito específicos. Costuma ser mais cara que as outras modalidades 3- Conciliação Uma terceira pessoa, neutra e imparcial, facilita o diálogo entre as partes para que elas construam, com autonomia e consenso, a solução. Usada em conflitos mais simples ou restritos COMO CONCILIAR * 1- Intenção A conciliação pode constar como cláusula contratual ou ser acordada com a ação já em processo -que fica suspensa durante o período da conciliação 2- Agendamento Basta entrar em contato com uma câmara privada para marcar audiência. No Cejusc (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania) de São Paulo, o tempo de espera varia de 30 a 60 dias 3- Assistência As partes podem ser assistidas por advogados ou defensores públicos, mas não é obrigatória a contratação de advogados nas causas com valor de até 20 salários mínimos 4- Audiência É comum a resolução em uma sessão, mas pode haver outras, não excedendo 2 meses da data da primeira. O não comparecimento de uma das partes à 1ª sessão pode acarretar em multa 5- Resultado Se houver acordo, o termo final de mediação constitui título executivo extrajudicial e, quando homologado judicialmente, título executivo judicial GASTOS * > Despesas administrativas, como taxa de registro > Honorários do conciliador: ficam entre R$ 700 e R$ 900/hora. Normalmente, é acordado pagar 20 horas mínimas de trabalho > Honorários advocatícios: média de R$ 500 por hora > Honorários de eventuais peritos e assistentes técnicos *conciliação institucional / Fontes: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Conselho Nacional de Justiça, novo Código de Processo Civil, Lei de Mediação
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Novo código reforça conciliação para resolver litígio de empresasMétodos alternativos para resolver conflitos, a conciliação e a mediação ganharam reforço com o novo CPC (Código de Processo Civil) –que entrou em vigor na sexta (18) e traz a obrigatoriedade da audiência de conciliação. A conciliação entre empresas, assim como a mediação, é indicada para as que mantêm uma relação continuada e tendem a não romper a parceria –a diferença é que a mediação é usada quando as partes têm um vínculo ainda mais profundo, como sócios. "Na crise, o custo importa ainda mais", aponta Daniela Gabbay, advogada e professora da FGV. A duração e os custos da conciliação são muito menores que os de uma ação na Justiça ou arbitragem –quando as partes indicam um árbitro para julgar o litígio em assuntos específicos. A opção já vinha crescendo. Em 2015, a área cível do TJ-SP realizou 132.531 audiências de conciliação, alta de mais de 500% sobre 2012. Enquanto o tempo médio de uma ação na Justiça é de 10 a 15 anos, "a conciliação pode resolver tudo em um único ato", afirma Emmanoel Campelo, coordenador do Comitê Gestor Nacional pela Conciliação do CNJ. O tempo de espera para marcar uma conciliação no Cejusc da cidade de São Paulo, o mais movimentado do Estado, é de 30 a 60 dias. Mas há alternativas mais rápidas. SEM SAIR DE CASA A Concilie Online usa o chat on-line. Segundo seu fundador, Agostinho Simões, o processo demora, em geral, sete dias úteis e o preço médio de sua conciliação é 60% mais baixo que o de um processo tradicional. A eConciliador segue o mesmo princípio, mas propostas e contrapropostas são processadas por algoritmos. Segundo Marcelo Valenzuela, sócio-diretor, o acordo leva em média quatro minutos e sete segundos. E a empresa contratante só paga se houver acordo. O CNJ aprovou a criação do Sistema de Mediação Digital, uma ferramenta on-line para promover a resolução de conflitos a custo zero. O foco são conflitos na área de seguros, consumo e processos de execução fiscal, na fase pré-processual. André Gomma, juiz auxiliar da presidência do CNJ, afirma que, para ações já em curso, cabe a cada tribunal aderir à ferramenta. Segundo ele, o sistema deve entrar em funcionamento em cerca de seis semanas e há planos ainda para a criação de um aplicativo. - EM DIÁLOGO Saiba o que são e como funcionam as mediações de conflitos MÉTODOS '1- Mediação* *Similar à conciliação, mas usada quando as partes têm uma relação continuada, como conflitos entre sócios. O mediador atua de forma menos avaliativa e mais facilitadora 2- Arbitragem Um árbitro ou mais (número ímpar) indicados pelas partes julgam o litígio. Indicada para conflitos muito específicos. Costuma ser mais cara que as outras modalidades 3- Conciliação Uma terceira pessoa, neutra e imparcial, facilita o diálogo entre as partes para que elas construam, com autonomia e consenso, a solução. Usada em conflitos mais simples ou restritos COMO CONCILIAR * 1- Intenção A conciliação pode constar como cláusula contratual ou ser acordada com a ação já em processo -que fica suspensa durante o período da conciliação 2- Agendamento Basta entrar em contato com uma câmara privada para marcar audiência. No Cejusc (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania) de São Paulo, o tempo de espera varia de 30 a 60 dias 3- Assistência As partes podem ser assistidas por advogados ou defensores públicos, mas não é obrigatória a contratação de advogados nas causas com valor de até 20 salários mínimos 4- Audiência É comum a resolução em uma sessão, mas pode haver outras, não excedendo 2 meses da data da primeira. O não comparecimento de uma das partes à 1ª sessão pode acarretar em multa 5- Resultado Se houver acordo, o termo final de mediação constitui título executivo extrajudicial e, quando homologado judicialmente, título executivo judicial GASTOS * > Despesas administrativas, como taxa de registro > Honorários do conciliador: ficam entre R$ 700 e R$ 900/hora. Normalmente, é acordado pagar 20 horas mínimas de trabalho > Honorários advocatícios: média de R$ 500 por hora > Honorários de eventuais peritos e assistentes técnicos *conciliação institucional / Fontes: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Conselho Nacional de Justiça, novo Código de Processo Civil, Lei de Mediação
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Senegal condena jornalista a 6 meses de prisão por atos homossexuais
Um tribunal de Senegal condenou nesta sexta-feira (31) um jornalista a seis meses de prisão por "atos de homossexualidade", considerados ilegais no país do oeste africano. Tamsir Jupiter Ndiaye, que já havia sido acusado por homossexualidade anteriormente, foi detido em junho após um jovem acusá-lo de tentativa de estupro. Na ocasião, jornalista chegou a se abrigar em uma base da polícia na capital, Dacar, após ser perseguido por uma multidão furiosa. tweet Em 2012, o colunista de revistas foi sentenciado a quatro anos de prisão por atos de homossexualidade, agressão e posse ilegal de armas. A sentença foi posteriormente reduzida a dois anos de prisão e ele ganhou liberdade condicional em 2013. Atos homossexuais são ilegais em Senegal e estão sujeitos a penas de até cinco anos de prisão e multas de até US$ 2.500 (R$ 8.500). A homossexualidade é considerada crime em vários países africanos. Em visita oficial ao Quênia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no sábado (25) que os governos não devem discriminar cidadãos com base na orientação sexual.
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Senegal condena jornalista a 6 meses de prisão por atos homossexuaisUm tribunal de Senegal condenou nesta sexta-feira (31) um jornalista a seis meses de prisão por "atos de homossexualidade", considerados ilegais no país do oeste africano. Tamsir Jupiter Ndiaye, que já havia sido acusado por homossexualidade anteriormente, foi detido em junho após um jovem acusá-lo de tentativa de estupro. Na ocasião, jornalista chegou a se abrigar em uma base da polícia na capital, Dacar, após ser perseguido por uma multidão furiosa. tweet Em 2012, o colunista de revistas foi sentenciado a quatro anos de prisão por atos de homossexualidade, agressão e posse ilegal de armas. A sentença foi posteriormente reduzida a dois anos de prisão e ele ganhou liberdade condicional em 2013. Atos homossexuais são ilegais em Senegal e estão sujeitos a penas de até cinco anos de prisão e multas de até US$ 2.500 (R$ 8.500). A homossexualidade é considerada crime em vários países africanos. Em visita oficial ao Quênia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no sábado (25) que os governos não devem discriminar cidadãos com base na orientação sexual.
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BNDES pode devolver mais que R$ 100 bilhões ao governo
A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, afirmou que "não está descartado" que o banco devolva ao governo mais do que os R$ 100 bilhões de títulos públicos previstos para os próximos três anos. De acordo com ela, para que o valor seja maior que o já acordado entre o banco e o ministério da Fazenda (R$ 40 bilhões este ano e R$ 30 bilhões nos próximos dois anos), teriam que ser criadas condições para garantir ao BNDES recursos para seus compromissos. "Não é algo que deve ser descartado, mas deve vir num conjunto de medidas que tornem o banco blindado em relação ao futuro", disse Bastos quando perguntada se o banco poderia aumentar o valor. Para iniciar a operação, o banco aguarda uma palavra final do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a legalidade da operação. Em votação no mês passado, a maioria dos ministros do órgão já se posicionou favorável a considerar que a operação é legal, desde que os recursos sejam usados exclusivamente para reduzir a dívida pública, hoje em R$ 3,1 trilhões. Mas a decisão ainda não é oficial porque um do ministros, Vital do Rego, pediu vista do processo que só será votado quando Vital apresentá-los ao plenário. HISTÓRICO Entre 2008 e 2014, o governo federal emprestou ao BNDES cerca de R$ 450 bilhões para que o banco pudesse injetar esse dinheiro na economia por meio de empréstimos subsidiados a empresas. Ao longo dos anos, foram dezenas de contratos e renegociações entre ambos. Em fevereiro, o BNDES informou que, após quitar parte dos juros e principal das dívidas, ainda deve ao governo R$ 513,6 bilhões em valores corrigidos pela inflação. Os empréstimos a juros baratos acabaram beneficiando grandes empresas em sua maioria e deixou uma outra dívida de subsídio estimada em R$ 214 bilhões que o governo paga por essas operações. A devolução dos recursos ajudaria a diminuir a dívida bruta do governo federal e a expectativa da Fazenda com isso é melhorar a condições para o pagamento dos juros da dívida brasileira. BNDESPAR A presidente do banco também falou que a valorização da bolsa de valores nos últimos meses proporcionou uma melhor condição para que o banco negocie a sua participação em empresas privadas através do BNDESPar. Essa subsidiária do banco compra ações de empresas para investir em projetos em desenvolvimento. De acordo com ela, a intenção do banco com isso é ajudar projetos em sua etapa inicial e, por isso, a ideia é fazer uma troca de ações mais rápida, vendendo as de empresas com projetos já consolidados para investir em novas. "Não é o princípio do BNDESPar ficar por muito tempo. A intenção é fazer um turn over maior da carteira", afirmou a presidente lembrando que não pode adiantar negociações porque a maioria das empresas é negociada em bolsa. De acordo com Bastos, a prioridade maior do banco no momento é investir em infraestrutura porque, segundo ela, a maioria dos setores da indústria ainda tem capacidade ociosa e o investimento em infraestrutura pode dar maior dinamismo à economia de forma mais rápida.
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BNDES pode devolver mais que R$ 100 bilhões ao governoA presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, afirmou que "não está descartado" que o banco devolva ao governo mais do que os R$ 100 bilhões de títulos públicos previstos para os próximos três anos. De acordo com ela, para que o valor seja maior que o já acordado entre o banco e o ministério da Fazenda (R$ 40 bilhões este ano e R$ 30 bilhões nos próximos dois anos), teriam que ser criadas condições para garantir ao BNDES recursos para seus compromissos. "Não é algo que deve ser descartado, mas deve vir num conjunto de medidas que tornem o banco blindado em relação ao futuro", disse Bastos quando perguntada se o banco poderia aumentar o valor. Para iniciar a operação, o banco aguarda uma palavra final do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a legalidade da operação. Em votação no mês passado, a maioria dos ministros do órgão já se posicionou favorável a considerar que a operação é legal, desde que os recursos sejam usados exclusivamente para reduzir a dívida pública, hoje em R$ 3,1 trilhões. Mas a decisão ainda não é oficial porque um do ministros, Vital do Rego, pediu vista do processo que só será votado quando Vital apresentá-los ao plenário. HISTÓRICO Entre 2008 e 2014, o governo federal emprestou ao BNDES cerca de R$ 450 bilhões para que o banco pudesse injetar esse dinheiro na economia por meio de empréstimos subsidiados a empresas. Ao longo dos anos, foram dezenas de contratos e renegociações entre ambos. Em fevereiro, o BNDES informou que, após quitar parte dos juros e principal das dívidas, ainda deve ao governo R$ 513,6 bilhões em valores corrigidos pela inflação. Os empréstimos a juros baratos acabaram beneficiando grandes empresas em sua maioria e deixou uma outra dívida de subsídio estimada em R$ 214 bilhões que o governo paga por essas operações. A devolução dos recursos ajudaria a diminuir a dívida bruta do governo federal e a expectativa da Fazenda com isso é melhorar a condições para o pagamento dos juros da dívida brasileira. BNDESPAR A presidente do banco também falou que a valorização da bolsa de valores nos últimos meses proporcionou uma melhor condição para que o banco negocie a sua participação em empresas privadas através do BNDESPar. Essa subsidiária do banco compra ações de empresas para investir em projetos em desenvolvimento. De acordo com ela, a intenção do banco com isso é ajudar projetos em sua etapa inicial e, por isso, a ideia é fazer uma troca de ações mais rápida, vendendo as de empresas com projetos já consolidados para investir em novas. "Não é o princípio do BNDESPar ficar por muito tempo. A intenção é fazer um turn over maior da carteira", afirmou a presidente lembrando que não pode adiantar negociações porque a maioria das empresas é negociada em bolsa. De acordo com Bastos, a prioridade maior do banco no momento é investir em infraestrutura porque, segundo ela, a maioria dos setores da indústria ainda tem capacidade ociosa e o investimento em infraestrutura pode dar maior dinamismo à economia de forma mais rápida.
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Antologia e filme lançam luz sobre o escritor Antonio Di Benedetto
RESUMO Nome maioral das letras argentinas no século 20, Antonio Di Benedetto retorna aos holofotes com a tradução para o inglês de "Zama", simultaneamente levado às telas pela premiada Lucrecia Martel. Além disso, volume de não ficção contrasta sua euforia no começo da carreira com a depressão após a prisão e o exílio. * No dia 15 de janeiro de 1944, a capital da província argentina de San Juan, próxima à fronteira com o Chile, sofreu um terremoto que destruiu 80% de seu casario e matou quase 15 mil pessoas. Apesar de sua proporção, a tragédia foi pouco documentada por causa da distância geográfica em relação a Buenos Aires e devido à precariedade dos meios de comunicação da época. Quando a notícia chegou a Mendoza, município mais rico e com mais recursos daquela região (Cuyo), um repórter de 22 anos do jornal "La Libertad" viajou até a cidade em escombros. A visão que teve ali marcaria sua vida e sua obra para sempre. "Os cadáveres recuperados pareciam conservar os gestos da defesa instintiva de seus últimos momentos. Uns tinham as mãos na cabeça, outros estavam encolhidos, como se tivessem tentado se proteger enquanto um muro caía sobre eles", conta. Entre as descrições de cenas como esta, fazia questão de publicar os nomes das vítimas. "É preciso que se conheça quem foram essas pessoas em vida", escrevia Antonio Di Benedetto (1922-86), que, antes de se transformar em um dos autores mais importantes da Argentina no século 20, havia declarado sua obsessão pelo jornalismo, ofício ao qual devotou 43 anos. Pouco conhecido no Brasil, Di Benedetto é autor de um clássico da literatura latino-americana, "Zama" (1956), recém-elogiado pelo Nobel J.M. Coetzee na "New York Review of Books" por ocasião de sua tardia tradução ao inglês. A adaptação do romance para o cinema estreia em junho no circuito argentino. À frente dela está a premiada Lucrecia Martel ("O Pântano"), que dirige aqui um elenco internacional, capitaneado por atores como Daniel Giménez Cacho (México) e Matheus Nachtergaele (Brasil). Paralelamente, acaba de sair na Argentina o volume "Escritos Periodísticos 1943-1986" (ed. Adriana Hidalgo), que traz a faceta menos conhecida do ficcionista, mas à qual ele próprio deu mais valor e dedicou mais tempo de vida: o jornalismo. O volume traz coberturas de eventos regionais –caso do terrível terremoto de San Juan–, de festivais de cinema na Europa, de eleições em países da América Latina e do golpe militar na Bolívia em 1964. Também estão no livro relatos sobre palestras de Jean-Paul Sartre e Eugène Ionesco que Di Benedetto viu em Paris e uma das últimas entrevistas que Julio Cortázar (1914-84), então vivendo na França, deu na Argentina. A organizadora da obra, Liliana Reales, argentina que dá aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), diz que o jornalismo sempre foi o território de Di Benedetto, o mirante a partir do qual ele observava o mundo: "Ele dizia que havia perseverado para conseguir ser jornalista e continuar sendo jornalista. Seu texto tem um estilo particular, do cronista, mas é preciso nos dados e dotado de muito cuidado narrativo. Com o tempo vai ganhando em síntese, fica mais econômico, e isso se reflete nos romances". ROMANCISTA O romance "Zama" (que saiu no Brasil pela Globo em 2006) deu ao autor projeção internacional, ao mesmo tempo em que, na Argentina, ajudou a fortalecer a literatura produzida fora do grande centro, Buenos Aires. Os autores principais dessa corrente no século 20 foram Di Benedetto e Juan José Saer (1937-2005), nascido em Santa Fe e que se radicou em Paris. Para o crítico literário Carlos Gamerro, "Di Benedetto e Saer se parecem por escrever sem passar por Buenos Aires, nem física nem mentalmente. Em suas principais obras, 'Zama' e 'O Enteado' (ed. Iluminuras), recriam o período da conquista e da colonização hispânica da América, propondo sua própria versão do homem espanhol americano em formação". "Zama" se passa em 1790 e conta a história de Don Diego de Zama, um administrador da Coroa espanhola enviado aos confins do então chamado Vice-Reinado do Rio da Prata, a um território que hoje corresponde ao interior do Paraguai. As preocupações de Zama giram em torno dos anseios de uma improvável promoção –já que ele é um "criollo" (espanhol nascido nas Américas), segmento em geral preterido na ocupação de altos postos– e de um reencontro com a mulher, que ficou na capital. Enquanto isso, leva uma vida pontuada por tormentos, agindo de maneira promíscua e refletindo sobre o deserto que era, naquele período, essa parte do continente. "Até para ele [Zama], falta realidade à América. É uma terra plana e em cuja vastidão ele se sente perdido", descreve Coetzee em sua resenha, publicada em janeiro na "New York Review of Books". A ideia de "deserto" povoa o imaginário cultural e histórico da Argentina desde o século 19, quando havia a utopia de levar a dita "civilização" ocidental até os confins de um país imenso, em sua maioria desabitado ou povoado por indígenas. Para Reales, o "deserto" de Di Benedetto, presente em "Zama", faz deste livro "parente de obras como 'Pedro Páramo', do mexicano Juan Rulfo, e 'Grande Sertão: Veredas', do brasileiro Guimarães Rosa". Gamerro leva o paralelo ainda mais longe. "Eu inscrevo Di Benedetto diretamente na literatura mundial. 'Zama' é um dos grandes relatos sobre a espera, comparável a 'O Castelo', de Kafka, a 'Esperando Godot', de Beckett, ou a 'Ninguém Escreve ao Coronel', de García Márquez." Ainda que lançada mais de 60 anos depois de o original ter sido escrito, a tradução de "Zama" ao inglês sem dúvida reforça a vocação universal do autor. Depois da história do oficial da Coroa espanhola, sairão nos EUA dois outros livros-chave dele, "El Silenciero" (1964) e "Los Suicidas" (1969). BIOGRAFIA INFELIZ Ler os escritos jornalísticos de Di Benedetto em seu princípio de carreira é se defrontar com um homem feliz com seu ofício. Nota-se ali a volúpia de reportar quase tudo o que vivia, dos fatos em si às expressões e gestos das pessoas com quem interagia. Ele também nutria gosto por viagens e por conhecer pessoas. As páginas traem ainda certa vaidade intelectual. Sua felicidade, porém, teve fim num episódio bem específico. Em 24 de março de 1976, horas depois de uma junta militar dar um golpe e tirar do poder a presidente Isabel Perón, iniciando uma ditadura que duraria até 1983, o jornal "Los Andes" foi invadido por agentes da repressão. À época, Di Benedetto era o diretor de Redação do diário, então o principal da região de Cuyo. O escritor não exercia militância política e não participava de organizações clandestinas; sua prisão até hoje não foi bem explicada. "Naquele momento de começo da ditadura, os militares não foram atrás apenas de militantes mas também de artistas, intelectuais e jornalistas –qualquer um que estivesse numa posição em que pudesse questionar o regime. E Di Benedetto era uma figura de relevo, dirigindo um jornal importantíssimo", explica Reales. O escritor foi levado para um dos centros de detenção mais temidos do período, em La Plata, de onde também saíam os chamados "voos da morte", durante os quais prisioneiros sedados e com pedras atadas aos pés eram atirados de aviões militares no rio da Prata, sem possibilidade física de reação. Di Benedetto esteve nessa prisão por 17 meses e dez dias, período em que foi torturado e passou por pelo menos quatro simulações de execução. Do lado de fora, vários intelectuais, como Victoria Ocampo, Ernesto Sabato, Jorge Luis Borges e o Nobel alemão Heinrich Böll, faziam repetidos pedidos por sua liberação. A pressão foi tanta, de dentro e de fora do país, que os generais o liberaram sob a condição de que deixasse imediatamente a Argentina. O escritor foi para a Europa e se instalou na Espanha. "Ele viveu na pobreza no exílio, além de andar sempre deprimido. O desterro tirou tudo dele: a vida que tinha, seus contatos, a possibilidade de transmitir, reportar as coisas –tudo o que o fazia feliz", conta Reales. Sobreviveu graças a pequenos pagamentos por conferências, a colaborações para algumas publicações e à ajuda de amigos. Quando a ditadura terminou, Di Benedetto voltou à Argentina e decidiu ficar em Buenos Aires, por considerar que seria mais fácil reconstruir sua carreira a partir dali. Mas a estratégia não funcionou. Apesar do reconhecimento tardio, dos prêmios e da atenção midiática, sentia-se mal o tempo todo e dizia isso a autores jovens que o procuravam, amigos e familiares. "Não houve um verdadeiro retorno. Tudo o que a prisão e, depois, o desterro tiraram dele foi irrecuperável, fragilizou-o", acrescenta Reales. Nas entrevistas finais, que também integram a compilação, Di Benedetto dizia que não aguentava mais ter pesadelos e que os tratamentos pelos quais passava eram inócuos. "Desde que cheguei a Buenos Aires, os pesadelos se sucedem de maneira maníaca, terrível. Acordo empapado em suor, gritando, com taquicardia. Te peço que falemos de outro assunto. Estou quebrado e a ponto de chorar", disse a um jornalista do diário "Clarín", poucos dias antes de morrer, em 10 de outubro de 1986. SYLVIA COLOMBO, 45, é correspondente da Folha em Buenos Aires
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Antologia e filme lançam luz sobre o escritor Antonio Di BenedettoRESUMO Nome maioral das letras argentinas no século 20, Antonio Di Benedetto retorna aos holofotes com a tradução para o inglês de "Zama", simultaneamente levado às telas pela premiada Lucrecia Martel. Além disso, volume de não ficção contrasta sua euforia no começo da carreira com a depressão após a prisão e o exílio. * No dia 15 de janeiro de 1944, a capital da província argentina de San Juan, próxima à fronteira com o Chile, sofreu um terremoto que destruiu 80% de seu casario e matou quase 15 mil pessoas. Apesar de sua proporção, a tragédia foi pouco documentada por causa da distância geográfica em relação a Buenos Aires e devido à precariedade dos meios de comunicação da época. Quando a notícia chegou a Mendoza, município mais rico e com mais recursos daquela região (Cuyo), um repórter de 22 anos do jornal "La Libertad" viajou até a cidade em escombros. A visão que teve ali marcaria sua vida e sua obra para sempre. "Os cadáveres recuperados pareciam conservar os gestos da defesa instintiva de seus últimos momentos. Uns tinham as mãos na cabeça, outros estavam encolhidos, como se tivessem tentado se proteger enquanto um muro caía sobre eles", conta. Entre as descrições de cenas como esta, fazia questão de publicar os nomes das vítimas. "É preciso que se conheça quem foram essas pessoas em vida", escrevia Antonio Di Benedetto (1922-86), que, antes de se transformar em um dos autores mais importantes da Argentina no século 20, havia declarado sua obsessão pelo jornalismo, ofício ao qual devotou 43 anos. Pouco conhecido no Brasil, Di Benedetto é autor de um clássico da literatura latino-americana, "Zama" (1956), recém-elogiado pelo Nobel J.M. Coetzee na "New York Review of Books" por ocasião de sua tardia tradução ao inglês. A adaptação do romance para o cinema estreia em junho no circuito argentino. À frente dela está a premiada Lucrecia Martel ("O Pântano"), que dirige aqui um elenco internacional, capitaneado por atores como Daniel Giménez Cacho (México) e Matheus Nachtergaele (Brasil). Paralelamente, acaba de sair na Argentina o volume "Escritos Periodísticos 1943-1986" (ed. Adriana Hidalgo), que traz a faceta menos conhecida do ficcionista, mas à qual ele próprio deu mais valor e dedicou mais tempo de vida: o jornalismo. O volume traz coberturas de eventos regionais –caso do terrível terremoto de San Juan–, de festivais de cinema na Europa, de eleições em países da América Latina e do golpe militar na Bolívia em 1964. Também estão no livro relatos sobre palestras de Jean-Paul Sartre e Eugène Ionesco que Di Benedetto viu em Paris e uma das últimas entrevistas que Julio Cortázar (1914-84), então vivendo na França, deu na Argentina. A organizadora da obra, Liliana Reales, argentina que dá aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), diz que o jornalismo sempre foi o território de Di Benedetto, o mirante a partir do qual ele observava o mundo: "Ele dizia que havia perseverado para conseguir ser jornalista e continuar sendo jornalista. Seu texto tem um estilo particular, do cronista, mas é preciso nos dados e dotado de muito cuidado narrativo. Com o tempo vai ganhando em síntese, fica mais econômico, e isso se reflete nos romances". ROMANCISTA O romance "Zama" (que saiu no Brasil pela Globo em 2006) deu ao autor projeção internacional, ao mesmo tempo em que, na Argentina, ajudou a fortalecer a literatura produzida fora do grande centro, Buenos Aires. Os autores principais dessa corrente no século 20 foram Di Benedetto e Juan José Saer (1937-2005), nascido em Santa Fe e que se radicou em Paris. Para o crítico literário Carlos Gamerro, "Di Benedetto e Saer se parecem por escrever sem passar por Buenos Aires, nem física nem mentalmente. Em suas principais obras, 'Zama' e 'O Enteado' (ed. Iluminuras), recriam o período da conquista e da colonização hispânica da América, propondo sua própria versão do homem espanhol americano em formação". "Zama" se passa em 1790 e conta a história de Don Diego de Zama, um administrador da Coroa espanhola enviado aos confins do então chamado Vice-Reinado do Rio da Prata, a um território que hoje corresponde ao interior do Paraguai. As preocupações de Zama giram em torno dos anseios de uma improvável promoção –já que ele é um "criollo" (espanhol nascido nas Américas), segmento em geral preterido na ocupação de altos postos– e de um reencontro com a mulher, que ficou na capital. Enquanto isso, leva uma vida pontuada por tormentos, agindo de maneira promíscua e refletindo sobre o deserto que era, naquele período, essa parte do continente. "Até para ele [Zama], falta realidade à América. É uma terra plana e em cuja vastidão ele se sente perdido", descreve Coetzee em sua resenha, publicada em janeiro na "New York Review of Books". A ideia de "deserto" povoa o imaginário cultural e histórico da Argentina desde o século 19, quando havia a utopia de levar a dita "civilização" ocidental até os confins de um país imenso, em sua maioria desabitado ou povoado por indígenas. Para Reales, o "deserto" de Di Benedetto, presente em "Zama", faz deste livro "parente de obras como 'Pedro Páramo', do mexicano Juan Rulfo, e 'Grande Sertão: Veredas', do brasileiro Guimarães Rosa". Gamerro leva o paralelo ainda mais longe. "Eu inscrevo Di Benedetto diretamente na literatura mundial. 'Zama' é um dos grandes relatos sobre a espera, comparável a 'O Castelo', de Kafka, a 'Esperando Godot', de Beckett, ou a 'Ninguém Escreve ao Coronel', de García Márquez." Ainda que lançada mais de 60 anos depois de o original ter sido escrito, a tradução de "Zama" ao inglês sem dúvida reforça a vocação universal do autor. Depois da história do oficial da Coroa espanhola, sairão nos EUA dois outros livros-chave dele, "El Silenciero" (1964) e "Los Suicidas" (1969). BIOGRAFIA INFELIZ Ler os escritos jornalísticos de Di Benedetto em seu princípio de carreira é se defrontar com um homem feliz com seu ofício. Nota-se ali a volúpia de reportar quase tudo o que vivia, dos fatos em si às expressões e gestos das pessoas com quem interagia. Ele também nutria gosto por viagens e por conhecer pessoas. As páginas traem ainda certa vaidade intelectual. Sua felicidade, porém, teve fim num episódio bem específico. Em 24 de março de 1976, horas depois de uma junta militar dar um golpe e tirar do poder a presidente Isabel Perón, iniciando uma ditadura que duraria até 1983, o jornal "Los Andes" foi invadido por agentes da repressão. À época, Di Benedetto era o diretor de Redação do diário, então o principal da região de Cuyo. O escritor não exercia militância política e não participava de organizações clandestinas; sua prisão até hoje não foi bem explicada. "Naquele momento de começo da ditadura, os militares não foram atrás apenas de militantes mas também de artistas, intelectuais e jornalistas –qualquer um que estivesse numa posição em que pudesse questionar o regime. E Di Benedetto era uma figura de relevo, dirigindo um jornal importantíssimo", explica Reales. O escritor foi levado para um dos centros de detenção mais temidos do período, em La Plata, de onde também saíam os chamados "voos da morte", durante os quais prisioneiros sedados e com pedras atadas aos pés eram atirados de aviões militares no rio da Prata, sem possibilidade física de reação. Di Benedetto esteve nessa prisão por 17 meses e dez dias, período em que foi torturado e passou por pelo menos quatro simulações de execução. Do lado de fora, vários intelectuais, como Victoria Ocampo, Ernesto Sabato, Jorge Luis Borges e o Nobel alemão Heinrich Böll, faziam repetidos pedidos por sua liberação. A pressão foi tanta, de dentro e de fora do país, que os generais o liberaram sob a condição de que deixasse imediatamente a Argentina. O escritor foi para a Europa e se instalou na Espanha. "Ele viveu na pobreza no exílio, além de andar sempre deprimido. O desterro tirou tudo dele: a vida que tinha, seus contatos, a possibilidade de transmitir, reportar as coisas –tudo o que o fazia feliz", conta Reales. Sobreviveu graças a pequenos pagamentos por conferências, a colaborações para algumas publicações e à ajuda de amigos. Quando a ditadura terminou, Di Benedetto voltou à Argentina e decidiu ficar em Buenos Aires, por considerar que seria mais fácil reconstruir sua carreira a partir dali. Mas a estratégia não funcionou. Apesar do reconhecimento tardio, dos prêmios e da atenção midiática, sentia-se mal o tempo todo e dizia isso a autores jovens que o procuravam, amigos e familiares. "Não houve um verdadeiro retorno. Tudo o que a prisão e, depois, o desterro tiraram dele foi irrecuperável, fragilizou-o", acrescenta Reales. Nas entrevistas finais, que também integram a compilação, Di Benedetto dizia que não aguentava mais ter pesadelos e que os tratamentos pelos quais passava eram inócuos. "Desde que cheguei a Buenos Aires, os pesadelos se sucedem de maneira maníaca, terrível. Acordo empapado em suor, gritando, com taquicardia. Te peço que falemos de outro assunto. Estou quebrado e a ponto de chorar", disse a um jornalista do diário "Clarín", poucos dias antes de morrer, em 10 de outubro de 1986. SYLVIA COLOMBO, 45, é correspondente da Folha em Buenos Aires
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Amazon expande plataforma de serviços domésticos nos EUA
A Amazon disse nesta quarta-feira (22) que vai expandir sua plataforma on-line que oferece desde serviços hidráulicos a reparos de cercas em 15 cidades dos Estados Unidos e ajudar clientes a encontrar fornecedores de serviços para obras e projetos residenciais. A gigante de comércio eletrônico anunciou que agora tem mais de 15 milhões de serviços oferecidos através de sua plataforma de serviços domésticos, bem acima dos 2 milhões de serviços oferecidos quando foi lançada em março. Os serviços domésticos são uma nova fronteira para a Amazon, colocando a companhia contra os sites de revisão de consumidores Yelp e Angie's List e também contra as redes norte-americanas de reparos residenciais Home Depot e Lowe's Companies, com ambas já tendo investido em maneiras de ligar consumidores com provedores de serviços. "Nós temos visto um incrível surto de pedidos de provedores que querem fazer parte da plataforma desde seu lançamento, e isso é o que tem permitido que nós cresçamos tão rapidamente," disse à Reuters a gerente-geral da Amazon Home Services, Nish Lathia. "Nosso plano é agregar mais serviços e localidades," disse Lathia, acrescentando que a Amazon no momento estava focada na residência, mas pode eventualmente oferecer uma variedade maior de serviços.
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Amazon expande plataforma de serviços domésticos nos EUAA Amazon disse nesta quarta-feira (22) que vai expandir sua plataforma on-line que oferece desde serviços hidráulicos a reparos de cercas em 15 cidades dos Estados Unidos e ajudar clientes a encontrar fornecedores de serviços para obras e projetos residenciais. A gigante de comércio eletrônico anunciou que agora tem mais de 15 milhões de serviços oferecidos através de sua plataforma de serviços domésticos, bem acima dos 2 milhões de serviços oferecidos quando foi lançada em março. Os serviços domésticos são uma nova fronteira para a Amazon, colocando a companhia contra os sites de revisão de consumidores Yelp e Angie's List e também contra as redes norte-americanas de reparos residenciais Home Depot e Lowe's Companies, com ambas já tendo investido em maneiras de ligar consumidores com provedores de serviços. "Nós temos visto um incrível surto de pedidos de provedores que querem fazer parte da plataforma desde seu lançamento, e isso é o que tem permitido que nós cresçamos tão rapidamente," disse à Reuters a gerente-geral da Amazon Home Services, Nish Lathia. "Nosso plano é agregar mais serviços e localidades," disse Lathia, acrescentando que a Amazon no momento estava focada na residência, mas pode eventualmente oferecer uma variedade maior de serviços.
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Indústria dá sinais de que pode iniciar recuperação
Após um longo período de declínio, observamos os primeiros sinais de melhora na indústria. Os fundamentos e os dados correntes sugerem que a produção industrial pode começar a se recuperar a partir do segundo semestre. Nos últimos anos, podemos destacar dois períodos distintos. Entre 2010 e 2013, a produção industrial ficou praticamente estável (alta média de 0,1%). A partir de 2013, houve forte redução da demanda interna, que resultou nas contrações do produto industrial nos dois últimos anos. Atualmente, ela encontra-se aproximadamente 18% abaixo da média de 2013. Entretanto, segundo dados da Fundação Getulio Vargas, há sinais de que o nível de produção já esteja abaixo da demanda. De fato, a partir do fim de 2015, iniciou-se uma tendência de redução nos estoques, que tem se confirmado nos últimos meses. Caso não haja nova redução na demanda –que tem se mantido estável nos últimos meses–, os estoques devem continuar se ajustando, dado o nível atual de produção. Quando os estoques tiverem se ajustado, a produção deve aumentar, a fim de que se mantenha o nível desejado. Dessa forma, num primeiro momento, a recuperação da produção na indústria não requer aumento de demanda. Evidentemente, para que uma eventual recuperação seja sustentável, é preciso que a demanda volte. Avaliamos que há sinais favoráveis para isso. Esforços de ajustes fiscais podem refletir positivamente na confiança do empresário, estimulando o investimento. Adicionalmente, uma provável queda de juros no segundo semestre, possibilitada pela tendência de queda da inflação, pode corroborar esse movimento. Esse processo parece já estar ocorrendo. Dados divulgados mostram reação incipiente na indústria. A confiança do setor, que costuma anteceder movimentos da produção, voltou a elevar-se. Além disso, a proporção de setores industriais que apresentaram crescimento da produção (difusão setorial) passou de 30%, no quarto trimestre de 2015, para 52%, no primeiro trimestre deste ano. A difusão setorial também costuma anteceder a produção. Em suma, tanto os fundamentos quanto os dados correntes sugerem uma leve melhora da indústria a partir do segundo semestre deste ano. Cabe lembrar que o aumento esperado na produção industrial se dá a partir de níveis muito baixos, comparáveis aos de 2004. Para que se sustente, são importantes ajustes econômicos, especialmente do lado fiscal, para aumentar a previsibilidade e a confiança da economia.
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Indústria dá sinais de que pode iniciar recuperaçãoApós um longo período de declínio, observamos os primeiros sinais de melhora na indústria. Os fundamentos e os dados correntes sugerem que a produção industrial pode começar a se recuperar a partir do segundo semestre. Nos últimos anos, podemos destacar dois períodos distintos. Entre 2010 e 2013, a produção industrial ficou praticamente estável (alta média de 0,1%). A partir de 2013, houve forte redução da demanda interna, que resultou nas contrações do produto industrial nos dois últimos anos. Atualmente, ela encontra-se aproximadamente 18% abaixo da média de 2013. Entretanto, segundo dados da Fundação Getulio Vargas, há sinais de que o nível de produção já esteja abaixo da demanda. De fato, a partir do fim de 2015, iniciou-se uma tendência de redução nos estoques, que tem se confirmado nos últimos meses. Caso não haja nova redução na demanda –que tem se mantido estável nos últimos meses–, os estoques devem continuar se ajustando, dado o nível atual de produção. Quando os estoques tiverem se ajustado, a produção deve aumentar, a fim de que se mantenha o nível desejado. Dessa forma, num primeiro momento, a recuperação da produção na indústria não requer aumento de demanda. Evidentemente, para que uma eventual recuperação seja sustentável, é preciso que a demanda volte. Avaliamos que há sinais favoráveis para isso. Esforços de ajustes fiscais podem refletir positivamente na confiança do empresário, estimulando o investimento. Adicionalmente, uma provável queda de juros no segundo semestre, possibilitada pela tendência de queda da inflação, pode corroborar esse movimento. Esse processo parece já estar ocorrendo. Dados divulgados mostram reação incipiente na indústria. A confiança do setor, que costuma anteceder movimentos da produção, voltou a elevar-se. Além disso, a proporção de setores industriais que apresentaram crescimento da produção (difusão setorial) passou de 30%, no quarto trimestre de 2015, para 52%, no primeiro trimestre deste ano. A difusão setorial também costuma anteceder a produção. Em suma, tanto os fundamentos quanto os dados correntes sugerem uma leve melhora da indústria a partir do segundo semestre deste ano. Cabe lembrar que o aumento esperado na produção industrial se dá a partir de níveis muito baixos, comparáveis aos de 2004. Para que se sustente, são importantes ajustes econômicos, especialmente do lado fiscal, para aumentar a previsibilidade e a confiança da economia.
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Ao STF, Dilma diz que regra de benefícios trabalhistas não é imutável
Em informações encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal), a presidente Dilma Rousseff defendeu as medidas do ajuste fiscal que alteram as legislações trabalhista e previdenciária. "[As ações] confundem os benefícios com seus critérios e requisitos de concessão. Os benefícios objeto das MPs continuam existindo, daí não há de falar-se em retrocesso social. Os requisitos e critérios de concessão, manutenção e duração dos benefícios, podem e devem ser revistos, pois não estão acobertados pelo manto da intangibilidade. Não são imutáveis", diz o texto. O pacote fiscal muda regras para liberação do seguro-desemprego, do abono salarial, da pensão por morte e do seguro-defeso para pescadores artesanais, entre outros pontos. A expectativa do governo é de uma economia de R$ 18 bilhões neste ano. Segundo o parecer elaborado pela Advocacia-Geral da União, as modificações não ferem a Constituição e foram promovidas para garantir o equilíbrio das contas da Previdência e incentivar o fortalecimento do mercado de trabalho. O Solidariedade, a Força Sindical e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) entraram, em fevereiro, com uma ação no STF questionando a legalidade das medidas provisórias assinadas por Dilma que mudam leis trabalhistas e previdenciárias e foram anunciadas como parte de um ajuste fiscal para equilibrar as contas. As medidas estão em discussão no Congresso e o governo já fez aceno à base governista indicando que está disposto a fazer concessões e negociar pontos do texto. O gesto é para tentar quebrar as resistências dos congressistas e garantir a aprovação das propostas. Nas explicações enviadas ao tribunal, o governo argumenta que é preciso garantir uma boa gestão das contas da Previdência. Segundo dados repassados, os gastos no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) com abono salarial e seguro-desemprego somaram R$ 31,9 bilhões e R$ 14,17 bilhões, respectivamente. "As alterações promovidas não comprometem direitos Sociais. Não se cuida de exclusão de direitos, e sim de aperfeiçoamento na concessão de benefícios, estabelecendo novos critérios, sem efeitos retroativos", diz o parecer. "As alterações promovidas visam justamente à preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do RGPS [Regime Geral de Previdência Social], e do Regime Próprio de Previdência da União. A falta de sustentabilidade dos Regimes é que poderá resultar na vulneração dos direitos sociais, por carência de recursos", completou. Na avaliação do governo, não poder alterar as normas para a liberação de benefícios seria absurdo. "No âmbito do ordenamento Jurídico constitucional Brasileiro, apenas as cláusulas pétreas da Constituição estão acobertadas pela intangibilidade. Não é o caso de requisitos e critérios para concessão e manutenção de benefícios previdenciários. Seria uma extensão absurda de proteção. Equivaleria a uma hipótese de inderrogabilidade de norma infraconstitucional, sem precedente nem respaldo Constitucional". Outro ponto atacado pelo governo é que não se justifica pensão vitalícia para jovens, com expectativa de vida superior a 35 anos e com toda possibilidade de reinserção no mercado de trabalho. Nas ações, que estão sob relatoria do ministro Luiz Fux, as centrais e o Solidariedade alegam ainda desrespeito ao princípio que veda o retrocesso social e que as medidas não respeitaram a exigência constitucional de urgência para serem editadas.
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Ao STF, Dilma diz que regra de benefícios trabalhistas não é imutávelEm informações encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal), a presidente Dilma Rousseff defendeu as medidas do ajuste fiscal que alteram as legislações trabalhista e previdenciária. "[As ações] confundem os benefícios com seus critérios e requisitos de concessão. Os benefícios objeto das MPs continuam existindo, daí não há de falar-se em retrocesso social. Os requisitos e critérios de concessão, manutenção e duração dos benefícios, podem e devem ser revistos, pois não estão acobertados pelo manto da intangibilidade. Não são imutáveis", diz o texto. O pacote fiscal muda regras para liberação do seguro-desemprego, do abono salarial, da pensão por morte e do seguro-defeso para pescadores artesanais, entre outros pontos. A expectativa do governo é de uma economia de R$ 18 bilhões neste ano. Segundo o parecer elaborado pela Advocacia-Geral da União, as modificações não ferem a Constituição e foram promovidas para garantir o equilíbrio das contas da Previdência e incentivar o fortalecimento do mercado de trabalho. O Solidariedade, a Força Sindical e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) entraram, em fevereiro, com uma ação no STF questionando a legalidade das medidas provisórias assinadas por Dilma que mudam leis trabalhistas e previdenciárias e foram anunciadas como parte de um ajuste fiscal para equilibrar as contas. As medidas estão em discussão no Congresso e o governo já fez aceno à base governista indicando que está disposto a fazer concessões e negociar pontos do texto. O gesto é para tentar quebrar as resistências dos congressistas e garantir a aprovação das propostas. Nas explicações enviadas ao tribunal, o governo argumenta que é preciso garantir uma boa gestão das contas da Previdência. Segundo dados repassados, os gastos no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) com abono salarial e seguro-desemprego somaram R$ 31,9 bilhões e R$ 14,17 bilhões, respectivamente. "As alterações promovidas não comprometem direitos Sociais. Não se cuida de exclusão de direitos, e sim de aperfeiçoamento na concessão de benefícios, estabelecendo novos critérios, sem efeitos retroativos", diz o parecer. "As alterações promovidas visam justamente à preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do RGPS [Regime Geral de Previdência Social], e do Regime Próprio de Previdência da União. A falta de sustentabilidade dos Regimes é que poderá resultar na vulneração dos direitos sociais, por carência de recursos", completou. Na avaliação do governo, não poder alterar as normas para a liberação de benefícios seria absurdo. "No âmbito do ordenamento Jurídico constitucional Brasileiro, apenas as cláusulas pétreas da Constituição estão acobertadas pela intangibilidade. Não é o caso de requisitos e critérios para concessão e manutenção de benefícios previdenciários. Seria uma extensão absurda de proteção. Equivaleria a uma hipótese de inderrogabilidade de norma infraconstitucional, sem precedente nem respaldo Constitucional". Outro ponto atacado pelo governo é que não se justifica pensão vitalícia para jovens, com expectativa de vida superior a 35 anos e com toda possibilidade de reinserção no mercado de trabalho. Nas ações, que estão sob relatoria do ministro Luiz Fux, as centrais e o Solidariedade alegam ainda desrespeito ao princípio que veda o retrocesso social e que as medidas não respeitaram a exigência constitucional de urgência para serem editadas.
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De Ota Benga a Adolf Hitler
Ota Benga nasceu no povo Mbuti, nas florestas equatoriais às margens do rio Kasai (atualmente República Democrática do Congo). Sua família fora exterminada por forças do rei Leopoldo 2º, da Bélgica, e ele acabou nas mãos de traficantes de escravos. Um antropólogo americano resgatou-o e o levou aos Estados Unidos para ser exibido como curiosidade na Exposição Universal de Saint Louis, em 1904. Dois anos depois, em Nova York, lia-se a seguinte informação em sua jaula no pavilhão dos macacos do Zoológico do Bronx: "O Pigmeu Africano, 'Ota Benga'. Idade: 23 anos. Altura: 1m49. Peso: 49 kg. Trazido do Rio Kasai, Estado Livre do Congo, África Central, pelo Dr. Samuel P. Verner. Em exibição todas as tardes no mês de setembro" É isso mesmo. Entre o final do século 19 e a quase metade do século 20, existiam zoológicos humanos em cidades como Paris, Hamburgo, Antuérpia, Barcelona, Londres, Milão e Nova York. Nesses zoológicos, gente negra e de povos considerados exóticos era exibida como animais, "para fins científicos e educacionais". Alguns dos humanos em exposição recebiam salário, mas outros eram coagidos ou sequestrados. Suas acomodações eram em geral inadequadas e a alimentação, imprópria. Muitos morriam no primeiro ano de cativeiro. Os exemplares nas mostras eram "colhidos" por exploradores em todo o mundo. Pegava-se gente na África, Ásia, Oceania e América Latina. Em 1881, por exemplo, comerciantes europeus sequestraram 11 indígenas do Chile para exibi-los como animais em feiras etnológicas (130 anos depois, em 2010, o governo chileno repatriou seus restos mortais). Esse tipo de atração era popular. Apenas em seus primeiros seis meses, a Exposição Mundial de Paris de 1889, que tinha 400 negros em exibição, atraiu 34 milhões de visitantes. Os organizadores procuravam em geral apresentar um quadro evolutivo da etnia humana. O viés era o do colonizador europeu e suas conquistas globais. Culturas não europeias eram apresentadas como primitivas e não europeus, como subespécie. Diferenças culturais eram apresentadas e passavam a ser entendidas como diferenças biológicas. Para justificar a dominação e o racismo, negavam-se as ideias de igualdade entre os indivíduos, de humanidade comum e da proteção da dignidade humana, refinadas pela Revolução Francesa e tão centrais à noção moderna de democracia. O desrespeito aos direitos humanos leva a desumanização. Na jaula que dividiu com chimpanzés e orangotangos, Ota Benga era apresentado não como humano, mas como "o elo perdido". Um homem com a dignidade negada perde a noção de se é homem ou é bicho. É muito fácil sair de Ota Benga e chegar a Adolf Hitler. (A propósito: Depois de sua exibição no Zoológico em Nova York, Ota Benga foi resgatado por religiosos e instalado no Estado da Virgínia. Impossibilitado de voltar à África, cometeu suicídio aos 32 anos de idade.) twitter: @vidalporto instagram: @alexvidalporto
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De Ota Benga a Adolf HitlerOta Benga nasceu no povo Mbuti, nas florestas equatoriais às margens do rio Kasai (atualmente República Democrática do Congo). Sua família fora exterminada por forças do rei Leopoldo 2º, da Bélgica, e ele acabou nas mãos de traficantes de escravos. Um antropólogo americano resgatou-o e o levou aos Estados Unidos para ser exibido como curiosidade na Exposição Universal de Saint Louis, em 1904. Dois anos depois, em Nova York, lia-se a seguinte informação em sua jaula no pavilhão dos macacos do Zoológico do Bronx: "O Pigmeu Africano, 'Ota Benga'. Idade: 23 anos. Altura: 1m49. Peso: 49 kg. Trazido do Rio Kasai, Estado Livre do Congo, África Central, pelo Dr. Samuel P. Verner. Em exibição todas as tardes no mês de setembro" É isso mesmo. Entre o final do século 19 e a quase metade do século 20, existiam zoológicos humanos em cidades como Paris, Hamburgo, Antuérpia, Barcelona, Londres, Milão e Nova York. Nesses zoológicos, gente negra e de povos considerados exóticos era exibida como animais, "para fins científicos e educacionais". Alguns dos humanos em exposição recebiam salário, mas outros eram coagidos ou sequestrados. Suas acomodações eram em geral inadequadas e a alimentação, imprópria. Muitos morriam no primeiro ano de cativeiro. Os exemplares nas mostras eram "colhidos" por exploradores em todo o mundo. Pegava-se gente na África, Ásia, Oceania e América Latina. Em 1881, por exemplo, comerciantes europeus sequestraram 11 indígenas do Chile para exibi-los como animais em feiras etnológicas (130 anos depois, em 2010, o governo chileno repatriou seus restos mortais). Esse tipo de atração era popular. Apenas em seus primeiros seis meses, a Exposição Mundial de Paris de 1889, que tinha 400 negros em exibição, atraiu 34 milhões de visitantes. Os organizadores procuravam em geral apresentar um quadro evolutivo da etnia humana. O viés era o do colonizador europeu e suas conquistas globais. Culturas não europeias eram apresentadas como primitivas e não europeus, como subespécie. Diferenças culturais eram apresentadas e passavam a ser entendidas como diferenças biológicas. Para justificar a dominação e o racismo, negavam-se as ideias de igualdade entre os indivíduos, de humanidade comum e da proteção da dignidade humana, refinadas pela Revolução Francesa e tão centrais à noção moderna de democracia. O desrespeito aos direitos humanos leva a desumanização. Na jaula que dividiu com chimpanzés e orangotangos, Ota Benga era apresentado não como humano, mas como "o elo perdido". Um homem com a dignidade negada perde a noção de se é homem ou é bicho. É muito fácil sair de Ota Benga e chegar a Adolf Hitler. (A propósito: Depois de sua exibição no Zoológico em Nova York, Ota Benga foi resgatado por religiosos e instalado no Estado da Virgínia. Impossibilitado de voltar à África, cometeu suicídio aos 32 anos de idade.) twitter: @vidalporto instagram: @alexvidalporto
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WhatsApp fica fora do ar na madrugada desta terça
O serviço de mensagens instantâneas WhatsApp ficou fora do ar no início da madrugada desta terça-feira (26). Nas redes sociais muitos usuários reclamavam da falha no serviço e o assunto ficou entre os mais comentados no Brasil. Durante a falha do serviço, um usuário postou que foi uma brincadeira o WhatsApp ficar fora do ar "só para deixar o nome do aplicativo em primeiros no Twitter". Outro usuário postou: "Esse sustinho que o WhatsApp de agora foi o suficiente para torná-lo Top Trending Worldwide". O serviço tinha normalizado às 23h45 e muitos usuários comemoravam postando mais mensagens nas redes sociais. "Ufa voltou Whatsapp ", escreveu um internauta. WhatsApp whatsapp whatsapp whatsapp whatsapp whatsapp
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WhatsApp fica fora do ar na madrugada desta terçaO serviço de mensagens instantâneas WhatsApp ficou fora do ar no início da madrugada desta terça-feira (26). Nas redes sociais muitos usuários reclamavam da falha no serviço e o assunto ficou entre os mais comentados no Brasil. Durante a falha do serviço, um usuário postou que foi uma brincadeira o WhatsApp ficar fora do ar "só para deixar o nome do aplicativo em primeiros no Twitter". Outro usuário postou: "Esse sustinho que o WhatsApp de agora foi o suficiente para torná-lo Top Trending Worldwide". O serviço tinha normalizado às 23h45 e muitos usuários comemoravam postando mais mensagens nas redes sociais. "Ufa voltou Whatsapp ", escreveu um internauta. WhatsApp whatsapp whatsapp whatsapp whatsapp whatsapp
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Sequência de 'Avatar' só deve estrear em 2017, diz James Cameron
O segundo filme da franquia "Avatar" só chegará às telas em 2017, de acordo com o diretor canadense James Cameron. Segundo a revista "Time", o filme, que deveria estrear em 2016, é o primeiro de três sequências programadas. "Estamos escrevendo as três simultaneamente, e fizemos isso para que tudo esteja ligado entre os três filmes," disse Cameron na Nova Zelândia, onde estava para promover a indústria de filme local. "Nós não vamos fazer só um e então começar o outro e depois o outro." O diretor afirmou que, por causa disso, a data inicialmente estabelecida para a estreia era "muito ambiciosa". "Avatar", de 2009, é o filme com maior arrecadação em bilheteria na história, tendo arrecadado US$2,8 bilhões (R$7,3 bi) em todo o mundo. "Existe uma complexidade para conseguir fazer a trama funcionar como uma saga em três filmes separados que você não tem quando faz um de cada vez", disse Cameron.
ilustrada
Sequência de 'Avatar' só deve estrear em 2017, diz James CameronO segundo filme da franquia "Avatar" só chegará às telas em 2017, de acordo com o diretor canadense James Cameron. Segundo a revista "Time", o filme, que deveria estrear em 2016, é o primeiro de três sequências programadas. "Estamos escrevendo as três simultaneamente, e fizemos isso para que tudo esteja ligado entre os três filmes," disse Cameron na Nova Zelândia, onde estava para promover a indústria de filme local. "Nós não vamos fazer só um e então começar o outro e depois o outro." O diretor afirmou que, por causa disso, a data inicialmente estabelecida para a estreia era "muito ambiciosa". "Avatar", de 2009, é o filme com maior arrecadação em bilheteria na história, tendo arrecadado US$2,8 bilhões (R$7,3 bi) em todo o mundo. "Existe uma complexidade para conseguir fazer a trama funcionar como uma saga em três filmes separados que você não tem quando faz um de cada vez", disse Cameron.
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Entidades divergem sobre redução da taxa Selic; veja repercussão
A redução da taxa básica de juros (Selic), de 11,25% para 10,25% ao ano, provocou reações diversas entre algumas entidades. Para a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), a decisão do Banco Central pareceu "um pouco ousada", apesar de a inflação continuar em queda e o desemprego seguir em níveis elevados. Na avaliação da FecomercioSP, o corte de 1 ponto percentual "ignorou" o aumento das incertezas causadas pela crise política. "Parece que a autarquia federal quis mostrar que observa a situação política atual sem receio, o que pode ser encarado com certa desconfiança, apesar de ser uma estratégia que se prove acertada a depender do desenrolar da mais recente crise", afirmou a entidade em nota. Para a ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a redução da Selic poderia ter sido maior porque a inflação está recuando mais do que os juros. "Isso significa que, na prática, a taxa de juros real está crescendo, o que é ruim para o consumidor e para a economia em geral", disse Alencar Burti em nota. Para ele, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central precisa acelerar o ritmo de corte da Selic nas próximas reuniões. Já a Fecomercio RJ divulgou nota apoiando a decisão do Copom. "Baixar os juros constitui uma necessidade para a economia real, em paralelo a outras medidas estruturais na economia, como a desburocratização e o equilíbrio fiscal", afirmou a entidade no texto. Na visão da Força Sindical, o corte nos juros serve como um "pequeno alento". Para a entidade, é necessário que a redução da Selic tenha continuidade e o Banco Central seja mais contundente nas próximas reuniões do Copom. A CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) compartilha da mesma opinião. "É imprescindível que o Copom execute cortes mais acentuados para que o Brasil cresça de maneira acelerada", disse Antonio Neto, presidente da CSB, em nota.
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Entidades divergem sobre redução da taxa Selic; veja repercussãoA redução da taxa básica de juros (Selic), de 11,25% para 10,25% ao ano, provocou reações diversas entre algumas entidades. Para a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), a decisão do Banco Central pareceu "um pouco ousada", apesar de a inflação continuar em queda e o desemprego seguir em níveis elevados. Na avaliação da FecomercioSP, o corte de 1 ponto percentual "ignorou" o aumento das incertezas causadas pela crise política. "Parece que a autarquia federal quis mostrar que observa a situação política atual sem receio, o que pode ser encarado com certa desconfiança, apesar de ser uma estratégia que se prove acertada a depender do desenrolar da mais recente crise", afirmou a entidade em nota. Para a ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a redução da Selic poderia ter sido maior porque a inflação está recuando mais do que os juros. "Isso significa que, na prática, a taxa de juros real está crescendo, o que é ruim para o consumidor e para a economia em geral", disse Alencar Burti em nota. Para ele, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central precisa acelerar o ritmo de corte da Selic nas próximas reuniões. Já a Fecomercio RJ divulgou nota apoiando a decisão do Copom. "Baixar os juros constitui uma necessidade para a economia real, em paralelo a outras medidas estruturais na economia, como a desburocratização e o equilíbrio fiscal", afirmou a entidade no texto. Na visão da Força Sindical, o corte nos juros serve como um "pequeno alento". Para a entidade, é necessário que a redução da Selic tenha continuidade e o Banco Central seja mais contundente nas próximas reuniões do Copom. A CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) compartilha da mesma opinião. "É imprescindível que o Copom execute cortes mais acentuados para que o Brasil cresça de maneira acelerada", disse Antonio Neto, presidente da CSB, em nota.
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Rosberg vence em Interlagos e assegura o vice; Massa é desclassificado
Com o título de pilotos garantido para o inglês Lewis Hamilton e o de construtores já ganho pela Mercedes, o alemão Nico Rosberg tinha uma missão no GP Brasil de F-1 neste domingo (15) para não ver apenas seu companheiro e sua equipe vibrarem em São Paulo. E conseguiu cumpri-la: venceu de ponta a ponta a corrida em Interlagos e assegurou o vice-campeonato antes do último GP, em Abu Dhabi, em 29 de novembro. Esta foi a segunda vitória de Rosberg em Interlagos (também ganhou no ano passado). O último a vencer duas vezes seguidas no Brasil havia sido o colombiano Juan Pablo Montoya, em 2004 e 2005. Assim, dos pilotos que ainda estão na F-1, apenas Rosberg, o compatriota Sebastian Vettel e o brasileiro Felipe Massa conquistaram duas vezes o GP Brasil. Tricampeão mundial, com título antecipado há duas provas neste ano, Hamilton ficou na segunda colocação e, após nove tentativas, continua sem vencer em Interlagos. Fã de Ayrton Senna desde a infância, o piloto inglês tem relação especial com o autódromo desde que se tornou, aos 23 anos, em São Paulo, o mais jovem campeão da história da categoria em 2008, marca depois derrubada por Vettel. Tetracampeão mundial, Vettel completou o pódio, na terceira colocação, a mesma que vai terminar o campeonato mundial de pilotos com sua Ferrari, vice-campeã de construtores. O brasileiro Felipe Massa acabou a corrida na oitava posição, a mesma na qual largou. No entanto, quase três horas após o término do GP Brasil, Massa, da Williams, foi desclassificado depois de ser investigado pela FIA (que organiza o campeonato). O pneu traseiro direito do carro estava acima da temperatura e da pressão recomendada pela Pirelli, fornecedora oficial. Massa não comentou o assunto pois, quando saiu da prova, disse que não sabia do ocorrido. A Williams já informou que vai recorrer da decisão. O desempenho de Massa foi ruim durante todo o fim de semana, quando ele não conseguiu acertar o carro. Na corrida, o resultado foi tão abaixo do esperado pela equipe que Massa chegou a levar uma volta dos líderes. Atualmente ele permanece na sexta colocação do Mundial. Seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, terminou a prova em quinto. O finlandês está em quarto no campeonato. O brasileiro Felipe Nasr, da Sauber, também não conseguiu fazer um bom GP Brasil, em sua estreia no autódromo, e acabou em 13º, mesma colocação que tem na tabela de classificação no ano. Na pista, Massa, que havia largado em oitavo e perdido a posição, recuperou-a na 22ª volta após ultrapassagem sobre o venezuelano Pastor Maldonado (que até aquele momento não havia parado). Já Nasr (estreante no GP Brasil) conseguiu também uma boa ultrapassagem sobre Jenson Button, mas os bons momentos dos dois brasileiros acabaram ali. A mais bonita ultrapassagem, antes da primeira metade da prova, foi a do holandês Max Verstappen, da Toro Rosso. Caçula da F-1 com 18 anos, ele ganhou a nona posição do mexicano Sergio Perez, da Force India, no S do Senna. Verstappen acabou a corrida em 9º. Na maior parte da prova, porém, as posições pouco mudaram. Sem diferenças nas estratégias de pit-stop na maioria das equipes, os pilotos também não conseguiram mudar a procissão que em alguns momentos virou o GP Brasil. No início da corrida, dois dos principais personagens da semana se destacaram: Fernando Alonso e Romain Grosjean. O espanhol bicampeão mundial teve treinos desastrosos na sexta (13) e no sábado (14) e não chegou a completar duas voltas em Interlagos na preparação para a corrida. Neste domingo, porém, largando na última posição, Alonso fez uma prova de recuperação e foi quem mais conseguiu ultrapassagens nas primeiras voltas. A recuperação foi interrompido pelo mau desempenho de sua McLaren e ele acabou em 15º. Já o único francês do grid, personagem no fim de semana principalmente depois dos atentados terroristas em Paris, na sexta, teve um início de prova bom, conseguindo ultrapassagem sobre Nasr e chegando à 11ª colocação. Grosjean ainda ganhou mais três posições e acabou na zona de pontuação em Interlagos, em oitavo. O público deste ano nos três dias de GP Brasil foi de 136.410 torcedores. Em 2014, ano em que a organização passou a contabilizar todo o fim de semana em Interlagos, os fãs foram cerca de 133 mil.
esporte
Rosberg vence em Interlagos e assegura o vice; Massa é desclassificadoCom o título de pilotos garantido para o inglês Lewis Hamilton e o de construtores já ganho pela Mercedes, o alemão Nico Rosberg tinha uma missão no GP Brasil de F-1 neste domingo (15) para não ver apenas seu companheiro e sua equipe vibrarem em São Paulo. E conseguiu cumpri-la: venceu de ponta a ponta a corrida em Interlagos e assegurou o vice-campeonato antes do último GP, em Abu Dhabi, em 29 de novembro. Esta foi a segunda vitória de Rosberg em Interlagos (também ganhou no ano passado). O último a vencer duas vezes seguidas no Brasil havia sido o colombiano Juan Pablo Montoya, em 2004 e 2005. Assim, dos pilotos que ainda estão na F-1, apenas Rosberg, o compatriota Sebastian Vettel e o brasileiro Felipe Massa conquistaram duas vezes o GP Brasil. Tricampeão mundial, com título antecipado há duas provas neste ano, Hamilton ficou na segunda colocação e, após nove tentativas, continua sem vencer em Interlagos. Fã de Ayrton Senna desde a infância, o piloto inglês tem relação especial com o autódromo desde que se tornou, aos 23 anos, em São Paulo, o mais jovem campeão da história da categoria em 2008, marca depois derrubada por Vettel. Tetracampeão mundial, Vettel completou o pódio, na terceira colocação, a mesma que vai terminar o campeonato mundial de pilotos com sua Ferrari, vice-campeã de construtores. O brasileiro Felipe Massa acabou a corrida na oitava posição, a mesma na qual largou. No entanto, quase três horas após o término do GP Brasil, Massa, da Williams, foi desclassificado depois de ser investigado pela FIA (que organiza o campeonato). O pneu traseiro direito do carro estava acima da temperatura e da pressão recomendada pela Pirelli, fornecedora oficial. Massa não comentou o assunto pois, quando saiu da prova, disse que não sabia do ocorrido. A Williams já informou que vai recorrer da decisão. O desempenho de Massa foi ruim durante todo o fim de semana, quando ele não conseguiu acertar o carro. Na corrida, o resultado foi tão abaixo do esperado pela equipe que Massa chegou a levar uma volta dos líderes. Atualmente ele permanece na sexta colocação do Mundial. Seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, terminou a prova em quinto. O finlandês está em quarto no campeonato. O brasileiro Felipe Nasr, da Sauber, também não conseguiu fazer um bom GP Brasil, em sua estreia no autódromo, e acabou em 13º, mesma colocação que tem na tabela de classificação no ano. Na pista, Massa, que havia largado em oitavo e perdido a posição, recuperou-a na 22ª volta após ultrapassagem sobre o venezuelano Pastor Maldonado (que até aquele momento não havia parado). Já Nasr (estreante no GP Brasil) conseguiu também uma boa ultrapassagem sobre Jenson Button, mas os bons momentos dos dois brasileiros acabaram ali. A mais bonita ultrapassagem, antes da primeira metade da prova, foi a do holandês Max Verstappen, da Toro Rosso. Caçula da F-1 com 18 anos, ele ganhou a nona posição do mexicano Sergio Perez, da Force India, no S do Senna. Verstappen acabou a corrida em 9º. Na maior parte da prova, porém, as posições pouco mudaram. Sem diferenças nas estratégias de pit-stop na maioria das equipes, os pilotos também não conseguiram mudar a procissão que em alguns momentos virou o GP Brasil. No início da corrida, dois dos principais personagens da semana se destacaram: Fernando Alonso e Romain Grosjean. O espanhol bicampeão mundial teve treinos desastrosos na sexta (13) e no sábado (14) e não chegou a completar duas voltas em Interlagos na preparação para a corrida. Neste domingo, porém, largando na última posição, Alonso fez uma prova de recuperação e foi quem mais conseguiu ultrapassagens nas primeiras voltas. A recuperação foi interrompido pelo mau desempenho de sua McLaren e ele acabou em 15º. Já o único francês do grid, personagem no fim de semana principalmente depois dos atentados terroristas em Paris, na sexta, teve um início de prova bom, conseguindo ultrapassagem sobre Nasr e chegando à 11ª colocação. Grosjean ainda ganhou mais três posições e acabou na zona de pontuação em Interlagos, em oitavo. O público deste ano nos três dias de GP Brasil foi de 136.410 torcedores. Em 2014, ano em que a organização passou a contabilizar todo o fim de semana em Interlagos, os fãs foram cerca de 133 mil.
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Presidente da Polônia veta polêmica reforma do Judiciário
Presidente da Polônia, Andrzej Duda, vetou nesta segunda-feira (24) a polêmica reforma da Supremo Corte e do Conselho Nacional da Magistratura, cuja aprovação pelo Parlamento na semana passada provocou manifestações no país e ameaças de sanções por parte da União Europeia. Defendidas pelo partido nacionalista e conservador Direito e Justiça (PiS), as leis foram aprovadas pelo Parlamento bicameral polonês na última semana. Seus críticos afirmam que ela ameaçam a independência do Judiciário. Elas agora serão reenviadas ao Parlamento e precisam do apoio de três quartos da Casa –maioria que o Pis não dispõe– para serem aprovadas. "Esta lei [sobre a Corte Suprema] não reforçará o sentimento de justiça" na sociedade, disse Duda em declaração transmitida pela televisão. A reforma da Corte Suprema dava ao ministro da Justiça a autoridade necessária para selecionar os candidatos ao tribunal. "Não temos por tradição que o procurador-geral [que também é o ministro da Justiça] possa interferir no trabalho da Corte Suprema", alegou Duda. "Essa lei não vai reforçar o sentimento de justiça" na sociedade, insistiu, ressaltando que as reformas "devem ser retificadas". Milhares de pessoas foram às ruas em todo país nos últimos dias contra as mudanças, considerando que deixariam o sistema judiciário nas mãos do poder político. Alguns aspectos da lei sobre a Corte Suprema são considerados inconstitucionais pela oposição, assim como por organizações de magistrados, União Europeia (UE) e Estados Unidos. Na semana passada, a Comissão Europeia pediu a Varsóvia para "suspender" as reformas, ameaçando impor sanções que podem incluir a suspensão dos direitos de voto do país na União Europeia. As leis também determinam que os parlamentares seja responsáveis por nomear os membros do Conselho Nacional da Magistratura, bem como modificam o regime dos tribunais de Direito comum. Com isso, seus presidentes passariam a ser nomeados pelo ministro da Justiça. O PiS alega que essas reformas são indispensáveis para racionalizar o sistema judiciário e combater a corrupção.
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Presidente da Polônia veta polêmica reforma do JudiciárioPresidente da Polônia, Andrzej Duda, vetou nesta segunda-feira (24) a polêmica reforma da Supremo Corte e do Conselho Nacional da Magistratura, cuja aprovação pelo Parlamento na semana passada provocou manifestações no país e ameaças de sanções por parte da União Europeia. Defendidas pelo partido nacionalista e conservador Direito e Justiça (PiS), as leis foram aprovadas pelo Parlamento bicameral polonês na última semana. Seus críticos afirmam que ela ameaçam a independência do Judiciário. Elas agora serão reenviadas ao Parlamento e precisam do apoio de três quartos da Casa –maioria que o Pis não dispõe– para serem aprovadas. "Esta lei [sobre a Corte Suprema] não reforçará o sentimento de justiça" na sociedade, disse Duda em declaração transmitida pela televisão. A reforma da Corte Suprema dava ao ministro da Justiça a autoridade necessária para selecionar os candidatos ao tribunal. "Não temos por tradição que o procurador-geral [que também é o ministro da Justiça] possa interferir no trabalho da Corte Suprema", alegou Duda. "Essa lei não vai reforçar o sentimento de justiça" na sociedade, insistiu, ressaltando que as reformas "devem ser retificadas". Milhares de pessoas foram às ruas em todo país nos últimos dias contra as mudanças, considerando que deixariam o sistema judiciário nas mãos do poder político. Alguns aspectos da lei sobre a Corte Suprema são considerados inconstitucionais pela oposição, assim como por organizações de magistrados, União Europeia (UE) e Estados Unidos. Na semana passada, a Comissão Europeia pediu a Varsóvia para "suspender" as reformas, ameaçando impor sanções que podem incluir a suspensão dos direitos de voto do país na União Europeia. As leis também determinam que os parlamentares seja responsáveis por nomear os membros do Conselho Nacional da Magistratura, bem como modificam o regime dos tribunais de Direito comum. Com isso, seus presidentes passariam a ser nomeados pelo ministro da Justiça. O PiS alega que essas reformas são indispensáveis para racionalizar o sistema judiciário e combater a corrupção.
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Motorista dirige bêbado na contramão e causa uma morte em rodovia de SP
Um homem foi preso na madrugada desta sexta-feira (1º), em Guarulhos, sob suspeita de dirigir alcoolizado pela contramão na rodovia Presidente Dutra e causar a morte de um motorista que estava no sentido correto da via. Em depoimento à polícia, o suspeito identificado como Lorenzo Vargas Canaviri, 25, confessou que ingeriu bebida alcoólica, informação confirmada no teste do bafômetro, que apontou um índice de 0,83 mm/l de álcool por litro de ar expirado. A Lei Seca considera crime quantidade superior a 0,34 mm/l. Lorenzo Vargas Canaviri é de origem boliviana. O acidente ocorreu no km 212 da rodovia, por volta das 0h23. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, o boliviano dirigia uma Chevrolet Tracker pela contramão na via expressa da Dutra, no sentido São Paulo, e bateu de frente contra o veículo de Antônio Arnaldo de Lima, 48, que morreu no local. Uma testemunha que presenciou o acidente disse à polícia que antes de ser atingido, Antônio colidiu seu carro numa mureta. Ele estava sozinho no veículo. O boliviano foi preso em flagrante por policiais rodoviários e autuado pelo crime de homicídio culposo (não intencional). Ele está detido no 7º DP, em Guarulhos. Para deixar a carceragem, o suspeito terá que pagar uma fiança de R$ 10 mil, informou a pasta da segurança. A Folha não conseguiu localizar o advogado de Lorenzo até a publicação desta reportagem.
cotidiano
Motorista dirige bêbado na contramão e causa uma morte em rodovia de SPUm homem foi preso na madrugada desta sexta-feira (1º), em Guarulhos, sob suspeita de dirigir alcoolizado pela contramão na rodovia Presidente Dutra e causar a morte de um motorista que estava no sentido correto da via. Em depoimento à polícia, o suspeito identificado como Lorenzo Vargas Canaviri, 25, confessou que ingeriu bebida alcoólica, informação confirmada no teste do bafômetro, que apontou um índice de 0,83 mm/l de álcool por litro de ar expirado. A Lei Seca considera crime quantidade superior a 0,34 mm/l. Lorenzo Vargas Canaviri é de origem boliviana. O acidente ocorreu no km 212 da rodovia, por volta das 0h23. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, o boliviano dirigia uma Chevrolet Tracker pela contramão na via expressa da Dutra, no sentido São Paulo, e bateu de frente contra o veículo de Antônio Arnaldo de Lima, 48, que morreu no local. Uma testemunha que presenciou o acidente disse à polícia que antes de ser atingido, Antônio colidiu seu carro numa mureta. Ele estava sozinho no veículo. O boliviano foi preso em flagrante por policiais rodoviários e autuado pelo crime de homicídio culposo (não intencional). Ele está detido no 7º DP, em Guarulhos. Para deixar a carceragem, o suspeito terá que pagar uma fiança de R$ 10 mil, informou a pasta da segurança. A Folha não conseguiu localizar o advogado de Lorenzo até a publicação desta reportagem.
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Alalaô: Confira o samba-enredo e o perfil das escolas de samba de São Paulo
A contagem regressiva já começou. A dois dias do Carnaval as escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo acertam os últimos detalhes dos carros alegóricos, que já estão no sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo. ... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Confira o samba-enredo e o perfil das escolas de samba de São PauloA contagem regressiva já começou. A dois dias do Carnaval as escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo acertam os últimos detalhes dos carros alegóricos, que já estão no sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo. ... Leia post completo no blog
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Ministros do STF querem salário de R$ 39 mil e 41% de reajuste a servidores
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovaram nesta quarta (12) uma proposta que prevê aumento de 16,38% em seus próprios salários, elevando os vencimentos para R$39,293.28 a partir de janeiro de 2016. Em uma reunião administrativa, os ministros também aprovaram um projeto que estabelece reajuste de até 41,47% para os servidores do Judiciário, que será pago em parcelas semestrais ao longo de 4 anos e representará um custo de R$ 5,99 bilhões aos cofres públicos. Agora, os projetos com os valores para os aumentos serão enviados ao Congresso, responsável pela elaboração do Orçamento de 2016, e só terão validade se forem confirmados por deputados e senadores e ainda sancionados pela presidente Dilma Rousseff. Se aprovado, o reajuste dos ministros custará R$ 2,17 milhões por ano. Atualmente, cada um dos 11 ministros do Supremo recebe por mês R$33.763. De acordo com o tribunal, o reajuste dos ministros corresponde à inflação de 2009 a 2014 pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado) mais uma previsão de inflação para 2015. De janeiro de 2009 a julho deste ano, o IPCA acumulado foi de 49,92%. Se o salário dos ministros –que na época era R$ 24.500– fosse corrigido pelo índice, hoje estaria em R$ 36.731. Após a aprovação das propostas no Supremo, interlocutores da equipe econômica se apressaram em afirmar que não há compromisso do governo com a recomposição dos ministros e que o acordo foi costurado apenas em relação aos servidores. Um eventual aumento dos integrantes do Supremo poderá produzir um efeito cascata no Judiciário, uma vez que o salário dos ministros é o teto do funcionalismo público, servido de base para os subsídios de ministros de outros tribunais superiores, juízes e desembargadores, de membros de tribunais de contas, além de corte para vencimentos de servidores. Essa vinculação tem potencial para gerar um gasto de pelo menos R$ 717 milhões. ALGAZARRA O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, minimizou o efeito cascata do reajuste do salário dos ministros e destacou que as propostas levaram em consideração o cenário de crise econômica. Segundo ele, os índices representam 70% da proposta original discutida com o governo. "Como o próprio STF já decidiu, somente por lei formal é que os aumentos podem ser colocados em prática. Não há nenhum efeito automático", afirmou. O ministro Gilmar Mendes defendeu mudanças na lei do teto do funcionalismo, afirmando que há algazarra para garantir vinculações. "Estão usando o teto do Supremo como referência para ser superado, como pretexto apenas. O teto está virando piso", disse. FERIDOS Para os servidores, o reajuste será de 12% no vencimento básico, que representa cerca de metade do salário, e uma gratificação passará de 90% para 140% salário base. Foi acertado ainda um adicional de 5% por qualificação para técnico judiciário. A proposta para a categoria é uma alternativa costurada entre o Supremo e o Planejamento após o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto aprovado pelo Senado que fixava um reajuste de 56,4% a 78,6%, com impacto de R$ 25,7 bilhões para os próximos quatro anos. Parte dos servidores está em greve desde junho em defesa de uma política salarial. A discussão do aumento foi acompanhada do lado de fora da sede do Supremo por servidores que protestavam pela reposição. O protesto acabou em tumulto e a Polícia Militar acabou usando bomba de efeito moral e gás de pimenta para impedir que os manifestantes se aproximassem do prédio, depois de a grade que isolava o local foi derrubada. Um policial, segundo relatos, chegou a disparar para o alto. Uma policial ficou ferida na perna, um manifestado teve um corte no rosto e um manifestante acabou detido.
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Ministros do STF querem salário de R$ 39 mil e 41% de reajuste a servidoresOs ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovaram nesta quarta (12) uma proposta que prevê aumento de 16,38% em seus próprios salários, elevando os vencimentos para R$39,293.28 a partir de janeiro de 2016. Em uma reunião administrativa, os ministros também aprovaram um projeto que estabelece reajuste de até 41,47% para os servidores do Judiciário, que será pago em parcelas semestrais ao longo de 4 anos e representará um custo de R$ 5,99 bilhões aos cofres públicos. Agora, os projetos com os valores para os aumentos serão enviados ao Congresso, responsável pela elaboração do Orçamento de 2016, e só terão validade se forem confirmados por deputados e senadores e ainda sancionados pela presidente Dilma Rousseff. Se aprovado, o reajuste dos ministros custará R$ 2,17 milhões por ano. Atualmente, cada um dos 11 ministros do Supremo recebe por mês R$33.763. De acordo com o tribunal, o reajuste dos ministros corresponde à inflação de 2009 a 2014 pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado) mais uma previsão de inflação para 2015. De janeiro de 2009 a julho deste ano, o IPCA acumulado foi de 49,92%. Se o salário dos ministros –que na época era R$ 24.500– fosse corrigido pelo índice, hoje estaria em R$ 36.731. Após a aprovação das propostas no Supremo, interlocutores da equipe econômica se apressaram em afirmar que não há compromisso do governo com a recomposição dos ministros e que o acordo foi costurado apenas em relação aos servidores. Um eventual aumento dos integrantes do Supremo poderá produzir um efeito cascata no Judiciário, uma vez que o salário dos ministros é o teto do funcionalismo público, servido de base para os subsídios de ministros de outros tribunais superiores, juízes e desembargadores, de membros de tribunais de contas, além de corte para vencimentos de servidores. Essa vinculação tem potencial para gerar um gasto de pelo menos R$ 717 milhões. ALGAZARRA O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, minimizou o efeito cascata do reajuste do salário dos ministros e destacou que as propostas levaram em consideração o cenário de crise econômica. Segundo ele, os índices representam 70% da proposta original discutida com o governo. "Como o próprio STF já decidiu, somente por lei formal é que os aumentos podem ser colocados em prática. Não há nenhum efeito automático", afirmou. O ministro Gilmar Mendes defendeu mudanças na lei do teto do funcionalismo, afirmando que há algazarra para garantir vinculações. "Estão usando o teto do Supremo como referência para ser superado, como pretexto apenas. O teto está virando piso", disse. FERIDOS Para os servidores, o reajuste será de 12% no vencimento básico, que representa cerca de metade do salário, e uma gratificação passará de 90% para 140% salário base. Foi acertado ainda um adicional de 5% por qualificação para técnico judiciário. A proposta para a categoria é uma alternativa costurada entre o Supremo e o Planejamento após o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto aprovado pelo Senado que fixava um reajuste de 56,4% a 78,6%, com impacto de R$ 25,7 bilhões para os próximos quatro anos. Parte dos servidores está em greve desde junho em defesa de uma política salarial. A discussão do aumento foi acompanhada do lado de fora da sede do Supremo por servidores que protestavam pela reposição. O protesto acabou em tumulto e a Polícia Militar acabou usando bomba de efeito moral e gás de pimenta para impedir que os manifestantes se aproximassem do prédio, depois de a grade que isolava o local foi derrubada. Um policial, segundo relatos, chegou a disparar para o alto. Uma policial ficou ferida na perna, um manifestado teve um corte no rosto e um manifestante acabou detido.
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Vá procurar a sua turma
É preciso ter turma. Ontem a turma dos motoqueiros travou ruas de São Paulo para pedir faixa exclusiva e outras coisas. Os motoqueiros são tão organizados que, apesar de milhares de mortes por ano, barraram lei determinando medidas de segurança para protegê-los no trânsito. Teve também mais um protesto dos taxistas contra o Uber. Eles até espancaram um motorista do serviço neste mês, depois de o presidente do sindicato ter dito "vai ter morte". Nesses tempos cada vez mais bicudos, São Paulo tornou-se a capital nacional do protesto. Aqui todo mundo tem motivo para chiar, quase sempre com razão. No protesto de sem-teto e sindicalistas da semana passada, que o governo Dilma fingiu ter sido um protesto em seu apoio, não faltaram pedidos de moradia popular, benefícios trabalhistas e ataques ao ajuste fiscal do governo, que é a parte principal do governo (diga-me como te apoiam que te direi como estás). Na época do povão, do povo e do povinho nas ruas, é melhor encontrar a sua turma para ser ouvido. Com crise política, Lava Jato e abismo fiscal, governos e políticos perderam ainda mais sua capacidade já precária de arbitrar demandas. Os gritos das ruas são cada vez mais determinantes. Muito além de PT, PSDB, PMDB etc., as pessoas estão se conectando. A maior das turmas é a turma do saco cheio, que não aguenta mais o fardo pesado de um sistema público ineficiente, incompetente e corrupto. Apesar do que dizem por aí, é esse o espírito predominante nas grandes manifestações espontâneas contra a corrupção política e o governo, que se apropriam via taxas e tributos de 35% do que se produz no país e devolvem muito menos. É a grande entropia brasileira. A pauta progressista não é avante esquerda, abaixo a direita ou vice-versa. É melhor serviço público, melhor política, menos corrupção. Antônio Prata e Samuel Pessoa, têm muito mais em comum do que parece. Querem país mais eficiente, decente e honesto, ou seja, país mais justo e produtivo. As pontas da equação estão mais perto do que o debate inflamado e inflado aponta. É preciso resistir às mistificações dos que cinicamente querem transformar a crise num duelo direita-esquerda, patrão-trabalhador, rico-pobre. Isso é cortina de fumaça de quem está nu. Apesar do barulho, as pesquisas mostram pouca polarização na sociedade. As diferentes faixas de renda e regiões do país pensam muito parecido em relação ao governo, à política, à Lava Jato. A sucessão dos governos Itamar, FHC e Lula, apesar das falhas, teve direção, sentido e muitos avanços. Dilma demoliu a estrada. É exasperante realizar que perdemos já seis anos de desenvolvimento econômico e podemos perder ainda mais. É uma perda irrecuperável e trilionária. Mas juntando a turma é possível abrir um novo caminho. Isso já está acontecendo.
colunas
Vá procurar a sua turmaÉ preciso ter turma. Ontem a turma dos motoqueiros travou ruas de São Paulo para pedir faixa exclusiva e outras coisas. Os motoqueiros são tão organizados que, apesar de milhares de mortes por ano, barraram lei determinando medidas de segurança para protegê-los no trânsito. Teve também mais um protesto dos taxistas contra o Uber. Eles até espancaram um motorista do serviço neste mês, depois de o presidente do sindicato ter dito "vai ter morte". Nesses tempos cada vez mais bicudos, São Paulo tornou-se a capital nacional do protesto. Aqui todo mundo tem motivo para chiar, quase sempre com razão. No protesto de sem-teto e sindicalistas da semana passada, que o governo Dilma fingiu ter sido um protesto em seu apoio, não faltaram pedidos de moradia popular, benefícios trabalhistas e ataques ao ajuste fiscal do governo, que é a parte principal do governo (diga-me como te apoiam que te direi como estás). Na época do povão, do povo e do povinho nas ruas, é melhor encontrar a sua turma para ser ouvido. Com crise política, Lava Jato e abismo fiscal, governos e políticos perderam ainda mais sua capacidade já precária de arbitrar demandas. Os gritos das ruas são cada vez mais determinantes. Muito além de PT, PSDB, PMDB etc., as pessoas estão se conectando. A maior das turmas é a turma do saco cheio, que não aguenta mais o fardo pesado de um sistema público ineficiente, incompetente e corrupto. Apesar do que dizem por aí, é esse o espírito predominante nas grandes manifestações espontâneas contra a corrupção política e o governo, que se apropriam via taxas e tributos de 35% do que se produz no país e devolvem muito menos. É a grande entropia brasileira. A pauta progressista não é avante esquerda, abaixo a direita ou vice-versa. É melhor serviço público, melhor política, menos corrupção. Antônio Prata e Samuel Pessoa, têm muito mais em comum do que parece. Querem país mais eficiente, decente e honesto, ou seja, país mais justo e produtivo. As pontas da equação estão mais perto do que o debate inflamado e inflado aponta. É preciso resistir às mistificações dos que cinicamente querem transformar a crise num duelo direita-esquerda, patrão-trabalhador, rico-pobre. Isso é cortina de fumaça de quem está nu. Apesar do barulho, as pesquisas mostram pouca polarização na sociedade. As diferentes faixas de renda e regiões do país pensam muito parecido em relação ao governo, à política, à Lava Jato. A sucessão dos governos Itamar, FHC e Lula, apesar das falhas, teve direção, sentido e muitos avanços. Dilma demoliu a estrada. É exasperante realizar que perdemos já seis anos de desenvolvimento econômico e podemos perder ainda mais. É uma perda irrecuperável e trilionária. Mas juntando a turma é possível abrir um novo caminho. Isso já está acontecendo.
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Após 9 jogos, Ronaldinho rescinde o contrato com o Fluminense
Ronaldinho Gaúcho, 35, não é mais jogador do Fluminense. O clube carioca divulgou nota nesta segunda-feira (28) comunicando o rompimento amigável e em comum acordo com o jogador. Ronaldinho deixa o clube após menos de três meses. O jogador atuou em nove partidas e não fez gols ou assistências. Apesar da passagem curta, o Fluminense diz que o atleta correspondeu às expectativas em relação ao retorno de marketing e diz que a contratação do jogador aumentou a arrecadação com bilheteria, venda de camisas e número de sócios. "O Fluminense vem a público comunicar o rompimento do contrato com o atleta Ronaldinho Gaúcho de forma amigável e em comum acordo entre as partes", diz nota publicada no site oficial do clube. "A opção de Ronaldinho também mostrou ao Brasil que o Fluminense desperta o interesse dos maiores jogadores do futebol mundial". Pelas redes sociais, o meia-atacante agradeceu o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, a diretoria, a comissão técnica e os jogadores do clube. "Estamos hoje anunciando o fim do vínculo empregatício mas não o fim de uma relação importante, que foi construída com verdade, com respeito e honestidade", publicou Ronaldinho. O jogador não vivia um bom momento no clube carioca. Após atuações ruins, o meia amargava o banco de reservas e estava sendo criticado pela torcida. O Fluminense anunciou oficialmente a contratação de Ronaldinho no dia 11 de julho deste ano. O contrato do atleta era válido até o final de 2016. Segundo o UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, a proposta era de salário de R$ 600 mil mensais com bônus de R$ 200 mil de acordo com vendas de camisas e outras ações de marketing envolvendo o jogador. Antes da equipe carioca, Ronaldinho defendeu o Querétaro, do México. Apesar de ter firmado um contrato de dois anos, ele ficou dez meses. Disputou pouco mais de 30 partidas partidas e foi vice-campeão mexicano. Eleito duas vezes o melhor jogador do mundo e campeão da Copa do Mundo com o Brasil, Ronaldinho se destacou no Grêmio, no PSG e no Barcelona. Mais recentemente, foi protagonista na conquista da Libertadores pelo Atlético-MG, em 2013. tweet Fluminense
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Após 9 jogos, Ronaldinho rescinde o contrato com o FluminenseRonaldinho Gaúcho, 35, não é mais jogador do Fluminense. O clube carioca divulgou nota nesta segunda-feira (28) comunicando o rompimento amigável e em comum acordo com o jogador. Ronaldinho deixa o clube após menos de três meses. O jogador atuou em nove partidas e não fez gols ou assistências. Apesar da passagem curta, o Fluminense diz que o atleta correspondeu às expectativas em relação ao retorno de marketing e diz que a contratação do jogador aumentou a arrecadação com bilheteria, venda de camisas e número de sócios. "O Fluminense vem a público comunicar o rompimento do contrato com o atleta Ronaldinho Gaúcho de forma amigável e em comum acordo entre as partes", diz nota publicada no site oficial do clube. "A opção de Ronaldinho também mostrou ao Brasil que o Fluminense desperta o interesse dos maiores jogadores do futebol mundial". Pelas redes sociais, o meia-atacante agradeceu o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, a diretoria, a comissão técnica e os jogadores do clube. "Estamos hoje anunciando o fim do vínculo empregatício mas não o fim de uma relação importante, que foi construída com verdade, com respeito e honestidade", publicou Ronaldinho. O jogador não vivia um bom momento no clube carioca. Após atuações ruins, o meia amargava o banco de reservas e estava sendo criticado pela torcida. O Fluminense anunciou oficialmente a contratação de Ronaldinho no dia 11 de julho deste ano. O contrato do atleta era válido até o final de 2016. Segundo o UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, a proposta era de salário de R$ 600 mil mensais com bônus de R$ 200 mil de acordo com vendas de camisas e outras ações de marketing envolvendo o jogador. Antes da equipe carioca, Ronaldinho defendeu o Querétaro, do México. Apesar de ter firmado um contrato de dois anos, ele ficou dez meses. Disputou pouco mais de 30 partidas partidas e foi vice-campeão mexicano. Eleito duas vezes o melhor jogador do mundo e campeão da Copa do Mundo com o Brasil, Ronaldinho se destacou no Grêmio, no PSG e no Barcelona. Mais recentemente, foi protagonista na conquista da Libertadores pelo Atlético-MG, em 2013. tweet Fluminense
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Bolsa sobe com pedido de prisão de Lula; dólar comercial cai para R$ 3,64
O Ibovespa abriu a sessão desta quinta-feira (10) em alta, mas inverteu o sinal ao longo da sessão em função do cenário externo negativo. Já na reta final do pregão, a informação de que o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá fez o índice virar mais uma vez e fechar com ganho de 1,86%. As expectativas em torno de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff também contribuíram para que o dólar e os juros futuros recuassem mais uma vez. O dólar comercial fechou cotado a R$ 3,6420, menor cotação em mais de seis meses. Com esse movimento, iniciado na semana passada com os desdobramentos da Operação Lava Jato, os investidores sinalizam que uma possível mudança no governo seria melhor para os negócios. O principal índice da Bolsa paulista terminou aos 49.571,10 pontos. Como tem ocorrido nas últimas sessões, o giro financeiro foi expressivo, de R$ 11,806 bilhões. Segundo operadores, o noticiário negativo envolvendo o ex-presidente Lula, que enfraqueceria mais a presidente Dilma Rousseff, foi o gatilho para Ibovespa voltar a subir. Contribuiu também o fato de os índices acionários em Wall Street terem diminuído as perdas no final da sessão. As ações da Petrobras, que chegaram a recuar pressionadas pela queda do petróleo, terminaram com avanço de 4,60%, a R$ 7,95 (PN) e de 2,61%, a R$ 9,81 (ON). Os papéis ON do também estatal Banco do Brasil subiram 5,91%, a R$ 21,50. Outras ações do setor financeiro também avançaram: Itaú Unibanco PN (+3,92%); Bradesco PN (+2,98%); Bradesco ON (+3,26%); BM&FBovespa ON (+4,60%). A exceção foi Santander unit, com -0,88%. Os papéis da Vale foram destaque negativo de queda: as ações PNA perderam 6,89%, a R$ 10,13, e ON caíram 3,44%, a R$ 14,00. A forte queda foi influenciada pela informação de que a Justiça dos EUA autorizou ampliação do período que considera a compra de ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) da mineradora na ação de investidores contra a companhia por conta do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). Outro fator foi a queda do preço do minério de ferro na China. O setor siderúrgico subiu: CSN ON ganhou 7,47%; Gerdau PN (+9,59%); Gerdau Metalúrgica (+14,97%) e Usiminas PNA (+9,89%). DÓLAR E JUROS O dólar comercial perdeu 1,51%, a R$ 3,6420, valor mais baixo desde 31 de agosto do ano passado (R$ 3,6290). O dólar à vista recuou fechou cotado a R$ 3,6510 (-1,64%), também na menor cotação desde 31 de agosto de 2015 (R$ 3,6325). Pelo terceiro dia seguido, o real apresentou a maior valorização ante a moeda americana entre as moedas de países emergentes. Nesta quinta-feira, a moeda brasileira também subia mais frente ao dólar do que as principais moedas globais, como o euro e a libra. Segundo profissionais do mercado, o movimento segue as apostas de uma eventual saída da presidente Dilma Rousseff do cargo, com aos desdobramentos da Operação Lava Jato, a denúncia contra o ex-presidente Lula e as expectativas de que os protestos pró-impeachment do próximo domingo tenham forte adesão da população. O mesmo movimento é visto no mercado de juros futuros. O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,890% para 13,830%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 saiu de 14,390% para 14,290%. Para analistas, a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira, sinaliza que há espaço para um corte da taxa básica de juros (Selic) no segundo semestre deste ano, o que ajudou a derrubar os juros futuros nesta quinta-feira. Dólar - Variação da moeda em 2016 EXTERIOR No exterior, os mercados reagiram mal ao discurso do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, logo após a autoridade monetária divulgar novas medidas para estimular a economia na região. Draghi anunciou a redução das projeções de inflação e do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) na zona do euro. As Bolsas europeias fecharam majoritariamente em queda: Londres (-1,78%); Paris (-1,70%); Frankfurt (-2,31%); Madri (+0,07%); e Milão (-0,50%) "Os índices europeus foram pressionados principalmente pelo setor bancário, em função dos riscos à saúde financeira dos bancos com a política de juros negativos do BCE", observa Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos. Nos EUA, o Nasdaq encerrou em queda de 0,03%, o S&P 500 subiu 0,02% e o Nasdaq, -0,26%. A queda do petróleo também colaborou para o cenário externo desfavorável. O petróleo Brent, negociado em Londres, recuava 2,14%, a US$ 40,19 o barril, nos EUA, o WTI perdia 0,97%, a US$ 37,92, depois de notícias de que os principais exportadores poderão não se reunir no próximo dia 20, como anunciado, para discutir o congelamento de produção. Uma adesão do Irã ao encontro ainda é uma incógnita. Na Ásia, as Bolsas chinesas caíram cerca de 2% nesta quinta-feira, reagindo aos dados de aceleração da inflação acima do esperado.
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Bolsa sobe com pedido de prisão de Lula; dólar comercial cai para R$ 3,64O Ibovespa abriu a sessão desta quinta-feira (10) em alta, mas inverteu o sinal ao longo da sessão em função do cenário externo negativo. Já na reta final do pregão, a informação de que o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá fez o índice virar mais uma vez e fechar com ganho de 1,86%. As expectativas em torno de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff também contribuíram para que o dólar e os juros futuros recuassem mais uma vez. O dólar comercial fechou cotado a R$ 3,6420, menor cotação em mais de seis meses. Com esse movimento, iniciado na semana passada com os desdobramentos da Operação Lava Jato, os investidores sinalizam que uma possível mudança no governo seria melhor para os negócios. O principal índice da Bolsa paulista terminou aos 49.571,10 pontos. Como tem ocorrido nas últimas sessões, o giro financeiro foi expressivo, de R$ 11,806 bilhões. Segundo operadores, o noticiário negativo envolvendo o ex-presidente Lula, que enfraqueceria mais a presidente Dilma Rousseff, foi o gatilho para Ibovespa voltar a subir. Contribuiu também o fato de os índices acionários em Wall Street terem diminuído as perdas no final da sessão. As ações da Petrobras, que chegaram a recuar pressionadas pela queda do petróleo, terminaram com avanço de 4,60%, a R$ 7,95 (PN) e de 2,61%, a R$ 9,81 (ON). Os papéis ON do também estatal Banco do Brasil subiram 5,91%, a R$ 21,50. Outras ações do setor financeiro também avançaram: Itaú Unibanco PN (+3,92%); Bradesco PN (+2,98%); Bradesco ON (+3,26%); BM&FBovespa ON (+4,60%). A exceção foi Santander unit, com -0,88%. Os papéis da Vale foram destaque negativo de queda: as ações PNA perderam 6,89%, a R$ 10,13, e ON caíram 3,44%, a R$ 14,00. A forte queda foi influenciada pela informação de que a Justiça dos EUA autorizou ampliação do período que considera a compra de ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) da mineradora na ação de investidores contra a companhia por conta do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). Outro fator foi a queda do preço do minério de ferro na China. O setor siderúrgico subiu: CSN ON ganhou 7,47%; Gerdau PN (+9,59%); Gerdau Metalúrgica (+14,97%) e Usiminas PNA (+9,89%). DÓLAR E JUROS O dólar comercial perdeu 1,51%, a R$ 3,6420, valor mais baixo desde 31 de agosto do ano passado (R$ 3,6290). O dólar à vista recuou fechou cotado a R$ 3,6510 (-1,64%), também na menor cotação desde 31 de agosto de 2015 (R$ 3,6325). Pelo terceiro dia seguido, o real apresentou a maior valorização ante a moeda americana entre as moedas de países emergentes. Nesta quinta-feira, a moeda brasileira também subia mais frente ao dólar do que as principais moedas globais, como o euro e a libra. Segundo profissionais do mercado, o movimento segue as apostas de uma eventual saída da presidente Dilma Rousseff do cargo, com aos desdobramentos da Operação Lava Jato, a denúncia contra o ex-presidente Lula e as expectativas de que os protestos pró-impeachment do próximo domingo tenham forte adesão da população. O mesmo movimento é visto no mercado de juros futuros. O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,890% para 13,830%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 saiu de 14,390% para 14,290%. Para analistas, a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira, sinaliza que há espaço para um corte da taxa básica de juros (Selic) no segundo semestre deste ano, o que ajudou a derrubar os juros futuros nesta quinta-feira. Dólar - Variação da moeda em 2016 EXTERIOR No exterior, os mercados reagiram mal ao discurso do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, logo após a autoridade monetária divulgar novas medidas para estimular a economia na região. Draghi anunciou a redução das projeções de inflação e do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) na zona do euro. As Bolsas europeias fecharam majoritariamente em queda: Londres (-1,78%); Paris (-1,70%); Frankfurt (-2,31%); Madri (+0,07%); e Milão (-0,50%) "Os índices europeus foram pressionados principalmente pelo setor bancário, em função dos riscos à saúde financeira dos bancos com a política de juros negativos do BCE", observa Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos. Nos EUA, o Nasdaq encerrou em queda de 0,03%, o S&P 500 subiu 0,02% e o Nasdaq, -0,26%. A queda do petróleo também colaborou para o cenário externo desfavorável. O petróleo Brent, negociado em Londres, recuava 2,14%, a US$ 40,19 o barril, nos EUA, o WTI perdia 0,97%, a US$ 37,92, depois de notícias de que os principais exportadores poderão não se reunir no próximo dia 20, como anunciado, para discutir o congelamento de produção. Uma adesão do Irã ao encontro ainda é uma incógnita. Na Ásia, as Bolsas chinesas caíram cerca de 2% nesta quinta-feira, reagindo aos dados de aceleração da inflação acima do esperado.
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O furúnculo explodiu
RIO DE JANEIRO - O Brasil parece em guerra contra o Brasil. Segundo estatísticas relativas a 2015, a cada nove minutos alguém no país foi vítima de algum tipo de assassinato — homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, assalto com morte ou morte decorrente de ação policial. Significa que, em um ano, 58.492 pessoas sofreram morte violenta. Em termos de violência contra a mulher, os números são ainda mais espantosos: houve 45.460 estupros, ou 125 por dia — apenas entre as ocorrências registradas. E sabe-se lá quantas agressões a homossexuais, negros, índios, mendigos e animais. Essa brutalidade tem seu equivalente na área institucional. Políticos insultam juízes. Senadores chamam-se uns aos outros de canalhas e engolem o insulto. E a desmoralização do setor público, flagrante há anos, rebaixou a atuação política à pancadaria — a ordem é, primeiro, ocupar, agredir e depredar; depois, alegar que o poder não aceita discutir. Mas como discutir entre palavras de ordem, socos e pontapés? Ninguém mais pode se fazer somente de vítima — os bandos que incendeiam pneus, infernizam as cidades, invadem as câmaras e as assembleias e destroem patrimônio público e privado cobrem agora todo o espectro político. Repórteres são ofendidos e atacados em manifestações, ao vivo, por ativistas de rosto coberto. A tragédia de Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, morto pelas costas por um rojão lançado por dois black blocs, ameaça se repetir. Em Goiânia (GO), um pai matou a tiros o filho de 20 anos, por não aceitar suas posições políticas, e se matou em seguida. Não foi um rompante, mas o clímax de um processo que devia ser uma fonte diária, de parte a parte, de suplício familiar. Quantas outras famílias não estarão vivendo esse suplício? O furúnculo nacional finalmente explodiu.
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O furúnculo explodiuRIO DE JANEIRO - O Brasil parece em guerra contra o Brasil. Segundo estatísticas relativas a 2015, a cada nove minutos alguém no país foi vítima de algum tipo de assassinato — homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, assalto com morte ou morte decorrente de ação policial. Significa que, em um ano, 58.492 pessoas sofreram morte violenta. Em termos de violência contra a mulher, os números são ainda mais espantosos: houve 45.460 estupros, ou 125 por dia — apenas entre as ocorrências registradas. E sabe-se lá quantas agressões a homossexuais, negros, índios, mendigos e animais. Essa brutalidade tem seu equivalente na área institucional. Políticos insultam juízes. Senadores chamam-se uns aos outros de canalhas e engolem o insulto. E a desmoralização do setor público, flagrante há anos, rebaixou a atuação política à pancadaria — a ordem é, primeiro, ocupar, agredir e depredar; depois, alegar que o poder não aceita discutir. Mas como discutir entre palavras de ordem, socos e pontapés? Ninguém mais pode se fazer somente de vítima — os bandos que incendeiam pneus, infernizam as cidades, invadem as câmaras e as assembleias e destroem patrimônio público e privado cobrem agora todo o espectro político. Repórteres são ofendidos e atacados em manifestações, ao vivo, por ativistas de rosto coberto. A tragédia de Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, morto pelas costas por um rojão lançado por dois black blocs, ameaça se repetir. Em Goiânia (GO), um pai matou a tiros o filho de 20 anos, por não aceitar suas posições políticas, e se matou em seguida. Não foi um rompante, mas o clímax de um processo que devia ser uma fonte diária, de parte a parte, de suplício familiar. Quantas outras famílias não estarão vivendo esse suplício? O furúnculo nacional finalmente explodiu.
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Legião Urbana traz convidados e levanta público durante show em SP
Os membros remanescentes da Legião Urbana, com o músico e ator André Frateschi no vocal, subiram neste sábado (7) ao palco do Espaço das Américas, em São Paulo, com a missão de acompanhar um "artista" já consagrado: o cancioneiro da própria banda. A reação do público que lotou a casa mostrou que as músicas ainda são capazes de arrebatar, 19 anos após a morte de Renato Russo e passados 30 anos do lançamento do álbum de estreia - o homenageado da noite e da atual turnê, "Legião Urbana XXX anos", iniciada no dia 23 de outubro, em Santos. A plateia pareceu não se incomodar com o atraso de mais de 30 minutos para o início da apresentação. Assim que soaram os primeiros acordes da rápida "Será", o público se pôs a pular e dançar. Ficou claro que a Legião já estava com o jogo ganho. Frateschi e Dado Villa-Lobos, lado a lado, à frente dos outros músicos, mostraram boa química, dividindo os vocais vez ou outra. Em seguida, veio "A Dança" e o vocalista pediu que a plateia acompanhasse com palmas. Foi prontamente atendido. Sem pausa e sem se dirigir aos fãs, a banda emendou "Petróleo do Futuro" e "Ainda é Cedo", com Marcelo Bonfá no posto de vocalista. Mais solto, Frateschi passou a canção inteira dançando ao lado do baterista. Um dos destaques da primeira parte do show, dedicada às 11 músicas do primeiro disco, foi a interação entre Dado e Frateschi em "Soldados". Os dois simularam um combate, que acabou com o vocalista estendido no chão. O desfecho do primeiro ato ficou a cargo da plateia. Envolto em luzes de cor roxa, Frateschi apontou o microfone para os fãs, que se encarregaram de levar "Por Enquanto" até o fim. O vocalista, aliás, chegou a afirmar que interpretar as músicas da Legião "não é qualquer coisa, não". De fato, há um tanto de reverência na performance do músico. Ele não copia os trejeitos de Renato Russo, como fez o ator Wagner Moura em 2012 e como fazem diversos cantores Brasil afora. CONVIDADOS Após uma breve pausa, a banda voltou para tocar "Tempo Perdido", com o produtor Liminha em uma das guitarras, e Dado e Bonfá se revezando no vocal. "Dá um nó na garganta tocar com a maior banda de rock do Brasil", afirmou Liminha, que já trabalhou com nomes como Os Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Com mais de dois terços da apresentação percorridos, Dado chamou para o palco "um sujeito honrado", em suas próprias palavras. Era Rodrigo Amarante. Mãos nos bolsos, ele cantou "Monte Castelo", e depois admitiu: "Tô bem nervoso, hein". Amarante ficou para mais uma música, "Quase sem Querer". Já à vontade, arriscou uma dança desajeitada e brincou: "Essa é mais fácil". "Pais e filhos" teve Nico, rebento de Dado, na guitarra, e João Pedro, da prole de Bonfá, na bateria. O refrão "é preciso amar as pessoas/ como se não houvesse amanhã" foi praticamente berrado por boa parte do público. Para o bis, a banda escolheu três hits de peso: "Faroeste Caboclo", Índios" e "Que País é Esse?". No primeiro, Frateschi recorreu às suas habilidades de ator e interpretou um João de Santo Cristo raivoso. O último, "uma música que fala de nós, vós e eles", segundo Dado, foi cantado em uníssono pelo público que, passadas quase duas horas de show, seguia firme e forte. Com o palco já vazio e as luzes acesas, um grupo de fãs reclamou: "Faltou 'Eduardo e Mônica'". Setlist "Será" "A Dança" "Petróleo do Futuro" "Ainda é Cedo" "Perdidos no Espaço" "Geração Coca-Cola" "O Reggae" "Baader-Meinhof Blues" "Soldados" "Teorema" "Por Enquanto" "Tempo Perdido" "Daniel na Cova dos Leões" "Conexão Amazônica" "Há Tempos" "Dezesseis" "1965 (Duas Tribos)" "Eu Sei" "Teatro dos Vampiros" "Monte Castelo" "Quase sem Querer" "Pais e Filhos" "Angra dos Reis" "Perfeição" Bis "Faroeste Caboclo" "Índios" "Que País é Esse?"
ilustrada
Legião Urbana traz convidados e levanta público durante show em SPOs membros remanescentes da Legião Urbana, com o músico e ator André Frateschi no vocal, subiram neste sábado (7) ao palco do Espaço das Américas, em São Paulo, com a missão de acompanhar um "artista" já consagrado: o cancioneiro da própria banda. A reação do público que lotou a casa mostrou que as músicas ainda são capazes de arrebatar, 19 anos após a morte de Renato Russo e passados 30 anos do lançamento do álbum de estreia - o homenageado da noite e da atual turnê, "Legião Urbana XXX anos", iniciada no dia 23 de outubro, em Santos. A plateia pareceu não se incomodar com o atraso de mais de 30 minutos para o início da apresentação. Assim que soaram os primeiros acordes da rápida "Será", o público se pôs a pular e dançar. Ficou claro que a Legião já estava com o jogo ganho. Frateschi e Dado Villa-Lobos, lado a lado, à frente dos outros músicos, mostraram boa química, dividindo os vocais vez ou outra. Em seguida, veio "A Dança" e o vocalista pediu que a plateia acompanhasse com palmas. Foi prontamente atendido. Sem pausa e sem se dirigir aos fãs, a banda emendou "Petróleo do Futuro" e "Ainda é Cedo", com Marcelo Bonfá no posto de vocalista. Mais solto, Frateschi passou a canção inteira dançando ao lado do baterista. Um dos destaques da primeira parte do show, dedicada às 11 músicas do primeiro disco, foi a interação entre Dado e Frateschi em "Soldados". Os dois simularam um combate, que acabou com o vocalista estendido no chão. O desfecho do primeiro ato ficou a cargo da plateia. Envolto em luzes de cor roxa, Frateschi apontou o microfone para os fãs, que se encarregaram de levar "Por Enquanto" até o fim. O vocalista, aliás, chegou a afirmar que interpretar as músicas da Legião "não é qualquer coisa, não". De fato, há um tanto de reverência na performance do músico. Ele não copia os trejeitos de Renato Russo, como fez o ator Wagner Moura em 2012 e como fazem diversos cantores Brasil afora. CONVIDADOS Após uma breve pausa, a banda voltou para tocar "Tempo Perdido", com o produtor Liminha em uma das guitarras, e Dado e Bonfá se revezando no vocal. "Dá um nó na garganta tocar com a maior banda de rock do Brasil", afirmou Liminha, que já trabalhou com nomes como Os Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Com mais de dois terços da apresentação percorridos, Dado chamou para o palco "um sujeito honrado", em suas próprias palavras. Era Rodrigo Amarante. Mãos nos bolsos, ele cantou "Monte Castelo", e depois admitiu: "Tô bem nervoso, hein". Amarante ficou para mais uma música, "Quase sem Querer". Já à vontade, arriscou uma dança desajeitada e brincou: "Essa é mais fácil". "Pais e filhos" teve Nico, rebento de Dado, na guitarra, e João Pedro, da prole de Bonfá, na bateria. O refrão "é preciso amar as pessoas/ como se não houvesse amanhã" foi praticamente berrado por boa parte do público. Para o bis, a banda escolheu três hits de peso: "Faroeste Caboclo", Índios" e "Que País é Esse?". No primeiro, Frateschi recorreu às suas habilidades de ator e interpretou um João de Santo Cristo raivoso. O último, "uma música que fala de nós, vós e eles", segundo Dado, foi cantado em uníssono pelo público que, passadas quase duas horas de show, seguia firme e forte. Com o palco já vazio e as luzes acesas, um grupo de fãs reclamou: "Faltou 'Eduardo e Mônica'". Setlist "Será" "A Dança" "Petróleo do Futuro" "Ainda é Cedo" "Perdidos no Espaço" "Geração Coca-Cola" "O Reggae" "Baader-Meinhof Blues" "Soldados" "Teorema" "Por Enquanto" "Tempo Perdido" "Daniel na Cova dos Leões" "Conexão Amazônica" "Há Tempos" "Dezesseis" "1965 (Duas Tribos)" "Eu Sei" "Teatro dos Vampiros" "Monte Castelo" "Quase sem Querer" "Pais e Filhos" "Angra dos Reis" "Perfeição" Bis "Faroeste Caboclo" "Índios" "Que País é Esse?"
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Criminalidade assusta Flores, bairro do papa Francisco em Buenos Aires
O bairro de Flores, onde nasceu e cresceu o papa Francisco e que é motivo de peregrinação de turistas e religiosos do mundo todo, transformou-se no mais perigoso da região metropolitana de Buenos Aires —excetuando-se o "conurbano" (periferia). Hoje, Flores tem o dobro da média de assassinatos do resto da capital argentina e é também o bairro onde ocorrem 19% dos feminicídios (mortes de mulheres). As últimas semanas de 2016 levaram seus habitantes às ruas para protestar contra a sequência de assassinatos ocorridos no bairro desde o fim de novembro. Primeiro, foi um médico de 69 anos, morto por assaltantes na entrada de casa; depois, noutro assalto, a vítima foi uma mulher de 26 anos. O mais recente, porém, foi o que indignou de vez a vizinhança. Enquanto passeava com o avô, o garoto Brian Aguinaco, 14, foi atingido por uma bala perdida vinda de dois assaltantes que vinham em uma moto e tentaram roubar uma mochila. Brian foi atingido na véspera de Natal. No dia seguinte, morreu no hospital. Os moradores invadiram a delegacia, tentaram agredir oficiais e picharam as paredes do prédio. "Sempre fomos um bairro de classe média, trabalhadora, você olha nossas esquinas, nossos casarões e vê as construções típicas da Buenos Aires antiga. Nossa praça, nossa igreja, são nosso orgulho, como o estádio do San Lorenzo. Hoje só somos conhecidos pelas mortes e pelo narcotráfico", disse à Folha Marylin Cárdenas, 57, dona de casa que protestou após a morte de Brian Aguinaco. Para acalmar os ânimos, o chefe de governo de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, sucessor e aliado do presidente Mauricio Macri, admitiu o problema e prometeu um destacamento especial da polícia da capital na região. "A situação em Flores é muito complicada. O problema do narcotráfico aqui se transformou num dos mais graves da cidade", declarou. FAVELA Segundo as autoridades, os principais problemas de criminalidade estão relacionados ao crescimento da favela conhecida como 1-11-14, na região do Bajo Flores. Nos últimos anos, o local recebeu grande quantidade de novos moradores vindos de outras províncias, atrás de oportunidades de empregos, e de estrangeiros. Ali operam pequenas quadrilhas dirigidos por traficantes paraguaios e argentinos. Um dos envolvidos na morte de Aguinaco foi preso na favela, enquanto o outro assaltante, que era menor de idade, foi levado ao Chile pelos pais, mas já foi detido pela Interpol. Apesar de haver planos da municipalidade para urbanizar as favelas de Buenos Aires, elas vêm crescendo em número de habitantes, uma vez que acompanham os índices de pobreza do país. Se em 2015, segundo dados oficiais, havia 28% de argentinos abaixo da linha de pobreza, hoje são 32%. "Flores é um bairro de muito contraste. Às vezes dou orientações a turistas que querem ir ver a casa do papa. Na mesma manhã, assisto a um assalto a mão armada", contou à Folha o aposentado José Juan Aguilar, 68. Na manhã da última quarta-feira (4), ele lia seu jornal como faz todas as manhãs no café La Farmacia —um dos chamados "cafés notáveis" de Buenos Aires, lista elaborada de bares e restaurantes protegidos pelo órgão de patrimônio histórico. ORIGENS DO PAPA Não muito longe dali está a Basílica San José de Flores, onde o papa Francisco conta ter descoberto sua vocação e onde hoje há imagens dele por todos os lados. É comum ver fiéis tocando as fotos e fazendo o sinal da cruz. A poucas quadras, fica a pequena praça onde o religioso costumava jogar futebol com camisa do San Lorenzo. Hoje, há no local uma placa que diz: "Nesta praça se reuniam os meninos do bairro de Flores. Aqui Jorge Bergoglio [nome do papa] corria atrás da bola com seus amigos. Eram tardes de jogos, encontros e amizade". O comerciante de ferragens Mario Aniz, que tem sua loja na rua Membrillar, onde o papa cresceu, afirma: "Não sou religioso, mas lembro de Flores assim, como descreve essa placa. Hoje você vê as casas com alarmes e muros altos, e os meninos não estão mais nas ruas como no tempo de Bergoglio. É triste ver a transformação de Flores".
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Criminalidade assusta Flores, bairro do papa Francisco em Buenos AiresO bairro de Flores, onde nasceu e cresceu o papa Francisco e que é motivo de peregrinação de turistas e religiosos do mundo todo, transformou-se no mais perigoso da região metropolitana de Buenos Aires —excetuando-se o "conurbano" (periferia). Hoje, Flores tem o dobro da média de assassinatos do resto da capital argentina e é também o bairro onde ocorrem 19% dos feminicídios (mortes de mulheres). As últimas semanas de 2016 levaram seus habitantes às ruas para protestar contra a sequência de assassinatos ocorridos no bairro desde o fim de novembro. Primeiro, foi um médico de 69 anos, morto por assaltantes na entrada de casa; depois, noutro assalto, a vítima foi uma mulher de 26 anos. O mais recente, porém, foi o que indignou de vez a vizinhança. Enquanto passeava com o avô, o garoto Brian Aguinaco, 14, foi atingido por uma bala perdida vinda de dois assaltantes que vinham em uma moto e tentaram roubar uma mochila. Brian foi atingido na véspera de Natal. No dia seguinte, morreu no hospital. Os moradores invadiram a delegacia, tentaram agredir oficiais e picharam as paredes do prédio. "Sempre fomos um bairro de classe média, trabalhadora, você olha nossas esquinas, nossos casarões e vê as construções típicas da Buenos Aires antiga. Nossa praça, nossa igreja, são nosso orgulho, como o estádio do San Lorenzo. Hoje só somos conhecidos pelas mortes e pelo narcotráfico", disse à Folha Marylin Cárdenas, 57, dona de casa que protestou após a morte de Brian Aguinaco. Para acalmar os ânimos, o chefe de governo de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, sucessor e aliado do presidente Mauricio Macri, admitiu o problema e prometeu um destacamento especial da polícia da capital na região. "A situação em Flores é muito complicada. O problema do narcotráfico aqui se transformou num dos mais graves da cidade", declarou. FAVELA Segundo as autoridades, os principais problemas de criminalidade estão relacionados ao crescimento da favela conhecida como 1-11-14, na região do Bajo Flores. Nos últimos anos, o local recebeu grande quantidade de novos moradores vindos de outras províncias, atrás de oportunidades de empregos, e de estrangeiros. Ali operam pequenas quadrilhas dirigidos por traficantes paraguaios e argentinos. Um dos envolvidos na morte de Aguinaco foi preso na favela, enquanto o outro assaltante, que era menor de idade, foi levado ao Chile pelos pais, mas já foi detido pela Interpol. Apesar de haver planos da municipalidade para urbanizar as favelas de Buenos Aires, elas vêm crescendo em número de habitantes, uma vez que acompanham os índices de pobreza do país. Se em 2015, segundo dados oficiais, havia 28% de argentinos abaixo da linha de pobreza, hoje são 32%. "Flores é um bairro de muito contraste. Às vezes dou orientações a turistas que querem ir ver a casa do papa. Na mesma manhã, assisto a um assalto a mão armada", contou à Folha o aposentado José Juan Aguilar, 68. Na manhã da última quarta-feira (4), ele lia seu jornal como faz todas as manhãs no café La Farmacia —um dos chamados "cafés notáveis" de Buenos Aires, lista elaborada de bares e restaurantes protegidos pelo órgão de patrimônio histórico. ORIGENS DO PAPA Não muito longe dali está a Basílica San José de Flores, onde o papa Francisco conta ter descoberto sua vocação e onde hoje há imagens dele por todos os lados. É comum ver fiéis tocando as fotos e fazendo o sinal da cruz. A poucas quadras, fica a pequena praça onde o religioso costumava jogar futebol com camisa do San Lorenzo. Hoje, há no local uma placa que diz: "Nesta praça se reuniam os meninos do bairro de Flores. Aqui Jorge Bergoglio [nome do papa] corria atrás da bola com seus amigos. Eram tardes de jogos, encontros e amizade". O comerciante de ferragens Mario Aniz, que tem sua loja na rua Membrillar, onde o papa cresceu, afirma: "Não sou religioso, mas lembro de Flores assim, como descreve essa placa. Hoje você vê as casas com alarmes e muros altos, e os meninos não estão mais nas ruas como no tempo de Bergoglio. É triste ver a transformação de Flores".
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Sobrinho de Javier Sotomayor luta por medalha para o Azerbaijão
O sobrenome é conhecido: Sotomayor. Javier, o saltador, é uma das lendas do esporte mundial, campeão olímpico em Barcelona-1992 e dono de quatro títulos mundiais. Mas o membro da família que disputa dos Jogos do Rio escolheu usar as mãos, e não os pés, para buscar escrever também seu nome na história. Lorenzo, 31. é boxeador e vai disputar a semifinal da categoria até 64 kg. Já tem uma medalha de bronze assegurada. A bandeira que aparece ao lado do seu nome, porém, não é a mesma de Cuba que adornava o tio. Lorenzo defende o Azerbaijão. Ele saiu do país natal em 2013, após a proposta de um treinador azerbaijano. Diz que escolheu se mudar porque era muito difícil conseguir vaga na seleção cubana. Lorenzo idolatra Muhammad Ali e repete a dança do norte-americano em suas lutas. Sabe que é também uma forma de provocar o oponente. Ele nasceu em um bairro de Havana onde brigas eram comuns. Achou que tinha de saber se defender e começou a lutar boxe. A debandada de Cuba aconteceu, diz, também motivada pelo coração. Conheceu uma russa, que morava no Azerbaijão, e foi atrás da nova paixão. Lorenzo acredita que, se estivesse morando em Cuba, não estaria nos Jogos e não teria como sustentar os dois filhos. Reclama dos baixos salários e dos problemas no país natal. "Eu Cuba, você pode ter o melhor intelecto, mas não tem dinheiro." Todas essas declarações foram dadas ao site oficial da Rio-2016 Após a luta de quartas de final, nesta terça (16), Lorenzo passou literalmente correndo pela área de entrevistas. A comissão técnica do Azerbaijão também não falou. Segundo jornalistas cubanos que estavam por ali, ele não tem falado. A saída de Cuba não parece ser uma questão bem resolvida. A ida de atletas para fora é um ponto sensível do esporte cubano. A ilha costuma ter ótimos programas de formação de atletas, mas enfrenta dificuldades para segurar muitos deles, que querem se tornar profissionais ou simplesmente buscam melhores condições financeiras. Não são incomuns deserções de atletas em viagens ao exterior. No Pan de 2007, no Rio, dois boxeadores decidiram não retornar para Cuba. Na preparação para a Rio-2016, cinco atletas do polo feminino desertaram em uma viagem para o México, e o time desistiu do pré-olímpico. No Pan de Toronto, em 2015, pelo menos quatro remadores não voltaram para casa. Até agora, Cuba conquistou oito medalhas na Rio-2016 (dois ouros, duas pratas e quatro bronzes), só três a menos que o Brasil até terça. Um cubano de sobrenome "nobre" já aumentou essa lista, mas a conquista dele vai adornar outro quadro de medalhas. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
colunas
Sobrinho de Javier Sotomayor luta por medalha para o AzerbaijãoO sobrenome é conhecido: Sotomayor. Javier, o saltador, é uma das lendas do esporte mundial, campeão olímpico em Barcelona-1992 e dono de quatro títulos mundiais. Mas o membro da família que disputa dos Jogos do Rio escolheu usar as mãos, e não os pés, para buscar escrever também seu nome na história. Lorenzo, 31. é boxeador e vai disputar a semifinal da categoria até 64 kg. Já tem uma medalha de bronze assegurada. A bandeira que aparece ao lado do seu nome, porém, não é a mesma de Cuba que adornava o tio. Lorenzo defende o Azerbaijão. Ele saiu do país natal em 2013, após a proposta de um treinador azerbaijano. Diz que escolheu se mudar porque era muito difícil conseguir vaga na seleção cubana. Lorenzo idolatra Muhammad Ali e repete a dança do norte-americano em suas lutas. Sabe que é também uma forma de provocar o oponente. Ele nasceu em um bairro de Havana onde brigas eram comuns. Achou que tinha de saber se defender e começou a lutar boxe. A debandada de Cuba aconteceu, diz, também motivada pelo coração. Conheceu uma russa, que morava no Azerbaijão, e foi atrás da nova paixão. Lorenzo acredita que, se estivesse morando em Cuba, não estaria nos Jogos e não teria como sustentar os dois filhos. Reclama dos baixos salários e dos problemas no país natal. "Eu Cuba, você pode ter o melhor intelecto, mas não tem dinheiro." Todas essas declarações foram dadas ao site oficial da Rio-2016 Após a luta de quartas de final, nesta terça (16), Lorenzo passou literalmente correndo pela área de entrevistas. A comissão técnica do Azerbaijão também não falou. Segundo jornalistas cubanos que estavam por ali, ele não tem falado. A saída de Cuba não parece ser uma questão bem resolvida. A ida de atletas para fora é um ponto sensível do esporte cubano. A ilha costuma ter ótimos programas de formação de atletas, mas enfrenta dificuldades para segurar muitos deles, que querem se tornar profissionais ou simplesmente buscam melhores condições financeiras. Não são incomuns deserções de atletas em viagens ao exterior. No Pan de 2007, no Rio, dois boxeadores decidiram não retornar para Cuba. Na preparação para a Rio-2016, cinco atletas do polo feminino desertaram em uma viagem para o México, e o time desistiu do pré-olímpico. No Pan de Toronto, em 2015, pelo menos quatro remadores não voltaram para casa. Até agora, Cuba conquistou oito medalhas na Rio-2016 (dois ouros, duas pratas e quatro bronzes), só três a menos que o Brasil até terça. Um cubano de sobrenome "nobre" já aumentou essa lista, mas a conquista dele vai adornar outro quadro de medalhas. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Empresas avaliam maior parte de litígios fiscais como 'perdas possíveis'
As 30 maiores empresas de capital aberto do país classificaram mais de 88% de seus litígios fiscais como "perdas possíveis" em 2014, ou seja, como disputas que têm cerca de metade de chance de serem perdidas. O restante está dividido entre "perdas prováveis", em que todo o valor da ação precisa ser provisionado (separado) para pagamento pela alta chance de derrota, e entre "perdas remotas". Esse alto percentual de "perdas possíveis" está relacionado com a elevada incerteza das disputas tributárias, avalia a pesquisadora da Escola de Direito da FGV Ana Teresa Rosa Lopes, que realizou levantamento sobre o assunto. "Nessa categoria, a chance de perder ou ganhar a disputa é quase a mesma. Ou seja, em 88% dos casos, em média, as empresas informam nos balanços que não conseguem prever o que vai acontecer". ICMS O levantamento de Lopes também identifica quais impostos representam a maior parte do contencioso tributário das empresas abertas. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), segundo a pesquisa, é o campeão das contestações, com mais de R$ 90,4 bilhões em disputa em 2014. Em seguida estão o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), com R$ 65,1 bilhões, e o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), com R$ 22,8 bilhões. "O ICMS é o tributo mais complexo", explica a pesquisadora. "Isso porque é um imposto que está ligado ao problema da competência compartilhada entre Estados. Cada ente da federação legisla sobre o seu", completa.
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Empresas avaliam maior parte de litígios fiscais como 'perdas possíveis'As 30 maiores empresas de capital aberto do país classificaram mais de 88% de seus litígios fiscais como "perdas possíveis" em 2014, ou seja, como disputas que têm cerca de metade de chance de serem perdidas. O restante está dividido entre "perdas prováveis", em que todo o valor da ação precisa ser provisionado (separado) para pagamento pela alta chance de derrota, e entre "perdas remotas". Esse alto percentual de "perdas possíveis" está relacionado com a elevada incerteza das disputas tributárias, avalia a pesquisadora da Escola de Direito da FGV Ana Teresa Rosa Lopes, que realizou levantamento sobre o assunto. "Nessa categoria, a chance de perder ou ganhar a disputa é quase a mesma. Ou seja, em 88% dos casos, em média, as empresas informam nos balanços que não conseguem prever o que vai acontecer". ICMS O levantamento de Lopes também identifica quais impostos representam a maior parte do contencioso tributário das empresas abertas. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), segundo a pesquisa, é o campeão das contestações, com mais de R$ 90,4 bilhões em disputa em 2014. Em seguida estão o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), com R$ 65,1 bilhões, e o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), com R$ 22,8 bilhões. "O ICMS é o tributo mais complexo", explica a pesquisadora. "Isso porque é um imposto que está ligado ao problema da competência compartilhada entre Estados. Cada ente da federação legisla sobre o seu", completa.
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Política econômica de Trump é tão paradoxal quanto seu regente
Se quiser agradar, ao mesmo tempo, o mercado e seus eleitores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, corre o risco de aplicar uma política econômica errática, com resultados que podem contradizer suas promessas. O bilionário vem acenando com redução de impostos e desregulamentação do mercado financeiro, que agradam o Partido Republicano e as grandes corporações. Seu desafio é combinar essa política liberal com o discurso populista e protecionista de ameaças de guerra comercial contra a China, para "trazer os empregos de volta" Até agora, a reação dos mercados às promessas de Trump tem sido tão paradoxal quanto a personalidade do novo ocupante da Casa Branca. Apesar das incertezas sobre o novo governo, o dólar se fortaleceu. Desde as eleições americanas em 8 de novembro até a posse nesta sexta-feira (20), euro, iene e peso mexicano, se desvalorizaram, respectivamente, cerca de 3%, 8% e 15% em relação ao dólar. Ou seja, enquanto Trump vociferava no Twitter contra as montadoras que investem no México, a expectativa de sua chegada à Presidência tornou o país vizinho ainda mais barato e atrativo. O dólar vem se valorizando por conta da promessa de uma política fiscal mais frouxa, que combina redução de impostos com US$ 1 trilhão de gastos em infraestrutura. A aposta dos investidores é que essas medidas vão aquecer a economia, provocar inflação e levar o Fed, o banco central dos EUA, a subir os juros mais que o previsto. Juros mais altos atraem capital e fortalecem a moeda. Os assessores de Trump estimam que o PIB dos EUA pode crescer 3% a 4% nos próximos anos, um ritmo que o país não vê há mais de uma década, por conta da crise financeira, da baixa produtividade e do envelhecimento da sua população. Os analistas estão mais cautelosos. Na segunda-feira (16), o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as estimativas de crescimento dos EUA para 2,3% este ano e 2,5% em 2018. Para Mônica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute, em Washington, sem elevar a produtividade da economia, existe o risco de mais gastos provocarem apenas um surto de crescimento, que deixará para trás ainda mais dívidas. Os EUA estão crescendo devagar, mas Trump herda uma situação muito mais confortável que seu antecessor, Barack Obama, que assumiu após a crise de 2008. A taxa de desemprego americana está em 4,9%, patamar considerado pleno emprego. Faltam vagas pouco qualificadas para a classe média baixa branca que elegeu Trump, mas outros setores e regiões avançam. Mesmo assim, o ex-astro de TV prometeu sobretaxar os produtos feitos por empresas americanas no exterior para gerar mais empregos nos Estados Unidos. Se a força de trabalho não crescer (e é provável que encolha caso imigrantes sejam deportados), a demanda extra elevará os salários, o que é bom para os trabalhadores, mas pressiona a inflação e reduz os lucros das empresas. Além disso, barreiras protecionistas aumentarão os custos dos insumos e dos produtos importados —outro abalado para a competitividade. No curto prazo, as ameaças de Trump até atraem investimentos, mas seu intervencionismo prejudica as engrenagens da economia. Não é o melhor jeito de "tornar a América grande de novo"
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Política econômica de Trump é tão paradoxal quanto seu regenteSe quiser agradar, ao mesmo tempo, o mercado e seus eleitores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, corre o risco de aplicar uma política econômica errática, com resultados que podem contradizer suas promessas. O bilionário vem acenando com redução de impostos e desregulamentação do mercado financeiro, que agradam o Partido Republicano e as grandes corporações. Seu desafio é combinar essa política liberal com o discurso populista e protecionista de ameaças de guerra comercial contra a China, para "trazer os empregos de volta" Até agora, a reação dos mercados às promessas de Trump tem sido tão paradoxal quanto a personalidade do novo ocupante da Casa Branca. Apesar das incertezas sobre o novo governo, o dólar se fortaleceu. Desde as eleições americanas em 8 de novembro até a posse nesta sexta-feira (20), euro, iene e peso mexicano, se desvalorizaram, respectivamente, cerca de 3%, 8% e 15% em relação ao dólar. Ou seja, enquanto Trump vociferava no Twitter contra as montadoras que investem no México, a expectativa de sua chegada à Presidência tornou o país vizinho ainda mais barato e atrativo. O dólar vem se valorizando por conta da promessa de uma política fiscal mais frouxa, que combina redução de impostos com US$ 1 trilhão de gastos em infraestrutura. A aposta dos investidores é que essas medidas vão aquecer a economia, provocar inflação e levar o Fed, o banco central dos EUA, a subir os juros mais que o previsto. Juros mais altos atraem capital e fortalecem a moeda. Os assessores de Trump estimam que o PIB dos EUA pode crescer 3% a 4% nos próximos anos, um ritmo que o país não vê há mais de uma década, por conta da crise financeira, da baixa produtividade e do envelhecimento da sua população. Os analistas estão mais cautelosos. Na segunda-feira (16), o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as estimativas de crescimento dos EUA para 2,3% este ano e 2,5% em 2018. Para Mônica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute, em Washington, sem elevar a produtividade da economia, existe o risco de mais gastos provocarem apenas um surto de crescimento, que deixará para trás ainda mais dívidas. Os EUA estão crescendo devagar, mas Trump herda uma situação muito mais confortável que seu antecessor, Barack Obama, que assumiu após a crise de 2008. A taxa de desemprego americana está em 4,9%, patamar considerado pleno emprego. Faltam vagas pouco qualificadas para a classe média baixa branca que elegeu Trump, mas outros setores e regiões avançam. Mesmo assim, o ex-astro de TV prometeu sobretaxar os produtos feitos por empresas americanas no exterior para gerar mais empregos nos Estados Unidos. Se a força de trabalho não crescer (e é provável que encolha caso imigrantes sejam deportados), a demanda extra elevará os salários, o que é bom para os trabalhadores, mas pressiona a inflação e reduz os lucros das empresas. Além disso, barreiras protecionistas aumentarão os custos dos insumos e dos produtos importados —outro abalado para a competitividade. No curto prazo, as ameaças de Trump até atraem investimentos, mas seu intervencionismo prejudica as engrenagens da economia. Não é o melhor jeito de "tornar a América grande de novo"
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O futebol moderno afasta pobres e negros dos estádios
Dona Marlene tirou sua garrafa de cerveja do isopor, encheu o copo e fez cara de interrogação quando a câmera da Globo deu um zoom na torcida gremista no jogo contra o seu Corinthians, no domingo (25), em Porto Alegre. Ela olhou para os genros e quis saber por que não havia nenhum torcedor negro na arquibancada. A resposta não é simples, mas tem a ver com um longo processo de elitização do futebol brasileiro. Do final dos anos 90 para cá, os ingressos ficaram mais caros, a geral virou numerada, os estádios se transformaram em arenas, e a camada mais pobre da população foi convidada, aos poucos, a se afastar dali. No Brasil, entre os mais pobres, três em cada quatro são negros. Nesses quase 20 anos, aquele que ganha um ou dois salários mínimos perdeu seu lugar no chamado esporte do povo. O cobrador de ônibus, o faxineiro e o ajudante de obras, hoje em dia, não podem nem cogitar de ir aos estádios. Uma explicação pode estar no fenômeno do sócio-torcedor, que se consolidou no Sul, avançou pelo país, acabou com as filas e fidelizou os mais fanáticos. Mas ainda falta a esse modelo alguma fórmula para não excluir quem gostaria de acompanhar apenas dois ou três jogos por ano. O Corinthians da dona Marlene, por exemplo, tem um plano de sócio-torcedor que lembra uma carteira de investimentos. É assim: quanto mais ingressos se compram, mais pontos se acumulam para fazer parte de um seleto grupo que pode comprar as entradas antes dos demais. O ingresso que sobra vai para o restante dos sócios. O que sobrar disso, quando sobra e sempre acima de R$ 150, vai para a bilheteria. O torcedor humilde, aí, com esse preço, nem cogita. O estádio do passado tinha pobres e ricos misturados. Todos entravam pelo mesmo portão e se abraçavam e choravam juntos. Muitos faziam amizade na arquibancada. O futebol unia classes e culturas diferentes. O empresário rico da zona sul ia no churrasco do office-boy da zona norte. O estudante de classe média da zona oeste frequentava o apartamento do colega mecânico numa Cohab da zona leste. As arenas de hoje têm mais mulheres, banheiros dignos e cadeiras limpas. Mas, como a Folha mostrou recentemente na reportagem "Voz das Arquibancadas", gritos homofóbicos, incitação à violência e manias ignorantes ainda resistem. A dona Marlene não sabe, mas o torcedor que gritar "gol" antes da hora é capaz de apanhar da própria torcida —a bola não entrou por culpa dele, pensam os sabidões da arquibancada. O Brasil caminha como um dos favoritos para mais uma Copa, mas aqui o atraso e a exclusão parecem não ter fim. Ainda bem que a dona Marlene não quis saber por que um simples pisca-pisca é proibido nos estádios do país. Seria difícil explicar.
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O futebol moderno afasta pobres e negros dos estádiosDona Marlene tirou sua garrafa de cerveja do isopor, encheu o copo e fez cara de interrogação quando a câmera da Globo deu um zoom na torcida gremista no jogo contra o seu Corinthians, no domingo (25), em Porto Alegre. Ela olhou para os genros e quis saber por que não havia nenhum torcedor negro na arquibancada. A resposta não é simples, mas tem a ver com um longo processo de elitização do futebol brasileiro. Do final dos anos 90 para cá, os ingressos ficaram mais caros, a geral virou numerada, os estádios se transformaram em arenas, e a camada mais pobre da população foi convidada, aos poucos, a se afastar dali. No Brasil, entre os mais pobres, três em cada quatro são negros. Nesses quase 20 anos, aquele que ganha um ou dois salários mínimos perdeu seu lugar no chamado esporte do povo. O cobrador de ônibus, o faxineiro e o ajudante de obras, hoje em dia, não podem nem cogitar de ir aos estádios. Uma explicação pode estar no fenômeno do sócio-torcedor, que se consolidou no Sul, avançou pelo país, acabou com as filas e fidelizou os mais fanáticos. Mas ainda falta a esse modelo alguma fórmula para não excluir quem gostaria de acompanhar apenas dois ou três jogos por ano. O Corinthians da dona Marlene, por exemplo, tem um plano de sócio-torcedor que lembra uma carteira de investimentos. É assim: quanto mais ingressos se compram, mais pontos se acumulam para fazer parte de um seleto grupo que pode comprar as entradas antes dos demais. O ingresso que sobra vai para o restante dos sócios. O que sobrar disso, quando sobra e sempre acima de R$ 150, vai para a bilheteria. O torcedor humilde, aí, com esse preço, nem cogita. O estádio do passado tinha pobres e ricos misturados. Todos entravam pelo mesmo portão e se abraçavam e choravam juntos. Muitos faziam amizade na arquibancada. O futebol unia classes e culturas diferentes. O empresário rico da zona sul ia no churrasco do office-boy da zona norte. O estudante de classe média da zona oeste frequentava o apartamento do colega mecânico numa Cohab da zona leste. As arenas de hoje têm mais mulheres, banheiros dignos e cadeiras limpas. Mas, como a Folha mostrou recentemente na reportagem "Voz das Arquibancadas", gritos homofóbicos, incitação à violência e manias ignorantes ainda resistem. A dona Marlene não sabe, mas o torcedor que gritar "gol" antes da hora é capaz de apanhar da própria torcida —a bola não entrou por culpa dele, pensam os sabidões da arquibancada. O Brasil caminha como um dos favoritos para mais uma Copa, mas aqui o atraso e a exclusão parecem não ter fim. Ainda bem que a dona Marlene não quis saber por que um simples pisca-pisca é proibido nos estádios do país. Seria difícil explicar.
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Primeira grande estrela do rúgbi, neozelandês Jonah Lomu morre aos 40
O ex-jogador de rúgbi da Nova Zelândia Jonah Lomu morreu nesta terça-feira (quarta, 18, no horário local), em Auckland, aos 40 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas o ex-atleta sofria com problemas renais. Ele jogou 63 partidas pelos "All Blacks", como é conhecida a seleção neozelandesa, entre 1994 e 2002, e é considerado a primeira grande estrela do esporte, tendo inclusive um jogo de videogame com o seu nome. Lomu se aposentou após ter diagnosticada uma rara doença no rim e chegou a passar por um transplante do órgão, em 2004. Segundo o CEO da seleção da Nova Zelândia, Steve Tew, "Jonah foi uma lenda do nosso esporte e foi amado por muitos fãs no país e em todo o mundo". O "All Black" acompanhou com a família a última edição da Copa do Mundo de rúgbi, disputada na Inglaterra em outubro, que acabou com o tricampeonato da Nova Zelândia. Apesar de ter disputado dois Mundiais (1995 e 1999) e alcançando grande desempenho, Lomu não conseguiu conquistar o maior troféu do esporte.
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Primeira grande estrela do rúgbi, neozelandês Jonah Lomu morre aos 40O ex-jogador de rúgbi da Nova Zelândia Jonah Lomu morreu nesta terça-feira (quarta, 18, no horário local), em Auckland, aos 40 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas o ex-atleta sofria com problemas renais. Ele jogou 63 partidas pelos "All Blacks", como é conhecida a seleção neozelandesa, entre 1994 e 2002, e é considerado a primeira grande estrela do esporte, tendo inclusive um jogo de videogame com o seu nome. Lomu se aposentou após ter diagnosticada uma rara doença no rim e chegou a passar por um transplante do órgão, em 2004. Segundo o CEO da seleção da Nova Zelândia, Steve Tew, "Jonah foi uma lenda do nosso esporte e foi amado por muitos fãs no país e em todo o mundo". O "All Black" acompanhou com a família a última edição da Copa do Mundo de rúgbi, disputada na Inglaterra em outubro, que acabou com o tricampeonato da Nova Zelândia. Apesar de ter disputado dois Mundiais (1995 e 1999) e alcançando grande desempenho, Lomu não conseguiu conquistar o maior troféu do esporte.
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Italiano instala wi-fi gratuito no Minhocão em São Paulo
Apaixonado por arquitetura e pela cidade que se expressa no concreto dos edifícios, o italiano Matteo Gavazzi é o responsável por dar a uma pequena extensão de São Paulo algo nada palpável, mas nem por isso menos real: acesso à internet. Em abril, esse romano de 27 anos, e sotaque remanescente quase imperceptível, colocou para funcionar uma rede wi-fi livre no Minhocão. Em um raio de 400 metros, a partir da sede da Associação do Parque Minhocão, um apartamento bem em frente ao elevado, entre as alamedas Nothmann e Glete, o acesso é gratuito aos 200 MB da rede –que permite uma conexão satisfatória aos internautas. Na cidade, são 120 os pontos de acesso livre mantidos pela Prefeitura de São Paulo. Alguns motivos levaram Gavazzi, há seis anos no Brasil, a também tomar essa iniciativa. Desde que se fixou no centro da cidade, o italiano frequenta o elevado –que espera ver transformado em parque algum dia. O italiano também é representante no país de um startup que se dedica a implantar redes sem fio em locais abertos e fechados, como praças e restaurantes. Criada na Itália, a empresa repete por aqui o que já fez na pequena Mattinata, cidade de cerca de 6.000 habitantes, na região da Puglia. Da primeira ideia –inegavelmente boa também para a empresa que representa– ao momento em que a rede começou a funcionar, foram necessários menos de 15 dias. "Em menos de 60 dias, tivemos mais de 1.300 conexões à plataforma. Além dos frequentadores do parque, muitos moradores da área estão usando o sinal", afirma. Desde então, R$ 9.000 foram gastos entre material e manutenção da rede. Formado em ciências políticas, na Itália, e design de interiores, no Brasil, Gavazzi é um homem de múltiplos interesses. Além de ser representante da empresa italiana é também corretor de imóveis em sua própria empresa, especializada em vender imóveis com valor arquitetônico após serem reformados. Colocar a rede na sede da Associação Parque Minhocão foi uma consequência natural. "Conheci o projeto através do Felipe Morozini [fotógrafo], fiquei encantado com as possibilidades de agregação social", afirma. Para o presidente da associação, Athos Comolatti, 62, a inciativa sem custos além de ser bem-vinda ainda é uma forma de divulgar o objetivo do grupo que luta pela criação do parque –uma outra corrente de moradores defende a derrubada do viaduto. "É totalmente positivo", diz ele, para quem a medida também é forma de ocupar os espaços públicos da cidade. Em tempo: para quem usa o elevado, fechado ao trânsito aos domingos e agora também aos sábados, a rede é freewiman@parqueminhocao. A conexão é feita pelo Facebook e ou pelo Google Plus.
cotidiano
Italiano instala wi-fi gratuito no Minhocão em São PauloApaixonado por arquitetura e pela cidade que se expressa no concreto dos edifícios, o italiano Matteo Gavazzi é o responsável por dar a uma pequena extensão de São Paulo algo nada palpável, mas nem por isso menos real: acesso à internet. Em abril, esse romano de 27 anos, e sotaque remanescente quase imperceptível, colocou para funcionar uma rede wi-fi livre no Minhocão. Em um raio de 400 metros, a partir da sede da Associação do Parque Minhocão, um apartamento bem em frente ao elevado, entre as alamedas Nothmann e Glete, o acesso é gratuito aos 200 MB da rede –que permite uma conexão satisfatória aos internautas. Na cidade, são 120 os pontos de acesso livre mantidos pela Prefeitura de São Paulo. Alguns motivos levaram Gavazzi, há seis anos no Brasil, a também tomar essa iniciativa. Desde que se fixou no centro da cidade, o italiano frequenta o elevado –que espera ver transformado em parque algum dia. O italiano também é representante no país de um startup que se dedica a implantar redes sem fio em locais abertos e fechados, como praças e restaurantes. Criada na Itália, a empresa repete por aqui o que já fez na pequena Mattinata, cidade de cerca de 6.000 habitantes, na região da Puglia. Da primeira ideia –inegavelmente boa também para a empresa que representa– ao momento em que a rede começou a funcionar, foram necessários menos de 15 dias. "Em menos de 60 dias, tivemos mais de 1.300 conexões à plataforma. Além dos frequentadores do parque, muitos moradores da área estão usando o sinal", afirma. Desde então, R$ 9.000 foram gastos entre material e manutenção da rede. Formado em ciências políticas, na Itália, e design de interiores, no Brasil, Gavazzi é um homem de múltiplos interesses. Além de ser representante da empresa italiana é também corretor de imóveis em sua própria empresa, especializada em vender imóveis com valor arquitetônico após serem reformados. Colocar a rede na sede da Associação Parque Minhocão foi uma consequência natural. "Conheci o projeto através do Felipe Morozini [fotógrafo], fiquei encantado com as possibilidades de agregação social", afirma. Para o presidente da associação, Athos Comolatti, 62, a inciativa sem custos além de ser bem-vinda ainda é uma forma de divulgar o objetivo do grupo que luta pela criação do parque –uma outra corrente de moradores defende a derrubada do viaduto. "É totalmente positivo", diz ele, para quem a medida também é forma de ocupar os espaços públicos da cidade. Em tempo: para quem usa o elevado, fechado ao trânsito aos domingos e agora também aos sábados, a rede é freewiman@parqueminhocao. A conexão é feita pelo Facebook e ou pelo Google Plus.
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Açougueiros preparam menu só com vísceras no restaurante A Casa do Porco, em SP
DE SÃO PAULO Os cozinheiros-açougueiros que compõem o grupo "Estados Unidos de la Carne" vão fazer um jantar em São Paulo e colocar em prática o ideal de aproveitar todo o animal. O italiano Dario Cecchini, o peruano Renzo Garibaldi, o argentino Ariel Argomaniz e o uruguaio Diego Perez Sosa se juntarão no restaurante A Casa do Porco, do brasileiro Jefferson Rueda, para executar um menu, na noite de segunda-feira (24), com vísceras —os cozinheiros, que anunciaram a criação do grupo em 2015, estarão juntos em uma palestra durante o Semana Mesa e o jantar faz parte da programação do evento. O menu custa R$ 580 (o que inclui cachaça, água e café). Há receitas como tartare de sanguiça com picles de maçã verde, testículo na brasa com pimenta fermentada, intestino de boi com farofa e chimichurri, ravióli de miolo de boi com sálvia e bottarga, bisteca fiorentina com molho e crème brûlée de tendão com doce de leite. Dos 50 lugares previstos, 15 ainda estavam disponíveis na noite desta terça-feira (18). Para ir ao jantar é preciso fazer reserva pelo telefone (11) 93100-7700. JANTAR "OS VISCERAIS" Onde A Casa do Porco Bar (r. Araújo, 124, Centro; tel. (11) 3258-2578) Quando segunda-feira (24), às 20 horas Quanto R$ 580 Reserva (11) 93100-7700
saopaulo
Açougueiros preparam menu só com vísceras no restaurante A Casa do Porco, em SPDE SÃO PAULO Os cozinheiros-açougueiros que compõem o grupo "Estados Unidos de la Carne" vão fazer um jantar em São Paulo e colocar em prática o ideal de aproveitar todo o animal. O italiano Dario Cecchini, o peruano Renzo Garibaldi, o argentino Ariel Argomaniz e o uruguaio Diego Perez Sosa se juntarão no restaurante A Casa do Porco, do brasileiro Jefferson Rueda, para executar um menu, na noite de segunda-feira (24), com vísceras —os cozinheiros, que anunciaram a criação do grupo em 2015, estarão juntos em uma palestra durante o Semana Mesa e o jantar faz parte da programação do evento. O menu custa R$ 580 (o que inclui cachaça, água e café). Há receitas como tartare de sanguiça com picles de maçã verde, testículo na brasa com pimenta fermentada, intestino de boi com farofa e chimichurri, ravióli de miolo de boi com sálvia e bottarga, bisteca fiorentina com molho e crème brûlée de tendão com doce de leite. Dos 50 lugares previstos, 15 ainda estavam disponíveis na noite desta terça-feira (18). Para ir ao jantar é preciso fazer reserva pelo telefone (11) 93100-7700. JANTAR "OS VISCERAIS" Onde A Casa do Porco Bar (r. Araújo, 124, Centro; tel. (11) 3258-2578) Quando segunda-feira (24), às 20 horas Quanto R$ 580 Reserva (11) 93100-7700
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Haddad admite falha na fiscalização e estuda por GPS em caçambas de lixo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) admitiu nesta terça-feira (23) que o número atual de fiscais é insuficiente para monitorar os 3.345 pontos ilegais de despejo de entulho e lixo da cidade. A Folha também revelou nesta terça que a maior parte deles (66%) é de responsabilidade de empresas irregulares de transporte de restos de obras. Haddad afirmou que estuda instalar rastreadores para tentar coibir o descarte irregular de produtos. "É muito difícil fiscalizar e nós teremos de usar fiscalização eletrônica. Provavelmente teremos de instalar GPS nas caçambas dos caminhões para monitorar o trajeto de cada um e fazer um trabalho de inteligência", disse. O prefeito não disse qual o custo para implantar essa medida nem quando ela pode ser implantada, mas relatou que é mais eficiente que contratar mais pessoas para fazer o monitoramento. "Nem quintuplicando o número de fiscais vai resolver o problema porque isso é feito na calada da noite em ruas desertas e de maneira muito ágil." Ao todo, há 83 ecopontos que podem receber até uma tonelada de entulho por obra. Cargas acima dessa quantidade devem ser levadas a três aterros privados. Os aterros cobram R$ 17 da empresa para cada tonelada de entulho. A prefeitura paga mais R$ 10, de subsídio. A infração pode gerar multa de até R$ 16 mil. Em 2014, a Amlurb aplicou 707 multas. MÁFIA DO ISS Durante evento na sede da prefeitura, Fernando Haddad disse também que a administração municipal espera recuperar entre R$ 200 e R$ 500 milhões desviados pela máfia de fiscais do ISS. "A soma total de bens bloqueados hoje é alguma coisa em torno de R$ 200 milhões. A nossa estimativa era entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões. Nós já estamos em um bom caminho de recuperar todo o prejuízo gerado pela máfia", disse. O prefeito disse que o município entrou com um pedido de prisão preventiva contra o ex-fiscal Luís Alexandre de Magalhães, investigado na máfia. O prefeito alega que "essa pessoa solta está comprometendo as investigações." O ex-auditor, que tinha o benefício da delação premiada, foi preso na quarta-feira (18) sob suspeita de tentar extorquir outro auditor investigado no esquema de cobrança de propina de construtores em troca de desconto no imposto. No dia da prisão, ele teria recebido R$ 70 mil para dar um depoimento favorável ao colega. Foi preso em flagrante. Haddad disse que 13 funcionários já foram demitidos e outros 50 servidores estão "passando por um processo mais apurado de investigação" por participar da máfia.
cotidiano
Haddad admite falha na fiscalização e estuda por GPS em caçambas de lixoO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) admitiu nesta terça-feira (23) que o número atual de fiscais é insuficiente para monitorar os 3.345 pontos ilegais de despejo de entulho e lixo da cidade. A Folha também revelou nesta terça que a maior parte deles (66%) é de responsabilidade de empresas irregulares de transporte de restos de obras. Haddad afirmou que estuda instalar rastreadores para tentar coibir o descarte irregular de produtos. "É muito difícil fiscalizar e nós teremos de usar fiscalização eletrônica. Provavelmente teremos de instalar GPS nas caçambas dos caminhões para monitorar o trajeto de cada um e fazer um trabalho de inteligência", disse. O prefeito não disse qual o custo para implantar essa medida nem quando ela pode ser implantada, mas relatou que é mais eficiente que contratar mais pessoas para fazer o monitoramento. "Nem quintuplicando o número de fiscais vai resolver o problema porque isso é feito na calada da noite em ruas desertas e de maneira muito ágil." Ao todo, há 83 ecopontos que podem receber até uma tonelada de entulho por obra. Cargas acima dessa quantidade devem ser levadas a três aterros privados. Os aterros cobram R$ 17 da empresa para cada tonelada de entulho. A prefeitura paga mais R$ 10, de subsídio. A infração pode gerar multa de até R$ 16 mil. Em 2014, a Amlurb aplicou 707 multas. MÁFIA DO ISS Durante evento na sede da prefeitura, Fernando Haddad disse também que a administração municipal espera recuperar entre R$ 200 e R$ 500 milhões desviados pela máfia de fiscais do ISS. "A soma total de bens bloqueados hoje é alguma coisa em torno de R$ 200 milhões. A nossa estimativa era entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões. Nós já estamos em um bom caminho de recuperar todo o prejuízo gerado pela máfia", disse. O prefeito disse que o município entrou com um pedido de prisão preventiva contra o ex-fiscal Luís Alexandre de Magalhães, investigado na máfia. O prefeito alega que "essa pessoa solta está comprometendo as investigações." O ex-auditor, que tinha o benefício da delação premiada, foi preso na quarta-feira (18) sob suspeita de tentar extorquir outro auditor investigado no esquema de cobrança de propina de construtores em troca de desconto no imposto. No dia da prisão, ele teria recebido R$ 70 mil para dar um depoimento favorável ao colega. Foi preso em flagrante. Haddad disse que 13 funcionários já foram demitidos e outros 50 servidores estão "passando por um processo mais apurado de investigação" por participar da máfia.
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Argentinos e brasileiros viajam de ônibus ao Paraguai para ver o papa
A visita do papa ao Paraguai fez uma multidão de argentinos e brasileiros atravessar a fronteira terrestre para ver Francisco de perto. O governo paraguaio estima que possa receber até 3 milhões de visitantes de sexta (10) a domingo (12), o que representaria quase a metade da população do país. Só da Argentina deverão sair 1 milhão de peregrinos, estimou o Departamento de Migrações argentino. Desde quarta (8), a rodoviária de Buenos Aires está repleta de grupos dispostos a enfrentar quase 24 horas de viagem até Assunção, a um custo de R$ 600 a R$ 1.500. O professor Mário Mansilla, 30, da congregação caetana do bairro portenho de Liniers, disse que não podia perder a bênção do "argentino mais famoso do mundo, até mais do que Maradona". Em sua segunda viagem à América do Sul desde que se tornou papa -a primeira foi ao Brasil, em 2013-, Francisco não vai à terra natal. Na Argentina, acreditam que Francisco quer evitar a política em ano de eleições. A presidente Cristina Kirchner, porém, já prometeu cruzar a fronteira para vê-lo. Para o brasileiro Jode Tanaka, 38, que passou pela Ponte da Amizade na sexta (10), Francisco demonstra desapego ao não privilegiar seu país. "É como se dissesse que não é um papa argentino, mas de todos os latino-americanos." Entre as 8h e as 17h desta sexta (10), 30 ônibus com peregrinos passaram pela ponte entre Brasil e Paraguai para ver Francisco, segundo o Ministério do Turismo. Além de brasileiros, argentinos e uruguaios pegaram a estrada.
mundo
Argentinos e brasileiros viajam de ônibus ao Paraguai para ver o papaA visita do papa ao Paraguai fez uma multidão de argentinos e brasileiros atravessar a fronteira terrestre para ver Francisco de perto. O governo paraguaio estima que possa receber até 3 milhões de visitantes de sexta (10) a domingo (12), o que representaria quase a metade da população do país. Só da Argentina deverão sair 1 milhão de peregrinos, estimou o Departamento de Migrações argentino. Desde quarta (8), a rodoviária de Buenos Aires está repleta de grupos dispostos a enfrentar quase 24 horas de viagem até Assunção, a um custo de R$ 600 a R$ 1.500. O professor Mário Mansilla, 30, da congregação caetana do bairro portenho de Liniers, disse que não podia perder a bênção do "argentino mais famoso do mundo, até mais do que Maradona". Em sua segunda viagem à América do Sul desde que se tornou papa -a primeira foi ao Brasil, em 2013-, Francisco não vai à terra natal. Na Argentina, acreditam que Francisco quer evitar a política em ano de eleições. A presidente Cristina Kirchner, porém, já prometeu cruzar a fronteira para vê-lo. Para o brasileiro Jode Tanaka, 38, que passou pela Ponte da Amizade na sexta (10), Francisco demonstra desapego ao não privilegiar seu país. "É como se dissesse que não é um papa argentino, mas de todos os latino-americanos." Entre as 8h e as 17h desta sexta (10), 30 ônibus com peregrinos passaram pela ponte entre Brasil e Paraguai para ver Francisco, segundo o Ministério do Turismo. Além de brasileiros, argentinos e uruguaios pegaram a estrada.
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Promotor pede prisão de técnico da Itália por suspeita de manipulação
Um promotor de Cremona, no norte da Itália, pediu nesta terça-feira (5) a prisão do atual técnico da seleção italiana, Antonio Conte, por seis meses. O anúncio aconteceu na abertura do julgamento de Conte, acusado de participação em um esquema de manipulação de resultados em 2011, quando ainda dirigia o Siena, na segunda divisão. De acordo com o pedido do promotor Roberto Di Martino, o técnico poderia cumprir pena em liberdade, já que é réu primário, mas teria que pagar multa de 8.000 euros. Conte nega ter qualquer participação no esquema de resultados. Em 2012, quando assumiu a Juventus, o técnico foi condenado a quatro meses de suspensão por não ter reportado a manipulação de resultado às autoridades italianas. Uma decisão do caso é aguardada para maio. Além do técnico italiano, mais de 100 pessoas são acusadas de participação no "Calcioscomesse" Em junho, o treinador irá comandar a Itália na Euro-2016, disputada na França. Após a competição, Conte assumirá o Chelsea, da Inglaterra.
esporte
Promotor pede prisão de técnico da Itália por suspeita de manipulaçãoUm promotor de Cremona, no norte da Itália, pediu nesta terça-feira (5) a prisão do atual técnico da seleção italiana, Antonio Conte, por seis meses. O anúncio aconteceu na abertura do julgamento de Conte, acusado de participação em um esquema de manipulação de resultados em 2011, quando ainda dirigia o Siena, na segunda divisão. De acordo com o pedido do promotor Roberto Di Martino, o técnico poderia cumprir pena em liberdade, já que é réu primário, mas teria que pagar multa de 8.000 euros. Conte nega ter qualquer participação no esquema de resultados. Em 2012, quando assumiu a Juventus, o técnico foi condenado a quatro meses de suspensão por não ter reportado a manipulação de resultado às autoridades italianas. Uma decisão do caso é aguardada para maio. Além do técnico italiano, mais de 100 pessoas são acusadas de participação no "Calcioscomesse" Em junho, o treinador irá comandar a Itália na Euro-2016, disputada na França. Após a competição, Conte assumirá o Chelsea, da Inglaterra.
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Schwarzenegger defende permanência de Trump como produtor de reality
Estrela da nova versão de "Celebrity Apprentice", Arnold Schwarzenegger não se impressiona com o fato de o presidente eleito americano Donald Trump se manter como um dos produtores do programa. Schwarzenegger disse na sexta que são só negócios, comparável a quando ele se tornou governador da Califórnia e continuou faturando com os filmes da série "O Exterminador do Futuro". "Acho que é um contrato que ele tinha e acho ótimo que ele tenha sido parte disso", disse o ator no evento de apresentação de "The New Celebrity Apprentice", que estreia em 2 de janeiro na rede americana NBC. Substituir Trump como o chefe do reality show não será uma tarefa fácil, ele acrescentou. Integrantes do elenco, que inclui Boy George, Nicole "Snooki" Polizzi e Eric Dickerson, vão competir para arrecadar dinheiro para uma instituição de caridade. Eles serão aconselhados por Warren Buffett, Steve Ballmer e outros pesos-pesados do mundo financeiro. Na quinta, uma porta-voz de Mark Burnett, criador de "Apprentice", confirmou que Trump permanece como um dos produtores-executivos da atração nesta temporada mais recente. Os oito episódios encomendados pela NBC, onde Burnett é presidente da divisão de TV e mídias digitais, foram gravados em fevereiro. Trump se defendeu com um tuíte no sábado, dizendo que ele não tem "nada a ver com 'The Apprentice' a não ser o fato de que o concebi com Mark B e tenho grande interesse nele, vou gastar zero tempo!". Ele também criticou a cobertura do caso realizada pela CNN, dizendo, com erros de ortografia, que a cobertura do canal de notícias é ridícula e falsa. O fato de Trump continuar a lucrar com uma série de TV é mais um aspecto inesperado da eleição de um empresário e estrela de reality show para a presidência americana, tendo levantado questões sobre como suas atividades comerciais afetarão suas decisões presidenciais. A extensão de seu envolvimento com a série "Apprentice" não é transparente, inclusive quanto ele ganha com ela. O programa foi ao ar pela última vez em 2015, tendo Trump como estrela. A porta-voz de Trump, Kellyanne Conway, disse sexta na CNN que seus laços com o reality show estão sendo revistos por especialistas que analisam os negócios do presidente eleito. Ela comparou o interesse de Trump na indústria do entretenimento com o hábito de jogar golfe de Barack Obama. "Presidentes têm direito de fazer as coisas em seu tempo livre, de lazer, e ninguém se opõe a isso", ela disse. Uma das competidoras no programa, Carrie Keagan, disse que a atração agora tem novo chefe. "É um programa novo", ela disse. "É uma atração do Arnold Schwarzenegger agora. É a marca dele. Não houve outra conversa quando começamos o programa."
ilustrada
Schwarzenegger defende permanência de Trump como produtor de realityEstrela da nova versão de "Celebrity Apprentice", Arnold Schwarzenegger não se impressiona com o fato de o presidente eleito americano Donald Trump se manter como um dos produtores do programa. Schwarzenegger disse na sexta que são só negócios, comparável a quando ele se tornou governador da Califórnia e continuou faturando com os filmes da série "O Exterminador do Futuro". "Acho que é um contrato que ele tinha e acho ótimo que ele tenha sido parte disso", disse o ator no evento de apresentação de "The New Celebrity Apprentice", que estreia em 2 de janeiro na rede americana NBC. Substituir Trump como o chefe do reality show não será uma tarefa fácil, ele acrescentou. Integrantes do elenco, que inclui Boy George, Nicole "Snooki" Polizzi e Eric Dickerson, vão competir para arrecadar dinheiro para uma instituição de caridade. Eles serão aconselhados por Warren Buffett, Steve Ballmer e outros pesos-pesados do mundo financeiro. Na quinta, uma porta-voz de Mark Burnett, criador de "Apprentice", confirmou que Trump permanece como um dos produtores-executivos da atração nesta temporada mais recente. Os oito episódios encomendados pela NBC, onde Burnett é presidente da divisão de TV e mídias digitais, foram gravados em fevereiro. Trump se defendeu com um tuíte no sábado, dizendo que ele não tem "nada a ver com 'The Apprentice' a não ser o fato de que o concebi com Mark B e tenho grande interesse nele, vou gastar zero tempo!". Ele também criticou a cobertura do caso realizada pela CNN, dizendo, com erros de ortografia, que a cobertura do canal de notícias é ridícula e falsa. O fato de Trump continuar a lucrar com uma série de TV é mais um aspecto inesperado da eleição de um empresário e estrela de reality show para a presidência americana, tendo levantado questões sobre como suas atividades comerciais afetarão suas decisões presidenciais. A extensão de seu envolvimento com a série "Apprentice" não é transparente, inclusive quanto ele ganha com ela. O programa foi ao ar pela última vez em 2015, tendo Trump como estrela. A porta-voz de Trump, Kellyanne Conway, disse sexta na CNN que seus laços com o reality show estão sendo revistos por especialistas que analisam os negócios do presidente eleito. Ela comparou o interesse de Trump na indústria do entretenimento com o hábito de jogar golfe de Barack Obama. "Presidentes têm direito de fazer as coisas em seu tempo livre, de lazer, e ninguém se opõe a isso", ela disse. Uma das competidoras no programa, Carrie Keagan, disse que a atração agora tem novo chefe. "É um programa novo", ela disse. "É uma atração do Arnold Schwarzenegger agora. É a marca dele. Não houve outra conversa quando começamos o programa."
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Casal baleado no trânsito em SP carregava R$ 28 mil em dinheiro
O casal que foi baleado no trânsito na quarta-feira (30), na zona norte de São Paulo, levava R$ 27.820 em dinheiro no carro. O valor não foi levado pelos criminosos que metralharam o veículo, o que reforça a hipótese policial de crime por encomenda. O caso está sendo investigado como homicídio. Segundo o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o casal, que era de cunhados, parou no trânsito na avenida Joaquina Ramalho, quando dois suspeitos em uma moto emparelharam e começaram a atirar contra eles. Ambos foram atingidos na cabeça. A mulher morreu no local e o homem foi internado no hospital do Mandaqui –não há informações sobre seu estado de saúde. Também foram encontrados estojos de arma de fogo calibre 380 no carro.
cotidiano
Casal baleado no trânsito em SP carregava R$ 28 mil em dinheiroO casal que foi baleado no trânsito na quarta-feira (30), na zona norte de São Paulo, levava R$ 27.820 em dinheiro no carro. O valor não foi levado pelos criminosos que metralharam o veículo, o que reforça a hipótese policial de crime por encomenda. O caso está sendo investigado como homicídio. Segundo o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o casal, que era de cunhados, parou no trânsito na avenida Joaquina Ramalho, quando dois suspeitos em uma moto emparelharam e começaram a atirar contra eles. Ambos foram atingidos na cabeça. A mulher morreu no local e o homem foi internado no hospital do Mandaqui –não há informações sobre seu estado de saúde. Também foram encontrados estojos de arma de fogo calibre 380 no carro.
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Festival de Curitiba começa com programação reduzida
O 24º Festival de Teatro de Curitiba começa nesta terça -feira(24) e prossegue até 5/4 com um corte de 17% no tamanho de sua programação oficial. Contra os 35 espetáculos apresentados no ano passado, neste ano serão 29. Permanece como norte da curadoria, contudo, a tradicional "vitrine da produção brasileira", com reflexos em questões formais e temáticas. A busca pela identidade está em "Selfie", com Mateus Solano, e em "Nômades", com Andréa Beltrão. Situações políticas são exploradas por "Abnegação 2 – o Começo do Fim", da companhia Tablado de Arruar, e em "A House in Asia", espetáculo espanhol sobre terrorismo (leia abaixo). Houve abertura crescente para a inserção de peças internacionais nos últimos três anos, mas o número desses espetáculos caiu de cinco, na edição passada, para quatro nesta. Os estrangeiros, trazidos em parceria com o Sesc, são encenados também em São Paulo. Neste ano, só o dinamarquês "Double Rite" não vai à capital paulista. Por trás desse cenário está um decréscimo no aporte de patrocinadores. Acompanhando a crise da economia, o orçamento foi reduzido de R$ 8 mi, em 2013, para R$ 6,5 mi em 2014, mesmo valor de 2015. Assim, o evento não patrocina montagens próprias, ideia que havia ganhado força na edição de 2013. Torna-se iminente a questão: Curitiba permaneceu atraente para os públicos paulista e carioca? Segundo pesquisas da prefeitura da capital paranaense nos últimos três anos, cerca de 9% do público do festival não mora na cidade. O diretor da mostra, Leandro Knopfholz, insiste na importância de atingir outras praças, mas o curador Celso Curi, que divide a função com Tânia Brandão e Lúcia Camargo, assume que o festival hoje é voltado para a própria Curitiba. "Seguimos a tendência de atender ao público local. Buscamos repercussão no país, mas não efetivamente o público nacional", diz. Nem sempre foi assim. "No início, numa época em que a circulação teatral era mais restrita, Curitiba oferecia oportunidade imperdível para ver grandes companhias", afirma o dramaturgo e crítico de teatro Lucianno Maza. "Como o festival aposta em peças que fizeram sucesso no Rio e em São Paulo, para cariocas e paulistanos o que mais vale hoje são atrações internacionais e a caça-ao-tesouro do Fringe", diz, referindo-se à mostra paralela, que neste ano reúne 393 produções. Para o dramaturgo curitibano Diego Fortes, falta um burburinho: "Não vejo a mostra gerando discussões sobre o que é apresentado". Outro ponto, diz a crítica Luciana Eastwood Romagnolli, "é não existir o hábito do turismo cultural no país, salvo para musicais decupados da Broadway". Veja fotos e mais textos sobre o festival no site folha.com/ilustrada
ilustrada
Festival de Curitiba começa com programação reduzidaO 24º Festival de Teatro de Curitiba começa nesta terça -feira(24) e prossegue até 5/4 com um corte de 17% no tamanho de sua programação oficial. Contra os 35 espetáculos apresentados no ano passado, neste ano serão 29. Permanece como norte da curadoria, contudo, a tradicional "vitrine da produção brasileira", com reflexos em questões formais e temáticas. A busca pela identidade está em "Selfie", com Mateus Solano, e em "Nômades", com Andréa Beltrão. Situações políticas são exploradas por "Abnegação 2 – o Começo do Fim", da companhia Tablado de Arruar, e em "A House in Asia", espetáculo espanhol sobre terrorismo (leia abaixo). Houve abertura crescente para a inserção de peças internacionais nos últimos três anos, mas o número desses espetáculos caiu de cinco, na edição passada, para quatro nesta. Os estrangeiros, trazidos em parceria com o Sesc, são encenados também em São Paulo. Neste ano, só o dinamarquês "Double Rite" não vai à capital paulista. Por trás desse cenário está um decréscimo no aporte de patrocinadores. Acompanhando a crise da economia, o orçamento foi reduzido de R$ 8 mi, em 2013, para R$ 6,5 mi em 2014, mesmo valor de 2015. Assim, o evento não patrocina montagens próprias, ideia que havia ganhado força na edição de 2013. Torna-se iminente a questão: Curitiba permaneceu atraente para os públicos paulista e carioca? Segundo pesquisas da prefeitura da capital paranaense nos últimos três anos, cerca de 9% do público do festival não mora na cidade. O diretor da mostra, Leandro Knopfholz, insiste na importância de atingir outras praças, mas o curador Celso Curi, que divide a função com Tânia Brandão e Lúcia Camargo, assume que o festival hoje é voltado para a própria Curitiba. "Seguimos a tendência de atender ao público local. Buscamos repercussão no país, mas não efetivamente o público nacional", diz. Nem sempre foi assim. "No início, numa época em que a circulação teatral era mais restrita, Curitiba oferecia oportunidade imperdível para ver grandes companhias", afirma o dramaturgo e crítico de teatro Lucianno Maza. "Como o festival aposta em peças que fizeram sucesso no Rio e em São Paulo, para cariocas e paulistanos o que mais vale hoje são atrações internacionais e a caça-ao-tesouro do Fringe", diz, referindo-se à mostra paralela, que neste ano reúne 393 produções. Para o dramaturgo curitibano Diego Fortes, falta um burburinho: "Não vejo a mostra gerando discussões sobre o que é apresentado". Outro ponto, diz a crítica Luciana Eastwood Romagnolli, "é não existir o hábito do turismo cultural no país, salvo para musicais decupados da Broadway". Veja fotos e mais textos sobre o festival no site folha.com/ilustrada
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Sem Google, moradora faz 'Ovelha Street View' para atrair turistas a ilha
Explorar ruas e cidades com o Google Street View já se tornou hábito para turistas que querem saber o que verão quando embarcarem para determinado destino ou para gente que quer conhecer atrações marcantes sem sair de casa. Pois foi justamente por causa disso que a jovem Durita Dahl Andreassen, natural das ilhas Faroë, se decepcionou com a ferramenta –presente nas mais variadas cidades e até em atrações como as ruínas de Machu Picchu e o arquipélago de Fernando de Noronha, mas não em Faroë. "É muito estranho para mim não poder mostrar a amigos de outros países de onde eu venho. Meu país é lindo, verdejante e ainda desconhecido para a maior parte do resto do mundo", ela diz. Durita, então, criou uma petição pedindo que o Google envie funcionários às ilhas para fazer o mapeamento. Enquanto isso, ela mesma resolveu dar um jeitinho. Sabendo que as ilhas têm uma população de ovelhas maior que a de humanos (são 80 mil bichos, encontrados soltos pelos campos, contra 50 mil habitantes), a jovem criou o projeto "Sheep (ovelha) View". Durita armou uma engenhoca que combina um pequeno painel solar a uma câmera 360 graus e acoplou-a ao lombo de uma ovelha. A cada minuto a câmera tira uma foto; Durita, depois, faz uma análise de todas e seleciona quais serão colocadas na internet –na ferramenta de mapas do Google e no site do Sheep View. Por enquanto, há poucas imagens, de pradarias, falésias e uma vilinha do país, território autônomo da Dinamarca formado por 18 ilhas no Atlântico Norte. Além de usá-las, o site do projeto promove o turismo no local, indicando 52 restaurantes e 23 trilhas pelos campos, além de atividades como pesca, mergulho e observação de pássaros. Outra petição lançada por Durita, segundo a agência AFP, é para que todos os donos de ovelhas de Faroë equipem seus animais com câmeras, para aumentar a coleção de imagens enquanto o Google não inclui o país no Street View. Procurado pela Folha para comentar o caso, o Google enviou o seguinte comunicado: "Não tínhamos pensado que usar ovelhas pudesse ser uma solução, mas quem sabe numa próxima veeeeeeeez?".
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Sem Google, moradora faz 'Ovelha Street View' para atrair turistas a ilhaExplorar ruas e cidades com o Google Street View já se tornou hábito para turistas que querem saber o que verão quando embarcarem para determinado destino ou para gente que quer conhecer atrações marcantes sem sair de casa. Pois foi justamente por causa disso que a jovem Durita Dahl Andreassen, natural das ilhas Faroë, se decepcionou com a ferramenta –presente nas mais variadas cidades e até em atrações como as ruínas de Machu Picchu e o arquipélago de Fernando de Noronha, mas não em Faroë. "É muito estranho para mim não poder mostrar a amigos de outros países de onde eu venho. Meu país é lindo, verdejante e ainda desconhecido para a maior parte do resto do mundo", ela diz. Durita, então, criou uma petição pedindo que o Google envie funcionários às ilhas para fazer o mapeamento. Enquanto isso, ela mesma resolveu dar um jeitinho. Sabendo que as ilhas têm uma população de ovelhas maior que a de humanos (são 80 mil bichos, encontrados soltos pelos campos, contra 50 mil habitantes), a jovem criou o projeto "Sheep (ovelha) View". Durita armou uma engenhoca que combina um pequeno painel solar a uma câmera 360 graus e acoplou-a ao lombo de uma ovelha. A cada minuto a câmera tira uma foto; Durita, depois, faz uma análise de todas e seleciona quais serão colocadas na internet –na ferramenta de mapas do Google e no site do Sheep View. Por enquanto, há poucas imagens, de pradarias, falésias e uma vilinha do país, território autônomo da Dinamarca formado por 18 ilhas no Atlântico Norte. Além de usá-las, o site do projeto promove o turismo no local, indicando 52 restaurantes e 23 trilhas pelos campos, além de atividades como pesca, mergulho e observação de pássaros. Outra petição lançada por Durita, segundo a agência AFP, é para que todos os donos de ovelhas de Faroë equipem seus animais com câmeras, para aumentar a coleção de imagens enquanto o Google não inclui o país no Street View. Procurado pela Folha para comentar o caso, o Google enviou o seguinte comunicado: "Não tínhamos pensado que usar ovelhas pudesse ser uma solução, mas quem sabe numa próxima veeeeeeeez?".
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Suspeita de ataque em Bogotá recai em grupos contra diálogo governo-Farc
São pelo menos três os grupos considerados suspeitos pelas autoridades colombianas de ter colocado uma bomba no Centro Comercial Andino, um dos mais luxuosos shoppings de Bogotá, no sábado (17), e que resultou na morte de três pessoas, deixando nove feridas. O ataque pegou de surpresa a Colômbia, exatamente na semana em que se deve concluir a entrega total das armas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), de acordo com acordo aprovado no fim do ano passado. Ao mesmo tempo, a segunda maior guerrilha, o ELN (Exército de Libertação Nacional), está sentada numa mesa de negociação com o governo, em Quito, tentando traçar as linhas gerais para seu próprio acordo de paz. Justamente o ELN é um dos suspeitos da ação no shopping, uma vez que há divisão interna entre os que buscam o acordo com o governo e os que preferem seguir atuando. Além disso, não se chegou a um consenso sobre a libertação total de presos políticos e sobre o cessar-fogo. O último ataque do ELN em Bogotá ocorreu em dezembro do ano passado, quando a guerrilha matou um policial e instalou explosivos em seu corpo, ferindo os que vieram socorrê-lo. Desta vez, porém, a guerrilha disse não ter qualquer relação com a explosão no Centro Andino. Outra organização sob suspeita é o Clã do Golfo. Trata-se de um grupo de narcotraficantes que vem pressionando o governo para ser considerado um grupo político guerrilheiro. Desta forma, pretende pedir a iniciação de uma negociação de paz que lhes possa conceder tratamento jurídico especial, como ocorre com as Farc. O Clã do Golfo tem promovido ataques a forças da polícia e do Exército, que já deixaram 10 mortos e 40 feridos. Seus ataques, porém, nunca tiveram civis como alvo. O terceiro grupo investigado é o MRP (Movimento Revolucionário do Povo), que começou a atuar no ano passado. Responsável por espalhar bombas de pequeno alcance em alguns pontos movimentados de Bogotá, o MRP também distribui cartazes e panfletos de tom político, em que rechaçam as principais lideranças: "Nem Santos, nem Uribe" é um deles. Analistas consideram que se trata de um grupo de civis descontentes com o processo de paz levado adiante entre o governo e as Farc. As autoridades consideram pouco provável, por ora, que o ataque tenha sido obra das Farc, uma vez que a maioria dos guerrilheiros está reclusa nas zonas de segurança, enquanto seus dissidentes se aliaram a grupos narcotraficantes nas fronteiras. O líder da guerrilha, Rodrigo Londoño, o "Timotchenko", disse que o ataque "só pode vir daqueles que querem fechar os caminhos da paz e da reconciliação". O ATAQUE Segundo relatos de quem estava no local, um homem foi visto entrando num dos banheiros femininos do Centro Andino –o que causou a explosão foi um artefato instalado numa das privadas. Já movimentado por natureza nesse dia e horário, o shopping recebia um público extra, por ser véspera do Dia dos Pais na Colômbia. Os três mortos são mulheres: a francesa Julie Hyunh, 23, e as colombianas Paola Jaimes Ovalle, 31, e Ana María Gutiérrez, 41. Logo que soube do ataque, o presidente Juan Manuel Santos interrompeu uma viagem a Cartagena, foi ao shopping e pediu que o local fosse reaberto no dia seguinte. "O terrorismo quer mudar a agenda do país, e a resposta deve ser a normalidade." Apesar de Bogotá ter assistido a mais de 15 explosões nos últimos dois anos, a maioria se tratou de artefatos de pequeno alcance e com intenção apenas de atrair a mídia. O atentado de sábado fez lembrar a explosão no clube El Nogal (a poucas quadras do centro comercial), em 2003, pelas Farc, que matou 36 pessoas. Reavivou, ainda, a memória da violência da época da guerra dos cartéis e dos ataques arquitetados por Pablo Escobar nos anos 80 e 90. A pouco menos de um ano das eleições presidenciais, o atentado pode ter consequências políticas, pois dá munição aos inimigos de Santos e aos críticos dos acordos de paz com as guerrilhas. Num post logo após o ocorrido, o ex-presidente Álvaro Uribe, seu principal rival, culpou o atual mandatário: "No lugar do mau exemplo da impunidade, a Colômbia necessita de autoridade".
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Suspeita de ataque em Bogotá recai em grupos contra diálogo governo-FarcSão pelo menos três os grupos considerados suspeitos pelas autoridades colombianas de ter colocado uma bomba no Centro Comercial Andino, um dos mais luxuosos shoppings de Bogotá, no sábado (17), e que resultou na morte de três pessoas, deixando nove feridas. O ataque pegou de surpresa a Colômbia, exatamente na semana em que se deve concluir a entrega total das armas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), de acordo com acordo aprovado no fim do ano passado. Ao mesmo tempo, a segunda maior guerrilha, o ELN (Exército de Libertação Nacional), está sentada numa mesa de negociação com o governo, em Quito, tentando traçar as linhas gerais para seu próprio acordo de paz. Justamente o ELN é um dos suspeitos da ação no shopping, uma vez que há divisão interna entre os que buscam o acordo com o governo e os que preferem seguir atuando. Além disso, não se chegou a um consenso sobre a libertação total de presos políticos e sobre o cessar-fogo. O último ataque do ELN em Bogotá ocorreu em dezembro do ano passado, quando a guerrilha matou um policial e instalou explosivos em seu corpo, ferindo os que vieram socorrê-lo. Desta vez, porém, a guerrilha disse não ter qualquer relação com a explosão no Centro Andino. Outra organização sob suspeita é o Clã do Golfo. Trata-se de um grupo de narcotraficantes que vem pressionando o governo para ser considerado um grupo político guerrilheiro. Desta forma, pretende pedir a iniciação de uma negociação de paz que lhes possa conceder tratamento jurídico especial, como ocorre com as Farc. O Clã do Golfo tem promovido ataques a forças da polícia e do Exército, que já deixaram 10 mortos e 40 feridos. Seus ataques, porém, nunca tiveram civis como alvo. O terceiro grupo investigado é o MRP (Movimento Revolucionário do Povo), que começou a atuar no ano passado. Responsável por espalhar bombas de pequeno alcance em alguns pontos movimentados de Bogotá, o MRP também distribui cartazes e panfletos de tom político, em que rechaçam as principais lideranças: "Nem Santos, nem Uribe" é um deles. Analistas consideram que se trata de um grupo de civis descontentes com o processo de paz levado adiante entre o governo e as Farc. As autoridades consideram pouco provável, por ora, que o ataque tenha sido obra das Farc, uma vez que a maioria dos guerrilheiros está reclusa nas zonas de segurança, enquanto seus dissidentes se aliaram a grupos narcotraficantes nas fronteiras. O líder da guerrilha, Rodrigo Londoño, o "Timotchenko", disse que o ataque "só pode vir daqueles que querem fechar os caminhos da paz e da reconciliação". O ATAQUE Segundo relatos de quem estava no local, um homem foi visto entrando num dos banheiros femininos do Centro Andino –o que causou a explosão foi um artefato instalado numa das privadas. Já movimentado por natureza nesse dia e horário, o shopping recebia um público extra, por ser véspera do Dia dos Pais na Colômbia. Os três mortos são mulheres: a francesa Julie Hyunh, 23, e as colombianas Paola Jaimes Ovalle, 31, e Ana María Gutiérrez, 41. Logo que soube do ataque, o presidente Juan Manuel Santos interrompeu uma viagem a Cartagena, foi ao shopping e pediu que o local fosse reaberto no dia seguinte. "O terrorismo quer mudar a agenda do país, e a resposta deve ser a normalidade." Apesar de Bogotá ter assistido a mais de 15 explosões nos últimos dois anos, a maioria se tratou de artefatos de pequeno alcance e com intenção apenas de atrair a mídia. O atentado de sábado fez lembrar a explosão no clube El Nogal (a poucas quadras do centro comercial), em 2003, pelas Farc, que matou 36 pessoas. Reavivou, ainda, a memória da violência da época da guerra dos cartéis e dos ataques arquitetados por Pablo Escobar nos anos 80 e 90. A pouco menos de um ano das eleições presidenciais, o atentado pode ter consequências políticas, pois dá munição aos inimigos de Santos e aos críticos dos acordos de paz com as guerrilhas. Num post logo após o ocorrido, o ex-presidente Álvaro Uribe, seu principal rival, culpou o atual mandatário: "No lugar do mau exemplo da impunidade, a Colômbia necessita de autoridade".
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Conmebol reduz suspensão de chileno responsável por 'dedada'
Nesta segunda-feira (29), a Conmebol diminuiu a punição do zagueiro chileno Gonzalo Jara de três para dois jogos. Com isso, o jogador estaria liberado para jogar a estreia do Chile nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, em outubro, caso sua seleção chegue à final da Copa América. Na atual edição da Copa América, Jara não entrará mais em campo. A Conmebol também reduziu a multa que Jara havia recebido de US$ 7,5 mil para US$ 5 mil. vine Pouco depois da divulgação da pena inicial do zagueiro chileno, a Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) lamentou a decisão, em comunicado, e cobrou o mesmo rigor para julgar sete atletas uruguaios denunciados pela entidade por incidentes durante o duelo da última quarta-feira. A federação chilena apontou que o próprio Cavani, Diego Godín, Fernando Muslera, José María Giménez, Jorge Fucile, Álvaro González e Christian Stuan estiveram envolvidos em tentativas de agressão ao árbitro, aos jogadores da 'Roja' e teriam incitado a violência. No lance, Jara provoca Cavani, cutucando-o por trás. O uruguaio reage com um leve tapa e é expulso (ele já tinha o cartão amarelo por uma reclamação anterior) -Jara continuou em campo, e depois disso o Chile conseguiu o gol da vitória. Jara tem um currículo recheado de atos de indisciplina e demonstrações de comportamento pouco ortodoxo. Infográfico Seleções na Copa América
esporte
Conmebol reduz suspensão de chileno responsável por 'dedada'Nesta segunda-feira (29), a Conmebol diminuiu a punição do zagueiro chileno Gonzalo Jara de três para dois jogos. Com isso, o jogador estaria liberado para jogar a estreia do Chile nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, em outubro, caso sua seleção chegue à final da Copa América. Na atual edição da Copa América, Jara não entrará mais em campo. A Conmebol também reduziu a multa que Jara havia recebido de US$ 7,5 mil para US$ 5 mil. vine Pouco depois da divulgação da pena inicial do zagueiro chileno, a Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) lamentou a decisão, em comunicado, e cobrou o mesmo rigor para julgar sete atletas uruguaios denunciados pela entidade por incidentes durante o duelo da última quarta-feira. A federação chilena apontou que o próprio Cavani, Diego Godín, Fernando Muslera, José María Giménez, Jorge Fucile, Álvaro González e Christian Stuan estiveram envolvidos em tentativas de agressão ao árbitro, aos jogadores da 'Roja' e teriam incitado a violência. No lance, Jara provoca Cavani, cutucando-o por trás. O uruguaio reage com um leve tapa e é expulso (ele já tinha o cartão amarelo por uma reclamação anterior) -Jara continuou em campo, e depois disso o Chile conseguiu o gol da vitória. Jara tem um currículo recheado de atos de indisciplina e demonstrações de comportamento pouco ortodoxo. Infográfico Seleções na Copa América
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Economia teve agosto fraco, indicam vendas do papelão ondulado
As vendas de papelão ondulado (indicador antecedente da atividade econômica do país) continuaram em trajetória de queda em agosto, na comparação anual, de acordo com dados preliminares da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Até agora, março e junho foram os únicos meses de 2015 com resultado positivo nessa base de comparação. No mês passado, as expedições brasileiras de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado caíram 6,34% ante agosto de 2014, para 277,816 mil toneladas, o menor volume para o mês na série histórica iniciada em 2011. Em relação ao volume expedido em julho, houve recuo de 0,76%. Nos oito primeiros meses deste ano, as vendas de papelão ondulado caíram 3%.
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Economia teve agosto fraco, indicam vendas do papelão onduladoAs vendas de papelão ondulado (indicador antecedente da atividade econômica do país) continuaram em trajetória de queda em agosto, na comparação anual, de acordo com dados preliminares da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Até agora, março e junho foram os únicos meses de 2015 com resultado positivo nessa base de comparação. No mês passado, as expedições brasileiras de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado caíram 6,34% ante agosto de 2014, para 277,816 mil toneladas, o menor volume para o mês na série histórica iniciada em 2011. Em relação ao volume expedido em julho, houve recuo de 0,76%. Nos oito primeiros meses deste ano, as vendas de papelão ondulado caíram 3%.
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CPI aprova convocação de Vaccari, mas blinda políticos e empreiteiros
A CPI da Petrobras blindou os políticos alvos de inquérito na Operação Lava Jato e os empreiteiros investigados no esquema de desvios da estatal. Em sessão deliberativa nesta terça-feira (24), a CPI aprovou a convocação do tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do empresário Augusto de Mendonça Neto, acionista da empresa Toyo Setal e delator da Lava Jato. Também foi aceita a convocação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para falar sobre a liberação de recursos para projetos sob suspeita, e do empresário Mário Goes, apontado como mais um operador de propina na estatal. Foi aprovada ainda solicitação de documentos da Petrobras, do TCU (Tribunal de Contas da União), da CGU (Controladoria-Geral da União) e da Justiça Federal, além da quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e do ex-gerente da estatal Pedro Barusco. Nenhum dos requerimentos para convocação dos 50 políticos alvo de inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) na Lava Jato foi apreciado. Também não foram votados os requerimentos para convocar empreiteiros investigados por integrarem um 'clube' de empresas formado para obter contratos na estatal mediante o pagamento de propina, segundo as investigações. Os sigilos deles tampouco foram quebrados. Levantamento da Folha já mostrou que ao menos 12 dos 27 integrantes, incluindo o presidente Hugo Motta (PMDB-PB) e o relator Luiz Sérgio (PT-RJ), receberam doações de empreiteiras investigadas na Lava Jato. Controlada pelo PMDB, a CPI blindou ainda a convocação do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado nas investigações como o operador das propinas para o partido. Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), parlamentares do PMDB não concordaram com a convocação de Baiano nem de outros personagens ligados à investigação sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como o policial Jayme Oliveira, o Careca, ou o consultor Júlio Camargo, que admitiu em delação premiada ter pago propina a Baiano. Mais cedo, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), havia afirmado à imprensa que iria pautar todos os requerimentos, para não ser acusado de querer direcionar as investigações. Já o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), havia dito que a quebra de sigilo dos empreiteiros e das empresas será analisada com mais cautela e apreciada posteriormente. Houve um bloco de cerca de 30 convocações aprovadas para ouvir representantes de empresas responsáveis pelo afretamento de sondas para a Petrobras, mas nenhuma delas está no centro da investigação da Lava Jato. Os requerimentos aprovados haviam sido acordados pelos integrantes da CPI, em reunião pela manhã. Parlamentares reclamaram, porém, que houve acordo para que alguns requerimentos sem acordo fossem votados na mesma sessão. Neste momento, porém, o presidente da CPI citou um artigo do regimento para não colocar todos esses requerimentos divergentes em votação, atrasando o processo. Ao fim, disse que iria colocá-los em votação, mas depois anunciou que o início das discussões no plenário da Câmara impediria que a CPI votasse os demais requerimentos. "Isso foi impedido numa manobra protelatória, com o objetivo de que a ordem do dia começasse pra impedir que nós pudéssemos discutir a convocação da mulher do senhor Renato Duque, a acareação entre Renato Duque e Pedro Barusco, e tem também a acareação do Barusco com o Vaccari", criticou o deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS). RELATOR É CONTRA Após a sessão, Luiz Sérgio afirmou que o saldo da sessão foi "positivo" e disse que é contra a convocação dos políticos alvo da Lava Jato. "Eu tenho um posicionamento contrário, porque, se eu quisesse obstruir o trabalho da CPI, eu ia trabalhar pra que os mais de 40 deputados e senadores fossem convocados. Só isso nós levaríamos mais de um mês ouvindo parlamentares e estaríamos poupando os outros eixos", disse. E completou: "Se eles forem denunciados, responderão no foro adequado que é a comissão de ética da Casa". Sobre os empreiteiros, ele disse: "Já tem um que vai vir. O Augusto Mendonça virá". Este, porém, já havia fechado um acordo de delação premiada na Lava Jato e é acionista da Toyo Setal. Não está preso e não está entre as principais empreiteiras que são alvo da operação. O presidente Hugo Motta afirmou que não há blindagem. "Eu estou pautando todos os requerimentos. Agora, havendo quantidade grande de requerimentos e havendo interesses em que alguns desses requerimentos não queiram ser votados, não posso responder porque o bom andamento desta CPI não depende só do presidente", disse.
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CPI aprova convocação de Vaccari, mas blinda políticos e empreiteirosA CPI da Petrobras blindou os políticos alvos de inquérito na Operação Lava Jato e os empreiteiros investigados no esquema de desvios da estatal. Em sessão deliberativa nesta terça-feira (24), a CPI aprovou a convocação do tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do empresário Augusto de Mendonça Neto, acionista da empresa Toyo Setal e delator da Lava Jato. Também foi aceita a convocação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para falar sobre a liberação de recursos para projetos sob suspeita, e do empresário Mário Goes, apontado como mais um operador de propina na estatal. Foi aprovada ainda solicitação de documentos da Petrobras, do TCU (Tribunal de Contas da União), da CGU (Controladoria-Geral da União) e da Justiça Federal, além da quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e do ex-gerente da estatal Pedro Barusco. Nenhum dos requerimentos para convocação dos 50 políticos alvo de inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) na Lava Jato foi apreciado. Também não foram votados os requerimentos para convocar empreiteiros investigados por integrarem um 'clube' de empresas formado para obter contratos na estatal mediante o pagamento de propina, segundo as investigações. Os sigilos deles tampouco foram quebrados. Levantamento da Folha já mostrou que ao menos 12 dos 27 integrantes, incluindo o presidente Hugo Motta (PMDB-PB) e o relator Luiz Sérgio (PT-RJ), receberam doações de empreiteiras investigadas na Lava Jato. Controlada pelo PMDB, a CPI blindou ainda a convocação do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado nas investigações como o operador das propinas para o partido. Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), parlamentares do PMDB não concordaram com a convocação de Baiano nem de outros personagens ligados à investigação sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como o policial Jayme Oliveira, o Careca, ou o consultor Júlio Camargo, que admitiu em delação premiada ter pago propina a Baiano. Mais cedo, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), havia afirmado à imprensa que iria pautar todos os requerimentos, para não ser acusado de querer direcionar as investigações. Já o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), havia dito que a quebra de sigilo dos empreiteiros e das empresas será analisada com mais cautela e apreciada posteriormente. Houve um bloco de cerca de 30 convocações aprovadas para ouvir representantes de empresas responsáveis pelo afretamento de sondas para a Petrobras, mas nenhuma delas está no centro da investigação da Lava Jato. Os requerimentos aprovados haviam sido acordados pelos integrantes da CPI, em reunião pela manhã. Parlamentares reclamaram, porém, que houve acordo para que alguns requerimentos sem acordo fossem votados na mesma sessão. Neste momento, porém, o presidente da CPI citou um artigo do regimento para não colocar todos esses requerimentos divergentes em votação, atrasando o processo. Ao fim, disse que iria colocá-los em votação, mas depois anunciou que o início das discussões no plenário da Câmara impediria que a CPI votasse os demais requerimentos. "Isso foi impedido numa manobra protelatória, com o objetivo de que a ordem do dia começasse pra impedir que nós pudéssemos discutir a convocação da mulher do senhor Renato Duque, a acareação entre Renato Duque e Pedro Barusco, e tem também a acareação do Barusco com o Vaccari", criticou o deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS). RELATOR É CONTRA Após a sessão, Luiz Sérgio afirmou que o saldo da sessão foi "positivo" e disse que é contra a convocação dos políticos alvo da Lava Jato. "Eu tenho um posicionamento contrário, porque, se eu quisesse obstruir o trabalho da CPI, eu ia trabalhar pra que os mais de 40 deputados e senadores fossem convocados. Só isso nós levaríamos mais de um mês ouvindo parlamentares e estaríamos poupando os outros eixos", disse. E completou: "Se eles forem denunciados, responderão no foro adequado que é a comissão de ética da Casa". Sobre os empreiteiros, ele disse: "Já tem um que vai vir. O Augusto Mendonça virá". Este, porém, já havia fechado um acordo de delação premiada na Lava Jato e é acionista da Toyo Setal. Não está preso e não está entre as principais empreiteiras que são alvo da operação. O presidente Hugo Motta afirmou que não há blindagem. "Eu estou pautando todos os requerimentos. Agora, havendo quantidade grande de requerimentos e havendo interesses em que alguns desses requerimentos não queiram ser votados, não posso responder porque o bom andamento desta CPI não depende só do presidente", disse.
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Contra 'cidades-santuário', governo Trump divulga crimes de imigrantes
O Departamento de Segurança Doméstica dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (20) uma lista com crimes cometidos por imigrantes nas chamadas "cidades-santuário", cujas autoridades locais se negam a colaborar com agentes federais para deportar estrangeiros. A publicação do documento foi ordenada em um decreto firmado pelo presidente Donald Trump em 25 de janeiro, que prevê a divulgação com frequência semanal dos crimes cometidos por estrangeiros para informar o público sobre as "ameaças à segurança relacionadas às jurisdições-santuário". Além disso, o decreto estipula o corte de recursos federais a essas cidades. A lista divulgada nesta segunda, a primeira desde a assinatura do decreto, mostra crimes cometidos por estrangeiros liberados da prisão e cujos pedidos de deportação foram rejeitados entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro. No período, o Serviço de Fiscalização de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) emitiu 3.083 ordens de detenção contra estrangeiros em todo o país, e 206 pedidos foram negados pelas "cidades-santuário". A lista omite os nomes dos alvos de pedido de detenção, mas mostra dados sobre nacionalidade, acusação e jurisdição. O condado de Clark, reduto hispânico no Estado de Nevada, foi líder nas rejeições de ordens de detenção, com 51 pedidos negados. Em seguida, vêm os condados de Nassau, em Nova York (38), e Cook, em Illinois (13). Dentre os alvos de pedidos de prisão rejeitados, há 143 cidadãos do México. Há, também, um cidadão brasileiro acusado de pedofilia. As leis americanas estipulam que as polícias locais devem notificar autoridades federais sobre estrangeiros acusados ou condenados para que os agentes migratórios realizem os procedimentos de deportação. "Quando agências de cumprimento de lei falham em respeitar ordens de prisão de imigrantes e libertam criminosos perigosos, prejudica-se a capacidade do ICE de garantir a segurança pública e de cumprir sua missão", declarou o diretor interino do ICE, Thomas Homan. Em resposta à linha dura contra imigrantes adotada pelo governo Trump, várias cidades, em sua maioria governadas pela oposição democrata, anunciaram que não colaborariam com as autoridades federais para deportar estrangeiros.
mundo
Contra 'cidades-santuário', governo Trump divulga crimes de imigrantesO Departamento de Segurança Doméstica dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (20) uma lista com crimes cometidos por imigrantes nas chamadas "cidades-santuário", cujas autoridades locais se negam a colaborar com agentes federais para deportar estrangeiros. A publicação do documento foi ordenada em um decreto firmado pelo presidente Donald Trump em 25 de janeiro, que prevê a divulgação com frequência semanal dos crimes cometidos por estrangeiros para informar o público sobre as "ameaças à segurança relacionadas às jurisdições-santuário". Além disso, o decreto estipula o corte de recursos federais a essas cidades. A lista divulgada nesta segunda, a primeira desde a assinatura do decreto, mostra crimes cometidos por estrangeiros liberados da prisão e cujos pedidos de deportação foram rejeitados entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro. No período, o Serviço de Fiscalização de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) emitiu 3.083 ordens de detenção contra estrangeiros em todo o país, e 206 pedidos foram negados pelas "cidades-santuário". A lista omite os nomes dos alvos de pedido de detenção, mas mostra dados sobre nacionalidade, acusação e jurisdição. O condado de Clark, reduto hispânico no Estado de Nevada, foi líder nas rejeições de ordens de detenção, com 51 pedidos negados. Em seguida, vêm os condados de Nassau, em Nova York (38), e Cook, em Illinois (13). Dentre os alvos de pedidos de prisão rejeitados, há 143 cidadãos do México. Há, também, um cidadão brasileiro acusado de pedofilia. As leis americanas estipulam que as polícias locais devem notificar autoridades federais sobre estrangeiros acusados ou condenados para que os agentes migratórios realizem os procedimentos de deportação. "Quando agências de cumprimento de lei falham em respeitar ordens de prisão de imigrantes e libertam criminosos perigosos, prejudica-se a capacidade do ICE de garantir a segurança pública e de cumprir sua missão", declarou o diretor interino do ICE, Thomas Homan. Em resposta à linha dura contra imigrantes adotada pelo governo Trump, várias cidades, em sua maioria governadas pela oposição democrata, anunciaram que não colaborariam com as autoridades federais para deportar estrangeiros.
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Rival do Corinthians tem 3º goleador da Libertadores e está invicto em casa
Rival do Corinthians nas oitavas de final da Taça Libertadores da América, o Guarani (PAR) está invicto como mandante e tem o terceiro artilheiro da edição deste ano da competição. A equipe encerrou a fase de classificação na segunda colocação do Grupo 8, com nove pontos –tres a menos do que o líder Racing, da Argentina. O time obteve duas vitórias, três empates e uma derrota. Dos nove pontos conquistados, sete foram como mandante. O Guarani mandou seus jogos no estádio Denfensores del Chaco. O estádio oficial da equipe é o Rogélio Silvino Livieres, que tem capacidade para apenas oito mil pessoas -o clube não jogou no local. Na primeira rodada, o time empatou com o Sporting Cristal por 2 a 2. Na sequência, fora de casa, foi goleado pelo Racing por 4 a 1. Desde a terceira rodada, o Guarani reagiu e venceu o Táchira por 5 a 2, em casa, empatou com o time venezuelano fora de casa. A equipe ganhou do Racing por 2 a 0 e, na sequência, empatou com o Sporting Cristal, fora de seus domínios. O principal destaque é o atacante Federico Santander, que marcou cinco gols no torneio –tem dois a menos do que Gustavo Bou, do Racing, o artilheiro do torneio. Santander, 24, já vestiu as camisas do Racing, Toulouse e Tigres. Fundado em 1903 –segundo clube mais antigo do país–, o Guarani é o vice-líder do Campeonato Paraguaio, com 32 pontos -três a menos do que o Cerro Porteño, líder da competição. A equipe é a única do país que ainda continua na Libertadores. O Cerro Porteño foi eliminado na pré-Libertadores, enquanto o Libertad caiu na fase de grupos.
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Rival do Corinthians tem 3º goleador da Libertadores e está invicto em casaRival do Corinthians nas oitavas de final da Taça Libertadores da América, o Guarani (PAR) está invicto como mandante e tem o terceiro artilheiro da edição deste ano da competição. A equipe encerrou a fase de classificação na segunda colocação do Grupo 8, com nove pontos –tres a menos do que o líder Racing, da Argentina. O time obteve duas vitórias, três empates e uma derrota. Dos nove pontos conquistados, sete foram como mandante. O Guarani mandou seus jogos no estádio Denfensores del Chaco. O estádio oficial da equipe é o Rogélio Silvino Livieres, que tem capacidade para apenas oito mil pessoas -o clube não jogou no local. Na primeira rodada, o time empatou com o Sporting Cristal por 2 a 2. Na sequência, fora de casa, foi goleado pelo Racing por 4 a 1. Desde a terceira rodada, o Guarani reagiu e venceu o Táchira por 5 a 2, em casa, empatou com o time venezuelano fora de casa. A equipe ganhou do Racing por 2 a 0 e, na sequência, empatou com o Sporting Cristal, fora de seus domínios. O principal destaque é o atacante Federico Santander, que marcou cinco gols no torneio –tem dois a menos do que Gustavo Bou, do Racing, o artilheiro do torneio. Santander, 24, já vestiu as camisas do Racing, Toulouse e Tigres. Fundado em 1903 –segundo clube mais antigo do país–, o Guarani é o vice-líder do Campeonato Paraguaio, com 32 pontos -três a menos do que o Cerro Porteño, líder da competição. A equipe é a única do país que ainda continua na Libertadores. O Cerro Porteño foi eliminado na pré-Libertadores, enquanto o Libertad caiu na fase de grupos.
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Construtora investirá R$ 1,2 bilhão no Rio
Apesar da crise no setor imobiliário, a incorporadora e construtura Direcional vai investir R$ 1,2 bilhão em três residenciais no Rio. Os bairros de Campo Grande, Jacarepaguá e Itanhangá, próximo à Barra da Tijuca, foram escolhidos pela grande absorção de ofertas, de acordo com Ricardo Valadares Gontijo, presidente e fundador da companhia. "O mercado carioca tem respondido bem e sofrido menos com os reflexos da economia. Salvador, Brasília e Natal, por exemplo, passam por um momento de superoferta de estoques." A maior construção será erguida em Itanhangá e o lançamento ocorrerá em etapas –a primeira delas, com nove torres de apartamentos, está prevista para o segundo semestre deste ano. "O bairro tem um grande potencial de valorização devido à nova estação de metrô que funcionará nas proximidades", diz o executivo. O projeto será de médio padrão –com unidades de cerca de R$ 600 mil– e receberá um investimento total de R$ 900 milhões. Também para a classe média, serão erguidos três prédios em Jacarepaguá, com R$ 100 milhões em aportes. "Em Campo Grande, que tem um perfil mais popular, injetaremos R$ 200 milhões em um condomínio do segmento Minha Casa Minha Vida, com lançamento previsto para 2016", diz Gontijo. * Compra de grupos estrangeiros por companhias brasileiras cresce O número de operações de fusão e aquisição em que empresas do Brasil compraram capital de grupos sediados no exterior cresceu quase 20% em 2014, segundo estudo da consultoria e auditoria KPMG. Foram 44 negócios com esse perfil no ano passado –em 2013, o total havia sido de 37. A internacionalização de companhias brasileiras evoluiu principalmente por causa da melhora no quadro econômico de locais como os Estados Unidos, segundo Luis Motta, sócio da KPMG responsável pela pesquisa. "Esse cenário motivou os investimentos, mesmo com o dólar mais caro, que encareceu as operações", afirma. De forma geral, as fusões e aquisições fecharam 2014 com um recorde de 818 negócios, quase 3% acima do registrado no ano anterior. O avanço ocorreu, apesar do período ruim da economia nacional, sobretudo porque muitas das operações finalizadas no ano passado haviam sido iniciadas em 2013. Empresas de tecnologia da informação e de internet lideraram o volume de transações. Um dos destaques foi o setor de energia, cujas companhias tiveram alta de 70% no total de negócios. * Voo pontual A companhia aérea panamenha Copa foi a mais pontual da América Latina em 2014, com 90,66% de seus voos chegando com no máximo 15 minutos de atraso. As brasileiras Gol e TAM ficaram em terceiro e quarto lugar, respectivamente. Quando são consideradas as maiores companhias internacionais, a holandesa KLM tem a melhor marca (88,7%). O levantamento é da Flightstats, empresa americana de serviços de informação de aeroportos e voos. * Serviços exportados As exportações de serviços cresceram 4,7% em todo o mundo no terceiro trimestre de 2014, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Unctad (braço da ONU para o comércio e o desenvolvimento). O número é o menor registrado, até agora, em 2014. No primeiro e no segundo trimestre, a alta havia sido de 5,7% e 6,4%, respectivamente. O Brasil, porém, registrou seu melhor desempenho, com 19%. Nos trimestres anteriores, marcara 3,2% e 7,6%. * Tecnologia empresarial O Brasil ficou atrás da Indonésia em uma pesquisa da Microsoft sobre a utilização de tecnologias móveis na inovação dos negócios. Entre os indonésios, 85% afirmaram que os dispositivos melhoraram os processos na empresa, contra 83% dos ouvidos no Brasil. Os brasileiros, porém, superaram os países dos Brics. A Índia ficou um pouco atrás, com 81%. Na sequência, apareceram os consultados de Rússia (80%), África do Sul (78%) e China (73%). O impacto da tecnologia na melhoria dos negócios foi maior entre os emergentes: 76% -13 pontos percentuais acima dos desenvolvidos. * Vou... A Easy Taxi, empresa do Rio de Janeiro que disponibiliza um aplicativo de celulares e tablets para chamar táxis, começará a operar em Honduras e Guatemala. ...de táxi Fundada em abril de 2012, a companhia atua hoje em 27 países e 120 cidades. São cerca de 400 mil taxistas cadastrados. Acesso... A CNI renovou até 2021 a parceria com a EEN (Enterprise Europe Network), rede que auxilia empresas estrangeiras a atuarem no continente europeu. ...à Europa A EEN presta consultoria a pequenos negócios de 54 países parceiros. No Brasil, 12 mil empresas foram beneficiadas em 2014. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Construtora investirá R$ 1,2 bilhão no RioApesar da crise no setor imobiliário, a incorporadora e construtura Direcional vai investir R$ 1,2 bilhão em três residenciais no Rio. Os bairros de Campo Grande, Jacarepaguá e Itanhangá, próximo à Barra da Tijuca, foram escolhidos pela grande absorção de ofertas, de acordo com Ricardo Valadares Gontijo, presidente e fundador da companhia. "O mercado carioca tem respondido bem e sofrido menos com os reflexos da economia. Salvador, Brasília e Natal, por exemplo, passam por um momento de superoferta de estoques." A maior construção será erguida em Itanhangá e o lançamento ocorrerá em etapas –a primeira delas, com nove torres de apartamentos, está prevista para o segundo semestre deste ano. "O bairro tem um grande potencial de valorização devido à nova estação de metrô que funcionará nas proximidades", diz o executivo. O projeto será de médio padrão –com unidades de cerca de R$ 600 mil– e receberá um investimento total de R$ 900 milhões. Também para a classe média, serão erguidos três prédios em Jacarepaguá, com R$ 100 milhões em aportes. "Em Campo Grande, que tem um perfil mais popular, injetaremos R$ 200 milhões em um condomínio do segmento Minha Casa Minha Vida, com lançamento previsto para 2016", diz Gontijo. * Compra de grupos estrangeiros por companhias brasileiras cresce O número de operações de fusão e aquisição em que empresas do Brasil compraram capital de grupos sediados no exterior cresceu quase 20% em 2014, segundo estudo da consultoria e auditoria KPMG. Foram 44 negócios com esse perfil no ano passado –em 2013, o total havia sido de 37. A internacionalização de companhias brasileiras evoluiu principalmente por causa da melhora no quadro econômico de locais como os Estados Unidos, segundo Luis Motta, sócio da KPMG responsável pela pesquisa. "Esse cenário motivou os investimentos, mesmo com o dólar mais caro, que encareceu as operações", afirma. De forma geral, as fusões e aquisições fecharam 2014 com um recorde de 818 negócios, quase 3% acima do registrado no ano anterior. O avanço ocorreu, apesar do período ruim da economia nacional, sobretudo porque muitas das operações finalizadas no ano passado haviam sido iniciadas em 2013. Empresas de tecnologia da informação e de internet lideraram o volume de transações. Um dos destaques foi o setor de energia, cujas companhias tiveram alta de 70% no total de negócios. * Voo pontual A companhia aérea panamenha Copa foi a mais pontual da América Latina em 2014, com 90,66% de seus voos chegando com no máximo 15 minutos de atraso. As brasileiras Gol e TAM ficaram em terceiro e quarto lugar, respectivamente. Quando são consideradas as maiores companhias internacionais, a holandesa KLM tem a melhor marca (88,7%). O levantamento é da Flightstats, empresa americana de serviços de informação de aeroportos e voos. * Serviços exportados As exportações de serviços cresceram 4,7% em todo o mundo no terceiro trimestre de 2014, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Unctad (braço da ONU para o comércio e o desenvolvimento). O número é o menor registrado, até agora, em 2014. No primeiro e no segundo trimestre, a alta havia sido de 5,7% e 6,4%, respectivamente. O Brasil, porém, registrou seu melhor desempenho, com 19%. Nos trimestres anteriores, marcara 3,2% e 7,6%. * Tecnologia empresarial O Brasil ficou atrás da Indonésia em uma pesquisa da Microsoft sobre a utilização de tecnologias móveis na inovação dos negócios. Entre os indonésios, 85% afirmaram que os dispositivos melhoraram os processos na empresa, contra 83% dos ouvidos no Brasil. Os brasileiros, porém, superaram os países dos Brics. A Índia ficou um pouco atrás, com 81%. Na sequência, apareceram os consultados de Rússia (80%), África do Sul (78%) e China (73%). O impacto da tecnologia na melhoria dos negócios foi maior entre os emergentes: 76% -13 pontos percentuais acima dos desenvolvidos. * Vou... A Easy Taxi, empresa do Rio de Janeiro que disponibiliza um aplicativo de celulares e tablets para chamar táxis, começará a operar em Honduras e Guatemala. ...de táxi Fundada em abril de 2012, a companhia atua hoje em 27 países e 120 cidades. São cerca de 400 mil taxistas cadastrados. Acesso... A CNI renovou até 2021 a parceria com a EEN (Enterprise Europe Network), rede que auxilia empresas estrangeiras a atuarem no continente europeu. ...à Europa A EEN presta consultoria a pequenos negócios de 54 países parceiros. No Brasil, 12 mil empresas foram beneficiadas em 2014. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Você tem medo de aranhas? Elas são a brincadeira favorita nas Filipinas
Achar aranhas é difícil. É preciso entrar no meio do mato e até subir em árvores para encontrar os aracnídeos certos. Quando finalmente as crianças encontram dois desses animais, de patas longas e abdômen saltado e arredondado, elas colocam os bichos em um graveto e esperam que a luta comece. Um avança sobre o outro, e a batalha só acaba quando um dos dois despenca do pequeno galho. Essa é a brincadeira favorita de meninos e meninas da cidade de Tacloban, nas Filipinas. A cidade foi completamente devastada em 2013 pelo tufão Haiyan, que matou milhares de pessoas após ventos de mais de 300 quilômetros por hora. No Brasil, há diversas brincadeiras tradicionais nas mais diferentes regiões do país –aparentemente, nenhuma com aranhas. A "Folhinha" mapeou mais de 750 brincadeiras brasileiras no Mapa do Brincar.
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Você tem medo de aranhas? Elas são a brincadeira favorita nas FilipinasAchar aranhas é difícil. É preciso entrar no meio do mato e até subir em árvores para encontrar os aracnídeos certos. Quando finalmente as crianças encontram dois desses animais, de patas longas e abdômen saltado e arredondado, elas colocam os bichos em um graveto e esperam que a luta comece. Um avança sobre o outro, e a batalha só acaba quando um dos dois despenca do pequeno galho. Essa é a brincadeira favorita de meninos e meninas da cidade de Tacloban, nas Filipinas. A cidade foi completamente devastada em 2013 pelo tufão Haiyan, que matou milhares de pessoas após ventos de mais de 300 quilômetros por hora. No Brasil, há diversas brincadeiras tradicionais nas mais diferentes regiões do país –aparentemente, nenhuma com aranhas. A "Folhinha" mapeou mais de 750 brincadeiras brasileiras no Mapa do Brincar.
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Dólar fecha em alta com expectativa de aumento no juro americano em 2015
Em dia de volume de negócios reduzido por causa do feriado de Corpus Christi na véspera, o dólar fechou esta sexta-feira (5) em alta. A moeda americana refletiu a expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos ainda neste ano, após dados melhores que o esperado do mercado de trabalho daquele país sinalizarem fortalecimento da economia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,75% sobre o real, cotado em R$ 3,158 na venda. Na semana, porém, houve queda de 0,70%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,54% no dia e caiu 1,13% na semana, para R$ 3,151. A cotação chegou a bater a máxima de R$ 3,188 nesta sexta-feira, mas perdeu força antes do fechamento do pregão. No mês passado, foram gerados 262 mil novos postos de trabalho nos EUA, acima da expectativa, de 225 mil. Embora a taxa de desemprego tenha subido a 5,5% ante a mínima de sete anos de 5,4% registrada em abril, isso ocorreu devido à entrada de mais pessoas, provavelmente universitários recém-formados, na força de trabalho. A avaliação de analistas é que, diante de indicadores econômicos positivos, o Federal Reserve (banco central americano) deverá subir os juros nos EUA ainda em 2015, embora seja consenso de que isso não deverá ocorrer na reunião deste mês da autoridade monetária. O Fed vem mantendo a taxa de juros americana perto de zero desde dezembro de 2008, nume medida para amenizar os impactos da crise. A expectativa é que a taxa volte a subir em setembro ou dezembro deste ano. "A alta na taxa de desemprego não pode ser vista como piora, pois pode esconder redução no desalento. Por outro lado, a alta no total de subemprego por razão econômica indica mais desemprego involuntário", disse José Francisco Gonçalves, economista da corretora do banco Fator, em nota. "O resultado reflete melhora e pode ser o que o sinal que Fomc [comitê de política monetária do Fed] esperava para justificar mudança na postura da política monetária já em setembro", completou Gonçalves. Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA –que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima. Investidores também continuaram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária sinalizar que seguirá fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta sexta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 342,4 milhões. BOLSA No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda nesta sexta-feira, também refletindo a expectativa de aumento de juros nos EUA ainda em 2015, além da elevação da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, para 13,75% ao ano. O aperto monetário restringe a oferta de crédito no país e freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo no desempenho financeiro das empresas, inclusive as negociadas na Bolsa. O Ibovespa perdeu 1,03%, para 52.973 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,935 bilhões. Na semana, o índice acumulou leve alta de 0,40%, pondo fim a uma sequência de duas quedas semanais. A queda dos bancos, segmento com maior peso dentro do índice, ajudou a empurrar o indicador para baixo. O Itaú cedeu 2,39%, para R$ 33,15, enquanto a ação preferencial do Bradesco, sem direito a voto, mostrou baixa de 2,34%, para R$ 27,54. O Banco do Brasil recuou 1,19%, para R$ 22,33. A exceção foi o Santander Brasil, com valorização de 0,95%, para R$ 16,01. O STF (Supremo Tribunal Federal) negou recurso do Ministério Público Federal sobre Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o que resultará em reversão de R$ 4,8 bilhões de provisões do banco. Outras grandes companhias encerraram o dia no vermelho, como a Petrobras e a Vale, que viram seus papéis preferenciais registrarem desvalorizações de 2,10% e 0,28%, respectivamente, para R$ 12,56 e R$ 17,61. Fora do Ibovespa, as ações da Par Corretora fecharam em forte alta de 12,73%, para R$ 13,90 cada uma, em sua estreia na BM&FBovespa. O papel havia sido precificado acima da faixa indicada inicialmente pelos coordenadores, em uma oferta inicial de ações que movimentou mais de R$ 600 milhões. A oferta da corretora de seguros, que tem a Caixa Seguros Holding e a GP Investments entre os principais acionistas, saiu a R$ 12,33 por papel, na primeira operação do tipo em cerca de oito meses Com Reuters
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Dólar fecha em alta com expectativa de aumento no juro americano em 2015Em dia de volume de negócios reduzido por causa do feriado de Corpus Christi na véspera, o dólar fechou esta sexta-feira (5) em alta. A moeda americana refletiu a expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos ainda neste ano, após dados melhores que o esperado do mercado de trabalho daquele país sinalizarem fortalecimento da economia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,75% sobre o real, cotado em R$ 3,158 na venda. Na semana, porém, houve queda de 0,70%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,54% no dia e caiu 1,13% na semana, para R$ 3,151. A cotação chegou a bater a máxima de R$ 3,188 nesta sexta-feira, mas perdeu força antes do fechamento do pregão. No mês passado, foram gerados 262 mil novos postos de trabalho nos EUA, acima da expectativa, de 225 mil. Embora a taxa de desemprego tenha subido a 5,5% ante a mínima de sete anos de 5,4% registrada em abril, isso ocorreu devido à entrada de mais pessoas, provavelmente universitários recém-formados, na força de trabalho. A avaliação de analistas é que, diante de indicadores econômicos positivos, o Federal Reserve (banco central americano) deverá subir os juros nos EUA ainda em 2015, embora seja consenso de que isso não deverá ocorrer na reunião deste mês da autoridade monetária. O Fed vem mantendo a taxa de juros americana perto de zero desde dezembro de 2008, nume medida para amenizar os impactos da crise. A expectativa é que a taxa volte a subir em setembro ou dezembro deste ano. "A alta na taxa de desemprego não pode ser vista como piora, pois pode esconder redução no desalento. Por outro lado, a alta no total de subemprego por razão econômica indica mais desemprego involuntário", disse José Francisco Gonçalves, economista da corretora do banco Fator, em nota. "O resultado reflete melhora e pode ser o que o sinal que Fomc [comitê de política monetária do Fed] esperava para justificar mudança na postura da política monetária já em setembro", completou Gonçalves. Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA –que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima. Investidores também continuaram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária sinalizar que seguirá fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta sexta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 342,4 milhões. BOLSA No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda nesta sexta-feira, também refletindo a expectativa de aumento de juros nos EUA ainda em 2015, além da elevação da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, para 13,75% ao ano. O aperto monetário restringe a oferta de crédito no país e freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo no desempenho financeiro das empresas, inclusive as negociadas na Bolsa. O Ibovespa perdeu 1,03%, para 52.973 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,935 bilhões. Na semana, o índice acumulou leve alta de 0,40%, pondo fim a uma sequência de duas quedas semanais. A queda dos bancos, segmento com maior peso dentro do índice, ajudou a empurrar o indicador para baixo. O Itaú cedeu 2,39%, para R$ 33,15, enquanto a ação preferencial do Bradesco, sem direito a voto, mostrou baixa de 2,34%, para R$ 27,54. O Banco do Brasil recuou 1,19%, para R$ 22,33. A exceção foi o Santander Brasil, com valorização de 0,95%, para R$ 16,01. O STF (Supremo Tribunal Federal) negou recurso do Ministério Público Federal sobre Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o que resultará em reversão de R$ 4,8 bilhões de provisões do banco. Outras grandes companhias encerraram o dia no vermelho, como a Petrobras e a Vale, que viram seus papéis preferenciais registrarem desvalorizações de 2,10% e 0,28%, respectivamente, para R$ 12,56 e R$ 17,61. Fora do Ibovespa, as ações da Par Corretora fecharam em forte alta de 12,73%, para R$ 13,90 cada uma, em sua estreia na BM&FBovespa. O papel havia sido precificado acima da faixa indicada inicialmente pelos coordenadores, em uma oferta inicial de ações que movimentou mais de R$ 600 milhões. A oferta da corretora de seguros, que tem a Caixa Seguros Holding e a GP Investments entre os principais acionistas, saiu a R$ 12,33 por papel, na primeira operação do tipo em cerca de oito meses Com Reuters
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Microsoft vai oferecer tecnologia do bitcoin para instituições financeiras
A Microsoft lançou uma plataforma "blockchain" baseada em computação em nuvem em conjunto com a empresa iniciante norte-americana ConsensYs. A ideia é permitir que instituições financeiras possam testar a tecnologia bitcoin de maneira mais barata. A blockchain funciona como um enorme e descentralizado livro contábil de transações, que é verificado e compartilhado por uma rede de computadores global. A indústria financeira está investindo cada vez mais na tecnologia, apostando na redução de custos e aumento da eficiência. A tecnologia blockchain não se limita aos bitcoins –pode ser usada para assegurar e validar as trocas de quaisquer dados. E outras companhias estão agora construindo suas próprias blockchains que fornecem ferramentas adicionais para a original do bitcoin. Uma empresa é a Ethereum, que já construiu uma blockchain totalmente programável. A Microsoft está utilizando-a para a plataforma blockchain lançada nesta terça-feira (10). A plataforma estará disponível para bancos e seguradoras que já estão utilizando a tecnologia de computação em nuvem Azure, da Microsoft. A companhia disse que quatro grandes instituições financeiras globais já assinaram o serviço.
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Microsoft vai oferecer tecnologia do bitcoin para instituições financeirasA Microsoft lançou uma plataforma "blockchain" baseada em computação em nuvem em conjunto com a empresa iniciante norte-americana ConsensYs. A ideia é permitir que instituições financeiras possam testar a tecnologia bitcoin de maneira mais barata. A blockchain funciona como um enorme e descentralizado livro contábil de transações, que é verificado e compartilhado por uma rede de computadores global. A indústria financeira está investindo cada vez mais na tecnologia, apostando na redução de custos e aumento da eficiência. A tecnologia blockchain não se limita aos bitcoins –pode ser usada para assegurar e validar as trocas de quaisquer dados. E outras companhias estão agora construindo suas próprias blockchains que fornecem ferramentas adicionais para a original do bitcoin. Uma empresa é a Ethereum, que já construiu uma blockchain totalmente programável. A Microsoft está utilizando-a para a plataforma blockchain lançada nesta terça-feira (10). A plataforma estará disponível para bancos e seguradoras que já estão utilizando a tecnologia de computação em nuvem Azure, da Microsoft. A companhia disse que quatro grandes instituições financeiras globais já assinaram o serviço.
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Festival na Grande SP reúne shows, culinária e passeio de maria-fumaça
DE SÃO PAULO Chegando à sua 12ª edição, o Festival do Cambuci de Paranapiacaba terá programação entre este sábado (18) e terça-feira (21), feriado nacional. Durante o festival, o visitante poderá conferir, sempre das 10h às 17h, feira de produtos e artesanatos no antigo Mercado, shows —entre blues, choro e MPB—, aulas de culinária e contação de histórias. Neste sábado, as atrações musicais são Marcio Bueno, às 13h30, e Chico Suman, às 15h, no antigo Mercado, e, no Largo dos Padeiros, às 15h, é Rosana Schoeps que se apresenta. No domingo (19), no antigo Mercado, é a vez de Juliana Lima, às 13h30, e a banda Desbrava, às 15h30, apresentarem repertório, assim como a dupla de viola Garuti e Cuiabá, no Largo dos Padeiros, às 13h. O antigo Mercado volta a ser palco de shows na segunda (20), de Mimi e de Alba Brito, às 13h30. Na terça, o antigo Mercado se transforma em palco do espetáculo de humor do Grupo Moral e Bons Costumes, às 13h30, e do Grupo de Congada do Parque São Bernardo, às 15h. O festival terá ainda aula de culinária em espanhol com Barbara Soares, no sábado, às 14h, na Padaria, no domingo, às 14h30, do chef Arthur Sauerbronn, vencedor do programa "Cozinha sob Pressão", do SBT, e na terça-feira, da chef Débora Martins, que dá aulas-show com degustação. Durante o evento, o Clube União Lyra-Serano exibe a exposição "Memória do Cambuci em Paranapiacaba", enquanto o antigo Mercado recebe feira de produtos e artesanatos. Na Vila de Paranapiacaba o visitante pode, ainda, ir a museus que resgatam a história local e da ferrovia, assim como fazer um passeio de maria-fumaça ou ir às trilhas do Parque Nascentes. 12º Festival Gastronômico do Cambuci - Antigo Mercado - Av. Manoel ferraz de Campos Salles, s/ nº, Vila de Paranapiacaba, SP. De sáb. (18) a ter. (21): das 10h às 17h.
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Festival na Grande SP reúne shows, culinária e passeio de maria-fumaçaDE SÃO PAULO Chegando à sua 12ª edição, o Festival do Cambuci de Paranapiacaba terá programação entre este sábado (18) e terça-feira (21), feriado nacional. Durante o festival, o visitante poderá conferir, sempre das 10h às 17h, feira de produtos e artesanatos no antigo Mercado, shows —entre blues, choro e MPB—, aulas de culinária e contação de histórias. Neste sábado, as atrações musicais são Marcio Bueno, às 13h30, e Chico Suman, às 15h, no antigo Mercado, e, no Largo dos Padeiros, às 15h, é Rosana Schoeps que se apresenta. No domingo (19), no antigo Mercado, é a vez de Juliana Lima, às 13h30, e a banda Desbrava, às 15h30, apresentarem repertório, assim como a dupla de viola Garuti e Cuiabá, no Largo dos Padeiros, às 13h. O antigo Mercado volta a ser palco de shows na segunda (20), de Mimi e de Alba Brito, às 13h30. Na terça, o antigo Mercado se transforma em palco do espetáculo de humor do Grupo Moral e Bons Costumes, às 13h30, e do Grupo de Congada do Parque São Bernardo, às 15h. O festival terá ainda aula de culinária em espanhol com Barbara Soares, no sábado, às 14h, na Padaria, no domingo, às 14h30, do chef Arthur Sauerbronn, vencedor do programa "Cozinha sob Pressão", do SBT, e na terça-feira, da chef Débora Martins, que dá aulas-show com degustação. Durante o evento, o Clube União Lyra-Serano exibe a exposição "Memória do Cambuci em Paranapiacaba", enquanto o antigo Mercado recebe feira de produtos e artesanatos. Na Vila de Paranapiacaba o visitante pode, ainda, ir a museus que resgatam a história local e da ferrovia, assim como fazer um passeio de maria-fumaça ou ir às trilhas do Parque Nascentes. 12º Festival Gastronômico do Cambuci - Antigo Mercado - Av. Manoel ferraz de Campos Salles, s/ nº, Vila de Paranapiacaba, SP. De sáb. (18) a ter. (21): das 10h às 17h.
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STF decide libertar ex-ministro José Dirceu, preso pela Lava Jato
O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu habeas corpus ao ex-ministro José Dirceu poucas horas depois de o Ministério Público Federal no Paraná apresentar nova denúncia contra o petista. A decisão de soltar o ex-ministro, preso desde agosto de 2015, foi tomada nesta terça (2) pela Segunda Turma do tribunal por 3 votos a 2. Votaram pela soltura Gilmar Mendes (que desempatou), Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Mendes classificou o gesto dos procuradores que atuam em Curitiba de uma "quase brincadeira juvenil" por tentarem pressionar o tribunal a manter o petista preso. Os ministros Celso de Mello e Edson Fachin, relator da operação no STF, se manifestaram pela manutenção da prisão preventiva. Caberá agora ao juiz Sergio Moro, que havia determinado a prisão preventiva na primeira instância, analisar quais medidas cautelares - como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e pagamento de multa, por exemplo – serão aplicadas a Dirceu. O petista já tem duas condenações na Lava Jato, que somam juntas 32 anos de prisão. O HC a seu favor segue tendência do Supremo nos últimos dias de conceder liberdade a pessoas presas sob determinação de Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância. Na semana passada, os ministros acataram recursos do ex-tesoureiro do PP João Carlos Genu e do pecuarista José Carlos Bumlai. O ex-deputado Eduardo Cunha, preso e condenado pela Lava Jato, aguarda uma resposta do STF a um pedido de liberdade. Não há previsão de o julgamento entrar na pauta da corte, mas seus advogados apostam na soltura diante das últimas decisões. O decreto de prisões preventivas de condenados somente em 1ª instância tem sido o principal argumento dos ministros para conceder a liberdade. Para eles, as motivações para a manutenção das detenções, nestes casos, têm sido frágeis. Ao votar pela soltura de Dirceu, Dias Toffoli afirmou, por exemplo, que a prisão preventiva é a "derradeira medida a que se deve recorrer" se outras ações cautelares, como tornozeleira eletrônica, não se mostrarem adequadas. Voto vencido, Fachin, que relata a Lava Jato no tribunal, citou precedentes para manter presos preventivos na cadeia a fim de evitar que continuem cometendo crimes. Para o ministro, há indícios de materialidade e autoria dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na determinação da prisão de Dirceu e, por isso, ele deveria continuar detido. O Ministério Público Federal alegou que o petista deveria continuar preso porque "a presunção de inocência fica fragilizada pela sentença condenatória", segundo palavras do subprocurador-geral Edson Oliveira de Almeida. Para o advogado de Dirceu, Roberto Podval, o STF deu a "resposta" que o petista esperava. "O mais importante é ter essa decisão que mostrou que ele não precisava estar preso. Esse homem ficou injustamente preso por dois anos", disse Podval. JUVENIL Repercutiu no julgamento o gesto dos procuradores da Lava Jato de, horas antes da sessão do Supremo, apresentar denúncia Dirceu sob a acusação de recebimento de R$ 2,4 milhões das empreiteiras UTC e Engevix, em troca de contratos com a Petrobras, entre 2011 e 2014, antes, durante e depois do julgamento do mensalão. O procurador Deltan Dallagnol disse que "houve precipitação" em divulgar a acusação em razão do HC de Dirceu que seria analisado pouco depois em Brasília. O objetivo, segundo ele, era trazer à tona novos elementos, "que podem ser ou não considerados pelo Supremo". Outras quatro pessoas também foram denunciadas, entre elas o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A acusação diz que houve 33 crimes de lavagem de dinheiro para permitir o recebimento das quantias por Dirceu. "A liberdade de José Dirceu representa um grave risco à sociedade, tanto em razão da gravidade concreta dos crimes praticados, como em razão da reiteração dos crimes e ainda em função da influência que ele tem no sistema político-partidário", afirmou o procurador. Ao dar seu voto a favor da liberdade de Dirceu, Gilmar Mendes criticou a postura dos procuradores, considerada por ele "quase uma brincadeira juvenil". "São jovens que não têm a experiência institucional e a vivência institucional, e por isso fazem esse tipo de brincadeira", disse. "Se nós cedêssemos a esse tipo de pressão, nós deixaríamos de ser supremos. Curitiba passaria ser Supremo. E nenhum juiz passaria a ser Supremo", ressaltou. CONDENADO Para os investigadores da Lava Jato, Dirceu é um dos responsáveis por criar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula, e teve papel de comando nesse esquema. Em maio de 2016, o juiz condenou o ex-ministro a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa pela participação no esquema de contratos superfaturados da construtora Engevix com a Petrobras. Em março de 2017, Dirceu foi condenado pela segunda vez pelo juiz Sergio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena soma 11 anos e três meses de prisão. A defesa de Dirceu nega os crimes, afirma que ele não interferiu em licitações na Petrobras e diz que o ex-ministro jamais solicitou propina a empresários em troca de contratos na estatal. - Ex-ministro de Lula está preso pela terceira vez, desde o regime militar 12.out.1968 José Dirceu, então líder estudantil, é preso pelo regime militar em congresso clandestino da UNE na zona rural de Ibiúna (SP) 6.set.1969 Dirceu é deportado para o México com outras 14 pessoas em troca da liberdade do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Elbrick, sequestrado por militantes da organização de esquerda MR-8 15.nov.2013 Condenado a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no esquema do mensalão, Dirceu é preso e levado para o Complexo Penal de Papuda, em Brasília 2.jul.2014 O ex-ministro vai para o Centro de Progressão Penal, onde passa as noites, e trabalha em um escritório de advocacia durante o dia 4.nov.2014 José Dirceu é transferido para prisão domiciliar. Sua pena é extinta em outubro de 2016 —quando ele já estava preso novamente 2.ago.2015 José Dirceu é preso em Brasília, durante a 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco, e levado ao Complexo Médico Penal, em Pinhais, no Paraná. Em maio de 2016, é condenado a 23 anos pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa no esquema da Petrobras Mar.2017 É condenado novamente em primeira instância, a 11 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele nega e recorre das decisões
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STF decide libertar ex-ministro José Dirceu, preso pela Lava JatoO STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu habeas corpus ao ex-ministro José Dirceu poucas horas depois de o Ministério Público Federal no Paraná apresentar nova denúncia contra o petista. A decisão de soltar o ex-ministro, preso desde agosto de 2015, foi tomada nesta terça (2) pela Segunda Turma do tribunal por 3 votos a 2. Votaram pela soltura Gilmar Mendes (que desempatou), Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Mendes classificou o gesto dos procuradores que atuam em Curitiba de uma "quase brincadeira juvenil" por tentarem pressionar o tribunal a manter o petista preso. Os ministros Celso de Mello e Edson Fachin, relator da operação no STF, se manifestaram pela manutenção da prisão preventiva. Caberá agora ao juiz Sergio Moro, que havia determinado a prisão preventiva na primeira instância, analisar quais medidas cautelares - como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e pagamento de multa, por exemplo – serão aplicadas a Dirceu. O petista já tem duas condenações na Lava Jato, que somam juntas 32 anos de prisão. O HC a seu favor segue tendência do Supremo nos últimos dias de conceder liberdade a pessoas presas sob determinação de Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância. Na semana passada, os ministros acataram recursos do ex-tesoureiro do PP João Carlos Genu e do pecuarista José Carlos Bumlai. O ex-deputado Eduardo Cunha, preso e condenado pela Lava Jato, aguarda uma resposta do STF a um pedido de liberdade. Não há previsão de o julgamento entrar na pauta da corte, mas seus advogados apostam na soltura diante das últimas decisões. O decreto de prisões preventivas de condenados somente em 1ª instância tem sido o principal argumento dos ministros para conceder a liberdade. Para eles, as motivações para a manutenção das detenções, nestes casos, têm sido frágeis. Ao votar pela soltura de Dirceu, Dias Toffoli afirmou, por exemplo, que a prisão preventiva é a "derradeira medida a que se deve recorrer" se outras ações cautelares, como tornozeleira eletrônica, não se mostrarem adequadas. Voto vencido, Fachin, que relata a Lava Jato no tribunal, citou precedentes para manter presos preventivos na cadeia a fim de evitar que continuem cometendo crimes. Para o ministro, há indícios de materialidade e autoria dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na determinação da prisão de Dirceu e, por isso, ele deveria continuar detido. O Ministério Público Federal alegou que o petista deveria continuar preso porque "a presunção de inocência fica fragilizada pela sentença condenatória", segundo palavras do subprocurador-geral Edson Oliveira de Almeida. Para o advogado de Dirceu, Roberto Podval, o STF deu a "resposta" que o petista esperava. "O mais importante é ter essa decisão que mostrou que ele não precisava estar preso. Esse homem ficou injustamente preso por dois anos", disse Podval. JUVENIL Repercutiu no julgamento o gesto dos procuradores da Lava Jato de, horas antes da sessão do Supremo, apresentar denúncia Dirceu sob a acusação de recebimento de R$ 2,4 milhões das empreiteiras UTC e Engevix, em troca de contratos com a Petrobras, entre 2011 e 2014, antes, durante e depois do julgamento do mensalão. O procurador Deltan Dallagnol disse que "houve precipitação" em divulgar a acusação em razão do HC de Dirceu que seria analisado pouco depois em Brasília. O objetivo, segundo ele, era trazer à tona novos elementos, "que podem ser ou não considerados pelo Supremo". Outras quatro pessoas também foram denunciadas, entre elas o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A acusação diz que houve 33 crimes de lavagem de dinheiro para permitir o recebimento das quantias por Dirceu. "A liberdade de José Dirceu representa um grave risco à sociedade, tanto em razão da gravidade concreta dos crimes praticados, como em razão da reiteração dos crimes e ainda em função da influência que ele tem no sistema político-partidário", afirmou o procurador. Ao dar seu voto a favor da liberdade de Dirceu, Gilmar Mendes criticou a postura dos procuradores, considerada por ele "quase uma brincadeira juvenil". "São jovens que não têm a experiência institucional e a vivência institucional, e por isso fazem esse tipo de brincadeira", disse. "Se nós cedêssemos a esse tipo de pressão, nós deixaríamos de ser supremos. Curitiba passaria ser Supremo. E nenhum juiz passaria a ser Supremo", ressaltou. CONDENADO Para os investigadores da Lava Jato, Dirceu é um dos responsáveis por criar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula, e teve papel de comando nesse esquema. Em maio de 2016, o juiz condenou o ex-ministro a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa pela participação no esquema de contratos superfaturados da construtora Engevix com a Petrobras. Em março de 2017, Dirceu foi condenado pela segunda vez pelo juiz Sergio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena soma 11 anos e três meses de prisão. A defesa de Dirceu nega os crimes, afirma que ele não interferiu em licitações na Petrobras e diz que o ex-ministro jamais solicitou propina a empresários em troca de contratos na estatal. - Ex-ministro de Lula está preso pela terceira vez, desde o regime militar 12.out.1968 José Dirceu, então líder estudantil, é preso pelo regime militar em congresso clandestino da UNE na zona rural de Ibiúna (SP) 6.set.1969 Dirceu é deportado para o México com outras 14 pessoas em troca da liberdade do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Elbrick, sequestrado por militantes da organização de esquerda MR-8 15.nov.2013 Condenado a 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no esquema do mensalão, Dirceu é preso e levado para o Complexo Penal de Papuda, em Brasília 2.jul.2014 O ex-ministro vai para o Centro de Progressão Penal, onde passa as noites, e trabalha em um escritório de advocacia durante o dia 4.nov.2014 José Dirceu é transferido para prisão domiciliar. 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Veja 13 opções de cachecóis para homens, mulheres e crianças
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Meio-campista campeão mundial pela Alemanha é hospitalizado após briga
Campeão mundial pela Alemanha em 2014 no Brasil, o meio-campista Kevin Grosskreutz foi hospitalizado após se envolver em uma briga na madrugada de segunda para terça-feira na cidade de Stuttgart, onde vive e defende o clube local. De acordo com a polícia de Stuttgart, o atleta de 28 anos foi levado ao hospital com ferimentos na cabeça após receber um soco em um confronto entre dois grupos. Um jovem de 16 anos também foi levado para o hospital, mas sem nenhum tipo de lesão grave aparente. Quatro suspeitos foram presos. Por meio de nota oficial em seu site, o Stuttgart - líder da segunda divisão alemã - afirmou que o atleta está bem dentro das circunstâncias e que deverá receber alta em breve. Depois disso, se reapresentará ao clube e apresentará queixas contra os envolvidos. Grosskreutz esteve com a Alemanha na Copa do Mundo do Brasil, mas não entrou em nenhuma partida.
esporte
Meio-campista campeão mundial pela Alemanha é hospitalizado após brigaCampeão mundial pela Alemanha em 2014 no Brasil, o meio-campista Kevin Grosskreutz foi hospitalizado após se envolver em uma briga na madrugada de segunda para terça-feira na cidade de Stuttgart, onde vive e defende o clube local. De acordo com a polícia de Stuttgart, o atleta de 28 anos foi levado ao hospital com ferimentos na cabeça após receber um soco em um confronto entre dois grupos. Um jovem de 16 anos também foi levado para o hospital, mas sem nenhum tipo de lesão grave aparente. Quatro suspeitos foram presos. Por meio de nota oficial em seu site, o Stuttgart - líder da segunda divisão alemã - afirmou que o atleta está bem dentro das circunstâncias e que deverá receber alta em breve. Depois disso, se reapresentará ao clube e apresentará queixas contra os envolvidos. Grosskreutz esteve com a Alemanha na Copa do Mundo do Brasil, mas não entrou em nenhuma partida.
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IR! Declaro que tô duro!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada Pronta: "Vereadora de Esteio é presa furtando barras de chocolate em supermercado". Parece uma das provas do jogo PMDB Azul: começa roubando em supermercado e acaba roubando a Petrobras! Rarará! "Leo Pinheiro delata que Lula pediu para destruir provas." E o Lula: "Destrói a prova daquele três andar". Rarará! E é tudo mentira porque o Lula nunca fez uma prova na vida! Rarará! E mais essa: "Odebrecht entrega extratos de reunião com Temer". Michel TREME! "Caguei-me-le-ei"! Rarará! E o Palófi com aquela língua plesa, não depõe, COSPE! Foi o primeiro petista que cuspiu no Moro! Rarará! E o tuiteiro Rafael Gomez disse que quando os portugueses avistaram o Brasil, gritaram "propina à vista". E o Sarney respondeu da praia: "Já tem dono!". Rarará! E o Imposto de Renda? Declaro que tô duro! Pronto! Declaro que o Temer é um vampiro, que o Doria é um coxinha e que a vizinha do 27 tá dando pro porteiro! Declaro um celular chingling com a tela rachada, uma torradeira e um chinelão da Rider! E um amigo declarou assim: "doações efetuadas": dois celulares e um tênis em assalto! Rarará! E o quesito: "situação em 31/12/2016". Bébado! Como todo brasileiro no Réveillon! Rarará! Dependentes: todos os políticos! E do jeito que eu pago juros os bancos também são meus dependentes: Bradesco, Santander e Itaú! E sogra declara como dependente ou ônus? Declara como karma! Declara como assombração! Rarará! E um amigo respondeu assim o quesito "sexo": ENORME! Rarará! E os impostos no Brasil não são altos, nós é que somos baixos! E o novo presidente da França vai ser o macaron! Rarará! Os Predestinados! Mais uma pra compor a força-tarefa pra ajudar o Fachin a agilizar o julgamento dos inocentes: a advogada Rosa METTIFOGO! Rarará! Levanta todo mundo que a Rosa Mettifogo! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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IR! Declaro que tô duro!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada Pronta: "Vereadora de Esteio é presa furtando barras de chocolate em supermercado". Parece uma das provas do jogo PMDB Azul: começa roubando em supermercado e acaba roubando a Petrobras! Rarará! "Leo Pinheiro delata que Lula pediu para destruir provas." E o Lula: "Destrói a prova daquele três andar". Rarará! E é tudo mentira porque o Lula nunca fez uma prova na vida! Rarará! E mais essa: "Odebrecht entrega extratos de reunião com Temer". Michel TREME! "Caguei-me-le-ei"! Rarará! E o Palófi com aquela língua plesa, não depõe, COSPE! Foi o primeiro petista que cuspiu no Moro! Rarará! E o tuiteiro Rafael Gomez disse que quando os portugueses avistaram o Brasil, gritaram "propina à vista". E o Sarney respondeu da praia: "Já tem dono!". Rarará! E o Imposto de Renda? Declaro que tô duro! Pronto! Declaro que o Temer é um vampiro, que o Doria é um coxinha e que a vizinha do 27 tá dando pro porteiro! Declaro um celular chingling com a tela rachada, uma torradeira e um chinelão da Rider! E um amigo declarou assim: "doações efetuadas": dois celulares e um tênis em assalto! Rarará! E o quesito: "situação em 31/12/2016". Bébado! Como todo brasileiro no Réveillon! Rarará! Dependentes: todos os políticos! E do jeito que eu pago juros os bancos também são meus dependentes: Bradesco, Santander e Itaú! E sogra declara como dependente ou ônus? Declara como karma! Declara como assombração! Rarará! E um amigo respondeu assim o quesito "sexo": ENORME! Rarará! E os impostos no Brasil não são altos, nós é que somos baixos! E o novo presidente da França vai ser o macaron! Rarará! Os Predestinados! Mais uma pra compor a força-tarefa pra ajudar o Fachin a agilizar o julgamento dos inocentes: a advogada Rosa METTIFOGO! Rarará! Levanta todo mundo que a Rosa Mettifogo! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Procuradoria do Trabalho quer multa de R$ 500 mil por ilegalidade nos Jogos
LUÍSA BUSTAMANTE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Empresas que trabalharam como fornecedoras para a Olimpíada e o Comitê Rio-2016 poderão pagar multa de R$ 500 mil por desrespeito a leis trabalhistas, segundo o MPT (Ministério Público do Trabalho). Inspeções feitas pelas procuradoras do trabalho Guadalupe Souto e Valéria Corrêa durante a cerimônia de abertura dos Jogos constataram que 57 funcionários da empresa Pederneiras Serviços de Buffet cumpriam jornada de mais de oito horas diárias. Além disso, os trabalhadores não tinham intervalo para descanso ou alimentação, segundo as procuradoras. De acordo com o MPT, depois de ser notificada pedindo providências, a empresa se limitou a organizar grupos de dez funcionários para comerem em pé, por conta de ausência de refeitório. A Pederneiras foi subcontratada pela empresa Aktueel Promoções, fornecedora do Comitê Rio-2016, para prestar serviço de alimentação. Chamada para uma audiência com o MPT, a Pederneiras não assinou Termo de Ajustamento de Conduta se comprometendo a resolver os problemas constatados. O MPT então entrou com ação civil pública na Justiça do Trabalho pedindo que as irregularidades fossem resolvidas antes do fim dos jogos. As empresas e o Comitê Rio-2016 poderão ser multados em R$ 500 mil por danos morais coletivos. Uma liminar da Justiça do Trabalho determinou, ainda, que as duas empresas fornecessem refeição e local com estrutura adequada para os funcionários comerem e descansarem, sob pena de R$ 5.000 por dia por funcionário prejudicado. Uma inspeção a pedido da Justiça no dia 19 no estádio do Maracanã, onde a Pederneiras funcionava, constatou que o refeitório não fora providenciado e o tempo de descanso dos trabalhadores não era respeitado. Também foram identificadas inconsistências nos horários de marcação de ponto. O comitê e as empresas terão uma audiência no dia 15 de setembro para tratar do caso. Procurados pela Folha, não se manifestaram até a conclusão desta reportagem.
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Procuradoria do Trabalho quer multa de R$ 500 mil por ilegalidade nos Jogos LUÍSA BUSTAMANTE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Empresas que trabalharam como fornecedoras para a Olimpíada e o Comitê Rio-2016 poderão pagar multa de R$ 500 mil por desrespeito a leis trabalhistas, segundo o MPT (Ministério Público do Trabalho). Inspeções feitas pelas procuradoras do trabalho Guadalupe Souto e Valéria Corrêa durante a cerimônia de abertura dos Jogos constataram que 57 funcionários da empresa Pederneiras Serviços de Buffet cumpriam jornada de mais de oito horas diárias. Além disso, os trabalhadores não tinham intervalo para descanso ou alimentação, segundo as procuradoras. De acordo com o MPT, depois de ser notificada pedindo providências, a empresa se limitou a organizar grupos de dez funcionários para comerem em pé, por conta de ausência de refeitório. A Pederneiras foi subcontratada pela empresa Aktueel Promoções, fornecedora do Comitê Rio-2016, para prestar serviço de alimentação. Chamada para uma audiência com o MPT, a Pederneiras não assinou Termo de Ajustamento de Conduta se comprometendo a resolver os problemas constatados. O MPT então entrou com ação civil pública na Justiça do Trabalho pedindo que as irregularidades fossem resolvidas antes do fim dos jogos. As empresas e o Comitê Rio-2016 poderão ser multados em R$ 500 mil por danos morais coletivos. Uma liminar da Justiça do Trabalho determinou, ainda, que as duas empresas fornecessem refeição e local com estrutura adequada para os funcionários comerem e descansarem, sob pena de R$ 5.000 por dia por funcionário prejudicado. Uma inspeção a pedido da Justiça no dia 19 no estádio do Maracanã, onde a Pederneiras funcionava, constatou que o refeitório não fora providenciado e o tempo de descanso dos trabalhadores não era respeitado. Também foram identificadas inconsistências nos horários de marcação de ponto. O comitê e as empresas terão uma audiência no dia 15 de setembro para tratar do caso. Procurados pela Folha, não se manifestaram até a conclusão desta reportagem.
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Natação terá time principal em Pan e Mundial; só Cielo fica fora de Toronto
O campeão olímpico e mundial Cesar Cielo, 28, não irá aos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em julho. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (17) pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), em São Paulo. Cielo será a grande ausência de equipe brasileira que terá o time principal no Pan canadense assim como no Mundial de Kazan, em agosto. Bruno Fratus, Thiago Pereira, Felipe França, Matheus Santana, Léo de Deus e Etiene Medeiros estão confirmados nos dois grandes eventos do ano e devem liderar o Brasil na busca de medalhas. O Mundial de natação acontece de 2 a 9 de agosto. Já o Pan, de 10 a 26 de julho (a natação será entre 14 e 18). A proximidade das datas poderia causar conflito nas agendas dos nadadores, mas apenas Cielo decidiu priorizar uma das duas competições. No último Mundial, em Barcelona-2013, Cielo ganhou as medalhas de ouro nos 50 m livre e 50 m borboleta. No Pan de Guadalajara-2011, ele conquistou quatro ouros. A delegação brasileira terá 35 nadadores em Toronto (17 mulheres e 18 homens) e 25 em Kazan (16 homens e 9 mulheres). Da viagem do Canadá para a Rússia, a equipe nacional fará um período de treinos (aclimatação) em Rio Maior, em Portugal.
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Natação terá time principal em Pan e Mundial; só Cielo fica fora de TorontoO campeão olímpico e mundial Cesar Cielo, 28, não irá aos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em julho. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (17) pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), em São Paulo. Cielo será a grande ausência de equipe brasileira que terá o time principal no Pan canadense assim como no Mundial de Kazan, em agosto. Bruno Fratus, Thiago Pereira, Felipe França, Matheus Santana, Léo de Deus e Etiene Medeiros estão confirmados nos dois grandes eventos do ano e devem liderar o Brasil na busca de medalhas. O Mundial de natação acontece de 2 a 9 de agosto. Já o Pan, de 10 a 26 de julho (a natação será entre 14 e 18). A proximidade das datas poderia causar conflito nas agendas dos nadadores, mas apenas Cielo decidiu priorizar uma das duas competições. No último Mundial, em Barcelona-2013, Cielo ganhou as medalhas de ouro nos 50 m livre e 50 m borboleta. No Pan de Guadalajara-2011, ele conquistou quatro ouros. A delegação brasileira terá 35 nadadores em Toronto (17 mulheres e 18 homens) e 25 em Kazan (16 homens e 9 mulheres). Da viagem do Canadá para a Rússia, a equipe nacional fará um período de treinos (aclimatação) em Rio Maior, em Portugal.
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Bumlai, amigo de Lula, fica calado em depoimento na CPI do BNDES
O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, afirmou à CPI do BNDES nesta terça-feira (1º) que vai ficar calado durante o depoimento e não responderá a perguntas. Bumlai chegou à sessão da CPI por volta das 14h50, acompanhado de seus advogados. Eles já haviam enviado ofício avisando que ele ficaria em silêncio, para tentar cancelar sua convocação, mas não tiveram sucesso. O motivo da convocação é que as empresas da família de Bumlai obtiveram empréstimos do BNDES suspeitos de irregularidades. O banco, porém, nega e afirma que seguiu as normas vigentes. Inicialmente, Bumlai até tinha intenção de falar. Seu depoimento estava previsto para a terça-feira passada (24), mas, no mesmo dia, ele foi preso na Operação Lava Jato e levado para Curitiba. "Eu tive um incidente que foi a prisão decretada na terça-feira pela manhã, que eu já estava em Brasília, já estava no hotel, pronto pra vir pra cá, que mudou minha condição de testemunha para investigado", justificou o pecuarista à CPI. E completou: "Gostaria que entendessem isso. O fato de eu estar sendo investigado me faz ter que resguardar uma série de respostas que eu podia ter dado [aqui] para a minha defesa em Curitiba." A suspeita dos investigadores da Lava Jato é que o pecuarista intermediou um empréstimo do banco Schahin para pagar uma dívida do PT e, em troca, teria conseguido que uma empresa do grupo Schahin obtivesse contrato com a Petrobras. Ouvido pela Polícia Federal em Curitiba na segunda-feira (30), Bumlai disse que jamais discutiu assuntos da Petrobras ou da Operação Lava Jato com o ex-presidente Lula e negou a acusação, feita na delação premiada de Salim Schahin. Deputados perguntaram, por exemplo, sobre influência de Lula em empréstimos com o BNDES, relação com o lobista Fernando Baiano e até sobre quais seriam as empresas dele, mas o pecuarista não respondeu nada. "Vou me manter calado", repetiu. O pecuarista obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal lhe autorizando a ficar calado, direito garantido pela Constituição.
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Bumlai, amigo de Lula, fica calado em depoimento na CPI do BNDESO pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, afirmou à CPI do BNDES nesta terça-feira (1º) que vai ficar calado durante o depoimento e não responderá a perguntas. Bumlai chegou à sessão da CPI por volta das 14h50, acompanhado de seus advogados. Eles já haviam enviado ofício avisando que ele ficaria em silêncio, para tentar cancelar sua convocação, mas não tiveram sucesso. O motivo da convocação é que as empresas da família de Bumlai obtiveram empréstimos do BNDES suspeitos de irregularidades. O banco, porém, nega e afirma que seguiu as normas vigentes. Inicialmente, Bumlai até tinha intenção de falar. Seu depoimento estava previsto para a terça-feira passada (24), mas, no mesmo dia, ele foi preso na Operação Lava Jato e levado para Curitiba. "Eu tive um incidente que foi a prisão decretada na terça-feira pela manhã, que eu já estava em Brasília, já estava no hotel, pronto pra vir pra cá, que mudou minha condição de testemunha para investigado", justificou o pecuarista à CPI. E completou: "Gostaria que entendessem isso. O fato de eu estar sendo investigado me faz ter que resguardar uma série de respostas que eu podia ter dado [aqui] para a minha defesa em Curitiba." A suspeita dos investigadores da Lava Jato é que o pecuarista intermediou um empréstimo do banco Schahin para pagar uma dívida do PT e, em troca, teria conseguido que uma empresa do grupo Schahin obtivesse contrato com a Petrobras. Ouvido pela Polícia Federal em Curitiba na segunda-feira (30), Bumlai disse que jamais discutiu assuntos da Petrobras ou da Operação Lava Jato com o ex-presidente Lula e negou a acusação, feita na delação premiada de Salim Schahin. Deputados perguntaram, por exemplo, sobre influência de Lula em empréstimos com o BNDES, relação com o lobista Fernando Baiano e até sobre quais seriam as empresas dele, mas o pecuarista não respondeu nada. "Vou me manter calado", repetiu. O pecuarista obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal lhe autorizando a ficar calado, direito garantido pela Constituição.
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Orquestra com mulheres é proibida de tocar em competição no Irã
A orquestra sinfônica de Teerã não pôde tocar, como estava previsto, em uma competição internacional, porque tinha mulheres entre seus músicos, anunciou seu diretor, furioso, neste domingo (29). Entre outras peças, a orquestra tocaria o hino nacional iraniano. A apresentação foi anulada no último momento, quando "as cadeiras já tinham sido colocadas e parecia que ia tudo bem", declarou Ali Rahbari, citado pela agência de notícias Isna. "Mas, logo antes de tocar o hino nacional, anunciaram, de repente, que as mulheres não poderiam tocar", acrescentou, sem especificar de onde partiu a ordem de proibição. O maestro da orquestra disse estar "ofendido", ressaltando que era "impossível aceitar um insulto assim". "Ou tocamos todos juntos, ou vamos embora", relatou, referindo-se ao que disse aos organizadores da competição. "Por que (as mulheres) não estariam autorizadas a tocar o hino nacional de seu próprio país?", questionou, indignado. As mulheres, cantoras ou músicas, não têm direito de tocar sozinhas no palco desde a Revolução Islâmica de 1979, mas, em teoria, podem tocar um instrumento em uma orquestra. É a primeira vez, segundo a Isna, que a atuação da orquestra sinfônica de Teerã, uma das mais antigas do Irã, é proibida com a desculpa de que inclui mulheres. Muitos shows públicos foram cancelados no último minuto, apesar de contar com autorização oficial e sem mediar explicação. Vários chefes religiosos fazem, com frequência, duros discursos contra as apresentações, e os mais conservadores afirmam que a música "pode excitar" os jovens e desviar os princípios da Revolução Islâmica. O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, não se cansa de alertar para "os riscos de infiltração americana", na sociedade iraniana desde a assinatura em julho de um acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências, entre elas os Estados Unidos.
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Orquestra com mulheres é proibida de tocar em competição no IrãA orquestra sinfônica de Teerã não pôde tocar, como estava previsto, em uma competição internacional, porque tinha mulheres entre seus músicos, anunciou seu diretor, furioso, neste domingo (29). Entre outras peças, a orquestra tocaria o hino nacional iraniano. A apresentação foi anulada no último momento, quando "as cadeiras já tinham sido colocadas e parecia que ia tudo bem", declarou Ali Rahbari, citado pela agência de notícias Isna. "Mas, logo antes de tocar o hino nacional, anunciaram, de repente, que as mulheres não poderiam tocar", acrescentou, sem especificar de onde partiu a ordem de proibição. O maestro da orquestra disse estar "ofendido", ressaltando que era "impossível aceitar um insulto assim". "Ou tocamos todos juntos, ou vamos embora", relatou, referindo-se ao que disse aos organizadores da competição. "Por que (as mulheres) não estariam autorizadas a tocar o hino nacional de seu próprio país?", questionou, indignado. As mulheres, cantoras ou músicas, não têm direito de tocar sozinhas no palco desde a Revolução Islâmica de 1979, mas, em teoria, podem tocar um instrumento em uma orquestra. É a primeira vez, segundo a Isna, que a atuação da orquestra sinfônica de Teerã, uma das mais antigas do Irã, é proibida com a desculpa de que inclui mulheres. Muitos shows públicos foram cancelados no último minuto, apesar de contar com autorização oficial e sem mediar explicação. Vários chefes religiosos fazem, com frequência, duros discursos contra as apresentações, e os mais conservadores afirmam que a música "pode excitar" os jovens e desviar os princípios da Revolução Islâmica. O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, não se cansa de alertar para "os riscos de infiltração americana", na sociedade iraniana desde a assinatura em julho de um acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências, entre elas os Estados Unidos.
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Caminhos e descaminhos nas doenças
Há mais de 50 anos fez sucesso entre parentes de doentes de câncer o "carvão" do doutor Corain. Ao longo dos anos, foi substituído por outras drogas, também sem efetiva e comprovada ação na doença. Há mais de 200 anos, na cidade de Birmingham, Inglaterra, um curandeiro resolvia casos de hidropsia, a retenção de líquidos que provoca inchaço (edema) no corpo. Foi processado por exercer a medicina sem habilitação. Revelou, então, que usava a "garrafada" da dedaleira, a flor de uma erva denominada Digitalis. Em 1785, o médico William Withering estudou a "garrafada" do curandeiro e introduziu a digital no tratamento da insuficiência cardíaca e da arritmia por fibrilação atrial. O emprego da digital, sob o nome de digoxina, digitalis ou digitalina, permanece até hoje, apesar de novos medicamentos. Nos últimos dez anos ocorreu significativo avanço no tratamento do câncer. Através da biologia molecular há melhor compreensão dos processos da função celular, tornando possível a descoberta de novos e efetivos (porém bem caros) medicamentos. Atualmente parentes de pacientes vêm procurando a fosfoetanolamina da USP para tratar seus familiares doentes de câncer. A Universidade de São Paulo já deveria ter proporcionado estudo controlado de sua ação, para definitivamente afastar ou referendar seu uso em humanos.
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Caminhos e descaminhos nas doençasHá mais de 50 anos fez sucesso entre parentes de doentes de câncer o "carvão" do doutor Corain. Ao longo dos anos, foi substituído por outras drogas, também sem efetiva e comprovada ação na doença. Há mais de 200 anos, na cidade de Birmingham, Inglaterra, um curandeiro resolvia casos de hidropsia, a retenção de líquidos que provoca inchaço (edema) no corpo. Foi processado por exercer a medicina sem habilitação. Revelou, então, que usava a "garrafada" da dedaleira, a flor de uma erva denominada Digitalis. Em 1785, o médico William Withering estudou a "garrafada" do curandeiro e introduziu a digital no tratamento da insuficiência cardíaca e da arritmia por fibrilação atrial. O emprego da digital, sob o nome de digoxina, digitalis ou digitalina, permanece até hoje, apesar de novos medicamentos. Nos últimos dez anos ocorreu significativo avanço no tratamento do câncer. Através da biologia molecular há melhor compreensão dos processos da função celular, tornando possível a descoberta de novos e efetivos (porém bem caros) medicamentos. Atualmente parentes de pacientes vêm procurando a fosfoetanolamina da USP para tratar seus familiares doentes de câncer. A Universidade de São Paulo já deveria ter proporcionado estudo controlado de sua ação, para definitivamente afastar ou referendar seu uso em humanos.
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Mostra de cinema latino traz filmes andinos e caribenhos, antes preteridos
Há dez anos, para montar um festival de cinema latino-americano significativo, era preciso pouco mais do que reunir filmes da Argentina, do México e do Brasil, principais indústrias da região. Filmes com uma paisagem andina ou caribenha, com sotaque guarani ou quéchua, em geral, precisavam receber um selo de qualidade de algum festival europeu para driblar a desconfiança de curadores e distribuidores. Em sua décima edição (que tem início nesta quarta para convidados e amanhã, 30, para o público), o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo rompe um padrão e apresenta 111 filmes de 17 países diferentes. Entre as obras, diversas coproduções regionais, sem participação de tradicionais parceiros do cinema da região, como a Espanha. "Aumentaram a produção e a qualidade das outras indústrias do continente. O uso de câmeras digitais colaborou muito, mas também ajudaram as novas parcerias, as coproduções e as novas leis de incentivo em outros países", diz à Folha João Batista de Andrade, diretor presidente da Fundação Memorial da América Latina e um dos curadores do evento. Apesar do número recorde de produções, a edição deste ano sofreu impacto da crise econômica. "Nosso orçamento ideal seria de R$ 2,5 milhões, mas só captamos R$ 1,3 milhão [via leis de incentivo e patrocínio direto de empresas] e o resto conseguimos por meio de parcerias e permutas. Foi bem mais difícil neste ano", diz o também curador Francisco Cesar Filho. O evento ainda se expandiu em número de espaços de exibição. De apenas três em sua primeira edição, passou a 11 salas neste ano. "Quando começamos o festival, não sabíamos se haveria público suficiente, agora temos certeza de que sim", diz Cesar Filho. Em 2014, em nove salas, o evento recebeu 20 mil pessoas. Os ingressos são gratuitos. COLÔMBIA Uma das sensações recentes do circuito de festivais, a chamada "buena onda" colombiana está representada por seis produções. O principal destaque vai para "Viva a Música", adaptação de romance homônimo de Andrés Caicedo, autor de culto na Colômbia, morto aos 25 anos, em 1977. O filme acompanha uma jovem mulher de classe média em sua peregrinação pelo submundo de Cali, uma das cidades mais violentas do país até os anos 1980. "Do ponto de vista político, há menos polarização do que na época dos cartéis da droga. Hoje há uma pluralidade de vozes. Isso tornou a produção mais complexa e mais rica", diz o diretor do filme, Carlos Moreno. O novo embalo da cinematografia colombiana começou em 2004, quando "Maria Cheia de Graça" foi premiado no Festival de Berlim. Se até 2002 a Colômbia só havia feito 250 filmes, nos últimos 12 anos lançaram-se quase 200. A coroação veio neste ano, com uma premiação em Cannes de "La Tierra y la Sombra", de César Acevedo. A boa performance econômica do país na última década e a perspectiva de o governo alcançar um acordo com as guerrilhas colaboram para um otimismo geral, que hoje vai da seleção de futebol, sensação da última Copa do Mundo, ao cinema nacional. O Chile comparece com "Mar", de Dominga Sotomayor, e o Peru, com "Sozinhos", de Joanna Lombardi, filha do principal cineasta do país, Francisco Lombardi. Da América Central surgem, por exemplo, "Los Maes de la Esquina", documentário sobre adolescentes na Costa Rica, e "Miskitu", sobre uma população nativa da Nicarágua forçada a emigrar. VEJA OS DESTAQUES DO 10º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SP O ARDOR, de Pablo Fendrik (Arg/Bra/Fra/EUA) Nesta espécie de faroeste ambientado entre Brasil e Argentina, Gael García Bernal e Alice Braga têm de enfrentar uma gangue de mercenários invasores de terras > Sáb. (1º), 21h30, no CineSesc NATUREZA MORTA, de Gabriel Grieco (Argentina) Uma jornalista vai a uma cidade argentina investigar o sumiço de diversas pessoas ligadas à indústria do gado numa trama insólita > Ter. (4), 19h20, no CineSesc VIVA A MÚSICA, de Carlos Moreno (Colômbia/México) Acompanha a história de Maria del Carmen, que deixa tudo para trás para se aventurar pelos ritmos da cidade de Cáli, na Colômbia > Ter. (4), 21h30, no CineSesc NÃO ESTÁVAMOS ALI PARA FAZER AMIGOS, de Miguel de Almeida e Luiz Cabral (Br.) O documentário fala do jornalismo cultural da "Ilustrada" no período da ditadura militar brasileira > Qui. (6), 19h, no Cinusp DEBATE DE HOMENAGEM A LÍRIO FERREIRA A obra do diretor de 'Baile Perfumado', 'Árido Movie' e 'Sangue Azul' será debatida pelo cineasta e de seus colegas de ofício Paulo Caldas, Kiko Goifman e Hilton Lacerda > Qui. (30), 20h30, no Memorial da América Latina QUANDO de qui. (30) a qua. (5) QUANTO grátis LOCAIS E PROGRAMAÇÃO conferir no site do festival
ilustrada
Mostra de cinema latino traz filmes andinos e caribenhos, antes preteridosHá dez anos, para montar um festival de cinema latino-americano significativo, era preciso pouco mais do que reunir filmes da Argentina, do México e do Brasil, principais indústrias da região. Filmes com uma paisagem andina ou caribenha, com sotaque guarani ou quéchua, em geral, precisavam receber um selo de qualidade de algum festival europeu para driblar a desconfiança de curadores e distribuidores. Em sua décima edição (que tem início nesta quarta para convidados e amanhã, 30, para o público), o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo rompe um padrão e apresenta 111 filmes de 17 países diferentes. Entre as obras, diversas coproduções regionais, sem participação de tradicionais parceiros do cinema da região, como a Espanha. "Aumentaram a produção e a qualidade das outras indústrias do continente. O uso de câmeras digitais colaborou muito, mas também ajudaram as novas parcerias, as coproduções e as novas leis de incentivo em outros países", diz à Folha João Batista de Andrade, diretor presidente da Fundação Memorial da América Latina e um dos curadores do evento. Apesar do número recorde de produções, a edição deste ano sofreu impacto da crise econômica. "Nosso orçamento ideal seria de R$ 2,5 milhões, mas só captamos R$ 1,3 milhão [via leis de incentivo e patrocínio direto de empresas] e o resto conseguimos por meio de parcerias e permutas. Foi bem mais difícil neste ano", diz o também curador Francisco Cesar Filho. O evento ainda se expandiu em número de espaços de exibição. De apenas três em sua primeira edição, passou a 11 salas neste ano. "Quando começamos o festival, não sabíamos se haveria público suficiente, agora temos certeza de que sim", diz Cesar Filho. Em 2014, em nove salas, o evento recebeu 20 mil pessoas. Os ingressos são gratuitos. COLÔMBIA Uma das sensações recentes do circuito de festivais, a chamada "buena onda" colombiana está representada por seis produções. O principal destaque vai para "Viva a Música", adaptação de romance homônimo de Andrés Caicedo, autor de culto na Colômbia, morto aos 25 anos, em 1977. O filme acompanha uma jovem mulher de classe média em sua peregrinação pelo submundo de Cali, uma das cidades mais violentas do país até os anos 1980. "Do ponto de vista político, há menos polarização do que na época dos cartéis da droga. Hoje há uma pluralidade de vozes. Isso tornou a produção mais complexa e mais rica", diz o diretor do filme, Carlos Moreno. O novo embalo da cinematografia colombiana começou em 2004, quando "Maria Cheia de Graça" foi premiado no Festival de Berlim. Se até 2002 a Colômbia só havia feito 250 filmes, nos últimos 12 anos lançaram-se quase 200. A coroação veio neste ano, com uma premiação em Cannes de "La Tierra y la Sombra", de César Acevedo. A boa performance econômica do país na última década e a perspectiva de o governo alcançar um acordo com as guerrilhas colaboram para um otimismo geral, que hoje vai da seleção de futebol, sensação da última Copa do Mundo, ao cinema nacional. O Chile comparece com "Mar", de Dominga Sotomayor, e o Peru, com "Sozinhos", de Joanna Lombardi, filha do principal cineasta do país, Francisco Lombardi. Da América Central surgem, por exemplo, "Los Maes de la Esquina", documentário sobre adolescentes na Costa Rica, e "Miskitu", sobre uma população nativa da Nicarágua forçada a emigrar. VEJA OS DESTAQUES DO 10º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SP O ARDOR, de Pablo Fendrik (Arg/Bra/Fra/EUA) Nesta espécie de faroeste ambientado entre Brasil e Argentina, Gael García Bernal e Alice Braga têm de enfrentar uma gangue de mercenários invasores de terras > Sáb. (1º), 21h30, no CineSesc NATUREZA MORTA, de Gabriel Grieco (Argentina) Uma jornalista vai a uma cidade argentina investigar o sumiço de diversas pessoas ligadas à indústria do gado numa trama insólita > Ter. (4), 19h20, no CineSesc VIVA A MÚSICA, de Carlos Moreno (Colômbia/México) Acompanha a história de Maria del Carmen, que deixa tudo para trás para se aventurar pelos ritmos da cidade de Cáli, na Colômbia > Ter. (4), 21h30, no CineSesc NÃO ESTÁVAMOS ALI PARA FAZER AMIGOS, de Miguel de Almeida e Luiz Cabral (Br.) O documentário fala do jornalismo cultural da "Ilustrada" no período da ditadura militar brasileira > Qui. (6), 19h, no Cinusp DEBATE DE HOMENAGEM A LÍRIO FERREIRA A obra do diretor de 'Baile Perfumado', 'Árido Movie' e 'Sangue Azul' será debatida pelo cineasta e de seus colegas de ofício Paulo Caldas, Kiko Goifman e Hilton Lacerda > Qui. (30), 20h30, no Memorial da América Latina QUANDO de qui. (30) a qua. (5) QUANTO grátis LOCAIS E PROGRAMAÇÃO conferir no site do festival
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De olho neles
Este foi sem dúvida um ano atípico. Normalmente estará certo quem afirmar, mesmo sem base para isso, que os deputados federais e senadores trabalharam pouco. Não neste 2016, contudo. Verdade que, ao final de dezembro, terão desfrutado quase dois meses de férias a que têm direito nos termos da Constituição, além de inúmeros feriados que não hesitam em prolongar. O Dia de Finados, por exemplo, encravado numa quarta-feira, terminou emendado para a frente e para trás —e o Congresso parou por toda a semana. Ainda assim, sem que uma coisa justifique a outra, a Câmara e o Senado conheceram uma rotina intensa como poucas em sua história. Houve, naturalmente, o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Votado pelos deputados no dia 17 de abril, recebido pelos senadores em 11 de maio e finalizado em 31 de agosto, o processo de deposição da petista cobrou dos parlamentares uma dedicação a que decerto não estavam acostumados. Houve ainda a cassação de dois congressistas, fato pouco usual entre os políticos brasileiros —não por escassear o desvio de conduta, mas por sobejar o corporativismo. Em maio, Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) tornou-se o terceiro senador a perder o cargo pelo voto de seus colegas. Em setembro, o ex-mandachuva Eduardo Cunha (PMDB-RJ) engrossou a lista um tanto mais extensa de deputados cassados desde a redemocratização. Os parlamentares, como se sabe, não restringiram sua atuação a esses episódios. Também debateram e aprovaram diversas iniciativas necessárias para o país, entre as quais se destaca a emenda à Constituição que estabelece um teto para o aumento das despesas federais, grosso modo limitando-o à inflação do ano anterior. Além disso, mudaram para melhor as regras de exploração do pré-sal, sacramentaram a Lei de Responsabilidade das Estatais e avançaram na reforma do ensino médio, para ficar em apenas três casos. Nada disso, porém, evitou que o Congresso conhecesse a pior avaliação da série histórica de pesquisas feitas pelo Datafolha. Segundo o instituto, 58% dos brasileiros consideram ruim ou péssimo o trabalho dos parlamentares. Antes disso, o índice mais alto era de 56%, registrado em 1993, à época do escândalo dos anões do Orçamento. Passados 23 anos, fatos ainda mais graves suscitam a desaprovação recorde. São as teias de corrupção descortinadas pela Lava Jato, que sugerem um percentual assombroso de deputados e senadores acostumados a alugar seus mandatos para empresas privadas, que pagam os serviços com dinheiro roubado dos cofres públicos. Que os brasileiros não se enganem: os políticos farão de tudo, em 2017, para livrar a própria cara. Que os políticos não se enganem: a sociedade estará de olho. [email protected]
opiniao
De olho nelesEste foi sem dúvida um ano atípico. Normalmente estará certo quem afirmar, mesmo sem base para isso, que os deputados federais e senadores trabalharam pouco. Não neste 2016, contudo. Verdade que, ao final de dezembro, terão desfrutado quase dois meses de férias a que têm direito nos termos da Constituição, além de inúmeros feriados que não hesitam em prolongar. O Dia de Finados, por exemplo, encravado numa quarta-feira, terminou emendado para a frente e para trás —e o Congresso parou por toda a semana. Ainda assim, sem que uma coisa justifique a outra, a Câmara e o Senado conheceram uma rotina intensa como poucas em sua história. Houve, naturalmente, o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Votado pelos deputados no dia 17 de abril, recebido pelos senadores em 11 de maio e finalizado em 31 de agosto, o processo de deposição da petista cobrou dos parlamentares uma dedicação a que decerto não estavam acostumados. Houve ainda a cassação de dois congressistas, fato pouco usual entre os políticos brasileiros —não por escassear o desvio de conduta, mas por sobejar o corporativismo. Em maio, Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) tornou-se o terceiro senador a perder o cargo pelo voto de seus colegas. Em setembro, o ex-mandachuva Eduardo Cunha (PMDB-RJ) engrossou a lista um tanto mais extensa de deputados cassados desde a redemocratização. Os parlamentares, como se sabe, não restringiram sua atuação a esses episódios. Também debateram e aprovaram diversas iniciativas necessárias para o país, entre as quais se destaca a emenda à Constituição que estabelece um teto para o aumento das despesas federais, grosso modo limitando-o à inflação do ano anterior. Além disso, mudaram para melhor as regras de exploração do pré-sal, sacramentaram a Lei de Responsabilidade das Estatais e avançaram na reforma do ensino médio, para ficar em apenas três casos. Nada disso, porém, evitou que o Congresso conhecesse a pior avaliação da série histórica de pesquisas feitas pelo Datafolha. Segundo o instituto, 58% dos brasileiros consideram ruim ou péssimo o trabalho dos parlamentares. Antes disso, o índice mais alto era de 56%, registrado em 1993, à época do escândalo dos anões do Orçamento. Passados 23 anos, fatos ainda mais graves suscitam a desaprovação recorde. São as teias de corrupção descortinadas pela Lava Jato, que sugerem um percentual assombroso de deputados e senadores acostumados a alugar seus mandatos para empresas privadas, que pagam os serviços com dinheiro roubado dos cofres públicos. Que os brasileiros não se enganem: os políticos farão de tudo, em 2017, para livrar a própria cara. Que os políticos não se enganem: a sociedade estará de olho. [email protected]
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Espanha aceita extraditar à Colômbia o 'enfermeiro do aborto' das Farc
Em mais um capítulo do processo de paz na Colômbia e do "acerto de contas" entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionãrias da Colômbia), será julgado em Bogotá um ex-rebelde acusado de fazer mais de 300 abortos forçados em guerrilheiras. Conhecido como o "enfermeiro dos abortos", Hector Arboleda Albeidis Buitrago foi preso em Madri em dezembro de 2015. E, nesta sexta-feira, a Espanha confirmou que ele será extraditado para a Colômbia. Ainda não há data para o julgamento. Buitrago, que tem cidadania espanhola, é acusado de assassinato, tentativa de assassinato e aborto sem consentimento. De acordo com a promotoria, ele atuava como um enfermeiro das Farc embora não tivesse formação em enfermagem. Sua prisão, em 2015, fazia parte de uma investigação sobre 150 casos de ex-integrantes do grupo que contaram que foram obrigadas a interromper a gestação. Buitrago é acusado de estar envolvido na maior parte desses abortos que, segundo as autoridades, eram feitos em ambiente imundos, sem medicamentos e em mulheres que já estavam na fase final da gravidez. Elas eram obrigadas a fazerem abortos para que a gravidez não atrapalhasse a capacidade de lutar delas, apesar de muitos guerrilheiros terem negado isso no passado, dizendo que havia métodos contraceptivos disponíveis. CAPACIDADE DE COMBATER Em uma entrevista à BBC em 2015, uma rebelde que estava em Bogotá disse que ela havia sido forçada a fazer 5 abortos. Ela disse ainda que as Farc esperavam que as mulheres lutassem e que aquelas que ganhavam permissão para continuar a gravidez e ter o bebê eram consideradas sortudas. Há quatro anos, tiveram início as negociações de paz no país, para colocar fim a mais d5 50 anos de conflito armado, que matou mais de 260 mil pessoas na Colômbia. No fim do ano passado, um acordo de paz foi rejeitado em um referendo popular. No entanto, o governo colombiano em seguida preparou um novo pacto, que não era necessário ser submetido à votação popular.
bbc
Espanha aceita extraditar à Colômbia o 'enfermeiro do aborto' das FarcEm mais um capítulo do processo de paz na Colômbia e do "acerto de contas" entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionãrias da Colômbia), será julgado em Bogotá um ex-rebelde acusado de fazer mais de 300 abortos forçados em guerrilheiras. Conhecido como o "enfermeiro dos abortos", Hector Arboleda Albeidis Buitrago foi preso em Madri em dezembro de 2015. E, nesta sexta-feira, a Espanha confirmou que ele será extraditado para a Colômbia. Ainda não há data para o julgamento. Buitrago, que tem cidadania espanhola, é acusado de assassinato, tentativa de assassinato e aborto sem consentimento. De acordo com a promotoria, ele atuava como um enfermeiro das Farc embora não tivesse formação em enfermagem. Sua prisão, em 2015, fazia parte de uma investigação sobre 150 casos de ex-integrantes do grupo que contaram que foram obrigadas a interromper a gestação. Buitrago é acusado de estar envolvido na maior parte desses abortos que, segundo as autoridades, eram feitos em ambiente imundos, sem medicamentos e em mulheres que já estavam na fase final da gravidez. Elas eram obrigadas a fazerem abortos para que a gravidez não atrapalhasse a capacidade de lutar delas, apesar de muitos guerrilheiros terem negado isso no passado, dizendo que havia métodos contraceptivos disponíveis. CAPACIDADE DE COMBATER Em uma entrevista à BBC em 2015, uma rebelde que estava em Bogotá disse que ela havia sido forçada a fazer 5 abortos. Ela disse ainda que as Farc esperavam que as mulheres lutassem e que aquelas que ganhavam permissão para continuar a gravidez e ter o bebê eram consideradas sortudas. Há quatro anos, tiveram início as negociações de paz no país, para colocar fim a mais d5 50 anos de conflito armado, que matou mais de 260 mil pessoas na Colômbia. No fim do ano passado, um acordo de paz foi rejeitado em um referendo popular. No entanto, o governo colombiano em seguida preparou um novo pacto, que não era necessário ser submetido à votação popular.
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Após paralisação, ônibus voltam a circular em São Paulo
Após um começo de dia complicado nesta quarta-feira (15), com a greve de ônibus e metrô, os coletivos voltar a circular em São Paulo por volta das 8h30. Motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, e outras categorias como professores estaduais e municipais anunciaram paralisações em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência Social propostas pelo governo federal, de Michel Temer (PMDB). A Justiça, a pedido dos governos Geraldo Alckmin (PSDB) e João Doria (PSDB), havia determinado a manutenção de pelo menos parte do efetivo. Os sindicatos não obedeceram e os serviços só retornaram no meio da manhã. Na zona leste da cidade, os ônibus voltaram a circular no terminal Itaquera, por volta das 8h30, após deixarem suas garagens às 8h. O retorno da operação ajudou a lotar a estação da CPTM de Itaquera, onde surgiram longas filas antes das catracas. Muitos dos passageiros acreditavam que o Metrô também voltaria a funcionar após as 8h, o que não ocorreu. Na região, as linhas mais aguardadas pelos passageiros eram as que tinham como destino o terminal Parque Dom Pedro, no centro. Essas linhas percorrem avenidas paralelas à linha vermelha do Metrô, que está parcialmente paralisada. Assim que os ônibus dessas linhas chegaram ao terminal Itaquera, logo lotaram. No centro, no terminal Parque Dom Pedro, o maior da cidade, algumas linhas voltaram a circular apenas por volta das 9h30. O local, que até então estava vazio, começa a retomar o fluxo de passageiros. Na zona sul, por volta das 9h, o movimento era normal nos terminais Santo Amaro, Grajaú e João Dias, sem grandes filas. No terminal João Dias, os primeiros ônibus articulados chegaram às 8h40. Uma hora antes, a população começou a formar filas no local. Por volta das 6h, o chefe de depósito Igaiara Deusdorado, 34, esperava no local na tentativa de pegar um coletivo para o trabalho. Morador de Paraisópolis, ele trabalha no Jabaquara. Como não encontrou coletivos, disse que tentaria chegar ao local utilizando os ônibus do sistema local, cujos motoristas não aderiram à greve. Esses ônibus, menores, circularam lotados durante a manhã. Parte dos passageiros chegou cedo por meio deles aos terminais e corredores, onde tiveram de esperar por horas até a normalização do sistema de ônibus. "Saí de casa às 4h30. Agora são 7h e nada", disse o barman Geler Noel, 29, haitiano. Noel mora na Vila das Belezas, extremo sul, e tentava chegar à região da avenida Paulista, onde trabalha. Além do transporte coletivo, a situação do trânsito deverá ficar complicada durante o dia -há um protesto marcado para as 16h na av. Paulista. A prefeitura anunciou a suspensão do rodízio (para finais de placa 5 e 6) e a liberação do estacionamento em vagas de Zona Azul, dentre outras medidas. A partir das 6h25 desta quarta-feira (15), o Metrô paulista iniciou o plano de contingência com a operação parcial das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha, além do funcionamento da linha 5-lilás em toda a sua extensão. Com o plano, a linha 3-vermelha circula entre as estações Marechal Deodoro e Bresser-Mooca. Nesse trecho, os usuários podem fazer integração com as linhas 1-azul na Sé, 4-amarela na República, e 7-Rubi (CPTM), 10-Turquesa (CPTM), 11-Coral (CPTM) e 12-Safira (CPTM) na estação Brás. APLICATIVOS Na onda do protesto, surfam os aplicativos transporte que atuam em diversas cidades há quase dois anos, e que pipocaram em 2016. Três dos quatro principais anunciaram promoções. A Easy, a 99 e o Cabify oferecerão corridas pela metade do preço -e a 99 até dobrará o valor repassado aos motoristas que fizerem mais de cinco viagens. Já a Uber não anunciou desconto. Apesar do crescimento dos carros por aplicativos e descontos oferecidos pelas empresas, esse transporte é insuficiente para evitar transtornos significativos com a paralisação de metrô e ônibus. A frota de táxis na capital paulista é próxima de 38 mil veículos. A de carros de aplicativos é oficialmente mantida sob sigilo -mas um secretário de Doria disse em fevereiro que havia cerca de 50 mil.
cotidiano
Após paralisação, ônibus voltam a circular em São PauloApós um começo de dia complicado nesta quarta-feira (15), com a greve de ônibus e metrô, os coletivos voltar a circular em São Paulo por volta das 8h30. Motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, e outras categorias como professores estaduais e municipais anunciaram paralisações em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência Social propostas pelo governo federal, de Michel Temer (PMDB). A Justiça, a pedido dos governos Geraldo Alckmin (PSDB) e João Doria (PSDB), havia determinado a manutenção de pelo menos parte do efetivo. Os sindicatos não obedeceram e os serviços só retornaram no meio da manhã. Na zona leste da cidade, os ônibus voltaram a circular no terminal Itaquera, por volta das 8h30, após deixarem suas garagens às 8h. O retorno da operação ajudou a lotar a estação da CPTM de Itaquera, onde surgiram longas filas antes das catracas. Muitos dos passageiros acreditavam que o Metrô também voltaria a funcionar após as 8h, o que não ocorreu. Na região, as linhas mais aguardadas pelos passageiros eram as que tinham como destino o terminal Parque Dom Pedro, no centro. Essas linhas percorrem avenidas paralelas à linha vermelha do Metrô, que está parcialmente paralisada. Assim que os ônibus dessas linhas chegaram ao terminal Itaquera, logo lotaram. No centro, no terminal Parque Dom Pedro, o maior da cidade, algumas linhas voltaram a circular apenas por volta das 9h30. O local, que até então estava vazio, começa a retomar o fluxo de passageiros. Na zona sul, por volta das 9h, o movimento era normal nos terminais Santo Amaro, Grajaú e João Dias, sem grandes filas. No terminal João Dias, os primeiros ônibus articulados chegaram às 8h40. Uma hora antes, a população começou a formar filas no local. Por volta das 6h, o chefe de depósito Igaiara Deusdorado, 34, esperava no local na tentativa de pegar um coletivo para o trabalho. Morador de Paraisópolis, ele trabalha no Jabaquara. Como não encontrou coletivos, disse que tentaria chegar ao local utilizando os ônibus do sistema local, cujos motoristas não aderiram à greve. Esses ônibus, menores, circularam lotados durante a manhã. Parte dos passageiros chegou cedo por meio deles aos terminais e corredores, onde tiveram de esperar por horas até a normalização do sistema de ônibus. "Saí de casa às 4h30. Agora são 7h e nada", disse o barman Geler Noel, 29, haitiano. Noel mora na Vila das Belezas, extremo sul, e tentava chegar à região da avenida Paulista, onde trabalha. Além do transporte coletivo, a situação do trânsito deverá ficar complicada durante o dia -há um protesto marcado para as 16h na av. Paulista. A prefeitura anunciou a suspensão do rodízio (para finais de placa 5 e 6) e a liberação do estacionamento em vagas de Zona Azul, dentre outras medidas. A partir das 6h25 desta quarta-feira (15), o Metrô paulista iniciou o plano de contingência com a operação parcial das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha, além do funcionamento da linha 5-lilás em toda a sua extensão. Com o plano, a linha 3-vermelha circula entre as estações Marechal Deodoro e Bresser-Mooca. Nesse trecho, os usuários podem fazer integração com as linhas 1-azul na Sé, 4-amarela na República, e 7-Rubi (CPTM), 10-Turquesa (CPTM), 11-Coral (CPTM) e 12-Safira (CPTM) na estação Brás. APLICATIVOS Na onda do protesto, surfam os aplicativos transporte que atuam em diversas cidades há quase dois anos, e que pipocaram em 2016. Três dos quatro principais anunciaram promoções. A Easy, a 99 e o Cabify oferecerão corridas pela metade do preço -e a 99 até dobrará o valor repassado aos motoristas que fizerem mais de cinco viagens. Já a Uber não anunciou desconto. Apesar do crescimento dos carros por aplicativos e descontos oferecidos pelas empresas, esse transporte é insuficiente para evitar transtornos significativos com a paralisação de metrô e ônibus. A frota de táxis na capital paulista é próxima de 38 mil veículos. A de carros de aplicativos é oficialmente mantida sob sigilo -mas um secretário de Doria disse em fevereiro que havia cerca de 50 mil.
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Grafiteiro fã dos Stones é convidado a pintar com Ron Wood
Leia a seguir o depoimento de Flavio Rossi à Folha: Quando o artista plástico Ivald Granato me convidou para fazer o grafite que receberia a intervenção de Ronnie Wood, eu não acreditei. Sou fã dos Stones desde pequeno, eles sempre foram uma inspiração. Costumo deixar os vídeos dos shows rolando enquanto pinto. Perdi o show de Copacabana [2006] e tive uma frustração que só passou na quarta-feira (24), quando finalmente tive a oportunidade de ver a banda ao vivo no Morumbi. Durante o show, percebi a grande influência que eles exercem no meu trabalho. Tem um elemento que eu trago muito para a pintura: a boca exacerbada. Finalmente entendi porque eu uso tanto essa informação. É a expressão que eu senti no show. A expressão da voz, do grito, de um ponto de vazão da emoção, uma extensão da alma. Talvez seja porque eu seja um cara ansioso e sou tímido, observo muito mais do que falo. Essa boca grande pode significar o grito de tudo aquilo que demorei muito para dizer. Foi difícil definir o desenho que eu faria para o grafite. Tive a ideia de condensar a banda inteira numa só pessoa, num gigante. Me avisaram o horário da filmagem [a ação fará parte de um documentário da BBC] e fiquei lá no beco esperando. Os seguranças chegaram primeiro, junto com a produção do filme. Ronnie desceu do carro, me olhou e esperou que eu falasse alguma coisa. Mas eu travei. Eu não conseguia falar com ele. Me deu um nó na cabeça. Ele disse que adorou o grafite, pegou uma lata de spray vermelho e começou. Mas o spray entupiu. E olha que eu tinha verificado todos e estavam funcionando bem. Eu queria trocar o pino da lata, mas fiquei sem saber como tirar a lata da mão dele. Aí ele pediu a lata do branco e cadê o branco na hora? Não achei e dei o cinza. Ele pediu o vermelho de volta. Eu passei uma lata que estava funcionando bem e foi o timing certo para eu achar a lata do branco. Ele demonstra intimidade com o spray. Deu para sentir o domínio de quem já tem uma relação com o instrumento. Ele ter feito a boca símbolo dos Stones foi algo que me marcou muito. Porque eu fiz duas bocas dos Stones no grafite. NÚMERO 3 Eu uso muito o número três no meu trabalho, porque ele racha com qualquer raciocínio da dualidade humana. Sim e não, certo e errado, bem e mal, sabe? Eu não gosto desse tipo de dualidade. Dentro da criatividade, você vem com uma intenção e você logo contrapõe o inverso, para questionar o que pensou. Isso gera uma terceira coisa, que pode criar infinitos pensamentos que vai chegar a um lugar. Coloquei as duas bocas pensando que ele poderia, sim, fazer a terceira. Um cara que tem uma relação com a pintura, como ele, não vai chegar e autografar a parede, por exemplo. Ele também não ia ter tempo para pintar algo muito elaborado. Aí eu pensei na possibilidade da boca. Mas foi um pensamento muito vago, não comentei com ninguém. E foi exatamente o que aconteceu, sem que trocássemos uma só palavra a respeito. Aí começou a chegar gente, uma mulher que estava passando achou que ele era o Roberto Carlos. Surreal! Ele se preparou para ir embora. Pedi para tirar foto, talvez para acreditar [risos]. Entrei numa reflexão sobre o que a arte é capaz, de como ela trabalha na esfera do impossível. Esse encontro nunca me pareceu imaginável. E aconteceu, por meio da arte.
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Grafiteiro fã dos Stones é convidado a pintar com Ron WoodLeia a seguir o depoimento de Flavio Rossi à Folha: Quando o artista plástico Ivald Granato me convidou para fazer o grafite que receberia a intervenção de Ronnie Wood, eu não acreditei. Sou fã dos Stones desde pequeno, eles sempre foram uma inspiração. Costumo deixar os vídeos dos shows rolando enquanto pinto. Perdi o show de Copacabana [2006] e tive uma frustração que só passou na quarta-feira (24), quando finalmente tive a oportunidade de ver a banda ao vivo no Morumbi. Durante o show, percebi a grande influência que eles exercem no meu trabalho. Tem um elemento que eu trago muito para a pintura: a boca exacerbada. Finalmente entendi porque eu uso tanto essa informação. É a expressão que eu senti no show. A expressão da voz, do grito, de um ponto de vazão da emoção, uma extensão da alma. Talvez seja porque eu seja um cara ansioso e sou tímido, observo muito mais do que falo. Essa boca grande pode significar o grito de tudo aquilo que demorei muito para dizer. Foi difícil definir o desenho que eu faria para o grafite. Tive a ideia de condensar a banda inteira numa só pessoa, num gigante. Me avisaram o horário da filmagem [a ação fará parte de um documentário da BBC] e fiquei lá no beco esperando. Os seguranças chegaram primeiro, junto com a produção do filme. Ronnie desceu do carro, me olhou e esperou que eu falasse alguma coisa. Mas eu travei. Eu não conseguia falar com ele. Me deu um nó na cabeça. Ele disse que adorou o grafite, pegou uma lata de spray vermelho e começou. Mas o spray entupiu. E olha que eu tinha verificado todos e estavam funcionando bem. Eu queria trocar o pino da lata, mas fiquei sem saber como tirar a lata da mão dele. Aí ele pediu a lata do branco e cadê o branco na hora? Não achei e dei o cinza. Ele pediu o vermelho de volta. Eu passei uma lata que estava funcionando bem e foi o timing certo para eu achar a lata do branco. Ele demonstra intimidade com o spray. Deu para sentir o domínio de quem já tem uma relação com o instrumento. Ele ter feito a boca símbolo dos Stones foi algo que me marcou muito. Porque eu fiz duas bocas dos Stones no grafite. NÚMERO 3 Eu uso muito o número três no meu trabalho, porque ele racha com qualquer raciocínio da dualidade humana. Sim e não, certo e errado, bem e mal, sabe? Eu não gosto desse tipo de dualidade. Dentro da criatividade, você vem com uma intenção e você logo contrapõe o inverso, para questionar o que pensou. Isso gera uma terceira coisa, que pode criar infinitos pensamentos que vai chegar a um lugar. Coloquei as duas bocas pensando que ele poderia, sim, fazer a terceira. Um cara que tem uma relação com a pintura, como ele, não vai chegar e autografar a parede, por exemplo. Ele também não ia ter tempo para pintar algo muito elaborado. Aí eu pensei na possibilidade da boca. Mas foi um pensamento muito vago, não comentei com ninguém. E foi exatamente o que aconteceu, sem que trocássemos uma só palavra a respeito. Aí começou a chegar gente, uma mulher que estava passando achou que ele era o Roberto Carlos. Surreal! Ele se preparou para ir embora. Pedi para tirar foto, talvez para acreditar [risos]. Entrei numa reflexão sobre o que a arte é capaz, de como ela trabalha na esfera do impossível. Esse encontro nunca me pareceu imaginável. E aconteceu, por meio da arte.
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Um relato de viagem inventado tem menos validade do que um real?
Ah, percorrer a Rússia pela Transiberiana! Uma viagem inesquecível... Não é uma jornada fácil: dias e dias no trem. Tampouco é um trajeto confortável –"modestas" sendo um adjetivo generoso para as acomodações. Mas, quando seus olhos são testemunhas de tamanha beleza, quando você olha pela janela e vê os lagos prístinos, o céu de matizes inimagináveis, o fino gelo que recobre os galhos que resistem ao vento frio e o vilarejo no horizonte, quase pequeno demais para acreditar que é de verdade, é impossível não resistir: eu tenho que abrir meu notebook e escrever sobre isso para quem sonha um dia visitar esse lugar tão extraordinário. Não fosse um pequeno detalhe: eu não estou no vagão de trem algum, olhando paisagem nenhuma, transportado para uma cultura distante e sedutora. Estou sentado no meu escritório, onde acabei de ler um livro divertidíssimo para qualquer viajante: "How to Talk About Places You've Never Been", de Pierre Bayard –em português, algo como "Como Falar de Lugares a que Você Nunca Foi". Ainda sem tradução no Brasil, eu suplico que você que tem um mínimo interesse em sair pelo mundo arrisque mesmo um inglês enferrujado nesta leitura. Com exemplos que vão de Marco Polo –o "monstro sagrado" dos relatos de viagem– ao infame Jayson Blair –o "jornalista do 'New York Times' que, no começo do século 21, abalou a credibilidade do jornal com suas reportagens pelos EUA escritas sem ele sair de casa"–, Bayard nos leva por um passeio hilário (mas com profundas reflexões) por autores que provavelmente inventaram relatos de viagens pelo mundo. Seriam esses registros menos válidos do que o do atento repórter de turismo que anota tudo para construir um retrato fidedigno de um destino insólito? Pierre Bayard defende que não: essas são narrativas que valem serem escritas, mesmo que absolutamente imaginadas. Com seu tom irônico (e brilhante), não tenhamos a certeza de que ele defende seriamente essa ideia, mas o exercício de pensar em passeios fictícios é delicioso: para quem lê e também para quem escreve. Ao compor as primeiras linhas desta coluna, não precisei que mais de dois minutos da internet olhando imagens "verdadeiras" (suponho!) da Transiberiana. Mas pode conferir cada um dos meus 13 passaportes: em nenhum deles você vai encontrar sequer um carimbo da Rússia, que até hoje não visitei. E foi divertido! Talvez tão divertido quanto foi para Marco Polo, que, apesar de ter "desbravado" a China em seus relatos, parece nunca ter ido além de Constantinopla. Má fé de um tempo (quando falamos de Marco Polo, nos referimos ao início do século 14) em que as informações não podiam ser checadas? Mas o "caso Blair", do "New York Times" é deste século. E o enorme acesso a imagens e vídeos virtuais só facilita o trabalho de quem quer blefar nas suas escalas. Bayard, na sua defesa, não exclui a beleza da prosa –minha inspiração para "escrever" sobre a Transiberiana vem do seu capítulo onde analisa a mesma viagem num poema do sensacional suíço (naturalizado francês) Blaise Cendrars. Teria ele mesmo partido daquela estação de Moscou ou apenas viajado na sua imaginação? Será que isso importa mesmo se as palavras nos transportam? Não obstante, sem ainda nenhum talento óbvio para uma ficção original, renovo com você o pacto de seguir escrevendo neste espaço apenas sobre povos e países que de fato visitei. Dito isto, sigo agora para Atlântida: um lugar que sempre sonhei em conhecer. Aguarde relatos de lá...
colunas
Um relato de viagem inventado tem menos validade do que um real?Ah, percorrer a Rússia pela Transiberiana! Uma viagem inesquecível... Não é uma jornada fácil: dias e dias no trem. Tampouco é um trajeto confortável –"modestas" sendo um adjetivo generoso para as acomodações. Mas, quando seus olhos são testemunhas de tamanha beleza, quando você olha pela janela e vê os lagos prístinos, o céu de matizes inimagináveis, o fino gelo que recobre os galhos que resistem ao vento frio e o vilarejo no horizonte, quase pequeno demais para acreditar que é de verdade, é impossível não resistir: eu tenho que abrir meu notebook e escrever sobre isso para quem sonha um dia visitar esse lugar tão extraordinário. Não fosse um pequeno detalhe: eu não estou no vagão de trem algum, olhando paisagem nenhuma, transportado para uma cultura distante e sedutora. Estou sentado no meu escritório, onde acabei de ler um livro divertidíssimo para qualquer viajante: "How to Talk About Places You've Never Been", de Pierre Bayard –em português, algo como "Como Falar de Lugares a que Você Nunca Foi". Ainda sem tradução no Brasil, eu suplico que você que tem um mínimo interesse em sair pelo mundo arrisque mesmo um inglês enferrujado nesta leitura. Com exemplos que vão de Marco Polo –o "monstro sagrado" dos relatos de viagem– ao infame Jayson Blair –o "jornalista do 'New York Times' que, no começo do século 21, abalou a credibilidade do jornal com suas reportagens pelos EUA escritas sem ele sair de casa"–, Bayard nos leva por um passeio hilário (mas com profundas reflexões) por autores que provavelmente inventaram relatos de viagens pelo mundo. Seriam esses registros menos válidos do que o do atento repórter de turismo que anota tudo para construir um retrato fidedigno de um destino insólito? Pierre Bayard defende que não: essas são narrativas que valem serem escritas, mesmo que absolutamente imaginadas. Com seu tom irônico (e brilhante), não tenhamos a certeza de que ele defende seriamente essa ideia, mas o exercício de pensar em passeios fictícios é delicioso: para quem lê e também para quem escreve. Ao compor as primeiras linhas desta coluna, não precisei que mais de dois minutos da internet olhando imagens "verdadeiras" (suponho!) da Transiberiana. Mas pode conferir cada um dos meus 13 passaportes: em nenhum deles você vai encontrar sequer um carimbo da Rússia, que até hoje não visitei. E foi divertido! Talvez tão divertido quanto foi para Marco Polo, que, apesar de ter "desbravado" a China em seus relatos, parece nunca ter ido além de Constantinopla. Má fé de um tempo (quando falamos de Marco Polo, nos referimos ao início do século 14) em que as informações não podiam ser checadas? Mas o "caso Blair", do "New York Times" é deste século. E o enorme acesso a imagens e vídeos virtuais só facilita o trabalho de quem quer blefar nas suas escalas. Bayard, na sua defesa, não exclui a beleza da prosa –minha inspiração para "escrever" sobre a Transiberiana vem do seu capítulo onde analisa a mesma viagem num poema do sensacional suíço (naturalizado francês) Blaise Cendrars. Teria ele mesmo partido daquela estação de Moscou ou apenas viajado na sua imaginação? Será que isso importa mesmo se as palavras nos transportam? Não obstante, sem ainda nenhum talento óbvio para uma ficção original, renovo com você o pacto de seguir escrevendo neste espaço apenas sobre povos e países que de fato visitei. Dito isto, sigo agora para Atlântida: um lugar que sempre sonhei em conhecer. Aguarde relatos de lá...
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'Eu teria feito em um minuto', diz Cunha sobre rompimento-relâmpago
Primeiro peemedebista a romper publicamente com o governo e um dos maiores adversários políticos de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou sorrindo à reunião na qual seu partido selou o fim da aliança de 13 anos com o PT. Assediado pela imprensa, Cunha acenou e distribuiu abraços entre os partidários que estavam no plenário. E rapidamente foi chamado a compor a mesa que presidiu a curta cerimônia que oficializou a saída do PMDB da base do governo. Tudo começou às 15h10. Três minutos depois, o divórcio entre PMDB e PT já era oficial. "Até achei longa", disse Cunha questionado pela Folha sobre a duração do ato. "Eu teria feito em um minuto." Um dos poucos integrantes da cúpula do partido a comparecer ao ato, Cunha disse que não poderia deixar da participar do evento. "Defendi isso antes de qualquer outro. No dia que acontece eu vou faltar?", indagou, ainda com um sorriso no rosto. DECISÃO TARDIA Em entrevista coletiva realizada logo após a reunião partidária que selou a saída do PMDB do governo Dilma, Eduardo Cunha disse que a decisão é tardia, que o PMDB era usado pelo governo, e que o rompimento não tem nada a ver com o impeachment. "O PMDB foi apenas utilizado nesse tempo todo de aliança para votar as matérias que eles decidiam, nunca para participar de formulação de nada. Não tem sentido de o PMDB ficar sócio de ônus de um governo impopular com medidas que não concordamos", afirmou o presidente da Câmara. Adversário declarado do governo desde julho do ano passado, Cunha disse ainda ter sido um erro a adesão à campanha que reelegeu Dilma. "A decisão [de rompimento] é tardia, não deveria ter participado da eleição do segundo mandato, foi um erro." O peemedebista rompeu com o governo sob a alegação de que as acusações que pesam contra ele no petrolão –ele é alvo de um pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara pelo seu envolvimento no caso– não passam de perseguição política por parte do Palácio do Planalto.
poder
'Eu teria feito em um minuto', diz Cunha sobre rompimento-relâmpagoPrimeiro peemedebista a romper publicamente com o governo e um dos maiores adversários políticos de Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou sorrindo à reunião na qual seu partido selou o fim da aliança de 13 anos com o PT. Assediado pela imprensa, Cunha acenou e distribuiu abraços entre os partidários que estavam no plenário. E rapidamente foi chamado a compor a mesa que presidiu a curta cerimônia que oficializou a saída do PMDB da base do governo. Tudo começou às 15h10. Três minutos depois, o divórcio entre PMDB e PT já era oficial. "Até achei longa", disse Cunha questionado pela Folha sobre a duração do ato. "Eu teria feito em um minuto." Um dos poucos integrantes da cúpula do partido a comparecer ao ato, Cunha disse que não poderia deixar da participar do evento. "Defendi isso antes de qualquer outro. No dia que acontece eu vou faltar?", indagou, ainda com um sorriso no rosto. DECISÃO TARDIA Em entrevista coletiva realizada logo após a reunião partidária que selou a saída do PMDB do governo Dilma, Eduardo Cunha disse que a decisão é tardia, que o PMDB era usado pelo governo, e que o rompimento não tem nada a ver com o impeachment. "O PMDB foi apenas utilizado nesse tempo todo de aliança para votar as matérias que eles decidiam, nunca para participar de formulação de nada. Não tem sentido de o PMDB ficar sócio de ônus de um governo impopular com medidas que não concordamos", afirmou o presidente da Câmara. Adversário declarado do governo desde julho do ano passado, Cunha disse ainda ter sido um erro a adesão à campanha que reelegeu Dilma. "A decisão [de rompimento] é tardia, não deveria ter participado da eleição do segundo mandato, foi um erro." O peemedebista rompeu com o governo sob a alegação de que as acusações que pesam contra ele no petrolão –ele é alvo de um pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara pelo seu envolvimento no caso– não passam de perseguição política por parte do Palácio do Planalto.
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Erramos: Semana na TV paga tem clássico com Omar Sharif; programe-se
Diferentemente do informado na reportagem "Semana na TV paga tem clássico com Omar Sharif; programe-se" (Ilustrada - 13/7/2015, 2h35), Tina Turner participou do terceiro filme da série Mad Max, "Além da Cúpula do Trovão", e não do segundo. O texto foi corrigido.
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Erramos: Semana na TV paga tem clássico com Omar Sharif; programe-seDiferentemente do informado na reportagem "Semana na TV paga tem clássico com Omar Sharif; programe-se" (Ilustrada - 13/7/2015, 2h35), Tina Turner participou do terceiro filme da série Mad Max, "Além da Cúpula do Trovão", e não do segundo. O texto foi corrigido.
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Falta de um fio condutor óbvio prejudica livro de Paula Fábrio
Em 2013, Paula Fábrio venceu o Prêmio São Paulo de Literatura na categoria autor estreante com "Desnorteio". "Um Dia Toparei Comigo", seu segundo romance, é uma espécie de relato de viagem. Como representante do gênero, "Um Dia Toparei Comigo" ressalta a transformação ocorrida no íntimo de quem realiza o deslocamento. No caso, uma narradora a quem não faltam incertezas e conflitos. Com a namorada, Virginia, ela parte para a Espanha. Não é a única viagem das duas, mas é a mais marcante. Logo se percebe a mistura de cenas mais ou menos tangíveis com pensamentos desordenados –estes últimos sofrem influência das muitas leituras da narradora. O texto intercala, e não raro sobrepõe, passado e presente, reflexão e impressão ligeira. Não funciona bem. Aqui, na dificuldade de conciliar artifícios e registros, residem, em parte, os problemas do livro. A tudo a narradora observa com intranquilidade. Ela acaba se apaixonando por Luis, um emigrante brasileiro, o que impõe a questão do poliamor. No fim das contas, a viagem não é nem de longe um idílio. A doença do tio de Luis desperta, na protagonista, a lembrança dolorosa da doença do pai. Natural que ela, não tão jovem, acabe por confrontar também a própria mortalidade –da qual a viagem pode ser uma tentativa de escapar. "A estrada tentaria me engolir. Por isso avançávamos", diz. Paula Fábrio dá preferência às frases curtas, seguindo um ritmo que às vezes lembra um carrinho de rolimã tentando descer uma rua de paralelepípedos. Quando arrisca certa musicalidade, o resultado pode ser desastroso: "Sol, suor, samba. A pele, o tato, o contato". Já as tentativas de captar as sutilezas do estado de espírito da narradora podem dar com o vazio ou com o clichê ("despir-se um tanto de si mesmo", "me desfaria pedaço a pedaço"). Essa mesma busca alucinada por uma impressão de profundidade facilmente identificável, que brilhe em néon, não raro termina num dramalhão repleto de autopiedade. Os trechos que mostram a decadência física de alguns personagens são narrados com a mesma mistura de recursos, que aqui vão da metáfora ruim à crueza inescapável. É fácil lembrar de "Patrimônio", livro em que Philip Roth descreve a ruína sem circunlóquios meditabundos. A cena, por si, basta. A falta de um fio condutor óbvio, que em alguns livros resulta interessante, aqui é uma falha. A voz da narradora –sua tentativa de negociar com a culpa e a finitude– não basta para manter um todo mais ou menos coeso. No fim das contas, as oscilações acabam por formar um livro estupendamente maçante. A ideia da trama é boa. A execução, não. UM DIA TOPAREI COMIGO AUTORA Paula Fábrio EDITORA Foz QUANTO R$ 37,90 (160 págs.)
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Falta de um fio condutor óbvio prejudica livro de Paula FábrioEm 2013, Paula Fábrio venceu o Prêmio São Paulo de Literatura na categoria autor estreante com "Desnorteio". "Um Dia Toparei Comigo", seu segundo romance, é uma espécie de relato de viagem. Como representante do gênero, "Um Dia Toparei Comigo" ressalta a transformação ocorrida no íntimo de quem realiza o deslocamento. No caso, uma narradora a quem não faltam incertezas e conflitos. Com a namorada, Virginia, ela parte para a Espanha. Não é a única viagem das duas, mas é a mais marcante. Logo se percebe a mistura de cenas mais ou menos tangíveis com pensamentos desordenados –estes últimos sofrem influência das muitas leituras da narradora. O texto intercala, e não raro sobrepõe, passado e presente, reflexão e impressão ligeira. Não funciona bem. Aqui, na dificuldade de conciliar artifícios e registros, residem, em parte, os problemas do livro. A tudo a narradora observa com intranquilidade. Ela acaba se apaixonando por Luis, um emigrante brasileiro, o que impõe a questão do poliamor. No fim das contas, a viagem não é nem de longe um idílio. A doença do tio de Luis desperta, na protagonista, a lembrança dolorosa da doença do pai. Natural que ela, não tão jovem, acabe por confrontar também a própria mortalidade –da qual a viagem pode ser uma tentativa de escapar. "A estrada tentaria me engolir. Por isso avançávamos", diz. Paula Fábrio dá preferência às frases curtas, seguindo um ritmo que às vezes lembra um carrinho de rolimã tentando descer uma rua de paralelepípedos. Quando arrisca certa musicalidade, o resultado pode ser desastroso: "Sol, suor, samba. A pele, o tato, o contato". Já as tentativas de captar as sutilezas do estado de espírito da narradora podem dar com o vazio ou com o clichê ("despir-se um tanto de si mesmo", "me desfaria pedaço a pedaço"). Essa mesma busca alucinada por uma impressão de profundidade facilmente identificável, que brilhe em néon, não raro termina num dramalhão repleto de autopiedade. Os trechos que mostram a decadência física de alguns personagens são narrados com a mesma mistura de recursos, que aqui vão da metáfora ruim à crueza inescapável. É fácil lembrar de "Patrimônio", livro em que Philip Roth descreve a ruína sem circunlóquios meditabundos. A cena, por si, basta. A falta de um fio condutor óbvio, que em alguns livros resulta interessante, aqui é uma falha. A voz da narradora –sua tentativa de negociar com a culpa e a finitude– não basta para manter um todo mais ou menos coeso. No fim das contas, as oscilações acabam por formar um livro estupendamente maçante. A ideia da trama é boa. A execução, não. UM DIA TOPAREI COMIGO AUTORA Paula Fábrio EDITORA Foz QUANTO R$ 37,90 (160 págs.)
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Chile tem bar-bicicleta que oferece degustação de vinho próximo à capital
Há uma revolução no Chile. Produtores de uvas e vinhos estão deixando o estilo blockbuster, de tintos feitos à imagem e semelhança de Bordeaux, na França, e buscando personalidade própria. Não poderia haver melhor momento para conhecer as bodegas do país. Tripa de terra ao longo da costa do Pacífico e limitada pelos Andes, o Chile tem vinhedos por toda parte, do Atacama à Patagônia. Grande parte dos viajantes, no entanto, chega ao país de avião por Santiago. E não é preciso se afastar da capital para fazer enoturismo. Santiago está nos limites do vale do Maipo, terra dos grandes cabernet sauvignon. Para ir a Santa Rita, por exemplo, é possível usar metrô e táxi, e chegar em meia hora. A novidade por lá é o Pedal Bar, um bar-bicicleta que roda pelos vinhedos -nele, oito pessoas sentadas em um carrinho vão pedalando lentamente enquanto degustam vinhos. Ainda nas redondezas de Santiago, está a Concha y Toro, maior produtora de vinhos do país, onde o turista pode provar taças de vários projetos do grupo, até dos ícones Almaviva e Don Melchor, dois grandes vinhos no estilo bordalês, o primeiro feito em parceria com o famoso château Baron Felipe de Rothschild. Se o interesse é pelos revolucionários, vá à De Martino para conhecer a fermentação em antigas ânforas (tinajas) de argila. Recuperação de uma antiga tradição da vinicultura chilena, o projeto incluiu a compra de ânforas antigas por todo o país, algumas com mais de 100 anos. TRADIÇÃO No vale de Colchagua encontra-se a tradição chilena de fazer vinhos. "Colchagua é a melhor fonte de enoturismo do Chile, com variedade de projetos de ótima estrutura" diz o crítico Patrício Tapia. São destaques na região a Casa Lapostolle, sua pequena pousada Relais & Châteaux, e a Viu Manent, que promove um tour de carruagem pelos vinhedos. Vale do Maule, a maior e mais antiga região vinícola, por muito tempo esquecida, conservou vinhas velhas de carignan e uva país. Lá, a bodega Gillmore tem pousada e spa com banhos e massagens à base de vinho e organiza degustações. * AS UVAS EMBLEMÁTICAS Cabernet sauvignon Casta de origem francesa usada na produção de alguns dos vinhos mais caros, muitas vezes em blends (misturas) com a merlot, como em Bordeaux, na França Carménère Chegou a ser dada como extinta até que, nos anos 1990, foi identificada no Chile. Hoje é considerada a uva-símbolo do país. Tem aromas de frutas vermelhas e toques vegetais Carignan Vinhos feitos a partir de vinhas velhas que estiveram por muito tempo nas mãos de agricultores pobres. Os vinhos têm uma fruta escura profunda e alcaçuz * AS BOAS PEDIDAS Huaso de Sauzal (El Viejo Almacén Sauzal) Feito da variedade pioneira no Chile, é um tinto de concentração mediana, com grande frescor e textura firme, aromas de especiarias e notas terrosas e florais QUANTO R$ 135 ONDE Dominio Cassis (tel. 11/5183-2584) Tara Chardonnay (Viña Ventisquero) De tiragem limitada (não mais que 800 garrafas), é um chardonnay rico e untuoso, com frescor e salinidade QUANTO R$ 249 ONDE Cantu (cantuimportadora.com.br ) Old Vine Carignan Lot #40 (Garage Wine & Co) O projeto faz vinhos de alta qualidade e quantidades limitadas; este carignan, de vinhedos em Cauquenes, é rico, com aromas frutados e maciez QUANTO R$ 199 ONDE Premium (premiumwines.com.br ) *Todas as indicações de vinho foram dadas pela sommelière Gabriela Monteleone, da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers)
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Chile tem bar-bicicleta que oferece degustação de vinho próximo à capitalHá uma revolução no Chile. Produtores de uvas e vinhos estão deixando o estilo blockbuster, de tintos feitos à imagem e semelhança de Bordeaux, na França, e buscando personalidade própria. Não poderia haver melhor momento para conhecer as bodegas do país. Tripa de terra ao longo da costa do Pacífico e limitada pelos Andes, o Chile tem vinhedos por toda parte, do Atacama à Patagônia. Grande parte dos viajantes, no entanto, chega ao país de avião por Santiago. E não é preciso se afastar da capital para fazer enoturismo. Santiago está nos limites do vale do Maipo, terra dos grandes cabernet sauvignon. Para ir a Santa Rita, por exemplo, é possível usar metrô e táxi, e chegar em meia hora. A novidade por lá é o Pedal Bar, um bar-bicicleta que roda pelos vinhedos -nele, oito pessoas sentadas em um carrinho vão pedalando lentamente enquanto degustam vinhos. Ainda nas redondezas de Santiago, está a Concha y Toro, maior produtora de vinhos do país, onde o turista pode provar taças de vários projetos do grupo, até dos ícones Almaviva e Don Melchor, dois grandes vinhos no estilo bordalês, o primeiro feito em parceria com o famoso château Baron Felipe de Rothschild. Se o interesse é pelos revolucionários, vá à De Martino para conhecer a fermentação em antigas ânforas (tinajas) de argila. Recuperação de uma antiga tradição da vinicultura chilena, o projeto incluiu a compra de ânforas antigas por todo o país, algumas com mais de 100 anos. TRADIÇÃO No vale de Colchagua encontra-se a tradição chilena de fazer vinhos. "Colchagua é a melhor fonte de enoturismo do Chile, com variedade de projetos de ótima estrutura" diz o crítico Patrício Tapia. São destaques na região a Casa Lapostolle, sua pequena pousada Relais & Châteaux, e a Viu Manent, que promove um tour de carruagem pelos vinhedos. Vale do Maule, a maior e mais antiga região vinícola, por muito tempo esquecida, conservou vinhas velhas de carignan e uva país. Lá, a bodega Gillmore tem pousada e spa com banhos e massagens à base de vinho e organiza degustações. * AS UVAS EMBLEMÁTICAS Cabernet sauvignon Casta de origem francesa usada na produção de alguns dos vinhos mais caros, muitas vezes em blends (misturas) com a merlot, como em Bordeaux, na França Carménère Chegou a ser dada como extinta até que, nos anos 1990, foi identificada no Chile. Hoje é considerada a uva-símbolo do país. Tem aromas de frutas vermelhas e toques vegetais Carignan Vinhos feitos a partir de vinhas velhas que estiveram por muito tempo nas mãos de agricultores pobres. Os vinhos têm uma fruta escura profunda e alcaçuz * AS BOAS PEDIDAS Huaso de Sauzal (El Viejo Almacén Sauzal) Feito da variedade pioneira no Chile, é um tinto de concentração mediana, com grande frescor e textura firme, aromas de especiarias e notas terrosas e florais QUANTO R$ 135 ONDE Dominio Cassis (tel. 11/5183-2584) Tara Chardonnay (Viña Ventisquero) De tiragem limitada (não mais que 800 garrafas), é um chardonnay rico e untuoso, com frescor e salinidade QUANTO R$ 249 ONDE Cantu (cantuimportadora.com.br ) Old Vine Carignan Lot #40 (Garage Wine & Co) O projeto faz vinhos de alta qualidade e quantidades limitadas; este carignan, de vinhedos em Cauquenes, é rico, com aromas frutados e maciez QUANTO R$ 199 ONDE Premium (premiumwines.com.br ) *Todas as indicações de vinho foram dadas pela sommelière Gabriela Monteleone, da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers)
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'Um beijo do meu marido pode me matar': a mulher alérgica a tudo
Johanna e Scott Watkins são casados, mas ela não consegue encontrar o marido: os dois nem sequer podem estar no mesmo ambiente por questões de, literalmente, vida ou morte. Ela sofre de uma condição chamada síndrome de ativação de mastócitos, o que significa que seu sistema imunológico recebe sinais errados sobre como reagir às coisas que acontecem à sua volta. Isso faz com que Johanna tenha uma reação alérgica generalizada (anafilática) a praticamente tudo –à maioria das comidas, quase tudo que é químico, poeira, os mais variados aromas e até mesmo a Scott. "Quando o conheci, eu tinha uma série de alergias que sempre tive por anos e com as quais já estava acostumada, para mim eram normais. Tinha dores de cabeça constantes, manchas vermelhas estranhas na pele, pegava vírus diferentes e esquisitos. E fazia uma série de tratamentos, mas ainda trabalhava e vivia uma vida normal", contou ela à BBC. Mas os problemas foram piorando ao longo do tempo. A cada vez que Scott se aproximava, Johanna começava a tossir e não parava mais. "Quando me aproximava dela, especialmente quando meu rosto se aproximava do dela, ela começava a tossir. E acontecia sempre. Quando eu me aproximava para beijá-la, ou mesmo quando eu só a abraçava, toda vez que eu chegava perto do rosto da minha esposa ocorriam essas reações", contou Scott. "Não era só uma tossezinha. Eu tossia a ponto de não conseguir respirar. Quando percebemos que não podíamos mais compartilhar uma vida juntos, foi extremamente traumático", acrescentou Johanna. TRATAMENTOS SEM RESULTADO A ex-professora já convivia com essa condição antes, mas recebeu o diagnóstico da doença apenas no ano passado, depois que os sintomas alérgicos pioraram bastante. Ela chegou a fazer diversos tratamentos, mas não respondeu com melhorias significativas a nenhum deles. "Um dia Scott foi cortar o cabelo e voltou. Em dois minutos eu comecei a ficar mal e ele precisou sair. Nós esperamos uma semana, e ele tentou se aproximar de novo. Em dois minutos a reação começou novamente", relatou ela. "No início, a gente achava que era um cheiro, que talvez eu comia algum tipo de comida que causava alergia nela ou que interagia com algo no ambiente que causava algum tipo de reação e a prejudicava", lembrou Scott. "E claro que eu nunca iria ficar no quarto e intencionalmente machucar Johanna, mas aí eu tentava de tudo. Tomava mais banhos, me limpava muito bem e, o tempo inteiro, trocava de roupa... mas mesmo assim nada adiantava. E nós percebemos que ela não era alérgica a algo que eu trazia comigo, mas a algo que o meu corpo produzia o tempo todo. E nós não sabemos o que é isso." Por causa do problema, o casal precisou mudar drasticamente seus hábitos. Hoje eles moram na mesma casa, mas a três andares de distância um do outro. Johanna passa seus dias isolada do mundo em um quarto que tem um filtro especial para o ar. As únicas pessoas que a veem de perto são seus irmãos. "Agora, no nível que está a doença, minha alergia responde a qualquer pessoa, com exceção dos meus irmãos, que cuidam de mim. Mas eles também têm de passar por um protocolo gigantesco para se livrar de todas as coisas de fora que poderiam ser sensíveis à minha alergia", explica a jovem. Entre os cuidados que os irmãos precisam adotar está tomar um banho usando um sabonete especial antes de entrar na sala –o que eles só fazem após vestir roupas específicas e máscaras. Além disso, há uma proteção na porta para que não haja muita troca de ar com o ambiente exterior. "Ainda assim tenho reações e fico mal. Mas não é como com qualquer outra pessoa. Com as outras pessoas eu realmente corro risco de morte." COTIDIANO Johanna acorda diariamente com muita dor. Para aliviar o sacrifício físico e a tristeza de não poder trabalhar ou realizar outras atividades, ela recorre à música. "Cinco ou seis anos atrás eu amava estudar, era professora, adorava trabalhar. Mas aí quando não podia mais, entrei num período de luto. Para amenizar isso, hoje sempre começo meu dia ouvindo algumas músicas que separei numa playlist no YouTube para acalmar meu coração", disse. "Todas as manhãs eu acordo com muita dor e penso: 'não, não posso suportar isso'. Mas aí eu ouço essas músicas e lembro de tantas coisas boas que Deus fez por mim... Isso me dá força para o resto do dia." Para ajudar de alguma forma a mulher, Scott passou a cozinhar todos os dias os dois únicos pratos que ela pode comer sem ter reações alérgicas. Ele também mudou seus próprios hábitos de alimentação para amenizar a condição dela. "Não como comidas muito apimentadas –assim não há riscos de contaminar alguma coisa quando estou preparando a refeição da Johanna." Ele também usa a criatividade na cozinha para variar um pouco a rotina alimentar restrita da mulher. "Posso comer apenas duas coisas. Uma delas é um tipo de corte da carne bovina chamado acém. Com sal orgânico, cenoura orgânica. A outra é cordeiro orgânico que é temperado com chimichurri orgânico. Como isso com pepinos orgânicos que meu marido amavelmente corta em espirais como um macarrão para mim", conta. "Esse foi um prato que nós criamos baseado nas tantas alergias que tenho, o chamamos de 'cordeiro de pepino'. E aí a gente alterna esses pratos todos os dias." VIDA A DOIS Neste ano em que viveram separados, Johanna e Scott sofreram bastante, mas não desistiram de ficar juntos –e nem pensam nessa possibilidade, ainda que não haja, por enquanto, qualquer perspectiva de cura para ela. "Essa é a nossa realidade, nós falamos sobre isso o tempo todo, não há nenhuma maneira fácil de lidar com esse problema. Nós sabemos que eu quero manter a Johanna saudável. E quando eu vou vê-la, isso compromete a saúde dela. Uma das formas com as quais eu consigo ajudá-la agora é não indo vê-la. Eu posso colocar a vida dela em perigo se eu for encontrá-la", disse ele. "Mas estamos completamente comprometidos um com o outro e dispostos a esperar o tempo que for para encontrar uma solução. Eles não sabem o que é o problema, não sabem se vou melhorar. Espero que sim, rezo para que isso aconteça", observou ela. "É muito complicado. Quando nós casamos, prometemos um ao outro ficarmos juntos na saúde e na doença, e agora a gente está tentando descobrir como a gente pode se amar mais, se amar melhor. Posso dizer que, mesmo se eu continuar com essa doença, vou estar comprometida com ele quando tiver 90 anos." Apesar do amor "à distância", o casal mantém encontros durante a semana para fazer a mesma coisa juntos –ainda que fisicamente separados. Um exemplo: eles combinam de ver uma série. Johanna fica em seu quarto e Scott no dele, três andares acima, assistindo aos episódios ao mesmo tempo e comentando as cenas pelo celular. "Ainda posso falar com Scott no telefone, ainda consigo ver meus irmãos e ver os sacrifícios deles e dos meus amigos... Então mesmo a minha vida sendo difícil, não é nada comparada a de muitas outras pessoas. Essa doença me fez perceber que o mundo não sou só eu."
equilibrioesaude
'Um beijo do meu marido pode me matar': a mulher alérgica a tudoJohanna e Scott Watkins são casados, mas ela não consegue encontrar o marido: os dois nem sequer podem estar no mesmo ambiente por questões de, literalmente, vida ou morte. Ela sofre de uma condição chamada síndrome de ativação de mastócitos, o que significa que seu sistema imunológico recebe sinais errados sobre como reagir às coisas que acontecem à sua volta. Isso faz com que Johanna tenha uma reação alérgica generalizada (anafilática) a praticamente tudo –à maioria das comidas, quase tudo que é químico, poeira, os mais variados aromas e até mesmo a Scott. "Quando o conheci, eu tinha uma série de alergias que sempre tive por anos e com as quais já estava acostumada, para mim eram normais. Tinha dores de cabeça constantes, manchas vermelhas estranhas na pele, pegava vírus diferentes e esquisitos. E fazia uma série de tratamentos, mas ainda trabalhava e vivia uma vida normal", contou ela à BBC. Mas os problemas foram piorando ao longo do tempo. A cada vez que Scott se aproximava, Johanna começava a tossir e não parava mais. "Quando me aproximava dela, especialmente quando meu rosto se aproximava do dela, ela começava a tossir. E acontecia sempre. Quando eu me aproximava para beijá-la, ou mesmo quando eu só a abraçava, toda vez que eu chegava perto do rosto da minha esposa ocorriam essas reações", contou Scott. "Não era só uma tossezinha. Eu tossia a ponto de não conseguir respirar. Quando percebemos que não podíamos mais compartilhar uma vida juntos, foi extremamente traumático", acrescentou Johanna. TRATAMENTOS SEM RESULTADO A ex-professora já convivia com essa condição antes, mas recebeu o diagnóstico da doença apenas no ano passado, depois que os sintomas alérgicos pioraram bastante. Ela chegou a fazer diversos tratamentos, mas não respondeu com melhorias significativas a nenhum deles. "Um dia Scott foi cortar o cabelo e voltou. Em dois minutos eu comecei a ficar mal e ele precisou sair. Nós esperamos uma semana, e ele tentou se aproximar de novo. Em dois minutos a reação começou novamente", relatou ela. "No início, a gente achava que era um cheiro, que talvez eu comia algum tipo de comida que causava alergia nela ou que interagia com algo no ambiente que causava algum tipo de reação e a prejudicava", lembrou Scott. "E claro que eu nunca iria ficar no quarto e intencionalmente machucar Johanna, mas aí eu tentava de tudo. Tomava mais banhos, me limpava muito bem e, o tempo inteiro, trocava de roupa... mas mesmo assim nada adiantava. E nós percebemos que ela não era alérgica a algo que eu trazia comigo, mas a algo que o meu corpo produzia o tempo todo. E nós não sabemos o que é isso." Por causa do problema, o casal precisou mudar drasticamente seus hábitos. Hoje eles moram na mesma casa, mas a três andares de distância um do outro. Johanna passa seus dias isolada do mundo em um quarto que tem um filtro especial para o ar. As únicas pessoas que a veem de perto são seus irmãos. "Agora, no nível que está a doença, minha alergia responde a qualquer pessoa, com exceção dos meus irmãos, que cuidam de mim. Mas eles também têm de passar por um protocolo gigantesco para se livrar de todas as coisas de fora que poderiam ser sensíveis à minha alergia", explica a jovem. Entre os cuidados que os irmãos precisam adotar está tomar um banho usando um sabonete especial antes de entrar na sala –o que eles só fazem após vestir roupas específicas e máscaras. Além disso, há uma proteção na porta para que não haja muita troca de ar com o ambiente exterior. "Ainda assim tenho reações e fico mal. Mas não é como com qualquer outra pessoa. Com as outras pessoas eu realmente corro risco de morte." COTIDIANO Johanna acorda diariamente com muita dor. Para aliviar o sacrifício físico e a tristeza de não poder trabalhar ou realizar outras atividades, ela recorre à música. "Cinco ou seis anos atrás eu amava estudar, era professora, adorava trabalhar. Mas aí quando não podia mais, entrei num período de luto. Para amenizar isso, hoje sempre começo meu dia ouvindo algumas músicas que separei numa playlist no YouTube para acalmar meu coração", disse. "Todas as manhãs eu acordo com muita dor e penso: 'não, não posso suportar isso'. Mas aí eu ouço essas músicas e lembro de tantas coisas boas que Deus fez por mim... Isso me dá força para o resto do dia." Para ajudar de alguma forma a mulher, Scott passou a cozinhar todos os dias os dois únicos pratos que ela pode comer sem ter reações alérgicas. Ele também mudou seus próprios hábitos de alimentação para amenizar a condição dela. "Não como comidas muito apimentadas –assim não há riscos de contaminar alguma coisa quando estou preparando a refeição da Johanna." Ele também usa a criatividade na cozinha para variar um pouco a rotina alimentar restrita da mulher. "Posso comer apenas duas coisas. Uma delas é um tipo de corte da carne bovina chamado acém. Com sal orgânico, cenoura orgânica. A outra é cordeiro orgânico que é temperado com chimichurri orgânico. Como isso com pepinos orgânicos que meu marido amavelmente corta em espirais como um macarrão para mim", conta. "Esse foi um prato que nós criamos baseado nas tantas alergias que tenho, o chamamos de 'cordeiro de pepino'. E aí a gente alterna esses pratos todos os dias." VIDA A DOIS Neste ano em que viveram separados, Johanna e Scott sofreram bastante, mas não desistiram de ficar juntos –e nem pensam nessa possibilidade, ainda que não haja, por enquanto, qualquer perspectiva de cura para ela. "Essa é a nossa realidade, nós falamos sobre isso o tempo todo, não há nenhuma maneira fácil de lidar com esse problema. Nós sabemos que eu quero manter a Johanna saudável. E quando eu vou vê-la, isso compromete a saúde dela. Uma das formas com as quais eu consigo ajudá-la agora é não indo vê-la. Eu posso colocar a vida dela em perigo se eu for encontrá-la", disse ele. "Mas estamos completamente comprometidos um com o outro e dispostos a esperar o tempo que for para encontrar uma solução. Eles não sabem o que é o problema, não sabem se vou melhorar. Espero que sim, rezo para que isso aconteça", observou ela. "É muito complicado. Quando nós casamos, prometemos um ao outro ficarmos juntos na saúde e na doença, e agora a gente está tentando descobrir como a gente pode se amar mais, se amar melhor. Posso dizer que, mesmo se eu continuar com essa doença, vou estar comprometida com ele quando tiver 90 anos." Apesar do amor "à distância", o casal mantém encontros durante a semana para fazer a mesma coisa juntos –ainda que fisicamente separados. Um exemplo: eles combinam de ver uma série. Johanna fica em seu quarto e Scott no dele, três andares acima, assistindo aos episódios ao mesmo tempo e comentando as cenas pelo celular. "Ainda posso falar com Scott no telefone, ainda consigo ver meus irmãos e ver os sacrifícios deles e dos meus amigos... Então mesmo a minha vida sendo difícil, não é nada comparada a de muitas outras pessoas. Essa doença me fez perceber que o mundo não sou só eu."
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Livros para colorir viram moda entre adultos que querem relaxar
Há pouco mais de uma semana, capturadas pelo tédio, a biomédica Fernanda Antunes, 26, e a psicóloga Elaine Lucas, 28, resolveram ir à livraria. Saíram de lá com um livro que não continha muitas palavras, mas muitas imagens para colorir. Desde então, elas estabeleceram uma competição para ver quem conseguia terminar de colorir primeiro. Por enquanto, Elaine está na frente. Esses livros para adultos colorirem encontraram um espaço inusitado nas prateleiras das livrarias e viraram moda entre pessoas de diversas idades, que publicam as suas "obras" em redes sociais como o Instagram. "Eu comprei o livro porque gostava de pintar quando era pequena, e fazer coisas que lembram a infância trazem uma sensação de leveza", conta Fernanda, que agora diz ter o que fazer "em um domingo entediante". Além disso, diz ela, ter o livro era um ótimo pretexto para comprar uma caixa com muitos lápis de cor. O mecanismo "antiestresse", segundo a psicóloga Maria Olímpia Saikali, não tem nada a ver com a regressão à infância, porém. Ela explica que o processo de se envolver em alguma atividade prazerosa leva à produção de endorfinas e, consequentemente, à redução do estresse. Para Elisa Kozasa, pesquisadora do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, uma pessoa ocupada em terminar a pintura do livro não se concentra nas preocupações incômodas do dia a dia. "Você está no controle daquela atividade que está fazendo, escolhe as cores que são agradáveis para você, e seu cérebro fica focado nisso", afirma ela. Elaine está de acordo. "É gostoso ver o desenho em branco e ir preenchendo. É bom fazer uma atividade sem a pressão que todas as responsabilidades do dia a dia exigem". Além disso, ela diz sentir especial prazer ao terminar a pintura e contemplar a sensação de missão cumprida. O livro que Elaine e Fernanda colorem é baseado na fauna e flora da Escócia e se chama "Jardim Secreto". Criado pela ilustradora daquele país Johanna Basford e publicado no Brasil pela Sextante, a obra, de 96 páginas, já vendeu mais de 1,5 milhão de cópias no mundo e de 100 mil por aqui. No mesmo nicho, outros livros para colorir trazem de mandalas ("Mandalas Mágicas", da Vergara & Riba), mitologia ("Fantasia Celta", da editora Alaúde) e, bom, até sexo em grupo ("Suruba para Colorir", da Bebel Books). A maioria dos livros custa por volta de R$ 30. Os desenhos já vêm impressos nas páginas e cabe à pessoa preenchê-los com as cores que desejar. "É um lazer diferente do que fazer um curso de desenho e pintura, porque aprender a desenhar é mais difícil. Demora um tempo para que a pessoa tenha traços firmes e coerentes. No livro, o desenho já vem pronto e a pessoa se dedica a colori-lo. Mesmo alguém que não tenha tantas habilidade artísticas consegue se surpreender com a qualidade do trabalho que executou", diz Kozasa. Além disso, trata-se de uma fonte de lazer que não envolve computadores ou celulares. É um prazer mais lento: "A pessoa se dá um tempo maior do que dois minutos para fazer alguma coisa". Mas a surpresa pode não ser positiva para todos. Dependendo da personalidade da pessoa, dizem os especialistas, se ela enxerga o livro mais como desafio do que como lazer, pode haver mais frustração do que relaxamento. Outra angústia pode ser começar a se sentir pressionado pela beleza das pinturas das outras pessoas –especialmente quando elas ficam se exibindo na internet.
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Livros para colorir viram moda entre adultos que querem relaxarHá pouco mais de uma semana, capturadas pelo tédio, a biomédica Fernanda Antunes, 26, e a psicóloga Elaine Lucas, 28, resolveram ir à livraria. Saíram de lá com um livro que não continha muitas palavras, mas muitas imagens para colorir. Desde então, elas estabeleceram uma competição para ver quem conseguia terminar de colorir primeiro. Por enquanto, Elaine está na frente. Esses livros para adultos colorirem encontraram um espaço inusitado nas prateleiras das livrarias e viraram moda entre pessoas de diversas idades, que publicam as suas "obras" em redes sociais como o Instagram. "Eu comprei o livro porque gostava de pintar quando era pequena, e fazer coisas que lembram a infância trazem uma sensação de leveza", conta Fernanda, que agora diz ter o que fazer "em um domingo entediante". Além disso, diz ela, ter o livro era um ótimo pretexto para comprar uma caixa com muitos lápis de cor. O mecanismo "antiestresse", segundo a psicóloga Maria Olímpia Saikali, não tem nada a ver com a regressão à infância, porém. Ela explica que o processo de se envolver em alguma atividade prazerosa leva à produção de endorfinas e, consequentemente, à redução do estresse. Para Elisa Kozasa, pesquisadora do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, uma pessoa ocupada em terminar a pintura do livro não se concentra nas preocupações incômodas do dia a dia. "Você está no controle daquela atividade que está fazendo, escolhe as cores que são agradáveis para você, e seu cérebro fica focado nisso", afirma ela. Elaine está de acordo. "É gostoso ver o desenho em branco e ir preenchendo. É bom fazer uma atividade sem a pressão que todas as responsabilidades do dia a dia exigem". Além disso, ela diz sentir especial prazer ao terminar a pintura e contemplar a sensação de missão cumprida. O livro que Elaine e Fernanda colorem é baseado na fauna e flora da Escócia e se chama "Jardim Secreto". Criado pela ilustradora daquele país Johanna Basford e publicado no Brasil pela Sextante, a obra, de 96 páginas, já vendeu mais de 1,5 milhão de cópias no mundo e de 100 mil por aqui. No mesmo nicho, outros livros para colorir trazem de mandalas ("Mandalas Mágicas", da Vergara & Riba), mitologia ("Fantasia Celta", da editora Alaúde) e, bom, até sexo em grupo ("Suruba para Colorir", da Bebel Books). A maioria dos livros custa por volta de R$ 30. Os desenhos já vêm impressos nas páginas e cabe à pessoa preenchê-los com as cores que desejar. "É um lazer diferente do que fazer um curso de desenho e pintura, porque aprender a desenhar é mais difícil. Demora um tempo para que a pessoa tenha traços firmes e coerentes. No livro, o desenho já vem pronto e a pessoa se dedica a colori-lo. Mesmo alguém que não tenha tantas habilidade artísticas consegue se surpreender com a qualidade do trabalho que executou", diz Kozasa. Além disso, trata-se de uma fonte de lazer que não envolve computadores ou celulares. É um prazer mais lento: "A pessoa se dá um tempo maior do que dois minutos para fazer alguma coisa". Mas a surpresa pode não ser positiva para todos. Dependendo da personalidade da pessoa, dizem os especialistas, se ela enxerga o livro mais como desafio do que como lazer, pode haver mais frustração do que relaxamento. Outra angústia pode ser começar a se sentir pressionado pela beleza das pinturas das outras pessoas –especialmente quando elas ficam se exibindo na internet.
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Ueba! Adorei a privada do Cabral!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamento do dia: "Se corrupção desse caroço, o Brasil seria uma jaca". Rarará! E o Fábio Júnior já casou tantas vezes que o filho dele foi de regata pro casamento! Programinha pós-praia! Rarará! Ele só não consegue bater o recorde da Gretchen! Breaking News: "Sérgio Cabral tem 20 ternos italianos e uma privada polonesa". Gostei da privada polonesa! Privada tecnológica! Privada que tem livre-arbítrio. Você entra no banheiro e a tampa já levanta! Tem tanto botão que eu iria me atrapalhar. Tem botão spray, chuveirinho, stop. E jato duplo pra lavar dinheiro! Rarará! Privada pra quem fez uma cagada federal! Agora ele tem que se contentar com um buraco, com o boi da cela! Rarará! E o chargista Mario diz que o Presídio de Bangu vai mudar de nome pra Palácio da Guanabara! Presídio Palácio da Guanabara! Rarará! E atenção! Manchete do "Estado de Minas": "Geddel estudou com Renato Russo e era chamado de suíno pelos colegas". Agora ficou russo pro suíno! Rarará! O Geddel sofreu bullying. Ele pode alegar: "Eu sou inocente porque sofri bullying quando estudante". Ou então: "O Iphan embargou minha obra porque eu sou um suíno". Preconceito contra suínos! Rarará! E o Frankstemer? Diz que vai esperar a repercussão do caso. Esperar a repercussão quer dizer: sair cinco vezes no "Jornal Nacional" e uma na capa da "Veja"! Rarará! Aí ele demite o Geddel em um segundo e meio! Aliás, em meio segundo! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Tá todo mundo precisando de um advogado. Então eu sugiro o escritório em Brasília: SOUTO & SOUTO Advogados. Você é solto duas vezes. Em contrapartida com os promotores Preso & Preso! Rarará! Nóis sofre mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! Dose Dupla!
colunas
Ueba! Adorei a privada do Cabral!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamento do dia: "Se corrupção desse caroço, o Brasil seria uma jaca". Rarará! E o Fábio Júnior já casou tantas vezes que o filho dele foi de regata pro casamento! Programinha pós-praia! Rarará! Ele só não consegue bater o recorde da Gretchen! Breaking News: "Sérgio Cabral tem 20 ternos italianos e uma privada polonesa". Gostei da privada polonesa! Privada tecnológica! Privada que tem livre-arbítrio. Você entra no banheiro e a tampa já levanta! Tem tanto botão que eu iria me atrapalhar. Tem botão spray, chuveirinho, stop. E jato duplo pra lavar dinheiro! Rarará! Privada pra quem fez uma cagada federal! Agora ele tem que se contentar com um buraco, com o boi da cela! Rarará! E o chargista Mario diz que o Presídio de Bangu vai mudar de nome pra Palácio da Guanabara! Presídio Palácio da Guanabara! Rarará! E atenção! Manchete do "Estado de Minas": "Geddel estudou com Renato Russo e era chamado de suíno pelos colegas". Agora ficou russo pro suíno! Rarará! O Geddel sofreu bullying. Ele pode alegar: "Eu sou inocente porque sofri bullying quando estudante". Ou então: "O Iphan embargou minha obra porque eu sou um suíno". Preconceito contra suínos! Rarará! E o Frankstemer? Diz que vai esperar a repercussão do caso. Esperar a repercussão quer dizer: sair cinco vezes no "Jornal Nacional" e uma na capa da "Veja"! Rarará! Aí ele demite o Geddel em um segundo e meio! Aliás, em meio segundo! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Tá todo mundo precisando de um advogado. Então eu sugiro o escritório em Brasília: SOUTO & SOUTO Advogados. Você é solto duas vezes. Em contrapartida com os promotores Preso & Preso! Rarará! Nóis sofre mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! Dose Dupla!
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Estações do Metrô abrem mais cedo nesta segunda pós feriado
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Alessandra Paulo, 39, auxiliar administrativo, Pinheiros Outro dia cai no metrô com cadeira e tudo, morri de rir, faz parte... Fazer o que. Sabe, eu sempre digo que fé é força andam juntas e acredito que o amor fortalece. Que devemos rir de nós mesmos e que ser forte e se amar são condições que não podemos abrir mão, nunca. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Estações do Metrô abrem mais cedo nesta segunda pós feriadoDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Alessandra Paulo, 39, auxiliar administrativo, Pinheiros Outro dia cai no metrô com cadeira e tudo, morri de rir, faz parte... Fazer o que. Sabe, eu sempre digo que fé é força andam juntas e acredito que o amor fortalece. Que devemos rir de nós mesmos e que ser forte e se amar são condições que não podemos abrir mão, nunca. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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Se tiver que sair agora, saio, diz Luis Fabiano após críticas de Aidar
Após as críticas do presidente são-paulino, Carlos Miguel Aidar, o atacante Luis Fabiano abriu a possibilidade de deixar o São Paulo antes mesmo do término do seu contrato, que encerra no final do ano. "Sinceramente, não vi as palavras do presidente. Vou dar uma olhada e em cima do que ele falou, vamos ver se a gente acerta [a saída] amigavelmente. Do meu lado não tem problema ver o que é melhor para as duas partes. Se tiver que sair agora, saio agora", disse o atacante após a vitória do São Paulo sobre o Danubio por 2 a 1, na quarta-feira, em Montevidéu. Antes do jogo contra os uruguaios, Aidar afirmou que Luis Fabiano vem enfrentando "reiterados problemas de saúde que não o deixam apto a jogar". "Precisamos do jogador inteiro, para que cumpra seu papel. O São Paulo não vai criar obstáculos de espécie alguma para a saída dele, não ofereceríamos a renovação. Deixaríamos ele definir", acrescentou o dirigente. Luis Fabiano, que retornou ao time após ficar afastado por quase um mês em razão de uma lesão, confirmou que foi procurado pelo Orlando City, clube de Kaká. "Tive um contato leve, conversamos, mas ficou dito que era uma negociação complicada naquele momento". O atacante tem 323 jogos pelo São Paulo e 201 gols marcados, sendo o terceiro maior artilheiro da história do clube. O maior artilheiro é Serginho Chulapa, que tem 242. Com a vitória sobre o Danubio, o São Paulo soma nove pontos no Grupo 2. A equipe é a segunda colocada –tem três pontos a menos que o Corinthians, que enfrenta o San Lorenzo nesta quinta-feira, no Itaquerão. O time argentino soma seis pontos.
esporte
Se tiver que sair agora, saio, diz Luis Fabiano após críticas de AidarApós as críticas do presidente são-paulino, Carlos Miguel Aidar, o atacante Luis Fabiano abriu a possibilidade de deixar o São Paulo antes mesmo do término do seu contrato, que encerra no final do ano. "Sinceramente, não vi as palavras do presidente. Vou dar uma olhada e em cima do que ele falou, vamos ver se a gente acerta [a saída] amigavelmente. Do meu lado não tem problema ver o que é melhor para as duas partes. Se tiver que sair agora, saio agora", disse o atacante após a vitória do São Paulo sobre o Danubio por 2 a 1, na quarta-feira, em Montevidéu. Antes do jogo contra os uruguaios, Aidar afirmou que Luis Fabiano vem enfrentando "reiterados problemas de saúde que não o deixam apto a jogar". "Precisamos do jogador inteiro, para que cumpra seu papel. O São Paulo não vai criar obstáculos de espécie alguma para a saída dele, não ofereceríamos a renovação. Deixaríamos ele definir", acrescentou o dirigente. Luis Fabiano, que retornou ao time após ficar afastado por quase um mês em razão de uma lesão, confirmou que foi procurado pelo Orlando City, clube de Kaká. "Tive um contato leve, conversamos, mas ficou dito que era uma negociação complicada naquele momento". O atacante tem 323 jogos pelo São Paulo e 201 gols marcados, sendo o terceiro maior artilheiro da história do clube. O maior artilheiro é Serginho Chulapa, que tem 242. Com a vitória sobre o Danubio, o São Paulo soma nove pontos no Grupo 2. A equipe é a segunda colocada –tem três pontos a menos que o Corinthians, que enfrenta o San Lorenzo nesta quinta-feira, no Itaquerão. O time argentino soma seis pontos.
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Sem-teto lançam manifesto e prometem radicalizar contra Dilma
Enquanto enfrenta a ameaça crescente de impeachment e o aperto da Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff sofrerá pressão maior da base do PT a partir dessa semana. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) divulgará nesta segunda (7) um manifesto anunciando protestos, bloqueios de vias, novos acampamentos e ações em prédios públicos contra o governo Dilma. O texto afirma que a petista tem encampado as reivindicações da elite, que não há mais expectativas de que ela faça uma guinada à esquerda e que, portanto, "as pautas da direita serão enfrentadas nas ruas, sem tréguas e com radicalidade". "Iniciativas como a reforma da Previdência, a reforma fiscal, o acordo com o PSDB em relação ao pré-sal e a lei antiterrorismo são expressões de um governo que parece não ter mais limites na entrega de direitos sociais", afirma a declaração. Ao lado de centrais sindicais, o MTST foi um dos movimentos que mais levou manifestantes ao ato contra o impeachment de Dilma, em dezembro. Àquela altura, o movimento já criticava o ajuste fiscal promovido pelo governo, centrando fogo no ex-ministro Joaquim Levy (Fazenda), mas evitava ser mais duro com Dilma. Primeiramente, porque temia expô-la ainda mais à "direita pró-impeachment". Depois, porque tinha expectativa de que a petista ainda pudesse aderir a reformas "mais à esquerda" –o que não ocorreu. "Por causa dessa guinada [à direita] o governo viu evaporar a sua base social. Ficou com o ônus e não recebeu o bônus. Perdeu a base, o rumo político e ainda assim ficou sem a dita governabilidade", diz o texto do MTST. A onda de manifestações, prometida para março e abril, tem potencial para minar ainda mais a base social do governo. Os sem-teto pretendem conversar com outros movimentos sociais para engrossar os atos. O mote adotado para sensibilizar sua própria base será o corte de investimentos no Minha Casa, Minha Vida, principal programa habitacional do governo federal. "Em 2015, não houve praticamente nenhuma contratação do Minha Casa, Minha Vida faixa 1 [para as famílias mais pobres]", disse Guilherme Boulos, coordenador do MTST e colunista da Folha. Parte da irritação do movimento deve-se ao fato de que em São Paulo uma das modalidades do Minha Casa é executada sob responsabilidade do MTST. O grupo ganha o terreno da prefeitura, contrata a empresa que fará a construção das moradias e indica quais famílias irão receber as casas. IMPEACHMENT E LULA Apesar de ter endurecido o tom contra o governo, o MTST não vai aderir aos protestos pró-impeachment, como o marcado para domingo (13). "Da nossa parte, não há nenhuma identidade com as manifestações da direita. Nós criticamos o governo Dilma pelos motivos opostos. Nesse sentido, não há possibilidade de junção com esses movimentos", disse Boulos. A declaração que será divulgada também vai criticar a forma como está sendo conduzida a Operação Lava Jato, principalmente no tocante ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, não vai entrar no mérito das acusações. "Em nome do legítimo anseio de combate à corrupção, esta operação tem consolidado o abuso pelo Poder Judiciário em relação a garantias constitucionais –tal como na recente condução coercitiva do ex-presidente Lula sem qualquer intimação prévia." E conclui: "A perseguição a Lula [...] tem também outro significado: simboliza o esgotamento da política de conciliação no Brasil".
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Sem-teto lançam manifesto e prometem radicalizar contra DilmaEnquanto enfrenta a ameaça crescente de impeachment e o aperto da Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff sofrerá pressão maior da base do PT a partir dessa semana. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) divulgará nesta segunda (7) um manifesto anunciando protestos, bloqueios de vias, novos acampamentos e ações em prédios públicos contra o governo Dilma. O texto afirma que a petista tem encampado as reivindicações da elite, que não há mais expectativas de que ela faça uma guinada à esquerda e que, portanto, "as pautas da direita serão enfrentadas nas ruas, sem tréguas e com radicalidade". "Iniciativas como a reforma da Previdência, a reforma fiscal, o acordo com o PSDB em relação ao pré-sal e a lei antiterrorismo são expressões de um governo que parece não ter mais limites na entrega de direitos sociais", afirma a declaração. Ao lado de centrais sindicais, o MTST foi um dos movimentos que mais levou manifestantes ao ato contra o impeachment de Dilma, em dezembro. Àquela altura, o movimento já criticava o ajuste fiscal promovido pelo governo, centrando fogo no ex-ministro Joaquim Levy (Fazenda), mas evitava ser mais duro com Dilma. Primeiramente, porque temia expô-la ainda mais à "direita pró-impeachment". Depois, porque tinha expectativa de que a petista ainda pudesse aderir a reformas "mais à esquerda" –o que não ocorreu. "Por causa dessa guinada [à direita] o governo viu evaporar a sua base social. Ficou com o ônus e não recebeu o bônus. Perdeu a base, o rumo político e ainda assim ficou sem a dita governabilidade", diz o texto do MTST. A onda de manifestações, prometida para março e abril, tem potencial para minar ainda mais a base social do governo. Os sem-teto pretendem conversar com outros movimentos sociais para engrossar os atos. O mote adotado para sensibilizar sua própria base será o corte de investimentos no Minha Casa, Minha Vida, principal programa habitacional do governo federal. "Em 2015, não houve praticamente nenhuma contratação do Minha Casa, Minha Vida faixa 1 [para as famílias mais pobres]", disse Guilherme Boulos, coordenador do MTST e colunista da Folha. Parte da irritação do movimento deve-se ao fato de que em São Paulo uma das modalidades do Minha Casa é executada sob responsabilidade do MTST. O grupo ganha o terreno da prefeitura, contrata a empresa que fará a construção das moradias e indica quais famílias irão receber as casas. IMPEACHMENT E LULA Apesar de ter endurecido o tom contra o governo, o MTST não vai aderir aos protestos pró-impeachment, como o marcado para domingo (13). "Da nossa parte, não há nenhuma identidade com as manifestações da direita. Nós criticamos o governo Dilma pelos motivos opostos. Nesse sentido, não há possibilidade de junção com esses movimentos", disse Boulos. A declaração que será divulgada também vai criticar a forma como está sendo conduzida a Operação Lava Jato, principalmente no tocante ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, não vai entrar no mérito das acusações. "Em nome do legítimo anseio de combate à corrupção, esta operação tem consolidado o abuso pelo Poder Judiciário em relação a garantias constitucionais –tal como na recente condução coercitiva do ex-presidente Lula sem qualquer intimação prévia." E conclui: "A perseguição a Lula [...] tem também outro significado: simboliza o esgotamento da política de conciliação no Brasil".
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Hollande busca reafirmar autoridade, enquanto esquerda se volta contra ele
François Hollande está buscando afirmar sua autoridade sobre a esquerda francesa, que está se fragmentando, enquanto novos rivais vindos de seu próprio Partido Socialista pressionam para que o presidente francês abandone sua candidatura à reeleição no ano que vem. Em discurso na próxima quinta-feira (8) na Fundação Jean Jaurès, Hollande deve falar sobre o terrorismo islâmico e o extremismo de direita, na esperança de transcender os ataques internos que vem recebendo em seu partido. Diversos rivais de esquerda sinalizaram sua intenção de disputar a presidência no ano que vem. Entre eles, há quatro antigos ministros de Hollande, incluindo Emmanuel Macron, que o presidente considerava como discípulo, e o esquerdista radical Arnaud Montebourg, predecessor de Macron como ministro da Economia. Os dois esperam que Hollande abandone a disputa tendo em vista seus índices horrendos de rejeição. "Hollande vai tentar reafirmar sua liderança e posar como defensor da nação", disse Laurent Bouvet, professor de ciência política na Universidade de Versalhes. "Esses são os únicos temas sobre os quais a esquerda consegue concordar. Mas sua credibilidade se erodiu também quanto a isso, depois do terceiro e quarto grandes ataques terroristas". Hollande, 62, ascendeu à liderança do Partido Socialista e capturou a Presidência ao manter a união de uma esquerda fragmentada por discordâncias entre aqueles que favorecem uma abordagem mais centrista, simpática ao livre mercado, e aqueles que ainda se apegam a ideias marxistas. Mas seus quatro anos no poder estão ameaçando destruir a união que ele criou, e tornando cada vez mais provável uma derrota humilhante na eleição presidencial do ano que vem. "A arte da síntese, que Hollande dominou por muito tempo como secretário geral do Partido Socialista, era artificial", disse Bouvet, dizendo ver como um paradoxo que Hollande agora "seja o homem que preside à implosão da esquerda". NOVO TRAUMA Para os socialistas franceses, as candidaturas rivais trazem a perspectiva de um novo 2 de abril de 2002 —uma data traumática para o partido. Foi naquele dia que o então primeiro-ministro Lionel Jospin fracassou em passar para o segundo turno da eleição presidencial, por conta de uma disputa repleta de candidaturas esquerdistas dissidentes. Em lugar disso, o líder de extrema direita Jean Marie Le Pen inesperadamente chegou ao segundo turno, o que resultou em vitória fácil para o candidato de centro-direita Jacques Chirac. Desta vez, a filha de Le Pen, Marine, é vista como candidata com clara chance de chegar ao segundo turno, depois do forte desempenho de seu partido, a Frente Nacional, nas eleições municipais. Pesquisas de opinião sugerem que Hollande e outros candidatos de esquerda seriam eliminados, permitindo que o escolhido pela centro-direita —seja o ex-presidente Nicolas Sarkozy, seja o ex-primeiro ministro Alain Juppé chegue facilmente ao poder. Mas esse cenário aterrorizante —embora amplamente admitido como possível pelos socialistas— não inspirou unidade na esquerda. "A fragmentação é suicida", disse Philippe Marlière, professor no University College de Londres. "Eles sabem disso, mas existe a questão do ego e da ambição pessoal, e as diferenças irreconciliáveis". Muita gente considera Hollande responsável pela situação, de acordo com Marlière. Ele é especialmente criticado por não ter cumprido suas promessas de campanha de combater o setor financeiro e confrontar a chanceler [primeira-ministra] alemã Angela Merkel quanto à austeridade. Muitos membros de seu partido também estão furiosos por suas medidas de concessão de mais de € 40 bilhões (R$ 145,6 bilhões) em isenções tributárias a empresas e de flexibilização do mercado de trabalho. Quanto aos valores, igualmente, Hollande abalou seu eleitorado ao buscar —sem sucesso— promover uma mudança na Constituição a fim de privar terroristas de sua cidadania francesa, uma medida há muito requerida pela Frente Nacional. Mesmo uma modesta recuperação econômica e a queda há muito esperada no desemprego não valeram muitos votos aos socialistas, de acordo com analistas. "Pela primeira vez, parte do eleitorado de esquerda está tentada a se abster", disse Marlière. "A desilusão com a elite e as instituições é muito forte". LIVROS O desencanto pode se aprofundar este mês com o lançamento de diversos livros nada elogiosos sobre a presidência de Hollande, baseados em conversas dele com jornalistas. Nos textos, Hollande é retratado como líder passivo e provinciano, obcecado com a política interna. "Não acredito muito na sorte, acredito em azar, e tive muito azar desde que cheguei ao posto. Um dia terá de haver compensarão", teria dito o líder socialista em "Conversas Privadas com o Presidente", escrito por dois jornalistas com os quais ele se encontra regularmente desde que foi eleito. Quanto à sua incapacidade de reduzir o desemprego recorde, ele teria se queixado: "Não tive sorte!" As entrevistas regulares tinham por objetivo oferecer um relato honesto das ações de Hollande, de acordo com uma pessoa informada sobre o projeto. Mas algumas das passagens nelas registradas podem agravar o sentimento de traição da esquerda. Refletindo sobre sua virada pró-empresas, na metade do mandato, por exemplo, o presidente teria declarado que "minha eleição resultou de debates no Partido Socialista. Tive de aceitar parte do que o partido queria me dar... incluindo muitos fardos". Em "Primeiro Secretário da República", escrito por outro jornalista, Hollande parece encarar os ataques terroristas devastadores do ano passado pelo estreito prisma de suas dificuldades políticas. "Os ataques terroristas", ele teria declarado, "foram o único momento em que tive alguma paz". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Hollande busca reafirmar autoridade, enquanto esquerda se volta contra eleFrançois Hollande está buscando afirmar sua autoridade sobre a esquerda francesa, que está se fragmentando, enquanto novos rivais vindos de seu próprio Partido Socialista pressionam para que o presidente francês abandone sua candidatura à reeleição no ano que vem. Em discurso na próxima quinta-feira (8) na Fundação Jean Jaurès, Hollande deve falar sobre o terrorismo islâmico e o extremismo de direita, na esperança de transcender os ataques internos que vem recebendo em seu partido. Diversos rivais de esquerda sinalizaram sua intenção de disputar a presidência no ano que vem. Entre eles, há quatro antigos ministros de Hollande, incluindo Emmanuel Macron, que o presidente considerava como discípulo, e o esquerdista radical Arnaud Montebourg, predecessor de Macron como ministro da Economia. Os dois esperam que Hollande abandone a disputa tendo em vista seus índices horrendos de rejeição. "Hollande vai tentar reafirmar sua liderança e posar como defensor da nação", disse Laurent Bouvet, professor de ciência política na Universidade de Versalhes. "Esses são os únicos temas sobre os quais a esquerda consegue concordar. Mas sua credibilidade se erodiu também quanto a isso, depois do terceiro e quarto grandes ataques terroristas". Hollande, 62, ascendeu à liderança do Partido Socialista e capturou a Presidência ao manter a união de uma esquerda fragmentada por discordâncias entre aqueles que favorecem uma abordagem mais centrista, simpática ao livre mercado, e aqueles que ainda se apegam a ideias marxistas. Mas seus quatro anos no poder estão ameaçando destruir a união que ele criou, e tornando cada vez mais provável uma derrota humilhante na eleição presidencial do ano que vem. "A arte da síntese, que Hollande dominou por muito tempo como secretário geral do Partido Socialista, era artificial", disse Bouvet, dizendo ver como um paradoxo que Hollande agora "seja o homem que preside à implosão da esquerda". NOVO TRAUMA Para os socialistas franceses, as candidaturas rivais trazem a perspectiva de um novo 2 de abril de 2002 —uma data traumática para o partido. Foi naquele dia que o então primeiro-ministro Lionel Jospin fracassou em passar para o segundo turno da eleição presidencial, por conta de uma disputa repleta de candidaturas esquerdistas dissidentes. Em lugar disso, o líder de extrema direita Jean Marie Le Pen inesperadamente chegou ao segundo turno, o que resultou em vitória fácil para o candidato de centro-direita Jacques Chirac. Desta vez, a filha de Le Pen, Marine, é vista como candidata com clara chance de chegar ao segundo turno, depois do forte desempenho de seu partido, a Frente Nacional, nas eleições municipais. Pesquisas de opinião sugerem que Hollande e outros candidatos de esquerda seriam eliminados, permitindo que o escolhido pela centro-direita —seja o ex-presidente Nicolas Sarkozy, seja o ex-primeiro ministro Alain Juppé chegue facilmente ao poder. Mas esse cenário aterrorizante —embora amplamente admitido como possível pelos socialistas— não inspirou unidade na esquerda. "A fragmentação é suicida", disse Philippe Marlière, professor no University College de Londres. "Eles sabem disso, mas existe a questão do ego e da ambição pessoal, e as diferenças irreconciliáveis". Muita gente considera Hollande responsável pela situação, de acordo com Marlière. Ele é especialmente criticado por não ter cumprido suas promessas de campanha de combater o setor financeiro e confrontar a chanceler [primeira-ministra] alemã Angela Merkel quanto à austeridade. Muitos membros de seu partido também estão furiosos por suas medidas de concessão de mais de € 40 bilhões (R$ 145,6 bilhões) em isenções tributárias a empresas e de flexibilização do mercado de trabalho. Quanto aos valores, igualmente, Hollande abalou seu eleitorado ao buscar —sem sucesso— promover uma mudança na Constituição a fim de privar terroristas de sua cidadania francesa, uma medida há muito requerida pela Frente Nacional. Mesmo uma modesta recuperação econômica e a queda há muito esperada no desemprego não valeram muitos votos aos socialistas, de acordo com analistas. "Pela primeira vez, parte do eleitorado de esquerda está tentada a se abster", disse Marlière. "A desilusão com a elite e as instituições é muito forte". LIVROS O desencanto pode se aprofundar este mês com o lançamento de diversos livros nada elogiosos sobre a presidência de Hollande, baseados em conversas dele com jornalistas. Nos textos, Hollande é retratado como líder passivo e provinciano, obcecado com a política interna. "Não acredito muito na sorte, acredito em azar, e tive muito azar desde que cheguei ao posto. Um dia terá de haver compensarão", teria dito o líder socialista em "Conversas Privadas com o Presidente", escrito por dois jornalistas com os quais ele se encontra regularmente desde que foi eleito. Quanto à sua incapacidade de reduzir o desemprego recorde, ele teria se queixado: "Não tive sorte!" As entrevistas regulares tinham por objetivo oferecer um relato honesto das ações de Hollande, de acordo com uma pessoa informada sobre o projeto. Mas algumas das passagens nelas registradas podem agravar o sentimento de traição da esquerda. Refletindo sobre sua virada pró-empresas, na metade do mandato, por exemplo, o presidente teria declarado que "minha eleição resultou de debates no Partido Socialista. Tive de aceitar parte do que o partido queria me dar... incluindo muitos fardos". Em "Primeiro Secretário da República", escrito por outro jornalista, Hollande parece encarar os ataques terroristas devastadores do ano passado pelo estreito prisma de suas dificuldades políticas. "Os ataques terroristas", ele teria declarado, "foram o único momento em que tive alguma paz". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Astrologia
Clima intenso e transformador testa capacidade de poderes. Lua crescente em Aquário: 19/11 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Seu regente Marte está se despedindo de Virgem, o signo das engenhosidades manuais, dos detalhes e da precisão. Ótima chance de colocar em dia o que está pendente em sua vida! Aproveite o embalo para investir em qualidade de vida. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Relacionamentos estão em primeiro plano ainda hoje, com chance de revelações! Um papo honesto pode colocar um ponto final em mal-estar com alguém. Descobrirá facetas novas de um amigo, e no plano intimo, mudanças positivas. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Olhar cuidadoso e acurado sobre assuntos pessoais valem ouro! E você com seus conselhos e apartes se transforma em pessoa especial para seu chefe –sabendo investigar e revelar algo importante. Você mudará o curso de algo. Saúde delicada. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) As forças lunares e solares estão magnetizando seu setor criativo com muita força hoje. Maior entendimento sobre o que você sente e deseja, força para superar obstáculos e confiança em sua intuição são os maiores trunfos neste momento. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Tanta coisa chama sua atenção, requerendo cuidados! No entanto, você está longe de tudo isto. O mundo lá fora com suas demandas não o afeta tanto quanto o clima em casa, e os assuntos de família. É melhor conversar sobre o que não vai bem. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Pressa, angústia, impulsividade? Neutralize tudo isso por meio do autocontrole, pois se deixar a rédea solta, você corre o risco de virar todas as mesas hoje. O arrependimento virá rápido também. Vida social pode ser canal de problemas, escolha suas companhias. LIBRA (23 set. a 22 out.) Ponderar é bom, ser diplomático também, mas cuidado para não postergar aquela decisão que tem de tomar! É melhor enfrentar de cara, e agora, aquele assunto complicado com um empregado ou assistente. Quanto mais demorar, pior será. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Diferenças e desavenças entre amigos existem –e quando as diferenças aumentam tanto, o distanciamento é natural. Um capítulo se encerra, mas outro começa: o que você pode fazer com seu tempo livre? Um amor não preenche tudo. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Tudo é ótimo, mas tem gente reclamando que você anda um tantinho mandão, o que evoca má vontade. Colegas que não colaboram, gente que evita lhe chamar para encontros, tudo se explica por aí. Até o amor merece um novo tratamento. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Boas vibrações para você que tem apoios e sabe se relacionar com todo tipo de gente. Propósitos em comum são liga poderosa, unindo quem pensa e sente diferente. Sua voz tem mais força hoje. Por isso, pense no que vai expressar por aí. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Dias de urgências, em que todo mundo pede coisas e você, afim de mais conquistas, tem pouca disposição a ouvir. Reafirmando seu poder de mudar a vida de muita gente, você persiste na teimosia de um projeto. Se não for assim, quem iria até o fim? PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Programação de viagem ou de estudos na berlinda! Depende muito da sua criatividade que qualquer destes propósitos se realize. Vênus em Libra vibra por você no amor e nas finanças. Ideias engenhosas chegam por Mercúrio, que fala através dos sonhos...
ilustrada
AstrologiaClima intenso e transformador testa capacidade de poderes. Lua crescente em Aquário: 19/11 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Seu regente Marte está se despedindo de Virgem, o signo das engenhosidades manuais, dos detalhes e da precisão. Ótima chance de colocar em dia o que está pendente em sua vida! Aproveite o embalo para investir em qualidade de vida. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Relacionamentos estão em primeiro plano ainda hoje, com chance de revelações! Um papo honesto pode colocar um ponto final em mal-estar com alguém. Descobrirá facetas novas de um amigo, e no plano intimo, mudanças positivas. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Olhar cuidadoso e acurado sobre assuntos pessoais valem ouro! E você com seus conselhos e apartes se transforma em pessoa especial para seu chefe –sabendo investigar e revelar algo importante. Você mudará o curso de algo. Saúde delicada. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) As forças lunares e solares estão magnetizando seu setor criativo com muita força hoje. Maior entendimento sobre o que você sente e deseja, força para superar obstáculos e confiança em sua intuição são os maiores trunfos neste momento. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Tanta coisa chama sua atenção, requerendo cuidados! No entanto, você está longe de tudo isto. O mundo lá fora com suas demandas não o afeta tanto quanto o clima em casa, e os assuntos de família. É melhor conversar sobre o que não vai bem. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Pressa, angústia, impulsividade? Neutralize tudo isso por meio do autocontrole, pois se deixar a rédea solta, você corre o risco de virar todas as mesas hoje. O arrependimento virá rápido também. Vida social pode ser canal de problemas, escolha suas companhias. LIBRA (23 set. a 22 out.) Ponderar é bom, ser diplomático também, mas cuidado para não postergar aquela decisão que tem de tomar! É melhor enfrentar de cara, e agora, aquele assunto complicado com um empregado ou assistente. Quanto mais demorar, pior será. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Diferenças e desavenças entre amigos existem –e quando as diferenças aumentam tanto, o distanciamento é natural. Um capítulo se encerra, mas outro começa: o que você pode fazer com seu tempo livre? Um amor não preenche tudo. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Tudo é ótimo, mas tem gente reclamando que você anda um tantinho mandão, o que evoca má vontade. Colegas que não colaboram, gente que evita lhe chamar para encontros, tudo se explica por aí. Até o amor merece um novo tratamento. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Boas vibrações para você que tem apoios e sabe se relacionar com todo tipo de gente. Propósitos em comum são liga poderosa, unindo quem pensa e sente diferente. Sua voz tem mais força hoje. Por isso, pense no que vai expressar por aí. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Dias de urgências, em que todo mundo pede coisas e você, afim de mais conquistas, tem pouca disposição a ouvir. Reafirmando seu poder de mudar a vida de muita gente, você persiste na teimosia de um projeto. Se não for assim, quem iria até o fim? PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Programação de viagem ou de estudos na berlinda! Depende muito da sua criatividade que qualquer destes propósitos se realize. Vênus em Libra vibra por você no amor e nas finanças. Ideias engenhosas chegam por Mercúrio, que fala através dos sonhos...
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Sou o mais capaz para comandar o futebol mundial, diz Platini
Presidente afastado da Uefa, Michel Platini disse que acredita ser o dirigente mais bem preparado para assumir o comando da Fifa. O ex-jogador francês deve disputar a eleição presidencial da entidade, apesar de estar suspenso até janeiro por causa da investigação de um suspeito pagamento de 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 4 milhões na época) feito a ele pela Fifa em 2011, a mando de Joseph Blatter. Somente depois da suspensão é que sua candidatura será aprovada ou não, já que a punição pode ser prorrogada por mais 45 dias, o que sepultaria de vez sua candidatura. "Eu sou, com toda humildade, o mais capaz para comandar o futebol mundial", disse Platini em entrevista ao jornal inglês "The Telegraph". O francês se defendeu das acusações de que teria recebido cerca de 2 milhões de francos suíços da Fifa. "Os dois milhões representam o equivalente a salários em atraso de quatro anos de dívida que a Fifa me devia quando eu era assessor especial do presidente. O próprio Blatter me ofereceu um contrato e um salário que eu aceitei", afirmou. Se não fosse esse escândalo, a vitória de Platini era certa. Não havia –como ainda não há– um nome com o respaldo político do francês nas seis confederações que abrigam as 209 federações que escolhem o presidente –além de Platini, outros seis dirigentes vão disputar o cargo. "As pessoas querem me impedir de concorrer por saberem que eu tenho todas as condições de ganhar. Eu tenho a impressão de que não querem um ex-jogador no comando da Fifa. Mas sou o único que tem uma visão de 360 graus do futebol. Eu fui jogador, técnico da seleção francesa, diretor de um clube, organizador de uma Copa do Mundo [em 1998] e, agora, chefe da mais poderosa confederação [Uefa]. É uma trajetória que alcancei com honestidade", disse. Candidatos à presidência da Fifa
esporte
Sou o mais capaz para comandar o futebol mundial, diz PlatiniPresidente afastado da Uefa, Michel Platini disse que acredita ser o dirigente mais bem preparado para assumir o comando da Fifa. O ex-jogador francês deve disputar a eleição presidencial da entidade, apesar de estar suspenso até janeiro por causa da investigação de um suspeito pagamento de 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 4 milhões na época) feito a ele pela Fifa em 2011, a mando de Joseph Blatter. Somente depois da suspensão é que sua candidatura será aprovada ou não, já que a punição pode ser prorrogada por mais 45 dias, o que sepultaria de vez sua candidatura. "Eu sou, com toda humildade, o mais capaz para comandar o futebol mundial", disse Platini em entrevista ao jornal inglês "The Telegraph". O francês se defendeu das acusações de que teria recebido cerca de 2 milhões de francos suíços da Fifa. "Os dois milhões representam o equivalente a salários em atraso de quatro anos de dívida que a Fifa me devia quando eu era assessor especial do presidente. O próprio Blatter me ofereceu um contrato e um salário que eu aceitei", afirmou. Se não fosse esse escândalo, a vitória de Platini era certa. Não havia –como ainda não há– um nome com o respaldo político do francês nas seis confederações que abrigam as 209 federações que escolhem o presidente –além de Platini, outros seis dirigentes vão disputar o cargo. "As pessoas querem me impedir de concorrer por saberem que eu tenho todas as condições de ganhar. Eu tenho a impressão de que não querem um ex-jogador no comando da Fifa. Mas sou o único que tem uma visão de 360 graus do futebol. Eu fui jogador, técnico da seleção francesa, diretor de um clube, organizador de uma Copa do Mundo [em 1998] e, agora, chefe da mais poderosa confederação [Uefa]. É uma trajetória que alcancei com honestidade", disse. Candidatos à presidência da Fifa
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Músicos se mobilizam contra possível desmonte da Banda Sinfônica de SP
Músicos da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo estão se mobilizando contra um possível desmonte do grupo, caso haja novo corte no orçamento repassado ao Instituto Pensarte, organização social gestora que administra também a Orquestra Jazz Sinfônica e a Orquestra do Theatro São Pedro. Nesta quarta (14), os músicos informaram que foram notificados pela OS sobre a extinção da banda. O anúncio foi feito através da página SOS Banda Sinfônica e de um abaixo-assinado que pede a aprovação de uma emenda parlamentar que garanta o orçamento dedicado à manutenção dos grupos. "Fomos notificados pela OS de que a Banda Sinfônica, nesse novo aditamento do contrato, não terá atividades na capital de São Paulo até abril, a banda continuará existindo, mas no papel, e os músicos serão demitidos", disse o maestro Marcos Sadao Shirakawa à Folha. "Vamos cumprir alguns concertos no interior, mas com músicos contratados esporadicamente e com uma programação bem reduzida", completou. A Folha apurou que a secretaria negocia com o Instituto Pensarte recursos na casa de R$ 22 milhões para 2017 –R$ 6 milhões a menos do que neste ano. Os músicos informaram que, para 2017, está estimado um deficit de R$ 8 milhões no repasse à OS, o que inicialmente implicaria nova redução nos corpos musicais com o fechamento de 60 postos nos três grupos –um enxugamento de 46% da formação original e de 30% da formação atual da banda. No entanto, a OS teria optado por manter intactas as orquestras, efetuando o desmonte da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Seus integrantes pleiteiam uma reunião com a diretoria da Pensarte na manhã desta sexta (16) para que as futuras medidas sejam esclarecidas. De acordo com o texto do abaixo-assinado, a banda e as orquestras sofreram cortes de 20% da verba desde 2015. A redução teria implicado a demissão de ao menos 17 músicos da Banda Sinfônica do Estado, 5 músicos da Jazz Sinfônica, que também teria tido outras 12 vagas fechadas, além de profissionais das equipes de apoio. Procurados pela reportagem, a Secretaria do Estado da Cultura e o Instituto Pensarte negaram ter feito qualquer notificação sobre demissões ou extinção do grupo e afirmaram que aguardam a definição do Orçamento de 2017 pela Assembleia Legislativa para tratar do assunto. No início do mês, o Sindicato dos Músicos do Estado de São Paulo já havia realizado um concerto-manifestação em frente ao prédio da Secretaria da Cultura, contra possíveis cortes nos repasses do Estado, em 2017, ao Instituto Pensarte.
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Músicos se mobilizam contra possível desmonte da Banda Sinfônica de SPMúsicos da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo estão se mobilizando contra um possível desmonte do grupo, caso haja novo corte no orçamento repassado ao Instituto Pensarte, organização social gestora que administra também a Orquestra Jazz Sinfônica e a Orquestra do Theatro São Pedro. Nesta quarta (14), os músicos informaram que foram notificados pela OS sobre a extinção da banda. O anúncio foi feito através da página SOS Banda Sinfônica e de um abaixo-assinado que pede a aprovação de uma emenda parlamentar que garanta o orçamento dedicado à manutenção dos grupos. "Fomos notificados pela OS de que a Banda Sinfônica, nesse novo aditamento do contrato, não terá atividades na capital de São Paulo até abril, a banda continuará existindo, mas no papel, e os músicos serão demitidos", disse o maestro Marcos Sadao Shirakawa à Folha. "Vamos cumprir alguns concertos no interior, mas com músicos contratados esporadicamente e com uma programação bem reduzida", completou. A Folha apurou que a secretaria negocia com o Instituto Pensarte recursos na casa de R$ 22 milhões para 2017 –R$ 6 milhões a menos do que neste ano. Os músicos informaram que, para 2017, está estimado um deficit de R$ 8 milhões no repasse à OS, o que inicialmente implicaria nova redução nos corpos musicais com o fechamento de 60 postos nos três grupos –um enxugamento de 46% da formação original e de 30% da formação atual da banda. No entanto, a OS teria optado por manter intactas as orquestras, efetuando o desmonte da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Seus integrantes pleiteiam uma reunião com a diretoria da Pensarte na manhã desta sexta (16) para que as futuras medidas sejam esclarecidas. De acordo com o texto do abaixo-assinado, a banda e as orquestras sofreram cortes de 20% da verba desde 2015. A redução teria implicado a demissão de ao menos 17 músicos da Banda Sinfônica do Estado, 5 músicos da Jazz Sinfônica, que também teria tido outras 12 vagas fechadas, além de profissionais das equipes de apoio. Procurados pela reportagem, a Secretaria do Estado da Cultura e o Instituto Pensarte negaram ter feito qualquer notificação sobre demissões ou extinção do grupo e afirmaram que aguardam a definição do Orçamento de 2017 pela Assembleia Legislativa para tratar do assunto. No início do mês, o Sindicato dos Músicos do Estado de São Paulo já havia realizado um concerto-manifestação em frente ao prédio da Secretaria da Cultura, contra possíveis cortes nos repasses do Estado, em 2017, ao Instituto Pensarte.
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Emendas do Congresso vão para cidades e agronegócio
As emendas parlamentares liberadas neste ano beneficiaram, principalmente, os ministérios de Cidades, Esportes e Agricultura. O Dnit, autarquia de transportes, também foi dos que mais receberam recursos. No Orçamento, há verba reservada para emendas de congressistas que atendam demandas de suas bases. O governo federal empenhou R$ 2,2 bilhões para emendas até agora -cerca de 80% desse valor foi disponibilizado em junho, mês da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer. A oposição pediu a investigação da liberação e acusou o governo de comprar apoio. Em geral, os recursos são alocados a projetos de visibilidade e retorno rápido, diz Sandro Cabral, professor de gestão pública do Insper. "Não deixa de ser um investimento, o problema é a forma como se dá a liberação, que vira moeda de troca." Os Estados de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul são os que tiveram mais recursos empenhados -fase anterior ao pagamento de fato. Na análise dos valores já pagos em 2017, que incluem emendas liberadas em anos anteriores, o Fundo Nacional de Saúde representa 70% -a Constituição garante um mínimo de 50% dos recursos das emendas para o setor. "Fora a saúde, é difícil encontrar um padrão das áreas beneficiadas. O governo decide segundo o acordo político, não a qualidade do projeto ", afirma Robson Zuccolotto, professor da Ufes (universidade do Espírito Santo). * Choque elétrico A EDP Energias do Brasil reduzirá o ritmo dos investimentos em novas concorrências, segundo Miguel Setas, diretor-executivo da companhia. A empresa deverá investir cerca de R$ 3 bilhões nos quatro lotes que conquistou no leilão de transmissão de energia de 2016, e isso levará a uma desaceleração, afirma. "Vamos analisar os próximos leilões, mas não espero que nossa participação seja tão expressiva como no último ano." O investimento da EDP em pesquisa e desenvolvimento neste ano será de R$ 20 milhões, valor similar ao de 2016, diz Setas. Uma fatia será destinada a até cinco start-ups que serão selecionadas em parceria com a consultoria Kyvo. "Resolvemos trazer para o Brasil este programa, que existe em Portugal desde 2012 e que já recebeu investimentos de € 21 milhões (R$ 77 milhões)." A empresa de energia também investirá em uma parceria com a Poli-USP para criar um laboratório de redes elétricas inteligentes. R$ 539,7 MILHÕES foi o Ebitda no 1º tri de 2017 R$ 2,3 BILHÕES foi a receita líquida * Hopi Hari leva segurança armado para disputar cerca com Wet'n'Wild O novo presidente da Hopi Hari S.A., José David Xavier, no cargo desde o fim de junho, levou seguranças armados para disputar área administrada pelo Wet'n'Wild. Os parques de diversões são vizinhos na fronteira entre Vinhedo e Itupeva, no interior de São Paulo, próximos da altura do km 72 da Rodovia dos Bandeirantes. A disputa teve início porque o Wet'n'Wild construiu uma cerca e revitalizou um terreno adjacente ao seu portão de acesso. Na quinta-feira passada (13), o Hopi Hari, que diz ser dono da terra, derrubou parte das grades com um trator e fez ameaças, segundo o concorrente. O parque aquático afirma que a região pertence ao grupo Senpar Terras de São José, dono da Fazenda Serra Azul, e é usada em comodato. O Wet'n'Wild planeja fazer um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (19) e vai avaliar os danos causados pelo ocorrido. Procurado, o Hopi Hari não se pronunciou. Em recuperação judicial, o Hopi Hari está fechado há mais de dois meses, e recentemente, anunciou que vai reabrir no dia 5 de agosto. * Uma ideia, uma década O Mdic (ministério da Indústria) vai abrir uma consulta pública nos próximos meses com propostas para acelerar a liberação de patentes O processo demora hoje cerca de dez anos no Inpi (instituto de propriedade intelectual), responsável pelo tema. As medidas envolvem a simplificação de processos internos e o descontingenciamento de verbas do órgão, segundo Guto Ferreira, presidente da a ABDI (de desenvolvimento industrial). As soluções propostas foram bem recebidas por empresários que se reuniram na segunda-feira (17) com o ministro Marcos Pereira, segundo a assessoria do Mdic. A consulta pública ficará aberta por 30 dias e, em caso de consenso com o setor privado, deve virar um decreto. patentes * Futebol A rede Academia Store, loja oficial do Palmeiras, deverá encerrar 2017 com 43 unidades. A marca já inaugurou cinco franquias neste ano e abrirá outras sete, no Paraná e em São Paulo. Aqui... A Duas Rodas, fabricante de aromas e ingredientes para a indústria alimentar, investirá pelo menos R$ 11 milhões em sua operação na América Latina. ...e lá fora A empresa construirá um centro de tecnologia em sua unidade de São Bernardo do Campo (SP) e dobrará a capacidade produtiva de sua fábrica na Colômbia. Muro... A maioria (57%) dos consumidores de energia elétrica consegue resolver seus problemas por meio dos canais digitais das distribuidoras, aponta a Accenture. ...de lamúrias Entre os 43% que não usam os canais digitais, há falta de confiança de que o problema será resolvido e o fato de considerarem o atendimento tradicional mais conveniente. Otimismo... o setor financeiro, 50% dos executivos asiáticos acreditam que uma revolução tecnológica virá em dois anos, ante 75% na América Latina, diz a Deloitte. ...com fintechs Mais de 50% esperam que a regulação das finanças fique mais firme a curto prazo, e as seguradoras são mais pessimistas que as empresas do mercado de capitais, indica a pesquisa. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e NATÁLIA PORTINARI
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Emendas do Congresso vão para cidades e agronegócioAs emendas parlamentares liberadas neste ano beneficiaram, principalmente, os ministérios de Cidades, Esportes e Agricultura. O Dnit, autarquia de transportes, também foi dos que mais receberam recursos. No Orçamento, há verba reservada para emendas de congressistas que atendam demandas de suas bases. O governo federal empenhou R$ 2,2 bilhões para emendas até agora -cerca de 80% desse valor foi disponibilizado em junho, mês da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer. A oposição pediu a investigação da liberação e acusou o governo de comprar apoio. Em geral, os recursos são alocados a projetos de visibilidade e retorno rápido, diz Sandro Cabral, professor de gestão pública do Insper. "Não deixa de ser um investimento, o problema é a forma como se dá a liberação, que vira moeda de troca." Os Estados de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul são os que tiveram mais recursos empenhados -fase anterior ao pagamento de fato. Na análise dos valores já pagos em 2017, que incluem emendas liberadas em anos anteriores, o Fundo Nacional de Saúde representa 70% -a Constituição garante um mínimo de 50% dos recursos das emendas para o setor. "Fora a saúde, é difícil encontrar um padrão das áreas beneficiadas. O governo decide segundo o acordo político, não a qualidade do projeto ", afirma Robson Zuccolotto, professor da Ufes (universidade do Espírito Santo). * Choque elétrico A EDP Energias do Brasil reduzirá o ritmo dos investimentos em novas concorrências, segundo Miguel Setas, diretor-executivo da companhia. A empresa deverá investir cerca de R$ 3 bilhões nos quatro lotes que conquistou no leilão de transmissão de energia de 2016, e isso levará a uma desaceleração, afirma. "Vamos analisar os próximos leilões, mas não espero que nossa participação seja tão expressiva como no último ano." O investimento da EDP em pesquisa e desenvolvimento neste ano será de R$ 20 milhões, valor similar ao de 2016, diz Setas. Uma fatia será destinada a até cinco start-ups que serão selecionadas em parceria com a consultoria Kyvo. "Resolvemos trazer para o Brasil este programa, que existe em Portugal desde 2012 e que já recebeu investimentos de € 21 milhões (R$ 77 milhões)." A empresa de energia também investirá em uma parceria com a Poli-USP para criar um laboratório de redes elétricas inteligentes. R$ 539,7 MILHÕES foi o Ebitda no 1º tri de 2017 R$ 2,3 BILHÕES foi a receita líquida * Hopi Hari leva segurança armado para disputar cerca com Wet'n'Wild O novo presidente da Hopi Hari S.A., José David Xavier, no cargo desde o fim de junho, levou seguranças armados para disputar área administrada pelo Wet'n'Wild. Os parques de diversões são vizinhos na fronteira entre Vinhedo e Itupeva, no interior de São Paulo, próximos da altura do km 72 da Rodovia dos Bandeirantes. A disputa teve início porque o Wet'n'Wild construiu uma cerca e revitalizou um terreno adjacente ao seu portão de acesso. Na quinta-feira passada (13), o Hopi Hari, que diz ser dono da terra, derrubou parte das grades com um trator e fez ameaças, segundo o concorrente. O parque aquático afirma que a região pertence ao grupo Senpar Terras de São José, dono da Fazenda Serra Azul, e é usada em comodato. O Wet'n'Wild planeja fazer um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (19) e vai avaliar os danos causados pelo ocorrido. Procurado, o Hopi Hari não se pronunciou. Em recuperação judicial, o Hopi Hari está fechado há mais de dois meses, e recentemente, anunciou que vai reabrir no dia 5 de agosto. * Uma ideia, uma década O Mdic (ministério da Indústria) vai abrir uma consulta pública nos próximos meses com propostas para acelerar a liberação de patentes O processo demora hoje cerca de dez anos no Inpi (instituto de propriedade intelectual), responsável pelo tema. As medidas envolvem a simplificação de processos internos e o descontingenciamento de verbas do órgão, segundo Guto Ferreira, presidente da a ABDI (de desenvolvimento industrial). As soluções propostas foram bem recebidas por empresários que se reuniram na segunda-feira (17) com o ministro Marcos Pereira, segundo a assessoria do Mdic. A consulta pública ficará aberta por 30 dias e, em caso de consenso com o setor privado, deve virar um decreto. patentes * Futebol A rede Academia Store, loja oficial do Palmeiras, deverá encerrar 2017 com 43 unidades. A marca já inaugurou cinco franquias neste ano e abrirá outras sete, no Paraná e em São Paulo. Aqui... A Duas Rodas, fabricante de aromas e ingredientes para a indústria alimentar, investirá pelo menos R$ 11 milhões em sua operação na América Latina. ...e lá fora A empresa construirá um centro de tecnologia em sua unidade de São Bernardo do Campo (SP) e dobrará a capacidade produtiva de sua fábrica na Colômbia. Muro... A maioria (57%) dos consumidores de energia elétrica consegue resolver seus problemas por meio dos canais digitais das distribuidoras, aponta a Accenture. ...de lamúrias Entre os 43% que não usam os canais digitais, há falta de confiança de que o problema será resolvido e o fato de considerarem o atendimento tradicional mais conveniente. Otimismo... o setor financeiro, 50% dos executivos asiáticos acreditam que uma revolução tecnológica virá em dois anos, ante 75% na América Latina, diz a Deloitte. ...com fintechs Mais de 50% esperam que a regulação das finanças fique mais firme a curto prazo, e as seguradoras são mais pessimistas que as empresas do mercado de capitais, indica a pesquisa. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e NATÁLIA PORTINARI
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Governo do Rio usará ajuda federal para colocar salário de policiais em dia
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame já decidiu que assim que receber os R$ 2,9 bi destinados para a sua pasta pelo governo federal irá utilizar para acertar a folha de pagamento. Entre as prioridades está o salário dos servidores (policiais civis e militares) e pagamento da premiação do sistema de metas, programa que destina um incentivo financeiro a delegacias e batalhões que conseguem reduzir a criminalidade em sua área de atuação. A Folha apurou que, com essas medidas, Beltrame espera evitar protestos de policiais da ativa ou de aposentados durante a Olimpíada. Há duas semanas, a secretaria recebeu uma troca de mensagens de voz em que policiais e bombeiros reformados planejavam ações nos Jogos. Mesmo ainda sem dinheiro, os técnicos da secretaria de Segurança do Rio já calculam como podem gastar os R$ 2,9 bi. Com servidores da ativa, a pasta gasta, em média, R$ 500 milhões por mês com salários. Por três meses, até os Jogos, por exemplo, se gastaria algo em torno de R$ 1,5 bi. Para colocar o programa de premiação em dia, Beltrame calcula gastar R$ 136 milhões. Os R$ 2,9 bi não serão a única ajuda federal à segurança do Rio. A secretaria já possui garantias da Sesge (Secretaria de Grandes Eventos), ligada ao Ministério da Justiça, de que pagará o chamado RAS (Regime Adicional de Serviço) durante a Olimpíada garantindo assim mais policiais nas ruas da cidade. O programa prevê vencimentos para policiais em seu horário de folga. Pelo RAS Olímpico, a Sesge repassará R$ 43 milhões ao Rio. Com esse novo apoio, a área financeira da secretaria pretende colocar em dia também os contratos com prestadores de serviço. Há a expectativa de se reservar uma verba para ser usada após o evento e assim garantir um reforço no policiamento nas ruas durante o Natal e Réveillon. "Com isso, a ideia é trazer os policiais no aspecto motivacional, além de trazer os índices de criminalidade ao patamar em que se encontravam no ano passado", disse o secretário à TV Globo. Este ano, o governo do Rio registra aumenta em índices como os roubos de rua e de veículos, o que aumenta a insegurança nas ruas do Estado.
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Governo do Rio usará ajuda federal para colocar salário de policiais em diaO secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame já decidiu que assim que receber os R$ 2,9 bi destinados para a sua pasta pelo governo federal irá utilizar para acertar a folha de pagamento. Entre as prioridades está o salário dos servidores (policiais civis e militares) e pagamento da premiação do sistema de metas, programa que destina um incentivo financeiro a delegacias e batalhões que conseguem reduzir a criminalidade em sua área de atuação. A Folha apurou que, com essas medidas, Beltrame espera evitar protestos de policiais da ativa ou de aposentados durante a Olimpíada. Há duas semanas, a secretaria recebeu uma troca de mensagens de voz em que policiais e bombeiros reformados planejavam ações nos Jogos. Mesmo ainda sem dinheiro, os técnicos da secretaria de Segurança do Rio já calculam como podem gastar os R$ 2,9 bi. Com servidores da ativa, a pasta gasta, em média, R$ 500 milhões por mês com salários. Por três meses, até os Jogos, por exemplo, se gastaria algo em torno de R$ 1,5 bi. Para colocar o programa de premiação em dia, Beltrame calcula gastar R$ 136 milhões. Os R$ 2,9 bi não serão a única ajuda federal à segurança do Rio. A secretaria já possui garantias da Sesge (Secretaria de Grandes Eventos), ligada ao Ministério da Justiça, de que pagará o chamado RAS (Regime Adicional de Serviço) durante a Olimpíada garantindo assim mais policiais nas ruas da cidade. O programa prevê vencimentos para policiais em seu horário de folga. Pelo RAS Olímpico, a Sesge repassará R$ 43 milhões ao Rio. Com esse novo apoio, a área financeira da secretaria pretende colocar em dia também os contratos com prestadores de serviço. Há a expectativa de se reservar uma verba para ser usada após o evento e assim garantir um reforço no policiamento nas ruas durante o Natal e Réveillon. "Com isso, a ideia é trazer os policiais no aspecto motivacional, além de trazer os índices de criminalidade ao patamar em que se encontravam no ano passado", disse o secretário à TV Globo. Este ano, o governo do Rio registra aumenta em índices como os roubos de rua e de veículos, o que aumenta a insegurança nas ruas do Estado.
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Vendas de livro eleito para clube de leitura do Facebook disparam
As vendas de "O Fim do Poder", de Moisés Naím, dispararam no Brasil e no exterior desde que, no sábado (3), o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou o título como o primeiro livro de seu recém-criado clube de leitura. Nos Estados Unidos, a versão em capa dura do livro, lançado em 2013, passou da 44.369ª posição para o oitavo lugar da lista de mais vendidos da Amazon antes de o título se esgotar nos estoques da loja. Nesta quarta (7), a edição em brochura aparecia em 14º lugar. No Brasil, onde foi publicada pela Leya, a obra chegou a figurar em 28º lugar na lista de livros físicos da Amazon antes de cair para a 57ª posição, provavelmente por ter esgotado o estoque da loja. A edição digital, por sua vez, aparecia em segundo lugar na lista de e-books mais vendidos da varejista. O clube A Year of Books surgiu com a proposta de Zuckerberg de ler "um novo livro a cada duas semanas e discuti-lo aqui [no Facebook]". A proposta é privilegiar livros "que enfatizem o aprendizado sobre novas culturas, crenças, histórias e tecnologias". Nesta quarta, mais de 215 mil pessoas já haviam curtido a página. O livro de Naím explora "como o antiestablishment de micropoderes pode derrubar tiranos, acabar com monopólios e abrir novas oportunidades dignas de nota, mas também pode levar ao caos e à paralisia", ao mesmo tempo em que "oferece um olhar revolucionário sobre o inevitável fim do poder" –e como ele pode mudar seu mundo". Naím disse em entrevista ter ficado surpreso com a escolha de seu livro. "Não sabia que isso aconteceria. É gratificante e animador, e excelente para um autor."
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Vendas de livro eleito para clube de leitura do Facebook disparamAs vendas de "O Fim do Poder", de Moisés Naím, dispararam no Brasil e no exterior desde que, no sábado (3), o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou o título como o primeiro livro de seu recém-criado clube de leitura. Nos Estados Unidos, a versão em capa dura do livro, lançado em 2013, passou da 44.369ª posição para o oitavo lugar da lista de mais vendidos da Amazon antes de o título se esgotar nos estoques da loja. Nesta quarta (7), a edição em brochura aparecia em 14º lugar. No Brasil, onde foi publicada pela Leya, a obra chegou a figurar em 28º lugar na lista de livros físicos da Amazon antes de cair para a 57ª posição, provavelmente por ter esgotado o estoque da loja. A edição digital, por sua vez, aparecia em segundo lugar na lista de e-books mais vendidos da varejista. O clube A Year of Books surgiu com a proposta de Zuckerberg de ler "um novo livro a cada duas semanas e discuti-lo aqui [no Facebook]". A proposta é privilegiar livros "que enfatizem o aprendizado sobre novas culturas, crenças, histórias e tecnologias". Nesta quarta, mais de 215 mil pessoas já haviam curtido a página. O livro de Naím explora "como o antiestablishment de micropoderes pode derrubar tiranos, acabar com monopólios e abrir novas oportunidades dignas de nota, mas também pode levar ao caos e à paralisia", ao mesmo tempo em que "oferece um olhar revolucionário sobre o inevitável fim do poder" –e como ele pode mudar seu mundo". Naím disse em entrevista ter ficado surpreso com a escolha de seu livro. "Não sabia que isso aconteceria. É gratificante e animador, e excelente para um autor."
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Mesmo em crise, Nordeste atrai investimento farmacêutico
Apesar da perda de participação do Nordeste nas vendas de medicamentos no país, a indústria e as grandes varejistas do setor mantêm seus planos de investimento na região, afirmam executivos. Em 2017, a farmacêutica Sanofi vai direcionar investimentos em força de vendas e em publicidade de OTCs (remédios isentos de prescrição médica) à região, afirma Pius Hornstein, diretor-geral da empresa no Brasil. "O Nordeste tem um problema de falta de produtos nas prateleiras três vezes pior que no Sudeste. Temos que trabalhar em questões logísticas e em como chegar às farmácias menores." Um dos fatores que dificulta a distribuição na zona é a menor penetração das grandes redes de farmácias, cuja estrutura é normalmente utilizada pelas farmacêuticas para chegar a todo o país. As grandes varejistas, que detêm cerca de 50% do mercado brasileiro, têm presença menor na região, afirma Paulo Paiva, diretor da consultoria Close-up International. Para as redes, a crise não afeta o ímpeto de investir no local, diz Sergio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma, entidade do setor. "O foco continua, o Nordeste se destaca muito em relação a outras regiões já consolidadas, como o Sudeste." A venda de remédios na região cresceu 12,1% no acumulado de 12 meses até novembro. No Brasil, a alta foi de 15,7%, segundo a Close-up. "O Nordeste sentiu mais o impacto da crise, mas ainda tem o maior potencial de crescimento do país para as farmas", avalia Paiva. REMÉDIO LOCAL - Participação do Nordeste na venda de medicamentos do país, em %* * Com a renúncia fiscal prevista no pacote de incentivo à indústria paulista, que será anunciado nesta sexta (16), o governo do Estado espera que as empresas beneficiadas invistam ao menos R$ 8 bilhões. Deverão integrar o programa companhias de grande porte dos setores automotivo, de máquinas e equipamentos, de cosméticos, entre outros segmentos. O valor total da renúncia fiscal não foi aberto. A projeção do governo é que, entre as montadoras, as medidas resultem em R$ 7 bilhões de investimentos -a lista de beneficiadas não foi revelada, por incluir companhias de capital aberto. Na indústria de maquinário, a previsão é de R$ 97 milhões de aportes e, na de higiene e beleza, R$ 1 bilhão. O governo também espera criar 12 mil empregos. * A Sanofi vai criar um serviço digital para apresentar seus estudos clínicos a médicos, afirma o diretor-geral da farmacêutica no Brasil, Pius Hornstein. Hoje, o contato é feito por meio de visitas físicas a consultórios. "Será um sistema híbrido. Os médicos mais jovens não querem receber representantes ao vivo. A nova plataforma faz parte de nosso plano estratégico dos próximos três anos para acelerar as vendas em todo o país." A abordagem on-line é utilizado por outras farmacêuticas que fazem esse tipo de contato com médicos, como a GlaxoSmithKline, onde as visitas presenciais a consultórios são feitas, em média, uma vez por mês. Em 2017, a companhia também deverá investir no desenvolvimento de plataformas digitais, que incluem podcasts e aplicativos. € 1,1 bilhão (cerca de R$ 3,9 bilhões) faturou a Sanofi no país em 2015 3 fábricas de saúde humana tem a empresa, que produz localmente 90% do que vende no país * A maioria (57%) das seguradoras brasileiras tem um programa para medir seu apetite por risco. Na prática, elas possuem método para saber quanto podem ter de perdas em relação ao capital. O dado é da consultoria EY, que considera a porcentagem baixa, se comparada a mercados mais tradicionais, como os da Europa. "Os riscos em questão são tanto os dos negócios, como quanto ela cobra de prêmios para garantir sinistralidade, até questões macroeconômicas, como juros", afirma Nuno Vieira, sócio da EY. A Susep (autarquia que controla o setor) implementou uma regulamentação para adequar o padrão brasileiro ao internacional. Até dezembro de 2017, as empresas precisarão ter uma estrutura para executar as mudanças. As seguradoras terão de montar um comitê formal, determinar o cálculo de seu apetite por risco e demonstrá-lo ao mercado. FOME POR PERIGO - Fatores comuns no cálculo de apetite por risco, em % * O deficit na balança comercial brasileira de produtos químicos nos últimos 12 meses foi o menor registrado desde 2010. As importações superaram as exportações em US$ 21,8 bilhões (R$ 74,1 bilhões) entre dezembro de 2015 e novembro passado. Há seis anos, o excedente era de US$ 20,6 bilhões (R$ 70,1 bilhões). A queda nos preços das mercadorias devido à desvalorização do petróleo explica a desaceleração do deficit, que ocorre desde 2013, afirma Denise Naranjo, diretora de comércio exterior da Abiquim (do setor). "Enquanto o valor comercializado caiu, o volume cresceu. Os preços médios ficaram quase 20% e 28% menores nas importações e exportações, respectivamente." A projeção é que o desempenho no comércio exterior em 2017 seja semelhante ao de 2016, segundo Naranjo. "Tudo leva a crer que o deficit fique dentro do previsto neste ano, de cerca de US$ 22 bilhões (R$ 74 bilhões)." PRODUTOS QUÍMICOS - Comércio exterior brasileiro entre janeiro e novembro, em US$ bilhões * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Mesmo em crise, Nordeste atrai investimento farmacêuticoApesar da perda de participação do Nordeste nas vendas de medicamentos no país, a indústria e as grandes varejistas do setor mantêm seus planos de investimento na região, afirmam executivos. Em 2017, a farmacêutica Sanofi vai direcionar investimentos em força de vendas e em publicidade de OTCs (remédios isentos de prescrição médica) à região, afirma Pius Hornstein, diretor-geral da empresa no Brasil. "O Nordeste tem um problema de falta de produtos nas prateleiras três vezes pior que no Sudeste. Temos que trabalhar em questões logísticas e em como chegar às farmácias menores." Um dos fatores que dificulta a distribuição na zona é a menor penetração das grandes redes de farmácias, cuja estrutura é normalmente utilizada pelas farmacêuticas para chegar a todo o país. As grandes varejistas, que detêm cerca de 50% do mercado brasileiro, têm presença menor na região, afirma Paulo Paiva, diretor da consultoria Close-up International. Para as redes, a crise não afeta o ímpeto de investir no local, diz Sergio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma, entidade do setor. "O foco continua, o Nordeste se destaca muito em relação a outras regiões já consolidadas, como o Sudeste." A venda de remédios na região cresceu 12,1% no acumulado de 12 meses até novembro. No Brasil, a alta foi de 15,7%, segundo a Close-up. "O Nordeste sentiu mais o impacto da crise, mas ainda tem o maior potencial de crescimento do país para as farmas", avalia Paiva. REMÉDIO LOCAL - Participação do Nordeste na venda de medicamentos do país, em %* * Com a renúncia fiscal prevista no pacote de incentivo à indústria paulista, que será anunciado nesta sexta (16), o governo do Estado espera que as empresas beneficiadas invistam ao menos R$ 8 bilhões. Deverão integrar o programa companhias de grande porte dos setores automotivo, de máquinas e equipamentos, de cosméticos, entre outros segmentos. O valor total da renúncia fiscal não foi aberto. A projeção do governo é que, entre as montadoras, as medidas resultem em R$ 7 bilhões de investimentos -a lista de beneficiadas não foi revelada, por incluir companhias de capital aberto. Na indústria de maquinário, a previsão é de R$ 97 milhões de aportes e, na de higiene e beleza, R$ 1 bilhão. O governo também espera criar 12 mil empregos. * A Sanofi vai criar um serviço digital para apresentar seus estudos clínicos a médicos, afirma o diretor-geral da farmacêutica no Brasil, Pius Hornstein. Hoje, o contato é feito por meio de visitas físicas a consultórios. "Será um sistema híbrido. Os médicos mais jovens não querem receber representantes ao vivo. A nova plataforma faz parte de nosso plano estratégico dos próximos três anos para acelerar as vendas em todo o país." A abordagem on-line é utilizado por outras farmacêuticas que fazem esse tipo de contato com médicos, como a GlaxoSmithKline, onde as visitas presenciais a consultórios são feitas, em média, uma vez por mês. Em 2017, a companhia também deverá investir no desenvolvimento de plataformas digitais, que incluem podcasts e aplicativos. € 1,1 bilhão (cerca de R$ 3,9 bilhões) faturou a Sanofi no país em 2015 3 fábricas de saúde humana tem a empresa, que produz localmente 90% do que vende no país * A maioria (57%) das seguradoras brasileiras tem um programa para medir seu apetite por risco. Na prática, elas possuem método para saber quanto podem ter de perdas em relação ao capital. O dado é da consultoria EY, que considera a porcentagem baixa, se comparada a mercados mais tradicionais, como os da Europa. "Os riscos em questão são tanto os dos negócios, como quanto ela cobra de prêmios para garantir sinistralidade, até questões macroeconômicas, como juros", afirma Nuno Vieira, sócio da EY. A Susep (autarquia que controla o setor) implementou uma regulamentação para adequar o padrão brasileiro ao internacional. Até dezembro de 2017, as empresas precisarão ter uma estrutura para executar as mudanças. As seguradoras terão de montar um comitê formal, determinar o cálculo de seu apetite por risco e demonstrá-lo ao mercado. FOME POR PERIGO - Fatores comuns no cálculo de apetite por risco, em % * O deficit na balança comercial brasileira de produtos químicos nos últimos 12 meses foi o menor registrado desde 2010. As importações superaram as exportações em US$ 21,8 bilhões (R$ 74,1 bilhões) entre dezembro de 2015 e novembro passado. Há seis anos, o excedente era de US$ 20,6 bilhões (R$ 70,1 bilhões). A queda nos preços das mercadorias devido à desvalorização do petróleo explica a desaceleração do deficit, que ocorre desde 2013, afirma Denise Naranjo, diretora de comércio exterior da Abiquim (do setor). "Enquanto o valor comercializado caiu, o volume cresceu. Os preços médios ficaram quase 20% e 28% menores nas importações e exportações, respectivamente." A projeção é que o desempenho no comércio exterior em 2017 seja semelhante ao de 2016, segundo Naranjo. "Tudo leva a crer que o deficit fique dentro do previsto neste ano, de cerca de US$ 22 bilhões (R$ 74 bilhões)." PRODUTOS QUÍMICOS - Comércio exterior brasileiro entre janeiro e novembro, em US$ bilhões * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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Eleição livre daria um banho de detergente no cenário político nacional
FHC, TEMER E A ELEIÇÃO ANTECIPADA A ideia foi a mesma: eleições já. Ela apareceu há cerca de três semanas, num momento reservado de desabafo do presidente Michel Temer. Voltou pela voz do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa nota com trechos criptícos que recomendam sua transcrição: "A ordem vigente é legal e constitucional (...) mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto". FHC afastou-se da liturgia constitucional da escolha do novo presidente pelo Congresso. Isso não é pouca coisa. Nas palavras dele, se a pinguela "continuar quebrando, será melhor atravessar o rio a nado e devolver a legitimação da ordem à soberania popular". Essa manobra requer emendas constitucionais e mudanças profundas na ordem política. Temer poderia fazer um "gesto de grandeza" renunciando ao mandato, mas "eleições gerais" exigiriam a renúncia de todos os governadores e parlamentares. Os interessados em recuperar seus mandatos estariam obrigados a disputar uma eleição suicida. Os prazos legais para tamanhas novidades tornam a ideia inviável, mas FHC colocou na mesa o ingrediente do tamanho da crise. A confusão que ele antevê ainda não chegou, mas será capaz de comer detalhes e prazos. A abolição da escravatura foi discutida por mais de 50 anos, mas a tramitação do projeto que liquidou a fatura durou apenas 64 dias. A ideia de instituição do parlamentarismo rondou o Congresso por décadas, mas durante a crise de 1961, com o país à beira da guerra civil, a emenda constitucional que instituiu a nova forma de governo foi aprovada em 48 horas. O "gesto de grandeza" de Temer resolveria muitos problemas. De saída, o dele, que poderia sair do palácio de cabeça erguida. Resolveria também o dilema do PSDB, que não consegue decidir se fica ou sai do governo. Com uma eleição antecipada, o governo sairia do PSDB. Uma eleição livre, sem regras de incompatibilização ou exigências de filiação partidária, daria um banho de detergente no cenário político nacional. ÓBVIO Se a proposta de eleições gerais de FHC for adiante, graças a um agravamento da crise que aplaine seus obstáculos, o candidato com maior aceitação nas pesquisas chama-se Lula. Quem não gosta do risco de ter Lula no Planalto deve começar a pensar numa forma de militância para impedir que ele se materialize. O RIO DOS ISENTOS É possível que o Rio não tenha vivido um período de tão baixo astral desde 1711, quando a cidade foi saqueada e sequestrada pelo corsário francês Duguay Troin. Cabral está na cadeia, Pezão vive a ruína que ajudou a criar e abundam os bodes. Para que se entenda melhor a raiz dos problemas da cidade, vale a pena transcrever um pedaço da entrevista que o prefeito Marcelo Crivella deu ao repórter Luiz Ernesto Magalhães: "O Rio tem hoje cerca de 1,9 milhão de imóveis. Desses, 1,1 milhão não pagam IPTU. Em qual cidade do mundo isso acontece? Em média, as pessoas vão passar a contribuir com R$ 1 por dia. Mas há extremos a serem revistos. Há apartamentos na avenida Vieira Souto (Ipanema) que valem R$ 9 milhões e pagam R$ 6.000 de imposto". NOTÍCIAS DO BUNKER Talvez Michel Temer e os grão-duques do bunker que se montou no Planalto não saibam. Há gente de alta qualidade que prefere não passar por lá. TUNGA Não deu outra. O deputado Vicente Cândido (PT-SP), relator do projeto de reforma política, desistiu do voto de lista, que já foi derrubado duas vezes pelo plenário, e veio com uma tunga. Segundo o comissário, como estão proibidas as doações de empresas, será necessário engordar um fundo partidário. Calcula-se que ele comerá até R$ 3 bilhões. Isso resulta num avanço de R$ 15 no bolso de cada brasileiro. * Leia outros textos da coluna deste domingo (18):
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Eleição livre daria um banho de detergente no cenário político nacionalFHC, TEMER E A ELEIÇÃO ANTECIPADA A ideia foi a mesma: eleições já. Ela apareceu há cerca de três semanas, num momento reservado de desabafo do presidente Michel Temer. Voltou pela voz do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa nota com trechos criptícos que recomendam sua transcrição: "A ordem vigente é legal e constitucional (...) mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto". FHC afastou-se da liturgia constitucional da escolha do novo presidente pelo Congresso. Isso não é pouca coisa. Nas palavras dele, se a pinguela "continuar quebrando, será melhor atravessar o rio a nado e devolver a legitimação da ordem à soberania popular". Essa manobra requer emendas constitucionais e mudanças profundas na ordem política. Temer poderia fazer um "gesto de grandeza" renunciando ao mandato, mas "eleições gerais" exigiriam a renúncia de todos os governadores e parlamentares. Os interessados em recuperar seus mandatos estariam obrigados a disputar uma eleição suicida. Os prazos legais para tamanhas novidades tornam a ideia inviável, mas FHC colocou na mesa o ingrediente do tamanho da crise. A confusão que ele antevê ainda não chegou, mas será capaz de comer detalhes e prazos. A abolição da escravatura foi discutida por mais de 50 anos, mas a tramitação do projeto que liquidou a fatura durou apenas 64 dias. A ideia de instituição do parlamentarismo rondou o Congresso por décadas, mas durante a crise de 1961, com o país à beira da guerra civil, a emenda constitucional que instituiu a nova forma de governo foi aprovada em 48 horas. O "gesto de grandeza" de Temer resolveria muitos problemas. De saída, o dele, que poderia sair do palácio de cabeça erguida. Resolveria também o dilema do PSDB, que não consegue decidir se fica ou sai do governo. Com uma eleição antecipada, o governo sairia do PSDB. Uma eleição livre, sem regras de incompatibilização ou exigências de filiação partidária, daria um banho de detergente no cenário político nacional. ÓBVIO Se a proposta de eleições gerais de FHC for adiante, graças a um agravamento da crise que aplaine seus obstáculos, o candidato com maior aceitação nas pesquisas chama-se Lula. Quem não gosta do risco de ter Lula no Planalto deve começar a pensar numa forma de militância para impedir que ele se materialize. O RIO DOS ISENTOS É possível que o Rio não tenha vivido um período de tão baixo astral desde 1711, quando a cidade foi saqueada e sequestrada pelo corsário francês Duguay Troin. Cabral está na cadeia, Pezão vive a ruína que ajudou a criar e abundam os bodes. Para que se entenda melhor a raiz dos problemas da cidade, vale a pena transcrever um pedaço da entrevista que o prefeito Marcelo Crivella deu ao repórter Luiz Ernesto Magalhães: "O Rio tem hoje cerca de 1,9 milhão de imóveis. Desses, 1,1 milhão não pagam IPTU. Em qual cidade do mundo isso acontece? Em média, as pessoas vão passar a contribuir com R$ 1 por dia. Mas há extremos a serem revistos. Há apartamentos na avenida Vieira Souto (Ipanema) que valem R$ 9 milhões e pagam R$ 6.000 de imposto". NOTÍCIAS DO BUNKER Talvez Michel Temer e os grão-duques do bunker que se montou no Planalto não saibam. Há gente de alta qualidade que prefere não passar por lá. TUNGA Não deu outra. O deputado Vicente Cândido (PT-SP), relator do projeto de reforma política, desistiu do voto de lista, que já foi derrubado duas vezes pelo plenário, e veio com uma tunga. Segundo o comissário, como estão proibidas as doações de empresas, será necessário engordar um fundo partidário. Calcula-se que ele comerá até R$ 3 bilhões. Isso resulta num avanço de R$ 15 no bolso de cada brasileiro. * Leia outros textos da coluna deste domingo (18):
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Governo tira com uma mão parte do que deu com a outra
SÃO PAULO - Os manifestantes que protestaram em 2015 e 2016 ao lado dos patos inflados na avenida Paulista tinham um encontro marcado com a frustração. Os impostos, cedo ou tarde, teriam de ser elevados diante da equação política que fechava as portas para correções ao mesmo tempo substanciais e tempestivas no grosso das despesas orçamentárias. Demorou, mas aconteceu. A necessidade de fechar as contas de 2017, de assegurar que o buraco depois de quitados os compromissos não financeiros da União fique "apenas" em R$ 139 bilhões, levou o Planalto a autorizar uma pequena derrama no mercado de combustíveis. De cada R$ 100 que o governo deu com uma mão às famílias brasileiras, ao autorizar o saque das contas inativas do FGTS, pretende agora subtrair R$ 25 com a outra, por meio do arrocho no posto de gasolina. Como se comportará o consumo diante de estímulos contraditórios? Há sinais de que a economia brasileira possa ter perdido marcadores da previsibilidade com que operou ao longo dos últimos 20 anos. Nesse período, aumento de tributos levava, quase como um relógio suíço, ao cumprimento, muitas vezes com folga, dos objetivos de engorda fiscal. Naquele tempo, taxar combustíveis de baciada, como foi feito agora, também era caminho certeiro para atiçar a inflação, o que recomendava, como antídoto, a subida dos juros pelo Banco Central. As coisas parecem mais duvidosas agora. O choque tributário nos combustíveis talvez não retire os índices de inflação da surpreendente rota de desaceleração. O mercado está perto de financiar o Tesouro até 2024 aceitando juro real abaixo de 5% ao ano, o que não se vê há um bom tempo. A questão é se, nesse ambiente esquisito para nossos padrões, elevar imposto dará à União a receita estimada ou se, ao contrário, o efeito depressivo sobre a atividade será mais forte.
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Governo tira com uma mão parte do que deu com a outraSÃO PAULO - Os manifestantes que protestaram em 2015 e 2016 ao lado dos patos inflados na avenida Paulista tinham um encontro marcado com a frustração. Os impostos, cedo ou tarde, teriam de ser elevados diante da equação política que fechava as portas para correções ao mesmo tempo substanciais e tempestivas no grosso das despesas orçamentárias. Demorou, mas aconteceu. A necessidade de fechar as contas de 2017, de assegurar que o buraco depois de quitados os compromissos não financeiros da União fique "apenas" em R$ 139 bilhões, levou o Planalto a autorizar uma pequena derrama no mercado de combustíveis. De cada R$ 100 que o governo deu com uma mão às famílias brasileiras, ao autorizar o saque das contas inativas do FGTS, pretende agora subtrair R$ 25 com a outra, por meio do arrocho no posto de gasolina. Como se comportará o consumo diante de estímulos contraditórios? Há sinais de que a economia brasileira possa ter perdido marcadores da previsibilidade com que operou ao longo dos últimos 20 anos. Nesse período, aumento de tributos levava, quase como um relógio suíço, ao cumprimento, muitas vezes com folga, dos objetivos de engorda fiscal. Naquele tempo, taxar combustíveis de baciada, como foi feito agora, também era caminho certeiro para atiçar a inflação, o que recomendava, como antídoto, a subida dos juros pelo Banco Central. As coisas parecem mais duvidosas agora. O choque tributário nos combustíveis talvez não retire os índices de inflação da surpreendente rota de desaceleração. O mercado está perto de financiar o Tesouro até 2024 aceitando juro real abaixo de 5% ao ano, o que não se vê há um bom tempo. A questão é se, nesse ambiente esquisito para nossos padrões, elevar imposto dará à União a receita estimada ou se, ao contrário, o efeito depressivo sobre a atividade será mais forte.
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Rio Grande do Sul liderou produção de filmes em 2014, diz IBGE
O Estado que apoiou o maior número de filmes no país no ano de 2014 foi o Rio Grande do Sul. A produção local chegou a 60 filmes entre curtas, média e longa metragens. Os dados constam da pesquisa do IBGE Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros em 2014 para a área de cultura, divulgada na manhã desta segunda-feira (14). Em segundo lugar, está Pernambuco (54 filmes), e em terceiro, São Paulo (42). Ao todo, Estados e municípios apoiaram a produção de 1.849 filmes. Estados apoiaram a realização de 480 filmes —229 curtas, 113 médias e 138 longas. Cerca de 6% dos municípios deram apoio a 1.369 produções —838 curtas, 271 médias e 260 longas. A pesquisa também mapeou o apoio de forma geral à produção audiovisual: ajuda financeira, organização de festivais, atividades de preservação conservação e recuperação de acervos e cineclubes. Os Estados cujos municípios deram mais apoio a mostras e festivais foram Amazonas, Ceará, Alagoas, Rio de Janeiro São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. De acordo com o IBGE, quanto maior o município, maior a participação do poder municipal na promoção de festivais. Também há uma correlação entre produção de filmes e a existência de festivais e mostras. Isso se dá em municípios com mais de 500 mil habitantes e capitais.
ilustrada
Rio Grande do Sul liderou produção de filmes em 2014, diz IBGEO Estado que apoiou o maior número de filmes no país no ano de 2014 foi o Rio Grande do Sul. A produção local chegou a 60 filmes entre curtas, média e longa metragens. Os dados constam da pesquisa do IBGE Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros em 2014 para a área de cultura, divulgada na manhã desta segunda-feira (14). Em segundo lugar, está Pernambuco (54 filmes), e em terceiro, São Paulo (42). Ao todo, Estados e municípios apoiaram a produção de 1.849 filmes. Estados apoiaram a realização de 480 filmes —229 curtas, 113 médias e 138 longas. Cerca de 6% dos municípios deram apoio a 1.369 produções —838 curtas, 271 médias e 260 longas. A pesquisa também mapeou o apoio de forma geral à produção audiovisual: ajuda financeira, organização de festivais, atividades de preservação conservação e recuperação de acervos e cineclubes. Os Estados cujos municípios deram mais apoio a mostras e festivais foram Amazonas, Ceará, Alagoas, Rio de Janeiro São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. De acordo com o IBGE, quanto maior o município, maior a participação do poder municipal na promoção de festivais. Também há uma correlação entre produção de filmes e a existência de festivais e mostras. Isso se dá em municípios com mais de 500 mil habitantes e capitais.
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Mantendo vivos a marca e o legado de Ayrton Senna
Vinte e três anos depois de sua morte, o nome do antigo campeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna vale quase tanto quanto na época em que ele era vivo e —está fazendo diferença em seu pais natal, o Brasil. Em uma tarde de sexta-feira, crianças por volta dos 12 anos de idade estão reunidas no laboratório de computação de uma escola pública em Itatiba, uma cidadezinha a cerca de uma hora de distância de São Paulo. As aulas da semana já se encerraram, mas os alunos optaram por ficar na escola para atividades extracurriculares. Estão aprendendo a usar o Scratch, um software desenvolvido por especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) com o objetivo de ensinar a garotada a escrever códigos de software. A maioria das escolas públicas brasileiras não inclui códigos de software em seu currículo. Na verdade, a maioria das escolas do país enfrenta dificuldades para ensinar o básico, como matemática e português, aos alunos, e o Brasil está entre os países de pior classificação mundial nos exames comparativos de desempenho escolar. Os estudantes e dirigentes da escola de Itatiba têm pouco interesse em Fórmula 1. Mas boa parte do que está acontecendo na sala de aula é parte do legado do lendário piloto Ayrton Senna, morto em um trágico acidente no Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1, em 1994. UM PROJETO DA FAMÍLIA SENNA As aulas de software são um projeto conduzido pela Fundação Ayrton Senna, uma organização não governamental (ONG) fundada por Vivianne Senna, a irmã de Ayrton, poucos meses depois que ele morreu. A maior parte do dinheiro da fundação vem da gestão da marca e do legado de Senna. A marca Ayrton Senna continua a ser uma das mais valiosas no mercado mundial. Nos últimos cinco anos, a fundação obteve 1 bilhão de reais em verbas para a ONG. E tudo isso é controlado pela família Senna. Vivianne é a presidente da fundação, e sua filha Bianca comanda a área de branding. A fundação usa o dinheiro que arrecada para bancar ambiciosos projetos educacionais, que representam sua principal atividade atual. "As empresas costumam ter divisões filantrópicas que ajudam a sociedade com projetos sociais. Nosso caso é o oposto. Somos a única ONG que conheço que tem uma empresa de branding esportivo como parte de sua estrutura", diz Bianca. AINDA ATRATIVO O nome de Ayrton Senna continua a ser uma mina de ouro em termos de marketing. Os mercados mais fortes para produtos com a marca Senna são o Brasil, Reino Unido e Itália. Uma pesquisa conduzida em 2015 pelo Boston Consulting Group sugere que Senna está em posição semelhante à do superastro do tênis Roger Federer e à da lenda do basquete Michael Jordan em termos de potencial de endosso de produtos. Outra pesquisa, sobre atletas brasileiros que disputaram a olimpíada do Rio de Janeiro no ano passado - muitos dos quais jovens demais para ter visto uma corrida de Senna - o apontou como sua maior fonte de inspiração, acima de ídolos atuais e do passado como Neymar e Pelé. A fundação faz o seu melhor para explorar plenamente esse potencial de marketing, licenciando centenas de produtos que portam o nome e imagem de Senna. A organização trabalha com dois tipos de consumidores. O primeiro é formado pelos fãs da Fórmula 1, que compram produtos como livros, DVDs, capacetes e objetos colecionáveis. E há os produtos dirigidos ao público mais amplo, que pode não curtir corridas de automóveis mas gosta de Senna, de seu carisma e dos valores que ele representa - brinquedos e quadrinhos para crianças e uma linha de alimentos com produtos como ketchup, mostarda e maionese. MARCA INCOMPARÁVEL O especialista em marketing Marcos Machado, da consultoria TopBrands, diz que a morte trágica de Senna no auge da carreira cristalizou sua imagem como vencedor aos olhos do público. A maioria dos astros do esporte termina perdendo os atrativos quando envelhece e abandona as competições. Alguns deles causam perda de valor para suas marcas por se envolverem em escândalos - Ryan Lochte e Tiger Woods são dois exemplos. "Se você considerar Senna como marca, não creio que ele tenha muitos competidores", diz Machado. Um dos pontos fortes da marca é que virtualmente todo o dinheiro obtido com os contratos de licenciamento é usado para fins assistenciais. A educação é a atividade central da fundação. Ao longo das duas últimas décadas, ela se tornou uma das maiores ONGs do Brasil e ajudou 1,9 milhão de crianças, além de treinar 60 mil professores por ano. A organização investe pesadamente no desenvolvimento do que Vivianne Senna define como "vacinas" - soluções inteligentes que podem ser aplicadas a muitas escolas, e com baixo custo. CAPACITAÇÕES SOCIAIS E EMOCIONAIS No ano passado, a organização conquistou um de seus maiores sucessos, no Colégio Chico Anysio, uma escola pública para estudantes de baixa renda no Rio de Janeiro. O instituto reorganizou o currículo, e começou a educar os alunos quanto a capacitações sociais e emocionais como a resiliência, disciplina e determinação, em lugar de se concentrar apenas nas matérias tradicionais, como matemática e ciências. A organização desenvolveu até indicadores especiais para identificar essas capacitações. E no exame nacional de estudantes brasileiros, o Colégio Chico Anysio conquistou o quinto lugar entre as escolas com alunos de sua categoria de renda. Este ano, o instituto está aplicando a mesma "vacina" a outras 20 escolas no sul do Brasil. Mas seu trabalho não deixa de atrair críticas. Os sindicatos de professores se queixam de que capacitações sociais e emocionais são traços de personalidade - e não capacitações passíveis de medida -, e de que a fundação vê as escolas e os professores de uma maneira demasiado empresarial. Vivianne Senna discorda. "Se alguém do século 19 visitasse a nossa época, não veria diferença alguma nas salas de aula. Mas o resto do mundo passou por uma revolução tecnológica e científica", ela diz. "Não se trata apenas de dar tablets e celulares aos estudantes, mas sim de lhes dar capacitações sociais e emocionais que permitam que enfrentem o nosso mundo", acrescenta. BATALHA DIFÍCIL A despeito de alguns sucessos, o nível de educação brasileiro vem decaindo no ranking mundial do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), nos últimos anos. O Brasil tem 50 milhões de crianças em idade escolar, entre os seis e os 16 anos. Apenas 20% delas concluem o segundo grau. Todas as demais são perdidas ao longo do caminho. O futuro está repleto de desafios para a fundação. Todo o trabalho que ela faz depende de aprovação de governos estaduais e municipais, mas as finanças públicas brasileiras estão em colapso por causa da recessão. No campo do branding, a fundação precisa manter vivo o interesse no nome de Senna, o que deve se tornar mais difícil, com o passar dos anos. "A fundação fez um trabalho excelente. E o interesse por Senna pode ser sustentado, mas não para sempre", diz Machado. "Temos de ser realistas. Um dia Senna será mais uma memória distante do que um ídolo real, para as gerações mais jovens. O nome dele pode ser mantido vivo, mas não para sempre", ele acrescenta. Nas pistas, Senna ganhou fama como piloto capaz de realizar coisas aparentemente impossíveis. A fundação que hoje leva seu nome está tentando manter vivo esse legado. Tradução de PAULO MIGLIACCI
esporte
Mantendo vivos a marca e o legado de Ayrton SennaVinte e três anos depois de sua morte, o nome do antigo campeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna vale quase tanto quanto na época em que ele era vivo e —está fazendo diferença em seu pais natal, o Brasil. Em uma tarde de sexta-feira, crianças por volta dos 12 anos de idade estão reunidas no laboratório de computação de uma escola pública em Itatiba, uma cidadezinha a cerca de uma hora de distância de São Paulo. As aulas da semana já se encerraram, mas os alunos optaram por ficar na escola para atividades extracurriculares. Estão aprendendo a usar o Scratch, um software desenvolvido por especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) com o objetivo de ensinar a garotada a escrever códigos de software. A maioria das escolas públicas brasileiras não inclui códigos de software em seu currículo. Na verdade, a maioria das escolas do país enfrenta dificuldades para ensinar o básico, como matemática e português, aos alunos, e o Brasil está entre os países de pior classificação mundial nos exames comparativos de desempenho escolar. Os estudantes e dirigentes da escola de Itatiba têm pouco interesse em Fórmula 1. Mas boa parte do que está acontecendo na sala de aula é parte do legado do lendário piloto Ayrton Senna, morto em um trágico acidente no Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1, em 1994. UM PROJETO DA FAMÍLIA SENNA As aulas de software são um projeto conduzido pela Fundação Ayrton Senna, uma organização não governamental (ONG) fundada por Vivianne Senna, a irmã de Ayrton, poucos meses depois que ele morreu. A maior parte do dinheiro da fundação vem da gestão da marca e do legado de Senna. A marca Ayrton Senna continua a ser uma das mais valiosas no mercado mundial. Nos últimos cinco anos, a fundação obteve 1 bilhão de reais em verbas para a ONG. E tudo isso é controlado pela família Senna. Vivianne é a presidente da fundação, e sua filha Bianca comanda a área de branding. A fundação usa o dinheiro que arrecada para bancar ambiciosos projetos educacionais, que representam sua principal atividade atual. "As empresas costumam ter divisões filantrópicas que ajudam a sociedade com projetos sociais. Nosso caso é o oposto. Somos a única ONG que conheço que tem uma empresa de branding esportivo como parte de sua estrutura", diz Bianca. AINDA ATRATIVO O nome de Ayrton Senna continua a ser uma mina de ouro em termos de marketing. Os mercados mais fortes para produtos com a marca Senna são o Brasil, Reino Unido e Itália. Uma pesquisa conduzida em 2015 pelo Boston Consulting Group sugere que Senna está em posição semelhante à do superastro do tênis Roger Federer e à da lenda do basquete Michael Jordan em termos de potencial de endosso de produtos. Outra pesquisa, sobre atletas brasileiros que disputaram a olimpíada do Rio de Janeiro no ano passado - muitos dos quais jovens demais para ter visto uma corrida de Senna - o apontou como sua maior fonte de inspiração, acima de ídolos atuais e do passado como Neymar e Pelé. A fundação faz o seu melhor para explorar plenamente esse potencial de marketing, licenciando centenas de produtos que portam o nome e imagem de Senna. A organização trabalha com dois tipos de consumidores. O primeiro é formado pelos fãs da Fórmula 1, que compram produtos como livros, DVDs, capacetes e objetos colecionáveis. E há os produtos dirigidos ao público mais amplo, que pode não curtir corridas de automóveis mas gosta de Senna, de seu carisma e dos valores que ele representa - brinquedos e quadrinhos para crianças e uma linha de alimentos com produtos como ketchup, mostarda e maionese. MARCA INCOMPARÁVEL O especialista em marketing Marcos Machado, da consultoria TopBrands, diz que a morte trágica de Senna no auge da carreira cristalizou sua imagem como vencedor aos olhos do público. A maioria dos astros do esporte termina perdendo os atrativos quando envelhece e abandona as competições. Alguns deles causam perda de valor para suas marcas por se envolverem em escândalos - Ryan Lochte e Tiger Woods são dois exemplos. "Se você considerar Senna como marca, não creio que ele tenha muitos competidores", diz Machado. Um dos pontos fortes da marca é que virtualmente todo o dinheiro obtido com os contratos de licenciamento é usado para fins assistenciais. A educação é a atividade central da fundação. Ao longo das duas últimas décadas, ela se tornou uma das maiores ONGs do Brasil e ajudou 1,9 milhão de crianças, além de treinar 60 mil professores por ano. A organização investe pesadamente no desenvolvimento do que Vivianne Senna define como "vacinas" - soluções inteligentes que podem ser aplicadas a muitas escolas, e com baixo custo. CAPACITAÇÕES SOCIAIS E EMOCIONAIS No ano passado, a organização conquistou um de seus maiores sucessos, no Colégio Chico Anysio, uma escola pública para estudantes de baixa renda no Rio de Janeiro. O instituto reorganizou o currículo, e começou a educar os alunos quanto a capacitações sociais e emocionais como a resiliência, disciplina e determinação, em lugar de se concentrar apenas nas matérias tradicionais, como matemática e ciências. A organização desenvolveu até indicadores especiais para identificar essas capacitações. E no exame nacional de estudantes brasileiros, o Colégio Chico Anysio conquistou o quinto lugar entre as escolas com alunos de sua categoria de renda. Este ano, o instituto está aplicando a mesma "vacina" a outras 20 escolas no sul do Brasil. Mas seu trabalho não deixa de atrair críticas. Os sindicatos de professores se queixam de que capacitações sociais e emocionais são traços de personalidade - e não capacitações passíveis de medida -, e de que a fundação vê as escolas e os professores de uma maneira demasiado empresarial. Vivianne Senna discorda. "Se alguém do século 19 visitasse a nossa época, não veria diferença alguma nas salas de aula. Mas o resto do mundo passou por uma revolução tecnológica e científica", ela diz. "Não se trata apenas de dar tablets e celulares aos estudantes, mas sim de lhes dar capacitações sociais e emocionais que permitam que enfrentem o nosso mundo", acrescenta. BATALHA DIFÍCIL A despeito de alguns sucessos, o nível de educação brasileiro vem decaindo no ranking mundial do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), nos últimos anos. O Brasil tem 50 milhões de crianças em idade escolar, entre os seis e os 16 anos. Apenas 20% delas concluem o segundo grau. Todas as demais são perdidas ao longo do caminho. O futuro está repleto de desafios para a fundação. Todo o trabalho que ela faz depende de aprovação de governos estaduais e municipais, mas as finanças públicas brasileiras estão em colapso por causa da recessão. No campo do branding, a fundação precisa manter vivo o interesse no nome de Senna, o que deve se tornar mais difícil, com o passar dos anos. "A fundação fez um trabalho excelente. E o interesse por Senna pode ser sustentado, mas não para sempre", diz Machado. "Temos de ser realistas. Um dia Senna será mais uma memória distante do que um ídolo real, para as gerações mais jovens. O nome dele pode ser mantido vivo, mas não para sempre", ele acrescenta. Nas pistas, Senna ganhou fama como piloto capaz de realizar coisas aparentemente impossíveis. A fundação que hoje leva seu nome está tentando manter vivo esse legado. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Windows 10 estará disponível para celulares antigos a partir de dezembro
Donos de celulares Lumia, da Microsoft, poderão atualizar o sistema operacional para o Windows 10 a partir de dezembro. O anúncio foi feito pela empresa, nesta terça-feira (6), em sua página do Facebook. O Windows 10, porém, exige que os aparelhos tenham boa capacidade de armazenamento interno. Só o sistema exige 8 Gbytes. Em comparação, recentemente a Apple diminuiu o tamanho do iOS 9, seu sistema operacional, para menos de 2 Gbytes. Segundo a empresa, apenas celulares com aparelhos com o software Lumia Denim poderão ser atualizados. Porém, nem todas as ferramentas do Windows 10 estarão disponíveis para todos os celulares. Vai depender da configuração de cada aparelho para usá-las. Entre as novidades do sistema nos celulares está a interação da assistente pessoal digital Cortana com todos os aparelhos. Assim, será possível, por exemplo, configurar por um computador -que também tenha o novo Windows 10- um alarme para ser tocado pelo celular. Programas como o Office e o Outlook também ganharam novas versões. Quem quiser ter acesso ao sistema operacional antes poderá adquirir a nova linha Lumia 950, apresentada pela companhia nesta terça-feira e que será lançada em novembro. Não há previsão de quando chegará ao país.
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Windows 10 estará disponível para celulares antigos a partir de dezembroDonos de celulares Lumia, da Microsoft, poderão atualizar o sistema operacional para o Windows 10 a partir de dezembro. O anúncio foi feito pela empresa, nesta terça-feira (6), em sua página do Facebook. O Windows 10, porém, exige que os aparelhos tenham boa capacidade de armazenamento interno. Só o sistema exige 8 Gbytes. Em comparação, recentemente a Apple diminuiu o tamanho do iOS 9, seu sistema operacional, para menos de 2 Gbytes. Segundo a empresa, apenas celulares com aparelhos com o software Lumia Denim poderão ser atualizados. Porém, nem todas as ferramentas do Windows 10 estarão disponíveis para todos os celulares. Vai depender da configuração de cada aparelho para usá-las. Entre as novidades do sistema nos celulares está a interação da assistente pessoal digital Cortana com todos os aparelhos. Assim, será possível, por exemplo, configurar por um computador -que também tenha o novo Windows 10- um alarme para ser tocado pelo celular. Programas como o Office e o Outlook também ganharam novas versões. Quem quiser ter acesso ao sistema operacional antes poderá adquirir a nova linha Lumia 950, apresentada pela companhia nesta terça-feira e que será lançada em novembro. Não há previsão de quando chegará ao país.
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