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Milícias pró-governo retomam maior base do Iêmen com ajuda de sauditas
As forças aliadas ao governo instituído do Iêmen retomaram nesta terça-feira (4) a base de Al Anad, no sul do país, dominada desde março pelos rebeldes xiitas houthis. A retomada do controle da instalação militar é mais um avanço dos aliados do governo, que têm o apoio da coalizão liderada pela Arábia Saudita, e uma derrota para os insurgentes apoiados pelo Irã. A captura da base foi o resultado de 24 horas de ataques das milícias governamentais. Eles receberam armamento fornecido pelos sauditas, que incluiu lançadores de foguetes e tanques de guerra. Militares iemenitas disseram que os soldados da coalizão deram assistência aos milicianos para operar o armamento mais sofisticado. O jornal "The New York Times" diz, porém, que as tropas também participaram dos combates. Desde domingo (2), os soldados da coalizão patrulham Áden, segunda maior cidade do Iêmen e que fica a 60 km de Al Anad. A cidade foi retomada pelo governo depois de quatro meses de confrontos com os houthis. O conflito destruiu edifícios e a infraestrutura da cidade, em especial o fornecimento de água e energia elétrica. O aeroporto foi reaberto em 22 de julho e já recebe aviões com ajuda humanitária. DRONES Antes de ser capturada pelos houthis em março, Al Anad era usada como base para as tropas dos EUA lançarem ataques contra áreas dominadas pela Al Qaeda na Península Arábica, filial da rede terrorista no país. A instalação é considerada estratégica por ficar no caminho entre Áden e a capital Sanaa, dominada pelos houthis. O controle da região é mais um passo para a volta do presidente Abdo Rabbo Mansour, no exílio desde março. Os houthis ainda não se pronunciaram sobre a perda da base militar. A imprensa iemenita afirma que os rebeldes xiitas estão sobrecarregados e desarmados depois de mais de um ano de conflito. Seu líder, Abdelmalik al-Houthi, afirmou no domingo (2) que a derrota em Áden era "temporária" e que a localidade seria recuperada. Além de Sanaa, os houthis ainda dominam o norte iemenita. De acordo com a ONU, a guerra no Iêmen deixou mais de 4.000 mortos, metade deles civis, e 80% da população de 21 milhões de habitantes precisa de ajuda.
mundo
Milícias pró-governo retomam maior base do Iêmen com ajuda de sauditasAs forças aliadas ao governo instituído do Iêmen retomaram nesta terça-feira (4) a base de Al Anad, no sul do país, dominada desde março pelos rebeldes xiitas houthis. A retomada do controle da instalação militar é mais um avanço dos aliados do governo, que têm o apoio da coalizão liderada pela Arábia Saudita, e uma derrota para os insurgentes apoiados pelo Irã. A captura da base foi o resultado de 24 horas de ataques das milícias governamentais. Eles receberam armamento fornecido pelos sauditas, que incluiu lançadores de foguetes e tanques de guerra. Militares iemenitas disseram que os soldados da coalizão deram assistência aos milicianos para operar o armamento mais sofisticado. O jornal "The New York Times" diz, porém, que as tropas também participaram dos combates. Desde domingo (2), os soldados da coalizão patrulham Áden, segunda maior cidade do Iêmen e que fica a 60 km de Al Anad. A cidade foi retomada pelo governo depois de quatro meses de confrontos com os houthis. O conflito destruiu edifícios e a infraestrutura da cidade, em especial o fornecimento de água e energia elétrica. O aeroporto foi reaberto em 22 de julho e já recebe aviões com ajuda humanitária. DRONES Antes de ser capturada pelos houthis em março, Al Anad era usada como base para as tropas dos EUA lançarem ataques contra áreas dominadas pela Al Qaeda na Península Arábica, filial da rede terrorista no país. A instalação é considerada estratégica por ficar no caminho entre Áden e a capital Sanaa, dominada pelos houthis. O controle da região é mais um passo para a volta do presidente Abdo Rabbo Mansour, no exílio desde março. Os houthis ainda não se pronunciaram sobre a perda da base militar. A imprensa iemenita afirma que os rebeldes xiitas estão sobrecarregados e desarmados depois de mais de um ano de conflito. Seu líder, Abdelmalik al-Houthi, afirmou no domingo (2) que a derrota em Áden era "temporária" e que a localidade seria recuperada. Além de Sanaa, os houthis ainda dominam o norte iemenita. De acordo com a ONU, a guerra no Iêmen deixou mais de 4.000 mortos, metade deles civis, e 80% da população de 21 milhões de habitantes precisa de ajuda.
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Wagner diz que não manda em Caracas para liberar avião com senadores
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta terça-feira (16) que não "manda no governo da Venezuela", nem tem poderes para convencer o país vizinho a aceitar o pouso de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). A aeronave levaria senadores da oposição, que nesta quinta (18) partem para Caracas para visitar presos políticos do país. Apesar de o pedido ter sido enviado na semana passada, a Venezuela ainda não respondeu à solicitação. Em entrevista, Wagner disse que o país vizinho não negou oficialmente o pouso da aeronave e reiterou que ainda não há resposta formal do governo de Nicolás Maduro sobre o caso. "Houve um pedido feito [para o pouso], e o pedido foi encaminhado. Está lá no governo da Venezuela um pedido que é absolutamente corriqueiro. Qualquer avião da FAB, para sair daqui e ir a qualquer lugar, ele pede ordem de passagem pelo espaço aéreo e para o pouso. Não é verdade que tenha sido negado", afirmou. O ministro disse que a permissão não depende do Ministério da Defesa brasileiro, uma vez que o governo da Venezuela é "soberano" para decidir quem entra em seu espaço aéreo. "Aquilo lá é outro país. O embaixador do Brasil em Caracas sabe, já falou, evidentemente que a Venezuela é soberana para isso. O adido militar já foi falar com a outra parte. Agora, eles [Venezuela] é que têm emitir a autorização." Wagner se reuniu nesta terça (16) com o presidente do Senado, Renan Calheiros, que havia solicitado ao Ministério da Defesa um avião para levar a comitiva, liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os congressistas da oposição brasileira fazem duras críticas ao governo Maduro, ao contrário do Palácio do Planalto, que mantém com o país vizinho uma relação cordial. Nos bastidores, alguns senadores acusaram Wagner de trabalhar contra a ida do grupo à Venezuela, mas o ministro nega. "Isso não é verdade", desconversou. OPOSIÇÃO Pouco depois do encontro entre Wagner e Renan, Aécio Neves afirmou que os deputados pretendem fretar um avião particular e dividir a conta entre os partidos para que a viagem a Caracas aconteça na data prevista. "Estamos determinados a ir à Venezuela na próxima quinta-feira, cumprindo uma missão de caráter humanitário para reforçar uma pressão que é hoje do mundo", afirmou Aécio. "Vamos fazer coro a várias nações democráticas e lideranças de vários países do mundo já que o governo brasileiro tem sido absolutamente omisso nessa questão e essa omissão tem, de certa forma, estimulado a escalada autoritária neste país irmão." Já o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que seria melhor viajar em avião fretado que em um militar por questões de segurança. "Vai que esse avião dá uma pane. A gente já perdeu muita gente, né. O seguro morreu de velho", afirmou quando questionado sobre qual seria o problema do avião militar. A comitiva de senadores era integrada por Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Fernando Bezerra (PSB-PE).
mundo
Wagner diz que não manda em Caracas para liberar avião com senadoresO ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta terça-feira (16) que não "manda no governo da Venezuela", nem tem poderes para convencer o país vizinho a aceitar o pouso de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). A aeronave levaria senadores da oposição, que nesta quinta (18) partem para Caracas para visitar presos políticos do país. Apesar de o pedido ter sido enviado na semana passada, a Venezuela ainda não respondeu à solicitação. Em entrevista, Wagner disse que o país vizinho não negou oficialmente o pouso da aeronave e reiterou que ainda não há resposta formal do governo de Nicolás Maduro sobre o caso. "Houve um pedido feito [para o pouso], e o pedido foi encaminhado. Está lá no governo da Venezuela um pedido que é absolutamente corriqueiro. Qualquer avião da FAB, para sair daqui e ir a qualquer lugar, ele pede ordem de passagem pelo espaço aéreo e para o pouso. Não é verdade que tenha sido negado", afirmou. O ministro disse que a permissão não depende do Ministério da Defesa brasileiro, uma vez que o governo da Venezuela é "soberano" para decidir quem entra em seu espaço aéreo. "Aquilo lá é outro país. O embaixador do Brasil em Caracas sabe, já falou, evidentemente que a Venezuela é soberana para isso. O adido militar já foi falar com a outra parte. Agora, eles [Venezuela] é que têm emitir a autorização." Wagner se reuniu nesta terça (16) com o presidente do Senado, Renan Calheiros, que havia solicitado ao Ministério da Defesa um avião para levar a comitiva, liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os congressistas da oposição brasileira fazem duras críticas ao governo Maduro, ao contrário do Palácio do Planalto, que mantém com o país vizinho uma relação cordial. Nos bastidores, alguns senadores acusaram Wagner de trabalhar contra a ida do grupo à Venezuela, mas o ministro nega. "Isso não é verdade", desconversou. OPOSIÇÃO Pouco depois do encontro entre Wagner e Renan, Aécio Neves afirmou que os deputados pretendem fretar um avião particular e dividir a conta entre os partidos para que a viagem a Caracas aconteça na data prevista. "Estamos determinados a ir à Venezuela na próxima quinta-feira, cumprindo uma missão de caráter humanitário para reforçar uma pressão que é hoje do mundo", afirmou Aécio. "Vamos fazer coro a várias nações democráticas e lideranças de vários países do mundo já que o governo brasileiro tem sido absolutamente omisso nessa questão e essa omissão tem, de certa forma, estimulado a escalada autoritária neste país irmão." Já o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que seria melhor viajar em avião fretado que em um militar por questões de segurança. "Vai que esse avião dá uma pane. A gente já perdeu muita gente, né. O seguro morreu de velho", afirmou quando questionado sobre qual seria o problema do avião militar. A comitiva de senadores era integrada por Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Fernando Bezerra (PSB-PE).
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Esquema similar ao investigado na operação Turbulência também teve morte suspeita
A morte suspeita do empresário Paulo César de Barros Morato, 47, em um motel em Olinda (PE), não foi a única no mesmo grupo de investigados na Operação Turbulência, deflagrada no último dia 21. Há 11 anos, outro empresário ligado aos mesmos pivôs do esquema agora apurado também foi encontrado morto em um suposto suicídio que nunca foi confirmado nem afastado pela perícia da Polícia Civil do Recife (PE). O empresário Rodrigo Arce tinha 43 anos em 7 de dezembro de 2005 quando despencou do oitavo andar do edifício em que morava no bairro de Boa Viagem, na capital pernambucana. Seu corpo foi encontrado no fosso do sistema hidráulico e telefônico do prédio. Documentos obtidos pela Folha mostram que os peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil não chegaram a uma conclusão sobre o que ocorreu. Citando "ação suicida" como mera "possibilidade", os peritos reconheceram que "não dispõem de elementos suficientes para afirmar a natureza jurídica de sua morte", ou seja, definir se houve suicídio ou homicídio. Os peritos apontaram que o local foi "descaracterizado", isto é, outras pessoas apareceram antes da perícia e alteraram pontos importantes da cena, como a tampa de vidro que protegia o fosso. Ela foi encontrada "fora do caixilho", em situação "de improviso". Exames na peça não conseguiram separar impressões digitais, pois houve "sobreposição de impressões, formando borrões". Outras dúvidas residem em pequenas manchas de sangue encontradas na parede do corredor que dava acesso ao fosso e um fio de cabelo achado preso na proteção da abertura. Os peritos não conseguiram concluir se eles pertenciam a Arce ou foram produzidos "por outra pessoa lesionada na ocorrência ou não". Além da ausência de bilhete suicida, também restou inexplicado o fato de Arce ter optado pelo fosso, embora seu apartamento dispusesse de varanda. ALVO Ao morrer, Arce também era alvo, a exemplo de Paulo Morato, de uma investigação do Ministério Público Federal. O caso nasceu de uma auditoria feita pela Receita Federal nas contas de uma série de empresas importadoras de pneus da Ásia e que constituíam um grupo, o Alpha. Os auditores apontaram fraude tributária quando o grupo deixou "de escriturar e oferecer à tributação receitas de sua atividade, com o intuito de suprimir o pagamento de tributos" de 1997 a 2000. Foi lavrado um auto de infração de R$ 72 milhões em 2003, ou R$ 152 milhões em valores atualizados. A Procuradoria da República no Recife afirmou à Justiça Federal que fora descoberto "um esquema extremamente engenhoso forjado pelos denunciados, os quais construíram organização criminosa com sede nesta cidade e ramificações operacionais em várias unidades da Federação, entre elas Brasília (DF), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), e ainda na cidade de Miami", nos EUA. A reportagem localizou duas firmas offshore geridas em Miami por Rodrigo Arce, que era casado com uma norte-americana e tinha três filhos. Entre 2002 e 2005, antes de morrer, Rodrigo Arce foi denunciado e tornou-se réu no mesmo processo ao lado dos empresários Apolo Santana Vieira, 53, e de Matteo Bologna, 56. Vieira e Bologna foram alvos importantes da Operação Turbulência, deflagrada pela PF e Ministério Público para investigar uso de diversas empresas de fachada para financiamento eleitoral ilícito. Vieira foi preso preventivamente e Bologna, de nacionalidade italiana que nasceu em Caracas e teve um passaporte expedido por Palermo, na Itália, foi alvo de condução coercitiva, além de ter os endereços revistados pela PF. Em uma denúncia sobre o grupo feita em 2009 por sete procuradores da República, Rodrigo Arce, que já havia morrido quatro anos antes, foi descrito como um dos "diretores" do grupo empresarial que operou entre 1997 e 2000, ao lado de Vieira, Bologna e de um irmão de Rodrigo, Marco Arce, nascido nos EUA, naturalizado brasileiro e que na época também se tornou réu ao lado dos outros acusados. Localizado pela Folha por telefone, Marco não levantou a tese de que seu irmão foi assassinado, mas reconheceu: "Pelo que me lembro, não foi constatado nem suicídio nem 'não suicídio'. Ficou uma coisa em dúvida, ninguém sabe exatamente o que aconteceu. Mas não existe nenhum mal estar com relação à família de saber o que aconteceu. Aconteceu um acidente, ou proposital ou não proposital, e ele faleceu". Indagado se na época Arce sofreu alguma ameaça, o irmão repetiu que "aconteceu um acidente" e que "a família não tem dúvidas". Na denúncia anterior à Turbulência, os procuradores apontaram que ao longo de dez anos o grupo operou uma série de "mudanças societárias e constituição de novas pessoas jurídicas" com "o claro intuito de dificultar o trabalho do fisco, da polícia judiciária, do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário". "Também é sinal das manobras fraudulentas a larga utilização de empregados e ex-empregados das empresas como sócios ostensivos de outras delas." CENÁRIO SEMELHANTE Paulo Morato, que foi encontrado morto no motel, aparece na Turbulência como suspeito de operar um cenário semelhante ao identificado anteriormente. Segundo a PF, Morato era dono da empresa Câmara & Vasconcelos, que recebeu R$ 18,8 milhões da construtora OAS e comprou um avião usado na campanha presidencial de Eduardo Campos (PSB-PE) em 2014. O avião caiu em agosto daquele ano, matando Campos e os outros ocupantes. OUTRO LADO Marco Arce afirmou que "todos os casos e investigações" abertos pelo Ministério Público sobre eventuais crimes tributários foram encerrados, com o arquivamento das acusações. "Não somos mais réus, já acabou tudo", disse. A reportagem localizou decisões judiciais que determinaram a extinção de processos porque o Judiciário considerou que as investigações partiram de uma "quebra de sigilo" feita pela Receita Federal, o que foi considerado ilegal. Os advogados de Vieira e Bologna, procurados ao longo da semana passada, não foram localizados.
poder
Esquema similar ao investigado na operação Turbulência também teve morte suspeitaA morte suspeita do empresário Paulo César de Barros Morato, 47, em um motel em Olinda (PE), não foi a única no mesmo grupo de investigados na Operação Turbulência, deflagrada no último dia 21. Há 11 anos, outro empresário ligado aos mesmos pivôs do esquema agora apurado também foi encontrado morto em um suposto suicídio que nunca foi confirmado nem afastado pela perícia da Polícia Civil do Recife (PE). O empresário Rodrigo Arce tinha 43 anos em 7 de dezembro de 2005 quando despencou do oitavo andar do edifício em que morava no bairro de Boa Viagem, na capital pernambucana. Seu corpo foi encontrado no fosso do sistema hidráulico e telefônico do prédio. Documentos obtidos pela Folha mostram que os peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil não chegaram a uma conclusão sobre o que ocorreu. Citando "ação suicida" como mera "possibilidade", os peritos reconheceram que "não dispõem de elementos suficientes para afirmar a natureza jurídica de sua morte", ou seja, definir se houve suicídio ou homicídio. Os peritos apontaram que o local foi "descaracterizado", isto é, outras pessoas apareceram antes da perícia e alteraram pontos importantes da cena, como a tampa de vidro que protegia o fosso. Ela foi encontrada "fora do caixilho", em situação "de improviso". Exames na peça não conseguiram separar impressões digitais, pois houve "sobreposição de impressões, formando borrões". Outras dúvidas residem em pequenas manchas de sangue encontradas na parede do corredor que dava acesso ao fosso e um fio de cabelo achado preso na proteção da abertura. Os peritos não conseguiram concluir se eles pertenciam a Arce ou foram produzidos "por outra pessoa lesionada na ocorrência ou não". Além da ausência de bilhete suicida, também restou inexplicado o fato de Arce ter optado pelo fosso, embora seu apartamento dispusesse de varanda. ALVO Ao morrer, Arce também era alvo, a exemplo de Paulo Morato, de uma investigação do Ministério Público Federal. O caso nasceu de uma auditoria feita pela Receita Federal nas contas de uma série de empresas importadoras de pneus da Ásia e que constituíam um grupo, o Alpha. Os auditores apontaram fraude tributária quando o grupo deixou "de escriturar e oferecer à tributação receitas de sua atividade, com o intuito de suprimir o pagamento de tributos" de 1997 a 2000. Foi lavrado um auto de infração de R$ 72 milhões em 2003, ou R$ 152 milhões em valores atualizados. A Procuradoria da República no Recife afirmou à Justiça Federal que fora descoberto "um esquema extremamente engenhoso forjado pelos denunciados, os quais construíram organização criminosa com sede nesta cidade e ramificações operacionais em várias unidades da Federação, entre elas Brasília (DF), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), e ainda na cidade de Miami", nos EUA. A reportagem localizou duas firmas offshore geridas em Miami por Rodrigo Arce, que era casado com uma norte-americana e tinha três filhos. Entre 2002 e 2005, antes de morrer, Rodrigo Arce foi denunciado e tornou-se réu no mesmo processo ao lado dos empresários Apolo Santana Vieira, 53, e de Matteo Bologna, 56. Vieira e Bologna foram alvos importantes da Operação Turbulência, deflagrada pela PF e Ministério Público para investigar uso de diversas empresas de fachada para financiamento eleitoral ilícito. Vieira foi preso preventivamente e Bologna, de nacionalidade italiana que nasceu em Caracas e teve um passaporte expedido por Palermo, na Itália, foi alvo de condução coercitiva, além de ter os endereços revistados pela PF. Em uma denúncia sobre o grupo feita em 2009 por sete procuradores da República, Rodrigo Arce, que já havia morrido quatro anos antes, foi descrito como um dos "diretores" do grupo empresarial que operou entre 1997 e 2000, ao lado de Vieira, Bologna e de um irmão de Rodrigo, Marco Arce, nascido nos EUA, naturalizado brasileiro e que na época também se tornou réu ao lado dos outros acusados. Localizado pela Folha por telefone, Marco não levantou a tese de que seu irmão foi assassinado, mas reconheceu: "Pelo que me lembro, não foi constatado nem suicídio nem 'não suicídio'. Ficou uma coisa em dúvida, ninguém sabe exatamente o que aconteceu. Mas não existe nenhum mal estar com relação à família de saber o que aconteceu. Aconteceu um acidente, ou proposital ou não proposital, e ele faleceu". Indagado se na época Arce sofreu alguma ameaça, o irmão repetiu que "aconteceu um acidente" e que "a família não tem dúvidas". Na denúncia anterior à Turbulência, os procuradores apontaram que ao longo de dez anos o grupo operou uma série de "mudanças societárias e constituição de novas pessoas jurídicas" com "o claro intuito de dificultar o trabalho do fisco, da polícia judiciária, do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário". "Também é sinal das manobras fraudulentas a larga utilização de empregados e ex-empregados das empresas como sócios ostensivos de outras delas." CENÁRIO SEMELHANTE Paulo Morato, que foi encontrado morto no motel, aparece na Turbulência como suspeito de operar um cenário semelhante ao identificado anteriormente. Segundo a PF, Morato era dono da empresa Câmara & Vasconcelos, que recebeu R$ 18,8 milhões da construtora OAS e comprou um avião usado na campanha presidencial de Eduardo Campos (PSB-PE) em 2014. O avião caiu em agosto daquele ano, matando Campos e os outros ocupantes. OUTRO LADO Marco Arce afirmou que "todos os casos e investigações" abertos pelo Ministério Público sobre eventuais crimes tributários foram encerrados, com o arquivamento das acusações. "Não somos mais réus, já acabou tudo", disse. A reportagem localizou decisões judiciais que determinaram a extinção de processos porque o Judiciário considerou que as investigações partiram de uma "quebra de sigilo" feita pela Receita Federal, o que foi considerado ilegal. Os advogados de Vieira e Bologna, procurados ao longo da semana passada, não foram localizados.
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Montoya vence 1ª etapa da Indy; Kanaan termina em 3º
Em um final emocionante, o piloto colombiano Juan Pablo Montoya venceu o GP de São Petersburgo (EUA) neste domingo (29). A corrida marcou a abertura da temporada de 2015 da Indy. O segundo colocado foi o australiano Will Power, seguido pelos brasileiros Tony Kanaan (3º) e Helio Castroneves (4º). A corrida foi dominada pelos carros da Penske. Com o francês Simon Peganaud na quinta posição, o único intruso nas cinco primeiras colocações foi Kanaan, da Chip Ganassi. Foi a segunda vitória de Montoya desde que retornou à categoria, na temporada passada. Entretanto, ele precisou superar o atual campeão e companheiro de equipe, Power. Os dois chegaram a se tocar na 101ª volta, mas nenhum dos carros foi danificado. "Era o único lugar em que vi uma chance de ultrapassá-lo. Ele estava incrivelmente veloz", afirmou o australiano. A próxima etapa da Indy será no dia 12 de abril, em Louisiana. MOTO GP O veterano Valentino Rossi, 36, da Yamaha, largou em oitavo, mas mostrou habilidade nas ultrapassagens e ganhou o GP do Qatar, primeira etapa do Mundial de MotoGP deste ano. Com 0s174 de vantagem, o italiano chegou ao seu 83º triunfo na divisão principal da modalidade. O atual campeão, o espanhol Marc Márquez, da Honda, terminou em quinto.
esporte
Montoya vence 1ª etapa da Indy; Kanaan termina em 3ºEm um final emocionante, o piloto colombiano Juan Pablo Montoya venceu o GP de São Petersburgo (EUA) neste domingo (29). A corrida marcou a abertura da temporada de 2015 da Indy. O segundo colocado foi o australiano Will Power, seguido pelos brasileiros Tony Kanaan (3º) e Helio Castroneves (4º). A corrida foi dominada pelos carros da Penske. Com o francês Simon Peganaud na quinta posição, o único intruso nas cinco primeiras colocações foi Kanaan, da Chip Ganassi. Foi a segunda vitória de Montoya desde que retornou à categoria, na temporada passada. Entretanto, ele precisou superar o atual campeão e companheiro de equipe, Power. Os dois chegaram a se tocar na 101ª volta, mas nenhum dos carros foi danificado. "Era o único lugar em que vi uma chance de ultrapassá-lo. Ele estava incrivelmente veloz", afirmou o australiano. A próxima etapa da Indy será no dia 12 de abril, em Louisiana. MOTO GP O veterano Valentino Rossi, 36, da Yamaha, largou em oitavo, mas mostrou habilidade nas ultrapassagens e ganhou o GP do Qatar, primeira etapa do Mundial de MotoGP deste ano. Com 0s174 de vantagem, o italiano chegou ao seu 83º triunfo na divisão principal da modalidade. O atual campeão, o espanhol Marc Márquez, da Honda, terminou em quinto.
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Ministério Público abre inquérito para apurar se Villa Mix discrimina clientes
CHICO FELITTI DE SÃO PAULO O Ministério Público de São Paulo abriu na terça (4) um inquérito para apurar se a Villa Mix, casa noturna na Vila Olímpia, discrimina seus frequentadores baseada em raça, aparência ou razão social. A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos e Inclusão Social, um braço do órgão, foi acionada por uma mulher que diz ter tido a entrada barrada na balada em 2014. O documento narra que a jovem procurou a recepcionista da casa, dizendo que duas amigas chegaram perguntando se o grupo poderia entrar. "A atendente disse que primeiro teria que ver as amigas, para somente depois decidir se poderiam ou não entrar", segundo o relato. O inquérito também relata o caso de um homem que diz ter sofrido discriminação por ter nascido no Nordeste. "Esta não é a primeira vez que a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos recebe denúncia de discriminação praticada no interior da casa noturna", lê-se no documento do órgão. Após investigação preliminar, o Ministério Público afirma ter constatado "prática reiterada de discriminação racial, social e estética". "Essa escolha de 'quem entra e quem não entra' tem a função de segregar e marcar a divisão entre pessoas", escreveu o órgão público. A casa tem 20 dias para prestar esclarecimento sobre as queixas de segregação feitas por clientes. O documento ainda notifica que a abertura de um inquérito policial será solicitada. OUTRO LADO A Villa Mix afirmou em nota não ter sido notificada do documento do Ministério Público. "A casa não pratica nenhum crime de discriminação, como absurdamente alegado, tanto que há frequentadores de todas as raças, estaturas, idades e etnias." Segundo a nota, algumas pessoas são barradas porque "sua lotação é muito rápida e assim não há como atender a todos os que procuram sua prestação de serviços".
saopaulo
Ministério Público abre inquérito para apurar se Villa Mix discrimina clientesCHICO FELITTI DE SÃO PAULO O Ministério Público de São Paulo abriu na terça (4) um inquérito para apurar se a Villa Mix, casa noturna na Vila Olímpia, discrimina seus frequentadores baseada em raça, aparência ou razão social. A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos e Inclusão Social, um braço do órgão, foi acionada por uma mulher que diz ter tido a entrada barrada na balada em 2014. O documento narra que a jovem procurou a recepcionista da casa, dizendo que duas amigas chegaram perguntando se o grupo poderia entrar. "A atendente disse que primeiro teria que ver as amigas, para somente depois decidir se poderiam ou não entrar", segundo o relato. O inquérito também relata o caso de um homem que diz ter sofrido discriminação por ter nascido no Nordeste. "Esta não é a primeira vez que a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos recebe denúncia de discriminação praticada no interior da casa noturna", lê-se no documento do órgão. Após investigação preliminar, o Ministério Público afirma ter constatado "prática reiterada de discriminação racial, social e estética". "Essa escolha de 'quem entra e quem não entra' tem a função de segregar e marcar a divisão entre pessoas", escreveu o órgão público. A casa tem 20 dias para prestar esclarecimento sobre as queixas de segregação feitas por clientes. O documento ainda notifica que a abertura de um inquérito policial será solicitada. OUTRO LADO A Villa Mix afirmou em nota não ter sido notificada do documento do Ministério Público. "A casa não pratica nenhum crime de discriminação, como absurdamente alegado, tanto que há frequentadores de todas as raças, estaturas, idades e etnias." Segundo a nota, algumas pessoas são barradas porque "sua lotação é muito rápida e assim não há como atender a todos os que procuram sua prestação de serviços".
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Dados sigilosos de estudantes da rede estadual de SP vazam na internet
Dados de estudantes da rede estadual de São Paulo foram expostos na internet após o vazamento nas redes sociais de uma planilha com senhas de acesso a uma plataforma da Secretaria Estadual de Educação. O portal deveria conter informações dos 3,8 milhões de alunos da rede. O site foi retirado do ar nesta terça-feira (14), após reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". De acordo com informações do jornal, notas dos estudantes em avaliações oficiais, com descrições dos acertos e erros, seus nomes completos, escola em que estudam e o número de faltas individuais foram liberados a qualquer pessoa na rede. Os dados são restritos às escolas, nem os estudantes podem entrar no sistema. De acordo com a Secretaria, novas senhas devem ser geradas e o site deve voltar ao ar nesta quinta-feira (16). A pasta registrou um boletim de ocorrência e informou que abrirá uma sindicância para apurar como estas informações foram parar na internet. A pasta ressaltou que não houve prejuízo pedagógico com o vazamento. A segunda versão da Plataforma Foco Aprendizagem foi lançada em 2016 passado com o objetivo de auxiliar as escolas a identificar problemas de aprendizagem de seus alunos. Nele os professores e gestores têm acesso a dados das últimas edições do Saresp, prova de avaliação da rede estadual e também do Saeb, avaliação federal. A plataforma possibilitaria fazer um diagnóstico completo do aluno, mesmo que ele tenha vindo de outras turmas ou escolas da rede. Ainda em processo de implementação, é considerada umas das apostas do governo estadual para melhorar o desempenho das unidades no principal índice de avaliação educacional de São Paulo, o Idesp.
educacao
Dados sigilosos de estudantes da rede estadual de SP vazam na internetDados de estudantes da rede estadual de São Paulo foram expostos na internet após o vazamento nas redes sociais de uma planilha com senhas de acesso a uma plataforma da Secretaria Estadual de Educação. O portal deveria conter informações dos 3,8 milhões de alunos da rede. O site foi retirado do ar nesta terça-feira (14), após reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". De acordo com informações do jornal, notas dos estudantes em avaliações oficiais, com descrições dos acertos e erros, seus nomes completos, escola em que estudam e o número de faltas individuais foram liberados a qualquer pessoa na rede. Os dados são restritos às escolas, nem os estudantes podem entrar no sistema. De acordo com a Secretaria, novas senhas devem ser geradas e o site deve voltar ao ar nesta quinta-feira (16). A pasta registrou um boletim de ocorrência e informou que abrirá uma sindicância para apurar como estas informações foram parar na internet. A pasta ressaltou que não houve prejuízo pedagógico com o vazamento. A segunda versão da Plataforma Foco Aprendizagem foi lançada em 2016 passado com o objetivo de auxiliar as escolas a identificar problemas de aprendizagem de seus alunos. Nele os professores e gestores têm acesso a dados das últimas edições do Saresp, prova de avaliação da rede estadual e também do Saeb, avaliação federal. A plataforma possibilitaria fazer um diagnóstico completo do aluno, mesmo que ele tenha vindo de outras turmas ou escolas da rede. Ainda em processo de implementação, é considerada umas das apostas do governo estadual para melhorar o desempenho das unidades no principal índice de avaliação educacional de São Paulo, o Idesp.
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Motorista da Uber é baleado em tentativa de roubo na zona oeste de SP
Um motorista da Uber, de 41 anos, foi baleado duas vezes por volta das 20h de sexta (3) em uma tentativa de assalto em frente a sua casa na Vila dos Remédios, na zona oeste de São Paulo. O homem havia acabado de entrar no carro, um Prisma preto, e falava com a namorada no celular, quando dois suspeitos em uma moto Honda CG pararam e anunciaram o roubo. Segundo a irmã da vítima, que não quis se identificar por medo de represálias, o motorista, que tem o hábito de praticar atividades físicas, se negou a entregar o veículo e entrou em luta corporal com um dos criminosos quando foi atingido. O seu celular e uma bolsa pochete com documentos foram levados pelos criminosos. A família não soube informar se a dupla roubou alguma quantia em dinheiro. "Ele segurou a arma pelo cano e foi empurrando o bandido. Eles atravessaram a rua lutando, quando o criminoso disparou duas vezes. Mesmo atingido, o meu irmão voltou e caiu em frente ao meu portão. Foi a família que prestou os primeiros socorros", contou. Na tarde de sábado (4), ela lavava a calçada e o portão que ainda tinham marcas de sangue. As câmeras de segurança da casa da família e da vizinhança gravaram a ação e foram entregues à Polícia Civil. O motorista foi atingido no abdômen e no ombro. Ainda na noite de sexta-feira, ele passou por cirurgia para a remoção das balas e o seu quadro era considerado estável na tarde de sábado. O caso está sendo investigado pelo 33º DP (Vila Mangalot) como tentativa de roubo de veículo.
cotidiano
Motorista da Uber é baleado em tentativa de roubo na zona oeste de SPUm motorista da Uber, de 41 anos, foi baleado duas vezes por volta das 20h de sexta (3) em uma tentativa de assalto em frente a sua casa na Vila dos Remédios, na zona oeste de São Paulo. O homem havia acabado de entrar no carro, um Prisma preto, e falava com a namorada no celular, quando dois suspeitos em uma moto Honda CG pararam e anunciaram o roubo. Segundo a irmã da vítima, que não quis se identificar por medo de represálias, o motorista, que tem o hábito de praticar atividades físicas, se negou a entregar o veículo e entrou em luta corporal com um dos criminosos quando foi atingido. O seu celular e uma bolsa pochete com documentos foram levados pelos criminosos. A família não soube informar se a dupla roubou alguma quantia em dinheiro. "Ele segurou a arma pelo cano e foi empurrando o bandido. Eles atravessaram a rua lutando, quando o criminoso disparou duas vezes. Mesmo atingido, o meu irmão voltou e caiu em frente ao meu portão. Foi a família que prestou os primeiros socorros", contou. Na tarde de sábado (4), ela lavava a calçada e o portão que ainda tinham marcas de sangue. As câmeras de segurança da casa da família e da vizinhança gravaram a ação e foram entregues à Polícia Civil. O motorista foi atingido no abdômen e no ombro. Ainda na noite de sexta-feira, ele passou por cirurgia para a remoção das balas e o seu quadro era considerado estável na tarde de sábado. O caso está sendo investigado pelo 33º DP (Vila Mangalot) como tentativa de roubo de veículo.
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PSOL faz pedido de impeachment de Pezão por falta de verba na saúde
A bancada do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro protocolou na tarde desta quinta (16) pedido de impeachment do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). O pedido está baseado no descumprimento do limite mínimo de gastos com saúde previsto em lei, que demanda um aporte equivalente a pelo menos 12% das receitas com impostos e transferências governamentais. Em balanço divulgado nesta quarta (15), o governo Pezão informou ter gasto em 2016 R$ 3,754 bilhões com serviços públicos de saúde, o que equivale a 10,35% da arrecadação. No pedido de impeachment, o PSOL argumenta que o descumprimento do limite "implica na desobediência das normas constitucionais, legais e infralegais que regulam a matéria, hipótese que deve enquadrar a conduta do atual governador do Estado do Rio de Janeiro no crime de responsabilidade previsto no art. 10, item 12, da Lei federal 1.079/50". O baixo gasto com saúde já é tema de um processo do Ministério Público Estadual contra o governador, aberto a pedido do Conselho Regional de Medicina por descumprimento do limite em 2014. Para os deputados do PSOL, a conduta do governo "submete os usuários fluminenses do SUS a um risco permanente". O pedido de impeachment protocolado nesta quinta cita ainda "a situação de penúria dos serviços públicos essenciais", a concessão de isenções fiscais a empresas e o caos financeiro no estado, que fechou 2016 com um déficit de R$ 17 bilhões. Na Assembleia, a possibilidade de impeachment já vem sendo debatida nos bastidores desde o final do ano passado, diante das dificuldades que o governo vem enfrentando para contornar a crise financeira – atrasos frequentes de salários provocaram uma onda de protestos, incluindo mobilização de mulheres de policiais iniciada na última sexta (10), que levaram o governo a pedir apoio das Forças Armadas para o patrulhamento da capital. A avaliação na oposição, porém, é que qualquer avanço nas discussões, porém, depende do presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), que tem controle sobre a base de apoio do governo e, por enquanto, diz que seu foco é aprovar o pacote de medidas anticrise do governo. O governo do Estado não comentou o assunto.
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PSOL faz pedido de impeachment de Pezão por falta de verba na saúdeA bancada do PSOL na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro protocolou na tarde desta quinta (16) pedido de impeachment do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). O pedido está baseado no descumprimento do limite mínimo de gastos com saúde previsto em lei, que demanda um aporte equivalente a pelo menos 12% das receitas com impostos e transferências governamentais. Em balanço divulgado nesta quarta (15), o governo Pezão informou ter gasto em 2016 R$ 3,754 bilhões com serviços públicos de saúde, o que equivale a 10,35% da arrecadação. No pedido de impeachment, o PSOL argumenta que o descumprimento do limite "implica na desobediência das normas constitucionais, legais e infralegais que regulam a matéria, hipótese que deve enquadrar a conduta do atual governador do Estado do Rio de Janeiro no crime de responsabilidade previsto no art. 10, item 12, da Lei federal 1.079/50". O baixo gasto com saúde já é tema de um processo do Ministério Público Estadual contra o governador, aberto a pedido do Conselho Regional de Medicina por descumprimento do limite em 2014. Para os deputados do PSOL, a conduta do governo "submete os usuários fluminenses do SUS a um risco permanente". O pedido de impeachment protocolado nesta quinta cita ainda "a situação de penúria dos serviços públicos essenciais", a concessão de isenções fiscais a empresas e o caos financeiro no estado, que fechou 2016 com um déficit de R$ 17 bilhões. Na Assembleia, a possibilidade de impeachment já vem sendo debatida nos bastidores desde o final do ano passado, diante das dificuldades que o governo vem enfrentando para contornar a crise financeira – atrasos frequentes de salários provocaram uma onda de protestos, incluindo mobilização de mulheres de policiais iniciada na última sexta (10), que levaram o governo a pedir apoio das Forças Armadas para o patrulhamento da capital. A avaliação na oposição, porém, é que qualquer avanço nas discussões, porém, depende do presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), que tem controle sobre a base de apoio do governo e, por enquanto, diz que seu foco é aprovar o pacote de medidas anticrise do governo. O governo do Estado não comentou o assunto.
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Mais do mesmo, 'Jason Bourne' segue como o melhor do gênero
Depois de nove anos de hiato na franquia ("O Legado Bourne", de 2012, não contou com o personagem de Matt Damon), "Jason Bourne" chega aos cinemas em clima de "em time que está ganhando não se mexe". Não espere novidades estéticas ou temáticas neste quarto filme em relação à trilogia original. Mas pode esperar outra exibição de virtuosismo técnico e domínio narrativo de Paul Greengrass (diretor do segundo e do terceiro episódios). O cineasta criou um modelo de produção de adrenalina: câmera na mão, cortes rápidos, trilha sonora em crescendo, estilo que emula o documental. Os efeitos colaterais no espectador são evidentes: taquicardia, unhas roídas, pernas balançando freneticamente. Em seus filmes que dependem mais do drama humano, como "Voo United 93" e "Capitão Phillips", fica evidente que o modelo virou fórmula. Já na série Bourne –que não tem a pretensão de ganhar o Oscar de melhor filme, mas quer elevar o gênero de ação a um estado de arte–, funciona que é uma beleza. Nove anos após os acontecimentos de "O Ultimato Bourne" (2007), o agente Jason Bourne (Matt Damon, sólido como de hábito na franquia) é encontrado na Grécia por sua antiga parceira, Nicky Parsons (Julia Stiles). Ela conseguiu acesso a documentos que podem explicar o envolvimento do seu pai no treinamento que o transformou em um assassino amnésico a serviço da CIA. Isso desagrada o atual diretor da agência (Tommy Lee Jones) e um agente que se sentiu traído por Bourne (Vincent Cassel). Eles passam a persegui-lo pelo mundo para tentar assassiná-lo antes que novos segredos venham à tona. Mas Bourne recebe uma ajuda inesperada de uma carreirista chefe de tecnologia da CIA (Alicia Vikander). "Jason Bourne" é mais do mesmo. Mas o mesmo, no caso, continua sendo o melhor que o cinema de ação hollywoodiano consegue produzir hoje sem recorrer maciçamente a efeitos especiais. JASON BOURNE DIREÇÃO Paul Greengrass ELENCO Matt Damon, Tommy Lee Jones, Alicia Vikander PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (28)
ilustrada
Mais do mesmo, 'Jason Bourne' segue como o melhor do gêneroDepois de nove anos de hiato na franquia ("O Legado Bourne", de 2012, não contou com o personagem de Matt Damon), "Jason Bourne" chega aos cinemas em clima de "em time que está ganhando não se mexe". Não espere novidades estéticas ou temáticas neste quarto filme em relação à trilogia original. Mas pode esperar outra exibição de virtuosismo técnico e domínio narrativo de Paul Greengrass (diretor do segundo e do terceiro episódios). O cineasta criou um modelo de produção de adrenalina: câmera na mão, cortes rápidos, trilha sonora em crescendo, estilo que emula o documental. Os efeitos colaterais no espectador são evidentes: taquicardia, unhas roídas, pernas balançando freneticamente. Em seus filmes que dependem mais do drama humano, como "Voo United 93" e "Capitão Phillips", fica evidente que o modelo virou fórmula. Já na série Bourne –que não tem a pretensão de ganhar o Oscar de melhor filme, mas quer elevar o gênero de ação a um estado de arte–, funciona que é uma beleza. Nove anos após os acontecimentos de "O Ultimato Bourne" (2007), o agente Jason Bourne (Matt Damon, sólido como de hábito na franquia) é encontrado na Grécia por sua antiga parceira, Nicky Parsons (Julia Stiles). Ela conseguiu acesso a documentos que podem explicar o envolvimento do seu pai no treinamento que o transformou em um assassino amnésico a serviço da CIA. Isso desagrada o atual diretor da agência (Tommy Lee Jones) e um agente que se sentiu traído por Bourne (Vincent Cassel). Eles passam a persegui-lo pelo mundo para tentar assassiná-lo antes que novos segredos venham à tona. Mas Bourne recebe uma ajuda inesperada de uma carreirista chefe de tecnologia da CIA (Alicia Vikander). "Jason Bourne" é mais do mesmo. Mas o mesmo, no caso, continua sendo o melhor que o cinema de ação hollywoodiano consegue produzir hoje sem recorrer maciçamente a efeitos especiais. JASON BOURNE DIREÇÃO Paul Greengrass ELENCO Matt Damon, Tommy Lee Jones, Alicia Vikander PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (28)
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Alalaô: Banda de Ipanema completa 50 anos de Carnaval com desfile no Rio
Tradicional bloco carnavalesco do Rio, a banda de Ipanema iniciou ensaio aberto na tarde deste sábado (24), às 17h, na praça General Osório, em Ipanema, zona sul do Rio. A banda, que completa 50 carnavais este ano, se prepara para ... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Banda de Ipanema completa 50 anos de Carnaval com desfile no RioTradicional bloco carnavalesco do Rio, a banda de Ipanema iniciou ensaio aberto na tarde deste sábado (24), às 17h, na praça General Osório, em Ipanema, zona sul do Rio. A banda, que completa 50 carnavais este ano, se prepara para ... Leia post completo no blog
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Espanha suspende atividade de sua embaixada no Iêmen temporariamente
Diante da atual situação de insegurança e instabilidade em Sanaa, capital do Iêmen, o Ministério de Negócios Estrangeiros espanhol decidiu suspender temporariamente a atividade de sua embaixada no país neste sábado (14). O ministério explicou em um comunicado que a embaixada está em contato direto com cada um dos membros da pequena colônia espanhola no Iêmen, que estes foram informados da decisão e aconselhados sobre a recomendação de deixar temporariamente o país. A decisão de suspender a atividade da embaixada foi adotada há dias, mas não se tornou pública até que o corpo administrativo tivesse certeza de que todos os funcionários públicos deixaram o país. O Governo espanhol está confiante de que as causas que motivaram a decisão serão resolvidas em um curto espaço de tempo e acredita que, em breve, a embaixada pode retomar suas funções normalmente. O governo reiterou seu apoio a um processo de transição democrática no Iêmen "que leve à formação de um governo inclusivo que possa satisfazer os desejos de liberdade, democracia e prosperidade do povo do Iêmen." O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, disse na quinta-feira (12) que o Iêmen "está em colapso" depois que, em 22 de janeiro, o presidente Abdo Rabu Mansour Hadi e o Governo apresentaram suas renúncias diante de pressões do movimento dos hutíes. No último mês, o grupo xiita ampliou as áreas sob seu controle no país e no dia 6 de fevereiro dissolveu o Parlamento e anunciou a formação de um conselho presidencial para dirigir o país temporariamente por dois anos. Por sua vez, Al Qaeda e os hutíes se enfrentam em várias regiões e não há "tendências separatistas" no sul do Iêmen, disse Ban. OUTROS QUE PARTIRAM Os Emirados Árabes também anunciaram a suspensão das atividades de sua embaixada em Sanaa, controlada pela milícia xiita, no sábado. Todos os seus diplomatas foram repatriados segundo comunicado do ministério de Relações Exterioes em comunicado da agência oficial Wam, que explica a decisão por meio da "deterioração da situação política e de segurança na capital iemenita." Os Emirados são o segundo país árabe que adota esta medida depois da Arábia Saudita. Alemanha e Itália também anunciaram na última sexta-feira o fechamento temporário de suas embaixadas no país. O anúncio veio na sequência de EUA, França e Grã-Bretanha adotar medidas semelhantes em dias anteriores.
mundo
Espanha suspende atividade de sua embaixada no Iêmen temporariamenteDiante da atual situação de insegurança e instabilidade em Sanaa, capital do Iêmen, o Ministério de Negócios Estrangeiros espanhol decidiu suspender temporariamente a atividade de sua embaixada no país neste sábado (14). O ministério explicou em um comunicado que a embaixada está em contato direto com cada um dos membros da pequena colônia espanhola no Iêmen, que estes foram informados da decisão e aconselhados sobre a recomendação de deixar temporariamente o país. A decisão de suspender a atividade da embaixada foi adotada há dias, mas não se tornou pública até que o corpo administrativo tivesse certeza de que todos os funcionários públicos deixaram o país. O Governo espanhol está confiante de que as causas que motivaram a decisão serão resolvidas em um curto espaço de tempo e acredita que, em breve, a embaixada pode retomar suas funções normalmente. O governo reiterou seu apoio a um processo de transição democrática no Iêmen "que leve à formação de um governo inclusivo que possa satisfazer os desejos de liberdade, democracia e prosperidade do povo do Iêmen." O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, disse na quinta-feira (12) que o Iêmen "está em colapso" depois que, em 22 de janeiro, o presidente Abdo Rabu Mansour Hadi e o Governo apresentaram suas renúncias diante de pressões do movimento dos hutíes. No último mês, o grupo xiita ampliou as áreas sob seu controle no país e no dia 6 de fevereiro dissolveu o Parlamento e anunciou a formação de um conselho presidencial para dirigir o país temporariamente por dois anos. Por sua vez, Al Qaeda e os hutíes se enfrentam em várias regiões e não há "tendências separatistas" no sul do Iêmen, disse Ban. OUTROS QUE PARTIRAM Os Emirados Árabes também anunciaram a suspensão das atividades de sua embaixada em Sanaa, controlada pela milícia xiita, no sábado. Todos os seus diplomatas foram repatriados segundo comunicado do ministério de Relações Exterioes em comunicado da agência oficial Wam, que explica a decisão por meio da "deterioração da situação política e de segurança na capital iemenita." Os Emirados são o segundo país árabe que adota esta medida depois da Arábia Saudita. Alemanha e Itália também anunciaram na última sexta-feira o fechamento temporário de suas embaixadas no país. O anúncio veio na sequência de EUA, França e Grã-Bretanha adotar medidas semelhantes em dias anteriores.
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Torcida não esgota ingressos para primeiro jogo da seleção no Brasil
Pouco mais de duas horas antes do jogo da seleção brasileira contra a Venezuela, nesta terça (13), ainda havia ingresso nas bilheterias da Arena Castelão, em Fortaleza. Há bilhetes para todos os setores, com exceção da meia entrada do anel inferior, que custa R$ 100 a inteira (R$ 50 a meia). Não há filas, e o relato de um funcionário da bilheteria é que na parte da tarde houve mais procura pelas entradas. Os organizadores da partida não divulgaram parcial de venda. Foram colocados à disposição dos torcedores cerca de 60 mil bilhetes. Há uma previsão de que entre 40 mil e 50 mil pessoas estejam no Castelão vendo a primeira partida da seleção brasileira em casa nas eliminatórias para a Copa-2018. Na estreia, quinta (8), o Brasil de Dunga perdeu de 2 a 0 para o Chile, em Santiago. Na entrevista que concedeu na segunda, o treinador pediu carinho da torcida.
esporte
Torcida não esgota ingressos para primeiro jogo da seleção no BrasilPouco mais de duas horas antes do jogo da seleção brasileira contra a Venezuela, nesta terça (13), ainda havia ingresso nas bilheterias da Arena Castelão, em Fortaleza. Há bilhetes para todos os setores, com exceção da meia entrada do anel inferior, que custa R$ 100 a inteira (R$ 50 a meia). Não há filas, e o relato de um funcionário da bilheteria é que na parte da tarde houve mais procura pelas entradas. Os organizadores da partida não divulgaram parcial de venda. Foram colocados à disposição dos torcedores cerca de 60 mil bilhetes. Há uma previsão de que entre 40 mil e 50 mil pessoas estejam no Castelão vendo a primeira partida da seleção brasileira em casa nas eliminatórias para a Copa-2018. Na estreia, quinta (8), o Brasil de Dunga perdeu de 2 a 0 para o Chile, em Santiago. Na entrevista que concedeu na segunda, o treinador pediu carinho da torcida.
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Dilma critica intervenção russa na Síria e rejeita diálogo com EI
A presidente Dilma Rousseff criticou nesta segunda (19) a intervenção militar da Rússia em território sírio e fez questão de frisar que é contra qualquer tipo de diálogo com a facção radical Estado Islâmico. As declarações foram dadas durante entrevista coletiva após o comunicado conjunto feito por ela ao lado do primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, em Estocolmo. O conflito na Síria fez parte das discussões entre os dois. Para Dilma, as grandes potências deveriam buscar em conjunto uma solução diplomática antes de optar por ações militares distintas na região. "Não é necessariamente através de bombas que se resolve o problema, mas sentando para negociar com todos os que estão presentes", afirmou. Ela, no entanto, deixou claro que o Estado Islâmico, na sua visão, não faz parte desse diálogo —no ano passado, uma declaração da presidente na ONU, em Nova York, causou polêmica porque teria aberto brecha para interpretação de que ela defendia negociar com a facção terrorista. Segundo a presidente, essa interpretação na época foi uma "falsidade". "No momento eleitoral, infelizmente as coisas são distorcidas. Óbvio que não tem conversa com o Estado Islâmico, não é com o EI que tem de conversar. Você tem de ser uma tentativa de solução via grandes potências. Dentro da Síria não há só o Estado Islâmico", afirmou. De acordo com Dilma, o EI deve ser "combatido com armas", mas numa ação que envolveria uma discussão entre as principais potências. "Nós somos radicalmente contra grupos terroristas como o Estado Islâmico e não acreditamos que é uma simples questão de invadir e bombardear um país e tudo estará resolvido. Isso também é o que cerca a intervenção russa. A intervenção russa tem a sua explicação baseada no fato de que é a proteção contra, entre outros, o EI, e tem outros grupos também que tem um componente similar, como a Al Qaeda", disse a presidente. Desde 30 de setembro, a Rússia, aliada do ditador sírio Bashar al-Assad, tem atuado militarmente na Síria sob o discurso de combater o EI, que vem ocupando territórios sírios e no Iraque. O movimento das forças do governo de Vladimir Putin que tem recebido críticas dos Estados Unidos e da União Europeia por supostamente estar atingindo civis e rebeldes que fazem parte da oposição moderada ao regime.
mundo
Dilma critica intervenção russa na Síria e rejeita diálogo com EIA presidente Dilma Rousseff criticou nesta segunda (19) a intervenção militar da Rússia em território sírio e fez questão de frisar que é contra qualquer tipo de diálogo com a facção radical Estado Islâmico. As declarações foram dadas durante entrevista coletiva após o comunicado conjunto feito por ela ao lado do primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, em Estocolmo. O conflito na Síria fez parte das discussões entre os dois. Para Dilma, as grandes potências deveriam buscar em conjunto uma solução diplomática antes de optar por ações militares distintas na região. "Não é necessariamente através de bombas que se resolve o problema, mas sentando para negociar com todos os que estão presentes", afirmou. Ela, no entanto, deixou claro que o Estado Islâmico, na sua visão, não faz parte desse diálogo —no ano passado, uma declaração da presidente na ONU, em Nova York, causou polêmica porque teria aberto brecha para interpretação de que ela defendia negociar com a facção terrorista. Segundo a presidente, essa interpretação na época foi uma "falsidade". "No momento eleitoral, infelizmente as coisas são distorcidas. Óbvio que não tem conversa com o Estado Islâmico, não é com o EI que tem de conversar. Você tem de ser uma tentativa de solução via grandes potências. Dentro da Síria não há só o Estado Islâmico", afirmou. De acordo com Dilma, o EI deve ser "combatido com armas", mas numa ação que envolveria uma discussão entre as principais potências. "Nós somos radicalmente contra grupos terroristas como o Estado Islâmico e não acreditamos que é uma simples questão de invadir e bombardear um país e tudo estará resolvido. Isso também é o que cerca a intervenção russa. A intervenção russa tem a sua explicação baseada no fato de que é a proteção contra, entre outros, o EI, e tem outros grupos também que tem um componente similar, como a Al Qaeda", disse a presidente. Desde 30 de setembro, a Rússia, aliada do ditador sírio Bashar al-Assad, tem atuado militarmente na Síria sob o discurso de combater o EI, que vem ocupando territórios sírios e no Iraque. O movimento das forças do governo de Vladimir Putin que tem recebido críticas dos Estados Unidos e da União Europeia por supostamente estar atingindo civis e rebeldes que fazem parte da oposição moderada ao regime.
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Proteção a bisões divide poloneses
As duas criaturas enormes fizeram uma pausa em sua alimentação ruidosa, em silhueta contra os pinheiros finos na outra margem de um riacho, e emitiram alguns bufos de trem a vapor. "Acho que estamos perto o suficiente", disse Michal Krzysiak, membro da equipe que supervisiona o rebanho de bisões europeus do Parque Nacional Bialowieza, na Polônia, e é seu único veterinário. Os dois bisões estão entre os 1.500 que vivem em Bialowieza, a maior concentração da variedade europeia no mundo. Segundo Krzysiak, 34, no início os moradores das aldeias próximas temiam o bisão e o impacto em suas propriedades. Agora as pessoas os chamam de "nosso bisão". Piotr Otawski, vice-ministro do Meio Ambiente da Polônia, propôs novos regulamentos para proteger e aumentar os rebanhos de bisões do país. No entanto, muitos agricultores os consideram um perigo para suas plantações. As autoridades que supervisionam as florestas nacionais nem sempre aceitam a ideia de mais bisões livres na natureza. Além disso, alguns interesses comerciais temem que o excesso de novas regras ambientais prejudique a expansão econômica do país. Mesmo os que apoiam a proteção do bisão não concordam. Alguns cientistas avaliam que há muitos deles em certos lugares e são contra os regulamentos do governo que proíbem o abate seletivo. Outros cientistas dizem que o problema é o excesso de interferência humana em seu cuidado. Bialowieza, na fronteira da Belorus, a 225 quilômetros a leste de Varsóvia, é um dos últimos trechos das florestas virgens que cobriam o norte da Europa, e o maior, com 1.500 km2. O parque abriga alces, lobos, linces, castores, ursos e uma variedade de aves. Protegidos em reservas de caça reais, das quais Bialowieza é um exemplo que sobreviveu, primeiro pelos reis da Polônia e depois pelos czares, os animais foram caçados para alimentação em todas as guerras e recuaram para o interior da floresta, até que o último exemplar livre foi morto por um caçador em 1919 aqui em Bialowieza. O bisão só sobreviveu em zoológicos em Berlim e outros lugares da Europa Central. Porém, em 1951, o governo comunista da Polônia começou uma campanha para recuperar a espécie e reintroduzi-la nas florestas das fronteiras da Polônia. Hoje, mais de 5.000 bisões vivem em cativeiro ou em rebanhos selvagens em Bialowieza, espalhados por algumas outras áreas do país e reunidos em número menor na França, Alemanha, Holanda, Romênia, Ucrânia e em outros países. "Queremos ter 10 mil na Europa", disse Krzysiak. "Esse é o número mínimo, a nosso ver, para que a população seja considerada segura e protegida." No entanto, Wanda Olech-Piasecka, professora no departamento de genética animal na Universidade de Ciências da Vida em Varsóvia, disse que o rebanho de Bialowieza cresceu demais para o parque. A cada inverno, ele se desloca mais para fora dos limites do parque e entra nas fazendas vizinhas. Dos 1.500 bisões que há no parque, mil vagam livremente e cerca de 500 estão em cativeiro. O governo paga por qualquer prejuízo que os animais causem a propriedades privadas, disse Krzysiak. "É compreensível que as pessoas tenham medo dos danos que esses animais podem causar", disse Andrzek Sitowski, 74, agricultor aposentado que se mudou para Lublin. "Eles são grandes e não são calmos como as vacas." E acrescentou: "Mas são animais magníficos".
ambiente
Proteção a bisões divide polonesesAs duas criaturas enormes fizeram uma pausa em sua alimentação ruidosa, em silhueta contra os pinheiros finos na outra margem de um riacho, e emitiram alguns bufos de trem a vapor. "Acho que estamos perto o suficiente", disse Michal Krzysiak, membro da equipe que supervisiona o rebanho de bisões europeus do Parque Nacional Bialowieza, na Polônia, e é seu único veterinário. Os dois bisões estão entre os 1.500 que vivem em Bialowieza, a maior concentração da variedade europeia no mundo. Segundo Krzysiak, 34, no início os moradores das aldeias próximas temiam o bisão e o impacto em suas propriedades. Agora as pessoas os chamam de "nosso bisão". Piotr Otawski, vice-ministro do Meio Ambiente da Polônia, propôs novos regulamentos para proteger e aumentar os rebanhos de bisões do país. No entanto, muitos agricultores os consideram um perigo para suas plantações. As autoridades que supervisionam as florestas nacionais nem sempre aceitam a ideia de mais bisões livres na natureza. Além disso, alguns interesses comerciais temem que o excesso de novas regras ambientais prejudique a expansão econômica do país. Mesmo os que apoiam a proteção do bisão não concordam. Alguns cientistas avaliam que há muitos deles em certos lugares e são contra os regulamentos do governo que proíbem o abate seletivo. Outros cientistas dizem que o problema é o excesso de interferência humana em seu cuidado. Bialowieza, na fronteira da Belorus, a 225 quilômetros a leste de Varsóvia, é um dos últimos trechos das florestas virgens que cobriam o norte da Europa, e o maior, com 1.500 km2. O parque abriga alces, lobos, linces, castores, ursos e uma variedade de aves. Protegidos em reservas de caça reais, das quais Bialowieza é um exemplo que sobreviveu, primeiro pelos reis da Polônia e depois pelos czares, os animais foram caçados para alimentação em todas as guerras e recuaram para o interior da floresta, até que o último exemplar livre foi morto por um caçador em 1919 aqui em Bialowieza. O bisão só sobreviveu em zoológicos em Berlim e outros lugares da Europa Central. Porém, em 1951, o governo comunista da Polônia começou uma campanha para recuperar a espécie e reintroduzi-la nas florestas das fronteiras da Polônia. Hoje, mais de 5.000 bisões vivem em cativeiro ou em rebanhos selvagens em Bialowieza, espalhados por algumas outras áreas do país e reunidos em número menor na França, Alemanha, Holanda, Romênia, Ucrânia e em outros países. "Queremos ter 10 mil na Europa", disse Krzysiak. "Esse é o número mínimo, a nosso ver, para que a população seja considerada segura e protegida." No entanto, Wanda Olech-Piasecka, professora no departamento de genética animal na Universidade de Ciências da Vida em Varsóvia, disse que o rebanho de Bialowieza cresceu demais para o parque. A cada inverno, ele se desloca mais para fora dos limites do parque e entra nas fazendas vizinhas. Dos 1.500 bisões que há no parque, mil vagam livremente e cerca de 500 estão em cativeiro. O governo paga por qualquer prejuízo que os animais causem a propriedades privadas, disse Krzysiak. "É compreensível que as pessoas tenham medo dos danos que esses animais podem causar", disse Andrzek Sitowski, 74, agricultor aposentado que se mudou para Lublin. "Eles são grandes e não são calmos como as vacas." E acrescentou: "Mas são animais magníficos".
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Bauza diz que Calleri não deve ser titular na quarta, pela Libertadores
Mesmo com o início fulminante do argentino Calleri, marcando três gols em suas duas primeiras partidas pelo São Paulo, o treinador da equipe, Edgardo Bauza afirmou que o atacante não deve ser titular na partida decisiva da Libertadores contra o César Vallejo, do Peru, nesta quarta (10), no Pacaembu. + Calleri marca duas vezes e São Paulo goleia Água Santa no Campeonato Paulista Em entrevista coletiva após a vitória por 4 a 0 contra o Água Santa, neste sábado (6), o treinador disse que Kardec deve voltar à condição de titular contra os peruanos. "A equipe que vai jogar a Copa [Libertadores] seguramente vai ser a mesma que começou no Peru. Essa é a ideia", garantiu Bauza. Para o treinador, Calleri ainda não está em condições físicas ideiais e, após jogar os 90 minutos neste sábado, iniciar a partida contra os peruanos poderia colocá-lo em risco. "Quero ver como está Calleri, e, se estiver bem, vai entrar no lugar de Kardec. Mas, para lhes dizer a verdade, não acredito nisso. Kardec começa e Calleri fica no banco. Ele jogou os 90 minutos e não queremos lesioná-lo", disse o treinador. Bauza afirmou, inclusive, que gostaria de tê-lo substituído, mas que outros jogadores pediram para sair. Contra o César Vallejo, o São Paulo precisa de uma vitória simples, ou de um empate por 0 a 0 para se classificar para a fase de grupos. Um empate por 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis e, qualquer empate por 2 ou mais gols dá a classificação para a equipe do Peru. O vencedor do confronto entra no grupo de RIver Plate (ARG), atual campeão da Libertadores, The Strongest (BOL) e Trujillanos (VEN).
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Bauza diz que Calleri não deve ser titular na quarta, pela LibertadoresMesmo com o início fulminante do argentino Calleri, marcando três gols em suas duas primeiras partidas pelo São Paulo, o treinador da equipe, Edgardo Bauza afirmou que o atacante não deve ser titular na partida decisiva da Libertadores contra o César Vallejo, do Peru, nesta quarta (10), no Pacaembu. + Calleri marca duas vezes e São Paulo goleia Água Santa no Campeonato Paulista Em entrevista coletiva após a vitória por 4 a 0 contra o Água Santa, neste sábado (6), o treinador disse que Kardec deve voltar à condição de titular contra os peruanos. "A equipe que vai jogar a Copa [Libertadores] seguramente vai ser a mesma que começou no Peru. Essa é a ideia", garantiu Bauza. Para o treinador, Calleri ainda não está em condições físicas ideiais e, após jogar os 90 minutos neste sábado, iniciar a partida contra os peruanos poderia colocá-lo em risco. "Quero ver como está Calleri, e, se estiver bem, vai entrar no lugar de Kardec. Mas, para lhes dizer a verdade, não acredito nisso. Kardec começa e Calleri fica no banco. Ele jogou os 90 minutos e não queremos lesioná-lo", disse o treinador. Bauza afirmou, inclusive, que gostaria de tê-lo substituído, mas que outros jogadores pediram para sair. Contra o César Vallejo, o São Paulo precisa de uma vitória simples, ou de um empate por 0 a 0 para se classificar para a fase de grupos. Um empate por 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis e, qualquer empate por 2 ou mais gols dá a classificação para a equipe do Peru. O vencedor do confronto entra no grupo de RIver Plate (ARG), atual campeão da Libertadores, The Strongest (BOL) e Trujillanos (VEN).
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Autoridades russas admitem pela 1ª vez existência de esquema de doping
Autoridades russas reconheceram publicamente, pela primeira vez, que houve uma "conspiração institucional" no país para fomentar um amplo esquema de dopagem. Em entrevista ao jornal "The New York Times", a diretora-geral da agência antidoping russa, Anna Antseliovich, definiu com essas palavras o programa sistemático de fornecimento de substâncias ilícitas a atletas –que foi trazido à tona em investigações promovidas pela Wada (Agência Mundial Antidoping). De acordo com apurações de uma comissão independente constituída pela Wada e outras feitas pelo professor Richard McLaren, autoridades, atletas, técnicos, membros do serviço secreto, laboratórios e médicos atuaram em conluio para burlar regras antidoping e obter medalhas, sobretudo, na Universíade de Kazan, em 2013, no Mundial de atletismo de Moscou, também em 2013, e nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014. O esquema gigantesco teria envolvido um número superior a 1.000 atletas de mais de 30 modalidades. Segundo o "The New York Times", a mudança no tom promovida pelos russos tem a ver com um desejo de se reconciliar com entidades esportivas internacionais. Vale lembrar que o atletismo do país foi barrado dos Jogos Olímpicos do Rio pela IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo), e inúmeros atletas de outras modalidades também tiveram suas participações vetadas –a Rússia também foi banida dos Jogos Paraolímpicos do Rio. Desde que o caso estourou, em dezembro de 2015, toda a cúpula do combate antidoping na Rússia foi substituída. Anna Antseliovich, que faz parte da nova safra de dirigentes do país e não está sendo investigada, quer melhorar as relações, principalmente com o COI (Comitê Olímpico Internacional). Apesar de agora admitir que o esquema existiu, as autoridades russas rechaçam que houve patrocínio do Estado russo –em significado, do presidente Vladimir Putin e seus assessores mais próximos. Vitali Smirnov, que foi indicado neste ano por Putin para reformar o sistema antidoping no país, disse: "cometemos muitos erros". Porém, "não quis falar sobre responsáveis". Smirnov também foi ministro do Esporte do país. A pasta é de onde, segundo a Wada, partiu boa parte das orientações para implementar o esquema. "Temos de encontrar as razões pelas quais jovens esportistas têm se dopado, por que eles concordam em se dopar", disse o dirigente, que ao mesmo tempo em que reconheceu o esquema de dopagem sugeriu que o consumo de substâncias ilícitas está disseminado por todo o esporte mundial. Ele também argumentou a Rússia não contou com a mesma complacência oferecida a outras nações no que diz respeito a indícios de esquemas de dopagem em funcionamento.
esporte
Autoridades russas admitem pela 1ª vez existência de esquema de dopingAutoridades russas reconheceram publicamente, pela primeira vez, que houve uma "conspiração institucional" no país para fomentar um amplo esquema de dopagem. Em entrevista ao jornal "The New York Times", a diretora-geral da agência antidoping russa, Anna Antseliovich, definiu com essas palavras o programa sistemático de fornecimento de substâncias ilícitas a atletas –que foi trazido à tona em investigações promovidas pela Wada (Agência Mundial Antidoping). De acordo com apurações de uma comissão independente constituída pela Wada e outras feitas pelo professor Richard McLaren, autoridades, atletas, técnicos, membros do serviço secreto, laboratórios e médicos atuaram em conluio para burlar regras antidoping e obter medalhas, sobretudo, na Universíade de Kazan, em 2013, no Mundial de atletismo de Moscou, também em 2013, e nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014. O esquema gigantesco teria envolvido um número superior a 1.000 atletas de mais de 30 modalidades. Segundo o "The New York Times", a mudança no tom promovida pelos russos tem a ver com um desejo de se reconciliar com entidades esportivas internacionais. Vale lembrar que o atletismo do país foi barrado dos Jogos Olímpicos do Rio pela IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo), e inúmeros atletas de outras modalidades também tiveram suas participações vetadas –a Rússia também foi banida dos Jogos Paraolímpicos do Rio. Desde que o caso estourou, em dezembro de 2015, toda a cúpula do combate antidoping na Rússia foi substituída. Anna Antseliovich, que faz parte da nova safra de dirigentes do país e não está sendo investigada, quer melhorar as relações, principalmente com o COI (Comitê Olímpico Internacional). Apesar de agora admitir que o esquema existiu, as autoridades russas rechaçam que houve patrocínio do Estado russo –em significado, do presidente Vladimir Putin e seus assessores mais próximos. Vitali Smirnov, que foi indicado neste ano por Putin para reformar o sistema antidoping no país, disse: "cometemos muitos erros". Porém, "não quis falar sobre responsáveis". Smirnov também foi ministro do Esporte do país. A pasta é de onde, segundo a Wada, partiu boa parte das orientações para implementar o esquema. "Temos de encontrar as razões pelas quais jovens esportistas têm se dopado, por que eles concordam em se dopar", disse o dirigente, que ao mesmo tempo em que reconheceu o esquema de dopagem sugeriu que o consumo de substâncias ilícitas está disseminado por todo o esporte mundial. Ele também argumentou a Rússia não contou com a mesma complacência oferecida a outras nações no que diz respeito a indícios de esquemas de dopagem em funcionamento.
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Reforma política volta à discussão no Congresso; veja as propostas
Após o Supremo Tribunal Federal proibir em 2015 as empresas de financiar os candidatos, Câmara e Senado voltaram a discutir propostas de alteração do sistema político nacional. Permeado por tentativas quase nunca públicas de aprovação de anistia a crimes apurados na Operação Lava Jato, o debate está concentrado na alteração do sistema de eleição de deputados e vereadores e na nova forma como as campanhas Caciques partidários querem emplacar a chamada "lista fechada" de candidatos, com o aumento do desembolso de dinheiro público para bancar as campanhas. Reforma política é um tema recorrente no Congresso e alguns dos pontos que voltam à tona, entre eles a lista fechada, já foram derrotados várias vezes nos últimos anos. * COMO É HOJE Voto é obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos. E facultativo para analfabetos, quem tem 16 e 17 anos e para os acima de 70 anos. A ausência às votações, porém, é expressiva. No 2º turno das eleições presidenciais de 2014, a abstenção foi de 21% do eleitorado, mas o cadastro do tribunal pode ter falhas e contabilizar como abstenções eleitores que já morreram. EM DISCUSSÃO Plebiscito em 2018 para que a população decida se mantém ou não o voto obrigatório. - COMO É HOJE Campanhas duram 45 dias até o 1° turno. EM DISCUSSÃO Campanhas voltam a durar 60 dias até o 1° turno. No segundo, tempo de propaganda na TV cai de 20 minutos diários para 10 minutos diários (5 minutos para cada candidato). - COMO É HOJE Empresas estão impedidas desde 2015 de financiar os candidatos. Recursos vêm de pessoas físicas, do bolso dos próprios candidatos e dos cofres públicos (fundo partidário e renúncia de arrecadação para veiculação da propaganda eleitoral). EM DISCUSSÃO Criação de um segundo fundo público para custear as campanhas. Algo entre R$ 2,5 bilhões a R$ 6 bilhões, a depender do sistema eleitoral a ser aprovado. Hoje já existe o fundo partidário, que deve repassar aos partidos políticos R$ 820 milhões nesta ano. Mantém-se a possibilidade de doação de pessoas físicas e estabelece-se teto para o autofinanciamento. - COMO É HOJE Pesquisas eleitorais registradas podem ser divulgadas até no dia da eleição. EM DISCUSSÃO Divulgação de pesquisas eleitorais registradas ficam proibidas nos três dias que antecedem o pleito. - COMO É HOJE Presidente da República, governadores, senadores e prefeitos são eleitos pelo sistema majoritário, ou seja, aquele que tiver mais votos, é o eleito -no caso de presidente, governadores e prefeitos, se um candidato obtiver a maioria dos votos válidos é eleito já em primeiro turno. EM DISCUSSÃO Mantêm-se as atuais regras. - COMO É HOJE Deputados federais, deputados estaduais/distritais e vereadores são eleitos pelo sistema proporcional. Nesse sistema, o eleitor vota em candidatos isolados ou na legenda. As cadeiras são distribuídas com base na votação total que determinada coligação recebeu. Por isso às vezes um candidato é eleito mesmo recebendo menos voto do que um concorrente. Isso acontece porque os candidatos e partidos de sua coligação reuniram, no conjunto, mais votos. Um dos exemplos de distorção mais citados é o de Enéas Carneiro (1938-2007), então no Prona de São Paulo, que chegou à Câmara em 2003 com 1,57 milhão de votos, o que também alçou à condição de deputado cinco colegas do Prona que tiveram votações pequenas ou irrisórias, como Irapuan Teixeira, com menos de 700 votos. EM DISCUSSÃO Relator da reforma política na Câmara, Vicente Cândido (PT-SP) irá apresentar a proposta da "lista Fechada" para as eleições de 2018 e 2022. Nela, o eleitor não vota em candidatos isolados, como hoje, mas em uma lista definida previamente pelos partidos. Câmara e Senado tendem a estabelecer que os atuais congressistas terão lugar privilegiado nessas listas. São eleitos os candidatos melhor posicionados na lista, na proporção de cadeiras que a sigla conseguir. Acaba a possibilidade de coligação. Para 2026, a proposta é de adotar modelo similar ao alemão, o distrital misto. Metade das cadeiras seria preenchida pela lista fechada e a outra metade, por candidatos mais votados por região. Defensores da lista fechada dizem que ela barateia a campanha e fortalece a identidade dos partidos. Críticos apontam que caciques partidários terão poderes quase ditatoriais, haverá mais obstáculos à renovação na política, além de facilitar a reeleição de políticos encrencados com a Justiça. No distrital misto, 35 das cadeiras de deputados federais de SP seriam preenchidas pela lista fechada e a outra metade, pelos mais votados em 35 distritos em que o Estado seria dividido. - COMO É HOJE Pode haver coligações entre as legendas. EM DISCUSSÃO Acaba essa possibilidade. - COMO É HOJE Partidos com baixíssimo desempenho nas urnas, os chamados "nanicos", já sofrem algumas restrições de financiamento e atuação parlamentar. EM DISCUSSÃO Há regras mais duras para tentar barrar a existência dos "nanicos". O fim das coligações (alguns nanicos só conseguem eleger candidatos por meio de coligações) e regras de desempenho, que tesouram direitos parlamentares e de financiamento das siglas que não obtiverem um percentual mínimo de votação nacional. - COMO É HOJE Mandatos hoje duram 4 anos. Eleições ocorrem de dois em dois anos. É permitida uma reeleição para presidente, governadores e prefeitos. Para senadores, deputados e vereadores não há limite para a reeleição. EM DISCUSSÃO Mandatos de 5 anos, sem direito à reeleição no Executivo. - COMO É HOJE Nos cargos do Executivo, a chapa é composta por um vice, que assume o mandato caso por algum motivo o titular fique impossibilitado de continuar a exercer o mandato. No caso de deputados e vereadores, a suplência é formada de acordo com a votação obtida por eles na disputa geral. No dos senadores, cada um têm suplentes definidos por eles antes das eleições, uma espécie de "vice". EM DISCUSSÃO Acaba a figura do vice no Executivo e do suplente "sem voto" dos senadores. No Executivo, o primeiro na linha sucessória será o chefe do Legislativo. - COMO É HOJE Em 2016, por exemplo, foram eleitos prefeitos e vereadores. Em 2018, serão eleitos presidente da República, governadores, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais. EM DISCUSSÃO Eleições para o Legislativo e o Executivo seriam separadas. Presidente, governadores e prefeitos em um ano; senadores, deputados e vereadores, em outro. - COMO É HOJE Em tribunais como STF (Supremo Tribunal Federal), os ministros são indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado. Não há mandato fixo, apenas aposentadoria obrigatória aos 75 anos de idade. EM DISCUSSÃO Mandato de 10 anos para tribunais com indicações políticas, como o STF.
poder
Reforma política volta à discussão no Congresso; veja as propostasApós o Supremo Tribunal Federal proibir em 2015 as empresas de financiar os candidatos, Câmara e Senado voltaram a discutir propostas de alteração do sistema político nacional. Permeado por tentativas quase nunca públicas de aprovação de anistia a crimes apurados na Operação Lava Jato, o debate está concentrado na alteração do sistema de eleição de deputados e vereadores e na nova forma como as campanhas Caciques partidários querem emplacar a chamada "lista fechada" de candidatos, com o aumento do desembolso de dinheiro público para bancar as campanhas. Reforma política é um tema recorrente no Congresso e alguns dos pontos que voltam à tona, entre eles a lista fechada, já foram derrotados várias vezes nos últimos anos. * COMO É HOJE Voto é obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos. E facultativo para analfabetos, quem tem 16 e 17 anos e para os acima de 70 anos. A ausência às votações, porém, é expressiva. No 2º turno das eleições presidenciais de 2014, a abstenção foi de 21% do eleitorado, mas o cadastro do tribunal pode ter falhas e contabilizar como abstenções eleitores que já morreram. EM DISCUSSÃO Plebiscito em 2018 para que a população decida se mantém ou não o voto obrigatório. - COMO É HOJE Campanhas duram 45 dias até o 1° turno. EM DISCUSSÃO Campanhas voltam a durar 60 dias até o 1° turno. No segundo, tempo de propaganda na TV cai de 20 minutos diários para 10 minutos diários (5 minutos para cada candidato). - COMO É HOJE Empresas estão impedidas desde 2015 de financiar os candidatos. Recursos vêm de pessoas físicas, do bolso dos próprios candidatos e dos cofres públicos (fundo partidário e renúncia de arrecadação para veiculação da propaganda eleitoral). EM DISCUSSÃO Criação de um segundo fundo público para custear as campanhas. Algo entre R$ 2,5 bilhões a R$ 6 bilhões, a depender do sistema eleitoral a ser aprovado. Hoje já existe o fundo partidário, que deve repassar aos partidos políticos R$ 820 milhões nesta ano. Mantém-se a possibilidade de doação de pessoas físicas e estabelece-se teto para o autofinanciamento. - COMO É HOJE Pesquisas eleitorais registradas podem ser divulgadas até no dia da eleição. EM DISCUSSÃO Divulgação de pesquisas eleitorais registradas ficam proibidas nos três dias que antecedem o pleito. - COMO É HOJE Presidente da República, governadores, senadores e prefeitos são eleitos pelo sistema majoritário, ou seja, aquele que tiver mais votos, é o eleito -no caso de presidente, governadores e prefeitos, se um candidato obtiver a maioria dos votos válidos é eleito já em primeiro turno. EM DISCUSSÃO Mantêm-se as atuais regras. - COMO É HOJE Deputados federais, deputados estaduais/distritais e vereadores são eleitos pelo sistema proporcional. Nesse sistema, o eleitor vota em candidatos isolados ou na legenda. As cadeiras são distribuídas com base na votação total que determinada coligação recebeu. Por isso às vezes um candidato é eleito mesmo recebendo menos voto do que um concorrente. Isso acontece porque os candidatos e partidos de sua coligação reuniram, no conjunto, mais votos. Um dos exemplos de distorção mais citados é o de Enéas Carneiro (1938-2007), então no Prona de São Paulo, que chegou à Câmara em 2003 com 1,57 milhão de votos, o que também alçou à condição de deputado cinco colegas do Prona que tiveram votações pequenas ou irrisórias, como Irapuan Teixeira, com menos de 700 votos. EM DISCUSSÃO Relator da reforma política na Câmara, Vicente Cândido (PT-SP) irá apresentar a proposta da "lista Fechada" para as eleições de 2018 e 2022. Nela, o eleitor não vota em candidatos isolados, como hoje, mas em uma lista definida previamente pelos partidos. Câmara e Senado tendem a estabelecer que os atuais congressistas terão lugar privilegiado nessas listas. São eleitos os candidatos melhor posicionados na lista, na proporção de cadeiras que a sigla conseguir. Acaba a possibilidade de coligação. Para 2026, a proposta é de adotar modelo similar ao alemão, o distrital misto. Metade das cadeiras seria preenchida pela lista fechada e a outra metade, por candidatos mais votados por região. Defensores da lista fechada dizem que ela barateia a campanha e fortalece a identidade dos partidos. Críticos apontam que caciques partidários terão poderes quase ditatoriais, haverá mais obstáculos à renovação na política, além de facilitar a reeleição de políticos encrencados com a Justiça. No distrital misto, 35 das cadeiras de deputados federais de SP seriam preenchidas pela lista fechada e a outra metade, pelos mais votados em 35 distritos em que o Estado seria dividido. - COMO É HOJE Pode haver coligações entre as legendas. EM DISCUSSÃO Acaba essa possibilidade. - COMO É HOJE Partidos com baixíssimo desempenho nas urnas, os chamados "nanicos", já sofrem algumas restrições de financiamento e atuação parlamentar. EM DISCUSSÃO Há regras mais duras para tentar barrar a existência dos "nanicos". O fim das coligações (alguns nanicos só conseguem eleger candidatos por meio de coligações) e regras de desempenho, que tesouram direitos parlamentares e de financiamento das siglas que não obtiverem um percentual mínimo de votação nacional. - COMO É HOJE Mandatos hoje duram 4 anos. Eleições ocorrem de dois em dois anos. É permitida uma reeleição para presidente, governadores e prefeitos. Para senadores, deputados e vereadores não há limite para a reeleição. EM DISCUSSÃO Mandatos de 5 anos, sem direito à reeleição no Executivo. - COMO É HOJE Nos cargos do Executivo, a chapa é composta por um vice, que assume o mandato caso por algum motivo o titular fique impossibilitado de continuar a exercer o mandato. No caso de deputados e vereadores, a suplência é formada de acordo com a votação obtida por eles na disputa geral. No dos senadores, cada um têm suplentes definidos por eles antes das eleições, uma espécie de "vice". EM DISCUSSÃO Acaba a figura do vice no Executivo e do suplente "sem voto" dos senadores. No Executivo, o primeiro na linha sucessória será o chefe do Legislativo. - COMO É HOJE Em 2016, por exemplo, foram eleitos prefeitos e vereadores. Em 2018, serão eleitos presidente da República, governadores, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais. EM DISCUSSÃO Eleições para o Legislativo e o Executivo seriam separadas. Presidente, governadores e prefeitos em um ano; senadores, deputados e vereadores, em outro. - COMO É HOJE Em tribunais como STF (Supremo Tribunal Federal), os ministros são indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado. Não há mandato fixo, apenas aposentadoria obrigatória aos 75 anos de idade. EM DISCUSSÃO Mandato de 10 anos para tribunais com indicações políticas, como o STF.
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Presidente argentino corta gastos e convida militares para festa nacional
Com um orçamento que corresponde a pouco mais de 10% do disposto em 2010 para a comemoração dos 200 anos da Revolução de Maio, o presidente Mauricio Macri celebra neste sábado (9) os 200 anos da independência da Argentina. As duas datas pátrias são consideradas as mais importantes da história do país. Há seis anos, quando Cristina Kirchner era a mandatária, sua festa do bicentenário demandou US$ 41,5 milhões (R$ 136,45 milhões na cotação atual). Agora, Macri fará seus festejos com US$ 4,7 milhões (R$ 15,4 milhões). "O kirchnerismo costumava montar grandes festas que eram muito caras ao Estado. Nossa comemoração tem a ver com a política austera do presidente e com a intenção de destinar recursos a obras públicas e sociais", defendeu à Folha o ministro de Cultura da Argentina, Pablo Avelluto. Assim como ocorre agora, as comemorações dos centenários, em 1910 e 1916, também tiveram orçamentos diferentes. A primeira foi grandiosa e marcou o período de glória do país, que à época tinha um dos maiores PIBs do mundo. A segunda, em meio a Primeira Guerra Mundial e a uma desaceleração econômica, foi bastante humilde e nem consta nos livros escolares. O governo Macri não se preocupa em ser comparada com essa versão de crise dos festejos? "O ano de 1916 foi de mudanças históricas. Foi a primeira vez que houve voto secreto. Se tiver que traçar um paralelo, seria com isso. Agora também é um momento de mudança", diz Avelluto. PALANQUE RENOVADO Além do abismo entre o custo das festas de Macri e de Cristina, os perfis dos eventos serão distintos. No palanque, deverá ser notada uma das maiores mudanças. Cristina posou para as fotos ao lado de líderes latino-americanos com quem, em sua maior parte, tinha afinidade política. Entre eles, os ex-presidentes Lula, Fernando Lugo (Paraguai), Hugo Chávez (Venezuela), José Mujica (Uruguai) e os atuais chefes de Estado Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador). De políticos mais conservadores, apenas o ex-presidente do Chile Sebastián Piñera compareceu. Neste sábado (9), Macri deverá receber o rei emérito da Espanha, Juan Carlos, o que gerou mal-estar em parte da população. "Macri convidar o rei da Espanha para o dia da independência é como eu chamar minha ex no aniversário da minha namorada", escreveram no Twitter. Nenhum chefe de Estado irá à comemoração. No desfile que marcará a data, mais uma novidade: depois de 16 anos de ausência devido aos traumas da ditadura, as bandas militares voltarão. Serão 18 no total, de países como Argentina, Brasil, EUA, França e Itália, entre outros. Ao todo, cerca de 5.000 militares desfilarão em Buenos Aires no domingo (10). De acordo com Avelluto, a relação entre a sociedade e os militares amadureceu."Não interpretamos em termos políticos. Os militares de hoje não participaram da ditadura." Fernando Rocchi, professor de história da Universidade Torcuato Di Tella, lembra que o governo de Cristina Kirchner (2007-2015) não tinha interesse em uma associação de imagem com os militares –a ex-presidente impulsionou julgamentos contra os responsáveis pela ditadura e forneceu apoio político e financeiro a entidades de familiares de desaparecidos. Entre as atrações do fim de semana há artistas conhecidos nacionalmente, como Raúl Lavié e David Lebon. Em 2010, quem encerrou a festa foi o cantor kirchnerista Fito Páez. - SAIBA MAIS Em seis anos, a Argentina comemorará duas vezes o bicentenário do país, uma em maio de 2010 e outra agora, em julho de 2016. A primeira celebração foi referente à Revolução de Maio de 1810, quando o vice-rei Baltasar Hidalgo de Cisneros, que governava em nome da Espanha, foi deposto e substituído por uma junta. À época, a população foi às ruas de Buenos Aires pela independência do país, mas não houve ruptura com a coroa espanhola –a junta era formada por pessoas nascidas na então colônia, mas ainda governava em nome do rei Fernando 7º. Apenas em 9 de julho de 1816 foi proclamada a independência do país. Sua oficialização ocorreu na cidade de São Miguel de Tucumán (1.200 quilômetros ao norte de Buenos Aires) na presença de deputados de diferentes regiões do que viria a ser a Argentina. Fernando Rocchi, professor de história de Universidade Torcuato Di Tella, explica que as duas datas são igualmente importantes. "Em 1810, começa um processo que terminaria seis anos depois." A Revolução de Maio, porém, é menos nacional que a proclamação da independência, já que a luta ocorreu apenas na região de Buenos Aires.
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Presidente argentino corta gastos e convida militares para festa nacionalCom um orçamento que corresponde a pouco mais de 10% do disposto em 2010 para a comemoração dos 200 anos da Revolução de Maio, o presidente Mauricio Macri celebra neste sábado (9) os 200 anos da independência da Argentina. As duas datas pátrias são consideradas as mais importantes da história do país. Há seis anos, quando Cristina Kirchner era a mandatária, sua festa do bicentenário demandou US$ 41,5 milhões (R$ 136,45 milhões na cotação atual). Agora, Macri fará seus festejos com US$ 4,7 milhões (R$ 15,4 milhões). "O kirchnerismo costumava montar grandes festas que eram muito caras ao Estado. Nossa comemoração tem a ver com a política austera do presidente e com a intenção de destinar recursos a obras públicas e sociais", defendeu à Folha o ministro de Cultura da Argentina, Pablo Avelluto. Assim como ocorre agora, as comemorações dos centenários, em 1910 e 1916, também tiveram orçamentos diferentes. A primeira foi grandiosa e marcou o período de glória do país, que à época tinha um dos maiores PIBs do mundo. A segunda, em meio a Primeira Guerra Mundial e a uma desaceleração econômica, foi bastante humilde e nem consta nos livros escolares. O governo Macri não se preocupa em ser comparada com essa versão de crise dos festejos? "O ano de 1916 foi de mudanças históricas. Foi a primeira vez que houve voto secreto. Se tiver que traçar um paralelo, seria com isso. Agora também é um momento de mudança", diz Avelluto. PALANQUE RENOVADO Além do abismo entre o custo das festas de Macri e de Cristina, os perfis dos eventos serão distintos. No palanque, deverá ser notada uma das maiores mudanças. Cristina posou para as fotos ao lado de líderes latino-americanos com quem, em sua maior parte, tinha afinidade política. Entre eles, os ex-presidentes Lula, Fernando Lugo (Paraguai), Hugo Chávez (Venezuela), José Mujica (Uruguai) e os atuais chefes de Estado Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador). De políticos mais conservadores, apenas o ex-presidente do Chile Sebastián Piñera compareceu. Neste sábado (9), Macri deverá receber o rei emérito da Espanha, Juan Carlos, o que gerou mal-estar em parte da população. "Macri convidar o rei da Espanha para o dia da independência é como eu chamar minha ex no aniversário da minha namorada", escreveram no Twitter. Nenhum chefe de Estado irá à comemoração. No desfile que marcará a data, mais uma novidade: depois de 16 anos de ausência devido aos traumas da ditadura, as bandas militares voltarão. Serão 18 no total, de países como Argentina, Brasil, EUA, França e Itália, entre outros. Ao todo, cerca de 5.000 militares desfilarão em Buenos Aires no domingo (10). De acordo com Avelluto, a relação entre a sociedade e os militares amadureceu."Não interpretamos em termos políticos. Os militares de hoje não participaram da ditadura." Fernando Rocchi, professor de história da Universidade Torcuato Di Tella, lembra que o governo de Cristina Kirchner (2007-2015) não tinha interesse em uma associação de imagem com os militares –a ex-presidente impulsionou julgamentos contra os responsáveis pela ditadura e forneceu apoio político e financeiro a entidades de familiares de desaparecidos. Entre as atrações do fim de semana há artistas conhecidos nacionalmente, como Raúl Lavié e David Lebon. Em 2010, quem encerrou a festa foi o cantor kirchnerista Fito Páez. - SAIBA MAIS Em seis anos, a Argentina comemorará duas vezes o bicentenário do país, uma em maio de 2010 e outra agora, em julho de 2016. A primeira celebração foi referente à Revolução de Maio de 1810, quando o vice-rei Baltasar Hidalgo de Cisneros, que governava em nome da Espanha, foi deposto e substituído por uma junta. À época, a população foi às ruas de Buenos Aires pela independência do país, mas não houve ruptura com a coroa espanhola –a junta era formada por pessoas nascidas na então colônia, mas ainda governava em nome do rei Fernando 7º. Apenas em 9 de julho de 1816 foi proclamada a independência do país. Sua oficialização ocorreu na cidade de São Miguel de Tucumán (1.200 quilômetros ao norte de Buenos Aires) na presença de deputados de diferentes regiões do que viria a ser a Argentina. Fernando Rocchi, professor de história de Universidade Torcuato Di Tella, explica que as duas datas são igualmente importantes. "Em 1810, começa um processo que terminaria seis anos depois." A Revolução de Maio, porém, é menos nacional que a proclamação da independência, já que a luta ocorreu apenas na região de Buenos Aires.
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Entenda a conversa entre Temer e Joesley e a defesa do presidente
Ouça JOESLEY Boa noite. Boa noite. JOESLEY Tudo bem? Obrigado. Boa noite. Boa noite. JOESLEY Oba. Oi, boa noite, [inaudível]. JOESLEY Boa noite. É. Então, pediu pra mim parar na garagem. Ah, sim. O senhor pode pôr o carro? JOESLEY Ah, brigado. Deixa essa chave aqui. Não senhor, é pra... é pra devolver isso aqui. TEMER Vamos fazer isso aqui. Vamos... vamos pra lá. Tá bom? Joesley Tá bom. TEMER Hein? JOESLEY Faz tempo que eu não o vejo. TEMER Mas você tá fora do Brasil, né? JOESLEY Tô ficando muito. TEMER A maior parte é nós. JOESLEY Como é que tá a correria? Antes, aqui né. TEMER Sabe que eu era tão feliz [inaudível] tem os compromissos, né? JOESLEY É. TEMER E aqui, primeiro que vocês sabem que tô fazendo 10 meses, parece que foi ontem, né? Parece que foi ontem e parece eternidade, são duas coisas. E segundo que ganhei uma oposição complicada, tão grande.... uma oposição terrível no começo, eles lançaram o negócio do golpe, golpe, golpe, não passou. Aí a economia não vai dar certo, não vai dar certo, começou dar certo. JOESLEY É. TEMER Então os caras tão num desespero... JOESLEY É. TEMER Não dá nem pra ter apoio do Congresso. Você não tem apoio do Congresso. JOESLEY Muito grande, né? TEMER Isso é raro. Isso é raro, nada. Ah, eu não tenho apoio de imprensa, entendeu, então é fogo. Mas vai dar certo. Nós vamos atravessar isso daí, você vai ver. Vamo chegar no final este ano já muito melhor. De todo jeito vamos comemorar. JOESLEY Com certeza. Sabe que nós vamos chegar a isso mesmo. Vamos chegar no fim desse ano olhando pra frente (animado). TEMER Bem animado, é. JOESLEY É. TEMER Já começou. Modestamente e tal, mas já começou. Uma coisa que eu não esperava que começasse agora. JOESLEY Muito rápido. TEMER Tá sendo muito rápido. JOESLEY Foi muito rápido porque você tá falando de 10 meses mas na realidade... TEMER Há seis como titular. JOESLEY Então, porque teve aquele periodozinho ali muito duro, né, que não podia fazer nada...que não... TEMER 6 meses como titular. E olha o que nós já fizemos o teto dos gastos, uma reforma [inaudível], aprovamos a... a (druque) [inaudível], um negócio que tava lá 10 anos pra ser votado, aprovamos dezenas... aprovamos a admissibilidade da [inaudível] da pre... da Comissão Nacional de Justiça, fizemos um grande acordo com trabalhista, aquela coisa do acordo sobre como tá... tá... centrais sindicais, isso... JOESLEY É, muito rápido. TEMER Muito rápido. JOESLEY Muita coisa, muito rápido. O... o... economia tá bem, vai ter que baixar o juro rápido porque a expectativa foi muito rápida, né? A reversão da expectativa. TEMER Mas eu tenho a impressão que na desce mais um. Vai descendo o responsável, [inaudível] Em pouco tempo. JOESLEY É. É duro... E sempre tem que deixar o mercado com a sensação de que foi pouco. TEMER É. JOESLEY O mercado tem que ficar na sensação de que... ah... TEMER Tem razão, tem razão. JOESLEY Né? Não pode tomar dianteira, porque você, o Banco Central baixou 25, depois 25. Aí [inaudível], aí quando ele deu aquele 75, o mercado deu uma animada. Só que aí já esperava um, aí ele deu 75, é muito. TEMER É. JOESLEY 75 é muito. Ele deu, o merca... oh... agora vai dar um, o mercado vai achar pouco. Po, mas só um? Tinha que ser um e meio. [inaudível], não, tá bom. Presidente, é tarde, deixa eu te falar, primeiro eu vim aqui, por dois ou três motivo, assim, essencial. Eh... primeiro que eu não tinha te visto, né, desde quando você assumiu. TEMER e... e termina. JOESLEY Não, não, desde quando você assumiu. TEMER Quando eu assumi? Não. JOESLEY Não, não, não, não, não. TEMER Antes de assumir. JOESLEY Antes de assumir. Eu tive com... TEMER São 10 meses. JOESLEY Eu tive contigo no teu escritório... TEMER É. JOESLEY 10 dias antes ali... TEMER Isso, exatamente. JOESLEY Quando tava ali naquela briga ainda, daquela guerra pela... TEMER Tem razão. JOESLEY As rede social, não sei que, senhor lembra, tal? TEMER Tem razão. JOESLEY Né? Coisa de golpe, e aí... mas tudo bem. E aí, enfim, de lá pra cá eu vinha falando com Geddel, enfim, aí também não... não lhe oportunar. TEMER Então deu aquele problema [inaudível]... JOESLEY É, também não quis incomodar. TEMER Uma idiota aquele, uma [inaudível] terra nos outros aí... "idiota..." É uma referência à queda de Geddel Vieira Lima do ministério de Temer, no fim de 2016. O presidente chama de 'idiota' o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou Geddel de pressioná-lo pela liberação da obra de um prédio na Bahia no qual tinha comprado apartamento JOESLEY Foi uma bobagem. TEMER Foi uma bobagem que ele fez e... JOESLEY Bobagem. TEMER Bobagem sem consequência nenhuma. JOESLEY Não precisava daquilo, né? TEMER O cara fez um... aproveitou pra fazer um carnaval. JOESLEY É. Mas eu vi falar com Geddel ali, tudo bem, enfim, eh... andei falando algumas vezes com Padilha também mas agora também o Padilha adoeceu... ficou adoentado... eh... enfim, aí eu fiquei meio, eu falei, deixa eu ir lá... TEMER Claro. JOESLEY pra, no... no dar uma... queria primeiro dizer o seguinte, tamo junto aí, o que o senhor precisar de mim... TEMER Tá bom. JOESLEY Viu? TEMER Tá. JOESLEY Me fala. Eh... TEMER Mas só esperar passar esse... JOESLEY Queria te ouvir um pouco, presidente, como é que tá... como é que o senhor tá nessa situação toda aí do Eduardo, não sei o que, [inaudível]? TEMER O Eduardo tentou me fustigar, né? Você viu que... "está me fustigando" Joesley disse aos procuradores que a frase de Temer era um recado para que continuasse pagando Eduardo Cunha JOESLEY Eu não sei. Como é que tá essa relação? TEMER Tá... ele veio tá esperando dar ouvido à defesa, que o Moro indeferiu 21 perguntas dele... que não tenha nada a ver com a defesa dele. JOESLEY Pois é. TEMER Era pra me trutar, eu não fiz nada, no Supremo Tribunal Federal fatalidade, só um ou dois ele tá aí, rapaz, aí eu... né, mas temos 11 ministros, né? JOESLEY É, eu queria falar assim, como tá aqui na [inaudível]... dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo, o... o que tinha de alguma pendência daqui pra li zerou, tal... liquidou tudo e ele foi firme em cima, ele já tava lá, veio, cobrou, tal, tal, tal, eu, pronto. Acelerei o passo e tirei da forca. E o outro menino, companheiro dele que tá aqui, né, que... que daí que o Geddel sempre tava... TEMER (O Lucio tá aí) [inaudível]. [inaudível] não, não, o irmão do [inaudível]. TEMER Ah, sim. JOESLEY E... e Geddel é que andava sempre ali, mas com o Geddel também com esse negócio eu perdi o contato porque ele virou investigado, agora eu não posso também... TEMER É, complicado, é complicado. JOESLEY E eu não posso encontrar ele. TEMER [inaudível] Não parecer obstrução de Justiça JOESLEY Isso isso. Negócio dos vazamentos do telefone lá... do Eduardo, com Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o que, eu tô lá me defendendo. [inaudível] como é que eu... quê que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora? Eu to de bem com Eduardo. TEMER É. Tem que manter isso, viu? [inaudível] "Tem que manter isso, viu?" Frase mais polêmica do áudio, foi entendida por Joesley, segundo disse em depoimento, como uma mensagem de que era "importante continuar" pagando Cunha e o operador Lúcio Funaro, ambos presos DEFESA DE TEMER Temer diz que sugeriu apenas que o empresário permanecesse com uma boa relação. "A conexão é com a frase: eu me dou muito bem com o ex-deputado, mantenho uma boa relação. E eu digo: mantenha isso", falou o presidente, em depoimento. Afirma que não comprou o silêncio de ninguém porque não tem o que esconder JOESLEY [inaudível] todo mês JOESLEY Tô segurando as pontas, tô indo, tô meio enrolado aqui, né, no processo, assim TEMER Você tá com processo né? [inaudível] JOESLEY Isso, isso. É, é investigado, eu não tenho ainda denúncia. Isso, não tenho denúncia. Aqui eu dei conta de um lado, o juiz, dar uma segurada, outro lado um juiz substituto que é um cara que fica... Tá segurando os dois. TEMER Ótimo, ótimo JOESLEY Eu consegui me ajude dentro da força tarefa, que tá... TEMER Tá lá também. JOESLEY Também tá me dando informação e eu... lá que eu... eu to pra dar conta de trocar o procurador, que tá atrás de mim. Tô... se eu der conta, tem o lado bom, e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal, o lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o que... TEMER pior do que o que você tá... [inaudível] JOESLEY O que tá... o que tá me... TEMER Te ajudando... JOESLEY Não, tá me ajudando tá bom, beleza. Agora, o principal... que é um... tem um que tá me investigando. Eu consegui colar um no grupo. Agora eu to tentando trocar... "to tentando trocar" Ouvir o relato de interferências em investigação como a relatada por Joesley, e não comunicar autoridades configura em tese prevaricação DEFESA DE TEMER Temer diz que não levou a sério a história contada por Joesley e argumenta que o próprio empresário disse posteriormente que inventou o relato de que tinha comprado juízes. "Ele é um conhecido falastrão, exagerado." TEMER O que tá em cima? JOESLEY Isso...e... que eu, nessa aí, então tá meio assim, ele saiu de férias, até essa semana eu fiquei preocupado que saiu um burburinho de que iam trocar ele, não sei o que, eu fico com medo muito grande. Eu to... eu só contando essa história pra dizer assim, eu to me... TEMER Se mexendo. JOESLEY Me defendendo aí. To me segurando, tal, os dois lá, to mantendo, tudo bem. Mas é um [inaudível], o Geddel tava aqui, aquele negócio do... da anistia e quase não veio. TEMER Quase, quase. Ah, mas quase [inaudível] ex presidente do partido empresariais que vão dizer que você... precisam de nós [inaudível], se outros se reunirem e fizerem isso, que eu disse, mas se todos fizerem isso... JOESLEY E [inaudível] esse troço. Sabe que eu tive até com o presidente Lula na época, lá no dia, que o PT, parte do PT, e, "ah, o Paulo (Pera) [inaudível]", não sei o que, digo assim, "po, presidente, mas aí pra"... oh, eu quero uma aguinha, um... água... porque todo mundo... [inaudível] Então, isso foi um negócio que... o negócio da autoridade, era outra, né, autoridade [inaudível]. Porque o... o... presidente, eu não sei o quanto o senhor tá ao par, assim, de como de verdade essas coisa. É uma... é uma brutalidade [inaudível] negócio... TEMER Exato. JOESLEY Um negócio, assim, bem... há 2 semana atrás, 3 semana outro que eu nunca ouvi falar, né, não... não conhecia também, que trabalhava lá com o Lúcio, parece que era o financeiro lá, não conheço, também nunca vi, ninguém nosso nunca viu, nunca nada. Menino disse... disse assim, "ah, porque eu... eu ouvi falar do Lúcio que não sei o que... eu ouvi falar de...", po, me rendeu um Fantástico, um Jornal Nacional, e um não sei o que, e uma confusão. TEMER Claro. JOESLEY Ainda bem que eu tenho boa relação com a imprensa, consegui rapidamente, aquietou. Foi um dia, dois, pronto, parou. Mas [inaudível]. TEMER Exatamente assim. JOESLEY Tudo bem. Sobre esse ponto aí tamo indo... tamo tocando. Seguinte, hoje to fazendo um... 50 mil por mês... ganho pro rapaz, tal. Me dá as informação, pelo menos me dá informação. Teve uma reunião, [inaudível] falou disso, falou daquilo, [inaudível], o brabo é... enfim, mas vamo lá, eu queria falar um pouco... o brabo é... falar sobre isso, falar como é que é que... pra mim falar contigo qual é a melhor maneira porque eu vinha falando através do Geddel, através... eu não vou lhe incomodar, evidente, se não for algo assim. TEMER [inaudível] As pessoas ficam, você sabe como é que é... JOESLEY Eu sei disso, por isso é que... TEMER Recorrer ao Rodrigo. JOESLEY É o Rodrigo? Ah, então ótimo. TEMER [inaudível] passar para o [Henrique] Meirelles [inaudível] da mais estrita confiança. [inaudível]. "da minha mais estrita confiança" A passagem é uma referência de Temer ao deputado Rodrigo Rocha Loures. A PGR entende que o congressista foi indicado pelo presidente como uma espécie de emissário para tratar de temas de interesse de Joesley. Como o deputado foi filmado posteriormente recebendo dinheiro vivo da JBS, os procuradores suspeitam que Temer tenha sido o beneficiário da negociação DEFESA DE TEMER Temer afirma que apenas indicou o deputado para "ouvir as lamúrias" e se "livrar" da visita de Joesley JOESLEY Eu... eu prefiro combinar assim, oh, se for alguma coisa que eu precisar, tal, então eu falo com Rodrigo, se for algum assunto desse tipo aí... TEMER [inaudível] advogado, precisa funcionar. JOESLEY Funcionou super bem à noite. 11 hora da noite, meia noite, de... 10 e meia. Veio aqui. A gente conversa uns 10 minutinho, meia horinha, vou embora. Tá, falar de outra coisa aqui. O... o Henrique, como é que você tá com Henrique? Bem? TEMER [inaudível] tá muito bem. JOESLEY Né? Tranquilo com Henrique? TEMER Porque enquanto eu... quer dizer, ele concorda comigo digo, eh... não porque vai acontecer isso aqui, tem razão, pra ele o frágil que domina muito bem. JOESLEY Muito trabalhador. Ele é... ele é trabalhador. TEMER Trabalhador. Po, trabalha... nós todos se a gente fez com o Brasil... JOESLEY Nossa senhora, hein? TEMER Inacreditável. JOESLEY É incrível. TEMER Inacreditável. Mas o Henrique vai muito bem comigo. Eu chamo ele todo dia, eu chamo Henrique pra trabalhar. JOESLEY E ele gosta. TEMER Ele gosta. JOESLEY Ele gosta de trabalhar. Você não chama ele pra ir pra praia. TEMER É. JOESLEY Se você for pra praia e chamar ele, ih... TEMER É, não tem graça. JOESLEY Ele não agradar. Agora se você falar, "não, vamo trabalhar". Eu tenho. E o Henrique é muito disciplinado, lógico, tenho a relação ótima com ele e tal, eu tive assim, tá tudo bem e tal. Eu não sei, vamo dizer assim, eu já andei falando com ele alguns assuntos... conhecendo ele, ele é... pra caramba. Né presidente? Por exemplo, um dia eu falei com ele, oh... já falei, [inaudível] e tal. Ele, "não, aquilo lá, o Wila faz as coisa, ou tira fora, é você que manda nessa merda, ah, o Wila lá". TEMER É, ele mesmo falou que o Wila [inaudível] Joesley Então, aí eu... aí que eu quero... um dia eu falei assim, "Henrique, precisa mexer na Receita Federal, porra, Rachid aí, tá tanto tempo aí, põe um outro cara aí mais dinâmico, tá, um monte de coisa pra fazer", "ichi, não, não, não, não posso mexer". Aí BNDES. BNDES é o planejamento. Não, mas foi você que botou a Maria Silvia [Bastos Marques] lá? TEMER Foi, é. JOESLEY Não, não, não, [inaudível] do CADE, é outro... Uhum. TEMER Maria Silvia, entendeu? Se tiver jeito, ótimo, maravilha. [inaudível] pegou, acertou... e tal... mas que tem a ligação com BNDES. JOESLEY E até alguma sintonia contigo pra poder eu falar com ele, ele não jogar, como ele fala assim, "ah, não, presidente não...". TEMER Presidente não deixa. JOESLEY "não deixa, não quer". Po, Henrique, mas então você é um banana aí, você não manda porra... [inaudível] aí eu falei com ele, era o CADE, [inaudível], aí era o... presidente do CADE ia mudar, né, mudou, sei lá, botou alguém aí. TEMER Já mudou. JOESLEY Já mudou, já botou. TEMER Já mudei. JOESLEY Isso. Aí eu falei, "Henrique, po, presidente do CADE aí tem que botar", "ah, isso aí não...", quero dizer é o seguinte, resumindo, eu também não sei se é hora de mexer alguma coisa porque, dentro do contexto geral, também não quero importunar, ele, também... eh... eh... [inaudível] se eu for mais, porque eu trabalhei com ele 4 anos, se for mais firme nele, né, "po, Henrique, tem que...", eu acho que ele... acho que ele corresponde. O que for mais firme nele, eu acho que ele... acho que ele corresponde... TEMER Ele... a gente sabe, teve ocorrências maiores, o que determinou a vinda dele ali, foi eu e você [inaudível]. JOESLEY O meu, e até voltando um pouco ao caso do Eduardo, à época antes: "Olha, eu briguei lá e tal pra... agora tem que ver se..." tudo bem, aí ele, uns 15 dias antes dele... ele teve lá em casa, o Eduardo, comigo... aí ele veio e deu uma cobradazinha em mim: "Olha, mas tem que trabalhar né..." não sei o que e tal... " Eduardo, não é assim também. Assim não...." Mas puta que pariu. TEMER Deu no que deu. JOESLEY Deu no que deu. Aí eu falei: "Eduardo!" uns quinze dias antes: "Eduardo, não é assim não, pera aí, pô!" "Não, pô!' aí ele abriu o jogo: "Olha" "Tá com a Ferrari aí?" Por que ele fez referência que [inaudível] Fazenda, Banco Central... o Banco Central perdeu o status de ministro, o Henrique ficou muito prestigiado... espera aí! O Henrique também não vai sair fazendo... seria só... não sei se eu te dar um toque em relação a isso, em relação a... eu não sei o quanto eu vou mais firme no Henrique, o quanto eu deixo ele com essa pepineira de TBI e tal... enfim... TEMER Mas eu acho que [inaudível] tá muito errado. JOESLEY Se ele jogar pra cima de você eu posso bancar e dizer assim: "Não, qualquer coisa eu falo com ele..." TEMER Não [inaudível] aceito a sua ajuda. Você ajuda... eu posso ajudar [inaudível] JOESLEY Lógico, lógico, eu não vou falar nada descabido. Agora, penso que dentro do CADE isso seria, eu falei com ele: "é importantíssimo ter um presidente do CADE ponta firme. TEMER Mas aí essa reunião, [inaudível] já foi ou não? JOESLEY Já foi, em janeiro agora. E aí eu não sei o que eu falei pra ele, ele foi nomeado presidente. TEMER Tem que ser uma conversa franca, tem que ser o CADE. "conversa franca" Joesley citou em depoimento a expressão dita por Temer, sugerindo que isso indicava a disposição do presidente em atender seu pleito DEFESA DE TEMER O peemedebista diz que as reclamações de Joesley, expostas na conversa, mostram que o governo não estava aberto para ele. Afirma que o Cade não decidiu nada a favor do empresário JOESLEY Eu não sei, talvez... agora, é o presidente da CVM para trocar, não trocar... é o único lugar, fundamental. E aí eu queria assim... TEMER Você ia falar com ele? JOESLEY Isso, se eu falar com ele, ir falar com ele, se eu falar com ele e ele empurrar pra você, eu poder dizer: "não, não, não..." TEMER Não, pode fazer... pode, pode fazer... ele vai aceitar. JOESLEY É só isso que eu queria ter esse alinhamento, para a gente não ficar, e pra ele perceber que nós tamos... [inaudível] TEMER Sensibilizados. Se for falar pra ele, por que ninguém precisa falar de você, você que vai ter a palavra, entendeu? JOESLEY Mas quando eu digo de mais, o que é isso? Mas Henrique, você vai levar? Você vai fazer isso? "vou" então tá bom... que aí ele vem... ter esse alinhamento só que eu queria ter... TEMER Tá bom, pode fazer isso. JOESLEY E todos, em termos mais amplos assim, genéricos, ter esse alinhamento para dizer o seguinte: Olha, quando eu falar um negócio, pelo menos vai consulta lá, vê; que a gente aceite aquele negócio o BNDES lá daquela operação, Gerdan me falou que teve todo empenho... TEMER É, foi em Janeiro... JOESLEY Pois é, pois é... TEMER Não foi exatamente quem, eles já estavam realizando uma forma... JOESLEY Não deu de um jeito, mas deu do outro, pronto, deu certo. TEMER Foi muito recente que ela chamou, eu fiquei surpreso dela explicar. Eu chamei e ela veio explicar que daí: "É, por que o caso do BNDES não deu pra fazer de um jeito, mas nós fizemos de outro jeito, e deu certo". Então ela... ela... JOESLEY É, o BNDES tá bem travado. Esse negócio do BNDES é outra que influência que hoje quem... quem... Maria Silva [inaudível] tá falando com quem, mas tá problemática. TEMER [inaudível] Tem duas, eu sei quem é, tem dois servidores lá que estão com os bens indisponíveis, em face da (operação), os outros caras não podem mexer, porque eles têm medo de mexer em qualquer coisa. Tá com uma verba de R$ 150 bilhões parado. Isso aí pro BNDES é... JOESLEY E se ele escorregar eu falo: "Olha..." TEMER Consulta. JOESLEY Consulta lá pô. TEMER Consulta o presidente. JOESLEY É, consulta e me fala desse negócio. TEMER [inaudível] Veio de São Paulo. JOESLEY Geddel, você tem visto ele? TEMER Geddel falou comigo hoje por telefone. JOESLEY E aí... TEMER [inaudível] A gente não falou muito por uma razão... a mídia assediando, não falou nada, ele não falou nada [inaudível] JOESLEY Exatamente; (...ação) não vai voltar. Como é que vai financiar 2018? TEMER Não sei... (...) empenhando todo mundo, tá ruim, realmente ruim, apesar de pegando a economia etc. etc. eu acho que tem que melhorar bem a economia, interfere o tamanho... JOESLEY Com certeza. Não tem nem uma... casa que falta pão não tem leão, não é? Assim? Não tem nenhum remédio melhor do que as coisas ir bem. Financeiramente todo mundo acalma, todo mundo... TEMER Todo mundo se acalma. JOESLEY No TSE como é que tá? TEMER [inaudível] está falando com (Janin?) agora? Tá um troço meio maluco, uma conselheira lá, [inaudível] eu acho que não passa o negócio lá pra mim, não passa, por que eles têm uma consciência política boa, (boa), mais um (Brasil). Primeiro. E segundo, Terceiro: não veem a improcedência da ação, pra mim ação de melhora dos direitos políticos, mas é [inaudível] se você vencer ação, ou você vence ou tem recurso. Vai ter recurso do TSE, tem recurso do Supremo [inaudível] aí já terminou o mandato. Não tô tranquilo em relação a isso. [inaudível] JOESLEY Muito bom. Puta que pariu... TEMER Os aborrecimentos que você tá tendo também né? JOESLEY Ah, é duro presidente, por que é o seguinte, igualzinho o senhor aqui também. A gente fica igual equilibrando aqueles pratos, uma que nós não temos só isso, a gente tem a empresa, tem o concorrente, tem os Estados Unidos, tem o dia a dia, tem a empresa, e isso que a gente tem que parar por conta de resolver coisas... eu falo lá pro procurador lá eu digo: "Doutor Procurador, o senhor venha me investigar, não tem problema... mas não fica dando solavanco não, não fica... só dando solavanco, e fazendo medidas sustentadas [inaudível] e divulgando pra imprensa e fazer... Ô doutor, é o seguinte, eu posso estar certinho, mas eu vou chegar lá morto, de tanto solavanco que o senhor vai me dar, se eu tivesse 100% certo, eu morro. Para com isso!" da outra vez eu até falei com ele: "Faz um favor pra mim, me denuncia de alguma coisa?" "Não, mas não tenho nada pra te denunciar!" "mas inventa, inventa, me denuncia, para de me investigar, por que eu não aguento. Se o senhor ficar aí desse jeito o senhor vai me quebrar!" puta que pariu, eu sei que é o seguinte... mas tudo bem, nós somos do couro grosso né! Vamos lá, tamos [inaudível] TEMER Mas vai passar, não vai ficar a vida toda assim. JOESLEY Tem o que... como se diz, tendo os pés no chão, lógico que passar vai passar. Tá faltando talvez... quando tava ali falando da anistia, do negócio da autoridade, a gente tinha uma coisa objetiva pra lutar pelo que, não é não? Olha, estamos lutando, trabalhando, e a gente tinha que pensar que, se não for atrás de algo positivo, esses meninos? Eles não tão nem aí, ele não param. Eles vão ficar pul, pul, pul, pul, por que? Um delata um que delata o outro, que delata um que delata o outro. Uma delação com a verdade, não precisa provar nada, não precisa nada. Chegou... sabe de um negócio? É o seguinte, eu até perdoo o... já teve uns quatro ou cinco que delatou nós, coisas estapafúrdias, coisas que eu não... aquele Sérgio Machado nunca vi esse cara na vida, mas eu vi o vídeo... eu fico pensando que fala assim: "Fala aí da JBS!" "Não, não tenho nada!" "Ah, mas então... então vai preso, então fica preso, não vai embora!" "Não, mas eu não conheço esse povo!" "Não, lembra que... senão, não fecha!" eu vi o vídeo do pobre coitado do Sergio Barreto que eu não conheço, ele comemorou o último capítulo, era o JBS. "Então agora JBS" aí ele leu, ele decorou um papelzinho assim lá, e tal, tal, tal... quando acabou ele "Ahh, acabou..." Tá no vídeo!. "tava ali falando da anistia, do negócio da autoridade" Joesley discorre sobre os projetos no Congresso que podem afetar a Lava Jato, como a anistia ao caixa dois ou a proposta sobre abuso de autoridade. Temer não entra no assunto, mas a Procuradoria-Geral vê indícios de que ele tenha atuado junto com Aécio Neves para impedir o avanço de investigações, também por meio de medidas legislativas DEFESA DE TEMER O peemedebista vem negando que esteja interferindo na Lava Jato TEMER Sergio Machado? JOESLEY É, fala de JBS um cara que nunca viu. Passamos perto da Petrobras... da (Transpetro). "Nunca vi essa embaixada na vida!" nunca vi essa embaixada na vida, nem ele e nem os filhos dele, nada. Mas o procurador vira: "Fala senão..." TEMER Conseguiu agora fala. JOESLEY "Fala, lembra de alguma coisa, qualquer coisa!!" aí o cara... TEMER [inaudível] (Tinha) que (de)gravar pra poder convencer os procuradores. JOESLEY Eu fico imaginando, teve um menino, uma dessas operações, estava preso, ele contando, ele teve que falar alguma coisa nossa, ele contando, é de dar dó do cara. "Gente, você não sabe, eu fiquei 15 dias humilhado na cadeia por que eu não tinha nada pra falar de vocês". Aí foi, foi, foi, eu falei "Não!" aí você olha pro cara... No caso... de tudo que acontece agora, tem só um tal de um PIC que é Procedimento Investigativo Criminal. Não tem nada, não tem uma prova, não tem um dinheiro meu no exterior, que eu depositei, não tem uma... teve um dia que aconteceu, eu tava nos Estados Unidos, eu liguei pro meu advigado "O que é isso?" ele também não sabia, não é criminalista, ele falou: "Não, o delegado aqui disse que não precisa se preocupar não. É um PIC, é um Procedimento Investigativo, Criminal. É só um procedimento investigativo" Tá bom, com meia hora falou: "Olha, bloqueou as contas!" né... passou mais meia hora: "Ó, os bens estão bloqueados!" que coisa que não é problema? Aí passou mais meia horinha ele falou: "Ih, estão recolhendo os passaportes, não pode viajar" não pode viajar, tá loco!" daqui a pouco, eu tô é preso. Foi onde corri lá no procurador, dei um seguro garantia de 1 bilhão e meio, e aí pronto, resolvi meu problema. E você imagina se eu não consigo fazer um negócio desse? É muito desproporcional, então eu acho, presidente, assim, tem que criar, não sei o que também, alguma agenda, alguma coisa. Eu tava lendo do PSDB, agora tão se mexendo... [inaudível] TEMER Começa um caminho, a conta e daí começa a dar uma solução. JOESLEY Eu não vou tomar seu tempo mais não, ó, brigado, TEMER Foi bom te ver aí, viu. JOESLEY Foi bom te ver, nós tamos combinando assim, primeiro, precisando de alguma coisa, me fala. (estou dizendo) fica à vontade. Segundo, estamos lá nos defendendo. Terceiro, o negócio do Henrique ótimo. [inaudível] e enfim, se surgir alguma novidade. E se for urgente. TEMER [inaudível] As coisas só pode pensar naquilo. JOESLEY Eu gostei desse jeito aqui. Eu vim dirigindo, nem com motorista... eu mesmo dirijo... TEMER Se identifica, ele se identifica. Interlocutor Eu tinha combinado de vir com ele. TEMER Ah, você veio sozinho? JOESLEY Eu vim sozinho, mas aí eu liguei pra ele, era 10h30, foi por isso que eu atrasei uns cinco minutinhos, aí deu 09h50 eu mandei mensagem pra ele, aí ele não respondeu, deu 10h05 eu liguei [inaudível]. "Rodrigo, cadê?" "Puta, eu tô num compromisso aqui, vai lá, fala..." eu passei a placa do carro, eles... fui chegando eles abriram, nem deu meu nome. TEMER [inaudível] JOESLEY Fui chegando, eles viram a placa do carro, abriram, eu entrei aqui na hora. TEMER Melhor, não tá. JOESLEY Funcionou super bem. "funcionou super bem" Joesley fala sobre as circunstâncias do encontro, marcado para o fim da noite no Palácio do Jaburu. A situação é citada pela PGR como indicativo da proximidade entre o presidente e o empresário DEFESA DE TEMER O presidente diz que trabalha rotineiramente até meia-noite ou mais e que costuma "ouvir à noite" empresários, políticos, trabalhadores e pessoas de diversos setores da sociedade TEMER Eu mudei pro outro, não aguentei, fiquei uma semana lá, aquilo é um horror. Primeiro tem embaixo, aquela coisa [inaudível] tem a parte de cima e a parte debaixo, [inaudível] tem cozinha, tem massagem, não consegui dormir, (...) a Marcela tá acordada, eu disse: "Vamos voltar!" e pra Bahia três dias, e na Bahia... não aguentei, deve ter fantasma lá. É um horror. JOESLEY Aquilo é muito frio, aqueles vidrão muito.... como é que Dilma aguentava ficar sozinha lá? TEMER Não sei... JOESLEY Deixa eu ir embora que já é tarde. TEMER Você tá bem disposto né Joesley. JOESLEY Tô bem... reeducação alimentar, emagreci, tô bem. TEMER Emagreceu. JOESLEY tô me alimentando bem, comendo mais saudável. Não tô comendo pouco não, tô comendo bastante, mas coisas mais saudável, menos doce, menos industrializado.
poder
Entenda a conversa entre Temer e Joesley e a defesa do presidenteOuça JOESLEY Boa noite. Boa noite. JOESLEY Tudo bem? Obrigado. Boa noite. Boa noite. JOESLEY Oba. Oi, boa noite, [inaudível]. JOESLEY Boa noite. É. Então, pediu pra mim parar na garagem. Ah, sim. O senhor pode pôr o carro? JOESLEY Ah, brigado. Deixa essa chave aqui. Não senhor, é pra... é pra devolver isso aqui. TEMER Vamos fazer isso aqui. Vamos... vamos pra lá. Tá bom? Joesley Tá bom. TEMER Hein? JOESLEY Faz tempo que eu não o vejo. TEMER Mas você tá fora do Brasil, né? JOESLEY Tô ficando muito. TEMER A maior parte é nós. JOESLEY Como é que tá a correria? Antes, aqui né. TEMER Sabe que eu era tão feliz [inaudível] tem os compromissos, né? JOESLEY É. TEMER E aqui, primeiro que vocês sabem que tô fazendo 10 meses, parece que foi ontem, né? Parece que foi ontem e parece eternidade, são duas coisas. E segundo que ganhei uma oposição complicada, tão grande.... uma oposição terrível no começo, eles lançaram o negócio do golpe, golpe, golpe, não passou. Aí a economia não vai dar certo, não vai dar certo, começou dar certo. JOESLEY É. TEMER Então os caras tão num desespero... JOESLEY É. TEMER Não dá nem pra ter apoio do Congresso. Você não tem apoio do Congresso. JOESLEY Muito grande, né? TEMER Isso é raro. Isso é raro, nada. Ah, eu não tenho apoio de imprensa, entendeu, então é fogo. Mas vai dar certo. Nós vamos atravessar isso daí, você vai ver. Vamo chegar no final este ano já muito melhor. De todo jeito vamos comemorar. JOESLEY Com certeza. Sabe que nós vamos chegar a isso mesmo. Vamos chegar no fim desse ano olhando pra frente (animado). TEMER Bem animado, é. JOESLEY É. TEMER Já começou. Modestamente e tal, mas já começou. Uma coisa que eu não esperava que começasse agora. JOESLEY Muito rápido. TEMER Tá sendo muito rápido. JOESLEY Foi muito rápido porque você tá falando de 10 meses mas na realidade... TEMER Há seis como titular. JOESLEY Então, porque teve aquele periodozinho ali muito duro, né, que não podia fazer nada...que não... TEMER 6 meses como titular. E olha o que nós já fizemos o teto dos gastos, uma reforma [inaudível], aprovamos a... a (druque) [inaudível], um negócio que tava lá 10 anos pra ser votado, aprovamos dezenas... aprovamos a admissibilidade da [inaudível] da pre... da Comissão Nacional de Justiça, fizemos um grande acordo com trabalhista, aquela coisa do acordo sobre como tá... tá... centrais sindicais, isso... JOESLEY É, muito rápido. TEMER Muito rápido. JOESLEY Muita coisa, muito rápido. O... o... economia tá bem, vai ter que baixar o juro rápido porque a expectativa foi muito rápida, né? A reversão da expectativa. TEMER Mas eu tenho a impressão que na desce mais um. Vai descendo o responsável, [inaudível] Em pouco tempo. JOESLEY É. É duro... E sempre tem que deixar o mercado com a sensação de que foi pouco. TEMER É. JOESLEY O mercado tem que ficar na sensação de que... ah... TEMER Tem razão, tem razão. JOESLEY Né? Não pode tomar dianteira, porque você, o Banco Central baixou 25, depois 25. Aí [inaudível], aí quando ele deu aquele 75, o mercado deu uma animada. Só que aí já esperava um, aí ele deu 75, é muito. TEMER É. JOESLEY 75 é muito. Ele deu, o merca... oh... agora vai dar um, o mercado vai achar pouco. Po, mas só um? Tinha que ser um e meio. [inaudível], não, tá bom. Presidente, é tarde, deixa eu te falar, primeiro eu vim aqui, por dois ou três motivo, assim, essencial. Eh... primeiro que eu não tinha te visto, né, desde quando você assumiu. TEMER e... e termina. JOESLEY Não, não, desde quando você assumiu. TEMER Quando eu assumi? Não. JOESLEY Não, não, não, não, não. TEMER Antes de assumir. JOESLEY Antes de assumir. Eu tive com... TEMER São 10 meses. JOESLEY Eu tive contigo no teu escritório... TEMER É. JOESLEY 10 dias antes ali... TEMER Isso, exatamente. JOESLEY Quando tava ali naquela briga ainda, daquela guerra pela... TEMER Tem razão. JOESLEY As rede social, não sei que, senhor lembra, tal? TEMER Tem razão. JOESLEY Né? Coisa de golpe, e aí... mas tudo bem. E aí, enfim, de lá pra cá eu vinha falando com Geddel, enfim, aí também não... não lhe oportunar. TEMER Então deu aquele problema [inaudível]... JOESLEY É, também não quis incomodar. TEMER Uma idiota aquele, uma [inaudível] terra nos outros aí... "idiota..." É uma referência à queda de Geddel Vieira Lima do ministério de Temer, no fim de 2016. O presidente chama de 'idiota' o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou Geddel de pressioná-lo pela liberação da obra de um prédio na Bahia no qual tinha comprado apartamento JOESLEY Foi uma bobagem. TEMER Foi uma bobagem que ele fez e... JOESLEY Bobagem. TEMER Bobagem sem consequência nenhuma. JOESLEY Não precisava daquilo, né? TEMER O cara fez um... aproveitou pra fazer um carnaval. JOESLEY É. Mas eu vi falar com Geddel ali, tudo bem, enfim, eh... andei falando algumas vezes com Padilha também mas agora também o Padilha adoeceu... ficou adoentado... eh... enfim, aí eu fiquei meio, eu falei, deixa eu ir lá... TEMER Claro. JOESLEY pra, no... no dar uma... queria primeiro dizer o seguinte, tamo junto aí, o que o senhor precisar de mim... TEMER Tá bom. JOESLEY Viu? TEMER Tá. JOESLEY Me fala. Eh... TEMER Mas só esperar passar esse... JOESLEY Queria te ouvir um pouco, presidente, como é que tá... como é que o senhor tá nessa situação toda aí do Eduardo, não sei o que, [inaudível]? TEMER O Eduardo tentou me fustigar, né? Você viu que... "está me fustigando" Joesley disse aos procuradores que a frase de Temer era um recado para que continuasse pagando Eduardo Cunha JOESLEY Eu não sei. Como é que tá essa relação? TEMER Tá... ele veio tá esperando dar ouvido à defesa, que o Moro indeferiu 21 perguntas dele... que não tenha nada a ver com a defesa dele. JOESLEY Pois é. TEMER Era pra me trutar, eu não fiz nada, no Supremo Tribunal Federal fatalidade, só um ou dois ele tá aí, rapaz, aí eu... né, mas temos 11 ministros, né? JOESLEY É, eu queria falar assim, como tá aqui na [inaudível]... dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo, o... o que tinha de alguma pendência daqui pra li zerou, tal... liquidou tudo e ele foi firme em cima, ele já tava lá, veio, cobrou, tal, tal, tal, eu, pronto. Acelerei o passo e tirei da forca. E o outro menino, companheiro dele que tá aqui, né, que... que daí que o Geddel sempre tava... TEMER (O Lucio tá aí) [inaudível]. [inaudível] não, não, o irmão do [inaudível]. TEMER Ah, sim. JOESLEY E... e Geddel é que andava sempre ali, mas com o Geddel também com esse negócio eu perdi o contato porque ele virou investigado, agora eu não posso também... TEMER É, complicado, é complicado. JOESLEY E eu não posso encontrar ele. TEMER [inaudível] Não parecer obstrução de Justiça JOESLEY Isso isso. Negócio dos vazamentos do telefone lá... do Eduardo, com Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o que, eu tô lá me defendendo. [inaudível] como é que eu... quê que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora? Eu to de bem com Eduardo. TEMER É. Tem que manter isso, viu? [inaudível] "Tem que manter isso, viu?" Frase mais polêmica do áudio, foi entendida por Joesley, segundo disse em depoimento, como uma mensagem de que era "importante continuar" pagando Cunha e o operador Lúcio Funaro, ambos presos DEFESA DE TEMER Temer diz que sugeriu apenas que o empresário permanecesse com uma boa relação. "A conexão é com a frase: eu me dou muito bem com o ex-deputado, mantenho uma boa relação. E eu digo: mantenha isso", falou o presidente, em depoimento. Afirma que não comprou o silêncio de ninguém porque não tem o que esconder JOESLEY [inaudível] todo mês JOESLEY Tô segurando as pontas, tô indo, tô meio enrolado aqui, né, no processo, assim TEMER Você tá com processo né? [inaudível] JOESLEY Isso, isso. É, é investigado, eu não tenho ainda denúncia. Isso, não tenho denúncia. Aqui eu dei conta de um lado, o juiz, dar uma segurada, outro lado um juiz substituto que é um cara que fica... Tá segurando os dois. TEMER Ótimo, ótimo JOESLEY Eu consegui me ajude dentro da força tarefa, que tá... TEMER Tá lá também. JOESLEY Também tá me dando informação e eu... lá que eu... eu to pra dar conta de trocar o procurador, que tá atrás de mim. Tô... se eu der conta, tem o lado bom, e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal, o lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o que... TEMER pior do que o que você tá... [inaudível] JOESLEY O que tá... o que tá me... TEMER Te ajudando... JOESLEY Não, tá me ajudando tá bom, beleza. Agora, o principal... que é um... tem um que tá me investigando. Eu consegui colar um no grupo. Agora eu to tentando trocar... "to tentando trocar" Ouvir o relato de interferências em investigação como a relatada por Joesley, e não comunicar autoridades configura em tese prevaricação DEFESA DE TEMER Temer diz que não levou a sério a história contada por Joesley e argumenta que o próprio empresário disse posteriormente que inventou o relato de que tinha comprado juízes. "Ele é um conhecido falastrão, exagerado." TEMER O que tá em cima? JOESLEY Isso...e... que eu, nessa aí, então tá meio assim, ele saiu de férias, até essa semana eu fiquei preocupado que saiu um burburinho de que iam trocar ele, não sei o que, eu fico com medo muito grande. Eu to... eu só contando essa história pra dizer assim, eu to me... TEMER Se mexendo. JOESLEY Me defendendo aí. To me segurando, tal, os dois lá, to mantendo, tudo bem. Mas é um [inaudível], o Geddel tava aqui, aquele negócio do... da anistia e quase não veio. TEMER Quase, quase. Ah, mas quase [inaudível] ex presidente do partido empresariais que vão dizer que você... precisam de nós [inaudível], se outros se reunirem e fizerem isso, que eu disse, mas se todos fizerem isso... JOESLEY E [inaudível] esse troço. Sabe que eu tive até com o presidente Lula na época, lá no dia, que o PT, parte do PT, e, "ah, o Paulo (Pera) [inaudível]", não sei o que, digo assim, "po, presidente, mas aí pra"... oh, eu quero uma aguinha, um... água... porque todo mundo... [inaudível] Então, isso foi um negócio que... o negócio da autoridade, era outra, né, autoridade [inaudível]. Porque o... o... presidente, eu não sei o quanto o senhor tá ao par, assim, de como de verdade essas coisa. É uma... é uma brutalidade [inaudível] negócio... TEMER Exato. JOESLEY Um negócio, assim, bem... há 2 semana atrás, 3 semana outro que eu nunca ouvi falar, né, não... não conhecia também, que trabalhava lá com o Lúcio, parece que era o financeiro lá, não conheço, também nunca vi, ninguém nosso nunca viu, nunca nada. Menino disse... disse assim, "ah, porque eu... eu ouvi falar do Lúcio que não sei o que... eu ouvi falar de...", po, me rendeu um Fantástico, um Jornal Nacional, e um não sei o que, e uma confusão. TEMER Claro. JOESLEY Ainda bem que eu tenho boa relação com a imprensa, consegui rapidamente, aquietou. Foi um dia, dois, pronto, parou. Mas [inaudível]. TEMER Exatamente assim. JOESLEY Tudo bem. Sobre esse ponto aí tamo indo... tamo tocando. Seguinte, hoje to fazendo um... 50 mil por mês... ganho pro rapaz, tal. Me dá as informação, pelo menos me dá informação. Teve uma reunião, [inaudível] falou disso, falou daquilo, [inaudível], o brabo é... enfim, mas vamo lá, eu queria falar um pouco... o brabo é... falar sobre isso, falar como é que é que... pra mim falar contigo qual é a melhor maneira porque eu vinha falando através do Geddel, através... eu não vou lhe incomodar, evidente, se não for algo assim. TEMER [inaudível] As pessoas ficam, você sabe como é que é... JOESLEY Eu sei disso, por isso é que... TEMER Recorrer ao Rodrigo. JOESLEY É o Rodrigo? Ah, então ótimo. TEMER [inaudível] passar para o [Henrique] Meirelles [inaudível] da mais estrita confiança. [inaudível]. "da minha mais estrita confiança" A passagem é uma referência de Temer ao deputado Rodrigo Rocha Loures. A PGR entende que o congressista foi indicado pelo presidente como uma espécie de emissário para tratar de temas de interesse de Joesley. Como o deputado foi filmado posteriormente recebendo dinheiro vivo da JBS, os procuradores suspeitam que Temer tenha sido o beneficiário da negociação DEFESA DE TEMER Temer afirma que apenas indicou o deputado para "ouvir as lamúrias" e se "livrar" da visita de Joesley JOESLEY Eu... eu prefiro combinar assim, oh, se for alguma coisa que eu precisar, tal, então eu falo com Rodrigo, se for algum assunto desse tipo aí... TEMER [inaudível] advogado, precisa funcionar. JOESLEY Funcionou super bem à noite. 11 hora da noite, meia noite, de... 10 e meia. Veio aqui. A gente conversa uns 10 minutinho, meia horinha, vou embora. Tá, falar de outra coisa aqui. O... o Henrique, como é que você tá com Henrique? Bem? TEMER [inaudível] tá muito bem. JOESLEY Né? Tranquilo com Henrique? TEMER Porque enquanto eu... quer dizer, ele concorda comigo digo, eh... não porque vai acontecer isso aqui, tem razão, pra ele o frágil que domina muito bem. JOESLEY Muito trabalhador. Ele é... ele é trabalhador. TEMER Trabalhador. Po, trabalha... nós todos se a gente fez com o Brasil... JOESLEY Nossa senhora, hein? TEMER Inacreditável. JOESLEY É incrível. TEMER Inacreditável. Mas o Henrique vai muito bem comigo. Eu chamo ele todo dia, eu chamo Henrique pra trabalhar. JOESLEY E ele gosta. TEMER Ele gosta. JOESLEY Ele gosta de trabalhar. Você não chama ele pra ir pra praia. TEMER É. JOESLEY Se você for pra praia e chamar ele, ih... TEMER É, não tem graça. JOESLEY Ele não agradar. Agora se você falar, "não, vamo trabalhar". Eu tenho. E o Henrique é muito disciplinado, lógico, tenho a relação ótima com ele e tal, eu tive assim, tá tudo bem e tal. Eu não sei, vamo dizer assim, eu já andei falando com ele alguns assuntos... conhecendo ele, ele é... pra caramba. Né presidente? Por exemplo, um dia eu falei com ele, oh... já falei, [inaudível] e tal. Ele, "não, aquilo lá, o Wila faz as coisa, ou tira fora, é você que manda nessa merda, ah, o Wila lá". TEMER É, ele mesmo falou que o Wila [inaudível] Joesley Então, aí eu... aí que eu quero... um dia eu falei assim, "Henrique, precisa mexer na Receita Federal, porra, Rachid aí, tá tanto tempo aí, põe um outro cara aí mais dinâmico, tá, um monte de coisa pra fazer", "ichi, não, não, não, não posso mexer". Aí BNDES. BNDES é o planejamento. Não, mas foi você que botou a Maria Silvia [Bastos Marques] lá? TEMER Foi, é. JOESLEY Não, não, não, [inaudível] do CADE, é outro... Uhum. TEMER Maria Silvia, entendeu? Se tiver jeito, ótimo, maravilha. [inaudível] pegou, acertou... e tal... mas que tem a ligação com BNDES. JOESLEY E até alguma sintonia contigo pra poder eu falar com ele, ele não jogar, como ele fala assim, "ah, não, presidente não...". TEMER Presidente não deixa. JOESLEY "não deixa, não quer". Po, Henrique, mas então você é um banana aí, você não manda porra... [inaudível] aí eu falei com ele, era o CADE, [inaudível], aí era o... presidente do CADE ia mudar, né, mudou, sei lá, botou alguém aí. TEMER Já mudou. JOESLEY Já mudou, já botou. TEMER Já mudei. JOESLEY Isso. Aí eu falei, "Henrique, po, presidente do CADE aí tem que botar", "ah, isso aí não...", quero dizer é o seguinte, resumindo, eu também não sei se é hora de mexer alguma coisa porque, dentro do contexto geral, também não quero importunar, ele, também... eh... eh... [inaudível] se eu for mais, porque eu trabalhei com ele 4 anos, se for mais firme nele, né, "po, Henrique, tem que...", eu acho que ele... acho que ele corresponde. O que for mais firme nele, eu acho que ele... acho que ele corresponde... TEMER Ele... a gente sabe, teve ocorrências maiores, o que determinou a vinda dele ali, foi eu e você [inaudível]. JOESLEY O meu, e até voltando um pouco ao caso do Eduardo, à época antes: "Olha, eu briguei lá e tal pra... agora tem que ver se..." tudo bem, aí ele, uns 15 dias antes dele... ele teve lá em casa, o Eduardo, comigo... aí ele veio e deu uma cobradazinha em mim: "Olha, mas tem que trabalhar né..." não sei o que e tal... " Eduardo, não é assim também. Assim não...." Mas puta que pariu. TEMER Deu no que deu. JOESLEY Deu no que deu. Aí eu falei: "Eduardo!" uns quinze dias antes: "Eduardo, não é assim não, pera aí, pô!" "Não, pô!' aí ele abriu o jogo: "Olha" "Tá com a Ferrari aí?" Por que ele fez referência que [inaudível] Fazenda, Banco Central... o Banco Central perdeu o status de ministro, o Henrique ficou muito prestigiado... espera aí! O Henrique também não vai sair fazendo... seria só... não sei se eu te dar um toque em relação a isso, em relação a... eu não sei o quanto eu vou mais firme no Henrique, o quanto eu deixo ele com essa pepineira de TBI e tal... enfim... TEMER Mas eu acho que [inaudível] tá muito errado. JOESLEY Se ele jogar pra cima de você eu posso bancar e dizer assim: "Não, qualquer coisa eu falo com ele..." TEMER Não [inaudível] aceito a sua ajuda. Você ajuda... eu posso ajudar [inaudível] JOESLEY Lógico, lógico, eu não vou falar nada descabido. Agora, penso que dentro do CADE isso seria, eu falei com ele: "é importantíssimo ter um presidente do CADE ponta firme. TEMER Mas aí essa reunião, [inaudível] já foi ou não? JOESLEY Já foi, em janeiro agora. E aí eu não sei o que eu falei pra ele, ele foi nomeado presidente. TEMER Tem que ser uma conversa franca, tem que ser o CADE. "conversa franca" Joesley citou em depoimento a expressão dita por Temer, sugerindo que isso indicava a disposição do presidente em atender seu pleito DEFESA DE TEMER O peemedebista diz que as reclamações de Joesley, expostas na conversa, mostram que o governo não estava aberto para ele. Afirma que o Cade não decidiu nada a favor do empresário JOESLEY Eu não sei, talvez... agora, é o presidente da CVM para trocar, não trocar... é o único lugar, fundamental. E aí eu queria assim... TEMER Você ia falar com ele? JOESLEY Isso, se eu falar com ele, ir falar com ele, se eu falar com ele e ele empurrar pra você, eu poder dizer: "não, não, não..." TEMER Não, pode fazer... pode, pode fazer... ele vai aceitar. JOESLEY É só isso que eu queria ter esse alinhamento, para a gente não ficar, e pra ele perceber que nós tamos... [inaudível] TEMER Sensibilizados. Se for falar pra ele, por que ninguém precisa falar de você, você que vai ter a palavra, entendeu? JOESLEY Mas quando eu digo de mais, o que é isso? Mas Henrique, você vai levar? Você vai fazer isso? "vou" então tá bom... que aí ele vem... ter esse alinhamento só que eu queria ter... TEMER Tá bom, pode fazer isso. JOESLEY E todos, em termos mais amplos assim, genéricos, ter esse alinhamento para dizer o seguinte: Olha, quando eu falar um negócio, pelo menos vai consulta lá, vê; que a gente aceite aquele negócio o BNDES lá daquela operação, Gerdan me falou que teve todo empenho... TEMER É, foi em Janeiro... JOESLEY Pois é, pois é... TEMER Não foi exatamente quem, eles já estavam realizando uma forma... JOESLEY Não deu de um jeito, mas deu do outro, pronto, deu certo. TEMER Foi muito recente que ela chamou, eu fiquei surpreso dela explicar. Eu chamei e ela veio explicar que daí: "É, por que o caso do BNDES não deu pra fazer de um jeito, mas nós fizemos de outro jeito, e deu certo". Então ela... ela... JOESLEY É, o BNDES tá bem travado. Esse negócio do BNDES é outra que influência que hoje quem... quem... Maria Silva [inaudível] tá falando com quem, mas tá problemática. TEMER [inaudível] Tem duas, eu sei quem é, tem dois servidores lá que estão com os bens indisponíveis, em face da (operação), os outros caras não podem mexer, porque eles têm medo de mexer em qualquer coisa. Tá com uma verba de R$ 150 bilhões parado. Isso aí pro BNDES é... JOESLEY E se ele escorregar eu falo: "Olha..." TEMER Consulta. JOESLEY Consulta lá pô. TEMER Consulta o presidente. JOESLEY É, consulta e me fala desse negócio. TEMER [inaudível] Veio de São Paulo. JOESLEY Geddel, você tem visto ele? TEMER Geddel falou comigo hoje por telefone. JOESLEY E aí... TEMER [inaudível] A gente não falou muito por uma razão... a mídia assediando, não falou nada, ele não falou nada [inaudível] JOESLEY Exatamente; (...ação) não vai voltar. Como é que vai financiar 2018? TEMER Não sei... (...) empenhando todo mundo, tá ruim, realmente ruim, apesar de pegando a economia etc. etc. eu acho que tem que melhorar bem a economia, interfere o tamanho... JOESLEY Com certeza. Não tem nem uma... casa que falta pão não tem leão, não é? Assim? Não tem nenhum remédio melhor do que as coisas ir bem. Financeiramente todo mundo acalma, todo mundo... TEMER Todo mundo se acalma. JOESLEY No TSE como é que tá? TEMER [inaudível] está falando com (Janin?) agora? Tá um troço meio maluco, uma conselheira lá, [inaudível] eu acho que não passa o negócio lá pra mim, não passa, por que eles têm uma consciência política boa, (boa), mais um (Brasil). Primeiro. E segundo, Terceiro: não veem a improcedência da ação, pra mim ação de melhora dos direitos políticos, mas é [inaudível] se você vencer ação, ou você vence ou tem recurso. Vai ter recurso do TSE, tem recurso do Supremo [inaudível] aí já terminou o mandato. Não tô tranquilo em relação a isso. [inaudível] JOESLEY Muito bom. Puta que pariu... TEMER Os aborrecimentos que você tá tendo também né? JOESLEY Ah, é duro presidente, por que é o seguinte, igualzinho o senhor aqui também. A gente fica igual equilibrando aqueles pratos, uma que nós não temos só isso, a gente tem a empresa, tem o concorrente, tem os Estados Unidos, tem o dia a dia, tem a empresa, e isso que a gente tem que parar por conta de resolver coisas... eu falo lá pro procurador lá eu digo: "Doutor Procurador, o senhor venha me investigar, não tem problema... mas não fica dando solavanco não, não fica... só dando solavanco, e fazendo medidas sustentadas [inaudível] e divulgando pra imprensa e fazer... Ô doutor, é o seguinte, eu posso estar certinho, mas eu vou chegar lá morto, de tanto solavanco que o senhor vai me dar, se eu tivesse 100% certo, eu morro. Para com isso!" da outra vez eu até falei com ele: "Faz um favor pra mim, me denuncia de alguma coisa?" "Não, mas não tenho nada pra te denunciar!" "mas inventa, inventa, me denuncia, para de me investigar, por que eu não aguento. Se o senhor ficar aí desse jeito o senhor vai me quebrar!" puta que pariu, eu sei que é o seguinte... mas tudo bem, nós somos do couro grosso né! Vamos lá, tamos [inaudível] TEMER Mas vai passar, não vai ficar a vida toda assim. JOESLEY Tem o que... como se diz, tendo os pés no chão, lógico que passar vai passar. Tá faltando talvez... quando tava ali falando da anistia, do negócio da autoridade, a gente tinha uma coisa objetiva pra lutar pelo que, não é não? Olha, estamos lutando, trabalhando, e a gente tinha que pensar que, se não for atrás de algo positivo, esses meninos? Eles não tão nem aí, ele não param. Eles vão ficar pul, pul, pul, pul, por que? Um delata um que delata o outro, que delata um que delata o outro. Uma delação com a verdade, não precisa provar nada, não precisa nada. Chegou... sabe de um negócio? É o seguinte, eu até perdoo o... já teve uns quatro ou cinco que delatou nós, coisas estapafúrdias, coisas que eu não... aquele Sérgio Machado nunca vi esse cara na vida, mas eu vi o vídeo... eu fico pensando que fala assim: "Fala aí da JBS!" "Não, não tenho nada!" "Ah, mas então... então vai preso, então fica preso, não vai embora!" "Não, mas eu não conheço esse povo!" "Não, lembra que... senão, não fecha!" eu vi o vídeo do pobre coitado do Sergio Barreto que eu não conheço, ele comemorou o último capítulo, era o JBS. "Então agora JBS" aí ele leu, ele decorou um papelzinho assim lá, e tal, tal, tal... quando acabou ele "Ahh, acabou..." Tá no vídeo!. "tava ali falando da anistia, do negócio da autoridade" Joesley discorre sobre os projetos no Congresso que podem afetar a Lava Jato, como a anistia ao caixa dois ou a proposta sobre abuso de autoridade. Temer não entra no assunto, mas a Procuradoria-Geral vê indícios de que ele tenha atuado junto com Aécio Neves para impedir o avanço de investigações, também por meio de medidas legislativas DEFESA DE TEMER O peemedebista vem negando que esteja interferindo na Lava Jato TEMER Sergio Machado? JOESLEY É, fala de JBS um cara que nunca viu. Passamos perto da Petrobras... da (Transpetro). "Nunca vi essa embaixada na vida!" nunca vi essa embaixada na vida, nem ele e nem os filhos dele, nada. Mas o procurador vira: "Fala senão..." TEMER Conseguiu agora fala. JOESLEY "Fala, lembra de alguma coisa, qualquer coisa!!" aí o cara... TEMER [inaudível] (Tinha) que (de)gravar pra poder convencer os procuradores. JOESLEY Eu fico imaginando, teve um menino, uma dessas operações, estava preso, ele contando, ele teve que falar alguma coisa nossa, ele contando, é de dar dó do cara. "Gente, você não sabe, eu fiquei 15 dias humilhado na cadeia por que eu não tinha nada pra falar de vocês". Aí foi, foi, foi, eu falei "Não!" aí você olha pro cara... No caso... de tudo que acontece agora, tem só um tal de um PIC que é Procedimento Investigativo Criminal. Não tem nada, não tem uma prova, não tem um dinheiro meu no exterior, que eu depositei, não tem uma... teve um dia que aconteceu, eu tava nos Estados Unidos, eu liguei pro meu advigado "O que é isso?" ele também não sabia, não é criminalista, ele falou: "Não, o delegado aqui disse que não precisa se preocupar não. É um PIC, é um Procedimento Investigativo, Criminal. É só um procedimento investigativo" Tá bom, com meia hora falou: "Olha, bloqueou as contas!" né... passou mais meia hora: "Ó, os bens estão bloqueados!" que coisa que não é problema? Aí passou mais meia horinha ele falou: "Ih, estão recolhendo os passaportes, não pode viajar" não pode viajar, tá loco!" daqui a pouco, eu tô é preso. Foi onde corri lá no procurador, dei um seguro garantia de 1 bilhão e meio, e aí pronto, resolvi meu problema. E você imagina se eu não consigo fazer um negócio desse? É muito desproporcional, então eu acho, presidente, assim, tem que criar, não sei o que também, alguma agenda, alguma coisa. Eu tava lendo do PSDB, agora tão se mexendo... [inaudível] TEMER Começa um caminho, a conta e daí começa a dar uma solução. JOESLEY Eu não vou tomar seu tempo mais não, ó, brigado, TEMER Foi bom te ver aí, viu. JOESLEY Foi bom te ver, nós tamos combinando assim, primeiro, precisando de alguma coisa, me fala. (estou dizendo) fica à vontade. Segundo, estamos lá nos defendendo. Terceiro, o negócio do Henrique ótimo. [inaudível] e enfim, se surgir alguma novidade. E se for urgente. TEMER [inaudível] As coisas só pode pensar naquilo. JOESLEY Eu gostei desse jeito aqui. Eu vim dirigindo, nem com motorista... eu mesmo dirijo... TEMER Se identifica, ele se identifica. Interlocutor Eu tinha combinado de vir com ele. TEMER Ah, você veio sozinho? JOESLEY Eu vim sozinho, mas aí eu liguei pra ele, era 10h30, foi por isso que eu atrasei uns cinco minutinhos, aí deu 09h50 eu mandei mensagem pra ele, aí ele não respondeu, deu 10h05 eu liguei [inaudível]. "Rodrigo, cadê?" "Puta, eu tô num compromisso aqui, vai lá, fala..." eu passei a placa do carro, eles... fui chegando eles abriram, nem deu meu nome. TEMER [inaudível] JOESLEY Fui chegando, eles viram a placa do carro, abriram, eu entrei aqui na hora. TEMER Melhor, não tá. JOESLEY Funcionou super bem. "funcionou super bem" Joesley fala sobre as circunstâncias do encontro, marcado para o fim da noite no Palácio do Jaburu. A situação é citada pela PGR como indicativo da proximidade entre o presidente e o empresário DEFESA DE TEMER O presidente diz que trabalha rotineiramente até meia-noite ou mais e que costuma "ouvir à noite" empresários, políticos, trabalhadores e pessoas de diversos setores da sociedade TEMER Eu mudei pro outro, não aguentei, fiquei uma semana lá, aquilo é um horror. Primeiro tem embaixo, aquela coisa [inaudível] tem a parte de cima e a parte debaixo, [inaudível] tem cozinha, tem massagem, não consegui dormir, (...) a Marcela tá acordada, eu disse: "Vamos voltar!" e pra Bahia três dias, e na Bahia... não aguentei, deve ter fantasma lá. É um horror. JOESLEY Aquilo é muito frio, aqueles vidrão muito.... como é que Dilma aguentava ficar sozinha lá? TEMER Não sei... JOESLEY Deixa eu ir embora que já é tarde. TEMER Você tá bem disposto né Joesley. JOESLEY Tô bem... reeducação alimentar, emagreci, tô bem. TEMER Emagreceu. JOESLEY tô me alimentando bem, comendo mais saudável. Não tô comendo pouco não, tô comendo bastante, mas coisas mais saudável, menos doce, menos industrializado.
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Com retrospectiva de Philippe Garrel, festival Indie 17 começa nesta quarta
Com o Indie 17 se abre a temporada de festivais internacionais, que terá sequência com o Festival do Rio e a Mostra de São Paulo. O Indie é mais modesto: trará apenas 16 novos filmes, o que não significa que seja, no conjunto, menos relevante. Logo de cara vem "Na Praia à Noite Sozinha", obra de um dos mais relevantes diretores de cinema da atualidade, o coreano Hong Sang-soo. A seu lado chegam "Antes que Tudo Desapareça", do japonês Kiyoshi Kurosawa, e "Colo", de Teresa Villaverde, nomes conhecidos do circuito de festivais, e "Western", da alemã Valeska Grisebach. Alguns trabalhos menos conhecidos, ou de jovens diretores, chamam a atenção, como o francês "O Parque", filme do ano passado de Damien Manivel, que recebeu ótimas críticas em seu país. Ou ainda "Spell Reel", que chega da Guiné-Bissau e relata o encontro, em 1911, de uma caixa com negativos em estado deplorável do filme que marcaria o nascimento do cinema no jovem país africano. "Spell Reel" surge da justaposição de imagens da época e das feitas recentemente. Daí por diante entramos no território das chamadas "apostas": filmes de autores com reputação ainda em formação. Deficiência grave: nenhum filme brasileiro está presente. RETROSPECTIVAS É na parte histórica, por assim dizer, que o Indie 17 se afirma melhor: uma retrospectiva de Philippe Garrel. Com 22 de seus filmes, pode não ser uma retrospectiva completa, mas é certamente bem representativa do trabalho do cineasta francês, começando pelo curta "Os Jovens Desajustados" (1964), que marca o início de uma trajetória experimental (bastante influenciada por Jean-Luc Godard), até sua adesão à narratividade intimista que marca a maior parte de seu trabalho posterior a 1980. Mais atenção ainda chama a série dita "Clássica" do festival, que propõe o reencontro com cinco filmes de peso, quase todos restaurados há pouco. A seleção inclui "Acossado" (1960), de Godard, "A Bela da Tarde" (1967), de Luis Buñuel, "Cidade dos Sonhos" (2001), de David Lynch, "A Primeira Noite de um Homem" (1967), de Mike Nichols, e "Stromboli" (1950), de Roberto Rossellini. São todos filmes de revisão obrigatória, que, no entanto, denotam dois problemas que o festival traz a nós. O primeiro é a importância crescente que o restauro adquire no mundo (com exceção, parece, do Brasil). O segundo diz respeito ao caráter do festival: apesar de Hong Sang-soo e Kiyoshi Kurosawa, tudo ali se baseia numa perspectiva centrada nos Estados Unidos e na Europa. * INDIE SP QUANDO de 13 a 20 de setembro ONDE CineSesc (r. Augusta, 2.075) e Espaço Itaú (r. Augusta, 1.470 - anexo) QUANTO de R$ 3,50 a R$ 20 PROGRAMAÇÃO indiefestival.com.br
ilustrada
Com retrospectiva de Philippe Garrel, festival Indie 17 começa nesta quartaCom o Indie 17 se abre a temporada de festivais internacionais, que terá sequência com o Festival do Rio e a Mostra de São Paulo. O Indie é mais modesto: trará apenas 16 novos filmes, o que não significa que seja, no conjunto, menos relevante. Logo de cara vem "Na Praia à Noite Sozinha", obra de um dos mais relevantes diretores de cinema da atualidade, o coreano Hong Sang-soo. A seu lado chegam "Antes que Tudo Desapareça", do japonês Kiyoshi Kurosawa, e "Colo", de Teresa Villaverde, nomes conhecidos do circuito de festivais, e "Western", da alemã Valeska Grisebach. Alguns trabalhos menos conhecidos, ou de jovens diretores, chamam a atenção, como o francês "O Parque", filme do ano passado de Damien Manivel, que recebeu ótimas críticas em seu país. Ou ainda "Spell Reel", que chega da Guiné-Bissau e relata o encontro, em 1911, de uma caixa com negativos em estado deplorável do filme que marcaria o nascimento do cinema no jovem país africano. "Spell Reel" surge da justaposição de imagens da época e das feitas recentemente. Daí por diante entramos no território das chamadas "apostas": filmes de autores com reputação ainda em formação. Deficiência grave: nenhum filme brasileiro está presente. RETROSPECTIVAS É na parte histórica, por assim dizer, que o Indie 17 se afirma melhor: uma retrospectiva de Philippe Garrel. Com 22 de seus filmes, pode não ser uma retrospectiva completa, mas é certamente bem representativa do trabalho do cineasta francês, começando pelo curta "Os Jovens Desajustados" (1964), que marca o início de uma trajetória experimental (bastante influenciada por Jean-Luc Godard), até sua adesão à narratividade intimista que marca a maior parte de seu trabalho posterior a 1980. Mais atenção ainda chama a série dita "Clássica" do festival, que propõe o reencontro com cinco filmes de peso, quase todos restaurados há pouco. A seleção inclui "Acossado" (1960), de Godard, "A Bela da Tarde" (1967), de Luis Buñuel, "Cidade dos Sonhos" (2001), de David Lynch, "A Primeira Noite de um Homem" (1967), de Mike Nichols, e "Stromboli" (1950), de Roberto Rossellini. São todos filmes de revisão obrigatória, que, no entanto, denotam dois problemas que o festival traz a nós. O primeiro é a importância crescente que o restauro adquire no mundo (com exceção, parece, do Brasil). O segundo diz respeito ao caráter do festival: apesar de Hong Sang-soo e Kiyoshi Kurosawa, tudo ali se baseia numa perspectiva centrada nos Estados Unidos e na Europa. * INDIE SP QUANDO de 13 a 20 de setembro ONDE CineSesc (r. Augusta, 2.075) e Espaço Itaú (r. Augusta, 1.470 - anexo) QUANTO de R$ 3,50 a R$ 20 PROGRAMAÇÃO indiefestival.com.br
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Justiça de SP aceita denúncia contra auditores suspeitos na 'máfia do ICMS'
A Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra três auditores da Secretaria Estadual da Fazenda sob a suspeita de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro no suposto esquema de propinas na chamada "máfia do ICMS". A decisão da 24ª Criminal da Capital, revelada pelo jornal "O Estado de S.Paulo", prevê o sequestro dos bens dos investigados que, em sua maioria, estão registrados em nome de empresas que o Ministério Público afirma terem sido criadas para lavagem de dinheiro da quadrilha. No total, oito pessoas se tornaram réus nesta ação, já que a denúncia inclui parentes dos servidores que figuram como sócios das empresas suspeitas. Dois dos fiscais estão afastados e um deles se aposentou durante a investigação iniciada em 2013. Estão na lista da denúncia feita por promotores do Gedec (grupo especializado em lavagem de dinheiro) os servidores Mauricio Dias, Luciano Francisco Reis e Miguel Conrado Piñero Valle suspeito de cobrar propina para redução de recursos de imposto do comércio de soja, no interior paulista. Os novos acusados também poderão responder ao processo em liberdade, desde que paguem uma fiança de R$ 150 mil. A Folha não conseguiu contato com seus defensores. O suposto esquema na Fazenda estadual do governo Geraldo Alckmin (PSDB) veio à tona em maio 2013 com a chamada operação Yellow, deflagrada pelo Gedec em conjunto com a Corregedoria ­Geral da Administração do Estado. Em novembro, a Folha havia revelado que ao menos 11 fiscais de São Paulo estavam na mira da Promotoria sob a suspeita de participação de esquemas. Ao menos quatro grupos criminosos são investigados pelos promotores. Ao menos outros dois fiscais do governo paulista já são réus na Justiça sob a suspeita de esquema de propina para redução de valores de imposto. Eles chegaram a ficar presos no final do passado, mas foram liberados após o pagamento de fiança de R$ 350 mil.
cotidiano
Justiça de SP aceita denúncia contra auditores suspeitos na 'máfia do ICMS'A Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra três auditores da Secretaria Estadual da Fazenda sob a suspeita de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro no suposto esquema de propinas na chamada "máfia do ICMS". A decisão da 24ª Criminal da Capital, revelada pelo jornal "O Estado de S.Paulo", prevê o sequestro dos bens dos investigados que, em sua maioria, estão registrados em nome de empresas que o Ministério Público afirma terem sido criadas para lavagem de dinheiro da quadrilha. No total, oito pessoas se tornaram réus nesta ação, já que a denúncia inclui parentes dos servidores que figuram como sócios das empresas suspeitas. Dois dos fiscais estão afastados e um deles se aposentou durante a investigação iniciada em 2013. Estão na lista da denúncia feita por promotores do Gedec (grupo especializado em lavagem de dinheiro) os servidores Mauricio Dias, Luciano Francisco Reis e Miguel Conrado Piñero Valle suspeito de cobrar propina para redução de recursos de imposto do comércio de soja, no interior paulista. Os novos acusados também poderão responder ao processo em liberdade, desde que paguem uma fiança de R$ 150 mil. A Folha não conseguiu contato com seus defensores. O suposto esquema na Fazenda estadual do governo Geraldo Alckmin (PSDB) veio à tona em maio 2013 com a chamada operação Yellow, deflagrada pelo Gedec em conjunto com a Corregedoria ­Geral da Administração do Estado. Em novembro, a Folha havia revelado que ao menos 11 fiscais de São Paulo estavam na mira da Promotoria sob a suspeita de participação de esquemas. Ao menos quatro grupos criminosos são investigados pelos promotores. Ao menos outros dois fiscais do governo paulista já são réus na Justiça sob a suspeita de esquema de propina para redução de valores de imposto. Eles chegaram a ficar presos no final do passado, mas foram liberados após o pagamento de fiança de R$ 350 mil.
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Por autodescoberta, mulheres trocam absorvente por coletor menstrual
Quando está "naqueles dias", em vez de andar com uma nécessaire cheia de absorventes, a publicitária Carolina Marçal, 34, carrega uma garrafa de água na bolsa. Há dois anos, ela trocou os absorventes tradicionais por um coletor menstrual, um copinho de plástico flexível com cerca de 4 cm de diâmetro. Inserido no canal vaginal, o coletor armazena o sangue menstrual por no máximo 12 horas, segundo os fabricantes. Ao ficar cheio, deve ser retirado e lavado (por isso a garrafa de água) antes de ser colocado novamente. "Tenho muitas amigas que morrem de nojo, eu nunca tive. Para o coletor ficar na posição certinha tem que colocar a mão lá. Suja o dedo, mas é o meu sangue, sinal de que sou fértil e saudável", diz. Carolina faz parte de um grupo crescente de mulheres que além de usuárias se tornaram ativistas dos coletores menstruais. No Facebook, a comunidade "Coletores Brasil" já reúne mais de 13 mil mulheres. Há seis meses, era menos da metade disso. As bandeiras do movimento são muitas, a começar pela ambiental: ao contrário dos absorventes, os coletores são reutilizáveis e podem durar até dez anos. Também há aquelas que defendem o uso do coletor como uma estratégia de autoconhecimento. "Foi uma transformação, eu descobri meu ciclo, percebi que a menstruação não tem cheiro. Nas propagandas dos absorventes, o que você mais escuta é 'elimine os odores'", diz a terapeuta Juliana Vergueiro, 31, adepta dos coletores há sete anos. A estudante Mayra Albuquerque, 31, começou a usar neste mês e diz que já está promovendo a revolução do copinho entre as amigas. "Estou apaixonada. A terrível menstruação se transformou num ritual lindo. Estou parecendo aquelas meninas hippies que veem o sangue menstrual como algo sagrado", afirma. Ativismo à parte, o mercado de coletores sente os reflexos da popularização. No último ano, as vendas do fabricante nacional Inciclo aumentaram 938%. Hoje o coletor (R$ 79) pode ser encontrado em todo o país. "Estamos espantados. As vendas explodiram. A médio e longo prazo acho que todas as mulheres vão usar coletor, porque só tem pontos positivos", diz Mariana Betioli, 35, proprietária da Inciclo. ADAPTAÇÃO Não é bem assim. Muitas mulheres têm dificuldades para se adaptar ao coletor e achar a melhor posição de uso. "Foi desconfortável porque eu não sabia se estava na posição certa. E depois eu não conseguia tirar mais. Pesquisei, tentei arrancar de vários jeitos e só consegui tirar agachada", conta a estudante Ingrid Brandão, 26, que agora se diz bem adaptada ao copinho. Quando inserido corretamente, o coletor se desdobra dentro da mulher e adere ao canal vaginal. Para tirar, é preciso apertar um pouco antes de puxar, do contrário a sucção criada não o deixa sair e pode até machucar. Bárbara Murayama, coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, diz que o coletor é um método complementar e que não deve substituir totalmente o absorvente. Para ela, tirar e colocar o coletor, pelo menos em casa, deve ser fácil. "Se for difícil é porque tem algo errado e é melhor procurar um médico. Não é preciso forçar nem deve doer. Se estiver bem colocado, a mulher não vai sentir o coletor", diz. O produto é contraindicado para mulheres no pós-parto. "Não há estudos mostrando que o uso prolongado [12 horas seguidas] é seguro. O sangue menstrual é um meio de cultura de bactérias e a vagina também. Pode-se criar uma situação propícia para o surgimento de infecções", afirma o ginecologista Newton Busso. Para ele, o coletor deve ser esvaziado a cada duas a quatro horas. Para Alessanda Bedin, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, alérgicas ao látex não devem usar o coletor. Ademais, ela o considera uma alternativa ecológica e que não agride a flora vaginal.
equilibrioesaude
Por autodescoberta, mulheres trocam absorvente por coletor menstrualQuando está "naqueles dias", em vez de andar com uma nécessaire cheia de absorventes, a publicitária Carolina Marçal, 34, carrega uma garrafa de água na bolsa. Há dois anos, ela trocou os absorventes tradicionais por um coletor menstrual, um copinho de plástico flexível com cerca de 4 cm de diâmetro. Inserido no canal vaginal, o coletor armazena o sangue menstrual por no máximo 12 horas, segundo os fabricantes. Ao ficar cheio, deve ser retirado e lavado (por isso a garrafa de água) antes de ser colocado novamente. "Tenho muitas amigas que morrem de nojo, eu nunca tive. Para o coletor ficar na posição certinha tem que colocar a mão lá. Suja o dedo, mas é o meu sangue, sinal de que sou fértil e saudável", diz. Carolina faz parte de um grupo crescente de mulheres que além de usuárias se tornaram ativistas dos coletores menstruais. No Facebook, a comunidade "Coletores Brasil" já reúne mais de 13 mil mulheres. Há seis meses, era menos da metade disso. As bandeiras do movimento são muitas, a começar pela ambiental: ao contrário dos absorventes, os coletores são reutilizáveis e podem durar até dez anos. Também há aquelas que defendem o uso do coletor como uma estratégia de autoconhecimento. "Foi uma transformação, eu descobri meu ciclo, percebi que a menstruação não tem cheiro. Nas propagandas dos absorventes, o que você mais escuta é 'elimine os odores'", diz a terapeuta Juliana Vergueiro, 31, adepta dos coletores há sete anos. A estudante Mayra Albuquerque, 31, começou a usar neste mês e diz que já está promovendo a revolução do copinho entre as amigas. "Estou apaixonada. A terrível menstruação se transformou num ritual lindo. Estou parecendo aquelas meninas hippies que veem o sangue menstrual como algo sagrado", afirma. Ativismo à parte, o mercado de coletores sente os reflexos da popularização. No último ano, as vendas do fabricante nacional Inciclo aumentaram 938%. Hoje o coletor (R$ 79) pode ser encontrado em todo o país. "Estamos espantados. As vendas explodiram. A médio e longo prazo acho que todas as mulheres vão usar coletor, porque só tem pontos positivos", diz Mariana Betioli, 35, proprietária da Inciclo. ADAPTAÇÃO Não é bem assim. Muitas mulheres têm dificuldades para se adaptar ao coletor e achar a melhor posição de uso. "Foi desconfortável porque eu não sabia se estava na posição certa. E depois eu não conseguia tirar mais. Pesquisei, tentei arrancar de vários jeitos e só consegui tirar agachada", conta a estudante Ingrid Brandão, 26, que agora se diz bem adaptada ao copinho. Quando inserido corretamente, o coletor se desdobra dentro da mulher e adere ao canal vaginal. Para tirar, é preciso apertar um pouco antes de puxar, do contrário a sucção criada não o deixa sair e pode até machucar. Bárbara Murayama, coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, diz que o coletor é um método complementar e que não deve substituir totalmente o absorvente. Para ela, tirar e colocar o coletor, pelo menos em casa, deve ser fácil. "Se for difícil é porque tem algo errado e é melhor procurar um médico. Não é preciso forçar nem deve doer. Se estiver bem colocado, a mulher não vai sentir o coletor", diz. O produto é contraindicado para mulheres no pós-parto. "Não há estudos mostrando que o uso prolongado [12 horas seguidas] é seguro. O sangue menstrual é um meio de cultura de bactérias e a vagina também. Pode-se criar uma situação propícia para o surgimento de infecções", afirma o ginecologista Newton Busso. Para ele, o coletor deve ser esvaziado a cada duas a quatro horas. Para Alessanda Bedin, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, alérgicas ao látex não devem usar o coletor. Ademais, ela o considera uma alternativa ecológica e que não agride a flora vaginal.
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Corredor de hospital da zona leste de São Paulo volta a ficar lotado
Os corredores do Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, voltaram a ficar com pacientes em macas aguardando vagas para internação. O "Agora" esteve nesta segunda (8) na unidade e contou 27 doentes, tanto homens quanto mulheres, em observação nos chamados "leitos extras" da enfermaria. Na última sexta (5), depois de o "Agora" revelar que 38 pacientes estavam nos corredores do hospital, a gestão Doria fez uma força-tarefa para retirar todos do local. Para isso, liberou leitos nos quartos dando alta a pacientes. Na ocasião, Doria disse que o problema "já foi resolvido" e que "não faz sentido ter pessoas em corredor de hospital público". O corredor havia sido liberado naquela noite. Nesta segunda (8), o cenário era parecido ao da última quinta (4). Alas feminina e masculina da observação, além de outro corredor, com pacientes em macas, banheiros sujos, acompanhantes reclamando da falta de assistência e dizendo que precisam dormir embaixo das macas. Funcionários da enfermagem tinham que desviar das macas para medicar e dar assistência aos pacientes. Sem suporte para pendurar a medicação, eles improvisaram e amarraram bolsas de soro em uma haste de uma janela. A autônoma Eliane Barros de Carvalho, 34, é uma das pacientes que está desde sábado (6) em observação em uma maca no corredor. Ele está com pedra nos rins e disse que só soube do diagnóstico nesta segunda, depois que uma de suas irmãs fez uma reclamação na direção do hospital. "Somente hoje [segunda] um médico veio aqui e disse que tenho que ficar internada. Mas não tem vaga. Então vou ficar esperando aqui, no corredor, até a dor passar", disse. OUTRO LADO A Secretaria Municipal da Saúde, sob a gestão João Doria (PSDB), disse em nota que o "aumento da demanda" no Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, em especial com casos de cirurgia, fez com que "muitos pacientes" aguardassem "em leitos de observação". A secretaria disse que "nenhum paciente fica desassistido" ou "recebe atendimento no corredor". Sobre a paciente Eliane Barros de Carvalho, a secretaria disse que ela teve alta. Em relação à sujeira dos banheiros, disse que a direção do hospital aumentou a quantidade de "operações de limpeza" nos banheiros e em outras áreas da unidade.
cotidiano
Corredor de hospital da zona leste de São Paulo volta a ficar lotadoOs corredores do Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, voltaram a ficar com pacientes em macas aguardando vagas para internação. O "Agora" esteve nesta segunda (8) na unidade e contou 27 doentes, tanto homens quanto mulheres, em observação nos chamados "leitos extras" da enfermaria. Na última sexta (5), depois de o "Agora" revelar que 38 pacientes estavam nos corredores do hospital, a gestão Doria fez uma força-tarefa para retirar todos do local. Para isso, liberou leitos nos quartos dando alta a pacientes. Na ocasião, Doria disse que o problema "já foi resolvido" e que "não faz sentido ter pessoas em corredor de hospital público". O corredor havia sido liberado naquela noite. Nesta segunda (8), o cenário era parecido ao da última quinta (4). Alas feminina e masculina da observação, além de outro corredor, com pacientes em macas, banheiros sujos, acompanhantes reclamando da falta de assistência e dizendo que precisam dormir embaixo das macas. Funcionários da enfermagem tinham que desviar das macas para medicar e dar assistência aos pacientes. Sem suporte para pendurar a medicação, eles improvisaram e amarraram bolsas de soro em uma haste de uma janela. A autônoma Eliane Barros de Carvalho, 34, é uma das pacientes que está desde sábado (6) em observação em uma maca no corredor. Ele está com pedra nos rins e disse que só soube do diagnóstico nesta segunda, depois que uma de suas irmãs fez uma reclamação na direção do hospital. "Somente hoje [segunda] um médico veio aqui e disse que tenho que ficar internada. Mas não tem vaga. Então vou ficar esperando aqui, no corredor, até a dor passar", disse. OUTRO LADO A Secretaria Municipal da Saúde, sob a gestão João Doria (PSDB), disse em nota que o "aumento da demanda" no Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, em especial com casos de cirurgia, fez com que "muitos pacientes" aguardassem "em leitos de observação". A secretaria disse que "nenhum paciente fica desassistido" ou "recebe atendimento no corredor". Sobre a paciente Eliane Barros de Carvalho, a secretaria disse que ela teve alta. Em relação à sujeira dos banheiros, disse que a direção do hospital aumentou a quantidade de "operações de limpeza" nos banheiros e em outras áreas da unidade.
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Tite vê Atlético-MG um degrau acima e diz que vitória não faz diferença
O técnico Tite saiu muito contente com a vitória do Corinthians sobre o Atlético-MG, neste sábado (19), no Itaquerão. Apesar do bom resultado, que colocou o time na vice-liderança da competição, o comandante vê os atleticanos superiores. "O Atlético está um degrau acima na formação de elenco e na formação da equipe. É notório. Nós conseguimos superar essas situações, inclusive com duas mudanças importantes: o Cássio e o Jadson. Mudou a característica de ser um pouco mais agressivo, mas de ficar menos com a posse de bola", disse o treinador na coletiva de imprensa. O time da capital paulista quebrou uma invencibilidade de seis vitórias seguidas do Atlético, e ficou com os mesmos 29 pontos do líder, mas os mineiros levam vantagem no saldo de gols -15 contra 8. No entanto, ao ser perguntado se a vitória fazia diferença no Campeonato, Tite foi taxativo. "Não. Diferentemente de Libertadores, que é um torneio diferente. Você faz uma fase classificatória com o melhor futebol e acaba ficando fora na sequência. O Atlético fez um grande campeonato na Libertadores e ficou fora. Brasileiro é diferente. Os três pontos do Atlético são os mesmos três pontos do Joinville. A equipe que conseguir manter o nível com seu plantel leva vantagem", analisou. "Eu vou dormir em paz dizendo que ganhamos e merecemos vencer. Se pegar todo jogo e botar na balança, me sinto merecedor. Poderia ter sido 2 a 1, mas a vitória ficou bem colocada pelo o que a equipe produziu", completou. O Corinthians volta a jogar pelo Campeonato Brasileiro apenas no próximo domingo (26), quando enfrenta o Coritiba no estádio Couto Pereira, na capital paranaense.
esporte
Tite vê Atlético-MG um degrau acima e diz que vitória não faz diferençaO técnico Tite saiu muito contente com a vitória do Corinthians sobre o Atlético-MG, neste sábado (19), no Itaquerão. Apesar do bom resultado, que colocou o time na vice-liderança da competição, o comandante vê os atleticanos superiores. "O Atlético está um degrau acima na formação de elenco e na formação da equipe. É notório. Nós conseguimos superar essas situações, inclusive com duas mudanças importantes: o Cássio e o Jadson. Mudou a característica de ser um pouco mais agressivo, mas de ficar menos com a posse de bola", disse o treinador na coletiva de imprensa. O time da capital paulista quebrou uma invencibilidade de seis vitórias seguidas do Atlético, e ficou com os mesmos 29 pontos do líder, mas os mineiros levam vantagem no saldo de gols -15 contra 8. No entanto, ao ser perguntado se a vitória fazia diferença no Campeonato, Tite foi taxativo. "Não. Diferentemente de Libertadores, que é um torneio diferente. Você faz uma fase classificatória com o melhor futebol e acaba ficando fora na sequência. O Atlético fez um grande campeonato na Libertadores e ficou fora. Brasileiro é diferente. Os três pontos do Atlético são os mesmos três pontos do Joinville. A equipe que conseguir manter o nível com seu plantel leva vantagem", analisou. "Eu vou dormir em paz dizendo que ganhamos e merecemos vencer. Se pegar todo jogo e botar na balança, me sinto merecedor. Poderia ter sido 2 a 1, mas a vitória ficou bem colocada pelo o que a equipe produziu", completou. O Corinthians volta a jogar pelo Campeonato Brasileiro apenas no próximo domingo (26), quando enfrenta o Coritiba no estádio Couto Pereira, na capital paranaense.
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Após tragédia, Samarco só agiu a reboque de pressão
Desde o rompimento da barragem em Mariana (MG), há mais de um mês e com saldo de 15 mortos e quatro desaparecidos, a mineradora Samarco tem tomado medidas quase sempre a conta-gotas e apenas após pressão de Justiça, prefeituras, órgãos ambientais e Ministério Público. A mineradora, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, é presidida por Ricardo Vescovi. Em 5 de novembro, o rompimento de uma barragem lançou um "tsunami" de lama em rios de Minas e do Espírito Santo. Desde então, a empresa vem divulgando uma série de ações para reduzir os impactos causados pela onda de rejeitos de minério, como a entrega de milhões de litros de água e a colocação de boias de contenção da lama no mar. Mas uma das primeiras ações concretas para mitigar os danos à destruição do distrito de Bento Rodrigues, por exemplo, ocorreu só após determinação do Iema (instituto de meio ambiente) do ES. O órgão exigiu que a Samarco disponibilizasse uma aeronave para o governo sobrevoar áreas afetadas, distribuísse água para cidades dependentes do rio Doce, enviasse equipe para monitorar os impactos da lama e verificasse a qualidade do rio. As ações a reboque de pressões e determinações seguiram. Duas semanas após a maior tragédia ambiental do país, a mineradora anunciou que trabalhou para resgatar peixes do rio Doce e transportá-los para tanques de cultivo, a fim de repovoar o rio quando possível. A medida, porém, fora ordenada pela Justiça três dias antes. Outra ação que a Samarco tomou apenas após ser pressionada foi a de prestar auxílio a indígenas que dependiam do rio Doce. Eles protestaram por cinco dias na ferrovia da Vale, uma das donas da Samarco, até conseguir receber 44 mil litros de água. Em pelo menos um caso a empresa agiu antes de alguma determinação judicial. A mineradora assumiu as operações para alargar a foz do rio Doce, três dias antes que a Justiça a obrigasse a fazê-lo. Uma das determinações judiciais cumpridas em seguida pela empresa foi a colocação de barreiras flutuantes no rio para conter o fluxo de rejeitos até o mar. O professor da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) Hernani Lima, porém, diz que o uso de boias para reter a lama foi tratada como uma "piada" entre colegas, porque elas servem para casos de derramamento de óleo, que fica suspenso na água –coisa que não acontece com a lama de rejeitos. Procurada, a Samarco não se pronunciou. Para Maria Dalce Ricas, superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, as ações deveriam ter sido preventivas, mas, uma vez que a lama atingiu o rio Doce, havia pouco a ser feito para evitar os estragos. - O que a Samarco fez após tragédia em MG 5.nov Diz que alertou moradores de Bento Rodrigues por telefone após o rompimento da barragem; envia psicólogos, assistentes sociais, médicos e engenheiros, entre outros, para atender as comunidades 9.nov Distribui água para Colatina e Baixo Guandu e disponibiliza aeronave para sobrevoos, conforme ordem do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do ES 10.nov Providencia caminhonetes com sirenes para povoados de Mariana e Barra Longa 11.nov Afirma que vai reforçar as estruturas remanescentes das áreas das barragens 12.nov Começa a enviar 2,4 milhões de litros de água por dia para Governador Valadares 14.nov Diz que enviará o necessário para tratar água do rio Doce a Governador Valadares (MG) 15.nov Conclui, com a Prefeitura de Baixo Guandu (ES), a construção de adutoras para captar água do rio Guandu para o município; anuncia resgate de peixes do rio Doce 16.nov Envia 44 mil litros de água para os índios krenak, que fecharam ferrovia da Vale 18.nov Começa a reconstruir pontes em locais afetados; inicia a instalação de barreiras de contenção de lama na foz do rio Doce; assume abertura da foz do rio para facilitar escoamento para o mar 27.nov Apresenta plano de transferência para mover 25 famílias de desabrigados por semana de hotéis para residências temporárias, custeadas pela mineradora 30.nov Começa a pagar auxílio mensal para cada família afetada em Mariana, além de cesta básica e 20% do salário para cada dependente, como determinou a Promotoria 5.dez Informa que vai pagar, a partir do dia 11, auxílio para famílias ribeirinhas de MG e ES que tiveram renda comprometida pela lama, conforme acordo no Ministério Público do Trabalho
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Após tragédia, Samarco só agiu a reboque de pressãoDesde o rompimento da barragem em Mariana (MG), há mais de um mês e com saldo de 15 mortos e quatro desaparecidos, a mineradora Samarco tem tomado medidas quase sempre a conta-gotas e apenas após pressão de Justiça, prefeituras, órgãos ambientais e Ministério Público. A mineradora, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, é presidida por Ricardo Vescovi. Em 5 de novembro, o rompimento de uma barragem lançou um "tsunami" de lama em rios de Minas e do Espírito Santo. Desde então, a empresa vem divulgando uma série de ações para reduzir os impactos causados pela onda de rejeitos de minério, como a entrega de milhões de litros de água e a colocação de boias de contenção da lama no mar. Mas uma das primeiras ações concretas para mitigar os danos à destruição do distrito de Bento Rodrigues, por exemplo, ocorreu só após determinação do Iema (instituto de meio ambiente) do ES. O órgão exigiu que a Samarco disponibilizasse uma aeronave para o governo sobrevoar áreas afetadas, distribuísse água para cidades dependentes do rio Doce, enviasse equipe para monitorar os impactos da lama e verificasse a qualidade do rio. As ações a reboque de pressões e determinações seguiram. Duas semanas após a maior tragédia ambiental do país, a mineradora anunciou que trabalhou para resgatar peixes do rio Doce e transportá-los para tanques de cultivo, a fim de repovoar o rio quando possível. A medida, porém, fora ordenada pela Justiça três dias antes. Outra ação que a Samarco tomou apenas após ser pressionada foi a de prestar auxílio a indígenas que dependiam do rio Doce. Eles protestaram por cinco dias na ferrovia da Vale, uma das donas da Samarco, até conseguir receber 44 mil litros de água. Em pelo menos um caso a empresa agiu antes de alguma determinação judicial. A mineradora assumiu as operações para alargar a foz do rio Doce, três dias antes que a Justiça a obrigasse a fazê-lo. Uma das determinações judiciais cumpridas em seguida pela empresa foi a colocação de barreiras flutuantes no rio para conter o fluxo de rejeitos até o mar. O professor da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) Hernani Lima, porém, diz que o uso de boias para reter a lama foi tratada como uma "piada" entre colegas, porque elas servem para casos de derramamento de óleo, que fica suspenso na água –coisa que não acontece com a lama de rejeitos. Procurada, a Samarco não se pronunciou. Para Maria Dalce Ricas, superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, as ações deveriam ter sido preventivas, mas, uma vez que a lama atingiu o rio Doce, havia pouco a ser feito para evitar os estragos. - O que a Samarco fez após tragédia em MG 5.nov Diz que alertou moradores de Bento Rodrigues por telefone após o rompimento da barragem; envia psicólogos, assistentes sociais, médicos e engenheiros, entre outros, para atender as comunidades 9.nov Distribui água para Colatina e Baixo Guandu e disponibiliza aeronave para sobrevoos, conforme ordem do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do ES 10.nov Providencia caminhonetes com sirenes para povoados de Mariana e Barra Longa 11.nov Afirma que vai reforçar as estruturas remanescentes das áreas das barragens 12.nov Começa a enviar 2,4 milhões de litros de água por dia para Governador Valadares 14.nov Diz que enviará o necessário para tratar água do rio Doce a Governador Valadares (MG) 15.nov Conclui, com a Prefeitura de Baixo Guandu (ES), a construção de adutoras para captar água do rio Guandu para o município; anuncia resgate de peixes do rio Doce 16.nov Envia 44 mil litros de água para os índios krenak, que fecharam ferrovia da Vale 18.nov Começa a reconstruir pontes em locais afetados; inicia a instalação de barreiras de contenção de lama na foz do rio Doce; assume abertura da foz do rio para facilitar escoamento para o mar 27.nov Apresenta plano de transferência para mover 25 famílias de desabrigados por semana de hotéis para residências temporárias, custeadas pela mineradora 30.nov Começa a pagar auxílio mensal para cada família afetada em Mariana, além de cesta básica e 20% do salário para cada dependente, como determinou a Promotoria 5.dez Informa que vai pagar, a partir do dia 11, auxílio para famílias ribeirinhas de MG e ES que tiveram renda comprometida pela lama, conforme acordo no Ministério Público do Trabalho
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Dilma nomeia jornalista Ricardo Melo como presidente da EBC
A presidente Dilma Rousseff nomeou nesta terça-feira (3) o jornalista Ricardo Melo como diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União. Melo vai continuar respondendo pela direção de jornalismo da estatal, cargo que ocupa desde agosto do ano passado, quando substituiu Nereide Beirão para ser responsável pelo conteúdo jornalístico dos veículos ligados à empresa, como Agência Brasil e TV Brasil. O mandato é de quatro anos, mas não tem estabilidade, ou seja, a qualquer momento o presidente em exercício pode nomear outro profissional para o cargo, caso ele tenha cometido infração legal ou haja decisão do Conselho Curador. O jornalista trabalhou na Folha como editor de "Opinião", da "Primeira Página", editor-adjunto de "Mundo", secretário-assistente de Redação e produtor-executivo da "TV Folha". Até agosto do ano passado, Melo também foi colunista do jornal. RELAÇÃO Nos últimos meses, a relação entre funcionários da empresa e o governo federal tem sido turbulenta. O ministro Edinho Silva (Comunicação Social), responsável pela EBC, tem enfrentado greves e acusações de que o Palácio do Planalto privilegia um pequeno grupo, com altos salários, por exemplo. Edinho nega as acusações. Em fevereiro deste ano, o diretor-geral da EBC, Américo Martins, pediu demissão pela tentativa de intervenção política do governo na EBC. O PT teria pedido para indicar nomes e a grade de programação também era acompanhada de perto por integrantes do Planalto. Oficialmente, Martins e Edinho Silva alegaram "motivos pessoais" para a demissão do jornalista.
poder
Dilma nomeia jornalista Ricardo Melo como presidente da EBCA presidente Dilma Rousseff nomeou nesta terça-feira (3) o jornalista Ricardo Melo como diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União. Melo vai continuar respondendo pela direção de jornalismo da estatal, cargo que ocupa desde agosto do ano passado, quando substituiu Nereide Beirão para ser responsável pelo conteúdo jornalístico dos veículos ligados à empresa, como Agência Brasil e TV Brasil. O mandato é de quatro anos, mas não tem estabilidade, ou seja, a qualquer momento o presidente em exercício pode nomear outro profissional para o cargo, caso ele tenha cometido infração legal ou haja decisão do Conselho Curador. O jornalista trabalhou na Folha como editor de "Opinião", da "Primeira Página", editor-adjunto de "Mundo", secretário-assistente de Redação e produtor-executivo da "TV Folha". Até agosto do ano passado, Melo também foi colunista do jornal. RELAÇÃO Nos últimos meses, a relação entre funcionários da empresa e o governo federal tem sido turbulenta. O ministro Edinho Silva (Comunicação Social), responsável pela EBC, tem enfrentado greves e acusações de que o Palácio do Planalto privilegia um pequeno grupo, com altos salários, por exemplo. Edinho nega as acusações. Em fevereiro deste ano, o diretor-geral da EBC, Américo Martins, pediu demissão pela tentativa de intervenção política do governo na EBC. O PT teria pedido para indicar nomes e a grade de programação também era acompanhada de perto por integrantes do Planalto. Oficialmente, Martins e Edinho Silva alegaram "motivos pessoais" para a demissão do jornalista.
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Cidade de São Paulo já registra oito mortes e 38,9 mil casos de dengue
Em situação epidêmica para dengue, com 340,1 casos por 100 mil habitantes, a cidade de São Paulo já registra oito mortos em decorrência da doença e 38.927 casos confirmados, superando o índice de 2014. A região norte da cidade continua liderando as contaminações, com 38,7% dos casos, seguida pela sul, 18,6%, e sudeste, 18,6%. A Secretaria Municipal da Saúde, responsável pelos dados, avalia que a cidade chegou a um patamar máximo de ocorrências entre a 12ª e a 14ª semana epidemiológica (entre o final de março e o começo de abril) e a doença se estabilizou. A tendência agora é que haja queda dos números. Entre os novos óbitos divulgados –eram cinco havia duas semanas–, um foge ao perfil mais comum de idosos com doenças preexistes : uma jovem de 25 anos morreu no começo de abril em Cidade Dutra (zona sul). Segundo a secretaria, ela demorou muito a buscar socorro médico e foi para o hospital já em estado grave. Até agora, 31 dos 96 distritos atingiram nível de contaminação superior a 300 casos por cem mil (situação epidêmica) e passaram a adotar o resultado clínico como caso confirmado da doença. Os outros continuam fazendo análise laboratorial de confirmação. Assista
cotidiano
Cidade de São Paulo já registra oito mortes e 38,9 mil casos de dengueEm situação epidêmica para dengue, com 340,1 casos por 100 mil habitantes, a cidade de São Paulo já registra oito mortos em decorrência da doença e 38.927 casos confirmados, superando o índice de 2014. A região norte da cidade continua liderando as contaminações, com 38,7% dos casos, seguida pela sul, 18,6%, e sudeste, 18,6%. A Secretaria Municipal da Saúde, responsável pelos dados, avalia que a cidade chegou a um patamar máximo de ocorrências entre a 12ª e a 14ª semana epidemiológica (entre o final de março e o começo de abril) e a doença se estabilizou. A tendência agora é que haja queda dos números. Entre os novos óbitos divulgados –eram cinco havia duas semanas–, um foge ao perfil mais comum de idosos com doenças preexistes : uma jovem de 25 anos morreu no começo de abril em Cidade Dutra (zona sul). Segundo a secretaria, ela demorou muito a buscar socorro médico e foi para o hospital já em estado grave. Até agora, 31 dos 96 distritos atingiram nível de contaminação superior a 300 casos por cem mil (situação epidêmica) e passaram a adotar o resultado clínico como caso confirmado da doença. Os outros continuam fazendo análise laboratorial de confirmação. Assista
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Governo do Rio tem linhas de telefone cortadas devido a falta de pagamento
A empresa de telefonia Oi revelou nesta quinta-feira (16) que o governo do Estado do Rio de Janeiro acumula uma dívida de R$ 170 milhões com a companhia. O valor é referente a faturas não pagas de serviços de transmissão de dados e de telefonias fixa e móvel. Ainda segundo a empresa, no total há faturas que estão vencidas há mais de três anos. A Oi ainda afirmou que em há meses vem tentando negociar com o governo a quitação da dívida. Mas, após negociações sem resultado, a companhia decidiu cortar algumas linhas telefônicas e links de dados que atendem áreas administrativas do governo, sem afetar o funcionamento de telefones de serviços essenciais de bombeiros, hospitais, delegacias e escolas. O governo do estado do Rio afirmou, por meio de nota, que não reconhece que a dívida esteja no valor divulgado pela Oi e informou que está em negociação avançada com a empresa para quitar o débito. O governo do Rio de Janeiro passa por uma das piores crises fiscais dos últimos anos. O deficit fiscal do governo do Estado em 2014 foi de R$ 7,3 bilhões foi o maior desde a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal e ficou 30% acima do esperado. A causa principal foram os financiamentos tomados para obras como uma nova linha do metrô, compromisso para a Olimpíada de 2016. Este ano, a desaceleração econômica e a crise no setor de petróleo derrubaram a arrecadação do Estado. Hoje a dívida fluminense equivale a 178% da receita anual, maior patamar desde 2005 -o teto fixado por lei é de 200%. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou cortes em despesas como combustíveis, além da gratificação de cargos comissionados. A agência de classificação de risco Standard and Poor´s reduziu a nota do Rio no último dia 10: o Estado do Rio perdeu o grau de investimento, considerado um selo de bom pagador, e passou a receber o "grau especulativo".
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Governo do Rio tem linhas de telefone cortadas devido a falta de pagamentoA empresa de telefonia Oi revelou nesta quinta-feira (16) que o governo do Estado do Rio de Janeiro acumula uma dívida de R$ 170 milhões com a companhia. O valor é referente a faturas não pagas de serviços de transmissão de dados e de telefonias fixa e móvel. Ainda segundo a empresa, no total há faturas que estão vencidas há mais de três anos. A Oi ainda afirmou que em há meses vem tentando negociar com o governo a quitação da dívida. Mas, após negociações sem resultado, a companhia decidiu cortar algumas linhas telefônicas e links de dados que atendem áreas administrativas do governo, sem afetar o funcionamento de telefones de serviços essenciais de bombeiros, hospitais, delegacias e escolas. O governo do estado do Rio afirmou, por meio de nota, que não reconhece que a dívida esteja no valor divulgado pela Oi e informou que está em negociação avançada com a empresa para quitar o débito. O governo do Rio de Janeiro passa por uma das piores crises fiscais dos últimos anos. O deficit fiscal do governo do Estado em 2014 foi de R$ 7,3 bilhões foi o maior desde a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal e ficou 30% acima do esperado. A causa principal foram os financiamentos tomados para obras como uma nova linha do metrô, compromisso para a Olimpíada de 2016. Este ano, a desaceleração econômica e a crise no setor de petróleo derrubaram a arrecadação do Estado. Hoje a dívida fluminense equivale a 178% da receita anual, maior patamar desde 2005 -o teto fixado por lei é de 200%. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou cortes em despesas como combustíveis, além da gratificação de cargos comissionados. A agência de classificação de risco Standard and Poor´s reduziu a nota do Rio no último dia 10: o Estado do Rio perdeu o grau de investimento, considerado um selo de bom pagador, e passou a receber o "grau especulativo".
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EUA montam três bases no Rio de Janeiro para seus turistas durante os Jogos
PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO O governo dos Estados Unidos monta uma megaestrutura no Rio para receber os cerca de 200 mil turistas e 820 atletas americanos que são esperados para a Olimpíada e a Paraolimpíada. A estrutura, batizada de Escritório de Coordenação das Olimpíadas, terá funcionários de plantão 24 horas por dia em três localidades na cidade do Rio, para atender aos cidadãos americanos, segundo a Folha apurou com uma fonte do governo dos EUA. Os funcionários ficarão no consulado, no centro da cidade, além de Barra e Deodoro, regiões onde serão realizados alguns dos principais eventos esportivos. Além disso, o aplicativo de celular UsinRio oferecerá informações sobre os consulados, dicas, telefones de emergência e hospitais. Há também um número de telefone ativo 24 horas por dia com atendentes fluentes em inglês para ajudar em emergências. A estrutura americana para a Olimpíada do Rio começou a ser montada em 2014, com quatro diplomatas e 10 funcionários locais. Para a Copa do Mundo, vieram 90 mil turistas americanos. Para a Olimpíada, eles esperam até 200 mil, mesmo com alguns cancelamentos devido à epidemia de zika. Segundo o governo americano, o objetivo principal é sempre a segurança dos cidadãos americanos, independentemente do país onde se realizar o evento. "Apoiamos o governo brasileiro em todos os aspectos dos preparativos dos Jogos e reconhecemos que o Brasil está comprometido com a realização de Jogos seguros", diz a fonte. Desde 2011, quando Brasil e EUA assinaram um memorando de entendimento para cooperação na organização de grandes eventos esportivos mundiais, os dois países já realizaram mais de cem encontros, entre treinamentos e viagens, para qualificar agentes de segurança brasileiros. No ano passado, agentes brasileiros foram aos EUA para serem treinados em procedimentos de segurança em grandes eventos de golfe, tema em que o Brasil não tem experiência. Policiais foram levados para a maratona de Boston no ano passado –o esquema de segurança foi totalmente revisto após o atentado de 2013– e também para a Assembleia Geral da ONU, que se realiza todos os anos em Nova York e recebe centenas de chefes de Estado. Além disso, houve treinamentos sobre processo de rastreamento em aeroportos e entrada de estádios. Os atletas americanos virão também com agentes de segurança, que devem agir em parceria com a polícia brasileira. "Todas as ações são feitas conjuntamente com as autoridades brasileiras", diz a fonte. CASAS DOS EUA Os EUA terão o que eles chamam de "House of USA" no Colégio São Paulo, no Arpoador, para divulgar a cultura do país. Mas ela será fechada ao público. Promoverá eventos só para convidados, como patrocinadores, atletas e seus parentes, além de jornalistas. Já a NBA House, voltada à promoção do basquete dos EUA, será aberta ao público. Ficará no Porto Maravilha.
esporte
EUA montam três bases no Rio de Janeiro para seus turistas durante os Jogos PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO O governo dos Estados Unidos monta uma megaestrutura no Rio para receber os cerca de 200 mil turistas e 820 atletas americanos que são esperados para a Olimpíada e a Paraolimpíada. A estrutura, batizada de Escritório de Coordenação das Olimpíadas, terá funcionários de plantão 24 horas por dia em três localidades na cidade do Rio, para atender aos cidadãos americanos, segundo a Folha apurou com uma fonte do governo dos EUA. Os funcionários ficarão no consulado, no centro da cidade, além de Barra e Deodoro, regiões onde serão realizados alguns dos principais eventos esportivos. Além disso, o aplicativo de celular UsinRio oferecerá informações sobre os consulados, dicas, telefones de emergência e hospitais. Há também um número de telefone ativo 24 horas por dia com atendentes fluentes em inglês para ajudar em emergências. A estrutura americana para a Olimpíada do Rio começou a ser montada em 2014, com quatro diplomatas e 10 funcionários locais. Para a Copa do Mundo, vieram 90 mil turistas americanos. Para a Olimpíada, eles esperam até 200 mil, mesmo com alguns cancelamentos devido à epidemia de zika. Segundo o governo americano, o objetivo principal é sempre a segurança dos cidadãos americanos, independentemente do país onde se realizar o evento. "Apoiamos o governo brasileiro em todos os aspectos dos preparativos dos Jogos e reconhecemos que o Brasil está comprometido com a realização de Jogos seguros", diz a fonte. Desde 2011, quando Brasil e EUA assinaram um memorando de entendimento para cooperação na organização de grandes eventos esportivos mundiais, os dois países já realizaram mais de cem encontros, entre treinamentos e viagens, para qualificar agentes de segurança brasileiros. No ano passado, agentes brasileiros foram aos EUA para serem treinados em procedimentos de segurança em grandes eventos de golfe, tema em que o Brasil não tem experiência. Policiais foram levados para a maratona de Boston no ano passado –o esquema de segurança foi totalmente revisto após o atentado de 2013– e também para a Assembleia Geral da ONU, que se realiza todos os anos em Nova York e recebe centenas de chefes de Estado. Além disso, houve treinamentos sobre processo de rastreamento em aeroportos e entrada de estádios. Os atletas americanos virão também com agentes de segurança, que devem agir em parceria com a polícia brasileira. "Todas as ações são feitas conjuntamente com as autoridades brasileiras", diz a fonte. CASAS DOS EUA Os EUA terão o que eles chamam de "House of USA" no Colégio São Paulo, no Arpoador, para divulgar a cultura do país. Mas ela será fechada ao público. Promoverá eventos só para convidados, como patrocinadores, atletas e seus parentes, além de jornalistas. Já a NBA House, voltada à promoção do basquete dos EUA, será aberta ao público. Ficará no Porto Maravilha.
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Google modifica algoritmo de busca para combater notícia falsa
Na terceira ação em seis meses contra a proliferação de notícias falsas em suas plataformas, o Google anunciou nesta terça (25) mudanças no algoritmo de busca para destacar "páginas com mais autoridade" e rebaixar "conteúdo de pouca qualidade". É o principal serviço do Google, que domina 90% das buscas mundiais. O algoritmo —conjunto de regras e operações para chegar a um resultado— passou por melhoria nos "métodos de avaliação" para responder expressamente ao "fenômeno das 'fake news'". Em entrevista à Folha, o vice-presidente mundial de Engenharia do Google, Ben Gomes, explicou que a mudança do algoritmo foi feita por tentativa e erro, com base nas respostas de 10 mil avaliadores contratados para acompanhar a qualidade dos resultados. É o processo de atualização constante do algoritmo, que em 2016, por exemplo, levou a 600 mudanças. Desta vez, a novidade é que o Google alterou as diretrizes dadas aos avaliadores —distribuídos pelo mundo— para que identificassem informações falsas. "Nós estávamos vendo problemas com conteúdo enganoso e incorreto, ou de ódio, então adicionamos às diretrizes, para os nossos avaliadores prestarem atenção e apontarem as páginas que viam como de baixa qualidade", diz Gomes. "Isso significa que, quando o algoritmo passa por uma modificação, se essas páginas forem rebaixadas nos resultados de busca, ele será considerado melhor pelos avaliadores. É um processo por amostragem." Gomes acrescenta que "isso não quer dizer que tudo [conteúdo falso] vai desaparecer, mas significa que o Google vai se manter na dianteira desse jogo", lembrando que desde o surgimento do serviço de busca existem "pessoas tentando enganar os sistemas". Paralelamente, o Google anunciou nesta terça a ampliação das avaliações diretas dos usuários sobre as ferramentas de autocompletar (o preenchimento automático da frase de busca iniciada pelo usuário) e de trechos (o destaque de uma página explicativa no alto da busca). Essas respostas obtidas diretamente junto aos usuários não serão usadas para alterar de imediato as buscas, mas para alimentar eventuais mudanças futuras no algoritmo. Em outubro, o Google fez seu primeiro movimento contra notícias falsas, alterando a plataforma de publicidade AdSense para evitar repasse de dinheiro a sites identificados como enganosos. Depois, acrescentou serviços de checagem de informação às plataformas de notícias e de busca.
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Google modifica algoritmo de busca para combater notícia falsaNa terceira ação em seis meses contra a proliferação de notícias falsas em suas plataformas, o Google anunciou nesta terça (25) mudanças no algoritmo de busca para destacar "páginas com mais autoridade" e rebaixar "conteúdo de pouca qualidade". É o principal serviço do Google, que domina 90% das buscas mundiais. O algoritmo —conjunto de regras e operações para chegar a um resultado— passou por melhoria nos "métodos de avaliação" para responder expressamente ao "fenômeno das 'fake news'". Em entrevista à Folha, o vice-presidente mundial de Engenharia do Google, Ben Gomes, explicou que a mudança do algoritmo foi feita por tentativa e erro, com base nas respostas de 10 mil avaliadores contratados para acompanhar a qualidade dos resultados. É o processo de atualização constante do algoritmo, que em 2016, por exemplo, levou a 600 mudanças. Desta vez, a novidade é que o Google alterou as diretrizes dadas aos avaliadores —distribuídos pelo mundo— para que identificassem informações falsas. "Nós estávamos vendo problemas com conteúdo enganoso e incorreto, ou de ódio, então adicionamos às diretrizes, para os nossos avaliadores prestarem atenção e apontarem as páginas que viam como de baixa qualidade", diz Gomes. "Isso significa que, quando o algoritmo passa por uma modificação, se essas páginas forem rebaixadas nos resultados de busca, ele será considerado melhor pelos avaliadores. É um processo por amostragem." Gomes acrescenta que "isso não quer dizer que tudo [conteúdo falso] vai desaparecer, mas significa que o Google vai se manter na dianteira desse jogo", lembrando que desde o surgimento do serviço de busca existem "pessoas tentando enganar os sistemas". Paralelamente, o Google anunciou nesta terça a ampliação das avaliações diretas dos usuários sobre as ferramentas de autocompletar (o preenchimento automático da frase de busca iniciada pelo usuário) e de trechos (o destaque de uma página explicativa no alto da busca). Essas respostas obtidas diretamente junto aos usuários não serão usadas para alterar de imediato as buscas, mas para alimentar eventuais mudanças futuras no algoritmo. Em outubro, o Google fez seu primeiro movimento contra notícias falsas, alterando a plataforma de publicidade AdSense para evitar repasse de dinheiro a sites identificados como enganosos. Depois, acrescentou serviços de checagem de informação às plataformas de notícias e de busca.
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Após ler 560 livros, garota de 11 anos cria biblioteca em SP
RESUMO Aos 11 anos, Kaciane tornou-se conhecida pela paixão por livros: já leu 560. Moradora de um bairro pobre de São José do Rio Preto (SP), ela promoveu campanhas e construiu sua própria biblioteca –um quarto no fundo de casa, com cerca de 5.000 títulos. Os próximos passos são uma biblioteca móvel e lançar um livro. * Minha paixão pelos livros começou bem antes que eu pudesse me dar conta. Minha mãe diz que, com três, quatro anos, eu já era apaixonada por livros e cadernos, e a minha brincadeira preferida era de escolinha. No quintal de casa, com meus irmãos mais velhos, aprendi a ler e a escrever. Aos sete, na escola, conheci o que era uma biblioteca. Incentivada por uma professora, li meu primeiro livro, "As Aventuras de Pedro, o Coelho", da autora Beatrix Potter. Tinha mais ou menos cem páginas, cheias de desenhos, que li em poucas horas. Ali começava a minha paixão. Adorei a sensação de poder entrar na história, conhecer personagens e viajar para lugares que jamais imaginei. Na mesma semana voltei para a biblioteca e peguei outros livros. Desde então, esse é meu principal passatempo. Todos os dias, não vejo a hora de chegar da escola e fazer meu dever, depois fechar a porta do quarto e abrir meu mundo particular. Hoje leio, em média, cem livros por ano. E já li 560 títulos. O SONHO Quando eu tinha nove anos, minha família saiu do aluguel e se mudou para a nossa casa própria, em um conjunto habitacional de baixa renda. A maioria das crianças não tinha muito lazer e ficava a maior parte do tempo nas ruas, ociosas. Foi então que surgiu a ideia de construir uma biblioteca no quintal, nos fundos de casa. Assim eu poderia apresentar para todas as crianças da vizinhança aquele universo tão fantástico. Aos poucos fui contando para as pessoas meu projeto e pedindo doações de livros, mas recebi apenas 40 títulos. Aí pensei: como meu aniversário estava próximo, fiz um vídeo e publiquei na internet. Em vez de presentes comuns, pedi livros para montar a biblioteca. Meu vídeo chegou até um empresário da cidade. Foi ele quem doou todo o material para a construção da biblioteca. Em poucos meses, meu sonho virou realidade. A biblioteca é toda colorida, tem mesinhas e um espaço para as crianças. São cerca de 5.000 títulos, livro para todos os gostos e idades. Como ela fica no fundo de casa, para chegar tem que passar por dentro da nossa cozinha. Mas nada disso importa para mim. Minha mãe e minha irmã me ajudam a receber as crianças do bairro. O LIVRO Assim como nos livros, quero que minha história vá além. Agora em outubro estou prestes a realizar mais sonhos: lançar meu primeiro livro e criar uma biblioteca itinerante. Minha vontade é que crianças de outros bairros carentes também tenham a oportunidade de viajar pelo mundo da leitura. Já ganhei materiais e acessórios para montá-la e ela já está quase pronta. Está ficando linda! Já meu livro, sou suspeita para falar, mas ele também está lindo. Estou completamente apaixonada por ele. Chamado "Tanto Faz ou Qualquer Coisa: Histórias de Kaciane", fala da minha história, de preconceito, de amizade, entre outros temas. Ele já está na pré-venda e vai ser lançado no mês das crianças, em outubro. E assim eu vou seguindo, sonhando, realizando e escrevendo um capítulo novo a cada dia.
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Após ler 560 livros, garota de 11 anos cria biblioteca em SPRESUMO Aos 11 anos, Kaciane tornou-se conhecida pela paixão por livros: já leu 560. Moradora de um bairro pobre de São José do Rio Preto (SP), ela promoveu campanhas e construiu sua própria biblioteca –um quarto no fundo de casa, com cerca de 5.000 títulos. Os próximos passos são uma biblioteca móvel e lançar um livro. * Minha paixão pelos livros começou bem antes que eu pudesse me dar conta. Minha mãe diz que, com três, quatro anos, eu já era apaixonada por livros e cadernos, e a minha brincadeira preferida era de escolinha. No quintal de casa, com meus irmãos mais velhos, aprendi a ler e a escrever. Aos sete, na escola, conheci o que era uma biblioteca. Incentivada por uma professora, li meu primeiro livro, "As Aventuras de Pedro, o Coelho", da autora Beatrix Potter. Tinha mais ou menos cem páginas, cheias de desenhos, que li em poucas horas. Ali começava a minha paixão. Adorei a sensação de poder entrar na história, conhecer personagens e viajar para lugares que jamais imaginei. Na mesma semana voltei para a biblioteca e peguei outros livros. Desde então, esse é meu principal passatempo. Todos os dias, não vejo a hora de chegar da escola e fazer meu dever, depois fechar a porta do quarto e abrir meu mundo particular. Hoje leio, em média, cem livros por ano. E já li 560 títulos. O SONHO Quando eu tinha nove anos, minha família saiu do aluguel e se mudou para a nossa casa própria, em um conjunto habitacional de baixa renda. A maioria das crianças não tinha muito lazer e ficava a maior parte do tempo nas ruas, ociosas. Foi então que surgiu a ideia de construir uma biblioteca no quintal, nos fundos de casa. Assim eu poderia apresentar para todas as crianças da vizinhança aquele universo tão fantástico. Aos poucos fui contando para as pessoas meu projeto e pedindo doações de livros, mas recebi apenas 40 títulos. Aí pensei: como meu aniversário estava próximo, fiz um vídeo e publiquei na internet. Em vez de presentes comuns, pedi livros para montar a biblioteca. Meu vídeo chegou até um empresário da cidade. Foi ele quem doou todo o material para a construção da biblioteca. Em poucos meses, meu sonho virou realidade. A biblioteca é toda colorida, tem mesinhas e um espaço para as crianças. São cerca de 5.000 títulos, livro para todos os gostos e idades. Como ela fica no fundo de casa, para chegar tem que passar por dentro da nossa cozinha. Mas nada disso importa para mim. Minha mãe e minha irmã me ajudam a receber as crianças do bairro. O LIVRO Assim como nos livros, quero que minha história vá além. Agora em outubro estou prestes a realizar mais sonhos: lançar meu primeiro livro e criar uma biblioteca itinerante. Minha vontade é que crianças de outros bairros carentes também tenham a oportunidade de viajar pelo mundo da leitura. Já ganhei materiais e acessórios para montá-la e ela já está quase pronta. Está ficando linda! Já meu livro, sou suspeita para falar, mas ele também está lindo. Estou completamente apaixonada por ele. Chamado "Tanto Faz ou Qualquer Coisa: Histórias de Kaciane", fala da minha história, de preconceito, de amizade, entre outros temas. Ele já está na pré-venda e vai ser lançado no mês das crianças, em outubro. E assim eu vou seguindo, sonhando, realizando e escrevendo um capítulo novo a cada dia.
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Derrubar Dilma terá um preço muito alto, diz Ciro Gomes
Depois de um período que batizou de "desintoxicação da política", o ex-ministro Ciro Gomes, 57, voltou à cena atirando. Recém-filiado ao PDT, ele acusa a oposição e o vice-presidente Michel Temer de apoiarem uma "escalada do golpismo" contra a presidente Dilma Rousseff. Ciro diz que o Brasil viverá "momentos tensos" de radicalização política se a Câmara autorizar a abertura de um processo de impeachment. Na última quarta-feira (16), ele foi lançado pré-candidato à Presidência em 2018. Já disputou o cargo duas vezes, em 1998 e 2002, quando recebeu 10,2 milhões de votos. * Folha - Como o sr. vê a articulação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff? Ciro Gomes - A democracia está ameaçada pelo golpismo. Está acontecendo uma escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das eleições. Não gostar do governo não é causa para impeachment. Isso é um mecanismo raro, a ser usado em caso de crime de responsabilidade imputável direta e dolosamente ao presidente. Ninguém tem nada disso contra a Dilma. Seria muito caro o preço de uma interrupção do mandato. É só olhar a Venezuela. Quem produziu aquele quadro lá foi esse tipo de antagonismo odiento. O país vai viver momentos tensos e graves, vizinhos à violência, por causa desses loucos. Quem iria às ruas defender o mandato de Dilma? Estarei na primeira fila. Muitos brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para defender a regra. Veja o que já aconteceu quando um mandato foi interrompido por renúncia, suicídio ou impedimento. O impeachment pode ser a catarse de quem está zangado, mas no dia seguinte os problemas serão os mesmos. Só que agora o PT, a CUT e os servidores estarão em pé de guerra com um presidente sem legitimidade. Uma parte das pessoas está nisso de boa fé porque não sabe que quem assume é o vice, Michel Temer, que é do PMDB e amigo íntimo do Eduardo Cunha. Mas tem pessoas de muita má-fé. A quem o sr. se refere? A Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. O PSDB está fazendo isso por pura vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do real e a popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC. O comportamento do Fernando Henrique é constrangedor. Como dizia Brizola, ele está costeando o alambrado do golpe. Qual é a proposta do PSDB? Ficar contra o fator previdenciário e a CPMF, que eles criaram? Contra o ajuste fiscal, que eles introduziram como valor supremo? Por que Dilma está tão fraca? O maior problema do governo não é o escândalo, é a mentira. A zanga do povo não é propriamente com a corrupção, que é chocante, mas com o sentimento de ter sido enganada. A gente votou em um conjunto de valores e está recebendo o oposto. O governo tem que se reorganizar politicamente e fazer uma gestão econômica coerente com o discurso que lhe deu a vitória. Ainda há tempo. O problema é que ela não tem projeto nem equipe. A equipe da Dilma é de quinta, salvo exceções. Quem bota a [ex-ministra] Ideli Salvatti para tomar conta de uma situação dessa complexidade está pedindo para morrer. Aí ela entrega a coordenação política ao vice, que distribui todos os cargos importantes ao PMDB e depois lava as mãos e sai. É uma coisa de cinema, rapaz. E os escândalos da Dilma 2.0 vão surgir dos nomeados por ele. Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto. O Temer foi dar palestra para um movimento que está no golpe contra a Dilma e fez uma frase que não admite dupla interpretação. Onde está escrito na Constituição que uma presidente com 7% [8%, segundo o Datafolha ] de aprovação não se aguenta no cargo? Ele quer a cadeira dela? Vá ver se o José Alencar [vice de Lula], na crise do mensalão, saiu fazendo palestra e dizendo que era preciso achar alguém para unir o país. Eu costumo não ser idiota. Como vê o novo pacote fiscal ? É ilusionismo, mas 70% não sai do papel. E a medida mais importante [a recriação da CPMF] não podia ter sido anunciada daquele jeito. A receita está despencando por causa da recessão que esses malucos estão produzindo. Se o governo não atrapalhasse com a taxa de juros, o Brasil poderia achar o caminho antes do que se supõe. O governo está atrapalhando. Hoje a inflação é provocada por câmbio e preços administrados, dois setores sobre os quais os juros não têm o menor efeito. E os maiores bancos estão tendo lucro 40% acima do ano passado. Estão ganhando com a crise. O sr. quer disputar o Planalto? Acho extemporâneo falar de candidatura agora. Mas eu já fui candidato duas vezes, não posso disfarçar. O PDT é seu sétimo partido. Como explica tantas mudanças? Minha vida partidária é uma tragédia, muito ruim mesmo. Mas mudo de partido, não de convicções. Tenho 26 anos de vida pública e nunca respondi a um inquérito. - O ex-ministro Ciro Gomes fez oposição firme ao governo Fernando Henrique Cardoso, mas foi contra o movimento Fora FHC, liderado por petistas que queriam tirar o tucano da Presidência em 1999. Terceiro colocado na eleição do ano anterior, ele criticou o grupo e disse que o Brasil corria risco de entrar em uma "guerra civil". Ciro apoiou o impeachment de Fernando Collor, em 1992, e foi ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, que o substituiu. Ele diz não ver semelhanças entre Dilma e Collor. Na época, sustenta, havia provas contra o presidente e a ação foi assinada "por um conjunto respeitabilíssimo de entidades", incluindo a OAB. "Não foi um ex-petista aborrecido, que já não está no seu melhor momento", diz, criticando o advogado Hélio Bicudo, 93, que pediu o afastamento de Dilma. "E o vice era Itamar, um homem decente que deu ordem ao país", acrescenta.
poder
Derrubar Dilma terá um preço muito alto, diz Ciro GomesDepois de um período que batizou de "desintoxicação da política", o ex-ministro Ciro Gomes, 57, voltou à cena atirando. Recém-filiado ao PDT, ele acusa a oposição e o vice-presidente Michel Temer de apoiarem uma "escalada do golpismo" contra a presidente Dilma Rousseff. Ciro diz que o Brasil viverá "momentos tensos" de radicalização política se a Câmara autorizar a abertura de um processo de impeachment. Na última quarta-feira (16), ele foi lançado pré-candidato à Presidência em 2018. Já disputou o cargo duas vezes, em 1998 e 2002, quando recebeu 10,2 milhões de votos. * Folha - Como o sr. vê a articulação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff? Ciro Gomes - A democracia está ameaçada pelo golpismo. Está acontecendo uma escalada do golpe com apoio da oposição, que não aceitou o resultado das eleições. Não gostar do governo não é causa para impeachment. Isso é um mecanismo raro, a ser usado em caso de crime de responsabilidade imputável direta e dolosamente ao presidente. Ninguém tem nada disso contra a Dilma. Seria muito caro o preço de uma interrupção do mandato. É só olhar a Venezuela. Quem produziu aquele quadro lá foi esse tipo de antagonismo odiento. O país vai viver momentos tensos e graves, vizinhos à violência, por causa desses loucos. Quem iria às ruas defender o mandato de Dilma? Estarei na primeira fila. Muitos brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para defender a regra. Veja o que já aconteceu quando um mandato foi interrompido por renúncia, suicídio ou impedimento. O impeachment pode ser a catarse de quem está zangado, mas no dia seguinte os problemas serão os mesmos. Só que agora o PT, a CUT e os servidores estarão em pé de guerra com um presidente sem legitimidade. Uma parte das pessoas está nisso de boa fé porque não sabe que quem assume é o vice, Michel Temer, que é do PMDB e amigo íntimo do Eduardo Cunha. Mas tem pessoas de muita má-fé. A quem o sr. se refere? A Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. O PSDB está fazendo isso por pura vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do real e a popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC. O comportamento do Fernando Henrique é constrangedor. Como dizia Brizola, ele está costeando o alambrado do golpe. Qual é a proposta do PSDB? Ficar contra o fator previdenciário e a CPMF, que eles criaram? Contra o ajuste fiscal, que eles introduziram como valor supremo? Por que Dilma está tão fraca? O maior problema do governo não é o escândalo, é a mentira. A zanga do povo não é propriamente com a corrupção, que é chocante, mas com o sentimento de ter sido enganada. A gente votou em um conjunto de valores e está recebendo o oposto. O governo tem que se reorganizar politicamente e fazer uma gestão econômica coerente com o discurso que lhe deu a vitória. Ainda há tempo. O problema é que ela não tem projeto nem equipe. A equipe da Dilma é de quinta, salvo exceções. Quem bota a [ex-ministra] Ideli Salvatti para tomar conta de uma situação dessa complexidade está pedindo para morrer. Aí ela entrega a coordenação política ao vice, que distribui todos os cargos importantes ao PMDB e depois lava as mãos e sai. É uma coisa de cinema, rapaz. E os escândalos da Dilma 2.0 vão surgir dos nomeados por ele. Nunca vi um vice-presidente se mexer tanto. O Temer foi dar palestra para um movimento que está no golpe contra a Dilma e fez uma frase que não admite dupla interpretação. Onde está escrito na Constituição que uma presidente com 7% [8%, segundo o Datafolha ] de aprovação não se aguenta no cargo? Ele quer a cadeira dela? Vá ver se o José Alencar [vice de Lula], na crise do mensalão, saiu fazendo palestra e dizendo que era preciso achar alguém para unir o país. Eu costumo não ser idiota. Como vê o novo pacote fiscal ? É ilusionismo, mas 70% não sai do papel. E a medida mais importante [a recriação da CPMF] não podia ter sido anunciada daquele jeito. A receita está despencando por causa da recessão que esses malucos estão produzindo. Se o governo não atrapalhasse com a taxa de juros, o Brasil poderia achar o caminho antes do que se supõe. O governo está atrapalhando. Hoje a inflação é provocada por câmbio e preços administrados, dois setores sobre os quais os juros não têm o menor efeito. E os maiores bancos estão tendo lucro 40% acima do ano passado. Estão ganhando com a crise. O sr. quer disputar o Planalto? Acho extemporâneo falar de candidatura agora. Mas eu já fui candidato duas vezes, não posso disfarçar. O PDT é seu sétimo partido. Como explica tantas mudanças? Minha vida partidária é uma tragédia, muito ruim mesmo. Mas mudo de partido, não de convicções. Tenho 26 anos de vida pública e nunca respondi a um inquérito. - O ex-ministro Ciro Gomes fez oposição firme ao governo Fernando Henrique Cardoso, mas foi contra o movimento Fora FHC, liderado por petistas que queriam tirar o tucano da Presidência em 1999. Terceiro colocado na eleição do ano anterior, ele criticou o grupo e disse que o Brasil corria risco de entrar em uma "guerra civil". Ciro apoiou o impeachment de Fernando Collor, em 1992, e foi ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, que o substituiu. Ele diz não ver semelhanças entre Dilma e Collor. Na época, sustenta, havia provas contra o presidente e a ação foi assinada "por um conjunto respeitabilíssimo de entidades", incluindo a OAB. "Não foi um ex-petista aborrecido, que já não está no seu melhor momento", diz, criticando o advogado Hélio Bicudo, 93, que pediu o afastamento de Dilma. "E o vice era Itamar, um homem decente que deu ordem ao país", acrescenta.
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Bancos usam sorteios e prêmios para estimular aplicação na poupança
Investidores e bancos entraram em uma espécie de queda de braço ao redor da poupança. Enquanto o poupador resgata o dinheiro guardado -para pagar as contas ou aplicar em produtos mais rentáveis-, as instituições financeiras investem em sorteios e novas modalidades para que os valores sigam na caderneta. Os saques da poupança somam R$ 50 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Para os bancos, a poupança é uma fonte barata de recursos. Boa parte do dinheiro aplicado nela vai para o financiamento da casa própria, linha que segue sendo explorada pelos bancos mesmo na crise -apesar do aperto nas análises de crédito-, porque o risco de calote é menor. Na caderneta, o correntista ganha um estímulo para juntar dinheiro, mas está longe de ser um bom negócio. A poupança rende, ao mês, 0,5% mais a TR -ou 6,17% mais a TR ao ano, menos que outros investimentos e abaixo da inflação. Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA esteve em 8,48%. Há pouco mais de um mês, o Banco do Brasil lançou a Poupança dos Sonhos, que permite ao cliente atribuir objetivos (como viajar e se aposentar) para a reserva financeira e acompanhar o crescimento do dinheiro acumulado para alcançar cada meta. Por dentro da poupança Diferença entre aplicações e resgates - Em R$ bilhões Com isso, o banco espera criar um apelo emocional que estimule o hábito de poupar, diz Edson Pascoal Cardozo, diretor de empréstimos e financiamentos do BB. A modalidade tem 20 mil clientes e saldo próximo de R$ 50 milhões -o banco tinha quase R$ 150 bilhões em depósitos de poupança em junho, dado mais recente. "O produto está ajudando na retenção da carteira", diz Cardozo. Ele argumenta que, enquanto a caderneta encolheu 1% em 12 meses no sistema, o BB perdeu 0,3%. A instituição ainda oferece prêmios em sorteios para quem faz novas aplicações de R$ 300 por mês. HÁBITO Michael Viriato, professor de finanças do Insper, considera positiva a possibilidade de estabelecer objetivos para guardar dinheiro. "Fazer uma poupança é uma coisa terrível para a pessoa, porque significa abdicar de consumir hoje para usar o dinheiro depois. Quando se atribui um objetivo, fica mais palpável,e as pessoas acabam criando o hábito", afirma. "Mas o banco estimula economia no produto que ele quer que as pessoas guardem", avalia o professor. Para ele, aplicações em títulos públicos via Tesouro Direto são simples e mais rentáveis do que a poupança, mesmo para o pequeno investidor. A aplicação mínima nesses papéis é de R$ 30. O Bradesco passou a oferecer o Poupa Troco, poupança que é alimentada pelo "troco" das operações feitas em conta-corrente. Se o cliente gastar R$ 14,95 em uma compra no débito, saem R$ 15 da conta-corrente, e os R$ 0,05 de diferença vão para essa poupança alternativa. Frederico Ferrari de Lima, superintendente-executivo de investimentos do Bradesco, afirma que o objetivo é a educação financeira e o estímulo ao hábito de poupar. "Qual outro produto que eu poderia aplicar apenas R$ 1, que fosse simples de contratar e de entender?", argumenta, sobre o estímulo a aplicações em um produto com rentabilidade baixa. "Depois de juntar mais dinheiro, o poupador pode direcionar para outro produto." O Santander é outro banco que aposta em sorteios para recompensar clientes que aumentarem os depósitos na poupança. A promoção começou em outubro de 2015, tinha prazo mais curto, mas foi prorrogada até o final deste ano. Todo mês, o banco sorteia prêmios de até R$ 50 mil para quem aumenta o saldo aplicado na poupança em R$ 200. O banco não comentou por que investe nessa promoção. Viriato diz que o fato de o banco pagar um prêmio, que tem um custo, indica que o produto é muito interessante para ele. "Se é tão interessante para quem distribuiu, será que é interessante para mim?", questiona.
mercado
Bancos usam sorteios e prêmios para estimular aplicação na poupançaInvestidores e bancos entraram em uma espécie de queda de braço ao redor da poupança. Enquanto o poupador resgata o dinheiro guardado -para pagar as contas ou aplicar em produtos mais rentáveis-, as instituições financeiras investem em sorteios e novas modalidades para que os valores sigam na caderneta. Os saques da poupança somam R$ 50 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Para os bancos, a poupança é uma fonte barata de recursos. Boa parte do dinheiro aplicado nela vai para o financiamento da casa própria, linha que segue sendo explorada pelos bancos mesmo na crise -apesar do aperto nas análises de crédito-, porque o risco de calote é menor. Na caderneta, o correntista ganha um estímulo para juntar dinheiro, mas está longe de ser um bom negócio. A poupança rende, ao mês, 0,5% mais a TR -ou 6,17% mais a TR ao ano, menos que outros investimentos e abaixo da inflação. Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA esteve em 8,48%. Há pouco mais de um mês, o Banco do Brasil lançou a Poupança dos Sonhos, que permite ao cliente atribuir objetivos (como viajar e se aposentar) para a reserva financeira e acompanhar o crescimento do dinheiro acumulado para alcançar cada meta. Por dentro da poupança Diferença entre aplicações e resgates - Em R$ bilhões Com isso, o banco espera criar um apelo emocional que estimule o hábito de poupar, diz Edson Pascoal Cardozo, diretor de empréstimos e financiamentos do BB. A modalidade tem 20 mil clientes e saldo próximo de R$ 50 milhões -o banco tinha quase R$ 150 bilhões em depósitos de poupança em junho, dado mais recente. "O produto está ajudando na retenção da carteira", diz Cardozo. Ele argumenta que, enquanto a caderneta encolheu 1% em 12 meses no sistema, o BB perdeu 0,3%. A instituição ainda oferece prêmios em sorteios para quem faz novas aplicações de R$ 300 por mês. HÁBITO Michael Viriato, professor de finanças do Insper, considera positiva a possibilidade de estabelecer objetivos para guardar dinheiro. "Fazer uma poupança é uma coisa terrível para a pessoa, porque significa abdicar de consumir hoje para usar o dinheiro depois. Quando se atribui um objetivo, fica mais palpável,e as pessoas acabam criando o hábito", afirma. "Mas o banco estimula economia no produto que ele quer que as pessoas guardem", avalia o professor. Para ele, aplicações em títulos públicos via Tesouro Direto são simples e mais rentáveis do que a poupança, mesmo para o pequeno investidor. A aplicação mínima nesses papéis é de R$ 30. O Bradesco passou a oferecer o Poupa Troco, poupança que é alimentada pelo "troco" das operações feitas em conta-corrente. Se o cliente gastar R$ 14,95 em uma compra no débito, saem R$ 15 da conta-corrente, e os R$ 0,05 de diferença vão para essa poupança alternativa. Frederico Ferrari de Lima, superintendente-executivo de investimentos do Bradesco, afirma que o objetivo é a educação financeira e o estímulo ao hábito de poupar. "Qual outro produto que eu poderia aplicar apenas R$ 1, que fosse simples de contratar e de entender?", argumenta, sobre o estímulo a aplicações em um produto com rentabilidade baixa. "Depois de juntar mais dinheiro, o poupador pode direcionar para outro produto." O Santander é outro banco que aposta em sorteios para recompensar clientes que aumentarem os depósitos na poupança. A promoção começou em outubro de 2015, tinha prazo mais curto, mas foi prorrogada até o final deste ano. Todo mês, o banco sorteia prêmios de até R$ 50 mil para quem aumenta o saldo aplicado na poupança em R$ 200. O banco não comentou por que investe nessa promoção. Viriato diz que o fato de o banco pagar um prêmio, que tem um custo, indica que o produto é muito interessante para ele. "Se é tão interessante para quem distribuiu, será que é interessante para mim?", questiona.
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Raí faz 50 anos e diz que Ceni é o maior ídolo da história do São Paulo
Raí não sabia como comemorar os gols quando iniciou a carreira no Botafogo, em Ribeirão Preto. O garoto de 1,89 m se achava desengonçado ao correr para celebrar após balançar as redes de algum adversário. Um dia, despretensiosamente, socou o ar. Não como Pelé. Deu um gancho em direção ao céu, em um movimento coordenado dos braços. Tinha descoberto sua primeira marca, aquela que iria repetir 128 vezes pelo São Paulo, 72 pelo PSG, 17 pela seleção brasileira... Leia mais aqui
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Raí faz 50 anos e diz que Ceni é o maior ídolo da história do São PauloRaí não sabia como comemorar os gols quando iniciou a carreira no Botafogo, em Ribeirão Preto. O garoto de 1,89 m se achava desengonçado ao correr para celebrar após balançar as redes de algum adversário. Um dia, despretensiosamente, socou o ar. Não como Pelé. Deu um gancho em direção ao céu, em um movimento coordenado dos braços. Tinha descoberto sua primeira marca, aquela que iria repetir 128 vezes pelo São Paulo, 72 pelo PSG, 17 pela seleção brasileira... Leia mais aqui
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Bolsonaro visita Festa do Peão e critica Bolsa Família e legislação ambiental
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) defendeu neste sábado os rodeios como manifestação cultural, criticou a legislação ambiental do país e o total de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família. As afirmações foram feitas numa maratona de atividades do postulante à Presidência neste sábado (26), em visita a Barretos (a 423 km de São Paulo). O parlamentar chegou ao aeroporto de São José do Rio Preto pouco antes das 11h e discursou na caçamba de um veículo. Depois, fez discursos na Queima do Alho –concurso gastronômico da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos que busca reproduzir a comida típica dos peões–, visitou o Hospital de Câncer da cidade e fez novo ato numa chácara a um grupo de cerca de cem evangélicos. À noite, voltará para a Festa do Peão. Na chácara, no final da tarde deste sábado, afirmou que o programa Bolsa Família só é necessário para uma minoria e que "não vai ser com caridade que o Brasil vai sair dessa situação crítica". "Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto." Afirmou ainda que não visitava a cidade como candidato, "talvez como pré-candidato". Sobre os rodeios –a cidade tem o mais tradicional evento do gênero no país–, disse que é favorável à modalidade, assim como defende as vaquejadas, regulamentada pelo Senado por meio de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional). "É uma cultura, o animal é muito bem cuidado, tem alguns com peso em ouro. Tem alguns locais do Brasil em que, além de veterinário, eles têm pedicure, massagista, têm tudo. Então essa cultura tem de ser preservada, levada para o Brasil todo." Bolsonaro disse que "não vai colar" o discurso de quem afirma que ele, por defender os rodeios, apoia maus-tratos contra os animais. Afirmou também que a política ambiental está equivocada e que a burocracia trava investimentos no país. "Quem quer implantar uma PCH [Pequena Central Hidrelétrica] leva até dez anos para conseguir uma licença ambiental do Ibama. Tem que ser no máximo uma semana." MST Mais cedo, quando esteve no Parque do Peão, em meio a amantes de rodeio, Bolsonaro criticou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "O que vocês precisam é de alguém que não os atrapalhe num primeiro momento, bem como de alguém que faça que aqueles que nos atrapalham, como MST e outros, sejam tratados sob a vara da lei." A viagem de Bolsonaro a Barretos é a segunda que faz à macrorregião de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) num intervalo de dez dias. Na própria Ribeirão, no último dia 17, ele foi alvo de ovada de uma manifestante durante caminhada na região central da cidade. Bolsonaro é também o segundo político cotado para disputar a Presidência em 2018 a visitar a festa no interior paulista. Tradicionalmente, a festa recebe as visitas de muitos políticos, mas sempre em anos de eleições, o que não é o caso de 2017. No último dia 19, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), esteve no evento e usou a "fantasia" de peão. Com chapéu, discursou num estádio de rodeios lotado por 35 mil pessoas, logo depois de comer a refeição típica dos peões, e falou em levar um rodeio para a capital. Três dias depois, no entanto, anunciou a desistência da empreitada, após receber muitas críticas em redes sociais. "Durante o evento, fiz uma manifestação imaginando que poderíamos ter algo semelhante sendo feito aqui na cidade de São Paulo. Vim a conhecer depois que há uma legislação que impede a realização de eventos desse tipo. E uma restrição bastante grande." A Festa do Peão de Barretos terminará neste domingo (27), com a final da 25ª edição do Barretos International Rodeo.
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Bolsonaro visita Festa do Peão e critica Bolsa Família e legislação ambientalO deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) defendeu neste sábado os rodeios como manifestação cultural, criticou a legislação ambiental do país e o total de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família. As afirmações foram feitas numa maratona de atividades do postulante à Presidência neste sábado (26), em visita a Barretos (a 423 km de São Paulo). O parlamentar chegou ao aeroporto de São José do Rio Preto pouco antes das 11h e discursou na caçamba de um veículo. Depois, fez discursos na Queima do Alho –concurso gastronômico da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos que busca reproduzir a comida típica dos peões–, visitou o Hospital de Câncer da cidade e fez novo ato numa chácara a um grupo de cerca de cem evangélicos. À noite, voltará para a Festa do Peão. Na chácara, no final da tarde deste sábado, afirmou que o programa Bolsa Família só é necessário para uma minoria e que "não vai ser com caridade que o Brasil vai sair dessa situação crítica". "Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto." Afirmou ainda que não visitava a cidade como candidato, "talvez como pré-candidato". Sobre os rodeios –a cidade tem o mais tradicional evento do gênero no país–, disse que é favorável à modalidade, assim como defende as vaquejadas, regulamentada pelo Senado por meio de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional). "É uma cultura, o animal é muito bem cuidado, tem alguns com peso em ouro. Tem alguns locais do Brasil em que, além de veterinário, eles têm pedicure, massagista, têm tudo. Então essa cultura tem de ser preservada, levada para o Brasil todo." Bolsonaro disse que "não vai colar" o discurso de quem afirma que ele, por defender os rodeios, apoia maus-tratos contra os animais. Afirmou também que a política ambiental está equivocada e que a burocracia trava investimentos no país. "Quem quer implantar uma PCH [Pequena Central Hidrelétrica] leva até dez anos para conseguir uma licença ambiental do Ibama. Tem que ser no máximo uma semana." MST Mais cedo, quando esteve no Parque do Peão, em meio a amantes de rodeio, Bolsonaro criticou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "O que vocês precisam é de alguém que não os atrapalhe num primeiro momento, bem como de alguém que faça que aqueles que nos atrapalham, como MST e outros, sejam tratados sob a vara da lei." A viagem de Bolsonaro a Barretos é a segunda que faz à macrorregião de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) num intervalo de dez dias. Na própria Ribeirão, no último dia 17, ele foi alvo de ovada de uma manifestante durante caminhada na região central da cidade. Bolsonaro é também o segundo político cotado para disputar a Presidência em 2018 a visitar a festa no interior paulista. Tradicionalmente, a festa recebe as visitas de muitos políticos, mas sempre em anos de eleições, o que não é o caso de 2017. No último dia 19, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), esteve no evento e usou a "fantasia" de peão. Com chapéu, discursou num estádio de rodeios lotado por 35 mil pessoas, logo depois de comer a refeição típica dos peões, e falou em levar um rodeio para a capital. Três dias depois, no entanto, anunciou a desistência da empreitada, após receber muitas críticas em redes sociais. "Durante o evento, fiz uma manifestação imaginando que poderíamos ter algo semelhante sendo feito aqui na cidade de São Paulo. Vim a conhecer depois que há uma legislação que impede a realização de eventos desse tipo. E uma restrição bastante grande." A Festa do Peão de Barretos terminará neste domingo (27), com a final da 25ª edição do Barretos International Rodeo.
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Temer diz que não houve censura em decisão judicial contra Folha
O presidente Michel Temer negou nesta segunda-feira (13) que tenha havido censura na decisão da Justiça de Brasília, a pedido do Palácio do Planalto, que impediu a veiculação de reportagem da Folha sobre uma tentativa de extorsão sofrida pela primeira-dama Marcela Temer no ano passado. No final de pronunciamento, no Palácio do Planalto, o peemedebista foi questionado pela Folha se houve censura no episódio. "Não houve isso. Você sabe que não houve", respondeu. Uma liminar concedida pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, impede que a Folha publique informações sobre uma tentativa de um hacker de chantageá-la, no ano passado. A petição foi assinada pelo advogado Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, em nome de Marcela. O pedido menciona também o jornal "O Globo", cujo site publicou uma reportagem sobre o assunto logo após a Folha. O texto foi publicado no site da Folha às 18h45 na sexta (10). A ação foi protocolada às 17h47, segundo registro do tribunal de Brasília. A reportagem da Folha teve acesso a informações tornadas públicas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Os processos são os seguintes: 0000057-20.2017.8.26.0520, 0036961-28.2016.8.26.0050, 0036960-43.2016.8.26.0050 e 0032415-27.2016.8.26.0050. Qualquer advogado ou pessoa cadastrada no site do tribunal pode acessar os autos. O advogado da Casa Civil diz que a ação para impedir a publicação de informações sobre a primeira-dama "serve a evitar prejuízo irreparável à autora, que, caso tenha sua intimidade exposta indevidamente pelos veículos de comunicação, que mais uma vez estão a confundir informação com violação da privacidade de uma pessoa pública". O diretor jurídico do Grupo Folha, Orlando Molina, considera que a decisão atenta contra a liberdade de imprensa. "Eu vejo como uma tentativa brutal de impedir a liberdade de informação", diz. "Isso configura censura ao veículo de imprensa." A Folha vai recorrer da decisão.
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Temer diz que não houve censura em decisão judicial contra FolhaO presidente Michel Temer negou nesta segunda-feira (13) que tenha havido censura na decisão da Justiça de Brasília, a pedido do Palácio do Planalto, que impediu a veiculação de reportagem da Folha sobre uma tentativa de extorsão sofrida pela primeira-dama Marcela Temer no ano passado. No final de pronunciamento, no Palácio do Planalto, o peemedebista foi questionado pela Folha se houve censura no episódio. "Não houve isso. Você sabe que não houve", respondeu. Uma liminar concedida pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, impede que a Folha publique informações sobre uma tentativa de um hacker de chantageá-la, no ano passado. A petição foi assinada pelo advogado Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, em nome de Marcela. O pedido menciona também o jornal "O Globo", cujo site publicou uma reportagem sobre o assunto logo após a Folha. O texto foi publicado no site da Folha às 18h45 na sexta (10). A ação foi protocolada às 17h47, segundo registro do tribunal de Brasília. A reportagem da Folha teve acesso a informações tornadas públicas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Os processos são os seguintes: 0000057-20.2017.8.26.0520, 0036961-28.2016.8.26.0050, 0036960-43.2016.8.26.0050 e 0032415-27.2016.8.26.0050. Qualquer advogado ou pessoa cadastrada no site do tribunal pode acessar os autos. O advogado da Casa Civil diz que a ação para impedir a publicação de informações sobre a primeira-dama "serve a evitar prejuízo irreparável à autora, que, caso tenha sua intimidade exposta indevidamente pelos veículos de comunicação, que mais uma vez estão a confundir informação com violação da privacidade de uma pessoa pública". O diretor jurídico do Grupo Folha, Orlando Molina, considera que a decisão atenta contra a liberdade de imprensa. "Eu vejo como uma tentativa brutal de impedir a liberdade de informação", diz. "Isso configura censura ao veículo de imprensa." A Folha vai recorrer da decisão.
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Correa admite 2º turno no Equador, mas mantém confiança em vitória
O presidente do Equador, Rafael Correa, admitiu nesta quarta-feira (22) que haverá segundo turno na sua sucessão, mas se mostrou confiante em uma vitória do aliado Lenín Moreno sobre o opositor Guillermo Lasso. O mandatário qualificou o rival como "o candidato mais fácil de derrotar" em 2 de abril. "Não devemos esquecer seus antecedentes, sabemos os milhões que tem", disse, em referência ao passado de Lasso como banqueiro. Ele ainda criticou a proposta de política externa do adversário. "Ele não sabe o que diz. Fala da Unasul, tentará desunir nações, que não dará mais asilo a [Julian] Assange [fundador do Wikileaks]. Tomara que o mundo reaja. Lasso é uma vergonha para todos nós." Apesar de reconhecer a nova disputa, Correa disse que é necessário recontar os votos porque, para ele, a diferença de Moreno para Lasso é "de mais de um milhão" e que a vitória de seu partido "é contundente". Questionado sobre uma hipotética vitória da oposição, que não acredita que possa acontecer, o presidente advertiu que pode mudar seus planos de morar na Europa após o fim de seu mandato, em maio próximo. "Terei que estar no momento histórico que se requer, recuperar e não deixar perder o que conquistamos. Poderia ter concorrido, tenho uma responsabilidade com o país, vamos nos ver em uns anos, e voltaríamos a derrotá-los." Com 99,18% dos votos apurados, Lenín Moreno tem 39,35% dos votos, contra 28,13 de Guillermo Lasso. O governista tem uma diferença de 11 pontos para o opositor, mas não os 40% que garantiria a vitória no primeiro turno. Embora Correa esteja otimista, a tendência é que os votos da terceira colocada no pleito, Cynthia Vitteri, com 16,28%, devam ir para Lasso. Na noite de domingo (19), ela anunciou seu apoio a ele.
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Correa admite 2º turno no Equador, mas mantém confiança em vitóriaO presidente do Equador, Rafael Correa, admitiu nesta quarta-feira (22) que haverá segundo turno na sua sucessão, mas se mostrou confiante em uma vitória do aliado Lenín Moreno sobre o opositor Guillermo Lasso. O mandatário qualificou o rival como "o candidato mais fácil de derrotar" em 2 de abril. "Não devemos esquecer seus antecedentes, sabemos os milhões que tem", disse, em referência ao passado de Lasso como banqueiro. Ele ainda criticou a proposta de política externa do adversário. "Ele não sabe o que diz. Fala da Unasul, tentará desunir nações, que não dará mais asilo a [Julian] Assange [fundador do Wikileaks]. Tomara que o mundo reaja. Lasso é uma vergonha para todos nós." Apesar de reconhecer a nova disputa, Correa disse que é necessário recontar os votos porque, para ele, a diferença de Moreno para Lasso é "de mais de um milhão" e que a vitória de seu partido "é contundente". Questionado sobre uma hipotética vitória da oposição, que não acredita que possa acontecer, o presidente advertiu que pode mudar seus planos de morar na Europa após o fim de seu mandato, em maio próximo. "Terei que estar no momento histórico que se requer, recuperar e não deixar perder o que conquistamos. Poderia ter concorrido, tenho uma responsabilidade com o país, vamos nos ver em uns anos, e voltaríamos a derrotá-los." Com 99,18% dos votos apurados, Lenín Moreno tem 39,35% dos votos, contra 28,13 de Guillermo Lasso. O governista tem uma diferença de 11 pontos para o opositor, mas não os 40% que garantiria a vitória no primeiro turno. Embora Correa esteja otimista, a tendência é que os votos da terceira colocada no pleito, Cynthia Vitteri, com 16,28%, devam ir para Lasso. Na noite de domingo (19), ela anunciou seu apoio a ele.
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Alckmin revoga resolução que era usada em ações contra o governo
Uma resolução do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que fixava o número ideal de policiais civis em cada delegacia do Estado e que vinha sendo usada como base para ações na Justiça que pedem a reposição de servidores em cada unidade foi revogada pela própria gestão tucana. A resolução 105/2013, da Secretaria da Segurança Pública, era a base para as ações do Ministério Público. Em duas delas, conforme revelou a Folha nesta quarta (13), a Justiça obrigou o governo a contratar policiais em Leme e Jacareí. Outros municípios, como São José do Rio Preto, já têm pedidos semelhantes e aguardam decisão de um juiz. Assinada pelo secretário Alexandre de Moraes, a revogação da resolução foi publicada no "Diário Oficial" do Estado desta quarta. Procurado, o governo Alckmin não explicou por que revogou sua própria norma. Nas decisões de Leme e Jacareí, os juízes afirmam que o Estado descumpre a resolução 105/2013, que agora não existe mais, além de não garantir aos cidadãos o direito constitucional da segurança. Juízes e promotores apontam ainda nas decisões que, sem investigação e prisão dos criminosos, há consequente aumento da violência local. A revogação sofreu críticas de um dos promotores das ações, de especialista e do sindicato da categoria. Segundo a entidade representante dos policiais civis de São Paulo, o Estado deveria ter 8.000 servidores a mais, sendo 5.000 apenas investigadores e escrivães. 'IMPROBIDADE EXTREMA' Para o promotor Fernando Alvarez Belaz, de Jacareí, a revogação da resolução pode ser considerada um "ato de improbidade extremo" por parte do governo. Ele afirmou que vai pedir à Justiça que obrigue o governo a apresentar todo o ato administrativo que resultou na revogação da norma. "Vamos apurar se a revogação atendeu necessidades administrativas ou se foi apenas uma medida imoral, para alegar que a ação perdeu objeto", disse Belaz. Na cidade do Vale do Paraíba, a Justiça determinou que o Estado reserve 12 investigadores e 13 escrivães do concurso público atual para as delegacias locais. A decisão também diz que os policiais civis estão impedidos de atuar em operação no litoral, sob multa de R$ 10 mil por dia –valor referente a cada policial destacado. Segundo a Justiça, o deficit de policiais em Jacareí, que tem 226,5 mil habitantes, é de 77 servidores. No caso de Leme, a decisão diz que o Estado tem 30 dias para garantir os 49 policiais previstos na resolução. Hoje, o número é de 31 servidores. O analista criminal Guaracy Mingardi, integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse acreditar que o Estado de São Paulo age de "má-fé" no caso. "Não há como fugir disso. O Estado cria uma resolução e, quando ela passa a ser um problema, o mesmo Estado decide revogá-la, sem alternativas", disse. Ele apontou que o deficit na Polícia Civil é agravado pelo papel atual da corporação, "que faz trabalho de cartório em vez de investigar crimes". Em São José do Rio Preto, a Promotoria pede 76 policiais na cidade, de acordo com o que previa a resolução. OUTRO LADO O governo Geraldo Alckmin (PSDB) não explicou os motivos que levaram à revogação da resolução 105/2013, que fixa o número de policiais em cada delegacia do Estado. Em nota enviada à reportagem nesta quarta (13), a assessoria da Secretaria da Segurança Pública apenas se referiu às decisões da Justiça. Informou, por exemplo, que o Estado vai recorrer nos casos de Jacareí e Leme. Segundo a nota, o recurso é necessário "uma vez que a gestão administrativa e orçamentária para contratações dos servidores do Executivo deve ser realizada por seus órgãos, dentro das limitações de responsabilidade fiscal." De acordo com a assessoria, o Ministério Público tem 12,25% de cargos vagos de seus membros e 15,5% de cargos vagos em relação aos seus servidores, pois respeita as mesmas regras de contratação do Poder Executivo. A assessoria informou ainda que a secretaria investe no reforço do efetivo da Polícia Civil e que, desde 2011, foram contratados 2.960 policiais civis para todo o Estado, sendo 921 empossados neste ano.
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Alckmin revoga resolução que era usada em ações contra o governoUma resolução do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que fixava o número ideal de policiais civis em cada delegacia do Estado e que vinha sendo usada como base para ações na Justiça que pedem a reposição de servidores em cada unidade foi revogada pela própria gestão tucana. A resolução 105/2013, da Secretaria da Segurança Pública, era a base para as ações do Ministério Público. Em duas delas, conforme revelou a Folha nesta quarta (13), a Justiça obrigou o governo a contratar policiais em Leme e Jacareí. Outros municípios, como São José do Rio Preto, já têm pedidos semelhantes e aguardam decisão de um juiz. Assinada pelo secretário Alexandre de Moraes, a revogação da resolução foi publicada no "Diário Oficial" do Estado desta quarta. Procurado, o governo Alckmin não explicou por que revogou sua própria norma. Nas decisões de Leme e Jacareí, os juízes afirmam que o Estado descumpre a resolução 105/2013, que agora não existe mais, além de não garantir aos cidadãos o direito constitucional da segurança. Juízes e promotores apontam ainda nas decisões que, sem investigação e prisão dos criminosos, há consequente aumento da violência local. A revogação sofreu críticas de um dos promotores das ações, de especialista e do sindicato da categoria. Segundo a entidade representante dos policiais civis de São Paulo, o Estado deveria ter 8.000 servidores a mais, sendo 5.000 apenas investigadores e escrivães. 'IMPROBIDADE EXTREMA' Para o promotor Fernando Alvarez Belaz, de Jacareí, a revogação da resolução pode ser considerada um "ato de improbidade extremo" por parte do governo. Ele afirmou que vai pedir à Justiça que obrigue o governo a apresentar todo o ato administrativo que resultou na revogação da norma. "Vamos apurar se a revogação atendeu necessidades administrativas ou se foi apenas uma medida imoral, para alegar que a ação perdeu objeto", disse Belaz. Na cidade do Vale do Paraíba, a Justiça determinou que o Estado reserve 12 investigadores e 13 escrivães do concurso público atual para as delegacias locais. A decisão também diz que os policiais civis estão impedidos de atuar em operação no litoral, sob multa de R$ 10 mil por dia –valor referente a cada policial destacado. Segundo a Justiça, o deficit de policiais em Jacareí, que tem 226,5 mil habitantes, é de 77 servidores. No caso de Leme, a decisão diz que o Estado tem 30 dias para garantir os 49 policiais previstos na resolução. Hoje, o número é de 31 servidores. O analista criminal Guaracy Mingardi, integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse acreditar que o Estado de São Paulo age de "má-fé" no caso. "Não há como fugir disso. O Estado cria uma resolução e, quando ela passa a ser um problema, o mesmo Estado decide revogá-la, sem alternativas", disse. Ele apontou que o deficit na Polícia Civil é agravado pelo papel atual da corporação, "que faz trabalho de cartório em vez de investigar crimes". Em São José do Rio Preto, a Promotoria pede 76 policiais na cidade, de acordo com o que previa a resolução. OUTRO LADO O governo Geraldo Alckmin (PSDB) não explicou os motivos que levaram à revogação da resolução 105/2013, que fixa o número de policiais em cada delegacia do Estado. Em nota enviada à reportagem nesta quarta (13), a assessoria da Secretaria da Segurança Pública apenas se referiu às decisões da Justiça. Informou, por exemplo, que o Estado vai recorrer nos casos de Jacareí e Leme. Segundo a nota, o recurso é necessário "uma vez que a gestão administrativa e orçamentária para contratações dos servidores do Executivo deve ser realizada por seus órgãos, dentro das limitações de responsabilidade fiscal." De acordo com a assessoria, o Ministério Público tem 12,25% de cargos vagos de seus membros e 15,5% de cargos vagos em relação aos seus servidores, pois respeita as mesmas regras de contratação do Poder Executivo. A assessoria informou ainda que a secretaria investe no reforço do efetivo da Polícia Civil e que, desde 2011, foram contratados 2.960 policiais civis para todo o Estado, sendo 921 empossados neste ano.
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Juiz chileno denuncia dez ex-militares pela morte do cantor Victor Jara
Um juiz indiciou dez antigos oficiais militares pela morte do cantor e ativista Victor Jara em 1973, pouco após o golpe que deu início à ditadura militar chilena (1973-1990). As denúncias contra os agentes, anunciadas na noite desta quarta-feira (22) pelo juiz Miguel Vazquez, incluem os crimes de homicídio e sequestro no episódio da morte de Jara e do ex-chefe da polícia militar Littre Quiroga Carvajal. Jara foi levado à força até o porão de um estádio que foi convertido em um centro de detenção e tortura após o golpe de 11 de setembro de 1973. O cantor era filiado ao Partido Comunista e muitas pessoas acreditam que, caso estivesse vivo, ele poderia ser uma poderosa voz contrária à ditadura instaurada pelo general Augusto Pinochet. No entanto, ele foi torturado no Estádio Chile, em Santiago, antes de ser alvo de 40 tiros. Sua morte representou uma ameaça para aqueles que questionavam a autoridade de Pinochet.
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Juiz chileno denuncia dez ex-militares pela morte do cantor Victor JaraUm juiz indiciou dez antigos oficiais militares pela morte do cantor e ativista Victor Jara em 1973, pouco após o golpe que deu início à ditadura militar chilena (1973-1990). As denúncias contra os agentes, anunciadas na noite desta quarta-feira (22) pelo juiz Miguel Vazquez, incluem os crimes de homicídio e sequestro no episódio da morte de Jara e do ex-chefe da polícia militar Littre Quiroga Carvajal. Jara foi levado à força até o porão de um estádio que foi convertido em um centro de detenção e tortura após o golpe de 11 de setembro de 1973. O cantor era filiado ao Partido Comunista e muitas pessoas acreditam que, caso estivesse vivo, ele poderia ser uma poderosa voz contrária à ditadura instaurada pelo general Augusto Pinochet. No entanto, ele foi torturado no Estádio Chile, em Santiago, antes de ser alvo de 40 tiros. Sua morte representou uma ameaça para aqueles que questionavam a autoridade de Pinochet.
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Candidatos a delator correm para fechar acordo sob Janot
A Procuradoria-Geral da República está acelerando os trabalhos para finalizar a negociação de pelo menos cinco acordos de delação premiada até a saída do chefe do órgão, Rodrigo Janot, em 17 de setembro. Segundo relatos de investigadores à Folha, o procurador-geral e sua equipe pretendem concluir as tratativas com a empreiteira OAS, o ex-ministro Antonio Palocci, o empresário Henrique Constantino, sócio da Gol, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Bolonha Funaro. O grupo dedicado à Lava Jato tem trabalhado intensamente –na semana passada, procuradores fizeram reuniões até as 23h30. Advogados da JBS, que entregarão mais 20 anexos (volumes) para complementar os depoimentos, também estiveram no local. Advogados afirmam que não sabem o que esperar de negociações com a futura procuradora-geral, Raquel Dodge –principalmente, o que sua equipe exigirá para negociar delações. Os defensores dizem que já conhecem a dinâmica do grupo de Janot e os assuntos que despertam seu interesse. Os investigadores alertam, nos bastidores, que finalizar uma negociação não significa necessariamente que a delação premiada será assinada. Pode haver casos em que a PGR opte por encerrar as conversas sem chegar a um acerto, por exemplo. A procuradoria, porém, priorizou essas cinco delações porque acredita que são grandes as chances de serem homologadas pelo Supremo até setembro, ainda na gestão de Janot. VAZAMENTOS Envolvidos nas tratativas relatam que o acordo mais avançado é o da OAS, em negociação há mais de um ano. As conversas foram interrompidas por oito meses, após vazamentos, e retomadas em março. A empresa fechou o conteúdo do que vai revelar e passará a discutir em no máximo duas semanas os benefícios para os potenciais delatores. Henrique Constantino é um dos mais adiantados na fila, mas tem enfrentado dificuldades na fase final. Seus advogados chegaram a viajar duas vezes para Brasília para firmar o acordo, que ainda não saiu. Os procuradores estão exigindo mais informações, as quais o candidato a delator afirma não ter. As conversas empacaram. A negociação de Palocci é outra que ganhou fôlego. Apesar da proposta inicial –sem nomes com foro privilegiado e sem que ele assumisse a prática de crimes– ter decepcionado os investigadores, o ex-ministro apresentou uma nova leva de assuntos, cerca de 40 no total, com fatos mais consistentes e políticos com foro. Na últimas semanas, segundo quem o visitou na prisão, em Curitiba, Palocci tem dado sinais de mais otimismo sobre seu acordo. No caso de Cunha e de Funaro –este último apontado como operador do político do PMDB–, o discurso que os procuradores têm adotado é o de que só aceitarão celebrar a delação com um dos dois, sobretudo pelo fato de ambos terem atuado em um mesmo esquema. A força-tarefa de Curitiba já se mostrou contrária a um acordo com Cunha. Sua preferência é por Funaro. Mesmo assim, não está descartado que Janot mude de ideia e assine com ambos, como aconteceu em situações anteriores quando passou a ser procurado por várias empreiteiras simultaneamente. FATOR SURPRESA Dois advogados relataram à Folha, sob a condição de não serem identificados, que ainda paira dúvida sobre o comportamento de Dodge. Para eles, Dodge foi colocada na Procuradoria pelo Palácio do Planalto sob a expectativa de frear a Lava Jato –algo que ela tem negado. Um dos casos mais delicados é o de Cunha, que apresenta como trunfo fatos diretamente ligados a Temer. Há a preocupação da defesa de que, se Temer cair, a PGR perca o interesse em um eventual acordo. Dodge confidenciou a colegas que está apreensiva com o que vai herdar. Após se dedicar à análise do orçamento do órgão para 2018, ela já adiantou que se passará a estudar as delações premiadas que estão pendentes.
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Candidatos a delator correm para fechar acordo sob JanotA Procuradoria-Geral da República está acelerando os trabalhos para finalizar a negociação de pelo menos cinco acordos de delação premiada até a saída do chefe do órgão, Rodrigo Janot, em 17 de setembro. Segundo relatos de investigadores à Folha, o procurador-geral e sua equipe pretendem concluir as tratativas com a empreiteira OAS, o ex-ministro Antonio Palocci, o empresário Henrique Constantino, sócio da Gol, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Bolonha Funaro. O grupo dedicado à Lava Jato tem trabalhado intensamente –na semana passada, procuradores fizeram reuniões até as 23h30. Advogados da JBS, que entregarão mais 20 anexos (volumes) para complementar os depoimentos, também estiveram no local. Advogados afirmam que não sabem o que esperar de negociações com a futura procuradora-geral, Raquel Dodge –principalmente, o que sua equipe exigirá para negociar delações. Os defensores dizem que já conhecem a dinâmica do grupo de Janot e os assuntos que despertam seu interesse. Os investigadores alertam, nos bastidores, que finalizar uma negociação não significa necessariamente que a delação premiada será assinada. Pode haver casos em que a PGR opte por encerrar as conversas sem chegar a um acerto, por exemplo. A procuradoria, porém, priorizou essas cinco delações porque acredita que são grandes as chances de serem homologadas pelo Supremo até setembro, ainda na gestão de Janot. VAZAMENTOS Envolvidos nas tratativas relatam que o acordo mais avançado é o da OAS, em negociação há mais de um ano. As conversas foram interrompidas por oito meses, após vazamentos, e retomadas em março. A empresa fechou o conteúdo do que vai revelar e passará a discutir em no máximo duas semanas os benefícios para os potenciais delatores. Henrique Constantino é um dos mais adiantados na fila, mas tem enfrentado dificuldades na fase final. Seus advogados chegaram a viajar duas vezes para Brasília para firmar o acordo, que ainda não saiu. Os procuradores estão exigindo mais informações, as quais o candidato a delator afirma não ter. As conversas empacaram. A negociação de Palocci é outra que ganhou fôlego. Apesar da proposta inicial –sem nomes com foro privilegiado e sem que ele assumisse a prática de crimes– ter decepcionado os investigadores, o ex-ministro apresentou uma nova leva de assuntos, cerca de 40 no total, com fatos mais consistentes e políticos com foro. Na últimas semanas, segundo quem o visitou na prisão, em Curitiba, Palocci tem dado sinais de mais otimismo sobre seu acordo. No caso de Cunha e de Funaro –este último apontado como operador do político do PMDB–, o discurso que os procuradores têm adotado é o de que só aceitarão celebrar a delação com um dos dois, sobretudo pelo fato de ambos terem atuado em um mesmo esquema. A força-tarefa de Curitiba já se mostrou contrária a um acordo com Cunha. Sua preferência é por Funaro. Mesmo assim, não está descartado que Janot mude de ideia e assine com ambos, como aconteceu em situações anteriores quando passou a ser procurado por várias empreiteiras simultaneamente. FATOR SURPRESA Dois advogados relataram à Folha, sob a condição de não serem identificados, que ainda paira dúvida sobre o comportamento de Dodge. Para eles, Dodge foi colocada na Procuradoria pelo Palácio do Planalto sob a expectativa de frear a Lava Jato –algo que ela tem negado. Um dos casos mais delicados é o de Cunha, que apresenta como trunfo fatos diretamente ligados a Temer. Há a preocupação da defesa de que, se Temer cair, a PGR perca o interesse em um eventual acordo. Dodge confidenciou a colegas que está apreensiva com o que vai herdar. Após se dedicar à análise do orçamento do órgão para 2018, ela já adiantou que se passará a estudar as delações premiadas que estão pendentes.
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Temer sofre pressão de senadores e reclama das exigências deles
O presidente interino Michel Temer está sob intensa pressão de senadores que se dizem indecisos sobre o impeachment. Há alguns dias, vem revelando desconforto com a barganha e as exigências feitas por alguns deles. "Então votem na Dilma", já chegou a dizer, em mais de uma ocasião. PRESSÃO MÁXIMA De acordo com o relato de dois interlocutores diretos de Temer, o presidente interino está "exaurido" com o que um deles define como "chantagem explícita" de parlamentares que ainda não tomaram posição sobre o impedimento da petista. AMIGO É O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avisou Michel Temer que, até agora, o nome dele não aparece diretamente envolvido na Operação Lava Jato, apesar do comprometimento de quase toda a cúpula do PMDB no escândalo. Os dois têm bom diálogo. EM PESSOA O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, citou o marqueteiro Valdemir Garreta, do PT, nos novos depoimentos que deu na Operação Lava Jato. Disse que ele estava presente na reunião com Aloizio Mercadante em que foi decidida a contribuição, inclusive por caixa dois, para a campanha do petista ao governo de SP, em 2010. OUTRO LADO Garreta fez o marketing de Mercadante na campanha de 2010. Alguns anos depois, trabalhou para o próprio Ricardo Pessoa. NO TRIBUNAL O advogado Alberto Toron defenderá Dilma Rousseff no inquérito em que Janot a acusa de tentar obstruir a Justiça ao nomear Lula ministro de seu governo. O petista foi nomeado em março, mas não chegou a exercer o cargo. CONVITE O físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp, reúne nesta quinta (9) intelectuais, professores e jornalistas para uma conversa com a presidente afastada Dilma Rousseff em sua casa, em Campinas. Entre os convidados estão Luiz Gonzaga Belluzzo, Márcio Pochmann, João Manuel Cardoso de Mello e o colunista da Folha Marcelo Coelho. BILHETE O encontro estava marcado para esta quarta (8). Mas, como agora tem que viajar em avião de carreira, já que o presidente interino Michel Temer só permitiu que ela usasse jatos da FAB para se deslocar de Brasília a Porto Alegre, Dilma pediu que fosse transferido para esta quinta (9). A viagem a Campinas será uma das primeiras que ela fará em voo comercial. DIAS DE LUTA A pré-estreia do filme "Mais Forte Que o Mundo", de Afonso Poyart, teve a presença de atores do elenco como José Loreto, Cleo Pires, Jackson Antunes, Claudia Ohana e Milhem Cortaz. O lutador José Aldo, cuja história é contada no longa, o ator Felipe Folgosi e o estilista Dudu Bertholini assistiram à sessão, na segunda (6), no shopping Eldorado. RESPEITA AS MINA A atriz Roberta Estrela D'Alva será a nova apresentadora do programa "Manos e Minas", da TV Cultura. A atração já teve à frente os rappers Thaíde, Max B.O. e Rappin' Hood e apenas uma mulher, a cantora Anelis Assumpção. "A falta de representação das mulheres na cultura do hip hop é um reflexo da falta de representação na sociedade. Mas aos poucos a gente vai mudando", diz Roberta. PARA PREVENIR O projeto que dá a mulheres e idosos o direito de descer do ônibus fora do ponto entre as 22h e as 5h foi aprovado em primeira votação na Câmara Municipal de SP nesta terça (7). "É uma ação preventiva. A violência contra a mulher no Brasil é uma epidemia mais forte que a da dengue", diz o vereador Gilberto Natalini (PV-SP), autor do texto. Ele priorizou o andamento após a mobilização nacional em torno do tema. MESA CHEIA A empresária Carin Mofarrej e o médico Vicente Odone Filho estiveram no jantar beneficente promovido pelo Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil) e pelo Centro Assistencial Cruz de Malta, no domingo (5). Rose Setubal, conselheira da Fundação Tide Setubal, também compareceu. CURTO-CIRCUITO João Benedicto de Azevedo Marques lança o livro "Impeachment e Democracia", nesta quarta (8), das 18h30 às 21h30, na Livraria da Vila da alameda Lorena. Nicole Terppins, diretora do Estaleiro Atlântico Sul, foi indicada ao Global Corporate Counsel Award na categoria General Commercial. O designer de joias Jack Vartanian realiza evento beneficente nesta quarta (8) na loja da Bela Cintra. Em prol dos pacientes da Santa Casa. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Temer sofre pressão de senadores e reclama das exigências delesO presidente interino Michel Temer está sob intensa pressão de senadores que se dizem indecisos sobre o impeachment. Há alguns dias, vem revelando desconforto com a barganha e as exigências feitas por alguns deles. "Então votem na Dilma", já chegou a dizer, em mais de uma ocasião. PRESSÃO MÁXIMA De acordo com o relato de dois interlocutores diretos de Temer, o presidente interino está "exaurido" com o que um deles define como "chantagem explícita" de parlamentares que ainda não tomaram posição sobre o impedimento da petista. AMIGO É O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avisou Michel Temer que, até agora, o nome dele não aparece diretamente envolvido na Operação Lava Jato, apesar do comprometimento de quase toda a cúpula do PMDB no escândalo. Os dois têm bom diálogo. EM PESSOA O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, citou o marqueteiro Valdemir Garreta, do PT, nos novos depoimentos que deu na Operação Lava Jato. Disse que ele estava presente na reunião com Aloizio Mercadante em que foi decidida a contribuição, inclusive por caixa dois, para a campanha do petista ao governo de SP, em 2010. OUTRO LADO Garreta fez o marketing de Mercadante na campanha de 2010. Alguns anos depois, trabalhou para o próprio Ricardo Pessoa. NO TRIBUNAL O advogado Alberto Toron defenderá Dilma Rousseff no inquérito em que Janot a acusa de tentar obstruir a Justiça ao nomear Lula ministro de seu governo. O petista foi nomeado em março, mas não chegou a exercer o cargo. CONVITE O físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp, reúne nesta quinta (9) intelectuais, professores e jornalistas para uma conversa com a presidente afastada Dilma Rousseff em sua casa, em Campinas. Entre os convidados estão Luiz Gonzaga Belluzzo, Márcio Pochmann, João Manuel Cardoso de Mello e o colunista da Folha Marcelo Coelho. BILHETE O encontro estava marcado para esta quarta (8). Mas, como agora tem que viajar em avião de carreira, já que o presidente interino Michel Temer só permitiu que ela usasse jatos da FAB para se deslocar de Brasília a Porto Alegre, Dilma pediu que fosse transferido para esta quinta (9). A viagem a Campinas será uma das primeiras que ela fará em voo comercial. DIAS DE LUTA A pré-estreia do filme "Mais Forte Que o Mundo", de Afonso Poyart, teve a presença de atores do elenco como José Loreto, Cleo Pires, Jackson Antunes, Claudia Ohana e Milhem Cortaz. O lutador José Aldo, cuja história é contada no longa, o ator Felipe Folgosi e o estilista Dudu Bertholini assistiram à sessão, na segunda (6), no shopping Eldorado. RESPEITA AS MINA A atriz Roberta Estrela D'Alva será a nova apresentadora do programa "Manos e Minas", da TV Cultura. A atração já teve à frente os rappers Thaíde, Max B.O. e Rappin' Hood e apenas uma mulher, a cantora Anelis Assumpção. "A falta de representação das mulheres na cultura do hip hop é um reflexo da falta de representação na sociedade. Mas aos poucos a gente vai mudando", diz Roberta. PARA PREVENIR O projeto que dá a mulheres e idosos o direito de descer do ônibus fora do ponto entre as 22h e as 5h foi aprovado em primeira votação na Câmara Municipal de SP nesta terça (7). "É uma ação preventiva. A violência contra a mulher no Brasil é uma epidemia mais forte que a da dengue", diz o vereador Gilberto Natalini (PV-SP), autor do texto. Ele priorizou o andamento após a mobilização nacional em torno do tema. MESA CHEIA A empresária Carin Mofarrej e o médico Vicente Odone Filho estiveram no jantar beneficente promovido pelo Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil) e pelo Centro Assistencial Cruz de Malta, no domingo (5). Rose Setubal, conselheira da Fundação Tide Setubal, também compareceu. CURTO-CIRCUITO João Benedicto de Azevedo Marques lança o livro "Impeachment e Democracia", nesta quarta (8), das 18h30 às 21h30, na Livraria da Vila da alameda Lorena. Nicole Terppins, diretora do Estaleiro Atlântico Sul, foi indicada ao Global Corporate Counsel Award na categoria General Commercial. O designer de joias Jack Vartanian realiza evento beneficente nesta quarta (8) na loja da Bela Cintra. Em prol dos pacientes da Santa Casa. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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A necessária busca da verdade
O dia 16 de setembro de 2015 ficará marcado para sempre na memória das famílias de nossa comunidade, de alunos, de professores e de funcionários da nossa escola. Desde esse dia, temos contribuído e seguiremos contribuindo com as autoridades responsáveis pela condução das investigações, sempre empenhados na busca de respostas e na elucidação do trágico falecimento de nossa aluna Victória Mafra Natalini durante uma tradicional viagem pedagógica. Realizadas há mais de quatro décadas no Brasil, essas viagens são parte do currículo pedagógico da Escola Waldorf Rudolf Steiner. A metodologia, com uma visão holística dos indivíduos, idealizada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, tem transformado, há 60 anos, a vida de cidadãos brasileiros e estrangeiros, muitos dos quais se tornam agentes multiplicadores dessa proposta pedagógica. Atualmente, esse método de ensino está presente em mais de mil escolas localizadas em 60 países - na Europa, nas Américas, na África e na Oceania. É um instrumento escolhido por pais e educadores para formar crianças e jovens de diferentes raças, credos e culturas. O conteúdo de cada ano letivo é adequado à idade dos alunos. O currículo diferenciado proporciona uma visão ampla das matérias e prepara o jovem para o exercício da cidadania. Viagens pedagógicas de estudos aplicados também complementam o conteúdo teórico de diversas matérias. Durante uma dessas viagens curriculares, com uma turma de 34 alunos do décimo ano, de jovens entre 16 e 17 anos, Victória participava de um trabalho prático de campo de topografia, desenvolvido como parte curricular da disciplina de matemática. Consistia em medir, mapear terrenos e calcular áreas. Nessa mesma fazenda, a escola desenvolve, há 10 anos, atividades pedagógicas e passeios de classe com pais, alunos e professores. É amplamente conhecida no setor e também utilizada por outras escolas. Em todas atividades pedagógicas, internas ou externas, a escola sempre disponibiliza equipes de profissionais capacitados para atender aos alunos. Naquela viagem, havia cinco adultos (dois professores e três topógrafos) que supervisionavam o trabalho e a rotina dos jovens ao longo da semana. Além dos profissionais da escola, havia também a equipe fornecida pela própria fazenda, responsável pela alimentação e pelo alojamento dos alunos. Desde o momento em que se confirmou a ausência de Victória, nossos profissionais seguiram todos os procedimentos previstos nos protocolos, em especial o acionamento de autoridades competentes -que prontamente responderam e mobilizaram suas equipes para o local, concentrando todos os esforços nas buscas. Antes de tudo, é muito importante reforçar que lamentamos profundamente o ocorrido e compartilhamos a dor da família de Victória. Seguiremos contribuindo, confiantes de que as autoridades responsáveis pelas investigações elucidarão o que aconteceu e apurarão a verdade. Também é importante salientar que somente tais autoridades possuem a autonomia, a responsabilidade e a competência para emitir conclusões sobre as circunstâncias que levaram, infelizmente, ao falecimento de Victória. DENIS SIPAS SIQUEIRA, 47, mestre em administração de empresas pela Melbourne Business School (Austrália), é gestor executivo da Escola Waldorf Rudolf Steiner PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
opiniao
A necessária busca da verdadeO dia 16 de setembro de 2015 ficará marcado para sempre na memória das famílias de nossa comunidade, de alunos, de professores e de funcionários da nossa escola. Desde esse dia, temos contribuído e seguiremos contribuindo com as autoridades responsáveis pela condução das investigações, sempre empenhados na busca de respostas e na elucidação do trágico falecimento de nossa aluna Victória Mafra Natalini durante uma tradicional viagem pedagógica. Realizadas há mais de quatro décadas no Brasil, essas viagens são parte do currículo pedagógico da Escola Waldorf Rudolf Steiner. A metodologia, com uma visão holística dos indivíduos, idealizada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, tem transformado, há 60 anos, a vida de cidadãos brasileiros e estrangeiros, muitos dos quais se tornam agentes multiplicadores dessa proposta pedagógica. Atualmente, esse método de ensino está presente em mais de mil escolas localizadas em 60 países - na Europa, nas Américas, na África e na Oceania. É um instrumento escolhido por pais e educadores para formar crianças e jovens de diferentes raças, credos e culturas. O conteúdo de cada ano letivo é adequado à idade dos alunos. O currículo diferenciado proporciona uma visão ampla das matérias e prepara o jovem para o exercício da cidadania. Viagens pedagógicas de estudos aplicados também complementam o conteúdo teórico de diversas matérias. Durante uma dessas viagens curriculares, com uma turma de 34 alunos do décimo ano, de jovens entre 16 e 17 anos, Victória participava de um trabalho prático de campo de topografia, desenvolvido como parte curricular da disciplina de matemática. Consistia em medir, mapear terrenos e calcular áreas. Nessa mesma fazenda, a escola desenvolve, há 10 anos, atividades pedagógicas e passeios de classe com pais, alunos e professores. É amplamente conhecida no setor e também utilizada por outras escolas. Em todas atividades pedagógicas, internas ou externas, a escola sempre disponibiliza equipes de profissionais capacitados para atender aos alunos. Naquela viagem, havia cinco adultos (dois professores e três topógrafos) que supervisionavam o trabalho e a rotina dos jovens ao longo da semana. Além dos profissionais da escola, havia também a equipe fornecida pela própria fazenda, responsável pela alimentação e pelo alojamento dos alunos. Desde o momento em que se confirmou a ausência de Victória, nossos profissionais seguiram todos os procedimentos previstos nos protocolos, em especial o acionamento de autoridades competentes -que prontamente responderam e mobilizaram suas equipes para o local, concentrando todos os esforços nas buscas. Antes de tudo, é muito importante reforçar que lamentamos profundamente o ocorrido e compartilhamos a dor da família de Victória. Seguiremos contribuindo, confiantes de que as autoridades responsáveis pelas investigações elucidarão o que aconteceu e apurarão a verdade. Também é importante salientar que somente tais autoridades possuem a autonomia, a responsabilidade e a competência para emitir conclusões sobre as circunstâncias que levaram, infelizmente, ao falecimento de Victória. DENIS SIPAS SIQUEIRA, 47, mestre em administração de empresas pela Melbourne Business School (Austrália), é gestor executivo da Escola Waldorf Rudolf Steiner PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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Pintura de chinês é vendida por valor recorde de US$ 35 mi em Hong Kong
Uma pintura do artista chinês Zhang Daqian foi vendida por quase US$ 35 milhões (R$ 128 milhões) em Hong Kong nesta terça-feira (5), o valor mais alto já obtido por qualquer uma de suas obras, enfatizando a grande procura por arte chinesa de qualidade apesar do desaquecimento geral do mercado. "Peach Blossom Spring", pintura de dois metros de altura em forma de papiro, obteve mais que o triplo de seu preço estimado em um leilão de primavera da casa Sotheby's, sendo arrematada por US$ 34,91 milhões, incluindo a taxa paga pelo comprador à casa de leilões. Kevin Ching, executivo-chefe da Sotheby's da Ásia, disse que o trabalho de 1982 é monumental e merece a avaliação que recebeu. "As cores são absolutamente vibrantes, e... provavelmente (é) uma das duas ou três obras mais importantes disponíveis hoje em mão de particulares", disse Ching a repórteres. Os interessados se envolveram em uma verdadeira batalha no salão lotado antes do martelo ser batido após 50 minutos tensos, o que fez deste um dos leilões mais demorados da Sotheby's nos últimos anos. Trata-se também da pintura chinesa mais cara já vendida na Sotheby's de Hong Kong. O lance vencedor foi dado pelo Museu Long de Xangai, fundado pelo magnata chinês Liu Yiqian e sua esposa, Wang Wei, e que nos últimos anos adquiriram algumas das obras de arte chinesas e ocidentais mais caras do mundo, como o "Nu deitado" de Modigliani, de 1917, por US$ 170,4 milhões. Zhang Daqian (1899-1983) é considerado por muitos como um dos grandes nomes da pintura chinesa, e teve uma carreira prolífica que incluiu passagens por Argentina, Brasil, Califórnia e Taiwan. A venda da paisagem impressionista de pessegueiros e gigantescas montanhas de turquesa com uma inscrição poética ocorreu em um momento de baixa na venda de obras de arte devido ao crescimento lento da China, a segunda maior economia do mundo, e da maior seletividade dos compradores. A venda global de obras de arte diminuiu sete por cento em 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou em US$ 63,8 bilhões, e as vendas de arte na China caíram 23 por cento no mesmo período, de acordo com o Relatório do Mercado de Arte da Tefaf, uma das maiores feiras de arte do mundo.
ilustrada
Pintura de chinês é vendida por valor recorde de US$ 35 mi em Hong KongUma pintura do artista chinês Zhang Daqian foi vendida por quase US$ 35 milhões (R$ 128 milhões) em Hong Kong nesta terça-feira (5), o valor mais alto já obtido por qualquer uma de suas obras, enfatizando a grande procura por arte chinesa de qualidade apesar do desaquecimento geral do mercado. "Peach Blossom Spring", pintura de dois metros de altura em forma de papiro, obteve mais que o triplo de seu preço estimado em um leilão de primavera da casa Sotheby's, sendo arrematada por US$ 34,91 milhões, incluindo a taxa paga pelo comprador à casa de leilões. Kevin Ching, executivo-chefe da Sotheby's da Ásia, disse que o trabalho de 1982 é monumental e merece a avaliação que recebeu. "As cores são absolutamente vibrantes, e... provavelmente (é) uma das duas ou três obras mais importantes disponíveis hoje em mão de particulares", disse Ching a repórteres. Os interessados se envolveram em uma verdadeira batalha no salão lotado antes do martelo ser batido após 50 minutos tensos, o que fez deste um dos leilões mais demorados da Sotheby's nos últimos anos. Trata-se também da pintura chinesa mais cara já vendida na Sotheby's de Hong Kong. O lance vencedor foi dado pelo Museu Long de Xangai, fundado pelo magnata chinês Liu Yiqian e sua esposa, Wang Wei, e que nos últimos anos adquiriram algumas das obras de arte chinesas e ocidentais mais caras do mundo, como o "Nu deitado" de Modigliani, de 1917, por US$ 170,4 milhões. Zhang Daqian (1899-1983) é considerado por muitos como um dos grandes nomes da pintura chinesa, e teve uma carreira prolífica que incluiu passagens por Argentina, Brasil, Califórnia e Taiwan. A venda da paisagem impressionista de pessegueiros e gigantescas montanhas de turquesa com uma inscrição poética ocorreu em um momento de baixa na venda de obras de arte devido ao crescimento lento da China, a segunda maior economia do mundo, e da maior seletividade dos compradores. A venda global de obras de arte diminuiu sete por cento em 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou em US$ 63,8 bilhões, e as vendas de arte na China caíram 23 por cento no mesmo período, de acordo com o Relatório do Mercado de Arte da Tefaf, uma das maiores feiras de arte do mundo.
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Mega-Sena pode pagar prêmio de R$ 3 milhões neste sábado
O concurso 1731 da Mega-Sena, a ser sorteado neste sábado, tem prêmio estimado em R$ 3 milhões. Na última quinta (6), duas apostas do Rio Grande do Sul dividiram o montante de R$ 27.881.748,30 –R$ 13.940.874,15 para cada. Na ocasião, os números sorteados foram 1 - 10 - 17 - 24 - 42 - 51. Para concorrer, deve-se registrar uma aposta em qualquer uma das mais de 13 mil casa lotéricas espalhadas pelo país. A aposta mínima, de seis números, custa R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio. Costumeiramente, a Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados –podendo haver concursos extras em datas comemorativas.
cotidiano
Mega-Sena pode pagar prêmio de R$ 3 milhões neste sábadoO concurso 1731 da Mega-Sena, a ser sorteado neste sábado, tem prêmio estimado em R$ 3 milhões. Na última quinta (6), duas apostas do Rio Grande do Sul dividiram o montante de R$ 27.881.748,30 –R$ 13.940.874,15 para cada. Na ocasião, os números sorteados foram 1 - 10 - 17 - 24 - 42 - 51. Para concorrer, deve-se registrar uma aposta em qualquer uma das mais de 13 mil casa lotéricas espalhadas pelo país. A aposta mínima, de seis números, custa R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio. Costumeiramente, a Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados –podendo haver concursos extras em datas comemorativas.
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Publicidade na internet não deve ter ICMS, decide tribunal de SP
Empresas que veiculam publicidade pela internet não devem pagar ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a atividade. Esse tem sido o entendimento do TIT (Tribunal de Impostos e Taxas) de São Paulo. Três decisões recentes do tribunal administrativo afastaram a cobrança do imposto estadual dessa atividade e cancelaram as autuações que ocorreram antes da entrada em vigor da lei complementar 157, em dezembro de 2016. A lei complementar definiu que a publicidade na internet faz parte da lista de serviços tributáveis pelo ISS, portanto nela não deve incidir ICMS. Antes dessa lei, os Estados consideravam que a atividade deveria ser tributada pelo ICMS. A polêmica começou em 2003, quando o governo vetou na lei complementar 116 o item que tratava da cobrança de ISS dessa atividade. Diante do veto, os Estados entenderam que poderiam, então, cobrar ICMS da publicidade na internet. A lei do ano passado, ao determinar ser serviço de ISS, e não de ICMS, resolveu o conflito de competência, no entanto trouxe a dúvida se cobranças do imposto efetuados antes da entrada em vigor da norma, em dezembro, poderiam ser questionadas. "Havia uma bola dividida entre o ISS e o ICMS, mas desde dezembro ficou definido que é ISS", afirma o advogado José Maria Arruda de Andrade, do escritório Gaia Silva Gaede Advogados, ao lembrar que a norma não pode retroagir na cobrança. "Definido que se trata de competência do ISS, os municípios somente poderiam cobrá-los após promulgar leis municipais com esse item e respeitada a anterioridade anual. No mínimo, aguardando até o início de 2018", afirma Andrade. Com as decisões do TIT, das quais ainda cabem recurso, a Fazenda estadual também não pode cobrar o imposto antes da entrada em vigor da lei. "A lei deixou claro que há cobrança de ISS a partir da publicação da norma. Agora o TIT está dizendo que não pode ocorrer cobrança de ICMS nem antes da publicação da LC 157", diz o advogado Hugo Reis do escritório Almeida Melo Advogados. "Houve um raciocínio equivocado das Fazendas estaduais de que, por não ocorrer a cobrança do ISS, elas poderiam cobrar o ICMS. Mas isso não faz o menor sentido, já que o próprio STF (Supremo Tribunal Federal) definiu que, para ocorrer essa cobrança, é necessário que haja um serviço de comunicação, e esse não é o caso", considera o advogado Fabio Goldschmidt, sócio do escritório Andrade Maia Advogados. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo disse, por meio da assessoria de imprensa, que entrará com recurso especial no próprio TIT para tentar reverter a decisão.
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Publicidade na internet não deve ter ICMS, decide tribunal de SPEmpresas que veiculam publicidade pela internet não devem pagar ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a atividade. Esse tem sido o entendimento do TIT (Tribunal de Impostos e Taxas) de São Paulo. Três decisões recentes do tribunal administrativo afastaram a cobrança do imposto estadual dessa atividade e cancelaram as autuações que ocorreram antes da entrada em vigor da lei complementar 157, em dezembro de 2016. A lei complementar definiu que a publicidade na internet faz parte da lista de serviços tributáveis pelo ISS, portanto nela não deve incidir ICMS. Antes dessa lei, os Estados consideravam que a atividade deveria ser tributada pelo ICMS. A polêmica começou em 2003, quando o governo vetou na lei complementar 116 o item que tratava da cobrança de ISS dessa atividade. Diante do veto, os Estados entenderam que poderiam, então, cobrar ICMS da publicidade na internet. A lei do ano passado, ao determinar ser serviço de ISS, e não de ICMS, resolveu o conflito de competência, no entanto trouxe a dúvida se cobranças do imposto efetuados antes da entrada em vigor da norma, em dezembro, poderiam ser questionadas. "Havia uma bola dividida entre o ISS e o ICMS, mas desde dezembro ficou definido que é ISS", afirma o advogado José Maria Arruda de Andrade, do escritório Gaia Silva Gaede Advogados, ao lembrar que a norma não pode retroagir na cobrança. "Definido que se trata de competência do ISS, os municípios somente poderiam cobrá-los após promulgar leis municipais com esse item e respeitada a anterioridade anual. No mínimo, aguardando até o início de 2018", afirma Andrade. Com as decisões do TIT, das quais ainda cabem recurso, a Fazenda estadual também não pode cobrar o imposto antes da entrada em vigor da lei. "A lei deixou claro que há cobrança de ISS a partir da publicação da norma. Agora o TIT está dizendo que não pode ocorrer cobrança de ICMS nem antes da publicação da LC 157", diz o advogado Hugo Reis do escritório Almeida Melo Advogados. "Houve um raciocínio equivocado das Fazendas estaduais de que, por não ocorrer a cobrança do ISS, elas poderiam cobrar o ICMS. Mas isso não faz o menor sentido, já que o próprio STF (Supremo Tribunal Federal) definiu que, para ocorrer essa cobrança, é necessário que haja um serviço de comunicação, e esse não é o caso", considera o advogado Fabio Goldschmidt, sócio do escritório Andrade Maia Advogados. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo disse, por meio da assessoria de imprensa, que entrará com recurso especial no próprio TIT para tentar reverter a decisão.
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Britânico mostrou como a mente humana pode ser bizarra
Conheci os livros de Oliver Sacks em 1992, no primeiro ano da minha pós-graduação. Tinha acabado de me desiludir com a genética molecular: manipulava tubinhos com líquidos transparentes, que talvez contivessem o que eu queria, talvez não. Oliver Sacks morreu em Nova York no domingo (30), aos 82 anos, em casa, devido a um câncer . Trabalhou até os últimos dias, segundo sua equipe. Ele trabalhava com assuntos que, de tão específicos, ficavam restritos ao laboratório. Foi quando um amigo perguntou se podia me falar de neurociência. Nunca mais reclamei de falta de assunto. Os livros de Sacks fizeram parte do começo da minha educação, encontrados logo nas primeiras visitas a livrarias atrás do meu novo interesse. O primeiro que li foi "O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu". Sacks ali criava um novo gênero, que ia muito além dos relatos de casos neurológicos. Ele contava as histórias de seus pacientes em uma linguagem vívida e altamente empática, com um grau de familiaridade que deixava transparecer longuíssimas sessões em seu consultório: como vive um homem que não consegue mais reconhecer o rosto de sua mulher, uma moça que não sabe onde estão suas pernas a não ser que olhe para elas. Eram histórias bizarras que não chegavam ao cidadão comum se não tivesse paciente na família. Eram histórias que mostravam quão bizarra pode ser a mente humana, quão frágil é o equilíbrio que chamamos de normalidade. Cheguei a ouvir críticas de outros neurocientistas a respeito: Sacks apenas relatava casos, não os investigava ou oferecia explicações, ao contrário do que mais tarde o também neurologista e escritor V. S. Ramachandran viria a fazer, trilhando os passos de Sacks. Mas isso não me incomodava. Sacks era um brilhante observador da mente humana, inclusive quando o paciente era ele mesmo (como no livro "Com uma Perna Só"). Que bom que a ciência e a medicina que ele tanto admirava lhe permitiram viver 82 anos entre nós.
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Britânico mostrou como a mente humana pode ser bizarraConheci os livros de Oliver Sacks em 1992, no primeiro ano da minha pós-graduação. Tinha acabado de me desiludir com a genética molecular: manipulava tubinhos com líquidos transparentes, que talvez contivessem o que eu queria, talvez não. Oliver Sacks morreu em Nova York no domingo (30), aos 82 anos, em casa, devido a um câncer . Trabalhou até os últimos dias, segundo sua equipe. Ele trabalhava com assuntos que, de tão específicos, ficavam restritos ao laboratório. Foi quando um amigo perguntou se podia me falar de neurociência. Nunca mais reclamei de falta de assunto. Os livros de Sacks fizeram parte do começo da minha educação, encontrados logo nas primeiras visitas a livrarias atrás do meu novo interesse. O primeiro que li foi "O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu". Sacks ali criava um novo gênero, que ia muito além dos relatos de casos neurológicos. Ele contava as histórias de seus pacientes em uma linguagem vívida e altamente empática, com um grau de familiaridade que deixava transparecer longuíssimas sessões em seu consultório: como vive um homem que não consegue mais reconhecer o rosto de sua mulher, uma moça que não sabe onde estão suas pernas a não ser que olhe para elas. Eram histórias bizarras que não chegavam ao cidadão comum se não tivesse paciente na família. Eram histórias que mostravam quão bizarra pode ser a mente humana, quão frágil é o equilíbrio que chamamos de normalidade. Cheguei a ouvir críticas de outros neurocientistas a respeito: Sacks apenas relatava casos, não os investigava ou oferecia explicações, ao contrário do que mais tarde o também neurologista e escritor V. S. Ramachandran viria a fazer, trilhando os passos de Sacks. Mas isso não me incomodava. Sacks era um brilhante observador da mente humana, inclusive quando o paciente era ele mesmo (como no livro "Com uma Perna Só"). Que bom que a ciência e a medicina que ele tanto admirava lhe permitiram viver 82 anos entre nós.
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Ataque contra missão de paz da ONU no Mali deixa mortos e feridos
Homens armados atacaram uma base de paz da ONU em Kidal, norte do Mali, neste sábado (28). "O ataque aconteceu por volta das 4h. Quatro ou cinco foguetes caíram dentro da base. Algumas pessoas ficaram feridas, mas ainda é muito cedo para um número preciso", disse o porta-voz da organização, Olivier Salgado. Pelo menos 3 pessoas morreram e outras 15 se feriram, de acordo com agências internacionais de notícias. Os mortos são soldados de Guiné e um funcionário civil da própria base, localizada no norte do Mali. Entre os feridos há três em estado grave. A região entrou em estado de alerta, com avisos à população que trabalha perto do aeroporto para que não saia de casa, afirmou um engenheiro que trabalha na área. Kidal é considerada a "capital dos tuaregues" e está fora da autoridade do governo central, por estar controlada por grupos separatistas que impõem sua própria lei. SEQUESTRO NO HOTEL As tropas da França e as forças da ONU estão lutando para estabilizar a ex-colônia francesa. Em 20 de novembro, um grupo de extremistas islâmicos abriu fogo contra o hotel de luxo Radisson Blu, em pleno centro de Bamaco, capital do Mali. Eles mantiveram mais de 170 hóspedes e funcionários reféns por horas. A ação acabou 19 pessoas mortas. A Al-Qaeda do Magreb Islâmico e um de seus ramos na região, o grupo radical islâmico Al-Murabitoun, reivindicaram a autoria do atentado. Mali
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Ataque contra missão de paz da ONU no Mali deixa mortos e feridosHomens armados atacaram uma base de paz da ONU em Kidal, norte do Mali, neste sábado (28). "O ataque aconteceu por volta das 4h. Quatro ou cinco foguetes caíram dentro da base. Algumas pessoas ficaram feridas, mas ainda é muito cedo para um número preciso", disse o porta-voz da organização, Olivier Salgado. Pelo menos 3 pessoas morreram e outras 15 se feriram, de acordo com agências internacionais de notícias. Os mortos são soldados de Guiné e um funcionário civil da própria base, localizada no norte do Mali. Entre os feridos há três em estado grave. A região entrou em estado de alerta, com avisos à população que trabalha perto do aeroporto para que não saia de casa, afirmou um engenheiro que trabalha na área. Kidal é considerada a "capital dos tuaregues" e está fora da autoridade do governo central, por estar controlada por grupos separatistas que impõem sua própria lei. SEQUESTRO NO HOTEL As tropas da França e as forças da ONU estão lutando para estabilizar a ex-colônia francesa. Em 20 de novembro, um grupo de extremistas islâmicos abriu fogo contra o hotel de luxo Radisson Blu, em pleno centro de Bamaco, capital do Mali. Eles mantiveram mais de 170 hóspedes e funcionários reféns por horas. A ação acabou 19 pessoas mortas. A Al-Qaeda do Magreb Islâmico e um de seus ramos na região, o grupo radical islâmico Al-Murabitoun, reivindicaram a autoria do atentado. Mali
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Inpe aguarda posse de novo diretor há 4 meses; pesquisadores se queixam
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), passa por uma transição de direção que já leva alguns meses. A demora, segundo alguns pesquisadores, trouxe um clima de insegurança à instituição. O mandato do atual diretor, o engenheiro Leonel Perondi, teria terminado em maio, quatro anos após assumir o cargo, em 2012. Isso se o escolhido, o também engenheiro Ricardo Galvão, tivesse a nomeação oficializada pela publicação no "Diário Oficial" da União. Ele é professor titular da USP e ocupava até recentemente o posto de presidente da Sociedade Brasileira da Física (SBF), de onde teve de sair para poder assumir a nova função. O processo de escolha do novo diretor se iniciou em janeiro, com a formação de um comitê de busca responsável por enviar uma lista tríplice ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações Comunicações (MCTIC), ao qual o Inpe é vinculado. Em 16 de junho, informa o MCTIC, foi enviado um ofício para a Casa Civil solicitando a publicação no DOU. Por sua vez, a Casa Civil disse à Folha por meio de sua assessoria que não há previsão de publicação da nomeação. TEORIAS O ex-diretor do Inpe Gilberto Câmara, especialista em geoinformática, especula que a saída possa ter a ver com um possível desprestígio do ministro do MCTIC Gilberto Kassab (PSD) frente à Casa Civil, do ministro Eliseu Padilha (PMDB). "Vivemos uma situação de limbo. O MCTIC anunciou o novo diretor, mas essa nomeação não sai. Parece um pouco de descaso com a ciência e a tecnologia", afirma. "A explicação é a que o governo não anda". Para o pesquisador Acioli de Olivo, o motivo pode ser a falta de apoio parlamentar. "Eles estão atendendo ao interesse da base aliada –e não tem como aparelhar o Inpe." O atual diretor, Leonel Perondi, sugere que o prazo alargado pode ser semelhante ao que levou para sua nomeação sair, entre 2011 e 2012, de cinco meses. "A demora também pode se dever às mudanças de ministro, foram três nos últimos meses. Também há um rito, um escrutínio do candidato escolhido", diz. Ricardo Galvão diz não acreditar que a demora se dê por má vontade política e sim por uma questão de "conjectura" do governo. "Estou a par da maioria das questões. Como já fui do Inpe (entre 1986 e 1990) ainda conheço algumas pessoas. Desde que fui indicado, tenho tido conversas e já fiz um levantamento razoável dos problemas." Um dos principais desafios deve ser lidar com a reposição de funcionários administrativos, que estão se aposentando em uma taxa mais rápida que a de novas contratações. Outro deve ser a definição do rumo do programa espacial brasileiro, que sofreu grande revés em 2003 com a explosão três dias antes do lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), quando 21 trabalhadores civis morreram.
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Inpe aguarda posse de novo diretor há 4 meses; pesquisadores se queixamO Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), passa por uma transição de direção que já leva alguns meses. A demora, segundo alguns pesquisadores, trouxe um clima de insegurança à instituição. O mandato do atual diretor, o engenheiro Leonel Perondi, teria terminado em maio, quatro anos após assumir o cargo, em 2012. Isso se o escolhido, o também engenheiro Ricardo Galvão, tivesse a nomeação oficializada pela publicação no "Diário Oficial" da União. Ele é professor titular da USP e ocupava até recentemente o posto de presidente da Sociedade Brasileira da Física (SBF), de onde teve de sair para poder assumir a nova função. O processo de escolha do novo diretor se iniciou em janeiro, com a formação de um comitê de busca responsável por enviar uma lista tríplice ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações Comunicações (MCTIC), ao qual o Inpe é vinculado. Em 16 de junho, informa o MCTIC, foi enviado um ofício para a Casa Civil solicitando a publicação no DOU. Por sua vez, a Casa Civil disse à Folha por meio de sua assessoria que não há previsão de publicação da nomeação. TEORIAS O ex-diretor do Inpe Gilberto Câmara, especialista em geoinformática, especula que a saída possa ter a ver com um possível desprestígio do ministro do MCTIC Gilberto Kassab (PSD) frente à Casa Civil, do ministro Eliseu Padilha (PMDB). "Vivemos uma situação de limbo. O MCTIC anunciou o novo diretor, mas essa nomeação não sai. Parece um pouco de descaso com a ciência e a tecnologia", afirma. "A explicação é a que o governo não anda". Para o pesquisador Acioli de Olivo, o motivo pode ser a falta de apoio parlamentar. "Eles estão atendendo ao interesse da base aliada –e não tem como aparelhar o Inpe." O atual diretor, Leonel Perondi, sugere que o prazo alargado pode ser semelhante ao que levou para sua nomeação sair, entre 2011 e 2012, de cinco meses. "A demora também pode se dever às mudanças de ministro, foram três nos últimos meses. Também há um rito, um escrutínio do candidato escolhido", diz. Ricardo Galvão diz não acreditar que a demora se dê por má vontade política e sim por uma questão de "conjectura" do governo. "Estou a par da maioria das questões. Como já fui do Inpe (entre 1986 e 1990) ainda conheço algumas pessoas. Desde que fui indicado, tenho tido conversas e já fiz um levantamento razoável dos problemas." Um dos principais desafios deve ser lidar com a reposição de funcionários administrativos, que estão se aposentando em uma taxa mais rápida que a de novas contratações. Outro deve ser a definição do rumo do programa espacial brasileiro, que sofreu grande revés em 2003 com a explosão três dias antes do lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS), quando 21 trabalhadores civis morreram.
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Maduro pagou US$ 30 bi à Odebrecht por obras inacabadas, diz procuradora
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou que o governo venezuelano pagou US$ 30 bilhões à Odebrecht por 11 obras incompletas e que o Ministério Público do país não será submisso em relação ao escândalo envolvendo a empreiteira brasileira, que, segundo ela, é o que mais preocupa. Entre as obras citadas pela procuradora-geral em entrevista coletiva nesta segunda (31) estão o metrô de Caracas e a terceira ponte sobre o Orinoco, o principal rio venezuelano. Ex-aliada do chavismo, Ortega Díaz se converteu em uma das maiores críticas do governo Nicolás Maduro desde que o presidente tentou anular a Assembleia Nacional —de maioria opositora— em março, por meio do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alinhado ao chavismo. No início de julho, o Ministério Público venezuelano acusou formalmente as duas primeiras pessoas no país por envolvimento no escândalo Odebrecht, que revelou ter pagado US$ 98 milhões em propina na Venezuela. Entre os 13 países latino-americanos nos quais a Odebrecht confessou irregularidades este é o segundo maior montante, superado apenas pelo Brasil. A investigação venezuelana teve início em janeiro deste ano. À época, o governo Maduro anunciou que tocaria o restante das obras inacabadas com recursos locais. Ortega Díaz afirmou ainda que a Venezuela está diante de uma "ambição ditatorial" de Maduro e que não reconhece a Assembleia Constituinte eleita no domingo (30). Para Ortega Díaz, a Constituinte "vai acabar" com os direitos a voto, manifestação e liberdade de expressão. "Todos os direitos políticos estão em perigo." Segundo a procuradora, a "prioridade" da Constituinte é cortar "a minha cabeça" e anular "instituições incômodas", em vez de solucionar a grave crise social da Venezuela.
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Maduro pagou US$ 30 bi à Odebrecht por obras inacabadas, diz procuradoraA procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou que o governo venezuelano pagou US$ 30 bilhões à Odebrecht por 11 obras incompletas e que o Ministério Público do país não será submisso em relação ao escândalo envolvendo a empreiteira brasileira, que, segundo ela, é o que mais preocupa. Entre as obras citadas pela procuradora-geral em entrevista coletiva nesta segunda (31) estão o metrô de Caracas e a terceira ponte sobre o Orinoco, o principal rio venezuelano. Ex-aliada do chavismo, Ortega Díaz se converteu em uma das maiores críticas do governo Nicolás Maduro desde que o presidente tentou anular a Assembleia Nacional —de maioria opositora— em março, por meio do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alinhado ao chavismo. No início de julho, o Ministério Público venezuelano acusou formalmente as duas primeiras pessoas no país por envolvimento no escândalo Odebrecht, que revelou ter pagado US$ 98 milhões em propina na Venezuela. Entre os 13 países latino-americanos nos quais a Odebrecht confessou irregularidades este é o segundo maior montante, superado apenas pelo Brasil. A investigação venezuelana teve início em janeiro deste ano. À época, o governo Maduro anunciou que tocaria o restante das obras inacabadas com recursos locais. Ortega Díaz afirmou ainda que a Venezuela está diante de uma "ambição ditatorial" de Maduro e que não reconhece a Assembleia Constituinte eleita no domingo (30). Para Ortega Díaz, a Constituinte "vai acabar" com os direitos a voto, manifestação e liberdade de expressão. "Todos os direitos políticos estão em perigo." Segundo a procuradora, a "prioridade" da Constituinte é cortar "a minha cabeça" e anular "instituições incômodas", em vez de solucionar a grave crise social da Venezuela.
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O exterminador de Brasília
RIO DE JANEIRO - Um filme realizado em priscas eras — 1987! — ficou famoso pela cena final com Glenn Close. Depois de afogada na banheira, ela consegue ressurgir, de faca na mão, em sua última tentativa de matar todo mundo: o amante, a mulher do amante, a filha do casal. Até o coelhinho de estimação da família tinha ido parar na panela. "Atração Fatal" é um abacaxi implausível: só o Michael Douglas trocaria, mesmo que por apenas uma noite, a Anne Archer pela senhorita Close, com seus cabelos de vassoura de piaçava – última moda na época. Mas a cena da ressuscitada, a mulher desprezada que nem a morte afasta da vingança, pegou, e foi copiada em centenas de thrillers chinfrins. Também quase cômico ao se recusar a morrer era o Arnold Schwarzenegger no primeiro "O Exterminador do Futuro", de 1984 (!). Uma bomba o implode, mas mesmo assim ele prossegue na missão de matar todas as Sarahs Connors de Los Angeles, até que uma prensa o esmaga definitivamente. Faz mais sentido, afinal trata-se de um androide com o esqueleto recoberto de pele. Eduardo Cunha, em sua ânsia de imortalidade política, mostra-se ainda mais resistente que ciborgues e amantes enlouquecidas. Esforço do qual participa Michel Temer, que costuma recebê-lo, aos domingos à noite, no Palácio do Jaburu, para conversas envolvendo acordos de salvação e colaboração. Contudo, a delação de Fabio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa — segundo a qual Cunha participou de mais um esquema de propina que movimentou R$ 7,3 milhões – tem força suficiente para esmagar qualquer Schwarzenegger. A nova denúncia aumenta o prontuário particular da bandalheira, já bem volumoso com os navios-sonda da Petrobras, as contas na Suíça e o Porto Maravilha do Rio. O vilão morre no fim. E pode levar junto o Drácula, ou o mordomo do Drácula, sei lá.
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O exterminador de BrasíliaRIO DE JANEIRO - Um filme realizado em priscas eras — 1987! — ficou famoso pela cena final com Glenn Close. Depois de afogada na banheira, ela consegue ressurgir, de faca na mão, em sua última tentativa de matar todo mundo: o amante, a mulher do amante, a filha do casal. Até o coelhinho de estimação da família tinha ido parar na panela. "Atração Fatal" é um abacaxi implausível: só o Michael Douglas trocaria, mesmo que por apenas uma noite, a Anne Archer pela senhorita Close, com seus cabelos de vassoura de piaçava – última moda na época. Mas a cena da ressuscitada, a mulher desprezada que nem a morte afasta da vingança, pegou, e foi copiada em centenas de thrillers chinfrins. Também quase cômico ao se recusar a morrer era o Arnold Schwarzenegger no primeiro "O Exterminador do Futuro", de 1984 (!). Uma bomba o implode, mas mesmo assim ele prossegue na missão de matar todas as Sarahs Connors de Los Angeles, até que uma prensa o esmaga definitivamente. Faz mais sentido, afinal trata-se de um androide com o esqueleto recoberto de pele. Eduardo Cunha, em sua ânsia de imortalidade política, mostra-se ainda mais resistente que ciborgues e amantes enlouquecidas. Esforço do qual participa Michel Temer, que costuma recebê-lo, aos domingos à noite, no Palácio do Jaburu, para conversas envolvendo acordos de salvação e colaboração. Contudo, a delação de Fabio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa — segundo a qual Cunha participou de mais um esquema de propina que movimentou R$ 7,3 milhões – tem força suficiente para esmagar qualquer Schwarzenegger. A nova denúncia aumenta o prontuário particular da bandalheira, já bem volumoso com os navios-sonda da Petrobras, as contas na Suíça e o Porto Maravilha do Rio. O vilão morre no fim. E pode levar junto o Drácula, ou o mordomo do Drácula, sei lá.
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STJ decide se homossexual pode pedir pensão alimentícia após separação
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) julga no dia 3 se um dos parceiros de união homoafetiva pode pedir ao outro pensão alimentícia depois da separação. O benefício foi negado a ele em instâncias inferiores da Justiça. BALANÇA O autor da ação, identificado pelas iniciais P.D.A., alega que viveu 15 anos com o parceiro. Diz que é portador de HIV, "não tendo desde a separação conseguido meios para a sua subsistência de forma digna". Já o ex-parceiro teria recursos para fazer frente às despesas, além de ter ficado "na posse de móveis e imóveis pertencentes ao casal". PREMISSA Antes de analisar as especificidades do caso, o STJ vai decidir se cabe pensão alimentícia em uniões homoafetivas desfeitas. A defesa do autor alega que a união estável entre pessoas do mesmo sexo "traz consigo todas as características de um relacionamento amoroso, ou seja, um convívio público e duradouro, conceito este idêntico ao da união estável". QUASE TUDO O STJ já reconheceu a união homoafetiva e, em outros casos, disse que cabe partilha de bens na separação e pensão previdenciária em caso de morte de um dos parceiros. A HORA DE JANOT E a expectativa, entre magistrados de Brasília, é a de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comece a divulgar a lista de políticos envolvidos na Operação Lava Jato pelos governadores citados em delação premiada. Seriam dois, a serem julgados pelo STJ. CAMINHOS Janot pode pedir arquivamento do caso, inquérito para aprofundar a investigação –ou já oferecer denúncia, caso julgue as evidências consistentes. Desfile do bloco Bicho Maluco Beleza CONEXÃO PERNAMBUCO O ministro do Turismo, Vinicius Lages, esteve no bloco Bicho Maluco Beleza, de Alceu Valença. A passista Evelyn Oliveira participou do evento, no sábado (21), na avenida Sumaré. A mulher do cantor, Yane, também acompanhou o desfile. TENTAÇÃO Com Dilma Rousseff de dieta, a Presidência da República acaba de abrir licitação para contratar uma empresa de panificação para fornecer guloseimas sob demanda. A compra, na qual o governo pretende gastar R$ 75.700, inclui biscoitos tipo casadinho com recheio de goiabada ou doce de leite, croissants, salgados, minipizzas, pães doces e integrais e brioches. TENTAÇÃO 2 A vencedora da concorrência deverá entregar os alimentos ao longo do ano, sempre que for acionada pelo Palácio do Planalto ou pela copa da Vice-Presidência. Além das autoridades, os produtos serão servidos a funcionários e a convidados de eventos oficiais. RESPIRAR FUNDO E o governo também vai contratar uma empresa para monitorar a qualidade do ar nos prédios da Presidência. A firma que levar o contrato de R$ 463.881 deverá fazer o controle em espaços com ar-condicionado, como os palácios da Alvorada e do Planalto e a Granja do Torto. Desfile das campeãs no Rio SÓ AS MELHORES Sheron Menezzes, que saiu na Portela, e a também atriz Paloma Bernardi foram ao desfile das campeãs do Rio, no sábado (21). Ronaldo e a namorada, a modelo Celina Locks, estiveram no camarote Boa, que teve ainda a presença de Luana Piovani e Glória Maria. O ator Henri Castelli com a namorada, a produtora de moda Diana Hernandez, a modelo sul-africana Candice Swanepoel e a cantora Valesca Popozuda estiveram no camarote da revista "Quem". VAI COM DOR A proteção que Deborah Evelyn usa na perna durante a peça "Hora Amarela" não faz parte do figurino. É para resguardar o joelho, que a atriz quebrou durante a apresentação do espetáculo no Rio de Janeiro. Na ocasião, ela continuou a atuar mesmo com o osso partido. "Comecei a mancar e acharam que era do personagem", diz Deborah, que está fazendo fisioterapia para poder cumprir a temporada em São Paulo. MAIS VERDE Depois do fim da mostra de Ron Mueck, a Pinacoteca vai aproveitar o intervalo entre uma exposição e outra -a próxima, do artista Nelson Felix, está marcada para o mês de abril- para mudar o projeto de paisagismo interno e externo. CURTO-CIRCUITO Nino Cais abre exposição nesta terça (24), às 19h, na Central Galeria, na Vila Madalena. Começa nesta terça (24) a venda de ingressos para "Chacrinha, o Musical", que estreia em 27 de março no Teatro Alfa. Pela internet e na bilheteria. A Voice Comunicação festeja seus 25 anos nesta terça (24) à noite na Cristal, em Pinheiros. "Vanya e Sonia e Masha e Spike", peça com Marília Gabriela no elenco e direção de Jorge Takla, tem pré-estreia beneficente promovida pelo Sírio-Libanês, no Teatro Faap, nesta quarta (25). O Heineken up on the Roof recebe nesta quarta (25) festa de lançamento de nova garrafa da cerveja, com design de Fernando Degrossi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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STJ decide se homossexual pode pedir pensão alimentícia após separaçãoO STJ (Superior Tribunal de Justiça) julga no dia 3 se um dos parceiros de união homoafetiva pode pedir ao outro pensão alimentícia depois da separação. O benefício foi negado a ele em instâncias inferiores da Justiça. BALANÇA O autor da ação, identificado pelas iniciais P.D.A., alega que viveu 15 anos com o parceiro. Diz que é portador de HIV, "não tendo desde a separação conseguido meios para a sua subsistência de forma digna". Já o ex-parceiro teria recursos para fazer frente às despesas, além de ter ficado "na posse de móveis e imóveis pertencentes ao casal". PREMISSA Antes de analisar as especificidades do caso, o STJ vai decidir se cabe pensão alimentícia em uniões homoafetivas desfeitas. A defesa do autor alega que a união estável entre pessoas do mesmo sexo "traz consigo todas as características de um relacionamento amoroso, ou seja, um convívio público e duradouro, conceito este idêntico ao da união estável". QUASE TUDO O STJ já reconheceu a união homoafetiva e, em outros casos, disse que cabe partilha de bens na separação e pensão previdenciária em caso de morte de um dos parceiros. A HORA DE JANOT E a expectativa, entre magistrados de Brasília, é a de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comece a divulgar a lista de políticos envolvidos na Operação Lava Jato pelos governadores citados em delação premiada. Seriam dois, a serem julgados pelo STJ. CAMINHOS Janot pode pedir arquivamento do caso, inquérito para aprofundar a investigação –ou já oferecer denúncia, caso julgue as evidências consistentes. Desfile do bloco Bicho Maluco Beleza CONEXÃO PERNAMBUCO O ministro do Turismo, Vinicius Lages, esteve no bloco Bicho Maluco Beleza, de Alceu Valença. A passista Evelyn Oliveira participou do evento, no sábado (21), na avenida Sumaré. A mulher do cantor, Yane, também acompanhou o desfile. TENTAÇÃO Com Dilma Rousseff de dieta, a Presidência da República acaba de abrir licitação para contratar uma empresa de panificação para fornecer guloseimas sob demanda. A compra, na qual o governo pretende gastar R$ 75.700, inclui biscoitos tipo casadinho com recheio de goiabada ou doce de leite, croissants, salgados, minipizzas, pães doces e integrais e brioches. TENTAÇÃO 2 A vencedora da concorrência deverá entregar os alimentos ao longo do ano, sempre que for acionada pelo Palácio do Planalto ou pela copa da Vice-Presidência. Além das autoridades, os produtos serão servidos a funcionários e a convidados de eventos oficiais. RESPIRAR FUNDO E o governo também vai contratar uma empresa para monitorar a qualidade do ar nos prédios da Presidência. A firma que levar o contrato de R$ 463.881 deverá fazer o controle em espaços com ar-condicionado, como os palácios da Alvorada e do Planalto e a Granja do Torto. Desfile das campeãs no Rio SÓ AS MELHORES Sheron Menezzes, que saiu na Portela, e a também atriz Paloma Bernardi foram ao desfile das campeãs do Rio, no sábado (21). Ronaldo e a namorada, a modelo Celina Locks, estiveram no camarote Boa, que teve ainda a presença de Luana Piovani e Glória Maria. O ator Henri Castelli com a namorada, a produtora de moda Diana Hernandez, a modelo sul-africana Candice Swanepoel e a cantora Valesca Popozuda estiveram no camarote da revista "Quem". VAI COM DOR A proteção que Deborah Evelyn usa na perna durante a peça "Hora Amarela" não faz parte do figurino. É para resguardar o joelho, que a atriz quebrou durante a apresentação do espetáculo no Rio de Janeiro. Na ocasião, ela continuou a atuar mesmo com o osso partido. "Comecei a mancar e acharam que era do personagem", diz Deborah, que está fazendo fisioterapia para poder cumprir a temporada em São Paulo. MAIS VERDE Depois do fim da mostra de Ron Mueck, a Pinacoteca vai aproveitar o intervalo entre uma exposição e outra -a próxima, do artista Nelson Felix, está marcada para o mês de abril- para mudar o projeto de paisagismo interno e externo. CURTO-CIRCUITO Nino Cais abre exposição nesta terça (24), às 19h, na Central Galeria, na Vila Madalena. Começa nesta terça (24) a venda de ingressos para "Chacrinha, o Musical", que estreia em 27 de março no Teatro Alfa. Pela internet e na bilheteria. A Voice Comunicação festeja seus 25 anos nesta terça (24) à noite na Cristal, em Pinheiros. "Vanya e Sonia e Masha e Spike", peça com Marília Gabriela no elenco e direção de Jorge Takla, tem pré-estreia beneficente promovida pelo Sírio-Libanês, no Teatro Faap, nesta quarta (25). O Heineken up on the Roof recebe nesta quarta (25) festa de lançamento de nova garrafa da cerveja, com design de Fernando Degrossi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Reverendo abençoa união entre casais gays e deve abrir igreja na Disney
CHICO FELITTI DE SÃO PAULO Qual é a diferença entre a união de um casal gay e um casamento heterossexual? Na Igreja Anglicana de Santo Amaro, zona sul, é a mudança de uma frase e de um verbo. "Em nome de Deus eu te recebo", proferida nos 300 casamentos realizados pelo reverendo Aldo Quintão, em 2015, virou "Em nome do amor que eu sinto por você eu te recebo" nas cinco celebrações entre homossexuais feitas no ano passado. Quintão prefere dizer que abençoa as uniões gays, em vez de afirmar que casa dentro da sua igreja frequentadores do mesmo sexo. Além de fiéis homossexuais, ele une e abençoa outras combinações recusadas por algumas igrejas: já casou judeu com cristão, divorciado com solteira e muçulmano com cristão. Quando um casal de fés distintas o procura, ele tem uma resposta pronta: "É claro que caso! Você já é de Deus, e eu não sou dono de Deus". O reverendo tem tinta preta no cabelo ("Tá precisando de um retoque"), usa camisas feitas sob medida por um fiel da igreja (no dia da entrevista, era uma de cor rosa-bebê) e calças jeans da marca Hollister, emprestadas do filho de 26 anos (ele pode ter, e tem, mulher e filhos). A aparência é bem diferente de quando desistiu de ser padre em 1998 e rompeu com a Igreja Católica, na qual havia se ordenado. "Aprendi a me ouvir, a me respeitar com o tempo", diz ele, que chefia o único templo anglicano da cidade. Desde sua chegada, o orçamento quintuplicou com o aumento de dízimos. A essência também, ele garante. A doutrina permitiu que desse vazão a seu liberalismo nos discursos dominicais. Um recente foi sobre como os neurotransmissores se reorganizam de maneira mais eficiente se seu dono prefere falar a verdade a mentir. Também já versou sobre aborto e microcefalia: "A mulher tem de ter direito a seu corpo e não ser tratada que nem uma bandida". Os discursos são divulgados digitalmente, em informes semanais para uma lista de WhatsApp com centenas de pessoas. As redes sociais servem como cereja do bolo nupcial. Praticamente todas as uniões foram registradas com uma selfie que o reverendo faz com os noivos no altar. Discursos improvisados fazem parte da marca do referendo. "Padre costuma ter papéis na mão, coisa feia", diz, antes de soltar um dos dois palavrões proferidos em uma hora. O global Bruno Gagliasso ficou muito impressionado com a desenvoltura do texto do reverendo. No mês passado, gravou um vídeo com elogios e o postou na internet. Quintão lembra que casou cinco parentes de Silvio Santos. Tira o iPhone do bolso e mostra uma foto que fez quando visitou o apresentador no condomínio onde mantém casa, em Orlando. É lá, perto da Disney, que deve abrir neste semestre uma filial com cem lugares, a "Vacation Church" —igreja de férias. "É para o brasileiro que está em viagem e, por exemplo, deseja se casar por lá." Catedral Anglicana - r. Com. Elias Zarzur, 1.239, Santo Amaro, região sul, tel. 5686-2180, catedral-anglicana.org.br. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 9h às 19h. Estac. grátis.
saopaulo
Reverendo abençoa união entre casais gays e deve abrir igreja na DisneyCHICO FELITTI DE SÃO PAULO Qual é a diferença entre a união de um casal gay e um casamento heterossexual? Na Igreja Anglicana de Santo Amaro, zona sul, é a mudança de uma frase e de um verbo. "Em nome de Deus eu te recebo", proferida nos 300 casamentos realizados pelo reverendo Aldo Quintão, em 2015, virou "Em nome do amor que eu sinto por você eu te recebo" nas cinco celebrações entre homossexuais feitas no ano passado. Quintão prefere dizer que abençoa as uniões gays, em vez de afirmar que casa dentro da sua igreja frequentadores do mesmo sexo. Além de fiéis homossexuais, ele une e abençoa outras combinações recusadas por algumas igrejas: já casou judeu com cristão, divorciado com solteira e muçulmano com cristão. Quando um casal de fés distintas o procura, ele tem uma resposta pronta: "É claro que caso! Você já é de Deus, e eu não sou dono de Deus". O reverendo tem tinta preta no cabelo ("Tá precisando de um retoque"), usa camisas feitas sob medida por um fiel da igreja (no dia da entrevista, era uma de cor rosa-bebê) e calças jeans da marca Hollister, emprestadas do filho de 26 anos (ele pode ter, e tem, mulher e filhos). A aparência é bem diferente de quando desistiu de ser padre em 1998 e rompeu com a Igreja Católica, na qual havia se ordenado. "Aprendi a me ouvir, a me respeitar com o tempo", diz ele, que chefia o único templo anglicano da cidade. Desde sua chegada, o orçamento quintuplicou com o aumento de dízimos. A essência também, ele garante. A doutrina permitiu que desse vazão a seu liberalismo nos discursos dominicais. Um recente foi sobre como os neurotransmissores se reorganizam de maneira mais eficiente se seu dono prefere falar a verdade a mentir. Também já versou sobre aborto e microcefalia: "A mulher tem de ter direito a seu corpo e não ser tratada que nem uma bandida". Os discursos são divulgados digitalmente, em informes semanais para uma lista de WhatsApp com centenas de pessoas. As redes sociais servem como cereja do bolo nupcial. Praticamente todas as uniões foram registradas com uma selfie que o reverendo faz com os noivos no altar. Discursos improvisados fazem parte da marca do referendo. "Padre costuma ter papéis na mão, coisa feia", diz, antes de soltar um dos dois palavrões proferidos em uma hora. O global Bruno Gagliasso ficou muito impressionado com a desenvoltura do texto do reverendo. No mês passado, gravou um vídeo com elogios e o postou na internet. Quintão lembra que casou cinco parentes de Silvio Santos. Tira o iPhone do bolso e mostra uma foto que fez quando visitou o apresentador no condomínio onde mantém casa, em Orlando. É lá, perto da Disney, que deve abrir neste semestre uma filial com cem lugares, a "Vacation Church" —igreja de férias. "É para o brasileiro que está em viagem e, por exemplo, deseja se casar por lá." Catedral Anglicana - r. Com. Elias Zarzur, 1.239, Santo Amaro, região sul, tel. 5686-2180, catedral-anglicana.org.br. Seg. a sex.: 10h às 18h. Sáb.: 9h às 19h. Estac. grátis.
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Veja dicas de games imersivos para curtir quando você não estiver a fim de sair de casa
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Já não há só um caminho no mundo dos games. Jogar um deles, hoje, não significa necessariamente vencer fases em sequência. Vários títulos dão ao usuário a chance de explorar livremente um enorme cenário e vencer desafios na ordem que escolher. Ou, se não quiser entrar mesmo no jogo, dá para ficar apenas com o passeio virtual em um ambiente repleto de detalhes. A série GTA, por exemplo, dá acesso a uma enorme cidade, que pode ser explorada a pé, de carro, de bicicleta ou de avião. Já outros games se passam em lugares como uma ilha deserta ou o oceano. Para quem quer modelar um mundo do seu próprio jeito, há "Minecraft", no qual os jogadores mineram materiais para criar o que quiserem, trabalhando sozinhos ou em grupo. Mas sem sair do sofá. * GTA V O episódio mais recente da série se passa em uma cidade inspirada em Los Angeles. Nela, é possível andar pelas ruas, pilotar aviões, pegar metrô, explorar uma área rural e dirigir por longas rodovias. Além do enredo principal, há várias missões paralelas e itens escondidos para serem encontrados. Disponível para PC, PS3 e Xbox. Assassin's Creed 4: Black Flag O game reproduz o universo dos piratas do século 18. A bordo de um navio, é possível explorar o oceano, vasculhar dezenas de pontos na costa e também buscar tesouros no fundo do mar. Disponível para PC, PS4, Xbox 360 e outros. Minecraft O game começa em um mundo plano. Cabe ao jogador circular por ele, buscar elementos e começar a construir coisas, usando blocos quadrados. Há vários modos: no criativo, a brincadeira se resume a preparar casas, veículos e outros itens. No modo sobrevivência, é preciso preparar formas de se proteger de monstros que surgem de noite. Disponível para PC, celulares, PS3, Xbox e outros.
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Veja dicas de games imersivos para curtir quando você não estiver a fim de sair de casaRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Já não há só um caminho no mundo dos games. Jogar um deles, hoje, não significa necessariamente vencer fases em sequência. Vários títulos dão ao usuário a chance de explorar livremente um enorme cenário e vencer desafios na ordem que escolher. Ou, se não quiser entrar mesmo no jogo, dá para ficar apenas com o passeio virtual em um ambiente repleto de detalhes. A série GTA, por exemplo, dá acesso a uma enorme cidade, que pode ser explorada a pé, de carro, de bicicleta ou de avião. Já outros games se passam em lugares como uma ilha deserta ou o oceano. Para quem quer modelar um mundo do seu próprio jeito, há "Minecraft", no qual os jogadores mineram materiais para criar o que quiserem, trabalhando sozinhos ou em grupo. Mas sem sair do sofá. * GTA V O episódio mais recente da série se passa em uma cidade inspirada em Los Angeles. Nela, é possível andar pelas ruas, pilotar aviões, pegar metrô, explorar uma área rural e dirigir por longas rodovias. Além do enredo principal, há várias missões paralelas e itens escondidos para serem encontrados. Disponível para PC, PS3 e Xbox. Assassin's Creed 4: Black Flag O game reproduz o universo dos piratas do século 18. A bordo de um navio, é possível explorar o oceano, vasculhar dezenas de pontos na costa e também buscar tesouros no fundo do mar. Disponível para PC, PS4, Xbox 360 e outros. Minecraft O game começa em um mundo plano. Cabe ao jogador circular por ele, buscar elementos e começar a construir coisas, usando blocos quadrados. Há vários modos: no criativo, a brincadeira se resume a preparar casas, veículos e outros itens. No modo sobrevivência, é preciso preparar formas de se proteger de monstros que surgem de noite. Disponível para PC, celulares, PS3, Xbox e outros.
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Com apenas uma hora grátis, vista do Terraço Itália tem fila e reclamações
NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Às 15h20 da quinta (7), uma fila para a visitação da varanda externa do Terraço Itália (região central) começava a ser formada. Segundo uma funcionária do restaurante, em dez minutos, todas as 150 senhas disponíveis para o dia, entregues por ordem de chegada, tinham sido distribuídas. Às 16h45, grupos de pessoas serpenteavam pelo térreo ao redor das colunas de sustentação do edifício ou sentavam no piso frio, aguardando. Reaberto na terça (5), o espaço ao ar livre recebe o público de segunda a sexta, gratuitamente, entre as 16h e as 17h (exceto feriados). A política para a entrada, antes livre, mudou já na quarta (6), quando 400 pessoas surgiram no saguão para subir até o 41º andar do edifício. O administrador Edson Carolino da Silva, 46, de Jales, no interior de São Paulo, visitou o local um dia antes para checar o horário de funcionamento. Na quinta (7), chegou uma hora antes com a irmã e a filha e garantiu vaga nas primeiras levas que adentraram os elevadores pontualmente às 16h. "Eu estive aqui em 1989, estou ansioso para ver se teve alguma mudança", diz. Quem chegou na hora, mas não a tempo de conseguir um papelzinho numerado, foi embora ou "burlou" a fila seguindo para o bar do Terraço Itália. Só para sentar ao redor do salão envidraçado é preciso desembolsar R$ 30. Depois das 20h, quando há música ao vivo, R$ 35. Uma caipirinha de limão com cachaça —"best-seller" entre os gringos— sai por R$ 28, já o drinque Buongiorno Principessa —a base de prosecco, licores e frutas vermelhas—, um dos mais requisitados entre as mulheres, R$ 37. A professora Maria Helena Ferreira, 69, reclamou da falta de informação. Ela, que ligou antes de seguir para o endereço com a filha e a sobrinha e disse ter sido avisada apenas do horário de visitação. "Quando cheguei já não tinha mais senha. Aí sugeriram que eu viesse ao bar", conta. Ela não queria perder a viagem e aceitou. Acomodada, podia visitar o terraço a qualquer momento. "Parece que estão mais fazendo propaganda para a gente vir e gastar no bar do que para visitar", diz. Terraço Itália Av. Ipiranga, 344, 41º andar, República, região central, tel.: (11) 2189-2929. Restaurante: seg. a sex., das 12h às 15h e das 19h às 23h. Sáb. e dom., das 12h às 18h e 19h às 23h. É preciso reservar. Bar: seg. a sex., das 15h às 23h, e sáb. e dom., das 12h à 0h. Entrada: R$ 35. Não precisa reservar. Visitação ao terraço: seg. a sex. (exceto feriado), das 16h às 17h (somente as 150 primeiras pessoas; há distribuição de senhas). Grátis. * SP NAS ALTURAS Quer ver a cidade do alto, mas ficou com medo da fila? Confira outros edifícios, bares e restaurantes de onde é possível observar o mar de prédios que é São Paulo. Edifício Martinelli Do primeiro arranha-céu da cidade, no centro, dá pra ver o vale do Anhangabaú, o Mosteiro de São Bento e a Catedral da Sé. Av. São João, 35, Sé, região central, tel.: 3104-2477. Visitação: seg. a sex., das 9h30 às 11h30 e das 14h às 16h (a cada 30 minutos). Para grupos acima de 15 pessoas é necessário agendar visita p/ [email protected]. Um guia acompanha a visita e conta a história do prédio. Grátis. Edifício Copan Projetado na década de 1950 por Oscar Niemeyer, o edifício em forma de "S" alonga-se pela avenida Ipiranga, próximo à Praça da República. Av. Ipiranga, 200, bloco S, Sobreloja, Bela Vista, tel.: 3259-5917. Visitação: seg. a sex. 10h ou 15h30, pontualmente (não pode entrar com atraso). Não há monitor. Para grupos acima de 20 pessoas é preciso ligar para avisar. Grátis. Bar e restaurante Skye Hospedado na cobertura do Hotel Unique, projetado por Ruy Ohtake, o badalado bar oferece vista panorâmica da cidade. De lá é possível avistar o parque Ibirapuera, por exemplo. Hotel Unique - Av. Brig. Luís Antônio, 4.700, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3055-4702. Seg. a qui. 7h às 11h (café da manhã), das 12h às 15h (almoço) e das 18h (bar) ou 19h (restaurante) até 0h. Sex e sáb. das 7h às 11h (café da manhã), das 12h às 15h (almoço) e das 18h (bar) ou 19h (restaurante) às 0h30. Dom. das 7h às 11h (café da manhã), das 12h às 16h (almoço) e das 19h (restaurante) até 0h. Não é preciso consumir. Restaurante Arola Vintetres Através das imponentes paredes envidraçadas do restaurante, localizado no 23º andar do Hotel Tivoli Mofarrej, se observa a avenida Paulista, o parque Trianon e toda a região dos Jardins. Hotel Tivoli São Paulo - Al. Santos, 1.437, Jardins, região central, tel.: (11) 3146-5923. Seg. a sab. 19h à 0h. Pode tomar somente um drinque. Ligar antes para verificar se há eventos fechados. Não é preciso consumir. Restaurante Pobre Juan A unidade do restaurante no shopping Cidade Jardim tem vista para o rio Pinheiros, sua fila de prédios espelhados e a ponte estaiada. Shop. Cidade Jardim - 3° Piso. Av. Magalhães de Castro, 12.100, Morumbi, região sul, tel.: 3552-3150. Seg. a qui., das 12h às 15 e das 19h às 23h. Sex., das 12 às 16h e das 19h à 0h. Sáb., das 12h à 0h, e dom., 12h às 21h. Não é preciso consumir. Balada PanAm Depois de subir até o topo do Maksoud Plaza por um elevador com vista para o interior do hotel, dá para se esbaldar na pista cercada de vidro por todos os lados. No fumódromo, ao lado do heliponto, a vista da região dos Jardins, incluindo a avenida Paulista, é ainda mais bonita. Maksoud Plaza - Al. Campinas, 150, Jardins, região oeste, tel. 3111-6330. Sáb. (16): Festa Mais, 19h até às 2h. R$ 50 a R$ 100. The View Bar Também rodeado de janelas de vidro, o bar fica instalado no 30º andar e último andar do flat Transamérica International. Al. Santos, 981, Cerqueira César, região central, tel.: (11) 3266-3692. Seg. das 18h à 0h. Ter. às sex., das 18h às 2h. Sáb. das 19h às 2h. Não é preciso consumir.
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Com apenas uma hora grátis, vista do Terraço Itália tem fila e reclamaçõesNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Às 15h20 da quinta (7), uma fila para a visitação da varanda externa do Terraço Itália (região central) começava a ser formada. Segundo uma funcionária do restaurante, em dez minutos, todas as 150 senhas disponíveis para o dia, entregues por ordem de chegada, tinham sido distribuídas. Às 16h45, grupos de pessoas serpenteavam pelo térreo ao redor das colunas de sustentação do edifício ou sentavam no piso frio, aguardando. Reaberto na terça (5), o espaço ao ar livre recebe o público de segunda a sexta, gratuitamente, entre as 16h e as 17h (exceto feriados). A política para a entrada, antes livre, mudou já na quarta (6), quando 400 pessoas surgiram no saguão para subir até o 41º andar do edifício. O administrador Edson Carolino da Silva, 46, de Jales, no interior de São Paulo, visitou o local um dia antes para checar o horário de funcionamento. Na quinta (7), chegou uma hora antes com a irmã e a filha e garantiu vaga nas primeiras levas que adentraram os elevadores pontualmente às 16h. "Eu estive aqui em 1989, estou ansioso para ver se teve alguma mudança", diz. Quem chegou na hora, mas não a tempo de conseguir um papelzinho numerado, foi embora ou "burlou" a fila seguindo para o bar do Terraço Itália. Só para sentar ao redor do salão envidraçado é preciso desembolsar R$ 30. Depois das 20h, quando há música ao vivo, R$ 35. Uma caipirinha de limão com cachaça —"best-seller" entre os gringos— sai por R$ 28, já o drinque Buongiorno Principessa —a base de prosecco, licores e frutas vermelhas—, um dos mais requisitados entre as mulheres, R$ 37. A professora Maria Helena Ferreira, 69, reclamou da falta de informação. Ela, que ligou antes de seguir para o endereço com a filha e a sobrinha e disse ter sido avisada apenas do horário de visitação. "Quando cheguei já não tinha mais senha. Aí sugeriram que eu viesse ao bar", conta. Ela não queria perder a viagem e aceitou. Acomodada, podia visitar o terraço a qualquer momento. "Parece que estão mais fazendo propaganda para a gente vir e gastar no bar do que para visitar", diz. Terraço Itália Av. Ipiranga, 344, 41º andar, República, região central, tel.: (11) 2189-2929. Restaurante: seg. a sex., das 12h às 15h e das 19h às 23h. Sáb. e dom., das 12h às 18h e 19h às 23h. É preciso reservar. Bar: seg. a sex., das 15h às 23h, e sáb. e dom., das 12h à 0h. Entrada: R$ 35. Não precisa reservar. Visitação ao terraço: seg. a sex. (exceto feriado), das 16h às 17h (somente as 150 primeiras pessoas; há distribuição de senhas). Grátis. * SP NAS ALTURAS Quer ver a cidade do alto, mas ficou com medo da fila? Confira outros edifícios, bares e restaurantes de onde é possível observar o mar de prédios que é São Paulo. Edifício Martinelli Do primeiro arranha-céu da cidade, no centro, dá pra ver o vale do Anhangabaú, o Mosteiro de São Bento e a Catedral da Sé. Av. São João, 35, Sé, região central, tel.: 3104-2477. Visitação: seg. a sex., das 9h30 às 11h30 e das 14h às 16h (a cada 30 minutos). Para grupos acima de 15 pessoas é necessário agendar visita p/ [email protected]. Um guia acompanha a visita e conta a história do prédio. Grátis. Edifício Copan Projetado na década de 1950 por Oscar Niemeyer, o edifício em forma de "S" alonga-se pela avenida Ipiranga, próximo à Praça da República. Av. Ipiranga, 200, bloco S, Sobreloja, Bela Vista, tel.: 3259-5917. Visitação: seg. a sex. 10h ou 15h30, pontualmente (não pode entrar com atraso). Não há monitor. Para grupos acima de 20 pessoas é preciso ligar para avisar. Grátis. Bar e restaurante Skye Hospedado na cobertura do Hotel Unique, projetado por Ruy Ohtake, o badalado bar oferece vista panorâmica da cidade. De lá é possível avistar o parque Ibirapuera, por exemplo. Hotel Unique - Av. Brig. Luís Antônio, 4.700, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3055-4702. Seg. a qui. 7h às 11h (café da manhã), das 12h às 15h (almoço) e das 18h (bar) ou 19h (restaurante) até 0h. Sex e sáb. das 7h às 11h (café da manhã), das 12h às 15h (almoço) e das 18h (bar) ou 19h (restaurante) às 0h30. Dom. das 7h às 11h (café da manhã), das 12h às 16h (almoço) e das 19h (restaurante) até 0h. Não é preciso consumir. Restaurante Arola Vintetres Através das imponentes paredes envidraçadas do restaurante, localizado no 23º andar do Hotel Tivoli Mofarrej, se observa a avenida Paulista, o parque Trianon e toda a região dos Jardins. Hotel Tivoli São Paulo - Al. Santos, 1.437, Jardins, região central, tel.: (11) 3146-5923. Seg. a sab. 19h à 0h. Pode tomar somente um drinque. Ligar antes para verificar se há eventos fechados. Não é preciso consumir. Restaurante Pobre Juan A unidade do restaurante no shopping Cidade Jardim tem vista para o rio Pinheiros, sua fila de prédios espelhados e a ponte estaiada. Shop. Cidade Jardim - 3° Piso. Av. Magalhães de Castro, 12.100, Morumbi, região sul, tel.: 3552-3150. Seg. a qui., das 12h às 15 e das 19h às 23h. Sex., das 12 às 16h e das 19h à 0h. Sáb., das 12h à 0h, e dom., 12h às 21h. Não é preciso consumir. Balada PanAm Depois de subir até o topo do Maksoud Plaza por um elevador com vista para o interior do hotel, dá para se esbaldar na pista cercada de vidro por todos os lados. No fumódromo, ao lado do heliponto, a vista da região dos Jardins, incluindo a avenida Paulista, é ainda mais bonita. Maksoud Plaza - Al. Campinas, 150, Jardins, região oeste, tel. 3111-6330. Sáb. (16): Festa Mais, 19h até às 2h. R$ 50 a R$ 100. The View Bar Também rodeado de janelas de vidro, o bar fica instalado no 30º andar e último andar do flat Transamérica International. Al. Santos, 981, Cerqueira César, região central, tel.: (11) 3266-3692. Seg. das 18h à 0h. Ter. às sex., das 18h às 2h. Sáb. das 19h às 2h. Não é preciso consumir.
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Modelo de ensino médio levou alunos de uma escola pública a voar alto
O ensino médio brasileiro fracassou. Essa é a leitura comum do pífio resultado que os estudantes de ensino médio brasileiros têm apresentado em testes de aprendizagem. E ela está correta. Mas essa visão pode –e deve– ser relativizada pelos casos de sucesso escondidos atrás das médias gerais, que poderiam –e deveriam– servir como modelo para todo o país. No Rio de Janeiro, uma pequena escola pública de ensino médio foi inaugurada no bairro do Andaraí, em 2013, fruto de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Educação e o Instituto Ayrton Senna. A proposta do Colégio Estadual Chico Anysio (CECA) é testar os resultados de pesquisas que têm mostrado que ajudar os alunos a reforçar características como perseverança e capacidade de trabalhar em grupo pode aumentar em muito sua aprendizagem. Eu visitei o CECA em 2014 para uma reportagem sobre as chamadas habilidades socioemocionais. Uma das preocupações da escola me pareceu ser aumentar o protagonismo dos alunos em seu processo de aprendizagem por meio do desenvolvimento de projetos e trabalhos em equipe. Saí de lá me perguntando se aquela metodologia de ensino realmente poderia funcionar. Pois os alunos do CECA enfrentaram seus primeiros testes oficiais no ano passado com resultados que impressionam. O CECA ficou em terceiro lugar entre todas as escolas públicas do Estado do Rio no Enem. Como havia uma seleção por prova para entrada no CECA, uma dúvida natural é: será que esse excelente resultado não se explica apenas porque esses alunos já eram de largada muito melhores? Preocupada com esse tipo de questão, a equipe que idealizou o CECA acompanha todos os alunos que se candidataram à escola, tanto os aprovados quanto os reprovados. O objetivo é comparar a evolução dos dois grupos ao longo do tempo. Essa avaliação tem sido conduzida por Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper. O economista comparou as notas dos alunos do CECA no Saerj (avaliação que era aplicada pelo governo do Estado) às obtidas no mesmo exame pelos estudantes que não passaram na prova de entrada para a escola. Mas, por meio de instrumentos estatísticos, descontou dos resultados dos dois grupos no Saerj as diferenças de desempenho que eles tinham quando entraram na escola, medidas pela prova de seleção que fizeram naquele momento. Ensino que fez a diferença - Impacto do Ceca na nota dos alunos concluintes do ensino médio no Saerj* Com isso, as notas do Saerj dos alunos que cursaram o ensino médio no CECA foram ajustadas para baixo e a dos que nao conseguiram entrar na escola puxadas para cima. Mesmo depois desse ajuste, a diferença de resultados dos dois grupos no Saerj é surpreendente. Os alunos da escola tiraram 50 pontos a mais do que o outro grupo em matemática, e 23,7 pontos a mais em língua portuguesa. Para aumentar sua segurança, Paes de Barros aplicou o mesmo ajuste às notas que os dois grupos tinham tirado no Saerj do final do ensino fundamental. Descobriu que as diferenças enormes de desempenho registradas agora desaparecem. A conclusão é que o método de ensino do Chico Anysio fez seus alunos voarem alto. Não se trata do único caso bem sucedido no país. O que falta então para a educação no Brasil dar certo? Para Paes de Barros, falta comprovar, documentar e divulgar de forma contundente os resultados dos modelos que parecem estar funcionando. "Nós temos a solução na nossa mão, mas não a documentamos, o que é absurdo". Nesse sentido, a suspensão do Saerj neste ano por pressão do movimento estudantil é um enorme passo para trás.
colunas
Modelo de ensino médio levou alunos de uma escola pública a voar altoO ensino médio brasileiro fracassou. Essa é a leitura comum do pífio resultado que os estudantes de ensino médio brasileiros têm apresentado em testes de aprendizagem. E ela está correta. Mas essa visão pode –e deve– ser relativizada pelos casos de sucesso escondidos atrás das médias gerais, que poderiam –e deveriam– servir como modelo para todo o país. No Rio de Janeiro, uma pequena escola pública de ensino médio foi inaugurada no bairro do Andaraí, em 2013, fruto de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Educação e o Instituto Ayrton Senna. A proposta do Colégio Estadual Chico Anysio (CECA) é testar os resultados de pesquisas que têm mostrado que ajudar os alunos a reforçar características como perseverança e capacidade de trabalhar em grupo pode aumentar em muito sua aprendizagem. Eu visitei o CECA em 2014 para uma reportagem sobre as chamadas habilidades socioemocionais. Uma das preocupações da escola me pareceu ser aumentar o protagonismo dos alunos em seu processo de aprendizagem por meio do desenvolvimento de projetos e trabalhos em equipe. Saí de lá me perguntando se aquela metodologia de ensino realmente poderia funcionar. Pois os alunos do CECA enfrentaram seus primeiros testes oficiais no ano passado com resultados que impressionam. O CECA ficou em terceiro lugar entre todas as escolas públicas do Estado do Rio no Enem. Como havia uma seleção por prova para entrada no CECA, uma dúvida natural é: será que esse excelente resultado não se explica apenas porque esses alunos já eram de largada muito melhores? Preocupada com esse tipo de questão, a equipe que idealizou o CECA acompanha todos os alunos que se candidataram à escola, tanto os aprovados quanto os reprovados. O objetivo é comparar a evolução dos dois grupos ao longo do tempo. Essa avaliação tem sido conduzida por Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper. O economista comparou as notas dos alunos do CECA no Saerj (avaliação que era aplicada pelo governo do Estado) às obtidas no mesmo exame pelos estudantes que não passaram na prova de entrada para a escola. Mas, por meio de instrumentos estatísticos, descontou dos resultados dos dois grupos no Saerj as diferenças de desempenho que eles tinham quando entraram na escola, medidas pela prova de seleção que fizeram naquele momento. Ensino que fez a diferença - Impacto do Ceca na nota dos alunos concluintes do ensino médio no Saerj* Com isso, as notas do Saerj dos alunos que cursaram o ensino médio no CECA foram ajustadas para baixo e a dos que nao conseguiram entrar na escola puxadas para cima. Mesmo depois desse ajuste, a diferença de resultados dos dois grupos no Saerj é surpreendente. Os alunos da escola tiraram 50 pontos a mais do que o outro grupo em matemática, e 23,7 pontos a mais em língua portuguesa. Para aumentar sua segurança, Paes de Barros aplicou o mesmo ajuste às notas que os dois grupos tinham tirado no Saerj do final do ensino fundamental. Descobriu que as diferenças enormes de desempenho registradas agora desaparecem. A conclusão é que o método de ensino do Chico Anysio fez seus alunos voarem alto. Não se trata do único caso bem sucedido no país. O que falta então para a educação no Brasil dar certo? Para Paes de Barros, falta comprovar, documentar e divulgar de forma contundente os resultados dos modelos que parecem estar funcionando. "Nós temos a solução na nossa mão, mas não a documentamos, o que é absurdo". Nesse sentido, a suspensão do Saerj neste ano por pressão do movimento estudantil é um enorme passo para trás.
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Obra em hidrelétrica provoca inundação e atinge 117 casas no Amapá
Uma inundação atingiu 117 casas no Amapá depois da operação de abertura de uma espécie de barragem provisória de uma hidrelétrica em construção. Na cidade de Ferreira Gomes, a 137 quilômetros da capital, Macapá, cerca de 600 pessoas tiveram de ser retiradas de casa e o fornecimento de energia foi parcialmente interrompido. Desde quinta-feira (7), o nível do rio Araguari subiu e invadiu as principais ruas da cidade. A prefeitura decretou situação de emergência e a Defesa Civil do Amapá foi acionada para dar suporte às famílias. Ninguém ficou ferido. As famílias começaram a retornar para suas casas nesta sexta-feira (8), quando a água do rio recuou um pouco. Grande parte delas, contudo, perdeu móveis e eletrodomésticos. A Prefeitura de Ferreira Gomes montou um gabinete de crise para centralizar ações de órgãos municipais, da Defesa Civil Estadual e do Ministério Público do Amapá. Nesta sexta, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), visitou a cidade para prestar solidariedade aos desabrigados. JOGO DE EMPURRA A inundação de parte da cidade começou após uma operação de abertura da ensecadeira da hidrelétrica que está sendo construída pela Energia Cachoeira Caldeirão, consórcio capitaneado pela EDP Energia. O consórcio Caldeirão Grande afirma que realizou a abertura da ensecadeira de forma programada e alega que o aumento no volume de água não seria suficiente para inundar as casas. Por outro lado, executivos de outras empresas que operam barragens na região –como a Ferreira Gomes Energia– alegam que não foram avisados do aumento do fluxo de água e não adequaram a abertura de suas comportas. Em nota, a empresa Ferreira Gomes Energia (FGE) informou que aguarda emissão de laudo técnico para se pronunciar sobre o ocorrido. O governo do Amapá também informou que não foi avisado da abertura da "ensecadeira" da hidrelétrica em obras.
cotidiano
Obra em hidrelétrica provoca inundação e atinge 117 casas no AmapáUma inundação atingiu 117 casas no Amapá depois da operação de abertura de uma espécie de barragem provisória de uma hidrelétrica em construção. Na cidade de Ferreira Gomes, a 137 quilômetros da capital, Macapá, cerca de 600 pessoas tiveram de ser retiradas de casa e o fornecimento de energia foi parcialmente interrompido. Desde quinta-feira (7), o nível do rio Araguari subiu e invadiu as principais ruas da cidade. A prefeitura decretou situação de emergência e a Defesa Civil do Amapá foi acionada para dar suporte às famílias. Ninguém ficou ferido. As famílias começaram a retornar para suas casas nesta sexta-feira (8), quando a água do rio recuou um pouco. Grande parte delas, contudo, perdeu móveis e eletrodomésticos. A Prefeitura de Ferreira Gomes montou um gabinete de crise para centralizar ações de órgãos municipais, da Defesa Civil Estadual e do Ministério Público do Amapá. Nesta sexta, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), visitou a cidade para prestar solidariedade aos desabrigados. JOGO DE EMPURRA A inundação de parte da cidade começou após uma operação de abertura da ensecadeira da hidrelétrica que está sendo construída pela Energia Cachoeira Caldeirão, consórcio capitaneado pela EDP Energia. O consórcio Caldeirão Grande afirma que realizou a abertura da ensecadeira de forma programada e alega que o aumento no volume de água não seria suficiente para inundar as casas. Por outro lado, executivos de outras empresas que operam barragens na região –como a Ferreira Gomes Energia– alegam que não foram avisados do aumento do fluxo de água e não adequaram a abertura de suas comportas. Em nota, a empresa Ferreira Gomes Energia (FGE) informou que aguarda emissão de laudo técnico para se pronunciar sobre o ocorrido. O governo do Amapá também informou que não foi avisado da abertura da "ensecadeira" da hidrelétrica em obras.
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Hoje na TV: Despedida de Rogério Ceni
8h30 Philippine Mavericks x Singapore Slammers Tênis, IPTL, ESPN+ 12h Al Ahli x Levante Futebol de areia, SporTV 3 12h Japan Warriors x Indian Aces Tênis, IPTL, ESPN+ 13h15 Barcelona x Sporting Futebol de areia, SporTV 3 13h30 Masters Cup de Tênis Evento teste Rio-2016, SporTV 2 14h30 Vasco x Fluminense Futebol de areia, SporTV 3 15h15 Brasil x França Handebol, Mundial feminino, ESPN, SporTV 15h45 Corinthians x Flamengo Futebol de areia, SporTV 3 17h30 Mainz 05 x Stuttgart Alemão, ESPN Brasil 17h30 Noruega x Espanha Handebol, Mundial feminino, SporTV 3 17h45 Walverhampton Wanderers x Nottingham Forest Inglês, segunda divisão, ESPN 17h45 Ulster x Toulouse Rúgbi, Eropeu de clubes, ESPN+ 18h30 Sesi x Osasco Vôlei, Superliga feminina, SporTV 21h Despedida de Rogério Ceni Amistoso, Fox Sports 21h Aldo x Mc Gregor Pesagem UFC 194, SporTV 21h40 Minas x Rio de Janeiro Vôlei, Superliga feminina, SporTV 22h30 Edgar x Mendes UFC, SporTV 2 0h30 (sábado) San Antonio Spurs x Los Angeles Lakers Basquete, NBA, ESPN 1h (sábado) Cesar Juarez x Monito Donaire Boxe, SporTV 2h (sábado) Josenilson dos Santos x Felix Verdejo Boxe, SporTV
esporte
Hoje na TV: Despedida de Rogério Ceni8h30 Philippine Mavericks x Singapore Slammers Tênis, IPTL, ESPN+ 12h Al Ahli x Levante Futebol de areia, SporTV 3 12h Japan Warriors x Indian Aces Tênis, IPTL, ESPN+ 13h15 Barcelona x Sporting Futebol de areia, SporTV 3 13h30 Masters Cup de Tênis Evento teste Rio-2016, SporTV 2 14h30 Vasco x Fluminense Futebol de areia, SporTV 3 15h15 Brasil x França Handebol, Mundial feminino, ESPN, SporTV 15h45 Corinthians x Flamengo Futebol de areia, SporTV 3 17h30 Mainz 05 x Stuttgart Alemão, ESPN Brasil 17h30 Noruega x Espanha Handebol, Mundial feminino, SporTV 3 17h45 Walverhampton Wanderers x Nottingham Forest Inglês, segunda divisão, ESPN 17h45 Ulster x Toulouse Rúgbi, Eropeu de clubes, ESPN+ 18h30 Sesi x Osasco Vôlei, Superliga feminina, SporTV 21h Despedida de Rogério Ceni Amistoso, Fox Sports 21h Aldo x Mc Gregor Pesagem UFC 194, SporTV 21h40 Minas x Rio de Janeiro Vôlei, Superliga feminina, SporTV 22h30 Edgar x Mendes UFC, SporTV 2 0h30 (sábado) San Antonio Spurs x Los Angeles Lakers Basquete, NBA, ESPN 1h (sábado) Cesar Juarez x Monito Donaire Boxe, SporTV 2h (sábado) Josenilson dos Santos x Felix Verdejo Boxe, SporTV
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O encontro do MC com o faraó do sax
Era 1994 quando avistei a pirâmide do Pharoah Sanders. O álbum, "Red Hot & Cool: Stolen Moments", era uma compilação pautada por encontros entre a nata do jazz-rap de então (Digable Planets, The Roots, Guru) e os reis que eles reverenciavam via sample: Ron Carter, Lester Bowie (Art Ensemble of Chicago), Herbie Hancock. Nesse contexto, uma faixa destoava um pouco. "This Is Madness", clássico subterrâneo dos Last Poets, em releitura incendiária por um par de integrantes originais somados ao sax desse Sanders, me chamou atenção de cara. Não era exatamente rap, mas tinha tudo a ver. Trazia o barulho e terminava com os três gritando "loucura", literalmente. Chapei. Identificação total. Nem fazia muito tempo, uma bomba de nome Gil Scott-Heron & Brian Jackson tinha mudado minha vida. E agora isso. Seguindo os sinais, mergulhei de peito aberto em tal trilha, munido de caneta numa mão e microfone na outra. Porque páginas de livros podem ser partituras. Nos capítulos seguintes, descobri que o músico nascido Farrel Sanders foi integrante da banda de toda a fase final do Santo John Coltrane. Sem falar na obra autoral dele, forrada de clássicos do assim-chamado jazz livre, como "Karma", "Village of the Pharoahs", "Black Unity", ou outras pérolas do pensamento. E que antes disso tudo, tinha sido batizado Faraó pelo mítico Sun Ra em pessoa. Várias vidas depois, me vi diante do homem, do mito. A fagulha formou fogo em 2010, depois do primeiro dos shows dele aqui –acompanhado por uma parte da minha família que se autoapelidou The Underground. Sair pra celebrar o sonho que virou verdade era a boa, e foi todo mundo pra mesma mesa, menos o mestre. Por meio de um desafio em tom de tiração, o baixista Matt Lux levantou a bola: "O Rodrigo cagou de medo de subir no palco e mandar a poesia que gravou com a gente durante a semana". Quando respondi que jamais pisaria num terreiro tão sagrado sem ser convidado, o diretor musical e cornetista Rob Mazurek cortou no ato. Fui intimado a participar da apresentação seguinte. Concordei, desde que rolasse a permissão prévia do dono do nome nos anúncios. Um dia depois, cheguei no salão carregando pouco além do tal poema, camisa social e a pegada "o que tiver que ser será". No caminho do camarim, Rob contou que tinha falado pro Pharoah sobre o punhado de palavras com que gostaria de tingir um dos temas, e combinou de ele me conhecer. Lá, lançou esse escriba sala adentro e saiu. Como gigante gentil que é, o saxofonista mais místico do Oeste começou a conversar. Revelou que gosta quando a oração ocupa a canção, para além da melodia. Emendou que já tinha trabalhado com pessoas do "mesmo tipo" que eu, e perguntou se sabia quem são os "últimos poetas". Quando contei que tinha sido esse o meu contato inicial com sua vida e obra, saiu uma gargalhada do meio daquela barba branca que só perde para a da Fafá de Belém. Pronto, o portal para o palco estava escancarado. A magia do momento foi magnetizante, disseram depois. Me contento em concordar, porque foi tudo tão intenso que nem sei. Mas lembro de vestir a tal camisa social. E a catiça foi conjurada formosa, plantou semente de uma parceria frutífera da banda, que inclui Guilherme Granado e Mauricio Takara, ambos com esse totem artístico, a ponto de gerar mais uma benção da mesma ordem: em 2013, também participei com Pharoah Sanders & The Underground da Virada Cultural no centro de São Paulo. Primeira vez outra vez. É como diz o mantra que ele mesmo imortalizou: "The creator has a master plan" (o criador tem um grande plano). Axé. RODRIGO BRANDÃO, 43, também conhecido como Gorila Urbano, é músico e MC.
ilustrissima
O encontro do MC com o faraó do saxEra 1994 quando avistei a pirâmide do Pharoah Sanders. O álbum, "Red Hot & Cool: Stolen Moments", era uma compilação pautada por encontros entre a nata do jazz-rap de então (Digable Planets, The Roots, Guru) e os reis que eles reverenciavam via sample: Ron Carter, Lester Bowie (Art Ensemble of Chicago), Herbie Hancock. Nesse contexto, uma faixa destoava um pouco. "This Is Madness", clássico subterrâneo dos Last Poets, em releitura incendiária por um par de integrantes originais somados ao sax desse Sanders, me chamou atenção de cara. Não era exatamente rap, mas tinha tudo a ver. Trazia o barulho e terminava com os três gritando "loucura", literalmente. Chapei. Identificação total. Nem fazia muito tempo, uma bomba de nome Gil Scott-Heron & Brian Jackson tinha mudado minha vida. E agora isso. Seguindo os sinais, mergulhei de peito aberto em tal trilha, munido de caneta numa mão e microfone na outra. Porque páginas de livros podem ser partituras. Nos capítulos seguintes, descobri que o músico nascido Farrel Sanders foi integrante da banda de toda a fase final do Santo John Coltrane. Sem falar na obra autoral dele, forrada de clássicos do assim-chamado jazz livre, como "Karma", "Village of the Pharoahs", "Black Unity", ou outras pérolas do pensamento. E que antes disso tudo, tinha sido batizado Faraó pelo mítico Sun Ra em pessoa. Várias vidas depois, me vi diante do homem, do mito. A fagulha formou fogo em 2010, depois do primeiro dos shows dele aqui –acompanhado por uma parte da minha família que se autoapelidou The Underground. Sair pra celebrar o sonho que virou verdade era a boa, e foi todo mundo pra mesma mesa, menos o mestre. Por meio de um desafio em tom de tiração, o baixista Matt Lux levantou a bola: "O Rodrigo cagou de medo de subir no palco e mandar a poesia que gravou com a gente durante a semana". Quando respondi que jamais pisaria num terreiro tão sagrado sem ser convidado, o diretor musical e cornetista Rob Mazurek cortou no ato. Fui intimado a participar da apresentação seguinte. Concordei, desde que rolasse a permissão prévia do dono do nome nos anúncios. Um dia depois, cheguei no salão carregando pouco além do tal poema, camisa social e a pegada "o que tiver que ser será". No caminho do camarim, Rob contou que tinha falado pro Pharoah sobre o punhado de palavras com que gostaria de tingir um dos temas, e combinou de ele me conhecer. Lá, lançou esse escriba sala adentro e saiu. Como gigante gentil que é, o saxofonista mais místico do Oeste começou a conversar. Revelou que gosta quando a oração ocupa a canção, para além da melodia. Emendou que já tinha trabalhado com pessoas do "mesmo tipo" que eu, e perguntou se sabia quem são os "últimos poetas". Quando contei que tinha sido esse o meu contato inicial com sua vida e obra, saiu uma gargalhada do meio daquela barba branca que só perde para a da Fafá de Belém. Pronto, o portal para o palco estava escancarado. A magia do momento foi magnetizante, disseram depois. Me contento em concordar, porque foi tudo tão intenso que nem sei. Mas lembro de vestir a tal camisa social. E a catiça foi conjurada formosa, plantou semente de uma parceria frutífera da banda, que inclui Guilherme Granado e Mauricio Takara, ambos com esse totem artístico, a ponto de gerar mais uma benção da mesma ordem: em 2013, também participei com Pharoah Sanders & The Underground da Virada Cultural no centro de São Paulo. Primeira vez outra vez. É como diz o mantra que ele mesmo imortalizou: "The creator has a master plan" (o criador tem um grande plano). Axé. RODRIGO BRANDÃO, 43, também conhecido como Gorila Urbano, é músico e MC.
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Confira roteiro para pedalar do parque Villa-Lobos ao Ibirapuera, em SP
RICARDO AMPUDIA DE SÃO PAULO Um trajeto de 11 quilômetros liga o parque Villa-Lobos ao Ibirapuera. Quase todo plano, o percurso pode ser feito 100% por ciclovias. Veja detalhes de cada trecho a seguir. * Parque Villa-Lobos O parque tem 3,5 km de ciclovias circundando o terreno. Vale fazer uma pausa para curtir deitado no gramado ou passeando no Circuito das Árvores. Pedroso de Morais - Faria Lima Talvez uma das melhores ciclovias da cidade de São Paulo. O chão liso e bem sinalizado é ideal para quem começou a pedalar. O trecho começa logo nos portões do parque Villa Lobos, embaixo de árvores de copas altas, e segue passando pela praça Panamericana e pela avenida Pedroso de Morais, sempre com muita sombra. As manhãs de domingo costumam especialmente ter trânsito intenso de magrelas e corredores. Faria Lima - Vila Olímpia Mantendo o padrão dinamarquês de asfalto e sinalização, a ciclovia da Faria Lima segue pelo canteiro central da avenida, longe dos carros e com bons trechos de sombra e verde. Se cansar, vale sentar nos bancos ao longo da via. Seguindo pela Vila Olímpia, a pista fica mais estreita e sinuosa, é preciso cuidado nos cruzamentos. Guarde energia para uma subidinha (sem drama, é bem curta) antes de chegar na República do Líbano e avistar o "Ibira". Parque Ibirapuera Além das pistas e ruas do parque percorrendo todo o verde do pulmão paulistano, vale curtir um pouco de emoção na trilha de terra que margeia os portões. Uma das maneiras de acessá-la é pela entrada A do Portão 9. Uma trilha estreita, sem grandes dificuldades, que pode ser feita com bicicletas de passeio, rodando na sombra dos bosques. Aos fins de semana, o parque costuma lotar e fica difícil pedalar nas ruas. Prefira as manhãs, durante a semana.
saopaulo
Confira roteiro para pedalar do parque Villa-Lobos ao Ibirapuera, em SPRICARDO AMPUDIA DE SÃO PAULO Um trajeto de 11 quilômetros liga o parque Villa-Lobos ao Ibirapuera. Quase todo plano, o percurso pode ser feito 100% por ciclovias. Veja detalhes de cada trecho a seguir. * Parque Villa-Lobos O parque tem 3,5 km de ciclovias circundando o terreno. Vale fazer uma pausa para curtir deitado no gramado ou passeando no Circuito das Árvores. Pedroso de Morais - Faria Lima Talvez uma das melhores ciclovias da cidade de São Paulo. O chão liso e bem sinalizado é ideal para quem começou a pedalar. O trecho começa logo nos portões do parque Villa Lobos, embaixo de árvores de copas altas, e segue passando pela praça Panamericana e pela avenida Pedroso de Morais, sempre com muita sombra. As manhãs de domingo costumam especialmente ter trânsito intenso de magrelas e corredores. Faria Lima - Vila Olímpia Mantendo o padrão dinamarquês de asfalto e sinalização, a ciclovia da Faria Lima segue pelo canteiro central da avenida, longe dos carros e com bons trechos de sombra e verde. Se cansar, vale sentar nos bancos ao longo da via. Seguindo pela Vila Olímpia, a pista fica mais estreita e sinuosa, é preciso cuidado nos cruzamentos. Guarde energia para uma subidinha (sem drama, é bem curta) antes de chegar na República do Líbano e avistar o "Ibira". Parque Ibirapuera Além das pistas e ruas do parque percorrendo todo o verde do pulmão paulistano, vale curtir um pouco de emoção na trilha de terra que margeia os portões. Uma das maneiras de acessá-la é pela entrada A do Portão 9. Uma trilha estreita, sem grandes dificuldades, que pode ser feita com bicicletas de passeio, rodando na sombra dos bosques. Aos fins de semana, o parque costuma lotar e fica difícil pedalar nas ruas. Prefira as manhãs, durante a semana.
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Entenda o caso Neymar: brasileiro pode realmente ir para a cadeia?
O Ministério Público espanhol pediu a condenação de Neymar a dois anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 10 milhões de euros (R$ 35,9 milhões) no processo em que o jogador é acusado de ajudar a fraudar sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013. O brasileiro é apenas uma das pessoas investigadas em um caso complexo e com uma imensa repercussão no mundo do futebol, com potencial impacto na seleção brasileira e em sua campanha rumo à Copa de 2018, na Rússia. O jogador e sua família negam todas as acusações. Entenda alguns pontos-chave do caso: A ACUSAÇÃO Neymar e seus pais (Neymar e Nadine Gonçalves da Silva) são acusados, com o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rossell, de corrupção, fraude e simulação de contratos envolvendo a compra de seu passe, então do Santos, pelo Barcelona. Ao anunciar a compra, em maio de 2013, o clube espanhol disse ter desembolsado 59,1 milhões de euros (R$ 212 milhões) para contratar os serviços do brasileiro. Mas em dezembro do mesmo ano um sócio do Barcelona, Jordi Cases, entrou na Justiça para pedir esclarecimentos sobre a transferência. Em janeiro de 2014, com uma investigação já em andamento, o Barcelona admitiu que o preço da venda tinha sido de 86,2 milhões de euros (R$ 309 milhões). Com isso, foi a vez da empresa DIS, que detinha parte dos direitos de venda de Neymar, entrar na Justiça, argumentando ter sido enganada na operação. Para as autoridades espanholas, a diferença de valores foi uma tentativa das partes de diminuir o recolhimento de impostos. Tanto o jogador quanto seus pais e o clube negam as acusações. O pai do jogador disse que o processo é um "problema entre clubes". PRISÃO E MULTA O processo é dividido em uma ação criminal, na qual os envolvidos podem ser condenados a até oito anos de prisão, e uma cível, em que a DIS afirma que os valores secretos afetaram diretamente sua comissão sobre a venda e pede uma indenização mínima de 159 milhões de euros (R$ 571 milhões). A denúncia do Ministério Público foi aceita no início do mês pelo juiz de instrução José de La Mata. Ainda não foi marcada data para o julgamento. Parece pouco provável que, caso condenado, o jogador vá passar algum tempo na cadeia. De acordo com a legislação espanhola, a Justiça tem a opção de aplicar uma multa milionária em substituição à prisão em casos como o de Neymar. LIVRE CONCORRÊNCIA O processo contra Neymar também envolve um polêmico pré-contrato assinado com o Barcelona em 2011, sob o qual o clube se comprometia a pagar 40 milhões de euros para o jogador a título de exclusividade na compra de seus direitos federativos. Em setembro do ano passado, uma junta de juízes entendeu que o documento era ilegal porque "alterava o livre mercado de inscrição de jogadores de futebol ao impedir que o jogador entrasse no mercado conforme as regras da livre concorrência". Isso se enquadraria no crime de corrupção entre particulares. O POLÊMICO ROSELL Rosell, um dos réus na ação, tem uma polêmica história envolvendo o futebol brasileiro - e que antecede sua atuação como presidente do Barcelona na época da contratação de Neymar. Ex-executivo da empresa de material esportivo Nike no Brasil, ele tinha grande trânsito junto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Foi acusado de superfaturar a organização de um amistoso entre Brasil e Portugal em 2008, em um contrato com o governo do Distrito Federal. No caso Neymar, o Ministério Público recomendou que Rosell seja condenado a cinco anos de prisão. MULTA O Barcelona poderá ter de pagar uma multa de 8,4 milhões de euros. Em junho, em um processo separado sobre evasão fiscal, mas também ligado à transferência de Neymar, o clube concordara em pagar 5,5 milhões de euros ao Fisco espanhol. JUSTIÇA BRASILEIRA Os problemas legais de Neymar não se resumem à Espanha. Em março, ele foi condenado por sonegação de Imposto de Renda, fraude e conluio por uma corte administrativa da Receita Federal, no Rio de Janeiro. O jogador, segundo as autoridades fiscais, estaria devendo mais de R$ 180 milhões ao Leão, entre impostos atrasados e multas, e teria usado empresas para aplicar "dribles contábeis" - o pagamento como pessoa jurídica e com alíquotas menores - do imposto sobre rendimentos que, no entendimento da Receita, foram obtidos como pessoa física.
esporte
Entenda o caso Neymar: brasileiro pode realmente ir para a cadeia?O Ministério Público espanhol pediu a condenação de Neymar a dois anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 10 milhões de euros (R$ 35,9 milhões) no processo em que o jogador é acusado de ajudar a fraudar sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013. O brasileiro é apenas uma das pessoas investigadas em um caso complexo e com uma imensa repercussão no mundo do futebol, com potencial impacto na seleção brasileira e em sua campanha rumo à Copa de 2018, na Rússia. O jogador e sua família negam todas as acusações. Entenda alguns pontos-chave do caso: A ACUSAÇÃO Neymar e seus pais (Neymar e Nadine Gonçalves da Silva) são acusados, com o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rossell, de corrupção, fraude e simulação de contratos envolvendo a compra de seu passe, então do Santos, pelo Barcelona. Ao anunciar a compra, em maio de 2013, o clube espanhol disse ter desembolsado 59,1 milhões de euros (R$ 212 milhões) para contratar os serviços do brasileiro. Mas em dezembro do mesmo ano um sócio do Barcelona, Jordi Cases, entrou na Justiça para pedir esclarecimentos sobre a transferência. Em janeiro de 2014, com uma investigação já em andamento, o Barcelona admitiu que o preço da venda tinha sido de 86,2 milhões de euros (R$ 309 milhões). Com isso, foi a vez da empresa DIS, que detinha parte dos direitos de venda de Neymar, entrar na Justiça, argumentando ter sido enganada na operação. Para as autoridades espanholas, a diferença de valores foi uma tentativa das partes de diminuir o recolhimento de impostos. Tanto o jogador quanto seus pais e o clube negam as acusações. O pai do jogador disse que o processo é um "problema entre clubes". PRISÃO E MULTA O processo é dividido em uma ação criminal, na qual os envolvidos podem ser condenados a até oito anos de prisão, e uma cível, em que a DIS afirma que os valores secretos afetaram diretamente sua comissão sobre a venda e pede uma indenização mínima de 159 milhões de euros (R$ 571 milhões). A denúncia do Ministério Público foi aceita no início do mês pelo juiz de instrução José de La Mata. Ainda não foi marcada data para o julgamento. Parece pouco provável que, caso condenado, o jogador vá passar algum tempo na cadeia. De acordo com a legislação espanhola, a Justiça tem a opção de aplicar uma multa milionária em substituição à prisão em casos como o de Neymar. LIVRE CONCORRÊNCIA O processo contra Neymar também envolve um polêmico pré-contrato assinado com o Barcelona em 2011, sob o qual o clube se comprometia a pagar 40 milhões de euros para o jogador a título de exclusividade na compra de seus direitos federativos. Em setembro do ano passado, uma junta de juízes entendeu que o documento era ilegal porque "alterava o livre mercado de inscrição de jogadores de futebol ao impedir que o jogador entrasse no mercado conforme as regras da livre concorrência". Isso se enquadraria no crime de corrupção entre particulares. O POLÊMICO ROSELL Rosell, um dos réus na ação, tem uma polêmica história envolvendo o futebol brasileiro - e que antecede sua atuação como presidente do Barcelona na época da contratação de Neymar. Ex-executivo da empresa de material esportivo Nike no Brasil, ele tinha grande trânsito junto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Foi acusado de superfaturar a organização de um amistoso entre Brasil e Portugal em 2008, em um contrato com o governo do Distrito Federal. No caso Neymar, o Ministério Público recomendou que Rosell seja condenado a cinco anos de prisão. MULTA O Barcelona poderá ter de pagar uma multa de 8,4 milhões de euros. Em junho, em um processo separado sobre evasão fiscal, mas também ligado à transferência de Neymar, o clube concordara em pagar 5,5 milhões de euros ao Fisco espanhol. JUSTIÇA BRASILEIRA Os problemas legais de Neymar não se resumem à Espanha. Em março, ele foi condenado por sonegação de Imposto de Renda, fraude e conluio por uma corte administrativa da Receita Federal, no Rio de Janeiro. O jogador, segundo as autoridades fiscais, estaria devendo mais de R$ 180 milhões ao Leão, entre impostos atrasados e multas, e teria usado empresas para aplicar "dribles contábeis" - o pagamento como pessoa jurídica e com alíquotas menores - do imposto sobre rendimentos que, no entendimento da Receita, foram obtidos como pessoa física.
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Prefeitura reduz limite de velocidade em mais quatro vias da zona sul de SP
A Prefeitura de São Paulo irá reduzir o limite de velocidade de 60 km/h para 50 km/h de mais quatro vias da cidade a partir da próxima quarta-feira (9). Ao todo, 11,3 km de vias da capital terão nova velocidade. A mudança será feita na avenida Salim Farah Maluf (entre a ponte do Tatuapé e a avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo), rua das Juntas Provisórias (entre o Viaduto Grande São Paulo/Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo e o Complexo Escola de Engenharia Mackenzie), rua Malvina Ferrara Samarone e avenida Presidente Tancredo Neves (entre o Complexo Escola de Engenharia Mackenzie e o Complexo Viário Maria Maluf (trecho com 2,5 km de extensão). PROTEÇÃO Segundo a prefeitura, a medida faz parte do Programa de Proteção à Vida, que, entre outras medidas, pretende padronizar, até dezembro, o limite de velocidade em 50 km/h em todas as vias arteriais –aquelas que ligam diferentes regiões da cidade, têm semáforos e fluxo intenso de veículos. Infográfico: Classificação do sistema viário de SP
cotidiano
Prefeitura reduz limite de velocidade em mais quatro vias da zona sul de SPA Prefeitura de São Paulo irá reduzir o limite de velocidade de 60 km/h para 50 km/h de mais quatro vias da cidade a partir da próxima quarta-feira (9). Ao todo, 11,3 km de vias da capital terão nova velocidade. A mudança será feita na avenida Salim Farah Maluf (entre a ponte do Tatuapé e a avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo), rua das Juntas Provisórias (entre o Viaduto Grande São Paulo/Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo e o Complexo Escola de Engenharia Mackenzie), rua Malvina Ferrara Samarone e avenida Presidente Tancredo Neves (entre o Complexo Escola de Engenharia Mackenzie e o Complexo Viário Maria Maluf (trecho com 2,5 km de extensão). PROTEÇÃO Segundo a prefeitura, a medida faz parte do Programa de Proteção à Vida, que, entre outras medidas, pretende padronizar, até dezembro, o limite de velocidade em 50 km/h em todas as vias arteriais –aquelas que ligam diferentes regiões da cidade, têm semáforos e fluxo intenso de veículos. Infográfico: Classificação do sistema viário de SP
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STF arquiva acusação contra Aécio na Lava Jato
O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou o arquivamento de uma investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no âmbito da Operação Lava Jato. Teori acatou pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que não viu consistência nas afirmações feitas pelo entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará. À Folha, Aécio afirmou que "a decisão desmascara mais uma torpe tentativa de envolver nomes da oposição no mar de lama que envolve o PT e o governo". Em dezembro, a Folha revelou que Ceará havia dito, em sua delação premiada homologada pelo STF, que havia levado R$ 300 mil em 2013 para a sede da UTC Engenharia, no Rio. O valor foi recebido pelo diretor da empresa Antonio Carlos D´Agosto Miranda, segundo o delator, e Ceará afirmou que o executivo lhe disse que seria encaminhado a Aécio. A PGR ouviu novamente Youssef e o então presidente da UTC, Ricardo Pessoa, sobre o caso. Ambos negaram haver qualquer quantia para o tucano. Ambos confirmaram que Miranda recebia propina canalizada por Youssef na UTC. O diretor não foi ouvido pela PGR, que considerou a falta de indícios suficiente. A decisão de Teori foi publicada na quarta (17). Assim como Aécio, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também teve a citação contra si feita por Ceará arquivada. "Para mim, essa decisão, por mais importante que seja, não é suficiente. É preciso que se investigue o que está por trás dessas falsas e criminosas citações a nomes da oposição sem indícios mínimos que as comprovem. A Lava Jato tem cumprido um papel fundamental, e sempre terá todo o apoio do PSDB", disse o tucano. OUTROS TUCANOS Outra citação a Aécio na Lava Jato, feita por Youssef, foi destinada ao arquivamento em março de 2015 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), aliado de Aécio, também teve referência contra si arquivada. Ainda é apurada a acusação de cobrança de propina atribuída ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), já morto. A citação de Ceará de que o senador seria "o mais chato" na suposta cobrança de propina foi usada extensivamente pela blogosfera petista e governista contra o tucano. O comitê da campanha presidencial de Aécio em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas. A campanha de Dilma Rousseff (PT), R$ 7,5 milhões. * Leia a nota oficial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) Essa decisão da PGR ratificada pelo Supremo Tribunal Federal desmascara mais uma torpe tentativa de envolver nomes da oposição no mar de lama que envolve o PT e o governo e que a operação Lava Jato tem mostrado ao país. O mesmo já havia acontecido com os senadores Anastasia e Randolfe. Não foi a primeira tentativa e provavelmente não será a última. Mas, para mim, essa decisão, por mais importante que seja, não é suficiente. É preciso que se investigue o que está por trás dessas falsas e criminosas citações de nomes da oposição sem indícios mínimos que as comprovem e que têm o claro objetivo de confundir as investigações em curso no país. A operação Lava Jato tem cumprido um papel fundamental na construção de um novo Brasil e, por isso, sempre teve e continuará tendo todo o apoio do PSDB e das oposições que reagirão sempre que tentativas como essa ocorrerem". - Os políticos do PSDB que foram citados por delatores * Jayme Alves de Oliveira Filho, ex-policial federal: disse que entregou R$ 1 milhão, em Belo Horizonte, a um político "muito parecido" com Anastasia - Inquérito foi arquivado *
poder
STF arquiva acusação contra Aécio na Lava JatoO ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou o arquivamento de uma investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no âmbito da Operação Lava Jato. Teori acatou pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que não viu consistência nas afirmações feitas pelo entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará. À Folha, Aécio afirmou que "a decisão desmascara mais uma torpe tentativa de envolver nomes da oposição no mar de lama que envolve o PT e o governo". Em dezembro, a Folha revelou que Ceará havia dito, em sua delação premiada homologada pelo STF, que havia levado R$ 300 mil em 2013 para a sede da UTC Engenharia, no Rio. O valor foi recebido pelo diretor da empresa Antonio Carlos D´Agosto Miranda, segundo o delator, e Ceará afirmou que o executivo lhe disse que seria encaminhado a Aécio. A PGR ouviu novamente Youssef e o então presidente da UTC, Ricardo Pessoa, sobre o caso. Ambos negaram haver qualquer quantia para o tucano. Ambos confirmaram que Miranda recebia propina canalizada por Youssef na UTC. O diretor não foi ouvido pela PGR, que considerou a falta de indícios suficiente. A decisão de Teori foi publicada na quarta (17). Assim como Aécio, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também teve a citação contra si feita por Ceará arquivada. "Para mim, essa decisão, por mais importante que seja, não é suficiente. É preciso que se investigue o que está por trás dessas falsas e criminosas citações a nomes da oposição sem indícios mínimos que as comprovem. A Lava Jato tem cumprido um papel fundamental, e sempre terá todo o apoio do PSDB", disse o tucano. OUTROS TUCANOS Outra citação a Aécio na Lava Jato, feita por Youssef, foi destinada ao arquivamento em março de 2015 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), aliado de Aécio, também teve referência contra si arquivada. Ainda é apurada a acusação de cobrança de propina atribuída ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), já morto. A citação de Ceará de que o senador seria "o mais chato" na suposta cobrança de propina foi usada extensivamente pela blogosfera petista e governista contra o tucano. O comitê da campanha presidencial de Aécio em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas. A campanha de Dilma Rousseff (PT), R$ 7,5 milhões. * Leia a nota oficial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) Essa decisão da PGR ratificada pelo Supremo Tribunal Federal desmascara mais uma torpe tentativa de envolver nomes da oposição no mar de lama que envolve o PT e o governo e que a operação Lava Jato tem mostrado ao país. O mesmo já havia acontecido com os senadores Anastasia e Randolfe. Não foi a primeira tentativa e provavelmente não será a última. Mas, para mim, essa decisão, por mais importante que seja, não é suficiente. É preciso que se investigue o que está por trás dessas falsas e criminosas citações de nomes da oposição sem indícios mínimos que as comprovem e que têm o claro objetivo de confundir as investigações em curso no país. A operação Lava Jato tem cumprido um papel fundamental na construção de um novo Brasil e, por isso, sempre teve e continuará tendo todo o apoio do PSDB e das oposições que reagirão sempre que tentativas como essa ocorrerem". - Os políticos do PSDB que foram citados por delatores * Jayme Alves de Oliveira Filho, ex-policial federal: disse que entregou R$ 1 milhão, em Belo Horizonte, a um político "muito parecido" com Anastasia - Inquérito foi arquivado *
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Manifestantes inalam gás do riso diante do Parlamento Britânico; veja
Dezenas de manifestantes decidiram fazer um protesto inusitado diante do Parlamento britânico, em Londres: eles inalaram óxido nitroso, conhecido como gás do riso. Alguns, como esperado, não conseguiram conter as risadas. Os manifestantes sorridentes protestavam contra a proposta do governo, comandado pelo Partido Conservador, de tornar ilegal a venda de substâncias psicoativas, que alteram o humor do usuário, sem prescrição médica. O projeto de lei faz exceção ao álcool, nicotina e cafeína. A proibição incluiria o gás do riso, usado por dentistas como anestésico e também como droga recreacional por jovens. Os manifestantes encheram bexigas com o óxido nitroso e inalaram o gás na praça do Parlamento. O organizador do ato, Stephen Reid, da Sociedade Psicodélica, disse que cabe aos indivíduos e não ao governo decidir se estão dispostos a correr o risco trazido pelo consumo de substâncias psicoativas.
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Manifestantes inalam gás do riso diante do Parlamento Britânico; vejaDezenas de manifestantes decidiram fazer um protesto inusitado diante do Parlamento britânico, em Londres: eles inalaram óxido nitroso, conhecido como gás do riso. Alguns, como esperado, não conseguiram conter as risadas. Os manifestantes sorridentes protestavam contra a proposta do governo, comandado pelo Partido Conservador, de tornar ilegal a venda de substâncias psicoativas, que alteram o humor do usuário, sem prescrição médica. O projeto de lei faz exceção ao álcool, nicotina e cafeína. A proibição incluiria o gás do riso, usado por dentistas como anestésico e também como droga recreacional por jovens. Os manifestantes encheram bexigas com o óxido nitroso e inalaram o gás na praça do Parlamento. O organizador do ato, Stephen Reid, da Sociedade Psicodélica, disse que cabe aos indivíduos e não ao governo decidir se estão dispostos a correr o risco trazido pelo consumo de substâncias psicoativas.
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Brasil precisa de economia desaforada para sair da crise, diz Lula
Em encontro fechado com intelectuais e artistas nesta sexta-feira (26), no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, para sair da crise, o Brasil precisa de uma "economia desaforada". Segundo relatos, o petista disse que em tempos normais deve-se seguir receitas, mas, na crise, é preciso sair do manual. Ele sugeriu medidas como liberação de crédito e o uso de reservas internacionais do país para investimento em infraestrutura, a exemplo do que aprovou nesta sexta-feira o diretório nacional do PT. E deu um exemplo para "fazer girar a roda gigante" da economia: se o governo se desfizesse de US$ 100 bilhões de suas reservas, poderia usar R$ 200 bilhões para pagamento da dívida e investir os outros R$ 200 bilhões em infraestrutura. Apesar de não ter feito críticas diretas a Dilma Rousseff, as propostas apresentaras por Lula se chocam com a política econômica do Planalto. O seminário, que coincide com a data da comemoração dos 36 anos do PT –mas não tem relação com o partido– foi organizado pelo ex-ministro Roberto Amaral. O ex-presidente deve participar amanhã do ato de encerramento da celebração do aniversário petista. Segundo Amaral, o evento desta sexta não se tratou de um "ato de solidariedade" a Lula –que tem as relações com empreiteiras colocadas sob suspeita pelo Ministério Público e pela Policia Federal– mas de um debate sobre a "crise em geral, política e econômica". Participaram do encontro dezenas de convidados. Ente eles, o cineasta Luiz Carlos Barreto, os advogados Modesto da Silveira e Eny Moreira, o ex-ministro Paulo Vannuchi e o músico Tico Santacruz.
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Brasil precisa de economia desaforada para sair da crise, diz LulaEm encontro fechado com intelectuais e artistas nesta sexta-feira (26), no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, para sair da crise, o Brasil precisa de uma "economia desaforada". Segundo relatos, o petista disse que em tempos normais deve-se seguir receitas, mas, na crise, é preciso sair do manual. Ele sugeriu medidas como liberação de crédito e o uso de reservas internacionais do país para investimento em infraestrutura, a exemplo do que aprovou nesta sexta-feira o diretório nacional do PT. E deu um exemplo para "fazer girar a roda gigante" da economia: se o governo se desfizesse de US$ 100 bilhões de suas reservas, poderia usar R$ 200 bilhões para pagamento da dívida e investir os outros R$ 200 bilhões em infraestrutura. Apesar de não ter feito críticas diretas a Dilma Rousseff, as propostas apresentaras por Lula se chocam com a política econômica do Planalto. O seminário, que coincide com a data da comemoração dos 36 anos do PT –mas não tem relação com o partido– foi organizado pelo ex-ministro Roberto Amaral. O ex-presidente deve participar amanhã do ato de encerramento da celebração do aniversário petista. Segundo Amaral, o evento desta sexta não se tratou de um "ato de solidariedade" a Lula –que tem as relações com empreiteiras colocadas sob suspeita pelo Ministério Público e pela Policia Federal– mas de um debate sobre a "crise em geral, política e econômica". Participaram do encontro dezenas de convidados. Ente eles, o cineasta Luiz Carlos Barreto, os advogados Modesto da Silveira e Eny Moreira, o ex-ministro Paulo Vannuchi e o músico Tico Santacruz.
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Barreira da Rússia à carne brasileira ocorre em momento ruim para o setor
A Rússia comunicou ao Ministério da Agricultura que fará uma interrupção de compras de carne bovina e suína de dez frigoríficos brasileiros. O comunicado vem em um momento ruim para o setor: as exportações estão em queda; os custos sobem e a oferta de boi é reduzida. A Rússia tradicionalmente usa a artimanha de fechar mercados para barganhar nas compras. Mas, desde o ano passado, o país teve praticamente todos os grandes mercados de proteína fechados, devido à crise política na Ucrânia. O Brasil passou a ser o foco principal dos russos, devido à importância no país na produção de frango, de bovinos e de suínos. Os motivos dessa interrupção nas compras podem ser os relatados no comunicado enviado ao governo brasileiro. Em auditoria em março, os russos teriam encontrado problemas sanitários nesses frigoríficos. É bom lembrar que sempre tem alguém que deixa de fazer o dever de casa, colocando o setor em xeque. É bom lembrar também que o preço do petróleo, uma das principais fontes de divisas da Rússia, caiu no último ano. Com uma taxa de câmbio desfavorável, a carne ficou cara para os russos. Barreiras desse tipo poderiam melhorar os preços para eles -o que não deve ocorrer devido à escassez de animais, principalmente de bois. UNIÃO EUROPEIA Mas o Brasil não encontra problemas de compras apenas do lado da Rússia. A União Europeia também diminuiu as compras no Brasil. Estatísticas da UE indicam que o bloco importou 104 mil toneladas de frango do Brasil até março. Com esse volume, o país ainda é responsável por 55% das compras dos europeus. Uma boa participação, mas que recua ano a ano. Em 2011, a carne brasileira representava 72% das compras da União Europeia. Enquanto o Brasil perde participação, a Tailândia avança. Em 2011, o país asiático era responsável por apenas 18% das compras dos europeus. No primeiro trimestre deste ano, chegou a 35%. A menor participação reflete uma queda de 21% nas importações de carne de frango do Brasil pela UE no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Já a Tailândia, com a venda de 66 mil toneladas no período, aumentou em 23% as vendas aos europeus. A UE também importou 1,4% menos carne bovina brasileira de janeiro a março, segundo informações da comissão do bloco voltada para a agropecuária. Mesmo com a queda, o Brasil continua sendo o maior fornecedor dessa proteína aos europeus. Ao importar 33,9 mil toneladas de janeiro a março deste ano do Brasil, os europeus garantiram 46% desse mercado, em volume, aos brasileiros. Se o volume de importações europeias teve leve queda no mercado brasileiro, aumentou 10% nos Estados Unidos e da Argentina. Do lado das exportações, a Rússia foi a grande perda para os europeus. Devido aos atritos comerciais entre os russos e parte dos países desenvolvidos, a União Europeia vendeu 99% menos carne de frango para os russos; 94% menos carne bovina, e 91% menos carne suína no primeiro trimestre deste ano.
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Barreira da Rússia à carne brasileira ocorre em momento ruim para o setorA Rússia comunicou ao Ministério da Agricultura que fará uma interrupção de compras de carne bovina e suína de dez frigoríficos brasileiros. O comunicado vem em um momento ruim para o setor: as exportações estão em queda; os custos sobem e a oferta de boi é reduzida. A Rússia tradicionalmente usa a artimanha de fechar mercados para barganhar nas compras. Mas, desde o ano passado, o país teve praticamente todos os grandes mercados de proteína fechados, devido à crise política na Ucrânia. O Brasil passou a ser o foco principal dos russos, devido à importância no país na produção de frango, de bovinos e de suínos. Os motivos dessa interrupção nas compras podem ser os relatados no comunicado enviado ao governo brasileiro. Em auditoria em março, os russos teriam encontrado problemas sanitários nesses frigoríficos. É bom lembrar que sempre tem alguém que deixa de fazer o dever de casa, colocando o setor em xeque. É bom lembrar também que o preço do petróleo, uma das principais fontes de divisas da Rússia, caiu no último ano. Com uma taxa de câmbio desfavorável, a carne ficou cara para os russos. Barreiras desse tipo poderiam melhorar os preços para eles -o que não deve ocorrer devido à escassez de animais, principalmente de bois. UNIÃO EUROPEIA Mas o Brasil não encontra problemas de compras apenas do lado da Rússia. A União Europeia também diminuiu as compras no Brasil. Estatísticas da UE indicam que o bloco importou 104 mil toneladas de frango do Brasil até março. Com esse volume, o país ainda é responsável por 55% das compras dos europeus. Uma boa participação, mas que recua ano a ano. Em 2011, a carne brasileira representava 72% das compras da União Europeia. Enquanto o Brasil perde participação, a Tailândia avança. Em 2011, o país asiático era responsável por apenas 18% das compras dos europeus. No primeiro trimestre deste ano, chegou a 35%. A menor participação reflete uma queda de 21% nas importações de carne de frango do Brasil pela UE no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Já a Tailândia, com a venda de 66 mil toneladas no período, aumentou em 23% as vendas aos europeus. A UE também importou 1,4% menos carne bovina brasileira de janeiro a março, segundo informações da comissão do bloco voltada para a agropecuária. Mesmo com a queda, o Brasil continua sendo o maior fornecedor dessa proteína aos europeus. Ao importar 33,9 mil toneladas de janeiro a março deste ano do Brasil, os europeus garantiram 46% desse mercado, em volume, aos brasileiros. Se o volume de importações europeias teve leve queda no mercado brasileiro, aumentou 10% nos Estados Unidos e da Argentina. Do lado das exportações, a Rússia foi a grande perda para os europeus. Devido aos atritos comerciais entre os russos e parte dos países desenvolvidos, a União Europeia vendeu 99% menos carne de frango para os russos; 94% menos carne bovina, e 91% menos carne suína no primeiro trimestre deste ano.
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'O futebol castiga', diz Bauza após derrota de virada do São Paulo
Após a derrota de virada para o Atlético-PR por 2 a 1 neste sábado (11), no Morumbi, pela sétima rodada do Brasileiro, o técnico do São Paulo Edgardo Bauza disse que o time foi castigado após ter perdido diversas oportunidades de ampliar o placar. A equipe tricolor terminou o primeiro tempo com a vantagem de 1 a 0 no placar, porém, depois de chutar três bolas na trave – uma delas acertou os dois postes antes de sair– acabou cedendo o empate e tomando a virada no segundo tempo. "Creio que a equipe fez a meu ver um bom primeiro tempo, onde logramos fazer a vantagem. E no segundo tempo tivemos, no contra-ataque, as possibilidades para definir a partida. O futebol te castiga, como aconteceu. Não pudemos definir. Tivemos quatro chutes na trave e acabamos perdendo", explicou Bauza. A derrota foi a segunda do time –tinha perdido para o Internacional em três partidas pelo Campeonato Brasileiro, no Morumbi, mas para Bauza o fato não diz muita coisa. Para ele, o grande número de desfalques e os erros nas finalizações foram determinantes para a derrota. Além de Calleri, que foi liberado de última hora por causa da morte de seu melhor amigo, na Argentina, o treinador tinha outros dez desfalques, entre lesionados e convocados para a Copa América Centenário. "Hoje, se estamos acertados, a partida termina 3 ou 4 a 0. Temos que ser mais precisos na hora de finalizar. Mas não esqueçamos que, do último jogo na Libertadores temos seis jogadores a menos. Não sei se esperamos que se recuperem. Hoje no banco havia cinco jogadores com menos de 20 anos. É o que temos e devemos enfrentar", afirmou o comandante são paulino. O treinador também comentou a situação de Alan Kardec, que, após a virada dos paranaenses, passou a ser hostilizado pela torcida do clube tricolor. O atacante marcou apenas um gol em 27 partidas nesta temporada. "O que me diz a experiência é que, para superar isso, é a confiança. A confiança que damos cada vez que ele tem a oportunidade para jogar. Suas características são boas, mas ele não está passando por um bom momento, e a única forma para que recupere sua condição normal é jogando. Hoje não jogou bem, não fez uma grande partida, teve duas ou três chances, mas não pode convertê-las. Mas estamos dando as condições para que, ao longo das partidas, ele possa fazer o que sabe", explicou Bauza. Com a derrota, o São Paulo permanece temporariamente na sexta posição, com tem pontos. O Atlético-PR atinge também dez pontos na oitava colocação. O São Paulo volta a jogar pelo Brasileiro na quarta-feira (15), novamente no Morumbi, contra o Vitória. O Atlético-PR vai a Campinas enfrentar a Ponte Preta, também na quarta.
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'O futebol castiga', diz Bauza após derrota de virada do São PauloApós a derrota de virada para o Atlético-PR por 2 a 1 neste sábado (11), no Morumbi, pela sétima rodada do Brasileiro, o técnico do São Paulo Edgardo Bauza disse que o time foi castigado após ter perdido diversas oportunidades de ampliar o placar. A equipe tricolor terminou o primeiro tempo com a vantagem de 1 a 0 no placar, porém, depois de chutar três bolas na trave – uma delas acertou os dois postes antes de sair– acabou cedendo o empate e tomando a virada no segundo tempo. "Creio que a equipe fez a meu ver um bom primeiro tempo, onde logramos fazer a vantagem. E no segundo tempo tivemos, no contra-ataque, as possibilidades para definir a partida. O futebol te castiga, como aconteceu. Não pudemos definir. Tivemos quatro chutes na trave e acabamos perdendo", explicou Bauza. A derrota foi a segunda do time –tinha perdido para o Internacional em três partidas pelo Campeonato Brasileiro, no Morumbi, mas para Bauza o fato não diz muita coisa. Para ele, o grande número de desfalques e os erros nas finalizações foram determinantes para a derrota. Além de Calleri, que foi liberado de última hora por causa da morte de seu melhor amigo, na Argentina, o treinador tinha outros dez desfalques, entre lesionados e convocados para a Copa América Centenário. "Hoje, se estamos acertados, a partida termina 3 ou 4 a 0. Temos que ser mais precisos na hora de finalizar. Mas não esqueçamos que, do último jogo na Libertadores temos seis jogadores a menos. Não sei se esperamos que se recuperem. Hoje no banco havia cinco jogadores com menos de 20 anos. É o que temos e devemos enfrentar", afirmou o comandante são paulino. O treinador também comentou a situação de Alan Kardec, que, após a virada dos paranaenses, passou a ser hostilizado pela torcida do clube tricolor. O atacante marcou apenas um gol em 27 partidas nesta temporada. "O que me diz a experiência é que, para superar isso, é a confiança. A confiança que damos cada vez que ele tem a oportunidade para jogar. Suas características são boas, mas ele não está passando por um bom momento, e a única forma para que recupere sua condição normal é jogando. Hoje não jogou bem, não fez uma grande partida, teve duas ou três chances, mas não pode convertê-las. Mas estamos dando as condições para que, ao longo das partidas, ele possa fazer o que sabe", explicou Bauza. Com a derrota, o São Paulo permanece temporariamente na sexta posição, com tem pontos. O Atlético-PR atinge também dez pontos na oitava colocação. O São Paulo volta a jogar pelo Brasileiro na quarta-feira (15), novamente no Morumbi, contra o Vitória. O Atlético-PR vai a Campinas enfrentar a Ponte Preta, também na quarta.
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Rosberg vence o primeiro GP da temporada; Massa fica em 5º
A temporada 2016 da Fórmula 1 começou com mais uma dobradinha da Mercedes. Nico Rosberg saiu na frente no duelo particular com o companheiro de equipe Lewis Hamilton e venceu o GP da Austrália neste domingo (20). O brasileiro Felipe Massa (Williams) terminou na quinta posição. Apesar da hegemonia da escuderia alemã ser confirmada, o circuito de Albert Park foi palco de um espetáculo cheio de reviravoltas. A torcida também levou um grande susto, com o acidente violento entre o espanhol Fernando Alonso (McLaren) e o mexicano Esteban Gutiérrez (Haas), que interrompeu a corrida na 17ª volta. Os carros foram totalmente destruídos, mas os pilotos passam bem. O incidente acabou mudando a cara da corrida. O alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, chegou a liderar o início da prova depois de fazer uma largada espetacular, passando no meio das duas Mercedes, que saíram na primeira fila, mas acabou perdendo a ponta depois da paralisação, e teve que se contentar com o terceiro lugar. Rosberg conquistou sua 15ª vitória na F-1, a quarta seguida, já que havia vencido as últimas três corridas do ano passado. Também pontuaram na corrida os pilotos Romain Grosjean (Haas - 6º lugar), Nico Hulkenberg (Force India - 7º), Valtteri Bottas (Williams, 8º), Carlos Sainz (Toro Rosso - 9º) e Max Verstappen (Toro Rosso - 10º). HAMILTON LARGA MAL Com estratégia perfeita, o alemão soube tirar proveito da batida entre Alonso e Gutiérrez para trocar de pneus nos boxes, depois da bandeirada vermelha. Hamilton, que saiu da pole position, fez uma largada catastrófica, chegando a ficar na sexta posição ao final da primeira volta. O atual bicampeão mundial quase foi ultrapassado por Vettel, a duas voltas do fim, mas a manobra do alemão não foi bem sucedida. O finlandês Kimi Räikkönen não conseguiu completar a prova por conta de um problema com o motor da sua Ferrari O queridinho da torcida local, o australiano Daniel Ricciardo, da Red Bull, terminou em quarto, na beira do pódio, logo à frente de Massa. O outro Felipe do Brasil, o Nasr, da Sauber, ficou em 15º. A escuderia estreante Haas, que usa motor da Ferrari, conseguiu emplacar um piloto na zona de pontuação, o francês Romain Grosjean, que terminou em sexto. A abertura da temporada foi espetacular, depois de um treino classificatório dos mais decepcionantes, que levou os diretores de escuderias a optar por acabar com o novo regulamento logo na próxima prova, marcada para o fim de semana dos dias 2 e 3 de abril, no Bahrein.
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Rosberg vence o primeiro GP da temporada; Massa fica em 5ºA temporada 2016 da Fórmula 1 começou com mais uma dobradinha da Mercedes. Nico Rosberg saiu na frente no duelo particular com o companheiro de equipe Lewis Hamilton e venceu o GP da Austrália neste domingo (20). O brasileiro Felipe Massa (Williams) terminou na quinta posição. Apesar da hegemonia da escuderia alemã ser confirmada, o circuito de Albert Park foi palco de um espetáculo cheio de reviravoltas. A torcida também levou um grande susto, com o acidente violento entre o espanhol Fernando Alonso (McLaren) e o mexicano Esteban Gutiérrez (Haas), que interrompeu a corrida na 17ª volta. Os carros foram totalmente destruídos, mas os pilotos passam bem. O incidente acabou mudando a cara da corrida. O alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, chegou a liderar o início da prova depois de fazer uma largada espetacular, passando no meio das duas Mercedes, que saíram na primeira fila, mas acabou perdendo a ponta depois da paralisação, e teve que se contentar com o terceiro lugar. Rosberg conquistou sua 15ª vitória na F-1, a quarta seguida, já que havia vencido as últimas três corridas do ano passado. Também pontuaram na corrida os pilotos Romain Grosjean (Haas - 6º lugar), Nico Hulkenberg (Force India - 7º), Valtteri Bottas (Williams, 8º), Carlos Sainz (Toro Rosso - 9º) e Max Verstappen (Toro Rosso - 10º). HAMILTON LARGA MAL Com estratégia perfeita, o alemão soube tirar proveito da batida entre Alonso e Gutiérrez para trocar de pneus nos boxes, depois da bandeirada vermelha. Hamilton, que saiu da pole position, fez uma largada catastrófica, chegando a ficar na sexta posição ao final da primeira volta. O atual bicampeão mundial quase foi ultrapassado por Vettel, a duas voltas do fim, mas a manobra do alemão não foi bem sucedida. O finlandês Kimi Räikkönen não conseguiu completar a prova por conta de um problema com o motor da sua Ferrari O queridinho da torcida local, o australiano Daniel Ricciardo, da Red Bull, terminou em quarto, na beira do pódio, logo à frente de Massa. O outro Felipe do Brasil, o Nasr, da Sauber, ficou em 15º. A escuderia estreante Haas, que usa motor da Ferrari, conseguiu emplacar um piloto na zona de pontuação, o francês Romain Grosjean, que terminou em sexto. A abertura da temporada foi espetacular, depois de um treino classificatório dos mais decepcionantes, que levou os diretores de escuderias a optar por acabar com o novo regulamento logo na próxima prova, marcada para o fim de semana dos dias 2 e 3 de abril, no Bahrein.
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A exemplo de Guido Mantega, Joaquim Levy pode ser punido por pedaladas
O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy pode ser condenado pelas pedaladas fiscais ocorridas em 2015 no período em que esteve no comando da pasta, no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. A situação dele, que já era analisada desde o ano passado, se complicou na semana passada depois de duas decisões dos ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o tema. O relator do processo que envolve Levy, ministro José Múcio, deverá requisitar explicações dele e de outros dez servidores até o fim do ano. Após deixar o Ministério da Fazenda, Levy foi para o Banco Mundial, onde é diretor financeiro. Ele informou por meio de sua assessoria que não comentaria o assunto. A primeira decisão dos ministros foi considerar, durante a votação das contas da presidente Dilma Rousseff, que em 2015 houve pedaladas fiscais -algo que já havia ocorrido nas contas de 2014. De acordo com a decisão, o governo não pagou o Banco do Brasil e o BNDES R$ 13 bilhões que venceram entre janeiro e julho de 2015. Por isso, reprovou as contas de Dilma e não aceitou a defesa do governo de que eram meros atrasos no repasse que, no fim do ano, foram completamente quitados. Para os ministros do TCU, a lei era clara de que não havia prazo para o pagamento dos subsídios referentes ao Plano Safra e ao PSI (Programa de Sustentação do Investimento) e que eles deveriam ser quitados no momento do vencimento (janeiro e julho). Nesses dois programas governamentais, os bancos emprestam dinheiro a juros subsidiados, abaixo do juro de mercado. O governo é obrigado a cobrir a diferença. No entendimento do TCU, o governo se financiou com os atrasos usando dinheiro de bancos que controlava, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. ILEGAIS Em abril de 2015, o TCU passou a considerar que as pedaladas fiscais -até então investigadas somente nos anos de 2013 e 2014- eram ilegais e poderiam ser até mesmo consideradas crime, algo que depois o Ministério Público Federal não referendou. Mesmo com o entendimento do TCU sobre anos anteriores, o governo Dilma não quitou os vencimentos de julho de 2015 com o BNDES e o Banco do Brasil. Na época, o ministro Levy negou que as pedaladas continuassem. Esse processo de abril de 2015, teve sua primeira etapa no TCU encerrada também na semana passada e levou a mais um indicativo de que a situação de Levy é complicada. O ministro da Fazenda de 2014, Guido Mantega, foi condenado pelo TCU por unanimidade a pagar uma multa de R$ 54,8 mil e a inabilitação para cargos públicos pelo período de cinco anos. Os ministros do TCU não consideraram a defesa do ex-ministro, que elegava não serem os atrasos irregulares e que, se fossem, a responsabilidade seria do secretário do Tesouro, Arno Augustin, também condenado à multa e oito anos de inabilitação. Além do processo no TCU, Mantega e Arno ainda são processados civilmente pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa. Entenda as pedaladas
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A exemplo de Guido Mantega, Joaquim Levy pode ser punido por pedaladasO ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy pode ser condenado pelas pedaladas fiscais ocorridas em 2015 no período em que esteve no comando da pasta, no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. A situação dele, que já era analisada desde o ano passado, se complicou na semana passada depois de duas decisões dos ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o tema. O relator do processo que envolve Levy, ministro José Múcio, deverá requisitar explicações dele e de outros dez servidores até o fim do ano. Após deixar o Ministério da Fazenda, Levy foi para o Banco Mundial, onde é diretor financeiro. Ele informou por meio de sua assessoria que não comentaria o assunto. A primeira decisão dos ministros foi considerar, durante a votação das contas da presidente Dilma Rousseff, que em 2015 houve pedaladas fiscais -algo que já havia ocorrido nas contas de 2014. De acordo com a decisão, o governo não pagou o Banco do Brasil e o BNDES R$ 13 bilhões que venceram entre janeiro e julho de 2015. Por isso, reprovou as contas de Dilma e não aceitou a defesa do governo de que eram meros atrasos no repasse que, no fim do ano, foram completamente quitados. Para os ministros do TCU, a lei era clara de que não havia prazo para o pagamento dos subsídios referentes ao Plano Safra e ao PSI (Programa de Sustentação do Investimento) e que eles deveriam ser quitados no momento do vencimento (janeiro e julho). Nesses dois programas governamentais, os bancos emprestam dinheiro a juros subsidiados, abaixo do juro de mercado. O governo é obrigado a cobrir a diferença. No entendimento do TCU, o governo se financiou com os atrasos usando dinheiro de bancos que controlava, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. ILEGAIS Em abril de 2015, o TCU passou a considerar que as pedaladas fiscais -até então investigadas somente nos anos de 2013 e 2014- eram ilegais e poderiam ser até mesmo consideradas crime, algo que depois o Ministério Público Federal não referendou. Mesmo com o entendimento do TCU sobre anos anteriores, o governo Dilma não quitou os vencimentos de julho de 2015 com o BNDES e o Banco do Brasil. Na época, o ministro Levy negou que as pedaladas continuassem. Esse processo de abril de 2015, teve sua primeira etapa no TCU encerrada também na semana passada e levou a mais um indicativo de que a situação de Levy é complicada. O ministro da Fazenda de 2014, Guido Mantega, foi condenado pelo TCU por unanimidade a pagar uma multa de R$ 54,8 mil e a inabilitação para cargos públicos pelo período de cinco anos. Os ministros do TCU não consideraram a defesa do ex-ministro, que elegava não serem os atrasos irregulares e que, se fossem, a responsabilidade seria do secretário do Tesouro, Arno Augustin, também condenado à multa e oito anos de inabilitação. Além do processo no TCU, Mantega e Arno ainda são processados civilmente pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa. Entenda as pedaladas
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Gravações tornam o Brasil mais próximo de república bananeira
Pronto, caiu na roda a última instituição –o Supremo Tribunal Federal– que ainda gozava do respeito da maior parte do público. Que país, meu Deus. Ainda tentei usar os óculos de Pangloss para uma leitura ingênua das declarações de Rodrigo Janot. Afinal, o procurador-geral dizia apenas que havia uma nova gravação na qual constavam "referências indevidas à PGR (Procuradoria Geral da República) e ao Supremo Tribunal Federal". Podia ser, sempre na interpretação panglossiana, que "indevidas" fossem as falas dos delatores, não as ações (de resto não especificadas) de ministro ou ministros do Supremo. Mais o mais elementar sentido comum manda jogar fora os óculos de Pangloss, porque o procurador-geral explicitou a natureza da alusão à PGR: referia-se ao ex-procurador Marcello Miller, flagrado em "conduta em tese criminosa", sempre de acordo com a exposição de Janot. Como PGR e Supremo vieram na mesma frase, só se pode concluir que também no caso do STF aplica-se a suspeita de "conduta em tese criminosa". É uma possibilidade terrível: afinal, Executivo e Legislativo já têm um penca de acusados ou, no mínimo, de suspeitos. Se a suspeição chega ao Judiciário - e, pior, à sua mais alta Corte -, o Brasil se transforma em um lodaçal só visto antes em repúblicas bananeiras. Ainda mais que não apenas as instituições do Estado estão na berlinda: a Lava Jato demonstrou claramente que o capitalismo brasileiro é mafioso. Só funciona à base de conluios indecentes entre o setor público e as grandes empresas. Em tal cenário, o pior que poderia acontecer seria a reviravolta no caso JBS causar a morte ou ferimentos graves na Lava Jato. Todos os erros e/ou abusos eventualmente cometidos não podem esconder o fato de que a apuração foi tão bem feita que, pela primeira vez, levou empresários privados e executivos de estatais a confessarem crimes e, mais, devolver dinheiro aos cofres públicos. Ninguém devolve dinheiro ganho licitamente. Logo, o crime está exposto à luz do Sol e devidamente confessado, o que é raro, talvez inédito. Que haveria uma forte reação à essas punições e revelações, era óbvio. Os poderosos, na política e na economia, não caem sem disparar. O triste é que o disparo mais recente (e no próprio pé) tenha vindo justamente do procurador-geral. Valem, mais que nunca, as palavras de Celso Rocha de Barros em sua coluna da segunda-feira (4): "Se pararmos as investigações antes que o sistema político e o nosso capitalismo tenham sido reformados, estaremos dando um calote gigantesco em um povo pobre que já pagou sua parte em desemprego e miséria. Não parece justo". Ressalva indispensável: não foi apenas o "povo pobre" que pagou, mas todo o país. O calote será no Brasil e de tal ordem que só aumentará o já inédito grau de descrença e desprezo às instituições.
colunas
Gravações tornam o Brasil mais próximo de república bananeiraPronto, caiu na roda a última instituição –o Supremo Tribunal Federal– que ainda gozava do respeito da maior parte do público. Que país, meu Deus. Ainda tentei usar os óculos de Pangloss para uma leitura ingênua das declarações de Rodrigo Janot. Afinal, o procurador-geral dizia apenas que havia uma nova gravação na qual constavam "referências indevidas à PGR (Procuradoria Geral da República) e ao Supremo Tribunal Federal". Podia ser, sempre na interpretação panglossiana, que "indevidas" fossem as falas dos delatores, não as ações (de resto não especificadas) de ministro ou ministros do Supremo. Mais o mais elementar sentido comum manda jogar fora os óculos de Pangloss, porque o procurador-geral explicitou a natureza da alusão à PGR: referia-se ao ex-procurador Marcello Miller, flagrado em "conduta em tese criminosa", sempre de acordo com a exposição de Janot. Como PGR e Supremo vieram na mesma frase, só se pode concluir que também no caso do STF aplica-se a suspeita de "conduta em tese criminosa". É uma possibilidade terrível: afinal, Executivo e Legislativo já têm um penca de acusados ou, no mínimo, de suspeitos. Se a suspeição chega ao Judiciário - e, pior, à sua mais alta Corte -, o Brasil se transforma em um lodaçal só visto antes em repúblicas bananeiras. Ainda mais que não apenas as instituições do Estado estão na berlinda: a Lava Jato demonstrou claramente que o capitalismo brasileiro é mafioso. Só funciona à base de conluios indecentes entre o setor público e as grandes empresas. Em tal cenário, o pior que poderia acontecer seria a reviravolta no caso JBS causar a morte ou ferimentos graves na Lava Jato. Todos os erros e/ou abusos eventualmente cometidos não podem esconder o fato de que a apuração foi tão bem feita que, pela primeira vez, levou empresários privados e executivos de estatais a confessarem crimes e, mais, devolver dinheiro aos cofres públicos. Ninguém devolve dinheiro ganho licitamente. Logo, o crime está exposto à luz do Sol e devidamente confessado, o que é raro, talvez inédito. Que haveria uma forte reação à essas punições e revelações, era óbvio. Os poderosos, na política e na economia, não caem sem disparar. O triste é que o disparo mais recente (e no próprio pé) tenha vindo justamente do procurador-geral. Valem, mais que nunca, as palavras de Celso Rocha de Barros em sua coluna da segunda-feira (4): "Se pararmos as investigações antes que o sistema político e o nosso capitalismo tenham sido reformados, estaremos dando um calote gigantesco em um povo pobre que já pagou sua parte em desemprego e miséria. Não parece justo". Ressalva indispensável: não foi apenas o "povo pobre" que pagou, mas todo o país. O calote será no Brasil e de tal ordem que só aumentará o já inédito grau de descrença e desprezo às instituições.
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Disney é o melhor parque temático internacional, segundo paulistanos
SILVIO CIOFFI DE SÃO PAULO A Disneylândia aparece como o melhor parque internacional na pesquisa Datafolha, realizada com paulistanos: essa é a opinião dos entrevistados mais ricos (55%), dos que pertencem à classe A (55%) e dos mais jovens (61%). E ela foi apontada como o melhor destino de férias com a família —e citada por 9% dos entrevistados na pesquisa espontânea. Entre os demais parques temáticos de Orlando, na Flórida, também foram lembrados o complexo Universal Studios (2%), o Six Flags, o Busch Gardens e o SeaWorld, cada um deles com 1% das citações. Como as menções à Disney e à Disneylândia são usadas sem muito rigor pelo público brasileiro, é bom fazer uma distinção entre os dois parques mais antigos que pertencem à gigantesca empresa de entretenimento fundada pelo norte-americano Walter Elias Disney (1901-1966). Walt Disney, todos sabem, construiu um império de diversões que, além de diversos megaparques temáticos espalhados pelo mundo, também atua em segmentos como indústria cinematográfica, licenciamento da imagem de seus personagens, hotelaria e até mesmo no setor de cruzeiros marítimos, com a Disney Cruise Line. Branca de Neve Disney entrou em cena no mundo dos negócios milionários do entretenimento depois de produzir o desenho animado "Branca de Neve" (1937) e ao investir os lucros dessa produção na aquisição do terreno que serviria para construir seu primeiro estúdio, na Califórnia. Em 1955, inaugurou o ambicioso parque Disneylândia —ou Disneyland, no nome original—, nas proximidades da cidade de Anaheim. Passaram-se 60 anos desde que a Disneylândia abriu as portas na Califórnia e, desde então, ela já foi visitada por 700 milhões de pessoas. O sucesso desse primeiro parque foi tão estrondoso que, no início dos anos 1960, a Walt Disney Company resolveu fazer um segundo, nas proximidades de Orlando, na Flórida. Em 1961, o próprio Walt Disney foi à TV para anunciar a construção do parque Walt Disney World (WDW) e, também, de um anexo que serviria para mostrar como seria a cidade do futuro, o Epcot, abreviatura de Experimental Prototype Community of Tomorrow. O Walt Disney World, mais popularmente conhecido no Brasil como "a Disney", foi aberto em 1971, quando a empresa criada por Disney já era um negócio multibilionário e um gigante mundial do entretenimento —seu fundador, no entanto, tinha morrido cinco anos antes. Já o Epcot, com pavilhões que aludem a países e atrações futuristas como um trem monotrilho suspenso, foi inaugurado em 1982. Ambos, o Walt Disney World e o Epcot, que são ligados, recebem, ano após ano, um número recorde de viajantes brasileiros. E hoje, em Orlando, esse conjunto de parques da Disney, que inclui ainda resorts, hotéis, lojas e restaurantes, ocupa uma área total de 121 quilômetros quadrados e é, em si, um dos grandes destinos turísticos internacionais. O sucesso dos parques temáticos Disney na Flórida abriu caminho para que surgissem, em Orlando e arredores, diversos outros concorrentes, caso do SeaWorld, aberto em 1975; do Wet'n'Wild, de 1977; e do Universal Studios, fundado em 1990. Hoje, o conglomerado Walt Disney Company tem vários parques pelo mundo, como o Disneyland Paris, originalmente chamado de EuroDisney, inaugurado em 1992, e também complexos de entretenimento em Tóquio, que funcionam desde 1983, e em Hong Kong, desde 2005. No ano que vem, 2016, a empresa vai abrir um parque em Xangai, na China, chamado oficialmente de Shangai Disneyland Park. Além das atrações e dos personagens que caracterizam o grupo, o empreendimento terá uma área verde intitulada Jardins da Imaginação. Em todos os seus parques, além da preocupação de atender a públicos locais, a Disney está sempre reformulando e criando atrações. Atualmente em Orlando, a atração Soarin', que simula um vôo sobre a Califórnia, com imagens hiperrealistas de cinema em 180 graus, estará em breve mostrando também outras regiões dos Estados Unidos. E o tradicional resort com bangalôs polinésios, que fica sobre o lago, foi recentemente restaurado, sem perder suas características originais. * Um 'gurioso' na terra da fantasia por Washington Olivetto, publicitário Estive na Disney uma única vez na vida, por causa de meus filhos gêmeos, Antônia e Theo, na época, com sete anos de idade. Já faz algum tempo, os dois acabaram de completar 11 anos. Mas me recordo que gostei muito da comida do Citricus, restaurante do Disney's Grand Floridian Resort & Spa, intitulado "cuisine of southern Europe", que lembra bastante a excelente cozinha norte-americana contemporânea do The Modern, aquele restaurante coladinho ao Museu de Arte Moderna de Nova York. Adorei a Fulton's Crab House, uma crab house quase tão boa quanto o Joe's Stone Crab, de Miami, só que localizada num lugar bem mais bonito (dentro de um navio antigo restaurado) e que leva a enorme vantagem sobre o Joe's Crab de não ter diariamente uma gigantesca fila de turistas barulhentos na porta esperando por uma mesa.  Lembro que comi carne como gente grande no Capital Grille, que não fica nada a dever a steakhouses nova-iorquinas como o Smith & Wollensky, o Sparks ou o Morton's. Recordo que achei uma boa ideia a brasserie Les Chefs de France, um casamento dos consagrados Paul Bocuse, Roger Vergé e Gaston Lenôtre que gerou um filhote parecido com o La Coupole de Paris. E não tenho dúvidas de que me surpreendi com a qualidade da Portobello Italian, uma tratoria que fica perto do Mickey, mas que não faria feio se ficasse perto do Michelangelo.  Quanto a outras coisas da Disney, não me lembro bem, não tenho opinião formada e acho melhor vocês perguntarem aos meus filhos. A única coisa que posso dizer é que um lugar eleito por paulistanos como melhor parque temático internacional, melhor destino de férias em família e atração turística do mundo certamente deve ter outros méritos além desses que um "gurioso" como eu (mistura de guloso com curioso) consegue recordar. * QUEM LEVA CVC - (11) 3003-9282, www.cvc.com.br. A partir de R$ 3.827,93*. Inclui aéreo, traslado, oito noites no Disney's All Star Music Resort em apto. quádruplo, quatro dias de ingressos Disney Básico e quatro dias de entradas cortesias para os parques temáticos. Saída: 29/09. New Age - (11) 3138-4888, www.newage.tur.br. A partir de R$ 3.141,54*. Inclui aéreo, quatro noites em apto. quádruplo e seguro-viagem. Saídas até 30/12. Abreutur - (11) 3702-1840, www.abreutur.com.br, A partir de R$ 5.180,49*. Inclui aéreo, oito noites em apto. quádruplo, aluguel de carro e cartão Assist Card. Saída:10/10. Soft Travel - (11) 3017-9999, www.softtravel.com.br. A partir de R$ 3.945*. Inclui aéreo, seis noites de hospedagem, locação de carro, seguro-viagem e quatro dias de ingresso para os parques da Disney. Saídas até 30/11. *Valor por pessoa e sujeito a variação de câmbio. Não inclui taxas.
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Disney é o melhor parque temático internacional, segundo paulistanosSILVIO CIOFFI DE SÃO PAULO A Disneylândia aparece como o melhor parque internacional na pesquisa Datafolha, realizada com paulistanos: essa é a opinião dos entrevistados mais ricos (55%), dos que pertencem à classe A (55%) e dos mais jovens (61%). E ela foi apontada como o melhor destino de férias com a família —e citada por 9% dos entrevistados na pesquisa espontânea. Entre os demais parques temáticos de Orlando, na Flórida, também foram lembrados o complexo Universal Studios (2%), o Six Flags, o Busch Gardens e o SeaWorld, cada um deles com 1% das citações. Como as menções à Disney e à Disneylândia são usadas sem muito rigor pelo público brasileiro, é bom fazer uma distinção entre os dois parques mais antigos que pertencem à gigantesca empresa de entretenimento fundada pelo norte-americano Walter Elias Disney (1901-1966). Walt Disney, todos sabem, construiu um império de diversões que, além de diversos megaparques temáticos espalhados pelo mundo, também atua em segmentos como indústria cinematográfica, licenciamento da imagem de seus personagens, hotelaria e até mesmo no setor de cruzeiros marítimos, com a Disney Cruise Line. Branca de Neve Disney entrou em cena no mundo dos negócios milionários do entretenimento depois de produzir o desenho animado "Branca de Neve" (1937) e ao investir os lucros dessa produção na aquisição do terreno que serviria para construir seu primeiro estúdio, na Califórnia. Em 1955, inaugurou o ambicioso parque Disneylândia —ou Disneyland, no nome original—, nas proximidades da cidade de Anaheim. Passaram-se 60 anos desde que a Disneylândia abriu as portas na Califórnia e, desde então, ela já foi visitada por 700 milhões de pessoas. O sucesso desse primeiro parque foi tão estrondoso que, no início dos anos 1960, a Walt Disney Company resolveu fazer um segundo, nas proximidades de Orlando, na Flórida. Em 1961, o próprio Walt Disney foi à TV para anunciar a construção do parque Walt Disney World (WDW) e, também, de um anexo que serviria para mostrar como seria a cidade do futuro, o Epcot, abreviatura de Experimental Prototype Community of Tomorrow. O Walt Disney World, mais popularmente conhecido no Brasil como "a Disney", foi aberto em 1971, quando a empresa criada por Disney já era um negócio multibilionário e um gigante mundial do entretenimento —seu fundador, no entanto, tinha morrido cinco anos antes. Já o Epcot, com pavilhões que aludem a países e atrações futuristas como um trem monotrilho suspenso, foi inaugurado em 1982. Ambos, o Walt Disney World e o Epcot, que são ligados, recebem, ano após ano, um número recorde de viajantes brasileiros. E hoje, em Orlando, esse conjunto de parques da Disney, que inclui ainda resorts, hotéis, lojas e restaurantes, ocupa uma área total de 121 quilômetros quadrados e é, em si, um dos grandes destinos turísticos internacionais. O sucesso dos parques temáticos Disney na Flórida abriu caminho para que surgissem, em Orlando e arredores, diversos outros concorrentes, caso do SeaWorld, aberto em 1975; do Wet'n'Wild, de 1977; e do Universal Studios, fundado em 1990. Hoje, o conglomerado Walt Disney Company tem vários parques pelo mundo, como o Disneyland Paris, originalmente chamado de EuroDisney, inaugurado em 1992, e também complexos de entretenimento em Tóquio, que funcionam desde 1983, e em Hong Kong, desde 2005. No ano que vem, 2016, a empresa vai abrir um parque em Xangai, na China, chamado oficialmente de Shangai Disneyland Park. Além das atrações e dos personagens que caracterizam o grupo, o empreendimento terá uma área verde intitulada Jardins da Imaginação. Em todos os seus parques, além da preocupação de atender a públicos locais, a Disney está sempre reformulando e criando atrações. Atualmente em Orlando, a atração Soarin', que simula um vôo sobre a Califórnia, com imagens hiperrealistas de cinema em 180 graus, estará em breve mostrando também outras regiões dos Estados Unidos. E o tradicional resort com bangalôs polinésios, que fica sobre o lago, foi recentemente restaurado, sem perder suas características originais. * Um 'gurioso' na terra da fantasia por Washington Olivetto, publicitário Estive na Disney uma única vez na vida, por causa de meus filhos gêmeos, Antônia e Theo, na época, com sete anos de idade. Já faz algum tempo, os dois acabaram de completar 11 anos. Mas me recordo que gostei muito da comida do Citricus, restaurante do Disney's Grand Floridian Resort & Spa, intitulado "cuisine of southern Europe", que lembra bastante a excelente cozinha norte-americana contemporânea do The Modern, aquele restaurante coladinho ao Museu de Arte Moderna de Nova York. Adorei a Fulton's Crab House, uma crab house quase tão boa quanto o Joe's Stone Crab, de Miami, só que localizada num lugar bem mais bonito (dentro de um navio antigo restaurado) e que leva a enorme vantagem sobre o Joe's Crab de não ter diariamente uma gigantesca fila de turistas barulhentos na porta esperando por uma mesa.  Lembro que comi carne como gente grande no Capital Grille, que não fica nada a dever a steakhouses nova-iorquinas como o Smith & Wollensky, o Sparks ou o Morton's. Recordo que achei uma boa ideia a brasserie Les Chefs de France, um casamento dos consagrados Paul Bocuse, Roger Vergé e Gaston Lenôtre que gerou um filhote parecido com o La Coupole de Paris. E não tenho dúvidas de que me surpreendi com a qualidade da Portobello Italian, uma tratoria que fica perto do Mickey, mas que não faria feio se ficasse perto do Michelangelo.  Quanto a outras coisas da Disney, não me lembro bem, não tenho opinião formada e acho melhor vocês perguntarem aos meus filhos. A única coisa que posso dizer é que um lugar eleito por paulistanos como melhor parque temático internacional, melhor destino de férias em família e atração turística do mundo certamente deve ter outros méritos além desses que um "gurioso" como eu (mistura de guloso com curioso) consegue recordar. * QUEM LEVA CVC - (11) 3003-9282, www.cvc.com.br. A partir de R$ 3.827,93*. Inclui aéreo, traslado, oito noites no Disney's All Star Music Resort em apto. quádruplo, quatro dias de ingressos Disney Básico e quatro dias de entradas cortesias para os parques temáticos. Saída: 29/09. New Age - (11) 3138-4888, www.newage.tur.br. A partir de R$ 3.141,54*. Inclui aéreo, quatro noites em apto. quádruplo e seguro-viagem. Saídas até 30/12. Abreutur - (11) 3702-1840, www.abreutur.com.br, A partir de R$ 5.180,49*. Inclui aéreo, oito noites em apto. quádruplo, aluguel de carro e cartão Assist Card. Saída:10/10. Soft Travel - (11) 3017-9999, www.softtravel.com.br. A partir de R$ 3.945*. Inclui aéreo, seis noites de hospedagem, locação de carro, seguro-viagem e quatro dias de ingresso para os parques da Disney. Saídas até 30/11. *Valor por pessoa e sujeito a variação de câmbio. Não inclui taxas.
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É urgente fazer o certo
Com a política econômica esgarçada, resultados piores a cada mês, empresários e trabalhadores inseguros sobre o que há pela frente e, para completar, o rebaixamento da nota de crédito do país, não há mais o que esperar. O Brasil precisa de decisões. E de decisões duradouras. O país esperou 14 anos para ver reconhecido o saneamento fiscal e financeiro das contas nacionais, iniciado com a reforma monetária de 1994, e bastaram sete anos para que se perdesse o atestado de ingresso do Brasil na elite das economias mais seguras do mundo. O julgamento partiu da S&P, a primeira das três grandes agências internacionais de rating a perceber tanto a ascensão como a queda de um esforço longo e penoso para eliminar a inflação endêmica, as crises cambiais seriadas e a ruína das finanças públicas, história de nosso passado recente que não deveria jamais se fazer presente. Não há dúvidas sobre a necessidade premente de serem tomadas decisões corretas. E elas dizem respeito, essencialmente, ao que desandou nos últimos anos, ou seja, o gasto público. Nesse sentido, é ele que deve estar em causa, não os impostos. Mas não se tem ajuste fiscal quando o gasto público é tratado pelos governantes como entidade sagrada, impermeável a questionamentos, tais como dogmas religiosos. A urgência que agora se impõe (recuperar a nota de crédito do país) só é viável com a solução do deficit da proposta orçamentária para 2016 enviada ao Congresso, acompanhada do compromisso de realização do superavit de 0,7% do PIB. E que isso não seja feito com o aumento de impostos. O desafio que se apresenta é proporcional à qualidade do programa a ser adotado para superar o constrangimento orçamentário. Ele será ruim se obtido com mais impostos, mesmo transitórios, dado o passado de permanência de tudo que surgiu provisório, tipo CPMF, cuja extinção em 2007 foi um ponto fora da curva, já que continua a assombrar. A economia, na verdade, está ensopada de tributos. Nossa tributação total como medida do PIB excede a média da América Latina em 17 pontos percentuais e, desde 2013, extrapola a da OCDE, o bloco das economias avançadas. O fato é que existem dezenas de programas e linhas de gastos inseridos no orçamento e relançados todos os anos sem que se questione quais os motivos para ali estarem, assim como se repete com a miríade de incentivos tributários (alguns deles com 30 a 40 anos de vida). Tome-se o caso das desonerações. Se tais renúncias tributárias (4,92% do PIB em 2014, R$ 254 bilhões) voltassem aos níveis de 2010, estaria eliminado o deficit previsto na proposta orçamentária de 2016, R$ 30,5 bilhões, e garantida a meta fiscal de 0,7% do PIB. Um exercício envolvendo corte de gastos e revisão de desonerações é superior a qualquer expansão de carga tributária. Mas o sentido de urgência não pode justificar, em hipótese alguma, a ausência de uma consolidação fiscal completa e inteligente do estado brasileiro. A adequação da Previdência (cujo deficit vai mais que dobrar entre 2014 e 2016, chegando a previstos R$ 125 bilhões) ao envelhecimento da sociedade se tornou inadiável, assim como a estruturação do funcionalismo público tanto em termos de carreira, de quantidade e de salários. A lista de providências deve incluir ainda a redução das vinculações de gastos, que engessam mais de 90% do orçamento. Sem tais coisas, nunca haverá impostos que bastem e a eficiência do setor público seguirá um objetivo vazio.
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É urgente fazer o certoCom a política econômica esgarçada, resultados piores a cada mês, empresários e trabalhadores inseguros sobre o que há pela frente e, para completar, o rebaixamento da nota de crédito do país, não há mais o que esperar. O Brasil precisa de decisões. E de decisões duradouras. O país esperou 14 anos para ver reconhecido o saneamento fiscal e financeiro das contas nacionais, iniciado com a reforma monetária de 1994, e bastaram sete anos para que se perdesse o atestado de ingresso do Brasil na elite das economias mais seguras do mundo. O julgamento partiu da S&P, a primeira das três grandes agências internacionais de rating a perceber tanto a ascensão como a queda de um esforço longo e penoso para eliminar a inflação endêmica, as crises cambiais seriadas e a ruína das finanças públicas, história de nosso passado recente que não deveria jamais se fazer presente. Não há dúvidas sobre a necessidade premente de serem tomadas decisões corretas. E elas dizem respeito, essencialmente, ao que desandou nos últimos anos, ou seja, o gasto público. Nesse sentido, é ele que deve estar em causa, não os impostos. Mas não se tem ajuste fiscal quando o gasto público é tratado pelos governantes como entidade sagrada, impermeável a questionamentos, tais como dogmas religiosos. A urgência que agora se impõe (recuperar a nota de crédito do país) só é viável com a solução do deficit da proposta orçamentária para 2016 enviada ao Congresso, acompanhada do compromisso de realização do superavit de 0,7% do PIB. E que isso não seja feito com o aumento de impostos. O desafio que se apresenta é proporcional à qualidade do programa a ser adotado para superar o constrangimento orçamentário. Ele será ruim se obtido com mais impostos, mesmo transitórios, dado o passado de permanência de tudo que surgiu provisório, tipo CPMF, cuja extinção em 2007 foi um ponto fora da curva, já que continua a assombrar. A economia, na verdade, está ensopada de tributos. Nossa tributação total como medida do PIB excede a média da América Latina em 17 pontos percentuais e, desde 2013, extrapola a da OCDE, o bloco das economias avançadas. O fato é que existem dezenas de programas e linhas de gastos inseridos no orçamento e relançados todos os anos sem que se questione quais os motivos para ali estarem, assim como se repete com a miríade de incentivos tributários (alguns deles com 30 a 40 anos de vida). Tome-se o caso das desonerações. Se tais renúncias tributárias (4,92% do PIB em 2014, R$ 254 bilhões) voltassem aos níveis de 2010, estaria eliminado o deficit previsto na proposta orçamentária de 2016, R$ 30,5 bilhões, e garantida a meta fiscal de 0,7% do PIB. Um exercício envolvendo corte de gastos e revisão de desonerações é superior a qualquer expansão de carga tributária. Mas o sentido de urgência não pode justificar, em hipótese alguma, a ausência de uma consolidação fiscal completa e inteligente do estado brasileiro. A adequação da Previdência (cujo deficit vai mais que dobrar entre 2014 e 2016, chegando a previstos R$ 125 bilhões) ao envelhecimento da sociedade se tornou inadiável, assim como a estruturação do funcionalismo público tanto em termos de carreira, de quantidade e de salários. A lista de providências deve incluir ainda a redução das vinculações de gastos, que engessam mais de 90% do orçamento. Sem tais coisas, nunca haverá impostos que bastem e a eficiência do setor público seguirá um objetivo vazio.
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Artilheiro marca, e sensação lidera Inglês com vitória sobre o Chelsea
O Leicester City, sensação do Campeonato Inglês nesta temporada, voltou à liderança da competição após derrotar o Chelsea por 2 a 1, nesta segunda (14), pela 16ª rodada. Jogando em casa, o líder contou com o artilheiro da Premier League, Jamie Vardy, para abrir o placar, aos 34 minutos do primeiro tempo. Foi o 15º gol do inglês de 28 anos no torneio. Nesta temporada, ele marcou em 11 partidas consecutivas e quebrou o recorde que pertencia ao holandês Ruud van Nistelrooy, ex-jogador do Manchester United. Se o Chelsea pensava em reação na segunda etapa, ela foi esfriada pelo gol de Riyad Mahrez, logo aos quatro minutos. O argelino é o terceiro na artilharia do Inglês, com 11 gols. Remy descontou aos 32 minutos, colocando pressão no time treinado pelo italiano Claudio Ranieri, que conseguiu se segurar com o apoio da torcida. O Leicester chegou a 35 pontos, dois de vantagem para o Arsenal, que está em segundo lugar. O terceiro é o Manchester City, com 32. O Chelsea, atual campeão inglês, tem 15 pontos, na 16º posição, duas acima da zona de rebaixamento. Os comandados de José Mourinho venceram apenas quatro jogos e perderam nove nesta temporada. No sábado (19), os londrinos recebem o Sunderland, em duelo direto contra o rebaixamento. No mesmo dia, o Leicester tenta manter a liderança contra o Everton, fora de casa.
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Artilheiro marca, e sensação lidera Inglês com vitória sobre o ChelseaO Leicester City, sensação do Campeonato Inglês nesta temporada, voltou à liderança da competição após derrotar o Chelsea por 2 a 1, nesta segunda (14), pela 16ª rodada. Jogando em casa, o líder contou com o artilheiro da Premier League, Jamie Vardy, para abrir o placar, aos 34 minutos do primeiro tempo. Foi o 15º gol do inglês de 28 anos no torneio. Nesta temporada, ele marcou em 11 partidas consecutivas e quebrou o recorde que pertencia ao holandês Ruud van Nistelrooy, ex-jogador do Manchester United. Se o Chelsea pensava em reação na segunda etapa, ela foi esfriada pelo gol de Riyad Mahrez, logo aos quatro minutos. O argelino é o terceiro na artilharia do Inglês, com 11 gols. Remy descontou aos 32 minutos, colocando pressão no time treinado pelo italiano Claudio Ranieri, que conseguiu se segurar com o apoio da torcida. O Leicester chegou a 35 pontos, dois de vantagem para o Arsenal, que está em segundo lugar. O terceiro é o Manchester City, com 32. O Chelsea, atual campeão inglês, tem 15 pontos, na 16º posição, duas acima da zona de rebaixamento. Os comandados de José Mourinho venceram apenas quatro jogos e perderam nove nesta temporada. No sábado (19), os londrinos recebem o Sunderland, em duelo direto contra o rebaixamento. No mesmo dia, o Leicester tenta manter a liderança contra o Everton, fora de casa.
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'Efeito Trump' reduz número de turistas em NY, mas não de brasileiros
Após a eleição de Donald Trump, caiu o número de turistas europeus e mexicanos em Nova York, mas não o de sul-americanos, diz Fred Dixon, CEO da NYC & Company, órgão oficial de promoção turística da cidade. O Brasil é o segundo país que mais traz receita à cidade, atrás apenas da China. O número de viajantes brasileiros deverá se manter estável neste ano —em 2016, foram 817 mil. "Um aumento deverá ocorrer só no ano que vem", diz Dixon, que está em São Paulo para divulgar novas atrações na cidade. Entre as inaugurações, estão, em outubro, um espaço interativo da National Geographic (uma experiência de vida marítima), outro da NFL (de futebol, em novembro), na Times Square, e um outlet em Staten Island, com cem lojas, (em março de 2018). US$ 2 BILHÕES (cerca de R$ 6,35 bilhões) foram os gastos aproximados de turistas brasileiros em Nova York, em 2016 Leia a coluna completa aqui.
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'Efeito Trump' reduz número de turistas em NY, mas não de brasileirosApós a eleição de Donald Trump, caiu o número de turistas europeus e mexicanos em Nova York, mas não o de sul-americanos, diz Fred Dixon, CEO da NYC & Company, órgão oficial de promoção turística da cidade. O Brasil é o segundo país que mais traz receita à cidade, atrás apenas da China. O número de viajantes brasileiros deverá se manter estável neste ano —em 2016, foram 817 mil. "Um aumento deverá ocorrer só no ano que vem", diz Dixon, que está em São Paulo para divulgar novas atrações na cidade. Entre as inaugurações, estão, em outubro, um espaço interativo da National Geographic (uma experiência de vida marítima), outro da NFL (de futebol, em novembro), na Times Square, e um outlet em Staten Island, com cem lojas, (em março de 2018). US$ 2 BILHÕES (cerca de R$ 6,35 bilhões) foram os gastos aproximados de turistas brasileiros em Nova York, em 2016 Leia a coluna completa aqui.
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Del Nero entra com pedido de habeas corpus para não ser preso na CPI
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para que não seja preso e para que possa ficar calado durante um futuro depoimento na CPI do Futebol. A sua solicitação, que foi aberta por três advogados, entre eles o da CBF, Carlos Eugênio Lopes, está com o ministro Gilmar Mendes. Ele analisou o requerimento urgente de liminar, mas disse que não há necessidade de pressa, já que não tem nem data para a ida do dirigente a Brasília. "Levando em conta não haver, dentre os documentos que instruem o presente feito, qualquer elemento que traga a certeza da convocação, tampouco da realização da indigitada solenidade na data referida pelos impetrantes, inviável a análise, neste momento, do pleito de urgência", declarou o ministro. O cartola ainda não foi chamado, porém. Del Nero, no processo aberto, faz três pedidos: a) o direito de ser assistido e comunicar-se com o(s) seu(s) advogado(s); b) não ser obrigado a assinar Termo de Compromisso de dizer a verdade; e c) não ser preso ou ameaçado de prisão ao invocar o direito constitucional ao silêncio, tendo em vista respostas que, a seu critério ou a critério de seu(s) advogado(s), possam incriminá-lo.
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Del Nero entra com pedido de habeas corpus para não ser preso na CPIO presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para que não seja preso e para que possa ficar calado durante um futuro depoimento na CPI do Futebol. A sua solicitação, que foi aberta por três advogados, entre eles o da CBF, Carlos Eugênio Lopes, está com o ministro Gilmar Mendes. Ele analisou o requerimento urgente de liminar, mas disse que não há necessidade de pressa, já que não tem nem data para a ida do dirigente a Brasília. "Levando em conta não haver, dentre os documentos que instruem o presente feito, qualquer elemento que traga a certeza da convocação, tampouco da realização da indigitada solenidade na data referida pelos impetrantes, inviável a análise, neste momento, do pleito de urgência", declarou o ministro. O cartola ainda não foi chamado, porém. Del Nero, no processo aberto, faz três pedidos: a) o direito de ser assistido e comunicar-se com o(s) seu(s) advogado(s); b) não ser obrigado a assinar Termo de Compromisso de dizer a verdade; e c) não ser preso ou ameaçado de prisão ao invocar o direito constitucional ao silêncio, tendo em vista respostas que, a seu critério ou a critério de seu(s) advogado(s), possam incriminá-lo.
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O golpe da babá
Concordo. A fotografia da família carioca servida de uma babá uniformizada a caminho da manifestação de domingo (13) é poderosamente representativa. Retrato, porém, não dos que protestaram livremente, mas daqueles que perderam o controle da narrativa escrita nas ruas. Nunca antes na história deste país uma derrota passou tanto recibo (não houve caixa dois.) Associada à ideia de relação escravista, a exploração histérica da imagem reagiu à constatação de que elite nenhuma no mundo é capaz de reunir milhões de pessoas; sobretudo, expôs uma militância desesperada, que nada entende sobre o país em que vive e sobre o povo que pretende proteger. A preocupação, claro, nunca foi a babá -que está bem, empregada, com carteira assinada e impostos recolhidos, que valoriza a relação formal eletiva que estabeleceu com os patrões, que emprega, ela mesma, alguém para cuidar de seus filhos e que se declara, atenção, a favor dos protestos. Angélica... Ninguém entre os indignados seletivos estava interessado nela. Importava o quadro. Jamais tantos Debret e Rugendas circularam pelas redes sociais -iconografia destinada à distorção que ainda garante uns milhões à indústria dos fabricantes de oprimidos e de protetores de oprimidos. A fotografia, então, era comparada a telas em que escravos carregam seus senhores em liteiras. Gente bacana embarcou nessa. Reagiam à percepção de que havia nas ruas bem mais do que burgueses zelosos de seus privilégios de classe -leitura que suponho assustadora para quem se julga dono e controlador das massas. Era o povo, mané! Não tardou, portanto, para que pipocasse o tipo doente da hora, milho maduro num país em que cindir a população é política de Estado: o camarada que, em meio a uma manifestação de brasileiros, quantifica negros para comprovar uma tese. A mobilização urgente desses recenseadores ideológicos programados para forjar o "nós contra eles" é outro instantâneo do desespero. Registra o chororô dos que sentem murchar os instrumentos por meio dos quais exercem poder. Assim, são capazes de transformar o Brasil numa Noruega para que 5 milhões de pessoas reunidas país adentro passem por ricos opressores de olhos azuis. Não é que tenham perdido o domínio da narrativa costurada no chão, entre as gentes. (Angélica tem escolha e não está nem aí para vocês.) Perderam-se até dos mais elementares recursos da mistificação, aqueles que simulavam pisar na realidade. Não os encontrarão novamente. Não enquanto tiverem de negar o que o delator gravou. Não enquanto carregarem passivo tão pesado, essa jararaca a subjugá-los. E ainda há, no caráter das manifestações em curso, a cultura da independência -o repúdio à figura de qualquer político que tenha sido omisso ou passivo diante da sucessão de crimes ora descortinados. Aécio e Alckmin foram hostilizados e, embora o tenham sido por 4 ou 5 milhões a menos de pessoas do que Dilma, o desprendimento dos manifestantes causa curto-circuito naqueles que precisam atribuir a uma população moralmente indignada o símbolo de partidos adversários. Ufa! Compreendo que não seja fácil assimilar tanta coisa e uma derrota de tal magnitude. Foi golpe mesmo. Como não? A maior manifestação pública da história do Brasil não apenas não teve os que se consideram proprietários da voz das ruas como foi contra eles e tudo quanto significam. Que pernada! CARLOS ANDREAZZA, 36, é editor-executivo da Editora Record * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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O golpe da babáConcordo. A fotografia da família carioca servida de uma babá uniformizada a caminho da manifestação de domingo (13) é poderosamente representativa. Retrato, porém, não dos que protestaram livremente, mas daqueles que perderam o controle da narrativa escrita nas ruas. Nunca antes na história deste país uma derrota passou tanto recibo (não houve caixa dois.) Associada à ideia de relação escravista, a exploração histérica da imagem reagiu à constatação de que elite nenhuma no mundo é capaz de reunir milhões de pessoas; sobretudo, expôs uma militância desesperada, que nada entende sobre o país em que vive e sobre o povo que pretende proteger. A preocupação, claro, nunca foi a babá -que está bem, empregada, com carteira assinada e impostos recolhidos, que valoriza a relação formal eletiva que estabeleceu com os patrões, que emprega, ela mesma, alguém para cuidar de seus filhos e que se declara, atenção, a favor dos protestos. Angélica... Ninguém entre os indignados seletivos estava interessado nela. Importava o quadro. Jamais tantos Debret e Rugendas circularam pelas redes sociais -iconografia destinada à distorção que ainda garante uns milhões à indústria dos fabricantes de oprimidos e de protetores de oprimidos. A fotografia, então, era comparada a telas em que escravos carregam seus senhores em liteiras. Gente bacana embarcou nessa. Reagiam à percepção de que havia nas ruas bem mais do que burgueses zelosos de seus privilégios de classe -leitura que suponho assustadora para quem se julga dono e controlador das massas. Era o povo, mané! Não tardou, portanto, para que pipocasse o tipo doente da hora, milho maduro num país em que cindir a população é política de Estado: o camarada que, em meio a uma manifestação de brasileiros, quantifica negros para comprovar uma tese. A mobilização urgente desses recenseadores ideológicos programados para forjar o "nós contra eles" é outro instantâneo do desespero. Registra o chororô dos que sentem murchar os instrumentos por meio dos quais exercem poder. Assim, são capazes de transformar o Brasil numa Noruega para que 5 milhões de pessoas reunidas país adentro passem por ricos opressores de olhos azuis. Não é que tenham perdido o domínio da narrativa costurada no chão, entre as gentes. (Angélica tem escolha e não está nem aí para vocês.) Perderam-se até dos mais elementares recursos da mistificação, aqueles que simulavam pisar na realidade. Não os encontrarão novamente. Não enquanto tiverem de negar o que o delator gravou. Não enquanto carregarem passivo tão pesado, essa jararaca a subjugá-los. E ainda há, no caráter das manifestações em curso, a cultura da independência -o repúdio à figura de qualquer político que tenha sido omisso ou passivo diante da sucessão de crimes ora descortinados. Aécio e Alckmin foram hostilizados e, embora o tenham sido por 4 ou 5 milhões a menos de pessoas do que Dilma, o desprendimento dos manifestantes causa curto-circuito naqueles que precisam atribuir a uma população moralmente indignada o símbolo de partidos adversários. Ufa! Compreendo que não seja fácil assimilar tanta coisa e uma derrota de tal magnitude. Foi golpe mesmo. Como não? A maior manifestação pública da história do Brasil não apenas não teve os que se consideram proprietários da voz das ruas como foi contra eles e tudo quanto significam. Que pernada! CARLOS ANDREAZZA, 36, é editor-executivo da Editora Record * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Documentário acompanha fim de cativeiro de família em Manhattan
Muita coisa mudou na família Angulo desde que Crystal Moselle terminou de filmar o documentário "The Wolfpack" (A Matilha). Depois de passar a maior parte de suas vidas trancados pelo pai em um apartamento em Manhattan, os seis irmãos Angulo agora podem ir e vir. Hoje eles têm amigos, empregos e páginas no Facebook. Em janeiro, eles viajaram ao Festival de Cinema Sundance, onde o filme ganhou o grande prêmio do júri. Visitaram a família de sua mãe em Michigan e fizeram um filme de arte para Vice. Um deles se mudou, outro tem uma namorada. Quatro cortaram os cabelos compridos. Os dois mais moços mudaram de nome. Apesar de todos esses momentos luminosos, porém, o filme levanta questões sobre algo que os irmãos tentam deixar para trás: um passado perturbador. "Não há nada de bom em relação a isso", disse Narayana Angulo, 22. "Não desejo essa situação para nenhuma família do mundo." Moselle, 34, localizou os seis irmãos, então com idades entre 11 e 18 anos, andando pelo East Village em Nova York há cinco anos. Ela perguntou se eram irmãos. Timidamente, eles responderam que sim e acrescentaram, como lembra Moselle: "Não devemos falar com estranhos". No entanto, a curiosidade os dominou depois que souberam que Moselle estava envolvida com cinema. Ela fez amizade com os meninos e começou a filmá-los enquanto reproduziam cenas de seus filmes preferidos, como "Cães de Aluguel" e "Batman: o Cavaleiro das Trevas". Ela achou a criatividade dos irmãos incrível: eles usavam cartolina, caixas de cereais, tinta e até tapetes de ioga para criar figurinos e cenários elaborados. Seis meses depois, Moselle soube por que os irmãos adoravam tanto os filmes: eles tinham passado a maior parte de suas vidas fechados em um apartamento de quatro quartos no 16° andar de um conjunto habitacional no Lower East Side. Desde que havia se mudado para o apartamento com a mulher, Susanne, e sua prole, em meados dos anos 1990, Oscar, o pai dos meninos, temendo as drogas e o crime na cidade, proibira a família de se aventurar lá fora. As pessoas eram mal-intencionadas e perigosas, disse-lhes Oscar, e eles não deviam confiar nelas. A família vivia da assistência social, e só Oscar saía para buscar comida. "Quando você é jovem, não sabe por que as coisas são como são", disse Govinda Angulo, 22, irmão gêmeo de Narayana. "Você simplesmente as aceita." Susanne, que educou os meninos em casa, disse que se sentia impotente frente às ordens do marido. "Eu achava que não tinha opção", disse ela. No entanto, Oscar fornecia liberalmente à sua família filmes clássicos, campeões de bilheteria e independentes. Eles tornaram-se a janela dos meninos para o mundo. A trajetória singular dos Angulo começou no final dos anos 1980, quando Susanne Reichenbichler, um espírito livre do meio-oeste americano, conheceu Oscar, um aspirante a músico peruano. Eles se apaixonaram e sua primogênita foi Visnu, uma menina com problemas de desenvolvimento, seguida pelos seis meninos. Devotos de Hare Krishna, os pais deram aos filhos nomes em sânscrito: Bhagavan, Govinda, Narayana, Mukunda, Krsna e Jagadisa, por ordem de nascimento. Foi Mukunda quem desafiou as ordens do pai em abril de 2010 e se esgueirou para a rua, usando uma máscara inspirada na de Michael Myers em "Halloween". Lojistas assustados chamaram a polícia, que pegou Mukunda. Como ele não respondia a suas perguntas, os policiais o levaram ao Hospital Bellevue, pensando que fosse doente mental. Ele foi devolvido para casa uma semana depois. A fuga de Mukunda foi um ponto de inflexão para a família e levou os outros irmãos, e a mãe, a fazerem o mesmo. Os irmãos referem-se a essa época como "a libertação". Govinda mudou-se para um apartamento no Brooklyn. O resto da família, inclusive Oscar, ainda mora com ele. No entanto, com exceção de Bhagavan, nenhum dos meninos fala mais com o pai. "Eu quero avançar, não recuar", disse Mukunda, 20, que é assistente de produção freelance. "Sinto que, se começarmos a voltar à antiga maneira de falar, não conseguirei progredir em minha vida." Hoje os irmãos parecem prosperar. Bhagavan ensina ioga jivamutki e é dançarino no conservatório de dança hip-hop. Govinda trabalha como assistente de câmera freelance e diretor de fotografia. Narayana trabalha no grupo de pesquisa de interesses públicos de Nova York. Nenhum deles parece ter grandes problemas por ter exposto suas vidas ao mundo. Os gêmeos, Govinda e Narayana, decidiram não assistir ao documentário, alegando timidez aguda, mas Govinda disse que o trailer o fez sentir-se hesitante. "Há definitivamente uma sensação de Família Adams, com os cabelos compridos", disse ele. Quanto a seu pai, ele disse que aprendeu a perdoar e a aceitar que às vezes é assim que o universo funciona. "Você sabe, ainda temos um longo caminho a percorrer", disse Narayana. "Mas tenho cada vez mais esperança de que conseguiremos sair de onde estivemos."
ilustrada
Documentário acompanha fim de cativeiro de família em ManhattanMuita coisa mudou na família Angulo desde que Crystal Moselle terminou de filmar o documentário "The Wolfpack" (A Matilha). Depois de passar a maior parte de suas vidas trancados pelo pai em um apartamento em Manhattan, os seis irmãos Angulo agora podem ir e vir. Hoje eles têm amigos, empregos e páginas no Facebook. Em janeiro, eles viajaram ao Festival de Cinema Sundance, onde o filme ganhou o grande prêmio do júri. Visitaram a família de sua mãe em Michigan e fizeram um filme de arte para Vice. Um deles se mudou, outro tem uma namorada. Quatro cortaram os cabelos compridos. Os dois mais moços mudaram de nome. Apesar de todos esses momentos luminosos, porém, o filme levanta questões sobre algo que os irmãos tentam deixar para trás: um passado perturbador. "Não há nada de bom em relação a isso", disse Narayana Angulo, 22. "Não desejo essa situação para nenhuma família do mundo." Moselle, 34, localizou os seis irmãos, então com idades entre 11 e 18 anos, andando pelo East Village em Nova York há cinco anos. Ela perguntou se eram irmãos. Timidamente, eles responderam que sim e acrescentaram, como lembra Moselle: "Não devemos falar com estranhos". No entanto, a curiosidade os dominou depois que souberam que Moselle estava envolvida com cinema. Ela fez amizade com os meninos e começou a filmá-los enquanto reproduziam cenas de seus filmes preferidos, como "Cães de Aluguel" e "Batman: o Cavaleiro das Trevas". Ela achou a criatividade dos irmãos incrível: eles usavam cartolina, caixas de cereais, tinta e até tapetes de ioga para criar figurinos e cenários elaborados. Seis meses depois, Moselle soube por que os irmãos adoravam tanto os filmes: eles tinham passado a maior parte de suas vidas fechados em um apartamento de quatro quartos no 16° andar de um conjunto habitacional no Lower East Side. Desde que havia se mudado para o apartamento com a mulher, Susanne, e sua prole, em meados dos anos 1990, Oscar, o pai dos meninos, temendo as drogas e o crime na cidade, proibira a família de se aventurar lá fora. As pessoas eram mal-intencionadas e perigosas, disse-lhes Oscar, e eles não deviam confiar nelas. A família vivia da assistência social, e só Oscar saía para buscar comida. "Quando você é jovem, não sabe por que as coisas são como são", disse Govinda Angulo, 22, irmão gêmeo de Narayana. "Você simplesmente as aceita." Susanne, que educou os meninos em casa, disse que se sentia impotente frente às ordens do marido. "Eu achava que não tinha opção", disse ela. No entanto, Oscar fornecia liberalmente à sua família filmes clássicos, campeões de bilheteria e independentes. Eles tornaram-se a janela dos meninos para o mundo. A trajetória singular dos Angulo começou no final dos anos 1980, quando Susanne Reichenbichler, um espírito livre do meio-oeste americano, conheceu Oscar, um aspirante a músico peruano. Eles se apaixonaram e sua primogênita foi Visnu, uma menina com problemas de desenvolvimento, seguida pelos seis meninos. Devotos de Hare Krishna, os pais deram aos filhos nomes em sânscrito: Bhagavan, Govinda, Narayana, Mukunda, Krsna e Jagadisa, por ordem de nascimento. Foi Mukunda quem desafiou as ordens do pai em abril de 2010 e se esgueirou para a rua, usando uma máscara inspirada na de Michael Myers em "Halloween". Lojistas assustados chamaram a polícia, que pegou Mukunda. Como ele não respondia a suas perguntas, os policiais o levaram ao Hospital Bellevue, pensando que fosse doente mental. Ele foi devolvido para casa uma semana depois. A fuga de Mukunda foi um ponto de inflexão para a família e levou os outros irmãos, e a mãe, a fazerem o mesmo. Os irmãos referem-se a essa época como "a libertação". Govinda mudou-se para um apartamento no Brooklyn. O resto da família, inclusive Oscar, ainda mora com ele. No entanto, com exceção de Bhagavan, nenhum dos meninos fala mais com o pai. "Eu quero avançar, não recuar", disse Mukunda, 20, que é assistente de produção freelance. "Sinto que, se começarmos a voltar à antiga maneira de falar, não conseguirei progredir em minha vida." Hoje os irmãos parecem prosperar. Bhagavan ensina ioga jivamutki e é dançarino no conservatório de dança hip-hop. Govinda trabalha como assistente de câmera freelance e diretor de fotografia. Narayana trabalha no grupo de pesquisa de interesses públicos de Nova York. Nenhum deles parece ter grandes problemas por ter exposto suas vidas ao mundo. Os gêmeos, Govinda e Narayana, decidiram não assistir ao documentário, alegando timidez aguda, mas Govinda disse que o trailer o fez sentir-se hesitante. "Há definitivamente uma sensação de Família Adams, com os cabelos compridos", disse ele. Quanto a seu pai, ele disse que aprendeu a perdoar e a aceitar que às vezes é assim que o universo funciona. "Você sabe, ainda temos um longo caminho a percorrer", disse Narayana. "Mas tenho cada vez mais esperança de que conseguiremos sair de onde estivemos."
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Dilma convoca ministros para plantão de emergência por causa de protestos
A presidente Dilma Rousseff convocou alguns de seus principais ministros para ficarem em Brasília no fim de semana. Ela quer um plantão de emergência para acompanhar os protestos organizados contra o governo em todo o país. TROPA DE ELITE Estão escalados os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, José Eduardo Cardozo, da Justiça, Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, Thomas Traumann, de Comunicação, e Jaques Wagner, da Defesa. NÃO DEU Fernando Henrique Cardoso recuou em relação à disposição de dialogar com o governo de Dilma Rousseff depois da reação de eleitores tucanos, em especial nas mídias sociais. A resistência impulsionou também líderes de seu próprio partido, o PSDB, a ponderarem que a iniciativa, que partiu de interlocutores do PT, não era adequada para o momento. VIDA REAL Os diálogos secretos entre FHC e o PT em momentos de tensão no país não são novidade. Em 2002, enquanto o tucano José Serra e Lula se atacavam na campanha eleitoral, ele recebia José Dirceu, então coordenador da campanha petista, "para uma bateria de encontros privados". VIDA REAL 2 As reuniões sigilosas estão relatadas no livro "18 Dias - Quando Lula e FHC se Uniram para Conquistar o Apoio de Bush", do professor da FGV e colunista da Folha Matias Spektor. "Dirceu entrava nos palácios presidenciais pela porta dos fundos ou no meio da noite para não ser visto pela imprensa", diz ele. Tanto FHC quanto Lula e Dirceu deram entrevistas ao autor. NA PORTA Márcio Toledo, marido de Marta Suplicy (PT-SP), jantou na terça (10) com o vice-governador de SP, Márcio França, no restaurante Ici Bistrô, em Higienópolis. Em pauta, a mudança da senadora do PT para o PSB, legenda liderada por França no Estado. NA PORTA 2 França, que é também secretário de Desenvolvimento Econômico de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), é político de extrema confiança do governador. Antes dele, o marido de Marta já tinha conversado com outro alckimista, o secretário Edson Aparecido, da Casa Civil. 27º Prêmio Shell AMOR AO PALCO O 27º Prêmio Shell de Teatro condecorou Denise Del Vecchio (melhor atriz), Rubens Caribé (ator) e a estilista Gloria Coelho (figurino), na terça (10), na Vila Olímpia. A atriz Mariana Lima, mestre de cerimônias da noite, também chamou ao palco o autor e diretor César Vieira, homenageado especial deste ano. A Cia. Pessoal do Faroeste, que tem Mel Lisboa como integrante, recebeu o prêmio de inovação. O diretor Guilherme Leme e as atrizes Letícia Sabatella, Maria Alice Vergueiro e Tuna Dwek também participaram do evento. FORÇA ESTRANHA Letícia Sabatella, que desmentiu vídeo montado com falas suas supostamente convocando para o protesto de domingo (15), diz achar "muito estranho" o ato. "Devemos e podemos nos manifestar por mudanças. Mas deveríamos estar lutando por reforma política, pela constituinte", afirma a atriz. "O que vejo é um ódio de classes. Lembra o fascismo, até o nazismo. Acho perigoso." Otto HOMEM LATINO Otto canta no Coala Festival, neste sábado (14), no Memorial da América Latina; Marcelo D2 e Bixiga 70 também se apresentam. LINA LÁ O ator e diretor Cacá Rosset e o arquiteto Marcelo Ferraz viajam a Nova York na próxima semana para participar de um seminário sobre Lina Bo Bardi no Instituto Americano de Arquitetos. O primeiro vai falar sobre as parcerias com a ítalo-brasileira no teatro e o segundo, sobre os projetos que desenvolveu com ela. Zeuler Lima, biógrafo da arquiteta, também foi convidado. * Para a entidade, a homenageada teve "um imenso impacto sobre a arquitetura, a arte e o design brasileiros". QUEM ME CHAMOU Alexandre Nero, que termina de gravar a novela "Império" nesta semana, aceitou convite do produtor José Maurício Machline para apresentar o 26º Prêmio da Música Brasileira, em junho, no Rio. O ator vai encontrar no palco Maria Bethânia, homenageada neste ano e uma das artistas preferidas dele. CURTO-CIRCUITO O crítico Agnaldo Farias faz palestra nesta quinta (12) na abertura da instalação "Lugares", de Stela Barbieri. No Sesc Belenzinho, às 19h. Almir Sater canta nesta quinta (12), às 21h, no Teatro Coliseu, em Santos (SP). 12 anos. Alexandre D'Angeli apresenta a performance "119", a partir desta quinta (12), no Memorial da Resistência. Das 10h às 13h e das 15h às 18h. A marca Tricky Hips lança coleção com festa nesta quinta (12) na Prototype, às 19h. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Dilma convoca ministros para plantão de emergência por causa de protestosA presidente Dilma Rousseff convocou alguns de seus principais ministros para ficarem em Brasília no fim de semana. Ela quer um plantão de emergência para acompanhar os protestos organizados contra o governo em todo o país. TROPA DE ELITE Estão escalados os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, José Eduardo Cardozo, da Justiça, Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, Thomas Traumann, de Comunicação, e Jaques Wagner, da Defesa. NÃO DEU Fernando Henrique Cardoso recuou em relação à disposição de dialogar com o governo de Dilma Rousseff depois da reação de eleitores tucanos, em especial nas mídias sociais. A resistência impulsionou também líderes de seu próprio partido, o PSDB, a ponderarem que a iniciativa, que partiu de interlocutores do PT, não era adequada para o momento. VIDA REAL Os diálogos secretos entre FHC e o PT em momentos de tensão no país não são novidade. Em 2002, enquanto o tucano José Serra e Lula se atacavam na campanha eleitoral, ele recebia José Dirceu, então coordenador da campanha petista, "para uma bateria de encontros privados". VIDA REAL 2 As reuniões sigilosas estão relatadas no livro "18 Dias - Quando Lula e FHC se Uniram para Conquistar o Apoio de Bush", do professor da FGV e colunista da Folha Matias Spektor. "Dirceu entrava nos palácios presidenciais pela porta dos fundos ou no meio da noite para não ser visto pela imprensa", diz ele. Tanto FHC quanto Lula e Dirceu deram entrevistas ao autor. NA PORTA Márcio Toledo, marido de Marta Suplicy (PT-SP), jantou na terça (10) com o vice-governador de SP, Márcio França, no restaurante Ici Bistrô, em Higienópolis. Em pauta, a mudança da senadora do PT para o PSB, legenda liderada por França no Estado. NA PORTA 2 França, que é também secretário de Desenvolvimento Econômico de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), é político de extrema confiança do governador. Antes dele, o marido de Marta já tinha conversado com outro alckimista, o secretário Edson Aparecido, da Casa Civil. 27º Prêmio Shell AMOR AO PALCO O 27º Prêmio Shell de Teatro condecorou Denise Del Vecchio (melhor atriz), Rubens Caribé (ator) e a estilista Gloria Coelho (figurino), na terça (10), na Vila Olímpia. A atriz Mariana Lima, mestre de cerimônias da noite, também chamou ao palco o autor e diretor César Vieira, homenageado especial deste ano. A Cia. Pessoal do Faroeste, que tem Mel Lisboa como integrante, recebeu o prêmio de inovação. O diretor Guilherme Leme e as atrizes Letícia Sabatella, Maria Alice Vergueiro e Tuna Dwek também participaram do evento. FORÇA ESTRANHA Letícia Sabatella, que desmentiu vídeo montado com falas suas supostamente convocando para o protesto de domingo (15), diz achar "muito estranho" o ato. "Devemos e podemos nos manifestar por mudanças. Mas deveríamos estar lutando por reforma política, pela constituinte", afirma a atriz. "O que vejo é um ódio de classes. Lembra o fascismo, até o nazismo. Acho perigoso." Otto HOMEM LATINO Otto canta no Coala Festival, neste sábado (14), no Memorial da América Latina; Marcelo D2 e Bixiga 70 também se apresentam. LINA LÁ O ator e diretor Cacá Rosset e o arquiteto Marcelo Ferraz viajam a Nova York na próxima semana para participar de um seminário sobre Lina Bo Bardi no Instituto Americano de Arquitetos. O primeiro vai falar sobre as parcerias com a ítalo-brasileira no teatro e o segundo, sobre os projetos que desenvolveu com ela. Zeuler Lima, biógrafo da arquiteta, também foi convidado. * Para a entidade, a homenageada teve "um imenso impacto sobre a arquitetura, a arte e o design brasileiros". QUEM ME CHAMOU Alexandre Nero, que termina de gravar a novela "Império" nesta semana, aceitou convite do produtor José Maurício Machline para apresentar o 26º Prêmio da Música Brasileira, em junho, no Rio. O ator vai encontrar no palco Maria Bethânia, homenageada neste ano e uma das artistas preferidas dele. CURTO-CIRCUITO O crítico Agnaldo Farias faz palestra nesta quinta (12) na abertura da instalação "Lugares", de Stela Barbieri. No Sesc Belenzinho, às 19h. Almir Sater canta nesta quinta (12), às 21h, no Teatro Coliseu, em Santos (SP). 12 anos. Alexandre D'Angeli apresenta a performance "119", a partir desta quinta (12), no Memorial da Resistência. Das 10h às 13h e das 15h às 18h. A marca Tricky Hips lança coleção com festa nesta quinta (12) na Prototype, às 19h. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Campeonato Paulista tem 39% dos jogos com prejuízo para os clubes
Depois de oito rodadas do Campeonato Paulista, o saldo para os clubes é insatisfatório. Pelo menos do ponto de vista financeiro. Dos 80 jogos disputados até o momento, 31 tiveram uma renda líquida negativa para o time da casa. Ou seja, os times gastam mais do que arrecadam. Entre os 20 clubes que disputam o Paulista, 14 agremiações já tiveram ao menos um jogo como mandante com renda deficitária. Desses 14, cinco têm prejuízo na somatória de todas suas partidas até agora. O que mais chama a atenção é o São Paulo. A lista inclui ainda Mogi Mirim, Capivariano, Rio Claro e Ponte Preta. No caso do São Paulo, foram cinco jogos no Pacaembu e um prejuízo de R$ 78.363. Segundo a assessoria do clube, os custos fixos aumentam muito quando o time não joga no Morumbi. O gramado do estádio do tricolor está sendo reformado. "Além do aluguel, o clube precisa arcar com itens como gerador, barracas, bilheteria móvel. A matemática é simples: muito mais gastos e pouca gente no estádio", diz a assessoria do clube. Mas não se pode desprezar a falta de entusiasmo da torcida com o time de Bauza. O jogo do São Paulo contra o Mogi Mirim, no Pacaembu, recebeu só 3.013 torcedores. A arrecadação de um clube não se resume à renda dos jogos. Venda de direitos para a TV e patrocínios são relevantes para fechar as contas. Mas a bilheteria é um dos itens essenciais para a estabilidade financeira do clube. DESPESAS ALTAS Segundo o presidente do Rio Claro, Luiz Balbo, o baixo público explica os resultados financeiros negativos apenas parcialmente. Segundo ele, as despesas cobradas pela FPF (Federação Paulista de Futebol) pesam muito. Em um jogo, cada clube deve pagar 5% da renda bruta para a entidade, além de custos como antidoping, fiscais e policiamento. Balbo crê que essa renda seria importante para investir na essência dos pequenos clubes: formar jogadores. "Faz uma conta: em 15 jogos, gastando 15 mil, em média, quantos meninos eu conseguiria colocar para estudar, comer, dar uma estrutura boa? O que isso pode trazer de resultados?", diz. Para Marcos de Souza, responsável pela logística do São Bento, a FPF poderia ajudar os times menores com as despesas mais altas. "Há custos operacionais no jogo que são cobrados pela própria federação, como o valor que a gente recolhe para a PM trabalhar aqui. A federação poderia entrar forte nesses quesitos, que são os que mais pesam", afirma. Segundo Souza, a renda nas partidas são valiosas para fechar as contas, e o que salvou o clube até agora foi o jogo contra o Corinthians. "Foram mais de 8.000 pessoas. Conseguimos tirar o prejuízo dos outros jogos." SOBREVIVÊNCIA Apesar das reclamações, os clubes elogiam algumas iniciativas da federação. Uma delas é a diminuição do número de equipes na Série A1. Neste ano seis caem, e só dois sobem reduzindo o número para 16. "Eles [a FPF] se preocupam porque na sobrevivência dos clubes está a sobrevivência da Federação", diz Celso Ferreira, diretor do Capivariano. Questionada a respeito do pouco público e da baixa renda decorrente, a FPF afirma que "tem trabalhado para fomentar o futebol junto aos clubes filiados, sobretudo aqueles do interior do Estado, por meio de novas ações e incrementos e premiações e cotas". As medidas incluem aumento de 53% na premiação aos clubes (de R$ 6,4 milhões para R$ 9,8 milhões), repartidos entre os times que não caírem, de acordo com suas colocações, e o aumento de 18% nas cotas de TV, também por desempenho, mas com critérios diferentes. Para tentar aumentar o público, a FPF subsidia a compra de ingressos para clubes que aderirem a uma campanha de troca de duas garrafas PET por entradas. As equipes recebem o valor integral dos ingressos. Em 2016, pelo menos sete jogos da Série A1 já participaram do projeto e trocaram ingressos por garrafas PET. RENDA E PÚBLICO?NO PAULISTA
esporte
Campeonato Paulista tem 39% dos jogos com prejuízo para os clubesDepois de oito rodadas do Campeonato Paulista, o saldo para os clubes é insatisfatório. Pelo menos do ponto de vista financeiro. Dos 80 jogos disputados até o momento, 31 tiveram uma renda líquida negativa para o time da casa. Ou seja, os times gastam mais do que arrecadam. Entre os 20 clubes que disputam o Paulista, 14 agremiações já tiveram ao menos um jogo como mandante com renda deficitária. Desses 14, cinco têm prejuízo na somatória de todas suas partidas até agora. O que mais chama a atenção é o São Paulo. A lista inclui ainda Mogi Mirim, Capivariano, Rio Claro e Ponte Preta. No caso do São Paulo, foram cinco jogos no Pacaembu e um prejuízo de R$ 78.363. Segundo a assessoria do clube, os custos fixos aumentam muito quando o time não joga no Morumbi. O gramado do estádio do tricolor está sendo reformado. "Além do aluguel, o clube precisa arcar com itens como gerador, barracas, bilheteria móvel. A matemática é simples: muito mais gastos e pouca gente no estádio", diz a assessoria do clube. Mas não se pode desprezar a falta de entusiasmo da torcida com o time de Bauza. O jogo do São Paulo contra o Mogi Mirim, no Pacaembu, recebeu só 3.013 torcedores. A arrecadação de um clube não se resume à renda dos jogos. Venda de direitos para a TV e patrocínios são relevantes para fechar as contas. Mas a bilheteria é um dos itens essenciais para a estabilidade financeira do clube. DESPESAS ALTAS Segundo o presidente do Rio Claro, Luiz Balbo, o baixo público explica os resultados financeiros negativos apenas parcialmente. Segundo ele, as despesas cobradas pela FPF (Federação Paulista de Futebol) pesam muito. Em um jogo, cada clube deve pagar 5% da renda bruta para a entidade, além de custos como antidoping, fiscais e policiamento. Balbo crê que essa renda seria importante para investir na essência dos pequenos clubes: formar jogadores. "Faz uma conta: em 15 jogos, gastando 15 mil, em média, quantos meninos eu conseguiria colocar para estudar, comer, dar uma estrutura boa? O que isso pode trazer de resultados?", diz. Para Marcos de Souza, responsável pela logística do São Bento, a FPF poderia ajudar os times menores com as despesas mais altas. "Há custos operacionais no jogo que são cobrados pela própria federação, como o valor que a gente recolhe para a PM trabalhar aqui. A federação poderia entrar forte nesses quesitos, que são os que mais pesam", afirma. Segundo Souza, a renda nas partidas são valiosas para fechar as contas, e o que salvou o clube até agora foi o jogo contra o Corinthians. "Foram mais de 8.000 pessoas. Conseguimos tirar o prejuízo dos outros jogos." SOBREVIVÊNCIA Apesar das reclamações, os clubes elogiam algumas iniciativas da federação. Uma delas é a diminuição do número de equipes na Série A1. Neste ano seis caem, e só dois sobem reduzindo o número para 16. "Eles [a FPF] se preocupam porque na sobrevivência dos clubes está a sobrevivência da Federação", diz Celso Ferreira, diretor do Capivariano. Questionada a respeito do pouco público e da baixa renda decorrente, a FPF afirma que "tem trabalhado para fomentar o futebol junto aos clubes filiados, sobretudo aqueles do interior do Estado, por meio de novas ações e incrementos e premiações e cotas". As medidas incluem aumento de 53% na premiação aos clubes (de R$ 6,4 milhões para R$ 9,8 milhões), repartidos entre os times que não caírem, de acordo com suas colocações, e o aumento de 18% nas cotas de TV, também por desempenho, mas com critérios diferentes. Para tentar aumentar o público, a FPF subsidia a compra de ingressos para clubes que aderirem a uma campanha de troca de duas garrafas PET por entradas. As equipes recebem o valor integral dos ingressos. Em 2016, pelo menos sete jogos da Série A1 já participaram do projeto e trocaram ingressos por garrafas PET. RENDA E PÚBLICO?NO PAULISTA
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Série sofrível, 'Baywatch' ganha adaptação sem graça no cinema
BAYWATCH - S.O.S. MALIBU (ruim) ELENCO: Dwayne Johnson, Zac Efron, Kelly Rohrbach PRODUÇÃO: EUA, 2017, 14 anos DIREÇÃO: Seth Gordon Veja salas e horários de exibição. * Há alguns anos, um "gênio" de Hollywood decretou que fazer adaptações de séries de TV antigas poderia ser garantia de boas bilheterias nos cinemas. Em seguida, alguém ainda mais "genial" apostou que transformar qualquer série em um longa cômico era a melhor opção para isso, mesmo que o seriado original mostrasse aventuras policiais ou dramas. Então vieram pavorosas versões de "Starsky & Hutch", "As Panteras" e "Anjos da Lei". A lista longa agora desemboca em "Baywatch". Este é o pior do filão "adaptações de séries" e já forte candidato a pior do ano, em qualquer gênero. Sob uma análise rigorosa, a série original, produzida de 1989 a 2001, era sofrível. Retratava as aventuras de um grupo de salva-vidas em Malibu, na Califórnia. O líder era um galã trintão meio boboca, e a ala feminina da equipe só tinha garotas bonitas e peitudas. As imagens em câmera lenta dessas moças correndo na praia com seus maiôs vermelhos decotados se tornaram a marca registrada de "Baywatch". Ou "S.O.S. Malibu", como a série foi batizada aqui. Mesmo com pouca coisa a oferecer além de peitos saltitantes, ou talvez exatamente por isso, a série virou hit mundial e consagrou dois nomes na cultura pop trash: Pamela Anderson, a loira siliconada mais desejada dos anos 1990, e David Hasselhoff, que não se contentou em ser apenas um mau ator e decidiu ser também um péssimo cantor. Baywatch "Baywatch", o filme, não traz nenhuma estrelinha do calibre de Pamela Anderson, e ainda aumenta o nível de canastrice ao escalar o ex-astro de luta livre Dwayne Johnson no papel de Hasselhoff. De novidades, inclui um enredo um pouco mais pesado, com bandidos violentos, e a presença de Zac Efron, aquele que apareceu nos filmes teen da Disney. Não seria grande problema "Baywatch" trilhar o caminho do humor grosseiro. A questão é que comete o único erro que uma comédia não pode ter, em qualquer estilo: o filme não tem a mínima graça. Piadas óbvias, antiquadas, em ritmo lento. O confronto de gerações entre Johnson e Efron não engrena, as atrizes não têm o que dizer, só ficam respirando em cena. Um desastre. Essa estratégia de paródias das séries erra feio porque irrita os antigos fãs. Quarentões e cinquentões que assistiam a elas na adolescência (um público que deveria ser atraído pelo chamariz da nostalgia) acabam indignados com o tratamento imbecil dado a programas que estão na sua memória afetiva. Por qualquer abordagem que se tente, "Baywatch" não tem nada que motive uma ida ao cinema.
ilustrada
Série sofrível, 'Baywatch' ganha adaptação sem graça no cinemaBAYWATCH - S.O.S. MALIBU (ruim) ELENCO: Dwayne Johnson, Zac Efron, Kelly Rohrbach PRODUÇÃO: EUA, 2017, 14 anos DIREÇÃO: Seth Gordon Veja salas e horários de exibição. * Há alguns anos, um "gênio" de Hollywood decretou que fazer adaptações de séries de TV antigas poderia ser garantia de boas bilheterias nos cinemas. Em seguida, alguém ainda mais "genial" apostou que transformar qualquer série em um longa cômico era a melhor opção para isso, mesmo que o seriado original mostrasse aventuras policiais ou dramas. Então vieram pavorosas versões de "Starsky & Hutch", "As Panteras" e "Anjos da Lei". A lista longa agora desemboca em "Baywatch". Este é o pior do filão "adaptações de séries" e já forte candidato a pior do ano, em qualquer gênero. Sob uma análise rigorosa, a série original, produzida de 1989 a 2001, era sofrível. Retratava as aventuras de um grupo de salva-vidas em Malibu, na Califórnia. O líder era um galã trintão meio boboca, e a ala feminina da equipe só tinha garotas bonitas e peitudas. As imagens em câmera lenta dessas moças correndo na praia com seus maiôs vermelhos decotados se tornaram a marca registrada de "Baywatch". Ou "S.O.S. Malibu", como a série foi batizada aqui. Mesmo com pouca coisa a oferecer além de peitos saltitantes, ou talvez exatamente por isso, a série virou hit mundial e consagrou dois nomes na cultura pop trash: Pamela Anderson, a loira siliconada mais desejada dos anos 1990, e David Hasselhoff, que não se contentou em ser apenas um mau ator e decidiu ser também um péssimo cantor. Baywatch "Baywatch", o filme, não traz nenhuma estrelinha do calibre de Pamela Anderson, e ainda aumenta o nível de canastrice ao escalar o ex-astro de luta livre Dwayne Johnson no papel de Hasselhoff. De novidades, inclui um enredo um pouco mais pesado, com bandidos violentos, e a presença de Zac Efron, aquele que apareceu nos filmes teen da Disney. Não seria grande problema "Baywatch" trilhar o caminho do humor grosseiro. A questão é que comete o único erro que uma comédia não pode ter, em qualquer estilo: o filme não tem a mínima graça. Piadas óbvias, antiquadas, em ritmo lento. O confronto de gerações entre Johnson e Efron não engrena, as atrizes não têm o que dizer, só ficam respirando em cena. Um desastre. Essa estratégia de paródias das séries erra feio porque irrita os antigos fãs. Quarentões e cinquentões que assistiam a elas na adolescência (um público que deveria ser atraído pelo chamariz da nostalgia) acabam indignados com o tratamento imbecil dado a programas que estão na sua memória afetiva. Por qualquer abordagem que se tente, "Baywatch" não tem nada que motive uma ida ao cinema.
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Cardozo determina corte de pontos dos policiais rodoviários que entrarem em greve
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) determinou o corte dos pontos de trabalho de todos os policiais rodoviários federais que entrarem em greve durante o feriado de final de ano. O chefe da pasta da Justiça, responsável pela corporação, enviou um ofício à direção-geral da Polícia Rodoviária Federal na quarta (23), pedindo providências. No documento, Cardozo exige que as superintendências regionais monitorem de perto a situação e determina o corte do ponto de "todos os policiais que tenham eventualmente aderido à paralisação dos trabalhos". "Se houver greve, serão (os pontos) serão cortados", confirmou o ministro à Folha. Parte da categoria ameaçou cruzar os braços nos próximos dias, embora a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais tenha divulgado uma nota oficial em seu site afirmando que não haverá greve. "A greve para ser considerada como instrumento justo e legal de manifestação dos trabalhadores, inclusive do serviço público, precisa seguir a um rito próprio, com comunicação prévia à sociedade, à administração pública e outras formalidades, o que não foi feito [...]", diz o comunicado. A entidade reitera, porém, a insatisfação dos policiais, que estão em negociação por reajustes e melhores condições de trabalho com o Ministério do Planejamento. "Fica notória, entretanto, a insatisfação do efetivo policial em diversos estados sobre o tratamento que o governo federal vem dando à categoria [...]", informa o texto da nota.
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Cardozo determina corte de pontos dos policiais rodoviários que entrarem em greveO ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) determinou o corte dos pontos de trabalho de todos os policiais rodoviários federais que entrarem em greve durante o feriado de final de ano. O chefe da pasta da Justiça, responsável pela corporação, enviou um ofício à direção-geral da Polícia Rodoviária Federal na quarta (23), pedindo providências. No documento, Cardozo exige que as superintendências regionais monitorem de perto a situação e determina o corte do ponto de "todos os policiais que tenham eventualmente aderido à paralisação dos trabalhos". "Se houver greve, serão (os pontos) serão cortados", confirmou o ministro à Folha. Parte da categoria ameaçou cruzar os braços nos próximos dias, embora a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais tenha divulgado uma nota oficial em seu site afirmando que não haverá greve. "A greve para ser considerada como instrumento justo e legal de manifestação dos trabalhadores, inclusive do serviço público, precisa seguir a um rito próprio, com comunicação prévia à sociedade, à administração pública e outras formalidades, o que não foi feito [...]", diz o comunicado. A entidade reitera, porém, a insatisfação dos policiais, que estão em negociação por reajustes e melhores condições de trabalho com o Ministério do Planejamento. "Fica notória, entretanto, a insatisfação do efetivo policial em diversos estados sobre o tratamento que o governo federal vem dando à categoria [...]", informa o texto da nota.
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Um jogo perdido?
"Decepção é a palavra que melhor expressa meu sentimento quando abro 'Esporte'. Já passou da hora de reformular o caderno. Comecem mudando o nome do singular para o plural. Há tantas atrações interessantes e que gostamos de acompanhar no Brasil e no mundo", escreveu Guilherme Cortezi Buccironi. O leitor Alexandre Vasconcellos partiu para o dedo no olho: "O caderno é tão incompleto que deveria ser estudada a sua extinção". Entra Carlos Dranger, para finalizar o ataque: "É um absurdo a baixa qualidade, é só futebol! Por que tanto menosprezo pelos outros esportes?". Não é de hoje o incômodo de parte do leitorado com o predomínio do futebol na cobertura esportiva. Nem é privilégio deste jornal; as queixas são velhas conhecidas nas Redações em geral. Se hoje viraram tema desta coluna é porque, por alguma razão, vêm se tornando mais frequentes nos últimos meses. O caldo da insatisfação pode ter sido engrossado pelo efeito rebote da desilusão pós-Copa ou pela proximidade da Olimpíada de 2016, que adiciona dezenas de modalidades ao foco do leitorado. Só isso, porém, não explica as queixas. Os leitores têm razão quando apontam muitas lacunas na cobertura de "Esporte", mas não sei se, dadas as atuais condições, o cenário poderia ser diferente. Na maioria dos dias, o caderno circula com quatro páginas, espaço nem de longe suficiente para dar vazão a um noticiário crescente e cada vez mais diversificado. Nas edições de fim de semana, é comum que o caderno do concorrente circule com o dobro das páginas do da Folha. Na escassez, a editoria faz jornalismo de ocasião: cobre o surfe quando um brasileiro se cacifa para disputar o título, ou confere destaque à judoca, até então praticamente desconhecida pelo leitor, quando ela fatura uma medalha. Vôlei, o segundo esporte coletivo mais popular no país, aparece pouco, menos até que a natação. Parte do muito que não cabe no papel vai para o site; parte nem ali, porque, se a internet não tem problemas de espaço, a produção de conteúdo ainda necessita de braços. Outra razão explica a defasagem criticada. Internet e canais esportivos a cabo ajudaram a popularizar eventos e modalidades que há alguns anos passavam longe do radar local, caso dos campeonatos de futebol europeu, futebol americano, MMA e esportes radicais. No impresso, essa efervescência veio na contramão do encolhimento dos cadernos de esportes –logo eles, que sempre funcionaram como a porta de entrada para o leitor mais jovem. Na última pesquisa do "Perfil do Leitor" da Folha, em 2011, um quarto dos entrevistados de até 22 anos disseram começar por ele a leitura do jornal. O índice só perde para a "Primeira Página" (38%) e ganha com folga do terceiro lugar, "Poder", com 11%. Nada indica que o interesse tenha caído. No site, se consideradas as mesmas editorias publicadas no papel, é a terceira mais lida. Foi esse público jovem que aderiu em massa à plataforma digital e que a Folha corre o risco de perder se não conferir ao tema a importância que merece. Ganhar o jogo pode exigir mudar de campo e de tática. * A Secretaria de Redação afirma que não se pode dizer que faltam outros esportes no caderno. "Entre 1º de janeiro de 2015 e 20 de fevereiro (sexta), publicamos 54 abres de página sobre outros esportes e a organização da Olimpíada. Considerando todo o período, esse número de abres representa 32%, quase um terço do total. Esse movimento vai se acentuar nos próximos meses."
colunas
Um jogo perdido?"Decepção é a palavra que melhor expressa meu sentimento quando abro 'Esporte'. Já passou da hora de reformular o caderno. Comecem mudando o nome do singular para o plural. Há tantas atrações interessantes e que gostamos de acompanhar no Brasil e no mundo", escreveu Guilherme Cortezi Buccironi. O leitor Alexandre Vasconcellos partiu para o dedo no olho: "O caderno é tão incompleto que deveria ser estudada a sua extinção". Entra Carlos Dranger, para finalizar o ataque: "É um absurdo a baixa qualidade, é só futebol! Por que tanto menosprezo pelos outros esportes?". Não é de hoje o incômodo de parte do leitorado com o predomínio do futebol na cobertura esportiva. Nem é privilégio deste jornal; as queixas são velhas conhecidas nas Redações em geral. Se hoje viraram tema desta coluna é porque, por alguma razão, vêm se tornando mais frequentes nos últimos meses. O caldo da insatisfação pode ter sido engrossado pelo efeito rebote da desilusão pós-Copa ou pela proximidade da Olimpíada de 2016, que adiciona dezenas de modalidades ao foco do leitorado. Só isso, porém, não explica as queixas. Os leitores têm razão quando apontam muitas lacunas na cobertura de "Esporte", mas não sei se, dadas as atuais condições, o cenário poderia ser diferente. Na maioria dos dias, o caderno circula com quatro páginas, espaço nem de longe suficiente para dar vazão a um noticiário crescente e cada vez mais diversificado. Nas edições de fim de semana, é comum que o caderno do concorrente circule com o dobro das páginas do da Folha. Na escassez, a editoria faz jornalismo de ocasião: cobre o surfe quando um brasileiro se cacifa para disputar o título, ou confere destaque à judoca, até então praticamente desconhecida pelo leitor, quando ela fatura uma medalha. Vôlei, o segundo esporte coletivo mais popular no país, aparece pouco, menos até que a natação. Parte do muito que não cabe no papel vai para o site; parte nem ali, porque, se a internet não tem problemas de espaço, a produção de conteúdo ainda necessita de braços. Outra razão explica a defasagem criticada. Internet e canais esportivos a cabo ajudaram a popularizar eventos e modalidades que há alguns anos passavam longe do radar local, caso dos campeonatos de futebol europeu, futebol americano, MMA e esportes radicais. No impresso, essa efervescência veio na contramão do encolhimento dos cadernos de esportes –logo eles, que sempre funcionaram como a porta de entrada para o leitor mais jovem. Na última pesquisa do "Perfil do Leitor" da Folha, em 2011, um quarto dos entrevistados de até 22 anos disseram começar por ele a leitura do jornal. O índice só perde para a "Primeira Página" (38%) e ganha com folga do terceiro lugar, "Poder", com 11%. Nada indica que o interesse tenha caído. No site, se consideradas as mesmas editorias publicadas no papel, é a terceira mais lida. Foi esse público jovem que aderiu em massa à plataforma digital e que a Folha corre o risco de perder se não conferir ao tema a importância que merece. Ganhar o jogo pode exigir mudar de campo e de tática. * A Secretaria de Redação afirma que não se pode dizer que faltam outros esportes no caderno. "Entre 1º de janeiro de 2015 e 20 de fevereiro (sexta), publicamos 54 abres de página sobre outros esportes e a organização da Olimpíada. Considerando todo o período, esse número de abres representa 32%, quase um terço do total. Esse movimento vai se acentuar nos próximos meses."
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Nos EUA, paisagem alagada do parque nacional Everglades intriga turistas
O que hoje é o parque nacional Everglades permaneceu incompreendido por muitos anos –a ponto de um governador da Flórida, Napoleon Bonaparte Broward (1857-1910), descrever a região como "um abominável e pestilento pântano". Olhando de cima, como na torre de observação de 13 metros no centro de visitantes Shark Valley, é mesmo normal se perguntar se o cenário é um mangue, uma floresta inundada, um rio de grama... Pois Everglades é uma planície coberta por "sawgrass", grama fina e pontiaguda, que se distribui por pântanos de água doce misturados a florestas de ciprestes e as águas salgadas da baía da Florida. Esse mosaico de áreas alagadas, patrimônio da humanidade, hoje recebe mais de 1 milhão de turistas por ano. A uma hora de Miami, o parque oferece muitas opções para aventureiros. Um dos passeios mais procurados é a trilha de 24 quilômetros no centro Shark Valley, percorridos de bicicleta ou bondinho. Como não há barreira de proteção, a sensação pode ser a de estar jogado às cobras –ou aos aligatores, réptil que é o símbolo da região. Entre novembro e abril, quando chove menos, os animais se concentram em áreas alagadas, tornando mais fácil avistar a vida selvagem. Além dos aligatores, espalham-se por ali pumas, peixes-bois e cobras como a invasora píton-birmanesa (um espécime de 5 metros, capturado há tempos, pode ter o couro desenrolado por turistas). FORTUNAS E LAGOSTA Junto ao Serviço Nacional de Parques, um deles completa cem anos em 2016: Acadia, na ilha de Mount Desert, no Estado do Maine. A arte foi o que projetou o local. Por volta de 1850, pintores se hospedavam em casas de pescadores para tomar inspiração para suas telas. Com a repercussão das pinturas em mercados como Nova York, Mount Desert ganhou fama e logo as maiores fortunas americanas –caso das famílias Rockefeller, Vanderbilt, Pulitzer– construíram mansões na ilha e doaram terras para o parque. As bases de visitação hoje são Bargor e a vila de Bar Harbor, de onde partem ônibus gratuitos até os pontos mais populares, como a montanha Cadillac e trilhas (nas quais pode-se ir até com cachorros). Outra atração famosa são os restaurantes, especializados em lagosta –alguns chegam a vender 200 crustáceos por por dia. * *
turismo
Nos EUA, paisagem alagada do parque nacional Everglades intriga turistasO que hoje é o parque nacional Everglades permaneceu incompreendido por muitos anos –a ponto de um governador da Flórida, Napoleon Bonaparte Broward (1857-1910), descrever a região como "um abominável e pestilento pântano". Olhando de cima, como na torre de observação de 13 metros no centro de visitantes Shark Valley, é mesmo normal se perguntar se o cenário é um mangue, uma floresta inundada, um rio de grama... Pois Everglades é uma planície coberta por "sawgrass", grama fina e pontiaguda, que se distribui por pântanos de água doce misturados a florestas de ciprestes e as águas salgadas da baía da Florida. Esse mosaico de áreas alagadas, patrimônio da humanidade, hoje recebe mais de 1 milhão de turistas por ano. A uma hora de Miami, o parque oferece muitas opções para aventureiros. Um dos passeios mais procurados é a trilha de 24 quilômetros no centro Shark Valley, percorridos de bicicleta ou bondinho. Como não há barreira de proteção, a sensação pode ser a de estar jogado às cobras –ou aos aligatores, réptil que é o símbolo da região. Entre novembro e abril, quando chove menos, os animais se concentram em áreas alagadas, tornando mais fácil avistar a vida selvagem. Além dos aligatores, espalham-se por ali pumas, peixes-bois e cobras como a invasora píton-birmanesa (um espécime de 5 metros, capturado há tempos, pode ter o couro desenrolado por turistas). FORTUNAS E LAGOSTA Junto ao Serviço Nacional de Parques, um deles completa cem anos em 2016: Acadia, na ilha de Mount Desert, no Estado do Maine. A arte foi o que projetou o local. Por volta de 1850, pintores se hospedavam em casas de pescadores para tomar inspiração para suas telas. Com a repercussão das pinturas em mercados como Nova York, Mount Desert ganhou fama e logo as maiores fortunas americanas –caso das famílias Rockefeller, Vanderbilt, Pulitzer– construíram mansões na ilha e doaram terras para o parque. As bases de visitação hoje são Bargor e a vila de Bar Harbor, de onde partem ônibus gratuitos até os pontos mais populares, como a montanha Cadillac e trilhas (nas quais pode-se ir até com cachorros). Outra atração famosa são os restaurantes, especializados em lagosta –alguns chegam a vender 200 crustáceos por por dia. * *
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5 desafios para quem está sem emprego no Brasil
A taxa de desocupação chegou a 7,6% em setembro, segundo pesquisa do IBGE realizada em seis regiões metropolitanas. É a primeira vez em oito meses que a taxa não piora. Mesmo assim, o contraste com o índice de 4,9% de setembro de 2014 é grande. A deterioração do mercado de trabalho tem aumentado os desafios para quem está sem emprego. Desemprego - Taxa de desocupação, em % Um dos fatores apontados pelo IBGE como motivo pelo qual mais gente tem buscado emprego é o fato de que o rendimento médio tem caído. Rendimento real habitual - Em R$ Para compor a renda da família em baixa, pessoas que não estavam procurando trabalho e não entravam nas estatísticas dos desempregados entram nas filas das entrevistas por vagas. Isso também significa que está ficando mais difícil para as famílias garantir que jovens atrasem a sua entrada no mercado de trabalho para estudar, por exemplo. Essas pessoas vão disputar vagas com gente que foi demitida recentemente. O mercado formal cortou quase 1 milhão de vagas em um ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Números do Caged em 12 meses Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, entre setembro de 2014 e o mesmo mês de 2015, os setores com os maiores cortes de vagas em seis regiões metropolitanas pesquisadas foram a indústria, com 149 mil postos fechados, e o de serviços prestados a empresas, com 148 mil vagas perdidas. Por se tratarem de dois setores com altas taxas de emprego com carteira assinada, as quedas têm forte impacto sobre o mercado formal, o que significa uma piora da qualidade do emprego em geral. A redução de vagas formais foi de 3,5% no período, segundo o IBGE. A busca por trabalhos como doméstico, atividade com altos índices de informalidade, triplicou em agências especializadas. Apesar de haver mais gente sendo demitida, a concessão de seguros-desemprego pelo governo tem diminuído. Média mensal de beneficiários do seguro Isso se explica em parte por regras mais duras adotadas pelo governo na concessão do benefício, uma forma de enxugar gastos em meio à queda da arrecadação. Antes, era necessário ter trabalhado seis meses ininterruptamente para obter o benefício. Com a mudança, esse tempo foi ampliado para 18 meses. MUDANÇAS TRABALHISTAS - Alterações entram em vigor neste fim de semana Um outro motivo para a queda do nível de emprego é, ironicamente, o próprio desaquecimento do mercado de trabalho. Isso diminui a criação de vagas temporárias, a rotatividade e, consequentemente, a concessão do seguro para quem está entre um trabalho e outro. Crise do emprego - Desempregados que levaram mais de 6 meses para encontrar rabalho A saída do seguro-desemprego de, em média, 600 mil beneficiários por mês tende a pressionar mais o mercado de trabalho. O final do ano é, tradicionalmente, uma época de contratações para suprir a demanda extra do Natal. Neste ano, porém, nove em cada dez empresas do comércio varejista e de serviços não contrataram nem pretendem contratar funcionários temporários, segundo levantamento feito pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Quase metade das empresas que não vão abrir vagas temporárias acredita que a atual equipe de trabalho será suficiente para atender os consumidores, já que a perspectiva de vendas é menor neste ano. A previsão é de 24,5 mil vagas temporárias criadas no país neste ano. No ano passado, previa-se a abertura de 209 mil vagas temporárias —o SPC ressalta que mudanças de metodologia não permitem, no entanto, uma comparação perfeita entre as duas pesquisas.
mercado
5 desafios para quem está sem emprego no BrasilA taxa de desocupação chegou a 7,6% em setembro, segundo pesquisa do IBGE realizada em seis regiões metropolitanas. É a primeira vez em oito meses que a taxa não piora. Mesmo assim, o contraste com o índice de 4,9% de setembro de 2014 é grande. A deterioração do mercado de trabalho tem aumentado os desafios para quem está sem emprego. Desemprego - Taxa de desocupação, em % Um dos fatores apontados pelo IBGE como motivo pelo qual mais gente tem buscado emprego é o fato de que o rendimento médio tem caído. Rendimento real habitual - Em R$ Para compor a renda da família em baixa, pessoas que não estavam procurando trabalho e não entravam nas estatísticas dos desempregados entram nas filas das entrevistas por vagas. Isso também significa que está ficando mais difícil para as famílias garantir que jovens atrasem a sua entrada no mercado de trabalho para estudar, por exemplo. Essas pessoas vão disputar vagas com gente que foi demitida recentemente. O mercado formal cortou quase 1 milhão de vagas em um ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Números do Caged em 12 meses Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, entre setembro de 2014 e o mesmo mês de 2015, os setores com os maiores cortes de vagas em seis regiões metropolitanas pesquisadas foram a indústria, com 149 mil postos fechados, e o de serviços prestados a empresas, com 148 mil vagas perdidas. Por se tratarem de dois setores com altas taxas de emprego com carteira assinada, as quedas têm forte impacto sobre o mercado formal, o que significa uma piora da qualidade do emprego em geral. A redução de vagas formais foi de 3,5% no período, segundo o IBGE. A busca por trabalhos como doméstico, atividade com altos índices de informalidade, triplicou em agências especializadas. Apesar de haver mais gente sendo demitida, a concessão de seguros-desemprego pelo governo tem diminuído. Média mensal de beneficiários do seguro Isso se explica em parte por regras mais duras adotadas pelo governo na concessão do benefício, uma forma de enxugar gastos em meio à queda da arrecadação. Antes, era necessário ter trabalhado seis meses ininterruptamente para obter o benefício. Com a mudança, esse tempo foi ampliado para 18 meses. MUDANÇAS TRABALHISTAS - Alterações entram em vigor neste fim de semana Um outro motivo para a queda do nível de emprego é, ironicamente, o próprio desaquecimento do mercado de trabalho. Isso diminui a criação de vagas temporárias, a rotatividade e, consequentemente, a concessão do seguro para quem está entre um trabalho e outro. Crise do emprego - Desempregados que levaram mais de 6 meses para encontrar rabalho A saída do seguro-desemprego de, em média, 600 mil beneficiários por mês tende a pressionar mais o mercado de trabalho. O final do ano é, tradicionalmente, uma época de contratações para suprir a demanda extra do Natal. Neste ano, porém, nove em cada dez empresas do comércio varejista e de serviços não contrataram nem pretendem contratar funcionários temporários, segundo levantamento feito pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Quase metade das empresas que não vão abrir vagas temporárias acredita que a atual equipe de trabalho será suficiente para atender os consumidores, já que a perspectiva de vendas é menor neste ano. A previsão é de 24,5 mil vagas temporárias criadas no país neste ano. No ano passado, previa-se a abertura de 209 mil vagas temporárias —o SPC ressalta que mudanças de metodologia não permitem, no entanto, uma comparação perfeita entre as duas pesquisas.
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Dono de um dos maiores litorais do mundo, Brasil recebe poucos turistas
ROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO Estimuladas pela brisa constante do mar, dunas ganham formas transitórias, que logo se perdem na imensidão aquecida pelo sol forte. No meio delas, um sertanejo puxa lentamente seu burrinho, embalado pelo assobio da ventania. O homem e seu inseparável companheiro de jornada ora surgem na vastidão, ora desaparecem entre montanhas de areia que, dependendo da incidência de luz, assumem uma tonalidade cor-de-rosa. A variação de cores se deve também à mistura de terra com areia da região, chamada Costa Branca, no extremo norte do Rio Grande do Norte. Ali, o sertão se despe da aridez da caatinga e corre ao encontro do mar. Daquele visual parecem emanar forças capazes de transportar o viajante para longe de suas referências. No lampejo de um instante, a vontade é de esquecer o passado, mandar tudo às favas e viver para sempre na praia de areias brancas e águas mornas, cercada por dunas ensolaradas. Num país de dimensões continentais como o Brasil, não são poucas as chances de encontrar lugares paradisíacos assim, que podem ser descritos como destinos dos sonhos. Território de paisagens, sabores, cores, culturas e credos diversos, emoldurado por uma costa de mais de 7.000 km, o Brasil está no topo das preferências dos turistas nativos. Não ocupa este posto sozinho, entretanto: empata com os Estados Unidos, outro gigante, igualmente belo e complexo. Considerando apenas os paulistanos que pertencem à classe A, o país atinge 29% de citações. É isso o que revelam os dados do Datafolha. Em termos de peso turístico global, porém, os dois mal se comparam. Se o Brasil superou pela primeira vez a marca de 6 milhões de visitantes estrangeiros em 2014—chegaram por aqui 6,4 milhões de pessoas—, os Estados Unidos receberam,no período, mais de 70 milhões de viajantes internacionais. CONTRASTES TROPICAIS Ao falar de Brasil, a tentação é exaltar os Brasis que deram forma e ritmo à clássica "Aquarela Brasileira", canção famosa na voz de Martinho da Vila, que descreve as maravilhas do país, de norte a sul. Mas quem se dispuser a fugir desse roteiro —e, sobretudo, das rotas armadas pela indústria do turismo de massa— verá os caminhos se abrirem para uma fatia mais autêntica deste país feito de contrastes. Das impressionantes formações de cânions que seguem por um corredor no Rio Grande do Sul ao intrigante deserto cor-de-rosa das Dunas do Rosado, no Rio Grande do Norte, descrito na abertura desta reportagem, a natureza ostenta generosidade: ela pauta andanças, abre trilhas e colore imagens. Seja a Diamantina, na Bahia, a dos Veadeiros, em Goiás, a dos Guimarães, em Mato Grosso, ou a recôndita das Mesas, ainda inexplorada, no Maranhão, as chapadas congregam montanhas, rios e cachoeiras. No Nordeste, dunas e falésias enfeitam praias com mar da cor do Caribe. O oceano transparente que banha o arquipélago de Fernando de Noronha convida a um mergulho em um dos destinos mais desejados por praticantes desse esporte. No parque do Jalapão, em Tocantins, a terra do capim dourado, desertos com dunas a perder de vista acolhem fervedouros de onde brota água pura. É o coração do Brasil. O viajante que fizer um safári no Pantanal entrará em contato com uma das maiores biodiversidades do mundo. Com paciência, poderá ver onças, capivaras ou jacarés e observar uma infinidade de pássaros. Ao cair da noite, o céu se enche de estrelas. Na cheia, na vazante ou na seca, a cada temporada a explosão de vida cria roteiros distintos. Temos, ainda, a maior floresta do planeta, serpenteada por rios tão largos que não deixam ver a outra margem. Alguns desses cursos exibem cor de mar em suas águas; outros, de céu. Em boa parte deles, ela parece Coca-Cola. Na região amazônica, os rios formam ondas que arrebentam em praias de areia fina. No nosso país tropical, banhado pelo sol o ano todo, o alto da serra do Rio do Rasto, em Santa Catarina, fica polvilhado de neve no inverno. Turistas brasileiros costumam se embasbacar diante do espetáculo promovido pelas águas das cataratas de Niágara, entre o Canadá e os EUA. Alguém precisa apresentar àquela turma a sequência de quedas de uma das maiores cataratas do planeta: as de Foz do Iguaçu, no Paraná. Longe dos holofotes turísticos, um encontro grandioso entre rio e mar separa os Estados de Alagoas e Sergipe, onde o rio São Francisco abraça o oceano depois de percorrer cerca de 3.000 km desde a nascente, na serra da Canastra, em Minas. DISSABOR BRASILEIRO Explorar o Brasil custa caro. É fato. Em boa parte dele, a infraestrutura é precária e ineficiente —não dá para sair de São Paulo e esperar que um restaurante de Mundaú, onde mar, rio, mata e dunas se entrelaçam no litoral oeste do Ceará, tenha ritmo e atendimento "padrão paulistano". A insegurança, essa praga que anda impregnada nos grandes centros, infelizmente também encontrou morada nos rincões do país. Mas quem se propuser a desbravar tal território irá se deparar com maravilhosos cenários e, em geral, um povo hospitaleiro —e também desconfiado, pelos lados das Gerais. É fantástico sair por aí, descobrir o mundo, mergulhar na história e na cultura de outros povos, aprender a se comunicar em outras línguas, conhecer costumes diversos e fazer um punhado de amigos. Melhor ainda é poder seguir em frente carregando imagens e referências do nosso país, que a maioria dos brasileiros ainda desconhece. * QUEM LEVA CVC - (11) 3003-9282, www.cvc.com.br. Fortaleza: A partir de R$ 988*. Inclui aéreo, traslado, sete noites em apto. duplo, café da manhã, passeio pela cidade e pela Praia de Cumbuco. Saídas: 26 e 27/09 e 01 e 02/10. Freeway Viagens - (11) 5088-0999, www.freewayviagens.tur.br. Chap. Diamantina: a partir de R$ 1.794*. Inclui quatro noites em apto. duplo, guia, traslados e seguro. Saídas até o dia 31/8. Azul Viagens, (11) 4003-1181, www.azulviagens.com.br. Foz do Iguaçu: a partir de R$ 1.362,20*. Inclui aéreo e quatro noites em apto. duplo. Saída: 21/10. Visual Turismo, (11) 3235-2000, www.visualturismo.com.br. Fernando de Noronha: a partir de R$ 2.537*. Inclui aéreo, três noites em apto. duplo, passeio e traslado. Saída: 18/10.
saopaulo
Dono de um dos maiores litorais do mundo, Brasil recebe poucos turistasROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO Estimuladas pela brisa constante do mar, dunas ganham formas transitórias, que logo se perdem na imensidão aquecida pelo sol forte. No meio delas, um sertanejo puxa lentamente seu burrinho, embalado pelo assobio da ventania. O homem e seu inseparável companheiro de jornada ora surgem na vastidão, ora desaparecem entre montanhas de areia que, dependendo da incidência de luz, assumem uma tonalidade cor-de-rosa. A variação de cores se deve também à mistura de terra com areia da região, chamada Costa Branca, no extremo norte do Rio Grande do Norte. Ali, o sertão se despe da aridez da caatinga e corre ao encontro do mar. Daquele visual parecem emanar forças capazes de transportar o viajante para longe de suas referências. No lampejo de um instante, a vontade é de esquecer o passado, mandar tudo às favas e viver para sempre na praia de areias brancas e águas mornas, cercada por dunas ensolaradas. Num país de dimensões continentais como o Brasil, não são poucas as chances de encontrar lugares paradisíacos assim, que podem ser descritos como destinos dos sonhos. Território de paisagens, sabores, cores, culturas e credos diversos, emoldurado por uma costa de mais de 7.000 km, o Brasil está no topo das preferências dos turistas nativos. Não ocupa este posto sozinho, entretanto: empata com os Estados Unidos, outro gigante, igualmente belo e complexo. Considerando apenas os paulistanos que pertencem à classe A, o país atinge 29% de citações. É isso o que revelam os dados do Datafolha. Em termos de peso turístico global, porém, os dois mal se comparam. Se o Brasil superou pela primeira vez a marca de 6 milhões de visitantes estrangeiros em 2014—chegaram por aqui 6,4 milhões de pessoas—, os Estados Unidos receberam,no período, mais de 70 milhões de viajantes internacionais. CONTRASTES TROPICAIS Ao falar de Brasil, a tentação é exaltar os Brasis que deram forma e ritmo à clássica "Aquarela Brasileira", canção famosa na voz de Martinho da Vila, que descreve as maravilhas do país, de norte a sul. Mas quem se dispuser a fugir desse roteiro —e, sobretudo, das rotas armadas pela indústria do turismo de massa— verá os caminhos se abrirem para uma fatia mais autêntica deste país feito de contrastes. Das impressionantes formações de cânions que seguem por um corredor no Rio Grande do Sul ao intrigante deserto cor-de-rosa das Dunas do Rosado, no Rio Grande do Norte, descrito na abertura desta reportagem, a natureza ostenta generosidade: ela pauta andanças, abre trilhas e colore imagens. Seja a Diamantina, na Bahia, a dos Veadeiros, em Goiás, a dos Guimarães, em Mato Grosso, ou a recôndita das Mesas, ainda inexplorada, no Maranhão, as chapadas congregam montanhas, rios e cachoeiras. No Nordeste, dunas e falésias enfeitam praias com mar da cor do Caribe. O oceano transparente que banha o arquipélago de Fernando de Noronha convida a um mergulho em um dos destinos mais desejados por praticantes desse esporte. No parque do Jalapão, em Tocantins, a terra do capim dourado, desertos com dunas a perder de vista acolhem fervedouros de onde brota água pura. É o coração do Brasil. O viajante que fizer um safári no Pantanal entrará em contato com uma das maiores biodiversidades do mundo. Com paciência, poderá ver onças, capivaras ou jacarés e observar uma infinidade de pássaros. Ao cair da noite, o céu se enche de estrelas. Na cheia, na vazante ou na seca, a cada temporada a explosão de vida cria roteiros distintos. Temos, ainda, a maior floresta do planeta, serpenteada por rios tão largos que não deixam ver a outra margem. Alguns desses cursos exibem cor de mar em suas águas; outros, de céu. Em boa parte deles, ela parece Coca-Cola. Na região amazônica, os rios formam ondas que arrebentam em praias de areia fina. No nosso país tropical, banhado pelo sol o ano todo, o alto da serra do Rio do Rasto, em Santa Catarina, fica polvilhado de neve no inverno. Turistas brasileiros costumam se embasbacar diante do espetáculo promovido pelas águas das cataratas de Niágara, entre o Canadá e os EUA. Alguém precisa apresentar àquela turma a sequência de quedas de uma das maiores cataratas do planeta: as de Foz do Iguaçu, no Paraná. Longe dos holofotes turísticos, um encontro grandioso entre rio e mar separa os Estados de Alagoas e Sergipe, onde o rio São Francisco abraça o oceano depois de percorrer cerca de 3.000 km desde a nascente, na serra da Canastra, em Minas. DISSABOR BRASILEIRO Explorar o Brasil custa caro. É fato. Em boa parte dele, a infraestrutura é precária e ineficiente —não dá para sair de São Paulo e esperar que um restaurante de Mundaú, onde mar, rio, mata e dunas se entrelaçam no litoral oeste do Ceará, tenha ritmo e atendimento "padrão paulistano". A insegurança, essa praga que anda impregnada nos grandes centros, infelizmente também encontrou morada nos rincões do país. Mas quem se propuser a desbravar tal território irá se deparar com maravilhosos cenários e, em geral, um povo hospitaleiro —e também desconfiado, pelos lados das Gerais. É fantástico sair por aí, descobrir o mundo, mergulhar na história e na cultura de outros povos, aprender a se comunicar em outras línguas, conhecer costumes diversos e fazer um punhado de amigos. Melhor ainda é poder seguir em frente carregando imagens e referências do nosso país, que a maioria dos brasileiros ainda desconhece. * QUEM LEVA CVC - (11) 3003-9282, www.cvc.com.br. Fortaleza: A partir de R$ 988*. Inclui aéreo, traslado, sete noites em apto. duplo, café da manhã, passeio pela cidade e pela Praia de Cumbuco. Saídas: 26 e 27/09 e 01 e 02/10. Freeway Viagens - (11) 5088-0999, www.freewayviagens.tur.br. Chap. Diamantina: a partir de R$ 1.794*. Inclui quatro noites em apto. duplo, guia, traslados e seguro. Saídas até o dia 31/8. Azul Viagens, (11) 4003-1181, www.azulviagens.com.br. Foz do Iguaçu: a partir de R$ 1.362,20*. Inclui aéreo e quatro noites em apto. duplo. Saída: 21/10. Visual Turismo, (11) 3235-2000, www.visualturismo.com.br. Fernando de Noronha: a partir de R$ 2.537*. Inclui aéreo, três noites em apto. duplo, passeio e traslado. Saída: 18/10.
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Nos EUA, Hamilton tem sua melhor chance para ser campeão
Para Lewis Hamilton nunca foi tão fácil. Dono de dois títulos mundiais, o piloto inglês pode conquistar neste domingo (25), no GP dos EUA, às 17h, seu terceiro Mundial com antecedência inédita em sua carreira na F-1. Para sagrar-se campeão com três etapas de antecipação, Hamilton precisa marcar nove pontos a mais que Sebastian Vettel, o vice-líder do campeonato, e dois a mais que Nico Rosberg, seu companheiro de time, já que os dois são os únicos que ainda têm chances de tirar o troféu das mãos do inglês. Tendo conquistado nove vitórias, 13 pódios e 11 poles, sem contar com a classificação do GP dos EUA, adiado devido à tempestade para este domingo, a partir das 12h, Hamilton nunca teve um caminho tão tranquilo para um título. Nas duas vezes em que foi campeão, o troféu veio mais apertado. Em seu primeiro título, em 2008, foi a mais dramática. Podendo chegar até a quinta colocação para ser campeão, independentemente do resultado de Felipe Massa, ele quase deixou o título escapar. OS CENÁRIOS DO TÍTULO - Como Hamilton pode ser campeão no GP dos EUA Massa venceu a corrida em Interlagos e o inglês só assegurou o título na última curva da prova com uma ultrapassagem que o colocou na quinta colocação. Tendo vencido cinco etapas, ido ao pódio em dez ocasiões e largado na pole sete vezes, Hamilton ficou com o título por apenas um ponto. No ano passado, o drama foi menor, mas ainda assim o campeonato só foi definido no GP de Abu Dhabi, prova que encerrou o campeonato. Mesmo sem precisar de uma vitória, o inglês liderou a corrida desde o início e viu Rosberg ter um problema em seu carro na 25ª volta, que o tirou da disputa. Hamilton ganhou a prova e terminou o campeonato com 67 pontos a mais que o companheiro de Mercedes. Completou a temporada com 11 vitórias, 16 pódios e sete pole positions. Segundo Rosberg, são três os motivos para a trajetória de Hamilton ter sido tão tranquila neste ano. "No ano passado Lewis não foi tão bem nas classificações. Neste ano ele conseguiu virar o jogo e isso o ajudou bastante. Além disso ele foi mais consistente nesta temporada e eu acabei tendo azar em algumas corridas, o que facilitou sua vida", disse o piloto da Mercedes. NA TV GP dos EUA 17h SporTV
esporte
Nos EUA, Hamilton tem sua melhor chance para ser campeãoPara Lewis Hamilton nunca foi tão fácil. Dono de dois títulos mundiais, o piloto inglês pode conquistar neste domingo (25), no GP dos EUA, às 17h, seu terceiro Mundial com antecedência inédita em sua carreira na F-1. Para sagrar-se campeão com três etapas de antecipação, Hamilton precisa marcar nove pontos a mais que Sebastian Vettel, o vice-líder do campeonato, e dois a mais que Nico Rosberg, seu companheiro de time, já que os dois são os únicos que ainda têm chances de tirar o troféu das mãos do inglês. Tendo conquistado nove vitórias, 13 pódios e 11 poles, sem contar com a classificação do GP dos EUA, adiado devido à tempestade para este domingo, a partir das 12h, Hamilton nunca teve um caminho tão tranquilo para um título. Nas duas vezes em que foi campeão, o troféu veio mais apertado. Em seu primeiro título, em 2008, foi a mais dramática. Podendo chegar até a quinta colocação para ser campeão, independentemente do resultado de Felipe Massa, ele quase deixou o título escapar. OS CENÁRIOS DO TÍTULO - Como Hamilton pode ser campeão no GP dos EUA Massa venceu a corrida em Interlagos e o inglês só assegurou o título na última curva da prova com uma ultrapassagem que o colocou na quinta colocação. Tendo vencido cinco etapas, ido ao pódio em dez ocasiões e largado na pole sete vezes, Hamilton ficou com o título por apenas um ponto. No ano passado, o drama foi menor, mas ainda assim o campeonato só foi definido no GP de Abu Dhabi, prova que encerrou o campeonato. Mesmo sem precisar de uma vitória, o inglês liderou a corrida desde o início e viu Rosberg ter um problema em seu carro na 25ª volta, que o tirou da disputa. Hamilton ganhou a prova e terminou o campeonato com 67 pontos a mais que o companheiro de Mercedes. Completou a temporada com 11 vitórias, 16 pódios e sete pole positions. Segundo Rosberg, são três os motivos para a trajetória de Hamilton ter sido tão tranquila neste ano. "No ano passado Lewis não foi tão bem nas classificações. Neste ano ele conseguiu virar o jogo e isso o ajudou bastante. Além disso ele foi mais consistente nesta temporada e eu acabei tendo azar em algumas corridas, o que facilitou sua vida", disse o piloto da Mercedes. NA TV GP dos EUA 17h SporTV
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Supremo ratifica veto da Constituição a greve de policiais
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ratificaram nesta quarta-feira (5) a inconstitucionalidade das paralisações de servidores que atuam na segurança pública. A regra serve para agentes das polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e do Corpo de Bombeiros, além de funcionários das áreas administrativas. O Supremo já havia declarado inconstitucional o direto de greve dos policiais, mas em ações individuais. Agora, a decisão tem repercussão geral, ou seja, vale para todas as instâncias do Judiciário. Relator da ação, o ministro Edson Fachin votou por limitar as regras de paralisação dos policiais, sob o argumento de que é um direito fundamental do cidadão. Ele foi seguido por Rosa Weber e Marco Aurelio. Votaram por proibir a paralisação os ministros Alexandre de Moraes (que abriu divergência do relator), Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia, presidente do STF. O ministro Celso de Mello não participou da sessão. Ao divergir do relator, Alexandre de Moraes –que já ocupou o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo– argumentou que a interpretação conjunta de dois artigos da Constituição Federal possibilita a proibição ao direito de greve dos policiais. "É vedado aos servidores públicos dos órgãos de segurança pública o exercício do direito de greve sob qualquer forma ou modalidade", disse Moraes durante a sessão do STF. Para ele, "o Estado não faz greve. O Estado em greve é anárquico". O ministro também afirmou que a carreira de policial tem regime especial próprio, como previdenciário e de carga horária. A decisão do Supremo "não inclui, por exemplo, [funcionário de empresa] terceirizada, que atua na secretaria de segurança fazendo limpeza, ou telefonista terceirizada. Mas todo mundo de carreira policial é policial, agente penitenciário. Todos ligados à área de segurança", disse Moraes a jornalistas. Em seu voto, Barroso citou a crise recente da segurança pública no Espírito Santo, que, mesmo com reforço das Forças Armadas e da Força Nacional, teve mais de cem mortes durante motim dos policiais no Estado. A partir de agora, a tese definida pelo STF ao Judiciário deve seguir dois pontos: "o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública" e "é obrigatória a participação do poder público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do artigo 165 do Código de Processo Civil, para vocalização dos interesses da categoria". A AGU (Advocacia-Geral da União) e a PGR (Procuradoria-Geral da União) defenderam a inconstitucionalidade da greve de policiais por ser serviço essencial ao Estado. Em fevereiro, policiais militares do Espírito Santo pararam as atividades provocando elevação dos índices de criminalidade. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis, houve 198 assassinatos entre os dias 3 e 24. Quatro pessoas, entre policiais e mulheres de policiais, foram presas sob suspeita de incentivar o motim. Em fevereiro, policiais militares do Espírito Santo pararam as atividades provocando elevação dos índices de criminalidade. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis, houve 198 assassinatos entre os dias 3 e 24. Quatro pessoas, entre policiais e mulheres de policiais, foram presas sob suspeita de incentivar o motim.
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Supremo ratifica veto da Constituição a greve de policiaisOs ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ratificaram nesta quarta-feira (5) a inconstitucionalidade das paralisações de servidores que atuam na segurança pública. A regra serve para agentes das polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e do Corpo de Bombeiros, além de funcionários das áreas administrativas. O Supremo já havia declarado inconstitucional o direto de greve dos policiais, mas em ações individuais. Agora, a decisão tem repercussão geral, ou seja, vale para todas as instâncias do Judiciário. Relator da ação, o ministro Edson Fachin votou por limitar as regras de paralisação dos policiais, sob o argumento de que é um direito fundamental do cidadão. Ele foi seguido por Rosa Weber e Marco Aurelio. Votaram por proibir a paralisação os ministros Alexandre de Moraes (que abriu divergência do relator), Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia, presidente do STF. O ministro Celso de Mello não participou da sessão. Ao divergir do relator, Alexandre de Moraes –que já ocupou o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo– argumentou que a interpretação conjunta de dois artigos da Constituição Federal possibilita a proibição ao direito de greve dos policiais. "É vedado aos servidores públicos dos órgãos de segurança pública o exercício do direito de greve sob qualquer forma ou modalidade", disse Moraes durante a sessão do STF. Para ele, "o Estado não faz greve. O Estado em greve é anárquico". O ministro também afirmou que a carreira de policial tem regime especial próprio, como previdenciário e de carga horária. A decisão do Supremo "não inclui, por exemplo, [funcionário de empresa] terceirizada, que atua na secretaria de segurança fazendo limpeza, ou telefonista terceirizada. Mas todo mundo de carreira policial é policial, agente penitenciário. Todos ligados à área de segurança", disse Moraes a jornalistas. Em seu voto, Barroso citou a crise recente da segurança pública no Espírito Santo, que, mesmo com reforço das Forças Armadas e da Força Nacional, teve mais de cem mortes durante motim dos policiais no Estado. A partir de agora, a tese definida pelo STF ao Judiciário deve seguir dois pontos: "o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública" e "é obrigatória a participação do poder público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do artigo 165 do Código de Processo Civil, para vocalização dos interesses da categoria". A AGU (Advocacia-Geral da União) e a PGR (Procuradoria-Geral da União) defenderam a inconstitucionalidade da greve de policiais por ser serviço essencial ao Estado. Em fevereiro, policiais militares do Espírito Santo pararam as atividades provocando elevação dos índices de criminalidade. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis, houve 198 assassinatos entre os dias 3 e 24. Quatro pessoas, entre policiais e mulheres de policiais, foram presas sob suspeita de incentivar o motim. Em fevereiro, policiais militares do Espírito Santo pararam as atividades provocando elevação dos índices de criminalidade. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis, houve 198 assassinatos entre os dias 3 e 24. Quatro pessoas, entre policiais e mulheres de policiais, foram presas sob suspeita de incentivar o motim.
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FPF confirma Pacaembu na final da Copa São Paulo
A FPF (Federação Paulista de Futebol) confirmou nesta sexta-feira o estádio do Pacaembu como palco da decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, que acontece neste domingo (25). Corinthians e Botafogo-SP vão decidir a competição no dia do aniversário de 461 da cidade de São Paulo, às 10h50. O time do interior paulista vai poder jogar com o uniforme número um, já que é o mandante do duelo. Para chegar à final, o Corinthians derrotou o rival São Paulo por 3 a 0, na semifinal em Limeira, nesta quinta (22). Já o Botafogo-SP venceu o Palmeiras por 2 a 1, em Barueri. O Corinthians é o maior vencedor da Copa São Paulo, com oito títulos conquistados e 16 finais no currículo. Já o Botafogo-SP busca vencer pela primeira vez o torneio. Esta é a segunda vez que a equipe do interior chega à decisão. A primeira foi em 1983, oportunidade em que foi superado pelo Atlético-MG.
esporte
FPF confirma Pacaembu na final da Copa São PauloA FPF (Federação Paulista de Futebol) confirmou nesta sexta-feira o estádio do Pacaembu como palco da decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, que acontece neste domingo (25). Corinthians e Botafogo-SP vão decidir a competição no dia do aniversário de 461 da cidade de São Paulo, às 10h50. O time do interior paulista vai poder jogar com o uniforme número um, já que é o mandante do duelo. Para chegar à final, o Corinthians derrotou o rival São Paulo por 3 a 0, na semifinal em Limeira, nesta quinta (22). Já o Botafogo-SP venceu o Palmeiras por 2 a 1, em Barueri. O Corinthians é o maior vencedor da Copa São Paulo, com oito títulos conquistados e 16 finais no currículo. Já o Botafogo-SP busca vencer pela primeira vez o torneio. Esta é a segunda vez que a equipe do interior chega à decisão. A primeira foi em 1983, oportunidade em que foi superado pelo Atlético-MG.
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Santos mantém o embalo, vence o São Paulo e encosta no G-4
Dez jogos sem perder no Campeonato Brasileiro, com sete vitórias, dono da melhor campanha do returno, com 13 pontos em cinco jogos, e agora candidato a vaga no G-4, grupo dos que se classificam para a Libertadores. Esse é o Santos que derrotou o São Paulo por 3 a 0, na noite desta quarta-feira (9), na Vila Belmiro, e deu a prova mais consistente da sua ascensão no torneio nacional. O Santos está a apenas um ponto de São Paulo e Atlético-PR, quarto e quinto colocados, respectivamente. Os gols foram do zagueiro David Braz, do meia Rafael Longuine e do atacante Ricardo Oliveira, que é o artilheiro do Brasileiro com 16 gols. Desde que o técnico Dorival Júnior assumiu o comando, isto é, no começo de julho, a equipe saiu da 17ª colocação e alcançou agora a sexta posição, com 37 pontos. É o melhor momento santista no Brasileiro, um contraste com o temor de rebaixamento das rodadas iniciais. Somado aos três jogos pela Copa do Brasil com Dorival, a invencibilidade do clube já chega a 13 partidas. Mas na noite de quarta (9), o triunfo foi obtido sem a mesma atuação vistosa das últimas exibições, especialmente no primeiro tempo. Sem o meia Lucas Lima, na seleção, e o atacante Geuvânio, lesionado, o time começou a partida lento e desatento. Como o São Paulo não estava bem, o jogo deixou a desejar para a torcida. Erros de passes e falhas na hora de concluir também foram observadas. Parecia um Santos sem encanto. Apesar do triunfo por 2 a 0 na primeira etapa, somente no segundo tempo os jogadores conseguiram se soltar e arrancar gritos de "olé" da torcida. "É difícil explicar o que mudou, mas a nossa mentalidade e determinação mudou. Faltava o algo a mais. Agora estamos pertinho do G-4, mas ainda com os pés no chão", disse Gabriel. Santos 3 x 0 São Paulo HOSTILIDADE Já o São Paulo fez jus à campanha no Brasileiro e voltou a oscilar. O time tem tido dificuldade para manter boa sequência de resultados. Pior, não conseguiu derrubar dois tabus. Não vence o Santos na Vila Belmiro desde 2009 -são nove jogos. E o técnico Juan Carlos Osorio continua sem vencer clássicos pelo time tricolor. A atuação na Vila Belmiro foi uma das piores do time com o treinador colombiano, e os torcedores tricolores presentes não perdoaram. Hostilizaram os jogadores que estavam em campo -o lateral esquerdo Reinaldo, que junto de Thiago Mendes falhou no segundo gol, foi o alvo preferido do público. O meia Ganso também foi alvo de protestos -das duas torcidas. Até mesmo o lateral esquerdo Matheus Reis, uma jovem promessa e que nem sequer entrou no jogo, foi ofendido. Assim como o atacante Luis Fabiano, desfalque por recuperar-se de lesão no joelho direito. "Luis pipoqueiro", gritaram os torcedores.
esporte
Santos mantém o embalo, vence o São Paulo e encosta no G-4Dez jogos sem perder no Campeonato Brasileiro, com sete vitórias, dono da melhor campanha do returno, com 13 pontos em cinco jogos, e agora candidato a vaga no G-4, grupo dos que se classificam para a Libertadores. Esse é o Santos que derrotou o São Paulo por 3 a 0, na noite desta quarta-feira (9), na Vila Belmiro, e deu a prova mais consistente da sua ascensão no torneio nacional. O Santos está a apenas um ponto de São Paulo e Atlético-PR, quarto e quinto colocados, respectivamente. Os gols foram do zagueiro David Braz, do meia Rafael Longuine e do atacante Ricardo Oliveira, que é o artilheiro do Brasileiro com 16 gols. Desde que o técnico Dorival Júnior assumiu o comando, isto é, no começo de julho, a equipe saiu da 17ª colocação e alcançou agora a sexta posição, com 37 pontos. É o melhor momento santista no Brasileiro, um contraste com o temor de rebaixamento das rodadas iniciais. Somado aos três jogos pela Copa do Brasil com Dorival, a invencibilidade do clube já chega a 13 partidas. Mas na noite de quarta (9), o triunfo foi obtido sem a mesma atuação vistosa das últimas exibições, especialmente no primeiro tempo. Sem o meia Lucas Lima, na seleção, e o atacante Geuvânio, lesionado, o time começou a partida lento e desatento. Como o São Paulo não estava bem, o jogo deixou a desejar para a torcida. Erros de passes e falhas na hora de concluir também foram observadas. Parecia um Santos sem encanto. Apesar do triunfo por 2 a 0 na primeira etapa, somente no segundo tempo os jogadores conseguiram se soltar e arrancar gritos de "olé" da torcida. "É difícil explicar o que mudou, mas a nossa mentalidade e determinação mudou. Faltava o algo a mais. Agora estamos pertinho do G-4, mas ainda com os pés no chão", disse Gabriel. Santos 3 x 0 São Paulo HOSTILIDADE Já o São Paulo fez jus à campanha no Brasileiro e voltou a oscilar. O time tem tido dificuldade para manter boa sequência de resultados. Pior, não conseguiu derrubar dois tabus. Não vence o Santos na Vila Belmiro desde 2009 -são nove jogos. E o técnico Juan Carlos Osorio continua sem vencer clássicos pelo time tricolor. A atuação na Vila Belmiro foi uma das piores do time com o treinador colombiano, e os torcedores tricolores presentes não perdoaram. Hostilizaram os jogadores que estavam em campo -o lateral esquerdo Reinaldo, que junto de Thiago Mendes falhou no segundo gol, foi o alvo preferido do público. O meia Ganso também foi alvo de protestos -das duas torcidas. Até mesmo o lateral esquerdo Matheus Reis, uma jovem promessa e que nem sequer entrou no jogo, foi ofendido. Assim como o atacante Luis Fabiano, desfalque por recuperar-se de lesão no joelho direito. "Luis pipoqueiro", gritaram os torcedores.
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Papa e patriarca ortodoxo russo realizarão encontro histórico em Cuba
O papa Francisco e o líder da Igreja Ortodoxa russa se reunirão em Cuba na próxima semana, em um passo histórico para pôr fim ao cisma de mil anos que dividiu a cristandade entre Oriente e Ocidente, anunciaram ambas as igrejas nesta sexta-feira (5). O encontro entre Francisco e o patriarca Kirill será o primeiro entre os líderes das igrejas católica e ortodoxa russa. O pontífice visitará o México entre 12 e 18 de fevereiro. No caminho, fará uma parada em Cuba para se reunir com Kirill, na próxima sexta-feira (12), no aeroporto de Havana, onde assinarão uma declaração conjunta. As duas igrejas se dividiram durante o Grande Cisma de 1054 e se mantiveram distantes em vários assuntos, incluindo a primazia do papa e as acusações da Igreja Ortodoxa de que a Igreja Católica atua para fazer conversões na Rússia. Essas tensões fizeram outros papas evitarem um encontro com o patriarca russo, apesar de o Vaticano ter insistido por muito tempo que servia à minúscula comunidade católica em território amplamente ortodoxo. Em novembro de 2014, Francisco relatou que disse a Kirill: "Irei aonde quer que o senhor esteja. Me chame que vou." O encontro, que foi anunciado de forma conjunta no Vaticano e em Moscou, marca um grande avanço no antigo esforço do Vaticano de diminuir as divisões na cristandade. Na declaração conjunta, as duas igrejas disseram que o encontro "marcará um importante estágio nas relações. A Santa Sé e o Patriarcado de Moscou esperam que a reunião seja um sinal de esperança para todos os povos de boa vontade. Eles convidam todos os cristãos a rezar de forma fervorosa para que Deus abençoe o encontro, que gerará bons frutos".
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Papa e patriarca ortodoxo russo realizarão encontro histórico em CubaO papa Francisco e o líder da Igreja Ortodoxa russa se reunirão em Cuba na próxima semana, em um passo histórico para pôr fim ao cisma de mil anos que dividiu a cristandade entre Oriente e Ocidente, anunciaram ambas as igrejas nesta sexta-feira (5). O encontro entre Francisco e o patriarca Kirill será o primeiro entre os líderes das igrejas católica e ortodoxa russa. O pontífice visitará o México entre 12 e 18 de fevereiro. No caminho, fará uma parada em Cuba para se reunir com Kirill, na próxima sexta-feira (12), no aeroporto de Havana, onde assinarão uma declaração conjunta. As duas igrejas se dividiram durante o Grande Cisma de 1054 e se mantiveram distantes em vários assuntos, incluindo a primazia do papa e as acusações da Igreja Ortodoxa de que a Igreja Católica atua para fazer conversões na Rússia. Essas tensões fizeram outros papas evitarem um encontro com o patriarca russo, apesar de o Vaticano ter insistido por muito tempo que servia à minúscula comunidade católica em território amplamente ortodoxo. Em novembro de 2014, Francisco relatou que disse a Kirill: "Irei aonde quer que o senhor esteja. Me chame que vou." O encontro, que foi anunciado de forma conjunta no Vaticano e em Moscou, marca um grande avanço no antigo esforço do Vaticano de diminuir as divisões na cristandade. Na declaração conjunta, as duas igrejas disseram que o encontro "marcará um importante estágio nas relações. A Santa Sé e o Patriarcado de Moscou esperam que a reunião seja um sinal de esperança para todos os povos de boa vontade. Eles convidam todos os cristãos a rezar de forma fervorosa para que Deus abençoe o encontro, que gerará bons frutos".
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Tucanos querem aval do Senado sobre decisão do STF contra Aécio
Senadores tucanos defenderam nesta terça-feira (26) a necessidade de o plenário da Casa se manifestar sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de impor "recolhimento noturno" ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Eles defendem ainda que o Senado discuta se cabe ao STF afastar o tucano de seu mandato. Em julgamento nesta terça, a primeira turma da Corte decidiu por três votos contra dois afastar o tucano do cargo de senador e determinou que ele permaneça em casa durante a noite. O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), comparou o caso ao do ex-senador Delcídio do Amaral. Em novembro de 2015, o plenário da Casa teve de confirmar decisão tomada horas antes pelo STF, que determinou a prisão do ex-petista. O caso de Aécio é visto como sem precedentes, já que não se trata de uma determinação de prisão, mas de medida restritiva de liberdade. Além disso, o afastamento do tucano não tem precedentes na história do Senado. Delcídio foi preso e, posteriormente, cassado pelos seus pares, mas não foi afastado do cargo enquanto estava em liberdade. "É um caso de prisão noturna, domiciliar e o plenário terá que se manifestar como determina a Constituição", disse Cássio, acrescentando que "não há previsão constitucional para afastamento de senador", disse. A Constituição tem um dispositivo que determina que um parlamentar em exercício do mandato só pode ser preso em caso de flagrante. Além disso, a decisão da Justiça precisa passar pelo crivo da Casa correspondente. No caso de prisão de um deputado, a Câmara, e de senador, do Senado. A opinião de Cunha Lima é corroborada pelo líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC). "Isso é, de certa forma, o cerceamento de liberdade. Penso eu que no dia de amanhã ou até quinta-feira o plenário deverá se manifestar convalidando ou não a decisão do Judiciário", disse Bauer. Ambos disseram terem sido "surpreendidos" sobre a decisão do STF. Indagado sobre a necessidade de manifestação do Senado, o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que não comentaria. "Não recebi a decisão do Supremo e não vou falar sobre hipótese", disse. A opinião dos tucanos encontra respaldo em senadores de outros partidos. "Acabamos de saber que a segunda turma do STF prendeu o senador Aécio Neves, embora domiciliarmente. Não há previsão constitucional de afastamento do senador do mandato. Não podemos permitir que o STF, contra o voto do relator, rasgue a Constituição e afaste o senador . Então o Senado tem que se posicionar o mais rápido possível", disse o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) durante votação em plenário. A fala foi defendida também pelo líder da oposição, senador Humberto Costa (PT-PE), que pediu que a mesa da Casa se reúna para decidir o caso o mais rapidamente possível. Nos bastidores, senadores esperam que o plenário deve deliberar sobre o caso nesta quarta-feira (27). Aécio já foi alvo de outro pedido de afastamento do mandato pelo Supremo, em maio, logo depois de vir à tona a delação do grupo JBS. O tucano é alvo de denúncia pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça. Em maio, no primeiro pedido de afastamento, o Senado não se manifestou sobre a decisão da Justiça.
poder
Tucanos querem aval do Senado sobre decisão do STF contra AécioSenadores tucanos defenderam nesta terça-feira (26) a necessidade de o plenário da Casa se manifestar sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de impor "recolhimento noturno" ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Eles defendem ainda que o Senado discuta se cabe ao STF afastar o tucano de seu mandato. Em julgamento nesta terça, a primeira turma da Corte decidiu por três votos contra dois afastar o tucano do cargo de senador e determinou que ele permaneça em casa durante a noite. O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), comparou o caso ao do ex-senador Delcídio do Amaral. Em novembro de 2015, o plenário da Casa teve de confirmar decisão tomada horas antes pelo STF, que determinou a prisão do ex-petista. O caso de Aécio é visto como sem precedentes, já que não se trata de uma determinação de prisão, mas de medida restritiva de liberdade. Além disso, o afastamento do tucano não tem precedentes na história do Senado. Delcídio foi preso e, posteriormente, cassado pelos seus pares, mas não foi afastado do cargo enquanto estava em liberdade. "É um caso de prisão noturna, domiciliar e o plenário terá que se manifestar como determina a Constituição", disse Cássio, acrescentando que "não há previsão constitucional para afastamento de senador", disse. A Constituição tem um dispositivo que determina que um parlamentar em exercício do mandato só pode ser preso em caso de flagrante. Além disso, a decisão da Justiça precisa passar pelo crivo da Casa correspondente. No caso de prisão de um deputado, a Câmara, e de senador, do Senado. A opinião de Cunha Lima é corroborada pelo líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC). "Isso é, de certa forma, o cerceamento de liberdade. Penso eu que no dia de amanhã ou até quinta-feira o plenário deverá se manifestar convalidando ou não a decisão do Judiciário", disse Bauer. Ambos disseram terem sido "surpreendidos" sobre a decisão do STF. Indagado sobre a necessidade de manifestação do Senado, o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que não comentaria. "Não recebi a decisão do Supremo e não vou falar sobre hipótese", disse. A opinião dos tucanos encontra respaldo em senadores de outros partidos. "Acabamos de saber que a segunda turma do STF prendeu o senador Aécio Neves, embora domiciliarmente. Não há previsão constitucional de afastamento do senador do mandato. Não podemos permitir que o STF, contra o voto do relator, rasgue a Constituição e afaste o senador . Então o Senado tem que se posicionar o mais rápido possível", disse o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) durante votação em plenário. A fala foi defendida também pelo líder da oposição, senador Humberto Costa (PT-PE), que pediu que a mesa da Casa se reúna para decidir o caso o mais rapidamente possível. Nos bastidores, senadores esperam que o plenário deve deliberar sobre o caso nesta quarta-feira (27). Aécio já foi alvo de outro pedido de afastamento do mandato pelo Supremo, em maio, logo depois de vir à tona a delação do grupo JBS. O tucano é alvo de denúncia pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça. Em maio, no primeiro pedido de afastamento, o Senado não se manifestou sobre a decisão da Justiça.
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Uma questão de disciplina
A necessidade de preparar os jovens para a Marinha, antes mesmo do ingresso à Escola Naval, data do século 19. Buscava-se, então, incutir o gosto pelo mar e pelas coisas marinheiras, além de proporcionar uma sólida formação intelectual, moral e militar-naval. No início do século 20, o general Honório de Souza Lima, ilustre filho de Angra dos Reis, usando seu prestígio junto ao presidente Hermes da Fonseca, convenceu-o a aceitar a doação de extenso terreno que a Câmara de Vereadores de Angra dos Reis fazia à Marinha, destinada à edificação de uma escola militar. Em 1911, teve início a obra que resultou no atual Colégio Naval. O encarregado da empreitada foi o capitão Rosalvo Mariano da Silva, idealizador do projeto arquitetônico. O local escolhido foi a Enseada da Tapera, logo denominada Enseada Batista das Neves, em Angra dos Reis. Em 1914, o então ministro da Marinha, almirante Alexandrino de Alencar, aproveitou para aí fixar a Escola Naval, onde funcionou até 1920. A partir daí, tendo a Escola Naval voltado ao Rio de Janeiro, passou a funcionar naquele local a Escola de Grumetes Almirante Batista das Neves, que ali permaneceu até 1949. Finalmente, a 25 de fevereiro de 1949, foi criado o atual Colégio Naval, instituição de ensino que tem como propósito preparar jovens para constituir o corpo de aspirantes da Escola Naval, onde é formada a oficialidade da Marinha do Brasil. Minha ligação com a Marinha vem de longe. Durante dois anos, quando alcancei a idade para o serviço militar, frequentei as aulas do CIORM, na Ilha das Enxadas. Foi um aprendizado, sobretudo de disciplina e amor ao Brasil, do qual jamais esquecerei. Formado em matemática e pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde lecionei durante 37 anos, não posso deixar de falar do magistério como uma vocação, em que é preciso ter, acima de tudo, muita disciplina. Educar não é apenas ensinar. Representa um conjunto de hábitos e valores. De 1996, quando nasceu a atual LDB (lei de diretrizes e bases da educação nacional), até hoje, foram criadas mais de 35 leis para o setor. É evidente que isso desfigurou a lei matricial. Ela não dispõe mais de organicidade. Deve ser reformulada, pois está sem alma. Seus 92 artigos representam um certo momento do ensino brasileiro; neles vemos refletidos muitos dos desafios e das esperanças que movem o trabalho de tantos educadores numa nação de realidades tão diversas. Em seu artigo 83, a legislação de 1996 estabelece que o ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino. Amparada pelo artigo citado, a lei maior que regula o ensino na Marinha (lei nº 11.279/2006) estabelece que o curso ministrado pelo Colégio Naval é em nível de ensino médio. É por meio da LDB que encontramos os princípios gerais da educação, bem como as finalidades, os recursos financeiros, a formação e as diretrizes para a carreira dos profissionais da educação. Além disso, essa é uma norma que se renova a cada período, cabendo à Câmara dos Deputados atualizá-la conforme o contexto em que se encontra a nossa sociedade. Como exemplo, antes o período para terminar o ensino fundamental era de oito anos. Após a atualização da LDB, o período se estendeu para nove anos. Outras atualizações foram feitas. Daí a importância de acompanharmos de perto essa questão, visando nortear o povo brasileiro, assegurando-lhe seus direitos e mostrando os seus deveres. ARNALDO NISKIER é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) no Rio de Janeiro PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Uma questão de disciplinaA necessidade de preparar os jovens para a Marinha, antes mesmo do ingresso à Escola Naval, data do século 19. Buscava-se, então, incutir o gosto pelo mar e pelas coisas marinheiras, além de proporcionar uma sólida formação intelectual, moral e militar-naval. No início do século 20, o general Honório de Souza Lima, ilustre filho de Angra dos Reis, usando seu prestígio junto ao presidente Hermes da Fonseca, convenceu-o a aceitar a doação de extenso terreno que a Câmara de Vereadores de Angra dos Reis fazia à Marinha, destinada à edificação de uma escola militar. Em 1911, teve início a obra que resultou no atual Colégio Naval. O encarregado da empreitada foi o capitão Rosalvo Mariano da Silva, idealizador do projeto arquitetônico. O local escolhido foi a Enseada da Tapera, logo denominada Enseada Batista das Neves, em Angra dos Reis. Em 1914, o então ministro da Marinha, almirante Alexandrino de Alencar, aproveitou para aí fixar a Escola Naval, onde funcionou até 1920. A partir daí, tendo a Escola Naval voltado ao Rio de Janeiro, passou a funcionar naquele local a Escola de Grumetes Almirante Batista das Neves, que ali permaneceu até 1949. Finalmente, a 25 de fevereiro de 1949, foi criado o atual Colégio Naval, instituição de ensino que tem como propósito preparar jovens para constituir o corpo de aspirantes da Escola Naval, onde é formada a oficialidade da Marinha do Brasil. Minha ligação com a Marinha vem de longe. Durante dois anos, quando alcancei a idade para o serviço militar, frequentei as aulas do CIORM, na Ilha das Enxadas. Foi um aprendizado, sobretudo de disciplina e amor ao Brasil, do qual jamais esquecerei. Formado em matemática e pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde lecionei durante 37 anos, não posso deixar de falar do magistério como uma vocação, em que é preciso ter, acima de tudo, muita disciplina. Educar não é apenas ensinar. Representa um conjunto de hábitos e valores. De 1996, quando nasceu a atual LDB (lei de diretrizes e bases da educação nacional), até hoje, foram criadas mais de 35 leis para o setor. É evidente que isso desfigurou a lei matricial. Ela não dispõe mais de organicidade. Deve ser reformulada, pois está sem alma. Seus 92 artigos representam um certo momento do ensino brasileiro; neles vemos refletidos muitos dos desafios e das esperanças que movem o trabalho de tantos educadores numa nação de realidades tão diversas. Em seu artigo 83, a legislação de 1996 estabelece que o ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino. Amparada pelo artigo citado, a lei maior que regula o ensino na Marinha (lei nº 11.279/2006) estabelece que o curso ministrado pelo Colégio Naval é em nível de ensino médio. É por meio da LDB que encontramos os princípios gerais da educação, bem como as finalidades, os recursos financeiros, a formação e as diretrizes para a carreira dos profissionais da educação. Além disso, essa é uma norma que se renova a cada período, cabendo à Câmara dos Deputados atualizá-la conforme o contexto em que se encontra a nossa sociedade. Como exemplo, antes o período para terminar o ensino fundamental era de oito anos. Após a atualização da LDB, o período se estendeu para nove anos. Outras atualizações foram feitas. Daí a importância de acompanharmos de perto essa questão, visando nortear o povo brasileiro, assegurando-lhe seus direitos e mostrando os seus deveres. ARNALDO NISKIER é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) no Rio de Janeiro PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Jovens criam camisinha que muda de cor com doença transmissível
Jovens cientistas britânicos foram o destaque da premiação TeenTech ao criar uma camisinha que muda de cor ao entrar em contato com alguma DST (doença sexualmente transmissível). A equipe de alunos da Isaac Newton Academy, em Londres, já foi contatada por uma fabricante de preservativos, impressionada com o feito dos garotos. Eles ganharam o prêmio da categoria Futuro da Saúde. "Criamos a camisinha S.T.EYE como uma nova forma de detectar as DSTs e ajudar o futuro da próxima geração. Queríamos criar algo que tornasse a detecção de DSTs mais segura, para que as pessoas pudessem agir imediatamente na privacidade de suas casas. Temos certeza de que vamos oferecer a chance de deixar as pessoas agirem de maneira responsável", disse Daanyaal Ali, 14. A ideia dos garotos foi vista de perto pelo príncipe Andrew, duque de York e patrono da TeenTech, que vistou a Royal Society para conhecer jovens empreendedores.
equilibrioesaude
Jovens criam camisinha que muda de cor com doença transmissívelJovens cientistas britânicos foram o destaque da premiação TeenTech ao criar uma camisinha que muda de cor ao entrar em contato com alguma DST (doença sexualmente transmissível). A equipe de alunos da Isaac Newton Academy, em Londres, já foi contatada por uma fabricante de preservativos, impressionada com o feito dos garotos. Eles ganharam o prêmio da categoria Futuro da Saúde. "Criamos a camisinha S.T.EYE como uma nova forma de detectar as DSTs e ajudar o futuro da próxima geração. Queríamos criar algo que tornasse a detecção de DSTs mais segura, para que as pessoas pudessem agir imediatamente na privacidade de suas casas. Temos certeza de que vamos oferecer a chance de deixar as pessoas agirem de maneira responsável", disse Daanyaal Ali, 14. A ideia dos garotos foi vista de perto pelo príncipe Andrew, duque de York e patrono da TeenTech, que vistou a Royal Society para conhecer jovens empreendedores.
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Arquibancada grita 'mata' e 'destrói' em batalha de robôs na Campus Party
Se um evento consegue traduzir com precisão o que é o espírito geek de uma Campus Party, provavelmente é a Batalha de Robôs. Um caixote de vidro sustentado por vigas de aço serve de arena para dois protótipos lutadores, desenvolvidos por estudantes de mecatrônica de universidades e clubes de robótica. Ao redor, uma massa de jovens se aglomera sentada em uma arquibancada de madeira ou apoiada no guarda-corpo enquanto gritam palavras de apoio. "Destrói ele", "Mata, mata" e até um confuso "Os robôs vão destruir a humanidade" são ouvidos. Nos bastidores, enquanto os animadores entretêm o público com um campeonato de "Mortal Kombat" no telão, a equipe Ogrobots, de Sorocaba, dá os últimos ajustes no Bugalele, robô equipado com um martelete na dianteira. "Esse robô já tem três anos de competição, é vice-brasileiro. Mas o robô deles também é forte, vamos ver", comenta Renan Martines, um dos membros da equipe. "Eles" são os estudantes da PUC-Rio, que já tem o Touro Light, um robô meio quadradão de 27 kg com um rolo giratório em uma das faces, posicionado na arena. "A equipe já participa de batalhas há 14 anos, nós estamos há um ano e pouco." O desempenho do robô? "Ah, tem sido decente", confessa Matheus Loriato, enquanto anda de um lado para o outro esperando o gongo soar. O juiz autoriza, e Bugalele sai em disparada na caça de Touro Light, que contorna pela tangente, sem arriscar. No primeiro minuto da batalha, que acaba em três, os robôs só ficam indo e vindo de um lado para o outro da arena, como se estivessem com mal funcionamento. Pura estratégia. Bugalele encurrala o oponente na lateral do ringue, que sai voando pelos ares, após uma lufada de faíscas. A massa vai ao delírio. Mais algumas trombadas e os robôs viram de barriga para cima. A massa grita: "Vira, vira, meu deus, vira!". Mais alguns choques e Touro Light está sem algumas peças, girando sem controle no canto. "Apagou! Apagou!", grita o narrador. O tempo acaba com a contagem regressiva da torcida, e a Ogro Bots comemora os pontos para a próxima fase. A Batalha de Robôs continua durante toda a Campus, no Anhembi (SP), na área aberta ao público. A final será no sábado (4), das 13h às 15h20. Os vencedores levam R$ 5.000, além da fama.
tec
Arquibancada grita 'mata' e 'destrói' em batalha de robôs na Campus PartySe um evento consegue traduzir com precisão o que é o espírito geek de uma Campus Party, provavelmente é a Batalha de Robôs. Um caixote de vidro sustentado por vigas de aço serve de arena para dois protótipos lutadores, desenvolvidos por estudantes de mecatrônica de universidades e clubes de robótica. Ao redor, uma massa de jovens se aglomera sentada em uma arquibancada de madeira ou apoiada no guarda-corpo enquanto gritam palavras de apoio. "Destrói ele", "Mata, mata" e até um confuso "Os robôs vão destruir a humanidade" são ouvidos. Nos bastidores, enquanto os animadores entretêm o público com um campeonato de "Mortal Kombat" no telão, a equipe Ogrobots, de Sorocaba, dá os últimos ajustes no Bugalele, robô equipado com um martelete na dianteira. "Esse robô já tem três anos de competição, é vice-brasileiro. Mas o robô deles também é forte, vamos ver", comenta Renan Martines, um dos membros da equipe. "Eles" são os estudantes da PUC-Rio, que já tem o Touro Light, um robô meio quadradão de 27 kg com um rolo giratório em uma das faces, posicionado na arena. "A equipe já participa de batalhas há 14 anos, nós estamos há um ano e pouco." O desempenho do robô? "Ah, tem sido decente", confessa Matheus Loriato, enquanto anda de um lado para o outro esperando o gongo soar. O juiz autoriza, e Bugalele sai em disparada na caça de Touro Light, que contorna pela tangente, sem arriscar. No primeiro minuto da batalha, que acaba em três, os robôs só ficam indo e vindo de um lado para o outro da arena, como se estivessem com mal funcionamento. Pura estratégia. Bugalele encurrala o oponente na lateral do ringue, que sai voando pelos ares, após uma lufada de faíscas. A massa vai ao delírio. Mais algumas trombadas e os robôs viram de barriga para cima. A massa grita: "Vira, vira, meu deus, vira!". Mais alguns choques e Touro Light está sem algumas peças, girando sem controle no canto. "Apagou! Apagou!", grita o narrador. O tempo acaba com a contagem regressiva da torcida, e a Ogro Bots comemora os pontos para a próxima fase. A Batalha de Robôs continua durante toda a Campus, no Anhembi (SP), na área aberta ao público. A final será no sábado (4), das 13h às 15h20. Os vencedores levam R$ 5.000, além da fama.
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Como o ator Paul Walker foi 'ressuscitado' para 'Velozes e Furiosos 7'
O ator morreu em novembro de 2013, aos 40 anos, em um acidente de carro na Califórnia, quando estava no meio das filmagens do mais recente longa da franquia cinematográfica. Isso deixou o estúdio Universal em uma encruzilhada: seria melhor deixar o filme inacabado ou usar a tecnologia para terminá-lo? Finalmente, depois de vários meses de interrupção dos trabalhos, tempo necessário para que os outros atores se recuperassem de um duro golpe e o roteiro fosse reescrito, as gravações foram retomadas. Agora, o filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2). Leia mais: As estreias mais aguardadas em Hollywood em 2015 Quem já viu o longa garante ser difícil distinguir as cenas rodadas pelo ator e aquelas feitas depois de sua morte. Para "ressuscitar" Walker, o estúdio recorreu a imagens geradas por computador, uma tecnologia usada há mais de duas décadas no cinema. Em 1994, em "O Corvo", ela permitiu devolver à vida o ator Brandon Lee, filho do lendário Bruce Lee, que havia morrido em meio às filmagens. O mesmo ocorreu em 2000 com o ator Oliver Reed, em "Gladiador". Mas, nesta época, a técnica ainda era um pouco rudimentar. Hoje, segundo especialistas, é quase impossível diferenciar as cenas "reais" daquelas geradas com o auxílio de programas de computador. DUBLÊ No caso de "Velozes e Furiosos 7", o "ressuscitação" de Paul Walker coube ao estúdio do diretor neozelandês Peter Jackson, também responsável pela adaptação dos livros "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit" para o cinema. Os produtores também usaram dublês nas cenas do ator e contaram com a ajuda de dois irmãos de Walker em cenas com enquadramentos em que não era possível ver seus rostos. Leia mais: Qual o segredo do sucesso de 'Uma Noviça Rebelde'? Ainda foram recicladas cenas de filmes anteriores da franquia em que Walker aparece e que nunca haviam sido usadas. O roteiro foi adaptado para ser possível encaixá-las no novo filme. Os atrasos nas filmagens causados pela morte do ator e o subsequente uso de computação gráfica, que ainda é muito cara, fez o orçamento do filme aumentar em US$ 50 milhões, alcançando um total de US$ 250 milhões. O estúdio optou não revelar, por enquanto, quais cenas foram rodadas pelo ator. "A tecnologia melhorou muito, e é cada vez mais difícil notar a diferença entre uma filmagem real e o que é criado com computação gráfica", garante Mike Chambers, presidente do conselho da Sociedade Americana de Efeitos Visuais. Chambers explica que o primeiro a ser feito é usar dublês para filmar a maioria das cenas. Depois, é preciso colocar neles o rosto do ator em questão. Técnicas de animação fazem com que os movimentos deste rosto se encaixem nos movimentos do rosto do dublê para que tudo fique com um aspecto natural. Leia mais: Spock trouxe fama e crise de identidade para Leonard Nimoy O especialista destaca que, no caso de Walker, é muito provável que tenha sido usado um modelo em 3D do rosto do ator feito com base em um scanner ou um sistema de câmeras antes de sua morte, porque é comum em filmes de ação que seja necessário substituir o rosto do dublê pelo de um ator em cenas perigosas. "É uma tecnologia muito cara que requer muito tempo de trabalho e muitas pessoas envolvidas. Cada cena é única, e o custo depende da sua complexidade." Velozes e Furiosos 7 EFEITOS VISUAIS E o que dizem os espectadores que já tiveram a oportunidade de conferir o último filme de Walker? "Realmente, não é possível diferenciar as cenas", disse o crítico de cinema da revista "Variety", Scott Foundas, que estava na estreia mundial. "Muitas pessoas prestaram bastante atenção para ver se era possível notar, mas os efeitos especiais são muito sofisticados." Foundas acredita que, com a evolução da tecnologia, é provável que em um dia não muito distante seja possível rodar filmes inteiros com atores já falecidos, como Marilyn Monroe e Humphrey Bogart. Ele ainda diz que a computação gráfica "pode ser útil quando, por exemplo, é preciso refilmar uma cena e o ator não está disponível". No estúdio, os produtores devem estar de dedos cruzados diante da estreia do filme, pois, segundo Stephen Galloway, da revista "The Hollywood Reporter", terminar o longa foi uma aposta arriscada e cara. "Há desafios importantes, como fazer com que o público acredite que Paul Walker segue vivo e que os espectadores reajam com entusiasmo, indo aos cinemas para vê-lo", destaca Galloway. "Sem querer antecipar nada do filme, posso dizer que encontraram uma maneira muito adequada de fazer com que Walker deixe a saga sem matar seu personagem", diz Foundas.
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Como o ator Paul Walker foi 'ressuscitado' para 'Velozes e Furiosos 7'O ator morreu em novembro de 2013, aos 40 anos, em um acidente de carro na Califórnia, quando estava no meio das filmagens do mais recente longa da franquia cinematográfica. Isso deixou o estúdio Universal em uma encruzilhada: seria melhor deixar o filme inacabado ou usar a tecnologia para terminá-lo? Finalmente, depois de vários meses de interrupção dos trabalhos, tempo necessário para que os outros atores se recuperassem de um duro golpe e o roteiro fosse reescrito, as gravações foram retomadas. Agora, o filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2). Leia mais: As estreias mais aguardadas em Hollywood em 2015 Quem já viu o longa garante ser difícil distinguir as cenas rodadas pelo ator e aquelas feitas depois de sua morte. Para "ressuscitar" Walker, o estúdio recorreu a imagens geradas por computador, uma tecnologia usada há mais de duas décadas no cinema. Em 1994, em "O Corvo", ela permitiu devolver à vida o ator Brandon Lee, filho do lendário Bruce Lee, que havia morrido em meio às filmagens. O mesmo ocorreu em 2000 com o ator Oliver Reed, em "Gladiador". Mas, nesta época, a técnica ainda era um pouco rudimentar. Hoje, segundo especialistas, é quase impossível diferenciar as cenas "reais" daquelas geradas com o auxílio de programas de computador. DUBLÊ No caso de "Velozes e Furiosos 7", o "ressuscitação" de Paul Walker coube ao estúdio do diretor neozelandês Peter Jackson, também responsável pela adaptação dos livros "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit" para o cinema. Os produtores também usaram dublês nas cenas do ator e contaram com a ajuda de dois irmãos de Walker em cenas com enquadramentos em que não era possível ver seus rostos. Leia mais: Qual o segredo do sucesso de 'Uma Noviça Rebelde'? Ainda foram recicladas cenas de filmes anteriores da franquia em que Walker aparece e que nunca haviam sido usadas. O roteiro foi adaptado para ser possível encaixá-las no novo filme. Os atrasos nas filmagens causados pela morte do ator e o subsequente uso de computação gráfica, que ainda é muito cara, fez o orçamento do filme aumentar em US$ 50 milhões, alcançando um total de US$ 250 milhões. O estúdio optou não revelar, por enquanto, quais cenas foram rodadas pelo ator. "A tecnologia melhorou muito, e é cada vez mais difícil notar a diferença entre uma filmagem real e o que é criado com computação gráfica", garante Mike Chambers, presidente do conselho da Sociedade Americana de Efeitos Visuais. Chambers explica que o primeiro a ser feito é usar dublês para filmar a maioria das cenas. Depois, é preciso colocar neles o rosto do ator em questão. Técnicas de animação fazem com que os movimentos deste rosto se encaixem nos movimentos do rosto do dublê para que tudo fique com um aspecto natural. Leia mais: Spock trouxe fama e crise de identidade para Leonard Nimoy O especialista destaca que, no caso de Walker, é muito provável que tenha sido usado um modelo em 3D do rosto do ator feito com base em um scanner ou um sistema de câmeras antes de sua morte, porque é comum em filmes de ação que seja necessário substituir o rosto do dublê pelo de um ator em cenas perigosas. "É uma tecnologia muito cara que requer muito tempo de trabalho e muitas pessoas envolvidas. Cada cena é única, e o custo depende da sua complexidade." Velozes e Furiosos 7 EFEITOS VISUAIS E o que dizem os espectadores que já tiveram a oportunidade de conferir o último filme de Walker? "Realmente, não é possível diferenciar as cenas", disse o crítico de cinema da revista "Variety", Scott Foundas, que estava na estreia mundial. "Muitas pessoas prestaram bastante atenção para ver se era possível notar, mas os efeitos especiais são muito sofisticados." Foundas acredita que, com a evolução da tecnologia, é provável que em um dia não muito distante seja possível rodar filmes inteiros com atores já falecidos, como Marilyn Monroe e Humphrey Bogart. Ele ainda diz que a computação gráfica "pode ser útil quando, por exemplo, é preciso refilmar uma cena e o ator não está disponível". No estúdio, os produtores devem estar de dedos cruzados diante da estreia do filme, pois, segundo Stephen Galloway, da revista "The Hollywood Reporter", terminar o longa foi uma aposta arriscada e cara. "Há desafios importantes, como fazer com que o público acredite que Paul Walker segue vivo e que os espectadores reajam com entusiasmo, indo aos cinemas para vê-lo", destaca Galloway. "Sem querer antecipar nada do filme, posso dizer que encontraram uma maneira muito adequada de fazer com que Walker deixe a saga sem matar seu personagem", diz Foundas.
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Após deixar Cavaliers, Varejão é anunciado pelos Warriors
O brasileiro Anderson Varejão foi confirmado como o novo reforço do Golden State Warriors para o restante da temporada da NBA. Após 12 anos jogando pelo Cleveland Cavaliers, Varejão foi dispensado da equipe e acertou com o Portland Trail Blazers. Porém, horas depois, o time de Portland também o dispensou e ele virou um agente livre no mercado. Na Califórnia, Varejão vai se juntar a Stephen Curry e Klay Thompson, e jogar ao lado do compatriota Leandro Barbosa, o Leandrinho. Ainda não está confirmada a data de estreia do capixaba pelos Warriors, mas é possível que seja já na próxima quarta-feira, dia 24, diante do Miami Heat, na Flórida. Antes disso, na noite desta segunda-feira, os Warriors enfrentam o Atlanta Hawks, fora de casa. Varejão vai usar a camisa 18. O número 17, que o acompanhou em Cleveland, foi retirado pela franquia em homenagem a Chris Mullin.
esporte
Após deixar Cavaliers, Varejão é anunciado pelos WarriorsO brasileiro Anderson Varejão foi confirmado como o novo reforço do Golden State Warriors para o restante da temporada da NBA. Após 12 anos jogando pelo Cleveland Cavaliers, Varejão foi dispensado da equipe e acertou com o Portland Trail Blazers. Porém, horas depois, o time de Portland também o dispensou e ele virou um agente livre no mercado. Na Califórnia, Varejão vai se juntar a Stephen Curry e Klay Thompson, e jogar ao lado do compatriota Leandro Barbosa, o Leandrinho. Ainda não está confirmada a data de estreia do capixaba pelos Warriors, mas é possível que seja já na próxima quarta-feira, dia 24, diante do Miami Heat, na Flórida. Antes disso, na noite desta segunda-feira, os Warriors enfrentam o Atlanta Hawks, fora de casa. Varejão vai usar a camisa 18. O número 17, que o acompanhou em Cleveland, foi retirado pela franquia em homenagem a Chris Mullin.
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Artista plástica baiana Virginia de Medeiros é vencedora do prêmio Pipa
O Prêmio Investidor Profissional de Arte escolheu laurear, nesta quarta-feira (11), a artista plástica baiana Virginia de Medeiros. Com isso, ela ganhará R$130 mil (no valor está incluído um período de três meses de residência artística em Nova York). Os quatro finalistas desta edição eram Cristiano Lenhardt, Leticia Ramos, Marina Rheingantz e Virginia de Medeiros. A vencedora foi escolhida por um júri composto por Cauê Alves, Gilberto Chateaubriand, Luiz Camillo Osorio, Pablo Leon de La Barra e Rosangela Rennó. Medeiros participou da última Bienal de São Paulo com um filme que contava a história real de uma travesti que se torna pastor evangélico. Este ano, começou a tomar hormônios masculinos para modificar o próprio corpo, como performance. O PIPA foi criado em 2010, e já premiou os artistas Alice Miceli, Cadu, Marcius Galan, Tatiana Blass e Renata Lucas.
ilustrada
Artista plástica baiana Virginia de Medeiros é vencedora do prêmio PipaO Prêmio Investidor Profissional de Arte escolheu laurear, nesta quarta-feira (11), a artista plástica baiana Virginia de Medeiros. Com isso, ela ganhará R$130 mil (no valor está incluído um período de três meses de residência artística em Nova York). Os quatro finalistas desta edição eram Cristiano Lenhardt, Leticia Ramos, Marina Rheingantz e Virginia de Medeiros. A vencedora foi escolhida por um júri composto por Cauê Alves, Gilberto Chateaubriand, Luiz Camillo Osorio, Pablo Leon de La Barra e Rosangela Rennó. Medeiros participou da última Bienal de São Paulo com um filme que contava a história real de uma travesti que se torna pastor evangélico. Este ano, começou a tomar hormônios masculinos para modificar o próprio corpo, como performance. O PIPA foi criado em 2010, e já premiou os artistas Alice Miceli, Cadu, Marcius Galan, Tatiana Blass e Renata Lucas.
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Com maconha legalizada e ar 'cool', Denver tem sucesso econômico
O desemprego é de 3,3%, o terceiro menor entre as maiores metrópoles dos EUA (atrás apenas de Austin e Nashville). A rede de bonde elétrico, a versão local do veículo leve sobre trilhos (VLT), chega neste ano a quase 160 km (mais que o dobro do metrô de São Paulo). A venda legalizada de maconha a transformou na "Amsterdã americana". Com apenas 670 mil habitantes —equivalente a Santo André (SP)—, Denver, a capital do Estado do Colorado, foi eleita a melhor cidade para se viver nos EUA, no tradicional ranking da revista US News and World Report, de março. Pela primeira vez, superou favoritas da juventude americana, como Austin e Portland, e as tradicionais San Francisco e Nova York. A pesquisa leva em conta estatísticas de segurança, mobilidade, empregos, salário médio e educação. O prefeito de Denver, Michael Hancock, 47, visitará São Paulo e Rio nesta semana a convite da organização Humanitas360 para participar da "Bienal das Américas", uma cúpula com vários prefeitos brasileiros, e falar de gestão municipal. Casado com a cantora de jazz Mary Louise Lee, ele diz que ainda vai achar tempo para ouvir música ao vivo no Brasil. "Trabalhamos muito para virar esse lugar 'cool' e atrair de recém-formados que querem abrir seu primeiro negócio a gente que pensa em se aposentar em um lugar seguro e divertido", diz à Folha. A resposta de Denver à recessão de 2008 a coloca como um dos melhores casos de volta por cima. Depois de zerar o deficit no orçamento municipal, Hancock priorizou o ambiente de negócios. "Hoje você cria uma empresa em Denver de forma online, sem papelada, em questão de minutos. Nem todos os empregos surgidos após a recessão são bem pagos, mas saímos ganhando ao focar em novas indústrias como aeroespacial, biotecnologia, saúde e serviços financeiros." Apesar da economia pujante da cidade, ele reconhece que hoje um recém-formado talentoso "escolhe onde quer morar". Por isso, defende, "ter bons restaurantes, boa música, ser um bom lugar para caminhar e andar de bicicleta, ter diversos povos, religiões, etnias e uma comunidade LGBT poderosa contam muito". "Nos últimos cinco anos, 4.000 empresas foram criadas aqui, muitas de gente que decidiu se mudar para cá", diz. No segundo mandato, Hancock fala da reforma de US$ 500 milhões (R$ 1,7 bi) da Union Station, a estação que reúne trens, bondes e ônibus. Fala, com orgulho, dos ônibus gratuitos que circulam pelo principal calçadão da cidade, o da rua 16, onde carros são vetados. Em abril, foi inaugurado o VLT que liga o aeroporto internacional ao centro da cidade. MACONHA Para ele, a cidade não mudou tanto desde que a maconha para uso recreativo foi aprovada em plebiscito em 2012. "Não mudou a criminalidade, nem o comportamento, mas agora os cofres municipais e estaduais são beneficiados por uma atividade que não era tributada", observa. "A maior diferença é que agora recebemos muitos turistas que querem ver esse experimento aqui, como uma Amsterdã americana. Para nossa marca, foi ótimo." CAMPANHA Democrata e negro, como Obama, o prefeito diz que a campanha presidencial de 2016 lembra muito a de 2008, quando Obama venceu, "onde se continua falando do sonho e da necessidade de renovação da política". "Uma ameaça séria ao capitalismo é a crescente concentração de renda. Temos que discutir mais a desigualdade. Obama fala muito nisso e os prefeitos veem isso em primeira mão", diz. Sobre o movimento "Black lives matter" (vidas negras importam), que protesta contra a violência policial em todo o país e que já cobrou ações do próprio prefeito, Hancock diz que "os ativistas têm razão e é bom que eles possam falar agora e a sociedade esteja ouvindo". Para ele, "temos um longo histórico de uso excessivo de força pela polícia e de sentenças desiguais do sistema legal. Precisamos ainda de muitas mudanças para corrigir um sistema desequilibrado e injusto".
mundo
Com maconha legalizada e ar 'cool', Denver tem sucesso econômicoO desemprego é de 3,3%, o terceiro menor entre as maiores metrópoles dos EUA (atrás apenas de Austin e Nashville). A rede de bonde elétrico, a versão local do veículo leve sobre trilhos (VLT), chega neste ano a quase 160 km (mais que o dobro do metrô de São Paulo). A venda legalizada de maconha a transformou na "Amsterdã americana". Com apenas 670 mil habitantes —equivalente a Santo André (SP)—, Denver, a capital do Estado do Colorado, foi eleita a melhor cidade para se viver nos EUA, no tradicional ranking da revista US News and World Report, de março. Pela primeira vez, superou favoritas da juventude americana, como Austin e Portland, e as tradicionais San Francisco e Nova York. A pesquisa leva em conta estatísticas de segurança, mobilidade, empregos, salário médio e educação. O prefeito de Denver, Michael Hancock, 47, visitará São Paulo e Rio nesta semana a convite da organização Humanitas360 para participar da "Bienal das Américas", uma cúpula com vários prefeitos brasileiros, e falar de gestão municipal. Casado com a cantora de jazz Mary Louise Lee, ele diz que ainda vai achar tempo para ouvir música ao vivo no Brasil. "Trabalhamos muito para virar esse lugar 'cool' e atrair de recém-formados que querem abrir seu primeiro negócio a gente que pensa em se aposentar em um lugar seguro e divertido", diz à Folha. A resposta de Denver à recessão de 2008 a coloca como um dos melhores casos de volta por cima. Depois de zerar o deficit no orçamento municipal, Hancock priorizou o ambiente de negócios. "Hoje você cria uma empresa em Denver de forma online, sem papelada, em questão de minutos. Nem todos os empregos surgidos após a recessão são bem pagos, mas saímos ganhando ao focar em novas indústrias como aeroespacial, biotecnologia, saúde e serviços financeiros." Apesar da economia pujante da cidade, ele reconhece que hoje um recém-formado talentoso "escolhe onde quer morar". Por isso, defende, "ter bons restaurantes, boa música, ser um bom lugar para caminhar e andar de bicicleta, ter diversos povos, religiões, etnias e uma comunidade LGBT poderosa contam muito". "Nos últimos cinco anos, 4.000 empresas foram criadas aqui, muitas de gente que decidiu se mudar para cá", diz. No segundo mandato, Hancock fala da reforma de US$ 500 milhões (R$ 1,7 bi) da Union Station, a estação que reúne trens, bondes e ônibus. Fala, com orgulho, dos ônibus gratuitos que circulam pelo principal calçadão da cidade, o da rua 16, onde carros são vetados. Em abril, foi inaugurado o VLT que liga o aeroporto internacional ao centro da cidade. MACONHA Para ele, a cidade não mudou tanto desde que a maconha para uso recreativo foi aprovada em plebiscito em 2012. "Não mudou a criminalidade, nem o comportamento, mas agora os cofres municipais e estaduais são beneficiados por uma atividade que não era tributada", observa. "A maior diferença é que agora recebemos muitos turistas que querem ver esse experimento aqui, como uma Amsterdã americana. Para nossa marca, foi ótimo." CAMPANHA Democrata e negro, como Obama, o prefeito diz que a campanha presidencial de 2016 lembra muito a de 2008, quando Obama venceu, "onde se continua falando do sonho e da necessidade de renovação da política". "Uma ameaça séria ao capitalismo é a crescente concentração de renda. Temos que discutir mais a desigualdade. Obama fala muito nisso e os prefeitos veem isso em primeira mão", diz. Sobre o movimento "Black lives matter" (vidas negras importam), que protesta contra a violência policial em todo o país e que já cobrou ações do próprio prefeito, Hancock diz que "os ativistas têm razão e é bom que eles possam falar agora e a sociedade esteja ouvindo". Para ele, "temos um longo histórico de uso excessivo de força pela polícia e de sentenças desiguais do sistema legal. Precisamos ainda de muitas mudanças para corrigir um sistema desequilibrado e injusto".
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Preço de uísque, vinho e cachaça ainda não vai aumentar, dizem vendedores
Os apreciadores das chamadas bebidas quentes —como vinho, cachaça, uísque e destilados em geral— ainda podem encontrar produtos sem o aumento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que entrou em vigor no dia 31 de dezembro. As alíquotas variam de 10% a 30%, dependendo da bebida. Varejistas consultados pela Folha afirmam que só vão repassar a alta do tributo aos preços quando renovarem os estoques. A Casa da Bebida, sediada em Jandaia do Sul, no Paraná, tem estoque para aproximadamente seis meses, segundo Laion Yanagu Barbosa, sócio da empresa. "Os valores ainda não foram repassados aos consumidores, estamos trabalhando com o preço antigo ainda", diz Barbosa. "Como sabíamos que haveria o aumento, foi comprada uma grande quantidade [de bebidas]. Fizemos até um financiamento para estocar o máximo possível", diz. De acordo com o empresário, nenhum dos seus concorrentes havia feito alteração de valores dos produtos por causa do aumento do IPI até a semana passada. Carlos Duarte, gerente da loja da Cia. do Whisky em Moema, na zona sul de São Paulo, também diz que está trabalhando com preços antigos. "Só vai haver o repasse do aumento de IPI quando fizermos novas compras", diz. Ele prevê que a partir desta semana começará a fazer pedidos aos fornecedores. A mesma situação ocorre na Imigrantes Bebidas, também de São Paulo. Segundo Ivaldo Lopes, responsável pela compra de vinhos junto aos fornecedores, ainda havia produtos em estoque. "Logo vou ter de comprar mais vinhos, mas vou negociar com os fornecedores para obter um preço melhor." Entre as grandes redes de supermercados, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), que responde pelas bandeiras Extra e Pão de Açúcar, informou que "manterá o preço sem repasse de IPI enquanto durarem os estoques". Carrefour e Walmart não comentaram o assunto. MUDANÇA A alta do IPI para bebidas quentes ocorreu depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou, com vetos, a Medida Provisória 690, que havia sido aprovada pelo Congresso. A MP foi convertida na lei nº 13.241/2015. Houve mudança também na forma de cobrança: o IPI passou a ser cobrado com uma alíquota sobre o valor do produto (alíquota "ad valorem") e não mais por um valor fixo em relação a determinada quantidade produzida. O vinho nacional, por exemplo, pagava R$ 0,73 de IPI por garrafa. Agora, será cobrado 10% sobre o valor do produto na saída da indústria. Desta forma, uma garrafa de R$ 50 deixa de pagar R$ 0,73 de imposto e passa a pagar R$ 5. O objetivo do governo é obter um acréscimo na arrecadação da ordem de R$ 1 bilhão em 2016 com o aumento do tributo sobre bebidas quentes. A Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) informou à Folha que "ainda avalia os possíveis impactos do novo sistema tributário para o mercado".
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Preço de uísque, vinho e cachaça ainda não vai aumentar, dizem vendedoresOs apreciadores das chamadas bebidas quentes —como vinho, cachaça, uísque e destilados em geral— ainda podem encontrar produtos sem o aumento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que entrou em vigor no dia 31 de dezembro. As alíquotas variam de 10% a 30%, dependendo da bebida. Varejistas consultados pela Folha afirmam que só vão repassar a alta do tributo aos preços quando renovarem os estoques. A Casa da Bebida, sediada em Jandaia do Sul, no Paraná, tem estoque para aproximadamente seis meses, segundo Laion Yanagu Barbosa, sócio da empresa. "Os valores ainda não foram repassados aos consumidores, estamos trabalhando com o preço antigo ainda", diz Barbosa. "Como sabíamos que haveria o aumento, foi comprada uma grande quantidade [de bebidas]. Fizemos até um financiamento para estocar o máximo possível", diz. De acordo com o empresário, nenhum dos seus concorrentes havia feito alteração de valores dos produtos por causa do aumento do IPI até a semana passada. Carlos Duarte, gerente da loja da Cia. do Whisky em Moema, na zona sul de São Paulo, também diz que está trabalhando com preços antigos. "Só vai haver o repasse do aumento de IPI quando fizermos novas compras", diz. Ele prevê que a partir desta semana começará a fazer pedidos aos fornecedores. A mesma situação ocorre na Imigrantes Bebidas, também de São Paulo. Segundo Ivaldo Lopes, responsável pela compra de vinhos junto aos fornecedores, ainda havia produtos em estoque. "Logo vou ter de comprar mais vinhos, mas vou negociar com os fornecedores para obter um preço melhor." Entre as grandes redes de supermercados, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), que responde pelas bandeiras Extra e Pão de Açúcar, informou que "manterá o preço sem repasse de IPI enquanto durarem os estoques". Carrefour e Walmart não comentaram o assunto. MUDANÇA A alta do IPI para bebidas quentes ocorreu depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou, com vetos, a Medida Provisória 690, que havia sido aprovada pelo Congresso. A MP foi convertida na lei nº 13.241/2015. Houve mudança também na forma de cobrança: o IPI passou a ser cobrado com uma alíquota sobre o valor do produto (alíquota "ad valorem") e não mais por um valor fixo em relação a determinada quantidade produzida. O vinho nacional, por exemplo, pagava R$ 0,73 de IPI por garrafa. Agora, será cobrado 10% sobre o valor do produto na saída da indústria. Desta forma, uma garrafa de R$ 50 deixa de pagar R$ 0,73 de imposto e passa a pagar R$ 5. O objetivo do governo é obter um acréscimo na arrecadação da ordem de R$ 1 bilhão em 2016 com o aumento do tributo sobre bebidas quentes. A Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) informou à Folha que "ainda avalia os possíveis impactos do novo sistema tributário para o mercado".
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Se Sônia Abrão falou, assunto já está enterrado, diz Porchat sobre polêmica com Rita Cadillac
"Aê, garoto! Pegamos com quatro [pontos] da Xuxa e já tamos com cinco e meio. Um ponto e meio em 15 minutos!", diz Fábio Porchat na van que leva a equipe para o próximo local de gravação, no início da madrugada de uma terça-feira. Os números da audiência chegam em tempo real por mensagens no celular dele. * Enquanto seu programa passa na TV do veículo, que às vezes fica com o sinal ruim ou sai do ar, o humorista roda as ruas de São Paulo para ver se os aparelhos de restaurantes e lojas estão sintonizados na Record, onde comanda um talk show desde agosto. O roteiro da noite tem até clínica veterinária 24h e sex shop. * "Tira esse William Waack daí!", pede ao se deparar com uma TV ligada na Globo. Quando se enxerga na tela, Porchat dá R$ 100 ao funcionário que escolheu o canal "certo". Em meio à fiscalização, improvisa piadas e se diverte diante da câmera, que registra tudo para a atração. "Deu meia-noite e quinze, você liga na Record. Mesmo que seja domingo, que nem tem programa", avisa ele ao frentista de um posto de gasolina. * "Antes a Record dava dois pontos no horário. Está crescendo", diz ao repórter Joelmir Tavares. "O público está sabendo da existência do programa. É uma faixa difícil porque, passou da meia-noite, as pessoas desligam a TV." * Num intervalo, de pé na porta da van, ele desliza o dedo pelo celular para checar a internet e o WhatsApp. A mãe dele, Isabella, é quem administra as páginas do filho em redes sociais e coordena o atendimento aos fã-clubes. "Não vejo muita reclamação, as pessoas só se divertem, vêm falar comigo", diz o humorista, abordado por vários fãs durante a gravação. * A noite termina com a equipe tomando um chope no pub onde gravou o quadro (e que exibia canais de esporte em todos os telões). Porchat, que cresceu em São Paulo, mas nos últimos anos vive no Rio, volta ao hotel nos Jardins onde está morando. Seus fins de semana são no Rio, onde está em cartaz com uma peça. A mãe, a avó e a mulher têm ajudado na busca por um lar paulistano. Ele quer achar um lugar com verde. "Meu apartamento no Rio tem pitangueira, samambaia, umas plantas que caem do teto." * No hotel, fica praticamente só para dormir as usuais seis horas ("Por mim eu dormiria 23, mas não posso"). Em alguns dias recebe a visita da mulher, Nataly Mega, que é produtora do Porta dos Fundos, o canal de vídeos na internet lançado em 2012. "Foi o ano que virou minha carreira. Criamos o Porta, estreei meu primeiro filme e a série 'Meu Passado me Condena' no Multishow e entrei para 'A Grande Família' [na Globo]." * Foi na Globo, no "Programa do Jô", sua primeira aparição na TV. Aos 19 anos, ainda estudante de administração, aproveitou a ida ao auditório para pedir uma chance ao apresentador Jô Soares. Fez um esquete, foi muito aplaudido e até hoje, aos 33 anos, vive de provocar risos. Em cena, Porchat gosta de começar rindo de si mesmo. "Jamais vou apontar e rir de você se eu não tiver me sacaneado muito antes. Porque a graça é todo mundo rir junto. A pior coisa que pode haver no humor é o constrangimento. Se faço uma piada e a plateia fica constrangida, é o pior sentimento. É pior do que não rir. O que quero é fugir disso." * Mas aconteceu. A discussão sobre o tão falado "limite do humor" chegou até Porchat após a ida da ex-chacrete Rita Cadillac ao programa dele, no mês passado. Ela se sentiu desconfortável e abandonou a gravação. Primeiro pensou que a banda tocava uma música de Gretchen para ela cantar. Depois se chateou com o convite para estrear o quadro "Sarjeta da Fama" (uma depreciação à atração, e não à artista, segundo Porchat). * Ele diz que foi tudo um grande mal-entendido. Dias depois, Rita voltou, recebeu flores e um pedido de desculpas. A gravação que gerou o mal-estar foi mostrada. "Ficou esclarecido. Não aconteceu nada, não humilhei, não xinguei, deu para ver que foi uma confusão", afirma ele, que considera o episódio superado. "Se a Sônia Abrão comentou no programa dela, o assunto já está enterrado!" * O caso fez a produção reforçar o cuidado ao fazer os convites e explicar o que vai acontecer no estúdio. Porchat também procura conversar com os entrevistados antes, nos bastidores, para saber o que querem falar —e o que não querem. "Meu desejo é trazer todos os assuntos. Tento convencer. Mas, se cria constrangimento, não insisto", diz ele, sentado no sofá do camarim da Record, num dos três dias em que grava por semana. * "A gente tenta, dribla as assessorias. Mas chegando aqui a pessoa quer. Tenho assessora, sei como é. A minha também não me deixa fazer as coisas, mas eu vou lá e faço", diverte-se, olhando para Bruna Arilla, que cuida da relação dele com a imprensa e acompanha a conversa. * Minutos antes, no palco, ele tinha bagunçado o cabelo sempre arrumadinho do apresentador Roberto Justus. Gaby Amarantos, a próxima convidada, entra no camarim para falar com Porchat. Já em frente às câmeras, antes de fazer o mesmo com a cantora, o comediante digita seu nome no Google para ver as sugestões de busca. Ele narra o que aparece: "Fábio Porchat é... chato. Posso ser! É... PT? Não, nunca votei no PT". * O programa levou poucos políticos até agora, diz ele, por causa das restrições do período eleitoral. Nesta semana, recebe o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB). "Sempre torço para que a pessoa seja um bom prefeito. E acho o [petista Fernando] Haddad um bom prefeito." * Nada acontece no talk show sem o conhecimento de Porchat, que participa de todas as etapas. Do tipo que se irrita quando as coisas não saem do seu jeito, ele não menospreza os concorrentes, como Jô na Globo e Danilo Gentili no SBT. "A concorrência é braba do outro lado. O pessoal tá fazendo isso há anos e eu tô começando agora." * Para um novato, ele considera que está "num trilho legal". Sente "paz de espírito" por ver que o programa está agradando. "Acho que estou menos afobado, conseguindo ouvir mais o entrevistado, contar histórias. Tô mais calmo." Para de falar por um segundo e completa, rindo: "Dentro da minha agitação".
colunas
Se Sônia Abrão falou, assunto já está enterrado, diz Porchat sobre polêmica com Rita Cadillac"Aê, garoto! Pegamos com quatro [pontos] da Xuxa e já tamos com cinco e meio. Um ponto e meio em 15 minutos!", diz Fábio Porchat na van que leva a equipe para o próximo local de gravação, no início da madrugada de uma terça-feira. Os números da audiência chegam em tempo real por mensagens no celular dele. * Enquanto seu programa passa na TV do veículo, que às vezes fica com o sinal ruim ou sai do ar, o humorista roda as ruas de São Paulo para ver se os aparelhos de restaurantes e lojas estão sintonizados na Record, onde comanda um talk show desde agosto. O roteiro da noite tem até clínica veterinária 24h e sex shop. * "Tira esse William Waack daí!", pede ao se deparar com uma TV ligada na Globo. Quando se enxerga na tela, Porchat dá R$ 100 ao funcionário que escolheu o canal "certo". Em meio à fiscalização, improvisa piadas e se diverte diante da câmera, que registra tudo para a atração. "Deu meia-noite e quinze, você liga na Record. Mesmo que seja domingo, que nem tem programa", avisa ele ao frentista de um posto de gasolina. * "Antes a Record dava dois pontos no horário. Está crescendo", diz ao repórter Joelmir Tavares. "O público está sabendo da existência do programa. É uma faixa difícil porque, passou da meia-noite, as pessoas desligam a TV." * Num intervalo, de pé na porta da van, ele desliza o dedo pelo celular para checar a internet e o WhatsApp. A mãe dele, Isabella, é quem administra as páginas do filho em redes sociais e coordena o atendimento aos fã-clubes. "Não vejo muita reclamação, as pessoas só se divertem, vêm falar comigo", diz o humorista, abordado por vários fãs durante a gravação. * A noite termina com a equipe tomando um chope no pub onde gravou o quadro (e que exibia canais de esporte em todos os telões). Porchat, que cresceu em São Paulo, mas nos últimos anos vive no Rio, volta ao hotel nos Jardins onde está morando. Seus fins de semana são no Rio, onde está em cartaz com uma peça. A mãe, a avó e a mulher têm ajudado na busca por um lar paulistano. Ele quer achar um lugar com verde. "Meu apartamento no Rio tem pitangueira, samambaia, umas plantas que caem do teto." * No hotel, fica praticamente só para dormir as usuais seis horas ("Por mim eu dormiria 23, mas não posso"). Em alguns dias recebe a visita da mulher, Nataly Mega, que é produtora do Porta dos Fundos, o canal de vídeos na internet lançado em 2012. "Foi o ano que virou minha carreira. Criamos o Porta, estreei meu primeiro filme e a série 'Meu Passado me Condena' no Multishow e entrei para 'A Grande Família' [na Globo]." * Foi na Globo, no "Programa do Jô", sua primeira aparição na TV. Aos 19 anos, ainda estudante de administração, aproveitou a ida ao auditório para pedir uma chance ao apresentador Jô Soares. Fez um esquete, foi muito aplaudido e até hoje, aos 33 anos, vive de provocar risos. Em cena, Porchat gosta de começar rindo de si mesmo. "Jamais vou apontar e rir de você se eu não tiver me sacaneado muito antes. Porque a graça é todo mundo rir junto. A pior coisa que pode haver no humor é o constrangimento. Se faço uma piada e a plateia fica constrangida, é o pior sentimento. É pior do que não rir. O que quero é fugir disso." * Mas aconteceu. A discussão sobre o tão falado "limite do humor" chegou até Porchat após a ida da ex-chacrete Rita Cadillac ao programa dele, no mês passado. Ela se sentiu desconfortável e abandonou a gravação. Primeiro pensou que a banda tocava uma música de Gretchen para ela cantar. Depois se chateou com o convite para estrear o quadro "Sarjeta da Fama" (uma depreciação à atração, e não à artista, segundo Porchat). * Ele diz que foi tudo um grande mal-entendido. Dias depois, Rita voltou, recebeu flores e um pedido de desculpas. A gravação que gerou o mal-estar foi mostrada. "Ficou esclarecido. Não aconteceu nada, não humilhei, não xinguei, deu para ver que foi uma confusão", afirma ele, que considera o episódio superado. "Se a Sônia Abrão comentou no programa dela, o assunto já está enterrado!" * O caso fez a produção reforçar o cuidado ao fazer os convites e explicar o que vai acontecer no estúdio. Porchat também procura conversar com os entrevistados antes, nos bastidores, para saber o que querem falar —e o que não querem. "Meu desejo é trazer todos os assuntos. Tento convencer. Mas, se cria constrangimento, não insisto", diz ele, sentado no sofá do camarim da Record, num dos três dias em que grava por semana. * "A gente tenta, dribla as assessorias. Mas chegando aqui a pessoa quer. Tenho assessora, sei como é. A minha também não me deixa fazer as coisas, mas eu vou lá e faço", diverte-se, olhando para Bruna Arilla, que cuida da relação dele com a imprensa e acompanha a conversa. * Minutos antes, no palco, ele tinha bagunçado o cabelo sempre arrumadinho do apresentador Roberto Justus. Gaby Amarantos, a próxima convidada, entra no camarim para falar com Porchat. Já em frente às câmeras, antes de fazer o mesmo com a cantora, o comediante digita seu nome no Google para ver as sugestões de busca. Ele narra o que aparece: "Fábio Porchat é... chato. Posso ser! É... PT? Não, nunca votei no PT". * O programa levou poucos políticos até agora, diz ele, por causa das restrições do período eleitoral. Nesta semana, recebe o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB). "Sempre torço para que a pessoa seja um bom prefeito. E acho o [petista Fernando] Haddad um bom prefeito." * Nada acontece no talk show sem o conhecimento de Porchat, que participa de todas as etapas. Do tipo que se irrita quando as coisas não saem do seu jeito, ele não menospreza os concorrentes, como Jô na Globo e Danilo Gentili no SBT. "A concorrência é braba do outro lado. O pessoal tá fazendo isso há anos e eu tô começando agora." * Para um novato, ele considera que está "num trilho legal". Sente "paz de espírito" por ver que o programa está agradando. "Acho que estou menos afobado, conseguindo ouvir mais o entrevistado, contar histórias. Tô mais calmo." Para de falar por um segundo e completa, rindo: "Dentro da minha agitação".
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Filme 'A Gangue' tem elenco de surdos em trama de sexo e violência
O que o polêmico filme ucraniano "A Gangue" poupa em diálogos –o longa é inteiramente encenado em linguagem de sinais–, ele esbanja nas cenas de sexo e violência. Espancamentos, afogamentos, extorsões, uma longa cena de sexo oral mútuo e uma sequência de quase dez minutos –sem cortes– de um aborto recheiam o filme de estreia de Myroslav Slaboshpytskiy. Vencedor de três prêmios em Cannes no ano passado, a produção entrou em circuito no Brasil nesta quinta (14). Na história, um adolescente surdo (Grigoriy Fesenko) ingressa num internato para deficientes auditivos dominado por uma espécie de seita secreta de alunos que cometem crimes todas as noites: roubam incautos e prostituem garotas. "Não é um longa sobre ou para surdos", diz o diretor ucraniano à Folha. "Queria fazer um filme mudo, mas não por mero estilo. Queria um filme mudo moderno e realista." SEXO E SOCOS Antes de começar, um aviso surge na tela: "O filme não tem tradução nem legendas". De fato: são 130 minutos em que o espectador infere o que se passa pelo gestual dos atores, todos eles surdos. Não há trilha sonora e os planos são bem longos, o que incrementa a imersão na trama. Para a revista "The Hollywood Reporter", a experiência de ver o filme é como "assistir a um balé, mas com muito mais sexo e violência, e com garotas vestindo calças de piranha em vez de tutus." "A escolha do elenco foi a parte mais difícil", afirma Slaboshpytskiy. "A ideia de ensinar a linguagem de sinais a atores de verdade foi descartada logo de cara. A maneira plástica com que os surdos se comunicam influencia a performance mais do que se feita por um ator capaz de falar." O diretor levou um ano para escalar o elenco todo, tendo recrutado boa parte dos atores em redes sociais. Fesenko, que interpreta o protagonista –garoto introvertido que se corrompe para ser aceito pela gangue–, é descrito pelo diretor como "um menino comum", praticante de parkour que salta entre vagões de trens, escala telhados e que sonha em ser jogador de futebol profissional na liga ucraniana para surdos. Seu alvo amoroso no filme é uma aluna levada a se prostituir em uma parada de caminhoneiros interpretada por Yana Novikova. "Uma Audrey Hepburn bielorrussa" é como Slaboshpytskiy define a novata de 21 anos, loura esguia de beleza eslava que deixou a escola de construção de máquinas em que estudava em Belarus para atuar na Ucrânia. "É um filme sobre jovens. E jovens são capazes de ter sentimentos fortes e diretos, como amor, ódio, raiva e desespero: palavras não são necessárias para expressar ou para compreender essas emoções todas", afirma o cineasta. Slaboshpytskiy não considera "A Gangue" uma produção cheia de violência. "Há menos do que em alguns blockbusters. A diferença é que no meu filme ela parece realista. E violência real não entretém, ela é repugnante." Os personagens se batem como animais numa rinha. Transam de maneira robótica. "Pensar em sexo e em brigar por ter o seu lugar ao sol preenche 90% da vida de um adolescente", afirma. "É por isso que, para mim, as cenas de sexo e de violência se encaixam naturalmente na trama." 'HINO da REVOLUÇÃO' O roteiro do filme foi escrito em 2011, dois anos antes de eclodir a crise política na Ucrânia e o posterior envio de tropas russas à Crimeia. Numa cena, uma professora do internato discute com os alunos o acordo de livre-comércio com a União Europeia que foi o estopim da convulsão. "Filmamos durante a Kiev revolucionária: em alguns dias não pudemos rodar porque a polícia bloqueava a cidade", diz. "Se há no filme antevisões da revolução? Não sei. Alguns críticos o consideram um hino revolucionário." A inspiração veio de tempos mais pregressos, segundo o diretor, que costurou sua breve experiência como repórter de polícia e seu próprio passado num internato ("com um sistema hierarquizado não oficial"). A escola que serve de locação é a mesma em que ele estudou. "De certa forma, é uma metáfora da Ucrânia, ao menos da Ucrânia pré-revolucionária, regida como uma máfia: com representantes de instituições se portando de forma oposta às suas funções." O diretor conta que não precisou aprender a linguagem ucraniana de sinais para o filme. "Os atores me ensinaram a xingar, o que pode ser muito útil durante as filmagens." A Gangue
ilustrada
Filme 'A Gangue' tem elenco de surdos em trama de sexo e violênciaO que o polêmico filme ucraniano "A Gangue" poupa em diálogos –o longa é inteiramente encenado em linguagem de sinais–, ele esbanja nas cenas de sexo e violência. Espancamentos, afogamentos, extorsões, uma longa cena de sexo oral mútuo e uma sequência de quase dez minutos –sem cortes– de um aborto recheiam o filme de estreia de Myroslav Slaboshpytskiy. Vencedor de três prêmios em Cannes no ano passado, a produção entrou em circuito no Brasil nesta quinta (14). Na história, um adolescente surdo (Grigoriy Fesenko) ingressa num internato para deficientes auditivos dominado por uma espécie de seita secreta de alunos que cometem crimes todas as noites: roubam incautos e prostituem garotas. "Não é um longa sobre ou para surdos", diz o diretor ucraniano à Folha. "Queria fazer um filme mudo, mas não por mero estilo. Queria um filme mudo moderno e realista." SEXO E SOCOS Antes de começar, um aviso surge na tela: "O filme não tem tradução nem legendas". De fato: são 130 minutos em que o espectador infere o que se passa pelo gestual dos atores, todos eles surdos. Não há trilha sonora e os planos são bem longos, o que incrementa a imersão na trama. Para a revista "The Hollywood Reporter", a experiência de ver o filme é como "assistir a um balé, mas com muito mais sexo e violência, e com garotas vestindo calças de piranha em vez de tutus." "A escolha do elenco foi a parte mais difícil", afirma Slaboshpytskiy. "A ideia de ensinar a linguagem de sinais a atores de verdade foi descartada logo de cara. A maneira plástica com que os surdos se comunicam influencia a performance mais do que se feita por um ator capaz de falar." O diretor levou um ano para escalar o elenco todo, tendo recrutado boa parte dos atores em redes sociais. Fesenko, que interpreta o protagonista –garoto introvertido que se corrompe para ser aceito pela gangue–, é descrito pelo diretor como "um menino comum", praticante de parkour que salta entre vagões de trens, escala telhados e que sonha em ser jogador de futebol profissional na liga ucraniana para surdos. Seu alvo amoroso no filme é uma aluna levada a se prostituir em uma parada de caminhoneiros interpretada por Yana Novikova. "Uma Audrey Hepburn bielorrussa" é como Slaboshpytskiy define a novata de 21 anos, loura esguia de beleza eslava que deixou a escola de construção de máquinas em que estudava em Belarus para atuar na Ucrânia. "É um filme sobre jovens. E jovens são capazes de ter sentimentos fortes e diretos, como amor, ódio, raiva e desespero: palavras não são necessárias para expressar ou para compreender essas emoções todas", afirma o cineasta. Slaboshpytskiy não considera "A Gangue" uma produção cheia de violência. "Há menos do que em alguns blockbusters. A diferença é que no meu filme ela parece realista. E violência real não entretém, ela é repugnante." Os personagens se batem como animais numa rinha. Transam de maneira robótica. "Pensar em sexo e em brigar por ter o seu lugar ao sol preenche 90% da vida de um adolescente", afirma. "É por isso que, para mim, as cenas de sexo e de violência se encaixam naturalmente na trama." 'HINO da REVOLUÇÃO' O roteiro do filme foi escrito em 2011, dois anos antes de eclodir a crise política na Ucrânia e o posterior envio de tropas russas à Crimeia. Numa cena, uma professora do internato discute com os alunos o acordo de livre-comércio com a União Europeia que foi o estopim da convulsão. "Filmamos durante a Kiev revolucionária: em alguns dias não pudemos rodar porque a polícia bloqueava a cidade", diz. "Se há no filme antevisões da revolução? Não sei. Alguns críticos o consideram um hino revolucionário." A inspiração veio de tempos mais pregressos, segundo o diretor, que costurou sua breve experiência como repórter de polícia e seu próprio passado num internato ("com um sistema hierarquizado não oficial"). A escola que serve de locação é a mesma em que ele estudou. "De certa forma, é uma metáfora da Ucrânia, ao menos da Ucrânia pré-revolucionária, regida como uma máfia: com representantes de instituições se portando de forma oposta às suas funções." O diretor conta que não precisou aprender a linguagem ucraniana de sinais para o filme. "Os atores me ensinaram a xingar, o que pode ser muito útil durante as filmagens." A Gangue
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