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Metade das mulheres perde emprego após licença-maternidade
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Metade das mulheres que tiram licença-maternidade não está mais no emprego um ano após o início do benefício. É o que mostra estudo da FGV EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas). "Fizemos uma trajetória do emprego entre as mulheres de 25 a 35 anos que tiraram licença-maternidade entre 2009 e 2012 e constatamos que, um ano após o início da licença, 48% delas estavam fora do mercado de trabalho", diz a professora da FGV EPGE Cecilia Machado, autora de estudo sobre o tema com Valdemar Neto, aluno de doutorado da instituição. No total 247,5 mil mulheres tiraram licença-maternidade no período. Desse grupo, 5% tiveram o desligamento do emprego no quinto mês após a licença, e 15%, no sexto. Após quatro meses de licença, as mães têm direito a um mês de estabilidade no emprego, o que pode explicar o baixo percentual de desligamento no quinto. Segundo a professora, até o quinto mês a iniciativa para a saída do emprego é da trabalhadora. A partir do sexto mês, o principal motivo é a dispensa sem justa causa por iniciativa do empregador. "Não significa que todas essas mulheres estão sendo demitidas devido à licença-maternidade. Pode ter também um percentual de trabalhadoras que fizeram acordo para terem acesso à seguridade social, como o FGTS". Ela lembra que em muitos casos as mulheres não retornam às suas atividades porque não têm com quem deixar os filhos pequenos. O percentual próximo a 50% de mulheres que ficam sem emprego após a licença-maternidade se mantém estável quando se olha para dois e três anos do início do benefício. A pesquisa mostra ainda que a queda no emprego é menor para quem tem mais escolaridade. A taxa de desligamento após a licença para mulheres com mais que o ensino médio é de 35%. "Duas forças podem explicar isso. A primeira é que o investimento que a firma faz em trabalhadoras mais qualificadas é maior e a empresa não quer perder isso", diz Machado. Consequentemente, a mãe, com salário mais alto, consegue delegar os cuidados com a criança.
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mercado
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Metade das mulheres perde emprego após licença-maternidadeMetade das mulheres que tiram licença-maternidade não está mais no emprego um ano após o início do benefício. É o que mostra estudo da FGV EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas). "Fizemos uma trajetória do emprego entre as mulheres de 25 a 35 anos que tiraram licença-maternidade entre 2009 e 2012 e constatamos que, um ano após o início da licença, 48% delas estavam fora do mercado de trabalho", diz a professora da FGV EPGE Cecilia Machado, autora de estudo sobre o tema com Valdemar Neto, aluno de doutorado da instituição. No total 247,5 mil mulheres tiraram licença-maternidade no período. Desse grupo, 5% tiveram o desligamento do emprego no quinto mês após a licença, e 15%, no sexto. Após quatro meses de licença, as mães têm direito a um mês de estabilidade no emprego, o que pode explicar o baixo percentual de desligamento no quinto. Segundo a professora, até o quinto mês a iniciativa para a saída do emprego é da trabalhadora. A partir do sexto mês, o principal motivo é a dispensa sem justa causa por iniciativa do empregador. "Não significa que todas essas mulheres estão sendo demitidas devido à licença-maternidade. Pode ter também um percentual de trabalhadoras que fizeram acordo para terem acesso à seguridade social, como o FGTS". Ela lembra que em muitos casos as mulheres não retornam às suas atividades porque não têm com quem deixar os filhos pequenos. O percentual próximo a 50% de mulheres que ficam sem emprego após a licença-maternidade se mantém estável quando se olha para dois e três anos do início do benefício. A pesquisa mostra ainda que a queda no emprego é menor para quem tem mais escolaridade. A taxa de desligamento após a licença para mulheres com mais que o ensino médio é de 35%. "Duas forças podem explicar isso. A primeira é que o investimento que a firma faz em trabalhadoras mais qualificadas é maior e a empresa não quer perder isso", diz Machado. Consequentemente, a mãe, com salário mais alto, consegue delegar os cuidados com a criança.
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Valor do imóvel financiado com FGTS sobe de R$ 750 mil para R$ 950 mil
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O CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu nesta quinta-feira (24) elevar, pela primeira vez desde 2013, o limite máximo do valor do imóvel para financiamento com o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). No caso de São Paulo, Rio, Minas e Distrito Federal, o valor máximo passou de R$ 750 mil para R$ 950 mil. Nos demais Estados, o aumento foi de R$ 650 mil para R$ 800 mil. A decisão passa a valer a partir desta sexta (25), para imóveis novos e usados. O novo limite também vale para os financiamentos com as taxas de juros do SFH (Sistema Financeiro de Habitação, que utiliza recursos da caderneta de poupança). Segundo o BC, a regra que determina que o limite do financiamento é de no máximo 80% do valor de avaliação do imóvel será mantida. Do total do saldo da poupança, os bancos precisam direcionar 65% para o crédito imobiliário. Desse percentual, 80% é direcionado ao SFH, cuja taxa de juros é de 12% ao ano, mais baixa do que as taxas de mercado. amortização negativa O CMN também decidiu acabar com a chamada "amortização negativa". Os contratos não poderão mais admitir crescimento do saldo devedor ao longo de todo o período de financiamento. Para isso, o dinheiro pago mensalmente pelo mutuário deverá ser usado também para abatimento do principal, e não apenas para o pagamento de juros. Na prática, essa nova regra não terá muito impacto, pois já é adotada pela maioria dos bancos, como a Caixa, que detém a maior parte do financiamento imobiliário no país. Haverá um período de transição, entre 31 de janeiro e 31 de março de 2017, para que as instituições financeiras se adaptem a essa nova regra. "Esse é o critério prudente. Que o saldo devedor vá caindo ao longo do tempo", disse Silva Marques, chefe-adjunta no Departamento de Normas do BC. O conselho também anunciou que o BNDES poderá emitir um instrumento conhecido como COE (Certificado de Operações Estruturadas), vendidos exclusivamente para grandes investidores. Como comprar um imóvel
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mercado
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Valor do imóvel financiado com FGTS sobe de R$ 750 mil para R$ 950 milO CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu nesta quinta-feira (24) elevar, pela primeira vez desde 2013, o limite máximo do valor do imóvel para financiamento com o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). No caso de São Paulo, Rio, Minas e Distrito Federal, o valor máximo passou de R$ 750 mil para R$ 950 mil. Nos demais Estados, o aumento foi de R$ 650 mil para R$ 800 mil. A decisão passa a valer a partir desta sexta (25), para imóveis novos e usados. O novo limite também vale para os financiamentos com as taxas de juros do SFH (Sistema Financeiro de Habitação, que utiliza recursos da caderneta de poupança). Segundo o BC, a regra que determina que o limite do financiamento é de no máximo 80% do valor de avaliação do imóvel será mantida. Do total do saldo da poupança, os bancos precisam direcionar 65% para o crédito imobiliário. Desse percentual, 80% é direcionado ao SFH, cuja taxa de juros é de 12% ao ano, mais baixa do que as taxas de mercado. amortização negativa O CMN também decidiu acabar com a chamada "amortização negativa". Os contratos não poderão mais admitir crescimento do saldo devedor ao longo de todo o período de financiamento. Para isso, o dinheiro pago mensalmente pelo mutuário deverá ser usado também para abatimento do principal, e não apenas para o pagamento de juros. Na prática, essa nova regra não terá muito impacto, pois já é adotada pela maioria dos bancos, como a Caixa, que detém a maior parte do financiamento imobiliário no país. Haverá um período de transição, entre 31 de janeiro e 31 de março de 2017, para que as instituições financeiras se adaptem a essa nova regra. "Esse é o critério prudente. Que o saldo devedor vá caindo ao longo do tempo", disse Silva Marques, chefe-adjunta no Departamento de Normas do BC. O conselho também anunciou que o BNDES poderá emitir um instrumento conhecido como COE (Certificado de Operações Estruturadas), vendidos exclusivamente para grandes investidores. Como comprar um imóvel
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Desenhos de Gervasio Troche são descanso à polarização ferrenha
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Em tempos de polarização ferrenha quanto a tudo que se escreve ou se diz –seja sobre política partidária, relações entre gêneros ou filmes de super-herói–, desenhos podem ser refúgio. Imagens podem abrir-se para várias interpretações, incluindo as indesejáveis, ainda mais quando desacompanhadas de legendas ou qualquer outro texto. Mas há um tipo de desenho que, mesmo sem recorrer à abstração das formas, é tão geral e escancara tanto suas possibilidades de interpretação que qualquer tentativa de lhe atribuir um só polo ideológico seria canalhice. É neste terreno que trabalha o uruguaio Gervasio Troche. Conhecido sobretudo das redes sociais, ele segue uma tradição de desenho que busca exprimir, com inversões, junções e deslocamentos criativos, algo sobre a condição humana e o cotidiano. SIGNIFICADO Não são charges, pois não há referência a um fato ou época. Também não são, na maioria, histórias com início, meio e fim. Mas há significado nesses desenhos, mesmo que não seja único. Em um deles, a linha que a maré deixa na praia é contornada por pegadas. As pegadas nunca entram ou saem da água, ficando em paralelo perfeito com a linha sinuosa onde chegam as ondas. Você pode entender como uma brincadeira infantil, como a de desenhar na areia. Mas poderia ser uma maneira de representar o receio, a insegurança de cruzar linhas? Ou algo mais sobre a separação entre terra e mar? Em outro, cinco pessoas em volta de uma fogueira recebem um sexto indivíduo, que traz pela mão uma labareda. Entende-se que o recém-chegado vai alimentar a fogueira? Que aceitar mais uma pessoa é forma de manter o grupo aquecido (ou vivo)? Ou eu deveria pensar que a labaredazinha levada pela mão do novo integrante é como um filho? Qualquer interpretação tem a ver com você projetar suas visões de mundo e preconceitos. Cada leitor pode ver várias coisas diferentes em cada desenho. Troche provavelmente gosta dessa variedade. Talvez nem tenha, para si, significado do que desenhou. Além de não haver texto nem cores, o traço tende ao simples extremo. Identificam-se figuras humanas, algumas cenas da natureza, alguns objetos estilizados. Mas a linha, embora cuidadosa, não tem rebuscamento nem procura acrescentar detalhes. BRITTO E SEMPÉ A estilização é um ponto positivo do trabalho de Troche. Tivessem traço mais detalhado ou mesmo cores, muitas das páginas poderiam cair no terreno brega dos quadros em sala de espera de pediatra. A crueza em preto e branco dá uma impressão de imediatismo e simplicidade que foge da turma de Romero Britto e aponta para outros referentes, como o francês Jean-Jacques Sempé. Quase todas as ilustrações são individuais. Há algumas histórias em quadrinhos espalhadas pelo livro, assim como cenas –tais como a da linha da maré e da fogueira– que se repetem. Outros temas, como folhas que caem de árvores e fitas cassete, ressurgem com alguma frequência. Mas não há linha que conecte todo o álbum, fora o traço do desenhista. É curioso que Troche seja, em grande parte, fruto das redes sociais, terreno primaz da polarização. O desenhista mostra pontos de vista, mas é difícil afixar cada desenho a uma ideologia só. Em vez de propor interpretações fáceis, as criações do uruguaio são uma oportunidade de se perder, de encontrar vários significados. E também de descansar. BAGAGEM AUTOR: Gervasio Troche EDITORA: Lote 42 QUANTO: R$ 29,90 (132 págs.)
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ilustrada
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Desenhos de Gervasio Troche são descanso à polarização ferrenhaEm tempos de polarização ferrenha quanto a tudo que se escreve ou se diz –seja sobre política partidária, relações entre gêneros ou filmes de super-herói–, desenhos podem ser refúgio. Imagens podem abrir-se para várias interpretações, incluindo as indesejáveis, ainda mais quando desacompanhadas de legendas ou qualquer outro texto. Mas há um tipo de desenho que, mesmo sem recorrer à abstração das formas, é tão geral e escancara tanto suas possibilidades de interpretação que qualquer tentativa de lhe atribuir um só polo ideológico seria canalhice. É neste terreno que trabalha o uruguaio Gervasio Troche. Conhecido sobretudo das redes sociais, ele segue uma tradição de desenho que busca exprimir, com inversões, junções e deslocamentos criativos, algo sobre a condição humana e o cotidiano. SIGNIFICADO Não são charges, pois não há referência a um fato ou época. Também não são, na maioria, histórias com início, meio e fim. Mas há significado nesses desenhos, mesmo que não seja único. Em um deles, a linha que a maré deixa na praia é contornada por pegadas. As pegadas nunca entram ou saem da água, ficando em paralelo perfeito com a linha sinuosa onde chegam as ondas. Você pode entender como uma brincadeira infantil, como a de desenhar na areia. Mas poderia ser uma maneira de representar o receio, a insegurança de cruzar linhas? Ou algo mais sobre a separação entre terra e mar? Em outro, cinco pessoas em volta de uma fogueira recebem um sexto indivíduo, que traz pela mão uma labareda. Entende-se que o recém-chegado vai alimentar a fogueira? Que aceitar mais uma pessoa é forma de manter o grupo aquecido (ou vivo)? Ou eu deveria pensar que a labaredazinha levada pela mão do novo integrante é como um filho? Qualquer interpretação tem a ver com você projetar suas visões de mundo e preconceitos. Cada leitor pode ver várias coisas diferentes em cada desenho. Troche provavelmente gosta dessa variedade. Talvez nem tenha, para si, significado do que desenhou. Além de não haver texto nem cores, o traço tende ao simples extremo. Identificam-se figuras humanas, algumas cenas da natureza, alguns objetos estilizados. Mas a linha, embora cuidadosa, não tem rebuscamento nem procura acrescentar detalhes. BRITTO E SEMPÉ A estilização é um ponto positivo do trabalho de Troche. Tivessem traço mais detalhado ou mesmo cores, muitas das páginas poderiam cair no terreno brega dos quadros em sala de espera de pediatra. A crueza em preto e branco dá uma impressão de imediatismo e simplicidade que foge da turma de Romero Britto e aponta para outros referentes, como o francês Jean-Jacques Sempé. Quase todas as ilustrações são individuais. Há algumas histórias em quadrinhos espalhadas pelo livro, assim como cenas –tais como a da linha da maré e da fogueira– que se repetem. Outros temas, como folhas que caem de árvores e fitas cassete, ressurgem com alguma frequência. Mas não há linha que conecte todo o álbum, fora o traço do desenhista. É curioso que Troche seja, em grande parte, fruto das redes sociais, terreno primaz da polarização. O desenhista mostra pontos de vista, mas é difícil afixar cada desenho a uma ideologia só. Em vez de propor interpretações fáceis, as criações do uruguaio são uma oportunidade de se perder, de encontrar vários significados. E também de descansar. BAGAGEM AUTOR: Gervasio Troche EDITORA: Lote 42 QUANTO: R$ 29,90 (132 págs.)
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Conheça quatro peças que contam com a participação do público
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FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O roteiro abaixo reúne espetáculos dos quais os espectadores participam —ou mais ativamente, no caso de "Cada Dois com Seus Pobrema", ou de forma mais discreta, como na dança "Tirando os Pés do Chão", onde alguns deles assistem a tudo do palco. CADA DOIS COM SEUS POBREMA O último personagem que Marcelo Médici interpreta na comédia é a Mãe Jatira, uma vidente exótica e com olho torto bizarro que lê o futuro no borrão de achocolatado. Com seu traje espalhafatoso, ela vai até a plateia, percebe a "energia carregada" de algumas pessoas e diz qual encosto cada uma tem —um escolhido é chamado ao palco. Na primeira parte da peça, Médici divide a cena com o ator Ricardo Rathsam, tudo sob a direção de Paula Cohen. Teatro Shopping Frei Caneca. R. Frei Caneca, 596, 7º andar, Consolação, tel. 3472-2229. 600 lugares. Ter. a qui.: 21h. Até 26/11. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 60 e R$ 80. Estac. (R$ 10 p/ 2 h). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. MONÓLOGOS DA ESCURIDÃO O espetáculo reúne seis monólogos escritos e dirigidos por Marcos Lopes. O segundo deles é o "Vendados", encenado pela atriz Nayara Rizzi, que interpreta uma esquizofrênica. Como o próprio nome sugere, o público é convidado a se vendar e a acompanhar a peça assim, no escuro. A ideia é brincar com a questão de que, quando você não pode ver, pode imaginar. Além disso, dez espectadores são chamados para assistir à peça do palco. Teatro Studio Heleny Guariba. Pça. Franklin Roosevelt, 184, Consolação, região central, tel. 3259-6940. 60 lugares. Sáb.: 20h30. Até 26/9. 120 min. 12 anos. Ingr.: R$ 50. HIPNOMAGIC O público participa durante todo o tempo do espetáculo do ilusionista e hipnólogo Ed Rocha, que tem de tudo: mágicas, stand-up e premonições. Além dos números feitos com o público todo, há aqueles específicos, quando alguns sobem ao palco —normalmente, participam de oito a dez pessoas. Em dois deles, Ed usa técnicas de hipnose para fazer com que os participantes tirem seus sapatos sem perceberem e que tenham suas mãos grudadas. Teatro Bibi Ferreira. Av. Brigadeiro Luís Antônio, 931, Bela Vista, tel. 3105-3129. Qua. e qui.: 21h. Até 1º/10. 70 min. 12 anos. Ingr.: R$ 60 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. TIRANDO OS PÉS DO CHÃO Nesta dança da Cia. Nau de Ícaros, a participação do público começa já no processo de criação, pois a performance foi estruturada a partir de entrevistas feitas com diversas pessoas na capital paulista e no interior. O tema era o amor, e as respostas e os gestos deram forma às coreografias. Além disso, um casal é sempre convidado a assistir do palco à apresentação —que é baseada em "Myrna", de Nelson Rodrigues. Os atores misturam técnicas de circo e de dança para simbolizar o estado de suspensão dos apaixonados. Teatro Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca, região leste, tel. 2605-8007. 249 lugares. Dom.: 19h. Até 20/9. 60 min. 12 anos. Estac. grátis. Grátis.
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saopaulo
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Conheça quatro peças que contam com a participação do públicoFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O roteiro abaixo reúne espetáculos dos quais os espectadores participam —ou mais ativamente, no caso de "Cada Dois com Seus Pobrema", ou de forma mais discreta, como na dança "Tirando os Pés do Chão", onde alguns deles assistem a tudo do palco. CADA DOIS COM SEUS POBREMA O último personagem que Marcelo Médici interpreta na comédia é a Mãe Jatira, uma vidente exótica e com olho torto bizarro que lê o futuro no borrão de achocolatado. Com seu traje espalhafatoso, ela vai até a plateia, percebe a "energia carregada" de algumas pessoas e diz qual encosto cada uma tem —um escolhido é chamado ao palco. Na primeira parte da peça, Médici divide a cena com o ator Ricardo Rathsam, tudo sob a direção de Paula Cohen. Teatro Shopping Frei Caneca. R. Frei Caneca, 596, 7º andar, Consolação, tel. 3472-2229. 600 lugares. Ter. a qui.: 21h. Até 26/11. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 60 e R$ 80. Estac. (R$ 10 p/ 2 h). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. MONÓLOGOS DA ESCURIDÃO O espetáculo reúne seis monólogos escritos e dirigidos por Marcos Lopes. O segundo deles é o "Vendados", encenado pela atriz Nayara Rizzi, que interpreta uma esquizofrênica. Como o próprio nome sugere, o público é convidado a se vendar e a acompanhar a peça assim, no escuro. A ideia é brincar com a questão de que, quando você não pode ver, pode imaginar. Além disso, dez espectadores são chamados para assistir à peça do palco. Teatro Studio Heleny Guariba. Pça. Franklin Roosevelt, 184, Consolação, região central, tel. 3259-6940. 60 lugares. Sáb.: 20h30. Até 26/9. 120 min. 12 anos. Ingr.: R$ 50. HIPNOMAGIC O público participa durante todo o tempo do espetáculo do ilusionista e hipnólogo Ed Rocha, que tem de tudo: mágicas, stand-up e premonições. Além dos números feitos com o público todo, há aqueles específicos, quando alguns sobem ao palco —normalmente, participam de oito a dez pessoas. Em dois deles, Ed usa técnicas de hipnose para fazer com que os participantes tirem seus sapatos sem perceberem e que tenham suas mãos grudadas. Teatro Bibi Ferreira. Av. Brigadeiro Luís Antônio, 931, Bela Vista, tel. 3105-3129. Qua. e qui.: 21h. Até 1º/10. 70 min. 12 anos. Ingr.: R$ 60 p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. TIRANDO OS PÉS DO CHÃO Nesta dança da Cia. Nau de Ícaros, a participação do público começa já no processo de criação, pois a performance foi estruturada a partir de entrevistas feitas com diversas pessoas na capital paulista e no interior. O tema era o amor, e as respostas e os gestos deram forma às coreografias. Além disso, um casal é sempre convidado a assistir do palco à apresentação —que é baseada em "Myrna", de Nelson Rodrigues. Os atores misturam técnicas de circo e de dança para simbolizar o estado de suspensão dos apaixonados. Teatro Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca, região leste, tel. 2605-8007. 249 lugares. Dom.: 19h. Até 20/9. 60 min. 12 anos. Estac. grátis. Grátis.
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Os sinais da economia
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Neste momento em que a crise política e institucional está comendo solta, a economia e o mercado também dão sinais de nervosismo. E dão muitos outros sinais. Mas o homem comum não tem noção das sutilezas que acontecem nos bastidores da economia. Só os especialistas, os economistas e os analistas econômicos sabem detectar e interpretar os sinais da economia. Em tempos de tranquilidade, esses profissionais só têm que lidar com os sinais mais simples, aqueles que qualquer criança conhece: Mas, quando o bicho pega, os economistas, analistas e profissionais da área econômica são obrigados a utilizar outros tipos de sinais, como estes aqui: Porém, a situação agora está ainda mais grave. Nós só não estamos sentados num barril de pólvora porque não temos dinheiro para comprar um. Sabe quanto está custando um barril de pólvora? Pois é, este é o problema: o homem comum não sabe o preço de um barril de pólvora. Talvez nem a esposa do presidente, a primeira-dama da República, que é boa nessa coisa de comparar os preços, saiba quanto está custando um barril de pólvora. Mas, mesmo para quem não é economista, existem por aí muitos outros sinais de que as coisas não estão indo bem. Vocês já notaram que todas as notas de real têm a frase "Deus seja louvado" impressa lá num cantinho? Vejam: Aparentemente, essa louvação não deve estar tendo o efeito desejado porque, de uns tempos pra cá, tenho notado que algumas notas estão vindo com outras frases. Por exemplo: Por essas e outras é que o mercado às vezes tem todos os motivos para ficar à beira de um ataque de nervos.
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colunas
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Os sinais da economiaNeste momento em que a crise política e institucional está comendo solta, a economia e o mercado também dão sinais de nervosismo. E dão muitos outros sinais. Mas o homem comum não tem noção das sutilezas que acontecem nos bastidores da economia. Só os especialistas, os economistas e os analistas econômicos sabem detectar e interpretar os sinais da economia. Em tempos de tranquilidade, esses profissionais só têm que lidar com os sinais mais simples, aqueles que qualquer criança conhece: Mas, quando o bicho pega, os economistas, analistas e profissionais da área econômica são obrigados a utilizar outros tipos de sinais, como estes aqui: Porém, a situação agora está ainda mais grave. Nós só não estamos sentados num barril de pólvora porque não temos dinheiro para comprar um. Sabe quanto está custando um barril de pólvora? Pois é, este é o problema: o homem comum não sabe o preço de um barril de pólvora. Talvez nem a esposa do presidente, a primeira-dama da República, que é boa nessa coisa de comparar os preços, saiba quanto está custando um barril de pólvora. Mas, mesmo para quem não é economista, existem por aí muitos outros sinais de que as coisas não estão indo bem. Vocês já notaram que todas as notas de real têm a frase "Deus seja louvado" impressa lá num cantinho? Vejam: Aparentemente, essa louvação não deve estar tendo o efeito desejado porque, de uns tempos pra cá, tenho notado que algumas notas estão vindo com outras frases. Por exemplo: Por essas e outras é que o mercado às vezes tem todos os motivos para ficar à beira de um ataque de nervos.
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Grupo de Aécio quer que ele continue à frente do PSDB, com apoio de Alckmin
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Parlamentares ligados a Aécio Neves lançaram a ideia de ele prorrogar seu mandato na presidência do PSDB, com apoio de Geraldo Alckmin. Em troca, o senador, que sofreu uma derrota eleitoral em Minas Gerais, declararia apoio à candidatura do paulista à Presidência. PULGA O problema é a desconfiança que o grupo de Alckmin nutre em relação ao mineiro. Leia a coluna completa aqui.
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colunas
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Grupo de Aécio quer que ele continue à frente do PSDB, com apoio de AlckminParlamentares ligados a Aécio Neves lançaram a ideia de ele prorrogar seu mandato na presidência do PSDB, com apoio de Geraldo Alckmin. Em troca, o senador, que sofreu uma derrota eleitoral em Minas Gerais, declararia apoio à candidatura do paulista à Presidência. PULGA O problema é a desconfiança que o grupo de Alckmin nutre em relação ao mineiro. Leia a coluna completa aqui.
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Em nota, Aécio indica que vai recorrer de decisão do STF
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O senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota nesta quinta-feira (28) indicando que deve recorrer da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que o afastou do mandato e impôs a ele recolhimento noturno. "A defesa aguarda que a decisão seja publicada para que possa adotar todas medidas judiciais cabíveis para sua reversão". O advogado do senador aguarda que a publicação do julgamento da primeira turma, realizado na última terça-feira (26). Depois disso, pode ser feito um recurso e o caso poderá, inclusive, ser levado ao plenário do STF. A decisão da Justiça poderá ainda ser revista pelo plenário do Senado. Está prevista para a próxima terça-feira (2) uma sessão para analisar o caso. Embora estivesse marcada para esta quinta, a análise do caso foi adiada a pedido do líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC). Ainda no texto, o tucano afirma que a determinação da Justiça tem como base uma "inconstitucional e perigosíssima presunção de culpa". Ele argumenta ainda que não há previsão constitucional para que seja imposto a um senador qualquer medida cautelar alternativa à prisão, como o recolhimento noturno. "Justamente porque a Constituição Federal, como proteção à função legislativa, proíbe a prisão preventiva de congressistas e, por uma razão lógica, a aplicação de medidas que lhe são alternativas", afirma. Aécio ataca ainda seu afastamento, alegando que também não há previsão para isso e que a decisão da Justiça "implica em desequilíbrio entre os poderes da República e o agigantamento do Judiciário, como reconheceram o ministro decano da Turma, Marco Aurélio e do ministro Alexandre de Moraes, constitucionalista e autor de denso estudo sobre o tema", afirma, citando dois ministros do STF. Por último, o tucano ataca seus delatores, afirmando que as acusações contra ele foram feitas em "contexto absolutamente obscuro e ilegal no qual as delações envolvendo os executivos da J&F se deram", acrescentando que as provas contra o senador são "fabricadas e ilegais". "Não há como reputar que os fatos estão provados quando sequer há denúncia recebida contra o senador Aécio que, até agora, não teve o direito e a oportunidade de se defender e de demonstrar que os recursos recebidos eram um empréstimo pessoal, sem envolver dinheiro público ou qualquer contrapartida, como restará provado", conclui. ACUSAÇÕES Aécio é alvo de denúncia por corrupção passiva e obstrução da Justiça. Ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões. Na conversa, que veio à público após a delação de Joesley, ele fala sobre a necessidade de fazer mudanças na estrutura da Polícia Federal, entre outras medidas que foram consideradas por investigadores como tentativas de atrapalhar as investigações da Lava Jato.
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poder
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Em nota, Aécio indica que vai recorrer de decisão do STFO senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota nesta quinta-feira (28) indicando que deve recorrer da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que o afastou do mandato e impôs a ele recolhimento noturno. "A defesa aguarda que a decisão seja publicada para que possa adotar todas medidas judiciais cabíveis para sua reversão". O advogado do senador aguarda que a publicação do julgamento da primeira turma, realizado na última terça-feira (26). Depois disso, pode ser feito um recurso e o caso poderá, inclusive, ser levado ao plenário do STF. A decisão da Justiça poderá ainda ser revista pelo plenário do Senado. Está prevista para a próxima terça-feira (2) uma sessão para analisar o caso. Embora estivesse marcada para esta quinta, a análise do caso foi adiada a pedido do líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC). Ainda no texto, o tucano afirma que a determinação da Justiça tem como base uma "inconstitucional e perigosíssima presunção de culpa". Ele argumenta ainda que não há previsão constitucional para que seja imposto a um senador qualquer medida cautelar alternativa à prisão, como o recolhimento noturno. "Justamente porque a Constituição Federal, como proteção à função legislativa, proíbe a prisão preventiva de congressistas e, por uma razão lógica, a aplicação de medidas que lhe são alternativas", afirma. Aécio ataca ainda seu afastamento, alegando que também não há previsão para isso e que a decisão da Justiça "implica em desequilíbrio entre os poderes da República e o agigantamento do Judiciário, como reconheceram o ministro decano da Turma, Marco Aurélio e do ministro Alexandre de Moraes, constitucionalista e autor de denso estudo sobre o tema", afirma, citando dois ministros do STF. Por último, o tucano ataca seus delatores, afirmando que as acusações contra ele foram feitas em "contexto absolutamente obscuro e ilegal no qual as delações envolvendo os executivos da J&F se deram", acrescentando que as provas contra o senador são "fabricadas e ilegais". "Não há como reputar que os fatos estão provados quando sequer há denúncia recebida contra o senador Aécio que, até agora, não teve o direito e a oportunidade de se defender e de demonstrar que os recursos recebidos eram um empréstimo pessoal, sem envolver dinheiro público ou qualquer contrapartida, como restará provado", conclui. ACUSAÇÕES Aécio é alvo de denúncia por corrupção passiva e obstrução da Justiça. Ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões. Na conversa, que veio à público após a delação de Joesley, ele fala sobre a necessidade de fazer mudanças na estrutura da Polícia Federal, entre outras medidas que foram consideradas por investigadores como tentativas de atrapalhar as investigações da Lava Jato.
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Brasileiro cria versão de 'GTA' com personagem 'Homem de Ferro'; veja
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Um programador brasileiro criou uma modificação (mod) para o jogo "Grand Theft Auto 5", versão para computador, em que é possível jogar com o personagem "Homem de Ferro", da Marvel. Julio Cesar Schwab, 27, divulgou na semana passada um vídeo do projeto em que mostra a armadura usada por Tony Stark nos quadrinhos e no cinema caminhando pelo jogo e atacando as viaturas policiais que o cercam. Vídeo do mod de "Homem de Ferro" para "GTA" As principais habilidades do herói foram reproduzidas, como a força super-humana, voar e disparar raios pelas mãos e pelo peito. Schwab, que trabalha como programador em uma empresa de sistemas em Maringá (PR), afirma ter levado cerca de um mês para fazer o mod, que estará disponível para download neste domingo (2). "Precisou de um mês mais ou menos para ser feito. Reservo umas três horas por dia para fazer os mods. Trabalho das 8h até as 15h30, depois programo por três horas e ando de skate até umas 22h", diz. Para dedicar mais tempo aos jogos, ele criou uma campanha em um site de financiamento coletivo com o objetivo de criar versões com personagens como "Hulk", "Homem-Aranha" e "Super-Homem" nos próximos meses.
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Brasileiro cria versão de 'GTA' com personagem 'Homem de Ferro'; vejaUm programador brasileiro criou uma modificação (mod) para o jogo "Grand Theft Auto 5", versão para computador, em que é possível jogar com o personagem "Homem de Ferro", da Marvel. Julio Cesar Schwab, 27, divulgou na semana passada um vídeo do projeto em que mostra a armadura usada por Tony Stark nos quadrinhos e no cinema caminhando pelo jogo e atacando as viaturas policiais que o cercam. Vídeo do mod de "Homem de Ferro" para "GTA" As principais habilidades do herói foram reproduzidas, como a força super-humana, voar e disparar raios pelas mãos e pelo peito. Schwab, que trabalha como programador em uma empresa de sistemas em Maringá (PR), afirma ter levado cerca de um mês para fazer o mod, que estará disponível para download neste domingo (2). "Precisou de um mês mais ou menos para ser feito. Reservo umas três horas por dia para fazer os mods. Trabalho das 8h até as 15h30, depois programo por três horas e ando de skate até umas 22h", diz. Para dedicar mais tempo aos jogos, ele criou uma campanha em um site de financiamento coletivo com o objetivo de criar versões com personagens como "Hulk", "Homem-Aranha" e "Super-Homem" nos próximos meses.
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Em meio à crise, Rio anuncia reajuste de cerca de 10% para servidores
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Num momento em que as contas públicas do país têm previsão de um rombo de R$30,5 bilhões em 2016, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), anunciou nesta quarta-feira (9) um reajuste de cerca de 10% do salário dos servidores municipais, que deve ser concedido até outubro. O anúncio foi feito durante evento de lançamento do YouTube Space Rio, centro de produção de conteúdo para audiovisual que será inaugurado até dezembro de 2016. No evento, Paes foi entrevistado por Rafael Procópio, 32, ex-professor da rede municipal e dono do maior canal de matemática do YouTube Brasil, o Matemática Rio, que tem 180 mil inscritos e 10 milhões de visualizações. Procópio questionou Paes sobre o atraso do reajuste anual no salário dos professores. "Nenhum governo no Brasil dá reajuste salarial anual para os seus servidores. Só a Prefeitura do Rio faz isso. Desde que virei prefeito, os reajustes acontecem todo ano. Isso não acontece no governo federal, nos estaduais, nas prefeituras pelo Brasil afora. Neste ano vamos dar aumento. Deve sair em outubro. Ninguém no Brasil está dando reajuste nenhum e a prefeitura do Rio vai dar pelo menos [equivalente à] inflação." A declaração foi dada num momento em que o nome do prefeito do Rio surge como um possível pré-candidato a presidente da República pelo PMDB, apesar de Paes desconversar publicamente.
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Em meio à crise, Rio anuncia reajuste de cerca de 10% para servidoresNum momento em que as contas públicas do país têm previsão de um rombo de R$30,5 bilhões em 2016, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), anunciou nesta quarta-feira (9) um reajuste de cerca de 10% do salário dos servidores municipais, que deve ser concedido até outubro. O anúncio foi feito durante evento de lançamento do YouTube Space Rio, centro de produção de conteúdo para audiovisual que será inaugurado até dezembro de 2016. No evento, Paes foi entrevistado por Rafael Procópio, 32, ex-professor da rede municipal e dono do maior canal de matemática do YouTube Brasil, o Matemática Rio, que tem 180 mil inscritos e 10 milhões de visualizações. Procópio questionou Paes sobre o atraso do reajuste anual no salário dos professores. "Nenhum governo no Brasil dá reajuste salarial anual para os seus servidores. Só a Prefeitura do Rio faz isso. Desde que virei prefeito, os reajustes acontecem todo ano. Isso não acontece no governo federal, nos estaduais, nas prefeituras pelo Brasil afora. Neste ano vamos dar aumento. Deve sair em outubro. Ninguém no Brasil está dando reajuste nenhum e a prefeitura do Rio vai dar pelo menos [equivalente à] inflação." A declaração foi dada num momento em que o nome do prefeito do Rio surge como um possível pré-candidato a presidente da República pelo PMDB, apesar de Paes desconversar publicamente.
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Inflação, ajuste e PIB fraco devem afetar mercado de trabalho em 2015
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De um lado, um cenário de inflação em alta, crescimento fraco e dificuldade de caixa. De outro, a expectativa de um ajuste fiscal "firme", com corte de gasto e menos dinheiro para investir –no setor privado ou no público. Resultado: um mercado de trabalho mais enfraquecido em 2015, com elevação do desemprego, queda na renda e reestruturação nas empresas com ajustes mais intensos na produção e mais demissões. A avaliação é de economistas e representantes de entidades da indústria, do comércio e do setor de serviços consultados pela Folha. Para os mais otimistas, a taxa de desemprego deve subir para 5,2% neste ano. Na previsão dos mais pessimistas, chegará a 6%. Os dados mais atualizados do IBGE para 2014, até novembro, mostram que o desemprego para seis regiões metropolitanas é de 4,8%. Desde janeiro, o saldo de novos empregos (trabalhadores admitidos menos demitidos) foi de 938 mil –e deve fechar o ano em 700 mil, segundo a previsão do governo. Metade do que o Brasil criava há poucos anos. A deterioração no mercado formal de trabalho fica mais evidente ao observar os dados de novembro, quando foram criadas 8.400 vagas com carteira assinada –queda de 82% ante novembro de 2013, quando se registrou a geração de 47,5 mil vagas. "Como os salários estão evoluindo em um ritmo mais fraco e sofrem o impacto da inflação mais alta, a tendência é que mais pessoas voltem a procurar emprego para elevar a renda familiar", diz Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências. "Como a geração de vagas é baixa e" insuficiente para absorver toda a força de trabalho, a taxa de desemprego sofre" essa" pressão. Não vimos esse movimento em 2014, mas devemos ver em 2015." IMPACTO NO BOLSO Se o desemprego sobe, o efeito é imediato no bolso do trabalhador. "O poder de barganha nas negociações salariais fica reduzido em um cenário mais adverso para o emprego. Com isso, a renda deve crescer menos", diz o economista Fábio Romão, da LCA. Na previsão da consultoria, o rendimento médio real do trabalhador deve crescer 1,5% em 2015, patamar mais baixo desde 2005. Em 2014, a alta deve ter sido de 2,7%. AJUSTE PESADO A indústria deve ainda perder força no emprego, mas o ajuste mais "pesado" já ocorreu, avaliam os economistas. Com férias coletivas, licença remunerada, cortes e programas de demissão voluntária, a indústria automobilística é uma das que mais se reestruturaram em 2014. Em 2015, o setor industrial deve continuar encolhendo –o corte deve chegar a 65 mil vagas, na projeção da LCA. O número corresponde a um terço do previsto para 2014, quando o setor deve fechar 188 mil empregos formais. "Para ter a dimensão do que isso significa, em 2013, a indústria fechou o ano com criação de 91 mil vagas", ressalta Romão. O comércio e o setor de serviços devem sentir mais, nos próximos meses, os efeitos do enfraquecimento da economia –uma vez que o consumo das famílias deve continuar em queda. Fábio Pina, economista da Fecomercio-SP, projeta desaceleração brusca na abertura de vagas no comércio. "No máximo, 50 mil vagas em 2015, o que corresponde a um terço dos empregos gerados no setor em 2013." Não à toa as centrais sindicais querem implementar com o governo um programa de proteção do emprego. A principal medida é a redução da jornada de trabalho em até 30%, com diminuição de salários, nas empresas afetadas pela crise econômica.
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Inflação, ajuste e PIB fraco devem afetar mercado de trabalho em 2015De um lado, um cenário de inflação em alta, crescimento fraco e dificuldade de caixa. De outro, a expectativa de um ajuste fiscal "firme", com corte de gasto e menos dinheiro para investir –no setor privado ou no público. Resultado: um mercado de trabalho mais enfraquecido em 2015, com elevação do desemprego, queda na renda e reestruturação nas empresas com ajustes mais intensos na produção e mais demissões. A avaliação é de economistas e representantes de entidades da indústria, do comércio e do setor de serviços consultados pela Folha. Para os mais otimistas, a taxa de desemprego deve subir para 5,2% neste ano. Na previsão dos mais pessimistas, chegará a 6%. Os dados mais atualizados do IBGE para 2014, até novembro, mostram que o desemprego para seis regiões metropolitanas é de 4,8%. Desde janeiro, o saldo de novos empregos (trabalhadores admitidos menos demitidos) foi de 938 mil –e deve fechar o ano em 700 mil, segundo a previsão do governo. Metade do que o Brasil criava há poucos anos. A deterioração no mercado formal de trabalho fica mais evidente ao observar os dados de novembro, quando foram criadas 8.400 vagas com carteira assinada –queda de 82% ante novembro de 2013, quando se registrou a geração de 47,5 mil vagas. "Como os salários estão evoluindo em um ritmo mais fraco e sofrem o impacto da inflação mais alta, a tendência é que mais pessoas voltem a procurar emprego para elevar a renda familiar", diz Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências. "Como a geração de vagas é baixa e" insuficiente para absorver toda a força de trabalho, a taxa de desemprego sofre" essa" pressão. Não vimos esse movimento em 2014, mas devemos ver em 2015." IMPACTO NO BOLSO Se o desemprego sobe, o efeito é imediato no bolso do trabalhador. "O poder de barganha nas negociações salariais fica reduzido em um cenário mais adverso para o emprego. Com isso, a renda deve crescer menos", diz o economista Fábio Romão, da LCA. Na previsão da consultoria, o rendimento médio real do trabalhador deve crescer 1,5% em 2015, patamar mais baixo desde 2005. Em 2014, a alta deve ter sido de 2,7%. AJUSTE PESADO A indústria deve ainda perder força no emprego, mas o ajuste mais "pesado" já ocorreu, avaliam os economistas. Com férias coletivas, licença remunerada, cortes e programas de demissão voluntária, a indústria automobilística é uma das que mais se reestruturaram em 2014. Em 2015, o setor industrial deve continuar encolhendo –o corte deve chegar a 65 mil vagas, na projeção da LCA. O número corresponde a um terço do previsto para 2014, quando o setor deve fechar 188 mil empregos formais. "Para ter a dimensão do que isso significa, em 2013, a indústria fechou o ano com criação de 91 mil vagas", ressalta Romão. O comércio e o setor de serviços devem sentir mais, nos próximos meses, os efeitos do enfraquecimento da economia –uma vez que o consumo das famílias deve continuar em queda. Fábio Pina, economista da Fecomercio-SP, projeta desaceleração brusca na abertura de vagas no comércio. "No máximo, 50 mil vagas em 2015, o que corresponde a um terço dos empregos gerados no setor em 2013." Não à toa as centrais sindicais querem implementar com o governo um programa de proteção do emprego. A principal medida é a redução da jornada de trabalho em até 30%, com diminuição de salários, nas empresas afetadas pela crise econômica.
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Agências aconselham turista a levar dinheiro vivo para a Grécia
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Diante das incertezas sobre a disponibilidade de dinheiro nos caixas eletrônicos, agências de viagem no Brasil orientam os turistas que vão visitar a Grécia a levar dinheiro vivo por precaução. O país, que anunciou o fechamento dos bancos até ao menos a próxima segunda-feira (6), estabeleceu um limite de 60 euros diários para os saques, mas essa restrição não vale para turistas estrangeiros. "O melhor é se precaver e ir com dinheiro vivo", disse André Democrito, diretor da Grécia Operadora de Turismo, agência especializada em roteiros para o país. Segundo ele, a crise não tem afastado os brasileiros. "Alguns clientes com reservas ligam porque ficam inseguros, mas até agora ninguém desistiu", afirmou. A presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Magda Nassar, pensa da mesma forma. "A crise afeta apenas os cidadãos gregos e todos os serviços funcionam normalmente, mas vale a pena levar euros", disse. Essa também é a avaliação do vice-presidente da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagem), Leonel Rossi Junior. "É um país seguro, e os problemas econômicos afetam apenas os gregos", afirmou ele, que também aconselha os turistas a levar dinheiro vivo.
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mercado
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Agências aconselham turista a levar dinheiro vivo para a GréciaDiante das incertezas sobre a disponibilidade de dinheiro nos caixas eletrônicos, agências de viagem no Brasil orientam os turistas que vão visitar a Grécia a levar dinheiro vivo por precaução. O país, que anunciou o fechamento dos bancos até ao menos a próxima segunda-feira (6), estabeleceu um limite de 60 euros diários para os saques, mas essa restrição não vale para turistas estrangeiros. "O melhor é se precaver e ir com dinheiro vivo", disse André Democrito, diretor da Grécia Operadora de Turismo, agência especializada em roteiros para o país. Segundo ele, a crise não tem afastado os brasileiros. "Alguns clientes com reservas ligam porque ficam inseguros, mas até agora ninguém desistiu", afirmou. A presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Magda Nassar, pensa da mesma forma. "A crise afeta apenas os cidadãos gregos e todos os serviços funcionam normalmente, mas vale a pena levar euros", disse. Essa também é a avaliação do vice-presidente da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagem), Leonel Rossi Junior. "É um país seguro, e os problemas econômicos afetam apenas os gregos", afirmou ele, que também aconselha os turistas a levar dinheiro vivo.
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Confronto entre poderes abre chance de equilíbrio
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Em meio à enxurrada de más notícias do ano que começa a terminar, o embate desta semana em torno do abuso de autoridade pode gerar, ao fim, algum resultado positivo. Desde que o Senado optou por reabrir a discussão, sem seguir a incrível manobra de Renan Calheiros de votação a toque de caixa do que a Câmara havia aprovado na calada da noite, há chance de o equilíbrio entre os Poderes funcionar. Com alguma sorte, surgirá luz em meio a tanto calor. Causou justificado choque a maioria parlamentar da madrugada da quarta (30/11) que estabeleceu novos limites para juízes e promotores. Suponhamos, no entanto, apenas para efeito de raciocínio, que tenha sido, de fato, reação meramente corporativa. Isto é, que os deputados quisessem apenas se defender de acusações e eventuais punições por estarem envolvidos em falcatruas. Ainda assim, os argumentos levantados por eles devem ser levados em consideração. Parece haver consenso, entre os especialistas, de que a atual lei de abuso de autoridade, promulgada em 1965, precisa de atualização. Em agosto passado, o advogado Luís Francisco Carvalho Filho escreveu em sua coluna quinzenal na Folha: "O movimento do juiz Sergio Moro, com apoio de magistrados e investigadores, contra projeto de lei que define crimes de abuso de autoridade tem viés reacionário e corporativo". Em outras palavras, mesmo que caiba desconfiar da Câmara, cujas decisões nos últimos meses têm sido mais do que questionáveis, neste caso poderá ter ajudado no necessário controle de um conjunto de agentes públicos cujo raio de ação cresceu a olhos vistos na Operação Lava Jato. Episódios recentes, como a prisão e imediata soltura do ex-ministro Guido Mantega, mostraram o arbítrio funcionando ao vivo e em cores. Por outro lado, merecem atenção as alegações do Judiciário e do Ministério Público de que é necessário preservar, na legislação específica, a independência dos Poderes, prevista na Constituição. Não interessam as intenções de cada um dos indivíduos envolvidos no debate. Nenhuma das partes é monopolista da boa vontade, pois, se assim fosse, seria o caso de conceder-lhe poder ilimitado, o qual, como ensinou Montesquieu, abriria caminho para a tirania. Fazer com que um Poder limite o outro é o segredo para permitir alguma liberdade ao cidadão, cujo poder individual é ínfimo diante das organizações modernas. No Brasil de hoje, talvez a negociação à luz do dia gere uma solução equilibrada sobre o tema do abuso de autoridade, interesse maior da sociedade e da República. Cabe à opinião pública aproveitar a oportunidade para obter um dos poucos benefícios à vista em toda esta crise.
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colunas
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Confronto entre poderes abre chance de equilíbrioEm meio à enxurrada de más notícias do ano que começa a terminar, o embate desta semana em torno do abuso de autoridade pode gerar, ao fim, algum resultado positivo. Desde que o Senado optou por reabrir a discussão, sem seguir a incrível manobra de Renan Calheiros de votação a toque de caixa do que a Câmara havia aprovado na calada da noite, há chance de o equilíbrio entre os Poderes funcionar. Com alguma sorte, surgirá luz em meio a tanto calor. Causou justificado choque a maioria parlamentar da madrugada da quarta (30/11) que estabeleceu novos limites para juízes e promotores. Suponhamos, no entanto, apenas para efeito de raciocínio, que tenha sido, de fato, reação meramente corporativa. Isto é, que os deputados quisessem apenas se defender de acusações e eventuais punições por estarem envolvidos em falcatruas. Ainda assim, os argumentos levantados por eles devem ser levados em consideração. Parece haver consenso, entre os especialistas, de que a atual lei de abuso de autoridade, promulgada em 1965, precisa de atualização. Em agosto passado, o advogado Luís Francisco Carvalho Filho escreveu em sua coluna quinzenal na Folha: "O movimento do juiz Sergio Moro, com apoio de magistrados e investigadores, contra projeto de lei que define crimes de abuso de autoridade tem viés reacionário e corporativo". Em outras palavras, mesmo que caiba desconfiar da Câmara, cujas decisões nos últimos meses têm sido mais do que questionáveis, neste caso poderá ter ajudado no necessário controle de um conjunto de agentes públicos cujo raio de ação cresceu a olhos vistos na Operação Lava Jato. Episódios recentes, como a prisão e imediata soltura do ex-ministro Guido Mantega, mostraram o arbítrio funcionando ao vivo e em cores. Por outro lado, merecem atenção as alegações do Judiciário e do Ministério Público de que é necessário preservar, na legislação específica, a independência dos Poderes, prevista na Constituição. Não interessam as intenções de cada um dos indivíduos envolvidos no debate. Nenhuma das partes é monopolista da boa vontade, pois, se assim fosse, seria o caso de conceder-lhe poder ilimitado, o qual, como ensinou Montesquieu, abriria caminho para a tirania. Fazer com que um Poder limite o outro é o segredo para permitir alguma liberdade ao cidadão, cujo poder individual é ínfimo diante das organizações modernas. No Brasil de hoje, talvez a negociação à luz do dia gere uma solução equilibrada sobre o tema do abuso de autoridade, interesse maior da sociedade e da República. Cabe à opinião pública aproveitar a oportunidade para obter um dos poucos benefícios à vista em toda esta crise.
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Sexo e negritude embalam 'punk-samba' de Elza
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"Sexo e negritude." Foi o que Elza Soares respondeu quando lhe perguntaram sobre o que gostaria de cantar nesta altura da vida. Daí surgiram canções compostas especialmente para ela, como "Benedita" (Celso Sim), aquela "que leva o cartucho na teta, a navalha na boca", ou "Coração do Mar" (José Miguel Wisnik), que evoca "o navio humano, quente, negreiro do mangue" na letra. "A Mulher do Fim do Mundo" (Romulo Fróes e Alice Coutinho), na qual a dita-cuja jura "até o fim cantar", começa assim: "Meu choro não é nada além de Carnaval/ É lágrima de samba na ponta dos pés". Essa música virou nome do disco –patrocinado pela Natura e previsto para outubro. Também assinam faixas Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Marcelo Cabral, Cacá Machado e Douglas Germano. "São sambas com sonoridade de punk-rock", afirma Celso Sim. Ele aproveita as gravações, que trouxeram a carioca a São Paulo, para produzir um documentário sobre a "pessoa-mito" Elza Soares. Produtor do trabalho, Guilherme Kastrup adianta que "tem muita porrada, como é da natureza das pororocas, mas também muita sutileza". Para Elza, é uma nova chance de "relampejar" sua voz "até o fim do mundo". "Talvez pela minha audácia eu seja mesmo essa mulher aí."
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ilustrada
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Sexo e negritude embalam 'punk-samba' de Elza"Sexo e negritude." Foi o que Elza Soares respondeu quando lhe perguntaram sobre o que gostaria de cantar nesta altura da vida. Daí surgiram canções compostas especialmente para ela, como "Benedita" (Celso Sim), aquela "que leva o cartucho na teta, a navalha na boca", ou "Coração do Mar" (José Miguel Wisnik), que evoca "o navio humano, quente, negreiro do mangue" na letra. "A Mulher do Fim do Mundo" (Romulo Fróes e Alice Coutinho), na qual a dita-cuja jura "até o fim cantar", começa assim: "Meu choro não é nada além de Carnaval/ É lágrima de samba na ponta dos pés". Essa música virou nome do disco –patrocinado pela Natura e previsto para outubro. Também assinam faixas Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Marcelo Cabral, Cacá Machado e Douglas Germano. "São sambas com sonoridade de punk-rock", afirma Celso Sim. Ele aproveita as gravações, que trouxeram a carioca a São Paulo, para produzir um documentário sobre a "pessoa-mito" Elza Soares. Produtor do trabalho, Guilherme Kastrup adianta que "tem muita porrada, como é da natureza das pororocas, mas também muita sutileza". Para Elza, é uma nova chance de "relampejar" sua voz "até o fim do mundo". "Talvez pela minha audácia eu seja mesmo essa mulher aí."
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Ponto Crítico - Teatro - Gangorra de sentidos
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Tubulações clandestinas furtaram a água do rio Amazonas. A Terceira Guerra Mundial eclode com a crise hídrica. Dois soldados enfrentam-se pela vitória de seus exércitos. Essa é a premissa da peça "O Campo de Batalha", em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo até 6/4. Os sintomas relativos à espetacularização da guerra, analisados por Guy Debord (1931-94) em sua obra, ecoam de maneira contundente na dramaturgia de Aldri Anunciação –também ator da montagem, ao lado de Rodrigo dos Santos. O foco da história, que começa com cada fuzileiro apontando sua metralhadora para a cabeça do inimigo, rapidamente desloca-se do drama particular dos guerreiros para a complexa engenharia de poder de um sistema rizomático global. O comando de guerra –voz em off de Fernanda Torres– observa cada movimento dos combatentes, como um Big Brother orwelliano, e determina as instruções a serem seguidas. Como em terra de cego quem tem um olho é rei, quando anuncia a interrupção temporária da batalha, devido ao desabastecimento total das munições, o soldado com a única bala sobressalente adquire a condição de "o homem mais poderoso do planeta", nas palavras de seu oponente. Essa supremacia, contudo, revela-se ilusória, uma vez que o combatente permanece gravitando submisso na órbita das instâncias militares superiores, que transformaram a contenda em um panóptico digital transmitido ao vivo pela internet. Como o clímax de tensão ocorre no princípio da encenação, não existe um arco dramático convencional. Embora haja um ponto de inflexão discreto, quando uma pequena reviravolta faz com que a situação de dominação se inverta entre eles, a história tem uma linearidade previsível, com cada soldado defendendo suas ideologias e teses mais do que a própria vida. O texto carece da inventividade ficcional e do alcance filosófico de "Namíbia, Não", peça anterior do autor, que tematizava uma situação fantástica em que todos os cidadãos com "melanina acentuada" seriam compulsoriamente enviados de volta para a África. Mas, se os dilemas éticos e as reflexões sociopolíticas suscitadas pela dramaturgia não prezam pela originalidade de seus argumentos, a direção de Márcio Meirelles tem a habilidade de potencializar cenicamente o enredo. Acostumado a elencos grandes e viçosos, que incorporam canto e dança em montagens que trazem um vigor ritualístico aos palcos, o encenador desta vez surpreende ao trabalhar com elementos mínimos, nessa peça dialógica para dois atores. No sugestivo cenário de Nello Marrese, os soldados equilibram-se em uma gangorra, ainda parcialmente conectados aos seus paraquedas, inclinando seus corpos de um lado para o outro de acordo com o peso de seus argumentos. Sobre essa estrutura pendular, os atores demonstram que estão bem ensaiados quanto ao ritmo das ações físicas, embora se atrapalhem com a velocidade do texto em algumas falas. A direção de Meirelles, partilhada com Lázaro Ramos e Fernando Philbert, acentua uma mudança de registro interessante no meio do espetáculo. Se no início predomina a dicção realista, uma explosão que amputa membros dos combatentes faz com que a encenação se torne mais alegórica, deixando os personagens quase indiferentes à sua nova condição física. Esse desvio para o simbolismo potencializa novas camadas de significação do texto, que ganha um realce onírico com as projeções de vídeos e os efeitos sonoros. Na última cena, após mais uma explosão, sobram somente as "cabeças pensantes" dos soldados. Com apenas seus rostos emoldurados pelo desenho de luz, privados da materialidade de seus corpos, fazem alusão ao niilismo beckettiano de "Oh Os Belos Dias" ("Happy Days"). Ambos representam, enquanto aguardam sem esperança o destino final de seus crânios em um poço de dejetos, a falta de sentido da vida e da morte diante dos desígnios de uma ordem social superior inacessível aos cidadãos-combatentes paralisados pela imobilidade de seu "status quo". MARCIO AQUILES, 36, é coordenador de projetos internacionais da SP Escola de Teatro, crítico teatral e autor de "Tipologias Ficcionais e Linguísticas" (Giostri), entre outros.
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ilustrissima
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Ponto Crítico - Teatro - Gangorra de sentidosTubulações clandestinas furtaram a água do rio Amazonas. A Terceira Guerra Mundial eclode com a crise hídrica. Dois soldados enfrentam-se pela vitória de seus exércitos. Essa é a premissa da peça "O Campo de Batalha", em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo até 6/4. Os sintomas relativos à espetacularização da guerra, analisados por Guy Debord (1931-94) em sua obra, ecoam de maneira contundente na dramaturgia de Aldri Anunciação –também ator da montagem, ao lado de Rodrigo dos Santos. O foco da história, que começa com cada fuzileiro apontando sua metralhadora para a cabeça do inimigo, rapidamente desloca-se do drama particular dos guerreiros para a complexa engenharia de poder de um sistema rizomático global. O comando de guerra –voz em off de Fernanda Torres– observa cada movimento dos combatentes, como um Big Brother orwelliano, e determina as instruções a serem seguidas. Como em terra de cego quem tem um olho é rei, quando anuncia a interrupção temporária da batalha, devido ao desabastecimento total das munições, o soldado com a única bala sobressalente adquire a condição de "o homem mais poderoso do planeta", nas palavras de seu oponente. Essa supremacia, contudo, revela-se ilusória, uma vez que o combatente permanece gravitando submisso na órbita das instâncias militares superiores, que transformaram a contenda em um panóptico digital transmitido ao vivo pela internet. Como o clímax de tensão ocorre no princípio da encenação, não existe um arco dramático convencional. Embora haja um ponto de inflexão discreto, quando uma pequena reviravolta faz com que a situação de dominação se inverta entre eles, a história tem uma linearidade previsível, com cada soldado defendendo suas ideologias e teses mais do que a própria vida. O texto carece da inventividade ficcional e do alcance filosófico de "Namíbia, Não", peça anterior do autor, que tematizava uma situação fantástica em que todos os cidadãos com "melanina acentuada" seriam compulsoriamente enviados de volta para a África. Mas, se os dilemas éticos e as reflexões sociopolíticas suscitadas pela dramaturgia não prezam pela originalidade de seus argumentos, a direção de Márcio Meirelles tem a habilidade de potencializar cenicamente o enredo. Acostumado a elencos grandes e viçosos, que incorporam canto e dança em montagens que trazem um vigor ritualístico aos palcos, o encenador desta vez surpreende ao trabalhar com elementos mínimos, nessa peça dialógica para dois atores. No sugestivo cenário de Nello Marrese, os soldados equilibram-se em uma gangorra, ainda parcialmente conectados aos seus paraquedas, inclinando seus corpos de um lado para o outro de acordo com o peso de seus argumentos. Sobre essa estrutura pendular, os atores demonstram que estão bem ensaiados quanto ao ritmo das ações físicas, embora se atrapalhem com a velocidade do texto em algumas falas. A direção de Meirelles, partilhada com Lázaro Ramos e Fernando Philbert, acentua uma mudança de registro interessante no meio do espetáculo. Se no início predomina a dicção realista, uma explosão que amputa membros dos combatentes faz com que a encenação se torne mais alegórica, deixando os personagens quase indiferentes à sua nova condição física. Esse desvio para o simbolismo potencializa novas camadas de significação do texto, que ganha um realce onírico com as projeções de vídeos e os efeitos sonoros. Na última cena, após mais uma explosão, sobram somente as "cabeças pensantes" dos soldados. Com apenas seus rostos emoldurados pelo desenho de luz, privados da materialidade de seus corpos, fazem alusão ao niilismo beckettiano de "Oh Os Belos Dias" ("Happy Days"). Ambos representam, enquanto aguardam sem esperança o destino final de seus crânios em um poço de dejetos, a falta de sentido da vida e da morte diante dos desígnios de uma ordem social superior inacessível aos cidadãos-combatentes paralisados pela imobilidade de seu "status quo". MARCIO AQUILES, 36, é coordenador de projetos internacionais da SP Escola de Teatro, crítico teatral e autor de "Tipologias Ficcionais e Linguísticas" (Giostri), entre outros.
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Fuvest registra 8,4% de abstenções no 2º dia de prova do vestibular 2015
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A Fuvest registrou 8,4% de abstenções neste segundo dia de prova do vestibular 2015, realizado nesta segunda-feira (5). O percentual é um pouco maior do que o registrado no domingo (4), quando ocorreu a primeira prova da segunda fase e os ausentes chegaram a 8,1%. Ao todo, mais de 29.698 pessoas tinham sido selecionadas para a segunda etapa do vestibular. O maior índice de abstenção desta segunda-feira foi registrado na cidade de Presidente Prudente, no interior de SP, onde ele chegou a 16,7%. Na capital paulista a ausência foi de 7,9%. Nesta segunda, todos os candidatos estão tendo que resolver 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões interdisciplinares. Na terça, a prova conterá 12 questões de duas ou três disciplinas, a depender da carreira escolhida. No domingo, os candidatos realizaram a primeira prova da segunda fase respondendo a dez questões de português e realizaram uma redação. Segundo professores ouvidos pela Folha, foi uma prova "quase temática" e sem surpresas. A USP oferece nesta edição do vestibular 249 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de São Paulo, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São Paulo. A nota de corte mais alta do vestibular deste ano foi para o curso de medicina com 72 pontos, seguido pelo curso de medicina em Ribeirão Preto (70), engenharia aeronáutica em São Carlos (68), engenharia civil em São Carlos (62) e engenharia na Escola Politécnica (61). Confira aqui a relação completa das notas de corte. A primeira chamada dos aprovados será feita no dia 31 de janeiro de 2015. A partir desta data, o candidato poderá ter acesso ao seu desempenho no vestibular no site da Fuvest.
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educacao
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Fuvest registra 8,4% de abstenções no 2º dia de prova do vestibular 2015A Fuvest registrou 8,4% de abstenções neste segundo dia de prova do vestibular 2015, realizado nesta segunda-feira (5). O percentual é um pouco maior do que o registrado no domingo (4), quando ocorreu a primeira prova da segunda fase e os ausentes chegaram a 8,1%. Ao todo, mais de 29.698 pessoas tinham sido selecionadas para a segunda etapa do vestibular. O maior índice de abstenção desta segunda-feira foi registrado na cidade de Presidente Prudente, no interior de SP, onde ele chegou a 16,7%. Na capital paulista a ausência foi de 7,9%. Nesta segunda, todos os candidatos estão tendo que resolver 16 questões dissertativas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês, além de questões interdisciplinares. Na terça, a prova conterá 12 questões de duas ou três disciplinas, a depender da carreira escolhida. No domingo, os candidatos realizaram a primeira prova da segunda fase respondendo a dez questões de português e realizaram uma redação. Segundo professores ouvidos pela Folha, foi uma prova "quase temática" e sem surpresas. A USP oferece nesta edição do vestibular 249 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de São Paulo, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos e São Paulo. A nota de corte mais alta do vestibular deste ano foi para o curso de medicina com 72 pontos, seguido pelo curso de medicina em Ribeirão Preto (70), engenharia aeronáutica em São Carlos (68), engenharia civil em São Carlos (62) e engenharia na Escola Politécnica (61). Confira aqui a relação completa das notas de corte. A primeira chamada dos aprovados será feita no dia 31 de janeiro de 2015. A partir desta data, o candidato poderá ter acesso ao seu desempenho no vestibular no site da Fuvest.
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Nova hamburgueria nos Jardins tem clima de praia e 11 opções de sanduíche
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Abre as portas nesta sexta (8) o Beach Burger, nos Jardins. Com cardápio da chef Ana Soares (Mesa III) e drinques do mixologista Marco de la Roche, tem ambiente de jeitão praieiro. Entre as opções de entrada, há canudos crocantes de siri e pasteizinhos de camarão ao curry ou de queijo e banana. Há também porções de batata rústica com alecrim e alho ou de batata-doce. São 11 versões de hambúrguer. O do chef, com picanha e tomate, tem gorgonzola e mandioquinha palha e o beach burger é coberto por queijo brie e shiitake. Há também opções com pernil, peixe e uma receita vegetariana. Saladas, massas e grelhados completam o cardápio. O Beach Burger já tem unidades nas praias de Juquehy e Riviera de São Lorenço. Beach Burger Onde al. Lorena, 1.420, Jardins Horário de qui. a sáb., das 12 à 0h; de dom. a qua., das 12h às 23h.
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comida
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Nova hamburgueria nos Jardins tem clima de praia e 11 opções de sanduícheAbre as portas nesta sexta (8) o Beach Burger, nos Jardins. Com cardápio da chef Ana Soares (Mesa III) e drinques do mixologista Marco de la Roche, tem ambiente de jeitão praieiro. Entre as opções de entrada, há canudos crocantes de siri e pasteizinhos de camarão ao curry ou de queijo e banana. Há também porções de batata rústica com alecrim e alho ou de batata-doce. São 11 versões de hambúrguer. O do chef, com picanha e tomate, tem gorgonzola e mandioquinha palha e o beach burger é coberto por queijo brie e shiitake. Há também opções com pernil, peixe e uma receita vegetariana. Saladas, massas e grelhados completam o cardápio. O Beach Burger já tem unidades nas praias de Juquehy e Riviera de São Lorenço. Beach Burger Onde al. Lorena, 1.420, Jardins Horário de qui. a sáb., das 12 à 0h; de dom. a qua., das 12h às 23h.
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Presidente do Irã chama Trump de 'novato' por decreto anti-imigração
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O presidente do Irã, Hasan Rowhani, classificou nesta quarta-feira (1º) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de um novato político, aumentando suas críticas às políticas de imigração do novo líder norte-americano, incluindo uma proibição temporária à entrada nos EUA de iranianos e cidadãos de outros seis países de maioria muçulmana. Teerã já havia dito que pretende tomar medidas recíprocas legais e políticas em resposta ao decreto de Trump. Rouhani colocou o foco em Trump em discurso ao vivo na TV estatal, dizendo; "Ele [Trump] é novo na política. Ele estava em um mundo diferente. É um novo ambiente para ele." "Levará muito tempo e custará muito aos Estados Unidos, até que ele aprenda o que está acontecendo no mundo", acrescentou Rouhani, que comandou uma reaproximação com Washington durante o governo do ex-presidente Barack Obama. Trump afirma que o decreto que suspende a admissão de imigrantes e refugiados, assinado na sexta-feira (20), é necessário para evitar o terrorismo. Especialistas negam que a medida garanta a segurança nacional. O republicano também prometeu uma mudança drástica de políticas com o Irã, chamando o acordo sobre o programa nuclear da república islâmica –assinado por Teerã com Washington e outras potências mundiais em 2015– de "o pior acordo já negociado". A França prometeu na segunda-feira (30) defender o acordo e fortalecer laços comerciais com o Irã, além de duplicar o número de vistos disponíveis para iranianos.
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mundo
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Presidente do Irã chama Trump de 'novato' por decreto anti-imigraçãoO presidente do Irã, Hasan Rowhani, classificou nesta quarta-feira (1º) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de um novato político, aumentando suas críticas às políticas de imigração do novo líder norte-americano, incluindo uma proibição temporária à entrada nos EUA de iranianos e cidadãos de outros seis países de maioria muçulmana. Teerã já havia dito que pretende tomar medidas recíprocas legais e políticas em resposta ao decreto de Trump. Rouhani colocou o foco em Trump em discurso ao vivo na TV estatal, dizendo; "Ele [Trump] é novo na política. Ele estava em um mundo diferente. É um novo ambiente para ele." "Levará muito tempo e custará muito aos Estados Unidos, até que ele aprenda o que está acontecendo no mundo", acrescentou Rouhani, que comandou uma reaproximação com Washington durante o governo do ex-presidente Barack Obama. Trump afirma que o decreto que suspende a admissão de imigrantes e refugiados, assinado na sexta-feira (20), é necessário para evitar o terrorismo. Especialistas negam que a medida garanta a segurança nacional. O republicano também prometeu uma mudança drástica de políticas com o Irã, chamando o acordo sobre o programa nuclear da república islâmica –assinado por Teerã com Washington e outras potências mundiais em 2015– de "o pior acordo já negociado". A França prometeu na segunda-feira (30) defender o acordo e fortalecer laços comerciais com o Irã, além de duplicar o número de vistos disponíveis para iranianos.
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BTG Pactual conclui venda do banco suíço BSI
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O BTG Pactual informou nesta terça-feira (1º) que concluiu a venda do suíço BSI para o EFG International, em uma transação em dinheiro e ações. O valor da operação é formado por 575 milhões de francos suíços em dinheiro, 86,2 milhões de ações do EFG que correspondem a uma participação de 30% na combinação EFG-BSI e 31 milhões de francos suíços em um bônus a ser emitido pelo comprador. Com a conclusão da operação, os sócios do BTG Steve Jacobs e Roberto Isolani serão membros do conselho de administração do EFG International. No segundo trimestre do ano, o banco suíço teve saída líquida de novos recursos de 6,3 bilhões de francos suíços (US$ 6,4 bilhões). A retirada ocorre em meio a sanções sobre laços comerciais com um fundo governamental da Malásia afetado por um escândalo. O banco com sede em Lugano, na Suíça, move um recurso contra uma decisão de maio do regulador financeiro suíço FINMA, que diz que o BSI violou regras sobre lavagem de dinheiro por meio de uma relação comercial e transações ligadas ao 1Malaysia Development Bhd. Acredita-se que o fundo da Malásia conhecido como 1MDB realizou US$ 4 bilhões em negócios irregulares nos últimos anos. Investigadores em diversos países estão tentando determinar se transações relacionadas entre o 1MDB, bancos e clientes foram direcionadas para as contas de influentes políticos.
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mercado
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BTG Pactual conclui venda do banco suíço BSIO BTG Pactual informou nesta terça-feira (1º) que concluiu a venda do suíço BSI para o EFG International, em uma transação em dinheiro e ações. O valor da operação é formado por 575 milhões de francos suíços em dinheiro, 86,2 milhões de ações do EFG que correspondem a uma participação de 30% na combinação EFG-BSI e 31 milhões de francos suíços em um bônus a ser emitido pelo comprador. Com a conclusão da operação, os sócios do BTG Steve Jacobs e Roberto Isolani serão membros do conselho de administração do EFG International. No segundo trimestre do ano, o banco suíço teve saída líquida de novos recursos de 6,3 bilhões de francos suíços (US$ 6,4 bilhões). A retirada ocorre em meio a sanções sobre laços comerciais com um fundo governamental da Malásia afetado por um escândalo. O banco com sede em Lugano, na Suíça, move um recurso contra uma decisão de maio do regulador financeiro suíço FINMA, que diz que o BSI violou regras sobre lavagem de dinheiro por meio de uma relação comercial e transações ligadas ao 1Malaysia Development Bhd. Acredita-se que o fundo da Malásia conhecido como 1MDB realizou US$ 4 bilhões em negócios irregulares nos últimos anos. Investigadores em diversos países estão tentando determinar se transações relacionadas entre o 1MDB, bancos e clientes foram direcionadas para as contas de influentes políticos.
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Economista assume governo de PE e promete 'modelo Campos de gestão'
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Indicado por Eduardo Campos (1965-20014) e impulsionado durante a campanha pela comoção causada pela morte do então presidenciável, o economista Paulo Câmara (PSB) toma posse nesta quinta-feira (1º) como governador de Pernambuco. Será o terceiro governo seguido do partido no Estado, e os nomes do primeiro escalão indicam a continuidade dos dois mandatos de seu padrinho político. Mais da metade dos 22 secretários já ocupou pastas nos governos de Campos. Alguns deles foram remanejados de função, como Antônio Figueira, da Casa Civil, ex-titular da Saúde. Apesar de ter desmembrado algumas pastas e fundido outras, o pessebista manteve o número de secretarias instituído por Campos em uma reforma realizada no final de 2013 –antes eram 28. "O modelo de gestão que Eduardo implantou está reforçado", disse Câmara durante o anúncio do secretariado, no último dia 15. A menção ao ex-governador remete ao tom adotado durante toda sua campanha. Desconhecido do eleitorado, ele tinha apenas 13% das intenções na primeira pesquisa Datafolha, em agosto. Apoiado pelo PT, o petebista Armando Monteiro aparecia com 47% na ocasião. Após a morte de Campos, Câmara investiu na imagem de herdeiro do legado do ex-governador. A viúva, Renata Campos, gravou para seu programa eleitoral, e os filhos dele participaram de comícios. "Não tinha me preparado para governar Pernambuco sem ter Eduardo ao meu lado, e agora vou me preparar", disse ele, na reta final da campanha, dando munição aos rivais, que o acusavam de inexperiência política. Os ataques não surtiram efeito, e ele foi eleito com 68% dos votos, ainda no primeiro turno. ATRITO NA BASE Na montagem do secretariado, Câmara se indispôs com o senador eleito em sua chapa, Fernando Bezerra Coelho (PSB), que reclamou publicamente por não ter sido consultado sobre a estrutura do novo governo. Ele disse ter sido chamado apenas a indicar um quadro técnico para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, mas o governador, depois de acatar inicialmente a sua sugestão, acabou optando por um outro nome. Questionado sobre as reclamações de Bezerra, durante o anúncio do secretariado, Câmara respondeu que quem decide sobre a equipe é ele. No evento, também estabeleceu uma meta de corte de 20% nos gastos com cargos comissionados, para manter a capacidade de investimentos do Estado. Além do enxugamento de despesas, o novo governo terá como desafios promessas de campanha como dobrar o salário dos professores da rede estadual, erguer ao menos uma escola de tempo integral em cada um dos 185 municípios e construir quatro novos hospitais e 20 mil moradias.
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Economista assume governo de PE e promete 'modelo Campos de gestão'Indicado por Eduardo Campos (1965-20014) e impulsionado durante a campanha pela comoção causada pela morte do então presidenciável, o economista Paulo Câmara (PSB) toma posse nesta quinta-feira (1º) como governador de Pernambuco. Será o terceiro governo seguido do partido no Estado, e os nomes do primeiro escalão indicam a continuidade dos dois mandatos de seu padrinho político. Mais da metade dos 22 secretários já ocupou pastas nos governos de Campos. Alguns deles foram remanejados de função, como Antônio Figueira, da Casa Civil, ex-titular da Saúde. Apesar de ter desmembrado algumas pastas e fundido outras, o pessebista manteve o número de secretarias instituído por Campos em uma reforma realizada no final de 2013 –antes eram 28. "O modelo de gestão que Eduardo implantou está reforçado", disse Câmara durante o anúncio do secretariado, no último dia 15. A menção ao ex-governador remete ao tom adotado durante toda sua campanha. Desconhecido do eleitorado, ele tinha apenas 13% das intenções na primeira pesquisa Datafolha, em agosto. Apoiado pelo PT, o petebista Armando Monteiro aparecia com 47% na ocasião. Após a morte de Campos, Câmara investiu na imagem de herdeiro do legado do ex-governador. A viúva, Renata Campos, gravou para seu programa eleitoral, e os filhos dele participaram de comícios. "Não tinha me preparado para governar Pernambuco sem ter Eduardo ao meu lado, e agora vou me preparar", disse ele, na reta final da campanha, dando munição aos rivais, que o acusavam de inexperiência política. Os ataques não surtiram efeito, e ele foi eleito com 68% dos votos, ainda no primeiro turno. ATRITO NA BASE Na montagem do secretariado, Câmara se indispôs com o senador eleito em sua chapa, Fernando Bezerra Coelho (PSB), que reclamou publicamente por não ter sido consultado sobre a estrutura do novo governo. Ele disse ter sido chamado apenas a indicar um quadro técnico para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, mas o governador, depois de acatar inicialmente a sua sugestão, acabou optando por um outro nome. Questionado sobre as reclamações de Bezerra, durante o anúncio do secretariado, Câmara respondeu que quem decide sobre a equipe é ele. No evento, também estabeleceu uma meta de corte de 20% nos gastos com cargos comissionados, para manter a capacidade de investimentos do Estado. Além do enxugamento de despesas, o novo governo terá como desafios promessas de campanha como dobrar o salário dos professores da rede estadual, erguer ao menos uma escola de tempo integral em cada um dos 185 municípios e construir quatro novos hospitais e 20 mil moradias.
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Tóquio muda planos, mas tem novidade para 2020
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O Rio de Janeiro passou a bandeira olímpica para Tóquio, sede dos próximos Jogos, em 2020. O evento vai ter como novidade a introdução de cinco esportes. Por enquanto, essas atrações valerão apenas para as disputas no Japão. Serão competições de beisebol, softbol (só a versão feminina do esporte), skate, surfe, caratê e escalada. Tóquio foi escolhida em 2013 sob muita expectativa dos dirigentes do Comitê Olímpico Internacional, que manifestaram otimismo na capacidade dos japoneses para assumir o evento. Também foi levado em conta a disposição manifestada pelo país na luta contra o doping, em projeção nos últimos tempos. Além disso, a experiência na organização de grandes eventos esportivos internacionais é uma situação testada por lá, onde quatro competições de porte foram realizados. A capital japonesa promoveu a Olimpíada de verão de 1964, que serviu para mostrar ao mundo a reconstrução do país após a Segunda Guerra Mundial. Depois o Japão organizou dois Jogos de inverno, em Sapporo-1972 e Nagano-1998, e completou com a Copa do Mundo de Futebol de 2002, que dividiu com a Coreia do Sul. Na campanha vitoriosa da conquista da sede olímpica, Tóquio superou Madri e Istambul sinalizando que os Jogos estariam "em mãos seguras", aspecto já abordado neste espaço. Essa possibilidade continua de pé, embora o plano inicial tenha sofrido modificações. Tropeços colocaram interrogações em vários pontos da proposta inicial. A logomarca dos Jogos, por exemplo, depois de apresentada teve de ser retirada pelo autor sob suspeita de plágio. Por conta de altos custos e estouro na estimativa orçamentária, o projeto do estádio olímpico acabou refeito. Na etapa de disputa pela sede, o projeto de Tóquio tinha o compromisso de organizar a maioria dos eventos dentro de um raio de 8 quilômetros da Vila Olímpica. O ciclismo de pista deve ser disputado longe de Tóquio. Centros para competições de basquete, hipismo e canoagem slalom também mudaram de local. O mesmo pode ocorrer com outras sedes. De certa forma, Tóquio reformulou seus planos buscando tirar vantagens da Agenda 2020, com as novas regras do COI para projetos de candidatura, que permitem a utilização de construções esportivas já existentes. O objetivo da reformulação é a redução de custos. Paradoxalmente, o acréscimo de cinco modalidades aumentará os custos com instalações e o número de participantes. A Agenda passa a vigorar integralmente apenas para os Jogos de 2024, mas dá um passo inicial. Um fundo de reservas de US$ 4,5 bilhões —mais da metade dos US$ 7,8 bilhões do orçamento do dossiê da candidatura– foi a garantia mais do que suficiente para a largada dos preparativos de Tóquio. Um começo endinheirado, mesmo assim marcado por reajustes no projeto. Apesar do otimismo da cartolagem, um pouco de cautela não faz mal a ninguém. Chamada - Rio 2016
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colunas
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Tóquio muda planos, mas tem novidade para 2020O Rio de Janeiro passou a bandeira olímpica para Tóquio, sede dos próximos Jogos, em 2020. O evento vai ter como novidade a introdução de cinco esportes. Por enquanto, essas atrações valerão apenas para as disputas no Japão. Serão competições de beisebol, softbol (só a versão feminina do esporte), skate, surfe, caratê e escalada. Tóquio foi escolhida em 2013 sob muita expectativa dos dirigentes do Comitê Olímpico Internacional, que manifestaram otimismo na capacidade dos japoneses para assumir o evento. Também foi levado em conta a disposição manifestada pelo país na luta contra o doping, em projeção nos últimos tempos. Além disso, a experiência na organização de grandes eventos esportivos internacionais é uma situação testada por lá, onde quatro competições de porte foram realizados. A capital japonesa promoveu a Olimpíada de verão de 1964, que serviu para mostrar ao mundo a reconstrução do país após a Segunda Guerra Mundial. Depois o Japão organizou dois Jogos de inverno, em Sapporo-1972 e Nagano-1998, e completou com a Copa do Mundo de Futebol de 2002, que dividiu com a Coreia do Sul. Na campanha vitoriosa da conquista da sede olímpica, Tóquio superou Madri e Istambul sinalizando que os Jogos estariam "em mãos seguras", aspecto já abordado neste espaço. Essa possibilidade continua de pé, embora o plano inicial tenha sofrido modificações. Tropeços colocaram interrogações em vários pontos da proposta inicial. A logomarca dos Jogos, por exemplo, depois de apresentada teve de ser retirada pelo autor sob suspeita de plágio. Por conta de altos custos e estouro na estimativa orçamentária, o projeto do estádio olímpico acabou refeito. Na etapa de disputa pela sede, o projeto de Tóquio tinha o compromisso de organizar a maioria dos eventos dentro de um raio de 8 quilômetros da Vila Olímpica. O ciclismo de pista deve ser disputado longe de Tóquio. Centros para competições de basquete, hipismo e canoagem slalom também mudaram de local. O mesmo pode ocorrer com outras sedes. De certa forma, Tóquio reformulou seus planos buscando tirar vantagens da Agenda 2020, com as novas regras do COI para projetos de candidatura, que permitem a utilização de construções esportivas já existentes. O objetivo da reformulação é a redução de custos. Paradoxalmente, o acréscimo de cinco modalidades aumentará os custos com instalações e o número de participantes. A Agenda passa a vigorar integralmente apenas para os Jogos de 2024, mas dá um passo inicial. Um fundo de reservas de US$ 4,5 bilhões —mais da metade dos US$ 7,8 bilhões do orçamento do dossiê da candidatura– foi a garantia mais do que suficiente para a largada dos preparativos de Tóquio. Um começo endinheirado, mesmo assim marcado por reajustes no projeto. Apesar do otimismo da cartolagem, um pouco de cautela não faz mal a ninguém. Chamada - Rio 2016
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RG único servirá para 'descomplicar a vida das pessoas', afirma Dilma
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Ao assinar o projeto de lei que cria o RCN (Registro Civil Nacional), a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (28) que é preciso "descomplicar a vida das pessoas" com um Estado "mais simples, fácil e transparente." "O projeto do RCN nos propicia um passo histórico, que garantirá a cada cidadão brasileiro um único número de identificação, ao qual estarão associados todos os outros. É uma extraordinária mudança na vida dos brasileiros", disse a presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto. "Quem não sonha em sair de casa com um único documento? Abrir uma conta ou comprar um imóvel apresentando apenas um único número?", completou Dilma. Em alguns anos, cada cidadão terá um cartão inteligente com um número de identificação que reunirá, ao mesmo tempo, dados como RG, CPF, título de eleitor e até antecedentes criminais. Dilma enviou ao Congresso o projeto, que passa a valer assim que a lei for regulamentada, o que pode ocorrer ainda este ano. O recurso tecnológico deverá eliminar a possibilidade de emissão de múltiplas carteiras de identidade, conforme a Folha revelou em reportagem de outubro de 2013.
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cotidiano
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RG único servirá para 'descomplicar a vida das pessoas', afirma DilmaAo assinar o projeto de lei que cria o RCN (Registro Civil Nacional), a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (28) que é preciso "descomplicar a vida das pessoas" com um Estado "mais simples, fácil e transparente." "O projeto do RCN nos propicia um passo histórico, que garantirá a cada cidadão brasileiro um único número de identificação, ao qual estarão associados todos os outros. É uma extraordinária mudança na vida dos brasileiros", disse a presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto. "Quem não sonha em sair de casa com um único documento? Abrir uma conta ou comprar um imóvel apresentando apenas um único número?", completou Dilma. Em alguns anos, cada cidadão terá um cartão inteligente com um número de identificação que reunirá, ao mesmo tempo, dados como RG, CPF, título de eleitor e até antecedentes criminais. Dilma enviou ao Congresso o projeto, que passa a valer assim que a lei for regulamentada, o que pode ocorrer ainda este ano. O recurso tecnológico deverá eliminar a possibilidade de emissão de múltiplas carteiras de identidade, conforme a Folha revelou em reportagem de outubro de 2013.
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Base de Haddad apressa votação de projeto de supersalários no TCM
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A base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT) na Câmara de São Paulo quer votar nesta semana, em definitivo, projeto que permitirá a servidores do órgão ganhar salários maiores do que o do prefeito Fernando Haddad (PT) –R$ 24,1 mil. Com a aprovação, em segunda votação, pelo menos 180 dos 648 funcionários do órgão poderão receber até R$ 30 mil, subsídio de um conselheiro do tribunal. O projeto já teve o aval dos parlamentares em primeira discussão na semana passada. O aumento no teto salarial vai gerar gasto adicional de cerca de R$ 13 milhões ao ano. O orçamento do tribunal em 2015 é de R$ 268,9 milhões. O TCM tem como atribuição fiscalizar as finanças do município e evitar desperdício. Pode, por exemplo, aplicar multas, determinar ressarcimento ao erário e até dar margem para tornar inelegíveis prefeitos que tiverem as contas reprovadas. A proposta do reajuste foi elaborada pelo presidente do TCM, Roberto Braguim e entregue à Câmara na metade do ano passado. De lá para cá, não houve acordo para a votação. Porém, nas últimas semanas, a base aliada de Haddad começou a negociar a aprovação do projeto, após diálogos com parte dos conselheiros do tribunal. Recentemente, o tribunal deu parecer favorável à aprovação da PPP (Parceria Público Privada) da Iluminação, uma das principais metas da gestão Fernando Haddad (PT). O tribunal, porém, durante a gestão, barrou a licitação do transporte público e fez uma série de questionamentos aos custos das ciclovias. Durante a sessão desta terça-feira (29), o líder do governo, Arselino Tatto (PT), negociou com os colegas para que o texto fosse aprovado. No entanto, não houve consenso. Um dos vereadores contrários à votação é José Police Neto (PSD), que compõe a base. Braguim sempre defendeu que a mudança é uma "adequação ao critério hierárquico estabelecido na Constituição Federal". Para o presidente, o teto dos servidores do órgão deve ser o mesmo de um conselheiro do TCM –90% do subsídio de ministros do Supremo Tribunal Federal, que desde janeiro equivale a R$ 33,7 mil. O argumento do órgão é que uma emenda constitucional de 2003 fixa o teto para servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário, sem especificar os tribunais de contas e o Ministério Público. Para Braguim, adequar o TCM às mesmas regras dos três poderes comprometeria a autonomia constitucional do tribunal. Como parte de sua justificativa no projeto, o presidente diz que a equiparação aos salários ao teto dos conselheiros já é uma realidade em 21 tribunais de contas do país e no Ministério Público. Atualmente, o teto dos funcionários é o salário do prefeito, conforme ato do próprio TCM, de 2012. O limite foi estabelecido na ocasião enquanto não houvesse "interpretação consensual" sobre o tema. PACOTE Nesta terça, os vereadores aprovaram um pacote de projetos que beneficiam servidores municipais (professores, engenheiros e agentes vistores). Em segunda votação, foi aprovada reformulação do quadro de engenheiros na cidade. O texto que vinha sendo discutido na Câmara beneficia especialmente os engenheiros em início de carreira, cujo salário inicial deve subir de aproximadamente R$ 2 mil para R$ 6 mil. Em primeira votação, foram aprovados o abono de 7,5% para professores do município e a melhoria na mudança na carreira dos agentes vistores.
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cotidiano
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Base de Haddad apressa votação de projeto de supersalários no TCMA base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT) na Câmara de São Paulo quer votar nesta semana, em definitivo, projeto que permitirá a servidores do órgão ganhar salários maiores do que o do prefeito Fernando Haddad (PT) –R$ 24,1 mil. Com a aprovação, em segunda votação, pelo menos 180 dos 648 funcionários do órgão poderão receber até R$ 30 mil, subsídio de um conselheiro do tribunal. O projeto já teve o aval dos parlamentares em primeira discussão na semana passada. O aumento no teto salarial vai gerar gasto adicional de cerca de R$ 13 milhões ao ano. O orçamento do tribunal em 2015 é de R$ 268,9 milhões. O TCM tem como atribuição fiscalizar as finanças do município e evitar desperdício. Pode, por exemplo, aplicar multas, determinar ressarcimento ao erário e até dar margem para tornar inelegíveis prefeitos que tiverem as contas reprovadas. A proposta do reajuste foi elaborada pelo presidente do TCM, Roberto Braguim e entregue à Câmara na metade do ano passado. De lá para cá, não houve acordo para a votação. Porém, nas últimas semanas, a base aliada de Haddad começou a negociar a aprovação do projeto, após diálogos com parte dos conselheiros do tribunal. Recentemente, o tribunal deu parecer favorável à aprovação da PPP (Parceria Público Privada) da Iluminação, uma das principais metas da gestão Fernando Haddad (PT). O tribunal, porém, durante a gestão, barrou a licitação do transporte público e fez uma série de questionamentos aos custos das ciclovias. Durante a sessão desta terça-feira (29), o líder do governo, Arselino Tatto (PT), negociou com os colegas para que o texto fosse aprovado. No entanto, não houve consenso. Um dos vereadores contrários à votação é José Police Neto (PSD), que compõe a base. Braguim sempre defendeu que a mudança é uma "adequação ao critério hierárquico estabelecido na Constituição Federal". Para o presidente, o teto dos servidores do órgão deve ser o mesmo de um conselheiro do TCM –90% do subsídio de ministros do Supremo Tribunal Federal, que desde janeiro equivale a R$ 33,7 mil. O argumento do órgão é que uma emenda constitucional de 2003 fixa o teto para servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário, sem especificar os tribunais de contas e o Ministério Público. Para Braguim, adequar o TCM às mesmas regras dos três poderes comprometeria a autonomia constitucional do tribunal. Como parte de sua justificativa no projeto, o presidente diz que a equiparação aos salários ao teto dos conselheiros já é uma realidade em 21 tribunais de contas do país e no Ministério Público. Atualmente, o teto dos funcionários é o salário do prefeito, conforme ato do próprio TCM, de 2012. O limite foi estabelecido na ocasião enquanto não houvesse "interpretação consensual" sobre o tema. PACOTE Nesta terça, os vereadores aprovaram um pacote de projetos que beneficiam servidores municipais (professores, engenheiros e agentes vistores). Em segunda votação, foi aprovada reformulação do quadro de engenheiros na cidade. O texto que vinha sendo discutido na Câmara beneficia especialmente os engenheiros em início de carreira, cujo salário inicial deve subir de aproximadamente R$ 2 mil para R$ 6 mil. Em primeira votação, foram aprovados o abono de 7,5% para professores do município e a melhoria na mudança na carreira dos agentes vistores.
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Sociólogo prevê morte trágica do capitalismo em livro
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É chegada a hora, e com ela o clichê. No caso de Wolfgang Streeck, influente sociólogo alemão e diretor emérito do Instituto Max Planck em Colônia, esse clichê é o "fim do capitalismo". Incontáveis intelectuais, entre os quais Karl Marx, previram o fim, iminente ou pelo menos inevitável, do capitalismo. O capitalismo sempre sobreviveu. Desta vez, argumenta Streeck, é diferente. O capitalismo "pelo futuro previsível existirá no limbo, morto ou à beira da morte por overdose de si mesmo, mas ainda presente, já que ninguém tem o poder de remover do caminho o seu cadáver em decomposição". "How Will Capitalism End" [Como o capitalismo vai acabar?], uma coleção de ensaios que em alguma medida se sobrepõem, concebe uma "sociedade desprovida de instituições coerentes e minimamente estáveis capazes de normalizar as vidas de seus membros e protegê-los contra acidentes e monstruosidades de toda espécie",. Isso oferecerá "ricas oportunidades a oligarcas e líderes de facções armadas, e imporá incerteza e insegurança a todos os demais, de maneira em alguma medida semelhante ao longo interregno iniciado no século 5 DC e hoje conhecido como "Idade das Trevas". Streeck é uma mistura de analista, moralista e profeta. Como analista, ele contesta a estabilidade do capitalismo democrático. Como moralista, ele desaprova uma sociedade cuja fundação seja a cobiça. Como profeta, ele declara que a consequência desse pecado é a morte. Streeck não acredita na chegada inevitável de um paraíso socialista. Pelo contrário: oferece uma visão distópica na qual o capitalismo perece não com uma explosão, mas com um murmúrio. Já que o capitalismo não consegue mais transformar vícios privados em benefícios públicos, ele argumenta, sua "existência como ordem social autorreprodutiva, sustentável, previsível e legítima" se encerrou. O capitalismo se tornou "tão capitalista que está fazendo mal a si mesmo". O casamento entre a democracia de sufrágio universal e o capitalismo, que surgiu no pós-guerra, está terminando em divórcio, argumenta Streeck. O caminho que nos conduziu a esse ponto passou por estágios sucessivos: a inflação mundial dos anos 70; a explosão da dívida pública nos anos 80, a alta na dívida privada nos anos 90 e começo dos anos 2000; e as subsequentes crises financeiras cujo legado inclui taxas de juros ultrabaixas, aumento gigantesco no endividamento público e crescimento decepcionante. Acompanhando o capitalismo nessa estrada para a ruína veio uma "crise fiscal progressivamente mais grave para o Estado democrático-capitalista". O "Estado tributário" que existia anteriormente se tornou o "Estado devedor", e agora o "Estado de consolidação" (ou "Estado de austeridade"), dedicado a reduzir deficit por meio de cortes de gastos. Três tendências subjacentes contribuíram para o processo: o declínio no crescimento econômico; a crescente desigualdade; e a disparada no endividamento. Elas se reforçam mutuamente, segundo Streeck: o baixo crescimento engendra disputas de distribuição, e a solução em muitos casos envolve captação excessiva. As visões dele sobre o absurdo do relaxamento quantitativo como paliativo espelham as dos economistas da escola austríaca, que ele despreza. Esse não é o único ponto em que Streeck ecoa visões direitistas: sua discussão sobre a crescente participação feminina no mercado de trabalho, por exemplo, encontra muito a lastimar e nada a celebrar nessa tendência. Em uma de suas poucas frases marcantes, ele descreve a resposta das pessoas comuns à pressão que sofrem como "suportar, esperar, chapar e comprar". Mas, acima de tudo, Streeck enfatiza as terríveis consequências de um sistema financeiro fora de controle, uma plutocracia predatória que sonega e contorna impostos, a transferência de boa parte da esfera pública para mãos privadas e a resultante corrupção nos domínios político e econômico. EUROPA Streeck também escreve de modo devastador e bem informado sobre o euro como uma forma de ataque à política democrática. "A Alemanha", ele argumenta, "por conta do poder econômico que reconquistou depois de 2008 e como principal beneficiária da união monetária e econômica devido à força de suas exportações... na prática governa a união monetária e econômica como se fosse um império econômico alemão". A zona do euro, aponta Streeck, busca unir países com culturas econômicas irreconciliavelmente diferentes. Uma solução legitimamente democrática das tensões resultantes é impossível. O euro ou fracassará ou sobreviverá como uma estrutura não democrática subserviente aos caprichos dos mercados financeiros e gerida por um banco central tecnocrático e uma Alemanha hegemônica. As visões de Streeck sobre a insensatez do euro são convincentes, mas sua previsão de que a Europa atual terminará em algo parecido com a Idade Média parece ridícula. Os europeus contemporâneos desfrutam de padrões de vida, expectativas de vida, liberdades pessoais e níveis de segurança que as pessoas da Idade Média, ou aliás do Império Romano, não seriam nem capazes de imaginar. Além disso, apesar do que diz Streeck, o mundo atual não consiste apenas de fracassos. Ele aponta, com razão, que o surgimento de uma economia de mercado globalizada reduziu a efetividade do compromisso entre a democracia e o capitalismo nacional surgido na metade do século 20. Mas seu entusiasmo por desglobalizar o capitalismo desconsidera completamente as imensas oportunidades que o comércio internacional ampliado e o investimento estrangeiro direto trouxeram, especialmente para a China e Índia. Além disso, embora as tendências e os desgastes no funcionamento da economia de mercado contemporânea e em sua relação com a política democrática sejam parte da história, não são a história toda. Streeck está certo ao afirmar que não existe equilíbrio estável em qualquer sociedade. A economia e a comunidade precisam se adaptar e mudar. No entanto, a relação entre a democracia e o capitalismo não é antinatural, ao contrário do que Streeck parece acreditar. Pelo contrário: os dois sistemas derivam de uma crença no papel das pessoas como cidadãos e agentes econômicos ativos. No primeiro papel, eles tomam decisões coletivas; no segundo, tomam decisões individuais. Os limites e os modos de operação de ambos os sistemas estão abertos a constante renegociação. Mas ambos são essenciais. A democracia não pode funcionar sem uma economia de mercado. A alternativa - uma economia completamente politizada - não tem como funcionar devidamente: veja a Venezuela atual. O mercado protege a democracia contra uma distensão excessiva, e a democracia oferece uma estrutura legítima para o mercado. Da mesma forma que a economia de mercado é a forma menos ruim de gerar prosperidade, a democracia é a forma menos ruim de administrar conflitos sociais. AMEAÇA No mundo atual não é o capitalismo que está em perigo iminente, mas sim a democracia. Uma forma predatória de capitalismo pós-democrático, e não o fim do capitalismo, representa a verdadeira ameaça. Da mesma forma, o autoritarismo parece representar perigo muito mais grave que a anarquia de uma era de trevas. Os desafios que enfrentamos para colocar as finanças sob controle, reequilibrar a governança empresarial, remediar a desigualdade, sustentar a demanda e, acima de tudo, administrar as tensões entre o Estado-Nação democrático e a economia de mercado globalizada são genuínos. As respostas deveriam incluir uma dose modesta de desglobalização, especialmente nas finanças, e uma maior cooperação entre os governos democráticos, especialmente quanto à tributação e a provisão de bens públicos globais. Isso será difícil? Sim. As respostas funcionarão para sempre? Não. A tarefa é realizável? Absolutamente sim. Streeck condena essa "visão de mundo tecnocrata-voluntarista de que tudo é possível" como absurdamente ingênua. Esse derrotismo diante de forças sociais supostamente indomáveis é característico de certo tipo de intelectual. Mas a "visão de mundo de que tudo é possível" salvou a civilização na metade do século 20. Pode (e deve) fazê-lo de novo, mesmo que suas velhas bases institucionais, especialmente os sindicatos e partidos políticos, tenham enfraquecido. "How Will Capitalism End?" oferece menos uma previsão convincente do que um alerta. Sua análise é exagerada e simplista. Streeck identifica corretamente algumas tendências perturbadoras. Mesmo assim, a história do século 20 demonstra que não precisamos ser vítimas de forças além de nosso controle. Podemos escolher entre o melhor e o pior. Deveríamos escolher o melhor. Tradução de PAULO MIGLIACCI How Will Capitalism end? AUTOR Wolfgang Streeck EDITORA Verso QUANTO R$ 50,90 na Amazon (e-book; 272 págs.)
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mercado
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Sociólogo prevê morte trágica do capitalismo em livroÉ chegada a hora, e com ela o clichê. No caso de Wolfgang Streeck, influente sociólogo alemão e diretor emérito do Instituto Max Planck em Colônia, esse clichê é o "fim do capitalismo". Incontáveis intelectuais, entre os quais Karl Marx, previram o fim, iminente ou pelo menos inevitável, do capitalismo. O capitalismo sempre sobreviveu. Desta vez, argumenta Streeck, é diferente. O capitalismo "pelo futuro previsível existirá no limbo, morto ou à beira da morte por overdose de si mesmo, mas ainda presente, já que ninguém tem o poder de remover do caminho o seu cadáver em decomposição". "How Will Capitalism End" [Como o capitalismo vai acabar?], uma coleção de ensaios que em alguma medida se sobrepõem, concebe uma "sociedade desprovida de instituições coerentes e minimamente estáveis capazes de normalizar as vidas de seus membros e protegê-los contra acidentes e monstruosidades de toda espécie",. Isso oferecerá "ricas oportunidades a oligarcas e líderes de facções armadas, e imporá incerteza e insegurança a todos os demais, de maneira em alguma medida semelhante ao longo interregno iniciado no século 5 DC e hoje conhecido como "Idade das Trevas". Streeck é uma mistura de analista, moralista e profeta. Como analista, ele contesta a estabilidade do capitalismo democrático. Como moralista, ele desaprova uma sociedade cuja fundação seja a cobiça. Como profeta, ele declara que a consequência desse pecado é a morte. Streeck não acredita na chegada inevitável de um paraíso socialista. Pelo contrário: oferece uma visão distópica na qual o capitalismo perece não com uma explosão, mas com um murmúrio. Já que o capitalismo não consegue mais transformar vícios privados em benefícios públicos, ele argumenta, sua "existência como ordem social autorreprodutiva, sustentável, previsível e legítima" se encerrou. O capitalismo se tornou "tão capitalista que está fazendo mal a si mesmo". O casamento entre a democracia de sufrágio universal e o capitalismo, que surgiu no pós-guerra, está terminando em divórcio, argumenta Streeck. O caminho que nos conduziu a esse ponto passou por estágios sucessivos: a inflação mundial dos anos 70; a explosão da dívida pública nos anos 80, a alta na dívida privada nos anos 90 e começo dos anos 2000; e as subsequentes crises financeiras cujo legado inclui taxas de juros ultrabaixas, aumento gigantesco no endividamento público e crescimento decepcionante. Acompanhando o capitalismo nessa estrada para a ruína veio uma "crise fiscal progressivamente mais grave para o Estado democrático-capitalista". O "Estado tributário" que existia anteriormente se tornou o "Estado devedor", e agora o "Estado de consolidação" (ou "Estado de austeridade"), dedicado a reduzir deficit por meio de cortes de gastos. Três tendências subjacentes contribuíram para o processo: o declínio no crescimento econômico; a crescente desigualdade; e a disparada no endividamento. Elas se reforçam mutuamente, segundo Streeck: o baixo crescimento engendra disputas de distribuição, e a solução em muitos casos envolve captação excessiva. As visões dele sobre o absurdo do relaxamento quantitativo como paliativo espelham as dos economistas da escola austríaca, que ele despreza. Esse não é o único ponto em que Streeck ecoa visões direitistas: sua discussão sobre a crescente participação feminina no mercado de trabalho, por exemplo, encontra muito a lastimar e nada a celebrar nessa tendência. Em uma de suas poucas frases marcantes, ele descreve a resposta das pessoas comuns à pressão que sofrem como "suportar, esperar, chapar e comprar". Mas, acima de tudo, Streeck enfatiza as terríveis consequências de um sistema financeiro fora de controle, uma plutocracia predatória que sonega e contorna impostos, a transferência de boa parte da esfera pública para mãos privadas e a resultante corrupção nos domínios político e econômico. EUROPA Streeck também escreve de modo devastador e bem informado sobre o euro como uma forma de ataque à política democrática. "A Alemanha", ele argumenta, "por conta do poder econômico que reconquistou depois de 2008 e como principal beneficiária da união monetária e econômica devido à força de suas exportações... na prática governa a união monetária e econômica como se fosse um império econômico alemão". A zona do euro, aponta Streeck, busca unir países com culturas econômicas irreconciliavelmente diferentes. Uma solução legitimamente democrática das tensões resultantes é impossível. O euro ou fracassará ou sobreviverá como uma estrutura não democrática subserviente aos caprichos dos mercados financeiros e gerida por um banco central tecnocrático e uma Alemanha hegemônica. As visões de Streeck sobre a insensatez do euro são convincentes, mas sua previsão de que a Europa atual terminará em algo parecido com a Idade Média parece ridícula. Os europeus contemporâneos desfrutam de padrões de vida, expectativas de vida, liberdades pessoais e níveis de segurança que as pessoas da Idade Média, ou aliás do Império Romano, não seriam nem capazes de imaginar. Além disso, apesar do que diz Streeck, o mundo atual não consiste apenas de fracassos. Ele aponta, com razão, que o surgimento de uma economia de mercado globalizada reduziu a efetividade do compromisso entre a democracia e o capitalismo nacional surgido na metade do século 20. Mas seu entusiasmo por desglobalizar o capitalismo desconsidera completamente as imensas oportunidades que o comércio internacional ampliado e o investimento estrangeiro direto trouxeram, especialmente para a China e Índia. Além disso, embora as tendências e os desgastes no funcionamento da economia de mercado contemporânea e em sua relação com a política democrática sejam parte da história, não são a história toda. Streeck está certo ao afirmar que não existe equilíbrio estável em qualquer sociedade. A economia e a comunidade precisam se adaptar e mudar. No entanto, a relação entre a democracia e o capitalismo não é antinatural, ao contrário do que Streeck parece acreditar. Pelo contrário: os dois sistemas derivam de uma crença no papel das pessoas como cidadãos e agentes econômicos ativos. No primeiro papel, eles tomam decisões coletivas; no segundo, tomam decisões individuais. Os limites e os modos de operação de ambos os sistemas estão abertos a constante renegociação. Mas ambos são essenciais. A democracia não pode funcionar sem uma economia de mercado. A alternativa - uma economia completamente politizada - não tem como funcionar devidamente: veja a Venezuela atual. O mercado protege a democracia contra uma distensão excessiva, e a democracia oferece uma estrutura legítima para o mercado. Da mesma forma que a economia de mercado é a forma menos ruim de gerar prosperidade, a democracia é a forma menos ruim de administrar conflitos sociais. AMEAÇA No mundo atual não é o capitalismo que está em perigo iminente, mas sim a democracia. Uma forma predatória de capitalismo pós-democrático, e não o fim do capitalismo, representa a verdadeira ameaça. Da mesma forma, o autoritarismo parece representar perigo muito mais grave que a anarquia de uma era de trevas. Os desafios que enfrentamos para colocar as finanças sob controle, reequilibrar a governança empresarial, remediar a desigualdade, sustentar a demanda e, acima de tudo, administrar as tensões entre o Estado-Nação democrático e a economia de mercado globalizada são genuínos. As respostas deveriam incluir uma dose modesta de desglobalização, especialmente nas finanças, e uma maior cooperação entre os governos democráticos, especialmente quanto à tributação e a provisão de bens públicos globais. Isso será difícil? Sim. As respostas funcionarão para sempre? Não. A tarefa é realizável? Absolutamente sim. Streeck condena essa "visão de mundo tecnocrata-voluntarista de que tudo é possível" como absurdamente ingênua. Esse derrotismo diante de forças sociais supostamente indomáveis é característico de certo tipo de intelectual. Mas a "visão de mundo de que tudo é possível" salvou a civilização na metade do século 20. Pode (e deve) fazê-lo de novo, mesmo que suas velhas bases institucionais, especialmente os sindicatos e partidos políticos, tenham enfraquecido. "How Will Capitalism End?" oferece menos uma previsão convincente do que um alerta. Sua análise é exagerada e simplista. Streeck identifica corretamente algumas tendências perturbadoras. Mesmo assim, a história do século 20 demonstra que não precisamos ser vítimas de forças além de nosso controle. Podemos escolher entre o melhor e o pior. Deveríamos escolher o melhor. Tradução de PAULO MIGLIACCI How Will Capitalism end? AUTOR Wolfgang Streeck EDITORA Verso QUANTO R$ 50,90 na Amazon (e-book; 272 págs.)
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Petróleo acumula alta de 50% desde o piso do ano e vai a US$ 68
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O petróleo bateu seu recorde de preço para neste ano na terça-feira (05), superando os US$ 68 por barril, em razão do aumento dos preços oficiais de venda da Arábia Saudita em resposta à demanda mais forte. O petróleo Brent, do mar do Norte, o referencial do mercado internacional, já registra recuperação de 50% depois de sua queda de janeiro, a US$ 45 por barril, a cotação mais baixa em cinco anos. Os operadores estão olhando para o futuro, desconsiderando o mercado bem abastecido atual e tomando por foco o crescente consumo da commodity e a desaceleração de sua produção nos Estados Unidos. A Arábia Saudita, maior exportadora mundial de petróleo cru, indicou na terça-feira que não planeja restringir sua produção, que subiu acima dos 10 milhões de barris diários, e o país pretende ampliar sua fatia de mercado. O reino elevou seu preço oficial de venda (OSP) às refinarias da Europa e dos Estados Unidos, na terça-feira, e os manteve firmes para as refinarias da Ásia –uma posição que os operadores entenderam como indicativa de que a Arábia Saudita está confiante em que a demanda mundial continuará a crescer. SÓ ALÁ SABE Ali al-Naimi, ministro do Petróleo saudita e o principal responsável pela decisão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de reduzir preços no ano passado, para forçar os produtores de mais alto custo a deixar o mercado, declarou na terça-feira que, "quanto aos preços do petróleo, só Alá sabe", demonstrando pouca preocupação com a possibilidade de que o aumento de preços volte a movimentar o boom do petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos. A Arábia Saudita e os demais países da Opep reduziram seus OSP no segundo semestre de 2014, para proteger sua fatia de mercado, que estava sob ameaça por causa da produção rapidamente crescente de petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos e da queda no ritmo de crescimento da demanda, depois de três anos de preços superiores a US$ 100 por barril. A próxima reunião da Opep acontece em junho, e a expectativa generalizada é que a organização mantenha a política inspirada pelos sauditas. "Embora os preços tenham subido mais de US$ 10 no mês passado, em termos mais amplos o petróleo continua mais barato, se comparado ao passado recente", disseram analistas da Energy Aspects, consultoria petroleira londrina. No entanto, alguns operadores acreditam que a alta de preços possa ter vindo cedo demais, e com intensidade demais. A EOG Resources, maior produtora de petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos, anunciou nesta semana que retomaria a perfuração de poços por fratura hidráulica no Dakota do Norte e no Texas, se os preços se estabilizarem em torno de US$ 65 por barril. O preço de referência do petróleo na bolsa norte-americana Nymex atingiu seu pico anual, chegando aos US$ 61 na terça-feira. A EOG anunciou em fevereiro que escavaria mas não colocaria em produção cerca de 85 poços, este ano, esperando por uma recuperação de preços. A Anadarko Petroleum fez anúncio semelhante quanto a 125 poços. Explorar esse acervo de poços já perfurados mas ainda não produtivos pode elevar rapidamente o volume de petróleo no mercado, ainda que os estoques do produto nos Estados Unidos sejam os mais altos em 80 anos. A recente alta foi impulsionada pelos fundos de hedge e outros grandes investidores, que montaram uma aposta recorde na recuperação do Brent, adquirindo mais de 275 milhões de barris de petróleo - o equivalente a três dias da demanda mundial - por meio de contratos futuros e de opções na Intercontinental Exchange. Os fundos também construíram uma posição comprada líquida –a diferença entre apostas em preços mais altos e mais baixos– no contrato de referência do petróleo norte-americano na Nymex. "Posicionamento, sentimento e os fluxos dos fundos continuam críticos para determinar a direção do mercado de petróleo", disse Adam Longson, analista do Morgan Stanley. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Petróleo acumula alta de 50% desde o piso do ano e vai a US$ 68O petróleo bateu seu recorde de preço para neste ano na terça-feira (05), superando os US$ 68 por barril, em razão do aumento dos preços oficiais de venda da Arábia Saudita em resposta à demanda mais forte. O petróleo Brent, do mar do Norte, o referencial do mercado internacional, já registra recuperação de 50% depois de sua queda de janeiro, a US$ 45 por barril, a cotação mais baixa em cinco anos. Os operadores estão olhando para o futuro, desconsiderando o mercado bem abastecido atual e tomando por foco o crescente consumo da commodity e a desaceleração de sua produção nos Estados Unidos. A Arábia Saudita, maior exportadora mundial de petróleo cru, indicou na terça-feira que não planeja restringir sua produção, que subiu acima dos 10 milhões de barris diários, e o país pretende ampliar sua fatia de mercado. O reino elevou seu preço oficial de venda (OSP) às refinarias da Europa e dos Estados Unidos, na terça-feira, e os manteve firmes para as refinarias da Ásia –uma posição que os operadores entenderam como indicativa de que a Arábia Saudita está confiante em que a demanda mundial continuará a crescer. SÓ ALÁ SABE Ali al-Naimi, ministro do Petróleo saudita e o principal responsável pela decisão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de reduzir preços no ano passado, para forçar os produtores de mais alto custo a deixar o mercado, declarou na terça-feira que, "quanto aos preços do petróleo, só Alá sabe", demonstrando pouca preocupação com a possibilidade de que o aumento de preços volte a movimentar o boom do petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos. A Arábia Saudita e os demais países da Opep reduziram seus OSP no segundo semestre de 2014, para proteger sua fatia de mercado, que estava sob ameaça por causa da produção rapidamente crescente de petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos e da queda no ritmo de crescimento da demanda, depois de três anos de preços superiores a US$ 100 por barril. A próxima reunião da Opep acontece em junho, e a expectativa generalizada é que a organização mantenha a política inspirada pelos sauditas. "Embora os preços tenham subido mais de US$ 10 no mês passado, em termos mais amplos o petróleo continua mais barato, se comparado ao passado recente", disseram analistas da Energy Aspects, consultoria petroleira londrina. No entanto, alguns operadores acreditam que a alta de preços possa ter vindo cedo demais, e com intensidade demais. A EOG Resources, maior produtora de petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos, anunciou nesta semana que retomaria a perfuração de poços por fratura hidráulica no Dakota do Norte e no Texas, se os preços se estabilizarem em torno de US$ 65 por barril. O preço de referência do petróleo na bolsa norte-americana Nymex atingiu seu pico anual, chegando aos US$ 61 na terça-feira. A EOG anunciou em fevereiro que escavaria mas não colocaria em produção cerca de 85 poços, este ano, esperando por uma recuperação de preços. A Anadarko Petroleum fez anúncio semelhante quanto a 125 poços. Explorar esse acervo de poços já perfurados mas ainda não produtivos pode elevar rapidamente o volume de petróleo no mercado, ainda que os estoques do produto nos Estados Unidos sejam os mais altos em 80 anos. A recente alta foi impulsionada pelos fundos de hedge e outros grandes investidores, que montaram uma aposta recorde na recuperação do Brent, adquirindo mais de 275 milhões de barris de petróleo - o equivalente a três dias da demanda mundial - por meio de contratos futuros e de opções na Intercontinental Exchange. Os fundos também construíram uma posição comprada líquida –a diferença entre apostas em preços mais altos e mais baixos– no contrato de referência do petróleo norte-americano na Nymex. "Posicionamento, sentimento e os fluxos dos fundos continuam críticos para determinar a direção do mercado de petróleo", disse Adam Longson, analista do Morgan Stanley. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Com vitória no primeiro turno, PT consegue sobreviver no Acre
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FABIANO MAISONNAVE DE SANTARÉM (PA) Varrido da Grande São Paulo e disputando em poucas cidades, o PT conseguiu ao menos vencer no primeiro turno em Rio Branco, a pequena capital do Acre. O petista Marcus Alexandre conseguiu se reeleger bem à frente da segunda colocada, a peemedebista Eliane Sinhasique –54,9% a 32%. Em terceiro lugar, aparece Carlos Gomes (Rede), apoiado pela ex-petista Marina Silva, que deixou o partido após sair do Ministério do Meio Ambiente ainda no governo Lula. Ele obteve 8,3% dos votos. O Acre é governado desde 1999 pelo PT. A sigla é liderada no Estado pelos irmãos Jorge e Tião Viana, respectivamente senador e governador. O resultado era esperado. Na disputa pela prefeitura, Marcus Alexandre liderou com folga as pesquisas de opinião. Como vice, escolheu Socorro Neri (PSB). Ao todo, a sua coligação reuniu 15 partidos. "Uma vitória da boa gestão, da boa política e da boa luta! Obrigado a todos que construíram esta vitória", escreveu Jorge Viana na sua conta no Twitter. Com 377 mil habitantes, Rio Branco é a segunda menor capital do país, à frente apenas de Boa Vista (RR). O PT disputará o segundo turno em apenas uma capital, o Recife. Ainda assim, não é favorito. O atual prefeito, Geraldo Julio (PSB) obteve 49,3% dos votos, contra 23,8% para o ex-prefeito petista João Paulo. A maior derrota do partido ocorreu em São Paulo, onde o prefeito Fernando Haddad perdeu no primeiro turno para o tucano João Doria, o primeiro a vencer na capital paulista em votação única. Além do Estado do Acre, o PT governa Ceará, Minas Gerais, Bahia e Piauí. Na campanha, Marcus Alexandre, 39, evitou os símbolos do PT, como a cor vermelha –fenômeno que se repetiu pelo país. Para ir à urna neste domingo, usou a camisa laranja, uma de suas marcas. Nas redes sociais, aparece vestido de azul. Formado em engenharia civil pela USP (Universidade de São Paulo), o petista nasceu em Ribeirão Preto. Ele se mudou para o Acre em 1999, para assumir a Secretaria de Planejamento no primeiro mandato de Jorge Viana (1999-2006). No governo seguinte, de Tião Viana, Marcus Alexandre comandou o Deracre (Departamento de Estradas e Rodagens do Acre) de 2007 a 2012. Com esse perfil "técnico" e sem nenhum grande escândalo até agora, o prefeito reeleito conseguiu se livrar da onda antipetista do país. A peemedebista Sinhasique, sua principal concorrente e radialista conhecida na cidade, foi a vereadora da capital mais bem votada em 2012.
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Com vitória no primeiro turno, PT consegue sobreviver no AcreFABIANO MAISONNAVE DE SANTARÉM (PA) Varrido da Grande São Paulo e disputando em poucas cidades, o PT conseguiu ao menos vencer no primeiro turno em Rio Branco, a pequena capital do Acre. O petista Marcus Alexandre conseguiu se reeleger bem à frente da segunda colocada, a peemedebista Eliane Sinhasique –54,9% a 32%. Em terceiro lugar, aparece Carlos Gomes (Rede), apoiado pela ex-petista Marina Silva, que deixou o partido após sair do Ministério do Meio Ambiente ainda no governo Lula. Ele obteve 8,3% dos votos. O Acre é governado desde 1999 pelo PT. A sigla é liderada no Estado pelos irmãos Jorge e Tião Viana, respectivamente senador e governador. O resultado era esperado. Na disputa pela prefeitura, Marcus Alexandre liderou com folga as pesquisas de opinião. Como vice, escolheu Socorro Neri (PSB). Ao todo, a sua coligação reuniu 15 partidos. "Uma vitória da boa gestão, da boa política e da boa luta! Obrigado a todos que construíram esta vitória", escreveu Jorge Viana na sua conta no Twitter. Com 377 mil habitantes, Rio Branco é a segunda menor capital do país, à frente apenas de Boa Vista (RR). O PT disputará o segundo turno em apenas uma capital, o Recife. Ainda assim, não é favorito. O atual prefeito, Geraldo Julio (PSB) obteve 49,3% dos votos, contra 23,8% para o ex-prefeito petista João Paulo. A maior derrota do partido ocorreu em São Paulo, onde o prefeito Fernando Haddad perdeu no primeiro turno para o tucano João Doria, o primeiro a vencer na capital paulista em votação única. Além do Estado do Acre, o PT governa Ceará, Minas Gerais, Bahia e Piauí. Na campanha, Marcus Alexandre, 39, evitou os símbolos do PT, como a cor vermelha –fenômeno que se repetiu pelo país. Para ir à urna neste domingo, usou a camisa laranja, uma de suas marcas. Nas redes sociais, aparece vestido de azul. Formado em engenharia civil pela USP (Universidade de São Paulo), o petista nasceu em Ribeirão Preto. Ele se mudou para o Acre em 1999, para assumir a Secretaria de Planejamento no primeiro mandato de Jorge Viana (1999-2006). No governo seguinte, de Tião Viana, Marcus Alexandre comandou o Deracre (Departamento de Estradas e Rodagens do Acre) de 2007 a 2012. Com esse perfil "técnico" e sem nenhum grande escândalo até agora, o prefeito reeleito conseguiu se livrar da onda antipetista do país. A peemedebista Sinhasique, sua principal concorrente e radialista conhecida na cidade, foi a vereadora da capital mais bem votada em 2012.
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Ministro do TSE vai ouvir delatores da Odebrecht sobre chapa Dilma-Temer
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O ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vai tomar depoimentos de alguns delatores da Odebrecht na Operação Lava Jato para embasar a ação contra a chapa presidencial de 2014. Benjamin é o relator da ação proposta pelo PSDB contra a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, que apura se a campanha de 2014 foi financiada com dinheiro ilícito. Alguns dos principais delatores da Odebrecht vão prestar depoimento ao ministro: Marcelo Odebrecht, Claudio Melo Filho e Alexandrino Alencar. Os delatores serão ouvidos na condição de testemunhas na Quarta-feira de Cinzas (1º), a partir de 14h30 em Curitiba, na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. "Diante de indicativos extraídos da mídia escrita sobre a recente homologação da colaboração premiada de 77 (setenta e sete) executivos da empresa Odebrecht, no âmbito da denominada Operação Lava Jato, e de que houve depoimentos relacionados à campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014, determino a oitiva das testemunha", escreveu o ministro no despacho em que marcou a audiência. Em manifestação enviada ao TSE, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que os delatores sejam ouvidos desde que o sigilo dos depoimentos seja respeitado. Na manifestação, Janot disse ainda os delatores Benedicto Junior e Fernando Reis também relataram informações que dizem respeito à ação contra a chapa. Eles, no entanto, não estão na lista das audiências da quarta-feira. Em outubro, outros delatores da Lava Jato disseram que a chapa foi financiada com dinheiro de propina. AÇÃO NO TSE A ação contra a chapa tramita no TSE há cerca de dois anos. A maior parte das diligências já foi realizada. Herman Benjamin participa de todas as oitivas de testemunhas. O ministro conta a ajuda de uma força-tarefa para atuar no caso. O PSDB relatou três fatos na representação em que pede a cassação da chapa presidencial: gastos de campanha acima do limite informado à Justiça Eleitoral, financiamento eleitoral com dinheiro desviado da Petrobras e falta de comprovação de despesas de campanha. Em nota, a defesa de Dilma afirma que a decisão de Benjamin "não causa qualquer surpresa". "Todos aqueles que fizeram delação premiada já foram ouvidos no processo", afirma o texto do advogado Flávio Caetano. "É do interesse tanto da defesa de Dilma Rousseff, quanto da Justiça Eleitoral, que a verdade seja trazida aos autos, demonstrando a lisura do processo eleitoral", completa o texto. O advogado diz ainda que "a posição da defesa da presidenta tem sido a de colaboração com a Justiça Eleitoral. Foi assim, por exemplo, quando demonstramos, por documentos, que o empresário Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, havia mentido em seu depoimento ao TSE".
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Ministro do TSE vai ouvir delatores da Odebrecht sobre chapa Dilma-TemerO ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vai tomar depoimentos de alguns delatores da Odebrecht na Operação Lava Jato para embasar a ação contra a chapa presidencial de 2014. Benjamin é o relator da ação proposta pelo PSDB contra a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, que apura se a campanha de 2014 foi financiada com dinheiro ilícito. Alguns dos principais delatores da Odebrecht vão prestar depoimento ao ministro: Marcelo Odebrecht, Claudio Melo Filho e Alexandrino Alencar. Os delatores serão ouvidos na condição de testemunhas na Quarta-feira de Cinzas (1º), a partir de 14h30 em Curitiba, na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. "Diante de indicativos extraídos da mídia escrita sobre a recente homologação da colaboração premiada de 77 (setenta e sete) executivos da empresa Odebrecht, no âmbito da denominada Operação Lava Jato, e de que houve depoimentos relacionados à campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014, determino a oitiva das testemunha", escreveu o ministro no despacho em que marcou a audiência. Em manifestação enviada ao TSE, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que os delatores sejam ouvidos desde que o sigilo dos depoimentos seja respeitado. Na manifestação, Janot disse ainda os delatores Benedicto Junior e Fernando Reis também relataram informações que dizem respeito à ação contra a chapa. Eles, no entanto, não estão na lista das audiências da quarta-feira. Em outubro, outros delatores da Lava Jato disseram que a chapa foi financiada com dinheiro de propina. AÇÃO NO TSE A ação contra a chapa tramita no TSE há cerca de dois anos. A maior parte das diligências já foi realizada. Herman Benjamin participa de todas as oitivas de testemunhas. O ministro conta a ajuda de uma força-tarefa para atuar no caso. O PSDB relatou três fatos na representação em que pede a cassação da chapa presidencial: gastos de campanha acima do limite informado à Justiça Eleitoral, financiamento eleitoral com dinheiro desviado da Petrobras e falta de comprovação de despesas de campanha. Em nota, a defesa de Dilma afirma que a decisão de Benjamin "não causa qualquer surpresa". "Todos aqueles que fizeram delação premiada já foram ouvidos no processo", afirma o texto do advogado Flávio Caetano. "É do interesse tanto da defesa de Dilma Rousseff, quanto da Justiça Eleitoral, que a verdade seja trazida aos autos, demonstrando a lisura do processo eleitoral", completa o texto. O advogado diz ainda que "a posição da defesa da presidenta tem sido a de colaboração com a Justiça Eleitoral. Foi assim, por exemplo, quando demonstramos, por documentos, que o empresário Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, havia mentido em seu depoimento ao TSE".
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Equipe olímpica dos EUA grava vídeo para falar do Rio e destaca samba, festa e praia
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DE SÃO PAULO Samba, festa, praia, sol, água de coco, cerveja, Pelé, Cristo Redentor. Estas são as referências que atletas e celebridades norte-americanas destacam no vídeo que o Comitê Olímpico dos EUA publicou nesta quinta-feira (23), em comemoração do Dia Olímpico. Entre os depoimentos estão os de Carl Lewis, lenda do atletismo, Michelle Obama, primeira-dama dos EUA, além de jovens atletas como Nico Hernandez, do boxe, e Jason Pryor, da esgrima. Team USA "Quando as pessoas falam do Rio, elas sempre pensam em uma cultura feliz e e coisas divertidas", diz Lewis. "Definitivamente vou passar um dia na praia tomando água de coco, talvez uma cerveja, dependo do clima", afirma Tony Azevedo, nascido no Rio mas atleta da seleção norte-americana de polo aquático.
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esporte
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Equipe olímpica dos EUA grava vídeo para falar do Rio e destaca samba, festa e praia
DE SÃO PAULO Samba, festa, praia, sol, água de coco, cerveja, Pelé, Cristo Redentor. Estas são as referências que atletas e celebridades norte-americanas destacam no vídeo que o Comitê Olímpico dos EUA publicou nesta quinta-feira (23), em comemoração do Dia Olímpico. Entre os depoimentos estão os de Carl Lewis, lenda do atletismo, Michelle Obama, primeira-dama dos EUA, além de jovens atletas como Nico Hernandez, do boxe, e Jason Pryor, da esgrima. Team USA "Quando as pessoas falam do Rio, elas sempre pensam em uma cultura feliz e e coisas divertidas", diz Lewis. "Definitivamente vou passar um dia na praia tomando água de coco, talvez uma cerveja, dependo do clima", afirma Tony Azevedo, nascido no Rio mas atleta da seleção norte-americana de polo aquático.
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Ho-ba-la-lá
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RIO DE JANEIRO - É, enfim, o ho-ba-la-lá –o fim de um processo que começou em 1997. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) deu ganho de causa a João Gilberto na ação contra a gravadora EMI referente aos seus três primeiros LPs, "Chega de Saudade" (1959), "O Amor, o Sorriso e a Flor" (1960) e "João Gilberto" (1961). A acusação era a de que a EMI adulterou fonogramas desses discos para que coubessem num CD lançado em 1988. Com o processo, eles tiveram a venda truncada, e o Brasil passou os últimos 18 anos privado de um material essencial para a sua cultura. Só o Brasil ficou privado. Nesse período, cedidos pela EMI ou pirateados, os discos circularam à vontade por Europa e Japão em CDs individuais, nos novos vinis de 180 gramas e desmembrados em antologias. Todo mundo podia ouvi-los, menos nós. Não admira que nossa música tenha chegado ao ponto onde está. Pela decisão do STJ, à qual já não cabe recurso, a EMI terá ainda de pagar a João Gilberto, em royalties atrasados, 24% –R$ 170 milhões– do que ganhou com esses fonogramas desde 1964. Significa que eles lhe renderam quase R$ 700 milhões, sem contar as vendas desde 1958, quando João Gilberto cantava até em programas de auditório. Quem disse que a bossa nova era de "elite" e não tinha público? A EMI fica também proibida de comercializar os discos. Só que, agora, ela é um braço da Universal, que a comprou, e a Universal já é dona de LPs fundamentais de João Gilberto, como "Getz/Gilberto" (1964), "João Gilberto en México" (1970), "João Gilberto" (1973) e outros. Se ele licenciá-los à Universal, será o mesmo que devolver os discos à EMI. Das múltis, restam a Warner e a Sony. No Brasil, a Biscoito Fino. Para uma delas deverão ir os três discos de João Gilberto que, juntos, compõem o manual de instruções essencial da bossa nova, suas Tábuas da Lei.
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Ho-ba-la-láRIO DE JANEIRO - É, enfim, o ho-ba-la-lá –o fim de um processo que começou em 1997. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) deu ganho de causa a João Gilberto na ação contra a gravadora EMI referente aos seus três primeiros LPs, "Chega de Saudade" (1959), "O Amor, o Sorriso e a Flor" (1960) e "João Gilberto" (1961). A acusação era a de que a EMI adulterou fonogramas desses discos para que coubessem num CD lançado em 1988. Com o processo, eles tiveram a venda truncada, e o Brasil passou os últimos 18 anos privado de um material essencial para a sua cultura. Só o Brasil ficou privado. Nesse período, cedidos pela EMI ou pirateados, os discos circularam à vontade por Europa e Japão em CDs individuais, nos novos vinis de 180 gramas e desmembrados em antologias. Todo mundo podia ouvi-los, menos nós. Não admira que nossa música tenha chegado ao ponto onde está. Pela decisão do STJ, à qual já não cabe recurso, a EMI terá ainda de pagar a João Gilberto, em royalties atrasados, 24% –R$ 170 milhões– do que ganhou com esses fonogramas desde 1964. Significa que eles lhe renderam quase R$ 700 milhões, sem contar as vendas desde 1958, quando João Gilberto cantava até em programas de auditório. Quem disse que a bossa nova era de "elite" e não tinha público? A EMI fica também proibida de comercializar os discos. Só que, agora, ela é um braço da Universal, que a comprou, e a Universal já é dona de LPs fundamentais de João Gilberto, como "Getz/Gilberto" (1964), "João Gilberto en México" (1970), "João Gilberto" (1973) e outros. Se ele licenciá-los à Universal, será o mesmo que devolver os discos à EMI. Das múltis, restam a Warner e a Sony. No Brasil, a Biscoito Fino. Para uma delas deverão ir os três discos de João Gilberto que, juntos, compõem o manual de instruções essencial da bossa nova, suas Tábuas da Lei.
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HBO anuncia versão brasileira de 'Last Week Tonight' com Gregorio Duvivier
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A HBO anunciou nesta quinta-feira (9), na feira audiovisual Rio Content Market, dois novos programas brasileiros no canal. O primeiro é uma versão do "Last Week Tonight", atração que faz sucesso com John Oliver nos EUA e terá a apresentação do humorista e colunista da Folha Gregório Duvivier. O outro é "Santos=Dumont", uma minissérie em seis horas sobre o aviador. Chamado por enquanto de "Projeto Gregório Duvivier", a ideia é repetir o sucesso de John Oliver, que comenta de uma forma engraçada alguns dos principais assuntos do mundo na última semana. A atração de Duvivier estreia em maio, nas noites de sexta, em 20 episódios de 30 minutos. A atração é uma parceria com o grupo Porta dos Fundos, do qual o apresentador faz parte, mas outros humoristas do coletivo não estarão presentes. A HBO afirmou que o humorista terá liberdade para tratar dos assuntos políticos e polêmicos do momento da forma como quiser, sem interferência editorial. Quanto à série de Santos Dumont, a atração está em estágio de desenvolvimento e em seis horas pretende mostrar a história do aviador -o criador do 14 Bis, o primeiro avião do mundo a decolar sem impulso-, incluindo características e costumes poucos conhecidos dele. O canal também apresentou as novas temporadas de "Psi", "O Hipnotizador" e algumas cenas de "A Vida Secreta dos Casais", série protagonizada e escrita por Bruna Lombardi. DOCUMENTÁRIOS A emissora anunciou ainda nove documentários, sendo dois filmes e sete séries. Os dois longas são "Ópera Aberta - Os Pescadores de Pérolas", que acompanha o diretor Fernando Meirelles no comando de uma ópera em Belém, e "Primeiro Bailarino", sobre a história do brasileiro Thiago Soares, um dos principais dançarinos do Royal Ballet, de Londres. Entre as séries documentais estão a segunda temporada de "A Grande Luta", agora falando também sobre atletas da América Latina, "Fora do Armário", atração em dez episódios que acompanha o que acontece na vida da pessoa após ela expor sua orientação sexual, e "Milton - Pelo Mundo", um perfil em quatro episódios de Milton Nascimento durante uma turnê nos EUA. Em "O Nome Dela é Gal", a cantora Gal Costa celebra 50 anos de carreira e tem sua vida contada em depoimentos de nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil. As demais atrações são "Outros Tempos - Velhos", sobre envelhecer no Brasil; "Trabalho Escravo", que mostra em cinco episódios 16 histórias reais de condição de trabalho análoga à escravidão no país, e "Transamazônica - Uma Estrada Para o Passado", que mostra o retorno à via do diretor Jorge Bodansky, de "Iracema - Uma Transa Amazônica", de 1975.
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ilustrada
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HBO anuncia versão brasileira de 'Last Week Tonight' com Gregorio DuvivierA HBO anunciou nesta quinta-feira (9), na feira audiovisual Rio Content Market, dois novos programas brasileiros no canal. O primeiro é uma versão do "Last Week Tonight", atração que faz sucesso com John Oliver nos EUA e terá a apresentação do humorista e colunista da Folha Gregório Duvivier. O outro é "Santos=Dumont", uma minissérie em seis horas sobre o aviador. Chamado por enquanto de "Projeto Gregório Duvivier", a ideia é repetir o sucesso de John Oliver, que comenta de uma forma engraçada alguns dos principais assuntos do mundo na última semana. A atração de Duvivier estreia em maio, nas noites de sexta, em 20 episódios de 30 minutos. A atração é uma parceria com o grupo Porta dos Fundos, do qual o apresentador faz parte, mas outros humoristas do coletivo não estarão presentes. A HBO afirmou que o humorista terá liberdade para tratar dos assuntos políticos e polêmicos do momento da forma como quiser, sem interferência editorial. Quanto à série de Santos Dumont, a atração está em estágio de desenvolvimento e em seis horas pretende mostrar a história do aviador -o criador do 14 Bis, o primeiro avião do mundo a decolar sem impulso-, incluindo características e costumes poucos conhecidos dele. O canal também apresentou as novas temporadas de "Psi", "O Hipnotizador" e algumas cenas de "A Vida Secreta dos Casais", série protagonizada e escrita por Bruna Lombardi. DOCUMENTÁRIOS A emissora anunciou ainda nove documentários, sendo dois filmes e sete séries. Os dois longas são "Ópera Aberta - Os Pescadores de Pérolas", que acompanha o diretor Fernando Meirelles no comando de uma ópera em Belém, e "Primeiro Bailarino", sobre a história do brasileiro Thiago Soares, um dos principais dançarinos do Royal Ballet, de Londres. Entre as séries documentais estão a segunda temporada de "A Grande Luta", agora falando também sobre atletas da América Latina, "Fora do Armário", atração em dez episódios que acompanha o que acontece na vida da pessoa após ela expor sua orientação sexual, e "Milton - Pelo Mundo", um perfil em quatro episódios de Milton Nascimento durante uma turnê nos EUA. Em "O Nome Dela é Gal", a cantora Gal Costa celebra 50 anos de carreira e tem sua vida contada em depoimentos de nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil. As demais atrações são "Outros Tempos - Velhos", sobre envelhecer no Brasil; "Trabalho Escravo", que mostra em cinco episódios 16 histórias reais de condição de trabalho análoga à escravidão no país, e "Transamazônica - Uma Estrada Para o Passado", que mostra o retorno à via do diretor Jorge Bodansky, de "Iracema - Uma Transa Amazônica", de 1975.
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O filho caçula
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SÃO PAULO - Luís Cláudio Lula da Silva, 30, recebeu R$ 2,4 milhões da empresa Marcondes & Mautoni Empreendimentos. Ninguém teria nada com isso, não fosse Luís Cláudio filho do ex-presidente da República Lula da Silva e a empresa que lhe fez o pagamento estar sendo investigada pela Polícia Federal e por uma CPI no Senado por suspeita de participar de um esquema de corrupção para redução de multas fiscais. É evidente que suspeita não significa que houve, de fato, crime, tampouco quer dizer que o filho caçula de Lula tenha necessariamente algo com o eventual escândalo. Mas não há como não achar esquisito a maneira como Luís Cláudio está lidando com o fato. O filho do ex-presidente simplesmente se recusa a responder perguntas absolutamente pertinentes sobre a relação da sua empresa, a LFT Marketing Esportivo, com a investigada. Qual foi o serviço prestado por sua empresa? Quando exatamente o serviço foi prestado? Quais profissionais atuaram no contrato? Quais foram os resultados obtidos? Que documentos foram produzidos? Luís Cláudio alega sigilo profissional e se limita a dizer que sua empresa prestou serviços de "marketing esportivo", o que evidentemente não explica nada e dá margem para uma série de especulações. Sobretudo num momento em que políticos importantes do PT, bem como funcionários graduados de estatais no governo do seu pai, estão presos acusados justamente de receberem propinas disfarçadas em pagamentos por serviços de consultoria. Casos, por exemplo, do notório ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que nega a acusação, e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, réu confesso. Luís Cláudio, que se considera um profissional de sucesso e chegou a declarar recentemente em entrevista ao UOL que "conquistou tudo o que quis na vida, nunca fracassei", não deveria temer a luz do sol.
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colunas
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O filho caçulaSÃO PAULO - Luís Cláudio Lula da Silva, 30, recebeu R$ 2,4 milhões da empresa Marcondes & Mautoni Empreendimentos. Ninguém teria nada com isso, não fosse Luís Cláudio filho do ex-presidente da República Lula da Silva e a empresa que lhe fez o pagamento estar sendo investigada pela Polícia Federal e por uma CPI no Senado por suspeita de participar de um esquema de corrupção para redução de multas fiscais. É evidente que suspeita não significa que houve, de fato, crime, tampouco quer dizer que o filho caçula de Lula tenha necessariamente algo com o eventual escândalo. Mas não há como não achar esquisito a maneira como Luís Cláudio está lidando com o fato. O filho do ex-presidente simplesmente se recusa a responder perguntas absolutamente pertinentes sobre a relação da sua empresa, a LFT Marketing Esportivo, com a investigada. Qual foi o serviço prestado por sua empresa? Quando exatamente o serviço foi prestado? Quais profissionais atuaram no contrato? Quais foram os resultados obtidos? Que documentos foram produzidos? Luís Cláudio alega sigilo profissional e se limita a dizer que sua empresa prestou serviços de "marketing esportivo", o que evidentemente não explica nada e dá margem para uma série de especulações. Sobretudo num momento em que políticos importantes do PT, bem como funcionários graduados de estatais no governo do seu pai, estão presos acusados justamente de receberem propinas disfarçadas em pagamentos por serviços de consultoria. Casos, por exemplo, do notório ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que nega a acusação, e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, réu confesso. Luís Cláudio, que se considera um profissional de sucesso e chegou a declarar recentemente em entrevista ao UOL que "conquistou tudo o que quis na vida, nunca fracassei", não deveria temer a luz do sol.
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Obsessão de SP por trânsito começou há cem anos, diz Roberto Pompeu
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De que maneiras o presente reflete o passado? A pergunta guiou o encontro entre o jornalista Roberto Pompeu de Toledo e a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz na Casa Folha na Flip, na noite desta sexta (3). A mediação foi de Sylvia Colombo, repórter especial da Folha. Pompeu lançou neste ano "A Capital da Vertigem - Uma História de São Paulo de 1900 a 1954". Schwarcz, com a historiadora Heloísa Starling, publicou "Brasil: Uma Biografia". Os dois fizeram debates, separados, na tenda principal da Flip nesta sexta e acabaram revisitando os mesmos tópicos. "Existem algumas questões que permanecem ao longo de toda a história. Uma característica muito de São Paulo é o bovarismo, a mania de não se enxergar pelas próprias lentes. Os paulistanos tinham essa mania de 'francês', de querer copiar tudo da França." "Outra questão", explicou, "é o difícil republicanismo". "Se pensarmos a República como defesa do bem público, vemos que o próprio Partido Republicano Paulista foi uma ação entre amigos que não tinha a intenção de defender o bem comum." Pompeu contou uma história saborosa sobre outra marca nada lisonjeira de São Paulo. "A inauguração do Theatro Municipal, em 1911, virou também a inauguração do congestionamento de trânsito, outra obsessão de São Paulo", comentou, provocando risadas no público que lutou o espaço. "A estreia foi com a ópera 'Hamlet', mas o congestionamento provocado pela inauguração atrasou muito o começo do espetáculo. Eram cinco atos, mas só três foram apresentados." BIOGRAFIA Schwarcz também comentou o título inusitado de seu livro, "Brasil: uma Biografia". "Não queríamos tratar a história como destino, como projeto determinado. A história tem uma trajetória inesperada, contraditória. Uma biografia contempla grandes e pequenos momentos. Nossa intenção era misturar os grandes e os pequenos personagens, que fizerem a carne do nosso biografado." O primeiro livro de Pompeu sobre São Paulo, "A Capital da Solidão", história da cidade desde a fundação até 1900, foi publicado em 2003. Desde então ele vem sendo cobrado para lançar uma continuação. "Eu não queria retomar esse tema. Disse que iria procurar outro assunto, mas depois de tanto procurar, não achei." Voltou às pesquisas em 2011. Decidiu parar o livro em 1954 porque já estava invadindo seu próprio tempo de vida (tem 71 anos). "Não consigo avaliar como história um tempo em que eu vivi." Schwarcz interrompeu seu livro no governo de Fernando Henrique Cardoso. "Como historiador você precisa avaliar processos que se encerraram. Lula, Dilma, o mensalão estão abertos inda. Essa história ainda está se escrevendo."
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ilustrada
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Obsessão de SP por trânsito começou há cem anos, diz Roberto PompeuDe que maneiras o presente reflete o passado? A pergunta guiou o encontro entre o jornalista Roberto Pompeu de Toledo e a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz na Casa Folha na Flip, na noite desta sexta (3). A mediação foi de Sylvia Colombo, repórter especial da Folha. Pompeu lançou neste ano "A Capital da Vertigem - Uma História de São Paulo de 1900 a 1954". Schwarcz, com a historiadora Heloísa Starling, publicou "Brasil: Uma Biografia". Os dois fizeram debates, separados, na tenda principal da Flip nesta sexta e acabaram revisitando os mesmos tópicos. "Existem algumas questões que permanecem ao longo de toda a história. Uma característica muito de São Paulo é o bovarismo, a mania de não se enxergar pelas próprias lentes. Os paulistanos tinham essa mania de 'francês', de querer copiar tudo da França." "Outra questão", explicou, "é o difícil republicanismo". "Se pensarmos a República como defesa do bem público, vemos que o próprio Partido Republicano Paulista foi uma ação entre amigos que não tinha a intenção de defender o bem comum." Pompeu contou uma história saborosa sobre outra marca nada lisonjeira de São Paulo. "A inauguração do Theatro Municipal, em 1911, virou também a inauguração do congestionamento de trânsito, outra obsessão de São Paulo", comentou, provocando risadas no público que lutou o espaço. "A estreia foi com a ópera 'Hamlet', mas o congestionamento provocado pela inauguração atrasou muito o começo do espetáculo. Eram cinco atos, mas só três foram apresentados." BIOGRAFIA Schwarcz também comentou o título inusitado de seu livro, "Brasil: uma Biografia". "Não queríamos tratar a história como destino, como projeto determinado. A história tem uma trajetória inesperada, contraditória. Uma biografia contempla grandes e pequenos momentos. Nossa intenção era misturar os grandes e os pequenos personagens, que fizerem a carne do nosso biografado." O primeiro livro de Pompeu sobre São Paulo, "A Capital da Solidão", história da cidade desde a fundação até 1900, foi publicado em 2003. Desde então ele vem sendo cobrado para lançar uma continuação. "Eu não queria retomar esse tema. Disse que iria procurar outro assunto, mas depois de tanto procurar, não achei." Voltou às pesquisas em 2011. Decidiu parar o livro em 1954 porque já estava invadindo seu próprio tempo de vida (tem 71 anos). "Não consigo avaliar como história um tempo em que eu vivi." Schwarcz interrompeu seu livro no governo de Fernando Henrique Cardoso. "Como historiador você precisa avaliar processos que se encerraram. Lula, Dilma, o mensalão estão abertos inda. Essa história ainda está se escrevendo."
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Órgão de Direitos Humanos quer fim de termos genéricos em boletim de ocorrência
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O Conselho Nacional de Direitos Humanos vai retomar a discussão para eliminar a utilização de termos genéricos nos registros policiais, como "autos de resistência" ou "resistência seguida de morte", que correspondem a mortes em confrontos policiais. Segundo Ivana Pena, presidente em exercício do conselho, o número de mortes provocadas por autoridades policiais e acobertadas por designações genéricas em boletins de ocorrência e em inquéritos são preocupantes e exigem uma ação maior do Estado. "É muito grave que a gente não tenha a ação criminosa do Estado coibida e investigada, de forma que ela seja combatida", disse. Em 2012, o Conselho –que agora é vinculado ao novo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos– aprovou uma resolução sugerindo a troca dos termos utilizados atualmente por expressões mais detalhadas, como "lesão corporal decorrente de intervenção policial" ou "homicídio decorrente de intervenção policial". Para conseguir a mudança, o conselho quer mobilizar secretarias de segurança pública e órgãos do judiciário. A ideia é buscar uma apuração mais efetiva em casos de grande repercussão, como, por exemplo, na chacina ocorrida no final de agosto na Grande SP. "Temos assistido imagens cruéis, que afrontam a dignidade da pessoa humana, que não podem prosperar no Brasil sem que haja voz favorável a sociedade", afirmou Ivana. Ela acredita também não ser possível a sociedade confiar nos agentes públicos sem a devida apuração dos abusos. Apesar da resolução sugerindo as alterações ter sido publicada em 2012, o conselho admite que não avançou muito até hoje, por uma falta de adesão dos órgãos competentes para um combate mais efetivo dessas práticas policiais. "Não tenho dúvida de que, se tivéssemos conseguido a abolição dessas rotinas genéricas de documentação, não estaríamos assistindo a repetição desses casos de violência", disse Ivana. Com a reformulação do órgão, estabelecida na lei 12.986 de 2014, ocorrências de violação aos direitos humanos para agentes públicos podem ser apurados pelo conselho e resultar em medidas punitivas, que vão de advertência até pedido de afastamento do cargo.
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cotidiano
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Órgão de Direitos Humanos quer fim de termos genéricos em boletim de ocorrênciaO Conselho Nacional de Direitos Humanos vai retomar a discussão para eliminar a utilização de termos genéricos nos registros policiais, como "autos de resistência" ou "resistência seguida de morte", que correspondem a mortes em confrontos policiais. Segundo Ivana Pena, presidente em exercício do conselho, o número de mortes provocadas por autoridades policiais e acobertadas por designações genéricas em boletins de ocorrência e em inquéritos são preocupantes e exigem uma ação maior do Estado. "É muito grave que a gente não tenha a ação criminosa do Estado coibida e investigada, de forma que ela seja combatida", disse. Em 2012, o Conselho –que agora é vinculado ao novo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos– aprovou uma resolução sugerindo a troca dos termos utilizados atualmente por expressões mais detalhadas, como "lesão corporal decorrente de intervenção policial" ou "homicídio decorrente de intervenção policial". Para conseguir a mudança, o conselho quer mobilizar secretarias de segurança pública e órgãos do judiciário. A ideia é buscar uma apuração mais efetiva em casos de grande repercussão, como, por exemplo, na chacina ocorrida no final de agosto na Grande SP. "Temos assistido imagens cruéis, que afrontam a dignidade da pessoa humana, que não podem prosperar no Brasil sem que haja voz favorável a sociedade", afirmou Ivana. Ela acredita também não ser possível a sociedade confiar nos agentes públicos sem a devida apuração dos abusos. Apesar da resolução sugerindo as alterações ter sido publicada em 2012, o conselho admite que não avançou muito até hoje, por uma falta de adesão dos órgãos competentes para um combate mais efetivo dessas práticas policiais. "Não tenho dúvida de que, se tivéssemos conseguido a abolição dessas rotinas genéricas de documentação, não estaríamos assistindo a repetição desses casos de violência", disse Ivana. Com a reformulação do órgão, estabelecida na lei 12.986 de 2014, ocorrências de violação aos direitos humanos para agentes públicos podem ser apurados pelo conselho e resultar em medidas punitivas, que vão de advertência até pedido de afastamento do cargo.
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PF aguarda liberação de recurso para retomar emissão de passaportes
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O Ministério do Planejamento afirmou que vai autorizar nesta sexta-feira (21) o repasse de recursos à Polícia Federal para que o serviço de emissão de passaportes seja retomado no país. Com o envio dos recursos, a informação do Palácio do Planalto é de que a situação deve ser normalizada no mesmo dia, mas o Ministério da Justiça, a quem a Polícia Federal é subordinada, não estabelece uma data exata. Pelo trâmite, após a publicação pelo Ministério do Planejamento da portaria que amplia o limite orçamentário, o novo valor é atualizado no sistema de administração financeira, o que o disponibiliza à Polícia Federal A impressão foi interrompida em 27 de junho e, em 13 de julho, o Poder Legislativo aprovou a autorização de verba extra para a confecção do documento. O presidente Michel Temer, no entanto, só a sancionou nesta quarta-feira (19), após a demora do envio pelo Senado Federal. Para tirar o passaporte, o cidadão paga uma taxa de R$ 257,25. Esse valor vai para uma conta no Banco do Brasil e fica em um fundo, chamado Funapol, criado em 1997, e administrado por um conselho gestor encabeçado pela PF. A Polícia Federal, no entanto, não tem autonomia para decidir sobre quanto pode gastar desses recursos, pois eles compõem as receitas que vão para o caixa único do Tesouro Nacional e não são imunes ao bloqueio de despesas governamentais. O governo arrecadou no ano passado R$ 578 milhões com a emissão de passaportes. Boa parte desse recurso, porém, não foi empregada no serviço prestado pela Polícia Federal. * 27.jun Polícia Federal suspende a emissão de passaportes por tempo indeterminado, alegando falta de recursos 28.jun Ministério do Planejamento envia ao Congresso pedido para repassar R$ 102 milhões ao Ministério da Justiça para normalizar o serviço 13.jul Congresso aprova crédito, mas texto permanece na Casa 18.jul Projeto é enviado ao Planalto 19.jul Temer o sanciona Próximos passos, esperados para no máximo sexta (21) - Texto é publicado no "Diário Oficial" da União - Ministério do Planejamento autoriza o repasse ao Ministério da Justiça - Ministério da Justiça destina a verba à PF - Emissão de passaportes é normalizada - 1. Qual serviço a Polícia Federal suspendeu? A impressão de novos passaportes, a partir das 22h do dia 27 de junho. Isso significa que, há quase um mês, eles não estão sendo confeccionados. 2. Por que a PF tomou essa decisão? Segundo a instituição, os gastos com emissão de documentos e controle migratório atingiram o limite previsto na lei orçamentária. De forma geral, não falta dinheiro à PF, mas o órgão não tem permissão para realocar outras verbas para esse serviço. Com isso, não consegue renovar o contrato com a Casa da Moeda, que confecciona o passaporte. 3. O que já foi feito para reverter a situação? O governo alterou o Orçamento, garantindo mais dinheiro à impressão de passaportes. Para isso, enviou um projeto de lei ao Legislativo pedindo verba extra de R$ 102 milhões à atividade. O crédito foi aprovado pelo Congresso e, após ficar preso na Casa por cinco dias, foi enviado ao Planalto e sancionado por Temer nesta quarta (19). 4. O que falta fazer para que o serviço seja regularizado? Após o texto ser publicado no "Diário Oficial" da União, o Ministério do Planejamento deve autorizar o repasse da verba ao Ministério da Justiça, que vai destiná-la à PF. O serviço, então, será normalizado. 5. Qual é o prazo para que isso aconteça? O governo espera que a impressão do documento volte à normalidade até sexta (21). 6. Não foi previsto que o dinheiro acabaria? Sim, a PF já tinha avisado aos ministérios da Justiça e do Planejamento que faltariam recursos para passaportes. Só neste ano, foram enviados ao menos nove pedidos de verbas às duas pastas. 7. A taxa que pagamos pelo passaporte não é suficiente para a sua confecção? A taxa de R$ 257 não vai diretamente à PF. Vai para uma conta no Banco do Brasil e fica num fundo, chamado Funapol. A polícia não tem autonomia para decidir quanto vai gastar desses recursos, pois eles compõem as receitas que vão para o caixa único do Tesouro e não são imunes ao bloqueio de despesas do governo. Veja abaixo: 8. Como a situação chegou a esse ponto? No meio do ano passado, na discussão do Orçamento de 2017, o valor solicitado pela PF foi de R$ 248 milhões. O governo autorizou, porém, R$ 121 milhões –o que não era considerado suficiente. Em maio, o dinheiro acabou. O governo conseguiu uma suplementação de R$ 24 milhões, depois de cinco solicitações formais. No mês passado, os R$ 145 milhões se esgotaram. 9. Estive no posto da PF no dia em que a medida foi anunciada. Vou receber meu documento? Sim. Quem completou todo o trâmite burocrático realizado nos postos de emissão até aquele dia receberá o passaporte normalmente. 10. Já havia agendado o atendimento pela internet. O que devo fazer? Seguir o trâmite normalmente, comparecendo ao posto da PF no horário previsto. Ainda não há, porém, data prevista para a entrega do documento. 11. Posso agendar hoje um atendimento para solicitar meu passaporte? Sim. O agendamento on-line e o atendimento nos postos da PF pelo país continuaram funcionando. O que foi comprometido foi a confecção do documento. 12. Pessoas que precisam viajar emergencialmente foram afetadas? Não. A emissão do passaporte de emergência, para situações não previstas com antecedência, não foi suspensa. É preciso preencher o formulário eletrônico de solicitação, mas não é necessário agendar o atendimento. Basta ir a algum posto que emita esse tipo de passaporte e comprovar o motivo da viagem. * Passaporte comum Custo: R$ 257, 25 Emissão: até 45 dias úteis, segundo a Casa da Moeda; atendentes falam em até 120 dias Duração: 10 anos Quem pode pedir: qualquer cidadão brasileiro que não tenha problemas com o fisco, a Justiça, a Justiça Eleitoral ou o Exército Passaporte 'express' (comum em caráter de urgência) Custo: R$ 334,42 (R$ 77,17 são da 'taxa de urgência') Emissão: até 4 dias úteis, segundo a PF; atendentes falam em 20 dias Duração: 10 anos Quem pode pedir: qualquer pessoa com viagem marcada para os próximos 4 meses; é necessário levar as passagens para comprovação Passaporte de emergência Custo: R$ 334,42 Emissão: até 24 horas Duração: 1 ano Pode ser pedido em caso de: catástrofes naturais, conflitos armados, motivos de saúde, necessidade do trabalho, ajuda humanitária, interesse da administração pública, entre outros (com necessidade de comprovação) * 1. Preencha o formulário eletrônico de solicitação; ao final, será emitida a Guia de Recolhimento da União (GRU) 2. Pague a GRU antes da data de vencimento 3. Após a compensação do pagamento (que pode ocorrer em 2 a 3 dias), agende um atendimento presencial em um dos postos da PF que emitem passaporte 4. Compareça ao local no dia e horário agendados, com a documentação exigida (leia abaixo), o boleto GRU e os comprovantes do pagamento e do agendamento DOCUMENTOS EXIGIDOS - Identidade - CPF - Título de Eleitor e comprovantes de votação da última eleição - Passaporte anterior válido, se houver - Para homens, comprovante de quitação com o serviço militar - Para os naturalizados, certificado de naturalização ONDE SOLICITAR Os passaportes comuns podem ser solicitados em unidades da PF de todo o pais. Nos Estado de SP e RJ, os de emergência podem ser obtidos nas seguintes unidades: Superintendência Regional da PF R. Hugo D'Antola, 95, Lapa de Baixo Tel: (11) 3538-5000 / 3538-5930 Delegacia do Aeroporto Internacional de Cumbica Rod. Hélio Smith, s/n, Guarulhos - Terminal 3, piso T, desembarque Tel: (11) 2445-2780 / 2445-2212 [email protected] Unidade de Polícia no Aeroporto Internacional de Viracopos Edifício Garagem (em frente ao Terminal 1) Tel: (19) 3795-8235 / 3725-5092 Polícia Federal em Ribeirão Preto Shopping Iguatemi - Av. Luiz Eduardo de Toledo Prado, 900 - Ribeirão Preto Tel: (16) 3602-7390 [email protected] Delegacia de Santos R. Riachelo, 27, Centro - Santos Tel: (13) 3213-1800 [email protected] Aeroporto Internacional Galeão Av. Vinte de Janeiro, s/n, Ilha do Governador - Terminal 1, setor vermelho Tel: 194 Para dúvidas específicas, consulte o site da PF
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cotidiano
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PF aguarda liberação de recurso para retomar emissão de passaportesO Ministério do Planejamento afirmou que vai autorizar nesta sexta-feira (21) o repasse de recursos à Polícia Federal para que o serviço de emissão de passaportes seja retomado no país. Com o envio dos recursos, a informação do Palácio do Planalto é de que a situação deve ser normalizada no mesmo dia, mas o Ministério da Justiça, a quem a Polícia Federal é subordinada, não estabelece uma data exata. Pelo trâmite, após a publicação pelo Ministério do Planejamento da portaria que amplia o limite orçamentário, o novo valor é atualizado no sistema de administração financeira, o que o disponibiliza à Polícia Federal A impressão foi interrompida em 27 de junho e, em 13 de julho, o Poder Legislativo aprovou a autorização de verba extra para a confecção do documento. O presidente Michel Temer, no entanto, só a sancionou nesta quarta-feira (19), após a demora do envio pelo Senado Federal. Para tirar o passaporte, o cidadão paga uma taxa de R$ 257,25. Esse valor vai para uma conta no Banco do Brasil e fica em um fundo, chamado Funapol, criado em 1997, e administrado por um conselho gestor encabeçado pela PF. A Polícia Federal, no entanto, não tem autonomia para decidir sobre quanto pode gastar desses recursos, pois eles compõem as receitas que vão para o caixa único do Tesouro Nacional e não são imunes ao bloqueio de despesas governamentais. O governo arrecadou no ano passado R$ 578 milhões com a emissão de passaportes. Boa parte desse recurso, porém, não foi empregada no serviço prestado pela Polícia Federal. * 27.jun Polícia Federal suspende a emissão de passaportes por tempo indeterminado, alegando falta de recursos 28.jun Ministério do Planejamento envia ao Congresso pedido para repassar R$ 102 milhões ao Ministério da Justiça para normalizar o serviço 13.jul Congresso aprova crédito, mas texto permanece na Casa 18.jul Projeto é enviado ao Planalto 19.jul Temer o sanciona Próximos passos, esperados para no máximo sexta (21) - Texto é publicado no "Diário Oficial" da União - Ministério do Planejamento autoriza o repasse ao Ministério da Justiça - Ministério da Justiça destina a verba à PF - Emissão de passaportes é normalizada - 1. Qual serviço a Polícia Federal suspendeu? A impressão de novos passaportes, a partir das 22h do dia 27 de junho. Isso significa que, há quase um mês, eles não estão sendo confeccionados. 2. Por que a PF tomou essa decisão? Segundo a instituição, os gastos com emissão de documentos e controle migratório atingiram o limite previsto na lei orçamentária. De forma geral, não falta dinheiro à PF, mas o órgão não tem permissão para realocar outras verbas para esse serviço. Com isso, não consegue renovar o contrato com a Casa da Moeda, que confecciona o passaporte. 3. O que já foi feito para reverter a situação? O governo alterou o Orçamento, garantindo mais dinheiro à impressão de passaportes. Para isso, enviou um projeto de lei ao Legislativo pedindo verba extra de R$ 102 milhões à atividade. O crédito foi aprovado pelo Congresso e, após ficar preso na Casa por cinco dias, foi enviado ao Planalto e sancionado por Temer nesta quarta (19). 4. O que falta fazer para que o serviço seja regularizado? Após o texto ser publicado no "Diário Oficial" da União, o Ministério do Planejamento deve autorizar o repasse da verba ao Ministério da Justiça, que vai destiná-la à PF. O serviço, então, será normalizado. 5. Qual é o prazo para que isso aconteça? O governo espera que a impressão do documento volte à normalidade até sexta (21). 6. Não foi previsto que o dinheiro acabaria? Sim, a PF já tinha avisado aos ministérios da Justiça e do Planejamento que faltariam recursos para passaportes. Só neste ano, foram enviados ao menos nove pedidos de verbas às duas pastas. 7. A taxa que pagamos pelo passaporte não é suficiente para a sua confecção? A taxa de R$ 257 não vai diretamente à PF. Vai para uma conta no Banco do Brasil e fica num fundo, chamado Funapol. A polícia não tem autonomia para decidir quanto vai gastar desses recursos, pois eles compõem as receitas que vão para o caixa único do Tesouro e não são imunes ao bloqueio de despesas do governo. Veja abaixo: 8. Como a situação chegou a esse ponto? No meio do ano passado, na discussão do Orçamento de 2017, o valor solicitado pela PF foi de R$ 248 milhões. O governo autorizou, porém, R$ 121 milhões –o que não era considerado suficiente. Em maio, o dinheiro acabou. O governo conseguiu uma suplementação de R$ 24 milhões, depois de cinco solicitações formais. No mês passado, os R$ 145 milhões se esgotaram. 9. Estive no posto da PF no dia em que a medida foi anunciada. Vou receber meu documento? Sim. Quem completou todo o trâmite burocrático realizado nos postos de emissão até aquele dia receberá o passaporte normalmente. 10. Já havia agendado o atendimento pela internet. O que devo fazer? Seguir o trâmite normalmente, comparecendo ao posto da PF no horário previsto. Ainda não há, porém, data prevista para a entrega do documento. 11. Posso agendar hoje um atendimento para solicitar meu passaporte? Sim. O agendamento on-line e o atendimento nos postos da PF pelo país continuaram funcionando. O que foi comprometido foi a confecção do documento. 12. Pessoas que precisam viajar emergencialmente foram afetadas? Não. A emissão do passaporte de emergência, para situações não previstas com antecedência, não foi suspensa. É preciso preencher o formulário eletrônico de solicitação, mas não é necessário agendar o atendimento. Basta ir a algum posto que emita esse tipo de passaporte e comprovar o motivo da viagem. * Passaporte comum Custo: R$ 257, 25 Emissão: até 45 dias úteis, segundo a Casa da Moeda; atendentes falam em até 120 dias Duração: 10 anos Quem pode pedir: qualquer cidadão brasileiro que não tenha problemas com o fisco, a Justiça, a Justiça Eleitoral ou o Exército Passaporte 'express' (comum em caráter de urgência) Custo: R$ 334,42 (R$ 77,17 são da 'taxa de urgência') Emissão: até 4 dias úteis, segundo a PF; atendentes falam em 20 dias Duração: 10 anos Quem pode pedir: qualquer pessoa com viagem marcada para os próximos 4 meses; é necessário levar as passagens para comprovação Passaporte de emergência Custo: R$ 334,42 Emissão: até 24 horas Duração: 1 ano Pode ser pedido em caso de: catástrofes naturais, conflitos armados, motivos de saúde, necessidade do trabalho, ajuda humanitária, interesse da administração pública, entre outros (com necessidade de comprovação) * 1. Preencha o formulário eletrônico de solicitação; ao final, será emitida a Guia de Recolhimento da União (GRU) 2. Pague a GRU antes da data de vencimento 3. Após a compensação do pagamento (que pode ocorrer em 2 a 3 dias), agende um atendimento presencial em um dos postos da PF que emitem passaporte 4. Compareça ao local no dia e horário agendados, com a documentação exigida (leia abaixo), o boleto GRU e os comprovantes do pagamento e do agendamento DOCUMENTOS EXIGIDOS - Identidade - CPF - Título de Eleitor e comprovantes de votação da última eleição - Passaporte anterior válido, se houver - Para homens, comprovante de quitação com o serviço militar - Para os naturalizados, certificado de naturalização ONDE SOLICITAR Os passaportes comuns podem ser solicitados em unidades da PF de todo o pais. Nos Estado de SP e RJ, os de emergência podem ser obtidos nas seguintes unidades: Superintendência Regional da PF R. Hugo D'Antola, 95, Lapa de Baixo Tel: (11) 3538-5000 / 3538-5930 Delegacia do Aeroporto Internacional de Cumbica Rod. Hélio Smith, s/n, Guarulhos - Terminal 3, piso T, desembarque Tel: (11) 2445-2780 / 2445-2212 [email protected] Unidade de Polícia no Aeroporto Internacional de Viracopos Edifício Garagem (em frente ao Terminal 1) Tel: (19) 3795-8235 / 3725-5092 Polícia Federal em Ribeirão Preto Shopping Iguatemi - Av. Luiz Eduardo de Toledo Prado, 900 - Ribeirão Preto Tel: (16) 3602-7390 [email protected] Delegacia de Santos R. Riachelo, 27, Centro - Santos Tel: (13) 3213-1800 [email protected] Aeroporto Internacional Galeão Av. Vinte de Janeiro, s/n, Ilha do Governador - Terminal 1, setor vermelho Tel: 194 Para dúvidas específicas, consulte o site da PF
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Etanol perde participação no consumo de combustíveis em 2016
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A participação do etanol hidratado no consumo de combustíveis caiu neste ano em relação a 2015. Em julho, o percentual recuou para 21,1% do consumo dentro do ciclo Otto (etanol e gasolina), ante 24,1% em igual mês do ano passado. A desaceleração econômica fez o consumo de combustível cair 3,3% no ano, pesando mais sobre o etanol hidratado do que sobre a gasolina. O consumo do hidratado, que era de 1,55 bilhão de litros em julho de 2015 –e chegou a atingir 1,75 bilhão em outubro–, ficou em 1,31 bilhão no mês passado. A queda foi de 15,5%. Já o consumo de gasolina ficou estável. Esse recuo só não foi maior porque os Estados que adotam uma tributação diferenciada para o álcool tiveram quedas menores. É o caso de São Paulo, cuja desaceleração do consumo foi de 7% nesta safra, bem abaixo da média do país. No mês passado, o con- sumo de etanol apresen- tou recuperação na comparação com junho ao subir 4%, conforme dados da ANP. PREÇOS A principal razão para a participação menor do hidratado são os preços. O litro de etanol hidrata- do sai da porta das usinas, neste mês, com alta de 32% em relação aos valores de um ano atrás, conforme acom- panhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Esse recuo de consumo mostra que, apesar dos pontos positivos da utilização do derivado de cana, o preço é o que interfere na decisão da maioria dos consumidores. Mas isso não vale só para os consumidores. As usinas também optaram por uma oferta maior de açúcar neste ano. Enquanto a produção de etanol hidratado caiu 1,3% nesta safra (abril a julho), a de açúcar subiu 26,1% na região centro-sul, conforme dados da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar). O cenário deste ano, devido à oferta mundial de açúcar menor do que a demanda, é bem diferente. As negociações do produto estão com preços acima de 20 centavos de dólar por libra-peso em Nova York, o dobro dos de há um ano. TRATOR MOVIDO A BIOMETANO Em até cinco anos, os produtores agrícolas fecharão mais um círculo de produção e de custos dentro da própria porteira da fazenda. Deverá entrar em operação comercial um trator movido a biometano, um combustível limpo e sustentável. Por ora um protótipo, o trator está sendo desenvolvido pela New Holland e será testado pela Itaipu Binacional. O combustível para o novo trator poderá ser feito pelo próprio produtor, utilizando dejetos de animais ou restos de biomassa. Com um biodigestor, o agricultor poderá produzir biogás bruto, que, após filtrado, passa a ser biometano. Além de produzir o próprio combustível, o produtor poderá utilizar os resíduos sólidos que resultam dessa operação na própria lavoura. O preço desse trator ainda não foi definido e deverá levar em consideração os resultados dos testes finais. * Recuperados - A produção de café da Colômbia parece recuperada. A colheita dos últimos 12 meses, até julho, rendeu 14,1 milhões de sacas, 8% mais do que em igual período anterior. Ao porto - O aumento de produção recolocou a Colômbia com mais força no mercado externo. As exportações acumuladas em 12 meses, até junho, somam 12,9 milhões de sacas, 12% mais do que em período anterior. Dias difíceis - Os dados são da Federação dos Produtores de Café da Colômbia, entidade que apresentava dias difíceis na produção de 2009 a 2011, quando a safra ficou abaixo de 8 milhões de sacas por ano. Mais por menos - O volume exportado de carne bovina pela Argentina foi menor neste ano do que no anterior. Mas as receitas, segundo o IPCVA (um instituto de promoção da carne), subiram. Quanto saiu - O volume embarcado caiu, de janeiro a julho, 13%. Já os preços subiram 7%.
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Etanol perde participação no consumo de combustíveis em 2016A participação do etanol hidratado no consumo de combustíveis caiu neste ano em relação a 2015. Em julho, o percentual recuou para 21,1% do consumo dentro do ciclo Otto (etanol e gasolina), ante 24,1% em igual mês do ano passado. A desaceleração econômica fez o consumo de combustível cair 3,3% no ano, pesando mais sobre o etanol hidratado do que sobre a gasolina. O consumo do hidratado, que era de 1,55 bilhão de litros em julho de 2015 –e chegou a atingir 1,75 bilhão em outubro–, ficou em 1,31 bilhão no mês passado. A queda foi de 15,5%. Já o consumo de gasolina ficou estável. Esse recuo só não foi maior porque os Estados que adotam uma tributação diferenciada para o álcool tiveram quedas menores. É o caso de São Paulo, cuja desaceleração do consumo foi de 7% nesta safra, bem abaixo da média do país. No mês passado, o con- sumo de etanol apresen- tou recuperação na comparação com junho ao subir 4%, conforme dados da ANP. PREÇOS A principal razão para a participação menor do hidratado são os preços. O litro de etanol hidrata- do sai da porta das usinas, neste mês, com alta de 32% em relação aos valores de um ano atrás, conforme acom- panhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Esse recuo de consumo mostra que, apesar dos pontos positivos da utilização do derivado de cana, o preço é o que interfere na decisão da maioria dos consumidores. Mas isso não vale só para os consumidores. As usinas também optaram por uma oferta maior de açúcar neste ano. Enquanto a produção de etanol hidratado caiu 1,3% nesta safra (abril a julho), a de açúcar subiu 26,1% na região centro-sul, conforme dados da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar). O cenário deste ano, devido à oferta mundial de açúcar menor do que a demanda, é bem diferente. As negociações do produto estão com preços acima de 20 centavos de dólar por libra-peso em Nova York, o dobro dos de há um ano. TRATOR MOVIDO A BIOMETANO Em até cinco anos, os produtores agrícolas fecharão mais um círculo de produção e de custos dentro da própria porteira da fazenda. Deverá entrar em operação comercial um trator movido a biometano, um combustível limpo e sustentável. Por ora um protótipo, o trator está sendo desenvolvido pela New Holland e será testado pela Itaipu Binacional. O combustível para o novo trator poderá ser feito pelo próprio produtor, utilizando dejetos de animais ou restos de biomassa. Com um biodigestor, o agricultor poderá produzir biogás bruto, que, após filtrado, passa a ser biometano. Além de produzir o próprio combustível, o produtor poderá utilizar os resíduos sólidos que resultam dessa operação na própria lavoura. O preço desse trator ainda não foi definido e deverá levar em consideração os resultados dos testes finais. * Recuperados - A produção de café da Colômbia parece recuperada. A colheita dos últimos 12 meses, até julho, rendeu 14,1 milhões de sacas, 8% mais do que em igual período anterior. Ao porto - O aumento de produção recolocou a Colômbia com mais força no mercado externo. As exportações acumuladas em 12 meses, até junho, somam 12,9 milhões de sacas, 12% mais do que em período anterior. Dias difíceis - Os dados são da Federação dos Produtores de Café da Colômbia, entidade que apresentava dias difíceis na produção de 2009 a 2011, quando a safra ficou abaixo de 8 milhões de sacas por ano. Mais por menos - O volume exportado de carne bovina pela Argentina foi menor neste ano do que no anterior. Mas as receitas, segundo o IPCVA (um instituto de promoção da carne), subiram. Quanto saiu - O volume embarcado caiu, de janeiro a julho, 13%. Já os preços subiram 7%.
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Matança em Manaus põe gestão privada de presídios em xeque
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O fato de a administração do presídio de Manaus palco de 56 mortes ser de uma empresa privada reacendeu a discussão dos modelos de gestão das penitenciárias do país. Alardeada como alternativa à falência do sistema carcerário, a gestão privada tem vantagens e desvantagens, mas está longe de ser solução mágica, dizem especialistas. Dados de 2014 do Depen, Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça, apontam que 34 (3%) das mais de mil unidades prisionais brasileiras são em modelo de cogestão e que 18 (1,4%) são geridas por PPPs (parcerias público-privadas). Na cogestão, a unidade é construída pelo Estado, que mantém a direção e a segurança externa, enquanto a empresa provém a segurança interna, a alimentação e a hotelaria (limpeza, roupas de cama e banho e uniformes). Na PPP, a unidade é construída e administrada pela iniciativa privada. Defensores desses modelos apontam que tragédias ocorrem ainda em maior número nos presídios estatais e que a eficiência da gestão privada depende do contrato feito com o poder público, bem como do monitoramento de metas. Os críticos avaliam que esse modelo é inconstitucional, porque a punição é prerrogativa do Estado, e citam problemas de administrações que só almejam lucro, e não ressocialização de presos. "O Depen não estimula essas alternativas de gestão, mas entende que ela é uma saída para Estados que, por questões fiscais, estão limitados para contratar pessoal", afirma Marco Antônio Severo, diretor do Depen. Segundo ele, ainda que os custos sejam maiores nos formatos de cogestão e PPP, como não incidem sobre os gastos com pessoal das máquinas públicas, limitados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, esses modelos podem ser opção para alguns Estados. No Paraná, pioneiro em PPPs no sistema prisional em 1999, as unidades foram reestatizadas em 2006. "Do ponto de vista financeiro, as PPPs são inviáveis para nós porque o custo-preso fica muito alto", diz Luiz Alberto Cartaxo, diretor do Depen do Estado. O custo médio por preso lá é de R$ 3.300. As propostas da iniciativa privada elevavam esse valor para mais de R$ 5.000. "Cogitamos agora a terceirização de serviços de menor importância", afirma. Para Regina Pacheco, coordenadora do mestrado em gestão e políticas públicas da FGV-SP, "existe PPP que dá certo e PPP que dá errado". Em Pernambuco, por exemplo, uma PPP celebrada em 2009 para a construção do centro penitenciário de Itaquitinga, na Zona da Mata, para 3.000 presos, foi extinta depois que a empresa responsável pela construção do complexo faliu. A obra permanece abandonada. No mesmo ano, foi celebrada uma PPP mineira que deu origem a um complexo em Ribeirão das Neves –apontado por defensores como exemplo de sucesso do modelo. O contrato especifica, por exemplo, que o ganho da empresa é por vaga, e não por preso, o que proíbe a superlotação. Motins e fugas impactam negativamente na remuneração da empresa, enquanto o número de presos estudando tem impacto positivo. "Precisa fazer um bom contrato e ter um verificador independente para monitorar diariamente seu cumprimento", avalia Pacheco. PROBLEMAS Nas penitenciárias geridas por PPPs, há impacto crucial no fato de presos ligados a facções não serem enviados para lá. "A coisa se torna mais fácil, e sobra problema para os presídios do Estado", diz Severo, do Depen nacional. Para Valdir João Silveira, padre coordenador nacional da Pastoral Carcerária, este seria o principal motivo para o índice de reincidência criminal inferior à média nacional. "Trata-se de propaganda enganosa." A Pastoral produziu em 2014 um relatório sobre unidades geridas por PPPs que aponta que, apesar de haver melhor qualidade nas instalações e nos serviços de saúde, presos dessas unidades citam rigidez disciplinar e falta de água e de alimentos. O pesquisador Ítalo Lima, da Universidade Federal do Amazonas, viu de perto o impacto da terceirização nos presídios administrados pela Umanizzare no Estado. "A empresa foi contratada para resolver o problema de falência do sistema prisional, mas o trabalho do agente penitenciário foi precarizado." O contingente de funcionários, mal remunerados e sem treinamento, é baixo, o que piorou a segurança interna das prisões, com denúncias de tortura, diz Lima. "Agora, vivemos a falência do sistema já privatizado, cuja solução não será de curto prazo." O custo que o Estado do Amazonas tem com seus presos em unidades geridas pela iniciativa privada é quase o dobro da média nacional. Segundo dados do governo Estadual do Amazonas, no ano de 2016, foram pagos R$ 301 milhões à Umanizzare por serviços em seis presídios no Estado. No Amazonas, a empresa tem sob sua responsabilidade 6.099 detentos, o que representa um custo médio de R$ 4.112 ao mês. Isso sem levar em conta os investimentos do próprio Estado nos presídios. No Amazonas, a empresa tem sob sua responsabilidade 6.099 detentos, o que representa um custo médio de R$ 4.112 ao mês. Isso sem levar em conta os investimentos do próprio Estado nos presídios.
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cotidiano
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Matança em Manaus põe gestão privada de presídios em xequeO fato de a administração do presídio de Manaus palco de 56 mortes ser de uma empresa privada reacendeu a discussão dos modelos de gestão das penitenciárias do país. Alardeada como alternativa à falência do sistema carcerário, a gestão privada tem vantagens e desvantagens, mas está longe de ser solução mágica, dizem especialistas. Dados de 2014 do Depen, Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça, apontam que 34 (3%) das mais de mil unidades prisionais brasileiras são em modelo de cogestão e que 18 (1,4%) são geridas por PPPs (parcerias público-privadas). Na cogestão, a unidade é construída pelo Estado, que mantém a direção e a segurança externa, enquanto a empresa provém a segurança interna, a alimentação e a hotelaria (limpeza, roupas de cama e banho e uniformes). Na PPP, a unidade é construída e administrada pela iniciativa privada. Defensores desses modelos apontam que tragédias ocorrem ainda em maior número nos presídios estatais e que a eficiência da gestão privada depende do contrato feito com o poder público, bem como do monitoramento de metas. Os críticos avaliam que esse modelo é inconstitucional, porque a punição é prerrogativa do Estado, e citam problemas de administrações que só almejam lucro, e não ressocialização de presos. "O Depen não estimula essas alternativas de gestão, mas entende que ela é uma saída para Estados que, por questões fiscais, estão limitados para contratar pessoal", afirma Marco Antônio Severo, diretor do Depen. Segundo ele, ainda que os custos sejam maiores nos formatos de cogestão e PPP, como não incidem sobre os gastos com pessoal das máquinas públicas, limitados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, esses modelos podem ser opção para alguns Estados. No Paraná, pioneiro em PPPs no sistema prisional em 1999, as unidades foram reestatizadas em 2006. "Do ponto de vista financeiro, as PPPs são inviáveis para nós porque o custo-preso fica muito alto", diz Luiz Alberto Cartaxo, diretor do Depen do Estado. O custo médio por preso lá é de R$ 3.300. As propostas da iniciativa privada elevavam esse valor para mais de R$ 5.000. "Cogitamos agora a terceirização de serviços de menor importância", afirma. Para Regina Pacheco, coordenadora do mestrado em gestão e políticas públicas da FGV-SP, "existe PPP que dá certo e PPP que dá errado". Em Pernambuco, por exemplo, uma PPP celebrada em 2009 para a construção do centro penitenciário de Itaquitinga, na Zona da Mata, para 3.000 presos, foi extinta depois que a empresa responsável pela construção do complexo faliu. A obra permanece abandonada. No mesmo ano, foi celebrada uma PPP mineira que deu origem a um complexo em Ribeirão das Neves –apontado por defensores como exemplo de sucesso do modelo. O contrato especifica, por exemplo, que o ganho da empresa é por vaga, e não por preso, o que proíbe a superlotação. Motins e fugas impactam negativamente na remuneração da empresa, enquanto o número de presos estudando tem impacto positivo. "Precisa fazer um bom contrato e ter um verificador independente para monitorar diariamente seu cumprimento", avalia Pacheco. PROBLEMAS Nas penitenciárias geridas por PPPs, há impacto crucial no fato de presos ligados a facções não serem enviados para lá. "A coisa se torna mais fácil, e sobra problema para os presídios do Estado", diz Severo, do Depen nacional. Para Valdir João Silveira, padre coordenador nacional da Pastoral Carcerária, este seria o principal motivo para o índice de reincidência criminal inferior à média nacional. "Trata-se de propaganda enganosa." A Pastoral produziu em 2014 um relatório sobre unidades geridas por PPPs que aponta que, apesar de haver melhor qualidade nas instalações e nos serviços de saúde, presos dessas unidades citam rigidez disciplinar e falta de água e de alimentos. O pesquisador Ítalo Lima, da Universidade Federal do Amazonas, viu de perto o impacto da terceirização nos presídios administrados pela Umanizzare no Estado. "A empresa foi contratada para resolver o problema de falência do sistema prisional, mas o trabalho do agente penitenciário foi precarizado." O contingente de funcionários, mal remunerados e sem treinamento, é baixo, o que piorou a segurança interna das prisões, com denúncias de tortura, diz Lima. "Agora, vivemos a falência do sistema já privatizado, cuja solução não será de curto prazo." O custo que o Estado do Amazonas tem com seus presos em unidades geridas pela iniciativa privada é quase o dobro da média nacional. Segundo dados do governo Estadual do Amazonas, no ano de 2016, foram pagos R$ 301 milhões à Umanizzare por serviços em seis presídios no Estado. No Amazonas, a empresa tem sob sua responsabilidade 6.099 detentos, o que representa um custo médio de R$ 4.112 ao mês. Isso sem levar em conta os investimentos do próprio Estado nos presídios. No Amazonas, a empresa tem sob sua responsabilidade 6.099 detentos, o que representa um custo médio de R$ 4.112 ao mês. Isso sem levar em conta os investimentos do próprio Estado nos presídios.
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Estátuas de Donald Trump nu movimentam cidades americanas
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Uma estátua de Donald Trump nu, com a barriga saliente e cabelo loiro, provocou muitos risos em Nova York nesta quinta-feira (18) antes de ser removida por guardas de um parque. Com as mãos cruzadas em cima da barriga, a estátua foi colocada na Union Square, chamando atenção ao longo da movimentada rua. O Indecline, um coletivo de ativistas, lançou um vídeo em seu site mostrando a controversa estátua do candidato republicano nu sendo feita, chamando o trabalho de "O Imperador Não Tem Culhões". O grupo de ativistas disse esperar que Trump "nunca seja colocado na posição política e militar mais poderosa do mundo". As estátuas também foram colocadas em outras cidades americanas, como São Francisco e Seattle, informou o Indecline. Mas o departamento de parques e recreação de Nova York se mostrou indiferente ao ato. Os guardas arrancaram a estátua e, em seguida, usado pás para destruir a base, retiraram a plataforma de metal do chão. "O parque removeu a estátua", disse à AFP um porta-voz do departamento. "A instalação de qualquer estrutura em um parque da cidade que não tenha sido aprovada é ilegal." Durante a manhã, transeuntes paravam para tirar fotografias, posavam para selfies ou apenas riam da representação do bilionário de Nova York. "Foi muito divertido. Todo mundo está rindo e tirando fotos", disse Rahshawn Gilmore, 22, que trabalha em uma loja próxima. "Foi maravilhoso". Gilmore disse que não achou ofensivo, mas admitiu que algumas crianças poderiam estar "perambulado por lá". Peri Fisher, 48, representante de uma empresa de eletrônicos, disse que ficou satisfeita ao ver um político masculino, "pra variar", sendo julgado por sua aparência e criticou a decisão de retirar a estátua. "Pessoalmente eu acho que Trump é louco e não serve para ser presidente, não que Hillary Clinton [rival democrata] sirva muito, mas ela é o mal menor", disse. "Certo ou errado as pessoas devem ter o direito de colocar isso lá. Ele é uma figura pública —figuras públicas estão sujeitas a serem zombadas. Isso foi uma piada. É apenas uma parte do 'american way of life'", acrescentou Fisher. A campanha de Trump não quis comentar a colocação das estátuas.
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mundo
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Estátuas de Donald Trump nu movimentam cidades americanasUma estátua de Donald Trump nu, com a barriga saliente e cabelo loiro, provocou muitos risos em Nova York nesta quinta-feira (18) antes de ser removida por guardas de um parque. Com as mãos cruzadas em cima da barriga, a estátua foi colocada na Union Square, chamando atenção ao longo da movimentada rua. O Indecline, um coletivo de ativistas, lançou um vídeo em seu site mostrando a controversa estátua do candidato republicano nu sendo feita, chamando o trabalho de "O Imperador Não Tem Culhões". O grupo de ativistas disse esperar que Trump "nunca seja colocado na posição política e militar mais poderosa do mundo". As estátuas também foram colocadas em outras cidades americanas, como São Francisco e Seattle, informou o Indecline. Mas o departamento de parques e recreação de Nova York se mostrou indiferente ao ato. Os guardas arrancaram a estátua e, em seguida, usado pás para destruir a base, retiraram a plataforma de metal do chão. "O parque removeu a estátua", disse à AFP um porta-voz do departamento. "A instalação de qualquer estrutura em um parque da cidade que não tenha sido aprovada é ilegal." Durante a manhã, transeuntes paravam para tirar fotografias, posavam para selfies ou apenas riam da representação do bilionário de Nova York. "Foi muito divertido. Todo mundo está rindo e tirando fotos", disse Rahshawn Gilmore, 22, que trabalha em uma loja próxima. "Foi maravilhoso". Gilmore disse que não achou ofensivo, mas admitiu que algumas crianças poderiam estar "perambulado por lá". Peri Fisher, 48, representante de uma empresa de eletrônicos, disse que ficou satisfeita ao ver um político masculino, "pra variar", sendo julgado por sua aparência e criticou a decisão de retirar a estátua. "Pessoalmente eu acho que Trump é louco e não serve para ser presidente, não que Hillary Clinton [rival democrata] sirva muito, mas ela é o mal menor", disse. "Certo ou errado as pessoas devem ter o direito de colocar isso lá. Ele é uma figura pública —figuras públicas estão sujeitas a serem zombadas. Isso foi uma piada. É apenas uma parte do 'american way of life'", acrescentou Fisher. A campanha de Trump não quis comentar a colocação das estátuas.
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Procuradoria denuncia Lula, Dilma e Mercadante na Lava Jato
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A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou nesta quarta-feira (6) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante por obstrução de Justiça na Lava Jato. A investigação foi aberta com base na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). O material está em segredo de Justiça. O inquérito foi aberto em 2016 com diferentes frentes de investigação. Uma delas era para apurar se Dilma e Lula tentaram obstruir a Lava Jato por meio da nomeação do ex-presidente para a Casa Civil. Na avaliação dos procuradores, a nomeação de Lula teria ocorrido com o propósito de dar a ele o direito de ser investigado e julgado em foro no Supremo, evitando que o ex-presidente fosse alvo do juiz Sergio Moro –o que representa desvio de finalidade. Os petistas temiam que Moro mandasse prender Lula. Quando pediu a abertura do inquérito, Janot afirmou que antes de Lula ser alvo de condução coercitiva, não havia notícias de que ele fosse ocupar a Casa Civil, apurou a Folha. Janot citou ainda que o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, havia assumido o cargo apenas cinco meses antes e, portanto, a nomeação havia sido uma acomodação político-administrativa em favor de Lula para que ele voltasse a ter foro, apurou a reportagem. Janot mencionou também o envio do termo de posse de Dilma a Lula, o que, para ele, se configurou em "heterodoxia procedimental", e mencionou trechos do discurso de Dilma na posse de Lula, disseram pessoas a par do assunto. MERCADANTE Outra linha de investigação apurava se Dilma e Mercadante tentaram impedir que Delcídio fizesse delação premiada, no fim de 2015. O então senador havia sido preso pela Lava Jato. Seu assessor, Eduardo Marzagão, gravou secretamente uma conversa com Mercadante, ministro de Dilma, que era, na época, um dos mais próximos assessores da ex-presidente. O diálogo revela Mercadante sugerindo a Marzagão que o parlamentar não deveria firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público, o que acabou ocorrendo. No diálogo, Mercadante oferece ajuda financeira e sugere a possibilidade de o então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, ser procurado para atuar pela soltura de Delcídio. Em depoimento, Delcídio disse também que outras pessoas próximas ao PT e ao governo buscaram envolvidos na Lava Jato para convencê-los a não fechar delação premiada. Em relatório recente a Polícia Federal recomendou o desmembramento da investigação para que o caso seja investigado fora do Supremo, no âmbito da Justiça Federal do Distrito Federal, já que não há o envolvimento de pessoas com foro privilegiado, apurou a Folha. FORO A investigação permaneceu no STF depois que Dilma saiu da Presidência por causa de outras pessoas com foro privilegiado: os ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e Francisco Falcão. Uma terceira linha de investigação deste mesmo inquérito apurava se Dilma articulou com os ministros outra forma de atrapalhar a Lava Jato, por meio da nomeação de Ribeiro Dantas. Depois de serem notificados, os denunciados terão 15 dias para oferecer resposta. Caberá então ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), analisar as manifestações e elaborar um relatório para receber ou não a denúncia. Depois, ele vai levar o caso para ser analisado pela segunda turma do STF, composta por outros quatro ministros: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Os ministros podem receber a denúncia total ou parcialmente –e aí os acusados viram réus– ou decidir por arquivar o procedimento. E-MAIL Na denúncia, Janot cita também uma história revelada pela empresária Monica Moura, mulher do marqueteiro do PT, João Santana, sobre dois e-mails que teriam sido criados para para trocar mensagens de forma secreta com Dilma sobre a Lava Jato. Segundo Janot, os e-mails foram utilizados entre agosto de 2015 e fevereiro de 2016. A obstrução das investigações ocorreu com o uso deste e-mail, "especificamente voltado para o repasse de informações cifradas sobre o andamento de investigações sigilosas relacionadas ao casal", que estava sendo investigado, segundo o procurador-geral. Para ele, isso permitiu com que Monica e Santana pudessem se precaver de medidas como busca e apreensão. Janot diz ainda que o casal recebeu recursos ilícitos na campanha presidencial de 2010. Os emails eram [email protected] e [email protected]. Janot diz que 2606 é uma referencia a 26 de junho de 1968, quando o grupo Vanguarda Popular Revolucionaria, do qual Dilma fez parte, praticou atentado em São Paulo, durante a ditadura militar. Janot apresenta sete testemunhas de acusação: Marcelo Odebrecht, Delcídio do Amaral, Monica Moura, Joao Santana –todos delatores da Lava Jato –, José Eduardo Marzagão, Sara Santos (telefonista do Planalto) e Jorge Messias (funcionário que levou o termo de posse para Lula). STJ De acordo com Delcídio, a nomeação de Ribeiro Dantas foi uma maneira de atrapalhar as investigações da Lava Jato. Ele disse que o governo da petista deflagrou uma ofensiva nos tribunais superiores para influenciar nos desdobramentos da Lava Jato e garantir, por exemplo, a liberdade de grandes empreiteiros. A nomeação de Ribeiro Dantas para o STJ faria parte dessa trama, da qual teriam participado ele, Dilma, o empresário Marcelo Odebrecht, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o então presidente do STJ, Francisco Falcão. Cardozo e Falcão teriam auxiliado nessas ações, sob o compromisso de que o novo ministro votasse pela soltura de presos da operação. A Polícia Federal não encontrou indícios de que este crime tenha sido cometido e, no relatório final, isentou o grupo, apurou a reportagem. A PGR pediu o arquivamento dessa investigação, disseram pessoas a par do assunto. OUTRO LADO A ex-presidente Dilma disse por meio de nota que é "lamentável que o chefe do Ministério Público Federal, 24 horas depois de anunciar uma infundada denúncia contra dois ex-presidentes da República e dirigentes do PT por organização criminosa –sem provas ou indícios, baseado exclusivamente em delações sem base factual–, venha propor agora a abertura de uma nova ação penal também sem qualquer fundamento". Para ela, "chama atenção o fato de que a abertura destas ações tenha sido proposta, em rápida sequência, no exato momento em que situações indevidas envolvendo delações premiadas vieram a público e estarrecem a sociedade brasileira". "É espantoso que a nova denúncia se baseie em provas ilegais e nulas, fruto de reconhecida situação abusiva em que conversas da presidenta eleita Dilma Rousseff foram indevidamente interceptadas, divulgadas e descontextualizadas na interpretação do seu real conteúdo. Afronta-se com isso a Constituição e as próprias decisões do STF, que reconheceram a abusividade com que tais provas foram coletadas." Dilma afirma que há "inversão de papéis", pois "os que praticam abusos de direitos e vazamentos ilegais de informações recobertas pelo sigilo legal não são sequer investigados e seus delitos punidos" enquanto "os que são vítimas destas situações abusivas e ilícitas, ao ver do procurador-geral da República, devem ser transformados em réus de uma ação penal". "A presidenta eleita Dilma Rousseff acredita na Justiça. A verdade será restabelecida nos autos dos processos e na história", diz o texto. Em nota, a assessoria de imprensa de Mercadante afirmou que a denúncia "já foi apresentada na Comissão de Ética Pública da Presidência da República que por decisão unânime absolveu integralmente o ex-ministro". "Na decisão, a referida comissão, que é formada por cinco membros, sendo três juízes de carreira, afirma que, nas gravações, não se verifica a tentativa de obstrução de justiça. "Com efeito, as transcrições das conversas que constam do presente processo indicam apenas o oferecimento de auxílio a um colega de partido –gestões políticas junto ao Senado e, após o relato do assessor acerca de dificuldades financeiras sofridas pelo ex-senador, promessa de que 'iria ver' o que poderia ajudar, 'na coisa do advogado'– sem que fique caracterizada conduta ilícita", afirma a decisão do conselheiro-relator, Américo Lacombe, que é ex-desembargador, ex-presidente e ex-corregedor do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)." "Como é de conhecimento público a delação de Delcídio do Amaral está sendo questionada pelo próprio Ministério Público, que já solicitou inclusive anulação de benefícios", diz a nota. Por essas razões, "temos plena convicção, que agora na Justiça, teremos a oportunidade de novamente comprovar que não houve qualquer tentativa de obstrução de Justiça com a consequente absolvição definitiva". LULA Por meio de nota, o ex-presidente Lula refutou as acusações de Janot. "O procurador-geral da República, em atuação afoita e atabalhoada de disparo de denúncias nos últimos dias do seu mandato, decidiu considerar que a nomeação do ex-presidente Lula pela então presidenta Dilma Rousseff para a chefia de sua Casa Civil não se tratava do exercício de suas atribuições de presidenta da República na tentativa de impedir um processo injustificado de impeachment, mas obstrução de justiça", diz o texto. "É importante lembrar que a nomeação como ministro não interrompe processos legais, apenas os transfere para o Supremo Tribunal Federal. Ministros são investigados pelo procurador-geral da República, na época o próprio Rodrigo Janot. Assim, estranhamente, Janot considera que ser investigado por ele mesmo, e julgado pelo Supremo Tribunal Federal, sem possibilidade de recurso a outras instância, seria, estranhamente, uma forma de obstrução de justiça. A nomeação de Lula foi barrada em decisão liminar, mas jamais discutida pelo plenário do Supremo. Posteriormente o tribunal decidiu, quando da nomeação de Moreira Franco como ministro, que não havia impedimento no ato efetuado pelo presidente da República." Para Lula, a denúncia "talvez na busca de gerar algum ruído midiático que encubra questionamentos sobre sua atuação no crepúsculo do seu mandato".
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Procuradoria denuncia Lula, Dilma e Mercadante na Lava JatoA PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou nesta quarta-feira (6) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante por obstrução de Justiça na Lava Jato. A investigação foi aberta com base na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). O material está em segredo de Justiça. O inquérito foi aberto em 2016 com diferentes frentes de investigação. Uma delas era para apurar se Dilma e Lula tentaram obstruir a Lava Jato por meio da nomeação do ex-presidente para a Casa Civil. Na avaliação dos procuradores, a nomeação de Lula teria ocorrido com o propósito de dar a ele o direito de ser investigado e julgado em foro no Supremo, evitando que o ex-presidente fosse alvo do juiz Sergio Moro –o que representa desvio de finalidade. Os petistas temiam que Moro mandasse prender Lula. Quando pediu a abertura do inquérito, Janot afirmou que antes de Lula ser alvo de condução coercitiva, não havia notícias de que ele fosse ocupar a Casa Civil, apurou a Folha. Janot citou ainda que o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, havia assumido o cargo apenas cinco meses antes e, portanto, a nomeação havia sido uma acomodação político-administrativa em favor de Lula para que ele voltasse a ter foro, apurou a reportagem. Janot mencionou também o envio do termo de posse de Dilma a Lula, o que, para ele, se configurou em "heterodoxia procedimental", e mencionou trechos do discurso de Dilma na posse de Lula, disseram pessoas a par do assunto. MERCADANTE Outra linha de investigação apurava se Dilma e Mercadante tentaram impedir que Delcídio fizesse delação premiada, no fim de 2015. O então senador havia sido preso pela Lava Jato. Seu assessor, Eduardo Marzagão, gravou secretamente uma conversa com Mercadante, ministro de Dilma, que era, na época, um dos mais próximos assessores da ex-presidente. O diálogo revela Mercadante sugerindo a Marzagão que o parlamentar não deveria firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público, o que acabou ocorrendo. No diálogo, Mercadante oferece ajuda financeira e sugere a possibilidade de o então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, ser procurado para atuar pela soltura de Delcídio. Em depoimento, Delcídio disse também que outras pessoas próximas ao PT e ao governo buscaram envolvidos na Lava Jato para convencê-los a não fechar delação premiada. Em relatório recente a Polícia Federal recomendou o desmembramento da investigação para que o caso seja investigado fora do Supremo, no âmbito da Justiça Federal do Distrito Federal, já que não há o envolvimento de pessoas com foro privilegiado, apurou a Folha. FORO A investigação permaneceu no STF depois que Dilma saiu da Presidência por causa de outras pessoas com foro privilegiado: os ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e Francisco Falcão. Uma terceira linha de investigação deste mesmo inquérito apurava se Dilma articulou com os ministros outra forma de atrapalhar a Lava Jato, por meio da nomeação de Ribeiro Dantas. Depois de serem notificados, os denunciados terão 15 dias para oferecer resposta. Caberá então ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), analisar as manifestações e elaborar um relatório para receber ou não a denúncia. Depois, ele vai levar o caso para ser analisado pela segunda turma do STF, composta por outros quatro ministros: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Os ministros podem receber a denúncia total ou parcialmente –e aí os acusados viram réus– ou decidir por arquivar o procedimento. E-MAIL Na denúncia, Janot cita também uma história revelada pela empresária Monica Moura, mulher do marqueteiro do PT, João Santana, sobre dois e-mails que teriam sido criados para para trocar mensagens de forma secreta com Dilma sobre a Lava Jato. Segundo Janot, os e-mails foram utilizados entre agosto de 2015 e fevereiro de 2016. A obstrução das investigações ocorreu com o uso deste e-mail, "especificamente voltado para o repasse de informações cifradas sobre o andamento de investigações sigilosas relacionadas ao casal", que estava sendo investigado, segundo o procurador-geral. Para ele, isso permitiu com que Monica e Santana pudessem se precaver de medidas como busca e apreensão. Janot diz ainda que o casal recebeu recursos ilícitos na campanha presidencial de 2010. Os emails eram [email protected] e [email protected]. Janot diz que 2606 é uma referencia a 26 de junho de 1968, quando o grupo Vanguarda Popular Revolucionaria, do qual Dilma fez parte, praticou atentado em São Paulo, durante a ditadura militar. Janot apresenta sete testemunhas de acusação: Marcelo Odebrecht, Delcídio do Amaral, Monica Moura, Joao Santana –todos delatores da Lava Jato –, José Eduardo Marzagão, Sara Santos (telefonista do Planalto) e Jorge Messias (funcionário que levou o termo de posse para Lula). STJ De acordo com Delcídio, a nomeação de Ribeiro Dantas foi uma maneira de atrapalhar as investigações da Lava Jato. Ele disse que o governo da petista deflagrou uma ofensiva nos tribunais superiores para influenciar nos desdobramentos da Lava Jato e garantir, por exemplo, a liberdade de grandes empreiteiros. A nomeação de Ribeiro Dantas para o STJ faria parte dessa trama, da qual teriam participado ele, Dilma, o empresário Marcelo Odebrecht, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o então presidente do STJ, Francisco Falcão. Cardozo e Falcão teriam auxiliado nessas ações, sob o compromisso de que o novo ministro votasse pela soltura de presos da operação. A Polícia Federal não encontrou indícios de que este crime tenha sido cometido e, no relatório final, isentou o grupo, apurou a reportagem. A PGR pediu o arquivamento dessa investigação, disseram pessoas a par do assunto. OUTRO LADO A ex-presidente Dilma disse por meio de nota que é "lamentável que o chefe do Ministério Público Federal, 24 horas depois de anunciar uma infundada denúncia contra dois ex-presidentes da República e dirigentes do PT por organização criminosa –sem provas ou indícios, baseado exclusivamente em delações sem base factual–, venha propor agora a abertura de uma nova ação penal também sem qualquer fundamento". Para ela, "chama atenção o fato de que a abertura destas ações tenha sido proposta, em rápida sequência, no exato momento em que situações indevidas envolvendo delações premiadas vieram a público e estarrecem a sociedade brasileira". "É espantoso que a nova denúncia se baseie em provas ilegais e nulas, fruto de reconhecida situação abusiva em que conversas da presidenta eleita Dilma Rousseff foram indevidamente interceptadas, divulgadas e descontextualizadas na interpretação do seu real conteúdo. Afronta-se com isso a Constituição e as próprias decisões do STF, que reconheceram a abusividade com que tais provas foram coletadas." Dilma afirma que há "inversão de papéis", pois "os que praticam abusos de direitos e vazamentos ilegais de informações recobertas pelo sigilo legal não são sequer investigados e seus delitos punidos" enquanto "os que são vítimas destas situações abusivas e ilícitas, ao ver do procurador-geral da República, devem ser transformados em réus de uma ação penal". "A presidenta eleita Dilma Rousseff acredita na Justiça. A verdade será restabelecida nos autos dos processos e na história", diz o texto. Em nota, a assessoria de imprensa de Mercadante afirmou que a denúncia "já foi apresentada na Comissão de Ética Pública da Presidência da República que por decisão unânime absolveu integralmente o ex-ministro". "Na decisão, a referida comissão, que é formada por cinco membros, sendo três juízes de carreira, afirma que, nas gravações, não se verifica a tentativa de obstrução de justiça. "Com efeito, as transcrições das conversas que constam do presente processo indicam apenas o oferecimento de auxílio a um colega de partido –gestões políticas junto ao Senado e, após o relato do assessor acerca de dificuldades financeiras sofridas pelo ex-senador, promessa de que 'iria ver' o que poderia ajudar, 'na coisa do advogado'– sem que fique caracterizada conduta ilícita", afirma a decisão do conselheiro-relator, Américo Lacombe, que é ex-desembargador, ex-presidente e ex-corregedor do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)." "Como é de conhecimento público a delação de Delcídio do Amaral está sendo questionada pelo próprio Ministério Público, que já solicitou inclusive anulação de benefícios", diz a nota. Por essas razões, "temos plena convicção, que agora na Justiça, teremos a oportunidade de novamente comprovar que não houve qualquer tentativa de obstrução de Justiça com a consequente absolvição definitiva". LULA Por meio de nota, o ex-presidente Lula refutou as acusações de Janot. "O procurador-geral da República, em atuação afoita e atabalhoada de disparo de denúncias nos últimos dias do seu mandato, decidiu considerar que a nomeação do ex-presidente Lula pela então presidenta Dilma Rousseff para a chefia de sua Casa Civil não se tratava do exercício de suas atribuições de presidenta da República na tentativa de impedir um processo injustificado de impeachment, mas obstrução de justiça", diz o texto. "É importante lembrar que a nomeação como ministro não interrompe processos legais, apenas os transfere para o Supremo Tribunal Federal. Ministros são investigados pelo procurador-geral da República, na época o próprio Rodrigo Janot. Assim, estranhamente, Janot considera que ser investigado por ele mesmo, e julgado pelo Supremo Tribunal Federal, sem possibilidade de recurso a outras instância, seria, estranhamente, uma forma de obstrução de justiça. A nomeação de Lula foi barrada em decisão liminar, mas jamais discutida pelo plenário do Supremo. Posteriormente o tribunal decidiu, quando da nomeação de Moreira Franco como ministro, que não havia impedimento no ato efetuado pelo presidente da República." Para Lula, a denúncia "talvez na busca de gerar algum ruído midiático que encubra questionamentos sobre sua atuação no crepúsculo do seu mandato".
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Livro analisa 'léxico da porrada' de manifestações de 2013
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As jornadas de junho de 2013 foram um fenômeno avassalador não só pelas dimensões dos movimentos de massa que varreram o país, mas também (sobretudo?) por sua eclosão inesperada e de fermentação insuspeita. Três anos e um impeachment depois, a despeito do risco de autopsiar uma história ainda viva, surgem tentativas de leitura para além da arena política. É a essa linha que se filia o ensaio "A Forma Bruta dos Protestos - Das Manifestações de Junho de 2013 à Queda de Dilma Rousseff em 2016", de Eugênio Bucci. A obra é um híbrido de capítulos com linguagem mais jornalística e outros com inclinação acadêmica, à feição do autor, acostumado a trafegar por diferentes instâncias. Jornalista, professor da USP, colunista de "O Estado de S. Paulo" e da revista "Época", Bucci também foi presidente da Radiobrás de 2003 a 2007 (governo Lula). O leitor pouco familiarizado com o instrumental teórico próprio da academia pode estranhar, mas não vai se sentir desamparado: a veia jornalística do autor faz o que pode para tornar compreensíveis conceitos intrincados e poucos hospitaleiros (palavras dele), que transitam por linguística, psicanálise, estética, semiótica, filosofia. É a parte mais árida do ensaio, mas a mais instigante e potencialmente controversa. Bucci avalia que as intenções políticas das passeatas de 2013 podem ter sido um aspecto acessório, e não seu motor principal. A hipótese: a emergência tecnológica e social de novas linguagens deu vazão a insatisfações que estavam represadas, não por obra de aparatos repressivos ou da manipulação da informação, mas pela escassez de meios. Com a interconexão, "o levante explodiu". O autor credita parte dessa eclosão a uma mimetização de rebeliões registradas em outras partes do mundo, de Seattle a Frankfurt, da Primavera Árabe à praça Sintagma. O mimetismo explicaria os black blocs, tribo de DNA globalizado, cuja tática seria assimilada não em grupos de doutrinação, mas em vídeos da rede. Nessa perspectiva, sua violência é exercida mais a serviço da performance do que da plataforma política. Não faltam questões relacionadas ao jornalismo. As cenas de depredação exibidas não teriam acabado por emprestar aos black blocs uma aura de delinquência romântica, apesar do discurso de condenação ao vandalismo? Sua conclusão é que sim. Na era do espetáculo, escreve, a "encenação performática de contestação" monopolizou as objetivas, em um processo que mais edulcorou do que desencorajou o quebra-quebra. O ensaio passa ainda pelo divórcio entre os mundos do "Diário Oficial" e o das redes sociais, os atos do impeachment, a queda de Dilma e termina com uma "conclusão em gerúndio". Nada mais apropriado: a ação continua e muita coisa pode mudar. - TRECHO O black bloc, a exemplo do Papai Noel [de shopping], se reproduz por meio de uma cópia imagética, num processo industrial. Quando em ação, segue coreografia mais ou menos estabelecida, [que] faz a delícia dos fotógrafos adestrados [...] Ente da visualidade que se presta a significar o que contesta, foi desenhado pelo olhar domesticado pela indústria que o sintetiza, distribui e consome Extraído de "A Forma Bruta dos Protestos", de Eugênio Bucci * A FORMA BRUTA DOS PROTESTOS AUTOR Eugênio Bucci EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 39,90 (176 págs.)
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Livro analisa 'léxico da porrada' de manifestações de 2013As jornadas de junho de 2013 foram um fenômeno avassalador não só pelas dimensões dos movimentos de massa que varreram o país, mas também (sobretudo?) por sua eclosão inesperada e de fermentação insuspeita. Três anos e um impeachment depois, a despeito do risco de autopsiar uma história ainda viva, surgem tentativas de leitura para além da arena política. É a essa linha que se filia o ensaio "A Forma Bruta dos Protestos - Das Manifestações de Junho de 2013 à Queda de Dilma Rousseff em 2016", de Eugênio Bucci. A obra é um híbrido de capítulos com linguagem mais jornalística e outros com inclinação acadêmica, à feição do autor, acostumado a trafegar por diferentes instâncias. Jornalista, professor da USP, colunista de "O Estado de S. Paulo" e da revista "Época", Bucci também foi presidente da Radiobrás de 2003 a 2007 (governo Lula). O leitor pouco familiarizado com o instrumental teórico próprio da academia pode estranhar, mas não vai se sentir desamparado: a veia jornalística do autor faz o que pode para tornar compreensíveis conceitos intrincados e poucos hospitaleiros (palavras dele), que transitam por linguística, psicanálise, estética, semiótica, filosofia. É a parte mais árida do ensaio, mas a mais instigante e potencialmente controversa. Bucci avalia que as intenções políticas das passeatas de 2013 podem ter sido um aspecto acessório, e não seu motor principal. A hipótese: a emergência tecnológica e social de novas linguagens deu vazão a insatisfações que estavam represadas, não por obra de aparatos repressivos ou da manipulação da informação, mas pela escassez de meios. Com a interconexão, "o levante explodiu". O autor credita parte dessa eclosão a uma mimetização de rebeliões registradas em outras partes do mundo, de Seattle a Frankfurt, da Primavera Árabe à praça Sintagma. O mimetismo explicaria os black blocs, tribo de DNA globalizado, cuja tática seria assimilada não em grupos de doutrinação, mas em vídeos da rede. Nessa perspectiva, sua violência é exercida mais a serviço da performance do que da plataforma política. Não faltam questões relacionadas ao jornalismo. As cenas de depredação exibidas não teriam acabado por emprestar aos black blocs uma aura de delinquência romântica, apesar do discurso de condenação ao vandalismo? Sua conclusão é que sim. Na era do espetáculo, escreve, a "encenação performática de contestação" monopolizou as objetivas, em um processo que mais edulcorou do que desencorajou o quebra-quebra. O ensaio passa ainda pelo divórcio entre os mundos do "Diário Oficial" e o das redes sociais, os atos do impeachment, a queda de Dilma e termina com uma "conclusão em gerúndio". Nada mais apropriado: a ação continua e muita coisa pode mudar. - TRECHO O black bloc, a exemplo do Papai Noel [de shopping], se reproduz por meio de uma cópia imagética, num processo industrial. Quando em ação, segue coreografia mais ou menos estabelecida, [que] faz a delícia dos fotógrafos adestrados [...] Ente da visualidade que se presta a significar o que contesta, foi desenhado pelo olhar domesticado pela indústria que o sintetiza, distribui e consome Extraído de "A Forma Bruta dos Protestos", de Eugênio Bucci * A FORMA BRUTA DOS PROTESTOS AUTOR Eugênio Bucci EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 39,90 (176 págs.)
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Descoberta do inventor do bitcoin pode gerar incerteza no mercado
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As apostas estão altas na caça por Satoshi Nakamoto, a pessoa ou pessoas inventoras da moeda digital bitcoin, não só para quem encontrá-lo primeiro, mas também para o próprio instrumento financeiro. O empreendedor e acadêmico australiano Craig Steven Wright é o candidato da vez, revelado em reportagens da revista "Wired" e do site de notícias "Gizmodo" horas antes de sua casa e escritório em Sidnei terem sido vasculhados pela polícia. Ambas as reportagens disseram que investigações baseadas em e-mails vazados, documentos e outros arquivos apontam fortemente para Wright como sendo a pessoa por trás do pseudônimo Nakamoto. "Ou Wright inventou o bitcoin, ou ele é um brilhante impostor que quer muito que acreditemos que ele inventou", disse a "Wired". Mas a busca pela verdadeira pessoa já enganou diversos jornalistas, mais notoriamente Leah McGrath Goodman, da revista "Newsweek", que identificou um certo Dorian Prentice Satoshi Nakamoto em março de 2014 como sendo o criador do bitcoin. Dorian Nakamoto negou o fato -assim como quase tomo mundo que seria, supostamente, a mente a ter escrito o artigo científico e o software, em 2008, que deu vida ao bitcoin e à tecnologia "blockchain" por trás dele. Desmascarar o Nakamoto real seria significativo para o desenvolvimento futuro do bitcoin e, potencialmente, para seu preço no mercado. Enquanto qualquer mudança no protocolo do bitcoin só pode ser implementada por consenso, o verdadeiro fundador da criptomoeda poderia ter poder de barganha considerável. "O poder decisório [no bitcoin] não repousa em nenhum indivíduo, mas Nakamoto é uma figura tão mítica, que sua aparição poderia ser como a de uma messias para a comunidade", disse Roberto Capodieci, um empreendedor de Cingapura especializado em "blockchain", a tecnologia por trás da criptomoeda. MINERADORES Convencer essa comunidade não é fácil: enquanto o sistema é descentralizado por definição, um grupo de mineradores de bitcoins radicado na China é chave, disse Antony Lewis, um consultor de investimentos em bitcoins de Cingapura. Contrários à moeda tradicional, bitcoins não são distribuídos por um banco central ou lastreados por ativos como ouro, mas são "minerados" por computadores que computam fórmulas crescentemente mais complexas. Mineradores operam conjuntos de computadores que processam transações e criam novas moedas, um negócio que demanda muita energia e que excluiu quase todos, à exceção de alguns atores, do mercado. David Moskowitz, fundador de uma corretora de bitcoins de Cingapura, disse que saber quem é Nakamoto seria significativo porque "as pessoas querem uma voz dominante por trás do bitcoin. Ajudaria a entender o que Satoshi tem em mente". E há o fato de que pesquisadores acreditam que ele ou ela pode estar guardando até um milhão de bitcoins, que, se fossem vendidos hoje, poderiam valer US$ 414 milhões. Se Nakamoto resolvesse vendê-los, ou mesmo se desse um sinal de que pudesse fazê-lo, isso poderia empurrar os preços para baixo, reduzindo o incentivo à mineração, o que provocaria, por sua vez, uma queda ainda mais acentuada de valor, disse Lewis. Por outro lado, Nakamoto poderia reduzir a incerteza assegurando aos usuários de bitcoins que não iria vender sua posição de uma vez só ou, ainda mais drasticamente, fazer algo chamado de "queima" -deletar a moeda enviando-a para endereços para os quais ele ou ela não possui a chave. SENHOR BITCOIN Mesmo se Wright admitisse ser Nakamoto, ele ainda teria que provar. Isso poderia ser feito se ele anunciasse que faria transações com moedas que a comunidade acredita serem dele e então executasse exatamente o que dissesse. Ou assinando uma mensagem com uma das chaves criptográficas usadas em e-mails de Nakamoto quando o bitcoin apareceu. Wright não foi um membro proeminente da comunidade de bitcoins, mas apareceu em vários encontros nos últimos dois anos. Moskowitz, que o conheceu em uma conferência em Cingapura no ano passado, disse que ele era interessante e agradável de conversar. "Ele claramente é inteligente e faz o perfil [de Nakamoto]", disse ele. "Mas isso não significa que ele é o inventor do bitcoin." Indícios dos sentimentos do próprio Wright sobre o desmascaramento de Nakamoto podem ser encontrados no site de perguntas e respostas "Quora". Em setembro, alguém com seu nome e perfil curtiu um comentário de outro usuário de que "enquanto moeda 'para o povo e pelo povo', é provavelmente inteligente que ninguém saiba quem a inventou. É perfeito que Satoshi Nakamoto a tenha inventado e desaparecido".
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Descoberta do inventor do bitcoin pode gerar incerteza no mercadoAs apostas estão altas na caça por Satoshi Nakamoto, a pessoa ou pessoas inventoras da moeda digital bitcoin, não só para quem encontrá-lo primeiro, mas também para o próprio instrumento financeiro. O empreendedor e acadêmico australiano Craig Steven Wright é o candidato da vez, revelado em reportagens da revista "Wired" e do site de notícias "Gizmodo" horas antes de sua casa e escritório em Sidnei terem sido vasculhados pela polícia. Ambas as reportagens disseram que investigações baseadas em e-mails vazados, documentos e outros arquivos apontam fortemente para Wright como sendo a pessoa por trás do pseudônimo Nakamoto. "Ou Wright inventou o bitcoin, ou ele é um brilhante impostor que quer muito que acreditemos que ele inventou", disse a "Wired". Mas a busca pela verdadeira pessoa já enganou diversos jornalistas, mais notoriamente Leah McGrath Goodman, da revista "Newsweek", que identificou um certo Dorian Prentice Satoshi Nakamoto em março de 2014 como sendo o criador do bitcoin. Dorian Nakamoto negou o fato -assim como quase tomo mundo que seria, supostamente, a mente a ter escrito o artigo científico e o software, em 2008, que deu vida ao bitcoin e à tecnologia "blockchain" por trás dele. Desmascarar o Nakamoto real seria significativo para o desenvolvimento futuro do bitcoin e, potencialmente, para seu preço no mercado. Enquanto qualquer mudança no protocolo do bitcoin só pode ser implementada por consenso, o verdadeiro fundador da criptomoeda poderia ter poder de barganha considerável. "O poder decisório [no bitcoin] não repousa em nenhum indivíduo, mas Nakamoto é uma figura tão mítica, que sua aparição poderia ser como a de uma messias para a comunidade", disse Roberto Capodieci, um empreendedor de Cingapura especializado em "blockchain", a tecnologia por trás da criptomoeda. MINERADORES Convencer essa comunidade não é fácil: enquanto o sistema é descentralizado por definição, um grupo de mineradores de bitcoins radicado na China é chave, disse Antony Lewis, um consultor de investimentos em bitcoins de Cingapura. Contrários à moeda tradicional, bitcoins não são distribuídos por um banco central ou lastreados por ativos como ouro, mas são "minerados" por computadores que computam fórmulas crescentemente mais complexas. Mineradores operam conjuntos de computadores que processam transações e criam novas moedas, um negócio que demanda muita energia e que excluiu quase todos, à exceção de alguns atores, do mercado. David Moskowitz, fundador de uma corretora de bitcoins de Cingapura, disse que saber quem é Nakamoto seria significativo porque "as pessoas querem uma voz dominante por trás do bitcoin. Ajudaria a entender o que Satoshi tem em mente". E há o fato de que pesquisadores acreditam que ele ou ela pode estar guardando até um milhão de bitcoins, que, se fossem vendidos hoje, poderiam valer US$ 414 milhões. Se Nakamoto resolvesse vendê-los, ou mesmo se desse um sinal de que pudesse fazê-lo, isso poderia empurrar os preços para baixo, reduzindo o incentivo à mineração, o que provocaria, por sua vez, uma queda ainda mais acentuada de valor, disse Lewis. Por outro lado, Nakamoto poderia reduzir a incerteza assegurando aos usuários de bitcoins que não iria vender sua posição de uma vez só ou, ainda mais drasticamente, fazer algo chamado de "queima" -deletar a moeda enviando-a para endereços para os quais ele ou ela não possui a chave. SENHOR BITCOIN Mesmo se Wright admitisse ser Nakamoto, ele ainda teria que provar. Isso poderia ser feito se ele anunciasse que faria transações com moedas que a comunidade acredita serem dele e então executasse exatamente o que dissesse. Ou assinando uma mensagem com uma das chaves criptográficas usadas em e-mails de Nakamoto quando o bitcoin apareceu. Wright não foi um membro proeminente da comunidade de bitcoins, mas apareceu em vários encontros nos últimos dois anos. Moskowitz, que o conheceu em uma conferência em Cingapura no ano passado, disse que ele era interessante e agradável de conversar. "Ele claramente é inteligente e faz o perfil [de Nakamoto]", disse ele. "Mas isso não significa que ele é o inventor do bitcoin." Indícios dos sentimentos do próprio Wright sobre o desmascaramento de Nakamoto podem ser encontrados no site de perguntas e respostas "Quora". Em setembro, alguém com seu nome e perfil curtiu um comentário de outro usuário de que "enquanto moeda 'para o povo e pelo povo', é provavelmente inteligente que ninguém saiba quem a inventou. É perfeito que Satoshi Nakamoto a tenha inventado e desaparecido".
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Em jantar, Doria se diz leal a Alckmin e nega novamente que vá se candidatar
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O amor estava no ar no jantar que Lucilia Diniz ofereceu na terça (21) ao prefeito João Doria (PSDB-SP) no Jardim Europa, em São Paulo. * "É o amor que eu esperei a vida inteira. E agora ele chegou", disse ela à coluna enquanto recebia convidados ao lado do namorado, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Foi a primeira vez que o novo casal apareceu em público, em uma grande festa. Muitos dos 370 convidados ainda nem sabiam que eles estavam juntos. * "Bem que nós queríamos, mas o Geraldo [Alckmin, governador de São Paulo] vem", dizia uma das pessoas no jantar sobre a possibilidade de alguns dos convidados, próximos do prefeito, lançarem naquela noite o nome de Doria para a Presidência da República em 2018. * "Eu estou apavorado com essa onda", dizia um secretário de Doria sobre o ti-ti-ti em torno da possibilidade de ele atropelar o padrinho político. Alckmin é candidato à Presidência. "Muita gente que estava próxima começou a ficar arisca com o João por causa disso. E ele já disse que não é candidato, ele não quer, o candidato é o governador." * Na hora dos discursos, Lucilia leu um texto cheio de elogios "ao João". E terminou dizendo que ele era a maior promessa de renovação da política nacional. Doria foi rápido. Antes de qualquer reação da plateia, pegou o microfone, agradeceu à anfitriã e afirmou: "O maior nome da política nacional é Geraldo Alckmin". E passou o aparelho ao governador, que então discursou. * Ao pegar o microfone de volta das mãos de Alckmin, o prefeito tirou os sapatos, subiu numa cadeira para ser visto por todos e disparou: "Não sou candidato a nada. Meu candidato à Presidência é Geraldo Alckmin. Aprendi com meu pai a ser [frisando as sílabas] le-al. Lealdade não vai me faltar nunca." * E derramou-se em elogios, chamando o governador de "mestre" e "professor". Alckmin, ao lado, sorria. * Enquanto Doria discursava, Sérgio De Nadai, amigo dele, foi avisado de que o vice-governador, Márcio França (PSB-SP), estava na festa e deveria ser chamado para ficar ao lado de Alckmin. Era alarme falso. Mas a preocupação era evitar uma situação incômoda: o vice quer ser candidato ao governo de SP, cargo para o qual muitos querem lançar o próprio Doria ou algum outro nome do PSDB. * Mais uma saia justa para o prefeito contornar. "Eu não tenho candidato ainda", respondeu ele à Folha ao ser questionado se apoia França. "Não tenho como responder. Eu sou tucano, antes de tudo. Mas ainda é cedo."
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Em jantar, Doria se diz leal a Alckmin e nega novamente que vá se candidatarO amor estava no ar no jantar que Lucilia Diniz ofereceu na terça (21) ao prefeito João Doria (PSDB-SP) no Jardim Europa, em São Paulo. * "É o amor que eu esperei a vida inteira. E agora ele chegou", disse ela à coluna enquanto recebia convidados ao lado do namorado, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Foi a primeira vez que o novo casal apareceu em público, em uma grande festa. Muitos dos 370 convidados ainda nem sabiam que eles estavam juntos. * "Bem que nós queríamos, mas o Geraldo [Alckmin, governador de São Paulo] vem", dizia uma das pessoas no jantar sobre a possibilidade de alguns dos convidados, próximos do prefeito, lançarem naquela noite o nome de Doria para a Presidência da República em 2018. * "Eu estou apavorado com essa onda", dizia um secretário de Doria sobre o ti-ti-ti em torno da possibilidade de ele atropelar o padrinho político. Alckmin é candidato à Presidência. "Muita gente que estava próxima começou a ficar arisca com o João por causa disso. E ele já disse que não é candidato, ele não quer, o candidato é o governador." * Na hora dos discursos, Lucilia leu um texto cheio de elogios "ao João". E terminou dizendo que ele era a maior promessa de renovação da política nacional. Doria foi rápido. Antes de qualquer reação da plateia, pegou o microfone, agradeceu à anfitriã e afirmou: "O maior nome da política nacional é Geraldo Alckmin". E passou o aparelho ao governador, que então discursou. * Ao pegar o microfone de volta das mãos de Alckmin, o prefeito tirou os sapatos, subiu numa cadeira para ser visto por todos e disparou: "Não sou candidato a nada. Meu candidato à Presidência é Geraldo Alckmin. Aprendi com meu pai a ser [frisando as sílabas] le-al. Lealdade não vai me faltar nunca." * E derramou-se em elogios, chamando o governador de "mestre" e "professor". Alckmin, ao lado, sorria. * Enquanto Doria discursava, Sérgio De Nadai, amigo dele, foi avisado de que o vice-governador, Márcio França (PSB-SP), estava na festa e deveria ser chamado para ficar ao lado de Alckmin. Era alarme falso. Mas a preocupação era evitar uma situação incômoda: o vice quer ser candidato ao governo de SP, cargo para o qual muitos querem lançar o próprio Doria ou algum outro nome do PSDB. * Mais uma saia justa para o prefeito contornar. "Eu não tenho candidato ainda", respondeu ele à Folha ao ser questionado se apoia França. "Não tenho como responder. Eu sou tucano, antes de tudo. Mas ainda é cedo."
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Meta fiscal virou 'cheque especial' de R$ 170,5 bilhões, diz Barbosa
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O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa disse neste sábado (21), por meio de nota, que a equipe econômica do governo interino de Michel Temer decidiu ampliar a expectativa de deficit neste ano para que qualquer melhora que aconteça nas contas públicas seja considerada novidade ou avanço. Na sexta-feira (20), o governo Temer anunciou que pedirá ao Congresso autorização para fechar o ano com deficit de R$ 170,5 bilhões. Barbosa disse que os números apresentados na sexta indicam que a meta fiscal se transformou numa espécie de "cheque especial de até R$ 170,5 bilhões que permite uma redução substancial de receitas e um aumento também substancial de despesas e que dificilmente deixará de ser cumprido". O projeto enviado pela equipe de Dilma Rousseff há dois meses previa um deficit de R$ 96,7 bilhões em 2016. A meta em vigor é um superavit de R$ 24 bilhões. Inicialmente, Barbosa havia sido escalado por Dilma para explicar em uma entrevista na segunda-feira (23) as diferenças entre os dados dos dois governos. O evento, no entanto, não acontecerá mais. Na nota, Barbosa disse que a equipe de Temer manteve a estratégia de política fiscal adotada em março, quando o governo Dilma solicitou ao Congresso espaço para acomodar frustrações de receita, pagar investimentos e manter ações emergenciais. "Não causa surpresa que a atual equipe econômica tenha que relançar a mesma proposta fiscal apresentada em março como uma 'novidade', como uma nova era de 'realismo fiscal', diz Barbosa na nota. "Na verdade, o realismo fiscal e a mudança de foco do ajuste fiscal para a reforma fiscal já estão em prática desde o início deste ano. A diferença, agora, é que a equipe econômica decidiu rebaixar excessivamente as expectativas sobre o resultado fiscal para que, de hoje em diante, a adoção de qualquer medida que melhore as finanças públicas, mesmo aquelas já propostas pelo governo no final de 2015 e início de 2016, sejam retratadas como 'novidades' ou 'avanços' por parte do governo interino."
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mercado
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Meta fiscal virou 'cheque especial' de R$ 170,5 bilhões, diz BarbosaO ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa disse neste sábado (21), por meio de nota, que a equipe econômica do governo interino de Michel Temer decidiu ampliar a expectativa de deficit neste ano para que qualquer melhora que aconteça nas contas públicas seja considerada novidade ou avanço. Na sexta-feira (20), o governo Temer anunciou que pedirá ao Congresso autorização para fechar o ano com deficit de R$ 170,5 bilhões. Barbosa disse que os números apresentados na sexta indicam que a meta fiscal se transformou numa espécie de "cheque especial de até R$ 170,5 bilhões que permite uma redução substancial de receitas e um aumento também substancial de despesas e que dificilmente deixará de ser cumprido". O projeto enviado pela equipe de Dilma Rousseff há dois meses previa um deficit de R$ 96,7 bilhões em 2016. A meta em vigor é um superavit de R$ 24 bilhões. Inicialmente, Barbosa havia sido escalado por Dilma para explicar em uma entrevista na segunda-feira (23) as diferenças entre os dados dos dois governos. O evento, no entanto, não acontecerá mais. Na nota, Barbosa disse que a equipe de Temer manteve a estratégia de política fiscal adotada em março, quando o governo Dilma solicitou ao Congresso espaço para acomodar frustrações de receita, pagar investimentos e manter ações emergenciais. "Não causa surpresa que a atual equipe econômica tenha que relançar a mesma proposta fiscal apresentada em março como uma 'novidade', como uma nova era de 'realismo fiscal', diz Barbosa na nota. "Na verdade, o realismo fiscal e a mudança de foco do ajuste fiscal para a reforma fiscal já estão em prática desde o início deste ano. A diferença, agora, é que a equipe econômica decidiu rebaixar excessivamente as expectativas sobre o resultado fiscal para que, de hoje em diante, a adoção de qualquer medida que melhore as finanças públicas, mesmo aquelas já propostas pelo governo no final de 2015 e início de 2016, sejam retratadas como 'novidades' ou 'avanços' por parte do governo interino."
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Polícia e vendedores ambulantes têm confronto violento em Hong Kong
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Dezenas de pessoas ficaram feridas nesta terça-feira (9) em Hong Kong durante um confronto entre a polícia e vendedores ambulantes, no incidente mais grave desde as manifestações pró-democracia em 2014. Segundo as autoridades, cerca de 90 policiais ficaram feridos por estilhaços de vidro e pedras. Dezenas de manifestantes também se feriram no confronto em meio às festas do Ano Novo chinês. A polícia diz ter realizado apenas disparos de advertência, para dispersar os vendedores ambulantes. Imagens da televisão local, contudo, mostraram um agente apontando sua arma para a multidão, que jogava pedras e pedaços de madeira, e queimava latas de lixo. Os enfrentamentos ocorreram em Mongkok, bairro populoso da parte continental de Hong Kong –que também foi epicentro das manifestações de 2014–, e começaram quando a polícia investiu contra os camelôs sem licença para vender. Os moradores locais, militantes contrários à influência de Pequim, começaram a protestar contra a ação policial. Nas redes sociais, os internautas adotaram a expressão "revolução das almôndegas de peixe", em alusão a uma especialidade culinária local muito vendida nas ruas. O chefe da polícia de Hong Kong, Stephen Lo, justificou os disparos de advertência alegando que foram para defender um colega ferido que estava sendo agredido. Segundo a polícia, 54 pessoas foram detidas por perturbar a ordem e agredir policiais. O chefe do governo de Hong Kong, Leung Chun-yin, condenou com firmeza o que chamou de atos de violência. Quatro jornalistas ficaram feridos, segundo a Associação de Jornalistas de Hong Kong. Em 2014, a ex-colônia britânica registrou a crise política mais grave desde sua devolução à China em 1997. Na época, milhares de manifestantes paralisaram vários bairros da cidade para exigir direito a voto para designar o próximo chefe de governo.
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Polícia e vendedores ambulantes têm confronto violento em Hong KongDezenas de pessoas ficaram feridas nesta terça-feira (9) em Hong Kong durante um confronto entre a polícia e vendedores ambulantes, no incidente mais grave desde as manifestações pró-democracia em 2014. Segundo as autoridades, cerca de 90 policiais ficaram feridos por estilhaços de vidro e pedras. Dezenas de manifestantes também se feriram no confronto em meio às festas do Ano Novo chinês. A polícia diz ter realizado apenas disparos de advertência, para dispersar os vendedores ambulantes. Imagens da televisão local, contudo, mostraram um agente apontando sua arma para a multidão, que jogava pedras e pedaços de madeira, e queimava latas de lixo. Os enfrentamentos ocorreram em Mongkok, bairro populoso da parte continental de Hong Kong –que também foi epicentro das manifestações de 2014–, e começaram quando a polícia investiu contra os camelôs sem licença para vender. Os moradores locais, militantes contrários à influência de Pequim, começaram a protestar contra a ação policial. Nas redes sociais, os internautas adotaram a expressão "revolução das almôndegas de peixe", em alusão a uma especialidade culinária local muito vendida nas ruas. O chefe da polícia de Hong Kong, Stephen Lo, justificou os disparos de advertência alegando que foram para defender um colega ferido que estava sendo agredido. Segundo a polícia, 54 pessoas foram detidas por perturbar a ordem e agredir policiais. O chefe do governo de Hong Kong, Leung Chun-yin, condenou com firmeza o que chamou de atos de violência. Quatro jornalistas ficaram feridos, segundo a Associação de Jornalistas de Hong Kong. Em 2014, a ex-colônia britânica registrou a crise política mais grave desde sua devolução à China em 1997. Na época, milhares de manifestantes paralisaram vários bairros da cidade para exigir direito a voto para designar o próximo chefe de governo.
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Fagner homenageia Belchior cantando 'Como Nossos Pais'; veja vídeo
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O cantor cearense Raimundo Fagner postou um vídeo no Instagram em que aparece tocando piano e cantando "Como Nossos Pais", de Belchior, em homenagem ao compositor morto aos 70 anos domingo (30), em decorrência de um rompimento da aorta. Fagner e Belchior compuseram juntos "Mucuripe", gravada por Roberto Carlos e Elis Regina. A canção tem versos como "As velas do Mucuripe/Vão sair para pescar/Vou levar as minhas mágoas/Prás águas fundas do mar". Fagner Em entrevista à "Folha" neste domingo (30),Fagner lamentou a morte de Belchior, a quem chamou de grande poeta. "Era um artista único, representa muito para mim, que fui um dos responsáveis por trazê-lo para o Rio. Temos uma música muito importante, que era 'Mucuripe', canção importante para nós e para o nosso Estado", disse Fagner. "Logo que eu comecei a compor, no Ceará, tivemos um momento muito bom. Ele era um cara muito respeitado, três anos mais velho do que eu. Quando eu comecei a minha carreira, ele já era uma referência", afirmou. "Nós não éramos grandes amigos, nos víamos muito pouco, então tinha uma distância. Com o sumiço, ficou meio complicado. Todo mundo me perguntava muito. Pelo nosso trabalho, as pessoas achavam que a gente era muito próprio. Ele já tinha sumido, então já tínhamos pouca esperança de revê-lo."
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Fagner homenageia Belchior cantando 'Como Nossos Pais'; veja vídeoO cantor cearense Raimundo Fagner postou um vídeo no Instagram em que aparece tocando piano e cantando "Como Nossos Pais", de Belchior, em homenagem ao compositor morto aos 70 anos domingo (30), em decorrência de um rompimento da aorta. Fagner e Belchior compuseram juntos "Mucuripe", gravada por Roberto Carlos e Elis Regina. A canção tem versos como "As velas do Mucuripe/Vão sair para pescar/Vou levar as minhas mágoas/Prás águas fundas do mar". Fagner Em entrevista à "Folha" neste domingo (30),Fagner lamentou a morte de Belchior, a quem chamou de grande poeta. "Era um artista único, representa muito para mim, que fui um dos responsáveis por trazê-lo para o Rio. Temos uma música muito importante, que era 'Mucuripe', canção importante para nós e para o nosso Estado", disse Fagner. "Logo que eu comecei a compor, no Ceará, tivemos um momento muito bom. Ele era um cara muito respeitado, três anos mais velho do que eu. Quando eu comecei a minha carreira, ele já era uma referência", afirmou. "Nós não éramos grandes amigos, nos víamos muito pouco, então tinha uma distância. Com o sumiço, ficou meio complicado. Todo mundo me perguntava muito. Pelo nosso trabalho, as pessoas achavam que a gente era muito próprio. Ele já tinha sumido, então já tínhamos pouca esperança de revê-lo."
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Dilma pede a novos ministros que aliem ajuste a crescimento econômico
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Pressionada pela maior recessão desde o período Collor e ameaçada por um processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff deu posse nesta segunda-feira (21) à sua nova equipe econômica com a orientação de fazer o "que for preciso" para retomar o crescimento. Em um discurso de 12 minutos na cerimônia de posse dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento), a presidente repetiu pelo menos cinco vezes que ajuste fiscal e retomada do crescimento "podem e devem vir juntos". "Três orientações imediatas eu levo aos ministros da área econômica: trabalhar com metas realistas e factíveis para construir credibilidade; atuar para estabilizar e reduzir consistentemente a dívida pública; e fazer o que for preciso para retomar o crescimento sem guinadas e sem mudanças bruscas, atuando neste ambiente de estabilidade, previsibilidade e flexibilidade." Segundo Dilma, os novos ministros precisam "contagiar a sociedade brasileira com a crença de que o equilíbrio fiscal e crescimento econômico podem e devem vir juntos". Em sua despedida, Joaquim Levy agradeceu à sua equipe que, segundo ele, ajudou no trabalho de "reconstrução do Ministério da Fazenda". "A política econômica tinha de mudar de rumo. E assim foi feito", afirmou o ex-ministro. Dilma buscou ainda responder às críticas do mercado financeiro, que recebeu mal a indicação de Barbosa. Segundo ela, os objetivos de curto prazo são "restabelecer o equilíbrio fiscal, reduzir a inflação, eliminar a incerteza e retomar com urgência o crescimento". Participaram da posse do novo ministro Lázaro Brandão (Bradesco), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Roberto Setúbal (Itaú), Pérsio Arida (BTG Pactual), Murilo Portugal (Febraban), Luiz Moan (Anfavea), entre outros. SINALIZAÇÃO Dentro do Palácio do Planalto, a equipe presidencial aponta como essencial, para vencer a batalha contra o impeachment, sinalizar que o país sairá da recessão. "Ajuste por ajuste não mais. Ajuste para retomar o crescimento. O Brasil não precisa no momento de mais mercado, mas de mais Estado. Não haverá retomada se ficar só nessa história do ajuste", disse o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). Líderes da base governista no Congresso divulgaram nota de apoio ao novo ministro. A presidente também defendeu a ampliação do diálogo com o Congresso para que propostas do ajuste fiscal pendentes sejam analisadas no próximo ano, como a recriação da CPMF e a DRU (mecanismo que dá mais liberdade no manejo do Orçamento). Barbosa, na cerimônia de transmissão de cargo, prometeu agir para estabilizar e depois reduzir a dívida bruta do setor público. Disse ainda que o controle da inflação é indispensável e que a Fazenda pode ajudar o BC nesse trabalho. "O reequilíbrio fiscal contribui para o controle da demanda e para a redução da volatilidade da taxa de câmbio", afirmou Barbosa.
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Dilma pede a novos ministros que aliem ajuste a crescimento econômicoPressionada pela maior recessão desde o período Collor e ameaçada por um processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff deu posse nesta segunda-feira (21) à sua nova equipe econômica com a orientação de fazer o "que for preciso" para retomar o crescimento. Em um discurso de 12 minutos na cerimônia de posse dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento), a presidente repetiu pelo menos cinco vezes que ajuste fiscal e retomada do crescimento "podem e devem vir juntos". "Três orientações imediatas eu levo aos ministros da área econômica: trabalhar com metas realistas e factíveis para construir credibilidade; atuar para estabilizar e reduzir consistentemente a dívida pública; e fazer o que for preciso para retomar o crescimento sem guinadas e sem mudanças bruscas, atuando neste ambiente de estabilidade, previsibilidade e flexibilidade." Segundo Dilma, os novos ministros precisam "contagiar a sociedade brasileira com a crença de que o equilíbrio fiscal e crescimento econômico podem e devem vir juntos". Em sua despedida, Joaquim Levy agradeceu à sua equipe que, segundo ele, ajudou no trabalho de "reconstrução do Ministério da Fazenda". "A política econômica tinha de mudar de rumo. E assim foi feito", afirmou o ex-ministro. Dilma buscou ainda responder às críticas do mercado financeiro, que recebeu mal a indicação de Barbosa. Segundo ela, os objetivos de curto prazo são "restabelecer o equilíbrio fiscal, reduzir a inflação, eliminar a incerteza e retomar com urgência o crescimento". Participaram da posse do novo ministro Lázaro Brandão (Bradesco), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Roberto Setúbal (Itaú), Pérsio Arida (BTG Pactual), Murilo Portugal (Febraban), Luiz Moan (Anfavea), entre outros. SINALIZAÇÃO Dentro do Palácio do Planalto, a equipe presidencial aponta como essencial, para vencer a batalha contra o impeachment, sinalizar que o país sairá da recessão. "Ajuste por ajuste não mais. Ajuste para retomar o crescimento. O Brasil não precisa no momento de mais mercado, mas de mais Estado. Não haverá retomada se ficar só nessa história do ajuste", disse o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). Líderes da base governista no Congresso divulgaram nota de apoio ao novo ministro. A presidente também defendeu a ampliação do diálogo com o Congresso para que propostas do ajuste fiscal pendentes sejam analisadas no próximo ano, como a recriação da CPMF e a DRU (mecanismo que dá mais liberdade no manejo do Orçamento). Barbosa, na cerimônia de transmissão de cargo, prometeu agir para estabilizar e depois reduzir a dívida bruta do setor público. Disse ainda que o controle da inflação é indispensável e que a Fazenda pode ajudar o BC nesse trabalho. "O reequilíbrio fiscal contribui para o controle da demanda e para a redução da volatilidade da taxa de câmbio", afirmou Barbosa.
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'Aos 3 anos meu filho queria ser menina', diz mãe
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A família de Danni viveu um momento traumático quando, aos 3 anos, a criança foi encontrada pela mãe com uma tesoura na mão dizendo que queria cortar o pênis. Foi neste momento que a mãe, Kerry McFadyen, passou a levar a sério a ideia de que seu filho Daniel havia nascido com o sexo oposto. "Me lembro como ela se olhou no espelho um dia depois que cortamos seu cabelo", comentou Kelly à jornalista da BBC Stephanie Hirst, que é transexual. Kelly conta que sua filha estava "devastada", porque pensava que iriam deixar seu cabelo mais longo, e não mais curto. "Então ela começou a se vestir como menina e me perguntava constantemente: 'Por que isso acontece comigo, mamãe? Por que não sou como você? Por que sou como meus irmãos, e não como minha irmã?'". Quando perguntada sobre como se sentia diante da ideia de "ter que ser um menino", Danni não hesitou ao responder: "irritada". "Eu não gostava de ser um menino", reforçou ela. EDUCAR A SOCIEDADE A mãe de Danni conta que recorreu à internet para encontrar informações que pudessem ajudá-la a lidar com a filha. E diz que ficou até surpresa com a quantidade de coisas que encontrou –ela não era a única a passar por essa situação. "Mesmo os psicólogos que nós procuramos não tinham o conhecimento para explicar isso. Então escrevi no Google 'meu filho quer ser uma menina' e apareceu um monte de coisas que me ajudaram bastante", explicou Kerry, que tem outros quatro filhos, três meninos e uma menina. Todos eles aceitaram muito bem a opção de Danni. "Ela simplesmente queria ser uma menina. Nunca aceitou ser um menino", disse a irmã de Danni. A menina acabou sendo diagnosticada com "disforia de gênero", descrito como "repulsa ou desconforto que uma pessoa tem a respeito de seu sexo biológico", pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, na sigla em inglês). "Não tinha ideia de que isso existia", relata a mãe. Ela ressalta que seria importante existirem mais informações para "educar a sociedade" sobre essa questão. "Cada vez, mais e mais pessoas são diagnosticadas com disforia de gênero. No entanto, muitas delas acabam sofrendo preconceito e são incompreendidas", segundo fontes do Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês). O NHS oferece tratamento ou acompanhamento psicológico para crianças e jovens. Não oferece tratamento médico ou cirúrgico, porque a maioria das crianças com suspeita de disforia de gênero "não têm a condição quando alcançam a puberdade", segundo o NHS. Kerry resolveu comunicar aos pais e a outras crianças do colégio que sua filha era transexual. "Tornei pública a história da minha filha para ajudar a criar consciência sobre outros filhos transgêneros que podem estar sofrendo em silêncio." Kerry acredita que muitos pais pensam que ela é "uma má mãe por permitir a transição de sua filha, que ainda é tão jovem." Ela afirma que a única coisa que quer é "ver sua filha feliz", independente de ela decidir "um dia voltar a ser um menino". Entre 2014 e 2015, o número de crianças com 10 anos ou menos indicadas pelo serviço de saúde britânico para atendimento relacionado a questões de gênero quadruplicou em relação a 2009 e 2010. Do total, 47 crianças tinham cinco anos ou menos. Duas crianças tinham apenas três anos. Além da violência externa, o estigma em torno da questão faz com que essas crianças e adolescentes estejam mais suscetíveis a problemas psicológicos. Uma pesquisa publicada em 2014 indica que 59% dos jovens transgênero sofreram com autoflagelação, um total muito superior à média geral de 9% para a faixa etária de 16 a 24 anos. * TERMINOLOGIA DE GÊNERO, SEGUNDO O NHS Fonte: Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS)
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equilibrioesaude
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'Aos 3 anos meu filho queria ser menina', diz mãeA família de Danni viveu um momento traumático quando, aos 3 anos, a criança foi encontrada pela mãe com uma tesoura na mão dizendo que queria cortar o pênis. Foi neste momento que a mãe, Kerry McFadyen, passou a levar a sério a ideia de que seu filho Daniel havia nascido com o sexo oposto. "Me lembro como ela se olhou no espelho um dia depois que cortamos seu cabelo", comentou Kelly à jornalista da BBC Stephanie Hirst, que é transexual. Kelly conta que sua filha estava "devastada", porque pensava que iriam deixar seu cabelo mais longo, e não mais curto. "Então ela começou a se vestir como menina e me perguntava constantemente: 'Por que isso acontece comigo, mamãe? Por que não sou como você? Por que sou como meus irmãos, e não como minha irmã?'". Quando perguntada sobre como se sentia diante da ideia de "ter que ser um menino", Danni não hesitou ao responder: "irritada". "Eu não gostava de ser um menino", reforçou ela. EDUCAR A SOCIEDADE A mãe de Danni conta que recorreu à internet para encontrar informações que pudessem ajudá-la a lidar com a filha. E diz que ficou até surpresa com a quantidade de coisas que encontrou –ela não era a única a passar por essa situação. "Mesmo os psicólogos que nós procuramos não tinham o conhecimento para explicar isso. Então escrevi no Google 'meu filho quer ser uma menina' e apareceu um monte de coisas que me ajudaram bastante", explicou Kerry, que tem outros quatro filhos, três meninos e uma menina. Todos eles aceitaram muito bem a opção de Danni. "Ela simplesmente queria ser uma menina. Nunca aceitou ser um menino", disse a irmã de Danni. A menina acabou sendo diagnosticada com "disforia de gênero", descrito como "repulsa ou desconforto que uma pessoa tem a respeito de seu sexo biológico", pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, na sigla em inglês). "Não tinha ideia de que isso existia", relata a mãe. Ela ressalta que seria importante existirem mais informações para "educar a sociedade" sobre essa questão. "Cada vez, mais e mais pessoas são diagnosticadas com disforia de gênero. No entanto, muitas delas acabam sofrendo preconceito e são incompreendidas", segundo fontes do Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês). O NHS oferece tratamento ou acompanhamento psicológico para crianças e jovens. Não oferece tratamento médico ou cirúrgico, porque a maioria das crianças com suspeita de disforia de gênero "não têm a condição quando alcançam a puberdade", segundo o NHS. Kerry resolveu comunicar aos pais e a outras crianças do colégio que sua filha era transexual. "Tornei pública a história da minha filha para ajudar a criar consciência sobre outros filhos transgêneros que podem estar sofrendo em silêncio." Kerry acredita que muitos pais pensam que ela é "uma má mãe por permitir a transição de sua filha, que ainda é tão jovem." Ela afirma que a única coisa que quer é "ver sua filha feliz", independente de ela decidir "um dia voltar a ser um menino". Entre 2014 e 2015, o número de crianças com 10 anos ou menos indicadas pelo serviço de saúde britânico para atendimento relacionado a questões de gênero quadruplicou em relação a 2009 e 2010. Do total, 47 crianças tinham cinco anos ou menos. Duas crianças tinham apenas três anos. Além da violência externa, o estigma em torno da questão faz com que essas crianças e adolescentes estejam mais suscetíveis a problemas psicológicos. Uma pesquisa publicada em 2014 indica que 59% dos jovens transgênero sofreram com autoflagelação, um total muito superior à média geral de 9% para a faixa etária de 16 a 24 anos. * TERMINOLOGIA DE GÊNERO, SEGUNDO O NHS Fonte: Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS)
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Folha faz mudanças no elenco de colunistas
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A partir desta terça (4) a Folha implantará mudanças em seu elenco de colunistas. As estreias são na página A2, de "Opinião", e na contracapa da "Ilustrada". O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o professor de relações internacionais da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) Matias Spektor assumem colunas semanais na página A2. Na "Ilustrada", passam a escrever semanalmente o filósofo Vladimir Safatle, que deixa de assinar aquela página de "Opinião", e quinzenalmente o escritor cubano Leonardo Padura. Às terças, Freixo assinará a coluna à direita da página A2, até então ocupada por Safatle. O tema principal de seus textos deverá ser direitos humanos. "Vou escrever sobre como a melhora da democracia brasileira passa necessariamente pelos direitos humanos", afirma o deputado. No mesmo espaço, às quintas, assume Spektor, que atualmente é colunista da versão digital da Folha. Ele substituirá o historiador britânico Kenneth Maxwell. Antes titular de uma coluna em "Mundo", Spektor espera ampliar o escopo de suas análises na página A2. "Vou falar de maneira mais direta e explícita sobre como as transformações globais afetam o dia a dia da política brasileira", afirma. No caderno "Ilustrada", às sextas, assume Safatle. "Terei mais liberdade para tratar de assuntos ligados a cultura", diz o professor de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Segundo ele, os textos serão mais longos do que os que escrevia antes, na página A2. "Esse é um bom momento, de marasmo político, para o país discutir ideias", afirma Safatle. Deixam de assinar textos naquele espaço o escritor Michel Laub e o jornalista Mario Sergio Conti, que se revezavam ali. Já a atriz Fernanda Torres continua escrevendo seu artigo na última sexta-feira do mês, agora nas páginas internas do caderno. A "Ilustrada" recebe ainda Leonardo Padura, autor de "O Homem que Amava os Cachorros", sobre Leon Trótski, entre outros livros. Ele vinha assinando uma coluna quinzenal na versão digital da Folha, e passará a alternar com a mesma frequência a contracapa do caderno com o médico Drauzio Varella, aos sábados. O jornalista Álvaro Pereira Júnior deixa de escrever no espaço. Com a mudança, todos os colunistas que param de escrever regularmente em espaços na Folha continuarão a colaborar com o jornal.
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Folha faz mudanças no elenco de colunistasA partir desta terça (4) a Folha implantará mudanças em seu elenco de colunistas. As estreias são na página A2, de "Opinião", e na contracapa da "Ilustrada". O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o professor de relações internacionais da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) Matias Spektor assumem colunas semanais na página A2. Na "Ilustrada", passam a escrever semanalmente o filósofo Vladimir Safatle, que deixa de assinar aquela página de "Opinião", e quinzenalmente o escritor cubano Leonardo Padura. Às terças, Freixo assinará a coluna à direita da página A2, até então ocupada por Safatle. O tema principal de seus textos deverá ser direitos humanos. "Vou escrever sobre como a melhora da democracia brasileira passa necessariamente pelos direitos humanos", afirma o deputado. No mesmo espaço, às quintas, assume Spektor, que atualmente é colunista da versão digital da Folha. Ele substituirá o historiador britânico Kenneth Maxwell. Antes titular de uma coluna em "Mundo", Spektor espera ampliar o escopo de suas análises na página A2. "Vou falar de maneira mais direta e explícita sobre como as transformações globais afetam o dia a dia da política brasileira", afirma. No caderno "Ilustrada", às sextas, assume Safatle. "Terei mais liberdade para tratar de assuntos ligados a cultura", diz o professor de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Segundo ele, os textos serão mais longos do que os que escrevia antes, na página A2. "Esse é um bom momento, de marasmo político, para o país discutir ideias", afirma Safatle. Deixam de assinar textos naquele espaço o escritor Michel Laub e o jornalista Mario Sergio Conti, que se revezavam ali. Já a atriz Fernanda Torres continua escrevendo seu artigo na última sexta-feira do mês, agora nas páginas internas do caderno. A "Ilustrada" recebe ainda Leonardo Padura, autor de "O Homem que Amava os Cachorros", sobre Leon Trótski, entre outros livros. Ele vinha assinando uma coluna quinzenal na versão digital da Folha, e passará a alternar com a mesma frequência a contracapa do caderno com o médico Drauzio Varella, aos sábados. O jornalista Álvaro Pereira Júnior deixa de escrever no espaço. Com a mudança, todos os colunistas que param de escrever regularmente em espaços na Folha continuarão a colaborar com o jornal.
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Apesar de internação por embolia pulmonar, Levy viaja hoje aos EUA
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve viajar hoje à noite em um vôo comercial aos Estados Unidos, apesar de ter sido internado na noite de sexta-feira (26) com quadro de embolia pulmonar. Levy esteve internado no Hospital do Coração de Brasília, mas recebeu alta ainda na noite de ontem. Os médicos desaconselharam a viagem. Segundo a assessoria do Ministério da Fazenda, Levy passou a noite em casa e está bem. O ministro integra a comitiva da da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, que viaja hoje ao país. Levy é um dos nomes centrais da visita, uma vez que um dos objetivos do governo com a aproximação é atrair investidores para o Plano de Investimento em Logística (PIL), anunciado este mês. Na segunda-feira (29), a presidente deve encerrar o evento "Infrastructure Brasil" (Infraestrutura Brasil), que deve divulgar o PIL entre investidores e autoridades americanas. Além de Levy, devem acompanhar a presidente os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Armando Monteiro (Desenvolvimento e Comércio Exterior), Katia Abreu (Agricultura), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Jaques Wagner (Defesa), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Edinho Araújo (Secretaria de Portos) e Antonio Carlos Rodrigues (Transportes). Os Estados Unidos são os maiores investidores estrangeiros no Brasil e o segundo maior parceiro comercial, atrás apenas da China.
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Apesar de internação por embolia pulmonar, Levy viaja hoje aos EUAO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve viajar hoje à noite em um vôo comercial aos Estados Unidos, apesar de ter sido internado na noite de sexta-feira (26) com quadro de embolia pulmonar. Levy esteve internado no Hospital do Coração de Brasília, mas recebeu alta ainda na noite de ontem. Os médicos desaconselharam a viagem. Segundo a assessoria do Ministério da Fazenda, Levy passou a noite em casa e está bem. O ministro integra a comitiva da da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, que viaja hoje ao país. Levy é um dos nomes centrais da visita, uma vez que um dos objetivos do governo com a aproximação é atrair investidores para o Plano de Investimento em Logística (PIL), anunciado este mês. Na segunda-feira (29), a presidente deve encerrar o evento "Infrastructure Brasil" (Infraestrutura Brasil), que deve divulgar o PIL entre investidores e autoridades americanas. Além de Levy, devem acompanhar a presidente os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Armando Monteiro (Desenvolvimento e Comércio Exterior), Katia Abreu (Agricultura), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Jaques Wagner (Defesa), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Edinho Araújo (Secretaria de Portos) e Antonio Carlos Rodrigues (Transportes). Os Estados Unidos são os maiores investidores estrangeiros no Brasil e o segundo maior parceiro comercial, atrás apenas da China.
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Alta dos jipinhos é a melhor notícia de 2016 para a indústria automotiva
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"Bem-vindo à vida", dizia a propaganda do Ford EcoSport nos idos de 2003. O utilitário compacto foi o furacão daquele ano, e o que veio depois é uma história longe do fim. Hoje, SUVs de todos os tamanhos são a salvação de uma indústria que passa pelo vale de lágrimas. Clientes dispostos a pagar perto de R$ 100 mil por uma picape ou jipinho bem equipados têm alta renda e crédito disponível. De acordo com Sérgio Ferreira, diretor comercial do grupo FCA, o índice de aprovação de financiamento para compradores da Fiat Toro (a partir de R$ 82.930) ou do recém-lançado Jeep Compass (R$ 100 mil na versão mais simples) ultrapassa os 70%. É um assombro. Segundo dados da Fenabrave (federação que reúne os distribuidores de veículos), o índice médio de aprovação de crédito no mercado automotivo está na casa dos 30% das solicitações. Para as fabricantes, a alta desse segmento compensa, em parte, a queda entre os carros compactos. A margem de lucro sobre um modelo popular é menor tanto em valores reais quanto em percentual. Se considerarmos a versão mais cara do Ford Ka, o sedã 1.5 SEL Plus, teremos um preço sugerido pela fábrica de R$ 59.790. Esse modelo divide plataforma com o EcoSport, ambos são feitos em Camaçari (BA). Porém, o jipinho custa R$ 71.650 na versão mais simples, 1.6 SE. Se o cliente quiser que seu utilitário compacto da Ford tenha os mesmos itens do sedãzinho completo (controles de tração e estabilidade, retrovisores elétricos...), terá de gastar cerca de R$ 80 mil. Assim é o mercado: os valores de venda não são baseados apenas nos custos de manufatura. A conta envolve escala de produção, preços de componentes mais sofisticados e, principalmente, status e desejo. Portanto, se há uma notícia boa para a indústria automotiva em 2016, essa é a ascensão dos utilitários. Em um cenário de leve recuperação em 2017, serão os jipinhos e jipões que garantirão a retomada da lucratividade. Muitos ainda estão por vir, e podem ser maioria no portfólio de grandes marcas.
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colunas
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Alta dos jipinhos é a melhor notícia de 2016 para a indústria automotiva"Bem-vindo à vida", dizia a propaganda do Ford EcoSport nos idos de 2003. O utilitário compacto foi o furacão daquele ano, e o que veio depois é uma história longe do fim. Hoje, SUVs de todos os tamanhos são a salvação de uma indústria que passa pelo vale de lágrimas. Clientes dispostos a pagar perto de R$ 100 mil por uma picape ou jipinho bem equipados têm alta renda e crédito disponível. De acordo com Sérgio Ferreira, diretor comercial do grupo FCA, o índice de aprovação de financiamento para compradores da Fiat Toro (a partir de R$ 82.930) ou do recém-lançado Jeep Compass (R$ 100 mil na versão mais simples) ultrapassa os 70%. É um assombro. Segundo dados da Fenabrave (federação que reúne os distribuidores de veículos), o índice médio de aprovação de crédito no mercado automotivo está na casa dos 30% das solicitações. Para as fabricantes, a alta desse segmento compensa, em parte, a queda entre os carros compactos. A margem de lucro sobre um modelo popular é menor tanto em valores reais quanto em percentual. Se considerarmos a versão mais cara do Ford Ka, o sedã 1.5 SEL Plus, teremos um preço sugerido pela fábrica de R$ 59.790. Esse modelo divide plataforma com o EcoSport, ambos são feitos em Camaçari (BA). Porém, o jipinho custa R$ 71.650 na versão mais simples, 1.6 SE. Se o cliente quiser que seu utilitário compacto da Ford tenha os mesmos itens do sedãzinho completo (controles de tração e estabilidade, retrovisores elétricos...), terá de gastar cerca de R$ 80 mil. Assim é o mercado: os valores de venda não são baseados apenas nos custos de manufatura. A conta envolve escala de produção, preços de componentes mais sofisticados e, principalmente, status e desejo. Portanto, se há uma notícia boa para a indústria automotiva em 2016, essa é a ascensão dos utilitários. Em um cenário de leve recuperação em 2017, serão os jipinhos e jipões que garantirão a retomada da lucratividade. Muitos ainda estão por vir, e podem ser maioria no portfólio de grandes marcas.
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Lucro da varejista Best Buy supera estimativas e ações disparam
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A Best Buy, maior varejista de eletrônicos dos Estados Unidos, registrou lucro trimestral muito mais alto que o esperado em itens de saúde e vestíveis, como relógios inteligentes, e elevou sua previsão de lucros, fazendo com que suas ações subissem mais de 18%. Os resultados contrariaram uma sequência de performances fracas na categoria de eletrônicos por competidores como a Target e a Walmart. Além de relógios inteligentes, a Best Buy disse que aumentaram a demanda por itens como sistemas de hometheater e grandes utensílios domésticos, categorias onde a Target e o Walmart tipicamente não têm uma parcela de mercado significativa, de acordo com analistas. As vendas de celulares e jogos caíram, setores em que as outras varejistas também têm uma presença considerável. As vendas de celulares caíram, no entanto, em todo o setor devido a uma escassez de novos produtos. O presidente-executivo da Best Buy, Hubert Joly, disse esperar que a demanda aumente neste trimestre e no próximo, com as introduções programadas de novos produtos atraindo consumidores. As vendas on-line da Best Buy como porcentagem da receita doméstica cresceram para 10,6%, ante 8,6% no segundo trimestre encerrado em 30 de julho, ajudados por embarques mais rápidos e melhoras no processo de check out e funcionalidade de busca, disse Joly. A Best Buy disse que espera crescimento percentual de um digito na receita operacional do ano fiscal, ante uma projeção anterior de resultados "aproximadamente estáveis".
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mercado
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Lucro da varejista Best Buy supera estimativas e ações disparamA Best Buy, maior varejista de eletrônicos dos Estados Unidos, registrou lucro trimestral muito mais alto que o esperado em itens de saúde e vestíveis, como relógios inteligentes, e elevou sua previsão de lucros, fazendo com que suas ações subissem mais de 18%. Os resultados contrariaram uma sequência de performances fracas na categoria de eletrônicos por competidores como a Target e a Walmart. Além de relógios inteligentes, a Best Buy disse que aumentaram a demanda por itens como sistemas de hometheater e grandes utensílios domésticos, categorias onde a Target e o Walmart tipicamente não têm uma parcela de mercado significativa, de acordo com analistas. As vendas de celulares e jogos caíram, setores em que as outras varejistas também têm uma presença considerável. As vendas de celulares caíram, no entanto, em todo o setor devido a uma escassez de novos produtos. O presidente-executivo da Best Buy, Hubert Joly, disse esperar que a demanda aumente neste trimestre e no próximo, com as introduções programadas de novos produtos atraindo consumidores. As vendas on-line da Best Buy como porcentagem da receita doméstica cresceram para 10,6%, ante 8,6% no segundo trimestre encerrado em 30 de julho, ajudados por embarques mais rápidos e melhoras no processo de check out e funcionalidade de busca, disse Joly. A Best Buy disse que espera crescimento percentual de um digito na receita operacional do ano fiscal, ante uma projeção anterior de resultados "aproximadamente estáveis".
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Spotify está em negociações para comprar o SoundCloud, diz jornal
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O serviço de transmissão de músicas sueco Spotify está em negociações avançadas para comprar o rival alemão SoundCloud, publicou o jornal "Financial Times" nesta quarta-feira (28), citando pessoas informadas sobre as discussões. Os fundadores e investidores do SoundCloud estão explorando opções estratégicas para a empresa, incluindo a venda, que pode avaliá-la em US$ 1 bilhão, noticiou a Bloomberg em julho, citando pessoas familiarizadas com o assunto. A reportagem do FT não deu mais detalhes. As empresas de transmissão de música têm enfrentado dificuldades para e tornarem lucrativas em meio à crescente competição de players maiores como a Apple. O SoundCloud não quis comentar, enquanto o Spotify não pode ser encontrado imediatamente para comentários.
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mercado
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Spotify está em negociações para comprar o SoundCloud, diz jornalO serviço de transmissão de músicas sueco Spotify está em negociações avançadas para comprar o rival alemão SoundCloud, publicou o jornal "Financial Times" nesta quarta-feira (28), citando pessoas informadas sobre as discussões. Os fundadores e investidores do SoundCloud estão explorando opções estratégicas para a empresa, incluindo a venda, que pode avaliá-la em US$ 1 bilhão, noticiou a Bloomberg em julho, citando pessoas familiarizadas com o assunto. A reportagem do FT não deu mais detalhes. As empresas de transmissão de música têm enfrentado dificuldades para e tornarem lucrativas em meio à crescente competição de players maiores como a Apple. O SoundCloud não quis comentar, enquanto o Spotify não pode ser encontrado imediatamente para comentários.
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É o saneamento
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É sério o risco de pandemia de infecções pelo vírus da zika, em que pesem todas as incógnitas científicas sobre a doença e seu papel nos casos de microcefalia. Escaldada pelas críticas à ação tardia no caso ebola, a Organização Mundial da Saúde anunciou um plano de US$ 56 milhões (R$ 227 milhões) para apoiar ações em escala global. Por ser um dos países mais afetados pelo surto, o Brasil estará entre os destinos preferenciais das verbas. Em boa hora: levantamento publicado por esta Folha revelou que, em decorrência do impacto da recessão econômica sobre as receitas tributárias, as verbas governamentais destinadas à vigilância epidemiológica encolheram. Na União, a queda foi de 9,2% em 2015, para 4,6 bilhões gastos no controle e na prevenção de doenças que não se limitam às que ora encabeçam o noticiário. Os desembolsos para tais finalidades também caíram em pelo menos 17 Estados e no Distrito Federal. Ou seja, o retrocesso nas despesas ocorreu no ano em que os casos de dengue subiram para 1,6 milhão, até meados de novembro, com 863 mortes. O salto se deu, por óbvio, em paralelo com uma explosão na população de mosquitos Aedes aegypti, os mesmos que transmitem o vírus da zika. Com três viroses –dengue, zika e chikungunya– a grassar ao mesmo tempo e com o mesmo vetor, o poder público lançou-se numa atividade frenética, concentrada na tentativa ingrata de controlar o mosquito. Era o que lhe restava a fazer, diante de sua secular omissão no que seria mais adequado para erradicá-lo, a disseminação do saneamento básico. Já se foi o tempo, informam pesquisadores, em que o A. aegypti se reproduzia unicamente em água limpa. Com seus esgotos a céu aberto, o Brasil oferece campo aberto para as larvas do inseto. Coleta e destinação precárias de lixo, aliadas à necessidade de estocar água causada por falhas na distribuição, completam o quadro insalubre. O próprio Ministério das Cidades vem de publicar um balanço desanimador sobre as condições sanitárias do país. Enquanto a rede de água encanada se generalizou e alcançava 93,2% da população urbana em 2014, a de esgotos estagnou em 57,6% (incluída a área rural, o índice se revela ainda mais lúgubre, 49,8%). Em 2013, a cobertura de coleta de dejetos sanitários estava em 56,3%. Vale dizer, houve avanço de mero 1,3 ponto percentual. Nessa toada, a universalização viria só após 2040. Até lá, o Aedes pode confiar na ineficiência do poder público e, como ela, proliferar. [email protected]
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opiniao
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É o saneamentoÉ sério o risco de pandemia de infecções pelo vírus da zika, em que pesem todas as incógnitas científicas sobre a doença e seu papel nos casos de microcefalia. Escaldada pelas críticas à ação tardia no caso ebola, a Organização Mundial da Saúde anunciou um plano de US$ 56 milhões (R$ 227 milhões) para apoiar ações em escala global. Por ser um dos países mais afetados pelo surto, o Brasil estará entre os destinos preferenciais das verbas. Em boa hora: levantamento publicado por esta Folha revelou que, em decorrência do impacto da recessão econômica sobre as receitas tributárias, as verbas governamentais destinadas à vigilância epidemiológica encolheram. Na União, a queda foi de 9,2% em 2015, para 4,6 bilhões gastos no controle e na prevenção de doenças que não se limitam às que ora encabeçam o noticiário. Os desembolsos para tais finalidades também caíram em pelo menos 17 Estados e no Distrito Federal. Ou seja, o retrocesso nas despesas ocorreu no ano em que os casos de dengue subiram para 1,6 milhão, até meados de novembro, com 863 mortes. O salto se deu, por óbvio, em paralelo com uma explosão na população de mosquitos Aedes aegypti, os mesmos que transmitem o vírus da zika. Com três viroses –dengue, zika e chikungunya– a grassar ao mesmo tempo e com o mesmo vetor, o poder público lançou-se numa atividade frenética, concentrada na tentativa ingrata de controlar o mosquito. Era o que lhe restava a fazer, diante de sua secular omissão no que seria mais adequado para erradicá-lo, a disseminação do saneamento básico. Já se foi o tempo, informam pesquisadores, em que o A. aegypti se reproduzia unicamente em água limpa. Com seus esgotos a céu aberto, o Brasil oferece campo aberto para as larvas do inseto. Coleta e destinação precárias de lixo, aliadas à necessidade de estocar água causada por falhas na distribuição, completam o quadro insalubre. O próprio Ministério das Cidades vem de publicar um balanço desanimador sobre as condições sanitárias do país. Enquanto a rede de água encanada se generalizou e alcançava 93,2% da população urbana em 2014, a de esgotos estagnou em 57,6% (incluída a área rural, o índice se revela ainda mais lúgubre, 49,8%). Em 2013, a cobertura de coleta de dejetos sanitários estava em 56,3%. Vale dizer, houve avanço de mero 1,3 ponto percentual. Nessa toada, a universalização viria só após 2040. Até lá, o Aedes pode confiar na ineficiência do poder público e, como ela, proliferar. [email protected]
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Protesto de caminhoneiros afeta abastecimento de frutas em São Paulo
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O protesto dos caminhoneiros, que bloqueiam rodovias em 12 Estados, já começa a afetar o abastecimento de frutas na Ceagesp. O entreposto registra uma queda de 10% no recebimento de frutas produzidas na região Sul do país, como melancia, maçã, pera e ameixa. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre os Estados mais afetados pela manifestação dos caminhoneiros. Atacadistas também apontam que, a partir do final desta semana, a oferta de produtos como banana, mamão e morango também pode diminuir. As cargas dessas mercadorias estão paradas em Governador Valadares (MG) e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG) e de Curitiba (PR). Segundo a assessoria de imprensa do entreposto, há carregamentos retidos nas rodovias desde o último domingo (22), o que já ocasionou perdas. O abastecimento de verduras, legumes e hortaliças, no entanto, ainda não é afetado, pois cerca de 80% desses alimentos vendidos na Ceagesp são produzidos no Cinturão Verde de São Paulo, região que abrange cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Jundiaí –região onde ainda não há bloqueio de rodovias. De acordo com a assessoria de imprensa da Ceagesp, ainda não é possível estimar o impacto da greve nos preços das frutas. O próximo levantamento de preços no entreposto deve ser realizado no início da próxima semana. COMBUSTÍVEL Ao contrário do que ocorreu em regiões dos Estados do Sul do país e no Mato Grosso, São Paulo não enfrenta escassez de combustível. Segundo José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), o Estado –principalmente a região metropolitana de SP– não foi afetada porque as rodovias que ligam os centros distribuidores às principais cidades não foram bloqueadas. "Ainda não tivemos queixa dos postos de São Paulo. A Castello Branco, por exemplo, não teve problema", diz. Barueri, que tem ligação com a rodovia, concentra um polo distribuidor de combustível. Os caminhoneiros, que iniciaram os protestos na última quarta-feira (18) pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.
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mercado
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Protesto de caminhoneiros afeta abastecimento de frutas em São PauloO protesto dos caminhoneiros, que bloqueiam rodovias em 12 Estados, já começa a afetar o abastecimento de frutas na Ceagesp. O entreposto registra uma queda de 10% no recebimento de frutas produzidas na região Sul do país, como melancia, maçã, pera e ameixa. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre os Estados mais afetados pela manifestação dos caminhoneiros. Atacadistas também apontam que, a partir do final desta semana, a oferta de produtos como banana, mamão e morango também pode diminuir. As cargas dessas mercadorias estão paradas em Governador Valadares (MG) e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG) e de Curitiba (PR). Segundo a assessoria de imprensa do entreposto, há carregamentos retidos nas rodovias desde o último domingo (22), o que já ocasionou perdas. O abastecimento de verduras, legumes e hortaliças, no entanto, ainda não é afetado, pois cerca de 80% desses alimentos vendidos na Ceagesp são produzidos no Cinturão Verde de São Paulo, região que abrange cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Jundiaí –região onde ainda não há bloqueio de rodovias. De acordo com a assessoria de imprensa da Ceagesp, ainda não é possível estimar o impacto da greve nos preços das frutas. O próximo levantamento de preços no entreposto deve ser realizado no início da próxima semana. COMBUSTÍVEL Ao contrário do que ocorreu em regiões dos Estados do Sul do país e no Mato Grosso, São Paulo não enfrenta escassez de combustível. Segundo José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), o Estado –principalmente a região metropolitana de SP– não foi afetada porque as rodovias que ligam os centros distribuidores às principais cidades não foram bloqueadas. "Ainda não tivemos queixa dos postos de São Paulo. A Castello Branco, por exemplo, não teve problema", diz. Barueri, que tem ligação com a rodovia, concentra um polo distribuidor de combustível. Os caminhoneiros, que iniciaram os protestos na última quarta-feira (18) pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.
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Zé Roberto diz que vai conversar com campeãs para definir o time olímpico
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MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO A escolha das 12 jogadoras inscritas na seleção feminina de vôlei para os Jogos Olímpicos não é exclusiva de José Roberto Guimarães. O treinador disse que, apesar de a comissão técnica ser responsável pela decisão, a definição da equipe passa inclusive por conversas com as atletas mais experientes do time. "Peço opinião das mais velhas. Não que elas decidirão, para isso tem a comissão técnica. Mas ouvir é sempre bom, elas estão dentro de quadra, vendo, e tem um parâmetro diferente da gente que está lá fora", disse Zé Roberto após a terceira vitória seguida em três jogos do Grand Prix de vôlei (Itália, Japão e Sérvia ). "Tem o sentimento da equipe que é importante, que a gente não pode menosprezar, tenho que ver como o time se sente melhor na composição em quadra", completou o treinador tricampeão olímpico. Até o momento, das 19 convocadas em abril, duas já deixaram a equipe e uma ainda vai se apresentar. Alegando motivos pessoais, a oposta Monique pediu dispensa. Neste sábado (11), por problemas físicos, a central Carol foi cortada. E a levantadora Fabíola, que teve uma filha em 19 de maio, vai se apresentar dia 20 de junho para os treinamentos. Neste domingo (12), a seleção brasileira já viajou para Macau, na China, onde, a partir da próxima sexta (17), enfrenta Sérvia, Bélgica e China na continuação do Grand Prix. Partidas que ainda servem como teste para definir a equipe que vai para a Olimpíada, em agosto. Ainda é preciso fazer cinco cortes. "Quem der mais estabilidade para o time, quem estiver no melhor momento, vai. Olimpíada é momento. Importante quem está do lado, em quadra, dar segurança. A gente sente das jogadoras, conversa, pede opinião", disse Zé Roberto. Entre as atuais jogadoras da seleção, quatro são bicampeãs olímpicas (Thaísa, Fabiana, Sheilla e Jaqueline) e outras cinco foram campeãs em Londres-2012 (Dani Lins, Tandara, Natália, Fê Garay e Adenízia). "Vamos ver no decorrer dos jogos como vai ser o comportamento delas. Uma coisa é a Superliga, outra é quando começa a jogar internacionalmente. A gente só vai ter um parâmetro quando começar a colocá-las para jogar contra a Rússia, a China, os EUA. Esses times vão exigir mais. Esse momento a gente vai começar a fazer isso", explicou Zé Roberto. Dentre as novatas que esperam conquistar a vaga para disputar a primeira Olimpíada está a ponteira Gabi, que se recuperou de lesão e voltou a jogar bem neste domingo, contra a Sérvia. "Legal é que o Zé dá oportunidade para todo mundo. Todo mundo que está no banco teve oportunidade de mostrar trabalho. Agora vai afunilar cada vez mais a briga", concluiu Gabi.
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esporte
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Zé Roberto diz que vai conversar com campeãs para definir o time olímpico
MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL AO RIO A escolha das 12 jogadoras inscritas na seleção feminina de vôlei para os Jogos Olímpicos não é exclusiva de José Roberto Guimarães. O treinador disse que, apesar de a comissão técnica ser responsável pela decisão, a definição da equipe passa inclusive por conversas com as atletas mais experientes do time. "Peço opinião das mais velhas. Não que elas decidirão, para isso tem a comissão técnica. Mas ouvir é sempre bom, elas estão dentro de quadra, vendo, e tem um parâmetro diferente da gente que está lá fora", disse Zé Roberto após a terceira vitória seguida em três jogos do Grand Prix de vôlei (Itália, Japão e Sérvia ). "Tem o sentimento da equipe que é importante, que a gente não pode menosprezar, tenho que ver como o time se sente melhor na composição em quadra", completou o treinador tricampeão olímpico. Até o momento, das 19 convocadas em abril, duas já deixaram a equipe e uma ainda vai se apresentar. Alegando motivos pessoais, a oposta Monique pediu dispensa. Neste sábado (11), por problemas físicos, a central Carol foi cortada. E a levantadora Fabíola, que teve uma filha em 19 de maio, vai se apresentar dia 20 de junho para os treinamentos. Neste domingo (12), a seleção brasileira já viajou para Macau, na China, onde, a partir da próxima sexta (17), enfrenta Sérvia, Bélgica e China na continuação do Grand Prix. Partidas que ainda servem como teste para definir a equipe que vai para a Olimpíada, em agosto. Ainda é preciso fazer cinco cortes. "Quem der mais estabilidade para o time, quem estiver no melhor momento, vai. Olimpíada é momento. Importante quem está do lado, em quadra, dar segurança. A gente sente das jogadoras, conversa, pede opinião", disse Zé Roberto. Entre as atuais jogadoras da seleção, quatro são bicampeãs olímpicas (Thaísa, Fabiana, Sheilla e Jaqueline) e outras cinco foram campeãs em Londres-2012 (Dani Lins, Tandara, Natália, Fê Garay e Adenízia). "Vamos ver no decorrer dos jogos como vai ser o comportamento delas. Uma coisa é a Superliga, outra é quando começa a jogar internacionalmente. A gente só vai ter um parâmetro quando começar a colocá-las para jogar contra a Rússia, a China, os EUA. Esses times vão exigir mais. Esse momento a gente vai começar a fazer isso", explicou Zé Roberto. Dentre as novatas que esperam conquistar a vaga para disputar a primeira Olimpíada está a ponteira Gabi, que se recuperou de lesão e voltou a jogar bem neste domingo, contra a Sérvia. "Legal é que o Zé dá oportunidade para todo mundo. Todo mundo que está no banco teve oportunidade de mostrar trabalho. Agora vai afunilar cada vez mais a briga", concluiu Gabi.
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Bolsistas criam página contra preconceito em universidade carioca
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"Você é pobre? E bolsista? Não sabia que a PUC misturava o tipo de gente que estuda Relações Internacionais, até porque é um curso que exige inglês, né?" Foi assim que um aluno da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC-Rio, bolsista do ProUni e morador de um bairro do subúrbio carioca, diz ter sido recebido por um colega no primeiro semestre de aulas, durante um debate sobre cotas raciais. "Eu não consegui dizer nada, e meus colegas também não disseram nada. Foi a primeira de muitas vezes em que pensei em largar a PUC", conta o estudante, hoje formado pela tradicional universidade privada carioca, considerada de elite –mas onde 51% dos 12.760 alunos são bolsistas. O relato do aluno está na página "Bastardos da PUC-Rio", que em menos de um mês já tem 6 mil curtidas no Facebook. Alusão ao termo "filhos da PUC", usado pelos alunos e professores da instituição, o nome da página foi escolhido pelo grupo justamente para deixar claro que eles não se sentem acolhidos nem tratados como iguais aos estudantes pagantes. Todos os depoimentos são anônimos. "Tudo começou num grupo de WhatsApp que a gente criou justamente para falar sobre esse tipo de humilhação e discriminação por sermos pobres, pretos e de periferia ou favela", conta Gabriel Gomes, de 22 anos, aluno do 7º período do curso de Publicidade e bolsista do ProUni. Com o acúmulo de relatos e desabafos, Gomes juntou-se a outros sete colegas para criar a página, que vem recebendo uma média de três relatos por dia. Desde a criação, no início de setembro, o grupo já recebeu 47 depoimentos, dos quais publicou 27. Segundo um levantamento informal com 31 dos estudantes que enviaram suas experiências pessoais, a maioria tem entre 17 e 24 anos e leva entre duas e três horas para chegar ao campus, na Gávea, bairro nobre da Zona Sul do Rio. Nenhum tem carro, e grande parte é morador de favela ou de bairros da periferia da Zona Norte e da Baixada Fluminense –uma realidade que, de acordo com os alunos, incomoda professores e colegas. 'Mundos diferentes' Segundo o grupo, há professores que logo no início do semestre fazem questão de identificá-los e destacá-los. "Quando o professor pergunta diante de toda a turma onde você estudou no Ensino Médio, em que bairro você mora, a profissão dos seus pais ou diretamente se você é bolsista, é óbvio que isso é uma forma de discriminação. Na maioria das vezes eu sou o único que estudou em escola pública, de uma sala inteira", diz Gomes. Um dos relatos com mais repercussão na página, com mais de 3 mil curtidas, é o de uma aluna do curso de Design, bolsista do ProUni. "Tive a infelicidade de me matricular em uma disciplina cuja professora não gostava de pobre. Isso ficava evidente nas muitas piadinhas que ela fazia sobre empregadas domésticas", conta. "No primeiro dia de aula, informei a ela que eu sempre chegaria atrasada, porque eu saia do trabalho e não conseguia chegar no início da aula. A partir de então virei piada. As piadas me incomodavam e eu tentava fugir do campo de visão dela durante as aulas, e quanto mais eu me escondia, mais ela me percebia e chamava a atenção pelo fato de eu estar excluída da turma", completa. Em outro relato que gerou muitos comentários, uma aluna de Jornalismo que estagiou na TV universitária afirma ter sido alvo de racismo. "Sou negra e na época meu cabelo era relaxado, o que significa que toda vez que ia gravar tinha que fazer chapinha. Morando longe e acordando cedo, nem sempre dava tempo ou tinha ânimo. Uma vez, quando não tinha que gravar nada, minha chefe me falou: Por que está com esse cabelo horrível? Se eu precisar te mandar entrevistar o reitor, não tem como desse jeito! Tem que fazer chapinha! Isso na frente de outras pessoas." Para Lucas Clementino, de 19 anos, estudante do 1º período de Arquitetura e bolsista do ProUni, há um "ciclo vicioso" na universidade. "Aqui é muito comum que ex-alunos se tornem professores. É um ciclo. Eles acham que a PUC pertence 100% a eles, à classe social deles. Eles vêm a gente como a minoria, como os invasores, e quando se tornam professores estimulam isso nos alunos e legitimam o preconceito", afirma ele, integrante do grupo. Em outro depoimento enviado à página, uma aluna diz ter ouvido de uma colega um comentário discriminatório porque não tinha um smartphone moderno. "Tive um trabalho em conjunto e meus colegas montaram um grupo no WhatsApp. Pedi pra fazermos isso no Facebook, porque meu celular era bem antigo e não tinha esse recurso. Eu não tinha grana pra comprar outro melhor e isso nem me fazia falta na época. Uma menina olhou pra mim e disse "sai da caverna, sua louca! Hoje em dia qualquer um consegue comprar um iPhonezinho, vai!". Na época, senti certa pena de mim. Hoje, sinto muita pena dela." 'ELES' X 'NÓS' Para os criadores do grupo, comentários que expõem as diferenças de classes sociais e poder de consumo passam despercebido entre "eles", mas têm efeito muito negativo sobre os alunos bolsistas, que se sentem discriminados por causa da maneira como se vestem, pelo bairro onde moram, pelas origens ou pela cor da pele. Questionados sobre quem seriam "eles", o grupo diz tratar-se dos estudantes que se sentem "100% pertencentes à universidade, geralmente brancos, de classe média alta, e moradores de bairros nobres do Rio". Para Michel Silva, "eles" são os colegas que vivem em outra realidade social. "Para mim, 'eles' são as pessoas inseridas numa bolha social muito difícil de furar. É como se a gente fosse uma agulha tentando furar. Eu sou essa agulha", diz. Questionados sobre a perspectiva de que entre os alunos pagantes há provavelmente pessoas de diversas origens, os integrantes do grupo argumentam que, apesar das diferenças, "eles" pertencem ao "mesmo mundo". "Há os muito ricos, que moram em mansões com elevador. Há a classe média, mas que pode pagar a mensalidade. Tem diferenças, claro, mas eles falam a mesma língua, têm as mesmas referências e pertencem ao mesmo mundo, que é muito diferente do nosso", diz Michelle Egito, aluna do 7º período de Cinema e bolsista do ProUni. REUNIÃO Conforme a página no Facebook ganha repercussão, o grupo espera resultados práticos, como campanhas de conscientização promovidas pela Reitoria e punições a professores denunciados. Mas também teme retaliações. "Nos últimos dias, ouvi de um professor em sala de aula que 'agora não se pode mais falar qualquer coisa, senão cai naquele site dos Bastardos'. Já é um começo. Queremos que os próximos bolsistas saibam que podem ser acolhidos e que também têm direito de estarem aqui", diz Gomes. Na última terça-feira, o grupo foi convidado pela Vice-Reitoria para uma reunião. "Apresentamos demandas, mas não houve tempo para tocar no tema específico das denúncias contra professores. É algo que ainda vamos levar adiante, porque precisa acabar essa cultura da impunidade, que legitima o preconceito", diz o estudante. Procurada pela BBC Brasil, a PUC-Rio confirmou a reunião e disse que "as demandas serão analisadas" e que "até o momento não foram apresentadas denúncias formais contra professores". "A PUC-Rio sempre apura qualquer denúncia que chega pelos meios que os alunos têm para fazer essas queixas, como a ouvidoria da universidade por email, pessoalmente, ou por telefone. A cada seis meses os alunos bolsistas têm contato com a coordenação de bolsas, quando ocorre a renovação, e há oportunidade para denúncias. Além disso a Reitoria está sempre aberta a recebê-los", diz a nota. Sobre punições a professores, a universidade diz que os casos denunciados são investigados e que no passado já houve punição formal, mas não soube precisar se tratou-se de uma advertência ou de medidas mais severas, como demissão.
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Bolsistas criam página contra preconceito em universidade carioca"Você é pobre? E bolsista? Não sabia que a PUC misturava o tipo de gente que estuda Relações Internacionais, até porque é um curso que exige inglês, né?" Foi assim que um aluno da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC-Rio, bolsista do ProUni e morador de um bairro do subúrbio carioca, diz ter sido recebido por um colega no primeiro semestre de aulas, durante um debate sobre cotas raciais. "Eu não consegui dizer nada, e meus colegas também não disseram nada. Foi a primeira de muitas vezes em que pensei em largar a PUC", conta o estudante, hoje formado pela tradicional universidade privada carioca, considerada de elite –mas onde 51% dos 12.760 alunos são bolsistas. O relato do aluno está na página "Bastardos da PUC-Rio", que em menos de um mês já tem 6 mil curtidas no Facebook. Alusão ao termo "filhos da PUC", usado pelos alunos e professores da instituição, o nome da página foi escolhido pelo grupo justamente para deixar claro que eles não se sentem acolhidos nem tratados como iguais aos estudantes pagantes. Todos os depoimentos são anônimos. "Tudo começou num grupo de WhatsApp que a gente criou justamente para falar sobre esse tipo de humilhação e discriminação por sermos pobres, pretos e de periferia ou favela", conta Gabriel Gomes, de 22 anos, aluno do 7º período do curso de Publicidade e bolsista do ProUni. Com o acúmulo de relatos e desabafos, Gomes juntou-se a outros sete colegas para criar a página, que vem recebendo uma média de três relatos por dia. Desde a criação, no início de setembro, o grupo já recebeu 47 depoimentos, dos quais publicou 27. Segundo um levantamento informal com 31 dos estudantes que enviaram suas experiências pessoais, a maioria tem entre 17 e 24 anos e leva entre duas e três horas para chegar ao campus, na Gávea, bairro nobre da Zona Sul do Rio. Nenhum tem carro, e grande parte é morador de favela ou de bairros da periferia da Zona Norte e da Baixada Fluminense –uma realidade que, de acordo com os alunos, incomoda professores e colegas. 'Mundos diferentes' Segundo o grupo, há professores que logo no início do semestre fazem questão de identificá-los e destacá-los. "Quando o professor pergunta diante de toda a turma onde você estudou no Ensino Médio, em que bairro você mora, a profissão dos seus pais ou diretamente se você é bolsista, é óbvio que isso é uma forma de discriminação. Na maioria das vezes eu sou o único que estudou em escola pública, de uma sala inteira", diz Gomes. Um dos relatos com mais repercussão na página, com mais de 3 mil curtidas, é o de uma aluna do curso de Design, bolsista do ProUni. "Tive a infelicidade de me matricular em uma disciplina cuja professora não gostava de pobre. Isso ficava evidente nas muitas piadinhas que ela fazia sobre empregadas domésticas", conta. "No primeiro dia de aula, informei a ela que eu sempre chegaria atrasada, porque eu saia do trabalho e não conseguia chegar no início da aula. A partir de então virei piada. As piadas me incomodavam e eu tentava fugir do campo de visão dela durante as aulas, e quanto mais eu me escondia, mais ela me percebia e chamava a atenção pelo fato de eu estar excluída da turma", completa. Em outro relato que gerou muitos comentários, uma aluna de Jornalismo que estagiou na TV universitária afirma ter sido alvo de racismo. "Sou negra e na época meu cabelo era relaxado, o que significa que toda vez que ia gravar tinha que fazer chapinha. Morando longe e acordando cedo, nem sempre dava tempo ou tinha ânimo. Uma vez, quando não tinha que gravar nada, minha chefe me falou: Por que está com esse cabelo horrível? Se eu precisar te mandar entrevistar o reitor, não tem como desse jeito! Tem que fazer chapinha! Isso na frente de outras pessoas." Para Lucas Clementino, de 19 anos, estudante do 1º período de Arquitetura e bolsista do ProUni, há um "ciclo vicioso" na universidade. "Aqui é muito comum que ex-alunos se tornem professores. É um ciclo. Eles acham que a PUC pertence 100% a eles, à classe social deles. Eles vêm a gente como a minoria, como os invasores, e quando se tornam professores estimulam isso nos alunos e legitimam o preconceito", afirma ele, integrante do grupo. Em outro depoimento enviado à página, uma aluna diz ter ouvido de uma colega um comentário discriminatório porque não tinha um smartphone moderno. "Tive um trabalho em conjunto e meus colegas montaram um grupo no WhatsApp. Pedi pra fazermos isso no Facebook, porque meu celular era bem antigo e não tinha esse recurso. Eu não tinha grana pra comprar outro melhor e isso nem me fazia falta na época. Uma menina olhou pra mim e disse "sai da caverna, sua louca! Hoje em dia qualquer um consegue comprar um iPhonezinho, vai!". Na época, senti certa pena de mim. Hoje, sinto muita pena dela." 'ELES' X 'NÓS' Para os criadores do grupo, comentários que expõem as diferenças de classes sociais e poder de consumo passam despercebido entre "eles", mas têm efeito muito negativo sobre os alunos bolsistas, que se sentem discriminados por causa da maneira como se vestem, pelo bairro onde moram, pelas origens ou pela cor da pele. Questionados sobre quem seriam "eles", o grupo diz tratar-se dos estudantes que se sentem "100% pertencentes à universidade, geralmente brancos, de classe média alta, e moradores de bairros nobres do Rio". Para Michel Silva, "eles" são os colegas que vivem em outra realidade social. "Para mim, 'eles' são as pessoas inseridas numa bolha social muito difícil de furar. É como se a gente fosse uma agulha tentando furar. Eu sou essa agulha", diz. Questionados sobre a perspectiva de que entre os alunos pagantes há provavelmente pessoas de diversas origens, os integrantes do grupo argumentam que, apesar das diferenças, "eles" pertencem ao "mesmo mundo". "Há os muito ricos, que moram em mansões com elevador. Há a classe média, mas que pode pagar a mensalidade. Tem diferenças, claro, mas eles falam a mesma língua, têm as mesmas referências e pertencem ao mesmo mundo, que é muito diferente do nosso", diz Michelle Egito, aluna do 7º período de Cinema e bolsista do ProUni. REUNIÃO Conforme a página no Facebook ganha repercussão, o grupo espera resultados práticos, como campanhas de conscientização promovidas pela Reitoria e punições a professores denunciados. Mas também teme retaliações. "Nos últimos dias, ouvi de um professor em sala de aula que 'agora não se pode mais falar qualquer coisa, senão cai naquele site dos Bastardos'. Já é um começo. Queremos que os próximos bolsistas saibam que podem ser acolhidos e que também têm direito de estarem aqui", diz Gomes. Na última terça-feira, o grupo foi convidado pela Vice-Reitoria para uma reunião. "Apresentamos demandas, mas não houve tempo para tocar no tema específico das denúncias contra professores. É algo que ainda vamos levar adiante, porque precisa acabar essa cultura da impunidade, que legitima o preconceito", diz o estudante. Procurada pela BBC Brasil, a PUC-Rio confirmou a reunião e disse que "as demandas serão analisadas" e que "até o momento não foram apresentadas denúncias formais contra professores". "A PUC-Rio sempre apura qualquer denúncia que chega pelos meios que os alunos têm para fazer essas queixas, como a ouvidoria da universidade por email, pessoalmente, ou por telefone. A cada seis meses os alunos bolsistas têm contato com a coordenação de bolsas, quando ocorre a renovação, e há oportunidade para denúncias. Além disso a Reitoria está sempre aberta a recebê-los", diz a nota. Sobre punições a professores, a universidade diz que os casos denunciados são investigados e que no passado já houve punição formal, mas não soube precisar se tratou-se de uma advertência ou de medidas mais severas, como demissão.
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Tempestades e inundações continuam nos EUA; mortos chegam a 43
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Subiu para 43 o número de mortes causadas por uma sucessão de tempestades e inundações no meio-oeste dos Estados Unidos desde a última quarta (23). Ao menos 11 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após a passagem de um tornado na região de Dallas no final de semana. As equipes de resgate agora estão fazendo buscas de casa a casa à procura de vítimas. As autoridades estimam que mais de 1.450 casas foram destruídas ou danificadas no norte do Estado. Neve e inundações também bloquearam algumas estradas. O tornado alcançou a classificação EF-4, o segundo mais poderoso na escala, com ventos de mais de 320 km/h, em Garland, subúrbio de Dallas. Até o momento, foram reportadas oito mortes no local. Outras três pessoas morreram em Collin County, também na região de Dallas. As circunstâncias das mortes estão sendo investigadas. No Missouri, ao menos oito pessoas morreram nos últimos dias e diversas estradas foram fechadas, segundo o governador Jay Nixon. Em Oklahoma, cerca de 60 mil casas ficaram sem eletricidade devido a tempestades de neve e inundações. No Novo México, a neve acumulada em algumas regiões chegou a 2,4 metros de altura. Já foi declarado estado de emergência em Illinois, Novo México, Texas, Missouri, Alabama, Mississipi e Geórgia. O Serviço Meteorológico Nacional informou que 21 Estados, desde o Novo México até Michigan, estavam sob observação ou receberam alertas para tempestades de neve e inundações. Cerca de 1.500 voos foram cancelados Tornados são comuns no meio-oeste americano durante a primavera (de março a junho, no hemisfério norte), mas são raros no inverno.
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mundo
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Tempestades e inundações continuam nos EUA; mortos chegam a 43Subiu para 43 o número de mortes causadas por uma sucessão de tempestades e inundações no meio-oeste dos Estados Unidos desde a última quarta (23). Ao menos 11 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após a passagem de um tornado na região de Dallas no final de semana. As equipes de resgate agora estão fazendo buscas de casa a casa à procura de vítimas. As autoridades estimam que mais de 1.450 casas foram destruídas ou danificadas no norte do Estado. Neve e inundações também bloquearam algumas estradas. O tornado alcançou a classificação EF-4, o segundo mais poderoso na escala, com ventos de mais de 320 km/h, em Garland, subúrbio de Dallas. Até o momento, foram reportadas oito mortes no local. Outras três pessoas morreram em Collin County, também na região de Dallas. As circunstâncias das mortes estão sendo investigadas. No Missouri, ao menos oito pessoas morreram nos últimos dias e diversas estradas foram fechadas, segundo o governador Jay Nixon. Em Oklahoma, cerca de 60 mil casas ficaram sem eletricidade devido a tempestades de neve e inundações. No Novo México, a neve acumulada em algumas regiões chegou a 2,4 metros de altura. Já foi declarado estado de emergência em Illinois, Novo México, Texas, Missouri, Alabama, Mississipi e Geórgia. O Serviço Meteorológico Nacional informou que 21 Estados, desde o Novo México até Michigan, estavam sob observação ou receberam alertas para tempestades de neve e inundações. Cerca de 1.500 voos foram cancelados Tornados são comuns no meio-oeste americano durante a primavera (de março a junho, no hemisfério norte), mas são raros no inverno.
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Revelação de fraude na lei Rouanet é 1º resultado de novo laboratório da PF
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O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça (28) que o Laboratório de Combate de Corrupção e Lavagem de Dinheiro criado pela Polícia Federal será usado em cruzamentos de informações das maiores operações do país. "A ferramenta nos permitirá o cruzamento de dados entre as operações Acrônimo, Lava Jato, Zelotes. O ministro Teori Zavaski [do Supremo Tribunal Federal] foi muito feliz na expressão de que cada vez que se puxa uma pena dessas operações grandes está saindo uma galinha inteira", disse Moraes. O laboratório desenvolvido pela Polícia Federal de São Paulo permite o cruzamento de dados entre instituições financeiras e agentes públicos e privados, formando um organograma da organização criminosa que está sendo investigada. "Os softwares nos permitem fazer cruzamento de informações para descobrir vínculos entre bens e pessoas, ou empresas e pessoas, entre outros", disse o delegado Milton Fornazari Junior, que chefia a Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, em São Paulo. Os primeiros frutos do laboratório foram colhidos na operação desta terça, a Boca Livre, que apura fraudes na Lei Rouanet, de incentivo à cultura. "São R$ 180 milhões descobertos de fraudes que deveriam ser usados para financiar cultura e foram usados para financiar riqueza pessoal", disse o ministro da Justiça. O delegado-geral da PF, Leandro Daiello, afirmou que o objetivo é estender o laboratório para o maior número possível de superintendências. "É essa a PF que queremos oferecer para o país: moderna e com capacidade cada vez maior de cruzamentos de dados para combate a corrupção e lavagem de dinheiro".
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poder
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Revelação de fraude na lei Rouanet é 1º resultado de novo laboratório da PFO ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça (28) que o Laboratório de Combate de Corrupção e Lavagem de Dinheiro criado pela Polícia Federal será usado em cruzamentos de informações das maiores operações do país. "A ferramenta nos permitirá o cruzamento de dados entre as operações Acrônimo, Lava Jato, Zelotes. O ministro Teori Zavaski [do Supremo Tribunal Federal] foi muito feliz na expressão de que cada vez que se puxa uma pena dessas operações grandes está saindo uma galinha inteira", disse Moraes. O laboratório desenvolvido pela Polícia Federal de São Paulo permite o cruzamento de dados entre instituições financeiras e agentes públicos e privados, formando um organograma da organização criminosa que está sendo investigada. "Os softwares nos permitem fazer cruzamento de informações para descobrir vínculos entre bens e pessoas, ou empresas e pessoas, entre outros", disse o delegado Milton Fornazari Junior, que chefia a Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, em São Paulo. Os primeiros frutos do laboratório foram colhidos na operação desta terça, a Boca Livre, que apura fraudes na Lei Rouanet, de incentivo à cultura. "São R$ 180 milhões descobertos de fraudes que deveriam ser usados para financiar cultura e foram usados para financiar riqueza pessoal", disse o ministro da Justiça. O delegado-geral da PF, Leandro Daiello, afirmou que o objetivo é estender o laboratório para o maior número possível de superintendências. "É essa a PF que queremos oferecer para o país: moderna e com capacidade cada vez maior de cruzamentos de dados para combate a corrupção e lavagem de dinheiro".
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Caixa suspende linha de crédito mais barata para imóveis de até R$ 950 mil
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A Caixa Econômica Federal informou que suspendeu novas contratações de crédito imobiliário com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), a linha Pró-Cotista. "Os recursos disponíveis da modalidade atualmente são suficientes apenas para atender as propostas de financiamento já recebidas pelo banco", afirmou o banco em nota. A Pró-Cotista financia a compra de imóveis de até R$ 950 mil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e de até R$ 800 mil nos outros Estados. É a linha de empréstimo habitacional mais barata depois do Minha Casa, Minha Vida. Um gerente de uma agência da Caixa na capital paulista, que pediu anonimato, disse que novas contratações na Pró-Cotista estão suspensas há semanas. "E quem teve o pedido de financiamento já aprovado tem até o fim deste mês para assinar, caso contrário vai perder", disse. No comunicado, a Caixa afirma que deve receber nas próximas semanas cerca de R$ 3 bilhões para complementar os recursos da linha Pró-Cotista. O banco negou que a suspensão esteja relacionada à falta de recursos por causa do resgate de recursos de contas inativas do FGTS, autorizado pelo governo em dezembro. Nos últimos dois meses, segundo o presidente Michel Temer, foram resgatados R$ 15 bilhões, e a expectativa é que o volume sacado das contas inativas chegue perto de R$ 40 bilhões até julho. O vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza, disse que, enquanto isso, o banco tem orientado os tomadores a buscar outras linhas de crédito, como a do SBPE, com recursos da caderneta de poupança. A taxa de juro da Pró-Cotista da Caixa para não correntistas do banco é de 8,61% ao ano. Já pelo SBPE a taxa é de 10,49% ao ano. Maior concessora de crédito imobiliário do país, a Caixa vem refletindo o contínuo vaivém do setor nos últimos dois anos, diante da recessão no país e de movimentos na Selic. Em 2015, com a taxa básica de juros chegando a 14,25% ao ano, a caderneta de poupança, que paga 6% anuais, teve saída líquida de R$ 53,6 bilhões. No ano passado, a poupança teve resgates de R$ 40,7 bilhões. Com isso, os empréstimos concedidos pelo SBPE no ano passado para compra e construção de imóveis caíram 38,3% ante 2015, para o menor nível desde 2009. O desempenho só não foi pior porque o financiamento com recursos do FGTS cresceu 18,5%, com a Caixa sendo mais flexível nos critérios para uso da linha Pró-Cotista. Com o início do ciclo de cortes na Selic no ano passado, a expectativa de profissionais do mercado imobiliário é de os custos menores sejam repassados pelos bancos a tomadores nos próximos meses. "Enquanto isso, estamos recomendando aos clientes que querem empréstimos pela Pró-Cotista que busquem no Banco do Brasil, que ainda tem recursos", disse a consultora imobiliária Daniele Akamine. "Recentemente fizemos isso para um funcionário da própria Caixa". Segundo o executivo da Caixa, o banco tomará as medidas para cumprir seu orçamento, que prevê conceder um total de R$ 84 bilhões em novos financiamentos para habitação neste ano, ante R$ 81,5 bilhões no ano passado, considerando todas as linhas. "É muito ruim o cliente pedir recursos e não haver recursos; não vamos deixar acontecer", disse.
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mercado
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Caixa suspende linha de crédito mais barata para imóveis de até R$ 950 milA Caixa Econômica Federal informou que suspendeu novas contratações de crédito imobiliário com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), a linha Pró-Cotista. "Os recursos disponíveis da modalidade atualmente são suficientes apenas para atender as propostas de financiamento já recebidas pelo banco", afirmou o banco em nota. A Pró-Cotista financia a compra de imóveis de até R$ 950 mil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e de até R$ 800 mil nos outros Estados. É a linha de empréstimo habitacional mais barata depois do Minha Casa, Minha Vida. Um gerente de uma agência da Caixa na capital paulista, que pediu anonimato, disse que novas contratações na Pró-Cotista estão suspensas há semanas. "E quem teve o pedido de financiamento já aprovado tem até o fim deste mês para assinar, caso contrário vai perder", disse. No comunicado, a Caixa afirma que deve receber nas próximas semanas cerca de R$ 3 bilhões para complementar os recursos da linha Pró-Cotista. O banco negou que a suspensão esteja relacionada à falta de recursos por causa do resgate de recursos de contas inativas do FGTS, autorizado pelo governo em dezembro. Nos últimos dois meses, segundo o presidente Michel Temer, foram resgatados R$ 15 bilhões, e a expectativa é que o volume sacado das contas inativas chegue perto de R$ 40 bilhões até julho. O vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza, disse que, enquanto isso, o banco tem orientado os tomadores a buscar outras linhas de crédito, como a do SBPE, com recursos da caderneta de poupança. A taxa de juro da Pró-Cotista da Caixa para não correntistas do banco é de 8,61% ao ano. Já pelo SBPE a taxa é de 10,49% ao ano. Maior concessora de crédito imobiliário do país, a Caixa vem refletindo o contínuo vaivém do setor nos últimos dois anos, diante da recessão no país e de movimentos na Selic. Em 2015, com a taxa básica de juros chegando a 14,25% ao ano, a caderneta de poupança, que paga 6% anuais, teve saída líquida de R$ 53,6 bilhões. No ano passado, a poupança teve resgates de R$ 40,7 bilhões. Com isso, os empréstimos concedidos pelo SBPE no ano passado para compra e construção de imóveis caíram 38,3% ante 2015, para o menor nível desde 2009. O desempenho só não foi pior porque o financiamento com recursos do FGTS cresceu 18,5%, com a Caixa sendo mais flexível nos critérios para uso da linha Pró-Cotista. Com o início do ciclo de cortes na Selic no ano passado, a expectativa de profissionais do mercado imobiliário é de os custos menores sejam repassados pelos bancos a tomadores nos próximos meses. "Enquanto isso, estamos recomendando aos clientes que querem empréstimos pela Pró-Cotista que busquem no Banco do Brasil, que ainda tem recursos", disse a consultora imobiliária Daniele Akamine. "Recentemente fizemos isso para um funcionário da própria Caixa". Segundo o executivo da Caixa, o banco tomará as medidas para cumprir seu orçamento, que prevê conceder um total de R$ 84 bilhões em novos financiamentos para habitação neste ano, ante R$ 81,5 bilhões no ano passado, considerando todas as linhas. "É muito ruim o cliente pedir recursos e não haver recursos; não vamos deixar acontecer", disse.
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Australiano que nasceu sem os quatro membros fala sobre bullying
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O australiano Nick Vujicic, que completa 34 anos neste domingo (4), nasceu com tetra-amelia, uma rara condição em que o bebê nasce sem nenhum dos quatro membros. As dificuldades que vieram com a deficiência, no final das contas, não impediram que ele tivesse uma história de sucesso, a ponto de encher estádios com uma multidão só pra ouvi-lo. Há 15 anos ele viaja o mundo contando sua história. Neste mês de dezembro, será a quarta vez que o palestrante motivacional vem ao Brasil, dessa vez para falar sobre bullying. Vítima da prática quando mais jovem e sentindo-se injustiçado por não ter nenhum membro, Nick tentou se suicidar por volta dos dez anos de idade. "A depressão havia tomado conta de mim. Eu era o único sem braços e pernas. As pessoas me provocavam, me colocavam para baixo. Eu pensava que seria assim minha vida inteira. Achava que eu era um peso para os meus pais, que eu nunca conseguiria um emprego, que eu nunca me casaria, que eu nunca seria feliz", diz Nick à Folha, em conversa por telefone. Nessas horas, ele diz que o mais importante é procurar alguém: pai, mãe, um amigo, um professor. "As escolas têm que estar preparadas para identificar esses casos." O bullying muitas vezes começa como brincadeira. A partir de um certo ponto, é ofensa, diz o palestrante. Perceber que a linha foi cruzada pode não ser tão simples para as pessoas, que machucam os outros com palavras descuidadas. "Você não sabe quem na escola está sendo abusado sexualmente em casa. Você não sabe quem tem um pai alcoólatra." Há ainda uma outra ponta solta nesse arranjo: "A maioria das pessoas vê o bullying acontecer. É 80% da escola que não sofre ou pratica bullying, mas espalha a fofoca." Por isso mesmo, ele espera que todos possam, de alguma forma, tirar algo de suas palestras, sejam empresários, vítimas de bullying ou os próprios valentões. "Você sairia fofocando se descobrisse que há cinco pessoas em sua escola que já tentaram suicídio por causa de bullying?" Nick tem um pequeno pé com o qual consegue realizar algumas atividades do dia a dia, como subir no sofá, por exemplo. A boca é outra ferramenta para ações. Ele se locomove com auxílio de uma cadeira de rodas. POSITIVIDADE E RELIGIÃO O palestrante motivacional espera difundir "positividade" entre as pessoas para que o cenário do bullying melhore, mas aponta um dos problemas em sua área de atuação: "Sou altamente crítico a palestrantes motivacionais. As pessoas estão ali por dinheiro. Eu já estive em palcos com outros palestrantes que estavam ali só para vender seus produtos e seu blá- blá-blá." Nick, que também é um pregador evangélico, é casado com Kanae Miyahara e tem dois filhos, Kiyoshi e Dejan. É de igrejas que vem grande parte do público que paga até cerca de R$ 1.000 por ingresso para asssistir à sua palestra. "Sem Deus, eu não poderia viver uma vida de propósito e pela eternidade. Mas, na minha opinião, minha mensagem se aplica a qualquer um, com ou sem fé." "Eu sou feliz do jeito que sou. Eu vi que há um propósito maior para a minha deficiência. Fui colocado em um beco para pensar nas grandes perguntas da vida." - QUANDO de 13 a 18 de dezembro CIDADES Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e Porto Alegre QUANTO R$ 37 a R$ 997 mais informações no site experienciadesucesso.com.br/nick
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Australiano que nasceu sem os quatro membros fala sobre bullyingO australiano Nick Vujicic, que completa 34 anos neste domingo (4), nasceu com tetra-amelia, uma rara condição em que o bebê nasce sem nenhum dos quatro membros. As dificuldades que vieram com a deficiência, no final das contas, não impediram que ele tivesse uma história de sucesso, a ponto de encher estádios com uma multidão só pra ouvi-lo. Há 15 anos ele viaja o mundo contando sua história. Neste mês de dezembro, será a quarta vez que o palestrante motivacional vem ao Brasil, dessa vez para falar sobre bullying. Vítima da prática quando mais jovem e sentindo-se injustiçado por não ter nenhum membro, Nick tentou se suicidar por volta dos dez anos de idade. "A depressão havia tomado conta de mim. Eu era o único sem braços e pernas. As pessoas me provocavam, me colocavam para baixo. Eu pensava que seria assim minha vida inteira. Achava que eu era um peso para os meus pais, que eu nunca conseguiria um emprego, que eu nunca me casaria, que eu nunca seria feliz", diz Nick à Folha, em conversa por telefone. Nessas horas, ele diz que o mais importante é procurar alguém: pai, mãe, um amigo, um professor. "As escolas têm que estar preparadas para identificar esses casos." O bullying muitas vezes começa como brincadeira. A partir de um certo ponto, é ofensa, diz o palestrante. Perceber que a linha foi cruzada pode não ser tão simples para as pessoas, que machucam os outros com palavras descuidadas. "Você não sabe quem na escola está sendo abusado sexualmente em casa. Você não sabe quem tem um pai alcoólatra." Há ainda uma outra ponta solta nesse arranjo: "A maioria das pessoas vê o bullying acontecer. É 80% da escola que não sofre ou pratica bullying, mas espalha a fofoca." Por isso mesmo, ele espera que todos possam, de alguma forma, tirar algo de suas palestras, sejam empresários, vítimas de bullying ou os próprios valentões. "Você sairia fofocando se descobrisse que há cinco pessoas em sua escola que já tentaram suicídio por causa de bullying?" Nick tem um pequeno pé com o qual consegue realizar algumas atividades do dia a dia, como subir no sofá, por exemplo. A boca é outra ferramenta para ações. Ele se locomove com auxílio de uma cadeira de rodas. POSITIVIDADE E RELIGIÃO O palestrante motivacional espera difundir "positividade" entre as pessoas para que o cenário do bullying melhore, mas aponta um dos problemas em sua área de atuação: "Sou altamente crítico a palestrantes motivacionais. As pessoas estão ali por dinheiro. Eu já estive em palcos com outros palestrantes que estavam ali só para vender seus produtos e seu blá- blá-blá." Nick, que também é um pregador evangélico, é casado com Kanae Miyahara e tem dois filhos, Kiyoshi e Dejan. É de igrejas que vem grande parte do público que paga até cerca de R$ 1.000 por ingresso para asssistir à sua palestra. "Sem Deus, eu não poderia viver uma vida de propósito e pela eternidade. Mas, na minha opinião, minha mensagem se aplica a qualquer um, com ou sem fé." "Eu sou feliz do jeito que sou. Eu vi que há um propósito maior para a minha deficiência. Fui colocado em um beco para pensar nas grandes perguntas da vida." - QUANDO de 13 a 18 de dezembro CIDADES Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e Porto Alegre QUANTO R$ 37 a R$ 997 mais informações no site experienciadesucesso.com.br/nick
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Na reta final do impeachment, Dilma tenta reverter clima de pessimismo
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Sob orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff reuniu nesta quinta-feira (14) parlamentares da base aliada em uma tentativa de reverter o clima de pessimismo com a votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados. Em café da manhã no Palácio do Alvorada, a petista agradeceu o apoio na comissão especial do impeachment e repetiu que o governo conseguirá margem suficiente para barrar o pedido de afastamento no domingo (17). O objetivo do encontro, nas palavras de um assessor presidencial, foi "animar a tropa governista", criar "uma maré positiva" e evitar a desmobilização para a votação no plenário, ainda que o Planalto trabalhe com uma situação crítica. Em conversas reservadas nos últimos dias, Lula assume que o cenário é muito difícil, mas que é necessário passar a sensação de que ainda é possível. Para ele, é preciso tentar dar um "sprint final de confiança" para evitar um efeito manada a favor do impeachment no dia da votação. "Ela está confiante, firme, fez um discurso forte e foi bastante aplaudida", disse na saída do encontro o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Com o revés do PP e do PSD, o governo reconhece dificuldades para uma vitória no domingo. Se ela ocorrer, na avaliação de ministros e assessores, será apertada e dificultará a retomada da governabilidade na nova fase da gestão petista. Para um auxiliar presidencial, só haverá vitória se o governo gerar algum fato positivo ou demonstração de força até sexta (16) que reverta a tendência de debandada, como uma iniciativa de impacto na área econômica. O Planalto, no entanto, ainda não conta com nenhuma carta na manga. Pelas contas do Planalto, contabilizando 18 votos do PMDB e 18 votos do PR, o governo contaria com cerca de 180 votos, bem próximo ao limite para barrar o processo de impeachment. Nos dois partidos, no entanto, os números são avaliados como "irreais". Em uma última tentativa de salvar o governo, a presidente decidiu aumentar o corpo a corpo com parlamentares da base aliada até o domingo. Para aliados da petista, contudo, é tarde demais para a iniciativa.
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poder
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Na reta final do impeachment, Dilma tenta reverter clima de pessimismoSob orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff reuniu nesta quinta-feira (14) parlamentares da base aliada em uma tentativa de reverter o clima de pessimismo com a votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados. Em café da manhã no Palácio do Alvorada, a petista agradeceu o apoio na comissão especial do impeachment e repetiu que o governo conseguirá margem suficiente para barrar o pedido de afastamento no domingo (17). O objetivo do encontro, nas palavras de um assessor presidencial, foi "animar a tropa governista", criar "uma maré positiva" e evitar a desmobilização para a votação no plenário, ainda que o Planalto trabalhe com uma situação crítica. Em conversas reservadas nos últimos dias, Lula assume que o cenário é muito difícil, mas que é necessário passar a sensação de que ainda é possível. Para ele, é preciso tentar dar um "sprint final de confiança" para evitar um efeito manada a favor do impeachment no dia da votação. "Ela está confiante, firme, fez um discurso forte e foi bastante aplaudida", disse na saída do encontro o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Com o revés do PP e do PSD, o governo reconhece dificuldades para uma vitória no domingo. Se ela ocorrer, na avaliação de ministros e assessores, será apertada e dificultará a retomada da governabilidade na nova fase da gestão petista. Para um auxiliar presidencial, só haverá vitória se o governo gerar algum fato positivo ou demonstração de força até sexta (16) que reverta a tendência de debandada, como uma iniciativa de impacto na área econômica. O Planalto, no entanto, ainda não conta com nenhuma carta na manga. Pelas contas do Planalto, contabilizando 18 votos do PMDB e 18 votos do PR, o governo contaria com cerca de 180 votos, bem próximo ao limite para barrar o processo de impeachment. Nos dois partidos, no entanto, os números são avaliados como "irreais". Em uma última tentativa de salvar o governo, a presidente decidiu aumentar o corpo a corpo com parlamentares da base aliada até o domingo. Para aliados da petista, contudo, é tarde demais para a iniciativa.
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Jogador preso sob suspeita de estupro de adolescente no Rio pode ser solto
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O jogador de futebol Lucas Perdomo, 20, preso desde segunda (30), sob suspeita de participação no estupro de uma garota de 16 anos na zona oeste do Rio, pode ser solto nesta sexta-feira (3). A soltura, pedida pela defesa do rapaz, recebeu aval da delegada Cristiana Bento, responsável pela investigação. Segundo advogados de Perdomo, a decisão foi confirmada pela Justiça na noite desta quinta (2) –mesmo dia em que ele e outro suspeito, Rai de Souza, 22, foram transferidos ao presídio Bangu 10. Por causa da hora, o jogador de futebol só vai poder deixar o presídio de Bangu 10, para onde foi enviado nesta quinta (2), na sexta-feira (3). Perdomo vai continuar sendo investigado, mas poderá se defender em liberdade. Os familiares de Perdomo comemoraram a decisão. "Está ótimo. O importante é que [seja] solto", disse Silvio Duarte Santos, pai do jogador. A delegada Cristiana Bento afirmou que "está muito no início para afirmarmos que ele é inocente, mas, até agora, a gente não teve provas suficientes da participação dele, por isso pedi a soltura". "Ele continua envolvido [no inquérito]. O caso não acabou." O jogador teria sido namorado da vítima de estupro e, segundo ela, foi com ele que ela se encontrou no baile funk no dia do crime. Ele nega envolvimento no estupro. De acordo com a defesa do jogador, ele foi até a casa onde ocorreu o estupro com outra menina, enquanto a vítima teria ido com Rai de Souza, 22, outro suspeito já detido. Rai de Souza e Raphael Belo, 41, continuam presos. Nesta quinta, a polícia pediu a prisão de mais dois homens. Com isso, há cinco suspeitos foragidos. - CRONOLOGIA DO CASO 21.mai.2016 - A adolescente é estuprada de madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir a um baile funk 24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo seu circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico e tentar reaver seu celular, que havia sido roubado 25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre a gravação. No vídeo, em meio a risadas, um grupo de homens toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar como estupro, além da conjunção carnal, atos libidinosos 26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML (Instituto Médico Legal) 27.mai.2016 - Ela presta mais dois depoimentos à polícia, assim como dois dos suspeitos de participar do crime; a polícia localiza a casa em que o estupro aconteceu 28.mai.2016 - A então advogada da vítima, Eloísa Samy, pede à Promotoria do Rio o afastamento do delegado Alessandro Thiers. Segundo Samy, Thiers estava tratando o caso com "machismo e a misoginia" 29.mai.2016 - Pressionada, a Polícia Civil do Rio passa o comando das investigações à delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima); a pedido da família, a Defensoria Pública passa a defender a menina 30.mai.2016 - Polícia Civil realiza operação para prender seis suspeitos de participar do crime; Rai de Souza, 22, e Lucas Perdomo, 20, são detidos 31.mai.2016 A vítima e sua família entram no programa federal de proteção à testemunha, o que significa que a menina pode ganhar uma nova identidade e deixar o Rio 1º.jun.2016 Um terceiro suspeito se apresenta à polícia. Raphael Duarte Belo, 41, aparece no vídeo fazendo uma selfie ao lado do corpo da jovem 2.jun.2016 Polícia Civil do Rio pede a prisão de mais dois homens: Moisés de Lucena, que foi acusado pela vítima de tê-la segurado, e um homem identificado como Jeferson. Com isso, passam a ser oito os suspeitos de envolvimento no crime
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cotidiano
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Jogador preso sob suspeita de estupro de adolescente no Rio pode ser soltoO jogador de futebol Lucas Perdomo, 20, preso desde segunda (30), sob suspeita de participação no estupro de uma garota de 16 anos na zona oeste do Rio, pode ser solto nesta sexta-feira (3). A soltura, pedida pela defesa do rapaz, recebeu aval da delegada Cristiana Bento, responsável pela investigação. Segundo advogados de Perdomo, a decisão foi confirmada pela Justiça na noite desta quinta (2) –mesmo dia em que ele e outro suspeito, Rai de Souza, 22, foram transferidos ao presídio Bangu 10. Por causa da hora, o jogador de futebol só vai poder deixar o presídio de Bangu 10, para onde foi enviado nesta quinta (2), na sexta-feira (3). Perdomo vai continuar sendo investigado, mas poderá se defender em liberdade. Os familiares de Perdomo comemoraram a decisão. "Está ótimo. O importante é que [seja] solto", disse Silvio Duarte Santos, pai do jogador. A delegada Cristiana Bento afirmou que "está muito no início para afirmarmos que ele é inocente, mas, até agora, a gente não teve provas suficientes da participação dele, por isso pedi a soltura". "Ele continua envolvido [no inquérito]. O caso não acabou." O jogador teria sido namorado da vítima de estupro e, segundo ela, foi com ele que ela se encontrou no baile funk no dia do crime. Ele nega envolvimento no estupro. De acordo com a defesa do jogador, ele foi até a casa onde ocorreu o estupro com outra menina, enquanto a vítima teria ido com Rai de Souza, 22, outro suspeito já detido. Rai de Souza e Raphael Belo, 41, continuam presos. Nesta quinta, a polícia pediu a prisão de mais dois homens. Com isso, há cinco suspeitos foragidos. - CRONOLOGIA DO CASO 21.mai.2016 - A adolescente é estuprada de madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir a um baile funk 24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo seu circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico e tentar reaver seu celular, que havia sido roubado 25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre a gravação. No vídeo, em meio a risadas, um grupo de homens toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar como estupro, além da conjunção carnal, atos libidinosos 26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML (Instituto Médico Legal) 27.mai.2016 - Ela presta mais dois depoimentos à polícia, assim como dois dos suspeitos de participar do crime; a polícia localiza a casa em que o estupro aconteceu 28.mai.2016 - A então advogada da vítima, Eloísa Samy, pede à Promotoria do Rio o afastamento do delegado Alessandro Thiers. Segundo Samy, Thiers estava tratando o caso com "machismo e a misoginia" 29.mai.2016 - Pressionada, a Polícia Civil do Rio passa o comando das investigações à delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima); a pedido da família, a Defensoria Pública passa a defender a menina 30.mai.2016 - Polícia Civil realiza operação para prender seis suspeitos de participar do crime; Rai de Souza, 22, e Lucas Perdomo, 20, são detidos 31.mai.2016 A vítima e sua família entram no programa federal de proteção à testemunha, o que significa que a menina pode ganhar uma nova identidade e deixar o Rio 1º.jun.2016 Um terceiro suspeito se apresenta à polícia. Raphael Duarte Belo, 41, aparece no vídeo fazendo uma selfie ao lado do corpo da jovem 2.jun.2016 Polícia Civil do Rio pede a prisão de mais dois homens: Moisés de Lucena, que foi acusado pela vítima de tê-la segurado, e um homem identificado como Jeferson. Com isso, passam a ser oito os suspeitos de envolvimento no crime
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SP terá condomínio 'gourmet' no Minha Casa, Minha Vida
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A capital de São Paulo ganhará, em junho, o primeiro empreendimento "gourmet" financiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Trata-se do "br caetano", da incorporadora Bracon. Localizado na região central de São Paulo, na rua Caetano Pinto, no Brás, o condomínio contará com serviços como lavanderia, bicicletário e espaço para animais, para atender à nova classe média. Serão 214 apartamentos, com tamanhos que vão de 29 m² a 39 m², que custam de R$ 171 mil a R$ 210 mil. Nas áreas comuns, haverá academia, área externa para exercícios físicos, piscina, quadra, salão de festas, espaço gourmet e churrasqueira, entre outros atrativos. O valor do condomínio será R$ 189. Haverá ainda serviços como os de hotel, que incluem mensageiro, arrumadeira e faxineira por R$ 75 mensais. As vendas começam em junho. O projeto deve ser entregue em dezembro de 2017.
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mercado
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SP terá condomínio 'gourmet' no Minha Casa, Minha VidaA capital de São Paulo ganhará, em junho, o primeiro empreendimento "gourmet" financiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Trata-se do "br caetano", da incorporadora Bracon. Localizado na região central de São Paulo, na rua Caetano Pinto, no Brás, o condomínio contará com serviços como lavanderia, bicicletário e espaço para animais, para atender à nova classe média. Serão 214 apartamentos, com tamanhos que vão de 29 m² a 39 m², que custam de R$ 171 mil a R$ 210 mil. Nas áreas comuns, haverá academia, área externa para exercícios físicos, piscina, quadra, salão de festas, espaço gourmet e churrasqueira, entre outros atrativos. O valor do condomínio será R$ 189. Haverá ainda serviços como os de hotel, que incluem mensageiro, arrumadeira e faxineira por R$ 75 mensais. As vendas começam em junho. O projeto deve ser entregue em dezembro de 2017.
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'Ninguém Entra, Ninguém Sai' é sucessão de piadas óbvias
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O mote desta comédia foi esboçado por Luis Fernando Veríssimo em uma crônica de jornal: os frequentadores de um motel são obrigados a permanecer trancados por lá durante quarenta dias. O nome do motel –Zeffiro's– é uma referência a Carlos Zéfiro, pseudônimo do carioca Alcides Aguiar Caminha (1921-1992), desenhista de quadrinhos pornográficos que circulavam clandestinamente entre os anos 1950 e 1970. Mas "Ninguém Entra, Ninguém Sai" é bem mais comportada, não tem sequer nudez em suas cenas. A quarentena se explica porque um funcionário do motel teria sido infectado lá por um raro e perigosíssimo vírus. O governo decide isolar o motel enquanto médicos tentam identificar a ameaça. O roteirista Paulo Halm –de "A Casa da Mãe Joana 2" (2012), último filme de Hugo Carvana (1937-2014) – povoa o estabelecimento com uma galeria de tipos tão exótica quanto improvável. As figuras principais são Letícia (Danielle Winits), uma juíza dominadora e fetichista que adora submeter sexualmente seu aparvalhado segurança Acauã (Tatsu Carvalho); o motoboy falastrão Edu (Emiliano D'Ávila), que só consegue levar a casadoura namorada Suellen (Letícia Lima) ao motel depois de pedir dinheiro para os amigos; e a improvável dupla formada pela reprimida Margot (Mariana Santos) e o assaltante Alexandre (Rafael Infante), que ataca uma joalheria e sequestra a moça durante a fuga e vai se esconder com ela no Zeffiro's. Outro personagem importante é a faxineira Francisca (Guta Stresser), soturna e enigmática, que serve como contraponto –fundamentalmente moralista–aos "devassos" frequentadores. Estereotipados da cabeça aos pés e confinados em um lugar no qual o assunto é apenas o sexo, esses personagens não têm como render algo original e inteligente. A requentada atmosfera de absurdo que banha a história é mero pretexto para uma sucessão de quiproquós que ensejam piadinhas óbvias sobre homossexuais e tiradas machistas, entre outras vulgaridades. Constrangedor, o desfecho é coerente com esse contexto. Vindo da televisão, Hsu Chien Hsin passa em branco em sua estreia no cinema, pois não consegue se libertar do que a estética da tela pequena tem de mais canhestro: tudo parece um programa humorístico vespertino. NINGUÉM ENTRA, NINGUÉM SAI DIREÇÃO: Hsu Chien Hsin ELENCO: Danielle Winits, Emiliano D'Ávila, Guta Stresser PRODUÇÃO: Brasil, 2017, 12 anos QUANDO: em cartaz AVALIAÇÃO: ruim Veja salas e horários de exibição.
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ilustrada
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'Ninguém Entra, Ninguém Sai' é sucessão de piadas óbviasO mote desta comédia foi esboçado por Luis Fernando Veríssimo em uma crônica de jornal: os frequentadores de um motel são obrigados a permanecer trancados por lá durante quarenta dias. O nome do motel –Zeffiro's– é uma referência a Carlos Zéfiro, pseudônimo do carioca Alcides Aguiar Caminha (1921-1992), desenhista de quadrinhos pornográficos que circulavam clandestinamente entre os anos 1950 e 1970. Mas "Ninguém Entra, Ninguém Sai" é bem mais comportada, não tem sequer nudez em suas cenas. A quarentena se explica porque um funcionário do motel teria sido infectado lá por um raro e perigosíssimo vírus. O governo decide isolar o motel enquanto médicos tentam identificar a ameaça. O roteirista Paulo Halm –de "A Casa da Mãe Joana 2" (2012), último filme de Hugo Carvana (1937-2014) – povoa o estabelecimento com uma galeria de tipos tão exótica quanto improvável. As figuras principais são Letícia (Danielle Winits), uma juíza dominadora e fetichista que adora submeter sexualmente seu aparvalhado segurança Acauã (Tatsu Carvalho); o motoboy falastrão Edu (Emiliano D'Ávila), que só consegue levar a casadoura namorada Suellen (Letícia Lima) ao motel depois de pedir dinheiro para os amigos; e a improvável dupla formada pela reprimida Margot (Mariana Santos) e o assaltante Alexandre (Rafael Infante), que ataca uma joalheria e sequestra a moça durante a fuga e vai se esconder com ela no Zeffiro's. Outro personagem importante é a faxineira Francisca (Guta Stresser), soturna e enigmática, que serve como contraponto –fundamentalmente moralista–aos "devassos" frequentadores. Estereotipados da cabeça aos pés e confinados em um lugar no qual o assunto é apenas o sexo, esses personagens não têm como render algo original e inteligente. A requentada atmosfera de absurdo que banha a história é mero pretexto para uma sucessão de quiproquós que ensejam piadinhas óbvias sobre homossexuais e tiradas machistas, entre outras vulgaridades. Constrangedor, o desfecho é coerente com esse contexto. Vindo da televisão, Hsu Chien Hsin passa em branco em sua estreia no cinema, pois não consegue se libertar do que a estética da tela pequena tem de mais canhestro: tudo parece um programa humorístico vespertino. NINGUÉM ENTRA, NINGUÉM SAI DIREÇÃO: Hsu Chien Hsin ELENCO: Danielle Winits, Emiliano D'Ávila, Guta Stresser PRODUÇÃO: Brasil, 2017, 12 anos QUANDO: em cartaz AVALIAÇÃO: ruim Veja salas e horários de exibição.
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'Baixo clero' pode assumir a Operação Lava Jato
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Se Dilma Rousseff e o Senado não indicarem quem será o procurador-geral da República até 17 de setembro, a cadeira de Rodrigo Janot será ocupada interinamente por um procurador desafinado com o grupo que hoje cuida da Operação Lava Jato. O subprocurador-geral Eitel Santiago de Brito Pereira, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público, comandaria o Ministério Público Federal nesse hiato, até um nome ser oficializado. Atribui-se ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado na Lava Jato, a estratégia de retardar a apreciação, no Senado, caso Dilma Rousseff opte pela recondução de Janot, cujo mandato atual expira no dia 17 de setembro. Santiago, considerado um procurador do baixo clero no Ministério Público Federal, assumiria provisoriamente o cargo que sempre almejou sem nunca ter obtido votos suficientes para integrar uma lista tríplice e figurar entre os nomes escolhidos nas eleições bienais da Associação Nacional dos Procuradores da República. Ele tentou, sem êxito, substituir o então procurador-geral da República Cláudio Fonteles em 2005. Quatro anos depois, no final da gestão de Antônio Fernando de Souza, amargou novo insucesso eleitoral, ficando fora da lista quando os procuradores escolheram Roberto Gurgel. Nas duas eleições, tentou obter apoios entre políticos do PMDB, do PFL e de aliados do governo. Atribui-se ao procurador o fato de ter um maior trânsito externo, no meio político, do que uma liderança interna, no Ministério Público. Fonteles, Antônio Fernando, Gurgel e Janot são oriundos do grupo dos "tuiuiús", que fazia oposição ao ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, conhecido como o "engavetador-geral da República" no governo de Fernando Henrique Cardoso. Santiago é mais ligado ao grupo do pernambucano Brindeiro, embora procure transitar em todas as alas do MP e seja reconhecido como simpático e cordial. As principais restrições dos colegas têm origem nas ligações político-partidárias de Santiago e no exercício simultâneo da advocacia privada. Embora a atividade seja permitida aos que entraram no Ministério Público antes de 1988, muitos procuradores consideram que as atividades são incompatíveis. POLÍTICO E ADVOGADO Santiago ingressou no Ministério Público Federal em 1984. Foi promovido a subprocurador-geral em 1996, por merecimento. Em 2005, foi nomeado Corregedor-geral do Ministério Público Federal. Santiago mantém sua inscrição em "situação regular" na seccional da OAB da Paraíba (OAB-1580). Filiado ao então PFL (Partido da Frente Liberal), que depois mudou de nome para DEM (Democratas), Santiago foi candidato a deputado federal pela Paraíba, em 1994. Obteve 19.875 votos, ficando na suplência. Interrompeu a carreira no Ministério Público para atuar novamente em cargo público na Paraíba, tendo sido nomeado Secretário de Segurança Pública na administração do governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Retornou à Procuradoria quando o mandato do governador tucano foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral. A cúpula do Ministério Público evita se manifestar a repeito da hipótese de interinidade. Mas há o temor de que, caso isso aconteça, desentendimentos internos irrompam na Procuradoria. Santiago não atendeu à Folha e não respondeu às perguntas enviadas pelo jornal para comentar as resistências a seu nome. "Eu torço para que não haja interinidade, mas, se houver, vou atuar com tranquilidade", disse na última quarta-feira (22) ao "Valor Econômico". Ele assumiu o mandato de vice-presidente do Conselho do Ministério Público em 2014 para um mandato de dois anos. Como no próximo dia 17 de agosto ele assumirá um novo mandato como conselheiro, discute-se internamente se deveria ser feita uma nova eleição para o cargo de vice-presidente do Conselho. Ele diz que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal se for aberta eleição para seu posto.
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'Baixo clero' pode assumir a Operação Lava JatoSe Dilma Rousseff e o Senado não indicarem quem será o procurador-geral da República até 17 de setembro, a cadeira de Rodrigo Janot será ocupada interinamente por um procurador desafinado com o grupo que hoje cuida da Operação Lava Jato. O subprocurador-geral Eitel Santiago de Brito Pereira, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público, comandaria o Ministério Público Federal nesse hiato, até um nome ser oficializado. Atribui-se ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado na Lava Jato, a estratégia de retardar a apreciação, no Senado, caso Dilma Rousseff opte pela recondução de Janot, cujo mandato atual expira no dia 17 de setembro. Santiago, considerado um procurador do baixo clero no Ministério Público Federal, assumiria provisoriamente o cargo que sempre almejou sem nunca ter obtido votos suficientes para integrar uma lista tríplice e figurar entre os nomes escolhidos nas eleições bienais da Associação Nacional dos Procuradores da República. Ele tentou, sem êxito, substituir o então procurador-geral da República Cláudio Fonteles em 2005. Quatro anos depois, no final da gestão de Antônio Fernando de Souza, amargou novo insucesso eleitoral, ficando fora da lista quando os procuradores escolheram Roberto Gurgel. Nas duas eleições, tentou obter apoios entre políticos do PMDB, do PFL e de aliados do governo. Atribui-se ao procurador o fato de ter um maior trânsito externo, no meio político, do que uma liderança interna, no Ministério Público. Fonteles, Antônio Fernando, Gurgel e Janot são oriundos do grupo dos "tuiuiús", que fazia oposição ao ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, conhecido como o "engavetador-geral da República" no governo de Fernando Henrique Cardoso. Santiago é mais ligado ao grupo do pernambucano Brindeiro, embora procure transitar em todas as alas do MP e seja reconhecido como simpático e cordial. As principais restrições dos colegas têm origem nas ligações político-partidárias de Santiago e no exercício simultâneo da advocacia privada. Embora a atividade seja permitida aos que entraram no Ministério Público antes de 1988, muitos procuradores consideram que as atividades são incompatíveis. POLÍTICO E ADVOGADO Santiago ingressou no Ministério Público Federal em 1984. Foi promovido a subprocurador-geral em 1996, por merecimento. Em 2005, foi nomeado Corregedor-geral do Ministério Público Federal. Santiago mantém sua inscrição em "situação regular" na seccional da OAB da Paraíba (OAB-1580). Filiado ao então PFL (Partido da Frente Liberal), que depois mudou de nome para DEM (Democratas), Santiago foi candidato a deputado federal pela Paraíba, em 1994. Obteve 19.875 votos, ficando na suplência. Interrompeu a carreira no Ministério Público para atuar novamente em cargo público na Paraíba, tendo sido nomeado Secretário de Segurança Pública na administração do governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Retornou à Procuradoria quando o mandato do governador tucano foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral. A cúpula do Ministério Público evita se manifestar a repeito da hipótese de interinidade. Mas há o temor de que, caso isso aconteça, desentendimentos internos irrompam na Procuradoria. Santiago não atendeu à Folha e não respondeu às perguntas enviadas pelo jornal para comentar as resistências a seu nome. "Eu torço para que não haja interinidade, mas, se houver, vou atuar com tranquilidade", disse na última quarta-feira (22) ao "Valor Econômico". Ele assumiu o mandato de vice-presidente do Conselho do Ministério Público em 2014 para um mandato de dois anos. Como no próximo dia 17 de agosto ele assumirá um novo mandato como conselheiro, discute-se internamente se deveria ser feita uma nova eleição para o cargo de vice-presidente do Conselho. Ele diz que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal se for aberta eleição para seu posto.
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Brasileiras vencem no vôlei de praia
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A dupla brasileira de vôlei de praia Ágatha/Bárbara venceu as tchecas Hermannova/Slukova por 2 sets a 1 na estreia do vôlei de praia feminino. No set de desempate, as brasileiras venceram por 15 a 11, em jogo difícil e com grande participação da torcida na arena de Copacabana. Na piscina, recordes foram batidos e o Brasil garantiu quatro atletas em semifinais, que ocorrerão a partir das 22h. Daynara de Paula e Daiene Dias, nos 100 m borboleta, e João Gomes Júnior e Felipe França, nos 100 m peito, avançaram após suas séries. França e Gomes foram os que mais empolgaram o público com, respectivamente, o terceiro (59s01, novo recorde sul-americano) e o oitavo (59s46) tempos em sua prova. Apesar do bom desempenho, eles viram, em seguida, o britânico Adam Peaty melhorar em quase meio segundo seu recorde mundial nos 100 m peito -foi a única marca mundial quebrada pela manhã. Ele baixou seu tempo de 57s92, de 2015, para 57s55. Na quarta das sete eliminatórias dos 400 m livre masculino, o espanhol Miguel Duran Navia, 21, queimou a largada e, por consequência, teria de ser eliminado, mas comissão de arbitragem considerou que ele foi prejudicado por um erro dos árbitros de partida e permitiu sua volta ao bloco. Acompanhe a cobertura completa da Folha dos Jogos Olímpicos aqui 1:35 http://thumb.mais.uol.com.br/15952838-large.jpg?ver=2
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esporte
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Brasileiras vencem no vôlei de praia
A dupla brasileira de vôlei de praia Ágatha/Bárbara venceu as tchecas Hermannova/Slukova por 2 sets a 1 na estreia do vôlei de praia feminino. No set de desempate, as brasileiras venceram por 15 a 11, em jogo difícil e com grande participação da torcida na arena de Copacabana. Na piscina, recordes foram batidos e o Brasil garantiu quatro atletas em semifinais, que ocorrerão a partir das 22h. Daynara de Paula e Daiene Dias, nos 100 m borboleta, e João Gomes Júnior e Felipe França, nos 100 m peito, avançaram após suas séries. França e Gomes foram os que mais empolgaram o público com, respectivamente, o terceiro (59s01, novo recorde sul-americano) e o oitavo (59s46) tempos em sua prova. Apesar do bom desempenho, eles viram, em seguida, o britânico Adam Peaty melhorar em quase meio segundo seu recorde mundial nos 100 m peito -foi a única marca mundial quebrada pela manhã. Ele baixou seu tempo de 57s92, de 2015, para 57s55. Na quarta das sete eliminatórias dos 400 m livre masculino, o espanhol Miguel Duran Navia, 21, queimou a largada e, por consequência, teria de ser eliminado, mas comissão de arbitragem considerou que ele foi prejudicado por um erro dos árbitros de partida e permitiu sua volta ao bloco. Acompanhe a cobertura completa da Folha dos Jogos Olímpicos aqui 1:35 http://thumb.mais.uol.com.br/15952838-large.jpg?ver=2
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Caminhoneiros mantêm bloqueios em rodovias federais no Sul
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Caminhoneiros ainda insistem em bloquear rodovias federais em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, mesmo após a sanção da Lei dos Caminhoneiros, que atende grande parte das revindicações da categoria. Por volta das 12 horas desta terça-feira (3), eram registrados ao menos sete pontos de bloqueios nas rodovias gaúchas. Mais cedo, o número de interdições era onze. Os trechos bloqueados pelos manifestantes atingem trechos das rodovias nas cidades de Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen, Três Passos, Três de Maio, Palmeiras das Missões, São Martinho e Rio Grande. No km 415 da BR-285, em Panambi, os manifestantes atearam fogo em pneus para bloquear a passagem de veículos. Ainda assim, as pistas, que estavam parcialmente interditadas, já foram liberadas. Manifestantes também protestam, mas sem bloquear rodovias, nas cidades de Júlio de Castilhos, Bagé, Soledade, Fontoura Xavier e Santa Maria. Já Santa Catarina não registra paralisações nas rodovias federais. Quatro bloqueios foram desfeitos no início da manhã desta terça, no Estado. Segundo a corporação, há manifestantes em três pontos próximos aos trechos. Por volta das 7h desta terça, os grevistas bloqueavam três trechos da BR-163 nas cidades de Guaraciaba, São José do Cedro e Guarujá do Sul. Também havia um bloqueio na BR-282, em São Miguel do Oeste. Em São Paulo, um protesto ocorre as 9h na rodovia Raposo Tavares (SP-270), próximo ao município de Assis e Presidente Prudente. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, os caminhoneiros estão parados nos acostamentos da rodovia, mas não há informações de que estejam bloqueando a passagem dos veículos. De acordo com o batalhão da polícia rodoviária que fica próximo ao local, 190 caminhões já estavam parados no acostamento por volta das 11 horas e mais veículos chegavam constantemente para a manifestação. Os caminhoneiros pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho. Entre as principais mudanças incluídas na Lei sancionada ontem estão o aumento do tempo máximo diário de direção dos motoristas e a redução do número de paradas para descanso. Também foram introduzidas mudanças que vão permitir que os caminhões não paguem pedágio pelos eixos que não estiverem em uso e a permissão para que eles trafeguem com mais carga que o permitido até então. A lei ainda depende de regulamentação para ser implementada. Veja a lista de interdições: CONFRONTO Um confronto entre manifestantes e policiais rodoviários no km 397 da rodovia BR-116, em Camaquã ( 127 km de Porto Alegre), levou ao menos seis pessoas a hospitais, no final da tarde de segunda-feira (2). Por volta das 17h, um grupo de manifestantes parou os caminhões em um posto de combustível às margens da rodovia e tentava interceptar caminhoneiros que passavam pelo local. Parte dos comerciantes da cidade fechou as lojas em apoio à greve dos caminhoneiros. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os manifestantes jogavam pedras contra os caminhões que não aderiam ao protesto. Vários veículos tiveram que parar devido aos retrovisores quebrados, de acordo com a PRF. A PRF utilizou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes, que revidaram jogando pedras contra os policiais. Dois manifestantes foram atingidos por balas de borracha e quatro passaram mal devido ao efeito do gás lacrimogêneo. Eles foram levados a hospitais da região. Nenhum policial ficou ferido. O protesto terminou por volta das 23h30 após várias tentativas dos manifestantes de tentar bloquear a rodovia.
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mercado
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Caminhoneiros mantêm bloqueios em rodovias federais no SulCaminhoneiros ainda insistem em bloquear rodovias federais em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, mesmo após a sanção da Lei dos Caminhoneiros, que atende grande parte das revindicações da categoria. Por volta das 12 horas desta terça-feira (3), eram registrados ao menos sete pontos de bloqueios nas rodovias gaúchas. Mais cedo, o número de interdições era onze. Os trechos bloqueados pelos manifestantes atingem trechos das rodovias nas cidades de Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen, Três Passos, Três de Maio, Palmeiras das Missões, São Martinho e Rio Grande. No km 415 da BR-285, em Panambi, os manifestantes atearam fogo em pneus para bloquear a passagem de veículos. Ainda assim, as pistas, que estavam parcialmente interditadas, já foram liberadas. Manifestantes também protestam, mas sem bloquear rodovias, nas cidades de Júlio de Castilhos, Bagé, Soledade, Fontoura Xavier e Santa Maria. Já Santa Catarina não registra paralisações nas rodovias federais. Quatro bloqueios foram desfeitos no início da manhã desta terça, no Estado. Segundo a corporação, há manifestantes em três pontos próximos aos trechos. Por volta das 7h desta terça, os grevistas bloqueavam três trechos da BR-163 nas cidades de Guaraciaba, São José do Cedro e Guarujá do Sul. Também havia um bloqueio na BR-282, em São Miguel do Oeste. Em São Paulo, um protesto ocorre as 9h na rodovia Raposo Tavares (SP-270), próximo ao município de Assis e Presidente Prudente. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, os caminhoneiros estão parados nos acostamentos da rodovia, mas não há informações de que estejam bloqueando a passagem dos veículos. De acordo com o batalhão da polícia rodoviária que fica próximo ao local, 190 caminhões já estavam parados no acostamento por volta das 11 horas e mais veículos chegavam constantemente para a manifestação. Os caminhoneiros pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho. Entre as principais mudanças incluídas na Lei sancionada ontem estão o aumento do tempo máximo diário de direção dos motoristas e a redução do número de paradas para descanso. Também foram introduzidas mudanças que vão permitir que os caminhões não paguem pedágio pelos eixos que não estiverem em uso e a permissão para que eles trafeguem com mais carga que o permitido até então. A lei ainda depende de regulamentação para ser implementada. Veja a lista de interdições: CONFRONTO Um confronto entre manifestantes e policiais rodoviários no km 397 da rodovia BR-116, em Camaquã ( 127 km de Porto Alegre), levou ao menos seis pessoas a hospitais, no final da tarde de segunda-feira (2). Por volta das 17h, um grupo de manifestantes parou os caminhões em um posto de combustível às margens da rodovia e tentava interceptar caminhoneiros que passavam pelo local. Parte dos comerciantes da cidade fechou as lojas em apoio à greve dos caminhoneiros. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os manifestantes jogavam pedras contra os caminhões que não aderiam ao protesto. Vários veículos tiveram que parar devido aos retrovisores quebrados, de acordo com a PRF. A PRF utilizou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes, que revidaram jogando pedras contra os policiais. Dois manifestantes foram atingidos por balas de borracha e quatro passaram mal devido ao efeito do gás lacrimogêneo. Eles foram levados a hospitais da região. Nenhum policial ficou ferido. O protesto terminou por volta das 23h30 após várias tentativas dos manifestantes de tentar bloquear a rodovia.
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Fugindo da crise, galerias brasileiras retornam a feiras fora do país
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No café da manhã do Wellington, um hotel cinco estrelas no ponto mais endinheirado de Madri, o clima era um tanto retrô. Fazia anos que o PIB da arte global, de diretores de museus que iam da Tate ao Masp, além de alguns dos galeristas mais influentes do mundo, não se juntava ali todo dia para beliscar nacos de presunto ibérico ao som de taças de cava tilintando no ar. Do outro lado da cidade, a feira Arco já estava a todo vapor. Sua 35ª edição, encerrada há duas semanas, era o motivo do encontro, o que faz acreditar que algo mudou no equilíbrio de forças que regem esse mercado disputadíssimo. Numa maratona transatlântica, que começou com a feira em Madri e terminou na semana passada com o apagar das luzes no Armory Show, em Nova York, galeristas, em especial do Brasil, fizeram um malabarismo contábil e geográfico para desovar obras –caríssimas– de artistas do país, fugindo da paralisia do mercado nacional em tempos de crise. "Vim porque o Brasil está naquela situação", dizia Luisa Strina, uma das galeristas mais poderosas do país, diante de suas obras na feira em Nova York. Ela, assim como seus colegas da Fortes Vilaça, também acabava de chegar de Madri. "Tem que sair para vender aqui fora. Aqui está super-ativo, todo mundo querendo." Nesse sentido, casas brasileiras que haviam trocado a Arco e a Armory por feiras mais fortes, como a Art Basel Miami Beach, estão voltando com força total a esses eventos que caíram em decadência, fizeram esforços para se reinventar e agora ressurgem como peças chave do mercado mundial, numa espécie de revanche no tabuleiro de War que configura o sistema da arte. "Essa já foi uma feira maldita, deu uma esvaziada logo depois de Miami", dizia Alexandre Gabriel, da Fortes Vilaça, na Armory. "Mas mudaram a direção, está animado." TALÕES PENDURADOS Essa repaginada da Armory, que há mais de 20 anos ocupa o píer de Manhattan em armazéns que invadem o rio Hudson, de fato tem a ver com a mudança de foco e um olhar mais agressivo em direção aos emergentes. Ben Genocchio, que acaba de assumir o controle da feira, esteve em São Paulo antes do evento cortejando galeristas num coquetel. Na casa de uma colecionadora no Jardim Europa, ele era o centro das atenções. "Quanto mais muda a situação no Brasil, mais as galerias do país vão querer fazer negócios em Nova York", dizia Genocchio. "Eles são espertos. Não é que tudo esteja entrando em colapso, mas a perspectiva no país é incerta, então faz sentido impulsionar vendas no exterior." Thiago Gomide, da Bergamin & Gomide, estava naquele coquetel e ouviu o recado. Sua galeria levou a Nova York obras de Lygia Clark, Lygia Pape e Mira Schendel que passam da casa dos R$ 8 milhões. "Isso não vende mais no Brasil de jeito nenhum", dizia Gomide, na Armory. "Os talões de cheque lá estão pendurados, igual às chuteiras." Talvez por isso, a Armory e a Arco tiveram neste ano uma forte presença de casas do país –12 na feira espanhola e cinco na americana. Numa manobra ainda mais ousada, a Nara Roesler, que tem espaços em São Paulo e no Rio, abriu uma filial em Nova York para garantir as vendas. "Essa decisão foi tomada antes de a crise virar o que virou", diz Daniel Roesler, um dos diretores da galeria. "Mas agora isso vai ser importante. Vamos buscar novos colecionadores aqui." Enquanto isso, a Arco, uma das primeiras feiras a lançar a arte latino-americana no cenário mundial, também amplia seus horizontes tentando surfar na onda da recuperação econômica na Europa. De olho na melhora dos números em Portugal, a feira espanhola abre em maio um evento satélite em Lisboa, tendo no comitê da feira portuguesa a brasileira Jaqueline Martins, um nome em ascensão no mercado nacional. "Tínhamos desistido dessa feira", dizia Eduardo Leme, da galeria que leva seu sobrenome, em Madri. "A Arco voltou a ser uma feira importante", completou Camila Siqueira, uma das diretoras da Leme. "Antes estava 'deprê', como vai estar a SP-Arte este ano." Rodeado de jornalistas na abertura da Arco, o diretor da feira, Carlos Urroz, imaginava um ano "esplendoroso". "O vínculo com o Brasil é muito importante. Espero que todas essas galerias se animem a voltar para a Arco.'' O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite das feiras Arco e Armory Show.
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ilustrada
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Fugindo da crise, galerias brasileiras retornam a feiras fora do paísNo café da manhã do Wellington, um hotel cinco estrelas no ponto mais endinheirado de Madri, o clima era um tanto retrô. Fazia anos que o PIB da arte global, de diretores de museus que iam da Tate ao Masp, além de alguns dos galeristas mais influentes do mundo, não se juntava ali todo dia para beliscar nacos de presunto ibérico ao som de taças de cava tilintando no ar. Do outro lado da cidade, a feira Arco já estava a todo vapor. Sua 35ª edição, encerrada há duas semanas, era o motivo do encontro, o que faz acreditar que algo mudou no equilíbrio de forças que regem esse mercado disputadíssimo. Numa maratona transatlântica, que começou com a feira em Madri e terminou na semana passada com o apagar das luzes no Armory Show, em Nova York, galeristas, em especial do Brasil, fizeram um malabarismo contábil e geográfico para desovar obras –caríssimas– de artistas do país, fugindo da paralisia do mercado nacional em tempos de crise. "Vim porque o Brasil está naquela situação", dizia Luisa Strina, uma das galeristas mais poderosas do país, diante de suas obras na feira em Nova York. Ela, assim como seus colegas da Fortes Vilaça, também acabava de chegar de Madri. "Tem que sair para vender aqui fora. Aqui está super-ativo, todo mundo querendo." Nesse sentido, casas brasileiras que haviam trocado a Arco e a Armory por feiras mais fortes, como a Art Basel Miami Beach, estão voltando com força total a esses eventos que caíram em decadência, fizeram esforços para se reinventar e agora ressurgem como peças chave do mercado mundial, numa espécie de revanche no tabuleiro de War que configura o sistema da arte. "Essa já foi uma feira maldita, deu uma esvaziada logo depois de Miami", dizia Alexandre Gabriel, da Fortes Vilaça, na Armory. "Mas mudaram a direção, está animado." TALÕES PENDURADOS Essa repaginada da Armory, que há mais de 20 anos ocupa o píer de Manhattan em armazéns que invadem o rio Hudson, de fato tem a ver com a mudança de foco e um olhar mais agressivo em direção aos emergentes. Ben Genocchio, que acaba de assumir o controle da feira, esteve em São Paulo antes do evento cortejando galeristas num coquetel. Na casa de uma colecionadora no Jardim Europa, ele era o centro das atenções. "Quanto mais muda a situação no Brasil, mais as galerias do país vão querer fazer negócios em Nova York", dizia Genocchio. "Eles são espertos. Não é que tudo esteja entrando em colapso, mas a perspectiva no país é incerta, então faz sentido impulsionar vendas no exterior." Thiago Gomide, da Bergamin & Gomide, estava naquele coquetel e ouviu o recado. Sua galeria levou a Nova York obras de Lygia Clark, Lygia Pape e Mira Schendel que passam da casa dos R$ 8 milhões. "Isso não vende mais no Brasil de jeito nenhum", dizia Gomide, na Armory. "Os talões de cheque lá estão pendurados, igual às chuteiras." Talvez por isso, a Armory e a Arco tiveram neste ano uma forte presença de casas do país –12 na feira espanhola e cinco na americana. Numa manobra ainda mais ousada, a Nara Roesler, que tem espaços em São Paulo e no Rio, abriu uma filial em Nova York para garantir as vendas. "Essa decisão foi tomada antes de a crise virar o que virou", diz Daniel Roesler, um dos diretores da galeria. "Mas agora isso vai ser importante. Vamos buscar novos colecionadores aqui." Enquanto isso, a Arco, uma das primeiras feiras a lançar a arte latino-americana no cenário mundial, também amplia seus horizontes tentando surfar na onda da recuperação econômica na Europa. De olho na melhora dos números em Portugal, a feira espanhola abre em maio um evento satélite em Lisboa, tendo no comitê da feira portuguesa a brasileira Jaqueline Martins, um nome em ascensão no mercado nacional. "Tínhamos desistido dessa feira", dizia Eduardo Leme, da galeria que leva seu sobrenome, em Madri. "A Arco voltou a ser uma feira importante", completou Camila Siqueira, uma das diretoras da Leme. "Antes estava 'deprê', como vai estar a SP-Arte este ano." Rodeado de jornalistas na abertura da Arco, o diretor da feira, Carlos Urroz, imaginava um ano "esplendoroso". "O vínculo com o Brasil é muito importante. Espero que todas essas galerias se animem a voltar para a Arco.'' O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite das feiras Arco e Armory Show.
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Na ponta do lápis
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Não estamos tratando de "tecnicismos", afirmou o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), ao apresentar seu relatório na comissão especial que analisa o impeachment de Dilma Rousseff. Que o assunto dos créditos suplementares e das pedaladas fiscais é espinhoso, ninguém duvida. Por horas a fio, Anastasia explicou em detalhes as possíveis ilegalidades cometidas por Dilma Rousseff na gestão das contas públicas em 2015. Atentar contra o orçamento, lembrou, foi sempre motivo de impeachment em todas as Constituições brasileiras –com exceção da carta ditatorial de Getúlio Vargas em 1937. Com a experiência de muitas crises inflacionárias, prosseguiu o relator, a legislação brasileira passou a dedicar especial atenção ao perigo de descontrole nas contas do governo. A estabilidade da moeda é um bem público, a ser protegido legalmente quando autoridades agem de modo a atacá-la. Várias leis diferentes –ademais da Constituição–cuidam de regular os gastos do Executivo. Existe, como se sabe, a Lei do Orçamento Anual, LOA, votada pelo Congresso, prevendo despesas ao longo do ano. Existe também a LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelece metas de superavit nas contas do governo. E há a LRF, Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe um governante de gastar além de suas possibilidades. É nesse contexto que surgem os famosos "decretos não autorizados" que Dilma emitiu em 2015, e que seriam um dos principais motivos para seu impeachment. Com pressa, mas também com paciência, Anastasia foi expondo como funciona, em linhas gerais, o mecanismo dos gastos de governo. Ficamos sabendo, assim, que há três tipos de "despesas adicionais" que podem ser feitas pelo Executivo, mesmo depois de aprovada a lei de orçamento. "Créditos extraordinários" podem ser abertos em casos de tragédia ou de imprevisto, sem autorização do Congresso. Esta é necessária nos "créditos especiais", que contemplam pontos não contemplados pelo orçamento. E há os "créditos suplementares", que aumentam gastos em pontos que já tinham sido aprovados pelo Legislativo. Nesse caso dos créditos suplementares, é até possível que o Congresso, quando aprovou a Lei Orçamentária, dê ao Executivo uma autorização prévia para abri-los, conferindo alguma flexibilidade na gestão desses gastos. Essa permissão existiu em 2015. Claro: nunca se tem certeza absoluta, na hora de elaborar o Orçamento, sobre quanto vai se arrecadar ou gastar ao longo do ano. Essa é a base, aliás, dos argumentos do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa: só no final do ano a presidente poderia saber se estava estourando as metas de controle do deficit; decretou gastos suplementares de boa fé, autorizada pela lei orçamentária. Não, argumentou Anastasia. O governo federal já fazia e refazia revisões quanto às suas disponibilidades de recursos. Começou prevendo um superavit de R$ 114 bilhões em 2015. Meses depois, reduziu a meta para R$ 55 bilhões. Em agosto, fez nova lei mudando a meta para R$ 5,8 bilhões. Em outubro, a meta afundou num deficit de R$ 51,8 bilhões. Uma queda livre, portanto. Os seis créditos suplementares mencionados no pedido de impeachment foram editados em julho e agosto –quando já se percebia que o governo não tinha folga para gastar. E o Congresso só autorizava esses créditos se não viessem a comprometer as metas do deficit. Anastasia examinou os decretos um a um, avaliando se poderiam ser "neutros", isto é, sem efeito de aumentar o deficit público. Conforme a interpretação, a maior parte deles não escapa de ter efeitos negativos. Um deles aumentou o deficit em, hum, R$ 7 milhões. Outro, mais robusto, terá trazido um rombo de R$ 251 milhões, ou R$ 493 milhões numa interpretação mais rigorosa. O assunto é técnico mesmo, como se vê. Feitas todas as contas, os tais decretos determinaram um buraco de R$ 977,8 milhões, conforme Anastasia. Certamente, num quadro em que o déficit de 2015 chegou a um número 50 vezes maior, não foi essa ilegalidade no comportamento de Dilma a causa da desgraça geral. Mas a ilegalidade existiu, afirma Anastasia; o processo seguirá seu curso.
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colunas
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Na ponta do lápisNão estamos tratando de "tecnicismos", afirmou o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), ao apresentar seu relatório na comissão especial que analisa o impeachment de Dilma Rousseff. Que o assunto dos créditos suplementares e das pedaladas fiscais é espinhoso, ninguém duvida. Por horas a fio, Anastasia explicou em detalhes as possíveis ilegalidades cometidas por Dilma Rousseff na gestão das contas públicas em 2015. Atentar contra o orçamento, lembrou, foi sempre motivo de impeachment em todas as Constituições brasileiras –com exceção da carta ditatorial de Getúlio Vargas em 1937. Com a experiência de muitas crises inflacionárias, prosseguiu o relator, a legislação brasileira passou a dedicar especial atenção ao perigo de descontrole nas contas do governo. A estabilidade da moeda é um bem público, a ser protegido legalmente quando autoridades agem de modo a atacá-la. Várias leis diferentes –ademais da Constituição–cuidam de regular os gastos do Executivo. Existe, como se sabe, a Lei do Orçamento Anual, LOA, votada pelo Congresso, prevendo despesas ao longo do ano. Existe também a LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelece metas de superavit nas contas do governo. E há a LRF, Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe um governante de gastar além de suas possibilidades. É nesse contexto que surgem os famosos "decretos não autorizados" que Dilma emitiu em 2015, e que seriam um dos principais motivos para seu impeachment. Com pressa, mas também com paciência, Anastasia foi expondo como funciona, em linhas gerais, o mecanismo dos gastos de governo. Ficamos sabendo, assim, que há três tipos de "despesas adicionais" que podem ser feitas pelo Executivo, mesmo depois de aprovada a lei de orçamento. "Créditos extraordinários" podem ser abertos em casos de tragédia ou de imprevisto, sem autorização do Congresso. Esta é necessária nos "créditos especiais", que contemplam pontos não contemplados pelo orçamento. E há os "créditos suplementares", que aumentam gastos em pontos que já tinham sido aprovados pelo Legislativo. Nesse caso dos créditos suplementares, é até possível que o Congresso, quando aprovou a Lei Orçamentária, dê ao Executivo uma autorização prévia para abri-los, conferindo alguma flexibilidade na gestão desses gastos. Essa permissão existiu em 2015. Claro: nunca se tem certeza absoluta, na hora de elaborar o Orçamento, sobre quanto vai se arrecadar ou gastar ao longo do ano. Essa é a base, aliás, dos argumentos do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa: só no final do ano a presidente poderia saber se estava estourando as metas de controle do deficit; decretou gastos suplementares de boa fé, autorizada pela lei orçamentária. Não, argumentou Anastasia. O governo federal já fazia e refazia revisões quanto às suas disponibilidades de recursos. Começou prevendo um superavit de R$ 114 bilhões em 2015. Meses depois, reduziu a meta para R$ 55 bilhões. Em agosto, fez nova lei mudando a meta para R$ 5,8 bilhões. Em outubro, a meta afundou num deficit de R$ 51,8 bilhões. Uma queda livre, portanto. Os seis créditos suplementares mencionados no pedido de impeachment foram editados em julho e agosto –quando já se percebia que o governo não tinha folga para gastar. E o Congresso só autorizava esses créditos se não viessem a comprometer as metas do deficit. Anastasia examinou os decretos um a um, avaliando se poderiam ser "neutros", isto é, sem efeito de aumentar o deficit público. Conforme a interpretação, a maior parte deles não escapa de ter efeitos negativos. Um deles aumentou o deficit em, hum, R$ 7 milhões. Outro, mais robusto, terá trazido um rombo de R$ 251 milhões, ou R$ 493 milhões numa interpretação mais rigorosa. O assunto é técnico mesmo, como se vê. Feitas todas as contas, os tais decretos determinaram um buraco de R$ 977,8 milhões, conforme Anastasia. Certamente, num quadro em que o déficit de 2015 chegou a um número 50 vezes maior, não foi essa ilegalidade no comportamento de Dilma a causa da desgraça geral. Mas a ilegalidade existiu, afirma Anastasia; o processo seguirá seu curso.
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Chefs se indignam com veto a foie gras e discutem reação
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Diante da proibição da venda e produção de foie gras na cidade de São Paulo, aprovada na quinta-feira (25), chefs se mostram indignados e resignados. "Vou fazer o quê? Comer foie gras escondido? Vou cumprir a lei", disse o francês Erick Jacquin, jurado do "Masterchef" (Band). "A limitação [de trabalhar sem o ingrediente] não é a questão. Mas o direito de poder escolher o que eu cozinho", diz o chef do Epice, Alberto Landgraf. Na próxima quarta (1º), representantes do setor, como a Associação dos Profissionais de Cozinha do Brasil e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, devem se reunir para traçar estratégias jurídicas contra o veto. A lei proíbe a venda e a produção do fígado gordo de pato e ganso. A iguaria é obtida por meio da "gavage", técnica de engorda das aves em que um tubo é introduzido na garganta para forçar a alimentação. Fernando Haddad não seguiu a recomendação da Procuradoria Geral do Município para decidir sobre o tema. A PGM sugeriu o veto e apontou inconstitucionalidade no projeto: a matéria deveria ser tratada em âmbito federal e não municipal. Nesta sexta (26), após evento sobre segurança alimentar, o prefeito afirmou que a Procuradoria tinha avaliado a questão do ponto de vista comercial, e não ambiental. "Tínhamos que levar a sério esse debate sobre o sofrimento dos animais", disse. A Folha apurou que Haddad iria vetar o projeto, mas, após pesquisar e até ver um filme sobre o tema, mudou de ideia. Para aliados, ele pesou os lobbies da causa animal e do público gourmet e optou pelo lado mais barulhento. "O problema é a incoerência. Há criação cruel de foie gras, mas também de bois e frangos. Mas proibir isso esbarraria em interesses econômicos e políticos", disse Alberto Landgraf, do Epice. "É muito mais fácil enfrentar produtores artesanais, como são os de foie gras, do que grandes empresas", afirmou Benny Novak, do Ici Bistrô. "Vamos quebrar", disse Pierre Reichart, produtor de foie gras do interior paulista. "O fígado é o que nos dá lucro, o que viabiliza a produção de patos." O fornecedor do ingrediente diz ter na capital 80% de sua demanda. A lei, proposta pelo vereador Laércio Benko (PHS), veta ainda o comércio de artigos de pele de animais criados só para este fim. "São casacos de pele de chinchila, sapato de couro de cobra, casaco de vison etc. Não atinge artigos de couro de boi nem pele de coelho, porque são abatidos para consumo da carne", disse Fabio Chaves, ativista de direitos dos animais. "Durante o debate do projeto de lei, focamos no foie gras para não chamar a atenção para a proibição das peles e atrair possíveis pressões da indústria", completa. A lei ainda pode ser derrubada. "Houve invasão de competência", diz o jurista Ives Gandra Martins. "Um sindicato pode entrar com mandado de segurança em primeira instância, e o juiz pode declarar a inconstitucionalidade."
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comida
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Chefs se indignam com veto a foie gras e discutem reaçãoDiante da proibição da venda e produção de foie gras na cidade de São Paulo, aprovada na quinta-feira (25), chefs se mostram indignados e resignados. "Vou fazer o quê? Comer foie gras escondido? Vou cumprir a lei", disse o francês Erick Jacquin, jurado do "Masterchef" (Band). "A limitação [de trabalhar sem o ingrediente] não é a questão. Mas o direito de poder escolher o que eu cozinho", diz o chef do Epice, Alberto Landgraf. Na próxima quarta (1º), representantes do setor, como a Associação dos Profissionais de Cozinha do Brasil e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, devem se reunir para traçar estratégias jurídicas contra o veto. A lei proíbe a venda e a produção do fígado gordo de pato e ganso. A iguaria é obtida por meio da "gavage", técnica de engorda das aves em que um tubo é introduzido na garganta para forçar a alimentação. Fernando Haddad não seguiu a recomendação da Procuradoria Geral do Município para decidir sobre o tema. A PGM sugeriu o veto e apontou inconstitucionalidade no projeto: a matéria deveria ser tratada em âmbito federal e não municipal. Nesta sexta (26), após evento sobre segurança alimentar, o prefeito afirmou que a Procuradoria tinha avaliado a questão do ponto de vista comercial, e não ambiental. "Tínhamos que levar a sério esse debate sobre o sofrimento dos animais", disse. A Folha apurou que Haddad iria vetar o projeto, mas, após pesquisar e até ver um filme sobre o tema, mudou de ideia. Para aliados, ele pesou os lobbies da causa animal e do público gourmet e optou pelo lado mais barulhento. "O problema é a incoerência. Há criação cruel de foie gras, mas também de bois e frangos. Mas proibir isso esbarraria em interesses econômicos e políticos", disse Alberto Landgraf, do Epice. "É muito mais fácil enfrentar produtores artesanais, como são os de foie gras, do que grandes empresas", afirmou Benny Novak, do Ici Bistrô. "Vamos quebrar", disse Pierre Reichart, produtor de foie gras do interior paulista. "O fígado é o que nos dá lucro, o que viabiliza a produção de patos." O fornecedor do ingrediente diz ter na capital 80% de sua demanda. A lei, proposta pelo vereador Laércio Benko (PHS), veta ainda o comércio de artigos de pele de animais criados só para este fim. "São casacos de pele de chinchila, sapato de couro de cobra, casaco de vison etc. Não atinge artigos de couro de boi nem pele de coelho, porque são abatidos para consumo da carne", disse Fabio Chaves, ativista de direitos dos animais. "Durante o debate do projeto de lei, focamos no foie gras para não chamar a atenção para a proibição das peles e atrair possíveis pressões da indústria", completa. A lei ainda pode ser derrubada. "Houve invasão de competência", diz o jurista Ives Gandra Martins. "Um sindicato pode entrar com mandado de segurança em primeira instância, e o juiz pode declarar a inconstitucionalidade."
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Eleições municipais 2016: relembre principais fatos
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O predomínio recorde do PSDB, a guinada do eleitorado à centro-direita e a derrocada do PT marcaram as eleições municipais de 2016, encerradas em 30 de outubro.No ano em que perdeu a Presidência, o PT teve queda de 61% no total de prefeitos eleitos, de 664 em 2012 para 254 em 2016, e governará apenas uma capital: Rio Branco (AC).Destacaram-se também o PMDB, a força da máquina pública e o discurso da antipolítica, com Alexandre Kalil (PHS), em Belo Horizonte, e João Doria (PSDB), eleito no primeiro turno em São Paulo, como principais representantes.Veja a retrospectiva 2016
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Eleições municipais 2016: relembre principais fatosO predomínio recorde do PSDB, a guinada do eleitorado à centro-direita e a derrocada do PT marcaram as eleições municipais de 2016, encerradas em 30 de outubro.No ano em que perdeu a Presidência, o PT teve queda de 61% no total de prefeitos eleitos, de 664 em 2012 para 254 em 2016, e governará apenas uma capital: Rio Branco (AC).Destacaram-se também o PMDB, a força da máquina pública e o discurso da antipolítica, com Alexandre Kalil (PHS), em Belo Horizonte, e João Doria (PSDB), eleito no primeiro turno em São Paulo, como principais representantes.Veja a retrospectiva 2016
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Bellucci vence com facilidade e avança à segunda rodada no Aberto dos EUA
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O paulista Thomaz Bellucci, 27, venceu o britânico James Ward por três sets a zero (6/1, 7/5 e 6/3) e avançou à segunda rodada do Aberto dos Estados Unidos nesta terça-feira (1). A partida durou aproximadamente duas horas. O tenista brasileiro, cabeça de chave número 30 do torneio, irá enfrentar na segunda rodada o japonês Yoshihito Nishioka, número 128 do ranking, que veio do classificatório. Na primeira rodada, ele bateu o francês Paul-Henri Mathieu por três sets a dois. Bellucci começou muito bem o duelo contra o britânico, número 135 do mundo, e conseguiu três quebras de saque no primeiro set, vencendo por 6/1 em 24 minutos. A segunda parcial, porém, foi mais complicada. O brasileiro teve dificuldade para confirmar o seu saque, mas não perdeu o serviço nenhuma vez e conseguiu quebrar o adversário no 12º game, fechando em 7/5. Durante o terceiro set, Bellucci teve dores nas costas e precisou ser atendido. O incômodo não o impediu de vencer a parcial por 6/3 e fechar o jogo. ZEBRAS Na chave feminina, com a derrota da tcheca Lucie Safarova (6ª) para a ucraniana Lesia Tsurenko, quatro tenistas que estavam entre as 10 principais cabeças de chave do torneio foram eliminadas na primeira rodada. Karolina Pliskova (8ª), Suarez Navarro (10ª) e Ana Ivanovic (7ª) caíram na segunda (31). A russa Maria Sharapova, que era a terceira favorita, desistiu de participar do torneio no mesmo dia em que ele começou. Nesse caso, o posto de cabeça de chave fica vazio. FAVORITOS O suíço Roger Federer venceu o argentino Leonardo Mayer por três sets a zero e avançou à segunda rodada, onde irá enfrentar o belga Steve Darcis. Stan Warinka, por sua vez, bateu o espanhol Albert Ramos-Vinolas e agora pega o coreano Hyeon Chung. Na rodada noturna, o britânico Andy Murray fez três sets a um no polêmico australiano Nick Kyrgios e jogará contra o francês Adrian Mannarino.
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esporte
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Bellucci vence com facilidade e avança à segunda rodada no Aberto dos EUAO paulista Thomaz Bellucci, 27, venceu o britânico James Ward por três sets a zero (6/1, 7/5 e 6/3) e avançou à segunda rodada do Aberto dos Estados Unidos nesta terça-feira (1). A partida durou aproximadamente duas horas. O tenista brasileiro, cabeça de chave número 30 do torneio, irá enfrentar na segunda rodada o japonês Yoshihito Nishioka, número 128 do ranking, que veio do classificatório. Na primeira rodada, ele bateu o francês Paul-Henri Mathieu por três sets a dois. Bellucci começou muito bem o duelo contra o britânico, número 135 do mundo, e conseguiu três quebras de saque no primeiro set, vencendo por 6/1 em 24 minutos. A segunda parcial, porém, foi mais complicada. O brasileiro teve dificuldade para confirmar o seu saque, mas não perdeu o serviço nenhuma vez e conseguiu quebrar o adversário no 12º game, fechando em 7/5. Durante o terceiro set, Bellucci teve dores nas costas e precisou ser atendido. O incômodo não o impediu de vencer a parcial por 6/3 e fechar o jogo. ZEBRAS Na chave feminina, com a derrota da tcheca Lucie Safarova (6ª) para a ucraniana Lesia Tsurenko, quatro tenistas que estavam entre as 10 principais cabeças de chave do torneio foram eliminadas na primeira rodada. Karolina Pliskova (8ª), Suarez Navarro (10ª) e Ana Ivanovic (7ª) caíram na segunda (31). A russa Maria Sharapova, que era a terceira favorita, desistiu de participar do torneio no mesmo dia em que ele começou. Nesse caso, o posto de cabeça de chave fica vazio. FAVORITOS O suíço Roger Federer venceu o argentino Leonardo Mayer por três sets a zero e avançou à segunda rodada, onde irá enfrentar o belga Steve Darcis. Stan Warinka, por sua vez, bateu o espanhol Albert Ramos-Vinolas e agora pega o coreano Hyeon Chung. Na rodada noturna, o britânico Andy Murray fez três sets a um no polêmico australiano Nick Kyrgios e jogará contra o francês Adrian Mannarino.
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Celebridades e atores de Hollywood investem em resorts pelo mundo
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Além de arrecadar milhões de dólares em produções cinematográficas, diversas estrelas de Hollywood decidiram investir em hotéis e resorts de luxo e construíram locais incríveis para a hospedagem em vários locais do mundo. O diretor e ator Clint Eastwood investiu no "Mission Ranch Hotel", em Carmel, Califórnia. O resort tem um terreno de 22 acres (cerca de 89 mil metros quadrados), fica longe da cidade e oferece sessões de relaxamento e aulas de culinária. Já o ator Robert Niro é dono do "The Greenwich Hotel", em uma das áreas mais descoladas de Nova York. Muito utilizado por diversas celebridades e autoridades, tem como destaque o clima elegante e discreto. Francis Ford Coppola, por sua vez, tem cinco hotéis e resorts espalhados pela Guatemala, Belize, Argentina e Itália. Para satisfazer uma exigente clientela, seus empreendimentos, como o "Palazzo Margherita", em Bernalda (Itália), e o luxuoso "Jardin Escondido", em Buenos Aires (Argentina), as estruturas são repletas de luxo e sofisticação. Em um lugar em que se respira uma atmosfera rústica e elegante, o "Sundance Mountain Resort" pertence a Robert Redford. Um dos mais famosos atores de Hollywood, Richard Gere é proprietário do "Bedford Post Inn", uma esplêndida estrutura histórica no estado de Nova York. Ainda não inaugurado, um eco resort em Belize está sendo construído pelo ator Leonardo Di Caprio. Para construir o hotel, ele comprou uma luxuosa ilha no país caribenho. Como não poderia faltar, o líder do U2, Bono Vox, possui o "The Clarence Hotel" em Dublin, na Irlanda. O quatro estrelas é situado no centro da cidade e é considerado um dos melhores locais para se hospedar na capital.
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turismo
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Celebridades e atores de Hollywood investem em resorts pelo mundoAlém de arrecadar milhões de dólares em produções cinematográficas, diversas estrelas de Hollywood decidiram investir em hotéis e resorts de luxo e construíram locais incríveis para a hospedagem em vários locais do mundo. O diretor e ator Clint Eastwood investiu no "Mission Ranch Hotel", em Carmel, Califórnia. O resort tem um terreno de 22 acres (cerca de 89 mil metros quadrados), fica longe da cidade e oferece sessões de relaxamento e aulas de culinária. Já o ator Robert Niro é dono do "The Greenwich Hotel", em uma das áreas mais descoladas de Nova York. Muito utilizado por diversas celebridades e autoridades, tem como destaque o clima elegante e discreto. Francis Ford Coppola, por sua vez, tem cinco hotéis e resorts espalhados pela Guatemala, Belize, Argentina e Itália. Para satisfazer uma exigente clientela, seus empreendimentos, como o "Palazzo Margherita", em Bernalda (Itália), e o luxuoso "Jardin Escondido", em Buenos Aires (Argentina), as estruturas são repletas de luxo e sofisticação. Em um lugar em que se respira uma atmosfera rústica e elegante, o "Sundance Mountain Resort" pertence a Robert Redford. Um dos mais famosos atores de Hollywood, Richard Gere é proprietário do "Bedford Post Inn", uma esplêndida estrutura histórica no estado de Nova York. Ainda não inaugurado, um eco resort em Belize está sendo construído pelo ator Leonardo Di Caprio. Para construir o hotel, ele comprou uma luxuosa ilha no país caribenho. Como não poderia faltar, o líder do U2, Bono Vox, possui o "The Clarence Hotel" em Dublin, na Irlanda. O quatro estrelas é situado no centro da cidade e é considerado um dos melhores locais para se hospedar na capital.
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Para reduzir tensão, Maia combina agenda da reforma da Previdência
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Depois de dizer que não se renderia às vontades do Ministério da Fazenda, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convidou o titular da pasta, Henrique Meirelles, para um almoço de cortesia. O gesto político marcou um acordo com o governo sobre parte da agenda econômica de 2017, a grande prioridade do início do ano na gestão de Michel Temer no Congresso Nacional. Sobre a PEC da reforma da Previdência, por exemplo, o deputado prometeu instalar a comissão especial que irá analisar o tema na primeira semana de fevereiro. Maia afirmou ainda a intenção de votar a proposta na Câmara até o fim de março. Dada a polêmica em torno do tema, Maia quer chamar deputados a Brasília no meio do recesso para já começar a discutir o assunto. "Desde já, janeiro, que se possa trazer alguns parlamentares a Brasília para que possamos explicar a importância que tem a reforma da Previdência para o Brasil, para o médio, longo e também curto prazo". Apesar do empenho de Maia com a agenda econômica de Temer, ele pode não estar no comando da Câmara depois de 2 de fevereiro de 2017, quando os deputados votam os novos integrantes da Mesa Diretora. Eleito em julho para um mandato tampão após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Casa, o deputado enfrenta divergências jurídicas sobre sua candidatura, fato no qual apostam adversários. DÍVIDA DOS ESTADOS A visita de Meirelles a Maia teve um caráter mais político do que, de fato, para cumprimento de agenda de trabalho. Ao presidir a sessão da Câmara, na terça (20), durante a votação da renegociação da dívida dos Estados, Rodrigo Maia, que levou a votação até o fim apesar de vários apelos pelo adiamento, vindos inclusive da liderança do governo, acabou se exaltando. "Não precisamos dizer amém ao Ministério da Fazenda", disse. Mais tarde, com a proposta já aprovada, soltou: "Técnicos da Fazenda são sempre assim, querem sempre mais, um arrocho maior. Só que a crise que o Brasil vive não foi vista nem na primeira guerra mundial. Não dá para o pessoal da Fazenda, que tem um coração que bate sem emoção, ganhar tudo". O texto da renegociação das dívidas manteve uma parte importante para o governo, que é o programa emergencial negociado dias antes com senadores e governadores. Contudo, as contrapartidas que caberiam aos Estados foram retiradas. De um lado, no almoço desta tarde, estavam Meirelles e a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. Do outro, Maia e acompanhados de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e de Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Os deputados tentavam mostrar aos técnicos seu entendimento durante a votação, de que as contrapartidas podem ser aprovadas por lei estaduais nas respectivas Assembleias Legislativas. Ao sair da residência oficial da Câmara, Meirelles deu a entender que o presidente Michel Temer pode acabar vetando a proposta. "Estamos de acordo que não só é preciso que haja um regime de recuperação fiscal dos Estados, mas um regime eficaz. E portanto que o presidente tenha absoluta segurança de somente sancionar aqueles planos que tenham absoluta viabilidade na recuperação fiscal", afirmou o ministro. Na quarta (21), Temer disse que deve sancionar a proposta que repactua as dívidas estaduais.
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mercado
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Para reduzir tensão, Maia combina agenda da reforma da PrevidênciaDepois de dizer que não se renderia às vontades do Ministério da Fazenda, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convidou o titular da pasta, Henrique Meirelles, para um almoço de cortesia. O gesto político marcou um acordo com o governo sobre parte da agenda econômica de 2017, a grande prioridade do início do ano na gestão de Michel Temer no Congresso Nacional. Sobre a PEC da reforma da Previdência, por exemplo, o deputado prometeu instalar a comissão especial que irá analisar o tema na primeira semana de fevereiro. Maia afirmou ainda a intenção de votar a proposta na Câmara até o fim de março. Dada a polêmica em torno do tema, Maia quer chamar deputados a Brasília no meio do recesso para já começar a discutir o assunto. "Desde já, janeiro, que se possa trazer alguns parlamentares a Brasília para que possamos explicar a importância que tem a reforma da Previdência para o Brasil, para o médio, longo e também curto prazo". Apesar do empenho de Maia com a agenda econômica de Temer, ele pode não estar no comando da Câmara depois de 2 de fevereiro de 2017, quando os deputados votam os novos integrantes da Mesa Diretora. Eleito em julho para um mandato tampão após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Casa, o deputado enfrenta divergências jurídicas sobre sua candidatura, fato no qual apostam adversários. DÍVIDA DOS ESTADOS A visita de Meirelles a Maia teve um caráter mais político do que, de fato, para cumprimento de agenda de trabalho. Ao presidir a sessão da Câmara, na terça (20), durante a votação da renegociação da dívida dos Estados, Rodrigo Maia, que levou a votação até o fim apesar de vários apelos pelo adiamento, vindos inclusive da liderança do governo, acabou se exaltando. "Não precisamos dizer amém ao Ministério da Fazenda", disse. Mais tarde, com a proposta já aprovada, soltou: "Técnicos da Fazenda são sempre assim, querem sempre mais, um arrocho maior. Só que a crise que o Brasil vive não foi vista nem na primeira guerra mundial. Não dá para o pessoal da Fazenda, que tem um coração que bate sem emoção, ganhar tudo". O texto da renegociação das dívidas manteve uma parte importante para o governo, que é o programa emergencial negociado dias antes com senadores e governadores. Contudo, as contrapartidas que caberiam aos Estados foram retiradas. De um lado, no almoço desta tarde, estavam Meirelles e a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. Do outro, Maia e acompanhados de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e de Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Os deputados tentavam mostrar aos técnicos seu entendimento durante a votação, de que as contrapartidas podem ser aprovadas por lei estaduais nas respectivas Assembleias Legislativas. Ao sair da residência oficial da Câmara, Meirelles deu a entender que o presidente Michel Temer pode acabar vetando a proposta. "Estamos de acordo que não só é preciso que haja um regime de recuperação fiscal dos Estados, mas um regime eficaz. E portanto que o presidente tenha absoluta segurança de somente sancionar aqueles planos que tenham absoluta viabilidade na recuperação fiscal", afirmou o ministro. Na quarta (21), Temer disse que deve sancionar a proposta que repactua as dívidas estaduais.
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Após sete dias de uso, Jefferson quebra tornozeleira eletrônica no banho
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Uma pancada durante o banho fez com que a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-deputado Roberto Jefferson, 62, que cumpre pena no Rio em regime aberto desde maio deste ano, parasse de funcionar. O caso ocorreu no dia 10, na semana passada, sete dias depois de o ex-deputado, condenado no caso do mensalão, começar a usar o equipamento. A Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) chegou a receber um sinal indicando que a tornozeleira havia sido desligada. Quando há algum problema no aparelho, o próprio condenado tem um período de 30 minutos para alertar a secretaria. Caso rompa ou desligue o equipamento intencionalmente, o usuário da tornozeleira pode voltar ao regime fechado. Segundo a Seap, Jefferson avisou a secretaria sobre o problema dentro do prazo. Ele foi a uma base de manutenção no bairro de Benfica, no Rio, no mesmo dia, para trocar o aparelho. Após análise, foi identificado que o ex-deputado não teve a intenção de danificar a tornozeleira. A Seap informou que são raros os casos em que as tornozeleiras apresentam problemas. "Foi uma besteira, que nem alarme de carro. Volta e meia o cara da central te ligava dizendo: 'Acionaram o botão de pânico', e o carro estava lá parado, sem ninguém usar. A tornozeleira parou de funcionar e estava no pé dele", diz Marcos Pinheiro de Lemos, advogado de Jefferson. O ex-deputado só começou a utilizar o aparelho no dia 3 de agosto porque, em maio, quando progrediu para o regime aberto, a Seap estava em meio a uma mudança de contrato com o fornecedor dos equipamentos e, à época, não havia tornozeleiras disponíveis. Hoje, no Rio, segundo a secretaria, 696 pessoas são monitoradas 24 horas por meio dos aparelhos. A carga das tornozeleiras dura 24 horas caso elas sejam carregadas por três horas. Jefferson precisa conectá-la a uma tomada, como faria com um aparelho celular. Segundo Lemos, seu cliente nunca reclamou de ter de usar o equipamento. "É que nem calo no pé. É chato quando você começa a ter, mas depois que você tem, você se acostuma e nem percebe. Deve ter sido incômodo nos primeiros dias, mas ele [Jefferson] cumpre a pena com serenidade", afirma o advogado. PROGRESSÃO O petebista só deverá parar de usar a tornozeleira na próxima progressão de regime, segundo Lemos. "Depende de determinação do juiz. Vai ser feito um cálculo que leva em consideração o tempo de trabalho. Eu presumo que isso deva acontecer no início do ano que vem." O ex-deputado trabalha como auxiliar administrativo num escritório de advocacia. De acordo com a Lei de Execução Penal, um dia de pena é descontado para cada três trabalhados. Jefferson, que denunciou o mensalão à Folha em junho de 2005, teve seu mandato de deputado federal cassado e foi condenado a sete anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele começou a cumprir a pena em fevereiro de 2014. O ex-deputado deixou o Instituto Penal Francisco Spargoli, em Niterói, em 16 de maio para cumprir o resto da pena em casa. Cerca de duas semanas depois, casou-se com a enfermeira Ana Lúcia Novaes, com quem vive desde 2002.
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Após sete dias de uso, Jefferson quebra tornozeleira eletrônica no banhoUma pancada durante o banho fez com que a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-deputado Roberto Jefferson, 62, que cumpre pena no Rio em regime aberto desde maio deste ano, parasse de funcionar. O caso ocorreu no dia 10, na semana passada, sete dias depois de o ex-deputado, condenado no caso do mensalão, começar a usar o equipamento. A Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) chegou a receber um sinal indicando que a tornozeleira havia sido desligada. Quando há algum problema no aparelho, o próprio condenado tem um período de 30 minutos para alertar a secretaria. Caso rompa ou desligue o equipamento intencionalmente, o usuário da tornozeleira pode voltar ao regime fechado. Segundo a Seap, Jefferson avisou a secretaria sobre o problema dentro do prazo. Ele foi a uma base de manutenção no bairro de Benfica, no Rio, no mesmo dia, para trocar o aparelho. Após análise, foi identificado que o ex-deputado não teve a intenção de danificar a tornozeleira. A Seap informou que são raros os casos em que as tornozeleiras apresentam problemas. "Foi uma besteira, que nem alarme de carro. Volta e meia o cara da central te ligava dizendo: 'Acionaram o botão de pânico', e o carro estava lá parado, sem ninguém usar. A tornozeleira parou de funcionar e estava no pé dele", diz Marcos Pinheiro de Lemos, advogado de Jefferson. O ex-deputado só começou a utilizar o aparelho no dia 3 de agosto porque, em maio, quando progrediu para o regime aberto, a Seap estava em meio a uma mudança de contrato com o fornecedor dos equipamentos e, à época, não havia tornozeleiras disponíveis. Hoje, no Rio, segundo a secretaria, 696 pessoas são monitoradas 24 horas por meio dos aparelhos. A carga das tornozeleiras dura 24 horas caso elas sejam carregadas por três horas. Jefferson precisa conectá-la a uma tomada, como faria com um aparelho celular. Segundo Lemos, seu cliente nunca reclamou de ter de usar o equipamento. "É que nem calo no pé. É chato quando você começa a ter, mas depois que você tem, você se acostuma e nem percebe. Deve ter sido incômodo nos primeiros dias, mas ele [Jefferson] cumpre a pena com serenidade", afirma o advogado. PROGRESSÃO O petebista só deverá parar de usar a tornozeleira na próxima progressão de regime, segundo Lemos. "Depende de determinação do juiz. Vai ser feito um cálculo que leva em consideração o tempo de trabalho. Eu presumo que isso deva acontecer no início do ano que vem." O ex-deputado trabalha como auxiliar administrativo num escritório de advocacia. De acordo com a Lei de Execução Penal, um dia de pena é descontado para cada três trabalhados. Jefferson, que denunciou o mensalão à Folha em junho de 2005, teve seu mandato de deputado federal cassado e foi condenado a sete anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele começou a cumprir a pena em fevereiro de 2014. O ex-deputado deixou o Instituto Penal Francisco Spargoli, em Niterói, em 16 de maio para cumprir o resto da pena em casa. Cerca de duas semanas depois, casou-se com a enfermeira Ana Lúcia Novaes, com quem vive desde 2002.
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Astrologia
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Cenário astral traduz florescimento artístico e disseminação de ideias pioneiras. LUA MINGUANTE EM ÁRIES: 27/6 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Lua e Mercúrio sintonizam você a novos conhecimentos, úteis e aplicáveis ao cotidiano. Um belo dia para tratar de assuntos domésticos, médicos e ligados a viagens e estudos. Como um bônus astral para esta noite invernal, Vênus e Netuno criam aquele clima super romântico! TOURO (21 abr. a 20 mai.) Dia de mostrar equilíbrio perfeito entre boa acolhida e senso de limites, com Lua e Saturno em ótimo fluxo com seu signo. Seu lado ambicioso e sociável está ativado, e você vai fazer bonito numa apresentação no trabalho ou com seu chefe. O amor requer boa dose de imaginação. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Você, quando quer, sabe ir atrás das informações que precisa, e hoje é um excelente dia para harmonizar sua intuição com todas as novidades. Atualize-se e preencha um vazio no trabalho: seu conhecimento técnico será bem recebido. Em casa e com os filhos, ótimos papos. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Sol e Vênus se reforçam, tornando seu encanto e simpatia ainda mais poderosos. Você pode brilhar à vontade nas artes e nas atividades imaginativas e criativas. Não é um bom dia para se dedicar a tarefas técnicas e mecânicas. Ganhando admiradores, assim segue você por aí. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Acordo perfeito entre amigos e amores, entre projetos comuns e pessoais. Só falta conversar e acertar os detalhes, a mecânica correta de todos eles, e o astral de hoje está ótimo neste sentido. Aproveite o ensejo e esclareça um perrengue antigo com alguém próximo. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Virginianos do segundo decanato estão vivendo a onda saturnina de desilusões e decepções com parentes e familiares. Encare o lado bom: não está mais iludido com quimeras. O lado chato: você não sabe mais o que esperar delas. Espere o tempo, que é Saturno, mostrar o caminho. LIBRA (23 set. a 22 out.) Apesar de um astral difícil, que vigora desde o início do ano, o dia de hoje vem mais leve –são as pequenas maravilhas cotidianas que tornam a vida respirável. Combata por ideias pioneiras, encontrará eco em pessoas fora do seu círculo. Visão ampla, inovação, inspiração. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Haja paciência para sustentar esse processo de permanente sobressalto. Marte em seu signo está retrógrado até a semana que vem, significando com isso que as mesmas questões perturbadoras continuam sem resposta. Trabalhe nelas, retome trilhas. Necessidade de aconchego. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Júpiter, Saturno e Netuno continuam armando a tensa quadratura nos céus, significadora de tantas desilusões sociais, políticas e econômicas. Para você, chance de cortar relações com enganadores, restringindo amizades e empreendimentos apenas àqueles com quem tem coerência. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Júpiter e Plutão em ângulo positivo a você reforçam buscas espirituais, inclinadas a viagens, peregrinações e questionamentos profundos. Sentidos e propósitos nascerão disso, e essa onda vai até meados de agosto. Aproveite. Hoje, dia ótimo para investimentos financeiros. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Com a Lua em seu signo hoje e amanhã, aproveite a alta sensibilidade para cuidar de sua saúde, bem-estar e vida íntima. Deixe os assuntos mundanos de fora, tire férias rápidas de processos coletivos. Focalize o que seu corpo tenta dizer e crie um entorno mais acolhedor. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Piscianos do segundo decanato vivem um momento de desorientação, no qual ilusões e fantasias falam alto, borrando limites entre você e os outros. Pode ser bom para fazer arte, poesia, cinema; mas é ruim para os relacionamentos e a vida cotidiana. Ambições confusas.
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ilustrada
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AstrologiaCenário astral traduz florescimento artístico e disseminação de ideias pioneiras. LUA MINGUANTE EM ÁRIES: 27/6 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Lua e Mercúrio sintonizam você a novos conhecimentos, úteis e aplicáveis ao cotidiano. Um belo dia para tratar de assuntos domésticos, médicos e ligados a viagens e estudos. Como um bônus astral para esta noite invernal, Vênus e Netuno criam aquele clima super romântico! TOURO (21 abr. a 20 mai.) Dia de mostrar equilíbrio perfeito entre boa acolhida e senso de limites, com Lua e Saturno em ótimo fluxo com seu signo. Seu lado ambicioso e sociável está ativado, e você vai fazer bonito numa apresentação no trabalho ou com seu chefe. O amor requer boa dose de imaginação. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Você, quando quer, sabe ir atrás das informações que precisa, e hoje é um excelente dia para harmonizar sua intuição com todas as novidades. Atualize-se e preencha um vazio no trabalho: seu conhecimento técnico será bem recebido. Em casa e com os filhos, ótimos papos. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Sol e Vênus se reforçam, tornando seu encanto e simpatia ainda mais poderosos. Você pode brilhar à vontade nas artes e nas atividades imaginativas e criativas. Não é um bom dia para se dedicar a tarefas técnicas e mecânicas. Ganhando admiradores, assim segue você por aí. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Acordo perfeito entre amigos e amores, entre projetos comuns e pessoais. Só falta conversar e acertar os detalhes, a mecânica correta de todos eles, e o astral de hoje está ótimo neste sentido. Aproveite o ensejo e esclareça um perrengue antigo com alguém próximo. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Virginianos do segundo decanato estão vivendo a onda saturnina de desilusões e decepções com parentes e familiares. Encare o lado bom: não está mais iludido com quimeras. O lado chato: você não sabe mais o que esperar delas. Espere o tempo, que é Saturno, mostrar o caminho. LIBRA (23 set. a 22 out.) Apesar de um astral difícil, que vigora desde o início do ano, o dia de hoje vem mais leve –são as pequenas maravilhas cotidianas que tornam a vida respirável. Combata por ideias pioneiras, encontrará eco em pessoas fora do seu círculo. Visão ampla, inovação, inspiração. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Haja paciência para sustentar esse processo de permanente sobressalto. Marte em seu signo está retrógrado até a semana que vem, significando com isso que as mesmas questões perturbadoras continuam sem resposta. Trabalhe nelas, retome trilhas. Necessidade de aconchego. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Júpiter, Saturno e Netuno continuam armando a tensa quadratura nos céus, significadora de tantas desilusões sociais, políticas e econômicas. Para você, chance de cortar relações com enganadores, restringindo amizades e empreendimentos apenas àqueles com quem tem coerência. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Júpiter e Plutão em ângulo positivo a você reforçam buscas espirituais, inclinadas a viagens, peregrinações e questionamentos profundos. Sentidos e propósitos nascerão disso, e essa onda vai até meados de agosto. Aproveite. Hoje, dia ótimo para investimentos financeiros. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Com a Lua em seu signo hoje e amanhã, aproveite a alta sensibilidade para cuidar de sua saúde, bem-estar e vida íntima. Deixe os assuntos mundanos de fora, tire férias rápidas de processos coletivos. Focalize o que seu corpo tenta dizer e crie um entorno mais acolhedor. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Piscianos do segundo decanato vivem um momento de desorientação, no qual ilusões e fantasias falam alto, borrando limites entre você e os outros. Pode ser bom para fazer arte, poesia, cinema; mas é ruim para os relacionamentos e a vida cotidiana. Ambições confusas.
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Conheça os 10 filmes mais pirateados de 2015; mas o campeão é de 2014
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A lista dos dez filmes mais pirateados na internet em 2015 é liderada por um blockbuster lançado em 2014. Lançado em outubro do ano passado nos Estados Unidos, "Interestelar" foi o campeão entre os filmes mais baixados na internet, com 46,7 milhões de downloads ilegais, de acordo com a empresa antipirataria Excipio. Os números foram monitorados até o dia de Natal, 25 de dezembro. Em 2014, o campeão também havia sido lançado no ano anterior, "O Lobo de Wall Street". Em comum, os dois também são dois filmes de longa duração —2 horas e 49 minutos para "Interestelar", 11 minutos a menos que "O Lobo". O número alto de downloads também mostrou que as tentativas de se limitar o mercado pirata on-line não estão funcionando. Líder de 2014, o filme de Martin Scorsese teve 30 milhões, o que o deixaria de fora até do top 10 do ano. Os grandes sucessos de bilheteria de 2015 também estão na lista, como "Jurassic World" (filme que mais arrecadou no ano e quarto entre os mais pirateados), "Velozes e Furiosos 7" e "Vingadores: A Era de Ultron". Presente em várias listas de melhores do ano, a refilmagem de "Mad Max" aparece em quinto lugar. Outros longas lançados em 2014 também figuram entre os recordistas de downloads, como "Sniper Americano" e o último filme da franquia "O Hobbit". Confira abaixo o Top 10: 1º - INTERESTELAR 46,7 milhões 2º - VELOZES E FURIOSOS 7 44,8 milhões 3º - VINGADORES - A ERA DE ULTRON 41,6 milhões 4º - JURASSIC WORLD 36,9 milhões 5º - MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA 36,4 milhões 6º - SNIPER AMERICANO 33,9 milhões 7º - CINQUENTA TONS DE CINZA 32,1 milhões 8º - O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS 31,5 milhões 9º - EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS 31,0 milhões 10º - KINGSMAN - SERVIÇO SECRETO 30,9 milhões
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Conheça os 10 filmes mais pirateados de 2015; mas o campeão é de 2014A lista dos dez filmes mais pirateados na internet em 2015 é liderada por um blockbuster lançado em 2014. Lançado em outubro do ano passado nos Estados Unidos, "Interestelar" foi o campeão entre os filmes mais baixados na internet, com 46,7 milhões de downloads ilegais, de acordo com a empresa antipirataria Excipio. Os números foram monitorados até o dia de Natal, 25 de dezembro. Em 2014, o campeão também havia sido lançado no ano anterior, "O Lobo de Wall Street". Em comum, os dois também são dois filmes de longa duração —2 horas e 49 minutos para "Interestelar", 11 minutos a menos que "O Lobo". O número alto de downloads também mostrou que as tentativas de se limitar o mercado pirata on-line não estão funcionando. Líder de 2014, o filme de Martin Scorsese teve 30 milhões, o que o deixaria de fora até do top 10 do ano. Os grandes sucessos de bilheteria de 2015 também estão na lista, como "Jurassic World" (filme que mais arrecadou no ano e quarto entre os mais pirateados), "Velozes e Furiosos 7" e "Vingadores: A Era de Ultron". Presente em várias listas de melhores do ano, a refilmagem de "Mad Max" aparece em quinto lugar. Outros longas lançados em 2014 também figuram entre os recordistas de downloads, como "Sniper Americano" e o último filme da franquia "O Hobbit". Confira abaixo o Top 10: 1º - INTERESTELAR 46,7 milhões 2º - VELOZES E FURIOSOS 7 44,8 milhões 3º - VINGADORES - A ERA DE ULTRON 41,6 milhões 4º - JURASSIC WORLD 36,9 milhões 5º - MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA 36,4 milhões 6º - SNIPER AMERICANO 33,9 milhões 7º - CINQUENTA TONS DE CINZA 32,1 milhões 8º - O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS 31,5 milhões 9º - EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS 31,0 milhões 10º - KINGSMAN - SERVIÇO SECRETO 30,9 milhões
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O "Viagra Rosa" vem aí para resolver um problema que talvez não exista
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O que torna o sexo bom? O orgasmo? A interação das partes? Ou o simples fato de fazer sexo? Para uma das participantes de um estudo sobre disfunção sexual realizado pela FDA (Food and Drug Administration, o órgão americano responsável pelo controle de alimentos, cosméticos e medicamentos no país), sexo bom é quando seu marido se diverte. Katherine, identificada apenas por seu primeiro nome, diz "não ter expectativas" quanto ao assunto e que faz sexo "por obrigação". Carol, outra participante, diz que só quer chegar ao final sem chorar. Beverly diz já ter gasto US$ 35000 em diversos tratamentos médicos para consertar o problema de seu interesse sexual. Embora todas as mulheres ouvidas no estudo conduzido em outubro tenham descrito diferentes problemas em relação ao sexo, todas obtiveram o mesmo diagnóstico: Disfunção Sexual Feminina (DSF). Inexistente há 10 anos, a disfunção é ainda hoje motivo de ceticismo para muitos especialistas. Vários médicos duvidam de sua existência ou de que seja possível tratá-lo com a medicina moderna. Apesar das incertezas, a Sprout Pharmaceuticals –mesma fabricante do Testopel, a pastilha de testosterona que podia causar crescimento de seios pretende colocar no mercado o santo graal dos remédios contra disfunções sexuais: um "Viagra para mulheres" ou, como chamam por aí, o "Viagra rosa. A flibanserina, princípio ativo do "Viagra rosa", seria inicialmente destinado ao tratamento contra a depressão, mas foi reprovada durante os testes. O motivo: algumas mulheres afirmaram ter sentido um aumento do desejo sexual. De olho na oportunidade de se lançar em um mercado sem concorrência, a Sprout comprou a patente do composto em 2012 e o classificou recomendado ao tratamento contra a DSH, Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo, antiga terminologia da DSF. Embora o medicamento já tenha sido rejeitado duas vezes pela FDA devido a sua ineficiência e ao alto índice de efeitos colaterais e interações medicamentosas, há sinais que levam a crer que a Sprout poderá disponibilizar a flibanserina ao público geral em agosto deste ano. No seu último relatório, um comitê interno da FDA declarou que a disfunção sexual feminina era "claramente uma área de necessidades médicas não atendidas". E por mais que a FDA tenha admitido no relatório não saber como a flibanserina funciona no tratamento dessa disfunção que pode nem existir, seu uso foi aprovado com 18 votos a favor e apenas 6 contra. "É muito desgastante começarmos uma reunião dizendo que estamos comprometidos com o desenvolvimento de uma nova droga quando, na verdade, não conseguimos chegar a um consenso sobre sua finalidade", declarou ao comitê o Dr. Leonore Tiefer, psiquiatra Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos. Alguns atribuem essa nova aceitação da flibanserina a uma agressiva campanha de marketing orquestrada pela Sprout, que acusou a FDA de sexismo. Anita Clayton, médica e consultora remunerada da Sprout e de outras sete companhias farmacêuticas, alega em um artigo que a "aprovação expressa de remédios como o Viagra em oposição à morosidade com que se trata a flibanserina subestima a importância da saúde sexual feminina". "Parece que há algo tendencioso por parte da FDA," diz Anita Clayton em uma entrevista. "O tratamento contra a disfunção sexual feminina está enfrentando barreiras que não existiram contra o tratamento da disfunção sexual masculina." O grupo Even the Score (algo como empatar o jogo, em inglês), custeado em parte pela Trimel Pharmaceuticals e a Sprout Pharmaceuticals, se tornou o principal porta-voz desse ponto de vista. Em sua página na Internet, declaram que o sexo é "um direito humano básico" e que "devemos agir em prol dessas 1 em 10 mulheres, casais e famílias afetadas por este problema". O grupo diz ainda que, enquanto hoje há 26 medicamentos para a disfunção sexual masculina, não há nenhuma para a feminina –embora em sua lista de estimulantes para homens estejam incluídas diferentes dosagens da mesma substância e alguns remédios que não foram aprovados especificamente no tratamento contra a disfunção sexual. Em entrevista ao "Wall Street Journal" ano passado, Cindy Whitehead, diretora da Sprout, declarou que a campanha do Even the Score não tinha por objetivo pressionar a FDA, mas conscientizar o público quanto a uma necessidade médica não atendida. Durante séculos, medicina e psicologia consideraram o desejo sexual feminino um sintoma de histeria. Este diagnóstico, também chamado de "fúria uterina, foi dado até 1980. É irônico que agora a mulher que não tenha interesse em sexo seja classificada como doente mental e aqueles que discordem considerados sexistas. "As normas do desejo variam de acordo com a época e com a cultura," diz Thea Cacchioni, socióloga e professora de Estudos sobre a Feminilidade, que escreveu sobre sua experiência nos testes da flibanserina pela FDA. "Há apenas 150 anos, médicos nos diziam que havia algo de errado conosco se tivéssemos desejo sexual frequente. Agora, algo está errado se não temos desejo sexual." Professora de clínica médica e diretora da Escola de Medicina Sexual da Universidade da Colúmbia Britânica, a Dra. Rosemary Basson foi membro do comitê realizado em outubro pela FDA. Segundo ela, ter pouco desejo sexual é normal. "É o que estamos vivendo no mundo real, com nossas vidas tão ocupadas", diz Basson. Embora a total impossibilidade de uma mulher ter interesse sexual seja de fato uma questão problemática, é provável que casos tão extremos estejam mais relacionados a doenças fisiológicas, saúde mental ou problemas de relacionamento. O interesse sexual permanente pelo parceiro é uma expectativa irrealista. "Forneci referências que evidenciam que o oposto é verdadeiro –que, quando perguntadas, mulheres sexualmente satisfeitas dizem que é raro sentir desejo sexual exceto quando durante uma relação sexual", diz Basson Basson diz que, se uma pessoa está satisfeita sem esse desejo constante, não pode ser considerada uma disfunção Enquanto a disfunção sexual masculina é caracterizada pela impossibilidade de atingir uma ereção, a disfunção feminina, como listada pela Associação Americana de Psiquiatria em seu catálogo oficial de distúrbios mentais, é tida como uma dificuldade de excitação devido à falta de interesse ou fantasias sexuais. Houve uma época em que se acreditava que o Viagra poderia funcionar para mulheres também devido ao simples aumento no fluxo sanguíneo da região genital. Mesmo sem muito sucesso, alguns médicos receitam o Viagra para suas pacientes. Karen, uma das participantes do estudo, já tentou tratamento com o medicamento e diz que "a única coisa que ficou inchada foram meus seios paranasais". Durante os testes clínicos, a Sprout mediu a efetividade da flibanserina com três marcadores: o número de relações sexuais satisfatórias em um mês, a ansiedade relacionada a sua vida sexual e seu desejo sexual no geral. O medicamento foi testado apenas em mulheres em relacionamentos estáveis heterossexuais. Em comparação ao placebo, a flibanserina aumentou o número de "eventos sexualmente satisfatórios" em uma média de 0,5 a 1 de uma média total de 2 a 3 eventos por mês. A ansiedade em relação ao sexo caiu em média cerca de 10%. Então fazer uso da flibanserina pode fazer a mulher atingir o orgasmo mais de uma vez por mês e ficar menos 10% preocupada com o assunto! A FDA e a Sprout não conseguiram chegar a um acordo sobre como medir o desejo sexual geral, citado como o grande problema na maioria dos casos. Nos registros diários sobre interesse em sexo que as participantes mantinham, a flibanserina não se mostrou mais eficiente que o placebo. Após 28 dias de uso, as mulheres preencheram um questionário em que classificavam o desejo sexual em uma escala de 1,2 a 6,0 e assinalaram um aumento de, em média, 0,35. Contudo, assim como o efeito de um placebo, pode-se dizer que esses testes teriam o mesmo efeito da terapia sexual, uma vez que, durante esse período, as participantes tiveram que fazer do sexo sua prioridade: pensavam sobre isso todos os dias e registravam suas impressões sobre o assunto. Classificar algo tão subjetivo como o interesse sexual em uma escala de 1,2 a 6 é tão problemático quanto caracterizar mulheres que não têm interesse sexual constante como portadoras de transtorno mental. Ideias relacionadas a sexo e desejo são construídas socialmente e há muitos motivos pelos quais as mulheres podem não estar interessadas em sexo a qualquer momento. Além da eficácia duvidosa da flibanserina, os estudos revelaram também diversos efeitos colaterais. Em 2010, a US News & World Report relatou que "cerca de 15% dos usuários de flibanserina pararam de tomar o medicamento durante os testes devido a reações como tonteira, enjoo, ansiedade e insônia, comparados a 7% dos usuários de placebo". Esses riscos aumentam quando o uso da flibanserina é somado ao consumo de álcool, que estará listado como uma proibição aos usuários. Talvez o mais perturbador seja o fato de que a Sprout tenha feito testes em apenas 25 pessoas, das quais 23 eram homens, um jeito curioso de estudar um medicamento desenvolvido para o tratamento de uma disfunção que afeta apenas mulheres. Outro motivo de preocupação é o fato de que as mulheres mais suscetíveis ao poder de persuasão do marketing da flibanserina são também aquelas que tentam controlar o nervosismo em relação ao sexo com o consumo de álcool. "Mulheres com dificuldades sexuais frequentemente dizem que só conseguem consentir com a ideia de uma relação sexual se beberem um pouco antes, então o fato de que a flibanserina não deve ser misturada com álcool é uma enorme preocupação." Segundo Cacchioni, a Even the Score desempenhou o papel mais frustrante de todo esse circo. A ideia de que um medicamento como este seria um avanço para o feminismo ou a saúde feminina "jamais foi corroborada em nenhuma literatura acadêmica feminista. Muito pelo contrário, entre acadêmicas feministas e pessoas que trabalham com saúde e sexualidade, o entendimento é que há muito tempo a indústria farmacêutica cria medicamentos perigosos e ineficientes para mulheres." Cacchioni afirma em sua pesquisa própria que mesmo as mulheres que culpam a biologia por seu escasso desejo sexual admitem ter dificuldades em se adequar às expectativas da sociedade. "Por mais que tentem pôr a culpa em seus corpos, o que pude ver nas entrevistas é que essas mulheres tiveram muitos problemas com a heteronormatividade contemporânea", diz. "Elas falaram sobre a influência negativa de Hollywood, suas primeiras experiências negativas com a sexualidade, o jeito com que seus parceiros foram duros com elas caso não estivessem de acordo com certos ideais sexuais e a vergonha que sentiam até mesmo ao conversar com suas amigas sobre sexo, caso elas não estivessem muito interessadas no assunto." Das mulheres que sofrem de baixo desejo sexual ouvidas no estudo da FDA, todas foram veementes ao afirmar que não havia nenhuma questão pessoal ou de relacionamento que pudesse ser a causa do problema. Uma delas, porém, disse ter aprendido muito cedo a não tomar a iniciativa porque, quando o fazia, era reprimida e humilhada por seus namorados. Outra teve que ser submetida a remoção de útero e ovários aos 35 anos devido a danos causados por um Dalkon Shield : um DIU que, segundo ela, disseram ser 100% seguro, "o Cadillac dos contraceptivos". Várias mulheres afirmaram evitar a todo custo ficarem sozinhas com seus maridos. Carol só conseguiu descrever como se sente quando seu marido inicia uma relação sexual com um alto suspiro. De novo, todas elas tinham certeza de que o problema era estritamente biológico. "Há muitos motivos sociais, interpessoais e econômicos relacionados ao baixo desejo sexual feminino e muito pouca, talvez nenhuma, evidência de que este problema esteja relacionado a algum mecanismo interno falho, sobretudo em relação à química cerebral", diz Cacchioni. Dizer às mulheres que há algo de errado com elas, que uma pílula fará com que tenham vontade de fazer sexo com seus parceirosve que poderia, inclusive, salvar seus relacionamentos, não consertará esses problemas fundamentais. "Isso vai mexer com as inseguranças de muitas mulheres." Esta não seria a primeira vez que a FDA brinca com a heteronormatividade para vender medicamentos. Em 2010, a Slate Pharmaceuticals (antigo nome da Sprout) foi advertida pela FDA violação de regras na campanha de um tratamento com testosterona, o Testopel. Nas propagandas ("É baixa T?"), homens descreviam seus problemas, que iam desde HIV até não conseguirem fazer mais do que 5 flexões e exaltavam o Testopel ao relatar como a droga os havia ajudado. A advertência da FDA dizia que os panfletos, o site e os vídeos produzidos pela Slate promoviam usos não aprovados do Testopel; mais: omitiam e minimizavam informações importantes quanto aos riscos em sua utilização, exageravam em sua eficácia, descartavam fatos concretos, apresentavam alegações enganosas para própria conveniência e encorajavam um regime de dosagem não aprovado. A advertência afirmava ainda que a FDA estava "extremamente preocupada com a amplitude e o alcance dessas violações". Uma observação interessante é o fato de que algumas participantes do estudo sobre a flibanserina conduzido pela FDA utilizavam testosterona para aumentar a libido. Duas disseram durante a pesquisa que estavam com pastilhas de testosterona sob a pele. O tratamento deveria deveria durar por seis meses, mas Beverly diz que, às vezes, volta ao médico depois de apenas dois ou quatro meses caso se sinta menos interessada em sexo. "Quando não me interesso nos avanços dele," ela conta sobre seu marido, "fica muito claro para mim que o efeito da pastilha deve estar acabando". Ela só quer uma pílula que possa tomar todos os dias e cujo efeito nunca passe. Outra mulher disse sobre seu marido que "se ele quer sexo, dou o que ele quer e, naquele dia, fui uma boa esposa". Se a ideia de igualdade no sexo é dar mais poder aos homens para ter sexo sempre que quiserem e às mulheres menos chance de dizer não, a flibanserina não é uma solução. E decerto não é feminista. Tradução: Flavio Taam
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vice
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O "Viagra Rosa" vem aí para resolver um problema que talvez não existaO que torna o sexo bom? O orgasmo? A interação das partes? Ou o simples fato de fazer sexo? Para uma das participantes de um estudo sobre disfunção sexual realizado pela FDA (Food and Drug Administration, o órgão americano responsável pelo controle de alimentos, cosméticos e medicamentos no país), sexo bom é quando seu marido se diverte. Katherine, identificada apenas por seu primeiro nome, diz "não ter expectativas" quanto ao assunto e que faz sexo "por obrigação". Carol, outra participante, diz que só quer chegar ao final sem chorar. Beverly diz já ter gasto US$ 35000 em diversos tratamentos médicos para consertar o problema de seu interesse sexual. Embora todas as mulheres ouvidas no estudo conduzido em outubro tenham descrito diferentes problemas em relação ao sexo, todas obtiveram o mesmo diagnóstico: Disfunção Sexual Feminina (DSF). Inexistente há 10 anos, a disfunção é ainda hoje motivo de ceticismo para muitos especialistas. Vários médicos duvidam de sua existência ou de que seja possível tratá-lo com a medicina moderna. Apesar das incertezas, a Sprout Pharmaceuticals –mesma fabricante do Testopel, a pastilha de testosterona que podia causar crescimento de seios pretende colocar no mercado o santo graal dos remédios contra disfunções sexuais: um "Viagra para mulheres" ou, como chamam por aí, o "Viagra rosa. A flibanserina, princípio ativo do "Viagra rosa", seria inicialmente destinado ao tratamento contra a depressão, mas foi reprovada durante os testes. O motivo: algumas mulheres afirmaram ter sentido um aumento do desejo sexual. De olho na oportunidade de se lançar em um mercado sem concorrência, a Sprout comprou a patente do composto em 2012 e o classificou recomendado ao tratamento contra a DSH, Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo, antiga terminologia da DSF. Embora o medicamento já tenha sido rejeitado duas vezes pela FDA devido a sua ineficiência e ao alto índice de efeitos colaterais e interações medicamentosas, há sinais que levam a crer que a Sprout poderá disponibilizar a flibanserina ao público geral em agosto deste ano. No seu último relatório, um comitê interno da FDA declarou que a disfunção sexual feminina era "claramente uma área de necessidades médicas não atendidas". E por mais que a FDA tenha admitido no relatório não saber como a flibanserina funciona no tratamento dessa disfunção que pode nem existir, seu uso foi aprovado com 18 votos a favor e apenas 6 contra. "É muito desgastante começarmos uma reunião dizendo que estamos comprometidos com o desenvolvimento de uma nova droga quando, na verdade, não conseguimos chegar a um consenso sobre sua finalidade", declarou ao comitê o Dr. Leonore Tiefer, psiquiatra Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos. Alguns atribuem essa nova aceitação da flibanserina a uma agressiva campanha de marketing orquestrada pela Sprout, que acusou a FDA de sexismo. Anita Clayton, médica e consultora remunerada da Sprout e de outras sete companhias farmacêuticas, alega em um artigo que a "aprovação expressa de remédios como o Viagra em oposição à morosidade com que se trata a flibanserina subestima a importância da saúde sexual feminina". "Parece que há algo tendencioso por parte da FDA," diz Anita Clayton em uma entrevista. "O tratamento contra a disfunção sexual feminina está enfrentando barreiras que não existiram contra o tratamento da disfunção sexual masculina." O grupo Even the Score (algo como empatar o jogo, em inglês), custeado em parte pela Trimel Pharmaceuticals e a Sprout Pharmaceuticals, se tornou o principal porta-voz desse ponto de vista. Em sua página na Internet, declaram que o sexo é "um direito humano básico" e que "devemos agir em prol dessas 1 em 10 mulheres, casais e famílias afetadas por este problema". O grupo diz ainda que, enquanto hoje há 26 medicamentos para a disfunção sexual masculina, não há nenhuma para a feminina –embora em sua lista de estimulantes para homens estejam incluídas diferentes dosagens da mesma substância e alguns remédios que não foram aprovados especificamente no tratamento contra a disfunção sexual. Em entrevista ao "Wall Street Journal" ano passado, Cindy Whitehead, diretora da Sprout, declarou que a campanha do Even the Score não tinha por objetivo pressionar a FDA, mas conscientizar o público quanto a uma necessidade médica não atendida. Durante séculos, medicina e psicologia consideraram o desejo sexual feminino um sintoma de histeria. Este diagnóstico, também chamado de "fúria uterina, foi dado até 1980. É irônico que agora a mulher que não tenha interesse em sexo seja classificada como doente mental e aqueles que discordem considerados sexistas. "As normas do desejo variam de acordo com a época e com a cultura," diz Thea Cacchioni, socióloga e professora de Estudos sobre a Feminilidade, que escreveu sobre sua experiência nos testes da flibanserina pela FDA. "Há apenas 150 anos, médicos nos diziam que havia algo de errado conosco se tivéssemos desejo sexual frequente. Agora, algo está errado se não temos desejo sexual." Professora de clínica médica e diretora da Escola de Medicina Sexual da Universidade da Colúmbia Britânica, a Dra. Rosemary Basson foi membro do comitê realizado em outubro pela FDA. Segundo ela, ter pouco desejo sexual é normal. "É o que estamos vivendo no mundo real, com nossas vidas tão ocupadas", diz Basson. Embora a total impossibilidade de uma mulher ter interesse sexual seja de fato uma questão problemática, é provável que casos tão extremos estejam mais relacionados a doenças fisiológicas, saúde mental ou problemas de relacionamento. O interesse sexual permanente pelo parceiro é uma expectativa irrealista. "Forneci referências que evidenciam que o oposto é verdadeiro –que, quando perguntadas, mulheres sexualmente satisfeitas dizem que é raro sentir desejo sexual exceto quando durante uma relação sexual", diz Basson Basson diz que, se uma pessoa está satisfeita sem esse desejo constante, não pode ser considerada uma disfunção Enquanto a disfunção sexual masculina é caracterizada pela impossibilidade de atingir uma ereção, a disfunção feminina, como listada pela Associação Americana de Psiquiatria em seu catálogo oficial de distúrbios mentais, é tida como uma dificuldade de excitação devido à falta de interesse ou fantasias sexuais. Houve uma época em que se acreditava que o Viagra poderia funcionar para mulheres também devido ao simples aumento no fluxo sanguíneo da região genital. Mesmo sem muito sucesso, alguns médicos receitam o Viagra para suas pacientes. Karen, uma das participantes do estudo, já tentou tratamento com o medicamento e diz que "a única coisa que ficou inchada foram meus seios paranasais". Durante os testes clínicos, a Sprout mediu a efetividade da flibanserina com três marcadores: o número de relações sexuais satisfatórias em um mês, a ansiedade relacionada a sua vida sexual e seu desejo sexual no geral. O medicamento foi testado apenas em mulheres em relacionamentos estáveis heterossexuais. Em comparação ao placebo, a flibanserina aumentou o número de "eventos sexualmente satisfatórios" em uma média de 0,5 a 1 de uma média total de 2 a 3 eventos por mês. A ansiedade em relação ao sexo caiu em média cerca de 10%. Então fazer uso da flibanserina pode fazer a mulher atingir o orgasmo mais de uma vez por mês e ficar menos 10% preocupada com o assunto! A FDA e a Sprout não conseguiram chegar a um acordo sobre como medir o desejo sexual geral, citado como o grande problema na maioria dos casos. Nos registros diários sobre interesse em sexo que as participantes mantinham, a flibanserina não se mostrou mais eficiente que o placebo. Após 28 dias de uso, as mulheres preencheram um questionário em que classificavam o desejo sexual em uma escala de 1,2 a 6,0 e assinalaram um aumento de, em média, 0,35. Contudo, assim como o efeito de um placebo, pode-se dizer que esses testes teriam o mesmo efeito da terapia sexual, uma vez que, durante esse período, as participantes tiveram que fazer do sexo sua prioridade: pensavam sobre isso todos os dias e registravam suas impressões sobre o assunto. Classificar algo tão subjetivo como o interesse sexual em uma escala de 1,2 a 6 é tão problemático quanto caracterizar mulheres que não têm interesse sexual constante como portadoras de transtorno mental. Ideias relacionadas a sexo e desejo são construídas socialmente e há muitos motivos pelos quais as mulheres podem não estar interessadas em sexo a qualquer momento. Além da eficácia duvidosa da flibanserina, os estudos revelaram também diversos efeitos colaterais. Em 2010, a US News & World Report relatou que "cerca de 15% dos usuários de flibanserina pararam de tomar o medicamento durante os testes devido a reações como tonteira, enjoo, ansiedade e insônia, comparados a 7% dos usuários de placebo". Esses riscos aumentam quando o uso da flibanserina é somado ao consumo de álcool, que estará listado como uma proibição aos usuários. Talvez o mais perturbador seja o fato de que a Sprout tenha feito testes em apenas 25 pessoas, das quais 23 eram homens, um jeito curioso de estudar um medicamento desenvolvido para o tratamento de uma disfunção que afeta apenas mulheres. Outro motivo de preocupação é o fato de que as mulheres mais suscetíveis ao poder de persuasão do marketing da flibanserina são também aquelas que tentam controlar o nervosismo em relação ao sexo com o consumo de álcool. "Mulheres com dificuldades sexuais frequentemente dizem que só conseguem consentir com a ideia de uma relação sexual se beberem um pouco antes, então o fato de que a flibanserina não deve ser misturada com álcool é uma enorme preocupação." Segundo Cacchioni, a Even the Score desempenhou o papel mais frustrante de todo esse circo. A ideia de que um medicamento como este seria um avanço para o feminismo ou a saúde feminina "jamais foi corroborada em nenhuma literatura acadêmica feminista. Muito pelo contrário, entre acadêmicas feministas e pessoas que trabalham com saúde e sexualidade, o entendimento é que há muito tempo a indústria farmacêutica cria medicamentos perigosos e ineficientes para mulheres." Cacchioni afirma em sua pesquisa própria que mesmo as mulheres que culpam a biologia por seu escasso desejo sexual admitem ter dificuldades em se adequar às expectativas da sociedade. "Por mais que tentem pôr a culpa em seus corpos, o que pude ver nas entrevistas é que essas mulheres tiveram muitos problemas com a heteronormatividade contemporânea", diz. "Elas falaram sobre a influência negativa de Hollywood, suas primeiras experiências negativas com a sexualidade, o jeito com que seus parceiros foram duros com elas caso não estivessem de acordo com certos ideais sexuais e a vergonha que sentiam até mesmo ao conversar com suas amigas sobre sexo, caso elas não estivessem muito interessadas no assunto." Das mulheres que sofrem de baixo desejo sexual ouvidas no estudo da FDA, todas foram veementes ao afirmar que não havia nenhuma questão pessoal ou de relacionamento que pudesse ser a causa do problema. Uma delas, porém, disse ter aprendido muito cedo a não tomar a iniciativa porque, quando o fazia, era reprimida e humilhada por seus namorados. Outra teve que ser submetida a remoção de útero e ovários aos 35 anos devido a danos causados por um Dalkon Shield : um DIU que, segundo ela, disseram ser 100% seguro, "o Cadillac dos contraceptivos". Várias mulheres afirmaram evitar a todo custo ficarem sozinhas com seus maridos. Carol só conseguiu descrever como se sente quando seu marido inicia uma relação sexual com um alto suspiro. De novo, todas elas tinham certeza de que o problema era estritamente biológico. "Há muitos motivos sociais, interpessoais e econômicos relacionados ao baixo desejo sexual feminino e muito pouca, talvez nenhuma, evidência de que este problema esteja relacionado a algum mecanismo interno falho, sobretudo em relação à química cerebral", diz Cacchioni. Dizer às mulheres que há algo de errado com elas, que uma pílula fará com que tenham vontade de fazer sexo com seus parceirosve que poderia, inclusive, salvar seus relacionamentos, não consertará esses problemas fundamentais. "Isso vai mexer com as inseguranças de muitas mulheres." Esta não seria a primeira vez que a FDA brinca com a heteronormatividade para vender medicamentos. Em 2010, a Slate Pharmaceuticals (antigo nome da Sprout) foi advertida pela FDA violação de regras na campanha de um tratamento com testosterona, o Testopel. Nas propagandas ("É baixa T?"), homens descreviam seus problemas, que iam desde HIV até não conseguirem fazer mais do que 5 flexões e exaltavam o Testopel ao relatar como a droga os havia ajudado. A advertência da FDA dizia que os panfletos, o site e os vídeos produzidos pela Slate promoviam usos não aprovados do Testopel; mais: omitiam e minimizavam informações importantes quanto aos riscos em sua utilização, exageravam em sua eficácia, descartavam fatos concretos, apresentavam alegações enganosas para própria conveniência e encorajavam um regime de dosagem não aprovado. A advertência afirmava ainda que a FDA estava "extremamente preocupada com a amplitude e o alcance dessas violações". Uma observação interessante é o fato de que algumas participantes do estudo sobre a flibanserina conduzido pela FDA utilizavam testosterona para aumentar a libido. Duas disseram durante a pesquisa que estavam com pastilhas de testosterona sob a pele. O tratamento deveria deveria durar por seis meses, mas Beverly diz que, às vezes, volta ao médico depois de apenas dois ou quatro meses caso se sinta menos interessada em sexo. "Quando não me interesso nos avanços dele," ela conta sobre seu marido, "fica muito claro para mim que o efeito da pastilha deve estar acabando". Ela só quer uma pílula que possa tomar todos os dias e cujo efeito nunca passe. Outra mulher disse sobre seu marido que "se ele quer sexo, dou o que ele quer e, naquele dia, fui uma boa esposa". Se a ideia de igualdade no sexo é dar mais poder aos homens para ter sexo sempre que quiserem e às mulheres menos chance de dizer não, a flibanserina não é uma solução. E decerto não é feminista. Tradução: Flavio Taam
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Líderes e profissionais se reúnem para debater o propósito nas corporações
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Consolidada como um dos principais encontros de lideranças empresariais do Brasil, a conferência Sustainable Brands Rio 2016 reunirá especialistas internacionais nesta terça (21) e quarta-feira (22) para compartilhar práticas sustentáveis e modelos de negócios inovadores ao redor do mundo. No quarto ano do evento, o tema será Activating Purpose, que propõe explorar o assunto "propósito" globalmente para criar vínculos com indivíduos, grupos e coletividades que permitam gerar coerência e engajamento. Profissionais e empresas preocupadas com a incorporação da sustentabilidade em seus projetos de negócios trarão suas histórias de liderança e sucesso para as plenárias. Entre eles, Claude Ouimet, vice-presidente e gerente da Interface no Canadá e na América Latina, e Claus Stig Pedersen, líder de Sustentabilidade da Novozymes, empresa de biotecnologia norueguesa com presença no Brasil. Pela primeira vez, os temas da SB Rio 2016 extrapolarão a área de conferência e chegarão às ruas na Ocupação Maravilha, que levará as várias faces da sustentabilidade para o carioca por meio de ativações no boulevard recém-inaugurado e na praça Mauá. Para inscrições e informações, acesse o site. *Conferência Sustainable Brands Rio 2016 - Porto Maravilha - Armazém da Utopia - avenida Rodrigues Alves, s/n, Santo Cristo, Rio de Janeiro, RJ. Ter. (21) e qua. (22).: das 9h às 20h. Informações e inscrições, pelo site.
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empreendedorsocial
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Líderes e profissionais se reúnem para debater o propósito nas corporaçõesConsolidada como um dos principais encontros de lideranças empresariais do Brasil, a conferência Sustainable Brands Rio 2016 reunirá especialistas internacionais nesta terça (21) e quarta-feira (22) para compartilhar práticas sustentáveis e modelos de negócios inovadores ao redor do mundo. No quarto ano do evento, o tema será Activating Purpose, que propõe explorar o assunto "propósito" globalmente para criar vínculos com indivíduos, grupos e coletividades que permitam gerar coerência e engajamento. Profissionais e empresas preocupadas com a incorporação da sustentabilidade em seus projetos de negócios trarão suas histórias de liderança e sucesso para as plenárias. Entre eles, Claude Ouimet, vice-presidente e gerente da Interface no Canadá e na América Latina, e Claus Stig Pedersen, líder de Sustentabilidade da Novozymes, empresa de biotecnologia norueguesa com presença no Brasil. Pela primeira vez, os temas da SB Rio 2016 extrapolarão a área de conferência e chegarão às ruas na Ocupação Maravilha, que levará as várias faces da sustentabilidade para o carioca por meio de ativações no boulevard recém-inaugurado e na praça Mauá. Para inscrições e informações, acesse o site. *Conferência Sustainable Brands Rio 2016 - Porto Maravilha - Armazém da Utopia - avenida Rodrigues Alves, s/n, Santo Cristo, Rio de Janeiro, RJ. Ter. (21) e qua. (22).: das 9h às 20h. Informações e inscrições, pelo site.
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No cárcere, presos do petrolão pedem reformas e comida importada
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O tesoureiro do PT já estava todo paramentado para sua caminhada matinal quando se deparou, na quarta-feira (15), com um grupo de policiais federais na porta de sua casa, em São Paulo. "Vocês vieram me buscar, né?" João Vaccari Neto, 56, ouviu a voz de prisão sem esboçar muito sentimento. Pediu uns minutos; entrou em casa, jogou algumas roupas numa sacola e seguiu ao centro de custódia da PF, em Curitiba. Lá, a rotina no cárcere tem tido efeito diferente sobre os réus da Lava Jato. Vaccari, por exemplo, quase não fala. Quem acompanha sua rotina o descreve como "frio". Perfil oposto mostrou Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. De tão emocional, foi "diagnosticado" pelos agentes com a Síndrome de Estocolmo, transtorno mental no qual alguém submetido a certo grau de privação ou intimidação se afeiçoa pelo algoz. Quem viu a cena, se espantou. Ao deixar a custódia, após fechar delação premiada, Costa abraçou policiais e soltou, com lágrimas nos olhos, um curioso "obrigado por tudo". Passado o choque da detenção, executivos de empreiteiras envolvidas no esquema usaram o tempo para projetar melhorias. Não puderam tocar a obra, mas há relatos de que a água quente passou a beneficiar todos os presos. Um gaiato chegou a chamar o projeto de "Minha Cela, Minha Vida", alusão irônica ao programa habitacional da presidente Dilma para pessoas de baixa renda. Os figurões fizeram encomenda de luxo ao se deparar com cobertores de lã que dão alergia. Dias depois, conjuntos de edredons e roupas de cama foram entregues. No delivery, havia também uma cesta de uvas, chocolates suíços e água Perrier. A comida entrou, mas sob a promessa de que a regalia não seria repetida. Já os edredons da marca MMartan foram devolvidos. Os presos só desistiram do bullying contra um novato que chegaria em abril quando um policial ameaçou os algemar. É que os detentos tramavam recepcionar o ex-deputado André Vargas com o punho cerrado para o alto. O gesto fora feito por ele, ainda em tempos de liberdade, às costas do então relator do julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa. A intenção era simbolizar resistência. Como os dias demoram a passar, os presos da Lava Jato resolveram ampliar a biblioteca e fazer rodízio. Alguns leem cinco livros por semana, como o doleiro Alberto Youssef, protagonista do esquema. Já Sérgio Mendes, executivo da Mendes Júnior, se transformou no "personal trainer" dos colegas, colocando-os para se exercitar. Coincidência ou não, o estado de saúde dos demais presos melhorou.
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poder
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No cárcere, presos do petrolão pedem reformas e comida importadaO tesoureiro do PT já estava todo paramentado para sua caminhada matinal quando se deparou, na quarta-feira (15), com um grupo de policiais federais na porta de sua casa, em São Paulo. "Vocês vieram me buscar, né?" João Vaccari Neto, 56, ouviu a voz de prisão sem esboçar muito sentimento. Pediu uns minutos; entrou em casa, jogou algumas roupas numa sacola e seguiu ao centro de custódia da PF, em Curitiba. Lá, a rotina no cárcere tem tido efeito diferente sobre os réus da Lava Jato. Vaccari, por exemplo, quase não fala. Quem acompanha sua rotina o descreve como "frio". Perfil oposto mostrou Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. De tão emocional, foi "diagnosticado" pelos agentes com a Síndrome de Estocolmo, transtorno mental no qual alguém submetido a certo grau de privação ou intimidação se afeiçoa pelo algoz. Quem viu a cena, se espantou. Ao deixar a custódia, após fechar delação premiada, Costa abraçou policiais e soltou, com lágrimas nos olhos, um curioso "obrigado por tudo". Passado o choque da detenção, executivos de empreiteiras envolvidas no esquema usaram o tempo para projetar melhorias. Não puderam tocar a obra, mas há relatos de que a água quente passou a beneficiar todos os presos. Um gaiato chegou a chamar o projeto de "Minha Cela, Minha Vida", alusão irônica ao programa habitacional da presidente Dilma para pessoas de baixa renda. Os figurões fizeram encomenda de luxo ao se deparar com cobertores de lã que dão alergia. Dias depois, conjuntos de edredons e roupas de cama foram entregues. No delivery, havia também uma cesta de uvas, chocolates suíços e água Perrier. A comida entrou, mas sob a promessa de que a regalia não seria repetida. Já os edredons da marca MMartan foram devolvidos. Os presos só desistiram do bullying contra um novato que chegaria em abril quando um policial ameaçou os algemar. É que os detentos tramavam recepcionar o ex-deputado André Vargas com o punho cerrado para o alto. O gesto fora feito por ele, ainda em tempos de liberdade, às costas do então relator do julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa. A intenção era simbolizar resistência. Como os dias demoram a passar, os presos da Lava Jato resolveram ampliar a biblioteca e fazer rodízio. Alguns leem cinco livros por semana, como o doleiro Alberto Youssef, protagonista do esquema. Já Sérgio Mendes, executivo da Mendes Júnior, se transformou no "personal trainer" dos colegas, colocando-os para se exercitar. Coincidência ou não, o estado de saúde dos demais presos melhorou.
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Sexta temporada deve ser a última de 'Downton Abbey'
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A sexta temporada de "Downton Abbey", com estreia prevista para 2016, deve também ser a última do seriado. Segundo o site "TV Line", fontes ligadas à produção confirmam que a decisão de cancelar a série foi praticamente unânime. Os contratos dos atores expiram no final da próxima temporada e, tirando algumas exceções, o elenco já tem outros projetos. De acordo com um dos membros da produção ouvidos pelo site, "o show pode continuar sem Matthew e Sybil, mas não é possível sem toda a família Crawley". O canal NBC, que produz "Downton Abbey", se recusou a confirmar a informação. Exibida no Brasil pelo canal pago GNT, a série acompanha as transformações da sociedade inglesa nas primeiras décadas do século 20 a partir da família Crawley, tradicional clã da nobreza da Inglaterra. No início do mês, a atriz Maggie Smith – a Lady Violet, matriarca da família e uma das personagens mais queridas do público – anunciou que deixaria a série após a sexta temporada. A atriz desmentiu a informação dias depois – os rumores de que a série terminará, porém, confirmam a primeira fala de Smith.
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Sexta temporada deve ser a última de 'Downton Abbey'A sexta temporada de "Downton Abbey", com estreia prevista para 2016, deve também ser a última do seriado. Segundo o site "TV Line", fontes ligadas à produção confirmam que a decisão de cancelar a série foi praticamente unânime. Os contratos dos atores expiram no final da próxima temporada e, tirando algumas exceções, o elenco já tem outros projetos. De acordo com um dos membros da produção ouvidos pelo site, "o show pode continuar sem Matthew e Sybil, mas não é possível sem toda a família Crawley". O canal NBC, que produz "Downton Abbey", se recusou a confirmar a informação. Exibida no Brasil pelo canal pago GNT, a série acompanha as transformações da sociedade inglesa nas primeiras décadas do século 20 a partir da família Crawley, tradicional clã da nobreza da Inglaterra. No início do mês, a atriz Maggie Smith – a Lady Violet, matriarca da família e uma das personagens mais queridas do público – anunciou que deixaria a série após a sexta temporada. A atriz desmentiu a informação dias depois – os rumores de que a série terminará, porém, confirmam a primeira fala de Smith.
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O que Jesus diria da Previdência Social brasileira
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Enquanto brasileiros se digladiam entre os que defendem a Previdência Social tal como está hoje e os que preferem as pequenas alterações cosméticas propostas pelo governo, o sistema estatal de aposentadoria compulsória vai seguir sem qualquer alteração nos seus principais defeitos. Um deles, o mais simples de resolver e por isso mesmo mais perverso, é funcionar conforme um comportamento condenado por Jesus Cristo na Bíblia, que é guardar o dinheiro dos outros sem investir nem fazer render. É o que se lê na parábola dos talentos. A Previdência brasileira funciona como um bolão que os trabalhadores na ativa fazem para dividir entre os aposentados. O INSS só recolhe o dinheiro, divide o resultado da vaquinha mensal e distribui para os aposentados, sem fazer render, sem criar uma valorização do capital que faça o bolo crescer, como fazem os fundos de Previdência privada. Com isso, os ricos, que têm previdência privada, ficam mais ricos e os pobres, que dependem do esquema estatal, ficam cada vez com menos benefícios. No Evangelho Segundo São Mateus, capítulo 25, Jesus conta a história de um homem que sai em viagem. Se você puder, leia a Bíblia. Ou então, confie em minha adaptação da história. Foi mais ou menos assim: "Antes de ir viajar, o homem chamou três fundos de previdência, dois privados e um estatal e deu a eles seus bens para cuidarem. O que ele tinha estava tudo em cash. No primeiro, depositou cinco dinheiros; ao segundo, deu dois; e ao terceiro, um. Passou muito tempo fora e quando voltou, já estava mais velho, perto do momento de se aposentar (dependendo de sua opinião sobre a reforma da Previdência, você escolhe: 65 anos, 80 ou 120, como Matusalém). Chamou os três fundos para fazerem um balanço. O primeiro contou que tinha investido o valor e a rentabilidade tinha sido de 100%; deu dez dinheiros ao homem; o segundo tinha feito negócios e eles também dobraram o capital; deu quatro dinheiros ao cliente. E o terceiro narrou ter ficado com medo de investir mal e perder o pecúlio e por isso o havia enterrado. Devolveu ao homem apenas o mesmo que havia recebido. O homem então disse: 'Mau e negligente: Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, o receberia com juros. Tirai-lhe, pois, o investimento, e dai-o ao que tem os dez dinheiros. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado'. Jesus perguntou então aos discípulos: Qual dos três era o fundo estatal? Judas comentou que não sabia mas perguntou ao vizinho onde deveria investir uns trinta dinheiros que estava para receber dali a pouco. Tomé disse que só acreditaria em tamanha incompetência se pudesse ver. João, que gostava de falar segredos aos ouvidos dos colegas, cochichou a resposta, mas não se sabe qual foi. Mateus, que era funcionário público, reclamou que a parábola era neoliberal e privatista. Nessa hora, um fariseu que a tudo assistia quieto se levantou e disse: Nada disso é verdade, porque nem por milagre alguém pode tirar o dinheiro da Previdência Social e investir em bancos. Todos são obrigados a deixar o dinheiro com o mais incompetente dos três, aquele que não investe".
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colunas
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O que Jesus diria da Previdência Social brasileiraEnquanto brasileiros se digladiam entre os que defendem a Previdência Social tal como está hoje e os que preferem as pequenas alterações cosméticas propostas pelo governo, o sistema estatal de aposentadoria compulsória vai seguir sem qualquer alteração nos seus principais defeitos. Um deles, o mais simples de resolver e por isso mesmo mais perverso, é funcionar conforme um comportamento condenado por Jesus Cristo na Bíblia, que é guardar o dinheiro dos outros sem investir nem fazer render. É o que se lê na parábola dos talentos. A Previdência brasileira funciona como um bolão que os trabalhadores na ativa fazem para dividir entre os aposentados. O INSS só recolhe o dinheiro, divide o resultado da vaquinha mensal e distribui para os aposentados, sem fazer render, sem criar uma valorização do capital que faça o bolo crescer, como fazem os fundos de Previdência privada. Com isso, os ricos, que têm previdência privada, ficam mais ricos e os pobres, que dependem do esquema estatal, ficam cada vez com menos benefícios. No Evangelho Segundo São Mateus, capítulo 25, Jesus conta a história de um homem que sai em viagem. Se você puder, leia a Bíblia. Ou então, confie em minha adaptação da história. Foi mais ou menos assim: "Antes de ir viajar, o homem chamou três fundos de previdência, dois privados e um estatal e deu a eles seus bens para cuidarem. O que ele tinha estava tudo em cash. No primeiro, depositou cinco dinheiros; ao segundo, deu dois; e ao terceiro, um. Passou muito tempo fora e quando voltou, já estava mais velho, perto do momento de se aposentar (dependendo de sua opinião sobre a reforma da Previdência, você escolhe: 65 anos, 80 ou 120, como Matusalém). Chamou os três fundos para fazerem um balanço. O primeiro contou que tinha investido o valor e a rentabilidade tinha sido de 100%; deu dez dinheiros ao homem; o segundo tinha feito negócios e eles também dobraram o capital; deu quatro dinheiros ao cliente. E o terceiro narrou ter ficado com medo de investir mal e perder o pecúlio e por isso o havia enterrado. Devolveu ao homem apenas o mesmo que havia recebido. O homem então disse: 'Mau e negligente: Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, o receberia com juros. Tirai-lhe, pois, o investimento, e dai-o ao que tem os dez dinheiros. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado'. Jesus perguntou então aos discípulos: Qual dos três era o fundo estatal? Judas comentou que não sabia mas perguntou ao vizinho onde deveria investir uns trinta dinheiros que estava para receber dali a pouco. Tomé disse que só acreditaria em tamanha incompetência se pudesse ver. João, que gostava de falar segredos aos ouvidos dos colegas, cochichou a resposta, mas não se sabe qual foi. Mateus, que era funcionário público, reclamou que a parábola era neoliberal e privatista. Nessa hora, um fariseu que a tudo assistia quieto se levantou e disse: Nada disso é verdade, porque nem por milagre alguém pode tirar o dinheiro da Previdência Social e investir em bancos. Todos são obrigados a deixar o dinheiro com o mais incompetente dos três, aquele que não investe".
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Indústria do entretenimento resgata visão 'sem filtro' da vida nos anos 1990
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O relógio da cultura pop retrocedeu quase 30 anos e a indústria do entretenimento deve deixá-lo assim até pelo menos o próximo ano. No auge de um revival, anúncios de relançamentos e "remakes" tomaram moda, música, cinema, televisão e tecnologia para reconstruir o que havia de melhor (a depender dos olhos de quem vê) nos 1990, anos dourados dos trintões. Do "baú da vergonha", a moda tirou a pochete, reeditada por Louis Vuitton, Valentino, Chanel, Emporio Armani e outras grifes de luxo; também tirou a "choker", gargantilha que imita tatuagem; e, mais recentemente, os elásticos de cabelo tipo "xuxinha", os "scrunchies". Grife seminal do estilo despretensioso e "limpo" dos 1990, a Calvin Klein recuperou sua trajetória em novas campanhas sem retoques, que não lembram em nada o momento photoshop da primeira década dos anos 2000. "Chegamos ao limite da realidade em alta definição. O mundo em HD perturba as pessoas e é natural que elas respondam a isso com movimento oposto. A estética pré-digital é o grande norte", diz a diretora do birô de tendências PeclersParis, Iza Dezon. Faz sentido, então, que um dos maiores sucessos do mercado eletrônico neste ano tenha sido o relançamento, em fevereiro, do Nokia 3310, o "tijolão" do jogo da cobrinha. A empresa finlandesa tingiu o saudoso celular com cores básicas, manteve configurações "esqueça WhatsApp, internet e Instagram" e fez o "gadget" sumir das prateleiras em poucas semanas. Não há previsão de venda do aparelho no mercado nacional, mas os fãs já comemoram a vinda de outro gigante dos 1990, o Megadrive. O videogame do simpático ouriço Sonic foi relançado pela Tectoy por R$ 426,55 –à época, chegava a custar o equivalente a R$ 2.600 hoje. Tudo por uma vida simples e em 16 bits. "Escolha viver", "escolha seus amigos", dizia o cartaz do filme "Trainspotting" (1996), de Danny Boyle. Os mantras do personagem Mark Renton (Ewan McGregor) parecem estar no centro do revival, que o trouxe de volta à vida. "T2 Trainspotting" foi relançado neste ano e obteve nas bilheterias quase US$ 40 milhões (R$ 120 milhões). "Passamos por um retorno da vida sem requintes, sem filtros. A impressão para as pessoas é que os anos 1990 foram pacíficos, que o mundo não estava acabando. A década recupera confiança e otimismo. É quase uma versão infantil da vida, um 'lado regressivo'", afirma Iza Dezon. REGRESSO Tão infantil quanto é a continuação de "Um Maluco no Pedaço", série que consagrou o ator Will Smith e é tida como certa para estrear na TV em 2018. Faria sentido. Segundo a diretora do birô Tendere, Patricia Sant'Anna, a rearticulação dos anos 1990 passa por um resgate da ingenuidade perdida após os 2000, "quando jovens perceberam que o novo século não traria as maravilhas prometidas em "2001 - Uma Odisséia no Espaço", filme de Stanley Kubrick lançado em 1968. "Os jovens daquele tempo foram os últimos rebeldes do século 20. Ser 'cool' era criticar e ter uma visão mais livre sobre a vida", diz Sant'Anna. Nesse jogo de memória dos tempos "sem preocupações", coube resgatar a música pop com verniz adolescente. A boyband Backstreet Boys entrou em estúdio para gravar novo álbum, Mel C, a "Sporty Spice" do grupo Spice Girls, deu as caras em especial do "Multishow", e o trio americano Hanson voltou aos palcos para relembrar hits da carreira –eles tocam no Brasil em agosto. À Folha, por telefone, Taylor Hanson, 34, relembra com saudosismo a música pop, "quando a indústria da música e as rádios eram diversas". "Havia mais brilho naquele tempo. É claro que hoje é muito mais fácil para uma banda se mostrar 'on-demand', mas ao mesmo tempo muitas estão dentro de uma bolha. Lançam apenas uma música." E conclui: "a nova geração [de músicos] parece se esquecer do ambiente ao vivo, do sentido real de se arriscar na frente do público".
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Indústria do entretenimento resgata visão 'sem filtro' da vida nos anos 1990O relógio da cultura pop retrocedeu quase 30 anos e a indústria do entretenimento deve deixá-lo assim até pelo menos o próximo ano. No auge de um revival, anúncios de relançamentos e "remakes" tomaram moda, música, cinema, televisão e tecnologia para reconstruir o que havia de melhor (a depender dos olhos de quem vê) nos 1990, anos dourados dos trintões. Do "baú da vergonha", a moda tirou a pochete, reeditada por Louis Vuitton, Valentino, Chanel, Emporio Armani e outras grifes de luxo; também tirou a "choker", gargantilha que imita tatuagem; e, mais recentemente, os elásticos de cabelo tipo "xuxinha", os "scrunchies". Grife seminal do estilo despretensioso e "limpo" dos 1990, a Calvin Klein recuperou sua trajetória em novas campanhas sem retoques, que não lembram em nada o momento photoshop da primeira década dos anos 2000. "Chegamos ao limite da realidade em alta definição. O mundo em HD perturba as pessoas e é natural que elas respondam a isso com movimento oposto. A estética pré-digital é o grande norte", diz a diretora do birô de tendências PeclersParis, Iza Dezon. Faz sentido, então, que um dos maiores sucessos do mercado eletrônico neste ano tenha sido o relançamento, em fevereiro, do Nokia 3310, o "tijolão" do jogo da cobrinha. A empresa finlandesa tingiu o saudoso celular com cores básicas, manteve configurações "esqueça WhatsApp, internet e Instagram" e fez o "gadget" sumir das prateleiras em poucas semanas. Não há previsão de venda do aparelho no mercado nacional, mas os fãs já comemoram a vinda de outro gigante dos 1990, o Megadrive. O videogame do simpático ouriço Sonic foi relançado pela Tectoy por R$ 426,55 –à época, chegava a custar o equivalente a R$ 2.600 hoje. Tudo por uma vida simples e em 16 bits. "Escolha viver", "escolha seus amigos", dizia o cartaz do filme "Trainspotting" (1996), de Danny Boyle. Os mantras do personagem Mark Renton (Ewan McGregor) parecem estar no centro do revival, que o trouxe de volta à vida. "T2 Trainspotting" foi relançado neste ano e obteve nas bilheterias quase US$ 40 milhões (R$ 120 milhões). "Passamos por um retorno da vida sem requintes, sem filtros. A impressão para as pessoas é que os anos 1990 foram pacíficos, que o mundo não estava acabando. A década recupera confiança e otimismo. É quase uma versão infantil da vida, um 'lado regressivo'", afirma Iza Dezon. REGRESSO Tão infantil quanto é a continuação de "Um Maluco no Pedaço", série que consagrou o ator Will Smith e é tida como certa para estrear na TV em 2018. Faria sentido. Segundo a diretora do birô Tendere, Patricia Sant'Anna, a rearticulação dos anos 1990 passa por um resgate da ingenuidade perdida após os 2000, "quando jovens perceberam que o novo século não traria as maravilhas prometidas em "2001 - Uma Odisséia no Espaço", filme de Stanley Kubrick lançado em 1968. "Os jovens daquele tempo foram os últimos rebeldes do século 20. Ser 'cool' era criticar e ter uma visão mais livre sobre a vida", diz Sant'Anna. Nesse jogo de memória dos tempos "sem preocupações", coube resgatar a música pop com verniz adolescente. A boyband Backstreet Boys entrou em estúdio para gravar novo álbum, Mel C, a "Sporty Spice" do grupo Spice Girls, deu as caras em especial do "Multishow", e o trio americano Hanson voltou aos palcos para relembrar hits da carreira –eles tocam no Brasil em agosto. À Folha, por telefone, Taylor Hanson, 34, relembra com saudosismo a música pop, "quando a indústria da música e as rádios eram diversas". "Havia mais brilho naquele tempo. É claro que hoje é muito mais fácil para uma banda se mostrar 'on-demand', mas ao mesmo tempo muitas estão dentro de uma bolha. Lançam apenas uma música." E conclui: "a nova geração [de músicos] parece se esquecer do ambiente ao vivo, do sentido real de se arriscar na frente do público".
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Casa Cofre: moradores gastam até R$ 2 milhões com itens de segurança
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O sensor por micro-ondas detecta o movimento de um invasor. Marido e mulher correm para o quarto da filha e, lá mesmo, por uma passagem secreta na parede do banheiro, entram em um bunker. Nem os funcionários mais leais sabem de tal passagem. Portas e paredes são revestidas com uma chapa de aço de liga especial (resistente até artilharia antiaérea), com sistema anti-incêndio e, ainda, com abertura de porta pela leitura da íris do morador. A cena descrita acima é fictícia, mas baseada em tecnologias e infraestrutura de casa real –cada vez mais comum no país– também chamada de "casa cofre". O nome não chega a ser nenhum exagero porque toda a concepção arquitetônica desses imóveis é voltada, desde a planta, para criação de uma estrutura destina à proteção dos moradores. "São conceitos de segurança. Esse conceito envolve desde a definição da altura e da forma do perímetro. Seja ele muro, gradil, a gente participa dessa definição. A localização dos portões, que tecnologia vai ser usada, durante o dia, noite. Tudo.", afirma o consultor de segurança Luís Eduardo Daher. Conheça a Casa Cofre Assim, cada detalhe da casa ou escritório é pensado para dificultar o máximo o acesso de invasores e, caso a invasão ocorra, a melhor forma de o morador se proteger. Um exemplo disso é uma casa de importante personalidade fluminense. Como a residência tem 5 mil m² de área construída, ela tem três refúgios: um na área da churrasqueira, outra próxima ao hall da entrada principal e, a mais resistente, na ala dos quatros. Caso ocorra a invasão, a família buscará a mais próxima. Em outra casa, essa na zona rural do interior de São Paulo, o alerta de invasão leva a moradora para o refúgio no próprio quarto. Simultaneamente, todas as portas dos corredores que dão acesso a ele travam automaticamente. Só podem ser abertas pela digital da mulher e qualquer tentativa de arrombamento provoca a liberação de uma cortina espessa de fumaça para dificultar a visibilidade e a ação dos criminosos. "Quando você elabora um plano de proteger sua moradia e sua vida, precisa fazer os caminhos. Um caminho pensado na segurança", disse a arquiteta Verônica Castro, também especializada em segurança residencial. Outra preocupação dos profissionais especializados nesse tipo de segurança é a discrição. Isso significa fazer com que os bunkers, salas cofres, refúgios e quartos seguros pareçam espaços comuns da casa. Na zona rural, muitos projetos preveem contêineres enterrados ao lado da casa que, no dias normais, servem como sala de jogos ou de TV. O PREÇO Embora haja construções desse tipo em quase todas as partes do país, os principais clientes de "casas cofres" estão no Rio e São Paulo. São as cidades que concentram famílias capazes de investir de R$ 200 mil a R$ 2 milhões na segurança de um imóvel. Os preços dos projetos dependem em grande parte do material que será utilizado. Isso é calculado pelo risco envolvendo a família e, também, a qual tempo/distância o imóvel está do socorro. Quanto mais longe, mais caro. Isso porque o material utilizado precisará durar mais tempo até a chegada a polícia. Para o engenheiro Felipe Eduardo, especialista em blindagem arquitetônica da Safety Wall, a essência é a mesma da época em que os castelos foram construídos. Tudo pensado para dificultar as invasões, principalmente com barreiras físicas. Ainda segundo ele, essa é uma mudança no comportamento das pessoas que notaram que somente as câmeras e alarmes são insuficientes para protegê-los. "No início eram as trancas e grades. Depois vieram os alarmes e câmeras. Veio a seguir a vigilância armada. Hoje, o brasileiro quer mesmo é dormir trancado em cofres."
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cotidiano
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Casa Cofre: moradores gastam até R$ 2 milhões com itens de segurançaO sensor por micro-ondas detecta o movimento de um invasor. Marido e mulher correm para o quarto da filha e, lá mesmo, por uma passagem secreta na parede do banheiro, entram em um bunker. Nem os funcionários mais leais sabem de tal passagem. Portas e paredes são revestidas com uma chapa de aço de liga especial (resistente até artilharia antiaérea), com sistema anti-incêndio e, ainda, com abertura de porta pela leitura da íris do morador. A cena descrita acima é fictícia, mas baseada em tecnologias e infraestrutura de casa real –cada vez mais comum no país– também chamada de "casa cofre". O nome não chega a ser nenhum exagero porque toda a concepção arquitetônica desses imóveis é voltada, desde a planta, para criação de uma estrutura destina à proteção dos moradores. "São conceitos de segurança. Esse conceito envolve desde a definição da altura e da forma do perímetro. Seja ele muro, gradil, a gente participa dessa definição. A localização dos portões, que tecnologia vai ser usada, durante o dia, noite. Tudo.", afirma o consultor de segurança Luís Eduardo Daher. Conheça a Casa Cofre Assim, cada detalhe da casa ou escritório é pensado para dificultar o máximo o acesso de invasores e, caso a invasão ocorra, a melhor forma de o morador se proteger. Um exemplo disso é uma casa de importante personalidade fluminense. Como a residência tem 5 mil m² de área construída, ela tem três refúgios: um na área da churrasqueira, outra próxima ao hall da entrada principal e, a mais resistente, na ala dos quatros. Caso ocorra a invasão, a família buscará a mais próxima. Em outra casa, essa na zona rural do interior de São Paulo, o alerta de invasão leva a moradora para o refúgio no próprio quarto. Simultaneamente, todas as portas dos corredores que dão acesso a ele travam automaticamente. Só podem ser abertas pela digital da mulher e qualquer tentativa de arrombamento provoca a liberação de uma cortina espessa de fumaça para dificultar a visibilidade e a ação dos criminosos. "Quando você elabora um plano de proteger sua moradia e sua vida, precisa fazer os caminhos. Um caminho pensado na segurança", disse a arquiteta Verônica Castro, também especializada em segurança residencial. Outra preocupação dos profissionais especializados nesse tipo de segurança é a discrição. Isso significa fazer com que os bunkers, salas cofres, refúgios e quartos seguros pareçam espaços comuns da casa. Na zona rural, muitos projetos preveem contêineres enterrados ao lado da casa que, no dias normais, servem como sala de jogos ou de TV. O PREÇO Embora haja construções desse tipo em quase todas as partes do país, os principais clientes de "casas cofres" estão no Rio e São Paulo. São as cidades que concentram famílias capazes de investir de R$ 200 mil a R$ 2 milhões na segurança de um imóvel. Os preços dos projetos dependem em grande parte do material que será utilizado. Isso é calculado pelo risco envolvendo a família e, também, a qual tempo/distância o imóvel está do socorro. Quanto mais longe, mais caro. Isso porque o material utilizado precisará durar mais tempo até a chegada a polícia. Para o engenheiro Felipe Eduardo, especialista em blindagem arquitetônica da Safety Wall, a essência é a mesma da época em que os castelos foram construídos. Tudo pensado para dificultar as invasões, principalmente com barreiras físicas. Ainda segundo ele, essa é uma mudança no comportamento das pessoas que notaram que somente as câmeras e alarmes são insuficientes para protegê-los. "No início eram as trancas e grades. Depois vieram os alarmes e câmeras. Veio a seguir a vigilância armada. Hoje, o brasileiro quer mesmo é dormir trancado em cofres."
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Adele lança mais uma música do novo álbum, 'When We Were Young'; ouça
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Prestes a lançar um dos álbuns mais aguardados do ano, a britânica Adele divulgou nesta terça-feira (17) mais uma faixa de "25", após o sucesso de "Hello", que já acumula uma série de recordes. "When we were young" estreou na integra no canal da cantora no YouTube, um dia após ter um trecho revelado em uma propaganda do programa "60 Minutes" da Austrália. A canção é composta por Adele em parceria com o cantor, compositor e pianista Tobias Jesso Jr., que lançou "Goon", seu álbum de estreia, no início deste ano. Após três anos de pausa, Adele lança "25" nesta sexta-feira (20), cercada por expectativas. O videoclipe de "Hello", lançado em outubro, se tornou a melhor estreia do ano no YouTube, com média de um milhão de visitas por hora durante seus dois primeiros dias. Nos Estados Unidos, a música foi primeira a ter mais de 1 milhão de downloads em apenas uma semana. O último disco de Adele, "21", lançado em 2011, levou seis prêmios Grammy e foi considerado nesta semana pela revista "Billboard" o maior álbum de todos os tempos, com base na sua posição nas paradas de sucesso.
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ilustrada
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Adele lança mais uma música do novo álbum, 'When We Were Young'; ouçaPrestes a lançar um dos álbuns mais aguardados do ano, a britânica Adele divulgou nesta terça-feira (17) mais uma faixa de "25", após o sucesso de "Hello", que já acumula uma série de recordes. "When we were young" estreou na integra no canal da cantora no YouTube, um dia após ter um trecho revelado em uma propaganda do programa "60 Minutes" da Austrália. A canção é composta por Adele em parceria com o cantor, compositor e pianista Tobias Jesso Jr., que lançou "Goon", seu álbum de estreia, no início deste ano. Após três anos de pausa, Adele lança "25" nesta sexta-feira (20), cercada por expectativas. O videoclipe de "Hello", lançado em outubro, se tornou a melhor estreia do ano no YouTube, com média de um milhão de visitas por hora durante seus dois primeiros dias. Nos Estados Unidos, a música foi primeira a ter mais de 1 milhão de downloads em apenas uma semana. O último disco de Adele, "21", lançado em 2011, levou seis prêmios Grammy e foi considerado nesta semana pela revista "Billboard" o maior álbum de todos os tempos, com base na sua posição nas paradas de sucesso.
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Direitos na democracia
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A marca da recente democracia brasileira são os direitos humanos. Nos últimos 25 anos a sociedade foi, progressivamente, conquistando direitos. Isso porque desde 1988, o Brasil fez uma opção definitiva pela afirmação dos Direitos Humanos no país, alinhando-se às diretrizes da Declaração Internacional dos Direitos Humanos da ONU, que completa 67 anos essa semana. Demos um passo significativo rumo à consolidação dos direitos sociais, culturais e econômicos no país, e o ápice desse movimento em torno da garantia de direitos no Brasil se deu com a erradicação da miséria, o que significou que os brasileiros, finalmente, não mais são privados das condições mínimas para viver com dignidade. Avançamos no campo material e da subsistência e também nas lutas históricas e simbólicas. No período mais recente aprovamos o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, PNDH-3, que é uma linha mestra condutora das nossas políticas públicas, instalamos a Comissão Nacional da Verdade e Mecanismo de Combate à Tortura, fortalecemos os programas de proteção a vítimas e defensores de direitos humanos, influenciamos os processos de educação formal e não formal com Educação em Direitos Humanos, lançamos o Programa Viver Sem Limites que dá à população com deficiência outra qualidade de vida. Também é digno de nota a erradicação do subregistro civil de nascimento, que, em 2014, segundo dados divulgados pelo IBGE recentemente chegou a apenas 1% de crianças não registradas, quando a ONU considera que se alcançando um patamar de 5% o subregistro já estaria erradicado - entre diversas outras ações. Com instituições públicas cada vez mais sólidas, o Brasil e suas políticas públicas se fortaleceram progressivamente. A incorporação das vozes da sociedade civil e dos movimentos sociais ao processo de formulação de políticas públicas foi fundamental para o desenvolvimento do país e permitiram que tivéssemos as condições necessárias para que nos destacássemos no cenário internacional como exemplo de políticas de Direitos Humanos a ser seguido por muitas Nações. Barrar esse processo contínuo de conquistas pode ter danos inimagináveis para nosso país, e para tantas populações vulneráveis e minorias, que vêm de uma trajetória de afirmação e conquista de direitos, uma trajetória de luta pela igualdade de direitos e condições de vida em todos os cantos. Nós não podemos colocar tudo isso em risco. As ameaças de retrocessos institucionais e a nossa dificuldade de reagir a essas dificuldades nos apontam o grande desafio que temos ela frente que é o de, sob as atuais condições conjunturais, avançar no diálogo democrático. Precisamos debater exaustivamente os diversos temas dos direitos humanos Brasil afora, discutir em cada estado, em cada município, diretamente com o nosso povo, sobre os direitos dos idosos, da população LGBT, de crianças e adolescentes, das pessoas com deficiência, assim como a importância dos defensores de direitos humanos, o combate ao racismo, ao trabalho escravo, à violência contra a mulher, a promoção da diversidade religiosa, o direito à saúde, à segurança pública, ao trabalho, à educação, à mobilidade urbana, o direito à cidade. Afinal, os direitos humanos não são de um partido ou de um parlamentar, os direitos humanos são o que há de mais nobre em nós, que é nossa capacidade de reconhecer no outro e nas nossas diferenças, as nossas iguais condições. Sem democracia não é possível garantir direitos, da mesma forma que sem direitos uma democracia não pode vigorar. A luta pela democracia que atravessa a história do Brasil mais uma vez nos convoca a elevarmos nossas vozes para garantir que o país mantenha-se firme em sua opção definitiva pela cidadania plena. Os direitos humanos não são negociáveis. NILMA LINO GOMES é ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos ROGÉRIO SOTTILI é secretário especial dos Direitos Humanos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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opiniao
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Direitos na democraciaA marca da recente democracia brasileira são os direitos humanos. Nos últimos 25 anos a sociedade foi, progressivamente, conquistando direitos. Isso porque desde 1988, o Brasil fez uma opção definitiva pela afirmação dos Direitos Humanos no país, alinhando-se às diretrizes da Declaração Internacional dos Direitos Humanos da ONU, que completa 67 anos essa semana. Demos um passo significativo rumo à consolidação dos direitos sociais, culturais e econômicos no país, e o ápice desse movimento em torno da garantia de direitos no Brasil se deu com a erradicação da miséria, o que significou que os brasileiros, finalmente, não mais são privados das condições mínimas para viver com dignidade. Avançamos no campo material e da subsistência e também nas lutas históricas e simbólicas. No período mais recente aprovamos o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, PNDH-3, que é uma linha mestra condutora das nossas políticas públicas, instalamos a Comissão Nacional da Verdade e Mecanismo de Combate à Tortura, fortalecemos os programas de proteção a vítimas e defensores de direitos humanos, influenciamos os processos de educação formal e não formal com Educação em Direitos Humanos, lançamos o Programa Viver Sem Limites que dá à população com deficiência outra qualidade de vida. Também é digno de nota a erradicação do subregistro civil de nascimento, que, em 2014, segundo dados divulgados pelo IBGE recentemente chegou a apenas 1% de crianças não registradas, quando a ONU considera que se alcançando um patamar de 5% o subregistro já estaria erradicado - entre diversas outras ações. Com instituições públicas cada vez mais sólidas, o Brasil e suas políticas públicas se fortaleceram progressivamente. A incorporação das vozes da sociedade civil e dos movimentos sociais ao processo de formulação de políticas públicas foi fundamental para o desenvolvimento do país e permitiram que tivéssemos as condições necessárias para que nos destacássemos no cenário internacional como exemplo de políticas de Direitos Humanos a ser seguido por muitas Nações. Barrar esse processo contínuo de conquistas pode ter danos inimagináveis para nosso país, e para tantas populações vulneráveis e minorias, que vêm de uma trajetória de afirmação e conquista de direitos, uma trajetória de luta pela igualdade de direitos e condições de vida em todos os cantos. Nós não podemos colocar tudo isso em risco. As ameaças de retrocessos institucionais e a nossa dificuldade de reagir a essas dificuldades nos apontam o grande desafio que temos ela frente que é o de, sob as atuais condições conjunturais, avançar no diálogo democrático. Precisamos debater exaustivamente os diversos temas dos direitos humanos Brasil afora, discutir em cada estado, em cada município, diretamente com o nosso povo, sobre os direitos dos idosos, da população LGBT, de crianças e adolescentes, das pessoas com deficiência, assim como a importância dos defensores de direitos humanos, o combate ao racismo, ao trabalho escravo, à violência contra a mulher, a promoção da diversidade religiosa, o direito à saúde, à segurança pública, ao trabalho, à educação, à mobilidade urbana, o direito à cidade. Afinal, os direitos humanos não são de um partido ou de um parlamentar, os direitos humanos são o que há de mais nobre em nós, que é nossa capacidade de reconhecer no outro e nas nossas diferenças, as nossas iguais condições. Sem democracia não é possível garantir direitos, da mesma forma que sem direitos uma democracia não pode vigorar. A luta pela democracia que atravessa a história do Brasil mais uma vez nos convoca a elevarmos nossas vozes para garantir que o país mantenha-se firme em sua opção definitiva pela cidadania plena. Os direitos humanos não são negociáveis. NILMA LINO GOMES é ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos ROGÉRIO SOTTILI é secretário especial dos Direitos Humanos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Líderes europeus pedem reunião para discutir naufrágio de barco com 700 imigrantes
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O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, pediu neste domingo (19) um esforço internacional conjunto para impedir que traficantes de pessoas continuem agindo, após o desaparecimento de 700 imigrantes nas águas do canal da Sicília, no mar Mediterrâneo, após o naufrágio do pesqueiro de 20 metros no qual viajavam com destino à Itália. "Estamos pedindo para que não nos deixem sozinhos", disse Renzi a repórteres, após uma reunião de gabinete. Renzi destacou que as missões de busca e salvamento, isoladamente, não eram suficientes para salvar vidas. Ele disse que o problema só poderia ser resolvido ao impedir a atividade criminosa do tráfico de pessoas e evitar que barcos deixem a Líbia. Renzi disse que ainda não era possível estimar o número total de mortos nesta última tragédia. Ele afirmou que só podia confirmar que 24 corpos foram encontrados e 28 pessoas, resgatadas. UNIÃO EUROPEIA Autoridades do alto escalão da União Europeia, cujo programa de proteção de fronteiras tem sido deixado de lado e alvo de críticas de grupos humanitários internacionais, afirmaram que é necessária ajuda urgente. A chefe de Política Externa da UE, Federica Mogherini, disse que os ministros de Relações Exteriores do bloco europeu vão discutir o assunto durante um encontro a ser realizado em Luxemburgo nesta segunda-feira (20). Caso seja confirmado o desastre desta madrugada, subirá para 1.500 o número total de mortos desde o começo do ano como resultado do fluxo de imigrantes que tentam fugir da insegurança na África subsaariana e no Oriente Médio. Somente na semana passada, cerca de 400 imigrantes morreram tentando alcançar a Itália vindos da Líbia, depois que o barco no qual viajavam naufragou em alto-mar. As buscas por sobreviventes e corpos continua neste domingo. "Estamos literalmente tentando encontrar pessoas vivas entre os corpos mortos flutuando na água", disse o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat.
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mundo
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Líderes europeus pedem reunião para discutir naufrágio de barco com 700 imigrantesO primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, pediu neste domingo (19) um esforço internacional conjunto para impedir que traficantes de pessoas continuem agindo, após o desaparecimento de 700 imigrantes nas águas do canal da Sicília, no mar Mediterrâneo, após o naufrágio do pesqueiro de 20 metros no qual viajavam com destino à Itália. "Estamos pedindo para que não nos deixem sozinhos", disse Renzi a repórteres, após uma reunião de gabinete. Renzi destacou que as missões de busca e salvamento, isoladamente, não eram suficientes para salvar vidas. Ele disse que o problema só poderia ser resolvido ao impedir a atividade criminosa do tráfico de pessoas e evitar que barcos deixem a Líbia. Renzi disse que ainda não era possível estimar o número total de mortos nesta última tragédia. Ele afirmou que só podia confirmar que 24 corpos foram encontrados e 28 pessoas, resgatadas. UNIÃO EUROPEIA Autoridades do alto escalão da União Europeia, cujo programa de proteção de fronteiras tem sido deixado de lado e alvo de críticas de grupos humanitários internacionais, afirmaram que é necessária ajuda urgente. A chefe de Política Externa da UE, Federica Mogherini, disse que os ministros de Relações Exteriores do bloco europeu vão discutir o assunto durante um encontro a ser realizado em Luxemburgo nesta segunda-feira (20). Caso seja confirmado o desastre desta madrugada, subirá para 1.500 o número total de mortos desde o começo do ano como resultado do fluxo de imigrantes que tentam fugir da insegurança na África subsaariana e no Oriente Médio. Somente na semana passada, cerca de 400 imigrantes morreram tentando alcançar a Itália vindos da Líbia, depois que o barco no qual viajavam naufragou em alto-mar. As buscas por sobreviventes e corpos continua neste domingo. "Estamos literalmente tentando encontrar pessoas vivas entre os corpos mortos flutuando na água", disse o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat.
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Twitter pode aumentar tamanho das mensagens para até 10 mil caracteres
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O Twitter está estudando aumentar, ainda no primeiro trimestre de 2016, o tamanho dos tuítes. Segundo o site Re/code, no lugar dos tradicionais 140 caracteres, a empresa cogita ampliar os textos para até 10 mil toques. Esse é o mesmo limite das mensagens diretas entre os usuários. De acordo com o site, Jack Dorsey, que reassumiu o cargo de presidente-executivo do Twitter no fim do ano passado, está disposto a fazer mudanças drásticas para atrair novos usuários, o que tem sido o principal problema de rede. Não há uma data de quando as mudanças vão entrar no ar nem qual será o tamanho final dos textos. Segundo o Re/code, dentro do Twitter, o projeto está sendo chamado de "Beyond 140" (além de 140, em inglês). Para que os usuários não tenham a "timeline" poluída por textão o tempo todo, o Twitter pode exibir apenas parte da mensagem, como os primeiros 14o caracteres. Aí, dependeria do usuário clicar para poder ler o resto. A mudança, no entanto, pode trazer problemas para a empresa. Com textos maiores, os usuários vão ver menos tuítes, diminuindo a maneira como se relacionam com o site. O Twitter também está estudando como evitar spam nessas mensagens, uma vez que um tuíte maior permitirá citar diversos usuários de uma vez só. A empresa deve entrar em contato em breve com companhias que fazem o monitoramento do conteúdo postado na rede para que eles se preparam para mensagens maiores.
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tec
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Twitter pode aumentar tamanho das mensagens para até 10 mil caracteresO Twitter está estudando aumentar, ainda no primeiro trimestre de 2016, o tamanho dos tuítes. Segundo o site Re/code, no lugar dos tradicionais 140 caracteres, a empresa cogita ampliar os textos para até 10 mil toques. Esse é o mesmo limite das mensagens diretas entre os usuários. De acordo com o site, Jack Dorsey, que reassumiu o cargo de presidente-executivo do Twitter no fim do ano passado, está disposto a fazer mudanças drásticas para atrair novos usuários, o que tem sido o principal problema de rede. Não há uma data de quando as mudanças vão entrar no ar nem qual será o tamanho final dos textos. Segundo o Re/code, dentro do Twitter, o projeto está sendo chamado de "Beyond 140" (além de 140, em inglês). Para que os usuários não tenham a "timeline" poluída por textão o tempo todo, o Twitter pode exibir apenas parte da mensagem, como os primeiros 14o caracteres. Aí, dependeria do usuário clicar para poder ler o resto. A mudança, no entanto, pode trazer problemas para a empresa. Com textos maiores, os usuários vão ver menos tuítes, diminuindo a maneira como se relacionam com o site. O Twitter também está estudando como evitar spam nessas mensagens, uma vez que um tuíte maior permitirá citar diversos usuários de uma vez só. A empresa deve entrar em contato em breve com companhias que fazem o monitoramento do conteúdo postado na rede para que eles se preparam para mensagens maiores.
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Mundo Econômico
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PANORAMA MUNDO Após a publicação do relatório de empregos nos Estados Unidos e os revezes criados pela liberação dos índices industriais americanos, a tendência de arrefecimento sofreu uma inflexão e a última semana foi marcada por desempenhos positivos. O índice Dow Jones avançou 0,55%, o Nasdaq Composite teve expansão de 0,43% e o índice S&P 500 apresentou alta de 0,52%. Segundo especialistas, o centro das atenções dos investidores no mercado americano é a política fiscal que está sendo reconfigurada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). Jeffrey Lacker, presidente do Fed de Richmond, defendeu na sexta-feira que o banco central deve subir os juros em junho. No que se refere aos efeitos causados pelo anúncio do payroll da semana retrasada, muitos analistas encararam os índices como pouco reveladores e atribuem o mau desempenho à greve nos portos e a outras condições circunstanciais passageiras. Na semana passada, o Departamento de Energia americano (Doe) divulgou parecer sobre o volume de petróleo estocado pelos EUA. A instituição estima que houve um significativo aumento nos estoques de barris na semana. O American Petroleum Institute (API) divulgou cálculo que apontou um aumento de estoque de 12,2 milhões de barris no período. O contexto de oferta excessiva do produto foi reforçado nesta semana pelo pronunciamento do ministro do petróleo da Arábia saudita, Ali al-Naimi, que reportou uma produção recorde no mês de março, com um volume de 10,3 milhões de barris por dia. Os principais índices europeus fecharam a semana em alta. O Stoxx600 encerrou com valorização de 0,92%, para 412,93 pontos. As maiores elevações foram do DAX, de Frankfurt, com 1,71%. Em grande parte, o otimismo do mercado está associado ao programa de aquisições do Banco Central Europeu, que comprou 60 bilhões de euros em títulos na zona do euro, oferecendo maior liquidez para o mercado e contribuindo para um cenário mais positivo no que diz respeito aos riscos de uma deflação crônica. Em Portugal, foram comprados 10 bilhões de euros em títulos de dívida pública e cerca de 48 bilhões de euros se destinaram ao mercado secundário de dívidas dos órgãos supranacionais, como o Fundo de Estabilização Europeu. A parcela da dívida grega foi honrada na sexta-feira, após rumores de que o ministro das finanças grego solicitaria um adiamento. O valor pago ao FMI (Fundo Monetário Internacional) totalizou 460 milhões de euros. A semana foi marcada pelas fusões e aquisições na Europa. Na quarta-feira (8), a Royal Dutch Shell acertou a compra do BG Group por 47 bilhões de libras, configurando a maior operação de consolidação do ramo de petróleo e gás dos últimos dez anos. Especialistas do setor especulam que outros movimentos semelhantes estariam próximos de acontecer; motivados pela oportunidade de se criar sinergias que reduzam custos, a fim de resguardar as margens em um cenário de baixa do preço do petróleo. As Bolsas na Ásia e Pacífico fecharam a semana em alta. O índice Xangai encerrou a semana com valorização de 4,41%. Em Hong Kong, o avanço foi de 7,90% no índice Hang Seng. Em Seul, o índice Kospi registrou elevação de 2,07%. Segundo o especialista David Welch, o mercado americano parece estar sobrevalorizado, o que estimula a migração de fluxos de investimento para Ásia, e que grande parte dos aportes são procedentes da Europa e EUA, evidenciando essa tendência. Os indicadores de preço na China têm demonstrado um ambiente prolífico para investimentos. O índice de preços ao consumidor (CPI) chinês subiu 1,4% em março, repetindo o ritmo do mesmo mês do ano anterior. Além de uma previsibilidade que tem aumentado a confiança dos investidores, o índice tem apontado um aumento da demanda por consumo. Aos produtores, o índice PPI, se manteve nas expectativas com queda de 4,6%. Para esta semana, haverá pronunciamento do BCE sobre a taxa de juros, a divulgação do PIB chinês e da produção industrial anualizada, o índice de produção industrial mensal dos EUA e o índice de vendas no varejo mensal. PANORAMA BRASIL O Ibovespa rompeu o patamar de 54 mil pontos impulsionado pelas valorizações significativas da Petrobras e das principais instituições financeiras do país. O índice fechou na última sexta-feira com alta de 0,76% e teve valorização de 2% na semana. Segundo analistas, uma das razões para a alta é o fluxo firme de capital estrangeiro: o mercado acredita que a estatal cumprirá o prazo para divulgação dos balanços do terceiro e quarto trimestre de 2014. O dólar fechou na sexta-feira com variação positiva de 0,02%, para R$ 3,07, mas registrou queda de 1,86% na semana. A recente estabilização do real tem refletido uma confiança relativa do mercado, principalmente no que tange as medidas de ajuste fiscal. No entanto, com a gradual retomada das expectativas sobre o mercado americano e as turbulências do governo Dilma, os rumos do par dólar/real são incertos. O FMI divulgou na última sexta-feira um documento reduzindo as projeções para a economia brasileira em 2015. O órgão estima que o PIB cairá 1% neste ano, ante projeção anterior de expansão de 0,3%. Por outro lado, o fundo elogiou a proposta de ajuste fiscal prometido pelo Ministério da Fazenda e pela equipe econômica. A meta para o superavit primário - recursos destinados para o pagamento dos juros da dívida pública - será de 1,2% do PIB. Segundo o FMI, o ajuste deve recuperar a credibilidade brasileira no cenário internacional e favorecer o crescimento. O documento completa avaliando que a desaceleração brasileira está associada à redução do preço das commodities e ao esgotamento do sistema de estímulo ao consumo implementado pelo ex-presidente Lula. Para esta semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participará de reunião do FMI em Washington (EUA). Entre os objetivos do encontro está explicar a abrangência do novo programa fiscal e o plano de fazer concessões para investidores internacionais na área de infraestrutura. Post em parceria com Douglas Moreira de Gouvea, graduando em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia
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colunas
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Mundo EconômicoPANORAMA MUNDO Após a publicação do relatório de empregos nos Estados Unidos e os revezes criados pela liberação dos índices industriais americanos, a tendência de arrefecimento sofreu uma inflexão e a última semana foi marcada por desempenhos positivos. O índice Dow Jones avançou 0,55%, o Nasdaq Composite teve expansão de 0,43% e o índice S&P 500 apresentou alta de 0,52%. Segundo especialistas, o centro das atenções dos investidores no mercado americano é a política fiscal que está sendo reconfigurada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). Jeffrey Lacker, presidente do Fed de Richmond, defendeu na sexta-feira que o banco central deve subir os juros em junho. No que se refere aos efeitos causados pelo anúncio do payroll da semana retrasada, muitos analistas encararam os índices como pouco reveladores e atribuem o mau desempenho à greve nos portos e a outras condições circunstanciais passageiras. Na semana passada, o Departamento de Energia americano (Doe) divulgou parecer sobre o volume de petróleo estocado pelos EUA. A instituição estima que houve um significativo aumento nos estoques de barris na semana. O American Petroleum Institute (API) divulgou cálculo que apontou um aumento de estoque de 12,2 milhões de barris no período. O contexto de oferta excessiva do produto foi reforçado nesta semana pelo pronunciamento do ministro do petróleo da Arábia saudita, Ali al-Naimi, que reportou uma produção recorde no mês de março, com um volume de 10,3 milhões de barris por dia. Os principais índices europeus fecharam a semana em alta. O Stoxx600 encerrou com valorização de 0,92%, para 412,93 pontos. As maiores elevações foram do DAX, de Frankfurt, com 1,71%. Em grande parte, o otimismo do mercado está associado ao programa de aquisições do Banco Central Europeu, que comprou 60 bilhões de euros em títulos na zona do euro, oferecendo maior liquidez para o mercado e contribuindo para um cenário mais positivo no que diz respeito aos riscos de uma deflação crônica. Em Portugal, foram comprados 10 bilhões de euros em títulos de dívida pública e cerca de 48 bilhões de euros se destinaram ao mercado secundário de dívidas dos órgãos supranacionais, como o Fundo de Estabilização Europeu. A parcela da dívida grega foi honrada na sexta-feira, após rumores de que o ministro das finanças grego solicitaria um adiamento. O valor pago ao FMI (Fundo Monetário Internacional) totalizou 460 milhões de euros. A semana foi marcada pelas fusões e aquisições na Europa. Na quarta-feira (8), a Royal Dutch Shell acertou a compra do BG Group por 47 bilhões de libras, configurando a maior operação de consolidação do ramo de petróleo e gás dos últimos dez anos. Especialistas do setor especulam que outros movimentos semelhantes estariam próximos de acontecer; motivados pela oportunidade de se criar sinergias que reduzam custos, a fim de resguardar as margens em um cenário de baixa do preço do petróleo. As Bolsas na Ásia e Pacífico fecharam a semana em alta. O índice Xangai encerrou a semana com valorização de 4,41%. Em Hong Kong, o avanço foi de 7,90% no índice Hang Seng. Em Seul, o índice Kospi registrou elevação de 2,07%. Segundo o especialista David Welch, o mercado americano parece estar sobrevalorizado, o que estimula a migração de fluxos de investimento para Ásia, e que grande parte dos aportes são procedentes da Europa e EUA, evidenciando essa tendência. Os indicadores de preço na China têm demonstrado um ambiente prolífico para investimentos. O índice de preços ao consumidor (CPI) chinês subiu 1,4% em março, repetindo o ritmo do mesmo mês do ano anterior. Além de uma previsibilidade que tem aumentado a confiança dos investidores, o índice tem apontado um aumento da demanda por consumo. Aos produtores, o índice PPI, se manteve nas expectativas com queda de 4,6%. Para esta semana, haverá pronunciamento do BCE sobre a taxa de juros, a divulgação do PIB chinês e da produção industrial anualizada, o índice de produção industrial mensal dos EUA e o índice de vendas no varejo mensal. PANORAMA BRASIL O Ibovespa rompeu o patamar de 54 mil pontos impulsionado pelas valorizações significativas da Petrobras e das principais instituições financeiras do país. O índice fechou na última sexta-feira com alta de 0,76% e teve valorização de 2% na semana. Segundo analistas, uma das razões para a alta é o fluxo firme de capital estrangeiro: o mercado acredita que a estatal cumprirá o prazo para divulgação dos balanços do terceiro e quarto trimestre de 2014. O dólar fechou na sexta-feira com variação positiva de 0,02%, para R$ 3,07, mas registrou queda de 1,86% na semana. A recente estabilização do real tem refletido uma confiança relativa do mercado, principalmente no que tange as medidas de ajuste fiscal. No entanto, com a gradual retomada das expectativas sobre o mercado americano e as turbulências do governo Dilma, os rumos do par dólar/real são incertos. O FMI divulgou na última sexta-feira um documento reduzindo as projeções para a economia brasileira em 2015. O órgão estima que o PIB cairá 1% neste ano, ante projeção anterior de expansão de 0,3%. Por outro lado, o fundo elogiou a proposta de ajuste fiscal prometido pelo Ministério da Fazenda e pela equipe econômica. A meta para o superavit primário - recursos destinados para o pagamento dos juros da dívida pública - será de 1,2% do PIB. Segundo o FMI, o ajuste deve recuperar a credibilidade brasileira no cenário internacional e favorecer o crescimento. O documento completa avaliando que a desaceleração brasileira está associada à redução do preço das commodities e ao esgotamento do sistema de estímulo ao consumo implementado pelo ex-presidente Lula. Para esta semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participará de reunião do FMI em Washington (EUA). Entre os objetivos do encontro está explicar a abrangência do novo programa fiscal e o plano de fazer concessões para investidores internacionais na área de infraestrutura. Post em parceria com Douglas Moreira de Gouvea, graduando em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia
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Justiça mantém liminar que veta repasse de verba pública para Comitê Rio 2016
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ITALO NOGUEIRA DO RIO O desembargador federal Ferreira Neves manteve nesta segunda-feira (15) a liminar que proíbe a União e o município de repassar verbas públicas para o comitê organizador da Rio-2016. O desembargador não aceitou os argumentos do comitê de que o veto comprometeria a realização dos Jogos Olímpicos. A proibição está mantida até que seja dada ampla publicidade a todas as receitas e despesas. Dados também precisam ser fornecidos ao MPF (Ministério Público Federal) e ao TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as receitas e gastos do evento. O descumprimento da ordem judicial geral multa diária de R$ 100 mil. O comitê alegou no recurso que seus balanços financeiros são publicados no site da entidade. "Este Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem o posicionamento consolidado no sentido de que a reforma de decisão judicial, por meio de agravo de instrumento, somente deverá ocorrer quando o juiz der à lei interpretação teratológica (anormal), fora da razoabilidade jurídica, ou quando o ato se apresentar flagrantemente ilegal, ilegítimo ou abusivo, o que não é o caso", afirmou o magistrado na decisão. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, havia anunciado nesta segunda uma ajuda financeira de até R$ 150 milhões para o comitê. Segundo ele, a verba tem como destino exclusivo a Paraolimpíada. RECURSO O recurso foi interposto pelo Comitê Rio 2016 após uma série de dificuldades financeiras que exigiram cortes em serviços como energia, alimentação e pessoal. A ausência da verba emergencial pode dificultar ainda mais o fluxo de caixa da entidade, exigindo novos cortes. No último dia 4, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que União e Prefeitura do Rio repassariam um total de R$ 270 milhões para ajudar na realização das cerimônias da Olimpíada e Paraolimpíada. Ele não detalhou como ocorreria esse apoio. Um dia depois, o MPF protocolou pedido de bloqueio de qualquer repasse de verba pública federal e municipal para o comitê organizador da Rio-2016.
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esporte
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Justiça mantém liminar que veta repasse de verba pública para Comitê Rio 2016
ITALO NOGUEIRA DO RIO O desembargador federal Ferreira Neves manteve nesta segunda-feira (15) a liminar que proíbe a União e o município de repassar verbas públicas para o comitê organizador da Rio-2016. O desembargador não aceitou os argumentos do comitê de que o veto comprometeria a realização dos Jogos Olímpicos. A proibição está mantida até que seja dada ampla publicidade a todas as receitas e despesas. Dados também precisam ser fornecidos ao MPF (Ministério Público Federal) e ao TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as receitas e gastos do evento. O descumprimento da ordem judicial geral multa diária de R$ 100 mil. O comitê alegou no recurso que seus balanços financeiros são publicados no site da entidade. "Este Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem o posicionamento consolidado no sentido de que a reforma de decisão judicial, por meio de agravo de instrumento, somente deverá ocorrer quando o juiz der à lei interpretação teratológica (anormal), fora da razoabilidade jurídica, ou quando o ato se apresentar flagrantemente ilegal, ilegítimo ou abusivo, o que não é o caso", afirmou o magistrado na decisão. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, havia anunciado nesta segunda uma ajuda financeira de até R$ 150 milhões para o comitê. Segundo ele, a verba tem como destino exclusivo a Paraolimpíada. RECURSO O recurso foi interposto pelo Comitê Rio 2016 após uma série de dificuldades financeiras que exigiram cortes em serviços como energia, alimentação e pessoal. A ausência da verba emergencial pode dificultar ainda mais o fluxo de caixa da entidade, exigindo novos cortes. No último dia 4, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que União e Prefeitura do Rio repassariam um total de R$ 270 milhões para ajudar na realização das cerimônias da Olimpíada e Paraolimpíada. Ele não detalhou como ocorreria esse apoio. Um dia depois, o MPF protocolou pedido de bloqueio de qualquer repasse de verba pública federal e municipal para o comitê organizador da Rio-2016.
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Grandes partes do avião da AirAsia são encontradas no mar
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Quatro "grandes partes" do avião da AirAsia que caiu no último domingo (28) no mar de Java, na Indonésia, com 162 pessoas a bordo, foram encontradas, informou neste sábado (3) o chefe da Agência Nacional de Buscas da Indonésia, Bambang Soelistyo. "Com a descoberta de uma mancha de combustível e quatro grandes partes do avião, posso garantir que são da aeronave da AirAsia que procuramos", disse Soelistyo durante uma coletiva de imprensa em Jacarta. "Enquanto eu falo com vocês um ROV (veículo submarino por controle remoto) está imergindo para obter imagens reais dos objetos detectados no fundo do mar. Eles se encontram a uma profundidade de aproximadamente 30 metros", completou. Soelistyo ressaltou, contudo, que uma forte corrente marinha dificulta, no momento, o trabalho do veículo submarino. O mau tempo registrado nos últimos dias tem atrapalhado a busca dos corpos e da fuselagem do Airbus A320-200, que desapareceu das telas de radar e caiu no mar durante uma tempestade. Até agora, foram recuperados 30 corpos, encontrados no estreito de Karimata, que separa as ilhas de Bornéu e Belitung, junto com destroços da aeronave. As tarefas de busca contam com 29 barcos e 17 aviões. Encontrar as caixas pretas do avião é crucial para poder determinar a causa do acidente. RELEMBRE O CASO O voo QZ-8501 da AirAsia, que saiu no dia 28 de dezembro da cidade de Surubaya, na Indonésia, e tinha previsão de pousar duas horas depois em Cingapura, caiu no mar de Java 40 minutos após a decolagem. Estavam a bordo 155 passageiros e outros sete integrantes da tripulação. Entre eles há 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malasiano e um cingapuriano. O piloto solicitou à torre de controle para fazer um desvio à esquerda na rota e subir de 32 mil para 38 mil pés com o objetivo de contornar uma tempestade. A alteração de curso foi aprovada, mas a elevação negada porque outra aeronave já trafegava na mesma altitude. Minutos depois, quando os controladores de voo tentaram entrar em contato para informar que o avião da AirAsia estava autorizado a subir até 34 mil pés, não houve resposta. A aeronave já havia sumido dos radares. A Indonésia lançou uma operação internacional de busca e resgate, que cada vez mais conta com o apoio de novos países. No entanto, eles só descobriram na última terça-feira (30) que o avião tinha caído no mar de Java.
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mundo
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Grandes partes do avião da AirAsia são encontradas no marQuatro "grandes partes" do avião da AirAsia que caiu no último domingo (28) no mar de Java, na Indonésia, com 162 pessoas a bordo, foram encontradas, informou neste sábado (3) o chefe da Agência Nacional de Buscas da Indonésia, Bambang Soelistyo. "Com a descoberta de uma mancha de combustível e quatro grandes partes do avião, posso garantir que são da aeronave da AirAsia que procuramos", disse Soelistyo durante uma coletiva de imprensa em Jacarta. "Enquanto eu falo com vocês um ROV (veículo submarino por controle remoto) está imergindo para obter imagens reais dos objetos detectados no fundo do mar. Eles se encontram a uma profundidade de aproximadamente 30 metros", completou. Soelistyo ressaltou, contudo, que uma forte corrente marinha dificulta, no momento, o trabalho do veículo submarino. O mau tempo registrado nos últimos dias tem atrapalhado a busca dos corpos e da fuselagem do Airbus A320-200, que desapareceu das telas de radar e caiu no mar durante uma tempestade. Até agora, foram recuperados 30 corpos, encontrados no estreito de Karimata, que separa as ilhas de Bornéu e Belitung, junto com destroços da aeronave. As tarefas de busca contam com 29 barcos e 17 aviões. Encontrar as caixas pretas do avião é crucial para poder determinar a causa do acidente. RELEMBRE O CASO O voo QZ-8501 da AirAsia, que saiu no dia 28 de dezembro da cidade de Surubaya, na Indonésia, e tinha previsão de pousar duas horas depois em Cingapura, caiu no mar de Java 40 minutos após a decolagem. Estavam a bordo 155 passageiros e outros sete integrantes da tripulação. Entre eles há 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malasiano e um cingapuriano. O piloto solicitou à torre de controle para fazer um desvio à esquerda na rota e subir de 32 mil para 38 mil pés com o objetivo de contornar uma tempestade. A alteração de curso foi aprovada, mas a elevação negada porque outra aeronave já trafegava na mesma altitude. Minutos depois, quando os controladores de voo tentaram entrar em contato para informar que o avião da AirAsia estava autorizado a subir até 34 mil pés, não houve resposta. A aeronave já havia sumido dos radares. A Indonésia lançou uma operação internacional de busca e resgate, que cada vez mais conta com o apoio de novos países. No entanto, eles só descobriram na última terça-feira (30) que o avião tinha caído no mar de Java.
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Carro novo da Ford faz barulho e empresa não resolve, diz leitora
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A leitora Tânia Maria de Lima reclama de problemas com a Ford. Ela conta que comprou um New Fiesta Hatch em fevereiro de 2015 e, após duas semanas de uso, percebeu que o carro fazia um barulho estranho. Tânia afirma que procurou a concessionária mais próxima de sua cidade duas vezes, e outra vez uma loja da Ford em Belo Horizonte. A cada visita, recebeu um diagnóstico diferente -tanto que o barulho era normal, quanto que não era e deveria ser investigado. Desde então ela não consegue resolver o problema do veículo, mesmo após diversas tentativas. Resposta - A Ford informa que entrou em contato com a cliente e esclareceu a questão. A cliente disse que fará nova avaliação, e a empresa aguarda seu retorno. - Queixa de Márcio de Moraes Leonel: obstáculo na calçada Comgás fez obras na região de Santa Cecília, no centro de SP, e deixou uma elevação na calçada que atrapalha a movimentação de pedestres, especialmente idosos e pessoas com deficiência. Resposta da Comgás Informa que o local ainda está passando por intervenções e o reparo será retomado. - Queixa de Regina D. Figueira: sem conserto Geladeira Brastemp comprada há um ano e dez meses parou de funcionar, fazendo com que todo o seu conteúdo estragasse. Garantia estendida foi acionada, mas problema não foi resolvido após visita técnica. Resposta da Brastemp Afirma que explicou para a cliente que a garantia estendida é oferecida por terceiros. - Queixa de Maria Nirvana Formiga: cobrança de anuidade Banco do Brasil passou a cobrar anuidade de cartão de crédito sem avisar. Após pedido de cancelamento, atendente afirmou que cartão seria isentado, mas no mês seguinte cobrança continuou. Resposta do Banco do Brasil Afirma que foram tomadas as providências para o atendimento da solicitação. - Queixa de Robson Ciannella: cobranças indevidas Claro faz cobranças por "outros serviços" e por uso de dados móveis, quando cliente afirma não utilizá-los. Acionada, empresa disse que cobrança se devia à tecnologia 4G, que poderia ser cancelada. Resposta da Claro Informa que ajustou as cobranças e esclareceu o cliente sobre a tarifação do uso de dados.
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Carro novo da Ford faz barulho e empresa não resolve, diz leitoraA leitora Tânia Maria de Lima reclama de problemas com a Ford. Ela conta que comprou um New Fiesta Hatch em fevereiro de 2015 e, após duas semanas de uso, percebeu que o carro fazia um barulho estranho. Tânia afirma que procurou a concessionária mais próxima de sua cidade duas vezes, e outra vez uma loja da Ford em Belo Horizonte. A cada visita, recebeu um diagnóstico diferente -tanto que o barulho era normal, quanto que não era e deveria ser investigado. Desde então ela não consegue resolver o problema do veículo, mesmo após diversas tentativas. Resposta - A Ford informa que entrou em contato com a cliente e esclareceu a questão. A cliente disse que fará nova avaliação, e a empresa aguarda seu retorno. - Queixa de Márcio de Moraes Leonel: obstáculo na calçada Comgás fez obras na região de Santa Cecília, no centro de SP, e deixou uma elevação na calçada que atrapalha a movimentação de pedestres, especialmente idosos e pessoas com deficiência. Resposta da Comgás Informa que o local ainda está passando por intervenções e o reparo será retomado. - Queixa de Regina D. Figueira: sem conserto Geladeira Brastemp comprada há um ano e dez meses parou de funcionar, fazendo com que todo o seu conteúdo estragasse. Garantia estendida foi acionada, mas problema não foi resolvido após visita técnica. Resposta da Brastemp Afirma que explicou para a cliente que a garantia estendida é oferecida por terceiros. - Queixa de Maria Nirvana Formiga: cobrança de anuidade Banco do Brasil passou a cobrar anuidade de cartão de crédito sem avisar. Após pedido de cancelamento, atendente afirmou que cartão seria isentado, mas no mês seguinte cobrança continuou. Resposta do Banco do Brasil Afirma que foram tomadas as providências para o atendimento da solicitação. - Queixa de Robson Ciannella: cobranças indevidas Claro faz cobranças por "outros serviços" e por uso de dados móveis, quando cliente afirma não utilizá-los. Acionada, empresa disse que cobrança se devia à tecnologia 4G, que poderia ser cancelada. Resposta da Claro Informa que ajustou as cobranças e esclareceu o cliente sobre a tarifação do uso de dados.
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Festival Cultura Inglesa reúne peças do universo britânico; ingressos são grátis
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FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O 19º Cultura Inglesa Festival, que reúne shows, filmes e exposições, apresenta, de 4 a 21/6, cinco peças selecionadas do festival de artes de Edimburgo, no Reino Unido, e quatro produções nacionais escritas por britânicos. As montagens serão encenadas em cinco espaços da capital, com entrada grátis —os ingressos ficam disponíveis com uma hora de antecedência. Confira quatro destaques. SHAME O artista britânico John Berkavitch faz uma narrativa sobre o sentimento de vergonha, misturando elementos como poesia, hip-hop, dança, ilustração, animação e música. Enquanto atua, outros três atores, que também são dançarinos de break dance no Reino Unido, encenam as suas emoções e representam os objetos citados. As apresentações serão em inglês, com legendas em português. As canções da peça, que veio de Edimburgo, são de Jamie Woon e Royce Wood Junior. Parlapatões. Pça. Franklin Roosevelt, 158, República, tel. 3258-4449. Livre, Sex. (12): 21h. Sáb. (13): 20h. Dom. (14): 19h. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. Grátis. COLABORAÇÃO HORIZONTAL Escrita pelo dramaturgo escocês David Leddy, a peça propõe uma apresentação inusitada: quatro atores leem o texto pela primeira vez já no palco, sem ensaio. Aqui, artistas brasileiros vão participar (Leonardo Medeiros estará em 8/6 e Lígia Cortez em 9/6). A história fala de poder e política -e contém relatos de violência sexual. Escola Superior de Artes Célia Helena. Av. São Gabriel, 462, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3078-1445. 60 lugares. 60 min. 16 anos. Seg. (8) ter. (9): 21h. Estac. (R$ 7, na r. Gironda, 221). Grátis. FIM DE PARTIDA A peça do premiado autor irlandês Samuel Beckett (1906-1989) ganha direção de Eric Lenate. O espetáculo fala sobre quatro personagens que estão no limite de suas condições humanas, vítimas de um apocalipse emocional, dividindo um abrigo e espiando o que restou do mundo. Em meio a diálogos poéticos e impactantes, a obra faz um retrato dos anseios humanos. No elenco estão Ricardo Grasson, Rubens Caribé, Clara Carvalho e Marcos de Andrade. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. R. Dep. Lacerda Franco, 333, Pinheiros, região oeste, tel. 3814-0100. 173 lugares. 70 min. Livre. Sex. (5) e sáb. (6): 21h. Valet (R$ 20). Grátis. UMA ESPÉCIE DE ALASCA Com cenário cheio de areia, a montagem mostra o drama de Débora, que desperta após 29 anos em coma e descobre que não sabe quem realmente é hoje em dia, já que ainda se sente como uma menina de 16. A mulher, então, passa a conhecer a sua nova realidade com a ajuda de sua irmã e do médico que a acompanhou. Escrito pelo autor londrino Harold Pinter (1930-2008), o texto chega com direção de Gabriel Fontes Paiva e elenco formado por Yara de Novaes, Miriam Rinaldi e Jorge Emil. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. R. Dep. Lacerda Franco, 333, Pinheiros, região oeste, tel. 3814-0100. 173 lugares. 55 min. Livre. Ter. (9) e qua. (10): 21h. Valet (R$ 20). Grátis.
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saopaulo
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Festival Cultura Inglesa reúne peças do universo britânico; ingressos são grátisFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO O 19º Cultura Inglesa Festival, que reúne shows, filmes e exposições, apresenta, de 4 a 21/6, cinco peças selecionadas do festival de artes de Edimburgo, no Reino Unido, e quatro produções nacionais escritas por britânicos. As montagens serão encenadas em cinco espaços da capital, com entrada grátis —os ingressos ficam disponíveis com uma hora de antecedência. Confira quatro destaques. SHAME O artista britânico John Berkavitch faz uma narrativa sobre o sentimento de vergonha, misturando elementos como poesia, hip-hop, dança, ilustração, animação e música. Enquanto atua, outros três atores, que também são dançarinos de break dance no Reino Unido, encenam as suas emoções e representam os objetos citados. As apresentações serão em inglês, com legendas em português. As canções da peça, que veio de Edimburgo, são de Jamie Woon e Royce Wood Junior. Parlapatões. Pça. Franklin Roosevelt, 158, República, tel. 3258-4449. Livre, Sex. (12): 21h. Sáb. (13): 20h. Dom. (14): 19h. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. Grátis. COLABORAÇÃO HORIZONTAL Escrita pelo dramaturgo escocês David Leddy, a peça propõe uma apresentação inusitada: quatro atores leem o texto pela primeira vez já no palco, sem ensaio. Aqui, artistas brasileiros vão participar (Leonardo Medeiros estará em 8/6 e Lígia Cortez em 9/6). A história fala de poder e política -e contém relatos de violência sexual. Escola Superior de Artes Célia Helena. Av. São Gabriel, 462, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3078-1445. 60 lugares. 60 min. 16 anos. Seg. (8) ter. (9): 21h. Estac. (R$ 7, na r. Gironda, 221). Grátis. FIM DE PARTIDA A peça do premiado autor irlandês Samuel Beckett (1906-1989) ganha direção de Eric Lenate. O espetáculo fala sobre quatro personagens que estão no limite de suas condições humanas, vítimas de um apocalipse emocional, dividindo um abrigo e espiando o que restou do mundo. Em meio a diálogos poéticos e impactantes, a obra faz um retrato dos anseios humanos. No elenco estão Ricardo Grasson, Rubens Caribé, Clara Carvalho e Marcos de Andrade. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. R. Dep. Lacerda Franco, 333, Pinheiros, região oeste, tel. 3814-0100. 173 lugares. 70 min. Livre. Sex. (5) e sáb. (6): 21h. Valet (R$ 20). Grátis. UMA ESPÉCIE DE ALASCA Com cenário cheio de areia, a montagem mostra o drama de Débora, que desperta após 29 anos em coma e descobre que não sabe quem realmente é hoje em dia, já que ainda se sente como uma menina de 16. A mulher, então, passa a conhecer a sua nova realidade com a ajuda de sua irmã e do médico que a acompanhou. Escrito pelo autor londrino Harold Pinter (1930-2008), o texto chega com direção de Gabriel Fontes Paiva e elenco formado por Yara de Novaes, Miriam Rinaldi e Jorge Emil. Teatro Cultura Inglesa - Pinheiros. R. Dep. Lacerda Franco, 333, Pinheiros, região oeste, tel. 3814-0100. 173 lugares. 55 min. Livre. Ter. (9) e qua. (10): 21h. Valet (R$ 20). Grátis.
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Homem abre fogo em tribunal de Milão e deixa três mortos
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Três pessoas morreram nesta quinta-feira (9), incluindo um magistrado, em um tribunal de Milão, no norte da Itália, onde um homem, que seria julgado por falência, abriu fogo, informou um porta-voz da Corte de Apelações. O atirador, que permaneceu no tribunal após o matar o seu advogado, um magistrado e outro réu, foi detido pelas forças de segurança ao tentar fugir de moto do local. O incidente ocorreu por volta das 11h locais (6h em Brasília). O autor dos disparos é, segundo os meios de comunicação locais, Claudio Giardiello, acusado em um caso de falência fraudulenta. Ele teria aberto fogo dentro de uma sala contra pessoas que testemunhavam contra ele no processo. "De repente escutamos três ou quatro tiros. Nós tentávamos entender o que acontecia quando vários policiais apareceram e ordenaram que a permanência nas salas, trancados", contou à AFP o advogado Marcello Ilia. De acordo com uma testemunha, um homem, de terno e gravata, entrou armada no tribunal e abriu fogo no gabinete de um juiz no terceiro andar do prédio. Um advogado afirmou que viu duas pessoas gravemente feridas.
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Homem abre fogo em tribunal de Milão e deixa três mortosTrês pessoas morreram nesta quinta-feira (9), incluindo um magistrado, em um tribunal de Milão, no norte da Itália, onde um homem, que seria julgado por falência, abriu fogo, informou um porta-voz da Corte de Apelações. O atirador, que permaneceu no tribunal após o matar o seu advogado, um magistrado e outro réu, foi detido pelas forças de segurança ao tentar fugir de moto do local. O incidente ocorreu por volta das 11h locais (6h em Brasília). O autor dos disparos é, segundo os meios de comunicação locais, Claudio Giardiello, acusado em um caso de falência fraudulenta. Ele teria aberto fogo dentro de uma sala contra pessoas que testemunhavam contra ele no processo. "De repente escutamos três ou quatro tiros. Nós tentávamos entender o que acontecia quando vários policiais apareceram e ordenaram que a permanência nas salas, trancados", contou à AFP o advogado Marcello Ilia. De acordo com uma testemunha, um homem, de terno e gravata, entrou armada no tribunal e abriu fogo no gabinete de um juiz no terceiro andar do prédio. Um advogado afirmou que viu duas pessoas gravemente feridas.
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Governo ameaça suspender aval para empréstimos dos Estados
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O Tesouro Nacional pode suspender temporariamente a autorização para que Estados tomem empréstimos com garantia da União, diante da judicialização da questão. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ficou irritado com a ação do governo do Rio contra a União no STF (Supremo Tribunal Federal) e decidiu endurecer a negociação com os Estados. Nesta semana, o Rio obteve liminares (decisões provisórias) concedidas pela presidente do STF, Cármen Lúcia, que impediram o Tesouro de bloquear o repasse de recursos ao Estado em razão de dívidas que não foram pagas. O governo avalia se suspende o aval a novos empréstimos agora ou se espera que o plenário do STF analise as liminares, o que deve ocorrer em fevereiro, após o recesso do Judiciário. Na avaliação da equipe de Temer, não há como o governo dar aval para Estados pegarem empréstimos se não puder cobrar depois. Desde a votação na Câmara que aprovou a lei de renegociação das dívidas dos Estados com a União, mas sem as contrapartidas exigidas pelo governo, a Fazenda avisou aos governadores que não iria socializar os rombos estaduais. Dessa forma, o governador que quisesse renegociar dívida precisaria se submeter ao controle de gastos. INJUSTIÇA Secretário de Fazenda do Ceará, Mauro Benevides afirma que a eventual suspensão de novas autorizações para empréstimos de Estados em boa situação financeira seria uma "injustiça". "O Ceará cumpriu todas as exigências feitas pelo Tesouro. Temos três operações à espera de aval da União", disse. "Congelar esses avais seria uma extrema injustiça." Benevides afirma que o Legislativo local aprovou o limite de crescimento para o gasto público, a alta da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% e a cobrança de 10% dos incentivos fiscais concedidos às empresas nos benefícios da guerra fiscal. Os três quesitos, segundo ele, foram exigidos pelo Tesouro para a autorização de novos empréstimos. Segundo ele, a espera vem desde o ano passado, quando o governo federal prometeu ratear R$ 8,5 bilhões em concessão de avais a Estados bem avaliados financeiramente. Treze Estados atendiam ao pré-requisito. O Tesouro informou que as autorizações a novos empréstimos estão sendo liberadas à medida que a avaliação do governo são concluídas. Na segunda (2), informa o Ministério da Fazenda, foram autorizadas operações de crédito de três Estados: Paraná, Mato Grosso e Maranhão, além do Distrito Federal. Em novembro, o governo informou que daria aval a 14 Estados considerados bons pagadores para tomar R$ 7 bilhões em empréstimos. Além dos quatro já autorizados, estão na lista Ceará, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Pará, Pernambuco, Rondônia, Roraima e Tocantins.
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Governo ameaça suspender aval para empréstimos dos EstadosO Tesouro Nacional pode suspender temporariamente a autorização para que Estados tomem empréstimos com garantia da União, diante da judicialização da questão. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ficou irritado com a ação do governo do Rio contra a União no STF (Supremo Tribunal Federal) e decidiu endurecer a negociação com os Estados. Nesta semana, o Rio obteve liminares (decisões provisórias) concedidas pela presidente do STF, Cármen Lúcia, que impediram o Tesouro de bloquear o repasse de recursos ao Estado em razão de dívidas que não foram pagas. O governo avalia se suspende o aval a novos empréstimos agora ou se espera que o plenário do STF analise as liminares, o que deve ocorrer em fevereiro, após o recesso do Judiciário. Na avaliação da equipe de Temer, não há como o governo dar aval para Estados pegarem empréstimos se não puder cobrar depois. Desde a votação na Câmara que aprovou a lei de renegociação das dívidas dos Estados com a União, mas sem as contrapartidas exigidas pelo governo, a Fazenda avisou aos governadores que não iria socializar os rombos estaduais. Dessa forma, o governador que quisesse renegociar dívida precisaria se submeter ao controle de gastos. INJUSTIÇA Secretário de Fazenda do Ceará, Mauro Benevides afirma que a eventual suspensão de novas autorizações para empréstimos de Estados em boa situação financeira seria uma "injustiça". "O Ceará cumpriu todas as exigências feitas pelo Tesouro. Temos três operações à espera de aval da União", disse. "Congelar esses avais seria uma extrema injustiça." Benevides afirma que o Legislativo local aprovou o limite de crescimento para o gasto público, a alta da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% e a cobrança de 10% dos incentivos fiscais concedidos às empresas nos benefícios da guerra fiscal. Os três quesitos, segundo ele, foram exigidos pelo Tesouro para a autorização de novos empréstimos. Segundo ele, a espera vem desde o ano passado, quando o governo federal prometeu ratear R$ 8,5 bilhões em concessão de avais a Estados bem avaliados financeiramente. Treze Estados atendiam ao pré-requisito. O Tesouro informou que as autorizações a novos empréstimos estão sendo liberadas à medida que a avaliação do governo são concluídas. Na segunda (2), informa o Ministério da Fazenda, foram autorizadas operações de crédito de três Estados: Paraná, Mato Grosso e Maranhão, além do Distrito Federal. Em novembro, o governo informou que daria aval a 14 Estados considerados bons pagadores para tomar R$ 7 bilhões em empréstimos. Além dos quatro já autorizados, estão na lista Ceará, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Pará, Pernambuco, Rondônia, Roraima e Tocantins.
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'Faço parte do bloco fora, Temer; para mim, só Lula lá', diz Beth Carvalho
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Sossegado num cantinho do camarote Número 1, o médium João de Deus, conhecido por atender personalidades e anônimos em Abadiânia (GO), assistia aos desfiles na segunda (27). "Deus está aqui", repetia. "É uma energia linda, de festa, de espírito de colaboração. E que me alimenta também." * Ele, que atendeu Lula durante o câncer do ex-presidente e esteve no hospital enquanto Marisa Letícia estava internada, dizia ter na memória a imagem do petista "muito triste" com a morte dela. * Diante da observação de que Lula vive dias difíceis, com as investigações da Operação Lava Jato e a perda da mulher, foi breve: "Deus escreve certo por linhas tortas". E voltou a olhar o sambódromo. "A gente passa por tempos complicados, mas olha isto aqui. Mostra que o Brasil tem muito amor para dar." * Logo ao lado, Beth Carvalho estava concentrada na avenida. "Tem nada que ter música. Tem que ter samba. E ponto final", dizia, com a voz abafada pelas batidas eletrônicas tocadas no camarote. "São chatas... Mas na hora da avenida eles param. A avenida é soberana." * A sambista, que usa uma cadeira elétrica para se mover e, sentada, desfilou na Mangueira, dava um pito no prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). "Ele não veio nem abrir o Carnaval. Eu votei na Jandira [Feghali, do PCdoB]. Não espero muita coisa dele não. [João Doria, em São Paulo] é pior ainda. Faço parte do bloco fora, Temer. Para mim, só Lula lá." * Glória Pires, no camarote Rio, Samba e Carnaval, esperava pelo desfile de sua escola, a Portela. Neste ano, ela não desfilou -na próxima semana já começa a gravar na TV Globo, e preferiu se poupar. * A atriz voltou a virar hit na internet na noite do Oscar, no domingo (26). Espectadores lembravam dos comentários que ela fez no ano passado, na Globo, sobre a cerimônia. "Eu não vi. Foi muito tarde", dizia Glória, que preferiu dormir neste ano durante a premiação. * "O que acontece é que na internet ninguém tem paciência de entender o que está acontecendo. As pessoas leem e já passam adiante. E aí vêm os oportunistas", dizia. * A ex-jogadora de basquete Hortência reclamava da falta de manutenção dos estádios e ginásios construídos no Rio de Janeiro durante a Olimpíada. "Não tá legal, né? São áreas que a gente precisa para desenvolver o esporte. Gastou-se uma grana e foi dinheiro jogado fora, porque agora esse legado não tá sendo aproveitado", dizia ela. * Marcelo Freixo era abraçado pelos atores Humberto Carrão e João Vicente de Castro ao entrar no Folia Tropical, um dos espaços VIPs da noite. O deputado estadual pelo PSOL dizia não se encaixar em nenhuma categoria dos políticos ausentes na Sapucaí -nem a dos que temem vaias nem a dos que estão na mira da Lava Jato. * "Comigo não tem uma coisa nem outra. Não vinha antes porque ou era camarote de governo ou de cervejaria, e eu não queria nenhum dos dois." Freixo foi para blocos de rua, como o Boi Tolo. Mas de máscara. "Senão é muita foto", explicava, simulando com as mãos uma selfie. - Candidato a prefeito do Rio no ano passado, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB) foi um dos poucos políticos a botarem o pé na Sapucaí. Abraçado à atual companheira, Tatiana Infante, ele –que passou a campanha eleitoral respondendo ao fato de ter agredido a ex-mulher, processo depois arquivado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que julgou que as lesões encontradas nela "seriam decorrentes de atitude defensiva" do então marido– falou à coluna enquanto saía de um camarote. * Muitos políticos sumiram da Sapucaí. Inclusive o prefeito, né? Ele [Crivella] tinha que vir aqui. Carnaval é muito mais que religião. É a maior expressão cultural nossa. É como se você convidasse alguém para uma festa e não aparecesse. Os políticos estão com medo de vaias? Os políticos estão mais comedidos, né? Em geral a vaia se concentra no prefeito, no governador. Para deputados, políticos de menos expressão, não tem tanto. A vida está um pouco mais chata, né? Com essa coisa de exposição, de você estar num camarote, de quem, convidado por quem. Tem um patrulhamento. Como avalia Crivella? Os governos quando começam têm a grande chance de surpreender positivamente. Por exemplo, o [João] Doria está fazendo muito. O Crivella não se preparou. Está muito perdido ainda. O que o sr. teria feito diferente? Primeira coisa é trabalhar mais. Ele está trabalhando pouco. O que acha do veto às marchinhas politicamente incorretas? Eu acho uma besteira. Isso é parte da cultura. Mas é claro que você tem uma evolução nossa como sociedade. Algumas letras são consideradas machistas. É, mas tem toda uma história do samba que se você trouxer para o tempo presente você não vai cantar mais nenhum desses sambas. Tem que analisar pelo contexto histórico da época, senão você mata culturalmente linguagens como o samba. O que o sr. acha do politicamente correto? Eu acho que tá um saco. Eu acho que tá muito chato, muito chato. Essa pós-verdade que a gente está vivendo... E o movimento do "não é não", que as mulheres criaram contra o assédio? Eu acho que está demais. A gente tá vivendo uma hipocrisia coletiva. O Carnaval de tempos em tempos tem determinados costumes. Já houve essa questão do "não é não", do beijo. Como o Carnaval tem uma pegada também muito sensual, então essas coisas em geral acontecem. No Carnaval as pessoas decidem o que elas quiserem. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO; colaborou RAQUEL CUNHA
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'Faço parte do bloco fora, Temer; para mim, só Lula lá', diz Beth CarvalhoSossegado num cantinho do camarote Número 1, o médium João de Deus, conhecido por atender personalidades e anônimos em Abadiânia (GO), assistia aos desfiles na segunda (27). "Deus está aqui", repetia. "É uma energia linda, de festa, de espírito de colaboração. E que me alimenta também." * Ele, que atendeu Lula durante o câncer do ex-presidente e esteve no hospital enquanto Marisa Letícia estava internada, dizia ter na memória a imagem do petista "muito triste" com a morte dela. * Diante da observação de que Lula vive dias difíceis, com as investigações da Operação Lava Jato e a perda da mulher, foi breve: "Deus escreve certo por linhas tortas". E voltou a olhar o sambódromo. "A gente passa por tempos complicados, mas olha isto aqui. Mostra que o Brasil tem muito amor para dar." * Logo ao lado, Beth Carvalho estava concentrada na avenida. "Tem nada que ter música. Tem que ter samba. E ponto final", dizia, com a voz abafada pelas batidas eletrônicas tocadas no camarote. "São chatas... Mas na hora da avenida eles param. A avenida é soberana." * A sambista, que usa uma cadeira elétrica para se mover e, sentada, desfilou na Mangueira, dava um pito no prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). "Ele não veio nem abrir o Carnaval. Eu votei na Jandira [Feghali, do PCdoB]. Não espero muita coisa dele não. [João Doria, em São Paulo] é pior ainda. Faço parte do bloco fora, Temer. Para mim, só Lula lá." * Glória Pires, no camarote Rio, Samba e Carnaval, esperava pelo desfile de sua escola, a Portela. Neste ano, ela não desfilou -na próxima semana já começa a gravar na TV Globo, e preferiu se poupar. * A atriz voltou a virar hit na internet na noite do Oscar, no domingo (26). Espectadores lembravam dos comentários que ela fez no ano passado, na Globo, sobre a cerimônia. "Eu não vi. Foi muito tarde", dizia Glória, que preferiu dormir neste ano durante a premiação. * "O que acontece é que na internet ninguém tem paciência de entender o que está acontecendo. As pessoas leem e já passam adiante. E aí vêm os oportunistas", dizia. * A ex-jogadora de basquete Hortência reclamava da falta de manutenção dos estádios e ginásios construídos no Rio de Janeiro durante a Olimpíada. "Não tá legal, né? São áreas que a gente precisa para desenvolver o esporte. Gastou-se uma grana e foi dinheiro jogado fora, porque agora esse legado não tá sendo aproveitado", dizia ela. * Marcelo Freixo era abraçado pelos atores Humberto Carrão e João Vicente de Castro ao entrar no Folia Tropical, um dos espaços VIPs da noite. O deputado estadual pelo PSOL dizia não se encaixar em nenhuma categoria dos políticos ausentes na Sapucaí -nem a dos que temem vaias nem a dos que estão na mira da Lava Jato. * "Comigo não tem uma coisa nem outra. Não vinha antes porque ou era camarote de governo ou de cervejaria, e eu não queria nenhum dos dois." Freixo foi para blocos de rua, como o Boi Tolo. Mas de máscara. "Senão é muita foto", explicava, simulando com as mãos uma selfie. - Candidato a prefeito do Rio no ano passado, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB) foi um dos poucos políticos a botarem o pé na Sapucaí. Abraçado à atual companheira, Tatiana Infante, ele –que passou a campanha eleitoral respondendo ao fato de ter agredido a ex-mulher, processo depois arquivado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que julgou que as lesões encontradas nela "seriam decorrentes de atitude defensiva" do então marido– falou à coluna enquanto saía de um camarote. * Muitos políticos sumiram da Sapucaí. Inclusive o prefeito, né? Ele [Crivella] tinha que vir aqui. Carnaval é muito mais que religião. É a maior expressão cultural nossa. É como se você convidasse alguém para uma festa e não aparecesse. Os políticos estão com medo de vaias? Os políticos estão mais comedidos, né? Em geral a vaia se concentra no prefeito, no governador. Para deputados, políticos de menos expressão, não tem tanto. A vida está um pouco mais chata, né? Com essa coisa de exposição, de você estar num camarote, de quem, convidado por quem. Tem um patrulhamento. Como avalia Crivella? Os governos quando começam têm a grande chance de surpreender positivamente. Por exemplo, o [João] Doria está fazendo muito. O Crivella não se preparou. Está muito perdido ainda. O que o sr. teria feito diferente? Primeira coisa é trabalhar mais. Ele está trabalhando pouco. O que acha do veto às marchinhas politicamente incorretas? Eu acho uma besteira. Isso é parte da cultura. Mas é claro que você tem uma evolução nossa como sociedade. Algumas letras são consideradas machistas. É, mas tem toda uma história do samba que se você trouxer para o tempo presente você não vai cantar mais nenhum desses sambas. Tem que analisar pelo contexto histórico da época, senão você mata culturalmente linguagens como o samba. O que o sr. acha do politicamente correto? Eu acho que tá um saco. Eu acho que tá muito chato, muito chato. Essa pós-verdade que a gente está vivendo... E o movimento do "não é não", que as mulheres criaram contra o assédio? Eu acho que está demais. A gente tá vivendo uma hipocrisia coletiva. O Carnaval de tempos em tempos tem determinados costumes. Já houve essa questão do "não é não", do beijo. Como o Carnaval tem uma pegada também muito sensual, então essas coisas em geral acontecem. No Carnaval as pessoas decidem o que elas quiserem. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO; colaborou RAQUEL CUNHA
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EUA acusam Rússia de vazar e-mails democratas para interferir em eleição
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O clima de Guerra Fria foi reeditado nesta sexta (7), com a Casa Branca se dizendo "confiante" de que o governo russo está por trás de ataques hackers contra o Comitê do Partido Democrata, que derrubaram sua presidente às vésperas da convenção do partido que chancelou a candidatura de Hillary Clinton, em julho. "Estes furtos e divulgação têm como meta interferir no processo de eleição dos EUA", disse o secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, e o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, em comunicado. "Essa atividade não é nova em Moscou. Os russos têm usado táticas e técnicas similares ao longo da Europa e da Eurásia, por exemplo, para influenciar a opinião pública lá", continua a nota. "Acreditamos, com base no alcance e na sensibilidade desses esforços, que apenas as autoridades mais altas na Rússia poderiam ter autorizado essas atividades." Os ciberataques abasteceram o site WikiLeaks com quase 20 mil e-mails trocados por dirigentes democratas, entre eles a deputada Debbie Wasserman Schultz, que presidia o comitê nacional da legenda. Ela renunciou dias depois de vir à tona a troca de mensagens em que a alta cúpula do partido trata com desdém o então rival de Hillary nas prévias internas, o senador Bernie Sanders —até sua suposta falta de fé (embora ele se diga judeu) foi sugerida como arma por um deles, que poderia vir a calhar em Estados americanos onde a religiosidade é forte. Na época, a campanha de Hillary montou uma força-tarefa para responsabilizar Vladimir Putin pelo vazamento —o presidente russo sempre negou a intervenção. Agora, é o governo americano que oficializa as suspeitas. As relações entre Washington e Moscou já estão tensas em razão da guerra na Síria —-ussos são aliados de longa data do ditador Bashar al-Assad, enquanto americanos estão ao lado dos rebeldes que lutam contra o regime. Há ainda o avanço da facção terrorista Estado Islâmico no país, combatido pelos dois fronts. Nesta sexta, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que Rússia e Síria deveriam ser investigadas por crimes de guerra, após ações militares em Aleppo ceifarem vidas civis. A hostilidade entre EUA e Rússia virou também uma ogiva eleitoral, com Hillary acusando seu adversário republicano, Donald Trump, de simpatia por Putin. Trump de fato elogiou o russo, que diz ver como uma liderança mais forte do que o presidente Barack Obama. Ele também chegou a dizer que hackers conterrâneos de Putin deveriam expor 30 mil e-mails que Hillary deletou do servidor privado que usou quando era secretária de Estado (2009-13). Os e-mails particulares viraram alvo de investigação do FBI, mas metade deles foi apagada. Depois, o republicano disse que estava sendo sarcástico. Um banner gigante de Putin foi estendido na lateral da ponte Manhattan nesta quinta-feira (6) à tarde, com a foto dele e a legenda "pacificador". A polícia removeu o pôster em menos de uma hora, e a autoria do que internautas chamaram de "atentado terrorista" ainda é desconhecida.
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EUA acusam Rússia de vazar e-mails democratas para interferir em eleiçãoO clima de Guerra Fria foi reeditado nesta sexta (7), com a Casa Branca se dizendo "confiante" de que o governo russo está por trás de ataques hackers contra o Comitê do Partido Democrata, que derrubaram sua presidente às vésperas da convenção do partido que chancelou a candidatura de Hillary Clinton, em julho. "Estes furtos e divulgação têm como meta interferir no processo de eleição dos EUA", disse o secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, e o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, em comunicado. "Essa atividade não é nova em Moscou. Os russos têm usado táticas e técnicas similares ao longo da Europa e da Eurásia, por exemplo, para influenciar a opinião pública lá", continua a nota. "Acreditamos, com base no alcance e na sensibilidade desses esforços, que apenas as autoridades mais altas na Rússia poderiam ter autorizado essas atividades." Os ciberataques abasteceram o site WikiLeaks com quase 20 mil e-mails trocados por dirigentes democratas, entre eles a deputada Debbie Wasserman Schultz, que presidia o comitê nacional da legenda. Ela renunciou dias depois de vir à tona a troca de mensagens em que a alta cúpula do partido trata com desdém o então rival de Hillary nas prévias internas, o senador Bernie Sanders —até sua suposta falta de fé (embora ele se diga judeu) foi sugerida como arma por um deles, que poderia vir a calhar em Estados americanos onde a religiosidade é forte. Na época, a campanha de Hillary montou uma força-tarefa para responsabilizar Vladimir Putin pelo vazamento —o presidente russo sempre negou a intervenção. Agora, é o governo americano que oficializa as suspeitas. As relações entre Washington e Moscou já estão tensas em razão da guerra na Síria —-ussos são aliados de longa data do ditador Bashar al-Assad, enquanto americanos estão ao lado dos rebeldes que lutam contra o regime. Há ainda o avanço da facção terrorista Estado Islâmico no país, combatido pelos dois fronts. Nesta sexta, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que Rússia e Síria deveriam ser investigadas por crimes de guerra, após ações militares em Aleppo ceifarem vidas civis. A hostilidade entre EUA e Rússia virou também uma ogiva eleitoral, com Hillary acusando seu adversário republicano, Donald Trump, de simpatia por Putin. Trump de fato elogiou o russo, que diz ver como uma liderança mais forte do que o presidente Barack Obama. Ele também chegou a dizer que hackers conterrâneos de Putin deveriam expor 30 mil e-mails que Hillary deletou do servidor privado que usou quando era secretária de Estado (2009-13). Os e-mails particulares viraram alvo de investigação do FBI, mas metade deles foi apagada. Depois, o republicano disse que estava sendo sarcástico. Um banner gigante de Putin foi estendido na lateral da ponte Manhattan nesta quinta-feira (6) à tarde, com a foto dele e a legenda "pacificador". A polícia removeu o pôster em menos de uma hora, e a autoria do que internautas chamaram de "atentado terrorista" ainda é desconhecida.
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São Paulo levou 30 anos para virar referência nas turnês pela América Latina
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THALES DE MENEZES DE SÃO PAULO No dia 31 de março de 1973, o cantor americano Alice Cooper, então o roqueiro que mais vendia discos no mundo, fez seu primeiro show em São Paulo, no Salão de Exposições do Anhembi: 100 mil ingressos esgotados! O potencial da cidade para receber astros da música já estava ali. Nos 44 anos seguintes, essa vocação só cresceu. O próprio Alice Cooper, ainda fazendo teatrinho de horror no palco, volta a São Paulo no dia 26 de setembro, abrindo para o Guns N' Roses no estádio Allianz Parque. Mas a vinda de Cooper em 1973 foi, na época, um caso raro. Nomes também populares vieram nos anos 1970, mas contados nos dedos de uma mão: Peter Frampton, Genesis, Rick Wakeman. Em 1981, uma bomba: Queen em duas apresentações no Morumbi. São Paulo entraria para a história da banda (e do rock) como a primeira plateia a cantar a letra inteira de "Love of My Life" enquanto Freddie Mercury fingia reger o coral. Depois, o Queen repetiria o ritual pelo mundo. Em 1983, foi a vez do Kiss encher o Morumbi. Na segunda metade da década, o boom do rock nacional rendeu a proliferação dos espaços. Das danceterias, como Radar Tantã e Rádio Clube, ao Ginásio do Ibirapuera. O período deixou feliz o paulistano que acompanhava o então efervescente rock inglês. Deram as caras em São Paulo Echo and the Bunnymen (shows sublimes em 1987), Siouxsie and the Banshees e The Cure, para ficar só nos maiorais. A década marcou também o início do festival Hollywood Rock, que seria por dez anos uma alternativa paulistana ao Rock in Rio, entre shows consagradores (Pretenders, 1988) e constrangedores (Nirvana, 1993). Neste século, a cidade virou referência nas turnês pela América Latina. O Allianz Parque surge como melhor opção para os shows estrelados. Sua agenda deste ano já teve Elton John, James Taylor, Sting e Ed Sheeran e ainda terá John Mayer, The Who, Ariana Grande e Paul McCartney. Em entrevista a este repórter em 2015, Alice Cooper disse, parecendo sincero: "São Paulo é a cidade mais louca na qual me apresentei. E eu conheço lugares muitos loucos, pode apostar!".
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saopaulo
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São Paulo levou 30 anos para virar referência nas turnês pela América LatinaTHALES DE MENEZES DE SÃO PAULO No dia 31 de março de 1973, o cantor americano Alice Cooper, então o roqueiro que mais vendia discos no mundo, fez seu primeiro show em São Paulo, no Salão de Exposições do Anhembi: 100 mil ingressos esgotados! O potencial da cidade para receber astros da música já estava ali. Nos 44 anos seguintes, essa vocação só cresceu. O próprio Alice Cooper, ainda fazendo teatrinho de horror no palco, volta a São Paulo no dia 26 de setembro, abrindo para o Guns N' Roses no estádio Allianz Parque. Mas a vinda de Cooper em 1973 foi, na época, um caso raro. Nomes também populares vieram nos anos 1970, mas contados nos dedos de uma mão: Peter Frampton, Genesis, Rick Wakeman. Em 1981, uma bomba: Queen em duas apresentações no Morumbi. São Paulo entraria para a história da banda (e do rock) como a primeira plateia a cantar a letra inteira de "Love of My Life" enquanto Freddie Mercury fingia reger o coral. Depois, o Queen repetiria o ritual pelo mundo. Em 1983, foi a vez do Kiss encher o Morumbi. Na segunda metade da década, o boom do rock nacional rendeu a proliferação dos espaços. Das danceterias, como Radar Tantã e Rádio Clube, ao Ginásio do Ibirapuera. O período deixou feliz o paulistano que acompanhava o então efervescente rock inglês. Deram as caras em São Paulo Echo and the Bunnymen (shows sublimes em 1987), Siouxsie and the Banshees e The Cure, para ficar só nos maiorais. A década marcou também o início do festival Hollywood Rock, que seria por dez anos uma alternativa paulistana ao Rock in Rio, entre shows consagradores (Pretenders, 1988) e constrangedores (Nirvana, 1993). Neste século, a cidade virou referência nas turnês pela América Latina. O Allianz Parque surge como melhor opção para os shows estrelados. Sua agenda deste ano já teve Elton John, James Taylor, Sting e Ed Sheeran e ainda terá John Mayer, The Who, Ariana Grande e Paul McCartney. Em entrevista a este repórter em 2015, Alice Cooper disse, parecendo sincero: "São Paulo é a cidade mais louca na qual me apresentei. E eu conheço lugares muitos loucos, pode apostar!".
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Em churrasco com senadores em GO, Temer afirma que quer unir o país
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Faltando pouco mais de um mês para a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) participou de um churrasco com senadores neste domingo (26), em Goiás. O evento celebrou o aniversário de 48 anos do senador Wilder Morais (PP-GO) e foi realizado na fazenda do senador em Nerópolis, na região metropolitana de Goiânia. Mais de três mil pessoas participaram do evento, incluindo cerca de 160 prefeitos. Num discurso de três minutos em cima de um palco, Temer afirmou que está "tentando unir o país" no seu governo. "Os brasileiros têm que estar unidos para tirar o país da crise", afirmou Temer, que ainda comparou a festa de aniversário com "o momento de união" do país sob o seu governo. "Quero levar uma fotografia desse evento, que representa o momento de união pelo qual o Brasil passa. É isso que estou buscando fazer: unir as pessoas, unir o país", disse o presidente em exercício. O presidente em exercício evitou fazer qualquer menção ao processo de impeachment, mas aproveitou para agradecer sua ascensão à Presidência. "Quero muito agradecer a oportunidade que vocês estão me dando. O Brasil é país extraordinário." Ao lado de Temer, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), elogiou a equipe do peemedebista e disse que o presidente em exercício é uma "esperança" para o país. "Estou seguro de que o povo brasileiro em breve começará a perceber as mudanças concretas. O Brasil precisa funcionar e o senhor está colocando o Brasil para funcionar", destacou o governador. Perillo ainda afirmou que Temer voltaria ao Estado e antecipou um cenário favorável ao interino na votação do impeachment, em agosto. "Tenho certeza que, interinamente ou efetivamente, como ocorrerá daqui a alguns dias, o presidente Temer virá aqui para inaugurar muitas obras, para fazer muitos benefícios". Temer desembarcou em Goiânia por volta das 17h e de lá seguiu para a fazenda em um helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira), acompanhado do governador. Ficou cerca de 30 minutos no evento, de onde seguiu de volta para Brasília. Participaram do aniversário os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Zezé Perrela (PTB-MG), Sérgio Petecão (PSD-AC), Wellington Fagundes (PR-MT) e Hélio José (PMDB-DF). Os seis senadores, além do anfitrião, votaram pela admissibilidade do processo de impeachment, em maio. ASCENSÃO Suplente que assumiu o mandato em definitivo em 2012 após a cassação do senador Demóstenes Torres, Wilder Morais é um político em ascensão no cenário político de Goiás. É engenheiro e empresário dono da empreiteira Orca Incorporadora, que atuou na construção de supermercados e residências do Minha Casa Minha Vida. Foi eleito suplente nas eleições de 2010, quando foi o segundo maior doador da campanha de Demóstenes Torres, contribuindo com R$ 700 mil. Na época, declarou patrimônio de R$ 14,4 milhões. Entre janeiro de 2011 e julho de 2012, foi secretário de Infraestrutura de Goiás no governo Marconi Perillo. Wilder também ficou conhecido por ser ex-marido da atual mulher do empresário Carlinhos Cachoeira, que chegou a ser preso, em 2012, acusado de corrupção na operação Monte Carlo, a mesma que levou à cassação de Demóstenes. Em áudios da operação, Cachoeira afirmava ter indicado Morais para os cargos de suplente de senador e secretário estadual.
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Em churrasco com senadores em GO, Temer afirma que quer unir o paísFaltando pouco mais de um mês para a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) participou de um churrasco com senadores neste domingo (26), em Goiás. O evento celebrou o aniversário de 48 anos do senador Wilder Morais (PP-GO) e foi realizado na fazenda do senador em Nerópolis, na região metropolitana de Goiânia. Mais de três mil pessoas participaram do evento, incluindo cerca de 160 prefeitos. Num discurso de três minutos em cima de um palco, Temer afirmou que está "tentando unir o país" no seu governo. "Os brasileiros têm que estar unidos para tirar o país da crise", afirmou Temer, que ainda comparou a festa de aniversário com "o momento de união" do país sob o seu governo. "Quero levar uma fotografia desse evento, que representa o momento de união pelo qual o Brasil passa. É isso que estou buscando fazer: unir as pessoas, unir o país", disse o presidente em exercício. O presidente em exercício evitou fazer qualquer menção ao processo de impeachment, mas aproveitou para agradecer sua ascensão à Presidência. "Quero muito agradecer a oportunidade que vocês estão me dando. O Brasil é país extraordinário." Ao lado de Temer, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), elogiou a equipe do peemedebista e disse que o presidente em exercício é uma "esperança" para o país. "Estou seguro de que o povo brasileiro em breve começará a perceber as mudanças concretas. O Brasil precisa funcionar e o senhor está colocando o Brasil para funcionar", destacou o governador. Perillo ainda afirmou que Temer voltaria ao Estado e antecipou um cenário favorável ao interino na votação do impeachment, em agosto. "Tenho certeza que, interinamente ou efetivamente, como ocorrerá daqui a alguns dias, o presidente Temer virá aqui para inaugurar muitas obras, para fazer muitos benefícios". Temer desembarcou em Goiânia por volta das 17h e de lá seguiu para a fazenda em um helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira), acompanhado do governador. Ficou cerca de 30 minutos no evento, de onde seguiu de volta para Brasília. Participaram do aniversário os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Zezé Perrela (PTB-MG), Sérgio Petecão (PSD-AC), Wellington Fagundes (PR-MT) e Hélio José (PMDB-DF). Os seis senadores, além do anfitrião, votaram pela admissibilidade do processo de impeachment, em maio. ASCENSÃO Suplente que assumiu o mandato em definitivo em 2012 após a cassação do senador Demóstenes Torres, Wilder Morais é um político em ascensão no cenário político de Goiás. É engenheiro e empresário dono da empreiteira Orca Incorporadora, que atuou na construção de supermercados e residências do Minha Casa Minha Vida. Foi eleito suplente nas eleições de 2010, quando foi o segundo maior doador da campanha de Demóstenes Torres, contribuindo com R$ 700 mil. Na época, declarou patrimônio de R$ 14,4 milhões. Entre janeiro de 2011 e julho de 2012, foi secretário de Infraestrutura de Goiás no governo Marconi Perillo. Wilder também ficou conhecido por ser ex-marido da atual mulher do empresário Carlinhos Cachoeira, que chegou a ser preso, em 2012, acusado de corrupção na operação Monte Carlo, a mesma que levou à cassação de Demóstenes. Em áudios da operação, Cachoeira afirmava ter indicado Morais para os cargos de suplente de senador e secretário estadual.
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Catuaba, a bebida do Carnaval, tem cheiro de cocô seco, diz sommelière
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Com água tônica, com cerveja, com limão e vodca, em um copo cheio de gelo ou diretamente da garrafa (morna). A catuaba compõe cenas de mais um Carnaval. Desde meados de 2013, a bebida (nos mercados há mais de 20 anos) vem ganhando espaço nos copos de plástico. Nunca se bebeu tanta catuaba –e até o Google Trends mostra o crescente interesse por ela. Afinal, ela é doce, barata e eficiente. "Comida" convidou a sommelière e colunista de vinhos da Folha, Alexandra Corvo, a encher sua taça de duas marcas de catuaba –bebida tão popular nas festas de São Paulo que não foi fácil encontrá-la nas prateleiras dos mercados. "É fácil de beber, suculenta, docinha e acidinha. Obviamente não é um produto para ser degustado até porque no nariz você sente, essencialmente, cheiro de cocô seco, de terra seca, de mofo", disse. "Depois que a gente engole, sente os químicos. O retrogosto [aquele que fica na boca depois de beber] tem cheiro de ovo meio podre, que vem desses químicos pesados, dos sulfitos e conservantes." Bebedora de vinhos do velho e do novo mundo, Alexandra Corvo diz que a catuaba, vendida por cerca de R$ 10, tem muitos defeitos e que, certamente, causa uma bela ressaca. "A dor de cabeça, a tremedeira e aquele mal-estar do dia seguinte são causados por esse monte de conservantes." Ela explica que a quantidade de açúcares e essências faz com que a bebida seja "instável", que possa voltar a fermentar na garrafa, o que implica a adição de químicos. "Eu não tomaria. Não tanto pelo gosto, mas porque é um produto incoerente. Quer ficar bêbado? Prepare e leve para a festa um coquetel com cachaça. Invente um drinque, com vermute, açúcar mascavo, suco de maçã, e você vai chegar nesse sabor", passa a receita.
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Catuaba, a bebida do Carnaval, tem cheiro de cocô seco, diz sommelièreCom água tônica, com cerveja, com limão e vodca, em um copo cheio de gelo ou diretamente da garrafa (morna). A catuaba compõe cenas de mais um Carnaval. Desde meados de 2013, a bebida (nos mercados há mais de 20 anos) vem ganhando espaço nos copos de plástico. Nunca se bebeu tanta catuaba –e até o Google Trends mostra o crescente interesse por ela. Afinal, ela é doce, barata e eficiente. "Comida" convidou a sommelière e colunista de vinhos da Folha, Alexandra Corvo, a encher sua taça de duas marcas de catuaba –bebida tão popular nas festas de São Paulo que não foi fácil encontrá-la nas prateleiras dos mercados. "É fácil de beber, suculenta, docinha e acidinha. Obviamente não é um produto para ser degustado até porque no nariz você sente, essencialmente, cheiro de cocô seco, de terra seca, de mofo", disse. "Depois que a gente engole, sente os químicos. O retrogosto [aquele que fica na boca depois de beber] tem cheiro de ovo meio podre, que vem desses químicos pesados, dos sulfitos e conservantes." Bebedora de vinhos do velho e do novo mundo, Alexandra Corvo diz que a catuaba, vendida por cerca de R$ 10, tem muitos defeitos e que, certamente, causa uma bela ressaca. "A dor de cabeça, a tremedeira e aquele mal-estar do dia seguinte são causados por esse monte de conservantes." Ela explica que a quantidade de açúcares e essências faz com que a bebida seja "instável", que possa voltar a fermentar na garrafa, o que implica a adição de químicos. "Eu não tomaria. Não tanto pelo gosto, mas porque é um produto incoerente. Quer ficar bêbado? Prepare e leve para a festa um coquetel com cachaça. Invente um drinque, com vermute, açúcar mascavo, suco de maçã, e você vai chegar nesse sabor", passa a receita.
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Indústria de cosméticos estima alta de 12% para o consumidor
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A mudança na tributação do setor de cosméticos vai provocar uma alta média de 12% acima da inflação no preço de produtos como batons, esmaltes, perfumes e cremes de barbear, avalia o setor. Com esse custo adicional para o consumidor, a venda de cosméticos deve cair até 18% este ano, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), João Carlos Basilio. Esse impacto foi estimado pela consultoria LCA, a pedido do setor, que esteve reunido nesta quinta-feira (29) com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, para discutir o decreto que aumenta a carga tributária de alguns cosméticos, publicado hoje. A partir de 1º de maio, além da cobrança de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) sobre a indústria, o tributo vai incidir sobre a rede de distribuição de cosméticos, quando ela for vinculada à fábrica. Essa é uma das medidas adotadas pelo governo em seu esforço de ampliar suas receitas, como foi o caso da alta de impostos sobre a gasolina. A mudança nos cosméticos vai representar um reforço aos cofres públicos de R$ 381 milhões este ano, pelas contas da Receita. Para Basilio, o impacto da medida no setor será de R$ 1,5 bilhões por ano. "O consumidor que vai pagar", disse. Pelo estudo da LCA, a medida, que estava no radar do governo desde o final do ano passado, deve motivar a demissão de 200 mil funcionários, de um setor que emprega 4,8 milhões –80% mulheres. NEGOCIAÇÃO O setor tenta negociar com o governo um recuo da decisão publicada hoje, e outras reuniões devem acontecer nos próximos dias no Ministério da Fazenda. A mudança vai afetar produtos de beleza cuja alíquota de IPI é maior que 15% –maquiagens, esmaltes, produtos para alisamento capilar, sais de banho, desodorantes, laquês, cremes de barbear, aromatizadores de ambiente e até incensos para cerimônias religiosas. A nova regra não vale para xampu, sabonete e condicionador. O governo alega que o modelo anterior abre brecha para que a empresa pague menos do que deveria. Com o IPI cobrado apenas sobre a indústria, muitas empresas produtoras vendem mais barato para a empresa atacadista vinculada –que é do mesmo grupo– , diminuindo a base de cálculo do imposto. Basilio nega a prática e afirma que o modelo do setor é complexo e será mais detalhado ao governo nas próximas reuniões.
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Indústria de cosméticos estima alta de 12% para o consumidorA mudança na tributação do setor de cosméticos vai provocar uma alta média de 12% acima da inflação no preço de produtos como batons, esmaltes, perfumes e cremes de barbear, avalia o setor. Com esse custo adicional para o consumidor, a venda de cosméticos deve cair até 18% este ano, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), João Carlos Basilio. Esse impacto foi estimado pela consultoria LCA, a pedido do setor, que esteve reunido nesta quinta-feira (29) com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, para discutir o decreto que aumenta a carga tributária de alguns cosméticos, publicado hoje. A partir de 1º de maio, além da cobrança de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) sobre a indústria, o tributo vai incidir sobre a rede de distribuição de cosméticos, quando ela for vinculada à fábrica. Essa é uma das medidas adotadas pelo governo em seu esforço de ampliar suas receitas, como foi o caso da alta de impostos sobre a gasolina. A mudança nos cosméticos vai representar um reforço aos cofres públicos de R$ 381 milhões este ano, pelas contas da Receita. Para Basilio, o impacto da medida no setor será de R$ 1,5 bilhões por ano. "O consumidor que vai pagar", disse. Pelo estudo da LCA, a medida, que estava no radar do governo desde o final do ano passado, deve motivar a demissão de 200 mil funcionários, de um setor que emprega 4,8 milhões –80% mulheres. NEGOCIAÇÃO O setor tenta negociar com o governo um recuo da decisão publicada hoje, e outras reuniões devem acontecer nos próximos dias no Ministério da Fazenda. A mudança vai afetar produtos de beleza cuja alíquota de IPI é maior que 15% –maquiagens, esmaltes, produtos para alisamento capilar, sais de banho, desodorantes, laquês, cremes de barbear, aromatizadores de ambiente e até incensos para cerimônias religiosas. A nova regra não vale para xampu, sabonete e condicionador. O governo alega que o modelo anterior abre brecha para que a empresa pague menos do que deveria. Com o IPI cobrado apenas sobre a indústria, muitas empresas produtoras vendem mais barato para a empresa atacadista vinculada –que é do mesmo grupo– , diminuindo a base de cálculo do imposto. Basilio nega a prática e afirma que o modelo do setor é complexo e será mais detalhado ao governo nas próximas reuniões.
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Influência de Diana resiste a duas décadas
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Faz 20 anos que o Mercedes preto que levava Diana e Dodi al-Fayed do hotel Ritz, em Paris, onde estavam hospedados, até o apartamento dele na rua Arsène-Houssaye bateu no 13º pilar do túnel Alma a 140km/h. Os dois morreram por causa do acidente, assim como o motorista, Henri Paul. O único sobrevivente foi o segurança Trevor Rees-Jones, que ficou vários meses em coma. Paul, que fugia dos paparazzi que perseguiam o casal, já tinha bebido algumas doses de uísque, tomado um antidepressivo e um remédio contra o alcoolismo antes desse último trajeto. O casal foi e voltou do hotel para o apartamento antes naquela mesma noite, e Dodi planejava alguma coisa especial para Diana. No Ritz, ficaram um poema escrito por ele e gravado em uma placa de prata e um anel com os dizeres "Tell me yes" ("Diga sim"), colocado embaixo do travesseiro dela na suíte imperial que eles ocupavam. Diana não chegou a ver nenhum dos dois. Tinha sido um romance de verão testemunhado por todas as revistas e jornais de fofoca do mundo, já que era o primeiro em que nenhum dos dois tinha algo a esconder. O namoro começou em um cruzeiro pelo Mediterrâneo no iate do pai de Dodi, Mohamed al-Fayed, com os filhos dela, William e Harry, a bordo. Lady Di já tinha tido outros namorados, entre eles um que parece ter sido o grande amor da sua vida, o médico muçulmano Hasnat Khan, por quem ela considerou trocar de religião —o que não foi preciso, pois a família dele não a aceitou. Diana era a mulher mais famosa do mundo já fazia 17 anos. Quando surgiu, com sua suposta história de Cinderela —uma professora de crianças que conquistou o herdeiro do trono— que não podia ser mais falsa, despertou a curiosidade do mundo em relação à família real britânica. Até então, a realeza do Reino Unido parecia ultrapassada, anacrônica, cafona até, com tanta pompa e nenhuma pimenta aparente. Celebridades eram as estrelas de cinema, essas, sim, lindas, ricas e malcomportadas. O que faz Diana ser relevante até hoje é que ela pode ter sido a primeira grande celebridade a quem a privacidade foi negada. Todos os seus movimentos eram seguidos de perto pelos tabloides ingleses, na época mais entrões que a média da mídia do resto do mundo. Hoje, a privacidade virou moeda de troca das celebridades, que lutam com a arma da superexposição, principalmente por meio das redes sociais, contra o medo de deixar de ser alguém. A história de Diana não era nada do que parecia. Ela era uma aristocrata, filha do oitavo conde Spencer, de família riquíssima. Decadente, mas ainda com muito dinheiro. Conhecia o príncipe Charles desde os 13 anos, quando sua irmã mais velha, Sarah, foi namorada dele e ela ainda era uma garota gordinha e desajeitada. Mas se ajeitou na adolescência e se guardou, sem ter namorado ninguém, porque queria se casar com alguém especial. Contou ao pai que sabia que seu destino era ser um foco de atenção. Além de linda e muito jovem —tinha 19 anos quando se casou—, perdeu um monte de peso assim que o noivado foi anunciado, gerando boatos de que estava sofrendo muita pressão da rainha. Na verdade, tinha bulimia, que a fazia comer furiosamente e em seguida vomitar. Logo depois do casamento, ficou grávida. Na gravidez, caiu de uma escada e assustou todo mundo. Depois, contou que tinha sido uma tentativa de suicídio provocada por ciúmes do marido, que tinha um longo romance com Camilla Parker-Bowles, sua mulher atual. Dois anos depois, teve outro filho, Harry, o que decepcionou o príncipe Charles, que torcia por uma menina. Além de tudo, era ruivo, herança dos Spencer, família de Diana. Mas o grande escândalo que provocou em vida foi sua separação, anunciada pela rainha Elizabeth 2ª, e seu divórcio, quatro anos depois, em 1995, também sugerido pela rainha, depois de uma das únicas entrevistas que a princesa deu na vida, ao jornalista Martin Bashir. Sua morte, aos 36 anos, e a reação fria e tardia da família real britânica, foi sua última manchete. - Rainha Elizabeth 2ª Tornou-se a regente mais longeva da monarquia britânica em 2017, com 65 anos de reinado. Segundo William e Harry, a avó assumiu o papel de mãe após a morte de Diana Philip, duque de Edimburgo Vinha reduzindo suas aparições oficiais desde 2011, quando completou 90 anos. No início de agosto deste ano, anunciou sua aposentadoria Camilla, duquesa da Cornualha Após casar-se com Charles em 2005, evitou adotar o título de "princesa de Gales" por estar associado à memória de Diana Príncipe Charles Casou-se com Camilla Bowles, com quem já se relacionava à época do divórcio. Como herdeiro do trono, tem gradualmente assumido a agenda oficial de sua mãe Diana, princesa de Gales (29.jul.1981 - 31.ago.1997) Conde Charles Spencer Irmão de Diana, também homenageou-a nomeando sua quinta filha de Charlotte Diana. Reformou o túmulo da irmã neste ano Príncipe Harry Afirmou ter vivido um "caos" aos 12 anos, quando Diana morreu. Participou de duas missões no Afeganistão durante seus 10 anos no Exército Príncipe William Tinha 15 anos quando a mãe morreu. Em julho, deixou seu emprego como piloto de ambulância-helicóptero para se dedicar à agenda real Catherine, duquesa de Cambridge Casou-se com o Príncipe William em 2011. O casal homenageou Diana nomeando sua filha de Charlotte Elizabeth Diana -
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Influência de Diana resiste a duas décadasFaz 20 anos que o Mercedes preto que levava Diana e Dodi al-Fayed do hotel Ritz, em Paris, onde estavam hospedados, até o apartamento dele na rua Arsène-Houssaye bateu no 13º pilar do túnel Alma a 140km/h. Os dois morreram por causa do acidente, assim como o motorista, Henri Paul. O único sobrevivente foi o segurança Trevor Rees-Jones, que ficou vários meses em coma. Paul, que fugia dos paparazzi que perseguiam o casal, já tinha bebido algumas doses de uísque, tomado um antidepressivo e um remédio contra o alcoolismo antes desse último trajeto. O casal foi e voltou do hotel para o apartamento antes naquela mesma noite, e Dodi planejava alguma coisa especial para Diana. No Ritz, ficaram um poema escrito por ele e gravado em uma placa de prata e um anel com os dizeres "Tell me yes" ("Diga sim"), colocado embaixo do travesseiro dela na suíte imperial que eles ocupavam. Diana não chegou a ver nenhum dos dois. Tinha sido um romance de verão testemunhado por todas as revistas e jornais de fofoca do mundo, já que era o primeiro em que nenhum dos dois tinha algo a esconder. O namoro começou em um cruzeiro pelo Mediterrâneo no iate do pai de Dodi, Mohamed al-Fayed, com os filhos dela, William e Harry, a bordo. Lady Di já tinha tido outros namorados, entre eles um que parece ter sido o grande amor da sua vida, o médico muçulmano Hasnat Khan, por quem ela considerou trocar de religião —o que não foi preciso, pois a família dele não a aceitou. Diana era a mulher mais famosa do mundo já fazia 17 anos. Quando surgiu, com sua suposta história de Cinderela —uma professora de crianças que conquistou o herdeiro do trono— que não podia ser mais falsa, despertou a curiosidade do mundo em relação à família real britânica. Até então, a realeza do Reino Unido parecia ultrapassada, anacrônica, cafona até, com tanta pompa e nenhuma pimenta aparente. Celebridades eram as estrelas de cinema, essas, sim, lindas, ricas e malcomportadas. O que faz Diana ser relevante até hoje é que ela pode ter sido a primeira grande celebridade a quem a privacidade foi negada. Todos os seus movimentos eram seguidos de perto pelos tabloides ingleses, na época mais entrões que a média da mídia do resto do mundo. Hoje, a privacidade virou moeda de troca das celebridades, que lutam com a arma da superexposição, principalmente por meio das redes sociais, contra o medo de deixar de ser alguém. A história de Diana não era nada do que parecia. Ela era uma aristocrata, filha do oitavo conde Spencer, de família riquíssima. Decadente, mas ainda com muito dinheiro. Conhecia o príncipe Charles desde os 13 anos, quando sua irmã mais velha, Sarah, foi namorada dele e ela ainda era uma garota gordinha e desajeitada. Mas se ajeitou na adolescência e se guardou, sem ter namorado ninguém, porque queria se casar com alguém especial. Contou ao pai que sabia que seu destino era ser um foco de atenção. Além de linda e muito jovem —tinha 19 anos quando se casou—, perdeu um monte de peso assim que o noivado foi anunciado, gerando boatos de que estava sofrendo muita pressão da rainha. Na verdade, tinha bulimia, que a fazia comer furiosamente e em seguida vomitar. Logo depois do casamento, ficou grávida. Na gravidez, caiu de uma escada e assustou todo mundo. Depois, contou que tinha sido uma tentativa de suicídio provocada por ciúmes do marido, que tinha um longo romance com Camilla Parker-Bowles, sua mulher atual. Dois anos depois, teve outro filho, Harry, o que decepcionou o príncipe Charles, que torcia por uma menina. Além de tudo, era ruivo, herança dos Spencer, família de Diana. Mas o grande escândalo que provocou em vida foi sua separação, anunciada pela rainha Elizabeth 2ª, e seu divórcio, quatro anos depois, em 1995, também sugerido pela rainha, depois de uma das únicas entrevistas que a princesa deu na vida, ao jornalista Martin Bashir. Sua morte, aos 36 anos, e a reação fria e tardia da família real britânica, foi sua última manchete. - Rainha Elizabeth 2ª Tornou-se a regente mais longeva da monarquia britânica em 2017, com 65 anos de reinado. Segundo William e Harry, a avó assumiu o papel de mãe após a morte de Diana Philip, duque de Edimburgo Vinha reduzindo suas aparições oficiais desde 2011, quando completou 90 anos. No início de agosto deste ano, anunciou sua aposentadoria Camilla, duquesa da Cornualha Após casar-se com Charles em 2005, evitou adotar o título de "princesa de Gales" por estar associado à memória de Diana Príncipe Charles Casou-se com Camilla Bowles, com quem já se relacionava à época do divórcio. Como herdeiro do trono, tem gradualmente assumido a agenda oficial de sua mãe Diana, princesa de Gales (29.jul.1981 - 31.ago.1997) Conde Charles Spencer Irmão de Diana, também homenageou-a nomeando sua quinta filha de Charlotte Diana. Reformou o túmulo da irmã neste ano Príncipe Harry Afirmou ter vivido um "caos" aos 12 anos, quando Diana morreu. Participou de duas missões no Afeganistão durante seus 10 anos no Exército Príncipe William Tinha 15 anos quando a mãe morreu. Em julho, deixou seu emprego como piloto de ambulância-helicóptero para se dedicar à agenda real Catherine, duquesa de Cambridge Casou-se com o Príncipe William em 2011. O casal homenageou Diana nomeando sua filha de Charlotte Elizabeth Diana -
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