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Avião pousa nos EUA após 5 dias de voo com energia do sol
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O avião Solar Impulsione II aterrissou nesta sexta-feira no Havaí (EUA) após um complicado voo de cinco dias sobre o Pacífico, batendo assim o recorde mundial de distância para um avião impulsionado por energia solar e se tornando, além disso, no mais longo desse tipo tripulado por apenas um piloto. O Solar Impulse II aterrissou no aeroporto de Kalaeloa no Havaí às 5h55 (horário local, 12h55 em Brasília), após 120 horas de voo, um total de cinco dias e cinco noites desde que decolou na madrugada da segunda-feira de Nagoia (Japão). Saiba Mais
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Avião pousa nos EUA após 5 dias de voo com energia do solO avião Solar Impulsione II aterrissou nesta sexta-feira no Havaí (EUA) após um complicado voo de cinco dias sobre o Pacífico, batendo assim o recorde mundial de distância para um avião impulsionado por energia solar e se tornando, além disso, no mais longo desse tipo tripulado por apenas um piloto. O Solar Impulse II aterrissou no aeroporto de Kalaeloa no Havaí às 5h55 (horário local, 12h55 em Brasília), após 120 horas de voo, um total de cinco dias e cinco noites desde que decolou na madrugada da segunda-feira de Nagoia (Japão). Saiba Mais
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Câmara aprova PEC que autoriza uso de depósitos para quitar precatórios
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15) em segundo turno a chamada PEC dos Precatórios, que autoriza governos estaduais e municipais a utilizarem 40% dos depósitos judiciais dos quais o setor público não participa. Os recursos referem-se a quantias de disputas judiciais depositadas em juízo que ficam sob responsabilidade do Poder Judiciário até a sentença final. Em São Paulo, a estimativa é de que a mudança permita obter mais de R$ 16 bilhões. A proposta, que será enviada agora ao Senado Federal para uma votação em dois turnos, fixa regime especial para estados e municípios quitarem seus débitos até 2020, meta determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para que os entes federativos paguem seus débitos com precatórios, dívidas decorrentes de decisões judiciais contrárias ao setor público. As novas regras se darão por meio de um regime especial ao longo de cinco anos e adota como limite mínimo de comprometimento da Receita Corrente Líquida do ente federado a média de gastos processada por ele com o pagamento de precatórios de 2012 a 2014. Pelas novas regras, os entes federativos podem utilizar também até 75% dos depósitos judiciais e administrativos tributários, ou seja, públicos. Atualmente, o governo e a prefeitura de São Paulo já utilizam o equivalente a 70% deles. A proposta também autoriza a contratação de empréstimos e o pagamento mediante acordo diretos com o credor, por meio de Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com a possibilidade de redução de até 40% do valor devido. O texto original foi apresentado em junho pelos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro) e pelo prefeito da capital paulista, Fernando Haddad. Em São Paulo, o governo estadual deve R$ 17 bilhões em precatórios e a prefeitura, outros R$ 15 bilhões. Em 2013, uma lei estadual permitiu ao governo do Rio de Janeiro utilizar parcela dos depósitos judiciais que não envolvem o poder público para quitar os precatórios. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, propôs, no entanto, ação direta de inconstitucionalidade contra a medida. Para ele, a iniciativa é incompatível com a Constituição Federal. No julgamento que estipulou prazo para a quitação dos precatórios, o ministro do STF Luís Roberto Barroso citou, contudo, o exemplo do Rio de Janeiro como alternativa.
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poder
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Câmara aprova PEC que autoriza uso de depósitos para quitar precatóriosA Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15) em segundo turno a chamada PEC dos Precatórios, que autoriza governos estaduais e municipais a utilizarem 40% dos depósitos judiciais dos quais o setor público não participa. Os recursos referem-se a quantias de disputas judiciais depositadas em juízo que ficam sob responsabilidade do Poder Judiciário até a sentença final. Em São Paulo, a estimativa é de que a mudança permita obter mais de R$ 16 bilhões. A proposta, que será enviada agora ao Senado Federal para uma votação em dois turnos, fixa regime especial para estados e municípios quitarem seus débitos até 2020, meta determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para que os entes federativos paguem seus débitos com precatórios, dívidas decorrentes de decisões judiciais contrárias ao setor público. As novas regras se darão por meio de um regime especial ao longo de cinco anos e adota como limite mínimo de comprometimento da Receita Corrente Líquida do ente federado a média de gastos processada por ele com o pagamento de precatórios de 2012 a 2014. Pelas novas regras, os entes federativos podem utilizar também até 75% dos depósitos judiciais e administrativos tributários, ou seja, públicos. Atualmente, o governo e a prefeitura de São Paulo já utilizam o equivalente a 70% deles. A proposta também autoriza a contratação de empréstimos e o pagamento mediante acordo diretos com o credor, por meio de Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com a possibilidade de redução de até 40% do valor devido. O texto original foi apresentado em junho pelos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro) e pelo prefeito da capital paulista, Fernando Haddad. Em São Paulo, o governo estadual deve R$ 17 bilhões em precatórios e a prefeitura, outros R$ 15 bilhões. Em 2013, uma lei estadual permitiu ao governo do Rio de Janeiro utilizar parcela dos depósitos judiciais que não envolvem o poder público para quitar os precatórios. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, propôs, no entanto, ação direta de inconstitucionalidade contra a medida. Para ele, a iniciativa é incompatível com a Constituição Federal. No julgamento que estipulou prazo para a quitação dos precatórios, o ministro do STF Luís Roberto Barroso citou, contudo, o exemplo do Rio de Janeiro como alternativa.
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Tragédia anunciada
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SÃO PAULO - Dilma Rousseff tornou-se uma personagem trágica. Um pouco por acaso, um pouco não (Dirceu e Palocci haviam caído em desgraça), ela foi escolhida por Lula para sucedê-lo. Eleita em 2010, experimentou os favores da sorte em sua plenitude. Seu governo era um sucesso. Dilma bateu todos os recordes de popularidade e, num de seus muitos momentos de "hýbris" (soberba), tentou até ensinar à chanceler alemã, Angela Merkel, o que países devem fazer para sair de crises econômicas. Como convém às tragédias, porém, houve a "peripéteia" (peripécia), que transformou em má a boa fortuna de Dilma. De fato, seu governo hoje são ruínas. A presidente, que agora sofre a maior rejeição popular jamais registrada pelas pesquisas, divide-se entre esforços para tentar salvar seu mandato e não deixar que a situação econômica degringole ainda mais. E todas as suas iniciativas parecem fadadas a fracassar. A crer em Aristóteles e sua "Poética", na origem de tudo está a "hamartía" da personagem. O termo é traiçoeiro. Às vezes é traduzido como "erro". Pode ser também "falha de caráter". Na teologia cristã, "hamartía" virou "pecado". Dilma, com ou sem intenção, pouco importa, deu causa a sua perdição. Suas ações é que levaram à destruição econômica, e suas omissões, aos escândalos de corrupção que agora a assombram. Aonde isso nos leva? Segundo Aristóteles, tragédias, ao inspirar pena e terror na audiência (isto é, em nós), levam-nos a uma "kátharsis" (purgação). Talvez, mas será que é realmente Dilma a personagem trágica aqui? Ela, afinal, foi escolhida pela maioria dos brasileiros, que, se foram enganados, o foram voluntariamente, já que os sinais de que a então candidata mentia sobre a situação econômica do país estavam ao alcance de quem quisesse ver. Neste caso, o personagem trágico somos nós. "De te fabula narratur" (a fábula fala de ti), sentenciou Horácio.
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colunas
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Tragédia anunciadaSÃO PAULO - Dilma Rousseff tornou-se uma personagem trágica. Um pouco por acaso, um pouco não (Dirceu e Palocci haviam caído em desgraça), ela foi escolhida por Lula para sucedê-lo. Eleita em 2010, experimentou os favores da sorte em sua plenitude. Seu governo era um sucesso. Dilma bateu todos os recordes de popularidade e, num de seus muitos momentos de "hýbris" (soberba), tentou até ensinar à chanceler alemã, Angela Merkel, o que países devem fazer para sair de crises econômicas. Como convém às tragédias, porém, houve a "peripéteia" (peripécia), que transformou em má a boa fortuna de Dilma. De fato, seu governo hoje são ruínas. A presidente, que agora sofre a maior rejeição popular jamais registrada pelas pesquisas, divide-se entre esforços para tentar salvar seu mandato e não deixar que a situação econômica degringole ainda mais. E todas as suas iniciativas parecem fadadas a fracassar. A crer em Aristóteles e sua "Poética", na origem de tudo está a "hamartía" da personagem. O termo é traiçoeiro. Às vezes é traduzido como "erro". Pode ser também "falha de caráter". Na teologia cristã, "hamartía" virou "pecado". Dilma, com ou sem intenção, pouco importa, deu causa a sua perdição. Suas ações é que levaram à destruição econômica, e suas omissões, aos escândalos de corrupção que agora a assombram. Aonde isso nos leva? Segundo Aristóteles, tragédias, ao inspirar pena e terror na audiência (isto é, em nós), levam-nos a uma "kátharsis" (purgação). Talvez, mas será que é realmente Dilma a personagem trágica aqui? Ela, afinal, foi escolhida pela maioria dos brasileiros, que, se foram enganados, o foram voluntariamente, já que os sinais de que a então candidata mentia sobre a situação econômica do país estavam ao alcance de quem quisesse ver. Neste caso, o personagem trágico somos nós. "De te fabula narratur" (a fábula fala de ti), sentenciou Horácio.
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Tubulação rompe e cria cratera em rua da zona oeste de São Paulo
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Uma cratera se formou na calçada da rua Fradique Coutinho, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. De acordo com a Subprefeitura de Pinheiros, o buraco se abriu na manhã desta sexta-feira (15) após o rompimento de uma tubulação subterrânea de água e esgoto que passa pela região. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), na madrugada deste sábado (16) a via já tinha sido liberada para o tráfego. Por volta das 5h30, apenas a calçada continuava interditada. O bloqueio, da altura da rua Purpurina até o número 1.845, ocorria para o conserto da tubulação rompida. Pela manhã, a via chegou a ficar completamente liberada. Também foi feita a retirada de uma árvore, que foi "engolida" pelo buraco. A Eletropaulo, responsável pela distribuição de energia elétrica na cidade, também acompanhou o serviço no local para atuar em caso de emergência.
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cotidiano
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Tubulação rompe e cria cratera em rua da zona oeste de São PauloUma cratera se formou na calçada da rua Fradique Coutinho, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. De acordo com a Subprefeitura de Pinheiros, o buraco se abriu na manhã desta sexta-feira (15) após o rompimento de uma tubulação subterrânea de água e esgoto que passa pela região. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), na madrugada deste sábado (16) a via já tinha sido liberada para o tráfego. Por volta das 5h30, apenas a calçada continuava interditada. O bloqueio, da altura da rua Purpurina até o número 1.845, ocorria para o conserto da tubulação rompida. Pela manhã, a via chegou a ficar completamente liberada. Também foi feita a retirada de uma árvore, que foi "engolida" pelo buraco. A Eletropaulo, responsável pela distribuição de energia elétrica na cidade, também acompanhou o serviço no local para atuar em caso de emergência.
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Cansados, ursos polares nem dão bola para convidados no Aquário de SP
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O casal Aurora e Peregrino teve um dia de cão nesta terça-feira (14). Eles foram apresentados à imprensa, bombardeados por câmeras, fizeram pose para vídeos e, quando a noite chegou, não conseguiam nem pensar no evento fechado em que eram o centro das atenções. Só queriam deitar, encostar a cabeça em alguma pedra e descansar. Os pombinhos, dois ursos polares vindos da Rússia, são os novos moradores do Aquário de São Paulo, que irá abrir ao público uma nova ala nesta quinta-feira (16). "Eles brincaram o dia todo. Como está de noite, devem estar cansados", disse a veterinária Laura Reisfeld, que trabalha no local há sete anos. Enquanto a profissional falava, Aurora e Peregrino nem davam bola para os convidados e andavam lentamente, olhavam para um lado, para o outro, e voltavam a se recostar em algum canto do espaçoso habitat preparado especialmente para eles. Até que deitaram e não se levantaram mais, para o desânimo dos convidados. A história deles no Brasil é uma trajetória de cansaço. Os casal chegou ao país em dezembro, depois de enfrentar uma viagem de avião de 15 horas de Moscou até São Paulo. Segundo a veterinária, não vieram sedados nem ficaram estressados durante o voo. Mas, se uma viagem dessas é cansativa até para um ser humano, imagine na pele (e pelos) de um urso polar. DE MUDANÇA As negociações com o zoológico que abrigava Aurora e Peregrino duraram dois anos. O local não tinha espaço suficiente para que vivessem de forma adequada na Rússia. Feita a reforma, os ursos dividirão a vizinhança com outros 36 novos animais de sete espécies. Entre eles, cinco cangurus (e mais dois filhotes que vivem na bolsa das mães), 13 suricatos, sete lêmures, um leão-marinho e um lobo-marinho. Aurora e Peregrino podem ainda ganhar mais companheiros dentro de alguns meses. Como nem só de estresse vivem os ursos, eles copularam no início do ano e Aurora pode estar esperando filhotes, o que deve ser confirmado por exames dentro de alguns meses. A gestação da espécie dura entre sete e oito meses e pode gerar até três ursinhos. Aliás, quem olha o casal quando ele está com um pouco mais de disposição não nota muita diferença entre o seu comportamento e o de crianças: eles brincam com bolas, boias e peões, nadam de barriga para cima e observam os visitantes com curiosidade. Na hora do lanche, comem salmão e outros tipos de carne, às vezes complementados com legumes. Sempre uma vez por dia. CASA DOS BICHOS Inaugurado em 2006, o Aquário de São Paulo abriga mais de 3.000 animais e cerca de 300 espécies. Desde a abertura, essa é a terceira vez que o local expande suas instalações. No setor das florestas brasileiras, é possível conhecer filhotes de jacarés albinos, além de lagartos, iguanas e serpentes. Já o oceanário abriga tubarões e raias e, na ala dos mamíferos, mora um filhote de peixe-boi. Outra atração do aquário é o "mergulho das sereias", em que mulheres entram nos tanques de água a caráter. Mas a apresentação é sazonal e normalmente acontece durante feriados e férias escolares. PARA CONFERIR Nova ala do Aquário de São Paulo ONDE rua Huet Bacelar, 407, Ipiranga QUANDO a partir de 16 de abril, todos os dias, das 9h às 18h QUANTO até R$ 60 (grátis até 3 anos) Colaborou JÚLIA BARBON
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folhinha
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Cansados, ursos polares nem dão bola para convidados no Aquário de SPO casal Aurora e Peregrino teve um dia de cão nesta terça-feira (14). Eles foram apresentados à imprensa, bombardeados por câmeras, fizeram pose para vídeos e, quando a noite chegou, não conseguiam nem pensar no evento fechado em que eram o centro das atenções. Só queriam deitar, encostar a cabeça em alguma pedra e descansar. Os pombinhos, dois ursos polares vindos da Rússia, são os novos moradores do Aquário de São Paulo, que irá abrir ao público uma nova ala nesta quinta-feira (16). "Eles brincaram o dia todo. Como está de noite, devem estar cansados", disse a veterinária Laura Reisfeld, que trabalha no local há sete anos. Enquanto a profissional falava, Aurora e Peregrino nem davam bola para os convidados e andavam lentamente, olhavam para um lado, para o outro, e voltavam a se recostar em algum canto do espaçoso habitat preparado especialmente para eles. Até que deitaram e não se levantaram mais, para o desânimo dos convidados. A história deles no Brasil é uma trajetória de cansaço. Os casal chegou ao país em dezembro, depois de enfrentar uma viagem de avião de 15 horas de Moscou até São Paulo. Segundo a veterinária, não vieram sedados nem ficaram estressados durante o voo. Mas, se uma viagem dessas é cansativa até para um ser humano, imagine na pele (e pelos) de um urso polar. DE MUDANÇA As negociações com o zoológico que abrigava Aurora e Peregrino duraram dois anos. O local não tinha espaço suficiente para que vivessem de forma adequada na Rússia. Feita a reforma, os ursos dividirão a vizinhança com outros 36 novos animais de sete espécies. Entre eles, cinco cangurus (e mais dois filhotes que vivem na bolsa das mães), 13 suricatos, sete lêmures, um leão-marinho e um lobo-marinho. Aurora e Peregrino podem ainda ganhar mais companheiros dentro de alguns meses. Como nem só de estresse vivem os ursos, eles copularam no início do ano e Aurora pode estar esperando filhotes, o que deve ser confirmado por exames dentro de alguns meses. A gestação da espécie dura entre sete e oito meses e pode gerar até três ursinhos. Aliás, quem olha o casal quando ele está com um pouco mais de disposição não nota muita diferença entre o seu comportamento e o de crianças: eles brincam com bolas, boias e peões, nadam de barriga para cima e observam os visitantes com curiosidade. Na hora do lanche, comem salmão e outros tipos de carne, às vezes complementados com legumes. Sempre uma vez por dia. CASA DOS BICHOS Inaugurado em 2006, o Aquário de São Paulo abriga mais de 3.000 animais e cerca de 300 espécies. Desde a abertura, essa é a terceira vez que o local expande suas instalações. No setor das florestas brasileiras, é possível conhecer filhotes de jacarés albinos, além de lagartos, iguanas e serpentes. Já o oceanário abriga tubarões e raias e, na ala dos mamíferos, mora um filhote de peixe-boi. Outra atração do aquário é o "mergulho das sereias", em que mulheres entram nos tanques de água a caráter. Mas a apresentação é sazonal e normalmente acontece durante feriados e férias escolares. PARA CONFERIR Nova ala do Aquário de São Paulo ONDE rua Huet Bacelar, 407, Ipiranga QUANDO a partir de 16 de abril, todos os dias, das 9h às 18h QUANTO até R$ 60 (grátis até 3 anos) Colaborou JÚLIA BARBON
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Justiça de SP absolve PMs acusados de empurrar jovem de telhado e matá-lo
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Depois de dois dias de julgamento, a Justiça de São Paulo absolveu os três policiais militares acusados de empurrar Fernando Henrique da Silva, 23, e, depois, matá-lo, após um assalto na região do Butantã, na zona oeste da cidade, em 7 de setembro de 2015. Os PMs Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva e Samuel Paes foram absolvidos pelo 5º Tribunal do Júri na noite desta terça-feira (28) no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Os policiais, que estavam presos no presídio militar Romão Gomes, no Tremembé (zona norte), devem ser soltos nos próximos dias. Os policiais eram acusados de homicídio triplamente qualificado e dois deles também de falsidade ideológica e fraude processual. O promotor de acusação Rogério Leão Zagallo lamentou que seu assistente de acusação, o advogado Richard Bernardes Martins Silva, tenha pedido a absolvição de um dos réus durante a fase de debates, ocorrida nesta terça (28). Para o promotor, o advogado, que foi contratado pela família da vítima, atuou em favor dos réus. "Essa absolvição tem que ser tributada ao advogado contratado pela família da vítima. Nunca vi um advogado da família da vítima, chamado tecnicamente de assistente de acusação, fazer a defesa e apologia da absolvição do réu. Isso enfraquece o discurso condenatório, que já era um discurso difícil pela ideia de que a gente estaria acusando policiais contra bandidos", disse o promotor. A atuação do advogado, diz Zagallo, trouxe uma dificuldade a mais para o processo. "A sociedade, tão desassossegada com a questão da violência, vê na morte de uma pessoa como o Fernando, um inimigo. Até entendo essas pessoas. Mas isso se reflete no julgamento. E o policial militar é sim um herói para aqueles que tiraram de circulação os inimigos da sociedade". O promotor de acusação afirmou que vai interpor recurso, buscando um novo julgamento. "Estou convicto e com a consciência tranquila de ter demonstrado que os acusados executaram [a vítima]. Não houve legítima defesa", disse Zagallo. Em sua defesa, Richard Bernardes Martins Silva disse "estar com a consciência tranquila". "Tenho o maior respeito pelo promotor Rogério Leão Zagallo, mas não acredito nisso. Acho que é convicção. É muito difícil você chegar no plenário e atuar longe da sua convicção. Não é porque hoje sou assistente de acusação que vou mudar meus princípios, meu caráter e minha forma de atuar na advocacia. Hoje, após ver o vídeo 200 vezes, cheguei à conclusão de que o Samuel não teria intenção de matar. Ele simplesmente empurrou ou soltou a vítima, mas a decisão é soberana dos jurados e temos que respeitar", disse. Silva confirmou ter sido contratado pela família e que a mãe da vítima, que acompanhou os debates no plenário do fórum, sabia que ele pediria a absolvição do policial. "Conversei com a dona Cleusa, expliquei para ela, e ela falou: 'Doutor, se o senhor tem essa convicção, sustente essa convicção'. Foi muito bem conversado com a dona Cleusa antes", disse. Questionado por jornalistas se a decisão dos jurados o fez sair do fórum vitorioso ou derrotado, ele respondeu "um pouco triste". "A sentença tomou uma decisão e temos que respeitar", disse o advogado, que vai falar com a família para saber se ela pretende recorrer da sentença. CASO Imagens feitas por um cinegrafista amador mostram quando Fernando da Silva foi rendido por um policial no telhado de uma casa e, após levantar as mãos, foi dominado e empurrado pelo policial nos fundos do imóvel. Enquanto o policial desce do telhado é possível ouvir o barulho de ao menos dois tiros. Veja vídeo Na época, o policial Fábio Gambale da Silva relatou no boletim de ocorrência uma versão totalmente diferente do que as imagens mostram. Ele falou que entrou na casa, acompanhado de outro PM, após uma moradora avisar que um homem estava no local. Gambale falou que eles foram surpreendidos pelo homem que pulou no quintal vindo de uma casa vizinha. Os policiais também disseram ao delegado que atiraram no suspeito porque ele reagiu à prisão. Em depoimento prestado à Corregedoria da PM no dia 15 de setembro de 2015, o policial flagrado empurrando Fernando Henrique da Silva e seus colegas de corporação alegaram que o suspeito tentou lutar e, com isso, se desequilibrou. Eles afirmam que Silva tentou agredi-los e que acabou se desequilibrando sozinho "por não ter caminho para descer." A Corregedoria da PM considerou a versão mentirosa, pelo fato de o vídeo gravado por um vizinho mostrar Silva sendo empurrado por um dos policiais em direção os fundos da casa, quando já estava algemado. A Corregedoria e a DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) consideraram que os policiais mataram os jovens e tentaram forjar o tiroteio. CONDENAÇÃO A Justiça julgou nesse mesmo processo outros três PMs pela morte de Paulo Henrique Porto de Oliveira, 18, que teria participado com Fernando Henrique da Silva de uma tentativa de roubo a uma motocicleta no Butantã. As mortes jovens foram registradas por câmeras e mostram que as vítimas já estavam rendidas e desarmadas quando foram mortas pelos policiais. Pela morte de Oliveira, a Justiça condenou o policial Tyson Oliveira Bastiane. Bastiane foi condenado a 12 anos, 5 meses e 17 dias de prisão, em regime fechado, por homicídio simples. Além disso, ele também cumprirá pena de 7 meses e 15 dias de detenção, em regime aberto, por fraude processual, além do pagamento de 35 dias-multa. Já Silvano Clayton dos Reis foi absolvido da acusação de homicídio, mas condenado pelos crimes de falsidade ideológica e porte ilegal de arma a 4 anos, 11 meses e 17 dias de prisão no regime semiaberto. A juíza Giovana Christina Colares decidiu que o policial poderá recorrer em liberdade e expediu o alvará de soltura. Segundo a denúncia, Bastiane foi o responsável por efetuar os tiros que matou o jovem de 18 anos. O advogado de Bastiane, que também representa o policial Reis, afirmou que irá recorrer da decisão sobre a condenação por homicídio. "Reis foi absolvido da condenação de homicídio, e condenado nos demais crimes, exceto posse de arma, como havíamos sugerido. Por isso, nós vamos recorrer da decisão para que Bastiane também seja absolvido", afirmou Celso Vendramini. O terceiro policial envolvido no caso, Silvio André Conceição, foi inocentado de todos os crimes. O julgamento dos policiais levou dois dias e ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste. Câmeras de segurança registraram quando Paulo Henrique Porto de Oliveira, que estava desarmado, se entregou aos policiais. Ele sentou no chão, ergueu os braços, foi imobilizado por um policial e algemado. Logo em seguida, os policiais retiraram as algemas e o levaram ao muro. As imagens não mostram a morte de Oliveira. Depois dos tiros, um policial sem nada nas mãos foi até o carro da PM e, em seguida, esse mesmo policial apareceu com uma arma e voltou para onde estava o suspeito. Veja vídeo
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cotidiano
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Justiça de SP absolve PMs acusados de empurrar jovem de telhado e matá-loDepois de dois dias de julgamento, a Justiça de São Paulo absolveu os três policiais militares acusados de empurrar Fernando Henrique da Silva, 23, e, depois, matá-lo, após um assalto na região do Butantã, na zona oeste da cidade, em 7 de setembro de 2015. Os PMs Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva e Samuel Paes foram absolvidos pelo 5º Tribunal do Júri na noite desta terça-feira (28) no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Os policiais, que estavam presos no presídio militar Romão Gomes, no Tremembé (zona norte), devem ser soltos nos próximos dias. Os policiais eram acusados de homicídio triplamente qualificado e dois deles também de falsidade ideológica e fraude processual. O promotor de acusação Rogério Leão Zagallo lamentou que seu assistente de acusação, o advogado Richard Bernardes Martins Silva, tenha pedido a absolvição de um dos réus durante a fase de debates, ocorrida nesta terça (28). Para o promotor, o advogado, que foi contratado pela família da vítima, atuou em favor dos réus. "Essa absolvição tem que ser tributada ao advogado contratado pela família da vítima. Nunca vi um advogado da família da vítima, chamado tecnicamente de assistente de acusação, fazer a defesa e apologia da absolvição do réu. Isso enfraquece o discurso condenatório, que já era um discurso difícil pela ideia de que a gente estaria acusando policiais contra bandidos", disse o promotor. A atuação do advogado, diz Zagallo, trouxe uma dificuldade a mais para o processo. "A sociedade, tão desassossegada com a questão da violência, vê na morte de uma pessoa como o Fernando, um inimigo. Até entendo essas pessoas. Mas isso se reflete no julgamento. E o policial militar é sim um herói para aqueles que tiraram de circulação os inimigos da sociedade". O promotor de acusação afirmou que vai interpor recurso, buscando um novo julgamento. "Estou convicto e com a consciência tranquila de ter demonstrado que os acusados executaram [a vítima]. Não houve legítima defesa", disse Zagallo. Em sua defesa, Richard Bernardes Martins Silva disse "estar com a consciência tranquila". "Tenho o maior respeito pelo promotor Rogério Leão Zagallo, mas não acredito nisso. Acho que é convicção. É muito difícil você chegar no plenário e atuar longe da sua convicção. Não é porque hoje sou assistente de acusação que vou mudar meus princípios, meu caráter e minha forma de atuar na advocacia. Hoje, após ver o vídeo 200 vezes, cheguei à conclusão de que o Samuel não teria intenção de matar. Ele simplesmente empurrou ou soltou a vítima, mas a decisão é soberana dos jurados e temos que respeitar", disse. Silva confirmou ter sido contratado pela família e que a mãe da vítima, que acompanhou os debates no plenário do fórum, sabia que ele pediria a absolvição do policial. "Conversei com a dona Cleusa, expliquei para ela, e ela falou: 'Doutor, se o senhor tem essa convicção, sustente essa convicção'. Foi muito bem conversado com a dona Cleusa antes", disse. Questionado por jornalistas se a decisão dos jurados o fez sair do fórum vitorioso ou derrotado, ele respondeu "um pouco triste". "A sentença tomou uma decisão e temos que respeitar", disse o advogado, que vai falar com a família para saber se ela pretende recorrer da sentença. CASO Imagens feitas por um cinegrafista amador mostram quando Fernando da Silva foi rendido por um policial no telhado de uma casa e, após levantar as mãos, foi dominado e empurrado pelo policial nos fundos do imóvel. Enquanto o policial desce do telhado é possível ouvir o barulho de ao menos dois tiros. Veja vídeo Na época, o policial Fábio Gambale da Silva relatou no boletim de ocorrência uma versão totalmente diferente do que as imagens mostram. Ele falou que entrou na casa, acompanhado de outro PM, após uma moradora avisar que um homem estava no local. Gambale falou que eles foram surpreendidos pelo homem que pulou no quintal vindo de uma casa vizinha. Os policiais também disseram ao delegado que atiraram no suspeito porque ele reagiu à prisão. Em depoimento prestado à Corregedoria da PM no dia 15 de setembro de 2015, o policial flagrado empurrando Fernando Henrique da Silva e seus colegas de corporação alegaram que o suspeito tentou lutar e, com isso, se desequilibrou. Eles afirmam que Silva tentou agredi-los e que acabou se desequilibrando sozinho "por não ter caminho para descer." A Corregedoria da PM considerou a versão mentirosa, pelo fato de o vídeo gravado por um vizinho mostrar Silva sendo empurrado por um dos policiais em direção os fundos da casa, quando já estava algemado. A Corregedoria e a DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) consideraram que os policiais mataram os jovens e tentaram forjar o tiroteio. CONDENAÇÃO A Justiça julgou nesse mesmo processo outros três PMs pela morte de Paulo Henrique Porto de Oliveira, 18, que teria participado com Fernando Henrique da Silva de uma tentativa de roubo a uma motocicleta no Butantã. As mortes jovens foram registradas por câmeras e mostram que as vítimas já estavam rendidas e desarmadas quando foram mortas pelos policiais. Pela morte de Oliveira, a Justiça condenou o policial Tyson Oliveira Bastiane. Bastiane foi condenado a 12 anos, 5 meses e 17 dias de prisão, em regime fechado, por homicídio simples. Além disso, ele também cumprirá pena de 7 meses e 15 dias de detenção, em regime aberto, por fraude processual, além do pagamento de 35 dias-multa. Já Silvano Clayton dos Reis foi absolvido da acusação de homicídio, mas condenado pelos crimes de falsidade ideológica e porte ilegal de arma a 4 anos, 11 meses e 17 dias de prisão no regime semiaberto. A juíza Giovana Christina Colares decidiu que o policial poderá recorrer em liberdade e expediu o alvará de soltura. Segundo a denúncia, Bastiane foi o responsável por efetuar os tiros que matou o jovem de 18 anos. O advogado de Bastiane, que também representa o policial Reis, afirmou que irá recorrer da decisão sobre a condenação por homicídio. "Reis foi absolvido da condenação de homicídio, e condenado nos demais crimes, exceto posse de arma, como havíamos sugerido. Por isso, nós vamos recorrer da decisão para que Bastiane também seja absolvido", afirmou Celso Vendramini. O terceiro policial envolvido no caso, Silvio André Conceição, foi inocentado de todos os crimes. O julgamento dos policiais levou dois dias e ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste. Câmeras de segurança registraram quando Paulo Henrique Porto de Oliveira, que estava desarmado, se entregou aos policiais. Ele sentou no chão, ergueu os braços, foi imobilizado por um policial e algemado. Logo em seguida, os policiais retiraram as algemas e o levaram ao muro. As imagens não mostram a morte de Oliveira. Depois dos tiros, um policial sem nada nas mãos foi até o carro da PM e, em seguida, esse mesmo policial apareceu com uma arma e voltou para onde estava o suspeito. Veja vídeo
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Henrique Fogaça, jurado do 'Masterchef', está solteiro
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Atenção, fãs da boa comida: Henrique Fogaça está solteiro. Jurado do "Masterchef", da Band, e chef dos restaurantes Sal, Cão Véio e Jamile, Fogaça poucas vezes fala sobre sua vida pessoal. Um dos momentos de exceção foi quando, em agosto de 2015, falou no programa que uma das maiores frustrações da sua vida era não poder cozinhar para sua filha. Olivia, 8, tem uma síndrome cujo diagnóstico ainda não foi definido, e só se alimenta por sonda.
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Henrique Fogaça, jurado do 'Masterchef', está solteiroAtenção, fãs da boa comida: Henrique Fogaça está solteiro. Jurado do "Masterchef", da Band, e chef dos restaurantes Sal, Cão Véio e Jamile, Fogaça poucas vezes fala sobre sua vida pessoal. Um dos momentos de exceção foi quando, em agosto de 2015, falou no programa que uma das maiores frustrações da sua vida era não poder cozinhar para sua filha. Olivia, 8, tem uma síndrome cujo diagnóstico ainda não foi definido, e só se alimenta por sonda.
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Guepardos estão em risco de extinção, afirma pesquisa
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O guepardo, o animal terrestre mais rápido do mundo, corre um sério risco de extinção, segundo estudo publicado na revista americana "PNAS" (Proceedings of the National Academy of Sciences). Menos de 7.100 guepardos subsistem atualmente em liberdade no mundo –99% na África– e não ocupam mais do que 9% da superfície total sobre a qual se estendiam em outras épocas. Segundo estimativas da organização de defesa do meio ambiente Wildlife Conservation Society (WCS), não citados pelo estudo da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), a população mundial de guepardos chegava a cerca de 100 mil indivíduos no início do século 20. A ZSL indica, em um comunicado, que é preciso tomar medidas urgentes para evitar a extinção do guepardo. ÁSIA O guepardo asiático está à beira da extinção: restam apenas 43 exemplares contabilizados no Irã. No Zimbábue, sua população passou de 1.200 a 170 exemplares em 16 anos, uma queda de 85%. "Nossas conclusões são que a espécie é muito mais vulnerável e propensa à extinção do que pensávamos antes", explica Sarah Durant, que dirige o estudo, acrescentando que o censo dos guepardos é difícil pela "natureza discreta da espécie". Por isso, os autores do estudo pedem à União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) que cataloguem os guepardos, pois até agora figuravam apenas como "espécie vulnerável", na categoria de "espécies em perigo".
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ambiente
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Guepardos estão em risco de extinção, afirma pesquisaO guepardo, o animal terrestre mais rápido do mundo, corre um sério risco de extinção, segundo estudo publicado na revista americana "PNAS" (Proceedings of the National Academy of Sciences). Menos de 7.100 guepardos subsistem atualmente em liberdade no mundo –99% na África– e não ocupam mais do que 9% da superfície total sobre a qual se estendiam em outras épocas. Segundo estimativas da organização de defesa do meio ambiente Wildlife Conservation Society (WCS), não citados pelo estudo da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), a população mundial de guepardos chegava a cerca de 100 mil indivíduos no início do século 20. A ZSL indica, em um comunicado, que é preciso tomar medidas urgentes para evitar a extinção do guepardo. ÁSIA O guepardo asiático está à beira da extinção: restam apenas 43 exemplares contabilizados no Irã. No Zimbábue, sua população passou de 1.200 a 170 exemplares em 16 anos, uma queda de 85%. "Nossas conclusões são que a espécie é muito mais vulnerável e propensa à extinção do que pensávamos antes", explica Sarah Durant, que dirige o estudo, acrescentando que o censo dos guepardos é difícil pela "natureza discreta da espécie". Por isso, os autores do estudo pedem à União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) que cataloguem os guepardos, pois até agora figuravam apenas como "espécie vulnerável", na categoria de "espécies em perigo".
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Temer! Queima de Deputados!
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Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Definição de Fundo Eleitoral: "Fundo Eleitoral é um dinheiro que será roubado de você para você eleger quem vai te roubar". E se chama "fundo" porque no fundo, no fundo, adivinha quem vai tomar no fundo? E quem vota nulo também arca com as despesas! Rarará! E o Lula: "Lula não é mais só o Lula, é uma ideia". 51, uma boa ideia! Lula não é mais só o Lula, é 51! #boaideiapresoamanhã! Rarará! E a manchete do Piauí Herald: "Impedido de sair a noite, Aécio se muda para o Barra Music". Ou então ele vai contratar aqueles ladrões que fizeram um megatúnel. Pra sair à noite. Túnel Balada! Obstruir a Justiça, tudo bem. Mas obstruir a balada é crime. Hediondo! Rarará! E essa: "Para barrar denúncia, Temer faz maratona de reuniões com deputados". 42 deputados por dia! Rapidinha! Rapidinha do Vampiro! E já tem até tabela! Tabela do Jaburu: o deputado que trouxer um voto, ganha um cargo, o deputado que trouxer dez votos vira ministro". Rarará! O Frankstemer é um alquimista: transforma denúncias em verbas! E adorei a charge do Luscar com a declaração do Temer sobre os 3%: "Até o final do mandato eu zero tudo". Rarará! E o Trump? O Agente Laranja! O Bob Esponja do Mal! Trump diz que vai discutir o desarmamento daqui um tempo. Daqui a muuuuuuito tempo! Essa discussão sobre desarmamento sempre termina em tiro! Eu sou contra o desarmamento. Eu sou a favor do armamento. Pá! Pá! Como diz um amigo meu: o futuro terminou! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O brasileiro é Cordial! Olha esse capacho de boas-vindas: "Ah, não! Você de novo?". Serve para sogras, cunhados e agentes da Polícia Federal! Tipo Dirceu, que já foi preso umas 82 vezes! 'Ah, não! Você de novo?'. Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Temer! Queima de Deputados!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Definição de Fundo Eleitoral: "Fundo Eleitoral é um dinheiro que será roubado de você para você eleger quem vai te roubar". E se chama "fundo" porque no fundo, no fundo, adivinha quem vai tomar no fundo? E quem vota nulo também arca com as despesas! Rarará! E o Lula: "Lula não é mais só o Lula, é uma ideia". 51, uma boa ideia! Lula não é mais só o Lula, é 51! #boaideiapresoamanhã! Rarará! E a manchete do Piauí Herald: "Impedido de sair a noite, Aécio se muda para o Barra Music". Ou então ele vai contratar aqueles ladrões que fizeram um megatúnel. Pra sair à noite. Túnel Balada! Obstruir a Justiça, tudo bem. Mas obstruir a balada é crime. Hediondo! Rarará! E essa: "Para barrar denúncia, Temer faz maratona de reuniões com deputados". 42 deputados por dia! Rapidinha! Rapidinha do Vampiro! E já tem até tabela! Tabela do Jaburu: o deputado que trouxer um voto, ganha um cargo, o deputado que trouxer dez votos vira ministro". Rarará! O Frankstemer é um alquimista: transforma denúncias em verbas! E adorei a charge do Luscar com a declaração do Temer sobre os 3%: "Até o final do mandato eu zero tudo". Rarará! E o Trump? O Agente Laranja! O Bob Esponja do Mal! Trump diz que vai discutir o desarmamento daqui um tempo. Daqui a muuuuuuito tempo! Essa discussão sobre desarmamento sempre termina em tiro! Eu sou contra o desarmamento. Eu sou a favor do armamento. Pá! Pá! Como diz um amigo meu: o futuro terminou! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O brasileiro é Cordial! Olha esse capacho de boas-vindas: "Ah, não! Você de novo?". Serve para sogras, cunhados e agentes da Polícia Federal! Tipo Dirceu, que já foi preso umas 82 vezes! 'Ah, não! Você de novo?'. Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Veja hotéis com programação especial de dia das crianças
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INTERIOR DE SÃO PAULO R$ 616 Preço por pessoa para quatro noites na pousada Pé na Terra em Brotas (SP) . Crianças de até 10 anos ganham ingresso para o parque Aventurah. Reservas: pousadapenaterrabrotas.com.br R$ 1.100 Valor por pessoa para quatro noites na Fazenda Serrinha em Bragança Paulista (SP). Crianças pagam R$ 990 cada uma. Com recreação. Na Leella Viagens: leella.com.br R$ 1.380 Três noites, por casal, em Águas de São Pedro (SP), no hotel Avenida Charme. Duas crianças de até 10 anos não pagam. Reservas: avenidacharmehotel.com.br R$ 1.498 Quatro noites no Barretos Country Hotel, em Barretos (SP). Inclui ônibus a partir de São Paulo e ingresso para o parque Thermas dos Laranjais, em Olímpia (SP). Na CVC: cvc.com.br R$ 2.600 Por casal, valor para quatro noites no resort Terras Altas, em Itapecerica da Serra (SP). Cortesia para criança de até 12 anos e pensão completa. Reservas: www.hotelterrasaltas.com.br R$ 3.200 Pacote de quatro noites para casal e duas crianças no resort Cabreúva, em Cabreúva (SP). Pensão completa. Reservas: [email protected] R$ 3.393 Quatro noites na Estância Atibainha em Nazaré Paulista (SP) para casal e criança de até 12 anos. Reservas: hotelestanciaatibainha.com.br R$ 4.311 Três noites para casal e duas crianças no hotel Royal Palm Plaza em Campinas (SP), com pensão completa. Reservas: royalpalm.com.br R$ 5.551 Quatro noites na Fazenda Capoava, em Itu (SP). Com programação infantil. Reservas: fazendacapoava.com.br R$ 7.120 Sete noites para um casal no Hotel Toriba, em Campos do Jordão (SP). Crianças de até dois anos não pagam. Reservas: [email protected] NORDESTE R$ 1.880 Sete noites, por pessoa, no Maceió Mar Hotel, em Maceió (AL). Inclui aéreo e tour. Na Abreu Tur: abreutur.com.br R$ 3.529 Preço para quatro noites em suíte para quatro pessoas no Oceani Beach Park em Fortaleza (CE). Com entrada livre no Beach Park. Inclui traslado. Reservas: beachpark.com.br/pacotes R$ 2.476 Quatro noites no Iberostar Bahia Resort, na Praia do Forte (BA). Crianças de até 11 anos pagam R$ 196. Sem aéreo. Na RCA: rcaturismo.com.br OUTROS DESTINOS R$ 998 Pacote de duas noites no Rio de Janeiro (RJ) para duas pessoas e uma criança de até 12 anos, no hotel Vila Galé. Inclui ingressos para museus. Reservas: vilagale.com.br R$ 1.310 Pacote de quatro noites de hospedagem em Penha (SC), no hotel Vila Olaria. Inclui aéreo e entrada para o Beto Carrero World, Na Decolar: decolar.com R$ 1.759 Quatro noites, por pessoa, no hotel Malai Manso, na Chapada dos Guimarães (MT). Sistema all inclusive. Na Litoral Verde: litoralverde.com.br R$ 2.713 Valor por pessoa para quatro noites no Wish Resort, em Foz do Iguaçu (PR). Sem aéreo. Programação temática da Liga da Justiça. Reservas: wishgolfresort.com.br R$ 3.696 Três noites para um casal e uma criança de até 12 anos em Teresópolis (RJ) no hotel Le Canton. Com monitoria infantil. Reservas: lecanton.com.br R$ 5.808 Quatro noites no resort Portobello, em Mangaratiba (RJ). Com pensão completa. Reservas: portobelloresort.com.br
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turismo
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Veja hotéis com programação especial de dia das criançasINTERIOR DE SÃO PAULO R$ 616 Preço por pessoa para quatro noites na pousada Pé na Terra em Brotas (SP) . Crianças de até 10 anos ganham ingresso para o parque Aventurah. Reservas: pousadapenaterrabrotas.com.br R$ 1.100 Valor por pessoa para quatro noites na Fazenda Serrinha em Bragança Paulista (SP). Crianças pagam R$ 990 cada uma. Com recreação. Na Leella Viagens: leella.com.br R$ 1.380 Três noites, por casal, em Águas de São Pedro (SP), no hotel Avenida Charme. Duas crianças de até 10 anos não pagam. Reservas: avenidacharmehotel.com.br R$ 1.498 Quatro noites no Barretos Country Hotel, em Barretos (SP). Inclui ônibus a partir de São Paulo e ingresso para o parque Thermas dos Laranjais, em Olímpia (SP). Na CVC: cvc.com.br R$ 2.600 Por casal, valor para quatro noites no resort Terras Altas, em Itapecerica da Serra (SP). Cortesia para criança de até 12 anos e pensão completa. Reservas: www.hotelterrasaltas.com.br R$ 3.200 Pacote de quatro noites para casal e duas crianças no resort Cabreúva, em Cabreúva (SP). Pensão completa. Reservas: [email protected] R$ 3.393 Quatro noites na Estância Atibainha em Nazaré Paulista (SP) para casal e criança de até 12 anos. Reservas: hotelestanciaatibainha.com.br R$ 4.311 Três noites para casal e duas crianças no hotel Royal Palm Plaza em Campinas (SP), com pensão completa. Reservas: royalpalm.com.br R$ 5.551 Quatro noites na Fazenda Capoava, em Itu (SP). Com programação infantil. Reservas: fazendacapoava.com.br R$ 7.120 Sete noites para um casal no Hotel Toriba, em Campos do Jordão (SP). Crianças de até dois anos não pagam. Reservas: [email protected] NORDESTE R$ 1.880 Sete noites, por pessoa, no Maceió Mar Hotel, em Maceió (AL). Inclui aéreo e tour. Na Abreu Tur: abreutur.com.br R$ 3.529 Preço para quatro noites em suíte para quatro pessoas no Oceani Beach Park em Fortaleza (CE). Com entrada livre no Beach Park. Inclui traslado. Reservas: beachpark.com.br/pacotes R$ 2.476 Quatro noites no Iberostar Bahia Resort, na Praia do Forte (BA). Crianças de até 11 anos pagam R$ 196. Sem aéreo. Na RCA: rcaturismo.com.br OUTROS DESTINOS R$ 998 Pacote de duas noites no Rio de Janeiro (RJ) para duas pessoas e uma criança de até 12 anos, no hotel Vila Galé. Inclui ingressos para museus. Reservas: vilagale.com.br R$ 1.310 Pacote de quatro noites de hospedagem em Penha (SC), no hotel Vila Olaria. Inclui aéreo e entrada para o Beto Carrero World, Na Decolar: decolar.com R$ 1.759 Quatro noites, por pessoa, no hotel Malai Manso, na Chapada dos Guimarães (MT). Sistema all inclusive. Na Litoral Verde: litoralverde.com.br R$ 2.713 Valor por pessoa para quatro noites no Wish Resort, em Foz do Iguaçu (PR). Sem aéreo. Programação temática da Liga da Justiça. Reservas: wishgolfresort.com.br R$ 3.696 Três noites para um casal e uma criança de até 12 anos em Teresópolis (RJ) no hotel Le Canton. Com monitoria infantil. Reservas: lecanton.com.br R$ 5.808 Quatro noites no resort Portobello, em Mangaratiba (RJ). Com pensão completa. Reservas: portobelloresort.com.br
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Serviço mais barato do Uber começa a funcionar em SP
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Andar nos carros do Uber em São Paulo fica mais barato a partir desta sexta-feira (12). O app que conecta motoristas e passageiros passa a operar o UberX, modalidade do serviço cerca de 35% mais barata do que a outra já oferecida na cidade. A diferença entre o UberBlack e o UberX é o tipo de carro e o de motorista. Na primeira categoria, os carros devem ser sedã (normalmente pretos) com bancos de couro e produzidos a partir de 2010. Os motoristas são executivos. No novo serviço, os carros podem ser compactos, de qualquer cor, fabricados a partir de 2008. O usuário já pode selecionar o UberX no aplicativo do serviço. Para clientes antigos, o cartão de crédito já cadastrado não muda. Assista Ainda não há previsão de chegada do UberX nas outras cidades (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília) atendidas pelo serviço no Brasil. A nova categoria deve aumentar a frota do Uber em São Paulo, que hoje conta com menos de mil motoristas. Isso deve gerar ainda mais polêmica em torno da ferramenta, que opera sem regulamentação há um ano no Brasil. A Associação dos Taxistas afirma que o Uber prejudica a categoria, causando queda de 30% no atendimento de corridas noturnas. Já houve manifestação coletiva contra o serviço, e alguns profissionais já moveram processos contra a empresa. No próximo dia 18, deve acontecer uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, para debater a legalidade do Uber no Brasil. A empresa sempre se defendeu dizendo que o serviço é legal, pois não contrata motoristas e sim oferece uma plataforma que conecta passageiros e motoristas parceiros.
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tec
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Serviço mais barato do Uber começa a funcionar em SPAndar nos carros do Uber em São Paulo fica mais barato a partir desta sexta-feira (12). O app que conecta motoristas e passageiros passa a operar o UberX, modalidade do serviço cerca de 35% mais barata do que a outra já oferecida na cidade. A diferença entre o UberBlack e o UberX é o tipo de carro e o de motorista. Na primeira categoria, os carros devem ser sedã (normalmente pretos) com bancos de couro e produzidos a partir de 2010. Os motoristas são executivos. No novo serviço, os carros podem ser compactos, de qualquer cor, fabricados a partir de 2008. O usuário já pode selecionar o UberX no aplicativo do serviço. Para clientes antigos, o cartão de crédito já cadastrado não muda. Assista Ainda não há previsão de chegada do UberX nas outras cidades (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília) atendidas pelo serviço no Brasil. A nova categoria deve aumentar a frota do Uber em São Paulo, que hoje conta com menos de mil motoristas. Isso deve gerar ainda mais polêmica em torno da ferramenta, que opera sem regulamentação há um ano no Brasil. A Associação dos Taxistas afirma que o Uber prejudica a categoria, causando queda de 30% no atendimento de corridas noturnas. Já houve manifestação coletiva contra o serviço, e alguns profissionais já moveram processos contra a empresa. No próximo dia 18, deve acontecer uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, para debater a legalidade do Uber no Brasil. A empresa sempre se defendeu dizendo que o serviço é legal, pois não contrata motoristas e sim oferece uma plataforma que conecta passageiros e motoristas parceiros.
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Roger vive semana perfeita no Grêmio e critica jogador que 'treina andando'
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Roger Machado, 40, o treinador mais jovem do Campeonato Brasileiro, teve uma semana inesquecível na curta carreira, iniciada em 2011. Comandou o Grêmio na goleada por 5 a 0 sobre o arquirrival Internacional, no último domingo (9), e no triunfo por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, então líder do torneio, em Belo Horizonte, na quinta (13). Ao atender a Folha na quarta (12), um dia antes do jogo em Minas, ele demonstrou serenidade com o momento. Pudera: as boas novas vêm de alguns meses. Ele vem colhendo bons frutos desde que assumiu o Grêmio no lugar de Felipão, em maio, na quarta rodada. O time estava 11ª posição. Hoje, o Grêmio é o terceiro colocado, a apenas quatro pontos do líder, Corinthians. O técnico é um admirador de Tite, de quem foi jogador em 2001, no Grêmio, e do ex-jogador Tostão, colunista da Folha. Aliás, emoldurou a coluna "Óbvio, básico e essencial", publicada em 2 de agosto, e a pendurou na parede de sua sala no centro de treinamento do clube. Diz que ela resume tudo o que pensa. * Folha - Como tem sido a semana pós-goleada no Gre-Nal? Roger Machado - Foi um resultado atípico. Tudo repercute diferente, mas é preciso serenidade. Não me permito abater no insucesso nem ficar eufórico nos triunfos. Às vezes no futebol se avalia somente o momento. O trabalho está acima do que esperava? Como foi retornar ao clube onde foi jogador e auxiliar técnico? Sai do Grêmio no fim de 2013. Não imaginava que voltaria tão cedo. Pelo contrário, quando sai fui buscar conhecimento e coloquei meta, com quantos anos gostaria de voltar. Não posso dizer quando, pois é algo que guardo para mim. Mas voltei antes do previsto. Como me planejei e me capacitei, tudo está correndo bem. É a prova de que vale a pena buscar conhecimento. Como tem sido a cobrança? Hoje, o elenco do Grêmio tem 30 jogadores, metade é da base. Já tivemos seis titulares da base, todos abaixo de 22 anos. É uma renovação, mas há a cobrança a curto prazo. Como o campeonato é longo, vamos ver onde podemos chegar. Uma equipe jovem oscila. Queremos pelo menos ficar no bloco de classificação à Libertadores. Quais tem sido as dificuldades como treinador? Ser ídolo no Grêmio facilitou um pouco. A imprensa local valorizou a escolha da diretoria. Também facilitou eu ter compreendido que precisava me capacitar antes de assumir um compromisso do tamanho do Grêmio. Ocorreu um momento de desconfiança por eu ter pouca experiência. Acho que a diferença de idade foi o que pesou mais. Todos imaginavam que eu não teria respeito porque a diferença não é grande para os veteranos do time. No entanto, foi muito tranquilo. Você citou a busca por conhecimento. Como foi isso? Eu sou formado em educação física e tenho curso de gestão esportiva. Gostaria de estudar algo mais específico, como há na Europa. No Brasil me parece que o mais próximo é o curso da CBF. Desde 2011, estava no Grêmio como auxiliar e fui interino em oito ocasiões. Geralmente nas trocas de técnico. Precisava ter outra vivência. Sai no final de 2013 para ser treinador. Passei pelo Juventude em 2014. No início deste ano, fui para Europa fazer observações e depois assumi o Novo Hamburgo no Gaúcho. Após Estadual, cheguei a pensar em fazer uma pós-graduação em treinamento, mas surgiu o convite do Grêmio e eu aceite ser treinador. Qual a importância da formação para o seu trabalho? Quando eu parei de jogar, fizeram essa pergunta: "Mas precisa de faculdade para ser treinador?". Não preciso [não é obrigatório no Brasil], mas devo fazer. Além de 17 anos como jogador, tive 30 treinadores que me ensinaram muito. Mas, se eu apenas repetisse aqueles treinamentos feitos por eles, sem atualização, estaria repetindo padrões e ideias de 40 ou mais anos. Só agregaria algo diferente se tivesse contato com a teoria. O conhecimento acadêmico dá vantagens como o conhecimento em outras áreas ligadas ao esporte. O aprendizado é determinante para que eu possa desenvolver bem o meu trabalho. O que fez na Europa? Fui com um amigo para a Itália fazer observações. Ele mora em Verona e observei treinos e partidas do Chievo. Mas estendi a visita para outras cidades. Vi o Bayern vencer a Roma por 7 a 1, vi jogos em Portugal, na Inglaterra. Assisti ao PSG, o Real Madrid. Vi grandes contra times grandes, grandes contra pequenos e pequenos contra pequenos. Em 35 dias, foram dez jogos. O que te impressionou? O que me chamou a atenção é a concentração e a intensidade nos treinos. Algo que tento repetir aqui. Lá o jogador treina muito mais concentrado e com intensidade maior. Cobro meus jogadores para que eles estejam inteiros e focados durante as duas horas de atividade. O treino é a parte mais importante. Treinamos cinco ou seis dias para jogar um dia. Sempre digo que 'ninguém que treina andando joga correndo'. Nos treinos, procuro fazer com que os jogadores tenham de lidar com as mais diversas situações de uma partida para eles tomarem as melhores decisões. Se treinarem desconcentrados, vão tomar decisões erradas. São filosofias parecidas com as de Tite e Juan Carlos Osorio [técnico do São Paulo]. Jogadores aceitam isso? O perfil do jogador vem mudando. Tanto do ponto vista físico, como em relação ao interesse. Eu fui um jogador questionador. Gostava de saber o objetivo de cada treino. Não era comum essa conduta. Hoje o jogador tem interesse em saber o que vai treinar. E explicar a atividade para ele é positivo. O meu trabalho é em cima de princípios: posse de bola, pressão de bola, linha alta [marcação], amplitude de campo. Favorece a performance e a responsabilidade. Após a goleada 7 a 1 da Alemanha no Brasil os técnicos brasileiros foram taxados de desatualizados. Como vê isso? Você tem razão. Após o 7 a 1 muito dos problemas do futebol caíram na conta dos técnicos, mas temos de analisar de modo mais amplo. Durante muito tempo fomos o país do futebol pelas conquistas e talvez tenhamos ficado um pouco fechados para o que se fazia em outros lugares. Todas as áreas do futebol precisam de uma constante atualização. Não precisamos replicar o que ocorre lá fora. Mas temos de observar, analisar e entender que nosso futebol é nossa cultura, nosso DNA. Há 30 anos o Brasil exportava treinadores pelo mundo mostrando nossa metodologia de trabalho. Muito desses países olharam e se desenvolveram a partir da nossa cultura. O 7 a 1 mostrou muitos erros, mas não quer dizer que não temos grandes profissionais. Analiso o resultado de outra forma e entendo que para voltarmos a ser protagonistas precisamos voltar a trocar experiências. Quais são suas inspirações? O Tite é uma delas? Trabalhei com o Tite no Grêmio. Ele foi um dos primeiros que percebeu que eu me interessava por tática. Até me deu um disquete com o software "Tática 3-D" que permitia simular jogadas. E disse: 'Toma de presente que esse é seu futuro'. Antes dos jogos do Grêmio, eu colocava o disquete no computador e ficava brincando. Um outro momento que recordo foi em uma Libertadores. Perdemos um jogo no Paraguai e disse para o Tite que não entendia como nossa tática tinha funcionado bem no jogo anterior pelo Brasileiro e naquela partida tinha dado errado. A movimentação diferente de um jogador específico, que facilitou o desempenho em um jogo e não deu certo no jogo seguinte. Tite foi um incentivador. Guardo até hoje o disquete pelo valor simbólico. Gosto também do Tostão. Sempre leio as colunas. Inclusive, uma que ele publicou recentemente está no mural na minha sala no CT. O título é "Óbvio, básico e essencial". Expressa bem o que penso e transmito aos jogadores. Especialmente o final em que ele diz: 'Entregamos a bola para os adversários, eles gostaram, passaram a tratá-la bem e não querem devolvê-la. Para desconstruir e reconstruir nosso futebol, é preciso recuperá-la. Isso é essencial, óbvio e básico. O declínio, em qualquer atividade, acontece quando as instituições e os profissionais passam a gostar mais do sucesso, da fama e do dinheiro'. * RAIO-X ROGER MACHADO NOME Roger Machado Marques NASCIMENTO 25.abr.1975 (40 anos), em Porto Alegre (RS) TRAJETÓRIA Jogador revelado pelo Grêmio (1994-2003), com passagens pelo Vissel Kobe, do Japão, e também pelo Fluminense COMO TÉCNICO Juventude (2014), Novo Hamburgo (2015) e Grêmio (desde maio deste ano). Ainda foi auxiliar técnico no Grêmio entre o início de 2011 e o final de 2013
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esporte
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Roger vive semana perfeita no Grêmio e critica jogador que 'treina andando'Roger Machado, 40, o treinador mais jovem do Campeonato Brasileiro, teve uma semana inesquecível na curta carreira, iniciada em 2011. Comandou o Grêmio na goleada por 5 a 0 sobre o arquirrival Internacional, no último domingo (9), e no triunfo por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, então líder do torneio, em Belo Horizonte, na quinta (13). Ao atender a Folha na quarta (12), um dia antes do jogo em Minas, ele demonstrou serenidade com o momento. Pudera: as boas novas vêm de alguns meses. Ele vem colhendo bons frutos desde que assumiu o Grêmio no lugar de Felipão, em maio, na quarta rodada. O time estava 11ª posição. Hoje, o Grêmio é o terceiro colocado, a apenas quatro pontos do líder, Corinthians. O técnico é um admirador de Tite, de quem foi jogador em 2001, no Grêmio, e do ex-jogador Tostão, colunista da Folha. Aliás, emoldurou a coluna "Óbvio, básico e essencial", publicada em 2 de agosto, e a pendurou na parede de sua sala no centro de treinamento do clube. Diz que ela resume tudo o que pensa. * Folha - Como tem sido a semana pós-goleada no Gre-Nal? Roger Machado - Foi um resultado atípico. Tudo repercute diferente, mas é preciso serenidade. Não me permito abater no insucesso nem ficar eufórico nos triunfos. Às vezes no futebol se avalia somente o momento. O trabalho está acima do que esperava? Como foi retornar ao clube onde foi jogador e auxiliar técnico? Sai do Grêmio no fim de 2013. Não imaginava que voltaria tão cedo. Pelo contrário, quando sai fui buscar conhecimento e coloquei meta, com quantos anos gostaria de voltar. Não posso dizer quando, pois é algo que guardo para mim. Mas voltei antes do previsto. Como me planejei e me capacitei, tudo está correndo bem. É a prova de que vale a pena buscar conhecimento. Como tem sido a cobrança? Hoje, o elenco do Grêmio tem 30 jogadores, metade é da base. Já tivemos seis titulares da base, todos abaixo de 22 anos. É uma renovação, mas há a cobrança a curto prazo. Como o campeonato é longo, vamos ver onde podemos chegar. Uma equipe jovem oscila. Queremos pelo menos ficar no bloco de classificação à Libertadores. Quais tem sido as dificuldades como treinador? Ser ídolo no Grêmio facilitou um pouco. A imprensa local valorizou a escolha da diretoria. Também facilitou eu ter compreendido que precisava me capacitar antes de assumir um compromisso do tamanho do Grêmio. Ocorreu um momento de desconfiança por eu ter pouca experiência. Acho que a diferença de idade foi o que pesou mais. Todos imaginavam que eu não teria respeito porque a diferença não é grande para os veteranos do time. No entanto, foi muito tranquilo. Você citou a busca por conhecimento. Como foi isso? Eu sou formado em educação física e tenho curso de gestão esportiva. Gostaria de estudar algo mais específico, como há na Europa. No Brasil me parece que o mais próximo é o curso da CBF. Desde 2011, estava no Grêmio como auxiliar e fui interino em oito ocasiões. Geralmente nas trocas de técnico. Precisava ter outra vivência. Sai no final de 2013 para ser treinador. Passei pelo Juventude em 2014. No início deste ano, fui para Europa fazer observações e depois assumi o Novo Hamburgo no Gaúcho. Após Estadual, cheguei a pensar em fazer uma pós-graduação em treinamento, mas surgiu o convite do Grêmio e eu aceite ser treinador. Qual a importância da formação para o seu trabalho? Quando eu parei de jogar, fizeram essa pergunta: "Mas precisa de faculdade para ser treinador?". Não preciso [não é obrigatório no Brasil], mas devo fazer. Além de 17 anos como jogador, tive 30 treinadores que me ensinaram muito. Mas, se eu apenas repetisse aqueles treinamentos feitos por eles, sem atualização, estaria repetindo padrões e ideias de 40 ou mais anos. Só agregaria algo diferente se tivesse contato com a teoria. O conhecimento acadêmico dá vantagens como o conhecimento em outras áreas ligadas ao esporte. O aprendizado é determinante para que eu possa desenvolver bem o meu trabalho. O que fez na Europa? Fui com um amigo para a Itália fazer observações. Ele mora em Verona e observei treinos e partidas do Chievo. Mas estendi a visita para outras cidades. Vi o Bayern vencer a Roma por 7 a 1, vi jogos em Portugal, na Inglaterra. Assisti ao PSG, o Real Madrid. Vi grandes contra times grandes, grandes contra pequenos e pequenos contra pequenos. Em 35 dias, foram dez jogos. O que te impressionou? O que me chamou a atenção é a concentração e a intensidade nos treinos. Algo que tento repetir aqui. Lá o jogador treina muito mais concentrado e com intensidade maior. Cobro meus jogadores para que eles estejam inteiros e focados durante as duas horas de atividade. O treino é a parte mais importante. Treinamos cinco ou seis dias para jogar um dia. Sempre digo que 'ninguém que treina andando joga correndo'. Nos treinos, procuro fazer com que os jogadores tenham de lidar com as mais diversas situações de uma partida para eles tomarem as melhores decisões. Se treinarem desconcentrados, vão tomar decisões erradas. São filosofias parecidas com as de Tite e Juan Carlos Osorio [técnico do São Paulo]. Jogadores aceitam isso? O perfil do jogador vem mudando. Tanto do ponto vista físico, como em relação ao interesse. Eu fui um jogador questionador. Gostava de saber o objetivo de cada treino. Não era comum essa conduta. Hoje o jogador tem interesse em saber o que vai treinar. E explicar a atividade para ele é positivo. O meu trabalho é em cima de princípios: posse de bola, pressão de bola, linha alta [marcação], amplitude de campo. Favorece a performance e a responsabilidade. Após a goleada 7 a 1 da Alemanha no Brasil os técnicos brasileiros foram taxados de desatualizados. Como vê isso? Você tem razão. Após o 7 a 1 muito dos problemas do futebol caíram na conta dos técnicos, mas temos de analisar de modo mais amplo. Durante muito tempo fomos o país do futebol pelas conquistas e talvez tenhamos ficado um pouco fechados para o que se fazia em outros lugares. Todas as áreas do futebol precisam de uma constante atualização. Não precisamos replicar o que ocorre lá fora. Mas temos de observar, analisar e entender que nosso futebol é nossa cultura, nosso DNA. Há 30 anos o Brasil exportava treinadores pelo mundo mostrando nossa metodologia de trabalho. Muito desses países olharam e se desenvolveram a partir da nossa cultura. O 7 a 1 mostrou muitos erros, mas não quer dizer que não temos grandes profissionais. Analiso o resultado de outra forma e entendo que para voltarmos a ser protagonistas precisamos voltar a trocar experiências. Quais são suas inspirações? O Tite é uma delas? Trabalhei com o Tite no Grêmio. Ele foi um dos primeiros que percebeu que eu me interessava por tática. Até me deu um disquete com o software "Tática 3-D" que permitia simular jogadas. E disse: 'Toma de presente que esse é seu futuro'. Antes dos jogos do Grêmio, eu colocava o disquete no computador e ficava brincando. Um outro momento que recordo foi em uma Libertadores. Perdemos um jogo no Paraguai e disse para o Tite que não entendia como nossa tática tinha funcionado bem no jogo anterior pelo Brasileiro e naquela partida tinha dado errado. A movimentação diferente de um jogador específico, que facilitou o desempenho em um jogo e não deu certo no jogo seguinte. Tite foi um incentivador. Guardo até hoje o disquete pelo valor simbólico. Gosto também do Tostão. Sempre leio as colunas. Inclusive, uma que ele publicou recentemente está no mural na minha sala no CT. O título é "Óbvio, básico e essencial". Expressa bem o que penso e transmito aos jogadores. Especialmente o final em que ele diz: 'Entregamos a bola para os adversários, eles gostaram, passaram a tratá-la bem e não querem devolvê-la. Para desconstruir e reconstruir nosso futebol, é preciso recuperá-la. Isso é essencial, óbvio e básico. O declínio, em qualquer atividade, acontece quando as instituições e os profissionais passam a gostar mais do sucesso, da fama e do dinheiro'. * RAIO-X ROGER MACHADO NOME Roger Machado Marques NASCIMENTO 25.abr.1975 (40 anos), em Porto Alegre (RS) TRAJETÓRIA Jogador revelado pelo Grêmio (1994-2003), com passagens pelo Vissel Kobe, do Japão, e também pelo Fluminense COMO TÉCNICO Juventude (2014), Novo Hamburgo (2015) e Grêmio (desde maio deste ano). Ainda foi auxiliar técnico no Grêmio entre o início de 2011 e o final de 2013
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Caixa volta a financiar até 70% da aquisição da casa própria
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A Caixa elevou de 50% para 70% o limite financiado de um imóvel usado, menos de um ano após reduzir essa parcela devido à escassez de crédito via recursos da caderneta de poupança. O limite vale para para trabalhadores do setor privado. Para o funcionalismo, o teto do financiamento será de 80% do preço da moradia, ante 60% até então. Outra medida anunciada foi a volta da linha para a compra de um segundo imóvel, suspensa desde agosto do ano passado. As condições de crédito devem ser iguais às oferecidas na compra da primeira moradia. Combinadas, essas medidas tentam reaquecer vendas de novos e usados de até R$ 750 mil –fora das grandes capitais, o limite são R$ 650 mil. Essa fatia de mercado, incluída no SFH (Sistema Financeiro da Habitação), sofre com os saques na caderneta –principal fonte de financiamento do setor de imóveis. Só em 2015, a poupança perdeu R$ 53,57 bilhões. A escassez de recursos da poupança deve ser compensada com parte dos R$ 21,7 bilhões liberados pelo conselho curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), no fim de fevereiro, para o setor de construção. MENOS RECURSOS - Variação real na arrecadação bruta do FGTS (%)* Conforme a presidente da Caixa, Miriam Belchior, R$ 16,1 bilhões ficarão com o banco público. Cerca de R$ 6 bilhões serão captados pela Caixa via CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e parte poderá ser destinada a imóveis que se enquadram nas condições de financiamento com recursos da poupança. Outra fatia será financiada dentro da linha Pró-Cotista, que beneficia trabalhadores com conta ativa no FGTS e possui juros mais baixos. Para João da Rocha Lima Jr., professor da USP, a Caixa está reformatando o financiamento para mais próximo da realidade de mercado. Segundo ele, famílias têm capacidade de economizar para 20% a 25% do valor do imóvel que pretendem comprar. Para que cheguem a 30% de entrada, geralmente precisam de mais dois anos de economias. "A Caixa pedia poupança de 50%. Não existe cliente para isso, não é compatível com a realidade do mercado", diz Rocha Lima. Para ele, a liquidez do mercado deve melhorar, mas não de forma muito expressiva. Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) diz que houve reflexo negativo no mercado de imóveis usados com o corte na cota financiada pela Caixa, em maio do ano passado. "No ano passado, pela primeira vez foram financiados mais imóveis novos que usados", diz. ERA BARBOSA Parte desse montante para o mercado imobiliário está no pacote de R$ 83 bilhões em crédito a investimentos anunciado pelo governo no final de janeiro. Foi uma das primeiras medidas de Nelson Barbosa como ministro da Fazenda e vai na contramão das ações de ajuste propostas pelo ex-ministro Joaquim Levy no início do segundo mandato de Dilma. Na segunda (7), o governo lançou medidas para destravar investimento em infraestrutura.
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Caixa volta a financiar até 70% da aquisição da casa própriaA Caixa elevou de 50% para 70% o limite financiado de um imóvel usado, menos de um ano após reduzir essa parcela devido à escassez de crédito via recursos da caderneta de poupança. O limite vale para para trabalhadores do setor privado. Para o funcionalismo, o teto do financiamento será de 80% do preço da moradia, ante 60% até então. Outra medida anunciada foi a volta da linha para a compra de um segundo imóvel, suspensa desde agosto do ano passado. As condições de crédito devem ser iguais às oferecidas na compra da primeira moradia. Combinadas, essas medidas tentam reaquecer vendas de novos e usados de até R$ 750 mil –fora das grandes capitais, o limite são R$ 650 mil. Essa fatia de mercado, incluída no SFH (Sistema Financeiro da Habitação), sofre com os saques na caderneta –principal fonte de financiamento do setor de imóveis. Só em 2015, a poupança perdeu R$ 53,57 bilhões. A escassez de recursos da poupança deve ser compensada com parte dos R$ 21,7 bilhões liberados pelo conselho curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), no fim de fevereiro, para o setor de construção. MENOS RECURSOS - Variação real na arrecadação bruta do FGTS (%)* Conforme a presidente da Caixa, Miriam Belchior, R$ 16,1 bilhões ficarão com o banco público. Cerca de R$ 6 bilhões serão captados pela Caixa via CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e parte poderá ser destinada a imóveis que se enquadram nas condições de financiamento com recursos da poupança. Outra fatia será financiada dentro da linha Pró-Cotista, que beneficia trabalhadores com conta ativa no FGTS e possui juros mais baixos. Para João da Rocha Lima Jr., professor da USP, a Caixa está reformatando o financiamento para mais próximo da realidade de mercado. Segundo ele, famílias têm capacidade de economizar para 20% a 25% do valor do imóvel que pretendem comprar. Para que cheguem a 30% de entrada, geralmente precisam de mais dois anos de economias. "A Caixa pedia poupança de 50%. Não existe cliente para isso, não é compatível com a realidade do mercado", diz Rocha Lima. Para ele, a liquidez do mercado deve melhorar, mas não de forma muito expressiva. Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) diz que houve reflexo negativo no mercado de imóveis usados com o corte na cota financiada pela Caixa, em maio do ano passado. "No ano passado, pela primeira vez foram financiados mais imóveis novos que usados", diz. ERA BARBOSA Parte desse montante para o mercado imobiliário está no pacote de R$ 83 bilhões em crédito a investimentos anunciado pelo governo no final de janeiro. Foi uma das primeiras medidas de Nelson Barbosa como ministro da Fazenda e vai na contramão das ações de ajuste propostas pelo ex-ministro Joaquim Levy no início do segundo mandato de Dilma. Na segunda (7), o governo lançou medidas para destravar investimento em infraestrutura.
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Ministros do PMDB não deixarão cargo, diz Kátia Abreu em mensagem
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A ministra Kátia Abreu (Agricultura) foi flagrada nesta quarta-feira (30), durante a cerimônia de lançamento da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, no Palácio do Planalto, enviando mensagens nas quais afirma que ela e os outros cinco ministros do PMDB decidiram não deixar seus cargos no governo Dilma Rousseff. No texto, ela afirma que a decisão foi tomada "ontem a noite" e cita o local: "casa de Renan", numa referência à residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A ministra diz ainda que ela e os outros cinco correligionários se licenciarão da legenda em "respeito à decisão aprovada". O único que deve ficar fora do governo é Henrique Eduardo Alves, que já havia oficializado sua saída do Ministério do Turismo no último dia 28. A ministra diz ao interlocutor que a informação é segura e pede: "Confia, amigo". A troca de mensagens ocorre menos de 24 horas depois de a direção nacional do PMDB oficializar o fim da aliança com o PT e determinar que todos os seus filiados entreguem cargos na administração federal. Após a publicação das mensagens pela Folha, Kátia Abreu afirmou em sua conta no Twitter que continuará "no Governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise". Ela disse ainda que deixará a presidente "à vontade" caso ela necessite fazer mudanças no ministério para recompor sua base no Congresso. "O importante é que na tempestade estaremos juntos", finalizou. Kátia Abreu Na reunião que selou o desembarque, realizada na tarde desta terça (29), os peemedebistas foram orientados a deixar os cerca de 600 cargos na administração sob a promessa de que aqueles que descumprirem a decisão seriam punidos. O PMDB ainda tem na Esplanada, além de Kátia Abreu, os ministros Mauro Lopes (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos), Eduardo Braga (Minas e Energia), Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). RENAN O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou esta tarde ter interferido em qualquer decisão dos ministros. Segundo o senador, ele apenas os ouviu e não houve consenso nem mesmo entre eles sobre o posicionamento a ser adotado. "Olha, me recusei a opinar sobre nomeação, muito mais sobre exoneração. Não é minha praia." Ele disse ter conversado com Helder Barbalho, Eduardo Braga, Kátia Abreu e Marcelo Castro. "Fiz questão de dizer a eles que, da mesma forma que não quis influir na nomeação deles, muito menos gostaria de influir na exoneração". PMDB no governo PMDB no governo
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Ministros do PMDB não deixarão cargo, diz Kátia Abreu em mensagemA ministra Kátia Abreu (Agricultura) foi flagrada nesta quarta-feira (30), durante a cerimônia de lançamento da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, no Palácio do Planalto, enviando mensagens nas quais afirma que ela e os outros cinco ministros do PMDB decidiram não deixar seus cargos no governo Dilma Rousseff. No texto, ela afirma que a decisão foi tomada "ontem a noite" e cita o local: "casa de Renan", numa referência à residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A ministra diz ainda que ela e os outros cinco correligionários se licenciarão da legenda em "respeito à decisão aprovada". O único que deve ficar fora do governo é Henrique Eduardo Alves, que já havia oficializado sua saída do Ministério do Turismo no último dia 28. A ministra diz ao interlocutor que a informação é segura e pede: "Confia, amigo". A troca de mensagens ocorre menos de 24 horas depois de a direção nacional do PMDB oficializar o fim da aliança com o PT e determinar que todos os seus filiados entreguem cargos na administração federal. Após a publicação das mensagens pela Folha, Kátia Abreu afirmou em sua conta no Twitter que continuará "no Governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise". Ela disse ainda que deixará a presidente "à vontade" caso ela necessite fazer mudanças no ministério para recompor sua base no Congresso. "O importante é que na tempestade estaremos juntos", finalizou. Kátia Abreu Na reunião que selou o desembarque, realizada na tarde desta terça (29), os peemedebistas foram orientados a deixar os cerca de 600 cargos na administração sob a promessa de que aqueles que descumprirem a decisão seriam punidos. O PMDB ainda tem na Esplanada, além de Kátia Abreu, os ministros Mauro Lopes (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos), Eduardo Braga (Minas e Energia), Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). RENAN O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou esta tarde ter interferido em qualquer decisão dos ministros. Segundo o senador, ele apenas os ouviu e não houve consenso nem mesmo entre eles sobre o posicionamento a ser adotado. "Olha, me recusei a opinar sobre nomeação, muito mais sobre exoneração. Não é minha praia." Ele disse ter conversado com Helder Barbalho, Eduardo Braga, Kátia Abreu e Marcelo Castro. "Fiz questão de dizer a eles que, da mesma forma que não quis influir na nomeação deles, muito menos gostaria de influir na exoneração". PMDB no governo PMDB no governo
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Chefe de polícia de Ferguson, onde negro foi morto por policial, renuncia
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O chefe da polícia de Ferguson (Missouri), Thomas Jackson, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (11) após um relatório elaborado pelo Departamento de Justiça dos EUA condenar o assassinato do jovem negro Michael Brown por um policial branco. O pedido de demissão é o mais recente desdobramento do caso, ocorrido em 9 de agosto de 2014. Jackson é o mais recente funcionário a entregar o cargo em Ferguson, nos arredores de Saint Louis, sete meses após Brown ser baleado e morto pelo policial Darren Wilson. O fato foi o estopim para protestos indignados e um debate nacional sobre o endurecimento na lei contra o racismo. "É com profunda tristeza que anuncio minha saída do cargo de chefe de polícia", escreveu em sua carta de demissão, reproduzida pelo jornal "St. Louis Post-Dispatch". "Foi uma honra e um privilégio servir a esta grande cidade, junto a vocês". Há uma semana, o Departamento de Justiça americano divulgou um relatório, rico em detalhes, no qual acusa a polícia de Ferguson de adotar, reiteradamente, práticas racistas quase institucionalizadas. Jackson é o sexto funcionário a pedir demissão em Ferguson. Também estão na lista um juiz municipal e o gestor municipal John Shaw. O prefeito, James Knowles, segue no cargo e prometeu reformas profundas na localidade, onde vivem 21 mil habitantes, dos quais dois terços são negros. Na quarta-feira passada, o Departamento de Justiça disse que não havia provas suficientes para processar o policial Wilson com base na lei federal de direitos civis. O incidente envolvendo Brown, de 18 anos, e Wilson ocorreu no dia 9 de agosto e resultou na morte do rapaz, em uma rua residencial tranquila. Darren Wilson, que não é mais policial em Ferguson, disse que disparou contra Brown porque que o jovem, suspeito de assalto a uma loja, tentou tirar sua arma. Testemunhas insistem que Brown tinha colocado as mãos acima da cabeça, rendendo-se, quando Wilson atirou contra ele. Em novembro, um júri decidiu não indiciar Wilson pelas acusações de assassinato ou homicídio culposo, o que deu início a novos protestos, alguns dos quais violentos.
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Chefe de polícia de Ferguson, onde negro foi morto por policial, renunciaO chefe da polícia de Ferguson (Missouri), Thomas Jackson, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (11) após um relatório elaborado pelo Departamento de Justiça dos EUA condenar o assassinato do jovem negro Michael Brown por um policial branco. O pedido de demissão é o mais recente desdobramento do caso, ocorrido em 9 de agosto de 2014. Jackson é o mais recente funcionário a entregar o cargo em Ferguson, nos arredores de Saint Louis, sete meses após Brown ser baleado e morto pelo policial Darren Wilson. O fato foi o estopim para protestos indignados e um debate nacional sobre o endurecimento na lei contra o racismo. "É com profunda tristeza que anuncio minha saída do cargo de chefe de polícia", escreveu em sua carta de demissão, reproduzida pelo jornal "St. Louis Post-Dispatch". "Foi uma honra e um privilégio servir a esta grande cidade, junto a vocês". Há uma semana, o Departamento de Justiça americano divulgou um relatório, rico em detalhes, no qual acusa a polícia de Ferguson de adotar, reiteradamente, práticas racistas quase institucionalizadas. Jackson é o sexto funcionário a pedir demissão em Ferguson. Também estão na lista um juiz municipal e o gestor municipal John Shaw. O prefeito, James Knowles, segue no cargo e prometeu reformas profundas na localidade, onde vivem 21 mil habitantes, dos quais dois terços são negros. Na quarta-feira passada, o Departamento de Justiça disse que não havia provas suficientes para processar o policial Wilson com base na lei federal de direitos civis. O incidente envolvendo Brown, de 18 anos, e Wilson ocorreu no dia 9 de agosto e resultou na morte do rapaz, em uma rua residencial tranquila. Darren Wilson, que não é mais policial em Ferguson, disse que disparou contra Brown porque que o jovem, suspeito de assalto a uma loja, tentou tirar sua arma. Testemunhas insistem que Brown tinha colocado as mãos acima da cabeça, rendendo-se, quando Wilson atirou contra ele. Em novembro, um júri decidiu não indiciar Wilson pelas acusações de assassinato ou homicídio culposo, o que deu início a novos protestos, alguns dos quais violentos.
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PT enfrenta 'desastre' com resultado em Osasco, onde não elegeu vereador
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O PT não elegeu vereador em Osasco (SP), que já foi um de seus mais fortes redutos eleitorais. O resultado é considerado um dos maiores desastres da legenda. Leia a coluna completa aqui.
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PT enfrenta 'desastre' com resultado em Osasco, onde não elegeu vereadorO PT não elegeu vereador em Osasco (SP), que já foi um de seus mais fortes redutos eleitorais. O resultado é considerado um dos maiores desastres da legenda. Leia a coluna completa aqui.
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Windows, que ajudou a popularizar os computadores pessoais, faz 30 anos
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Há mais de três décadas, quem queria usar um computador precisava decorar comandos e mais comandos. Havia um para copiar arquivos, outro para apagá-los, mais um para abrir uma pasta. Era preciso digitar aquelas palavras uma a uma para ir cumprido tarefas que hoje se completam com alguns cliques, como se estivesse ditando uma receita de bolo à máquina. Então chegou o Macintosh e, com ele, a interface gráfica: um mundo de ícones e botões ao alcance do ponteiro do mouse. O lançamento do computador pessoal da Apple, em 1984, foi mais ou menos como o do iPhone, em 2007, com direito a apresentação espetaculosa do então diretor-executivo Steve Jobs. Havia o design elegante, havia o software perfeitamente integrado ao hardware, havia um gerador de voz –longe de ser razoavelmente inteligente como a Siri, é verdade. E havia janelas. Que se provariam, nas duas décadas seguintes, o calcanhar de aquiles do Macintosh. Enquanto a Apple preparava o lançamento e depois colhia os louros do novo computador pessoal, a empresa de Bill Gates absorvia completamente a ideia dos programas encerrados em pequenas caixas na tela do usuário, com os mesmos botões e ícones. Em 20 de novembro de 1985, a Microsoft –até então longe de fazer sombra a Steve Jobs– lançou a versão 1.0 do seu sistema operacional gráfico, que incorporava a ideia das janelas do Macintosh até mesmo ao nome: era o Windows, que tiraria da Apple a potencial hegemonia no mercado de computadores pessoais, como o Android faria com os smartphones décadas à frente. Em retrospecto, a estratégia era a mesma empreendida hoje pelo Google com seu sistema operacional móvel. Enquanto a Apple aposta no monolito de software e hardware embalado no belo design do iPhone, a gigante de Mountain View planejou um programa capaz de funcionar em dispositivos de vários fabricantes, incluindo de aparelhos muito mais baratos que o iPhone –a geração 6s chegou aqui por, no mínimo, R$ 4.000. A ideia de entregar software a múltiplos fabricantes de hardware rendeu ao Google uma gorda fatia de mercado, segundo dados da IDC sobre vendas de celulares inteligentes. Desde de 2012, o acompanhamento da empresa de pesquisa mostra que o Android foi embarcado no patamar que vai de cerca de 70% a cerca de 80% de smartphones vendidos. No caso dos computadores pessoais, no resto dos anos 80 e em todos os anos 90, a performance da Microsoft foi ainda mais impressionante. No final do milênio, o Windows, em qualquer das suas versões, estava em 97% dos computadores (de acordo com estudo da IDC e do banco Goldman Sachs), feito ainda mais vistoso considerando-se que desktops e laptops correspondiam à quase totalidade de dispositivos computacionais. Apenas 3% de todo o mercado era dividido entre todas as fabricantes que apostaram em arquitetura alternativa ao binômio IBM PC (e seus clones)/Windows. Houve até um tempo em que era a Microsoft, e não a Apple, a atrair um fascínio pop. O sucesso estrondoso do Windows 95, a versão a trazer pela primeira vez o botão "Iniciar", se deveu em parte à campanha publicitária que arregimentou os Rolling Stones e colocou Jennifer Aniston, estrela do seriado "Friends", a ensinar como era simples de usar o novo sistema operacional. Não havia nada de mais amigável no mercado –e os computadores Apple estavam restritos a aplicações gráficas profissionais. Eis que Bill Gates viu bárbaros a espreitar os muros de seu império. Versão após versão, o Windows foi campeão de vendas, mas sucessivas falhas de segurança e instabilidade remetiam seus usuários à famigerada "tela azul da morte", entidade que assombrava os computadores equipados com o sistema da Microsoft. Depois de uma pane geral, nada se podia fazer a não ser reiniciar a máquina e rezar para que os arquivos estivessem a salvo. Além disso, a Microsoft via-se às voltas com um processo antitruste que se arrastaria até 2011 e que começou com a acusação de que Bill Gates estaria forçando o uso do navegador Internet Explorer. O Windows já não era tão legal quanto os Rolling Stones. E então veio o iPod. O lançamento do tocador de música digital tirou a Apple da beira da ruína e trouxe de volta o antigo sex appeal dos produtos imaginados por Steve Jobs e sua equipe de designers e engenheiros talentosos. O usuário comum passou a comprar também os novos computadores da inventora do Macintosh, que abocanhou nos anos seguintes, com o Mac OS, uma fatia importante do espaço ocupado pela Microsoft. Exatos 30 anos depois do primeiro Windows, os sistemas operacionais dos desktops parecem imitar a tendência do mercado de smartphones. Como o Android, o Windows continua a ser a língua franca, a rodar em uma multiplicidade de dispositivos. Numa fatia menor do mercado, o OS X, como o iOS, reina absoluto no território exclusivo dos produtos da Apple.
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Windows, que ajudou a popularizar os computadores pessoais, faz 30 anosHá mais de três décadas, quem queria usar um computador precisava decorar comandos e mais comandos. Havia um para copiar arquivos, outro para apagá-los, mais um para abrir uma pasta. Era preciso digitar aquelas palavras uma a uma para ir cumprido tarefas que hoje se completam com alguns cliques, como se estivesse ditando uma receita de bolo à máquina. Então chegou o Macintosh e, com ele, a interface gráfica: um mundo de ícones e botões ao alcance do ponteiro do mouse. O lançamento do computador pessoal da Apple, em 1984, foi mais ou menos como o do iPhone, em 2007, com direito a apresentação espetaculosa do então diretor-executivo Steve Jobs. Havia o design elegante, havia o software perfeitamente integrado ao hardware, havia um gerador de voz –longe de ser razoavelmente inteligente como a Siri, é verdade. E havia janelas. Que se provariam, nas duas décadas seguintes, o calcanhar de aquiles do Macintosh. Enquanto a Apple preparava o lançamento e depois colhia os louros do novo computador pessoal, a empresa de Bill Gates absorvia completamente a ideia dos programas encerrados em pequenas caixas na tela do usuário, com os mesmos botões e ícones. Em 20 de novembro de 1985, a Microsoft –até então longe de fazer sombra a Steve Jobs– lançou a versão 1.0 do seu sistema operacional gráfico, que incorporava a ideia das janelas do Macintosh até mesmo ao nome: era o Windows, que tiraria da Apple a potencial hegemonia no mercado de computadores pessoais, como o Android faria com os smartphones décadas à frente. Em retrospecto, a estratégia era a mesma empreendida hoje pelo Google com seu sistema operacional móvel. Enquanto a Apple aposta no monolito de software e hardware embalado no belo design do iPhone, a gigante de Mountain View planejou um programa capaz de funcionar em dispositivos de vários fabricantes, incluindo de aparelhos muito mais baratos que o iPhone –a geração 6s chegou aqui por, no mínimo, R$ 4.000. A ideia de entregar software a múltiplos fabricantes de hardware rendeu ao Google uma gorda fatia de mercado, segundo dados da IDC sobre vendas de celulares inteligentes. Desde de 2012, o acompanhamento da empresa de pesquisa mostra que o Android foi embarcado no patamar que vai de cerca de 70% a cerca de 80% de smartphones vendidos. No caso dos computadores pessoais, no resto dos anos 80 e em todos os anos 90, a performance da Microsoft foi ainda mais impressionante. No final do milênio, o Windows, em qualquer das suas versões, estava em 97% dos computadores (de acordo com estudo da IDC e do banco Goldman Sachs), feito ainda mais vistoso considerando-se que desktops e laptops correspondiam à quase totalidade de dispositivos computacionais. Apenas 3% de todo o mercado era dividido entre todas as fabricantes que apostaram em arquitetura alternativa ao binômio IBM PC (e seus clones)/Windows. Houve até um tempo em que era a Microsoft, e não a Apple, a atrair um fascínio pop. O sucesso estrondoso do Windows 95, a versão a trazer pela primeira vez o botão "Iniciar", se deveu em parte à campanha publicitária que arregimentou os Rolling Stones e colocou Jennifer Aniston, estrela do seriado "Friends", a ensinar como era simples de usar o novo sistema operacional. Não havia nada de mais amigável no mercado –e os computadores Apple estavam restritos a aplicações gráficas profissionais. Eis que Bill Gates viu bárbaros a espreitar os muros de seu império. Versão após versão, o Windows foi campeão de vendas, mas sucessivas falhas de segurança e instabilidade remetiam seus usuários à famigerada "tela azul da morte", entidade que assombrava os computadores equipados com o sistema da Microsoft. Depois de uma pane geral, nada se podia fazer a não ser reiniciar a máquina e rezar para que os arquivos estivessem a salvo. Além disso, a Microsoft via-se às voltas com um processo antitruste que se arrastaria até 2011 e que começou com a acusação de que Bill Gates estaria forçando o uso do navegador Internet Explorer. O Windows já não era tão legal quanto os Rolling Stones. E então veio o iPod. O lançamento do tocador de música digital tirou a Apple da beira da ruína e trouxe de volta o antigo sex appeal dos produtos imaginados por Steve Jobs e sua equipe de designers e engenheiros talentosos. O usuário comum passou a comprar também os novos computadores da inventora do Macintosh, que abocanhou nos anos seguintes, com o Mac OS, uma fatia importante do espaço ocupado pela Microsoft. Exatos 30 anos depois do primeiro Windows, os sistemas operacionais dos desktops parecem imitar a tendência do mercado de smartphones. Como o Android, o Windows continua a ser a língua franca, a rodar em uma multiplicidade de dispositivos. Numa fatia menor do mercado, o OS X, como o iOS, reina absoluto no território exclusivo dos produtos da Apple.
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Dólar fecha a R$ 3,095 e cai ao menor nível em quase 6 meses; Bolsa recua
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O dólar caiu pela sétima sessão seguida e atingiu o menor valor em quase seis meses após depoimento do ex-ministro Antonio Palocci turvar a situação política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os investidores também ponderaram sinalizações de membros do banco central americano de que não haverá novo aumento de juros nos EUA neste ano. O dólar comercial fechou em baixa de 0,25%, para R$ 3,095, o menor valor desde 21 de março (R$ 3,091). Na semana, a queda foi de 1,68%. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 0,39%, para R$ 3,088 –desvalorização de 1,46% na semana. É o nível mais baixo desde 20 de março deste ano, quando a moeda encerrou a R$ 3,078. No mercado acionário, os investidores aproveitaram para embolsar lucro após a Bolsa ter quase superado seu teto histórico de fechamento na sessão da última quarta (6). O Ibovespa, índice que reúne os papéis mais negociados, recuou 0,45%, para 73.078 pontos. Na semana, teve alta de 1,6%. Dois fatores principais contribuíram para a desvalorização do dólar nesta sessão. O primeiro veio do exterior, com discurso do presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley. Ele indicou que os juros nos EUA devem subir gradativamente por causa da inflação baixa, mas evitou dizer se espera um aumento neste ano. De acordo com dados da Bloomberg, a probabilidade de um aumento na reunião do Fed de dezembro é de apenas 25,4%. Essa menor chance de alta dos juros nos EUA fez com que 25 das 31 principais moedas do mundo ganhassem força em relação ao dólar nesta sexta. Do lado doméstico, os investidores repercutiram o depoimento de Palocci ao juiz Sergio Moro. O ex-ministro afirmou que o ex-presidente avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados. "O Palocci acaba tirando o Lula do radar, reduzindo o potencial do Lula nas próximas eleições. O depoimento também dá munição para o Moro em uma segunda condenação", destaca Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. Um eventual governo petista é encarado pelos investidores como um risco de reversão da agenda reformista promovida pelo presidente Michel Temer e que agrada ao mercado. O próprio PT tenta avaliar o impacto do depoimento, mas já se prepara para lançar um nome caso Lula seja considerado inelegível. Nesta sexta, o CDS (credit default swap, medida de risco-país) recuou 0,49%, para 181,5 pontos. É o menor patamar desde 9 de dezembro de 2014. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos nesta sexta. A taxa do contrato que vence em janeiro de 2018 se manteve estável em 7,660%. A taxa para janeiro de 2019 subiu de 7,620% para 7,630%. AÇÕES O dia foi ruim para as commodities, que pesaram e pressionaram o Ibovespa em baixa. Das 59 ações negociadas no índice, 37 subiram, 21 caíram e uma fechou estável. A maior queda foi registrada pela Gerdau, que recuou 5,34%. A segunda maior ficou com a metalúrgica Gerdau, com perda de 4,33%. As ações da Vale também tiveram forte baixa nesta sessão. Os papéis ordinários da mineradora caíram 3,69%, para R$ 34,48. As ações preferenciais perderam 4,01%, para R$ 31,84. Os preços do minério de ferro se desvalorizaram 1,65%. A Petrobras recuou, acompanhando a forte desvalorização do petróleo. Os contratos futuros da commodity nos Estados Unidos caíram mais de 3% nesta sexta-feira, por preocupações de que a demanda por energia seja fortemente abalada pelo furacão Irma, uma das tempestades mais fortes em um século, que caminha em direção à Flórida e ao sudeste dos EUA. Os papéis preferenciais da Petrobras caíram 2,06%, para R$ 14,71. As ações ordinárias fecharam em baixa de 2%, para R$ 15,19. No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 0,12%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 0,79%, e as ordinárias subiram 0,30%. O Banco do Brasil teve desvalorização de 0,31%. E as units –conjunto de ações– do Santander Brasil se depreciaram 1,51%.
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mercado
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Dólar fecha a R$ 3,095 e cai ao menor nível em quase 6 meses; Bolsa recuaO dólar caiu pela sétima sessão seguida e atingiu o menor valor em quase seis meses após depoimento do ex-ministro Antonio Palocci turvar a situação política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os investidores também ponderaram sinalizações de membros do banco central americano de que não haverá novo aumento de juros nos EUA neste ano. O dólar comercial fechou em baixa de 0,25%, para R$ 3,095, o menor valor desde 21 de março (R$ 3,091). Na semana, a queda foi de 1,68%. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 0,39%, para R$ 3,088 –desvalorização de 1,46% na semana. É o nível mais baixo desde 20 de março deste ano, quando a moeda encerrou a R$ 3,078. No mercado acionário, os investidores aproveitaram para embolsar lucro após a Bolsa ter quase superado seu teto histórico de fechamento na sessão da última quarta (6). O Ibovespa, índice que reúne os papéis mais negociados, recuou 0,45%, para 73.078 pontos. Na semana, teve alta de 1,6%. Dois fatores principais contribuíram para a desvalorização do dólar nesta sessão. O primeiro veio do exterior, com discurso do presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley. Ele indicou que os juros nos EUA devem subir gradativamente por causa da inflação baixa, mas evitou dizer se espera um aumento neste ano. De acordo com dados da Bloomberg, a probabilidade de um aumento na reunião do Fed de dezembro é de apenas 25,4%. Essa menor chance de alta dos juros nos EUA fez com que 25 das 31 principais moedas do mundo ganhassem força em relação ao dólar nesta sexta. Do lado doméstico, os investidores repercutiram o depoimento de Palocci ao juiz Sergio Moro. O ex-ministro afirmou que o ex-presidente avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados. "O Palocci acaba tirando o Lula do radar, reduzindo o potencial do Lula nas próximas eleições. O depoimento também dá munição para o Moro em uma segunda condenação", destaca Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. Um eventual governo petista é encarado pelos investidores como um risco de reversão da agenda reformista promovida pelo presidente Michel Temer e que agrada ao mercado. O próprio PT tenta avaliar o impacto do depoimento, mas já se prepara para lançar um nome caso Lula seja considerado inelegível. Nesta sexta, o CDS (credit default swap, medida de risco-país) recuou 0,49%, para 181,5 pontos. É o menor patamar desde 9 de dezembro de 2014. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos nesta sexta. A taxa do contrato que vence em janeiro de 2018 se manteve estável em 7,660%. A taxa para janeiro de 2019 subiu de 7,620% para 7,630%. AÇÕES O dia foi ruim para as commodities, que pesaram e pressionaram o Ibovespa em baixa. Das 59 ações negociadas no índice, 37 subiram, 21 caíram e uma fechou estável. A maior queda foi registrada pela Gerdau, que recuou 5,34%. A segunda maior ficou com a metalúrgica Gerdau, com perda de 4,33%. As ações da Vale também tiveram forte baixa nesta sessão. Os papéis ordinários da mineradora caíram 3,69%, para R$ 34,48. As ações preferenciais perderam 4,01%, para R$ 31,84. Os preços do minério de ferro se desvalorizaram 1,65%. A Petrobras recuou, acompanhando a forte desvalorização do petróleo. Os contratos futuros da commodity nos Estados Unidos caíram mais de 3% nesta sexta-feira, por preocupações de que a demanda por energia seja fortemente abalada pelo furacão Irma, uma das tempestades mais fortes em um século, que caminha em direção à Flórida e ao sudeste dos EUA. Os papéis preferenciais da Petrobras caíram 2,06%, para R$ 14,71. As ações ordinárias fecharam em baixa de 2%, para R$ 15,19. No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 0,12%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 0,79%, e as ordinárias subiram 0,30%. O Banco do Brasil teve desvalorização de 0,31%. E as units –conjunto de ações– do Santander Brasil se depreciaram 1,51%.
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Papéis trocados
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Na CPI da Petrobras, vigora "a moral da gangue"; entre os deputados encarregados de examinar o escândalo predomina um espírito de "vingança, intimidação e corrupção". Quer-se, enfim, abafar e desmoralizar a investigação. Não é a menor ironia, em meio a todo o escândalo de corrupção na Petrobras, que fraseologia tão contundente tenha partido não de um membro do Ministério Público ou da Polícia Federal, e sim dos advogados de um lobista –alguém acusado de se dedicar ao acerto de propinas e ao trato com participantes de um esquema criminoso. Pior: embora provenha dos defensores de um lobista confesso, o tom moralizante e indignado dessa avaliação sem dúvida se justifica. Há razões para supor que partem do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pressões consistentes no sentido de evitar que se dê crédito a depoimentos capazes de envolvê-lo nas irregularidades desveladas. Inicialmente, o lobista Julio Camargo preservara o deputado de qualquer acusação nos depoimentos que prestava, dentro de um acordo de delação premiada. Muda, entretanto, o seu testemunho. Conta que Cunha exigira, por intermédio de um operador do PMDB, a soma de US$ 5 milhões como recompensa por aquisições de navios pela Petrobras. Feita a nova acusação, eis que ocorre uma reviravolta. A então defensora de Camargo, Beatriz Catta Preta, abandona o caso. Na quinta (30), a advogada concedeu entrevista ao "Jornal Nacional". Insinuações gravíssimas, mas às quais faltaram maior concretude, entreteceram seu discurso. Sem citar Cunha, disse ter sofrido ameaças e intimidações por parte de aliados do peemedebista. Semanas atrás, o doleiro Alberto Youssef afirmara algo semelhante diante do juiz federal Sergio Moro. Provieram do deputado Celso Pansera, do mesmo PMDB fluminense, requerimentos para quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico da ex-mulher e de duas filhas de Youssef. Quanto a Catta Preta, o parlamentar a convocava para comparecer à CPI. Caso prosperasse, a iniciativa de Pansera constituiria verdadeira aberração. Nunca, nos quadros de uma CPI, ter-se-á tentado desqualificar uma denúncia investigando o advogado do delator. A comissão passa a defender os suspeitos e a atacar os acusadores. O direito ao sigilo profissional de Beatriz Catta Preta foi garantido por Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. "É inadmissível", disse o ministro, "que autoridades com poderes investigativos desbordem de suas atribuições para transformar defensores em investigados." Ao que parece, no mundo de Eduardo Cunha e dos que o sustentam na CPI, essa lição ainda está por ser aprendida. [email protected]
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opiniao
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Papéis trocadosNa CPI da Petrobras, vigora "a moral da gangue"; entre os deputados encarregados de examinar o escândalo predomina um espírito de "vingança, intimidação e corrupção". Quer-se, enfim, abafar e desmoralizar a investigação. Não é a menor ironia, em meio a todo o escândalo de corrupção na Petrobras, que fraseologia tão contundente tenha partido não de um membro do Ministério Público ou da Polícia Federal, e sim dos advogados de um lobista –alguém acusado de se dedicar ao acerto de propinas e ao trato com participantes de um esquema criminoso. Pior: embora provenha dos defensores de um lobista confesso, o tom moralizante e indignado dessa avaliação sem dúvida se justifica. Há razões para supor que partem do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pressões consistentes no sentido de evitar que se dê crédito a depoimentos capazes de envolvê-lo nas irregularidades desveladas. Inicialmente, o lobista Julio Camargo preservara o deputado de qualquer acusação nos depoimentos que prestava, dentro de um acordo de delação premiada. Muda, entretanto, o seu testemunho. Conta que Cunha exigira, por intermédio de um operador do PMDB, a soma de US$ 5 milhões como recompensa por aquisições de navios pela Petrobras. Feita a nova acusação, eis que ocorre uma reviravolta. A então defensora de Camargo, Beatriz Catta Preta, abandona o caso. Na quinta (30), a advogada concedeu entrevista ao "Jornal Nacional". Insinuações gravíssimas, mas às quais faltaram maior concretude, entreteceram seu discurso. Sem citar Cunha, disse ter sofrido ameaças e intimidações por parte de aliados do peemedebista. Semanas atrás, o doleiro Alberto Youssef afirmara algo semelhante diante do juiz federal Sergio Moro. Provieram do deputado Celso Pansera, do mesmo PMDB fluminense, requerimentos para quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico da ex-mulher e de duas filhas de Youssef. Quanto a Catta Preta, o parlamentar a convocava para comparecer à CPI. Caso prosperasse, a iniciativa de Pansera constituiria verdadeira aberração. Nunca, nos quadros de uma CPI, ter-se-á tentado desqualificar uma denúncia investigando o advogado do delator. A comissão passa a defender os suspeitos e a atacar os acusadores. O direito ao sigilo profissional de Beatriz Catta Preta foi garantido por Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. "É inadmissível", disse o ministro, "que autoridades com poderes investigativos desbordem de suas atribuições para transformar defensores em investigados." Ao que parece, no mundo de Eduardo Cunha e dos que o sustentam na CPI, essa lição ainda está por ser aprendida. [email protected]
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Schüler: cooperação intelectual é desafio de 'Fronteiras do Pensamento'
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A cooperação supõe uma estética. Kant já sabia disso quando insistia que deveríamos fazer um uso público da razão como "eruditos", com ideias "bem examinadas" e preferencialmente "por escrito". São sugestões feitas nos termos do final do século 18, mas seu sentido é claro: o exercício intelectual supõe cuidado. Há nele um elemento precário. É um esforço cooperativo que pode perder-se, de uma hora para outra. Eis um tema para a cultura contemporânea. Talvez nos tenhamos esquecido da ideia do cuidado. A internet se transforma, como bem definiu Cass Sustein, em um "imenso universo do nós-contra-eles". Arrisco-me a dizer que se trata de uma circunstância inesperada. No início dos 1990, quando o mundo digital ainda se desenhava, e, talvez na euforia pós-queda do Muro de Berlim, havia a esperança de que a internet pavimentasse a estrada para a "grande ágora global". Ainda me lembro do projeto WAM, que conheci em um sótão de Barcelona, em 1997. Seu objetivo era produzir uma música global, feita da fusão de ritmos de todo o planeta, para ser ouvida nas primeiras horas do ano 2000. Ciberutopia feita por gente jovem, perfeita para aqueles tempos. Seria o primeiro ato da "sociedade civil mundial". Veja imagens O projeto pode não ter vingado, mas está surgindo algo próximo a uma sociedade civil mundial. Com seus anjos e seus demônios. ONGs como a Oxfand multiplicaram sua capacidade de arrecadar e financiar projetos, e o vídeo Kony 2012 foi visto por mais de 100 milhões, ajudando a frear a ação do genocida Joseph Kony, em Uganda. Ao mesmo tempo, mais de 50 mil contas no Twitter apoiam o Estado Islâmico, e exemplos se multiplicam nesta direção. O ponto crucial é: a internet torna crescentemente visível o que antes era invisível. E nos condena a viver juntos. Com nossos humores, idiossincrasias e impaciências. Na vida cotidiana, antes de tudo. O sujeito acorda e dá de cara, na rede social, com o velho amigo da faculdade chamando de "ladrão" seu político favorito. O colega do escritório diz que todos os que foram à passeata eram "coxinhas". E você estava lá. Pode ser pior. Alguém fará piada com suas crenças mais arraigadas no tocante a religião, orientação sexual ou valores éticos. Você terá que observar em silêncio. Exercer a complacência. Ou, quem sabe, apostar no conflito. Uma alternativa é a exclusão da diferença. Richard Sennett, em "Juntos", cita um estudo de Robert Puttnam mostrando como a vivência com a diferença, em vez de nos aproximar do outro, nos incentiva ao retiro e produz um movimento contínuo de tribalização da vida social. A ideia de tribalização foi pensada, originalmente, para a vida nas grandes cidades. Mas a lógica se repete no mundo digital. Redes sociais funcionam como máquinas simplificadoras, para retirar complexidade do pensamento. Retirar a nuance, o tom, fechar o espaço da dúvida. Reagir a isso supõe estar disposto a concessões. O uso do subjuntivo, por exemplo. Sennett observa que um "talvez" pode transformar uma conversa em exercício cooperativo. "A máquina social", diz, "funciona melhor quando as pessoas não se comportam com excesso de ênfase". Vai aí um dos desafios da série Fronteiras do Pensamento deste ano: criar um espaço em que a dúvida, o prazer das ideias e o gosto pela cooperação intelectual vençam o jogo. E Sennett é um dos convidados. Quem sabe um bom exercício sobre "como viver juntos". FERNANDO L. SCHÜLER é curador do Fronteiras do Pensamento e professor titular da cátedra Palavra Aberta, do Insper
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ilustrada
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Schüler: cooperação intelectual é desafio de 'Fronteiras do Pensamento'A cooperação supõe uma estética. Kant já sabia disso quando insistia que deveríamos fazer um uso público da razão como "eruditos", com ideias "bem examinadas" e preferencialmente "por escrito". São sugestões feitas nos termos do final do século 18, mas seu sentido é claro: o exercício intelectual supõe cuidado. Há nele um elemento precário. É um esforço cooperativo que pode perder-se, de uma hora para outra. Eis um tema para a cultura contemporânea. Talvez nos tenhamos esquecido da ideia do cuidado. A internet se transforma, como bem definiu Cass Sustein, em um "imenso universo do nós-contra-eles". Arrisco-me a dizer que se trata de uma circunstância inesperada. No início dos 1990, quando o mundo digital ainda se desenhava, e, talvez na euforia pós-queda do Muro de Berlim, havia a esperança de que a internet pavimentasse a estrada para a "grande ágora global". Ainda me lembro do projeto WAM, que conheci em um sótão de Barcelona, em 1997. Seu objetivo era produzir uma música global, feita da fusão de ritmos de todo o planeta, para ser ouvida nas primeiras horas do ano 2000. Ciberutopia feita por gente jovem, perfeita para aqueles tempos. Seria o primeiro ato da "sociedade civil mundial". Veja imagens O projeto pode não ter vingado, mas está surgindo algo próximo a uma sociedade civil mundial. Com seus anjos e seus demônios. ONGs como a Oxfand multiplicaram sua capacidade de arrecadar e financiar projetos, e o vídeo Kony 2012 foi visto por mais de 100 milhões, ajudando a frear a ação do genocida Joseph Kony, em Uganda. Ao mesmo tempo, mais de 50 mil contas no Twitter apoiam o Estado Islâmico, e exemplos se multiplicam nesta direção. O ponto crucial é: a internet torna crescentemente visível o que antes era invisível. E nos condena a viver juntos. Com nossos humores, idiossincrasias e impaciências. Na vida cotidiana, antes de tudo. O sujeito acorda e dá de cara, na rede social, com o velho amigo da faculdade chamando de "ladrão" seu político favorito. O colega do escritório diz que todos os que foram à passeata eram "coxinhas". E você estava lá. Pode ser pior. Alguém fará piada com suas crenças mais arraigadas no tocante a religião, orientação sexual ou valores éticos. Você terá que observar em silêncio. Exercer a complacência. Ou, quem sabe, apostar no conflito. Uma alternativa é a exclusão da diferença. Richard Sennett, em "Juntos", cita um estudo de Robert Puttnam mostrando como a vivência com a diferença, em vez de nos aproximar do outro, nos incentiva ao retiro e produz um movimento contínuo de tribalização da vida social. A ideia de tribalização foi pensada, originalmente, para a vida nas grandes cidades. Mas a lógica se repete no mundo digital. Redes sociais funcionam como máquinas simplificadoras, para retirar complexidade do pensamento. Retirar a nuance, o tom, fechar o espaço da dúvida. Reagir a isso supõe estar disposto a concessões. O uso do subjuntivo, por exemplo. Sennett observa que um "talvez" pode transformar uma conversa em exercício cooperativo. "A máquina social", diz, "funciona melhor quando as pessoas não se comportam com excesso de ênfase". Vai aí um dos desafios da série Fronteiras do Pensamento deste ano: criar um espaço em que a dúvida, o prazer das ideias e o gosto pela cooperação intelectual vençam o jogo. E Sennett é um dos convidados. Quem sabe um bom exercício sobre "como viver juntos". FERNANDO L. SCHÜLER é curador do Fronteiras do Pensamento e professor titular da cátedra Palavra Aberta, do Insper
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Empresa brasileira Taurus vendeu armamentos a traficante do Iêmen
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Maior fabricante de armas da América Latina, a brasileira Forjas Taurus vendeu armamento a um conhecido traficante iemenita que enviou as armas ao seu país em guerra civil, em um ato de violação a sanções internacionais, de acordo com documentos judiciais que a Reuters teve acesso. As vendas foram negociadas e fechadas, segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal à Justiça Federal do Rio Grande do Sul, apesar de a empresa saber das restrições de negócios com o iemenita Fares Mohammed Mana'a, listado pela ONU como um dos maiores traficantes internacionais de armas. Os procuradores acusaram em maio dois ex-executivos da Taurus de enviar 8.000 pistolas e revólveres de uso exclusivo das forças policiais para Mana'a, que atua na região do Chifre da África, também conhecida como península Somali, há mais de uma década. As armas foram supostamente enviadas pela Taurus para Djibuti e redirecionadas para o Iêmen por Mana'a, de acordo com documentos judiciais. Na lista de países sob embargo da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2014 e também do governo dos Estados Unidos, o Iêmen, localizado no Oriente Médio, na extremidade sudoeste da Península Arábica, vem sendo desde o início do ano passado castigado por uma guerra civil brutal, que já matou milhares de militares e civis, com os rebeldes houthis apoiados pelo Irã desafiando o governo aliado da Arábia Saudita. Devido ao embargo, o Iêmen não pode receber armas de nenhum porte. O conflito deixou, nos últimos 18 meses, ao menos 10 mil mortos no país, incluindo cerca de 4.000 civis, segundo a ONU. A ação penal, que foi aberta pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul e corre em segredo de Justiça, afirma que os ex-executivos da empresa Eduardo Pezzuol (gerente de exportação) e Leonardo Sperry (supervisor de exportação) fecharam em 2013 a venda de US$ 2 milhões em armas para Mana'a. Em 2015, negociavam uma segunda entrega, desta vez de 11 mil pistolas e revólveres, quando foram surpreendidos por uma investigação da Polícia Federal. "Se a autoridade policial não tivesse surpreendido a parceria comercial entre a Taurus e o traficante, novas encomendas certamente seriam feitas", diz o texto da denúncia feita pelo Ministério Público. A denúncia cita tabelas encontradas em computadores da Taurus que mostram pagamentos periódicos de Mana'a à empresa desde 2013. O caso pode prejudicar a Taurus, sediada no Rio Grande Sul, que é uma importante fornecedora de armas para as polícias e as Forças Armadas do Brasil, além de ser uma das cinco maiores fabricantes de pistolas e revólveres para o mercado dos Estados Unidos, onde vende três quartos de sua produção. O Brasil é o quarto maior exportador mundial de armas de pequeno porte. OUTRO LADO A empresa em si até agora não foi denunciada. O Ministério Público concentra o processo, por enquanto, nos dois ex-executivos da empresa que comandaram as negociações. A denúncia do Ministério Público, no entanto, deixa claro que os procuradores veem responsabilidade direta da Taurus, que teria usado Mana'a e suas empresas como um distribuidor no Oriente Médio e na África, para outros países além do Iêmen, incluindo Sudão, Sudão do Sul e Etiópia. Procurados pela Reuters, os executivos não responderam aos e-mails. O advogado dos acusados, Alexandre Wunderlich, afirmou, também por e-mail, que a denúncia do MPF "não revela a verdade dos fatos" e que "todos os atos que são objeto do processo foram praticados no âmbito exclusivo da empresa e amparados na legalidade". Não quis, no entanto, tratar do assunto em detalhes alegando que o processo está em segredo de Justiça. A Taurus afirmou à Reuters que não é parte do processo e "tampouco foi formalmente acusada". Por e-mail, disse que "está acompanhando o processo na condição de interessada, uma vez que adotou postura colaborativa e está auxiliando a Justiça na elucidação dos fatos" e que, "considerando que o processo está tramitando em segredo de Justiça, a companhia não está autorizada a fornecer quaisquer detalhes sobre o caso". Na tarde desta segunda (5), a empresa emitiu um fato relevante ressaltando os pontos acima —especialmente o fato de estar colaborando com as investigações e de a venda ter sido realizada ao governo do Djibuti, sobre o qual não pesam sanções. Segundo a Taurus, foram "observados todos os procedimentos legais aplicáveis e obtidas todas as autorizações e licenças necessárias à época para a efetivação da operação". EXECUTIVOS Os então executivos da Taurus chegaram a trazer Mana'a ao Brasil, de acordo com os documentos do Ministério Público, em janeiro de 2015, com a justificativa de uma visita à fábrica da empresa no Rio Grande do Sul. Sperry e Pezzuol pediram ao Ministério das Relações Exteriores, em nome da Taurus, uma carta-convite para Fares Mana'a. O documento foi negado sob a alegação de que o "empresário" vinha de um país com restrições para transações comerciais. Os procuradores acusam, na denúncia, a Taurus de ter então tentado conseguir um falso passaporte do Djibuti para Mana'a, em uma tentativa de dar mais veracidade à história criada para o traficante, mas o esquema não funcionou. Ainda assim, o iemenita entrou no Brasil em 21 de janeiro de 2015, usando outro documento com nome e data de nascimento falsos, segundo a denúncia. Incluído na lista da ONU como traficante internacional de armas em 2010, Mana'a é acusado de suprir armas para o grupo extremista somali Al Shabaab e para piratas da região. De acordo com o relatório da ONU, o iemenita negocia armas na região do Chifre da África, também conhecida como península Somali, e na Europa Oriental desde 2003. O iemenita teve, entre outras sanções, ativos congelados nos Estados Unidos e tem uma pena de banimento de viagens. "Não há como a Taurus e seus funcionários alegarem desconhecimento dos feitos atribuídos a Mana'a, pois Leonardo Sperry declarou (em depoimento) que é praxe da Taurus pesquisar na internet sobre pessoas convidadas ao Brasil", diz a denúncia do MPF. O caso foi descoberto pela Polícia Federal em setembro de 2015. Os dois executivos foram então chamados para depor e confessaram as negociações com Mana'a. Logo depois do depoimento, Sperry enviou um e-mail a Mana'a informando que as negociações para a segunda venda teriam que ser suspensas "devido a recentes contatos com as autoridades brasileiras". Em 4 de novembro de 2015 foi realizada uma operação de busca e apreensão na Taurus e foram levados computadores e documentos. Nesses computadores, a Polícia Federal e o MPF encontraram dezenas de correios eletrônicos que confirmam as negociações e mostram, inclusive, que a empresa sabia das restrições de comércio com Mana'a e o Iêmen e buscou alternativas para driblaras sanções internacionais. Em um dos e-mails, Pezzuol afirma que "caso a Taurus decida vender ao Iêmen, o caminho parece ser através de Mohammed Mana'a", que abriu uma nova rota por meio do Djibuti, pequeno país do nordeste da África, onde, exatamente do outro lado do estreito de Bab al-Mandad, está o Iêmen. "ENTREPOSTO FICTÍCIO" De acordo com os documentos do MPF, há indícios que a relação da Taurus com o traficante vem desde 2007, vários anos antes dos primeiros relatórios da ONU apontarem que o iemenita estaria fornecendo armas ilegalmente para soldados na guerra civil da Somália. Entre 2011 e 2012, as negociações teriam sido suspensas, com a entrada definitiva de Mana'a na lista de traficantes internacionais de armas pela ONU e pelos EUA. É a partir daí que a entrega de armas a Mana'a passa a ser por meio do Djibuti e com laranjas de Mana'a tomando a frente do negócio. "Em 14 de outubro de 2013, a Taurus obteve uma autorização prévia para exportação, número 788/2013, expedida pelo Comando Militar do Sul, de 8 mil armas para o 'Ministry of Defence and National Security' do Djibouti", diz a denúncia. A autorização, segundo a denúncia, foi usada falsamente para enviar armas ao Iêmen. "(Os executivos) se valeram de fraude para simular o destino real do armamento, bem como para ocultar o envolvimento do também denunciado Fares Mana'a, uma vez que se tratava de país sob embargo internacional e pessoa sancionada pelas Nações Unidas", diz a denúncia. Em março de 2015, uma nova leva de armas foi preparada para ser enviada a Mana'a usando a rota do Djibuti, segundo os procuradores. Um analista de exportação da empresa de logística Amazon Freight Forwarders, responsável pela entrega, pediu repetidamente por e-mail os contatos de quem receberia a carga no Djibuti, mas sem sucesso. Todas as informações repassadas à empresa eram de pessoas no Iêmen. "Djibuti era um 'entreposto fictício' para exportação", diz a denúncia. "Restou claro como a empresa Taurus se valia de notório traficante internacional de armas, que faria a triangulação das mercadorias para outros países, especialmente para o Iêmen", diz a denúncia. As duas empresas de fachada de Mana'a, Itkhan e Al Sharq Fishing and Fish, seriam usadas para negociar o armamento enviado pela Taurus, segundo a denúncia. No final de maio deste ano, o juiz Ricardo Borne, da 11ª Vara Federal de Porto Alegre, aceitou a denúncia contra Pezzuol e Sperry e determinou a inclusão de Mana'a na lista de procurados da Interpol, além de pedir o levantamento das contas bancárias da Forjas Taurus para possível posterior sequestro de valores. Os dois executivos são acusados, assim como Mana'a, de tráfico internacional de armas, pelo artigo 18 da lei 10.826, pela qual é proibido "importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente". O juiz também determinou a expedição de ofícios para que sejam notificadas as embaixadas dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Egito, além do Ministério das Relações Exteriores e ONU, revelando as investigações contra a empresa por venda ilegal de armas. A decisão, no entanto, foi suspensa dois dias depois por uma liminar do desembargador João Pedro Gebran Neto, da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª região, a pedido da Taurus. A empresa alegou que a expedição de ofícios poderia trazer "prejuízos econômicos" para a companhia. Até agora, no entanto, a ação penal se concentra nos dois executivos que, de acordo com seus currículos na rede LinkedIn, deixaram a Taurus logo depois de serem denunciados pelo MPF. Ambos trabalham atualmente em uma empresa de cerâmicas em Santa Catarina. Mana'a, que foi governador, entre 2011 e 2014, do distrito de Sa'dah, um reduto dos rebeldes houthis, no Iêmen, não foi encontrado para responder às acusações. A Justiça brasileira divulgou um edital de citação, usado para intimar e processar Mana'a à revelia. A venda ilegal de armas para um traficante e para um país sob sanção da ONU pode trazer enormes prejuízos econômicos à empresa. A própria ONU pode estabelecer sanções contra a Taurus, de acordo com a legislação internacional adotada pelo Conselho de Segurança da organização. Além disso, a empresa possui uma fábrica nos Estados Unidos -Taurus International Manufactoring Inc-, que pode vir ser afetada se for acusada de descumprir sanções impostas pelo governo norte-americano. Colaboraram BRAD HAYNES e MARIA PIA PALERMO
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mundo
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Empresa brasileira Taurus vendeu armamentos a traficante do IêmenMaior fabricante de armas da América Latina, a brasileira Forjas Taurus vendeu armamento a um conhecido traficante iemenita que enviou as armas ao seu país em guerra civil, em um ato de violação a sanções internacionais, de acordo com documentos judiciais que a Reuters teve acesso. As vendas foram negociadas e fechadas, segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal à Justiça Federal do Rio Grande do Sul, apesar de a empresa saber das restrições de negócios com o iemenita Fares Mohammed Mana'a, listado pela ONU como um dos maiores traficantes internacionais de armas. Os procuradores acusaram em maio dois ex-executivos da Taurus de enviar 8.000 pistolas e revólveres de uso exclusivo das forças policiais para Mana'a, que atua na região do Chifre da África, também conhecida como península Somali, há mais de uma década. As armas foram supostamente enviadas pela Taurus para Djibuti e redirecionadas para o Iêmen por Mana'a, de acordo com documentos judiciais. Na lista de países sob embargo da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2014 e também do governo dos Estados Unidos, o Iêmen, localizado no Oriente Médio, na extremidade sudoeste da Península Arábica, vem sendo desde o início do ano passado castigado por uma guerra civil brutal, que já matou milhares de militares e civis, com os rebeldes houthis apoiados pelo Irã desafiando o governo aliado da Arábia Saudita. Devido ao embargo, o Iêmen não pode receber armas de nenhum porte. O conflito deixou, nos últimos 18 meses, ao menos 10 mil mortos no país, incluindo cerca de 4.000 civis, segundo a ONU. A ação penal, que foi aberta pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul e corre em segredo de Justiça, afirma que os ex-executivos da empresa Eduardo Pezzuol (gerente de exportação) e Leonardo Sperry (supervisor de exportação) fecharam em 2013 a venda de US$ 2 milhões em armas para Mana'a. Em 2015, negociavam uma segunda entrega, desta vez de 11 mil pistolas e revólveres, quando foram surpreendidos por uma investigação da Polícia Federal. "Se a autoridade policial não tivesse surpreendido a parceria comercial entre a Taurus e o traficante, novas encomendas certamente seriam feitas", diz o texto da denúncia feita pelo Ministério Público. A denúncia cita tabelas encontradas em computadores da Taurus que mostram pagamentos periódicos de Mana'a à empresa desde 2013. O caso pode prejudicar a Taurus, sediada no Rio Grande Sul, que é uma importante fornecedora de armas para as polícias e as Forças Armadas do Brasil, além de ser uma das cinco maiores fabricantes de pistolas e revólveres para o mercado dos Estados Unidos, onde vende três quartos de sua produção. O Brasil é o quarto maior exportador mundial de armas de pequeno porte. OUTRO LADO A empresa em si até agora não foi denunciada. O Ministério Público concentra o processo, por enquanto, nos dois ex-executivos da empresa que comandaram as negociações. A denúncia do Ministério Público, no entanto, deixa claro que os procuradores veem responsabilidade direta da Taurus, que teria usado Mana'a e suas empresas como um distribuidor no Oriente Médio e na África, para outros países além do Iêmen, incluindo Sudão, Sudão do Sul e Etiópia. Procurados pela Reuters, os executivos não responderam aos e-mails. O advogado dos acusados, Alexandre Wunderlich, afirmou, também por e-mail, que a denúncia do MPF "não revela a verdade dos fatos" e que "todos os atos que são objeto do processo foram praticados no âmbito exclusivo da empresa e amparados na legalidade". Não quis, no entanto, tratar do assunto em detalhes alegando que o processo está em segredo de Justiça. A Taurus afirmou à Reuters que não é parte do processo e "tampouco foi formalmente acusada". Por e-mail, disse que "está acompanhando o processo na condição de interessada, uma vez que adotou postura colaborativa e está auxiliando a Justiça na elucidação dos fatos" e que, "considerando que o processo está tramitando em segredo de Justiça, a companhia não está autorizada a fornecer quaisquer detalhes sobre o caso". Na tarde desta segunda (5), a empresa emitiu um fato relevante ressaltando os pontos acima —especialmente o fato de estar colaborando com as investigações e de a venda ter sido realizada ao governo do Djibuti, sobre o qual não pesam sanções. Segundo a Taurus, foram "observados todos os procedimentos legais aplicáveis e obtidas todas as autorizações e licenças necessárias à época para a efetivação da operação". EXECUTIVOS Os então executivos da Taurus chegaram a trazer Mana'a ao Brasil, de acordo com os documentos do Ministério Público, em janeiro de 2015, com a justificativa de uma visita à fábrica da empresa no Rio Grande do Sul. Sperry e Pezzuol pediram ao Ministério das Relações Exteriores, em nome da Taurus, uma carta-convite para Fares Mana'a. O documento foi negado sob a alegação de que o "empresário" vinha de um país com restrições para transações comerciais. Os procuradores acusam, na denúncia, a Taurus de ter então tentado conseguir um falso passaporte do Djibuti para Mana'a, em uma tentativa de dar mais veracidade à história criada para o traficante, mas o esquema não funcionou. Ainda assim, o iemenita entrou no Brasil em 21 de janeiro de 2015, usando outro documento com nome e data de nascimento falsos, segundo a denúncia. Incluído na lista da ONU como traficante internacional de armas em 2010, Mana'a é acusado de suprir armas para o grupo extremista somali Al Shabaab e para piratas da região. De acordo com o relatório da ONU, o iemenita negocia armas na região do Chifre da África, também conhecida como península Somali, e na Europa Oriental desde 2003. O iemenita teve, entre outras sanções, ativos congelados nos Estados Unidos e tem uma pena de banimento de viagens. "Não há como a Taurus e seus funcionários alegarem desconhecimento dos feitos atribuídos a Mana'a, pois Leonardo Sperry declarou (em depoimento) que é praxe da Taurus pesquisar na internet sobre pessoas convidadas ao Brasil", diz a denúncia do MPF. O caso foi descoberto pela Polícia Federal em setembro de 2015. Os dois executivos foram então chamados para depor e confessaram as negociações com Mana'a. Logo depois do depoimento, Sperry enviou um e-mail a Mana'a informando que as negociações para a segunda venda teriam que ser suspensas "devido a recentes contatos com as autoridades brasileiras". Em 4 de novembro de 2015 foi realizada uma operação de busca e apreensão na Taurus e foram levados computadores e documentos. Nesses computadores, a Polícia Federal e o MPF encontraram dezenas de correios eletrônicos que confirmam as negociações e mostram, inclusive, que a empresa sabia das restrições de comércio com Mana'a e o Iêmen e buscou alternativas para driblaras sanções internacionais. Em um dos e-mails, Pezzuol afirma que "caso a Taurus decida vender ao Iêmen, o caminho parece ser através de Mohammed Mana'a", que abriu uma nova rota por meio do Djibuti, pequeno país do nordeste da África, onde, exatamente do outro lado do estreito de Bab al-Mandad, está o Iêmen. "ENTREPOSTO FICTÍCIO" De acordo com os documentos do MPF, há indícios que a relação da Taurus com o traficante vem desde 2007, vários anos antes dos primeiros relatórios da ONU apontarem que o iemenita estaria fornecendo armas ilegalmente para soldados na guerra civil da Somália. Entre 2011 e 2012, as negociações teriam sido suspensas, com a entrada definitiva de Mana'a na lista de traficantes internacionais de armas pela ONU e pelos EUA. É a partir daí que a entrega de armas a Mana'a passa a ser por meio do Djibuti e com laranjas de Mana'a tomando a frente do negócio. "Em 14 de outubro de 2013, a Taurus obteve uma autorização prévia para exportação, número 788/2013, expedida pelo Comando Militar do Sul, de 8 mil armas para o 'Ministry of Defence and National Security' do Djibouti", diz a denúncia. A autorização, segundo a denúncia, foi usada falsamente para enviar armas ao Iêmen. "(Os executivos) se valeram de fraude para simular o destino real do armamento, bem como para ocultar o envolvimento do também denunciado Fares Mana'a, uma vez que se tratava de país sob embargo internacional e pessoa sancionada pelas Nações Unidas", diz a denúncia. Em março de 2015, uma nova leva de armas foi preparada para ser enviada a Mana'a usando a rota do Djibuti, segundo os procuradores. Um analista de exportação da empresa de logística Amazon Freight Forwarders, responsável pela entrega, pediu repetidamente por e-mail os contatos de quem receberia a carga no Djibuti, mas sem sucesso. Todas as informações repassadas à empresa eram de pessoas no Iêmen. "Djibuti era um 'entreposto fictício' para exportação", diz a denúncia. "Restou claro como a empresa Taurus se valia de notório traficante internacional de armas, que faria a triangulação das mercadorias para outros países, especialmente para o Iêmen", diz a denúncia. As duas empresas de fachada de Mana'a, Itkhan e Al Sharq Fishing and Fish, seriam usadas para negociar o armamento enviado pela Taurus, segundo a denúncia. No final de maio deste ano, o juiz Ricardo Borne, da 11ª Vara Federal de Porto Alegre, aceitou a denúncia contra Pezzuol e Sperry e determinou a inclusão de Mana'a na lista de procurados da Interpol, além de pedir o levantamento das contas bancárias da Forjas Taurus para possível posterior sequestro de valores. Os dois executivos são acusados, assim como Mana'a, de tráfico internacional de armas, pelo artigo 18 da lei 10.826, pela qual é proibido "importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente". O juiz também determinou a expedição de ofícios para que sejam notificadas as embaixadas dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Egito, além do Ministério das Relações Exteriores e ONU, revelando as investigações contra a empresa por venda ilegal de armas. A decisão, no entanto, foi suspensa dois dias depois por uma liminar do desembargador João Pedro Gebran Neto, da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª região, a pedido da Taurus. A empresa alegou que a expedição de ofícios poderia trazer "prejuízos econômicos" para a companhia. Até agora, no entanto, a ação penal se concentra nos dois executivos que, de acordo com seus currículos na rede LinkedIn, deixaram a Taurus logo depois de serem denunciados pelo MPF. Ambos trabalham atualmente em uma empresa de cerâmicas em Santa Catarina. Mana'a, que foi governador, entre 2011 e 2014, do distrito de Sa'dah, um reduto dos rebeldes houthis, no Iêmen, não foi encontrado para responder às acusações. A Justiça brasileira divulgou um edital de citação, usado para intimar e processar Mana'a à revelia. A venda ilegal de armas para um traficante e para um país sob sanção da ONU pode trazer enormes prejuízos econômicos à empresa. A própria ONU pode estabelecer sanções contra a Taurus, de acordo com a legislação internacional adotada pelo Conselho de Segurança da organização. Além disso, a empresa possui uma fábrica nos Estados Unidos -Taurus International Manufactoring Inc-, que pode vir ser afetada se for acusada de descumprir sanções impostas pelo governo norte-americano. Colaboraram BRAD HAYNES e MARIA PIA PALERMO
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Ladrões roubam cães de raça em bairros de classe média de SP
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Bandidos estão roubando, furtando e até sequestrando cachorros de raça em bairros de classe média da capital, como Tatuapé e Mooca, na zona leste, Santana (zona norte) e Campo Belo (zona sul). Os ladrões costumam atacar quando o dono passeia com seu animal. A Polícia Civil diz não ter números dos crimes porque os animais, segundo o Código Penal, são considerados objetos, e os casos são registrados como roubos gerais. Mas estatísticas de organizações não-governamentais e entidades de defesa apontam para cerca de 70 casos desde o início do ano. "O que existe hoje são quadrilhas especializadas", diz o maestro Eduardo Roz, 37 anos, protetor de animais. O objetivo é a revenda dos cães em feiras ilegais –sendo a mais famosa em Itaquera (zona leste)– e sites de leilão. "A polícia sabe dessa feira. Mas precisa ter vontade política de resolver o problema", afirma José Luís Oliveira Santos, da Sociedade Brasileira de Cinofilia. Levantamento do Ministério Público mostra que as quadrilhas atuam de duas formas. O alvo são sempre cachorros de raças de pequeno porte. Os animais mais velhos são submetidos à reprodução forçada para a geração de filhotes, enquanto os mais novos são revendidos por preços abaixo do mercado. Um cão da raça buldogue francês, por exemplo, que custa R$ 3.500 em pet shops, é vendido por no máximo R$ 1.500. "Fazemos ações para fiscalizar as feiras e identificar animais possivelmente roubados. Quando recebemos notícias de vendas pela internet, acionamos delegacias especializadas para identificar o autor dos anúncios", diz o promotor Carlos Prestes de Camargo, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Ambientais. GOLPE Na manhã do dia 12 de fevereiro, a aposentada Clarisse Tria Bianco, 77 anos, passeava pelas ruas de Santana (zona norte), com Toy, o shitzu de 10 anos de sua filha, a professora Maria Salete Tria Bianco, 52 anos, quando uma mulher em um carro a abordou pedindo ajuda para "receber um dinheiro". Um comparsa que acompanhava a suspeita disse que ela estava passando mal e que precisaria comprar um remédio. Convencida com a história, a idosa entrou no carro. Quando pararam em frente a uma farmácia, a idosa desceu do veículo e o casal arrancou, levando o cão. "Eu fui muito ignorante", culpa-se Clarisse. Após o golpe, Maria Salete passou a integrar um grupo de resgate de animais em situação de risco nas ruas. "Esse tipo de coisa abala uma família", disse. Superação é palavra constante do cotidiano da economista Izilda Biel, 59 anos. Na tarde do dia 13 de junho, ela passeava pelas ruas do Tatuapé (zona leste) com Whiskey, um spitz alemão de seis anos, quando um homem passou do seu lado, fingiu tropeçar e puxou o animal pelo focinho de suas mãos. O crime foi flagrado por câmeras de segurança. As imagens rodaram o Brasil. A polícia identificou que o autor tinha uma comparsa, mas ninguém foi preso. "Não tem o que a polícia fazer. É caso perdido", afirmou. Para coibir o roubo e furto dos cachorros de raça, especialistas afirmam que os interessados nesses animais podem colaborar, evitando o mercado clandestino. Sócio diretor da Petland, uma das maiores redes de petshops do Brasil, Rodrigo Albuquerque afirma que o preço menor, maior atrativo para que as pessoas busquem seus animais nessas feiras, não é uma vantagem. "O gasto é muito maior, pois não se sabe a procedência desse animal, se ele tem pedigree, se ele está saudável. As pessoas precisam entender que estão comprando uma vida, arcando com uma responsabilidade", diz. Para José Luís Oliveira Santos, da Sociedade Brasileira de Cinofilia Independente, não adianta culpar só a polícia enquanto não houver a mudança de comportamento. "O que a polícia vai fazer? A pessoa chega lá e diz só o nome e que o cachorro é de tal raça e de determinada cor. É necessário que haja a microchipagem de identificação do animal e que tenha a documentação dele." Segundo Santos, os ladrões também atacam canis. "As quadrilhas souberam agir. Eles compraram um cachorro, compraram outro, seguiram os vendedores, descobriram os canis", afirma. Por causa disso, diz, os canis têm feito a entrega dos filhotes em locais públicos, como shoppings e estacionamentos de supermercados. INVESTIGAÇÃO A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou apenas que os roubos e furtos de cachorros são investigados pelos distritos dos bairros onde acontecem. A pasta não respondeu os questionamentos feitos pela reportagem sobre a identificação das quadrilhas, possíveis prisões e andamento da apuração dos casos citados na reportagem. Sobre as feiras, a secretaria disse em nota que a fiscalização é de responsabilidade da prefeitura e que a Polícia Militar atua apenas quando há denúncias ou se depara com flagrantes. Procurada, a Prefeitura de São Paulo disse que as fiscalizações são feitas diante programação. Não foi informado, no entanto, quantas ações foram realizadas este ano.
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Ladrões roubam cães de raça em bairros de classe média de SPBandidos estão roubando, furtando e até sequestrando cachorros de raça em bairros de classe média da capital, como Tatuapé e Mooca, na zona leste, Santana (zona norte) e Campo Belo (zona sul). Os ladrões costumam atacar quando o dono passeia com seu animal. A Polícia Civil diz não ter números dos crimes porque os animais, segundo o Código Penal, são considerados objetos, e os casos são registrados como roubos gerais. Mas estatísticas de organizações não-governamentais e entidades de defesa apontam para cerca de 70 casos desde o início do ano. "O que existe hoje são quadrilhas especializadas", diz o maestro Eduardo Roz, 37 anos, protetor de animais. O objetivo é a revenda dos cães em feiras ilegais –sendo a mais famosa em Itaquera (zona leste)– e sites de leilão. "A polícia sabe dessa feira. Mas precisa ter vontade política de resolver o problema", afirma José Luís Oliveira Santos, da Sociedade Brasileira de Cinofilia. Levantamento do Ministério Público mostra que as quadrilhas atuam de duas formas. O alvo são sempre cachorros de raças de pequeno porte. Os animais mais velhos são submetidos à reprodução forçada para a geração de filhotes, enquanto os mais novos são revendidos por preços abaixo do mercado. Um cão da raça buldogue francês, por exemplo, que custa R$ 3.500 em pet shops, é vendido por no máximo R$ 1.500. "Fazemos ações para fiscalizar as feiras e identificar animais possivelmente roubados. Quando recebemos notícias de vendas pela internet, acionamos delegacias especializadas para identificar o autor dos anúncios", diz o promotor Carlos Prestes de Camargo, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Ambientais. GOLPE Na manhã do dia 12 de fevereiro, a aposentada Clarisse Tria Bianco, 77 anos, passeava pelas ruas de Santana (zona norte), com Toy, o shitzu de 10 anos de sua filha, a professora Maria Salete Tria Bianco, 52 anos, quando uma mulher em um carro a abordou pedindo ajuda para "receber um dinheiro". Um comparsa que acompanhava a suspeita disse que ela estava passando mal e que precisaria comprar um remédio. Convencida com a história, a idosa entrou no carro. Quando pararam em frente a uma farmácia, a idosa desceu do veículo e o casal arrancou, levando o cão. "Eu fui muito ignorante", culpa-se Clarisse. Após o golpe, Maria Salete passou a integrar um grupo de resgate de animais em situação de risco nas ruas. "Esse tipo de coisa abala uma família", disse. Superação é palavra constante do cotidiano da economista Izilda Biel, 59 anos. Na tarde do dia 13 de junho, ela passeava pelas ruas do Tatuapé (zona leste) com Whiskey, um spitz alemão de seis anos, quando um homem passou do seu lado, fingiu tropeçar e puxou o animal pelo focinho de suas mãos. O crime foi flagrado por câmeras de segurança. As imagens rodaram o Brasil. A polícia identificou que o autor tinha uma comparsa, mas ninguém foi preso. "Não tem o que a polícia fazer. É caso perdido", afirmou. Para coibir o roubo e furto dos cachorros de raça, especialistas afirmam que os interessados nesses animais podem colaborar, evitando o mercado clandestino. Sócio diretor da Petland, uma das maiores redes de petshops do Brasil, Rodrigo Albuquerque afirma que o preço menor, maior atrativo para que as pessoas busquem seus animais nessas feiras, não é uma vantagem. "O gasto é muito maior, pois não se sabe a procedência desse animal, se ele tem pedigree, se ele está saudável. As pessoas precisam entender que estão comprando uma vida, arcando com uma responsabilidade", diz. Para José Luís Oliveira Santos, da Sociedade Brasileira de Cinofilia Independente, não adianta culpar só a polícia enquanto não houver a mudança de comportamento. "O que a polícia vai fazer? A pessoa chega lá e diz só o nome e que o cachorro é de tal raça e de determinada cor. É necessário que haja a microchipagem de identificação do animal e que tenha a documentação dele." Segundo Santos, os ladrões também atacam canis. "As quadrilhas souberam agir. Eles compraram um cachorro, compraram outro, seguiram os vendedores, descobriram os canis", afirma. Por causa disso, diz, os canis têm feito a entrega dos filhotes em locais públicos, como shoppings e estacionamentos de supermercados. INVESTIGAÇÃO A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou apenas que os roubos e furtos de cachorros são investigados pelos distritos dos bairros onde acontecem. A pasta não respondeu os questionamentos feitos pela reportagem sobre a identificação das quadrilhas, possíveis prisões e andamento da apuração dos casos citados na reportagem. Sobre as feiras, a secretaria disse em nota que a fiscalização é de responsabilidade da prefeitura e que a Polícia Militar atua apenas quando há denúncias ou se depara com flagrantes. Procurada, a Prefeitura de São Paulo disse que as fiscalizações são feitas diante programação. Não foi informado, no entanto, quantas ações foram realizadas este ano.
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'Ninguém quer sair na foto com o Brasil', diz Ricupero, que lança livro
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Diplomacia não faz milagre. Hoje em dia, a imagem que o Brasil tem no exterior corresponde à realidade: um país com uma corrupção terrível, um presidente com uma segunda denúncia e a crise mais grave da história. "Ninguém quer sair na foto com o Brasil", diz o embaixador Rubens Ricupero, 80, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, que lança na semana que vem "A diplomacia na construção do Brasil - 1750-2016", uma abrangente história da política externa brasileira. Na obra, Ricupero, que foi secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), retrata como a diplomacia, e não o poder militar ou econômico, asseguraram ao Brasil suas fronteiras atuais. Ele analisa a influência dos EUA na política externa brasileira —"Eles não executaram (o golpe militar), mas foram os mandantes". Reserva críticas para a política externa "ideologizada" do PT, mas também faz elogios. "Por que todo mundo queria estar com o Lula? O Lula era um vitorioso. Além do sucesso econômico e político, ele tinha o êxito moral, o combate à miséria e à injustiça. Hoje, deve ter muito pouca gente querendo sair na foto com o Temer. Ninguém pode imaginar que o Itamaraty vai alavancar o Brasil se o país não acabar com a corrupção, voltar a crescer e combater a miséria." Abaixo, trechos da entrevista que ele concedeu à Folha. * Folha - O sr. testemunhou vários momentos importantes da história brasileira, relatados no seu livro. Pode contar algum? Rubens Ricupero - Tem o encontro do Robert Kennedy com o ex-presidente João Goulart, em 1962. Era 17 de dezembro e eu era terceiro-secretário, um cargo bem baixo no Itamaraty. Brasília estava vazia e eu era o único diplomata respondendo pelo Itamaraty. O Robert Kennedy ia chegar e pediram para recebê-lo, em nome do governo brasileiro. Podia parecer até uma ofensa, o terceiro secretário recebendo, e eu expliquei ao Lincoln Gordon (embaixador dos EUA na época) que eu era o único ali. Eu apertei a mão do Robert Kennedy. No dia seguinte, às 11h, ele foi recebido pelo Goulart, no Alvorada. Eu fui, mas não entrei. Na sala estavam apenas Goulart, um intérprete do departamento de Estado, Kennedy e Lincoln Gordon. Goulart não quis testemunhas porque provavelmente antecipava que ia ser uma conversa muito forte e não queria que ninguém ouvisse o que ele ia dizer. Em 2014, foi revelado um memorando sobre o encontro, escrito por Gordon. Kennedy teria dito a Goulart: "Não temos problemas com independência na política brasileira, mas de fato objetamos a que essa independência se torne sistematicamente antiamericana, opondo-se a políticas e interesses americanos de modo regular". Mais assombroso ainda, na primeira conversa que John Kennedy gravou no Salão Oval da Casa Branca, em julho de 1962, Goulart só estava no poder há 9 meses e os americanos já estavam convencidos de que era preciso levar os militares a dar um golpe no Brasil. Eles reconheciam que os militares não queriam fazer isso, tanto que Gordon diz ser preciso "reforçar a espinha dorsal dos militares". Ainda falta escrever o livro sobre o papel dos americanos no golpe. Não acho que eles deram o golpe, mas não tenho dúvida de que eles induziram e foram os primeiros a organizar. É como num homicídio, que tem o mandante e o executante. Os americanos não executaram (o golpe), mas foram os mandantes. Mesmo assim, estou convencido de que o Goulart caiu por culpa dele, quando ele recuperou os poderes e apostou na radicalização. Não havia ambiente para isso. Por quê? Ele radicalizou em um momento de aguda Guerra Fria em que isso era inconcebível. Do Jacobo Arbenz em 54, na Guatemala, até o Salvador Allende em 73, no Chile, nenhum governo de esquerda na América Latina sobreviveu. O Lula só chegou ao poder porque a Guerra Fria tinha terminado. Hoje em dia qual é o tom do relacionamento entre Brasil e EUA? Os EUA, depois do fim da Guerra Fria e após os ataques de 11 de setembro de 2001, passaram a ter uma agenda internacional em que não há mais espaço para América Latina. A pauta americana é dominada hoje por grandes temas de superpotência, como problemas no mar do sul da China e rivalidade estratégica com a Rússia, ou pela islamização da agenda internacional, por conflitos vinculados à radicalização de um de islamismo extremista. Uma vez que desapareceu a ameaça comunista, para os americanos, o que se passa aqui pode incomodar um pouco, mas não muito. Até mesmo a Venezuela —eles prefeririam que fosse um país a favor dos EUA, mas podem conviver com isso perfeitamente. Hoje em dia, na grande estratégia americana, não há espaço para o Brasil. O Trump até hoje não fez um tuíte especificamente sobre o Brasil —essa é a maior prova da insignificância do Brasil para o governo americano. Aliás, ainda bem, porque em geral, quando Trump põe alguém no Twitter, é para dar uma porrada. Hoje nossa política externa para os EUA está mais para política externa independente, dos anos Jânio-João Goulart, ou alinhamento automático? Hoje temos uma política independente. No discurso do Temer na ONU, que é o do Itamaraty, há defesa do Acordo de Paris e do multilateralismo, dois temas a que Trump se opõe. O Brasil tem o que dizer nessas duas questões. O Brasil não é potência nuclear, nem militar convencional, nem econômico-comercial. A única área em que o país é potência é no meio ambiente, porque tem a maior floresta tropical do mundo, se o Temer e a bancada ruralista não destruírem. Também na área de negociação agrícola comercial não se pode chegar a um acordo sem o Brasil. A última vez em que quase se chegou a um acordo, em 2008, foi um grande trabalho do (então chanceler) Celso Amorim, com apoio do Lula, um entendimento entre Brasil e UE para resolver um impasse. Mas aí os americanos e indianos torpedearam o acordo. O Brasil nessas áreas é incontornável, mas com o Trump, como você pode ter um diálogo sobre o acordo de Paris, sobre a retomada da negociação multilateral de comércio agrícola, que é o que interessa ao Brasil? Um dos momentos em que a política externa brasileira esteve mais em evidência foi em 2010, quando o Brasil, ao lado da Turquia, propôs um acordo resolver a questão nuclear do Irã... Eu nunca fui um crítico do esforço que o Lula e o Celso (Amorim) fizeram. Há derrotas que honram mais que certas vitórias, essa é uma delas. Foi uma iniciativa inédita para um país latino-americano tentar chegar a um acordo numa área em que normalmente é privativa das grandes potências. Quando se falava em multipolarismo, acreditava-se que as grandes potências nucleares e militares tinham finalmente aceitado que havia espaço para países intermediários como o Brasil, a Turquia, o México, a Índia. Que esses países poderiam tentar solucionar um caso como o do Irã. Equivaleria hoje em dia ao caso da Coreia do Norte, se nós tivéssemos alguma influência sobre o governo de lá. O próprio Obama chegou a encorajar o esforço brasileiro por cartas. Mas a Hillary (então secretária de Estado Hillary Clinton) era contrária e tanto o Brasil como a Turquia sobrestimaram sua influência sobre os iranianos. Conseguiram que os iranianos mostrassem alguma flexibilidade, mas não o bastante para permitir acordo naquele momento. E os Brics decepcionaram. Se é verdade que os Brics constituem um agrupamento importante, como é que se explica que a Rússia e a China tenham se aliado aos americanos votando sanções adicionais ao Irã e arrancando o tapete debaixo dos pés do Brasil e da Turquia. Meu livro mostra bem que era prematura essa percepção de que havia espaço para o multipolarismo. Na hora em que houve a prova de fogo, viu-se que as grandes potências não delegavam para ninguém. Foi uma tentativa meritória, audaciosa, que longe de desonrar, deu prestígio para o país, que foi aplaudido no mundo inteiro. Perceba que eu não sou sectário. Discordo da política externa dessa época para América Latina, a política paralela do PT, feita por inspiração da ideologia, não pelos interesses do Brasil. O sr. critica a ideologização do Itamaraty durante o comando de Celso Amorim, e o fato de ele e o então secretário-geral Samuel Pinheiro Guimarães terem se filiado ao PT... Sim, eu sou uma espécie em extinção, da época em que o diplomata era um servidor que deveria servir imparcialmente o Estado. Fui treinado dessa maneira, hoje o pessoal novo não concorda. Será que agora não está em curso uma ideologização, só que do lado oposto, contra a ideologia do PT? Eu espero que não, me dizem que não houve expurgos. O embaixador do Brasil em Paris, Paulo Cesar de Oliveira Campos, foi indicado pelo Lula e não mexeram nele. Eles, ao contrário, perseguiram muita gente, embaixadores de grande valor como o Marcos Caramuru, maior expert que tínhamos na China, o Gelson Fonseca Jr, intelectual mais brilhante do Itamaraty, foi embaixador na ONU e terminou a carreira como cônsul-geral no Porto. Como se explica isso, a não ser como perseguição ideológica? O Brasil deveria romper com a tradição diplomática brasileira e impor sanções econômicas contra a Venezuela? Eu não sou favorável às sanções, porque elas normalmente atingem o povo mais sofredor. O que o Brasil deveria fazer, e não está, é ser modelar no acolhimento dos refugiados venezuelanos. Deveria ser um exemplo para o mundo, e está sendo o contrário, os venezuelanos estão aí abandonados, e tem gente propondo que não deem refúgio. A melhor forma de o Brasil atuar seria dar acolhimento a esses refugiados. O Brasil pode ser uma potência com relevância internacional? A política externa é indissociável daquilo que nós somos em política interna e em economia. Tivemos nosso momento mais alto de prestígio na época do Lula, 2009, quando o Brasil conquistou o grau de investimento, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. No entanto, houve uma percepção externa de que aquilo era irreversível. O próprio Lula semeou a destruição de suas conquistas, ao começar a arruinar as contas públicas, ao aceitar a corrupção —ele não a inventou, mas aceitou e levou a extremos. Ele e a Dilma, no fundo, foram autores de suas próprias ruínas e carregaram o Brasil junto. Qual é a imagem do Brasil no exterior hoje? Hoje a imagem do Brasil não é nem pessimista, nem otimista, corresponde à realidade: trata-se de um país com uma corrupção terrível, um presidente com uma segunda denúncia, ministros sendo investigados, uma crise que é a mais grave da história. As pessoas dizem —por que a diplomacia brasileira não faz isso ou aquilo? Mas como, ninguém quer sair na foto com o Brasil. (Binyamin) Netanyahu veio para região e não se encontrou com o Temer, o vice-presidente americano, Mike Pence, também. Por que todo mundo queria estar com o Lula? O Lula era um vitorioso. Além do sucesso econômico e político, ele tinha o êxito moral, o combate à miséria e à injustiça. Quem não queria ficar ao lado do Mandela? Hoje, deve ter muito pouca gente querendo sair na foto com o Temer. Ninguém pode imaginar que o Itamaraty vai alavancar o Brasil se o país não acabar com a corrupção, não voltar a crescer, não combater a miséria. A certa altura do livro, o sr. diz que a "Dilma escondia debaixo da autossuficiência e da aspereza no trato com os diplomatas, insegurança nascida da falta de sensibilidade para relacionamento interpessoal." Ela não tinha autoconfiança. Eu fiquei dez anos na ONU. Em 2003, na reunião do G8 em Evian, o (então secretário-geral da ONU) Kofi Annan me levou como seu principal auxiliar. Nessa reunião, o (então presidente francês Jacques) Chirac tinha convidado o Lula, o líder chinês e o indiano, mas para uma reunião à parte. Eu estava lá quando o Lula chegou, e pensei comigo: acho que o Lula vai ficar muito intimidado. Estavam presentes o Chirac, o (ex-presidente americano) George W. Bush, primeiro-ministro inglês Tony Blair, o (ex-chanceler alemão) Gerhard Schroder, (o ex-primeiro ministro italiano Silvio) Berlusconi e (o presidente russo Vladimir) Putin. Todos os grandes do mundo. Houve uma sessão em que estavam falando sobre o problema da fome, e o Bush, que é evangélico, fez uma intervenção dizendo que tinha muito a ver com a Bíblia. O Chirac, com aquela arrogância francesa, disse: não tem nada a ver com religião ou a Bíblia. Aí o Lula assumiu a defesa do Bush, disse —não senhor, tem tudo a ver, porque a Bíblia isso e aquilo. Ele estava com aquela cara de bravo, falando alto, e todo mundo afinou. Aí eu percebi: para o Lula, aquele pessoal eram os patrões da Fiesp, o líder metalúrgico não pode se intimidar com os patrões da Fiesp. A Dilma não é assim. O sr. diz no livro que Dilma foi uma das piores presidentes em termos de vocação para política externa. Eu não conheço nenhum outro que tenha deixado 40 embaixadores esperando, sem apresentar credenciais. São coisas elementares. Ela não tinha interesse, não valorizava, não se sentia bem. E tinha uma mentalidade de tecnocrata no sentido limitado, a ideia de que as únicas coisas que fazem diferença são as concretas. Então tudo o que o Itamaraty fazia, ela mandava rasgar aqueles papéis. O Itamaraty, a não ser que você esteja negociando o fim de uma guerra ou uma fronteira, só lida com o longuíssimo prazo. Por que que o (ex-chanceler José) Serra saiu? Ele é engenheiro, gosta de fazer coisas. No Itamaraty, você lida com conceitos. O Lula, que é muito inteligente, percebeu que a política externa era uma tremenda alavanca, inclusive interna, e usou muito. Ela não soube usar. Diplomacia e política são a mesma coisa, Lula era um grande diplomata. Como o sr. avalia a política externa hoje? Estamos em um momento de gradual recuperação, tanto da política e da economia, quanto a política externa. Só vamos ter algo mais determinado depois das eleições. Isto é, se a eleição não "der ruim". Se tivermos um Bolsonaro da vida, é hora de fechar a butique mesmo. Há muita tensão entre o ditador norte-coreano Kim Jong Un e o presidente americano, Donald Trump. O mundo pode estar próximo de uma guerra nuclear? Não. Nós estamos há 72 anos sem uma guerra nuclear, em parte por conta do poder destrutivo das armas nucleares, que atua como deterrence, mas em parte porque a ONU, com todos os defeitos, mostrou que era maleável o bastante para acomodar grandes mudanças. O norte-coreano não é louco. Ele conduz uma política muito lógica e racional, pois viu o que aconteceu com o (ex-ditador iraquiano) Saddam Hussein e o (ex-presidente líbio) Muammar Gaddafi, que não tinham armas nucleares. E ele não vai acreditar nos americanos, no que ele tem absoluta razão. Mas mesmo se considerarmos que o Kim Jong-un não é maluco, está desenvolvendo instrumento de dissuasão, do outro lado há um ator não necessariamente racional, o Donald Trump... Trump é autor de "The Art of the Deal", diz que é preciso desestabilizar o adversário e nunca deixar o oponente saber o que a pessoa vai fazer. Os dois são negociadores se ameaçando mutuamente. Não vai acontecer nada. O planeta não vai acabar com um apocalipse nuclear, mas pode acabar como diz o verso do T.S. Eliot "not with a bang, with a whimper" (não com um estrondo, com um suspiro). O maior perigo que nós enfrentamos hoje é o aquecimento global. Mas as pessoas não percebem, porque a explosão nuclear é um perigo imediato, enquanto o aquecimento leva 30, 40 anos. Mas já está chegando. O sr. conta no livro que, ao ser convidado para o ministério, disse ao presidente Itamar Franco não ser a pessoa mais adequada... Eu disse a ele: não sou economista profissional, conheço muito pouco do plano, apenas o que a imprensa publicou. Disse que ele deveria convidar alguém que conhecesse profundamente o plano, até sugeri dois nomes, Edmar Bacha e Pedro Malan. Ele me respondeu: nós já examinamos todas as opções e o senhor é a única alternativa. Embora a frase fosse um pouco críptica, uma frase em mineirês, eu entendi. Eu trabalhei a vida toda com mineiros, com Afonso Arinos, San Tiago Dantas, Tancredo Neves. O Tancredo dizia que eu era o mais mineiro dos paulistas. Percebi que o Itamar queria dizer que ele queria alguém fora da equipe, que devesse o cargo a ele, e não ao FHC. O Itamar costumava dizer muito que eu era o sacerdote do real, em parte porque eu cumpria a função de pregar, na televisão, em parte era para chatear o Fernando Henrique, que ficou mais glorificado pelo real. Não deram muito crédito para o Itamar e ele deveria ter recebido, sem ele, o real não teria existido. Eu disse que era funcionário público, e aceitava.
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'Ninguém quer sair na foto com o Brasil', diz Ricupero, que lança livroDiplomacia não faz milagre. Hoje em dia, a imagem que o Brasil tem no exterior corresponde à realidade: um país com uma corrupção terrível, um presidente com uma segunda denúncia e a crise mais grave da história. "Ninguém quer sair na foto com o Brasil", diz o embaixador Rubens Ricupero, 80, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, que lança na semana que vem "A diplomacia na construção do Brasil - 1750-2016", uma abrangente história da política externa brasileira. Na obra, Ricupero, que foi secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), retrata como a diplomacia, e não o poder militar ou econômico, asseguraram ao Brasil suas fronteiras atuais. Ele analisa a influência dos EUA na política externa brasileira —"Eles não executaram (o golpe militar), mas foram os mandantes". Reserva críticas para a política externa "ideologizada" do PT, mas também faz elogios. "Por que todo mundo queria estar com o Lula? O Lula era um vitorioso. Além do sucesso econômico e político, ele tinha o êxito moral, o combate à miséria e à injustiça. Hoje, deve ter muito pouca gente querendo sair na foto com o Temer. Ninguém pode imaginar que o Itamaraty vai alavancar o Brasil se o país não acabar com a corrupção, voltar a crescer e combater a miséria." Abaixo, trechos da entrevista que ele concedeu à Folha. * Folha - O sr. testemunhou vários momentos importantes da história brasileira, relatados no seu livro. Pode contar algum? Rubens Ricupero - Tem o encontro do Robert Kennedy com o ex-presidente João Goulart, em 1962. Era 17 de dezembro e eu era terceiro-secretário, um cargo bem baixo no Itamaraty. Brasília estava vazia e eu era o único diplomata respondendo pelo Itamaraty. O Robert Kennedy ia chegar e pediram para recebê-lo, em nome do governo brasileiro. Podia parecer até uma ofensa, o terceiro secretário recebendo, e eu expliquei ao Lincoln Gordon (embaixador dos EUA na época) que eu era o único ali. Eu apertei a mão do Robert Kennedy. No dia seguinte, às 11h, ele foi recebido pelo Goulart, no Alvorada. Eu fui, mas não entrei. Na sala estavam apenas Goulart, um intérprete do departamento de Estado, Kennedy e Lincoln Gordon. Goulart não quis testemunhas porque provavelmente antecipava que ia ser uma conversa muito forte e não queria que ninguém ouvisse o que ele ia dizer. Em 2014, foi revelado um memorando sobre o encontro, escrito por Gordon. Kennedy teria dito a Goulart: "Não temos problemas com independência na política brasileira, mas de fato objetamos a que essa independência se torne sistematicamente antiamericana, opondo-se a políticas e interesses americanos de modo regular". Mais assombroso ainda, na primeira conversa que John Kennedy gravou no Salão Oval da Casa Branca, em julho de 1962, Goulart só estava no poder há 9 meses e os americanos já estavam convencidos de que era preciso levar os militares a dar um golpe no Brasil. Eles reconheciam que os militares não queriam fazer isso, tanto que Gordon diz ser preciso "reforçar a espinha dorsal dos militares". Ainda falta escrever o livro sobre o papel dos americanos no golpe. Não acho que eles deram o golpe, mas não tenho dúvida de que eles induziram e foram os primeiros a organizar. É como num homicídio, que tem o mandante e o executante. Os americanos não executaram (o golpe), mas foram os mandantes. Mesmo assim, estou convencido de que o Goulart caiu por culpa dele, quando ele recuperou os poderes e apostou na radicalização. Não havia ambiente para isso. Por quê? Ele radicalizou em um momento de aguda Guerra Fria em que isso era inconcebível. Do Jacobo Arbenz em 54, na Guatemala, até o Salvador Allende em 73, no Chile, nenhum governo de esquerda na América Latina sobreviveu. O Lula só chegou ao poder porque a Guerra Fria tinha terminado. Hoje em dia qual é o tom do relacionamento entre Brasil e EUA? Os EUA, depois do fim da Guerra Fria e após os ataques de 11 de setembro de 2001, passaram a ter uma agenda internacional em que não há mais espaço para América Latina. A pauta americana é dominada hoje por grandes temas de superpotência, como problemas no mar do sul da China e rivalidade estratégica com a Rússia, ou pela islamização da agenda internacional, por conflitos vinculados à radicalização de um de islamismo extremista. Uma vez que desapareceu a ameaça comunista, para os americanos, o que se passa aqui pode incomodar um pouco, mas não muito. Até mesmo a Venezuela —eles prefeririam que fosse um país a favor dos EUA, mas podem conviver com isso perfeitamente. Hoje em dia, na grande estratégia americana, não há espaço para o Brasil. O Trump até hoje não fez um tuíte especificamente sobre o Brasil —essa é a maior prova da insignificância do Brasil para o governo americano. Aliás, ainda bem, porque em geral, quando Trump põe alguém no Twitter, é para dar uma porrada. Hoje nossa política externa para os EUA está mais para política externa independente, dos anos Jânio-João Goulart, ou alinhamento automático? Hoje temos uma política independente. No discurso do Temer na ONU, que é o do Itamaraty, há defesa do Acordo de Paris e do multilateralismo, dois temas a que Trump se opõe. O Brasil tem o que dizer nessas duas questões. O Brasil não é potência nuclear, nem militar convencional, nem econômico-comercial. A única área em que o país é potência é no meio ambiente, porque tem a maior floresta tropical do mundo, se o Temer e a bancada ruralista não destruírem. Também na área de negociação agrícola comercial não se pode chegar a um acordo sem o Brasil. A última vez em que quase se chegou a um acordo, em 2008, foi um grande trabalho do (então chanceler) Celso Amorim, com apoio do Lula, um entendimento entre Brasil e UE para resolver um impasse. Mas aí os americanos e indianos torpedearam o acordo. O Brasil nessas áreas é incontornável, mas com o Trump, como você pode ter um diálogo sobre o acordo de Paris, sobre a retomada da negociação multilateral de comércio agrícola, que é o que interessa ao Brasil? Um dos momentos em que a política externa brasileira esteve mais em evidência foi em 2010, quando o Brasil, ao lado da Turquia, propôs um acordo resolver a questão nuclear do Irã... Eu nunca fui um crítico do esforço que o Lula e o Celso (Amorim) fizeram. Há derrotas que honram mais que certas vitórias, essa é uma delas. Foi uma iniciativa inédita para um país latino-americano tentar chegar a um acordo numa área em que normalmente é privativa das grandes potências. Quando se falava em multipolarismo, acreditava-se que as grandes potências nucleares e militares tinham finalmente aceitado que havia espaço para países intermediários como o Brasil, a Turquia, o México, a Índia. Que esses países poderiam tentar solucionar um caso como o do Irã. Equivaleria hoje em dia ao caso da Coreia do Norte, se nós tivéssemos alguma influência sobre o governo de lá. O próprio Obama chegou a encorajar o esforço brasileiro por cartas. Mas a Hillary (então secretária de Estado Hillary Clinton) era contrária e tanto o Brasil como a Turquia sobrestimaram sua influência sobre os iranianos. Conseguiram que os iranianos mostrassem alguma flexibilidade, mas não o bastante para permitir acordo naquele momento. E os Brics decepcionaram. Se é verdade que os Brics constituem um agrupamento importante, como é que se explica que a Rússia e a China tenham se aliado aos americanos votando sanções adicionais ao Irã e arrancando o tapete debaixo dos pés do Brasil e da Turquia. Meu livro mostra bem que era prematura essa percepção de que havia espaço para o multipolarismo. Na hora em que houve a prova de fogo, viu-se que as grandes potências não delegavam para ninguém. Foi uma tentativa meritória, audaciosa, que longe de desonrar, deu prestígio para o país, que foi aplaudido no mundo inteiro. Perceba que eu não sou sectário. Discordo da política externa dessa época para América Latina, a política paralela do PT, feita por inspiração da ideologia, não pelos interesses do Brasil. O sr. critica a ideologização do Itamaraty durante o comando de Celso Amorim, e o fato de ele e o então secretário-geral Samuel Pinheiro Guimarães terem se filiado ao PT... Sim, eu sou uma espécie em extinção, da época em que o diplomata era um servidor que deveria servir imparcialmente o Estado. Fui treinado dessa maneira, hoje o pessoal novo não concorda. Será que agora não está em curso uma ideologização, só que do lado oposto, contra a ideologia do PT? Eu espero que não, me dizem que não houve expurgos. O embaixador do Brasil em Paris, Paulo Cesar de Oliveira Campos, foi indicado pelo Lula e não mexeram nele. Eles, ao contrário, perseguiram muita gente, embaixadores de grande valor como o Marcos Caramuru, maior expert que tínhamos na China, o Gelson Fonseca Jr, intelectual mais brilhante do Itamaraty, foi embaixador na ONU e terminou a carreira como cônsul-geral no Porto. Como se explica isso, a não ser como perseguição ideológica? O Brasil deveria romper com a tradição diplomática brasileira e impor sanções econômicas contra a Venezuela? Eu não sou favorável às sanções, porque elas normalmente atingem o povo mais sofredor. O que o Brasil deveria fazer, e não está, é ser modelar no acolhimento dos refugiados venezuelanos. Deveria ser um exemplo para o mundo, e está sendo o contrário, os venezuelanos estão aí abandonados, e tem gente propondo que não deem refúgio. A melhor forma de o Brasil atuar seria dar acolhimento a esses refugiados. O Brasil pode ser uma potência com relevância internacional? A política externa é indissociável daquilo que nós somos em política interna e em economia. Tivemos nosso momento mais alto de prestígio na época do Lula, 2009, quando o Brasil conquistou o grau de investimento, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. No entanto, houve uma percepção externa de que aquilo era irreversível. O próprio Lula semeou a destruição de suas conquistas, ao começar a arruinar as contas públicas, ao aceitar a corrupção —ele não a inventou, mas aceitou e levou a extremos. Ele e a Dilma, no fundo, foram autores de suas próprias ruínas e carregaram o Brasil junto. Qual é a imagem do Brasil no exterior hoje? Hoje a imagem do Brasil não é nem pessimista, nem otimista, corresponde à realidade: trata-se de um país com uma corrupção terrível, um presidente com uma segunda denúncia, ministros sendo investigados, uma crise que é a mais grave da história. As pessoas dizem —por que a diplomacia brasileira não faz isso ou aquilo? Mas como, ninguém quer sair na foto com o Brasil. (Binyamin) Netanyahu veio para região e não se encontrou com o Temer, o vice-presidente americano, Mike Pence, também. Por que todo mundo queria estar com o Lula? O Lula era um vitorioso. Além do sucesso econômico e político, ele tinha o êxito moral, o combate à miséria e à injustiça. Quem não queria ficar ao lado do Mandela? Hoje, deve ter muito pouca gente querendo sair na foto com o Temer. Ninguém pode imaginar que o Itamaraty vai alavancar o Brasil se o país não acabar com a corrupção, não voltar a crescer, não combater a miséria. A certa altura do livro, o sr. diz que a "Dilma escondia debaixo da autossuficiência e da aspereza no trato com os diplomatas, insegurança nascida da falta de sensibilidade para relacionamento interpessoal." Ela não tinha autoconfiança. Eu fiquei dez anos na ONU. Em 2003, na reunião do G8 em Evian, o (então secretário-geral da ONU) Kofi Annan me levou como seu principal auxiliar. Nessa reunião, o (então presidente francês Jacques) Chirac tinha convidado o Lula, o líder chinês e o indiano, mas para uma reunião à parte. Eu estava lá quando o Lula chegou, e pensei comigo: acho que o Lula vai ficar muito intimidado. Estavam presentes o Chirac, o (ex-presidente americano) George W. Bush, primeiro-ministro inglês Tony Blair, o (ex-chanceler alemão) Gerhard Schroder, (o ex-primeiro ministro italiano Silvio) Berlusconi e (o presidente russo Vladimir) Putin. Todos os grandes do mundo. Houve uma sessão em que estavam falando sobre o problema da fome, e o Bush, que é evangélico, fez uma intervenção dizendo que tinha muito a ver com a Bíblia. O Chirac, com aquela arrogância francesa, disse: não tem nada a ver com religião ou a Bíblia. Aí o Lula assumiu a defesa do Bush, disse —não senhor, tem tudo a ver, porque a Bíblia isso e aquilo. Ele estava com aquela cara de bravo, falando alto, e todo mundo afinou. Aí eu percebi: para o Lula, aquele pessoal eram os patrões da Fiesp, o líder metalúrgico não pode se intimidar com os patrões da Fiesp. A Dilma não é assim. O sr. diz no livro que Dilma foi uma das piores presidentes em termos de vocação para política externa. Eu não conheço nenhum outro que tenha deixado 40 embaixadores esperando, sem apresentar credenciais. São coisas elementares. Ela não tinha interesse, não valorizava, não se sentia bem. E tinha uma mentalidade de tecnocrata no sentido limitado, a ideia de que as únicas coisas que fazem diferença são as concretas. Então tudo o que o Itamaraty fazia, ela mandava rasgar aqueles papéis. O Itamaraty, a não ser que você esteja negociando o fim de uma guerra ou uma fronteira, só lida com o longuíssimo prazo. Por que que o (ex-chanceler José) Serra saiu? Ele é engenheiro, gosta de fazer coisas. No Itamaraty, você lida com conceitos. O Lula, que é muito inteligente, percebeu que a política externa era uma tremenda alavanca, inclusive interna, e usou muito. Ela não soube usar. Diplomacia e política são a mesma coisa, Lula era um grande diplomata. Como o sr. avalia a política externa hoje? Estamos em um momento de gradual recuperação, tanto da política e da economia, quanto a política externa. Só vamos ter algo mais determinado depois das eleições. Isto é, se a eleição não "der ruim". Se tivermos um Bolsonaro da vida, é hora de fechar a butique mesmo. Há muita tensão entre o ditador norte-coreano Kim Jong Un e o presidente americano, Donald Trump. O mundo pode estar próximo de uma guerra nuclear? Não. Nós estamos há 72 anos sem uma guerra nuclear, em parte por conta do poder destrutivo das armas nucleares, que atua como deterrence, mas em parte porque a ONU, com todos os defeitos, mostrou que era maleável o bastante para acomodar grandes mudanças. O norte-coreano não é louco. Ele conduz uma política muito lógica e racional, pois viu o que aconteceu com o (ex-ditador iraquiano) Saddam Hussein e o (ex-presidente líbio) Muammar Gaddafi, que não tinham armas nucleares. E ele não vai acreditar nos americanos, no que ele tem absoluta razão. Mas mesmo se considerarmos que o Kim Jong-un não é maluco, está desenvolvendo instrumento de dissuasão, do outro lado há um ator não necessariamente racional, o Donald Trump... Trump é autor de "The Art of the Deal", diz que é preciso desestabilizar o adversário e nunca deixar o oponente saber o que a pessoa vai fazer. Os dois são negociadores se ameaçando mutuamente. Não vai acontecer nada. O planeta não vai acabar com um apocalipse nuclear, mas pode acabar como diz o verso do T.S. Eliot "not with a bang, with a whimper" (não com um estrondo, com um suspiro). O maior perigo que nós enfrentamos hoje é o aquecimento global. Mas as pessoas não percebem, porque a explosão nuclear é um perigo imediato, enquanto o aquecimento leva 30, 40 anos. Mas já está chegando. O sr. conta no livro que, ao ser convidado para o ministério, disse ao presidente Itamar Franco não ser a pessoa mais adequada... Eu disse a ele: não sou economista profissional, conheço muito pouco do plano, apenas o que a imprensa publicou. Disse que ele deveria convidar alguém que conhecesse profundamente o plano, até sugeri dois nomes, Edmar Bacha e Pedro Malan. Ele me respondeu: nós já examinamos todas as opções e o senhor é a única alternativa. Embora a frase fosse um pouco críptica, uma frase em mineirês, eu entendi. Eu trabalhei a vida toda com mineiros, com Afonso Arinos, San Tiago Dantas, Tancredo Neves. O Tancredo dizia que eu era o mais mineiro dos paulistas. Percebi que o Itamar queria dizer que ele queria alguém fora da equipe, que devesse o cargo a ele, e não ao FHC. O Itamar costumava dizer muito que eu era o sacerdote do real, em parte porque eu cumpria a função de pregar, na televisão, em parte era para chatear o Fernando Henrique, que ficou mais glorificado pelo real. Não deram muito crédito para o Itamar e ele deveria ter recebido, sem ele, o real não teria existido. Eu disse que era funcionário público, e aceitava.
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Trio paulista Rakta lança 4º compacto e se prepara para 4ª turnê no ano
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Feitiços sonoros estão sendo maturados no caldeirão do Rakta. Em outubro, o trio paulistano formado pela vocalista, tecladista e pilota de sintetizadores Paula Rebellato, pela baixista e vocalista Carla Boregas e pela baterista Nathalia Viccari lança seu quarto compacto e volta à estrada. O sete polegadas em vinil "Oculto pelos Seres" (Dama da Noite/ Nada Nada Discos), com três músicas inéditas, terá também sua versão nos serviços de streaming. Também no mês que vem, elas partem para a quarta turnê deste ano, desta vez pelo Canadá e por países da Europa. Mas antes tocam em São Paulo, no Hotel Bar (12/9) e no Al Janiah (17/9). A banda, que já lançou dois álbuns, não cabe em gêneros prontos, apesar das referências ao punk, ao pós-punk e ao experimentalismo com sintetizadores, em improvisações que explodem nos shows de alto apelo sensorial. É como um empurrão para fora da zona de conforto, em ambiências que não se apoiam somente em melodias. "A intenção nos shows é a de quebrar a noção do tempo e espaço", diz Carla Boregas, 33, que também é joalheira. As tatuagens nos braços de Paula Rebellato, 28, –com o símbolo de Plutão, Afrodite e da morte-vida– reforçam os simbolismos nos shows. "É como se cada uma incorporasse um arquétipo no palco", afirma ela, que estuda o assunto e que trabalhava em um espaço holístico dedicado a círculos de mulheres e ao sagrado feminino quando a banda foi formada, há seis anos. MULHERES O grupo aborda, em português e inglês, desde questões abstratas, como mistérios do universo, até temas mais concretos, como abuso sexual. Para além do gênero, o feminino se apresenta na Rakta como princípio. Bandas punks de mulheres influenciaram a formação musical e a noção de empoderamento, que levou à vontade de tocar. Mas o terreno minado dos usos atuais do termo "feminismo" torna delicado o assunto. "Sou feminista dentro de minhas visões sobre o que é o feminismo", diz Paula. Quando o assunto são influências e o que vai pelos fones de ouvido, conversar com as duas é transitar por um ecletismo sem preconceitos, que passa do dark ambient ao dub, do compositor japonês Ryuichi Sakamoto ao pós-punk e a música árabe e sufi, "depende do humor do dia". A médio prazo, depois da próxima turnê, planejam oficinas musicais e conversas sobre as viagens e a experiência do selo independente Dama da Noite, que costuma lançar os álbuns do trio em parceria com o Nada Nada Discos. Elas, que já tocaram em países como o Japão, dizem ter uma rede de apoio punk. "As pessoas às vezes acham que é preciso patrocínio, grandes apoios", afirma Carla. O grupo defende a filosofia do faça você mesmo em meio a um dos significados de Rakta, que deriva de uma palavra em sânscrito (rajas), como um componente de energia que produz expansão e força.
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ilustrada
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Trio paulista Rakta lança 4º compacto e se prepara para 4ª turnê no anoFeitiços sonoros estão sendo maturados no caldeirão do Rakta. Em outubro, o trio paulistano formado pela vocalista, tecladista e pilota de sintetizadores Paula Rebellato, pela baixista e vocalista Carla Boregas e pela baterista Nathalia Viccari lança seu quarto compacto e volta à estrada. O sete polegadas em vinil "Oculto pelos Seres" (Dama da Noite/ Nada Nada Discos), com três músicas inéditas, terá também sua versão nos serviços de streaming. Também no mês que vem, elas partem para a quarta turnê deste ano, desta vez pelo Canadá e por países da Europa. Mas antes tocam em São Paulo, no Hotel Bar (12/9) e no Al Janiah (17/9). A banda, que já lançou dois álbuns, não cabe em gêneros prontos, apesar das referências ao punk, ao pós-punk e ao experimentalismo com sintetizadores, em improvisações que explodem nos shows de alto apelo sensorial. É como um empurrão para fora da zona de conforto, em ambiências que não se apoiam somente em melodias. "A intenção nos shows é a de quebrar a noção do tempo e espaço", diz Carla Boregas, 33, que também é joalheira. As tatuagens nos braços de Paula Rebellato, 28, –com o símbolo de Plutão, Afrodite e da morte-vida– reforçam os simbolismos nos shows. "É como se cada uma incorporasse um arquétipo no palco", afirma ela, que estuda o assunto e que trabalhava em um espaço holístico dedicado a círculos de mulheres e ao sagrado feminino quando a banda foi formada, há seis anos. MULHERES O grupo aborda, em português e inglês, desde questões abstratas, como mistérios do universo, até temas mais concretos, como abuso sexual. Para além do gênero, o feminino se apresenta na Rakta como princípio. Bandas punks de mulheres influenciaram a formação musical e a noção de empoderamento, que levou à vontade de tocar. Mas o terreno minado dos usos atuais do termo "feminismo" torna delicado o assunto. "Sou feminista dentro de minhas visões sobre o que é o feminismo", diz Paula. Quando o assunto são influências e o que vai pelos fones de ouvido, conversar com as duas é transitar por um ecletismo sem preconceitos, que passa do dark ambient ao dub, do compositor japonês Ryuichi Sakamoto ao pós-punk e a música árabe e sufi, "depende do humor do dia". A médio prazo, depois da próxima turnê, planejam oficinas musicais e conversas sobre as viagens e a experiência do selo independente Dama da Noite, que costuma lançar os álbuns do trio em parceria com o Nada Nada Discos. Elas, que já tocaram em países como o Japão, dizem ter uma rede de apoio punk. "As pessoas às vezes acham que é preciso patrocínio, grandes apoios", afirma Carla. O grupo defende a filosofia do faça você mesmo em meio a um dos significados de Rakta, que deriva de uma palavra em sânscrito (rajas), como um componente de energia que produz expansão e força.
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Mais universitários trancam curso do que concluem graduação
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O número de universitários que abandonam seus cursos tem superado o total que conclui a graduação no país. Isso ocorreu por dois anos consecutivos e ficou mais forte em 2014, período com os últimos dados oficiais disponíveis. Naquele ano, as instituições de ensino superior formaram 1 milhão de pessoas, enquanto 1,2 milhão de alunos trancou matrículas, provocando um "rombo" de 20% entre o número de trancamentos e o de formaturas. O balanço inclui alunos de graduações presenciais e à distância (EAD), de instituições públicas e privadas. Crise econômica, má qualidade de cursos universitários e também da formação na educação básica são fatores apontados por especialistas como causas do cenário. crise na graduação - Faculdades vivem onda de trancamentos e particulares têm redução de matrículas O auxiliar de segurança do trabalho Rafael Tavares, 33, deixou em 2013 a graduação à distância em Serviço Social em uma faculdade de São Paulo. Ele não gostou da metodologia, embora a mensalidade de R$ 600 tenha pesado na decisão. "Nas aulas presenciais, assistíamos a videoaulas. O tutor nem era da área." De 2011 a 2014, o número de matriculados no ensino superior avançou 16%, chegando a 7,8 milhões. A quantidade de trancamentos no período, no entanto, saltou 60%, enquanto a de alunos diplomados variou só 1%. Essa situação se agravou a partir de 2012. Foram 876 mil diplomados em cursos presenciais naquele ano e, em 2014, esse número passou para 837 mil –retração de 4%. Os dados são das Sinopses Estatísticas dos Censos da Educação Superior, do MEC (Ministério da Educação). ALUNOS MATRICULADOS - Em milhões As edições anteriores a 2011 não traziam informações sobre trancamentos. Já as planilhas que contam com o dado não detalham se a matrícula foi trancada na modalidade presencial ou à distância. A Folha solicitou este e outros dados para o governo federal na tarde de quinta (3). A pasta afirmou que não havia tempo suficiente para o levantamento. Também argumentou que o prazo não era suficiente para esclarecer e comentar dados já divulgados e outros questionamentos. PARTICULARES A situação é mais grave nas universidades privadas. Em 2012, essas instituições formaram 673 mil alunos em cursos presenciais. Esse número caiu para 611 mil (-9%). As interrupções de curso do setor privado representam 86% do total –as particulares têm 75% das matrículas. Especialista em ensino superior, a professora da USP Elizabeth Balbachevsky diz que isso é reflexo da crise econômica, já sentida em 2014, embora outros fatores também tenham influência. "Isso mostra um estrangulamento das condições de vida das pessoas. Para os jovens, é catastrófico, vão ter que adiar sua qualificação." Novos alunos na rede particular - Em milhões Lucas de Campos, 21, escolheu Ciência da Computação pelo interesse em games e design. Cursou por três anos em uma faculdade particular de SP, que abandonou no ano passado. "Quando começaram os cálculos, foi complicado. Estudei em escola pública e não lembrava muita coisa." Sólon Caldas, diretor-executivo da Abmes, entidade que representa o ensino privado, diz que ampliar formaturas é um desafio. "Nosso aluno paga mensalidade, vai para o trabalho cedo. Por termos a maioria dos alunos vindos de escola pública, a má formação na educação básica é relevante", disse. Na rede pública, o aumento dos trancamentos é mais grave nas federais. Eles aumentaram 84% entre 2011 e 2014, enquanto a alta de concluintes foi de apenas 15%. Procurada, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior informou que, por ora, não tem posicionamento sobre as oscilações.
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Mais universitários trancam curso do que concluem graduaçãoO número de universitários que abandonam seus cursos tem superado o total que conclui a graduação no país. Isso ocorreu por dois anos consecutivos e ficou mais forte em 2014, período com os últimos dados oficiais disponíveis. Naquele ano, as instituições de ensino superior formaram 1 milhão de pessoas, enquanto 1,2 milhão de alunos trancou matrículas, provocando um "rombo" de 20% entre o número de trancamentos e o de formaturas. O balanço inclui alunos de graduações presenciais e à distância (EAD), de instituições públicas e privadas. Crise econômica, má qualidade de cursos universitários e também da formação na educação básica são fatores apontados por especialistas como causas do cenário. crise na graduação - Faculdades vivem onda de trancamentos e particulares têm redução de matrículas O auxiliar de segurança do trabalho Rafael Tavares, 33, deixou em 2013 a graduação à distância em Serviço Social em uma faculdade de São Paulo. Ele não gostou da metodologia, embora a mensalidade de R$ 600 tenha pesado na decisão. "Nas aulas presenciais, assistíamos a videoaulas. O tutor nem era da área." De 2011 a 2014, o número de matriculados no ensino superior avançou 16%, chegando a 7,8 milhões. A quantidade de trancamentos no período, no entanto, saltou 60%, enquanto a de alunos diplomados variou só 1%. Essa situação se agravou a partir de 2012. Foram 876 mil diplomados em cursos presenciais naquele ano e, em 2014, esse número passou para 837 mil –retração de 4%. Os dados são das Sinopses Estatísticas dos Censos da Educação Superior, do MEC (Ministério da Educação). ALUNOS MATRICULADOS - Em milhões As edições anteriores a 2011 não traziam informações sobre trancamentos. Já as planilhas que contam com o dado não detalham se a matrícula foi trancada na modalidade presencial ou à distância. A Folha solicitou este e outros dados para o governo federal na tarde de quinta (3). A pasta afirmou que não havia tempo suficiente para o levantamento. Também argumentou que o prazo não era suficiente para esclarecer e comentar dados já divulgados e outros questionamentos. PARTICULARES A situação é mais grave nas universidades privadas. Em 2012, essas instituições formaram 673 mil alunos em cursos presenciais. Esse número caiu para 611 mil (-9%). As interrupções de curso do setor privado representam 86% do total –as particulares têm 75% das matrículas. Especialista em ensino superior, a professora da USP Elizabeth Balbachevsky diz que isso é reflexo da crise econômica, já sentida em 2014, embora outros fatores também tenham influência. "Isso mostra um estrangulamento das condições de vida das pessoas. Para os jovens, é catastrófico, vão ter que adiar sua qualificação." Novos alunos na rede particular - Em milhões Lucas de Campos, 21, escolheu Ciência da Computação pelo interesse em games e design. Cursou por três anos em uma faculdade particular de SP, que abandonou no ano passado. "Quando começaram os cálculos, foi complicado. Estudei em escola pública e não lembrava muita coisa." Sólon Caldas, diretor-executivo da Abmes, entidade que representa o ensino privado, diz que ampliar formaturas é um desafio. "Nosso aluno paga mensalidade, vai para o trabalho cedo. Por termos a maioria dos alunos vindos de escola pública, a má formação na educação básica é relevante", disse. Na rede pública, o aumento dos trancamentos é mais grave nas federais. Eles aumentaram 84% entre 2011 e 2014, enquanto a alta de concluintes foi de apenas 15%. Procurada, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior informou que, por ora, não tem posicionamento sobre as oscilações.
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Fundador do MBL vai disputar prefeitura de Vinhedo
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Cidade onde surgiu o MBL (Movimento Brasil Livre), Vinhedo, a cerca de 80 quilômetros de São Paulo, pode eleger como prefeito um dos coordenadores nacionais do grupo, o advogado Rubinho Nunes, 28. No último dia 9, sua pré-candidatura, pelo PMDB, foi oficialmente lançada. Vinhedense, ele e Renan Santos, que reside na cidade de aproximadamente 70 mil habitantes, fundaram, logo após a reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, o movimento Renova Vinhedo para protestar contra a vitória petista. Em março do ano seguinte, já como MBL, convocavam a primeira manifestação nacional pelo impeachment. "Eu tenho a base do MBL. E o PMDB de Vinhedo me deu liberdade para aplicar meus ideais da forma que eu quiser", afirma à Folha Rubinho, que, durante a tramitação do impeachment na Câmara, praticamente mudou-se para Brasília, onde pressionou deputados a votar contra Dilma. Depois do afastamento da presidente, o movimento voltou-se para as eleições de 2016. Ficou acertado que membros que queiram concorrer deverão se afastar das atividades no MBL durante a campanha e defender os ideais do grupo liberal em suas propostas. Além disso, o MBL não irá participar do financiamento das campanhas e veta candidaturas nos seguintes partidos: PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e Rede. "Os líderes do movimento que irão se candidatar farão campanhas defendendo a plataforma do MBL e, uma vez eleitos, votarão de acordo com o que defenderam, independentemente da orientação da liderança partidária", diz Santos. "A atuação em partidos políticos é um meio, o verdadeiro fim é a defesa dos valores do movimento", completa. Questionados sobre a contradição de um movimento contra a corrupção lançar candidatos em partidos envolvidos na Lava Jato, como o próprio PMDB, os líderes dizem que é preciso "infiltrar" pessoas e ideias novas em um sistema corrompido. "Em nível nacional, tem alguns nomes do PMDB que decepcionam qualquer pessoa, mas, para exercer a política, você tem que estar dentro de um partido", diz Rubinho. Sua pré-candidatura foi uma surpresa para a população. Apesar de acompanhar a política local e ser filho de Rubens Nunes, um dos 15 vereadores de Vinhedo, é a primeira vez que Rubinho disputa uma eleição. "Nunca me candidatei nem a síndico", brinca. "Mas detectei que há um clamor muito grande por renovação na cidade." VELHA POLÍTICA Filiado ao PMDB em março, quando o pai, antes no PR, também mudou para a sigla, Rubinho tem um segundo padrinho político: João Marcos Lucas, dono de uma indústria de parafusos na cidade e presidente do PMDB municipal. "Lançar o Rubinho foi uma ideia minha e a aceitação dele está melhor do que eu podia imaginar", diz. Nunes e João Marcos chegaram a integrar a base do atual prefeito, Jaime Cruz (PSDB), que assumiu em 2014 depois que Milton Serafim (PTB), eleito em 2012, renunciou para escapar de cassação. Serafim tem, "guardadas as devidas proporções, o carisma do Lula", diz João Marcos. Foi prefeito de 1997 a 2004 e de 2009 a 2014. No ano passado, Serafim foi condenado em primeira instância a 32 anos de prisão acusado de pedir propina para aprovar loteamentos e esteve preso em 2005 e 2008 –ano em que foi eleito. Também foi citado na máfia das sanguessugas e em superfaturamento de merenda escolar. Ainda assim, João Marcos elogia Serafim como o "prefeito mais competente" da cidade. O empresário, que diz ter ido visitá-lo todos os dias na prisão, deixou de apoiá-lo após avaliar que ele inchara a máquina pública e também pelo caso da merenda. "Ele era tido como corrupto, mas que só tirava dos ricos. Perdeu a força quando mexeu na merenda, uma coisa sagrada." Procurado pela Folha, o ex-prefeito disse que confia na Justiça e irá provar sua inocência. No ano passado, João Marcos chegou a negociar quatro secretarias para apoiar Cruz, mas rompeu com o prefeito, no mês passado, por considerar que ele bancou gastos e cargos de confiança desnecessários. Cruz também foi denunciado no caso da merenda. Segundo sua assessoria, ele era secretário de Educação à época, mas não era responsável pelas licitações. AFINAMENTO Rubinho e João Marcos estão afinados nas prioridades para Vinhedo: uma administração enxuta e que fomente a iniciativa privada. "Vinhedo tem muitos cargos, comprometendo 54% do orçamento com funcionalismo. Assemelha-se muito com o que o PT fazia no governo federal", diz Rubinho. O pré-candidato não concorda com as novas regras eleitorais, que proíbem doações empresariais e diminuem o tempo de campanha. A legislação estabelece ainda um teto para arrecadação que, no caso de Vinhedo, é de R$ 100 mil. João Marcos será um dos doadores da campanha e quer viabilizar contribuições de outros empresários na condição de pessoas físicas. SÃO PAULO Fernando Holiday, outro coordenadores nacional do MBL, irá formalizar sua pré-candidatura a vereador de São Paulo pelo DEM neste mês. Segundo Santos, um dos fundadores do movimento, líderes locais do MBL irão concorrer em cidades como Caxias do Sul (RS), Campina Grande (PB), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC). "O número de candidatos será definido oficialmente em nossa convenção, em agosto, quando terminaremos de avaliar suas potencialidades e –inclusive– seu passado e seus parceiros eleitorais", afirma Santos.
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Fundador do MBL vai disputar prefeitura de VinhedoCidade onde surgiu o MBL (Movimento Brasil Livre), Vinhedo, a cerca de 80 quilômetros de São Paulo, pode eleger como prefeito um dos coordenadores nacionais do grupo, o advogado Rubinho Nunes, 28. No último dia 9, sua pré-candidatura, pelo PMDB, foi oficialmente lançada. Vinhedense, ele e Renan Santos, que reside na cidade de aproximadamente 70 mil habitantes, fundaram, logo após a reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, o movimento Renova Vinhedo para protestar contra a vitória petista. Em março do ano seguinte, já como MBL, convocavam a primeira manifestação nacional pelo impeachment. "Eu tenho a base do MBL. E o PMDB de Vinhedo me deu liberdade para aplicar meus ideais da forma que eu quiser", afirma à Folha Rubinho, que, durante a tramitação do impeachment na Câmara, praticamente mudou-se para Brasília, onde pressionou deputados a votar contra Dilma. Depois do afastamento da presidente, o movimento voltou-se para as eleições de 2016. Ficou acertado que membros que queiram concorrer deverão se afastar das atividades no MBL durante a campanha e defender os ideais do grupo liberal em suas propostas. Além disso, o MBL não irá participar do financiamento das campanhas e veta candidaturas nos seguintes partidos: PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e Rede. "Os líderes do movimento que irão se candidatar farão campanhas defendendo a plataforma do MBL e, uma vez eleitos, votarão de acordo com o que defenderam, independentemente da orientação da liderança partidária", diz Santos. "A atuação em partidos políticos é um meio, o verdadeiro fim é a defesa dos valores do movimento", completa. Questionados sobre a contradição de um movimento contra a corrupção lançar candidatos em partidos envolvidos na Lava Jato, como o próprio PMDB, os líderes dizem que é preciso "infiltrar" pessoas e ideias novas em um sistema corrompido. "Em nível nacional, tem alguns nomes do PMDB que decepcionam qualquer pessoa, mas, para exercer a política, você tem que estar dentro de um partido", diz Rubinho. Sua pré-candidatura foi uma surpresa para a população. Apesar de acompanhar a política local e ser filho de Rubens Nunes, um dos 15 vereadores de Vinhedo, é a primeira vez que Rubinho disputa uma eleição. "Nunca me candidatei nem a síndico", brinca. "Mas detectei que há um clamor muito grande por renovação na cidade." VELHA POLÍTICA Filiado ao PMDB em março, quando o pai, antes no PR, também mudou para a sigla, Rubinho tem um segundo padrinho político: João Marcos Lucas, dono de uma indústria de parafusos na cidade e presidente do PMDB municipal. "Lançar o Rubinho foi uma ideia minha e a aceitação dele está melhor do que eu podia imaginar", diz. Nunes e João Marcos chegaram a integrar a base do atual prefeito, Jaime Cruz (PSDB), que assumiu em 2014 depois que Milton Serafim (PTB), eleito em 2012, renunciou para escapar de cassação. Serafim tem, "guardadas as devidas proporções, o carisma do Lula", diz João Marcos. Foi prefeito de 1997 a 2004 e de 2009 a 2014. No ano passado, Serafim foi condenado em primeira instância a 32 anos de prisão acusado de pedir propina para aprovar loteamentos e esteve preso em 2005 e 2008 –ano em que foi eleito. Também foi citado na máfia das sanguessugas e em superfaturamento de merenda escolar. Ainda assim, João Marcos elogia Serafim como o "prefeito mais competente" da cidade. O empresário, que diz ter ido visitá-lo todos os dias na prisão, deixou de apoiá-lo após avaliar que ele inchara a máquina pública e também pelo caso da merenda. "Ele era tido como corrupto, mas que só tirava dos ricos. Perdeu a força quando mexeu na merenda, uma coisa sagrada." Procurado pela Folha, o ex-prefeito disse que confia na Justiça e irá provar sua inocência. No ano passado, João Marcos chegou a negociar quatro secretarias para apoiar Cruz, mas rompeu com o prefeito, no mês passado, por considerar que ele bancou gastos e cargos de confiança desnecessários. Cruz também foi denunciado no caso da merenda. Segundo sua assessoria, ele era secretário de Educação à época, mas não era responsável pelas licitações. AFINAMENTO Rubinho e João Marcos estão afinados nas prioridades para Vinhedo: uma administração enxuta e que fomente a iniciativa privada. "Vinhedo tem muitos cargos, comprometendo 54% do orçamento com funcionalismo. Assemelha-se muito com o que o PT fazia no governo federal", diz Rubinho. O pré-candidato não concorda com as novas regras eleitorais, que proíbem doações empresariais e diminuem o tempo de campanha. A legislação estabelece ainda um teto para arrecadação que, no caso de Vinhedo, é de R$ 100 mil. João Marcos será um dos doadores da campanha e quer viabilizar contribuições de outros empresários na condição de pessoas físicas. SÃO PAULO Fernando Holiday, outro coordenadores nacional do MBL, irá formalizar sua pré-candidatura a vereador de São Paulo pelo DEM neste mês. Segundo Santos, um dos fundadores do movimento, líderes locais do MBL irão concorrer em cidades como Caxias do Sul (RS), Campina Grande (PB), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC). "O número de candidatos será definido oficialmente em nossa convenção, em agosto, quando terminaremos de avaliar suas potencialidades e –inclusive– seu passado e seus parceiros eleitorais", afirma Santos.
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Presidente do Conselho de Ética pode arquivar representação contra Jucá
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O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA) indicou nesta terça-feira (31) que poderá arquivar a representação contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) por quebra de decoro parlamentar. Ele decidirá se aceita ou não o documento até a próxima segunda-feira (6). Para ele, o caso de seu correligionário é diferente do processo que levou à cassação do mandato do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) porque as provas contra o ex-petista eram mais contundentes embora ambos tenham atuado para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. "Tinha o agravante no caso do nosso amigo Delcídio do plenário do Senado ter votado acatando a decisão do Supremo pela prisão. Nesse caso não tem nada disso. Aceitei de pronto o do Delcídio porque, além da gravação, ele tinha feito o ato de obstruir a Justiça. Agora, nós temos que ver nossas prerrogativas. Todos aqui temos opinião e aquilo ali é mais de opinião. Posso dizer que tem de tirar fulano para melhorar o país", disse Souza. Protocolada pelo PDT na semana passada, a representação pede a cassação de Jucá por quebra de decoro parlamentar. Ele perdeu o cargo de ministro do Planejamento do governo interino de Michel Temer após a publicação, pela Folha, de gravações em que sugere um pacto para deter o avanço das investigações da Lava Jato. O partido entende que Jucá tentou obstruir a Justiça ao afirmar que conversou com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Na versão de Jucá contada a Machado, os ministros teriam relacionado a saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato. Pelo regimento do Senado, o presidente do Conselho de Ética tem a prerrogativa de decidir sozinho se aceita ou não a representação. Souza enviou o caso para a advocacia-geral do Senado, prática comum do senador, para obter um parecer sobre o caso. "Dentro de cinco dias vou dar minha opinião mas quero primeiro ouvir a opinião dos advogados. Quero ver a parte jurídica para me respaldar", disse. Se ele rejeitar, os autores da proposta podem recorrer ao plenário do Conselho. Se aceitar, o processo começa a tramitar no colegiado.
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Presidente do Conselho de Ética pode arquivar representação contra JucáO presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA) indicou nesta terça-feira (31) que poderá arquivar a representação contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) por quebra de decoro parlamentar. Ele decidirá se aceita ou não o documento até a próxima segunda-feira (6). Para ele, o caso de seu correligionário é diferente do processo que levou à cassação do mandato do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) porque as provas contra o ex-petista eram mais contundentes embora ambos tenham atuado para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. "Tinha o agravante no caso do nosso amigo Delcídio do plenário do Senado ter votado acatando a decisão do Supremo pela prisão. Nesse caso não tem nada disso. Aceitei de pronto o do Delcídio porque, além da gravação, ele tinha feito o ato de obstruir a Justiça. Agora, nós temos que ver nossas prerrogativas. Todos aqui temos opinião e aquilo ali é mais de opinião. Posso dizer que tem de tirar fulano para melhorar o país", disse Souza. Protocolada pelo PDT na semana passada, a representação pede a cassação de Jucá por quebra de decoro parlamentar. Ele perdeu o cargo de ministro do Planejamento do governo interino de Michel Temer após a publicação, pela Folha, de gravações em que sugere um pacto para deter o avanço das investigações da Lava Jato. O partido entende que Jucá tentou obstruir a Justiça ao afirmar que conversou com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Na versão de Jucá contada a Machado, os ministros teriam relacionado a saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato. Pelo regimento do Senado, o presidente do Conselho de Ética tem a prerrogativa de decidir sozinho se aceita ou não a representação. Souza enviou o caso para a advocacia-geral do Senado, prática comum do senador, para obter um parecer sobre o caso. "Dentro de cinco dias vou dar minha opinião mas quero primeiro ouvir a opinião dos advogados. Quero ver a parte jurídica para me respaldar", disse. Se ele rejeitar, os autores da proposta podem recorrer ao plenário do Conselho. Se aceitar, o processo começa a tramitar no colegiado.
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Genro defende afastamento preventivo de Vaccari do cargo de tesoureiro
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O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) defendeu nesta segunda-feira (30) que se o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não pedir seu afastamento do cargo, o comando nacional do partido deve fazê-lo preventivamente. Na semana passada, a Justiça Federal do Paraná aceitou denúncia do Ministério Público e tornou o tesoureiro réu sob a acusação de corrupção no rastro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. "Se ele for denunciado, e se a denúncia foi aceita como é a informação que nós temos, o partido deve pedir para que ele se afaste e, se ele não se afastar, afastá-lo preventivamente", defendeu. Sob pressão do comando petista, o tesoureiro tem sido pressionado a deixar o posto para evitar maior desgaste na imagem da sigla. Ele, no entanto, avisou à cúpula da legenda que quer continuar no posto e pretende prestar depoimento à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados, no exercício da função. Genro participou na manhã desta segunda-feira (30) de reunião como o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, na capital paulista. O petista defendeu que o PT passe por uma "renovação profunda" e adapte a sua visão programática ao "novo ciclo econômico e social do país". "Uma profunda revisão dos pressupostos éticos e políticos que fizeram parte do próprio nascimento do partido", disse. Genro avaliou ainda que o atual modelo de coalizão do PT está "vencido". Ele defendeu que se forme uma frente ampla de partidos, nos moldes do que é feito no Uruguai.
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Genro defende afastamento preventivo de Vaccari do cargo de tesoureiroO ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) defendeu nesta segunda-feira (30) que se o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não pedir seu afastamento do cargo, o comando nacional do partido deve fazê-lo preventivamente. Na semana passada, a Justiça Federal do Paraná aceitou denúncia do Ministério Público e tornou o tesoureiro réu sob a acusação de corrupção no rastro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. "Se ele for denunciado, e se a denúncia foi aceita como é a informação que nós temos, o partido deve pedir para que ele se afaste e, se ele não se afastar, afastá-lo preventivamente", defendeu. Sob pressão do comando petista, o tesoureiro tem sido pressionado a deixar o posto para evitar maior desgaste na imagem da sigla. Ele, no entanto, avisou à cúpula da legenda que quer continuar no posto e pretende prestar depoimento à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados, no exercício da função. Genro participou na manhã desta segunda-feira (30) de reunião como o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, na capital paulista. O petista defendeu que o PT passe por uma "renovação profunda" e adapte a sua visão programática ao "novo ciclo econômico e social do país". "Uma profunda revisão dos pressupostos éticos e políticos que fizeram parte do próprio nascimento do partido", disse. Genro avaliou ainda que o atual modelo de coalizão do PT está "vencido". Ele defendeu que se forme uma frente ampla de partidos, nos moldes do que é feito no Uruguai.
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Executivo da Odebrecht é próximo de políticos e fanático pelo Corinthians
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Há 30 anos no grupo baiano, o presidente da Construtora Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, é conhecido pelo trânsito com políticos cacifados dos principais partidos do Brasil e por ser um corintiano fanático. Tido como número dois da empresa, é um dos executivos mais ouvidos pelos donos, Emílio e Marcelo Odebrecht, o último preso desde junho. Como está há anos na negociação de obras públicas com os Estados, a relação de BJ com os governadores é constante, e se tornou mais intensa com a construção dos estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014. Ele esteve à frente da condução de contratos das quatro arenas erguidas ou reformadas pela empreiteira para o Mundial: a do Corinthians, em São Paulo (SP); a do Maracanã, no Rio (RJ); a Fonte Nova, em Salvador (BA); e a Pernambuco, em Recife (PE). Hoje, as concessões dos três últimos estádios também estão sob os cuidados da área administrada pelo executivo. Nos últimos tempos, BJ, passou a não esconder a decepção que a empresa vem tendo com o setor: "Achávamos que daria dinheiro de verdade. Mas tudo que aconteceu no governo [da presidente] Dilma nos atrapalhou. As manifestações, o ódio da população pela Copa. Sentimos isso até hoje", costuma dizer aos mais próximos. Da construção da Arena Corinthians surgiram amizades, como a com o deputado federal e ex-presidente do clube Andrés Sanchez (PT-SP). Figura constante nas partidas de futebol do Alvinegro, BJ costuma ser apresentado pelos conselheiros do time na área VIP como "quem manda no Itaquerão". O empresário também não deixa de ir aos jogos distantes –se necessário, de jatinho. Esse foi o caso de uma viagem dele a Buenos Aires, Argentina, para assistir à primeira partida do Corinthians contra o Boca Juniors na conquista inédita da Libertadores, em 2012. O fanatismo também está estampado no seu escritório, no Rio, onde tem itens do clube decorando sua sala. Nas partidas em que vai, geralmente acompanhado das duas filhas, BJ gosta de contar aos conselheiros corintianos que tem uma bandeira do clube hasteada em sua residência. Antes de ser preso, tinha esperanças de fazer os estádios gerenciados pela Odebrecht prosperarem. Planejava uma ampla reformulação para tratar da gestão dos estádios, que ainda não havia sido colocada em prática.
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Executivo da Odebrecht é próximo de políticos e fanático pelo CorinthiansHá 30 anos no grupo baiano, o presidente da Construtora Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, é conhecido pelo trânsito com políticos cacifados dos principais partidos do Brasil e por ser um corintiano fanático. Tido como número dois da empresa, é um dos executivos mais ouvidos pelos donos, Emílio e Marcelo Odebrecht, o último preso desde junho. Como está há anos na negociação de obras públicas com os Estados, a relação de BJ com os governadores é constante, e se tornou mais intensa com a construção dos estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014. Ele esteve à frente da condução de contratos das quatro arenas erguidas ou reformadas pela empreiteira para o Mundial: a do Corinthians, em São Paulo (SP); a do Maracanã, no Rio (RJ); a Fonte Nova, em Salvador (BA); e a Pernambuco, em Recife (PE). Hoje, as concessões dos três últimos estádios também estão sob os cuidados da área administrada pelo executivo. Nos últimos tempos, BJ, passou a não esconder a decepção que a empresa vem tendo com o setor: "Achávamos que daria dinheiro de verdade. Mas tudo que aconteceu no governo [da presidente] Dilma nos atrapalhou. As manifestações, o ódio da população pela Copa. Sentimos isso até hoje", costuma dizer aos mais próximos. Da construção da Arena Corinthians surgiram amizades, como a com o deputado federal e ex-presidente do clube Andrés Sanchez (PT-SP). Figura constante nas partidas de futebol do Alvinegro, BJ costuma ser apresentado pelos conselheiros do time na área VIP como "quem manda no Itaquerão". O empresário também não deixa de ir aos jogos distantes –se necessário, de jatinho. Esse foi o caso de uma viagem dele a Buenos Aires, Argentina, para assistir à primeira partida do Corinthians contra o Boca Juniors na conquista inédita da Libertadores, em 2012. O fanatismo também está estampado no seu escritório, no Rio, onde tem itens do clube decorando sua sala. Nas partidas em que vai, geralmente acompanhado das duas filhas, BJ gosta de contar aos conselheiros corintianos que tem uma bandeira do clube hasteada em sua residência. Antes de ser preso, tinha esperanças de fazer os estádios gerenciados pela Odebrecht prosperarem. Planejava uma ampla reformulação para tratar da gestão dos estádios, que ainda não havia sido colocada em prática.
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Para presidente do Bradesco, Brasil tem 'condições' para queda de juros
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O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse nesta segunda-feira (21) ver "condições estruturais" no país para uma queda de juros. Ele é um dos 96 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que se reúne nesta segunda pela primeira vez desde que Michel Temer assumiu a Presidência da República. "Tem condições estruturais de uma queda de juros. Está sinalizando para patamares bem confortáveis", afirmou em entrevista antes da reunião. Para o presidente do Bradesco, a política econômica do governo de Donald Trump nos Estados Unidos deve estreitar a "janela de ajustes" do Brasil. "A política de juros baixos no Brasil ajuda o equilíbrio brasileiro. A perspectiva de uma mudança na política americana no governo Trump faz com que nossa janela (de ajuste) possa ficar mais estreita. A grande palavra de ordem é estabelecer senso de urgência em tudo o que for necessário", afirmou. Trabuco também defendeu as reformas propostas pelo governo, como a da Previdência. "Os dados de realidade, principalmente o nível de desemprego, o nível da desaceleração, acho que isso é uma consciência plena. Evidentemente que, aqueles que ainda duvidam disso, é só avaliar os dados da economia, a economia fraca", afirmou o presidente do Bradesco. Trabuco disse que, nos últimos meses, os níveis de "esperança e confiança" no governo aumentaram, mas cobrou resultados. "Precisamos, agora, ter capacidade de entrega", afirmou. "As variáveis sinalizam que o pior está ficando para trás. Agora, evidente que a gente vai enfrentar 2017 com grande desafio que é o desafio do crescimento. Encontrar os motores do crescimento acho que é o grande desafio que a sociedade tem, junto com o governo, para encontrar a retomada. Sem uma retomada através do investimento privado, a gente não vai ter um ciclo de geração de emprego", disse Luiz Carlos Trabuco. MEDIDAS AMARGAS Em discurso já durante a reunião, o publicitário Nizan Guanaes defendeu que o governo federal adote medidas "amargas" e "impopulares" para a recuperar o crescimento da economia nacional. Segundo ele, é fundamental a flexibilização das regras trabalhistas, como a proposta da terceirização, e a elaboração de iniciativas que estimulem a competitividade nacional. "Não temos mais condições de viver com essa carga fiscal", reclamou.
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Para presidente do Bradesco, Brasil tem 'condições' para queda de jurosO presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse nesta segunda-feira (21) ver "condições estruturais" no país para uma queda de juros. Ele é um dos 96 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que se reúne nesta segunda pela primeira vez desde que Michel Temer assumiu a Presidência da República. "Tem condições estruturais de uma queda de juros. Está sinalizando para patamares bem confortáveis", afirmou em entrevista antes da reunião. Para o presidente do Bradesco, a política econômica do governo de Donald Trump nos Estados Unidos deve estreitar a "janela de ajustes" do Brasil. "A política de juros baixos no Brasil ajuda o equilíbrio brasileiro. A perspectiva de uma mudança na política americana no governo Trump faz com que nossa janela (de ajuste) possa ficar mais estreita. A grande palavra de ordem é estabelecer senso de urgência em tudo o que for necessário", afirmou. Trabuco também defendeu as reformas propostas pelo governo, como a da Previdência. "Os dados de realidade, principalmente o nível de desemprego, o nível da desaceleração, acho que isso é uma consciência plena. Evidentemente que, aqueles que ainda duvidam disso, é só avaliar os dados da economia, a economia fraca", afirmou o presidente do Bradesco. Trabuco disse que, nos últimos meses, os níveis de "esperança e confiança" no governo aumentaram, mas cobrou resultados. "Precisamos, agora, ter capacidade de entrega", afirmou. "As variáveis sinalizam que o pior está ficando para trás. Agora, evidente que a gente vai enfrentar 2017 com grande desafio que é o desafio do crescimento. Encontrar os motores do crescimento acho que é o grande desafio que a sociedade tem, junto com o governo, para encontrar a retomada. Sem uma retomada através do investimento privado, a gente não vai ter um ciclo de geração de emprego", disse Luiz Carlos Trabuco. MEDIDAS AMARGAS Em discurso já durante a reunião, o publicitário Nizan Guanaes defendeu que o governo federal adote medidas "amargas" e "impopulares" para a recuperar o crescimento da economia nacional. Segundo ele, é fundamental a flexibilização das regras trabalhistas, como a proposta da terceirização, e a elaboração de iniciativas que estimulem a competitividade nacional. "Não temos mais condições de viver com essa carga fiscal", reclamou.
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Ativistas correm para salvar dados científicos do governo dos EUA
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Quando a posse do novo presidente dos Estados Unidos estava se aproximando, em janeiro, a sensação entre alguns cientistas que dependem de vastos oceanos de dados armazenados em servidores do governo era quase de pânico. As informações pelas quais eles temiam abarcavam grande número de categorias, de dados sociodemográficos a fotos da calota polar obtidas por satélites. Em um governo Trump que já havia deixado claro o seu desdém pelas copiosas provas de que a atividade humana está causando o aquecimento do planeta, os pesquisadores temiam uma ampla cruzada contra as informações científicas fornecidas ao público. O anúncio de fortes cortes no orçamento da Agência de Proteção Ambiental (EPA) alimentou temores renovados de que bancos de dados inteiros sejam destruídos, nem que apenas como resultado de cortes de despesas. "Provavelmente estaremos nos despedindo de muitos dos dados inestimáveis armazenados nos NCEI", afirmou Anne Jefferson, professora de hidrologia aquática na Universidade Estadual Kent, em post no Twitter sábado, usando a sigla dos Centros Nacionais de Informação Ambiental norte-americanos. É ilegal destruir dados do governo, mas agências podem dificultar o acesso a eles ao revisar sites e criar outras barreiras para o uso das informações brutas armazenadas. Já houve algumas mudanças nos sites de agências federais de ciência, de acordo com a Iniciativa de Governança e Dados Ambientais, uma nova organização de pesquisadores que monitoram o conteúdo dos bancos de dados públicos. No site da EPA, por exemplo, a seção de ciência e tecnologia antes descrevia sua missão como o desenvolvimento "de fundações científicas e tecnológicas para a obtenção de água limpa". Agora, ela diz que seu objetivo é desenvolver "padrões de desempenho tecnológica e cientificamente atingíveis". Gráficos no site do Departamento de Energia que ilustravam a conexão entre a queima de carvão e as emissões de gases causadores do efeito-estufa também foram removidos. O mesmo vale para a descrição de uma página no site do Departamento do Interior sobre os efeitos ambientais do uso de técnicas de fratura hidráulica para exploração petroleira em terras federais. Mudanças como essas parecem refletir apenas as prioridades declaradas pelo novo governo, e existem poucos sinais até agora de que bancos de dados federais estejam sendo sistematicamente manipulados ou restringidos. Mas a preocupação quanto à vulnerabilidade de informações científicas também atraiu atenção para um problema de governo na era digital que independe de preferências partidárias. Boa parte das informações científicas minuciosamente recolhidas ao longo de décadas, a um custo de centenas de bilhões de dólares, continua a estar sob controle exclusivo do governo, dispersas por milhares de servidores e centenas de departamentos, onde os dados talvez não contem com backup e nos quais encontrá-los pode ser difícil. Milhares de acadêmicos, bibliotecários, programadores de software e cidadãos interessados em causas científicas se reuniram, nas últimas semanas, em eventos de "resgate de dados" –seis deles aconteceram só no último fim de semana –e a enormidade da tarefa de extrair dados governamentais hoje facilmente acessíveis se tornou aparente; o mesmo se aplica à dificuldade de localizar dados menos acessíveis. Alguns ativistas pela causa do acesso aberto a dados se referem a "dados ocultos" –e eles não estão falando sobre informações sigilosas ou informações que o governo só costuma divulgar se houver uma solicitação de informações específicas nos termos da Lei de Liberdade de Informação. "É como a matéria escura - sabemos que ela deve estar lá, mas não sabemos onde encontrá-la para confirmar", disse Maxwell Ogden, diretor da Code for Science and Society, uma uma organização sem fins lucrativos que iniciou um projeto de criação de arquivos para os dados governamentais usando os sistemas da Universidade da Califórnia. "Se eles pretendem apagar alguma coisa, como é que nós poderemos saber que dados foram apagados, se nem mesmo sabemos que eles estavam lá?", ele questionou. Os obstáculos causaram debate entre os ativistas que lutam por acesso aberto aos dados sobre como criar um sistema de arquivo para os dados científicos do governo que garanta que o público não perca acesso a eles, não importa quem esteja no poder. "Ninguém advogaria um sistema no qual o governo armazena todos os dados científicos e nós simplesmente confiamos em que as autoridades os forneçam a nós", disse Laurie Allen, bibliotecária digital da Universidade da Pensilvânia e uma das fundadoras da Data Refuge. "Não era esse o sistema que imaginávamos ter, mas é o sistema que temos". No momento, o que existe de mais próximo a um repositório central de dados é o Data.gov, que sob uma diretiva do governo Obama em 2013 tem a missão de oferecer links para todos os bancos de dados públicos operados pelo governo. Mas o sistema depende de que as agências encaminhem links ao sistema por conta própria, e a dimensão total dos dados a que o sistema fornece links, Ogden descobriu recentemente, é de apenas 40 terabytes - um volume que poderia ser armazenado em discos rígidos que custariam no máximo US$ 1 mil. A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) oferece acesso a mais de 17,5 petabytes de dados arquivados, de acordo com o seu site (um petabyte é mil vezes maior que um terabyte), por meio de dezenas de portais. E um terço dos links do Data.gov, Ogden descobriu, conduzem os usuários a um site e não aos dados em si, o que torna mais difícil desenvolver software que os copie automaticamente. Mesmo os bancos de dados que constam do Data.gov –e há mais de dois milhões deles, de acordo com os registros de Ogden –muitas vezes são acessíveis por meio de uma interface criada para facilitar o acesso, mas em geral baseada em códigos de computação fechados e quase impossíveis de reproduzir. A necessidade de escrever códigos especializados para extrair dados, digamos, dos relatórios da EPA sobre emissões de poluentes, é uma razão para que, a despeito de ter organizado mais de duas dúzias de eventos de "resgate de dados" desde janeiro, o grupo ativista Data Refuge ofereça acesso a apenas 158 conjuntos de dados em seu diretório público. Andrew Bergman, aluno de pós-graduação em física aplicada na Universidade Harvard, e dois de seus colegas no departamento de física suspenderam seus estudos a fim de fundar a Iniciativa de Governança e Dados Ambientais, que também participa da organização dos eventos. "Temos coisas que são consideradas realmente importantes, da Nasa, EPA, Noaa", disse Bergman. "Mas em termos de conjuntos de dados completos e totalmente extraídos, o que temos é muito pouco comparado ao total". A transição para a distribuição digital que tornou os documentos do governo mais acessíveis, dizem os bibliotecários, também os expõe a mais riscos. Sem cópias físicas em bibliotecas, a promessa da Internet, de tornar mais acessíveis os dados do governo, os centralizou muito mais. Exceto nos casos em que determinados dados são objeto de um pedido de acesso nos termos da Lei de Liberdade de Informação ou tema de processos judiciais, não está claro o que compeliria uma agência do governo a mantê-los online. "Destruir registros federais é crime", disse Patrice McDermott, que comanda uma organização ativista chamada Open the Government. "Mas tirá-los da Internet não acarreta a mesma penalidade". Em carta recente ao Serviço de Administração e Orçamento do governo federal, a organização de McDermott mencionou uma cláusula na Lei de Redução da Burocracia de 1995 que requer que agências "ofereçam notificação adequada quando criarem, modificarem substancialmente ou encerrarem esforços de disseminação de informações". Mas o que isso significa, na era do big data, não está claro. Produzir cópias seguras de pesquisas financiadas pelo governo nas quais os pesquisadores possam confiar não é tarefa fácil, dizem os bibliotecários. Mas muitos daqueles que vêm tentando há anos obter verbas e criar um sistema para fazê-lo confiavelmente esperam aproveitar a atual onda de interesse. "No momento, o número de pessoas cientes do risco de confiar apenas no governo para preservar as informações das quais elas dependem é maior do que nunca", escreveram dois bibliotecários que estudam documentos do governo, James A. Jacobs, da Universidade da Califórnia em San Diego, e James R. Jacobs, da Universidade Stanford, em um artigo que foi veiculado online na semana passada. "Isso não acontecia seis meses atrás, por exemplo". Nos eventos de preservação de arquivos, os participantes costumam ser divididos em grupos. Um desses grupos usa uma extensão de navegador de Internet para encaminhar endereços de Web do governo ao Internet Archive, um serviço existente que opera um agente de software automatizado capaz de copiar sites federais mas que em geral não tem acesso a bancos de dados que armazenem informações em formatos mais exóticos. Outro grupo tem a tarefa de vasculhar os conjuntos de dados que os pesquisadores identificam como especialmente úteis ou vulneráveis. Esses bancos de dados recebem um tag que descreve sua origem e o que eles contêm. Em um dos eventos, na Universidade de Nova York em fevereiro, muita gente ficou espantada com a amplitude e profundidade das pesquisas que estavam sendo examinadas, e ao mesmo tempo passou a se preocupar ainda mais com o futuro dos dados. "Veja, você pode obter leituras de temperatura e salinidade de qualquer dessas boias", disse Barbara Thiers, vice-presidente de ciência do Jardim Botânico de Nova York, outra participante dos eventos. "Esses são os dados brutos para acompanhar o aquecimento do oceano". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Ativistas correm para salvar dados científicos do governo dos EUAQuando a posse do novo presidente dos Estados Unidos estava se aproximando, em janeiro, a sensação entre alguns cientistas que dependem de vastos oceanos de dados armazenados em servidores do governo era quase de pânico. As informações pelas quais eles temiam abarcavam grande número de categorias, de dados sociodemográficos a fotos da calota polar obtidas por satélites. Em um governo Trump que já havia deixado claro o seu desdém pelas copiosas provas de que a atividade humana está causando o aquecimento do planeta, os pesquisadores temiam uma ampla cruzada contra as informações científicas fornecidas ao público. O anúncio de fortes cortes no orçamento da Agência de Proteção Ambiental (EPA) alimentou temores renovados de que bancos de dados inteiros sejam destruídos, nem que apenas como resultado de cortes de despesas. "Provavelmente estaremos nos despedindo de muitos dos dados inestimáveis armazenados nos NCEI", afirmou Anne Jefferson, professora de hidrologia aquática na Universidade Estadual Kent, em post no Twitter sábado, usando a sigla dos Centros Nacionais de Informação Ambiental norte-americanos. É ilegal destruir dados do governo, mas agências podem dificultar o acesso a eles ao revisar sites e criar outras barreiras para o uso das informações brutas armazenadas. Já houve algumas mudanças nos sites de agências federais de ciência, de acordo com a Iniciativa de Governança e Dados Ambientais, uma nova organização de pesquisadores que monitoram o conteúdo dos bancos de dados públicos. No site da EPA, por exemplo, a seção de ciência e tecnologia antes descrevia sua missão como o desenvolvimento "de fundações científicas e tecnológicas para a obtenção de água limpa". Agora, ela diz que seu objetivo é desenvolver "padrões de desempenho tecnológica e cientificamente atingíveis". Gráficos no site do Departamento de Energia que ilustravam a conexão entre a queima de carvão e as emissões de gases causadores do efeito-estufa também foram removidos. O mesmo vale para a descrição de uma página no site do Departamento do Interior sobre os efeitos ambientais do uso de técnicas de fratura hidráulica para exploração petroleira em terras federais. Mudanças como essas parecem refletir apenas as prioridades declaradas pelo novo governo, e existem poucos sinais até agora de que bancos de dados federais estejam sendo sistematicamente manipulados ou restringidos. Mas a preocupação quanto à vulnerabilidade de informações científicas também atraiu atenção para um problema de governo na era digital que independe de preferências partidárias. Boa parte das informações científicas minuciosamente recolhidas ao longo de décadas, a um custo de centenas de bilhões de dólares, continua a estar sob controle exclusivo do governo, dispersas por milhares de servidores e centenas de departamentos, onde os dados talvez não contem com backup e nos quais encontrá-los pode ser difícil. Milhares de acadêmicos, bibliotecários, programadores de software e cidadãos interessados em causas científicas se reuniram, nas últimas semanas, em eventos de "resgate de dados" –seis deles aconteceram só no último fim de semana –e a enormidade da tarefa de extrair dados governamentais hoje facilmente acessíveis se tornou aparente; o mesmo se aplica à dificuldade de localizar dados menos acessíveis. Alguns ativistas pela causa do acesso aberto a dados se referem a "dados ocultos" –e eles não estão falando sobre informações sigilosas ou informações que o governo só costuma divulgar se houver uma solicitação de informações específicas nos termos da Lei de Liberdade de Informação. "É como a matéria escura - sabemos que ela deve estar lá, mas não sabemos onde encontrá-la para confirmar", disse Maxwell Ogden, diretor da Code for Science and Society, uma uma organização sem fins lucrativos que iniciou um projeto de criação de arquivos para os dados governamentais usando os sistemas da Universidade da Califórnia. "Se eles pretendem apagar alguma coisa, como é que nós poderemos saber que dados foram apagados, se nem mesmo sabemos que eles estavam lá?", ele questionou. Os obstáculos causaram debate entre os ativistas que lutam por acesso aberto aos dados sobre como criar um sistema de arquivo para os dados científicos do governo que garanta que o público não perca acesso a eles, não importa quem esteja no poder. "Ninguém advogaria um sistema no qual o governo armazena todos os dados científicos e nós simplesmente confiamos em que as autoridades os forneçam a nós", disse Laurie Allen, bibliotecária digital da Universidade da Pensilvânia e uma das fundadoras da Data Refuge. "Não era esse o sistema que imaginávamos ter, mas é o sistema que temos". No momento, o que existe de mais próximo a um repositório central de dados é o Data.gov, que sob uma diretiva do governo Obama em 2013 tem a missão de oferecer links para todos os bancos de dados públicos operados pelo governo. Mas o sistema depende de que as agências encaminhem links ao sistema por conta própria, e a dimensão total dos dados a que o sistema fornece links, Ogden descobriu recentemente, é de apenas 40 terabytes - um volume que poderia ser armazenado em discos rígidos que custariam no máximo US$ 1 mil. A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) oferece acesso a mais de 17,5 petabytes de dados arquivados, de acordo com o seu site (um petabyte é mil vezes maior que um terabyte), por meio de dezenas de portais. E um terço dos links do Data.gov, Ogden descobriu, conduzem os usuários a um site e não aos dados em si, o que torna mais difícil desenvolver software que os copie automaticamente. Mesmo os bancos de dados que constam do Data.gov –e há mais de dois milhões deles, de acordo com os registros de Ogden –muitas vezes são acessíveis por meio de uma interface criada para facilitar o acesso, mas em geral baseada em códigos de computação fechados e quase impossíveis de reproduzir. A necessidade de escrever códigos especializados para extrair dados, digamos, dos relatórios da EPA sobre emissões de poluentes, é uma razão para que, a despeito de ter organizado mais de duas dúzias de eventos de "resgate de dados" desde janeiro, o grupo ativista Data Refuge ofereça acesso a apenas 158 conjuntos de dados em seu diretório público. Andrew Bergman, aluno de pós-graduação em física aplicada na Universidade Harvard, e dois de seus colegas no departamento de física suspenderam seus estudos a fim de fundar a Iniciativa de Governança e Dados Ambientais, que também participa da organização dos eventos. "Temos coisas que são consideradas realmente importantes, da Nasa, EPA, Noaa", disse Bergman. "Mas em termos de conjuntos de dados completos e totalmente extraídos, o que temos é muito pouco comparado ao total". A transição para a distribuição digital que tornou os documentos do governo mais acessíveis, dizem os bibliotecários, também os expõe a mais riscos. Sem cópias físicas em bibliotecas, a promessa da Internet, de tornar mais acessíveis os dados do governo, os centralizou muito mais. Exceto nos casos em que determinados dados são objeto de um pedido de acesso nos termos da Lei de Liberdade de Informação ou tema de processos judiciais, não está claro o que compeliria uma agência do governo a mantê-los online. "Destruir registros federais é crime", disse Patrice McDermott, que comanda uma organização ativista chamada Open the Government. "Mas tirá-los da Internet não acarreta a mesma penalidade". Em carta recente ao Serviço de Administração e Orçamento do governo federal, a organização de McDermott mencionou uma cláusula na Lei de Redução da Burocracia de 1995 que requer que agências "ofereçam notificação adequada quando criarem, modificarem substancialmente ou encerrarem esforços de disseminação de informações". Mas o que isso significa, na era do big data, não está claro. Produzir cópias seguras de pesquisas financiadas pelo governo nas quais os pesquisadores possam confiar não é tarefa fácil, dizem os bibliotecários. Mas muitos daqueles que vêm tentando há anos obter verbas e criar um sistema para fazê-lo confiavelmente esperam aproveitar a atual onda de interesse. "No momento, o número de pessoas cientes do risco de confiar apenas no governo para preservar as informações das quais elas dependem é maior do que nunca", escreveram dois bibliotecários que estudam documentos do governo, James A. Jacobs, da Universidade da Califórnia em San Diego, e James R. Jacobs, da Universidade Stanford, em um artigo que foi veiculado online na semana passada. "Isso não acontecia seis meses atrás, por exemplo". Nos eventos de preservação de arquivos, os participantes costumam ser divididos em grupos. Um desses grupos usa uma extensão de navegador de Internet para encaminhar endereços de Web do governo ao Internet Archive, um serviço existente que opera um agente de software automatizado capaz de copiar sites federais mas que em geral não tem acesso a bancos de dados que armazenem informações em formatos mais exóticos. Outro grupo tem a tarefa de vasculhar os conjuntos de dados que os pesquisadores identificam como especialmente úteis ou vulneráveis. Esses bancos de dados recebem um tag que descreve sua origem e o que eles contêm. Em um dos eventos, na Universidade de Nova York em fevereiro, muita gente ficou espantada com a amplitude e profundidade das pesquisas que estavam sendo examinadas, e ao mesmo tempo passou a se preocupar ainda mais com o futuro dos dados. "Veja, você pode obter leituras de temperatura e salinidade de qualquer dessas boias", disse Barbara Thiers, vice-presidente de ciência do Jardim Botânico de Nova York, outra participante dos eventos. "Esses são os dados brutos para acompanhar o aquecimento do oceano". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Crítica: Com brilho, Cronenberg retrata o presente em novo filme
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Ver em "Mapas para as Estrelas" um filme contra Hollywood equivale a não ver "Mapas para as Estrelas". A cidade do cinema, nesta nova obra de David Cronenberg, é apenas o lugar onde um determinado modo de ser do mundo –contemporâneo– se instalou com mais intensidade, já que ali concentram-se celebridades, seus próximos, assessores e todos os demais que os cercam. Trata-se de lugar a um tempo frenético, pueril, violento, incerto. Breve, de um resumo do mundo. É ali aonde chega Agatha (Mia Wasikowska), aparentemente deslumbrada com a perspectiva de passar diante das casas das estrelas do cinema. Na verdade, ela é a filha indesejada de Havana (Julianne Moore) e do dr. Stafford Weiss (John Cusack). Ela, uma atriz –insegura como são com frequência as atrizes. Ele, um misto de terapeuta, guru de artistas e estrela de programa de televisão (portanto, uma espécie de celebridade das celebridades). Eles têm outro filho, um menino-prodígio, Benjie (Evan Bird). O jovem ator que interpreta o papel talvez seja, no elenco, o mais cronenberguiano dos atores, com seu rosto discretamente anômalo. Outros personagens, no entanto, portarão de um modo ou outro alguma anomalia corporal, como Agatha, que nunca tira as luvas. A palavra disfuncional talvez se aplique à família. Mas sua carga médica nos desvia do ponto cronenberguiano. Sua anomalia, que se mostrará aos poucos, expressa algo que vai além: tornar-se famoso, "célebre", deixou de significar reconhecimento por um feito ou trabalho para ser a substância mesmo de seus atos. Essa é a sua maneira de ser mutante (já não monstros físicos, como nos filmes do século 20 do diretor canadense, mas monstros morais ou psíquicos). Assim era, também, o magnata de "Cosmópolis" (2012), cuja vida tinha por limite sua limusine, de onde controlava ou tinha a ilusão de controlar o mundo. Era a versão econômica, digamos, do fenômeno de que aqui Cronenberg observa a vertente cultural. Do que serve a vida das personagens de "Mapas"? Que valores são esses que estamos construindo, que talvez não passem de deformação de valores anteriores? Se o magnata de "Cosmópolis" renunciava à vida para controlar seu ouro dia e noite, as celebridades de "Mapas" vivem apenas para preservar essa condição. Ou seja, não vivem. Eis um diagnóstico terrível. O canadense, que em outros tempos nos mostrava os terrores de um futuro incerto, agora nos atira ao labirinto de um presente não menos inquietante. Com brilho, sempre. MAPAS PARA AS ESTRELAS (Maps to the Stars) DIREÇÃO David Cronenberg ELENCO Julianne Moore, John Cusack, Mia Wasikowska e Robert Pattinson PRODUÇÃO EUA/ Canadá/ Alemanha/ França, 2014, 16 anos QUANDO estreia nesta quinta (19) AVALIAÇÃO ótimo
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Crítica: Com brilho, Cronenberg retrata o presente em novo filmeVer em "Mapas para as Estrelas" um filme contra Hollywood equivale a não ver "Mapas para as Estrelas". A cidade do cinema, nesta nova obra de David Cronenberg, é apenas o lugar onde um determinado modo de ser do mundo –contemporâneo– se instalou com mais intensidade, já que ali concentram-se celebridades, seus próximos, assessores e todos os demais que os cercam. Trata-se de lugar a um tempo frenético, pueril, violento, incerto. Breve, de um resumo do mundo. É ali aonde chega Agatha (Mia Wasikowska), aparentemente deslumbrada com a perspectiva de passar diante das casas das estrelas do cinema. Na verdade, ela é a filha indesejada de Havana (Julianne Moore) e do dr. Stafford Weiss (John Cusack). Ela, uma atriz –insegura como são com frequência as atrizes. Ele, um misto de terapeuta, guru de artistas e estrela de programa de televisão (portanto, uma espécie de celebridade das celebridades). Eles têm outro filho, um menino-prodígio, Benjie (Evan Bird). O jovem ator que interpreta o papel talvez seja, no elenco, o mais cronenberguiano dos atores, com seu rosto discretamente anômalo. Outros personagens, no entanto, portarão de um modo ou outro alguma anomalia corporal, como Agatha, que nunca tira as luvas. A palavra disfuncional talvez se aplique à família. Mas sua carga médica nos desvia do ponto cronenberguiano. Sua anomalia, que se mostrará aos poucos, expressa algo que vai além: tornar-se famoso, "célebre", deixou de significar reconhecimento por um feito ou trabalho para ser a substância mesmo de seus atos. Essa é a sua maneira de ser mutante (já não monstros físicos, como nos filmes do século 20 do diretor canadense, mas monstros morais ou psíquicos). Assim era, também, o magnata de "Cosmópolis" (2012), cuja vida tinha por limite sua limusine, de onde controlava ou tinha a ilusão de controlar o mundo. Era a versão econômica, digamos, do fenômeno de que aqui Cronenberg observa a vertente cultural. Do que serve a vida das personagens de "Mapas"? Que valores são esses que estamos construindo, que talvez não passem de deformação de valores anteriores? Se o magnata de "Cosmópolis" renunciava à vida para controlar seu ouro dia e noite, as celebridades de "Mapas" vivem apenas para preservar essa condição. Ou seja, não vivem. Eis um diagnóstico terrível. O canadense, que em outros tempos nos mostrava os terrores de um futuro incerto, agora nos atira ao labirinto de um presente não menos inquietante. Com brilho, sempre. MAPAS PARA AS ESTRELAS (Maps to the Stars) DIREÇÃO David Cronenberg ELENCO Julianne Moore, John Cusack, Mia Wasikowska e Robert Pattinson PRODUÇÃO EUA/ Canadá/ Alemanha/ França, 2014, 16 anos QUANDO estreia nesta quinta (19) AVALIAÇÃO ótimo
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Estratégia do governo de negociar cargos é 'forçação de barra', diz Renan
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou nesta quarta-feira (13) como uma "forçação de barra" a estratégia adotada pelo governo de negociar cargos com parlamentares que podem ajudar a barrar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados. "Acho até que esse fechamento de questão com os partidos é uma forçação de barra, porque o que vamos ter é um julgamento de um impeachment que mais que uma questão partidária é sobretudo uma questão de consciência", disse ao chegar ao Senado. O peemedebista também fez uma provocação velada ao seu correligionário, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao afirmar que a Casa não terá "um presidente que vai desequilibrar o processo" durante a análise do impeachment da presidente Dilma Rousseff, caso ele seja aprovado pela Câmara neste domingo (17). Cunha é acusado de ter manobrado para prejudicar o governo na análise do impeachment na Câmara, tanto que o STF (Supremo Tribunal Federal) foi acionado para definir como a comissão especial que analisou o caso deveria funcionar. E como a Folha mostrou na semana passada, o relator do pedido de impeachment na comissão, Jovair Arantes (PTB-GO), usou como um de seus principais auxiliares na área técnica um advogado de confiança do presidente da Câmara, que atua na defesa de vários processos particulares de Cunha. "Tudo tem o seu tempo. O impedimento também. É importante que se observe os prazos e seja isento. Se o presidente da Casa não for isento, não guardar independência, responsabilidade que deve ter no cargo, ele acabará desequilibrando o processo e esse não é o meu propósito", afirmou. Ainda considerado como um dos últimos aliados do governo no PMDB, Renan afirmou que primeiro é preciso aguardar os fatos e defendeu que o Senado precisa ter equilíbrio durante o processo. Questionado sobre como se dará o processo no Senado, Renan disse que "não é cartomante ou quiromante para fazer previsões". "É preciso aguardar os fatos para decidir o que fazer ou decidir o que não fazer", disse. EM 1992 Questionado sobre o que estava fazendo em 1992, quando a Câmara votou pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor, Renan foi sucinto. "Eu estava em Brasília. É um dia que eu procuro apagar da minha memória", disse. Na época, o peemedebista era deputado federal. Antes, ele havia sido um dos principais artífices da candidatura de Collor à Presidência. No entanto, mais tarde, ele foi um dos responsáveis por sua queda, quando rompeu formalmente com Collor por não ter tido apoio na disputa ao governo de Alagoas, que acabou perdendo, e acusou o então presidente de ter conhecimento do esquema PC Farias.
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Estratégia do governo de negociar cargos é 'forçação de barra', diz RenanO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou nesta quarta-feira (13) como uma "forçação de barra" a estratégia adotada pelo governo de negociar cargos com parlamentares que podem ajudar a barrar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados. "Acho até que esse fechamento de questão com os partidos é uma forçação de barra, porque o que vamos ter é um julgamento de um impeachment que mais que uma questão partidária é sobretudo uma questão de consciência", disse ao chegar ao Senado. O peemedebista também fez uma provocação velada ao seu correligionário, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao afirmar que a Casa não terá "um presidente que vai desequilibrar o processo" durante a análise do impeachment da presidente Dilma Rousseff, caso ele seja aprovado pela Câmara neste domingo (17). Cunha é acusado de ter manobrado para prejudicar o governo na análise do impeachment na Câmara, tanto que o STF (Supremo Tribunal Federal) foi acionado para definir como a comissão especial que analisou o caso deveria funcionar. E como a Folha mostrou na semana passada, o relator do pedido de impeachment na comissão, Jovair Arantes (PTB-GO), usou como um de seus principais auxiliares na área técnica um advogado de confiança do presidente da Câmara, que atua na defesa de vários processos particulares de Cunha. "Tudo tem o seu tempo. O impedimento também. É importante que se observe os prazos e seja isento. Se o presidente da Casa não for isento, não guardar independência, responsabilidade que deve ter no cargo, ele acabará desequilibrando o processo e esse não é o meu propósito", afirmou. Ainda considerado como um dos últimos aliados do governo no PMDB, Renan afirmou que primeiro é preciso aguardar os fatos e defendeu que o Senado precisa ter equilíbrio durante o processo. Questionado sobre como se dará o processo no Senado, Renan disse que "não é cartomante ou quiromante para fazer previsões". "É preciso aguardar os fatos para decidir o que fazer ou decidir o que não fazer", disse. EM 1992 Questionado sobre o que estava fazendo em 1992, quando a Câmara votou pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor, Renan foi sucinto. "Eu estava em Brasília. É um dia que eu procuro apagar da minha memória", disse. Na época, o peemedebista era deputado federal. Antes, ele havia sido um dos principais artífices da candidatura de Collor à Presidência. No entanto, mais tarde, ele foi um dos responsáveis por sua queda, quando rompeu formalmente com Collor por não ter tido apoio na disputa ao governo de Alagoas, que acabou perdendo, e acusou o então presidente de ter conhecimento do esquema PC Farias.
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Deputados entram com ação no STF contra redução da maioridade penal
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Um grupo com 102 deputados de 14 partidos entrou nesta quinta-feira (9) com um pedido para que o STF (Supremo Tribunal Federal) anule a sessão da Câmara que aprovou, em primeira votação, a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para alguns crimes graves. Os congressistas solicitam ainda a concessão de uma liminar (decisão provisória) para impedir que o texto da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe a diminuição da imputação penal seja votado em segundo turno pelos parlamentares. Como o Judiciário está em recesso até o final do mês, o caso deve ser analisado pela presidência do Supremo. O texto aprovado na madrugada de quinta-feira (2) prevê baixar a idade penal em casos de crimes hediondos (como estupro e sequestro), homicídio doloso (com intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte. Ele foi resultado de uma manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para reverter a derrota de proposta similar 24 horas antes –mas que também incluía tráfico de drogas, terrorismo, tortura e roubo qualificado (com armas de fogo, por exemplo). A retirada desses delitos deixou a proposta mais branda e facilitou sua aprovação. Entre a primeira e a segunda votação, 28 parlamentares mudaram de opinião –dos quais 24 passaram a votar a favor de baixar a maioridade. VICIOS A ação questiona a manobra feita pelo presidente da Câmara e classifica a medida de ilegal, uma vez que a Constituição estabelece que, rejeitada ou declarada prejudicada certa matéria, a reapresentação só pode ocorrer na sessão legislativa seguinte, ou seja, no ano seguinte. Os deputados argumentam ainda que não havia previsão para a apresentação de emendas (sugestão de mudanças) à proposta no início da votação e que foram surpreendidos com o novo texto em curto prazo. Para eles, "o atropelo ao devido processo legislativo, no caso, é frontal e verdadeiramente assustador." "A maioria parlamentar tem amplas condições para fazer prevalecer sua vontade ao final do processo, mas não pode impor procedimentos 'ad hoc' com o objetivo de direcionar os trabalhos legislativos aos seus próprios interesses, menos ainda de forma automática e imediata", diz a ação. "O que está em jogo, sem exagero, é a funcionalidade e a legitimidade do Congresso Nacional. A maioria pode ganhar, mas têm de seguir as regras do jogo", completa. A ação foi assinada por parlamentares do PMDB, PT, PSDB, PSB, PCdoB, PV, PSC, PROS, PPS, PV, PR, PTV, PSOL e DEM. O comando da Câmara argumenta que o primeiro texto que foi rejeitado era um substitutivo ao projeto original da redução da maioridade penal. Segundo a Mesa Diretora, o regimento estabelece que o substitutivo é uma parte da matéria em análise e, como foi rejeitado, o plenário deve analisar os outros textos que faziam parte do processo. Além de uma segunda votação no plenário da Câmara, a proposta terá que tramitar ainda no Senado, passando por comissões e duas votações no plenário. Líderes do Senado já adiantaram que a análise do assunto será mais lenta do que na Câmara. A OAB aponta que, se proposta for aprovada pelo Congresso, irá questionar o mérito no STF, alegando que a idade penal é uma cláusula pétrea da Constituição que não poderia ser alterada pelos congressistas. Ao menos 6 dos 11 ministros do STF já indicaram em entrevistas que não referendam a tese de que a idade penal é cláusula pétrea. A maioria, porém, mostra resistência à redução, argumentando que seria "inconveniente" diante dos cenários prisional e econômico do país.
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cotidiano
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Deputados entram com ação no STF contra redução da maioridade penalUm grupo com 102 deputados de 14 partidos entrou nesta quinta-feira (9) com um pedido para que o STF (Supremo Tribunal Federal) anule a sessão da Câmara que aprovou, em primeira votação, a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para alguns crimes graves. Os congressistas solicitam ainda a concessão de uma liminar (decisão provisória) para impedir que o texto da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe a diminuição da imputação penal seja votado em segundo turno pelos parlamentares. Como o Judiciário está em recesso até o final do mês, o caso deve ser analisado pela presidência do Supremo. O texto aprovado na madrugada de quinta-feira (2) prevê baixar a idade penal em casos de crimes hediondos (como estupro e sequestro), homicídio doloso (com intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte. Ele foi resultado de uma manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para reverter a derrota de proposta similar 24 horas antes –mas que também incluía tráfico de drogas, terrorismo, tortura e roubo qualificado (com armas de fogo, por exemplo). A retirada desses delitos deixou a proposta mais branda e facilitou sua aprovação. Entre a primeira e a segunda votação, 28 parlamentares mudaram de opinião –dos quais 24 passaram a votar a favor de baixar a maioridade. VICIOS A ação questiona a manobra feita pelo presidente da Câmara e classifica a medida de ilegal, uma vez que a Constituição estabelece que, rejeitada ou declarada prejudicada certa matéria, a reapresentação só pode ocorrer na sessão legislativa seguinte, ou seja, no ano seguinte. Os deputados argumentam ainda que não havia previsão para a apresentação de emendas (sugestão de mudanças) à proposta no início da votação e que foram surpreendidos com o novo texto em curto prazo. Para eles, "o atropelo ao devido processo legislativo, no caso, é frontal e verdadeiramente assustador." "A maioria parlamentar tem amplas condições para fazer prevalecer sua vontade ao final do processo, mas não pode impor procedimentos 'ad hoc' com o objetivo de direcionar os trabalhos legislativos aos seus próprios interesses, menos ainda de forma automática e imediata", diz a ação. "O que está em jogo, sem exagero, é a funcionalidade e a legitimidade do Congresso Nacional. A maioria pode ganhar, mas têm de seguir as regras do jogo", completa. A ação foi assinada por parlamentares do PMDB, PT, PSDB, PSB, PCdoB, PV, PSC, PROS, PPS, PV, PR, PTV, PSOL e DEM. O comando da Câmara argumenta que o primeiro texto que foi rejeitado era um substitutivo ao projeto original da redução da maioridade penal. Segundo a Mesa Diretora, o regimento estabelece que o substitutivo é uma parte da matéria em análise e, como foi rejeitado, o plenário deve analisar os outros textos que faziam parte do processo. Além de uma segunda votação no plenário da Câmara, a proposta terá que tramitar ainda no Senado, passando por comissões e duas votações no plenário. Líderes do Senado já adiantaram que a análise do assunto será mais lenta do que na Câmara. A OAB aponta que, se proposta for aprovada pelo Congresso, irá questionar o mérito no STF, alegando que a idade penal é uma cláusula pétrea da Constituição que não poderia ser alterada pelos congressistas. Ao menos 6 dos 11 ministros do STF já indicaram em entrevistas que não referendam a tese de que a idade penal é cláusula pétrea. A maioria, porém, mostra resistência à redução, argumentando que seria "inconveniente" diante dos cenários prisional e econômico do país.
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Dunga treinará com portas fechadas e manterá mistério para as quartas
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O técnico Dunga terá dois treinamentos a portas fechadas para testar a seleção contra o Paraguai sem que jornalistas saibam o time que ele colocará em campo no sábado (27), em Concepción, pelas quartas de final da Copa América. Nesta quarta-feira (24), no último trabalho aberto antes do confronto decisivo, Dunga não esboçou escalação. Fez um trabalho técnico e tático, com os jogadores divididos em três times. Enquanto duas equipes trocavam passes, o outro tentava roubar a bola. Na quinta (25), ainda em Santiago, o treino será totalmente fechado. Aí o técnico deve esboçar o time que enfrentará os paraguaios. Não há jogador machucado ou lesionado, e Dunga poderia manter a escalação que começou a partida contra a Venezuela : Jefferson; Daniel Alves, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Fernandinho, Elias, Philippe Coutinho e Willian; Robinho e Firmino. Como o Paraguai tem uma jogada aérea forte, não seria impossível Dunga colocar um atleta mais alto, como David Luiz (1,88m), no lugar de um mais baixo, como Philippe Coutinho (1,72m) ou Fernandinho (1,75m). Desta forma o zagueiro jogaria de volante, como já atuou no Chelsea e no fim da partida contra a Venezuela. Na quinta à noite a delegação embarca para Concepción, onde na sexta (26) faz o reconhecimento do gramado do estádio Ester Roa, também com a maior parte do tempo com portões fechados. Infográfico Seleções na Copa América
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esporte
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Dunga treinará com portas fechadas e manterá mistério para as quartasO técnico Dunga terá dois treinamentos a portas fechadas para testar a seleção contra o Paraguai sem que jornalistas saibam o time que ele colocará em campo no sábado (27), em Concepción, pelas quartas de final da Copa América. Nesta quarta-feira (24), no último trabalho aberto antes do confronto decisivo, Dunga não esboçou escalação. Fez um trabalho técnico e tático, com os jogadores divididos em três times. Enquanto duas equipes trocavam passes, o outro tentava roubar a bola. Na quinta (25), ainda em Santiago, o treino será totalmente fechado. Aí o técnico deve esboçar o time que enfrentará os paraguaios. Não há jogador machucado ou lesionado, e Dunga poderia manter a escalação que começou a partida contra a Venezuela : Jefferson; Daniel Alves, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Fernandinho, Elias, Philippe Coutinho e Willian; Robinho e Firmino. Como o Paraguai tem uma jogada aérea forte, não seria impossível Dunga colocar um atleta mais alto, como David Luiz (1,88m), no lugar de um mais baixo, como Philippe Coutinho (1,72m) ou Fernandinho (1,75m). Desta forma o zagueiro jogaria de volante, como já atuou no Chelsea e no fim da partida contra a Venezuela. Na quinta à noite a delegação embarca para Concepción, onde na sexta (26) faz o reconhecimento do gramado do estádio Ester Roa, também com a maior parte do tempo com portões fechados. Infográfico Seleções na Copa América
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Crise entre Poderes gera cautela no mercado sobre PEC que limita gastos
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A aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) que limita os gastos públicos em segundo turno na Câmara dos Deputados já era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Mas o que tem gerado cautela entre analistas e investidores é a tramitação da proposta no Senado. O motivo é que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB) trocou farpas com a presidente do STF (Supremo Tribunal), Cármen Lúcia, e atacou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, por causa da Operação Métis, da Polícia Federal. Há temor no mercado de que a crise entre os Poderes atrapalhe o cronograma de votações da PEC. "O foco agora passa totalmente para o Senado, onde o governo buscará a aprovação [da PEC] em novembro", escreve o analista Celson Plácido, da XP Investimentos, em relatório. Segundo ele, o maior entrave está na disputa política entre o presidente da Casa e o ministro da Justiça por causa da Operação Métis, que resultou na prisão de quatro policiais do Senado. Renan chamou o ministro da Justiça de "chefete de polícia". Para a equipe de análise da Lerosa Investimentos, a aprovação da PEC nesta terça-feira (25) deixou o sinal amarelo ligado para o governo. "O placar ligeiramente desfavorável em relação ao do primeiro turno pode indicar uma preocupação em relação às próximas votações importantes para o ajuste fiscal." De acordo com a Lerosa, a crise entre o presidente do Senado e o STF tende a embutir cautela em relação à tramitação da PEC. RUÍDOS "Essa troca de farpas entre os Poderes tem gerado ruídos e causado um certo mal-estar no mercado", diz José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos. Renan e Cármen Lúcia protagonizaram troca de farpas públicas nesta terça-feira. A presidente do STF cobrou respeito ao Judiciário, depois de o presidente do Senado ter chamado de "juízeco" o juiz Valisney Souza de Oliveira, que autorizou a prisão dos policiais legislativos. Temendo que o clima de animosidade entre Judiciário e Legislativo possa afetar o cronograma de votações no Congresso, o presidente Michel Temer entrou em contato com ambos para propor um diálogo entre os dois. Outro fator que pode acirrar a disputa entre os Poderes é que Cármen Lúcia marcou para o dia 3 de novembro o julgamento de uma ação que impede réus em processos no Supremo de ocuparem cargos da linha sucessória da presidência da República. Ela definiu a data de votação na sexta (21), antes de entrar em atrito com Renan, principal interessado nesse julgamento. Diante da cautela no mercado doméstico e do cenário externo desfavorável nesta quarta-feira (26), entre outros fatores, o dólar comercial operava há pouco em alta de 0,90%, a R$ 3,1340. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, caía 0,53%, aos 63.524,66 pontos.
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mercado
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Crise entre Poderes gera cautela no mercado sobre PEC que limita gastosA aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) que limita os gastos públicos em segundo turno na Câmara dos Deputados já era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Mas o que tem gerado cautela entre analistas e investidores é a tramitação da proposta no Senado. O motivo é que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB) trocou farpas com a presidente do STF (Supremo Tribunal), Cármen Lúcia, e atacou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, por causa da Operação Métis, da Polícia Federal. Há temor no mercado de que a crise entre os Poderes atrapalhe o cronograma de votações da PEC. "O foco agora passa totalmente para o Senado, onde o governo buscará a aprovação [da PEC] em novembro", escreve o analista Celson Plácido, da XP Investimentos, em relatório. Segundo ele, o maior entrave está na disputa política entre o presidente da Casa e o ministro da Justiça por causa da Operação Métis, que resultou na prisão de quatro policiais do Senado. Renan chamou o ministro da Justiça de "chefete de polícia". Para a equipe de análise da Lerosa Investimentos, a aprovação da PEC nesta terça-feira (25) deixou o sinal amarelo ligado para o governo. "O placar ligeiramente desfavorável em relação ao do primeiro turno pode indicar uma preocupação em relação às próximas votações importantes para o ajuste fiscal." De acordo com a Lerosa, a crise entre o presidente do Senado e o STF tende a embutir cautela em relação à tramitação da PEC. RUÍDOS "Essa troca de farpas entre os Poderes tem gerado ruídos e causado um certo mal-estar no mercado", diz José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos. Renan e Cármen Lúcia protagonizaram troca de farpas públicas nesta terça-feira. A presidente do STF cobrou respeito ao Judiciário, depois de o presidente do Senado ter chamado de "juízeco" o juiz Valisney Souza de Oliveira, que autorizou a prisão dos policiais legislativos. Temendo que o clima de animosidade entre Judiciário e Legislativo possa afetar o cronograma de votações no Congresso, o presidente Michel Temer entrou em contato com ambos para propor um diálogo entre os dois. Outro fator que pode acirrar a disputa entre os Poderes é que Cármen Lúcia marcou para o dia 3 de novembro o julgamento de uma ação que impede réus em processos no Supremo de ocuparem cargos da linha sucessória da presidência da República. Ela definiu a data de votação na sexta (21), antes de entrar em atrito com Renan, principal interessado nesse julgamento. Diante da cautela no mercado doméstico e do cenário externo desfavorável nesta quarta-feira (26), entre outros fatores, o dólar comercial operava há pouco em alta de 0,90%, a R$ 3,1340. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, caía 0,53%, aos 63.524,66 pontos.
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Temer quer unificar base na disputa pela presidência da Câmara
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Com receio de um racha que afete a pauta governista, o presidente Michel Temer pedirá à base aliada que viabilize um nome de consenso para a sucessão na presidência da Câmara dos Deputados. A eleição só acontece em fevereiro, mas já mobiliza os parlamentares. Hoje, as forças que se articulam para a disputa são o chamado "centrão", com 13 legendas, e o bloco da antiga oposição –PSDB, DEM, PPS e PSB. Os pré-candidatos do primeiro grupo são Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). No segundo, aparecem nomes como Carlos Sampaio (PSDB-SP), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Jutahy Júnior (PSDB-BA) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Temer quer fazer, a partir do mês que vem, apelos a esses dois grupos para que componham uma única chapa. A ideia é estimular acordo para que um dos grupos fique com o comando da Câmara enquanto o outro assuma a liderança do governo na Casa. Isso reforçaria a atuação para aprovar as reformas, especialmente a previdenciária –que deve exigir mais articulação por apoio. A fórmula da dobradinha vigorou em julho, quando Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito para ocupar o lugar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que havia renunciado. Desta vez, auxiliares de Temer defendem que o PMDB, partido do presidente, abra mão de lançar candidato –hipótese que tem o apoio do líder Baleia Rossi (SP), afilhado político de Temer, e de parte da bancada. Com esse arranjo, o Palácio quer evitar o que aconteceu em julho, quando o ex-ministro peemedebista Marcelo Castro (Saúde) lançou-se com o apoio de aliados da ex-presidente Dilma Rousseff e sem o respaldo do governo. À época, a gestão atuou para esvaziar a sua candidatura. A atual conjuntura deixa a presidência da Câmara ainda mais atraente no biênio 2017-2018. Isso porque, além de comandar a Casa, quem vencer a disputa será também o primeiro na sucessão do presidente da República, e não o segundo, como em circunstâncias normais. Ou seja, ficará também como espécie de vice-presidente Caso não consiga consenso, Temer quer manter distância da disputa. Evitará apoiar publicamente um dos candidatos para não repetir o erro cometido por Dilma Rousseff. Em fevereiro de 2015, ela apoiou Arlindo Chinaglia (PT-SP) contra Cunha, cuja sigla também era aliada. No comando da Câmara, ele manobrou contra o governo e iniciou o processo de impeachment. "A mão do governo deve ficar um pouco mais leve num processo desses exatamente para depois não ter animosidade com quem disputou e ganhou", disse Jovair Arantes. Há quem defenda a candidatura à reeleição do atual presidente Rodrigo Maia, o que exigiria uma flexibilização do entendimento do regimento interno da Câmara, porque não há existe previsão de reeleição. Um deputado pondera que o afunilamento da lista de pré-candidatos depende de fatores como o resultado das eleições municipais e o poder de fogo de Cunha. Uma eventual delação que comprometa, por exemplo, o secretário de Temer Moreira Franco pode prejudicar a virtual candidatura de Maia, genro dele.
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poder
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Temer quer unificar base na disputa pela presidência da CâmaraCom receio de um racha que afete a pauta governista, o presidente Michel Temer pedirá à base aliada que viabilize um nome de consenso para a sucessão na presidência da Câmara dos Deputados. A eleição só acontece em fevereiro, mas já mobiliza os parlamentares. Hoje, as forças que se articulam para a disputa são o chamado "centrão", com 13 legendas, e o bloco da antiga oposição –PSDB, DEM, PPS e PSB. Os pré-candidatos do primeiro grupo são Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). No segundo, aparecem nomes como Carlos Sampaio (PSDB-SP), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Jutahy Júnior (PSDB-BA) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Temer quer fazer, a partir do mês que vem, apelos a esses dois grupos para que componham uma única chapa. A ideia é estimular acordo para que um dos grupos fique com o comando da Câmara enquanto o outro assuma a liderança do governo na Casa. Isso reforçaria a atuação para aprovar as reformas, especialmente a previdenciária –que deve exigir mais articulação por apoio. A fórmula da dobradinha vigorou em julho, quando Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito para ocupar o lugar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que havia renunciado. Desta vez, auxiliares de Temer defendem que o PMDB, partido do presidente, abra mão de lançar candidato –hipótese que tem o apoio do líder Baleia Rossi (SP), afilhado político de Temer, e de parte da bancada. Com esse arranjo, o Palácio quer evitar o que aconteceu em julho, quando o ex-ministro peemedebista Marcelo Castro (Saúde) lançou-se com o apoio de aliados da ex-presidente Dilma Rousseff e sem o respaldo do governo. À época, a gestão atuou para esvaziar a sua candidatura. A atual conjuntura deixa a presidência da Câmara ainda mais atraente no biênio 2017-2018. Isso porque, além de comandar a Casa, quem vencer a disputa será também o primeiro na sucessão do presidente da República, e não o segundo, como em circunstâncias normais. Ou seja, ficará também como espécie de vice-presidente Caso não consiga consenso, Temer quer manter distância da disputa. Evitará apoiar publicamente um dos candidatos para não repetir o erro cometido por Dilma Rousseff. Em fevereiro de 2015, ela apoiou Arlindo Chinaglia (PT-SP) contra Cunha, cuja sigla também era aliada. No comando da Câmara, ele manobrou contra o governo e iniciou o processo de impeachment. "A mão do governo deve ficar um pouco mais leve num processo desses exatamente para depois não ter animosidade com quem disputou e ganhou", disse Jovair Arantes. Há quem defenda a candidatura à reeleição do atual presidente Rodrigo Maia, o que exigiria uma flexibilização do entendimento do regimento interno da Câmara, porque não há existe previsão de reeleição. Um deputado pondera que o afunilamento da lista de pré-candidatos depende de fatores como o resultado das eleições municipais e o poder de fogo de Cunha. Uma eventual delação que comprometa, por exemplo, o secretário de Temer Moreira Franco pode prejudicar a virtual candidatura de Maia, genro dele.
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Liga de surfe terá que escolher 4 dias para realizar última etapa do Mundial
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A organização da última etapa do Mundial de surfe, que será realizada na praia de Pipeline, no Havaí, adiou o início da competição, nesta terça-feira (8). Uma nova chamada será feita às 15h30 desta quarta (9). Tudo indica que haverá campeonato, pois a previsão é de ótimas ondas. As condições são boas para a tarde desta terça em Pipeline, mas a organização preferiu não colocar os surfistas na água por causa do calendário apertado. A WSL (Liga Mundial de Surfe) tem até o dia 20 deste mês para realizar o campeonato. Porém, dentro desse período, ela só pode usar a praia em quatro dias. Portanto, para que todas as baterias sejam realizadas, precisará de uma ondulação consistente no dia todo para que consiga finalizar o campeonato nesses quatro dias. Antes das baterias normais, a competição terá uma espécie de repescagem (com 27 havaianos, três americanos e um australiano) para definir quem são os dois últimos classificados para o torneio que fecha a temporada do Mundial. Tanto essa repescagem como a permissão de usar a praia por apenas quatro dias fazem parte de um acordo da WSL com as autoridades locais. O Havaí quase sempre foi um problema para a organização do Mundial, pois é difícil conseguir autorização para utilizar as praias. No ano passado, o evento quase saiu do Havaí por exigências de um grupo de surfistas contrário à realização do evento. Incomodados com a redução de surfistas havaianos convidados para o campeonato, os nativos chegaram a abrir um processo na Justiça contra a liga. AS CHANCES DE TÍTULO DE CADA SURFISTA MICK FANNING -Vitória: É campeão independentemente de outro resultado. -Se ficar em segundo: É campeão se Filipinho ou Mineirinho não venceram a etapa. -Se ficar em terceiro: Mineirinho tem que ficar no máximo em terceiro e Filipinho, em quinto. -Se ficar em quinto: Filipinho tem que ficar no máximo em nono, Mineirinho, em quinto, e Medina não pode vencer a etapa. -Se ficar em nono: Filipinho tem que ficar no máximo em 13º, Mineirinho, em nono, e Medina não pode vencer a etapa. -Se ficar em 13º: Filipinho tem que ficar no máximo em 25º, Mineirinho, em 13º, Medina, em quinto, Wright, em segundo, e Wilson não pode vencer a etapa. FILIPE TOLEDO -Vitória: É campeão independentemente de outro resultado. -Se ficar em segundo: É campeão se Fanning ou Mineirinho não venceram a etapa. -Se ficar em terceiro: Fanning e Mineirinho têm que ficar no máximo em terceiro. -Se ficar em quinto: Fanning tem que ficar no máximo em quinto e Mineirinho, em terceiro. -Se ficar em nono: Fanning tem que ficar no máximo em nono, Mineirinho, em quinto, e Medina, em segundo. -Se ficar em 13º: Fanning e Mineirinho têm que ficar no máximo em 13º, Medina, em terceiro, Wright, em segundo, e Wilson não pode vencer a etapa. MINEIRINHO -Vitória: É campeão independentemente de outro resultado. -Se ficar em segundo: É campeão se Filipinho ficar no máximo em quinto e Fanning, em terceiro. -Se ficar em terceiro: Filipinho tem que ficar no máximo em nono e Fanning, em quinto. -Se ficar em quinto: Filipinho tem que ficar no máximo em 13º, Fanning, em nono, e Medina, em segundo. -Se ficar em nono: Fanning e Filipinho têm que ficar no máximo em 13º e Medina e Wright, em segundo. GABRIEL MEDINA -Vitória: Fanning e Mineirinho têm que ficar no máximo em quinto e Filipinho, em nono. -Se ficar em segundo: Fanning, Filipinho e Mineirinho têm que ficar no máximo em 13º e Wright não pode vencer a etapa. -Se ficar em terceiro: Filipinho tem que ficar no máximo em 25º, Mineirinho e Fanning, em 13º, e Wright e Wilson não podem vencer a etapa. OWEN WRIGHT -Vitória: Filipinho e Fanning têm que ficar no máximo em 13º e Mineirinho, em nono. JULIAN WILSON -Vitória: Filipinho tem que ficar no máximo em 25º, Fanning e Mineirinho, em 13º, e Medina, em terceiro. CONFIRA AS PRINCIPAIS MANOBRAS DO SURFE Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress
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esporte
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Liga de surfe terá que escolher 4 dias para realizar última etapa do MundialA organização da última etapa do Mundial de surfe, que será realizada na praia de Pipeline, no Havaí, adiou o início da competição, nesta terça-feira (8). Uma nova chamada será feita às 15h30 desta quarta (9). Tudo indica que haverá campeonato, pois a previsão é de ótimas ondas. As condições são boas para a tarde desta terça em Pipeline, mas a organização preferiu não colocar os surfistas na água por causa do calendário apertado. A WSL (Liga Mundial de Surfe) tem até o dia 20 deste mês para realizar o campeonato. Porém, dentro desse período, ela só pode usar a praia em quatro dias. Portanto, para que todas as baterias sejam realizadas, precisará de uma ondulação consistente no dia todo para que consiga finalizar o campeonato nesses quatro dias. Antes das baterias normais, a competição terá uma espécie de repescagem (com 27 havaianos, três americanos e um australiano) para definir quem são os dois últimos classificados para o torneio que fecha a temporada do Mundial. Tanto essa repescagem como a permissão de usar a praia por apenas quatro dias fazem parte de um acordo da WSL com as autoridades locais. O Havaí quase sempre foi um problema para a organização do Mundial, pois é difícil conseguir autorização para utilizar as praias. No ano passado, o evento quase saiu do Havaí por exigências de um grupo de surfistas contrário à realização do evento. Incomodados com a redução de surfistas havaianos convidados para o campeonato, os nativos chegaram a abrir um processo na Justiça contra a liga. AS CHANCES DE TÍTULO DE CADA SURFISTA MICK FANNING -Vitória: É campeão independentemente de outro resultado. -Se ficar em segundo: É campeão se Filipinho ou Mineirinho não venceram a etapa. -Se ficar em terceiro: Mineirinho tem que ficar no máximo em terceiro e Filipinho, em quinto. -Se ficar em quinto: Filipinho tem que ficar no máximo em nono, Mineirinho, em quinto, e Medina não pode vencer a etapa. -Se ficar em nono: Filipinho tem que ficar no máximo em 13º, Mineirinho, em nono, e Medina não pode vencer a etapa. -Se ficar em 13º: Filipinho tem que ficar no máximo em 25º, Mineirinho, em 13º, Medina, em quinto, Wright, em segundo, e Wilson não pode vencer a etapa. FILIPE TOLEDO -Vitória: É campeão independentemente de outro resultado. -Se ficar em segundo: É campeão se Fanning ou Mineirinho não venceram a etapa. -Se ficar em terceiro: Fanning e Mineirinho têm que ficar no máximo em terceiro. -Se ficar em quinto: Fanning tem que ficar no máximo em quinto e Mineirinho, em terceiro. -Se ficar em nono: Fanning tem que ficar no máximo em nono, Mineirinho, em quinto, e Medina, em segundo. -Se ficar em 13º: Fanning e Mineirinho têm que ficar no máximo em 13º, Medina, em terceiro, Wright, em segundo, e Wilson não pode vencer a etapa. MINEIRINHO -Vitória: É campeão independentemente de outro resultado. -Se ficar em segundo: É campeão se Filipinho ficar no máximo em quinto e Fanning, em terceiro. -Se ficar em terceiro: Filipinho tem que ficar no máximo em nono e Fanning, em quinto. -Se ficar em quinto: Filipinho tem que ficar no máximo em 13º, Fanning, em nono, e Medina, em segundo. -Se ficar em nono: Fanning e Filipinho têm que ficar no máximo em 13º e Medina e Wright, em segundo. GABRIEL MEDINA -Vitória: Fanning e Mineirinho têm que ficar no máximo em quinto e Filipinho, em nono. -Se ficar em segundo: Fanning, Filipinho e Mineirinho têm que ficar no máximo em 13º e Wright não pode vencer a etapa. -Se ficar em terceiro: Filipinho tem que ficar no máximo em 25º, Mineirinho e Fanning, em 13º, e Wright e Wilson não podem vencer a etapa. OWEN WRIGHT -Vitória: Filipinho e Fanning têm que ficar no máximo em 13º e Mineirinho, em nono. JULIAN WILSON -Vitória: Filipinho tem que ficar no máximo em 25º, Fanning e Mineirinho, em 13º, e Medina, em terceiro. CONFIRA AS PRINCIPAIS MANOBRAS DO SURFE Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress
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Machado e o absenteísmo eleitoral
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Em agosto de 1892, meditando sobre a participação nas eleições municipais, Machado de Assis concluía: o absenteísmo era uma "moléstia". "Toda esta semana foi empregada em comentar a eleição de domingo. É sabido que o eleitorado ficou em casa. Uma pequena minoria é que se deu ao trabalho de enfiar as calças, pegar do título e da cédula e caminhar para as urnas. Muitas seções não viram mesários, nem eleitores, outras, esperando cem, duzentos, trezentos eleitores, contentaram-se com sete, dez, até quinze. Uma delas, uma escola pública, fez melhor, tirou a urna que a autoridade lhe mandara, e pôs este letreiro na porta: "A urna da 8ª seção está na padaria dos Srs. Alves Lopes & Teixeira, à rua de S. Salvador n". Alguns eleitores ainda foram à padaria; acharam a urna, mas não viram mesários. Melhor que isso sucedeu na eleição anterior, em que a urna da mesma escola nem chegou a ser transferida à padaria, foi simplesmente posta na rua, com o papel, tinta e penas. Como pequeno sintoma de anarquia, é valioso". Desde sempre um problema, o absenteísmo, ou a prática dos que estão ou costumam estar ausentes, veio se juntar a outro: as "eleições a bico de pena". Expressão usada para designar as eleições fraudulentas comumente realizadas na Primeira República, nelas o voto era a descoberto, as mesas eleitorais tinham função de junta apuradora e os resultados lavrados em ata eram na verdade determinados pela pena dos mesários indicados pelo poder local. Praticadas desde 1890, quando eleito o primeiro Congresso Constituinte Republicano, vigeram até março de 1930. No interior, trabalhadores agrícolas, estreitamente vinculados ao coronel da região, eram vítimas fáceis do sistema eleitoral, não só pela dependência econômica, mas também pela subordinação às relações pessoais de obrigações e favores representadas pelo compadrio. As eleições eram controladas pelos chefes políticos regionais, geralmente fazendeiros ou comerciantes chamados de "coronéis" em alusão à patente da Guarda Nacional que compravam ou recebiam do governo. No dia da eleição, os coronéis traziam os eleitores para os locais de votação e os deixavam nos "currais eleitorais", vigiados por jagunços. Os eleitores raramente sabiam o nome do candidato em que votariam, o que deu origem à expressão "voto de cabresto". Como se não bastasse, eleições fraudulentas eram legitimadas por meio de conflitos armados, nos quais se envolviam jagunços contratados pelo coronel, cabos eleitorais e os próprios eleitores. Apenas depois da Revolução de 1930 foi criada a Justiça Eleitoral e o voto passou a ser secreto. Embora acontecessem eleições no Brasil desde o Império, só uma parcela ínfima da população votava. Na República Velha, analfabetos e mulheres continuaram excluídos. E com cabresto ou a bico de pena, houve muitos que, como contou Machado, simplesmente preferiam... abster-se! Em 2014, o absenteísmo foi gigante: cerca de 20% dos eleitores não foram às urnas, e nulos e brancos somaram 30 milhões de votos. O profundo divórcio entre o eleitor e os candidatos expressa muita coisa: desencanto, políticos despreparados, nepotismo. Resta concluir que Machado, além de imenso escritor foi também profeta.
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Machado e o absenteísmo eleitoralEm agosto de 1892, meditando sobre a participação nas eleições municipais, Machado de Assis concluía: o absenteísmo era uma "moléstia". "Toda esta semana foi empregada em comentar a eleição de domingo. É sabido que o eleitorado ficou em casa. Uma pequena minoria é que se deu ao trabalho de enfiar as calças, pegar do título e da cédula e caminhar para as urnas. Muitas seções não viram mesários, nem eleitores, outras, esperando cem, duzentos, trezentos eleitores, contentaram-se com sete, dez, até quinze. Uma delas, uma escola pública, fez melhor, tirou a urna que a autoridade lhe mandara, e pôs este letreiro na porta: "A urna da 8ª seção está na padaria dos Srs. Alves Lopes & Teixeira, à rua de S. Salvador n". Alguns eleitores ainda foram à padaria; acharam a urna, mas não viram mesários. Melhor que isso sucedeu na eleição anterior, em que a urna da mesma escola nem chegou a ser transferida à padaria, foi simplesmente posta na rua, com o papel, tinta e penas. Como pequeno sintoma de anarquia, é valioso". Desde sempre um problema, o absenteísmo, ou a prática dos que estão ou costumam estar ausentes, veio se juntar a outro: as "eleições a bico de pena". Expressão usada para designar as eleições fraudulentas comumente realizadas na Primeira República, nelas o voto era a descoberto, as mesas eleitorais tinham função de junta apuradora e os resultados lavrados em ata eram na verdade determinados pela pena dos mesários indicados pelo poder local. Praticadas desde 1890, quando eleito o primeiro Congresso Constituinte Republicano, vigeram até março de 1930. No interior, trabalhadores agrícolas, estreitamente vinculados ao coronel da região, eram vítimas fáceis do sistema eleitoral, não só pela dependência econômica, mas também pela subordinação às relações pessoais de obrigações e favores representadas pelo compadrio. As eleições eram controladas pelos chefes políticos regionais, geralmente fazendeiros ou comerciantes chamados de "coronéis" em alusão à patente da Guarda Nacional que compravam ou recebiam do governo. No dia da eleição, os coronéis traziam os eleitores para os locais de votação e os deixavam nos "currais eleitorais", vigiados por jagunços. Os eleitores raramente sabiam o nome do candidato em que votariam, o que deu origem à expressão "voto de cabresto". Como se não bastasse, eleições fraudulentas eram legitimadas por meio de conflitos armados, nos quais se envolviam jagunços contratados pelo coronel, cabos eleitorais e os próprios eleitores. Apenas depois da Revolução de 1930 foi criada a Justiça Eleitoral e o voto passou a ser secreto. Embora acontecessem eleições no Brasil desde o Império, só uma parcela ínfima da população votava. Na República Velha, analfabetos e mulheres continuaram excluídos. E com cabresto ou a bico de pena, houve muitos que, como contou Machado, simplesmente preferiam... abster-se! Em 2014, o absenteísmo foi gigante: cerca de 20% dos eleitores não foram às urnas, e nulos e brancos somaram 30 milhões de votos. O profundo divórcio entre o eleitor e os candidatos expressa muita coisa: desencanto, políticos despreparados, nepotismo. Resta concluir que Machado, além de imenso escritor foi também profeta.
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Para leitor, Dilma repetiu "fantasias de campanha" em discurso de posse
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Em "Os gêmeos", Ricardo Balthazar está correto quanto ao desânimo em relação à dialética dos discursos de posse. Mas, no próprio artigo dele, notamos diferenças: a presidente ficou no habitual engodo de enaltecer seus (des) feitos e de repetir as "fantasias de campanha" enquanto o governador, apesar de platitudes como "trabalho, trabalho, trabalho", estabelece a meta e a ideologia do Estado "necessário". E contrário ao autoritarismo do Estado, ou seja, ao "paternalismo que sufoca". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Para leitor, Dilma repetiu "fantasias de campanha" em discurso de posseEm "Os gêmeos", Ricardo Balthazar está correto quanto ao desânimo em relação à dialética dos discursos de posse. Mas, no próprio artigo dele, notamos diferenças: a presidente ficou no habitual engodo de enaltecer seus (des) feitos e de repetir as "fantasias de campanha" enquanto o governador, apesar de platitudes como "trabalho, trabalho, trabalho", estabelece a meta e a ideologia do Estado "necessário". E contrário ao autoritarismo do Estado, ou seja, ao "paternalismo que sufoca". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Líder empresarial 4.0
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Inteligência artificial, nanotecnologia, biotecnologia, internet das coisas e todo este mundo novo já estão sinalizando mudanças em nossa forma de viver. Modificarão substancialmente os relacionamentos entre pessoas e empresas. Produzirão impactos nas famílias, na educação, nas estruturas de trabalho. É inexorável. E é preciso desde já que sejam repensados os padrões de gestão pública e privada. Como a informação está disponível a todos, seu valor é tanto maior e estratégico quanto mais governos, empresas e sociedade tenham capacidade de filtrar adequadamente os conteúdos para definir quais informações servem para determinados objetivos, e assim transformá-las em ativo, produto ou serviço. Esse ambiente exigirá transparência dos governos e de todas as instituições, acarretando ampla reformulação do sistema legal e o enfrentamento do desafio de ajustar o compliance (termo em inglês relacionado a boas normas de conduta nos negócios) à realidade. Nesse novo mundo, quais serão os desafios, as oportunidades e os requisitos para que empreendedores tenham sucesso? Líderes empresariais atuarão em sociedades nas quais as máquinas farão praticamente tudo o que os humanos fazem hoje, nas quais a educação estará disponível por diversos canais à distância, nas quais chips e sensores farão da prevenção na saúde uma prática comum, nas quais realidade virtual e implantes neurais em homens-robôs serão frequentes. O novo líder precisará conduzir organizações guiadas por ideias, deverá tirar proveito do crescente nível de colaboração propiciado pelas emergentes tecnologias de informação e de comunicação, terá de vencer barreiras hierárquicas e praticar a cultura do poder descentralizado. Desde os anos 1980, graduados em economia e administração assumiam rapidamente boa parte das posições de liderança no chamado "C level" das empresas, porém a realidade vem se transformando a passos largos. Já a partir dos dois últimos anos, profissionais formados em ciência da computação e biotecnologia têm conquistado papel de liderança nas empresas americanas. A inteligência artificial está migrando rapidamente da academia para a vida real, como alertou reportagem recente do jornal britânico "Financial Times". Haverá pouco tempo para nos ajustarmos a uma vida com veículos autoguiados, com diversos tipos de máquinas inteligentes que saberão "ouvir" e "ver" como nós, aptas, portanto, a substituir a mão de obra humana, o que impactará o número de postos de trabalho. A chamada Quarta Revolução Industrial, tema central da edição deste ano do Fórum Econômico Mundial em Davos e de reportagem da revista "Fortune" deste mês de fevereiro, levanta várias questões. Quais transformações acontecerão nos negócios e nas economias? Como serão administrados emprego, desigualdade e meio ambiente? Qual será o papel dos empresários e dos líderes empresariais? Como identificar, formar e preparar sucessores? Para que servirão os conselhos de administração? Muitas dessas perguntas serão respondidas em futuro próximo. É certo que os novos líderes deverão promover energia, paixão e criatividade. Precisarão buscar constantemente o conhecimento, valendo-se de todas as ferramentas disponíveis, desde cooperação, alianças, fusões e associações até pesquisas e trabalhos em rede, com propriedade intelectual difusa. Os líderes da geração 4.0 terão múltiplas habilidades, serão um pouco empreendedores e um pouco advogados, um tanto cientistas e outro tanto romancistas. Precisarão ser mais flexíveis, ter causas e advogar por elas, sonhar e construir seus sonhos, mas nunca sozinhos. E as associações empresariais se transformarão em espaços compartilhados de trabalho colaborativo, nos quais atividades de "think tank" se somarão às de cientistas e "fazendeiros biológicos". Portanto, empreendedores, especialmente os jovens, abram suas mentes e apertem os cintos. O futuro bate à porta. DAVID FEFFER é presidente da Suzano Holding * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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opiniao
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Líder empresarial 4.0Inteligência artificial, nanotecnologia, biotecnologia, internet das coisas e todo este mundo novo já estão sinalizando mudanças em nossa forma de viver. Modificarão substancialmente os relacionamentos entre pessoas e empresas. Produzirão impactos nas famílias, na educação, nas estruturas de trabalho. É inexorável. E é preciso desde já que sejam repensados os padrões de gestão pública e privada. Como a informação está disponível a todos, seu valor é tanto maior e estratégico quanto mais governos, empresas e sociedade tenham capacidade de filtrar adequadamente os conteúdos para definir quais informações servem para determinados objetivos, e assim transformá-las em ativo, produto ou serviço. Esse ambiente exigirá transparência dos governos e de todas as instituições, acarretando ampla reformulação do sistema legal e o enfrentamento do desafio de ajustar o compliance (termo em inglês relacionado a boas normas de conduta nos negócios) à realidade. Nesse novo mundo, quais serão os desafios, as oportunidades e os requisitos para que empreendedores tenham sucesso? Líderes empresariais atuarão em sociedades nas quais as máquinas farão praticamente tudo o que os humanos fazem hoje, nas quais a educação estará disponível por diversos canais à distância, nas quais chips e sensores farão da prevenção na saúde uma prática comum, nas quais realidade virtual e implantes neurais em homens-robôs serão frequentes. O novo líder precisará conduzir organizações guiadas por ideias, deverá tirar proveito do crescente nível de colaboração propiciado pelas emergentes tecnologias de informação e de comunicação, terá de vencer barreiras hierárquicas e praticar a cultura do poder descentralizado. Desde os anos 1980, graduados em economia e administração assumiam rapidamente boa parte das posições de liderança no chamado "C level" das empresas, porém a realidade vem se transformando a passos largos. Já a partir dos dois últimos anos, profissionais formados em ciência da computação e biotecnologia têm conquistado papel de liderança nas empresas americanas. A inteligência artificial está migrando rapidamente da academia para a vida real, como alertou reportagem recente do jornal britânico "Financial Times". Haverá pouco tempo para nos ajustarmos a uma vida com veículos autoguiados, com diversos tipos de máquinas inteligentes que saberão "ouvir" e "ver" como nós, aptas, portanto, a substituir a mão de obra humana, o que impactará o número de postos de trabalho. A chamada Quarta Revolução Industrial, tema central da edição deste ano do Fórum Econômico Mundial em Davos e de reportagem da revista "Fortune" deste mês de fevereiro, levanta várias questões. Quais transformações acontecerão nos negócios e nas economias? Como serão administrados emprego, desigualdade e meio ambiente? Qual será o papel dos empresários e dos líderes empresariais? Como identificar, formar e preparar sucessores? Para que servirão os conselhos de administração? Muitas dessas perguntas serão respondidas em futuro próximo. É certo que os novos líderes deverão promover energia, paixão e criatividade. Precisarão buscar constantemente o conhecimento, valendo-se de todas as ferramentas disponíveis, desde cooperação, alianças, fusões e associações até pesquisas e trabalhos em rede, com propriedade intelectual difusa. Os líderes da geração 4.0 terão múltiplas habilidades, serão um pouco empreendedores e um pouco advogados, um tanto cientistas e outro tanto romancistas. Precisarão ser mais flexíveis, ter causas e advogar por elas, sonhar e construir seus sonhos, mas nunca sozinhos. E as associações empresariais se transformarão em espaços compartilhados de trabalho colaborativo, nos quais atividades de "think tank" se somarão às de cientistas e "fazendeiros biológicos". Portanto, empreendedores, especialmente os jovens, abram suas mentes e apertem os cintos. O futuro bate à porta. DAVID FEFFER é presidente da Suzano Holding * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Filho da cônsul canadense morre em tiroteio com traficantes em Miami
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Um filho da cônsul canadense em Miami morreu e outro foi preso devido a um tiroteio com traficantes de drogas da cidade, informou nesta terça-feira (31) o chefe da polícia local, citado pelo jornal "Miami Herald". O incidente ocorreu na tarde de segunda-feira e a polícia suspeita que os dois filhos da cônsul Roxanne Dubé foram armados a uma casa de Miami onde se encontravam traficantes de drogas, o que desatou o tiroteio. "Acreditamos que foi isto, que foi uma disputa por venda de drogas", disse o chefe da polícia de Miami, Rodolfo Llanes, ao jornal. O filho mais velho de Dubé, Jean Wabafiyebazu, 17, morreu baleado, enquanto Marc, 15, foi preso nesta terça-feira sob a acusação de assassinato, já que o traficante Joshua Wright também morreu no incidente. Segundo a polícia, os dois irmãos usaram um veículo com placa diplomática do consulado para chegar à casa onde ocorreu o tiroteio. A cônsul canadense Dubé, uma experiente diplomata, estava há alguns meses no cargo.
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mundo
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Filho da cônsul canadense morre em tiroteio com traficantes em MiamiUm filho da cônsul canadense em Miami morreu e outro foi preso devido a um tiroteio com traficantes de drogas da cidade, informou nesta terça-feira (31) o chefe da polícia local, citado pelo jornal "Miami Herald". O incidente ocorreu na tarde de segunda-feira e a polícia suspeita que os dois filhos da cônsul Roxanne Dubé foram armados a uma casa de Miami onde se encontravam traficantes de drogas, o que desatou o tiroteio. "Acreditamos que foi isto, que foi uma disputa por venda de drogas", disse o chefe da polícia de Miami, Rodolfo Llanes, ao jornal. O filho mais velho de Dubé, Jean Wabafiyebazu, 17, morreu baleado, enquanto Marc, 15, foi preso nesta terça-feira sob a acusação de assassinato, já que o traficante Joshua Wright também morreu no incidente. Segundo a polícia, os dois irmãos usaram um veículo com placa diplomática do consulado para chegar à casa onde ocorreu o tiroteio. A cônsul canadense Dubé, uma experiente diplomata, estava há alguns meses no cargo.
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Nós acusamos
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Diante da gravidade da situação nacional e da miséria das alternativas que se apresentam: Nós acusamos o governo interino que agora se inicia de já nascer morto. Nunca na história da República brasileira um governo começou com tanta ilegitimidade e contestação popular. Se, diante de Collor, o procedimento de impeachment foi um momento de reunificação nacional contra um presidente rejeitado por todos, diante do governo Dilma o impeachment foi o momento em que tivemos de construir um muro para separar a Esplanada dos Ministérios em dois. Esse muro não cairá, ele se aprofundará cada vez mais. Aqueles que apoiaram Dilma e aqueles que, mesmo não a apoiando compreenderam muito bem o oportunismo de uma classe política à procura de instrumentalizar a revolta popular contra a corrupção para sua própria sobrevivência, não voltarão para casa. Esse será o governo da crise permanente. Nós acusamos os representantes desse governo interino de serem personagens de outro tempo, zumbis de um passado que teima em não morrer. Eles não são a solução para a crise política, mas a própria crise política no poder. Suas práticas políticas oligárquicas e palacianas só poderiam redundar em um golpe parlamentar denunciado no mundo inteiro. Por isso, eles temem toda possibilidade de eleições gerais. Eles governarão com a violência policial em uma mão e com a cartilha fracassada das políticas de "austeridade" na outra. Políticas que nunca seriam referendadas em uma eleição. Com tais personagens no poder, não há mais razão alguma para chamar o que temos em nosso país de "democracia". Nós acusamos o governo Dilma de ter colocado o Brasil na maior crise política de sua história. A sequência de escândalos de corrupção não foi uma invenção da imprensa, mas uma prática normal de governo. De nada adianta dizer que essa prática sempre foi normal, pois a própria existência da esquerda brasileira esteve vinculada à possibilidade de expulsar os interesses privados da esfera do bem comum, moralizando as instituições públicas. Que os setores da esquerda brasileira no governo façam sua autocrítica implacável. Por outro lado, a procura pela criação de uma conciliação impossível apenas levou o governo a se descaracterizar por completo, a abraçar o que ele agora denuncia, distanciando-se de seus próprios eleitores. O caráter errático deste governo foi a mão que cavou sua própria sepultura. Que esta errância sirva de lição à esquerda como um todo. Nós acusamos aqueles que nunca quiseram encarar o dever de acertar contas com o passado ditatorial brasileiro e afastar da vida pública os que apoiaram a ditadura como responsáveis diretos pela instauração desta crise. A crise atual é a prova maior do fracasso da Nova República. Que um candidato fascista (e aqui o termo é completamente adequado) como Jair Bolsonaro tenha hoje 20% das intenções de voto entre os eleitores com renda acima de dez salários mínimos mostra quão ilusória foi nossa "conciliação nacional" pós-ditadura. O fato de nossas cadeias não abrigarem nenhum torturador deveria servir de claro sinal de alerta. Tal fato serviu apenas para preservar os setores da população que agora abraçam um fascista caricato e saem às ruas com palavras de ordem dignas da Guerra Fria. Por isso, a cada dia que passa, percebe-se como este setor da população se julga autorizado a cometer novas violências de toda ordem. Isso está apenas começando. Nós acusamos setores hegemônicos da imprensa de regredirem a um estágio de parcialidade há muito não visto no país. Diante de uma situação de divisão nacional, não cabe à imprensa incitar manifestações de um lado e esconder as manifestações de outro, transformar-se em tribunal midiático e parcial, julgando, destruindo moralmente alguns acusados e preservando outros, deixando mesmo de se interessar por vários escândalos quando esses não atingem diretamente o governo. Essa postura apenas servirá para explodir ainda mais os antagonismos e para reduzir a imprensa à condição de partido político. Nesse momento em que alguns inclinam-se à uma posição melancólica diante dos descaminhos do país, há de se lembrar que podemos sempre falar em nome da primeira pessoa do plural, e esta será nossa maior força. Faz parte da lógica do poder produzir melancolia, nos levar a acreditar em nossa fraqueza e isolamento. Mas há muitos que foram, são e serão como nós. Quem chorou diante dos momentos de miséria política que esse país viveu nos últimos tempos, que se lembre de que o Brasil sempre surpreendeu e surpreenderá. Esse não é o país de Temer, Bolsonaro, Cunha, Renan, Malafaia, Alckmin. Esse é o país de Zumbi, Prestes, Pagu, Lamarca, Francisco Julião, Darcy Ribeiro, Celso Furtado e, principalmente, nosso. Há um corpo político novo que emergirá quando a oligarquia e sua claque menos esperar.
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colunas
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Nós acusamosDiante da gravidade da situação nacional e da miséria das alternativas que se apresentam: Nós acusamos o governo interino que agora se inicia de já nascer morto. Nunca na história da República brasileira um governo começou com tanta ilegitimidade e contestação popular. Se, diante de Collor, o procedimento de impeachment foi um momento de reunificação nacional contra um presidente rejeitado por todos, diante do governo Dilma o impeachment foi o momento em que tivemos de construir um muro para separar a Esplanada dos Ministérios em dois. Esse muro não cairá, ele se aprofundará cada vez mais. Aqueles que apoiaram Dilma e aqueles que, mesmo não a apoiando compreenderam muito bem o oportunismo de uma classe política à procura de instrumentalizar a revolta popular contra a corrupção para sua própria sobrevivência, não voltarão para casa. Esse será o governo da crise permanente. Nós acusamos os representantes desse governo interino de serem personagens de outro tempo, zumbis de um passado que teima em não morrer. Eles não são a solução para a crise política, mas a própria crise política no poder. Suas práticas políticas oligárquicas e palacianas só poderiam redundar em um golpe parlamentar denunciado no mundo inteiro. Por isso, eles temem toda possibilidade de eleições gerais. Eles governarão com a violência policial em uma mão e com a cartilha fracassada das políticas de "austeridade" na outra. Políticas que nunca seriam referendadas em uma eleição. Com tais personagens no poder, não há mais razão alguma para chamar o que temos em nosso país de "democracia". Nós acusamos o governo Dilma de ter colocado o Brasil na maior crise política de sua história. A sequência de escândalos de corrupção não foi uma invenção da imprensa, mas uma prática normal de governo. De nada adianta dizer que essa prática sempre foi normal, pois a própria existência da esquerda brasileira esteve vinculada à possibilidade de expulsar os interesses privados da esfera do bem comum, moralizando as instituições públicas. Que os setores da esquerda brasileira no governo façam sua autocrítica implacável. Por outro lado, a procura pela criação de uma conciliação impossível apenas levou o governo a se descaracterizar por completo, a abraçar o que ele agora denuncia, distanciando-se de seus próprios eleitores. O caráter errático deste governo foi a mão que cavou sua própria sepultura. Que esta errância sirva de lição à esquerda como um todo. Nós acusamos aqueles que nunca quiseram encarar o dever de acertar contas com o passado ditatorial brasileiro e afastar da vida pública os que apoiaram a ditadura como responsáveis diretos pela instauração desta crise. A crise atual é a prova maior do fracasso da Nova República. Que um candidato fascista (e aqui o termo é completamente adequado) como Jair Bolsonaro tenha hoje 20% das intenções de voto entre os eleitores com renda acima de dez salários mínimos mostra quão ilusória foi nossa "conciliação nacional" pós-ditadura. O fato de nossas cadeias não abrigarem nenhum torturador deveria servir de claro sinal de alerta. Tal fato serviu apenas para preservar os setores da população que agora abraçam um fascista caricato e saem às ruas com palavras de ordem dignas da Guerra Fria. Por isso, a cada dia que passa, percebe-se como este setor da população se julga autorizado a cometer novas violências de toda ordem. Isso está apenas começando. Nós acusamos setores hegemônicos da imprensa de regredirem a um estágio de parcialidade há muito não visto no país. Diante de uma situação de divisão nacional, não cabe à imprensa incitar manifestações de um lado e esconder as manifestações de outro, transformar-se em tribunal midiático e parcial, julgando, destruindo moralmente alguns acusados e preservando outros, deixando mesmo de se interessar por vários escândalos quando esses não atingem diretamente o governo. Essa postura apenas servirá para explodir ainda mais os antagonismos e para reduzir a imprensa à condição de partido político. Nesse momento em que alguns inclinam-se à uma posição melancólica diante dos descaminhos do país, há de se lembrar que podemos sempre falar em nome da primeira pessoa do plural, e esta será nossa maior força. Faz parte da lógica do poder produzir melancolia, nos levar a acreditar em nossa fraqueza e isolamento. Mas há muitos que foram, são e serão como nós. Quem chorou diante dos momentos de miséria política que esse país viveu nos últimos tempos, que se lembre de que o Brasil sempre surpreendeu e surpreenderá. Esse não é o país de Temer, Bolsonaro, Cunha, Renan, Malafaia, Alckmin. Esse é o país de Zumbi, Prestes, Pagu, Lamarca, Francisco Julião, Darcy Ribeiro, Celso Furtado e, principalmente, nosso. Há um corpo político novo que emergirá quando a oligarquia e sua claque menos esperar.
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Opções de retaliação à Síria são limitadas e opõem EUA e Rússia
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O endurecimento da posição do governo Trump em relação à Síria, se não for blefe ou embutir algum tipo de acordo secreto com Moscou, coloca Rússia e EUA em rota de colisão no deserto árabe. Duas questões emergem da ameaça contra o governo do ditador Bashar al-Assad. A mais óbvia é: como tomar qualquer tipo de atitude sem colocar tropas russas sob fogo americano, uma situação autoexplicativa em termos de avaliação de risco. Desde setembro de 2015, quando pegou o mundo de surpresa e interveio no conflito sírio, o presidente Vladimir Putin tem reforçado suas posições no país árabe. Mas é uma intervenção de baixa intensidade, baseada em ataques aéreos e o apoio em solo às forças leais a Assad. Não houve uma ocupação russa, mas a criação de um enclave. A base em Hmeimim é guarnecida por tanques e potentes sistemas antiaéreos S-300 e S-400, que ameaçam qualquer avião entre 40 km e 400 km de distância. Há cerca de 4.000 soldados envolvidos na operação, mas de tempos em tempos Putin anuncia que está "retirando suas forças". Por outro lado, em lugares como a cidade de Manbij, Rangers do Exército americano quase se esbarram na rua com soldados russos. Nenhum dado é preciso, mas os EUA têm hoje talvez mil soldados já em solo na Síria, treinando e apoiando grupos rebeldes contrários a Assad. É um pesadelo jurisdicional, vitaminado por tropas turcas e aviões militares europeus e árabes. Washington pode querer decapitar o regime sírio, e isso pode ser feito com bombardeios maciços. E depois? O uso de tropas é o único meio de fazer isso de fato, mesmo que com efeitos trágicos como o caso iraquiano mostrou. Nada indica que os EUA estejam prontos para isso, mas a questão mais importante é outra. O governo de Donald Trump quer derrubar mesmo Assad, o protegido de Putin? Se é verdade que Moscou já desenhou cenários no qual o aliado deixa o poder, por outro lado os russos foram os primeiros a apoiar Damasco após o ataque químico. Pode haver alguma cláusula oculta, que envolva o levantamento das sanções contra a Rússia devido à anexação da Crimeia, mas declarar guerra ao ditador equivale a fazer o mesmo contra Putin. Além dos riscos de brigar com uma potência nuclear, há a possibilidade de humilhar um Putin sem condições de reagir devido à penúria econômica russa. Isso seria um golpe duro para sua busca pela reeleição em 2018, e poderia gerar mais agressividade em outras frentes. Se a situação parece inimaginável, cabe lembrar que os "falcões" do Pentágono estão em uma semana animada. Viram o assessor presidencial pró-russo Steve Bannon perder poder na tomada de decisões militares. E Trump parece cada vez mais tentado a buscar uma guerra para chamar de sua e tentar abafar as crises de seu governo.
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mundo
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Opções de retaliação à Síria são limitadas e opõem EUA e RússiaO endurecimento da posição do governo Trump em relação à Síria, se não for blefe ou embutir algum tipo de acordo secreto com Moscou, coloca Rússia e EUA em rota de colisão no deserto árabe. Duas questões emergem da ameaça contra o governo do ditador Bashar al-Assad. A mais óbvia é: como tomar qualquer tipo de atitude sem colocar tropas russas sob fogo americano, uma situação autoexplicativa em termos de avaliação de risco. Desde setembro de 2015, quando pegou o mundo de surpresa e interveio no conflito sírio, o presidente Vladimir Putin tem reforçado suas posições no país árabe. Mas é uma intervenção de baixa intensidade, baseada em ataques aéreos e o apoio em solo às forças leais a Assad. Não houve uma ocupação russa, mas a criação de um enclave. A base em Hmeimim é guarnecida por tanques e potentes sistemas antiaéreos S-300 e S-400, que ameaçam qualquer avião entre 40 km e 400 km de distância. Há cerca de 4.000 soldados envolvidos na operação, mas de tempos em tempos Putin anuncia que está "retirando suas forças". Por outro lado, em lugares como a cidade de Manbij, Rangers do Exército americano quase se esbarram na rua com soldados russos. Nenhum dado é preciso, mas os EUA têm hoje talvez mil soldados já em solo na Síria, treinando e apoiando grupos rebeldes contrários a Assad. É um pesadelo jurisdicional, vitaminado por tropas turcas e aviões militares europeus e árabes. Washington pode querer decapitar o regime sírio, e isso pode ser feito com bombardeios maciços. E depois? O uso de tropas é o único meio de fazer isso de fato, mesmo que com efeitos trágicos como o caso iraquiano mostrou. Nada indica que os EUA estejam prontos para isso, mas a questão mais importante é outra. O governo de Donald Trump quer derrubar mesmo Assad, o protegido de Putin? Se é verdade que Moscou já desenhou cenários no qual o aliado deixa o poder, por outro lado os russos foram os primeiros a apoiar Damasco após o ataque químico. Pode haver alguma cláusula oculta, que envolva o levantamento das sanções contra a Rússia devido à anexação da Crimeia, mas declarar guerra ao ditador equivale a fazer o mesmo contra Putin. Além dos riscos de brigar com uma potência nuclear, há a possibilidade de humilhar um Putin sem condições de reagir devido à penúria econômica russa. Isso seria um golpe duro para sua busca pela reeleição em 2018, e poderia gerar mais agressividade em outras frentes. Se a situação parece inimaginável, cabe lembrar que os "falcões" do Pentágono estão em uma semana animada. Viram o assessor presidencial pró-russo Steve Bannon perder poder na tomada de decisões militares. E Trump parece cada vez mais tentado a buscar uma guerra para chamar de sua e tentar abafar as crises de seu governo.
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Suspeita de matar Kim Jong-nam afirma que recebeu 90 dólares
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A mulher da Indonésia suspeita de ter assassinado o meio-irmão do ditador norte-coreano afirmou neste sábado que recebeu o equivalente a 90 dólares para participar no que ela acreditava ser um programa de TV de "pegadinhas", informou um diplomata. Siti Aisyah, detida pouco depois do assassinato em 13 de fevereiro de Kim Jong-nam com um agente neurotóxico muito forte, disse que pensava que o líquido em questão era uma espécie de "óleo para bebês", afirmou o embaixador adjunto da Indonésia na Malásia, Andreano Erwin, que se encontrou com a mulher neste sábado. Nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto de Kuala Lumpur é possível observar como duas mulheres se aproximaram de Kim Jong-nam e jogaram algo em seu rosto. O norte-coreano, um homem corpulento de 45 anos, morreu quando era levado para o hospital. Os investigadores malaios anunciaram na sexta-feira que o veneno utilizado foi o gás VX, uma versão ainda mais letal que o gás sarin. Siti Aisyah, 25, "disse apenas que alguém pediu para que fizesse", de acordo com Erwin. Outra mulher, Doan Thi Huong, 28, também foi detida após o assassinato, mas, segundo o diplomata, a cidadã indonésia disse que não a conhecia. De acordo com a polícia da Malásia, uma das duas mulheres ficou doente durante a detenção e chegou a vomitar. As autoridades malaias informaram neste sábado que o aeroporto passará por uma limpeza profunda para eliminar qualquer rastro do gás VX.
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Suspeita de matar Kim Jong-nam afirma que recebeu 90 dólaresA mulher da Indonésia suspeita de ter assassinado o meio-irmão do ditador norte-coreano afirmou neste sábado que recebeu o equivalente a 90 dólares para participar no que ela acreditava ser um programa de TV de "pegadinhas", informou um diplomata. Siti Aisyah, detida pouco depois do assassinato em 13 de fevereiro de Kim Jong-nam com um agente neurotóxico muito forte, disse que pensava que o líquido em questão era uma espécie de "óleo para bebês", afirmou o embaixador adjunto da Indonésia na Malásia, Andreano Erwin, que se encontrou com a mulher neste sábado. Nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto de Kuala Lumpur é possível observar como duas mulheres se aproximaram de Kim Jong-nam e jogaram algo em seu rosto. O norte-coreano, um homem corpulento de 45 anos, morreu quando era levado para o hospital. Os investigadores malaios anunciaram na sexta-feira que o veneno utilizado foi o gás VX, uma versão ainda mais letal que o gás sarin. Siti Aisyah, 25, "disse apenas que alguém pediu para que fizesse", de acordo com Erwin. Outra mulher, Doan Thi Huong, 28, também foi detida após o assassinato, mas, segundo o diplomata, a cidadã indonésia disse que não a conhecia. De acordo com a polícia da Malásia, uma das duas mulheres ficou doente durante a detenção e chegou a vomitar. As autoridades malaias informaram neste sábado que o aeroporto passará por uma limpeza profunda para eliminar qualquer rastro do gás VX.
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Brasil afasta melhores alunos da docência, dizem especialistas
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O Brasil não atrai seus melhores alunos para a carreira docente. A falta de valorização social, salários baixos, desrespeito dos próprios alunos e condições ruins de trabalho acabam afastando aqueles que cogitam escolher ser professor. É a conclusão de especialistas que participaram da última mesa do 2º Fórum de Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e com apoio do movimento Todos Pela Educação, nas manhãs de quarta (24) e quinta-feira (25). "Não queremos ficar ricos. O problema é o professor precisar vender perfume no intervalo, fazer pão e bolo para vender", disse Juçara Vieira, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. "Temos que conseguir nos dedicar exclusivamente à profissão, podendo viver com dignidade e conforto". Para Priscila Cruz, fundadora e presidente do movimento Todos Pela Educação, a sociedade precisa superar a ideia de que professores se equiparam a sacerdotes que devem trabalhar por amor. "Professor não é padre. Temos que tratá-los como profissionais, com progressão de carreira". "Dá pra dizer sem medo de errar que o professor é o principal profissional do país, mas não agimos como se fosse. Todo mundo sabe que ele não é valorizado", disse. Para José Carlos Rothen, pesquisador da UFSCar, um dos grandes problemas que afetam a qualidade da educação é que os poucos jovens que escolhem a carreira de magistério acabam evitando lecionar na educação básica por conta dos baixos salários, das condições de trabalho e da falta de progressão. "A carreira só é digna se você puder fazer parte de uma minoria que dá aula em escola de grife ou universidade. Então a educação só é boa para uma minoria também." Para o pesquisador, o modelo de descentralização de gestão, que coloca Estados e municípios como responsáveis pela educação, precisa ser repensado. "Um município com 20 mil pessoas não possui infraestrutura para trabalhar a formação de professores. Embora a escola seja responsável, ela não pode ser culpada por um sistema falho", disse. Luciana Caparro, professora da escola municipal Desembargador Amorim Lima, conhecida pelo seu modelo de qualidade de ensino, disse que no momento em que se formou, o professor trabalhava com "muito pouco, quase nada". "Era impensável desenvolver algum projeto ou trabalho diferente com os estudantes", continuou. Para ela, o professor precisa encarar as limitações de carreira como um desafio para remontar a realidade de ensino. Caparro acredita, porém, que esse modelo só pode ser reproduzido em larga escala com um alto investimento para reverter essas limitações.
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seminariosfolha
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Brasil afasta melhores alunos da docência, dizem especialistasO Brasil não atrai seus melhores alunos para a carreira docente. A falta de valorização social, salários baixos, desrespeito dos próprios alunos e condições ruins de trabalho acabam afastando aqueles que cogitam escolher ser professor. É a conclusão de especialistas que participaram da última mesa do 2º Fórum de Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e com apoio do movimento Todos Pela Educação, nas manhãs de quarta (24) e quinta-feira (25). "Não queremos ficar ricos. O problema é o professor precisar vender perfume no intervalo, fazer pão e bolo para vender", disse Juçara Vieira, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. "Temos que conseguir nos dedicar exclusivamente à profissão, podendo viver com dignidade e conforto". Para Priscila Cruz, fundadora e presidente do movimento Todos Pela Educação, a sociedade precisa superar a ideia de que professores se equiparam a sacerdotes que devem trabalhar por amor. "Professor não é padre. Temos que tratá-los como profissionais, com progressão de carreira". "Dá pra dizer sem medo de errar que o professor é o principal profissional do país, mas não agimos como se fosse. Todo mundo sabe que ele não é valorizado", disse. Para José Carlos Rothen, pesquisador da UFSCar, um dos grandes problemas que afetam a qualidade da educação é que os poucos jovens que escolhem a carreira de magistério acabam evitando lecionar na educação básica por conta dos baixos salários, das condições de trabalho e da falta de progressão. "A carreira só é digna se você puder fazer parte de uma minoria que dá aula em escola de grife ou universidade. Então a educação só é boa para uma minoria também." Para o pesquisador, o modelo de descentralização de gestão, que coloca Estados e municípios como responsáveis pela educação, precisa ser repensado. "Um município com 20 mil pessoas não possui infraestrutura para trabalhar a formação de professores. Embora a escola seja responsável, ela não pode ser culpada por um sistema falho", disse. Luciana Caparro, professora da escola municipal Desembargador Amorim Lima, conhecida pelo seu modelo de qualidade de ensino, disse que no momento em que se formou, o professor trabalhava com "muito pouco, quase nada". "Era impensável desenvolver algum projeto ou trabalho diferente com os estudantes", continuou. Para ela, o professor precisa encarar as limitações de carreira como um desafio para remontar a realidade de ensino. Caparro acredita, porém, que esse modelo só pode ser reproduzido em larga escala com um alto investimento para reverter essas limitações.
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Em voo para Curitiba, mulher de Cunha fotografa notícias sobre marido
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A mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a jornalista Claudia Cruz, embarcou na manhã desta terça (25) para Curitiba, onde o marido está preso desde a semana passada. A reportagem da Folha estava no mesmo voo. Sem ser abordada pelos passageiros, Claudia Cruz passou a maior parte da viagem lendo matérias de jornais em seu tablet. Quando via alguma notícia sobre ela ou o marido, tirava o celular guardado no bolso da poltrona da frente para fazer foto da reportagem. Entre as notícias que chamou sua atenção estava o depoimento do chefe da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, preso na sexta (21). Ele disse à PF que os policiais da Casa fizeram uma varredura na residência oficial de Cunha no fim de 2015, quando ele era presidente da Câmara. Preocupada em passar despercebida, a jornalista ficou de óculos durante durante a 1h30 de voo que partiu de Brasília às 9h50. Vestia calça e blusa azuis, lenço no mesmo tom, sapatilha preta e bolsa Ferragamo. Os cabelos estavam presos em formato de coque, com um prendedor de plástico. Questionada pela reportagem se visitaria o marido, limitou-se a dizer "não vou responder". Também respondeu "não" quando foi perguntada se poderia falar como vem lidando com a prisão de Cunha, ocorrida na semana passada. A mulher do ex-deputado fez um breve comentário sobre o tempo de Curitiba: "Está frio aqui né? Ontem em Brasília estava muito abafado". A tiracolo ela carregava um iPod com músicas que ouviu a maior parte do voo. Após a leitura dos jornais, Claudia Cruz se dedicou a arquivar algumas mensagens que recebeu via WhatsApp. Também assistiu a vídeos pelo telefone. Antes do avião decolar, a jornalista, que se sentou no assento 2C, um dos mais próximos à saída da aeronave, fez uma ligação. Falou baixo e com a mão na boca para se certificar que nenhum vizinho a ouviria. Depois, fez o sinal da cruz com as mãos. Não comeu nada durante o voo, somente bebeu dois copos de água. Levantou-se uma vez para pegar a bolsa e deixar ao seu lado para facilitar sua saída. Quando chegou a Curitiba, trocou o lenço por um cachecol. Ao descer do avião, um advogado de Cunha já a aguardava no desembarque. Os dois foram rapidamente até um táxi. É a segunda viagem dela à cidade desde a prisão do marido. Na sexta-feira (21), Claudia visitou Cunha. Ele é o único detento da Lava Jato que está em um cela isolado dos demais.
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Em voo para Curitiba, mulher de Cunha fotografa notícias sobre maridoA mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a jornalista Claudia Cruz, embarcou na manhã desta terça (25) para Curitiba, onde o marido está preso desde a semana passada. A reportagem da Folha estava no mesmo voo. Sem ser abordada pelos passageiros, Claudia Cruz passou a maior parte da viagem lendo matérias de jornais em seu tablet. Quando via alguma notícia sobre ela ou o marido, tirava o celular guardado no bolso da poltrona da frente para fazer foto da reportagem. Entre as notícias que chamou sua atenção estava o depoimento do chefe da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, preso na sexta (21). Ele disse à PF que os policiais da Casa fizeram uma varredura na residência oficial de Cunha no fim de 2015, quando ele era presidente da Câmara. Preocupada em passar despercebida, a jornalista ficou de óculos durante durante a 1h30 de voo que partiu de Brasília às 9h50. Vestia calça e blusa azuis, lenço no mesmo tom, sapatilha preta e bolsa Ferragamo. Os cabelos estavam presos em formato de coque, com um prendedor de plástico. Questionada pela reportagem se visitaria o marido, limitou-se a dizer "não vou responder". Também respondeu "não" quando foi perguntada se poderia falar como vem lidando com a prisão de Cunha, ocorrida na semana passada. A mulher do ex-deputado fez um breve comentário sobre o tempo de Curitiba: "Está frio aqui né? Ontem em Brasília estava muito abafado". A tiracolo ela carregava um iPod com músicas que ouviu a maior parte do voo. Após a leitura dos jornais, Claudia Cruz se dedicou a arquivar algumas mensagens que recebeu via WhatsApp. Também assistiu a vídeos pelo telefone. Antes do avião decolar, a jornalista, que se sentou no assento 2C, um dos mais próximos à saída da aeronave, fez uma ligação. Falou baixo e com a mão na boca para se certificar que nenhum vizinho a ouviria. Depois, fez o sinal da cruz com as mãos. Não comeu nada durante o voo, somente bebeu dois copos de água. Levantou-se uma vez para pegar a bolsa e deixar ao seu lado para facilitar sua saída. Quando chegou a Curitiba, trocou o lenço por um cachecol. Ao descer do avião, um advogado de Cunha já a aguardava no desembarque. Os dois foram rapidamente até um táxi. É a segunda viagem dela à cidade desde a prisão do marido. Na sexta-feira (21), Claudia visitou Cunha. Ele é o único detento da Lava Jato que está em um cela isolado dos demais.
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'Pagar com a vida é demais', disse Gularte antes do fuzilamento
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Quatro minutos antes de ser morto por um pelotão de fuzilamento no interior da Indonésia, já amarrado a uma cruz de madeira, Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, falou pela última vez: "Eu cometi um erro, mas pagar com a vida é excessivo demais". O relato sobre os últimos momentos do brasileiro é do padre Charlie Burrows, 72, que esteve com ele em uma clareira na qual Gularte e outros sete condenados por tráfico de drogas foram executados na madrugada de quarta (29), no horário local, tarde de terça (28) no Brasil. O paranaense estava preso desde 2004 no país, quando foi flagrado com seis quilos de cocaína no aeroporto de Jacarta –a droga estava escondida em pranchas de surfe. Na Indonésia, a lei que disciplina a aplicação da pena de morte prevê que religiosos possam ficar no local de fuzilamento, para dar conforto espiritual, se os condenados manifestarem esse desejo. Assista CANÇÃO E SILÊNCIO Momentos antes do fuzilamento, enquanto caminhavam em direção ao pelotão de atiradores, sete dos condenados cantaram alto o hino religioso "Amazing Grace", puxado pelos dois australianos condenados à morte e pela pastora que os acompanhava. Gularte foi o único a não cantar. Preferiu uma oração, em silêncio, disse o padre. O brasileiro manteve a "compostura", segundo o relato do religioso, e parecia calmo, sem medo do que estava por vir, "aborrecido" com a pena recebida. Gularte não ficou vendado no momento dos tiros, assim como os outros sete condenados –os presos podem escolher se querem ou não encarar os atiradores, num total de 12 para cada condenado. Ele não chorou e, após os tiros, morreu imediatamente, segundo o religioso. Os demais prisioneiros, disse, também morreram na hora. Gularte sofria de esquizofrenia, comprovada por dois laudos. O governo indonésio chegou a avaliá-lo, mas jamais divulgou o resultado. Ainda assim, a Indonésia sustentava não haver proibição de executar um doente mental. Nos minutos que antecederam os tiros, Gularte estava consciente do que ocorreria, segundo o padre, que é crítico da pena de morte. FATO GRAVE Gularte foi o segundo brasileiro executado neste ano na Indonésia. O primeiro foi Marco Archer Cardoso Moreira, 53, em janeiro, também condenado por tráfico de drogas. As duas mortes provocaram forte reação do governo brasileiro, que admite rever as relações com a Indonésia. O Planalto classificou a execução como um "fato grave". Eles são os dois únicos cidadãos brasileiros a serem punidos no exterior com a pena de morte em tempos de paz. O corpo de Gularte será levado nos próximos dias para Curitiba, no Paraná, seu Estado natal, onde será enterrado. Na quarta (29), em Jacarta, uma missa de corpo presente foi organizada por Angelita Muxfeldt, prima dele. Funcionários da Embaixada do Brasil também participaram.
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cotidiano
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'Pagar com a vida é demais', disse Gularte antes do fuzilamentoQuatro minutos antes de ser morto por um pelotão de fuzilamento no interior da Indonésia, já amarrado a uma cruz de madeira, Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, falou pela última vez: "Eu cometi um erro, mas pagar com a vida é excessivo demais". O relato sobre os últimos momentos do brasileiro é do padre Charlie Burrows, 72, que esteve com ele em uma clareira na qual Gularte e outros sete condenados por tráfico de drogas foram executados na madrugada de quarta (29), no horário local, tarde de terça (28) no Brasil. O paranaense estava preso desde 2004 no país, quando foi flagrado com seis quilos de cocaína no aeroporto de Jacarta –a droga estava escondida em pranchas de surfe. Na Indonésia, a lei que disciplina a aplicação da pena de morte prevê que religiosos possam ficar no local de fuzilamento, para dar conforto espiritual, se os condenados manifestarem esse desejo. Assista CANÇÃO E SILÊNCIO Momentos antes do fuzilamento, enquanto caminhavam em direção ao pelotão de atiradores, sete dos condenados cantaram alto o hino religioso "Amazing Grace", puxado pelos dois australianos condenados à morte e pela pastora que os acompanhava. Gularte foi o único a não cantar. Preferiu uma oração, em silêncio, disse o padre. O brasileiro manteve a "compostura", segundo o relato do religioso, e parecia calmo, sem medo do que estava por vir, "aborrecido" com a pena recebida. Gularte não ficou vendado no momento dos tiros, assim como os outros sete condenados –os presos podem escolher se querem ou não encarar os atiradores, num total de 12 para cada condenado. Ele não chorou e, após os tiros, morreu imediatamente, segundo o religioso. Os demais prisioneiros, disse, também morreram na hora. Gularte sofria de esquizofrenia, comprovada por dois laudos. O governo indonésio chegou a avaliá-lo, mas jamais divulgou o resultado. Ainda assim, a Indonésia sustentava não haver proibição de executar um doente mental. Nos minutos que antecederam os tiros, Gularte estava consciente do que ocorreria, segundo o padre, que é crítico da pena de morte. FATO GRAVE Gularte foi o segundo brasileiro executado neste ano na Indonésia. O primeiro foi Marco Archer Cardoso Moreira, 53, em janeiro, também condenado por tráfico de drogas. As duas mortes provocaram forte reação do governo brasileiro, que admite rever as relações com a Indonésia. O Planalto classificou a execução como um "fato grave". Eles são os dois únicos cidadãos brasileiros a serem punidos no exterior com a pena de morte em tempos de paz. O corpo de Gularte será levado nos próximos dias para Curitiba, no Paraná, seu Estado natal, onde será enterrado. Na quarta (29), em Jacarta, uma missa de corpo presente foi organizada por Angelita Muxfeldt, prima dele. Funcionários da Embaixada do Brasil também participaram.
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Saiba como montar uma composteira doméstica com minhocas
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GISELLE HIRATA DE SÃO PAULO Claudio Spínola, fundador da Morada da Floresta, ensina como montar uma composteira com minhocas em casa. Clique nos botões abaixo e veja as dicas: Adubo de casa
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Saiba como montar uma composteira doméstica com minhocasGISELLE HIRATA DE SÃO PAULO Claudio Spínola, fundador da Morada da Floresta, ensina como montar uma composteira com minhocas em casa. Clique nos botões abaixo e veja as dicas: Adubo de casa
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Bandidos furtam bilheteria da estação Costa Barros na zona norte do Rio
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Um grupo de criminosos arrombaram nesta terça-feira (27) a bilheteria da estação Costa Barros, no ramal Belford Roxo, na zona norte do Rio. De acordo com a Supervia, concessionária que administra os trens de transporte de passageiros, eles levaram cerca de R$ 380 em dinheiro, 300 cartões unitários, dois telefones móveis e um fixo, vales-viagem, vales-restituição e outros equipamentos da empresa. No dia 22 de janeiro, a Supervia fechou a bilheteria da estação Barros Filho, que também fica na região de Costa Barros, por causa da falta de segurança nas proximidades da estação. A região de Costa Barros tem sofrido nos últimos dias com um confronto de facções rivais pelo controle dos pontos de vendas de drogas da área. A concessionária disse ainda que a segurança pública é atividade típica e exclusiva do Estado, que atua nas estações e trens por meio do GPFer (Grupamento de Policiamento Ferroviário). Em nota, a Supervia pede ainda que a Secretaria de Segurança mapeie os pontos mais vulneráveis à criminalidade ao longo da rede ferroviária e adote medidas para garantir a integridade dos passageiros e dos funcionários da empresa. A Secretaria de Segurança já informou que planeja instalar uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na região. O caso foi registrado na 39ª Delegacia de Polícia da Pavuna.
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cotidiano
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Bandidos furtam bilheteria da estação Costa Barros na zona norte do RioUm grupo de criminosos arrombaram nesta terça-feira (27) a bilheteria da estação Costa Barros, no ramal Belford Roxo, na zona norte do Rio. De acordo com a Supervia, concessionária que administra os trens de transporte de passageiros, eles levaram cerca de R$ 380 em dinheiro, 300 cartões unitários, dois telefones móveis e um fixo, vales-viagem, vales-restituição e outros equipamentos da empresa. No dia 22 de janeiro, a Supervia fechou a bilheteria da estação Barros Filho, que também fica na região de Costa Barros, por causa da falta de segurança nas proximidades da estação. A região de Costa Barros tem sofrido nos últimos dias com um confronto de facções rivais pelo controle dos pontos de vendas de drogas da área. A concessionária disse ainda que a segurança pública é atividade típica e exclusiva do Estado, que atua nas estações e trens por meio do GPFer (Grupamento de Policiamento Ferroviário). Em nota, a Supervia pede ainda que a Secretaria de Segurança mapeie os pontos mais vulneráveis à criminalidade ao longo da rede ferroviária e adote medidas para garantir a integridade dos passageiros e dos funcionários da empresa. A Secretaria de Segurança já informou que planeja instalar uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na região. O caso foi registrado na 39ª Delegacia de Polícia da Pavuna.
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Moinhos de vento
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SÃO PAULO - Para o novo chefe da Polícia Civil de São Paulo, Youssef Abou Chahin, menores infratores se tornaram 007, com licença para matar. Segundo o delegado, a sociedade precisa pressionar o Congresso para que aprove algum tipo de redução da maioridade penal. A declaração assusta. É até normal que um cidadão comum, após ler o relato de um crime bárbaro cometido por adolescente, repita o mantra do endurecimento das leis. Não resolve nada, mas ajuda a reduzir a ansiedade provocada pelo noticiário. Da pessoa que comandará a polícia, porém, seria lícito esperar mais. Para começar, os delitos perpetrados por menores não ocupam uma posição de destaque na lista dos problemas de segurança pública. Segundo levantamento da Secretaria Nacional de Segurança Pública, jovens de 16 a 18 anos respondem por apenas 0,9% do total dos delitos praticados no Brasil. O índice cai para 0,5% se considerarmos só homicídios. Também não é exato afirmar, como fez Chahin, que menores infratores não são presos. É verdade que o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê internação de até três anos, não chama essa sanção de prisão e sim de "medida socioeducativa", mas isso é só um eufemismo. As unidades da Fundação Casa em nada ficam a dever às do sistema prisional. Resta discutir o tamanho da reclusão. Os três anos podem parecer pouco diante dos até 30 que o Código Penal reserva para maiores, mas, na prática, quem tem advogado não passa tanto tempo na cadeia. Réus primários têm direito a progressão de regime após cumprir 1/6 da pena e livramento condicional após 1/3. Um ladrão neófito que tenha pegado 10 anos por roubo passa para o semiaberto após 1,6 ano e obtém a condicional depois do mesmo tanto. Menores condenados a três anos de internação cumprem a medida até o fim. Pena que o chefe da polícia prefira investir contra moinhos de vento a crimes realmente prevalentes.
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colunas
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Moinhos de ventoSÃO PAULO - Para o novo chefe da Polícia Civil de São Paulo, Youssef Abou Chahin, menores infratores se tornaram 007, com licença para matar. Segundo o delegado, a sociedade precisa pressionar o Congresso para que aprove algum tipo de redução da maioridade penal. A declaração assusta. É até normal que um cidadão comum, após ler o relato de um crime bárbaro cometido por adolescente, repita o mantra do endurecimento das leis. Não resolve nada, mas ajuda a reduzir a ansiedade provocada pelo noticiário. Da pessoa que comandará a polícia, porém, seria lícito esperar mais. Para começar, os delitos perpetrados por menores não ocupam uma posição de destaque na lista dos problemas de segurança pública. Segundo levantamento da Secretaria Nacional de Segurança Pública, jovens de 16 a 18 anos respondem por apenas 0,9% do total dos delitos praticados no Brasil. O índice cai para 0,5% se considerarmos só homicídios. Também não é exato afirmar, como fez Chahin, que menores infratores não são presos. É verdade que o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê internação de até três anos, não chama essa sanção de prisão e sim de "medida socioeducativa", mas isso é só um eufemismo. As unidades da Fundação Casa em nada ficam a dever às do sistema prisional. Resta discutir o tamanho da reclusão. Os três anos podem parecer pouco diante dos até 30 que o Código Penal reserva para maiores, mas, na prática, quem tem advogado não passa tanto tempo na cadeia. Réus primários têm direito a progressão de regime após cumprir 1/6 da pena e livramento condicional após 1/3. Um ladrão neófito que tenha pegado 10 anos por roubo passa para o semiaberto após 1,6 ano e obtém a condicional depois do mesmo tanto. Menores condenados a três anos de internação cumprem a medida até o fim. Pena que o chefe da polícia prefira investir contra moinhos de vento a crimes realmente prevalentes.
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Virada Cultural inova com 'esquenta'; veja destaques já confirmados
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GABRIELA VALDANHA VICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO A Virada Cultural ocorre no próximo fim de semana. Com programação inteiramente gratuita —pela primeira vez em todas as subprefeituras da cidade—, terá atrações musicais, teatrais e gastronômicas. Neste ano, a festa começa mais cedo, na sexta (20), com shows e festas entre a avenida Ipiranga e a praça da Sé, das 17h às 23h. Depois, vai direto das 18h de sábado (21) até as 18h de domingo (22). Como a grade completa ainda não foi divulgada, a sãopaulo selecionou destaques de shows em unidades do Sesc e passeios já confirmados para você se preparar. AUSTRÁLIA EM SÃO PAULO Um boneco de 26 metros de altura ocupará o viaduto do Chá durante a Virada. A ideia do grupo australiano Snuff Puppets é explorar as condições fisiológicas do corpo humano. Outra atração é o Pyrophine Juggernaut, instrumento musical que utiliza sons de chamas saindo de tubos metálicos para produzir música. As atividades integram o festival "Australia Now". Vale do Anhangabaú, s/nº, região central, s/tel. Pyrophone Juggernaut, sex.: 18h30 e 20h30. Sáb.: 20h e 24h. Dom.: 3h30 e 4h30. Snuff Puppets, sex.: 18h. Livre. GRÁTIS - PARA OS PEQUENOS Além da programação da Viradinha, algumas unidades do Sesc também terão atrações infantis. No sábado (21), a partir das 19h, pequenos poderão observar o céu, utilizando telescópios, para ver Vênus, Mercúrio e outros planetas. Sesc Santo Amaro. R. Amador Bueno, 505, Santo Amaro, região sul, tel. 5541-4000. 50 pessoas. Sáb.: 19h às 23h30. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). GRÁTIS - PANELA NA RUA Os chefs Janaina e Jefferson Rueda, que comandam, respectivamente, o Bar da Dona Onça e A Casa do Porco Bar, servirão receitas em frente aos seus estabelecimentos durante a Virada. Janaina prepara canja de galinha (R$ 15), enquanto Jefferson oferece sanduíche de porco (R$ 15). Bar da Dona Onça - Copan. Av. Ipiranga, 200, República, região central, tel. 3257-2016. 80 lugares. Sáb.: 18h às 3h. Livre. A Casa do Porco Bar. R. Araújo, 124, República, região central, tel. 3258-2578.. Sáb.: 11h às 3h. Livre. - RAINHA DA VIRADA O largo do Arouche será palco da segunda edição do concurso de dublagens protagonizado por artistas performáticos LGBT. Quem entrega a coroa à vencedora é Yara Sofia, famosa por participar do reality "RuPaul's Drag Race" -ela também se apresenta durante as batalhas. Palco Arouche. lgo. do Arouche, s/nº, República, região central, s/tel. Sáb.: 18h. 120 min. Livre. GRÁTIS - CAMISA DE VÊNUS "Eu Não Matei Joana D'Arc" e "Bete Morreu", marcos do rock nacional dos anos 1980, estão nesta apresentação que celebra os 35 anos de carreira da banda Camisa de Vênus, que já gravou sete discos e é liderada por Marcelo Nova. Ele sobe ao palco com seu filho Drake Nova, Leandro Dalle, Célio Glouster e Robério Santana. Sesc Belenzinho - comedoria. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. Dom. (22): 1h30. 90 min. 18 anos. Retirar ingr. no dia, a partir das 17h30. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 6 e R$ 11). GRÁTIS - CHICO CÉSAR O paraibano faz show com repertório baseado em seu disco mais recente, "Estado de Poesia". O trabalho, seu primeiro álbum de inéditas depois de oito anos, mistura samba, forró, frevo e reggae. No dia, a poeta, atriz e cantora Elisa Lucinda faz apresentação especial. Sesc Vila Mariana - pça. de eventos. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, tel. 5080-3000. 250 pessoas. Dom. (22): 13h. 90 min. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). GRÁTIS - DÔNICA Criada em 2011, a banda é influenciada pelo rock progressivo dos anos 1970, pela MPB e pela música experimental. O grupo, que tem como integrante Tom Veloso, filho de Caetano Veloso, interpreta faixas de seu álbum de estreia, "Continuidade dos Parques", com destaque para "Bicho Burro" e "Pintor" -cuja gravação tem participação de Milton Nascimento, "padrinho" do conjunto. Sesc Santana. Av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, tel. 2971-8700. Dom. (22): 17h30. 90 min. 14 anos. Retirar ingr. no dia 21, a partir das 17h. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). GRÁTIS - FLORA MATOS A rapper brasiliense interpreta temas já conhecidos pelo público -como "Pretin" e "Esperar o Sol", que estão em sua mixtape "Flora Matos VS Stereodubs"-, assim como algumas músicas inéditas que devem entrar em seu primeiro álbum, em fase de produção. Sesc Ipiranga - teatro. R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, tel. 3340-2000. 200 lugares. Sáb. (21): 21h. 70 min. Livre. Retirar ingr. no dia 21, a partir das 17h. GRÁTIS - KARINA BUHR Nascida na Bahia e radicada em Pernambuco, a cantora interpreta faixas de seu disco mais recente, "Selvática", o terceiro da carreira. Marcado pela temática feminista, o novo trabalho apresenta sonoridade que flerta com o rock. No dia, Denise Assunção faz participação especial. Sesc Vila Mariana - pça. de eventos. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, tel. 5080-3000. 250 pessoas. Sáb. (21): 22h30. 90 min. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). GRÁTIS
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Virada Cultural inova com 'esquenta'; veja destaques já confirmadosGABRIELA VALDANHA VICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO A Virada Cultural ocorre no próximo fim de semana. Com programação inteiramente gratuita —pela primeira vez em todas as subprefeituras da cidade—, terá atrações musicais, teatrais e gastronômicas. Neste ano, a festa começa mais cedo, na sexta (20), com shows e festas entre a avenida Ipiranga e a praça da Sé, das 17h às 23h. Depois, vai direto das 18h de sábado (21) até as 18h de domingo (22). Como a grade completa ainda não foi divulgada, a sãopaulo selecionou destaques de shows em unidades do Sesc e passeios já confirmados para você se preparar. AUSTRÁLIA EM SÃO PAULO Um boneco de 26 metros de altura ocupará o viaduto do Chá durante a Virada. A ideia do grupo australiano Snuff Puppets é explorar as condições fisiológicas do corpo humano. Outra atração é o Pyrophine Juggernaut, instrumento musical que utiliza sons de chamas saindo de tubos metálicos para produzir música. As atividades integram o festival "Australia Now". Vale do Anhangabaú, s/nº, região central, s/tel. Pyrophone Juggernaut, sex.: 18h30 e 20h30. Sáb.: 20h e 24h. Dom.: 3h30 e 4h30. Snuff Puppets, sex.: 18h. Livre. GRÁTIS - PARA OS PEQUENOS Além da programação da Viradinha, algumas unidades do Sesc também terão atrações infantis. No sábado (21), a partir das 19h, pequenos poderão observar o céu, utilizando telescópios, para ver Vênus, Mercúrio e outros planetas. Sesc Santo Amaro. R. Amador Bueno, 505, Santo Amaro, região sul, tel. 5541-4000. 50 pessoas. Sáb.: 19h às 23h30. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). GRÁTIS - PANELA NA RUA Os chefs Janaina e Jefferson Rueda, que comandam, respectivamente, o Bar da Dona Onça e A Casa do Porco Bar, servirão receitas em frente aos seus estabelecimentos durante a Virada. Janaina prepara canja de galinha (R$ 15), enquanto Jefferson oferece sanduíche de porco (R$ 15). Bar da Dona Onça - Copan. Av. Ipiranga, 200, República, região central, tel. 3257-2016. 80 lugares. Sáb.: 18h às 3h. Livre. A Casa do Porco Bar. R. Araújo, 124, República, região central, tel. 3258-2578.. Sáb.: 11h às 3h. Livre. - RAINHA DA VIRADA O largo do Arouche será palco da segunda edição do concurso de dublagens protagonizado por artistas performáticos LGBT. Quem entrega a coroa à vencedora é Yara Sofia, famosa por participar do reality "RuPaul's Drag Race" -ela também se apresenta durante as batalhas. Palco Arouche. lgo. do Arouche, s/nº, República, região central, s/tel. Sáb.: 18h. 120 min. Livre. GRÁTIS - CAMISA DE VÊNUS "Eu Não Matei Joana D'Arc" e "Bete Morreu", marcos do rock nacional dos anos 1980, estão nesta apresentação que celebra os 35 anos de carreira da banda Camisa de Vênus, que já gravou sete discos e é liderada por Marcelo Nova. Ele sobe ao palco com seu filho Drake Nova, Leandro Dalle, Célio Glouster e Robério Santana. Sesc Belenzinho - comedoria. R. Pe. Adelino, 1.000, Quarta Parada, região leste, tel. 2076-9700. Dom. (22): 1h30. 90 min. 18 anos. Retirar ingr. no dia, a partir das 17h30. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 6 e R$ 11). GRÁTIS - CHICO CÉSAR O paraibano faz show com repertório baseado em seu disco mais recente, "Estado de Poesia". O trabalho, seu primeiro álbum de inéditas depois de oito anos, mistura samba, forró, frevo e reggae. No dia, a poeta, atriz e cantora Elisa Lucinda faz apresentação especial. Sesc Vila Mariana - pça. de eventos. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, tel. 5080-3000. 250 pessoas. Dom. (22): 13h. 90 min. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). GRÁTIS - DÔNICA Criada em 2011, a banda é influenciada pelo rock progressivo dos anos 1970, pela MPB e pela música experimental. O grupo, que tem como integrante Tom Veloso, filho de Caetano Veloso, interpreta faixas de seu álbum de estreia, "Continuidade dos Parques", com destaque para "Bicho Burro" e "Pintor" -cuja gravação tem participação de Milton Nascimento, "padrinho" do conjunto. Sesc Santana. Av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, tel. 2971-8700. Dom. (22): 17h30. 90 min. 14 anos. Retirar ingr. no dia 21, a partir das 17h. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). GRÁTIS - FLORA MATOS A rapper brasiliense interpreta temas já conhecidos pelo público -como "Pretin" e "Esperar o Sol", que estão em sua mixtape "Flora Matos VS Stereodubs"-, assim como algumas músicas inéditas que devem entrar em seu primeiro álbum, em fase de produção. Sesc Ipiranga - teatro. R. Bom Pastor, 822, Ipiranga, tel. 3340-2000. 200 lugares. Sáb. (21): 21h. 70 min. Livre. Retirar ingr. no dia 21, a partir das 17h. GRÁTIS - KARINA BUHR Nascida na Bahia e radicada em Pernambuco, a cantora interpreta faixas de seu disco mais recente, "Selvática", o terceiro da carreira. Marcado pela temática feminista, o novo trabalho apresenta sonoridade que flerta com o rock. No dia, Denise Assunção faz participação especial. Sesc Vila Mariana - pça. de eventos. R. Pelotas, 141, Vila Mariana, tel. 5080-3000. 250 pessoas. Sáb. (21): 22h30. 90 min. Livre. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h). GRÁTIS
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'Não aceito ameaças', diz José Eduardo Cardozo a produtora rural no MS
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, discutiu com uma produtora rural nesta quarta (2) em um evento na região de Antônio João, no Mato Grosso do Sul. O ministro estava no local para tentar conter um conflito entre índios e produtores que começou após o assassinato do guarani-kaiowá Simão Vilhalva, no último sábado (30). O crime ocorreu quando um grupo de fazendeiros da região decidiu retomar por conta própria uma das propriedades ocupadas pelos índios desde agosto. Vilhalva recebeu pelo menos um tiro na cabeça. O ministro participou de reuniões com o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), com índios e com produtores rurais para tratar do assunto. Segundo relatos, a discussão começou no encontro com os agropecuaristas quando uma produtora interrompeu a fala de Cardozo dizendo não ter medo do ministro. Ele respondeu que ela deveria ter medo da lei. "Eu peço à senhora que mantenha a paz. Nesse momento qualquer manifestação de incitação será vista como crime e será objeto de investigação", disse o ministro. "É a posição do governo e a Polícia Federal está orientada a isso. Ou pacificamos ou pacificamos. Ou não há conversa. A lei será cumprida. Se a senhora quiser continuar nesse tom eu encerro a reunião. Não aceito qualquer tipo de ameaça, de indígenas ou de produtores. Essa é a orientação que o governo fará. Se querem manter a paz, mantenhamos. A proposta está feita. Sem qualquer tipo de ameaça a quem quer que seja", continuou Cardozo. Assista ao vídeo: Veja vídeo
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'Não aceito ameaças', diz José Eduardo Cardozo a produtora rural no MSO ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, discutiu com uma produtora rural nesta quarta (2) em um evento na região de Antônio João, no Mato Grosso do Sul. O ministro estava no local para tentar conter um conflito entre índios e produtores que começou após o assassinato do guarani-kaiowá Simão Vilhalva, no último sábado (30). O crime ocorreu quando um grupo de fazendeiros da região decidiu retomar por conta própria uma das propriedades ocupadas pelos índios desde agosto. Vilhalva recebeu pelo menos um tiro na cabeça. O ministro participou de reuniões com o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), com índios e com produtores rurais para tratar do assunto. Segundo relatos, a discussão começou no encontro com os agropecuaristas quando uma produtora interrompeu a fala de Cardozo dizendo não ter medo do ministro. Ele respondeu que ela deveria ter medo da lei. "Eu peço à senhora que mantenha a paz. Nesse momento qualquer manifestação de incitação será vista como crime e será objeto de investigação", disse o ministro. "É a posição do governo e a Polícia Federal está orientada a isso. Ou pacificamos ou pacificamos. Ou não há conversa. A lei será cumprida. Se a senhora quiser continuar nesse tom eu encerro a reunião. Não aceito qualquer tipo de ameaça, de indígenas ou de produtores. Essa é a orientação que o governo fará. Se querem manter a paz, mantenhamos. A proposta está feita. Sem qualquer tipo de ameaça a quem quer que seja", continuou Cardozo. Assista ao vídeo: Veja vídeo
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Leitor comenta demora de dez horas para atendimento de pessoas com suspeita de dengue e zika no Recife
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Será que os políticos que usaram e usam o poder para roubar e enriquecer a si próprios, seus familiares e amigos não sentem remorso ao verem a foto publicada na Folha, na qual pessoas com suspeita de dengue e zika no Recife esperam dez horas por atendimento, muitas das quais de pé? Imagem que entristece todo cidadão honesto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor comenta demora de dez horas para atendimento de pessoas com suspeita de dengue e zika no RecifeSerá que os políticos que usaram e usam o poder para roubar e enriquecer a si próprios, seus familiares e amigos não sentem remorso ao verem a foto publicada na Folha, na qual pessoas com suspeita de dengue e zika no Recife esperam dez horas por atendimento, muitas das quais de pé? Imagem que entristece todo cidadão honesto. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Pesquisa mostra o que acontece dentro de cobra que engoliu jacaré
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Fotos e vídeos de cobras devorando outros animais sempre circulam na internet. Mas o que acontece por dentro do corpo de uma serpente quando ela engole, por exemplo, um jacaré? O biólogo americano Stephen M. Secor, professor da Universidade do Alabama, analisou radiografias de uma píton birmanesa enquanto ela digeria sua presa. No total, a cobra precisou de seis dias para digerir o jacaré inteiro. "O jacaré se decompõe lentamente graças à ação combinada do ácido clorídrico e a enzima pepsina", explica Secor. "É surpreendente a facilidade com que as pítons podem digerir presas desse tamanho." Segundo ele, as enzimas no intestino delgado têm a tarefa de romper a pele resistente do jacaré. Secor e sua equipe já haviam feito o mesmo experimento com cobras engolindo pombas e ratos. Segundo eles, a principal diferença é a de que a serpente gasta mais energia para digerir as duras escamas do réptil do que nos casos anteriores. DIA 1 É possível ver perfeitamente o corpo do jacaré, com a cabeça no lado esquerdo do raio-X. A serpente expandiu seu corpo para se moldar ao tamanho de sua presa. DIA 2 No interior do intestino delgado da píton, o tecido mole do jacaré se dissolve e seu esqueleto começa a se romper. A taxa metabólica da cobra aumenta consideravelmente para separar enzimas e ácidos suficientes para fazer a digestão. DIA 3 As escamas e os ossos do jacaré aparecem sendo digeridos. Durante esses dias, a serpente fica praticamente imóvel e, assim, se torna mais vulnerável a possíveis ataques. DIA 4 No raio-X é possível ver que restam apenas as partes mais resistentes da presa. As enzimas e bactérias do intestino da cobra trabalham a todo o vapor. DIA 5 Restam apenas alguns fragmentos do jacaré. Nesse momento, a principal tarefa do aparelho digestivo da cobra é eliminar os gases do processo de digestão. DIA 6 A digestão termina. A partir desse ponto, segundo explica o biólogo, a píton pode ficar semanas ou até meses sem a necessidade de comer.
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Pesquisa mostra o que acontece dentro de cobra que engoliu jacaréFotos e vídeos de cobras devorando outros animais sempre circulam na internet. Mas o que acontece por dentro do corpo de uma serpente quando ela engole, por exemplo, um jacaré? O biólogo americano Stephen M. Secor, professor da Universidade do Alabama, analisou radiografias de uma píton birmanesa enquanto ela digeria sua presa. No total, a cobra precisou de seis dias para digerir o jacaré inteiro. "O jacaré se decompõe lentamente graças à ação combinada do ácido clorídrico e a enzima pepsina", explica Secor. "É surpreendente a facilidade com que as pítons podem digerir presas desse tamanho." Segundo ele, as enzimas no intestino delgado têm a tarefa de romper a pele resistente do jacaré. Secor e sua equipe já haviam feito o mesmo experimento com cobras engolindo pombas e ratos. Segundo eles, a principal diferença é a de que a serpente gasta mais energia para digerir as duras escamas do réptil do que nos casos anteriores. DIA 1 É possível ver perfeitamente o corpo do jacaré, com a cabeça no lado esquerdo do raio-X. A serpente expandiu seu corpo para se moldar ao tamanho de sua presa. DIA 2 No interior do intestino delgado da píton, o tecido mole do jacaré se dissolve e seu esqueleto começa a se romper. A taxa metabólica da cobra aumenta consideravelmente para separar enzimas e ácidos suficientes para fazer a digestão. DIA 3 As escamas e os ossos do jacaré aparecem sendo digeridos. Durante esses dias, a serpente fica praticamente imóvel e, assim, se torna mais vulnerável a possíveis ataques. DIA 4 No raio-X é possível ver que restam apenas as partes mais resistentes da presa. As enzimas e bactérias do intestino da cobra trabalham a todo o vapor. DIA 5 Restam apenas alguns fragmentos do jacaré. Nesse momento, a principal tarefa do aparelho digestivo da cobra é eliminar os gases do processo de digestão. DIA 6 A digestão termina. A partir desse ponto, segundo explica o biólogo, a píton pode ficar semanas ou até meses sem a necessidade de comer.
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Anderson Silva abraça adversário na pesagem da luta de retorno ao UFC
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De volta à ativa depois de 13 meses parado devido a uma fratura na perna, o brasileiro Anderson Silva, 39, abraçou seu adversário, o norte-americano Nick Diaz, nesta sexta-feira (30), durante a pesagem oficial da sua luta de retorno. "Estou muito feliz por estar aqui. Eu quebrei a perna. Minha família disse para eu não voltar, mas isso sou eu. Essa é a minha vida", afirmou ex-campeão dos médios. A pesagem passou longe do clima de provocação que marca muitos encontros desse tipo. Depois de descer da balança, o brasileiro deu um leve abraço no seu rival na luta da madrugada deste domingo. O "Spider" (Aranha), como é conhecido, marcou 84,4 kg na balança. Já Díaz pesou 83,9 kg. A última luta de Anderson Silva foi em dezembro de 2013, quando ele foi derrotado por Chris Weidman numa revanche e teve uma grave fratura na perna. Após a lesão, o brasileiro foi operado e precisou colocar uma haste de metal local para a correção da fratura. O retorno aos treinos aconteceu no primeiro semestre de 2014.
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esporte
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Anderson Silva abraça adversário na pesagem da luta de retorno ao UFCDe volta à ativa depois de 13 meses parado devido a uma fratura na perna, o brasileiro Anderson Silva, 39, abraçou seu adversário, o norte-americano Nick Diaz, nesta sexta-feira (30), durante a pesagem oficial da sua luta de retorno. "Estou muito feliz por estar aqui. Eu quebrei a perna. Minha família disse para eu não voltar, mas isso sou eu. Essa é a minha vida", afirmou ex-campeão dos médios. A pesagem passou longe do clima de provocação que marca muitos encontros desse tipo. Depois de descer da balança, o brasileiro deu um leve abraço no seu rival na luta da madrugada deste domingo. O "Spider" (Aranha), como é conhecido, marcou 84,4 kg na balança. Já Díaz pesou 83,9 kg. A última luta de Anderson Silva foi em dezembro de 2013, quando ele foi derrotado por Chris Weidman numa revanche e teve uma grave fratura na perna. Após a lesão, o brasileiro foi operado e precisou colocar uma haste de metal local para a correção da fratura. O retorno aos treinos aconteceu no primeiro semestre de 2014.
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Maioria apoia abertura de processo de impeachment, mostra Datafolha
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Quase dois terços dos brasileiros (63%) afirmam que, considerando tudo o que se sabe até agora a respeito da Operação Lava Jato, deveria ser aberto um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O desconhecimento a respeito do que aconteceria depois disso, porém, é grande. No grupo dos que defendem a abertura de um processo que, no fim, poderia resultar na cassação da petista, só 37% sabem que o cargo de presidente ficaria com o vice. Quando instados a mencionar o nome do vice, metade desse subgrupo erra. Conclusão: só 12% dos eleitores brasileiros são a favor de um processo de impeachment contra Dilma, estão conscientes de que o vice assumiria o cargo e sabem que o vice é Michel Temer (PMDB). As conclusões são de pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (10), dois dias antes das manifestações programadas contra a presidente para este domingo. O instituto ouviu 2.834 pessoas. A margem de erro é de dois pontos. Dilma não é investigada pela Operação Lava Jato, que descobriu a existência de um vasto esquema de corrupção na Petrobras, mas o Ministério Público Federal afirma que parte da propina paga pelas empresas que participaram do esquema foi repassada na forma de doações ao PT. Embora o maior grupo da população apoie a abertura do processo de impeachment –posição que nenhum partido relevante defende explicitamente até agora–, a maioria (64%) não acredita no afastamento de Dilma. Menos de um terço (29%) acham que a presidente seria afastada. O apoio aos protestos contra a presidente é alto (75%), assim como a taxa de eleitores que associam Dilma ao escândalo de corrupção na Petrobras, objeto da investigação da Operação Lava Jato. Para 57%, Dilma sabia da corrupção na estatal e deixou acontecer. Outros 26% opinam que ela sabia, mas nada poderia fazer para impedir. A pesquisa mostra também que a Lava Jato pode estar alterando a percepção dos brasileiros a respeito dos problemas do país. Pela primeira vez, o tema corrupção aparece empatado com saúde na liderança do ranking de maiores preocupações. Para 23%, o maior problema é a saúde. Para 22%, corrupção. O instituto apurou um empate também –este no limite da margem de erro– ao simular uma nova eleição presidencial. Se Dilma fosse cassada e novas eleições fossem convocadas hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) alcançaria 33% das intenções de voto contra 29% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). REPERCUSSÃO Em visita à Cidade do Panamá, onde está sendo realizada a Cúpula das Américas, Dilma foi indagada, na noite deste sábado (11), sobre os resultados da pesquisa Datafolha. "Querida, eu não vou falar [sobre o tema]. Posso falar amanhã, depois de amanhã, quando chegarmos lá [no Brasil], sem problema nenhum. Mas, aqui, vou falar do que estou fazendo aqui", disse a presidente.
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Maioria apoia abertura de processo de impeachment, mostra DatafolhaQuase dois terços dos brasileiros (63%) afirmam que, considerando tudo o que se sabe até agora a respeito da Operação Lava Jato, deveria ser aberto um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O desconhecimento a respeito do que aconteceria depois disso, porém, é grande. No grupo dos que defendem a abertura de um processo que, no fim, poderia resultar na cassação da petista, só 37% sabem que o cargo de presidente ficaria com o vice. Quando instados a mencionar o nome do vice, metade desse subgrupo erra. Conclusão: só 12% dos eleitores brasileiros são a favor de um processo de impeachment contra Dilma, estão conscientes de que o vice assumiria o cargo e sabem que o vice é Michel Temer (PMDB). As conclusões são de pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira (10), dois dias antes das manifestações programadas contra a presidente para este domingo. O instituto ouviu 2.834 pessoas. A margem de erro é de dois pontos. Dilma não é investigada pela Operação Lava Jato, que descobriu a existência de um vasto esquema de corrupção na Petrobras, mas o Ministério Público Federal afirma que parte da propina paga pelas empresas que participaram do esquema foi repassada na forma de doações ao PT. Embora o maior grupo da população apoie a abertura do processo de impeachment –posição que nenhum partido relevante defende explicitamente até agora–, a maioria (64%) não acredita no afastamento de Dilma. Menos de um terço (29%) acham que a presidente seria afastada. O apoio aos protestos contra a presidente é alto (75%), assim como a taxa de eleitores que associam Dilma ao escândalo de corrupção na Petrobras, objeto da investigação da Operação Lava Jato. Para 57%, Dilma sabia da corrupção na estatal e deixou acontecer. Outros 26% opinam que ela sabia, mas nada poderia fazer para impedir. A pesquisa mostra também que a Lava Jato pode estar alterando a percepção dos brasileiros a respeito dos problemas do país. Pela primeira vez, o tema corrupção aparece empatado com saúde na liderança do ranking de maiores preocupações. Para 23%, o maior problema é a saúde. Para 22%, corrupção. O instituto apurou um empate também –este no limite da margem de erro– ao simular uma nova eleição presidencial. Se Dilma fosse cassada e novas eleições fossem convocadas hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) alcançaria 33% das intenções de voto contra 29% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). REPERCUSSÃO Em visita à Cidade do Panamá, onde está sendo realizada a Cúpula das Américas, Dilma foi indagada, na noite deste sábado (11), sobre os resultados da pesquisa Datafolha. "Querida, eu não vou falar [sobre o tema]. Posso falar amanhã, depois de amanhã, quando chegarmos lá [no Brasil], sem problema nenhum. Mas, aqui, vou falar do que estou fazendo aqui", disse a presidente.
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Nintendo Switch chega às lojas em 3 de março por US$ 300 nos EUA
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O Nintendo Switch, novo videogame da empresa japonesa que mistura os formatos de console de mesa e portátil, será lançado no dia 3 de março e custará US$ 300. A revelação foi feita na madrugada desta sexta-feira (13), em evento realizado em Tóquio. Diferente de um videogame tradicional, o Switch não requer o uso de uma TV. Na verdade, o sistema é uma espécie de tablet, que pode ser levado para fora de casa. Usuários podem jogar dando comandos pela tela sensível ao toque, ou então utilizando os controles acopláveis. Switch não terá trava de região para software, permitindo que jogadores experimentem games comprados em todos os países. O sistema on-line do console será pago, como os do PS4 e Xbox One. A Nintendo oferecerá, porém, um período de acesso grátis à rede. Para partidas de multiplayer local, até oito sistemas Switch podem ser usados em conjunto. Um dos destaques entre os primeiros games que chegarão ao sistema é o aguardado "The Legend of Zelda: A Breath of the Wild", que também terá versão para o Wii U. A Nintendo ainda não confirmou oficialmente se planeja lançar o Switch no Brasil.
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Nintendo Switch chega às lojas em 3 de março por US$ 300 nos EUAO Nintendo Switch, novo videogame da empresa japonesa que mistura os formatos de console de mesa e portátil, será lançado no dia 3 de março e custará US$ 300. A revelação foi feita na madrugada desta sexta-feira (13), em evento realizado em Tóquio. Diferente de um videogame tradicional, o Switch não requer o uso de uma TV. Na verdade, o sistema é uma espécie de tablet, que pode ser levado para fora de casa. Usuários podem jogar dando comandos pela tela sensível ao toque, ou então utilizando os controles acopláveis. Switch não terá trava de região para software, permitindo que jogadores experimentem games comprados em todos os países. O sistema on-line do console será pago, como os do PS4 e Xbox One. A Nintendo oferecerá, porém, um período de acesso grátis à rede. Para partidas de multiplayer local, até oito sistemas Switch podem ser usados em conjunto. Um dos destaques entre os primeiros games que chegarão ao sistema é o aguardado "The Legend of Zelda: A Breath of the Wild", que também terá versão para o Wii U. A Nintendo ainda não confirmou oficialmente se planeja lançar o Switch no Brasil.
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Azar genético explica preferência do Aedes aegypti por algumas pessoas
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Enquanto alguns sofrem, outros escapam incólumes. É comum, em qualquer lugar com mosquitos, que algumas pessoas sejam alvos preferenciais das picadas. Cientistas britânicos resolveram testar a hipótese de que esse fenômeno indesejável tem a ver com a combinação de genes que recebemos de nossos pais. Já se sabia que o cheiro era o fator que promovia a atração dos mosquitos, mas não se esse odor favorável poderia ser explicado pelos genes que carregamos. Se isso estivesse certo, gêmeas idênticas atrairiam mosquitos com maior "intensidade" do que gêmeas fraternas (não idênticas). Para colocar a ideia à prova, cientistas pediram a cada par de irmãs que colocassem uma das mãos cada nas duas extremidades de um tubo em Y –chamado de olfatômetro. Do outro lado, fêmeas do Aedes aegypti eram liberadas e a quantidade de mosquitos que escolhia cada pessoa pelo cheiro era contada. O estudo, que foi publicado na revista científica "Plos One", encontrou uma concordância que varia entre 62% e 83%. "Isso significa dizer que a herança genética pode ser responsável por até 83% da atração exercida por algumas pessoas aos mosquitos, um valor alto", explica a professora titular de genética da Universidade Federal de São Paulo Marilia Cardoso Smith. "Ainda sobra até 38% de participação para outros fatores, como a alimentação e outras influências ambientais", diz Marilia. Estudos com gêmeos univitelinos (idênticos) e bivitelinos (fraternos) são uma ferramenta importante para o estudo de fatores genéticos de características individuais e mesmo de doenças. HIPÓTESES Os cientistas não sabem explicar exatamente como os genes ajudam a atrair ou repelir mosquitos. Pode haver tanto genes que aumentam a atratividade para os insetos quanto genes responsáveis por repelentes gerados pelo próprio organismo. Um dos candidatos é o MHC, uma região do genoma importante para a compatibilidade entre doador e receptor de órgãos e que sabidamente também influencia a atração sexual, também pela via olfativa. Segundo Paulo Ribolla, professor do Instituto de Biociências de Botucatu, da Unesp, o estudo serve de marco para que se preste mais atenção aos fatores genéticos, que, assim como as bactérias e os fungos que as pessoas carregam, contribuem para decidir quem será ou não picado. Genes do MHC, de alguma forma, produziriam moléculas capazes de definir quais bactérias e fungos habitariam nosso organismo. Essa flora é uma das candidatas a responsável direta pela atração ou repulsão dos mosquitos. O próximo passo da pesquisa é descobrir exatamente quais são os genes responsáveis por esse odor que atrai ou repele mosquitos, diz o entomologista James Logan, que liderou a pesquisa na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. "Se entendermos a base genética da variação entre indivíduos, talvez seja possível desenvolver maneiras de controlar melhor os mosquitos e repeli-los. No futuro, poderíamos até mesmo tomar uma pílula que poderia promover a produção de repelente natural pelo organismo, substituindo cremes e loções." Veja abaixo vídeo de divulgação da pesquisa, em inglês: Veja vídeo (em inglês) que explica experimento com gêmeos
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ciencia
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Azar genético explica preferência do Aedes aegypti por algumas pessoasEnquanto alguns sofrem, outros escapam incólumes. É comum, em qualquer lugar com mosquitos, que algumas pessoas sejam alvos preferenciais das picadas. Cientistas britânicos resolveram testar a hipótese de que esse fenômeno indesejável tem a ver com a combinação de genes que recebemos de nossos pais. Já se sabia que o cheiro era o fator que promovia a atração dos mosquitos, mas não se esse odor favorável poderia ser explicado pelos genes que carregamos. Se isso estivesse certo, gêmeas idênticas atrairiam mosquitos com maior "intensidade" do que gêmeas fraternas (não idênticas). Para colocar a ideia à prova, cientistas pediram a cada par de irmãs que colocassem uma das mãos cada nas duas extremidades de um tubo em Y –chamado de olfatômetro. Do outro lado, fêmeas do Aedes aegypti eram liberadas e a quantidade de mosquitos que escolhia cada pessoa pelo cheiro era contada. O estudo, que foi publicado na revista científica "Plos One", encontrou uma concordância que varia entre 62% e 83%. "Isso significa dizer que a herança genética pode ser responsável por até 83% da atração exercida por algumas pessoas aos mosquitos, um valor alto", explica a professora titular de genética da Universidade Federal de São Paulo Marilia Cardoso Smith. "Ainda sobra até 38% de participação para outros fatores, como a alimentação e outras influências ambientais", diz Marilia. Estudos com gêmeos univitelinos (idênticos) e bivitelinos (fraternos) são uma ferramenta importante para o estudo de fatores genéticos de características individuais e mesmo de doenças. HIPÓTESES Os cientistas não sabem explicar exatamente como os genes ajudam a atrair ou repelir mosquitos. Pode haver tanto genes que aumentam a atratividade para os insetos quanto genes responsáveis por repelentes gerados pelo próprio organismo. Um dos candidatos é o MHC, uma região do genoma importante para a compatibilidade entre doador e receptor de órgãos e que sabidamente também influencia a atração sexual, também pela via olfativa. Segundo Paulo Ribolla, professor do Instituto de Biociências de Botucatu, da Unesp, o estudo serve de marco para que se preste mais atenção aos fatores genéticos, que, assim como as bactérias e os fungos que as pessoas carregam, contribuem para decidir quem será ou não picado. Genes do MHC, de alguma forma, produziriam moléculas capazes de definir quais bactérias e fungos habitariam nosso organismo. Essa flora é uma das candidatas a responsável direta pela atração ou repulsão dos mosquitos. O próximo passo da pesquisa é descobrir exatamente quais são os genes responsáveis por esse odor que atrai ou repele mosquitos, diz o entomologista James Logan, que liderou a pesquisa na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. "Se entendermos a base genética da variação entre indivíduos, talvez seja possível desenvolver maneiras de controlar melhor os mosquitos e repeli-los. No futuro, poderíamos até mesmo tomar uma pílula que poderia promover a produção de repelente natural pelo organismo, substituindo cremes e loções." Veja abaixo vídeo de divulgação da pesquisa, em inglês: Veja vídeo (em inglês) que explica experimento com gêmeos
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Promotor do consumidor em São Paulo é réu suspeito de corrupção
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O promotor de Justiça Roberto Senise Lisboa, da Promotoria do Consumidor de São Paulo, tornou-se réu em uma ação criminal sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. A ação foi movida pela Procuradoria-Geral de Justiça, que tem competência para apurar crimes praticados por membros da Promotoria. Lisboa é suspeito de receber propina da iniciativa privada –um total de R$ 428 mil– em investigação sobre desrespeito ao código do consumidor. Ele foi afastado do cargo no fim do ano passado. Segundo a acusação, entre outubro de 2011 e janeiro de 2012, quando exercia as funções de promotor de Justiça do Consumidor, ele aceitou "promessa de vantagem pecuniária indevida, que de fato recebeu, deixando de praticar atos de ofício, e praticando outros, em violação ao seu dever funcional". Lisboa tornou-se réu no final do mês passado após sessão do órgão especial do Tribunal de Justiça, formado por desembargadores, responsáveis pelo julgamento de pessoas com foro especial. O advogado do promotor, Vinicius de Barros Figueiredo, afirma que Lisboa vai conseguir provar a inocência no transcorrer do processo porque existem provas da legalidade do dinheiro recebido. Os R$ 428 mil seriam, segundo ele, pagamento de um advogado pela consultoria referente à montagem de um curso de mestrado numa universidade na capital. "São valores nada fora do normal. Aliás, é valor muito abaixo ainda do praticado no mercado." A denúncia do ex-procurador-geral Márcio Elias Rosa afirma que esses recursos repassados pelo advogado eram, na verdade, uma triangulação para despistar a verdadeira origem dos recursos. As investigações contra Lisboa começaram após a ex-mulher do promotor apresentar indícios de recebimento de propina. A quebra do sigilo bancário dele confirmou a entrada de recursos e a suposta origem do dinheiro. O advogado do promotor afirma que essa foi uma estratégia da ex-mulher dele para conseguir uma maior vantagem na divisão dos bens da separação do casal. "Ela queria auferir vantagem ainda maior do que ela tinha direito na separação. Ela sempre ameaçava ele: 'se eu não conseguir, vou acabar com sua carreira'. E assim ela fez", afirmou Figueiredo. O defensor disse que "ela se aproveitou de uma história de fundo, realmente verdadeira, apenas para prejudicar a carreira ilibada" do promotor. Figueiredo afirma que a ex-mulher tem distúrbios comprovados por laudos e que levaram à perda da guarda do filho do casal. Diante do recebimento da denúncia pelo órgão especial, começa a chamada fase de instrução –testemunhas devem ser apresentadas. "Nós vamos conseguir provar que ele sempre atuou dentro das suas atribuições, nunca beneficiou nenhuma entidade", disse Figueiredo. Lisboa tinha boa reputação no Ministério Público Estadual. É autor de livros e tem sólida carreira acadêmica.
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cotidiano
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Promotor do consumidor em São Paulo é réu suspeito de corrupçãoO promotor de Justiça Roberto Senise Lisboa, da Promotoria do Consumidor de São Paulo, tornou-se réu em uma ação criminal sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. A ação foi movida pela Procuradoria-Geral de Justiça, que tem competência para apurar crimes praticados por membros da Promotoria. Lisboa é suspeito de receber propina da iniciativa privada –um total de R$ 428 mil– em investigação sobre desrespeito ao código do consumidor. Ele foi afastado do cargo no fim do ano passado. Segundo a acusação, entre outubro de 2011 e janeiro de 2012, quando exercia as funções de promotor de Justiça do Consumidor, ele aceitou "promessa de vantagem pecuniária indevida, que de fato recebeu, deixando de praticar atos de ofício, e praticando outros, em violação ao seu dever funcional". Lisboa tornou-se réu no final do mês passado após sessão do órgão especial do Tribunal de Justiça, formado por desembargadores, responsáveis pelo julgamento de pessoas com foro especial. O advogado do promotor, Vinicius de Barros Figueiredo, afirma que Lisboa vai conseguir provar a inocência no transcorrer do processo porque existem provas da legalidade do dinheiro recebido. Os R$ 428 mil seriam, segundo ele, pagamento de um advogado pela consultoria referente à montagem de um curso de mestrado numa universidade na capital. "São valores nada fora do normal. Aliás, é valor muito abaixo ainda do praticado no mercado." A denúncia do ex-procurador-geral Márcio Elias Rosa afirma que esses recursos repassados pelo advogado eram, na verdade, uma triangulação para despistar a verdadeira origem dos recursos. As investigações contra Lisboa começaram após a ex-mulher do promotor apresentar indícios de recebimento de propina. A quebra do sigilo bancário dele confirmou a entrada de recursos e a suposta origem do dinheiro. O advogado do promotor afirma que essa foi uma estratégia da ex-mulher dele para conseguir uma maior vantagem na divisão dos bens da separação do casal. "Ela queria auferir vantagem ainda maior do que ela tinha direito na separação. Ela sempre ameaçava ele: 'se eu não conseguir, vou acabar com sua carreira'. E assim ela fez", afirmou Figueiredo. O defensor disse que "ela se aproveitou de uma história de fundo, realmente verdadeira, apenas para prejudicar a carreira ilibada" do promotor. Figueiredo afirma que a ex-mulher tem distúrbios comprovados por laudos e que levaram à perda da guarda do filho do casal. Diante do recebimento da denúncia pelo órgão especial, começa a chamada fase de instrução –testemunhas devem ser apresentadas. "Nós vamos conseguir provar que ele sempre atuou dentro das suas atribuições, nunca beneficiou nenhuma entidade", disse Figueiredo. Lisboa tinha boa reputação no Ministério Público Estadual. É autor de livros e tem sólida carreira acadêmica.
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Presos em túnel que levava a R$ 1 bi podem ter punição leve e sem cadeia
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Na segunda-feira (2), a Polícia Civil de São Paulo impediu que uma quadrilha concretizasse o furto a um cofre do Banco do Brasil. Mesmo sob uma forte suspeita de participação na tentativa de assalto em valores que chegariam a R$ 1 bilhão, a prisão dessas 16 pessoas em São Paulo pode resultar em punição leve ou acabar sem cadeia, segundo especialistas ouvidos pela reportagem. Isso porque a lei é benéfica para crimes de furto, já que são cometidos sem violência e, muitas vezes, as condenações são substituídas por penas alternativas –como pagamento de cestas básicas ou proibição de frequentar bares durante à noite. Quando se trata de uma tentativa de furto, a situação é mais favorável ao réu porque as penas são reduzidas de um até dois terços do tempo imposto pela Justiça. Em caso de condenação de seis anos, por exemplo, (por ser furto qualificado), essa pena pode ser reduzida para até dois anos de reclusão. Assim, como quatro desses réus presos são primários, eles precisariam cumprir, em tese, só quatro meses. O que pode mudar a situação dos réus é o entendimento do juiz se havia ali uma "organização criminosa" ou "concurso de agentes". No primeiro caso, seria um grupo organizado de maneira permanente para cometer crimes. Aí a pena seria acrescida de três a oito anos de reclusão. No segundo, se uniram somente para este caso. "Só tentativa de furto nem cadeia dá. Por isso a gente suspeita que às vezes [os policiais] dão uma salgada na classificação para permitir o aprisionamento", afirma o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron. Para o advogado Augusto de Arruda Botelho, um juiz pode entender também que não se trata nem de uma tentativa de furto e, aí, seriam atos preparatórios –o que, pela legislação, nem se trata de crime. "Isso é polêmico. Numa primeira análise, isso tem mais cara de atos preparatórios do que tentativa. Vamos imaginar se eles estivessem entrando no cofre e fossem pego ali. Aí há uma figura clara de tentativa", afirmou o advogado. Para o procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino, a situação desses 16 presos vai depender do entendimento do magistrado sobre o caso concreto e, também, do histórico dos próprios réus –que recebem penas altas em caso de reincidências. Mesmo considerado todas as possibilidade que pesam contra os suspeitos, as penas serão pequenas. "Os caras vão ficar presos? Provavelmente não", disse ele. "Toda a nossa legislação está defasada em relação à situação social em que nós vivemos." Segundo a Polícia Civil, a "a execução já estava quase toda pronta" o que configura uma tentativa de furto. "Eles só não conseguiram por circunstância alheia à vontade deles. Aí quem vai decidir é a Justiça, mas a nossa parte a gente fez", disse o delegado responsável pelo caso, Fábio Pinheiro Lopes.
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cotidiano
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Presos em túnel que levava a R$ 1 bi podem ter punição leve e sem cadeiaNa segunda-feira (2), a Polícia Civil de São Paulo impediu que uma quadrilha concretizasse o furto a um cofre do Banco do Brasil. Mesmo sob uma forte suspeita de participação na tentativa de assalto em valores que chegariam a R$ 1 bilhão, a prisão dessas 16 pessoas em São Paulo pode resultar em punição leve ou acabar sem cadeia, segundo especialistas ouvidos pela reportagem. Isso porque a lei é benéfica para crimes de furto, já que são cometidos sem violência e, muitas vezes, as condenações são substituídas por penas alternativas –como pagamento de cestas básicas ou proibição de frequentar bares durante à noite. Quando se trata de uma tentativa de furto, a situação é mais favorável ao réu porque as penas são reduzidas de um até dois terços do tempo imposto pela Justiça. Em caso de condenação de seis anos, por exemplo, (por ser furto qualificado), essa pena pode ser reduzida para até dois anos de reclusão. Assim, como quatro desses réus presos são primários, eles precisariam cumprir, em tese, só quatro meses. O que pode mudar a situação dos réus é o entendimento do juiz se havia ali uma "organização criminosa" ou "concurso de agentes". No primeiro caso, seria um grupo organizado de maneira permanente para cometer crimes. Aí a pena seria acrescida de três a oito anos de reclusão. No segundo, se uniram somente para este caso. "Só tentativa de furto nem cadeia dá. Por isso a gente suspeita que às vezes [os policiais] dão uma salgada na classificação para permitir o aprisionamento", afirma o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron. Para o advogado Augusto de Arruda Botelho, um juiz pode entender também que não se trata nem de uma tentativa de furto e, aí, seriam atos preparatórios –o que, pela legislação, nem se trata de crime. "Isso é polêmico. Numa primeira análise, isso tem mais cara de atos preparatórios do que tentativa. Vamos imaginar se eles estivessem entrando no cofre e fossem pego ali. Aí há uma figura clara de tentativa", afirmou o advogado. Para o procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino, a situação desses 16 presos vai depender do entendimento do magistrado sobre o caso concreto e, também, do histórico dos próprios réus –que recebem penas altas em caso de reincidências. Mesmo considerado todas as possibilidade que pesam contra os suspeitos, as penas serão pequenas. "Os caras vão ficar presos? Provavelmente não", disse ele. "Toda a nossa legislação está defasada em relação à situação social em que nós vivemos." Segundo a Polícia Civil, a "a execução já estava quase toda pronta" o que configura uma tentativa de furto. "Eles só não conseguiram por circunstância alheia à vontade deles. Aí quem vai decidir é a Justiça, mas a nossa parte a gente fez", disse o delegado responsável pelo caso, Fábio Pinheiro Lopes.
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"Pensar na morte é uma forma de sobreviver a ela", diz Rogério Skylab
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Para Rogério Skylab, a impressão de que a vida é uma ilusão se faz presente com a chegada da velhice e a aproximação da morte. Aliás, morrer é tema onipresente na obra do músico carioca, convidado desta edição do "Pensando Alto". No vídeo acima, diz não sentir fisicamente o envelhecimento: "O que existe é uma reflexão pois já estou com uma certa idade". Na visão de Skylab, refletir é pensar na morte como forma de sobreviver a ela.
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"Pensar na morte é uma forma de sobreviver a ela", diz Rogério SkylabPara Rogério Skylab, a impressão de que a vida é uma ilusão se faz presente com a chegada da velhice e a aproximação da morte. Aliás, morrer é tema onipresente na obra do músico carioca, convidado desta edição do "Pensando Alto". No vídeo acima, diz não sentir fisicamente o envelhecimento: "O que existe é uma reflexão pois já estou com uma certa idade". Na visão de Skylab, refletir é pensar na morte como forma de sobreviver a ela.
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Nadador vacilão tenta mandar caô, mas sequela dos X9
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Caro gringo: ao contrário do que dizem os anúncios espalhados pelo Rio, não confie no Google Translate. Vamos supor que um sujeito armado pergunte se você é um vacilão. O Google traduzirá para "hesitante". Você dirá que sim. Sua vida corre perigo, gringo. Há mais coisas entre a Restinga e São Gonçalo do que pressupõe o seu vão Google Translate. O vacilão é um pela-saco, aquele com quem não se pode contar pois seu proceder mais típico é a vacilação —que aqui adota o sentido não de hesitação, mas de falha de caráter ou de atenção. Não queira ser um vacilão. Pode dar caô. "Caô" (cah-oh), por exemplo, talvez seja a palavra mais dita nesta cidade -e nem sequer figura na ferramenta, que acha que você escreveu errado a palavra cão. "Caô" quer dizer "mentira", assim como "zoeira", "sacanagem" ou "brinqs", embora na frase "ontem deu um caô brabo", "caô" equivalha ao paulista "treta", isto é, "estresse", enquanto na frase "para de caô", signifique "frescura". No entanto, a medalha de ouro de maior elasticidade semântica vai para a palavra "foda". Um show excelente é um "show foda", mas pode se dizer de um doente terminal que a situação dele "tá foda", e pode-se, durante um silêncio constrangedor, respirar fundo e dizer "é foda". Se a pessoa perguntar "o quê?", responda "isso tudo". Ela vai entender. Na frase "vamo fumar um", "um" significa maconha. Na frase "dar um dois", "dois" também significa maconha. "Baseado" é um cigarro de maconha, assim como "beque", "bagulho", "beise" e "ret" —corruptela do francês "cigarette". Chamamos de "bagana" a guimba do beque. "Perna-de-grilo" é o famoso finólio, "vela" é a famosa tora. "Pastel" é o beque frouxo que lembra o formato da iguaria chinesa. "Fumar na paulista" é dar um tapa só e passar adiante (alusão ao cumprimento paulista, que consiste num beijinho só). "Dedo-de-cola" (glue finger) é o vacilão que não passa o beque adiante. Se disserem que "tal taxista é 171" (oom-setch-oom), não é o número da licença, mas o artigo do Código Penal para estelionato. "171" é pilantra, "157" é assaltante, "22" é maluco, e "X9" (we say cheese-nov) é dedo-duro (hard finger), também conhecido como "dedo-de-seta" (arrow finger), que é aquele que explana ("chisnoveia") as merdas que alguém faz para a polícia ou para a mãe dele, dependendo da idade do meliante. O Lochte, por exemplo, é um vacilão que tentou mandar um caô mas não contava com os X9. Pois é, vacilão tem em todo canto. Google Translate, por exemplo: tá vacilando.
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colunas
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Nadador vacilão tenta mandar caô, mas sequela dos X9Caro gringo: ao contrário do que dizem os anúncios espalhados pelo Rio, não confie no Google Translate. Vamos supor que um sujeito armado pergunte se você é um vacilão. O Google traduzirá para "hesitante". Você dirá que sim. Sua vida corre perigo, gringo. Há mais coisas entre a Restinga e São Gonçalo do que pressupõe o seu vão Google Translate. O vacilão é um pela-saco, aquele com quem não se pode contar pois seu proceder mais típico é a vacilação —que aqui adota o sentido não de hesitação, mas de falha de caráter ou de atenção. Não queira ser um vacilão. Pode dar caô. "Caô" (cah-oh), por exemplo, talvez seja a palavra mais dita nesta cidade -e nem sequer figura na ferramenta, que acha que você escreveu errado a palavra cão. "Caô" quer dizer "mentira", assim como "zoeira", "sacanagem" ou "brinqs", embora na frase "ontem deu um caô brabo", "caô" equivalha ao paulista "treta", isto é, "estresse", enquanto na frase "para de caô", signifique "frescura". No entanto, a medalha de ouro de maior elasticidade semântica vai para a palavra "foda". Um show excelente é um "show foda", mas pode se dizer de um doente terminal que a situação dele "tá foda", e pode-se, durante um silêncio constrangedor, respirar fundo e dizer "é foda". Se a pessoa perguntar "o quê?", responda "isso tudo". Ela vai entender. Na frase "vamo fumar um", "um" significa maconha. Na frase "dar um dois", "dois" também significa maconha. "Baseado" é um cigarro de maconha, assim como "beque", "bagulho", "beise" e "ret" —corruptela do francês "cigarette". Chamamos de "bagana" a guimba do beque. "Perna-de-grilo" é o famoso finólio, "vela" é a famosa tora. "Pastel" é o beque frouxo que lembra o formato da iguaria chinesa. "Fumar na paulista" é dar um tapa só e passar adiante (alusão ao cumprimento paulista, que consiste num beijinho só). "Dedo-de-cola" (glue finger) é o vacilão que não passa o beque adiante. Se disserem que "tal taxista é 171" (oom-setch-oom), não é o número da licença, mas o artigo do Código Penal para estelionato. "171" é pilantra, "157" é assaltante, "22" é maluco, e "X9" (we say cheese-nov) é dedo-duro (hard finger), também conhecido como "dedo-de-seta" (arrow finger), que é aquele que explana ("chisnoveia") as merdas que alguém faz para a polícia ou para a mãe dele, dependendo da idade do meliante. O Lochte, por exemplo, é um vacilão que tentou mandar um caô mas não contava com os X9. Pois é, vacilão tem em todo canto. Google Translate, por exemplo: tá vacilando.
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Juros do cartão de crédito caem abaixo de 400% pela 1ª vez desde 2015
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Com as novas regras para o cartão de crédito rotativo, que impedem que o cliente se mantenha por mais de 30 dias na modalidade, os juros dessa categoria de empréstimos caíram de 428,1% ao ano em abril para 363,3% ao ano em maio, divulgou nesta quarta-feira (28) o Banco Central. Em abril, a taxa já havia recuado fortemente como consequência da medida, mas ainda havia se mantido acima de 400%. Desde 2015, quando atingiu 399,95% em outubro, o índice não ficava abaixo dos 400%,. A taxa específica de quem entrou no rotativo e pagou o mínimo de 15% da fatura recuou de 297,7% ao ano para 247,5% ao ano, segundo o BC. Já os juros de quem não pagou esse mínimo tiveram uma queda bem menor, de 520,2% para 445,1% ao ano. A expectativa do mercado é que as taxas continuem caindo, até se estabilizarem em junho. As taxas do cartão de crédito parcelado caíram de 162,2% em abril para 160% no mês passado. Crédito do sistema financeiro - Taxas médias de juros para pessoas físicas, em % ao ano JUROS EM QUEDA Essa queda nos juros do cartão, aliada à redução da Selic, hoje em 10,25% ao ano, foi determinante para a queda da taxa de juros média para consumidores e empresas no mês passado. O BC vem reduzindo a taxa básica de juros da economia desde outubro do ano passado. Em maio, a taxa cobrada de consumidores recuou 4,5 pontos percentuais na comparação com abril, ficando em 63,8% ao ano, em média. Essa é a taxa calculada com recursos livres (que não incluem financiamentos imobiliários, empréstimos do BNDES e crédito rural). O spread (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta) também recuou na mesma comparação, de 58 pontos percentuais para 53,5 pontos percentuais. Ou seja, uma queda de 4,5 pontos percentuais entre março e abril. A taxa de juros e spread com recursos livres para empresas também caíram: de 26,3% para 25,9% ao ano e de 16,8 para 16,5 pontos percentuais, respectivamente. INADIMPLÊNCIA RECORDE A inadimplência teve leve alta em relação a abril: de 5,8% para 5,9% (consumidores) e 5,6% para 6% (empresas). O calote de 6% das empresas foi o maior da série histórica, iniciada em 2011, e puxou a inadimplência geral, de empresas e consumidores, para 5,9%. Considera-se inadimplência quando o pagamento não é efetuado no prazo de 90 dias. Os juros dos empréstimos direcionados (empréstimos imobiliários, BNDES e rural) tiveram leve alta no período, com a taxa média de empresas e consumidores aumentando de 9,8% para 10,2%. NOVOS EMPRÉSTIMOS Os novos empréstimos com recursos livres para consumidores totalizaram R$ 148,4 bilhões no mês passado, registrando crescimento de 16,5% na comparação com abril, mostram os dados do BC. No caso das empresas, as novas concessões somaram R$ 105 bilhões, crescimento de 14,2% na mesma comparação. Crédito do sistema financeiro - Inadimplência, em %
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mercado
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Juros do cartão de crédito caem abaixo de 400% pela 1ª vez desde 2015Com as novas regras para o cartão de crédito rotativo, que impedem que o cliente se mantenha por mais de 30 dias na modalidade, os juros dessa categoria de empréstimos caíram de 428,1% ao ano em abril para 363,3% ao ano em maio, divulgou nesta quarta-feira (28) o Banco Central. Em abril, a taxa já havia recuado fortemente como consequência da medida, mas ainda havia se mantido acima de 400%. Desde 2015, quando atingiu 399,95% em outubro, o índice não ficava abaixo dos 400%,. A taxa específica de quem entrou no rotativo e pagou o mínimo de 15% da fatura recuou de 297,7% ao ano para 247,5% ao ano, segundo o BC. Já os juros de quem não pagou esse mínimo tiveram uma queda bem menor, de 520,2% para 445,1% ao ano. A expectativa do mercado é que as taxas continuem caindo, até se estabilizarem em junho. As taxas do cartão de crédito parcelado caíram de 162,2% em abril para 160% no mês passado. Crédito do sistema financeiro - Taxas médias de juros para pessoas físicas, em % ao ano JUROS EM QUEDA Essa queda nos juros do cartão, aliada à redução da Selic, hoje em 10,25% ao ano, foi determinante para a queda da taxa de juros média para consumidores e empresas no mês passado. O BC vem reduzindo a taxa básica de juros da economia desde outubro do ano passado. Em maio, a taxa cobrada de consumidores recuou 4,5 pontos percentuais na comparação com abril, ficando em 63,8% ao ano, em média. Essa é a taxa calculada com recursos livres (que não incluem financiamentos imobiliários, empréstimos do BNDES e crédito rural). O spread (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta) também recuou na mesma comparação, de 58 pontos percentuais para 53,5 pontos percentuais. Ou seja, uma queda de 4,5 pontos percentuais entre março e abril. A taxa de juros e spread com recursos livres para empresas também caíram: de 26,3% para 25,9% ao ano e de 16,8 para 16,5 pontos percentuais, respectivamente. INADIMPLÊNCIA RECORDE A inadimplência teve leve alta em relação a abril: de 5,8% para 5,9% (consumidores) e 5,6% para 6% (empresas). O calote de 6% das empresas foi o maior da série histórica, iniciada em 2011, e puxou a inadimplência geral, de empresas e consumidores, para 5,9%. Considera-se inadimplência quando o pagamento não é efetuado no prazo de 90 dias. Os juros dos empréstimos direcionados (empréstimos imobiliários, BNDES e rural) tiveram leve alta no período, com a taxa média de empresas e consumidores aumentando de 9,8% para 10,2%. NOVOS EMPRÉSTIMOS Os novos empréstimos com recursos livres para consumidores totalizaram R$ 148,4 bilhões no mês passado, registrando crescimento de 16,5% na comparação com abril, mostram os dados do BC. No caso das empresas, as novas concessões somaram R$ 105 bilhões, crescimento de 14,2% na mesma comparação. Crédito do sistema financeiro - Inadimplência, em %
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Laudo médico recomenda que mulher de lobista continue presa
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Um laudo médico elaborado a pedido da Justiça Federal em Brasília atestou que a ré no processo da Zelotes Cristina Marcondes tem condições físicas de permanecer presa em regime fechado. A defesa havia solicitado a transferência para a prisão domiciliar, sob argumento de que ela se recupera de uma cirurgia vascular. Cristina foi presa em outubro, junto com seu marido, o lobista Mauro Marcondes. Ambos são acusados de integrarem um esquema de compra de medidas provisórias que interessavam à indústria automotiva. O juiz responsável pela ação da Zelotes, Vallisney de Souza Oliveira, deu prazo de cinco dias para os advogados de Cristina se manifestarem a respeito do laudo, antes de bater o martelo sobre o local adequado para que ela permaneça. No dia 5 deste mês, o magistrado negou o pedido de liberdade feito por Mauro Marcondes. Na ocasião, Valisney Oliveira argumentou que já havia deliberado sobre a solicitação e que não cabia reconsideração àquela altura. Assim como sua mulher, ele alega problemas de saúde para deixar a cadeia. A defesa sustentou que Marcondes necessita de uma cirurgia cardíaca, além de conviver com insuficiência renal e hipertensão.
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poder
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Laudo médico recomenda que mulher de lobista continue presaUm laudo médico elaborado a pedido da Justiça Federal em Brasília atestou que a ré no processo da Zelotes Cristina Marcondes tem condições físicas de permanecer presa em regime fechado. A defesa havia solicitado a transferência para a prisão domiciliar, sob argumento de que ela se recupera de uma cirurgia vascular. Cristina foi presa em outubro, junto com seu marido, o lobista Mauro Marcondes. Ambos são acusados de integrarem um esquema de compra de medidas provisórias que interessavam à indústria automotiva. O juiz responsável pela ação da Zelotes, Vallisney de Souza Oliveira, deu prazo de cinco dias para os advogados de Cristina se manifestarem a respeito do laudo, antes de bater o martelo sobre o local adequado para que ela permaneça. No dia 5 deste mês, o magistrado negou o pedido de liberdade feito por Mauro Marcondes. Na ocasião, Valisney Oliveira argumentou que já havia deliberado sobre a solicitação e que não cabia reconsideração àquela altura. Assim como sua mulher, ele alega problemas de saúde para deixar a cadeia. A defesa sustentou que Marcondes necessita de uma cirurgia cardíaca, além de conviver com insuficiência renal e hipertensão.
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Americana China Moses exibe seu DNA musical pela 1ª vez no Brasil
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China Moses teve sorte.Cantora e atriz americana radicada na França, ela herdou não só a beleza e o carisma, mas também muito do talento musical de sua mãe, Dee Dee Bridgewater, uma das grandes intérpretes do jazz. "Como toda adolescente, não queria ser parecida com meus pais, não queria ser cantora. Foi minha mãe que percebeu essa fagulha artística em mim, que me empurrou para a música. Não me arrependo", diz, rindo, em entrevista à Folha, por telefone. Nesta terça (9), Moses se apresentará pela primeira vez no país, no Bourbon Street, em São Paulo. Em seguida faz três shows pelo festival Sesc Jazz & Blues, no interior: em Piracicaba, na quinta; Jundiaí, na sexta; e Bauru, no sábado. Segundo ela, o repertório dessa turnê inclui canções do recém-lançado "Whatever", seu sexto disco, gravado em Londres com produção do britânico Anthony Marshall. "São composições de minha autoria, que ficam em algum lugar entre o jazz, o soul e o blues. Espero que as pessoas gostem. É sempre um pouco assustador cantar sua música para quem ainda não a conhece", comenta. Esse material autoral abre nova fase na carreira de Moses, que estreou aos 18 anos, em 1996, também interpretando canções próprias. De lá para cá, além de atuar como atriz, apresentou programas de TV e de rádio na França. Nos últimos anos, a repercussão dos álbuns "This One's for Dinah" (um tributo à cantora Dinah Washington, de 2009) e "Crazy Blues" (2012), centrados em clássicos do jazz e do blues, já a levaram a vários continentes. "Nunca me considerei uma cantora de jazz, mesmo quando só cantava 'standards' do jazz. Se alguém me disser exatamente o que é uma cantora de jazz, talvez eu mude de ideia. O que é jazz? O que é blues? O que é rock? São apenas direções diferentes que você pode tomar", diz, ressaltando sua afinidade com vários gêneros da música negra. Aos 38 anos, Moses não aceita que digam que o jazz e o blues já não atraem o público mais jovem. "Música não tem idade, jamais terá. Qualquer pessoa que ama o jazz, como eu, sabe que não há idade para se apreciar essa música. Claro que o jazz sofre por ter sua imagem associada a pessoas mais intelectuais, mas isso é um lugar-comum. Eu não me considero velha." CHINA MOSES QUANDO Terça (9), às 21h30 ONDE Bourbon Street Club, r. dos Chanés, 127, tel. (11) 5095-6100 QUANTO de R$ 160 e R$ 190
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ilustrada
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Americana China Moses exibe seu DNA musical pela 1ª vez no BrasilChina Moses teve sorte.Cantora e atriz americana radicada na França, ela herdou não só a beleza e o carisma, mas também muito do talento musical de sua mãe, Dee Dee Bridgewater, uma das grandes intérpretes do jazz. "Como toda adolescente, não queria ser parecida com meus pais, não queria ser cantora. Foi minha mãe que percebeu essa fagulha artística em mim, que me empurrou para a música. Não me arrependo", diz, rindo, em entrevista à Folha, por telefone. Nesta terça (9), Moses se apresentará pela primeira vez no país, no Bourbon Street, em São Paulo. Em seguida faz três shows pelo festival Sesc Jazz & Blues, no interior: em Piracicaba, na quinta; Jundiaí, na sexta; e Bauru, no sábado. Segundo ela, o repertório dessa turnê inclui canções do recém-lançado "Whatever", seu sexto disco, gravado em Londres com produção do britânico Anthony Marshall. "São composições de minha autoria, que ficam em algum lugar entre o jazz, o soul e o blues. Espero que as pessoas gostem. É sempre um pouco assustador cantar sua música para quem ainda não a conhece", comenta. Esse material autoral abre nova fase na carreira de Moses, que estreou aos 18 anos, em 1996, também interpretando canções próprias. De lá para cá, além de atuar como atriz, apresentou programas de TV e de rádio na França. Nos últimos anos, a repercussão dos álbuns "This One's for Dinah" (um tributo à cantora Dinah Washington, de 2009) e "Crazy Blues" (2012), centrados em clássicos do jazz e do blues, já a levaram a vários continentes. "Nunca me considerei uma cantora de jazz, mesmo quando só cantava 'standards' do jazz. Se alguém me disser exatamente o que é uma cantora de jazz, talvez eu mude de ideia. O que é jazz? O que é blues? O que é rock? São apenas direções diferentes que você pode tomar", diz, ressaltando sua afinidade com vários gêneros da música negra. Aos 38 anos, Moses não aceita que digam que o jazz e o blues já não atraem o público mais jovem. "Música não tem idade, jamais terá. Qualquer pessoa que ama o jazz, como eu, sabe que não há idade para se apreciar essa música. Claro que o jazz sofre por ter sua imagem associada a pessoas mais intelectuais, mas isso é um lugar-comum. Eu não me considero velha." CHINA MOSES QUANDO Terça (9), às 21h30 ONDE Bourbon Street Club, r. dos Chanés, 127, tel. (11) 5095-6100 QUANTO de R$ 160 e R$ 190
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Abercrombie fechou cerca de 340 lojas nos EUA nos últimos seis anos
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A empresa americana Abercrombie & Fitch fechou cerca de 340 lojas nos EUA nos últimos seis anos, informou diretor-executivo da empresa, Jonathan Ramsden, na quarta-feira (2). O número corresponde a um terço de todas as lojas no país. A marca de roupas, conhecida de brasileiros que vão às compras nos EUA, informou ainda que pretende fechar outras 60 neste ano no país. Mesmo com a queda no número de lojas, o chefe de operações da empresa afirmou que a estratégia não é algo defensivo. "Importante dizer, nós não vemos o fechamento de lojas como um movimento defensivo, mas sim como algo proativo que nós fazemos para responder as mudanças de como nossos clientes compram", afirmou Ramsden. As vendas online da empresa atingiram US$ 1,113 bilhão no ano passado, alta de 2% ante 2014, informou a companhia. Já as vendas totais cresceram 1% no período ante o ano imediatamente anterior. No último trimestre, porém, as vendas da Abercrombie caíram 2% e da Hollister, outra marca da empresa, 4% ante o penúltimo trimestre. A companhia vem tentando se readaptar a mudança no comportamento dos clientes, após se envolver em algumas polêmicas nos últimos anos, com o chamado "marketing de exclusão". A empresa enfrentou protestos após decidir associar a marca apenas a pessoas consideradas bonitas. Além disso, houve polêmica acerca de regras de vestimenta e comportamento a vendedores das lojas. Moradores de rua
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mercado
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Abercrombie fechou cerca de 340 lojas nos EUA nos últimos seis anosA empresa americana Abercrombie & Fitch fechou cerca de 340 lojas nos EUA nos últimos seis anos, informou diretor-executivo da empresa, Jonathan Ramsden, na quarta-feira (2). O número corresponde a um terço de todas as lojas no país. A marca de roupas, conhecida de brasileiros que vão às compras nos EUA, informou ainda que pretende fechar outras 60 neste ano no país. Mesmo com a queda no número de lojas, o chefe de operações da empresa afirmou que a estratégia não é algo defensivo. "Importante dizer, nós não vemos o fechamento de lojas como um movimento defensivo, mas sim como algo proativo que nós fazemos para responder as mudanças de como nossos clientes compram", afirmou Ramsden. As vendas online da empresa atingiram US$ 1,113 bilhão no ano passado, alta de 2% ante 2014, informou a companhia. Já as vendas totais cresceram 1% no período ante o ano imediatamente anterior. No último trimestre, porém, as vendas da Abercrombie caíram 2% e da Hollister, outra marca da empresa, 4% ante o penúltimo trimestre. A companhia vem tentando se readaptar a mudança no comportamento dos clientes, após se envolver em algumas polêmicas nos últimos anos, com o chamado "marketing de exclusão". A empresa enfrentou protestos após decidir associar a marca apenas a pessoas consideradas bonitas. Além disso, houve polêmica acerca de regras de vestimenta e comportamento a vendedores das lojas. Moradores de rua
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'Empresários ficam acuados', diz Luma de Oliveira ao defender Eike
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Ex-mulher de Eike Batista, Luma de Oliveira defendeu o empresário em suas redes sociais. "[Ele] Fez muitos investimentos no nosso país com recursos próprios. Infelizmente, parece que os empresários ficam acuados por pseudogovernantes. Lamentável", escreveu. Luma falou sobre o assunto nesta segunda-feira (30), após receber uma série de comentários de seguidores que diziam estar orando por ela e sua família. "Estamos com muita fé de que tudo vai acabar bem", respondeu a ex-modelo e atriz aos fãs. "Ele enfrenta o que tiver que enfrentar." Luma é reconhecida como uma das mais simbólicas musas do Carnaval do Rio de Janeiro e despertou polêmica ao desfilar, em 1998, à frente da bateria da Tradição, com uma coleira bordada com o nome de Eike. "Estou firme o mais que posso para ajudar os meninos", concluiu, referindo-se aos dois rapazes que teve durante seu casamento com o empresário. A atual mulher de Eike também fez uma postagem nas redes sociais com a frase "Deus tem um propósito até nos dias mais difíceis". Ela é mãe do filho caçula do empresário, um menino de três anos. FILHO O DJ Olin Batista, filho de Eike com Luma, também postou mensagens de apoio ao pai em uma rede social. Olin disse que "está na hora de passar as coisas a limpo", repetindo frase dita por Eike em entrevista à TV Globo antes de se entregar para a polícia, na sala de embarque do aeroporto de Nova York. A mensagem é acompanhada de foto dele com os pais e o irmão mais velho, que já teve 2.398 curtidas e 409 comentários até a publicação desta reportagem. Ele lançou a hashtag #ForçaEikeEstamosComVocê. Há expectativa quanto a uma possível delação de Eike. O empresário se valeu do relacionamento com políticos para construir seu império, que ruiu em meados de 2013. Eike foi levado inicialmente para o presídio Ary Franco, em Água Santa, zona norte, e depois para Bangu 9, na zona oeste. O empresário teve o cabelo raspado antes da transferência. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal de pagar propina no exterior ao esquema que seria liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral, também preso. Segundo as investigações, Eike teria dado US$ 16,5 milhões ao esquema. Na porta do presídio Ary Franco, o advogado criminalista de Eike, Fernando Martins, disse que a possibilidade de uma delação não estava definida. A defesa de Eike não retornou aos contatos feitos pela Folha. A Polícia Federal pretende pegar o depoimento de Eike já nesta terça-feira (30).
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'Empresários ficam acuados', diz Luma de Oliveira ao defender EikeEx-mulher de Eike Batista, Luma de Oliveira defendeu o empresário em suas redes sociais. "[Ele] Fez muitos investimentos no nosso país com recursos próprios. Infelizmente, parece que os empresários ficam acuados por pseudogovernantes. Lamentável", escreveu. Luma falou sobre o assunto nesta segunda-feira (30), após receber uma série de comentários de seguidores que diziam estar orando por ela e sua família. "Estamos com muita fé de que tudo vai acabar bem", respondeu a ex-modelo e atriz aos fãs. "Ele enfrenta o que tiver que enfrentar." Luma é reconhecida como uma das mais simbólicas musas do Carnaval do Rio de Janeiro e despertou polêmica ao desfilar, em 1998, à frente da bateria da Tradição, com uma coleira bordada com o nome de Eike. "Estou firme o mais que posso para ajudar os meninos", concluiu, referindo-se aos dois rapazes que teve durante seu casamento com o empresário. A atual mulher de Eike também fez uma postagem nas redes sociais com a frase "Deus tem um propósito até nos dias mais difíceis". Ela é mãe do filho caçula do empresário, um menino de três anos. FILHO O DJ Olin Batista, filho de Eike com Luma, também postou mensagens de apoio ao pai em uma rede social. Olin disse que "está na hora de passar as coisas a limpo", repetindo frase dita por Eike em entrevista à TV Globo antes de se entregar para a polícia, na sala de embarque do aeroporto de Nova York. A mensagem é acompanhada de foto dele com os pais e o irmão mais velho, que já teve 2.398 curtidas e 409 comentários até a publicação desta reportagem. Ele lançou a hashtag #ForçaEikeEstamosComVocê. Há expectativa quanto a uma possível delação de Eike. O empresário se valeu do relacionamento com políticos para construir seu império, que ruiu em meados de 2013. Eike foi levado inicialmente para o presídio Ary Franco, em Água Santa, zona norte, e depois para Bangu 9, na zona oeste. O empresário teve o cabelo raspado antes da transferência. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal de pagar propina no exterior ao esquema que seria liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral, também preso. Segundo as investigações, Eike teria dado US$ 16,5 milhões ao esquema. Na porta do presídio Ary Franco, o advogado criminalista de Eike, Fernando Martins, disse que a possibilidade de uma delação não estava definida. A defesa de Eike não retornou aos contatos feitos pela Folha. A Polícia Federal pretende pegar o depoimento de Eike já nesta terça-feira (30).
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Vilões poderiam dar a versão deles para o 'Felizes para sempre'
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Os contos de fadas antigos são legais, mas previsíveis. Sei que vão começar com "Era uma vez" e terminar com "Felizes para sempre". Sei que quem vai narrá-los são os personagens bons. Mas vocês não acham que seria muito mais interessante se os vilões os contassem? Imaginem, as histórias teriam o mesmo final, mas vista de ângulos diferentes. As antigas terminavam com um final feliz. Porém, se os vilões as contassem, poderiam acabar com um final trágico. Ou talvez os vilões e os personagens bons se unissem para contar a história em conjunto. Eles poderiam parar a história para discutir quem estava certo ou não. Dependendo de quem ganhasse a cada briga e a cada história contada, haveria um final diferente. Acho que ficaria original. Gosto de histórias que surpreendem, que me fazem duvidar dos personagens. E, assim, teríamos um equilíbrio de finais. Quem sabe, no fim, os dois lados não ficam amigos? Ana Laura Soares Marins, 13, de Botucatu (SP), é a colunista convidada deste mês.
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Vilões poderiam dar a versão deles para o 'Felizes para sempre'Os contos de fadas antigos são legais, mas previsíveis. Sei que vão começar com "Era uma vez" e terminar com "Felizes para sempre". Sei que quem vai narrá-los são os personagens bons. Mas vocês não acham que seria muito mais interessante se os vilões os contassem? Imaginem, as histórias teriam o mesmo final, mas vista de ângulos diferentes. As antigas terminavam com um final feliz. Porém, se os vilões as contassem, poderiam acabar com um final trágico. Ou talvez os vilões e os personagens bons se unissem para contar a história em conjunto. Eles poderiam parar a história para discutir quem estava certo ou não. Dependendo de quem ganhasse a cada briga e a cada história contada, haveria um final diferente. Acho que ficaria original. Gosto de histórias que surpreendem, que me fazem duvidar dos personagens. E, assim, teríamos um equilíbrio de finais. Quem sabe, no fim, os dois lados não ficam amigos? Ana Laura Soares Marins, 13, de Botucatu (SP), é a colunista convidada deste mês.
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Loures pede novamente transferência da carceragem da PF
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Enviado e depois retirado do complexo penitenciário da Papuda em menos de dez dias, Rodrigo Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer, solicitou novamente ao ministro do STF Edson Fachin autorização para sair da carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Loures agora sugere uma cela do 19º Batalhão da Polícia Militar do DF ou mesmo o retorno à Papuda para continuar cumprindo a prisão provisória. Antes de decidir sobre o pedido, Fachin solicitou à PF nesta sexta-feira (16) para que, num prazo de três dias, informe sobre as condições da sala da carceragem em que Loures está preso. O vaivém de Loures começou logo depois de ter sido preso no dia 3 de junho por ordem do ministro Fachin e a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República). Ele foi flagrado em São Paulo recebendo R$ 500 mil, em uma mala, da empresa de carnes JBS. Loures argumentou que a carceragem da PF não tinha condições mínimas para abrigar um preso, como banho de sol diário e banheiro no interior da cela. A seu pedido, foi transferido por ordem de Fachin para o CDP (Centro de Detenção Provisória) do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Loures chegou à Papuda no dia 7. Apenas cinco dias depois, a sua defesa afirmou que o ex-deputado sofria "sérias ameaças à sua vida" e pediu a saída da penitenciária. Alegou que publicações na mídia "especulavam" sobre uma decisão de fechar acordo de delação premiada com os investigadores da Operação Patmos, que investiga a ligação entre Loures e o presidente Temer. Afirmou ainda que o pai de Loures recebeu, no dia 8, um telefonema de "um conhecido da família" que teria dito que o ex-deputado corria risco de vida caso não concordasse em assinar uma delação. Não foi esclarecida a identidade dessa pessoa nem se o pai de Loures apresentou alguma prova do suposto diálogo. Fachin mandou o Ministério Público apurar as alegações e concordou em determinar o retorno de Loures para a carceragem da PF em Brasília. Loures retornou à superintendência, na Asa Sul de Brasília, no dia último 14. No mesmo dia, a defesa fez novo pedido, agora solicitando transferência para "o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal" ou mesmo o retorno ao CDP, agora "por sua conta e risco, com recomendações à administração para que tome as medidas necessárias para assegurar sua segurança". A defesa de Loures alega que a carceragem da PF não possui "se trata de uma cela de isolamento e não existem condições mínimas de saúde, como banho de sol e higiene pessoal, uma vez que não possui sequer banheiro, direitos mínimos do custodiado". Fachin pediu informações à PF antes de decidir sobre o novo pedido.
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Loures pede novamente transferência da carceragem da PFEnviado e depois retirado do complexo penitenciário da Papuda em menos de dez dias, Rodrigo Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer, solicitou novamente ao ministro do STF Edson Fachin autorização para sair da carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Loures agora sugere uma cela do 19º Batalhão da Polícia Militar do DF ou mesmo o retorno à Papuda para continuar cumprindo a prisão provisória. Antes de decidir sobre o pedido, Fachin solicitou à PF nesta sexta-feira (16) para que, num prazo de três dias, informe sobre as condições da sala da carceragem em que Loures está preso. O vaivém de Loures começou logo depois de ter sido preso no dia 3 de junho por ordem do ministro Fachin e a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República). Ele foi flagrado em São Paulo recebendo R$ 500 mil, em uma mala, da empresa de carnes JBS. Loures argumentou que a carceragem da PF não tinha condições mínimas para abrigar um preso, como banho de sol diário e banheiro no interior da cela. A seu pedido, foi transferido por ordem de Fachin para o CDP (Centro de Detenção Provisória) do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Loures chegou à Papuda no dia 7. Apenas cinco dias depois, a sua defesa afirmou que o ex-deputado sofria "sérias ameaças à sua vida" e pediu a saída da penitenciária. Alegou que publicações na mídia "especulavam" sobre uma decisão de fechar acordo de delação premiada com os investigadores da Operação Patmos, que investiga a ligação entre Loures e o presidente Temer. Afirmou ainda que o pai de Loures recebeu, no dia 8, um telefonema de "um conhecido da família" que teria dito que o ex-deputado corria risco de vida caso não concordasse em assinar uma delação. Não foi esclarecida a identidade dessa pessoa nem se o pai de Loures apresentou alguma prova do suposto diálogo. Fachin mandou o Ministério Público apurar as alegações e concordou em determinar o retorno de Loures para a carceragem da PF em Brasília. Loures retornou à superintendência, na Asa Sul de Brasília, no dia último 14. No mesmo dia, a defesa fez novo pedido, agora solicitando transferência para "o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal" ou mesmo o retorno ao CDP, agora "por sua conta e risco, com recomendações à administração para que tome as medidas necessárias para assegurar sua segurança". A defesa de Loures alega que a carceragem da PF não possui "se trata de uma cela de isolamento e não existem condições mínimas de saúde, como banho de sol e higiene pessoal, uma vez que não possui sequer banheiro, direitos mínimos do custodiado". Fachin pediu informações à PF antes de decidir sobre o novo pedido.
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Homofobia
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Nunca estive na boate gay Pulse, em Orlando (EUA), nem conheci Omar Mateen. Mas seus tiros, que mataram 49 pessoas, feriram a todos nós homossexuais. A motivação do crime foi uma só: homofobia. Em suas condolências, o presidente dos EUA, Barack Obama, deu o nome certo à coisa. Outras autoridades, religiosas e políticas, ignoraram essa realidade. Talvez por culpa. Há países islâmicos em que ser gay é crime punido com morte. No Brasil, "bolsonaros" instigam o ódio e a intolerância contra homossexuais. É comum encontrar relatos de gays cujos pais diziam preferir filho morto a filho bicha. Ou casos de constrangimentos diante de piadas que passavam o seguinte recado: ser gay é uma anomalia. Assumi há mais de 20 anos. Gastei muita energia, tempo e dinheiro em terapia para quebrar a força da homofobia. Ela está em todos e também nos homossexuais. E foi aí que Mateen mais nos acertou. Muçulmano e casado com uma mulher, o atirador mantinha relacionamentos homossexuais às escondidas. Alguns analistas viram na tragédia uma tentativa inconsciente de Mateen de matar nos outros um pedaço que rejeitava de si. Talvez ele tivesse medo de se assumir gay e estivesse dividido entre o direito de ser ele mesmo e o "dever" de ser heterossexual, cumprindo um anseio de sua família ou de sua religião. Se isso aconteceu, o motivo é o mesmo: homofobia. Esse processo se embrenha no inconsciente sem que, muitas vezes, nos demos conta. Ainda hoje me pego sendo testado. Que atitude tomar quando o taxista pergunta se sou "bambi" (em tempo: torcedor do São Paulo)? Ou quando um amigo heterossexual xinga o outro de "viado"? Sim, a homossexualidade continua associada a um palavrão. O que responder para o vendedor da loja no shopping quando ele pergunta se meu marido é meu irmão ou primo? Para sair dessas saias justas, quase sempre me revelo, saio do armário. Mas, às vezes, escapo pela tangente ou me omito por medo de discriminação. Quando isso acontece, mais uma vez, é a homofobia que se manifesta. Em geral, as pessoas temem o que não conhecem e a verdade é que não somos iguais, embora tenhamos tantas coisas em comum. Sou casado há 11 anos. Meu marido e eu trabalhamos, pagamos impostos, ajudamos a família, enfrentamos nossas diferenças e dificuldades. Queremos ser tratados como todo mundo. Avançamos muito nos últimos anos, mas esse assunto só deixará de ser um tabu quando todos, independentemente de sua orientação sexual, perderem o medo da diferença. Para isso, é preciso mostrá-la, falar abertamente, mesmo sabendo que mais exposição gera mais reação. Até lá, colecionaremos atentados à nossa identidade e ao direito de sermos quem somos.
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HomofobiaNunca estive na boate gay Pulse, em Orlando (EUA), nem conheci Omar Mateen. Mas seus tiros, que mataram 49 pessoas, feriram a todos nós homossexuais. A motivação do crime foi uma só: homofobia. Em suas condolências, o presidente dos EUA, Barack Obama, deu o nome certo à coisa. Outras autoridades, religiosas e políticas, ignoraram essa realidade. Talvez por culpa. Há países islâmicos em que ser gay é crime punido com morte. No Brasil, "bolsonaros" instigam o ódio e a intolerância contra homossexuais. É comum encontrar relatos de gays cujos pais diziam preferir filho morto a filho bicha. Ou casos de constrangimentos diante de piadas que passavam o seguinte recado: ser gay é uma anomalia. Assumi há mais de 20 anos. Gastei muita energia, tempo e dinheiro em terapia para quebrar a força da homofobia. Ela está em todos e também nos homossexuais. E foi aí que Mateen mais nos acertou. Muçulmano e casado com uma mulher, o atirador mantinha relacionamentos homossexuais às escondidas. Alguns analistas viram na tragédia uma tentativa inconsciente de Mateen de matar nos outros um pedaço que rejeitava de si. Talvez ele tivesse medo de se assumir gay e estivesse dividido entre o direito de ser ele mesmo e o "dever" de ser heterossexual, cumprindo um anseio de sua família ou de sua religião. Se isso aconteceu, o motivo é o mesmo: homofobia. Esse processo se embrenha no inconsciente sem que, muitas vezes, nos demos conta. Ainda hoje me pego sendo testado. Que atitude tomar quando o taxista pergunta se sou "bambi" (em tempo: torcedor do São Paulo)? Ou quando um amigo heterossexual xinga o outro de "viado"? Sim, a homossexualidade continua associada a um palavrão. O que responder para o vendedor da loja no shopping quando ele pergunta se meu marido é meu irmão ou primo? Para sair dessas saias justas, quase sempre me revelo, saio do armário. Mas, às vezes, escapo pela tangente ou me omito por medo de discriminação. Quando isso acontece, mais uma vez, é a homofobia que se manifesta. Em geral, as pessoas temem o que não conhecem e a verdade é que não somos iguais, embora tenhamos tantas coisas em comum. Sou casado há 11 anos. Meu marido e eu trabalhamos, pagamos impostos, ajudamos a família, enfrentamos nossas diferenças e dificuldades. Queremos ser tratados como todo mundo. Avançamos muito nos últimos anos, mas esse assunto só deixará de ser um tabu quando todos, independentemente de sua orientação sexual, perderem o medo da diferença. Para isso, é preciso mostrá-la, falar abertamente, mesmo sabendo que mais exposição gera mais reação. Até lá, colecionaremos atentados à nossa identidade e ao direito de sermos quem somos.
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Com premiê britânico decorativo, UE pressiona com retóricas
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Os irônicos (e sinceros) discursos de Jean-Claude Junker e Nigel Farage no Parlamento Europeu nesta terça (28), em Bruxelas, indicam o tom das relações entre o bloco e os britânicos eurocéticos até a conclusão dos termos do divórcio. Diante da previsão de que a negociação leve dois anos, a retórica deve prevalecer sobre medidas concretas no curto prazo. Até porque não há quem negocie de fato por Downing Street depois que David Cameron virou um primeiro-ministro decorativo com a renúncia anunciada para os próximos meses. E não há também quem fale com legitimidade pela oposição depois que o líder trabalhista no Parlamento, Jeremy Corbyn –outro que fracassou na campanha a favor da UE– perdeu o respaldo da maioria dos colegas para permanecer no posto. Seus dias (ou horas) parecem contados. O gesto da primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, de ir a Bruxelas manifestar o desejo de continuar na UE é muito mais simbólico, para marcar posição, e fortalecer o discurso da necessidade de um novo plebiscito de separação dos escoceses do Reino Unido. Enquanto Londres se reorganiza do estrago político pós-plebiscito, sobram, por enquanto, provocações. "Estou surpreso que você esteja aqui. Você está lutando pela saída (da União Europeia). Os britânicos votaram para sair. Por que você está aqui?, disse Junker, presidente da Comissão Europeia, a Farage, líder do Ukip, partido nacionalista do Reino Unido. Aplausos do plenário. "Quando vim aqui 17 anos atrás e disse que queria liderar uma campanha para sair da União Europeia, vocês riram de mim. Vocês não estão rindo agora, estão?", afirmou Farage. Vaias. Para aqueles que acreditam num divórcio amigável, a chanceler Angela Merkel mandou recado de Berlim: não caberá a Londres escolher o que quer do bloco europeu após a separação. Ou sai de vez ou fica, não tem essa de meio termo, ainda mais tratando-se de um país com fronteiras sob controle, moeda própria, entre outras coisas. A líder alemã rejeitou qualquer movimento britânico para permanecer no mercado único mesmo fora da UE. "A União Europeia é suficientemente forte para suportar a saída britânica. E forte para defender seus interesses no mundo", disse. Junker orientou sua equipe a não sentar à mesa com o governo britânico enquanto o país não acionar o Artigo 50, mecanismo do bloco para dar início formal a uma negociação de saída. Para ativar a cláusula, o Reino Unido quer resolver quem vai negociar por ele. O conservador Cameron transformou-se num morto-vivo político ao cair na armadilha e perder a aposta que fez no plebiscito que ele mesmo convocou. O Partido Conservador, maioria no Parlamento, deve indicar o novo premiê (o favorito hoje é o ex-prefeito de Londres Boris Johnson) somente entre setembro e outubro. Ate lá, os líderes da UE vão intensificar e endurecer o discurso contra quem o desprezou e contornar os riscos para que não se torne realidade a previsão feita por Nigel Farage nesta terça: a de que o Reino Unido não será o último estado-membro a deixar o grupo.
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Com premiê britânico decorativo, UE pressiona com retóricasOs irônicos (e sinceros) discursos de Jean-Claude Junker e Nigel Farage no Parlamento Europeu nesta terça (28), em Bruxelas, indicam o tom das relações entre o bloco e os britânicos eurocéticos até a conclusão dos termos do divórcio. Diante da previsão de que a negociação leve dois anos, a retórica deve prevalecer sobre medidas concretas no curto prazo. Até porque não há quem negocie de fato por Downing Street depois que David Cameron virou um primeiro-ministro decorativo com a renúncia anunciada para os próximos meses. E não há também quem fale com legitimidade pela oposição depois que o líder trabalhista no Parlamento, Jeremy Corbyn –outro que fracassou na campanha a favor da UE– perdeu o respaldo da maioria dos colegas para permanecer no posto. Seus dias (ou horas) parecem contados. O gesto da primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, de ir a Bruxelas manifestar o desejo de continuar na UE é muito mais simbólico, para marcar posição, e fortalecer o discurso da necessidade de um novo plebiscito de separação dos escoceses do Reino Unido. Enquanto Londres se reorganiza do estrago político pós-plebiscito, sobram, por enquanto, provocações. "Estou surpreso que você esteja aqui. Você está lutando pela saída (da União Europeia). Os britânicos votaram para sair. Por que você está aqui?, disse Junker, presidente da Comissão Europeia, a Farage, líder do Ukip, partido nacionalista do Reino Unido. Aplausos do plenário. "Quando vim aqui 17 anos atrás e disse que queria liderar uma campanha para sair da União Europeia, vocês riram de mim. Vocês não estão rindo agora, estão?", afirmou Farage. Vaias. Para aqueles que acreditam num divórcio amigável, a chanceler Angela Merkel mandou recado de Berlim: não caberá a Londres escolher o que quer do bloco europeu após a separação. Ou sai de vez ou fica, não tem essa de meio termo, ainda mais tratando-se de um país com fronteiras sob controle, moeda própria, entre outras coisas. A líder alemã rejeitou qualquer movimento britânico para permanecer no mercado único mesmo fora da UE. "A União Europeia é suficientemente forte para suportar a saída britânica. E forte para defender seus interesses no mundo", disse. Junker orientou sua equipe a não sentar à mesa com o governo britânico enquanto o país não acionar o Artigo 50, mecanismo do bloco para dar início formal a uma negociação de saída. Para ativar a cláusula, o Reino Unido quer resolver quem vai negociar por ele. O conservador Cameron transformou-se num morto-vivo político ao cair na armadilha e perder a aposta que fez no plebiscito que ele mesmo convocou. O Partido Conservador, maioria no Parlamento, deve indicar o novo premiê (o favorito hoje é o ex-prefeito de Londres Boris Johnson) somente entre setembro e outubro. Ate lá, os líderes da UE vão intensificar e endurecer o discurso contra quem o desprezou e contornar os riscos para que não se torne realidade a previsão feita por Nigel Farage nesta terça: a de que o Reino Unido não será o último estado-membro a deixar o grupo.
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UFRJ suspende aulas após vazamento de substância tóxica em laboratório
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O vazamento de uma substância química tóxica obrigou a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) a suspender as aulas que aconteceriam no CCS (Centro de Ciência e Saúde) nesta segunda (5). O bromo, que vira gás em temperatura ambiente, provoca danos graves à saúde quando é inalado ou entra em contato com a pele, mesmo que em pequenas quantidades. Pode causar mutações genéticas, inclusive câncer. O vazamento foi constatado no fim da tarde da última quinta (1º) num laboratório do subsolo do bloco B do CCS, no campus cidade universitária, na Ilha do Fundão, zona norte do Rio. Três pesquisadores encontraram uma ampola de 10 ml que continha o bromo quebrada dentro da geladeira. Ao menos 3 ml vazaram. Segundo a decana do CCS, Maria Fernanda Nunes, os pesquisadores isolaram a ampola numa urna e lacraram a geladeira. Na sexta-feira (2), os bombeiros foram chamados e o subsolo do bloco B, isolado. Entretanto, as aulas, que acontecem em outros andares, não foram canceladas. De acordo com Nunes, não havia risco de contaminação pois as providências de segurança já haviam sido tomadas. Nesta segunda-feira uma empresa realizou a descontaminação do laboratório e a ampola foi retirada do prédio, o que justificou o cancelamento das aulas, segundo Nunes. As aulas serão retomadas apenas na quarta-feira (7), após limpeza do prédio. De acordo com a decana, os pesquisadores não foram afetados pelo vazamento. Em nota, a reitoria da UFRJ afirmou que o vazamento foi controlado. "A reitoria da UFRJ reforça que não há motivos para o alarde que se propaga pelas redes sociais e promove pânico entre estudantes, professores e funcionários de forma geral. Consciente de que o produto é tóxico se inalado ou se houver contato com a pele, mesmo em pequenas quantidades, podendo trazer danos à saúde, a UFRJ garante que todas as medidas estão sendo adotadas conforme protocolos internacionais."
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cotidiano
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UFRJ suspende aulas após vazamento de substância tóxica em laboratórioO vazamento de uma substância química tóxica obrigou a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) a suspender as aulas que aconteceriam no CCS (Centro de Ciência e Saúde) nesta segunda (5). O bromo, que vira gás em temperatura ambiente, provoca danos graves à saúde quando é inalado ou entra em contato com a pele, mesmo que em pequenas quantidades. Pode causar mutações genéticas, inclusive câncer. O vazamento foi constatado no fim da tarde da última quinta (1º) num laboratório do subsolo do bloco B do CCS, no campus cidade universitária, na Ilha do Fundão, zona norte do Rio. Três pesquisadores encontraram uma ampola de 10 ml que continha o bromo quebrada dentro da geladeira. Ao menos 3 ml vazaram. Segundo a decana do CCS, Maria Fernanda Nunes, os pesquisadores isolaram a ampola numa urna e lacraram a geladeira. Na sexta-feira (2), os bombeiros foram chamados e o subsolo do bloco B, isolado. Entretanto, as aulas, que acontecem em outros andares, não foram canceladas. De acordo com Nunes, não havia risco de contaminação pois as providências de segurança já haviam sido tomadas. Nesta segunda-feira uma empresa realizou a descontaminação do laboratório e a ampola foi retirada do prédio, o que justificou o cancelamento das aulas, segundo Nunes. As aulas serão retomadas apenas na quarta-feira (7), após limpeza do prédio. De acordo com a decana, os pesquisadores não foram afetados pelo vazamento. Em nota, a reitoria da UFRJ afirmou que o vazamento foi controlado. "A reitoria da UFRJ reforça que não há motivos para o alarde que se propaga pelas redes sociais e promove pânico entre estudantes, professores e funcionários de forma geral. Consciente de que o produto é tóxico se inalado ou se houver contato com a pele, mesmo em pequenas quantidades, podendo trazer danos à saúde, a UFRJ garante que todas as medidas estão sendo adotadas conforme protocolos internacionais."
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Economia do Japão tem queda de 0,4% no quarto trimestre de 2015
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A economia do Japão encolheu 0,4% no último trimestre do ano passado na comparação com o trimestre anterior, de acordo com dados preliminares divulgados pelo governo japonês. A contração ficou acima da esperada por economistas. Com essa retração, a taxa anualizada do PIB (Produto Interno Bruto) recuou 1,4%, com ajuste sazonal. O resultado foi atingido, sobretudo, pela queda na demanda das famílias. O consumo privado, que representa 60% do PIB japonês, teve queda de 0,8%, num sinal de que as políticas de estímulo do governo japonês não conseguiram até agora alavancar o aumento das despesas. O resultado ressalta os desafios do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para tirar a economia da estagnação. Nos últimos meses, o país tem enfrentado o impacto da desaceleração da China, o que afeta as vendas externas do país. Nesse contexto, no mês passado, o Banco do Japão adotou taxa de juros negativa.
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mercado
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Economia do Japão tem queda de 0,4% no quarto trimestre de 2015A economia do Japão encolheu 0,4% no último trimestre do ano passado na comparação com o trimestre anterior, de acordo com dados preliminares divulgados pelo governo japonês. A contração ficou acima da esperada por economistas. Com essa retração, a taxa anualizada do PIB (Produto Interno Bruto) recuou 1,4%, com ajuste sazonal. O resultado foi atingido, sobretudo, pela queda na demanda das famílias. O consumo privado, que representa 60% do PIB japonês, teve queda de 0,8%, num sinal de que as políticas de estímulo do governo japonês não conseguiram até agora alavancar o aumento das despesas. O resultado ressalta os desafios do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para tirar a economia da estagnação. Nos últimos meses, o país tem enfrentado o impacto da desaceleração da China, o que afeta as vendas externas do país. Nesse contexto, no mês passado, o Banco do Japão adotou taxa de juros negativa.
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Ave, anca!
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É preciso quase nada para que o pensamento estoure a bolha de sabão a que chamamos de normalidade e descambe para seu estado natural: o buscapé do delírio. Estávamos eu e o Alemão, exaustos, fazendo o check-in para a última ponte aérea depois de um dia inteiro trabalhando no Rio; encarando o cartão de embarque, meu amigo solta a pérola que, não fosse a desatenção de um combalido superego, seria condenada para sempre ao ostracismo nas profundezas do subconsciente: "Ave, César! Ave, Anca!". Pronto. São apenas quatro palavras, somente quinze letras (três a mais que "Abre-te, Sésamo", quatro a mais que "Abracadabra") e estou imediatamente instalado num mundo paralelo onde o nome de uma companhia aérea celebra, parodiando o Império Romano, as nádegas. Eu, cujas sinapses àquela hora tampouco estão em seu apogeu, respondo com mal disfarçada grandiloquência: "A companhia que abunda nos ares". É claro que nossa realidade, do jeito que é, não comportaria uma companhia aérea chamada Ave, anca!. Para que tal empresa pudesse existir seria necessário algum ajuste no passado –como um benjamim factual que preparasse os plugues quadrados de ontem para os pinos multiformes do amanhã. Se, por exemplo, em vez do Ronald Reagan, ator de faroestes B, tivesse sido o Jerry Lewis, ator de comédias A, eleito duas vezes presidente dos Estados Unidos, talvez não houvéssemos descambado para um mundo em que a intolerância é uma virtude e o trocadilho, um vício. (Sonhar não custa nada –a não ser, claro, que estejamos dormindo num hotel). Passo pelo raio-X pensando em "trocadilhos" e sou imediatamente assaltado por um deles, não dos melhores, confesso: "trocaudilhos". Talvez a eleição de Jerry Lewis durante a Guerra Fria levasse à ascensão, em toda a América Latina, de ditadores alinhados à comédia. "Stand-up-tyrants" que fariam discursos de quatro horas em praça pública engatando uma piada atrás da outra. Promoveriam banquetes ao ar livre em que perguntariam às multidões: "É pavê ou 'pacomê'?". Entre os rebanhos gargalhantes se ergueriam bravos guerrilheiros, franzindo a testa em protesto. Seriam presos. Seriam levados ao paredão, diante dos quais espingardas –"preparar!"– disparariam –"apontar!"– sem dó –"fogo!"– flores de plástico. Na fila do embarque pergunto pro Alemão se a nossa Ave, anca! não correria o risco de ser considerada uma empresa machista. "Quem disse que a anca é de mulher?", ele me responde. "É de homem?". "Por que não ambas?". Discutimos se não haveria dificuldade em vender uma ode a bundas unissex. As mulheres provavelmente achariam apelativas propagandas com bundas femininas, assim como grande parte dos homens rejeitaria os derrières masculinos. É, não daria certo. Uma pena. Imagina ouvir os alto-falantes chamarem "Atenção passageiros Ave, anca! do vôo 6460 para São Paulo, cartão Hulk Gold e Gretchen Platinum, embarque imediato pelo portão quatro". "Não seria desbundante?", levanto, para a cortada do Alemão: "A concorrência ia nos desancar". Caminhamos um pouco chateados em direção ao finger: todo um admirável mundo novo que vimos surgir e desaparecer diante de nós, como uma bolha de sabão. É o tipo de coisa que me deixa, vamos dizer assim, meditabundo. Pronto, parei.
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Ave, anca!É preciso quase nada para que o pensamento estoure a bolha de sabão a que chamamos de normalidade e descambe para seu estado natural: o buscapé do delírio. Estávamos eu e o Alemão, exaustos, fazendo o check-in para a última ponte aérea depois de um dia inteiro trabalhando no Rio; encarando o cartão de embarque, meu amigo solta a pérola que, não fosse a desatenção de um combalido superego, seria condenada para sempre ao ostracismo nas profundezas do subconsciente: "Ave, César! Ave, Anca!". Pronto. São apenas quatro palavras, somente quinze letras (três a mais que "Abre-te, Sésamo", quatro a mais que "Abracadabra") e estou imediatamente instalado num mundo paralelo onde o nome de uma companhia aérea celebra, parodiando o Império Romano, as nádegas. Eu, cujas sinapses àquela hora tampouco estão em seu apogeu, respondo com mal disfarçada grandiloquência: "A companhia que abunda nos ares". É claro que nossa realidade, do jeito que é, não comportaria uma companhia aérea chamada Ave, anca!. Para que tal empresa pudesse existir seria necessário algum ajuste no passado –como um benjamim factual que preparasse os plugues quadrados de ontem para os pinos multiformes do amanhã. Se, por exemplo, em vez do Ronald Reagan, ator de faroestes B, tivesse sido o Jerry Lewis, ator de comédias A, eleito duas vezes presidente dos Estados Unidos, talvez não houvéssemos descambado para um mundo em que a intolerância é uma virtude e o trocadilho, um vício. (Sonhar não custa nada –a não ser, claro, que estejamos dormindo num hotel). Passo pelo raio-X pensando em "trocadilhos" e sou imediatamente assaltado por um deles, não dos melhores, confesso: "trocaudilhos". Talvez a eleição de Jerry Lewis durante a Guerra Fria levasse à ascensão, em toda a América Latina, de ditadores alinhados à comédia. "Stand-up-tyrants" que fariam discursos de quatro horas em praça pública engatando uma piada atrás da outra. Promoveriam banquetes ao ar livre em que perguntariam às multidões: "É pavê ou 'pacomê'?". Entre os rebanhos gargalhantes se ergueriam bravos guerrilheiros, franzindo a testa em protesto. Seriam presos. Seriam levados ao paredão, diante dos quais espingardas –"preparar!"– disparariam –"apontar!"– sem dó –"fogo!"– flores de plástico. Na fila do embarque pergunto pro Alemão se a nossa Ave, anca! não correria o risco de ser considerada uma empresa machista. "Quem disse que a anca é de mulher?", ele me responde. "É de homem?". "Por que não ambas?". Discutimos se não haveria dificuldade em vender uma ode a bundas unissex. As mulheres provavelmente achariam apelativas propagandas com bundas femininas, assim como grande parte dos homens rejeitaria os derrières masculinos. É, não daria certo. Uma pena. Imagina ouvir os alto-falantes chamarem "Atenção passageiros Ave, anca! do vôo 6460 para São Paulo, cartão Hulk Gold e Gretchen Platinum, embarque imediato pelo portão quatro". "Não seria desbundante?", levanto, para a cortada do Alemão: "A concorrência ia nos desancar". Caminhamos um pouco chateados em direção ao finger: todo um admirável mundo novo que vimos surgir e desaparecer diante de nós, como uma bolha de sabão. É o tipo de coisa que me deixa, vamos dizer assim, meditabundo. Pronto, parei.
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Confederação Nacional do Transporte declara apoio a impeachment
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A CNT (Confederação Nacional dos Transportes), entidade que representa 200 mil empresas do setor de transportes e 2 milhões de motoristas autônomos, divulgou nesta quarta-feira (13) nota de apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. A entidade é comandada pelo ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) que é réu no processo do Mensalão Mineiro e renunciou ao mandato em 2014. Na nota oficial, a Confederação aponta quatro motivos para apoiar o impedimento da presidente, entre eles a incapacidade do governo de retirar o país da "grave crise econômica" e a perda da confiança de estrangeiros para fazer investimentos no Brasil. A nota não fala sobre os motivos apontados pela comissão da Câmara como crimes de responsabilidade para cassar o mandato de Dilma, as pedaladas fiscais e a assinatura de decretos orçamentários de forma irregular. Datafolha Congresso
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Confederação Nacional do Transporte declara apoio a impeachmentA CNT (Confederação Nacional dos Transportes), entidade que representa 200 mil empresas do setor de transportes e 2 milhões de motoristas autônomos, divulgou nesta quarta-feira (13) nota de apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. A entidade é comandada pelo ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) que é réu no processo do Mensalão Mineiro e renunciou ao mandato em 2014. Na nota oficial, a Confederação aponta quatro motivos para apoiar o impedimento da presidente, entre eles a incapacidade do governo de retirar o país da "grave crise econômica" e a perda da confiança de estrangeiros para fazer investimentos no Brasil. A nota não fala sobre os motivos apontados pela comissão da Câmara como crimes de responsabilidade para cassar o mandato de Dilma, as pedaladas fiscais e a assinatura de decretos orçamentários de forma irregular. Datafolha Congresso
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Óvulos de 26 mulheres podem ter sido fecundados por esperma errado
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Um hospital holandês admitiu nesta terça-feira (27) que 26 mulheres podem ter recebido esperma errado durante tratamentos de fertilização in vitro (VIT) na instituição. O anúncio foi feito após a constatação de um "erro de procedimento" por parte do laboratório entre a meados de abril de 2015 e de novembro de 2016. O Centro Médico Universitário (CMU) de Utrecht, responsável pelo caso, tenta agora verificar se alguma das pacientes engravidou do homem errado. "O risco é pequeno", assegurou a instituição, que notificou todos os casais envolvidos. Das mulheres que passaram pelo tratamento no período, metade está grávida ou já deu à luz. O erro também afeta alguns embriões congelados. No intervalo de mais de um ano, o laboratório usou de forma incorreta, na hora da fertilização, um instrumento que poderia conter resquícios de esperma de tratamentos de outros casais. "Durante a fertilização, células de esperma de um casal em tratamento podem ter parado nos óvulos dos outros 26 casais", afirmou o CMU. "Portanto, há uma chance de que os óvulos tenham sido fecundados por espermatozoides diferentes daquele do pai desejado." A diretoria do hospital lamentou o ocorrido e prometeu fazer o que estiver ao seu alcance para esclarecer o caso o mais rápido possível.
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equilibrioesaude
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Óvulos de 26 mulheres podem ter sido fecundados por esperma erradoUm hospital holandês admitiu nesta terça-feira (27) que 26 mulheres podem ter recebido esperma errado durante tratamentos de fertilização in vitro (VIT) na instituição. O anúncio foi feito após a constatação de um "erro de procedimento" por parte do laboratório entre a meados de abril de 2015 e de novembro de 2016. O Centro Médico Universitário (CMU) de Utrecht, responsável pelo caso, tenta agora verificar se alguma das pacientes engravidou do homem errado. "O risco é pequeno", assegurou a instituição, que notificou todos os casais envolvidos. Das mulheres que passaram pelo tratamento no período, metade está grávida ou já deu à luz. O erro também afeta alguns embriões congelados. No intervalo de mais de um ano, o laboratório usou de forma incorreta, na hora da fertilização, um instrumento que poderia conter resquícios de esperma de tratamentos de outros casais. "Durante a fertilização, células de esperma de um casal em tratamento podem ter parado nos óvulos dos outros 26 casais", afirmou o CMU. "Portanto, há uma chance de que os óvulos tenham sido fecundados por espermatozoides diferentes daquele do pai desejado." A diretoria do hospital lamentou o ocorrido e prometeu fazer o que estiver ao seu alcance para esclarecer o caso o mais rápido possível.
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Estamos preparados para retirada a qualquer momento', diz brasileira
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"Estamos nos quartos preparados para uma retirada a qualquer momento. Temos nosso passaporte, dinheiro e lanternas junto ao corpo. Operação de guerra mesmo", relata a engenheira Ana Paula Wanke, 45. Ela e o guia Maximo Kausch lideram um grupo de 20 brasileiros que estavam voltando de um trekking no campo base do monte Annapurna, a cerca de 180 km de Katmandu, capital e área mais afetada pelo terremoto de magnitude 7.8 que atingiu o Nepal. "Tivemos que mudar de pousada porque a que havíamos reservado teve avarias, paredes caíram. Não estamos nos sentindo seguros", relata Ana Wanke, que está no oitavo dia de expedição. Depois de ter passado por uma forte nevasca há dois dias, o grupo passa a noite próximo a vila de Landruk, de onde deve partir neste domingo (26). Segundo Maximo Kausch, no momento do terremoto, eles estavam em uma pousada em Chhomrong almoçando quando sentiram o tremor e saíram rapidamente do local. Ninguém se feriu. "No momento treme muito, a gente sentiu um pouco mais leve porque estamos um pouco fora do epicentro, mas observamos muitas avalanches de pedras na região e árvores caindo", afirmou Kausch. "Sentimos o terremoto e vimos deslizamentos ao redor", disse Ana Wanke. "Ainda não temos a dimensão da catástrofe, pois aqui apenas desabaram algumas paredes, sem deixar feridos." De acordo com o guia, o grupo está assustado, já que eles não sabem exatamente quais as condições das cidades próximas. "Vai ser difícil ir para Katmandu e dizem que o aeroporto está fechado. Mas sabemos que a embaixada brasileira está ajudando, então se precisarmos de qualquer coisa, iremos procurá-los", disse Kausch por telefone à Folha. O grupo deve seguir caminho para uma estrada para pegar um ônibus que os levará para Pokhara. Ana Paula Wanke/Facebook
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mundo
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Estamos preparados para retirada a qualquer momento', diz brasileira"Estamos nos quartos preparados para uma retirada a qualquer momento. Temos nosso passaporte, dinheiro e lanternas junto ao corpo. Operação de guerra mesmo", relata a engenheira Ana Paula Wanke, 45. Ela e o guia Maximo Kausch lideram um grupo de 20 brasileiros que estavam voltando de um trekking no campo base do monte Annapurna, a cerca de 180 km de Katmandu, capital e área mais afetada pelo terremoto de magnitude 7.8 que atingiu o Nepal. "Tivemos que mudar de pousada porque a que havíamos reservado teve avarias, paredes caíram. Não estamos nos sentindo seguros", relata Ana Wanke, que está no oitavo dia de expedição. Depois de ter passado por uma forte nevasca há dois dias, o grupo passa a noite próximo a vila de Landruk, de onde deve partir neste domingo (26). Segundo Maximo Kausch, no momento do terremoto, eles estavam em uma pousada em Chhomrong almoçando quando sentiram o tremor e saíram rapidamente do local. Ninguém se feriu. "No momento treme muito, a gente sentiu um pouco mais leve porque estamos um pouco fora do epicentro, mas observamos muitas avalanches de pedras na região e árvores caindo", afirmou Kausch. "Sentimos o terremoto e vimos deslizamentos ao redor", disse Ana Wanke. "Ainda não temos a dimensão da catástrofe, pois aqui apenas desabaram algumas paredes, sem deixar feridos." De acordo com o guia, o grupo está assustado, já que eles não sabem exatamente quais as condições das cidades próximas. "Vai ser difícil ir para Katmandu e dizem que o aeroporto está fechado. Mas sabemos que a embaixada brasileira está ajudando, então se precisarmos de qualquer coisa, iremos procurá-los", disse Kausch por telefone à Folha. O grupo deve seguir caminho para uma estrada para pegar um ônibus que os levará para Pokhara. Ana Paula Wanke/Facebook
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Bolsonaro é condenado a pagar R$ 50 mil a comunidades quilombolas
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O deputado federal e provável candidato à presidente Jair Bolsonaro (PSC) foi condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a pagar R$ 50 mil a comunidades quilombolas e à população negra por danos morais. Os recursos devem ser revertidos para o Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos. A sentença é resultado de uma ação ajuizada pelo Ministério Público Federal, que processou o deputado por discriminação com base em declarações feitas durante discurso no Clube Hebraica, no Rio, em abril deste ano. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que visitou uma comunidade quilombola e "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas" e que "nem para procriador ele serve mais". Os procuradores Ana Padilha e Renato Machado, que assinam a ação, dizem que "o julgamento ofensivo, preconceituoso e discriminatório do réu a respeito das populações negras e quilombolas é incontestável". Dizem ainda que as afirmações "desumanizam as pessoas negras, retirando-lhes a honra e a dignidade ao associá-las à condição de animais". Na ação, os procuradores pediam uma indenização de R$ 300 mil. Na sentença, a juíza federal Frana Elizabeth Mendes julgou como "parcialmente procedente" o pedido do MPF e fixou indenização de R$ 50 mil. A juíza destacou que, ao fazer declarações em tom jocoso sobre os quilombolas, Bolsonaro "não expôs simplesmente que discorda da política pública que prevê gastos com o aludido grupo, mas inegavelmente proferiu palavras ofensivas e desrespeitosas". Também afirmou que é "descabida" a utilização da imunidade parlamentar para "encobrir manifestações ofensivas, discriminatórias a alguém ou a algum grupo, sem nenhuma finalidade relacionada à função do parlamentar". Segundo a magistrada, "embora assegurado constitucionalmente", o direito de liberdade de expressão "não é absoluto, encontrando limites éticos, morais e sociais de respeito ao próximo e à coletividade". Procurada, a defesa de Jair Bolsonaro informou que vai recorrer da decisão.
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poder
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Bolsonaro é condenado a pagar R$ 50 mil a comunidades quilombolasO deputado federal e provável candidato à presidente Jair Bolsonaro (PSC) foi condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a pagar R$ 50 mil a comunidades quilombolas e à população negra por danos morais. Os recursos devem ser revertidos para o Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos. A sentença é resultado de uma ação ajuizada pelo Ministério Público Federal, que processou o deputado por discriminação com base em declarações feitas durante discurso no Clube Hebraica, no Rio, em abril deste ano. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que visitou uma comunidade quilombola e "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas" e que "nem para procriador ele serve mais". Os procuradores Ana Padilha e Renato Machado, que assinam a ação, dizem que "o julgamento ofensivo, preconceituoso e discriminatório do réu a respeito das populações negras e quilombolas é incontestável". Dizem ainda que as afirmações "desumanizam as pessoas negras, retirando-lhes a honra e a dignidade ao associá-las à condição de animais". Na ação, os procuradores pediam uma indenização de R$ 300 mil. Na sentença, a juíza federal Frana Elizabeth Mendes julgou como "parcialmente procedente" o pedido do MPF e fixou indenização de R$ 50 mil. A juíza destacou que, ao fazer declarações em tom jocoso sobre os quilombolas, Bolsonaro "não expôs simplesmente que discorda da política pública que prevê gastos com o aludido grupo, mas inegavelmente proferiu palavras ofensivas e desrespeitosas". Também afirmou que é "descabida" a utilização da imunidade parlamentar para "encobrir manifestações ofensivas, discriminatórias a alguém ou a algum grupo, sem nenhuma finalidade relacionada à função do parlamentar". Segundo a magistrada, "embora assegurado constitucionalmente", o direito de liberdade de expressão "não é absoluto, encontrando limites éticos, morais e sociais de respeito ao próximo e à coletividade". Procurada, a defesa de Jair Bolsonaro informou que vai recorrer da decisão.
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Tá tranquilo, tá favorável
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Agora que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou pela segunda vez em duas semanas que o vírus da zika não deve ser tratado como "tema olímpico" podemos respirar aliviados. Afinal, o prefeito, a autoridade máxima da cidade, aquele que zela pelo bem-estar dos moradores e dos visitantes, falou. E se ele falou, está falado e garantido. "Tá tranquilo, tá favorável", diz um dos hits do Carnaval. Deve ser o que passa na cabeça dos governantes ao dizerem essas baboseiras, quando o cenário mostra o contrário. Hoje, acontece uma força-tarefa em todo o país que envolverá 220 mil membros das Forças Armadas na busca e eliminação de criadouros. Seria tão mais honesto se o prefeito assumisse que o momento é delicado e que há muito a ser feito para que essa epidemia esteja controlada até os Jogos. Há duas semanas, escrevi aqui que a imprensa mundial havia acordado para o assunto. Desde então, não há um dia que o tema não esteja nos principais jornais. Fala-se de tudo, inclusive em boicote. Não é momento para posar de malandrão e dizer que está tudo bem, sem que, de fato, esteja. É acintosa a atitude de minimizar os problemas quando confrontados com eles. O mesmo Eduardo Paes disse recentemente que o problema da poluição da baía da Guanabara "não é um tema olímpico". Parece que nada é problema para o prefeito. Enquanto isso, o Exército teve que ser chamado para matar mosquito. Enquanto isso, o ex-dirigente da Federação Internacional de Vela Peter Sowrey disse ter sido demitido do cargo por insistir em levar a competição para a cidade de Búzios, na região dos Lagos. Claro que haverá Olimpíada. Claro que os atletas vêm. Muito provável que o evento seja um sucesso. A não ser que a situação não seja controlada até agosto, a chance é mínima de que qualquer atleta desista de participar dos Jogos, mesmo com essa ameaça pairando literalmente no ar. A Olimpíada é o principal evento esportivo do mundo, que reúne apenas a elite. Atletas se preparam durante anos para esse momento. Abrir mão da Rio-2016 significa esperar mais quatro anos para tentar uma medalha no olimpo esportivo. Muitos simplesmente não têm esse tempo. Alguns estão no auge de suas formas, mas em quatro anos podem até mesmo estar aposentados. Perder a competição é abrir mão da chance de escrever seu nome na história. Apenas participar de uma Olimpíada deve ser uma experiência única. É provável que a grande maioria dos atletas esteja disposto a correr os riscos necessários. Seja de ser contaminado pelo Aedes aegypti ou de velejar em uma baía de águas poluídas. A Olimpíada está servindo para mostrar ao mundo todas as fragilidades das políticas públicas e toda a incompetência dos governantes brasileiros. A seis meses dos Jogos, o que era para ser notícia acaba eclipsado pelas barbeiragens as quais o brasileiro está, infelizmente, acostumado a conviver. O zika, a baía poluída, a violência, a falência da saúde podem não vir a ser um grande problema durante a Olimpíada. Então, todo mundo vai embora e ficamos nós com os abacaxis. Problemas é o que não nos faltam, com Olimpíada ou sem, mas na cabeça de nossos governantes tá tranquilo, tá favorável.
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Tá tranquilo, tá favorávelAgora que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou pela segunda vez em duas semanas que o vírus da zika não deve ser tratado como "tema olímpico" podemos respirar aliviados. Afinal, o prefeito, a autoridade máxima da cidade, aquele que zela pelo bem-estar dos moradores e dos visitantes, falou. E se ele falou, está falado e garantido. "Tá tranquilo, tá favorável", diz um dos hits do Carnaval. Deve ser o que passa na cabeça dos governantes ao dizerem essas baboseiras, quando o cenário mostra o contrário. Hoje, acontece uma força-tarefa em todo o país que envolverá 220 mil membros das Forças Armadas na busca e eliminação de criadouros. Seria tão mais honesto se o prefeito assumisse que o momento é delicado e que há muito a ser feito para que essa epidemia esteja controlada até os Jogos. Há duas semanas, escrevi aqui que a imprensa mundial havia acordado para o assunto. Desde então, não há um dia que o tema não esteja nos principais jornais. Fala-se de tudo, inclusive em boicote. Não é momento para posar de malandrão e dizer que está tudo bem, sem que, de fato, esteja. É acintosa a atitude de minimizar os problemas quando confrontados com eles. O mesmo Eduardo Paes disse recentemente que o problema da poluição da baía da Guanabara "não é um tema olímpico". Parece que nada é problema para o prefeito. Enquanto isso, o Exército teve que ser chamado para matar mosquito. Enquanto isso, o ex-dirigente da Federação Internacional de Vela Peter Sowrey disse ter sido demitido do cargo por insistir em levar a competição para a cidade de Búzios, na região dos Lagos. Claro que haverá Olimpíada. Claro que os atletas vêm. Muito provável que o evento seja um sucesso. A não ser que a situação não seja controlada até agosto, a chance é mínima de que qualquer atleta desista de participar dos Jogos, mesmo com essa ameaça pairando literalmente no ar. A Olimpíada é o principal evento esportivo do mundo, que reúne apenas a elite. Atletas se preparam durante anos para esse momento. Abrir mão da Rio-2016 significa esperar mais quatro anos para tentar uma medalha no olimpo esportivo. Muitos simplesmente não têm esse tempo. Alguns estão no auge de suas formas, mas em quatro anos podem até mesmo estar aposentados. Perder a competição é abrir mão da chance de escrever seu nome na história. Apenas participar de uma Olimpíada deve ser uma experiência única. É provável que a grande maioria dos atletas esteja disposto a correr os riscos necessários. Seja de ser contaminado pelo Aedes aegypti ou de velejar em uma baía de águas poluídas. A Olimpíada está servindo para mostrar ao mundo todas as fragilidades das políticas públicas e toda a incompetência dos governantes brasileiros. A seis meses dos Jogos, o que era para ser notícia acaba eclipsado pelas barbeiragens as quais o brasileiro está, infelizmente, acostumado a conviver. O zika, a baía poluída, a violência, a falência da saúde podem não vir a ser um grande problema durante a Olimpíada. Então, todo mundo vai embora e ficamos nós com os abacaxis. Problemas é o que não nos faltam, com Olimpíada ou sem, mas na cabeça de nossos governantes tá tranquilo, tá favorável.
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Por pauta positiva, Temer distribui presentes de Natal para crianças
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Em busca de pautas positivas para recuperar o desgaste na imagem do governo federal, o presidente Michel Temer distribuiu nesta sexta-feira (16) presentes de Natal no Palácio do Planalto. Na companhia da primeira-dama Marcela Temer, o peemedebista abriu espaço na agenda presidencial para entregar embrulhos a crianças de 5 a 13 anos de uma escola pública do Distrito Federal. O evento teve direito a uma poltrona natalina, a um coral de funcionários públicos e a um servidor vestido de Papai Noel, que tocou um sino e tirou fotos com o casal presidencial. Em cerca de vinte minutos, o presidente cumprimentou o Papai Noel, conversou com as crianças presentes e tirou fotos com servidores públicos. O peemedebista e a primeira-dama ficaram responsável por entregar os presentes para as as crianças que tiveram o melhor rendimento escolar neste ano. Os presentes foram comprados pelos próprios funcionários do Palácio do Planalto, que pegaram cartinhas de crianças que enviaram pedidos para o Papai Noel pelos Correios. O evento ocorre no momento em que o governo federal busca pautas positivas para reverter o impacto negativo das delações premiadas de executivos da Odebrecht. Em uma delas, o presidente chegou a ser citado 43 vezes. Nesta sexta-feira (16), a Folha mostrou, por exemplo, que o presidente teve um encontro em 2010, em seu escritório político em São Paulo, para tratar de doações à campanha nacional do PMDB. No final do evento natalino, o peemedebista foi chamado pela imprensa, mas não quis falar. Para a data festiva, o Palácio do Planalto foi enfeitado com árvores de natal com nomes como "Palaciana" e "First Lady".
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poder
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Por pauta positiva, Temer distribui presentes de Natal para criançasEm busca de pautas positivas para recuperar o desgaste na imagem do governo federal, o presidente Michel Temer distribuiu nesta sexta-feira (16) presentes de Natal no Palácio do Planalto. Na companhia da primeira-dama Marcela Temer, o peemedebista abriu espaço na agenda presidencial para entregar embrulhos a crianças de 5 a 13 anos de uma escola pública do Distrito Federal. O evento teve direito a uma poltrona natalina, a um coral de funcionários públicos e a um servidor vestido de Papai Noel, que tocou um sino e tirou fotos com o casal presidencial. Em cerca de vinte minutos, o presidente cumprimentou o Papai Noel, conversou com as crianças presentes e tirou fotos com servidores públicos. O peemedebista e a primeira-dama ficaram responsável por entregar os presentes para as as crianças que tiveram o melhor rendimento escolar neste ano. Os presentes foram comprados pelos próprios funcionários do Palácio do Planalto, que pegaram cartinhas de crianças que enviaram pedidos para o Papai Noel pelos Correios. O evento ocorre no momento em que o governo federal busca pautas positivas para reverter o impacto negativo das delações premiadas de executivos da Odebrecht. Em uma delas, o presidente chegou a ser citado 43 vezes. Nesta sexta-feira (16), a Folha mostrou, por exemplo, que o presidente teve um encontro em 2010, em seu escritório político em São Paulo, para tratar de doações à campanha nacional do PMDB. No final do evento natalino, o peemedebista foi chamado pela imprensa, mas não quis falar. Para a data festiva, o Palácio do Planalto foi enfeitado com árvores de natal com nomes como "Palaciana" e "First Lady".
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Brasil estreia com vitória sobre a Nigéria no Mundial sub-20
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A seleção brasileira sub-20 estreou com vitória neste domingo (31) no Mundial da categoria, disputado na Nova Zelândia. Com gols de Gabriel Jesus, Judivan (2x) e Boschilia, o Brasil fez 4 a 2 sobre a Nigéria. Isaac e Yahaya balançaram as redes pela equipe africana, que chegou a estar em vantagem no primeiro tempo. A seleção não demorou para sair na frente. Logo aos três minutos, João Pedro foi à linha de fundo após receber enfiada de bola de Judivan e cruzou rasteiro para Gabriel Jesus, seu colega de Palmeiras, que só teve o trabalho de empurrar para as redes e fazer 1 a 0. Aos nove, porém, a Nigéria empatou. Isaac recebeu enfiada de bola nas costas da defesa, driblou o goleiro Jean e empurrou para o fundo das redes. A Nigéria conseguiu a virada aos 27. Yahaya puxou o contra-golpe, abriu espaço e finalizou sem chances para o goleiro Jean: 2 a 1 para os africanos. A seleção voltou a empatar aos 33 com Judivan. O camisa 9 recebeu passe de calcanhar de Gabriel Jesus, dominou e bateu rapidamente para igualar o marcador. A virada brasileira veio aos 13 minutos do segundo tempo com o são-paulino Boschilia, que havia entrado no intervalo. O meia cortou para dentro e acertou bonito chute de pé esquerdo para colocar a seleção na frente outra vez: 3 a 2. Boschilia voltou a ser decisivo aos 37 minutos, quando, após jogada individual, parou na defesa do goleiro nigeriano Enaholo. No rebote, Judivan marcou para marcar o quarto gol do Brasil e dar números finais à partida. O Brasil volta a campo na quinta-feira, às 4h (de Brasília), quando enfrenta a Hungria.
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esporte
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Brasil estreia com vitória sobre a Nigéria no Mundial sub-20A seleção brasileira sub-20 estreou com vitória neste domingo (31) no Mundial da categoria, disputado na Nova Zelândia. Com gols de Gabriel Jesus, Judivan (2x) e Boschilia, o Brasil fez 4 a 2 sobre a Nigéria. Isaac e Yahaya balançaram as redes pela equipe africana, que chegou a estar em vantagem no primeiro tempo. A seleção não demorou para sair na frente. Logo aos três minutos, João Pedro foi à linha de fundo após receber enfiada de bola de Judivan e cruzou rasteiro para Gabriel Jesus, seu colega de Palmeiras, que só teve o trabalho de empurrar para as redes e fazer 1 a 0. Aos nove, porém, a Nigéria empatou. Isaac recebeu enfiada de bola nas costas da defesa, driblou o goleiro Jean e empurrou para o fundo das redes. A Nigéria conseguiu a virada aos 27. Yahaya puxou o contra-golpe, abriu espaço e finalizou sem chances para o goleiro Jean: 2 a 1 para os africanos. A seleção voltou a empatar aos 33 com Judivan. O camisa 9 recebeu passe de calcanhar de Gabriel Jesus, dominou e bateu rapidamente para igualar o marcador. A virada brasileira veio aos 13 minutos do segundo tempo com o são-paulino Boschilia, que havia entrado no intervalo. O meia cortou para dentro e acertou bonito chute de pé esquerdo para colocar a seleção na frente outra vez: 3 a 2. Boschilia voltou a ser decisivo aos 37 minutos, quando, após jogada individual, parou na defesa do goleiro nigeriano Enaholo. No rebote, Judivan marcou para marcar o quarto gol do Brasil e dar números finais à partida. O Brasil volta a campo na quinta-feira, às 4h (de Brasília), quando enfrenta a Hungria.
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Contra redução da maioridade, Capão Redondo recebe festival cultural
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O Capão Redondo, bairro da zona sul de São Paulo, recebeu neste sábado (15) o "Festival Amanhecer Contra a Redução", que tem como objetivo mobilizar a população contra a redução da maioridade penal. Segundo a organização do evento, aproximadamente 3.000 pessoas passaram pelo Campo do Pantanal, local do festival que começou às 10h e se estendeu para além das 22h, horário previsto para o término. O destaque do festival foi a cantora e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) que subiu ao palco no meio da tarde. Além de Leci, houve outras apresentações de música, dança, teatro, circo, grafite, e poesia. O grupo Pequeno Cidadão, de Edgard Scandurra, e o Rap Indígena fizeram sucesso. O evento foi organizado por diversos movimentos sociais, movimentos estudantis e coletivos, entre eles UNE (União Nacional dos Estudantes), UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Jornalistas Livres, Mídia Ninja e coletivo Fora do Eixo. INSPIRAÇÃO O festival foi inspirado em uma campanha uruguaia chamada "No a la Baja" (Não à Redução), que obteve sucesso em mobilizar a população contra a redução da maioridade no país. Em plebiscito no ano passado, os uruguaios votaram contra a medida. Esta é a terceira edição do festival. A primeira ocorreu no dia 19 de junho no Rio de Janeiro, e a segunda em 19 de julho, em Limeira. Segundo a organização do evento, 20 mil pessoas estiveram presentes no Rio e mil pessoas compareceram na edição de Limeira.
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cotidiano
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Contra redução da maioridade, Capão Redondo recebe festival culturalO Capão Redondo, bairro da zona sul de São Paulo, recebeu neste sábado (15) o "Festival Amanhecer Contra a Redução", que tem como objetivo mobilizar a população contra a redução da maioridade penal. Segundo a organização do evento, aproximadamente 3.000 pessoas passaram pelo Campo do Pantanal, local do festival que começou às 10h e se estendeu para além das 22h, horário previsto para o término. O destaque do festival foi a cantora e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) que subiu ao palco no meio da tarde. Além de Leci, houve outras apresentações de música, dança, teatro, circo, grafite, e poesia. O grupo Pequeno Cidadão, de Edgard Scandurra, e o Rap Indígena fizeram sucesso. O evento foi organizado por diversos movimentos sociais, movimentos estudantis e coletivos, entre eles UNE (União Nacional dos Estudantes), UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Jornalistas Livres, Mídia Ninja e coletivo Fora do Eixo. INSPIRAÇÃO O festival foi inspirado em uma campanha uruguaia chamada "No a la Baja" (Não à Redução), que obteve sucesso em mobilizar a população contra a redução da maioridade no país. Em plebiscito no ano passado, os uruguaios votaram contra a medida. Esta é a terceira edição do festival. A primeira ocorreu no dia 19 de junho no Rio de Janeiro, e a segunda em 19 de julho, em Limeira. Segundo a organização do evento, 20 mil pessoas estiveram presentes no Rio e mil pessoas compareceram na edição de Limeira.
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Governo libera adicional de R$ 78,5 mi para segurança na Olimpíada
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GUSTAVO URIBE DE BRASÍLIA O Ministério do Planejamento anunciou nesta terça-feira (12) que liberará R$ 78,5 milhões para atividades de segurança pública das Forças Armadas e da Força de Segurança Nacional durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro. O montante foi solicitado pelo Ministério da Defesa durante reunião no Palácio do Planalto para discutir a organização do evento internacional, que terá início daqui a 24 dias. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que participou do encontro, confirmou o repasse dos recursos. Segundo o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, a verba é necessária para garantir a operação plena do contingente militar no policiamento ostensivo e na proteção de equipamentos olímpicos. "Foi feito uma solicitação de espaço orçamentário junto ao Ministério do Planejamento para fazer frente a esses compromissos e o valor será disponibilizado", disse. No sábado (9), as forças militares realizaram o primeiro treinamento nas ruas da capital fluminense. Durante o evento internacional, as tropas farão patrulhamento ostensivo de carro e a pé e trabalharão em coordenação com as forças de segurança do Rio de Janeiro. O governo interino enviará efetivo da Força Nacional de Segurança menor ao que havia prometido inicialmente para os Jogos Olímpicos. A administração federal definiu o deslocamento de cinco mil homens, número inferior aos 9.600 anunciados inicialmente pelo Ministério da Defesa.
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esporte
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Governo libera adicional de R$ 78,5 mi para segurança na Olimpíada
GUSTAVO URIBE DE BRASÍLIA O Ministério do Planejamento anunciou nesta terça-feira (12) que liberará R$ 78,5 milhões para atividades de segurança pública das Forças Armadas e da Força de Segurança Nacional durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro. O montante foi solicitado pelo Ministério da Defesa durante reunião no Palácio do Planalto para discutir a organização do evento internacional, que terá início daqui a 24 dias. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que participou do encontro, confirmou o repasse dos recursos. Segundo o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, a verba é necessária para garantir a operação plena do contingente militar no policiamento ostensivo e na proteção de equipamentos olímpicos. "Foi feito uma solicitação de espaço orçamentário junto ao Ministério do Planejamento para fazer frente a esses compromissos e o valor será disponibilizado", disse. No sábado (9), as forças militares realizaram o primeiro treinamento nas ruas da capital fluminense. Durante o evento internacional, as tropas farão patrulhamento ostensivo de carro e a pé e trabalharão em coordenação com as forças de segurança do Rio de Janeiro. O governo interino enviará efetivo da Força Nacional de Segurança menor ao que havia prometido inicialmente para os Jogos Olímpicos. A administração federal definiu o deslocamento de cinco mil homens, número inferior aos 9.600 anunciados inicialmente pelo Ministério da Defesa.
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Por Lava Jato, grupos pró-impeachment vigiarão Temer
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Com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, os movimentos que levaram milhões de manifestantes anti-PT às ruas pretendem manter-se ativos mesmo agora que Michel Temer assumiu como presidente interino. Os grupos ouvidos pela Folha dizem estar atentos, por exemplo, para ver como será a atuação de Temer em relação à Operação Lava Jato. O presidente interino demorou para declarar apoio às investigações e quase nomeou o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, critico da delação premiada, ao Ministério da Justiça. "Estaremos totalmente atentos a isso e os pontos de combate a corrupção são inegociáveis", disse Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua. "A gente está alerta, mas, ao mesmo tempo, ele [Temer] parece ter cedido bem à pressão", afirmou Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL (Movimento Vem Pra Rua). "Primeiro, por ter recuado no Mariz e, segundo, no próprio discurso ele falou de [apoio à] Lava Jato." Kim argumenta que o MBL criticou a nomeação dos ministros Romero Jucá (Planejamento), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Alves (Turismo). Jucá responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal, e Alves é alvo de dois pedidos de inquérito. Geddel é citado nas investigações. Carla Zambelli, do Nas Ruas, segue a mesma linha. "Se houver qualquer movimentação de indiciamento, pediremos o afastamento imediato [dos ministros]." Nos atos pelo impeachment, a ativista agiu como porta-voz de uma aliança de 43 movimentos menores. ELEIÇÕES Na esfera política, o MBL quer abrigar seus membros em legendas existentes para lançar candidatos neste ano. O movimento já chegou a criar um comitê em parceria com partidos de oposição a Dilma e recebeu políticos nos atos contra a petista. Eles agora querem se direcionar a pautas municipais, como a regulamentação do Uber. Já o Vem Pra Rua segue restringindo seu contato com partidos. Os ativistas terão que se afastar do movimento caso optem por disputar eleições. Chequer repete que não tem, por ora, "nenhum interesse" em ser candidato. O grupo pretende aproveitar a estrutura criada em torno da saída de Dilma –como um site que mostrava a posição de cada parlamentar– para acompanhar outras pautas no Congresso. Também divulgará listas de candidatos que reprova, como congressistas que não divulgaram sua posição sobre o impeachment antes da votação. "Os que foram contrários eu até respeito, pois deram satisfação para seu eleitor", disse Chequer. Entre outros temas, o Vem Pra Rua defende voto distrital misto, fim de coligações e limitação de reeleições. O MBL defende voto distrital misto,parlamentarismo e simplificação tributária.
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poder
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Por Lava Jato, grupos pró-impeachment vigiarão TemerCom o afastamento da presidente Dilma Rousseff, os movimentos que levaram milhões de manifestantes anti-PT às ruas pretendem manter-se ativos mesmo agora que Michel Temer assumiu como presidente interino. Os grupos ouvidos pela Folha dizem estar atentos, por exemplo, para ver como será a atuação de Temer em relação à Operação Lava Jato. O presidente interino demorou para declarar apoio às investigações e quase nomeou o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, critico da delação premiada, ao Ministério da Justiça. "Estaremos totalmente atentos a isso e os pontos de combate a corrupção são inegociáveis", disse Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua. "A gente está alerta, mas, ao mesmo tempo, ele [Temer] parece ter cedido bem à pressão", afirmou Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL (Movimento Vem Pra Rua). "Primeiro, por ter recuado no Mariz e, segundo, no próprio discurso ele falou de [apoio à] Lava Jato." Kim argumenta que o MBL criticou a nomeação dos ministros Romero Jucá (Planejamento), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Alves (Turismo). Jucá responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal, e Alves é alvo de dois pedidos de inquérito. Geddel é citado nas investigações. Carla Zambelli, do Nas Ruas, segue a mesma linha. "Se houver qualquer movimentação de indiciamento, pediremos o afastamento imediato [dos ministros]." Nos atos pelo impeachment, a ativista agiu como porta-voz de uma aliança de 43 movimentos menores. ELEIÇÕES Na esfera política, o MBL quer abrigar seus membros em legendas existentes para lançar candidatos neste ano. O movimento já chegou a criar um comitê em parceria com partidos de oposição a Dilma e recebeu políticos nos atos contra a petista. Eles agora querem se direcionar a pautas municipais, como a regulamentação do Uber. Já o Vem Pra Rua segue restringindo seu contato com partidos. Os ativistas terão que se afastar do movimento caso optem por disputar eleições. Chequer repete que não tem, por ora, "nenhum interesse" em ser candidato. O grupo pretende aproveitar a estrutura criada em torno da saída de Dilma –como um site que mostrava a posição de cada parlamentar– para acompanhar outras pautas no Congresso. Também divulgará listas de candidatos que reprova, como congressistas que não divulgaram sua posição sobre o impeachment antes da votação. "Os que foram contrários eu até respeito, pois deram satisfação para seu eleitor", disse Chequer. Entre outros temas, o Vem Pra Rua defende voto distrital misto, fim de coligações e limitação de reeleições. O MBL defende voto distrital misto,parlamentarismo e simplificação tributária.
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Venda de máquinas cai 16% e pode recuar mais
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A indústria de máquinas e equipamentos agrícolas terminou o ano com um ritmo muito lento. As vendas de colheitadeiras caíram para 645 unidades em dezembro, 47% menos do que em igual período de 2013. Já a comercialização de tratores recuou para 3.090 unidades, 22% menos. O ritmo de dezembro foi, de certa forma, um espelho do que ocorreu durante todo 2014. Após um recorde em 2013, quando as indústrias do setor colocaram 73,63 mil unidades de tratores e de colheitadeiras nas concessionárias, o atacado recebeu apenas 61,96 mil unidades em 2014. A queda foi de 15,8%, com perda maior de ritmo pelo setor de colheitadeiras. Ao somar 6.330 unidades no ano passado, as vendas do setor recuaram 25,9%. No mesmo período, a comercialização de tratores caiu para 55,63 mil unidades, queda de 14,5%. Apesar desse recuo, o resultado não foi ruim para o setor, que manteve, pelo quinto ano, vendas superiores a 50 mil unidades para esses dois tipos de máquinas. A complicação maior poderá vir neste ano. Em princípio, as vendas não teriam motivo para queda, uma vez que o país deverá ultrapassar, pela primeira vez, 200 milhões de toneladas de grãos. Mas as condições de mercado e de custos são diferentes. As expectativas são de redução de preços das principais commodities produzidas pelo país, o que deverá gerar renda menor no campo. Uma saída para os produtores pode ser a alta da moeda dos EUA, que geraria mais reais para o setor. A comercialização dos grãos é feita com base no dólar. Outro componente negativo para as compras de máquinas foi a alta dos juros do PSI (Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES). A taxa subiu de 4% para 6,5% para os pequenos e médios produtores e vai até 11% para os grandes. O próprio perfil da indústria de máquinas nos últimos anos poderá auxiliar na redução de vendas. A produção de grãos cresce, mas os produtores adquiriram máquinas com melhor desempenho e maior capacidade. Além disso, com os preços das commodities e dos juros favoráveis nos últimos dois anos, boa parte dos produtores antecipou a renovação da frota, adquirindo novas máquinas. Sobrou para este ano o pagamento das contas. * A líder A China representa 71% do mercado brasileiro de soja em grãos. O Brasil enviou 32,3 milhões de toneladas da oleaginosa para os chineses em 2014, ante um total exportado de 45,7 milhões de toneladas. Qualquer problema com o apetite chinês geraria consequências desastrosas para o Brasil. Distante O segundo maior mercado brasileiro é a União Europeia, que fica com 13% da soja exportada pelo país. No ano passado, a UE importou 6,1 milhões de toneladas da oleaginosa. China e UE levam 84% do volume vendido pelo Brasil. Receitas 1 Quando se trata de receitas, os chineses deixaram US$ 16,6 bilhões no país no ano passado com a compra de soja em grão. Em 2010, os gastos eram de apenas US$ 7,1 bilhões. Receitas 2 Já a União Europeia pagou US$ 3,1 bilhões pela soja que comprou do Brasil em 2014, ante US$ 2,3 bilhões em 2010, segundo dados compilados pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Mercado aquecido Açúcar e café foram os destaques nesta terça-feira (6) na Bolsa de commodities de Nova York, com altas de 4,3% e 4,2%, respectivamente. Motivos As causas da alta vão da entrada de fundos no mercado ao clima desfavorável no Brasil, principal produtor e exportador dessas duas commodities. Na Bolsa de Chicago, a soja voltou a subir e está em US$ 10,51 por bushel (27,2 quilos).
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colunas
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Venda de máquinas cai 16% e pode recuar maisA indústria de máquinas e equipamentos agrícolas terminou o ano com um ritmo muito lento. As vendas de colheitadeiras caíram para 645 unidades em dezembro, 47% menos do que em igual período de 2013. Já a comercialização de tratores recuou para 3.090 unidades, 22% menos. O ritmo de dezembro foi, de certa forma, um espelho do que ocorreu durante todo 2014. Após um recorde em 2013, quando as indústrias do setor colocaram 73,63 mil unidades de tratores e de colheitadeiras nas concessionárias, o atacado recebeu apenas 61,96 mil unidades em 2014. A queda foi de 15,8%, com perda maior de ritmo pelo setor de colheitadeiras. Ao somar 6.330 unidades no ano passado, as vendas do setor recuaram 25,9%. No mesmo período, a comercialização de tratores caiu para 55,63 mil unidades, queda de 14,5%. Apesar desse recuo, o resultado não foi ruim para o setor, que manteve, pelo quinto ano, vendas superiores a 50 mil unidades para esses dois tipos de máquinas. A complicação maior poderá vir neste ano. Em princípio, as vendas não teriam motivo para queda, uma vez que o país deverá ultrapassar, pela primeira vez, 200 milhões de toneladas de grãos. Mas as condições de mercado e de custos são diferentes. As expectativas são de redução de preços das principais commodities produzidas pelo país, o que deverá gerar renda menor no campo. Uma saída para os produtores pode ser a alta da moeda dos EUA, que geraria mais reais para o setor. A comercialização dos grãos é feita com base no dólar. Outro componente negativo para as compras de máquinas foi a alta dos juros do PSI (Programa de Sustentação do Investimento, do BNDES). A taxa subiu de 4% para 6,5% para os pequenos e médios produtores e vai até 11% para os grandes. O próprio perfil da indústria de máquinas nos últimos anos poderá auxiliar na redução de vendas. A produção de grãos cresce, mas os produtores adquiriram máquinas com melhor desempenho e maior capacidade. Além disso, com os preços das commodities e dos juros favoráveis nos últimos dois anos, boa parte dos produtores antecipou a renovação da frota, adquirindo novas máquinas. Sobrou para este ano o pagamento das contas. * A líder A China representa 71% do mercado brasileiro de soja em grãos. O Brasil enviou 32,3 milhões de toneladas da oleaginosa para os chineses em 2014, ante um total exportado de 45,7 milhões de toneladas. Qualquer problema com o apetite chinês geraria consequências desastrosas para o Brasil. Distante O segundo maior mercado brasileiro é a União Europeia, que fica com 13% da soja exportada pelo país. No ano passado, a UE importou 6,1 milhões de toneladas da oleaginosa. China e UE levam 84% do volume vendido pelo Brasil. Receitas 1 Quando se trata de receitas, os chineses deixaram US$ 16,6 bilhões no país no ano passado com a compra de soja em grão. Em 2010, os gastos eram de apenas US$ 7,1 bilhões. Receitas 2 Já a União Europeia pagou US$ 3,1 bilhões pela soja que comprou do Brasil em 2014, ante US$ 2,3 bilhões em 2010, segundo dados compilados pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Mercado aquecido Açúcar e café foram os destaques nesta terça-feira (6) na Bolsa de commodities de Nova York, com altas de 4,3% e 4,2%, respectivamente. Motivos As causas da alta vão da entrada de fundos no mercado ao clima desfavorável no Brasil, principal produtor e exportador dessas duas commodities. Na Bolsa de Chicago, a soja voltou a subir e está em US$ 10,51 por bushel (27,2 quilos).
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Hoje na TV: Mundial de atletismo e Copa do Brasil
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8h Mundial de Pequim Atletismo, SporTV 2 8h Mundial de Astana Judô, ESPN e SporTV 3 19h30 Figueirense x Atlético-MG Copa do Brasil, Fox Sports 19h30 Ceará x São Paulo Copa do Brasil, SporTV 19h30 Paysandu x Fluminense Copa do Brasil, SporTV 2 22h Sport x Bahia Copa Sul-Americana, Fox Sports 2 22h Cruzeiro x Palmeiras Copa do Brasil, SporTV 2 22h Corinthians x Santos Copa do Brasil, Globo, ESPN Brasil, Fox Sports e SporTV 22h Vasco x Flamengo Copa do Brasil, SporTV3
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Hoje na TV: Mundial de atletismo e Copa do Brasil8h Mundial de Pequim Atletismo, SporTV 2 8h Mundial de Astana Judô, ESPN e SporTV 3 19h30 Figueirense x Atlético-MG Copa do Brasil, Fox Sports 19h30 Ceará x São Paulo Copa do Brasil, SporTV 19h30 Paysandu x Fluminense Copa do Brasil, SporTV 2 22h Sport x Bahia Copa Sul-Americana, Fox Sports 2 22h Cruzeiro x Palmeiras Copa do Brasil, SporTV 2 22h Corinthians x Santos Copa do Brasil, Globo, ESPN Brasil, Fox Sports e SporTV 22h Vasco x Flamengo Copa do Brasil, SporTV3
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O que atrai jovem professor é carreira decente, e não aposentadoria especial
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A adesão de professores à greve de sexta-feira (28) em oposição às reformas propostas pelo governo Temer causou barulho. Muitos pais cujos filhos estudam em escolas privadas se sentiram incomodados pela perda de um dia de aula. Um dos argumentos contrários mais mencionados por eles é o fato de que os docentes desses estabelecimentos têm remuneração melhor que a recebida por seus pares do setor público e, portanto, não deveriam parar. Do lado dos professores, uma das principais queixas é que serão prejudicados pela reforma da Previdência. O projeto original previa a equiparação das regras de aposentadoria para todos os trabalhadores, o que levaria a uma mudança significativa no regime mais benéfico dos docentes, que, de forma geral, conseguem se aposentar cinco anos mais cedo. Desde então —e antes da greve—, o governo cedeu. Se o relatório em debate hoje for aprovado como está, os professores mantêm um regime especial, mas com regras um pouco mais duras que as atuais. A queda de braços entre os grupos com benefícios especiais mais afetados pelas reformas e o governo, as paralisações, a revolta dos pais e os choques de ideias são desdobramentos esperados no jogo democrático. Mas será uma pena se não aproveitarmos essa oportunidade para debater uma importante questão de fundo: por que, afinal, os professores brasileiros têm o direito de se aposentar mais cedo do que trabalhadores de outras categorias? A resposta dos docentes é, geralmente, que recebem salários mais baixos embora trabalhem em situações mais adversas do que os demais profissionais. Esses argumentos têm fundamentos em dados da realidade. Segundo o movimento "Todos pela Educação", a remuneração dos professores com ensino superior equivale a pouco mais da metade da média recebida pelos profissionais com essa escolaridade. O alto nível de estresse envolvido no exercício do magistério —que inclui casos de violência por parte dos alunos— ajuda a compor o cenário complicado da profissão. O problema é que inúmeras nuances no mercado de trabalho fazem com que seja difícil avaliar essas condições piores em termos absolutos, que justificariam uma aposentadoria especial para essa categoria, e não para outras. Há, por exemplo, diferenças de salários percebidas entre os próprios docentes. Os de escolas privadas têm remuneração normalmente maior e atuam em contextos menos estressantes. Existem outras categorias pouco valorizadas, assim como outras profissões cujo exercício envolve condições precárias de trabalho. Isso dificulta qualquer análise sobre onde colocar a régua que separaria os que merecem e os que não merecem condições especiais de aposentadoria, se o principal critério para isso for justiça social. Resta, no entanto, outro argumento sobre o benefício no caso do magistério que tem bastante apelo: ele ajudaria a manter alguma atratividade para essa profissão tão crucial para o desenvolvimento de qualquer nação. O problema é que, se isso for uma possibilidade de fato, não parece estar funcionando no caso do Brasil, onde o desinteresse pela carreira docente é galopante. Como já mostrado nesta coluna, os jovens brasileiros não têm interesse pelo magistério e aqueles que o acabam elegendo são os de pior desempenho escolar. Talvez isso ocorra porque fatores que desvalorizam a profissão têm peso muito maior do que benefícios como aposentadoria especial e férias mais longas. Discutir e implementar medidas que tornem o magistério, de fato, mais atraente é, portanto, necessário. A experiência de países bem-sucedidos indica que isso passa pela adoção de salários decentes e planos de carreira (com a criação de cargos que permitam que os melhores profissionais se destaquem), assim como pela oferta de cursos de formação práticos e interessantes. No Brasil, assumimos metas para melhorar a remuneração dos professores e adotar planos de carreira no magistério, mas não temos nem mesmo critérios e indicadores bem definidos para acompanhar a evolução de ambos; e nossos cursos de formação de professores permanecem extremamente teóricos. Se alguém acha que esses são temas menos urgentes que o da sustentabilidade do nosso sistema previdenciário, está redondamente enganado. Sem educação de qualidade não há possibilidade de desenvolvimento econômico.
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colunas
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O que atrai jovem professor é carreira decente, e não aposentadoria especialA adesão de professores à greve de sexta-feira (28) em oposição às reformas propostas pelo governo Temer causou barulho. Muitos pais cujos filhos estudam em escolas privadas se sentiram incomodados pela perda de um dia de aula. Um dos argumentos contrários mais mencionados por eles é o fato de que os docentes desses estabelecimentos têm remuneração melhor que a recebida por seus pares do setor público e, portanto, não deveriam parar. Do lado dos professores, uma das principais queixas é que serão prejudicados pela reforma da Previdência. O projeto original previa a equiparação das regras de aposentadoria para todos os trabalhadores, o que levaria a uma mudança significativa no regime mais benéfico dos docentes, que, de forma geral, conseguem se aposentar cinco anos mais cedo. Desde então —e antes da greve—, o governo cedeu. Se o relatório em debate hoje for aprovado como está, os professores mantêm um regime especial, mas com regras um pouco mais duras que as atuais. A queda de braços entre os grupos com benefícios especiais mais afetados pelas reformas e o governo, as paralisações, a revolta dos pais e os choques de ideias são desdobramentos esperados no jogo democrático. Mas será uma pena se não aproveitarmos essa oportunidade para debater uma importante questão de fundo: por que, afinal, os professores brasileiros têm o direito de se aposentar mais cedo do que trabalhadores de outras categorias? A resposta dos docentes é, geralmente, que recebem salários mais baixos embora trabalhem em situações mais adversas do que os demais profissionais. Esses argumentos têm fundamentos em dados da realidade. Segundo o movimento "Todos pela Educação", a remuneração dos professores com ensino superior equivale a pouco mais da metade da média recebida pelos profissionais com essa escolaridade. O alto nível de estresse envolvido no exercício do magistério —que inclui casos de violência por parte dos alunos— ajuda a compor o cenário complicado da profissão. O problema é que inúmeras nuances no mercado de trabalho fazem com que seja difícil avaliar essas condições piores em termos absolutos, que justificariam uma aposentadoria especial para essa categoria, e não para outras. Há, por exemplo, diferenças de salários percebidas entre os próprios docentes. Os de escolas privadas têm remuneração normalmente maior e atuam em contextos menos estressantes. Existem outras categorias pouco valorizadas, assim como outras profissões cujo exercício envolve condições precárias de trabalho. Isso dificulta qualquer análise sobre onde colocar a régua que separaria os que merecem e os que não merecem condições especiais de aposentadoria, se o principal critério para isso for justiça social. Resta, no entanto, outro argumento sobre o benefício no caso do magistério que tem bastante apelo: ele ajudaria a manter alguma atratividade para essa profissão tão crucial para o desenvolvimento de qualquer nação. O problema é que, se isso for uma possibilidade de fato, não parece estar funcionando no caso do Brasil, onde o desinteresse pela carreira docente é galopante. Como já mostrado nesta coluna, os jovens brasileiros não têm interesse pelo magistério e aqueles que o acabam elegendo são os de pior desempenho escolar. Talvez isso ocorra porque fatores que desvalorizam a profissão têm peso muito maior do que benefícios como aposentadoria especial e férias mais longas. Discutir e implementar medidas que tornem o magistério, de fato, mais atraente é, portanto, necessário. A experiência de países bem-sucedidos indica que isso passa pela adoção de salários decentes e planos de carreira (com a criação de cargos que permitam que os melhores profissionais se destaquem), assim como pela oferta de cursos de formação práticos e interessantes. No Brasil, assumimos metas para melhorar a remuneração dos professores e adotar planos de carreira no magistério, mas não temos nem mesmo critérios e indicadores bem definidos para acompanhar a evolução de ambos; e nossos cursos de formação de professores permanecem extremamente teóricos. Se alguém acha que esses são temas menos urgentes que o da sustentabilidade do nosso sistema previdenciário, está redondamente enganado. Sem educação de qualidade não há possibilidade de desenvolvimento econômico.
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Longa 'Quarteto Fantástico' dá início a nova franquia adaptada da Marvel
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LUIZA WOLF DE SÃO PAULO Um grupo de cientistas sofre um acidente no espaço e ganha superpoderes. Pelo menos, esse é o enredo conhecido por quem assistiu a "Quarteto Fantástico", de 2005. Esqueça. No "reboot" homônimo, que estreou na quinta (6), os heróis são estudantes de ciências. Reed Richards (Miles Teller, de "Whiplash") inventa uma máquina de teletransporte. Ele descobre, porém, que os objetos que move vão a uma outra dimensão. A novidade científica lhe rende uma bolsa no Instituto Baxter, onde ajuda na construção de uma versão —mais cara— de seu aparelho. Entusiasmada com o projeto, a equipe de alunos decide ir até essa realidade —e, lá, são todos atingidos por uma energia misteriosa. Eles ganham poderes: Reed pode se esticar como um elástico, Johnny cria e controla o fogo, Sue fica invisível e Ben vira um monstro de pedras. O ambicioso Victor, que consegue dominar a energia, assume a personalidade de Doutor Destino e ameaça a Terra. Com esta versão da série, o estúdio Fox garante lucro e evita perder os direitos autorais dos heróis —se ficasse mais tempo sem usá-los ("O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado" já tem oito anos), teria de devolvê-los à Marvel. "Quarteto Fantástico" é uma grande introdução para uma nova franquia: não espere ver os heróis de uniforme nem grandes batalhas. O filme foi cotado como "muito bom" pelo crítico da "Ilustrada". Leia a crítica aqui. Informe-se sobre o filme ASSISTA AO TRAILER DE "QUARTETO FANTÁSTICO" Vídeo
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saopaulo
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Longa 'Quarteto Fantástico' dá início a nova franquia adaptada da MarvelLUIZA WOLF DE SÃO PAULO Um grupo de cientistas sofre um acidente no espaço e ganha superpoderes. Pelo menos, esse é o enredo conhecido por quem assistiu a "Quarteto Fantástico", de 2005. Esqueça. No "reboot" homônimo, que estreou na quinta (6), os heróis são estudantes de ciências. Reed Richards (Miles Teller, de "Whiplash") inventa uma máquina de teletransporte. Ele descobre, porém, que os objetos que move vão a uma outra dimensão. A novidade científica lhe rende uma bolsa no Instituto Baxter, onde ajuda na construção de uma versão —mais cara— de seu aparelho. Entusiasmada com o projeto, a equipe de alunos decide ir até essa realidade —e, lá, são todos atingidos por uma energia misteriosa. Eles ganham poderes: Reed pode se esticar como um elástico, Johnny cria e controla o fogo, Sue fica invisível e Ben vira um monstro de pedras. O ambicioso Victor, que consegue dominar a energia, assume a personalidade de Doutor Destino e ameaça a Terra. Com esta versão da série, o estúdio Fox garante lucro e evita perder os direitos autorais dos heróis —se ficasse mais tempo sem usá-los ("O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado" já tem oito anos), teria de devolvê-los à Marvel. "Quarteto Fantástico" é uma grande introdução para uma nova franquia: não espere ver os heróis de uniforme nem grandes batalhas. O filme foi cotado como "muito bom" pelo crítico da "Ilustrada". Leia a crítica aqui. Informe-se sobre o filme ASSISTA AO TRAILER DE "QUARTETO FANTÁSTICO" Vídeo
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Rússia diz que piloto de jato abatido pela Turquia foi resgatado
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Um dos pilotos do jato russo abatido pela Turquia perto da fronteira com a Síria na terça-feira (24) foi resgatado e está "são e salvo", informou a Rússia nesta quarta-feira (25). Segundo a agências de notícias russas, o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, o piloto do SU-24 foi resgatado pelo Exército sírio em uma operação que durou 12 horas e se encerrou na madrugada desta quarta. Ele foi levado para uma base aérea da Rússia em um reduto do regime sírio. Guerra de versões À TV russa, o sobrevivente, capitão Konstantin Murakhtin, confirmou a versão russa segundo a qual a Força Aérea turca não fez qualquer alerta aos tripulantes antes de alvejá-los e que em nenhum momento a aeronave saiu do espaço aéreo sírio. A Turquia disse ter derrubado o avião, que participava de bombardeios na Síria contra a milícia radical Estado Islâmico (EI), após notificar seus pilotos sucessivas vezes sobre terem invadido o espaço aéreo turco. Os dois pilotos se ejetaram após a aeronave ter sido abatida, sendo que um deles foi alvejado e morto por rebeldes na Síria antes de chegar ao solo. Além disso, um soldado russo que participava das operações de busca pelos homens foi morto após o helicóptero em que estava ter sido abatido por insurgentes. Veja vídeo Avião russo é abatido e cai na Síria ATRITOS O presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, disse nesta quarta que seu país "não tem intenção de escalar o incidente" e que "apenas defendeu sua segurança". Durante um evento corporativo em Istambul, Erdogan reiterou a versão de que o avião foi atingido enquanto sobrevoava a Turquia e que atingiu o solo na Síria, embora algumas partes do jato tenham caído em solo turco, ferindo duas pessoas. Putin afirmou na terça que o avião não cruzou a fronteira com a Turquia. O presidente russo considerou a decisão de derrubar o jato "uma punhalada nas costas feita por cúmplices do terrorismo" e alertou para "consequências significantes". Após o incidente, a Rússia cortou relações de Defesa com a Turquia e desaconselhou seus cidadãos a viajar para o país. O chanceler russo, Seguei Lavrov, cancelou a visita que faria à Turquia nesta quarta. Segundo Ancara, os ministérios da Defesa de Turquia e Rússia concordaram em se reunir "nos próximos dias" para discutir a derrubada do avião. Lavrov disse que nenhum encontro foi confirmado. O chanceler disse também que "terroristas" usam a Turquia para preparar ataques em outros países, mas não acusou milícias específicas. Nesta quarta (25), ele considerou o incidente uma "provocação planejada" e disse que "nossa atitude em relação ao povo turco não mudou. Só temos questões quanto às lideranças turcas". Putin disse nesta quarta-feira que o sistema de defesa aérea S-300 será levado à base russa na Síria, informaram agências russas. Mais cedo, o Ministério da Defesa havia dito que o país enviaria o sistema S-400. Arte: As armas de Putin ESCALADA MILITAR A derrubada do SU-24 pela Turquia aumentou os temores sobre a escalada militar na região. Foi a primeira vez que um membro da Otan (aliança militar ocidental, da qual a Turquia é membro) derrubou um avião russo desde a Guerra da Coreia, nos anos 1950. Após o incidente, a Otan e a ONU (Organização das Nações Unidas) pediram que a tensão militar seja contida. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que o bloco "se solidariza com a Turquia" e sua integridade territorial, mas pediu "calma e desescalada". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que "todas as partes relevantes adotem medidas urgentes para reduzir as tensões". O porta-voz de Ban, Stephane Dujarric, disse a jornalistas que o secretário-geral "espera que uma revisão crível e minuciosa esclarecerá os acontecimentos e ajudará a prevenir recorrências no futuro". Turquia abate avião russo O presidente americano, Barack Obama, demonstrou na terça-feira apoio à Turquia, afirmando que o país "tem o direito de defender seu território e seu espaço aéreo". O episódio pode agravar ainda mais a crise na região, gerando incertezas com relação à cooperação internacional para combater o EI e para pôr um fim à guerra civil na Síria. Forças russas atuam desde 30 de setembro na Síria em aliança com o ditador Bashar al-Assad para combater o EI. Uma coalizão internacional, formada por França e Estados Unidos, também tem realizado ataques contra o EI, mas, ao contrário de Moscou, faz oposição ao governo de Assad. O governo turco se opõe a Assad e vinha alertando a Rússia para não invadir seu espaço aéreo. Em outubro, a Otan chegou alertar que estava preparada para defender o território turco da ameaça provocada pela intervenção russa na Síria. Síria e seus inimigos
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mundo
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Rússia diz que piloto de jato abatido pela Turquia foi resgatadoUm dos pilotos do jato russo abatido pela Turquia perto da fronteira com a Síria na terça-feira (24) foi resgatado e está "são e salvo", informou a Rússia nesta quarta-feira (25). Segundo a agências de notícias russas, o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, o piloto do SU-24 foi resgatado pelo Exército sírio em uma operação que durou 12 horas e se encerrou na madrugada desta quarta. Ele foi levado para uma base aérea da Rússia em um reduto do regime sírio. Guerra de versões À TV russa, o sobrevivente, capitão Konstantin Murakhtin, confirmou a versão russa segundo a qual a Força Aérea turca não fez qualquer alerta aos tripulantes antes de alvejá-los e que em nenhum momento a aeronave saiu do espaço aéreo sírio. A Turquia disse ter derrubado o avião, que participava de bombardeios na Síria contra a milícia radical Estado Islâmico (EI), após notificar seus pilotos sucessivas vezes sobre terem invadido o espaço aéreo turco. Os dois pilotos se ejetaram após a aeronave ter sido abatida, sendo que um deles foi alvejado e morto por rebeldes na Síria antes de chegar ao solo. Além disso, um soldado russo que participava das operações de busca pelos homens foi morto após o helicóptero em que estava ter sido abatido por insurgentes. Veja vídeo Avião russo é abatido e cai na Síria ATRITOS O presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, disse nesta quarta que seu país "não tem intenção de escalar o incidente" e que "apenas defendeu sua segurança". Durante um evento corporativo em Istambul, Erdogan reiterou a versão de que o avião foi atingido enquanto sobrevoava a Turquia e que atingiu o solo na Síria, embora algumas partes do jato tenham caído em solo turco, ferindo duas pessoas. Putin afirmou na terça que o avião não cruzou a fronteira com a Turquia. O presidente russo considerou a decisão de derrubar o jato "uma punhalada nas costas feita por cúmplices do terrorismo" e alertou para "consequências significantes". Após o incidente, a Rússia cortou relações de Defesa com a Turquia e desaconselhou seus cidadãos a viajar para o país. O chanceler russo, Seguei Lavrov, cancelou a visita que faria à Turquia nesta quarta. Segundo Ancara, os ministérios da Defesa de Turquia e Rússia concordaram em se reunir "nos próximos dias" para discutir a derrubada do avião. Lavrov disse que nenhum encontro foi confirmado. O chanceler disse também que "terroristas" usam a Turquia para preparar ataques em outros países, mas não acusou milícias específicas. Nesta quarta (25), ele considerou o incidente uma "provocação planejada" e disse que "nossa atitude em relação ao povo turco não mudou. Só temos questões quanto às lideranças turcas". Putin disse nesta quarta-feira que o sistema de defesa aérea S-300 será levado à base russa na Síria, informaram agências russas. Mais cedo, o Ministério da Defesa havia dito que o país enviaria o sistema S-400. Arte: As armas de Putin ESCALADA MILITAR A derrubada do SU-24 pela Turquia aumentou os temores sobre a escalada militar na região. Foi a primeira vez que um membro da Otan (aliança militar ocidental, da qual a Turquia é membro) derrubou um avião russo desde a Guerra da Coreia, nos anos 1950. Após o incidente, a Otan e a ONU (Organização das Nações Unidas) pediram que a tensão militar seja contida. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que o bloco "se solidariza com a Turquia" e sua integridade territorial, mas pediu "calma e desescalada". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que "todas as partes relevantes adotem medidas urgentes para reduzir as tensões". O porta-voz de Ban, Stephane Dujarric, disse a jornalistas que o secretário-geral "espera que uma revisão crível e minuciosa esclarecerá os acontecimentos e ajudará a prevenir recorrências no futuro". Turquia abate avião russo O presidente americano, Barack Obama, demonstrou na terça-feira apoio à Turquia, afirmando que o país "tem o direito de defender seu território e seu espaço aéreo". O episódio pode agravar ainda mais a crise na região, gerando incertezas com relação à cooperação internacional para combater o EI e para pôr um fim à guerra civil na Síria. Forças russas atuam desde 30 de setembro na Síria em aliança com o ditador Bashar al-Assad para combater o EI. Uma coalizão internacional, formada por França e Estados Unidos, também tem realizado ataques contra o EI, mas, ao contrário de Moscou, faz oposição ao governo de Assad. O governo turco se opõe a Assad e vinha alertando a Rússia para não invadir seu espaço aéreo. Em outubro, a Otan chegou alertar que estava preparada para defender o território turco da ameaça provocada pela intervenção russa na Síria. Síria e seus inimigos
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Caderneta de poupança registra fuga de recursos pelo segundo mês seguido
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A caderneta de poupança registrou fuga de recursos pelo segundo mês consecutivo. Segundo o Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bilhões em fevereiro. No primeiro bimestre, a captação líquida foi negativa em R$ 11,92 bilhões. Nos dois casos, são os maiores valores registrados para esses períodos pelo BC, que disponibiliza dados a partir de 1995, sem corrigi-los pela inflação. Em janeiro, os saques superaram os depósitos em R$ 5,5 bilhões. A poupança já vinha captando menos recursos desde o começo de 2014, mas os saldos ainda estavam positivos. Segundo especialistas em finanças públicas, os números refletem, principalmente, a retirada de dinheiro para pagar dívidas. Além disso, está mais difícil para o brasileiro poupar, diante da alta do custo de vida e da piora no mercado de trabalho. Outro fator que explica o menor interesse pela poupança é a perda de competitividade para os fundos de renda fixa e DI, que mesmo com Imposto de Renda e taxas de administração conseguem rentabilidade superior à da caderneta. Com a saída de recursos nos dois primeiros meses deste ano, o saldo de aplicações na poupança recuou nestes dois meses e está em R$ 658 bilhões. A última vez em que o estoque de investimentos na caderneta teve queda, antes disso, foi em abril de 2008. Para que o saldo recue é necessário que a captação seja negativa e em valor superior aos rendimentos creditados, e não sacados, nas contas dos poupadores naquele mês. A caderneta de poupança rendeu 0,59% em janeiro, abaixo da inflação de 1,24% medida pelo IPCA. Em fevereiro, a rentabilidade foi de 0,52%, para uma inflação que deve superar novamente 1%.
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mercado
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Caderneta de poupança registra fuga de recursos pelo segundo mês seguidoA caderneta de poupança registrou fuga de recursos pelo segundo mês consecutivo. Segundo o Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bilhões em fevereiro. No primeiro bimestre, a captação líquida foi negativa em R$ 11,92 bilhões. Nos dois casos, são os maiores valores registrados para esses períodos pelo BC, que disponibiliza dados a partir de 1995, sem corrigi-los pela inflação. Em janeiro, os saques superaram os depósitos em R$ 5,5 bilhões. A poupança já vinha captando menos recursos desde o começo de 2014, mas os saldos ainda estavam positivos. Segundo especialistas em finanças públicas, os números refletem, principalmente, a retirada de dinheiro para pagar dívidas. Além disso, está mais difícil para o brasileiro poupar, diante da alta do custo de vida e da piora no mercado de trabalho. Outro fator que explica o menor interesse pela poupança é a perda de competitividade para os fundos de renda fixa e DI, que mesmo com Imposto de Renda e taxas de administração conseguem rentabilidade superior à da caderneta. Com a saída de recursos nos dois primeiros meses deste ano, o saldo de aplicações na poupança recuou nestes dois meses e está em R$ 658 bilhões. A última vez em que o estoque de investimentos na caderneta teve queda, antes disso, foi em abril de 2008. Para que o saldo recue é necessário que a captação seja negativa e em valor superior aos rendimentos creditados, e não sacados, nas contas dos poupadores naquele mês. A caderneta de poupança rendeu 0,59% em janeiro, abaixo da inflação de 1,24% medida pelo IPCA. Em fevereiro, a rentabilidade foi de 0,52%, para uma inflação que deve superar novamente 1%.
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Quatro ônibus são incendiados em avenida da zona sul de São Paulo
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Um grupo de pessoas incendiou quatro ônibus na região do Parque Brasil, na zona sul de São Paulo. Não há registro de pessoas feridas ou detidas. Segundo a Polícia Militar, os coletivos foram incendiados por volta das 20h10 na avenida Belmira Marin. Informações preliminares apontam que cerca de dez pessoas participaram do ato de vandalismo. A corporação, no entanto, não soube informar as circunstâncias que levaram ao incêndio. Não havia registro de protestos na região.
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cotidiano
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Quatro ônibus são incendiados em avenida da zona sul de São PauloUm grupo de pessoas incendiou quatro ônibus na região do Parque Brasil, na zona sul de São Paulo. Não há registro de pessoas feridas ou detidas. Segundo a Polícia Militar, os coletivos foram incendiados por volta das 20h10 na avenida Belmira Marin. Informações preliminares apontam que cerca de dez pessoas participaram do ato de vandalismo. A corporação, no entanto, não soube informar as circunstâncias que levaram ao incêndio. Não havia registro de protestos na região.
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Senadores levarão carta a Dilma para pedir eleições presidenciais
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O grupo de senadores que defende eleições presidenciais como solução para a crise política deverá entregar uma carta à presidente Dilma Rousseff, na manhã desta quinta-feira (28), a fim de sugerir que ela apoie a ideia de eleições presidenciais antecipadas para 2016. Os senadores vão sugerir três alternativas à presidente: a convocação de um plebiscito, o apoio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos senadores que já está em tramitação no Senado ou o envio de uma nova PEC com conteúdo semelhante. A ideia de enviar uma comunicação foi incentivada, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu com os senadores na manhã desta quarta-feira no apartamento da senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Embora não tenha se comprometido com a ideia das eleições, Lula estimulou os senadores, segundo Randolfe, a envolverem Dilma no esforço de uma discussão sobre o assunto. A carta, segundo o senador João Capiberibe (PSB-AP) falará sobre "a inviabilidade" de o governo Dilma prosseguir, tendo em vista o impeachment iminente no Senado, e vai sugerir que "num gesto de grandeza" ela coloque em prática uma consulta popular que encurtaria seu próprio mandato, advogando como "fundamental uma saída pelo voto popular". Segundo Randolfe, a proposta que os senadores defendem é a de um plebiscito com força vinculante, ou seja, se a maioria da população se manifestasse pelo fim do governo, as eleições antecipadas já seriam marcadas. Para o senador, o envio de um projeto de decreto legislativo representaria um gesto da presidente de aceitar a vontade popular pelo fim do mandato. Os senadores passaram esta quarta-feira (27) em reuniões com líderes políticos para tentar convencê-los a apoiar as novas eleições. À tarde estiveram com Aécio Neves (MG) e outros senadores do PSDB, como Cássio Cunha Lima (PB), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Tasso Jereissati (CE). No encontro, os tucanos disseram ser "simpáticos" à ideia das novas eleições, mas afirmaram preferir antes uma definição do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sem data para ocorrer, sobre supostas ilegalidades na chapa de Dilma e Michel Temer (PMDB-SP) nas eleições de 2014. A Folha presenciou o momento na reunião em que Aloysio defendeu que o PSDB se mantenha no assunto em pauta, o impeachment. "Hoje, o que está colocado no terreno da luta política é o impeachment ou o não impeachment. Qualquer caminho do meio, nesse momento, nós não podemos embarcar, nós do PSDB. [] Para nós, cria uma ambiguidade política para o nosso objetivo que é esse que está colocado no cenário político", disse Aloysio aos senadores Randolfe, Lídice e Capiberibe. Aécio comentou em seguida: "Eu estava dizendo, o impeachment nunca foi uma primeira opção para nós. As circunstâncias levaram a ele e agora nós temos que cumprir o que determina a Constituição". Horas antes, os senadores haviam se reunido com a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC). Segundo os senadores, ela defendeu a ideia de uma eleição antecipada e disse que irá "às ruas" para organizar atos em favor do pleito. A ex-ministra do Meio Ambiente disse aos senadores que já está agendado um primeiro ato em Recife (PE) pelas eleições. O senador Capiberibe disse que no grupo de senadores há os que defendem e os que criticam o impeachment da presidente. "O que nos une na verdade é um diagnóstico de que o impeachment é uma opção pelo confronto e, independentemente do resultado, não resolve a crise. Essa opção divide a sociedade, aprofunda o sectarismo político, cria enormes dificuldades", disse Capiberibe em entrevista coletiva mais cedo em seu gabinete ao lado dos senadores Randolfe, Lídice e Paulo Paim (PT-RS). Segundo os senadores, o grupo começou com seis colegas e hoje "conta com mais de dez".
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poder
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Senadores levarão carta a Dilma para pedir eleições presidenciaisO grupo de senadores que defende eleições presidenciais como solução para a crise política deverá entregar uma carta à presidente Dilma Rousseff, na manhã desta quinta-feira (28), a fim de sugerir que ela apoie a ideia de eleições presidenciais antecipadas para 2016. Os senadores vão sugerir três alternativas à presidente: a convocação de um plebiscito, o apoio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos senadores que já está em tramitação no Senado ou o envio de uma nova PEC com conteúdo semelhante. A ideia de enviar uma comunicação foi incentivada, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu com os senadores na manhã desta quarta-feira no apartamento da senadora Lídice da Mata (PSB-BA). Embora não tenha se comprometido com a ideia das eleições, Lula estimulou os senadores, segundo Randolfe, a envolverem Dilma no esforço de uma discussão sobre o assunto. A carta, segundo o senador João Capiberibe (PSB-AP) falará sobre "a inviabilidade" de o governo Dilma prosseguir, tendo em vista o impeachment iminente no Senado, e vai sugerir que "num gesto de grandeza" ela coloque em prática uma consulta popular que encurtaria seu próprio mandato, advogando como "fundamental uma saída pelo voto popular". Segundo Randolfe, a proposta que os senadores defendem é a de um plebiscito com força vinculante, ou seja, se a maioria da população se manifestasse pelo fim do governo, as eleições antecipadas já seriam marcadas. Para o senador, o envio de um projeto de decreto legislativo representaria um gesto da presidente de aceitar a vontade popular pelo fim do mandato. Os senadores passaram esta quarta-feira (27) em reuniões com líderes políticos para tentar convencê-los a apoiar as novas eleições. À tarde estiveram com Aécio Neves (MG) e outros senadores do PSDB, como Cássio Cunha Lima (PB), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Tasso Jereissati (CE). No encontro, os tucanos disseram ser "simpáticos" à ideia das novas eleições, mas afirmaram preferir antes uma definição do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sem data para ocorrer, sobre supostas ilegalidades na chapa de Dilma e Michel Temer (PMDB-SP) nas eleições de 2014. A Folha presenciou o momento na reunião em que Aloysio defendeu que o PSDB se mantenha no assunto em pauta, o impeachment. "Hoje, o que está colocado no terreno da luta política é o impeachment ou o não impeachment. Qualquer caminho do meio, nesse momento, nós não podemos embarcar, nós do PSDB. [] Para nós, cria uma ambiguidade política para o nosso objetivo que é esse que está colocado no cenário político", disse Aloysio aos senadores Randolfe, Lídice e Capiberibe. Aécio comentou em seguida: "Eu estava dizendo, o impeachment nunca foi uma primeira opção para nós. As circunstâncias levaram a ele e agora nós temos que cumprir o que determina a Constituição". Horas antes, os senadores haviam se reunido com a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC). Segundo os senadores, ela defendeu a ideia de uma eleição antecipada e disse que irá "às ruas" para organizar atos em favor do pleito. A ex-ministra do Meio Ambiente disse aos senadores que já está agendado um primeiro ato em Recife (PE) pelas eleições. O senador Capiberibe disse que no grupo de senadores há os que defendem e os que criticam o impeachment da presidente. "O que nos une na verdade é um diagnóstico de que o impeachment é uma opção pelo confronto e, independentemente do resultado, não resolve a crise. Essa opção divide a sociedade, aprofunda o sectarismo político, cria enormes dificuldades", disse Capiberibe em entrevista coletiva mais cedo em seu gabinete ao lado dos senadores Randolfe, Lídice e Paulo Paim (PT-RS). Segundo os senadores, o grupo começou com seis colegas e hoje "conta com mais de dez".
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General critica políticos em palestra e pede 'despertar para a luta patriótica'
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O general Antonio Hamilton Martins Mourão, que comanda o Exército na região Sul do país, fez críticas à classe política em uma palestra recente e disse que a eventual substituição da presidente da República não altera de fato o "status quo". "A maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões que levam os eleitores a achar que aquelas são as reais necessidades da sociedade", afirma um dos slides da palestra do militar. A conferência foi realizada no último dia 17 de setembro no CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) de Porto Alegre. Partes dela foram inicialmente descritas pelo jornalista Tulio Milman, colunista do jornal "Zero Hora". A Folha teve acesso a fotografias que mostram Mourão realizando uma apresentação em slides. Em um deles, já nas considerações finais, o general afirma que "mudar é preciso". "Neste momento de crise, toda consciência autônoma, livre e de bons costumes precisa despertar para a luta patriótica, contribuindo para o retorno da autoestima nacional, do orgulho de ser brasileiro e da esperança no futuro", afirma o texto. A apresentação do general Mourão afirma que "a mera substituição da PR [presidente da República] não trará uma mudança significativa no 'status quo'", acrescentando em seguida que "a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção". O slide em questão é concluído com a frase "É nosso dever esclarecer a opinião pública, notadamente a juventude". Em um outro slide, o militar enumera quatro "cenários", que são "sobrevida", "queda controlada", "renovação" e caos". O Comando Militar do Sul, liderado pelo general Antonio Mourão, reúne Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Sob o comando do general, está o maior efetivo do país –48 mil dos 217 mil militares do Exército brasileiro. ANÁLISE DE CONJUNTURA À Folha, o general confirmou a realização da palestra, mas se negou a fazer comentários. "Não estou autorizado a fazer nenhuma declaração sobre o assunto", disse. "Prefiro não comentar, porque aquilo era destinado a um determinado público e não era algo para ser divulgado. Era uma coisa fechada e não para se tornar uma coisa política. Era simplesmente uma análise de conjuntura que a gente faz, nada mais do que isso", afirmou. A assessoria do Comando Militar do Sul disse não possuir a íntegra da palestra de Mourão. Questionado sobre a apresentação do general, o Centro de Comunicação Social do Exército, em Brasília, não respondeu até a publicação da reportagem. COMANDANTE No último dia 9 de outubro, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse em videoconferência para oficiais temporários da reserva ver risco de a atual crise virar uma "crise social" que afetaria a estabilidade do país, o que, segundo ele, diria respeito às Forças Armadas. "Estamos vivendo situação extremamente difícil, crítica, uma crise de natureza política, econômica, ética muito séria e com preocupação que, se ela prosseguir, poderá se transformar numa crise social com efeitos negativos sobre a estabilidade", afirmou. O militar prosseguiu: "E aí, nesse contexto, nós nos preocupamos porque passa a nos dizer respeito diretamente".
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General critica políticos em palestra e pede 'despertar para a luta patriótica'O general Antonio Hamilton Martins Mourão, que comanda o Exército na região Sul do país, fez críticas à classe política em uma palestra recente e disse que a eventual substituição da presidente da República não altera de fato o "status quo". "A maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões que levam os eleitores a achar que aquelas são as reais necessidades da sociedade", afirma um dos slides da palestra do militar. A conferência foi realizada no último dia 17 de setembro no CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) de Porto Alegre. Partes dela foram inicialmente descritas pelo jornalista Tulio Milman, colunista do jornal "Zero Hora". A Folha teve acesso a fotografias que mostram Mourão realizando uma apresentação em slides. Em um deles, já nas considerações finais, o general afirma que "mudar é preciso". "Neste momento de crise, toda consciência autônoma, livre e de bons costumes precisa despertar para a luta patriótica, contribuindo para o retorno da autoestima nacional, do orgulho de ser brasileiro e da esperança no futuro", afirma o texto. A apresentação do general Mourão afirma que "a mera substituição da PR [presidente da República] não trará uma mudança significativa no 'status quo'", acrescentando em seguida que "a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção". O slide em questão é concluído com a frase "É nosso dever esclarecer a opinião pública, notadamente a juventude". Em um outro slide, o militar enumera quatro "cenários", que são "sobrevida", "queda controlada", "renovação" e caos". O Comando Militar do Sul, liderado pelo general Antonio Mourão, reúne Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Sob o comando do general, está o maior efetivo do país –48 mil dos 217 mil militares do Exército brasileiro. ANÁLISE DE CONJUNTURA À Folha, o general confirmou a realização da palestra, mas se negou a fazer comentários. "Não estou autorizado a fazer nenhuma declaração sobre o assunto", disse. "Prefiro não comentar, porque aquilo era destinado a um determinado público e não era algo para ser divulgado. Era uma coisa fechada e não para se tornar uma coisa política. Era simplesmente uma análise de conjuntura que a gente faz, nada mais do que isso", afirmou. A assessoria do Comando Militar do Sul disse não possuir a íntegra da palestra de Mourão. Questionado sobre a apresentação do general, o Centro de Comunicação Social do Exército, em Brasília, não respondeu até a publicação da reportagem. COMANDANTE No último dia 9 de outubro, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse em videoconferência para oficiais temporários da reserva ver risco de a atual crise virar uma "crise social" que afetaria a estabilidade do país, o que, segundo ele, diria respeito às Forças Armadas. "Estamos vivendo situação extremamente difícil, crítica, uma crise de natureza política, econômica, ética muito séria e com preocupação que, se ela prosseguir, poderá se transformar numa crise social com efeitos negativos sobre a estabilidade", afirmou. O militar prosseguiu: "E aí, nesse contexto, nós nos preocupamos porque passa a nos dizer respeito diretamente".
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Bombeiros usaram 200 mil litros de água para controlar incêndio em SP
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O Corpo de Bombeiros usou cerca de 200 mil litros de água para controlar um incêndio de grandes proporções em uma fábrica de travesseiros na tarde desta quarta-feira (7) na Penha, zona leste de São Paulo. A assessoria de imprensa da corporação não soube informar a origem da água, mas disse que não é de reúso. Os bombeiros afirmaram que ao menos duas pessoas tiveram ferimentos leves após inalar a fumaça tóxica. A empresa não tem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). O chamado de incêndio foi feito por volta das 13h20 e as chamas controladas por volta das 17h20 –quatro horas depois. Mesmo assim, ainda havia alguns focos no horário. Os bombeiros encaminharam 29 equipes, que somam 80 homens, para combater as chamas na rua Cumanachos. A capacidade de cinco dos seis principais mananciais que abastecem a região de metropolitana de São Paulo voltou a cair nesta quarta (7). De acordo com a Sabesp, as quedas mais acentuadas foram nos reservatórios de Rio Claro e Rio Grande. O único que se manteve estável foi o Alto de Cotia, enquanto os demais tiveram queda de 0,1 ponto percentual cada. O sistema Cantareira opera com 6,8% de sua capacidade, que já inclui a segunda cota do volume morto. Segundo o auxiliar de produção da fábrica Leonardo Rocha, 23, o fogo começou em uma flocadeira, máquina que fabrica flocos para travesseiros. Ele voltava do horário de almoço quando o incêndio começou e diz que todos os funcionários conseguiram sair. Segundo a Polícia Militar, havia a suspeita de que casas estejam sendo atingidas pelas chamas. O aposentado José Silva, 67, disse que salvou cachorros de uma dessas residências que estava vazia e estava sendo atingida pelas chamas. A área foi isolada e ruas da região estão bloqueadas para o tráfego de veículos.
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cotidiano
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Bombeiros usaram 200 mil litros de água para controlar incêndio em SPO Corpo de Bombeiros usou cerca de 200 mil litros de água para controlar um incêndio de grandes proporções em uma fábrica de travesseiros na tarde desta quarta-feira (7) na Penha, zona leste de São Paulo. A assessoria de imprensa da corporação não soube informar a origem da água, mas disse que não é de reúso. Os bombeiros afirmaram que ao menos duas pessoas tiveram ferimentos leves após inalar a fumaça tóxica. A empresa não tem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). O chamado de incêndio foi feito por volta das 13h20 e as chamas controladas por volta das 17h20 –quatro horas depois. Mesmo assim, ainda havia alguns focos no horário. Os bombeiros encaminharam 29 equipes, que somam 80 homens, para combater as chamas na rua Cumanachos. A capacidade de cinco dos seis principais mananciais que abastecem a região de metropolitana de São Paulo voltou a cair nesta quarta (7). De acordo com a Sabesp, as quedas mais acentuadas foram nos reservatórios de Rio Claro e Rio Grande. O único que se manteve estável foi o Alto de Cotia, enquanto os demais tiveram queda de 0,1 ponto percentual cada. O sistema Cantareira opera com 6,8% de sua capacidade, que já inclui a segunda cota do volume morto. Segundo o auxiliar de produção da fábrica Leonardo Rocha, 23, o fogo começou em uma flocadeira, máquina que fabrica flocos para travesseiros. Ele voltava do horário de almoço quando o incêndio começou e diz que todos os funcionários conseguiram sair. Segundo a Polícia Militar, havia a suspeita de que casas estejam sendo atingidas pelas chamas. O aposentado José Silva, 67, disse que salvou cachorros de uma dessas residências que estava vazia e estava sendo atingida pelas chamas. A área foi isolada e ruas da região estão bloqueadas para o tráfego de veículos.
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Regras dificultam acesso ao Fies, e 46% das vagas não são preenchidas
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Apesar de o MEC (Ministério da Educação) ter oferecido 250 mil vagas para o Fies (Financiamento Estudantil) no primeiro semestre de 2016, cerca de 115 mil ainda não foram preenchidas. O número representa 46% da oferta. As informações são do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, que reúne as sete principais associações do segmento. Segundo o Fórum, as novas regras estipuladas no ano passado têm restringido de forma exagerada o acesso ao programa. O mais agravante, de acordo com as entidades, é o novo teto de renda, de até 2,5 salários mínimos per capita (antes, era de até 20 salários), e a nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Quem consegue a nota no Enem não atende ao critério de renda. E quem tem baixa renda não chega na nota porque não teve acesso a uma escola de qualidade", disse o diretor-executivo da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior), Sólon Caldas, durante a abertura do Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular, em Pernambuco. Segundo Caldas, o novo formato de cálculo do Fies também tem dificultado o preenchimento das vagas. O porcentual de financiamento varia a partir de critérios como o valor do curso e comprometimento da renda. Dessa forma, não há mais possibilidade de financiar 100% do curso. "Muitas vezes o aluno consegue se encaixar nos critérios, mas o porcentual liberado para o financiamento não está dentro das sua possibilidades e ele desiste", completa Caldas. "De um lado, tem financiamento ocioso. Do outro, alunos precisando do financiamento para estudar". O setor aponta ainda que a maior parte das vagas ociosas está em cursos de formação de professores, uma das carreiras escolhidas como prioritárias pelo MEC. As entidades têm pressionado o MEC para mudar os critérios de escolha. Pedem alta no teto de renda e diminuição na nota de corte do Enem. Questionado, a pasta defendeu que o processo seletivo do primeiro semestre ainda está em curso e vai até 30 de junho. Segundo o MEC, somente depois disso será possível quantificar o preenchimento das vagas. "A partir dos resultados do processo seletivo, novas regras podem ser implementadas com o objetivo de aprimorar o programa", informou por nota. O processo seletivo do Fies ocorreu em janeiro. As aulas já estão ocorrendo nas instituições de ensino. No fim do mês passado, a pasta fez uma pequena alteração na regra de redistribuição de vagas ociosas do Fies. Portaria passou a permitir que essas vagas poderão ser concedidas a alunos de qualquer curso oferecido pela mantenedora - empresa dona de várias faculdades - e não só na faculdade, como antes. O setor viu com bons olhos a mudança, mas estima que apenas 10% das 115 mil oportunidades ainda em aberto poderão ser preenchidas. O MEC fez um grande corte no Fies no ano passado após o programa ter tido forte expansão entre 2010 e 2014. Agora, o número de contratos é restringido a cada semestre e controlado pelo MEC. O perfil dos cursos também são definidos pelo governo, que ainda adota critérios de qualidade das instituições. ENCONTRO O Congresso ocorre em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, litoral pernambucano, até o próximo sábado (16). Cerca de 700 representantes de entidades, instituições de ensino e convidados participam do encontro. O repórter PAULO SALDAÑA viajou a convite do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular
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Regras dificultam acesso ao Fies, e 46% das vagas não são preenchidasApesar de o MEC (Ministério da Educação) ter oferecido 250 mil vagas para o Fies (Financiamento Estudantil) no primeiro semestre de 2016, cerca de 115 mil ainda não foram preenchidas. O número representa 46% da oferta. As informações são do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, que reúne as sete principais associações do segmento. Segundo o Fórum, as novas regras estipuladas no ano passado têm restringido de forma exagerada o acesso ao programa. O mais agravante, de acordo com as entidades, é o novo teto de renda, de até 2,5 salários mínimos per capita (antes, era de até 20 salários), e a nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Quem consegue a nota no Enem não atende ao critério de renda. E quem tem baixa renda não chega na nota porque não teve acesso a uma escola de qualidade", disse o diretor-executivo da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior), Sólon Caldas, durante a abertura do Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular, em Pernambuco. Segundo Caldas, o novo formato de cálculo do Fies também tem dificultado o preenchimento das vagas. O porcentual de financiamento varia a partir de critérios como o valor do curso e comprometimento da renda. Dessa forma, não há mais possibilidade de financiar 100% do curso. "Muitas vezes o aluno consegue se encaixar nos critérios, mas o porcentual liberado para o financiamento não está dentro das sua possibilidades e ele desiste", completa Caldas. "De um lado, tem financiamento ocioso. Do outro, alunos precisando do financiamento para estudar". O setor aponta ainda que a maior parte das vagas ociosas está em cursos de formação de professores, uma das carreiras escolhidas como prioritárias pelo MEC. As entidades têm pressionado o MEC para mudar os critérios de escolha. Pedem alta no teto de renda e diminuição na nota de corte do Enem. Questionado, a pasta defendeu que o processo seletivo do primeiro semestre ainda está em curso e vai até 30 de junho. Segundo o MEC, somente depois disso será possível quantificar o preenchimento das vagas. "A partir dos resultados do processo seletivo, novas regras podem ser implementadas com o objetivo de aprimorar o programa", informou por nota. O processo seletivo do Fies ocorreu em janeiro. As aulas já estão ocorrendo nas instituições de ensino. No fim do mês passado, a pasta fez uma pequena alteração na regra de redistribuição de vagas ociosas do Fies. Portaria passou a permitir que essas vagas poderão ser concedidas a alunos de qualquer curso oferecido pela mantenedora - empresa dona de várias faculdades - e não só na faculdade, como antes. O setor viu com bons olhos a mudança, mas estima que apenas 10% das 115 mil oportunidades ainda em aberto poderão ser preenchidas. O MEC fez um grande corte no Fies no ano passado após o programa ter tido forte expansão entre 2010 e 2014. Agora, o número de contratos é restringido a cada semestre e controlado pelo MEC. O perfil dos cursos também são definidos pelo governo, que ainda adota critérios de qualidade das instituições. ENCONTRO O Congresso ocorre em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, litoral pernambucano, até o próximo sábado (16). Cerca de 700 representantes de entidades, instituições de ensino e convidados participam do encontro. O repórter PAULO SALDAÑA viajou a convite do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular
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Odebrecht pagou mesada a irmão de Lula, diz revista
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A Odebrecht pagou mesada de R$ 5.000 a um irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais de dez anos a pedido do petista, segundo reportagem da revista "Veja" desta semana. A informação constaria da delação de Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht. Segundo Alencar, a empreiteira repassou o dinheiro a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, ao longo dos dois governos do petista (2003 a 2010). A mesada teria sido interrompida quando executivos da empreiteira foram presos. A reportagem não especifica as datas. José Roberto Batochio, advogado de Lula, afirmou que "o ex-presidente jamais solicitou nem sequer teve conhecimento de qualquer espécie de favorecimento a pessoas de seu círculo familiar, social ou partidário". O episódio, se confirmado, se soma a outras acusações de envolvimento da família de Lula com esquemas na Odebrecht. O ex-presidente é réu em cinco ações por denúncias de corrupção e participação em organização criminosa, entre outras. O petista nega as acusações e aponta perseguição política nos processos judiciais. Uma das ações penais envolve o sobrinho de uma ex-mulher de Lula, Taiguara Rodrigues. Ele teria recebido R$ 30 milhões da Odebrecht em troca da atuação do ex-presidente em favor da empreiteira em Angola. Parte desse montante teria sido destinada a gastos pessoais de Frei Chico. Alencar, porém, afirmou que a soma era maior, conforme a "Veja" –a mesada ao irmão do ex-presidente não estava incluída nessa conta, de acordo com a colaboração premiada. Também a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia, que morreu em fevereiro, foi envolvida em acusações. Alencar afirmou que ela pediu dinheiro da Odebrecht para reformar um sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família. A obra também teria tido atuação da OAS. Lula nega que seja dono do sítio. OUTRO LADO O advogado de Lula afirmou que a suposta mesada a Frei Chico é uma "deslavada falácia, como tantas outras lançadas por pessoas presas ou encalacradas na Justiça e que querem trocar mentiras por favores e benefícios penais em juízo". "É a era da pós-verdade, das 'fake news'", disse Batochio. A assessoria de Lula afirmou que ele "agiu dentro da lei antes, durante e depois" do governo.
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Odebrecht pagou mesada a irmão de Lula, diz revistaA Odebrecht pagou mesada de R$ 5.000 a um irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais de dez anos a pedido do petista, segundo reportagem da revista "Veja" desta semana. A informação constaria da delação de Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht. Segundo Alencar, a empreiteira repassou o dinheiro a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, ao longo dos dois governos do petista (2003 a 2010). A mesada teria sido interrompida quando executivos da empreiteira foram presos. A reportagem não especifica as datas. José Roberto Batochio, advogado de Lula, afirmou que "o ex-presidente jamais solicitou nem sequer teve conhecimento de qualquer espécie de favorecimento a pessoas de seu círculo familiar, social ou partidário". O episódio, se confirmado, se soma a outras acusações de envolvimento da família de Lula com esquemas na Odebrecht. O ex-presidente é réu em cinco ações por denúncias de corrupção e participação em organização criminosa, entre outras. O petista nega as acusações e aponta perseguição política nos processos judiciais. Uma das ações penais envolve o sobrinho de uma ex-mulher de Lula, Taiguara Rodrigues. Ele teria recebido R$ 30 milhões da Odebrecht em troca da atuação do ex-presidente em favor da empreiteira em Angola. Parte desse montante teria sido destinada a gastos pessoais de Frei Chico. Alencar, porém, afirmou que a soma era maior, conforme a "Veja" –a mesada ao irmão do ex-presidente não estava incluída nessa conta, de acordo com a colaboração premiada. Também a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia, que morreu em fevereiro, foi envolvida em acusações. Alencar afirmou que ela pediu dinheiro da Odebrecht para reformar um sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família. A obra também teria tido atuação da OAS. Lula nega que seja dono do sítio. OUTRO LADO O advogado de Lula afirmou que a suposta mesada a Frei Chico é uma "deslavada falácia, como tantas outras lançadas por pessoas presas ou encalacradas na Justiça e que querem trocar mentiras por favores e benefícios penais em juízo". "É a era da pós-verdade, das 'fake news'", disse Batochio. A assessoria de Lula afirmou que ele "agiu dentro da lei antes, durante e depois" do governo.
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Criar um universo alienígena em 'A Chegada' foi um pesadelo, diz diretor
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O diretor canadense Denis Villeneuve disse que fazer o thriller de ficção científica "A Chegada", que estreou no Festival de Veneza, foi o maior desafio de sua carreira até o momento, porque isso significou criar uma civilização estrangeira que obedecesse a diferentes tipos de regras. No filme, Amy Adams interpreta a linguista contratada pelo governo americano para entrar em uma das 12 espaçonaves que pousaram ao redor do mundo. Sua tarefa é estabelecer contato com os extraterrestres a bordo para desenvolver um idioma em comum e descobrir o propósito de sua visita. "Eu pensei que seria um jogo, que seria divertido de fazer e eu descobri que isso foi um pesadelo porque é como tentar criar algo que faça sentido, que seja fresco... encontrar a ideia certa quando você está no desconhecido e não tem limites", disse o cineasta de 48 anos à Reuters durante o Festival de Veneza nesta segunda (5). "A criatura que desenhamos é bem desafiadora e eu continuo impressionado que ninguém disse 'você está louco?'" Várias cenas no filme são silenciosas ou expressas através de close-ups dos protagonistas, e Villeneuve disse que precisava de uma atriz forte como Amy Adams para conseguir fazer isso. "Estamos vendo um filme nas telas, mas metade dele está dentro dela, e nós precisamos vê-lo e senti-lo", disse. "[Adams] foi minha primeira escolha e quando ela aceitou eu fiquei muito grato". O filme, que também conta com Forest Whitaker e Jeremy Renner, é um dos 20 longas estrangeiros competindo pelo Leão de Ouro, que será concedido em 10 de setembro. O festival de cinema mais antigo do mundo está novamente sendo visto como uma plataforma de lançamento para a temporada de premiações da indústria, após exibir vencedores do Oscar em suas três últimas edições. Villeneuve disse que levaria muito mais do que uma temporada de premiações para decidir se seu filme é um verdadeiro sucesso. "Se você faz um filme que as pessoas continuam a assistir daqui a 10 ou 20 anos, um filme que continua relevante, que vai além da moda, então você criou um bom filme", disse.
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Criar um universo alienígena em 'A Chegada' foi um pesadelo, diz diretorO diretor canadense Denis Villeneuve disse que fazer o thriller de ficção científica "A Chegada", que estreou no Festival de Veneza, foi o maior desafio de sua carreira até o momento, porque isso significou criar uma civilização estrangeira que obedecesse a diferentes tipos de regras. No filme, Amy Adams interpreta a linguista contratada pelo governo americano para entrar em uma das 12 espaçonaves que pousaram ao redor do mundo. Sua tarefa é estabelecer contato com os extraterrestres a bordo para desenvolver um idioma em comum e descobrir o propósito de sua visita. "Eu pensei que seria um jogo, que seria divertido de fazer e eu descobri que isso foi um pesadelo porque é como tentar criar algo que faça sentido, que seja fresco... encontrar a ideia certa quando você está no desconhecido e não tem limites", disse o cineasta de 48 anos à Reuters durante o Festival de Veneza nesta segunda (5). "A criatura que desenhamos é bem desafiadora e eu continuo impressionado que ninguém disse 'você está louco?'" Várias cenas no filme são silenciosas ou expressas através de close-ups dos protagonistas, e Villeneuve disse que precisava de uma atriz forte como Amy Adams para conseguir fazer isso. "Estamos vendo um filme nas telas, mas metade dele está dentro dela, e nós precisamos vê-lo e senti-lo", disse. "[Adams] foi minha primeira escolha e quando ela aceitou eu fiquei muito grato". O filme, que também conta com Forest Whitaker e Jeremy Renner, é um dos 20 longas estrangeiros competindo pelo Leão de Ouro, que será concedido em 10 de setembro. O festival de cinema mais antigo do mundo está novamente sendo visto como uma plataforma de lançamento para a temporada de premiações da indústria, após exibir vencedores do Oscar em suas três últimas edições. Villeneuve disse que levaria muito mais do que uma temporada de premiações para decidir se seu filme é um verdadeiro sucesso. "Se você faz um filme que as pessoas continuam a assistir daqui a 10 ou 20 anos, um filme que continua relevante, que vai além da moda, então você criou um bom filme", disse.
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Comédia transforma Lady Violet, de 'Downton Abbey', em sem-teto londrina
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Maggie Smith, 80, é reconhecida atualmente em todo o planeta como a matriarca ranzinza e elitista Violet Crawley, da série britânica "Downton Abbey". Mas, em breve, ela poderá ser vista em um papel bem menos glamouroso no filme "The Lady in The Van", de Nicholas Hytner ("As Loucuras do Rei George"): uma sem-teto que mora em um furgão estacionado há 15 anos em uma rua de Londres. O longa é a adaptação da premiadíssima peça homônima escrita pelo dramaturgo Alan Bennett, em 1999, e que rendeu o Olivier Awards, maior honraria do teatro britânico, à própria Maggie Smith, em 2000. "Ela traz um senso de humor para uma personagem que é completamente desprovida de humor", contou Hytner via conferência online para a imprensa internacional em Cancún, México. A trama, também assinada por Bennett, conta a história verídica de como o escritor conheceu a excêntrica Miss Mary Shepherd, uma senhora que morava em uma van estacionada em sua rua – antes de mudar-se, com o veículo, para a entrada da casa de Bennett, no norte de Londres. "Alan já era uma figura conhecida em Londres antes mesmo de conhecê-lo. Passei em frente de sua casa, no bairro de Camden, e vi aquele veículo com uma mulher dentro e pensei: 'Ele deixa a mãe em um furgão?'", brincou o cineasta. Anos depois, Bennett decidiu escrever sobre a mulher, morta há 25 anos, e como ela influenciou uma área de ingleses ricos, mas liberais da capital inglesa. "Todos que moravam ali achavam que ganhavam mais dinheiro que mereciam. E Miss Shepherd sabia que, por causa disso, aquela era a única rua de Londres que ela poderia estacionar sua casa", explicou o ex-diretor do Teatro Nacional de Londres. Durante a pesquisa, o dramaturgo descobriu coisas extraordinárias sobre sua inquilina, como o fato de ela ter estudado piado clássico por dez anos e ter morado em Paris. "Ele encontrou uma sensação de desperdício muito grande quando soube dessas coisas ao falar com o irmão dela", disse Hytner, que entrevistou dezenas de moradores da área e consultou todos os manuscritos deixados por Shepherd, hoje guardados em uma biblioteca de Oxford, entre "Shakespeare e contos do Condado", como disse o diretor. "Mas a maior lembrança de todos era do cheiro dela. Ela era muito fedorenta. Além disso, gritava com as crianças na rua e era magnificamente ingrata", descreveu Nicholas Hytner. "Maggie consegue, no entanto, encontrar o coração e a alma de cada cena", elogiou a ganhadora do Oscar três vezes por "A Primavera de uma Solteirona" (1969), "California Suite" (1978) e "Assassinato em Gosford Park" (2001). "Ela é inteligente e uma lenda. Engraçado ter ficado mais famosa que era por causa de 'Downton Abbey'. Acho que essa é a natureza da TV, mas é um pedaço pequeno de uma carreira extraordinária." "The Lady in The Van" ainda não tem previsão de estreia no Brasil, mas a Sony deve aproveitar do burburinho gerado por alguma indicação ao Oscar. O jornalista RODRIGO SALEM viajou a convite da Sony Pictures
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Comédia transforma Lady Violet, de 'Downton Abbey', em sem-teto londrinaMaggie Smith, 80, é reconhecida atualmente em todo o planeta como a matriarca ranzinza e elitista Violet Crawley, da série britânica "Downton Abbey". Mas, em breve, ela poderá ser vista em um papel bem menos glamouroso no filme "The Lady in The Van", de Nicholas Hytner ("As Loucuras do Rei George"): uma sem-teto que mora em um furgão estacionado há 15 anos em uma rua de Londres. O longa é a adaptação da premiadíssima peça homônima escrita pelo dramaturgo Alan Bennett, em 1999, e que rendeu o Olivier Awards, maior honraria do teatro britânico, à própria Maggie Smith, em 2000. "Ela traz um senso de humor para uma personagem que é completamente desprovida de humor", contou Hytner via conferência online para a imprensa internacional em Cancún, México. A trama, também assinada por Bennett, conta a história verídica de como o escritor conheceu a excêntrica Miss Mary Shepherd, uma senhora que morava em uma van estacionada em sua rua – antes de mudar-se, com o veículo, para a entrada da casa de Bennett, no norte de Londres. "Alan já era uma figura conhecida em Londres antes mesmo de conhecê-lo. Passei em frente de sua casa, no bairro de Camden, e vi aquele veículo com uma mulher dentro e pensei: 'Ele deixa a mãe em um furgão?'", brincou o cineasta. Anos depois, Bennett decidiu escrever sobre a mulher, morta há 25 anos, e como ela influenciou uma área de ingleses ricos, mas liberais da capital inglesa. "Todos que moravam ali achavam que ganhavam mais dinheiro que mereciam. E Miss Shepherd sabia que, por causa disso, aquela era a única rua de Londres que ela poderia estacionar sua casa", explicou o ex-diretor do Teatro Nacional de Londres. Durante a pesquisa, o dramaturgo descobriu coisas extraordinárias sobre sua inquilina, como o fato de ela ter estudado piado clássico por dez anos e ter morado em Paris. "Ele encontrou uma sensação de desperdício muito grande quando soube dessas coisas ao falar com o irmão dela", disse Hytner, que entrevistou dezenas de moradores da área e consultou todos os manuscritos deixados por Shepherd, hoje guardados em uma biblioteca de Oxford, entre "Shakespeare e contos do Condado", como disse o diretor. "Mas a maior lembrança de todos era do cheiro dela. Ela era muito fedorenta. Além disso, gritava com as crianças na rua e era magnificamente ingrata", descreveu Nicholas Hytner. "Maggie consegue, no entanto, encontrar o coração e a alma de cada cena", elogiou a ganhadora do Oscar três vezes por "A Primavera de uma Solteirona" (1969), "California Suite" (1978) e "Assassinato em Gosford Park" (2001). "Ela é inteligente e uma lenda. Engraçado ter ficado mais famosa que era por causa de 'Downton Abbey'. Acho que essa é a natureza da TV, mas é um pedaço pequeno de uma carreira extraordinária." "The Lady in The Van" ainda não tem previsão de estreia no Brasil, mas a Sony deve aproveitar do burburinho gerado por alguma indicação ao Oscar. O jornalista RODRIGO SALEM viajou a convite da Sony Pictures
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