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Meryl Streep e Tom Hanks estarão em 'The Post', novo filme de Spielberg
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Dois grandes atores, Meryl Streep e Tom Hanks irão estrelar seu primeiro filme juntos, o drama político "The Post", de Steven Spielberg. A informação é do site americano "Variety". O filme trata da publicação dos "Pentagon Papers" (Papéis do Pentágono) no jornal Washington Post em 1971, que renderam manchetes em todo o mundo quando o editor e a publisher do diário desafiaram o governo federal dos Estados Unidos pelo direito de publicá-los. Vencedor de dois Oscar, Hanks irá interpretar o editor, Ben Bradlee, e Meryl, que recebeu três prêmios da Academia norte-americana, irá assumir o papel da publisher, Kay Graham. Não foi divulgado a data para as filmagens, já que o diretor Spielberg está realizando a pós-produção do filme de ficção científica "Ready Player One", que deve estrear em março de 2018.
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ilustrada
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Meryl Streep e Tom Hanks estarão em 'The Post', novo filme de SpielbergDois grandes atores, Meryl Streep e Tom Hanks irão estrelar seu primeiro filme juntos, o drama político "The Post", de Steven Spielberg. A informação é do site americano "Variety". O filme trata da publicação dos "Pentagon Papers" (Papéis do Pentágono) no jornal Washington Post em 1971, que renderam manchetes em todo o mundo quando o editor e a publisher do diário desafiaram o governo federal dos Estados Unidos pelo direito de publicá-los. Vencedor de dois Oscar, Hanks irá interpretar o editor, Ben Bradlee, e Meryl, que recebeu três prêmios da Academia norte-americana, irá assumir o papel da publisher, Kay Graham. Não foi divulgado a data para as filmagens, já que o diretor Spielberg está realizando a pós-produção do filme de ficção científica "Ready Player One", que deve estrear em março de 2018.
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Restaurante de cozinha brasileira vai muito bem em avaliação; veja
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DE SÃO PAULO O Jiquitaia, casa dos irmãos Marcelo e Carolina Bastos, aposta em menus fechados. O cardápio sugere as opções do dia e o cliente monta a própria combinação —com entrada, prato principal e sobremesa. A cozinha prepara receitas de inspiração brasileira, como o nhoque de banana-da-terra banhado em ragu de carne-seca. De sobremesa, há chance de encontrar o cheesecake com calda de jaboticaba. Jiquitaia R. Antônio Carlos, 268, Consolação, região central, tel. 3262-2366. 54 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h às 23h30. Menu-executivo: R$ 43 (almoço de seg. a sex., exceto feriados) e R$ 65 (jantar de ter. a sex.; almoço de sáb.). CC: AE, D, E, M e V. T: So e Te. Não aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Tem acesso para deficiente. Não tem mesas ao ar livre. Tem conexão wi-fi. * * OUTRAS CASAS NO QUADRO DE RESTAURANTES Le Bife R. Pedroso Alvarenga, 1.088, Itaim Bibi, região oeste, tel. 4324-0783. 70 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 0h30. Sáb.: 12h às 16h e 19h à 0h30. Dom.: 12h às 16h. CC: AE, D, E, H, M e V. T: A, So, Te e Vr. Valet (R$ 20 a R$ 25). Não aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Tem acesso para deficiente. Não tem mesas ao ar livre. Tem conexão wi-fi. Veridiana Não tem som digital. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Não vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem música ao vivo. Não tem mesas ao ar livre. Não tem local para comer. Tem conexão wi-fi. 230 lugares. Valet (R$ 20). Não tem som digital. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Não vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem música ao vivo. Não tem mesas ao ar livre. Não tem local para comer. Tem conexão wi-fi. Jamie's Italian Av. Horácio Lafer, 61, Itaim Bibi, região oeste, tel. 2365-1309. 228 lugares. Seg. a qua. e dom.: 12h às 23h. Qui. a sáb.: 12h às 24h. CC: AE, D, M e V. T: So e Te. Valet (R$ 20). Tem ar-condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem conexão wi-fi. Lapin R. João Ramalho, 766, Perdizes, região oeste, tel. 2157-6541. 34 lugares. Seg. a sáb.: 9h às 22h30. Menu-executivo: R$ 39 (almoço de seg. a sex.). CC: M e V. Aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Tem mesas ao ar livre. Tem conexão wi-fi.
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saopaulo
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Restaurante de cozinha brasileira vai muito bem em avaliação; vejaDE SÃO PAULO O Jiquitaia, casa dos irmãos Marcelo e Carolina Bastos, aposta em menus fechados. O cardápio sugere as opções do dia e o cliente monta a própria combinação —com entrada, prato principal e sobremesa. A cozinha prepara receitas de inspiração brasileira, como o nhoque de banana-da-terra banhado em ragu de carne-seca. De sobremesa, há chance de encontrar o cheesecake com calda de jaboticaba. Jiquitaia R. Antônio Carlos, 268, Consolação, região central, tel. 3262-2366. 54 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h às 23h30. Menu-executivo: R$ 43 (almoço de seg. a sex., exceto feriados) e R$ 65 (jantar de ter. a sex.; almoço de sáb.). CC: AE, D, E, M e V. T: So e Te. Não aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Tem acesso para deficiente. Não tem mesas ao ar livre. Tem conexão wi-fi. * * OUTRAS CASAS NO QUADRO DE RESTAURANTES Le Bife R. Pedroso Alvarenga, 1.088, Itaim Bibi, região oeste, tel. 4324-0783. 70 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h à 0h30. Sáb.: 12h às 16h e 19h à 0h30. Dom.: 12h às 16h. CC: AE, D, E, H, M e V. T: A, So, Te e Vr. Valet (R$ 20 a R$ 25). Não aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Tem acesso para deficiente. Não tem mesas ao ar livre. Tem conexão wi-fi. Veridiana Não tem som digital. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Não vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem música ao vivo. Não tem mesas ao ar livre. Não tem local para comer. Tem conexão wi-fi. 230 lugares. Valet (R$ 20). Não tem som digital. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Não vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem música ao vivo. Não tem mesas ao ar livre. Não tem local para comer. Tem conexão wi-fi. Jamie's Italian Av. Horácio Lafer, 61, Itaim Bibi, região oeste, tel. 2365-1309. 228 lugares. Seg. a qua. e dom.: 12h às 23h. Qui. a sáb.: 12h às 24h. CC: AE, D, M e V. T: So e Te. Valet (R$ 20). Tem ar-condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem conexão wi-fi. Lapin R. João Ramalho, 766, Perdizes, região oeste, tel. 2157-6541. 34 lugares. Seg. a sáb.: 9h às 22h30. Menu-executivo: R$ 39 (almoço de seg. a sex.). CC: M e V. Aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar-condicionado. Tem mesas ao ar livre. Tem conexão wi-fi.
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Senado da Argentina aprova projeto que proíbe demissões por seis meses
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O presidente da Argentina, Mauricio Macri, teve sua primeira derrota no Congresso na noite desta quarta-feira (27). O Senado aprovou com 48 votos o projeto de lei que proíbe empresas e Estado de demitirem funcionários nos próximos 180 dias. Houve 16 votos contra. Macri não concorda com projeto e, na manhã desta quarta (27), pediu para que "não se apelasse à arbitrariedade, mas à inovação para resolver nosso problema de emprego". O presidente, porém, não tem a maioria absoluta entre os parlamentares, o que o impediu de segurar o projeto. No Senado, Macri não conta nem com 20 das 72 cadeiras e, na Câmara, tem cerca de 90 das 257. Mesmo sem dominar o Congresso, o dirigente havia conseguido formar alianças políticas para passar seu principal projeto até então —o que permitia o pagamento dos fundos abutres. Desta vez, ele não repetiu o êxito. Na tentativa de enfraquecer a oposição, Macri havia anunciado o envio ao Congresso de um projeto para promover o primeiro emprego de jovens. Foi em vão. Agora, precisará trabalhar para que o texto contra as demissões seja barrado na Câmara de Deputados. Caso não consiga, deverá vetá-lo. O governo, no entanto, não quer recorrer ao veto para não desgastar a imagem do dirigente. O projeto, que foi apresentado pela oposição, determina também o pagamento de duas indenizações caso uma companhia demita sem justa causa. Entidades patronais vêm criticando a proposta e representantes de pequenas e médias empresas tentaram —sem sucesso— serem excluídos do projeto. Segundo o Ministério do Trabalho, o desemprego não avançou neste ano e a taxa está ao redor de 7%. Os sindicatos, por outro lado, dizem que, só na esfera pública, 20 mil vagas foram fechadas. Pouco depois de Macri assumir a Presidência, no último mês de dezembro, foi publicado um decreto que instruiu ministros, secretários e autoridades de autarquias e estatais a revisarem concursos e seleções de pessoal. O governo afirmou que a antecessora, Cristina Kirchner, havia inchado a máquina pública.
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mundo
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Senado da Argentina aprova projeto que proíbe demissões por seis mesesO presidente da Argentina, Mauricio Macri, teve sua primeira derrota no Congresso na noite desta quarta-feira (27). O Senado aprovou com 48 votos o projeto de lei que proíbe empresas e Estado de demitirem funcionários nos próximos 180 dias. Houve 16 votos contra. Macri não concorda com projeto e, na manhã desta quarta (27), pediu para que "não se apelasse à arbitrariedade, mas à inovação para resolver nosso problema de emprego". O presidente, porém, não tem a maioria absoluta entre os parlamentares, o que o impediu de segurar o projeto. No Senado, Macri não conta nem com 20 das 72 cadeiras e, na Câmara, tem cerca de 90 das 257. Mesmo sem dominar o Congresso, o dirigente havia conseguido formar alianças políticas para passar seu principal projeto até então —o que permitia o pagamento dos fundos abutres. Desta vez, ele não repetiu o êxito. Na tentativa de enfraquecer a oposição, Macri havia anunciado o envio ao Congresso de um projeto para promover o primeiro emprego de jovens. Foi em vão. Agora, precisará trabalhar para que o texto contra as demissões seja barrado na Câmara de Deputados. Caso não consiga, deverá vetá-lo. O governo, no entanto, não quer recorrer ao veto para não desgastar a imagem do dirigente. O projeto, que foi apresentado pela oposição, determina também o pagamento de duas indenizações caso uma companhia demita sem justa causa. Entidades patronais vêm criticando a proposta e representantes de pequenas e médias empresas tentaram —sem sucesso— serem excluídos do projeto. Segundo o Ministério do Trabalho, o desemprego não avançou neste ano e a taxa está ao redor de 7%. Os sindicatos, por outro lado, dizem que, só na esfera pública, 20 mil vagas foram fechadas. Pouco depois de Macri assumir a Presidência, no último mês de dezembro, foi publicado um decreto que instruiu ministros, secretários e autoridades de autarquias e estatais a revisarem concursos e seleções de pessoal. O governo afirmou que a antecessora, Cristina Kirchner, havia inchado a máquina pública.
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Como cérebro sabe onde estão os pés?
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Parece trivial: sempre sabemos onde estão as partes do nosso corpo porque temos informação sensorial chegando delas o tempo todo, oras. E, se não temos sensações vindo da pele, dos músculos (sim, deles também) e dos tendões, que informam quão estirado cada músculo está no momento, então é só olhar e a visão confirma: seus pés de fato refletem luz aos seus olhos vindo de onde você os sentia internamente. Exceto que não é bem assim, como uma experiência recente com anestesia raquidiana me mostrou. Este tipo de anestesia envolve o bloqueio farmacológico da passagem de informação pelos nervos que entram e saem da medula espinhal, interrompendo a conexão entre cérebro e corpo. Durante o bloqueio, nada passa do corpo para a medula e dali para o cérebro, a começar pelos nervos que detectam lesão dos tecidos –e, portanto, não há qualquer sensação de dor, tornando a cirurgia tranquila para o paciente; e nada desce do cérebro para o corpo via medula –e, portanto, não há risco de movimentos, tornando a cirurgia segura para o médico também. O anestesista atendeu alegremente meu pedido de raquidiana sem sedação, sobretudo quando expliquei que era neurocientista e queria aproveitar para fazer, digamos, alguns experimentos, e veio me ajudar durante a recuperação, mudando meus pés e pernas de lugar sob as cobertas sem eu ver. Tudo isso porque, ao contrário do que poderia se pensar, meus pés e pernas não "desapareceram" com a anestesia: apesar de completamente insensíveis e, portanto, indetectáveis para o cérebro, eles ainda estavam lá no mesmo lugar em que os havia sentido pela última vez. Ainda podia mover minimamente meus dedos cobertos e "sentia" o movimento onde percebia meus pés estarem: esticados à minha frente. Mas não era sensação alguma e, sim, meu cérebro antecipando onde o movimento deveria acontecer –porque, quando o anestesista mudou minhas pernas de posição sob as cobertas, meus dedos continuaram se movendo onde de fato não estavam. Meu cérebro guardou a "última configuração válida" das minhas pernas e somente atualizou-a quando eu vi meus dedos se movendo do outro lado da cama –e, ainda assim, só enquanto recebia informação conflitante dos olhos, pois minhas pernas voltaram à configuração "esticada" tão logo as cobertas voltaram a escondê-las. Ou seja: o corpo está onde o cérebro espera que ele esteja e, se os sentidos não corroboram a configuração do corpo, somente então ela é atualizada. Fabuloso. Depois dos antibióticos, a anestesia é, para mim, a melhor invenção da medicina.
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colunas
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Como cérebro sabe onde estão os pés?Parece trivial: sempre sabemos onde estão as partes do nosso corpo porque temos informação sensorial chegando delas o tempo todo, oras. E, se não temos sensações vindo da pele, dos músculos (sim, deles também) e dos tendões, que informam quão estirado cada músculo está no momento, então é só olhar e a visão confirma: seus pés de fato refletem luz aos seus olhos vindo de onde você os sentia internamente. Exceto que não é bem assim, como uma experiência recente com anestesia raquidiana me mostrou. Este tipo de anestesia envolve o bloqueio farmacológico da passagem de informação pelos nervos que entram e saem da medula espinhal, interrompendo a conexão entre cérebro e corpo. Durante o bloqueio, nada passa do corpo para a medula e dali para o cérebro, a começar pelos nervos que detectam lesão dos tecidos –e, portanto, não há qualquer sensação de dor, tornando a cirurgia tranquila para o paciente; e nada desce do cérebro para o corpo via medula –e, portanto, não há risco de movimentos, tornando a cirurgia segura para o médico também. O anestesista atendeu alegremente meu pedido de raquidiana sem sedação, sobretudo quando expliquei que era neurocientista e queria aproveitar para fazer, digamos, alguns experimentos, e veio me ajudar durante a recuperação, mudando meus pés e pernas de lugar sob as cobertas sem eu ver. Tudo isso porque, ao contrário do que poderia se pensar, meus pés e pernas não "desapareceram" com a anestesia: apesar de completamente insensíveis e, portanto, indetectáveis para o cérebro, eles ainda estavam lá no mesmo lugar em que os havia sentido pela última vez. Ainda podia mover minimamente meus dedos cobertos e "sentia" o movimento onde percebia meus pés estarem: esticados à minha frente. Mas não era sensação alguma e, sim, meu cérebro antecipando onde o movimento deveria acontecer –porque, quando o anestesista mudou minhas pernas de posição sob as cobertas, meus dedos continuaram se movendo onde de fato não estavam. Meu cérebro guardou a "última configuração válida" das minhas pernas e somente atualizou-a quando eu vi meus dedos se movendo do outro lado da cama –e, ainda assim, só enquanto recebia informação conflitante dos olhos, pois minhas pernas voltaram à configuração "esticada" tão logo as cobertas voltaram a escondê-las. Ou seja: o corpo está onde o cérebro espera que ele esteja e, se os sentidos não corroboram a configuração do corpo, somente então ela é atualizada. Fabuloso. Depois dos antibióticos, a anestesia é, para mim, a melhor invenção da medicina.
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Bancária diz a Procuradoria que foi forçada a trabalhar após aborto
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Uma ex-funcionária do Itaú em Palmas (TO) relatou ao Ministério Público do Trabalho ter sido impedida de sair da agência em que trabalhava depois de sofrer um aborto espontâneo. A mulher, que não teve seu nome divulgado, disse em depoimento à procuradora Mayla Alberti que guardou o feto em uma sacola plástica e continuou trabalhando, ensanguentada, por três horas, com receio de perder o emprego. A empresa afirmou, em nota, que o relato é "estarrecedor" e que apura a denúncia (leia texto abaixo). O episódio teria ocorrido em 2010, quando a funcionária tinha 30 anos, e só foi denunciado ao órgão trabalhista em 2013, após ela ter sido demitida por justa causa. O banco não informou a causa. Ela fez uma reclamação trabalhista contra o banco, mas não relatou o aborto à época. Segundo a procuradora, o caso foi descoberto por acaso. "O sindicato dos bancários nos procurou para relatar problemas trabalhistas. Fui ouvindo os trabalhadores e cheguei ao depoimento dela. É um caso que todo mundo conhecia no meio bancário, mas provavelmente ela nunca iria falar sobre isso." Para a procuradora, é comum que empregados se calem sobre o assédio moral. O Ministério Público do Trabalho move uma ação civil pública contra o banco por assédio moral organizacional e pede que o Itaú pague multa de R$ 20 milhões por danos morais coletivos. A funcionária não entrou com pedido de indenização por causa do episódio. OUTRO LADO O Itaú afirmou que o caso é "inadmissível na nossa ética e cultura de respeito e valorização dos profissionais". Segundo o banco, as investigações do MPT foram sob sigilo e que só teve acesso aos documentos nesta quarta (3). "Desta forma, iniciamos a apuração para aplicação das devidas penalidades funcionais, cíveis e trabalhistas." Sobre a ação civil, o banco se diz "disposto a dialogar" sobre "oportunidades de melhoria naquela localidade". LEIA A ÍNTEGRA DE COMUNICADO ENVIADO PELO BANCO "Contamos com mais de 94 mil colaboradores no mundo e temos preocupação constante com o bem estar de nossas pessoas. Cumprimos integralmente as leis e normas trabalhistas, contudo, temos consciência de que algumas vezes desvios de conduta podem ocorrer. Quando isso acontece, nossa postura é de transparência e busca da solução do problema identificado. Atualmente, como exemplo, estamos implementando melhorias tecnológicas para nossos sistemas de controle de jornada e mantemos diálogo aberto com os sindicatos sobre a definição e acompanhamento das metas de trabalho de nosso time." "Além disso, buscamos sempre o diálogo com todos os envolvidos em nossos processos, tais como Ministério Público, Judiciário, Sindicatos e sociedade civil, de forma a construirmos as soluções necessárias, evitando ao máximo a judicialização das demandas." "No caso da Ação Civil Pública do Estado do Tocantins, estamos dispostos, da mesma forma, a dialogar abertamente sobre as oportunidades de melhoria naquela localidade."
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mercado
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Bancária diz a Procuradoria que foi forçada a trabalhar após abortoUma ex-funcionária do Itaú em Palmas (TO) relatou ao Ministério Público do Trabalho ter sido impedida de sair da agência em que trabalhava depois de sofrer um aborto espontâneo. A mulher, que não teve seu nome divulgado, disse em depoimento à procuradora Mayla Alberti que guardou o feto em uma sacola plástica e continuou trabalhando, ensanguentada, por três horas, com receio de perder o emprego. A empresa afirmou, em nota, que o relato é "estarrecedor" e que apura a denúncia (leia texto abaixo). O episódio teria ocorrido em 2010, quando a funcionária tinha 30 anos, e só foi denunciado ao órgão trabalhista em 2013, após ela ter sido demitida por justa causa. O banco não informou a causa. Ela fez uma reclamação trabalhista contra o banco, mas não relatou o aborto à época. Segundo a procuradora, o caso foi descoberto por acaso. "O sindicato dos bancários nos procurou para relatar problemas trabalhistas. Fui ouvindo os trabalhadores e cheguei ao depoimento dela. É um caso que todo mundo conhecia no meio bancário, mas provavelmente ela nunca iria falar sobre isso." Para a procuradora, é comum que empregados se calem sobre o assédio moral. O Ministério Público do Trabalho move uma ação civil pública contra o banco por assédio moral organizacional e pede que o Itaú pague multa de R$ 20 milhões por danos morais coletivos. A funcionária não entrou com pedido de indenização por causa do episódio. OUTRO LADO O Itaú afirmou que o caso é "inadmissível na nossa ética e cultura de respeito e valorização dos profissionais". Segundo o banco, as investigações do MPT foram sob sigilo e que só teve acesso aos documentos nesta quarta (3). "Desta forma, iniciamos a apuração para aplicação das devidas penalidades funcionais, cíveis e trabalhistas." Sobre a ação civil, o banco se diz "disposto a dialogar" sobre "oportunidades de melhoria naquela localidade". LEIA A ÍNTEGRA DE COMUNICADO ENVIADO PELO BANCO "Contamos com mais de 94 mil colaboradores no mundo e temos preocupação constante com o bem estar de nossas pessoas. Cumprimos integralmente as leis e normas trabalhistas, contudo, temos consciência de que algumas vezes desvios de conduta podem ocorrer. Quando isso acontece, nossa postura é de transparência e busca da solução do problema identificado. Atualmente, como exemplo, estamos implementando melhorias tecnológicas para nossos sistemas de controle de jornada e mantemos diálogo aberto com os sindicatos sobre a definição e acompanhamento das metas de trabalho de nosso time." "Além disso, buscamos sempre o diálogo com todos os envolvidos em nossos processos, tais como Ministério Público, Judiciário, Sindicatos e sociedade civil, de forma a construirmos as soluções necessárias, evitando ao máximo a judicialização das demandas." "No caso da Ação Civil Pública do Estado do Tocantins, estamos dispostos, da mesma forma, a dialogar abertamente sobre as oportunidades de melhoria naquela localidade."
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Secretário de Temer critica 'tanta importância' dada a massacres
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O secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB-MG), criticou a repercussão do massacre nos presídios do país, que deixaram 93 mortos na primeira semana do ano. Segundo ele, é um "acerto de contas de bandidos". "Eu fico triste porque não estão dando tanta importância para as pessoas de bem que morrem todo dia", afirmou à Folha nesta sexta. A Secretaria de Juventude é vinculada à Secretaria de Governo, da Presidência da República. De acordo com "O Globo", o secretário declarou ao site do jornal, ao comentar a morte dos presos, que "tinha que matar mais". "Tinha que fazer uma chacina por semana", afirmou, segundo o jornal. À Folha, ele declarou que sua opinião foi "deturpada". "Eu não disse a questão da chacina, óbvio que não disse", afirmou. O presidente Michel Temer deve conversar neste sábado (7) com o secretário nacional sobre a polêmica declaração. Segundo assessores e auxiliares presidenciais, no entanto, a permanência dele no cargo tornou-se "insustentável" e o mais correto é que o presidente o demita. Bruno Júlio é filho do deputado estadual e ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB-MG). Foi nomeado pelo presidente Michel Temer ao cargo no Planalto por meio de indicação da bancada mineira do PMDB. MASSACRES Quatro dias após a morte de 60 detentos em duas penitenciárias de Manaus, outros 31 presos foram assassinados na madrugada desta sexta (6), desta vez na maior penitenciária de Roraima. São as maiores chacinas em presídios desde o massacre do Carandiru, em 1992, quando uma ação policial deixou 111 presos mortos na casa de detenção, em São Paulo –confira as maiores matanças em presídios. Nesses seis primeiros dias de janeiro foram registradas 93 mortes em presídios no Brasil. Esse número representa cerca de 25% do total de mortes registradas em todo o ano passado (372).
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cotidiano
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Secretário de Temer critica 'tanta importância' dada a massacresO secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB-MG), criticou a repercussão do massacre nos presídios do país, que deixaram 93 mortos na primeira semana do ano. Segundo ele, é um "acerto de contas de bandidos". "Eu fico triste porque não estão dando tanta importância para as pessoas de bem que morrem todo dia", afirmou à Folha nesta sexta. A Secretaria de Juventude é vinculada à Secretaria de Governo, da Presidência da República. De acordo com "O Globo", o secretário declarou ao site do jornal, ao comentar a morte dos presos, que "tinha que matar mais". "Tinha que fazer uma chacina por semana", afirmou, segundo o jornal. À Folha, ele declarou que sua opinião foi "deturpada". "Eu não disse a questão da chacina, óbvio que não disse", afirmou. O presidente Michel Temer deve conversar neste sábado (7) com o secretário nacional sobre a polêmica declaração. Segundo assessores e auxiliares presidenciais, no entanto, a permanência dele no cargo tornou-se "insustentável" e o mais correto é que o presidente o demita. Bruno Júlio é filho do deputado estadual e ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB-MG). Foi nomeado pelo presidente Michel Temer ao cargo no Planalto por meio de indicação da bancada mineira do PMDB. MASSACRES Quatro dias após a morte de 60 detentos em duas penitenciárias de Manaus, outros 31 presos foram assassinados na madrugada desta sexta (6), desta vez na maior penitenciária de Roraima. São as maiores chacinas em presídios desde o massacre do Carandiru, em 1992, quando uma ação policial deixou 111 presos mortos na casa de detenção, em São Paulo –confira as maiores matanças em presídios. Nesses seis primeiros dias de janeiro foram registradas 93 mortes em presídios no Brasil. Esse número representa cerca de 25% do total de mortes registradas em todo o ano passado (372).
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Arquivo aberto: A editora que apostou no fenômeno Harry Potter
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Quem já esteve alguma vez a trabalho na tradicional Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, sabe que a agenda nesse evento literário e editorial internacional é sempre apertadíssima, com um roteiro estressante recheado de encontros rápidos e dezenas de compromissos concentrados em três ou quatro dias, exigindo a tomada imediata de muitas decisões. Em 2013, eu perambulava por ali como integrante de uma delegação de escritores brasileiros e, próximo ao imenso salão onde se concentram os principais agentes literários do planeta, cruzei, por acaso, com Vivian Wyler (1954-2017). Carregada de pastas, ela andava mais uma vez em busca de novos títulos e novos autores, como uma caçadora incansável de talentos. Apesar de toda a correria e da tensão reinante, abriu o sorriso discreto que costumava acompanhar o seu olhar, sempre cheio de brilho por trás das lentes grossas dos óculos, e encontrou um momento para me oferecer um café. Nós nos conhecíamos desde os anos 1990, quando Vivian cuidou carinhosamente do primeiro livro que publiquei pela Rocco –"Variações Goldman", romance sobre o qual me mandou na ocasião uma carta, redigida em um papel especial, que guardo como um objeto precioso (veja abaixo). Ali na feira, segurando com dificuldade os nossos copinhos de plástico em meio a tanta agitação, conversamos a respeito do que eu estava escrevendo e das novidades que ela esperava arrebanhar naquele ano. Sobre o meu trabalho (o livro "Minha Vida sem Banho", que saiu em 2014), Vivian fez comentários estimulantes, com a mesma objetividade e perspicácia com que dez anos antes, diante das minhas interrogações sobre o que fazer com um punhado de contos que eu escrevera, ajudou-me, na minúscula sala que mantinha na Rocco –apesar de todo o seu peso decisório e sua responsabilidade como gerente editorial da casa–, a "montar" uma coletânea de forma coerente ("Homens com Mulheres"). Quanto às novidades da feira, e apesar de frequentá-la anualmente havia décadas, Vivian discorreu como se descobrisse o universo dos livros pela primeira vez e como se dispusesse de todo o tempo do mundo. Um entusiasmo quase juvenil, surpreendente em uma profissional pessoalmente reservada, avessa aos holofotes, mas que já havia apresentado aos leitores brasileiros autores contemporâneos fundamentais como Thomas Bernhard, Saul Bellow, Primo Levi, Patrick Modiano, Gore Vidal, John Updike, Martin Amis, Tom Wolfe, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, Kazuo Ishiguro, António Lobo Antunes, Antonio Tabucchi ou Julian Barnes, entre tantos outros –além de ter sido aquela que, no Brasil, soube apostar no fenômeno "Harry Potter". Um entusiasmo ainda mais surpreendente em uma mulher que estava, então, em plena luta contra o câncer que, neste abril de 2017, depois de dez anos de tentativas, acabou por vencê-la. Uma "avis rara", como o nome de uma pequena e bela coleção que ela mesma havia criado no final dos anos 1990 para abrigar obras de alta qualidade que marcaram época. Por uma coincidência dessas que não se explicam, poucos dias antes desse desfecho triste, eu enviei a ela o meu novo livro. Vivian, amável, delicada e assertiva como sempre –postura que sustentou ao longo das duas décadas em que nos relacionamos como autor e editora–, avisou: "Bernardo querido, que alegria receber seus originais. Vou lê-los, é claro, mas tenho estado adoentada, trabalhando fora do escritório, então não posso prometer mexer neles, para não deixá-lo na mão, por uma questão de prazo. Estou passando para a M., meu braço direito, e vamos escolher o melhor editor para mexer neles, ok? Beijos. "Vivian". Respondi poucos dias depois, ignorando que, àquela altura, essa mensagem já não tinha como alcançá-la. BERNARDO AJZENBERG, 58, escritor e tradutor, é autor de "Minha Vida sem Banho" (2014) e "Olhos Secos" (2009), pela Rocco
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ilustrissima
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Arquivo aberto: A editora que apostou no fenômeno Harry PotterQuem já esteve alguma vez a trabalho na tradicional Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, sabe que a agenda nesse evento literário e editorial internacional é sempre apertadíssima, com um roteiro estressante recheado de encontros rápidos e dezenas de compromissos concentrados em três ou quatro dias, exigindo a tomada imediata de muitas decisões. Em 2013, eu perambulava por ali como integrante de uma delegação de escritores brasileiros e, próximo ao imenso salão onde se concentram os principais agentes literários do planeta, cruzei, por acaso, com Vivian Wyler (1954-2017). Carregada de pastas, ela andava mais uma vez em busca de novos títulos e novos autores, como uma caçadora incansável de talentos. Apesar de toda a correria e da tensão reinante, abriu o sorriso discreto que costumava acompanhar o seu olhar, sempre cheio de brilho por trás das lentes grossas dos óculos, e encontrou um momento para me oferecer um café. Nós nos conhecíamos desde os anos 1990, quando Vivian cuidou carinhosamente do primeiro livro que publiquei pela Rocco –"Variações Goldman", romance sobre o qual me mandou na ocasião uma carta, redigida em um papel especial, que guardo como um objeto precioso (veja abaixo). Ali na feira, segurando com dificuldade os nossos copinhos de plástico em meio a tanta agitação, conversamos a respeito do que eu estava escrevendo e das novidades que ela esperava arrebanhar naquele ano. Sobre o meu trabalho (o livro "Minha Vida sem Banho", que saiu em 2014), Vivian fez comentários estimulantes, com a mesma objetividade e perspicácia com que dez anos antes, diante das minhas interrogações sobre o que fazer com um punhado de contos que eu escrevera, ajudou-me, na minúscula sala que mantinha na Rocco –apesar de todo o seu peso decisório e sua responsabilidade como gerente editorial da casa–, a "montar" uma coletânea de forma coerente ("Homens com Mulheres"). Quanto às novidades da feira, e apesar de frequentá-la anualmente havia décadas, Vivian discorreu como se descobrisse o universo dos livros pela primeira vez e como se dispusesse de todo o tempo do mundo. Um entusiasmo quase juvenil, surpreendente em uma profissional pessoalmente reservada, avessa aos holofotes, mas que já havia apresentado aos leitores brasileiros autores contemporâneos fundamentais como Thomas Bernhard, Saul Bellow, Primo Levi, Patrick Modiano, Gore Vidal, John Updike, Martin Amis, Tom Wolfe, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, Kazuo Ishiguro, António Lobo Antunes, Antonio Tabucchi ou Julian Barnes, entre tantos outros –além de ter sido aquela que, no Brasil, soube apostar no fenômeno "Harry Potter". Um entusiasmo ainda mais surpreendente em uma mulher que estava, então, em plena luta contra o câncer que, neste abril de 2017, depois de dez anos de tentativas, acabou por vencê-la. Uma "avis rara", como o nome de uma pequena e bela coleção que ela mesma havia criado no final dos anos 1990 para abrigar obras de alta qualidade que marcaram época. Por uma coincidência dessas que não se explicam, poucos dias antes desse desfecho triste, eu enviei a ela o meu novo livro. Vivian, amável, delicada e assertiva como sempre –postura que sustentou ao longo das duas décadas em que nos relacionamos como autor e editora–, avisou: "Bernardo querido, que alegria receber seus originais. Vou lê-los, é claro, mas tenho estado adoentada, trabalhando fora do escritório, então não posso prometer mexer neles, para não deixá-lo na mão, por uma questão de prazo. Estou passando para a M., meu braço direito, e vamos escolher o melhor editor para mexer neles, ok? Beijos. "Vivian". Respondi poucos dias depois, ignorando que, àquela altura, essa mensagem já não tinha como alcançá-la. BERNARDO AJZENBERG, 58, escritor e tradutor, é autor de "Minha Vida sem Banho" (2014) e "Olhos Secos" (2009), pela Rocco
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Após morte por suspeita de coma alcoólico em festa, dois são presos
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Dois organizadores de uma festa universitária realizada em Bauru (329 km de São Paulo) foram presos na manhã deste domingo (1), acusados de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A prisão é decorrente da morte do estudante Humberto Moura Fonseca, 23. Fonseca, que participava da festa na tarde deste sábado (28), morreu e outras seis pessoas foram internadas supostamente por coma alcoólico. Segundo a Polícia Civil, os autuados organizaram a festa Inter Reps e são estudantes do quarto ano de engenharia. Seus nomes não foram revelados. Natural de Passos, em Minas Gerais, Fonseca também estudava engenharia elétrica e estava matriculado no campus de Bauru da Unesp. Ainda de acordo com a polícia, a festa tinha bebida liberada e a suspeita é de que a organização estimulava competições entre os universitários para ver quem ingeria a maior quantidade de álcool –geralmente destilados. Uma testemunha que participou da festa disse à polícia que Fonseca também competiu e bebeu 30 doses de vodca. A polícia não quis dar mais informações porque as investigações estão em andamento, mas disse que outras prisões devem acontecer. O IML (Instituto Médico Legal) ainda não divulgou o laudo da autópsia. A Folha tentou contato com a família de Fonseca, mas não conseguiu. Pelo menos três estudantes continuam internados nos hospitais. No sábado, dois estavam com situação considerada grave, também com sintomas de coma alcoólico. Outros dois haviam tido alta horas após a internação. Uma das internadas, uma universitária de 19 anos, foi transferida no sábado para um hospital particular, também em Bauru. 'PAREM A FESTA' Nas redes sociais, colegas lamentavam o ocorrido. Numa página na internet que promovia a festa, os folders destacavam open bar de cerveja, vodca, energético e pinga de sabor catuaba. Um estudante de direito de 21 anos que participava do evento disse à Folha que, por volta das 19h30, a banda Homem de Lata, que estava no palco, anunciou o fim da festa motivado pela morte do jovem. "Ninguém viu nada, mas os boatos estavam rolando antes de os caras avisarem que o menino morreu e encerrariam a festa", conta o universitário na condição de anonimato.
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cotidiano
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Após morte por suspeita de coma alcoólico em festa, dois são presosDois organizadores de uma festa universitária realizada em Bauru (329 km de São Paulo) foram presos na manhã deste domingo (1), acusados de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A prisão é decorrente da morte do estudante Humberto Moura Fonseca, 23. Fonseca, que participava da festa na tarde deste sábado (28), morreu e outras seis pessoas foram internadas supostamente por coma alcoólico. Segundo a Polícia Civil, os autuados organizaram a festa Inter Reps e são estudantes do quarto ano de engenharia. Seus nomes não foram revelados. Natural de Passos, em Minas Gerais, Fonseca também estudava engenharia elétrica e estava matriculado no campus de Bauru da Unesp. Ainda de acordo com a polícia, a festa tinha bebida liberada e a suspeita é de que a organização estimulava competições entre os universitários para ver quem ingeria a maior quantidade de álcool –geralmente destilados. Uma testemunha que participou da festa disse à polícia que Fonseca também competiu e bebeu 30 doses de vodca. A polícia não quis dar mais informações porque as investigações estão em andamento, mas disse que outras prisões devem acontecer. O IML (Instituto Médico Legal) ainda não divulgou o laudo da autópsia. A Folha tentou contato com a família de Fonseca, mas não conseguiu. Pelo menos três estudantes continuam internados nos hospitais. No sábado, dois estavam com situação considerada grave, também com sintomas de coma alcoólico. Outros dois haviam tido alta horas após a internação. Uma das internadas, uma universitária de 19 anos, foi transferida no sábado para um hospital particular, também em Bauru. 'PAREM A FESTA' Nas redes sociais, colegas lamentavam o ocorrido. Numa página na internet que promovia a festa, os folders destacavam open bar de cerveja, vodca, energético e pinga de sabor catuaba. Um estudante de direito de 21 anos que participava do evento disse à Folha que, por volta das 19h30, a banda Homem de Lata, que estava no palco, anunciou o fim da festa motivado pela morte do jovem. "Ninguém viu nada, mas os boatos estavam rolando antes de os caras avisarem que o menino morreu e encerrariam a festa", conta o universitário na condição de anonimato.
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Chegar dias antes do jogo em local de grande altitude é bom para se adaptar
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Na última semana, morreu Alcindo, o maior artilheiro do Grêmio e companheiro na Copa de 1966. Na época, só se chamava para a seleção jogadores do Rio e de São Paulo. As convocações de um mineiro, um gaúcho e do pernambucano Nado foram tratadas por alguns como imposições da ditadura, para agradar a outros Estados. Falavam ainda que seríamos cortados. Eu e Alcindo fizemos uma ótima dupla de ataque no time reserva em vários amistosos e conquistamos nossos lugares. Na Copa, atuamos juntos contra a Hungria. Pelé estava contundido. Além de artilheiro, Alcindo era um jogador inteligente e que facilitava para quem chegasse de trás, como meu caso. Ao contrário dos times sul-americanos, as seleções estão muito bem. São seis muito próximas na qualidade técnica e na tabela das eliminatórias, sem falar no Paraguai, que tem os mesmos pontos do Brasil. Diferentemente de Argentina e Brasil, que estreiam técnicos, as outras seleções estão definidas. A cada rodada, haverá mudanças na tabela. Parece o Brasileirão. O Brasil ainda não venceu fora de casa, e as duas vitórias foram sobre seleções mais fracas (Peru e Venezuela). Estou curioso para ver a Argentina com Bauza. Como é obcecado pela ordem e por ter jogadores pelos lados que voltam para marcar, é provável que Messi, se jogar amanhã, atue mais pelo meio, formando dupla com o centroavante. Com isso, o talentoso Banega recuaria e passaria a atuar ao lado de Mascherano. A Argentina não terá, nos dois próximos jogos, Agüero, nem Higuaín. Pode ser a chance de Pratto. O Equador, especialmente em casa, é um time forte, que joga muito pelos lados, em velocidade, e que usa muito os cruzamentos. Tite deve estar em dúvida se escala Marcelo, mais apoiador, ou Filipe Luís, mais marcador. Outra dúvida é se Neymar vai jogar mais pela esquerda ou mais pelo centro, já que, pela esquerda, teria de voltar para marcar. Tite pensa em tudo. Convocou Paulinho –poderia ser Elias– porque ele já sabe como marcar e avançar, se infiltrar e tentar o gol. Tite chamou Giuliano por ter características parecidas às de Jádson, um armador pela direita. Giuliano deve ser o reserva de Willian. Convocou Taison por ser veloz e driblador, como era Malcom, no Corinthians. Em outra coluna, escrevi que tenho receio de que Tite cometa o erro, comum em todas as atividades, de repetir o que deu certo, mesmo em circunstâncias diferentes. Citei o exemplo de Felipão na Copa de 2014. O assessor de imprensa do técnico me mandou uma mensagem por celular, contestando e dizendo que Felipão mudou vários jogadores após a Copa das Confederações. É verdade, mas não mudou o principal, a que eu me referia, a estratégia de jogo. A seleção com Tite, ao contrário das anteriores e de quase todos os times brasileiros, chegou dias antes da partida a Quito, a 2.850 metros de altitude, em vez de ir no dia do jogo. Muitos especialistas falam que chegar horas antes da partida diminui os efeitos maléficos. Por outro lado, quem chega dias antes se adapta melhor à velocidade da bola. Gosto mais desta postura. Entre as principais virtudes de um time, a maior é a intimidade com a bola, é conhecê-la bem, tratá-la com carinho e ganhar sua confiança. A bola pune quem a trata mal.
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colunas
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Chegar dias antes do jogo em local de grande altitude é bom para se adaptarNa última semana, morreu Alcindo, o maior artilheiro do Grêmio e companheiro na Copa de 1966. Na época, só se chamava para a seleção jogadores do Rio e de São Paulo. As convocações de um mineiro, um gaúcho e do pernambucano Nado foram tratadas por alguns como imposições da ditadura, para agradar a outros Estados. Falavam ainda que seríamos cortados. Eu e Alcindo fizemos uma ótima dupla de ataque no time reserva em vários amistosos e conquistamos nossos lugares. Na Copa, atuamos juntos contra a Hungria. Pelé estava contundido. Além de artilheiro, Alcindo era um jogador inteligente e que facilitava para quem chegasse de trás, como meu caso. Ao contrário dos times sul-americanos, as seleções estão muito bem. São seis muito próximas na qualidade técnica e na tabela das eliminatórias, sem falar no Paraguai, que tem os mesmos pontos do Brasil. Diferentemente de Argentina e Brasil, que estreiam técnicos, as outras seleções estão definidas. A cada rodada, haverá mudanças na tabela. Parece o Brasileirão. O Brasil ainda não venceu fora de casa, e as duas vitórias foram sobre seleções mais fracas (Peru e Venezuela). Estou curioso para ver a Argentina com Bauza. Como é obcecado pela ordem e por ter jogadores pelos lados que voltam para marcar, é provável que Messi, se jogar amanhã, atue mais pelo meio, formando dupla com o centroavante. Com isso, o talentoso Banega recuaria e passaria a atuar ao lado de Mascherano. A Argentina não terá, nos dois próximos jogos, Agüero, nem Higuaín. Pode ser a chance de Pratto. O Equador, especialmente em casa, é um time forte, que joga muito pelos lados, em velocidade, e que usa muito os cruzamentos. Tite deve estar em dúvida se escala Marcelo, mais apoiador, ou Filipe Luís, mais marcador. Outra dúvida é se Neymar vai jogar mais pela esquerda ou mais pelo centro, já que, pela esquerda, teria de voltar para marcar. Tite pensa em tudo. Convocou Paulinho –poderia ser Elias– porque ele já sabe como marcar e avançar, se infiltrar e tentar o gol. Tite chamou Giuliano por ter características parecidas às de Jádson, um armador pela direita. Giuliano deve ser o reserva de Willian. Convocou Taison por ser veloz e driblador, como era Malcom, no Corinthians. Em outra coluna, escrevi que tenho receio de que Tite cometa o erro, comum em todas as atividades, de repetir o que deu certo, mesmo em circunstâncias diferentes. Citei o exemplo de Felipão na Copa de 2014. O assessor de imprensa do técnico me mandou uma mensagem por celular, contestando e dizendo que Felipão mudou vários jogadores após a Copa das Confederações. É verdade, mas não mudou o principal, a que eu me referia, a estratégia de jogo. A seleção com Tite, ao contrário das anteriores e de quase todos os times brasileiros, chegou dias antes da partida a Quito, a 2.850 metros de altitude, em vez de ir no dia do jogo. Muitos especialistas falam que chegar horas antes da partida diminui os efeitos maléficos. Por outro lado, quem chega dias antes se adapta melhor à velocidade da bola. Gosto mais desta postura. Entre as principais virtudes de um time, a maior é a intimidade com a bola, é conhecê-la bem, tratá-la com carinho e ganhar sua confiança. A bola pune quem a trata mal.
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Ator e diretor fica 'cego' durante peça de Samuel Beckett
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"O fim está no começo e no entanto continua-se", afirma Hamm, personagem da peça "Fim de Partida", de Samuel Beckett (1906-1989). A frase indica a sensação que permeia os acontecimentos (ou não acontecimentos) do texto escrito nos anos 1950 –o título em inglês ("Endgame") faz alusão à última parte do jogo de xadrez, quando restam poucas peças. Numa espécie de abrigo à beira-mar, Hamm, Clov, Nell e Nagg convivem com uma finitude iminente, anunciada não apenas pelo esgotamento das coisas materiais, mas também pela decrepitude de seus próprios corpos: Hamm é cego e paralítico, Clov não pode se sentar e Nell e Nagg, pais de Hamm, estão mutilados dentro de dois latões. Nesse contexto apocalíptico, os quatro personagens se entregam a hábitos, por vezes tediosos e vividos em meio a diálogos irônicos, cuja função é apenas matar o tempo. "É como um disco que gira em falso no mesmo lugar, riscando sempre no mesmo ponto", explica o diretor Eric Lenate, que nesta semana leva ao auditório do Sesc Pinheiros sua montagem da obra do dramaturgo irlandês. Encenada pela primeira vez em 2015 em duas apresentações no Festival da Cultura Inglesa, a peça volta com novo elenco: Miriam Rinaldi é Nell e Lenate interpreta Hamm (antes papéis de Clara Carvalho e de Marcos de Andrade). Rubens Caribé e Ricardo Grasson seguem como Clov e Nagg. É a primeira vez em que Lenate, longe dos palcos como ator há três anos, atua em uma peça da qual é diretor. Para interpretar Hamm, ele usa uma lente de contato que lhe tira a visão. "Fico à mercê do Caribé, o que torna nossa relação mais intensa", diz. Apesar da mudança no elenco, a encenação permanece a mesma, apostando mais em um jogo rápido, por vezes cômico, entre os personagens, do que em momentos contemplativos e silenciosos. "Sem perder os raciocínios interrompidos subitamente e as mudanças abismais de assunto, elementos típicos de Beckett, conseguimos outros ritmos", afirma Lenate. Para o ator Ricardo Grasson, "Beckett é sempre atual porque trata de sensações latentes do ser humano. Fala do fim, do recomeço e da busca pela eternidade." * FIM DE PARTIDA QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 2/7 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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ilustrada
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Ator e diretor fica 'cego' durante peça de Samuel Beckett"O fim está no começo e no entanto continua-se", afirma Hamm, personagem da peça "Fim de Partida", de Samuel Beckett (1906-1989). A frase indica a sensação que permeia os acontecimentos (ou não acontecimentos) do texto escrito nos anos 1950 –o título em inglês ("Endgame") faz alusão à última parte do jogo de xadrez, quando restam poucas peças. Numa espécie de abrigo à beira-mar, Hamm, Clov, Nell e Nagg convivem com uma finitude iminente, anunciada não apenas pelo esgotamento das coisas materiais, mas também pela decrepitude de seus próprios corpos: Hamm é cego e paralítico, Clov não pode se sentar e Nell e Nagg, pais de Hamm, estão mutilados dentro de dois latões. Nesse contexto apocalíptico, os quatro personagens se entregam a hábitos, por vezes tediosos e vividos em meio a diálogos irônicos, cuja função é apenas matar o tempo. "É como um disco que gira em falso no mesmo lugar, riscando sempre no mesmo ponto", explica o diretor Eric Lenate, que nesta semana leva ao auditório do Sesc Pinheiros sua montagem da obra do dramaturgo irlandês. Encenada pela primeira vez em 2015 em duas apresentações no Festival da Cultura Inglesa, a peça volta com novo elenco: Miriam Rinaldi é Nell e Lenate interpreta Hamm (antes papéis de Clara Carvalho e de Marcos de Andrade). Rubens Caribé e Ricardo Grasson seguem como Clov e Nagg. É a primeira vez em que Lenate, longe dos palcos como ator há três anos, atua em uma peça da qual é diretor. Para interpretar Hamm, ele usa uma lente de contato que lhe tira a visão. "Fico à mercê do Caribé, o que torna nossa relação mais intensa", diz. Apesar da mudança no elenco, a encenação permanece a mesma, apostando mais em um jogo rápido, por vezes cômico, entre os personagens, do que em momentos contemplativos e silenciosos. "Sem perder os raciocínios interrompidos subitamente e as mudanças abismais de assunto, elementos típicos de Beckett, conseguimos outros ritmos", afirma Lenate. Para o ator Ricardo Grasson, "Beckett é sempre atual porque trata de sensações latentes do ser humano. Fala do fim, do recomeço e da busca pela eternidade." * FIM DE PARTIDA QUANDO qui. a sáb., às 20h30; até 2/7 ONDE Sesc Pinheiros, r. Paes Leme, 195, tel. (11) 3095-9400 QUANTO R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Na 'madrugada do impeachment', Randolfe prega peça em advogada
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Em uma sessão da comissão do impeachment no Senado que entrou pela madrugada, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pregou uma peça em um dos autores da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal. Ao elaborar sua pergunta, o senador, contrário ao impeachment, leu um documento que versava sobre a edição de decretos suplementares de crédito editados em 2015, um dos pilares que embasam a denúncia contra a petista, e perguntou a Janaína sua opinião. Não mencionou que tinha sido assinados pelo vice, Michel Temer. A advogada afirmou que tais decretos configuravam crime de responsabilidade e deveriam ser punidos com o impeachment. "Vossa Excelência acaba de expor as razões por que também será necessário pedir o impeachment do vice Michel Temer. O que eu descrevi, agora há pouco, foram atos cometidos pelo vice", disse Randolfe. A revelação constrangeu Janaína que, pouco antes, havia dito não haver elementos para que o vice fosse denunciado.
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poder
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Na 'madrugada do impeachment', Randolfe prega peça em advogadaEm uma sessão da comissão do impeachment no Senado que entrou pela madrugada, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pregou uma peça em um dos autores da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal. Ao elaborar sua pergunta, o senador, contrário ao impeachment, leu um documento que versava sobre a edição de decretos suplementares de crédito editados em 2015, um dos pilares que embasam a denúncia contra a petista, e perguntou a Janaína sua opinião. Não mencionou que tinha sido assinados pelo vice, Michel Temer. A advogada afirmou que tais decretos configuravam crime de responsabilidade e deveriam ser punidos com o impeachment. "Vossa Excelência acaba de expor as razões por que também será necessário pedir o impeachment do vice Michel Temer. O que eu descrevi, agora há pouco, foram atos cometidos pelo vice", disse Randolfe. A revelação constrangeu Janaína que, pouco antes, havia dito não haver elementos para que o vice fosse denunciado.
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Nasr busca pódio de melhor estreia brasileira pós-Senna
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O cartão de visitas Felipe Nasr fez questão de deixar em sua primeira corrida na F-1, o GP da Austrália, em março. Depois de um final de semana complicado, no qual correu o risco de não correr por conta de um imbróglio judicial envolvendo a Sauber, o brasiliense de 23 anos aproveitou as oportunidades que teve em Melbourne e, com uma surpreendente quinta colocação, tornou-se o piloto brasileiro com melhor estreia na principal categoria do automobilismo. Tendo disputado a maior parte do Mundial com o mesmo carro que usou em Melbourne, Nasr ainda pontuou em outras cinco etapas e é o segundo melhor estreante de 2015, com 27 pontos conquistados, atrás apenas de Max Verstappen, da Toro Rosso, que soma 47. Agora, chega para o final de semana mais importante do ano. Neste domingo, às 14h (de Brasília), disputará seu primeiro GP Brasil. E, faltando duas corridas para o encerramento do campeonato, ainda pode tornar-se o piloto brasileiro com melhor temporada de estreia na F-1 desde Ayrton Senna. A missão, porém, não é fácil. Em 1984, o então novato terminou o Mundial na nona colocação com a Toleman após subir no pódio em três ocasiões –foi segundo em Mônaco e terceiro na Inglaterra e em Portugal. Desde então, outros 16 brasileiros atingiram a principal categoria do automobilismo, o último deles Nasr. Destes, apenas sete conseguiram marcar pontos no primeiro ano na F-1: Mauricio Gugelmin, Christian Fittipaldi, Rubens Barrichello, Felipe Massa, Cristiano da Matta, Nelsinho Piquet e Nasr. Levando-se em consideração o sistema de pontuação atual, no qual os dez primeiros colocados a cada GP pontuam, o piloto da Sauber ainda estaria atrás de quatro. Em colocação no Mundial, porém, só perderia para Nelsinho, que terminou o campeonato de 2008 no 12ª lugar. Desempenho do brasileiros CARRO LIMITADO Para terminar a temporada de 2015 acima da 13ª colocação que ocupa atualmente, no entanto, Nasr sabe que precisa contar com a sorte. "Chego a São Paulo orgulhoso do trabalho que fiz até aqui e já percebo um carinho enorme da torcida", disse. "Meu objetivo é marcar alguns pontos aqui. Mas vamos precisar de sorte porque temos um carro limitado nas mãos", completou. Apesar de no ano passado ter tido uma prévia do que está por vir neste final de semana, já que disputou o primeiro treino livre de sexta-feira como reserva da Williams, Nasr disse estar emocionado por correr em casa como titular da F-1 pela primeira vez. "Este sempre foi um sonho meu, que começou do lado de lá da pista, no kartódromo. É um momento especial para mim e não vejo a hora de tentar usar essa energia toda dos fãs", afirmou. A reforma de Interlagos
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esporte
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Nasr busca pódio de melhor estreia brasileira pós-SennaO cartão de visitas Felipe Nasr fez questão de deixar em sua primeira corrida na F-1, o GP da Austrália, em março. Depois de um final de semana complicado, no qual correu o risco de não correr por conta de um imbróglio judicial envolvendo a Sauber, o brasiliense de 23 anos aproveitou as oportunidades que teve em Melbourne e, com uma surpreendente quinta colocação, tornou-se o piloto brasileiro com melhor estreia na principal categoria do automobilismo. Tendo disputado a maior parte do Mundial com o mesmo carro que usou em Melbourne, Nasr ainda pontuou em outras cinco etapas e é o segundo melhor estreante de 2015, com 27 pontos conquistados, atrás apenas de Max Verstappen, da Toro Rosso, que soma 47. Agora, chega para o final de semana mais importante do ano. Neste domingo, às 14h (de Brasília), disputará seu primeiro GP Brasil. E, faltando duas corridas para o encerramento do campeonato, ainda pode tornar-se o piloto brasileiro com melhor temporada de estreia na F-1 desde Ayrton Senna. A missão, porém, não é fácil. Em 1984, o então novato terminou o Mundial na nona colocação com a Toleman após subir no pódio em três ocasiões –foi segundo em Mônaco e terceiro na Inglaterra e em Portugal. Desde então, outros 16 brasileiros atingiram a principal categoria do automobilismo, o último deles Nasr. Destes, apenas sete conseguiram marcar pontos no primeiro ano na F-1: Mauricio Gugelmin, Christian Fittipaldi, Rubens Barrichello, Felipe Massa, Cristiano da Matta, Nelsinho Piquet e Nasr. Levando-se em consideração o sistema de pontuação atual, no qual os dez primeiros colocados a cada GP pontuam, o piloto da Sauber ainda estaria atrás de quatro. Em colocação no Mundial, porém, só perderia para Nelsinho, que terminou o campeonato de 2008 no 12ª lugar. Desempenho do brasileiros CARRO LIMITADO Para terminar a temporada de 2015 acima da 13ª colocação que ocupa atualmente, no entanto, Nasr sabe que precisa contar com a sorte. "Chego a São Paulo orgulhoso do trabalho que fiz até aqui e já percebo um carinho enorme da torcida", disse. "Meu objetivo é marcar alguns pontos aqui. Mas vamos precisar de sorte porque temos um carro limitado nas mãos", completou. Apesar de no ano passado ter tido uma prévia do que está por vir neste final de semana, já que disputou o primeiro treino livre de sexta-feira como reserva da Williams, Nasr disse estar emocionado por correr em casa como titular da F-1 pela primeira vez. "Este sempre foi um sonho meu, que começou do lado de lá da pista, no kartódromo. É um momento especial para mim e não vejo a hora de tentar usar essa energia toda dos fãs", afirmou. A reforma de Interlagos
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Dilma: gol de mão ou tapetão
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BRASÍLIA - O grande jogo da final vai começar. Um time, em frangalhos, quer ganhar nem que seja de meio a zero. Se sentir que vai perder, recorrerá ao tapetão. Pode levar a taça, mas vale a pena? O outro entra em campo com jeito de quem tem a galera do seu lado, exibe um plantel bem mais forte, diz que joga mais bonito, tem chances de ganhar, mas pode vencer com um gol de mão. Vale a pena? Este é o impasse do Brasil na largada do processo de impeachment contra a presidente Dilma. Como diz um sábio supremo, estamos no ritmo do "não dá para sair, mas também não dá para ficar". Entre um lado e outro, tem o campo da legalidade, que não podemos atropelar. A equipe de Dilma conta seus votos e busca pelo menos 171 para barrar o processo de afastamento da chefe. Se o placar da Câmara mostrar, no dia derradeiro, oposição 245, governo 173, ela ganha de meio a zero, fica onde está, mas segue fraca. Do lado do time da oposição, as conspirações seguem frenéticas nos vestiários, mas hoje uma vitória pode vir de um gol de mão em impedimento. Afinal, o argumento das pedaladas fiscais é frágil ou inexistente para afastar um presidente. É o que se ouve até nos corredores do STF. Vale a pena ganhar assim? A turma de Dilma, por sinal, vai recorrer ao tapetão do STF. Com chances de ganhar. Vencer no Supremo manterá Dilma no Planalto, mas ainda assim fraca. Para virar o jogo, teria de golear no plenário da Câmara. Já não basta comemorar vitória por minoria de votos ou melar legalmente o jogo nos tribunais. Enfim, Dilma entra em campo sem confiar até nos seus pretensos aliados, pode ser traída a qualquer hora. Quer encerrar o jogo rápido porque o tempo conspira contra ela. A oposição quer esticar a partida à espera de fatos novos que possam dar legalidade, hoje de certa forma frágil, a uma vitória final. Conta com delações à vista. Nunca um ano vai demorar tanto para terminar.
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colunas
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Dilma: gol de mão ou tapetãoBRASÍLIA - O grande jogo da final vai começar. Um time, em frangalhos, quer ganhar nem que seja de meio a zero. Se sentir que vai perder, recorrerá ao tapetão. Pode levar a taça, mas vale a pena? O outro entra em campo com jeito de quem tem a galera do seu lado, exibe um plantel bem mais forte, diz que joga mais bonito, tem chances de ganhar, mas pode vencer com um gol de mão. Vale a pena? Este é o impasse do Brasil na largada do processo de impeachment contra a presidente Dilma. Como diz um sábio supremo, estamos no ritmo do "não dá para sair, mas também não dá para ficar". Entre um lado e outro, tem o campo da legalidade, que não podemos atropelar. A equipe de Dilma conta seus votos e busca pelo menos 171 para barrar o processo de afastamento da chefe. Se o placar da Câmara mostrar, no dia derradeiro, oposição 245, governo 173, ela ganha de meio a zero, fica onde está, mas segue fraca. Do lado do time da oposição, as conspirações seguem frenéticas nos vestiários, mas hoje uma vitória pode vir de um gol de mão em impedimento. Afinal, o argumento das pedaladas fiscais é frágil ou inexistente para afastar um presidente. É o que se ouve até nos corredores do STF. Vale a pena ganhar assim? A turma de Dilma, por sinal, vai recorrer ao tapetão do STF. Com chances de ganhar. Vencer no Supremo manterá Dilma no Planalto, mas ainda assim fraca. Para virar o jogo, teria de golear no plenário da Câmara. Já não basta comemorar vitória por minoria de votos ou melar legalmente o jogo nos tribunais. Enfim, Dilma entra em campo sem confiar até nos seus pretensos aliados, pode ser traída a qualquer hora. Quer encerrar o jogo rápido porque o tempo conspira contra ela. A oposição quer esticar a partida à espera de fatos novos que possam dar legalidade, hoje de certa forma frágil, a uma vitória final. Conta com delações à vista. Nunca um ano vai demorar tanto para terminar.
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Polícia dos EUA detém suspeito de planejar ataque em Nova York
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A polícia americana deteve nesta quinta-feira (31) Emanuel L. Lutchman, 25, suspeito de planejar um ataque a um restaurante durante a noite do Ano-Novo. Segundo as autoridades, o atentado seria inspirado nas ações do grupo radical Estado Islâmico (EI). Lutchman foi detido na cidade de Rochester, em Nova York, após denúncia de um informante do FBI (polícia federal americana). Segundo o FBI, Lutchman foi acusado de tentativa de fornecer apoio material ao EI, incluindo sua intenção de "assassinar civis inocentes na noite de Ano Novo em nome dessa organização terrorista". De acordo com a denúncia, Lutchman manteve conversas com três de seus informantes desde novembro. Ele disse a eles ter recebido instruções de um integrante do EI fora dos EUA. O ataque seria um passo prévio para se unir ao grupo terrorista. O americano expressou ainda aos informantes seu "firme apoio" ao EI e seu desejo de unir-se aos jihadistas na Síria. Ele chegou a enviar, na semana passada, uma mensagem e uma gravação de áudio na qual jurava lealdade ao EI e a seu líder, Abubakar al-Baghdadi. Ele planejava, ainda segundo a denúncia, utilizar uma panela de pressão com explosivos ou um facão para sequestrar várias pessoas em um restaurante de Rochester. Lutchman e um dos informantes compraram na terça-feira (29) dois capuzes, duas facas, um facão, fita adesiva, amônia e luvas de látex em uma loja da rede de supermercados Walmart. O detido não tinha dinheiro e foi o informante da polícia quem pagou a compra, de US$ 40. "Felizmente, os agentes de segurança foram capazes de intervir e frustrar os planos mortais de Lutchman", afirmou o procurador-geral adjunto para Segurança Nacional, John P. Carlin. O americano tem um histórico criminal de mais de uma década e que inclui, em 2006, uma condenação por roubo e várias prisões por "questões de instabilidade mental". O governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse que Lutchman se converteu ao islã enquanto estava recluso no Centro Correcional de Attica, no norte do Estado. "Esteve em Attica, por roubo, se radicalizou pela internet e se transformou em partidário de um desses grupos terroristas", afirmou Cuomo, que comparou esse caso com o massacre do último mês de novembro na cidade californiana de San Bernardino. A informação foi divulgada enquanto centenas de milhares de pessoas começavam a se reunir em Nova York para participar da tradicional cerimônia de fim de ano da Times Square, que acontece em meio a medidas de segurança excepcionais.
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mundo
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Polícia dos EUA detém suspeito de planejar ataque em Nova YorkA polícia americana deteve nesta quinta-feira (31) Emanuel L. Lutchman, 25, suspeito de planejar um ataque a um restaurante durante a noite do Ano-Novo. Segundo as autoridades, o atentado seria inspirado nas ações do grupo radical Estado Islâmico (EI). Lutchman foi detido na cidade de Rochester, em Nova York, após denúncia de um informante do FBI (polícia federal americana). Segundo o FBI, Lutchman foi acusado de tentativa de fornecer apoio material ao EI, incluindo sua intenção de "assassinar civis inocentes na noite de Ano Novo em nome dessa organização terrorista". De acordo com a denúncia, Lutchman manteve conversas com três de seus informantes desde novembro. Ele disse a eles ter recebido instruções de um integrante do EI fora dos EUA. O ataque seria um passo prévio para se unir ao grupo terrorista. O americano expressou ainda aos informantes seu "firme apoio" ao EI e seu desejo de unir-se aos jihadistas na Síria. Ele chegou a enviar, na semana passada, uma mensagem e uma gravação de áudio na qual jurava lealdade ao EI e a seu líder, Abubakar al-Baghdadi. Ele planejava, ainda segundo a denúncia, utilizar uma panela de pressão com explosivos ou um facão para sequestrar várias pessoas em um restaurante de Rochester. Lutchman e um dos informantes compraram na terça-feira (29) dois capuzes, duas facas, um facão, fita adesiva, amônia e luvas de látex em uma loja da rede de supermercados Walmart. O detido não tinha dinheiro e foi o informante da polícia quem pagou a compra, de US$ 40. "Felizmente, os agentes de segurança foram capazes de intervir e frustrar os planos mortais de Lutchman", afirmou o procurador-geral adjunto para Segurança Nacional, John P. Carlin. O americano tem um histórico criminal de mais de uma década e que inclui, em 2006, uma condenação por roubo e várias prisões por "questões de instabilidade mental". O governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse que Lutchman se converteu ao islã enquanto estava recluso no Centro Correcional de Attica, no norte do Estado. "Esteve em Attica, por roubo, se radicalizou pela internet e se transformou em partidário de um desses grupos terroristas", afirmou Cuomo, que comparou esse caso com o massacre do último mês de novembro na cidade californiana de San Bernardino. A informação foi divulgada enquanto centenas de milhares de pessoas começavam a se reunir em Nova York para participar da tradicional cerimônia de fim de ano da Times Square, que acontece em meio a medidas de segurança excepcionais.
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Aplicativos de táxis vão atuar no mercado de luxo
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O Easy Taxi e o 99Taxis se preparam para aproveitar o mercado criado pela Prefeitura de São Paulo ao não regulamentar o Uber e lançar uma nova categoria de serviço, a dos táxis pretos. Serão 5.000 novos alvarás para carros de luxo, com ar-condicionado e GPS. Eles poderão cobrar até 25% a mais do que o normal e terão liberdade para dar descontos. Quando os novos motoristas entrarem na praça, o Easy Taxi colocará um filtro no aplicativo que permitirá ao usuário escolher o tipo de táxi quer contratar. "Quem quiser um carro que chegue mais rápido poderá optar pelo branco", afirma o presidente da empresa, Dennis Wang. O 99Taxis também ajusta a sua plataforma, diz o diretor-executivo Paulo Veras. "Está claro que uma parcela do público quer carros melhores e está disposta a pagar por isso. Tão logo seja feito o sorteio dos novos alvarás, vamos disponibilizar [o serviço de táxis pretos]." Ambos os executivos elogiam a medida que a prefeitura tomou depois da polêmica em torno da regulamentação do Uber. A nova categoria de táxis não contará com a sua adesão. Mesmo com a apreensão de veículos de motoristas do serviço, ele continua a atuar. Para as empresas de aplicativos, isso não interfere nos negócios. "Somos de indústrias diferentes. Trabalhamos com carros legais", diz Wang. "Poderíamos escolher cadastrar qualquer um. Mas seguimos a regulamentação. Foi uma decisão de negócios. Usar quem não está autorizado a prestar o serviço não é inovação", afirma Veras. * Dinheiro de turista Um projeto de lei que permite aos turistas estrangeiros entrarem sem visto no Brasil por até três meses durante os Jogos Olímpicos do Rio deverá ser votado no Senado na terça-feira (27). "Estamos de olho principalmente no turista americano, que é o que fica mais tempo e o que mais consome", afirma o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. O projeto foi aprovado pela Câmara no início deste mês. O objetivo é melhorar a balança comercial do setor (recursos que os brasileiros desembolsam no exterior menos o que os estrangeiros deixam no Brasil). Férias De janeiro a setembro, o país teve um deficit de US$ 9,8 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões na cotação atual). O resultado é 31% menor do que o registrado no mesmo período de 2014. Com o dólar alto e a crise nacional, o gasto do turista verde-amarelo fora do país diminuiu. Em 2014, com a moeda brasileira mais apreciada, o valor foi de US$ 14 bilhões. * Na ponta da língua Principal prêmio de lembrança de marca do Brasil, a Folha Top of Mind anunciará nesta segunda-feira (26) à noite os vencedores de 50 categorias variadas, como carro, meio ambiente, banco e alimentação, entre outras. O evento comemora 25 anos da pesquisa realizada pelo Datafolha sobre as marcas mais lembradas no país. O instituto entrevistou 8.142 pessoas. O Datafolha mobilizou 328 profissionais. Desse total, 286 eram entrevistadores, que percorreram 244 municípios espalhados por todo o Brasil. Os resultados mapeados permitiram um recorte inédito sobre as marcas tradicionais que atuam em regiões específicas do país. Essas informações fazem parte da edição especial da revista sobre os 25 anos da Folha Top of Mind, que circula em todo o território nacional na próxima terça-feira (27), com a Folha. A cerimônia de premiação será realizada a partir das 19h no Tom Brasil, em São Paulo. * Fusões e aquisições diminuem em setembro O número de fusões e aquisições registradas no país em setembro foi 40,2% menor que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da PwC. Ao todo, 52 transações foram fechadas. Em 2014, haviam sido 87 –o maior volume desde, pelo menos, 2002. A média mensal para setembro nos últimos cinco anos ficou em 66. No acumulado do ano, no entanto, a retração é mais suave (-11,7%). No mesmo período, houve um crescimento do capital estrangeiro nas operações. Nos nove primeiros meses de 2014, a participação de recursos de outros países nas negociações foi de 42,7%. Até setembro deste ano, a parcela é de 50%. A maioria desses negócios envolveu companhias americanas (37,8%). Em seguida, aparecem as inglesas (7,8%), as alemãs (6,6%) e as francesas (5,4%). O capital chinês participou de apenas sete operações, o que representa 2,7% do total. No ano passado, porém, haviam sido quatro. * Investimento... A Scania acaba de concluir o primeiro teste de ônibus movido a GNV em São Paulo. Em um itinerário de 5.000 km, o custo por quilômetro foi 28% inferior ao do diesel. ...ambiental O teste realizado pela empresa também aponta que a emissão de gases poluentes é 70% menor do que um similar a diesel. Os resultados foram aferidos pela Netz Engenharia Automotiva. Pão líquido O faturamento do mercado de cerveja em 2015 deve chegar a R$ 71 bilhões, segundo um estudo da Mintel, empresa de consultoria do setor de alimentos. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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colunas
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Aplicativos de táxis vão atuar no mercado de luxoO Easy Taxi e o 99Taxis se preparam para aproveitar o mercado criado pela Prefeitura de São Paulo ao não regulamentar o Uber e lançar uma nova categoria de serviço, a dos táxis pretos. Serão 5.000 novos alvarás para carros de luxo, com ar-condicionado e GPS. Eles poderão cobrar até 25% a mais do que o normal e terão liberdade para dar descontos. Quando os novos motoristas entrarem na praça, o Easy Taxi colocará um filtro no aplicativo que permitirá ao usuário escolher o tipo de táxi quer contratar. "Quem quiser um carro que chegue mais rápido poderá optar pelo branco", afirma o presidente da empresa, Dennis Wang. O 99Taxis também ajusta a sua plataforma, diz o diretor-executivo Paulo Veras. "Está claro que uma parcela do público quer carros melhores e está disposta a pagar por isso. Tão logo seja feito o sorteio dos novos alvarás, vamos disponibilizar [o serviço de táxis pretos]." Ambos os executivos elogiam a medida que a prefeitura tomou depois da polêmica em torno da regulamentação do Uber. A nova categoria de táxis não contará com a sua adesão. Mesmo com a apreensão de veículos de motoristas do serviço, ele continua a atuar. Para as empresas de aplicativos, isso não interfere nos negócios. "Somos de indústrias diferentes. Trabalhamos com carros legais", diz Wang. "Poderíamos escolher cadastrar qualquer um. Mas seguimos a regulamentação. Foi uma decisão de negócios. Usar quem não está autorizado a prestar o serviço não é inovação", afirma Veras. * Dinheiro de turista Um projeto de lei que permite aos turistas estrangeiros entrarem sem visto no Brasil por até três meses durante os Jogos Olímpicos do Rio deverá ser votado no Senado na terça-feira (27). "Estamos de olho principalmente no turista americano, que é o que fica mais tempo e o que mais consome", afirma o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. O projeto foi aprovado pela Câmara no início deste mês. O objetivo é melhorar a balança comercial do setor (recursos que os brasileiros desembolsam no exterior menos o que os estrangeiros deixam no Brasil). Férias De janeiro a setembro, o país teve um deficit de US$ 9,8 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões na cotação atual). O resultado é 31% menor do que o registrado no mesmo período de 2014. Com o dólar alto e a crise nacional, o gasto do turista verde-amarelo fora do país diminuiu. Em 2014, com a moeda brasileira mais apreciada, o valor foi de US$ 14 bilhões. * Na ponta da língua Principal prêmio de lembrança de marca do Brasil, a Folha Top of Mind anunciará nesta segunda-feira (26) à noite os vencedores de 50 categorias variadas, como carro, meio ambiente, banco e alimentação, entre outras. O evento comemora 25 anos da pesquisa realizada pelo Datafolha sobre as marcas mais lembradas no país. O instituto entrevistou 8.142 pessoas. O Datafolha mobilizou 328 profissionais. Desse total, 286 eram entrevistadores, que percorreram 244 municípios espalhados por todo o Brasil. Os resultados mapeados permitiram um recorte inédito sobre as marcas tradicionais que atuam em regiões específicas do país. Essas informações fazem parte da edição especial da revista sobre os 25 anos da Folha Top of Mind, que circula em todo o território nacional na próxima terça-feira (27), com a Folha. A cerimônia de premiação será realizada a partir das 19h no Tom Brasil, em São Paulo. * Fusões e aquisições diminuem em setembro O número de fusões e aquisições registradas no país em setembro foi 40,2% menor que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da PwC. Ao todo, 52 transações foram fechadas. Em 2014, haviam sido 87 –o maior volume desde, pelo menos, 2002. A média mensal para setembro nos últimos cinco anos ficou em 66. No acumulado do ano, no entanto, a retração é mais suave (-11,7%). No mesmo período, houve um crescimento do capital estrangeiro nas operações. Nos nove primeiros meses de 2014, a participação de recursos de outros países nas negociações foi de 42,7%. Até setembro deste ano, a parcela é de 50%. A maioria desses negócios envolveu companhias americanas (37,8%). Em seguida, aparecem as inglesas (7,8%), as alemãs (6,6%) e as francesas (5,4%). O capital chinês participou de apenas sete operações, o que representa 2,7% do total. No ano passado, porém, haviam sido quatro. * Investimento... A Scania acaba de concluir o primeiro teste de ônibus movido a GNV em São Paulo. Em um itinerário de 5.000 km, o custo por quilômetro foi 28% inferior ao do diesel. ...ambiental O teste realizado pela empresa também aponta que a emissão de gases poluentes é 70% menor do que um similar a diesel. Os resultados foram aferidos pela Netz Engenharia Automotiva. Pão líquido O faturamento do mercado de cerveja em 2015 deve chegar a R$ 71 bilhões, segundo um estudo da Mintel, empresa de consultoria do setor de alimentos. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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Coletânea 'Montevideanos' mostra sutilezas da alma uruguaia
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Lançada em 1959, a coletânea "Montevideanos" foi uma das primeiras obras a projetarem o uruguaio Mario Benedetti (1920-2009) como um dos principais autores latino-americanos do século 20. Já no ano seguinte, viria a consagração internacional, com o romance "A Trégua". "Montevideanos" é composto por 19 contos que lançam um olhar por vezes piedoso, noutras mordaz e em quase todas melancólico sobre a classe média na "cidade de todos os ventos", como o autor chamava Montevidéu. Escritos entre 1955 e 1961, funcionam como reflexão sobre a sociedade construída a partir dos tempos de bonança econômica, na década anterior, quando o país se industrializou e conheceu boas taxas de crescimento. Um dos contos que melhor resumem "Montevideanos" é "Aquela Boca", em que um garoto suplica aos pais para ir ao circo ver os palhaços. A alegria de conseguir, porém, se torna desilusão, quando, ao ver de perto um palhaço, ele se dá conta da farsa. "Carlos se viu junto a ele, tão perto que pôde distinguir a boca cansada do homem debaixo do riso pintado e fixo do palhaço." Enxugando as lágrimas na saída, o pequeno explica à mãe, confusa, que "chorava porque os palhaços não o faziam rir". Mas é nos relatos que tratam do cotidiano que o autor retrata a alma de Montevidéu. Em "O Orçamento", narra a alegria que toma os funcionários de uma modesta repartição que ouvem dizer que finalmente terão um aumento. A euforia os faz gastar o dinheiro antes de a boa-nova ser confirmada. Meses passam e o tal aumento não vem. Endividados, tratam de tentar descobrir onde estava travada a decisão, mas acabam perdidos na labiríntica e inoperante máquina estatal. Já "Sábado de Gloria" mostra o lado íntimo dessa rotina da cidade. Um casal típico, acomodado num matrimônio repetitivo e sem emoções desaba de uma só vez quando a moça adoece subitamente. Há também histórias que questionam a ideia de que ser uruguaio no mundo era ser um provinciano longe de casa –conflito que Benedetti viveu, ao ter de se exilar devido à ditadura (1973-1985). Por fim, o autor provoca a ideia disseminada de que Montevidéu é um lugar tranquilo, em que o tempo parece parado e em que as pessoas vivem numa só sintonia. Cada conto de "Montevideanos" mostra algo das sutilezas da alma uruguaia, suas maldades e ternuras, fúrias, paixões, preconceitos e temores, emoções em movimento que permanecem encobertas, talvez até hoje. MONTEVIDEANOS AUTOR Mario Benedetti TRADUÇÃO Ercílio Tranjan e Nilce Tranjan EDITORA Mundaréu QUANTO R$ 39 (164 págs.)
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ilustrada
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Coletânea 'Montevideanos' mostra sutilezas da alma uruguaiaLançada em 1959, a coletânea "Montevideanos" foi uma das primeiras obras a projetarem o uruguaio Mario Benedetti (1920-2009) como um dos principais autores latino-americanos do século 20. Já no ano seguinte, viria a consagração internacional, com o romance "A Trégua". "Montevideanos" é composto por 19 contos que lançam um olhar por vezes piedoso, noutras mordaz e em quase todas melancólico sobre a classe média na "cidade de todos os ventos", como o autor chamava Montevidéu. Escritos entre 1955 e 1961, funcionam como reflexão sobre a sociedade construída a partir dos tempos de bonança econômica, na década anterior, quando o país se industrializou e conheceu boas taxas de crescimento. Um dos contos que melhor resumem "Montevideanos" é "Aquela Boca", em que um garoto suplica aos pais para ir ao circo ver os palhaços. A alegria de conseguir, porém, se torna desilusão, quando, ao ver de perto um palhaço, ele se dá conta da farsa. "Carlos se viu junto a ele, tão perto que pôde distinguir a boca cansada do homem debaixo do riso pintado e fixo do palhaço." Enxugando as lágrimas na saída, o pequeno explica à mãe, confusa, que "chorava porque os palhaços não o faziam rir". Mas é nos relatos que tratam do cotidiano que o autor retrata a alma de Montevidéu. Em "O Orçamento", narra a alegria que toma os funcionários de uma modesta repartição que ouvem dizer que finalmente terão um aumento. A euforia os faz gastar o dinheiro antes de a boa-nova ser confirmada. Meses passam e o tal aumento não vem. Endividados, tratam de tentar descobrir onde estava travada a decisão, mas acabam perdidos na labiríntica e inoperante máquina estatal. Já "Sábado de Gloria" mostra o lado íntimo dessa rotina da cidade. Um casal típico, acomodado num matrimônio repetitivo e sem emoções desaba de uma só vez quando a moça adoece subitamente. Há também histórias que questionam a ideia de que ser uruguaio no mundo era ser um provinciano longe de casa –conflito que Benedetti viveu, ao ter de se exilar devido à ditadura (1973-1985). Por fim, o autor provoca a ideia disseminada de que Montevidéu é um lugar tranquilo, em que o tempo parece parado e em que as pessoas vivem numa só sintonia. Cada conto de "Montevideanos" mostra algo das sutilezas da alma uruguaia, suas maldades e ternuras, fúrias, paixões, preconceitos e temores, emoções em movimento que permanecem encobertas, talvez até hoje. MONTEVIDEANOS AUTOR Mario Benedetti TRADUÇÃO Ercílio Tranjan e Nilce Tranjan EDITORA Mundaréu QUANTO R$ 39 (164 págs.)
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Pés no ar, olhos na terra
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Lula vai voar. De maneira mais terráquea e menos poética, há meses comunica essa decisão de percorrer o país. Mas não decola. Se afinal o fizer, não terá dificuldade em reavivar o entusiasmo de velhos lulistas e de agraciados por melhorias de vida que seu governo proporcionou. Não é imaginável, porém, que obtenha o mesmo resultado na defesa de Dilma e, muito menos, do governo. A admitir-se que Lula fala com seriedade ao se dizer disposto a "ir para a disputa em 2018, enfrentar a oposição", como fez na conversa com o uruguaio José Mujica (acentua-se o "u", não o "i"), o seu propósito bifurca-se. Reativar os ânimos por sua volta não é o mesmo, e em grande medida é até o contrário, que defender o governo Dilma. O desemprego já ceifa na ordem dos milhões, a remuneração do trabalho diminui, "o consumo das famílias é o pior desde 2001", as manchetes proclamam a recessão, as greves retornam multiplicadas, o arrocho atinge saúde e educação –é o público de Lula pagando o desajuste neoliberal do governo Dilma. É o público que depositaria em Lula a esperança de reverter a obra do governo Dilma. Ou uma ou outra: fazer o trabalho preliminar para eventual candidatura ou pregar uma inútil tolerância com o governo. O desastre do governo é desastre do PT, e deste duplo desastre Lula não sai incólume. Criou Dilma, acobertou-a e ao governo, e aceitou, ao menos para todos os efeitos públicos, tanto o que houve no mandato anterior como no atual. Mas existe uma alternativa para Lula, e não só para ele. Está em uma forte mudança na Fazenda. Não da concepção neoliberal de política, que isso não ocorreria. Mas de atitude. Joaquim Levy não é de fazer as poses de suficiência de Pedro Malan, nem tem a conversa de vendedor de calçada de Antonio Palocci. É tímido, sereno, educado. Fala pouco e baixo: seja lá o que diga, não tem ênfase, nunca. Não demonstra convicção e não convence. Se Levy não convence, o poder de argumentação de Dilma é ainda mais incapaz de suscitar confiança, sobretudo depois de tantas inversões factuais de suas palavras. O resultado é que ninguém acredita que os desarranjos crescentes levem à arrumação da economia, ou lá do que for, em tempo de evitar uma situação extremada. Isso está nítido até no empresariado identificado ideologicamente com a política de Levy. Para o governo e para Lula, uma forte mudança de atitude, a ponto mesmo de parecer outro governo, neoliberal embora, convicto e determinado, tudo indica ser a única porta para o futuro. Ainda assim, futuro incerto. O que já será muito bom para eles, se comparado com o futuro dos que a cada dia perdem, e continuarão perdendo, mais do pouco que melhorara as suas vidas. A não ser assim, a direção dos fatos indica que não tardará a inauguração, no Ministério da Fazenda, de mais um retrato de ex-ministro. Se bem que não poucos, nas proximidades de Lula, considerem que o seu futuro político não dispensará a ruptura com sua criação.
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colunas
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Pés no ar, olhos na terraLula vai voar. De maneira mais terráquea e menos poética, há meses comunica essa decisão de percorrer o país. Mas não decola. Se afinal o fizer, não terá dificuldade em reavivar o entusiasmo de velhos lulistas e de agraciados por melhorias de vida que seu governo proporcionou. Não é imaginável, porém, que obtenha o mesmo resultado na defesa de Dilma e, muito menos, do governo. A admitir-se que Lula fala com seriedade ao se dizer disposto a "ir para a disputa em 2018, enfrentar a oposição", como fez na conversa com o uruguaio José Mujica (acentua-se o "u", não o "i"), o seu propósito bifurca-se. Reativar os ânimos por sua volta não é o mesmo, e em grande medida é até o contrário, que defender o governo Dilma. O desemprego já ceifa na ordem dos milhões, a remuneração do trabalho diminui, "o consumo das famílias é o pior desde 2001", as manchetes proclamam a recessão, as greves retornam multiplicadas, o arrocho atinge saúde e educação –é o público de Lula pagando o desajuste neoliberal do governo Dilma. É o público que depositaria em Lula a esperança de reverter a obra do governo Dilma. Ou uma ou outra: fazer o trabalho preliminar para eventual candidatura ou pregar uma inútil tolerância com o governo. O desastre do governo é desastre do PT, e deste duplo desastre Lula não sai incólume. Criou Dilma, acobertou-a e ao governo, e aceitou, ao menos para todos os efeitos públicos, tanto o que houve no mandato anterior como no atual. Mas existe uma alternativa para Lula, e não só para ele. Está em uma forte mudança na Fazenda. Não da concepção neoliberal de política, que isso não ocorreria. Mas de atitude. Joaquim Levy não é de fazer as poses de suficiência de Pedro Malan, nem tem a conversa de vendedor de calçada de Antonio Palocci. É tímido, sereno, educado. Fala pouco e baixo: seja lá o que diga, não tem ênfase, nunca. Não demonstra convicção e não convence. Se Levy não convence, o poder de argumentação de Dilma é ainda mais incapaz de suscitar confiança, sobretudo depois de tantas inversões factuais de suas palavras. O resultado é que ninguém acredita que os desarranjos crescentes levem à arrumação da economia, ou lá do que for, em tempo de evitar uma situação extremada. Isso está nítido até no empresariado identificado ideologicamente com a política de Levy. Para o governo e para Lula, uma forte mudança de atitude, a ponto mesmo de parecer outro governo, neoliberal embora, convicto e determinado, tudo indica ser a única porta para o futuro. Ainda assim, futuro incerto. O que já será muito bom para eles, se comparado com o futuro dos que a cada dia perdem, e continuarão perdendo, mais do pouco que melhorara as suas vidas. A não ser assim, a direção dos fatos indica que não tardará a inauguração, no Ministério da Fazenda, de mais um retrato de ex-ministro. Se bem que não poucos, nas proximidades de Lula, considerem que o seu futuro político não dispensará a ruptura com sua criação.
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Após manobra pró-Cunha, presidente da CCJ diz querer 'recuperar imagem'
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Um dia após ter encerrado a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e adiado para esta quinta (14) o desfecho do processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Osmar Serraglio pediu a palavra durante a sessão para se justificar e "recuperar um pouco da minha imagem". Aliado de Cunha e presidente da CCJ, Serraglio encerrou a sessão na quarta (13) por volta das 17h, embora a eleição para novo presidente da Câmara só fosse ter início às 19h. Foi chamado de "vendido" e criticado pelos deputados aos gritos de "vergonha". "Imaginando que minimamente eu possa recuperar um pouco da minha imagem diante do que se vê hoje nos jornais, nas redes sociais, nos programas jornalísticos, e aqui está o plenário da CCJ para que eu possa afirmar mais uma vez que eu não prossegui, em nenhum momento, de forma que não fosse regimental", afirmou Serraglio. E complementou: "Peço com muita humildade e encarecidamente que a imprensa se puder esclareça isso à população brasileira". Depois, em conversa com os jornalistas, Serraglio perguntou: "Vocês vão registrar que as pessoas que me criticaram ontem me elogiaram hoje?". Isso porque alguns parlamentares pediram a palavra nesta quinta para defender sua condução à frente da CCJ. Serraglio admitiu estar aliviado com o fim do processo na CCJ. "É claro que atrapalha. Estávamos já há 12 dias úteis discutindo esse assunto", afirmou. Um dos mais ferrenhos defensores de Cunha, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), consolou Serraglio: "O senhor tomou pau da imprensa um dia, ontem, injustamente. Eu estou tomando há um ano e estou aqui com as costas largas". Marun, dentre outras ações, foi o autor do recurso contra a cassação de Cunha no Conselho de Ética, que nesta quinta também acabou rejeitado na CCJ. No mês passado, o conselho aprovou a cassação de Cunha por 11 votos a 9, no processo mais longo de sua história. Nesta quinta, a CCJ rejeitou o recurso em defesa de Cunha, por 48 votos a 12, e decidiu encaminhar seu processo de cassação ao plenário. Na volta do recesso, em agosto, a Câmara deve decidir se Cunha deve ou não perder o mandato. A acusação é que ele mentiu aos seus pares por dizer que não tinha contas no exterior. O Ministério Público da Suíça enviou documentação às autoridades brasileiras apontando que Cunha era beneficiário final de três contas naquele país, cuja titularidade estava em nome de trusts– instituto jurídico para administrar bens de terceiros.
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Após manobra pró-Cunha, presidente da CCJ diz querer 'recuperar imagem'Um dia após ter encerrado a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e adiado para esta quinta (14) o desfecho do processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Osmar Serraglio pediu a palavra durante a sessão para se justificar e "recuperar um pouco da minha imagem". Aliado de Cunha e presidente da CCJ, Serraglio encerrou a sessão na quarta (13) por volta das 17h, embora a eleição para novo presidente da Câmara só fosse ter início às 19h. Foi chamado de "vendido" e criticado pelos deputados aos gritos de "vergonha". "Imaginando que minimamente eu possa recuperar um pouco da minha imagem diante do que se vê hoje nos jornais, nas redes sociais, nos programas jornalísticos, e aqui está o plenário da CCJ para que eu possa afirmar mais uma vez que eu não prossegui, em nenhum momento, de forma que não fosse regimental", afirmou Serraglio. E complementou: "Peço com muita humildade e encarecidamente que a imprensa se puder esclareça isso à população brasileira". Depois, em conversa com os jornalistas, Serraglio perguntou: "Vocês vão registrar que as pessoas que me criticaram ontem me elogiaram hoje?". Isso porque alguns parlamentares pediram a palavra nesta quinta para defender sua condução à frente da CCJ. Serraglio admitiu estar aliviado com o fim do processo na CCJ. "É claro que atrapalha. Estávamos já há 12 dias úteis discutindo esse assunto", afirmou. Um dos mais ferrenhos defensores de Cunha, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), consolou Serraglio: "O senhor tomou pau da imprensa um dia, ontem, injustamente. Eu estou tomando há um ano e estou aqui com as costas largas". Marun, dentre outras ações, foi o autor do recurso contra a cassação de Cunha no Conselho de Ética, que nesta quinta também acabou rejeitado na CCJ. No mês passado, o conselho aprovou a cassação de Cunha por 11 votos a 9, no processo mais longo de sua história. Nesta quinta, a CCJ rejeitou o recurso em defesa de Cunha, por 48 votos a 12, e decidiu encaminhar seu processo de cassação ao plenário. Na volta do recesso, em agosto, a Câmara deve decidir se Cunha deve ou não perder o mandato. A acusação é que ele mentiu aos seus pares por dizer que não tinha contas no exterior. O Ministério Público da Suíça enviou documentação às autoridades brasileiras apontando que Cunha era beneficiário final de três contas naquele país, cuja titularidade estava em nome de trusts– instituto jurídico para administrar bens de terceiros.
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Longa de 1977 já concentra as virtudes de Clint como diretor
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Clint Eastwood ainda não era Clint Eastwood, ou pelo menos não era reconhecido como tal em 1977, quando fez "Rota Suicida" ("The Gauntlet", 14 anos, TCM, 0h30). No entanto, o essencial de suas virtudes está lá, na história do xerife que vai buscar em Las Vegas uma prostituta que irá testemunhar contra um gângster. A construção do personagem é bem Clint: o xerife é um homem íntegro, limitado, valentão, caipira. Ele deve enfrentar, para começo de conversa, a rebelde garota. Mas, como veremos, ele terá muito mais a enfrentar para cumprir sua missão até o fim. Se aqui o apego ao clássico se manifesta plenamente, ao mesmo tempo percebe-se a impossibilidade de manter-se clássico. Como se o tempo o empurrasse a ser um moderno, apesar dele. Ainda assim, o compromisso clássico da aventura será mantido todo o tempo, e o final espetacular dará bem a medida daquilo a que pode chegar um homem simples mas imbuído do senso do dever.
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ilustrada
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Longa de 1977 já concentra as virtudes de Clint como diretorClint Eastwood ainda não era Clint Eastwood, ou pelo menos não era reconhecido como tal em 1977, quando fez "Rota Suicida" ("The Gauntlet", 14 anos, TCM, 0h30). No entanto, o essencial de suas virtudes está lá, na história do xerife que vai buscar em Las Vegas uma prostituta que irá testemunhar contra um gângster. A construção do personagem é bem Clint: o xerife é um homem íntegro, limitado, valentão, caipira. Ele deve enfrentar, para começo de conversa, a rebelde garota. Mas, como veremos, ele terá muito mais a enfrentar para cumprir sua missão até o fim. Se aqui o apego ao clássico se manifesta plenamente, ao mesmo tempo percebe-se a impossibilidade de manter-se clássico. Como se o tempo o empurrasse a ser um moderno, apesar dele. Ainda assim, o compromisso clássico da aventura será mantido todo o tempo, e o final espetacular dará bem a medida daquilo a que pode chegar um homem simples mas imbuído do senso do dever.
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Saiba quais são os países que exigem visto para brasileiros
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Mais de 90 países exigem visto para cidadãos brasileiros que queiram fazer visitas de curta duração –seja por meio de requerimento pela internet ou de entrevista e entrega de documentos no consulado. Por isso, antes arrumar as malas e partir para o aeroporto, o turista deve checar se precisa de permissão para entrar tanto em seu destino final quanto nos países de trânsito. O visto é obrigatório em lugares como Estados Unidos, China, Egito, Austrália, Japão e Irã. Também faz parte dessa lista o Canadá, que em outubro anunciou que irá flexibilizar as regras para a entrada de brasileiros no país a partir de 1º de maio de 2017. Aqueles que foram residentes temporários no país nos últimos 10 anos ou já têm o visto dos Estados Unidos precisarão apenas de uma autorização eletrônica de viagem, que poderá ser solicitada pela internet. Confira a lista completa de países que exigem visto para a entrada de turistas brasileiros. * VISTO OBRIGATÓRIO Afeganistão Angola Arábia Saudita Argélia Austrália Azerbaijão Bangladesh Bareine Bielorrússia Brunei Burkina Faso Burundi Butão Cabo Verde Camarões Camboja Canadá Catar Cazaquistão Chade China Comores Coreia do Norte Cuba Djibuti Dominica Egito Emirados Árabes Eritreia Estados Unidos Etiópia Gabão Gâmbia Gana Guiana Francesa Guiné Guiné-Bissau Guiné Equatorial Iêmen Ilhas Cook Ilhas Kiribati Ilhas Marianas Ilhas Marshall Ilhas Maurício Ilhas Salomão Índia Indonésia Irã Iraque Japão Jordânia Kuwait Laos Lesoto Líbano Libéria Líbia Macedônia Madagascar Malaui Mali Mauritânia Moçambique Moldova Myanmar Nepal Níger Nigéria Omã Papua Nova Guiné Paquistão Quênia Quirguistão República Centro Africana República Democrática do Congo Romênia Ruanda São Tomé e Príncipe Serra Leoa Síria Somália Sri Lanka Sudão Sudão do Sul Tadjiquistão Taiwan Tanzânia Timor Leste Togo Turcomenistão Uganda Uzbequistão Vanuatu Vietnã Zâmbia Zimbábue Fonte: Ministério das Relações Exteriores
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turismo
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Saiba quais são os países que exigem visto para brasileirosMais de 90 países exigem visto para cidadãos brasileiros que queiram fazer visitas de curta duração –seja por meio de requerimento pela internet ou de entrevista e entrega de documentos no consulado. Por isso, antes arrumar as malas e partir para o aeroporto, o turista deve checar se precisa de permissão para entrar tanto em seu destino final quanto nos países de trânsito. O visto é obrigatório em lugares como Estados Unidos, China, Egito, Austrália, Japão e Irã. Também faz parte dessa lista o Canadá, que em outubro anunciou que irá flexibilizar as regras para a entrada de brasileiros no país a partir de 1º de maio de 2017. Aqueles que foram residentes temporários no país nos últimos 10 anos ou já têm o visto dos Estados Unidos precisarão apenas de uma autorização eletrônica de viagem, que poderá ser solicitada pela internet. Confira a lista completa de países que exigem visto para a entrada de turistas brasileiros. * VISTO OBRIGATÓRIO Afeganistão Angola Arábia Saudita Argélia Austrália Azerbaijão Bangladesh Bareine Bielorrússia Brunei Burkina Faso Burundi Butão Cabo Verde Camarões Camboja Canadá Catar Cazaquistão Chade China Comores Coreia do Norte Cuba Djibuti Dominica Egito Emirados Árabes Eritreia Estados Unidos Etiópia Gabão Gâmbia Gana Guiana Francesa Guiné Guiné-Bissau Guiné Equatorial Iêmen Ilhas Cook Ilhas Kiribati Ilhas Marianas Ilhas Marshall Ilhas Maurício Ilhas Salomão Índia Indonésia Irã Iraque Japão Jordânia Kuwait Laos Lesoto Líbano Libéria Líbia Macedônia Madagascar Malaui Mali Mauritânia Moçambique Moldova Myanmar Nepal Níger Nigéria Omã Papua Nova Guiné Paquistão Quênia Quirguistão República Centro Africana República Democrática do Congo Romênia Ruanda São Tomé e Príncipe Serra Leoa Síria Somália Sri Lanka Sudão Sudão do Sul Tadjiquistão Taiwan Tanzânia Timor Leste Togo Turcomenistão Uganda Uzbequistão Vanuatu Vietnã Zâmbia Zimbábue Fonte: Ministério das Relações Exteriores
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Polícia prende suspeita de sequestrar bebê na zona sul de São Paulo
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A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (8) uma mulher de 38 anos sob suspeita de sequestrar um bebê de três meses na semana passada, na região de Santo Amaro, zona sul de São Paulo. A prisão da suspeita aconteceu quando ela saia de sua casa em Diadema, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a polícia, ela já foi reconhecida pela mãe do menino e pela mulher a quem a criança foi entregue na terça (7). O bebê foi sequestrado no último dia 31 quando a mãe da criança foi ao Poupatempo da região de Santo Amaro para tirar carteira de trabalho. A jovem pediu informações para a mulher, que momentos depois aproveitou sua distração e entrou em um ônibus com o menino. Já na madrugada desta terça, a criança foi entregue a uma vendedora ambulante na região do Largo 13, também em Santo Amaro. A suspeita falou para a comerciante que só iria ao banheiro, mas não voltou. A vendedora então procurou a PM, que chamou a mãe do bebê para o reconhecimento. Na manhã desta quarta, a suspeita foi levada ao 4º DP de Diadema, onde foi reconhecida e confessou ter levado a criança. De acordo com a polícia, ela já tem quatro filhos, mas disse que se afeiçoou ao bebê. Ela afirmou que não tinha intenção de leva-lo, mas quando percebeu já estava no coletivo, e não teve coragem de voltar. A suspeita ainda estava na delegacia por volta das 13h20. Ela poderá responder pelo crime de sequestro, que prevê prisão de dois a cinco anos. A polícia não informou se ela já tem advogado.
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cotidiano
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Polícia prende suspeita de sequestrar bebê na zona sul de São PauloA Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (8) uma mulher de 38 anos sob suspeita de sequestrar um bebê de três meses na semana passada, na região de Santo Amaro, zona sul de São Paulo. A prisão da suspeita aconteceu quando ela saia de sua casa em Diadema, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a polícia, ela já foi reconhecida pela mãe do menino e pela mulher a quem a criança foi entregue na terça (7). O bebê foi sequestrado no último dia 31 quando a mãe da criança foi ao Poupatempo da região de Santo Amaro para tirar carteira de trabalho. A jovem pediu informações para a mulher, que momentos depois aproveitou sua distração e entrou em um ônibus com o menino. Já na madrugada desta terça, a criança foi entregue a uma vendedora ambulante na região do Largo 13, também em Santo Amaro. A suspeita falou para a comerciante que só iria ao banheiro, mas não voltou. A vendedora então procurou a PM, que chamou a mãe do bebê para o reconhecimento. Na manhã desta quarta, a suspeita foi levada ao 4º DP de Diadema, onde foi reconhecida e confessou ter levado a criança. De acordo com a polícia, ela já tem quatro filhos, mas disse que se afeiçoou ao bebê. Ela afirmou que não tinha intenção de leva-lo, mas quando percebeu já estava no coletivo, e não teve coragem de voltar. A suspeita ainda estava na delegacia por volta das 13h20. Ela poderá responder pelo crime de sequestro, que prevê prisão de dois a cinco anos. A polícia não informou se ela já tem advogado.
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Fim do preconceito e máquina de dinheiro: desejos da criança para 2016
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O que você espera para o ano que vem? Acabar com o preconceito no mundo ou reciclar mais o lixo? Conhecer o maior pote de Nutella ou ganhar uma máquina de dinheiro? A "Folhinha" fez essa pergunta a crianças, em São Paulo. Confira o que elas responderam na galeria acima.
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folhinha
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Fim do preconceito e máquina de dinheiro: desejos da criança para 2016O que você espera para o ano que vem? Acabar com o preconceito no mundo ou reciclar mais o lixo? Conhecer o maior pote de Nutella ou ganhar uma máquina de dinheiro? A "Folhinha" fez essa pergunta a crianças, em São Paulo. Confira o que elas responderam na galeria acima.
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Dois anos após sumiço, famílias pedem que buscas por voo MH370 continuem
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Os familiares dos passageiros desaparecidos a bordo do voo MH370 da Malaysia Airlines defendem que buscas devem continuar além do prazo de encerramento, em junho. O sumiço do avião completa dois anos na próxima terça, dia 8 de março. Destroços encontrados perto de Moçambique renovaram as esperanças de muitos parentes, que pedem que os investigadores revejam erros feitos no início das buscas. "Boa parte do processo foi baseado em cálculos que nunca tinham sido usados antes, o que deixa espaço para erros humanos", disse Grace Subathirai Nathan, cuja mãe, Anne Daisy, estava a bordo do voo que desapareceu no caminho entre Kuala Lumpur, na Malásia, e Pequim, na China, com 239 passageiros e a tripulação. Neste domingo, familiares e amigos das pessoas que estavam a bordo do avião se reuniram em um shopping de Kuala Lumpur, na Malásia, em um ato para "reinvestigar, reavaliar, recomeçar" a busca. Ao som de músicas tristes e performances de dança, os participantes do ato fizeram um pedido emocionado para que as buscas continuem até que o avião seja encontrado. "Eles podem parar a busca, mas quando vamos parar de sentir a perda?", disse Jacquita Gonzales, mulher de Patrick Gomes, supervisor do voo MH370. O avião sumiu dos radares logo após decolar de Kuala Lumpur. Os investigadores acreditam que ele voou por milhares de milhas até cair no oceano próximo à Austrália. Cerca de 120 mil quilômetros de área marítima foram vasculhadas, a um custo estimado de US$ 124 milhões (cerca de R$ 466 milhões). Porém, nenhum rastro do Boeing 777 perdido foi encontrado, exceto por uma parte da asa, recolhida perto de Madagascar em julho de 2015. A Austrália disse em agosto que as projeções iniciais identificaram incorretamente a Indonésia como o local onde os destroços poderiam aparecer primeiro. "Se isso pode estar errado, o que mais pode estar errado?", questiona Nathan. Uma reunião marcada para junho entre Austrália, China e Malásia determinará se as buscas serão estendidas ou não. O Voice370, grupo de apoio aos familiares das vítimas do voo MH370, disse na semana passada que a queixa de que o dinheiro para buscas está no fim é "inaceitável" como razão para encerrar a investigação, que poderá beneficiar a indústria como um todo e aumentar a segurança dos voos.
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mundo
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Dois anos após sumiço, famílias pedem que buscas por voo MH370 continuemOs familiares dos passageiros desaparecidos a bordo do voo MH370 da Malaysia Airlines defendem que buscas devem continuar além do prazo de encerramento, em junho. O sumiço do avião completa dois anos na próxima terça, dia 8 de março. Destroços encontrados perto de Moçambique renovaram as esperanças de muitos parentes, que pedem que os investigadores revejam erros feitos no início das buscas. "Boa parte do processo foi baseado em cálculos que nunca tinham sido usados antes, o que deixa espaço para erros humanos", disse Grace Subathirai Nathan, cuja mãe, Anne Daisy, estava a bordo do voo que desapareceu no caminho entre Kuala Lumpur, na Malásia, e Pequim, na China, com 239 passageiros e a tripulação. Neste domingo, familiares e amigos das pessoas que estavam a bordo do avião se reuniram em um shopping de Kuala Lumpur, na Malásia, em um ato para "reinvestigar, reavaliar, recomeçar" a busca. Ao som de músicas tristes e performances de dança, os participantes do ato fizeram um pedido emocionado para que as buscas continuem até que o avião seja encontrado. "Eles podem parar a busca, mas quando vamos parar de sentir a perda?", disse Jacquita Gonzales, mulher de Patrick Gomes, supervisor do voo MH370. O avião sumiu dos radares logo após decolar de Kuala Lumpur. Os investigadores acreditam que ele voou por milhares de milhas até cair no oceano próximo à Austrália. Cerca de 120 mil quilômetros de área marítima foram vasculhadas, a um custo estimado de US$ 124 milhões (cerca de R$ 466 milhões). Porém, nenhum rastro do Boeing 777 perdido foi encontrado, exceto por uma parte da asa, recolhida perto de Madagascar em julho de 2015. A Austrália disse em agosto que as projeções iniciais identificaram incorretamente a Indonésia como o local onde os destroços poderiam aparecer primeiro. "Se isso pode estar errado, o que mais pode estar errado?", questiona Nathan. Uma reunião marcada para junho entre Austrália, China e Malásia determinará se as buscas serão estendidas ou não. O Voice370, grupo de apoio aos familiares das vítimas do voo MH370, disse na semana passada que a queixa de que o dinheiro para buscas está no fim é "inaceitável" como razão para encerrar a investigação, que poderá beneficiar a indústria como um todo e aumentar a segurança dos voos.
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Acionistas aprovam saída da Eletrobras do mercado de distribuição
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Os acionistas da Eletrobras optaram por deixar o mercado de distribuição da maneira mais brusca possível: não renovar nenhuma das 6 concessões que detinha. Em assembleia realizada nesta sexta-feira (22), o grupo de acionistas decidiu por reprovar todas as prorrogações de concessões e aprovar a transferência de controle acionário baseado na Medida Provisória 735, editada recentemente pelo presidente interino, Michel Temer. A decisão foi tomada pelos acionistas minoritários. O governo, o acionista majoritário, para não ser acusado de ingerência, acompanhou o voto dos minoritários. Na prática, a partir do dia terça-feira (26), a Eletrobras não terá mais nenhuma concessão no sistema de distribuição e o governo precisará encontrar, com urgência, um comprador para as distribuidoras e para assumir as concessões. As seis distribuidoras são Amazonas Energia (AM), Boa Vista (RR), Eletroacre (AC), Cepisa (PI), Ceal (AL) e Ceron (RO). A recusa em renovar as concessões das três aponta para uma mudança na estratégia dos acionistas minoritários da companhia. As distribuidoras do Piauí e do Alagoas estavam em melhor situação financeira e precisavam de uma injeção financeira inferior a R$ 1 bilhão para poderem ser privatizadas com lucro maior. Conforme publicou a Folha, a decisão de não renovar as concessões nasceu da dificuldade da Eletrobras em levantar recursos para sanar as dívidas acumuladas pelas empresas com multas aplicadas por falhas no atendimento aos consumidores. Pelas regras em vigor, ela não pode privatizar uma concessionária com esses débitos. Mas, a partir do momento em que o contrato de concessão não é renovado, o governo pode vender a distribuidora para outra empresa, que ficará responsável por quitar as dívidas acumuladas. Isso deve reduzir o valor de venda da distribuidora.
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Acionistas aprovam saída da Eletrobras do mercado de distribuiçãoOs acionistas da Eletrobras optaram por deixar o mercado de distribuição da maneira mais brusca possível: não renovar nenhuma das 6 concessões que detinha. Em assembleia realizada nesta sexta-feira (22), o grupo de acionistas decidiu por reprovar todas as prorrogações de concessões e aprovar a transferência de controle acionário baseado na Medida Provisória 735, editada recentemente pelo presidente interino, Michel Temer. A decisão foi tomada pelos acionistas minoritários. O governo, o acionista majoritário, para não ser acusado de ingerência, acompanhou o voto dos minoritários. Na prática, a partir do dia terça-feira (26), a Eletrobras não terá mais nenhuma concessão no sistema de distribuição e o governo precisará encontrar, com urgência, um comprador para as distribuidoras e para assumir as concessões. As seis distribuidoras são Amazonas Energia (AM), Boa Vista (RR), Eletroacre (AC), Cepisa (PI), Ceal (AL) e Ceron (RO). A recusa em renovar as concessões das três aponta para uma mudança na estratégia dos acionistas minoritários da companhia. As distribuidoras do Piauí e do Alagoas estavam em melhor situação financeira e precisavam de uma injeção financeira inferior a R$ 1 bilhão para poderem ser privatizadas com lucro maior. Conforme publicou a Folha, a decisão de não renovar as concessões nasceu da dificuldade da Eletrobras em levantar recursos para sanar as dívidas acumuladas pelas empresas com multas aplicadas por falhas no atendimento aos consumidores. Pelas regras em vigor, ela não pode privatizar uma concessionária com esses débitos. Mas, a partir do momento em que o contrato de concessão não é renovado, o governo pode vender a distribuidora para outra empresa, que ficará responsável por quitar as dívidas acumuladas. Isso deve reduzir o valor de venda da distribuidora.
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Cade aprova com restrições negócio de R$ 12 bilhões entre Bolsa e Cetip
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O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou com restrições nesta quarta-feira (22) a compra da Cetip pela BM&FBovespa, um negócio de R$ 12 bilhões. A Bovespa e a Cetip operam com negócios diferentes, mas complementares. Na Bolsa, são comercializadas ações de empresas. Na Cetip, são feitas as transações envolvendo títulos de renda fixa, como CDBs, LCAs, entre outros. A princípio, a Bolsa poderia entrar no negócio da Cetip que, por sua vez, também poderia criar uma estrutura similar à da Bolsa para também negociar ações. Mas isso nunca aconteceu. No passado, outras empresas tentaram criar Bolsas concorrentes, mas as tentativas fracassaram. Hoje, quando uma corretora vira cliente da BM&FBovespa, precisa pagar uma taxa para se conectar eletronicamente aos sistemas de negociação e transferência das ações. Essa taxa é repassada a seus clientes, que emitem as ordens de compra e venda dos papéis. A Cetip também cobra para a compra e venda de títulos de renda fixa. Como antecipou a Folha, o conselho não aceitou o voto da relatora do caso Cristiane Alkmin –considerado "duro demais"– e permitiu a transação desde que seja criado um comitê de arbitragem para decidir conflitos entre a Bovespa e possíveis concorrentes. A solução foi apresentada pelas próprias empresas há cerca de duas semanas, quando a conselheira se retirou das negociações. Em seu pronunciamento durante a votação, Alkmin disse concordar com essa solução, mas que ela só faria sentido se fossem impostas condições prévias ao árbitro. Dentre elas: o controle objetivo das regras de acesso aos sistemas da Bolsa (para evitar demora ou tratamento discriminatório) e de preço (para evitar abusos de preço que inviabilizem a concorrência). A maioria dos conselheiros optou por uma saída "light" porque entendeu não ser função do Cade regular mercados. No caso, esse papel é exercido pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Até hoje, porém, não existe uma regulação da CVM para quem quer entrar no mercado da Bolsa. REGULADOR Em muitos outros casos, no entanto, o Cade tomou decisões que cobriram buracos regulatórios. Foi assim em fevereiro de 2015 na fusão da ALL com a Rumo Logística. Para permitir o negócio, o conselho forçou a passagem de trens concorrentes em sua malha corrigindo "falhas do mercado". O setor é regulado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Também foi assim no passado com um caso entre a GVT e a Oi envolvendo tarifas de interconexão cobradas entre as operadoras pelo compartilhamento de redes. Os preços elevados cobrados pela Oi (que tinha mais poder de mercado) dificultavam a inserção da GVT no mercado. A compra da Cetip pela BM&FBovespa não é diferente. Tanto que a ATS, empresa que pretende criar uma Bolsa concorrente, entrou como parte interessada no processo como uma forma de "esclarecer" as distorções que hoje permitem à Bolsa permanecer como "monopolista" e margens de lucro acima de 60% desde 2007. Muitas empresas tentaram ser concorrentes da Bolsa no Brasil nos últimos anos, mas desistiram diante dessas "falhas concorrenciais" hoje reveladas na sessão do Cade. Para se implantar no país, muitas precisariam usar parte dos sistemas de negociação da BM&FBovespa. Segundo elas, a Bolsa sempre criou barreiras para o acesso aos sistemas (demora excessiva em dar respostas) e cobrou preços tão elevados que, na prática, inviabilizaram a competição. A Bolsa sempre afirmou e, repetiu dessa vez ao Cade, que seu preço reflete seus custos. Mas nunca abriu a composição desses custos. No processo, um estudo contratado pela ATS –que foi parte interessada– e feito pela consultoria Oxera revelou que os preços da BM&FBovespa estavam 22 vezes acima da média mundial. Em comunicado, a Bolsa informou que cumprirá todas as condições impostas pelo Cade e que vai garantir tratamento isonômico às empresas que quiserem atuar nesse mercado. Em nota, a ATS considerou que o conselho agiu "de forma adequada e contundente" ao obrigar a BM&FBovespa e a Cetip a celebrarem acordos de prestação de serviço com as novas entrantes.
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mercado
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Cade aprova com restrições negócio de R$ 12 bilhões entre Bolsa e CetipO Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou com restrições nesta quarta-feira (22) a compra da Cetip pela BM&FBovespa, um negócio de R$ 12 bilhões. A Bovespa e a Cetip operam com negócios diferentes, mas complementares. Na Bolsa, são comercializadas ações de empresas. Na Cetip, são feitas as transações envolvendo títulos de renda fixa, como CDBs, LCAs, entre outros. A princípio, a Bolsa poderia entrar no negócio da Cetip que, por sua vez, também poderia criar uma estrutura similar à da Bolsa para também negociar ações. Mas isso nunca aconteceu. No passado, outras empresas tentaram criar Bolsas concorrentes, mas as tentativas fracassaram. Hoje, quando uma corretora vira cliente da BM&FBovespa, precisa pagar uma taxa para se conectar eletronicamente aos sistemas de negociação e transferência das ações. Essa taxa é repassada a seus clientes, que emitem as ordens de compra e venda dos papéis. A Cetip também cobra para a compra e venda de títulos de renda fixa. Como antecipou a Folha, o conselho não aceitou o voto da relatora do caso Cristiane Alkmin –considerado "duro demais"– e permitiu a transação desde que seja criado um comitê de arbitragem para decidir conflitos entre a Bovespa e possíveis concorrentes. A solução foi apresentada pelas próprias empresas há cerca de duas semanas, quando a conselheira se retirou das negociações. Em seu pronunciamento durante a votação, Alkmin disse concordar com essa solução, mas que ela só faria sentido se fossem impostas condições prévias ao árbitro. Dentre elas: o controle objetivo das regras de acesso aos sistemas da Bolsa (para evitar demora ou tratamento discriminatório) e de preço (para evitar abusos de preço que inviabilizem a concorrência). A maioria dos conselheiros optou por uma saída "light" porque entendeu não ser função do Cade regular mercados. No caso, esse papel é exercido pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Até hoje, porém, não existe uma regulação da CVM para quem quer entrar no mercado da Bolsa. REGULADOR Em muitos outros casos, no entanto, o Cade tomou decisões que cobriram buracos regulatórios. Foi assim em fevereiro de 2015 na fusão da ALL com a Rumo Logística. Para permitir o negócio, o conselho forçou a passagem de trens concorrentes em sua malha corrigindo "falhas do mercado". O setor é regulado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Também foi assim no passado com um caso entre a GVT e a Oi envolvendo tarifas de interconexão cobradas entre as operadoras pelo compartilhamento de redes. Os preços elevados cobrados pela Oi (que tinha mais poder de mercado) dificultavam a inserção da GVT no mercado. A compra da Cetip pela BM&FBovespa não é diferente. Tanto que a ATS, empresa que pretende criar uma Bolsa concorrente, entrou como parte interessada no processo como uma forma de "esclarecer" as distorções que hoje permitem à Bolsa permanecer como "monopolista" e margens de lucro acima de 60% desde 2007. Muitas empresas tentaram ser concorrentes da Bolsa no Brasil nos últimos anos, mas desistiram diante dessas "falhas concorrenciais" hoje reveladas na sessão do Cade. Para se implantar no país, muitas precisariam usar parte dos sistemas de negociação da BM&FBovespa. Segundo elas, a Bolsa sempre criou barreiras para o acesso aos sistemas (demora excessiva em dar respostas) e cobrou preços tão elevados que, na prática, inviabilizaram a competição. A Bolsa sempre afirmou e, repetiu dessa vez ao Cade, que seu preço reflete seus custos. Mas nunca abriu a composição desses custos. No processo, um estudo contratado pela ATS –que foi parte interessada– e feito pela consultoria Oxera revelou que os preços da BM&FBovespa estavam 22 vezes acima da média mundial. Em comunicado, a Bolsa informou que cumprirá todas as condições impostas pelo Cade e que vai garantir tratamento isonômico às empresas que quiserem atuar nesse mercado. Em nota, a ATS considerou que o conselho agiu "de forma adequada e contundente" ao obrigar a BM&FBovespa e a Cetip a celebrarem acordos de prestação de serviço com as novas entrantes.
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PF reconhece erros em análise de troca de telefonemas na Lava Jato
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A Polícia Federal reconheceu ao STF (Supremo Tribunal Federal) ter cometido erros na tabulação e análise de ligações telefônicas derivadas da quebra de sigilo em inquérito aberto como desdobramento da Operação Lava Jato. A apuração, iniciada em 2015 a partir da delação do empreiteiro da UTC Engenharia Ricardo Pessoa, investiga, entre outros pontos, se o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Raimundo Carreiro recebeu R$ 1 milhão, por intermédio do advogado Tiago Cedraz, filho do então presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, para uma decisão favorável à UTC em processo no TCU. O caso no tribunal poderia comprometer obras da usina nuclear Angra 3. São investigados no mesmo inquérito os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA). A delegada da PF responsável pelo caso, Graziela Machado da Costa e Silva, é a mesma que desqualificou, em relatório, a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em junho, ela entregou um relatório conclusivo de 238 páginas ao STF para apoiar a abertura de uma ação penal –o pedido ainda está sob análise na PGR (Procuradoria-Geral da República). Um dos pontos realçados pela delegada foi o aparentemente enorme fluxo de telefonemas entre diversos dos investigados. Após ter acesso ao relatório, a defesa do advogado Tiago Cedraz advertiu a PF sobre falhas na identificação da posse e uso dos terminais telefônicos e afirmou que "a análise da delegada, com todo o respeito, encontra-se comprometida por graves equívocos, consubstanciados sobremaneira pela completa confusão na identificação dos usuários de diversas linhas cujos sigilos foram afastados". Segundo a defesa, um telefone fixo atribuído a Tiago na verdade pertence ao pai, Aroldo, "há mais de 15 anos", sendo o número de sua casa; um celular atribuído ao ministro era "uma linha adquirida através de plano familiar", tendo "sido sempre utilizada pela esposa do ministro"; e outro celular atribuído ao ministro "sempre foi de utilização exclusiva da filha caçula do ministro", irmã de Tiago. 'ERROS GROSSEIROS' Com a falha na identificação dos usuários das linhas, a PF passou a considerar como conversas entre Aroldo e Tiago, segundo argumentou a defesa de Tiago, "todas as chamadas efetuadas do celular do ministro para sua própria residência, do gabinete do ministro para sua própria residência, do celular da esposa do ministro para a residência do casal, do celular da filha do ministro para a casa dos pais Aroldo e Eliana, do escritório/celular de Tiago para o celular de sua mãe e, por fim, do escritório/celular de Tiago para o celular de sua irmã". A defesa também apontou "erros grosseiros" na identificação de números enviados pelo TCU e no usuário de um número pertencente ao escritório de Tiago. "As ligações que a Polícia Federal afirma terem sido realizadas a partir do gabinete do ministro Raimundo Carreiro, foram, na verdade, originadas do gabinete do ministro Aroldo Cedraz. Esse avassaladora confusão fez com que as ligações efetuadas do gabinete do ministro Cedraz para a sua própria residência, linha que a Exma. delegada erroneamente atribuiu ao requerente [Tiago], fossem computadas como chamadas telefônicas entre Raimundo Carreiro e Tiago Cedraz", diz a defesa. A partir daí, a PF passou a reavaliar o material e emitiu dois ofícios ao STF no último dia 10. Em ofício intitulado "comunicação importante acerca de erro material no relatório de análise" da PF, a delegada Graziela levou ao ministro relator do caso no STF, Edson Fachin, observações sobre seis pontos do relatório que ela havia entregue em junho. Houve uma série de deficiências na análise. O telefone fixo que aparecia cadastrado como sendo da casa de Aroldo Cedraz foi considerado como sendo de Tiago, mas na verdade continuava sendo o da residência do ministro. A PF havia apontado 14.321 registros entre os dois interlocutores, o que insinuava uma estranha troca de informações entre ministro e advogado. Porém ocorre que, conforme esclareceu a defesa, eram ligações do ministro para sua própria casa, e não para o filho advogado. ANÁLISE A delegada concedeu: "Essa intensidade de ligações entre pai e filho pode ser alterada com a revisão do relatório, dimensionando em maior ou menor escala". Para explicar a origem do problema, a delegada argumentou que Tiago havia fornecido à PF anos atrás, para a retirada de seu passaporte em 2012, o número telefônico que foi considerado como seu para a análise do inquérito. Também notas fiscais oriundas da Receita Federal mostraram o mesmo número associado a Tiago. Porém, o advogado se casou em 2014 e trocou de endereço, segundo a defesa. "Portanto, as análises foram realizadas com as informações até então disponíveis e, durante a instrução da ação penal, caso seja iniciada com o recebimento da denúncia, poderá se sujeitar ao contraditório e ampla defesa." Em outro ponto que merece correção, a delegada afirmou que houve "erro material na alimentação dos extratos telefônicos encaminhados pelo Tribunal de Contas da União" e também poderá "ser dimensionada em maior ou menor escala" a intensidade dos contatos telefônicos entre Tiago Cedraz e o ministro Raimundo Carreiro. O relatório da PF falava em "centenas de contatos ao longo dos anos de 2012 e 2014". Um relatório anterior, de 2016, havia falado em 55 ligações. Agora todo o levantamento deverá ser refeito para se chegar ao número mais próximo da realidade, o que a PF ainda não apontou. Da mesma forma, outro dos pontos importantes do relatório da delegada está comprometido. Ela havia apontado um fluxo de telefonemas em datas próximas da votação, no TCU, do processo de interesse da UTC Engenharia. "Os contatos identificados entre Tiago Cedraz, Aroldo Cedraz, Felipe Carreiro e a UTC Engenharia em determinadas datas do julgamento do processo (irregularidades na pré-qualificação) podem ser alterados", escreveu a delegada. PLANILHAS Embora tenha reconhecido os equívocos, a delegada Graziela voltou a defender as conclusões gerais do seu relatório anterior. "A dinâmica de pagamento de propina a agentes públicos e agentes políticos não segue um 'cronograma' definido que traga uma relação lógica de causa e consequência, como um contrato com cláusula de sucesso, em que o agente público praticou um ato e na sequência é remunerado." Em outro ofício ao STF, a PF deu mais detalhes sobre a origem de um dos erros. O GINQ (Grupo de Inquéritos do STF), unidade da PF especializada em investigações sobre autoridades com foro privilegiado, apontou que o TCU não encaminhou à PF em formato de planilha o registro das ligações entre os ministros Aroldo e Carreiro. Isso levou a PF a ter que elaborar uma planilha "de forma braçal", concluída em outubro de 2016. Na checagem da planilha feita pela PF a partir da manifestação da defesa de Tiago, entretanto, os policiais constataram "uma discrepância no que se refere ao terminal" que originou as chamadas telefônicas, pois "nos arquivos do TCU o ramal correspondente a cada ministro não precisava [não batia] com a informação lançada na planilha elaborada". "A falha se deu no decorrer da elaboração da planilha antes de deixá-la em condições do tratamento necessário para a importação de seu conteúdo para a base de dados da investigação, por erro humano, de tal forma que, em que pese a data, hora, duração e o terminal do destino estarem corretos, foi lançado no campo destinado ao terminal de origem a troca dos terminais dos ministros", diz a PF no ofício. Em nota divulgada nesta quinta-feira (17), o ministro Carreiro afirmou ter encaminhado ao STF a comprovação da origem de depósitos que somaram R$ 568 mil de 2012 a 2014. No mesmo relatório dos erros dos telefonemas, a PF havia classificado o valor como "de origem desconhecida". "Há ainda pagamentos efetuados pelo TCU, que a Polícia Federal identificou erroneamente como sendo do Senado; valores estornados; e depósitos individuais de R$ 60 a R$ 300 feitos por 26 pessoas físicas para a compra e distribuição de cestas básicas a pessoas carentes, na época do Natal e do Ano Novo", afirmou o ministro do TCU. Na nota, Carreiro "rebate a acusação de que teria agido para proteger ou defender interesses de empreiteiras em obras de Angra 3. De acordo com o ministro, o acórdão relativo a esse processo foi aprovado por unanimidade pelo plenário do TCU, com o endosso do Ministério Público de Contas, o que evidencia sua isenção na conclusão do voto".
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PF reconhece erros em análise de troca de telefonemas na Lava JatoA Polícia Federal reconheceu ao STF (Supremo Tribunal Federal) ter cometido erros na tabulação e análise de ligações telefônicas derivadas da quebra de sigilo em inquérito aberto como desdobramento da Operação Lava Jato. A apuração, iniciada em 2015 a partir da delação do empreiteiro da UTC Engenharia Ricardo Pessoa, investiga, entre outros pontos, se o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Raimundo Carreiro recebeu R$ 1 milhão, por intermédio do advogado Tiago Cedraz, filho do então presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, para uma decisão favorável à UTC em processo no TCU. O caso no tribunal poderia comprometer obras da usina nuclear Angra 3. São investigados no mesmo inquérito os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA). A delegada da PF responsável pelo caso, Graziela Machado da Costa e Silva, é a mesma que desqualificou, em relatório, a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em junho, ela entregou um relatório conclusivo de 238 páginas ao STF para apoiar a abertura de uma ação penal –o pedido ainda está sob análise na PGR (Procuradoria-Geral da República). Um dos pontos realçados pela delegada foi o aparentemente enorme fluxo de telefonemas entre diversos dos investigados. Após ter acesso ao relatório, a defesa do advogado Tiago Cedraz advertiu a PF sobre falhas na identificação da posse e uso dos terminais telefônicos e afirmou que "a análise da delegada, com todo o respeito, encontra-se comprometida por graves equívocos, consubstanciados sobremaneira pela completa confusão na identificação dos usuários de diversas linhas cujos sigilos foram afastados". Segundo a defesa, um telefone fixo atribuído a Tiago na verdade pertence ao pai, Aroldo, "há mais de 15 anos", sendo o número de sua casa; um celular atribuído ao ministro era "uma linha adquirida através de plano familiar", tendo "sido sempre utilizada pela esposa do ministro"; e outro celular atribuído ao ministro "sempre foi de utilização exclusiva da filha caçula do ministro", irmã de Tiago. 'ERROS GROSSEIROS' Com a falha na identificação dos usuários das linhas, a PF passou a considerar como conversas entre Aroldo e Tiago, segundo argumentou a defesa de Tiago, "todas as chamadas efetuadas do celular do ministro para sua própria residência, do gabinete do ministro para sua própria residência, do celular da esposa do ministro para a residência do casal, do celular da filha do ministro para a casa dos pais Aroldo e Eliana, do escritório/celular de Tiago para o celular de sua mãe e, por fim, do escritório/celular de Tiago para o celular de sua irmã". A defesa também apontou "erros grosseiros" na identificação de números enviados pelo TCU e no usuário de um número pertencente ao escritório de Tiago. "As ligações que a Polícia Federal afirma terem sido realizadas a partir do gabinete do ministro Raimundo Carreiro, foram, na verdade, originadas do gabinete do ministro Aroldo Cedraz. Esse avassaladora confusão fez com que as ligações efetuadas do gabinete do ministro Cedraz para a sua própria residência, linha que a Exma. delegada erroneamente atribuiu ao requerente [Tiago], fossem computadas como chamadas telefônicas entre Raimundo Carreiro e Tiago Cedraz", diz a defesa. A partir daí, a PF passou a reavaliar o material e emitiu dois ofícios ao STF no último dia 10. Em ofício intitulado "comunicação importante acerca de erro material no relatório de análise" da PF, a delegada Graziela levou ao ministro relator do caso no STF, Edson Fachin, observações sobre seis pontos do relatório que ela havia entregue em junho. Houve uma série de deficiências na análise. O telefone fixo que aparecia cadastrado como sendo da casa de Aroldo Cedraz foi considerado como sendo de Tiago, mas na verdade continuava sendo o da residência do ministro. A PF havia apontado 14.321 registros entre os dois interlocutores, o que insinuava uma estranha troca de informações entre ministro e advogado. Porém ocorre que, conforme esclareceu a defesa, eram ligações do ministro para sua própria casa, e não para o filho advogado. ANÁLISE A delegada concedeu: "Essa intensidade de ligações entre pai e filho pode ser alterada com a revisão do relatório, dimensionando em maior ou menor escala". Para explicar a origem do problema, a delegada argumentou que Tiago havia fornecido à PF anos atrás, para a retirada de seu passaporte em 2012, o número telefônico que foi considerado como seu para a análise do inquérito. Também notas fiscais oriundas da Receita Federal mostraram o mesmo número associado a Tiago. Porém, o advogado se casou em 2014 e trocou de endereço, segundo a defesa. "Portanto, as análises foram realizadas com as informações até então disponíveis e, durante a instrução da ação penal, caso seja iniciada com o recebimento da denúncia, poderá se sujeitar ao contraditório e ampla defesa." Em outro ponto que merece correção, a delegada afirmou que houve "erro material na alimentação dos extratos telefônicos encaminhados pelo Tribunal de Contas da União" e também poderá "ser dimensionada em maior ou menor escala" a intensidade dos contatos telefônicos entre Tiago Cedraz e o ministro Raimundo Carreiro. O relatório da PF falava em "centenas de contatos ao longo dos anos de 2012 e 2014". Um relatório anterior, de 2016, havia falado em 55 ligações. Agora todo o levantamento deverá ser refeito para se chegar ao número mais próximo da realidade, o que a PF ainda não apontou. Da mesma forma, outro dos pontos importantes do relatório da delegada está comprometido. Ela havia apontado um fluxo de telefonemas em datas próximas da votação, no TCU, do processo de interesse da UTC Engenharia. "Os contatos identificados entre Tiago Cedraz, Aroldo Cedraz, Felipe Carreiro e a UTC Engenharia em determinadas datas do julgamento do processo (irregularidades na pré-qualificação) podem ser alterados", escreveu a delegada. PLANILHAS Embora tenha reconhecido os equívocos, a delegada Graziela voltou a defender as conclusões gerais do seu relatório anterior. "A dinâmica de pagamento de propina a agentes públicos e agentes políticos não segue um 'cronograma' definido que traga uma relação lógica de causa e consequência, como um contrato com cláusula de sucesso, em que o agente público praticou um ato e na sequência é remunerado." Em outro ofício ao STF, a PF deu mais detalhes sobre a origem de um dos erros. O GINQ (Grupo de Inquéritos do STF), unidade da PF especializada em investigações sobre autoridades com foro privilegiado, apontou que o TCU não encaminhou à PF em formato de planilha o registro das ligações entre os ministros Aroldo e Carreiro. Isso levou a PF a ter que elaborar uma planilha "de forma braçal", concluída em outubro de 2016. Na checagem da planilha feita pela PF a partir da manifestação da defesa de Tiago, entretanto, os policiais constataram "uma discrepância no que se refere ao terminal" que originou as chamadas telefônicas, pois "nos arquivos do TCU o ramal correspondente a cada ministro não precisava [não batia] com a informação lançada na planilha elaborada". "A falha se deu no decorrer da elaboração da planilha antes de deixá-la em condições do tratamento necessário para a importação de seu conteúdo para a base de dados da investigação, por erro humano, de tal forma que, em que pese a data, hora, duração e o terminal do destino estarem corretos, foi lançado no campo destinado ao terminal de origem a troca dos terminais dos ministros", diz a PF no ofício. Em nota divulgada nesta quinta-feira (17), o ministro Carreiro afirmou ter encaminhado ao STF a comprovação da origem de depósitos que somaram R$ 568 mil de 2012 a 2014. No mesmo relatório dos erros dos telefonemas, a PF havia classificado o valor como "de origem desconhecida". "Há ainda pagamentos efetuados pelo TCU, que a Polícia Federal identificou erroneamente como sendo do Senado; valores estornados; e depósitos individuais de R$ 60 a R$ 300 feitos por 26 pessoas físicas para a compra e distribuição de cestas básicas a pessoas carentes, na época do Natal e do Ano Novo", afirmou o ministro do TCU. Na nota, Carreiro "rebate a acusação de que teria agido para proteger ou defender interesses de empreiteiras em obras de Angra 3. De acordo com o ministro, o acórdão relativo a esse processo foi aprovado por unanimidade pelo plenário do TCU, com o endosso do Ministério Público de Contas, o que evidencia sua isenção na conclusão do voto".
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Leitor diz que, se tivesse um mínimo de dignidade, Dilma renunciaria
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A reportagem Pedalada dispara sob Dilma, mostra relatório do BC é muito esclarecedora. Todavia seria interessante investigar o tempo de demora entre o pagamento pelo banco e o reembolso pelo governo, nas diferentes gestões. VICTOR FONTES (Florianópolis, SC) * * A recente atitude da presidente em lotear cargos e ministérios com o objetivo de permanecer no poder, a qualquer custo, deixa claro que não tem amor ao país ou ao povo que a elegeu, apenas quer se manter no poder. Se tivesse um mínimo de dignidade, a presidente Dilma renunciaria, pois seu governo não tem a mínima chance de sucesso. FRANCISCO DA COSTA OLIVEIRA (São Paulo, SP) * Aqueles que pedem o impeachment de Dilma terão uma grande responsabilidade perante a história, pois põem em risco a estabilidade de um país que vem de uma breve conquista democrática. Será que o Congresso, salvo exceções, não tem uma proposta melhor para o país do que matutar golpe no breu das tocas? ERIVAN AUGUSTO SANTANA (Teixeira de Freitas, BA) * Dilma está cansada de dizer que não renuncia. Temer continua na expectativa de se tornar presidente. Seria uma demonstração de patriotismo Temer, antes do julgamento do impeachment, comprometer-se a renunciar, possibilitando nova eleição para presidente em outubro. Esse tempo seria suficiente para desalojar os atuais presidentes da Câmara e do Senado, que, enrolados na Lava Jato, não merecem confiança para assumir o governo, ainda que por só três meses. WALDEMAR CRESPO (Rio Claro, SP) * * Quando Maluf fica estarrecido com a "compra" de votos e "venda" de cargos praticadas por Dilma é porque a "coisa" está muito feia! Maluf entende disso como ninguém. RICARDO FLOSI (São Paulo, SP) * * A coragem é o sentimento das suas próprias forças, dizia Montesquieu. É uma virtude "forte" na lição do Bobbio, necessária para quem se dispõe a ingressar no espaço público. A professora Janaína Paschoal é pessoa de indiscutível coragem, que merece respeito. Disso dou testemunho como seu antigo professor. A "viralização" nas redes sociais da sua manifestação no evento no largo São Francisco é insidiosa artimanha para desqualificar, em função do tom que empregou, a meritória substância do teor dos seus argumentos em prol do impeachment. CELSO LAFER, professor emérito da USP (São Paulo, SP) * O que está acontecendo com o nosso país? Eu aprendi, quando garoto, que existem três poderes –o Executivo, o Legislativo e o Judiciário– e que os três são independentes! É de competência exclusiva da Câmara decidir ou não pelo prosseguimento de ações de impeachment. O Judiciário está interferindo no Legislativo. Estão implantando uma nova modalidade de governo ou o que aprendi não vale mais nada? CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP) * Não sei se é cômico ou hilário: o movimento Brasil livre, que surgiu agora, de caráter conservador e reacionário e que não lutou pela democracia contra a ditadura militar, solicitar o impeachment do digno ministro do STF Marco Aurélio Mello. Que país estamos construindo e vivendo. É desalentador. MARIA HELENA BEAUCHAMP (São Paulo, SP) * Marcelo Coelho, por meio de esplêndida translação sintetiza com brilho a política brasileira, na qual os diversos grupos com seus artistas canastrões, em lastimosa ópera ridícula, atuam buscando o poder a qualquer preço, mesmo que às custas do colapso das instituições nacionais. Com essas manobras rememoram o caricato personagem político Justo Veríssimo, criado e imortalizado pelo saudoso Chico Anísio, que através do seu bordão, ainda contemporâneo, resume o estilo dos nossos governantes: "O povo que se exploda". EDUARDO JOSÉ DE OLIVEIRA (Sertãozinho, SP) * O artigo Se impeachment, então quem? comete dois desvios de avaliação fundamentais. Atribui a insatisfação de 69% da população, que acham o governo ruim ou péssimo, segundo pesquisa Ibope, de 30/3, à inconformidade com a derrota na eleição. Na verdade, ela se deve ao povo ter tomado consciência do estelionato eleitoral de que foi vítima. Depois, finge desconhecer que Dilma comete pelo menos sete crimes de responsabilidade. E termina por ser contra o impeachment, que está na Constituição, e por propor uma solução, que não está na Constituição, que são novas eleições. Em resumo, os autores quiseram dizer que, mesmo que vá para o abismo, é preferível o país manter Dilma a tentar se salvar de outro jeito. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) * Apesar do momento triste que vivemos na política, no governo e no Judiciário, sempre sobra segundos de comédia que, parafraseando a Folha, não dá para não rir. Maluf acusando o governo de compra de votos não deixa de ser muito engraçado. OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor diz que, se tivesse um mínimo de dignidade, Dilma renunciariaA reportagem Pedalada dispara sob Dilma, mostra relatório do BC é muito esclarecedora. Todavia seria interessante investigar o tempo de demora entre o pagamento pelo banco e o reembolso pelo governo, nas diferentes gestões. VICTOR FONTES (Florianópolis, SC) * * A recente atitude da presidente em lotear cargos e ministérios com o objetivo de permanecer no poder, a qualquer custo, deixa claro que não tem amor ao país ou ao povo que a elegeu, apenas quer se manter no poder. Se tivesse um mínimo de dignidade, a presidente Dilma renunciaria, pois seu governo não tem a mínima chance de sucesso. FRANCISCO DA COSTA OLIVEIRA (São Paulo, SP) * Aqueles que pedem o impeachment de Dilma terão uma grande responsabilidade perante a história, pois põem em risco a estabilidade de um país que vem de uma breve conquista democrática. Será que o Congresso, salvo exceções, não tem uma proposta melhor para o país do que matutar golpe no breu das tocas? ERIVAN AUGUSTO SANTANA (Teixeira de Freitas, BA) * Dilma está cansada de dizer que não renuncia. Temer continua na expectativa de se tornar presidente. Seria uma demonstração de patriotismo Temer, antes do julgamento do impeachment, comprometer-se a renunciar, possibilitando nova eleição para presidente em outubro. Esse tempo seria suficiente para desalojar os atuais presidentes da Câmara e do Senado, que, enrolados na Lava Jato, não merecem confiança para assumir o governo, ainda que por só três meses. WALDEMAR CRESPO (Rio Claro, SP) * * Quando Maluf fica estarrecido com a "compra" de votos e "venda" de cargos praticadas por Dilma é porque a "coisa" está muito feia! Maluf entende disso como ninguém. RICARDO FLOSI (São Paulo, SP) * * A coragem é o sentimento das suas próprias forças, dizia Montesquieu. É uma virtude "forte" na lição do Bobbio, necessária para quem se dispõe a ingressar no espaço público. A professora Janaína Paschoal é pessoa de indiscutível coragem, que merece respeito. Disso dou testemunho como seu antigo professor. A "viralização" nas redes sociais da sua manifestação no evento no largo São Francisco é insidiosa artimanha para desqualificar, em função do tom que empregou, a meritória substância do teor dos seus argumentos em prol do impeachment. CELSO LAFER, professor emérito da USP (São Paulo, SP) * O que está acontecendo com o nosso país? Eu aprendi, quando garoto, que existem três poderes –o Executivo, o Legislativo e o Judiciário– e que os três são independentes! É de competência exclusiva da Câmara decidir ou não pelo prosseguimento de ações de impeachment. O Judiciário está interferindo no Legislativo. Estão implantando uma nova modalidade de governo ou o que aprendi não vale mais nada? CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP) * Não sei se é cômico ou hilário: o movimento Brasil livre, que surgiu agora, de caráter conservador e reacionário e que não lutou pela democracia contra a ditadura militar, solicitar o impeachment do digno ministro do STF Marco Aurélio Mello. Que país estamos construindo e vivendo. É desalentador. MARIA HELENA BEAUCHAMP (São Paulo, SP) * Marcelo Coelho, por meio de esplêndida translação sintetiza com brilho a política brasileira, na qual os diversos grupos com seus artistas canastrões, em lastimosa ópera ridícula, atuam buscando o poder a qualquer preço, mesmo que às custas do colapso das instituições nacionais. Com essas manobras rememoram o caricato personagem político Justo Veríssimo, criado e imortalizado pelo saudoso Chico Anísio, que através do seu bordão, ainda contemporâneo, resume o estilo dos nossos governantes: "O povo que se exploda". EDUARDO JOSÉ DE OLIVEIRA (Sertãozinho, SP) * O artigo Se impeachment, então quem? comete dois desvios de avaliação fundamentais. Atribui a insatisfação de 69% da população, que acham o governo ruim ou péssimo, segundo pesquisa Ibope, de 30/3, à inconformidade com a derrota na eleição. Na verdade, ela se deve ao povo ter tomado consciência do estelionato eleitoral de que foi vítima. Depois, finge desconhecer que Dilma comete pelo menos sete crimes de responsabilidade. E termina por ser contra o impeachment, que está na Constituição, e por propor uma solução, que não está na Constituição, que são novas eleições. Em resumo, os autores quiseram dizer que, mesmo que vá para o abismo, é preferível o país manter Dilma a tentar se salvar de outro jeito. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) * Apesar do momento triste que vivemos na política, no governo e no Judiciário, sempre sobra segundos de comédia que, parafraseando a Folha, não dá para não rir. Maluf acusando o governo de compra de votos não deixa de ser muito engraçado. OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores aprovam cobertura política da Folha, diz pesquisa
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A maioria dos leitores da Folha aprova a maneira como o jornal cobre o governo Dilma Rousseff e o trâmite do processo de impeachment. Pesquisa Datafolha feita com 726 leitores de todo o país nos dias 5, 7 e 8 de março mostra que a maioria também avalia o trabalho do jornal como crítico ao governo na medida certa. A margem de erro do levantamento é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Em relação à cobertura do governo Dilma, 73% dos leitores ouvidos avaliaram como ótima ou boa e 18% a consideraram regular. Como avalia a cobertura da Folha em relação ao governo da presidente Dilma O percentual de aprovação é parecido em relação à cobertura sobre as suspeitas envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disseram aprovar o trabalho da Folha nesse item 78% dos entrevistados pelo Datafolha. Consideram a cobertura regular 13% e 8% avaliam como ruim ou péssima. Questionados sobre a abordagem do jornal a respeito das suspeitas envolvendo o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), 72% disseram aprovar. A opinião sobre a cobertura da Folha em relação ao impeachment variou em relação à pesquisa anterior, feita em dezembro. No levantamento anterior, 75% aprovavam a cobertura sobre o impeachment ante 63% de aprovação agora. O percentual de leitores que avaliam a cobertura como regular passou de 18% para 24%. A avaliação como ruim ou péssima foi de 5% para 10%. Os mais jovens fazem avaliação pior nesse item: 17% dos leitores com idades de 16 a 29 anos acham a cobertura ruim ou péssima, avaliação compartilhada por apenas 3% dos leitores com 70 anos ou mais. Cobertura da Folha em relação às suspeitas envolvendo o ex-presidente Lula
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Leitores aprovam cobertura política da Folha, diz pesquisaA maioria dos leitores da Folha aprova a maneira como o jornal cobre o governo Dilma Rousseff e o trâmite do processo de impeachment. Pesquisa Datafolha feita com 726 leitores de todo o país nos dias 5, 7 e 8 de março mostra que a maioria também avalia o trabalho do jornal como crítico ao governo na medida certa. A margem de erro do levantamento é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Em relação à cobertura do governo Dilma, 73% dos leitores ouvidos avaliaram como ótima ou boa e 18% a consideraram regular. Como avalia a cobertura da Folha em relação ao governo da presidente Dilma O percentual de aprovação é parecido em relação à cobertura sobre as suspeitas envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disseram aprovar o trabalho da Folha nesse item 78% dos entrevistados pelo Datafolha. Consideram a cobertura regular 13% e 8% avaliam como ruim ou péssima. Questionados sobre a abordagem do jornal a respeito das suspeitas envolvendo o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), 72% disseram aprovar. A opinião sobre a cobertura da Folha em relação ao impeachment variou em relação à pesquisa anterior, feita em dezembro. No levantamento anterior, 75% aprovavam a cobertura sobre o impeachment ante 63% de aprovação agora. O percentual de leitores que avaliam a cobertura como regular passou de 18% para 24%. A avaliação como ruim ou péssima foi de 5% para 10%. Os mais jovens fazem avaliação pior nesse item: 17% dos leitores com idades de 16 a 29 anos acham a cobertura ruim ou péssima, avaliação compartilhada por apenas 3% dos leitores com 70 anos ou mais. Cobertura da Folha em relação às suspeitas envolvendo o ex-presidente Lula
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Aprenda a fazer o bolo cremoso de chocolate do novo livro de Rita Lobo
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A chef Rita Lobo, do site "Panelinha" e autora de livros de culinária, lança neste mês seu sexto livro, o "Cozinha Prática", que reúne as receitas preparadas por ela na última temporada do programa Cozinha Prática, do canal GNT. Como na TV, os capítulos da publicação foram organizados por ingredientes típicos da mesa brasileira: arroz, feijão, carne-seca, banana, entre outros. O livro conta com 60 receitas, todas as apresentadas na temporada do programa, como a de arroz soltinho e picadinho de filé-mignon, e algumas extras: suflê de frango, musse de chocolate e água e sopa de milho. Há, ainda, dicas de cozinha (como congelar feijão e conservar ervas, por exemplo) e de utensílios indispensáveis. O lançamento em São Paulo acontecerá no dia 24/9, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073, tel. 11/3170-4033). Veja como preparar uma das receitas, a de bolo cremoso de chocolate, aqui. "COZINHA PRÁTICA" Autora Rita Lobo Editora Editora Senac São Paulo e Editora Panelinha Quanto R$ 79 (304 págs.)
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Aprenda a fazer o bolo cremoso de chocolate do novo livro de Rita LoboA chef Rita Lobo, do site "Panelinha" e autora de livros de culinária, lança neste mês seu sexto livro, o "Cozinha Prática", que reúne as receitas preparadas por ela na última temporada do programa Cozinha Prática, do canal GNT. Como na TV, os capítulos da publicação foram organizados por ingredientes típicos da mesa brasileira: arroz, feijão, carne-seca, banana, entre outros. O livro conta com 60 receitas, todas as apresentadas na temporada do programa, como a de arroz soltinho e picadinho de filé-mignon, e algumas extras: suflê de frango, musse de chocolate e água e sopa de milho. Há, ainda, dicas de cozinha (como congelar feijão e conservar ervas, por exemplo) e de utensílios indispensáveis. O lançamento em São Paulo acontecerá no dia 24/9, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073, tel. 11/3170-4033). Veja como preparar uma das receitas, a de bolo cremoso de chocolate, aqui. "COZINHA PRÁTICA" Autora Rita Lobo Editora Editora Senac São Paulo e Editora Panelinha Quanto R$ 79 (304 págs.)
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Sem Neymar, Brasil bate Venezuela e se classifica para pegar o Paraguai
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A seleção brasileira superou a ausência de Neymar e derrotou a Venezuela por 2 a 1, neste domingo (21), em Santiago, pelo último jogo da fase de grupos da Copa América, disputada no Chile. O resultado garantiu a classificação do time de Dunga para a próxima fase na liderança do Grupo C, após duas vitórias e uma derrota. O adversário nas quartas de final será o Paraguai, no sábado (27), em Concepción. A Venezuela está fora. Todos os confrontos já estão definidos. Caso passe pelos paraguaios nas quartas, a seleção irá enfrentar o vencedor do confronto entre Argentina e Colômbia. Do outro lado da chave, o Chile encara o Uruguai e a Bolívia joga contra o Peru. A seleção, no entanto, terá de superar a ausência de seu principal jogador em partidas com maior grau de dificuldade. Expulso na derrota para a Colômbia, Neymar recebeu suspensão de quatro jogos e, caso a CBF não reverta a decisão da Conmebol, está fora da Copa América. A decisão do recurso de pena do atacante só será tomada na terça-feira (23). O JOGO O técnico Dunga apostou em Robinho para o lugar de Neymar, e foi dos pés do jogador do Santos que o Brasil construiu a jogada do primeiro gol, aos 8min. Ele cobrou escanteio e Thiago Silva apareceu na marca do pênalti para finalizar de chapa antes de a bola cair. Podendo até empatar para garantir a classificação na liderança do grupo, a seleção diminuiu o ritmo e controlou todo o primeiro tempo, com mais finalizações e sem sofrer sustos do ataque venezuelano. A exemplo do primeiro tempo, o Brasil conseguiu um gol logo no início. Aos 6min, Willian recebeu na esquerda e passou por Rosales em velocidade. Ele cruzou para a área e Firmino apareceu livre para ampliar. Com a vantagem por dois gols, Dunga promoveu as entradas de David Luiz e Diego Tardelli nos lugares de Firmino e Philippe Coutinho, respectivamente. A Venezuela conseguiu descontar aos 38min. Arango cobrou falta no canto, Jefferson fez ótima defesa e a bola bateu na trave. Fedor aproveitou o rebote e completou de cabeça para o gol. Os venezuelanos, porém, não conseguiram o gol de empate que classificaria a equipe e eliminaria a Colômbia. Infográfico Seleções na Copa América
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Sem Neymar, Brasil bate Venezuela e se classifica para pegar o ParaguaiA seleção brasileira superou a ausência de Neymar e derrotou a Venezuela por 2 a 1, neste domingo (21), em Santiago, pelo último jogo da fase de grupos da Copa América, disputada no Chile. O resultado garantiu a classificação do time de Dunga para a próxima fase na liderança do Grupo C, após duas vitórias e uma derrota. O adversário nas quartas de final será o Paraguai, no sábado (27), em Concepción. A Venezuela está fora. Todos os confrontos já estão definidos. Caso passe pelos paraguaios nas quartas, a seleção irá enfrentar o vencedor do confronto entre Argentina e Colômbia. Do outro lado da chave, o Chile encara o Uruguai e a Bolívia joga contra o Peru. A seleção, no entanto, terá de superar a ausência de seu principal jogador em partidas com maior grau de dificuldade. Expulso na derrota para a Colômbia, Neymar recebeu suspensão de quatro jogos e, caso a CBF não reverta a decisão da Conmebol, está fora da Copa América. A decisão do recurso de pena do atacante só será tomada na terça-feira (23). O JOGO O técnico Dunga apostou em Robinho para o lugar de Neymar, e foi dos pés do jogador do Santos que o Brasil construiu a jogada do primeiro gol, aos 8min. Ele cobrou escanteio e Thiago Silva apareceu na marca do pênalti para finalizar de chapa antes de a bola cair. Podendo até empatar para garantir a classificação na liderança do grupo, a seleção diminuiu o ritmo e controlou todo o primeiro tempo, com mais finalizações e sem sofrer sustos do ataque venezuelano. A exemplo do primeiro tempo, o Brasil conseguiu um gol logo no início. Aos 6min, Willian recebeu na esquerda e passou por Rosales em velocidade. Ele cruzou para a área e Firmino apareceu livre para ampliar. Com a vantagem por dois gols, Dunga promoveu as entradas de David Luiz e Diego Tardelli nos lugares de Firmino e Philippe Coutinho, respectivamente. A Venezuela conseguiu descontar aos 38min. Arango cobrou falta no canto, Jefferson fez ótima defesa e a bola bateu na trave. Fedor aproveitou o rebote e completou de cabeça para o gol. Os venezuelanos, porém, não conseguiram o gol de empate que classificaria a equipe e eliminaria a Colômbia. Infográfico Seleções na Copa América
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Meios e fins
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Mais um esmero indicativo do estilo e de propósitos inexplícitos da Lava Jato: a divulgação da populosa lista de acusados pelo superdelator Ricardo Pessoa deu-se precisamente no dia, a sexta passada, em que a presidente da República viajava para o encontro com o presidente dos Estados Unidos. Também prevista a presença, em sua comitiva, de ministros citados pelo empreiteiro. As citações não foram expelidas por Ricardo Pessoa nas vésperas da divulgação. Saíram em interrogatórios numerosos e que vêm de longe, como provam já antigas acusações, divulgações e insinuações. Assim se evidenciaram tanto a reunião de citações que avolumaram, quanto a lista e o propósito de uma divulgação determinada, o que não foi feito com qualquer dos superdelatores precedentes. Mesmo que houvesse algum exótico motivo para a edição das obras completas de Ricardo Pessoa, não houve sinal algum da necessidade de que isso, apesar do infeliz acaso, coincidisse com a visita oficial de Dilma aos Estados Unidos. Os efeitos políticos internos seriam pouco diferentes se protelada a divulgação por uns poucos dias, mas os efeitos externos e, em particular, nos Estados Unidos, não –como sabe todo procurador da República e todo juiz. Bem, não é novidade que a Lava Jato tem peculiaridades. Outra delas, também reiterada nestes dias: a contradição entre a torrente de vazamentos e a permanente ausência da informação essencial em cada jato. A recente prisão de Marcelo Odebrecht contém uma interrogação que vem intacta desde o primeiro momento. A prisão deveu-se, para explicação pública, à necessidade de evitar possível fuga do presidente da Odebrecht e, a seu mando, a destruição de provas e pressões sobre terceiros ou vigésimos. Mas a explicação precisava ser outra: nos já 15 meses de duração da Lava Jato, o que não faltou a Marcelo Odebrecht foi tempo para destruir provas e meios para fugir –por que só faria agora? A súbita preocupação que acometeu a Lava Jato não explica sua despreocupação de 15 meses. Nem a explicação atual no caso Odebrecht responde ao essencial. Há mais do que o dito e o não dito em torno da Odebrecht. Parece mesmo que o simples nome Odebrecht já causa reações especiais. A ponto de uma publicidade explicativa da empresa, como fizeram outras empreiteiras, receber resposta especial e escrita do juiz da Lava Jato, honra negada às demais. Resposta que mereceu comentários respeitáveis e elegantes da advogada da empresa, Dora Cavalcanti, com a compreensível estranheza de que o juiz Sergio Moro chegasse a considerar que o ideal seria a interrupção de todos os contratos e atividades da Odebrecht. O que, lembrou Dora Cavalcanti, além de não permitido por lei, lhe sugere ser talvez necessário, com apoio em princípios dos direitos humanos, recorrer à Corte Internacional. Daí uma nota dos procuradores em que atribuem à advogada a sugestão de que a polícia, o Ministério Público, até o Supremo Tribunal Federal estejam "mancomunados para violar direitos humanos", sugestão que seria um sinal de desespero. Suponho não ser anormal o desespero de um advogado de defesa. Mas, no caso, não é a advogada que o demonstra. A atribuição que lhe foi feita é excessivamente exorbitante e maldosa. Das tais que a Lava Jato não tem o direito legal e ético de fazer: é tempo de entender que os seus poderes não são absolutos.
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Meios e finsMais um esmero indicativo do estilo e de propósitos inexplícitos da Lava Jato: a divulgação da populosa lista de acusados pelo superdelator Ricardo Pessoa deu-se precisamente no dia, a sexta passada, em que a presidente da República viajava para o encontro com o presidente dos Estados Unidos. Também prevista a presença, em sua comitiva, de ministros citados pelo empreiteiro. As citações não foram expelidas por Ricardo Pessoa nas vésperas da divulgação. Saíram em interrogatórios numerosos e que vêm de longe, como provam já antigas acusações, divulgações e insinuações. Assim se evidenciaram tanto a reunião de citações que avolumaram, quanto a lista e o propósito de uma divulgação determinada, o que não foi feito com qualquer dos superdelatores precedentes. Mesmo que houvesse algum exótico motivo para a edição das obras completas de Ricardo Pessoa, não houve sinal algum da necessidade de que isso, apesar do infeliz acaso, coincidisse com a visita oficial de Dilma aos Estados Unidos. Os efeitos políticos internos seriam pouco diferentes se protelada a divulgação por uns poucos dias, mas os efeitos externos e, em particular, nos Estados Unidos, não –como sabe todo procurador da República e todo juiz. Bem, não é novidade que a Lava Jato tem peculiaridades. Outra delas, também reiterada nestes dias: a contradição entre a torrente de vazamentos e a permanente ausência da informação essencial em cada jato. A recente prisão de Marcelo Odebrecht contém uma interrogação que vem intacta desde o primeiro momento. A prisão deveu-se, para explicação pública, à necessidade de evitar possível fuga do presidente da Odebrecht e, a seu mando, a destruição de provas e pressões sobre terceiros ou vigésimos. Mas a explicação precisava ser outra: nos já 15 meses de duração da Lava Jato, o que não faltou a Marcelo Odebrecht foi tempo para destruir provas e meios para fugir –por que só faria agora? A súbita preocupação que acometeu a Lava Jato não explica sua despreocupação de 15 meses. Nem a explicação atual no caso Odebrecht responde ao essencial. Há mais do que o dito e o não dito em torno da Odebrecht. Parece mesmo que o simples nome Odebrecht já causa reações especiais. A ponto de uma publicidade explicativa da empresa, como fizeram outras empreiteiras, receber resposta especial e escrita do juiz da Lava Jato, honra negada às demais. Resposta que mereceu comentários respeitáveis e elegantes da advogada da empresa, Dora Cavalcanti, com a compreensível estranheza de que o juiz Sergio Moro chegasse a considerar que o ideal seria a interrupção de todos os contratos e atividades da Odebrecht. O que, lembrou Dora Cavalcanti, além de não permitido por lei, lhe sugere ser talvez necessário, com apoio em princípios dos direitos humanos, recorrer à Corte Internacional. Daí uma nota dos procuradores em que atribuem à advogada a sugestão de que a polícia, o Ministério Público, até o Supremo Tribunal Federal estejam "mancomunados para violar direitos humanos", sugestão que seria um sinal de desespero. Suponho não ser anormal o desespero de um advogado de defesa. Mas, no caso, não é a advogada que o demonstra. A atribuição que lhe foi feita é excessivamente exorbitante e maldosa. Das tais que a Lava Jato não tem o direito legal e ético de fazer: é tempo de entender que os seus poderes não são absolutos.
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Votação de denúncia será nova peça de teatro sob roteiro previsível
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BRASÍLIA - Se não der nenhuma zebra nas próximas semanas, a Câmara vai barrar, mais uma vez, uma denúncia da PGR contra Michel Temer. Será uma nova peça de teatro com um roteiro batido e previsível. Assistiremos aos barracos barulhentos na Comissão de Constituição e Justiça. Deputados da base governista e da oposição trocarão insultos nas sessões e a turma do chamado centrão tentará, como de costume, vender caro o seu apoio ao presidente. Passada a CCJ, as cenas de fisiologismo explícito vistas em plenário na primeira denúncia vão se repetir. Enquanto o centrão barganha de um lado, o Planalto abre, de outro, o balcão de emendas e cargos. E o PSDB, naquele tradicional vai-não vai, no fim entrega os votos a Temer. O fato é que ninguém na Câmara –nem a oposição (sobretudo o PT, encalacrado na Lava Jato)– almeja derrubar o presidente. Os deputados querem só usar a peça feita pela PGR para mostrar que eles têm certo valor (e ponha "valor" nisso). A fatura, aliás, desta vez sairá mais barata para o governo. Apesar da turbulência natural que causou, a nova acusação não passa de um catado de delações de todas as patentes e interpretações subjetivas e confusas, algumas embasadas por investigações ainda em andamento. A tal bomba que se esperava com a delação do doleiro Lúcio Funaro virou –ao menos, por enquanto– um traque. O que se viu até aqui de sua colaboração é um amontoado de disse me disse e histórias já sabidas. É bem provável que grande parte do que ele contou seja verdade, simplesmente pelo fato de envolver figurinhas carimbadas de escândalos de desvios –mas daí transformar esses relatos em elementos probatórios para formular denúncia contra alguém a distância é gigantesca. Esse jogo parece ganho para Temer. Apenas um fato novo e extremamente grave pode impedi-lo de concluir o mandato, ainda que o faça aos trancos e barrancos, sob uma popularidade pífia e vergonhosa.
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Votação de denúncia será nova peça de teatro sob roteiro previsívelBRASÍLIA - Se não der nenhuma zebra nas próximas semanas, a Câmara vai barrar, mais uma vez, uma denúncia da PGR contra Michel Temer. Será uma nova peça de teatro com um roteiro batido e previsível. Assistiremos aos barracos barulhentos na Comissão de Constituição e Justiça. Deputados da base governista e da oposição trocarão insultos nas sessões e a turma do chamado centrão tentará, como de costume, vender caro o seu apoio ao presidente. Passada a CCJ, as cenas de fisiologismo explícito vistas em plenário na primeira denúncia vão se repetir. Enquanto o centrão barganha de um lado, o Planalto abre, de outro, o balcão de emendas e cargos. E o PSDB, naquele tradicional vai-não vai, no fim entrega os votos a Temer. O fato é que ninguém na Câmara –nem a oposição (sobretudo o PT, encalacrado na Lava Jato)– almeja derrubar o presidente. Os deputados querem só usar a peça feita pela PGR para mostrar que eles têm certo valor (e ponha "valor" nisso). A fatura, aliás, desta vez sairá mais barata para o governo. Apesar da turbulência natural que causou, a nova acusação não passa de um catado de delações de todas as patentes e interpretações subjetivas e confusas, algumas embasadas por investigações ainda em andamento. A tal bomba que se esperava com a delação do doleiro Lúcio Funaro virou –ao menos, por enquanto– um traque. O que se viu até aqui de sua colaboração é um amontoado de disse me disse e histórias já sabidas. É bem provável que grande parte do que ele contou seja verdade, simplesmente pelo fato de envolver figurinhas carimbadas de escândalos de desvios –mas daí transformar esses relatos em elementos probatórios para formular denúncia contra alguém a distância é gigantesca. Esse jogo parece ganho para Temer. Apenas um fato novo e extremamente grave pode impedi-lo de concluir o mandato, ainda que o faça aos trancos e barrancos, sob uma popularidade pífia e vergonhosa.
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Câmara do Japão revisa Constituição para enviar tropas ao exterior
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Sob protestos da oposição, a Câmara Baixa do Parlamento do Japão aprovou nesta quinta-feira (16) um bloco de leis que modifica a política de Defesa do país, em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com o intuito de permitir o envio de tropas ao exterior. Impulsionados pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, os textos reinterpretam a Constituição pacifista japonesa, em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O projeto prevê o envio de tropas ao exterior a fim de apoiar países aliados, principalmente os Estados Unidos. "A situação da segurança ao redor do Japão é cada vez mais grave", disse Abe após a votação, em uma referência à China. "Estas leis são necessárias para proteger a vida dos japoneses e prevenir uma guerra antes que ela exploda", acrescentou. A medida segue, agora, para votação na Câmara Alta do Parlamento. Caso seja recusado ou não seja votado em até 60 dias, o projeto retorna à Câmara Baixa, onde o partido de Abe tem a maioria necessária para aprová-lo. Após terminarem seus discursos contra a aprovação da medida, os parlamentares da oposição deixaram o plenário, boicotando a votação. Durante a noite, milhares de pessoas se reuniram próximo ao Parlamento, protestando contra as leis de segurança. Pesquisas de opinião demonstram que cerca de 80% dos japoneses não veem a medida com bons olhos, e a maioria considera que ela fere a Constituição do país. Embora a Constituição do Japão autorize o uso da força militar somente em situações em que haja risco à segurança nacional, tropas do país com fins humanitários foram mantidas no sul do Iraque entre 2004 e 2006. Para legalizar esta operação, o governo do então premiê Junichiro Koizumi aprovou em dezembro de 2003 uma lei sobre o envio de tropas ao Iraque. Na época, a medida também sofreu resistência da oposição e da opinião pública.
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Câmara do Japão revisa Constituição para enviar tropas ao exteriorSob protestos da oposição, a Câmara Baixa do Parlamento do Japão aprovou nesta quinta-feira (16) um bloco de leis que modifica a política de Defesa do país, em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com o intuito de permitir o envio de tropas ao exterior. Impulsionados pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, os textos reinterpretam a Constituição pacifista japonesa, em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O projeto prevê o envio de tropas ao exterior a fim de apoiar países aliados, principalmente os Estados Unidos. "A situação da segurança ao redor do Japão é cada vez mais grave", disse Abe após a votação, em uma referência à China. "Estas leis são necessárias para proteger a vida dos japoneses e prevenir uma guerra antes que ela exploda", acrescentou. A medida segue, agora, para votação na Câmara Alta do Parlamento. Caso seja recusado ou não seja votado em até 60 dias, o projeto retorna à Câmara Baixa, onde o partido de Abe tem a maioria necessária para aprová-lo. Após terminarem seus discursos contra a aprovação da medida, os parlamentares da oposição deixaram o plenário, boicotando a votação. Durante a noite, milhares de pessoas se reuniram próximo ao Parlamento, protestando contra as leis de segurança. Pesquisas de opinião demonstram que cerca de 80% dos japoneses não veem a medida com bons olhos, e a maioria considera que ela fere a Constituição do país. Embora a Constituição do Japão autorize o uso da força militar somente em situações em que haja risco à segurança nacional, tropas do país com fins humanitários foram mantidas no sul do Iraque entre 2004 e 2006. Para legalizar esta operação, o governo do então premiê Junichiro Koizumi aprovou em dezembro de 2003 uma lei sobre o envio de tropas ao Iraque. Na época, a medida também sofreu resistência da oposição e da opinião pública.
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Cooperativa cria 'MBA' do leite no Brasil
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Aos 91 anos, a Frísia Cooperativa Agroindustrial (ex-cooperativa Batavo) se reinventa, amplia a área de atuação no campo e verticaliza a industrialização de seus próprios produtos. Tradicional na região de Campos Gerais (PR), a cooperativa tem como base a colonização holandesa, iniciada há 105 anos no Paraná. Voltada para leite e grãos, a Frísia tem também uma presença forte nas carnes e, agora, avança para os setores de florestas e de energia eólica. Com a ampliação e a diversificação das atividades, a gestão das propriedades passou a ser extremamente importante, diz Renato Greidanus, presidente da entidade. "É preciso trazer o produtor para um novo patamar profissional para que ele consiga cada vez mais bons resultados técnicos." MBA EM LEITE A cooperativa leva tão a sério a questão da gestão que instituiu um MDA (Master Dairy Administration), uma espécie de MBA focado na gestão da produção de leite e voltado para os cooperados. Para Greidanus, os conhecimentos adquiridos por produtores e técnicos da cooperativa nesses estudos vão se espalhar para toda a região, melhorando a gestão e elevando a produtividade. A gestão moderna deve ser integrada. Tem de incluir conhecimentos que vão do rebanho aos sistemas financeiro e ambiental, além da busca de uma elevação técnica na propriedade, segundo o presidente da cooperativa. "E preciso rastrear toda a cadeia, do milho ao frigorífico. Isso permite ganho interno e agregação de valor à produção." A Frísia se une à Castrolanda e à Capal na industrialização de leite, uma associação chamada de intercooperação. Dentro dessa "cadeia fechada", que vai da semente à industrialização dos produtos, dá para criar nichos de atuação, diz Greidanus. Ele cita o exemplo do primeiro leite longa vida do Brasil sem aditivos, lançado pelas cooperativas. A capacidade de processamento de leite dessas cooperativas é de 3,8 milhões de litros por dia. Processam 3,3 milhões, segundo Rogério Marcus Wolf, coordenador de comercialização de leite da cooperativa Castrolanda. Pelo menos 95% da industrialização é feita para terceiros, inclusive multinacionais que se interessam pela boa qualidade da matéria-prima obtida nessa bacia leiteira. "O mercado de alimentos está exigente. Ganhamos os parceiros devido à qualidade do nosso produto", diz Wolf. FLORESTAS A Frísia está incorporando uma nova atividade no seu portfólio: o cultivo de florestas. Greidanus diz que a atividade é importante porque o produtor utilizará áreas inaproveitadas da propriedade. A cooperativa utilizará parte da lenha para geração de energia em suas atividades e o excesso será repassado paras indústrias da região, que são carentes desse produto. A cooperativa avança também em um projeto de geração de energia eólica. Ela busca um parceiro para o projeto, estimado em R$ 300 milhões e que está na fase de licenciamento ambiental. O produtor poderá participar desse projeto ou apenas ceder o espaço para as torres de captação de energia. "A intenção é oferecer o máximo de opção de atividades na propriedade", diz Greidanus. Com investimentos de R$ 580 milhões de 2011 a 2015 –na industrialização de trigo, frigorífico e armazenagem–, o presidente da entidade diz que a cooperativa já coloca outros produtos na lista para 2018/19. Ele não adiantou, porém, quais seriam essas novas áreas de atuação. A cooperativa atua em leite e derivados, carne "in natura" e industrializada e grãos. Anualmente promove uma exposição de vacas leiteiras para troca de conhecimentos entre produtores. Esse sistema de intercooperação com as cooperativas Castrolanda e Capal permite "uma escala maior na industrialização da matéria-prima e redução de custos", diz o presidente da Frísia. O sistema permite que o produtor seja sócio na industrialização e garante uma oferta maior de matéria-prima para as cooperativas. O jornalista viajou a convite da Frísia Cooperativa Agroindustrial
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Cooperativa cria 'MBA' do leite no BrasilAos 91 anos, a Frísia Cooperativa Agroindustrial (ex-cooperativa Batavo) se reinventa, amplia a área de atuação no campo e verticaliza a industrialização de seus próprios produtos. Tradicional na região de Campos Gerais (PR), a cooperativa tem como base a colonização holandesa, iniciada há 105 anos no Paraná. Voltada para leite e grãos, a Frísia tem também uma presença forte nas carnes e, agora, avança para os setores de florestas e de energia eólica. Com a ampliação e a diversificação das atividades, a gestão das propriedades passou a ser extremamente importante, diz Renato Greidanus, presidente da entidade. "É preciso trazer o produtor para um novo patamar profissional para que ele consiga cada vez mais bons resultados técnicos." MBA EM LEITE A cooperativa leva tão a sério a questão da gestão que instituiu um MDA (Master Dairy Administration), uma espécie de MBA focado na gestão da produção de leite e voltado para os cooperados. Para Greidanus, os conhecimentos adquiridos por produtores e técnicos da cooperativa nesses estudos vão se espalhar para toda a região, melhorando a gestão e elevando a produtividade. A gestão moderna deve ser integrada. Tem de incluir conhecimentos que vão do rebanho aos sistemas financeiro e ambiental, além da busca de uma elevação técnica na propriedade, segundo o presidente da cooperativa. "E preciso rastrear toda a cadeia, do milho ao frigorífico. Isso permite ganho interno e agregação de valor à produção." A Frísia se une à Castrolanda e à Capal na industrialização de leite, uma associação chamada de intercooperação. Dentro dessa "cadeia fechada", que vai da semente à industrialização dos produtos, dá para criar nichos de atuação, diz Greidanus. Ele cita o exemplo do primeiro leite longa vida do Brasil sem aditivos, lançado pelas cooperativas. A capacidade de processamento de leite dessas cooperativas é de 3,8 milhões de litros por dia. Processam 3,3 milhões, segundo Rogério Marcus Wolf, coordenador de comercialização de leite da cooperativa Castrolanda. Pelo menos 95% da industrialização é feita para terceiros, inclusive multinacionais que se interessam pela boa qualidade da matéria-prima obtida nessa bacia leiteira. "O mercado de alimentos está exigente. Ganhamos os parceiros devido à qualidade do nosso produto", diz Wolf. FLORESTAS A Frísia está incorporando uma nova atividade no seu portfólio: o cultivo de florestas. Greidanus diz que a atividade é importante porque o produtor utilizará áreas inaproveitadas da propriedade. A cooperativa utilizará parte da lenha para geração de energia em suas atividades e o excesso será repassado paras indústrias da região, que são carentes desse produto. A cooperativa avança também em um projeto de geração de energia eólica. Ela busca um parceiro para o projeto, estimado em R$ 300 milhões e que está na fase de licenciamento ambiental. O produtor poderá participar desse projeto ou apenas ceder o espaço para as torres de captação de energia. "A intenção é oferecer o máximo de opção de atividades na propriedade", diz Greidanus. Com investimentos de R$ 580 milhões de 2011 a 2015 –na industrialização de trigo, frigorífico e armazenagem–, o presidente da entidade diz que a cooperativa já coloca outros produtos na lista para 2018/19. Ele não adiantou, porém, quais seriam essas novas áreas de atuação. A cooperativa atua em leite e derivados, carne "in natura" e industrializada e grãos. Anualmente promove uma exposição de vacas leiteiras para troca de conhecimentos entre produtores. Esse sistema de intercooperação com as cooperativas Castrolanda e Capal permite "uma escala maior na industrialização da matéria-prima e redução de custos", diz o presidente da Frísia. O sistema permite que o produtor seja sócio na industrialização e garante uma oferta maior de matéria-prima para as cooperativas. O jornalista viajou a convite da Frísia Cooperativa Agroindustrial
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Janot denuncia Collor e ex-ministro por corrupção na Petrobras
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O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou na tarde desta quinta-feira denúncia contra o senador Fernando Collor (PTB-AL) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. A Folha apurou que, além do ex-presidente da República, foi denunciado o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro do governo Collor e é suspeito de atuar em favor do senador junto ao esquema. Ao contrário da representação contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também apresentada nesta quinta, a denúncia de Collor está sob sigilo. Investigadores da Lava Jato apontam que um grupo ligado ao senador recebeu cerca de R$ 26 milhões em suposta propina do esquema de corrupção da Petrobras entre 2010 e 2014. O esquema vinculado ao congressista, segundo as investigações, envolvia assessores do Senado, colaboradores, empresas em atividade e outras suspeitas de serem de fachada. As fontes dos repasses, segundo a Lava Jato, eram contratos de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a Petrobras Distribuidora e a DVBR Derivados do Brasil. Os representantes de Collor seguiam uma "cartilha" para tentar dificultar a identificação do esquema, com várias transações financeiras para não chamar atenção dos órgãos de controle, como depósitos fracionados. Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou operações suspeitas nas contas pessoais do senador de R$ 798 mil, entre 2011 e 2013- depósitos que teriam sido feitos pelo doleiro Alberto Youssef, delator do esquema. Para os investigadores da Lava Jato, os três carros de luxo apreendidos do senador no mês passado –uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini– foram comprados com operação de lavagem. Collor pediu ao STF para reavê-los. A Folha apurou que a Procuradoria solicitou ao Supremo que mantenha os veículos apreendidos. Eles justificam que os carros podem ser produto de crime. Além disso, os automóveis estão em nome de empresas, portanto, ele não teria a legitimidade direta para requerer a devolução. Uma das empresas, a Água Branca, tem Collor como sócio. As investigações revelam que o Lamborghini, que custou R$ 3,2 milhões -sendo que R$ 1,2 milhão foi pago em dinheiro vivo-, encontra-se com parcelas em atraso. Desde que as primeiras denúncias contra Collor surgiram, o ex-senador negou qualquer envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
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poder
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Janot denuncia Collor e ex-ministro por corrupção na PetrobrasO Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou na tarde desta quinta-feira denúncia contra o senador Fernando Collor (PTB-AL) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. A Folha apurou que, além do ex-presidente da República, foi denunciado o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro do governo Collor e é suspeito de atuar em favor do senador junto ao esquema. Ao contrário da representação contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também apresentada nesta quinta, a denúncia de Collor está sob sigilo. Investigadores da Lava Jato apontam que um grupo ligado ao senador recebeu cerca de R$ 26 milhões em suposta propina do esquema de corrupção da Petrobras entre 2010 e 2014. O esquema vinculado ao congressista, segundo as investigações, envolvia assessores do Senado, colaboradores, empresas em atividade e outras suspeitas de serem de fachada. As fontes dos repasses, segundo a Lava Jato, eram contratos de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a Petrobras Distribuidora e a DVBR Derivados do Brasil. Os representantes de Collor seguiam uma "cartilha" para tentar dificultar a identificação do esquema, com várias transações financeiras para não chamar atenção dos órgãos de controle, como depósitos fracionados. Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou operações suspeitas nas contas pessoais do senador de R$ 798 mil, entre 2011 e 2013- depósitos que teriam sido feitos pelo doleiro Alberto Youssef, delator do esquema. Para os investigadores da Lava Jato, os três carros de luxo apreendidos do senador no mês passado –uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini– foram comprados com operação de lavagem. Collor pediu ao STF para reavê-los. A Folha apurou que a Procuradoria solicitou ao Supremo que mantenha os veículos apreendidos. Eles justificam que os carros podem ser produto de crime. Além disso, os automóveis estão em nome de empresas, portanto, ele não teria a legitimidade direta para requerer a devolução. Uma das empresas, a Água Branca, tem Collor como sócio. As investigações revelam que o Lamborghini, que custou R$ 3,2 milhões -sendo que R$ 1,2 milhão foi pago em dinheiro vivo-, encontra-se com parcelas em atraso. Desde que as primeiras denúncias contra Collor surgiram, o ex-senador negou qualquer envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
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Almoçando no Marxim
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Centro de Budapeste. O táxi para, eu entro no Marxim e exclamo: "Bom dia, camaradas!". Ninguém responde e alguns dos presentes sussurram preocupações clínicas sobre a minha sanidade. Caminho pelo espaço –uma espécie de cave transformada em santuário de nostalgias comunistas. Fotos de Lênin nas paredes. E de Stálin. E de líderes húngaros que desconheço. As mesas, toscas e metálicas, estão separadas por arame farpado. Sento-me ao fundo e um rapaz que nasceu depois do debacle aproxima-se com o cardápio. "Aconselha alguma coisa?" "Experimente as pizzas", diz ele. Agradeço e vou farejando as opções. Existe a pizza Gulag (para quem gosta de abacaxi). Peço uma Outubro Vermelho porque sempre respeitei as tradições (e, além disso, tenho uma queda por sardinhas). Aguardo. Turistas entram e riem. Um casal inglês, deslumbrado com uma pintura de Lênin em cuecas, pergunta-me se posso imortalizar o momento. Acedo, dou indicações cênicas ("um pouco mais para a direita") e disparo. Os três ficaram lindos –ele, ela e o velho Vladimir. De volta à mesa, não resisto à pergunta inevitável: seria possível um restaurante do gênero em Berlim sobre o Terceiro Reich? As paredes cobertas por fotos de Hitler ou Goebbels. Pizzas celebratórias –a pizza Auschwitz, a Mein Kampf, quem sabe uma pizza Anne Frank. Haveria turistas? Haveria fotos? Não creio. Passaram 25 anos do colapso do comunismo. Os crimes da ideologia são conhecidos e reconhecidos por qualquer pessoa sem atraso mental. Mas, 25 anos passados, o nazismo é o mal supremo –e o comunismo é uma atração turística. Explicações? Conheço as clássicas e, no essencial, concordo com Stéphane Courtois no prefácio (excelente) para "O Livro Negro do Comunismo". O nazismo matou 25 milhões de pessoas, interna ou externamente. O comunismo multiplicou essa cifra por quatro (no mínimo). Aliás, para ficarmos nas estatísticas, as fomes promovidas por Stálin entre 1932 e 1933 mataram 6 milhões de ucranianos –o mesmo que o Holocausto. Tudo isso parece dissipar-se no ar do tempo. O fato de os soviéticos terem saído vencedores da Segunda Guerra, ostentando a medalha do "antifascismo", é com certeza parte da sua "superioridade" (apesar do pacto de não agressão entre Molotov e Ribbentrop em 1939). Mas a minha concordância com Stéphane Courtois está sobretudo no desprezo, voluntário ou não, com que o comunismo foi tratado pela cultura erudita ou popular. Somos capazes de citar dez ou 20 filmes sobre o Holocausto; temos dificuldades em fazer o mesmo sobre a barbárie do Gulag. Nas nossas bibliotecas, temos Primo Levi ou o diário da citada Anne Frank. Mas quem, hoje, conhece os romances de Vassili Grossman? Onde está um Spielberg ou um Polanski para os filmar? Sem falar de outras latitudes, como os milhões assassinados na Ásia, na África, na Europa Oriental –e que não nos parecem comover tanto como os ocidentais, nossos vizinhos, que marcharam para as câmaras de gás. Proximidade é compaixão. Distância é indiferença. Noite em Budapeste. Janto com um colega universitário húngaro e conto-lhe as aventuras "marxistas" do dia. Ele concorda com as minhas meditações teóricas, mas depois acrescenta algumas considerações domésticas. Em 1956, quando os húngaros se revoltaram contra Moscou, amigos e familiares foram presos. Os pais fugiram a tempo para Paris. Regressaram só em 1986. "Ainda durante o regime?", pergunto, surpreso. Ele entende o pasmo e explica que, nos últimos anos do governo de János Kádár, o comunismo era uma anedota que ninguém levava mais a sério. "Nem sequer os comunistas." Por isso a transição para a democracia foi tão suave como o movimento das águas do Danúbio que corre à nossa frente. E por isso os comunistas de ontem passaram tranquilamente para o capitalismo de hoje. Repito: proximidade é compaixão; distância é indiferença; e, se calhar, o comediante Steve Allen tinha razão quando dizia que a essência do humor é tragédia mais tempo. Se a revolta húngara tivesse vingado em 1956, o Marxim seria impensável. Em 2016, o que começou em horror terminou em farsa. Um restaurante do gênero em Berlim? Quem sabe? Se o regime nazista, destroçado em 1945 por uma Europa em chamas, tivesse expirado naturalmente em 1989, talvez uma pizza Anne Frank fosse perfeitamente comestível por turistas alienados.
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Almoçando no MarximCentro de Budapeste. O táxi para, eu entro no Marxim e exclamo: "Bom dia, camaradas!". Ninguém responde e alguns dos presentes sussurram preocupações clínicas sobre a minha sanidade. Caminho pelo espaço –uma espécie de cave transformada em santuário de nostalgias comunistas. Fotos de Lênin nas paredes. E de Stálin. E de líderes húngaros que desconheço. As mesas, toscas e metálicas, estão separadas por arame farpado. Sento-me ao fundo e um rapaz que nasceu depois do debacle aproxima-se com o cardápio. "Aconselha alguma coisa?" "Experimente as pizzas", diz ele. Agradeço e vou farejando as opções. Existe a pizza Gulag (para quem gosta de abacaxi). Peço uma Outubro Vermelho porque sempre respeitei as tradições (e, além disso, tenho uma queda por sardinhas). Aguardo. Turistas entram e riem. Um casal inglês, deslumbrado com uma pintura de Lênin em cuecas, pergunta-me se posso imortalizar o momento. Acedo, dou indicações cênicas ("um pouco mais para a direita") e disparo. Os três ficaram lindos –ele, ela e o velho Vladimir. De volta à mesa, não resisto à pergunta inevitável: seria possível um restaurante do gênero em Berlim sobre o Terceiro Reich? As paredes cobertas por fotos de Hitler ou Goebbels. Pizzas celebratórias –a pizza Auschwitz, a Mein Kampf, quem sabe uma pizza Anne Frank. Haveria turistas? Haveria fotos? Não creio. Passaram 25 anos do colapso do comunismo. Os crimes da ideologia são conhecidos e reconhecidos por qualquer pessoa sem atraso mental. Mas, 25 anos passados, o nazismo é o mal supremo –e o comunismo é uma atração turística. Explicações? Conheço as clássicas e, no essencial, concordo com Stéphane Courtois no prefácio (excelente) para "O Livro Negro do Comunismo". O nazismo matou 25 milhões de pessoas, interna ou externamente. O comunismo multiplicou essa cifra por quatro (no mínimo). Aliás, para ficarmos nas estatísticas, as fomes promovidas por Stálin entre 1932 e 1933 mataram 6 milhões de ucranianos –o mesmo que o Holocausto. Tudo isso parece dissipar-se no ar do tempo. O fato de os soviéticos terem saído vencedores da Segunda Guerra, ostentando a medalha do "antifascismo", é com certeza parte da sua "superioridade" (apesar do pacto de não agressão entre Molotov e Ribbentrop em 1939). Mas a minha concordância com Stéphane Courtois está sobretudo no desprezo, voluntário ou não, com que o comunismo foi tratado pela cultura erudita ou popular. Somos capazes de citar dez ou 20 filmes sobre o Holocausto; temos dificuldades em fazer o mesmo sobre a barbárie do Gulag. Nas nossas bibliotecas, temos Primo Levi ou o diário da citada Anne Frank. Mas quem, hoje, conhece os romances de Vassili Grossman? Onde está um Spielberg ou um Polanski para os filmar? Sem falar de outras latitudes, como os milhões assassinados na Ásia, na África, na Europa Oriental –e que não nos parecem comover tanto como os ocidentais, nossos vizinhos, que marcharam para as câmaras de gás. Proximidade é compaixão. Distância é indiferença. Noite em Budapeste. Janto com um colega universitário húngaro e conto-lhe as aventuras "marxistas" do dia. Ele concorda com as minhas meditações teóricas, mas depois acrescenta algumas considerações domésticas. Em 1956, quando os húngaros se revoltaram contra Moscou, amigos e familiares foram presos. Os pais fugiram a tempo para Paris. Regressaram só em 1986. "Ainda durante o regime?", pergunto, surpreso. Ele entende o pasmo e explica que, nos últimos anos do governo de János Kádár, o comunismo era uma anedota que ninguém levava mais a sério. "Nem sequer os comunistas." Por isso a transição para a democracia foi tão suave como o movimento das águas do Danúbio que corre à nossa frente. E por isso os comunistas de ontem passaram tranquilamente para o capitalismo de hoje. Repito: proximidade é compaixão; distância é indiferença; e, se calhar, o comediante Steve Allen tinha razão quando dizia que a essência do humor é tragédia mais tempo. Se a revolta húngara tivesse vingado em 1956, o Marxim seria impensável. Em 2016, o que começou em horror terminou em farsa. Um restaurante do gênero em Berlim? Quem sabe? Se o regime nazista, destroçado em 1945 por uma Europa em chamas, tivesse expirado naturalmente em 1989, talvez uma pizza Anne Frank fosse perfeitamente comestível por turistas alienados.
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Irã diz ter executado cientista nuclear envolvido em espionagem nos EUA
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O governo iraniano afirmou neste domingo (7) ter executado um cientista nuclear iraniano por ter dado informações sobre o programa nuclear do país aos EUA. Shahram Amiri, que trabalhava em uma universidade filiada ao Ministério de Defesa iraniano, desapareceu em junho de 2009 na Arábia Saudita, para onde havia viajado para uma peregrinação muçulmana. Teerã afirmou que ele foi sequestrado pelos EUA com a ajuda dos serviços de inteligência sauditas. Washington negou e disse que Amiri estava em solo americano por livre vontade, podendo sair quando quisesse. O cientista retornou ao Irã em 2010 e disse ter passado 14 meses "submetido a uma pressão psicológica grande e vigiado por homens armados". Ele afirmou ainda que autoridades americanas ofereceram milhões de dólares por sua ajuda para entender o programa nuclear iraniano. À época, a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars disse que Amiri deu informações valiosas sobre a CIA, a agência americana de inteligência, ao governo iraniano e sugeriu que ele foi plantado como agente duplo para descobrir quanta informação os americanos tinham sobre o programa nuclear nacional. Desde então, pouco foi divulgado sobre o destino de Amiri. No ano passado, seu pai, Asgar Amiri, deu uma entrevista à rede britânica BBC dizendo que seu filho estava detido em um local secreto desde o retorno ao país. O porta-voz do Judiciário iraniano, Gholamhosein Mohseni Ejehi, confirmou a execução de Amiri, mas não informou quando ou onde a sentença foi cumprida. Segundo Ejehi, a pena de morte do cientista foi confirmada por uma corte de apelação. "Amiri deu informação valiosa do país ao inimigo", disse Ejehi, citado pela agência oficial Irna. A notícia de sua execução causou estranhamento por vir anos após seu retorno e cerca de um ano após Teerã fechar um acordo histórico com as potências para limitar seu programa nuclear em troca do fim das sanções econômicas contra o país.
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Irã diz ter executado cientista nuclear envolvido em espionagem nos EUAO governo iraniano afirmou neste domingo (7) ter executado um cientista nuclear iraniano por ter dado informações sobre o programa nuclear do país aos EUA. Shahram Amiri, que trabalhava em uma universidade filiada ao Ministério de Defesa iraniano, desapareceu em junho de 2009 na Arábia Saudita, para onde havia viajado para uma peregrinação muçulmana. Teerã afirmou que ele foi sequestrado pelos EUA com a ajuda dos serviços de inteligência sauditas. Washington negou e disse que Amiri estava em solo americano por livre vontade, podendo sair quando quisesse. O cientista retornou ao Irã em 2010 e disse ter passado 14 meses "submetido a uma pressão psicológica grande e vigiado por homens armados". Ele afirmou ainda que autoridades americanas ofereceram milhões de dólares por sua ajuda para entender o programa nuclear iraniano. À época, a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars disse que Amiri deu informações valiosas sobre a CIA, a agência americana de inteligência, ao governo iraniano e sugeriu que ele foi plantado como agente duplo para descobrir quanta informação os americanos tinham sobre o programa nuclear nacional. Desde então, pouco foi divulgado sobre o destino de Amiri. No ano passado, seu pai, Asgar Amiri, deu uma entrevista à rede britânica BBC dizendo que seu filho estava detido em um local secreto desde o retorno ao país. O porta-voz do Judiciário iraniano, Gholamhosein Mohseni Ejehi, confirmou a execução de Amiri, mas não informou quando ou onde a sentença foi cumprida. Segundo Ejehi, a pena de morte do cientista foi confirmada por uma corte de apelação. "Amiri deu informação valiosa do país ao inimigo", disse Ejehi, citado pela agência oficial Irna. A notícia de sua execução causou estranhamento por vir anos após seu retorno e cerca de um ano após Teerã fechar um acordo histórico com as potências para limitar seu programa nuclear em troca do fim das sanções econômicas contra o país.
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Emenda de Cunha beneficiou doador de Michel Temer, diz jornal
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Emenda apresentada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a uma medida provisória de 2012 que estabeleceu novas regras para a gestão dos portos no país favoreceu um doador de campanha do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), segundo o jornal "O Estado de S.Paulo". A medida autorizava a renovação de contratos de exploração de terminais portuários por empresas privadas em troca de novos investimentos, mas vetava a possibilidade a concessionários que estivessem inadimplentes com o governo. Uma emenda apresentada por Cunha, aprovada pelo Congresso e sancionada por Dilma abriu a possibilidade de empresas devedoras dirimirem seus débitos por meio de um procedimento de arbitragem não-judicial, passando a ter direito à renovação. Segundo o jornal, a mudança favoreceu o Grupo Libra, arrendatário de uma área no Porto de Santos e que tinha uma dívida, questionada na Justiça, de mais de R$ 500 milhões com o governo. A concessão do grupo empresarial foi renovada em setembro de 2015 pelo então ministro da Secretaria de Portos, Edinho Araújo (PMDB), aliado de Temer. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, dois membros do conselho de administração do Libra, Ana Carolina Torrealba Affonso e Rodrigo Torrealba doaram, cada um, R$ 500 mil ao diretório nacional do PMDB em 2014. OUTRO LADO Ao "Estado de S. Paulo", Temer e Araújo negaram que a renovação da concessão do Grupo Libra tenha relação com a doação eleitoral e descartaram a hipótese de favorecimento à empresa. A assessoria de Temer afirmou que ele não recebeu os recursos da doação e que a verba foi direcionada a 12 candidatos a deputado e um diretório estadual do PMDB. Ao jornal, o Grupo Libra negou estar inadimplente com a União e que o processo de arbitragem está relacionado a "débitos e créditos de parte a parte –Libra Terminal e Companhia das Docas do Estado de São Paulo". Cunha disse que não se manifestaria sobre o caso.
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Emenda de Cunha beneficiou doador de Michel Temer, diz jornalEmenda apresentada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a uma medida provisória de 2012 que estabeleceu novas regras para a gestão dos portos no país favoreceu um doador de campanha do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), segundo o jornal "O Estado de S.Paulo". A medida autorizava a renovação de contratos de exploração de terminais portuários por empresas privadas em troca de novos investimentos, mas vetava a possibilidade a concessionários que estivessem inadimplentes com o governo. Uma emenda apresentada por Cunha, aprovada pelo Congresso e sancionada por Dilma abriu a possibilidade de empresas devedoras dirimirem seus débitos por meio de um procedimento de arbitragem não-judicial, passando a ter direito à renovação. Segundo o jornal, a mudança favoreceu o Grupo Libra, arrendatário de uma área no Porto de Santos e que tinha uma dívida, questionada na Justiça, de mais de R$ 500 milhões com o governo. A concessão do grupo empresarial foi renovada em setembro de 2015 pelo então ministro da Secretaria de Portos, Edinho Araújo (PMDB), aliado de Temer. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, dois membros do conselho de administração do Libra, Ana Carolina Torrealba Affonso e Rodrigo Torrealba doaram, cada um, R$ 500 mil ao diretório nacional do PMDB em 2014. OUTRO LADO Ao "Estado de S. Paulo", Temer e Araújo negaram que a renovação da concessão do Grupo Libra tenha relação com a doação eleitoral e descartaram a hipótese de favorecimento à empresa. A assessoria de Temer afirmou que ele não recebeu os recursos da doação e que a verba foi direcionada a 12 candidatos a deputado e um diretório estadual do PMDB. Ao jornal, o Grupo Libra negou estar inadimplente com a União e que o processo de arbitragem está relacionado a "débitos e créditos de parte a parte –Libra Terminal e Companhia das Docas do Estado de São Paulo". Cunha disse que não se manifestaria sobre o caso.
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Sete igrejas são atacadas na capital do Níger
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Ao menos sete igrejas foram queimadas neste sábado (17) na capital do Níger, após protestos contra as caricaturas do profeta Maomé publicadas pelo semanário francês "Charlie Hebdo" resultarem em incidentes violentos em várias cidades. Após a publicação de uma caricatura de Maomé no semanário Charlie Hebdo, vítima de um atentado no início de janeiro, que deixou 17 mortos, protestos violentos têm sido realizados em vários países muçulmanos. Por volta de meio-dia, centenas de jovens se reuniram perto da Grande Mesquita de Niamey sob o slogan "Abaixo a França" e "Allah akbar" (Deus é grande), embora as autoridades tenham proibido manifestações. O templo foi cercado por dezenas de policiais do choque vestidos de capacetes e escudos, que tentaram dispersar o protesto com gás lacrimogêneo. "Vamos quebrar tudo. Vamos proteger o nosso profeta. Vamos defender embora coloquemos o nosso sangue em risco", disse um manifestante com uma pedra na mão. Depois, os incidentes se espalharam para vários bairros do centro da cidade e também nos arredores da catedral, que foi fortemente resguardada pela polícia de choque. "Não tiveram tempo de incendiá-la", disse à AFP um policial. Um correspondente da AFP constatou que no sul Niamey pelo menos sete igrejas foram queimadas em manifestações, em sua maioria igrejas protestantes e alguns deles sem símbolos religiosos visíveis do lado de fora. Depois os manifestantes se dirigiram para o centro e para o norte da cidade, onde há várias igrejas. SAQUES E VIOLÊNCIA Vários bares, hotéis e lojas pertencentes a não-muçulmanos ou que ostentavam algum cartaz de uma marca francesa também foram destruídos. De acordo com uma fonte de segurança, seis grupos aglomerando cerca de 200 e 300 pessoas trouxeram o caos para Niamey. Enquanto isso, dezenas de ulemás (teólogos) de Niamey pediu calma aos manifestantes. "Não se esqueçam de que o Islã é contra a violência", disse o pregador Yaou Sonna, que, como outros líderes muçulmanos falou diante das câmeras de televisão pública. Os manifestantes também atacaram várias instalações da empresa francesa PMU e outras como operadora de telefonia francesa Orange, observou a AFP. "Alguns permaneceram em suas casas. Eu nunca estive tão assustada em toda a minha vida", disse à AFP um mecânico cristão, de sua oficina, onde permaneceu com outros trabalhadores. Através de buracos de sua janela, viu quando manifestantes saquearam um quiosque localizado em frente à sua loja. "Aqui nós somos forçados a fechar a loja. Estamos com muito medo. O Estado tem que colocar um fim a isso", lamentou. Enquanto isso, Kiema Soumaila, gerente de bar Toulousain, um conhecido local de Niamey, disse que desde o início das manifestações, imaginou que estes incidentes iriam ocorrer. Soumaila disse que os manifestantes quebraram a porta do local e depois de quebrar todos os vasos atearam fogo às instalações. "Eu disse a todos os funcionários que saíssem da casa", disse ele. Enquanto isso, em Maradi, cidade localizada entre Niamey e Zinder, foram registrados vários protestos espontâneos em que os pneus foram queimados. Na sexta-feira (16), Zinder, a segunda cidade do país, registrou manifestações contra o "Charlie Hebdo" que resultaram em quatro mortes e 45 feridos.
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Sete igrejas são atacadas na capital do NígerAo menos sete igrejas foram queimadas neste sábado (17) na capital do Níger, após protestos contra as caricaturas do profeta Maomé publicadas pelo semanário francês "Charlie Hebdo" resultarem em incidentes violentos em várias cidades. Após a publicação de uma caricatura de Maomé no semanário Charlie Hebdo, vítima de um atentado no início de janeiro, que deixou 17 mortos, protestos violentos têm sido realizados em vários países muçulmanos. Por volta de meio-dia, centenas de jovens se reuniram perto da Grande Mesquita de Niamey sob o slogan "Abaixo a França" e "Allah akbar" (Deus é grande), embora as autoridades tenham proibido manifestações. O templo foi cercado por dezenas de policiais do choque vestidos de capacetes e escudos, que tentaram dispersar o protesto com gás lacrimogêneo. "Vamos quebrar tudo. Vamos proteger o nosso profeta. Vamos defender embora coloquemos o nosso sangue em risco", disse um manifestante com uma pedra na mão. Depois, os incidentes se espalharam para vários bairros do centro da cidade e também nos arredores da catedral, que foi fortemente resguardada pela polícia de choque. "Não tiveram tempo de incendiá-la", disse à AFP um policial. Um correspondente da AFP constatou que no sul Niamey pelo menos sete igrejas foram queimadas em manifestações, em sua maioria igrejas protestantes e alguns deles sem símbolos religiosos visíveis do lado de fora. Depois os manifestantes se dirigiram para o centro e para o norte da cidade, onde há várias igrejas. SAQUES E VIOLÊNCIA Vários bares, hotéis e lojas pertencentes a não-muçulmanos ou que ostentavam algum cartaz de uma marca francesa também foram destruídos. De acordo com uma fonte de segurança, seis grupos aglomerando cerca de 200 e 300 pessoas trouxeram o caos para Niamey. Enquanto isso, dezenas de ulemás (teólogos) de Niamey pediu calma aos manifestantes. "Não se esqueçam de que o Islã é contra a violência", disse o pregador Yaou Sonna, que, como outros líderes muçulmanos falou diante das câmeras de televisão pública. Os manifestantes também atacaram várias instalações da empresa francesa PMU e outras como operadora de telefonia francesa Orange, observou a AFP. "Alguns permaneceram em suas casas. Eu nunca estive tão assustada em toda a minha vida", disse à AFP um mecânico cristão, de sua oficina, onde permaneceu com outros trabalhadores. Através de buracos de sua janela, viu quando manifestantes saquearam um quiosque localizado em frente à sua loja. "Aqui nós somos forçados a fechar a loja. Estamos com muito medo. O Estado tem que colocar um fim a isso", lamentou. Enquanto isso, Kiema Soumaila, gerente de bar Toulousain, um conhecido local de Niamey, disse que desde o início das manifestações, imaginou que estes incidentes iriam ocorrer. Soumaila disse que os manifestantes quebraram a porta do local e depois de quebrar todos os vasos atearam fogo às instalações. "Eu disse a todos os funcionários que saíssem da casa", disse ele. Enquanto isso, em Maradi, cidade localizada entre Niamey e Zinder, foram registrados vários protestos espontâneos em que os pneus foram queimados. Na sexta-feira (16), Zinder, a segunda cidade do país, registrou manifestações contra o "Charlie Hebdo" que resultaram em quatro mortes e 45 feridos.
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PT bloqueia proposta que atingiria empreiteiras sob investigação
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A bancada do PT na Câmara bloqueou proposta que atingiria empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato ao impedir, por um ano, que órgãos públicos de União, Estados e municípios contratem empresas que tenham firmado acordos de leniência. Pela lei atual, não há "quarentena" e as empresas estão livres para fazer contratos com o poder público logo após fechar os acordos em que assumem ter cometidos crimes ou irregularidades. A medida provisória 703, assinada pela presidente Dilma Rousseff em 18 de dezembro passado, mudou aspectos do processo de acordo de leniência e também não incluiu uma "quarentena". O projeto de lei 460, de autoria do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), tramita na Câmara desde 25 de fevereiro passado com o objetivo de acrescentar um artigo à lei de 2013 chamada pelo governo federal de "lei anticorrupção". Em setembro, o projeto recebeu relatório favorável na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, mas desde então não foi levada a votação. Em 28 de outubro, foi retirada da pauta a partir de requerimento de Leonardo Monteiro (PT-MG). Em 4 de novembro, voltou a sair da pauta de votações da comissão. "Com articulação do governo, o PT não permite a tramitação do projeto, fica adiando a votação. O governo faz isso para atender interesses das empreiteiras envolvidas na Lava Jato", disse Gomes. A relatora do projeto na comissão, Geovania de Sá (PSDB-SC), concluiu que o prazo previsto na proposta de "quarentena" atende "a necessidade de se desestimular a prática de condutas ilícitas" e que é "descabido" conceder a empresas que cometem crimes "tratamento idêntico ao devido às corporações que nunca cometeram ilícitos". Localizado pela Folha nesta sexta-feira (15), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que não conhecia a proposta, mas prometeu analisá-la e dar uma resposta: "Me ligue daqui uma hora e meia. Vou ver como está a tramitação". Procurado três vezes depois do prazo, ele não atendeu aos chamados em seu celular. Procurado desde a última quarta-feira (13), Leonardo Monteiro não foi localizado. Sua assessoria informou que ele estava em viagem pelo interior e que tentaria localizá-lo, mas não retornou até o fechamento desta edição. Sancionada por Dilma em agosto de 2013, a "lei anticorrupção" endureceu a punição de empresas acusadas de atos contra o governo. A MP assinada por Dilma no final do ano alterou aspectos da lei e gerou críticas de integrantes do Ministério Público e de órgãos de controle, para os quais ela poderá beneficiar empresas flagradas em irregularidades. Pela nova regra, mais de uma empresa poderá assinar acordo de leniência e não só a primeira a apresentar sua intenção. Advogados de empreiteiras, porém, disseram que a MP permite que as empresas continuem em operação. Dilma afirmou que o objetivo maior da MP é "diminuir incertezas e preservar empregos".
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PT bloqueia proposta que atingiria empreiteiras sob investigaçãoA bancada do PT na Câmara bloqueou proposta que atingiria empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato ao impedir, por um ano, que órgãos públicos de União, Estados e municípios contratem empresas que tenham firmado acordos de leniência. Pela lei atual, não há "quarentena" e as empresas estão livres para fazer contratos com o poder público logo após fechar os acordos em que assumem ter cometidos crimes ou irregularidades. A medida provisória 703, assinada pela presidente Dilma Rousseff em 18 de dezembro passado, mudou aspectos do processo de acordo de leniência e também não incluiu uma "quarentena". O projeto de lei 460, de autoria do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), tramita na Câmara desde 25 de fevereiro passado com o objetivo de acrescentar um artigo à lei de 2013 chamada pelo governo federal de "lei anticorrupção". Em setembro, o projeto recebeu relatório favorável na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, mas desde então não foi levada a votação. Em 28 de outubro, foi retirada da pauta a partir de requerimento de Leonardo Monteiro (PT-MG). Em 4 de novembro, voltou a sair da pauta de votações da comissão. "Com articulação do governo, o PT não permite a tramitação do projeto, fica adiando a votação. O governo faz isso para atender interesses das empreiteiras envolvidas na Lava Jato", disse Gomes. A relatora do projeto na comissão, Geovania de Sá (PSDB-SC), concluiu que o prazo previsto na proposta de "quarentena" atende "a necessidade de se desestimular a prática de condutas ilícitas" e que é "descabido" conceder a empresas que cometem crimes "tratamento idêntico ao devido às corporações que nunca cometeram ilícitos". Localizado pela Folha nesta sexta-feira (15), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que não conhecia a proposta, mas prometeu analisá-la e dar uma resposta: "Me ligue daqui uma hora e meia. Vou ver como está a tramitação". Procurado três vezes depois do prazo, ele não atendeu aos chamados em seu celular. Procurado desde a última quarta-feira (13), Leonardo Monteiro não foi localizado. Sua assessoria informou que ele estava em viagem pelo interior e que tentaria localizá-lo, mas não retornou até o fechamento desta edição. Sancionada por Dilma em agosto de 2013, a "lei anticorrupção" endureceu a punição de empresas acusadas de atos contra o governo. A MP assinada por Dilma no final do ano alterou aspectos da lei e gerou críticas de integrantes do Ministério Público e de órgãos de controle, para os quais ela poderá beneficiar empresas flagradas em irregularidades. Pela nova regra, mais de uma empresa poderá assinar acordo de leniência e não só a primeira a apresentar sua intenção. Advogados de empreiteiras, porém, disseram que a MP permite que as empresas continuem em operação. Dilma afirmou que o objetivo maior da MP é "diminuir incertezas e preservar empregos".
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Quase 2 meses após 'encolher', Câmara de Ribeirão voltará a ter 22 vereadores
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Quase dois meses depois de "encolher" após a deflagração da Operação Sevandija, a Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) deverá voltar a ter 22 vereadores e, com isso, condições de votar projetos importantes. A operação, desencadeada pela PF (Polícia Federal) e pelo Gaeco, do Ministério Público paulista, em 1º de setembro, resultou no afastamento de nove vereadores da Casa. Oito deles não conseguiram se reeleger no último dia 2. Em sessão na noite desta terça-feira (18), a presidente da Câmara, Gláucia Berenice (PSDB), decidiu pela convocação dos suplentes para ocupar as vagas dos vereadores que tiveram os mandatos suspensos pela operação Sevandija. A convocação gera um imbróglio com os parlamentares suspensos e, também, com os atuais. Antes do ato que decidiu por chamar os suplentes, a presidente colocou em votação a convocação. Eram necessários 12 votos, mas houve só 9 votos favoráveis e 4 abstenções. A alegação dos vereadores é a de que os mandatos dos nove vereadores estão suspensos, mas as cadeiras não estão definitivamente vagas, o que impediria, na avaliação deles, que sejam ocupadas. Com a necessidade de cumprimento de prazos de publicação e possível impugnação de nomes —já que em alguns casos houve troca de partidos desde a última eleição—, a previsão é que a Câmara volte a ter 22 vereadores na última sessão deste mês (dia 27), quase dois meses após a operação, ou somente no início de novembro. Os parlamentares foram afastados pela Justiça por suposto envolvimento no recebimento de propina ou suspeita de indicação de funcionários para cargos terceirizados numa empresa para votar conforme interesses da prefeita Dárcy Vera (PSD) na Câmara. Todos os vereadores negam a acusação. DEMISSÕES Também nesta terça-feira, a Prefeitura de Ribeirão anunciou a demissão de 37 servidores comissionados. Eles foram exonerados para "compensar" a contratação de 75 funcionários concursados. Esses novos servidores vão suprir, por sua vez, parte das quase 600 demissões de empregados terceirizados que prestavam serviço à administração por meio da empresa Atmosphera. A suspeita da operação é que a prefeitura usava a Coderp (companhia de desenvolvimento) para contratar a Atmosphera para abrigar funcionários terceirizados que deveriam ser contratados em concurso público. Esses funcionários eram indicados por aliados da prefeita, sobretudo vereadores. Com as demissões, a administração já havia reduzido os horários de atendimento de alguns serviços públicos. Hoje, o governo tem 8.481 funcionários concursados, além de 486 temporários.
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Quase 2 meses após 'encolher', Câmara de Ribeirão voltará a ter 22 vereadoresQuase dois meses depois de "encolher" após a deflagração da Operação Sevandija, a Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) deverá voltar a ter 22 vereadores e, com isso, condições de votar projetos importantes. A operação, desencadeada pela PF (Polícia Federal) e pelo Gaeco, do Ministério Público paulista, em 1º de setembro, resultou no afastamento de nove vereadores da Casa. Oito deles não conseguiram se reeleger no último dia 2. Em sessão na noite desta terça-feira (18), a presidente da Câmara, Gláucia Berenice (PSDB), decidiu pela convocação dos suplentes para ocupar as vagas dos vereadores que tiveram os mandatos suspensos pela operação Sevandija. A convocação gera um imbróglio com os parlamentares suspensos e, também, com os atuais. Antes do ato que decidiu por chamar os suplentes, a presidente colocou em votação a convocação. Eram necessários 12 votos, mas houve só 9 votos favoráveis e 4 abstenções. A alegação dos vereadores é a de que os mandatos dos nove vereadores estão suspensos, mas as cadeiras não estão definitivamente vagas, o que impediria, na avaliação deles, que sejam ocupadas. Com a necessidade de cumprimento de prazos de publicação e possível impugnação de nomes —já que em alguns casos houve troca de partidos desde a última eleição—, a previsão é que a Câmara volte a ter 22 vereadores na última sessão deste mês (dia 27), quase dois meses após a operação, ou somente no início de novembro. Os parlamentares foram afastados pela Justiça por suposto envolvimento no recebimento de propina ou suspeita de indicação de funcionários para cargos terceirizados numa empresa para votar conforme interesses da prefeita Dárcy Vera (PSD) na Câmara. Todos os vereadores negam a acusação. DEMISSÕES Também nesta terça-feira, a Prefeitura de Ribeirão anunciou a demissão de 37 servidores comissionados. Eles foram exonerados para "compensar" a contratação de 75 funcionários concursados. Esses novos servidores vão suprir, por sua vez, parte das quase 600 demissões de empregados terceirizados que prestavam serviço à administração por meio da empresa Atmosphera. A suspeita da operação é que a prefeitura usava a Coderp (companhia de desenvolvimento) para contratar a Atmosphera para abrigar funcionários terceirizados que deveriam ser contratados em concurso público. Esses funcionários eram indicados por aliados da prefeita, sobretudo vereadores. Com as demissões, a administração já havia reduzido os horários de atendimento de alguns serviços públicos. Hoje, o governo tem 8.481 funcionários concursados, além de 486 temporários.
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Otimismo, por ora
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A julgar pelos prognósticos mais recentes, há chance razoável de que o crescimento mundial no ano que vem seja superior ao de 2016 —3,3% contra 2,9%, segundo última projeção da OCDE (organismo que reúne países de maior renda). Tal perspectiva não deixa de ser uma surpresa, tendo em vista os vários acontecimentos políticos tidos como negativos para a confiança global. O referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia e a eleição de Donald Trump para a Presidência dos EUA são dois desses eventos. Outros se seguirão, com igual potencial de balançar o equilíbrio estabelecido em regiões importantes. Em 2017, França e Alemanha, por exemplo, irão às urnas. São reais as chances de a extrema-direita, com plataforma antieuropeia, obter êxito em solo francês. O quadro de incertezas políticas, porém, até aqui não causou reviravolta na prática. Nos EUA, a criação de empregos continua sólida, a desocupação já chega a níveis normais e começam a aparecer evidências de aceleração no crescimento dos salários. Nas últimas semanas, os mercados preferiram olhar para a agenda interna de Trump, que prevê cortes de impostos e aumento dos investimentos em infraestrutura, resultando em Bolsas de Valores em alta. Nesse contexto, o Fed (banco central americano) subiu os juros em 0,25% na semana passada. Mais importante, mostrou confiança na economia ao revisar para cima —o que não ocorria há dois anos— as altas projetadas em prazos mais longos, que levariam a taxa para 3% até 2019. Na Europa, o padrão é o mesmo, com crescimento acima de 1,5%. A China também conseguiu desafiar prognósticos mais pessimistas e manter o PIB em alta de 6,5%. Para completar, os preços das commodities —petróleo, itens agrícolas e minerais metálicos— mostram recuperação, o que ajuda a periferia exportadora, como o Brasil. Turbulências mais à frente, porém, podem reverter esse cenário. Dado o notório comportamento errático de Trump, é possível que bravatas e radicalismos geopolíticos passem a dominar seu governo, o que tornaria insustentável a visão benevolente a respeito da agenda econômica doméstica. Se o crescimento americano fraquejar, tais riscos seriam reforçados. O mundo entra em 2017 com a economia razoavelmente organizada, mas com incertezas políticas em alta. O otimismo atual quanto ao cenário externo, de certa forma surpreendente, pode ser efêmero. Enquanto o quadro não muda, o Brasil precisa acelerar reformas capazes de arrumar as contas públicas e de criar condições para o crescimento. Será patético se o país se limitar a torcer pela manutenção do clima internacional favorável. [email protected]
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opiniao
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Otimismo, por oraA julgar pelos prognósticos mais recentes, há chance razoável de que o crescimento mundial no ano que vem seja superior ao de 2016 —3,3% contra 2,9%, segundo última projeção da OCDE (organismo que reúne países de maior renda). Tal perspectiva não deixa de ser uma surpresa, tendo em vista os vários acontecimentos políticos tidos como negativos para a confiança global. O referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia e a eleição de Donald Trump para a Presidência dos EUA são dois desses eventos. Outros se seguirão, com igual potencial de balançar o equilíbrio estabelecido em regiões importantes. Em 2017, França e Alemanha, por exemplo, irão às urnas. São reais as chances de a extrema-direita, com plataforma antieuropeia, obter êxito em solo francês. O quadro de incertezas políticas, porém, até aqui não causou reviravolta na prática. Nos EUA, a criação de empregos continua sólida, a desocupação já chega a níveis normais e começam a aparecer evidências de aceleração no crescimento dos salários. Nas últimas semanas, os mercados preferiram olhar para a agenda interna de Trump, que prevê cortes de impostos e aumento dos investimentos em infraestrutura, resultando em Bolsas de Valores em alta. Nesse contexto, o Fed (banco central americano) subiu os juros em 0,25% na semana passada. Mais importante, mostrou confiança na economia ao revisar para cima —o que não ocorria há dois anos— as altas projetadas em prazos mais longos, que levariam a taxa para 3% até 2019. Na Europa, o padrão é o mesmo, com crescimento acima de 1,5%. A China também conseguiu desafiar prognósticos mais pessimistas e manter o PIB em alta de 6,5%. Para completar, os preços das commodities —petróleo, itens agrícolas e minerais metálicos— mostram recuperação, o que ajuda a periferia exportadora, como o Brasil. Turbulências mais à frente, porém, podem reverter esse cenário. Dado o notório comportamento errático de Trump, é possível que bravatas e radicalismos geopolíticos passem a dominar seu governo, o que tornaria insustentável a visão benevolente a respeito da agenda econômica doméstica. Se o crescimento americano fraquejar, tais riscos seriam reforçados. O mundo entra em 2017 com a economia razoavelmente organizada, mas com incertezas políticas em alta. O otimismo atual quanto ao cenário externo, de certa forma surpreendente, pode ser efêmero. Enquanto o quadro não muda, o Brasil precisa acelerar reformas capazes de arrumar as contas públicas e de criar condições para o crescimento. Será patético se o país se limitar a torcer pela manutenção do clima internacional favorável. [email protected]
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Bellucci aplica pneu e vai à semifinal do ATP de Genebra
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O brasileiro Thomaz Bellucci está na semifinal do ATP 250 de Genebra. Nesta quinta-feira (21), o número um do país e 60º colocado no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) venceu o espanhol Albert Ramos-Vinolas, 63º do mundo, por 2 sets a 1, com parciais de 6/0, 1/6 e 6/3. Com o triunfo, Bellucci vai encarar na semifinal o colombiano Santiago Giraldo, 67º do mundo, que eliminou o croata Marin Cilic, décimo do ranking, por 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/3. O jogo será realizado nesta sexta-feira. Com as vitórias sobre o cipriota Marcos Baghdatis, na estreia, e diante do uzbeque Denis Istomin, pela segunda rodada, além do triunfo diante do espanhol Albert Ramos-Vinolas, o brasileiro pode subir até nove posições no ranking. Em caso de um triunfo na semifinal, o tenista pode atingir o top-50. No primeiro set, Bellucci dominou o adversário e aplicou um pneu -quando o tenista vence a parcial por 6 a 0. Já no segundo set, o brasileiro perdeu o seu saque logo no segundo game. Ele ainda devolveu uma quebra, mas não conseguiu manter o ritmo e perdeu por 1/6. Na terceira parcial, o tenista voltou a jogar bem e abriu 5/1. O espanhol ainda reagiu, mas o brasileiro conseguiu fechar em 6/3. O ATP 250 de Genebra é o último torneio antes de Roland Garros, segundo Grand Slam da temporada, que começa no domingo (24).
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esporte
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Bellucci aplica pneu e vai à semifinal do ATP de GenebraO brasileiro Thomaz Bellucci está na semifinal do ATP 250 de Genebra. Nesta quinta-feira (21), o número um do país e 60º colocado no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) venceu o espanhol Albert Ramos-Vinolas, 63º do mundo, por 2 sets a 1, com parciais de 6/0, 1/6 e 6/3. Com o triunfo, Bellucci vai encarar na semifinal o colombiano Santiago Giraldo, 67º do mundo, que eliminou o croata Marin Cilic, décimo do ranking, por 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/3. O jogo será realizado nesta sexta-feira. Com as vitórias sobre o cipriota Marcos Baghdatis, na estreia, e diante do uzbeque Denis Istomin, pela segunda rodada, além do triunfo diante do espanhol Albert Ramos-Vinolas, o brasileiro pode subir até nove posições no ranking. Em caso de um triunfo na semifinal, o tenista pode atingir o top-50. No primeiro set, Bellucci dominou o adversário e aplicou um pneu -quando o tenista vence a parcial por 6 a 0. Já no segundo set, o brasileiro perdeu o seu saque logo no segundo game. Ele ainda devolveu uma quebra, mas não conseguiu manter o ritmo e perdeu por 1/6. Na terceira parcial, o tenista voltou a jogar bem e abriu 5/1. O espanhol ainda reagiu, mas o brasileiro conseguiu fechar em 6/3. O ATP 250 de Genebra é o último torneio antes de Roland Garros, segundo Grand Slam da temporada, que começa no domingo (24).
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Técnico do Barça reprova comparação entre Neymar e Messi e critica torcida
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Após a vitória do Barcelona sobre o Bayer Leverkusen por 2 a 1, de virada, no Camp Nou, pela segunda rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, o treinador do Barcelona, Luis Enrique, criticou as comparações feitas entre o atacante brasileiro Neymar e o argentino Lionel Messi. Com uma lesão no joelho, o camisa 10 da equipe catalã não participou da partida e deverá ficar ausente por mais dois meses. "Neymar jogou bem, e não podemos fazer qualquer comparação. Isso é um time de futebol, jogam 11 caras, e os jogadores dão sempre o máximo. É a equipe que tem que dar mais, e os jogadores darem o que deram até agora. E, repito, eles foram muito bem", declarou Luis Enrique, que reclamou do comportamento da torcida quando o time perdia o jogo por 1 a 0. "A atuação da equipe está aí. Esta equipe precisa de um crédito maior. Hoje precisávamos de mais apoio no 0 a 1 que no 1 a 1 e no 2 a 1, que é quando já queremos que o jogo termine. Nos momentos mais complicados, é importante que o torcedor mostre maior fé e confiança neles", afirmou. O treinador também lamentou a lesão do meia Iniesta, que sofreu uma contusão no bíceps femoral da coxa direita. O clube já está sem o goleiro Claudio Bravo, o zagueiro Thomas Vermaelen e o meia-atacante Rafinha, além de Messi. "Começa a parecer uma piada. A lesão foi muito desagradável porque é um jogador fundamental. Mas são pedras que vamos superar e teremos confiança com os jogadores que irão a campo", considerou.
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Técnico do Barça reprova comparação entre Neymar e Messi e critica torcidaApós a vitória do Barcelona sobre o Bayer Leverkusen por 2 a 1, de virada, no Camp Nou, pela segunda rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, o treinador do Barcelona, Luis Enrique, criticou as comparações feitas entre o atacante brasileiro Neymar e o argentino Lionel Messi. Com uma lesão no joelho, o camisa 10 da equipe catalã não participou da partida e deverá ficar ausente por mais dois meses. "Neymar jogou bem, e não podemos fazer qualquer comparação. Isso é um time de futebol, jogam 11 caras, e os jogadores dão sempre o máximo. É a equipe que tem que dar mais, e os jogadores darem o que deram até agora. E, repito, eles foram muito bem", declarou Luis Enrique, que reclamou do comportamento da torcida quando o time perdia o jogo por 1 a 0. "A atuação da equipe está aí. Esta equipe precisa de um crédito maior. Hoje precisávamos de mais apoio no 0 a 1 que no 1 a 1 e no 2 a 1, que é quando já queremos que o jogo termine. Nos momentos mais complicados, é importante que o torcedor mostre maior fé e confiança neles", afirmou. O treinador também lamentou a lesão do meia Iniesta, que sofreu uma contusão no bíceps femoral da coxa direita. O clube já está sem o goleiro Claudio Bravo, o zagueiro Thomas Vermaelen e o meia-atacante Rafinha, além de Messi. "Começa a parecer uma piada. A lesão foi muito desagradável porque é um jogador fundamental. Mas são pedras que vamos superar e teremos confiança com os jogadores que irão a campo", considerou.
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Posse de bola deve representar espaços abertos entre os zagueiros rivais
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Quando Guardiola diz em seu livro, "Herr Pep", que não gosta de tiki-taka, significa que sabe o pecado de trocar passes sem infiltrar-se na defesa. A posse de bola precisa representar espaços abertos entre os zagueiros rivais e o melhor cenário para isso é ter superioridade numérica. Sempre dois contra um, três contra dois. É o que falta para muitos times que têm a posse de bola como premissa. Não adianta só trocar passes. Isso tem faltado ao Barcelona de Luis Enrique. Antes, mesmo na campanha do título da Liga dos Campeões de 2015, quando já trabalhava o treinador atual, o Barça jogava com Rakitic, Busquets e Iniesta em triangulações para que a bola chegasse a Messi, Suárez e Neymar no um contra um. Neste caso, eles são imbatíveis. Quando ficam em um contra dois ou três marcadores é muito mais difícil. Hoje, o meio de campo do Barcelona parece querer entregar a bola o mais rapidamente possível para Messi, Suárez ou Neymar, como se dissessem: resolvam! Nem sempre dá. É um caso parecido com o que vive o Palmeiras, na transição entre um treinador que gostava das definições rápidas de jogadas e a marcação individual, Cuca, e outro que prioriza o passe e marca por zona, Eduardo Baptista. Contra o Corinthians, o Palmeiras ficou com a bola 66% do tempo e chutou quatro vezes ao alvo. O Corinthians chutou três vezes no gol de Fernando Prass. Contra a Ferroviária, a posse de bola ficou em 62%. O time foi melhor, porque o adversário era mais fraco e porque o gol saiu rápido. Antes de marcá-lo, o Palmeiras ainda tinha o hábito de rodar a bola até servir um ponta. Michel Bastos ou Keno recebiam de frente com dois marcadores, às vezes três. Quebrou a defesa da Ferroviária quando houve triangulação. Michel Bastos, Jean e Willian trabalharam pelo lado do campo contra dois da Ferroviária. O cruzamento alcançou Keno: 1 a 0. Depois disso, o Palmeiras atrasou sua marcação e ganhou espaço para contra-atacar. A questão é que, ao longo da temporada, o Palmeiras encontrará adversários que recuam e fecham os espaços. Vai ter de infiltrar-se. O Santos é um exemplo de equipe que faz isso bem. Está em crise, sofre críticas das arquibancadas, corre risco de eliminação no Campeonato Paulista, mas é quem mais tem aproximação dos seus jogadores quando joga contra times muito fechados. Sempre há três atacantes contra dois defensores, sempre duas opções de passe, especialmente nas jogadas pelos lados do campo. Só com um jogador perto do outro é possível fazer tabelas rápidas para entrar na área e ficar frente a frente com o goleiro. A outra opção é o drible. Não há nada no futebol como driblar. Mas para tê-lo é preciso inspiração. Ela pode aparecer a qualquer momento e vai resolver qualquer partida. Para não depender disso, é necessário treino e planejamento. No passado, a seleção de 1994 e o Corinthians de 2002, de Parreira, adoravam a posse de bola. Quando a perdiam, recuavam. A diferença para o Barcelona, além da aproximação, é a pressão. Perder a bola e agredir para recuperá-la. Nesse caso, o espaço se abre e o gol fica mais perto. * Está na moda dizer bloco baixo para explicar quando se recua para marcar atrás do meio de campo. O Corinthians tem feito isso, com o time muito junto. Assim tira espaço dos grandes, mas ainda sofre contra os pequenos, quando tem de sair para jogar. * O melhor reforço do Flamengo na temporada não foi Berrio, nem Trauco, nem Rômulo. Foi a manutenção do trabalho. Há anos, o Fla não começava o ano com um time estruturado. Desde 2011, não iniciava a temporada com sete vitórias em sete jogos.
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colunas
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Posse de bola deve representar espaços abertos entre os zagueiros rivaisQuando Guardiola diz em seu livro, "Herr Pep", que não gosta de tiki-taka, significa que sabe o pecado de trocar passes sem infiltrar-se na defesa. A posse de bola precisa representar espaços abertos entre os zagueiros rivais e o melhor cenário para isso é ter superioridade numérica. Sempre dois contra um, três contra dois. É o que falta para muitos times que têm a posse de bola como premissa. Não adianta só trocar passes. Isso tem faltado ao Barcelona de Luis Enrique. Antes, mesmo na campanha do título da Liga dos Campeões de 2015, quando já trabalhava o treinador atual, o Barça jogava com Rakitic, Busquets e Iniesta em triangulações para que a bola chegasse a Messi, Suárez e Neymar no um contra um. Neste caso, eles são imbatíveis. Quando ficam em um contra dois ou três marcadores é muito mais difícil. Hoje, o meio de campo do Barcelona parece querer entregar a bola o mais rapidamente possível para Messi, Suárez ou Neymar, como se dissessem: resolvam! Nem sempre dá. É um caso parecido com o que vive o Palmeiras, na transição entre um treinador que gostava das definições rápidas de jogadas e a marcação individual, Cuca, e outro que prioriza o passe e marca por zona, Eduardo Baptista. Contra o Corinthians, o Palmeiras ficou com a bola 66% do tempo e chutou quatro vezes ao alvo. O Corinthians chutou três vezes no gol de Fernando Prass. Contra a Ferroviária, a posse de bola ficou em 62%. O time foi melhor, porque o adversário era mais fraco e porque o gol saiu rápido. Antes de marcá-lo, o Palmeiras ainda tinha o hábito de rodar a bola até servir um ponta. Michel Bastos ou Keno recebiam de frente com dois marcadores, às vezes três. Quebrou a defesa da Ferroviária quando houve triangulação. Michel Bastos, Jean e Willian trabalharam pelo lado do campo contra dois da Ferroviária. O cruzamento alcançou Keno: 1 a 0. Depois disso, o Palmeiras atrasou sua marcação e ganhou espaço para contra-atacar. A questão é que, ao longo da temporada, o Palmeiras encontrará adversários que recuam e fecham os espaços. Vai ter de infiltrar-se. O Santos é um exemplo de equipe que faz isso bem. Está em crise, sofre críticas das arquibancadas, corre risco de eliminação no Campeonato Paulista, mas é quem mais tem aproximação dos seus jogadores quando joga contra times muito fechados. Sempre há três atacantes contra dois defensores, sempre duas opções de passe, especialmente nas jogadas pelos lados do campo. Só com um jogador perto do outro é possível fazer tabelas rápidas para entrar na área e ficar frente a frente com o goleiro. A outra opção é o drible. Não há nada no futebol como driblar. Mas para tê-lo é preciso inspiração. Ela pode aparecer a qualquer momento e vai resolver qualquer partida. Para não depender disso, é necessário treino e planejamento. No passado, a seleção de 1994 e o Corinthians de 2002, de Parreira, adoravam a posse de bola. Quando a perdiam, recuavam. A diferença para o Barcelona, além da aproximação, é a pressão. Perder a bola e agredir para recuperá-la. Nesse caso, o espaço se abre e o gol fica mais perto. * Está na moda dizer bloco baixo para explicar quando se recua para marcar atrás do meio de campo. O Corinthians tem feito isso, com o time muito junto. Assim tira espaço dos grandes, mas ainda sofre contra os pequenos, quando tem de sair para jogar. * O melhor reforço do Flamengo na temporada não foi Berrio, nem Trauco, nem Rômulo. Foi a manutenção do trabalho. Há anos, o Fla não começava o ano com um time estruturado. Desde 2011, não iniciava a temporada com sete vitórias em sete jogos.
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Atual campeão do mundo de triatlo fratura o braço e está fora da Olimpíada
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DA FRANCE PRESSE O atual campeão mundial de triatlo, o espanhol Javier Gómez Noya, 33, está fora da Olimpíada no Rio. Ele sofreu uma fratura no braço esquerdo nesta quarta-feira (13) após cair de bicicleta e, segundo a sua equipe, passará por uma cirurgia ainda nesta quinta. Noya foi prata nos Jogos de Londres, em 2012, e era forte candidato ao ouro na Rio-2016. Ele sofreu o acidente durante um treinamento em Lugo, na Espanha. Em comunicado, a equipe do atleta afirmou que ele caiu quando estava "praticamente parado". "É difícil de entender como, de repente, se vai todo o esforço e ilusão que dediquei aos Jogos. Pode ser o momento mais duro de minha vida esportiva", disse Noya, que foi campeão do mundo em 2008, 2010, 2013, 2014 e 2015. "Não me resta outro remédio que aceitar e pensar em uma boa e rápida recuperação", completou. Na terça-feira (27), a delegação olímpica da Espanha teve outra baixa. O ciclista Alberto Contador –que era também esperança de medalha para o país– afirmou que não terá condições de disputar a Olimpíada após se lesionar durante a Volta da França, prova mais tradicional da modalidade.
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Atual campeão do mundo de triatlo fratura o braço e está fora da Olimpíada
DA FRANCE PRESSE O atual campeão mundial de triatlo, o espanhol Javier Gómez Noya, 33, está fora da Olimpíada no Rio. Ele sofreu uma fratura no braço esquerdo nesta quarta-feira (13) após cair de bicicleta e, segundo a sua equipe, passará por uma cirurgia ainda nesta quinta. Noya foi prata nos Jogos de Londres, em 2012, e era forte candidato ao ouro na Rio-2016. Ele sofreu o acidente durante um treinamento em Lugo, na Espanha. Em comunicado, a equipe do atleta afirmou que ele caiu quando estava "praticamente parado". "É difícil de entender como, de repente, se vai todo o esforço e ilusão que dediquei aos Jogos. Pode ser o momento mais duro de minha vida esportiva", disse Noya, que foi campeão do mundo em 2008, 2010, 2013, 2014 e 2015. "Não me resta outro remédio que aceitar e pensar em uma boa e rápida recuperação", completou. Na terça-feira (27), a delegação olímpica da Espanha teve outra baixa. O ciclista Alberto Contador –que era também esperança de medalha para o país– afirmou que não terá condições de disputar a Olimpíada após se lesionar durante a Volta da França, prova mais tradicional da modalidade.
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Há cem anos, calhambeques formaram primeira frota do Uber, diz cofundador
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Cem anos atrás, um vendedor de carros de Los Angeles inventou um serviço parecido com o Uber. Em um ano, seu negócio explodiu, espalhou para outros lugares do país e era responsável por 150 mil caronas por dia numa única cidade. Em quatro anos, no entanto, o sonho acabou, afundado num emaranhado de novos regulamentos. "Os 'trolleys' [tipo de bondinho] eram o monopólio da época no transporte. Claramente eles não estavam felizes com a novidade e saíram país afora criando regulamentos para reduzir seu crescimento", disse Travis Kalanick, americano cofundador do Uber, que deu palestra sobre o aplicativo de caronas em Vancouver, onde justamente seu serviço é proibido. Sua apresentação fez parte do TED (tecnologia, entretenimento e design), evento anual que reúne mais de 70 palestrantes e 1.400 ouvintes em cinco dias em Vancouver. Entre as novas regras para o "jitney", os carros que davam carona por um níquel em 1914, estavam licenças, preços, obrigação de ter um motorista 16 horas dentro do veículo e uma luz acesa no banco de trás para prevenir algo novo: os amassos de casais. "Se os 'jitneys' tivessem sobrevivido, o futuro do transporte já estaria aqui. E, quando você não pode compartilhar um carro, você precisa ter um. O número de carros explodiu nos EUA", continuou. "Imagine como as cidades seriam diferentes hoje. Talvez teríamos parques em vez de estacionamentos. Perdemos essa chance, mas a tecnologia está nos dando uma nova." O aplicativo começou como um serviço de carros de luxo em 2010 e hoje organiza diversos tipos de carona, como uma na qual o usuário divide o mesmo carro com outras pessoas que seguem para destinos parecidos. MIRE PARA A LUA Entre outros que falam nesta semana no TED, em palestras que podem durar até 18 minutos, estão executivos de empresas de tecnologia de realidade virtual, além de astronautas e artistas. Pelos corredores do centro de convenções, os participantes, muitos dos quais pagaram entre US$ 8,5 mil e US$ 17 mil, podem ver demonstrações de tecnologias, experimentar chocolates de várias partes do mundo, cruzar com celebridades como Harrison Ford e Meg Ryan e quase tropeçar num modelo em miniatura de um carro elétrico Tesla (dirigido por uma criança). A primeira palestra do TED, na segunda-feira, foi de Astro Teller, responsável por liderar os projetos semissecretos da X (ex-Google X), braço do Alphabet. Seu título na empresa é capitão de "moonshots", uma palavra que vem sendo bastante repetida nas apresentações e significa ideias audaciosas como lançamentos de aeronaves para a Lua ("moon" é lua em inglês). "Trabalhamos bastante duro na X para fazer um ambiente seguro para podermos falhar", disse Teller, após contar como diversos projetos ambiciosos foram minuciosamente bombardeados e enterrados antes de seguirem adiante, como um projeto de agricultura vertical. Compare a corrida do Taxi, Uber, Zazz com o carro
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Há cem anos, calhambeques formaram primeira frota do Uber, diz cofundadorCem anos atrás, um vendedor de carros de Los Angeles inventou um serviço parecido com o Uber. Em um ano, seu negócio explodiu, espalhou para outros lugares do país e era responsável por 150 mil caronas por dia numa única cidade. Em quatro anos, no entanto, o sonho acabou, afundado num emaranhado de novos regulamentos. "Os 'trolleys' [tipo de bondinho] eram o monopólio da época no transporte. Claramente eles não estavam felizes com a novidade e saíram país afora criando regulamentos para reduzir seu crescimento", disse Travis Kalanick, americano cofundador do Uber, que deu palestra sobre o aplicativo de caronas em Vancouver, onde justamente seu serviço é proibido. Sua apresentação fez parte do TED (tecnologia, entretenimento e design), evento anual que reúne mais de 70 palestrantes e 1.400 ouvintes em cinco dias em Vancouver. Entre as novas regras para o "jitney", os carros que davam carona por um níquel em 1914, estavam licenças, preços, obrigação de ter um motorista 16 horas dentro do veículo e uma luz acesa no banco de trás para prevenir algo novo: os amassos de casais. "Se os 'jitneys' tivessem sobrevivido, o futuro do transporte já estaria aqui. E, quando você não pode compartilhar um carro, você precisa ter um. O número de carros explodiu nos EUA", continuou. "Imagine como as cidades seriam diferentes hoje. Talvez teríamos parques em vez de estacionamentos. Perdemos essa chance, mas a tecnologia está nos dando uma nova." O aplicativo começou como um serviço de carros de luxo em 2010 e hoje organiza diversos tipos de carona, como uma na qual o usuário divide o mesmo carro com outras pessoas que seguem para destinos parecidos. MIRE PARA A LUA Entre outros que falam nesta semana no TED, em palestras que podem durar até 18 minutos, estão executivos de empresas de tecnologia de realidade virtual, além de astronautas e artistas. Pelos corredores do centro de convenções, os participantes, muitos dos quais pagaram entre US$ 8,5 mil e US$ 17 mil, podem ver demonstrações de tecnologias, experimentar chocolates de várias partes do mundo, cruzar com celebridades como Harrison Ford e Meg Ryan e quase tropeçar num modelo em miniatura de um carro elétrico Tesla (dirigido por uma criança). A primeira palestra do TED, na segunda-feira, foi de Astro Teller, responsável por liderar os projetos semissecretos da X (ex-Google X), braço do Alphabet. Seu título na empresa é capitão de "moonshots", uma palavra que vem sendo bastante repetida nas apresentações e significa ideias audaciosas como lançamentos de aeronaves para a Lua ("moon" é lua em inglês). "Trabalhamos bastante duro na X para fazer um ambiente seguro para podermos falhar", disse Teller, após contar como diversos projetos ambiciosos foram minuciosamente bombardeados e enterrados antes de seguirem adiante, como um projeto de agricultura vertical. Compare a corrida do Taxi, Uber, Zazz com o carro
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iPhones têm 2º trimestre de recorde, e receita da Apple cresce 27%
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A Apple vendeu 61,2 milhões de iPhones nos primeiros três meses deste ano, um aumento de 40% em relação ao mesmo trimestre de 2014 –trata-se de um recorde para o período e o segundo em que a companhia bate marcas na comercialização de smartphones. Nos últimos três meses de 2014, a empresa havia vendido 74,5 milhões desses aparelhos, o maior volume desde o lançamento do aparelho, em 2007. "Nós estamos vendo um número maior de pessoas mudando para o iPhone do que em ciclos anteriores, e iniciamos um trimestre excitante com o lançamento do Apple Watch", afirmou Cook, em comunicado. O resultado foi determinante para que a companhia liderada por Tim Cook tivesse aumento de 27% nas receitas no período, valor que chegou a US$ 58 bilhões. A expectativa dos analistas era que número fosse de US$ 56 bilhões. O lucro líquido foi de US$ 13,57 bilhões, 33% a mais que os US$ 10,2 bilhões do primeiro trimestre de 2014. As vendas desses celulares crescem especialmente por causa da maior presença da Apple na região que a companhia chama de "Grande China", que inclui também Hong Kong e Taiwan. A receita da Apple na região cresceu 71%, para US$ 16,8 bilhões, o maior índice de crescimento entre as áreas em que a empresa atua. Com isso, a "Grande China" ultrapassou a Europa, que ocupava a segunda colocação em importância para a corporação e agora fica em terceiro, com US$ 12,2 bilhões. Nas Américas, a receita foi de US$ 21,3 bilhões. Em contrapartida, os iPads continuam a apresentar dados ruins. Foram vendidos 12,6 milhões no trimestre, uma queda de 23% em relação a 2014.
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iPhones têm 2º trimestre de recorde, e receita da Apple cresce 27%A Apple vendeu 61,2 milhões de iPhones nos primeiros três meses deste ano, um aumento de 40% em relação ao mesmo trimestre de 2014 –trata-se de um recorde para o período e o segundo em que a companhia bate marcas na comercialização de smartphones. Nos últimos três meses de 2014, a empresa havia vendido 74,5 milhões desses aparelhos, o maior volume desde o lançamento do aparelho, em 2007. "Nós estamos vendo um número maior de pessoas mudando para o iPhone do que em ciclos anteriores, e iniciamos um trimestre excitante com o lançamento do Apple Watch", afirmou Cook, em comunicado. O resultado foi determinante para que a companhia liderada por Tim Cook tivesse aumento de 27% nas receitas no período, valor que chegou a US$ 58 bilhões. A expectativa dos analistas era que número fosse de US$ 56 bilhões. O lucro líquido foi de US$ 13,57 bilhões, 33% a mais que os US$ 10,2 bilhões do primeiro trimestre de 2014. As vendas desses celulares crescem especialmente por causa da maior presença da Apple na região que a companhia chama de "Grande China", que inclui também Hong Kong e Taiwan. A receita da Apple na região cresceu 71%, para US$ 16,8 bilhões, o maior índice de crescimento entre as áreas em que a empresa atua. Com isso, a "Grande China" ultrapassou a Europa, que ocupava a segunda colocação em importância para a corporação e agora fica em terceiro, com US$ 12,2 bilhões. Nas Américas, a receita foi de US$ 21,3 bilhões. Em contrapartida, os iPads continuam a apresentar dados ruins. Foram vendidos 12,6 milhões no trimestre, uma queda de 23% em relação a 2014.
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Baixa próxima
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O Banco Central emite sinais de que se prepara para enfim iniciar o necessário ciclo de redução da taxa de juros, parada em altíssimos 14,25% desde agosto de 2015. As condições se acumulam: cede a inflação e aumenta a confiança na capacidade do governo de aprovar no Congresso as medidas de controle de gastos -iniciativa essencial para conter o risco de crescimento explosivo da dívida pública. Indicadores recentes de inflação ficaram abaixo do esperado. Em 12 meses, a alta acumulada é de 8,78%; este ano deve encerrar-se com o índice em torno de 7% -ainda bastante acima do centro da meta do BC (4,5%), mas se projeta para 2017 trajetória cadente. O preço dos alimentos, por exemplo, que vinha sendo pressionado por efeitos climáticos, já diminui. A estabilização da cotação do real em nível menos desvalorizado que meses atrás barateia produtos importados, o que dificulta aumentos dos nacionais. Acima desses aspectos, por fim, há a recessão. Com alta do desemprego e queda de reajustes salariais, o setor de serviços, em geral o mais resistente, também começa a reduzir correções de preços. No ano passado, perderam-se 1,5 milhão de vagas formais, e o desemprego já aflige quase 12 milhões de pessoas. Não surpreende que a massa salarial esteja em baixa e que os dissídios tenham dificuldade de acompanhar a inflação. Quase a metade das negociações coletivas neste ano não repuseram o INPC (outro índice que mede o custo de vida nas famílias com renda de até cinco salários mínimos). Quanto ao ajuste das contas públicas, o governo espera aprovar ainda neste ano a proposta que fixa um teto para a expansão dos gastos -o comportamento dos congressistas diante dessa medida, porém, ainda é uma incógnita. Pelo cronograma atual, a primeira votação ocorrerá em outubro, talvez antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Seja como for, existem condições para um ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic. O mais importante é que ela caia bem abaixo de 10%, de forma sustentável.
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Baixa próximaO Banco Central emite sinais de que se prepara para enfim iniciar o necessário ciclo de redução da taxa de juros, parada em altíssimos 14,25% desde agosto de 2015. As condições se acumulam: cede a inflação e aumenta a confiança na capacidade do governo de aprovar no Congresso as medidas de controle de gastos -iniciativa essencial para conter o risco de crescimento explosivo da dívida pública. Indicadores recentes de inflação ficaram abaixo do esperado. Em 12 meses, a alta acumulada é de 8,78%; este ano deve encerrar-se com o índice em torno de 7% -ainda bastante acima do centro da meta do BC (4,5%), mas se projeta para 2017 trajetória cadente. O preço dos alimentos, por exemplo, que vinha sendo pressionado por efeitos climáticos, já diminui. A estabilização da cotação do real em nível menos desvalorizado que meses atrás barateia produtos importados, o que dificulta aumentos dos nacionais. Acima desses aspectos, por fim, há a recessão. Com alta do desemprego e queda de reajustes salariais, o setor de serviços, em geral o mais resistente, também começa a reduzir correções de preços. No ano passado, perderam-se 1,5 milhão de vagas formais, e o desemprego já aflige quase 12 milhões de pessoas. Não surpreende que a massa salarial esteja em baixa e que os dissídios tenham dificuldade de acompanhar a inflação. Quase a metade das negociações coletivas neste ano não repuseram o INPC (outro índice que mede o custo de vida nas famílias com renda de até cinco salários mínimos). Quanto ao ajuste das contas públicas, o governo espera aprovar ainda neste ano a proposta que fixa um teto para a expansão dos gastos -o comportamento dos congressistas diante dessa medida, porém, ainda é uma incógnita. Pelo cronograma atual, a primeira votação ocorrerá em outubro, talvez antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Seja como for, existem condições para um ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic. O mais importante é que ela caia bem abaixo de 10%, de forma sustentável.
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Manifestantes se frustram com oposição na Venezuela
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O dia ainda estava claro e quente quando as mesas da Fonte de Soda León começaram a encher no fim da tarde desta sexta-feira (19). O bar ocupa um ponto elevado da rua Castellana, uma das principais de Altamira, bairro de classe média alta de Caracas, e atrai os jovens que trabalham e moram na região. Aproveitavam a chegada do fim de semana bebendo cerveja ou misturando doses generosas de rum com coca-cola. Nos cafés, as mesas continuavam cheias ao cair da noite e nos restaurantes em que os pratos em geral custam a metade do salário mínimo venezuelano, os garçons se preparavam. Ali, em meio aos últimos resquícios da riqueza caraquenha e no epicentro do antichavismo, nada fazia lembrar que horas antes o Legislativo do país havia, na prática, perdido seus poderes. Os dias de luta que marcaram a Venezuela nos últimos meses pareciam ser coisa de um passado distante no final dessa sexta tão importante no desenrolar político do país. "Eu primeiro choro e depois tenho raiva quando vejo a vida assim normal", dizia Sugey Armas, mãe de Neomar Leander, 17, um dos mais de cem jovens que morreram nos protestos contra o governo de Nicolás Maduro desde abril. A centenas de metros dos bares, ela se perguntava: "Será que meu filho morreu por nada, será que sua morte não teve valor algum?". Perto dela, uma menina de apenas 15 anos, com fortes traços indígenas, reclamava do fim abrupto dos protestos. "Nos disseram que iríamos tirar esse governo lutando nas ruas, mas bastou oferecerem uma eleição para a oposição se comportar como um cordeiro", dizia Willy, a Mascarada, nome de guerra escolhido pela jovem da periferia de Caracas. "Nos abandonaram, essa é a verdade". Ao seu lado, dois meninos faziam coro. "Nossos irmãos deram a vida por nada, caíram mortos para nada", dizia Sipo, 17, da favela de Santa Bárbara, no oeste da capital. Todos se reuniram com poucas centenas de venezuelanos para celebrar uma missa na Igreja de Chacao em memória aos mortos nas manifestações. Sugey, Willy, Sipo e uma imensa parte das pessoas que foram para as ruas protestar vivem agora um misto de decepção e torpor. Não imaginavam que o governo conseguiria, enfim, impor a Assembleia Constituinte e inviabilizar o Legislativo dominado por seus adversários. E esperavam que os partidos da oposição, principalmente os deputados, reagissem de forma mais agressiva. A missa já havia começado quando Freddy Guevara, vice-presidente da Assembleia Nacional, chegou à igreja. Logo foi cercado por meninos pobres que cerraram fileiras com a classe média nos protestos e que passaram a se intitular "A Resistência". "Precisamos voltar com os protestos, senhor, precisamos voltar para as ruas". Um pouco antes de entrar na igreja, foi abordado por um deles. "Estou com fome, preciso de ajuda". Um tanto sem graça, o deputado prometeu procurá-lo após o serviço religioso. A noite de sexta-feira terminou como começou em Altamira: tranquila.
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mundo
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Manifestantes se frustram com oposição na VenezuelaO dia ainda estava claro e quente quando as mesas da Fonte de Soda León começaram a encher no fim da tarde desta sexta-feira (19). O bar ocupa um ponto elevado da rua Castellana, uma das principais de Altamira, bairro de classe média alta de Caracas, e atrai os jovens que trabalham e moram na região. Aproveitavam a chegada do fim de semana bebendo cerveja ou misturando doses generosas de rum com coca-cola. Nos cafés, as mesas continuavam cheias ao cair da noite e nos restaurantes em que os pratos em geral custam a metade do salário mínimo venezuelano, os garçons se preparavam. Ali, em meio aos últimos resquícios da riqueza caraquenha e no epicentro do antichavismo, nada fazia lembrar que horas antes o Legislativo do país havia, na prática, perdido seus poderes. Os dias de luta que marcaram a Venezuela nos últimos meses pareciam ser coisa de um passado distante no final dessa sexta tão importante no desenrolar político do país. "Eu primeiro choro e depois tenho raiva quando vejo a vida assim normal", dizia Sugey Armas, mãe de Neomar Leander, 17, um dos mais de cem jovens que morreram nos protestos contra o governo de Nicolás Maduro desde abril. A centenas de metros dos bares, ela se perguntava: "Será que meu filho morreu por nada, será que sua morte não teve valor algum?". Perto dela, uma menina de apenas 15 anos, com fortes traços indígenas, reclamava do fim abrupto dos protestos. "Nos disseram que iríamos tirar esse governo lutando nas ruas, mas bastou oferecerem uma eleição para a oposição se comportar como um cordeiro", dizia Willy, a Mascarada, nome de guerra escolhido pela jovem da periferia de Caracas. "Nos abandonaram, essa é a verdade". Ao seu lado, dois meninos faziam coro. "Nossos irmãos deram a vida por nada, caíram mortos para nada", dizia Sipo, 17, da favela de Santa Bárbara, no oeste da capital. Todos se reuniram com poucas centenas de venezuelanos para celebrar uma missa na Igreja de Chacao em memória aos mortos nas manifestações. Sugey, Willy, Sipo e uma imensa parte das pessoas que foram para as ruas protestar vivem agora um misto de decepção e torpor. Não imaginavam que o governo conseguiria, enfim, impor a Assembleia Constituinte e inviabilizar o Legislativo dominado por seus adversários. E esperavam que os partidos da oposição, principalmente os deputados, reagissem de forma mais agressiva. A missa já havia começado quando Freddy Guevara, vice-presidente da Assembleia Nacional, chegou à igreja. Logo foi cercado por meninos pobres que cerraram fileiras com a classe média nos protestos e que passaram a se intitular "A Resistência". "Precisamos voltar com os protestos, senhor, precisamos voltar para as ruas". Um pouco antes de entrar na igreja, foi abordado por um deles. "Estou com fome, preciso de ajuda". Um tanto sem graça, o deputado prometeu procurá-lo após o serviço religioso. A noite de sexta-feira terminou como começou em Altamira: tranquila.
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Brasil, México e barbárie
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Christopher, de seis anos, foi convidado para brincar por dois primos e mais três amiguinhos, todos com idade entre 11 e 15 anos. Brincar de sequestro. Christopher seria o sequestrado. Levaram-no para um local afastado, asfixiaram-no com um pedaço de pau e, depois que perdeu os sentidos, começaram as pancadas, com varas, com pedras e até com uma navalha. Em seguida, foi enterrado em cova rasa, coberta de terra e mato. Em cima, um cachorro vira-lata que o mesmo grupo havia torturado e matado pouco antes, relata "El País". Foi no México, mas poderia ter sido no Brasil, de que dá prova a coleção de passagens pela polícia do garoto (16 anos) acusado de matar a facadas o médico Jaime Gold no Rio. Desde os 12 anos, o acusado entra e sai de dependências policiais. Está, pouco mais ou menos, na faixa etária dos assassinos de Christopher: dois garotos de 15 anos, duas meninas de 13 e um menino de 11. Os dois episódios poderiam servir para compor um libelo a favor da redução da maioridade penal, mas não é por isso que os estou usando. Não creio que reduzir a idade para punir garotos contribua para diminuir a criminalidade, embora ache que a meninada de hoje, já a partir de, sei lá, 12, 13 ou 14 anos, tem plena consciência de seus atos. A inocência está acabando cada vez mais cedo. O problema, acho eu, é menos a idade em que se crave a maioridade penal e mais o que disse a jornalista mexicana Sandra Rodríguez, autora de "Fábrica do Crime", relato de assassinato cometido por menores em 2004: o caso Christopher "é o reflexo de uma geração que cresceu com a ideia de que matar não tem consequências. É o que aprenderam. O único remédio ante esta loucura é fazer justiça. Que as instituições deixem claro que matar no México não é permitido". Vale para o México, vale para o Brasil. Mas há remotas esperanças, cá como lá, de que o apelo da jornalista seja ouvido e, menos ainda, implementado. Basta saber, no caso mexicano, que o número só de menores assassinados nos dez anos mais recentes chegou a 10.876, praticamente três por dia, portanto. No Brasil, o mais recente levantamento global da ONU aponta 50.108 assassinatos em 2012, 137 por dia, portanto. Pior: como as autoridades vão "deixar claro que matar não é permitido", como pede a jornalista mexicana, se elas próprias respondem por um número absurdo de crimes? "The New York Times" foi buscar comparações entre as polícias brasileira e americana, esta mesma que ocupou manchetes, recentemente, pelas mortes de jovens negros. Descobriu que 2.212 pessoas foram mortas pela polícia brasileira, de acordo com o Fórum de Segurança Pública (dados de 2013). Nos Estados Unidos, que têm 100 milhões de habitantes a mais, o número de vítimas da polícia não passou de 461, segundo o FBI. Há outras estatísticas que elevam o número para 1.100, ainda assim a metade do que ocorre no Brasil. Tudo somado, tanto México como Brasil se parecem mais um com o outro do que com a civilização.
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colunas
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Brasil, México e barbárieChristopher, de seis anos, foi convidado para brincar por dois primos e mais três amiguinhos, todos com idade entre 11 e 15 anos. Brincar de sequestro. Christopher seria o sequestrado. Levaram-no para um local afastado, asfixiaram-no com um pedaço de pau e, depois que perdeu os sentidos, começaram as pancadas, com varas, com pedras e até com uma navalha. Em seguida, foi enterrado em cova rasa, coberta de terra e mato. Em cima, um cachorro vira-lata que o mesmo grupo havia torturado e matado pouco antes, relata "El País". Foi no México, mas poderia ter sido no Brasil, de que dá prova a coleção de passagens pela polícia do garoto (16 anos) acusado de matar a facadas o médico Jaime Gold no Rio. Desde os 12 anos, o acusado entra e sai de dependências policiais. Está, pouco mais ou menos, na faixa etária dos assassinos de Christopher: dois garotos de 15 anos, duas meninas de 13 e um menino de 11. Os dois episódios poderiam servir para compor um libelo a favor da redução da maioridade penal, mas não é por isso que os estou usando. Não creio que reduzir a idade para punir garotos contribua para diminuir a criminalidade, embora ache que a meninada de hoje, já a partir de, sei lá, 12, 13 ou 14 anos, tem plena consciência de seus atos. A inocência está acabando cada vez mais cedo. O problema, acho eu, é menos a idade em que se crave a maioridade penal e mais o que disse a jornalista mexicana Sandra Rodríguez, autora de "Fábrica do Crime", relato de assassinato cometido por menores em 2004: o caso Christopher "é o reflexo de uma geração que cresceu com a ideia de que matar não tem consequências. É o que aprenderam. O único remédio ante esta loucura é fazer justiça. Que as instituições deixem claro que matar no México não é permitido". Vale para o México, vale para o Brasil. Mas há remotas esperanças, cá como lá, de que o apelo da jornalista seja ouvido e, menos ainda, implementado. Basta saber, no caso mexicano, que o número só de menores assassinados nos dez anos mais recentes chegou a 10.876, praticamente três por dia, portanto. No Brasil, o mais recente levantamento global da ONU aponta 50.108 assassinatos em 2012, 137 por dia, portanto. Pior: como as autoridades vão "deixar claro que matar não é permitido", como pede a jornalista mexicana, se elas próprias respondem por um número absurdo de crimes? "The New York Times" foi buscar comparações entre as polícias brasileira e americana, esta mesma que ocupou manchetes, recentemente, pelas mortes de jovens negros. Descobriu que 2.212 pessoas foram mortas pela polícia brasileira, de acordo com o Fórum de Segurança Pública (dados de 2013). Nos Estados Unidos, que têm 100 milhões de habitantes a mais, o número de vítimas da polícia não passou de 461, segundo o FBI. Há outras estatísticas que elevam o número para 1.100, ainda assim a metade do que ocorre no Brasil. Tudo somado, tanto México como Brasil se parecem mais um com o outro do que com a civilização.
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Miguel Arraes e o sentimento do mundo
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O filósofo alemão Walter Benjamin chama a atenção para o fato de que a mecanização e alienação no processo de trabalho, esta inseparável da primeira, empobreceram a experiência que temos do mundo ― e, mais pobres, temos menos a legar às futuras gerações. Aceita a avaliação de Benjamin, constata-se um problema estrutural nas sociedades contemporâneas, maior ainda no Brasil: pessoas públicas, do mundo empresarial e político, têm dado mostras reiteradas de desapreço pela ética e, em alguns casos, pela legalidade. É nesse contexto que se deve medir a estatura de Miguel Arraes, que completaria cem anos nesta quinta (15). Arraes se fez servidor de uma indignação genuína e pessoal diante da injustiça, representada pela pobreza endêmica de seu entorno. A desesperança que combinava miserabilidade e seca no Ceará de 1932 ensejou um sentimento de mundo que veio a se tornar uma missão de vida e, nessa qualidade, seu fazer político específico. A ética militante com que combateu sem tréguas a injustiça foi construída a partir da perspectiva concreta dos mais pobres. Água e esgoto, eletrificação rural, iluminação pública, documentação -coisas simples e materiais, porém essenciais ao reconhecimento da dignidade humana. Ao compreender a pobreza como produto de uma assimetria, originada de relações entre classes bem determinadas, definiu como estratégia o empoderamento popular, que tornou a emancipação a palavra-chave de seu fazer político. A valorização da cultura popular, os movimentos de alfabetização de adultos e os acordos do campo, uma vez articulados, permitem compartilhar novas expectativas de mundo entre as classes mais carentes, que se tornam assim agentes políticos ativos dos próprios destinos. Arraes formulou também uma visão de país a partir de sólida leitura geopolítica. Advogou, em consequência, um padrão de desenvolvimento que necessitava de um elemento nacional, especialmente porque não era concebido em benefício apenas dos afluentes mas de um povo em busca de emancipação. Na base desse nacionalismo, ciência, tecnologia e inovação eram prioridades estratégicas. Não foi acidental, portanto, que Arraes tivesse criado laboratórios de fármacos, farmácias populares e a pasta de Ciência e Tecnologia em Pernambuco. Vão nesse sentido sua escolha de que o PSB participasse do governo Lula, com a gestão do Ministério da Ciência e Tecnologia, e suas emendas parlamentares direcionadas às universidades pernambucanas. Ao ingressar no PSB em 1990, Arraes intensificou a luz potente do empoderamento popular como estratégia de emancipação, preceito que guarda perfeita harmonia com a noção de que socialismo e liberdade são indissociáveis -o que, em sua leitura sempre prática, veio a significar que a população deve ser o agente mais relevante do fazer político de um partido socialista. Em uma época em que pessoas públicas raramente são vistas como exemplos a seguir, é um conforto encontrar em Miguel Arraes uma história de vida -marcada pela coerência, firmeza e simplicidade de propósitos- que merece ser transmitida. Seu legado permanece perene no sentido de construir uma civilização em que não falte paz, justiça, igualdade e humanismo. No panteão desse futuro, já se avista a presença singela de Miguel Arraes de Alencar. CARLOS SIQUEIRA, advogado, é presidente nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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opiniao
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Miguel Arraes e o sentimento do mundoO filósofo alemão Walter Benjamin chama a atenção para o fato de que a mecanização e alienação no processo de trabalho, esta inseparável da primeira, empobreceram a experiência que temos do mundo ― e, mais pobres, temos menos a legar às futuras gerações. Aceita a avaliação de Benjamin, constata-se um problema estrutural nas sociedades contemporâneas, maior ainda no Brasil: pessoas públicas, do mundo empresarial e político, têm dado mostras reiteradas de desapreço pela ética e, em alguns casos, pela legalidade. É nesse contexto que se deve medir a estatura de Miguel Arraes, que completaria cem anos nesta quinta (15). Arraes se fez servidor de uma indignação genuína e pessoal diante da injustiça, representada pela pobreza endêmica de seu entorno. A desesperança que combinava miserabilidade e seca no Ceará de 1932 ensejou um sentimento de mundo que veio a se tornar uma missão de vida e, nessa qualidade, seu fazer político específico. A ética militante com que combateu sem tréguas a injustiça foi construída a partir da perspectiva concreta dos mais pobres. Água e esgoto, eletrificação rural, iluminação pública, documentação -coisas simples e materiais, porém essenciais ao reconhecimento da dignidade humana. Ao compreender a pobreza como produto de uma assimetria, originada de relações entre classes bem determinadas, definiu como estratégia o empoderamento popular, que tornou a emancipação a palavra-chave de seu fazer político. A valorização da cultura popular, os movimentos de alfabetização de adultos e os acordos do campo, uma vez articulados, permitem compartilhar novas expectativas de mundo entre as classes mais carentes, que se tornam assim agentes políticos ativos dos próprios destinos. Arraes formulou também uma visão de país a partir de sólida leitura geopolítica. Advogou, em consequência, um padrão de desenvolvimento que necessitava de um elemento nacional, especialmente porque não era concebido em benefício apenas dos afluentes mas de um povo em busca de emancipação. Na base desse nacionalismo, ciência, tecnologia e inovação eram prioridades estratégicas. Não foi acidental, portanto, que Arraes tivesse criado laboratórios de fármacos, farmácias populares e a pasta de Ciência e Tecnologia em Pernambuco. Vão nesse sentido sua escolha de que o PSB participasse do governo Lula, com a gestão do Ministério da Ciência e Tecnologia, e suas emendas parlamentares direcionadas às universidades pernambucanas. Ao ingressar no PSB em 1990, Arraes intensificou a luz potente do empoderamento popular como estratégia de emancipação, preceito que guarda perfeita harmonia com a noção de que socialismo e liberdade são indissociáveis -o que, em sua leitura sempre prática, veio a significar que a população deve ser o agente mais relevante do fazer político de um partido socialista. Em uma época em que pessoas públicas raramente são vistas como exemplos a seguir, é um conforto encontrar em Miguel Arraes uma história de vida -marcada pela coerência, firmeza e simplicidade de propósitos- que merece ser transmitida. Seu legado permanece perene no sentido de construir uma civilização em que não falte paz, justiça, igualdade e humanismo. No panteão desse futuro, já se avista a presença singela de Miguel Arraes de Alencar. CARLOS SIQUEIRA, advogado, é presidente nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Por que a bandeira dos Estados Confederados causa tanta polêmica?
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A iniciativa da governadora Carolina do Sul (EUA) de pedir a retirada da bandeira dos Estados Confederados de um memorial da capital do Estado dividiu opiniões. Usada pelos Estados do sul do país durante a Guerra Civil, a bandeira voltou a ser alvo de polêmica depois de aparecer em fotos do atirador Dylann Roof, acusado de matar, na semana passada, nove pessoas em uma histórica igreja da comunidade negra na cidade de Charleston. O crime teria sido motivado por ódio racial. Sob aplausos, a governadora Nikki Haley solicitou a "retirada de um símbolo que nos divide", medida que poderá ser votada nesta semana. A associação Filhos de Veteranos Confederados, formada por descendentes de combatentes da Guerra Civil, reagiu, dizendo que lutará contra as tentativas de retirar a bandeira. O grupo afirma não se tratar de um símbolo de ódio racial, mas de sua história e herança cultural. Em entrevista a jornalistas, Haley afirmou entender o argumento da organização, mas disse que, para muitas pessoas, a bandeira é um "símbolo profundamente ofensivo de uma opressão brutal". Durante a Guerra Civil, os Estados Confederados buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. ORIGEM No entanto, a bandeira estampada hoje em camisetas, adesivos e em algumas casas –às vezes acompanhada pela mensagem "se esta bandeira te ofende, você precisa de uma lição de história"– não era originalmente e nunca foi a bandeira oficial desses Estados. Criada por William Porcher Miles, que presidia o comitê responsável pela bandeira, ela foi rejeitada como a bandeira nacional da confederação formada pelos Estados do sul em 1861, em favor de outra conhecida como "bandeira das barras e estrelas". Contudo, acabou adotada como uma bandeira de guerra pelo Exército da Virgínia do Norte, a principal força militar dos Estados Confederados, tornando-se um símbolo do nacionalismo no qual se baseava o movimento. POLÊMICA Segundo David Goldfield, autor de "Still Fighting the Civil War" ("Ainda lutando a Guerra Civil", em tradução livre), o debate em torno da nova bandeira, em 1862, deixava claro que a confederação buscava um símbolo da supremacia branca e de uma sociedade dominada pela escravidão. Depois da guerra, a bandeira foi usada em comemorações e reuniões de soldados, mas, para os negros, "trata-se de um legado de ódio", diz Goldfield, porque foi adotada por grupos como a Ku Klux Klan e outros que defendiam a segregação racial. Na Carolina do Sul, a governadora pediu a retirada da bandeira do memorial; o pedido foi endossado por parte da população Segundo Bill Ferris, diretor do Centro de Estudos da Cultura Sulista da Universidade do Mississipi, a bandeira é hoje comparável à suástica, símbolo do nazismo. Ferris lembra que, em 2001, o Estado da Geórgia mudou o desenho de sua bandeira após 45 anos por causa da pressão pela retirada do símbolo dos Estados Confederados. Segundo o especialista, o "sul está mudando com o crescimento da população negra, hispânica e asiática, e a bandeira da Confederação não cabe mais nesse mundo". Na Carolina do Sul, só a Assembleia Legislativa poderá removê-la, segundo um acordo feito em 2000, quando foi retirada do topo do prédio onde funciona a sede do governo para o memorial onde se encontra hoje. Uma votação pode ser realizada nesta semana sobre o assunto e dar fim a um debate de anos sobre o local de destaque dado à bandeira. "Os atos de violência aterrorizantes da semana passada abalaram os habitantes da Carolina do Sul", disse o republicano Jay Lucas, líder da maioria na Câmara. "Para que o Estado possa superar esta tragédia, precisamos de uma solução rápida para esta questão." Segundo o prefeito de Charleston, o democrata Joseph Riley, "grupos de ódio se apropriaram da bandeira". "Não podemos colocá-la em um espaço público onde ela pode servir de combustível para pessoas repletas de ódio."
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bbc
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Por que a bandeira dos Estados Confederados causa tanta polêmica?A iniciativa da governadora Carolina do Sul (EUA) de pedir a retirada da bandeira dos Estados Confederados de um memorial da capital do Estado dividiu opiniões. Usada pelos Estados do sul do país durante a Guerra Civil, a bandeira voltou a ser alvo de polêmica depois de aparecer em fotos do atirador Dylann Roof, acusado de matar, na semana passada, nove pessoas em uma histórica igreja da comunidade negra na cidade de Charleston. O crime teria sido motivado por ódio racial. Sob aplausos, a governadora Nikki Haley solicitou a "retirada de um símbolo que nos divide", medida que poderá ser votada nesta semana. A associação Filhos de Veteranos Confederados, formada por descendentes de combatentes da Guerra Civil, reagiu, dizendo que lutará contra as tentativas de retirar a bandeira. O grupo afirma não se tratar de um símbolo de ódio racial, mas de sua história e herança cultural. Em entrevista a jornalistas, Haley afirmou entender o argumento da organização, mas disse que, para muitas pessoas, a bandeira é um "símbolo profundamente ofensivo de uma opressão brutal". Durante a Guerra Civil, os Estados Confederados buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. ORIGEM No entanto, a bandeira estampada hoje em camisetas, adesivos e em algumas casas –às vezes acompanhada pela mensagem "se esta bandeira te ofende, você precisa de uma lição de história"– não era originalmente e nunca foi a bandeira oficial desses Estados. Criada por William Porcher Miles, que presidia o comitê responsável pela bandeira, ela foi rejeitada como a bandeira nacional da confederação formada pelos Estados do sul em 1861, em favor de outra conhecida como "bandeira das barras e estrelas". Contudo, acabou adotada como uma bandeira de guerra pelo Exército da Virgínia do Norte, a principal força militar dos Estados Confederados, tornando-se um símbolo do nacionalismo no qual se baseava o movimento. POLÊMICA Segundo David Goldfield, autor de "Still Fighting the Civil War" ("Ainda lutando a Guerra Civil", em tradução livre), o debate em torno da nova bandeira, em 1862, deixava claro que a confederação buscava um símbolo da supremacia branca e de uma sociedade dominada pela escravidão. Depois da guerra, a bandeira foi usada em comemorações e reuniões de soldados, mas, para os negros, "trata-se de um legado de ódio", diz Goldfield, porque foi adotada por grupos como a Ku Klux Klan e outros que defendiam a segregação racial. Na Carolina do Sul, a governadora pediu a retirada da bandeira do memorial; o pedido foi endossado por parte da população Segundo Bill Ferris, diretor do Centro de Estudos da Cultura Sulista da Universidade do Mississipi, a bandeira é hoje comparável à suástica, símbolo do nazismo. Ferris lembra que, em 2001, o Estado da Geórgia mudou o desenho de sua bandeira após 45 anos por causa da pressão pela retirada do símbolo dos Estados Confederados. Segundo o especialista, o "sul está mudando com o crescimento da população negra, hispânica e asiática, e a bandeira da Confederação não cabe mais nesse mundo". Na Carolina do Sul, só a Assembleia Legislativa poderá removê-la, segundo um acordo feito em 2000, quando foi retirada do topo do prédio onde funciona a sede do governo para o memorial onde se encontra hoje. Uma votação pode ser realizada nesta semana sobre o assunto e dar fim a um debate de anos sobre o local de destaque dado à bandeira. "Os atos de violência aterrorizantes da semana passada abalaram os habitantes da Carolina do Sul", disse o republicano Jay Lucas, líder da maioria na Câmara. "Para que o Estado possa superar esta tragédia, precisamos de uma solução rápida para esta questão." Segundo o prefeito de Charleston, o democrata Joseph Riley, "grupos de ódio se apropriaram da bandeira". "Não podemos colocá-la em um espaço público onde ela pode servir de combustível para pessoas repletas de ódio."
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Para 36% da população, governo Temer não atende expectativas
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Depois de seis meses, quatro deles na condição de interino, o governo de Michel Temer está abaixo das expectativas de 36% dos brasileiros. É o que revela a pesquisa Pulso Brasil, feita pelo Instituto Ipsos e divulgada nesta quinta (27). Para 2% dos entrevistados, a gestão do peemedebista superou expectativas e 16% disseram que o desempenho do governo está dentro do que esperavam. Além disso, 24% afirmam que é muito cedo para fazer essa avaliação e outros 14% dizem que não tinham expectativas com o mandato do novo presidente. Não souberam responder 8%. O que a população mais reprova, de acordo com outro recorte da pesquisa, é a maneira como Temer tem atuado ao propor uma reforma da Previdência. O desempenho do presidente na área tem 53% de desaprovação. As atuações de Temer na saúde, na reforma trabalhista, no combate à pobreza, à violência e ao desemprego também são reprovadas por mais de 50% da população. A área do governo com maior avaliação positiva é o controle à inflação, com 33% de aprovação. Ainda assim, é desaprovada pela maior parte, 45%, dos entrevistados. AVALIAÇÃO Em termos gerais, a gestão de Temer é avaliada como ruim ou péssima por 46% da população, como regular por 32% e como boa ou ótima por 9%. 13% não sabem ou não responderam. Tanto as avaliações negativas quanto as positivas avançaram um ponto percentual desde setembro, assim como o número de pessoas que consideram o governo regular. A quantidade de entrevistados que disseram não saber ou não responderam caiu 3%. Além da avaliação que varia de péssimo até ótimo, a pesquisa divulga outro levantamento, que leva em consideração apenas o percentual de aprovação ou desaprovação do político. Os dados revelam que Temer é mais reprovado entre membros das Classes D e E (64% de desaprovação) e mais bem avaliado entre as classes A e B (39% de aprovação). Ele é, também, mais popular na região Centro-Oeste do Brasil (42% de aprovação) e mais impopular no Nordeste e no Sul (68% e 67% de desaprovação, respectivamente). A pesquisa foi feita com 1200 pessoas de 72 cidades do país, entre os dias 1 e 12 de outubro de 2016. A margem de erro é de três pontos percentuais.
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poder
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Para 36% da população, governo Temer não atende expectativasDepois de seis meses, quatro deles na condição de interino, o governo de Michel Temer está abaixo das expectativas de 36% dos brasileiros. É o que revela a pesquisa Pulso Brasil, feita pelo Instituto Ipsos e divulgada nesta quinta (27). Para 2% dos entrevistados, a gestão do peemedebista superou expectativas e 16% disseram que o desempenho do governo está dentro do que esperavam. Além disso, 24% afirmam que é muito cedo para fazer essa avaliação e outros 14% dizem que não tinham expectativas com o mandato do novo presidente. Não souberam responder 8%. O que a população mais reprova, de acordo com outro recorte da pesquisa, é a maneira como Temer tem atuado ao propor uma reforma da Previdência. O desempenho do presidente na área tem 53% de desaprovação. As atuações de Temer na saúde, na reforma trabalhista, no combate à pobreza, à violência e ao desemprego também são reprovadas por mais de 50% da população. A área do governo com maior avaliação positiva é o controle à inflação, com 33% de aprovação. Ainda assim, é desaprovada pela maior parte, 45%, dos entrevistados. AVALIAÇÃO Em termos gerais, a gestão de Temer é avaliada como ruim ou péssima por 46% da população, como regular por 32% e como boa ou ótima por 9%. 13% não sabem ou não responderam. Tanto as avaliações negativas quanto as positivas avançaram um ponto percentual desde setembro, assim como o número de pessoas que consideram o governo regular. A quantidade de entrevistados que disseram não saber ou não responderam caiu 3%. Além da avaliação que varia de péssimo até ótimo, a pesquisa divulga outro levantamento, que leva em consideração apenas o percentual de aprovação ou desaprovação do político. Os dados revelam que Temer é mais reprovado entre membros das Classes D e E (64% de desaprovação) e mais bem avaliado entre as classes A e B (39% de aprovação). Ele é, também, mais popular na região Centro-Oeste do Brasil (42% de aprovação) e mais impopular no Nordeste e no Sul (68% e 67% de desaprovação, respectivamente). A pesquisa foi feita com 1200 pessoas de 72 cidades do país, entre os dias 1 e 12 de outubro de 2016. A margem de erro é de três pontos percentuais.
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Doria usa rede do Lide para rodar o país
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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem feito uso da estrutura do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que ele fundou e do qual se licenciou, para rodar o país. Nas últimas semanas, o tucano se deslocou a cinco cidades para comparecer a eventos que tiveram o Lide entre os organizadores. As viagens fazem parte da agenda nacional que colocam Doria no páreo para a disputa à Presidência em 2018. Ele nega ser candidato, mas diz que "não vai se furtar. Evidentemente quando sou homenageado, eu vou e participo". Nesta sexta-feira (18), Doria foi "homenageado" em almoço em Fortaleza, em evento do qual o Lide Ceará foi um dos três organizadores, ao lado de duas outras entidades empresariais. Depois voou a Recife para dar uma entrevista a jornalistas e fazer um seminário e coquetel em sua homenagem promovidos pelo Lide Pernambuco, que transmitiu a sessão ao vivo pela internet. O presidente do Lide Pernambuco, Drayton Nejaim, desligou o telefone quando questionado pela Folha sobre o uso da rede pelo prefeito. O Lide faz parte do Grupo Doria, cujo comando acionário o tucano passou ao filho às vésperas de Prefeitura de São Paulo. Em sua agenda pública, Doria não explicita quando os eventos dos quais participa pelo país têm o Lide na organização. Em Curitiba, no dia 3 de agosto, a palestra do prefeito para empresários teve "apoio institucional" do Lide Paraná. A reportagem ligou para a filial paranaense do grupo e foi informada de que houve colaboração com a organização e produção do evento, realizado por entidades como a Fecomercio regional. Em Salvador, no dia 9, Doria fez uma palestra promovida pelo Lide Bahia e outras duas organizações. Depois jantou com empresários como o presidente do Lide Bahia, Mario Dantas. O almoço em que discursou em Brasília, em junho, também foi promovido pelo Lide ao lado da Fecomercio. PALANQUE Essas agendas nacionais com frequência adquirem caráter político-eleitoral. Doria já foi recebido com faixas de "João presidente", como ocorreu em Palmas (TO). Em Curitiba, foi elogiado pelo governador do Paraná, Beto Richa, que disse "esperar que, em breve, ele coloque o estilo empresarial de governar em todo o país". Em Natal, na quarta (16), a viagem foi turbinada por um amigo e entusiasta de sua possível candidatura nacional. Doria recebeu o título de cidadão natalense não na Câmara Municipal, mas no Teatro Riachuelo, pertencente a Flávio Rocha, dono da Riachuelo, próximo do prefeito. Na ocasião, sugeriu-se que os dois formassem chapa juntos para o Planalto. Para o professor de políticas públicas da Fundação Getulio Vargas Marco Antonio Teixeira, o envolvimento do Lide nos eventos de Doria é " temerário". "Doria não é mais o homem privado que capta recursos, mas mas o homem público que pode apoiar", observa. "Isso cria um mal-estar e obviamente pode gerar desconforto e desconfiança. Amanhã ou depois alguém pode falar que o Lide ode ter contatos facilitados. Para evitar isso, quanto maior o distanciamento, melhor", concluiu. Em nota, a prefeitura negou conflito de interesse. "É natural que empresários que tiveram relação com o empresário Doria compareçam a eventos em que o agora prefeito é homenageado". Doria diz que viaja usando seu jatinho.
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poder
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Doria usa rede do Lide para rodar o paísO prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem feito uso da estrutura do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que ele fundou e do qual se licenciou, para rodar o país. Nas últimas semanas, o tucano se deslocou a cinco cidades para comparecer a eventos que tiveram o Lide entre os organizadores. As viagens fazem parte da agenda nacional que colocam Doria no páreo para a disputa à Presidência em 2018. Ele nega ser candidato, mas diz que "não vai se furtar. Evidentemente quando sou homenageado, eu vou e participo". Nesta sexta-feira (18), Doria foi "homenageado" em almoço em Fortaleza, em evento do qual o Lide Ceará foi um dos três organizadores, ao lado de duas outras entidades empresariais. Depois voou a Recife para dar uma entrevista a jornalistas e fazer um seminário e coquetel em sua homenagem promovidos pelo Lide Pernambuco, que transmitiu a sessão ao vivo pela internet. O presidente do Lide Pernambuco, Drayton Nejaim, desligou o telefone quando questionado pela Folha sobre o uso da rede pelo prefeito. O Lide faz parte do Grupo Doria, cujo comando acionário o tucano passou ao filho às vésperas de Prefeitura de São Paulo. Em sua agenda pública, Doria não explicita quando os eventos dos quais participa pelo país têm o Lide na organização. Em Curitiba, no dia 3 de agosto, a palestra do prefeito para empresários teve "apoio institucional" do Lide Paraná. A reportagem ligou para a filial paranaense do grupo e foi informada de que houve colaboração com a organização e produção do evento, realizado por entidades como a Fecomercio regional. Em Salvador, no dia 9, Doria fez uma palestra promovida pelo Lide Bahia e outras duas organizações. Depois jantou com empresários como o presidente do Lide Bahia, Mario Dantas. O almoço em que discursou em Brasília, em junho, também foi promovido pelo Lide ao lado da Fecomercio. PALANQUE Essas agendas nacionais com frequência adquirem caráter político-eleitoral. Doria já foi recebido com faixas de "João presidente", como ocorreu em Palmas (TO). Em Curitiba, foi elogiado pelo governador do Paraná, Beto Richa, que disse "esperar que, em breve, ele coloque o estilo empresarial de governar em todo o país". Em Natal, na quarta (16), a viagem foi turbinada por um amigo e entusiasta de sua possível candidatura nacional. Doria recebeu o título de cidadão natalense não na Câmara Municipal, mas no Teatro Riachuelo, pertencente a Flávio Rocha, dono da Riachuelo, próximo do prefeito. Na ocasião, sugeriu-se que os dois formassem chapa juntos para o Planalto. Para o professor de políticas públicas da Fundação Getulio Vargas Marco Antonio Teixeira, o envolvimento do Lide nos eventos de Doria é " temerário". "Doria não é mais o homem privado que capta recursos, mas mas o homem público que pode apoiar", observa. "Isso cria um mal-estar e obviamente pode gerar desconforto e desconfiança. Amanhã ou depois alguém pode falar que o Lide ode ter contatos facilitados. Para evitar isso, quanto maior o distanciamento, melhor", concluiu. Em nota, a prefeitura negou conflito de interesse. "É natural que empresários que tiveram relação com o empresário Doria compareçam a eventos em que o agora prefeito é homenageado". Doria diz que viaja usando seu jatinho.
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Morto há 20 anos, Paulo Francis foi farol cultural
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Faz 20 anos que morreu alguém que escreveu o seguinte: "O diabo é que um dia desses aqui escorregamos a uma guerra nuclear por culpa desses desclassificados [os políticos] e da massa boçal. Espero poder sumir em tempo, se bem que não haverá para onde, provavelmente." Parece de agora, sobre Donald Trump, seus apoiadores e seu eleitorado, mas o texto é de 1980. Está numa coletânea recém-lançada de Paulo Francis, "A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo". Faz hoje 20 anos que Francis morreu, em Nova York, aos 66 anos. Carioca de Botafogo, ele foi até os 27 um autodefinido "vagabundo". Na imprensa, começou na crítica de teatro, migrou para o jornalismo político, foi um dos nomes-chave do "Pasquim", mudou-se para os Estados Unidos e entrou na minha vida, e de tantos de minha geração, a partir de 1975, quando passou a escrever na Folha, como correspondente em Nova York e depois colunista da "Ilustrada". Seus textos traziam as referências mais eruditas, mas em linguagem informal, ritmo e sintaxe de conversa de amigos. Era um intelectual anti-acadêmico. Passou para a história como um polemista, o que de fato era, mas não só. Para quem hoje tem acesso a todo tipo de informação, é inimaginável a importância que Francis teve como farol cultural. Comentava a " New Yorker", a "New York Review of Books". Escrevia sobre Gore Vidal, Normal Mailer, os Georges Plimpton e Steiner. São incontáveis as referências que Francis trazia a nós, jovens com alguma aspiração intelectual, mas nenhum mapa em mãos. Acusam-no até hoje de inventar, de chutar, de não checar. Mas era o que tínhamos. E era suficiente. ALTA CULTURA Uma crítica: suas lentes grossas focavam na alta cultura. Ele trafegava em música clássica, filosofia, psicanálise, história, com um ou outro raro aceno para a ciência. Ok, verdade, cinema também, e muito. Mas música pop, rock, quadrinhos, videogames, nada disso ele assimilou ou fez questão de acompanhar. Quando falava de algo do tipo, era como esquisitice, anomalia vinda da indústria cultural. Nisso, era diferente de seu amigo intelectualmente mais próximo, o também jornalista Ivan Lessa (1935-2012). Lessa se sentia tão à vontade tratando de Italo Calvino e Miles Davis quanto de samba antigo e teatro de revista. Ele se mandou para Londres em 1978 e escrevia sobre o "Bananão" como uma memória distante, uma abstração. Já Francis vivia em Nova York, mas seu espectro pairava sobre o Brasil. Fazia muitas alusões ao passado carioca, porém o Brasil de seus textos era também o país atual, da transição democrática, de hiperinflação, do isolamento cultural incurável, do pântano da política. Em 1990, deixou a Folha, em desavença. O ex-trotskista virou cada vez mais à direita, deslumbrou-se com Collor, aproximou-se de políticos que antes dizia desprezar. Suas colunas, agora no "Estado de S. Paulo", ficaram marcadas pelas diatribes anti-esquerdistas. E foi ficando cada vez mais famoso, por suas participações na TV. Uma dessas custou-lhe a vida. No programa "Manhattan Connection" (então no canal GNT), fez acusações generalizadas de corrupção contra diretores da Petrobras. Tomou de volta uma ação milionária na Justiça dos EUA. Angustiado com uma possível derrota, morreu do coração no dia 4 de fevereiro de 1997. Imagino que gerações mais novas tenham guardado de Francis justamente essa sua última fase. Os bordões ("Waaaaaaal") e a voz em crescendo pastoso. É pouco. Seu melhor livro é de memórias (publicado aos 50 anos), "O Afeto que se Encerra" (1980, fora de catálogo). Escreveu também romances, cujo não reconhecimento como grandes obras o enfurecia. Pode não ter sido um romancista maior, mas era um grande escritor. Em "A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo", lembra assim do amigo Antônio Maria: "Eu vi Maria ser colocado numa gaveta do cemitério São João Batista. Não sei em qual mês. Mas foi o mais cruel. Ele tinha apenas 44 anos. Acho que ele me achava um homem ridículo, mas eu gostava muito dele". Sou da geração que gostava muito de Paulo Francis. Que falta ele faz.
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ilustrada
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Morto há 20 anos, Paulo Francis foi farol culturalFaz 20 anos que morreu alguém que escreveu o seguinte: "O diabo é que um dia desses aqui escorregamos a uma guerra nuclear por culpa desses desclassificados [os políticos] e da massa boçal. Espero poder sumir em tempo, se bem que não haverá para onde, provavelmente." Parece de agora, sobre Donald Trump, seus apoiadores e seu eleitorado, mas o texto é de 1980. Está numa coletânea recém-lançada de Paulo Francis, "A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo". Faz hoje 20 anos que Francis morreu, em Nova York, aos 66 anos. Carioca de Botafogo, ele foi até os 27 um autodefinido "vagabundo". Na imprensa, começou na crítica de teatro, migrou para o jornalismo político, foi um dos nomes-chave do "Pasquim", mudou-se para os Estados Unidos e entrou na minha vida, e de tantos de minha geração, a partir de 1975, quando passou a escrever na Folha, como correspondente em Nova York e depois colunista da "Ilustrada". Seus textos traziam as referências mais eruditas, mas em linguagem informal, ritmo e sintaxe de conversa de amigos. Era um intelectual anti-acadêmico. Passou para a história como um polemista, o que de fato era, mas não só. Para quem hoje tem acesso a todo tipo de informação, é inimaginável a importância que Francis teve como farol cultural. Comentava a " New Yorker", a "New York Review of Books". Escrevia sobre Gore Vidal, Normal Mailer, os Georges Plimpton e Steiner. São incontáveis as referências que Francis trazia a nós, jovens com alguma aspiração intelectual, mas nenhum mapa em mãos. Acusam-no até hoje de inventar, de chutar, de não checar. Mas era o que tínhamos. E era suficiente. ALTA CULTURA Uma crítica: suas lentes grossas focavam na alta cultura. Ele trafegava em música clássica, filosofia, psicanálise, história, com um ou outro raro aceno para a ciência. Ok, verdade, cinema também, e muito. Mas música pop, rock, quadrinhos, videogames, nada disso ele assimilou ou fez questão de acompanhar. Quando falava de algo do tipo, era como esquisitice, anomalia vinda da indústria cultural. Nisso, era diferente de seu amigo intelectualmente mais próximo, o também jornalista Ivan Lessa (1935-2012). Lessa se sentia tão à vontade tratando de Italo Calvino e Miles Davis quanto de samba antigo e teatro de revista. Ele se mandou para Londres em 1978 e escrevia sobre o "Bananão" como uma memória distante, uma abstração. Já Francis vivia em Nova York, mas seu espectro pairava sobre o Brasil. Fazia muitas alusões ao passado carioca, porém o Brasil de seus textos era também o país atual, da transição democrática, de hiperinflação, do isolamento cultural incurável, do pântano da política. Em 1990, deixou a Folha, em desavença. O ex-trotskista virou cada vez mais à direita, deslumbrou-se com Collor, aproximou-se de políticos que antes dizia desprezar. Suas colunas, agora no "Estado de S. Paulo", ficaram marcadas pelas diatribes anti-esquerdistas. E foi ficando cada vez mais famoso, por suas participações na TV. Uma dessas custou-lhe a vida. No programa "Manhattan Connection" (então no canal GNT), fez acusações generalizadas de corrupção contra diretores da Petrobras. Tomou de volta uma ação milionária na Justiça dos EUA. Angustiado com uma possível derrota, morreu do coração no dia 4 de fevereiro de 1997. Imagino que gerações mais novas tenham guardado de Francis justamente essa sua última fase. Os bordões ("Waaaaaaal") e a voz em crescendo pastoso. É pouco. Seu melhor livro é de memórias (publicado aos 50 anos), "O Afeto que se Encerra" (1980, fora de catálogo). Escreveu também romances, cujo não reconhecimento como grandes obras o enfurecia. Pode não ter sido um romancista maior, mas era um grande escritor. Em "A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo", lembra assim do amigo Antônio Maria: "Eu vi Maria ser colocado numa gaveta do cemitério São João Batista. Não sei em qual mês. Mas foi o mais cruel. Ele tinha apenas 44 anos. Acho que ele me achava um homem ridículo, mas eu gostava muito dele". Sou da geração que gostava muito de Paulo Francis. Que falta ele faz.
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Multidão lota Igreja de São Sebastião em dia de calor forte no Rio
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Apesar do forte calor, uma multidão de fiéis lotou, na manhã desta terça-feira (20), a Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos para a festa do padroeiro do Rio de Janeiro. A celebração foi a primeira desde que o templo foi declarado santuário pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. No local, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) assinou decretos criando a Medalha Primeiro de Março, que homenageará pessoas importantes para a cidade anualmente, e também o Livro de Heróis e Heroínas do Rio de Janeiro. Outra medida anunciada pelo prefeito foi declarar a Igreja dos Capuchinhos Templo de Especial Valor Afetivo para os cariocas. "A Igreja Católica tem uma relação direta com a história do Rio de Janeiro e, neste ano, em que comemoramos 450 anos, nada melhor do que homenagear São Sebastião dessa maneira", disse o prefeito, que defendeu a criação da medalha e do livro como uma forma de marcar de maneira mais enfática a história da cidade. Aos fiéis, dom Orani Tempesta, cardeal arcebispo do Rio, disse esperar que a visibilidade da cidade no cenário internacional deve ajudar a mostrar caminhos de convivência pacífica com as diferenças. Dom Orani lembrou que a procissão do padroeiro em direção à Catedral Metropolitana de São Sebastião sairá com a imagem histórica do santo pela primeira vez, em 15 anos. A escultura é do século 16 e foi trazida pelos portugueses na fundação da cidade. Também foram prestadas homenagens ao médico e seminarista Guido Vidal França Schäffer, que morreu aos 34 anos, em 2009, enquanto surfava na zona oeste da cidade. Guido está em processo de beatificação por seu trabalho social e, na missa, foram lacrados seus restos mortais, que ficarão guardados em uma urna na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. A missa reuniu tantas pessoas que os fiéis lotaram os corredores da igreja e alguns acabaram ficando do lado de fora, onde também havia muita gente pedindo doações. Eunice Conceição Nascimento, 65, conseguiu entrar na igreja e ficar perto do altar, mas recorria a uma toalha e se escorava na parede para aguentar o cansaço e o calor: "Eu tenho que vir todo ano. É um momento muito especial para mim. Está calor, mas estou bem." Já Giane Fortunato, 30, vai todos os anos à missa do padroeiro para agradecer por ter sido curada de uma doença após promessa feita por sua mãe: "Quando eu nasci, tinha uma doença e minha mãe fez uma promessa para São Sebastião. Ela me traria [à igreja] com roupinha vermelha até os 7 anos. E eu fiquei curada", disse Giane, que continua a frequentar o templo.
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cotidiano
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Multidão lota Igreja de São Sebastião em dia de calor forte no RioApesar do forte calor, uma multidão de fiéis lotou, na manhã desta terça-feira (20), a Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos para a festa do padroeiro do Rio de Janeiro. A celebração foi a primeira desde que o templo foi declarado santuário pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. No local, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) assinou decretos criando a Medalha Primeiro de Março, que homenageará pessoas importantes para a cidade anualmente, e também o Livro de Heróis e Heroínas do Rio de Janeiro. Outra medida anunciada pelo prefeito foi declarar a Igreja dos Capuchinhos Templo de Especial Valor Afetivo para os cariocas. "A Igreja Católica tem uma relação direta com a história do Rio de Janeiro e, neste ano, em que comemoramos 450 anos, nada melhor do que homenagear São Sebastião dessa maneira", disse o prefeito, que defendeu a criação da medalha e do livro como uma forma de marcar de maneira mais enfática a história da cidade. Aos fiéis, dom Orani Tempesta, cardeal arcebispo do Rio, disse esperar que a visibilidade da cidade no cenário internacional deve ajudar a mostrar caminhos de convivência pacífica com as diferenças. Dom Orani lembrou que a procissão do padroeiro em direção à Catedral Metropolitana de São Sebastião sairá com a imagem histórica do santo pela primeira vez, em 15 anos. A escultura é do século 16 e foi trazida pelos portugueses na fundação da cidade. Também foram prestadas homenagens ao médico e seminarista Guido Vidal França Schäffer, que morreu aos 34 anos, em 2009, enquanto surfava na zona oeste da cidade. Guido está em processo de beatificação por seu trabalho social e, na missa, foram lacrados seus restos mortais, que ficarão guardados em uma urna na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. A missa reuniu tantas pessoas que os fiéis lotaram os corredores da igreja e alguns acabaram ficando do lado de fora, onde também havia muita gente pedindo doações. Eunice Conceição Nascimento, 65, conseguiu entrar na igreja e ficar perto do altar, mas recorria a uma toalha e se escorava na parede para aguentar o cansaço e o calor: "Eu tenho que vir todo ano. É um momento muito especial para mim. Está calor, mas estou bem." Já Giane Fortunato, 30, vai todos os anos à missa do padroeiro para agradecer por ter sido curada de uma doença após promessa feita por sua mãe: "Quando eu nasci, tinha uma doença e minha mãe fez uma promessa para São Sebastião. Ela me traria [à igreja] com roupinha vermelha até os 7 anos. E eu fiquei curada", disse Giane, que continua a frequentar o templo.
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Calleri é convocado para a Rio-16 no lugar de atacante do Atlético de Madri
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DO UOL O atacante Jonathan Calleri, do São Paulo, foi convocado nesta quinta-feira (7) para defender a seleção argentina no futebol dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ele vai substituir Luciano Vietto, do Atlético de Madri. Vietto era um dos atacantes originalmente chamados pelo técnico Julio Olarticoechea, mas o Atlético não vai liberar o jogador. Com isso, o são paulino entrou na relação de 18 convocados. O futebol masculino nos Jogos Olímpicos será disputado entre 4 e 20 de agosto, mas a seleção argentina começa os treinamentos já na próxima segunda-feira, 11 de julho. Calleri tem contrato de empréstimo com o São Paulo apenas até o final de julho — o vínculo, que originalmente se encerraria em junho, foi estendido por um mês para que o atacante pudesse jogar as semifinais e possivelmente a final da Libertadores. Os direitos do atleta pertencem ao Deportivo Maldonado, clube uruguaio ligado ao empresário Juan Figer. No jogo de ida da semifinal, na quarta-feira (6), o São Paulo foi derrotado em casa pelo Atlético Nacional, da Colômbia, por 2 a 0. A partida de volta, em Medellín, acontece na próxima quarta (13). Outro jogador do futebol brasileiro que está entre os 18 convocados de Olarticoechea para a Olimpíada é o volante Lucas Romero, do Cruzeiro.
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esporte
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Calleri é convocado para a Rio-16 no lugar de atacante do Atlético de Madri
DO UOL O atacante Jonathan Calleri, do São Paulo, foi convocado nesta quinta-feira (7) para defender a seleção argentina no futebol dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ele vai substituir Luciano Vietto, do Atlético de Madri. Vietto era um dos atacantes originalmente chamados pelo técnico Julio Olarticoechea, mas o Atlético não vai liberar o jogador. Com isso, o são paulino entrou na relação de 18 convocados. O futebol masculino nos Jogos Olímpicos será disputado entre 4 e 20 de agosto, mas a seleção argentina começa os treinamentos já na próxima segunda-feira, 11 de julho. Calleri tem contrato de empréstimo com o São Paulo apenas até o final de julho — o vínculo, que originalmente se encerraria em junho, foi estendido por um mês para que o atacante pudesse jogar as semifinais e possivelmente a final da Libertadores. Os direitos do atleta pertencem ao Deportivo Maldonado, clube uruguaio ligado ao empresário Juan Figer. No jogo de ida da semifinal, na quarta-feira (6), o São Paulo foi derrotado em casa pelo Atlético Nacional, da Colômbia, por 2 a 0. A partida de volta, em Medellín, acontece na próxima quarta (13). Outro jogador do futebol brasileiro que está entre os 18 convocados de Olarticoechea para a Olimpíada é o volante Lucas Romero, do Cruzeiro.
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Cunha volta atrás de medida contra manifestação após filas e reclamações
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Após uma manhã tumultuada nos acessos da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (6), o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), revogou a norma que obrigada todos a passarem por detectores de metal ao entrar na Casa, com exceção de parlamentares. A medida foi imposta na quinta (5), um dia depois que o peemedebista foi alvo de um protesto em que recebeu uma chuva de notas falsas enquanto concedia uma entrevista no Salão Verde. A suspensão veio horas após a norma começar a valer, minutos após a Diretoria-Geral anunciar que instalaria cinco novos pórticos e mais duas máquinas de raios-x. "O presidente solicitou que a Diretoria-Geral e o Departamento de Polícia Legislativa (Depol) apresentem um Plano de Segurança, consolidado, com as propostas de ajustes, para avaliar a questão", informou nota divulgada no início da noite desta sexta. O plano será elaborado pela Diretoria-Geral, em parceira com o Depol, o Departamento Técnico (Detec), o Centro de Informática (Cenim) e a Secretaria de Comunicação Social (Secom). Entre os funcionários, a avaliação era de que, se numa sexta, dia de menor movimento na Casa, houve longas filas e demora para entrar, às quartas-feiras, quando há pico de pessoas transitando pelos corredores da Câmara, poderia haver confusão. Antes da revogação ser anunciada, o Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo) passou o dia em reuniões estudando formas judiciais de se posicionar contra a ação de Cunha. Para a entidade representativa, o peemedebista adota "mais uma medida de constrangimento". "O jurídico do Sindicato está preparando o questionamento que será apresentado ao juiz federal plantonista da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal, demonstrando o despropósito da medida arbitrária adotada pela Câmara dos Deputados, em desrespeito à dignidade dos servidores da Casa, sem qualquer observância à legalidade e à Constituição Federal". Apesar de ter revogado a passagem pelos detectores de metal, Cunha não anulou a proibição que impede o público de circular pelo Salão Verde nos dias de sessão plenária, outra reação do peemedebista à chuva de notas falsas de que foi alvo esta semana. Entre terças e quintas-feiras, quando há sessões no plenário e os deputados estão no Congresso, apenas pessoas credenciadas e parlamentares poderão passar pelo Salão Verde, o mais importante da Câmara, que dá acesso ao plenário onde ocorrem as entrevistas coletivas e por onde Cunha passa ao chegar e deixar a Casa. Entre os argumentos, Cunha afirma a necessidade de cumprir o ato da Mesa Diretora nº 3 de 1995, segundo o qual "nas dependências privativas de parlamentares, somente serão admitidos funcionários, jornalistas e técnicos credenciados, sem serviço, e convidados para para tal fim autorizados". Apesar de se valer dessa norma para restringir os acessos ao Salão Verde da Casa, Cunha não cumpre outro ato, que é conjunto com o Senado, de acordo com o qual não são permitidas instalações nos arredores do Congresso. Há mais de duas semanas, manifestantes do MBL (Movimento Brasil Livre), que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, estão acampados no gramado em frente a Câmara. O movimento que começou com cerca de nove barracas, cresce diariamente e, nesta sexta, já contava com mais de 50 instaladas no local.
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poder
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Cunha volta atrás de medida contra manifestação após filas e reclamaçõesApós uma manhã tumultuada nos acessos da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (6), o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), revogou a norma que obrigada todos a passarem por detectores de metal ao entrar na Casa, com exceção de parlamentares. A medida foi imposta na quinta (5), um dia depois que o peemedebista foi alvo de um protesto em que recebeu uma chuva de notas falsas enquanto concedia uma entrevista no Salão Verde. A suspensão veio horas após a norma começar a valer, minutos após a Diretoria-Geral anunciar que instalaria cinco novos pórticos e mais duas máquinas de raios-x. "O presidente solicitou que a Diretoria-Geral e o Departamento de Polícia Legislativa (Depol) apresentem um Plano de Segurança, consolidado, com as propostas de ajustes, para avaliar a questão", informou nota divulgada no início da noite desta sexta. O plano será elaborado pela Diretoria-Geral, em parceira com o Depol, o Departamento Técnico (Detec), o Centro de Informática (Cenim) e a Secretaria de Comunicação Social (Secom). Entre os funcionários, a avaliação era de que, se numa sexta, dia de menor movimento na Casa, houve longas filas e demora para entrar, às quartas-feiras, quando há pico de pessoas transitando pelos corredores da Câmara, poderia haver confusão. Antes da revogação ser anunciada, o Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo) passou o dia em reuniões estudando formas judiciais de se posicionar contra a ação de Cunha. Para a entidade representativa, o peemedebista adota "mais uma medida de constrangimento". "O jurídico do Sindicato está preparando o questionamento que será apresentado ao juiz federal plantonista da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal, demonstrando o despropósito da medida arbitrária adotada pela Câmara dos Deputados, em desrespeito à dignidade dos servidores da Casa, sem qualquer observância à legalidade e à Constituição Federal". Apesar de ter revogado a passagem pelos detectores de metal, Cunha não anulou a proibição que impede o público de circular pelo Salão Verde nos dias de sessão plenária, outra reação do peemedebista à chuva de notas falsas de que foi alvo esta semana. Entre terças e quintas-feiras, quando há sessões no plenário e os deputados estão no Congresso, apenas pessoas credenciadas e parlamentares poderão passar pelo Salão Verde, o mais importante da Câmara, que dá acesso ao plenário onde ocorrem as entrevistas coletivas e por onde Cunha passa ao chegar e deixar a Casa. Entre os argumentos, Cunha afirma a necessidade de cumprir o ato da Mesa Diretora nº 3 de 1995, segundo o qual "nas dependências privativas de parlamentares, somente serão admitidos funcionários, jornalistas e técnicos credenciados, sem serviço, e convidados para para tal fim autorizados". Apesar de se valer dessa norma para restringir os acessos ao Salão Verde da Casa, Cunha não cumpre outro ato, que é conjunto com o Senado, de acordo com o qual não são permitidas instalações nos arredores do Congresso. Há mais de duas semanas, manifestantes do MBL (Movimento Brasil Livre), que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, estão acampados no gramado em frente a Câmara. O movimento que começou com cerca de nove barracas, cresce diariamente e, nesta sexta, já contava com mais de 50 instaladas no local.
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Pauta do Brasil não pode ser só a Lava Jato, diz Rodrigo Maia
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (24) que a Operação Lava-Jato não pode ser a agenda do Brasil. "Acredito que chegou o momento que a agenda do Brasil precisa ser a agenda da recuperação econômica, recuperação política, ter uma agenda que prioriza essas reformas", disse, durante debate no Lide (Grupo de Líderes Empresariais), a convite do prefeito eleito João Doria (PSDB). "A pauta da Casa e a pauta do Brasil não pode ser a Lava Jato". Às vésperas da votação da PEC que estabelece teto de gastos públicos por 20 anos, Maia disse ainda que a agenda do país não pode ficar restrita à "prisão da semana" e que a operação é assunto da Justiça e do Ministério Público. "Se em algum momento for dar algum problema não posso avaliar o futuro". Maia falou sobre declaração, noticiada na coluna de Lauro Jardim, no jornal "O Globo", de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha teria feito negócios com 15 empresas e 50 deputados, minimizando eventual delação premiada. "Eu disse que ele pode ter feito, como as pessoas estão dizendo, com 50 deputados e 15 empresas. E que isso aí cada um vai ter que responder pelos seus atos no futuro, foi apenas isso. Não tenho número nenhum. Falei em tese: pode ter feito com isso, pode ter feito com aquilo", disse. Sobre informações de bastidores noticiadas pela imprensa, Maia afirmou também que quanto menos o Palácio falar melhor para o país. "Tem muito assessor que fica pautando a imprensa, não estou dizendo que são os ministros, tem muito assessor que fica pautando a imprensa e a imprensa não faz uma análise e fica soltando matéria que em determinados momentos pode afetar a relação entre os poderes [Legislativo e Executivo]". O presidente da Câmara fez fortes ataques às centrais sindicais, que são contra o teto de gastos. "Temos de ter de enfrentar essa irresponsabilidade, hipocrisia e faz de conta que algumas centrais sindicais fazem, que na verdade é com dinheiro público, dinheiro de todos nós."
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Pauta do Brasil não pode ser só a Lava Jato, diz Rodrigo MaiaO presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (24) que a Operação Lava-Jato não pode ser a agenda do Brasil. "Acredito que chegou o momento que a agenda do Brasil precisa ser a agenda da recuperação econômica, recuperação política, ter uma agenda que prioriza essas reformas", disse, durante debate no Lide (Grupo de Líderes Empresariais), a convite do prefeito eleito João Doria (PSDB). "A pauta da Casa e a pauta do Brasil não pode ser a Lava Jato". Às vésperas da votação da PEC que estabelece teto de gastos públicos por 20 anos, Maia disse ainda que a agenda do país não pode ficar restrita à "prisão da semana" e que a operação é assunto da Justiça e do Ministério Público. "Se em algum momento for dar algum problema não posso avaliar o futuro". Maia falou sobre declaração, noticiada na coluna de Lauro Jardim, no jornal "O Globo", de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha teria feito negócios com 15 empresas e 50 deputados, minimizando eventual delação premiada. "Eu disse que ele pode ter feito, como as pessoas estão dizendo, com 50 deputados e 15 empresas. E que isso aí cada um vai ter que responder pelos seus atos no futuro, foi apenas isso. Não tenho número nenhum. Falei em tese: pode ter feito com isso, pode ter feito com aquilo", disse. Sobre informações de bastidores noticiadas pela imprensa, Maia afirmou também que quanto menos o Palácio falar melhor para o país. "Tem muito assessor que fica pautando a imprensa, não estou dizendo que são os ministros, tem muito assessor que fica pautando a imprensa e a imprensa não faz uma análise e fica soltando matéria que em determinados momentos pode afetar a relação entre os poderes [Legislativo e Executivo]". O presidente da Câmara fez fortes ataques às centrais sindicais, que são contra o teto de gastos. "Temos de ter de enfrentar essa irresponsabilidade, hipocrisia e faz de conta que algumas centrais sindicais fazem, que na verdade é com dinheiro público, dinheiro de todos nós."
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Mudança nos gastos em publicidade impulsiona empresas de eventos
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Organizadores de conferências e eventos comerciais estão se beneficiando com a mudança na alocação de orçamentos de marketing, com companhias investindo menos em anúncios publicitários e mais em eventos que permitem a conexão direta com os clientes. A empresa de pesquisas e consultoria Outsell prevê que os orçamentos corporativos para eventos voltados a negócios entre empresas no gigante mercado americano vão crescer 4 por cento, para US$ 28 bilhões neste ano, ultrapassando o crescimento geral de 3,5% do orçamento para publicidade. A empresa listada em Londres Informa, a UBM e a ITE estão entre as empresas que organizam eventos sobre tendências do momento, como o crescimento do número de bebês da China ou a segurança cibernética. "Eu não acredito mais em revistas corporativas. Eu acho que ninguém as tira do plástico. A revista é entregue mas ninguém abre", disse Toby Roberts, cuja empresa, a Safety Media, oferece cursos de saúde e segurança. Falando à Reuters no IFSEC, da UBM, maior evento de segurança da Europa, ele disse: "Eventos são uma ótima maneira de conseguir quantas pessoas quanto possível." A Safety Media, que tem receita de 4 milhões de libras, gasta metade de seu orçamento neste evento, que ano passado rendeu 380 clientes. Enquanto a disputa entre os meios de comunicação tradicionais e online conquistou as manchetes, as empresas muitas vezes não confiam que a publicidade nesses meios se traduza em vendas —daí a mudança para eventos que permitem o contato presencial com potenciais clientes, concorrentes e talentos. "A realidade está [outras formas de marketing estão] ficando muito mais misteriosa. Se você tem um orçamento de marketing de um milhão de libras, metade é desperdiçada, mas você não sabe qual metade", disse Errol Taylor, expositor em um dos eventos da IFSEC e CEO da Sociedade Real para Prevenção de Acidentes. O mercado de eventos globais era de US$ 25,6 bilhões em 2015, de acordo com a empresa de pesquisa AMR International, que prevê que o setor crescerá cerca de 4,6% ano até 2020.
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Mudança nos gastos em publicidade impulsiona empresas de eventosOrganizadores de conferências e eventos comerciais estão se beneficiando com a mudança na alocação de orçamentos de marketing, com companhias investindo menos em anúncios publicitários e mais em eventos que permitem a conexão direta com os clientes. A empresa de pesquisas e consultoria Outsell prevê que os orçamentos corporativos para eventos voltados a negócios entre empresas no gigante mercado americano vão crescer 4 por cento, para US$ 28 bilhões neste ano, ultrapassando o crescimento geral de 3,5% do orçamento para publicidade. A empresa listada em Londres Informa, a UBM e a ITE estão entre as empresas que organizam eventos sobre tendências do momento, como o crescimento do número de bebês da China ou a segurança cibernética. "Eu não acredito mais em revistas corporativas. Eu acho que ninguém as tira do plástico. A revista é entregue mas ninguém abre", disse Toby Roberts, cuja empresa, a Safety Media, oferece cursos de saúde e segurança. Falando à Reuters no IFSEC, da UBM, maior evento de segurança da Europa, ele disse: "Eventos são uma ótima maneira de conseguir quantas pessoas quanto possível." A Safety Media, que tem receita de 4 milhões de libras, gasta metade de seu orçamento neste evento, que ano passado rendeu 380 clientes. Enquanto a disputa entre os meios de comunicação tradicionais e online conquistou as manchetes, as empresas muitas vezes não confiam que a publicidade nesses meios se traduza em vendas —daí a mudança para eventos que permitem o contato presencial com potenciais clientes, concorrentes e talentos. "A realidade está [outras formas de marketing estão] ficando muito mais misteriosa. Se você tem um orçamento de marketing de um milhão de libras, metade é desperdiçada, mas você não sabe qual metade", disse Errol Taylor, expositor em um dos eventos da IFSEC e CEO da Sociedade Real para Prevenção de Acidentes. O mercado de eventos globais era de US$ 25,6 bilhões em 2015, de acordo com a empresa de pesquisa AMR International, que prevê que o setor crescerá cerca de 4,6% ano até 2020.
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Com 'declínio do axé', festival em Salvador destacou cena alternativa
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O festival Radioca, em Salvador, terminou sua primeira edição já com planos de crescer e se tornar anual. Realizado entre sábado (1) e domingo (2), no Trapiche Barnabé, no Comércio, o evento derivado do programa homônimo da Rádio Educadora FM teve oito shows. Assim como sua grade, destacou nomes da cena nacional, como Cidadão Instigado e Anelis Assumpção. E, mesmo com chuva, em um espaço aberto, vendeu os 2.000 ingressos disponíveis (R$ 30 cada um) no segundo dia —deixando gente na rua, sem entradas. A série de shows trouxe atrações com discos novos, como Siba ("De Baile Solto"), além de grupos que estão despontando na cena local, como Ifá Afrobeat. Participações também foram destaque. Russo Passapusso, do Baiana System, banda do momento em Salvador, subiu ao palco no show de Anelis. Já Moreno Veloso entrou na apresentação do Mulheres Q Dizem Sim. Em uma de suas raras aparições, a banda carioca comemorou os 20 anos do lançamento do seu único disco, que leva seu nome. Fora a chuva e a comida (no food truck ela acabou no primeiro dia), o festival, que recebeu patrocínio do Edital Natura Musical Bahia, não teve problemas de estrutura. Os shows começaram pontualmente em alto e bom som —poucas vezes tiveram vocais abafados. Nos intervalos, a discotecagem mantinha o ritmo. Pegar ficha no caixa era fácil e o banheiro, reformado e limpo, poucas vezes apresentava fila. No Mercadilho, feira de expositores locais que vendiam produtos como sapatos artesanais e colares, problemas de pagamento eram resolvidos na camaradagem. Se o aplicativo de débito não funcionava, uma barraca vizinha emprestava sua máquina. REINADO EM DECLÍNIO Para um dos idealizadores, Luciano Matos, o sucesso do evento se deve, entre outros, ao declínio do reinado do axé. "Esse cenário sempre existiu, mas era ofuscado pela indústria do axé, que está em crise". Ao lado de Ronei Jorge e Robertinho Barreto, Matos assina a curadoria do festival, além de apresentar o programa "Radioca", criado em 2008. Ao contrário de festivais como o Lollapalooza, que costumam encher à noite, quando tocam as principais atrações, o Radioca teve público considerável desde o primeiro show, às 17h, do Pirombeira. O nome mais desconhecido do line-up apresentou uma mistura dançante de rock e jazz com baião, frevo, chula e outros ritmos regionais. Na sequência, às 18h, o Ifá Afrobeat mostrou seu instrumental que se assemelha ao do Bixiga 70. Com uma mescla de afrobeat, dub e reggae, além de elementos rítmicos de blocos afro e afoxés da Bahia, o grupo local embalou alguns fãs. E, ainda que houvesse grande expectativa para a apresentação da banda cearense Cidadão Instigado, que encerrou a primeira noite, foram os gaúchos do Apanhador Só que reuniram o maior número de admiradores no sábado. Teve gente debruçada na grade, olhares de encantamento e gritinhos para músicas como "Vitta, Ian, Cassales", dancinhas sedutoras e pedidos de bis: "Maria Augusta"! "Despirocar"! (Ganhou "Maria Augusta".) CHOVE CHUVA No domingo (2), o público fazia fila na porta do local munido de capas de plástico e sombrinhas pontudas. Dessa vez, uma chuva fina começou quase simultaneamente à primeira apresentação, que ficou por conta do grupo O Quadro, de Ilhéus. A banda de hip-hop empolgou com letras de protesto e uma batida malemolente que se aproxima do ijexá, do afroeat e do reggae. Depois, a banda carioca Mulheres Q Dizem Sim, formada apenas por homens de saia, celebrou os 20 anos do lançamento do seu único disco, homônimo. Com a banda há tempos fora do circuito, foi uma rara oportunidade de ver Palito (voz e baixo), Mauricio Pacheco (voz e guitarra), Pedro Sá (voz e guitarra) e Marcelo Callado (voz e bateria) —que substituiu Domenico Lancellotti. De pés descalços, Anelis Assumpção, filha de Itamar Assumpção, entoou músicas do disco "Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários" e trouxe letras reflexivas embaladas por bases de reggae e dub. Russo Passapusso, do Baiana System, dividiu o palco com a cantora. Para encerrar, em clima de carnaval, Siba lançou mão do repertório do seu álbum novo, "De Baile Solto". E a chuva, que vinha e voltava, dessa vez caiu sem dó. Alguns vestiram capas, outros pularam de um lado para o outro seguindo uma aula de dança improvisada de Mestre Nico, parceiro do pernambucano. Teve gente que ficou do lado de fora e pediu à produção que entrasse no lugar de quem saiu depois de Anelis. Mas não deu. Ficará para a próxima. A jornalista NATÁLIA ALBERTONI viajou a convite do festival.
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Com 'declínio do axé', festival em Salvador destacou cena alternativaO festival Radioca, em Salvador, terminou sua primeira edição já com planos de crescer e se tornar anual. Realizado entre sábado (1) e domingo (2), no Trapiche Barnabé, no Comércio, o evento derivado do programa homônimo da Rádio Educadora FM teve oito shows. Assim como sua grade, destacou nomes da cena nacional, como Cidadão Instigado e Anelis Assumpção. E, mesmo com chuva, em um espaço aberto, vendeu os 2.000 ingressos disponíveis (R$ 30 cada um) no segundo dia —deixando gente na rua, sem entradas. A série de shows trouxe atrações com discos novos, como Siba ("De Baile Solto"), além de grupos que estão despontando na cena local, como Ifá Afrobeat. Participações também foram destaque. Russo Passapusso, do Baiana System, banda do momento em Salvador, subiu ao palco no show de Anelis. Já Moreno Veloso entrou na apresentação do Mulheres Q Dizem Sim. Em uma de suas raras aparições, a banda carioca comemorou os 20 anos do lançamento do seu único disco, que leva seu nome. Fora a chuva e a comida (no food truck ela acabou no primeiro dia), o festival, que recebeu patrocínio do Edital Natura Musical Bahia, não teve problemas de estrutura. Os shows começaram pontualmente em alto e bom som —poucas vezes tiveram vocais abafados. Nos intervalos, a discotecagem mantinha o ritmo. Pegar ficha no caixa era fácil e o banheiro, reformado e limpo, poucas vezes apresentava fila. No Mercadilho, feira de expositores locais que vendiam produtos como sapatos artesanais e colares, problemas de pagamento eram resolvidos na camaradagem. Se o aplicativo de débito não funcionava, uma barraca vizinha emprestava sua máquina. REINADO EM DECLÍNIO Para um dos idealizadores, Luciano Matos, o sucesso do evento se deve, entre outros, ao declínio do reinado do axé. "Esse cenário sempre existiu, mas era ofuscado pela indústria do axé, que está em crise". Ao lado de Ronei Jorge e Robertinho Barreto, Matos assina a curadoria do festival, além de apresentar o programa "Radioca", criado em 2008. Ao contrário de festivais como o Lollapalooza, que costumam encher à noite, quando tocam as principais atrações, o Radioca teve público considerável desde o primeiro show, às 17h, do Pirombeira. O nome mais desconhecido do line-up apresentou uma mistura dançante de rock e jazz com baião, frevo, chula e outros ritmos regionais. Na sequência, às 18h, o Ifá Afrobeat mostrou seu instrumental que se assemelha ao do Bixiga 70. Com uma mescla de afrobeat, dub e reggae, além de elementos rítmicos de blocos afro e afoxés da Bahia, o grupo local embalou alguns fãs. E, ainda que houvesse grande expectativa para a apresentação da banda cearense Cidadão Instigado, que encerrou a primeira noite, foram os gaúchos do Apanhador Só que reuniram o maior número de admiradores no sábado. Teve gente debruçada na grade, olhares de encantamento e gritinhos para músicas como "Vitta, Ian, Cassales", dancinhas sedutoras e pedidos de bis: "Maria Augusta"! "Despirocar"! (Ganhou "Maria Augusta".) CHOVE CHUVA No domingo (2), o público fazia fila na porta do local munido de capas de plástico e sombrinhas pontudas. Dessa vez, uma chuva fina começou quase simultaneamente à primeira apresentação, que ficou por conta do grupo O Quadro, de Ilhéus. A banda de hip-hop empolgou com letras de protesto e uma batida malemolente que se aproxima do ijexá, do afroeat e do reggae. Depois, a banda carioca Mulheres Q Dizem Sim, formada apenas por homens de saia, celebrou os 20 anos do lançamento do seu único disco, homônimo. Com a banda há tempos fora do circuito, foi uma rara oportunidade de ver Palito (voz e baixo), Mauricio Pacheco (voz e guitarra), Pedro Sá (voz e guitarra) e Marcelo Callado (voz e bateria) —que substituiu Domenico Lancellotti. De pés descalços, Anelis Assumpção, filha de Itamar Assumpção, entoou músicas do disco "Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários" e trouxe letras reflexivas embaladas por bases de reggae e dub. Russo Passapusso, do Baiana System, dividiu o palco com a cantora. Para encerrar, em clima de carnaval, Siba lançou mão do repertório do seu álbum novo, "De Baile Solto". E a chuva, que vinha e voltava, dessa vez caiu sem dó. Alguns vestiram capas, outros pularam de um lado para o outro seguindo uma aula de dança improvisada de Mestre Nico, parceiro do pernambucano. Teve gente que ficou do lado de fora e pediu à produção que entrasse no lugar de quem saiu depois de Anelis. Mas não deu. Ficará para a próxima. A jornalista NATÁLIA ALBERTONI viajou a convite do festival.
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Volume armazenado do Cantareira aumentou 6% durante período de seca
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Apesar da falta de chuvas, o sistema Cantareira aumentou o volume de seus reservatórios em 6% desde o início do período de seca, em abril. Neste ano, o mês de setembro foi o terceiro mais seco em 22 anos, de acordo com dados do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE). O índice pluviométrico médio da cidade de São Paulo no mês foi de 18,4 milímetros, 75% abaixo da média histórica para o mês, que é de 73,3 milímetros. "No mês de setembro, a persistência de uma massa de ar mais seco sobre grande parte do Sudeste dificultou a passagem de frentes frias mais organizadas sobre a Grande São Paulo. Dessa forma, foram apenas dois dias com chuvas significativas na capital", diz Thomaz Garcia, meteorologista do CGE. O aumento atípico em época de seca no Cantareira ocorreu sobretudo por conta da precipitações acima da média nos meses de junho e agosto. Em junho, choveu 178,9 milímetros sobre os reservatórios, mais que três vezes a média histórica para o mês, de 58 milímetros. Já o mês de agosto, tipicamente seco, foi o mais chuvoso desde 1995 . "A chuva naquela região é pouco comum na época de inverno, é algo fora do normal", afirma o meteorologista Marcelo Pinheiro, do Climatempo. Segundo ele, a propagação de áreas de instabilidade favoreceu a formação de nuvens carregadas na região no período de junho e agosto, causando a precipitação. O aumento de 6% dos níveis de armazenamento representa um adicional de cerca de 60 milhões de litros de água no sistema. O manancial é responsável pelo abastecimento de 7,4 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Durante 2014 e 2105, devido a seca, o Cantareira precisou utilizar seu volume morto, as reservas emergenciais de água, para continuar abastecendo as residências na cidade. Hoje a situação é diferente. Nesta segunda-feira (3) o sistema opera com 55,9% de sua capacidade. No ano passado, na mesma data, ele operava com apenas 12,8%. Níveis abaixo de 30% são considerados críticos. A Sabesp informou, por meio de sua assessoria, que a diminuição do consumo e as chuvas acima da média contribuíram para o aumento. Mesmo com o pior da crise tendo passado, o paulistano continua com o consumo menor do que os níveis anteriores à crise. A retirada média do Cantareira, a água que sai do sistema, é de 25 m3/s no período. O índice está abaixo da média praticada antes da crise, de 31 m3/s. Isso permite que o manancial continue se recuperando nos próximos meses. Enquanto a Cantareira viu o nível de seus reservatórios aumentar durante as estações secas, o mesmo não acontece nos outros reservatórios paulistas. Os mais afetados pelos meses de seca foram o Rio Claro, que viu seus níveis caírem de 98.7% para 70%; e o Alto Cotia, que desceu de 97,5% para 90,7%. A queda porém, era esperada e os níveis são considerados normais para o período. Infográfico: Reservatórios da Grande SP CHUVAS DE OUTUBRO Outubro marca o início da temporada de chuvas, que se estende até abril, no final do verão. A partir de agora, as chuvas serão mais regulares e frequentes, mas não necessariamente acompanhadas de uma frente fria, como acontecia no inverno. Esta semana começou com chuvas fortes ao longo do dia. A tendência deve permanecer até o dia 15, contribuindo ainda mais para o aumento dos níveis dos reservatórios. Somente nesta semana, a região do Cantareira deve acumular 50 milímetros de chuva, mais que todo o mês de outubro de 2014, quando São Paulo estava no auge da sua crise hídrica. Na capital, a chuva que se iniciou nesta segunda (3) continuará até quinta (6), fazendo uma breve pausa na quarta, que terá o dia úmido e nublado, mas sem chuva forte. Apesar do início da primavera, por conta de um tempo mais frio e úmido, o paulistano terá uma semana com cara de inverno. A máxima na quarta não ultrapassa os 20º C, e a mínima chega aos 14º C. A partir de quinta, o clima fica um pouco mais quente durante o dia, mas também bem mais frio durante a noite. Na sexta, sábado e domingo, os termômetros marcam 11º C na madrugada, e ultrapassam os 25º C durante o dia. Segundo Pinheiro, esse tempo fechado é causado por áreas de instabilidade associadas a um sistema de baixa pressão atmosférica, que favorecem a formação de muitas nuvens carregadas. Ele afirma, porém, que podemos esperar um clima um pouco mais seco a partir da semana que vem. Assim, as chuvas podem acabar fechando o mês um pouco abaixo da média histórica.
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cotidiano
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Volume armazenado do Cantareira aumentou 6% durante período de secaApesar da falta de chuvas, o sistema Cantareira aumentou o volume de seus reservatórios em 6% desde o início do período de seca, em abril. Neste ano, o mês de setembro foi o terceiro mais seco em 22 anos, de acordo com dados do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE). O índice pluviométrico médio da cidade de São Paulo no mês foi de 18,4 milímetros, 75% abaixo da média histórica para o mês, que é de 73,3 milímetros. "No mês de setembro, a persistência de uma massa de ar mais seco sobre grande parte do Sudeste dificultou a passagem de frentes frias mais organizadas sobre a Grande São Paulo. Dessa forma, foram apenas dois dias com chuvas significativas na capital", diz Thomaz Garcia, meteorologista do CGE. O aumento atípico em época de seca no Cantareira ocorreu sobretudo por conta da precipitações acima da média nos meses de junho e agosto. Em junho, choveu 178,9 milímetros sobre os reservatórios, mais que três vezes a média histórica para o mês, de 58 milímetros. Já o mês de agosto, tipicamente seco, foi o mais chuvoso desde 1995 . "A chuva naquela região é pouco comum na época de inverno, é algo fora do normal", afirma o meteorologista Marcelo Pinheiro, do Climatempo. Segundo ele, a propagação de áreas de instabilidade favoreceu a formação de nuvens carregadas na região no período de junho e agosto, causando a precipitação. O aumento de 6% dos níveis de armazenamento representa um adicional de cerca de 60 milhões de litros de água no sistema. O manancial é responsável pelo abastecimento de 7,4 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Durante 2014 e 2105, devido a seca, o Cantareira precisou utilizar seu volume morto, as reservas emergenciais de água, para continuar abastecendo as residências na cidade. Hoje a situação é diferente. Nesta segunda-feira (3) o sistema opera com 55,9% de sua capacidade. No ano passado, na mesma data, ele operava com apenas 12,8%. Níveis abaixo de 30% são considerados críticos. A Sabesp informou, por meio de sua assessoria, que a diminuição do consumo e as chuvas acima da média contribuíram para o aumento. Mesmo com o pior da crise tendo passado, o paulistano continua com o consumo menor do que os níveis anteriores à crise. A retirada média do Cantareira, a água que sai do sistema, é de 25 m3/s no período. O índice está abaixo da média praticada antes da crise, de 31 m3/s. Isso permite que o manancial continue se recuperando nos próximos meses. Enquanto a Cantareira viu o nível de seus reservatórios aumentar durante as estações secas, o mesmo não acontece nos outros reservatórios paulistas. Os mais afetados pelos meses de seca foram o Rio Claro, que viu seus níveis caírem de 98.7% para 70%; e o Alto Cotia, que desceu de 97,5% para 90,7%. A queda porém, era esperada e os níveis são considerados normais para o período. Infográfico: Reservatórios da Grande SP CHUVAS DE OUTUBRO Outubro marca o início da temporada de chuvas, que se estende até abril, no final do verão. A partir de agora, as chuvas serão mais regulares e frequentes, mas não necessariamente acompanhadas de uma frente fria, como acontecia no inverno. Esta semana começou com chuvas fortes ao longo do dia. A tendência deve permanecer até o dia 15, contribuindo ainda mais para o aumento dos níveis dos reservatórios. Somente nesta semana, a região do Cantareira deve acumular 50 milímetros de chuva, mais que todo o mês de outubro de 2014, quando São Paulo estava no auge da sua crise hídrica. Na capital, a chuva que se iniciou nesta segunda (3) continuará até quinta (6), fazendo uma breve pausa na quarta, que terá o dia úmido e nublado, mas sem chuva forte. Apesar do início da primavera, por conta de um tempo mais frio e úmido, o paulistano terá uma semana com cara de inverno. A máxima na quarta não ultrapassa os 20º C, e a mínima chega aos 14º C. A partir de quinta, o clima fica um pouco mais quente durante o dia, mas também bem mais frio durante a noite. Na sexta, sábado e domingo, os termômetros marcam 11º C na madrugada, e ultrapassam os 25º C durante o dia. Segundo Pinheiro, esse tempo fechado é causado por áreas de instabilidade associadas a um sistema de baixa pressão atmosférica, que favorecem a formação de muitas nuvens carregadas. Ele afirma, porém, que podemos esperar um clima um pouco mais seco a partir da semana que vem. Assim, as chuvas podem acabar fechando o mês um pouco abaixo da média histórica.
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Jihadistas assumem controle de posto fronteiriço entre Iraque e Síria
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O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assumiu esta madrugada com o controle total da passagem fronteiriça de Al Walid, entre Iraque e Síria, após a retirada das forças iraquianas que permaneciam nele, confirmou à Agência Efe uma fonte de segurança. Há três dias, os jihadistas tinham tirado o Exército do regime sírio da zona da fronteira que controlavam. Al Walid, situada a cerca de 580 quilômetros a leste de Bagdá, une a província iraquiana de Al-Anbar, cuja capital (Ramadi) foi ocupada pelo EI no domingo passado, com a síria de Homs, onde os jihadistas conseguiram recentemente grandes avanços. O presidente da Comissão de Postos Fronteiriços da província de Al-Anbar, Saada Jassim, responsabilizou o governo central de Bagdá pelo ocorrido. "O Executivo não respondeu aos pedidos de envio de reforços ao posto fronteiriço, que carecia de forças suficientes para sua proteção", disse em entrevista à imprensa. Na sexta-feira passada, um dia depois da queda da parte síria da fronteira, Jassim denunciou que as autoridades tinham transferido para os funcionários a passagem fronteiriça de Tarbil, entre Iraque e Jordânia e pediu que fossem enviados reforços. Al Walid era o último cruzamento fronteiriço entre Síria e Iraque sobre o qual as autoridades sírias mantinham seu controle. Além de Al Walid, os radicais dominam a passagem entre o povoado sírio de Albukamal, na província de Deir al Zor, e o iraquiano de Al Qaim, também em Al-Anbar. O outro cruzamento entre ambos os Estados é Tel Koyar, que liga a cidade síria de Jarbia, na província de Al Hasaka, e o iraquiano de Rabia, em Ninawa, e que está em poder das forças curdas.
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mundo
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Jihadistas assumem controle de posto fronteiriço entre Iraque e SíriaO grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assumiu esta madrugada com o controle total da passagem fronteiriça de Al Walid, entre Iraque e Síria, após a retirada das forças iraquianas que permaneciam nele, confirmou à Agência Efe uma fonte de segurança. Há três dias, os jihadistas tinham tirado o Exército do regime sírio da zona da fronteira que controlavam. Al Walid, situada a cerca de 580 quilômetros a leste de Bagdá, une a província iraquiana de Al-Anbar, cuja capital (Ramadi) foi ocupada pelo EI no domingo passado, com a síria de Homs, onde os jihadistas conseguiram recentemente grandes avanços. O presidente da Comissão de Postos Fronteiriços da província de Al-Anbar, Saada Jassim, responsabilizou o governo central de Bagdá pelo ocorrido. "O Executivo não respondeu aos pedidos de envio de reforços ao posto fronteiriço, que carecia de forças suficientes para sua proteção", disse em entrevista à imprensa. Na sexta-feira passada, um dia depois da queda da parte síria da fronteira, Jassim denunciou que as autoridades tinham transferido para os funcionários a passagem fronteiriça de Tarbil, entre Iraque e Jordânia e pediu que fossem enviados reforços. Al Walid era o último cruzamento fronteiriço entre Síria e Iraque sobre o qual as autoridades sírias mantinham seu controle. Além de Al Walid, os radicais dominam a passagem entre o povoado sírio de Albukamal, na província de Deir al Zor, e o iraquiano de Al Qaim, também em Al-Anbar. O outro cruzamento entre ambos os Estados é Tel Koyar, que liga a cidade síria de Jarbia, na província de Al Hasaka, e o iraquiano de Rabia, em Ninawa, e que está em poder das forças curdas.
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Cirurgia repara bico deformado de ave que cresceu demais dentro de ovo
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Um filhote de milhafre-egípcio que nasceu com o bico deformado depois de crescer demais dentro do ovo foi submetido a uma cirurgia reparadora na Inglaterra. Batizado de Beaky, o pássaro foi submetido a uma cirurgia na parte inferior do bico nove dias depois do nascimento. O bico do filhote ficou deformado e apontando para o chão depois que foi dobrado e pressionado contra a casca do ovo durante a incubação. Veterinários afirmaram que a cirurgia foi bem-sucedida e disseram esperar que o filhote tenha uma vida normal, podendo viver até 25 anos. O filhote nasceu no Centro Internacional de Aves de Rapina (ICBP, na sigla em inglês) na cidade de Newent, no condado inglês de Gloucestershire. Neil Forbes, que participou do procedimento, afirmou que quebrar e recolocar a mandíbula de um pássaro tão jovem foi "desafiador e complexo". "Estou absolutamente fascinado. Nós pegamos um filhote que não tinha chance de sobrevivência e demos a ele uma nova chance". Os milhafres-egípcios tem bico de cor amarelada e são encontrados principalmente no norte da África. São aves de rapina e se alimentam de pequenos mamíferos. RECUPERAÇÃO Holly Cale, do ICBP, afirmou que Beaky se "recuperou extremamente bem". "Estamos encantados com o sucesso da cirurgia e, apesar de tudo, ele está se recuperando muito bem". Beaky vai permanecer no ICBP antes de ser transportado para a Bélgica, onde deve participar de apresentações com outros pássaros de sua espécie. 'Demos a ele uma nova chance', disse um dos especialistas que participou da operação
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bbc
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Cirurgia repara bico deformado de ave que cresceu demais dentro de ovoUm filhote de milhafre-egípcio que nasceu com o bico deformado depois de crescer demais dentro do ovo foi submetido a uma cirurgia reparadora na Inglaterra. Batizado de Beaky, o pássaro foi submetido a uma cirurgia na parte inferior do bico nove dias depois do nascimento. O bico do filhote ficou deformado e apontando para o chão depois que foi dobrado e pressionado contra a casca do ovo durante a incubação. Veterinários afirmaram que a cirurgia foi bem-sucedida e disseram esperar que o filhote tenha uma vida normal, podendo viver até 25 anos. O filhote nasceu no Centro Internacional de Aves de Rapina (ICBP, na sigla em inglês) na cidade de Newent, no condado inglês de Gloucestershire. Neil Forbes, que participou do procedimento, afirmou que quebrar e recolocar a mandíbula de um pássaro tão jovem foi "desafiador e complexo". "Estou absolutamente fascinado. Nós pegamos um filhote que não tinha chance de sobrevivência e demos a ele uma nova chance". Os milhafres-egípcios tem bico de cor amarelada e são encontrados principalmente no norte da África. São aves de rapina e se alimentam de pequenos mamíferos. RECUPERAÇÃO Holly Cale, do ICBP, afirmou que Beaky se "recuperou extremamente bem". "Estamos encantados com o sucesso da cirurgia e, apesar de tudo, ele está se recuperando muito bem". Beaky vai permanecer no ICBP antes de ser transportado para a Bélgica, onde deve participar de apresentações com outros pássaros de sua espécie. 'Demos a ele uma nova chance', disse um dos especialistas que participou da operação
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Fotografe a comemoração do título do Palmeiras e envie para a Folha
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O Palmeiras venceu a Chapecoense neste domingo (27) no Allianz Parque e conquistou seu nono título da maior competição do futebol do Brasil. Deixando para trás um jejum que já durava 22 anos, a festa alviverde já começou pelas ruas da cidade e do país. Você que é torcedor palmeirense, ou que não torce mas está comemorando junto, fotografe a comemoração e mande para a Folha. Para participar, basta publicar sua imagem no Instagram com as hashtags #folhadespaulo ou #folhasp. Se preferir, envie para o WhatsApp do jornal (0/xx/11/994-901-649), para o e-mail [email protected] ou por mensagem privada no nosso Facebook. Não esqueça de informar seu nome, sobrenome, idade e cidade em que a foto foi tirada. Os participantes autorizam a Folha a reproduzir as imagens enviadas em qualquer plataforma do jornal, digital ou impressa, e a utilizar seus nomes nos créditos. Insultos e ofensas serão vetados.
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Fotografe a comemoração do título do Palmeiras e envie para a FolhaO Palmeiras venceu a Chapecoense neste domingo (27) no Allianz Parque e conquistou seu nono título da maior competição do futebol do Brasil. Deixando para trás um jejum que já durava 22 anos, a festa alviverde já começou pelas ruas da cidade e do país. Você que é torcedor palmeirense, ou que não torce mas está comemorando junto, fotografe a comemoração e mande para a Folha. Para participar, basta publicar sua imagem no Instagram com as hashtags #folhadespaulo ou #folhasp. Se preferir, envie para o WhatsApp do jornal (0/xx/11/994-901-649), para o e-mail [email protected] ou por mensagem privada no nosso Facebook. Não esqueça de informar seu nome, sobrenome, idade e cidade em que a foto foi tirada. Os participantes autorizam a Folha a reproduzir as imagens enviadas em qualquer plataforma do jornal, digital ou impressa, e a utilizar seus nomes nos créditos. Insultos e ofensas serão vetados.
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'Não podemos improvisar', diz Renan sobre apreciação de Fachin
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Após anunciar que a votação para a indicação de Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal) será feita somente na próxima terça-feira (19), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que não pode "improvisar a apreciação" do nome jurista para não ser responsabilizado por manipular a votação. "Se você improvisar a apreciação do nome do ministro do Supremo, vai haver quem responsabilize pelo quórum baixo ou quórum alto, e isso arranha a isenção do presidente do Senado", afirmou. Renan não tem trabalhado a favor do nome do jurista e o adiamento da apreciação contraria a vontade do Palácio do Planalto, que esperava ver o assunto liquidado ainda esta semana. Questionado sobre o intervalo de uma semana entre a sabatina de Fachin na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, realizada nesta terça (12), e a apreciação de seu nome no plenário da Casa, na próxima semana, Renan afirmou que o histórico é de um "espaço de tempo de mais de 40 dias" nas indicações. Ainda assim, Renan disse que "não tem previsão" sobre como se dará a votação em plenário. Interlocutores do governo acreditam que o nome de Fachin será aprovado na terça-feira (19), mas não esperam uma votação tranquila. A palavra final sobre a indicação será no plenário do Senado, mesmo que a CCJ rejeite a indicação de Fachin.
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'Não podemos improvisar', diz Renan sobre apreciação de FachinApós anunciar que a votação para a indicação de Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal) será feita somente na próxima terça-feira (19), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que não pode "improvisar a apreciação" do nome jurista para não ser responsabilizado por manipular a votação. "Se você improvisar a apreciação do nome do ministro do Supremo, vai haver quem responsabilize pelo quórum baixo ou quórum alto, e isso arranha a isenção do presidente do Senado", afirmou. Renan não tem trabalhado a favor do nome do jurista e o adiamento da apreciação contraria a vontade do Palácio do Planalto, que esperava ver o assunto liquidado ainda esta semana. Questionado sobre o intervalo de uma semana entre a sabatina de Fachin na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, realizada nesta terça (12), e a apreciação de seu nome no plenário da Casa, na próxima semana, Renan afirmou que o histórico é de um "espaço de tempo de mais de 40 dias" nas indicações. Ainda assim, Renan disse que "não tem previsão" sobre como se dará a votação em plenário. Interlocutores do governo acreditam que o nome de Fachin será aprovado na terça-feira (19), mas não esperam uma votação tranquila. A palavra final sobre a indicação será no plenário do Senado, mesmo que a CCJ rejeite a indicação de Fachin.
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Brasileira perde na semi e fica com o bronze no Mundial de taekwondo
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A brasileira Iris Tang Sing conquistou a medalha de bronze na categoria até 46 kg do Mundial da Rússia de taekwondo. Nesta quarta-feira (13), Iris foi derrotada na semifinal pela tailandesa Panipak Wongpattanakit, campeã dos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014. A tailandesa venceu o combate por 8 a 5. Na terça-feira, Iris venceu três lutas. Ela estreou com vitória sobre a húngara Claudia Lipcsei. A atleta só conseguiu triunfar no golden point após os três rounds iniciais terminarem empatados. Na segunda luta, Iris derrotou a coreana Jae-Young com um golpe no último segundo. A brasileira perdia o combate, mas conseguiu marcar três pontos após acertar a cabeça da adversária. Nas quartas de final, a atleta também conseguiu a vitória nos últimos segundos no combate diante da chinesa Zhaoyi Li.
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esporte
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Brasileira perde na semi e fica com o bronze no Mundial de taekwondoA brasileira Iris Tang Sing conquistou a medalha de bronze na categoria até 46 kg do Mundial da Rússia de taekwondo. Nesta quarta-feira (13), Iris foi derrotada na semifinal pela tailandesa Panipak Wongpattanakit, campeã dos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014. A tailandesa venceu o combate por 8 a 5. Na terça-feira, Iris venceu três lutas. Ela estreou com vitória sobre a húngara Claudia Lipcsei. A atleta só conseguiu triunfar no golden point após os três rounds iniciais terminarem empatados. Na segunda luta, Iris derrotou a coreana Jae-Young com um golpe no último segundo. A brasileira perdia o combate, mas conseguiu marcar três pontos após acertar a cabeça da adversária. Nas quartas de final, a atleta também conseguiu a vitória nos últimos segundos no combate diante da chinesa Zhaoyi Li.
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'Acabou o complexo de vira-lata', diz produtor de cacau gourmet no Fartura
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"Acabou aquela história de complexo de vira-lata. Agora as pessoas têm orgulho de comprar produtos brasileiros. É só olhar esse festival", diz João Tavares, produtor de cacau gourmet (de alta qualidade), premiado duas vezes no Salon du Chocolat, um dos mais importantes do mundo. Hoje, ele também fornece para o renomado chef francês Alain Ducasse, para a chef Juliana Motter, da Maria Brigadeiro e para a gigante Harrods. João é pioneiro na retomada da produção de cacau no sul da Bahia, que foi devastada pela vassoura de bruxa, doença que dizimou a plantação nessa área nos anos 1980. Terceira geração de cacauicultores, ele decidiu mudar o sistema de produção há dez anos e investir num cacau de alta qualidade (e não o commoditie para exportação), com cuidados de plantio, seleção, secagem e beneficiamento. Com a qualidade, ganhou mercados dentro e fora do país. "Quando comecei esse movimento, me chamaram de louco", diz João. O gerente da Supergasbras (distribuidora de gás), Paulo de Campos Coelho foi um dos que provou o chocolate feito com o cacau de João Tavares. "Gostei muito. Precisamos divulgar nosso produto e não deixar que ele seja vendido fora do país", diz. Paulo, que ficou três horas no festival e, para entrar, teve que comprar ingressos de cambistas por R$ 40, já que os ingressos para o evento se esgotaram por volta das 14h30.
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comida
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'Acabou o complexo de vira-lata', diz produtor de cacau gourmet no Fartura"Acabou aquela história de complexo de vira-lata. Agora as pessoas têm orgulho de comprar produtos brasileiros. É só olhar esse festival", diz João Tavares, produtor de cacau gourmet (de alta qualidade), premiado duas vezes no Salon du Chocolat, um dos mais importantes do mundo. Hoje, ele também fornece para o renomado chef francês Alain Ducasse, para a chef Juliana Motter, da Maria Brigadeiro e para a gigante Harrods. João é pioneiro na retomada da produção de cacau no sul da Bahia, que foi devastada pela vassoura de bruxa, doença que dizimou a plantação nessa área nos anos 1980. Terceira geração de cacauicultores, ele decidiu mudar o sistema de produção há dez anos e investir num cacau de alta qualidade (e não o commoditie para exportação), com cuidados de plantio, seleção, secagem e beneficiamento. Com a qualidade, ganhou mercados dentro e fora do país. "Quando comecei esse movimento, me chamaram de louco", diz João. O gerente da Supergasbras (distribuidora de gás), Paulo de Campos Coelho foi um dos que provou o chocolate feito com o cacau de João Tavares. "Gostei muito. Precisamos divulgar nosso produto e não deixar que ele seja vendido fora do país", diz. Paulo, que ficou três horas no festival e, para entrar, teve que comprar ingressos de cambistas por R$ 40, já que os ingressos para o evento se esgotaram por volta das 14h30.
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Prazo para contraproposta dá brecha para São Paulo barrar saída de Pato
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Uma cláusula no contrato de empréstimo de Alexandre Pato do Corinthians para o São Paulo pode barrar a saída do jogador, caso uma proposta de um clube europeu chegue entre esta segunda (31) e terça-feira (1). No documento, assinado em fevereiro do ano passado, o São Paulo tem direito de preferência da aquisição dos direitos federativos, podendo se manifestar em até 48 horas após ter em mãos a cópia da proposta ao atleta. Até agora, o São Paulo não foi avisado de nenhuma proposta oficial. A diretoria do Corinthians trabalha com agentes na Europa para tentar negociar o jogador, que tem contrato com o clube até dezembro de 2016. A janela de transferências –período em que clubes podem inscrever novos atletas– fecha nesta segunda-feira (31) na maioria dos países da Europa. Já na Inglaterra, o prazo vai até esta terça-feira (1). Sendo assim, o Corinthians já não teria tempo suficiente para cumprir o prazo previsto em contrato para dar direito ao São Paulo de apresentar uma contraproposta. A Folha teve acesso ao contrato de empréstimo entre o atacante e os times tricolor e alvinegro. O salário mensal de Pato é de R$ 800 mil, dividido entre R$ 500 mil de direitos de imagem e R$ 300 de CLT, que atualmente é pago da seguinte forma: R$ 400 mil por cada um dos clubes (sendo que o Corinthians só paga a parte de imagem, no qual não há impostos). A empresa Sil Serviços de Imagem Internacionais era quem recebia os direitos de imagem, antes de rescindir o contrato - uma nova empresa deve assumir o posto, o que não aconteceu até o momento. No item 3.1 do contrato de empréstimo de Pato para o São Paulo (veja abaixo) está escrito que há prazo de 48 horas para o tricolor apresentar uma contraproposta em caso de oferta de um clube do exterior para levar o atacante. O Corinthians é obrigado a apresentar formalmente a proposta ao rival, assim que ela aparecer, e o São Paulo tem preferência de compra, pelo mesmo valor, desde que manifeste o interesse no prazo de dois dias, após o recebimento da cópia da proposta. Procurados pela Folha, dirigentes de São Paulo e Corinthians informaram que não se manifestariam sobre o caso enquanto não houvesse uma proposta oficial para a saída de Alexandre Pato. LUCRO ZERO Uma possível venda de Pato para o exterior não deverá trazer lucro para o São Paulo. De acordo com o contrato, uma transferência do atacante só seria rentável ao time do Morumbi em dois casos: se a venda acontecesse na janela de transferência de 2014 –o São Paulo teria 10% do valor total da venda– e se a venda for em 2015 e ultrapassar o valor de 17 milhões de euros (aproximadamente R$ 70 milhões), , o que é considerado praticamente impossível por trabalha para fechar o negócio. No acordo, são estipulados dois valores mínimos para o São Paulo aceitar a saída do jogador. Até 2014 era 15 milhões de euros (R$ 61 milhões). A partir de 2015, o mínimo caiu para 10 milhões de euros (R$ 41 milhões). Em ambos os casos, o tricolor tem direito a fazer uma contraproposta.
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esporte
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Prazo para contraproposta dá brecha para São Paulo barrar saída de PatoUma cláusula no contrato de empréstimo de Alexandre Pato do Corinthians para o São Paulo pode barrar a saída do jogador, caso uma proposta de um clube europeu chegue entre esta segunda (31) e terça-feira (1). No documento, assinado em fevereiro do ano passado, o São Paulo tem direito de preferência da aquisição dos direitos federativos, podendo se manifestar em até 48 horas após ter em mãos a cópia da proposta ao atleta. Até agora, o São Paulo não foi avisado de nenhuma proposta oficial. A diretoria do Corinthians trabalha com agentes na Europa para tentar negociar o jogador, que tem contrato com o clube até dezembro de 2016. A janela de transferências –período em que clubes podem inscrever novos atletas– fecha nesta segunda-feira (31) na maioria dos países da Europa. Já na Inglaterra, o prazo vai até esta terça-feira (1). Sendo assim, o Corinthians já não teria tempo suficiente para cumprir o prazo previsto em contrato para dar direito ao São Paulo de apresentar uma contraproposta. A Folha teve acesso ao contrato de empréstimo entre o atacante e os times tricolor e alvinegro. O salário mensal de Pato é de R$ 800 mil, dividido entre R$ 500 mil de direitos de imagem e R$ 300 de CLT, que atualmente é pago da seguinte forma: R$ 400 mil por cada um dos clubes (sendo que o Corinthians só paga a parte de imagem, no qual não há impostos). A empresa Sil Serviços de Imagem Internacionais era quem recebia os direitos de imagem, antes de rescindir o contrato - uma nova empresa deve assumir o posto, o que não aconteceu até o momento. No item 3.1 do contrato de empréstimo de Pato para o São Paulo (veja abaixo) está escrito que há prazo de 48 horas para o tricolor apresentar uma contraproposta em caso de oferta de um clube do exterior para levar o atacante. O Corinthians é obrigado a apresentar formalmente a proposta ao rival, assim que ela aparecer, e o São Paulo tem preferência de compra, pelo mesmo valor, desde que manifeste o interesse no prazo de dois dias, após o recebimento da cópia da proposta. Procurados pela Folha, dirigentes de São Paulo e Corinthians informaram que não se manifestariam sobre o caso enquanto não houvesse uma proposta oficial para a saída de Alexandre Pato. LUCRO ZERO Uma possível venda de Pato para o exterior não deverá trazer lucro para o São Paulo. De acordo com o contrato, uma transferência do atacante só seria rentável ao time do Morumbi em dois casos: se a venda acontecesse na janela de transferência de 2014 –o São Paulo teria 10% do valor total da venda– e se a venda for em 2015 e ultrapassar o valor de 17 milhões de euros (aproximadamente R$ 70 milhões), , o que é considerado praticamente impossível por trabalha para fechar o negócio. No acordo, são estipulados dois valores mínimos para o São Paulo aceitar a saída do jogador. Até 2014 era 15 milhões de euros (R$ 61 milhões). A partir de 2015, o mínimo caiu para 10 milhões de euros (R$ 41 milhões). Em ambos os casos, o tricolor tem direito a fazer uma contraproposta.
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Nos Emirados, Doria diz que terminais de SP terão ar-condicionado e creches
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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), iniciou nesta segunda-feira (13) seu "road show" pelos Emirados Árabes Unidos em um atípico dia nublado e arenoso. Em Dubai, onde pontos de ônibus são climatizados para humanizar o verão com sensação acima de 50°C, Doria anunciou que as privatizações e concessões de 29 terminais rodoviários paulistanos incluirão a exigência de ar-condicionado. O prefeito veio ao Golfo para apresentar seu programa de investimentos, cujos 55 lotes incluem a privatização e a concessão de terminais rodoviários como Barra Funda, Bandeira e Itaquera. Além do ar-condicionado, Doria afirmou que os terminais também precisarão ter creches, unidades do Poupatempo e estabelecimentos comerciais, em espaços monitorados por câmeras. Seu primeiro encontro em Abu Dhabi, emirado vizinho a Dubai, foi com o fundo de investimento Mubadala, que em 2012 apostou na holding de Eike Batista e, com o colapso do império do empresário, teve de reestruturar sua participação no Brasil. "Eles começaram a reunião dizendo que recuperaram os investimentos." Doria concentrou-se nos terminais rodoviários, em Interlagos, no Anhembi e no Pacaembu, carros-chefe de seu programa de privatizações. "Marcamos um gol ao despertar o interesse dele", disse. Representantes do fundo devem visitar São Paulo e conhecer o Mercadão, após um passeio de helicóptero com o prefeito. O fundo não quis comentar nenhum dos planos. Em reunião com Mohamed Al Muhairi, diretor-geral da Câmara de Comércio de Abu Dhabi, Doria mostrou uma pasta com todos os projetos disponíveis. A estratégia foi elogiada por Muhairi, que disse sobre as privatizações: "Esse é o futuro". Doria visitou também o fundo Adia, que participa do hotel Four Seasons da avenida das Nações Unidas, com abertura prevista para este ano. ORDEM Comentando a pesquisa Datafolha deste domingo (13), Doria afirmou que sua meta é ampliar a aprovação de sua gestão, avaliada por 44% dos paulistanos como boa ou ótima. "Desejamos chegar aos cem dias com mais de 50% de aprovação." O caminho entre Dubai e Abu Dhabi, coberto em pouco mais de uma hora de estrada, passava por um muro com desenhos retratando o cotidiano da população local. Doria diz ter visto o grafite. "Está em ordem", avaliou. "Aqui não tem pichação. Vai preso e condenado. A zeladoria urbana é exemplar." Datafolha avaliação Doria
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cotidiano
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Nos Emirados, Doria diz que terminais de SP terão ar-condicionado e crechesO prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), iniciou nesta segunda-feira (13) seu "road show" pelos Emirados Árabes Unidos em um atípico dia nublado e arenoso. Em Dubai, onde pontos de ônibus são climatizados para humanizar o verão com sensação acima de 50°C, Doria anunciou que as privatizações e concessões de 29 terminais rodoviários paulistanos incluirão a exigência de ar-condicionado. O prefeito veio ao Golfo para apresentar seu programa de investimentos, cujos 55 lotes incluem a privatização e a concessão de terminais rodoviários como Barra Funda, Bandeira e Itaquera. Além do ar-condicionado, Doria afirmou que os terminais também precisarão ter creches, unidades do Poupatempo e estabelecimentos comerciais, em espaços monitorados por câmeras. Seu primeiro encontro em Abu Dhabi, emirado vizinho a Dubai, foi com o fundo de investimento Mubadala, que em 2012 apostou na holding de Eike Batista e, com o colapso do império do empresário, teve de reestruturar sua participação no Brasil. "Eles começaram a reunião dizendo que recuperaram os investimentos." Doria concentrou-se nos terminais rodoviários, em Interlagos, no Anhembi e no Pacaembu, carros-chefe de seu programa de privatizações. "Marcamos um gol ao despertar o interesse dele", disse. Representantes do fundo devem visitar São Paulo e conhecer o Mercadão, após um passeio de helicóptero com o prefeito. O fundo não quis comentar nenhum dos planos. Em reunião com Mohamed Al Muhairi, diretor-geral da Câmara de Comércio de Abu Dhabi, Doria mostrou uma pasta com todos os projetos disponíveis. A estratégia foi elogiada por Muhairi, que disse sobre as privatizações: "Esse é o futuro". Doria visitou também o fundo Adia, que participa do hotel Four Seasons da avenida das Nações Unidas, com abertura prevista para este ano. ORDEM Comentando a pesquisa Datafolha deste domingo (13), Doria afirmou que sua meta é ampliar a aprovação de sua gestão, avaliada por 44% dos paulistanos como boa ou ótima. "Desejamos chegar aos cem dias com mais de 50% de aprovação." O caminho entre Dubai e Abu Dhabi, coberto em pouco mais de uma hora de estrada, passava por um muro com desenhos retratando o cotidiano da população local. Doria diz ter visto o grafite. "Está em ordem", avaliou. "Aqui não tem pichação. Vai preso e condenado. A zeladoria urbana é exemplar." Datafolha avaliação Doria
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Maduro toma rede privada de mercados
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Em mais um ato de sua ofensiva contra empresas privadas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta sexta (6) que o governo assuma controle de uma rede de supermercados cujas lojas já estavam ocupadas por fiscais e militares. Maduro não citou nominalmente a empresa visada, mas presume-se que se trata da Día Día, cujo dono está preso sob acusação de criar filas propositalmente para irritar a população e jogá-la contra o governo. "A partir de [sábado], a rede PDVAL [de supermercados estatais] assume todos os serviços desta empresa que estava travando guerra contra o povo", disse o presidente. As operações do Día Día passarão a ser coordenadas pela Superintendência dos Preços Justos, órgão do governo que controla preços impostos aos comerciantes. A tomada da rede é amplamente vista como uma expropriação semelhante às dezenas já ordenadas pelo governo esquerdista implantado por Hugo Chávez (1999-2013) e mantido por Maduro, seu sucessor. Maduro, porém, não especificou se a PDVAL manterá o controle da empresa de maneira definitiva. O ataque contra a rede Día Día começou na segunda (2), quando o presidente acusou a empresa de fazer parte da suposta "guerra econômica" lançada pelo setor privado com apoio da oposição. No dia seguinte, fiscais do governo ocuparam as 35 lojas da rede espalhadas pelo país e prometeram acabar com as filas. Detido desde então, Manuel Andrés Morales Ordosgoitti, foi formalmente acusado nesta sexta (6) pelos delitos de boicote e desestabilização da economia. Duas outras empresas privadas foram alvos de medidas semelhantes. A distribuidora Cárnica 2005 passou a ser controlada pela PDVAL. Dois donos dos rede de farmácias Farmatodo estão presos também sob a acusação de apoiar a "guerra econômica." SAÚDE PRIVADA Além da ofensiva contra varejistas, o governo sinaliza estar abrindo nova frente de ataque, desta vez contra o sistema de saúde privado. O serviço de inteligência prendeu e interrogou durante três horas nesta sexta (6) o presidente da Associação de Clínicas e Hospitais, Carlos Rosales, que vinha denunciando nos últimos dias a gravidade da escassez de remédios e insumos médicos. Críticos acusam Maduro, cujo apoio popular caiu para 22%, de atacar empresas para tentar se eximir da situação em que o país chegará ao pleito parlamentar do segundo semestre. Os venezuelanos sofrem com a falta de produtos de consumo, enormes filas no comércio e a inflação mais alta do mundo (64%). A crise deve piorar pela queda do preço de petróleo, maior fonte de arrecadação do país.
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mundo
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Maduro toma rede privada de mercadosEm mais um ato de sua ofensiva contra empresas privadas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta sexta (6) que o governo assuma controle de uma rede de supermercados cujas lojas já estavam ocupadas por fiscais e militares. Maduro não citou nominalmente a empresa visada, mas presume-se que se trata da Día Día, cujo dono está preso sob acusação de criar filas propositalmente para irritar a população e jogá-la contra o governo. "A partir de [sábado], a rede PDVAL [de supermercados estatais] assume todos os serviços desta empresa que estava travando guerra contra o povo", disse o presidente. As operações do Día Día passarão a ser coordenadas pela Superintendência dos Preços Justos, órgão do governo que controla preços impostos aos comerciantes. A tomada da rede é amplamente vista como uma expropriação semelhante às dezenas já ordenadas pelo governo esquerdista implantado por Hugo Chávez (1999-2013) e mantido por Maduro, seu sucessor. Maduro, porém, não especificou se a PDVAL manterá o controle da empresa de maneira definitiva. O ataque contra a rede Día Día começou na segunda (2), quando o presidente acusou a empresa de fazer parte da suposta "guerra econômica" lançada pelo setor privado com apoio da oposição. No dia seguinte, fiscais do governo ocuparam as 35 lojas da rede espalhadas pelo país e prometeram acabar com as filas. Detido desde então, Manuel Andrés Morales Ordosgoitti, foi formalmente acusado nesta sexta (6) pelos delitos de boicote e desestabilização da economia. Duas outras empresas privadas foram alvos de medidas semelhantes. A distribuidora Cárnica 2005 passou a ser controlada pela PDVAL. Dois donos dos rede de farmácias Farmatodo estão presos também sob a acusação de apoiar a "guerra econômica." SAÚDE PRIVADA Além da ofensiva contra varejistas, o governo sinaliza estar abrindo nova frente de ataque, desta vez contra o sistema de saúde privado. O serviço de inteligência prendeu e interrogou durante três horas nesta sexta (6) o presidente da Associação de Clínicas e Hospitais, Carlos Rosales, que vinha denunciando nos últimos dias a gravidade da escassez de remédios e insumos médicos. Críticos acusam Maduro, cujo apoio popular caiu para 22%, de atacar empresas para tentar se eximir da situação em que o país chegará ao pleito parlamentar do segundo semestre. Os venezuelanos sofrem com a falta de produtos de consumo, enormes filas no comércio e a inflação mais alta do mundo (64%). A crise deve piorar pela queda do preço de petróleo, maior fonte de arrecadação do país.
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Seleção brasileira desfalca São Paulo e Botafogo em clássicos
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Com a convocação da seleção brasileira nesta quinta-feira (5), o volante Souza e o goleiro Jefferson vão desfalcar São Paulo e Botafogo, respectivamente, em clássico válidos pelo Campeonato Paulista e pelo Estadual do Rio. Souza desfalcará a equipe do Morumbi no duelo contra o Palmeiras, marcado para o dia 25 de março, pela 12ª rodada do Campeonato Paulista. Ele também ficará fora do jogo contra o Linense, que será realizado no dia 29 -data do amistoso da seleção brasileira contra o Chile. Três dias depois, o São Paulo enfrenta o San Lorenzo, fora de casa, pela quarta rodada da Taça Libertadores da América. Já Jefferson será desfalque nos jogos contra o Barra Massa, dia 25, e diante do Vasco, marcado para o dia 29, pelo Estadual do Rio. O volante corintiano Elias não enfrentará o Penapolense (dia 26) e o Bragantino (dia 28), pelo Campeonato Paulista. Três dias depois, o Corinthians pega o Danubio no Itaquerão. Robinho também desfalcará o Santos em dois jogos pelo Campeonato Paulista: dia (26), contra a Ponte Preta, e dia (29), diante do São Bento. Já o goleiro Marcelo Grohe desfalca o Grêmio contra Novo Hamburgo e São Paulo, pelo Campeonato Gaúcho. Os dois amistosos da seleção brasileira neste mês serão contra a França, dia 26, em Paris, e Chile, dia 29, em Londres.
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esporte
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Seleção brasileira desfalca São Paulo e Botafogo em clássicosCom a convocação da seleção brasileira nesta quinta-feira (5), o volante Souza e o goleiro Jefferson vão desfalcar São Paulo e Botafogo, respectivamente, em clássico válidos pelo Campeonato Paulista e pelo Estadual do Rio. Souza desfalcará a equipe do Morumbi no duelo contra o Palmeiras, marcado para o dia 25 de março, pela 12ª rodada do Campeonato Paulista. Ele também ficará fora do jogo contra o Linense, que será realizado no dia 29 -data do amistoso da seleção brasileira contra o Chile. Três dias depois, o São Paulo enfrenta o San Lorenzo, fora de casa, pela quarta rodada da Taça Libertadores da América. Já Jefferson será desfalque nos jogos contra o Barra Massa, dia 25, e diante do Vasco, marcado para o dia 29, pelo Estadual do Rio. O volante corintiano Elias não enfrentará o Penapolense (dia 26) e o Bragantino (dia 28), pelo Campeonato Paulista. Três dias depois, o Corinthians pega o Danubio no Itaquerão. Robinho também desfalcará o Santos em dois jogos pelo Campeonato Paulista: dia (26), contra a Ponte Preta, e dia (29), diante do São Bento. Já o goleiro Marcelo Grohe desfalca o Grêmio contra Novo Hamburgo e São Paulo, pelo Campeonato Gaúcho. Os dois amistosos da seleção brasileira neste mês serão contra a França, dia 26, em Paris, e Chile, dia 29, em Londres.
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Poupança tem saída recorde de recursos em setembro, de R$ 5,293 bi
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A caderneta de poupança registrou saída líquida de R$ 5,293 bilhões em setembro, o pior resultado para o mês na série do Banco Central, iniciada em 1995. No ano, a perda líquida soma R$ 53,791 bilhões. O BC informou nesta terça-feira (6) que o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) teve perda líquida de R$ 5,377 bilhões no mês passado, enquanto a poupança rural teve saldo positivo de R$ 83,384 milhões. Esse é o nono mês seguido em que a poupança registra perdas. O mau desempenho da caderneta tem como pano de fundo um cenário de preços em persistente alta, afetando a renda disponível num momento de economia em recessão e fraqueza no mercado de trabalho. Uma das consequências do aperto monetário foi também deixar a caderneta menos atrativa para os investidores. A poupança medida pelo SBPE é a principal fonte de financiamento imobiliário do país. Com a Selic mais alta, aumenta a distância entre o rendimento da poupança, de 6,17% ao ano mais Taxa Referencial (TR), e aplicações cuja remuneração é baseada na Selic. A sangria na caderneta também vem afetando o financiamento imobiliário, já que, pelas regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), 65% dos depósitos na caderneta devem ser obrigatoriamente direcionados ao crédito habitacional. Com a escassez de recursos, vários bancos endureceram neste ano as regras para a concessão de empréstimos, entre eles a Caixa, líder no setor.
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mercado
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Poupança tem saída recorde de recursos em setembro, de R$ 5,293 biA caderneta de poupança registrou saída líquida de R$ 5,293 bilhões em setembro, o pior resultado para o mês na série do Banco Central, iniciada em 1995. No ano, a perda líquida soma R$ 53,791 bilhões. O BC informou nesta terça-feira (6) que o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) teve perda líquida de R$ 5,377 bilhões no mês passado, enquanto a poupança rural teve saldo positivo de R$ 83,384 milhões. Esse é o nono mês seguido em que a poupança registra perdas. O mau desempenho da caderneta tem como pano de fundo um cenário de preços em persistente alta, afetando a renda disponível num momento de economia em recessão e fraqueza no mercado de trabalho. Uma das consequências do aperto monetário foi também deixar a caderneta menos atrativa para os investidores. A poupança medida pelo SBPE é a principal fonte de financiamento imobiliário do país. Com a Selic mais alta, aumenta a distância entre o rendimento da poupança, de 6,17% ao ano mais Taxa Referencial (TR), e aplicações cuja remuneração é baseada na Selic. A sangria na caderneta também vem afetando o financiamento imobiliário, já que, pelas regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), 65% dos depósitos na caderneta devem ser obrigatoriamente direcionados ao crédito habitacional. Com a escassez de recursos, vários bancos endureceram neste ano as regras para a concessão de empréstimos, entre eles a Caixa, líder no setor.
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Siamesa morre um mês após cirurgia de separação em Goiás
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A gêmea siamesa Júlia Neves morreu na sexta-feira (12), em Goiânia, um mês após passar por uma cirurgia de separação da irmã, Fernanda. A morte foi decorrência de um quadro de insuficiência cardíaca com hipertensão pulmonar, segundo o médico Zacharias Calil. O problema no coração estava relacionado à própria condição da paciente, que não apresentou complicações após a cirurgia, segundo Calil. Unidas pelo tórax e o abdome, as irmãs compartilhavam o fígado e o pericárdio, membrana que envolve o coração, e passaram pela cirurgia de separação no dia 13 de janeiro, aos cinco meses de idade. O cirurgião explicou que os organismos dos siameses estão interligados e funcionam com uma "divisão de tarefas". Após a separação, "cada um tem que se virar sozinho", o que provocou o quadro instável de Júlia. "Tínhamos esperança de que o quadro fosse revertido, mas infelizmente ela não suportou", disse Calil. A família é de Itamaraju, no interior da Bahia, e se mudou para Goiânia para fazer a cirurgia no Hospital Materno Infantil. O pai das meninas levou o corpo de Júlia para ser enterrado na cidade natal. Fernanda se recuperou bem da cirurgia e teve alta na manhã desta segunda-feira (15). A mãe e o bebê ficarão mais três semanas na casa de apoio do hospital. "Conversei com a mãe e disse que ela não deve ficar chateada, pensando como seria se tivesse decidido não fazer a separação. Expliquei que, se as gêmeas permanecessem unidas, é provável que as duas viessem a falecer", disse Calil. A idade ideal para a cirurgia é em torno de um ano de idade. No caso de Júlia e Fernanda, não foi possível aguardar, porque Júlia começou a perder peso. A taxa de incidência de gêmeos siameses é em torno de uma para cada 100 mil gestações, segundo o cirurgião, o que pode ser considerado muito raro.
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cotidiano
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Siamesa morre um mês após cirurgia de separação em GoiásA gêmea siamesa Júlia Neves morreu na sexta-feira (12), em Goiânia, um mês após passar por uma cirurgia de separação da irmã, Fernanda. A morte foi decorrência de um quadro de insuficiência cardíaca com hipertensão pulmonar, segundo o médico Zacharias Calil. O problema no coração estava relacionado à própria condição da paciente, que não apresentou complicações após a cirurgia, segundo Calil. Unidas pelo tórax e o abdome, as irmãs compartilhavam o fígado e o pericárdio, membrana que envolve o coração, e passaram pela cirurgia de separação no dia 13 de janeiro, aos cinco meses de idade. O cirurgião explicou que os organismos dos siameses estão interligados e funcionam com uma "divisão de tarefas". Após a separação, "cada um tem que se virar sozinho", o que provocou o quadro instável de Júlia. "Tínhamos esperança de que o quadro fosse revertido, mas infelizmente ela não suportou", disse Calil. A família é de Itamaraju, no interior da Bahia, e se mudou para Goiânia para fazer a cirurgia no Hospital Materno Infantil. O pai das meninas levou o corpo de Júlia para ser enterrado na cidade natal. Fernanda se recuperou bem da cirurgia e teve alta na manhã desta segunda-feira (15). A mãe e o bebê ficarão mais três semanas na casa de apoio do hospital. "Conversei com a mãe e disse que ela não deve ficar chateada, pensando como seria se tivesse decidido não fazer a separação. Expliquei que, se as gêmeas permanecessem unidas, é provável que as duas viessem a falecer", disse Calil. A idade ideal para a cirurgia é em torno de um ano de idade. No caso de Júlia e Fernanda, não foi possível aguardar, porque Júlia começou a perder peso. A taxa de incidência de gêmeos siameses é em torno de uma para cada 100 mil gestações, segundo o cirurgião, o que pode ser considerado muito raro.
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Volkswagen diz que 'mentalidade' na empresa tolerava a quebra de regras
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A Volkswagen admitiu a existência de uma "mentalidade" que tolerava quebra de regras, em certas áreas da montadora, e pontos fracos em alguns de seus processos, ao revelar o resultado preliminar de uma investigação sobre o escândalo quanto a emissões de poluentes que abalou a companhia. A Volkswagen anunciou na quinta-feira (10) que um dispositivo manipulador ilegal projetado para adulterar os resultados de testes de emissões foi instalado em veículos a diesel porque sem ele não seria possível cumprir as metas norte-americanas para emissões de óxido de nitrogênio "dentro do prazo e do orçamento pretendidos". Mas a montadora alemã não informou quem foi responsável pela manipulação, e nem até que ponto os escalões de comando da companhia estavam informados a respeito, afirmando que o escritório de advocacia norte-americano que está investigando a questão teria de trabalhar por ainda boa parte do ano que vem para concluir o inquérito. A Volkswagen foi abalada pela pior crise em sua história depois que as autoridades ambientais dos Estados Unidos anunciaram em 18 de setembro ter encontrado "dispositivos manipuladores", ou seja softwares que ajudavam os carros a diesel da montadora a trapacear em testes de emissão de poluentes. A companhia informou subsequentemente que 11 milhões de veículos produzidos por ela usavam esse tipo de dispositivo, e analistas estimaram que a empresa estava diante de dezenas de bilhões de euros em custos, multas e punição judicial por conta do escândalo. "Nenhuma transação de negócios justifica que os limites legais e da ética sejam transpostos", disse Hans Dieter Pötsch, o presidente do conselho da Volkswagen. "Garanto, aqui e agora, que levaremos nossa rigorosa investigação até o fim. Garanto pessoalmente que isso acontecerá, e todos os membros do conselho da Volkswagen têm o mesmo compromisso". A montadora alemã foi criticada por sua comunicação durante o escândalo, já que nenhum dos principais executivos de sua sede em Wolfsburg se pronunciou em público na Alemanha. Na quinta-feira, a empresa conduziu sua primeira entrevista coletiva completa sobre o assunto, com a presença de Pötsch e a de seu novo presidente-executivo Matthias Müller. Falando em alemão, Pötsch declarou que "lamentamos profundamente o acontecido. Como resultado, perdemos confiança, a confiança de nossos consumidores, a dos investidores, a dos políticos. Nossa tarefa mais importante é reconquistar essa confiança". "Precisamos garantir que nada parecido volte a acontecer", acrescentou. "Estamos vivendo um dos grandes testes da história de nosso grupo. Serão necessários grandes esforços da parte de todos para que passemos nesse teste", disse Pötsch. Ele afirmou que a Volkswagen estava mudando muitos de seus processos, incluindo a maneira pela qual testa carros e o software de seus dispositivos de controle de motores. Todos os testes de emissões de poluentes serão no futuro avaliados externamente, e haverá testes aleatórios de certos modelos em condições reais de uso, nas ruas e estradas. "Esperamos que isso ajude a Volkswagen a reconquistar a confiança perdida". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mercado
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Volkswagen diz que 'mentalidade' na empresa tolerava a quebra de regrasA Volkswagen admitiu a existência de uma "mentalidade" que tolerava quebra de regras, em certas áreas da montadora, e pontos fracos em alguns de seus processos, ao revelar o resultado preliminar de uma investigação sobre o escândalo quanto a emissões de poluentes que abalou a companhia. A Volkswagen anunciou na quinta-feira (10) que um dispositivo manipulador ilegal projetado para adulterar os resultados de testes de emissões foi instalado em veículos a diesel porque sem ele não seria possível cumprir as metas norte-americanas para emissões de óxido de nitrogênio "dentro do prazo e do orçamento pretendidos". Mas a montadora alemã não informou quem foi responsável pela manipulação, e nem até que ponto os escalões de comando da companhia estavam informados a respeito, afirmando que o escritório de advocacia norte-americano que está investigando a questão teria de trabalhar por ainda boa parte do ano que vem para concluir o inquérito. A Volkswagen foi abalada pela pior crise em sua história depois que as autoridades ambientais dos Estados Unidos anunciaram em 18 de setembro ter encontrado "dispositivos manipuladores", ou seja softwares que ajudavam os carros a diesel da montadora a trapacear em testes de emissão de poluentes. A companhia informou subsequentemente que 11 milhões de veículos produzidos por ela usavam esse tipo de dispositivo, e analistas estimaram que a empresa estava diante de dezenas de bilhões de euros em custos, multas e punição judicial por conta do escândalo. "Nenhuma transação de negócios justifica que os limites legais e da ética sejam transpostos", disse Hans Dieter Pötsch, o presidente do conselho da Volkswagen. "Garanto, aqui e agora, que levaremos nossa rigorosa investigação até o fim. Garanto pessoalmente que isso acontecerá, e todos os membros do conselho da Volkswagen têm o mesmo compromisso". A montadora alemã foi criticada por sua comunicação durante o escândalo, já que nenhum dos principais executivos de sua sede em Wolfsburg se pronunciou em público na Alemanha. Na quinta-feira, a empresa conduziu sua primeira entrevista coletiva completa sobre o assunto, com a presença de Pötsch e a de seu novo presidente-executivo Matthias Müller. Falando em alemão, Pötsch declarou que "lamentamos profundamente o acontecido. Como resultado, perdemos confiança, a confiança de nossos consumidores, a dos investidores, a dos políticos. Nossa tarefa mais importante é reconquistar essa confiança". "Precisamos garantir que nada parecido volte a acontecer", acrescentou. "Estamos vivendo um dos grandes testes da história de nosso grupo. Serão necessários grandes esforços da parte de todos para que passemos nesse teste", disse Pötsch. Ele afirmou que a Volkswagen estava mudando muitos de seus processos, incluindo a maneira pela qual testa carros e o software de seus dispositivos de controle de motores. Todos os testes de emissões de poluentes serão no futuro avaliados externamente, e haverá testes aleatórios de certos modelos em condições reais de uso, nas ruas e estradas. "Esperamos que isso ajude a Volkswagen a reconquistar a confiança perdida". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Unesp divulga lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular 2017
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A Unesp (Universidade Estadual Paulista) divulgou nesta segunda-feira (13) a lista de convocados na primeira chamada do vestibular 2017, somente com os nomes de candidatos que tenham declarado interesse pela vaga. A lista de aprovados pode ser consultada no site da Vunesp (fundação que organiza o vestibular) ou clique aqui e veja a relação pdf. No dia 3 de fevereiro, a fundação já havia disponibilizado a classificação geral dos estudantes na área do candidato do site da Vunesp –confira (em pdf). As matrículas serão feitas primeiramente on-line nesta segunda (13) e terça (14). A segunda e a terceira chamada serão divulgadas nos dias 16 e 21, respectivamente. Este ano, a instituição ofereceu 7.365 vagas em 173 cursos de 23 cidades, sendo 45% (3.341 vagas) destinadas ao Sistema de Reserva de Vagas para Educação Básica Pública, voltado para quem cursou integralmente o ensino médio em escolas públicas, ou a Educação de Jovens e Adultos (EJA) em escolas públicas. No ano passado, a proporção de matriculados egressos de escolas públicas foi de 46,6%. Das vagas destinadas às escolas públicas, 35% delas, em cada curso, serão destinadas aos candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. PRIMEIRA FASE A primeira fase da Unesp foi realizada no dia 13 de novembro e registrou 7,7% de abstenção, de acordo com a Vunesp. Na edição do ano passado, o índice de ausentes foi de 8,3%. As cidades com os maiores índices foram São Paulo (1.695), Bauru (520) e São José do Rio Preto (508)–confira aqui a relação completa. Nesta etapa, os estudantes realizaram a prova de conhecimentos gerais, composta por 90 questões de múltipla escolha divididas igualmente em três áreas: linguagens e códigos, ciências humanas e ciências da natureza e matemática. O exame da Unesp seguiu o padrão das provas dos outros anos, exigindo dos alunos boa interpretação de texto. Essa é a opinião de alguns professores de cursinhos ouvidos pela Folha. De acordo com Marcelo Dias Carvalho, coordenador-geral do curso Etapa, o vestibular da Unesp foi bem montado e bem distribuído, com enunciados claros e cobrança inteligente de conteúdo por meio de gráficos e de textos. Para ele, apesar de em alguns pontos a prova se assemelhar ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), não dá para dizer que ela é mais fácil. "São diferentes. Talvez o aluno fale que goste mais da prova Unesp por achá-la menos cansativa", diz.
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educacao
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Unesp divulga lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular 2017A Unesp (Universidade Estadual Paulista) divulgou nesta segunda-feira (13) a lista de convocados na primeira chamada do vestibular 2017, somente com os nomes de candidatos que tenham declarado interesse pela vaga. A lista de aprovados pode ser consultada no site da Vunesp (fundação que organiza o vestibular) ou clique aqui e veja a relação pdf. No dia 3 de fevereiro, a fundação já havia disponibilizado a classificação geral dos estudantes na área do candidato do site da Vunesp –confira (em pdf). As matrículas serão feitas primeiramente on-line nesta segunda (13) e terça (14). A segunda e a terceira chamada serão divulgadas nos dias 16 e 21, respectivamente. Este ano, a instituição ofereceu 7.365 vagas em 173 cursos de 23 cidades, sendo 45% (3.341 vagas) destinadas ao Sistema de Reserva de Vagas para Educação Básica Pública, voltado para quem cursou integralmente o ensino médio em escolas públicas, ou a Educação de Jovens e Adultos (EJA) em escolas públicas. No ano passado, a proporção de matriculados egressos de escolas públicas foi de 46,6%. Das vagas destinadas às escolas públicas, 35% delas, em cada curso, serão destinadas aos candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. PRIMEIRA FASE A primeira fase da Unesp foi realizada no dia 13 de novembro e registrou 7,7% de abstenção, de acordo com a Vunesp. Na edição do ano passado, o índice de ausentes foi de 8,3%. As cidades com os maiores índices foram São Paulo (1.695), Bauru (520) e São José do Rio Preto (508)–confira aqui a relação completa. Nesta etapa, os estudantes realizaram a prova de conhecimentos gerais, composta por 90 questões de múltipla escolha divididas igualmente em três áreas: linguagens e códigos, ciências humanas e ciências da natureza e matemática. O exame da Unesp seguiu o padrão das provas dos outros anos, exigindo dos alunos boa interpretação de texto. Essa é a opinião de alguns professores de cursinhos ouvidos pela Folha. De acordo com Marcelo Dias Carvalho, coordenador-geral do curso Etapa, o vestibular da Unesp foi bem montado e bem distribuído, com enunciados claros e cobrança inteligente de conteúdo por meio de gráficos e de textos. Para ele, apesar de em alguns pontos a prova se assemelhar ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), não dá para dizer que ela é mais fácil. "São diferentes. Talvez o aluno fale que goste mais da prova Unesp por achá-la menos cansativa", diz.
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Maioria acha que governo Temer é igual ao de Dilma, aponta pesquisa
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Após quase um mês do afastamento da presidente Dilma Rousseff, a maioria dos brasileiros (54,5%) considera que o desempenho do governo interino de Michel Temer está igual ao da petista, aponta pesquisa CNT (Confederação Nacional de Transportes)/MDA divulgada nesta quarta-feira (8). A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Para essa parcela da população, a troca no comando não produziu nenhuma mudança significativa no país. Outros 20,1% dos entrevistados afirmaram que o governo melhorou, enquanto para 14,9%, ele piorou. A avaliação da gestão Temer é positiva para apenas 11,3% dos entrevistados e negativa para 28% deles. Cerca de 30,2% consideram o governo do peemedebista como regular, e 30,5% não souberam opinar. A impressão sobre o desempenho pessoal do interino também é majoritariamente negativa: 33,8% dos brasileiros o aprovam, contra 40,4% que o reprovam. Outros 25,8% não opinaram. Além disso, para 46,6%, a corrupção no governo Michel Temer será igual ao do governo Dilma. Para 28,3% será menor e para 18,6%, será maior. IMPEACHMENT De acordo com a pesquisa da CNT, a maioria da população defende a deposição da presidente. Cerca de 62,4% defendem que seu afastamento pelo Senado foi correto; 33% discordam da decisão. Ao final do julgamento da petista, 68,2% acreditam que ela será cassada e que Michel Temer permanecerá na Presidência. Já 25,3% pensam que Dilma reassumirá o cargo de presidente. ELEIÇÕES A pesquisa também mostrou que a maioria da população é favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a ex-ministra Marina Silva (Rede) como favoritos à eleição presidencial de 2018. Em todos os cenários simulados pela pesquisa para as eleições presidencial em 2018, o interino Michel Temer seria derrotado. O petista lidera em todos os cenários para o primeiro turno, com intenções de voto que variam de 8,6% a 22,3%. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), por sua vez, vence todos os cenários para o segundo turno, batendo Temer, Lula e Marina Silva (Rede). Se a eleição fosse hoje o ex-presidente venceria apenas de Temer, sendo também derrotado por Marina. Veja as simulações: * Lula: 8,6% Aécio Neves: 5,7% Marina Silva: 3,8% Dilma Rousseff: 2,3% Michel Temer: 2,1% Jair Bolsonaro: 2,1% Ciro Gomes: 1,2% Geraldo Alckmin: 0,6% Joaquim Barbosa: 0,6% José Serra: 0,3% Outros: 1,7% Branco/Nulo: 16,7% Indecisos: 54,1% Cenário 1: Lula 22,0%, Aécio Neves 15,9%, Marina Silva 14,8%, Ciro Gomes 6,0%, Jair Bolsonaro 5,8%, Michel Temer 5,4%, Branco/Nulo: 21,2%, Indecisos: 8,9% Cenário 2: Lula 22,3%, Marina Silva 16,6%, Geraldo Alckmin 9,6%, Ciro Gomes 6,3%, Michel Temer 6,2%, Jair Bolsonaro 6,2%, Branco/Nulo: 24,0%, Indecisos: 8,8% Cenário 1: Aécio Neves 34,3%, Lula 29,9%, Branco/Nulo: 28,8%, Indecisos: 7,0% Cenário 2: Aécio Neves 32,3%, Michel Temer 15,8%, Branco/Nulo: 42,2%, Indecisos: 9,7% Cenário 3: Aécio Neves 29,7%, Marina Silva, 28,0%, Branco/Nulo: 34,6%,Indecisos: 7,7% Cenário 4: Lula 31,7%, Michel Temer 27,3%, Branco/Nulo: 33,4%, Indecisos: 7,6% Cenário 5: Marina Silva 33,7%, Michel Temer 20,9%, Branco/Nulo: 37,0%, Indecisos: 8,4% Cenário 6: Marina Silva, 35,0%, Lula 28,9%, Branco/Nulo: 30,0%, Indecisos: 6,1% A pesquisa CNT/MDA entrevistou 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Estados.
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Maioria acha que governo Temer é igual ao de Dilma, aponta pesquisaApós quase um mês do afastamento da presidente Dilma Rousseff, a maioria dos brasileiros (54,5%) considera que o desempenho do governo interino de Michel Temer está igual ao da petista, aponta pesquisa CNT (Confederação Nacional de Transportes)/MDA divulgada nesta quarta-feira (8). A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Para essa parcela da população, a troca no comando não produziu nenhuma mudança significativa no país. Outros 20,1% dos entrevistados afirmaram que o governo melhorou, enquanto para 14,9%, ele piorou. A avaliação da gestão Temer é positiva para apenas 11,3% dos entrevistados e negativa para 28% deles. Cerca de 30,2% consideram o governo do peemedebista como regular, e 30,5% não souberam opinar. A impressão sobre o desempenho pessoal do interino também é majoritariamente negativa: 33,8% dos brasileiros o aprovam, contra 40,4% que o reprovam. Outros 25,8% não opinaram. Além disso, para 46,6%, a corrupção no governo Michel Temer será igual ao do governo Dilma. Para 28,3% será menor e para 18,6%, será maior. IMPEACHMENT De acordo com a pesquisa da CNT, a maioria da população defende a deposição da presidente. Cerca de 62,4% defendem que seu afastamento pelo Senado foi correto; 33% discordam da decisão. Ao final do julgamento da petista, 68,2% acreditam que ela será cassada e que Michel Temer permanecerá na Presidência. Já 25,3% pensam que Dilma reassumirá o cargo de presidente. ELEIÇÕES A pesquisa também mostrou que a maioria da população é favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a ex-ministra Marina Silva (Rede) como favoritos à eleição presidencial de 2018. Em todos os cenários simulados pela pesquisa para as eleições presidencial em 2018, o interino Michel Temer seria derrotado. O petista lidera em todos os cenários para o primeiro turno, com intenções de voto que variam de 8,6% a 22,3%. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), por sua vez, vence todos os cenários para o segundo turno, batendo Temer, Lula e Marina Silva (Rede). Se a eleição fosse hoje o ex-presidente venceria apenas de Temer, sendo também derrotado por Marina. Veja as simulações: * Lula: 8,6% Aécio Neves: 5,7% Marina Silva: 3,8% Dilma Rousseff: 2,3% Michel Temer: 2,1% Jair Bolsonaro: 2,1% Ciro Gomes: 1,2% Geraldo Alckmin: 0,6% Joaquim Barbosa: 0,6% José Serra: 0,3% Outros: 1,7% Branco/Nulo: 16,7% Indecisos: 54,1% Cenário 1: Lula 22,0%, Aécio Neves 15,9%, Marina Silva 14,8%, Ciro Gomes 6,0%, Jair Bolsonaro 5,8%, Michel Temer 5,4%, Branco/Nulo: 21,2%, Indecisos: 8,9% Cenário 2: Lula 22,3%, Marina Silva 16,6%, Geraldo Alckmin 9,6%, Ciro Gomes 6,3%, Michel Temer 6,2%, Jair Bolsonaro 6,2%, Branco/Nulo: 24,0%, Indecisos: 8,8% Cenário 1: Aécio Neves 34,3%, Lula 29,9%, Branco/Nulo: 28,8%, Indecisos: 7,0% Cenário 2: Aécio Neves 32,3%, Michel Temer 15,8%, Branco/Nulo: 42,2%, Indecisos: 9,7% Cenário 3: Aécio Neves 29,7%, Marina Silva, 28,0%, Branco/Nulo: 34,6%,Indecisos: 7,7% Cenário 4: Lula 31,7%, Michel Temer 27,3%, Branco/Nulo: 33,4%, Indecisos: 7,6% Cenário 5: Marina Silva 33,7%, Michel Temer 20,9%, Branco/Nulo: 37,0%, Indecisos: 8,4% Cenário 6: Marina Silva, 35,0%, Lula 28,9%, Branco/Nulo: 30,0%, Indecisos: 6,1% A pesquisa CNT/MDA entrevistou 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Estados.
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Obama em Hiroshima
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O presidente Barack Obama visitará Hiroshima nesta sexta (27). Esse gesto inédito tem um profundo significado moral e político, que não deve passar despercebido pela consciência universal. Em abril de 2009, o próprio Obama declarou o firme compromisso de seu país com o projeto de um mundo livre de armas nucleares, o que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz. Esse deverá ser o principal legado de sua gestão. Os Estados Unidos sempre alegaram que o ataque atômico de 1945 a Hiroshima e Nagasaki apressou o fim da guerra no Pacífico, poupando assim as vidas de militares e civis de ambos os lados do conflito. Diversos analistas, por outro lado, argumentam que a rendição japonesa foi resultado, na verdade, do conflito do país com a Rússia. Seja como for, caberá algum dia a historiadores desvendar a verdadeira motivação e a filósofos julgar a moralidade do ataque, que deu origem à era do terror nuclear. Para a humanidade como um todo, é motivo de grave preocupação o fato de que hoje nove países possuem armas atômicas (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte). Todos eles consideram esse armamento indispensável para a própria segurança. As doutrinas militares dessas nações contemplam a possibilidade do uso dessas armas nas circunstâncias que considerarem convenientes, mesmo contra aqueles que delas não dispõem. Esses nove países não parecem dispostos a aceitar compromissos internacionais que os obriguem ao completo desmantelamento de seus arsenais. O restante da comunidade das nações, inclusive o Brasil, comprometeu-se formalmente em diversos instrumentos jurídicos regionais e globais, principalmente no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), a não obter esse armamento e a submeter-se a inspeções a cargo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Os signatários daquele instrumento que já possuíam tais armas prometeram fazer esforços no sentido do desarmamento. Até o momento, porém, os progressos são considerados insuficientes. O direito internacional humanitário não proíbe especificamente o uso de armas nucleares. As regras gerais aplicáveis em situações de conflito armado, porém, disciplinam a forma pela qual qualquer armamento pode ser usado e definem as medidas que devem ser tomadas para limitar seu impacto sobre as populações e bens civis. As principais normas proíbem ataques diretos contra civis e o uso indiscriminado de armas. Estabelecem também regras de proporcionalidade no emprego da força, de proteção ao meio ambiente e a obrigação de tomar as precauções possíveis na condução de ataques. A presença do presidente norte-americano em Hiroshima, sem dúvida, dará incentivo aos muitos governos e movimentos que há alguns anos vêm propondo, nas reuniões das Nações Unidas, a completa eliminação de todas as armas nucleares, com base em considerações de caráter humanitário. Obama deverá ouvir depoimentos de sobreviventes da tragédia nuclear e visitar o impressionante museu que guarda o testemunho da devastação causada pela detonação de um engenho equivalente a 15 mil toneladas de TNT -uma pequena fração da potência de destruição de cada uma das 16 mil bombas atômicas ainda hoje existentes no mundo. A visita presidencial não apagará os vestígios do passado, mas poderá estimular um novo compromisso dos países armados para trabalhar em consonância com a comunidade internacional em favor do desarmamento nuclear. SERGIO DUARTE é embaixador. Foi Alto Representante das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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opiniao
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Obama em HiroshimaO presidente Barack Obama visitará Hiroshima nesta sexta (27). Esse gesto inédito tem um profundo significado moral e político, que não deve passar despercebido pela consciência universal. Em abril de 2009, o próprio Obama declarou o firme compromisso de seu país com o projeto de um mundo livre de armas nucleares, o que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz. Esse deverá ser o principal legado de sua gestão. Os Estados Unidos sempre alegaram que o ataque atômico de 1945 a Hiroshima e Nagasaki apressou o fim da guerra no Pacífico, poupando assim as vidas de militares e civis de ambos os lados do conflito. Diversos analistas, por outro lado, argumentam que a rendição japonesa foi resultado, na verdade, do conflito do país com a Rússia. Seja como for, caberá algum dia a historiadores desvendar a verdadeira motivação e a filósofos julgar a moralidade do ataque, que deu origem à era do terror nuclear. Para a humanidade como um todo, é motivo de grave preocupação o fato de que hoje nove países possuem armas atômicas (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte). Todos eles consideram esse armamento indispensável para a própria segurança. As doutrinas militares dessas nações contemplam a possibilidade do uso dessas armas nas circunstâncias que considerarem convenientes, mesmo contra aqueles que delas não dispõem. Esses nove países não parecem dispostos a aceitar compromissos internacionais que os obriguem ao completo desmantelamento de seus arsenais. O restante da comunidade das nações, inclusive o Brasil, comprometeu-se formalmente em diversos instrumentos jurídicos regionais e globais, principalmente no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), a não obter esse armamento e a submeter-se a inspeções a cargo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Os signatários daquele instrumento que já possuíam tais armas prometeram fazer esforços no sentido do desarmamento. Até o momento, porém, os progressos são considerados insuficientes. O direito internacional humanitário não proíbe especificamente o uso de armas nucleares. As regras gerais aplicáveis em situações de conflito armado, porém, disciplinam a forma pela qual qualquer armamento pode ser usado e definem as medidas que devem ser tomadas para limitar seu impacto sobre as populações e bens civis. As principais normas proíbem ataques diretos contra civis e o uso indiscriminado de armas. Estabelecem também regras de proporcionalidade no emprego da força, de proteção ao meio ambiente e a obrigação de tomar as precauções possíveis na condução de ataques. A presença do presidente norte-americano em Hiroshima, sem dúvida, dará incentivo aos muitos governos e movimentos que há alguns anos vêm propondo, nas reuniões das Nações Unidas, a completa eliminação de todas as armas nucleares, com base em considerações de caráter humanitário. Obama deverá ouvir depoimentos de sobreviventes da tragédia nuclear e visitar o impressionante museu que guarda o testemunho da devastação causada pela detonação de um engenho equivalente a 15 mil toneladas de TNT -uma pequena fração da potência de destruição de cada uma das 16 mil bombas atômicas ainda hoje existentes no mundo. A visita presidencial não apagará os vestígios do passado, mas poderá estimular um novo compromisso dos países armados para trabalhar em consonância com a comunidade internacional em favor do desarmamento nuclear. SERGIO DUARTE é embaixador. Foi Alto Representante das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected].
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PT cancela eleição em cinco cidades após identificar mortos que votaram
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A Executiva estadual do PT cancelou a eleição de seus dirigentes em quatro municípios de São Paulo após a identificação de mortos entre os votantes. Nesta segunda-feira (24), a direção do PT anulou os votos para os diretórios das cidades de Arandu, Brotas, Uchoa, Platina e Catanduva. A Folha revelou nesta sexta (21) que quatro mortos estavam na lista dos eleitores do 6º Congresso do PT na cidade de Arandu. Outros quatro, em Catanduva. Segundo relação de votantes da primeira etapa da disputa pelo comando petista, os 74 militantes aptos a votar em Arandu participaram da eleição petista do dia 9 de abril, incluídos os mortos. Após apuração, foram identificados ainda mortos entre os votantes de Brotas, Uchoa e Platina. A eleição foi cancelada em outros sete municípios por motivos distintos, como falta de quorum. No município de Platina, na região de Assis,106,7% dos filiados aptos a votar foram às urnas na eleição petista. Segundo a lista, 45 moradores de Platina teriam direito a voto e 48 votaram. Desse total, 41 escolheram a chapa da CNB (Construindo um Novo Brasil), a maior força interna petista. Em Catanduva, integrantes do movimento Muda PT —de oposição à maior corrente partidária— produziram um vídeo que traz o momento em que um militante é flagrado carregando a urna minutos antes do encerramento da votação. Ele reaparece uma hora depois. Nesse ínterim a relação dos votantes dessa urna subiu de 48 para 248. Essa urna foi cancelada, invalidando a eleição na cidade. RECURSOS A Executiva estadual não acatou, porém, o recurso em que o deputado estadual José Américo Dias, da corrente Optei, pede acesso às listas de votação em 99 municípios, afirmando haver evidência de irregularidade. Ainda segundo o recurso, esses diretórios "registraram 7.173 votos, o que equivale a aproximadamente 16% do total de votantes em todo o Estado (46.157)". De acordo com o levantamento, "neste conjunto de diretórios sob suspeita, há um grupo de 51 em que a votação atingiu a soma improvável de 70% ou mais do total de filiados aptos a votar, sendo em sete deles o número de votantes foi de incríveis 100%". Apenas duas chapas somaram 3.857 votos, perfazendo quase 70% dos votos nessas cidades. A Executiva estadual também não acatou recurso no qual o ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá pede perícia grafotécnica sobre assinaturas atribuídas a 400 participantes da eleição da cidade, devido à semelhança de caligrafia. Os autores desses recursos recorrerão ao comando nacional do PT, que se reunirá nesta quarta-feira (27). No domingo (23), a Democracia Socialista divulgou nota com críticas às fraudes nas eleições internas, acusando seus responsáveis de desrespeito à democracia interna. "Lutaremos contra fraudes e fraudadores que buscam o caminho oposto, o de bloquear a reconstrução vigorosa do PT como partido socialista e democrático e sua capacitação para enfrentar as urgentes tarefas políticas do momento", diz a nota.
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PT cancela eleição em cinco cidades após identificar mortos que votaramA Executiva estadual do PT cancelou a eleição de seus dirigentes em quatro municípios de São Paulo após a identificação de mortos entre os votantes. Nesta segunda-feira (24), a direção do PT anulou os votos para os diretórios das cidades de Arandu, Brotas, Uchoa, Platina e Catanduva. A Folha revelou nesta sexta (21) que quatro mortos estavam na lista dos eleitores do 6º Congresso do PT na cidade de Arandu. Outros quatro, em Catanduva. Segundo relação de votantes da primeira etapa da disputa pelo comando petista, os 74 militantes aptos a votar em Arandu participaram da eleição petista do dia 9 de abril, incluídos os mortos. Após apuração, foram identificados ainda mortos entre os votantes de Brotas, Uchoa e Platina. A eleição foi cancelada em outros sete municípios por motivos distintos, como falta de quorum. No município de Platina, na região de Assis,106,7% dos filiados aptos a votar foram às urnas na eleição petista. Segundo a lista, 45 moradores de Platina teriam direito a voto e 48 votaram. Desse total, 41 escolheram a chapa da CNB (Construindo um Novo Brasil), a maior força interna petista. Em Catanduva, integrantes do movimento Muda PT —de oposição à maior corrente partidária— produziram um vídeo que traz o momento em que um militante é flagrado carregando a urna minutos antes do encerramento da votação. Ele reaparece uma hora depois. Nesse ínterim a relação dos votantes dessa urna subiu de 48 para 248. Essa urna foi cancelada, invalidando a eleição na cidade. RECURSOS A Executiva estadual não acatou, porém, o recurso em que o deputado estadual José Américo Dias, da corrente Optei, pede acesso às listas de votação em 99 municípios, afirmando haver evidência de irregularidade. Ainda segundo o recurso, esses diretórios "registraram 7.173 votos, o que equivale a aproximadamente 16% do total de votantes em todo o Estado (46.157)". De acordo com o levantamento, "neste conjunto de diretórios sob suspeita, há um grupo de 51 em que a votação atingiu a soma improvável de 70% ou mais do total de filiados aptos a votar, sendo em sete deles o número de votantes foi de incríveis 100%". Apenas duas chapas somaram 3.857 votos, perfazendo quase 70% dos votos nessas cidades. A Executiva estadual também não acatou recurso no qual o ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá pede perícia grafotécnica sobre assinaturas atribuídas a 400 participantes da eleição da cidade, devido à semelhança de caligrafia. Os autores desses recursos recorrerão ao comando nacional do PT, que se reunirá nesta quarta-feira (27). No domingo (23), a Democracia Socialista divulgou nota com críticas às fraudes nas eleições internas, acusando seus responsáveis de desrespeito à democracia interna. "Lutaremos contra fraudes e fraudadores que buscam o caminho oposto, o de bloquear a reconstrução vigorosa do PT como partido socialista e democrático e sua capacitação para enfrentar as urgentes tarefas políticas do momento", diz a nota.
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Versátil, jeans vai das calças para a sala de estar em poltrona e almofadas
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MICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Em alta na moda, jeans está com tudo também na decoração. Entre as opções para decorar a casa com o tecido estão almofadas e poltrona. Confira as opções. * Poltrona Swan II, com acabamento de jeans, R$ 1.499,90. Etna. etna.com.br Almofada Star, de ecolona, R$ 98. Futon Company. futon-company.com.br Luva térmica, de jeans, da Home Style. R$ 24,90. Camicado. camicado.com.br Almofada Jeans Escuro, R$ 39,90. Riachuelo Moda Casa. riachuelo.com.br Cachepô Indigo, de jeans, por Il Casalingo, R$ 59. Galeria Nacional. galerianacional.com.br * Larissa Saraval e Joanna Naracci designers do Il Casalingo Qual a peculiaridade de fazer design com jeans? Gostamos de trabalhar com jeans principalmente pela sua versatilidade. Ele funciona em diversos produtos e, com o mesmo material, conseguimos peças escuras, claras, amaciadas, estruturadas e, acima de tudo, únicas. Como começou a relação da marca com objetos do cotidiano? Nossa intenção é e sempre foi pensar e produzir peças simples e para o dia a dia. Acreditamos que podemos tornar o cotidiano mais especial.
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saopaulo
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Versátil, jeans vai das calças para a sala de estar em poltrona e almofadasMICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Em alta na moda, jeans está com tudo também na decoração. Entre as opções para decorar a casa com o tecido estão almofadas e poltrona. Confira as opções. * Poltrona Swan II, com acabamento de jeans, R$ 1.499,90. Etna. etna.com.br Almofada Star, de ecolona, R$ 98. Futon Company. futon-company.com.br Luva térmica, de jeans, da Home Style. R$ 24,90. Camicado. camicado.com.br Almofada Jeans Escuro, R$ 39,90. Riachuelo Moda Casa. riachuelo.com.br Cachepô Indigo, de jeans, por Il Casalingo, R$ 59. Galeria Nacional. galerianacional.com.br * Larissa Saraval e Joanna Naracci designers do Il Casalingo Qual a peculiaridade de fazer design com jeans? Gostamos de trabalhar com jeans principalmente pela sua versatilidade. Ele funciona em diversos produtos e, com o mesmo material, conseguimos peças escuras, claras, amaciadas, estruturadas e, acima de tudo, únicas. Como começou a relação da marca com objetos do cotidiano? Nossa intenção é e sempre foi pensar e produzir peças simples e para o dia a dia. Acreditamos que podemos tornar o cotidiano mais especial.
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Darei apoio a plebiscito, diz Dilma sobre carta que prepara ao país
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Dilma Rousseff abre o computador e diz, baixinho: "Gente do céu, esse povo é complicado". Na tela do laptop, a presidente afastada se depara com a quarta, "ou quinta ou sexta" versão da carta que pretende entregar aos 81 senadores até a quarta-feira da semana que vem (10). A exclamação da petista sobre as versões do documento tem razão de ser: aliados de diferentes matizes ideológicas e interesses conflitantes continuavam dando muitos pitacos no teor da mensagem. Durante encontro com a petista no Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira (4), a Folha teve acesso a alguns dos trechos da "mensagem às senadoras, aos senadores e ao povo brasileiro". A defesa do plebiscito é o argumento central do discurso, talvez um dos derradeiros na condição de presidente. "Darei apoio integral à iniciativa de convocação de um plebiscito, com o objetivo de definir a realização de novas eleições e a reforma política no país", diz a missiva. Poucas horas depois de ler, diante da reportagem, a parte do documento já fechada, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgava seu posicionamento sobre a proposta: ser contra o plano de consulta popular. Foi apenas mais um de tantos desacertos protagonizados entre Dilma e seu partido. "Que o povo se manifeste, não só através de pesquisas de opinião, mas por meio do voto popular sobre a antecipação das eleições e reforma política", afirmou ela, em entrevista à Folha. A presidente afastada continuou: "Estão tratando o presidencialismo como se parlamentarismo fosse. O parlamentarismo permite o voto de desconfiança. No presidencialismo, o impeachment, sem crime, é golpe". Mas há lógica em querer voltar para então sair, como diz Michel Temer, indagou a reportagem. "A lógica? É ele não ter 54,5 milhões de votos. Eu sou legítima. Ninguém, nem o impeachment, transformará Temer num presidente legítimo. E ele vai carregar essa pecha até o fim", alfineta. Dilma justificou sua declaração, dada na terça (2) à revista "Fórum", sobre o PT precisar passar por "grande transformação em que se reconheça todos os erros". A petista disse que a declaração tinha o intuito de defender a legenda ao ser questionada sobre o fim da sigla. À Folha, porém, repetiu a tese da autocrítica partidária. "É um processo. O PT foi muito demonizado. [Mas] vai ter de fazer, é simples assim, acaba fazendo." Questionada sobre a acusação de caixa dois na disputa presidencial de 2010, reiterou que as dívidas daquela campanha com o marqueteiro João Santana foram assumidas pelo PT. Nesse momento, Dilma saca uma folha impressa e mostra à reportagem uma nota escrita pelo então tesoureiro José de Filippi isentando-a de responsabilidade no caso. 'TENTÁCULOS' Enquanto fala, pede mais um café ao garçom do Alvorada. "Um café para as massas oprimidas", brinca. Apesar dos esforços para voltar, ela não esconde ter tirado um peso das costas. O jeito é o durão de sempre, mas um tanto menos tenso. Sem ser perguntada, Dilma fala no deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela admissibilidade do pedido de impeachment, embora também com menos agressividade do que das vezes anteriores. A petista parece ter tomado algum distanciamento do próprio caso. Chega até a falar da inteligência de algozes como Cunha, o maior deles, indica ela, e o senador Romero Jucá (RR), ambos do PMDB. Sobre o primeiro, afirma: "Chego a sentir pena, de certa forma. Como gente. Porque a pessoa que acha que o mal é banal vive num total desalento. Como o cara de [descrito pela escritora alemã] Hannah Arendt, que trabalha na câmara de gás, num campo de concentração, e volta pra casa, uma casa florida, e beija seus filhos". Mas, ainda assim, golpeia o deputado afastado. Cunha tem "tentáculos" na Câmara, palpita. Sabe muito sobre a cúpula dos novos condôminos do Planalto. "Teria de tirar muito ele de cena para tirar a influência dele." E segue, desta vez sem citá-lo diretamente: "Parece aquelas versões dos filmes americanos em que o poderoso chefão controlava tudo de dentro da prisão". Dilma faz digressões políticas para explicar a crise. Fala da fragmentação partidária e do deslocamento ideológico do "centro democrático" dominado pelo PMDB em 1988 –agrupamento bem mais progressista, diz ela– para o chamado "centrão" de hoje, resultado da multiplicação de partidos. "O centro político se desloca para direita com Eduardo Cunha", diz. "Não está valorizando muito o poder do rival?", pergunta a Folha. "Temer nunca controlou nada, é o Cunha." AJUSTE FISCAL Muito mais tranquila do que nos tempos de Planalto, Dilma é hoje menos defensiva do que nos tempos do exercício do cargo. "Qual foi nosso erro? Acharmos que era possível fazer um ajuste fiscal rápido. Não dava, pois a crise política se sobrepunha. Eles inventaram a pauta-bomba". Curioso não mencionar os tempos de Arno Augustin –secretário do Tesouro no primeiro mandato e apontado como executor da chamada contabilidade criativa– como causa da crise fiscal, questiona a reportagem. "Quero te lembrar de uma coisa: não estou sendo julgada pelo Arno. Meu pedido de impeachment é no Joaquim Levy", disse, em referência ao ministro da Fazenda do início de seu segundo mandato. E continua. "Quem era o secretário do Tesouro [quando surgiram as acusações que deram base à denúncia das pedaladas]? Tarcísio Godoy. Vivem dizendo que eu tinha uma ligação próxima com Arno. Só tem um problema, tem erro de pessoa." E Henrique Meirelles, estará na carta aberta ao Senado? Prometerá mantê-lo no cargo para retomar o comando do país, como defendeu o senador Cristovam Buarque? Dilma sai-se pela tangente. "Não vou fulanizar na carta." A carta, a propósito, terá cerca quatro páginas, diz ela. Sua equipe diz que o teor do documento sobre o plebiscito será mantido mesmo sem o apoio do PT. "O grande centro da carta é isso", comentou ela, horas antes de seus companheiros baterem em retirada. "Nós queremos vencer no Senado e na história. A carta dá um caminho de uma transição, de uma saída para o país."
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Darei apoio a plebiscito, diz Dilma sobre carta que prepara ao paísDilma Rousseff abre o computador e diz, baixinho: "Gente do céu, esse povo é complicado". Na tela do laptop, a presidente afastada se depara com a quarta, "ou quinta ou sexta" versão da carta que pretende entregar aos 81 senadores até a quarta-feira da semana que vem (10). A exclamação da petista sobre as versões do documento tem razão de ser: aliados de diferentes matizes ideológicas e interesses conflitantes continuavam dando muitos pitacos no teor da mensagem. Durante encontro com a petista no Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira (4), a Folha teve acesso a alguns dos trechos da "mensagem às senadoras, aos senadores e ao povo brasileiro". A defesa do plebiscito é o argumento central do discurso, talvez um dos derradeiros na condição de presidente. "Darei apoio integral à iniciativa de convocação de um plebiscito, com o objetivo de definir a realização de novas eleições e a reforma política no país", diz a missiva. Poucas horas depois de ler, diante da reportagem, a parte do documento já fechada, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgava seu posicionamento sobre a proposta: ser contra o plano de consulta popular. Foi apenas mais um de tantos desacertos protagonizados entre Dilma e seu partido. "Que o povo se manifeste, não só através de pesquisas de opinião, mas por meio do voto popular sobre a antecipação das eleições e reforma política", afirmou ela, em entrevista à Folha. A presidente afastada continuou: "Estão tratando o presidencialismo como se parlamentarismo fosse. O parlamentarismo permite o voto de desconfiança. No presidencialismo, o impeachment, sem crime, é golpe". Mas há lógica em querer voltar para então sair, como diz Michel Temer, indagou a reportagem. "A lógica? É ele não ter 54,5 milhões de votos. Eu sou legítima. Ninguém, nem o impeachment, transformará Temer num presidente legítimo. E ele vai carregar essa pecha até o fim", alfineta. Dilma justificou sua declaração, dada na terça (2) à revista "Fórum", sobre o PT precisar passar por "grande transformação em que se reconheça todos os erros". A petista disse que a declaração tinha o intuito de defender a legenda ao ser questionada sobre o fim da sigla. À Folha, porém, repetiu a tese da autocrítica partidária. "É um processo. O PT foi muito demonizado. [Mas] vai ter de fazer, é simples assim, acaba fazendo." Questionada sobre a acusação de caixa dois na disputa presidencial de 2010, reiterou que as dívidas daquela campanha com o marqueteiro João Santana foram assumidas pelo PT. Nesse momento, Dilma saca uma folha impressa e mostra à reportagem uma nota escrita pelo então tesoureiro José de Filippi isentando-a de responsabilidade no caso. 'TENTÁCULOS' Enquanto fala, pede mais um café ao garçom do Alvorada. "Um café para as massas oprimidas", brinca. Apesar dos esforços para voltar, ela não esconde ter tirado um peso das costas. O jeito é o durão de sempre, mas um tanto menos tenso. Sem ser perguntada, Dilma fala no deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela admissibilidade do pedido de impeachment, embora também com menos agressividade do que das vezes anteriores. A petista parece ter tomado algum distanciamento do próprio caso. Chega até a falar da inteligência de algozes como Cunha, o maior deles, indica ela, e o senador Romero Jucá (RR), ambos do PMDB. Sobre o primeiro, afirma: "Chego a sentir pena, de certa forma. Como gente. Porque a pessoa que acha que o mal é banal vive num total desalento. Como o cara de [descrito pela escritora alemã] Hannah Arendt, que trabalha na câmara de gás, num campo de concentração, e volta pra casa, uma casa florida, e beija seus filhos". Mas, ainda assim, golpeia o deputado afastado. Cunha tem "tentáculos" na Câmara, palpita. Sabe muito sobre a cúpula dos novos condôminos do Planalto. "Teria de tirar muito ele de cena para tirar a influência dele." E segue, desta vez sem citá-lo diretamente: "Parece aquelas versões dos filmes americanos em que o poderoso chefão controlava tudo de dentro da prisão". Dilma faz digressões políticas para explicar a crise. Fala da fragmentação partidária e do deslocamento ideológico do "centro democrático" dominado pelo PMDB em 1988 –agrupamento bem mais progressista, diz ela– para o chamado "centrão" de hoje, resultado da multiplicação de partidos. "O centro político se desloca para direita com Eduardo Cunha", diz. "Não está valorizando muito o poder do rival?", pergunta a Folha. "Temer nunca controlou nada, é o Cunha." AJUSTE FISCAL Muito mais tranquila do que nos tempos de Planalto, Dilma é hoje menos defensiva do que nos tempos do exercício do cargo. "Qual foi nosso erro? Acharmos que era possível fazer um ajuste fiscal rápido. Não dava, pois a crise política se sobrepunha. Eles inventaram a pauta-bomba". Curioso não mencionar os tempos de Arno Augustin –secretário do Tesouro no primeiro mandato e apontado como executor da chamada contabilidade criativa– como causa da crise fiscal, questiona a reportagem. "Quero te lembrar de uma coisa: não estou sendo julgada pelo Arno. Meu pedido de impeachment é no Joaquim Levy", disse, em referência ao ministro da Fazenda do início de seu segundo mandato. E continua. "Quem era o secretário do Tesouro [quando surgiram as acusações que deram base à denúncia das pedaladas]? Tarcísio Godoy. Vivem dizendo que eu tinha uma ligação próxima com Arno. Só tem um problema, tem erro de pessoa." E Henrique Meirelles, estará na carta aberta ao Senado? Prometerá mantê-lo no cargo para retomar o comando do país, como defendeu o senador Cristovam Buarque? Dilma sai-se pela tangente. "Não vou fulanizar na carta." A carta, a propósito, terá cerca quatro páginas, diz ela. Sua equipe diz que o teor do documento sobre o plebiscito será mantido mesmo sem o apoio do PT. "O grande centro da carta é isso", comentou ela, horas antes de seus companheiros baterem em retirada. "Nós queremos vencer no Senado e na história. A carta dá um caminho de uma transição, de uma saída para o país."
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Etiquetas com chip de rádio são nova arma contra o extravio de bagagens
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Quase todo mundo que viaja de avião tem uma história para contar de quando chegou ao seu destino, mas não encontrou as bagagens. A boa notícia é que dados compilados pela Sita, uma empresa de tecnologia para a aviação, mostram um risco fortemente decrescente de que malas sejam perdidas. O ano passado registrou a menor incidência de perda de malas –6,5 peças por mil– nos 12 anos em que a Sita acompanha essa estatística. Diversos avanços em tecnologia e nos procedimentos de tratamento de bagagem merecem o crédito, entre os quais melhoras nas etiquetas de código de barras e leitores ópticos. Mas esses sistemas têm limites, e o setor de aviação vem sendo lento para adotar métodos utilizados por outros segmentos. "Veja o comércio on-line", compara Ryan Ghee, especialista em tecnologia de viagem. "As pessoas encomendam algo e, a cada passo da jornada, são capazes de ver onde está seu pacote." Já os códigos de barras de malas podem falhar se a etiqueta estiver enrugada, manchada ou se sua posição não permitir acesso fácil ao leitor. Se a etiqueta não for legível, a mala pode ser perdida sem que alguém perceba. Os leitores de códigos de barra têm índice de acerto de 80% a 95%, no caso de etiquetas de bagagem, de acordo com Nick Gates, diretor da Sita responsável pela tecnologia de bagagem. "Se você conseguir melhorar a precisão na leitura das etiquetas de malas, cai a probabilidade de que a mala sofra atrasos em seu percurso pelo aeroporto", diz. É por isso que companhias aéreas e aeroportos estão determinados a melhorar o rastreamento, adotando métodos mais novos que o código de barras, empregado há mais de 30 anos. A nova onda são etiquetas que não precisam ser vistas para serem lidas. A americana Delta passou a usar um modelo que tem incorporado um chip de identificação por radiofrequência. O chip armazena informações da viagem e precisa apenas estar perto de leitores por rádio para que o caminho da bagagem seja registrado. Passageiros podem usar o aplicativo da empresa para rastrear suas malas. "Esse é o próximo passo em confiabilidade", afirma Rodney Brooks, gerente-geral de operações aeroportuárias da Delta. A empresa está investindo US$ 50 milhões em leitores, impressoras e etiquetas de rádio. O sistema está sendo instalado nos 344 aeroportos em que a Delta opera e deve entrar em operação neste mês –e, espera-se, pode acelerar a adoção do sistema por outras companhias de aviação dos Estados Unidos. A francesa Air France, a Lufthansa, da Alemanha, e a Qantas, da Austrália, também já testam chips de rádio para identificar bagagens. META INTERNACIONAL A adoção generalizada de etiquetas com chips de rádio não tem sido fácil de implementar, a despeito dos esforços da Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo). A organização estabeleceu que, até a metade de 2018, as 265 empresas associadas a ela deverão rastrear bagagens e localizá-las com precisão –em seus voos e quando houver conexão com outras companhias. "Não importa que tecnologia elas escolham, desde que as malas possam ser rastreadas assim que saírem das mãos dos viajantes", diz Nick Careen, executivo da Iata. Rastrear bagagens é difícil por diversas razões. Atualizar sistemas para a tecnologia mais recente requer mudanças de infraestrutura que podem ser dispendiosas e incômodas. E a maioria dos aeroportos deixa a cada empresa aérea a tarefa de administrar seu sistema de embarque, o que faz com que as tecnologias e procedimentos variem amplamente. O aeroporto McCarran, de Las Vegas (EUA), é uma exceção: como parte de sua renovação em 2005, decidiu que adotaria chips de rádio ao sistema de embarque e separação de bagagens. Os chips incorporados às etiquetas de papel usadas em Las Vegas garantem que a bagagem embarcada se movimente de maneira mais rápida e precisa pelo sistema, e elevam a probabilidade de que as malas cheguem aos aviões certos. "O sistema funciona com muita precisão -em torno de 99,5%", diz Samuel Ingalls, diretor-assistente de sistemas de informação do aeroporto. Nos últimos dez anos, o McCarran lidou com 160 milhões de malas portadoras de etiquetas de rádio. Existem muitas maneiras para que companhias aéreas e aeroportos usem essas etiquetas. Em 2010, quando a Qantas se tornou uma das primeiras empresas a adotar a tecnologia, começou a vender uma etiqueta reutilizável, de plástico duro, por US$ 60. Um porta-voz informou que mais de 1,5 milhão dessas etiquetas estão em circulação. As etiquetas de papel de uso único da Delta, como as usadas pelo aeroporto McCarran, são muito mais baratas, e custam alguns centavos de dólar por unidade. Além das companhias aéreas, outros fornecedores desenvolvem versões variadas de malas, etiquetas e apps. A Rimowa, fabricante alemã de bagagens de luxo, tem um código de barras com tinta eletrônica e chip de rádio afixado às malas que vende. Passageiros que usam essas malas e voam pela Lufthansa podem fazer check-in expresso. "Sempre que você chega com uma dessas malas já etiquetada, pode colocá-la diretamente na cinta transportadora de bagagens e o check-in será automático", explica Björn Becker, diretor de serviços terrestres e digitais da Lufthansa. Não importa que abordagem as companhias de aviação adotem, Careen, da Iata, ecoa os sentimentos de viajantes ao dizer que os passageiros deveriam "saber o tempo todo onde está sua bagagem".
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turismo
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Etiquetas com chip de rádio são nova arma contra o extravio de bagagensQuase todo mundo que viaja de avião tem uma história para contar de quando chegou ao seu destino, mas não encontrou as bagagens. A boa notícia é que dados compilados pela Sita, uma empresa de tecnologia para a aviação, mostram um risco fortemente decrescente de que malas sejam perdidas. O ano passado registrou a menor incidência de perda de malas –6,5 peças por mil– nos 12 anos em que a Sita acompanha essa estatística. Diversos avanços em tecnologia e nos procedimentos de tratamento de bagagem merecem o crédito, entre os quais melhoras nas etiquetas de código de barras e leitores ópticos. Mas esses sistemas têm limites, e o setor de aviação vem sendo lento para adotar métodos utilizados por outros segmentos. "Veja o comércio on-line", compara Ryan Ghee, especialista em tecnologia de viagem. "As pessoas encomendam algo e, a cada passo da jornada, são capazes de ver onde está seu pacote." Já os códigos de barras de malas podem falhar se a etiqueta estiver enrugada, manchada ou se sua posição não permitir acesso fácil ao leitor. Se a etiqueta não for legível, a mala pode ser perdida sem que alguém perceba. Os leitores de códigos de barra têm índice de acerto de 80% a 95%, no caso de etiquetas de bagagem, de acordo com Nick Gates, diretor da Sita responsável pela tecnologia de bagagem. "Se você conseguir melhorar a precisão na leitura das etiquetas de malas, cai a probabilidade de que a mala sofra atrasos em seu percurso pelo aeroporto", diz. É por isso que companhias aéreas e aeroportos estão determinados a melhorar o rastreamento, adotando métodos mais novos que o código de barras, empregado há mais de 30 anos. A nova onda são etiquetas que não precisam ser vistas para serem lidas. A americana Delta passou a usar um modelo que tem incorporado um chip de identificação por radiofrequência. O chip armazena informações da viagem e precisa apenas estar perto de leitores por rádio para que o caminho da bagagem seja registrado. Passageiros podem usar o aplicativo da empresa para rastrear suas malas. "Esse é o próximo passo em confiabilidade", afirma Rodney Brooks, gerente-geral de operações aeroportuárias da Delta. A empresa está investindo US$ 50 milhões em leitores, impressoras e etiquetas de rádio. O sistema está sendo instalado nos 344 aeroportos em que a Delta opera e deve entrar em operação neste mês –e, espera-se, pode acelerar a adoção do sistema por outras companhias de aviação dos Estados Unidos. A francesa Air France, a Lufthansa, da Alemanha, e a Qantas, da Austrália, também já testam chips de rádio para identificar bagagens. META INTERNACIONAL A adoção generalizada de etiquetas com chips de rádio não tem sido fácil de implementar, a despeito dos esforços da Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo). A organização estabeleceu que, até a metade de 2018, as 265 empresas associadas a ela deverão rastrear bagagens e localizá-las com precisão –em seus voos e quando houver conexão com outras companhias. "Não importa que tecnologia elas escolham, desde que as malas possam ser rastreadas assim que saírem das mãos dos viajantes", diz Nick Careen, executivo da Iata. Rastrear bagagens é difícil por diversas razões. Atualizar sistemas para a tecnologia mais recente requer mudanças de infraestrutura que podem ser dispendiosas e incômodas. E a maioria dos aeroportos deixa a cada empresa aérea a tarefa de administrar seu sistema de embarque, o que faz com que as tecnologias e procedimentos variem amplamente. O aeroporto McCarran, de Las Vegas (EUA), é uma exceção: como parte de sua renovação em 2005, decidiu que adotaria chips de rádio ao sistema de embarque e separação de bagagens. Os chips incorporados às etiquetas de papel usadas em Las Vegas garantem que a bagagem embarcada se movimente de maneira mais rápida e precisa pelo sistema, e elevam a probabilidade de que as malas cheguem aos aviões certos. "O sistema funciona com muita precisão -em torno de 99,5%", diz Samuel Ingalls, diretor-assistente de sistemas de informação do aeroporto. Nos últimos dez anos, o McCarran lidou com 160 milhões de malas portadoras de etiquetas de rádio. Existem muitas maneiras para que companhias aéreas e aeroportos usem essas etiquetas. Em 2010, quando a Qantas se tornou uma das primeiras empresas a adotar a tecnologia, começou a vender uma etiqueta reutilizável, de plástico duro, por US$ 60. Um porta-voz informou que mais de 1,5 milhão dessas etiquetas estão em circulação. As etiquetas de papel de uso único da Delta, como as usadas pelo aeroporto McCarran, são muito mais baratas, e custam alguns centavos de dólar por unidade. Além das companhias aéreas, outros fornecedores desenvolvem versões variadas de malas, etiquetas e apps. A Rimowa, fabricante alemã de bagagens de luxo, tem um código de barras com tinta eletrônica e chip de rádio afixado às malas que vende. Passageiros que usam essas malas e voam pela Lufthansa podem fazer check-in expresso. "Sempre que você chega com uma dessas malas já etiquetada, pode colocá-la diretamente na cinta transportadora de bagagens e o check-in será automático", explica Björn Becker, diretor de serviços terrestres e digitais da Lufthansa. Não importa que abordagem as companhias de aviação adotem, Careen, da Iata, ecoa os sentimentos de viajantes ao dizer que os passageiros deveriam "saber o tempo todo onde está sua bagagem".
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Projeção para inflação em 2017 cai e se aproxima do centro da meta
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A expectativa para a inflação neste ano se aproximou ainda mais do centro da meta, de acordo com as projeções de economistas no boletim Focus do Banco Central. As projeções econômicas para 2017, porém, foram pioradas. No levantamento divulgado nesta segunda-feira (6), a projeção para a alta do IPCA neste ano caiu 0,06 ponto percentual e chegou a 4,64%, a quinta queda seguida. Para o próximo ano, a mediana das projeções aponta inflação de 4,5%, sem alteração pela 28ª semana seguida. A meta de inflação de 2017 e 2018 é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Boletim Focus Entretanto, as contas para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 foram reduzidas de 0,50% para 0,49%, após cinco semanas sem mudanças. Por outro lado, a projeção para o ano que vem melhorou e economistas agora veem uma expansão de 2,25%, ante 2,20% na semana anterior. Isso apesar da perspectiva de que a taxa básica de juros vai ficar abaixo de 10% neste ano e será ainda mais baixa no final de 2018. Os especialistas consultados continuam vendo na reunião de fevereiro do BC corte de 0,75 ponto percentual na Selic, atualmente em 13%. A expectativa é que a Selic encerre 2017 a 9,50% e 2018 a 9,0%, sem alterações sobre o levantamento anterior.
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mercado
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Projeção para inflação em 2017 cai e se aproxima do centro da metaA expectativa para a inflação neste ano se aproximou ainda mais do centro da meta, de acordo com as projeções de economistas no boletim Focus do Banco Central. As projeções econômicas para 2017, porém, foram pioradas. No levantamento divulgado nesta segunda-feira (6), a projeção para a alta do IPCA neste ano caiu 0,06 ponto percentual e chegou a 4,64%, a quinta queda seguida. Para o próximo ano, a mediana das projeções aponta inflação de 4,5%, sem alteração pela 28ª semana seguida. A meta de inflação de 2017 e 2018 é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Boletim Focus Entretanto, as contas para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017 foram reduzidas de 0,50% para 0,49%, após cinco semanas sem mudanças. Por outro lado, a projeção para o ano que vem melhorou e economistas agora veem uma expansão de 2,25%, ante 2,20% na semana anterior. Isso apesar da perspectiva de que a taxa básica de juros vai ficar abaixo de 10% neste ano e será ainda mais baixa no final de 2018. Os especialistas consultados continuam vendo na reunião de fevereiro do BC corte de 0,75 ponto percentual na Selic, atualmente em 13%. A expectativa é que a Selic encerre 2017 a 9,50% e 2018 a 9,0%, sem alterações sobre o levantamento anterior.
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João Doria diz que Alckmin não sairá do PSDB
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O prefeito eleito João Doria é taxativo: "Geraldo [Alckmin] não sairá do PSDB. Nem eu". CASA A possibilidade de o governador de São Paulo deixar a legenda voltou a ser aventada depois que o PSDB nacional decidiu prorrogar o mandato do senador Aécio Neves na presidência do partido. RUA Com isso, as chances de Alckmin ser escolhido como candidato a presidente da República do partido se reduziram drasticamente. O que poderia empurrá-lo para outra legenda. RUA 2 A saída só teria impacto se prefeitos de cidades do Estado, como João Doria, seguissem o gesto. Possibilidade que o futuro prefeito da capital descarta, bem como a própria possibilidade de mudança de Alckmin. NOVOS TEMPOS Concedido anualmente pelo governo federal, o Prêmio Direitos Humanos passará a ser entregue de dois em dois anos. O decreto do presidente Michel Temer (PMDB) com a alteração foi assinado na quinta (15), mesmo dia da cerimônia deste ano. A premiação anual, que homenageia pessoas, ONGs e órgãos públicos, havia sido criada por Fernando Henrique Cardoso em 1995. CORDÃO Uma reunião de representantes dos blocos de Carnaval paulistanos com a Secretaria Municipal de Cultura começou a ser articulada para o início do ano. Os grupos têm se preocupado com possíveis alterações nas regras da festa, o que o futuro titular da pasta, André Sturm, já desmentiu repetidas vezes. Propostas em tramitação na Câmara Municipal contribuem para o temor dos blocos. CORDÃO 2 Sturm se encontrou nesta semana com Alê Youssef, do Acadêmicos do Baixo Augusta, e reafirmou que a gestão João Doria (PSDB) estará aberta ao diálogo com os blocos. Youssef também conversou com o futuro prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak. TUDO NATURAL A apresentadora Bela Gil lançou seu livro de receitas veganas "Bela Cozinha: Ingredientes do Brasil", da Globo Livros, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na quinta (15). Seu marido, JP Demasi, sua avó Nair Giordano, e sua irmã Marina Morena estiveram com ela no evento. Também compareceram o chef Alex Atala e o fotógrafo Sergio Coimbra, que clicou as imagens da publicação. VOCÊ PODE SUBSTITUIR... Durante o lançamento, Bela Gil especulou sobre qual será sua próxima receita que vai gerar controvérsia da internet. "Acho que a moqueca de jaca verde é um potencial. Ou patê de caroço de jaca", disse, rindo. "Não sei por que as coisas que eu faço geram tanta polêmica. Acho que novidade assusta. É muito difícil mudar os hábitos das pessoas", afirma a cozinheira. ESTOU DE OLHO Forever 21, Nike, Puma, Levi's e Calvin Klein estão entre as 27 novas marcas que passaram a ser monitoradas na quinta (15) pelo aplicativo Moda Livre, da ONG Repórter Brasil, que investiga a existência de trabalho escravo em empresas varejistas de roupas. O app acompanha várias marcas, ainda que não haja denúncias contra elas. CANTO DA CIGARRA O grupo As Cigarras lançou seu novo disco na quarta (14), no Jardim Paulista. Integrantes do conjunto, como a socióloga Malu Bresser Pereira e a artista plástica Santuza Andrade, receberam os convidados. Passaram por lá o empresário Antoninho Trevisan, o engenheiro Carlos Alberto Lancellotti, o advogado Modesto Carvalhosa e a tradutora Claudia Silveira. CURTO-CIRCUITO A temporada de "Bacantes" no Teatro Oficina termina neste fim de semana. Alaíde Costa faz participação neste sábado (17) no show do sambista Mauro Amorim, às 17h, no Bar Reserva, em Pinheiros. O australiano Nick Vujicic dá palestra neste sábado (17) no Anhembi. As Bahias e a Cozinha Mineira fazem show neste domingo (18) com Liniker, no Carioca Club. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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João Doria diz que Alckmin não sairá do PSDBO prefeito eleito João Doria é taxativo: "Geraldo [Alckmin] não sairá do PSDB. Nem eu". CASA A possibilidade de o governador de São Paulo deixar a legenda voltou a ser aventada depois que o PSDB nacional decidiu prorrogar o mandato do senador Aécio Neves na presidência do partido. RUA Com isso, as chances de Alckmin ser escolhido como candidato a presidente da República do partido se reduziram drasticamente. O que poderia empurrá-lo para outra legenda. RUA 2 A saída só teria impacto se prefeitos de cidades do Estado, como João Doria, seguissem o gesto. Possibilidade que o futuro prefeito da capital descarta, bem como a própria possibilidade de mudança de Alckmin. NOVOS TEMPOS Concedido anualmente pelo governo federal, o Prêmio Direitos Humanos passará a ser entregue de dois em dois anos. O decreto do presidente Michel Temer (PMDB) com a alteração foi assinado na quinta (15), mesmo dia da cerimônia deste ano. A premiação anual, que homenageia pessoas, ONGs e órgãos públicos, havia sido criada por Fernando Henrique Cardoso em 1995. CORDÃO Uma reunião de representantes dos blocos de Carnaval paulistanos com a Secretaria Municipal de Cultura começou a ser articulada para o início do ano. Os grupos têm se preocupado com possíveis alterações nas regras da festa, o que o futuro titular da pasta, André Sturm, já desmentiu repetidas vezes. Propostas em tramitação na Câmara Municipal contribuem para o temor dos blocos. CORDÃO 2 Sturm se encontrou nesta semana com Alê Youssef, do Acadêmicos do Baixo Augusta, e reafirmou que a gestão João Doria (PSDB) estará aberta ao diálogo com os blocos. Youssef também conversou com o futuro prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak. TUDO NATURAL A apresentadora Bela Gil lançou seu livro de receitas veganas "Bela Cozinha: Ingredientes do Brasil", da Globo Livros, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na quinta (15). Seu marido, JP Demasi, sua avó Nair Giordano, e sua irmã Marina Morena estiveram com ela no evento. Também compareceram o chef Alex Atala e o fotógrafo Sergio Coimbra, que clicou as imagens da publicação. VOCÊ PODE SUBSTITUIR... Durante o lançamento, Bela Gil especulou sobre qual será sua próxima receita que vai gerar controvérsia da internet. "Acho que a moqueca de jaca verde é um potencial. Ou patê de caroço de jaca", disse, rindo. "Não sei por que as coisas que eu faço geram tanta polêmica. Acho que novidade assusta. É muito difícil mudar os hábitos das pessoas", afirma a cozinheira. ESTOU DE OLHO Forever 21, Nike, Puma, Levi's e Calvin Klein estão entre as 27 novas marcas que passaram a ser monitoradas na quinta (15) pelo aplicativo Moda Livre, da ONG Repórter Brasil, que investiga a existência de trabalho escravo em empresas varejistas de roupas. O app acompanha várias marcas, ainda que não haja denúncias contra elas. CANTO DA CIGARRA O grupo As Cigarras lançou seu novo disco na quarta (14), no Jardim Paulista. Integrantes do conjunto, como a socióloga Malu Bresser Pereira e a artista plástica Santuza Andrade, receberam os convidados. Passaram por lá o empresário Antoninho Trevisan, o engenheiro Carlos Alberto Lancellotti, o advogado Modesto Carvalhosa e a tradutora Claudia Silveira. CURTO-CIRCUITO A temporada de "Bacantes" no Teatro Oficina termina neste fim de semana. Alaíde Costa faz participação neste sábado (17) no show do sambista Mauro Amorim, às 17h, no Bar Reserva, em Pinheiros. O australiano Nick Vujicic dá palestra neste sábado (17) no Anhembi. As Bahias e a Cozinha Mineira fazem show neste domingo (18) com Liniker, no Carioca Club. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Só neste país é que se diz neste país
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Sou apaixonado por Portugal. Mas (ou talvez por isso mesmo) acho um país difícil de entender. O bacalhau, por exemplo: como pode o prato típico de Portugal ser um peixe que só se encontra no mar da Noruega, Islândia ou do Canadá? Como pode ser preciso navegar milhares de quilômetros pra se pescar a matéria-prima das suas datas festivas? Que tipo de peixe é esse que já nasce salgado e sem cabeça? Visitar Portugal é —no mínimo— vertiginoso —como se olhar num espelho que deforma— muitas vezes pra melhor. Percebemos que nosso vinho é pior, nosso queijo é pior, mas que nosso apego às vogais, por exemplo, é muito maior. Na palavra confortável: temos carinho pelo primeiro "o", pelo segundo "o", pelo "á", e até pelo "e". Os portugueses não têm nenhuma relação afetiva com as vogais. A palavra confortável, em Portugal, pronuncia-se cnfrtávl. Nada menos confortável. Parece que querem logo chegar ao final da frase. Quase todas as vogais caem no esquecimento, de modo que o resultado final frequentemente parece que se está lendo uma palavra digitada por alguém que na verdade só esbarrou no teclado. Kdsrfsts. Perceba que, se alguém disser "chlént!", não estará falando o dialeto iídiche, mas "excelente". Acharam que a palavra já tinha "e" demais. Por que pronunciar o "e" quatro vezes? Basta uma! É a chamada austeridade vocálica. Difícil dizer que somos iguais, falando dialetos tão diferentes. No entanto, algumas semelhanças são inegáveis. Herdamos no sangue lusitano (além do lirismo, é claro) a vocação para o fatalismo. Conforta-nos pensar que vivemos num país amaldiçoado —e gostamos de repetir isso, como se isto melhorasse algo à nossa condição. Como diz o (português, claro) Sergio Godinho: "Só neste país é que se diz 'só neste país'". Engana-se o Godinho. O que mais se diz no Brasil é "só mesmo no Brasil". Não há um português que não se refastele em enumerar as mazelas do país. E nisso brasileiros somos idênticos: na certeza de que estamos fritos. "É por isso que o Brasil não vai pra frente." Se tem algo que sabemos fazer, além de não ir pra frente, é enumerar os motivos pelos quais não estamos indo pra frente. Numa eleição popular que visava escolher o maior português de todos os tempos, em que concorriam Camões e Infante D. Henrique, quem ganhou foi o Salazar, ditador por 40 anos. Até nisso nos parecemos: na saudade de tempos piores. Talvez seja por isso a gente não vai pra frente. Será mesmo que a gente quer?
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colunas
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Só neste país é que se diz neste paísSou apaixonado por Portugal. Mas (ou talvez por isso mesmo) acho um país difícil de entender. O bacalhau, por exemplo: como pode o prato típico de Portugal ser um peixe que só se encontra no mar da Noruega, Islândia ou do Canadá? Como pode ser preciso navegar milhares de quilômetros pra se pescar a matéria-prima das suas datas festivas? Que tipo de peixe é esse que já nasce salgado e sem cabeça? Visitar Portugal é —no mínimo— vertiginoso —como se olhar num espelho que deforma— muitas vezes pra melhor. Percebemos que nosso vinho é pior, nosso queijo é pior, mas que nosso apego às vogais, por exemplo, é muito maior. Na palavra confortável: temos carinho pelo primeiro "o", pelo segundo "o", pelo "á", e até pelo "e". Os portugueses não têm nenhuma relação afetiva com as vogais. A palavra confortável, em Portugal, pronuncia-se cnfrtávl. Nada menos confortável. Parece que querem logo chegar ao final da frase. Quase todas as vogais caem no esquecimento, de modo que o resultado final frequentemente parece que se está lendo uma palavra digitada por alguém que na verdade só esbarrou no teclado. Kdsrfsts. Perceba que, se alguém disser "chlént!", não estará falando o dialeto iídiche, mas "excelente". Acharam que a palavra já tinha "e" demais. Por que pronunciar o "e" quatro vezes? Basta uma! É a chamada austeridade vocálica. Difícil dizer que somos iguais, falando dialetos tão diferentes. No entanto, algumas semelhanças são inegáveis. Herdamos no sangue lusitano (além do lirismo, é claro) a vocação para o fatalismo. Conforta-nos pensar que vivemos num país amaldiçoado —e gostamos de repetir isso, como se isto melhorasse algo à nossa condição. Como diz o (português, claro) Sergio Godinho: "Só neste país é que se diz 'só neste país'". Engana-se o Godinho. O que mais se diz no Brasil é "só mesmo no Brasil". Não há um português que não se refastele em enumerar as mazelas do país. E nisso brasileiros somos idênticos: na certeza de que estamos fritos. "É por isso que o Brasil não vai pra frente." Se tem algo que sabemos fazer, além de não ir pra frente, é enumerar os motivos pelos quais não estamos indo pra frente. Numa eleição popular que visava escolher o maior português de todos os tempos, em que concorriam Camões e Infante D. Henrique, quem ganhou foi o Salazar, ditador por 40 anos. Até nisso nos parecemos: na saudade de tempos piores. Talvez seja por isso a gente não vai pra frente. Será mesmo que a gente quer?
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Sergio Ramos renova com Real até 2020 e fala em se aposentar no clube
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O Real Madrid anunciou nesta segunda-feira (17) a renovação de contrato do zagueiro Sergio Ramos, 29. O novo acordo é válido até 2020. De acordo com o jornal espanhol "Marca", Ramos, que é capitão do time, vai receber 10 milhões de euros (R$ 39 milhões) por temporada. O jogador admitiu que teve muitas dificuldades na renovação de contrato, mas, agora, já fala até em se aposentar no clube. "Eu não estava contente em alguns sentidos. Eu jamais disse que queria sair de Madri, mas não podia continuar assim. O fator econômico é o último que menciono. Mas tínhamos que conversar. A minha felicidade é estar aqui", disse Ramos em coletiva de imprensa nesta segunda. "A minha vontade é de me aposentar aqui. E ficaria muito agradecido ao presidente e a esta entidade se assim puder ser. Meu desafio é capitanear este clube da forma mais honesta. E quero fazer isso ganhando títulos", afirmou. O zagueiro está no Real Madrid desde 2005 e, entre os seus principais títulos, está o da Liga dos Campeões e o do Mundial de Clubes em 2014.
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esporte
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Sergio Ramos renova com Real até 2020 e fala em se aposentar no clubeO Real Madrid anunciou nesta segunda-feira (17) a renovação de contrato do zagueiro Sergio Ramos, 29. O novo acordo é válido até 2020. De acordo com o jornal espanhol "Marca", Ramos, que é capitão do time, vai receber 10 milhões de euros (R$ 39 milhões) por temporada. O jogador admitiu que teve muitas dificuldades na renovação de contrato, mas, agora, já fala até em se aposentar no clube. "Eu não estava contente em alguns sentidos. Eu jamais disse que queria sair de Madri, mas não podia continuar assim. O fator econômico é o último que menciono. Mas tínhamos que conversar. A minha felicidade é estar aqui", disse Ramos em coletiva de imprensa nesta segunda. "A minha vontade é de me aposentar aqui. E ficaria muito agradecido ao presidente e a esta entidade se assim puder ser. Meu desafio é capitanear este clube da forma mais honesta. E quero fazer isso ganhando títulos", afirmou. O zagueiro está no Real Madrid desde 2005 e, entre os seus principais títulos, está o da Liga dos Campeões e o do Mundial de Clubes em 2014.
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Em livro, autor português define identidade de vilarejo onde nasceu
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Quando tinha 18 anos, José Luís Peixoto seguiu o mesmo ritual da maioria dos jovens de Galveias, lugar com pouco mais de mil habitantes: partiu para estudar numa universidade. Agora, aos 41, retorna à freguesia portuguesa em seu novo romance –que, não por acaso, leva o mesmo nome da terra natal. "Fui a Lisboa sozinho e levei pouca coisa", diz o escritor ao remoer lembranças. "Nessa época, mantive tudo na casa dos meus pais e voltava com alguma frequência." Mais tarde, quando terminou o curso de Línguas e Literaturas Modernas na Universidade Nova de Lisboa, estabeleceu-se em Coimbra –148 quilômetros separavam o adulto da criança. "Hoje, Galveias é sobretudo um lugar da memória e da minha identidade mais íntima", afirma o escritor. "Nasci lá, cresci lá, foi lá que formei grande parte das minhas noções mais essenciais, mas, como quase todos os rapazes da minha idade, saí." Durante a escrita de "Galveias", ele ficou um bom tempo na terra natal. "Senti muito o abandono e o envelhecimento da cidade e da região." As memórias de infância –a geografia, os modos– ajudam a compor "Galveias", romance que cheira à terra e fala sobre um povo dividido entre o provincianismo da zona rural dos anos 1980 e a globalização de uma Portugal prestes a entrar na União Europeia. O escritor lança o romance no dia 14/11, às 18h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2073). No dia 15, às 18h, Peixoto participa de um bate-papo com Bernardo Ajzenberg na Saraiva do Shopping Pátio Higienópolis. O encontro faz parte dos eventos do Encontro Mundial da Invenção Literária – Emil, um dos três festivais do gênero que tomam a capital paulista neste mês. 'MORRERAM 50 E NASCERAM DOIS' Uma coisa sem nome rasga o céu e acerta um ponto minúsculo na geografia de Portugal. A coisa cheira a enxofre e, apesar de não devastar a cidade fisicamente, soma-se a uma série de contextos que mexem com os espíritos dos pouco mais de mil habitantes. "Galveias", romance do português José Luís Peixoto publicado lá em 2014 e agora lançado no Brasil, é uma forma de posicionar sua terra natal, a pequena freguesia de Galveias, no infinito cosmo. É, ainda, a forma do autor acertar contas consigo mesmo. "O livro relaciona a identidade com o espaço, a possibilidade de nos sentirmos como parte de um lugar e, dessa forma, nos definirmos", diz. "Todos têm um 'mundo', o que permite uma geografia." Apoiada na ruralidade característica da obra de Peixoto, a narrativa expõe as vísceras do que há de pior e melhor no homem –e, quanto mais ligada a história à terra, mais próxima está de apresentar as aberrações que se escondem na alma. Exemplo: em uma das cenas, duas mulheres brigam, puxam os cabelos e arremessam fezes uma na outra. "Há bastante tempo que acredito que há marcas fundamentais da ruralidade que são transnacionais", diz Peixoto. "É certo que também há diferenças significativas, mas há aspectos essenciais que se mantêm em diversos lugares do mundo. Essas marcas estão essencialmente ligadas à proximidade que os habitantes do interior ainda mantêm com a natureza e ao modo como a vivência numa pequena comunidade é marcante." A narrativa de "Galveias" começa em janeiro de 1984. No tempo real –aquele que difere da ficção de Peixoto–, o escritor teria dez anos. A forma como o adulto de hoje vê sua terra é menos fascinante que a visão do menino de então. "Galveias mudou bastante em 30 anos", diz o escritor. "Essa mudança não aconteceu apenas aos meus olhos, faz parte de uma evolução histórica, paralela a este período da realidade portuguesa." Na década de 1990, os subsídios oriundos da entrada de Portugal na União Europeia minguaram e veio o desemprego, o que levou muitos a migrar para outros lugares. "Aqueles que ficaram são resistentes a quem muito devemos. São eles que guardam a memória física, o espaço, são eles que garantem a continuação da vida no interior de Portugal", diz Peixoto. A extinção, contudo, se aproxima: "No ano passado, morreram cerca de 50 pessoas e nasceram duas crianças". O lugar e o homem envelhecem ao mesmo passo e, quando chegar a morte, Galveias e Peixoto hão de se reencontrar. "Regressarei nem que seja no fim. Quando morrer, serei enterrado lá. Essa é uma certeza que tenho e que me reconforta." GALVEIAS AUTOR José Luís Peixoto EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 44,90 (272 págs.) LANÇAMENTO 14/11, às 18h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2073, tel. 11-3170-4033)
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ilustrada
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Em livro, autor português define identidade de vilarejo onde nasceuQuando tinha 18 anos, José Luís Peixoto seguiu o mesmo ritual da maioria dos jovens de Galveias, lugar com pouco mais de mil habitantes: partiu para estudar numa universidade. Agora, aos 41, retorna à freguesia portuguesa em seu novo romance –que, não por acaso, leva o mesmo nome da terra natal. "Fui a Lisboa sozinho e levei pouca coisa", diz o escritor ao remoer lembranças. "Nessa época, mantive tudo na casa dos meus pais e voltava com alguma frequência." Mais tarde, quando terminou o curso de Línguas e Literaturas Modernas na Universidade Nova de Lisboa, estabeleceu-se em Coimbra –148 quilômetros separavam o adulto da criança. "Hoje, Galveias é sobretudo um lugar da memória e da minha identidade mais íntima", afirma o escritor. "Nasci lá, cresci lá, foi lá que formei grande parte das minhas noções mais essenciais, mas, como quase todos os rapazes da minha idade, saí." Durante a escrita de "Galveias", ele ficou um bom tempo na terra natal. "Senti muito o abandono e o envelhecimento da cidade e da região." As memórias de infância –a geografia, os modos– ajudam a compor "Galveias", romance que cheira à terra e fala sobre um povo dividido entre o provincianismo da zona rural dos anos 1980 e a globalização de uma Portugal prestes a entrar na União Europeia. O escritor lança o romance no dia 14/11, às 18h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2073). No dia 15, às 18h, Peixoto participa de um bate-papo com Bernardo Ajzenberg na Saraiva do Shopping Pátio Higienópolis. O encontro faz parte dos eventos do Encontro Mundial da Invenção Literária – Emil, um dos três festivais do gênero que tomam a capital paulista neste mês. 'MORRERAM 50 E NASCERAM DOIS' Uma coisa sem nome rasga o céu e acerta um ponto minúsculo na geografia de Portugal. A coisa cheira a enxofre e, apesar de não devastar a cidade fisicamente, soma-se a uma série de contextos que mexem com os espíritos dos pouco mais de mil habitantes. "Galveias", romance do português José Luís Peixoto publicado lá em 2014 e agora lançado no Brasil, é uma forma de posicionar sua terra natal, a pequena freguesia de Galveias, no infinito cosmo. É, ainda, a forma do autor acertar contas consigo mesmo. "O livro relaciona a identidade com o espaço, a possibilidade de nos sentirmos como parte de um lugar e, dessa forma, nos definirmos", diz. "Todos têm um 'mundo', o que permite uma geografia." Apoiada na ruralidade característica da obra de Peixoto, a narrativa expõe as vísceras do que há de pior e melhor no homem –e, quanto mais ligada a história à terra, mais próxima está de apresentar as aberrações que se escondem na alma. Exemplo: em uma das cenas, duas mulheres brigam, puxam os cabelos e arremessam fezes uma na outra. "Há bastante tempo que acredito que há marcas fundamentais da ruralidade que são transnacionais", diz Peixoto. "É certo que também há diferenças significativas, mas há aspectos essenciais que se mantêm em diversos lugares do mundo. Essas marcas estão essencialmente ligadas à proximidade que os habitantes do interior ainda mantêm com a natureza e ao modo como a vivência numa pequena comunidade é marcante." A narrativa de "Galveias" começa em janeiro de 1984. No tempo real –aquele que difere da ficção de Peixoto–, o escritor teria dez anos. A forma como o adulto de hoje vê sua terra é menos fascinante que a visão do menino de então. "Galveias mudou bastante em 30 anos", diz o escritor. "Essa mudança não aconteceu apenas aos meus olhos, faz parte de uma evolução histórica, paralela a este período da realidade portuguesa." Na década de 1990, os subsídios oriundos da entrada de Portugal na União Europeia minguaram e veio o desemprego, o que levou muitos a migrar para outros lugares. "Aqueles que ficaram são resistentes a quem muito devemos. São eles que guardam a memória física, o espaço, são eles que garantem a continuação da vida no interior de Portugal", diz Peixoto. A extinção, contudo, se aproxima: "No ano passado, morreram cerca de 50 pessoas e nasceram duas crianças". O lugar e o homem envelhecem ao mesmo passo e, quando chegar a morte, Galveias e Peixoto hão de se reencontrar. "Regressarei nem que seja no fim. Quando morrer, serei enterrado lá. Essa é uma certeza que tenho e que me reconforta." GALVEIAS AUTOR José Luís Peixoto EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 44,90 (272 págs.) LANÇAMENTO 14/11, às 18h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2073, tel. 11-3170-4033)
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ONGs globais são negócio, afirma especialista
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Assim que o terremoto devastou o Haiti em 2010, o Exército americano entrou em ação: distribuiu 2,6 milhões de garrafas de água, entre as quais 120 mil galões da "deluxe" marca Fiji, embalada "no remoto vale de Yaqara", a 13 mil quilômetros dali. Três anos depois, era possível encontrar vários desses recipientes de plástico bloqueando canais e alagando as ruas de Porto Príncipe. Uma entre muitas trapalhadas que governos e ONGs internacionais fizeram no país, diz o jornalista Jonathan M. Katz, 35. Para ele, um cenário bem parecido com o Nepal hoje. Então correspondente da agência de notícias Associated Press, ele estava entediado no dia 12 de janeiro de 2010, em sua casa na capital do Haiti. Só de cueca e regata, brincava pela internet, com um amigo americano, de nomear animais com letras sorteadas do alfabeto. Foi quando Katz perdeu o chão. Era o "gwo machin ki pasé", frase em crioulo para "o grande caminhão que passou". Assim haitianos se referem ao estrondo de um terremoto. No livro "The Big Truck that Went By" (2013, sem tradução), Katz escreveu sobre "como o mundo veio salvar o Haiti e deixou um rastro de destruição". Ele conta como a ajuda humanitária, "apesar das boas intenções", pode provocar estragos duradouros em países pobres atingidos por catástrofes. Como o fato de ninguém ter ligado para a Coordenação Nacional de Segurança Alimentar antes de focar em campanhas para arrecadar comida –teriam descoberto que havia suprimentos suficientes em depósitos de Porto Príncipe para fornecer uma refeição completa para 300 mil pessoas por três semanas. Em entrevista à Folha, Katz fala sobre como é o "business" humanitário em países pobres. "É muito fácil para alguém de fora entrar, fazer o que quiser e não responder a ninguém." * Folha - Como a ajuda internacional pode piorar a situação de países pobres pós-desastre? Jonathan M. Katz - Estrangeiros assumem que sabem mais e não querem ouvir moradores, às vezes os marginalizam completamente. E se negam a ser responsabilizados quando algo dá errado. Como isso aconteceu no Haiti? Um bom exemplo: o Exército americano enviou 2,6 milhões de garrafas de água, incluindo 120 mil galões de "água Fiji deluxe". Três anos depois, recipientes de plástico ainda bloqueavam canais quando chovia na capital. Qual o paralelo entre Haiti e Nepal? São países pobres, onde a indústria humanitária atua há bastante tempo, com governos fracos, facilmente intimidados por atores externos. Você fala do "business" humanitário. Como isso ocorre? São bilhões de dólares que fluem para as maiores organizações. Elas têm funcionários em tempo integral, pessoas fazendo carreira na área, atrás de promoções, pensões, todo o esquema. Não é um insulto chamar de "business". Isso pode ser ótimo. Mas é cego fingir o contrário. Você viu de perto a atuação de celebridades como Sean Penn no Haiti. Elas são bem-vindas? Para os haitianos, Sean era apenas mais um estrangeiro. Quem deveria se questionar sobre o poder dado à celebridade são as pessoas do seu país de origem. É daí que vem o dinheiro. Deixar os locais marginalizados do debate era a regra no Haiti? Quase nenhum dos agentes internacionais falava crioulo, e os grupos sempre escutavam, e espalhavam entre si, que os haitianos eram perigosos e imprevisíveis fora dos muros. Acho que jamais ocorreu a eles outra hipótese. Como ocorre o desperdício entre a doação e a ajuda que realmente chega à população? Quando você dá dinheiro para um grupo assistencial, está pagando a ele para que execute um programa, e isso tem custo: viagem, despesas de escritório, salários, contas de telefone, cuidados médicos, comida para os seus próprios trabalhadores etc. A questão é se você gosta dos resultados. O truque é que esses grupos se safam por não ter de prestar contas especificamente sobre o trabalho. Como ONGs e governos estrangeiros devem atuar então? O país que sofreu o desastre tem de assumir a liderança. Se há ajuda externa equipada e disposta a apoiá-los, ótimo. Mas nós precisamos saber o que estamos fazendo. Boas intenções não bastam. Quais decisões precipitadas são comuns após a catástrofe? Há um estranho misto de pânico com total indiferença à passagem real do tempo. Assumem que há escassez de alimentos e água onde pode não haver nada disso. Imaginam saques e violência, o que é improvável. Preparam-se para grandes surtos de doenças, o que quase nunca acontece. E respondem a essas "ameaças" com todo o tipo de intervenções malucas, ignorando os problemas reais que as pessoas tendem a ter, como necessidade de abrigos permanentes e perda de rendimento. Ouvi na rádio sobre equipes de busca e salvamento dos EUA no Nepal. Hoje! Faz uma semana e meia! Quem eles vão resgatar? Você tuitou sugerindo procurar ONGs locais em vez de 'grifes' internacionais. Por quê? Quem quer ajudar assume que ONGs de grife têm grande presença no mundo inteiro. No Haiti, a Cruz Vermelha americana recebeu US$ 486 milhões e tinha apenas quatro pessoas lá no dia do terremoto. Outros grupos sem qualquer experiência no lugar voam logo após o desastre, porque sabem que o dinheiro vai começar a fluir. Qual é o maior erro daqueles que relatam um desastre, como a mídia e ONGs? Não levam as pessoas afetadas a sério. Assumem que são animais violentos que precisam ser protegidos de si mesmo, ao contrário do que são: anfitriões bravos e traumatizados. Outro grande erro é mandar repórteres que não conhecem o país nem sabem como cobrir desastres. Eles improvisam sobre histórias banais e repassam fatos básicos errados. Imagine se um repórter aparece na Copa sem saber como cobrir futebol e escreve críticas a jogadores que não usam as mãos.
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mundo
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ONGs globais são negócio, afirma especialistaAssim que o terremoto devastou o Haiti em 2010, o Exército americano entrou em ação: distribuiu 2,6 milhões de garrafas de água, entre as quais 120 mil galões da "deluxe" marca Fiji, embalada "no remoto vale de Yaqara", a 13 mil quilômetros dali. Três anos depois, era possível encontrar vários desses recipientes de plástico bloqueando canais e alagando as ruas de Porto Príncipe. Uma entre muitas trapalhadas que governos e ONGs internacionais fizeram no país, diz o jornalista Jonathan M. Katz, 35. Para ele, um cenário bem parecido com o Nepal hoje. Então correspondente da agência de notícias Associated Press, ele estava entediado no dia 12 de janeiro de 2010, em sua casa na capital do Haiti. Só de cueca e regata, brincava pela internet, com um amigo americano, de nomear animais com letras sorteadas do alfabeto. Foi quando Katz perdeu o chão. Era o "gwo machin ki pasé", frase em crioulo para "o grande caminhão que passou". Assim haitianos se referem ao estrondo de um terremoto. No livro "The Big Truck that Went By" (2013, sem tradução), Katz escreveu sobre "como o mundo veio salvar o Haiti e deixou um rastro de destruição". Ele conta como a ajuda humanitária, "apesar das boas intenções", pode provocar estragos duradouros em países pobres atingidos por catástrofes. Como o fato de ninguém ter ligado para a Coordenação Nacional de Segurança Alimentar antes de focar em campanhas para arrecadar comida –teriam descoberto que havia suprimentos suficientes em depósitos de Porto Príncipe para fornecer uma refeição completa para 300 mil pessoas por três semanas. Em entrevista à Folha, Katz fala sobre como é o "business" humanitário em países pobres. "É muito fácil para alguém de fora entrar, fazer o que quiser e não responder a ninguém." * Folha - Como a ajuda internacional pode piorar a situação de países pobres pós-desastre? Jonathan M. Katz - Estrangeiros assumem que sabem mais e não querem ouvir moradores, às vezes os marginalizam completamente. E se negam a ser responsabilizados quando algo dá errado. Como isso aconteceu no Haiti? Um bom exemplo: o Exército americano enviou 2,6 milhões de garrafas de água, incluindo 120 mil galões de "água Fiji deluxe". Três anos depois, recipientes de plástico ainda bloqueavam canais quando chovia na capital. Qual o paralelo entre Haiti e Nepal? São países pobres, onde a indústria humanitária atua há bastante tempo, com governos fracos, facilmente intimidados por atores externos. Você fala do "business" humanitário. Como isso ocorre? São bilhões de dólares que fluem para as maiores organizações. Elas têm funcionários em tempo integral, pessoas fazendo carreira na área, atrás de promoções, pensões, todo o esquema. Não é um insulto chamar de "business". Isso pode ser ótimo. Mas é cego fingir o contrário. Você viu de perto a atuação de celebridades como Sean Penn no Haiti. Elas são bem-vindas? Para os haitianos, Sean era apenas mais um estrangeiro. Quem deveria se questionar sobre o poder dado à celebridade são as pessoas do seu país de origem. É daí que vem o dinheiro. Deixar os locais marginalizados do debate era a regra no Haiti? Quase nenhum dos agentes internacionais falava crioulo, e os grupos sempre escutavam, e espalhavam entre si, que os haitianos eram perigosos e imprevisíveis fora dos muros. Acho que jamais ocorreu a eles outra hipótese. Como ocorre o desperdício entre a doação e a ajuda que realmente chega à população? Quando você dá dinheiro para um grupo assistencial, está pagando a ele para que execute um programa, e isso tem custo: viagem, despesas de escritório, salários, contas de telefone, cuidados médicos, comida para os seus próprios trabalhadores etc. A questão é se você gosta dos resultados. O truque é que esses grupos se safam por não ter de prestar contas especificamente sobre o trabalho. Como ONGs e governos estrangeiros devem atuar então? O país que sofreu o desastre tem de assumir a liderança. Se há ajuda externa equipada e disposta a apoiá-los, ótimo. Mas nós precisamos saber o que estamos fazendo. Boas intenções não bastam. Quais decisões precipitadas são comuns após a catástrofe? Há um estranho misto de pânico com total indiferença à passagem real do tempo. Assumem que há escassez de alimentos e água onde pode não haver nada disso. Imaginam saques e violência, o que é improvável. Preparam-se para grandes surtos de doenças, o que quase nunca acontece. E respondem a essas "ameaças" com todo o tipo de intervenções malucas, ignorando os problemas reais que as pessoas tendem a ter, como necessidade de abrigos permanentes e perda de rendimento. Ouvi na rádio sobre equipes de busca e salvamento dos EUA no Nepal. Hoje! Faz uma semana e meia! Quem eles vão resgatar? Você tuitou sugerindo procurar ONGs locais em vez de 'grifes' internacionais. Por quê? Quem quer ajudar assume que ONGs de grife têm grande presença no mundo inteiro. No Haiti, a Cruz Vermelha americana recebeu US$ 486 milhões e tinha apenas quatro pessoas lá no dia do terremoto. Outros grupos sem qualquer experiência no lugar voam logo após o desastre, porque sabem que o dinheiro vai começar a fluir. Qual é o maior erro daqueles que relatam um desastre, como a mídia e ONGs? Não levam as pessoas afetadas a sério. Assumem que são animais violentos que precisam ser protegidos de si mesmo, ao contrário do que são: anfitriões bravos e traumatizados. Outro grande erro é mandar repórteres que não conhecem o país nem sabem como cobrir desastres. Eles improvisam sobre histórias banais e repassam fatos básicos errados. Imagine se um repórter aparece na Copa sem saber como cobrir futebol e escreve críticas a jogadores que não usam as mãos.
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Fuvest divulga lista de aprovados na USP e na Santa Casa; veja
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A Fuvest divulgou nesta sexta-feira (30) a lista dos aprovados no vestibular da USP e da Santa Casa de São Paulo. Os nomes podem ser consultados no site da Fuvest. O processo de matrícula começa já na próxima terça-feira (3), às 8h. Até as 13h59 de quarta (4), os convocados em primeira chamada terão de acessar o site da Fuvest para confirmar o interesse pelo curso em que foram aprovados. A etapa é obrigatória. Confira a 1ª chamada do vestibular 2015 da Fuvest (em pdf) Confira a lista de treineiros (em pdf) Nos dias 11 e 12 de fevereiro, os estudantes terão de fazer a matrícula presencial, em que terão de comparecer à unidade da graduação para entrega e assinatura dos documentos. A matrícula só será efetivada após confirmação, que também precisa ser feita pessoalmente pelos estudantes na unidade do curso, nos dias 3 e 4 de março. Veja imagens Quem não foi aprovado nesta primeira chamada pode esperar as próximas convocações, que começam na sexta-feira (6). A Fuvest prevê até cinco chamadas, que serão encerradas em 24 de fevereiro. Neste ano, estavam sendo oferecidas 11.177 vagas, sendo 11.057 na USP e 120 no curso de medicina da Santa Casa. Ao todo, 142 mil candidatos se inscreveram nesta edição do exame –queda de 18% em relação ao ano passado e o menor número desde o vestibular de 2012. O curso mais concorrido foi o de medicina na capital, com 55,02 candidatos por vaga. A redução do número de inscritos, porém, não facilitou a disputa. Neste ano, das 37 carreiras com maior nota de corte (pontuação mínima para classificação à segunda fase do vestibular), 31 exigiram que o candidato fizesse mais pontos do que quem prestou o vestibular anterior. Em medicina, por exemplo, os estudantes tiveram de acertar 72 de 90 (correspondente a 80%) questões na prova da primeira fase, realizada em novembro. No vestibular passado, a nota mínima era 70.
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educacao
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Fuvest divulga lista de aprovados na USP e na Santa Casa; vejaA Fuvest divulgou nesta sexta-feira (30) a lista dos aprovados no vestibular da USP e da Santa Casa de São Paulo. Os nomes podem ser consultados no site da Fuvest. O processo de matrícula começa já na próxima terça-feira (3), às 8h. Até as 13h59 de quarta (4), os convocados em primeira chamada terão de acessar o site da Fuvest para confirmar o interesse pelo curso em que foram aprovados. A etapa é obrigatória. Confira a 1ª chamada do vestibular 2015 da Fuvest (em pdf) Confira a lista de treineiros (em pdf) Nos dias 11 e 12 de fevereiro, os estudantes terão de fazer a matrícula presencial, em que terão de comparecer à unidade da graduação para entrega e assinatura dos documentos. A matrícula só será efetivada após confirmação, que também precisa ser feita pessoalmente pelos estudantes na unidade do curso, nos dias 3 e 4 de março. Veja imagens Quem não foi aprovado nesta primeira chamada pode esperar as próximas convocações, que começam na sexta-feira (6). A Fuvest prevê até cinco chamadas, que serão encerradas em 24 de fevereiro. Neste ano, estavam sendo oferecidas 11.177 vagas, sendo 11.057 na USP e 120 no curso de medicina da Santa Casa. Ao todo, 142 mil candidatos se inscreveram nesta edição do exame –queda de 18% em relação ao ano passado e o menor número desde o vestibular de 2012. O curso mais concorrido foi o de medicina na capital, com 55,02 candidatos por vaga. A redução do número de inscritos, porém, não facilitou a disputa. Neste ano, das 37 carreiras com maior nota de corte (pontuação mínima para classificação à segunda fase do vestibular), 31 exigiram que o candidato fizesse mais pontos do que quem prestou o vestibular anterior. Em medicina, por exemplo, os estudantes tiveram de acertar 72 de 90 (correspondente a 80%) questões na prova da primeira fase, realizada em novembro. No vestibular passado, a nota mínima era 70.
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Companhia aérea Azul planeja abrir capital em 2017, diz agência
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A Azul Linhas Aéreas está concluindo a documentação necessária para protocolar nas próximas semanas o pedido de registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), de acordo com a Reuters. Segundo a agência, o plano é que a estreia dos papéis BM&FBovespa aconteça entre janeiro e fevereiro. Os recursos que a Azul, terceira maior companhia aérea do país, pretende levantar com a emissão de ações novas —oferta primária— serão usados entre outros fins para reforçar o caixa, no momento em que começa a receber aeronaves de maior porte, principalmente para viagens internacionais. Com 139 jatos na frota no fim de 2015, a empresa fundada pelo empresário David Neeleman deve receber ainda neste ano dois jatos Airbus A320, com capacidade para cerca de 180 passageiros cada. Outros seis aviões do mesmo modelo estão previstos para chegar em 2017, disse uma das fontes. Há ainda uma encomenda prevista para entrega em 2017 de um novo avião da Airbus A350. A Azul tem negociado atrasar ou suspender a entrega da aeronave, dado o cenário de recessão no Brasil e seus reflexos no setor de aviação, disse a mesma fonte. A companhia e os assessores financeiros estão aguardando a redução na volatilidade do mercado financeiro, ocasionada pela surpreendente vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, para protocolar os documentos da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse a primeira fonte. Consultada, a Azul afirmou que não comentaria o assunto. A Azul desistiu em junho do ano passado, pela terceira vez, de seu planejado IPO devido às condições adversas do mercado. Na época, profissionais do mercado calculavam que a operação poderia levantar pouco mais de um R$ 1 bilhão. Pouco depois, a Azul recebeu um aporte de US$ 100 milhões da norte-americana United Airlines, do grupo United Continental. Em novembro do ano passado, o grupo chinês HNA Group pagou R$ 1,7 bilhão para ficar com 23,7 por cento da empresa. O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse na época que o aporte daria fôlego maior para a empresa até um IPO. O plano de IPO é retomado num momento em que as companhias aéreas do país estão reduzindo rotas, cortando pessoal e, em alguns casos, devolvendo aeronaves, com foco em reduzir o endividamento e manter o caixa. Pelo dado público mais recente, a Azul teve prejuízo líquido de R$ 182,75 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 92,5 milhões em igual etapa de 2015. Na semana passada, a Gol informou ao mercado um plano de devolução de aeronaves com objetivo de reduzir seu endividamento em R$ 1,6 bilhão.
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mercado
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Companhia aérea Azul planeja abrir capital em 2017, diz agênciaA Azul Linhas Aéreas está concluindo a documentação necessária para protocolar nas próximas semanas o pedido de registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), de acordo com a Reuters. Segundo a agência, o plano é que a estreia dos papéis BM&FBovespa aconteça entre janeiro e fevereiro. Os recursos que a Azul, terceira maior companhia aérea do país, pretende levantar com a emissão de ações novas —oferta primária— serão usados entre outros fins para reforçar o caixa, no momento em que começa a receber aeronaves de maior porte, principalmente para viagens internacionais. Com 139 jatos na frota no fim de 2015, a empresa fundada pelo empresário David Neeleman deve receber ainda neste ano dois jatos Airbus A320, com capacidade para cerca de 180 passageiros cada. Outros seis aviões do mesmo modelo estão previstos para chegar em 2017, disse uma das fontes. Há ainda uma encomenda prevista para entrega em 2017 de um novo avião da Airbus A350. A Azul tem negociado atrasar ou suspender a entrega da aeronave, dado o cenário de recessão no Brasil e seus reflexos no setor de aviação, disse a mesma fonte. A companhia e os assessores financeiros estão aguardando a redução na volatilidade do mercado financeiro, ocasionada pela surpreendente vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, para protocolar os documentos da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse a primeira fonte. Consultada, a Azul afirmou que não comentaria o assunto. A Azul desistiu em junho do ano passado, pela terceira vez, de seu planejado IPO devido às condições adversas do mercado. Na época, profissionais do mercado calculavam que a operação poderia levantar pouco mais de um R$ 1 bilhão. Pouco depois, a Azul recebeu um aporte de US$ 100 milhões da norte-americana United Airlines, do grupo United Continental. Em novembro do ano passado, o grupo chinês HNA Group pagou R$ 1,7 bilhão para ficar com 23,7 por cento da empresa. O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse na época que o aporte daria fôlego maior para a empresa até um IPO. O plano de IPO é retomado num momento em que as companhias aéreas do país estão reduzindo rotas, cortando pessoal e, em alguns casos, devolvendo aeronaves, com foco em reduzir o endividamento e manter o caixa. Pelo dado público mais recente, a Azul teve prejuízo líquido de R$ 182,75 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 92,5 milhões em igual etapa de 2015. Na semana passada, a Gol informou ao mercado um plano de devolução de aeronaves com objetivo de reduzir seu endividamento em R$ 1,6 bilhão.
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PMs vão a juri acusados de empurrar suspeito de telhado e matá-lo em SP
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A Justiça de São Paulo realiza nesta segunda-feira (27) o julgamento de três policiais militares suspeitos de terem empurrado Fernando Henrique da Silva, 23, e, depois, matado, após um assalto na região do Butantã, na zona oeste da cidade, em 2015. Os PMs Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva e Samuel Paes serão julgados a partir das 10h no Fórum da Barra Funda, na zona oeste. Eles estão presos no presídio militar Romão Gomes, no Tremembé (zona norte). O crime aconteceu em 7 de setembro de 2015. Imagens feitas por um cinegrafista amador mostram quando Fernando da Silva foi rendido por um policial no telhado de uma casa e, após levantar as mãos, foi dominado e empurrado pelo policial nos fundos do imóvel. Enquanto o policial desce do telhado é possível ouvir o barulho de ao menos dois tiros. Veja vídeo Na época, o policial Fábio Gambale da Silva relatou no boletim de ocorrência uma versão totalmente diferente do que as imagens mostram. Ele falou que entrou na casa, acompanhado de outro PM, após uma moradora avisar que um homem estava no local. Gambale falou que eles foram surpreendidos pelo homem que pulou no quintal vindo de uma casa vizinha. Os policiais também disseram ao delegado que atiraram no suspeito porque ele reagiu à prisão. Em depoimento prestado à Corregedoria da PM no dia 15 de setembro de 2015, o policial flagrado empurrando Fernando Henrique da Silva e seus colegas de corporação alegaram que o suspeito tentou lutar e, com isso, se desequilibrou. Eles afirmam que Silva tentou agredi-los e que acabou se desequilibrando sozinho "por não ter caminho para descer." A Corregedoria da PM considerou a versão mentirosa, pelo fato de o vídeo gravado por um vizinho mostrar Silva sendo empurrado por um dos policiais em direção os fundos da casa, quando já estava algemado. A Corregedoria e a DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) consideraram que os policiais mataram os jovens e tentaram forjar o tiroteio. CONDENAÇÃO Além da morte de Fernando Henrique da Silva, a Justiça já julgou outros três PMs pela morte de Paulo Henrique Porto de Oliveira, 18, que teria participado com Silva do assalto no Butantã e morto após se entregar. As mortes de Oliveira e Silva foram registradas por câmeras e mostram que as vítimas já estavam rendidas e desarmadas quando foram mortas pelos policiais. Os dois jovens tentaram roubar uma moto no dia 7 de setembro de 2015, no Butantã. A Justiça condenou um dos três policiais militares pela morte de Paulo Henrique Porto de Oliveira. O policial Tyson Oliveira Bastiane foi condenado a 12 anos, 5 meses e 17 dias de prisão, em regime fechado, por homicídio simples. Bastiane também cumprirá pena de 7 meses e 15 dias de detenção, em regime aberto, por fraude processual, além do pagamento de 35 dias-multa. Já Silvano Clayton dos Reis foi absolvido da acusação de homicídio, mas condenado pelos crimes de falsidade ideológica e porte ilegal de arma a 4 anos, 11 meses e 17 dias de prisão no regime semiaberto. A juíza Giovana Christina Colares, da 3ª Vara do Júri, decidiu que o policial poderá recorrer em liberdade e expediu o alvará de soltura. Segundo a denúncia, Bastiane foi o responsável por efetuar os tiros que matou o jovem de 18 anos. O advogado de Bastiane, que também representa o policial Reis, afirmou que irá recorrer da decisão sobre a condenação por homicídio. "Reis foi absolvido da condenação de homicídio, e condenado nos demais crimes, exceto posse de arma, como havíamos sugerido. Por isso, nós vamos recorrer da decisão para que Bastiane também seja absolvido", afirmou Celso Vendramini. O terceiro policial envolvido no caso, Silvio André Conceição, foi inocentado de todos os crimes. O julgamento dos policiais levou dois dias e ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste. Câmeras de segurança registraram quando Paulo Henrique Porto de Oliveira, que estava desarmado, se entregou aos policiais. Ele sentou no chão, ergueu os braços, foi imobilizado por um policial e algemado. Logo em seguida, os policiais retiraram as algemas e o levaram ao muro. As imagens não mostram a morte de Oliveira. Depois dos tiros, um policial sem nada nas mãos foi até o carro da PM e, em seguida, esse mesmo policial apareceu com uma arma e voltou para onde estava o suspeito. Veja vídeo
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PMs vão a juri acusados de empurrar suspeito de telhado e matá-lo em SPA Justiça de São Paulo realiza nesta segunda-feira (27) o julgamento de três policiais militares suspeitos de terem empurrado Fernando Henrique da Silva, 23, e, depois, matado, após um assalto na região do Butantã, na zona oeste da cidade, em 2015. Os PMs Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva e Samuel Paes serão julgados a partir das 10h no Fórum da Barra Funda, na zona oeste. Eles estão presos no presídio militar Romão Gomes, no Tremembé (zona norte). O crime aconteceu em 7 de setembro de 2015. Imagens feitas por um cinegrafista amador mostram quando Fernando da Silva foi rendido por um policial no telhado de uma casa e, após levantar as mãos, foi dominado e empurrado pelo policial nos fundos do imóvel. Enquanto o policial desce do telhado é possível ouvir o barulho de ao menos dois tiros. Veja vídeo Na época, o policial Fábio Gambale da Silva relatou no boletim de ocorrência uma versão totalmente diferente do que as imagens mostram. Ele falou que entrou na casa, acompanhado de outro PM, após uma moradora avisar que um homem estava no local. Gambale falou que eles foram surpreendidos pelo homem que pulou no quintal vindo de uma casa vizinha. Os policiais também disseram ao delegado que atiraram no suspeito porque ele reagiu à prisão. Em depoimento prestado à Corregedoria da PM no dia 15 de setembro de 2015, o policial flagrado empurrando Fernando Henrique da Silva e seus colegas de corporação alegaram que o suspeito tentou lutar e, com isso, se desequilibrou. Eles afirmam que Silva tentou agredi-los e que acabou se desequilibrando sozinho "por não ter caminho para descer." A Corregedoria da PM considerou a versão mentirosa, pelo fato de o vídeo gravado por um vizinho mostrar Silva sendo empurrado por um dos policiais em direção os fundos da casa, quando já estava algemado. A Corregedoria e a DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) consideraram que os policiais mataram os jovens e tentaram forjar o tiroteio. CONDENAÇÃO Além da morte de Fernando Henrique da Silva, a Justiça já julgou outros três PMs pela morte de Paulo Henrique Porto de Oliveira, 18, que teria participado com Silva do assalto no Butantã e morto após se entregar. As mortes de Oliveira e Silva foram registradas por câmeras e mostram que as vítimas já estavam rendidas e desarmadas quando foram mortas pelos policiais. Os dois jovens tentaram roubar uma moto no dia 7 de setembro de 2015, no Butantã. A Justiça condenou um dos três policiais militares pela morte de Paulo Henrique Porto de Oliveira. O policial Tyson Oliveira Bastiane foi condenado a 12 anos, 5 meses e 17 dias de prisão, em regime fechado, por homicídio simples. Bastiane também cumprirá pena de 7 meses e 15 dias de detenção, em regime aberto, por fraude processual, além do pagamento de 35 dias-multa. Já Silvano Clayton dos Reis foi absolvido da acusação de homicídio, mas condenado pelos crimes de falsidade ideológica e porte ilegal de arma a 4 anos, 11 meses e 17 dias de prisão no regime semiaberto. A juíza Giovana Christina Colares, da 3ª Vara do Júri, decidiu que o policial poderá recorrer em liberdade e expediu o alvará de soltura. Segundo a denúncia, Bastiane foi o responsável por efetuar os tiros que matou o jovem de 18 anos. O advogado de Bastiane, que também representa o policial Reis, afirmou que irá recorrer da decisão sobre a condenação por homicídio. "Reis foi absolvido da condenação de homicídio, e condenado nos demais crimes, exceto posse de arma, como havíamos sugerido. Por isso, nós vamos recorrer da decisão para que Bastiane também seja absolvido", afirmou Celso Vendramini. O terceiro policial envolvido no caso, Silvio André Conceição, foi inocentado de todos os crimes. O julgamento dos policiais levou dois dias e ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste. Câmeras de segurança registraram quando Paulo Henrique Porto de Oliveira, que estava desarmado, se entregou aos policiais. Ele sentou no chão, ergueu os braços, foi imobilizado por um policial e algemado. Logo em seguida, os policiais retiraram as algemas e o levaram ao muro. As imagens não mostram a morte de Oliveira. Depois dos tiros, um policial sem nada nas mãos foi até o carro da PM e, em seguida, esse mesmo policial apareceu com uma arma e voltou para onde estava o suspeito. Veja vídeo
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Clique cidadão
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Nunca fui boa de bola. Sempre fui uma das últimas a ser escolhida na divisão de times das brincadeiras de minha infância. Nem me vexava mais. Assistia resignada, sem ânsia pelo poder, à eterna briga dos líderes pela justa partilha. Brincar era o que todos queriam, mas o caminho para a organização da brincadeira, muitas vezes, conseguia acabar com ela. Nunca me aventurei nas diretorias. No grêmio escolar, cheguei à módica função de escrivã das atas e, de novo, ocupei um lugar privilegiado para a observação das disputas. Vi meus amigos se pavoneando em opiniões intermináveis, enquanto eu titubeava com a caneta suspensa. Testemunhei projetos nascidos de decisões unânimes deixarem de encontrar seus caminhos para a realização, atravancados pela logística das vaidades. Calada, eu adorava quando as rusgas chegavam ao ponto de precisarmos votar. Eu levantava o braço, orgulhosa de meu poder no silêncio. Um alívio, o voto. Quando os líderes eleitos não conseguiam tomar suas decisões, nós os ajudávamos votando nas pautas. Simples assim. Tenho me perguntado muitas vezes porque posso pagar impostos pela internet, mas não posso usá-la para votar em como deve ser gasto o dinheiro. Se tenho senhas, tarjas magnéticas, leituras digitais e um arsenal de segurança que me permitem depositar o meu rico dinheirinho no mundo virtual, por que não posso usar as mesmas armas para dizer o que quero e o que não quero como cidadã? Será que com tamanho arsenal tecnológico, preciso, por exemplo, me subjugar a este descarado jogo político, que ultraja dia a dia a minha inteligência, me fazendo até minimizar a decepção que sinto com um governo de mãos sujas, porque simplesmente prefiro morrer a ser salva do afogamento por ameaças a nossa conquista democrática? Quero votar em decisões, não em homens. Quero reforma política. Quero orçamento participativo. Quero liberdade e justiça. Quero saber a verdade sem rodeios. Quero confiar em juízes. Quero uma reforma radical e emergencial na educação, única saída para não repetirmos este impasse em que a pior crise é a do material humano. Utopia? Que seja. Mas preciso sentir que tenho algum poder. Quero usar minha digital como meu braço levantado no grêmio escolar. No poder do meu silêncio. Já que todas as palavras andam destorcidas.
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colunas
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Clique cidadãoNunca fui boa de bola. Sempre fui uma das últimas a ser escolhida na divisão de times das brincadeiras de minha infância. Nem me vexava mais. Assistia resignada, sem ânsia pelo poder, à eterna briga dos líderes pela justa partilha. Brincar era o que todos queriam, mas o caminho para a organização da brincadeira, muitas vezes, conseguia acabar com ela. Nunca me aventurei nas diretorias. No grêmio escolar, cheguei à módica função de escrivã das atas e, de novo, ocupei um lugar privilegiado para a observação das disputas. Vi meus amigos se pavoneando em opiniões intermináveis, enquanto eu titubeava com a caneta suspensa. Testemunhei projetos nascidos de decisões unânimes deixarem de encontrar seus caminhos para a realização, atravancados pela logística das vaidades. Calada, eu adorava quando as rusgas chegavam ao ponto de precisarmos votar. Eu levantava o braço, orgulhosa de meu poder no silêncio. Um alívio, o voto. Quando os líderes eleitos não conseguiam tomar suas decisões, nós os ajudávamos votando nas pautas. Simples assim. Tenho me perguntado muitas vezes porque posso pagar impostos pela internet, mas não posso usá-la para votar em como deve ser gasto o dinheiro. Se tenho senhas, tarjas magnéticas, leituras digitais e um arsenal de segurança que me permitem depositar o meu rico dinheirinho no mundo virtual, por que não posso usar as mesmas armas para dizer o que quero e o que não quero como cidadã? Será que com tamanho arsenal tecnológico, preciso, por exemplo, me subjugar a este descarado jogo político, que ultraja dia a dia a minha inteligência, me fazendo até minimizar a decepção que sinto com um governo de mãos sujas, porque simplesmente prefiro morrer a ser salva do afogamento por ameaças a nossa conquista democrática? Quero votar em decisões, não em homens. Quero reforma política. Quero orçamento participativo. Quero liberdade e justiça. Quero saber a verdade sem rodeios. Quero confiar em juízes. Quero uma reforma radical e emergencial na educação, única saída para não repetirmos este impasse em que a pior crise é a do material humano. Utopia? Que seja. Mas preciso sentir que tenho algum poder. Quero usar minha digital como meu braço levantado no grêmio escolar. No poder do meu silêncio. Já que todas as palavras andam destorcidas.
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Apesar da desvalorização da moeda chinesa, guerra cambial é improvável
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Os chineses foram apresentados às guerras cambiais por meio de uma série de best sellers escritos por Hongbing Song, durante a crise financeira, mas muitos observadores concluíram que o país havia por fim entrado na batalha mundial do câmbio com a desvalorização anunciada na segunda-feira (10). À primeira vista, é uma conclusão estranha. Pelos padrões das desvalorizações em mercados emergentes, a queda de 1,9% do yuan diante do dólar mal conta. Até agora este ano, o real brasileiro já teve 10 quedas diárias maiores que essa. Além disso, o Banco Popular da China afirma que se trata de uma "correção extraordinária". Os operadores de câmbio entendem diferente. A queda é a maior registrada pelo yuan desde que o governo chinês adotou seu regime de câmbio livre administrado —a flutuação da média diária da moeda este ano foi de 0,06% para mais ou para menos. Os operadores de câmbio acreditam que haja mais desvalorizações por vir. O yuan negociado livremente em mercados offshore caiu em 2,8%, e o contrato futuro de 12 meses da moeda caiu em 3,6%. Existem motivos fundamentais sólidos para que a China promova uma desvalorização. O yuan vinha ganhando valor dramaticamente se considerado o valor ponderado do comércio internacional, já que o euro, o iene e as moedas de mercados emergentes caíram acentuadamente diante do dólar enquanto a China mantinha uma sua âncora cambial parcial. Como apontou o banco central chinês, considerada a inflação, o yuan subiu ainda mais - 17% em termos ponderados pelo comércio desde o começo do ano passado, o que representa alta superior à do dólar, em função da inflação chinesa mais elevada. DESACELERAÇÃO Com a desaceleração da economia e o crash em seus mercados de ações, a China relaxou bastante a sua política monetária este ano. No entanto, antes da desvalorização, o yuan estava bem pouco abaixo de sua marca de janeiro. Até a terça-feira, a intervenção diária do banco chinês no mercado de câmbio vinha ajudando a manter a moeda mais forte, com uma taxa mantida consistentemente em 1% acima da taxa de mercado (a taxa de câmbio está livre para flutuar em 2% acima ou abaixo do valor de intervenção). A nova abordagem, que será adotada para definir o valor de intervenção, ainda não está clara, mas se ela for mais "orientada ao mercado", como sugeriu o banco central, a pressão do mercado pode levar a moeda a um maior enfraquecimento. No entanto, há motivos para duvidar de que novas desvalorizações venham a acontecer. A China conta com uma equipe sofisticada de autoridades econômicas, apesar do caos em seus esforços frustrados para escorar as ações. Se a China realmente deseja uma moeda mais fraca, essas autoridades certamente reconhecerão que uma grande desvalorização da ordem de 20%, o equivalente à queda do iene nos últimos 18 meses, seria melhor que uma sucessão de pequenos cortes. MOEDA RESERVA Além disso, a China tem forte interesse em conquistar para sua moeda o status de divisa de reserva, ao vê-la incluída na cesta de "direitos especiais de saque" do Fundo Monetário Internacional (FMI), em companhia do dólar, euro, iene e libra esterlina. O FMI postergou a decisão quanto a isso até setembro do ano que vem, para dar à China tempo para relaxar as restrições quanto ao yuan. A desvalorização da terça-feira foi supostamente parte do processo de reforma, mas se ela provar não ser uma ocorrência excepcional, isso não ajudaria na aceitação do yuan. Os operadores de câmbio podem se ver confirmados em sua expectativa de que o yuan volte a cair diante do dólar simplesmente porque maior liberalização da moeda permitiria que ela reagisse adequadamente à política monetária nacional mais frouxa e ao crescimento mais lento. Mas aqueles que se preocupam com a possibilidade de que a desvalorização da terça-feira seja precursora de um enfraquecimento dramático mais adiante, exportando deflação para o resto do planeta, provavelmente estão exagerando. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Apesar da desvalorização da moeda chinesa, guerra cambial é improvávelOs chineses foram apresentados às guerras cambiais por meio de uma série de best sellers escritos por Hongbing Song, durante a crise financeira, mas muitos observadores concluíram que o país havia por fim entrado na batalha mundial do câmbio com a desvalorização anunciada na segunda-feira (10). À primeira vista, é uma conclusão estranha. Pelos padrões das desvalorizações em mercados emergentes, a queda de 1,9% do yuan diante do dólar mal conta. Até agora este ano, o real brasileiro já teve 10 quedas diárias maiores que essa. Além disso, o Banco Popular da China afirma que se trata de uma "correção extraordinária". Os operadores de câmbio entendem diferente. A queda é a maior registrada pelo yuan desde que o governo chinês adotou seu regime de câmbio livre administrado —a flutuação da média diária da moeda este ano foi de 0,06% para mais ou para menos. Os operadores de câmbio acreditam que haja mais desvalorizações por vir. O yuan negociado livremente em mercados offshore caiu em 2,8%, e o contrato futuro de 12 meses da moeda caiu em 3,6%. Existem motivos fundamentais sólidos para que a China promova uma desvalorização. O yuan vinha ganhando valor dramaticamente se considerado o valor ponderado do comércio internacional, já que o euro, o iene e as moedas de mercados emergentes caíram acentuadamente diante do dólar enquanto a China mantinha uma sua âncora cambial parcial. Como apontou o banco central chinês, considerada a inflação, o yuan subiu ainda mais - 17% em termos ponderados pelo comércio desde o começo do ano passado, o que representa alta superior à do dólar, em função da inflação chinesa mais elevada. DESACELERAÇÃO Com a desaceleração da economia e o crash em seus mercados de ações, a China relaxou bastante a sua política monetária este ano. No entanto, antes da desvalorização, o yuan estava bem pouco abaixo de sua marca de janeiro. Até a terça-feira, a intervenção diária do banco chinês no mercado de câmbio vinha ajudando a manter a moeda mais forte, com uma taxa mantida consistentemente em 1% acima da taxa de mercado (a taxa de câmbio está livre para flutuar em 2% acima ou abaixo do valor de intervenção). A nova abordagem, que será adotada para definir o valor de intervenção, ainda não está clara, mas se ela for mais "orientada ao mercado", como sugeriu o banco central, a pressão do mercado pode levar a moeda a um maior enfraquecimento. No entanto, há motivos para duvidar de que novas desvalorizações venham a acontecer. A China conta com uma equipe sofisticada de autoridades econômicas, apesar do caos em seus esforços frustrados para escorar as ações. Se a China realmente deseja uma moeda mais fraca, essas autoridades certamente reconhecerão que uma grande desvalorização da ordem de 20%, o equivalente à queda do iene nos últimos 18 meses, seria melhor que uma sucessão de pequenos cortes. MOEDA RESERVA Além disso, a China tem forte interesse em conquistar para sua moeda o status de divisa de reserva, ao vê-la incluída na cesta de "direitos especiais de saque" do Fundo Monetário Internacional (FMI), em companhia do dólar, euro, iene e libra esterlina. O FMI postergou a decisão quanto a isso até setembro do ano que vem, para dar à China tempo para relaxar as restrições quanto ao yuan. A desvalorização da terça-feira foi supostamente parte do processo de reforma, mas se ela provar não ser uma ocorrência excepcional, isso não ajudaria na aceitação do yuan. Os operadores de câmbio podem se ver confirmados em sua expectativa de que o yuan volte a cair diante do dólar simplesmente porque maior liberalização da moeda permitiria que ela reagisse adequadamente à política monetária nacional mais frouxa e ao crescimento mais lento. Mas aqueles que se preocupam com a possibilidade de que a desvalorização da terça-feira seja precursora de um enfraquecimento dramático mais adiante, exportando deflação para o resto do planeta, provavelmente estão exagerando. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Simetria e estética no pensamento científico
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RESUMO Lançado recentemente nos Estados Unidos, novo livro de Frank Wilczek faz uma ode à beleza do mundo natural por intermédio da mente e da lógica de um físico teórico. Na obra, dedicada ao público não especializado, o Nobel de Física de 2004 vê a beleza como expressão de simetria, e a simetria, como verdade. * Quando lemos livros sobre ciência para o público não especializado, nos deparamos com uma curiosa divisão dentre autores, dependendo de como escrevem as palavras "universo" e "natureza": enquanto alguns (eu incluído) preferem usar iniciais maiúsculas ("Universo" e "Natureza"), outros optam por minúsculas. Volta e meia, tenho que convencer meus editores sobre as nobres razões de minha escolha. Em julho, foi lançado nos EUA o novo livro do prêmio Nobel de física Frank Wilczek, um dos grandes nomes da ciência mundial. (No Brasil, por enquanto disponível apenas na versão em inglês.) Fiquei feliz ao ver que Wilczek também opta pelas maiúsculas. Lendo "A Beautiful Question: Finding Nature's Deep Design" (uma bela questão: buscando pelo código profundo da natureza) [Penguin, 400 págs., R$ 142,60 na Livraria Cultura], a razão para a escolha de Wilczek fica clara: o livro, extremamente acessível e inspirador, manifesta a veneração, quase sagrada, que o autor tem pela Natureza. É uma ode à beleza do mundo natural vista através da ótica matemática dum físico teórico. Para Wilczek beleza é uma expressão de simetria; e simetria, de verdade: uma opção estética ganha valor moral. Nisso, ele se alinha com toda uma visão platônica da ciência, segundo a qual os segredos mais profundos da Natureza são um código matemático, decifrável pela mente humana. Com frequência, a linguagem de Wilczek é lírica, quase mística: "Mudança Sem Mudança: Que mantra estranho, não humano, para a alma da criação!" Para ele, o objetivo da física é revelar a alma da criação. "Uma Bela Questão" é uma peregrinação pela história da ciência, celebrando em particular a eficácia da matemática como portal para a descoberta da "verdade" – verdade aqui significando uma descrição precisa dos fenômenos naturais, das partículas subatômicas ao cosmo como um todo: "Nossa questão nos convida a descobrir a beleza na raiz das coisas. Para sermos capazes de respondê-la, temos que trabalhar de dois modos. Devemos tanto expandir nosso senso de beleza quanto nossa compreensão da realidade. Isso porque a beleza que encontramos no mundo natural é tão estranha quanto sua estranheza é bela." SINFONIA Esse é o canto das sereias, que aqui nos convida a mergulhar em busca do misterioso código natural, o canto que seduziu Pitágoras, Platão, Kepler, Newton, Maxwell, Einstein e muitas das mentes mais brilhantes da história. "Tudo é Número", ouvimos, "os segredos da Natureza são um enigma matemático cuja chave é a simetria". Compreender o mundo é ler a mente do Artesão, a divindade que, segundo Platão, arquitetou o cosmo, e que Wilczek usa metaforicamente como a encarnação duma espécie de inteligência que existe na Natureza. Para obtermos uma "Teoria de Tudo", apanhado dos detalhes físicos da criação, temos que seguir a sinfonia da simetria. A questão é de grande importância, e não apenas para cientistas ou filósofos. Ao desvendar o código da criação, transcendemos nossa essência humana, estabelecendo uma conexão com uma dimensão além do tempo. Interessante que é essa, também, a dimensão da experiência religiosa, ao menos segundo a definição do psicólogo William James: uma conexão espiritual com o cosmo. Existem muitos caminhos que levam ao conhecimento do mundo e de nós mesmos, e as artes e as disciplinas humanas têm um papel complementar ao da ciência. Todos são tentativas de compreensão da dimensão humana. Um aspecto importante na posição de Wilczek –e que deveria servir de exemplo para todos cientistas– é que ele nunca abandona a franqueza: "Nem todas as ideias sobre a natureza da realidade que consideramos belas são verdadeiras...e nem todas as verdades sobre a natureza da realidade são belas". Bom manter a humildade perante o pouco que sabemos, mesmo quando julgamos uma ideia bela demais para estar errada. Wilczek é um dos poucos físicos vivos cujo trabalho tem, hoje, um status icônico entre seus colegas. Em sua pesquisa, faz uso frequente da simetria, da busca por padrões ordenados em diversos aspectos da Natureza, do subatômico ao cósmico. Nos seus textos para o público não especializado, encontramos metáforas que ilustram também seu modo de pensar: "Átomos são instrumentos, seus sons revelados na luz que emitem". SONHO Platônico devoto, como muitos físicos e matemáticos, Wilczek usa a simetria como musa. Porém, ao contrário dos ortodoxos incapazes de autocrítica, o faz de forma lúcida, elogiando aqueles cuja "fé não é simplesmente passiva, mas engajada com a realidade". Wilczek sonha de olhos abertos. O livro é um manifesto apaixonado, uma "meditação" na qual a busca pela unificação das forças da Natureza –o grande troféu dos platônicos inspirados por uma curiosa união entre o reducionismo científico e um monoteísmo milenar– só será alcançada quando for encontrada a simetria-mãe, que se esconde, sorrateira, sob o véu da realidade que percebemos. Nenhum físico competente questionaria o papel absolutamente essencial da simetria na construção de teorias que visam descrever quantitativamente os fenômenos naturais. O que permanece em aberto é até onde essa busca pode nos levar. A unificação das leis da Natureza através da simetria é um devaneio platônico ou um objetivo científico concreto? Não é claro se é a Natureza ou a mente humana que usa a simetria como tijolo fundamental. Não há dúvida de que a simetria é uma ferramenta extremamente útil, que nos permitiu e permite descobrir incontáveis aspectos da realidade física. Dado esse sucesso, a tentação de levar essa estratégia ao extremo é compreensível. Como escreve Wilczek, o Real tem implica no Ideal e vice-versa: a realidade é expressão da simetria pura. Mesmo que a física subatômica não seja tão bela como esperamos, vemos a realidade distorcida porque usamos os óculos errados: nas energias que podemos estudar hoje, a matéria expressa a simetria de forma imperfeita. Existe, no entanto, um outro ponto de vista, que afirma que a realidade física é o que é, expressa da forma que a matéria a manifesta. Nesse caso, o Real precede o Ideal, e simetria é uma forma de quantificar parcialmente o que vemos. Se existem assimetrias, se a Natureza é ligeiramente imperfeita, é porque a realidade física pouco se importa com a noção de perfeição. Perfeição é uma expectativa humana, apenas isso. A simetria é uma excelente aproximação, mas não expressa a realidade física mais essencial. Da mesma forma que podemos, como Wilczek, construir argumentos explorando a eficácia da simetria, podemos argumentar que são as assimetrias e imperfeições que revelam a essência da Natureza, como fiz em "Criação Imperfeita": assimetrias na quantidade de matéria e antimatéria no Universo; assimetrias na formulação do Modelo Padrão das partículas elementares, que descreve como interagem através de três forças fundamentais; assimetrias na estrutura das proteínas dos seres vivos; nas formas das nuvens, das árvores, dos rostos humanos. Imagine se Marilyn Monroe tivesse duas pintas no rosto, exatamente equidistantes de seu nariz? Essa Marilyn simétrica seria horrenda, não? A assimetria também pode ser bela; tudo depende de como definimos beleza, de como incorporamos a estética do imperfeito em nossa visão de mundo. A questão de Wilczek e dos platônicos continua sendo bela, mesmo que a resposta seja a imperfeição. Podemos argumentar que o poder da matemática vem justamente de sua desconexão com a realidade, já que é uma idealização, uma aproximação das coisas que existem. Para encontrar soluções simétricas nas equações da física, temos que fazer aproximações, muitas vezes descartando certos termos, ou descontando pequenas imperfeições. Segundo esse prisma, a simetria é uma redução da realidade, e não a sua essência. Isso não significa que devamos abandonar a simetria como ferramenta de exploração da Natureza. Devemos, no entanto, tratar a simetria e a assimetria como aspectos complementares da realidade física. É da tensão criativa entre a simetria e a assimetria que emergem muitas das estruturas que vemos no mundo. Metaforicamente, podemos dizer que as duas são o yin e o yang da criação. Discuti essas ideias com o próprio Wilczek algumas vezes, em conferências e seminários. Imagino que ele concordaria comigo que uma Marilyn simétrica seria grotesca. Porém não tenho certeza que ele concorde com a importância da estética do imperfeito. Felizmente, a disputa pode ser resolvida, ao menos em princípio. Nos próximos anos, experimentos no Grande Colisor de Hádrons (LHC), a máquina no Laboratório Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) que descobriu o famoso bóson de Higgs em julho de 2012, poderão (ou não) revelar a presença de partículas "supersimétricas", componentes essenciais da construção simétrica que Wilczek e outros defendem como a essência da Natureza. A tensão e a expectativa dos cientistas são palpáveis. Décadas de trabalho, carreiras inteiras dependem dos resultados. Em jogo estão duas visões estéticas antagônicas, dois modos de se pensar sobre o mundo que vêm definindo a história da filosofia por milênios. No final, quem decide é a Natureza –ou ao menos o que podemos ver dela. MARCELO GLEISER, 56, professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College, nos EUA, é autor de "A Ilha do Conhecimento" (Record).
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ilustrissima
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Simetria e estética no pensamento científicoRESUMO Lançado recentemente nos Estados Unidos, novo livro de Frank Wilczek faz uma ode à beleza do mundo natural por intermédio da mente e da lógica de um físico teórico. Na obra, dedicada ao público não especializado, o Nobel de Física de 2004 vê a beleza como expressão de simetria, e a simetria, como verdade. * Quando lemos livros sobre ciência para o público não especializado, nos deparamos com uma curiosa divisão dentre autores, dependendo de como escrevem as palavras "universo" e "natureza": enquanto alguns (eu incluído) preferem usar iniciais maiúsculas ("Universo" e "Natureza"), outros optam por minúsculas. Volta e meia, tenho que convencer meus editores sobre as nobres razões de minha escolha. Em julho, foi lançado nos EUA o novo livro do prêmio Nobel de física Frank Wilczek, um dos grandes nomes da ciência mundial. (No Brasil, por enquanto disponível apenas na versão em inglês.) Fiquei feliz ao ver que Wilczek também opta pelas maiúsculas. Lendo "A Beautiful Question: Finding Nature's Deep Design" (uma bela questão: buscando pelo código profundo da natureza) [Penguin, 400 págs., R$ 142,60 na Livraria Cultura], a razão para a escolha de Wilczek fica clara: o livro, extremamente acessível e inspirador, manifesta a veneração, quase sagrada, que o autor tem pela Natureza. É uma ode à beleza do mundo natural vista através da ótica matemática dum físico teórico. Para Wilczek beleza é uma expressão de simetria; e simetria, de verdade: uma opção estética ganha valor moral. Nisso, ele se alinha com toda uma visão platônica da ciência, segundo a qual os segredos mais profundos da Natureza são um código matemático, decifrável pela mente humana. Com frequência, a linguagem de Wilczek é lírica, quase mística: "Mudança Sem Mudança: Que mantra estranho, não humano, para a alma da criação!" Para ele, o objetivo da física é revelar a alma da criação. "Uma Bela Questão" é uma peregrinação pela história da ciência, celebrando em particular a eficácia da matemática como portal para a descoberta da "verdade" – verdade aqui significando uma descrição precisa dos fenômenos naturais, das partículas subatômicas ao cosmo como um todo: "Nossa questão nos convida a descobrir a beleza na raiz das coisas. Para sermos capazes de respondê-la, temos que trabalhar de dois modos. Devemos tanto expandir nosso senso de beleza quanto nossa compreensão da realidade. Isso porque a beleza que encontramos no mundo natural é tão estranha quanto sua estranheza é bela." SINFONIA Esse é o canto das sereias, que aqui nos convida a mergulhar em busca do misterioso código natural, o canto que seduziu Pitágoras, Platão, Kepler, Newton, Maxwell, Einstein e muitas das mentes mais brilhantes da história. "Tudo é Número", ouvimos, "os segredos da Natureza são um enigma matemático cuja chave é a simetria". Compreender o mundo é ler a mente do Artesão, a divindade que, segundo Platão, arquitetou o cosmo, e que Wilczek usa metaforicamente como a encarnação duma espécie de inteligência que existe na Natureza. Para obtermos uma "Teoria de Tudo", apanhado dos detalhes físicos da criação, temos que seguir a sinfonia da simetria. A questão é de grande importância, e não apenas para cientistas ou filósofos. Ao desvendar o código da criação, transcendemos nossa essência humana, estabelecendo uma conexão com uma dimensão além do tempo. Interessante que é essa, também, a dimensão da experiência religiosa, ao menos segundo a definição do psicólogo William James: uma conexão espiritual com o cosmo. Existem muitos caminhos que levam ao conhecimento do mundo e de nós mesmos, e as artes e as disciplinas humanas têm um papel complementar ao da ciência. Todos são tentativas de compreensão da dimensão humana. Um aspecto importante na posição de Wilczek –e que deveria servir de exemplo para todos cientistas– é que ele nunca abandona a franqueza: "Nem todas as ideias sobre a natureza da realidade que consideramos belas são verdadeiras...e nem todas as verdades sobre a natureza da realidade são belas". Bom manter a humildade perante o pouco que sabemos, mesmo quando julgamos uma ideia bela demais para estar errada. Wilczek é um dos poucos físicos vivos cujo trabalho tem, hoje, um status icônico entre seus colegas. Em sua pesquisa, faz uso frequente da simetria, da busca por padrões ordenados em diversos aspectos da Natureza, do subatômico ao cósmico. Nos seus textos para o público não especializado, encontramos metáforas que ilustram também seu modo de pensar: "Átomos são instrumentos, seus sons revelados na luz que emitem". SONHO Platônico devoto, como muitos físicos e matemáticos, Wilczek usa a simetria como musa. Porém, ao contrário dos ortodoxos incapazes de autocrítica, o faz de forma lúcida, elogiando aqueles cuja "fé não é simplesmente passiva, mas engajada com a realidade". Wilczek sonha de olhos abertos. O livro é um manifesto apaixonado, uma "meditação" na qual a busca pela unificação das forças da Natureza –o grande troféu dos platônicos inspirados por uma curiosa união entre o reducionismo científico e um monoteísmo milenar– só será alcançada quando for encontrada a simetria-mãe, que se esconde, sorrateira, sob o véu da realidade que percebemos. Nenhum físico competente questionaria o papel absolutamente essencial da simetria na construção de teorias que visam descrever quantitativamente os fenômenos naturais. O que permanece em aberto é até onde essa busca pode nos levar. A unificação das leis da Natureza através da simetria é um devaneio platônico ou um objetivo científico concreto? Não é claro se é a Natureza ou a mente humana que usa a simetria como tijolo fundamental. Não há dúvida de que a simetria é uma ferramenta extremamente útil, que nos permitiu e permite descobrir incontáveis aspectos da realidade física. Dado esse sucesso, a tentação de levar essa estratégia ao extremo é compreensível. Como escreve Wilczek, o Real tem implica no Ideal e vice-versa: a realidade é expressão da simetria pura. Mesmo que a física subatômica não seja tão bela como esperamos, vemos a realidade distorcida porque usamos os óculos errados: nas energias que podemos estudar hoje, a matéria expressa a simetria de forma imperfeita. Existe, no entanto, um outro ponto de vista, que afirma que a realidade física é o que é, expressa da forma que a matéria a manifesta. Nesse caso, o Real precede o Ideal, e simetria é uma forma de quantificar parcialmente o que vemos. Se existem assimetrias, se a Natureza é ligeiramente imperfeita, é porque a realidade física pouco se importa com a noção de perfeição. Perfeição é uma expectativa humana, apenas isso. A simetria é uma excelente aproximação, mas não expressa a realidade física mais essencial. Da mesma forma que podemos, como Wilczek, construir argumentos explorando a eficácia da simetria, podemos argumentar que são as assimetrias e imperfeições que revelam a essência da Natureza, como fiz em "Criação Imperfeita": assimetrias na quantidade de matéria e antimatéria no Universo; assimetrias na formulação do Modelo Padrão das partículas elementares, que descreve como interagem através de três forças fundamentais; assimetrias na estrutura das proteínas dos seres vivos; nas formas das nuvens, das árvores, dos rostos humanos. Imagine se Marilyn Monroe tivesse duas pintas no rosto, exatamente equidistantes de seu nariz? Essa Marilyn simétrica seria horrenda, não? A assimetria também pode ser bela; tudo depende de como definimos beleza, de como incorporamos a estética do imperfeito em nossa visão de mundo. A questão de Wilczek e dos platônicos continua sendo bela, mesmo que a resposta seja a imperfeição. Podemos argumentar que o poder da matemática vem justamente de sua desconexão com a realidade, já que é uma idealização, uma aproximação das coisas que existem. Para encontrar soluções simétricas nas equações da física, temos que fazer aproximações, muitas vezes descartando certos termos, ou descontando pequenas imperfeições. Segundo esse prisma, a simetria é uma redução da realidade, e não a sua essência. Isso não significa que devamos abandonar a simetria como ferramenta de exploração da Natureza. Devemos, no entanto, tratar a simetria e a assimetria como aspectos complementares da realidade física. É da tensão criativa entre a simetria e a assimetria que emergem muitas das estruturas que vemos no mundo. Metaforicamente, podemos dizer que as duas são o yin e o yang da criação. Discuti essas ideias com o próprio Wilczek algumas vezes, em conferências e seminários. Imagino que ele concordaria comigo que uma Marilyn simétrica seria grotesca. Porém não tenho certeza que ele concorde com a importância da estética do imperfeito. Felizmente, a disputa pode ser resolvida, ao menos em princípio. Nos próximos anos, experimentos no Grande Colisor de Hádrons (LHC), a máquina no Laboratório Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) que descobriu o famoso bóson de Higgs em julho de 2012, poderão (ou não) revelar a presença de partículas "supersimétricas", componentes essenciais da construção simétrica que Wilczek e outros defendem como a essência da Natureza. A tensão e a expectativa dos cientistas são palpáveis. Décadas de trabalho, carreiras inteiras dependem dos resultados. Em jogo estão duas visões estéticas antagônicas, dois modos de se pensar sobre o mundo que vêm definindo a história da filosofia por milênios. No final, quem decide é a Natureza –ou ao menos o que podemos ver dela. MARCELO GLEISER, 56, professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College, nos EUA, é autor de "A Ilha do Conhecimento" (Record).
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Crédito imobiliário muda de perfil, e FGTS financia 3 de cada 4 imóveis
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Os financiamentos imobiliários concedidos com recursos da poupança (com maior penetração na classe média) somaram R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre, 49,5% menor que no mesmo período do ano passado, segundo dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Já o crédito com recursos do FGTS, voltados para habitação popular, está no patamar mais alto da história. Entre janeiro e junho, os financiamentos na categoria totalizaram R$ 27,6 bilhões, aumento de 1,3% em relação ao primeiro semestre de 2015. A diferença se reflete no perfil dos imóveis. O financiamento via poupança, no sistema SBPE, é comum entre a classe média porque opera em uma faixa de valor mais alta de imóveis, enquanto no FGTS o limite de valor da habitação é de R$ 225 mil. Em 2014, 54% dos imóveis foram financiados via poupança. A proporção se inverteu em 2015 e, no primeiro semestre desse ano, chegou a 77,3% (FGTS) e 22,7% (poupança). "Apesar da crise, a boa notícia é que o mercado está mudando seu mix", diz Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip. SEM DINHEIRO - Crédito com recursos da poupança tem queda no país A retração no SBPE é resultado da demanda em baixa por imóveis nessa faixa e da fuga da poupança, cuja rentabilidade no semestre ficou em 4% —menor do que outros investimentos, como o CDI, que rendeu 6,72%. Entre janeiro e junho, a caderneta acumulou perdas de R$ 34,7 bilhões. O saldo atual é 2,1% menor do que o de junho do ano passado. "A lógica desse sistema de depósito na caderneta se esgotou e não deve se revigorar no médio prazo. O uso da poupança para financiamento deve ser substituído por outros instrumentos", diz o professor da USP João Rocha da Lima Júnior, especialista em mercado imobiliário. MELHORA A Abecip avalia que o mercado está se recuperando e que as taxas de juros de longo prazo devem cair. Em junho, houve aumento de 9,5% dos financiamentos com recursos da poupança em relação a maio. A projeção é que 2016 termine com uma retração de 34% no crédito, que deve totalizar R$ 50 bilhões, mas que a curva se inverta no final do ano. Os lançamentos imobiliários também apresentaram melhora, com 21.406 novas unidades entre janeiro e maio —alta de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias). As vendas, porém, continuam em queda. No acumulado até maio, 39.472 unidades foram vendidas, retração de 14,7% em comparação com o mesmo período de 2015. - QUEM SÃO OS PRINCIPAIS TOMADORES DE RECURSOS FGTS > Financiamento: De R$ 90 mil a R$ 225 mil (a depender da localização do imóvel) > Público: Renda familiar mensal bruta de até R$ 6.500 POUPANÇA > Financiamento: 65% dos recursos vão para imóveis de até R$ 750 mil* 15% dos recursos vão para imóveis acima de R$ 750 mil > Público: Parcela do financiamento não é superior a 25% da renda do tomador
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mercado
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Crédito imobiliário muda de perfil, e FGTS financia 3 de cada 4 imóveisOs financiamentos imobiliários concedidos com recursos da poupança (com maior penetração na classe média) somaram R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre, 49,5% menor que no mesmo período do ano passado, segundo dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Já o crédito com recursos do FGTS, voltados para habitação popular, está no patamar mais alto da história. Entre janeiro e junho, os financiamentos na categoria totalizaram R$ 27,6 bilhões, aumento de 1,3% em relação ao primeiro semestre de 2015. A diferença se reflete no perfil dos imóveis. O financiamento via poupança, no sistema SBPE, é comum entre a classe média porque opera em uma faixa de valor mais alta de imóveis, enquanto no FGTS o limite de valor da habitação é de R$ 225 mil. Em 2014, 54% dos imóveis foram financiados via poupança. A proporção se inverteu em 2015 e, no primeiro semestre desse ano, chegou a 77,3% (FGTS) e 22,7% (poupança). "Apesar da crise, a boa notícia é que o mercado está mudando seu mix", diz Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip. SEM DINHEIRO - Crédito com recursos da poupança tem queda no país A retração no SBPE é resultado da demanda em baixa por imóveis nessa faixa e da fuga da poupança, cuja rentabilidade no semestre ficou em 4% —menor do que outros investimentos, como o CDI, que rendeu 6,72%. Entre janeiro e junho, a caderneta acumulou perdas de R$ 34,7 bilhões. O saldo atual é 2,1% menor do que o de junho do ano passado. "A lógica desse sistema de depósito na caderneta se esgotou e não deve se revigorar no médio prazo. O uso da poupança para financiamento deve ser substituído por outros instrumentos", diz o professor da USP João Rocha da Lima Júnior, especialista em mercado imobiliário. MELHORA A Abecip avalia que o mercado está se recuperando e que as taxas de juros de longo prazo devem cair. Em junho, houve aumento de 9,5% dos financiamentos com recursos da poupança em relação a maio. A projeção é que 2016 termine com uma retração de 34% no crédito, que deve totalizar R$ 50 bilhões, mas que a curva se inverta no final do ano. Os lançamentos imobiliários também apresentaram melhora, com 21.406 novas unidades entre janeiro e maio —alta de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias). As vendas, porém, continuam em queda. No acumulado até maio, 39.472 unidades foram vendidas, retração de 14,7% em comparação com o mesmo período de 2015. - QUEM SÃO OS PRINCIPAIS TOMADORES DE RECURSOS FGTS > Financiamento: De R$ 90 mil a R$ 225 mil (a depender da localização do imóvel) > Público: Renda familiar mensal bruta de até R$ 6.500 POUPANÇA > Financiamento: 65% dos recursos vão para imóveis de até R$ 750 mil* 15% dos recursos vão para imóveis acima de R$ 750 mil > Público: Parcela do financiamento não é superior a 25% da renda do tomador
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Sem Libertadores, Corinthians freia renovação de Guerrero por barganha
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A direção do Corinthians mudou a estratégia para renovar com o atacante Paolo Guerrero depois que o time foi eliminado da Libertadores, semana passada, para o Guaraní-PAR. Se o clube temia perder um de seus principais jogadores caso chegasse às finais da competição, já que o contrato do peruano termina em 15 de julho, agora a pressão não existe mais e a Folha apurou que a diretoria avalia que pode ter tempo para que o jogador reduza o pedido. A ordem é manter contato com os procuradores do atleta, sempre via presidente Roberto de Andrade, mas não se desesperar e pagar o que ele pede: US$ 7 milhões (R$ 21 milhões) de luvas para assinar a renovação e cerca de R$ 500 mil mensais, distribuídos entre valor registrado na carteira de trabalho e direito de imagem, por meio da empresa do atleta. A avaliação da diretoria é que nenhum clube do Brasil pagará o que já ofereceu: até R$ 13 milhões de luvas e cerca de R$ 400 mil mensais. Palmeiras e Flamengo já sondaram os procuradores do atletas, mas a própria direção do time carioca admitiu que os valores estão fora da realidade. Também há convicção de que propostas de fora do país poderão não ser tão mais vantajosas financeiramente, já que até agora o jogador teve procura de clubes médios da Europa e do mundo árabe (que tem perdido atletas por falta de pagamento em dia). Em participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, no domingo (17), o superintendente de futebol corintiano Andrés Sanchez disse que o clube não pagará o que o jogador quer e que não se importa que ele vá para rivais como Palmeiras, São Paulo ou Flamengo. Editoria de Arte/Folhapress
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esporte
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Sem Libertadores, Corinthians freia renovação de Guerrero por barganhaA direção do Corinthians mudou a estratégia para renovar com o atacante Paolo Guerrero depois que o time foi eliminado da Libertadores, semana passada, para o Guaraní-PAR. Se o clube temia perder um de seus principais jogadores caso chegasse às finais da competição, já que o contrato do peruano termina em 15 de julho, agora a pressão não existe mais e a Folha apurou que a diretoria avalia que pode ter tempo para que o jogador reduza o pedido. A ordem é manter contato com os procuradores do atleta, sempre via presidente Roberto de Andrade, mas não se desesperar e pagar o que ele pede: US$ 7 milhões (R$ 21 milhões) de luvas para assinar a renovação e cerca de R$ 500 mil mensais, distribuídos entre valor registrado na carteira de trabalho e direito de imagem, por meio da empresa do atleta. A avaliação da diretoria é que nenhum clube do Brasil pagará o que já ofereceu: até R$ 13 milhões de luvas e cerca de R$ 400 mil mensais. Palmeiras e Flamengo já sondaram os procuradores do atletas, mas a própria direção do time carioca admitiu que os valores estão fora da realidade. Também há convicção de que propostas de fora do país poderão não ser tão mais vantajosas financeiramente, já que até agora o jogador teve procura de clubes médios da Europa e do mundo árabe (que tem perdido atletas por falta de pagamento em dia). Em participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, no domingo (17), o superintendente de futebol corintiano Andrés Sanchez disse que o clube não pagará o que o jogador quer e que não se importa que ele vá para rivais como Palmeiras, São Paulo ou Flamengo. Editoria de Arte/Folhapress
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EUA evitam chamar massacre de armênios de genocídio
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A Casa Branca evitou nesta terça-feira (21) referir-se ao massacre dos armênios na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) como um "genocídio", durante uma reunião de altos funcionários do governo com representantes da comunidade armênia. O secretário da Presidência americana Denis McDonough e o assessor do presidente Barack Obama para política externa Ben Rhodes se reuniram com representantes da comunidade armênia dos EUA para discutir sobre o centésimo aniversário do massacre, nesta sexta (24 de abril). McDonough e Rhodes debateram "a importância deste aniversário para honrar a vida de 1,5 milhão de armênios mortos durante esse período horroroso", informou o Conselho de Segurança Nacional. Sem subscrever a definição do massacre como genocídio, a declaração pede que se aproveite a comemoração para "um completo, franco e justo reconhecimento dos fatos". "Os armênios dizem que até 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas entre 1915 e 1917, quando o Império Otomano se despedaçava, e têm buscado o reconhecimento internacional deste massacre como um genocídio. A Turquia afirma que não se trata de genocídio e reage ao uso dessa palavra, mais recentemente pelo papa Francisco." A Turquia é um aliado-chave dos EUA no Oriente Médio e integrante da Otan, a aliança militar ocidental. Durante a campanha eleitoral de 2008, o então senador Barack Obama defendeu o "reconhecimento do genocídio armênio".
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mundo
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EUA evitam chamar massacre de armênios de genocídioA Casa Branca evitou nesta terça-feira (21) referir-se ao massacre dos armênios na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) como um "genocídio", durante uma reunião de altos funcionários do governo com representantes da comunidade armênia. O secretário da Presidência americana Denis McDonough e o assessor do presidente Barack Obama para política externa Ben Rhodes se reuniram com representantes da comunidade armênia dos EUA para discutir sobre o centésimo aniversário do massacre, nesta sexta (24 de abril). McDonough e Rhodes debateram "a importância deste aniversário para honrar a vida de 1,5 milhão de armênios mortos durante esse período horroroso", informou o Conselho de Segurança Nacional. Sem subscrever a definição do massacre como genocídio, a declaração pede que se aproveite a comemoração para "um completo, franco e justo reconhecimento dos fatos". "Os armênios dizem que até 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas entre 1915 e 1917, quando o Império Otomano se despedaçava, e têm buscado o reconhecimento internacional deste massacre como um genocídio. A Turquia afirma que não se trata de genocídio e reage ao uso dessa palavra, mais recentemente pelo papa Francisco." A Turquia é um aliado-chave dos EUA no Oriente Médio e integrante da Otan, a aliança militar ocidental. Durante a campanha eleitoral de 2008, o então senador Barack Obama defendeu o "reconhecimento do genocídio armênio".
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Dunga confirma Lucas Lima e Ricardo Oliveira contra a Argentina
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A seleção brasileira está confirmada para enfrentar a Argentina nesta sexta (13), em Buenos Aires. O meia Lucas Lima ganhou a vaga de Oscar entre os titulares e Neymar volta ao time, depois de cumprir suspensão, na vaga de Douglas Costa. Dunga preferiu manter um centroavante, Ricardo Oliveira, e definitivamente Alisson, goleiro do Inter, ganhou a posição de Jefferson. O time que vai a campo tem Alisson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz e Filipe Luis; Luiz Gustavo, Elias, Lucas Lima e Willian; Neymar e Ricardo Oliveira.
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esporte
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Dunga confirma Lucas Lima e Ricardo Oliveira contra a ArgentinaA seleção brasileira está confirmada para enfrentar a Argentina nesta sexta (13), em Buenos Aires. O meia Lucas Lima ganhou a vaga de Oscar entre os titulares e Neymar volta ao time, depois de cumprir suspensão, na vaga de Douglas Costa. Dunga preferiu manter um centroavante, Ricardo Oliveira, e definitivamente Alisson, goleiro do Inter, ganhou a posição de Jefferson. O time que vai a campo tem Alisson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz e Filipe Luis; Luiz Gustavo, Elias, Lucas Lima e Willian; Neymar e Ricardo Oliveira.
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Como usar serviços de banco durante greve dos bancários
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Os bancários iniciam greve nacional a partir desta terça-feira (6). A categoria reivindica reajuste salarial de 5% além de reposição da inflação no período (9,57%). Os bancos oferecem reajuste de 6,5% sobre o salário e benefícios —como vale-alimentação e auxílio-creche—, além de abono no valor de R$ 3.000. De acordo com a Contraf (confederação que representa trabalhadores do ramo financeiro), a paralisação foi aprovada em assembleias de cerca de 140 sindicatos e federações pelo país realizadas na última semana. A última greve nacional dos bancários aconteceu em outubro de 2015 e durou 21 dias. A categoria conseguiu um reajuste de 10%, com aumento real de 0,11%. Mas enquanto trabalhadores e bancos seguem na campanha salarial, as contas continuam vencendo. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) afirma que, como a greve não é de responsabilidade do fornecedor nem do consumidor, não podem ser impostas penalidades, como multa e juros, no caso do atraso do pagamento. "Mas, diante dessa situação, o Idec recomenda que consumidor se programe para realizar o pagamento, de preferência antes mesmo da data de vencimento da conta", diz a entidade em nota. Veja como utilizar os serviços bancários enquanto as agências estiverem fechadas: 1 - Pagar contas O cliente do banco pode utilizar internet banking e aplicativos para celular do banco para efetuar o pagamento. Para isso, confira se as senhas os aplicativos estão funcionando antes de greve começar. Os caixas eletrônicos e correspondentes bancários, como agências lotéricas, Correios e até alguns supermercados também recebem pagamentos de contas Em caso de dificuldade, o cliente pode entrar em contato com a empresa e pedir alternativas para realizar o pagamento. É importante registrar o pedido, enviando por e-mail ou anotando o número de protocolo de atendimento. Caso o fornecedor não dê opções para pagar a conta, o consumidor deve usar esses documentos para reclamar junto a um órgão de defesa do consumidor. 2 - Transferências de dinheiro É possível fazer por internet banking, celular, caixa eletrônico e atendimento por telefone. Atenção: os valores das transferências podem ser limitados por esses canais, dependendo do seu perfil de renda e padrão de gastos. Se existe a previsão de uma transferência nos próximos dias, cadastre os dados dela antes da paralisação dos bancários 3 - Investimentos e resgates Também podem ser feitos por internet, aplicativo, caixa eletrônico e central de atendimento por telefone. Seja qual for o canal de atendimento, lembre-se de pesquisar o rendimento oferecido e as taxas cobradas para aplicar ou resgatar o dinheiro aplicado 4 - Empréstimos e financiamentos Os bancos também oferecem crédito pessoal em condições pré-aprovadas nas plataformas de atendimento eletrônico. Lembre-se, no entanto, que as taxas nessas modalidades costumam ser altas e devem ser usadas apenas em emergências. Para quem precisa renegociar dívidas, os grandes bancos oferecem plataformas de renegociação sem atendimento ou então permitem o envio de propostas pela internet. A documentação para financiamento imobiliário é entregue na agência. Esse tipo de crédito tende a ficar suspenso durante a greve.
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mercado
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Como usar serviços de banco durante greve dos bancáriosOs bancários iniciam greve nacional a partir desta terça-feira (6). A categoria reivindica reajuste salarial de 5% além de reposição da inflação no período (9,57%). Os bancos oferecem reajuste de 6,5% sobre o salário e benefícios —como vale-alimentação e auxílio-creche—, além de abono no valor de R$ 3.000. De acordo com a Contraf (confederação que representa trabalhadores do ramo financeiro), a paralisação foi aprovada em assembleias de cerca de 140 sindicatos e federações pelo país realizadas na última semana. A última greve nacional dos bancários aconteceu em outubro de 2015 e durou 21 dias. A categoria conseguiu um reajuste de 10%, com aumento real de 0,11%. Mas enquanto trabalhadores e bancos seguem na campanha salarial, as contas continuam vencendo. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) afirma que, como a greve não é de responsabilidade do fornecedor nem do consumidor, não podem ser impostas penalidades, como multa e juros, no caso do atraso do pagamento. "Mas, diante dessa situação, o Idec recomenda que consumidor se programe para realizar o pagamento, de preferência antes mesmo da data de vencimento da conta", diz a entidade em nota. Veja como utilizar os serviços bancários enquanto as agências estiverem fechadas: 1 - Pagar contas O cliente do banco pode utilizar internet banking e aplicativos para celular do banco para efetuar o pagamento. Para isso, confira se as senhas os aplicativos estão funcionando antes de greve começar. Os caixas eletrônicos e correspondentes bancários, como agências lotéricas, Correios e até alguns supermercados também recebem pagamentos de contas Em caso de dificuldade, o cliente pode entrar em contato com a empresa e pedir alternativas para realizar o pagamento. É importante registrar o pedido, enviando por e-mail ou anotando o número de protocolo de atendimento. Caso o fornecedor não dê opções para pagar a conta, o consumidor deve usar esses documentos para reclamar junto a um órgão de defesa do consumidor. 2 - Transferências de dinheiro É possível fazer por internet banking, celular, caixa eletrônico e atendimento por telefone. Atenção: os valores das transferências podem ser limitados por esses canais, dependendo do seu perfil de renda e padrão de gastos. Se existe a previsão de uma transferência nos próximos dias, cadastre os dados dela antes da paralisação dos bancários 3 - Investimentos e resgates Também podem ser feitos por internet, aplicativo, caixa eletrônico e central de atendimento por telefone. Seja qual for o canal de atendimento, lembre-se de pesquisar o rendimento oferecido e as taxas cobradas para aplicar ou resgatar o dinheiro aplicado 4 - Empréstimos e financiamentos Os bancos também oferecem crédito pessoal em condições pré-aprovadas nas plataformas de atendimento eletrônico. Lembre-se, no entanto, que as taxas nessas modalidades costumam ser altas e devem ser usadas apenas em emergências. Para quem precisa renegociar dívidas, os grandes bancos oferecem plataformas de renegociação sem atendimento ou então permitem o envio de propostas pela internet. A documentação para financiamento imobiliário é entregue na agência. Esse tipo de crédito tende a ficar suspenso durante a greve.
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