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Dirceu é pressionado por Rui Falcão a sair do PT, mas diz que ninguém o tira
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A situação de José Dirceu no PT chegou a um impasse. O presidente do partido, Rui Falcão, diz abertamente a vários interlocutores que o ex-ministro deveria se desfiliar da legenda. Fundador da agremiação, Dirceu recebe os recados. E responde: do PT ele não sai, do PT ninguém o tira. USO PESSOAL Falcão, que chegou a ser explícito em uma entrevista à Folha ao afirmar que se "ocorrer" uma condenação Dirceu deve se desfiliar do partido, tem dito que o fato de as acusações estarem ligadas a desvio de dinheiro para uso pessoal torna a situação do ex-ministro insustentável. NO MUNDO E o juiz Sergio Moro autorizou que testemunhas no exterior fossem ouvidas no caso que envolve Dirceu na Lava Jato. Ele deu prazo de três meses para que todos os empresários estrangeiros que contrataram a consultoria do petista possam dizer quais foram exatamente os serviços prestados por ele. VISITA DA BAILARINA Em São Paulo para a montagem da sua primeira criação para uma companhia de dança brasileira, a coreógrafa e ex-bailarina Márcia Haydée, 78, demorou apenas um mês e meio para criar o espetáculo "Os Sonhos de Dom Quixote" com os dançarinos da São Paulo Companhia de Dança. A apresentação estreia amanhã. * Diretora do Balé de Santiago, no Chile, desde 2004, a brasileira já não dança há cerca de oito anos, mas ainda aceita atuar em espetáculos de dança sem participar das coreografias. E diz que não consegue viver sem atividade física. "Faço thai chi, ioga e qi gong, outro exercício de energia oriental", diz. PAREM A GUERRA O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão das Nações Unidas que investiga crimes contra direitos humanos na Síria, vai levar amanhã ao Conselho de Segurança da ONU relato sobre o aprofundamento da crise humanitária no país. "Com as múltiplas frentes de combate, hoje não há nenhum lugar seguro para a população", diz ele, que vai ressaltar a urgência de priorizar um cessar-fogo. UMA MÃO LAVA... Uma exposição de videoarte cedida pelo Itaú Cultural, que entrou em cartaz no último sábado na Fundação Iberê Camargo, foi uma das formas encontradas para ajudar financeiramente a instituição gaúcha, que passa por problemas de falta de verba. ...A OUTRA "Nossa aposta é na produção brasileira e neste momento de crise esse papel é ainda mais importante. É hora de olhar para a essência", diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. ILUSTRADO Uma exposição multimídia comemorativa dos 80 anos do cantor Tom Zé está nos planos para o segundo semestre de 2016, com estreia em SP e ida para o Rio. O local ainda não foi decidido. As máquinas de som (instrumentos criados pelo artista) e toda sua criação musical estarão disponíveis para os visitantes, que vão interagir com o material exposto. A VIDA COMO ELA É O filme "Ninguém Ama Ninguém... Por Mais de Dois Anos", de Clovis Mello, teve pré-estreia para convidados na segunda (9), no Cinemark do shopping Cidade Jardim. Nelson Rodrigues Filho e sua filha Crica Rodrigues assistiram ao longa, inspirado na obra de Nelson Rodrigues. Gabriela Duarte, Ernani Moraes, Marcelo Faria, Michel Melamed e outros atores do elenco foram ao evento. Também participou o casal de atores Fábio Rhoden e Lidi Lisboa. ADAPTAÇÃO O livro "Indignação", do escritor americano Philip Roth, vai ganhar uma versão para o cinema produzida pela brasileira RT Features e dirigida por James Schamus, roteirista de longas como "O Segredo de Brokeback Mountain". "O roteiro foi adaptado pelo próprio diretor e o Roth não deve ver nada até o filme estar pronto", conta o produtor Rodrigo Teixeira. CIRCUITO DE CÂMERAS Adolescentes do Campo Limpo vão filmar a primeira ida dos pais ao urologista e transformá-la em um documentário. Os 12 jovens, convidados pela Secretaria de Estado da Saúde, vão participar de uma oficina de cinema antes de fazer os vídeos, que serão usados para incentivar o exame de próstata. ARTE NO BAR O artista plástico Marcos Amaro abriu exposição no bar Mercearia São Roque, na segunda (9), no Itaim Bibi. O fotógrafo Tuca Reinés foi um dos convidados que compareceram à mostra, em cartaz até 23 de novembro. SEM DISFARCE A dias do GP de Fórmula 1, Oscar Maroni, do Bahamas, divulgou mais uma vez o anúncio com uma mulher de shorts e sandália agachada diante das pernas de um homem com roupa parecida com o uniforme dos pilotos. O rosto dela não aparece. O empresário escreveu que o hotel é "o pit stop número 1 de SP". SEM DISFARCE 2 E o Café Photo chamou os seguidores em uma rede social para "curtir as verdadeiras curvas da Fórmula 1". Junto, a foto de uma mulher exibindo parte do seio ao lado de um carro de corrida. CURTO-CIRCUITO Xuxa participa nesta quarta (11) de evento beneficente do Instituto Ressoar, em Santana. A fundação da apresentadora será homenageada. O Fórum Via Futuro, sobre segurança no trânsito, será aberto nesta quarta (11) no hotel Renaissance, com a participação de Emerson Fittipaldi. O Bar Charles Edward, no Itaim Bibi, faz festa de 20 anos nesta quarta (11), a partir das 20h. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Dirceu é pressionado por Rui Falcão a sair do PT, mas diz que ninguém o tiraA situação de José Dirceu no PT chegou a um impasse. O presidente do partido, Rui Falcão, diz abertamente a vários interlocutores que o ex-ministro deveria se desfiliar da legenda. Fundador da agremiação, Dirceu recebe os recados. E responde: do PT ele não sai, do PT ninguém o tira. USO PESSOAL Falcão, que chegou a ser explícito em uma entrevista à Folha ao afirmar que se "ocorrer" uma condenação Dirceu deve se desfiliar do partido, tem dito que o fato de as acusações estarem ligadas a desvio de dinheiro para uso pessoal torna a situação do ex-ministro insustentável. NO MUNDO E o juiz Sergio Moro autorizou que testemunhas no exterior fossem ouvidas no caso que envolve Dirceu na Lava Jato. Ele deu prazo de três meses para que todos os empresários estrangeiros que contrataram a consultoria do petista possam dizer quais foram exatamente os serviços prestados por ele. VISITA DA BAILARINA Em São Paulo para a montagem da sua primeira criação para uma companhia de dança brasileira, a coreógrafa e ex-bailarina Márcia Haydée, 78, demorou apenas um mês e meio para criar o espetáculo "Os Sonhos de Dom Quixote" com os dançarinos da São Paulo Companhia de Dança. A apresentação estreia amanhã. * Diretora do Balé de Santiago, no Chile, desde 2004, a brasileira já não dança há cerca de oito anos, mas ainda aceita atuar em espetáculos de dança sem participar das coreografias. E diz que não consegue viver sem atividade física. "Faço thai chi, ioga e qi gong, outro exercício de energia oriental", diz. PAREM A GUERRA O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão das Nações Unidas que investiga crimes contra direitos humanos na Síria, vai levar amanhã ao Conselho de Segurança da ONU relato sobre o aprofundamento da crise humanitária no país. "Com as múltiplas frentes de combate, hoje não há nenhum lugar seguro para a população", diz ele, que vai ressaltar a urgência de priorizar um cessar-fogo. UMA MÃO LAVA... Uma exposição de videoarte cedida pelo Itaú Cultural, que entrou em cartaz no último sábado na Fundação Iberê Camargo, foi uma das formas encontradas para ajudar financeiramente a instituição gaúcha, que passa por problemas de falta de verba. ...A OUTRA "Nossa aposta é na produção brasileira e neste momento de crise esse papel é ainda mais importante. É hora de olhar para a essência", diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. ILUSTRADO Uma exposição multimídia comemorativa dos 80 anos do cantor Tom Zé está nos planos para o segundo semestre de 2016, com estreia em SP e ida para o Rio. O local ainda não foi decidido. As máquinas de som (instrumentos criados pelo artista) e toda sua criação musical estarão disponíveis para os visitantes, que vão interagir com o material exposto. A VIDA COMO ELA É O filme "Ninguém Ama Ninguém... Por Mais de Dois Anos", de Clovis Mello, teve pré-estreia para convidados na segunda (9), no Cinemark do shopping Cidade Jardim. Nelson Rodrigues Filho e sua filha Crica Rodrigues assistiram ao longa, inspirado na obra de Nelson Rodrigues. Gabriela Duarte, Ernani Moraes, Marcelo Faria, Michel Melamed e outros atores do elenco foram ao evento. Também participou o casal de atores Fábio Rhoden e Lidi Lisboa. ADAPTAÇÃO O livro "Indignação", do escritor americano Philip Roth, vai ganhar uma versão para o cinema produzida pela brasileira RT Features e dirigida por James Schamus, roteirista de longas como "O Segredo de Brokeback Mountain". "O roteiro foi adaptado pelo próprio diretor e o Roth não deve ver nada até o filme estar pronto", conta o produtor Rodrigo Teixeira. CIRCUITO DE CÂMERAS Adolescentes do Campo Limpo vão filmar a primeira ida dos pais ao urologista e transformá-la em um documentário. Os 12 jovens, convidados pela Secretaria de Estado da Saúde, vão participar de uma oficina de cinema antes de fazer os vídeos, que serão usados para incentivar o exame de próstata. ARTE NO BAR O artista plástico Marcos Amaro abriu exposição no bar Mercearia São Roque, na segunda (9), no Itaim Bibi. O fotógrafo Tuca Reinés foi um dos convidados que compareceram à mostra, em cartaz até 23 de novembro. SEM DISFARCE A dias do GP de Fórmula 1, Oscar Maroni, do Bahamas, divulgou mais uma vez o anúncio com uma mulher de shorts e sandália agachada diante das pernas de um homem com roupa parecida com o uniforme dos pilotos. O rosto dela não aparece. O empresário escreveu que o hotel é "o pit stop número 1 de SP". SEM DISFARCE 2 E o Café Photo chamou os seguidores em uma rede social para "curtir as verdadeiras curvas da Fórmula 1". Junto, a foto de uma mulher exibindo parte do seio ao lado de um carro de corrida. CURTO-CIRCUITO Xuxa participa nesta quarta (11) de evento beneficente do Instituto Ressoar, em Santana. A fundação da apresentadora será homenageada. O Fórum Via Futuro, sobre segurança no trânsito, será aberto nesta quarta (11) no hotel Renaissance, com a participação de Emerson Fittipaldi. O Bar Charles Edward, no Itaim Bibi, faz festa de 20 anos nesta quarta (11), a partir das 20h. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Dia dos Namorados: 20 sugestões de presentes para mimar o 'mozão'
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ALINE PRADO (PRODUÇÃO) GABRIEL CABRAL (FOTOS) De placa de metal a calcinha de renda, confira 20 sugestões para presentear seu amor no Dia dos Namorados. * 1. Camisa masculina manga longa R$ 269,90, na Levi's, tel. 5181-8824 2. Bowls de cerâmica R$ 29,90 (cada um), na Camicado, tel. 3587-8628 3. Anel de prata R$ 995, na Tiffany, tel. 3815-7000 4. Lata com corações de chocolate R$ 198, na Chocolat Du Jour, tel. 3168-2720 5. Sabonete Love You, Love You Lots R$ 32 (100 g), na Lush, tel. 3051-8225 6. Boné R$ 119,90, na Maze, tel. 3060-8617 7. Tricô de listras e coração R$ 109,99, em passarela.com.br. 8. Calcinha de renda R$ 71, na Darling, tel. 3089-0074 9. Placa de metal esmaltado R$ 75, na Casa Que Tem, tel. 3360-9007 10. Espumante J.P. Chenet Ice rosé R$ 93,90, no Empório Frei Caneca, tel. 3472-2082 11. Escova de cabelo alisadora Innova GA. Ma Italy R$ 199, no gamaitaly.com.br 12. Tênis de couro Mathilde Cabanas Esplar R$ 340, em vert-shoes.com.br 13. Converse Star Payer de lona R$ 299,90, em converse.com.br 14. Brinco de resina Pat's Pat's + Abi Project R$ 249,90, em patspats.com.br 15. Smartphone Samsung Galaxy S8 R$ 3.999 (cada um), em samsung.com.br 16. Pirulito de coração. R$ 0,60, na Bella Antonia Pães, tel. 5092-4531 17. Camisa masculina de algodão R$ 99,99, na Hering, tel. 3823-2929 18. Nécessaire de couro sintético R$ 29,90, na Le Postiche, tel. 3588-1688 19. Shower flat heart de couro R$ 289, em bluebirdshoes.com.br 20. Balão inflado com gás hélio R$ 9,90, na Shér, tel. 3063-2206
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saopaulo
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Dia dos Namorados: 20 sugestões de presentes para mimar o 'mozão'ALINE PRADO (PRODUÇÃO) GABRIEL CABRAL (FOTOS) De placa de metal a calcinha de renda, confira 20 sugestões para presentear seu amor no Dia dos Namorados. * 1. Camisa masculina manga longa R$ 269,90, na Levi's, tel. 5181-8824 2. Bowls de cerâmica R$ 29,90 (cada um), na Camicado, tel. 3587-8628 3. Anel de prata R$ 995, na Tiffany, tel. 3815-7000 4. Lata com corações de chocolate R$ 198, na Chocolat Du Jour, tel. 3168-2720 5. Sabonete Love You, Love You Lots R$ 32 (100 g), na Lush, tel. 3051-8225 6. Boné R$ 119,90, na Maze, tel. 3060-8617 7. Tricô de listras e coração R$ 109,99, em passarela.com.br. 8. Calcinha de renda R$ 71, na Darling, tel. 3089-0074 9. Placa de metal esmaltado R$ 75, na Casa Que Tem, tel. 3360-9007 10. Espumante J.P. Chenet Ice rosé R$ 93,90, no Empório Frei Caneca, tel. 3472-2082 11. Escova de cabelo alisadora Innova GA. Ma Italy R$ 199, no gamaitaly.com.br 12. Tênis de couro Mathilde Cabanas Esplar R$ 340, em vert-shoes.com.br 13. Converse Star Payer de lona R$ 299,90, em converse.com.br 14. Brinco de resina Pat's Pat's + Abi Project R$ 249,90, em patspats.com.br 15. Smartphone Samsung Galaxy S8 R$ 3.999 (cada um), em samsung.com.br 16. Pirulito de coração. R$ 0,60, na Bella Antonia Pães, tel. 5092-4531 17. Camisa masculina de algodão R$ 99,99, na Hering, tel. 3823-2929 18. Nécessaire de couro sintético R$ 29,90, na Le Postiche, tel. 3588-1688 19. Shower flat heart de couro R$ 289, em bluebirdshoes.com.br 20. Balão inflado com gás hélio R$ 9,90, na Shér, tel. 3063-2206
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Liberdade, igualdade e fraternidade na França? Para quem?
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A questão acima é colocada por Alexandra Baldeh Loras, 37, francesa de origem muçulmana e judaica, que vive no Brasil há dois anos como consulesa do país em São Paulo. Como todos os cidadãos franceses, ela procura respostas para os atentados terroristas em Paris em meio ao luto. Formada em ciências políticas e estudiosa do fenômeno da integração, ela assina um blog sobre minorias. Fez sua tese de mestrado na prestigiosa SciencePo (L'École Livre de Sciences Politiques, onde se forma a elite política) sobre os negros na televisão francesa, onde foi apresentadora por sete anos. Alexandra afirma que "a França ainda precisa se assumir como nação multicultural e multirracial" para evitar que alguns de seus filhos de ascendência árabe e africana sejam "adotados pelo terrorismo". A seguir, trechos da entrevista concedida dois dias depois do ataque que matou 12 jornalistas do "Charlie Hebdo" e na tarde do sequestro que acabou na morte de quatro reféns. * UM NOME FAMILIAR Quando vi nos telejornais que o sequestrador do supermercado kosher em Paris se chamava Coulibaly, fiquei rezando para que não fosse um dos meus primos. É um sobrenome comum na África. O terrorista que matou quatro reféns não era meu parente, mas é como se fosse. É negro e francês como eu. O que aconteceu na vida dele para que se tornasse tão violento? As mortes na redação do "Charlie Hebdo" e no supermercado são atos detestáveis do terrorismo. Antes de falar de liberdades, o respeito pela vida humana me leva a condenar os ataques categoricamente como um ato bárbaro inaceitável. Estou de luto pelas famílias das vítimas. Ouvi e li nas redes sociais muitas reações violentas: "esses animais, selvagens, negro sujo, árabes imundos...". A lista de insultos é longa, mas gostaria de convidar a todos a se perguntarem o que levou esses franceses a cometer tais crimes hediondos. Os terroristas passaram alguns meses no Iêmen sendo treinados e várias décadas na França. Então, a base da identidade deles é francesa. Apesar do nosso lema "liberdade, igualdade e fraternidade", fomos de geração em geração condicionados a pensar que o racismo e o sexismo são naturais. Uma hierarquia construída durante séculos declarou que os homens são superiores às mulheres, que só tiveram direito de voto em 1944, e que os brancos eram superiores a árabes e negros. Foi uma dor imensa crescer na França como negra. Sou de origem muçulmana, já que meu pai é da Gâmbia, um país da África Ocidental. Nasci em Paris, de mãe francesa, branca e católica. O que me machucava quando criança é que sempre me perguntavam de onde vinha. Até os meus 21 anos, eu não conhecia Gâmbia. Fui criada na França. Meu avô era comunista, foi secretário-geral do partido anarquista, mas era super racista. O "Charlie Hebdo" é um jornal de esquerda, que sempre publicou charges que podem ser interpretadas como xenófobas, racistas e antissemitas. Defendem um Estado laico, o que não quer dizer ateísta. Ser laico, na verdade, é respeitar todas as religiões. Que liberdade de expressão estamos defendendo? Pode-se faltar com respeito a profetas reverenciados por uma comunidade que não tem poder nos meios de comunicação para se expressar? JE SUIS CHARLIE É muito fácil dizer 'Eu Sou Charlie'. Eu gostaria que todos fossem Charlie também quando jogaram o coquetel molotov na Redação anos atrás. Quando eles desenhavam Maomé de quatro. Quando Phillipe Val [ex-editor] foi vítima de violência da extrema direita. Quando o Charb [Stéphane Charbonnier, diretor da publicação morto no ataque] precisou de escolta policial por oito anos. Não é ser Charlie só hoje, quando houve a morte deles. Eu me emociono ao ver a caminhada de quase 4 milhões de pessoas em Paris. É bom ver a França tão unida. Acho muito triste que tenham morrido personalidades conhecidas. Mas me entristece também a explosão de um carro bomba que matou 37 pessoas no Iêmen, em um atentado do mesmo grupo da Al-Qaeda, quatro dias antes do de Paris. Por que ninguém falou mais disso? As vidas do Charb e do Wolinski valem mais? Após os ataques, tenho escutado: "Temos que matar esses terroristas". Vamos matar como eles mataram? É essa a solução? Sou contra a pena de morte. Gostaria de conhecer as reivindicações deles. Por que se tornaram loucos assim? Por que caíram no extremismo? Para eles, talvez, nós é que sejamos terroristas. Quantas atrocidades foram cometidas nas ex-colônias? Pegaram argelinos, marroquinos, senegaleses para lutar pela França e defendê-la para ser um país livre. Aprendi na escola que eram voluntários. Hoje, documentários mostram que não tiveram escolha, as famílias eram ameaçadas. Há um lado da história da França muito obscuro, que ela não quer assumir. A pátria mãe francesa parece ter esquecido os 400 anos de escravidão e 300 de colonização. A França ainda não se desculpou pela dores imensas que causou na África. Precisa se aceitar como sociedade multicultural e multirracial. E hoje ela não quer assumir esses filhos. Eu me coloco entre eles. Nos sentimos rejeitados. E me refiro aos africanos, aos árabes, aos asiáticos e aos judeus também. A todas as minorias. PAI TERRORISMO E quando um filho não tem pai, ele pode ter outro que o acolhe e lhe dá importância. O "pai terrorismo" pegou alguns desses filhos e deu a eles o senso de pertencimento a um grupo, lhes deu espaço, comida e dinheiro. Precisamos tentar resgatá-los. Falam: "Ah, eles não se integraram". Eles têm que adivinhar como se integrar? A riqueza da cultura deles não tem que desaparecer. É a riqueza da França. O prato preferido do francês hoje é o cuscuz. Entre os artistas mais amados estão Omar Sy —ator de origem senegalesa que ganhou o César [o Oscar francês], pelo filme "Os Intocáveis" (2011)— e Jamel Debbouze, ator e comediante de origem marroquina [de "Astérix e Obélix - Missão Cleópatra"]. É preciso ter coragem de pesquisar sobre esses jovens que vão para a Al-Qaeda. Saber o que vai pela cabeça deles para trilhar esse lado da escuridão. Do que eles precisam para se sentir parte do povo francês? Sempre que abrem espaço para o debate sobre a França multirracial e multicultural convidam rappers e jogadores de futebol para falar, que nem sempre estão preparados para debater com o outro lado. Quase nunca convidam intelectuais. Só o Tariq Ramadan [professor da Universidade de Oxford, de origem Egípcia e autor de "Radical Reform, Islamic Ethics and Liberation"], que é muito inteligente, mas sempre pegam frases dele fora de contexto. É como dar muito espaço para Michel Houellebecq [escritor francês que acaba de lançar "Submissão", livro sobre uma Franca governada por um partido muçulmano em 2022]. Eu não concordo com ele e outros pensadores, mas se falamos de liberdade de expressão temos que deixar todo mundo se exprimir. Não só os pensadores da extrema direita, que está crescendo. É assim que criam um mundo muçulmano que eu não vejo ao meu redor. Entre todos os meus amigos e na minha família, ninguém é extremista. Eles não acham o lugar deles na sociedade francesa nem na África. Quando vão pra lá, tampouco são bem-vindos. MONOCROMÁTICA No poder e na televisão também, onde trabalhei como jornalista e apresentadora nos canais France 3 e TF1, sempre era a única negra. Aprendi muitas coisas tendo esse olhar de "infiltrada". A França é ainda uma espécie de monarquia. Cortaram a cabeça do rei, mas ele ainda vive na elite oligárquica. Houve a revolução de 1789, mas todo o espectro atual de líderes empresariais e políticos é aristocrata. Eles não representam a diversidade da França de hoje. É o mesmo em governos de direita ou de esquerda: são brancos e elitistas. São intelectuais que cresceram no "quinto arrondissement" [região administrativa de Paris], foram estudar no sexto e trabalhar no sétimo. São da "rive gauche" [margem esquerda do Sena]. Não conhecem o que acontece lá fora. Na ENA [École Nationale D'Aministration, símbolo da meritocracia republicana francesa], onde os presidentes estudam, só tem brancos. Na SciencePo, todos os alunos afrodescendentes franceses acabam indo trabalhar nos Estados Unidos e na Inglaterra. Eu me formei lá. Muitos falavam: "Ah, você é parte da cota?" Eles selecionam alguns alunos dos guetos que tiveram notas excelentes. Pensam que cheguei lá como parte desse programa. Respeito muito os cotistas, mas não percebem que me insultam ao concluir que uma negra não pode entrar lá por outro caminho. INVISIBILIDADE Fiz meu mestrado sobre a invisibilidade dos negros na televisão francesa. Quando vamos sair dos estereótipos? Tenho 50% de sangue branco, mas minha pele é negra. Tenho 50% de sangue africano e meu filho é louro. A pele de meu pai era de ébano. É um desafio ser mãe de um negro que é branco de pele. Vejo no Brasil um racismo diferente. Quando vou ao clube com meu filho, me olham torto porque não estou usando branco como as babás. Comecei a dar palestras nas escolas públicas daqui para trabalhar a autoestima das crianças de cor. Falo dos inventores e das grandes figuras negras. Aqui também os negros só são retratados dentro do estereótipo: no esporte, na música e no crime. Falo para os estudantes o que gostaria de ter ouvido na escola, mas que só descobri aos 30 anos no meu mestrado sobre o tema: a geladeira foi inventada por um negro, assim como a antena parabólica e o marca-passo. A BABÁ Os brancos têm que se olhar e ver os privilégios que têm. Precisam entender o que é ser negro ou árabe diariamente. E o que vem com isso, quando se está procurando um apartamento para alugar ou concorrendo a uma vaga de emprego. O que é muito triste é que temos um marketing ótimo: a França defensora dos direitos humanos, a França da "igualdade, liberdade e fraternidade". Onde você vê igualdade e fraternidade? Quem tem liberdade de expressão? Só um lado. Onde você vê os ciganos se expressarem? E eles estão lá há várias gerações. Você ouve falar dos sem-teto? Onde se fala dos jovens que não podem entrar numa discoteca por terem mais melanina? O conhecimento é a melhor arma para combater a desigualdade e desconstruir os fundamentos do racismo e do extremismo. Quase nenhum escritor, filósofo, cientista negros e árabes ganha visibilidade na televisão e nos livros didáticos na França. Ao investigar essa realidade, descobri que eles existem, sim, e que potencial e talento não têm nada a ver com a quantidade de melanina na pele. Precisamos reparar e aliviar a dor que nossa sociedade gera sem que nem percebamos. E tentar entender quanto é nossa responsabilidade ter criado esses monstros.
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Liberdade, igualdade e fraternidade na França? Para quem?A questão acima é colocada por Alexandra Baldeh Loras, 37, francesa de origem muçulmana e judaica, que vive no Brasil há dois anos como consulesa do país em São Paulo. Como todos os cidadãos franceses, ela procura respostas para os atentados terroristas em Paris em meio ao luto. Formada em ciências políticas e estudiosa do fenômeno da integração, ela assina um blog sobre minorias. Fez sua tese de mestrado na prestigiosa SciencePo (L'École Livre de Sciences Politiques, onde se forma a elite política) sobre os negros na televisão francesa, onde foi apresentadora por sete anos. Alexandra afirma que "a França ainda precisa se assumir como nação multicultural e multirracial" para evitar que alguns de seus filhos de ascendência árabe e africana sejam "adotados pelo terrorismo". A seguir, trechos da entrevista concedida dois dias depois do ataque que matou 12 jornalistas do "Charlie Hebdo" e na tarde do sequestro que acabou na morte de quatro reféns. * UM NOME FAMILIAR Quando vi nos telejornais que o sequestrador do supermercado kosher em Paris se chamava Coulibaly, fiquei rezando para que não fosse um dos meus primos. É um sobrenome comum na África. O terrorista que matou quatro reféns não era meu parente, mas é como se fosse. É negro e francês como eu. O que aconteceu na vida dele para que se tornasse tão violento? As mortes na redação do "Charlie Hebdo" e no supermercado são atos detestáveis do terrorismo. Antes de falar de liberdades, o respeito pela vida humana me leva a condenar os ataques categoricamente como um ato bárbaro inaceitável. Estou de luto pelas famílias das vítimas. Ouvi e li nas redes sociais muitas reações violentas: "esses animais, selvagens, negro sujo, árabes imundos...". A lista de insultos é longa, mas gostaria de convidar a todos a se perguntarem o que levou esses franceses a cometer tais crimes hediondos. Os terroristas passaram alguns meses no Iêmen sendo treinados e várias décadas na França. Então, a base da identidade deles é francesa. Apesar do nosso lema "liberdade, igualdade e fraternidade", fomos de geração em geração condicionados a pensar que o racismo e o sexismo são naturais. Uma hierarquia construída durante séculos declarou que os homens são superiores às mulheres, que só tiveram direito de voto em 1944, e que os brancos eram superiores a árabes e negros. Foi uma dor imensa crescer na França como negra. Sou de origem muçulmana, já que meu pai é da Gâmbia, um país da África Ocidental. Nasci em Paris, de mãe francesa, branca e católica. O que me machucava quando criança é que sempre me perguntavam de onde vinha. Até os meus 21 anos, eu não conhecia Gâmbia. Fui criada na França. Meu avô era comunista, foi secretário-geral do partido anarquista, mas era super racista. O "Charlie Hebdo" é um jornal de esquerda, que sempre publicou charges que podem ser interpretadas como xenófobas, racistas e antissemitas. Defendem um Estado laico, o que não quer dizer ateísta. Ser laico, na verdade, é respeitar todas as religiões. Que liberdade de expressão estamos defendendo? Pode-se faltar com respeito a profetas reverenciados por uma comunidade que não tem poder nos meios de comunicação para se expressar? JE SUIS CHARLIE É muito fácil dizer 'Eu Sou Charlie'. Eu gostaria que todos fossem Charlie também quando jogaram o coquetel molotov na Redação anos atrás. Quando eles desenhavam Maomé de quatro. Quando Phillipe Val [ex-editor] foi vítima de violência da extrema direita. Quando o Charb [Stéphane Charbonnier, diretor da publicação morto no ataque] precisou de escolta policial por oito anos. Não é ser Charlie só hoje, quando houve a morte deles. Eu me emociono ao ver a caminhada de quase 4 milhões de pessoas em Paris. É bom ver a França tão unida. Acho muito triste que tenham morrido personalidades conhecidas. Mas me entristece também a explosão de um carro bomba que matou 37 pessoas no Iêmen, em um atentado do mesmo grupo da Al-Qaeda, quatro dias antes do de Paris. Por que ninguém falou mais disso? As vidas do Charb e do Wolinski valem mais? Após os ataques, tenho escutado: "Temos que matar esses terroristas". Vamos matar como eles mataram? É essa a solução? Sou contra a pena de morte. Gostaria de conhecer as reivindicações deles. Por que se tornaram loucos assim? Por que caíram no extremismo? Para eles, talvez, nós é que sejamos terroristas. Quantas atrocidades foram cometidas nas ex-colônias? Pegaram argelinos, marroquinos, senegaleses para lutar pela França e defendê-la para ser um país livre. Aprendi na escola que eram voluntários. Hoje, documentários mostram que não tiveram escolha, as famílias eram ameaçadas. Há um lado da história da França muito obscuro, que ela não quer assumir. A pátria mãe francesa parece ter esquecido os 400 anos de escravidão e 300 de colonização. A França ainda não se desculpou pela dores imensas que causou na África. Precisa se aceitar como sociedade multicultural e multirracial. E hoje ela não quer assumir esses filhos. Eu me coloco entre eles. Nos sentimos rejeitados. E me refiro aos africanos, aos árabes, aos asiáticos e aos judeus também. A todas as minorias. PAI TERRORISMO E quando um filho não tem pai, ele pode ter outro que o acolhe e lhe dá importância. O "pai terrorismo" pegou alguns desses filhos e deu a eles o senso de pertencimento a um grupo, lhes deu espaço, comida e dinheiro. Precisamos tentar resgatá-los. Falam: "Ah, eles não se integraram". Eles têm que adivinhar como se integrar? A riqueza da cultura deles não tem que desaparecer. É a riqueza da França. O prato preferido do francês hoje é o cuscuz. Entre os artistas mais amados estão Omar Sy —ator de origem senegalesa que ganhou o César [o Oscar francês], pelo filme "Os Intocáveis" (2011)— e Jamel Debbouze, ator e comediante de origem marroquina [de "Astérix e Obélix - Missão Cleópatra"]. É preciso ter coragem de pesquisar sobre esses jovens que vão para a Al-Qaeda. Saber o que vai pela cabeça deles para trilhar esse lado da escuridão. Do que eles precisam para se sentir parte do povo francês? Sempre que abrem espaço para o debate sobre a França multirracial e multicultural convidam rappers e jogadores de futebol para falar, que nem sempre estão preparados para debater com o outro lado. Quase nunca convidam intelectuais. Só o Tariq Ramadan [professor da Universidade de Oxford, de origem Egípcia e autor de "Radical Reform, Islamic Ethics and Liberation"], que é muito inteligente, mas sempre pegam frases dele fora de contexto. É como dar muito espaço para Michel Houellebecq [escritor francês que acaba de lançar "Submissão", livro sobre uma Franca governada por um partido muçulmano em 2022]. Eu não concordo com ele e outros pensadores, mas se falamos de liberdade de expressão temos que deixar todo mundo se exprimir. Não só os pensadores da extrema direita, que está crescendo. É assim que criam um mundo muçulmano que eu não vejo ao meu redor. Entre todos os meus amigos e na minha família, ninguém é extremista. Eles não acham o lugar deles na sociedade francesa nem na África. Quando vão pra lá, tampouco são bem-vindos. MONOCROMÁTICA No poder e na televisão também, onde trabalhei como jornalista e apresentadora nos canais France 3 e TF1, sempre era a única negra. Aprendi muitas coisas tendo esse olhar de "infiltrada". A França é ainda uma espécie de monarquia. Cortaram a cabeça do rei, mas ele ainda vive na elite oligárquica. Houve a revolução de 1789, mas todo o espectro atual de líderes empresariais e políticos é aristocrata. Eles não representam a diversidade da França de hoje. É o mesmo em governos de direita ou de esquerda: são brancos e elitistas. São intelectuais que cresceram no "quinto arrondissement" [região administrativa de Paris], foram estudar no sexto e trabalhar no sétimo. São da "rive gauche" [margem esquerda do Sena]. Não conhecem o que acontece lá fora. Na ENA [École Nationale D'Aministration, símbolo da meritocracia republicana francesa], onde os presidentes estudam, só tem brancos. Na SciencePo, todos os alunos afrodescendentes franceses acabam indo trabalhar nos Estados Unidos e na Inglaterra. Eu me formei lá. Muitos falavam: "Ah, você é parte da cota?" Eles selecionam alguns alunos dos guetos que tiveram notas excelentes. Pensam que cheguei lá como parte desse programa. Respeito muito os cotistas, mas não percebem que me insultam ao concluir que uma negra não pode entrar lá por outro caminho. INVISIBILIDADE Fiz meu mestrado sobre a invisibilidade dos negros na televisão francesa. Quando vamos sair dos estereótipos? Tenho 50% de sangue branco, mas minha pele é negra. Tenho 50% de sangue africano e meu filho é louro. A pele de meu pai era de ébano. É um desafio ser mãe de um negro que é branco de pele. Vejo no Brasil um racismo diferente. Quando vou ao clube com meu filho, me olham torto porque não estou usando branco como as babás. Comecei a dar palestras nas escolas públicas daqui para trabalhar a autoestima das crianças de cor. Falo dos inventores e das grandes figuras negras. Aqui também os negros só são retratados dentro do estereótipo: no esporte, na música e no crime. Falo para os estudantes o que gostaria de ter ouvido na escola, mas que só descobri aos 30 anos no meu mestrado sobre o tema: a geladeira foi inventada por um negro, assim como a antena parabólica e o marca-passo. A BABÁ Os brancos têm que se olhar e ver os privilégios que têm. Precisam entender o que é ser negro ou árabe diariamente. E o que vem com isso, quando se está procurando um apartamento para alugar ou concorrendo a uma vaga de emprego. O que é muito triste é que temos um marketing ótimo: a França defensora dos direitos humanos, a França da "igualdade, liberdade e fraternidade". Onde você vê igualdade e fraternidade? Quem tem liberdade de expressão? Só um lado. Onde você vê os ciganos se expressarem? E eles estão lá há várias gerações. Você ouve falar dos sem-teto? Onde se fala dos jovens que não podem entrar numa discoteca por terem mais melanina? O conhecimento é a melhor arma para combater a desigualdade e desconstruir os fundamentos do racismo e do extremismo. Quase nenhum escritor, filósofo, cientista negros e árabes ganha visibilidade na televisão e nos livros didáticos na França. Ao investigar essa realidade, descobri que eles existem, sim, e que potencial e talento não têm nada a ver com a quantidade de melanina na pele. Precisamos reparar e aliviar a dor que nossa sociedade gera sem que nem percebamos. E tentar entender quanto é nossa responsabilidade ter criado esses monstros.
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Leitor critica "profecia jornalística" na coluna de Valdo Cruz
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Extraordinariamente animadora a coluna Sem chance de errar. Diante das dificuldades atuais, Valdo Cruz nos brinda com a profecia de que tudo vai piorar, o desemprego vai aumentar, a inflação seguirá em alta e o país vai desacelerar ainda mais, ingredientes que vão azedar o humor dos brasileiros. O que há de alvissareiro nisso é que, em geral, a análise de muitos dos nossos jornalistas é calcada mais no subjetivo do que no objetivo. Reside aí nossa esperança: o costumeiro reverso da profecia jornalística. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor critica "profecia jornalística" na coluna de Valdo CruzExtraordinariamente animadora a coluna Sem chance de errar. Diante das dificuldades atuais, Valdo Cruz nos brinda com a profecia de que tudo vai piorar, o desemprego vai aumentar, a inflação seguirá em alta e o país vai desacelerar ainda mais, ingredientes que vão azedar o humor dos brasileiros. O que há de alvissareiro nisso é que, em geral, a análise de muitos dos nossos jornalistas é calcada mais no subjetivo do que no objetivo. Reside aí nossa esperança: o costumeiro reverso da profecia jornalística. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Cármen Lúcia diz que ainda não sabe o que vai ocorrer com Lava Jato
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A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta quinta (19) que ainda não estudou que será feito com os processos da Operação Lava Jato depois da morte do ministro Teori Zavascki, 68, na queda de um avião bimotor no mar em Paraty (RJ). Ele era o relator do caso. "Por enquanto a minha dor é humana, como tenho certeza que é a dor de todo brasileiro por perder um juiz como este", disse a ministra na porta de seu gabinete no Supremo. Amiga de Teori, Cármen Lúcia telefonou durante a tarde para os filhos do ministro. Eles lhe disseram que queriam que o corpo do pai fosse levado direto a Porto Alegre, onde vive a família, ao invés de levá-lo a Brasília. A ministra afirmou que vai ao velório na capital gaúcha, mas que a cerimônia ainda não está marcada. "Vou a Porto Alegre. [O velório] vai ser em Porto Alegre a pedido da família. E, por decisão da família que, evidentemente, não seria diferente, o Supremo acata [o pedido]. E não só acata como dá todo o suporte que for necessário. O diretor-geral do Supremo [Eduardo Toledo] já está no Rio exatamente para acompanhar, adotar os procedimentos necessários para que a família não precise ter também um estresse a mais desses procedimentos burocráticos que são necessários. O Supremo está ao lado da família. Acho que o Judiciário brasileiro está enlutado. Acho que a sociedade brasileira hoje tem um luto a cumprir", disse ela. Cármen Lúcia disse não ter conversado com o presidente Michel Temer. "O Supremo se ressente e vai se ressentir sempre da perda de um juiz como este. Esperamos agora que o desenlace dos acontecimentos siga de maneira bem humana", disse a ministra. No começo da noite, a assessoria de Cármen Lúcia divulgou nota na qual ela se diz "consternada" com a morte de Teori. RECESSO DO JUDICIÁRIO Cármen Lúcia voou de Brasília a Belo Horizonte por volta de 14h30. Quando chegou ao aeroporto de Confins, recebeu uma ligação de Márcio Schiefler, juiz-instrutor que trabalha no gabinete de Teori. Schiefler dizendo a ela que um avião havia caído na rota do voo de Teori. Ela lhe pediu que avisasse o presidente Michel Temer. Teori estava de férias desde 20 de dezembro, quando começou o recesso do Judiciário. Ele já havia voltado a despachar, antes mesmo do retorno oficial da Corte por causa dos últimos detalhes relativos à homologação da delação de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
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Cármen Lúcia diz que ainda não sabe o que vai ocorrer com Lava JatoA ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta quinta (19) que ainda não estudou que será feito com os processos da Operação Lava Jato depois da morte do ministro Teori Zavascki, 68, na queda de um avião bimotor no mar em Paraty (RJ). Ele era o relator do caso. "Por enquanto a minha dor é humana, como tenho certeza que é a dor de todo brasileiro por perder um juiz como este", disse a ministra na porta de seu gabinete no Supremo. Amiga de Teori, Cármen Lúcia telefonou durante a tarde para os filhos do ministro. Eles lhe disseram que queriam que o corpo do pai fosse levado direto a Porto Alegre, onde vive a família, ao invés de levá-lo a Brasília. A ministra afirmou que vai ao velório na capital gaúcha, mas que a cerimônia ainda não está marcada. "Vou a Porto Alegre. [O velório] vai ser em Porto Alegre a pedido da família. E, por decisão da família que, evidentemente, não seria diferente, o Supremo acata [o pedido]. E não só acata como dá todo o suporte que for necessário. O diretor-geral do Supremo [Eduardo Toledo] já está no Rio exatamente para acompanhar, adotar os procedimentos necessários para que a família não precise ter também um estresse a mais desses procedimentos burocráticos que são necessários. O Supremo está ao lado da família. Acho que o Judiciário brasileiro está enlutado. Acho que a sociedade brasileira hoje tem um luto a cumprir", disse ela. Cármen Lúcia disse não ter conversado com o presidente Michel Temer. "O Supremo se ressente e vai se ressentir sempre da perda de um juiz como este. Esperamos agora que o desenlace dos acontecimentos siga de maneira bem humana", disse a ministra. No começo da noite, a assessoria de Cármen Lúcia divulgou nota na qual ela se diz "consternada" com a morte de Teori. RECESSO DO JUDICIÁRIO Cármen Lúcia voou de Brasília a Belo Horizonte por volta de 14h30. Quando chegou ao aeroporto de Confins, recebeu uma ligação de Márcio Schiefler, juiz-instrutor que trabalha no gabinete de Teori. Schiefler dizendo a ela que um avião havia caído na rota do voo de Teori. Ela lhe pediu que avisasse o presidente Michel Temer. Teori estava de férias desde 20 de dezembro, quando começou o recesso do Judiciário. Ele já havia voltado a despachar, antes mesmo do retorno oficial da Corte por causa dos últimos detalhes relativos à homologação da delação de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
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Ministério da Pesca quer isenção para produtores
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Enquanto o Ministério da Fazenda planeja novos aumentos de impostos, o da Pesca e Aquicultura prepara pedidos de isenção tributária para produtores das cadeias de peixe e camarão. A demanda mais recente da pasta, que está para ser analisada pela Fazenda, é a isenção de PIS/Cofins para a indústria de rações para o setor. Hoje, outros fabricantes de alimentos para animais, como para porcos, já são desonerados. "O que defendemos é que haja uma equiparação", afirmou o ministro da Pesca, Helder Barbalho. A ração corresponde de 50% a 70% dos custos dos produtores de pescado. "Se por um lado o governo abre mão de receita, por outro, garante maior competitividade aos produtores", disse Barbalho ao ser questionado sobre a probabilidade de o governo conceder uma isenção em época de ajuste fiscal. A pasta calcula que a União renunciaria a R$ 60,5 milhões se desonerasse a indústria de ração para peixes e a R$ 32,1 milhões se fizesse o mesmo na de camarões. O segundo pedido do ministério é que o camarão seja incluído na lista de produtos da cesta básica. Os itens que fazem parte da cesta são livres de impostos federais. "Os peixes já têm esse benefício, inclusive o salmão e o bacalhau", acrescentou. A medida, que foi enviada ao Congresso no ano passado, beneficiaria os 1.500 produtores de camarão do país se fosse aprovada. * Mira paulista Na contramão das redes de franquias que migraram seu foco de expansão do Sudeste para o Nordeste, as Óticas Diniz vão priorizar a cidade de São Paulo e a região metropolitana. A empresa, fundada no Maranhão, prevê abrir 120 lojas neste ano no país. "Estamos em cidades paulistas com mais de 100 mil habitantes, mas agora queremos ampliar nossa presença na Grande São Paulo", diz Arione Diniz, presidente e fundador da rede. A região, hoje com 140 unidades, tem potencial para mais 200 nos próximos cinco anos, segundo ele. "Era para termos pelo menos 500 lojas em São Paulo e Rio, mas demoramos para entrar nesses mercados. Estamos nele há cinco anos." Além dos novos pontos, a empresa vai iniciar no segundo semestre um modelo de conversão de óticas menores em Óticas Diniz. "O proprietário terá incentivos como um ano de isenção de taxa de franquia", afirma. Cerca de 80% das lojas em operação são de rua. "É importante estarmos na rua por sermos uma ótica popular. Mas as lojas de shopping, apesar de mais caras, dão visibilidade." R$ 450 milhões foi o faturamento da rede no ano passado 800 são as lojas em funcionamento no país 9.300 é o número de funcionários R$ 150 mil é o custo médio para abrir uma franquia das Óticas Diniz * Cheque rejeitado Do total de cheques movimentados no país em abril, 2,21% foram devolvidos pelos bancos por falta de fundos, segundo pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). O percentual foi o pior para o mês desde 2006, quando o indicador ficou em 2,35%. "A elevação está alinhada com a deterioração de outros indicadores neste início de ano, como os de inadimplência e de confiança do consumidor", diz Flávio Calife, economista da instituição. No acumulado dos quatro meses de 2015, a proporção de cheques devolvidos ficou em 2,16% –no mesmo período de 2014, era de 2,06%. * Sem alívio alfandegário Das exportações brasileiras para o México, 10,5% se beneficiam de pacto bilateral tarifário, segundo a Confederação Nacional da Indústria. "Isso mostra que o acordo está muito aquém dos interesses dos empresários e do potencial", diz Carlos Abijaodi, diretor da entidade. Hoje, o Brasil envia ao país cerca de 5.600 mercadorias -800 delas são beneficiadas por um acordo que não inclui itens automotivos. Uma comitiva formada pela entidade, com 56 empresários e representantes de associações, irá ao México na próxima semana, durante missão oficial da presidente Dilma Rousseff, para tentar estreitar a relação comercial. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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Ministério da Pesca quer isenção para produtoresEnquanto o Ministério da Fazenda planeja novos aumentos de impostos, o da Pesca e Aquicultura prepara pedidos de isenção tributária para produtores das cadeias de peixe e camarão. A demanda mais recente da pasta, que está para ser analisada pela Fazenda, é a isenção de PIS/Cofins para a indústria de rações para o setor. Hoje, outros fabricantes de alimentos para animais, como para porcos, já são desonerados. "O que defendemos é que haja uma equiparação", afirmou o ministro da Pesca, Helder Barbalho. A ração corresponde de 50% a 70% dos custos dos produtores de pescado. "Se por um lado o governo abre mão de receita, por outro, garante maior competitividade aos produtores", disse Barbalho ao ser questionado sobre a probabilidade de o governo conceder uma isenção em época de ajuste fiscal. A pasta calcula que a União renunciaria a R$ 60,5 milhões se desonerasse a indústria de ração para peixes e a R$ 32,1 milhões se fizesse o mesmo na de camarões. O segundo pedido do ministério é que o camarão seja incluído na lista de produtos da cesta básica. Os itens que fazem parte da cesta são livres de impostos federais. "Os peixes já têm esse benefício, inclusive o salmão e o bacalhau", acrescentou. A medida, que foi enviada ao Congresso no ano passado, beneficiaria os 1.500 produtores de camarão do país se fosse aprovada. * Mira paulista Na contramão das redes de franquias que migraram seu foco de expansão do Sudeste para o Nordeste, as Óticas Diniz vão priorizar a cidade de São Paulo e a região metropolitana. A empresa, fundada no Maranhão, prevê abrir 120 lojas neste ano no país. "Estamos em cidades paulistas com mais de 100 mil habitantes, mas agora queremos ampliar nossa presença na Grande São Paulo", diz Arione Diniz, presidente e fundador da rede. A região, hoje com 140 unidades, tem potencial para mais 200 nos próximos cinco anos, segundo ele. "Era para termos pelo menos 500 lojas em São Paulo e Rio, mas demoramos para entrar nesses mercados. Estamos nele há cinco anos." Além dos novos pontos, a empresa vai iniciar no segundo semestre um modelo de conversão de óticas menores em Óticas Diniz. "O proprietário terá incentivos como um ano de isenção de taxa de franquia", afirma. Cerca de 80% das lojas em operação são de rua. "É importante estarmos na rua por sermos uma ótica popular. Mas as lojas de shopping, apesar de mais caras, dão visibilidade." R$ 450 milhões foi o faturamento da rede no ano passado 800 são as lojas em funcionamento no país 9.300 é o número de funcionários R$ 150 mil é o custo médio para abrir uma franquia das Óticas Diniz * Cheque rejeitado Do total de cheques movimentados no país em abril, 2,21% foram devolvidos pelos bancos por falta de fundos, segundo pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). O percentual foi o pior para o mês desde 2006, quando o indicador ficou em 2,35%. "A elevação está alinhada com a deterioração de outros indicadores neste início de ano, como os de inadimplência e de confiança do consumidor", diz Flávio Calife, economista da instituição. No acumulado dos quatro meses de 2015, a proporção de cheques devolvidos ficou em 2,16% –no mesmo período de 2014, era de 2,06%. * Sem alívio alfandegário Das exportações brasileiras para o México, 10,5% se beneficiam de pacto bilateral tarifário, segundo a Confederação Nacional da Indústria. "Isso mostra que o acordo está muito aquém dos interesses dos empresários e do potencial", diz Carlos Abijaodi, diretor da entidade. Hoje, o Brasil envia ao país cerca de 5.600 mercadorias -800 delas são beneficiadas por um acordo que não inclui itens automotivos. Uma comitiva formada pela entidade, com 56 empresários e representantes de associações, irá ao México na próxima semana, durante missão oficial da presidente Dilma Rousseff, para tentar estreitar a relação comercial. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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Com Temer rejeitado, 85% defendem eleição direta, aponta Datafolha
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A impopularidade do governo Michel Temer (PMDB) cresceu e já é comparável à de sua antecessora, Dilma Rousseff (PT), às vésperas da abertura do processo de impeachment que acabou por cassá-la em 2016. Segundo pesquisa do Datafolha, a gestão do peemedebista tem 61% de avaliação ruim ou péssima, com 28% a considerando regular e apenas 9%, ótimo ou bom. Logo antes de a Câmara afastá-la, em abril do ano passado, Dilma tinha 63% de rejeição e 13% de aprovação. Era um número inferior ao recorde da própria petista, o maior aferido pelo instituto desde a redemocratização de 1985: 71% de ruim/péssimo e 8% de ótimo/bom, em agosto de 2015. Os 9% de aprovação são também similares à taxa de Fernando Collor de Mello antes de ser impedido, em setembro de 1992, embora a reprovação fosse maior (68%). Quando colocado como eventual candidato à reeleição, Temer vê a rejeição a seu nome subir de 45% para 64% de dezembro para cá. O presidente já disse ter consciência de sua impopularidade e que aproveita isso para tentar fazer avançar uma agenda de reformas de difícil aprovação popular. Pontificam neste rol a reforma da Previdência e a trabalhista, ambas tramitando no Congresso e alvo de uma greve na sexta (28). A pesquisa foi feita antes, na quarta e na quinta, ouvindo 2.781 pessoas em 172 municípios, com margem de erro de 2 pontos. O governo ganhou nota 3 dos entrevistados. Temer é ligeiramente mais bem avaliado no Sul e no Sudeste. A sondagem averiguou o cenário no qual Temer tem seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que julga a chapa na qual era vice de Dilma em 2014 sob acusação de abuso do poder econômico. O julgamento será em maio e, se houver cassação, a Constituição obriga nova eleição pelo Congresso, por estarmos na segunda metade do mandato. Apenas 10% dos ouvidos apoiam isso. Para 85%, o Congresso deveria aprovar uma mudança constitucional para permitir eleições diretas já. A deterioração da imagem da Presidência impressiona. De dezembro de 2012, quando a pergunta foi feita pela última vez, para cá, disseram não confiar nela 58% dos ouvidos, contra 18% em 2012. É um índice quase igual ao da confiança no Congresso, historicamente baixa: 57% de "não confio". AVALIAÇÃO DO GOVERNO TEMER - Resposta estimulada e única, em % Se o TSE cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o que seria melhor para o país? Total, - Em %
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Com Temer rejeitado, 85% defendem eleição direta, aponta DatafolhaA impopularidade do governo Michel Temer (PMDB) cresceu e já é comparável à de sua antecessora, Dilma Rousseff (PT), às vésperas da abertura do processo de impeachment que acabou por cassá-la em 2016. Segundo pesquisa do Datafolha, a gestão do peemedebista tem 61% de avaliação ruim ou péssima, com 28% a considerando regular e apenas 9%, ótimo ou bom. Logo antes de a Câmara afastá-la, em abril do ano passado, Dilma tinha 63% de rejeição e 13% de aprovação. Era um número inferior ao recorde da própria petista, o maior aferido pelo instituto desde a redemocratização de 1985: 71% de ruim/péssimo e 8% de ótimo/bom, em agosto de 2015. Os 9% de aprovação são também similares à taxa de Fernando Collor de Mello antes de ser impedido, em setembro de 1992, embora a reprovação fosse maior (68%). Quando colocado como eventual candidato à reeleição, Temer vê a rejeição a seu nome subir de 45% para 64% de dezembro para cá. O presidente já disse ter consciência de sua impopularidade e que aproveita isso para tentar fazer avançar uma agenda de reformas de difícil aprovação popular. Pontificam neste rol a reforma da Previdência e a trabalhista, ambas tramitando no Congresso e alvo de uma greve na sexta (28). A pesquisa foi feita antes, na quarta e na quinta, ouvindo 2.781 pessoas em 172 municípios, com margem de erro de 2 pontos. O governo ganhou nota 3 dos entrevistados. Temer é ligeiramente mais bem avaliado no Sul e no Sudeste. A sondagem averiguou o cenário no qual Temer tem seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que julga a chapa na qual era vice de Dilma em 2014 sob acusação de abuso do poder econômico. O julgamento será em maio e, se houver cassação, a Constituição obriga nova eleição pelo Congresso, por estarmos na segunda metade do mandato. Apenas 10% dos ouvidos apoiam isso. Para 85%, o Congresso deveria aprovar uma mudança constitucional para permitir eleições diretas já. A deterioração da imagem da Presidência impressiona. De dezembro de 2012, quando a pergunta foi feita pela última vez, para cá, disseram não confiar nela 58% dos ouvidos, contra 18% em 2012. É um índice quase igual ao da confiança no Congresso, historicamente baixa: 57% de "não confio". AVALIAÇÃO DO GOVERNO TEMER - Resposta estimulada e única, em % Se o TSE cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o que seria melhor para o país? Total, - Em %
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Esportivo mais famoso dos anos 1980, Ferrari F40 completa 30 anos
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DE SÃO PAULO O comendador Enzo Ferrari (1898-1988) tinha 89 anos quando viu seu último grande projeto ser lançado, a F40. O superesportivo foi apresentado em julho de 1987, durante as celebrações de 40 anos da marca italiana. Tornou-se um ícone da década de 1980, sendo um dos pôsteres de carro mais famosos do planeta. Ter um exemplar real na garagem era para poucos abonados: cerca de 1.300 unidades foram produzidas entre 1987 e 1992. No lançamento, A F40 custava US$ 360 mil. Era o suficiente para comprar 50 unidades do Volkswagen Gol. O motor V8 da Ferrari tinha 478 cv de potência. O carro ia de zero a 100 km/h em cerca de 4 segundos, o que garantia o posto de mais rápido do mundo. A velocidade máxima beirava os 330 km/h.
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sobretudo
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Esportivo mais famoso dos anos 1980, Ferrari F40 completa 30 anos
DE SÃO PAULO O comendador Enzo Ferrari (1898-1988) tinha 89 anos quando viu seu último grande projeto ser lançado, a F40. O superesportivo foi apresentado em julho de 1987, durante as celebrações de 40 anos da marca italiana. Tornou-se um ícone da década de 1980, sendo um dos pôsteres de carro mais famosos do planeta. Ter um exemplar real na garagem era para poucos abonados: cerca de 1.300 unidades foram produzidas entre 1987 e 1992. No lançamento, A F40 custava US$ 360 mil. Era o suficiente para comprar 50 unidades do Volkswagen Gol. O motor V8 da Ferrari tinha 478 cv de potência. O carro ia de zero a 100 km/h em cerca de 4 segundos, o que garantia o posto de mais rápido do mundo. A velocidade máxima beirava os 330 km/h.
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Homem e adolescente são baleados em tiroteio em favela do Rio
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Um homem e um menor de 15 anos foram baleados durante tiroteio ocorrido na manhã deste sábado (24) na favela Pavão Pavãozinho, área com UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) em Copacabana, zona sul do Rio. O homem, atingido na barriga, e o jovem, ferido na mão, foram socorridos ao Hospital Municipal Miguel Couto. Segundo morador local informou à reportagem, o estado do homem é grave. O hospital ainda não confirmou a situação do ferido. Ainda de acordo com esse morador, o homem baleado era ligado a traficantes que, a despeito de a favela estar ocupada pela polícia desde final de 2009, permanecem operando o comércio de drogas no local. Já o adolescente não teria ligação com criminosos. De acordo com o comando das UPPs, o tiroteio começou após policiais militares terem sido recebidos a tiros em uma localidade conhecida como Serafim, no alto da favela. Houve troca de tiros e uma pistola e um rádio transmissor foram apreendidos. O policiamento foi reforçado no local.
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cotidiano
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Homem e adolescente são baleados em tiroteio em favela do RioUm homem e um menor de 15 anos foram baleados durante tiroteio ocorrido na manhã deste sábado (24) na favela Pavão Pavãozinho, área com UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) em Copacabana, zona sul do Rio. O homem, atingido na barriga, e o jovem, ferido na mão, foram socorridos ao Hospital Municipal Miguel Couto. Segundo morador local informou à reportagem, o estado do homem é grave. O hospital ainda não confirmou a situação do ferido. Ainda de acordo com esse morador, o homem baleado era ligado a traficantes que, a despeito de a favela estar ocupada pela polícia desde final de 2009, permanecem operando o comércio de drogas no local. Já o adolescente não teria ligação com criminosos. De acordo com o comando das UPPs, o tiroteio começou após policiais militares terem sido recebidos a tiros em uma localidade conhecida como Serafim, no alto da favela. Houve troca de tiros e uma pistola e um rádio transmissor foram apreendidos. O policiamento foi reforçado no local.
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Macapá deve ser única capital ganha pela Rede
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FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A BELÉM Após deixar o PSOL por ter feito aliança com o DEM, o prefeito de Macapá (AP), Clécio Luis (Rede), deve ser reeleito, aponta o Ibope. Confirmado o favoritismo, se manterá como a única capital administrada pelo partido da ex-senadora Marina Silva. Segundo pesquisa Ibope divulgada na sexta (28), Clécio tem 61% das intenções de votos válidos, contra 39% do ex-senador Gilvam Borges (PMDB). A margem de erro é de quatro pontos percentuais. Eleito pelo PSOL em 2012, Clécio, 44, teve quase toda a campanha financiada pelo DEM –95% da arrecadação. Em troca, a sigla de direita espera o apoio do ex-socialista ao senador Davi Alcolumbre, provável candidato ao governo do Amapá, em 2018. Apesar de Marina ter sido a terceira candidata mais votada nas eleições presidenciais de 2010 e 2014, seu partido teve fraco desempenho neste ano. Elegeu cinco prefeitos no primeiro turno e chegou ao segundo turno em só mais duas cidades: Serra (ES) e Ponta Grossa (PR).
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Macapá deve ser única capital ganha pela RedeFABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A BELÉM Após deixar o PSOL por ter feito aliança com o DEM, o prefeito de Macapá (AP), Clécio Luis (Rede), deve ser reeleito, aponta o Ibope. Confirmado o favoritismo, se manterá como a única capital administrada pelo partido da ex-senadora Marina Silva. Segundo pesquisa Ibope divulgada na sexta (28), Clécio tem 61% das intenções de votos válidos, contra 39% do ex-senador Gilvam Borges (PMDB). A margem de erro é de quatro pontos percentuais. Eleito pelo PSOL em 2012, Clécio, 44, teve quase toda a campanha financiada pelo DEM –95% da arrecadação. Em troca, a sigla de direita espera o apoio do ex-socialista ao senador Davi Alcolumbre, provável candidato ao governo do Amapá, em 2018. Apesar de Marina ter sido a terceira candidata mais votada nas eleições presidenciais de 2010 e 2014, seu partido teve fraco desempenho neste ano. Elegeu cinco prefeitos no primeiro turno e chegou ao segundo turno em só mais duas cidades: Serra (ES) e Ponta Grossa (PR).
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Sem Messi, Argentina perde para a Bolívia por 2 a 0
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Sem Lionel Messi, suspenso por quatro jogos, a Argentina perdeu de 2 a 0 para a Bolívia na tarde desta terça-feira (28), em La Paz, pelas Eliminatórias sul-americanas. O resultado complicou o time de de Edgardo Bauza, que deve cair para a quinta posição da tabela caso se confirme a vitória do Chile, que joga em casa contra a Venezuela na noite desta terça. O capitão argentino desfalcará a equipe em outras três partidas –Uruguai (fora), Venezuela (casa) e Peru (casa), e ainda pagará multa de 10 mil francos suíços (cerca da R$ 31 mil). A decisão, anunciada hoje pela Fifa, ocorre após o argentino ofender um assistente brasileiro na semana passada, no jogo contra o Chile. Além de Chile x Venezuela, a outra partida em andamento pela 14ª rodada é Colômbia x Equador, em Quito. A seleção brasileira enfrenta o Paraguai, às 21h45, na Arena Corinthians, em São Paulo. A equipe de Tite, que já tem a melhor campanha das eliminatórias, tentará sua oitava vitória seguida.
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esporte
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Sem Messi, Argentina perde para a Bolívia por 2 a 0Sem Lionel Messi, suspenso por quatro jogos, a Argentina perdeu de 2 a 0 para a Bolívia na tarde desta terça-feira (28), em La Paz, pelas Eliminatórias sul-americanas. O resultado complicou o time de de Edgardo Bauza, que deve cair para a quinta posição da tabela caso se confirme a vitória do Chile, que joga em casa contra a Venezuela na noite desta terça. O capitão argentino desfalcará a equipe em outras três partidas –Uruguai (fora), Venezuela (casa) e Peru (casa), e ainda pagará multa de 10 mil francos suíços (cerca da R$ 31 mil). A decisão, anunciada hoje pela Fifa, ocorre após o argentino ofender um assistente brasileiro na semana passada, no jogo contra o Chile. Além de Chile x Venezuela, a outra partida em andamento pela 14ª rodada é Colômbia x Equador, em Quito. A seleção brasileira enfrenta o Paraguai, às 21h45, na Arena Corinthians, em São Paulo. A equipe de Tite, que já tem a melhor campanha das eliminatórias, tentará sua oitava vitória seguida.
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Em tarde de protestos, São Paulo vence o Rio Claro na volta de Lugano
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Após a torcida protestar do lado de fora do Pacaembu, o São Paulo venceu o Rio Claro por 1 a 0, neste domingo (21), pela 5ª rodada do Campeonato Paulista. O duelo marcou a reestreia do zagueiro Lugano. Ídolo são-paulino, o jogador foi ovacionado pelos 7 mil torcedores presentes no estádio e fez uma partida segura. Mesmo quando levou cartão amarelo, o uruguaio teve seu nome gritado. Na saída de campo, Lugano negou que a vibração das arquibancadas tenha sido por conta de seu cartão. "A torcida não vibrou pelo cartão. Era um lance de gol e a vibração foi por eu ter matado a jogada que poderia ser perigosa", disse na saída do gramado. O resultado deixa o clube da capital em terceiro lugar no Grupo C, com 8 pontos ganhos. Já o Rio Claro segue na lanterna da chave D, com quatro pontos. O São Paulo volta ao Pacaembu na próxima quarta-feira (24), onde recebe o Novorizontino às 19h30. No mesmo dia, o Rio Claro visita o Oeste, em Itápolis, às 21h45. Veja vídeo O JOGO Precisando da vitória para amenizar a crise no clube, o São Paulo começou o jogo partindo para o ataque. Sem organização na parte ofensiva, as chances foram mínimas. A primeira oportunidade clara de gol veio aos 8 min. Na cobrança de escanteio, o goleiro Lucas, do Rio Claro, saiu mal e Centurión ficou livre para cabecear e colocar a equipe tricolor na frente, porém o atacante se atrapalhou e a bola bateu no seu ombro indo para linha de fundo. Após esse ataque, o time da capital paulista viria atacar com efetividade apenas aos 25 min, quando Mena recebeu passe de Hudson e chutou forte para a defesa do goleiro. No rebote, Centurión não conseguiu aproveitar. Depois de ter controlado as ações ofensivas do São Paulo, foi a vez do Rio Claro tentar abrir o marcador. Em resposta ao chute de Mena, o time do interior quase saiu na frente com chute de fora da área de Romarinho. Sem conseguir criar com o toque de bola, a equipe tricolor abusou das bolas aéreas e foi para o vestiário sem jogar bem, o que desagradou o torcedor. O início do segundo tempo, no entanto, mostrou que as coisas seriam diferentes. Aos 3 min, a primeira chance dos donos da casa. Carlinhos chegou pela esquerda e obrigou Lucas a realizar a defesa. O time de Rio Claro logo respondeu no contra-ataque com chute de longe de Jean Patrick. O São Paulo, diferente da etapa inicial, não deixou com que os visitantes gostassem do jogo. Aos 5 min, Carlinhos cobrou falta na direita na cabeça de Rodrigo Caio, que aproveitou o cruzamento e abriu o marcador. Após o gol, os são-paulinos cadenciaram a partida e passaram a tocar a bola afim de administrar o placar. Bauza então tirou Centurión e colocou Wesley em campo. Na primeira chance do meia, quase gol. Aos 27 min, Wesley recebeu passe de Ganso e chutou para a defesa do goleiro do Rio Claro. Já nos acréscimos, quase que os visitantes levam um empate para o interior. Aos 47 min, Luis Felipe chutou e quase surpreendeu Denis, que estava adiantado e conseguiu se recuperar a tempo.
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Em tarde de protestos, São Paulo vence o Rio Claro na volta de LuganoApós a torcida protestar do lado de fora do Pacaembu, o São Paulo venceu o Rio Claro por 1 a 0, neste domingo (21), pela 5ª rodada do Campeonato Paulista. O duelo marcou a reestreia do zagueiro Lugano. Ídolo são-paulino, o jogador foi ovacionado pelos 7 mil torcedores presentes no estádio e fez uma partida segura. Mesmo quando levou cartão amarelo, o uruguaio teve seu nome gritado. Na saída de campo, Lugano negou que a vibração das arquibancadas tenha sido por conta de seu cartão. "A torcida não vibrou pelo cartão. Era um lance de gol e a vibração foi por eu ter matado a jogada que poderia ser perigosa", disse na saída do gramado. O resultado deixa o clube da capital em terceiro lugar no Grupo C, com 8 pontos ganhos. Já o Rio Claro segue na lanterna da chave D, com quatro pontos. O São Paulo volta ao Pacaembu na próxima quarta-feira (24), onde recebe o Novorizontino às 19h30. No mesmo dia, o Rio Claro visita o Oeste, em Itápolis, às 21h45. Veja vídeo O JOGO Precisando da vitória para amenizar a crise no clube, o São Paulo começou o jogo partindo para o ataque. Sem organização na parte ofensiva, as chances foram mínimas. A primeira oportunidade clara de gol veio aos 8 min. Na cobrança de escanteio, o goleiro Lucas, do Rio Claro, saiu mal e Centurión ficou livre para cabecear e colocar a equipe tricolor na frente, porém o atacante se atrapalhou e a bola bateu no seu ombro indo para linha de fundo. Após esse ataque, o time da capital paulista viria atacar com efetividade apenas aos 25 min, quando Mena recebeu passe de Hudson e chutou forte para a defesa do goleiro. No rebote, Centurión não conseguiu aproveitar. Depois de ter controlado as ações ofensivas do São Paulo, foi a vez do Rio Claro tentar abrir o marcador. Em resposta ao chute de Mena, o time do interior quase saiu na frente com chute de fora da área de Romarinho. Sem conseguir criar com o toque de bola, a equipe tricolor abusou das bolas aéreas e foi para o vestiário sem jogar bem, o que desagradou o torcedor. O início do segundo tempo, no entanto, mostrou que as coisas seriam diferentes. Aos 3 min, a primeira chance dos donos da casa. Carlinhos chegou pela esquerda e obrigou Lucas a realizar a defesa. O time de Rio Claro logo respondeu no contra-ataque com chute de longe de Jean Patrick. O São Paulo, diferente da etapa inicial, não deixou com que os visitantes gostassem do jogo. Aos 5 min, Carlinhos cobrou falta na direita na cabeça de Rodrigo Caio, que aproveitou o cruzamento e abriu o marcador. Após o gol, os são-paulinos cadenciaram a partida e passaram a tocar a bola afim de administrar o placar. Bauza então tirou Centurión e colocou Wesley em campo. Na primeira chance do meia, quase gol. Aos 27 min, Wesley recebeu passe de Ganso e chutou para a defesa do goleiro do Rio Claro. Já nos acréscimos, quase que os visitantes levam um empate para o interior. Aos 47 min, Luis Felipe chutou e quase surpreendeu Denis, que estava adiantado e conseguiu se recuperar a tempo.
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Renato Duque recebia propina na sede da Petrobras, diz delator
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O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, recebia propina dentro da sede da estatal, segundo declarações de Pedro Barusco, que era gerente dessa mesma área. Barusco disse no acordo de delação premiada que fez com procuradores da Operação Lava Jato que ele próprio entregou recursos de suborno a Duque dentro da estatal. O ex-gerente afirma que ele recebeu por Duque entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões entre 2003 e o fim de 2011 em contas no exterior. Barusco relata que também recebia propinas em reais, pagas mensalmente entre 2005 e 2011, em valores que somam entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões. Ainda de acordo com Barusco, os montantes em reais eram entregues a Duque dentro da diretoria de Serviços. O ex-diretor de Serviços foi indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu e ocupou o posto entre 2003 e 2011, nos governos de Lula e de Dilma Rousseff. Duque negou em inúmeras ocasiões que José Dirceu tenha sido o seu padrinho na estatal. O delator conta que havia vários caminhos para que o suborno chegasse aos diretores da Petrobras. Segundo ele, um dos operadores do suborno, Shinko Nakandakari, "entregava pessoalmente o dinheiro em euros, reais ou dólares, sempre na quantia correspondente a aproximadamente R$ 100 mil, normalmente nos hotéis Everest, Softel e Caesar Park, onde tomavam um drink ou jantavam". Ainda segundo ele, Shinko entregava a propina em nome de Galvão Engenharia, EIT e Contreiras. O delator afirmou que ia na casa de outro repassador de suborno, Mario Goes, para pegar "umas mochilas com valores", que variavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil. Goes, afirmou, pagava propina em nome as seguintes empresas: UTC, MPE, OAS, Mendes Junior, Andrade Gutierrez, Schain, Carioca e Bueno Engenharia. CAIXA Barusco disse que guardava o dinheiro em uma caixa em sua casa, "que era usado para pagamento de despesas pessoais e para fazer repasses a Renato Duque". De acordo com O ex-gerente, até presidentes de empreiteiras faziam pagamento de suborno sem usar intermediários. Ele cita o ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Collares (que deixou o cargo há dois anos), como um dos "agia diretamente como operador no pagamento de propinas". O dono da GDK, César Oliveira, também agia dessa forma, ainda de acordo com Barusco. Em 2005, a apuração sobre o mensalão descobriu que a GDK dera um jipe Land Rover, avaliado à época em cerca de R$ 70 mil, a Silvio Pereira, secretário-geral do PT naquela época. A empresa passa por dificuldades econômicas e está em recuperação judicial desde 2013. PRISÃO E LIBERDADE Duque foi preso por ordem do juiz federal Sergio Moro e solto por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, em 3 de dezembro do ano passado. Ele havia sido preso 19 dias antes, em 14 de novembro. Segundo o ministro, não havia nenhum fato concreto que justificasse a prisão de Duque. O fato de o ex-diretor da Petrobras ter contas ilegais no exterior não eram motivo suficiente para ficar detido, de acordo com o ministro. Na última semana sexta-feira (30), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu um parecer favorável para que Duque seja preso novamente. O parecer com o novo pedido de prisão foi enviado ao ministro Teori Zavascki, responsável por julgar no Supremo as questões da Lava jato. OUTRO LADO O advogado de Duque, Renato Moraes, diz que seu cliente nega que tenha recebido qualquer recurso ilegal de Barusco ou de empresas contratadas pela Petrobras. "O Renato está indignado. Ele achou absurdas as referências feitas a ele na delação de Barusco. Percebo que há um direcionamento político nas delações para atingir o PT", afirma o advogado. Outro advogado que representa Duque, Alexandre Lopes, afirmou à Folha: "O senhor Pedro Barusco mentiu, no que tange a Renato Duque, em suas declarações. Pedro Barusco trouxe Renato Duque para o processo, realizando delação falaciosa, com a intenção de ser agraciado pela Justiça com um prêmio, que é o de permanecer em liberdade, apesar de ter confessado inúmeros crimes. Malgrado todas as suas assertivas, não apresentou ao Ministério Público Federal nenhuma prova contra Renato Duque, o que demonstra a fantasia das acusações". A Queiroz Galvão diz que não comenta investigações em andamento e que irá prestar todos os esclarecimentos às autoridades. As demais empreiteiras citadas por Barusco negam enfaticamente que tenham pago suborno para obter contratos na Petrobras.
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Renato Duque recebia propina na sede da Petrobras, diz delatorO ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, recebia propina dentro da sede da estatal, segundo declarações de Pedro Barusco, que era gerente dessa mesma área. Barusco disse no acordo de delação premiada que fez com procuradores da Operação Lava Jato que ele próprio entregou recursos de suborno a Duque dentro da estatal. O ex-gerente afirma que ele recebeu por Duque entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões entre 2003 e o fim de 2011 em contas no exterior. Barusco relata que também recebia propinas em reais, pagas mensalmente entre 2005 e 2011, em valores que somam entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões. Ainda de acordo com Barusco, os montantes em reais eram entregues a Duque dentro da diretoria de Serviços. O ex-diretor de Serviços foi indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu e ocupou o posto entre 2003 e 2011, nos governos de Lula e de Dilma Rousseff. Duque negou em inúmeras ocasiões que José Dirceu tenha sido o seu padrinho na estatal. O delator conta que havia vários caminhos para que o suborno chegasse aos diretores da Petrobras. Segundo ele, um dos operadores do suborno, Shinko Nakandakari, "entregava pessoalmente o dinheiro em euros, reais ou dólares, sempre na quantia correspondente a aproximadamente R$ 100 mil, normalmente nos hotéis Everest, Softel e Caesar Park, onde tomavam um drink ou jantavam". Ainda segundo ele, Shinko entregava a propina em nome de Galvão Engenharia, EIT e Contreiras. O delator afirmou que ia na casa de outro repassador de suborno, Mario Goes, para pegar "umas mochilas com valores", que variavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil. Goes, afirmou, pagava propina em nome as seguintes empresas: UTC, MPE, OAS, Mendes Junior, Andrade Gutierrez, Schain, Carioca e Bueno Engenharia. CAIXA Barusco disse que guardava o dinheiro em uma caixa em sua casa, "que era usado para pagamento de despesas pessoais e para fazer repasses a Renato Duque". De acordo com O ex-gerente, até presidentes de empreiteiras faziam pagamento de suborno sem usar intermediários. Ele cita o ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Collares (que deixou o cargo há dois anos), como um dos "agia diretamente como operador no pagamento de propinas". O dono da GDK, César Oliveira, também agia dessa forma, ainda de acordo com Barusco. Em 2005, a apuração sobre o mensalão descobriu que a GDK dera um jipe Land Rover, avaliado à época em cerca de R$ 70 mil, a Silvio Pereira, secretário-geral do PT naquela época. A empresa passa por dificuldades econômicas e está em recuperação judicial desde 2013. PRISÃO E LIBERDADE Duque foi preso por ordem do juiz federal Sergio Moro e solto por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, em 3 de dezembro do ano passado. Ele havia sido preso 19 dias antes, em 14 de novembro. Segundo o ministro, não havia nenhum fato concreto que justificasse a prisão de Duque. O fato de o ex-diretor da Petrobras ter contas ilegais no exterior não eram motivo suficiente para ficar detido, de acordo com o ministro. Na última semana sexta-feira (30), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu um parecer favorável para que Duque seja preso novamente. O parecer com o novo pedido de prisão foi enviado ao ministro Teori Zavascki, responsável por julgar no Supremo as questões da Lava jato. OUTRO LADO O advogado de Duque, Renato Moraes, diz que seu cliente nega que tenha recebido qualquer recurso ilegal de Barusco ou de empresas contratadas pela Petrobras. "O Renato está indignado. Ele achou absurdas as referências feitas a ele na delação de Barusco. Percebo que há um direcionamento político nas delações para atingir o PT", afirma o advogado. Outro advogado que representa Duque, Alexandre Lopes, afirmou à Folha: "O senhor Pedro Barusco mentiu, no que tange a Renato Duque, em suas declarações. Pedro Barusco trouxe Renato Duque para o processo, realizando delação falaciosa, com a intenção de ser agraciado pela Justiça com um prêmio, que é o de permanecer em liberdade, apesar de ter confessado inúmeros crimes. Malgrado todas as suas assertivas, não apresentou ao Ministério Público Federal nenhuma prova contra Renato Duque, o que demonstra a fantasia das acusações". A Queiroz Galvão diz que não comenta investigações em andamento e que irá prestar todos os esclarecimentos às autoridades. As demais empreiteiras citadas por Barusco negam enfaticamente que tenham pago suborno para obter contratos na Petrobras.
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Mostra de Teatro de São Paulo terá oito peças internacionais inéditas
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FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A segunda edição da MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo) vai apresentar oito espetáculos internacionais inéditos e outros dois nacionais, de 6 a 15 de março, em oito teatros da cidade. A venda de ingressos iniciou na última quinta (5) pelos sites do Ingresso Rápido e do Sesc. As entradas custam R$ 20 no Auditório Ibirapuera, nos teatros João Caetano e Sérgio Cardoso e nos Sescs Consolação, Pinheiros e Ipiranga. O ingresso é grátis no Itaú Cultural e no teatro Flávio Império. Além de "Julia" e de "E se Elas Fossem para Moscou?", do Brasil, estarão representados por espetáculos na programação a Alemanha, a Rússia, a Suíça, a Inglaterra, a Ucrânia, a Holanda, a Itália e Israel. A abertura da MITsp será em 6/3 com a famosa "A Gaivota" (foto), de Tchékhov, encenada por um grupo russo com direção de Yuri Butusov. A peça tem quatro horas e 45 minutos e três intervalos de 15 minutos. Releituras de clássicos predominam na mostra, mas também há vários textos que abordam as zonas de conflito que envolvem Rússia, Ucrânia, Israel e Palestina. A ideia é colocar os temas em pauta. CONFIRA A PROGRAMAÇÃO: "A Gaivota" (Rússia), dirigido por Yuri Butusov QUANDO: 6 e 7/3, às 16h ONDE: Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer (av. Pedro Álvares Cabral, s/n, tel. 11 3629-1075) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "As Irmãs Macaluso" (Itália), dirigido por Emma Dante QUANDO: 6, 7 e 8/3, às 21h (teatro João Caetano), e 9 e 10/3, às 20h (teatro Flávio Império) ONDE: teatro João Caetano (r. Borges Lagoa, 650, tel. 11 5549-1744) e teatro Flávio Império (r. Prof. Alves Pedroso, 600, tel. 11 2621-2719) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Woyzeck" (Ucrânia), dirigido por Andriy Zholdak QUANDO: 6, 7 e 8/3, às 20h ONDE: Sesc Consolação (r. Doutor Vila Nova, 245, tel. 11 3234-3000) CLASSIFICAÇÃO: 16 anos "Julia" (Brasil), dirigido por Christiane Jatahy QUANDO: 9/3, às 18h, e 10 e 11/3, às 19h ONDE: teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 11 3288-0136) CLASSIFICAÇÃO: 16 anos "Canção de Muito Longe" (Holanda), dirigido por Ivo van Hove QUANDO: 10, 11, 12, 13 e 14/3, às 21h ONDE: Sesc Consolação (r. Doutor Vila Nova, 245, tel. 11 3234-3000) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Stifters Dinge" (Suíça), dirigido por Heiner Goebbels QUANDO: 10/3, às 21h, e 11 e 12/3, às 16h e às 21h ONDE: Sesc Ipiranga (r. Bom Pastor, 822, tel. 11 2215-8418) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Arquivo" (Israel), dirigido por Arkadi Zaides QUANDO: 11, 12, 13, 14 e 15/3, às 19h ONDE: Itaú Cultural (av. Paulista, 149, tel. 11 2168-1777) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "OPUS nº 7" (Rússia), dirigido por Dmitry Krymov QUANDO: 13/3, às 20h, e 14 e 15/3, às 18h ONDE: Sesc Consolação (r. Doutor Vila Nova, 245, tel. 11 3234-3000) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Senhorita Julia" (Alemanha), dirigido por Katie Mitchell e Leo Warner QUANDO: 13 e 14/3, às 21h, e 15/3, às 18h ONDE: Sesc Pinheiros (r. Pais Leme, 195, tel. 11 3095-9400) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "E se Elas Fossem para Moscou?" (Brasil), dirigido por Christiane Jatahy QUANDO: 14 e 15/3, às 18h e às 21h ONDE: teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 11 3288-0136) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos
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saopaulo
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Mostra de Teatro de São Paulo terá oito peças internacionais inéditasFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A segunda edição da MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo) vai apresentar oito espetáculos internacionais inéditos e outros dois nacionais, de 6 a 15 de março, em oito teatros da cidade. A venda de ingressos iniciou na última quinta (5) pelos sites do Ingresso Rápido e do Sesc. As entradas custam R$ 20 no Auditório Ibirapuera, nos teatros João Caetano e Sérgio Cardoso e nos Sescs Consolação, Pinheiros e Ipiranga. O ingresso é grátis no Itaú Cultural e no teatro Flávio Império. Além de "Julia" e de "E se Elas Fossem para Moscou?", do Brasil, estarão representados por espetáculos na programação a Alemanha, a Rússia, a Suíça, a Inglaterra, a Ucrânia, a Holanda, a Itália e Israel. A abertura da MITsp será em 6/3 com a famosa "A Gaivota" (foto), de Tchékhov, encenada por um grupo russo com direção de Yuri Butusov. A peça tem quatro horas e 45 minutos e três intervalos de 15 minutos. Releituras de clássicos predominam na mostra, mas também há vários textos que abordam as zonas de conflito que envolvem Rússia, Ucrânia, Israel e Palestina. A ideia é colocar os temas em pauta. CONFIRA A PROGRAMAÇÃO: "A Gaivota" (Rússia), dirigido por Yuri Butusov QUANDO: 6 e 7/3, às 16h ONDE: Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer (av. Pedro Álvares Cabral, s/n, tel. 11 3629-1075) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "As Irmãs Macaluso" (Itália), dirigido por Emma Dante QUANDO: 6, 7 e 8/3, às 21h (teatro João Caetano), e 9 e 10/3, às 20h (teatro Flávio Império) ONDE: teatro João Caetano (r. Borges Lagoa, 650, tel. 11 5549-1744) e teatro Flávio Império (r. Prof. Alves Pedroso, 600, tel. 11 2621-2719) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Woyzeck" (Ucrânia), dirigido por Andriy Zholdak QUANDO: 6, 7 e 8/3, às 20h ONDE: Sesc Consolação (r. Doutor Vila Nova, 245, tel. 11 3234-3000) CLASSIFICAÇÃO: 16 anos "Julia" (Brasil), dirigido por Christiane Jatahy QUANDO: 9/3, às 18h, e 10 e 11/3, às 19h ONDE: teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 11 3288-0136) CLASSIFICAÇÃO: 16 anos "Canção de Muito Longe" (Holanda), dirigido por Ivo van Hove QUANDO: 10, 11, 12, 13 e 14/3, às 21h ONDE: Sesc Consolação (r. Doutor Vila Nova, 245, tel. 11 3234-3000) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Stifters Dinge" (Suíça), dirigido por Heiner Goebbels QUANDO: 10/3, às 21h, e 11 e 12/3, às 16h e às 21h ONDE: Sesc Ipiranga (r. Bom Pastor, 822, tel. 11 2215-8418) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Arquivo" (Israel), dirigido por Arkadi Zaides QUANDO: 11, 12, 13, 14 e 15/3, às 19h ONDE: Itaú Cultural (av. Paulista, 149, tel. 11 2168-1777) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "OPUS nº 7" (Rússia), dirigido por Dmitry Krymov QUANDO: 13/3, às 20h, e 14 e 15/3, às 18h ONDE: Sesc Consolação (r. Doutor Vila Nova, 245, tel. 11 3234-3000) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "Senhorita Julia" (Alemanha), dirigido por Katie Mitchell e Leo Warner QUANDO: 13 e 14/3, às 21h, e 15/3, às 18h ONDE: Sesc Pinheiros (r. Pais Leme, 195, tel. 11 3095-9400) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos "E se Elas Fossem para Moscou?" (Brasil), dirigido por Christiane Jatahy QUANDO: 14 e 15/3, às 18h e às 21h ONDE: teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 11 3288-0136) CLASSIFICAÇÃO: 14 anos
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Lula vai sondar Meirelles e Tombini pode sair do governo
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A entrada de Luiz Inácio Lula da Silva no governo Dilma Rousseff, confirmada nesta manhã, vai levar a ajustes na condução da política econômica, que devem ser pelo menos elaboradas em parte por Henrique Meirelles, e pode provocar a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Segundo a Folha apurou, Lula vai sondar Meirelles para trabalhar com ele no governo. Não há, a princípio, uma definição de cargo que ele poderia ocupar. A dúvida é se o ex-presidente do Banco Central irá aceitar neste momento de crise acentuada e risco de impeachment da presidente Dilma. Um interlocutor do ex-presidente disse que, se Meirelles não aceitar vir para o governo, Lula vai pelo menos pedir que ele o ajude na definição de um plano para reanimar a economia e tirar o país da recessão. A possibilidade de mudanças na economia, caso envolvam uma guinada na estratégia atual, tem feito o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, a comentar com interlocutores que neste caso não ficaria no governo. Por outro lado, dentro do Palácio do Planalto há insatisfação em relação a Alexandre Tombini, que não estaria, na avaliação palaciana, adotando os remédios mais corretos neste momento para evitar uma recessão profunda no país. Lula sempre pressionou a presidente Dilma a nomear Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda. Recentemente, com a queda de Joaquim Levy, voltou a insistir com Dilma que chamasse o ex-presidente do BC para sua equipe. Segundo interlocutores de Dilma, Meirelles acabou não vindo porque exigia autonomia total para comandar a política econômica. Lula aceitou o convite para a Casa Civil em café da manhã nesta quarta (16) com a presidente Dilma. Depois da reunião, assessores presidenciais dizem que, neste momento, as únicas mudanças decididas pela presidente eram a vinda de Lula para a Casa Civil e o deslocamento de Jaques Wagner para a chefia de Gabinete da Presidência, além do comando do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Na conversa com a presidente, Lula colocou como uma das condicionantes para aceitar o posto exatamente a adoção de medidas que resgatem a esperança de empresários e, principalmente, trabalhadores em relação aos rumos do país. Segundo o petista, o governo não vai conseguir conquistar o apoio de aliados e de sua base social contra o impeachment se não demonstrar que o país sairá em breve da recessão.
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Lula vai sondar Meirelles e Tombini pode sair do governoA entrada de Luiz Inácio Lula da Silva no governo Dilma Rousseff, confirmada nesta manhã, vai levar a ajustes na condução da política econômica, que devem ser pelo menos elaboradas em parte por Henrique Meirelles, e pode provocar a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Segundo a Folha apurou, Lula vai sondar Meirelles para trabalhar com ele no governo. Não há, a princípio, uma definição de cargo que ele poderia ocupar. A dúvida é se o ex-presidente do Banco Central irá aceitar neste momento de crise acentuada e risco de impeachment da presidente Dilma. Um interlocutor do ex-presidente disse que, se Meirelles não aceitar vir para o governo, Lula vai pelo menos pedir que ele o ajude na definição de um plano para reanimar a economia e tirar o país da recessão. A possibilidade de mudanças na economia, caso envolvam uma guinada na estratégia atual, tem feito o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, a comentar com interlocutores que neste caso não ficaria no governo. Por outro lado, dentro do Palácio do Planalto há insatisfação em relação a Alexandre Tombini, que não estaria, na avaliação palaciana, adotando os remédios mais corretos neste momento para evitar uma recessão profunda no país. Lula sempre pressionou a presidente Dilma a nomear Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda. Recentemente, com a queda de Joaquim Levy, voltou a insistir com Dilma que chamasse o ex-presidente do BC para sua equipe. Segundo interlocutores de Dilma, Meirelles acabou não vindo porque exigia autonomia total para comandar a política econômica. Lula aceitou o convite para a Casa Civil em café da manhã nesta quarta (16) com a presidente Dilma. Depois da reunião, assessores presidenciais dizem que, neste momento, as únicas mudanças decididas pela presidente eram a vinda de Lula para a Casa Civil e o deslocamento de Jaques Wagner para a chefia de Gabinete da Presidência, além do comando do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Na conversa com a presidente, Lula colocou como uma das condicionantes para aceitar o posto exatamente a adoção de medidas que resgatem a esperança de empresários e, principalmente, trabalhadores em relação aos rumos do país. Segundo o petista, o governo não vai conseguir conquistar o apoio de aliados e de sua base social contra o impeachment se não demonstrar que o país sairá em breve da recessão.
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Kits para cozinhar em casa ganham espaço no mercado
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Receber em casa todos os ingredientes necessários para fazer uma refeição, já porcionados e cortados, prontos para o preparo. Oferecer essa comodidade a quem gosta de cozinhar tem sido o caminho de pequenas e médias empresas para garantir seu espaço no disputado setor de alimentação. A Vegan Já, aberta neste ano, oferece kits para cozinhar totalmente vegetarianos, em um sistema de assinaturas mensal ou semanal, a partir de R$ 129, com cinco refeições inclusas. A ideia é oferecer refeições do dia a dia, com opções como brócolis assados com castanhas, purê de mandioquinha e bolinho de lentilha. "Unimos duas tendências fortes, a conveniência e o vegetarianismo", afirma o sócio Jônatas Mesquita, 23, que era freelancer na área de marketing digital. O investimento inicial de R$ 30 mil se pagou em quatro meses. A estratégia de Mesquita foi restringir o número de assinantes à capacidade de produção da empresa. "Só produzimos o que já vendemos, o que diminui a perda". Hoje, a Vegan Já tem 70 assinantes e fatura R$ 55 mil mensais. O custo fixo baixo é uma das maiores vantagens desse tipo de negócio e pode ser uma boa forma de pequenos empresários entrarem no ramo de alimentação, segundo o consultor do Sebrae-SP Leonardo Paiva. "Um restaurante, por exemplo, exige um estoque maior de alimentos e muito mais mão de obra. Há ainda mais desperdício já que a demanda não é fixa", diz Paiva. sofisticado Com cardápios como bacalhau, ossobuco de vitelo e cordeiro, a Les Gourmands Club, da administradora Fernanda Xavier, 40, encontrou espaço para crescer no segmento de empresas. Ela vende seus kits de ingredientes -duas refeições de três pratos- para serem entregues como presentes a funcionários ou clientes. Os preços variam de R$ 260 a R$ 380. Com um investimento inicial de R$ 500 mil, Xavier tem cerca de 200 clientes e fatura R$ 2 milhões por ano. "A ideia é fazer um menu completo, curtir a cozinha e relaxar. Tentamos imprimir sofisticação, não é algo para substituir uma simples ida ao mercado", afirma. O desafio, segundo a empresária, é conquistar assinantes para seus kits e não apenas clientes esporádicos. "Temos que ir atrás do comprador um a um. Nosso maior esforço é para mantê-lo, porque se ele usa o serviço apenas por um curto período e vai embora, a conta não fecha", afirma. Paiva, do Sebrae-SP, concorda. Segundo ele, o preço ainda é relativamente alto para o padrão de consumo do brasileiro, o que restringe o público às classes A e B. Para não limitar a clientela, a empresária Daniella Mello, 31, criou dois empreendimentos. A Cheftime, que tem como um dos sócios Guilherme Bonifácio, um dos fundadores do aplicativo de entrega de comidas iFood, oferece opções de valor mais alto. Há menus como contrafilé com cuscuz de brócolis e endívias caramelizadas, por R$ 79,90 a refeição. "A nova geração pode não cozinhar tanto nem parar para escolher ingredientes, mas faz questão de uma boa comida", diz. A segunda empreitada de Melo foi a Freshtime, que vende kits mais baratos para o dia a dia, com pratos como ragu de filé mignon e polenta recheada com queijo e frango cítrico com gengibre. A assinatura semanal inclui pacote com três refeições e sai por R$ 149,90. A empresária não revela o quanto investiu ou seu faturamento, mas diz que as duas marcas têm crescido.
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Kits para cozinhar em casa ganham espaço no mercadoReceber em casa todos os ingredientes necessários para fazer uma refeição, já porcionados e cortados, prontos para o preparo. Oferecer essa comodidade a quem gosta de cozinhar tem sido o caminho de pequenas e médias empresas para garantir seu espaço no disputado setor de alimentação. A Vegan Já, aberta neste ano, oferece kits para cozinhar totalmente vegetarianos, em um sistema de assinaturas mensal ou semanal, a partir de R$ 129, com cinco refeições inclusas. A ideia é oferecer refeições do dia a dia, com opções como brócolis assados com castanhas, purê de mandioquinha e bolinho de lentilha. "Unimos duas tendências fortes, a conveniência e o vegetarianismo", afirma o sócio Jônatas Mesquita, 23, que era freelancer na área de marketing digital. O investimento inicial de R$ 30 mil se pagou em quatro meses. A estratégia de Mesquita foi restringir o número de assinantes à capacidade de produção da empresa. "Só produzimos o que já vendemos, o que diminui a perda". Hoje, a Vegan Já tem 70 assinantes e fatura R$ 55 mil mensais. O custo fixo baixo é uma das maiores vantagens desse tipo de negócio e pode ser uma boa forma de pequenos empresários entrarem no ramo de alimentação, segundo o consultor do Sebrae-SP Leonardo Paiva. "Um restaurante, por exemplo, exige um estoque maior de alimentos e muito mais mão de obra. Há ainda mais desperdício já que a demanda não é fixa", diz Paiva. sofisticado Com cardápios como bacalhau, ossobuco de vitelo e cordeiro, a Les Gourmands Club, da administradora Fernanda Xavier, 40, encontrou espaço para crescer no segmento de empresas. Ela vende seus kits de ingredientes -duas refeições de três pratos- para serem entregues como presentes a funcionários ou clientes. Os preços variam de R$ 260 a R$ 380. Com um investimento inicial de R$ 500 mil, Xavier tem cerca de 200 clientes e fatura R$ 2 milhões por ano. "A ideia é fazer um menu completo, curtir a cozinha e relaxar. Tentamos imprimir sofisticação, não é algo para substituir uma simples ida ao mercado", afirma. O desafio, segundo a empresária, é conquistar assinantes para seus kits e não apenas clientes esporádicos. "Temos que ir atrás do comprador um a um. Nosso maior esforço é para mantê-lo, porque se ele usa o serviço apenas por um curto período e vai embora, a conta não fecha", afirma. Paiva, do Sebrae-SP, concorda. Segundo ele, o preço ainda é relativamente alto para o padrão de consumo do brasileiro, o que restringe o público às classes A e B. Para não limitar a clientela, a empresária Daniella Mello, 31, criou dois empreendimentos. A Cheftime, que tem como um dos sócios Guilherme Bonifácio, um dos fundadores do aplicativo de entrega de comidas iFood, oferece opções de valor mais alto. Há menus como contrafilé com cuscuz de brócolis e endívias caramelizadas, por R$ 79,90 a refeição. "A nova geração pode não cozinhar tanto nem parar para escolher ingredientes, mas faz questão de uma boa comida", diz. A segunda empreitada de Melo foi a Freshtime, que vende kits mais baratos para o dia a dia, com pratos como ragu de filé mignon e polenta recheada com queijo e frango cítrico com gengibre. A assinatura semanal inclui pacote com três refeições e sai por R$ 149,90. A empresária não revela o quanto investiu ou seu faturamento, mas diz que as duas marcas têm crescido.
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Revalidação de diplomas médicos no Brasil
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Estabelecer um processo isonômico e reconhecido pela academia e pelas entidades médicas foi o que norteou a criação do Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos expedidos por Instituições de Educação Superior (IES) estrangeiras (Revalida). A iniciativa tem a colaboração dos Ministérios da Educação, da Saúde, das Relações Exteriores e das IES públicas brasileiras. As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Medicina (DCNM, 2001) foram um marco na organização curricular no Brasil, seguindo experiências semelhantes de organismos internacionais como General Medical Council, World Federation of Medical Schools, Association for Medical Education in Europe e Accreditation Council for Graduate Medical Education (EUA). As novas DCNM e o Programa Mais Médicos enfatizam o estágio obrigatório na atenção básica no Sistema Único de Saude (SUS) e a avaliação específica do estudante do curso de graduação em medicina, a cada dois anos, com instrumentos e métodos que verifiquem conhecimentos, habilidades e atitudes. As DCNM foram determinantes para a revisão do papel das escolas médicas na consolidação do SUS. O inegável avanço na articulação entre os Ministérios da Educação e da Saúde para regular, avaliar, supervisionar e qualificar a formação dos profissionais de saúde traduz-se na criação de políticas de Estado (Pró-Saúde, Pet-Saúde e Pró-Residência). O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior e a Comissão Interministerial de Gestão da Educação na Saúde denotaram a decisão política de investir na formação dos profissionais de saúde. Vencidos os desafios de despolitizar o tema e de abandonar concepções deterministas, foi articulada uma rede de IES pública. A contribuição foi a construção da Matriz de Correspondência Curricular, que detalha o perfil de habilidades e competências do médico recém-formado no Brasil e estabelece o grau de desempenho, referencial até então inexistente no país. A Matriz constitui um marco na superação da hiperespecialização e da visão disciplinar "que fragmenta em parcelas a percepção do global, desune e compartimenta os saberes", impossibilitando a apreensão do "que está tecido junto". Na sexta edição do Revalida, sob coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), inscreveram-se 4.309 médicos formados no exterior. Deste total, 3.988 fizeram a prova na primeira etapa e 2.011 (50,42%) farão a prova de habilidades clínicas. A porcentagem superior a edições anteriores pode indicar que os participantes têm realizado estudos complementares à sua formação, preparando-se para o exame. O processo de construção das provas por docentes das IES brasileiras visa valorizar saberes em cada área do conhecimento. A criação do Banco Nacional de Itens (BNI) busca reunir, de forma classificada e ordenada, itens com qualidade técnica, pedagógica e psicométrica. Avessos à deturpação dos fins e à resistência de examinandos e instituições, os educadores e gestores envolvidos mantiveram o compromisso de dar seguimento, com transparência e responsabilidade, aos objetivos de avaliar a adequação entre as habilidades mobilizadoras do conhecimento e à prática do exercício profissional médico no cotidiano, em toda a sua complexidade, pois "ao andar se faz o caminho". HENRY DE HOLANDA CAMPOS, médico, é professor-titular e vice-reitor da Universidade Federal do Ceará e membro da Subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos ANA ESTELA HADDAD, cirurgiã-dentista, é professora associada da Faculdade de Odontologia da USP e membro da Subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos CLAUDIA MAFFINI GRIBOSKI, pedagoga, é professora adjunta da Universidade de Brasília e membro da Subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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opiniao
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Revalidação de diplomas médicos no BrasilEstabelecer um processo isonômico e reconhecido pela academia e pelas entidades médicas foi o que norteou a criação do Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos expedidos por Instituições de Educação Superior (IES) estrangeiras (Revalida). A iniciativa tem a colaboração dos Ministérios da Educação, da Saúde, das Relações Exteriores e das IES públicas brasileiras. As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Medicina (DCNM, 2001) foram um marco na organização curricular no Brasil, seguindo experiências semelhantes de organismos internacionais como General Medical Council, World Federation of Medical Schools, Association for Medical Education in Europe e Accreditation Council for Graduate Medical Education (EUA). As novas DCNM e o Programa Mais Médicos enfatizam o estágio obrigatório na atenção básica no Sistema Único de Saude (SUS) e a avaliação específica do estudante do curso de graduação em medicina, a cada dois anos, com instrumentos e métodos que verifiquem conhecimentos, habilidades e atitudes. As DCNM foram determinantes para a revisão do papel das escolas médicas na consolidação do SUS. O inegável avanço na articulação entre os Ministérios da Educação e da Saúde para regular, avaliar, supervisionar e qualificar a formação dos profissionais de saúde traduz-se na criação de políticas de Estado (Pró-Saúde, Pet-Saúde e Pró-Residência). O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior e a Comissão Interministerial de Gestão da Educação na Saúde denotaram a decisão política de investir na formação dos profissionais de saúde. Vencidos os desafios de despolitizar o tema e de abandonar concepções deterministas, foi articulada uma rede de IES pública. A contribuição foi a construção da Matriz de Correspondência Curricular, que detalha o perfil de habilidades e competências do médico recém-formado no Brasil e estabelece o grau de desempenho, referencial até então inexistente no país. A Matriz constitui um marco na superação da hiperespecialização e da visão disciplinar "que fragmenta em parcelas a percepção do global, desune e compartimenta os saberes", impossibilitando a apreensão do "que está tecido junto". Na sexta edição do Revalida, sob coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), inscreveram-se 4.309 médicos formados no exterior. Deste total, 3.988 fizeram a prova na primeira etapa e 2.011 (50,42%) farão a prova de habilidades clínicas. A porcentagem superior a edições anteriores pode indicar que os participantes têm realizado estudos complementares à sua formação, preparando-se para o exame. O processo de construção das provas por docentes das IES brasileiras visa valorizar saberes em cada área do conhecimento. A criação do Banco Nacional de Itens (BNI) busca reunir, de forma classificada e ordenada, itens com qualidade técnica, pedagógica e psicométrica. Avessos à deturpação dos fins e à resistência de examinandos e instituições, os educadores e gestores envolvidos mantiveram o compromisso de dar seguimento, com transparência e responsabilidade, aos objetivos de avaliar a adequação entre as habilidades mobilizadoras do conhecimento e à prática do exercício profissional médico no cotidiano, em toda a sua complexidade, pois "ao andar se faz o caminho". HENRY DE HOLANDA CAMPOS, médico, é professor-titular e vice-reitor da Universidade Federal do Ceará e membro da Subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos ANA ESTELA HADDAD, cirurgiã-dentista, é professora associada da Faculdade de Odontologia da USP e membro da Subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos CLAUDIA MAFFINI GRIBOSKI, pedagoga, é professora adjunta da Universidade de Brasília e membro da Subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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Técnico em enfermagem tem mais opções de área de atuação
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A baiana Girlaine de Jesus Gomes Vilalva era menina quando decidiu trabalhar com enfermagem. Com o certificado de auxiliar de enfermagem desde maio de 2015, ela, hoje com 25 anos, trabalha no centro de diagnósticos de um hospital de São Paulo. Porém quer mais do que abrir materiais estéreis quando o médico pede. No fim do ano, forma-se técnica em enfermagem na Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, na capital paulista. O diploma lhe abrirá as portas de uma área vedada a auxiliares: os centros de terapia intensiva. Girlaine ilustra à perfeição o ensino técnico de enfermagem no Brasil. "A figura do auxiliar tende a desaparecer", diz Andrea Mohallen, coordenadora do curso de graduação em Enfermagem, da Faculdade Albert Einstein. O técnico não só ganha mais, como tem uma opção maior de áreas de atuação. Entre 2010 e 2015, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o número de novos registros de auxiliares caiu de 18.480 para 16.635. Tudo indica que, em 2016, a curva descendente será mais acentuada: até setembro, apenas 9.652 auxiliares solicitaram registro na entidade. DA TEORIA À PRÁTICA Em meados dos anos 2000, seguindo uma orientação do Conselho Nacional de Educação, os cursos específicos para auxiliares de enfermagem começaram a ser extintos. São Paulo é o único Estado que ainda forma auxiliares. O estudante se inscreve no curso para técnico e, no meio do curso, recebe a habilitação em auxiliar. O Cofen é obrigado a registrar esse profissional, previsto nas normas que regem a profissão de enfermagem. "Nossa grande preocupação é que, uma vez empregado, o auxiliar nem volte para terminar o curso", diz a enfermeira Dorisdaia Carvalho de Humerez, conselheira do Cofen. "E, por ser mão de obra mais barata, ele assua as funções de técnico." A grande preocupação dos especialistas refere-se à falta adequada da regulamentação do ensino e a uma fiscalização e controle de qualidade precários. "O mercado de trabalho já se ressente da má formação dos profissionais de enfermagem", diz Ariadne da Silva Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, de São Paulo. Quando começa a trabalhar em um hospital, por exemplo, o enfermeiro ou técnico de enfermagem passa por um treinamento. Hoje, o tempo médio para essa capacitação é de um mês. "Muitos não sabem sequer a posição correta da agulha para dar uma simples injeção", completa. Profissionais registrados no Conselho Federal de Enfermagem A falta de habilidade de muitos enfermeiros e técnicos recém-chegados ao mercado coincide com a explosão dos centros de ensino à distância. Em um ano, esse polos saltaram de 938 para 1.778 -um aumento de inacreditáveis 89,3%. Atendendo a uma solicitação do Ministério Público Federal, em julho de 2015, o Cofen deflagrou a operação EaD, e 118 fiscais foram checar as condições dessas escolas. A conselheira do Cofen afirma que o cenário encontrado foi "estarrecedor": a maioria não tinha bibliotecas, laboratórios nem convênio com hospitais para realizar estágios. "A população brasileira está em risco." Bruna Calciolari Buozi, do 3º ano de graduação, na mesma escola que Girlaine, resume como vê a profissão. "Quando terminei o colegial, pretendia ser médica. Mas, conversando com um enfermeiro, percebi que não era medicina. Sempre quis estar perto do paciente. Meu lugar é na enfermagem."
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educacao
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Técnico em enfermagem tem mais opções de área de atuaçãoA baiana Girlaine de Jesus Gomes Vilalva era menina quando decidiu trabalhar com enfermagem. Com o certificado de auxiliar de enfermagem desde maio de 2015, ela, hoje com 25 anos, trabalha no centro de diagnósticos de um hospital de São Paulo. Porém quer mais do que abrir materiais estéreis quando o médico pede. No fim do ano, forma-se técnica em enfermagem na Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, na capital paulista. O diploma lhe abrirá as portas de uma área vedada a auxiliares: os centros de terapia intensiva. Girlaine ilustra à perfeição o ensino técnico de enfermagem no Brasil. "A figura do auxiliar tende a desaparecer", diz Andrea Mohallen, coordenadora do curso de graduação em Enfermagem, da Faculdade Albert Einstein. O técnico não só ganha mais, como tem uma opção maior de áreas de atuação. Entre 2010 e 2015, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o número de novos registros de auxiliares caiu de 18.480 para 16.635. Tudo indica que, em 2016, a curva descendente será mais acentuada: até setembro, apenas 9.652 auxiliares solicitaram registro na entidade. DA TEORIA À PRÁTICA Em meados dos anos 2000, seguindo uma orientação do Conselho Nacional de Educação, os cursos específicos para auxiliares de enfermagem começaram a ser extintos. São Paulo é o único Estado que ainda forma auxiliares. O estudante se inscreve no curso para técnico e, no meio do curso, recebe a habilitação em auxiliar. O Cofen é obrigado a registrar esse profissional, previsto nas normas que regem a profissão de enfermagem. "Nossa grande preocupação é que, uma vez empregado, o auxiliar nem volte para terminar o curso", diz a enfermeira Dorisdaia Carvalho de Humerez, conselheira do Cofen. "E, por ser mão de obra mais barata, ele assua as funções de técnico." A grande preocupação dos especialistas refere-se à falta adequada da regulamentação do ensino e a uma fiscalização e controle de qualidade precários. "O mercado de trabalho já se ressente da má formação dos profissionais de enfermagem", diz Ariadne da Silva Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, de São Paulo. Quando começa a trabalhar em um hospital, por exemplo, o enfermeiro ou técnico de enfermagem passa por um treinamento. Hoje, o tempo médio para essa capacitação é de um mês. "Muitos não sabem sequer a posição correta da agulha para dar uma simples injeção", completa. Profissionais registrados no Conselho Federal de Enfermagem A falta de habilidade de muitos enfermeiros e técnicos recém-chegados ao mercado coincide com a explosão dos centros de ensino à distância. Em um ano, esse polos saltaram de 938 para 1.778 -um aumento de inacreditáveis 89,3%. Atendendo a uma solicitação do Ministério Público Federal, em julho de 2015, o Cofen deflagrou a operação EaD, e 118 fiscais foram checar as condições dessas escolas. A conselheira do Cofen afirma que o cenário encontrado foi "estarrecedor": a maioria não tinha bibliotecas, laboratórios nem convênio com hospitais para realizar estágios. "A população brasileira está em risco." Bruna Calciolari Buozi, do 3º ano de graduação, na mesma escola que Girlaine, resume como vê a profissão. "Quando terminei o colegial, pretendia ser médica. Mas, conversando com um enfermeiro, percebi que não era medicina. Sempre quis estar perto do paciente. Meu lugar é na enfermagem."
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AVISO
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Excepcionalmente nesta semana não é publicada a coluna.
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colunas
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'Multitela': Maratona com filmes de James Bond homenageia Roger Moore
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Na semana passada, o agente secreto James Bond esteve em evidência por causa da morte de Roger Moore, na terça (23). O ator deu vida ao personagem sete vezes, entre 1973 e 1985. Quem ficou saudosista ou curioso poderá ver neste domingo alguns dos filmes da franquia, que tem 26 títulos e é a quarta mais lucrativa do cinema –atrás apenas dos heróis da Marvel, do bruxo Harry Potter e de "Star Wars". O canal Megapix exibe os quatro longas mais recentes, com Bond interpretado por Daniel Craig. São eles "Cassino Royale" (2006), "Quantum of Solace" (2008), "Operação Skyfall" (2012) e "Contra Spectre" (2015). Já o Telecine Play, plataforma on demand para assinantes dos canais Telecine, preparou o especial "Meu Nome é Moore, Roger Moore", que disponibiliza até o dia 31 todos os "007" estrelados pelo ator, morto aos 89. Maratona '007': Megapix, a partir de 11h50, 16 anos. Especial Meu Nome é Moore, Roger Moore: Telecine Play, 12 anos * VEJA TAMBÉM | UM DIA PERFEITO Voluntários de uma ONG humanitária tentam ajudar a população que sofre violências e carências durante a Guerra da Bósnia. Os absurdos do horror. Google Play a partir de R$ 6,90 / iTunesUS$ 2,99 16 anos * AUDITÓRIO | SENSACIONAL Daniela Albuquerque recebe em seu programa o cantor Supla, que está comemorando 30 anos de carreira. Filho de Marta e Eduardo Suplicy, o artista revela que nunca pensou em entrar para a vida política, apesar de ter recebido convites, e relembra sua participação no reality "Casa dos Artistas", em 2001. RedeTV!, 16h30, Livre * VARIEDADES | FANTÁSTICO Milton Nascimento, que andava afastado dos palcos para cuidar da saúde, estará no "Fantástico" desta noite para divulgar sua nova turnê, batizada de "Semente da Terra", que deve começar em breve. No estúdio do programa, Bituca vai relembrar um de seus grandes sucessos, "Nada Será como Antes". Globo, 21h, 12 anos * FILME | A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE Johnny Depp acaba de estrear nos cinemas mais um "Piratas do Caribe". Uma década atrás, no auge da carreira, ele interpretou o excêntrico Willy Wonka, um de seus melhores papéis. A aventura é dirigida por Tim Burton, baseada no livro de Roald Dahl e remake do clássico de 1971. HBO Family, 20h, Livre * FILME | COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ O filme tem o mesmo clima de "Um Amor para Recordar" e "Diário de Uma Paixão". Baseado em best-seller, conta a história do amor improvável entre Will (Sam Claflin), um rapaz tetraplégico, e Louise (Emilia Clarke), sua cuidadora. Fez sucesso em 2016 entre os espectadores mais românticos. Telecine Premium, 22h, 14 anos
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'Multitela': Maratona com filmes de James Bond homenageia Roger MooreNa semana passada, o agente secreto James Bond esteve em evidência por causa da morte de Roger Moore, na terça (23). O ator deu vida ao personagem sete vezes, entre 1973 e 1985. Quem ficou saudosista ou curioso poderá ver neste domingo alguns dos filmes da franquia, que tem 26 títulos e é a quarta mais lucrativa do cinema –atrás apenas dos heróis da Marvel, do bruxo Harry Potter e de "Star Wars". O canal Megapix exibe os quatro longas mais recentes, com Bond interpretado por Daniel Craig. São eles "Cassino Royale" (2006), "Quantum of Solace" (2008), "Operação Skyfall" (2012) e "Contra Spectre" (2015). Já o Telecine Play, plataforma on demand para assinantes dos canais Telecine, preparou o especial "Meu Nome é Moore, Roger Moore", que disponibiliza até o dia 31 todos os "007" estrelados pelo ator, morto aos 89. Maratona '007': Megapix, a partir de 11h50, 16 anos. Especial Meu Nome é Moore, Roger Moore: Telecine Play, 12 anos * VEJA TAMBÉM | UM DIA PERFEITO Voluntários de uma ONG humanitária tentam ajudar a população que sofre violências e carências durante a Guerra da Bósnia. Os absurdos do horror. Google Play a partir de R$ 6,90 / iTunesUS$ 2,99 16 anos * AUDITÓRIO | SENSACIONAL Daniela Albuquerque recebe em seu programa o cantor Supla, que está comemorando 30 anos de carreira. Filho de Marta e Eduardo Suplicy, o artista revela que nunca pensou em entrar para a vida política, apesar de ter recebido convites, e relembra sua participação no reality "Casa dos Artistas", em 2001. RedeTV!, 16h30, Livre * VARIEDADES | FANTÁSTICO Milton Nascimento, que andava afastado dos palcos para cuidar da saúde, estará no "Fantástico" desta noite para divulgar sua nova turnê, batizada de "Semente da Terra", que deve começar em breve. No estúdio do programa, Bituca vai relembrar um de seus grandes sucessos, "Nada Será como Antes". Globo, 21h, 12 anos * FILME | A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE Johnny Depp acaba de estrear nos cinemas mais um "Piratas do Caribe". Uma década atrás, no auge da carreira, ele interpretou o excêntrico Willy Wonka, um de seus melhores papéis. A aventura é dirigida por Tim Burton, baseada no livro de Roald Dahl e remake do clássico de 1971. HBO Family, 20h, Livre * FILME | COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ O filme tem o mesmo clima de "Um Amor para Recordar" e "Diário de Uma Paixão". Baseado em best-seller, conta a história do amor improvável entre Will (Sam Claflin), um rapaz tetraplégico, e Louise (Emilia Clarke), sua cuidadora. Fez sucesso em 2016 entre os espectadores mais românticos. Telecine Premium, 22h, 14 anos
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Emílio Odebrecht diz que empresa ajudou veículos de comunicação
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Em documento entregue ao Ministério Público Federal, Emílio Odebrecht afirmou que o grupo que leva seu sobrenome já fez "esforços para solucionar a situação financeira de alguns veículos da mídia" e cita nominalmente "Jornal do Brasil", "O Estado de S. Paulo", "Gazeta Mercantil" e "A Tarde". A declaração por escrito –que foi entregue aos investigadores antes dos depoimentos de sua colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato– foi feita para explicar uma contribuição à revista "Carta Capital", em 2011 ou 2012, a pedido do ex-presidente Lula. No vídeo, quando questionado pelo Ministério Público, Odebrecht afirma que o investimento publicitário na imprensa, em geral, tinha como contrapartida um pedido para que os veículos deixassem de "explorar" informações negativas à empresa. "Nossas ajudas à imprensa, sem dúvida nenhuma, nós colocávamos: 'Meu filho, você tem de defender também as coisas... Não quero que você esteja tolhido de dar as informações, mas não explore as informações. São coisas diferentes", afirmou. Ele diz que "essa sempre foi uma conversa que eu tive institucional com todos, porque as ajudas sempre existiram para todos os veículos". "Olhe, o único que eu não me lembro se houve nenhuma ajuda direta foi a Globo. O resto com certeza nós já tivemos [ajuda] de uma forma ou de outra." Ele diz que essas ajudas eram feitas por meio do adiantamento de compra de espaço publicitário ou na escolha dos veículos que divulgariam os balanços da empresa. "Por exemplo, fazer uma divulgação de um balanço que não fazíamos normalmente num determinado veículo. A legislação não obriga a fazer em todos. Eu posso ampliar a mais um." Em outro momento do depoimento, quando os investigadores voltam a questioná-lo sobre ajuda a outros veículos além da "Carta Capital", Emílio Odebrecht repete: "Foi ao Estadão várias vezes, começa na época do Julio Mesquita ainda. Era dificuldade momentânea dos veículos. 'Jornal do Brasil', quantas vezes teve..." Neste momento, um advogado o interrompe: "Nesses casos os meios de comunicação iam diretamente à empresa...". Emílio retoma: "Perfeito, chefe, a diferença está aí. 'Gazeta Mercantil' era direto: 'Emílio, estou precisando'. Era privado com privado. Aí [no caso da 'Carta Capital], [o pedido] teve origem, é diferente".
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Emílio Odebrecht diz que empresa ajudou veículos de comunicaçãoEm documento entregue ao Ministério Público Federal, Emílio Odebrecht afirmou que o grupo que leva seu sobrenome já fez "esforços para solucionar a situação financeira de alguns veículos da mídia" e cita nominalmente "Jornal do Brasil", "O Estado de S. Paulo", "Gazeta Mercantil" e "A Tarde". A declaração por escrito –que foi entregue aos investigadores antes dos depoimentos de sua colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato– foi feita para explicar uma contribuição à revista "Carta Capital", em 2011 ou 2012, a pedido do ex-presidente Lula. No vídeo, quando questionado pelo Ministério Público, Odebrecht afirma que o investimento publicitário na imprensa, em geral, tinha como contrapartida um pedido para que os veículos deixassem de "explorar" informações negativas à empresa. "Nossas ajudas à imprensa, sem dúvida nenhuma, nós colocávamos: 'Meu filho, você tem de defender também as coisas... Não quero que você esteja tolhido de dar as informações, mas não explore as informações. São coisas diferentes", afirmou. Ele diz que "essa sempre foi uma conversa que eu tive institucional com todos, porque as ajudas sempre existiram para todos os veículos". "Olhe, o único que eu não me lembro se houve nenhuma ajuda direta foi a Globo. O resto com certeza nós já tivemos [ajuda] de uma forma ou de outra." Ele diz que essas ajudas eram feitas por meio do adiantamento de compra de espaço publicitário ou na escolha dos veículos que divulgariam os balanços da empresa. "Por exemplo, fazer uma divulgação de um balanço que não fazíamos normalmente num determinado veículo. A legislação não obriga a fazer em todos. Eu posso ampliar a mais um." Em outro momento do depoimento, quando os investigadores voltam a questioná-lo sobre ajuda a outros veículos além da "Carta Capital", Emílio Odebrecht repete: "Foi ao Estadão várias vezes, começa na época do Julio Mesquita ainda. Era dificuldade momentânea dos veículos. 'Jornal do Brasil', quantas vezes teve..." Neste momento, um advogado o interrompe: "Nesses casos os meios de comunicação iam diretamente à empresa...". Emílio retoma: "Perfeito, chefe, a diferença está aí. 'Gazeta Mercantil' era direto: 'Emílio, estou precisando'. Era privado com privado. Aí [no caso da 'Carta Capital], [o pedido] teve origem, é diferente".
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Nova cebola que não faz chorar chega ao mercado brasileiro
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Acabou o choro na cozinha. Uma nova cebola de sabor mais suave e que não arde os olhos começa a chegar ao mercado. A Dulciana, levemente adocicada e um pouco mais clara em relação às cebolas tradicionais, é a mais nova aposta dos produtores para tentar impulsionar as vendas em tempos de crise econômica. A variedade do bulbo, que começou a ser produzida há um ano em Mossoró (RN), em Petrolina (PE) e em Juazeiro (BA), chega agora ao Estado de São Paulo. A safra é resultado de uma pesquisa da multinacional alemã Bayer, que após 23 anos conseguiu reduzir, por meio de cruzamentos, os níveis de enxofre e ácido sulfúrico -responsáveis pela acidez que irrita os olhos na hora em que as cebolas são cortadas. "Depois que fizemos os cruzamentos com as cebolas já existentes, avaliamos os índices de produtividade e resistência à doenças, como a raiz rosa, por exemplo. Não bastava ser mais suave, precisava ter algo a mais para ser rentável", afirma Joelson Freitas, especialista em cebolas da Bayer. Mesmo com a promessa de a cebola ser mais lucrativa, foi uma tarefa difícil convencer os produtores a aderir à nova variedade, em razão de suas características diferentes. A expectativa, no entanto, é de sucesso, afirma Patrícia Guerra, gerente comercial da Bayer. "Espera-se o aumento nas vendas, e com isso, mais investimento e geração de empregos." PROCURA O produtor de Itobi (a 250 km de São Paulo) Devanir Ragassi, que plantou dois hectares da nova variedade de cebola em maio, está otimista com o investimento. "Espero que as vendas aumentem. Já experimentei a cebola, e ela é macia. Tem havido bastante procura [pelos distribuidores]. Com tudo dando certo, vou investir mais", afirma Ragassi. Jean Cechinatto, produtor de Porto Ferreira (a 228 km de São Paulo), que plantou cinco hectares em março e vai colher nos próximos dias, também espera pelo sucesso nas vendas. "A semente é um pouco mais cara do que as outras. Mas vai agregar pelo valor que ela tem." Os produtores podem colher até 90 toneladas de Dulciana por hectare. Cechinatto espera que 47 kg da Dulciana cheguem a ser cotados acima de R$ 50 -ante R$ 30 das demais cebolas tradicionais. A expectativa é que não haja aumento significativo de preço para o consumidor. "Essa cebola é diferente e vai atingir um público maior. Deve sair bem nas vendas. Já mandei para Mato Grosso, Porto Alegre", disse o distribuidor Nivaldo Tuesca.
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Nova cebola que não faz chorar chega ao mercado brasileiroAcabou o choro na cozinha. Uma nova cebola de sabor mais suave e que não arde os olhos começa a chegar ao mercado. A Dulciana, levemente adocicada e um pouco mais clara em relação às cebolas tradicionais, é a mais nova aposta dos produtores para tentar impulsionar as vendas em tempos de crise econômica. A variedade do bulbo, que começou a ser produzida há um ano em Mossoró (RN), em Petrolina (PE) e em Juazeiro (BA), chega agora ao Estado de São Paulo. A safra é resultado de uma pesquisa da multinacional alemã Bayer, que após 23 anos conseguiu reduzir, por meio de cruzamentos, os níveis de enxofre e ácido sulfúrico -responsáveis pela acidez que irrita os olhos na hora em que as cebolas são cortadas. "Depois que fizemos os cruzamentos com as cebolas já existentes, avaliamos os índices de produtividade e resistência à doenças, como a raiz rosa, por exemplo. Não bastava ser mais suave, precisava ter algo a mais para ser rentável", afirma Joelson Freitas, especialista em cebolas da Bayer. Mesmo com a promessa de a cebola ser mais lucrativa, foi uma tarefa difícil convencer os produtores a aderir à nova variedade, em razão de suas características diferentes. A expectativa, no entanto, é de sucesso, afirma Patrícia Guerra, gerente comercial da Bayer. "Espera-se o aumento nas vendas, e com isso, mais investimento e geração de empregos." PROCURA O produtor de Itobi (a 250 km de São Paulo) Devanir Ragassi, que plantou dois hectares da nova variedade de cebola em maio, está otimista com o investimento. "Espero que as vendas aumentem. Já experimentei a cebola, e ela é macia. Tem havido bastante procura [pelos distribuidores]. Com tudo dando certo, vou investir mais", afirma Ragassi. Jean Cechinatto, produtor de Porto Ferreira (a 228 km de São Paulo), que plantou cinco hectares em março e vai colher nos próximos dias, também espera pelo sucesso nas vendas. "A semente é um pouco mais cara do que as outras. Mas vai agregar pelo valor que ela tem." Os produtores podem colher até 90 toneladas de Dulciana por hectare. Cechinatto espera que 47 kg da Dulciana cheguem a ser cotados acima de R$ 50 -ante R$ 30 das demais cebolas tradicionais. A expectativa é que não haja aumento significativo de preço para o consumidor. "Essa cebola é diferente e vai atingir um público maior. Deve sair bem nas vendas. Já mandei para Mato Grosso, Porto Alegre", disse o distribuidor Nivaldo Tuesca.
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Negociação avança e frente de esquerda é batizada de 'Grupo Brasil'
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As negociações pela criação de uma frente de esquerda avançaram neste sábado (27). Após uma longa reunião em São Paulo, dirigentes do PT, PSOL, PC do B e movimentos sociais, fecharam uma pauta de eventos para divulgar as atividades e anseios do que agora será chamado de "Grupo Brasil", o embrião da coalizão. Os cabeças do movimento marcaram um novo encontro para o dia 25 de julho, no qual vão discutir as diretrizes do grupo num encontro que contará com a participação de economistas que falarão sobre os problemas da economia e o ajuste fiscal promovido pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Dois nomes foram mencionados pelos integrantes da reunião de hoje para integrarem o próximo encontro: Luiz Gonzaga Beluzzo e Márcio Pochmann. Ambos têm feito críticas à política econômica implementada no segundo mandato da presidente. Após essa segunda reunião, o grupo pretende lançar um documento apontando o que pensa sobre os rumos do país e da esquerda. O "Grupo Brasil" também definiu que haverá uma primeira conferência nacional da frente, prevista para acontecer dia 5 ou 6 de setembro. A ideia é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vá a esse encontro. A iniciativa é uma aposta para fortalecer os partidos de esquerda, em especial o PT, que atravessa a mais grave crise institucional de sua história. No encontro deste sábado, integrantes do grupo argumentaram que está em gestação um escalada do conservadorismo no Brasil, que não mira só o petismo, mas uma série de pautas progressistas, como os direitos LGBT. Apesar de fortalecer alas e bandeiras históricas do PT, a formação do grupo pode contribuir para pressionar ainda mais o governo Dilma a mudar os rumos de suas decisões na economia e a condução das negociações com o Congresso Nacional. RETOMADA Militantes de esquerda que se afastaram do PT desde sua chegada ao poder, em 2003, aceitaram conversar sobre a construção da frente e participaram da reunião do grupo neste sábado. Ex-preso político e ex-deputado federal, Vladmir Palmeira, que rompeu com a sigla por discordar de sua política de alianças, por exemplo, participou do debate hoje. O encontro foi convocado pelo líder do MST, João Pedro Stédile. Dirigentes do PT, como o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, e o secretário nacional de comunicação, deputado José Américo Dias (SP) também ajudaram a organizar a reunião. O PCdoB foi representado pela deputada Jandira Feghali e o ex-presidente da legenda, Renato Rabelo. O deputado federal do PSOL de São Paulo, Ivan Valente, enviou um representante. O sociólogo Leo Lince, articulador da legenda no Rio de Janeiro, também participou das discussões. O grupo que promover, logo após seu lançamento nacional, na conferência em setembro, um "grande ato de massas", com a presença de militantes das diversas siglas e integrantes dos movimentos sociais e sindicatos. "A ideia é ter unidade popular mesmo, não é apenas uma questão eleitoral", disse Rui Falcão, ao deixar o encontro.
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Negociação avança e frente de esquerda é batizada de 'Grupo Brasil'As negociações pela criação de uma frente de esquerda avançaram neste sábado (27). Após uma longa reunião em São Paulo, dirigentes do PT, PSOL, PC do B e movimentos sociais, fecharam uma pauta de eventos para divulgar as atividades e anseios do que agora será chamado de "Grupo Brasil", o embrião da coalizão. Os cabeças do movimento marcaram um novo encontro para o dia 25 de julho, no qual vão discutir as diretrizes do grupo num encontro que contará com a participação de economistas que falarão sobre os problemas da economia e o ajuste fiscal promovido pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Dois nomes foram mencionados pelos integrantes da reunião de hoje para integrarem o próximo encontro: Luiz Gonzaga Beluzzo e Márcio Pochmann. Ambos têm feito críticas à política econômica implementada no segundo mandato da presidente. Após essa segunda reunião, o grupo pretende lançar um documento apontando o que pensa sobre os rumos do país e da esquerda. O "Grupo Brasil" também definiu que haverá uma primeira conferência nacional da frente, prevista para acontecer dia 5 ou 6 de setembro. A ideia é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vá a esse encontro. A iniciativa é uma aposta para fortalecer os partidos de esquerda, em especial o PT, que atravessa a mais grave crise institucional de sua história. No encontro deste sábado, integrantes do grupo argumentaram que está em gestação um escalada do conservadorismo no Brasil, que não mira só o petismo, mas uma série de pautas progressistas, como os direitos LGBT. Apesar de fortalecer alas e bandeiras históricas do PT, a formação do grupo pode contribuir para pressionar ainda mais o governo Dilma a mudar os rumos de suas decisões na economia e a condução das negociações com o Congresso Nacional. RETOMADA Militantes de esquerda que se afastaram do PT desde sua chegada ao poder, em 2003, aceitaram conversar sobre a construção da frente e participaram da reunião do grupo neste sábado. Ex-preso político e ex-deputado federal, Vladmir Palmeira, que rompeu com a sigla por discordar de sua política de alianças, por exemplo, participou do debate hoje. O encontro foi convocado pelo líder do MST, João Pedro Stédile. Dirigentes do PT, como o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, e o secretário nacional de comunicação, deputado José Américo Dias (SP) também ajudaram a organizar a reunião. O PCdoB foi representado pela deputada Jandira Feghali e o ex-presidente da legenda, Renato Rabelo. O deputado federal do PSOL de São Paulo, Ivan Valente, enviou um representante. O sociólogo Leo Lince, articulador da legenda no Rio de Janeiro, também participou das discussões. O grupo que promover, logo após seu lançamento nacional, na conferência em setembro, um "grande ato de massas", com a presença de militantes das diversas siglas e integrantes dos movimentos sociais e sindicatos. "A ideia é ter unidade popular mesmo, não é apenas uma questão eleitoral", disse Rui Falcão, ao deixar o encontro.
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Por motivos diferentes, governo e PMDB reprovam declarações de Temer
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O governo e alguns setores do PMDB, inclusive aliados, reprovaram nesta sexta-feira (4) o tom usado pelo vice-presidente Michel Temer ao declarar que, com a baixíssima popularidade, seria difícil para a presidente Dilma Rousseff concluir o seu mandato. Temer se reuniu com empresários de São Paulo nesta quinta (3) e afirmou que Dilma não "é de renunciar", mas asseverou que "é preciso melhorar o que está aí". Apesar da consciência do paulatino afastamento do vice nas últimas semanas, integrantes do Palácio do Planalto disseram que não esperavam uma linha pública de tão claro distanciamento usando frases como "ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. [...] Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil". Ou, ainda, "se a chapa [Dilma-Temer] for cassada [pelo Tribunal Superior Eleitoral] eu vou para casa feliz. Ela vai para casa... Não sei se feliz". Até mesmo congressistas do partido que atuam em sintonia com o vice afirmaram, em caráter reservado, que Temer "caiu numa armadilha" ao participar de um evento organizado por Rosangela Lyra, uma das integrantes do "Acorda, Brasil", movimento que defende o impeachment da petista. Para eles, as declarações ganharam sentido mais forte no ambiente em que foram ditas. Ela pediu que fosse reforçado que o evento não foi organizado pelo "Acorda, Brasil", e que o objetivo é discutir políticas e ideias com formadores de opinião, jamais armadilha. É quase unânime no PMDB o desejo de rompimento com o Palácio do Planalto, mas os principais dirigentes da legenda defendem que o desembarque seja calculado, o que está previsto para novembro, durante congresso do partido. Uma das pautas é justamente decidir sobre a proposta de rompimento formal com Dilma. VEJA BEM Amigos do vice procuraram nesta sexta explicar suas frases, reconhecendo que ele foi "infeliz", mas "não conspirador", como veem petistas. Interlocutores ponderaram que, entre uma declaração e outra, Temer afirmou que trabalhará para que a atual gestão chegue até 2018. Reconhecem que as falas retratam um Michel Temer distante de Dilma, magoado com o governo, mas não um traidor. Ele próprio rebateu essa ideia no evento com integrantes do "Acorda, Brasil". Depois de fugir ao tradicional temperamento discreto e sereno, exasperou-se quando um empresário da plateia o questionou como ele gostaria de passar para a história, como estadista ou oportunista. "Não há um fato na minha trajetória que o senhor possa apontar. Se conspirasse, completou ele, "aí sim eu estaria manchando minha história."
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Por motivos diferentes, governo e PMDB reprovam declarações de TemerO governo e alguns setores do PMDB, inclusive aliados, reprovaram nesta sexta-feira (4) o tom usado pelo vice-presidente Michel Temer ao declarar que, com a baixíssima popularidade, seria difícil para a presidente Dilma Rousseff concluir o seu mandato. Temer se reuniu com empresários de São Paulo nesta quinta (3) e afirmou que Dilma não "é de renunciar", mas asseverou que "é preciso melhorar o que está aí". Apesar da consciência do paulatino afastamento do vice nas últimas semanas, integrantes do Palácio do Planalto disseram que não esperavam uma linha pública de tão claro distanciamento usando frases como "ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. [...] Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil". Ou, ainda, "se a chapa [Dilma-Temer] for cassada [pelo Tribunal Superior Eleitoral] eu vou para casa feliz. Ela vai para casa... Não sei se feliz". Até mesmo congressistas do partido que atuam em sintonia com o vice afirmaram, em caráter reservado, que Temer "caiu numa armadilha" ao participar de um evento organizado por Rosangela Lyra, uma das integrantes do "Acorda, Brasil", movimento que defende o impeachment da petista. Para eles, as declarações ganharam sentido mais forte no ambiente em que foram ditas. Ela pediu que fosse reforçado que o evento não foi organizado pelo "Acorda, Brasil", e que o objetivo é discutir políticas e ideias com formadores de opinião, jamais armadilha. É quase unânime no PMDB o desejo de rompimento com o Palácio do Planalto, mas os principais dirigentes da legenda defendem que o desembarque seja calculado, o que está previsto para novembro, durante congresso do partido. Uma das pautas é justamente decidir sobre a proposta de rompimento formal com Dilma. VEJA BEM Amigos do vice procuraram nesta sexta explicar suas frases, reconhecendo que ele foi "infeliz", mas "não conspirador", como veem petistas. Interlocutores ponderaram que, entre uma declaração e outra, Temer afirmou que trabalhará para que a atual gestão chegue até 2018. Reconhecem que as falas retratam um Michel Temer distante de Dilma, magoado com o governo, mas não um traidor. Ele próprio rebateu essa ideia no evento com integrantes do "Acorda, Brasil". Depois de fugir ao tradicional temperamento discreto e sereno, exasperou-se quando um empresário da plateia o questionou como ele gostaria de passar para a história, como estadista ou oportunista. "Não há um fato na minha trajetória que o senhor possa apontar. Se conspirasse, completou ele, "aí sim eu estaria manchando minha história."
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Atentado do EI na Síria deixa mais de 40 mortos e dezenas de feridos
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A explosão de um caminhão-bomba reivindicada pelo Estado Islâmico deixou quase 50 mortos e dezenas de feridos na cidade síria de Qamishli, no nordeste do país, nesta quarta-feira, matando ao menos dezenas pessoas e ferindo outras 170, de acordo com a TV estatal e um grupo de monitoramento da violência. O Observatório Sírio para Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, disse que a explosão foi a pior na cidade nos últimos anos. Mais de 40 pessoas morreram. Segundo o grupo monitor, a explosão ocorreu em um área próxima ao quartel-general das forças de segurança curdas que controlam a maior parte da província de Hasaka, onde fica Qamishli. Em um comunicado, a facção extremista disse que o ataque foi lançado por um suicida com um caminhão repleto de explosivos em resposta aos ataques contra a cidade de Manbij, um reduto do EI na província de Aleppo. A agência Amaq, um órgão de propaganda vinculado ao EI, informou que o alvo do ataque era um edifício do Estado-Maior das forças curdas em Qamishli. Trata-se do pior atentado e do mais mortífero já sofrido nesta cidade desde o início do conflito, em março de 2011. Ao menos 44 pessoas morreram e 140 ficaram feridas no ataque contra edifícios da administração autônoma curda nesta cidade síria, segundo o último balanço dos meios de comunicação oficiais. A televisão nacional síria informou sobre um "atentado terrorista" que, segundo a agência oficial Sana, deixou "44 mortos e 140 feridos, vários deles em estado grave". Em um balanço anterior, a televisão indicou ao menos 31 mortos e 170 feridos e explicou que as operações de resgate prosseguem. Por sua vez, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) anunciou ao menos 14 mortos e várias dezenas de feridos. As imagens do atentado mostram uma zona devastada, repleta de escombros, e vários edifícios danificados. MAIOR ATENTADO Segundo um jornalista da AFP que cita uma fonte das forças de segurança curdas (Assayech), "trata-se do maior atentado cometido na cidade" de Qamishli, que deixou danos consideráveis e corpos entre os escombros. Na zona do atentado eram observadas cenas chocantes, com os feridos correndo em busca de ajuda em meio à fumaça provocada pelos vários focos de incêndio. Um homem corria coberto de sangue com uma criança, suja de sangue e poeira, nos braços. Mais adiante uma mulher chorava e gritava junto a duas crianças emudecidas, em estado de choque. Segundo a mesma fonte, um suicida que estava em um grande caminhão detonou seus explosivos perto de um posto de controle próximo a uma zona com vários edifícios da administração autônoma, instalados pelos curdos nos territórios que controlam no noroeste da Síria. Um dos imóveis abriga o organismo curdo de defesa. A fonte também falou de hospitais lotados devido ao grande número de vítimas. CONFRONTOS A televisão nacional síria indicou que o governador da província de Hassake, onde se localiza Qamishli, fez um apelo à população para que doe sangue às vítimas nos hospitais públicos e privados. Os primeiros relatos informavam sobre dois atentados, mas segundo fontes em Qamishli e do OSDH a explosão do caminhão provocou uma segunda deflagração de um depósito de gás. A maior parte da província de Hassake está controlada pelas forças curdas que estabeleceram uma "administração autônoma", enquanto as forças governamentais sírias controlam o aeroporto e alguns bairros de Qamishli. O resto da província está nas mãos das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), a principal força militar curda, que em março anunciaram a criação de uma zona autônoma no nordeste da Síria. Os combatentes curdos estão na linha de frente do combate ao grupo Estado Islâmico (EI) e conquistaram vitórias no norte e no leste da Síria, que levaram os terroristas a responder com ataques suicidas.
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Atentado do EI na Síria deixa mais de 40 mortos e dezenas de feridosA explosão de um caminhão-bomba reivindicada pelo Estado Islâmico deixou quase 50 mortos e dezenas de feridos na cidade síria de Qamishli, no nordeste do país, nesta quarta-feira, matando ao menos dezenas pessoas e ferindo outras 170, de acordo com a TV estatal e um grupo de monitoramento da violência. O Observatório Sírio para Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, disse que a explosão foi a pior na cidade nos últimos anos. Mais de 40 pessoas morreram. Segundo o grupo monitor, a explosão ocorreu em um área próxima ao quartel-general das forças de segurança curdas que controlam a maior parte da província de Hasaka, onde fica Qamishli. Em um comunicado, a facção extremista disse que o ataque foi lançado por um suicida com um caminhão repleto de explosivos em resposta aos ataques contra a cidade de Manbij, um reduto do EI na província de Aleppo. A agência Amaq, um órgão de propaganda vinculado ao EI, informou que o alvo do ataque era um edifício do Estado-Maior das forças curdas em Qamishli. Trata-se do pior atentado e do mais mortífero já sofrido nesta cidade desde o início do conflito, em março de 2011. Ao menos 44 pessoas morreram e 140 ficaram feridas no ataque contra edifícios da administração autônoma curda nesta cidade síria, segundo o último balanço dos meios de comunicação oficiais. A televisão nacional síria informou sobre um "atentado terrorista" que, segundo a agência oficial Sana, deixou "44 mortos e 140 feridos, vários deles em estado grave". Em um balanço anterior, a televisão indicou ao menos 31 mortos e 170 feridos e explicou que as operações de resgate prosseguem. Por sua vez, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) anunciou ao menos 14 mortos e várias dezenas de feridos. As imagens do atentado mostram uma zona devastada, repleta de escombros, e vários edifícios danificados. MAIOR ATENTADO Segundo um jornalista da AFP que cita uma fonte das forças de segurança curdas (Assayech), "trata-se do maior atentado cometido na cidade" de Qamishli, que deixou danos consideráveis e corpos entre os escombros. Na zona do atentado eram observadas cenas chocantes, com os feridos correndo em busca de ajuda em meio à fumaça provocada pelos vários focos de incêndio. Um homem corria coberto de sangue com uma criança, suja de sangue e poeira, nos braços. Mais adiante uma mulher chorava e gritava junto a duas crianças emudecidas, em estado de choque. Segundo a mesma fonte, um suicida que estava em um grande caminhão detonou seus explosivos perto de um posto de controle próximo a uma zona com vários edifícios da administração autônoma, instalados pelos curdos nos territórios que controlam no noroeste da Síria. Um dos imóveis abriga o organismo curdo de defesa. A fonte também falou de hospitais lotados devido ao grande número de vítimas. CONFRONTOS A televisão nacional síria indicou que o governador da província de Hassake, onde se localiza Qamishli, fez um apelo à população para que doe sangue às vítimas nos hospitais públicos e privados. Os primeiros relatos informavam sobre dois atentados, mas segundo fontes em Qamishli e do OSDH a explosão do caminhão provocou uma segunda deflagração de um depósito de gás. A maior parte da província de Hassake está controlada pelas forças curdas que estabeleceram uma "administração autônoma", enquanto as forças governamentais sírias controlam o aeroporto e alguns bairros de Qamishli. O resto da província está nas mãos das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), a principal força militar curda, que em março anunciaram a criação de uma zona autônoma no nordeste da Síria. Os combatentes curdos estão na linha de frente do combate ao grupo Estado Islâmico (EI) e conquistaram vitórias no norte e no leste da Síria, que levaram os terroristas a responder com ataques suicidas.
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Inscritos no Enem já podem baixar aplicativo com informações do exame
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Os 8.627.194 inscritos para participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 terão uma nova ferramenta para acompanhar as informações sobre as etapas do exame, que acontece nos dias 5 e 6 de novembro. Desde as 10h desta quarta-feira (1°) o aplicativo já estava disponível para download. Desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação), em parceria com Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o aplicativo disponibiliza dados como situação da inscrição, cronograma, locais de provas, cartão de confirmação, gabaritos e resultados das provas. Por segurança, segundo o MEC, o aplicativo deve ser baixado direto da loja de aplicativos do celular: Google Play (no Android), App Store (no iOS) e Windows Store (para Windows Phone). O ministério pede ainda que o participante confirme se o nome do desenvolvedor da ferramenta é o do Inep. Após a instalação, é necessário que o estudante insira o login e a senha cadastrados no sistema de inscrição do Enem. O aplicativo possui a função alerta, que permite ao usuário selecionar quais informações ele deseja ser notificado quando forem atualizadas dentro do cronograma. É possível também fazer check list das ações já concluídas durante as etapas do exame, e o que continua pendente. No mural de avisos, o participante acessa os avisos e comunicados oficiais enviados pelo Inep. O Enem é adotado como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país. A nota do exame é usada no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em instituições públicas, no ProUni (Programa Universidade para Todos), na obtenção de benefício do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e na participação do programa Ciência sem Fronteiras ou para ingressar em vagas gratuitas dos cursos técnicos oferecidos pelo Sisutec (Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica) INSCRITOS Na edição deste ano, o MEC informou que houve quase um milhão de inscritos a mais do que a de 2015 (7.746.057). Para o ministro Mendonça Filho, os números mostram uma consolidação positiva. "Neste ano enfatizaremos transparência e segurança. Todo esforço para que a gente possa ter um Enem com sucesso será empreendido", ressaltou. Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, a evolução das inscrições mostra que o crescimento está equivalente à edição de 2015. "Por Estado, a distribuição foi equilibrada. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro foram os que cresceram menos e ainda assim superam o número de inscrições confirmadas em relação ao ano anterior." PROVAS Dividido em duas etapas, o exame será aplicado nos dias 5 e 6 de novembro. São quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. No primeiro dia, o exame terá duração de quatro horas e meia e contemplará as disciplinas de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia) e ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia). Já o segundo dia, com duração de cinco horas e meia, será dedicado a linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação), redação e matemática e suas tecnologias. Nas duas datas, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O exame começar às 13h30. Enem Redação Nota 1000
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Inscritos no Enem já podem baixar aplicativo com informações do exameOs 8.627.194 inscritos para participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 terão uma nova ferramenta para acompanhar as informações sobre as etapas do exame, que acontece nos dias 5 e 6 de novembro. Desde as 10h desta quarta-feira (1°) o aplicativo já estava disponível para download. Desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação), em parceria com Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o aplicativo disponibiliza dados como situação da inscrição, cronograma, locais de provas, cartão de confirmação, gabaritos e resultados das provas. Por segurança, segundo o MEC, o aplicativo deve ser baixado direto da loja de aplicativos do celular: Google Play (no Android), App Store (no iOS) e Windows Store (para Windows Phone). O ministério pede ainda que o participante confirme se o nome do desenvolvedor da ferramenta é o do Inep. Após a instalação, é necessário que o estudante insira o login e a senha cadastrados no sistema de inscrição do Enem. O aplicativo possui a função alerta, que permite ao usuário selecionar quais informações ele deseja ser notificado quando forem atualizadas dentro do cronograma. É possível também fazer check list das ações já concluídas durante as etapas do exame, e o que continua pendente. No mural de avisos, o participante acessa os avisos e comunicados oficiais enviados pelo Inep. O Enem é adotado como vestibular para praticamente todas as universidades federais do país. A nota do exame é usada no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em instituições públicas, no ProUni (Programa Universidade para Todos), na obtenção de benefício do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e na participação do programa Ciência sem Fronteiras ou para ingressar em vagas gratuitas dos cursos técnicos oferecidos pelo Sisutec (Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica) INSCRITOS Na edição deste ano, o MEC informou que houve quase um milhão de inscritos a mais do que a de 2015 (7.746.057). Para o ministro Mendonça Filho, os números mostram uma consolidação positiva. "Neste ano enfatizaremos transparência e segurança. Todo esforço para que a gente possa ter um Enem com sucesso será empreendido", ressaltou. Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, a evolução das inscrições mostra que o crescimento está equivalente à edição de 2015. "Por Estado, a distribuição foi equilibrada. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro foram os que cresceram menos e ainda assim superam o número de inscrições confirmadas em relação ao ano anterior." PROVAS Dividido em duas etapas, o exame será aplicado nos dias 5 e 6 de novembro. São quatro provas objetivas, com 45 questões cada, e uma redação. No primeiro dia, o exame terá duração de quatro horas e meia e contemplará as disciplinas de ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia) e ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia). Já o segundo dia, com duração de cinco horas e meia, será dedicado a linguagens, códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação), redação e matemática e suas tecnologias. Nas duas datas, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). O exame começar às 13h30. Enem Redação Nota 1000
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Painel: Dilma recebe Eduardo Cunha amanhã em encontro com caciques do PMDB
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A presidente Dilma Rousseff vai receber nesta quinta-feira (5) o novo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O encontro, às 16h no Palácio do Planalto, também terá a participação do vice Michel Temer, do presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). ... Leia post completo no blog
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Painel: Dilma recebe Eduardo Cunha amanhã em encontro com caciques do PMDBA presidente Dilma Rousseff vai receber nesta quinta-feira (5) o novo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O encontro, às 16h no Palácio do Planalto, também terá a participação do vice Michel Temer, do presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). ... Leia post completo no blog
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Promotoria vai apurar contratos sem licitação de empresas de pai de deputado
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MARCO ANTÔNIO MARTINS ITALO NOGUEIRA DO RIO O Ministério Público do Rio vai instaurar inquérito para investigar a contratação sem licitação de empresas da família do deputado André Lazaroni, líder do PMDB na Assembleia do Rio, para a conclusão de arenas olímpicas. A Promotoria vai pedir à prefeitura toda a documentação relacionada à construção do Velódromo e à reforma do Centro Olímpico de Hipismo. A Folha revelou na sexta-feira (8) que as construtoras Zadar e Engetécnica, contratadas sem concorrência para finalizar as duas obras, pertencem a Paulo Roberto Moraes, pai de Lazaroni. Elas assumiram as obras após o município rescindir os contratos com a Tecnosolo e a Ibeg Engenharia, empreiteiras que eram responsáveis pelo Velódromo e Centro Olímpico, respectivamente. A Riourbe, órgão municipal responsável pelos contratos, afirmou que as empresas não conseguiram respeitar o cronograma estipulado para as etapas das obras. A Empresa Olímpica Municipal afirmou que as construtoras da família de Lazaroni apresentaram as melhores ofertas em tomadas de preço feitas no mercado. Em nota, o deputado afirmou que não interferiu para a contratação das empresas. Lazaroni não é próximo do grupo do prefeito Eduardo Paes (PMDB), mas é aliado do ex-governador Sérgio Cabral, de quem foi secretário de Esportes e Lazer. A Promotoria quer analisar as razões para romper os contratos com a Tecnosolo e Ibeg. Também vai avaliar os critérios de escolha da Zadar e Engetécnica. A primeira foi contratada por R$ 66 milhões para concluir a reforma do Centro de Hipismo. A segunda, por R$ 55,5 milhões, para finalizar o Velódromo. As duas empresas também foram responsáveis por construir o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos.
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esporte
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Promotoria vai apurar contratos sem licitação de empresas de pai de deputado
MARCO ANTÔNIO MARTINS ITALO NOGUEIRA DO RIO O Ministério Público do Rio vai instaurar inquérito para investigar a contratação sem licitação de empresas da família do deputado André Lazaroni, líder do PMDB na Assembleia do Rio, para a conclusão de arenas olímpicas. A Promotoria vai pedir à prefeitura toda a documentação relacionada à construção do Velódromo e à reforma do Centro Olímpico de Hipismo. A Folha revelou na sexta-feira (8) que as construtoras Zadar e Engetécnica, contratadas sem concorrência para finalizar as duas obras, pertencem a Paulo Roberto Moraes, pai de Lazaroni. Elas assumiram as obras após o município rescindir os contratos com a Tecnosolo e a Ibeg Engenharia, empreiteiras que eram responsáveis pelo Velódromo e Centro Olímpico, respectivamente. A Riourbe, órgão municipal responsável pelos contratos, afirmou que as empresas não conseguiram respeitar o cronograma estipulado para as etapas das obras. A Empresa Olímpica Municipal afirmou que as construtoras da família de Lazaroni apresentaram as melhores ofertas em tomadas de preço feitas no mercado. Em nota, o deputado afirmou que não interferiu para a contratação das empresas. Lazaroni não é próximo do grupo do prefeito Eduardo Paes (PMDB), mas é aliado do ex-governador Sérgio Cabral, de quem foi secretário de Esportes e Lazer. A Promotoria quer analisar as razões para romper os contratos com a Tecnosolo e Ibeg. Também vai avaliar os critérios de escolha da Zadar e Engetécnica. A primeira foi contratada por R$ 66 milhões para concluir a reforma do Centro de Hipismo. A segunda, por R$ 55,5 milhões, para finalizar o Velódromo. As duas empresas também foram responsáveis por construir o Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos.
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Biografia de John Hughes explica o sucesso de filmes clássicos dos 1980
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"Mas o John Hughes é conhecido no Brasil?", pergunta o crítico, biógrafo e incrédulo Kirk Honeycutt. O nome do diretor e roteirista pode não reverberar tanto no imaginário dos jovens dos anos 1980 e 1990 que acompanharam as altas aventuras com galeras do barulho aprontando muita confusão. É essa injustiça que a biografia "John Hughes: A Life in Film", escrita por Honeycutt, pretende reparar. Lançado em março nos EUA (sem tradução prevista no Brasil), o livro analisa o legado e a fórmula de sucesso do cineasta que aprontou todas em filmes como "Clube dos Cinco", "Esqueceram de Mim", "Curtindo a Vida Adoidado", "Férias Frustradas" e "Mulher Nota Mil". No Brasil, a "Sessão da Tarde", da Globo, foi a principal responsável por amplificar o impacto desses filmes com incontáveis reprises (a Folha procurou sem sucesso a TV Globo para saber quantas vezes essas obras foram exibidas). "São filmes antigos, mas ainda muito queridos. Achei que valeria a pena olhar para a obra de novo", diz o autor. Crítico da revista "Hollywood Reporter", Honeycutt conta que a filmografia de Hughes era esnobada pelos colegas. "Ele não fazia filmes para adultos. Não importava quais fossem as resenhas na época, ninguém estava interessado em John Hughes." Ninguém a não ser o próprio público, que fez do cineasta, morto em 2009, aos 59 anos, uma mina de ouro para estúdios de Hollywood. Em 1986, por exemplo, Hughes emplacou duas das dez maiores bilheterias dos EUA com "Curtindo a Vida Adoidado" e "A Garota de RosaShocking". "Esqueceram de Mim", com roteiro seu, foi a comédia mais vista de 1990. TÚNEL DO TEMPO A biografia retrata Hughes como um cara comum, parecido com os personagens que criou. Desajustado, como o nerd tímido Brian (Anthony Michael Hall) de "Clube dos Cinco". E que precisou conviver com um diretor tirano nos tempos do colégio, como Ferris Bueller em "Curtindo a Vida Adoidado". Hughes, aliás, fez questão de que o ator Jeffrey Jones, que vive o diretor casca-grossa de Bueller, conhecesse pessoalmente o coordenador da escola onde estudou. "Os adultos sempre pareceram como outra espécie para mim. Eu nunca esqueci o que é ser criança e olhar para os adultos", disse Hughes, em fala reproduzida no livro. A inspiração para os roteiros vinha dos inseparáveis cadernos que mantinha, onde registrava dos diálogos que ouvia na rua às broncas que recebeu dos pais. E, mesmo criando filmes cheios de loucas trapalhadas, os tipos de suas histórias sempre foram as pessoas comuns, vivendo vidas comuns e habitando subúrbios comuns. Ninguém precisa roubar uma Ferrari e sair aprontando todas por aí como Ferris Bueller, mas quem nunca quis matar aula por um dia e inventar uma desculpa esfarrapada? Para o biógrafo, está aí o segredo do sucesso dos filmes Hughes. Antes do cinema, ele foi diretor de criação de uma agência de publicidade e colaborou com a revista de humor "National Lampoon". Mais do que entender como seduzir a audiência, diz o biógrafo, a experiência na propaganda o ensinou a saber vender o próprio trabalho. Para ele, Hughes, no fim, "era apenas um bom escritor" que sabia como convencer as pessoas de suas ideias. "Os problemas que os adolescentes enfrentavam em 1985 não são diferentes. A pressão, o abuso, o bullying. As atitudes podem mudar, as roupas podem mudar. Mas o cara virgem sempre vai ser zoado, os temas continuam os mesmos", diz Honeycutt. JOHN HUGHES - A LIFE IN FILM AUTOR Kirk Honeycutt EDITORA Race Point Publishing QUANTO US$ 20 (na Amazon), 224 págs.
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Biografia de John Hughes explica o sucesso de filmes clássicos dos 1980"Mas o John Hughes é conhecido no Brasil?", pergunta o crítico, biógrafo e incrédulo Kirk Honeycutt. O nome do diretor e roteirista pode não reverberar tanto no imaginário dos jovens dos anos 1980 e 1990 que acompanharam as altas aventuras com galeras do barulho aprontando muita confusão. É essa injustiça que a biografia "John Hughes: A Life in Film", escrita por Honeycutt, pretende reparar. Lançado em março nos EUA (sem tradução prevista no Brasil), o livro analisa o legado e a fórmula de sucesso do cineasta que aprontou todas em filmes como "Clube dos Cinco", "Esqueceram de Mim", "Curtindo a Vida Adoidado", "Férias Frustradas" e "Mulher Nota Mil". No Brasil, a "Sessão da Tarde", da Globo, foi a principal responsável por amplificar o impacto desses filmes com incontáveis reprises (a Folha procurou sem sucesso a TV Globo para saber quantas vezes essas obras foram exibidas). "São filmes antigos, mas ainda muito queridos. Achei que valeria a pena olhar para a obra de novo", diz o autor. Crítico da revista "Hollywood Reporter", Honeycutt conta que a filmografia de Hughes era esnobada pelos colegas. "Ele não fazia filmes para adultos. Não importava quais fossem as resenhas na época, ninguém estava interessado em John Hughes." Ninguém a não ser o próprio público, que fez do cineasta, morto em 2009, aos 59 anos, uma mina de ouro para estúdios de Hollywood. Em 1986, por exemplo, Hughes emplacou duas das dez maiores bilheterias dos EUA com "Curtindo a Vida Adoidado" e "A Garota de RosaShocking". "Esqueceram de Mim", com roteiro seu, foi a comédia mais vista de 1990. TÚNEL DO TEMPO A biografia retrata Hughes como um cara comum, parecido com os personagens que criou. Desajustado, como o nerd tímido Brian (Anthony Michael Hall) de "Clube dos Cinco". E que precisou conviver com um diretor tirano nos tempos do colégio, como Ferris Bueller em "Curtindo a Vida Adoidado". Hughes, aliás, fez questão de que o ator Jeffrey Jones, que vive o diretor casca-grossa de Bueller, conhecesse pessoalmente o coordenador da escola onde estudou. "Os adultos sempre pareceram como outra espécie para mim. Eu nunca esqueci o que é ser criança e olhar para os adultos", disse Hughes, em fala reproduzida no livro. A inspiração para os roteiros vinha dos inseparáveis cadernos que mantinha, onde registrava dos diálogos que ouvia na rua às broncas que recebeu dos pais. E, mesmo criando filmes cheios de loucas trapalhadas, os tipos de suas histórias sempre foram as pessoas comuns, vivendo vidas comuns e habitando subúrbios comuns. Ninguém precisa roubar uma Ferrari e sair aprontando todas por aí como Ferris Bueller, mas quem nunca quis matar aula por um dia e inventar uma desculpa esfarrapada? Para o biógrafo, está aí o segredo do sucesso dos filmes Hughes. Antes do cinema, ele foi diretor de criação de uma agência de publicidade e colaborou com a revista de humor "National Lampoon". Mais do que entender como seduzir a audiência, diz o biógrafo, a experiência na propaganda o ensinou a saber vender o próprio trabalho. Para ele, Hughes, no fim, "era apenas um bom escritor" que sabia como convencer as pessoas de suas ideias. "Os problemas que os adolescentes enfrentavam em 1985 não são diferentes. A pressão, o abuso, o bullying. As atitudes podem mudar, as roupas podem mudar. Mas o cara virgem sempre vai ser zoado, os temas continuam os mesmos", diz Honeycutt. JOHN HUGHES - A LIFE IN FILM AUTOR Kirk Honeycutt EDITORA Race Point Publishing QUANTO US$ 20 (na Amazon), 224 págs.
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Câmara consagra impunidade dos partidos, diz presidente do TSE
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O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou que o projeto da Câmara dos Deputados que passou a tramitar em regime de urgência nesta terça (7) "consagra a impunidade dos partidos". A proposta veda a possibilidade de o TSE punir legendas que não apresentem ou tenham rejeitada a prestação de contas anual. O texto revoga ainda o artigo da Lei dos Partidos Políticos que dá ao tribunal a função de emitir instruções para detalhar o funcionamento da lei. Com a aprovação da tramitação em regime de urgência, o projeto pode ir a votação já nesta quarta-feira (8). Mendes disse que ligou nesta manhã para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para demonstrar sua preocupação. "É uma iniciativa pouco feliz que traduz esse comodismo, esse corporativismo. Na verdade, nós vamos estar consagrando a impunidade dos partidos que aplicam de forma errada os recursos públicos e vamos eternizar as agremiações fakes, agremiações de fachada", declarou o ministro, após plantar algumas mudas de árvores no Bosque dos Tribunais, em Brasília. De acordo com o presidente do TSE, uma reunião com líderes está marcada para acontecer na próxima terça-feira. Contrário ao projeto, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) diz ver possibilidade de que partidos envolvidos na Lava Jato fiquem livres de punição por omissões na contabilidade apresentada à Justiça. "Eles adoram fazer piquenique na boca do vulcão", disse, se referindo à votação desta terça. O principal foco da operação é a investigação do desvio de dinheiro da Petrobras para políticos e partidos. No ano passado, a Câmara já havia tentado aprovar a toque de caixa projeto de anistia aos congressistas alvos da Lava Jato. Diante da forte repercussão negativa, entretanto, a medida acabou sendo engavetada. A tramitação do projeto em regime de urgência foi aprovada por 314 votos contra 17. Na sessão, comandada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apenas o PSOL se declarou contra a medida.
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Câmara consagra impunidade dos partidos, diz presidente do TSEO presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou que o projeto da Câmara dos Deputados que passou a tramitar em regime de urgência nesta terça (7) "consagra a impunidade dos partidos". A proposta veda a possibilidade de o TSE punir legendas que não apresentem ou tenham rejeitada a prestação de contas anual. O texto revoga ainda o artigo da Lei dos Partidos Políticos que dá ao tribunal a função de emitir instruções para detalhar o funcionamento da lei. Com a aprovação da tramitação em regime de urgência, o projeto pode ir a votação já nesta quarta-feira (8). Mendes disse que ligou nesta manhã para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para demonstrar sua preocupação. "É uma iniciativa pouco feliz que traduz esse comodismo, esse corporativismo. Na verdade, nós vamos estar consagrando a impunidade dos partidos que aplicam de forma errada os recursos públicos e vamos eternizar as agremiações fakes, agremiações de fachada", declarou o ministro, após plantar algumas mudas de árvores no Bosque dos Tribunais, em Brasília. De acordo com o presidente do TSE, uma reunião com líderes está marcada para acontecer na próxima terça-feira. Contrário ao projeto, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) diz ver possibilidade de que partidos envolvidos na Lava Jato fiquem livres de punição por omissões na contabilidade apresentada à Justiça. "Eles adoram fazer piquenique na boca do vulcão", disse, se referindo à votação desta terça. O principal foco da operação é a investigação do desvio de dinheiro da Petrobras para políticos e partidos. No ano passado, a Câmara já havia tentado aprovar a toque de caixa projeto de anistia aos congressistas alvos da Lava Jato. Diante da forte repercussão negativa, entretanto, a medida acabou sendo engavetada. A tramitação do projeto em regime de urgência foi aprovada por 314 votos contra 17. Na sessão, comandada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apenas o PSOL se declarou contra a medida.
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Cunha foi alvo de denúncia por suposto esquema na Caixa
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o corretor de valores Lúcio Funaro por suposta participação em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à Caixa Econômica Federal ao menos entre os anos de 2011 e 2015. Foi a terceira denúncia oferecida por Janot contra Cunha por envolvimento na Lava Jato. O deputado já é réu em duas ações penais no Supremo sob acusação de participação no esquema de corrupção da Petrobras. Funaro foi preso nesta sexta (1º) pela Polícia Federal. A denúncia imputa a Cunha crime de corrupção por 15 vezes e lavagem de dinheiro por 318 vezes. A acusação leva em conta a delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto. Ele afirmou em sua delação premiada que teve reuniões semanais com o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante quatro anos para tratar de um esquema de propina envolvendo o FI-FGTS e que o parlamentar embolsou 80% dos recursos desviados. Os encontros teriam ocorrido no apartamento funcional de Cunha e depois na residência oficial da Presidência da Câmara, quando o peemedebista assumiu o comando da Casa em fevereiro de 2015. Além dos dois, o esquema envolvia o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro e seu assessor Alexandre Margotto. Segundo a Procuradoria-Geral da República, "do valor total da propina informada, a divisão era a seguinte: 80% para Eduardo Cunha, 12% para Funaro, 4% para Cleto e 4% para Margotto. Cleto afirmou que cobrou vantagem indevida, de uma série de empresas que apresentavam projetos no âmbito de sua vice-Presidência. "Nas reuniões, Cleto, violando dever de sigilo funcional, passava a Eduardo Cunha todos os projetos que estavam em tramitação dentro da área do FI-FGTS e da Carteira Administrada assim como o estágio em que se encontravam. Cleto tinha acesso às informações porque recebia a pauta do que seria levado a votação com duas semanas de antecedência à reunião. Tais fatos deveriam permanecer em sigilo", escreveu o procurador-geral da República Rodrigo Janot. "Eduardo Cunha ou Funaro passavam a Fábio Cleto qual deveria ser a sua posição na votação de cada projeto, se favorável, contrária ou neutra no processo de aprovação. Por vezes, Eduardo Cunha respondia imediatamente, mas em outras situações pesquisava a empresa, entrava em contato com seus representantes e posteriormente dava a ordem a Cleto. Também ocorria de haver pedido de protelação do projeto, por exemplo com pedido de vista. De toda sorte, após aprovadas as operações, Eduardo Cunha ou Funaro confirmavam a Fábio Cleto se havia sido cobrada propina e qual valor. Além dos encontros semanais, Cleto conversava com Eduardo Cunha via Blackbern Messenger (BBM)", completou. OUTRO LADO Em nota, Cunha informou que "não recebi e nem combinei com quem quer que seja qualquer vantagem indevida de nenhuma natureza". Disse que não tem "operador, gestor financeiro ou qualquer coisa do gênero e também não autorizei ninguém a tratar qualquer coisa em meu nome". Ele chamou de "histórias fantasiosas" as acusações de Fábio Cleto e disse que ele é "réu confesso" e que deve responder pelas irregularidades que praticou.
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Cunha foi alvo de denúncia por suposto esquema na CaixaO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o corretor de valores Lúcio Funaro por suposta participação em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à Caixa Econômica Federal ao menos entre os anos de 2011 e 2015. Foi a terceira denúncia oferecida por Janot contra Cunha por envolvimento na Lava Jato. O deputado já é réu em duas ações penais no Supremo sob acusação de participação no esquema de corrupção da Petrobras. Funaro foi preso nesta sexta (1º) pela Polícia Federal. A denúncia imputa a Cunha crime de corrupção por 15 vezes e lavagem de dinheiro por 318 vezes. A acusação leva em conta a delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto. Ele afirmou em sua delação premiada que teve reuniões semanais com o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante quatro anos para tratar de um esquema de propina envolvendo o FI-FGTS e que o parlamentar embolsou 80% dos recursos desviados. Os encontros teriam ocorrido no apartamento funcional de Cunha e depois na residência oficial da Presidência da Câmara, quando o peemedebista assumiu o comando da Casa em fevereiro de 2015. Além dos dois, o esquema envolvia o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro e seu assessor Alexandre Margotto. Segundo a Procuradoria-Geral da República, "do valor total da propina informada, a divisão era a seguinte: 80% para Eduardo Cunha, 12% para Funaro, 4% para Cleto e 4% para Margotto. Cleto afirmou que cobrou vantagem indevida, de uma série de empresas que apresentavam projetos no âmbito de sua vice-Presidência. "Nas reuniões, Cleto, violando dever de sigilo funcional, passava a Eduardo Cunha todos os projetos que estavam em tramitação dentro da área do FI-FGTS e da Carteira Administrada assim como o estágio em que se encontravam. Cleto tinha acesso às informações porque recebia a pauta do que seria levado a votação com duas semanas de antecedência à reunião. Tais fatos deveriam permanecer em sigilo", escreveu o procurador-geral da República Rodrigo Janot. "Eduardo Cunha ou Funaro passavam a Fábio Cleto qual deveria ser a sua posição na votação de cada projeto, se favorável, contrária ou neutra no processo de aprovação. Por vezes, Eduardo Cunha respondia imediatamente, mas em outras situações pesquisava a empresa, entrava em contato com seus representantes e posteriormente dava a ordem a Cleto. Também ocorria de haver pedido de protelação do projeto, por exemplo com pedido de vista. De toda sorte, após aprovadas as operações, Eduardo Cunha ou Funaro confirmavam a Fábio Cleto se havia sido cobrada propina e qual valor. Além dos encontros semanais, Cleto conversava com Eduardo Cunha via Blackbern Messenger (BBM)", completou. OUTRO LADO Em nota, Cunha informou que "não recebi e nem combinei com quem quer que seja qualquer vantagem indevida de nenhuma natureza". Disse que não tem "operador, gestor financeiro ou qualquer coisa do gênero e também não autorizei ninguém a tratar qualquer coisa em meu nome". Ele chamou de "histórias fantasiosas" as acusações de Fábio Cleto e disse que ele é "réu confesso" e que deve responder pelas irregularidades que praticou.
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Livro de Edyr Augusto oferece narrativa assustadora com discurso enxuto
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O esquisito nome do livro, "Pssica", de Edyr Augusto, talvez mais afaste que aproxime; o começo da leitura impõe outro estranhamento, com suas frases simples, nunca com mais de dez palavras, empilhando fatos sobre fatos, sem dar notícia de qualquer subjetividade dos personagens. No entanto, trata-se de um experimento de valor no panorama brasileiro atual. No centro do enredo está Janalice, adolescente de Belém do Pará; o tempo é agora; o narrador, externo ao enredo, alia a vocação para a crueza com um grande conhecimento empírico do mundo paralelo em que habitam traficantes de drogas e de pessoas, bandidos de toda ordem e toda a gente miserável. Tudo começa por uma besteira: Janalice se deixou filmar em cena sexual com o namorado, e as imagens vão ao mundo. Sua vida na escola fica insuportável e seus pais a mandam passar uns tempos com parentes. Em lugar de paz, encontra estupro; para fugir frequenta a rua, e eis que o destino piora: é vendida como escrava sexual para sucessivos donos, até chegar à Guiana, vizinho que é uma abstração para o Brasil, mas destino de milhares de conterrâneos. A trajetória de Janalice se mistura com a de um punhado de outros desesperados e desesperançados. O mundo do crack e do roubo pelos rios amazônicos encontra o de imigrantes ilegais, garimpo de ouro e imprensa sensacionalista, tudo compondo um horror sem fim de alta velocidade narrativa e de um muito bom resultado estético. O reparo crítico possível aponta justamente para a virtuosa linguagem do livro: tendo optado por enxugar o discurso até o limite do suportável (as falas dos diálogos, sem travessões, sequer fazem mudar a linha do texto), o escritor nos deixa sem poder compartilhar da psicologia dos personagens. Daí seu desfecho seco. Antes dele, o sofrimento crescente, que "Pssica" oferece em uma narrativa marcante e assustadora. PSSICA AUTOR: EDYR AUGUSTO EDITORA: BOITEMPO QUANTO: R$ 28 (96 PÁGS.) LUÍS AUGUSTO FISCHER é professor de literatura da UFRGS
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ilustrada
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Livro de Edyr Augusto oferece narrativa assustadora com discurso enxutoO esquisito nome do livro, "Pssica", de Edyr Augusto, talvez mais afaste que aproxime; o começo da leitura impõe outro estranhamento, com suas frases simples, nunca com mais de dez palavras, empilhando fatos sobre fatos, sem dar notícia de qualquer subjetividade dos personagens. No entanto, trata-se de um experimento de valor no panorama brasileiro atual. No centro do enredo está Janalice, adolescente de Belém do Pará; o tempo é agora; o narrador, externo ao enredo, alia a vocação para a crueza com um grande conhecimento empírico do mundo paralelo em que habitam traficantes de drogas e de pessoas, bandidos de toda ordem e toda a gente miserável. Tudo começa por uma besteira: Janalice se deixou filmar em cena sexual com o namorado, e as imagens vão ao mundo. Sua vida na escola fica insuportável e seus pais a mandam passar uns tempos com parentes. Em lugar de paz, encontra estupro; para fugir frequenta a rua, e eis que o destino piora: é vendida como escrava sexual para sucessivos donos, até chegar à Guiana, vizinho que é uma abstração para o Brasil, mas destino de milhares de conterrâneos. A trajetória de Janalice se mistura com a de um punhado de outros desesperados e desesperançados. O mundo do crack e do roubo pelos rios amazônicos encontra o de imigrantes ilegais, garimpo de ouro e imprensa sensacionalista, tudo compondo um horror sem fim de alta velocidade narrativa e de um muito bom resultado estético. O reparo crítico possível aponta justamente para a virtuosa linguagem do livro: tendo optado por enxugar o discurso até o limite do suportável (as falas dos diálogos, sem travessões, sequer fazem mudar a linha do texto), o escritor nos deixa sem poder compartilhar da psicologia dos personagens. Daí seu desfecho seco. Antes dele, o sofrimento crescente, que "Pssica" oferece em uma narrativa marcante e assustadora. PSSICA AUTOR: EDYR AUGUSTO EDITORA: BOITEMPO QUANTO: R$ 28 (96 PÁGS.) LUÍS AUGUSTO FISCHER é professor de literatura da UFRGS
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O dia seguinte
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BRASÍLIA - Como todo rito fúnebre, o enterro do governo Dilma-2 se dá com alguma consternação e muita fofoca. A maior das últimas diz respeito ao que fazer com a figura da presidente reeleita montada numa cornucópia de marquetagens. A mentira em si não é suficiente para derrubá-la –mesmo em países mais sérios não o é, vide o caso Bush. Mas há motivos sólidos para questionar a permanência de Dilma, e o primeiro deles é político. Exceto que um "deus ex machina" a salve, o desgoverno está a matar o país. A cada passo, a mandatária se afunda na própria sombra. O pacote da segunda passada, até aqui virtual, é eloquente: um conjunto de medidas tímidas e inexequíveis. Recurso último, Lula interveio para buscar salvar a criatura que carrega seu legado. Parece tarde, ao que tudo indica, e a presença dele na área insinua mais perspectiva de transição do que qualquer outra coisa. Enquanto isso, a engrenagem do impeachment foi colocada para rodar pelos suspeitos de sempre na Câmara. O PMDB apenas aguarda uma formalidade, seja via TCU ou TSE, para embarcar. A oposição, a reboque, espera sem ter muito o que fazer. A Dilma, resta espernear. "Golpe!", grita, embora as emas do Alvorada saibam que nos dias de hoje um governo cai por seus próprios deméritos. Não estamos em 1964. O que se pode discutir é o futuro: como criar um arcabouço para evitar que o Brasil seja tragado pela inépcia de seus governantes? Soluções simples e erradas abundam. Parlamentarismo é algo lógico, sim, mas com a representação que está aí? Ah, para isso precisamos de "reforma política". Verdade, mas sempre que isso é evocado, temos espertezas como a decisão do STF sobre financiamento de campanhas, motivada por populismo míope e preconceituoso: sociedades mais avançadas respeitam seus atores econômicos e os regulam. Bem, não vivemos numa.
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colunas
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O dia seguinteBRASÍLIA - Como todo rito fúnebre, o enterro do governo Dilma-2 se dá com alguma consternação e muita fofoca. A maior das últimas diz respeito ao que fazer com a figura da presidente reeleita montada numa cornucópia de marquetagens. A mentira em si não é suficiente para derrubá-la –mesmo em países mais sérios não o é, vide o caso Bush. Mas há motivos sólidos para questionar a permanência de Dilma, e o primeiro deles é político. Exceto que um "deus ex machina" a salve, o desgoverno está a matar o país. A cada passo, a mandatária se afunda na própria sombra. O pacote da segunda passada, até aqui virtual, é eloquente: um conjunto de medidas tímidas e inexequíveis. Recurso último, Lula interveio para buscar salvar a criatura que carrega seu legado. Parece tarde, ao que tudo indica, e a presença dele na área insinua mais perspectiva de transição do que qualquer outra coisa. Enquanto isso, a engrenagem do impeachment foi colocada para rodar pelos suspeitos de sempre na Câmara. O PMDB apenas aguarda uma formalidade, seja via TCU ou TSE, para embarcar. A oposição, a reboque, espera sem ter muito o que fazer. A Dilma, resta espernear. "Golpe!", grita, embora as emas do Alvorada saibam que nos dias de hoje um governo cai por seus próprios deméritos. Não estamos em 1964. O que se pode discutir é o futuro: como criar um arcabouço para evitar que o Brasil seja tragado pela inépcia de seus governantes? Soluções simples e erradas abundam. Parlamentarismo é algo lógico, sim, mas com a representação que está aí? Ah, para isso precisamos de "reforma política". Verdade, mas sempre que isso é evocado, temos espertezas como a decisão do STF sobre financiamento de campanhas, motivada por populismo míope e preconceituoso: sociedades mais avançadas respeitam seus atores econômicos e os regulam. Bem, não vivemos numa.
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Sábado tem Corinthians em Itaquera e prêmio da Mega-Sena acumulada
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O Corinthians enfrenta o Red Bull, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, às 16h20, em Itaquera. Inicialmente marcado para domingo (17), o jogo foi transferido a pedido da Polícia Militar e da Rede Globo, por causa das manifestações programadas para a data. A Mega-Sena continua acumulada e deve pagar, neste sábado (16), cerca de R$ 60 milhões, segundo estimativa da Caixa Econômica Federal. * TEMPO Dia continua quente, com máxima de 32ºC e mínima de 20ºC, sem previsão de chuva, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER Dados do Metrô de São Paulo –obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação– mostram que o tempo de espera de passageiro aumentou nos horários de pico. O intervalo entre os trens aumentou nas duas linhas paulistanas mais utilizadas (vermelha e azul). Quanto maior o tempo de espera, mais cheias ficam as plataformas e mais lotados ficam os vagões dos trens. * AGENDA CULTURAL Show | Dona de uma das vozes femininas mais importantes da história da música brasileira, Gal Costa faz show de seu disco mais recente, "Estratosférica", neste sábado (16), no Tom Brasil. Tom Brasil - r. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, região sul, tel. 5646-2120. 2.500 pessoas. 22h. 100 min. 14 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 240 (estudantes: R$ 60 a R$ 120). Valet (R$ 50). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. Exposição | Estreia a mostra "Desenhos de Cena #1", no Sesc Pinheiros, que promove um encontro entre artes visuais e teatro com artistas brasileiros e estrangeiros.
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saopaulo
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Sábado tem Corinthians em Itaquera e prêmio da Mega-Sena acumuladaO Corinthians enfrenta o Red Bull, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, às 16h20, em Itaquera. Inicialmente marcado para domingo (17), o jogo foi transferido a pedido da Polícia Militar e da Rede Globo, por causa das manifestações programadas para a data. A Mega-Sena continua acumulada e deve pagar, neste sábado (16), cerca de R$ 60 milhões, segundo estimativa da Caixa Econômica Federal. * TEMPO Dia continua quente, com máxima de 32ºC e mínima de 20ºC, sem previsão de chuva, segundo o Climatempo. * VOCÊ DEVERIA SABER Dados do Metrô de São Paulo –obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação– mostram que o tempo de espera de passageiro aumentou nos horários de pico. O intervalo entre os trens aumentou nas duas linhas paulistanas mais utilizadas (vermelha e azul). Quanto maior o tempo de espera, mais cheias ficam as plataformas e mais lotados ficam os vagões dos trens. * AGENDA CULTURAL Show | Dona de uma das vozes femininas mais importantes da história da música brasileira, Gal Costa faz show de seu disco mais recente, "Estratosférica", neste sábado (16), no Tom Brasil. Tom Brasil - r. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, região sul, tel. 5646-2120. 2.500 pessoas. 22h. 100 min. 14 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 240 (estudantes: R$ 60 a R$ 120). Valet (R$ 50). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br. Exposição | Estreia a mostra "Desenhos de Cena #1", no Sesc Pinheiros, que promove um encontro entre artes visuais e teatro com artistas brasileiros e estrangeiros.
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Empreendedor deixa empresa em SP para escalar montanhas em programa
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INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Gustavo Ziller quase teve um piripaque em 2012, enquanto dirigia pela Avenida Cidade Jardim, no Itaim Bibi (zona oeste). O diagnóstico foi simples, apesar dos sintomas assustadores, como taquicardia e visão embaçada: estafa geral. Ziller estava a beira de um ataque de nervos, disseram os médicos. Três anos depois de correr para o hospital, ele estará bem longe de São Paulo. O empreendedor de 40 anos planeja conquistar o cume do Monte Kilimanjaro, o mais alto da África, em meados de 2015. Entre um episódio e outro, Ziller, que era sócio de uma empresa de softwares para smartphones e tablets, largou a vida de executivo e a capital paulista. Começou a investir pesado em treinamento para escalar as maiores montanhas de cada continente e também da Antártica e da América do Sul. A primeira, o Aconcágua, foi riscada da lista em fevereiro, após 14 horas de subida. Ao todo foram 16 dias de escalada, com direito a presenciar, a poucos metros do topo, o resgate do corpo de um polonês que morreu após ter um ataque cardíaco. Esse e os próximos desafios serão tema do programa "7 cumes", que estreia no próximo sábado, 11 de abril, no canal pago OFF. Cada expedição será mostrada em três episódios numa sequência que deve durar 30 meses e mais cansaço, só que do bom. Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o mineiro, que já foi colunista de tecnologia da Folha. * VIDA EM SP "Sempre fui empreendedor, dono dos meus sonhos. Me mudei para São Paulo porque era um dos sócios de uma empresa de soluções de softwares para smartphones e tablets. Ir para São Paulo era importantíssimo para a empresa crescer. Peguei mulher e três filhos e fui. Sempre fui caxias demais e não tinha outra opção do que fazer a empresa dar certo. Imagina ficar em São Paulo durante 23 meses sem receber pró-labore (remuneração pelo trabalho). Ficamos sem pagar a escola dos meninos, que foi sempre muito compreensiva. Foi uma situação de imersão total para fazer dar certo e tem o peso emocional disso tudo. Nessa época não percebia, mas estava sendo dragado por uma angústia." MONTANHISMO "Um belo dia fui buscar os meninos no colégio e encontrei com um amigo. Eu estava há seis anos parado, sem fazer exercício e ele falou "você devia fazer o Everest comigo". Aquele mosquitinho ficou no meio ouvido zumbindo. Todo mundo falou "pai, você está doido". Acabou que em 2012 resolvi voltar a treinar e ir para uma montanha. Tinha treinador, médico, investi bastante nessa preparação. Minha primeira aventura foi numa montanha chamada Annapurna, também no Nepal, em abril de 2013. Estou lançando no final de maio um livro sobre essa preparação. E o último capítulo do livro é justamente a reflexão: e se eu treinasse, fosse uma pessoa comum, com filhos, esposa, e me transformasse em um montanhista através de um treinamento. O roteiro dos sete cumes é o mais tradicional do montanhismo. Passa por todos os continentes e tem montanhas com geologia absolutamente díspares." TREINAMENTO "Tenho uma equipe de nove pessoas de apoio. Sou um aprendiz. É o que corre menos risco na montanha. O que corre mais risco é o turista, que acha que está indo para Disney. Cheguei da primeira montanha muito mal, fiz vários exames, mas lá não tive mal da montanha. Meu organismo estava tão preparado que não tive nenhum dos estágios desse mal. O acampamento inteiro teve uma diarreia radical. No Aconcágua sofri com cansaço extremo. Seu cérebro não coordena mais os movimentos motores. Tive isso quando estava descendo do cume. No último dia, foram 14 horas subindo, e seis, sete descendo. A distância linear é quase de dois quilômetros. É como atravessar um campo de futebol em uma hora. De onze pessoas [no grupo], só cinco conseguiram chegar no cume." OBSESSÃO "Falo que todo ser humano tem uma obsessão na vida. E falo isso no sentido positivo. Quando você entra num processo de estagnação, zona de conforto ou limbo, se você se agarra na sua obsessão, se resgata mais facilmente. Pode ser ler, fazer exercícios. No meu caso é realizar projetos. Pensei "tenho que fazer um projeto para minha vida, para o meu corpo, para minha cabeça". Montar um projeto para me resgatar. Virou documentário e tudo mais. Essa é minha obsessão. "
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saopaulo
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Empreendedor deixa empresa em SP para escalar montanhas em programaINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Gustavo Ziller quase teve um piripaque em 2012, enquanto dirigia pela Avenida Cidade Jardim, no Itaim Bibi (zona oeste). O diagnóstico foi simples, apesar dos sintomas assustadores, como taquicardia e visão embaçada: estafa geral. Ziller estava a beira de um ataque de nervos, disseram os médicos. Três anos depois de correr para o hospital, ele estará bem longe de São Paulo. O empreendedor de 40 anos planeja conquistar o cume do Monte Kilimanjaro, o mais alto da África, em meados de 2015. Entre um episódio e outro, Ziller, que era sócio de uma empresa de softwares para smartphones e tablets, largou a vida de executivo e a capital paulista. Começou a investir pesado em treinamento para escalar as maiores montanhas de cada continente e também da Antártica e da América do Sul. A primeira, o Aconcágua, foi riscada da lista em fevereiro, após 14 horas de subida. Ao todo foram 16 dias de escalada, com direito a presenciar, a poucos metros do topo, o resgate do corpo de um polonês que morreu após ter um ataque cardíaco. Esse e os próximos desafios serão tema do programa "7 cumes", que estreia no próximo sábado, 11 de abril, no canal pago OFF. Cada expedição será mostrada em três episódios numa sequência que deve durar 30 meses e mais cansaço, só que do bom. Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o mineiro, que já foi colunista de tecnologia da Folha. * VIDA EM SP "Sempre fui empreendedor, dono dos meus sonhos. Me mudei para São Paulo porque era um dos sócios de uma empresa de soluções de softwares para smartphones e tablets. Ir para São Paulo era importantíssimo para a empresa crescer. Peguei mulher e três filhos e fui. Sempre fui caxias demais e não tinha outra opção do que fazer a empresa dar certo. Imagina ficar em São Paulo durante 23 meses sem receber pró-labore (remuneração pelo trabalho). Ficamos sem pagar a escola dos meninos, que foi sempre muito compreensiva. Foi uma situação de imersão total para fazer dar certo e tem o peso emocional disso tudo. Nessa época não percebia, mas estava sendo dragado por uma angústia." MONTANHISMO "Um belo dia fui buscar os meninos no colégio e encontrei com um amigo. Eu estava há seis anos parado, sem fazer exercício e ele falou "você devia fazer o Everest comigo". Aquele mosquitinho ficou no meio ouvido zumbindo. Todo mundo falou "pai, você está doido". Acabou que em 2012 resolvi voltar a treinar e ir para uma montanha. Tinha treinador, médico, investi bastante nessa preparação. Minha primeira aventura foi numa montanha chamada Annapurna, também no Nepal, em abril de 2013. Estou lançando no final de maio um livro sobre essa preparação. E o último capítulo do livro é justamente a reflexão: e se eu treinasse, fosse uma pessoa comum, com filhos, esposa, e me transformasse em um montanhista através de um treinamento. O roteiro dos sete cumes é o mais tradicional do montanhismo. Passa por todos os continentes e tem montanhas com geologia absolutamente díspares." TREINAMENTO "Tenho uma equipe de nove pessoas de apoio. Sou um aprendiz. É o que corre menos risco na montanha. O que corre mais risco é o turista, que acha que está indo para Disney. Cheguei da primeira montanha muito mal, fiz vários exames, mas lá não tive mal da montanha. Meu organismo estava tão preparado que não tive nenhum dos estágios desse mal. O acampamento inteiro teve uma diarreia radical. No Aconcágua sofri com cansaço extremo. Seu cérebro não coordena mais os movimentos motores. Tive isso quando estava descendo do cume. No último dia, foram 14 horas subindo, e seis, sete descendo. A distância linear é quase de dois quilômetros. É como atravessar um campo de futebol em uma hora. De onze pessoas [no grupo], só cinco conseguiram chegar no cume." OBSESSÃO "Falo que todo ser humano tem uma obsessão na vida. E falo isso no sentido positivo. Quando você entra num processo de estagnação, zona de conforto ou limbo, se você se agarra na sua obsessão, se resgata mais facilmente. Pode ser ler, fazer exercícios. No meu caso é realizar projetos. Pensei "tenho que fazer um projeto para minha vida, para o meu corpo, para minha cabeça". Montar um projeto para me resgatar. Virou documentário e tudo mais. Essa é minha obsessão. "
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'Curtidas' em rede social motivaram investigação da PF sobre blogueiro
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Curtidas em páginas ligadas à esquerda no Facebook embasaram os pedidos de quebra de sigilo telefônico dos suspeitos de vazar informações da Lava Jato para o blogueiro Eduardo Guimarães, que foi levado a depor na terça-feira (21). Documentos da Polícia Federal sobre a investigação foram tornados públicos nesta quinta (23) após o juiz Sergio Moro determinar o fim do sigilo do caso. Eles indicam, por exemplo, que o interesse da auditora fiscal Rosicler Veigel pelas publicações do jornalista Fernando Morais no Facebook chamou a atenção dos policiais. Reproduções de postagens em que Morais critica a Lava Jato e Moro foram anexados em seis páginas do pedido de busca e apreensão e de condução coercitiva da auditora. Apesar de afirmar que as convicções do jornalista não tinham "qualquer pertinência" para a investigação, em dois momentos do inquérito a PF pontua que as publicações dele são "desrespeitosas" com a Lava Jato. Segundo os investigadores, o fato de Rosicler seguir as postagens de Morais seria o indício de sua motivação ("alguma espécie de simpatia ou alinhamento à posição ideológica do ex-presidente do Brasil") para divulgar os documentos e justificou a quebra de seu sigilo telefônico. No despacho, de 6 de março, a PF pediu à Justiça que aplicasse as mesmas medidas cabíveis a Rosicler para Eduardo Guimarães, o blogueiro que antecipou, em 26 fevereiro de 2016, a quebra do sigilo fiscal e a condução coercitiva de Lula. Moro havia determinado a quebra do sigilo telefônico de Guimarães, autor do "Blog da Cidadania", argumentando que ele não é jornalista. Na quinta (23), dois dias após Guimarães ser levado a depor, o juiz voltou atrás e pediu a anulação do conteúdo apreendido em seus computadores e telefones para identificar quem eram seus informantes. RECONSTITUIÇÃO Guimarães conta que, quando prestou depoimento na terça (21), os delegados lhe disseram que já conheciam identidade de seus informantes: Rosicler Veigel e Francisco José de Abreu Duarte, que telefonou para repassar as informações supostamente obtidas pela auditora. A apuração da PF começou do lado de dentro da Lava Jato. Primeiro passo: levantaram quais servidores tiveram acesso à decisão de quebra de sigilo de Lula entre 22 e 25 de fevereiro de 2016. Rosicler está na lista, composta por 22 servidores —são delegados, procuradores, assessores do Ministério Público e outros auditores fiscais. Roberto Leonel de Oliveira Lima, chefe dos auditores da Receita, informou à PF que Rosicler integrava uma equipe que se dedicava exclusivamente à Lava Jato, mas não estava no núcleo de investigação contra o ex-presidente. O pedido de quebra de sigilo de Lula já circulava dentro da Lava Jato meses antes, desde o final de 2015, sem que houvesse vazamentos. A PF identificou que apenas dois servidores o viram somente em fevereiro de 2016: Rosicler e Paulo Marcelo Pizorusso dos Santos, também auditor. Eis que as preferências da servidora no Facebook entraram na investigação e a transformaram em suspeita. 'RADICAL POLÍTICO' Segundo passo: a polícia analisou os telefonemas feitos por Rosicler de 23 a 24 de fevereiro. Neste último dia, ela ligou três vezes para Francisco Duarte, entre as 20h17 e as 20h19. Ele se declara jornalista e havia conhecido Rosicler em janeiro durante uma viagem de avião, segundo a investigação. Terceiro passo: em visita à página de Duarte no Facebook, a PF traça seu perfil como o de um "radical político". Os indícios, anexados ao inquérito: curtia páginas ligadas à esquerda, como a da deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), a do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a de Fernando Haddad (PT-SP) e, também, a de Fernando Morais. Além do "Blog da Cidadania", de Guimarães —o que levantou a suspeita de que teria vínculos com o blogueiro. Lima conta que a auditora recebeu a decisão por e-mail no dia 24 de fevereiro, em um arquivo em formato pdf, um dia depois de o arquivo chegar ao prédio digitalizado em um pen drive. A PF também anexa reproduções de postagens de Duarte "ofensivas", em que ele se refere à Lava Jato como "milícia-tarefa de Sergio Moro". Quarto passo: quebra do sigilo telefônico de Duarte entre 24 e 25 de fevereiro, e também de Guimarães. Com esses dados em mãos, a PF identificou 26 chamadas de Duarte para um número que, depois, seria identificado como o de Eduardo Guimarães na noite de 24 de fevereiro de 2016. Guimarães contou à Folha que assistia a filmes quando percebeu as chamadas em seu celular. O contato com Duarte —conforme a PF também identificou— se deu por uma troca de mensagens por WhatsApp. O blogueiro relatou na ocasião da publicação que o informante, que disse não conhecer anteriormente, ditou as informações que estavam no documento em uma série de mensagens de áudio. No pedido de condução coercitiva dos três, a PF diz que não tinha conseguido esclarecer o meio com que a auditora repassou a decisão judicial a Duarte.
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poder
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'Curtidas' em rede social motivaram investigação da PF sobre blogueiroCurtidas em páginas ligadas à esquerda no Facebook embasaram os pedidos de quebra de sigilo telefônico dos suspeitos de vazar informações da Lava Jato para o blogueiro Eduardo Guimarães, que foi levado a depor na terça-feira (21). Documentos da Polícia Federal sobre a investigação foram tornados públicos nesta quinta (23) após o juiz Sergio Moro determinar o fim do sigilo do caso. Eles indicam, por exemplo, que o interesse da auditora fiscal Rosicler Veigel pelas publicações do jornalista Fernando Morais no Facebook chamou a atenção dos policiais. Reproduções de postagens em que Morais critica a Lava Jato e Moro foram anexados em seis páginas do pedido de busca e apreensão e de condução coercitiva da auditora. Apesar de afirmar que as convicções do jornalista não tinham "qualquer pertinência" para a investigação, em dois momentos do inquérito a PF pontua que as publicações dele são "desrespeitosas" com a Lava Jato. Segundo os investigadores, o fato de Rosicler seguir as postagens de Morais seria o indício de sua motivação ("alguma espécie de simpatia ou alinhamento à posição ideológica do ex-presidente do Brasil") para divulgar os documentos e justificou a quebra de seu sigilo telefônico. No despacho, de 6 de março, a PF pediu à Justiça que aplicasse as mesmas medidas cabíveis a Rosicler para Eduardo Guimarães, o blogueiro que antecipou, em 26 fevereiro de 2016, a quebra do sigilo fiscal e a condução coercitiva de Lula. Moro havia determinado a quebra do sigilo telefônico de Guimarães, autor do "Blog da Cidadania", argumentando que ele não é jornalista. Na quinta (23), dois dias após Guimarães ser levado a depor, o juiz voltou atrás e pediu a anulação do conteúdo apreendido em seus computadores e telefones para identificar quem eram seus informantes. RECONSTITUIÇÃO Guimarães conta que, quando prestou depoimento na terça (21), os delegados lhe disseram que já conheciam identidade de seus informantes: Rosicler Veigel e Francisco José de Abreu Duarte, que telefonou para repassar as informações supostamente obtidas pela auditora. A apuração da PF começou do lado de dentro da Lava Jato. Primeiro passo: levantaram quais servidores tiveram acesso à decisão de quebra de sigilo de Lula entre 22 e 25 de fevereiro de 2016. Rosicler está na lista, composta por 22 servidores —são delegados, procuradores, assessores do Ministério Público e outros auditores fiscais. Roberto Leonel de Oliveira Lima, chefe dos auditores da Receita, informou à PF que Rosicler integrava uma equipe que se dedicava exclusivamente à Lava Jato, mas não estava no núcleo de investigação contra o ex-presidente. O pedido de quebra de sigilo de Lula já circulava dentro da Lava Jato meses antes, desde o final de 2015, sem que houvesse vazamentos. A PF identificou que apenas dois servidores o viram somente em fevereiro de 2016: Rosicler e Paulo Marcelo Pizorusso dos Santos, também auditor. Eis que as preferências da servidora no Facebook entraram na investigação e a transformaram em suspeita. 'RADICAL POLÍTICO' Segundo passo: a polícia analisou os telefonemas feitos por Rosicler de 23 a 24 de fevereiro. Neste último dia, ela ligou três vezes para Francisco Duarte, entre as 20h17 e as 20h19. Ele se declara jornalista e havia conhecido Rosicler em janeiro durante uma viagem de avião, segundo a investigação. Terceiro passo: em visita à página de Duarte no Facebook, a PF traça seu perfil como o de um "radical político". Os indícios, anexados ao inquérito: curtia páginas ligadas à esquerda, como a da deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), a do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a de Fernando Haddad (PT-SP) e, também, a de Fernando Morais. Além do "Blog da Cidadania", de Guimarães —o que levantou a suspeita de que teria vínculos com o blogueiro. Lima conta que a auditora recebeu a decisão por e-mail no dia 24 de fevereiro, em um arquivo em formato pdf, um dia depois de o arquivo chegar ao prédio digitalizado em um pen drive. A PF também anexa reproduções de postagens de Duarte "ofensivas", em que ele se refere à Lava Jato como "milícia-tarefa de Sergio Moro". Quarto passo: quebra do sigilo telefônico de Duarte entre 24 e 25 de fevereiro, e também de Guimarães. Com esses dados em mãos, a PF identificou 26 chamadas de Duarte para um número que, depois, seria identificado como o de Eduardo Guimarães na noite de 24 de fevereiro de 2016. Guimarães contou à Folha que assistia a filmes quando percebeu as chamadas em seu celular. O contato com Duarte —conforme a PF também identificou— se deu por uma troca de mensagens por WhatsApp. O blogueiro relatou na ocasião da publicação que o informante, que disse não conhecer anteriormente, ditou as informações que estavam no documento em uma série de mensagens de áudio. No pedido de condução coercitiva dos três, a PF diz que não tinha conseguido esclarecer o meio com que a auditora repassou a decisão judicial a Duarte.
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O legado de Beltrame
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Encerrou-se a longa permanência de José Mariano Beltrame no cargo de secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro. A renúncia, formalizada no início desta semana, ocorre num momento em que a repetição de tiroteios intensos em favelas indicam que correm risco os inegáveis avanços obtidos ao longo de quase uma década. No governo fluminense desde 2007, Beltrame, delegado da Polícia Federal, implantou uma linha de trabalho baseada em inteligência e metas de longo prazo, no lugar da força bruta e do casuísmo político. Como secretário, conteve a ingerência de deputados e vereadores na nomeação de oficiais da Polícia Militar e delegados da Polícia Civil —e resistiu à tentação de perseguir uma carreira política, diferenciando-se de antecessores. Por meio de sua principal marca, a Unidade de Polícia Pacificadora (projeto que se iniciou em 2008), buscou superar a relação conflituosa entre agentes da lei e moradores de bairros imersos na violência. Nas regiões em que a estratégia foi bem-sucedida, a presença do Estado —ao menos de seu braço armado— suplantou o controle territorial do crime organizado. As UPPs são consideradas decisivas para a queda expressiva nos registros de homicídios dolosos. No Estado, a taxa por 100 mil habitantes caiu de 41,3, em 2006, para 25,4, em 2015; na capital, houve redução de 40,2 para 18,5 nesse período (a média brasileira se aproxima de 30; em São Paulo, a taxa é um pouco inferior a 10/100 mil). Ao mesmo tempo, a letalidade da polícia fluminense também diminuiu, passando de um pico de 8,6 por 100 mil habitantes, em 2007, para 3,9 em 2015 —índice que chegou a 2,5 em 2013, mas sempre esteve entre os mais elevados do país. O impacto positivo das UPPs, porém, tem prazo de validade. A ação policial deveria ser a primeira etapa de uma série articulada de políticas públicas, no intuito de suprir a histórica ausência do Estado. Coincidência ou não, muitos dos indicadores de violência melhoraram sobretudo enquanto a economia brasileira crescia, ao passo que o retrocesso se concentra num período de crise. A atual penúria financeira do Rio contribui para o desgaste de um projeto esmorecido. Episódios deploráveis, como o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, se multiplicaram e estremeceram as relações com moradores. Com a autoridade de quem se encarregou por tanto tempo de tarefa tão árdua, Beltrame deixa o cargo instando o poder público a empregar mais do que medidas de segurança na luta contra a violência. Deveria ser ouvido com atenção. [email protected]
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opiniao
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O legado de BeltrameEncerrou-se a longa permanência de José Mariano Beltrame no cargo de secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro. A renúncia, formalizada no início desta semana, ocorre num momento em que a repetição de tiroteios intensos em favelas indicam que correm risco os inegáveis avanços obtidos ao longo de quase uma década. No governo fluminense desde 2007, Beltrame, delegado da Polícia Federal, implantou uma linha de trabalho baseada em inteligência e metas de longo prazo, no lugar da força bruta e do casuísmo político. Como secretário, conteve a ingerência de deputados e vereadores na nomeação de oficiais da Polícia Militar e delegados da Polícia Civil —e resistiu à tentação de perseguir uma carreira política, diferenciando-se de antecessores. Por meio de sua principal marca, a Unidade de Polícia Pacificadora (projeto que se iniciou em 2008), buscou superar a relação conflituosa entre agentes da lei e moradores de bairros imersos na violência. Nas regiões em que a estratégia foi bem-sucedida, a presença do Estado —ao menos de seu braço armado— suplantou o controle territorial do crime organizado. As UPPs são consideradas decisivas para a queda expressiva nos registros de homicídios dolosos. No Estado, a taxa por 100 mil habitantes caiu de 41,3, em 2006, para 25,4, em 2015; na capital, houve redução de 40,2 para 18,5 nesse período (a média brasileira se aproxima de 30; em São Paulo, a taxa é um pouco inferior a 10/100 mil). Ao mesmo tempo, a letalidade da polícia fluminense também diminuiu, passando de um pico de 8,6 por 100 mil habitantes, em 2007, para 3,9 em 2015 —índice que chegou a 2,5 em 2013, mas sempre esteve entre os mais elevados do país. O impacto positivo das UPPs, porém, tem prazo de validade. A ação policial deveria ser a primeira etapa de uma série articulada de políticas públicas, no intuito de suprir a histórica ausência do Estado. Coincidência ou não, muitos dos indicadores de violência melhoraram sobretudo enquanto a economia brasileira crescia, ao passo que o retrocesso se concentra num período de crise. A atual penúria financeira do Rio contribui para o desgaste de um projeto esmorecido. Episódios deploráveis, como o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, se multiplicaram e estremeceram as relações com moradores. Com a autoridade de quem se encarregou por tanto tempo de tarefa tão árdua, Beltrame deixa o cargo instando o poder público a empregar mais do que medidas de segurança na luta contra a violência. Deveria ser ouvido com atenção. [email protected]
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Oi entrega plano de recuperação judicial e pede 10 anos para pagar credores
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A companhia de telecomunicações Oi apresentou à Justiça nesta segunda-feira (5) seu plano de recuperação judicial, a maior do país, envolvendo dívida de R$ 65,4 bilhões. Para sobreviver, a empresa propõe que parte dos créditos sejam convertidos em ações, até o limite de R$ 32,3 bilhões, ou sejam pagos a partir do 11º ano do processo de recuperação, em parcelas semestrais corrigidas. As opções valem para todos os credores com mais de R$ 1.000 a receber —excluindo dívidas trabalhistas, que serão pagas em cinco parcelas mensais a partir da homologação do plano. Entre os maiores credores financeiros da Oi, estão os bancos federais Banco do Brasil (R$ 4,3 bilhões), BNDES (R$ 3,3 bilhões) e Caixa Econômica Federal (R$ 1,9 bilhão). Como gestores dos títulos internacionais emitidos pela companhia, os bancos Bank of New York Mellon e Citibank representam credores de R$ 18,1 bilhões e R$ 15,7 bilhões. A Oi pedirá à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que converta sua dívida com multas em investimentos na melhoria do serviço. Caso contrário, também passaria a receber a partir do 11º ano. A Anatel é credora de R$ 11 bilhões. O plano foi aprovado em reunião do conselho de administração da companhia nesta segunda e terá que ser negociado com os credores. O documento, assinado pela consultoria EY, prevê que a Oi só voltará a ter lucro em 2020. O PEDIDO Sem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de junho para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência. A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado. Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores. A maior parte da dívida da Oi é financeira (cerca de R$ 50 bilhões). Entram ainda na conta cerca de R$ 14 bilhões em contingências —como multas da Anatel e discussões judiciais- e cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores. Da dívida financeira, cerca de 70% são em moeda estrangeira e boa parte vence neste ano. Somente no primeiro trimestre, a empresa queimou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte para honrar parte desses compromissos. 1- O que é recuperação judicial? É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas 2- Qual a vantagem para a empresa? Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores 3- Clientes são afetados? Não. 4- E os acionistas? Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça 5- Quais os próximos passos? 6- Quem fiscaliza a empresa? Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
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mercado
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Oi entrega plano de recuperação judicial e pede 10 anos para pagar credoresA companhia de telecomunicações Oi apresentou à Justiça nesta segunda-feira (5) seu plano de recuperação judicial, a maior do país, envolvendo dívida de R$ 65,4 bilhões. Para sobreviver, a empresa propõe que parte dos créditos sejam convertidos em ações, até o limite de R$ 32,3 bilhões, ou sejam pagos a partir do 11º ano do processo de recuperação, em parcelas semestrais corrigidas. As opções valem para todos os credores com mais de R$ 1.000 a receber —excluindo dívidas trabalhistas, que serão pagas em cinco parcelas mensais a partir da homologação do plano. Entre os maiores credores financeiros da Oi, estão os bancos federais Banco do Brasil (R$ 4,3 bilhões), BNDES (R$ 3,3 bilhões) e Caixa Econômica Federal (R$ 1,9 bilhão). Como gestores dos títulos internacionais emitidos pela companhia, os bancos Bank of New York Mellon e Citibank representam credores de R$ 18,1 bilhões e R$ 15,7 bilhões. A Oi pedirá à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que converta sua dívida com multas em investimentos na melhoria do serviço. Caso contrário, também passaria a receber a partir do 11º ano. A Anatel é credora de R$ 11 bilhões. O plano foi aprovado em reunião do conselho de administração da companhia nesta segunda e terá que ser negociado com os credores. O documento, assinado pela consultoria EY, prevê que a Oi só voltará a ter lucro em 2020. O PEDIDO Sem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de junho para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência. A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado. Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores. A maior parte da dívida da Oi é financeira (cerca de R$ 50 bilhões). Entram ainda na conta cerca de R$ 14 bilhões em contingências —como multas da Anatel e discussões judiciais- e cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores. Da dívida financeira, cerca de 70% são em moeda estrangeira e boa parte vence neste ano. Somente no primeiro trimestre, a empresa queimou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte para honrar parte desses compromissos. 1- O que é recuperação judicial? É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas 2- Qual a vantagem para a empresa? Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores 3- Clientes são afetados? Não. 4- E os acionistas? Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça 5- Quais os próximos passos? 6- Quem fiscaliza a empresa? Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
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Bolsa de Xangai cai 11,5% na semana, com economia chinesa frágil
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A Bolsa de Xangai encerrou a sessão desta sexta-feira (21) em forte baixa de 4,27%, em um mercado afetado pelos resultados ruins da atividade industrial que confirmam a atual fragilidade da economia chinesa. Com isso, o total das perdas chega a 11,5% na semana. O índice composto de Xangai perdeu 156,55 pontos, a 3.507,74 unidades. Ao mesmo tempo, a Bolsa de Shenzhen, a segunda mais importante do país, fechou em queda expressiva de 5,39%, a 2.039,40 pontos. A publicação de índices econômicos considerados decepcionantes e a recente, e inesperada, desvalorização do yuan —interpretada por parte do mercado como um esforço desesperado de Pequim para estimular as exportações e a atividade— agravaram a preocupação. Nesta sexta-feira (21), a divulgação pelo grupo de imprensa Caixin sobre o índice PMI, referência sobre a atividade manufatureira da China, aumentou a desconfiança geral. O índice PMI provisório de gerentes de compras, calculado pela empresa Markit, ficou em 47,1 em agosto, contra 47,8 em julho. Este é o menor nível em mais de seis anos. Perfil do investidor
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mercado
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Bolsa de Xangai cai 11,5% na semana, com economia chinesa frágilA Bolsa de Xangai encerrou a sessão desta sexta-feira (21) em forte baixa de 4,27%, em um mercado afetado pelos resultados ruins da atividade industrial que confirmam a atual fragilidade da economia chinesa. Com isso, o total das perdas chega a 11,5% na semana. O índice composto de Xangai perdeu 156,55 pontos, a 3.507,74 unidades. Ao mesmo tempo, a Bolsa de Shenzhen, a segunda mais importante do país, fechou em queda expressiva de 5,39%, a 2.039,40 pontos. A publicação de índices econômicos considerados decepcionantes e a recente, e inesperada, desvalorização do yuan —interpretada por parte do mercado como um esforço desesperado de Pequim para estimular as exportações e a atividade— agravaram a preocupação. Nesta sexta-feira (21), a divulgação pelo grupo de imprensa Caixin sobre o índice PMI, referência sobre a atividade manufatureira da China, aumentou a desconfiança geral. O índice PMI provisório de gerentes de compras, calculado pela empresa Markit, ficou em 47,1 em agosto, contra 47,8 em julho. Este é o menor nível em mais de seis anos. Perfil do investidor
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Refugiados relatam mundo de escravidão e morte sob o Boko Haram
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Eles chegaram em plena madrugada, com os rostos cobertos, viajando em picapes e motos, gritando "Allahu akbar" e disparando suas armas. "Primeiro vieram os tiros, e depois as decapitações", disse Hussaini Bukar, 25, que fugiu depois que os combatentes do Boko Haram invadiram sua cidade no norte da Nigéria. "Perguntavam onde estavam os infiéis que viviam entre nós". Mulheres e meninas são aprisionadas sistematicamente em algumas casas, e ficam detidas nelas até que o Boko Haram remova aquelas que sejam escolhidas para "casamento" ou outros propósitos. "Eles estavam estacionando" - prendendo - "meninas jovens e crianças pequenas, estacionando-as nas casas maiores", disse Bawa Safiya Umar, 45, cujo filho de 17 anos foi morto quando sua cidade caiu para o Boko Haram. "Estacionaram 450 meninas em quatro casas". Os refugiados que acorrem a Maiduguri, uma capital provincial, descrevem um mundo sombrio de punições, raptos e mortes, sob o domínio do Boko Haram, no Estado islâmico em miniatura que o grupo impôs em porções do norte da Nigéria. Sessões de oração coletiva em campo aberto, soldados recrutados por intimidação e distribuições ocasionais de comida roubada são os instrumentos do grupo em seus contatos com a população, dizem os fugitivos. Casamentos forçados, escravidão e aprisionamento são instituições vitais para o modo de vida do Boko Haram. E execuções realizadas sem cerimônia - a tiros ou por decapitação - são a punição dos homens que se recusam a aderir. "Eles amarram as mãos das pessoas por trás das costas, dizem 'Allahu akbar' e cortam suas cabeças", conta Shuaibu Alhaji Kolo, 22, relatando a rápida execução de homens capturados em meio aos gritos de "Deus é grande" dos militantes. O Boko Haram está aterrorizando a área em torno de Maiduguru, e até 400 mil pessoas podem ter fugido para esta cidade sob precário controle do governo. O perigo a que esses refugiados escaparam agora se aproxima da cidade, que sofreu três ataques do Boko Haram na semana passada e onde se ouve explosões a cada noite. Isso oferece um raro vislumbre sobre a distópica visão de domínio islâmico que o grupo pretende impor. "Via-se corpos por toda parte", disse Yagana Kabani, 42, que ficou na cidade de Bama por três meses depois que ela foi conquistada pelo Boko Haram. "Mataram muita gente. Roubavam o dinheiro dessas pessoas, dizendo que era dinheiro de infiéis". A maioria dos refugiados que agora se abrigam em 16 campos espalhados por Maiduguri, muitas vezes sobrevivendo com pouca comida, em barracas improvisadas com ripas e sacos vazios de cereais, fugiu para a região semidesértica quando os extremistas islâmicos invadiram suas cidades. No começo, havia terror generalizado, com ações de casa em casa, dirigidas principalmente aos jovens suspeitos de oposição aos islâmicos. "Eles instruíam a pessoa a deitar no chão e atiravam em sua cabeça", disse Babakar Karami Issa, 25, que se escondeu por duas semanas na cidade de Gamboru Ngala depois que ela foi ocupada, no ano passado. Esta semana, as forças armadas do Chade anunciaram que haviam retomado a cidade dos militantes. "Se eles viam uma porta fechada, perguntavam onde estavam os homens", recorda Alhaji Ali, 28, que escapou da cidade de Damboa. Alguns dos refugiados se mantiveram por semanas ou meses em suas cidades, muitas vezes se escondendo da melhor maneira possível ou buscando oportunidades de escapar. Os militantes, muitos dos quais ostentando longas barbas e cabelos desarranjados, e alguns envoltos em turbantes que revelam apenas seus olhos, alternavam momentos de arbitrariedade, brutalidade e proselitismo, os refugiados recordam. Em outro caso, combatentes do Boko Haram retornaram do campo de batalha e se enfureceram ao ver homens idosos conversando pacificamente à sombra de uma árvore, e por isso simplesmente abriram fogo contra eles, conta Hauwa Abubakar, 24, que viveu por seis semanas em Bama depois que a cidade foi ocupada pelo Boko Haram. "Eles estavam zangados", ela disse. "E os mataram". Depois de invadir as cidades, o Boko Haram inicialmente tentava conquistar a adesão dos moradores, por meios tanto materiais quanto espirituais. Bandeiras pretas eram hasteadas nos postes de luz, e o proselitismo começava. "Eles começaram a distribuir propriedades para que as pessoas os seguissem", disse Abubakar, contando que o Boko Haram distribuía biscoitos, arroz e espaguete saqueados do mercado de Bama aos moradores da cidade. "Estavam tentando ganhar a simpatia dos moradores", disse Issa sobre táticas parecidas usadas pelo grupo em Gamboru Ngala. Lá, depois de tomar a cidade e "executar pessoas a torto e a direito", recordou Sato Modu, 33, "o Boko Haram começou a dizer que não havia motivo para medo, e que nos dariam comida e roupas". Exortações semelhantes foram feitas em outras cidades. Em Gamboru, "eles disseram aos civis que estavam lá para defendê-los", recordou Mallam Bukar Ali, 29. "Perguntavam às pessoas por que elas não os estavam seguindo". A população recebia ordens de se unir aos militantes em imensas sessões de oração a céu aberto. Em Damboa, "eles pregavam diante do palácio do emir, aos idosos", disse Issa Bulama, 26. "Diziam aos velhos que deviam instruir os filhos deles a voltar e seguir as ordens do movimento, ou os matariam". Em Bama, o povo era chamado pelo Boko Haram às orações três vezes por dia. Também houve descrições de patrulhas do Boko Haram que saíam da cidade em busca dos jovens fugitivos. Em alguns casos, se eles não tivessem sido executados logo depois do primeiro ataque, os homens recebiam ordens de se unir à causa do movimento. Mesmo com a participação de soldados de países vizinhos nos combates, milhares de pessoas continuam a viver sob o domínio do Boko Haram -muitíssimo a contragosto, os refugiados dizem. "Ninguém os ajudou", disse Bulama, que conseguiu fugir de Damboa. "Todo mundo os odeia. Nós os odiamos". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mundo
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Refugiados relatam mundo de escravidão e morte sob o Boko HaramEles chegaram em plena madrugada, com os rostos cobertos, viajando em picapes e motos, gritando "Allahu akbar" e disparando suas armas. "Primeiro vieram os tiros, e depois as decapitações", disse Hussaini Bukar, 25, que fugiu depois que os combatentes do Boko Haram invadiram sua cidade no norte da Nigéria. "Perguntavam onde estavam os infiéis que viviam entre nós". Mulheres e meninas são aprisionadas sistematicamente em algumas casas, e ficam detidas nelas até que o Boko Haram remova aquelas que sejam escolhidas para "casamento" ou outros propósitos. "Eles estavam estacionando" - prendendo - "meninas jovens e crianças pequenas, estacionando-as nas casas maiores", disse Bawa Safiya Umar, 45, cujo filho de 17 anos foi morto quando sua cidade caiu para o Boko Haram. "Estacionaram 450 meninas em quatro casas". Os refugiados que acorrem a Maiduguri, uma capital provincial, descrevem um mundo sombrio de punições, raptos e mortes, sob o domínio do Boko Haram, no Estado islâmico em miniatura que o grupo impôs em porções do norte da Nigéria. Sessões de oração coletiva em campo aberto, soldados recrutados por intimidação e distribuições ocasionais de comida roubada são os instrumentos do grupo em seus contatos com a população, dizem os fugitivos. Casamentos forçados, escravidão e aprisionamento são instituições vitais para o modo de vida do Boko Haram. E execuções realizadas sem cerimônia - a tiros ou por decapitação - são a punição dos homens que se recusam a aderir. "Eles amarram as mãos das pessoas por trás das costas, dizem 'Allahu akbar' e cortam suas cabeças", conta Shuaibu Alhaji Kolo, 22, relatando a rápida execução de homens capturados em meio aos gritos de "Deus é grande" dos militantes. O Boko Haram está aterrorizando a área em torno de Maiduguru, e até 400 mil pessoas podem ter fugido para esta cidade sob precário controle do governo. O perigo a que esses refugiados escaparam agora se aproxima da cidade, que sofreu três ataques do Boko Haram na semana passada e onde se ouve explosões a cada noite. Isso oferece um raro vislumbre sobre a distópica visão de domínio islâmico que o grupo pretende impor. "Via-se corpos por toda parte", disse Yagana Kabani, 42, que ficou na cidade de Bama por três meses depois que ela foi conquistada pelo Boko Haram. "Mataram muita gente. Roubavam o dinheiro dessas pessoas, dizendo que era dinheiro de infiéis". A maioria dos refugiados que agora se abrigam em 16 campos espalhados por Maiduguri, muitas vezes sobrevivendo com pouca comida, em barracas improvisadas com ripas e sacos vazios de cereais, fugiu para a região semidesértica quando os extremistas islâmicos invadiram suas cidades. No começo, havia terror generalizado, com ações de casa em casa, dirigidas principalmente aos jovens suspeitos de oposição aos islâmicos. "Eles instruíam a pessoa a deitar no chão e atiravam em sua cabeça", disse Babakar Karami Issa, 25, que se escondeu por duas semanas na cidade de Gamboru Ngala depois que ela foi ocupada, no ano passado. Esta semana, as forças armadas do Chade anunciaram que haviam retomado a cidade dos militantes. "Se eles viam uma porta fechada, perguntavam onde estavam os homens", recorda Alhaji Ali, 28, que escapou da cidade de Damboa. Alguns dos refugiados se mantiveram por semanas ou meses em suas cidades, muitas vezes se escondendo da melhor maneira possível ou buscando oportunidades de escapar. Os militantes, muitos dos quais ostentando longas barbas e cabelos desarranjados, e alguns envoltos em turbantes que revelam apenas seus olhos, alternavam momentos de arbitrariedade, brutalidade e proselitismo, os refugiados recordam. Em outro caso, combatentes do Boko Haram retornaram do campo de batalha e se enfureceram ao ver homens idosos conversando pacificamente à sombra de uma árvore, e por isso simplesmente abriram fogo contra eles, conta Hauwa Abubakar, 24, que viveu por seis semanas em Bama depois que a cidade foi ocupada pelo Boko Haram. "Eles estavam zangados", ela disse. "E os mataram". Depois de invadir as cidades, o Boko Haram inicialmente tentava conquistar a adesão dos moradores, por meios tanto materiais quanto espirituais. Bandeiras pretas eram hasteadas nos postes de luz, e o proselitismo começava. "Eles começaram a distribuir propriedades para que as pessoas os seguissem", disse Abubakar, contando que o Boko Haram distribuía biscoitos, arroz e espaguete saqueados do mercado de Bama aos moradores da cidade. "Estavam tentando ganhar a simpatia dos moradores", disse Issa sobre táticas parecidas usadas pelo grupo em Gamboru Ngala. Lá, depois de tomar a cidade e "executar pessoas a torto e a direito", recordou Sato Modu, 33, "o Boko Haram começou a dizer que não havia motivo para medo, e que nos dariam comida e roupas". Exortações semelhantes foram feitas em outras cidades. Em Gamboru, "eles disseram aos civis que estavam lá para defendê-los", recordou Mallam Bukar Ali, 29. "Perguntavam às pessoas por que elas não os estavam seguindo". A população recebia ordens de se unir aos militantes em imensas sessões de oração a céu aberto. Em Damboa, "eles pregavam diante do palácio do emir, aos idosos", disse Issa Bulama, 26. "Diziam aos velhos que deviam instruir os filhos deles a voltar e seguir as ordens do movimento, ou os matariam". Em Bama, o povo era chamado pelo Boko Haram às orações três vezes por dia. Também houve descrições de patrulhas do Boko Haram que saíam da cidade em busca dos jovens fugitivos. Em alguns casos, se eles não tivessem sido executados logo depois do primeiro ataque, os homens recebiam ordens de se unir à causa do movimento. Mesmo com a participação de soldados de países vizinhos nos combates, milhares de pessoas continuam a viver sob o domínio do Boko Haram -muitíssimo a contragosto, os refugiados dizem. "Ninguém os ajudou", disse Bulama, que conseguiu fugir de Damboa. "Todo mundo os odeia. Nós os odiamos". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Morre vibrafonista Bobby Hutcherson, importante nome do jazz, aos 75 anos
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Bobby Hutcherson, renomado vibrafonista da cena jazzística, morreu nesta segunda-feira (15) em sua casa em Montara, na Califórnia, aos 75 anos. De acordo com informações do "New York Times", Marshall Lamm, um porta-voz da família, afirmou que o músico não resistiu a um enfisema pulmonar. Com um estilo inspirado no do vibrafonista Milt Jackson, Hutcherson estreou em uma gravação do pianista Les McCann, em 1961, iniciando uma parceria com o selo Blue Note Records. O músico lançou mais de 40 álbuns, ficando conhecido por composições como "Little B's Poem", "Bouquet" e "Montara", entre outras. No Brasil, Hutcherson se apresentou como convidado do trio do organista Joey DeFrancesco no Tim Festival, em 2007. No show, no Auditório Ibirapuera, eles exibiram sofisticadas releituras de temas de John Coltrane ("Pursuance") e Thelonious Monk ("Little Rootie Tootie").
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ilustrada
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Morre vibrafonista Bobby Hutcherson, importante nome do jazz, aos 75 anosBobby Hutcherson, renomado vibrafonista da cena jazzística, morreu nesta segunda-feira (15) em sua casa em Montara, na Califórnia, aos 75 anos. De acordo com informações do "New York Times", Marshall Lamm, um porta-voz da família, afirmou que o músico não resistiu a um enfisema pulmonar. Com um estilo inspirado no do vibrafonista Milt Jackson, Hutcherson estreou em uma gravação do pianista Les McCann, em 1961, iniciando uma parceria com o selo Blue Note Records. O músico lançou mais de 40 álbuns, ficando conhecido por composições como "Little B's Poem", "Bouquet" e "Montara", entre outras. No Brasil, Hutcherson se apresentou como convidado do trio do organista Joey DeFrancesco no Tim Festival, em 2007. No show, no Auditório Ibirapuera, eles exibiram sofisticadas releituras de temas de John Coltrane ("Pursuance") e Thelonious Monk ("Little Rootie Tootie").
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Advogado de publicitária diz que ela não é laranja para imóvel no Guarujá
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O advogado de Nelci Warken, presa na quarta (27) pela Operação Lava Jato, disse que sua cliente é dona da Murray Holdings e de um dos imóveis do condomínio Solaris, no Guarujá, registrado em nome da empresa offshore, baseada no Estado de Nevada (EUA). Alexandre Crepaldi negou que a publicitária de 63 anos, dona de uma empresa que distribui panfletos em São Paulo, seja "laranja" da OAS ou de pessoas ligadas ao tesoureiro afastado do PT João Vaccari Neto. A Murray figura como proprietária de um apartamento tríplex no Solaris, mesmo condomínio onde o ex-presidente Lula teria um tríplex, no Guarujá (SP). Nove apartamentos em nome da OAS e o imóvel no nome da offshore foram os focos da fase Triplo X, da Lava Jato. "Minha cliente não é laranja de ninguém. Ela vai esclarecer no depoimento que o dinheiro que ela usou para comprar os imóveis têm origem em 45 anos de trabalho no ramo da publicidade e a razão dela ter optado por comprá-lo através de uma empresa offshore, o que não é crime", disse o advogado. Ela vai depor nesta sexta (29) à Polícia Federal. Nelci Warken é suspeita de utilizar a estrutura da Murray para ocultar patrimônio em favor de Marice Correa de Lima, a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde o ano passado. "Ela conhece o Vaccari de vista, de uma reunião de pessoas que compraram cotas da Bancoop, mas não tem nenhuma relação com ele ou com a OAS", disse o defensor. Segundo ele, Warken já prestou serviços na área de publicidade para diversas construtoras, entre elas a OAS, e para a própria Bancoop.
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poder
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Advogado de publicitária diz que ela não é laranja para imóvel no GuarujáO advogado de Nelci Warken, presa na quarta (27) pela Operação Lava Jato, disse que sua cliente é dona da Murray Holdings e de um dos imóveis do condomínio Solaris, no Guarujá, registrado em nome da empresa offshore, baseada no Estado de Nevada (EUA). Alexandre Crepaldi negou que a publicitária de 63 anos, dona de uma empresa que distribui panfletos em São Paulo, seja "laranja" da OAS ou de pessoas ligadas ao tesoureiro afastado do PT João Vaccari Neto. A Murray figura como proprietária de um apartamento tríplex no Solaris, mesmo condomínio onde o ex-presidente Lula teria um tríplex, no Guarujá (SP). Nove apartamentos em nome da OAS e o imóvel no nome da offshore foram os focos da fase Triplo X, da Lava Jato. "Minha cliente não é laranja de ninguém. Ela vai esclarecer no depoimento que o dinheiro que ela usou para comprar os imóveis têm origem em 45 anos de trabalho no ramo da publicidade e a razão dela ter optado por comprá-lo através de uma empresa offshore, o que não é crime", disse o advogado. Ela vai depor nesta sexta (29) à Polícia Federal. Nelci Warken é suspeita de utilizar a estrutura da Murray para ocultar patrimônio em favor de Marice Correa de Lima, a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde o ano passado. "Ela conhece o Vaccari de vista, de uma reunião de pessoas que compraram cotas da Bancoop, mas não tem nenhuma relação com ele ou com a OAS", disse o defensor. Segundo ele, Warken já prestou serviços na área de publicidade para diversas construtoras, entre elas a OAS, e para a própria Bancoop.
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Farra das passagens envolveu partidos da base de Temer e oposição; relembre
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Dos nomes citados no escândalo conhecido como a "farra das passagens", em 2009, há políticos de partidos que hoje são da base e da oposição do governo Michel Temer (PMDB). Parte deles, ex-deputados federais, foi alvo de denúncia da Procuradoria da República da 1ª Região. O escândalo veio à tona em 2009, quando foi noticiado que parlamentares usavam suas verbas de passagem aérea para custear viagens particulares no Brasil e no exterior —deles, de parentes e de outras pessoas. Na ocasião, o argumento dos congressistas foi o de que não havia, entre as normas que regulavam o uso da cota, uma vedação explícita à prática. Os únicos efeitos foram a edição de regra proibindo a doação dos bilhetes aéreos para parentes e terceiros, além da divulgação dos dados sobre o uso das passagens na internet. Entre os denunciados estão os ex-deputados Antonio Palocci (PT) e Eduardo Cunha (PMDB), presos na Lava Jato. Temer, então presidente da Câmara, e outros políticos com foro privilegiado não foram incluídos no documento e só podem ser alvos de investigação da Procuradoria-Geral da República. Veja alguns políticos citados em reportagens da época: * Michel Temer (PMDB) O presidente Michel Temer (PMDB), que comandava a Câmara dos Deputados na ocasião, teve seu nome envolvido no escândalo. Ele usou sua cota para viagem de turismo a Porto Seguro (BA) com a mulher, familiares e amigos. À época, Temer afirmou que "o crédito era do parlamentar, inexistindo regras claras definindo os limites da sua utilização". Temer não foi citado na recente denúncia do Ministério Público Federal. Por ter foro privilegiado, ele só pode ser alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República. Moreira Franco (PMDB) Moreira Franco (PMDB), secretário do Programa de Parcerias de Investimentos do governo e ex-ministro da Aviação Civil de Dilma Rousseff, também teria participado do esquema das passagens, segundo a investigação. Por meio de sua assessoria de imprensa, o aliado de Temer respondeu que não fez uso indevido da verba e que isso ficará claro. ACM Neto (DEM) À época corregedor da Câmara, ou seja, responsável pela apuração inicial de denúncias contra os deputados e consequente encaminhamento para o Conselho de Ética, o ex-deputado e prefeito reeleito de Salvador ACM Neto (DEM) foi um dos denunciados pela Procuradoria. O ex-deputado chegou a dizer à coluna Painel, da Folha, que "achava que a imprensa queria fechar o Congresso" e que poderia, sim, ter utilizado passagens da Câmara para viajar com a mulher para Paris. Procurado na quarta (2), ACM Neto classificou a denúncia como "descabida, improcedente e inaceitável". A defesa do prefeito de Salvador afirmou que, na época, o caso foi arquivado no STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido do próprio Ministério Público, "que reconheceu que não houve nenhum crime". "Já ficou comprovado que não houve crime. Se o STF já arquivou a ação, tenho certeza que vai acontecer a mesma coisa na instância inferior", disse. Ciro Gomes (PDT, na época PSB) Possível presidenciável em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT, na época do PSB) também foi citado pelo Ministério Público. Foram compradas na cota de Ciro passagens para Nova York, cidade que visitou com a mãe. Após seu nome ser citado, a TAM afirmou ter errado e inadvertidamente cobrado as passagens da mãe da cota do deputado. "No momento da emissão dos bilhetes, a loja da companhia em Fortaleza trocou, inadvertidamente, os documentos de crédito, emitindo as passagens de Ciro Gomes com créditos particulares da família e os bilhetes de Maria José Gomes com documentos de crédito oriundos da cota parlamentar", disse a TAM na nota. O ex-ministro afirmou à Folha que a acusação contra ele "é uma mentira, cabalmente esclarecida à época." Fernando Gabeira (PV) O ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV), um dos denunciados, reconheceu publicamente na época que cometeu um "equívoco" ao repassar ao comprar uma passagem para o exterior para a filha com a cota parlamentar. Ele se disse arrependido e prometeu que devolveria o dinheiro das passagens utilizadas pela família. Fábio Faria (PMN) O ex-deputado Fábio Faria (PMN) utilizou passagens da Câmara para financiar a viagem de artistas a um Carnaval fora de época organizado pelo próprio parlamentar em Natal (RN). Ele também repassou parte de sua cota para a ex-namorada Adriane Galisteu, a ex-sogra e um amigo da apresentadora –mas ressarciu os cofres da Câmara. O então presidente da Câmara Michel Temer arquivou representação contra o deputado com base em pareceres de especialistas que a Câmara contratou para analisar o uso de passagens aéreas por parlamentares. Faria não está na lista de denunciados pelo Ministério Público Federal. João Paulo Cunha (PT) O ex-deputado João Paulo Cunha (PT), condenado no mensalão, é outro denunciado. Conforme noticiou a Folha, João Paulo emitiu passagens de sua cota para ele, a mulher e a filha para Bariloche, cidade argentina famosa por suas estações de esqui. À época, Cunha não respondeu a reportagem. Luciana Genro (PSOL) O ex-delegado federal Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, utilizou a cota de passagem aérea da deputada Luciana Genro (PSOL) para participar de um ato do partido contra a corrupção e proferir palestra a estudantes, no Rio Grande do Sul, no final do ano passado. À época, a parlamentar confirmou à Folha que seu gabinete emitiu dois bilhetes para o delegado porque os atos eram relacionados ao combate à corrupção –principal bandeira de campanha do PSOL. Luciana é uma das denunciadas.
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Farra das passagens envolveu partidos da base de Temer e oposição; relembreDos nomes citados no escândalo conhecido como a "farra das passagens", em 2009, há políticos de partidos que hoje são da base e da oposição do governo Michel Temer (PMDB). Parte deles, ex-deputados federais, foi alvo de denúncia da Procuradoria da República da 1ª Região. O escândalo veio à tona em 2009, quando foi noticiado que parlamentares usavam suas verbas de passagem aérea para custear viagens particulares no Brasil e no exterior —deles, de parentes e de outras pessoas. Na ocasião, o argumento dos congressistas foi o de que não havia, entre as normas que regulavam o uso da cota, uma vedação explícita à prática. Os únicos efeitos foram a edição de regra proibindo a doação dos bilhetes aéreos para parentes e terceiros, além da divulgação dos dados sobre o uso das passagens na internet. Entre os denunciados estão os ex-deputados Antonio Palocci (PT) e Eduardo Cunha (PMDB), presos na Lava Jato. Temer, então presidente da Câmara, e outros políticos com foro privilegiado não foram incluídos no documento e só podem ser alvos de investigação da Procuradoria-Geral da República. Veja alguns políticos citados em reportagens da época: * Michel Temer (PMDB) O presidente Michel Temer (PMDB), que comandava a Câmara dos Deputados na ocasião, teve seu nome envolvido no escândalo. Ele usou sua cota para viagem de turismo a Porto Seguro (BA) com a mulher, familiares e amigos. À época, Temer afirmou que "o crédito era do parlamentar, inexistindo regras claras definindo os limites da sua utilização". Temer não foi citado na recente denúncia do Ministério Público Federal. Por ter foro privilegiado, ele só pode ser alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República. Moreira Franco (PMDB) Moreira Franco (PMDB), secretário do Programa de Parcerias de Investimentos do governo e ex-ministro da Aviação Civil de Dilma Rousseff, também teria participado do esquema das passagens, segundo a investigação. Por meio de sua assessoria de imprensa, o aliado de Temer respondeu que não fez uso indevido da verba e que isso ficará claro. ACM Neto (DEM) À época corregedor da Câmara, ou seja, responsável pela apuração inicial de denúncias contra os deputados e consequente encaminhamento para o Conselho de Ética, o ex-deputado e prefeito reeleito de Salvador ACM Neto (DEM) foi um dos denunciados pela Procuradoria. O ex-deputado chegou a dizer à coluna Painel, da Folha, que "achava que a imprensa queria fechar o Congresso" e que poderia, sim, ter utilizado passagens da Câmara para viajar com a mulher para Paris. Procurado na quarta (2), ACM Neto classificou a denúncia como "descabida, improcedente e inaceitável". A defesa do prefeito de Salvador afirmou que, na época, o caso foi arquivado no STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido do próprio Ministério Público, "que reconheceu que não houve nenhum crime". "Já ficou comprovado que não houve crime. Se o STF já arquivou a ação, tenho certeza que vai acontecer a mesma coisa na instância inferior", disse. Ciro Gomes (PDT, na época PSB) Possível presidenciável em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT, na época do PSB) também foi citado pelo Ministério Público. Foram compradas na cota de Ciro passagens para Nova York, cidade que visitou com a mãe. Após seu nome ser citado, a TAM afirmou ter errado e inadvertidamente cobrado as passagens da mãe da cota do deputado. "No momento da emissão dos bilhetes, a loja da companhia em Fortaleza trocou, inadvertidamente, os documentos de crédito, emitindo as passagens de Ciro Gomes com créditos particulares da família e os bilhetes de Maria José Gomes com documentos de crédito oriundos da cota parlamentar", disse a TAM na nota. O ex-ministro afirmou à Folha que a acusação contra ele "é uma mentira, cabalmente esclarecida à época." Fernando Gabeira (PV) O ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV), um dos denunciados, reconheceu publicamente na época que cometeu um "equívoco" ao repassar ao comprar uma passagem para o exterior para a filha com a cota parlamentar. Ele se disse arrependido e prometeu que devolveria o dinheiro das passagens utilizadas pela família. Fábio Faria (PMN) O ex-deputado Fábio Faria (PMN) utilizou passagens da Câmara para financiar a viagem de artistas a um Carnaval fora de época organizado pelo próprio parlamentar em Natal (RN). Ele também repassou parte de sua cota para a ex-namorada Adriane Galisteu, a ex-sogra e um amigo da apresentadora –mas ressarciu os cofres da Câmara. O então presidente da Câmara Michel Temer arquivou representação contra o deputado com base em pareceres de especialistas que a Câmara contratou para analisar o uso de passagens aéreas por parlamentares. Faria não está na lista de denunciados pelo Ministério Público Federal. João Paulo Cunha (PT) O ex-deputado João Paulo Cunha (PT), condenado no mensalão, é outro denunciado. Conforme noticiou a Folha, João Paulo emitiu passagens de sua cota para ele, a mulher e a filha para Bariloche, cidade argentina famosa por suas estações de esqui. À época, Cunha não respondeu a reportagem. Luciana Genro (PSOL) O ex-delegado federal Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, utilizou a cota de passagem aérea da deputada Luciana Genro (PSOL) para participar de um ato do partido contra a corrupção e proferir palestra a estudantes, no Rio Grande do Sul, no final do ano passado. À época, a parlamentar confirmou à Folha que seu gabinete emitiu dois bilhetes para o delegado porque os atos eram relacionados ao combate à corrupção –principal bandeira de campanha do PSOL. Luciana é uma das denunciadas.
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Haddad retoma radar-pistola para caçar moto nas marginais
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Aposentados há um ano e alvo de críticas de fiscais de trânsito, os radares-pistola serão ressuscitados pela gestão Fernando Haddad (PT) para caçar motoqueiros que andam acima da velocidade máxima permitida nas marginais Pinheiros e Tietê. O equipamento funciona com um laser que mede a velocidade e dispara uma câmera que fotografa a placa. A prefeitura havia abandonado esse tipo de aparelho após críticas de marronzinhos da CET. Eles alegavam dificuldade de manejar um objeto de 1,5 kg, além de medo de sofrer agressões dos motoqueiros flagrados. Há um ano, quando a Folha antecipou a aposentadoria desse tipo de radar portátil, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) justificou que não renovaria o aluguel de seis aparelhos porque outros equipamentos em instalação eram mais avançados e tinham capacidade de fiscalizar as motos. A partir da próxima quinta-feira (10), dez aparelhos do tipo serão usados em 38 pontos das duas marginais. Cada uma delas irá receber metade dos equipamentos. Agora, em vez dos marronzinhos, quem vai operar os radares será a GCM (Guarda Civil Metropolitana), que está sendo treinada para atuar nesse tipo de fiscalização. Alguns motoristas criticam a prefeitura por terem de pisar no freio devido à redução dos limites, enquanto condutores de motos cometem infrações impunemente. Isso acontece porque muitos motociclistas escapam dos radares convencionais por trafegarem entre as faixas (e não no meio delas), pelo tamanho reduzido da placa e por não terem identificação dianteira (boa parte dos flagrantes ocorre pela frente). É comum ver motos trafegando pela pista expressa da marginal Tietê, vetada para esse tipo de veículo –na Pinheiros, o uso é liberado. Ao anunciar a volta dos radares, Haddad disse que eles serão usados "para proteger a vida do motociclista, que é a segunda maior vítima do trânsito de São Paulo". De 1.084 acidentes com vítimas nas marginais em 2014, 923 (85%) envolveram motociclistas, segundo levantamento da prefeitura. Segundo relatório da CET revelado pela Folha, nas seis semanas após a redução de velocidade nas marginais (de 20 de julho a 30 de agosto), os acidentes com vítimas caíram 27% em relação ao mesmo período de 2014. Os casos passaram de 159 para 116. "É um processo educativo. Eu já colho depoimentos de pessoas que têm coragem de admitir que melhorou", afirmou o prefeito.
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cotidiano
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Haddad retoma radar-pistola para caçar moto nas marginaisAposentados há um ano e alvo de críticas de fiscais de trânsito, os radares-pistola serão ressuscitados pela gestão Fernando Haddad (PT) para caçar motoqueiros que andam acima da velocidade máxima permitida nas marginais Pinheiros e Tietê. O equipamento funciona com um laser que mede a velocidade e dispara uma câmera que fotografa a placa. A prefeitura havia abandonado esse tipo de aparelho após críticas de marronzinhos da CET. Eles alegavam dificuldade de manejar um objeto de 1,5 kg, além de medo de sofrer agressões dos motoqueiros flagrados. Há um ano, quando a Folha antecipou a aposentadoria desse tipo de radar portátil, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) justificou que não renovaria o aluguel de seis aparelhos porque outros equipamentos em instalação eram mais avançados e tinham capacidade de fiscalizar as motos. A partir da próxima quinta-feira (10), dez aparelhos do tipo serão usados em 38 pontos das duas marginais. Cada uma delas irá receber metade dos equipamentos. Agora, em vez dos marronzinhos, quem vai operar os radares será a GCM (Guarda Civil Metropolitana), que está sendo treinada para atuar nesse tipo de fiscalização. Alguns motoristas criticam a prefeitura por terem de pisar no freio devido à redução dos limites, enquanto condutores de motos cometem infrações impunemente. Isso acontece porque muitos motociclistas escapam dos radares convencionais por trafegarem entre as faixas (e não no meio delas), pelo tamanho reduzido da placa e por não terem identificação dianteira (boa parte dos flagrantes ocorre pela frente). É comum ver motos trafegando pela pista expressa da marginal Tietê, vetada para esse tipo de veículo –na Pinheiros, o uso é liberado. Ao anunciar a volta dos radares, Haddad disse que eles serão usados "para proteger a vida do motociclista, que é a segunda maior vítima do trânsito de São Paulo". De 1.084 acidentes com vítimas nas marginais em 2014, 923 (85%) envolveram motociclistas, segundo levantamento da prefeitura. Segundo relatório da CET revelado pela Folha, nas seis semanas após a redução de velocidade nas marginais (de 20 de julho a 30 de agosto), os acidentes com vítimas caíram 27% em relação ao mesmo período de 2014. Os casos passaram de 159 para 116. "É um processo educativo. Eu já colho depoimentos de pessoas que têm coragem de admitir que melhorou", afirmou o prefeito.
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Erramos: Outro Canal - Tiago Leifert deve deixar o jornalismo da TV Globo
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Na seção "Pague para Ver", da coluna "Tiago Leifert deve deixar o jornalismo da TV Globo (Ilustrada - 13/05/2015 - 02h00), publicada também na versão impressa, diferentemente do que foi escrito, "Guerra do Paraguai" é a primeira produção nacional de 2015 do History.
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ilustrada
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Erramos: Outro Canal - Tiago Leifert deve deixar o jornalismo da TV GloboNa seção "Pague para Ver", da coluna "Tiago Leifert deve deixar o jornalismo da TV Globo (Ilustrada - 13/05/2015 - 02h00), publicada também na versão impressa, diferentemente do que foi escrito, "Guerra do Paraguai" é a primeira produção nacional de 2015 do History.
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Sem foro, políticos serão julgados este ano, estima senador Alvaro Dias
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Autor do projeto que acaba com o foro privilegiado para praticamente todas as autoridades, aprovado em primeiro turno na quarta (26) no Senado, o senador Alvaro Dias (PV-PR) disse acreditar que políticos envolvidos na Lava Jato poderão ser julgados até o fim deste ano em primeira instância caso a proposta avance. O parlamentar afirmou que a tendência do Supremo Tribunal Federal de rever parcialmente o foro privilegiado de políticos, limitando-o a atos praticados durante o mandato, seria insuficiente, mas foi um estímulo à aprovação do texto no Senado. Para Dias, a manutenção do foro levaria à prescrição de ações da Lava Jato e daria sabor "amargo" à operação. * Folha - O sr. apresentou essa proposta em 2013, mas ela só foi a plenário quando o STF preparava um julgamento que restringiria principalmente o foro dos políticos. Houve uma reação dos parlamentares? Alvaro Dias - Foi um estímulo, mas não decisivo. O projeto estava destinado a ser aprovado, dada a pressão popular. Mesmo os que não gostam da ideia não teriam coragem de rejeitar. Trata-se de uma retaliação dos políticos, para acabar também com o foro de juízes e outros agentes públicos? Aqueles que admitiam o fim do foro só admitiam se fosse para todos, mas teve peso: o fato de extinguir o foro privilegiado de todos, inclusive do Poder Judiciário, contribuiu para agregar apoio. O STF poderia promover uma restrição parcial, o que não seria suficiente. [Iria contra] o objetivo de uma nova Justiça no país. Há 28 senadores alvos de inquérito no STF pela Lava Jato. Por que decidiram votar contra esse privilégio? O desgaste seria desproporcional e infrutífero, porque a tendência era a aprovação, mesmo com votos contrários. Com a proposta, haverá um excesso de ações em primeira instância contra políticos? Não creio. Ações são impetradas em funções de crimes praticados. Haverá uma distribuição dessas ações. O instituto do foro privilegiado é o paraíso da impunidade: 68% das ações dos últimos anos prescreveram. Até 2011, apenas quatro autoridades foram condenadas pelo STF. Nos últimos anos, só 0,78% das ações culminaram em condenação. Como avalia a ideia de políticos de criar cortes especiais para julgar autoridades? Seria a transferência do privilégio. Com o foro, ao final da Lava Jato, nós sentiríamos sensação amarga de impunidade, porque certamente políticos não seriam julgados. A operação é um sucesso, mas será retumbante com o fim do foro. A nova legislação terá efeito sobre ações e inquéritos da Lava Jato em andamento? Sim, porque estamos na fase de investigação, e quem define o foro a partir da aprovação desse projeto é o Código de Processo Penal, que define como foro o local de infração, a não ser quando houver juiz competente. Então todas essas ações que dizem respeito à Operação Lava Jato serão remetidas ao juiz Sérgio Moro. Qual será o efeito prático? Os procedimentos ganharão celeridade com a transferência para a primeira instância. Em média, depois do julgamento de primeira instância, em 120 dias há o julgamento em segunda instância, quando se pode decretar a prisão do condenado. Vai passar a sensação de que a impunidade está sendo derrotada. Em quanto tempo haverá esse efeito? Se tivermos uma tramitação célere na Câmara, daqui a alguns meses, ainda este ano provavelmente, teremos o resultado prático, porque teríamos a redistribuição das ações e veremos resultado imediato, com julgamento. O que ocorre na primeira instância é a celeridade. Quando o juiz Moro colhe o depoimento, ele julga, aplica a penalidade e vai para a segunda instância. O texto será modificado na Câmara? Não há o que ajustar no texto, a não ser que se deseje deformar a proposta, minimizando seus efeitos, criando alternativas de privilégio. Já existe entendimento para votação na Câmara? Não houve nenhuma providência em relação a isso. O primeiro ponto é convencer o presidente Rodrigo Maia a colocar em tramitação. O texto esperou quatro anos para ser votado. Pode ficar parado de novo? É possível, mas agora é mais difícil. A decisão do Senado é uma pressão forte sobre a Câmara. Ficará difícil adotar expedientes protelatórios, porque será um desgaste enorme.
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Sem foro, políticos serão julgados este ano, estima senador Alvaro DiasAutor do projeto que acaba com o foro privilegiado para praticamente todas as autoridades, aprovado em primeiro turno na quarta (26) no Senado, o senador Alvaro Dias (PV-PR) disse acreditar que políticos envolvidos na Lava Jato poderão ser julgados até o fim deste ano em primeira instância caso a proposta avance. O parlamentar afirmou que a tendência do Supremo Tribunal Federal de rever parcialmente o foro privilegiado de políticos, limitando-o a atos praticados durante o mandato, seria insuficiente, mas foi um estímulo à aprovação do texto no Senado. Para Dias, a manutenção do foro levaria à prescrição de ações da Lava Jato e daria sabor "amargo" à operação. * Folha - O sr. apresentou essa proposta em 2013, mas ela só foi a plenário quando o STF preparava um julgamento que restringiria principalmente o foro dos políticos. Houve uma reação dos parlamentares? Alvaro Dias - Foi um estímulo, mas não decisivo. O projeto estava destinado a ser aprovado, dada a pressão popular. Mesmo os que não gostam da ideia não teriam coragem de rejeitar. Trata-se de uma retaliação dos políticos, para acabar também com o foro de juízes e outros agentes públicos? Aqueles que admitiam o fim do foro só admitiam se fosse para todos, mas teve peso: o fato de extinguir o foro privilegiado de todos, inclusive do Poder Judiciário, contribuiu para agregar apoio. O STF poderia promover uma restrição parcial, o que não seria suficiente. [Iria contra] o objetivo de uma nova Justiça no país. Há 28 senadores alvos de inquérito no STF pela Lava Jato. Por que decidiram votar contra esse privilégio? O desgaste seria desproporcional e infrutífero, porque a tendência era a aprovação, mesmo com votos contrários. Com a proposta, haverá um excesso de ações em primeira instância contra políticos? Não creio. Ações são impetradas em funções de crimes praticados. Haverá uma distribuição dessas ações. O instituto do foro privilegiado é o paraíso da impunidade: 68% das ações dos últimos anos prescreveram. Até 2011, apenas quatro autoridades foram condenadas pelo STF. Nos últimos anos, só 0,78% das ações culminaram em condenação. Como avalia a ideia de políticos de criar cortes especiais para julgar autoridades? Seria a transferência do privilégio. Com o foro, ao final da Lava Jato, nós sentiríamos sensação amarga de impunidade, porque certamente políticos não seriam julgados. A operação é um sucesso, mas será retumbante com o fim do foro. A nova legislação terá efeito sobre ações e inquéritos da Lava Jato em andamento? Sim, porque estamos na fase de investigação, e quem define o foro a partir da aprovação desse projeto é o Código de Processo Penal, que define como foro o local de infração, a não ser quando houver juiz competente. Então todas essas ações que dizem respeito à Operação Lava Jato serão remetidas ao juiz Sérgio Moro. Qual será o efeito prático? Os procedimentos ganharão celeridade com a transferência para a primeira instância. Em média, depois do julgamento de primeira instância, em 120 dias há o julgamento em segunda instância, quando se pode decretar a prisão do condenado. Vai passar a sensação de que a impunidade está sendo derrotada. Em quanto tempo haverá esse efeito? Se tivermos uma tramitação célere na Câmara, daqui a alguns meses, ainda este ano provavelmente, teremos o resultado prático, porque teríamos a redistribuição das ações e veremos resultado imediato, com julgamento. O que ocorre na primeira instância é a celeridade. Quando o juiz Moro colhe o depoimento, ele julga, aplica a penalidade e vai para a segunda instância. O texto será modificado na Câmara? Não há o que ajustar no texto, a não ser que se deseje deformar a proposta, minimizando seus efeitos, criando alternativas de privilégio. Já existe entendimento para votação na Câmara? Não houve nenhuma providência em relação a isso. O primeiro ponto é convencer o presidente Rodrigo Maia a colocar em tramitação. O texto esperou quatro anos para ser votado. Pode ficar parado de novo? É possível, mas agora é mais difícil. A decisão do Senado é uma pressão forte sobre a Câmara. Ficará difícil adotar expedientes protelatórios, porque será um desgaste enorme.
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PF é dispensável na negociação de delação, afirma procuradora
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A procuradora da República Thaméa Danelon, integrante do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em São Paulo, diz que seus colegas da Operação Lava Jato não desprezam o trabalho feito pela Polícia Federal, mas não existem razões para incluí-los nas negociações de delação premiada. Só procuradores podem oferecer benefícios aos interessados em colaborar, diz ela. Após os policiais ficarem de fora da costura do acordo com os delatores da Odebrecht cresceu o ruído entre Ministério Público Federal e Polícia Federal. Thaméa admite o clima ruim entre as instituições, mas evita classificar isso como crise. Uma das procuradoras mais próximas de Deltan Dallagnol, ela defende o colega da acusação de que tenha tentado virar o herói da Lava Jato. Leia trechos da entrevista. * Folha - Há uma crise hoje entre Ministério Público Federal e PF? Thaméa Danelon - Olha, eu não vejo como crise. É certo que sempre existiu um certo conflito, não entre as instituições, mas entre alguns membros das instituições. O que é natural, pode acontecer em várias áreas. Então eu acho muito importante que as instituições trabalhem em conjunto. Por que a Lava Jato tem esse êxito? Pelo trabalho em conjunto do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Receita Federal. Cada órgão tem a sua expertise. Nenhum órgão é autônomo para conduzir qualquer tipo de trabalho, embora nós do Ministério Público Federal podemos investigar –e investigamos e é de extrema importância isso– não dá pra trabalhar sozinho. Nós precisamos, seja da Polícia Federal, seja da Controladoria-Geral da União, seja da Receita Federal. Então, o ideal é que as instituições parem de ficar uma atacando a outra e trabalhem em conjunto. Se existe crise, eu não vejo dessa forma, mas existem algumas pessoas, alguns membros de uma instituição ou outra, que criticam a outra instituição. O delegado da PF Maurício Moscardi Grillo disse em entrevista que o MPF proibiu a PF de participar da delação da Odebrecht para evitar vazamentos. Não evitou. Ele diz que os policiais que conseguiram as provas que incriminaram a Odebrecht foram desprezados pelos procuradores. O que a senhora pensa disso? Eu não vejo qualquer tipo de desprezo. A Polícia Federal fez um trabalho extraordinário na Lava Jato e em outras situações. Mas vou te fazer uma pergunta: por que a polícia quer tanto participar de um acordo de colaboração? E por que a Receita Federal não quis participar? Por que a CGU (Controladoria-Geral da União) não quer participar? A gente tem que ver qual é a necessidade. Qual o objetivo do acordo de delação premiada? É obter provas, quanto mais provas, melhor. A PF tem interesse de obter provas? Sim, claro, o trabalho da PF é esse: investigar e coletar provas, realizar a diligências e as medidas cautelares. Agora veja, no acordo de colaboração premiada, se por um lado o objetivo dos órgãos de investigação é obter provas, por outro lado, o do colaborador é obter benefícios. E quem pode oferecer benefícios? O titular da ação penal. Um dos benefícios a serem oferecidos é esperar meses até oferecer a ação penal. Quem oferece uma ação criminal, uma denúncia, é o ministério público federal. A polícia não poderia prometer isso. Outro benefício, como por exemplo, que a pessoa cumpra um determinado período de tempo na prisão. Quem vai decidir isso é o juiz ouvindo o ministério público. A Polícia Federal do Brasil é excelente, mas ela vai até a parte investigativa. Quando a polícia conclui a investigação policial, conclui o relatório policial e passa para o Ministério Público Federal e começa uma ação penal ela não tem participação. Ela poderia, por exemplo, um agente ou delegado ser ouvido como testemunha. Mas a polícia não interfere mais na ação penal. E os benefícios oferecidos para o colaborador é uma ação penal. Então eu não vejo a necessidade de uma participação de todas as colaborações pela polícia. Então de fato eu acho que fica a critério do procurador se ele vai trazer a polícia ou não para junto para celebrar uma colaboração premiada. Então a senhora acha que a presença da Polícia Federal na colaboração premiada é dispensável? É completamente dispensável. E quando eu falo isso eu não estou menosprezando o trabalho da polícia. Tem casos em que o trabalho da polícia é indispensável e em alguns casos não é. Assim como o próprio inquérito policial é dispensável. Se o membro do ministério público recebe documentos e provas [sem isso passar pela polícia] ele ajuíza a ação criminal e pronto. Numa colaboração premiada eu não vejo a necessidade [da participação da polícia]. Qual o problema da participação da Polícia Federal? Quanto menos gente participando num ato sigiloso, melhor. Menos possibilidade de vazamento vai ter. O delegado também diz na entrevista que há membros do Ministério Público Federal que tentam virar heróis e cita os procuradores da Lava Jato. O que a senhora pensa disso? Não penso dessa forma. Os colegas da Lava Jato, como a grande maioria dos colegas do MPF, trabalham cumprindo a constituição. Não houve personificação em hipótese alguma. Claro que o Deltan [Dallagnol] se destacou mais por ser o coordenador e ter mais habilidade para expor na mídia. Mas é natural, não tem como todos falarem. Tem um que tem mais habilidade para fazer colaboração, tem um que tem mais habilidade para falar com a imprensa, o outro tem mais habilidade para analisar uma prova. É um trabalho de equipe. Não tem heróis. São operadores do direito, técnicos, que cumprimos o nosso dever de investigar o fato criminoso e processar quem praticou o crime. Mas a relação com a PF está boa ou não? Algumas pessoas falam que tem rivalidade entre agentes e delegados da Polícia Federal. E que alguns delegados teriam com o MPF. Assim, a eventual existência de rixa não é institucional. É entre pessoas, né? Uma pessoa pode não concordar com o trabalho da outra e criticar o trabalho da outra. Eu acho errado isso. As instituições têm que se unir. Nenhum procurador ou promotor quando quer investigar quer presidir o inquérito policial. Ninguém quer usurpar a função do outro, só quer cumprir o seu papel. Agora, de fato não é agradável ter uma coisa institucional da associação dos delegados querer impedir que o Ministério Público investigue ou se posicionar contra as dez medidas contra a corrupção, por exemplo. Eu não concordo. Eu penso que a gente tem que se unir. Nós não temos que brigar entre nós, mas contra o crime, contra o corrupto, contra o traficante. Essa crise pode prejudicar investigações como a Lava Jato? Sim, claro que prejudica. Se você não concorda que alguém faça aquilo, e por isso não ajudar, parece uma coisa infantil e prejudica. Porque o nosso trabalho tem que estar em primeiro lugar, não o que cada um tem de vantagem ou se um ganha mais que o outro. A partir do momento que você aceita entrar numa instituição você aceita os prós e os contras. Então claro que você pode querer lutar para melhorar, mas não atacando outra instituição. Então isso eu não acho adequado. O delegado também diz na entrevista que o Ministério Público celebrou acordos de colaboração premiada de caráter meramente políticos. Acrescenta que afirmações feitas nas delações de Delcídio do Amaral, Nestor Cerveró e Sergio Machado foram encaminhadas para a PF para a instauração de inquérito, mas não foram adiante porque não havia elementos de crimes. Diz que muitas dessas delações não passam de disse me disse. E diz que há o risco de a Lava Jato terminar sem ninguém preso. O que a senhora acha disso? Se ele acha de fato que foi uso político, ele tem que tomar as providências cabíveis. Se ele realmente acha isso, ele tem que comunicar as instâncias correcionais. Mas em hipótese nenhuma qualquer ato é praticado por cunho político. É uma instituição independente, autônoma, temos uma chefia escolhida pela própria classe. Então, se ele acha que tem alguma coisa errada, ele não deve procurar a imprensa, ele tem que procurar os órgãos correcionais. Como está o trâmite das dez medidas? O projeto foi completamente deturpado. O projeto era medidas contra a corrupção. Num pacote desses é claro que é possível inserir uma mudança ou outra, mas nada que fuja ao combate à corrupção. Das dez medidas, apenas duas foram aprovadas. Todo o resto foi rejeitado. E o que foi aprovado? Criminalizar apenas os membros do Ministério Público e do Judiciário por crime de responsabilidade. O que isso tem a ver com o combate à corrupção? Os deputados dizem que a lei tem que ser para todos. E evidentemente a lei tem que ser para todos. Quando pleiteamos o aumento das penas de corrupção caso um juiz ou um procurador cometa um crime de corrupção esse aumento vai ser para ele também. O projeto das dez medidas é para qualquer ato de corrupção, seja ele praticado por procurador, seja ele praticado pelo juiz, seja ele praticado por um político, seja ele praticado por um servidor público. O Ministério Público é contra a proposta que pune com mais severidade o abuso de autoridade? A lei do abuso de autoridade é uma lei muito antiga e de fato as penas são muito baixas. Então é salutar uma discussão sobre isso para que se aumente as penas. Mas por que neste momento? Neste momento em que o Ministério Público e a magistratura federal têm feito um trabalho muito interessante na Operação Lava Jato conseguindo êxitos que nunca foram alcançados anteriormente, como a prisão de poderosos e grandes políticos? Uma boa parte dos deputados federais são investigados na Lava Jato. Então eu não tenho dúvida que levantar essa questão neste momento é uma retaliação. Foi levantada [a proposta] pelo senador Renan Calheiros, que é investigado na Lava Jato, que foi processado, inclusive teve a primeira denúncia oferecida contra ele, então não há dúvidas de que essas medidas são todas retaliatórias. Quando você fala em abuso de autoridade, dificilmente você vai ver contra um criminoso de colarinho branco, eu não conheço (caso) nenhum criminoso réu investigado de crimes de colarinho branco, de crimes financeiros que foi vítima de abuso de autoridade. Agora, na classe menos favorecida você vê diariamente. Quando uma operação atinge a classe política aqueles que fazem as leis vão usar as leis para se proteger e para atacar as pessoas que estão investigando. Então por que que a pessoa que cometeu um crime financeiro não pode ser algemado e o que cometeu um furto pode? Qual a diferença? Há outras medidas que a senhora considera que são uma retaliação ao MPF? Além de ressuscitar o projeto de lei do abuso de autoridade, além de querer incluir o crime de abuso de autoridade, a questão financeira é importante. No fim do ano passado, todas as carreiras federais tiveram aumento. Menos a magistratura federal e Ministério Público Federal. Por que a Receita Federal tem aumento, a magistratura do Trabalho tem aumento, a Defensoria Pública tem aumento, por que nossa carreira não tem aumento? Quando você quer retirar benefícios de uma ou outra carreira e manter benefícios, por exemplo, tem alguma coisa errada. Se é para retirar benefícios, que se retire de todos.
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PF é dispensável na negociação de delação, afirma procuradoraA procuradora da República Thaméa Danelon, integrante do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em São Paulo, diz que seus colegas da Operação Lava Jato não desprezam o trabalho feito pela Polícia Federal, mas não existem razões para incluí-los nas negociações de delação premiada. Só procuradores podem oferecer benefícios aos interessados em colaborar, diz ela. Após os policiais ficarem de fora da costura do acordo com os delatores da Odebrecht cresceu o ruído entre Ministério Público Federal e Polícia Federal. Thaméa admite o clima ruim entre as instituições, mas evita classificar isso como crise. Uma das procuradoras mais próximas de Deltan Dallagnol, ela defende o colega da acusação de que tenha tentado virar o herói da Lava Jato. Leia trechos da entrevista. * Folha - Há uma crise hoje entre Ministério Público Federal e PF? Thaméa Danelon - Olha, eu não vejo como crise. É certo que sempre existiu um certo conflito, não entre as instituições, mas entre alguns membros das instituições. O que é natural, pode acontecer em várias áreas. Então eu acho muito importante que as instituições trabalhem em conjunto. Por que a Lava Jato tem esse êxito? Pelo trabalho em conjunto do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Receita Federal. Cada órgão tem a sua expertise. Nenhum órgão é autônomo para conduzir qualquer tipo de trabalho, embora nós do Ministério Público Federal podemos investigar –e investigamos e é de extrema importância isso– não dá pra trabalhar sozinho. Nós precisamos, seja da Polícia Federal, seja da Controladoria-Geral da União, seja da Receita Federal. Então, o ideal é que as instituições parem de ficar uma atacando a outra e trabalhem em conjunto. Se existe crise, eu não vejo dessa forma, mas existem algumas pessoas, alguns membros de uma instituição ou outra, que criticam a outra instituição. O delegado da PF Maurício Moscardi Grillo disse em entrevista que o MPF proibiu a PF de participar da delação da Odebrecht para evitar vazamentos. Não evitou. Ele diz que os policiais que conseguiram as provas que incriminaram a Odebrecht foram desprezados pelos procuradores. O que a senhora pensa disso? Eu não vejo qualquer tipo de desprezo. A Polícia Federal fez um trabalho extraordinário na Lava Jato e em outras situações. Mas vou te fazer uma pergunta: por que a polícia quer tanto participar de um acordo de colaboração? E por que a Receita Federal não quis participar? Por que a CGU (Controladoria-Geral da União) não quer participar? A gente tem que ver qual é a necessidade. Qual o objetivo do acordo de delação premiada? É obter provas, quanto mais provas, melhor. A PF tem interesse de obter provas? Sim, claro, o trabalho da PF é esse: investigar e coletar provas, realizar a diligências e as medidas cautelares. Agora veja, no acordo de colaboração premiada, se por um lado o objetivo dos órgãos de investigação é obter provas, por outro lado, o do colaborador é obter benefícios. E quem pode oferecer benefícios? O titular da ação penal. Um dos benefícios a serem oferecidos é esperar meses até oferecer a ação penal. Quem oferece uma ação criminal, uma denúncia, é o ministério público federal. A polícia não poderia prometer isso. Outro benefício, como por exemplo, que a pessoa cumpra um determinado período de tempo na prisão. Quem vai decidir isso é o juiz ouvindo o ministério público. A Polícia Federal do Brasil é excelente, mas ela vai até a parte investigativa. Quando a polícia conclui a investigação policial, conclui o relatório policial e passa para o Ministério Público Federal e começa uma ação penal ela não tem participação. Ela poderia, por exemplo, um agente ou delegado ser ouvido como testemunha. Mas a polícia não interfere mais na ação penal. E os benefícios oferecidos para o colaborador é uma ação penal. Então eu não vejo a necessidade de uma participação de todas as colaborações pela polícia. Então de fato eu acho que fica a critério do procurador se ele vai trazer a polícia ou não para junto para celebrar uma colaboração premiada. Então a senhora acha que a presença da Polícia Federal na colaboração premiada é dispensável? É completamente dispensável. E quando eu falo isso eu não estou menosprezando o trabalho da polícia. Tem casos em que o trabalho da polícia é indispensável e em alguns casos não é. Assim como o próprio inquérito policial é dispensável. Se o membro do ministério público recebe documentos e provas [sem isso passar pela polícia] ele ajuíza a ação criminal e pronto. Numa colaboração premiada eu não vejo a necessidade [da participação da polícia]. Qual o problema da participação da Polícia Federal? Quanto menos gente participando num ato sigiloso, melhor. Menos possibilidade de vazamento vai ter. O delegado também diz na entrevista que há membros do Ministério Público Federal que tentam virar heróis e cita os procuradores da Lava Jato. O que a senhora pensa disso? Não penso dessa forma. Os colegas da Lava Jato, como a grande maioria dos colegas do MPF, trabalham cumprindo a constituição. Não houve personificação em hipótese alguma. Claro que o Deltan [Dallagnol] se destacou mais por ser o coordenador e ter mais habilidade para expor na mídia. Mas é natural, não tem como todos falarem. Tem um que tem mais habilidade para fazer colaboração, tem um que tem mais habilidade para falar com a imprensa, o outro tem mais habilidade para analisar uma prova. É um trabalho de equipe. Não tem heróis. São operadores do direito, técnicos, que cumprimos o nosso dever de investigar o fato criminoso e processar quem praticou o crime. Mas a relação com a PF está boa ou não? Algumas pessoas falam que tem rivalidade entre agentes e delegados da Polícia Federal. E que alguns delegados teriam com o MPF. Assim, a eventual existência de rixa não é institucional. É entre pessoas, né? Uma pessoa pode não concordar com o trabalho da outra e criticar o trabalho da outra. Eu acho errado isso. As instituições têm que se unir. Nenhum procurador ou promotor quando quer investigar quer presidir o inquérito policial. Ninguém quer usurpar a função do outro, só quer cumprir o seu papel. Agora, de fato não é agradável ter uma coisa institucional da associação dos delegados querer impedir que o Ministério Público investigue ou se posicionar contra as dez medidas contra a corrupção, por exemplo. Eu não concordo. Eu penso que a gente tem que se unir. Nós não temos que brigar entre nós, mas contra o crime, contra o corrupto, contra o traficante. Essa crise pode prejudicar investigações como a Lava Jato? Sim, claro que prejudica. Se você não concorda que alguém faça aquilo, e por isso não ajudar, parece uma coisa infantil e prejudica. Porque o nosso trabalho tem que estar em primeiro lugar, não o que cada um tem de vantagem ou se um ganha mais que o outro. A partir do momento que você aceita entrar numa instituição você aceita os prós e os contras. Então claro que você pode querer lutar para melhorar, mas não atacando outra instituição. Então isso eu não acho adequado. O delegado também diz na entrevista que o Ministério Público celebrou acordos de colaboração premiada de caráter meramente políticos. Acrescenta que afirmações feitas nas delações de Delcídio do Amaral, Nestor Cerveró e Sergio Machado foram encaminhadas para a PF para a instauração de inquérito, mas não foram adiante porque não havia elementos de crimes. Diz que muitas dessas delações não passam de disse me disse. E diz que há o risco de a Lava Jato terminar sem ninguém preso. O que a senhora acha disso? Se ele acha de fato que foi uso político, ele tem que tomar as providências cabíveis. Se ele realmente acha isso, ele tem que comunicar as instâncias correcionais. Mas em hipótese nenhuma qualquer ato é praticado por cunho político. É uma instituição independente, autônoma, temos uma chefia escolhida pela própria classe. Então, se ele acha que tem alguma coisa errada, ele não deve procurar a imprensa, ele tem que procurar os órgãos correcionais. Como está o trâmite das dez medidas? O projeto foi completamente deturpado. O projeto era medidas contra a corrupção. Num pacote desses é claro que é possível inserir uma mudança ou outra, mas nada que fuja ao combate à corrupção. Das dez medidas, apenas duas foram aprovadas. Todo o resto foi rejeitado. E o que foi aprovado? Criminalizar apenas os membros do Ministério Público e do Judiciário por crime de responsabilidade. O que isso tem a ver com o combate à corrupção? Os deputados dizem que a lei tem que ser para todos. E evidentemente a lei tem que ser para todos. Quando pleiteamos o aumento das penas de corrupção caso um juiz ou um procurador cometa um crime de corrupção esse aumento vai ser para ele também. O projeto das dez medidas é para qualquer ato de corrupção, seja ele praticado por procurador, seja ele praticado pelo juiz, seja ele praticado por um político, seja ele praticado por um servidor público. O Ministério Público é contra a proposta que pune com mais severidade o abuso de autoridade? A lei do abuso de autoridade é uma lei muito antiga e de fato as penas são muito baixas. Então é salutar uma discussão sobre isso para que se aumente as penas. Mas por que neste momento? Neste momento em que o Ministério Público e a magistratura federal têm feito um trabalho muito interessante na Operação Lava Jato conseguindo êxitos que nunca foram alcançados anteriormente, como a prisão de poderosos e grandes políticos? Uma boa parte dos deputados federais são investigados na Lava Jato. Então eu não tenho dúvida que levantar essa questão neste momento é uma retaliação. Foi levantada [a proposta] pelo senador Renan Calheiros, que é investigado na Lava Jato, que foi processado, inclusive teve a primeira denúncia oferecida contra ele, então não há dúvidas de que essas medidas são todas retaliatórias. Quando você fala em abuso de autoridade, dificilmente você vai ver contra um criminoso de colarinho branco, eu não conheço (caso) nenhum criminoso réu investigado de crimes de colarinho branco, de crimes financeiros que foi vítima de abuso de autoridade. Agora, na classe menos favorecida você vê diariamente. Quando uma operação atinge a classe política aqueles que fazem as leis vão usar as leis para se proteger e para atacar as pessoas que estão investigando. Então por que que a pessoa que cometeu um crime financeiro não pode ser algemado e o que cometeu um furto pode? Qual a diferença? Há outras medidas que a senhora considera que são uma retaliação ao MPF? Além de ressuscitar o projeto de lei do abuso de autoridade, além de querer incluir o crime de abuso de autoridade, a questão financeira é importante. No fim do ano passado, todas as carreiras federais tiveram aumento. Menos a magistratura federal e Ministério Público Federal. Por que a Receita Federal tem aumento, a magistratura do Trabalho tem aumento, a Defensoria Pública tem aumento, por que nossa carreira não tem aumento? Quando você quer retirar benefícios de uma ou outra carreira e manter benefícios, por exemplo, tem alguma coisa errada. Se é para retirar benefícios, que se retire de todos.
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Tiros são ouvidos em torno de gráfica onde irmãos Kouachi mantêm refém
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Com duração de pelo menos dois minutos, tiros foram ouvidos em torno da gráfica na qual os dois suspeitos do ataque ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", na cidade de Dammartin-en-Goële, na região de Seine-et-Marne (a 42 km da capital francesa), mantêm ao menos uma pessoa como refém. Na região sul de Paris Durante esse período, uma explosão seguida de fumaça foi vista próxima à gráfica, afirma o enviado especial da Folha, Graciliano Rocha, que acompanha toda a operação policial francesa a 800 metros do local. Segundo Rocha, os policiais estão fortemente armados com metralhadoras automática. Contudo, ainda não se sabe os motivos dos disparos e nem se a polícia começou a invadir o local. Desde as primeiras horas desta sexta-feira (9), a polícia francesa cerca os irmãos Kouachi –Said e Chérif, de 34 e 32 anos, respectivamente– em uma gráfica no nordeste de Paris. As ruas da localidade, que tem apenas 8.000 habitantes, estão desertas. Comércio e acessos por rodovias estão fechados. Trabalhadores não podem sair das fábricas, e a polícia pediu aos moradores que não saiam de casa. “Mais cedo, as crianças das escolas de Dammartin-en-Goële foram encaminhadas para um local mais seguro onde os pais puderam retiradas. No atentado da última quarta, Said Kouachi, 34, Chérif Kouachi, 32, mataram 12 pessoas em Paris. Entre as vítimas -mortas a tiros- no atentado da última quarta está o diretor da publicação, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb. Foram mortos 8 funcionários do jornal, um colaborador da publicação, um funcionário do prédio em que funciona o veículo e dois policiais. Além dos mortos, 11 ficaram feridos, quatro em estado grave.
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mundo
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Tiros são ouvidos em torno de gráfica onde irmãos Kouachi mantêm refémCom duração de pelo menos dois minutos, tiros foram ouvidos em torno da gráfica na qual os dois suspeitos do ataque ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", na cidade de Dammartin-en-Goële, na região de Seine-et-Marne (a 42 km da capital francesa), mantêm ao menos uma pessoa como refém. Na região sul de Paris Durante esse período, uma explosão seguida de fumaça foi vista próxima à gráfica, afirma o enviado especial da Folha, Graciliano Rocha, que acompanha toda a operação policial francesa a 800 metros do local. Segundo Rocha, os policiais estão fortemente armados com metralhadoras automática. Contudo, ainda não se sabe os motivos dos disparos e nem se a polícia começou a invadir o local. Desde as primeiras horas desta sexta-feira (9), a polícia francesa cerca os irmãos Kouachi –Said e Chérif, de 34 e 32 anos, respectivamente– em uma gráfica no nordeste de Paris. As ruas da localidade, que tem apenas 8.000 habitantes, estão desertas. Comércio e acessos por rodovias estão fechados. Trabalhadores não podem sair das fábricas, e a polícia pediu aos moradores que não saiam de casa. “Mais cedo, as crianças das escolas de Dammartin-en-Goële foram encaminhadas para um local mais seguro onde os pais puderam retiradas. No atentado da última quarta, Said Kouachi, 34, Chérif Kouachi, 32, mataram 12 pessoas em Paris. Entre as vítimas -mortas a tiros- no atentado da última quarta está o diretor da publicação, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb. Foram mortos 8 funcionários do jornal, um colaborador da publicação, um funcionário do prédio em que funciona o veículo e dois policiais. Além dos mortos, 11 ficaram feridos, quatro em estado grave.
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Temer é muito subutilizado, diz governador do Rio
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O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que o vice-presidente Michel Temer é subutilizado pelo governo. "O vice-presidente Michel Temer sempre foi muito subutilizado. É uma pessoa que tem muito trânsito no Congresso Nacional, muito respeitado e que tem relevantes serviços prestados ao país. Muito importante utiliza-lo", disse o governador. Temer sofreu isolamento de Dilma após apoiar a candidatura do deputado Eduardo Cunha (PMDB) à presidência da Câmara. Pezão também defendeu o ajuste fiscal anunciado pela presidente Dilma Rousseff. "O ajuste é necessário. Os Estados contribuíram no primeiro mês com ajuste fiscal. Ela está certa em fazer esse chamamento. Estamos num momento difícil, principalmente porque temos muita dependência do petróleo", disse o governador. O peemedebista não comentou o panelaço ocorrido durante o pronunciamento da presidente. "Estava em Piraí [cidade do interior do Rio onde foi criado]. Em Piraí não teve panelaço".
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poder
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Temer é muito subutilizado, diz governador do RioO governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que o vice-presidente Michel Temer é subutilizado pelo governo. "O vice-presidente Michel Temer sempre foi muito subutilizado. É uma pessoa que tem muito trânsito no Congresso Nacional, muito respeitado e que tem relevantes serviços prestados ao país. Muito importante utiliza-lo", disse o governador. Temer sofreu isolamento de Dilma após apoiar a candidatura do deputado Eduardo Cunha (PMDB) à presidência da Câmara. Pezão também defendeu o ajuste fiscal anunciado pela presidente Dilma Rousseff. "O ajuste é necessário. Os Estados contribuíram no primeiro mês com ajuste fiscal. Ela está certa em fazer esse chamamento. Estamos num momento difícil, principalmente porque temos muita dependência do petróleo", disse o governador. O peemedebista não comentou o panelaço ocorrido durante o pronunciamento da presidente. "Estava em Piraí [cidade do interior do Rio onde foi criado]. Em Piraí não teve panelaço".
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Tempos sombrios?
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SÃO PAULO - Com a entronização de Donald Trump no posto de presidente dos EUA, o mundo entra numa era muito estranha. Embora veja o futuro com apreensão, não estou entre os que acham que o planeta mergulha num abismo, que combinará dirigentes fascistas com intolerância generalizada e regressão no campo dos costumes. Fenômenos como Trump, ao lado do "brexit" e da perspectiva de eleição de outros dirigentes problemáticos, como Marine Le Pen, me parecem ser mais bem explicados pelo populismo do que por uma onda reacionária global. Prova-o o fato de que não é apenas o populismo de direita que se beneficia dos novos ares. Em alguns países da América Latina e do sul da Europa, populistas de esquerda é que se saem bem, para não mencionar o bom desempenho de Bernie Sanders nas primárias democratas. Um livro que lança luzes sobre essa questão é "The Populist Explosion" (a explosão populista), de John Judis. O autor conceitua o populismo, traça seu histórico e mostra que ele costuma ganhar impulso depois de crises graves, como guerras ou recessões intensas, como foi a de 2008. Afirma também que, quando movimentos populistas ganham muito apoio, é razoável apostar que esteja em curso uma revisão dos consensos sociais que vinham imperando. Nesse contexto, podemos interpretar o fenômeno Trump (e seus congêneres à direita e à esquerda) como sintoma de um realinhamento de forças que, embora encerre perigos, não precisa terminar mal. O que vemos são basicamente grupos que não se beneficiaram da prosperidade econômica das últimas décadas dizendo que não querem ser deixados para trás. Trump é a resposta errada a esse clamor legítimo, mas ele passará —e sua eleição indica que o sistema captou o problema. Num país com instituições fortes, como são os EUA, elas devem sobreviver a Trump e passar a lidar mais seriamente com a questão dos excluídos da globalização.
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Tempos sombrios?SÃO PAULO - Com a entronização de Donald Trump no posto de presidente dos EUA, o mundo entra numa era muito estranha. Embora veja o futuro com apreensão, não estou entre os que acham que o planeta mergulha num abismo, que combinará dirigentes fascistas com intolerância generalizada e regressão no campo dos costumes. Fenômenos como Trump, ao lado do "brexit" e da perspectiva de eleição de outros dirigentes problemáticos, como Marine Le Pen, me parecem ser mais bem explicados pelo populismo do que por uma onda reacionária global. Prova-o o fato de que não é apenas o populismo de direita que se beneficia dos novos ares. Em alguns países da América Latina e do sul da Europa, populistas de esquerda é que se saem bem, para não mencionar o bom desempenho de Bernie Sanders nas primárias democratas. Um livro que lança luzes sobre essa questão é "The Populist Explosion" (a explosão populista), de John Judis. O autor conceitua o populismo, traça seu histórico e mostra que ele costuma ganhar impulso depois de crises graves, como guerras ou recessões intensas, como foi a de 2008. Afirma também que, quando movimentos populistas ganham muito apoio, é razoável apostar que esteja em curso uma revisão dos consensos sociais que vinham imperando. Nesse contexto, podemos interpretar o fenômeno Trump (e seus congêneres à direita e à esquerda) como sintoma de um realinhamento de forças que, embora encerre perigos, não precisa terminar mal. O que vemos são basicamente grupos que não se beneficiaram da prosperidade econômica das últimas décadas dizendo que não querem ser deixados para trás. Trump é a resposta errada a esse clamor legítimo, mas ele passará —e sua eleição indica que o sistema captou o problema. Num país com instituições fortes, como são os EUA, elas devem sobreviver a Trump e passar a lidar mais seriamente com a questão dos excluídos da globalização.
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Editorial: 30 anos sem integração
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Seria difícil, mesmo para um escritor associado às correntes do realismo mágico, imaginar um enredo tão fantasioso como o que acompanha, há quase três décadas completas, a construção da ainda incompleta ferrovia Norte-Sul. Projetada para escoar a produção agrícola do cerrado brasileiro, interligando Açailândia, no Maranhão, a Estrela d'Oeste, no noroeste paulista, a obra de mais de 2.200 km converteu-se em símbolo de corrupção, incompetência e desfaçatez do governo federal. A mácula do escândalo surgiu logo na fase de licitação, em 1987. Com reportagem assinada por Janio de Freitas, esta Folha revelou que, antes da abertura dos envelopes com as propostas concorrentes, já eram conhecidas as empresas vencedoras –muitas das quais, vale o registro, agora participam de acertos envolvendo a Petrobras. Irregularidades semelhantes foram detectadas em 2012. A Polícia Federal identificou indícios de conluio entre as empreiteiras e sobrepreço de mais de R$ 100 milhões nos trilhos que atravessam Goiás. Em ambos os casos, a Valec, estatal ligada ao Ministério dos Transportes, esteve à frente das disputas. Como se o transcurso de 27 anos sem a finalização das obras e a reedição das mesmas suspeitas tanto tempo depois não fossem suficientemente absurdos, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula (PT) resolveram reforçar o tom surrealista da narrativa. Em 2010, Lula inaugurou a parte da Norte-Sul que conecta Palmas (TO) a Anápolis (GO), sem que o trecho estivesse pronto. Quatro anos depois, Dilma repetiu o gesto. Ocorre que esses 855 km de trilhos, com custos superando R$ 3 bilhões, estão sem uso até hoje. A crer nas novas previsões, funcionarão ao final deste mês. O cronograma, entretanto, talvez seja novamente descumprido. A Valec afirma que não existem mais restrições físicas à passagem dos trens; falta apenas contratar uma empresa para cuidar da manutenção dos trilhos. Uma concorrência com esse propósito havia sido programada para novembro passado, mas foi adiada. Por enquanto, menos de 750 km da Norte-Sul estão de fato em operação. Sua integração com as demais ferrovias do país depende do trecho de Anápolis e, mais importante, de Estrela d'Oeste –o qual ficará pronto, na melhor das hipóteses, em dezembro deste ano. Nesse ínterim, o frete nacional continuará custando até quatro vezes mais que o de países como Argentina e EUA, concorrentes no mercado de grãos. É o custo Brasil, sempre surreal, a pleno vapor.
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opiniao
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Editorial: 30 anos sem integraçãoSeria difícil, mesmo para um escritor associado às correntes do realismo mágico, imaginar um enredo tão fantasioso como o que acompanha, há quase três décadas completas, a construção da ainda incompleta ferrovia Norte-Sul. Projetada para escoar a produção agrícola do cerrado brasileiro, interligando Açailândia, no Maranhão, a Estrela d'Oeste, no noroeste paulista, a obra de mais de 2.200 km converteu-se em símbolo de corrupção, incompetência e desfaçatez do governo federal. A mácula do escândalo surgiu logo na fase de licitação, em 1987. Com reportagem assinada por Janio de Freitas, esta Folha revelou que, antes da abertura dos envelopes com as propostas concorrentes, já eram conhecidas as empresas vencedoras –muitas das quais, vale o registro, agora participam de acertos envolvendo a Petrobras. Irregularidades semelhantes foram detectadas em 2012. A Polícia Federal identificou indícios de conluio entre as empreiteiras e sobrepreço de mais de R$ 100 milhões nos trilhos que atravessam Goiás. Em ambos os casos, a Valec, estatal ligada ao Ministério dos Transportes, esteve à frente das disputas. Como se o transcurso de 27 anos sem a finalização das obras e a reedição das mesmas suspeitas tanto tempo depois não fossem suficientemente absurdos, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula (PT) resolveram reforçar o tom surrealista da narrativa. Em 2010, Lula inaugurou a parte da Norte-Sul que conecta Palmas (TO) a Anápolis (GO), sem que o trecho estivesse pronto. Quatro anos depois, Dilma repetiu o gesto. Ocorre que esses 855 km de trilhos, com custos superando R$ 3 bilhões, estão sem uso até hoje. A crer nas novas previsões, funcionarão ao final deste mês. O cronograma, entretanto, talvez seja novamente descumprido. A Valec afirma que não existem mais restrições físicas à passagem dos trens; falta apenas contratar uma empresa para cuidar da manutenção dos trilhos. Uma concorrência com esse propósito havia sido programada para novembro passado, mas foi adiada. Por enquanto, menos de 750 km da Norte-Sul estão de fato em operação. Sua integração com as demais ferrovias do país depende do trecho de Anápolis e, mais importante, de Estrela d'Oeste –o qual ficará pronto, na melhor das hipóteses, em dezembro deste ano. Nesse ínterim, o frete nacional continuará custando até quatro vezes mais que o de países como Argentina e EUA, concorrentes no mercado de grãos. É o custo Brasil, sempre surreal, a pleno vapor.
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Assim Como Você: O poder do improvável
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Ninguém precisa nem deve pirar nas possibilidades daquilo que é improvável de acontecer, mas o problema é que raramente as pessoas se dão uma chance de pensar que o ceticismo, a confiança extrema e a falta de informação adequada podem ... Leia post completo no blog
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cotidiano
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Assim Como Você: O poder do improvávelNinguém precisa nem deve pirar nas possibilidades daquilo que é improvável de acontecer, mas o problema é que raramente as pessoas se dão uma chance de pensar que o ceticismo, a confiança extrema e a falta de informação adequada podem ... Leia post completo no blog
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Advogado estará entre os delatores da empreiteira OAS
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O advogado Bruno Menezes Brasil, diretor jurídico da OAS, integra o grupo de executivos da empresa que tenta um acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Se o acordo for assinado, Brasil será o segundo líder de um departamento jurídico envolvido nas negociações de um acordo de colaboração ao mesmo tempo em que figura como delator. Situação similar aconteceu com Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da J&F, que negociou as tratativas do grupo e integrou a lista de sete delatores da empresa. Assis e Silva participou da delação porque revelou informações da área jurídica, como a de que o procurador Angelo Goulart, preso na operação "Patmos" –a mesma que revelou gravações do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG)– vazava informações sigilosas para a J&F em troca de pagamentos ilícitos. Joesley Batista, outro delator e um dos donos da J&F, disse que o procurador recebia repasses mensais de cerca de R$ 50 mil pelos dados. Segundo envolvidos nas investigações, o caso de Bruno Brasil é similar. Assim como Assis e Silva, ele traz fatos ligados ao Judiciário. Um dos episódios que o diretor jurídico teve que esclarecer é a troca de mensagens entre ele e o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, sobre a contratação do advogado Marcos Meira, filho do ex-ministro do STJ Castro Meira, que deixou a corte em 2013. As conversas entre Leo Pinheiro e Bruno Brasil investigadas pela PF aconteceram em 2012 e 2013. No relatório que analisa as mensagens, a PF enxerga indícios de que a OAS teria tentado ser aproximar do advogado na tentativa de interferir nas decisões da corte. Meira, que declinou do caso, nega influência e afirma que foi consultado para atuar em um caso no Tribunal de Justiça de São Paulo, e não no STJ. Como a Folha revelou em maio, a OAS também apresentou fatos envolvendo pelo menos dois ministros do STJ, Humberto Martins, atual vice-presidente do tribunal, e Benedito Gonçalves. Pessoas ligadas às tratativas relataram que eles são apontados como beneficiários de recursos por atuação no tribunal favorecendo a empreiteira. No entanto, a reportagem não confirmou se Bruno Brasil está entre os delatores que detalham tais fatos. Apesar de não ser o principal advogado que representa a OAS na mesa de negociação com procuradores, Brasil desempenhou papel importante, como o levantamento de informações levadas às autoridades durante as tratativas. A OAS tenta fechar acordo com os procuradores envolvendo cerca de 50 executivos. A proposta com o conteúdo das delações já foi entregue aos investigadores e o próximo passo é negociar os benefícios dos envolvidos. A empresa corre para ter o acordo assinado e homologado até setembro, quando Rodrigo Janot deixa a PGR. Procurada, a defesa da OAS não quis se manifestar sobre a participação de Bruno Brasil no acordo em negociação. O advogado não retornou à reportagem.
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Advogado estará entre os delatores da empreiteira OASO advogado Bruno Menezes Brasil, diretor jurídico da OAS, integra o grupo de executivos da empresa que tenta um acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Se o acordo for assinado, Brasil será o segundo líder de um departamento jurídico envolvido nas negociações de um acordo de colaboração ao mesmo tempo em que figura como delator. Situação similar aconteceu com Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da J&F, que negociou as tratativas do grupo e integrou a lista de sete delatores da empresa. Assis e Silva participou da delação porque revelou informações da área jurídica, como a de que o procurador Angelo Goulart, preso na operação "Patmos" –a mesma que revelou gravações do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG)– vazava informações sigilosas para a J&F em troca de pagamentos ilícitos. Joesley Batista, outro delator e um dos donos da J&F, disse que o procurador recebia repasses mensais de cerca de R$ 50 mil pelos dados. Segundo envolvidos nas investigações, o caso de Bruno Brasil é similar. Assim como Assis e Silva, ele traz fatos ligados ao Judiciário. Um dos episódios que o diretor jurídico teve que esclarecer é a troca de mensagens entre ele e o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, sobre a contratação do advogado Marcos Meira, filho do ex-ministro do STJ Castro Meira, que deixou a corte em 2013. As conversas entre Leo Pinheiro e Bruno Brasil investigadas pela PF aconteceram em 2012 e 2013. No relatório que analisa as mensagens, a PF enxerga indícios de que a OAS teria tentado ser aproximar do advogado na tentativa de interferir nas decisões da corte. Meira, que declinou do caso, nega influência e afirma que foi consultado para atuar em um caso no Tribunal de Justiça de São Paulo, e não no STJ. Como a Folha revelou em maio, a OAS também apresentou fatos envolvendo pelo menos dois ministros do STJ, Humberto Martins, atual vice-presidente do tribunal, e Benedito Gonçalves. Pessoas ligadas às tratativas relataram que eles são apontados como beneficiários de recursos por atuação no tribunal favorecendo a empreiteira. No entanto, a reportagem não confirmou se Bruno Brasil está entre os delatores que detalham tais fatos. Apesar de não ser o principal advogado que representa a OAS na mesa de negociação com procuradores, Brasil desempenhou papel importante, como o levantamento de informações levadas às autoridades durante as tratativas. A OAS tenta fechar acordo com os procuradores envolvendo cerca de 50 executivos. A proposta com o conteúdo das delações já foi entregue aos investigadores e o próximo passo é negociar os benefícios dos envolvidos. A empresa corre para ter o acordo assinado e homologado até setembro, quando Rodrigo Janot deixa a PGR. Procurada, a defesa da OAS não quis se manifestar sobre a participação de Bruno Brasil no acordo em negociação. O advogado não retornou à reportagem.
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Dilma pede a ministros que pacote de concessões seja lançado em maio
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A presidente Dilma Rousseff reuniu nesta quarta-feira (6) ministros e presidentes de bancos públicos para fechar o pacote de concessões que pretende lançar ainda no mês de maio. Segundo a Folha apurou, Dilma pediu um anúncio único, de impacto, com prioridade de investimento em rodovias, ferrovias, aeroportos e energia. Mais cedo, durante café da manhã com jornalistas, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, havia falado sobre o pacote de concessões e disse que essa era "a prioridade da agenda da presidente". "O governo está trabalhando para que, em breve, Dilma possa anunciar iniciativas importantes de investimento que vão ter muito impacto na nossa infraestrutura." Além de Edinho, participaram da reunião com a presidente os ministros Aloizio Mercandante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento), Joaquim Levy (Fazenda), Kátia Abreu (Agricultura) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e os presidentes do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, do BNDES, Luciano Coutinho, e da Caixa, Miriam Belchior. Os demais ministérios enviaram técnicos. Até o início da reunião, por volta das 16h30, o valor do pacote ainda não estava completamente fechado. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), já havia falado em R$ 150 bilhões, mas técnicos ouvidos pela Folha até pouco antes da reunião apostavam em um valor bem menor do que esse. Ao final da reunião, segundo informações da Secretaria de Comunicação Social, Dilma pediu um aprimoramento do modelo de investimento e escalou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para conversar com os governadores dos Estados onde haverá obras. Um novo encontro da presidente com ministros e presidentes de bancos públicos deve acontecer nesta ou na próxima semana para finalmente bater o martelo sobre o pacote de concessões.
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Dilma pede a ministros que pacote de concessões seja lançado em maioA presidente Dilma Rousseff reuniu nesta quarta-feira (6) ministros e presidentes de bancos públicos para fechar o pacote de concessões que pretende lançar ainda no mês de maio. Segundo a Folha apurou, Dilma pediu um anúncio único, de impacto, com prioridade de investimento em rodovias, ferrovias, aeroportos e energia. Mais cedo, durante café da manhã com jornalistas, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, havia falado sobre o pacote de concessões e disse que essa era "a prioridade da agenda da presidente". "O governo está trabalhando para que, em breve, Dilma possa anunciar iniciativas importantes de investimento que vão ter muito impacto na nossa infraestrutura." Além de Edinho, participaram da reunião com a presidente os ministros Aloizio Mercandante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento), Joaquim Levy (Fazenda), Kátia Abreu (Agricultura) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e os presidentes do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, do BNDES, Luciano Coutinho, e da Caixa, Miriam Belchior. Os demais ministérios enviaram técnicos. Até o início da reunião, por volta das 16h30, o valor do pacote ainda não estava completamente fechado. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), já havia falado em R$ 150 bilhões, mas técnicos ouvidos pela Folha até pouco antes da reunião apostavam em um valor bem menor do que esse. Ao final da reunião, segundo informações da Secretaria de Comunicação Social, Dilma pediu um aprimoramento do modelo de investimento e escalou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para conversar com os governadores dos Estados onde haverá obras. Um novo encontro da presidente com ministros e presidentes de bancos públicos deve acontecer nesta ou na próxima semana para finalmente bater o martelo sobre o pacote de concessões.
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Em defesa da meia-entrada
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Quatro anos atrás, escrevi, com Luciana Lima, artigo no Tendências/Debates em defesa da meia-entrada estudantil ilimitada. Tramitava então um projeto de lei, em seguida aprovado e depois regulamentado, que restringia o direito à meia-entrada estudantil para 40% dos ingressos vendidos, com a promessa dos produtores de que, com a limitação, o valor dos ingressos seria reduzido em 35%. Agora, passado pouco mais de um ano da regulamentação, descobrimos, como esperado, que o valor dos ingressos não foi reduzido e que os estudantes apenas viram ser limitado um direito. Como se vê no gráfico abaixo, no ano seguinte à regulamentação, o preço médio do ingresso de cinema em São Paulo subiu 5,3%, próximo da inflação medida pelo IPC-M de 7,7%— e não houve sinal algum da redução prometida de 35%. VALOR MÉDIO DO INGRESSO DE CINEMA - Em R$ O sentido da lei que limitou a meia-entrada não deve ser buscado na expectativa de redução do valor dos ingressos, que era apenas uma promessa falsa, cinicamente mobilizada para vencer o debate público. O que explica a lei é o que aconteceu nos bastidores: uma barganha entre o interesse econômico de exibidores e produtores culturais e o interesse político do PCdoB, que controla as entidades estudantis e queria financiar sua política de juventude com o monopólio parcial da emissão das carteirinhas. O direito à meia-entrada estudantil está sendo atacado de todos os lados e não só por esses atores. Ele foi tão vilipendiado que críticos liberais chegaram a cunhar a expressão "sociedade da meia-entrada" para se referir a todo tipo de privilégio corporativo do qual a meia-entrada seria uma espécie de paradigma. Nada poderia ser mais falso. A meia-entrada estudantil é uma forma de subsídio cruzado por meio do qual quem tem mais renda subsidia quem tem menos renda. Cerca de 40% dos jovens até 24 anos não trabalham e aqueles que trabalham ganham cerca de um terço do que ganham os adultos, como se vê no gráfico abaixo. Assim, os adolescentes e os jovens em idade universitária ou ganham mesada e sua renda é uma parcela muito pequena daquela dos pais; ou trabalham, mas ganham muito pouco. Como estão em idade de formação educacional e cultural e tem pouco dinheiro, faz muito sentido que os adultos subsidiem suas atividades culturais por meio da meia-entrada. PERFIL DA POPULAÇÃO - Diferentemente do que dizem os críticos, a meia-entrada não é uma política pública financiada com a carteira dos empresários. Não são os produtores de shows nem os exibidores de cinema que financiam a meia-entrada: quem financia a meia-entrada são os consumidores adultos. O sentido do benefício é que o montante das meias-entradas seja estimado e compensado, diluído nos ingressos cheios dos adultos, de maneira que aqueles que tem mais renda subsidiem o acesso à cultura dos mais jovens que têm menos renda. Por algum motivo, empresários lutam com todas as forças para por fim ao direito. Quando não estão em campanha para cancelá-lo ou reduzi-lo no Congresso, fazem o possível para sabotá-lo na prática concedendo meias-entradas para tantos outros grupos que elas se tornam, de fato, entradas cheias. Uma questão totalmente diferente e uma queixa procedente são as fraudes. Elas existem, são abusivas e desvirtuam o sistema, mas podem ser combatidas de maneira muito mais eficaz do que a solução encontrada de conceder o monopólio da emissão das carteirinhas para um sindicato estalinista e limitar o direito à meia-entrada a quem chega primeiro na bilheteria. A concessão do direito à meia-entrada por idade (por exemplo, para todos os que têm menos de 24 anos) praticamente poria fim às fraudes, já que é mais difícil fraudar uma carteira de identidade do que uma carteira estudantil, e o controle de idade pode ser complementado por uma verificação visual simples. O engodo de que fomos vítimas —a promessa de que a limitação de um direito iria trazer benefícios no futuro, na forma da redução do preço dos ingressos— deveria servir de alerta para outros engodos que estão sendo ofertados no mercado das promessas políticas: uma dessas promessas, vendida há pouco aos brasileiros, garantia que criando um teto para os gastos do Estado sobraria mais dinheiro para os serviços públicos de saúde e educação; outra, que está sendo agora oferecida, garante que apenas se os pobres aceitarem trabalhar até a velhice tardia, deixando como está o privilégio dos intocáveis, poderemos assegurar que o sistema previdenciário ainda exista no futuro.
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Em defesa da meia-entradaQuatro anos atrás, escrevi, com Luciana Lima, artigo no Tendências/Debates em defesa da meia-entrada estudantil ilimitada. Tramitava então um projeto de lei, em seguida aprovado e depois regulamentado, que restringia o direito à meia-entrada estudantil para 40% dos ingressos vendidos, com a promessa dos produtores de que, com a limitação, o valor dos ingressos seria reduzido em 35%. Agora, passado pouco mais de um ano da regulamentação, descobrimos, como esperado, que o valor dos ingressos não foi reduzido e que os estudantes apenas viram ser limitado um direito. Como se vê no gráfico abaixo, no ano seguinte à regulamentação, o preço médio do ingresso de cinema em São Paulo subiu 5,3%, próximo da inflação medida pelo IPC-M de 7,7%— e não houve sinal algum da redução prometida de 35%. VALOR MÉDIO DO INGRESSO DE CINEMA - Em R$ O sentido da lei que limitou a meia-entrada não deve ser buscado na expectativa de redução do valor dos ingressos, que era apenas uma promessa falsa, cinicamente mobilizada para vencer o debate público. O que explica a lei é o que aconteceu nos bastidores: uma barganha entre o interesse econômico de exibidores e produtores culturais e o interesse político do PCdoB, que controla as entidades estudantis e queria financiar sua política de juventude com o monopólio parcial da emissão das carteirinhas. O direito à meia-entrada estudantil está sendo atacado de todos os lados e não só por esses atores. Ele foi tão vilipendiado que críticos liberais chegaram a cunhar a expressão "sociedade da meia-entrada" para se referir a todo tipo de privilégio corporativo do qual a meia-entrada seria uma espécie de paradigma. Nada poderia ser mais falso. A meia-entrada estudantil é uma forma de subsídio cruzado por meio do qual quem tem mais renda subsidia quem tem menos renda. Cerca de 40% dos jovens até 24 anos não trabalham e aqueles que trabalham ganham cerca de um terço do que ganham os adultos, como se vê no gráfico abaixo. Assim, os adolescentes e os jovens em idade universitária ou ganham mesada e sua renda é uma parcela muito pequena daquela dos pais; ou trabalham, mas ganham muito pouco. Como estão em idade de formação educacional e cultural e tem pouco dinheiro, faz muito sentido que os adultos subsidiem suas atividades culturais por meio da meia-entrada. PERFIL DA POPULAÇÃO - Diferentemente do que dizem os críticos, a meia-entrada não é uma política pública financiada com a carteira dos empresários. Não são os produtores de shows nem os exibidores de cinema que financiam a meia-entrada: quem financia a meia-entrada são os consumidores adultos. O sentido do benefício é que o montante das meias-entradas seja estimado e compensado, diluído nos ingressos cheios dos adultos, de maneira que aqueles que tem mais renda subsidiem o acesso à cultura dos mais jovens que têm menos renda. Por algum motivo, empresários lutam com todas as forças para por fim ao direito. Quando não estão em campanha para cancelá-lo ou reduzi-lo no Congresso, fazem o possível para sabotá-lo na prática concedendo meias-entradas para tantos outros grupos que elas se tornam, de fato, entradas cheias. Uma questão totalmente diferente e uma queixa procedente são as fraudes. Elas existem, são abusivas e desvirtuam o sistema, mas podem ser combatidas de maneira muito mais eficaz do que a solução encontrada de conceder o monopólio da emissão das carteirinhas para um sindicato estalinista e limitar o direito à meia-entrada a quem chega primeiro na bilheteria. A concessão do direito à meia-entrada por idade (por exemplo, para todos os que têm menos de 24 anos) praticamente poria fim às fraudes, já que é mais difícil fraudar uma carteira de identidade do que uma carteira estudantil, e o controle de idade pode ser complementado por uma verificação visual simples. O engodo de que fomos vítimas —a promessa de que a limitação de um direito iria trazer benefícios no futuro, na forma da redução do preço dos ingressos— deveria servir de alerta para outros engodos que estão sendo ofertados no mercado das promessas políticas: uma dessas promessas, vendida há pouco aos brasileiros, garantia que criando um teto para os gastos do Estado sobraria mais dinheiro para os serviços públicos de saúde e educação; outra, que está sendo agora oferecida, garante que apenas se os pobres aceitarem trabalhar até a velhice tardia, deixando como está o privilégio dos intocáveis, poderemos assegurar que o sistema previdenciário ainda exista no futuro.
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'Assim Começa o Mal' de Javier Marías é um dos livros do ano
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Não há como negar a assombrosa força da escrita de Javier Marías. Um dos melhores autores contemporâneos, o espanhol tem seu novo romance lançado agora pela Companhia das Letras. Há paralelos entre "Assim Começa o Mal" e "Os Enamoramentos", trabalho anterior de Marías. Um deles é o ressurgimento, ainda que breve, do antigo personagem Miguel Deverne. O casamento e a amizade, tópicos já discutidos, são retomados aqui com renovado fôlego. É o início dos anos 1980. A Espanha dá seus primeiros passos depois da morte de Franco (1892-1975). Nessa época de efervescência e incerteza, o narrador, o jovem Juan Vere, é contratado como assistente pessoal de um diretor de cinema de relativo prestígio, Eduardo Muriel. Muriel acredita que um grande amigo seu, Jorge Van Vechten, possa ter cometido um ou mais atos imorais durante a ditadura franquista. Para se certificar, pede que Juan investigue o sujeito. Juan cumpre sua missão, mas, de quebra, espiona o que não deveria –sobretudo o casamento infeliz do cineasta. Marías não renuncia à linguagem marcadamente literária. As constantes referências à escrita já denunciam que se está diante de um romance que analisa e cultua os próprios mecanismos. Nos longos diálogos e solilóquios, que seguem, sem exceção, o estilo minucioso do narrador, há pouco ou nenhum desejo de emular a fala oral. Se "Os Enamoramentos" propunha certa intertextualidade com a obra de Balzac (e com o tema do casamento, tão caro ao escritor francês), aqui Marías evoca Shakespeare (e os temas repisados do rancor e da vingança). O próprio título do livro foi retirado de uma frase do autor de "Macbeth". Quando começa o mal, diz o dramaturgo, o pior fica para trás. A frase está ligada ao esquecimento: quando se deixa as vilezas enterradas e impunes, a dor amortece, mas o mal –a injustiça– tem início. Aqui, além de ações confinadas ao âmbito privado dos personagens, há todo tipo de atrocidades cometidas em nome ou sob o manto dos ideais políticos. É fácil traçar um paralelo com a ditadura militar brasileira, depois da qual tanta coisa foi varrida para debaixo do tapete. Como todo livro de Marías, este é lento e reflexivo. Suas orações normalmente sutis e alusivas tendem a deixar muita coisa para a imaginação do leitor. Seu único defeito, no entanto, é a reiteração insistente de algumas cenas. A repetição, todavia, que já é uma marca de Marías, não tira o brilho da narrativa. "Assim Começa o Mal" é, sem dúvida, um dos livros do ano. ASSIM COMEÇA O MAL AUTOR Javier Marías TRADUTOR Eduardo Brandão EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 49,90 (512 págs.)
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ilustrada
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'Assim Começa o Mal' de Javier Marías é um dos livros do anoNão há como negar a assombrosa força da escrita de Javier Marías. Um dos melhores autores contemporâneos, o espanhol tem seu novo romance lançado agora pela Companhia das Letras. Há paralelos entre "Assim Começa o Mal" e "Os Enamoramentos", trabalho anterior de Marías. Um deles é o ressurgimento, ainda que breve, do antigo personagem Miguel Deverne. O casamento e a amizade, tópicos já discutidos, são retomados aqui com renovado fôlego. É o início dos anos 1980. A Espanha dá seus primeiros passos depois da morte de Franco (1892-1975). Nessa época de efervescência e incerteza, o narrador, o jovem Juan Vere, é contratado como assistente pessoal de um diretor de cinema de relativo prestígio, Eduardo Muriel. Muriel acredita que um grande amigo seu, Jorge Van Vechten, possa ter cometido um ou mais atos imorais durante a ditadura franquista. Para se certificar, pede que Juan investigue o sujeito. Juan cumpre sua missão, mas, de quebra, espiona o que não deveria –sobretudo o casamento infeliz do cineasta. Marías não renuncia à linguagem marcadamente literária. As constantes referências à escrita já denunciam que se está diante de um romance que analisa e cultua os próprios mecanismos. Nos longos diálogos e solilóquios, que seguem, sem exceção, o estilo minucioso do narrador, há pouco ou nenhum desejo de emular a fala oral. Se "Os Enamoramentos" propunha certa intertextualidade com a obra de Balzac (e com o tema do casamento, tão caro ao escritor francês), aqui Marías evoca Shakespeare (e os temas repisados do rancor e da vingança). O próprio título do livro foi retirado de uma frase do autor de "Macbeth". Quando começa o mal, diz o dramaturgo, o pior fica para trás. A frase está ligada ao esquecimento: quando se deixa as vilezas enterradas e impunes, a dor amortece, mas o mal –a injustiça– tem início. Aqui, além de ações confinadas ao âmbito privado dos personagens, há todo tipo de atrocidades cometidas em nome ou sob o manto dos ideais políticos. É fácil traçar um paralelo com a ditadura militar brasileira, depois da qual tanta coisa foi varrida para debaixo do tapete. Como todo livro de Marías, este é lento e reflexivo. Suas orações normalmente sutis e alusivas tendem a deixar muita coisa para a imaginação do leitor. Seu único defeito, no entanto, é a reiteração insistente de algumas cenas. A repetição, todavia, que já é uma marca de Marías, não tira o brilho da narrativa. "Assim Começa o Mal" é, sem dúvida, um dos livros do ano. ASSIM COMEÇA O MAL AUTOR Javier Marías TRADUTOR Eduardo Brandão EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 49,90 (512 págs.)
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Candidaturas avulsas são uma péssima ideia para nosso jabuticabal da política
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Entre um ensaio de crise institucional e outro, o Supremo Tribunal Federal deverá analisar nesta quarta (4) a possibilidade de haver candidaturas avulsas nas eleições do ano que vem. É uma quimera bem intencionada, mas ainda assim uma quimera. Baseada numa consulta feita à corte, a ideia tem um embasamento nobre, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a Convenção Americana dos Direitos Humanos (1969). Sustenta que todos podem votar e se eleger, ideia secundada pela Procuradoria-Geral da República. Bonito e inócuo, a começar pelas incongruências processuais inerentes à proposta. Só para começar, como é que um "avulso" vai se financiar? O sistema eleitoral brasileiro está manco desde que o mesmo Supremo, num dos seus arroubos ativistas e demagógicos, proibiu doações feitas por empresas em 2015. OK, vivemos no reino do caixa dois e o petrolão está aí para demonstrar a podridão, mas em vez de consertar o carro, os ministros o enviaram ao ferro-velho sem deixar opções ordenadas no lugar. Em vez de, por exemplo, regular doações privadas, proibindo o "um pouco para cada um" e correlações empresas/contratos governamentais, optou-se pelo financiamento público. Como se viu quando a questão foi parar no Congresso, deu errado. Nossos probos representantes tentaram espetar um fundo bilionário -ressaltando aqui que o valor debatido lá atrás, de R$ 3,6 bilhões, não daria nem para começar o jogo. O caixa dois, ainda que algo coibido pela pressão da Lava Jato, vai prosperar. "As campanhas têm de ser mais baratas!", gritam as pessoas "do bem". De acordo, mas me conte como. Desde a repaginação de Paulo Maluf por Duda Mendonça em 1992 até o estelionato Dilma Rousseff "by" João Santana em 2014, a espiral de custos tornou-se um negócio em si, eivado de ilícitos como se sabe bem. Retomar a Lei Falcão na TV e ignorar os outros gastos entregam uma equação que não se fecha. Um candidato ao Palácio do Bandeirantes pode contar com R$ 3 milhões só em gasto com jatinhos em 2018. Esse voluntarismo inconsequente faz sucesso. A dupla dinâmica Marina Silva e Joaquim Barbosa sempre foi entusiasta do "avulso". A argumentação em favor do instituto, feito pela procuradora-geral, Raquel Dodge, relaciona o financiamento partidário à corrupção, como se "outsiders" fossem puros por definição. Não é só o dinheiro. Se o país demorou anos para se recuperar da aventura Fernando Collor, o que dizer de candidatos com apelo midiático e capacidades inauditas de gestão pública? Vão governar baseados em quê? Mantras? Incenso e oração? O Congresso pode ser medonho, mas é com ele que se governa. A ideia de deslegitimar de vez a política partidária é tentadora dado o estado das coisas, mas é mesmo a melhor saída? Não parece. Só a ideia de uma liderança nacional envergando virtudes demiúrgicas para driblar a modorra de Brasília deveria dar calafrios nesse pessoal que qualifica quem não pensa igual a eles de "fascista", aspas obrigatórias até porque a ignorância histórica sobre o tema impera. "Tem de haver reforma política!", esbravejam então. De acordo, mas me conte qual. Cada vez que a palavra mágica surge, o diabo se assusta; o debate que quase empurrou o aberrante distritão goela abaixo do eleitor é um exemplo. O ambiente então fica fértil para bruxarias. De um ano para cá, várias "start-ups" políticas surgiram. Nenhuma chegou a virar um Movimento Brasil Livre, que quando não está esperneando pela moral e os bons costumes está preparando candidatos competitivos que miram um eleitorado fora do radar da gente "do bem" -por serem conservadores, basicamente. Para pular os obstáculos de realidade, o MBL acopla seus nomes a partidos como o DEM e PSDB. Mas agora surge outro atalho, na forma do RenovaBR, uma brincadeira de endinheirados que também querem ter uma bancada parlamentar para chamar de sua. Um fundo bancaria a "formação", algo meio difuso, de "lideranças" potenciais. O celeiro inicial é o movimento Agora, que busca ter até 30 nomes "competitivos" para a Câmara, nas palavras de seu colíder Leandro Machado. Ele nega ter relação como o fundo em si, que é bolado pelo sócio da Tarpon Investimentos Eduardo Mufarej, seu amigo e fundador do Agora, além de ter ligações com o Partido Novo e o Centro de Políticas Públicas do pré-candidato a governador Luiz Felipe D´Ávila (PSDB). "Só entraremos nessa se for tudo 100% legal", disse. Vai ser difícil convencer a Justiça Eleitoral de que o fundo não é campanha antecipada e financiamento ilegal de candidatos. Os nomes chamativos associados ao projeto, como Luciano Huck, Abílio Diniz e Bernardinho, dão um ar novidadeiro ao negócio. Pode ser, para quem acredita nisso, mas de todo modo a política tradicional irá resistir -a PGR foi instada a pronunciar-se a pedido do PT, aquela sigla que a acusa de parcialidade no resto do tempo, sobre o tema. A possibilidade de o Senado aprovar emenda limitando o financiamento de pessoas físicas a 10 salários mínimos também atinge esse pessoal descolado. João Amoêdo, do Novo, já contava com um cofrinho mais gordo de gente como Armínio Fraga e ele mesmo. Como a eleição fora de hora do Amazonas demonstrou, na hora H as velhas estruturas tendem a modular o padrão de jogo, sob o risco da ilegitimidade da alta abstenção. Assim, resta esperar os discursos da ala que se chama progressista do Supremo e torcer para que ao fim não adubem ainda mais a jabuticabeira da política nacional.
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Candidaturas avulsas são uma péssima ideia para nosso jabuticabal da políticaEntre um ensaio de crise institucional e outro, o Supremo Tribunal Federal deverá analisar nesta quarta (4) a possibilidade de haver candidaturas avulsas nas eleições do ano que vem. É uma quimera bem intencionada, mas ainda assim uma quimera. Baseada numa consulta feita à corte, a ideia tem um embasamento nobre, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a Convenção Americana dos Direitos Humanos (1969). Sustenta que todos podem votar e se eleger, ideia secundada pela Procuradoria-Geral da República. Bonito e inócuo, a começar pelas incongruências processuais inerentes à proposta. Só para começar, como é que um "avulso" vai se financiar? O sistema eleitoral brasileiro está manco desde que o mesmo Supremo, num dos seus arroubos ativistas e demagógicos, proibiu doações feitas por empresas em 2015. OK, vivemos no reino do caixa dois e o petrolão está aí para demonstrar a podridão, mas em vez de consertar o carro, os ministros o enviaram ao ferro-velho sem deixar opções ordenadas no lugar. Em vez de, por exemplo, regular doações privadas, proibindo o "um pouco para cada um" e correlações empresas/contratos governamentais, optou-se pelo financiamento público. Como se viu quando a questão foi parar no Congresso, deu errado. Nossos probos representantes tentaram espetar um fundo bilionário -ressaltando aqui que o valor debatido lá atrás, de R$ 3,6 bilhões, não daria nem para começar o jogo. O caixa dois, ainda que algo coibido pela pressão da Lava Jato, vai prosperar. "As campanhas têm de ser mais baratas!", gritam as pessoas "do bem". De acordo, mas me conte como. Desde a repaginação de Paulo Maluf por Duda Mendonça em 1992 até o estelionato Dilma Rousseff "by" João Santana em 2014, a espiral de custos tornou-se um negócio em si, eivado de ilícitos como se sabe bem. Retomar a Lei Falcão na TV e ignorar os outros gastos entregam uma equação que não se fecha. Um candidato ao Palácio do Bandeirantes pode contar com R$ 3 milhões só em gasto com jatinhos em 2018. Esse voluntarismo inconsequente faz sucesso. A dupla dinâmica Marina Silva e Joaquim Barbosa sempre foi entusiasta do "avulso". A argumentação em favor do instituto, feito pela procuradora-geral, Raquel Dodge, relaciona o financiamento partidário à corrupção, como se "outsiders" fossem puros por definição. Não é só o dinheiro. Se o país demorou anos para se recuperar da aventura Fernando Collor, o que dizer de candidatos com apelo midiático e capacidades inauditas de gestão pública? Vão governar baseados em quê? Mantras? Incenso e oração? O Congresso pode ser medonho, mas é com ele que se governa. A ideia de deslegitimar de vez a política partidária é tentadora dado o estado das coisas, mas é mesmo a melhor saída? Não parece. Só a ideia de uma liderança nacional envergando virtudes demiúrgicas para driblar a modorra de Brasília deveria dar calafrios nesse pessoal que qualifica quem não pensa igual a eles de "fascista", aspas obrigatórias até porque a ignorância histórica sobre o tema impera. "Tem de haver reforma política!", esbravejam então. De acordo, mas me conte qual. Cada vez que a palavra mágica surge, o diabo se assusta; o debate que quase empurrou o aberrante distritão goela abaixo do eleitor é um exemplo. O ambiente então fica fértil para bruxarias. De um ano para cá, várias "start-ups" políticas surgiram. Nenhuma chegou a virar um Movimento Brasil Livre, que quando não está esperneando pela moral e os bons costumes está preparando candidatos competitivos que miram um eleitorado fora do radar da gente "do bem" -por serem conservadores, basicamente. Para pular os obstáculos de realidade, o MBL acopla seus nomes a partidos como o DEM e PSDB. Mas agora surge outro atalho, na forma do RenovaBR, uma brincadeira de endinheirados que também querem ter uma bancada parlamentar para chamar de sua. Um fundo bancaria a "formação", algo meio difuso, de "lideranças" potenciais. O celeiro inicial é o movimento Agora, que busca ter até 30 nomes "competitivos" para a Câmara, nas palavras de seu colíder Leandro Machado. Ele nega ter relação como o fundo em si, que é bolado pelo sócio da Tarpon Investimentos Eduardo Mufarej, seu amigo e fundador do Agora, além de ter ligações com o Partido Novo e o Centro de Políticas Públicas do pré-candidato a governador Luiz Felipe D´Ávila (PSDB). "Só entraremos nessa se for tudo 100% legal", disse. Vai ser difícil convencer a Justiça Eleitoral de que o fundo não é campanha antecipada e financiamento ilegal de candidatos. Os nomes chamativos associados ao projeto, como Luciano Huck, Abílio Diniz e Bernardinho, dão um ar novidadeiro ao negócio. Pode ser, para quem acredita nisso, mas de todo modo a política tradicional irá resistir -a PGR foi instada a pronunciar-se a pedido do PT, aquela sigla que a acusa de parcialidade no resto do tempo, sobre o tema. A possibilidade de o Senado aprovar emenda limitando o financiamento de pessoas físicas a 10 salários mínimos também atinge esse pessoal descolado. João Amoêdo, do Novo, já contava com um cofrinho mais gordo de gente como Armínio Fraga e ele mesmo. Como a eleição fora de hora do Amazonas demonstrou, na hora H as velhas estruturas tendem a modular o padrão de jogo, sob o risco da ilegitimidade da alta abstenção. Assim, resta esperar os discursos da ala que se chama progressista do Supremo e torcer para que ao fim não adubem ainda mais a jabuticabeira da política nacional.
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Aumento na conta de luz para clientes da Eletropaulo já está em vigor
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Clientes residenciais da Eletropaulo já estão pagando 3,77% mais caro pela energia elétrica. O reajuste extraordinário foi autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) há uma semana, no último dia 5. A publicação oficial desta decisão, porém, foi feita no Diário Oficial da última quinta-feira (8). Desde então, segundo a empresa, as contas de luz já estão sendo reajustadas. O motivo do ajuste está relacionado com uma disputa judicial entre a empresa de distribuição e a Aneel. O caso, que ainda está sendo julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), trata de investimentos que a empresa diz ter feito em sua rede e que a fiscalização da agência não reconheceu. Por causa disso, a empresa teria de devolver ao consumidor, via tarifa, R$ 626 milhões. Esse reembolso começou a ser feito desde julho do ano passado, quando a Aneel incluiu uma parcela desse montante como efeito redutor da tarifa. Isso impediu que outros gastos da empresa aumentassem sobremaneira a conta de luz do consumidor paulista. Em 18 de dezembro, porém, a Justiça restabeleceu uma liminar que suspende a devolução desse valor pela empresa. Por isso, a Aneel teve de fazer uma reunião extraordinária para alterar a tarifa e aplicar o aumento. RECURSO A Aneel informou que entrou com novo recurso contra a decisão da Justiça tomada em dezembro. Como o pedido da agência na Justiça ainda não foi aceito, o reajuste já está vigente. O aumento médio das tarifas -incluindo residências, comércios e indústrias- previsto é de 3,53%. Para a alta tensão, que são as indústrias, seria de 3,02%. As correções podem impactar 6,7 milhões de residências, escritórios e indústrias em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital.
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mercado
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Aumento na conta de luz para clientes da Eletropaulo já está em vigorClientes residenciais da Eletropaulo já estão pagando 3,77% mais caro pela energia elétrica. O reajuste extraordinário foi autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) há uma semana, no último dia 5. A publicação oficial desta decisão, porém, foi feita no Diário Oficial da última quinta-feira (8). Desde então, segundo a empresa, as contas de luz já estão sendo reajustadas. O motivo do ajuste está relacionado com uma disputa judicial entre a empresa de distribuição e a Aneel. O caso, que ainda está sendo julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), trata de investimentos que a empresa diz ter feito em sua rede e que a fiscalização da agência não reconheceu. Por causa disso, a empresa teria de devolver ao consumidor, via tarifa, R$ 626 milhões. Esse reembolso começou a ser feito desde julho do ano passado, quando a Aneel incluiu uma parcela desse montante como efeito redutor da tarifa. Isso impediu que outros gastos da empresa aumentassem sobremaneira a conta de luz do consumidor paulista. Em 18 de dezembro, porém, a Justiça restabeleceu uma liminar que suspende a devolução desse valor pela empresa. Por isso, a Aneel teve de fazer uma reunião extraordinária para alterar a tarifa e aplicar o aumento. RECURSO A Aneel informou que entrou com novo recurso contra a decisão da Justiça tomada em dezembro. Como o pedido da agência na Justiça ainda não foi aceito, o reajuste já está vigente. O aumento médio das tarifas -incluindo residências, comércios e indústrias- previsto é de 3,53%. Para a alta tensão, que são as indústrias, seria de 3,02%. As correções podem impactar 6,7 milhões de residências, escritórios e indústrias em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital.
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Olimpíada vira vitrine para marcas de Finanças
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OSCAR PILAGALLO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O maior evento esportivo do mundo neste ano, a Olimpíada do Rio de Janeiro, foi responsável pela exposição a ele associada nos setores de bancos, cartões de crédito e poupança, de acordo com edição 2016 da Folha Top of Mind. A maior visibilidade, antes e durante o evento, das instituições financeiras que patrocinaram os Jogos —banco Bradesco e cartão Visa— pode ter refletido no maior índice de lembranças, embora sem alteração nos rankings setoriais. O Bradesco colheu os frutos da árvore plantada em 2010, quando decidiu ser um patrocinador oficial da Olimpíada e da Paraolimpíada do Rio. O envolvimento maior se deu a partir do último trimestre de 2015, com a campanha para a seleção dos condutores da tocha olímpica pelas cidades do país. No Top of Mind, o banco apareceu novamente em segundo lugar (25%), mas com a menor diferença para o campeão, Banco do Brasil (31%), desde a primeira pesquisa. "A escolha [dos condutores] resultou de um mecanismo democrático em que comunidades foram consultadas", diz Marcio Parizotto, diretor de marketing do Bradesco. Um dos sucessos das ações do banco foi o vídeo que narra a história do menino Gabriel, que corre com prótese em uma das pernas e conduziu a tocha —teve mais de 36 milhões de visualizações até o início de outubro, transformando-se, segundo o executivo, no filme mais visto da história do YouTube. "Foi um o case mágico", diz Parizotto. O êxito da campanha, na avaliação do banco, deve-se em grande parte ao fato de o ambicioso patrocínio da Olimpíada não ter sido "um espasmo", mas reflexo de um compromisso de longa data com o esporte. O feito, porém, não apareceu no balanço do primeiro semestre, o período de maior exposição. Ao contrário, o lucro líquido declinou 5,7%, para R$ 8,3 bilhões, em relação aos primeiros seis meses de 2015. Segundo Parizotto, os benefícios da campanha de marketing não aparecem necessariamente no curto prazo. Eles surgem com o tempo, à medida que a maior atratividade da marca produzir mais negócios. O Banco do Brasil também fez ação em torno da Olimpíada, mas com alcance mais limitado. "Demonstramos a longeva parceria do banco com o esporte, com a ampla campanha da Torcida Brasil e o patrocínio ao vôlei e ao handebol", disse Luis Aniceto Silva Cavicchioli, diretor de estratégia da marca. Para além dos Jogos, o BB procurou reforçar sua posição como "o mais relevante e confiável para as vidas de clientes, funcionários, acionistas e para o desenvolvimento do Brasil", segundo Cavicchioli. "Nossos produtos foram destaque nas mídias com a campanha sobre o uso responsável do crédito." No marketing cultural, o BB continuou investindo na programação dos centros culturais em Brasília, Belo Horizonte, Rio e São Paulo, com destaque para a exposição "Triunfo da Cor", em parceria com o Musée d'Orsay, de Paris. O resultado nacional da pesquisa esconde diferenças regionais. No Sudeste, por exemplo, estão tecnicamente empatados BB (25%), Bradesco (24%) e Itaú (24%). CARTÃO DE CRÉDITO Entre as principais bandeiras de cartões de crédito, a Visa também se beneficiou por ter associado sua imagem à Olimpíada. A marca se tornou ainda mais presente na lembrança do público, oscilando positivamente dois pontos percentuais, para 37%, liderança isolada. É ainda a mais lembrada entre os que têm de 25 a 44 anos (42%), os mais ricos (50%) e os mais escolarizados (48%). A empresa tinha o cartão de crédito oficial dos Jogos —compras nas arenas de competição só podiam ser feitas com Visa— e fez uma ação focada em atletas que, durante o evento, usaram protótipos para realizar seus pagamentos. Houve quem usasse uma pulseira. Outros, anéis. Nos dois casos —e no de relógios, já comercializados— chips instalados nos objetos efetuavam a operação financeira. "É um processo de desconstrução do plástico", diz Sérgio Giorgetti, diretor-executivo de marketing, em referência ao modelo físico tradicional dos cartões. "A Visa está se posicionando como empresa de tecnologia transformadora em meios de pagamento." A Mastercard não investiu em Olimpíada. Ou pelo menos não diretamente. Desde março, pouco tempo antes da abertura dos Jogos, passou a apoiar o programa "Cristo Redentor", um dos cartões-postais da cidade-sede do evento esportivo. A marca criou um vídeo, a partir da perspectiva de Cristo, que pode ser visto em 360 graus, do amanhecer ao anoitecer. Com a hashtag #RioNãoTemPreço, o vídeo havia alcançado mais de 25 milhões de visualizações até o início de outubro. "A nossa campanha 'Não tem preço' continua encantando o consumidor", disse Beatriz Galloni, vice-presidente de marketing Brasil e Cone Sul da Mastercard. Em um desdobramento dessa ação, "Surpresa que não tem preço", clientes são sorteados para realizar um sonho de consumo, como assistir a um jogo de futebol da Eurocopa, com acompanhante. PLANO DE SAÚDE No setor de planos de saúde, os dois primeiros colocados no ranking mantiveram os índices de lembrança do ano passado. A Unimed continua isolada com 36% —sobe para 52% entre os mais escolarizados ou para 54% entre os mais ricos. A Amil marcou 6%. As duas empresas também não alteraram as estratégias de marketing adotadas em anos anteriores. "O Sistema Unimed se preocupa em traduzir o slogan 'Cuidar de você, esse é o plano' em ações que efetivamente melhorem a qualidade de vida da população", disse Edevard José de Araújo, diretor de marketing e desenvolvimento. O Sistema Unimed é composto por 349 cooperativas, que prestam assistência a cerca de 19 milhões de beneficiários, 31% do mercado. A Amil desenvolveu mais um aspecto da campanha contra a obesidade infantil. "Destacamos as dificuldades dos pais para impor limites aos filhos", diz Luiz Periard, gerente nacional de marketing. POUPANÇA A Caixa Econômica Federal, que fixa sua reputação como "o banco da poupança", também tentou ligar sua imagem à Olimpíada do Rio. Neste ano, a instituição investiu na campanha "Sons da conquista", em que homenageia cinco atletas patrocinados pela instituição que disputaram os Jogos cariocas. "Foi uma campanha inovadora. Durante três meses, destacou-se com mais de 68 milhões de interações nas redes sociais, mais de 50 mil downloads das músicas e mais de 50 milhões de vizualizações nos clipes", afirma Mario Ferreira Neto, diretor de marketing e comunicação da instituição. O banco atingiu 52% de lembrança na categoria Poupança, seu segundo melhor desempenho histórico —em 2015, obteve 54%. A marca lidera o segmento desde a estreia na pesquisa, em 2002. Com 85 milhões de clientes e 37,4% de participação no mercado de poupança, a Caixa é a segunda maior instituição financeira do país, atrás do Banco do Brasil. É mais lembrada entre os que têm ensino médio (57%) e nas regiões Nordeste (56%) e Centro-Oeste (58%). Segunda mais citada na pesquisa, a poupança Bradesco fez um movimento diametralmente oposto ao da Caixa. Beneficiada pela campanha olímpica, avançou dois pontos, chegando a 11%. SEGURO No mercado de seguros, a estratégia de marketing do Bradesco não surtiu o mesmo efeito. A instituição oscilou um ponto percentual para baixo, para 9%, e trocou de lugar com a principal concorrente, a Porto Seguro, que ganhou um ponto, assumindo a liderança, com 10%. Tecnicamente, ambos continuam empatados, mesmo utilizando o critério de desempate "awareness" (total de menções): Bradesco atinge 14%, e Porto Seguro, 12%. No caso da Bradesco Seguros, a ênfase do apoio à Olimpíada girou em torno da saúde proporcionada pela prática do esporte. A marca obteve seus melhores resultados entre os que têm de 45 a 59 anos e os mais ricos (14% cada um). "O patrocínio vai ao encontro da estratégia da nossa atuação de difundir para a população a importância da prática esportiva e da adoção de hábitos saudáveis como pilares para a conquista da longevidade, com saúde, qualidade de vida e bem-estar", diz Alexandre Nogueira, diretor de marketing. Entre outras ações com o mesmo objetivo, Nogueira citou as seguintes campanhas: a Corrida e Caminhada da Longevidade, o Fórum da Longevidade, o Movimento Conviva, que promove o convívio harmonioso entre motoristas, ciclistas e pedestres, e o Porteiro Amigo do Idoso, que já treinou mais de 2.000 profissionais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Espírito Santo. A Bradesco Seguros lidera seu segmento no país com cerca de 25% de market share [participação de mercado]. Em 2015, seu faturamento superou R$ 64 bilhões na área de seguros, capitalização e previdência complementar aberta —alta de 15% em relação a 2014. As duas maiores empresas do setor desenvolveram campanhas semelhantes. A da Porto Seguro investiu nas peças criadas sobre o bordão "Deixe o ogro em casa". "A ideia é estimular um ambiente mais gentil no trânsito", disse Rafael Caetano, diretor de marketing da empresa. A campanha, de caráter institucional, também oferece desconto de 7% para condutores que não tiverem pontuação na carteira de habilitação. A Porto Seguro também focou suas ações nos dois extremos dos consumidores de seus produtos. Donos de carros de luxo, acima de R$ 150 mil, têm tratamento VIP, como a entrega ágil do carro reserva. A marca é mais lembrada no Sudeste (20%), entre os mais escolarizados (20%), os mais ricos (22%) e nas classes A/B (18%). Na outra ponta, em resposta à crise econômica, a seguradora aposta em produtos simplificados, com cobertura restrita, mas que, segundo o diretor de marketing, "cabem no bolso do consumidor".
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topofmind
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Olimpíada vira vitrine para marcas de FinançasOSCAR PILAGALLO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O maior evento esportivo do mundo neste ano, a Olimpíada do Rio de Janeiro, foi responsável pela exposição a ele associada nos setores de bancos, cartões de crédito e poupança, de acordo com edição 2016 da Folha Top of Mind. A maior visibilidade, antes e durante o evento, das instituições financeiras que patrocinaram os Jogos —banco Bradesco e cartão Visa— pode ter refletido no maior índice de lembranças, embora sem alteração nos rankings setoriais. O Bradesco colheu os frutos da árvore plantada em 2010, quando decidiu ser um patrocinador oficial da Olimpíada e da Paraolimpíada do Rio. O envolvimento maior se deu a partir do último trimestre de 2015, com a campanha para a seleção dos condutores da tocha olímpica pelas cidades do país. No Top of Mind, o banco apareceu novamente em segundo lugar (25%), mas com a menor diferença para o campeão, Banco do Brasil (31%), desde a primeira pesquisa. "A escolha [dos condutores] resultou de um mecanismo democrático em que comunidades foram consultadas", diz Marcio Parizotto, diretor de marketing do Bradesco. Um dos sucessos das ações do banco foi o vídeo que narra a história do menino Gabriel, que corre com prótese em uma das pernas e conduziu a tocha —teve mais de 36 milhões de visualizações até o início de outubro, transformando-se, segundo o executivo, no filme mais visto da história do YouTube. "Foi um o case mágico", diz Parizotto. O êxito da campanha, na avaliação do banco, deve-se em grande parte ao fato de o ambicioso patrocínio da Olimpíada não ter sido "um espasmo", mas reflexo de um compromisso de longa data com o esporte. O feito, porém, não apareceu no balanço do primeiro semestre, o período de maior exposição. Ao contrário, o lucro líquido declinou 5,7%, para R$ 8,3 bilhões, em relação aos primeiros seis meses de 2015. Segundo Parizotto, os benefícios da campanha de marketing não aparecem necessariamente no curto prazo. Eles surgem com o tempo, à medida que a maior atratividade da marca produzir mais negócios. O Banco do Brasil também fez ação em torno da Olimpíada, mas com alcance mais limitado. "Demonstramos a longeva parceria do banco com o esporte, com a ampla campanha da Torcida Brasil e o patrocínio ao vôlei e ao handebol", disse Luis Aniceto Silva Cavicchioli, diretor de estratégia da marca. Para além dos Jogos, o BB procurou reforçar sua posição como "o mais relevante e confiável para as vidas de clientes, funcionários, acionistas e para o desenvolvimento do Brasil", segundo Cavicchioli. "Nossos produtos foram destaque nas mídias com a campanha sobre o uso responsável do crédito." No marketing cultural, o BB continuou investindo na programação dos centros culturais em Brasília, Belo Horizonte, Rio e São Paulo, com destaque para a exposição "Triunfo da Cor", em parceria com o Musée d'Orsay, de Paris. O resultado nacional da pesquisa esconde diferenças regionais. No Sudeste, por exemplo, estão tecnicamente empatados BB (25%), Bradesco (24%) e Itaú (24%). CARTÃO DE CRÉDITO Entre as principais bandeiras de cartões de crédito, a Visa também se beneficiou por ter associado sua imagem à Olimpíada. A marca se tornou ainda mais presente na lembrança do público, oscilando positivamente dois pontos percentuais, para 37%, liderança isolada. É ainda a mais lembrada entre os que têm de 25 a 44 anos (42%), os mais ricos (50%) e os mais escolarizados (48%). A empresa tinha o cartão de crédito oficial dos Jogos —compras nas arenas de competição só podiam ser feitas com Visa— e fez uma ação focada em atletas que, durante o evento, usaram protótipos para realizar seus pagamentos. Houve quem usasse uma pulseira. Outros, anéis. Nos dois casos —e no de relógios, já comercializados— chips instalados nos objetos efetuavam a operação financeira. "É um processo de desconstrução do plástico", diz Sérgio Giorgetti, diretor-executivo de marketing, em referência ao modelo físico tradicional dos cartões. "A Visa está se posicionando como empresa de tecnologia transformadora em meios de pagamento." A Mastercard não investiu em Olimpíada. Ou pelo menos não diretamente. Desde março, pouco tempo antes da abertura dos Jogos, passou a apoiar o programa "Cristo Redentor", um dos cartões-postais da cidade-sede do evento esportivo. A marca criou um vídeo, a partir da perspectiva de Cristo, que pode ser visto em 360 graus, do amanhecer ao anoitecer. Com a hashtag #RioNãoTemPreço, o vídeo havia alcançado mais de 25 milhões de visualizações até o início de outubro. "A nossa campanha 'Não tem preço' continua encantando o consumidor", disse Beatriz Galloni, vice-presidente de marketing Brasil e Cone Sul da Mastercard. Em um desdobramento dessa ação, "Surpresa que não tem preço", clientes são sorteados para realizar um sonho de consumo, como assistir a um jogo de futebol da Eurocopa, com acompanhante. PLANO DE SAÚDE No setor de planos de saúde, os dois primeiros colocados no ranking mantiveram os índices de lembrança do ano passado. A Unimed continua isolada com 36% —sobe para 52% entre os mais escolarizados ou para 54% entre os mais ricos. A Amil marcou 6%. As duas empresas também não alteraram as estratégias de marketing adotadas em anos anteriores. "O Sistema Unimed se preocupa em traduzir o slogan 'Cuidar de você, esse é o plano' em ações que efetivamente melhorem a qualidade de vida da população", disse Edevard José de Araújo, diretor de marketing e desenvolvimento. O Sistema Unimed é composto por 349 cooperativas, que prestam assistência a cerca de 19 milhões de beneficiários, 31% do mercado. A Amil desenvolveu mais um aspecto da campanha contra a obesidade infantil. "Destacamos as dificuldades dos pais para impor limites aos filhos", diz Luiz Periard, gerente nacional de marketing. POUPANÇA A Caixa Econômica Federal, que fixa sua reputação como "o banco da poupança", também tentou ligar sua imagem à Olimpíada do Rio. Neste ano, a instituição investiu na campanha "Sons da conquista", em que homenageia cinco atletas patrocinados pela instituição que disputaram os Jogos cariocas. "Foi uma campanha inovadora. Durante três meses, destacou-se com mais de 68 milhões de interações nas redes sociais, mais de 50 mil downloads das músicas e mais de 50 milhões de vizualizações nos clipes", afirma Mario Ferreira Neto, diretor de marketing e comunicação da instituição. O banco atingiu 52% de lembrança na categoria Poupança, seu segundo melhor desempenho histórico —em 2015, obteve 54%. A marca lidera o segmento desde a estreia na pesquisa, em 2002. Com 85 milhões de clientes e 37,4% de participação no mercado de poupança, a Caixa é a segunda maior instituição financeira do país, atrás do Banco do Brasil. É mais lembrada entre os que têm ensino médio (57%) e nas regiões Nordeste (56%) e Centro-Oeste (58%). Segunda mais citada na pesquisa, a poupança Bradesco fez um movimento diametralmente oposto ao da Caixa. Beneficiada pela campanha olímpica, avançou dois pontos, chegando a 11%. SEGURO No mercado de seguros, a estratégia de marketing do Bradesco não surtiu o mesmo efeito. A instituição oscilou um ponto percentual para baixo, para 9%, e trocou de lugar com a principal concorrente, a Porto Seguro, que ganhou um ponto, assumindo a liderança, com 10%. Tecnicamente, ambos continuam empatados, mesmo utilizando o critério de desempate "awareness" (total de menções): Bradesco atinge 14%, e Porto Seguro, 12%. No caso da Bradesco Seguros, a ênfase do apoio à Olimpíada girou em torno da saúde proporcionada pela prática do esporte. A marca obteve seus melhores resultados entre os que têm de 45 a 59 anos e os mais ricos (14% cada um). "O patrocínio vai ao encontro da estratégia da nossa atuação de difundir para a população a importância da prática esportiva e da adoção de hábitos saudáveis como pilares para a conquista da longevidade, com saúde, qualidade de vida e bem-estar", diz Alexandre Nogueira, diretor de marketing. Entre outras ações com o mesmo objetivo, Nogueira citou as seguintes campanhas: a Corrida e Caminhada da Longevidade, o Fórum da Longevidade, o Movimento Conviva, que promove o convívio harmonioso entre motoristas, ciclistas e pedestres, e o Porteiro Amigo do Idoso, que já treinou mais de 2.000 profissionais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Espírito Santo. A Bradesco Seguros lidera seu segmento no país com cerca de 25% de market share [participação de mercado]. Em 2015, seu faturamento superou R$ 64 bilhões na área de seguros, capitalização e previdência complementar aberta —alta de 15% em relação a 2014. As duas maiores empresas do setor desenvolveram campanhas semelhantes. A da Porto Seguro investiu nas peças criadas sobre o bordão "Deixe o ogro em casa". "A ideia é estimular um ambiente mais gentil no trânsito", disse Rafael Caetano, diretor de marketing da empresa. A campanha, de caráter institucional, também oferece desconto de 7% para condutores que não tiverem pontuação na carteira de habilitação. A Porto Seguro também focou suas ações nos dois extremos dos consumidores de seus produtos. Donos de carros de luxo, acima de R$ 150 mil, têm tratamento VIP, como a entrega ágil do carro reserva. A marca é mais lembrada no Sudeste (20%), entre os mais escolarizados (20%), os mais ricos (22%) e nas classes A/B (18%). Na outra ponta, em resposta à crise econômica, a seguradora aposta em produtos simplificados, com cobertura restrita, mas que, segundo o diretor de marketing, "cabem no bolso do consumidor".
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Dilma diz ao TSE que pagou despesas de Temer na campanha de 2014
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Os advogados da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) apresentaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) documentos que apontam que despesas da candidatura de Michel Temer em 2014 foram bancadas pelo comitê central da campanha. Segundo a defesa, o material entregue ao relator do processo no tribunal, ministro Herman Benjamin, mostra que não havia contabilidade separada na corrida eleitoral. Com isso, Dilma rebate a tentativa do atual presidente de tentar alegar que a arrecadação de receitas se deu de forma individual. O processo do TSE foi aberto após um pedido de cassação da chapa Dilma-Temer. O autor da ação foi o PSDB, que acusava a campanha de ter cometido abuso de poder econômico e político na campanha. O procurador-geral Eleitoral, Nicolau Dino, em parecer no processo de cassação da chapa Dilma-Temer, posicionou-se pela indivisibilidade da chapa, citando a jurisprudência do TSE. Ele salientou ainda que eventual mudança de entendimento pela corte só surtiria efeitos para eleições futuras. Entre os documentos encaminhados ao tribunal pela defesa da petista estão o extrato de prestação de contas. O documento é assinado por Dilma, candidata a presidente, e por Temer, candidato a vice-presidente, além do administrador financeiro Edinho Silva, e do advogado e contador.
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Dilma diz ao TSE que pagou despesas de Temer na campanha de 2014Os advogados da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) apresentaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) documentos que apontam que despesas da candidatura de Michel Temer em 2014 foram bancadas pelo comitê central da campanha. Segundo a defesa, o material entregue ao relator do processo no tribunal, ministro Herman Benjamin, mostra que não havia contabilidade separada na corrida eleitoral. Com isso, Dilma rebate a tentativa do atual presidente de tentar alegar que a arrecadação de receitas se deu de forma individual. O processo do TSE foi aberto após um pedido de cassação da chapa Dilma-Temer. O autor da ação foi o PSDB, que acusava a campanha de ter cometido abuso de poder econômico e político na campanha. O procurador-geral Eleitoral, Nicolau Dino, em parecer no processo de cassação da chapa Dilma-Temer, posicionou-se pela indivisibilidade da chapa, citando a jurisprudência do TSE. Ele salientou ainda que eventual mudança de entendimento pela corte só surtiria efeitos para eleições futuras. Entre os documentos encaminhados ao tribunal pela defesa da petista estão o extrato de prestação de contas. O documento é assinado por Dilma, candidata a presidente, e por Temer, candidato a vice-presidente, além do administrador financeiro Edinho Silva, e do advogado e contador.
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Redundância cerebral
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Há muito que os engenheiros de computação descobriram que sistemas que lidam com informação digitalizada, quer dizer, representada em sequências de zeros e uns, tem que ser redundantes - ou o risco de informação se perder pelo caminho é grande demais. Por e-mail ou via internet, dados são transmitidos não em sequências lineares, como um único usuário soletrando seu nome ao telefone, mas sim em pacotes pequenos de sinais que sobrepõem. É como se uma página contendo informações preciosas fosse primeiro copiada várias vezes, depois cada uma picotada de um jeito diferente e todas por fim enviadas por correio instantâneo. Mesmo que alguns envelopes se percam pelo caminho, a mensagem ainda pode ser reconstruída na íntegra. Computadores modernos também usam um esquema de redundância, chamado RAID, no qual dados são distribuídos entre vários discos que, mais do que meras cópias físicas uns dos outros, representam informações múltiplas vezes de maneira organizada, o que torna o conjunto quase impérvio a acidentes. Caso um disco falhe, o conjunto dos outros compensa sua falta instantaneamente. Pois Nuo Li, Kayvon Daie e colaboradores da Janelia Farm, do Instituto Médico Howard Hughes, acabam de mostrar na revista "Nature Neuroscience" que comandos motores também são codificados de maneira redundante entre os dois hemisférios do cérebro do camundongo. Na falta momentânea de um hemisfério, o outro dá conta do recado. De quebra, o achado também explica por que é tão difícil fazer movimentos independentes com cada mão ou pé: a atividade de um hemisfério se espalha ao outro, gerando a redundância. Usando um feixe de laser para inativar temporariamente neurônios motores em camundongos geneticamente modificados para tornar seus neurônios sensíveis à luz, Li, Daie e equipe descobriram que quando um córtex motor é inativado enquanto deveria estar preparando um movimento, o outro lado do córtex, inalterado, ainda é capaz de fazer o movimento necessário acontecer. Mas só se ainda houver algo como meio segundo até a ação ser necessária; muito em cima da hora, nada feito. Ou seja: para gerar o sem fim de movimentos que fazemos ao longo do dia, só mesmo tendo dois hemisférios para dividir o trabalho. O alento é que, em eventuais casos de falha, um consegue substituir o outro. A não ser, claro, em casos de catástrofe, com destruição maciça de tecido cerebral. ps: Para quem ficou preocupado com minha mudança de país: minha coluna continua!
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Redundância cerebralHá muito que os engenheiros de computação descobriram que sistemas que lidam com informação digitalizada, quer dizer, representada em sequências de zeros e uns, tem que ser redundantes - ou o risco de informação se perder pelo caminho é grande demais. Por e-mail ou via internet, dados são transmitidos não em sequências lineares, como um único usuário soletrando seu nome ao telefone, mas sim em pacotes pequenos de sinais que sobrepõem. É como se uma página contendo informações preciosas fosse primeiro copiada várias vezes, depois cada uma picotada de um jeito diferente e todas por fim enviadas por correio instantâneo. Mesmo que alguns envelopes se percam pelo caminho, a mensagem ainda pode ser reconstruída na íntegra. Computadores modernos também usam um esquema de redundância, chamado RAID, no qual dados são distribuídos entre vários discos que, mais do que meras cópias físicas uns dos outros, representam informações múltiplas vezes de maneira organizada, o que torna o conjunto quase impérvio a acidentes. Caso um disco falhe, o conjunto dos outros compensa sua falta instantaneamente. Pois Nuo Li, Kayvon Daie e colaboradores da Janelia Farm, do Instituto Médico Howard Hughes, acabam de mostrar na revista "Nature Neuroscience" que comandos motores também são codificados de maneira redundante entre os dois hemisférios do cérebro do camundongo. Na falta momentânea de um hemisfério, o outro dá conta do recado. De quebra, o achado também explica por que é tão difícil fazer movimentos independentes com cada mão ou pé: a atividade de um hemisfério se espalha ao outro, gerando a redundância. Usando um feixe de laser para inativar temporariamente neurônios motores em camundongos geneticamente modificados para tornar seus neurônios sensíveis à luz, Li, Daie e equipe descobriram que quando um córtex motor é inativado enquanto deveria estar preparando um movimento, o outro lado do córtex, inalterado, ainda é capaz de fazer o movimento necessário acontecer. Mas só se ainda houver algo como meio segundo até a ação ser necessária; muito em cima da hora, nada feito. Ou seja: para gerar o sem fim de movimentos que fazemos ao longo do dia, só mesmo tendo dois hemisférios para dividir o trabalho. O alento é que, em eventuais casos de falha, um consegue substituir o outro. A não ser, claro, em casos de catástrofe, com destruição maciça de tecido cerebral. ps: Para quem ficou preocupado com minha mudança de país: minha coluna continua!
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Prédios para universitários oferecem espaço de estudos e até central de xerox
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OLÍVIA FREITAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Todo semestre milhares de jovens saem das casas dos pais e enfrentam a busca por uma moradia para dividir com os colegas de universidade. Empresas do setor imobiliário decidiram profissionalizar as repúblicas e desenvolver prédios inteiros exclusivamente para estudantes. Inspirados pelos "dorms" americanos, os empreendimentos oferecem cozinhas e salas de estudo compartilhadas, além de academia, local para fazer xerox, centro de compras e carro e bicicletas para serem usados por todos. A estudante de direito Isabela Bazanelli, 18, é uma das moradoras do "prédio república" da Uliving, na Bela Vista, centro de São Paulo. "É uma facilidade não ter que ficar correndo atrás das coisas", diz Bazanelli, de Ibitinga, a 347 km de São Paulo. Pode ser um alívio também para os pais, que contam com auxílio especial."Fazemos um meio de campo entre eles e os filhos quando não conseguem encontrá-los pelo telefone", explica Celso Martinelli, sócio da empresa. A Uliving tem um segundo prédio no mesmo estilo, em Sorocaba (a 99 km de São Paulo). Deve abrir ainda unidades na Consolação, centro de São Paulo, e em Macaé, no Rio de Janeiro, em 2019. Para alugar uma suíte de 12,5 m², o estudante desembolsa R$ 2.100 mensais, já uma cama em quarto duplo de 12 m² sai por R$ 1.300. Nos valores, estão inclusas contas de água, luz, internet e faxina quinzenal. Os andares são divididos por sexo. A cozinha tem equipamentos para compartilhar, como geladeira, e também espaço individual para cada um guardar seus mantimentos. Na lavandeira, os estudantes se revezam com dias e horários marcados. Há ainda câmeras 24h, recepcionistas e um gerente. "Aqui, conheço pessoas de outros lugares e culturas, além disso, por ser um espaço muito grande, as pessoas têm mais senso de coletivo", afirma o estudante de engenharia de alimentos Guilherme Paiva, 28. EXCLUSIVO De olho nesse mesmo mercado, a construtora Vitacon fechou uma parceria com a ESPM para construir um edifício de 325 unidades para os estudantes ao lado da instituição, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O empreendimento terá estúdios individuais de 15 m² ou 20 m² e compartilhados de 25 m² ou 32 m², com mensalidades entre R$ 1.000 e R$ 2.500. A intenção da ESPM, que estima que 30% de seus alunos venham de outras cidades, é atender universitários e professores. "Pensamos em um prédio que possa ser um celeiro de novas ideias, que reúna, no mesmo ambiente, estudantes e mentes inovadoras", diz Alexandre Lafer Frankel, da Vitacon. Os moradores terão bicicletas e um carro para uso compartilhado, com manutenção cobrada no condomínio. O edifício começa a ser construído este ano e contará com centro comercial, local de xerox, academia e "coworking". No último andar, um lounge com isolamento acústico vai ser sede para festas e eventos. "Vamos oferecer convivência colaborativa e criar um ambiente acadêmico hospedando professores visitantes", afirma Emmanuel Publio Dicas, vice-presidente da ESPM.
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Prédios para universitários oferecem espaço de estudos e até central de xerox
OLÍVIA FREITAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Todo semestre milhares de jovens saem das casas dos pais e enfrentam a busca por uma moradia para dividir com os colegas de universidade. Empresas do setor imobiliário decidiram profissionalizar as repúblicas e desenvolver prédios inteiros exclusivamente para estudantes. Inspirados pelos "dorms" americanos, os empreendimentos oferecem cozinhas e salas de estudo compartilhadas, além de academia, local para fazer xerox, centro de compras e carro e bicicletas para serem usados por todos. A estudante de direito Isabela Bazanelli, 18, é uma das moradoras do "prédio república" da Uliving, na Bela Vista, centro de São Paulo. "É uma facilidade não ter que ficar correndo atrás das coisas", diz Bazanelli, de Ibitinga, a 347 km de São Paulo. Pode ser um alívio também para os pais, que contam com auxílio especial."Fazemos um meio de campo entre eles e os filhos quando não conseguem encontrá-los pelo telefone", explica Celso Martinelli, sócio da empresa. A Uliving tem um segundo prédio no mesmo estilo, em Sorocaba (a 99 km de São Paulo). Deve abrir ainda unidades na Consolação, centro de São Paulo, e em Macaé, no Rio de Janeiro, em 2019. Para alugar uma suíte de 12,5 m², o estudante desembolsa R$ 2.100 mensais, já uma cama em quarto duplo de 12 m² sai por R$ 1.300. Nos valores, estão inclusas contas de água, luz, internet e faxina quinzenal. Os andares são divididos por sexo. A cozinha tem equipamentos para compartilhar, como geladeira, e também espaço individual para cada um guardar seus mantimentos. Na lavandeira, os estudantes se revezam com dias e horários marcados. Há ainda câmeras 24h, recepcionistas e um gerente. "Aqui, conheço pessoas de outros lugares e culturas, além disso, por ser um espaço muito grande, as pessoas têm mais senso de coletivo", afirma o estudante de engenharia de alimentos Guilherme Paiva, 28. EXCLUSIVO De olho nesse mesmo mercado, a construtora Vitacon fechou uma parceria com a ESPM para construir um edifício de 325 unidades para os estudantes ao lado da instituição, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O empreendimento terá estúdios individuais de 15 m² ou 20 m² e compartilhados de 25 m² ou 32 m², com mensalidades entre R$ 1.000 e R$ 2.500. A intenção da ESPM, que estima que 30% de seus alunos venham de outras cidades, é atender universitários e professores. "Pensamos em um prédio que possa ser um celeiro de novas ideias, que reúna, no mesmo ambiente, estudantes e mentes inovadoras", diz Alexandre Lafer Frankel, da Vitacon. Os moradores terão bicicletas e um carro para uso compartilhado, com manutenção cobrada no condomínio. O edifício começa a ser construído este ano e contará com centro comercial, local de xerox, academia e "coworking". No último andar, um lounge com isolamento acústico vai ser sede para festas e eventos. "Vamos oferecer convivência colaborativa e criar um ambiente acadêmico hospedando professores visitantes", afirma Emmanuel Publio Dicas, vice-presidente da ESPM.
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Após ser financiadora, empresária abre start-up de kits para cabelos
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Quando Amy Errett decidiu deixar seu emprego em um fundo de "venture capital" (que aplica dinheiro em pequenos e promissores empreendedores) para criar a Madison Reed, uma empresa on-line que vende kits para coloração caseira de cabelo, alguns de seus colegas expressaram ceticismo. "Eles questionaram se minha ideia era de só de mais um comércio eletrônico em um mercado maluco que não interessa a quase ninguém", diz Errett. Não é incomum que empreendedores troquem a batalha no mundo das start-ups pela estabilidade das empresas que financiam essas organizações, mas pouca gente faz o caminho oposto. "Não é que eu tivesse visões de que tudo seria mágica. Administrar uma empresa é difícil", diz ela, que já teve uma companhia de viagens para mulheres homossexuais. A ideia de voltar ao empreendedorismo surgiu alguns anos depois que Errett se tornou profissional de "venture capital" e, com isso, saiu em busca de bons negócios. Mais ou menos na mesma época, ela começou a se preocupar com os produtos químicos fortes que sua mulher, Claire, usava ao retocar o cabelo duas vezes por mês. Nos jantares em casa, começou a perguntar aos convidados: "Você tinge o cabelo?", "Sabe o que sua tintura de cabelo contém?". A resposta à segunda pergunta era sempre negativa. E a questão da coloração ainda tem um peso emocional, já que um acidente de tintura pode causar mais lágrimas do que o uso de um par de sapatos horrendos. "Se você pergunta a uma mulher que marca ela usa, a resposta é sempre que ela não sabe, e que o cabeleireiro é quem escolhe", afirma. Errett levou adiante sua pesquisa informal ao assistir a 53 amigas e conhecidas durante uma aplicação caseira de tintura e testemunhou "todos os erros e emoções" no processo. Isso a levou a concluir que o setor estava estagnado em termos de produtos, distribuição e tecnologia. GESTÃO FORTE Em seu trabalho anterior, Errett usava três critérios para avaliar a possibilidade de investimento nas empresas em estágio inicial: uma equipe de gestão forte, um mercado de dimensões consideráveis e uma qualidade única e atraente no negócio. "Por que alguém compraria o seu produto em vez de outro?" era a forma pela qual expressava essa equação. Ela usou essa lente para avaliar sua ideia quando concebeu a Madison Reed. A empresária estava confiante em suas qualidades de liderança e em sua capacidade de montar uma equipe. Quanto às dimensões do negócio, as tinturas são "um mercado imenso", conta. O setor mundial de produtos de coloração movimentará pouco mais de US$ 29 bilhões (R$ 94,7 bilhões) anuais em 2019, ajudado, em parte, pelo público masculino, de acordo com o grupo de pesquisa de mercado Technavio. Errett também acreditava que seria capaz de desenvolver um produto melhor. Cerca de 56 milhões de norte-americanos tingem os cabelos em casa, e muitos optam por retoques ou por trabalhos completos de tintura em intervalos de duas a seis semanas. Para a empresária, a tintura de cabelo é um produto de uso repetitivo, como os aparelhos de barbear e depilação: o cliente voltará para comprar novamente. Essa combinação foi o fator decisivo para Errett -e para os investidores que ela atraiu. A Madison Reed, sediada em San Francisco, na Califórnia, obteve US$ 45,1 milhões em recursos, boa parte vinda de fundos de "venture capital", como o que ela trabalhava. O fato de ela ter experiência como empreendedora e como executiva levou Jeff Crowe, da Norwest Venture Partners, a investir na Madison Reed. "Achei que isso a tornaria ainda mais efetiva." CONCORRENTES DE PESO A Madison Reed ainda é uma start-up pequena, concorrendo com empresas dotadas de amplos recursos. A L'Oréal e a Clairol são marcas reconhecidas, com amplos orçamentos para contratar modelos e atrizes para ajudar a promover seus produtos e vasta capacidade industrial. Há alguns anos, a L'Oréal investiu US$ 100 milhões e construiu a maior fábrica do mundo para produtos de coloração capilar, no México. Em dezembro, a Madison Reed abriu uma loja em Manhattan na qual as pessoas podem retocar sua tintura. Um tratamento de 45 minutos custa US$ 45. Uma caixa de tintura com a marca da empresa custa US$ 25 pelo site, que também vende gloss para o cabelo, pó para retoque das raízes e condicionador. * VANTAGEM COMPETITIVA Como a Madison Reed abriu espaço em um mercado dominado por gigantes PERSONALIZAÇÃO A empresa investiu em uma ferramenta na qual clientes enviam selfies de seu cabelo por mensagens ou redes sociais, buscando a cor mais adequada entre as opções da marca. Há também um call center com coloristas para atender aos clientes NATURAIS Aditivos químicos pesados foram substituídos por ingredientes naturais, como óleos de maracujá e raiz de gengibre; esses produtos são fabricados na Itália, onde as restrições ao uso de componentes químicos nas tinturas de cabelo são mais severas que nos EUA DISTRIBUIÇÃO O site da Madison Reed responde por 90% das vendas dos produtos, contra apenas 10% das grandes redes como Sephora, QVC e Ulta Beauty. A marca também investe em salões em cidades como San Francisco e Nova York INVESTIMENTO Os produtos são fabricados em uma planta terceirizada. Ao empregar um fabricante externo em vez de investir em uma pequena indústria, a Madison Reed pode dispor de menos capital inicial quando iniciou suas operações, em 2013 42% do mercado norte-americano de colorantes para cabelo é dominado pelas líderes L'Oréal e Clairol US$ 465 bilhões é o valor total da indústria mundial de beleza e cuidados pessoais Fontes: "The New York Times", Euromonitor e Statista, empresas de pesquisa de mercado
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Após ser financiadora, empresária abre start-up de kits para cabelosQuando Amy Errett decidiu deixar seu emprego em um fundo de "venture capital" (que aplica dinheiro em pequenos e promissores empreendedores) para criar a Madison Reed, uma empresa on-line que vende kits para coloração caseira de cabelo, alguns de seus colegas expressaram ceticismo. "Eles questionaram se minha ideia era de só de mais um comércio eletrônico em um mercado maluco que não interessa a quase ninguém", diz Errett. Não é incomum que empreendedores troquem a batalha no mundo das start-ups pela estabilidade das empresas que financiam essas organizações, mas pouca gente faz o caminho oposto. "Não é que eu tivesse visões de que tudo seria mágica. Administrar uma empresa é difícil", diz ela, que já teve uma companhia de viagens para mulheres homossexuais. A ideia de voltar ao empreendedorismo surgiu alguns anos depois que Errett se tornou profissional de "venture capital" e, com isso, saiu em busca de bons negócios. Mais ou menos na mesma época, ela começou a se preocupar com os produtos químicos fortes que sua mulher, Claire, usava ao retocar o cabelo duas vezes por mês. Nos jantares em casa, começou a perguntar aos convidados: "Você tinge o cabelo?", "Sabe o que sua tintura de cabelo contém?". A resposta à segunda pergunta era sempre negativa. E a questão da coloração ainda tem um peso emocional, já que um acidente de tintura pode causar mais lágrimas do que o uso de um par de sapatos horrendos. "Se você pergunta a uma mulher que marca ela usa, a resposta é sempre que ela não sabe, e que o cabeleireiro é quem escolhe", afirma. Errett levou adiante sua pesquisa informal ao assistir a 53 amigas e conhecidas durante uma aplicação caseira de tintura e testemunhou "todos os erros e emoções" no processo. Isso a levou a concluir que o setor estava estagnado em termos de produtos, distribuição e tecnologia. GESTÃO FORTE Em seu trabalho anterior, Errett usava três critérios para avaliar a possibilidade de investimento nas empresas em estágio inicial: uma equipe de gestão forte, um mercado de dimensões consideráveis e uma qualidade única e atraente no negócio. "Por que alguém compraria o seu produto em vez de outro?" era a forma pela qual expressava essa equação. Ela usou essa lente para avaliar sua ideia quando concebeu a Madison Reed. A empresária estava confiante em suas qualidades de liderança e em sua capacidade de montar uma equipe. Quanto às dimensões do negócio, as tinturas são "um mercado imenso", conta. O setor mundial de produtos de coloração movimentará pouco mais de US$ 29 bilhões (R$ 94,7 bilhões) anuais em 2019, ajudado, em parte, pelo público masculino, de acordo com o grupo de pesquisa de mercado Technavio. Errett também acreditava que seria capaz de desenvolver um produto melhor. Cerca de 56 milhões de norte-americanos tingem os cabelos em casa, e muitos optam por retoques ou por trabalhos completos de tintura em intervalos de duas a seis semanas. Para a empresária, a tintura de cabelo é um produto de uso repetitivo, como os aparelhos de barbear e depilação: o cliente voltará para comprar novamente. Essa combinação foi o fator decisivo para Errett -e para os investidores que ela atraiu. A Madison Reed, sediada em San Francisco, na Califórnia, obteve US$ 45,1 milhões em recursos, boa parte vinda de fundos de "venture capital", como o que ela trabalhava. O fato de ela ter experiência como empreendedora e como executiva levou Jeff Crowe, da Norwest Venture Partners, a investir na Madison Reed. "Achei que isso a tornaria ainda mais efetiva." CONCORRENTES DE PESO A Madison Reed ainda é uma start-up pequena, concorrendo com empresas dotadas de amplos recursos. A L'Oréal e a Clairol são marcas reconhecidas, com amplos orçamentos para contratar modelos e atrizes para ajudar a promover seus produtos e vasta capacidade industrial. Há alguns anos, a L'Oréal investiu US$ 100 milhões e construiu a maior fábrica do mundo para produtos de coloração capilar, no México. Em dezembro, a Madison Reed abriu uma loja em Manhattan na qual as pessoas podem retocar sua tintura. Um tratamento de 45 minutos custa US$ 45. Uma caixa de tintura com a marca da empresa custa US$ 25 pelo site, que também vende gloss para o cabelo, pó para retoque das raízes e condicionador. * VANTAGEM COMPETITIVA Como a Madison Reed abriu espaço em um mercado dominado por gigantes PERSONALIZAÇÃO A empresa investiu em uma ferramenta na qual clientes enviam selfies de seu cabelo por mensagens ou redes sociais, buscando a cor mais adequada entre as opções da marca. Há também um call center com coloristas para atender aos clientes NATURAIS Aditivos químicos pesados foram substituídos por ingredientes naturais, como óleos de maracujá e raiz de gengibre; esses produtos são fabricados na Itália, onde as restrições ao uso de componentes químicos nas tinturas de cabelo são mais severas que nos EUA DISTRIBUIÇÃO O site da Madison Reed responde por 90% das vendas dos produtos, contra apenas 10% das grandes redes como Sephora, QVC e Ulta Beauty. A marca também investe em salões em cidades como San Francisco e Nova York INVESTIMENTO Os produtos são fabricados em uma planta terceirizada. Ao empregar um fabricante externo em vez de investir em uma pequena indústria, a Madison Reed pode dispor de menos capital inicial quando iniciou suas operações, em 2013 42% do mercado norte-americano de colorantes para cabelo é dominado pelas líderes L'Oréal e Clairol US$ 465 bilhões é o valor total da indústria mundial de beleza e cuidados pessoais Fontes: "The New York Times", Euromonitor e Statista, empresas de pesquisa de mercado
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Piano apreendido de Eike Batista está no condomínio do juiz
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O juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal do Rio, escolheu um vizinho para cuidar do piano apreendido na casa do empresário Eike Batista. Na terça (24), o juiz foi flagrado dirigindo o Porsche do empresário. Na ocasião, Souza disse que "não havia ninguém de sua confiança para guardar o veículo", por isso colocou o carro sob sua responsabilidade. O pensamento foi diferente com o piano. Inicialmente, Eike Batista foi escolhido como fiel depositário do piano, mas depois, segundo o magistrado, encontrou uma pessoa "de confiança" no condomínio onde mora e fez a transferência. O juiz nega que o piano esteja em sua casa. "Se os advogados comparecerem à Vara vão poder ver quem é o fiel depositário do piano", disse o juiz Flávio Roberto de Souza, que não quis revelar o nome do responsável por guardar o bem apreendido. "Os fiéis depositários estão com medo de serem expostos", contou, se referindo ao episódio em que foi flagrado dirigindo o Porsche de Eike Batista nesta terça (24). Flávia Sampaio, esposa de Eike Batista, ironizou a descoberta do piano em sua conta social no Instagram. "Será pelo mesmo zelo que quiseram tanto tirar um piano de casa (foram 3 x na casa para montar a engenharia de retirada) e levar para.., o mesmo endereço onde estão os carros??!", escreveu. O juiz ainda afirmou que um outro vizinho está como depositário da Range Rover de Thor Batista, filho de Eike. O magistrado negou que fosse a mesma pessoa que cuida do piano. Segundo Souza, o piano está "em péssimo estado de conservação", e que a avaliação preliminar, de R$ 85 mil, deve ser revisada para baixo. A previsão era oferecer o bem no quinto leilão de bens de Eike. O leilão marcado para esta quinta (26) foi adiado pela Justiça. Na terça (3), o TRF (Tribunal Regional Federal) decide se o juiz permanece à frente do processo contra Eike Batista. No momento, dois desembargadores votaram pelo afastamento. O procedimento está com o desembargador relator. A Corregedoria do TRF abriu um procedimento para investigar a conduta do juiz, flagrado dirigindo o Porsche do empresário.
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Piano apreendido de Eike Batista está no condomínio do juizO juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal do Rio, escolheu um vizinho para cuidar do piano apreendido na casa do empresário Eike Batista. Na terça (24), o juiz foi flagrado dirigindo o Porsche do empresário. Na ocasião, Souza disse que "não havia ninguém de sua confiança para guardar o veículo", por isso colocou o carro sob sua responsabilidade. O pensamento foi diferente com o piano. Inicialmente, Eike Batista foi escolhido como fiel depositário do piano, mas depois, segundo o magistrado, encontrou uma pessoa "de confiança" no condomínio onde mora e fez a transferência. O juiz nega que o piano esteja em sua casa. "Se os advogados comparecerem à Vara vão poder ver quem é o fiel depositário do piano", disse o juiz Flávio Roberto de Souza, que não quis revelar o nome do responsável por guardar o bem apreendido. "Os fiéis depositários estão com medo de serem expostos", contou, se referindo ao episódio em que foi flagrado dirigindo o Porsche de Eike Batista nesta terça (24). Flávia Sampaio, esposa de Eike Batista, ironizou a descoberta do piano em sua conta social no Instagram. "Será pelo mesmo zelo que quiseram tanto tirar um piano de casa (foram 3 x na casa para montar a engenharia de retirada) e levar para.., o mesmo endereço onde estão os carros??!", escreveu. O juiz ainda afirmou que um outro vizinho está como depositário da Range Rover de Thor Batista, filho de Eike. O magistrado negou que fosse a mesma pessoa que cuida do piano. Segundo Souza, o piano está "em péssimo estado de conservação", e que a avaliação preliminar, de R$ 85 mil, deve ser revisada para baixo. A previsão era oferecer o bem no quinto leilão de bens de Eike. O leilão marcado para esta quinta (26) foi adiado pela Justiça. Na terça (3), o TRF (Tribunal Regional Federal) decide se o juiz permanece à frente do processo contra Eike Batista. No momento, dois desembargadores votaram pelo afastamento. O procedimento está com o desembargador relator. A Corregedoria do TRF abriu um procedimento para investigar a conduta do juiz, flagrado dirigindo o Porsche do empresário.
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Advogado espera que Roberto Jefferson deixe prisão neste sábado
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Condenado no processo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) deve deixar o presídio neste sábado (16) para cumprir o resto da pena em casa. Segundo os advogados do ex-deputado, a expectativa é que o oficial de justiça com alvará de soltura chegue ao presídio em Niterói (RJ) entre 10h e 11h. Nesta quinta (14), Jefferson foi autorizado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a cumprir pena em regime aberto. Preso em fevereiro de 2014, ele cumpria pena em regime semiaberto, pelo qual pode sair do presídio para trabalhar. Com a progressão para o regime aberto, Jefferson agora poderá passar noites em casa, um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Jefferson foi condenado a 7 anos e 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Passou um ano e três meses preso no Instituto Penal Francisco Spargoli, em Niterói. Na decisão, o STF considerou que o ex-deputado já cumpriu um sexto da pena. No ano passado, um pedido da defesa para o regime aberto havia sido negado. Naquela ocasião, a defesa do petebista alegava que Jefferson tinha problemas de saúde e que o presídio prejudicava o seu tratamento.
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Advogado espera que Roberto Jefferson deixe prisão neste sábadoCondenado no processo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) deve deixar o presídio neste sábado (16) para cumprir o resto da pena em casa. Segundo os advogados do ex-deputado, a expectativa é que o oficial de justiça com alvará de soltura chegue ao presídio em Niterói (RJ) entre 10h e 11h. Nesta quinta (14), Jefferson foi autorizado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a cumprir pena em regime aberto. Preso em fevereiro de 2014, ele cumpria pena em regime semiaberto, pelo qual pode sair do presídio para trabalhar. Com a progressão para o regime aberto, Jefferson agora poderá passar noites em casa, um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Jefferson foi condenado a 7 anos e 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Passou um ano e três meses preso no Instituto Penal Francisco Spargoli, em Niterói. Na decisão, o STF considerou que o ex-deputado já cumpriu um sexto da pena. No ano passado, um pedido da defesa para o regime aberto havia sido negado. Naquela ocasião, a defesa do petebista alegava que Jefferson tinha problemas de saúde e que o presídio prejudicava o seu tratamento.
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Pare de alimentar a sua dívida, é hora de renegociar
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A pilha de correspondências na porta de casa traz as contas mensais fixas e, às vezes, um "lembrete" desagradável daquela dívida que está atrasada e acumulando juros. A cobrança é frequente, seja pelos Correios ou por telefone, mas você faz as contas e sabe que, do jeito que está, não vai conseguir se livrar da pendência tão cedo. Levantamento recente do SPC Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostrou que quatro em cada dez brasileiros não vão conseguir pagar suas dívidas nos próximos três meses. Além disso, 52% dos entrevistados na pesquisa justificaram que não pagam as dívidas em dia porque ela é muito superior aos ganhos mensais. De 2014 para 2015, o valor médio da dívida passou de R$ 4.000 para R$ 5.400. O valor representa duas vezes e meia a renda familiar mensal no Brasil. Em outros termos, a pesquisa mostra uma bola de neve com potencial para crescer ainda mais. Portanto, se a sua situação financeira hoje se enquadra no que foi apurado na pesquisa, cruzar os braços só vai piorar o problema. Ainda que sua dívida pareça ser impossível de pagar, a saída é resolver a situação por meio de uma renegociação. Veja alguns pontos que podem ajudar a renegociar uma dívida com sucesso. O RAIO-X DO ORÇAMENTO Considere a tarefa como um marco para a mudança do seu comportamento financeiro daqui em diante. Discutir o orçamento e encontrar os gastos que estão pesando mais no bolso é uma tarefa que deveria fazer parte da rotina da família. É importante contar com os esforços de todos nesse momento para identificar as despesas mais pesadas e encontrar meios de economizar e quais os cortes podem ser feitos. NÃO RENEGOCIE DE MÃOS VAZIAS Com os cortes feitos no orçamento doméstico, você chegará à mesa do gerente com um valor de entrada para oferecer na renegociação. Isso demonstra boa vontade da sua parte. Do outro lado da mesa, a pessoa que está ouvindo terá muito mais disposição para chegar a uma proposta razoável se você, por exemplo, oferecer R$ 500 de entrada para uma dívida de R$ 2.000. PRIORIZE AS DÍVIDAS MAIS CARAS A pesquisa do SPC mostrou que as dívidas atrasadas no cartão de crédito foram citadas por 42% dos entrevistados. A cilada do pagamento mínimo da parcela atrai muita gente, mas é simplesmente um atalho para a dívida tomar proporções absurdas, tendo em vista que são os juros mais caros praticados no mercado. Foque no pagamento das dívidas com juros maiores para desafogar suas pendências. Não negar a existência de uma dívida é o primeiro passo para que você possa vislumbrar uma solução. Levar a fio a segunda parte do ditado —pago quando puder— é um erro, pois não motiva a procurar uma saída. Não adie mais a renegociação da dívida e tire esse peso das costas.
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colunas
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Pare de alimentar a sua dívida, é hora de renegociarA pilha de correspondências na porta de casa traz as contas mensais fixas e, às vezes, um "lembrete" desagradável daquela dívida que está atrasada e acumulando juros. A cobrança é frequente, seja pelos Correios ou por telefone, mas você faz as contas e sabe que, do jeito que está, não vai conseguir se livrar da pendência tão cedo. Levantamento recente do SPC Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostrou que quatro em cada dez brasileiros não vão conseguir pagar suas dívidas nos próximos três meses. Além disso, 52% dos entrevistados na pesquisa justificaram que não pagam as dívidas em dia porque ela é muito superior aos ganhos mensais. De 2014 para 2015, o valor médio da dívida passou de R$ 4.000 para R$ 5.400. O valor representa duas vezes e meia a renda familiar mensal no Brasil. Em outros termos, a pesquisa mostra uma bola de neve com potencial para crescer ainda mais. Portanto, se a sua situação financeira hoje se enquadra no que foi apurado na pesquisa, cruzar os braços só vai piorar o problema. Ainda que sua dívida pareça ser impossível de pagar, a saída é resolver a situação por meio de uma renegociação. Veja alguns pontos que podem ajudar a renegociar uma dívida com sucesso. O RAIO-X DO ORÇAMENTO Considere a tarefa como um marco para a mudança do seu comportamento financeiro daqui em diante. Discutir o orçamento e encontrar os gastos que estão pesando mais no bolso é uma tarefa que deveria fazer parte da rotina da família. É importante contar com os esforços de todos nesse momento para identificar as despesas mais pesadas e encontrar meios de economizar e quais os cortes podem ser feitos. NÃO RENEGOCIE DE MÃOS VAZIAS Com os cortes feitos no orçamento doméstico, você chegará à mesa do gerente com um valor de entrada para oferecer na renegociação. Isso demonstra boa vontade da sua parte. Do outro lado da mesa, a pessoa que está ouvindo terá muito mais disposição para chegar a uma proposta razoável se você, por exemplo, oferecer R$ 500 de entrada para uma dívida de R$ 2.000. PRIORIZE AS DÍVIDAS MAIS CARAS A pesquisa do SPC mostrou que as dívidas atrasadas no cartão de crédito foram citadas por 42% dos entrevistados. A cilada do pagamento mínimo da parcela atrai muita gente, mas é simplesmente um atalho para a dívida tomar proporções absurdas, tendo em vista que são os juros mais caros praticados no mercado. Foque no pagamento das dívidas com juros maiores para desafogar suas pendências. Não negar a existência de uma dívida é o primeiro passo para que você possa vislumbrar uma solução. Levar a fio a segunda parte do ditado —pago quando puder— é um erro, pois não motiva a procurar uma saída. Não adie mais a renegociação da dívida e tire esse peso das costas.
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Flávio Renegado lança clipe de rap sobre 'pecado da autoestima'; assista
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O rapper mineiro Flávio Renegado atua e dirige seu novo clipe, da música "Redenção", uma das das sete faixas do EP "Relatos de um Conflito Particular". O CD, lançado em outubro, tem um discurso que gira em torno dos sete pecados capitais. A canção que acaba de ganhar vídeo fala do orgulho de "sair do barraco e construir um império" —"meu pecado é ter muita autoestima", diz na letra— e faz uma crítica à gana capitalista. "Relatos de um Conflito Particular" é o quarto trabalho de Renegado, nascido na favela do bairro Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, e conhecido pelo ativismo social nas músicas. Para ele, a letra de "Redenção" tem a ver com as ocupações de escolas em São Paulo, feitas por estudantes em protesto contra a reorganização da rede de ensino estadual. "A letra fala de não desistir, de lutar pelo que é nosso. Vivemos em um país onde nunca se discutiu uma política séria de reparação de danos para a população escravizada e ainda querem nos tirar um dos poucos direitos que ainda temos", avalia. "Deveríamos estar fechando presídios e não escolas, temos que legalizar a vida e não as armas." Na última sexta (4), o músico se apresentou em uma das escolas ocupadas, a Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, na zona norte da capital paulista.
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Flávio Renegado lança clipe de rap sobre 'pecado da autoestima'; assistaO rapper mineiro Flávio Renegado atua e dirige seu novo clipe, da música "Redenção", uma das das sete faixas do EP "Relatos de um Conflito Particular". O CD, lançado em outubro, tem um discurso que gira em torno dos sete pecados capitais. A canção que acaba de ganhar vídeo fala do orgulho de "sair do barraco e construir um império" —"meu pecado é ter muita autoestima", diz na letra— e faz uma crítica à gana capitalista. "Relatos de um Conflito Particular" é o quarto trabalho de Renegado, nascido na favela do bairro Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, e conhecido pelo ativismo social nas músicas. Para ele, a letra de "Redenção" tem a ver com as ocupações de escolas em São Paulo, feitas por estudantes em protesto contra a reorganização da rede de ensino estadual. "A letra fala de não desistir, de lutar pelo que é nosso. Vivemos em um país onde nunca se discutiu uma política séria de reparação de danos para a população escravizada e ainda querem nos tirar um dos poucos direitos que ainda temos", avalia. "Deveríamos estar fechando presídios e não escolas, temos que legalizar a vida e não as armas." Na última sexta (4), o músico se apresentou em uma das escolas ocupadas, a Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, na zona norte da capital paulista.
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Sph: Sexta tem alterações em paradas de ônibus na zona sul
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DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA Para quem utiliza ônibus na região sul da capital, é bom ficar atento: os pontos de ônibus da Rua Dr. Antônio Bento nºs 231 e 692, esquina com a Rua São José, em Santo Amaro, foram desmembrados em duas paradas, com uma nova na altura da Rua São José. Confira como ficou a nova distribuição das linhas para não embarcar errado. A CET já começou a instalar as faixas educativas sobre redução de velocidade em vias importantes da cidade como a avenida Angélica, av. Dr Abraão Ribeiro e av. Pacaembu. A medida passa a valer somente na segunda (17). * TEMPO O tempo segue seco, sem chuvas, nesta sexta. A máxima deve chegar aos 27ºC e a mínima 15ºC * CULTURA E LAZER Começa nesta sexta (14) a quarta edição do Palhaçada Geral - Festival Internacional de Palhaços, organizado pelo diretor, dramaturgo e palhaço Hugo Possolo. Até dia 23/8, o evento irá reunir mais de 150 atrações nacionais e estrangeiras na sede do grupo Parlapatões, na praça Roosevelt. Ingr.: R$20 A 10ª Mostra Cultura Árabe traz uma homenagem ao escritor Raduan Nassar, que teve a obra "Lavoura Arcaica" adaptada para as telonas, com uma exibição do filme, às 18h, seguida de um debate com o escritor amazonense Milton Hatoum, no Cinesesc. Confira a programação do festival. Ingr.: R$ Nesta sexta (13), o grupo Demônios da Garoa faz show em homenagem a Adoniran Barbosa, em Pinheiros. No repertório, canções como "Saudosa Maloca", "Trem das Onze" e "Apaga o Fogo, Mané". Ingr.: R$ 40 (homem) e R$ 30 (mulher). A cantora Ana Carolina também se apresenta na capital nesta sexta (13), com turnê "#AC ao vivo". Ingr.: R$ R$ 110 a 220 Diretamente de Los Angeles, o produtor Dam-Fumk é a principal atração da festa Só Pedrada Musical, que acontece nesta sexta (14) no Superloft. Também comandam o som os DJs convidados Dubstrong e Mari Mats. Ingr.: R$ 20 (antecipado) e R$ 40 * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 21h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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saopaulo
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Sph: Sexta tem alterações em paradas de ônibus na zona sulDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA Para quem utiliza ônibus na região sul da capital, é bom ficar atento: os pontos de ônibus da Rua Dr. Antônio Bento nºs 231 e 692, esquina com a Rua São José, em Santo Amaro, foram desmembrados em duas paradas, com uma nova na altura da Rua São José. Confira como ficou a nova distribuição das linhas para não embarcar errado. A CET já começou a instalar as faixas educativas sobre redução de velocidade em vias importantes da cidade como a avenida Angélica, av. Dr Abraão Ribeiro e av. Pacaembu. A medida passa a valer somente na segunda (17). * TEMPO O tempo segue seco, sem chuvas, nesta sexta. A máxima deve chegar aos 27ºC e a mínima 15ºC * CULTURA E LAZER Começa nesta sexta (14) a quarta edição do Palhaçada Geral - Festival Internacional de Palhaços, organizado pelo diretor, dramaturgo e palhaço Hugo Possolo. Até dia 23/8, o evento irá reunir mais de 150 atrações nacionais e estrangeiras na sede do grupo Parlapatões, na praça Roosevelt. Ingr.: R$20 A 10ª Mostra Cultura Árabe traz uma homenagem ao escritor Raduan Nassar, que teve a obra "Lavoura Arcaica" adaptada para as telonas, com uma exibição do filme, às 18h, seguida de um debate com o escritor amazonense Milton Hatoum, no Cinesesc. Confira a programação do festival. Ingr.: R$ Nesta sexta (13), o grupo Demônios da Garoa faz show em homenagem a Adoniran Barbosa, em Pinheiros. No repertório, canções como "Saudosa Maloca", "Trem das Onze" e "Apaga o Fogo, Mané". Ingr.: R$ 40 (homem) e R$ 30 (mulher). A cantora Ana Carolina também se apresenta na capital nesta sexta (13), com turnê "#AC ao vivo". Ingr.: R$ R$ 110 a 220 Diretamente de Los Angeles, o produtor Dam-Fumk é a principal atração da festa Só Pedrada Musical, que acontece nesta sexta (14) no Superloft. Também comandam o som os DJs convidados Dubstrong e Mari Mats. Ingr.: R$ 20 (antecipado) e R$ 40 * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 21h Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Citado na Lava Jato, Moreira nega comparação com nomeação de Lula
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Citado na Lava Jato, o novo ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, negou nesta sexta-feira (3) que a sua nomeação, que lhe confere foro privilegiado, guarde similaridades com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, o petista foi indicado pela ex-presidente por Dilma Rousseff para o comando da Casa Civil após ter sido alvo de uma condução coercitiva no rastro da investigações da Polícia Federal. A nomeação de Moreira Franco ocorre na mesma semana em que o STF (Supremo Tribunal Federal) homologou 77 delações premiadas da Odebrecht. O novo ministro foi citado 34 vezes na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, que o acusou de ter recebido dinheiro para defender os interesses da empreiteira. O peemedebista, apelidado de "angorá" na delação premiada, nega irregularidades. "Há uma diferença muito grande nas tentativas que foram feitas no passado. Eu estou no governo federal, não estava fora do governo federal, vinha cumprindo [minha função] até por uma solicitação minha de não dar status de ministério ao Programa de Parceria de Investimento", disse. Segundo ele, a recriação da Secretaria-Geral, que havia sido extinta por Dilma Rousseff em 2015, deveu-se à necessidade de "robustecer" a Presidência da República e dar mais eficiência e força para o Palácio do Planalto. "Não há nenhuma tentativa de resolver uma crise ou um problema político, porque não estamos vivendo crise política. Ao contrário, o governo acabou de dar uma demonstração de pujança, de força e de autoridade no Congresso Nacional", afirmou. Em cerimônia de posse dos novos ministro, o presidente Michel Temer afirmou que a promoção de Moreira Franco deve-se à necessidade de melhorar a administração interna do Palácio do Planalto. Segundo ele, a criação do cargo tratou-se apenas de uma "formalização", já que o peemedebista já era chamado informalmente de "ministro" desde o início da gestão peemedebista. "Eu precisava estruturar um pouco melhor o Palácio do Planalto. Os senhores sabem que o Palácio do Planalto precisa sempre estar bem estruturado e precisava de um secretário-geral para cuidar da administração interna,do cerimonial e de viagens do presidente", disse o presidente. A estrutura abrigará as secretarias de comunicação e administração e o cerimonial, antes vinculados à Casa Civil e à Secretaria de Governo. O líder o DEM no Senado, Ronado Caiado (GO), criticou a atitude de Temer. "É condenável esse tipo de prática. Se fosse deslocado para um ministério, não haveria problema. Mas criar um ministério é de uma infelicidade ímpar. Fica com cara de esperteza. Vou atuar contra a aprovação dessa medida provisória. Temer errou feio", declarou o senador em nota divulgada por sua assessoria de imprensa. O DEM é um dos principais partidos aliados a Temer no Congresso. Além de Moreira, tomaram posse a desembargadora aposentada Luislinda Valois (Direitos Humanos) e o deputados federal Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), ambos do PSDB. No discurso, o presidente pediu um minuto de silêncio pelo estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que sofreu interrupção do fluxo cerebral na quinta-feira (2). "Eu quero fazer um pensamento positivo para a ex-primeira-dama dona Marisa Letícia, que está em uma situação muito delicada", disse.
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poder
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Citado na Lava Jato, Moreira nega comparação com nomeação de LulaCitado na Lava Jato, o novo ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, negou nesta sexta-feira (3) que a sua nomeação, que lhe confere foro privilegiado, guarde similaridades com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, o petista foi indicado pela ex-presidente por Dilma Rousseff para o comando da Casa Civil após ter sido alvo de uma condução coercitiva no rastro da investigações da Polícia Federal. A nomeação de Moreira Franco ocorre na mesma semana em que o STF (Supremo Tribunal Federal) homologou 77 delações premiadas da Odebrecht. O novo ministro foi citado 34 vezes na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, que o acusou de ter recebido dinheiro para defender os interesses da empreiteira. O peemedebista, apelidado de "angorá" na delação premiada, nega irregularidades. "Há uma diferença muito grande nas tentativas que foram feitas no passado. Eu estou no governo federal, não estava fora do governo federal, vinha cumprindo [minha função] até por uma solicitação minha de não dar status de ministério ao Programa de Parceria de Investimento", disse. Segundo ele, a recriação da Secretaria-Geral, que havia sido extinta por Dilma Rousseff em 2015, deveu-se à necessidade de "robustecer" a Presidência da República e dar mais eficiência e força para o Palácio do Planalto. "Não há nenhuma tentativa de resolver uma crise ou um problema político, porque não estamos vivendo crise política. Ao contrário, o governo acabou de dar uma demonstração de pujança, de força e de autoridade no Congresso Nacional", afirmou. Em cerimônia de posse dos novos ministro, o presidente Michel Temer afirmou que a promoção de Moreira Franco deve-se à necessidade de melhorar a administração interna do Palácio do Planalto. Segundo ele, a criação do cargo tratou-se apenas de uma "formalização", já que o peemedebista já era chamado informalmente de "ministro" desde o início da gestão peemedebista. "Eu precisava estruturar um pouco melhor o Palácio do Planalto. Os senhores sabem que o Palácio do Planalto precisa sempre estar bem estruturado e precisava de um secretário-geral para cuidar da administração interna,do cerimonial e de viagens do presidente", disse o presidente. A estrutura abrigará as secretarias de comunicação e administração e o cerimonial, antes vinculados à Casa Civil e à Secretaria de Governo. O líder o DEM no Senado, Ronado Caiado (GO), criticou a atitude de Temer. "É condenável esse tipo de prática. Se fosse deslocado para um ministério, não haveria problema. Mas criar um ministério é de uma infelicidade ímpar. Fica com cara de esperteza. Vou atuar contra a aprovação dessa medida provisória. Temer errou feio", declarou o senador em nota divulgada por sua assessoria de imprensa. O DEM é um dos principais partidos aliados a Temer no Congresso. Além de Moreira, tomaram posse a desembargadora aposentada Luislinda Valois (Direitos Humanos) e o deputados federal Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), ambos do PSDB. No discurso, o presidente pediu um minuto de silêncio pelo estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que sofreu interrupção do fluxo cerebral na quinta-feira (2). "Eu quero fazer um pensamento positivo para a ex-primeira-dama dona Marisa Letícia, que está em uma situação muito delicada", disse.
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Com aura dos anos 1950, Almanara é onde se come de tudo um pouco
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ANA ESTELA DE SOUSA PINTO EDITORA DE "MERCADO" Existe um Almanara que é e não é como os outros: o do centro de São Paulo, onde nasceu a cadeia de restaurantes. Tem o mesmo cardápio das lojas dos shoppings, mas com uma opção só dele: o rodízio. Sabe quando dá vontade de comer um pouquinho só de tabule, meia kafta, dois charutinhos de uva, pão quentinho com homus e baba ghanoush, duas esfirras e um quibe? Como numa refeição árabe clássica, cheia de opções, para a gente escolher as que quiser, quanto quiser? Lá, você mata essa vontade mesmo sozinho. Nas outras, só se levar a família ou o time de futebol completo. Outra vantagem é que no rodízio todos os pratos chegam quentes (menos, claro, saladas e quibe cru) e a kafta e o michui de frango vêm com um sabor de churrasco a carvão que nenhuma outra unidade tem. Os garçons acertam o ritmo, sem importunar nem desaparecer. A atmosfera é dos anos 1950: toalhas e guardanapos são de tecido, o pé-direito é alto, as paredes são revestidas de madeira e pastilhas vitrificadas e você se senta em cadeiras de verdade (e não naqueles infames bancões). Para melhorar, poderiam desligar a música (alta demais e irritante) e colocar na entrada um pé de romã bem carregado de frutas, para combinar com as palmeiras e os dromedários do mural que adorna o salão. R. Basílio da Gama, 70, República, tel. 3257-7580. 112 lugares. Seg. a dom.: 11h30 às 23h. Estac. c/ manob. (R$ 10 a 1ª h). E outros endereços. MELHOR ÁRABE (DATAFOLHA)
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saopaulo
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Com aura dos anos 1950, Almanara é onde se come de tudo um poucoANA ESTELA DE SOUSA PINTO EDITORA DE "MERCADO" Existe um Almanara que é e não é como os outros: o do centro de São Paulo, onde nasceu a cadeia de restaurantes. Tem o mesmo cardápio das lojas dos shoppings, mas com uma opção só dele: o rodízio. Sabe quando dá vontade de comer um pouquinho só de tabule, meia kafta, dois charutinhos de uva, pão quentinho com homus e baba ghanoush, duas esfirras e um quibe? Como numa refeição árabe clássica, cheia de opções, para a gente escolher as que quiser, quanto quiser? Lá, você mata essa vontade mesmo sozinho. Nas outras, só se levar a família ou o time de futebol completo. Outra vantagem é que no rodízio todos os pratos chegam quentes (menos, claro, saladas e quibe cru) e a kafta e o michui de frango vêm com um sabor de churrasco a carvão que nenhuma outra unidade tem. Os garçons acertam o ritmo, sem importunar nem desaparecer. A atmosfera é dos anos 1950: toalhas e guardanapos são de tecido, o pé-direito é alto, as paredes são revestidas de madeira e pastilhas vitrificadas e você se senta em cadeiras de verdade (e não naqueles infames bancões). Para melhorar, poderiam desligar a música (alta demais e irritante) e colocar na entrada um pé de romã bem carregado de frutas, para combinar com as palmeiras e os dromedários do mural que adorna o salão. R. Basílio da Gama, 70, República, tel. 3257-7580. 112 lugares. Seg. a dom.: 11h30 às 23h. Estac. c/ manob. (R$ 10 a 1ª h). E outros endereços. MELHOR ÁRABE (DATAFOLHA)
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No Brasil, '25% dos celulares ainda são 'Burrofones'
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Campeão do mundo e ídolo do esporte brasileiro, o médico e ex-jogador de futebol Tostão não demonstra o mesmo apreço pela tecnologia como o que tem pela bola. Avesso aos smartphones, o colunista da Folha ainda usa um celular antigo. "Só uso o celular para telefonar e receber chamadas. Às vezes recebo mensagens, mas nunca mando. Isso [o smartphone] não me faz falta", diz Tostão pelo seu "burrofone" (dumbphone, em inglês). Pode parecer raro, mas Tostão representa uma quantidade considerável de pessoas avessas à tal tecnologia. Aproximadamente 25% das linhas móveis ainda permanecem restritas a chamadas de voz -o máximo em tecnologia são mensagens SMS. Dados da Anatel mostram que, em março, 62,7 milhões de linhas móveis operavam em "burrofones", ou seja, trabalhavam via 2G –sem acesso à internet. Em um mercado quase saturado –as vendas de smartphones caíram 13,4% no país em 2015– e em meio a uma recessão econômica, que inviabiliza uma forte expansão, a disputa pela modernização desse nicho "parado no tempo" ganha importância. 2G no Brasil - Celulares sem acesso à internet, por DDD, em % "Nós vivemos uma transição em que a receita de voz cai muito. Então, há essa tentativa de estimular a migração para incentivar a compra de pacote de dados", afirma Eduardo Tude, diretor da consultoria Teleco. Segundo a Folha apurou, a alta na receita das operadoras pode chegar a 50% na comparação entre um pacote de voz e um de voz mais dados. As quatro grandes operadoras do país reconhecem os esforços em avançar ante os 25% resistentes. "Geralmente, clientes que passam a ter uma melhor experiência com o uso da internet contratam pacotes de dados e, logo, geram mais receitas", disse a Vivo, em nota. Além do aumento de receita, há a necessidade de remanejar investimentos, de acordo com Ricardo Distler, diretor-executivo da consultoria Accenture. ESTRATÉGIAS O mercado sabe que há três motivos principais para o alto percentual de "burrofones" no país: preço dos aparelhos, falta de conhecimento e problemas no sinal. "A primeira barreira é o preço. Por isso, buscamos negociar com fabricantes um aparelho de entrada a preços acessíveis", afirma Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da Claro. A Oi aposta em planos que oferecem dinheiro para aparelhos usados. "Isso visa tornar o processo de troca de tecnologia mais rápido, agrega receita de dados e melhora a experiência de uso", afirma Roberto Guezburger, diretor de produtos e mobilidade da Oi. A Vivo também apela a descontos em novos aparelhos, enquanto a TIM promove workshops com aulas para demonstrar a funcionalidade dos smartphones. SEM ACESSO De acordo com analistas, as regiões que concentram o maior percentual de linhas 2G são as de menor renda e pior qualidade no serviço oferecido pelas empresas. É consenso que a dificuldade em encontrar sinal inviabiliza a chegada de mais smartphones a tais locais. "Regiões de menor renda tipicamente têm menor participação em razão das dificuldades do sinal", afirma Guezburger, da empresa Oi. Mesmo com a expansão do 3G e do 4G no país, em 2016 cerca de 550 cidades ainda recebem apenas o sinal 2G –praticamente todas no interior do Brasil, segundo dados disponibilizados pela Anatel.
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mercado
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No Brasil, '25% dos celulares ainda são 'Burrofones'Campeão do mundo e ídolo do esporte brasileiro, o médico e ex-jogador de futebol Tostão não demonstra o mesmo apreço pela tecnologia como o que tem pela bola. Avesso aos smartphones, o colunista da Folha ainda usa um celular antigo. "Só uso o celular para telefonar e receber chamadas. Às vezes recebo mensagens, mas nunca mando. Isso [o smartphone] não me faz falta", diz Tostão pelo seu "burrofone" (dumbphone, em inglês). Pode parecer raro, mas Tostão representa uma quantidade considerável de pessoas avessas à tal tecnologia. Aproximadamente 25% das linhas móveis ainda permanecem restritas a chamadas de voz -o máximo em tecnologia são mensagens SMS. Dados da Anatel mostram que, em março, 62,7 milhões de linhas móveis operavam em "burrofones", ou seja, trabalhavam via 2G –sem acesso à internet. Em um mercado quase saturado –as vendas de smartphones caíram 13,4% no país em 2015– e em meio a uma recessão econômica, que inviabiliza uma forte expansão, a disputa pela modernização desse nicho "parado no tempo" ganha importância. 2G no Brasil - Celulares sem acesso à internet, por DDD, em % "Nós vivemos uma transição em que a receita de voz cai muito. Então, há essa tentativa de estimular a migração para incentivar a compra de pacote de dados", afirma Eduardo Tude, diretor da consultoria Teleco. Segundo a Folha apurou, a alta na receita das operadoras pode chegar a 50% na comparação entre um pacote de voz e um de voz mais dados. As quatro grandes operadoras do país reconhecem os esforços em avançar ante os 25% resistentes. "Geralmente, clientes que passam a ter uma melhor experiência com o uso da internet contratam pacotes de dados e, logo, geram mais receitas", disse a Vivo, em nota. Além do aumento de receita, há a necessidade de remanejar investimentos, de acordo com Ricardo Distler, diretor-executivo da consultoria Accenture. ESTRATÉGIAS O mercado sabe que há três motivos principais para o alto percentual de "burrofones" no país: preço dos aparelhos, falta de conhecimento e problemas no sinal. "A primeira barreira é o preço. Por isso, buscamos negociar com fabricantes um aparelho de entrada a preços acessíveis", afirma Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da Claro. A Oi aposta em planos que oferecem dinheiro para aparelhos usados. "Isso visa tornar o processo de troca de tecnologia mais rápido, agrega receita de dados e melhora a experiência de uso", afirma Roberto Guezburger, diretor de produtos e mobilidade da Oi. A Vivo também apela a descontos em novos aparelhos, enquanto a TIM promove workshops com aulas para demonstrar a funcionalidade dos smartphones. SEM ACESSO De acordo com analistas, as regiões que concentram o maior percentual de linhas 2G são as de menor renda e pior qualidade no serviço oferecido pelas empresas. É consenso que a dificuldade em encontrar sinal inviabiliza a chegada de mais smartphones a tais locais. "Regiões de menor renda tipicamente têm menor participação em razão das dificuldades do sinal", afirma Guezburger, da empresa Oi. Mesmo com a expansão do 3G e do 4G no país, em 2016 cerca de 550 cidades ainda recebem apenas o sinal 2G –praticamente todas no interior do Brasil, segundo dados disponibilizados pela Anatel.
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Globo age rápido com José Mayer, mas devia ir além do marketing
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Na primeira semana do "BBB17", em janeiro deste ano, o cirurgião plástico Marcos Harter, 38, foi indicado para o paredão, acusado de machismo, após ter tentado beijar à força a estudante Emilly Araujo, 18 anos mais nova. Mas escapou. Com 59% dos votos, a eliminada foi a dançarina Gabriela Flor, que cometeu um pecado mais grave aos olhos dos espectadores: se manteve distante das polêmicas, foi uma "planta", como se diz. Na última terça-feira (4), completados 70 dias de confinamento, o "BBB17" bateu recorde de participação do público. Segundo a Globo, foram registrados quase 113 milhões de votos na disputa que resultou na eliminação do advogado Ilmar Fonseca, 38. Dois dias antes, irritado com a mesma Emilly, ele a chamou de "verme". E ainda acrescentou: "Queria pedir desculpa para os vermes". Recebeu 55,92% dos votos. Seu adversário na disputa foi Marcos, agora namorado de Emilly. Na véspera da votação, furioso por estar na berlinda, ele destratou e ameaçou três mulheres, apontando o dedo na cara de todas. Uma delas, a para-atleta Marinalva Almeida, que não tem uma perna, temeu ser agredida fisicamente. Quem assistia à cena também temeu. A agressão, porém, ficou no campo verbal. O médico recebeu 44,08% dos votos. Dizendo falar em nome da direção do programa, o apresentador Tiago Leifert discursou, antes de comunicar o resultado: "Esse paredão não é sobre polarização. Não é uma luta do bem contra o mal. Ouviram bem o que eu disse? Quem vencer esse paredão não é o paladino da justiça, quem perder não é o demônio. Pode até ser pra algumas pessoas, mas elas são fanáticas e elas estão hipnotizadas". O constrangimento da Globo não poderia ser maior. Duas horas antes, William Bonner havia lido no "Jornal Nacional", com toda a solenidade possível, a nota oficial relativa à suspensão do ator José Mayer, na qual a emissora "enfatiza que repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito". A rapidez com que a Globo tratou do caso é digna de elogios. Foram apenas cinco dias entre a publicação da denúncia de assédio, no blog da Folha #AgoraÉQueSãoElas, e o anúncio da suspensão do ator. A americana Fox, por exemplo, demorou 15 dias para acertar a saída do seu principal executivo, Roger Ailes, em julho de 2015, depois que ele foi acusado de assédio pela âncora Gretchen Carlson. A Globo, no entanto, não se limitou a suspender o ator. Suas áreas de marketing e responsabilidade social viram no caso uma oportunidade de promover as boas práticas da própria emissora. Em outras palavras, tentaram transformar o limão ácido numa torta de limão com muito creme. Repisado com destaque em todos os noticiários, e também no "Vídeo Show", o fato tomou uma dimensão extraordinária. A postura da Globo pautou uma discussão pública importante, mas passou a impressão, também, de que os casos de assédio sexual na emissora começaram com José Mayer. Outro problema, como muitos lembraram, é que o discurso não combina, frequentemente, com o conteúdo que a própria emissora exibe. As cenas mostradas no mesmo dia pelo "BBB17" não são um "estranho no ninho". Não vejo "apelação", como diz José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, em dedicar seis minutos ao caso no "Jornal Nacional". Mas acho que a reflexão deve ir além do marketing. Não é possível ignorar que uma empresa produtora de conteúdo, a maior delas no Brasil, não tem alguma responsabilidade na forma como as pessoas agem e enxergam o mundo.
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Globo age rápido com José Mayer, mas devia ir além do marketingNa primeira semana do "BBB17", em janeiro deste ano, o cirurgião plástico Marcos Harter, 38, foi indicado para o paredão, acusado de machismo, após ter tentado beijar à força a estudante Emilly Araujo, 18 anos mais nova. Mas escapou. Com 59% dos votos, a eliminada foi a dançarina Gabriela Flor, que cometeu um pecado mais grave aos olhos dos espectadores: se manteve distante das polêmicas, foi uma "planta", como se diz. Na última terça-feira (4), completados 70 dias de confinamento, o "BBB17" bateu recorde de participação do público. Segundo a Globo, foram registrados quase 113 milhões de votos na disputa que resultou na eliminação do advogado Ilmar Fonseca, 38. Dois dias antes, irritado com a mesma Emilly, ele a chamou de "verme". E ainda acrescentou: "Queria pedir desculpa para os vermes". Recebeu 55,92% dos votos. Seu adversário na disputa foi Marcos, agora namorado de Emilly. Na véspera da votação, furioso por estar na berlinda, ele destratou e ameaçou três mulheres, apontando o dedo na cara de todas. Uma delas, a para-atleta Marinalva Almeida, que não tem uma perna, temeu ser agredida fisicamente. Quem assistia à cena também temeu. A agressão, porém, ficou no campo verbal. O médico recebeu 44,08% dos votos. Dizendo falar em nome da direção do programa, o apresentador Tiago Leifert discursou, antes de comunicar o resultado: "Esse paredão não é sobre polarização. Não é uma luta do bem contra o mal. Ouviram bem o que eu disse? Quem vencer esse paredão não é o paladino da justiça, quem perder não é o demônio. Pode até ser pra algumas pessoas, mas elas são fanáticas e elas estão hipnotizadas". O constrangimento da Globo não poderia ser maior. Duas horas antes, William Bonner havia lido no "Jornal Nacional", com toda a solenidade possível, a nota oficial relativa à suspensão do ator José Mayer, na qual a emissora "enfatiza que repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito". A rapidez com que a Globo tratou do caso é digna de elogios. Foram apenas cinco dias entre a publicação da denúncia de assédio, no blog da Folha #AgoraÉQueSãoElas, e o anúncio da suspensão do ator. A americana Fox, por exemplo, demorou 15 dias para acertar a saída do seu principal executivo, Roger Ailes, em julho de 2015, depois que ele foi acusado de assédio pela âncora Gretchen Carlson. A Globo, no entanto, não se limitou a suspender o ator. Suas áreas de marketing e responsabilidade social viram no caso uma oportunidade de promover as boas práticas da própria emissora. Em outras palavras, tentaram transformar o limão ácido numa torta de limão com muito creme. Repisado com destaque em todos os noticiários, e também no "Vídeo Show", o fato tomou uma dimensão extraordinária. A postura da Globo pautou uma discussão pública importante, mas passou a impressão, também, de que os casos de assédio sexual na emissora começaram com José Mayer. Outro problema, como muitos lembraram, é que o discurso não combina, frequentemente, com o conteúdo que a própria emissora exibe. As cenas mostradas no mesmo dia pelo "BBB17" não são um "estranho no ninho". Não vejo "apelação", como diz José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, em dedicar seis minutos ao caso no "Jornal Nacional". Mas acho que a reflexão deve ir além do marketing. Não é possível ignorar que uma empresa produtora de conteúdo, a maior delas no Brasil, não tem alguma responsabilidade na forma como as pessoas agem e enxergam o mundo.
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Cia. Razões Inversas destrincha discurso político em 'Filoctetes'
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Filoctetes, na mitologia grega, foi um herói esquecido. Ferido e abandonado em uma ilha por dez anos, durante a Guerra de Troia, o exímio arqueiro e líder grego alimentou o ódio e a revolta. Pelas mãos de Sófocles, seu discurso ganhou voz em forma de tragédia, que, por sua vez, adquiriu tons mais políticos na adaptação de Heiner (1929-95): o dramaturgo alemão enfatiza a construção da retórica e o processo de convencimento público, mostra a fragilidade do indivíduo diante do Estado. É esta a versão que ganha corpo no novo trabalho da Companhia Razões Inversas. A montagem, que integra as celebrações de 25 anos do grupo –iniciadas com uma mostra em julho–, estreia nesta sexta (25), em São Paulo. "Vemos, no texto de 'Filoctetes', como a mudança de líderes altera o jogo social", diz o diretor Marcio Aurelio. "É um espaço onde o homem vai se mutilando." O coletivo, formado em 1990 por egressos do curso de artes cênicas da Unicamp, notabilizou-se em pesquisar narrativas e buscar sintetizar em cena o clássico e o contemporâneo, tanto nos textos quanto na linguagem. "Filoctetes" nasceu da mesma pesquisa que deu origem a "Anatomia Woyzeck" (2013), versão do texto inacabado de Georg Büchner, sobre um soldado acusado de matar a própria mulher. "Temas extremamente políticos sempre nos interessaram, desde o primeiro espetáculo ['Vem...Senta Aqui ao Meu Lado e Deixa o Mundo Girar, Jamais Seremos Tão Jovens', que o grupo pretende remontar em breve]", explica o ator Paulo Marcello, integrante do coletivo. Além de Marcello, estão em cena de "Filoctetes" Washington Luiz e Marcelo Lazzaratto. Atualmente diretor da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, Lazzaratto iniciou sua carreira, no início dos anos 1990, na Razões Inversas, onde permaneceu por dez anos. FILOCTETES QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 20h; até 20/12 ONDE Funarte São Paulo, al. Nothmann, 1.058, tel. (11) 3662-5177 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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ilustrada
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Cia. Razões Inversas destrincha discurso político em 'Filoctetes'Filoctetes, na mitologia grega, foi um herói esquecido. Ferido e abandonado em uma ilha por dez anos, durante a Guerra de Troia, o exímio arqueiro e líder grego alimentou o ódio e a revolta. Pelas mãos de Sófocles, seu discurso ganhou voz em forma de tragédia, que, por sua vez, adquiriu tons mais políticos na adaptação de Heiner (1929-95): o dramaturgo alemão enfatiza a construção da retórica e o processo de convencimento público, mostra a fragilidade do indivíduo diante do Estado. É esta a versão que ganha corpo no novo trabalho da Companhia Razões Inversas. A montagem, que integra as celebrações de 25 anos do grupo –iniciadas com uma mostra em julho–, estreia nesta sexta (25), em São Paulo. "Vemos, no texto de 'Filoctetes', como a mudança de líderes altera o jogo social", diz o diretor Marcio Aurelio. "É um espaço onde o homem vai se mutilando." O coletivo, formado em 1990 por egressos do curso de artes cênicas da Unicamp, notabilizou-se em pesquisar narrativas e buscar sintetizar em cena o clássico e o contemporâneo, tanto nos textos quanto na linguagem. "Filoctetes" nasceu da mesma pesquisa que deu origem a "Anatomia Woyzeck" (2013), versão do texto inacabado de Georg Büchner, sobre um soldado acusado de matar a própria mulher. "Temas extremamente políticos sempre nos interessaram, desde o primeiro espetáculo ['Vem...Senta Aqui ao Meu Lado e Deixa o Mundo Girar, Jamais Seremos Tão Jovens', que o grupo pretende remontar em breve]", explica o ator Paulo Marcello, integrante do coletivo. Além de Marcello, estão em cena de "Filoctetes" Washington Luiz e Marcelo Lazzaratto. Atualmente diretor da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, Lazzaratto iniciou sua carreira, no início dos anos 1990, na Razões Inversas, onde permaneceu por dez anos. FILOCTETES QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 20h; até 20/12 ONDE Funarte São Paulo, al. Nothmann, 1.058, tel. (11) 3662-5177 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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'No desespero, delatores inventam', diz Eunício, favorito para Senado
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Favorito para assumir a presidência do Senado pelos próximos dois anos, Eunício Oliveira (PMDB-CE), 64, avalia que a Operação Lava Jato criou uma prerrogativa de culpa sobre os políticos antes mesmo que se prove o conteúdo das delações premiadas. Em entrevista à Folha, diz que, em momentos de "desespero", delatores "criam, inventam e até mentem" para conseguir o benefício ao fechar acordo de colaboração. Citado pelo ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que o acusa de ter recebido propina, Eunício nega: "sei o que não fiz". Folha - O sr. construiu ampla aliança. Como atender a partidos tão antagônicos, como PT e PSDB? Eunício Oliveira - A costura foi feita com cada partido, respeitando o espaço e o direito adquirido nas urnas: a proporcionalidade. Se tiver essa compreensão de que a regra é para todos, pode não agradar a todos, mas você aceita. O sr. participou do acordão que fatiou o julgamento do impeachment e permitiu que Dilma Rousseff mantivesse seus direitos políticos. Isso foi negociado para que o PT apoiasse a sua eleição? Isso nunca foi tratado, nem com o presidente Lula. Conversei com o líder do PT [Humberto Costa], com Jorge Viana (PT-AC), Paulo Rocha (PT-BA), inclusive com Lindbergh (PT-RJ), dizendo: "não misturem as coisas. Aqui é o espaço que vocês conquistaram nas ruas e quero preservar". Se isso não estava na negociação e Temer não concordava com o fatiamento, porque o sr. participou do acordo? Temer poderia ter um ponto de vista diferente do meu. A disputa política é uma posição do PT. Quem está no governo é o meu partido. Não há nenhum compromisso de silêncio, de votação de matéria. Não vou pedir a eles e eles não me devem nada. O sr. faz parte de um grupo que controla o Senado há anos, com Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá. Propõe alguma mudança? Se eu tivesse que ser de algum grupo [no PMDB], seria da Câmara. O presidente Renan tem um estilo. O meu jeito já foi demonstrado por onde passei. O Senado não pode ficar batendo carimbo. Durante cinco anos, não houve diálogo com a Câmara. Esse ano haverá muitos projetos e decisões polêmicas, por exemplo, o de abuso de autoridade. O sr. concorda? Presidente não vota. Mas quem vai defender abuso de autoridade? Aquele momento era adequado, a discussão era aquela, houve diálogo com outro Poder? Não tenho nenhum problema em procurar o procurador-geral da República [Rodrigo Janot], a associação de procuradores, o STF para dialogar. O sr. defende qual perfil para o novo ministro do STF, no lugar de Teori Zavascki? O momento exige um nome que tenha o perfil parecido daquele que não está mais entre nós [Teori Zavascki], mas que se notabilizou exatamente pelo respeito ao Direito e à Constituição. Renan defendeu a indicação do ministro Alexandre de Moraes (Justiça) para a vaga de Teori Zavascki. Renan tem a opinião dele. Prefiro não me manifestar porque a escolha é prerrogativa do presidente Temer. Moraes tem perfil político, é filiado ao PSDB, integrante do governo e apoiado por partidos. Ele também é um perfil técnico, não é? A Justiça é um ministério técnico. Há divergências sobre o processo de escolha do novo relator da Lava Jato. Como o sr. acha que a presidente da Corte, Cármen Lúcia, deve proceder? Não conheço o regimento do STF. O fato de Temer achar que tem que escolher [o novo ministro] depois da escolha do relator, é posição dele. O meu compromisso é com a celeridade. O sr. teme se tornar réu na Lava Jato e o STF decidir que, por isso, não poderá ocupar a linha sucessória da Presidência da República? Não sou investigado. Sei o que fiz e o que não fiz. Tenho tranquilidade em relação a qualquer citação [a meu nome na Lava Jato]. Porque as pessoas, numa hora dessas de desespero, falam e ninguém pode impedir. Para conseguir o benefício da delação premiada elas precisam provar o que falam. Mas isso é lá na frente. As pessoas criam, inventam e até mentem para poder ter o benefício da delação. Não posso impedir que a pessoa fale ou cite nada. O sr. é acusado pelo ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho de ter recebido R$ 2,1 milhões em propina para aprovar MP de interesse da empreiteira. Recebeu esse dinheiro? A MP 613. Não fui presidente da MP, não fui líder, vice-presidente, relator, não fiz uma emenda supressiva ou aditiva... Mas ele alega que a influência que o sr. tinha ajudava. Raciocine um pouquinho: você não me conhece, nunca me viu, como eu te estuprei? O sr. não conhece Cláudio Melo Filho? Conheço porque moro em Brasília, de encontrar em avião e restaurante. Não é relação de amizade. Uma história qualquer um conta. Quero provas de que recebi o dinheiro. Cláudio Melo Filho diz que Ricardo Augusto, seu sobrinho, foi ao escritório da Odebrecht para entregar "a senha e o local" onde os pagamentos seriam realizados. Isso não aconteceu. Ir em empresas para pedir contribuições era regra. Cadê a entrega desse dinheiro? Quem recebeu? Quero que alguém diga 'entreguei para o Eunício'. Sei o que não fiz e quero tranquilizar meus pares em relação a isso.
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poder
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'No desespero, delatores inventam', diz Eunício, favorito para SenadoFavorito para assumir a presidência do Senado pelos próximos dois anos, Eunício Oliveira (PMDB-CE), 64, avalia que a Operação Lava Jato criou uma prerrogativa de culpa sobre os políticos antes mesmo que se prove o conteúdo das delações premiadas. Em entrevista à Folha, diz que, em momentos de "desespero", delatores "criam, inventam e até mentem" para conseguir o benefício ao fechar acordo de colaboração. Citado pelo ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que o acusa de ter recebido propina, Eunício nega: "sei o que não fiz". Folha - O sr. construiu ampla aliança. Como atender a partidos tão antagônicos, como PT e PSDB? Eunício Oliveira - A costura foi feita com cada partido, respeitando o espaço e o direito adquirido nas urnas: a proporcionalidade. Se tiver essa compreensão de que a regra é para todos, pode não agradar a todos, mas você aceita. O sr. participou do acordão que fatiou o julgamento do impeachment e permitiu que Dilma Rousseff mantivesse seus direitos políticos. Isso foi negociado para que o PT apoiasse a sua eleição? Isso nunca foi tratado, nem com o presidente Lula. Conversei com o líder do PT [Humberto Costa], com Jorge Viana (PT-AC), Paulo Rocha (PT-BA), inclusive com Lindbergh (PT-RJ), dizendo: "não misturem as coisas. Aqui é o espaço que vocês conquistaram nas ruas e quero preservar". Se isso não estava na negociação e Temer não concordava com o fatiamento, porque o sr. participou do acordo? Temer poderia ter um ponto de vista diferente do meu. A disputa política é uma posição do PT. Quem está no governo é o meu partido. Não há nenhum compromisso de silêncio, de votação de matéria. Não vou pedir a eles e eles não me devem nada. O sr. faz parte de um grupo que controla o Senado há anos, com Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá. Propõe alguma mudança? Se eu tivesse que ser de algum grupo [no PMDB], seria da Câmara. O presidente Renan tem um estilo. O meu jeito já foi demonstrado por onde passei. O Senado não pode ficar batendo carimbo. Durante cinco anos, não houve diálogo com a Câmara. Esse ano haverá muitos projetos e decisões polêmicas, por exemplo, o de abuso de autoridade. O sr. concorda? Presidente não vota. Mas quem vai defender abuso de autoridade? Aquele momento era adequado, a discussão era aquela, houve diálogo com outro Poder? Não tenho nenhum problema em procurar o procurador-geral da República [Rodrigo Janot], a associação de procuradores, o STF para dialogar. O sr. defende qual perfil para o novo ministro do STF, no lugar de Teori Zavascki? O momento exige um nome que tenha o perfil parecido daquele que não está mais entre nós [Teori Zavascki], mas que se notabilizou exatamente pelo respeito ao Direito e à Constituição. Renan defendeu a indicação do ministro Alexandre de Moraes (Justiça) para a vaga de Teori Zavascki. Renan tem a opinião dele. Prefiro não me manifestar porque a escolha é prerrogativa do presidente Temer. Moraes tem perfil político, é filiado ao PSDB, integrante do governo e apoiado por partidos. Ele também é um perfil técnico, não é? A Justiça é um ministério técnico. Há divergências sobre o processo de escolha do novo relator da Lava Jato. Como o sr. acha que a presidente da Corte, Cármen Lúcia, deve proceder? Não conheço o regimento do STF. O fato de Temer achar que tem que escolher [o novo ministro] depois da escolha do relator, é posição dele. O meu compromisso é com a celeridade. O sr. teme se tornar réu na Lava Jato e o STF decidir que, por isso, não poderá ocupar a linha sucessória da Presidência da República? Não sou investigado. Sei o que fiz e o que não fiz. Tenho tranquilidade em relação a qualquer citação [a meu nome na Lava Jato]. Porque as pessoas, numa hora dessas de desespero, falam e ninguém pode impedir. Para conseguir o benefício da delação premiada elas precisam provar o que falam. Mas isso é lá na frente. As pessoas criam, inventam e até mentem para poder ter o benefício da delação. Não posso impedir que a pessoa fale ou cite nada. O sr. é acusado pelo ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho de ter recebido R$ 2,1 milhões em propina para aprovar MP de interesse da empreiteira. Recebeu esse dinheiro? A MP 613. Não fui presidente da MP, não fui líder, vice-presidente, relator, não fiz uma emenda supressiva ou aditiva... Mas ele alega que a influência que o sr. tinha ajudava. Raciocine um pouquinho: você não me conhece, nunca me viu, como eu te estuprei? O sr. não conhece Cláudio Melo Filho? Conheço porque moro em Brasília, de encontrar em avião e restaurante. Não é relação de amizade. Uma história qualquer um conta. Quero provas de que recebi o dinheiro. Cláudio Melo Filho diz que Ricardo Augusto, seu sobrinho, foi ao escritório da Odebrecht para entregar "a senha e o local" onde os pagamentos seriam realizados. Isso não aconteceu. Ir em empresas para pedir contribuições era regra. Cadê a entrega desse dinheiro? Quem recebeu? Quero que alguém diga 'entreguei para o Eunício'. Sei o que não fiz e quero tranquilizar meus pares em relação a isso.
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'A Doce Vida' é uma poderosa crítica à sociedade do espetáculo
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Sétimo longa de Federico Fellini, "A Doce Vida" é um milagre, de um tempo em que o cinema italiano era pródigo em milagres. Estamos em 1960, em meio ao estouro do cinema moderno europeu, com sua pujança autoral, enquanto do outro lado do Atlântico Hollywood se entregava cada vez mais aos interesses financeiros. Após "Noites de Cabíria" (1957), Fellini rompe com seus últimos laços neorrealistas e constrói uma poderosa crítica à sociedade do espetáculo. Esqueçam "A Grande Beleza" (2013), a bobagem de Paolo Sorrentino com a qual "A Doce Vida" foi insistentemente comparado. Fellini não precisa fazer uma longa propaganda de bebida para expor o que pensa. Precisa apenas de um invejável poder de observação e de um alter ego (Fellini foi jornalista na juventude). O jornalista de celebridades Marcello (Marcello Mastroianni) quer se tornar um escritor de verdade, um intelectual, mas perde tempo num circuito de festas e perdições diversas. Ele sabe que o ambiente em que está inserido é uma farsa, mas ao mesmo tempo não encontra forças para ir contra a maré. Por vezes, reage a tudo e a todos com um tédio que mais parece charme aos olhos mundanos. Desde a primeira imagem, de um helicóptero levando uma estátua de Cristo (imagem buñueliana que será homenageada por Theo Angelopoulos em "Paisagem na Neblina"), até o encerramento na praia, com a menina que diz algo que Marcello não consegue ouvir, percebemos estar diante de uma obra-prima. A ligação entre esses dois momentos é perfeita. Acompanhando o helicóptero que leva a estátua está um outro helicóptero, com Marcello e um fotógrafo. Passam por uma cobertura onde garotas tomam banho de sol. Marcello tenta falar com elas, mas elas não conseguem ouvi-lo. Como seu conterrâneo Michelangelo Antonioni (sobretudo na trilogia formada, por "A Aventura", "A Noite" e "O Eclipse"), Fellini fala, entre muitas outras coisas, da dificuldade de comunicação no mundo moderno. Com elenco impressionante (Anouk Aimée, Anita Ekberg, Alain Cuny), "A Doce Vida", seu filme mais ambicioso, mostra um mundo repleto de frivolidades, com pessoas falsas, de alegrias e reações postiças. É praticamente uma antevisão do que vivemos hoje em diversos setores da sociedade. A DOCE VIDA (La Dolce Vita) DIREÇÃO: FEDERICO FELLINI ELENCO: MARCELLO MASTROIANNI, ANITA EKBERG, ANOUK AIMÉE PRODUÇÃO: ITÁLIA/FRANÇA, 1960 CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (20)
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ilustrada
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'A Doce Vida' é uma poderosa crítica à sociedade do espetáculoSétimo longa de Federico Fellini, "A Doce Vida" é um milagre, de um tempo em que o cinema italiano era pródigo em milagres. Estamos em 1960, em meio ao estouro do cinema moderno europeu, com sua pujança autoral, enquanto do outro lado do Atlântico Hollywood se entregava cada vez mais aos interesses financeiros. Após "Noites de Cabíria" (1957), Fellini rompe com seus últimos laços neorrealistas e constrói uma poderosa crítica à sociedade do espetáculo. Esqueçam "A Grande Beleza" (2013), a bobagem de Paolo Sorrentino com a qual "A Doce Vida" foi insistentemente comparado. Fellini não precisa fazer uma longa propaganda de bebida para expor o que pensa. Precisa apenas de um invejável poder de observação e de um alter ego (Fellini foi jornalista na juventude). O jornalista de celebridades Marcello (Marcello Mastroianni) quer se tornar um escritor de verdade, um intelectual, mas perde tempo num circuito de festas e perdições diversas. Ele sabe que o ambiente em que está inserido é uma farsa, mas ao mesmo tempo não encontra forças para ir contra a maré. Por vezes, reage a tudo e a todos com um tédio que mais parece charme aos olhos mundanos. Desde a primeira imagem, de um helicóptero levando uma estátua de Cristo (imagem buñueliana que será homenageada por Theo Angelopoulos em "Paisagem na Neblina"), até o encerramento na praia, com a menina que diz algo que Marcello não consegue ouvir, percebemos estar diante de uma obra-prima. A ligação entre esses dois momentos é perfeita. Acompanhando o helicóptero que leva a estátua está um outro helicóptero, com Marcello e um fotógrafo. Passam por uma cobertura onde garotas tomam banho de sol. Marcello tenta falar com elas, mas elas não conseguem ouvi-lo. Como seu conterrâneo Michelangelo Antonioni (sobretudo na trilogia formada, por "A Aventura", "A Noite" e "O Eclipse"), Fellini fala, entre muitas outras coisas, da dificuldade de comunicação no mundo moderno. Com elenco impressionante (Anouk Aimée, Anita Ekberg, Alain Cuny), "A Doce Vida", seu filme mais ambicioso, mostra um mundo repleto de frivolidades, com pessoas falsas, de alegrias e reações postiças. É praticamente uma antevisão do que vivemos hoje em diversos setores da sociedade. A DOCE VIDA (La Dolce Vita) DIREÇÃO: FEDERICO FELLINI ELENCO: MARCELLO MASTROIANNI, ANITA EKBERG, ANOUK AIMÉE PRODUÇÃO: ITÁLIA/FRANÇA, 1960 CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (20)
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Após protestos de mulheres, Polanski desiste de presidir o César
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O cineasta franco-polonês Roman Polanski desistiu de presidir em fevereiro a cerimônia do César, o "Oscar francês", depois que associações feministas convocaram um boicote devido ao estupro de uma menor há quatro décadas, informou nesta terça-feira (25) seu advogado. Estas associações recolheram em menos de uma semana mais de 61 mil assinaturas para pedir a destituição do cineasta como presidente do César. Polanski é acusado nos Estados Unidos do estupro de uma menor de 13 anos em 1977. Esta polêmica "injustificada" entristeceu "profundamente Roman Polanski e afetou sua família", e o diretor "decidiu não aceitar o convite" dos organizadores da cerimônia, marcada para esta terça (24) em Paris, informou em um comunicado seu advogado, Hervé Temime. A controvérsia é "alimentada por informações errôneas", defendeu o advogado. "Vamos lembrar que Samantha Geimer [a menor] apoia há muito tempo as iniciativas judiciais de Roman Polanski para regularizar sua situação nos Estados Unidos, e pediu o abandono definitivo das acusações." O comunicado também lembra que a justiça da Polônia e da Suíça rejeitaram os pedidos de extradição dos Estados Unidos, ao estabelecer que Polanski "havia cumprido a pena, que havia sido alvo de um acordo entre todas as partes na época". A ministra francesa de Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, também havia condenado a eleição de Polanski como presidente do César. A titular da Cultura, Andrey Azoulay, se absteve de criticar a designação do diretor de "O Pianista" e "Tess - Uma Lição de Vida".
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Após protestos de mulheres, Polanski desiste de presidir o CésarO cineasta franco-polonês Roman Polanski desistiu de presidir em fevereiro a cerimônia do César, o "Oscar francês", depois que associações feministas convocaram um boicote devido ao estupro de uma menor há quatro décadas, informou nesta terça-feira (25) seu advogado. Estas associações recolheram em menos de uma semana mais de 61 mil assinaturas para pedir a destituição do cineasta como presidente do César. Polanski é acusado nos Estados Unidos do estupro de uma menor de 13 anos em 1977. Esta polêmica "injustificada" entristeceu "profundamente Roman Polanski e afetou sua família", e o diretor "decidiu não aceitar o convite" dos organizadores da cerimônia, marcada para esta terça (24) em Paris, informou em um comunicado seu advogado, Hervé Temime. A controvérsia é "alimentada por informações errôneas", defendeu o advogado. "Vamos lembrar que Samantha Geimer [a menor] apoia há muito tempo as iniciativas judiciais de Roman Polanski para regularizar sua situação nos Estados Unidos, e pediu o abandono definitivo das acusações." O comunicado também lembra que a justiça da Polônia e da Suíça rejeitaram os pedidos de extradição dos Estados Unidos, ao estabelecer que Polanski "havia cumprido a pena, que havia sido alvo de um acordo entre todas as partes na época". A ministra francesa de Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, também havia condenado a eleição de Polanski como presidente do César. A titular da Cultura, Andrey Azoulay, se absteve de criticar a designação do diretor de "O Pianista" e "Tess - Uma Lição de Vida".
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Operação contra fraude em seguro de carro prende 119 pessoas em 4 Estados
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Polícias do Rio, Santa Catarina e Paraná se mobilizaram nesta quarta-feira (7) para reprimir a atuação de uma quadrilha que vinha aplicando golpes em seguros de carros. Até às 17h, 119 pessoas foram presas nos três Estados e em São Paulo. A operação Corte Seguro, como foi chamada, descobriu que aliciadores procuravam proprietários de veículos segurados e os convenciam a participar do esquema. Os carros eram levados para Santa Catarina e vendidos a ferro-velhos. A partir daí, os donos dos carros comunicavam às delegacias os falsos roubos. Promotores do Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) descobriram que, em um ano, foram levados 70 carros do Rio para Santa Catarina. Segundo os investigadores, empresários, médicos, advogados, policiais militares e um vereador de Vassouras, no sul fluminense, estavam envolvidos no esquema. Três policiais militares foram presos no Rio: um capitão do 21º Batalhão da PM (São João de Meriti), um sargento do Batalhão da Ilha do Governador e um soldado do Centro de Manutenção de Materiais da corporação. A corporação não divulgou os nomes dos detidos. Até às 17h, 56 pessoas foram presas em Santa Catarina, 59 no Rio, 3 no Paraná e 1 em São Paulo.
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cotidiano
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Operação contra fraude em seguro de carro prende 119 pessoas em 4 EstadosPolícias do Rio, Santa Catarina e Paraná se mobilizaram nesta quarta-feira (7) para reprimir a atuação de uma quadrilha que vinha aplicando golpes em seguros de carros. Até às 17h, 119 pessoas foram presas nos três Estados e em São Paulo. A operação Corte Seguro, como foi chamada, descobriu que aliciadores procuravam proprietários de veículos segurados e os convenciam a participar do esquema. Os carros eram levados para Santa Catarina e vendidos a ferro-velhos. A partir daí, os donos dos carros comunicavam às delegacias os falsos roubos. Promotores do Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) descobriram que, em um ano, foram levados 70 carros do Rio para Santa Catarina. Segundo os investigadores, empresários, médicos, advogados, policiais militares e um vereador de Vassouras, no sul fluminense, estavam envolvidos no esquema. Três policiais militares foram presos no Rio: um capitão do 21º Batalhão da PM (São João de Meriti), um sargento do Batalhão da Ilha do Governador e um soldado do Centro de Manutenção de Materiais da corporação. A corporação não divulgou os nomes dos detidos. Até às 17h, 56 pessoas foram presas em Santa Catarina, 59 no Rio, 3 no Paraná e 1 em São Paulo.
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Conheça o Mecânico Gato, em nova seção que busca belezas ocultas de SP
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Enguiçou? Rodrigo Molina Proce, 31, pode te ajudar. Segunda geração de uma família vinda de Polignano a Mare, no sul da Itália, ele aprendeu o ofício de consertar carros desde cedo. A garagem do seu pai, na Barra Funda, tem alguns exemplares distintos, como um Alfa Romeo conversível e alguns Porsches onde ele pôde praticar. "Nunca pensei em fazer outra coisa", diz ele, que hoje trabalha num sistema delivery: vai até clientes que tiveram problemas com seus veículos. Abaixo, uma entrevista com o moreno de 1,88m: Ouve muito que é bonito? Com frequência, mas mais quando estou limpinho e ajeitado pra balada do que quando estou na oficina. Você concorda? Concordo, mas não deixo alterar meu ego. A beleza fez bem ou mal para a sua vida profissional? Mal é que não fez. O/A _____ GATO/GATA A partir deste domingo, a coluna "PS:SP" começa uma busca por belas pessoas que estejam escondidas no cotidiano da cidade. A cada duas semanas, será publicada a seção "O/A_____gato/gata", com fotos de um profissional de uma área em que beleza não é pré-requisito, além de uma entrevista sobre o que o visual fez por sua vida. Já foram localizados uma frentista gata, o meteorologista gato, a consultora educacional gata e o sapateiro gato. E você, conhece algum colírio escondido pela cidade? Mande sua dica para [email protected]
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Conheça o Mecânico Gato, em nova seção que busca belezas ocultas de SPEnguiçou? Rodrigo Molina Proce, 31, pode te ajudar. Segunda geração de uma família vinda de Polignano a Mare, no sul da Itália, ele aprendeu o ofício de consertar carros desde cedo. A garagem do seu pai, na Barra Funda, tem alguns exemplares distintos, como um Alfa Romeo conversível e alguns Porsches onde ele pôde praticar. "Nunca pensei em fazer outra coisa", diz ele, que hoje trabalha num sistema delivery: vai até clientes que tiveram problemas com seus veículos. Abaixo, uma entrevista com o moreno de 1,88m: Ouve muito que é bonito? Com frequência, mas mais quando estou limpinho e ajeitado pra balada do que quando estou na oficina. Você concorda? Concordo, mas não deixo alterar meu ego. A beleza fez bem ou mal para a sua vida profissional? Mal é que não fez. O/A _____ GATO/GATA A partir deste domingo, a coluna "PS:SP" começa uma busca por belas pessoas que estejam escondidas no cotidiano da cidade. A cada duas semanas, será publicada a seção "O/A_____gato/gata", com fotos de um profissional de uma área em que beleza não é pré-requisito, além de uma entrevista sobre o que o visual fez por sua vida. Já foram localizados uma frentista gata, o meteorologista gato, a consultora educacional gata e o sapateiro gato. E você, conhece algum colírio escondido pela cidade? Mande sua dica para [email protected]
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Santos propõe salário de R$ 200 mil até 2017 para Ricardo Oliveira
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O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, já dá como certa a renovação de contrato com o atacante Ricardo Oliveira, 34, artilheiro do time no ano com dez gols. O vínculo atual terminará no próximo dia 4, um dia após o Santos disputar o segundo jogo da final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras. Para segurar o atacante, o cartola ofereceu um contrato mais longo, válido até 31 de dezembro de 2017. O salário de Ricardo Oliveira também terá outro patamar, apesar de a direção santista não revelar o valor. Atualmente, ele recebe R$ 50 mil mensais. O novo deve ficar em torno de R$ 200 mil segundo a Folha apurou. "Já conversamos com os representantes do Ricardo Oliveira e nos entendemos. Falta redigir o contrato e assinar, mas está tudo certo e bem encaminhado", disse Roma Jr., otimista com a negociação. O cartola crê que o novo vínculo possa ser assinado no início da próxima semana. Editoria de Arte/Folhapress Ricardo Oliveira foi contratado pelo Santos no início da temporada após um período em baixa no Al Wasl, dos Emirados Árabes, em 2014. Por isso, assinou um vínculo de quatro meses e com salário bem abaixo dos padrões. O desempenho do atacante, no entanto, surpreendeu. Além de ser o goleador do time, tornou-se um dos líderes do elenco santista, finalista pela sétima vez consecutiva do Campeonato Paulista. As apresentações de Ricardo Oliveira até despertaram a atenção de outros clubes, casos dos rivais Palmeiras e São Paulo. Mas o atacante chegou a declarar que priorizaria o Santos, apesar de as tratativas pela renovação terem iniciado em fevereiro. A situação não chegou a irritar o jogador, que tem se esforçado para se mostrar paciente. "Se não chegarmos a um acordo, meu contrato se finaliza e vou tocar minha vida. [Mas] ambos têm vontade de renovar", disse o atacante nesta quarta-feira (22).
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Santos propõe salário de R$ 200 mil até 2017 para Ricardo OliveiraO presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, já dá como certa a renovação de contrato com o atacante Ricardo Oliveira, 34, artilheiro do time no ano com dez gols. O vínculo atual terminará no próximo dia 4, um dia após o Santos disputar o segundo jogo da final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras. Para segurar o atacante, o cartola ofereceu um contrato mais longo, válido até 31 de dezembro de 2017. O salário de Ricardo Oliveira também terá outro patamar, apesar de a direção santista não revelar o valor. Atualmente, ele recebe R$ 50 mil mensais. O novo deve ficar em torno de R$ 200 mil segundo a Folha apurou. "Já conversamos com os representantes do Ricardo Oliveira e nos entendemos. Falta redigir o contrato e assinar, mas está tudo certo e bem encaminhado", disse Roma Jr., otimista com a negociação. O cartola crê que o novo vínculo possa ser assinado no início da próxima semana. Editoria de Arte/Folhapress Ricardo Oliveira foi contratado pelo Santos no início da temporada após um período em baixa no Al Wasl, dos Emirados Árabes, em 2014. Por isso, assinou um vínculo de quatro meses e com salário bem abaixo dos padrões. O desempenho do atacante, no entanto, surpreendeu. Além de ser o goleador do time, tornou-se um dos líderes do elenco santista, finalista pela sétima vez consecutiva do Campeonato Paulista. As apresentações de Ricardo Oliveira até despertaram a atenção de outros clubes, casos dos rivais Palmeiras e São Paulo. Mas o atacante chegou a declarar que priorizaria o Santos, apesar de as tratativas pela renovação terem iniciado em fevereiro. A situação não chegou a irritar o jogador, que tem se esforçado para se mostrar paciente. "Se não chegarmos a um acordo, meu contrato se finaliza e vou tocar minha vida. [Mas] ambos têm vontade de renovar", disse o atacante nesta quarta-feira (22).
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Presidente do Santos diz que Ricardo Oliveira só sai por 12 milhões de euros
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O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, disse nesta quarta-feira (24) que o atacante Ricardo Oliveira só sai do clube por 12 milhões de euros (R$ 53 milhões). Com uma proposta em mãos do Beijing Guoan, da China, Oliveira, 35, se reuniu nesta quarta com diretores do time alvinegro para negociar a sua transferência. "Reconhecemos que ele é capitão do time, artilheiro, jogador de seleção brasileira e, por isso, fixamos a saída em 12 milhões de euros", disse Modesto. O jogador nem foi relacionado para o duelo contra o Mogi Mirim, marcado para esta quinta-feira (25), às 19h30, no Pacaembu, pela sexta rodada do Campeonato Paulista. De acordo com o UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha, o clube chinês está disposto a pagar pouco mais de R$ 1 milhão por mês ao atacante. Com um reajuste no início deste ano, o camisa nove santista passou a receber R$ 150 mil mensais. Ainda segundo Modesto, o Santos vai notificar a Fifa por aliciamento ao jogador por parte do Beijing Guoan, que já levou os corintianos Ralf e Renato Augusto. Em janeiro, o Santos já havia negociado o atacante Geuvânio com Tianjin Quanjian. A proposta foi de 11 milhões de euros —equivalente a R$ 48 milhões. O Santos deve ficar com 35% do valor da transação. Oliveira acertou o seu retorno ao Santos em janeiro do ano passado. A princípio, o contrato era até o final do Campeonato Paulista. Com as atuações e os gols marcados, o jogador teve o contrato renovado. No ano passado, o atacante foi artilheiro do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro. Com o desempenho foi convocado pelo técnico Dunga para a seleção brasileira. Mercado da bola Com Lancepress
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esporte
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Presidente do Santos diz que Ricardo Oliveira só sai por 12 milhões de eurosO presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, disse nesta quarta-feira (24) que o atacante Ricardo Oliveira só sai do clube por 12 milhões de euros (R$ 53 milhões). Com uma proposta em mãos do Beijing Guoan, da China, Oliveira, 35, se reuniu nesta quarta com diretores do time alvinegro para negociar a sua transferência. "Reconhecemos que ele é capitão do time, artilheiro, jogador de seleção brasileira e, por isso, fixamos a saída em 12 milhões de euros", disse Modesto. O jogador nem foi relacionado para o duelo contra o Mogi Mirim, marcado para esta quinta-feira (25), às 19h30, no Pacaembu, pela sexta rodada do Campeonato Paulista. De acordo com o UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha, o clube chinês está disposto a pagar pouco mais de R$ 1 milhão por mês ao atacante. Com um reajuste no início deste ano, o camisa nove santista passou a receber R$ 150 mil mensais. Ainda segundo Modesto, o Santos vai notificar a Fifa por aliciamento ao jogador por parte do Beijing Guoan, que já levou os corintianos Ralf e Renato Augusto. Em janeiro, o Santos já havia negociado o atacante Geuvânio com Tianjin Quanjian. A proposta foi de 11 milhões de euros —equivalente a R$ 48 milhões. O Santos deve ficar com 35% do valor da transação. Oliveira acertou o seu retorno ao Santos em janeiro do ano passado. A princípio, o contrato era até o final do Campeonato Paulista. Com as atuações e os gols marcados, o jogador teve o contrato renovado. No ano passado, o atacante foi artilheiro do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro. Com o desempenho foi convocado pelo técnico Dunga para a seleção brasileira. Mercado da bola Com Lancepress
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Mito urbano, pichador Carlos Adão vira tema de documentário
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Antes de a moda de mandar nudes viralizar na internet, Carlos Adão já era sexy. Mito controverso dos muros de São Paulo, o economista aposentado seria mais um pichador anônimo, não fosse o fato de sua arte consistir em estampar seu nome pela cidade, acompanhado de verbos intransitivos e adjetivos elogiosos, alguns de cunho sexual – "Carlos Adão é penetrante", "Viver Carlos Adão", "Carlos Adão é D+". Com 18 anos de prática, aos 61, o improvável personagem mais conhecido de observadores urbanos já pintou boa parte da metrópole, fez uma exposição (em 2010, no espaço Kabul, em São Paulo) e diz ter se candidatado quatro vezes, por diferentes partidos políticos. Agora, vira tema de documentário, planeja outra mostra e adentra um novo momento, 100% artista: "a fase Carlos Adão". Para inaugurá-la, o documentário "Os 3 Atos de Carlos Adão" conta a pitoresca história do homem que, de uma infância pobre, filho de funcionário público e costureira, tornou-se economista, depois aspirante a político, proprietário de uma loja de autopeças, de repente pichador e, hoje, praticamente um símbolo cult. Os 3 Atos de Carlos Adão GRIFE Em 2013, Adão foi procurado via Facebook por dois jovens recém-formados que montavam uma agência de propaganda na zona oeste de SP, a Balaclava, com a oferta de gerenciar sua marca. Além de orquestrar a produção do filme —em parceria com um estúdio de Juiz de Fora, o Inhamis—, a empresa passou a cuidar de três sites do artista: um dedicado à venda de seus produtos (inclui bonés, bolsas, adesivos e roupas íntimas), outro com seu portfólio, e um terceiro, que reúne todo o conteúdo Carlos Adão disponível na internet. Desde então, Adão foi convencido a deixar a política de lado, e tem maneirado nos termos que acompanham seu nome nas pichações. "Muitas crianças leem as paredes, tomo mais cuidado. Tem o 'Carlos Adão é Penetrante', por exemplo. Todo mundo pensa que é sexual, mas é o olhar que é penetrante", explica. Com base em depoimentos do artista, a agência estima que, de 1996 para cá, foram pintados 163 mil "Carlos Adão" em cinco Estados –um total de 7.400 litros de tinta. Os "três atos" que dão nome ao filme são tirados de sua técnica: primeiro, a escolha do local; segundo, o fundo preto; por fim, as letras verde-limão, quase fluorescentes, combinação escolhida ao acaso, diz o artista. Nem sempre foi assim. Quando começou, Adão pintava seu nome em vermelho em placas brancas, que espalhava por Taboão da Serra, onde se candidatou a um cargo público pela primeira vez. Foi de uma de suas campanhas que surgiu a frase, também encontrada nos muros, "Seleção 70 foi 10", de quando se candidatou a deputado federal pelo PTdoB, em 2006 (seu número era 7010). Nunca foi eleito. Seu maior trauma, porém, não foi frustração política, mas um divórcio, depois do qual virou mulherengo. Inclusive, começou sua arte egocêntrica por causa de uma mulher: pichou todos os muros no caminho do trabalho à casa dela, do Butantã ao Morumbi, após um pé na bunda. FASE ARTISTA O filme traz entrevistas com o fotógrafo Costa Lara e os tipógrafos Thiago Reginato e Tony de Marco, além do grafiteiro Mundano, criador do "Pimp My Carroça", projeto dedicado a catadores da materiais recicláveis. Foi ele o responsável por convencer Adão a ir dos muros às telas, produzindo os desenhos de traços infantis e cores berrantes que compuseram sua primeira e única exposição. Dela, diz ter vendido todos os 30 quadros expostos por R$ 100 –"34, fui buscar mais alguns em casa". Na internet, é possível encontrar alguns deles por R$ 500. Em seu estúdio, em Taboão, reuniu 400 telas para sua próxima mostra, ainda sem data ou local para acontecer. No verso de todas, há uma página de jornal, certificado de autenticidade desenvolvido por ele mesmo para evitar o plágio de sua estética. Hoje diz que só se candidataria pelo PCA, Partido da Constante Alternância, a ser criado por ele, brinca. Pretende pegar a estrada até o Espírito Santo, com seus galões de tinta, e quem sabe escrever sua biografia. Talvez o faça em verde-limão.
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Mito urbano, pichador Carlos Adão vira tema de documentárioAntes de a moda de mandar nudes viralizar na internet, Carlos Adão já era sexy. Mito controverso dos muros de São Paulo, o economista aposentado seria mais um pichador anônimo, não fosse o fato de sua arte consistir em estampar seu nome pela cidade, acompanhado de verbos intransitivos e adjetivos elogiosos, alguns de cunho sexual – "Carlos Adão é penetrante", "Viver Carlos Adão", "Carlos Adão é D+". Com 18 anos de prática, aos 61, o improvável personagem mais conhecido de observadores urbanos já pintou boa parte da metrópole, fez uma exposição (em 2010, no espaço Kabul, em São Paulo) e diz ter se candidatado quatro vezes, por diferentes partidos políticos. Agora, vira tema de documentário, planeja outra mostra e adentra um novo momento, 100% artista: "a fase Carlos Adão". Para inaugurá-la, o documentário "Os 3 Atos de Carlos Adão" conta a pitoresca história do homem que, de uma infância pobre, filho de funcionário público e costureira, tornou-se economista, depois aspirante a político, proprietário de uma loja de autopeças, de repente pichador e, hoje, praticamente um símbolo cult. Os 3 Atos de Carlos Adão GRIFE Em 2013, Adão foi procurado via Facebook por dois jovens recém-formados que montavam uma agência de propaganda na zona oeste de SP, a Balaclava, com a oferta de gerenciar sua marca. Além de orquestrar a produção do filme —em parceria com um estúdio de Juiz de Fora, o Inhamis—, a empresa passou a cuidar de três sites do artista: um dedicado à venda de seus produtos (inclui bonés, bolsas, adesivos e roupas íntimas), outro com seu portfólio, e um terceiro, que reúne todo o conteúdo Carlos Adão disponível na internet. Desde então, Adão foi convencido a deixar a política de lado, e tem maneirado nos termos que acompanham seu nome nas pichações. "Muitas crianças leem as paredes, tomo mais cuidado. Tem o 'Carlos Adão é Penetrante', por exemplo. Todo mundo pensa que é sexual, mas é o olhar que é penetrante", explica. Com base em depoimentos do artista, a agência estima que, de 1996 para cá, foram pintados 163 mil "Carlos Adão" em cinco Estados –um total de 7.400 litros de tinta. Os "três atos" que dão nome ao filme são tirados de sua técnica: primeiro, a escolha do local; segundo, o fundo preto; por fim, as letras verde-limão, quase fluorescentes, combinação escolhida ao acaso, diz o artista. Nem sempre foi assim. Quando começou, Adão pintava seu nome em vermelho em placas brancas, que espalhava por Taboão da Serra, onde se candidatou a um cargo público pela primeira vez. Foi de uma de suas campanhas que surgiu a frase, também encontrada nos muros, "Seleção 70 foi 10", de quando se candidatou a deputado federal pelo PTdoB, em 2006 (seu número era 7010). Nunca foi eleito. Seu maior trauma, porém, não foi frustração política, mas um divórcio, depois do qual virou mulherengo. Inclusive, começou sua arte egocêntrica por causa de uma mulher: pichou todos os muros no caminho do trabalho à casa dela, do Butantã ao Morumbi, após um pé na bunda. FASE ARTISTA O filme traz entrevistas com o fotógrafo Costa Lara e os tipógrafos Thiago Reginato e Tony de Marco, além do grafiteiro Mundano, criador do "Pimp My Carroça", projeto dedicado a catadores da materiais recicláveis. Foi ele o responsável por convencer Adão a ir dos muros às telas, produzindo os desenhos de traços infantis e cores berrantes que compuseram sua primeira e única exposição. Dela, diz ter vendido todos os 30 quadros expostos por R$ 100 –"34, fui buscar mais alguns em casa". Na internet, é possível encontrar alguns deles por R$ 500. Em seu estúdio, em Taboão, reuniu 400 telas para sua próxima mostra, ainda sem data ou local para acontecer. No verso de todas, há uma página de jornal, certificado de autenticidade desenvolvido por ele mesmo para evitar o plágio de sua estética. Hoje diz que só se candidataria pelo PCA, Partido da Constante Alternância, a ser criado por ele, brinca. Pretende pegar a estrada até o Espírito Santo, com seus galões de tinta, e quem sabe escrever sua biografia. Talvez o faça em verde-limão.
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Palmeiras assina contrato com Esporte Interativo até 2024
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O Palmeiras assinou seu contrato de TV fechada com o Esporte Interativo. Segundo a Folha apurou, o único grande clube que não tinha negociado os direitos de transmissão do Brasileiro chegou a acerto com a emissora do grupo Turner nesta segunda-feira (12) e fará o anúncio do sucesso das negociações nesta terça-feira (13). O contrato inicia em 2019 e termina em 2024. Dessa forma, o clube se une a Atlético-PR, Coritiba, Internacional, Ponte Preta, Santos, Bahia, Ceará, Sampaio Corrêa, Criciúma, Joinville, Paysandu, Paraná e Fortaleza no Esporte Interativo. O presidente do clube, Paulo Nobre, já havia indicado o fim das negociações com o SporTV, mas dizia que o Esporte Interativo ainda avaliava contraproposta do clube. O Palmeiras e a emissora acertaram um projeto conjunto de valorização do clube para além das cifras envolvidas. O Allianz Parque, estádio do clube, será chamado pelo seu nome, o que não acontece na Globo ou no SporTV. Há também um acordo para que os demais patrocinadores do clube tenham destaque nas transmissões. Além disso, as partidas do Palmeiras transmitidas pelo Esporte Interativo terão o sinal cedido para serem exibidas nas dependências do estádio, nas plataformas digitais e nos aplicativos do clube. O Avanti, programa de sócio-torcedor do Palmeiras, será divulgado em todas as mídias do canal, inclusive nas redes sociais. O canal também se comprometeu a ajudar o clube em processo de internacionalização da marca, organizando partidas amistosas com grandes clubes estrangeiros e tentando garantir a participação do Palmeiras em torneios internacionais. Por fim, o Esporte Interativo prometeu trabalhar para que o Palmeiras jogue em horários definidos em comum acordo, tendo em vista faixas de horário vistas como mais adequadas aos torcedores. "Estamos muito satisfeitos com os clubes que temos fechados para o Campeonato Brasileiro e ter o Palmeiras com a gente é mais uma prova de que temos um projeto sério e de longo prazo de investimento e desenvolvimento do futebol brasileiro", disse à Folha Leonardo Lenz Cesar, vice-presidente de esportes da Turner no Brasil. "É uma parceria que une duas grandes instituições. Sabemos que a força da Turner pode contribuir substancialmente para tornar o nosso Alviverde ainda mais forte. Da mesma forma, não tenho dúvidas de que o engajamento de nossa torcida multiplicará o investimento feito no clube", acrescentou Paulo Nobre. O SporTV assinou contratos de TV fechada com Corinthians, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, América-MG, Grêmio, Sport, Vitória, Chapecoense, Avaí, Náutico, Goiás e Londrina. Figueirense e Santa Cruz vivem imbróglio por supostamente terem assinado contrato com ambas as emissoras. Com o acerto do Palmeiras, devem ganhar fôlego as discussões sobre as transmissões dos clássicos paulistas em TV fechada. O artigo 42 da Lei Pelé determina que uma emissora só pode passar uma partida caso detenha os direitos de transmissão de ambas as equipes envolvidas. Na situação atual, os clássicos entre Palmeiras e Corinthians ou Palmeiras e São Paulo só poderiam ser exibidos na TV fechada em caso de algum acordo entre as emissoras. O pay-per-view envolve uma negociação paralela e não é afetado pelo acerto com Esporte Interativo ou SporTV. DISPUTA DAS TVS - As negociações pelo direito de transmissão em TV fechada a partir de 2019
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esporte
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Palmeiras assina contrato com Esporte Interativo até 2024O Palmeiras assinou seu contrato de TV fechada com o Esporte Interativo. Segundo a Folha apurou, o único grande clube que não tinha negociado os direitos de transmissão do Brasileiro chegou a acerto com a emissora do grupo Turner nesta segunda-feira (12) e fará o anúncio do sucesso das negociações nesta terça-feira (13). O contrato inicia em 2019 e termina em 2024. Dessa forma, o clube se une a Atlético-PR, Coritiba, Internacional, Ponte Preta, Santos, Bahia, Ceará, Sampaio Corrêa, Criciúma, Joinville, Paysandu, Paraná e Fortaleza no Esporte Interativo. O presidente do clube, Paulo Nobre, já havia indicado o fim das negociações com o SporTV, mas dizia que o Esporte Interativo ainda avaliava contraproposta do clube. O Palmeiras e a emissora acertaram um projeto conjunto de valorização do clube para além das cifras envolvidas. O Allianz Parque, estádio do clube, será chamado pelo seu nome, o que não acontece na Globo ou no SporTV. Há também um acordo para que os demais patrocinadores do clube tenham destaque nas transmissões. Além disso, as partidas do Palmeiras transmitidas pelo Esporte Interativo terão o sinal cedido para serem exibidas nas dependências do estádio, nas plataformas digitais e nos aplicativos do clube. O Avanti, programa de sócio-torcedor do Palmeiras, será divulgado em todas as mídias do canal, inclusive nas redes sociais. O canal também se comprometeu a ajudar o clube em processo de internacionalização da marca, organizando partidas amistosas com grandes clubes estrangeiros e tentando garantir a participação do Palmeiras em torneios internacionais. Por fim, o Esporte Interativo prometeu trabalhar para que o Palmeiras jogue em horários definidos em comum acordo, tendo em vista faixas de horário vistas como mais adequadas aos torcedores. "Estamos muito satisfeitos com os clubes que temos fechados para o Campeonato Brasileiro e ter o Palmeiras com a gente é mais uma prova de que temos um projeto sério e de longo prazo de investimento e desenvolvimento do futebol brasileiro", disse à Folha Leonardo Lenz Cesar, vice-presidente de esportes da Turner no Brasil. "É uma parceria que une duas grandes instituições. Sabemos que a força da Turner pode contribuir substancialmente para tornar o nosso Alviverde ainda mais forte. Da mesma forma, não tenho dúvidas de que o engajamento de nossa torcida multiplicará o investimento feito no clube", acrescentou Paulo Nobre. O SporTV assinou contratos de TV fechada com Corinthians, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, América-MG, Grêmio, Sport, Vitória, Chapecoense, Avaí, Náutico, Goiás e Londrina. Figueirense e Santa Cruz vivem imbróglio por supostamente terem assinado contrato com ambas as emissoras. Com o acerto do Palmeiras, devem ganhar fôlego as discussões sobre as transmissões dos clássicos paulistas em TV fechada. O artigo 42 da Lei Pelé determina que uma emissora só pode passar uma partida caso detenha os direitos de transmissão de ambas as equipes envolvidas. Na situação atual, os clássicos entre Palmeiras e Corinthians ou Palmeiras e São Paulo só poderiam ser exibidos na TV fechada em caso de algum acordo entre as emissoras. O pay-per-view envolve uma negociação paralela e não é afetado pelo acerto com Esporte Interativo ou SporTV. DISPUTA DAS TVS - As negociações pelo direito de transmissão em TV fechada a partir de 2019
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Governo mobiliza base aliada para evitar convocação de Wagner em CPI
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Na tentativa de evitar a piora da crise política enfrentada pelo Palácio do Planalto, o governo federal pediu nesta terça-feira (23) aos líderes da base aliada na Câmara dos Deputados que se mobilizem para evitar a aprovação de pedido de convocação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, na CPI dos Fundos de Pensão. O receio é de que o ministro seja alvo de críticas e ataques e de perguntas incômodas feitas por parlamentares oposicionistas, o que poderia agravar ainda mais o impacto no Palácio do Planalto da prisão temporária do marqueteiro João Santana, responsável pelas duas campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff. Segundo relatos de presentes, a solicitação foi feita pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE), o qual pediu ainda que a base aliada tenha atenção na indicação dos membros da CPI do Carf, autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em mais uma tentativa de enfraquecer o governo federal. A intenção dos partidos de oposição é de que a CPI do Carf mire Luis Cláudio, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigado na Operação Zelotes por receber pagamentos de lobista. Na semana passada, sob intervenções protelatórias de deputados petistas, a CPI dos Fundos de Pensão adiou a votação de convocação do ministro da Casa Civil. Uma nova votação deve ser feita na quinta-feira (25). Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF) e Ênio Verri (PT-PR) pediram a palavra diversas vezes para discutir assuntos anteriores à convocação de Jaques Wagner, atrasando a votação dos requerimentos. Os petistas chegaram a defender Wagner antecipadamente, afirmando que ele não tem relação nenhuma com desvios nos fundos e que sua convocação era apenas jogo político. O requerimento de convocação, de autoria do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), é motivado por mensagens interceptadas pela Polícia Federal entre Wagner e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Em uma das mensagens, Léo Pinheiro afirma que Wagner queria saber "como foi na Funcef (fundo de pensão da Caixa Econômica Federal". Em outra enviada a Wagner, Pinheiro cita "demanda vinda dos fundos". Wagner tem negado irregularidades nas conversas com o empreiteiro.
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Governo mobiliza base aliada para evitar convocação de Wagner em CPINa tentativa de evitar a piora da crise política enfrentada pelo Palácio do Planalto, o governo federal pediu nesta terça-feira (23) aos líderes da base aliada na Câmara dos Deputados que se mobilizem para evitar a aprovação de pedido de convocação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, na CPI dos Fundos de Pensão. O receio é de que o ministro seja alvo de críticas e ataques e de perguntas incômodas feitas por parlamentares oposicionistas, o que poderia agravar ainda mais o impacto no Palácio do Planalto da prisão temporária do marqueteiro João Santana, responsável pelas duas campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff. Segundo relatos de presentes, a solicitação foi feita pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE), o qual pediu ainda que a base aliada tenha atenção na indicação dos membros da CPI do Carf, autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em mais uma tentativa de enfraquecer o governo federal. A intenção dos partidos de oposição é de que a CPI do Carf mire Luis Cláudio, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigado na Operação Zelotes por receber pagamentos de lobista. Na semana passada, sob intervenções protelatórias de deputados petistas, a CPI dos Fundos de Pensão adiou a votação de convocação do ministro da Casa Civil. Uma nova votação deve ser feita na quinta-feira (25). Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF) e Ênio Verri (PT-PR) pediram a palavra diversas vezes para discutir assuntos anteriores à convocação de Jaques Wagner, atrasando a votação dos requerimentos. Os petistas chegaram a defender Wagner antecipadamente, afirmando que ele não tem relação nenhuma com desvios nos fundos e que sua convocação era apenas jogo político. O requerimento de convocação, de autoria do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), é motivado por mensagens interceptadas pela Polícia Federal entre Wagner e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Em uma das mensagens, Léo Pinheiro afirma que Wagner queria saber "como foi na Funcef (fundo de pensão da Caixa Econômica Federal". Em outra enviada a Wagner, Pinheiro cita "demanda vinda dos fundos". Wagner tem negado irregularidades nas conversas com o empreiteiro.
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Atendimento às gestantes no setor privado está falido, diz ministro
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Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, é uma "anomalia" as mulheres não encontrarem oferta de parto normal na rede privada. Questionado sobre os estudos que apontam fragilidade no ressarcimento ao SUS –os planos de saúde tem de reembolsar o governo quando suas clientes fazem partos na rede pública–, ele afirma que o sistema de pagamentos funciona bem e passará a ter mais agilidade. * Folha - Como o senhor avalia essa migração de gestantes com planos de saúde para a rede pública? Arthur Chioro - A mulher tem direito de escolher a cesárea, sabendo dos riscos que a cirurgia traz, mas o que estamos vendo são gestantes que querem ter parto normal e não encontram oferta em prestadores privados. Isso mostra a falência do modelo de atendimento às gestantes no sistema privado. É uma anomalia. Os planos têm que entregar o que vendem, e estamos trabalhando com a ANS para isso. Por outro lado, cabe ao SUS garantir o acesso universal à saúde, e há mais gestantes escolhendo a rede pública –olha que coisa boa para um ministro falar. Atendemos essas gestantes e providenciamos o ressarcimento. Como é feito o ressarcimento? Nosso sistema de informação de internação hospitalar faz um cruzamento com o sistema da ANS, que cadastra os beneficiários, e gera-se uma guia de restituição. O plano de saúde deve pagar ao SUS R$ 443 por um parto normal. Agora, com as novas medidas [a partir deste mês, os planos de saúde serão obrigados a informar ao cliente seu número do Cartão Nacional de Saúde para que ele o use quando recorrer ao SUS], o sistema ficará mais ágil. As gestantes com convênio que usaram o SUS dizem que o fizeram por causa das maternidades de referência. Há planos de expandir esse modelo? Hoje há 17 casas de parto no Brasil. No ano passado, foram apresentadas propostas para outras 29, e 11 delas estão em obra. Também percebo que alguns prestadores privados querem implantar casas de parto com enfermeira obstetra como as do SUS. Mas, para fazer justiça, essa é uma experiência internacional. Na Suécia e na Dinamarca é assim. Não estamos inventando a roda nem somos contra a cesárea. Mas tem que ter limites.
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equilibrioesaude
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Atendimento às gestantes no setor privado está falido, diz ministroPara o ministro da Saúde, Arthur Chioro, é uma "anomalia" as mulheres não encontrarem oferta de parto normal na rede privada. Questionado sobre os estudos que apontam fragilidade no ressarcimento ao SUS –os planos de saúde tem de reembolsar o governo quando suas clientes fazem partos na rede pública–, ele afirma que o sistema de pagamentos funciona bem e passará a ter mais agilidade. * Folha - Como o senhor avalia essa migração de gestantes com planos de saúde para a rede pública? Arthur Chioro - A mulher tem direito de escolher a cesárea, sabendo dos riscos que a cirurgia traz, mas o que estamos vendo são gestantes que querem ter parto normal e não encontram oferta em prestadores privados. Isso mostra a falência do modelo de atendimento às gestantes no sistema privado. É uma anomalia. Os planos têm que entregar o que vendem, e estamos trabalhando com a ANS para isso. Por outro lado, cabe ao SUS garantir o acesso universal à saúde, e há mais gestantes escolhendo a rede pública –olha que coisa boa para um ministro falar. Atendemos essas gestantes e providenciamos o ressarcimento. Como é feito o ressarcimento? Nosso sistema de informação de internação hospitalar faz um cruzamento com o sistema da ANS, que cadastra os beneficiários, e gera-se uma guia de restituição. O plano de saúde deve pagar ao SUS R$ 443 por um parto normal. Agora, com as novas medidas [a partir deste mês, os planos de saúde serão obrigados a informar ao cliente seu número do Cartão Nacional de Saúde para que ele o use quando recorrer ao SUS], o sistema ficará mais ágil. As gestantes com convênio que usaram o SUS dizem que o fizeram por causa das maternidades de referência. Há planos de expandir esse modelo? Hoje há 17 casas de parto no Brasil. No ano passado, foram apresentadas propostas para outras 29, e 11 delas estão em obra. Também percebo que alguns prestadores privados querem implantar casas de parto com enfermeira obstetra como as do SUS. Mas, para fazer justiça, essa é uma experiência internacional. Na Suécia e na Dinamarca é assim. Não estamos inventando a roda nem somos contra a cesárea. Mas tem que ter limites.
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Debatedores divergem sobre a criação de uma taxa para coleta de lixo
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Ao fazer um balanço dos sete anos da PNRS, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que desde 2010 serve de marco legal para o setor, os debatedores discordaram de forma veemente quanto a um ponto: a cobrança de uma taxa do lixo. "Eu sei que ninguém gosta e nenhum político quer ouvir, mas se nós pagamos conta de luz, de água, de celular, de internet, por que não pagamos a conta por um serviço adequado de limpeza pública?", perguntou Gabriela Otero, coordenadora técnica da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). No Brasil, a coleta de lixo é uma obrigação do município, que geralmente banca seu custo a partir da cobrança de outros impostos, como o IPTU. O problema, disse Gabriela, é que a arrecadação cai todo ano, o que levaria à redução da alíquota da limpeza pública. Para dar conta das mudanças propostas pela PNRS, seria fundamental gerar um financiamento específico _ou seja, pensar numa taxa de lixo. A solução foi contestada por Victor Bicca, presidente do Cempre (Compromisso Empresarial para a Reciclagem). "O brasileiro não aguenta mais pagar imposto", afirmou, citando recente pesquisa do Ibope/CNI. Nesse cenário, a criação de um novo imposto seria muito complicada, disse ele. "A gente sabe que existe um espaço para que essa gestão melhore e sobre dinheiro para serviços essenciais que, segundo a Constituição, são competência do município." Bicca citou o exemplo da CPMF, taxa criada para arrecadar recursos para a saúde, mas que não teria chegado ao setor e acabou cancelada. "Tenho receio da cobrança de uma taxa municipal de resíduos, que, talvez por falta de gestão, não chegue lá aonde se deveria chegar." A COBRANÇA Caso fosse implantada nas cidades brasileiras, como se daria essa cobrança específica? Gabriela levantou duas possibilidades: a primeira seria cobrar pelo número de pessoas por imóvel, levantado em um censo que estaria a cargo dos municípios. A segunda alternativa é cobrar do cidadão pelo lixo que ele de fato gera. A partir de um mapeamento das residências, por exemplo, calcula-se o tamanho máximo das lixeiras do edifício. Se gerado mais que o previsto, o cidadão paga mais. "Assim, a pessoa consome menos. Isso funciona em vários países civilizados." Em São Paulo, a proposta de implantar uma taxa específica para a coleta, feita pela então prefeita Marta Suplicy, causou tanta polêmica que, para analistas políticos, teria custado a reeleição da petista. A própria Marta disse, durante a campanha passada à prefeitura, que foi um erro. O PAPEL DO CATADOR Um consenso, por outro lado, é a importância que o papel do catador ganhou com a PNRS. "A gente saiu do nível da invisibilidade", afirmou Anderson Nassif, membro da coordenação estadual do MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis). "Prova disso é que eu estou aqui hoje." Catador por 15 anos, hoje membro da diretoria de uma rede de cooperativas, Nassif destacou que, com o fechamento total dos lixos previstos na nova política para o setor, muitos catadores têm perdido empregos. Segundo ele, faltam políticas específicas para dar conta da mudança. Outro ponto nevrálgico apontado é a baixa adesão de grandes empresas aos acordos setoriais previstos pela PNRS. Bicca, do Cempre, disse que falta ao governo tomar uma posição mais firme, como a desoneração da cadeia da reciclagem, o que poderia dar origem a novas demandas e ampliar o setor reciclador. BALANÇO Para o executivo, a PNRS é um marco legal que deu certo: não apenas trouxe o tema à tona, como é uma política bem adaptada às condições do Brasil. Ainda assim, há muito a fazer, por exemplo, em relação à falta de integração entre os diferentes atores, do consumidor ao catador, das empresas ao governo. Se tal fluxo funciona bem na cadeia do alumínio (cerca de 98% das latinhas são recicladas no país), no setor de cartonados o sucesso é bem menor, e no caso dos materiais orgânicos, quase inexistente
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seminariosfolha
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Debatedores divergem sobre a criação de uma taxa para coleta de lixoAo fazer um balanço dos sete anos da PNRS, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que desde 2010 serve de marco legal para o setor, os debatedores discordaram de forma veemente quanto a um ponto: a cobrança de uma taxa do lixo. "Eu sei que ninguém gosta e nenhum político quer ouvir, mas se nós pagamos conta de luz, de água, de celular, de internet, por que não pagamos a conta por um serviço adequado de limpeza pública?", perguntou Gabriela Otero, coordenadora técnica da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). No Brasil, a coleta de lixo é uma obrigação do município, que geralmente banca seu custo a partir da cobrança de outros impostos, como o IPTU. O problema, disse Gabriela, é que a arrecadação cai todo ano, o que levaria à redução da alíquota da limpeza pública. Para dar conta das mudanças propostas pela PNRS, seria fundamental gerar um financiamento específico _ou seja, pensar numa taxa de lixo. A solução foi contestada por Victor Bicca, presidente do Cempre (Compromisso Empresarial para a Reciclagem). "O brasileiro não aguenta mais pagar imposto", afirmou, citando recente pesquisa do Ibope/CNI. Nesse cenário, a criação de um novo imposto seria muito complicada, disse ele. "A gente sabe que existe um espaço para que essa gestão melhore e sobre dinheiro para serviços essenciais que, segundo a Constituição, são competência do município." Bicca citou o exemplo da CPMF, taxa criada para arrecadar recursos para a saúde, mas que não teria chegado ao setor e acabou cancelada. "Tenho receio da cobrança de uma taxa municipal de resíduos, que, talvez por falta de gestão, não chegue lá aonde se deveria chegar." A COBRANÇA Caso fosse implantada nas cidades brasileiras, como se daria essa cobrança específica? Gabriela levantou duas possibilidades: a primeira seria cobrar pelo número de pessoas por imóvel, levantado em um censo que estaria a cargo dos municípios. A segunda alternativa é cobrar do cidadão pelo lixo que ele de fato gera. A partir de um mapeamento das residências, por exemplo, calcula-se o tamanho máximo das lixeiras do edifício. Se gerado mais que o previsto, o cidadão paga mais. "Assim, a pessoa consome menos. Isso funciona em vários países civilizados." Em São Paulo, a proposta de implantar uma taxa específica para a coleta, feita pela então prefeita Marta Suplicy, causou tanta polêmica que, para analistas políticos, teria custado a reeleição da petista. A própria Marta disse, durante a campanha passada à prefeitura, que foi um erro. O PAPEL DO CATADOR Um consenso, por outro lado, é a importância que o papel do catador ganhou com a PNRS. "A gente saiu do nível da invisibilidade", afirmou Anderson Nassif, membro da coordenação estadual do MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis). "Prova disso é que eu estou aqui hoje." Catador por 15 anos, hoje membro da diretoria de uma rede de cooperativas, Nassif destacou que, com o fechamento total dos lixos previstos na nova política para o setor, muitos catadores têm perdido empregos. Segundo ele, faltam políticas específicas para dar conta da mudança. Outro ponto nevrálgico apontado é a baixa adesão de grandes empresas aos acordos setoriais previstos pela PNRS. Bicca, do Cempre, disse que falta ao governo tomar uma posição mais firme, como a desoneração da cadeia da reciclagem, o que poderia dar origem a novas demandas e ampliar o setor reciclador. BALANÇO Para o executivo, a PNRS é um marco legal que deu certo: não apenas trouxe o tema à tona, como é uma política bem adaptada às condições do Brasil. Ainda assim, há muito a fazer, por exemplo, em relação à falta de integração entre os diferentes atores, do consumidor ao catador, das empresas ao governo. Se tal fluxo funciona bem na cadeia do alumínio (cerca de 98% das latinhas são recicladas no país), no setor de cartonados o sucesso é bem menor, e no caso dos materiais orgânicos, quase inexistente
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Corinthians tenta reduzir gastos em 10% e corta cortesias de ingressos
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Além de dar notícias otimistas sobre a venda dos naming rights, a reunião do Conselho Deliberativo desta segunda-feira (7) serviu para apresentar um plano de economias para o período. O presidente Roberto de Andrade anunciou o fim das cortesias de ingressos aos jogos para assessores e conselheiros do clube. Eles continuarão tendo prioridade e facilidades nas compras, mas pagarão pelas entradas. O preço será o mais baixo existente na arena, em qualquer período, e a reserva terá de ser feita pelo programa de sócio-torcedor. Ainda não há prazo para que o novo formato passe a vigorar, já que depende de alguns ajustes no sistema do Fiel Torcedor e da adequação dos conselheiros à novidade. A mudança fazia parte de uma lista de reivindicações da Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians. Sobre os cortes de gastos, o diretor financeiro, Emerson Piovezan, avisou que a ideia é que tenha redução de ao menos 10% em relação ao ano que passou.
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Corinthians tenta reduzir gastos em 10% e corta cortesias de ingressosAlém de dar notícias otimistas sobre a venda dos naming rights, a reunião do Conselho Deliberativo desta segunda-feira (7) serviu para apresentar um plano de economias para o período. O presidente Roberto de Andrade anunciou o fim das cortesias de ingressos aos jogos para assessores e conselheiros do clube. Eles continuarão tendo prioridade e facilidades nas compras, mas pagarão pelas entradas. O preço será o mais baixo existente na arena, em qualquer período, e a reserva terá de ser feita pelo programa de sócio-torcedor. Ainda não há prazo para que o novo formato passe a vigorar, já que depende de alguns ajustes no sistema do Fiel Torcedor e da adequação dos conselheiros à novidade. A mudança fazia parte de uma lista de reivindicações da Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians. Sobre os cortes de gastos, o diretor financeiro, Emerson Piovezan, avisou que a ideia é que tenha redução de ao menos 10% em relação ao ano que passou.
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Mais rápido em treino, brasileiro diz que Sauber não vencerá corridas
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Foram dois dias de testes, 197 voltas completadas, o segundo melhor tempo na segunda-feira (2) e a melhor volta do dia nesta terça-feira (3). Mas, apesar do bom desempenho mostrado em sua estreia como titular da Sauber na sessão de treinos da pré-temporada da F-1 em Jerez de la Frontera, Felipe Nasr é o primeiro a falar em cautela. "Sei que há uma expectativa muito grande no Brasil, mas testes são só testes e precisamos ter muita cautela e paciência ao analisar o resultado dos treinos. Eu estou sendo muito pé no chão neste momento", declarou o piloto brasileiro, que ficou pouco mais de dois décimo à frente do ferrarista Kimi Raikkonen no terceiro dia de ensaios na Espanha. "Não sabemos o que as outras equipes estão fazendo então é difícil de se comparar os resultados. Mas tenho certeza que a Mercedes, por exemplo, está escondendo o jogo. Pelo que vimos até agora, o carro da Sauber melhorou desde o ano passado, mas depois do ano que tivemos, não vamos liderar sessões durante a temporada nem vencer corridas", afirmou. No Mundial do ano passado a equipe suíça não marcou nenhum ponto e seu melhor resultado foram duas 11ª colocações. Apesar de minimizar o resultado do treino, Nasr afirmou que a resposta que recebeu da equipe por seu trabalho tem sido muito boa e que o time ficou satisfeito por ter completado o programa esperado para os dois dias que ele esteve no cockpit do C34 –nesta quarta, último dia dos ensaios em Jerez, ele cederá o carro para o companheiro, Marcus Ericsson. "Estes dias no carro foram importantes para eu me acostumar não só a ele como ao time e seus procedimentos, que são bem diferentes dos que eu estava acostumado na Williams", disse o brasileiro de 22 anos, que foi reserva do time inglês em 2014. "É difícil para mim comparar os dois carros, já que na Williams, como eu não era titular, eu tinha um programa muito limitado para fazer, não conseguia explorar os limites do carro. Mas de ontem para hoje senti uma boa evolução, tanto no carro com a minha e a tendência é melhorar a partir de agora", completou. A próxima sessão de treinos da pré-temporada da F-1 acontece de 19 a 22, em Barcelona. Depois, serão só mais quatro dias de pista antes do início da abertura do campeonato deste ano, que acontece em 15 de março, com o GP da Austrália.
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Mais rápido em treino, brasileiro diz que Sauber não vencerá corridasForam dois dias de testes, 197 voltas completadas, o segundo melhor tempo na segunda-feira (2) e a melhor volta do dia nesta terça-feira (3). Mas, apesar do bom desempenho mostrado em sua estreia como titular da Sauber na sessão de treinos da pré-temporada da F-1 em Jerez de la Frontera, Felipe Nasr é o primeiro a falar em cautela. "Sei que há uma expectativa muito grande no Brasil, mas testes são só testes e precisamos ter muita cautela e paciência ao analisar o resultado dos treinos. Eu estou sendo muito pé no chão neste momento", declarou o piloto brasileiro, que ficou pouco mais de dois décimo à frente do ferrarista Kimi Raikkonen no terceiro dia de ensaios na Espanha. "Não sabemos o que as outras equipes estão fazendo então é difícil de se comparar os resultados. Mas tenho certeza que a Mercedes, por exemplo, está escondendo o jogo. Pelo que vimos até agora, o carro da Sauber melhorou desde o ano passado, mas depois do ano que tivemos, não vamos liderar sessões durante a temporada nem vencer corridas", afirmou. No Mundial do ano passado a equipe suíça não marcou nenhum ponto e seu melhor resultado foram duas 11ª colocações. Apesar de minimizar o resultado do treino, Nasr afirmou que a resposta que recebeu da equipe por seu trabalho tem sido muito boa e que o time ficou satisfeito por ter completado o programa esperado para os dois dias que ele esteve no cockpit do C34 –nesta quarta, último dia dos ensaios em Jerez, ele cederá o carro para o companheiro, Marcus Ericsson. "Estes dias no carro foram importantes para eu me acostumar não só a ele como ao time e seus procedimentos, que são bem diferentes dos que eu estava acostumado na Williams", disse o brasileiro de 22 anos, que foi reserva do time inglês em 2014. "É difícil para mim comparar os dois carros, já que na Williams, como eu não era titular, eu tinha um programa muito limitado para fazer, não conseguia explorar os limites do carro. Mas de ontem para hoje senti uma boa evolução, tanto no carro com a minha e a tendência é melhorar a partir de agora", completou. A próxima sessão de treinos da pré-temporada da F-1 acontece de 19 a 22, em Barcelona. Depois, serão só mais quatro dias de pista antes do início da abertura do campeonato deste ano, que acontece em 15 de março, com o GP da Austrália.
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Novo colunista da 'Folhinha' sabe tudo de 'Star Wars' e 'Senhor dos Anéis'
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Entre cavaleiros jedis, elfos, robôs e hobbits. É assim que vive Leonardo Bueno de Paula, 8, o novo colunista da "Folhinha" "Gosto muito de 'Star Wars' e 'Senhor dos Anéis', mas acho que prefiro 'Star Wars'. Ele é mais futurístico, queria muito que aquelas naves existissem de verdade", diz o garoto, que achou bom o último episódio da saga, "O Despertar da Força", que estreou no final do ano passado –mas está longe de ser o seu favorito. "Gosto mais do segundo episódio, 'O Ataque dos Clones", conta Leonardo, que mora em Jacareí (a 84 km de São Paulo). "Star Wars" e "Senhor dos Anéis" são tema de duas das quatro colunas que o garoto vai publicar na "Folhinha". O interesse pelas séries surgiu de repente. "Um dia estava passeando com meus pais, vi alguma coisa sobre um dos filmes e perguntei o que era aquilo. Hoje sou fã", afirma. Com a coluna, pretende falar diretamente com mais pessoas que gostam dos mesmos assuntos que ele. "Entre os meus amigos, sou o mais fanático. Eles até conversam comigo, mas tenho que ficar explicando toda hora quem é quem e o que aconteceu", reclama. A coluna, por sinal, talvez seja o primeiro passo para a futura carreira de escritor. "Quero escrever livros sobre como ser um bom youtuber e bom jogador de 'Minecraft'". Essas são suas outras paixões: Leonardo passa horas jogando "Minecraft", jogo on-line que é tema de muitos canais no YouTube. Para criar seu próprio canal no site de vídeos, ele está juntando dinheiro, com o qual quer comprar uma boa câmera. "Estou tendo que economizar. Vou para o shopping e não gasto muito. Estou até comprando menos doces", diz Leonardo. Para também ser colunista da "Folhinha", crianças de até 12 anos devem escrever um texto de mil caracteres e mandar para [email protected], com nome, idade e "Ideias" no campo do assunto. O autor muda a cada mês e o tema é livre.
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Novo colunista da 'Folhinha' sabe tudo de 'Star Wars' e 'Senhor dos Anéis'Entre cavaleiros jedis, elfos, robôs e hobbits. É assim que vive Leonardo Bueno de Paula, 8, o novo colunista da "Folhinha" "Gosto muito de 'Star Wars' e 'Senhor dos Anéis', mas acho que prefiro 'Star Wars'. Ele é mais futurístico, queria muito que aquelas naves existissem de verdade", diz o garoto, que achou bom o último episódio da saga, "O Despertar da Força", que estreou no final do ano passado –mas está longe de ser o seu favorito. "Gosto mais do segundo episódio, 'O Ataque dos Clones", conta Leonardo, que mora em Jacareí (a 84 km de São Paulo). "Star Wars" e "Senhor dos Anéis" são tema de duas das quatro colunas que o garoto vai publicar na "Folhinha". O interesse pelas séries surgiu de repente. "Um dia estava passeando com meus pais, vi alguma coisa sobre um dos filmes e perguntei o que era aquilo. Hoje sou fã", afirma. Com a coluna, pretende falar diretamente com mais pessoas que gostam dos mesmos assuntos que ele. "Entre os meus amigos, sou o mais fanático. Eles até conversam comigo, mas tenho que ficar explicando toda hora quem é quem e o que aconteceu", reclama. A coluna, por sinal, talvez seja o primeiro passo para a futura carreira de escritor. "Quero escrever livros sobre como ser um bom youtuber e bom jogador de 'Minecraft'". Essas são suas outras paixões: Leonardo passa horas jogando "Minecraft", jogo on-line que é tema de muitos canais no YouTube. Para criar seu próprio canal no site de vídeos, ele está juntando dinheiro, com o qual quer comprar uma boa câmera. "Estou tendo que economizar. Vou para o shopping e não gasto muito. Estou até comprando menos doces", diz Leonardo. Para também ser colunista da "Folhinha", crianças de até 12 anos devem escrever um texto de mil caracteres e mandar para [email protected], com nome, idade e "Ideias" no campo do assunto. O autor muda a cada mês e o tema é livre.
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Churrascaria Dinho's vende cortes de carne maturada para levar pra casa
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MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO A tradicional churrascaria Dinho's começou a vender seu cortes, com o mínimo de 21 dias de maturação, para levar para casa. No restaurante, uma grande geladeira expõe exemplares, embalados a vácuo e vendidos por quilo, de chorizo (R$ 110), prime rib (R$ 106), t-bone (R$ 108), carré de cordeiro (R$ 132) e costelinha suína (R$ 35). Há também bistecas dry-aged (R$ 122), com ao menos 30 dias de maturação a seco —o processo concentra sabor e amacia a carne. A "Açougueria Dinho's" funciona no mesmo horário do restaurante. Em breve, haverá também delivery dos produtos. Dinho's. Al. Santos, 45, Cerqueira César, tel. 3016-5333
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saopaulo
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Churrascaria Dinho's vende cortes de carne maturada para levar pra casaMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO A tradicional churrascaria Dinho's começou a vender seu cortes, com o mínimo de 21 dias de maturação, para levar para casa. No restaurante, uma grande geladeira expõe exemplares, embalados a vácuo e vendidos por quilo, de chorizo (R$ 110), prime rib (R$ 106), t-bone (R$ 108), carré de cordeiro (R$ 132) e costelinha suína (R$ 35). Há também bistecas dry-aged (R$ 122), com ao menos 30 dias de maturação a seco —o processo concentra sabor e amacia a carne. A "Açougueria Dinho's" funciona no mesmo horário do restaurante. Em breve, haverá também delivery dos produtos. Dinho's. Al. Santos, 45, Cerqueira César, tel. 3016-5333
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Mensageiro Sideral: Ganimedes, Encélado e vida alienígena
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O Sistema Solar terminou a semana muito mais interessante do que começou. E, graças a estudos envolvendo uma lua de Júpiter e uma de Saturno, as chances de encontrarmos vida extraterrestre aqui no nosso quintal aumentaram significativamente nos últimos dias. ... Leia post completo no blog
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Mensageiro Sideral: Ganimedes, Encélado e vida alienígenaO Sistema Solar terminou a semana muito mais interessante do que começou. E, graças a estudos envolvendo uma lua de Júpiter e uma de Saturno, as chances de encontrarmos vida extraterrestre aqui no nosso quintal aumentaram significativamente nos últimos dias. ... Leia post completo no blog
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Despesas dos governos sobem para 19% do PIB em 2013, diz IBGE
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Os gastos do governo geral —que inclui governos central, estaduais e municipais, sem estatais— para manter serviços gratuitos da máquina pública em funcionamento saltaram de 18,3% para 19% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2010 a 2013, informou o IBGE nesta quinta-feira (17). As chamadas despesas de consumo final do governo, como pagamento de salários, contratação de bens e serviços para a prestação dos serviços públicos gratuitos, era de R$ 710 bilhões em 2010 e chegou a R$ 980 bilhões em 2013. Os valores não descontam a inflação. O aumento foi puxado, sobretudo, pelas despesas da esfera estadual em 2013. A despesa final dos Estados aumentou 18,6% em 2013, em relação ao ano imediatamente anterior. Com o aumento de gastos, aliado a um menor dinamismo da receita e aumento das despesas com pagamento juros (efeito do aumento dos juros básicos da economia em 2013), a necessidade de financiamento do governo geral cresceu sobretudo de 2012 para 2013. A necessidade de financiamento do governo era de R$ 91,7 bilhões em 2012 (-1,9% do PIB) e passou a R$ 165,9 bilhões em 2013 (-3,2%). O saldo negativo indica um déficit que, na prática, precisa ser coberto com a captação de recursos no mercado financeiro, aumentando a dívida pública. Os números fazem parte de uma publicação de "Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária do Governo 2010-2013", divulgada nesta quinta-feira (16) pelo IBGE. Já o resultado primário do governo geral foi de 2% em 2013, próximo ao superávit primário de 1,9% de 2013 divulgado pelo Banco Central (BC), usado para a meta oficial. Para o IBGE, contudo, os números não são comparáveis. Os dados diferem porque seguem metodologias diferentes. O número do IBGE segue o Manual das Contas Nacionais e são usados no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto) final de 2010 a 2013, a ser divulgado pelo IBGE. Nos cálculos, o IBGE considera uma metodologia chamada "acima da linha", que consiste em calcular as contas a partir de receitas e despesas. Já o Banco Central (BC) calcula as contas públicas "abaixo da linha", a partir da dívida do governo. "As nossas contas não incluem estatais das três esferas de governos, diferentemente do critério do Banco Central", explicou André Cavalcanti, gerente de Administração Pública na Coordenação de Contas Nacionais do IBGE. As contas do governo federal estão sendo contestadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) por causa de manobras "heterodoxas" com os gastos públicos. É o caso do adiamento de despesas do Tesouro com bancos públicos. Segundo Cavalcanti, uma eventual reprovação das contas do governo pelo TCU não necessariamente, contudo, provocaria revisão nos números divulgados nesta quinta-feira. "Usamos um conceito de despesas liquidadas, ou seja, despesas que o governo reconhece ter o dever de pagar, mesmo que não tenha pago", disse Cavalcanti. "Se houver mudança de registro talvez tenha que fazer revisão. Mas como trabalhamos com esse conceito, achamos que não tem esse risco". O estudo é chamado de conta intermediária porque não considera ainda dados de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), fundo remanescente de PIS/Pasep, Sistema S e outras fontes.
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Despesas dos governos sobem para 19% do PIB em 2013, diz IBGEOs gastos do governo geral —que inclui governos central, estaduais e municipais, sem estatais— para manter serviços gratuitos da máquina pública em funcionamento saltaram de 18,3% para 19% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2010 a 2013, informou o IBGE nesta quinta-feira (17). As chamadas despesas de consumo final do governo, como pagamento de salários, contratação de bens e serviços para a prestação dos serviços públicos gratuitos, era de R$ 710 bilhões em 2010 e chegou a R$ 980 bilhões em 2013. Os valores não descontam a inflação. O aumento foi puxado, sobretudo, pelas despesas da esfera estadual em 2013. A despesa final dos Estados aumentou 18,6% em 2013, em relação ao ano imediatamente anterior. Com o aumento de gastos, aliado a um menor dinamismo da receita e aumento das despesas com pagamento juros (efeito do aumento dos juros básicos da economia em 2013), a necessidade de financiamento do governo geral cresceu sobretudo de 2012 para 2013. A necessidade de financiamento do governo era de R$ 91,7 bilhões em 2012 (-1,9% do PIB) e passou a R$ 165,9 bilhões em 2013 (-3,2%). O saldo negativo indica um déficit que, na prática, precisa ser coberto com a captação de recursos no mercado financeiro, aumentando a dívida pública. Os números fazem parte de uma publicação de "Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária do Governo 2010-2013", divulgada nesta quinta-feira (16) pelo IBGE. Já o resultado primário do governo geral foi de 2% em 2013, próximo ao superávit primário de 1,9% de 2013 divulgado pelo Banco Central (BC), usado para a meta oficial. Para o IBGE, contudo, os números não são comparáveis. Os dados diferem porque seguem metodologias diferentes. O número do IBGE segue o Manual das Contas Nacionais e são usados no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto) final de 2010 a 2013, a ser divulgado pelo IBGE. Nos cálculos, o IBGE considera uma metodologia chamada "acima da linha", que consiste em calcular as contas a partir de receitas e despesas. Já o Banco Central (BC) calcula as contas públicas "abaixo da linha", a partir da dívida do governo. "As nossas contas não incluem estatais das três esferas de governos, diferentemente do critério do Banco Central", explicou André Cavalcanti, gerente de Administração Pública na Coordenação de Contas Nacionais do IBGE. As contas do governo federal estão sendo contestadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) por causa de manobras "heterodoxas" com os gastos públicos. É o caso do adiamento de despesas do Tesouro com bancos públicos. Segundo Cavalcanti, uma eventual reprovação das contas do governo pelo TCU não necessariamente, contudo, provocaria revisão nos números divulgados nesta quinta-feira. "Usamos um conceito de despesas liquidadas, ou seja, despesas que o governo reconhece ter o dever de pagar, mesmo que não tenha pago", disse Cavalcanti. "Se houver mudança de registro talvez tenha que fazer revisão. Mas como trabalhamos com esse conceito, achamos que não tem esse risco". O estudo é chamado de conta intermediária porque não considera ainda dados de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), fundo remanescente de PIS/Pasep, Sistema S e outras fontes.
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Radicalização é ruim para Temer e para os defensores de Diretas-já
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Todo governo em crise terminal tem no fator "ruas" seu maior temor. Que o digam Fernando Collor e Dilma Rousseff. Assim, a radicalização dos protestos nesta quarta (24) é um daqueles signos de mau agouro que acompanham todo processo degenerativo de governabilidade. Michel Temer (PMDB) fez o que pôde: chamou os militares para ajudar a evitar depredações mais intensas do patrimônio público. Mas o sinal que fica é péssimo, o de um governo acuado em tribunais, no Congresso e, ao menos simbolicamente, no seu quintal (a Esplanada dos Ministérios). Paradoxalmente, o mesmo movimento é péssimo para quem foi à rua com a bandeira do "Diretas-já" acoplada à do "Fora, Temer". As cenas vistas em Brasília não lembram as concentrações que pediam a cabeça de outros presidentes, e sim lembravam a baderna generalizada que marcou o declínio do movimento de rua de 2013. Naquele momento, a violência era patrocinada pelos aderentes de técnicas "black bloc". Agora, ela veste as camisetas vermelhas de sindicatos associados largamente ao PT de Luiz Inácio Lula da Silva. Poucos no próprio PT consideram que a defesa das diretas tem alguma chance de ultrapassar o campo da retórica política. Mas se houver uma associação entre o movimento e atos de vandalismo, como os atos desta quarta sugerem, o caminho para o enterro político da ideia está dado. Perdem, pois, o movimento das diretas e Temer. Com um risco adicional para os envolvidos de todos os partidos: o discurso populista de cunho mais extremado à direita, de garantia de lei e ordem, poderá ganhar mais corpo, em um momento de enorme vácuo de lideranças políticas no país.
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Radicalização é ruim para Temer e para os defensores de Diretas-jáTodo governo em crise terminal tem no fator "ruas" seu maior temor. Que o digam Fernando Collor e Dilma Rousseff. Assim, a radicalização dos protestos nesta quarta (24) é um daqueles signos de mau agouro que acompanham todo processo degenerativo de governabilidade. Michel Temer (PMDB) fez o que pôde: chamou os militares para ajudar a evitar depredações mais intensas do patrimônio público. Mas o sinal que fica é péssimo, o de um governo acuado em tribunais, no Congresso e, ao menos simbolicamente, no seu quintal (a Esplanada dos Ministérios). Paradoxalmente, o mesmo movimento é péssimo para quem foi à rua com a bandeira do "Diretas-já" acoplada à do "Fora, Temer". As cenas vistas em Brasília não lembram as concentrações que pediam a cabeça de outros presidentes, e sim lembravam a baderna generalizada que marcou o declínio do movimento de rua de 2013. Naquele momento, a violência era patrocinada pelos aderentes de técnicas "black bloc". Agora, ela veste as camisetas vermelhas de sindicatos associados largamente ao PT de Luiz Inácio Lula da Silva. Poucos no próprio PT consideram que a defesa das diretas tem alguma chance de ultrapassar o campo da retórica política. Mas se houver uma associação entre o movimento e atos de vandalismo, como os atos desta quarta sugerem, o caminho para o enterro político da ideia está dado. Perdem, pois, o movimento das diretas e Temer. Com um risco adicional para os envolvidos de todos os partidos: o discurso populista de cunho mais extremado à direita, de garantia de lei e ordem, poderá ganhar mais corpo, em um momento de enorme vácuo de lideranças políticas no país.
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Receita libera na segunda consulta a novo lote de restituições da malha fina
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A Receita Federal libera na próxima segunda-feira (9), a partir das 9h (horário de Brasília), a consulta ao quinto lote de restituições do Imposto de Renda de declarações de 2015 que estavam presas na malha fina. Nesse lote serão liberadas restituições para 32.457 contribuintes, no total de R$ 78,65 milhões, valor já corrigido em 14,07%, correspondentes à taxa Selic de maio do ano passado a abril deste ano, mais 1% deste mês. Essas restituições estavam presas na malha fina devido a incorreções ou inconsistências nas informações prestadas pelos contribuintes. Com a retificação feita por eles, a Receita liberou as restituições. O dinheiro será depositado no dia 16 deste mês nas contas indicadas pelos contribuintes. Além do lote de 2015, a Receita liberará novos lotes residuais de restituições de 2008 a 2014. Esses lotes também referem-se a declarações que estavam presas na malha fina da Receita. Esses sete lotes totalizam 39.324 contribuintes, que receberão R$ 71,35 milhões (o pagamento também será feito no dia 16). No total geral, a Receita devolverá R$ 150 milhões para 71.781 contribuintes (média de R$ 2.090 para cada um). Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para o Receitafone (146). Em ambos os casos é preciso ter o número do CPF. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la pela internet, preenchendo o formulário eletrônico "Pedido de Pagamento de Restituição", ou diretamente no e-CAC, no serviço "Extrato do Processamento da DIRPF". Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá ir a qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.
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Receita libera na segunda consulta a novo lote de restituições da malha finaA Receita Federal libera na próxima segunda-feira (9), a partir das 9h (horário de Brasília), a consulta ao quinto lote de restituições do Imposto de Renda de declarações de 2015 que estavam presas na malha fina. Nesse lote serão liberadas restituições para 32.457 contribuintes, no total de R$ 78,65 milhões, valor já corrigido em 14,07%, correspondentes à taxa Selic de maio do ano passado a abril deste ano, mais 1% deste mês. Essas restituições estavam presas na malha fina devido a incorreções ou inconsistências nas informações prestadas pelos contribuintes. Com a retificação feita por eles, a Receita liberou as restituições. O dinheiro será depositado no dia 16 deste mês nas contas indicadas pelos contribuintes. Além do lote de 2015, a Receita liberará novos lotes residuais de restituições de 2008 a 2014. Esses lotes também referem-se a declarações que estavam presas na malha fina da Receita. Esses sete lotes totalizam 39.324 contribuintes, que receberão R$ 71,35 milhões (o pagamento também será feito no dia 16). No total geral, a Receita devolverá R$ 150 milhões para 71.781 contribuintes (média de R$ 2.090 para cada um). Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para o Receitafone (146). Em ambos os casos é preciso ter o número do CPF. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la pela internet, preenchendo o formulário eletrônico "Pedido de Pagamento de Restituição", ou diretamente no e-CAC, no serviço "Extrato do Processamento da DIRPF". Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá ir a qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.
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Campeão mundial pela Espanha, Xabi Alonso anuncia aposentadoria
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O meio-campista Xabi Alonso anunciou nesta quinta-feira que irá se aposentar ao fim da atual temporada europeia, em junho. A informação foi dada por meio de seu perfil oficial no Twitter. Ele postou uma foto e as seguintes palavras. "Vivi e amei. Adeus ao jogo bonito". Depois, o jogador de 35 anos explicou a sua decisão à TV oficial do Bayern de Munique, clube que defende desde 2014. "Não foi uma decisão fácil de ser tomada, mas eu acredito que é a hora certa. Sempre imaginei que seria melhor me aposentar mais cedo do que tarde. Eu ainda me sinto bem, mas acredito que este é o momento certo", disse. "Eu queria encerrar a minha carreira ainda no nível mais alto, e o Bayern é o nível mais alto. Estou incrivelmente orgulhoso e feliz por jogar no Bayern e fazer parte desta família", completou. ADEUS Xabi Alonso iniciou a sua carreira profissional em 1999, defendendo a Real Sociedad B. Em 2000 foi para o time principal e permaneceu no clube até 2004. Depois, passou por Eibar (ESP), Liverpool e Real Madrid. Por clubes, venceu duas vezes a Liga dos Campeões, pelo Liverpool (2004/05) e pelo Real (2013/14). Foi campeão nacional pelo time espanhol (uma vez) e pelo Bayern (duas). Na equipe alemã, conquistou ainda uma Copa da Alemanha e uma Supercopa. Pela seleção espanhola, Alonso entrou em campo em 114 oportunidades e anotou 16 gols. Ele foi bicampeão da Eurocopa (2008 e 2012) e da Copa do Mundo (2010). "Xabi Alonso é um dos grandes do mundo do futebol. Ele venceu tudo que podia vencer durante a sua carreira", afirmou o presidente do Bayern, Karl-Heinz Rummenigge.
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esporte
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Campeão mundial pela Espanha, Xabi Alonso anuncia aposentadoriaO meio-campista Xabi Alonso anunciou nesta quinta-feira que irá se aposentar ao fim da atual temporada europeia, em junho. A informação foi dada por meio de seu perfil oficial no Twitter. Ele postou uma foto e as seguintes palavras. "Vivi e amei. Adeus ao jogo bonito". Depois, o jogador de 35 anos explicou a sua decisão à TV oficial do Bayern de Munique, clube que defende desde 2014. "Não foi uma decisão fácil de ser tomada, mas eu acredito que é a hora certa. Sempre imaginei que seria melhor me aposentar mais cedo do que tarde. Eu ainda me sinto bem, mas acredito que este é o momento certo", disse. "Eu queria encerrar a minha carreira ainda no nível mais alto, e o Bayern é o nível mais alto. Estou incrivelmente orgulhoso e feliz por jogar no Bayern e fazer parte desta família", completou. ADEUS Xabi Alonso iniciou a sua carreira profissional em 1999, defendendo a Real Sociedad B. Em 2000 foi para o time principal e permaneceu no clube até 2004. Depois, passou por Eibar (ESP), Liverpool e Real Madrid. Por clubes, venceu duas vezes a Liga dos Campeões, pelo Liverpool (2004/05) e pelo Real (2013/14). Foi campeão nacional pelo time espanhol (uma vez) e pelo Bayern (duas). Na equipe alemã, conquistou ainda uma Copa da Alemanha e uma Supercopa. Pela seleção espanhola, Alonso entrou em campo em 114 oportunidades e anotou 16 gols. Ele foi bicampeão da Eurocopa (2008 e 2012) e da Copa do Mundo (2010). "Xabi Alonso é um dos grandes do mundo do futebol. Ele venceu tudo que podia vencer durante a sua carreira", afirmou o presidente do Bayern, Karl-Heinz Rummenigge.
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Fióti indica Mocotó, Sala São Paulo e mais três espaços para curtir SP
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DE SÃO PAULO Está sem ideia o que fazer em São Paulo nesta semana? Confira cinco dicas do músico Fióti, 28, para curtir a cidade. Morador de Santana, na zona norte, ele sugere locais como a Sala São Paulo e a Casa de Francisca. 1. Mocotó Gosto muito do baião de dois e dos dadinhos de tapioca da casa. Ah! E tem o purê de mandioca e as cachaças, que são incríveis, além das cervejas artesanais que eles mesmo produzem. Av. Nsa. Sra. do Lorêto, 1100, Vila Medeiros, tel. 2951-3056. * 2. Discopédia A festa rola semanalmente na Trackers e curto o ambiente bem underground, cheio de amigos. Dan Dan, Marco e Nyack são os DJs residents. Só rola discotecagem com disco de vinil. E tem tudo isso sem contar que a maioria das festas é superbarata e acessível. R. Dom José de Barros, 337, República, tel. 3337-5750. * 3. Casa de Francisca O novo espaço, assim como o anterior, é incrível. Ocorrem uns shows ótimos, diversificados, e o cardápio de comidas e bebidas é muito bom. Os vinhos africanos são raros, e vale muito experimentar o nhoque. R. Quintino Bocaiúva, 22, Sé, tel. 3052-0547. * 4. Bar Bambu É um dos melhores botecos da zona norte, cheio de quitutes, como o bolinho de mandioca batida —eles a trituram, deixando-a supermacia e saborosa. As cervejas e cachaças são o ponto alto. Para quem gosta de bagunça, sexta é o dia. R. Cons. Moreira de Barros, 1.084, Santana, tel. 2283-4350. * 5. Sala São Paulo É o melhor lugar da cidade para ver shows —eu mesmo já vi vários, que foram lindos. O Emicida [meu irmão] se apresentou lá com uma orquestra! E há aquele projeto que aos domingos uma apresentação custa R$ 1! Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3367-9500.
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saopaulo
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Fióti indica Mocotó, Sala São Paulo e mais três espaços para curtir SPDE SÃO PAULO Está sem ideia o que fazer em São Paulo nesta semana? Confira cinco dicas do músico Fióti, 28, para curtir a cidade. Morador de Santana, na zona norte, ele sugere locais como a Sala São Paulo e a Casa de Francisca. 1. Mocotó Gosto muito do baião de dois e dos dadinhos de tapioca da casa. Ah! E tem o purê de mandioca e as cachaças, que são incríveis, além das cervejas artesanais que eles mesmo produzem. Av. Nsa. Sra. do Lorêto, 1100, Vila Medeiros, tel. 2951-3056. * 2. Discopédia A festa rola semanalmente na Trackers e curto o ambiente bem underground, cheio de amigos. Dan Dan, Marco e Nyack são os DJs residents. Só rola discotecagem com disco de vinil. E tem tudo isso sem contar que a maioria das festas é superbarata e acessível. R. Dom José de Barros, 337, República, tel. 3337-5750. * 3. Casa de Francisca O novo espaço, assim como o anterior, é incrível. Ocorrem uns shows ótimos, diversificados, e o cardápio de comidas e bebidas é muito bom. Os vinhos africanos são raros, e vale muito experimentar o nhoque. R. Quintino Bocaiúva, 22, Sé, tel. 3052-0547. * 4. Bar Bambu É um dos melhores botecos da zona norte, cheio de quitutes, como o bolinho de mandioca batida —eles a trituram, deixando-a supermacia e saborosa. As cervejas e cachaças são o ponto alto. Para quem gosta de bagunça, sexta é o dia. R. Cons. Moreira de Barros, 1.084, Santana, tel. 2283-4350. * 5. Sala São Paulo É o melhor lugar da cidade para ver shows —eu mesmo já vi vários, que foram lindos. O Emicida [meu irmão] se apresentou lá com uma orquestra! E há aquele projeto que aos domingos uma apresentação custa R$ 1! Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, tel. 3367-9500.
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Crianças produzem vídeos em stop-motion; assista e entenda a técnica
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Em apenas um minuto e 17 segundos, um homem passa por monumentos como a torre Eiffel, o Cristo Redentor e as pirâmides do Egito. Também em cerca de um minuto, uma mandala "se pinta" sozinha, sem a ajuda de mãos ou lápis de cor. As duas situações não aconteceriam na vida real, mas foram possíveis graças a uma técnica chamada stop-motion. O recurso foi usado por alunos do colégio Oswald de Andrade, em São Paulo, para produzir vídeos em uma oficina de audiovisual. Nela, bonecos ou objetos são fotografados em uma posição, depois em outra, e depois em outra. Quando as fotos são exibidas em sequência, cria-se a ilusão do movimento. O método foi usado por cineastas profissionais como Tim Burton –em "A Noiva Cadáver" e "James e o Pêssego Gigante", por exemplo– e Wes Anderson, em "O Fantástico Sr. Raposo". No Brasil, o primeiro longa do gênero foi a animação "Minhocas", que estreou em 2013 e precisou de mais de 600 mil fotos para ser criado. Antes de começar a produção, os alunos do primeiro ano do Ensino Médio discutiram ideias e dificuldades com as turmas mais novas, que também farão trabalhos utilizando a técnica. Assista abaixo a quatro dos vídeos feitos por eles. * "A Viagem", por Isadora Barone, Luiza Moraes e Sofia Hart A Viagem - "Mandala", por Ana Helena Castilho e Marina Dolabela Mandala - "Stop Motion", por Matheus Martins e Joana Schwartz Stop Motion - "Lousa", por Alan Franzini Lousa
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folhinha
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Crianças produzem vídeos em stop-motion; assista e entenda a técnicaEm apenas um minuto e 17 segundos, um homem passa por monumentos como a torre Eiffel, o Cristo Redentor e as pirâmides do Egito. Também em cerca de um minuto, uma mandala "se pinta" sozinha, sem a ajuda de mãos ou lápis de cor. As duas situações não aconteceriam na vida real, mas foram possíveis graças a uma técnica chamada stop-motion. O recurso foi usado por alunos do colégio Oswald de Andrade, em São Paulo, para produzir vídeos em uma oficina de audiovisual. Nela, bonecos ou objetos são fotografados em uma posição, depois em outra, e depois em outra. Quando as fotos são exibidas em sequência, cria-se a ilusão do movimento. O método foi usado por cineastas profissionais como Tim Burton –em "A Noiva Cadáver" e "James e o Pêssego Gigante", por exemplo– e Wes Anderson, em "O Fantástico Sr. Raposo". No Brasil, o primeiro longa do gênero foi a animação "Minhocas", que estreou em 2013 e precisou de mais de 600 mil fotos para ser criado. Antes de começar a produção, os alunos do primeiro ano do Ensino Médio discutiram ideias e dificuldades com as turmas mais novas, que também farão trabalhos utilizando a técnica. Assista abaixo a quatro dos vídeos feitos por eles. * "A Viagem", por Isadora Barone, Luiza Moraes e Sofia Hart A Viagem - "Mandala", por Ana Helena Castilho e Marina Dolabela Mandala - "Stop Motion", por Matheus Martins e Joana Schwartz Stop Motion - "Lousa", por Alan Franzini Lousa
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Novo vice de Marta, Matarazzo chamava gestão da prefeita de 'nefasta'
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Sempre que era questionado sobre a possibilidade de ser vice na chapa de Marta Suplicy (PMDB-SP), Andrea Matarazzo (PSD-SP) dizia: "Seria absolutamente incoerente. Fui um grande crítico da gestão dela." E seguia: "Imagine a imprensa rememorando as frases que eu já disse sobre a Marta". Em 2011, por exemplo, ele afirmou que a gestão da atual aliada na prefeitura, de 2001 a 2004, foi "nefasta". Leia a coluna completa aqui
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Novo vice de Marta, Matarazzo chamava gestão da prefeita de 'nefasta'Sempre que era questionado sobre a possibilidade de ser vice na chapa de Marta Suplicy (PMDB-SP), Andrea Matarazzo (PSD-SP) dizia: "Seria absolutamente incoerente. Fui um grande crítico da gestão dela." E seguia: "Imagine a imprensa rememorando as frases que eu já disse sobre a Marta". Em 2011, por exemplo, ele afirmou que a gestão da atual aliada na prefeitura, de 2001 a 2004, foi "nefasta". Leia a coluna completa aqui
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Porto Alegre (RS) ainda vive caos, com água e energia cortadas, após temporal
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O temporal que devastou a capital gaúcha na noite de sexta-feira (29) ainda causa transtornos neste domingo (31). Por volta das 19h30, ainda havia 68 mil pessoas sem energia elétrica no Estado, sendo 65 mil apenas em Porto Alegre. A chuva causou alagamentos, quedas de árvores, estragos e deixou ao menos cem feridos. A estimativa dos bombeiros é que aproximadamente 400 árvores foram derrubadas pela ventania. Logo após o temporal, a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) chegou a apontar mais de 300 mil pessoas afetadas pela falta de luz. Vários pontos da cidade também registravam desabastecimento, devido à falta de energia elétrica, que prejudicou o sistema de bombeamento de água na capital. O Corpo de Bombeiros de Porto Alegre informou que a prioridade neste domingo é o restabelecimento da energia. Ainda segundo a corporação, uma pessoa ficou ferida na sexta-feira (29), após ser atingida por um raio. Não há informações sobre seu estado de saúde. O Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre registrou casos de pessoas feridas devido aos desabamentos e casos de choques elétricos. Elas foram encaminhadas para hospitais locais. A força dos ventos foi tão intensa que o Cisne Branco, uma tradicional embarcação turística da cidade, virou durante a tempestade. Ninguém estava no barco no momento do temporal. Todas as áreas da cidade foram afetadas, segundo informações do Sistema de Vigilância Meteorológica, coordenada pelo Centro Integrado de Comando (CEIC - Metroclima). As rajadas de ventos na região ficaram entre 100 km/h e 120 km/h. Nas redes sociais, internautas relataram medo e os estragos causados pela chuva. Parte do teto do Shopping Praia de Belas cedeu. Também há relatos de estabelecimentos comerciais e bancos que tiveram vidros e portas quebrados com a chuva. A previsão do tempo é de instabilidade na capital para este domingo, com chuva entre fraca e moderada, mas que pode ser forte em alguns momentos, informa o Sistema de Vigilância Meteorológica, coordenada pelo Centro Integrado de Comando (CEIC - Metroclima). Vídeo POA HOSPITAL DE CLÍNICAS O temporal também causou estragos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, na região central. O Centro Obstétrico e a Emergência não estavam recebendo novos pacientes neste domingo, segundo informações da própria unidade. Danos no bloco cirúrgico também causaram a suspensão de todas as cirurgias eletivas. Parte dos leitos do Centro de Terapia Intensiva teve que ser isolada. A energia elétrica voltou às 9h45 deste domingo, possibilitando a retomada de serviços como tomografia e ressonância magnética, após 12 horas utilizando o gerador. O hospital informou que está tomando todas as providências para retomar a normalidade dos serviços o mais breve possível.
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cotidiano
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Porto Alegre (RS) ainda vive caos, com água e energia cortadas, após temporalO temporal que devastou a capital gaúcha na noite de sexta-feira (29) ainda causa transtornos neste domingo (31). Por volta das 19h30, ainda havia 68 mil pessoas sem energia elétrica no Estado, sendo 65 mil apenas em Porto Alegre. A chuva causou alagamentos, quedas de árvores, estragos e deixou ao menos cem feridos. A estimativa dos bombeiros é que aproximadamente 400 árvores foram derrubadas pela ventania. Logo após o temporal, a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) chegou a apontar mais de 300 mil pessoas afetadas pela falta de luz. Vários pontos da cidade também registravam desabastecimento, devido à falta de energia elétrica, que prejudicou o sistema de bombeamento de água na capital. O Corpo de Bombeiros de Porto Alegre informou que a prioridade neste domingo é o restabelecimento da energia. Ainda segundo a corporação, uma pessoa ficou ferida na sexta-feira (29), após ser atingida por um raio. Não há informações sobre seu estado de saúde. O Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre registrou casos de pessoas feridas devido aos desabamentos e casos de choques elétricos. Elas foram encaminhadas para hospitais locais. A força dos ventos foi tão intensa que o Cisne Branco, uma tradicional embarcação turística da cidade, virou durante a tempestade. Ninguém estava no barco no momento do temporal. Todas as áreas da cidade foram afetadas, segundo informações do Sistema de Vigilância Meteorológica, coordenada pelo Centro Integrado de Comando (CEIC - Metroclima). As rajadas de ventos na região ficaram entre 100 km/h e 120 km/h. Nas redes sociais, internautas relataram medo e os estragos causados pela chuva. Parte do teto do Shopping Praia de Belas cedeu. Também há relatos de estabelecimentos comerciais e bancos que tiveram vidros e portas quebrados com a chuva. A previsão do tempo é de instabilidade na capital para este domingo, com chuva entre fraca e moderada, mas que pode ser forte em alguns momentos, informa o Sistema de Vigilância Meteorológica, coordenada pelo Centro Integrado de Comando (CEIC - Metroclima). Vídeo POA HOSPITAL DE CLÍNICAS O temporal também causou estragos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, na região central. O Centro Obstétrico e a Emergência não estavam recebendo novos pacientes neste domingo, segundo informações da própria unidade. Danos no bloco cirúrgico também causaram a suspensão de todas as cirurgias eletivas. Parte dos leitos do Centro de Terapia Intensiva teve que ser isolada. A energia elétrica voltou às 9h45 deste domingo, possibilitando a retomada de serviços como tomografia e ressonância magnética, após 12 horas utilizando o gerador. O hospital informou que está tomando todas as providências para retomar a normalidade dos serviços o mais breve possível.
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Janot oferece denúncia contra ex-presidente Lula ao STF
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A Procuradoria-Geral da República ofereceu ao STF (Supremo Tribunal Federal) denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no inquérito que investiga se houve uma trama para comprar o silêncio e evitar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou ao Supremo que houve um aditamento na denúncia que foi apresentada contra o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) sobre a operação para a barrar a delação de Cerveró. Ele disse que a empreitada envolveu o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho Maurício Bumlai. "Se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e André Esteves, dando ensejo ao aditamento da denúncia anteriormente oferecida". Segundo Janot, há "diversos outros elementos" comprovando a participação de Lula na empreitada, além da colaboração de Delcídio. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, analisará a denúncia. Ele vai elaborar um voto e apresentar à Segunda Turma do tribunal, composto por cinco integrantes. Se o colegiado aceitar a denúncia, Lula e os outros investigados serão transformados em réus. Não há data prevista para essa análise acontecer. Delcídio diz que Lula pediu "expressamente" para que ele ajudasse o pecuarista José Carlos Bumlai porque o empresário estaria implicado nas delações de Fernando Baiano e Nestor Cerveró. Para o senador, Bumlai tinha "total intimidade" e exercia o papel de "consigliere" da família Lula, expressão em italiano que remete aos conselheiros dos chefes da máfia italiana. "No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró", afirma o acordo de delação. Na conversa com o ex-presidente, de acordo com outro trecho da delação, Delcídio diz que "aceitou intermediar a operação", mas lhe explicou que "com José Carlos Bumlai seria difícil falar, mas que conversaria com o filho, Maurício Bumlai, com quem mantinha boa relação". Depois de receber a quantia de Maurício Bumlai, a primeira remessa de R$ 50 mil foi entregue em mãos pelo próprio Delcídio ao advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, também preso pela Lava Jato e solto em 24 de fevereiro. Delcídio passou quase três meses preso por determinação do STF após ser gravado por um filho de Cerveró tramando a fuga do ex-diretor da Petrobras. Ele foi solto em 19 de fevereiro e a seguir pediu licença médica do Senado. OUTRO LADO Em nota, o Instituto Lula afirmou que a peça da PGR indica suposições e hipóteses sem prova. "Trata-se de uma antecipação de juízo, ofensiva e inaceitável, com base unicamente na palavra de um criminoso". Acrescenta que Lula é alvo de uma devassa, embora não tenha participado de qualquer fato investigado na Lava Jato. "O ex-presidente Lula não deve e não teme investigações", finaliza o Instituto. A defesa de Delcídio do Amaral informou que o nome do senador foi incluído como colaborador, como parte do acordo de delação premiada firmado com a PGR. A defesa de André Esteves "reitera que ele não cometeu nenhuma irregularidade". Os demais não foram localizados.
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Janot oferece denúncia contra ex-presidente Lula ao STFA Procuradoria-Geral da República ofereceu ao STF (Supremo Tribunal Federal) denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no inquérito que investiga se houve uma trama para comprar o silêncio e evitar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou ao Supremo que houve um aditamento na denúncia que foi apresentada contra o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) sobre a operação para a barrar a delação de Cerveró. Ele disse que a empreitada envolveu o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho Maurício Bumlai. "Se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e André Esteves, dando ensejo ao aditamento da denúncia anteriormente oferecida". Segundo Janot, há "diversos outros elementos" comprovando a participação de Lula na empreitada, além da colaboração de Delcídio. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, analisará a denúncia. Ele vai elaborar um voto e apresentar à Segunda Turma do tribunal, composto por cinco integrantes. Se o colegiado aceitar a denúncia, Lula e os outros investigados serão transformados em réus. Não há data prevista para essa análise acontecer. Delcídio diz que Lula pediu "expressamente" para que ele ajudasse o pecuarista José Carlos Bumlai porque o empresário estaria implicado nas delações de Fernando Baiano e Nestor Cerveró. Para o senador, Bumlai tinha "total intimidade" e exercia o papel de "consigliere" da família Lula, expressão em italiano que remete aos conselheiros dos chefes da máfia italiana. "No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró", afirma o acordo de delação. Na conversa com o ex-presidente, de acordo com outro trecho da delação, Delcídio diz que "aceitou intermediar a operação", mas lhe explicou que "com José Carlos Bumlai seria difícil falar, mas que conversaria com o filho, Maurício Bumlai, com quem mantinha boa relação". Depois de receber a quantia de Maurício Bumlai, a primeira remessa de R$ 50 mil foi entregue em mãos pelo próprio Delcídio ao advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, também preso pela Lava Jato e solto em 24 de fevereiro. Delcídio passou quase três meses preso por determinação do STF após ser gravado por um filho de Cerveró tramando a fuga do ex-diretor da Petrobras. Ele foi solto em 19 de fevereiro e a seguir pediu licença médica do Senado. OUTRO LADO Em nota, o Instituto Lula afirmou que a peça da PGR indica suposições e hipóteses sem prova. "Trata-se de uma antecipação de juízo, ofensiva e inaceitável, com base unicamente na palavra de um criminoso". Acrescenta que Lula é alvo de uma devassa, embora não tenha participado de qualquer fato investigado na Lava Jato. "O ex-presidente Lula não deve e não teme investigações", finaliza o Instituto. A defesa de Delcídio do Amaral informou que o nome do senador foi incluído como colaborador, como parte do acordo de delação premiada firmado com a PGR. A defesa de André Esteves "reitera que ele não cometeu nenhuma irregularidade". Os demais não foram localizados.
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Com escalação titular, Corinthians vence o Bahia e continua líder invicto
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Com a escalação titular apenas pela segunda vez no Campeonato Brasileiro, o Corinthians mostrou mais do mesmo. Um futebol sólido, de poucas falhas defensivas e mortal ao receber chances. Com a vitória por 3 a 0 nesta quinta (22) sobre o Bahia, a equipe manteve a liderança invicta do torneio. Chegou aos 23 pontos. No domingo (25), o clube paulista vai a Porto Alegre para enfrentar o Grêmio, segundo colocado. As duas equipes encontraram espaço para jogar, especialmente no primeiro tempo. Não fosse pela boa noite de Cássio, o Bahia teria aberto o placar. A melhor oportunidade aconteceu aos seis minutos, quando Zé Rafael apanhou rebote na entrada da área e chutou forte no canto esquerdo. O goleiro corintiano espalmou. O Bahia buscava a troca de passes curtos e os arremates de média distância sempre que havia condições. O Corinthians tentava lançamentos mais longos para Jô ou Romero. Foi assim que o gol quase saiu aos 23, quando o paraguaio não foi fominha e serviu ao centroavante, que estava sozinho na área. Ele chutou por cima. Apesar de atuar como visitante, os baianos se postavam em campo do jeito que o Corinthians gosta: atacando e, ao mesmo tempo, oferecendo espaços para o contra-ataque. Geralmente, o time paulista consegue isso fora de casa. Não no Itaquerão. Na segunda chance que recebeu, Jô não desperdiçou. Fagner fez grande jogada individual, se livrou na marcação e deu passe para o atacante. Ele escapou da linha de impedimento, driblou o goleiro e tocou para o gol aberto. A equipe sabia aproveitar a liberdade que o Bahia dava aos meias e, se Rodriguinho estivesse mais inspirado, mais gols teriam saído antes do intervalo. O segundo tempo começou com o domínio do Bahia. Mas apesar da posse de bola e de controlar as ações não conseguia criar chances. O time nordestino precisava de um golpe de sorte. Este pareceu ter chegado aos 11 minutos. Gabriel fez falta em Vinicius, recebeu o segundo amarelo e acabou expulso. Foi o primeiro vermelho recebido pelo volante ex-palmeiras desde a chegada no Parque São Jorge. Ele havia sido expulso por erro da arbitragem no clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. O cartão foi anulado pelo Tribunal de Justiça Desportiva. A alegria durou pouco. Quatro minutos depois, Renê Júnior derrubou Fagner e, como também já havia sido advertido, recebeu o cartão vermelho. Os dois times ficaram com dez jogadores em campo. Foi o momento em que o Corinthians tomou as rédeas da partida e o Bahia parou de incomodar. Mas em vez de buscar o segundo gol, os donos da casa começaram a diminuir o ritmo o jogo e tocar a bola de um lado para o outro. Uma atuação clássica do Corinthians de Fábio Carille, um time que sabe o que quer e qual a melhor maneira de chegar lá. O segundo gol aconteceu, eventualmente. Foi aos 34. Romero desviou de cabeça cobrança de escanteio e a bola ficou para Balbuena, dentro da pequena área, empurrar para a rede. Era fim de jogo, pelo menos na teoria. Porque na prática, havia tempo para mais um. Aos 47, Marquinhos Gabriel roubou a bola e encobriu o goleiro para anotar o terceiro. Carille ficou feliz especialmente com essa última jogada. Ele colocou na cabeça que precisa recuperar o futebol do meia-atacante, que viveu de altos e baixos no clube até agora.
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Com escalação titular, Corinthians vence o Bahia e continua líder invictoCom a escalação titular apenas pela segunda vez no Campeonato Brasileiro, o Corinthians mostrou mais do mesmo. Um futebol sólido, de poucas falhas defensivas e mortal ao receber chances. Com a vitória por 3 a 0 nesta quinta (22) sobre o Bahia, a equipe manteve a liderança invicta do torneio. Chegou aos 23 pontos. No domingo (25), o clube paulista vai a Porto Alegre para enfrentar o Grêmio, segundo colocado. As duas equipes encontraram espaço para jogar, especialmente no primeiro tempo. Não fosse pela boa noite de Cássio, o Bahia teria aberto o placar. A melhor oportunidade aconteceu aos seis minutos, quando Zé Rafael apanhou rebote na entrada da área e chutou forte no canto esquerdo. O goleiro corintiano espalmou. O Bahia buscava a troca de passes curtos e os arremates de média distância sempre que havia condições. O Corinthians tentava lançamentos mais longos para Jô ou Romero. Foi assim que o gol quase saiu aos 23, quando o paraguaio não foi fominha e serviu ao centroavante, que estava sozinho na área. Ele chutou por cima. Apesar de atuar como visitante, os baianos se postavam em campo do jeito que o Corinthians gosta: atacando e, ao mesmo tempo, oferecendo espaços para o contra-ataque. Geralmente, o time paulista consegue isso fora de casa. Não no Itaquerão. Na segunda chance que recebeu, Jô não desperdiçou. Fagner fez grande jogada individual, se livrou na marcação e deu passe para o atacante. Ele escapou da linha de impedimento, driblou o goleiro e tocou para o gol aberto. A equipe sabia aproveitar a liberdade que o Bahia dava aos meias e, se Rodriguinho estivesse mais inspirado, mais gols teriam saído antes do intervalo. O segundo tempo começou com o domínio do Bahia. Mas apesar da posse de bola e de controlar as ações não conseguia criar chances. O time nordestino precisava de um golpe de sorte. Este pareceu ter chegado aos 11 minutos. Gabriel fez falta em Vinicius, recebeu o segundo amarelo e acabou expulso. Foi o primeiro vermelho recebido pelo volante ex-palmeiras desde a chegada no Parque São Jorge. Ele havia sido expulso por erro da arbitragem no clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. O cartão foi anulado pelo Tribunal de Justiça Desportiva. A alegria durou pouco. Quatro minutos depois, Renê Júnior derrubou Fagner e, como também já havia sido advertido, recebeu o cartão vermelho. Os dois times ficaram com dez jogadores em campo. Foi o momento em que o Corinthians tomou as rédeas da partida e o Bahia parou de incomodar. Mas em vez de buscar o segundo gol, os donos da casa começaram a diminuir o ritmo o jogo e tocar a bola de um lado para o outro. Uma atuação clássica do Corinthians de Fábio Carille, um time que sabe o que quer e qual a melhor maneira de chegar lá. O segundo gol aconteceu, eventualmente. Foi aos 34. Romero desviou de cabeça cobrança de escanteio e a bola ficou para Balbuena, dentro da pequena área, empurrar para a rede. Era fim de jogo, pelo menos na teoria. Porque na prática, havia tempo para mais um. Aos 47, Marquinhos Gabriel roubou a bola e encobriu o goleiro para anotar o terceiro. Carille ficou feliz especialmente com essa última jogada. Ele colocou na cabeça que precisa recuperar o futebol do meia-atacante, que viveu de altos e baixos no clube até agora.
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