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Prestes a se casar, ex-titã Paulo Miklos diz que está 'reconstruindo' sua vida
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"Amor, meu cabelo tá bom assim?" "Amorzinho, arruma a camisa." "Cadê o seu café, amor?" * Cenas explícitas de paixão são vistas nos bastidores do "X Factor Brasil", programa de calouros da Band. Os protagonistas: Paulo Miklos, 57, o músico recém-saído dos Titãs (que também é ator e, no caso, jurado da atração), e a produtora Renata Galvão, 36 (que já trabalhou na MTV e com a cineasta Laís Bodanzky e é sócia de uma empresa que produz DVDs de música e programas). Juntos há dois anos, eles estão de casamento marcado para janeiro. * Sentado num sofá do camarim, ao lado da namorada que acabou virando empresária dele, Miklos fala de sua fase "solar". O repórter Joelmir Tavares traz para a conversa temas como a participação no reality, a peça "Chet Baker - Apenas um Sopro" e a despedida dos Titãs. Ele responde às perguntas. Renata também. * 'X FACTOR' E TALENTO Ele - "A gente comenta com cada candidato com cuidado, porque é uma expectativa grande. Ele está ali exposto. Deve ser tratado com respeito, franqueza. Do lado de cá, você se dá conta de que vai ter que ir contra a expectativa." Ela - "Você lida com a frustração, tem que falar 'não'. Ele [Miklos] não se importa não, viu? Eu sofro! Fico mal. E ele: 'Para... É assim mesmo'." Ele - "É um programa que tem que ser divertido. As pessoas que estão ali já ganham uma exposição bacana. Tem muita gente maravilhada com essa possibilidade [da fama], e os que ficam são os que realmente têm talento. Só que ter talento é uma armadilha, traz um risco de acomodação. Se quiser alcançar a excelência, vai ter que correr atrás." Ela - "Nunca vai ser fácil de qualquer jeito, né? Por exemplo, a gente está fazendo o disco novo do Paulo, que sai em 2017, e ele está trabalhando com novos compositores. Você vê uma série de pessoas talentosas, incríveis, que nunca tinha ouvido falar." TEATRO E CARREIRA Ele - "Depois que o bichinho me mordeu, nunca mais abandonei [a interpretação, que exerce há 15 anos e o levou a filmes, séries e novela]. Estou fazendo a peça, que a Renata é nossa produtora..." Ela - "A gente trabalha muito junto. Foi por causa da minha produtora, ao chamá-lo para um programa de TV, que começou o namoro. Ele estava viúvo, eu separada. A consequência natural foi trabalhar [junto]. Acabei assumindo a gestão da carreira dele." Ele - "Mesmo porque eu estava fazendo a minha 'indigestão' sozinho. Tinha empresário com os Titãs, mas na carreira solo eu que atendia o telefone, marcava as coisas." Ela - "Um volume gigantesco e uma possibilidade enorme de coisas para fazer que não era aproveitada. Não existia necessidade de nenhuma das partes de trabalhar junto. Foi uma vontade. E deu certo. A gente se diverte muito, está junto 24 horas por dia." Ele - "Essa é a parte boa." VIDA A DOIS Ela - "A gente é complementar e se dá muito bem. Para mim é uma parceria de vida muito importante [olha para ele e sorri]." Ele - "Para mim é assim também. É refazer meu caminho, reconstruir minha vida. Com o amor, com as crianças, que é uma coisa fabulosa [Rosa, 6, e Max, 9, filhos dela]." Ela - "A Manoela [única filha dele] tem 33 anos. Faz tempo que o Paulo passou dessa fase de filho pequeno. A infância da Manoela devia ser a época mais ocupada da vida dele, de mais viagens. E ele passou por coisas muito difíceis. Foi casado 30 anos com a Rachel, aí ela faleceu [de câncer, em 2013]. A gente se encontrou no momento em que ele tinha perdido a mãe, o pai e a mulher em dois anos." Ele - "Foi uma sacudida." Ela - "Acho que foi um encontro para os dois também de reconstrução de vida, de procurar essa felicidade." Ele - "Merecida, né?" ADEUS, TITÃS Ele - "Foi uma coisa natural, eu acho, depois de 34 anos de história juntos. Foi chegando aos poucos. A gente sempre conversou muito. É um ciclo que se fecha porque tem um momento em que ter outros planos, se programar a longo prazo, não dá." Ela - "Não dava para planejar coisas muito longe. O 'X Factor', por exemplo, não seria possível. A agenda dos Titãs era a prioridade dele. Acho que chegou um momento em que ele precisava se comprometer com outras coisas, que eram muito prazerosas para ele também. E foi uma coisa amistosa. Não foi uma quebra complicada." Ele - "Ao contrário." Ela - "E eles vão ser parceiros para sempre também. O Paulo está fazendo uma música com o Arnaldo [Antunes, ex-titã] para esse disco." Ele - "Também já convoquei o Nando [Reis, outro ex-titã]. Eu tinha vontade de realmente ser dono do meu tempo." Ela - "Para você escolher as coisas que quer fazer. Ser a pessoa que toma a decisão. Não precisar ter sempre um grande acordo [com um grupo]. Acho que chega uma hora em que isso é importante." * A produção interrompe o papo. Miklos precisa fazer algumas gravações antes do programa ao vivo. Enquanto o músico posa para fotos, Renata cochicha: "Ele tem essa cara de mau, mas é um fofo". * A namorada faz outras confidências ao longo da tarde. Conta que o companheiro praticamente não ganha dinheiro com a peça em que interpreta o trompetista americano Chet Baker. "Ele faz porque quer muito", diz ela. O espetáculo, elogiado, encerrou temporada no Rio há alguns dias, mas vai voltar. Abstêmio, Miklos "não usa nem enxaguante bucal com álcool" desde que largou as drogas, há uns dez anos. "Ele era dependente de cocaína, álcool e cigarro. Perdeu a família e nem assim teve recaída", frisa ela. * Daqui a alguns dias, o artista vai sair do Sumaré para morar com Renata e os filhos em uma casa no Morumbi, bairro onde a família já vive. "Seria difícil mudar a rotina das crianças. Mais fácil mudar a minha, que já é louca mesmo", diz ele. "Vou levar o Tenório, meu 'tartarugo'. Eles já têm o cachorrinho deles, o Ursinho." Parece animado. * "É um momento solar, de muito amor. Meu disco vai refletir isso", diz Miklos. "Tem muita vida de volta e à minha volta, com as crianças, esse lado bacana das descobertas. E a certeza de que a gente também está sempre descobrindo coisas. Começa com seis anos, vai até beirando os 60 e continua." Renata acrescenta: "Para sempre, né?".
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Prestes a se casar, ex-titã Paulo Miklos diz que está 'reconstruindo' sua vida"Amor, meu cabelo tá bom assim?" "Amorzinho, arruma a camisa." "Cadê o seu café, amor?" * Cenas explícitas de paixão são vistas nos bastidores do "X Factor Brasil", programa de calouros da Band. Os protagonistas: Paulo Miklos, 57, o músico recém-saído dos Titãs (que também é ator e, no caso, jurado da atração), e a produtora Renata Galvão, 36 (que já trabalhou na MTV e com a cineasta Laís Bodanzky e é sócia de uma empresa que produz DVDs de música e programas). Juntos há dois anos, eles estão de casamento marcado para janeiro. * Sentado num sofá do camarim, ao lado da namorada que acabou virando empresária dele, Miklos fala de sua fase "solar". O repórter Joelmir Tavares traz para a conversa temas como a participação no reality, a peça "Chet Baker - Apenas um Sopro" e a despedida dos Titãs. Ele responde às perguntas. Renata também. * 'X FACTOR' E TALENTO Ele - "A gente comenta com cada candidato com cuidado, porque é uma expectativa grande. Ele está ali exposto. Deve ser tratado com respeito, franqueza. Do lado de cá, você se dá conta de que vai ter que ir contra a expectativa." Ela - "Você lida com a frustração, tem que falar 'não'. Ele [Miklos] não se importa não, viu? Eu sofro! Fico mal. E ele: 'Para... É assim mesmo'." Ele - "É um programa que tem que ser divertido. As pessoas que estão ali já ganham uma exposição bacana. Tem muita gente maravilhada com essa possibilidade [da fama], e os que ficam são os que realmente têm talento. Só que ter talento é uma armadilha, traz um risco de acomodação. Se quiser alcançar a excelência, vai ter que correr atrás." Ela - "Nunca vai ser fácil de qualquer jeito, né? Por exemplo, a gente está fazendo o disco novo do Paulo, que sai em 2017, e ele está trabalhando com novos compositores. Você vê uma série de pessoas talentosas, incríveis, que nunca tinha ouvido falar." TEATRO E CARREIRA Ele - "Depois que o bichinho me mordeu, nunca mais abandonei [a interpretação, que exerce há 15 anos e o levou a filmes, séries e novela]. Estou fazendo a peça, que a Renata é nossa produtora..." Ela - "A gente trabalha muito junto. Foi por causa da minha produtora, ao chamá-lo para um programa de TV, que começou o namoro. Ele estava viúvo, eu separada. A consequência natural foi trabalhar [junto]. Acabei assumindo a gestão da carreira dele." Ele - "Mesmo porque eu estava fazendo a minha 'indigestão' sozinho. Tinha empresário com os Titãs, mas na carreira solo eu que atendia o telefone, marcava as coisas." Ela - "Um volume gigantesco e uma possibilidade enorme de coisas para fazer que não era aproveitada. Não existia necessidade de nenhuma das partes de trabalhar junto. Foi uma vontade. E deu certo. A gente se diverte muito, está junto 24 horas por dia." Ele - "Essa é a parte boa." VIDA A DOIS Ela - "A gente é complementar e se dá muito bem. Para mim é uma parceria de vida muito importante [olha para ele e sorri]." Ele - "Para mim é assim também. É refazer meu caminho, reconstruir minha vida. Com o amor, com as crianças, que é uma coisa fabulosa [Rosa, 6, e Max, 9, filhos dela]." Ela - "A Manoela [única filha dele] tem 33 anos. Faz tempo que o Paulo passou dessa fase de filho pequeno. A infância da Manoela devia ser a época mais ocupada da vida dele, de mais viagens. E ele passou por coisas muito difíceis. Foi casado 30 anos com a Rachel, aí ela faleceu [de câncer, em 2013]. A gente se encontrou no momento em que ele tinha perdido a mãe, o pai e a mulher em dois anos." Ele - "Foi uma sacudida." Ela - "Acho que foi um encontro para os dois também de reconstrução de vida, de procurar essa felicidade." Ele - "Merecida, né?" ADEUS, TITÃS Ele - "Foi uma coisa natural, eu acho, depois de 34 anos de história juntos. Foi chegando aos poucos. A gente sempre conversou muito. É um ciclo que se fecha porque tem um momento em que ter outros planos, se programar a longo prazo, não dá." Ela - "Não dava para planejar coisas muito longe. O 'X Factor', por exemplo, não seria possível. A agenda dos Titãs era a prioridade dele. Acho que chegou um momento em que ele precisava se comprometer com outras coisas, que eram muito prazerosas para ele também. E foi uma coisa amistosa. Não foi uma quebra complicada." Ele - "Ao contrário." Ela - "E eles vão ser parceiros para sempre também. O Paulo está fazendo uma música com o Arnaldo [Antunes, ex-titã] para esse disco." Ele - "Também já convoquei o Nando [Reis, outro ex-titã]. Eu tinha vontade de realmente ser dono do meu tempo." Ela - "Para você escolher as coisas que quer fazer. Ser a pessoa que toma a decisão. Não precisar ter sempre um grande acordo [com um grupo]. Acho que chega uma hora em que isso é importante." * A produção interrompe o papo. Miklos precisa fazer algumas gravações antes do programa ao vivo. Enquanto o músico posa para fotos, Renata cochicha: "Ele tem essa cara de mau, mas é um fofo". * A namorada faz outras confidências ao longo da tarde. Conta que o companheiro praticamente não ganha dinheiro com a peça em que interpreta o trompetista americano Chet Baker. "Ele faz porque quer muito", diz ela. O espetáculo, elogiado, encerrou temporada no Rio há alguns dias, mas vai voltar. Abstêmio, Miklos "não usa nem enxaguante bucal com álcool" desde que largou as drogas, há uns dez anos. "Ele era dependente de cocaína, álcool e cigarro. Perdeu a família e nem assim teve recaída", frisa ela. * Daqui a alguns dias, o artista vai sair do Sumaré para morar com Renata e os filhos em uma casa no Morumbi, bairro onde a família já vive. "Seria difícil mudar a rotina das crianças. Mais fácil mudar a minha, que já é louca mesmo", diz ele. "Vou levar o Tenório, meu 'tartarugo'. Eles já têm o cachorrinho deles, o Ursinho." Parece animado. * "É um momento solar, de muito amor. Meu disco vai refletir isso", diz Miklos. "Tem muita vida de volta e à minha volta, com as crianças, esse lado bacana das descobertas. E a certeza de que a gente também está sempre descobrindo coisas. Começa com seis anos, vai até beirando os 60 e continua." Renata acrescenta: "Para sempre, né?".
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'O entrevistador é um ruído', disse Fernando Faro à Folha em 2007
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Em 20 de junho de 2007, data em que o produtor Fernando Faro, morto na madrugada desta segunda (25), completava 80 anos, a "Ilustrada" publicava uma entrevista com ele, feita pelos repórteres Thiago Ney e Ronaldo Evangelista, nos mesmos moldes das conversas que o apresentador colocava ao ar em seu programa "Ensaio". Leia o resultado abaixo. * O programa "Ensaio", iniciado em 1969 na Tupi e hoje exibido nas noites de quinta-feira na Cultura, tornou-se um marco tanto da televisão quanto da música brasileira. De Elis Regina a Tim Maia, de Chico Buarque a Racionais MC's, praticamente todos os mais conhecidos rostos da MPB foram focalizados em close pelas câmeras do programa, em entrevistas em que não se ouve as perguntas do entrevistador, apenas as respostas do entrevistado. O entrevistador é Fernando Faro, mas pode chamá-lo também de jornalista (trabalhou nos extintos "Última Hora" e "A Noite"), apresentador, radialista (foi ele quem levou os primeiros textos teatrais ao rádio brasileiro, nos anos 50), produtor de shows (fez o último de Elis, além de um em Angola com Chico Buarque e Dorival Caymmi, em 1980), produtor de discos (de Eduardo Gudin e Cristina Buarque)... Amanhã, Faro completa 80 anos e ganha um especial da Cultura. A seguir, o apresentador fala à Folha. Como no "Ensaio", leia só as respostas do entrevistado. * FERNANDO FARO - Li uma vez, acho que foi Marshall McLuhan [teórico dos meios de comunicação], que a gente tem que ter cuidado com a informação e com o ruído da informação. O apresentador é um ruído enorme, um barulho enorme numa entrevista. Resolvi fazer isso depois de uma entrevista, em 1959, com um bandido chamado Jorginho. Eu estava no telejornal da TV Paulista quando o Jorginho foi preso. Fui na delegacia entrevistá-lo. Disseram: "Você não pode entrar na cela". Dei o microfone para o Jorginho e fiquei do lado de fora, com o gravador. E comecei a perguntar várias coisas. Peguei o material, que tinha apenas as respostas dele, e editei. Gostei daquilo. E comecei a fazer tudo com esse formato, só com o entrevistado falando. FARO - A idéia dos closes também veio do McLuhan. Ele dizia que uma [tomada] geral de televisão é só uma imagem. Você não vê nada. Você comprova isso em um jogo de futebol: você não sabe como é a cara dos jogadores. Aí eu disse: "A solução é o close e o meio-close". Eu lembrava também que Picasso usava close e meio-close. FARO - Gravei programa com o Vinicius de Moraes, o Martinho da Vila, que foi um escândalo. Tinha acabado de fazer com o Vinicius. Quando disse que ia fazer programa com o Martinho, os caras começaram a virar a cara. Mas o programa do Martinho deu uma barbaridade de audiência. O do Vinicius tinha dado 45, 48 pontos. O do Martinho deu uns 60. Naquele tempo [meados dos anos 70], colocava-se muito acadêmico na TV. Eu coloquei gente da rua. Depois que deu audiência, todo mundo se acalmou. FARO - Fiz os festivais da Tupi, pois fui o diretor musical da TV de 1968 a 1972. Uma vez chegou alguém e disse: "O general mandou te chamar". O general era o encarregado da censura. Num programa, o "Móbile", eu coloquei uma água-viva, sem texto, sem nada, e uma mão jogando sal, que dissolvia a água-viva. Disse: "General, não tinha texto, não tinha música". E ele: "É, mas a gente te conhece. Você estava querendo dizer que a água-viva é o povo, e o sal é o governo que esmaga as pessoas". FARO - Sempre me preocupei com o tamanho deste país. Sou de Sergipe. Tinha coisas lá que o país todo tinha de saber. A TV pública deve cobrir as manifestações [culturais] que acontecem no país. São regiões heterogêneas, multiculturais, cada uma tem coisas para mostrar. FARO - Uma vez eu cheguei pro Briamonte, que foi o primeiro maestro do Eduardo Gudin, para fazer um arranjo. Disse: "Bria, é o seguinte: você está deitado, dormindo, aí acorda e uma escola de samba vem passando. Ela vem descendo, passa e vai embora". Ele me disse: "Nunca vi ninguém fazer arranjo com uma imagem". FARO - O Chico Buarque era muito tímido. Ele não olhava para a câmera. Diziam que ele tinha olhos bonitos, então botei a câmera no chão. O Chico não falava. O Milton era igual. FARO - Tem duas pessoas que eu queria levar ao programa e não levei. Uma é a Hebe Camargo. Um tempo atrás estive com ela e disse: "E o programa?". "Não vai dar para fazer, eu estou velha, não vou agüentar aqueles closes." Eu disse que fazia do jeito que ela quisesse, não precisava dos closes. A segunda é a Rita Lee. Não levei porque não falei com ela, quero falar. No tempo em que eu fiz o programa "Divino Maravilhoso", uma vez nós fomos para o Rio com os Mutantes. E aí ficamos amigos. Mas de lá para cá nunca mais falei com ela. FARO - A Elis viveu em minha casa um tempo. Ela sempre foi assim, estava conversando com você e de repente ficava vesga se não gostava de algo. Uma vez foi um cara lá em casa me vender um carro. Ela ficou olhando e começou a ficar vesga. Aí eu cheguei e falei pro cara: "A gente conversa outra hora". Cheguei pra Elis e perguntei o que houve. Ela: "Pô, você não viu a aura desse cara, ele não presta". * HOMENAGEM Em uma entrevista ou manifestação artística, muitas vezes o erro é mais valioso que o acerto. A quebra do programado e o inesperado revelam mais do que qualquer planejamento. Fernando Faro sabe disso, e é assim que sempre trabalhou: buscando a vida pelas entrelinhas da arte. Em seus programas, a busca é sempre pela espontaneidade, por aquele momento em que o ensaio vai por água abaixo e a criatividade serve à improvisação. No especial "Faro 80", gravado anteontem (18/6/07) para ser exibido amanhã, aniversário do jornalista e produtor, na TV Cultura, às 20h, não faltaram momentos espontâneos. Artistas como Paulinho da Viola, Velha Guarda da Portela, Toquinho, Rolando Boldrin, Vanessa da Mata e Davi Moraes cantaram em homenagem a Faro e lembraram histórias. Chico Buarque e Gilberto Gil mandaram vídeos de congratulações. Inezita Barroso e Jair Rodrigues marcaram presença. Vídeos e fotos históricas foram mostradas. Tudo muito importante, em um lugar como o Brasil -com tanta história e tão pouca afeição à memória cultural- e para uma pessoa como Faro -tão fundamental no registro de tantas pessoas, músicas, histórias e detalhes, e sempre tão atento às novidades, com um conhecimento que abrange tempo e espaço muito grandes, como definiu Chico Buarque. Só é pena que seus principais ensinamentos, de espontaneidade, naturalidade e leveza, não tenham sido bem assimilados por seus pares. Em tudo que o programa ganha pelas intenções, perde pela realização, com roteiro simplista e falta de charme de uma apresentadora como Cuca Lazzarotto. A maior homenagem ainda é tirar os DVDs do "Ensaio" da estante e assisti-los, e torcer para mais lançamentos no formato.
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ilustrada
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'O entrevistador é um ruído', disse Fernando Faro à Folha em 2007Em 20 de junho de 2007, data em que o produtor Fernando Faro, morto na madrugada desta segunda (25), completava 80 anos, a "Ilustrada" publicava uma entrevista com ele, feita pelos repórteres Thiago Ney e Ronaldo Evangelista, nos mesmos moldes das conversas que o apresentador colocava ao ar em seu programa "Ensaio". Leia o resultado abaixo. * O programa "Ensaio", iniciado em 1969 na Tupi e hoje exibido nas noites de quinta-feira na Cultura, tornou-se um marco tanto da televisão quanto da música brasileira. De Elis Regina a Tim Maia, de Chico Buarque a Racionais MC's, praticamente todos os mais conhecidos rostos da MPB foram focalizados em close pelas câmeras do programa, em entrevistas em que não se ouve as perguntas do entrevistador, apenas as respostas do entrevistado. O entrevistador é Fernando Faro, mas pode chamá-lo também de jornalista (trabalhou nos extintos "Última Hora" e "A Noite"), apresentador, radialista (foi ele quem levou os primeiros textos teatrais ao rádio brasileiro, nos anos 50), produtor de shows (fez o último de Elis, além de um em Angola com Chico Buarque e Dorival Caymmi, em 1980), produtor de discos (de Eduardo Gudin e Cristina Buarque)... Amanhã, Faro completa 80 anos e ganha um especial da Cultura. A seguir, o apresentador fala à Folha. Como no "Ensaio", leia só as respostas do entrevistado. * FERNANDO FARO - Li uma vez, acho que foi Marshall McLuhan [teórico dos meios de comunicação], que a gente tem que ter cuidado com a informação e com o ruído da informação. O apresentador é um ruído enorme, um barulho enorme numa entrevista. Resolvi fazer isso depois de uma entrevista, em 1959, com um bandido chamado Jorginho. Eu estava no telejornal da TV Paulista quando o Jorginho foi preso. Fui na delegacia entrevistá-lo. Disseram: "Você não pode entrar na cela". Dei o microfone para o Jorginho e fiquei do lado de fora, com o gravador. E comecei a perguntar várias coisas. Peguei o material, que tinha apenas as respostas dele, e editei. Gostei daquilo. E comecei a fazer tudo com esse formato, só com o entrevistado falando. FARO - A idéia dos closes também veio do McLuhan. Ele dizia que uma [tomada] geral de televisão é só uma imagem. Você não vê nada. Você comprova isso em um jogo de futebol: você não sabe como é a cara dos jogadores. Aí eu disse: "A solução é o close e o meio-close". Eu lembrava também que Picasso usava close e meio-close. FARO - Gravei programa com o Vinicius de Moraes, o Martinho da Vila, que foi um escândalo. Tinha acabado de fazer com o Vinicius. Quando disse que ia fazer programa com o Martinho, os caras começaram a virar a cara. Mas o programa do Martinho deu uma barbaridade de audiência. O do Vinicius tinha dado 45, 48 pontos. O do Martinho deu uns 60. Naquele tempo [meados dos anos 70], colocava-se muito acadêmico na TV. Eu coloquei gente da rua. Depois que deu audiência, todo mundo se acalmou. FARO - Fiz os festivais da Tupi, pois fui o diretor musical da TV de 1968 a 1972. Uma vez chegou alguém e disse: "O general mandou te chamar". O general era o encarregado da censura. Num programa, o "Móbile", eu coloquei uma água-viva, sem texto, sem nada, e uma mão jogando sal, que dissolvia a água-viva. Disse: "General, não tinha texto, não tinha música". E ele: "É, mas a gente te conhece. Você estava querendo dizer que a água-viva é o povo, e o sal é o governo que esmaga as pessoas". FARO - Sempre me preocupei com o tamanho deste país. Sou de Sergipe. Tinha coisas lá que o país todo tinha de saber. A TV pública deve cobrir as manifestações [culturais] que acontecem no país. São regiões heterogêneas, multiculturais, cada uma tem coisas para mostrar. FARO - Uma vez eu cheguei pro Briamonte, que foi o primeiro maestro do Eduardo Gudin, para fazer um arranjo. Disse: "Bria, é o seguinte: você está deitado, dormindo, aí acorda e uma escola de samba vem passando. Ela vem descendo, passa e vai embora". Ele me disse: "Nunca vi ninguém fazer arranjo com uma imagem". FARO - O Chico Buarque era muito tímido. Ele não olhava para a câmera. Diziam que ele tinha olhos bonitos, então botei a câmera no chão. O Chico não falava. O Milton era igual. FARO - Tem duas pessoas que eu queria levar ao programa e não levei. Uma é a Hebe Camargo. Um tempo atrás estive com ela e disse: "E o programa?". "Não vai dar para fazer, eu estou velha, não vou agüentar aqueles closes." Eu disse que fazia do jeito que ela quisesse, não precisava dos closes. A segunda é a Rita Lee. Não levei porque não falei com ela, quero falar. No tempo em que eu fiz o programa "Divino Maravilhoso", uma vez nós fomos para o Rio com os Mutantes. E aí ficamos amigos. Mas de lá para cá nunca mais falei com ela. FARO - A Elis viveu em minha casa um tempo. Ela sempre foi assim, estava conversando com você e de repente ficava vesga se não gostava de algo. Uma vez foi um cara lá em casa me vender um carro. Ela ficou olhando e começou a ficar vesga. Aí eu cheguei e falei pro cara: "A gente conversa outra hora". Cheguei pra Elis e perguntei o que houve. Ela: "Pô, você não viu a aura desse cara, ele não presta". * HOMENAGEM Em uma entrevista ou manifestação artística, muitas vezes o erro é mais valioso que o acerto. A quebra do programado e o inesperado revelam mais do que qualquer planejamento. Fernando Faro sabe disso, e é assim que sempre trabalhou: buscando a vida pelas entrelinhas da arte. Em seus programas, a busca é sempre pela espontaneidade, por aquele momento em que o ensaio vai por água abaixo e a criatividade serve à improvisação. No especial "Faro 80", gravado anteontem (18/6/07) para ser exibido amanhã, aniversário do jornalista e produtor, na TV Cultura, às 20h, não faltaram momentos espontâneos. Artistas como Paulinho da Viola, Velha Guarda da Portela, Toquinho, Rolando Boldrin, Vanessa da Mata e Davi Moraes cantaram em homenagem a Faro e lembraram histórias. Chico Buarque e Gilberto Gil mandaram vídeos de congratulações. Inezita Barroso e Jair Rodrigues marcaram presença. Vídeos e fotos históricas foram mostradas. Tudo muito importante, em um lugar como o Brasil -com tanta história e tão pouca afeição à memória cultural- e para uma pessoa como Faro -tão fundamental no registro de tantas pessoas, músicas, histórias e detalhes, e sempre tão atento às novidades, com um conhecimento que abrange tempo e espaço muito grandes, como definiu Chico Buarque. Só é pena que seus principais ensinamentos, de espontaneidade, naturalidade e leveza, não tenham sido bem assimilados por seus pares. Em tudo que o programa ganha pelas intenções, perde pela realização, com roteiro simplista e falta de charme de uma apresentadora como Cuca Lazzarotto. A maior homenagem ainda é tirar os DVDs do "Ensaio" da estante e assisti-los, e torcer para mais lançamentos no formato.
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Suprema Corte aceita examinar mudança no sistema eleitoral dos EUA
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A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta terça (26) que irá analisar um importante caso sobre o sistema de votação americano, com potencial impacto nas eleições estaduais e mesmo em votações nacionais. A partir de outubro, os juízes terão de decidir se os Estados devem considerar a população total ou apenas o número de eleitores para definir os distritos Legislativos de forma igualitária. A opção por um ou outro faz diferença em lugares em que parte importante da população não pode votar, ou seja, áreas em que há muitos imigrantes, crianças ou detentos. Em 1964, a Suprema Corte decidiu que os Estados americanos devem ser divididos em distritos eleitorais usando o critério populacional. Assim, o poder político seria, em teoria, igualmente compartilhado. O princípio ficou conhecido como "uma pessoa, um voto." O veredicto, porém, não determinou qual deve ser o padrão para fazer a divisão. Por causa disso, na prática, Estados e municípios podem optar por considerar o número de eleitores inscritos (o voto não é obrigatório no país) ou o total da população. Agora, dois cidadãos do Texas entraram com uma ação que questiona a divisão distrital no Texas, que considera o número total de habitantes, assim como a maioria dos Estados americanos. Segundo eles, que vivem em uma área rural, a distribuição faz com que seus votos valham menos do que os de outros eleitores em áreas urbanas, onde há grande concentração de não-eleitores. "Há eleitores ou potenciais eleitores no Texas cujos votos para o Senado estadual valem 1,5 mais do que os dos apelantes", diz o processo. A ação é apoiada pela organização conservadora Project on Fair Representation (projeto pela representação justa, em tradução livre). O Estado do Texas se manifestou dizendo que não havia razão para a Suprema Corte aceitar o caso. MUDANÇA SÍSMICA As consequências práticas, caso os juízes decidam pelos desafiantes, podem ser enormes, segundo o professor da Universidade do Texas Joseph Fishkin. Em artigo publicado pela Universidade de Yale em 2012, ele afirmou que a decisão "mudaria o poder em todos os níveis, tirando importância de cidades e bairros com muitos imigrantes e crianças e passando-a para áreas em que a população é majoritariamente americana, branca e mais velha." Além disso, segundo analistas, mudança poderia ajudar os republicanos e prejudicar o Partido Democrata, com maior penetração entre a população de ascendência latina e outras minorias. Estados onde a presença de populações com esse perfil é grande, como Texas, Califórnia, Novo México, Flórida e Nova York, seriam os mais afetados.
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mundo
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Suprema Corte aceita examinar mudança no sistema eleitoral dos EUAA Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta terça (26) que irá analisar um importante caso sobre o sistema de votação americano, com potencial impacto nas eleições estaduais e mesmo em votações nacionais. A partir de outubro, os juízes terão de decidir se os Estados devem considerar a população total ou apenas o número de eleitores para definir os distritos Legislativos de forma igualitária. A opção por um ou outro faz diferença em lugares em que parte importante da população não pode votar, ou seja, áreas em que há muitos imigrantes, crianças ou detentos. Em 1964, a Suprema Corte decidiu que os Estados americanos devem ser divididos em distritos eleitorais usando o critério populacional. Assim, o poder político seria, em teoria, igualmente compartilhado. O princípio ficou conhecido como "uma pessoa, um voto." O veredicto, porém, não determinou qual deve ser o padrão para fazer a divisão. Por causa disso, na prática, Estados e municípios podem optar por considerar o número de eleitores inscritos (o voto não é obrigatório no país) ou o total da população. Agora, dois cidadãos do Texas entraram com uma ação que questiona a divisão distrital no Texas, que considera o número total de habitantes, assim como a maioria dos Estados americanos. Segundo eles, que vivem em uma área rural, a distribuição faz com que seus votos valham menos do que os de outros eleitores em áreas urbanas, onde há grande concentração de não-eleitores. "Há eleitores ou potenciais eleitores no Texas cujos votos para o Senado estadual valem 1,5 mais do que os dos apelantes", diz o processo. A ação é apoiada pela organização conservadora Project on Fair Representation (projeto pela representação justa, em tradução livre). O Estado do Texas se manifestou dizendo que não havia razão para a Suprema Corte aceitar o caso. MUDANÇA SÍSMICA As consequências práticas, caso os juízes decidam pelos desafiantes, podem ser enormes, segundo o professor da Universidade do Texas Joseph Fishkin. Em artigo publicado pela Universidade de Yale em 2012, ele afirmou que a decisão "mudaria o poder em todos os níveis, tirando importância de cidades e bairros com muitos imigrantes e crianças e passando-a para áreas em que a população é majoritariamente americana, branca e mais velha." Além disso, segundo analistas, mudança poderia ajudar os republicanos e prejudicar o Partido Democrata, com maior penetração entre a população de ascendência latina e outras minorias. Estados onde a presença de populações com esse perfil é grande, como Texas, Califórnia, Novo México, Flórida e Nova York, seriam os mais afetados.
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Cunha põe, Cunha tira?
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BRASÍLIA - "Alguém tem dúvida que se não fosse minha atuação, [não] teria processo de impeachment?". A pergunta foi feita por Eduardo Cunha na sessão em que a Câmara cassaria seu mandato. A resposta era óbvia. Sem a ajuda do correntista suíço, Michel Temer nunca teria chegado à Presidência da República. Cunha acionou a máquina que instalou o "vice decorativo" no comando do país. Pouco mais de um ano depois, ele pode virar peça-chave em outra derrubada de presidente. Preso em Curitiba, o ex-presidente da Câmara negocia um acordo de delação. A promessa, informou a colunista Mônica Bergamo, é detonar os velhos parceiros do PMDB da Câmara. No centro da mira, está o presidente Temer. Ao lado dele, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. O correntista suíço está na cadeia há quase nove meses. Ele já se queixava de abandono, mas resistia a entregar os comparsas. Começou a mudar de ideia em março, ao receber a primeira condenação. Pegou 15 anos pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Sem um habeas corpus do Supremo, a paciência do ex-deputado foi acabando. O copo transbordou com a notícia de que o doleiro Lúcio Funaro decidiu falar. Cunha percebeu que o bonde da delação estava passando e agora corre para garantir seu lugar. Apesar da negativa do advogado presidencial, o governo entrou na UTI com a prisão de Geddel Vieira Lima. Uma delação do correntista suíço equivaleria a desligar os aparelhos e encomendar a alma do paciente. No século passado, Carlos Lacerda (1914-77) ganhou a alcunha de "derrubador de presidentes". Cunha se candidata a herdar o título, mesmo sem as qualidades do udenista. A negociação deve fermentar o debate sobre as delações. Um personagem com a folha corrida do ex-deputado, envolvido em escândalos desde o governo Collor, merece ter a pena reduzida em troca de informações à Justiça? Se a lógica for chegar ao topo da quadrilha, é possível que sim.
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colunas
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Cunha põe, Cunha tira?BRASÍLIA - "Alguém tem dúvida que se não fosse minha atuação, [não] teria processo de impeachment?". A pergunta foi feita por Eduardo Cunha na sessão em que a Câmara cassaria seu mandato. A resposta era óbvia. Sem a ajuda do correntista suíço, Michel Temer nunca teria chegado à Presidência da República. Cunha acionou a máquina que instalou o "vice decorativo" no comando do país. Pouco mais de um ano depois, ele pode virar peça-chave em outra derrubada de presidente. Preso em Curitiba, o ex-presidente da Câmara negocia um acordo de delação. A promessa, informou a colunista Mônica Bergamo, é detonar os velhos parceiros do PMDB da Câmara. No centro da mira, está o presidente Temer. Ao lado dele, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. O correntista suíço está na cadeia há quase nove meses. Ele já se queixava de abandono, mas resistia a entregar os comparsas. Começou a mudar de ideia em março, ao receber a primeira condenação. Pegou 15 anos pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Sem um habeas corpus do Supremo, a paciência do ex-deputado foi acabando. O copo transbordou com a notícia de que o doleiro Lúcio Funaro decidiu falar. Cunha percebeu que o bonde da delação estava passando e agora corre para garantir seu lugar. Apesar da negativa do advogado presidencial, o governo entrou na UTI com a prisão de Geddel Vieira Lima. Uma delação do correntista suíço equivaleria a desligar os aparelhos e encomendar a alma do paciente. No século passado, Carlos Lacerda (1914-77) ganhou a alcunha de "derrubador de presidentes". Cunha se candidata a herdar o título, mesmo sem as qualidades do udenista. A negociação deve fermentar o debate sobre as delações. Um personagem com a folha corrida do ex-deputado, envolvido em escândalos desde o governo Collor, merece ter a pena reduzida em troca de informações à Justiça? Se a lógica for chegar ao topo da quadrilha, é possível que sim.
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Dupla prepara projeto para espalhar lambe-lambes em espaços degradados
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CAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO Inspirados no projeto "Inside Out", do artista de rua francês JR, o fotógrafo Edu Fuica e o designer gráfico Leopoldo Longo encaminharam uma proposta para a Subprefeitura da Sé. O objetivo é conseguir decorar diferentes lugares do centro de São Paulo até metade deste ano. "Estamos de acordo com a ideia de revitalizar [o centro], ocupando espaços que estão degradados e acrescentando com arte", explica Longo. O projeto deve se chamar "Centro para Cima". A ideia é parecida com a de JR: a dupla quer usar a técnica lambe-lambe em retratos de pessoas desconhecidas e imagens em preto e branco. Edu e Leopoldo devem sair pelas ruas colando os cartazes com imagens bonitas. Além das fotografias que lembram o projeto do artista francês, há também imagens de dançarinos e recortes de detalhes. O lambe-lambe é uma técnica utilizada com imagens fixadas em paredes com cola de polvilho ou farinha. Os posters podem ser removidos depois. "JR começou na ilegalidade, sem a autorização de ninguém. Queremos fazer diferente, com a liberação da prefeitura", diz Longo. Entre os lugares sugeridos pela dupla, estão paredes, escadas e postes públicos frequentemente utilizados pelos pichadores. A Subprefeitura Sé informou que realizou uma reunião com os dois artistas, quando foi apresentado o projeto. Eles deverão formalizar o pedido, com especificações técnicas e indicações dos locais para a execução no setor de eventos da subprefeitura. Depois disso, os documentos deverão receber aprovação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) de acordo com a Lei Cidade Limpa. O PROJETO "INSIDE OUT" Em julho de 2013, a fotógrafa Raquel Brust também implantou retratos gigantes embaixo do Minhocão, todas as imagens feitas de moradores da região. Eram 20 fotografias ao todo, posicionadas entre os acessos da rua da Consolação até o terminal de ônibus na Amaral Gurgel. Ela recebeu duras críticas de que estaria plagiando JR. No início de 2014, o artista francês trouxe ao bairro Bom Retiro parte do "Inside Out". O trabalho ocorreu em parceria com o fotógrafo argentino Pablo Saborido. Em 2008, JR colocou as imagens no morro da Providência, Rio de Janeiro. O projeto "Inside Out", iniciado em março de 2011, passou por 112 países. JR o apresentou na conferência TED e pretendia mostrar personalidades desconhecidas nas principais comunidades do mundo em fotografias gigantes.
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saopaulo
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Dupla prepara projeto para espalhar lambe-lambes em espaços degradadosCAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO Inspirados no projeto "Inside Out", do artista de rua francês JR, o fotógrafo Edu Fuica e o designer gráfico Leopoldo Longo encaminharam uma proposta para a Subprefeitura da Sé. O objetivo é conseguir decorar diferentes lugares do centro de São Paulo até metade deste ano. "Estamos de acordo com a ideia de revitalizar [o centro], ocupando espaços que estão degradados e acrescentando com arte", explica Longo. O projeto deve se chamar "Centro para Cima". A ideia é parecida com a de JR: a dupla quer usar a técnica lambe-lambe em retratos de pessoas desconhecidas e imagens em preto e branco. Edu e Leopoldo devem sair pelas ruas colando os cartazes com imagens bonitas. Além das fotografias que lembram o projeto do artista francês, há também imagens de dançarinos e recortes de detalhes. O lambe-lambe é uma técnica utilizada com imagens fixadas em paredes com cola de polvilho ou farinha. Os posters podem ser removidos depois. "JR começou na ilegalidade, sem a autorização de ninguém. Queremos fazer diferente, com a liberação da prefeitura", diz Longo. Entre os lugares sugeridos pela dupla, estão paredes, escadas e postes públicos frequentemente utilizados pelos pichadores. A Subprefeitura Sé informou que realizou uma reunião com os dois artistas, quando foi apresentado o projeto. Eles deverão formalizar o pedido, com especificações técnicas e indicações dos locais para a execução no setor de eventos da subprefeitura. Depois disso, os documentos deverão receber aprovação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) de acordo com a Lei Cidade Limpa. O PROJETO "INSIDE OUT" Em julho de 2013, a fotógrafa Raquel Brust também implantou retratos gigantes embaixo do Minhocão, todas as imagens feitas de moradores da região. Eram 20 fotografias ao todo, posicionadas entre os acessos da rua da Consolação até o terminal de ônibus na Amaral Gurgel. Ela recebeu duras críticas de que estaria plagiando JR. No início de 2014, o artista francês trouxe ao bairro Bom Retiro parte do "Inside Out". O trabalho ocorreu em parceria com o fotógrafo argentino Pablo Saborido. Em 2008, JR colocou as imagens no morro da Providência, Rio de Janeiro. O projeto "Inside Out", iniciado em março de 2011, passou por 112 países. JR o apresentou na conferência TED e pretendia mostrar personalidades desconhecidas nas principais comunidades do mundo em fotografias gigantes.
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Em discurso duro, Hillary diz que vitória de Trump seria 'erro histórico'
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Provável candidata democrata à Presidência dos EUA, a ex-chanceler Hillary Clinton fez nesta quinta (2) seu mais forte discurso contra Donald Trump, que deverá ser o seu adversário na eleição de novembro. Para ela, a vitória do rival seria "um erro histórico". Num pronunciamento centrado em política externa, Hillary buscou expor a inexperiência de Trump no tema, disse que ele não tem caráter ou temperamento para liderar o país e alertou para o perigo que sua vitória representaria para a segurança dos EUA e do mundo. "As ideias de Donald Trump não são apenas diferentes. Elas são perigosamente incoerentes. Não são sequer ideias, só uma série de retóricas bizarras, contendas pessoais e mentiras descaradas." Diante de uma plateia de 250 convidados em San Diego (Califórnia), que interromperam o discurso várias vezes com aplausos, Hillary tentou desmontar as propostas de Trump, com foco nas mais controvertidas. Entre elas, o veto à entrada de muçulmanos nos EUA, a defesa da tortura contra suspeitos de terrorismo e a ideia de dar luz verde para que aliados tenham armas nucleares. "Mesmo se eu não estivesse nesta corrida, estaria fazendo tudo o que posso para garantir que Dinald Trump nunca se torne presidente, porque acredito que ele levará nosso país a um caminho realmente perigoso", disse Hillary. "Todos sabemos o que Donald Trump tem a oferecer: fanfarronice, deboche, tuítes desagradáveis. Posso apostar que ele está escrevendo alguns neste momento." Não era uma aposta muito difícil de perder, já que Trump tem sido um usuário hiperativo do Twitter desde o início de sua campanha. O discurso de Hillary nem havia terminado e ele já reagia em sua conta na rede social. "A trapaceira Hillary não tem mais credibilidade, fracassou demais no governo", tuitou. "As pessoas não vão permitir mais quatro anos de incompetência!" Em vários momentos de seu discurso de cerca de 30 minutos, Hillary usou o mesmo tom debochado que é uma das marcas de Trump para ressaltar o desconhecimento dele em assuntos de política externa e contrastá-lo com sua experiência como secretária de Estado (chanceler) no primeiro mandato do presidente Barack Obama. "Ele diz que tem experiência em política externa porque dirigiu o [concurso] Miss Universo na Rússia, disse, arrancando gargalhadas do público. Também foi sarcástica ao falar dos comentários favoráveis de Trump a líderes "fortes" como o presidente russo, Vladimir Putin, e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un: "Deixo para os psiquiatras explicar seu afeto por tiranos."
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Em discurso duro, Hillary diz que vitória de Trump seria 'erro histórico'Provável candidata democrata à Presidência dos EUA, a ex-chanceler Hillary Clinton fez nesta quinta (2) seu mais forte discurso contra Donald Trump, que deverá ser o seu adversário na eleição de novembro. Para ela, a vitória do rival seria "um erro histórico". Num pronunciamento centrado em política externa, Hillary buscou expor a inexperiência de Trump no tema, disse que ele não tem caráter ou temperamento para liderar o país e alertou para o perigo que sua vitória representaria para a segurança dos EUA e do mundo. "As ideias de Donald Trump não são apenas diferentes. Elas são perigosamente incoerentes. Não são sequer ideias, só uma série de retóricas bizarras, contendas pessoais e mentiras descaradas." Diante de uma plateia de 250 convidados em San Diego (Califórnia), que interromperam o discurso várias vezes com aplausos, Hillary tentou desmontar as propostas de Trump, com foco nas mais controvertidas. Entre elas, o veto à entrada de muçulmanos nos EUA, a defesa da tortura contra suspeitos de terrorismo e a ideia de dar luz verde para que aliados tenham armas nucleares. "Mesmo se eu não estivesse nesta corrida, estaria fazendo tudo o que posso para garantir que Dinald Trump nunca se torne presidente, porque acredito que ele levará nosso país a um caminho realmente perigoso", disse Hillary. "Todos sabemos o que Donald Trump tem a oferecer: fanfarronice, deboche, tuítes desagradáveis. Posso apostar que ele está escrevendo alguns neste momento." Não era uma aposta muito difícil de perder, já que Trump tem sido um usuário hiperativo do Twitter desde o início de sua campanha. O discurso de Hillary nem havia terminado e ele já reagia em sua conta na rede social. "A trapaceira Hillary não tem mais credibilidade, fracassou demais no governo", tuitou. "As pessoas não vão permitir mais quatro anos de incompetência!" Em vários momentos de seu discurso de cerca de 30 minutos, Hillary usou o mesmo tom debochado que é uma das marcas de Trump para ressaltar o desconhecimento dele em assuntos de política externa e contrastá-lo com sua experiência como secretária de Estado (chanceler) no primeiro mandato do presidente Barack Obama. "Ele diz que tem experiência em política externa porque dirigiu o [concurso] Miss Universo na Rússia, disse, arrancando gargalhadas do público. Também foi sarcástica ao falar dos comentários favoráveis de Trump a líderes "fortes" como o presidente russo, Vladimir Putin, e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un: "Deixo para os psiquiatras explicar seu afeto por tiranos."
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Reserva extinta por Temer tem áreas contaminadas por mercúrio
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Pesquisadores encontraram, em uma região que fazia parte da Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados), peixes contaminados por mercúrio. Na quarta (23), foi publicado um decreto do presidente Michel Temer revogando o status de Reserva Nacional da Renca, reserva mineral criada em 1984 para evitar a perda de recursos estratégicos. Os dados –obtidos com exclusividade pela Folha e fruto de pesquisa do WWF-Brasil e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)– apontam que, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Flona (Floresta Nacional) do Amapá, que não fazia parte da Renca, em 81% dos espécimes investigados há contaminação por mercúrio. A substância é um metal pesado utilizado no processo de extração do ouro. Paulo Cesar Basta, médico da Fiocruz, diz que não há níveis seguros de exposição à substância. Foram analisados 187 peixes, coletados em 33 locais. Destes, 151 apresentavam contaminação por mercúrio. Segundo Marcelo Oliveira, do WWF-Brasil, oito espécies foram investigadas: piranha-preta, trairão, piranha-amarela, mandubé, pintado, pirarara, cachorra e pirapucu. Cinco espécies tinham mais de 50% dos indivíduos com níveis de mercúrio superiores a 0,5 mg/kg –limite de tolerabilidade da OMS (Organização Mundial da Saúde) para consumo humano. As cinco espécies encontradas com níveis de mercúrio acima do indicado pela OMS são piranha-preta, trairão, pintado, cachorra e pirapucu. "São espécies consumidas pela população da região e obtivemos esses números alarmantes. É um problema de saúde pública", diz Oliveira. "Se começar a juntar os pontos, você vê que o cenário é bastante preocupante." Paulo Basta afirma que "o mercúrio é um metal pesado com fácil difusão no corpo e que altera o metabolismo celular. O sistema nervoso central, principalmente, é vulnerável à substância". Oliveira e Basta, na segunda etapa do projeto, estudam a saúde das populações dos arredores. Serão investigadas outras nove áreas –entre elas, florestas nacionais e parques nacionais– e quatro terras indígenas. Oliveira diz que, durante a nova etapa, já foram encontrados indígenas com sintomas de contaminação. Após a extinção da Renca, ambientalistas demonstraram preocupação com uma possível corrida pela ouro na região e com a pressão sobre terras indígenas e áreas de preservação. A questão de saúde pública e contaminação da cadeia alimentar também deve receber atenção, segundo o pesquisador da WWF. "Se aumentar a permissividade para esse tipo de atividade [mineração] na Renca, o panorama para contaminação é de piora", afirma o cientista da WWF, segundo o qual, mesmo em áreas legais de garimpo, há altas taxas de contaminação ambiental e de problemas de saúde. A modelo Gisele Bündchen se manifestou em rede social sobre o assunto. "Estão leiloando nossa Amazônia!", disse. tweet GOVERNO A assessoria da Presidência da República, em nota, disse que a extinção da Renca não afeta as áreas de proteção integral presentes na região e que qualquer empreendimento futuro " terá de cumprir exigências federais rigorosas para licenciamento específico, que prevê ampla proteção socioambiental, como já mencionado no decreto". "A Renca não é um paraíso, como querem fazer parecer, erroneamente, alguns. Hoje, [...] territórios da Renca original estão submetidos à degradação provocada pelo garimpo clandestino de ouro, que, além de espoliar as riquezas [...], destrói a natureza e polui os cursos d'água com mercúrio", continua a nota, que termina dizendo que o "compromisso do governo é com soberano desenvolvimento sustentável da Amazônia". - Nome Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca) Área 46.450 km², entre o Amapá e o Pará Ano de criação 1984 Composição Áreas de proteção integral: Estação Ecológica do Jari, Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Reserva Biológica de Maicuru Áreas de uso sustentável dos recursos: Reserva Extrativista Rio Cajari, Floresta Estadual do Paru, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e Floresta Estadual do Amapá Terras Indígenas: Rio Paru D'este e Waiãpi Objetivo Segundo o Ministério de Minas e Energia, evitar o desabastecimento de recursos minerais estratégicos para o país, como ouro, platina, cobre, ferro, manganês e níquel Riscos Pressão sobre terras indígenas e Unidades de Conservação; nova corrida pelo ouro; desmatamento e ameaça à biodiversidade Exploração Era bloqueada para investidores privados e não ocorreram parcerias com o governo devido ao alto custo operacional Novidade O decreto 9.142/2017 retira o status de reserva nacional de algumas áreas da antiga Renca; cerca de 30% do total poderá ser explorado. Mineração O setor corresponde a 4% do PIB brasileiro e a produção em 2016 foi de US$ 25 bilhões
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Reserva extinta por Temer tem áreas contaminadas por mercúrioPesquisadores encontraram, em uma região que fazia parte da Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados), peixes contaminados por mercúrio. Na quarta (23), foi publicado um decreto do presidente Michel Temer revogando o status de Reserva Nacional da Renca, reserva mineral criada em 1984 para evitar a perda de recursos estratégicos. Os dados –obtidos com exclusividade pela Folha e fruto de pesquisa do WWF-Brasil e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)– apontam que, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Flona (Floresta Nacional) do Amapá, que não fazia parte da Renca, em 81% dos espécimes investigados há contaminação por mercúrio. A substância é um metal pesado utilizado no processo de extração do ouro. Paulo Cesar Basta, médico da Fiocruz, diz que não há níveis seguros de exposição à substância. Foram analisados 187 peixes, coletados em 33 locais. Destes, 151 apresentavam contaminação por mercúrio. Segundo Marcelo Oliveira, do WWF-Brasil, oito espécies foram investigadas: piranha-preta, trairão, piranha-amarela, mandubé, pintado, pirarara, cachorra e pirapucu. Cinco espécies tinham mais de 50% dos indivíduos com níveis de mercúrio superiores a 0,5 mg/kg –limite de tolerabilidade da OMS (Organização Mundial da Saúde) para consumo humano. As cinco espécies encontradas com níveis de mercúrio acima do indicado pela OMS são piranha-preta, trairão, pintado, cachorra e pirapucu. "São espécies consumidas pela população da região e obtivemos esses números alarmantes. É um problema de saúde pública", diz Oliveira. "Se começar a juntar os pontos, você vê que o cenário é bastante preocupante." Paulo Basta afirma que "o mercúrio é um metal pesado com fácil difusão no corpo e que altera o metabolismo celular. O sistema nervoso central, principalmente, é vulnerável à substância". Oliveira e Basta, na segunda etapa do projeto, estudam a saúde das populações dos arredores. Serão investigadas outras nove áreas –entre elas, florestas nacionais e parques nacionais– e quatro terras indígenas. Oliveira diz que, durante a nova etapa, já foram encontrados indígenas com sintomas de contaminação. Após a extinção da Renca, ambientalistas demonstraram preocupação com uma possível corrida pela ouro na região e com a pressão sobre terras indígenas e áreas de preservação. A questão de saúde pública e contaminação da cadeia alimentar também deve receber atenção, segundo o pesquisador da WWF. "Se aumentar a permissividade para esse tipo de atividade [mineração] na Renca, o panorama para contaminação é de piora", afirma o cientista da WWF, segundo o qual, mesmo em áreas legais de garimpo, há altas taxas de contaminação ambiental e de problemas de saúde. A modelo Gisele Bündchen se manifestou em rede social sobre o assunto. "Estão leiloando nossa Amazônia!", disse. tweet GOVERNO A assessoria da Presidência da República, em nota, disse que a extinção da Renca não afeta as áreas de proteção integral presentes na região e que qualquer empreendimento futuro " terá de cumprir exigências federais rigorosas para licenciamento específico, que prevê ampla proteção socioambiental, como já mencionado no decreto". "A Renca não é um paraíso, como querem fazer parecer, erroneamente, alguns. Hoje, [...] territórios da Renca original estão submetidos à degradação provocada pelo garimpo clandestino de ouro, que, além de espoliar as riquezas [...], destrói a natureza e polui os cursos d'água com mercúrio", continua a nota, que termina dizendo que o "compromisso do governo é com soberano desenvolvimento sustentável da Amazônia". - Nome Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca) Área 46.450 km², entre o Amapá e o Pará Ano de criação 1984 Composição Áreas de proteção integral: Estação Ecológica do Jari, Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Reserva Biológica de Maicuru Áreas de uso sustentável dos recursos: Reserva Extrativista Rio Cajari, Floresta Estadual do Paru, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e Floresta Estadual do Amapá Terras Indígenas: Rio Paru D'este e Waiãpi Objetivo Segundo o Ministério de Minas e Energia, evitar o desabastecimento de recursos minerais estratégicos para o país, como ouro, platina, cobre, ferro, manganês e níquel Riscos Pressão sobre terras indígenas e Unidades de Conservação; nova corrida pelo ouro; desmatamento e ameaça à biodiversidade Exploração Era bloqueada para investidores privados e não ocorreram parcerias com o governo devido ao alto custo operacional Novidade O decreto 9.142/2017 retira o status de reserva nacional de algumas áreas da antiga Renca; cerca de 30% do total poderá ser explorado. Mineração O setor corresponde a 4% do PIB brasileiro e a produção em 2016 foi de US$ 25 bilhões
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Rio se torna símbolo do fracasso fiscal dos Estados brasileiros
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O Rio se tornou o símbolo maior do sucesso e do fracasso dos Estados brasileiros. Após anos de euforia embalada pela descoberta do pré-sal, pela redução da criminalidade e pela Olimpíada, veio a mudança abrupta para a falta de dinheiro generalizada. Desde abril, os servidores enfrentam atrasos de salários e os serviços públicos estão prejudicados, com greve em escolas e falta de pessoal até para o atendimento em delegacias. "O Rio é 'eu sou você amanhã'", disse o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, ao comentar o temor que se espalhou ao longo do ano entre seus pares. A crise, em maior ou menor medida, bateu à porta de todos os Estados. Alguns, como Espírito Santo, Paraná e Goiás, adotaram programas de controle de gastos que custaram parte da popularidade dos governantes. Noutros, a crise engoliu a classe política. A tempestade, hoje descrita nos jornais, porém, não foi tão repentina assim. Entre 2009 e 2015, segundo o Tesouro Nacional, a despesa com pessoal nos Estados aumentou 39% (descontada a inflação). No governo federal, cujas contas tampouco estão em ordem, o aumento foi de 4%. A partir de 2013, a receita dos Estados começou a recuar, já como consequência da crise econômica. Mas o alerta não tocou. Os Estados cobriram as despesas crescentes com empréstimos, em operações autorizadas pelo governo federal. A recessão que veio no ano seguinte acentuou o descompasso entre as despesas e as receitas: a arrecadação, que até então crescia pouco, passou a despencar. Já os gastos com o pagamento de servidores são irreversíveis. Os Estados terminaram asfixiados, e a saída para a maioria se voltou a Brasília: o governo federal deveria socorrê-los. O pacote de ajuda foi elaborado em idas e vindas, mesclado à crise política e à fragilidade das contas do governo federal, dois temas que se revezaram na atenção popular. A última boia de salvação foi lançada na semana passada. Após decretarem calamidade, Rio, Minas e Rio Grande do Sul poderão aderir a uma espécie de programa de falência criado pelo Ministério da Fazenda. Os Estados do Norte e do Nordeste levarão uma parte mais gorda dos repasses que vieram com o programa de repatriação de capitais ilegais no exterior. Os demais renegociaram melhores condições para suas dívidas com o governo federal e com o BNDES. O impasse se transfere para 2017, quando a recessão promete manter em baixa a arrecadação. Quanto mais tempo levar para a economia sair do atoleiro, maior será a chance de uma nova rodada de socorro aos governadores. Os Estados aprenderam a lição? Essa resposta pode levar mais tempo.
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Rio se torna símbolo do fracasso fiscal dos Estados brasileirosO Rio se tornou o símbolo maior do sucesso e do fracasso dos Estados brasileiros. Após anos de euforia embalada pela descoberta do pré-sal, pela redução da criminalidade e pela Olimpíada, veio a mudança abrupta para a falta de dinheiro generalizada. Desde abril, os servidores enfrentam atrasos de salários e os serviços públicos estão prejudicados, com greve em escolas e falta de pessoal até para o atendimento em delegacias. "O Rio é 'eu sou você amanhã'", disse o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, ao comentar o temor que se espalhou ao longo do ano entre seus pares. A crise, em maior ou menor medida, bateu à porta de todos os Estados. Alguns, como Espírito Santo, Paraná e Goiás, adotaram programas de controle de gastos que custaram parte da popularidade dos governantes. Noutros, a crise engoliu a classe política. A tempestade, hoje descrita nos jornais, porém, não foi tão repentina assim. Entre 2009 e 2015, segundo o Tesouro Nacional, a despesa com pessoal nos Estados aumentou 39% (descontada a inflação). No governo federal, cujas contas tampouco estão em ordem, o aumento foi de 4%. A partir de 2013, a receita dos Estados começou a recuar, já como consequência da crise econômica. Mas o alerta não tocou. Os Estados cobriram as despesas crescentes com empréstimos, em operações autorizadas pelo governo federal. A recessão que veio no ano seguinte acentuou o descompasso entre as despesas e as receitas: a arrecadação, que até então crescia pouco, passou a despencar. Já os gastos com o pagamento de servidores são irreversíveis. Os Estados terminaram asfixiados, e a saída para a maioria se voltou a Brasília: o governo federal deveria socorrê-los. O pacote de ajuda foi elaborado em idas e vindas, mesclado à crise política e à fragilidade das contas do governo federal, dois temas que se revezaram na atenção popular. A última boia de salvação foi lançada na semana passada. Após decretarem calamidade, Rio, Minas e Rio Grande do Sul poderão aderir a uma espécie de programa de falência criado pelo Ministério da Fazenda. Os Estados do Norte e do Nordeste levarão uma parte mais gorda dos repasses que vieram com o programa de repatriação de capitais ilegais no exterior. Os demais renegociaram melhores condições para suas dívidas com o governo federal e com o BNDES. O impasse se transfere para 2017, quando a recessão promete manter em baixa a arrecadação. Quanto mais tempo levar para a economia sair do atoleiro, maior será a chance de uma nova rodada de socorro aos governadores. Os Estados aprenderam a lição? Essa resposta pode levar mais tempo.
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Diretores de escolas públicas terão certificação federal até 2016, diz MEC
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O MEC (Ministério da Educação) planeja criar um processo de certificação federal de diretores de escolas públicas brasileiras em 2016. A medida foi divulgada pelo secretário de educação básica do MEC, Manuel Palacios, nesta quarta-feira (2) durante o seminário internacional Caminho para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e correalizado pela Folha, em São Paulo. Segundo Palacios, o MEC deve lançar um edital no mês que vem para credenciar as instituições de ensino superior que poderão emitir tal certificação e, paralelamente, vai compor uma comissão juntamente com representantes de Estados e municípios para chancelar parâmetros públicos para o processo de certificação. A ideia é que até junho de 2016 a certificação federal de diretores já possa ser colocada em prática, tendo como parceiros o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). O certificado federal poderia assim ser exigido em concursos públicos para diretor de escola. "A certificação poderia ser incluída no processo de seleção de Estados e municípios", exemplifica o secretário de educação básica do MEC. "A maior parte dos Estados e muitos municípios vêm introduzindo critérios de qualificação no processo de seleção de diretores, sejam eles indicados por afinidade política ou sejam indicados por processo seletivo eleitoral. É para contribuir com este processo de qualificação do diretor que estamos discutindo a proposta de certificação federal de diretores", diz Palacios. O diretor de escola é apontado por especialistas como posto-chave para a aplicação adequada de políticas públicas e o sucesso educacional. Alguns Estados, como Santa Catarina e Pernambuco, mudaram recentemente a maneira como a rede de ensino seleciona os diretores escolares para dar força à qualificação deste profissional de educação. Ainda assim, segundo o IBGE, o processo de seleção de diretores de escolas públicas por indicação política ainda ocorre de maneira significativa no país: em 4.146 municípios brasileiros (74,4% do total). "O desenho deste programa está dependendo ainda de entendimentos com as secretarias de educação, tanto estaduais quanto com as Undimes (municipais), para ver as possibilidades de associação entre esta iniciativa e as iniciativas estaduais e municipais relativas à formação e seleção de diretores escolares", ressalta Palacios. Em junho de 2016, quando o MEC planeja pôr em prática a certificação federal de diretores, serão completados dois anos do Plano Nacional de Educação.
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educacao
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Diretores de escolas públicas terão certificação federal até 2016, diz MECO MEC (Ministério da Educação) planeja criar um processo de certificação federal de diretores de escolas públicas brasileiras em 2016. A medida foi divulgada pelo secretário de educação básica do MEC, Manuel Palacios, nesta quarta-feira (2) durante o seminário internacional Caminho para a qualidade da educação pública: Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e correalizado pela Folha, em São Paulo. Segundo Palacios, o MEC deve lançar um edital no mês que vem para credenciar as instituições de ensino superior que poderão emitir tal certificação e, paralelamente, vai compor uma comissão juntamente com representantes de Estados e municípios para chancelar parâmetros públicos para o processo de certificação. A ideia é que até junho de 2016 a certificação federal de diretores já possa ser colocada em prática, tendo como parceiros o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). O certificado federal poderia assim ser exigido em concursos públicos para diretor de escola. "A certificação poderia ser incluída no processo de seleção de Estados e municípios", exemplifica o secretário de educação básica do MEC. "A maior parte dos Estados e muitos municípios vêm introduzindo critérios de qualificação no processo de seleção de diretores, sejam eles indicados por afinidade política ou sejam indicados por processo seletivo eleitoral. É para contribuir com este processo de qualificação do diretor que estamos discutindo a proposta de certificação federal de diretores", diz Palacios. O diretor de escola é apontado por especialistas como posto-chave para a aplicação adequada de políticas públicas e o sucesso educacional. Alguns Estados, como Santa Catarina e Pernambuco, mudaram recentemente a maneira como a rede de ensino seleciona os diretores escolares para dar força à qualificação deste profissional de educação. Ainda assim, segundo o IBGE, o processo de seleção de diretores de escolas públicas por indicação política ainda ocorre de maneira significativa no país: em 4.146 municípios brasileiros (74,4% do total). "O desenho deste programa está dependendo ainda de entendimentos com as secretarias de educação, tanto estaduais quanto com as Undimes (municipais), para ver as possibilidades de associação entre esta iniciativa e as iniciativas estaduais e municipais relativas à formação e seleção de diretores escolares", ressalta Palacios. Em junho de 2016, quando o MEC planeja pôr em prática a certificação federal de diretores, serão completados dois anos do Plano Nacional de Educação.
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Temida, química exige relações com o cotidiano; saiba como estudar
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Cheia de abstração, a química conquista o topo do ranking quando se trata das matérias mais temidas pelos alunos no vestibular. Ueslei Viana Batista, 22, candidato a uma vaga em economia, diz que vê o professor perder o fôlego em sala para ensinar a disciplina. "Mas não rola. Não consigo visualizar a teoria." A química está no guarda-chuva das ciências da natureza, que ainda abriga física e biologia. A grande quantidade de fórmulas, gráficos e estruturas muito específicas acaba assustando os alunos. A dificuldade, afirma Israel Almeida, professor do Etapa, está em aproximar essas reações do cotidiano. "Esqueça a química de laboratório. O vestibular está cobrando mais os processos que acontecem no fogão, na cozinha." "Ela estuda reação. É sobre como transformar açúcar em álcool", diz o professor Antônio Mario Salles, do Objetivo. Para percebê-la no dia a dia, basta prestar atenção ao que acontece em volta, afirmam os professores. Um exemplo recente: nos Jogos do Rio, uma piscina que recebeu as provas de saltos ornamentais ficou verde. A explicação: o uso de peróxido de hidrogênio anulou o cloro e permitiu a proliferação de matéria orgânica na água, segundo a organização. "É um caso real que envolveu a química. O aluno precisa saber que elementos são esses e como isso ocorreu", afirma Almeida, do Etapa. Ainda assim, relacionar a química a outras matérias e assuntos é uma grande dificuldade, diz Roberta Cazedini, 18, que estuda no cursinho Oficina do Estudante, em Campinas. "É a matéria mais complexa do ensino médio, abrange muita coisa." MAIS AMOR, POR FAVOR O engenheiro mecânico aeronáutico Thiago Costa, que leciona química no Poliedro, diz que sua missão em sala é a de minimizar "o ódio em relação à disciplina". "É uma área que exige do aluno raciocínio matemático, uma alta capacidade de memorização e de estabelecer correlação com outras áreas. E, além do mais, não há macete. Sem treino, não é possível entender química", diz Costa. É treinando e fazendo resumos após cada aula que Jade de Moura, 19, candidata a uma vaga em medicina, está se preparando para a primeira fase da Fuvest, que acontece no dia 27 de novembro. "Um dos meus exercícios preferidos é tentar definir os conceitos da matéria com as minhas próprias palavras. Isso tem me ajudado." PÓDIO Desde o 9º ano do ensino fundamental, o estudante Vitor Pires, 17, do Etapa, é fã da química. Em julho, ele e mais três colegas representaram o Brasil na Olimpíada Internacional de Química, realizada na Geórgia. Todos subiram ao pódio. Pires e mais um colega de sala conquistaram a prata. Os demais representantes do país, de Fortaleza (CE), ganharam o bronze. Para o medalhista, que vai tentar uma vaga no curso de direito, a química ajuda a "desenvolver o raciocínio lógico, que pode ser usado em qualquer outra coisa". O professor Guilherme Marson, do Instituto de Química da USP, atribui a dificuldade dos estudantes com a matéria a uma mistura entre falta de estrutura nas escolas e má formação dos professores. De acordo com o Ministério da Educação, 40% dos professores que dão aulas de química no país não têm formação específica na área. Para piorar a situação, apenas 8,6% das escolas públicas de ensino fundamental e 43,9% de ensino médio têm laboratório de ciências, segundo estudo do Movimento Todos pela Educação. "Assim fica difícil alfabetizar os alunos brasileiros na linguagem própria da química", afirma Marson. - TUBO DE ENSAIO Veja o que você precisa estudar para a Fuvest * EQUILÍBRIO QUÍMICO Dominar a equação da constante de equilíbrio. Saber aplicar o princípio de Le Chatelier em equilíbrios iônicos e não iônicos * BIOQUÍMICA Identificar as funções químicas nas biomoléculas. Os lipídeos apresentam grande incidência, sendo as reações de transesterificação e de saponificação importantes * QUÍMICA ORGÂNICA Propriedades físicas de compostos orgânicos são recorrentes. Reconhecer funções, nomenclatura de compostos, reações orgânicas e isomeria * ELETROQUÍMICA Conhecer a montagem da pilha de Daniell, a de um experimento de eletrólise e a galvanização * GEOMETRIA MOLECULAR Focar em solubilidade, propriedades físicas de compostos e as interações intermoleculares * ATOMÍSTICA Estudar os números atômico e de massa, íons, distribuição eletrônica, as massas atômica, molecular e molar e constante de Avogadro * QUÍMICA NUCLEAR Neste ano, o acidente de Chernobyl completa 30 anos. Estudar radioatividade, fissão e fusão nucleares * TERMOQUÍMICA Estudar os três métodos para cálculo de variação de entalpia de uma reação: lei de Hess, entalpia de formação e energia de ligação * CINÉTICA QUÍMICA O vestibulando deve entender a teoria das colisões e o conceito de energia de ativação CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO Memorizar as leis ponderais e volumétricas e treinar questões sobre os conceitos de reagente limitante, reagente em excesso, rendimento e pureza Fontes: Israel de Souza Almeida (Etapa) e Thiago Cardoso da Costa (Poliedro)
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educacao
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Temida, química exige relações com o cotidiano; saiba como estudarCheia de abstração, a química conquista o topo do ranking quando se trata das matérias mais temidas pelos alunos no vestibular. Ueslei Viana Batista, 22, candidato a uma vaga em economia, diz que vê o professor perder o fôlego em sala para ensinar a disciplina. "Mas não rola. Não consigo visualizar a teoria." A química está no guarda-chuva das ciências da natureza, que ainda abriga física e biologia. A grande quantidade de fórmulas, gráficos e estruturas muito específicas acaba assustando os alunos. A dificuldade, afirma Israel Almeida, professor do Etapa, está em aproximar essas reações do cotidiano. "Esqueça a química de laboratório. O vestibular está cobrando mais os processos que acontecem no fogão, na cozinha." "Ela estuda reação. É sobre como transformar açúcar em álcool", diz o professor Antônio Mario Salles, do Objetivo. Para percebê-la no dia a dia, basta prestar atenção ao que acontece em volta, afirmam os professores. Um exemplo recente: nos Jogos do Rio, uma piscina que recebeu as provas de saltos ornamentais ficou verde. A explicação: o uso de peróxido de hidrogênio anulou o cloro e permitiu a proliferação de matéria orgânica na água, segundo a organização. "É um caso real que envolveu a química. O aluno precisa saber que elementos são esses e como isso ocorreu", afirma Almeida, do Etapa. Ainda assim, relacionar a química a outras matérias e assuntos é uma grande dificuldade, diz Roberta Cazedini, 18, que estuda no cursinho Oficina do Estudante, em Campinas. "É a matéria mais complexa do ensino médio, abrange muita coisa." MAIS AMOR, POR FAVOR O engenheiro mecânico aeronáutico Thiago Costa, que leciona química no Poliedro, diz que sua missão em sala é a de minimizar "o ódio em relação à disciplina". "É uma área que exige do aluno raciocínio matemático, uma alta capacidade de memorização e de estabelecer correlação com outras áreas. E, além do mais, não há macete. Sem treino, não é possível entender química", diz Costa. É treinando e fazendo resumos após cada aula que Jade de Moura, 19, candidata a uma vaga em medicina, está se preparando para a primeira fase da Fuvest, que acontece no dia 27 de novembro. "Um dos meus exercícios preferidos é tentar definir os conceitos da matéria com as minhas próprias palavras. Isso tem me ajudado." PÓDIO Desde o 9º ano do ensino fundamental, o estudante Vitor Pires, 17, do Etapa, é fã da química. Em julho, ele e mais três colegas representaram o Brasil na Olimpíada Internacional de Química, realizada na Geórgia. Todos subiram ao pódio. Pires e mais um colega de sala conquistaram a prata. Os demais representantes do país, de Fortaleza (CE), ganharam o bronze. Para o medalhista, que vai tentar uma vaga no curso de direito, a química ajuda a "desenvolver o raciocínio lógico, que pode ser usado em qualquer outra coisa". O professor Guilherme Marson, do Instituto de Química da USP, atribui a dificuldade dos estudantes com a matéria a uma mistura entre falta de estrutura nas escolas e má formação dos professores. De acordo com o Ministério da Educação, 40% dos professores que dão aulas de química no país não têm formação específica na área. Para piorar a situação, apenas 8,6% das escolas públicas de ensino fundamental e 43,9% de ensino médio têm laboratório de ciências, segundo estudo do Movimento Todos pela Educação. "Assim fica difícil alfabetizar os alunos brasileiros na linguagem própria da química", afirma Marson. - TUBO DE ENSAIO Veja o que você precisa estudar para a Fuvest * EQUILÍBRIO QUÍMICO Dominar a equação da constante de equilíbrio. Saber aplicar o princípio de Le Chatelier em equilíbrios iônicos e não iônicos * BIOQUÍMICA Identificar as funções químicas nas biomoléculas. Os lipídeos apresentam grande incidência, sendo as reações de transesterificação e de saponificação importantes * QUÍMICA ORGÂNICA Propriedades físicas de compostos orgânicos são recorrentes. Reconhecer funções, nomenclatura de compostos, reações orgânicas e isomeria * ELETROQUÍMICA Conhecer a montagem da pilha de Daniell, a de um experimento de eletrólise e a galvanização * GEOMETRIA MOLECULAR Focar em solubilidade, propriedades físicas de compostos e as interações intermoleculares * ATOMÍSTICA Estudar os números atômico e de massa, íons, distribuição eletrônica, as massas atômica, molecular e molar e constante de Avogadro * QUÍMICA NUCLEAR Neste ano, o acidente de Chernobyl completa 30 anos. Estudar radioatividade, fissão e fusão nucleares * TERMOQUÍMICA Estudar os três métodos para cálculo de variação de entalpia de uma reação: lei de Hess, entalpia de formação e energia de ligação * CINÉTICA QUÍMICA O vestibulando deve entender a teoria das colisões e o conceito de energia de ativação CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO Memorizar as leis ponderais e volumétricas e treinar questões sobre os conceitos de reagente limitante, reagente em excesso, rendimento e pureza Fontes: Israel de Souza Almeida (Etapa) e Thiago Cardoso da Costa (Poliedro)
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Minúcias de som impulsionam Beethoven de quarteto inglês
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A apresentação do Quarteto Brodsky dentro da programação do Festival de Inverno de Campos do Jordão, na terça (14) superou expectativas. Os ingleses tocaram o mesmo programa na Sala São Paulo (14) e no Auditório Cláudio Santoro (15). De cada frase sonora emana trabalho minucioso, decisões, ideias. Há um sentido único do tempo, uma calma que impulsiona, uma direcionalidade que não afoba. Isolado entre as primeiras fases e as especulações finais de Beethoven (1770 - 1827), o "Quarteto op. 95" é música contemporânea para o Brodsky, ainda mais precedido por "No Túmulo de Beethoven", encomenda à compositora japonesa Karen Tanaka. O grupo também iluminou o derradeiro "Quarteto n.6" de Mendelssohn (1809-47), estrategicamente na mesma tonalidade (fá menor) do de Beethoven. Na Sala do Coro da Sala São Paulo, eles foram precedidos por um simpático recital solo de viola da gamba com a brasileira (radicada em Israel) Myrna Herzog. Herzog mostrou delicadeza e extroversão, com destaque para obras do alemão Abel (1723 - 1787), dos franceses Saint Colombe Filho (1660 - 1720) e Marais (1656-1728), e também em uma obra dedicada a ela pelo japonês Shun-Ichi Tokura. QUARTETO BRODSKY AVALIAÇÃO ótimo MYRNA HERZOG AVALIAÇÃO bom
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Minúcias de som impulsionam Beethoven de quarteto inglêsA apresentação do Quarteto Brodsky dentro da programação do Festival de Inverno de Campos do Jordão, na terça (14) superou expectativas. Os ingleses tocaram o mesmo programa na Sala São Paulo (14) e no Auditório Cláudio Santoro (15). De cada frase sonora emana trabalho minucioso, decisões, ideias. Há um sentido único do tempo, uma calma que impulsiona, uma direcionalidade que não afoba. Isolado entre as primeiras fases e as especulações finais de Beethoven (1770 - 1827), o "Quarteto op. 95" é música contemporânea para o Brodsky, ainda mais precedido por "No Túmulo de Beethoven", encomenda à compositora japonesa Karen Tanaka. O grupo também iluminou o derradeiro "Quarteto n.6" de Mendelssohn (1809-47), estrategicamente na mesma tonalidade (fá menor) do de Beethoven. Na Sala do Coro da Sala São Paulo, eles foram precedidos por um simpático recital solo de viola da gamba com a brasileira (radicada em Israel) Myrna Herzog. Herzog mostrou delicadeza e extroversão, com destaque para obras do alemão Abel (1723 - 1787), dos franceses Saint Colombe Filho (1660 - 1720) e Marais (1656-1728), e também em uma obra dedicada a ela pelo japonês Shun-Ichi Tokura. QUARTETO BRODSKY AVALIAÇÃO ótimo MYRNA HERZOG AVALIAÇÃO bom
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Líder do PCC na fronteira com o Paraguai é extraditado para o Brasil
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Apontado como um dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira com o Paraguai, Carlos Antônio Caballero, o Capilo, está sendo extraditado para o Brasil nesta sexta-feira (20), segundo a imprensa paraguaia. Capilo foi preso em 2009 e condenado a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro, violação da lei de armas e associação criminal. Desde então, ele prestava pena no presídio regional de Pedro Juan Caballero. Segundo jornais paraguaios, a extradição para o Brasil já tinha sido aprovada em 2011, mas aguardava a conclusão da pena estipulada pela Justiça paraguaia. O Ministério da Justiça brasileiro afirmou que a extradição será feita pela Interpol, mas não deu detalhes por questão de segurança. O pedido de retorno de Caballero para o Brasil foi feito pela Vara Federal de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Aqui, ele responderá pelo crime de tráfico transnacional e associação para o tráfico de drogas, posse ilegal de explosivos e de armas de fogo e tráfico internacional de armas de fogo e munições de uso proibido ou restrito. A chegada dele ao Brasil acontece no momento em que conflitos entre facções, inclusive o PCC, provocam matanças em presídios do país. Desde o início do ano, 64 detentos foram mortos no Amazonas, 33 em Roraima e 27 no Rio Grande do Norte.
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cotidiano
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Líder do PCC na fronteira com o Paraguai é extraditado para o BrasilApontado como um dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira com o Paraguai, Carlos Antônio Caballero, o Capilo, está sendo extraditado para o Brasil nesta sexta-feira (20), segundo a imprensa paraguaia. Capilo foi preso em 2009 e condenado a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro, violação da lei de armas e associação criminal. Desde então, ele prestava pena no presídio regional de Pedro Juan Caballero. Segundo jornais paraguaios, a extradição para o Brasil já tinha sido aprovada em 2011, mas aguardava a conclusão da pena estipulada pela Justiça paraguaia. O Ministério da Justiça brasileiro afirmou que a extradição será feita pela Interpol, mas não deu detalhes por questão de segurança. O pedido de retorno de Caballero para o Brasil foi feito pela Vara Federal de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Aqui, ele responderá pelo crime de tráfico transnacional e associação para o tráfico de drogas, posse ilegal de explosivos e de armas de fogo e tráfico internacional de armas de fogo e munições de uso proibido ou restrito. A chegada dele ao Brasil acontece no momento em que conflitos entre facções, inclusive o PCC, provocam matanças em presídios do país. Desde o início do ano, 64 detentos foram mortos no Amazonas, 33 em Roraima e 27 no Rio Grande do Norte.
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Puyol deixa o Barcelona após demissão de diretor
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O ex-zagueiro Carles Puyol, 36, disse nesta segunda-feira (5) que está de saída do Barcelona. O anúncio do jogador aconteceu momentos depois da demissão do diretor de futebol Andoni Zubizarreta. "Quero anunciar que decidi dar como finalizada a minha relação com o Barcelona. Esses três meses e meio me deram a oportunidade de ver o outro lado do clube", escreveu Puyol em uma rede social na internet. Aposentado dos gramados desde o fim da última temporada na Europa, Puyol trabalhava como auxiliar de Zubizarreta. "Eu aprendi muito, estou muito agradecido, e, agora, quero experimentar outras coisas, com outras perspectivas, em outros lugares. Quero crescer tanto pessoal como profissionalmente para que, no futuro, eu possa voltar a esta casa e devolver tudo o que me deram nesses anos inesquecíveis", escreveu o ex-jogador. O Barcelona agendou uma coletiva para a próxima quarta-feira (7) para explicar os motivos da demissão de Zubizarreta. Em um comunicado emitido nesta segunda, o clube se limitou a agradecer o diretor pelos serviços prestados. No domingo (4), logo após a derrota para a Real Sociedad, pelo Campeonato Espanhol, Zubizarreta assumiu a responsabilidade pela punição imposta pela Fifa, que impede o clube de contratar jogadores até janeiro de 2016 por negociar com atletas estrangeiros menores de 18 anos, uma prática que não é permitida pela entidade máxima do futebol. O dirigente, porém, recordou que Josep Maria Bartomeu, atual presidente do clube espanhol, era vice-presidente da equipe na época em que aconteceram as negociações pelos jogadores em questão.
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esporte
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Puyol deixa o Barcelona após demissão de diretorO ex-zagueiro Carles Puyol, 36, disse nesta segunda-feira (5) que está de saída do Barcelona. O anúncio do jogador aconteceu momentos depois da demissão do diretor de futebol Andoni Zubizarreta. "Quero anunciar que decidi dar como finalizada a minha relação com o Barcelona. Esses três meses e meio me deram a oportunidade de ver o outro lado do clube", escreveu Puyol em uma rede social na internet. Aposentado dos gramados desde o fim da última temporada na Europa, Puyol trabalhava como auxiliar de Zubizarreta. "Eu aprendi muito, estou muito agradecido, e, agora, quero experimentar outras coisas, com outras perspectivas, em outros lugares. Quero crescer tanto pessoal como profissionalmente para que, no futuro, eu possa voltar a esta casa e devolver tudo o que me deram nesses anos inesquecíveis", escreveu o ex-jogador. O Barcelona agendou uma coletiva para a próxima quarta-feira (7) para explicar os motivos da demissão de Zubizarreta. Em um comunicado emitido nesta segunda, o clube se limitou a agradecer o diretor pelos serviços prestados. No domingo (4), logo após a derrota para a Real Sociedad, pelo Campeonato Espanhol, Zubizarreta assumiu a responsabilidade pela punição imposta pela Fifa, que impede o clube de contratar jogadores até janeiro de 2016 por negociar com atletas estrangeiros menores de 18 anos, uma prática que não é permitida pela entidade máxima do futebol. O dirigente, porém, recordou que Josep Maria Bartomeu, atual presidente do clube espanhol, era vice-presidente da equipe na época em que aconteceram as negociações pelos jogadores em questão.
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Teste secreto do Google nos EUA pode ser internet via balão
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Documentos da comissão federal de comunicações dos Estados Unidos parecem indicar planos do Google de testar seus balões do projeto Loon, desenvolvidos para levar internet a áreas remotas, segundo o jornal "Business Insider". A empresa pediu ao órgão governamental uma licença para testar "rádios experimentais" com rede sem fio para banda-larga. Segundo o relatório, o pedido foi feito para todos os 50 Estados do país e Porto Rico com data de início em 1º de janeiro e para um período de dois anos. O documento não indica exatamente o tipo de rádio e nem o nome do projeto –o Google requisitou que tudo recebesse tratamento confidencial. Satélites, balões e drones vão ampliar oferta de internet O Loon é um projeto da companhia de levar internet para todos os cantos do planeta, principalmente para países com menos estrutura, por meio de um sistema de balões que funcionam a base de energia solar e flutuam a até 27 km acima da superfície. O foco inicial do projeto era levar conexão à internet para países subdesenvolvidos, mas o teste nos EUA pode indicar que a empresa encontrou um uso dos balões em seu próprio país, de acordo com o "Business Insider". Em agosto deste ano, o Google assinou um contrato com o Sri Lanka para colocar em operação, até o ano que vem, os balões do Loon -já testados em locais como o Piauí, em 2014.
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Teste secreto do Google nos EUA pode ser internet via balãoDocumentos da comissão federal de comunicações dos Estados Unidos parecem indicar planos do Google de testar seus balões do projeto Loon, desenvolvidos para levar internet a áreas remotas, segundo o jornal "Business Insider". A empresa pediu ao órgão governamental uma licença para testar "rádios experimentais" com rede sem fio para banda-larga. Segundo o relatório, o pedido foi feito para todos os 50 Estados do país e Porto Rico com data de início em 1º de janeiro e para um período de dois anos. O documento não indica exatamente o tipo de rádio e nem o nome do projeto –o Google requisitou que tudo recebesse tratamento confidencial. Satélites, balões e drones vão ampliar oferta de internet O Loon é um projeto da companhia de levar internet para todos os cantos do planeta, principalmente para países com menos estrutura, por meio de um sistema de balões que funcionam a base de energia solar e flutuam a até 27 km acima da superfície. O foco inicial do projeto era levar conexão à internet para países subdesenvolvidos, mas o teste nos EUA pode indicar que a empresa encontrou um uso dos balões em seu próprio país, de acordo com o "Business Insider". Em agosto deste ano, o Google assinou um contrato com o Sri Lanka para colocar em operação, até o ano que vem, os balões do Loon -já testados em locais como o Piauí, em 2014.
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Religiosamente: Islamofobia à brasileira
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Jogaram pedra na Sarah. Cuspiram na Ana Paula. Ameaçaram matar Luara. Para essas três muçulmanas, o mito do Brasil plural e tolerante foi por véu abaixo nos últimos dias. Após o ataque ao "Charlie Hebdo", atos anti-Islã ricochetearam pelo planeta ... Leia post completo no blog
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Religiosamente: Islamofobia à brasileiraJogaram pedra na Sarah. Cuspiram na Ana Paula. Ameaçaram matar Luara. Para essas três muçulmanas, o mito do Brasil plural e tolerante foi por véu abaixo nos últimos dias. Após o ataque ao "Charlie Hebdo", atos anti-Islã ricochetearam pelo planeta ... Leia post completo no blog
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Fundo de pensão do BB vende fatia da distribuidora CPFL à chinesa State Grid
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O fundo de pensão Previ, dos empregados do Banco do Brasil, informou que exerceu a opção de vender sua fatia na CPFL Energia, a maior elétrica privada do Brasil, à chinesa State Grid, pela qual receberá R$ 7,5 bilhões. O negócio tornou-se possível após uma oferta da empresa chinesa para comprar a fatia da Camargo Corrêa na CPFL, informou a elétrica em fato relevante. A State Grid obteve na quinta-feira (22) aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para comprar os 23,6% da CPFL detidos pela Camargo Corrêa, abrindo espaço para que os demais controladores da companhia, Bonaire e Previ, possam aderir à oferta dos chineses pelo mesmo valor por ação. A Previ detém 19,28% do capital total da CPFL Energia. A transação da State Grid para entrada na CPFL envolveu inicialmente cerca de R$ 6 bilhões, mas pode ultrapassar os R$ 25 bilhões. A Previ disse que seu conselho deliberativo também aprovou a venda das ações de emissão da CPFL Energia não vinculadas ao acordo de acionistas. A venda das duas partes representará um ingresso de, aproximadamente, R$ 7,5 bilhões no caixa da Previ. "A variação entre o preço registrado no balanço em 2015 e o preço de venda produzirá ganho da ordem de R$ 2,9 bilhões", disse a Previ em comunicado. Na semana passada, o presidente do fundo, Gueitiro Genso, já havia dito em entrevista à agência Reuters que a Previ iria exercer a opção de venda de sua participação na CPFL. A Bonaire Participações, que reúne diversos fundos e detém participação de 15,1% na CPFL, vai oficializar na próxima terça-feira (27) a decisão de continuar como acionista da elétrica ou vender sua participação à State Grid. Maior elétrica do mundo, a State Grid entrou no mercado brasileiro em 2010, com aquisições no setor de transmissão de energia que somaram quase US$ 1 bilhão, e tem investido fortemente no país desde então. A CPFL Energia atua nas áreas de distribuição, geração e comercialização de energia. Na distribuição, a CPFL atende 570 municípios, com 7,4 milhões de clientes nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Na área de geração, atua por meio da CPFL Geração e a CPFL Renováveis.
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mercado
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Fundo de pensão do BB vende fatia da distribuidora CPFL à chinesa State GridO fundo de pensão Previ, dos empregados do Banco do Brasil, informou que exerceu a opção de vender sua fatia na CPFL Energia, a maior elétrica privada do Brasil, à chinesa State Grid, pela qual receberá R$ 7,5 bilhões. O negócio tornou-se possível após uma oferta da empresa chinesa para comprar a fatia da Camargo Corrêa na CPFL, informou a elétrica em fato relevante. A State Grid obteve na quinta-feira (22) aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para comprar os 23,6% da CPFL detidos pela Camargo Corrêa, abrindo espaço para que os demais controladores da companhia, Bonaire e Previ, possam aderir à oferta dos chineses pelo mesmo valor por ação. A Previ detém 19,28% do capital total da CPFL Energia. A transação da State Grid para entrada na CPFL envolveu inicialmente cerca de R$ 6 bilhões, mas pode ultrapassar os R$ 25 bilhões. A Previ disse que seu conselho deliberativo também aprovou a venda das ações de emissão da CPFL Energia não vinculadas ao acordo de acionistas. A venda das duas partes representará um ingresso de, aproximadamente, R$ 7,5 bilhões no caixa da Previ. "A variação entre o preço registrado no balanço em 2015 e o preço de venda produzirá ganho da ordem de R$ 2,9 bilhões", disse a Previ em comunicado. Na semana passada, o presidente do fundo, Gueitiro Genso, já havia dito em entrevista à agência Reuters que a Previ iria exercer a opção de venda de sua participação na CPFL. A Bonaire Participações, que reúne diversos fundos e detém participação de 15,1% na CPFL, vai oficializar na próxima terça-feira (27) a decisão de continuar como acionista da elétrica ou vender sua participação à State Grid. Maior elétrica do mundo, a State Grid entrou no mercado brasileiro em 2010, com aquisições no setor de transmissão de energia que somaram quase US$ 1 bilhão, e tem investido fortemente no país desde então. A CPFL Energia atua nas áreas de distribuição, geração e comercialização de energia. Na distribuição, a CPFL atende 570 municípios, com 7,4 milhões de clientes nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Na área de geração, atua por meio da CPFL Geração e a CPFL Renováveis.
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Duas pinturas de Van Gogh roubadas por máfia italiana são recuperadas
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A polícia da Itália recuperou duas pinturas do artista holandês Van Gogh que foram roubadas há 14 anos em Amsterdã, como parte de uma operação contra o grupo mafioso Camorra. De acordo com informações do Museu Van Gogh, de Amsterdã, as pinturas foram retiradas de suas molduras, mas que parecem só ter sofrido danos leves. Não ficou claro de imediato quando serão devolvidas ao museu, que é o maior repositório de obras de Van Gogh. As pinturas, "Congregação Saindo da Igreja Reformada em Nuenen" (1884/5) e "Vista do Mar em Scheveningen" (1882), são aproximadamente do período inicial da carreira breve e tempestuosa de Van Gogh. A polícia financeira italiana apreendeu "bens no valor de dezenas de milhões de euros de um grupo da Camorra envolvido no tráfico internacional de cocaína", de acordo com um informe. A corporação informou que os bens incluem as pinturas, cujos valores são inestimáveis. "Elas estão seguras", disse o diretor do Museu Van Gogh, Axel Rueger, em um comunicado. "Eu já não ousava mais esperar que poderia dizer isso depois de tantos anos". O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, informou seu homólogo holandês, Mark Rutte, sobre a operação policial antes do funeral do ex-líder israelense Shimon Peres em Jerusalém, disse uma fonte do escritório de Renzi. No roubo de 2002, os ladrões usaram uma escada para subir no telhado do museu e invadir o edifício e fugiram deslizando por uma corda. Mais tarde dois homens foram pegos e condenados pelo roubo graças em parte a indícios de DNA que os ligavam ao local do crime. Eles foram sentenciados a quatro anos e quatro anos e seis meses, respectivamente, mas as obras de arte não foram recuperadas. A pintura de Scheveningen é uma das duas únicas cenas marítimas pintadas por Van Gogh na Holanda, e "um exemplo importante do estilo de pintura inicial de Van Gogh, no qual ele já parecia realmente único", afirmou um porta-voz do museu, informando ainda que um fragmento de tinta no canto inferior esquerdo descascou. A pintura da congregação de Nuenen, onde o pai de Van Gogh trabalhou como ministro, foi feita para sua mãe e finalizada depois da morte de seu progenitor, em 1885. Ela parece não ter sido danificada, mas é preciso uma investigação maior para se determinar a condição exata das duas obras e se é necessário restaurá-las, disse o museu.
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Duas pinturas de Van Gogh roubadas por máfia italiana são recuperadasA polícia da Itália recuperou duas pinturas do artista holandês Van Gogh que foram roubadas há 14 anos em Amsterdã, como parte de uma operação contra o grupo mafioso Camorra. De acordo com informações do Museu Van Gogh, de Amsterdã, as pinturas foram retiradas de suas molduras, mas que parecem só ter sofrido danos leves. Não ficou claro de imediato quando serão devolvidas ao museu, que é o maior repositório de obras de Van Gogh. As pinturas, "Congregação Saindo da Igreja Reformada em Nuenen" (1884/5) e "Vista do Mar em Scheveningen" (1882), são aproximadamente do período inicial da carreira breve e tempestuosa de Van Gogh. A polícia financeira italiana apreendeu "bens no valor de dezenas de milhões de euros de um grupo da Camorra envolvido no tráfico internacional de cocaína", de acordo com um informe. A corporação informou que os bens incluem as pinturas, cujos valores são inestimáveis. "Elas estão seguras", disse o diretor do Museu Van Gogh, Axel Rueger, em um comunicado. "Eu já não ousava mais esperar que poderia dizer isso depois de tantos anos". O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, informou seu homólogo holandês, Mark Rutte, sobre a operação policial antes do funeral do ex-líder israelense Shimon Peres em Jerusalém, disse uma fonte do escritório de Renzi. No roubo de 2002, os ladrões usaram uma escada para subir no telhado do museu e invadir o edifício e fugiram deslizando por uma corda. Mais tarde dois homens foram pegos e condenados pelo roubo graças em parte a indícios de DNA que os ligavam ao local do crime. Eles foram sentenciados a quatro anos e quatro anos e seis meses, respectivamente, mas as obras de arte não foram recuperadas. A pintura de Scheveningen é uma das duas únicas cenas marítimas pintadas por Van Gogh na Holanda, e "um exemplo importante do estilo de pintura inicial de Van Gogh, no qual ele já parecia realmente único", afirmou um porta-voz do museu, informando ainda que um fragmento de tinta no canto inferior esquerdo descascou. A pintura da congregação de Nuenen, onde o pai de Van Gogh trabalhou como ministro, foi feita para sua mãe e finalizada depois da morte de seu progenitor, em 1885. Ela parece não ter sido danificada, mas é preciso uma investigação maior para se determinar a condição exata das duas obras e se é necessário restaurá-las, disse o museu.
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'Twin Peaks' terá 3ª temporada dirigida por David Lynch
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Exibida pela última vez em 1991, a série "Twin Peaks" teve seu retorno finalmente acertado com os criadores, David Lynch e Mark Frost, após quase um ano e meio de negociações. Depois de divulgar, em abril, que não dirigiria novos episódios pois não tinha verba para "fazer o roteiro do jeito que sentia que ele precisava ser feito", o próprio Lynch confirmou, pelo Twitter nesta sexta-feira (16), a terceira temporada da atração. "Caros amigos do Twitter, os rumores não parecem o que são. Vai acontecer de novo. 'Twin Peaks' volta", disse. Twin Peaks O retorno foi confirmado também pelo canal Showtime, responsável pela produção, na rede social. Em comunicado enviado ao "Hollywood Reporter", o presidente da emrpesa, David Nevins, afirmou que a pré-produção já começou e que nova a leva, com estreia prevista para 2016, terá mais do que os nove episódios inicialmente anunciados. "Esta maldita xícara de café de Mark e David está mais deliciosa do que nunca. Com certeza valeu o tempo extra de preparação, e a xícara é maior do que se esperava." No mês passado, o elenco da série divulgou na internet um vídeo pedindo que David Lynch voltasse atrás de sua decisão de deixar o remake. "Twin Peaks" foi criada em 1990 e gira em torno da investigação do FBI sobre a misteriosa morte de Laura Palmer, interpretada por Sheryl Lee.
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ilustrada
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'Twin Peaks' terá 3ª temporada dirigida por David LynchExibida pela última vez em 1991, a série "Twin Peaks" teve seu retorno finalmente acertado com os criadores, David Lynch e Mark Frost, após quase um ano e meio de negociações. Depois de divulgar, em abril, que não dirigiria novos episódios pois não tinha verba para "fazer o roteiro do jeito que sentia que ele precisava ser feito", o próprio Lynch confirmou, pelo Twitter nesta sexta-feira (16), a terceira temporada da atração. "Caros amigos do Twitter, os rumores não parecem o que são. Vai acontecer de novo. 'Twin Peaks' volta", disse. Twin Peaks O retorno foi confirmado também pelo canal Showtime, responsável pela produção, na rede social. Em comunicado enviado ao "Hollywood Reporter", o presidente da emrpesa, David Nevins, afirmou que a pré-produção já começou e que nova a leva, com estreia prevista para 2016, terá mais do que os nove episódios inicialmente anunciados. "Esta maldita xícara de café de Mark e David está mais deliciosa do que nunca. Com certeza valeu o tempo extra de preparação, e a xícara é maior do que se esperava." No mês passado, o elenco da série divulgou na internet um vídeo pedindo que David Lynch voltasse atrás de sua decisão de deixar o remake. "Twin Peaks" foi criada em 1990 e gira em torno da investigação do FBI sobre a misteriosa morte de Laura Palmer, interpretada por Sheryl Lee.
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Repetição destruiu a música brasileira, diz Sidney Magal ao lançar filme
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Sidney Magal, 63, se sente em casa quando entra no salão e começa a ser puxado, apalpado, abraçado. Ele está mesmo num lar: um residencial para idosos em São Bernardo do Campo (SP), onde um grupo de 30 moradores acaba de assistir ao filme "Magal e os Formigas", estrelado pelo cantor e ator. * Como um formigueiro em torno de um torrão de açúcar, a mulherada o cerca pedindo fotos e não sossega até que o artista, galanteador e sorridente, faça uns passinhos. "Ele é alto, né? Não dou nem uma perna dele", diz uma das mais animadas, a baixinha Alzira Lima Alves, 78. Perfumada e cheia de bijuterias, ela vive no local há nove anos. * O longa-metragem, que estreia nos cinemas neste fim de semana, está sendo exibido naquele dia na casa de repouso (com mensalidades a partir de R$ 4.000) porque ali mora Mary Cannito, 80, a mãe do diretor e roteirista do filme, Newton Cannito. Desinibida, ela faz uma "ponta" como atriz na comédia, inspirada na história de sua família. * "Gostei. Só achei que tinha que ter mais dança", diz ela ao repórter Joelmir Tavares depois da projeção. "Mas é do meu filho, não posso falar, né? Escreve uma coisa bonita do filme", despista. Dona Mary se mudou para o residencial depois de ficar viúva e quebrar o fêmur numa queda. "É o destino, né?", resume. Dos 93 moradores, a maioria é mulher e foi para lá após perder o marido ou por não ter filhos por perto. * O filme também é sobre a fase mais madura da vida. Mas, como esperado de uma produção que tem Magal no elenco, busca um olhar otimista. Assim como dona Mary, que se diverte com os bingos na residência, elogia a comida servida e não larga o cigarro. "Ela fala que está aqui ajudando a cuidar dos outros velhos", diz Newton. * Depois da festa feita pelos moradores e funcionários do espaço —e de cumprimentar um a um—, Magal diz ao microfone: "Se alguém aqui entende de vida, são vocês. Ouvi muita gente falando que assistiu a shows meus há 20 anos, 30 anos, e isso não tem preço! Fazer parte da vida das pessoas é muito bom". A mãe do cantor, dona Sônia, passou os últimos anos de vida num lar de idosos no Rio. Trailer do filme "Magal e os Formigas" Perto de completar 50 anos de carreira —efeméride que vai merecer em 2017 exposição, DVD e livro—, o carioca que mora na Bahia atravessa gerações numa época em que artistas mal conseguem ter hits que durem um ano. * "Meus discos sempre foram fortes, com instrumentistas de primeiríssima. E respeito a performance das músicas. Sempre faço como se fosse aquele cigano do 'Fantástico', apesar de não ter mais o mesmo físico e os mesmos cabelos", brinca ele, que assumiu os fios brancos e participou neste ano da "Dança dos Famosos". Foi eliminado do quadro do "Domingão do Faustão" num dia de intensa dor no nervo ciático. * Magal conta nos dedos seus sucessos, como "Se Te Agarro com Outro Te Mato", "Meu Sangue Ferve por Você", "Sandra Rosa Madalena" e "Me Chama Que Eu Vou". * "Sou uma pessoa muito consciente, graças a Deus, e 'Se Te Agarro com Outro Te Mato' eu não posso falar que seja uma obra-prima da poesia [risos]. Foi minha primeira música. Eu também não gostava quando comecei a gravar, achava meio chula." * Depois se despiu dos preconceitos e incorporou a veia de cantor popular e galã. Mas diz que quando estreou havia espaço para mais gêneros. Ele mesmo, "primo de segundo grau do [poeta] Vinicius de Moraes", como gosta de lembrar, se aventurou por estilos como bossa nova e jazz. * "O artista virou animador de festa. Antes tinha preocupação em se destacar para ser observado, aplaudido. Hoje, se ele não levantar uma galera, não presta. Na minha época, nos festivais, você via um Gonzaguinha cantando e os jovens delirando. Agora, quanto mais simples, com a letra mais vulgar, melhor." * Para Magal, no entanto, o gosto do brasileiro é popular. "Você pode ser intelectual, ter bom gosto, mas no fundo gosta de uma boa breguice. Senão esse arrocha da Marília Mendonça não seria esse sucesso em todas as classes", diz, citando a cantora sertaneja famosa por canções como "Eu Sei de Cor" e "Infiel". * O que "destruiu" a música, ele acredita, foram as "coisas repetitivas". "Existem 800 duplas sertanejas. Ficou uma coisa engessada. Ou você entra para faturar ou é criativo, como Jorge Vercillo, Ana Carolina, Seu Jorge. Só que eles não têm o mesmo espaço. Se você pegar os programas da Globo, é só Thiaguinho, Péricles, Anitta, Ludmilla." * Magal tenta fazer em média seis shows por mês. Afirma que é preciso "falar a verdade" e admitir que a crise no país afetou todo mundo, inclusive os artistas. Em novembro ele fez quatro apresentações. "Não é o número que eu gostaria. E fico puto quando isso acontece. Acho que em 2017 tem que melhorar. Não é questão de ser otimista ou não. Tem que melhorar porque o astral do brasileiro foi pras cucuias. E isso é o mais grave, as pessoas pessimistas, num negativismo doentio", diz ele, que se define como espiritualista, diretamente afetado por "energia" e "astral". * Em "Magal e os Formigas", o astral do cantor, que interpreta a si mesmo, é o que salva o personagem do ator Norival Rizzo de uma vida meio depressiva. A história gira em torno do embate entre trabalho e diversão. Os insetos do título são uma referência à fábula da cigarra e da formiga. * "Minha preocupação era que não parecesse que é um filme para me endeusar", diz Magal, que já atuou em outros longas, novelas e peças de teatro. "Quando o Newton me chamou, pensei: gente, será que eu tô para morrer?! [risos] Aí vi que a intenção era mostrar o quanto um artista pode influenciar na vida das pessoas, levar alegria, otimismo." * Com três filhos e casado há 37 anos com Magali, ele diz que é "uma pessoa insuportavelmente feliz" graças à família. "Tenho equilíbrio na minha vida e acho que isso me ajuda a ter otimismo." É assim que Magal encara a "idade da sabedoria", a mesma dos novos amigos feitos por ele naquela tarde no lar de idosos.
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Repetição destruiu a música brasileira, diz Sidney Magal ao lançar filmeSidney Magal, 63, se sente em casa quando entra no salão e começa a ser puxado, apalpado, abraçado. Ele está mesmo num lar: um residencial para idosos em São Bernardo do Campo (SP), onde um grupo de 30 moradores acaba de assistir ao filme "Magal e os Formigas", estrelado pelo cantor e ator. * Como um formigueiro em torno de um torrão de açúcar, a mulherada o cerca pedindo fotos e não sossega até que o artista, galanteador e sorridente, faça uns passinhos. "Ele é alto, né? Não dou nem uma perna dele", diz uma das mais animadas, a baixinha Alzira Lima Alves, 78. Perfumada e cheia de bijuterias, ela vive no local há nove anos. * O longa-metragem, que estreia nos cinemas neste fim de semana, está sendo exibido naquele dia na casa de repouso (com mensalidades a partir de R$ 4.000) porque ali mora Mary Cannito, 80, a mãe do diretor e roteirista do filme, Newton Cannito. Desinibida, ela faz uma "ponta" como atriz na comédia, inspirada na história de sua família. * "Gostei. Só achei que tinha que ter mais dança", diz ela ao repórter Joelmir Tavares depois da projeção. "Mas é do meu filho, não posso falar, né? Escreve uma coisa bonita do filme", despista. Dona Mary se mudou para o residencial depois de ficar viúva e quebrar o fêmur numa queda. "É o destino, né?", resume. Dos 93 moradores, a maioria é mulher e foi para lá após perder o marido ou por não ter filhos por perto. * O filme também é sobre a fase mais madura da vida. Mas, como esperado de uma produção que tem Magal no elenco, busca um olhar otimista. Assim como dona Mary, que se diverte com os bingos na residência, elogia a comida servida e não larga o cigarro. "Ela fala que está aqui ajudando a cuidar dos outros velhos", diz Newton. * Depois da festa feita pelos moradores e funcionários do espaço —e de cumprimentar um a um—, Magal diz ao microfone: "Se alguém aqui entende de vida, são vocês. Ouvi muita gente falando que assistiu a shows meus há 20 anos, 30 anos, e isso não tem preço! Fazer parte da vida das pessoas é muito bom". A mãe do cantor, dona Sônia, passou os últimos anos de vida num lar de idosos no Rio. Trailer do filme "Magal e os Formigas" Perto de completar 50 anos de carreira —efeméride que vai merecer em 2017 exposição, DVD e livro—, o carioca que mora na Bahia atravessa gerações numa época em que artistas mal conseguem ter hits que durem um ano. * "Meus discos sempre foram fortes, com instrumentistas de primeiríssima. E respeito a performance das músicas. Sempre faço como se fosse aquele cigano do 'Fantástico', apesar de não ter mais o mesmo físico e os mesmos cabelos", brinca ele, que assumiu os fios brancos e participou neste ano da "Dança dos Famosos". Foi eliminado do quadro do "Domingão do Faustão" num dia de intensa dor no nervo ciático. * Magal conta nos dedos seus sucessos, como "Se Te Agarro com Outro Te Mato", "Meu Sangue Ferve por Você", "Sandra Rosa Madalena" e "Me Chama Que Eu Vou". * "Sou uma pessoa muito consciente, graças a Deus, e 'Se Te Agarro com Outro Te Mato' eu não posso falar que seja uma obra-prima da poesia [risos]. Foi minha primeira música. Eu também não gostava quando comecei a gravar, achava meio chula." * Depois se despiu dos preconceitos e incorporou a veia de cantor popular e galã. Mas diz que quando estreou havia espaço para mais gêneros. Ele mesmo, "primo de segundo grau do [poeta] Vinicius de Moraes", como gosta de lembrar, se aventurou por estilos como bossa nova e jazz. * "O artista virou animador de festa. Antes tinha preocupação em se destacar para ser observado, aplaudido. Hoje, se ele não levantar uma galera, não presta. Na minha época, nos festivais, você via um Gonzaguinha cantando e os jovens delirando. Agora, quanto mais simples, com a letra mais vulgar, melhor." * Para Magal, no entanto, o gosto do brasileiro é popular. "Você pode ser intelectual, ter bom gosto, mas no fundo gosta de uma boa breguice. Senão esse arrocha da Marília Mendonça não seria esse sucesso em todas as classes", diz, citando a cantora sertaneja famosa por canções como "Eu Sei de Cor" e "Infiel". * O que "destruiu" a música, ele acredita, foram as "coisas repetitivas". "Existem 800 duplas sertanejas. Ficou uma coisa engessada. Ou você entra para faturar ou é criativo, como Jorge Vercillo, Ana Carolina, Seu Jorge. Só que eles não têm o mesmo espaço. Se você pegar os programas da Globo, é só Thiaguinho, Péricles, Anitta, Ludmilla." * Magal tenta fazer em média seis shows por mês. Afirma que é preciso "falar a verdade" e admitir que a crise no país afetou todo mundo, inclusive os artistas. Em novembro ele fez quatro apresentações. "Não é o número que eu gostaria. E fico puto quando isso acontece. Acho que em 2017 tem que melhorar. Não é questão de ser otimista ou não. Tem que melhorar porque o astral do brasileiro foi pras cucuias. E isso é o mais grave, as pessoas pessimistas, num negativismo doentio", diz ele, que se define como espiritualista, diretamente afetado por "energia" e "astral". * Em "Magal e os Formigas", o astral do cantor, que interpreta a si mesmo, é o que salva o personagem do ator Norival Rizzo de uma vida meio depressiva. A história gira em torno do embate entre trabalho e diversão. Os insetos do título são uma referência à fábula da cigarra e da formiga. * "Minha preocupação era que não parecesse que é um filme para me endeusar", diz Magal, que já atuou em outros longas, novelas e peças de teatro. "Quando o Newton me chamou, pensei: gente, será que eu tô para morrer?! [risos] Aí vi que a intenção era mostrar o quanto um artista pode influenciar na vida das pessoas, levar alegria, otimismo." * Com três filhos e casado há 37 anos com Magali, ele diz que é "uma pessoa insuportavelmente feliz" graças à família. "Tenho equilíbrio na minha vida e acho que isso me ajuda a ter otimismo." É assim que Magal encara a "idade da sabedoria", a mesma dos novos amigos feitos por ele naquela tarde no lar de idosos.
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Ministério Público abre inquérito contra Holiday por visitas a escolas
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) determinou que seja instaurado um inquérito civil para investigar as visitas do vereador Fernando Holiday (DEM) a escolas públicas de São Paulo. O parlamentar afirmou em vídeo que tem ido a instituições da rede municipal para analisar se há "doutrinação" no conteúdo ensinado. No ofício em que determina a abertura de investigação, o MP-SP cita denúncias de que o vereador teria intimidado professores nesses encontros e afirma que "a avaliação de conteúdos ministrados em sala de aula não se encontra entre as competências de fiscalização do legislativo". A denúncia contra o vereador acatada pelo Ministério Público foi feita pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL). As visitas de Holiday a escolas foram criticadas na semana passada por relatores da ONU. Antes, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, havia acusado o vereador "exacerbar suas funções" e intimidar magistrados. Holiday, que é líder do MBL (Movimento Brasil Livre) e defensor do projeto Escola em Partido, nega ter sido hostil com os professores. Esta é a segunda investigação aberta pelo Ministério Público de São Paulo contra o vereador neste ano – a pedido do órgão, a Polícia Federal apura uma denúncia de que ele teria usado caixa dois em sua campanha. OUTRO LADO Em nota, a assessoria do vereador Fernando Holiday voltou a negar as acusações de intimidação e disse confiar no MP. "Fernando Holiday já pediu, ele próprio, que suas contas de campanha fossem apuradas pelo MP, revelando confiar na instituição que naturalmente concluirá não ter havido intimidação, conforme os professores já afirmaram em reportagem e ao contrário do que diz o preguiçoso deputado do PSOL, que não gosta de ver parlamentar trabalhando e teme que a doutrinação política promovida por seu partido se torne pública".
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colunas
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Ministério Público abre inquérito contra Holiday por visitas a escolasO Ministério Público de São Paulo (MP-SP) determinou que seja instaurado um inquérito civil para investigar as visitas do vereador Fernando Holiday (DEM) a escolas públicas de São Paulo. O parlamentar afirmou em vídeo que tem ido a instituições da rede municipal para analisar se há "doutrinação" no conteúdo ensinado. No ofício em que determina a abertura de investigação, o MP-SP cita denúncias de que o vereador teria intimidado professores nesses encontros e afirma que "a avaliação de conteúdos ministrados em sala de aula não se encontra entre as competências de fiscalização do legislativo". A denúncia contra o vereador acatada pelo Ministério Público foi feita pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL). As visitas de Holiday a escolas foram criticadas na semana passada por relatores da ONU. Antes, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, havia acusado o vereador "exacerbar suas funções" e intimidar magistrados. Holiday, que é líder do MBL (Movimento Brasil Livre) e defensor do projeto Escola em Partido, nega ter sido hostil com os professores. Esta é a segunda investigação aberta pelo Ministério Público de São Paulo contra o vereador neste ano – a pedido do órgão, a Polícia Federal apura uma denúncia de que ele teria usado caixa dois em sua campanha. OUTRO LADO Em nota, a assessoria do vereador Fernando Holiday voltou a negar as acusações de intimidação e disse confiar no MP. "Fernando Holiday já pediu, ele próprio, que suas contas de campanha fossem apuradas pelo MP, revelando confiar na instituição que naturalmente concluirá não ter havido intimidação, conforme os professores já afirmaram em reportagem e ao contrário do que diz o preguiçoso deputado do PSOL, que não gosta de ver parlamentar trabalhando e teme que a doutrinação política promovida por seu partido se torne pública".
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Reitor pede que diretores reabram casos de suspeita de estupro na USP
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O reitor da USP, Marco Antonio Zago, pediu que os diretores da universidade reabram sindicâncias de suspeitas antigas de estupro na instituição que vieram à tona depois de denúncias de abusos sexuais na Faculdade de Medicina da USP. O pedido foi feito nesta quarta-feira (21) em uma CPI na Assembleia que investiga casos de violações de direitos humanos na universidade. A comissão não divulgou o número de denúncias que chegaram da USP, mas a Folha contabiliza ao menos dois casos que foram relatados em audiências públicas e não foram investigados pela universidade. Uma aluna , que diz ter sido estuprada há doze anos por oito alunos do campus de Piracicaba, e uma aluna que sofreu tentativa de estupro no estacionamento da Faculdade de Arquitetura. Já os casos mencionados da Faculdade de Medicina estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela instituição. "Eu estabeleço aqui o compromisso de pedir para que se reabram sindicâncias de casos que tenham fundamento", diz. "Os diretores das faculdades já estão colaborando." Em dezembro, uma circular da USP já havia orientado todas as unidades em relação a procedimentos para casos futuros, com aberturas e sindicâncias para investigações. O reitor disse ainda que a Comissão de Direitos Humanos, recém-criada na universidade, irá coordenar as investigações. Deputados membros da CPI, contudo, questionaram a morosidade das sindicâncias e questionaram sua credibilidade. Foi citado um caso da CPI em que uma aluna abusada na Faculdade de Medicina disse que foi coagida em seu depoimento, que não teve acesso ao documento para assiná-lo e que, quando conseguiu ler o seu documento, não era o que havia dito. "Se isso foi feito, poderá haver demissão do funcionário, mas é um depoimento, alguém que disse que não era aquilo e tudo deve ser apurado", disse o reitor. Sobre a morosidade, deputados afirmam que, em muitos dos casos, os alunos chegaram a se formar e os casos não foram solucionados. "Muitas investigações não chegam à polícia porque morrem no seu nascedouro", diz o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da CPI. O professor Marco Akerman, da Faculdade de Saúde Pública, pediu ainda que a comissão de direitos humanos tenham um corpo sensível para ouvir a denúncia. "Essa comissão deve ter coletivos do movimento negro, feministas e um corpo sensível de escuta, para que a vítima seja fortalecida para a denúncia", diz. "Não é só falar que não vai investigar porque não teve denúncia." ESTUPROS E USP Apesar de prometer investigações, o reitor dissociou a USP dos casos que, segundo ele, são perpetrados por alguns indivíduos que pela instituição passam. O reitor disse ainda que alguns estudantes estão sendo criminalizados. Nesse momento, houve uma manifestação de grupos na CPI que pediu punição aos estudantes. "Não seria saudável generalizar e eu tenho certeza que grande parte dos alunos da universidade são saudáveis e vão trazer grande benefício para a sociedade", disse o reitor. "A CPI tem um foco, e são os criminosos, aquele criminoso que vai ser médico. A universidade que tanto orgulho nos dá não pode devolver ao Estado de São Paulo um médico criminoso", diz o deputado Marco Aurélio de Souza (PT). "O Estado não merece isso". "O meu foco principal é a educação e é para isso que o Estado destina recursos para a universidade", diz. "O papel punitivo não é preponderante". Sobre a estrutura de poder existente em algumas universidades da USP que contribuem para a violência, como a Faculdade de Medicina, citada por professores na CPI, o reitor disse que essa cultura é "histórica de unidades que existiam muito antes da USP." BALANÇO O final da audiência foi marcada por uma conversa exaltada entre o presidente da CPI, Adriano Diogo, e o reitor da USP. "O senhor disse aqui que estamos criminalizando os estudantes, mas eu vou te dizer que foi dessa cultura de trote que saiu o Roger Abdemassih [médico condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e quatro tentativas de abuso a 39 mulheres]." "Eu não disse isso e o senhor tem que reconhecer que eu, Marco Antonio Zago, estou resolvendo muitos problemas que existem há anos da USP, o senhor pode não gostar de muita gente, mas vai ter que reconhecer isso", diz. "Eu discordo do senhor que foi uma audiência decepcionante e eu não tenho nada a discordar do que foi falado aqui", disse o reitor. Ainda, alunos da Faculdade de Medicina, da Faculdade de Direito e da Letras pediram ao reitor mais medidas para a prevenção de abusos na USP, como mais iluminação no campus. "O dinheiro é limitado, mas iremos tomar as medidas necessárias", respondeu.
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cotidiano
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Reitor pede que diretores reabram casos de suspeita de estupro na USPO reitor da USP, Marco Antonio Zago, pediu que os diretores da universidade reabram sindicâncias de suspeitas antigas de estupro na instituição que vieram à tona depois de denúncias de abusos sexuais na Faculdade de Medicina da USP. O pedido foi feito nesta quarta-feira (21) em uma CPI na Assembleia que investiga casos de violações de direitos humanos na universidade. A comissão não divulgou o número de denúncias que chegaram da USP, mas a Folha contabiliza ao menos dois casos que foram relatados em audiências públicas e não foram investigados pela universidade. Uma aluna , que diz ter sido estuprada há doze anos por oito alunos do campus de Piracicaba, e uma aluna que sofreu tentativa de estupro no estacionamento da Faculdade de Arquitetura. Já os casos mencionados da Faculdade de Medicina estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela instituição. "Eu estabeleço aqui o compromisso de pedir para que se reabram sindicâncias de casos que tenham fundamento", diz. "Os diretores das faculdades já estão colaborando." Em dezembro, uma circular da USP já havia orientado todas as unidades em relação a procedimentos para casos futuros, com aberturas e sindicâncias para investigações. O reitor disse ainda que a Comissão de Direitos Humanos, recém-criada na universidade, irá coordenar as investigações. Deputados membros da CPI, contudo, questionaram a morosidade das sindicâncias e questionaram sua credibilidade. Foi citado um caso da CPI em que uma aluna abusada na Faculdade de Medicina disse que foi coagida em seu depoimento, que não teve acesso ao documento para assiná-lo e que, quando conseguiu ler o seu documento, não era o que havia dito. "Se isso foi feito, poderá haver demissão do funcionário, mas é um depoimento, alguém que disse que não era aquilo e tudo deve ser apurado", disse o reitor. Sobre a morosidade, deputados afirmam que, em muitos dos casos, os alunos chegaram a se formar e os casos não foram solucionados. "Muitas investigações não chegam à polícia porque morrem no seu nascedouro", diz o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da CPI. O professor Marco Akerman, da Faculdade de Saúde Pública, pediu ainda que a comissão de direitos humanos tenham um corpo sensível para ouvir a denúncia. "Essa comissão deve ter coletivos do movimento negro, feministas e um corpo sensível de escuta, para que a vítima seja fortalecida para a denúncia", diz. "Não é só falar que não vai investigar porque não teve denúncia." ESTUPROS E USP Apesar de prometer investigações, o reitor dissociou a USP dos casos que, segundo ele, são perpetrados por alguns indivíduos que pela instituição passam. O reitor disse ainda que alguns estudantes estão sendo criminalizados. Nesse momento, houve uma manifestação de grupos na CPI que pediu punição aos estudantes. "Não seria saudável generalizar e eu tenho certeza que grande parte dos alunos da universidade são saudáveis e vão trazer grande benefício para a sociedade", disse o reitor. "A CPI tem um foco, e são os criminosos, aquele criminoso que vai ser médico. A universidade que tanto orgulho nos dá não pode devolver ao Estado de São Paulo um médico criminoso", diz o deputado Marco Aurélio de Souza (PT). "O Estado não merece isso". "O meu foco principal é a educação e é para isso que o Estado destina recursos para a universidade", diz. "O papel punitivo não é preponderante". Sobre a estrutura de poder existente em algumas universidades da USP que contribuem para a violência, como a Faculdade de Medicina, citada por professores na CPI, o reitor disse que essa cultura é "histórica de unidades que existiam muito antes da USP." BALANÇO O final da audiência foi marcada por uma conversa exaltada entre o presidente da CPI, Adriano Diogo, e o reitor da USP. "O senhor disse aqui que estamos criminalizando os estudantes, mas eu vou te dizer que foi dessa cultura de trote que saiu o Roger Abdemassih [médico condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e quatro tentativas de abuso a 39 mulheres]." "Eu não disse isso e o senhor tem que reconhecer que eu, Marco Antonio Zago, estou resolvendo muitos problemas que existem há anos da USP, o senhor pode não gostar de muita gente, mas vai ter que reconhecer isso", diz. "Eu discordo do senhor que foi uma audiência decepcionante e eu não tenho nada a discordar do que foi falado aqui", disse o reitor. Ainda, alunos da Faculdade de Medicina, da Faculdade de Direito e da Letras pediram ao reitor mais medidas para a prevenção de abusos na USP, como mais iluminação no campus. "O dinheiro é limitado, mas iremos tomar as medidas necessárias", respondeu.
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Não sei explicar o que acontece com o meu coração quando vejo um brinde
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No último domingo, fui convidada a falar para centenas de pessoas em um evento. Mandaram um motorista me buscar e, assim que cheguei ao local, jovens sorridentes cuidaram com esmero da minha fome, maquiagem e cabelo. Dei entrevistas para sites e revistas. Fiz pose ao lado de mulheres influentes e chiques. Alguns leitores me pediram fotos e abraços. Tinha tudo pra ser uma grande tarde, não fosse um pequeno e gratuito detalhe. Assim que o identifiquei em meio à multidão, começou o meu martírio. O que é? Por que todas têm e eu não? O que eu fiz de errado pra não merecê-lo? E se acabar? E se eu nunca mais me perdoar por ter perdido essa chance? Era uma sacolinha transparente, com caixas coloridas dentro. Perfumes? Maquiagens? Absorventes? Brinquedos? Comidinhas? Não sei explicar o que acontece com o meu coração quando vejo um brinde, só sei que começo a persegui-lo com a fúria selvagem dos hipoglicêmicos há dias sem lanchinho. Minha vida começa a depender seriamente da obtenção daquele mimo e não há nada que a razão possa fazer. Não adianta me falarem "vem comigo que te dou uma joia, um carro, um avião". Minhas pupilas e papilas só se dilatam e se aguçam de verdade quando tem papel colorido barato, saquinho mequetrefe e uma das palavras mais bonitas da língua portuguesa: amostra. Eu tentava me concentrar nos preparativos da apresentação, mas já tinha perdido as rédeas da mente. Cadê o brinde? Cadê o brinde? E o brinde descia escada, subia escada, ia embora, entrava no banheiro, sorria, encontrava amigos. Uma sacolinha esbarrava em outra. Algumas garotas (vacas!) tinham DUAS sacolinhas. E eu nenhuma. Eu dava entrevistas com um olho na câmera e outro no brinde, que, como todo bom brinde, se distanciava cada vez mais de mim. O mistério foi ficando tão insuportável que pensei em berrar: "Eu não subo nesse palco enquanto vocês não me falarem que cazzo tem dentro dessa sacolinha!" Um garoto insistia em saber minha opinião sobre o lugar da fala e se o homem pode ser feminista. Foi quando tive a ideia do pacto. Combinei que eu daria a manchete polêmica se ele me cantasse a boa do brinde. O atalho da prenda. A senha da oferta. O caminho do gozo. Brinde, brinde, brinde. Você vira ali à direita e pega aquela fila, tá vendo? Eu era a quinta da fila e meu coração já estava na boca quando uma garota da produção veio me chamar: "Vai começar, Tati". Eu fiz que não era comigo e continuei na fila. Ela foi mais enfática: "Precisamos ir agora". Eu resolvi ser sincera. Olhos lacrimejantes, me humilhei, apelei: antes eu preciso do brinde, entende? Ela achou que era piada, balançou a cabeça como se dissesse "não vou cair nessa"e foi avisando no radinho: "Achei, estamos a caminho". Mas eu não me movi. Ela prometeu que ao final da apresentação me levaria o brinde ou mandaria pra minha casa. Eu não confiei e continuei na fila. Chegaram reforços. Mas eu agora estava em terceiro lugar e não arredaria o pé dali. "Tragam ela agora", eu ouvi gritarem do radinho. Ao ver tanto desespero, a senhora à frente me cedeu seu lugar. Ganhei meu brinde. Era uma sacolinha azul com uma pasta de dente. Não! Não! Eu quero a sacolinha transparente com caixas coloridas. Essa tinha acabado. E o que tinha lá dentro? Hein? O quê? Pelo amor de Deus?
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Não sei explicar o que acontece com o meu coração quando vejo um brindeNo último domingo, fui convidada a falar para centenas de pessoas em um evento. Mandaram um motorista me buscar e, assim que cheguei ao local, jovens sorridentes cuidaram com esmero da minha fome, maquiagem e cabelo. Dei entrevistas para sites e revistas. Fiz pose ao lado de mulheres influentes e chiques. Alguns leitores me pediram fotos e abraços. Tinha tudo pra ser uma grande tarde, não fosse um pequeno e gratuito detalhe. Assim que o identifiquei em meio à multidão, começou o meu martírio. O que é? Por que todas têm e eu não? O que eu fiz de errado pra não merecê-lo? E se acabar? E se eu nunca mais me perdoar por ter perdido essa chance? Era uma sacolinha transparente, com caixas coloridas dentro. Perfumes? Maquiagens? Absorventes? Brinquedos? Comidinhas? Não sei explicar o que acontece com o meu coração quando vejo um brinde, só sei que começo a persegui-lo com a fúria selvagem dos hipoglicêmicos há dias sem lanchinho. Minha vida começa a depender seriamente da obtenção daquele mimo e não há nada que a razão possa fazer. Não adianta me falarem "vem comigo que te dou uma joia, um carro, um avião". Minhas pupilas e papilas só se dilatam e se aguçam de verdade quando tem papel colorido barato, saquinho mequetrefe e uma das palavras mais bonitas da língua portuguesa: amostra. Eu tentava me concentrar nos preparativos da apresentação, mas já tinha perdido as rédeas da mente. Cadê o brinde? Cadê o brinde? E o brinde descia escada, subia escada, ia embora, entrava no banheiro, sorria, encontrava amigos. Uma sacolinha esbarrava em outra. Algumas garotas (vacas!) tinham DUAS sacolinhas. E eu nenhuma. Eu dava entrevistas com um olho na câmera e outro no brinde, que, como todo bom brinde, se distanciava cada vez mais de mim. O mistério foi ficando tão insuportável que pensei em berrar: "Eu não subo nesse palco enquanto vocês não me falarem que cazzo tem dentro dessa sacolinha!" Um garoto insistia em saber minha opinião sobre o lugar da fala e se o homem pode ser feminista. Foi quando tive a ideia do pacto. Combinei que eu daria a manchete polêmica se ele me cantasse a boa do brinde. O atalho da prenda. A senha da oferta. O caminho do gozo. Brinde, brinde, brinde. Você vira ali à direita e pega aquela fila, tá vendo? Eu era a quinta da fila e meu coração já estava na boca quando uma garota da produção veio me chamar: "Vai começar, Tati". Eu fiz que não era comigo e continuei na fila. Ela foi mais enfática: "Precisamos ir agora". Eu resolvi ser sincera. Olhos lacrimejantes, me humilhei, apelei: antes eu preciso do brinde, entende? Ela achou que era piada, balançou a cabeça como se dissesse "não vou cair nessa"e foi avisando no radinho: "Achei, estamos a caminho". Mas eu não me movi. Ela prometeu que ao final da apresentação me levaria o brinde ou mandaria pra minha casa. Eu não confiei e continuei na fila. Chegaram reforços. Mas eu agora estava em terceiro lugar e não arredaria o pé dali. "Tragam ela agora", eu ouvi gritarem do radinho. Ao ver tanto desespero, a senhora à frente me cedeu seu lugar. Ganhei meu brinde. Era uma sacolinha azul com uma pasta de dente. Não! Não! Eu quero a sacolinha transparente com caixas coloridas. Essa tinha acabado. E o que tinha lá dentro? Hein? O quê? Pelo amor de Deus?
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Líder do PT defende lei que pode dificultar condenações na Lava Jato
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O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), defendeu nesta segunda-feira (13) que haja uma lei específica definindo quais provas podem ser levadas em conta para caracterizar corrupção entre políticos e empresas privadas, que é o cerne do esquema investigado pela Operação Lava Jato. "Tem que chegar a um texto que crie uma definição clara do que será essa prova. Porque, do jeito que está, toda a atividade parlamentar está sendo criminalizada. Tem que separar o que é atividade política legítima do que é atividade política ilegítima. Do jeito que está, estão jogando tudo no mesmo balaio", afirmou o petista. As palavras de Zarattini fazem parte de uma articulação para aprovar uma lei ainda sem redação clara e sem tramitação definida, mas que tem o objetivo de dificultar o que a maioria dos políticos considera hoje favas contadas –uma chuva de condenações no âmbito da Lava Jato. A delação de 78 executivos da empreiteira Odebrecht, que deve ter os primeiros pedidos de investigação analisados nos próximos dias pelo STF (Supremo Tribunal Federal), promete cair como uma bomba no Congresso e no governo de Michel Temer. Partidos do governo e da oposição têm políticos suspeitos de envolvimento nos ilícitos. Zarattini defende que a legislação defina claramente qual prova pode ser aceita para mostrar que um político recebeu dinheiro de empreiteiras em troca de algum chamado "ato de ofício" irregular. Apoiar no Congresso uma emenda de interesse da empresa, por exemplo. "Tem que investigar a origem do dinheiro, saber se tem provas, e, no nosso modo de ver, não bastam indícios ou 'convicção", como tem dito a 'república de Curitiba", afirmou o petista, criticando a força-tarefa da Lava Jato na capital do Paraná, cujo trabalho tem resultado em várias condenações decididas pelo juiz Sergio Moro. A ideia do PT e de vários partidos é reforçar a tese de que não bastam delações para que um políticos seja condenado. O líder do PT na Câmara ressalva que se ficar provado que o dinheiro que abasteceu campanhas é proveniente de corrupção, aí não interessa se o candidato registrou a doação (caixa 1) ou a escondeu da Justiça Eleitoral (caixa 2). "A partir dessa nova legislação, será feita uma análise do passado, definindo o que é crime eleitoral, o que é financiamento eleitoral, o que é crime de corrupção", acrescentou, ressaltando não defender anistia para corrupção que tenha sido provada. A Câmara já tentou no ano passado aprovar legislação anistiando os alvos da Lava Jato, mas a reação contrária após a manobra vir à tona acabou barrando essa articulação.
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Líder do PT defende lei que pode dificultar condenações na Lava JatoO líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), defendeu nesta segunda-feira (13) que haja uma lei específica definindo quais provas podem ser levadas em conta para caracterizar corrupção entre políticos e empresas privadas, que é o cerne do esquema investigado pela Operação Lava Jato. "Tem que chegar a um texto que crie uma definição clara do que será essa prova. Porque, do jeito que está, toda a atividade parlamentar está sendo criminalizada. Tem que separar o que é atividade política legítima do que é atividade política ilegítima. Do jeito que está, estão jogando tudo no mesmo balaio", afirmou o petista. As palavras de Zarattini fazem parte de uma articulação para aprovar uma lei ainda sem redação clara e sem tramitação definida, mas que tem o objetivo de dificultar o que a maioria dos políticos considera hoje favas contadas –uma chuva de condenações no âmbito da Lava Jato. A delação de 78 executivos da empreiteira Odebrecht, que deve ter os primeiros pedidos de investigação analisados nos próximos dias pelo STF (Supremo Tribunal Federal), promete cair como uma bomba no Congresso e no governo de Michel Temer. Partidos do governo e da oposição têm políticos suspeitos de envolvimento nos ilícitos. Zarattini defende que a legislação defina claramente qual prova pode ser aceita para mostrar que um político recebeu dinheiro de empreiteiras em troca de algum chamado "ato de ofício" irregular. Apoiar no Congresso uma emenda de interesse da empresa, por exemplo. "Tem que investigar a origem do dinheiro, saber se tem provas, e, no nosso modo de ver, não bastam indícios ou 'convicção", como tem dito a 'república de Curitiba", afirmou o petista, criticando a força-tarefa da Lava Jato na capital do Paraná, cujo trabalho tem resultado em várias condenações decididas pelo juiz Sergio Moro. A ideia do PT e de vários partidos é reforçar a tese de que não bastam delações para que um políticos seja condenado. O líder do PT na Câmara ressalva que se ficar provado que o dinheiro que abasteceu campanhas é proveniente de corrupção, aí não interessa se o candidato registrou a doação (caixa 1) ou a escondeu da Justiça Eleitoral (caixa 2). "A partir dessa nova legislação, será feita uma análise do passado, definindo o que é crime eleitoral, o que é financiamento eleitoral, o que é crime de corrupção", acrescentou, ressaltando não defender anistia para corrupção que tenha sido provada. A Câmara já tentou no ano passado aprovar legislação anistiando os alvos da Lava Jato, mas a reação contrária após a manobra vir à tona acabou barrando essa articulação.
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Incoerências dificultam antever como seria Trump na Presidência dos EUA
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A possibilidade de Donald Trump chegar à Presidência dos EUA deixou de ser piada, mas suas propostas continuam não sendo levadas a sério por especialistas e rivais. Eles apontam as incoerências no discurso que dificultam delinear a plataforma do magnata e dar respostas à questão que se tornou real: como seria um governo Donald Trump? Mestre na autopromoção, o bilionário usou a falta de clareza a seu favor, afirmando que uma das marcas de sua Presidência será a capacidade de ser "imprevisível". Isso, somado ao vaivém em suas opiniões sobre vários assuntos, do salário mínimo ao aborto, torna as previsões um desafio para a maioria dos analistas. "Ele está fazendo uma campanha explicitamente voltada a confundir a todos", por isso é tão difícil "mapear" como seria um governo Trump, disse à Folha Julian Zelizer, professor de história e assuntos públicos da Universidade Princeton. "Em algumas áreas, porém, dá para discernir onde ficaria: linha-dura na política migratória, duro com a China –embora não esteja claro o significado prático disso– e com restrições ao livre comércio." Trump já foi a favor do direito ao aborto, hoje é contra. Disse que as mulheres que fazem abortos devem ser punidas, depois voltou atrás. Na reviravolta mais recente, afirmou que "considerava" um possível aumento do salário mínimo, depois de ter dito num debate republicano que o mínimo, há sete anos parado em US$ 7,25 (R$ 25,40) a hora, é "alto demais". PLATAFORMA SUCINTA Ao contrário de seus verborrágicos discursos, a plataforma de Trump disponível em sua página oficial na internet é sucinta e se resume a sete temas. Para efeito de comparação, são 31 os da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, sua provável adversária democrata na eleição presidencial de novembro. Trump mantém na plataforma o jeito superlativo e coloquial dos discursos, como ao defender o direito ao porte de armas apesar do "tremendo" trabalho da polícia. "Nossa proteção pessoal em última instância cabe a nós. É por isso que sou dono de uma arma, é por isso que tenho uma licença", diz. "É uma questão de bom senso." Em alguns pontos, o Trump da internet é mais moderado que o dos palanques. Por exemplo, não há menção alguma à proposta mais controvertida de seus discursos, a de deportar todos os 11 milhões de imigrantes ilegais. Por escrito há mais detalhes do que nos discursos sobre outra promessa polêmica, o muro que ele quer erguer na fronteira do México e mandar a conta para os mexicanos. O governo mexicano já disse que não gastará um centavo no projeto, mas Trump sugere duas possibilidades: bloquear parte das remessas dos imigrantes mexicanos, que em 2015 chegaram a US$ 24 milhões (R$ 84 milhões), a menos que os mexicanos paguem os US$ 10 bilhões (R$ 35 bilhões) para o muro. Trump promete fazer muito, mas pode esbarrar no Congresso. Os republicanos devem manter o controle de pelo menos uma das Casas e não vão deixar o magnata "ir muito longe", disse à Folha Steve Jarding, especialista em políticas públicas da Universidade Harvard. Em outras palavras, a aversão da elite do partido com o bullying político e o estilo centralizador do magnata é tão grande que o movimento "Pare Trump" não recua se ele chegar à Casa Branca. Enquanto isso, já são traçados cenários dos primeiros cem dias do bilionário na Presidência. Na projeção do "The New York Times", ele escolherá um governador ou membro do Congresso para vice e levará os líderes do partido para comer lagostas e fazer as pazes em seu resort na Flórida. Ao fim dos primeiros cem dias, o muro na fronteira com o México estará projetado e o veto à entrada de muçulmanos no país, em vigor. E, no dia da posse, como o próprio Trump antevê, milhares de pessoas estarão protestando em Washington contra ele. Autora de um livro que conta a história do Partido Republicano, Heather Cox Richardson, do Boston College, teme que o discurso populista e nacionalista de Trump desperte forças extremistas e atos de violência. "Donald Trump não vai pessoalmente caçar e matar pessoas. Mas certos grupos entre seus simpatizantes, talvez, sim."
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mundo
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Incoerências dificultam antever como seria Trump na Presidência dos EUAA possibilidade de Donald Trump chegar à Presidência dos EUA deixou de ser piada, mas suas propostas continuam não sendo levadas a sério por especialistas e rivais. Eles apontam as incoerências no discurso que dificultam delinear a plataforma do magnata e dar respostas à questão que se tornou real: como seria um governo Donald Trump? Mestre na autopromoção, o bilionário usou a falta de clareza a seu favor, afirmando que uma das marcas de sua Presidência será a capacidade de ser "imprevisível". Isso, somado ao vaivém em suas opiniões sobre vários assuntos, do salário mínimo ao aborto, torna as previsões um desafio para a maioria dos analistas. "Ele está fazendo uma campanha explicitamente voltada a confundir a todos", por isso é tão difícil "mapear" como seria um governo Trump, disse à Folha Julian Zelizer, professor de história e assuntos públicos da Universidade Princeton. "Em algumas áreas, porém, dá para discernir onde ficaria: linha-dura na política migratória, duro com a China –embora não esteja claro o significado prático disso– e com restrições ao livre comércio." Trump já foi a favor do direito ao aborto, hoje é contra. Disse que as mulheres que fazem abortos devem ser punidas, depois voltou atrás. Na reviravolta mais recente, afirmou que "considerava" um possível aumento do salário mínimo, depois de ter dito num debate republicano que o mínimo, há sete anos parado em US$ 7,25 (R$ 25,40) a hora, é "alto demais". PLATAFORMA SUCINTA Ao contrário de seus verborrágicos discursos, a plataforma de Trump disponível em sua página oficial na internet é sucinta e se resume a sete temas. Para efeito de comparação, são 31 os da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, sua provável adversária democrata na eleição presidencial de novembro. Trump mantém na plataforma o jeito superlativo e coloquial dos discursos, como ao defender o direito ao porte de armas apesar do "tremendo" trabalho da polícia. "Nossa proteção pessoal em última instância cabe a nós. É por isso que sou dono de uma arma, é por isso que tenho uma licença", diz. "É uma questão de bom senso." Em alguns pontos, o Trump da internet é mais moderado que o dos palanques. Por exemplo, não há menção alguma à proposta mais controvertida de seus discursos, a de deportar todos os 11 milhões de imigrantes ilegais. Por escrito há mais detalhes do que nos discursos sobre outra promessa polêmica, o muro que ele quer erguer na fronteira do México e mandar a conta para os mexicanos. O governo mexicano já disse que não gastará um centavo no projeto, mas Trump sugere duas possibilidades: bloquear parte das remessas dos imigrantes mexicanos, que em 2015 chegaram a US$ 24 milhões (R$ 84 milhões), a menos que os mexicanos paguem os US$ 10 bilhões (R$ 35 bilhões) para o muro. Trump promete fazer muito, mas pode esbarrar no Congresso. Os republicanos devem manter o controle de pelo menos uma das Casas e não vão deixar o magnata "ir muito longe", disse à Folha Steve Jarding, especialista em políticas públicas da Universidade Harvard. Em outras palavras, a aversão da elite do partido com o bullying político e o estilo centralizador do magnata é tão grande que o movimento "Pare Trump" não recua se ele chegar à Casa Branca. Enquanto isso, já são traçados cenários dos primeiros cem dias do bilionário na Presidência. Na projeção do "The New York Times", ele escolherá um governador ou membro do Congresso para vice e levará os líderes do partido para comer lagostas e fazer as pazes em seu resort na Flórida. Ao fim dos primeiros cem dias, o muro na fronteira com o México estará projetado e o veto à entrada de muçulmanos no país, em vigor. E, no dia da posse, como o próprio Trump antevê, milhares de pessoas estarão protestando em Washington contra ele. Autora de um livro que conta a história do Partido Republicano, Heather Cox Richardson, do Boston College, teme que o discurso populista e nacionalista de Trump desperte forças extremistas e atos de violência. "Donald Trump não vai pessoalmente caçar e matar pessoas. Mas certos grupos entre seus simpatizantes, talvez, sim."
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Investimento imobiliário e vendas na China aceleram em setembro
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O investimento em setembro no setor imobiliário chinês mostrou o crescimento mais forte desde maio, com o boom da construção, as vendas e os preços contribuindo para a expansão econômica de 6,7% no terceiro trimestre, compensando as exportações fracas. O investimento imobiliário cresceu 7,8% em setembro na comparação com o ano anterior, de acordo com cálculos da Reuters com base em dados divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas nesta quarta-feira (19). Em agosto, o crescimento tinha sido de ante 6,2%. Mas as incorporadoras podem estar ficando mais cautelosas em assumir novos desenvolvimentos, temendo uma queda no ritmo de vendas se o governo adotar mais medidas de aperto para evitar uma bolha imobiliária, dizem analistas. O início de novas construções caiu 19,4% em setembro, sugerindo que a confiança entre os construtores já pode ter começado a esfriar. Mais de 20 cidades adotaram medidas restritivas, incluindo depósitos para hipoteca mais elevados e a proibição imediata de compras da segunda casa, para evitar a compra especulativa que poderia incentivar bolhas de preços. A maioria destas medidas, no entanto, foram implementadas durante os feriados nacionais da China na primeira semana de outubro e ainda não se refletiram nos dados desta quarta-feira. Nos primeiros nove meses do ano, o investimento em propriedades cresceu 5,8%, acelerando em relação aos 5,4% nos oito primeiros meses.
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Investimento imobiliário e vendas na China aceleram em setembroO investimento em setembro no setor imobiliário chinês mostrou o crescimento mais forte desde maio, com o boom da construção, as vendas e os preços contribuindo para a expansão econômica de 6,7% no terceiro trimestre, compensando as exportações fracas. O investimento imobiliário cresceu 7,8% em setembro na comparação com o ano anterior, de acordo com cálculos da Reuters com base em dados divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas nesta quarta-feira (19). Em agosto, o crescimento tinha sido de ante 6,2%. Mas as incorporadoras podem estar ficando mais cautelosas em assumir novos desenvolvimentos, temendo uma queda no ritmo de vendas se o governo adotar mais medidas de aperto para evitar uma bolha imobiliária, dizem analistas. O início de novas construções caiu 19,4% em setembro, sugerindo que a confiança entre os construtores já pode ter começado a esfriar. Mais de 20 cidades adotaram medidas restritivas, incluindo depósitos para hipoteca mais elevados e a proibição imediata de compras da segunda casa, para evitar a compra especulativa que poderia incentivar bolhas de preços. A maioria destas medidas, no entanto, foram implementadas durante os feriados nacionais da China na primeira semana de outubro e ainda não se refletiram nos dados desta quarta-feira. Nos primeiros nove meses do ano, o investimento em propriedades cresceu 5,8%, acelerando em relação aos 5,4% nos oito primeiros meses.
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Leitor diz que falta desenvolvimento para aplicar a matemática à natureza
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Não deixa de ser interessante Hélio Schwartsman (Ilusões Matemáticas) admirar o materialismo de Dehaene e citar Albert Einstein. Era na imaginação que Einstein tinha sua matéria-prima. Seu trabalho era acomodar suas ideias às ferramentas matemáticas disponíveis. O duro é entender a imaginação em termos matemáticos. Mas muito da matemática não é aplicada ou "útil", pois ainda não se alcançou o desenvolvimento técnico necessário para validar as teorias. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor diz que falta desenvolvimento para aplicar a matemática à naturezaNão deixa de ser interessante Hélio Schwartsman (Ilusões Matemáticas) admirar o materialismo de Dehaene e citar Albert Einstein. Era na imaginação que Einstein tinha sua matéria-prima. Seu trabalho era acomodar suas ideias às ferramentas matemáticas disponíveis. O duro é entender a imaginação em termos matemáticos. Mas muito da matemática não é aplicada ou "útil", pois ainda não se alcançou o desenvolvimento técnico necessário para validar as teorias. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Insegurança com salário e emprego é principal frustração
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Nos últimos dois meses, continuou crescendo o grupo que reúne eleitores frustrados com Dilma Rousseff, isto é, aqueles que votaram na petista no segundo turno e que hoje a consideram ruim ou péssima na condução do país. Eram 15% em abril e totalizam agora 20%. Parte de seus eleitores que na ocasião estavam apreensivos ou satisfeitos, passaram agora a reprová-la. O índice recorde de impopularidade a coloca em patamar semelhante ao de Collor em véspera de impeachment e ao de Sarney em final de mandato. E não por acaso, a economia e o desemprego, que há algum tempo não figuravam como problemas primordiais do país, voltam agora a assombrar o imaginário dos brasileiros. Com isso, outro time passa a ocupar o vácuo de liderança política, jogando para a torcida. A desarticulação do governo deixa espaço para que a pauta do Congresso se cole na opinião pública no auge da crise de representação. As inversões de posicionamento da maioria quanto à reeleição e ao voto facultativo ilustram o terreno movediço e sensível sobre o qual o Legislativo age, desprezando o debate e a participação. É revelador, portanto que, em momento econômico tão nebuloso e determinante da opinião pública, muito mais brasileiros tenham ouvido falar de Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer do que de Joaquim Levy. Para reverter o quadro, Dilma teria que reconquistar ao menos parte de seus eleitores, já que o conjunto dos que não a elegeram é extremamente refratário à presidente. A identificação da variável de maior peso na corrosão de sua imagem é fundamental para projetar perspectivas de eventual recuperação. Não há dúvidas de que a economia do país é o fator determinante, mas quais são os vetores econômicos de maior correlação com a curva negativa da petista? Uma análise estatística feita pelo Datafolha indica que as expectativas da população quanto à influência da crise no seu dia a dia explicam mais a evolução da impopularidade da petista do que, por exemplo, o comportamento da taxa real de inflação ou do índice oficial de desemprego. O grau de correlação entre a variação do IPCA acumulado de 12 meses, com a curva de popularidade de Dilma Rousseff ao longo de seu mandato até alcança um escore alto, mas fica bem abaixo da influência exercida pelo pessimismo sobre o poder de compra dos salários e também da expectativa de aumento do desemprego. Aliás, temor tão grande em relação ao desemprego não se vê desde junho de 2001, no segundo mandato de FHC. Esse baixo-astral coletivo deve manter-se enquanto a percepção de risco prevalecer na população. Hoje, líderes políticos, tanto de governo quanto de oposição, mal avaliados mesmo adotando agenda de fácil apelo popular, não conseguirão mudar o quadro até que ao menos parte dessa insegurança se dissipe. Momento crucial será o final de 2015, início de 2016, período em que o plano das percepções costuma deparar-se com a realidade.
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Insegurança com salário e emprego é principal frustraçãoNos últimos dois meses, continuou crescendo o grupo que reúne eleitores frustrados com Dilma Rousseff, isto é, aqueles que votaram na petista no segundo turno e que hoje a consideram ruim ou péssima na condução do país. Eram 15% em abril e totalizam agora 20%. Parte de seus eleitores que na ocasião estavam apreensivos ou satisfeitos, passaram agora a reprová-la. O índice recorde de impopularidade a coloca em patamar semelhante ao de Collor em véspera de impeachment e ao de Sarney em final de mandato. E não por acaso, a economia e o desemprego, que há algum tempo não figuravam como problemas primordiais do país, voltam agora a assombrar o imaginário dos brasileiros. Com isso, outro time passa a ocupar o vácuo de liderança política, jogando para a torcida. A desarticulação do governo deixa espaço para que a pauta do Congresso se cole na opinião pública no auge da crise de representação. As inversões de posicionamento da maioria quanto à reeleição e ao voto facultativo ilustram o terreno movediço e sensível sobre o qual o Legislativo age, desprezando o debate e a participação. É revelador, portanto que, em momento econômico tão nebuloso e determinante da opinião pública, muito mais brasileiros tenham ouvido falar de Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer do que de Joaquim Levy. Para reverter o quadro, Dilma teria que reconquistar ao menos parte de seus eleitores, já que o conjunto dos que não a elegeram é extremamente refratário à presidente. A identificação da variável de maior peso na corrosão de sua imagem é fundamental para projetar perspectivas de eventual recuperação. Não há dúvidas de que a economia do país é o fator determinante, mas quais são os vetores econômicos de maior correlação com a curva negativa da petista? Uma análise estatística feita pelo Datafolha indica que as expectativas da população quanto à influência da crise no seu dia a dia explicam mais a evolução da impopularidade da petista do que, por exemplo, o comportamento da taxa real de inflação ou do índice oficial de desemprego. O grau de correlação entre a variação do IPCA acumulado de 12 meses, com a curva de popularidade de Dilma Rousseff ao longo de seu mandato até alcança um escore alto, mas fica bem abaixo da influência exercida pelo pessimismo sobre o poder de compra dos salários e também da expectativa de aumento do desemprego. Aliás, temor tão grande em relação ao desemprego não se vê desde junho de 2001, no segundo mandato de FHC. Esse baixo-astral coletivo deve manter-se enquanto a percepção de risco prevalecer na população. Hoje, líderes políticos, tanto de governo quanto de oposição, mal avaliados mesmo adotando agenda de fácil apelo popular, não conseguirão mudar o quadro até que ao menos parte dessa insegurança se dissipe. Momento crucial será o final de 2015, início de 2016, período em que o plano das percepções costuma deparar-se com a realidade.
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Estatais federais culpam Dilma por prejuízo das hidrelétricas
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Estatais federais responsabilizam políticas do governo Dilma pelo prejuízo de R$ 20 bilhões com que as usinas hidrelétricas estão arcando, pela crise do sistema de energia. Dentre as críticas está a de que medidas indispensáveis deixaram de ser tomadas pelo Executivo no ano passado devido ao período eleitoral. A Eletrobras, principal estatal do setor, disse que o problema atual das geradoras não se "deve meramente a condições hidrológicas adversas", mas, sim, a decisões dos gestores do sistema —agentes do governo. As críticas foram seguidas por Furnas, Eletronorte e outras estatais geradoras de energia. A argumentação consta de documentos encaminhados à Aneel (agência reguladora do setor) para apresentar sugestões na discussão sobre quem vai pagar a conta pelo prejuízo das empresas quando elas são impedidas de gerar energia para poupar água. Nos documentos, a Eletrobras não aceita a solução apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, que quer que as hidrelétricas assumam um risco maior no futuro por não gerar energia. Em troca, terão o contrato de concessão prorrogado para compensar o prejuízo já existente. Desde 2012, a Eletrobras tem posição interna contrária às intervenções do governo, mas não a expunha. A estatal acumula prejuízos e suas ações despencaram 52% desde 12 de setembro de 2012, quando o governo reformulou o sistema elétrico. "EFEITOS NEFASTOS" Nas críticas, a Eletronorte diz que o governo não tomou medidas necessárias em 2014 por ser período eleitoral: "(...) a despeito da situação excepcional de crise hidrológica por que passa o país, especialmente no ano de 2014 (em pleno período eleitoral), não foram implementadas, pelo governo, as medidas extraordinárias indispensáveis à manutenção do equilíbrio financeiro do contrato celebrado entre as partes." Furnas aponta que há "grande desequilíbrio estrutural no setor", que atinge todos os agentes e produz "efeitos nefastos". A empresa diz que problemas vieram também da falta de leilões de energia e de decisões do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Furnas destaca que, em diversas semanas entre 2014 e 2015, houve alerta para a necessidade de corte de carga (racionamento), mas o ONS não o fez. A Aneel diz que as empresas fizeram "precificação equivocada", defende que o problema é hidrológico, que as empresas não vão ter prejuízo e que os indicadores de racionamento eram fracos. Hidrelétricas conseguiram liminares para não pagar todo o prejuízo pelo deficit na geração. Caso a posição das empresas prevaleça, o consumidor terá que arcar com os R$ 20 bilhões que elas pagaram para outros geradores. O setor termelétrico, que vendeu a energia mais cara, defende que o risco era das hidrelétricas e o consumidor não deve pagar por nada.
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mercado
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Estatais federais culpam Dilma por prejuízo das hidrelétricasEstatais federais responsabilizam políticas do governo Dilma pelo prejuízo de R$ 20 bilhões com que as usinas hidrelétricas estão arcando, pela crise do sistema de energia. Dentre as críticas está a de que medidas indispensáveis deixaram de ser tomadas pelo Executivo no ano passado devido ao período eleitoral. A Eletrobras, principal estatal do setor, disse que o problema atual das geradoras não se "deve meramente a condições hidrológicas adversas", mas, sim, a decisões dos gestores do sistema —agentes do governo. As críticas foram seguidas por Furnas, Eletronorte e outras estatais geradoras de energia. A argumentação consta de documentos encaminhados à Aneel (agência reguladora do setor) para apresentar sugestões na discussão sobre quem vai pagar a conta pelo prejuízo das empresas quando elas são impedidas de gerar energia para poupar água. Nos documentos, a Eletrobras não aceita a solução apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, que quer que as hidrelétricas assumam um risco maior no futuro por não gerar energia. Em troca, terão o contrato de concessão prorrogado para compensar o prejuízo já existente. Desde 2012, a Eletrobras tem posição interna contrária às intervenções do governo, mas não a expunha. A estatal acumula prejuízos e suas ações despencaram 52% desde 12 de setembro de 2012, quando o governo reformulou o sistema elétrico. "EFEITOS NEFASTOS" Nas críticas, a Eletronorte diz que o governo não tomou medidas necessárias em 2014 por ser período eleitoral: "(...) a despeito da situação excepcional de crise hidrológica por que passa o país, especialmente no ano de 2014 (em pleno período eleitoral), não foram implementadas, pelo governo, as medidas extraordinárias indispensáveis à manutenção do equilíbrio financeiro do contrato celebrado entre as partes." Furnas aponta que há "grande desequilíbrio estrutural no setor", que atinge todos os agentes e produz "efeitos nefastos". A empresa diz que problemas vieram também da falta de leilões de energia e de decisões do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Furnas destaca que, em diversas semanas entre 2014 e 2015, houve alerta para a necessidade de corte de carga (racionamento), mas o ONS não o fez. A Aneel diz que as empresas fizeram "precificação equivocada", defende que o problema é hidrológico, que as empresas não vão ter prejuízo e que os indicadores de racionamento eram fracos. Hidrelétricas conseguiram liminares para não pagar todo o prejuízo pelo deficit na geração. Caso a posição das empresas prevaleça, o consumidor terá que arcar com os R$ 20 bilhões que elas pagaram para outros geradores. O setor termelétrico, que vendeu a energia mais cara, defende que o risco era das hidrelétricas e o consumidor não deve pagar por nada.
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Fashion truck
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Protagonistas ou coadjuvantes, vovôs e vovós costumam imprimir nos currículos da vida, com histórias que atravessam gerações, uma boa dose de sabedoria. Na família Machado, isso não foi diferente. As irmãs Camila (à esq.) e Jessica lembram-se com carinho da infância, quando a criançada interrompia a brincadeira só para apreciar a destreza de dona Ana ao pilotar sua velha, mas eficiente, máquina de costura em meio a agulhas de variados tamanhos, carretéis de linha de todas as cores, fitas, sianinhas, dedais e uma infinidade de botões de diferentes formatos e materiais. Vovó Ana Vieira Machado (1925-2014) não tinha pressa para nada. Para ela, costurar era mais que um simples ofício. Era uma arte, levasse o tempo que fosse. Tirava as medidas de Camila, nove anos mais velha que a irmã, mas, quando o vestidinho estava pronto, a peça caía como uma luva na garotinha mais nova. Vitrinista de uma famosa loja de roupa masculina, o avô, Luís, saboreava jogar-se no sofá e apreciar as netinhas desfilando com as criações elaboradas por sua mulher. Camila, 32, sempre manteve vivo na memória o movimento quase orquestrado das mãos da avó. Aos oito anos, anunciou à família que queria dar continuidade, entre os Machados, ao segmento de corte e costura. Na adolescência, desencanou das agulhas e partiu para um curso de engenharia, mas desistiu de seguir a carreira. Estudou moda e agora, ao lado da irmãzinha que "lhe roubava os vestidos", montou o Achado Trailer, loja sobre rodas que trafega pelas ruas com uma coleção feminina de 40 modelos criados por Camila. São vestidos, saias e blusas, com preços que variam de R$ 40 a R$ 90, além de óculos, cintos e anéis. No segundo sábado do mês, o trailer americano ano 1982, puxado por uma Pajero Sport, estaciona em frente ao número 259 da rua Aspicuelta, na Vila Madalena. Saiba mais em www.achadotrailer.com.br. Vale lembrar que o "fashion truck" não é itinerante: as meninas só param onde são convidadas. Acostumadas a dirigir carros pequeninos, de motor 1.0, seu maior desafio é estacionar o trailer, que pesa cerca de duas toneladas. Nessas horas, a tática é simples: elas respiram fundo, memorizam o movimento lento e preciso da agulha nas mãos de dona Ana alinhavando giros pelo ar e repetem o mantra que aprenderam com a sábia vovó: com perseverança e paciência é que se chega a qualquer lugar. - NÃO QUERO NEM COMO VIZINHO "A Sandy! Ela seria favorável à reforma do prédio sem ter consciência de quanto nos custaria, como fez ao aprovar uma banda sem entender o que os caras cantaram no 'Superstar', programa do qual é jurada. Fora que deve ser um saco cruzar com alguém com um vocabulário que se limita a palavras como 'adorei', 'demais' e 'sensacional'. Saudade de Ivete!" Beatriz Souza, 18, estudante. Tucuruvi - DIA DE DOMINGO Michelle Abu-Chacra, 36, cantora e multi-instrumentista. Vila Sônia MANHÃ Gosto de acordar cedo e passear com os meus cães, Zezo e Fulê. Depois, caio na ciclovia que tem aqui na avenida Eliseu de Almeida, na zona sul da cidade. Dou um rolé até a USP e passo na raia onde tem clube de remo. O "visu" é demais! TARDE Gosto de me dedicar a um dos meus hobbies preferidos: cozinhar, juntar os amigos, ouvir ou fazer um bom som. Se sobrar ainda algum tempo, curto visitar boas exposições de arte (indico a Casa de Vidro da Lina Bo Bardi) ou ir ao cinema, de preferência, na região da Paulista e Augusta, onde encontro filmes alternativos. NOITE Sempre busco os eventos que começam à tarde e, por isso, acabam mais cedo, como os shows que costumam ser realizados nos parques Villa-Lobos e Ibirapuera. Assim, sobra um tempinho para descansar e começar a semana com pique total. - MEU LOOK É ASSIM... ... "Clássico, inspirado na bossa nova de 1958, com alguns elementos do 'grunge' e do 'indie'." Ale Vanzella, 31, cantor, compositor e instrumentista. Moema
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colunas
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Fashion truckProtagonistas ou coadjuvantes, vovôs e vovós costumam imprimir nos currículos da vida, com histórias que atravessam gerações, uma boa dose de sabedoria. Na família Machado, isso não foi diferente. As irmãs Camila (à esq.) e Jessica lembram-se com carinho da infância, quando a criançada interrompia a brincadeira só para apreciar a destreza de dona Ana ao pilotar sua velha, mas eficiente, máquina de costura em meio a agulhas de variados tamanhos, carretéis de linha de todas as cores, fitas, sianinhas, dedais e uma infinidade de botões de diferentes formatos e materiais. Vovó Ana Vieira Machado (1925-2014) não tinha pressa para nada. Para ela, costurar era mais que um simples ofício. Era uma arte, levasse o tempo que fosse. Tirava as medidas de Camila, nove anos mais velha que a irmã, mas, quando o vestidinho estava pronto, a peça caía como uma luva na garotinha mais nova. Vitrinista de uma famosa loja de roupa masculina, o avô, Luís, saboreava jogar-se no sofá e apreciar as netinhas desfilando com as criações elaboradas por sua mulher. Camila, 32, sempre manteve vivo na memória o movimento quase orquestrado das mãos da avó. Aos oito anos, anunciou à família que queria dar continuidade, entre os Machados, ao segmento de corte e costura. Na adolescência, desencanou das agulhas e partiu para um curso de engenharia, mas desistiu de seguir a carreira. Estudou moda e agora, ao lado da irmãzinha que "lhe roubava os vestidos", montou o Achado Trailer, loja sobre rodas que trafega pelas ruas com uma coleção feminina de 40 modelos criados por Camila. São vestidos, saias e blusas, com preços que variam de R$ 40 a R$ 90, além de óculos, cintos e anéis. No segundo sábado do mês, o trailer americano ano 1982, puxado por uma Pajero Sport, estaciona em frente ao número 259 da rua Aspicuelta, na Vila Madalena. Saiba mais em www.achadotrailer.com.br. Vale lembrar que o "fashion truck" não é itinerante: as meninas só param onde são convidadas. Acostumadas a dirigir carros pequeninos, de motor 1.0, seu maior desafio é estacionar o trailer, que pesa cerca de duas toneladas. Nessas horas, a tática é simples: elas respiram fundo, memorizam o movimento lento e preciso da agulha nas mãos de dona Ana alinhavando giros pelo ar e repetem o mantra que aprenderam com a sábia vovó: com perseverança e paciência é que se chega a qualquer lugar. - NÃO QUERO NEM COMO VIZINHO "A Sandy! Ela seria favorável à reforma do prédio sem ter consciência de quanto nos custaria, como fez ao aprovar uma banda sem entender o que os caras cantaram no 'Superstar', programa do qual é jurada. Fora que deve ser um saco cruzar com alguém com um vocabulário que se limita a palavras como 'adorei', 'demais' e 'sensacional'. Saudade de Ivete!" Beatriz Souza, 18, estudante. Tucuruvi - DIA DE DOMINGO Michelle Abu-Chacra, 36, cantora e multi-instrumentista. Vila Sônia MANHÃ Gosto de acordar cedo e passear com os meus cães, Zezo e Fulê. Depois, caio na ciclovia que tem aqui na avenida Eliseu de Almeida, na zona sul da cidade. Dou um rolé até a USP e passo na raia onde tem clube de remo. O "visu" é demais! TARDE Gosto de me dedicar a um dos meus hobbies preferidos: cozinhar, juntar os amigos, ouvir ou fazer um bom som. Se sobrar ainda algum tempo, curto visitar boas exposições de arte (indico a Casa de Vidro da Lina Bo Bardi) ou ir ao cinema, de preferência, na região da Paulista e Augusta, onde encontro filmes alternativos. NOITE Sempre busco os eventos que começam à tarde e, por isso, acabam mais cedo, como os shows que costumam ser realizados nos parques Villa-Lobos e Ibirapuera. Assim, sobra um tempinho para descansar e começar a semana com pique total. - MEU LOOK É ASSIM... ... "Clássico, inspirado na bossa nova de 1958, com alguns elementos do 'grunge' e do 'indie'." Ale Vanzella, 31, cantor, compositor e instrumentista. Moema
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Mulher de Netanyahu pode ser indiciada sob suspeita de corrupção
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O procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, considera indiciar a mulher do premiê Binyamin Netanyahu, Sara, sob suspeita de usar recursos públicos para pagar US$ 100 mil a um buffet que fez jantares particulares para a família. O comunicado do Ministério da Justiça, divulgado nesta sexta-feira (8), informa que Sara pode ser processada por delitos que incluem suborno, fraude e violação de confiança. O possível indiciamento é mais um embaraço para o premiê, que é alvo ele mesmo de acusações de corrupção. Em texto publicado em sua página oficial no Facebook, o primeiro-ministro afirma que as suspeitas contra Sara são "absurdas" e que as acusações "vão evaporar na audiência", na qual Sara será ouvida.
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mundo
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Mulher de Netanyahu pode ser indiciada sob suspeita de corrupçãoO procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, considera indiciar a mulher do premiê Binyamin Netanyahu, Sara, sob suspeita de usar recursos públicos para pagar US$ 100 mil a um buffet que fez jantares particulares para a família. O comunicado do Ministério da Justiça, divulgado nesta sexta-feira (8), informa que Sara pode ser processada por delitos que incluem suborno, fraude e violação de confiança. O possível indiciamento é mais um embaraço para o premiê, que é alvo ele mesmo de acusações de corrupção. Em texto publicado em sua página oficial no Facebook, o primeiro-ministro afirma que as suspeitas contra Sara são "absurdas" e que as acusações "vão evaporar na audiência", na qual Sara será ouvida.
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Kim Gordon, antilíder do Sonic Youth, fala sobre a banda e separações
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Kim Gordon conhece bem a sua reputação. "Distante, impassível ou remota", ela escreve em seu livro de memórias. "Opaca ou misteriosa ou enigmática, ou mesmo fria". Mas em lugar de desmitificar a personagem que construiu durante seus 30 anos como antilíder do Sonic Youth, Gordon espera apresentar um relato mais tridimensional sobre si mesma em seu livro, "Girl in a Band", que sai nos Estados Unidos pela Dev Dey Street Books, divisão da editora HarperCollins. "As pessoas em geral só projetam as coisas delas em você - elas não me conhecem de verdade", diz Gordon durante um café da manhã em Brooklyn. "Minha sensação era a de que estava guardando tudo isso. Retendo os fatos para falar deles na hora certa". Mas o livro não é uma biografia reveladora típica. "Pensei em colocar um alerta no começo - 'sem sexo, drogas ou rock'n'roll'", ela prosseguiu, falando em voz quase inaudível e deixando suas frases como que interminadas, ainda que estivesse expressando ideias completas e nas quais ela aparentava ter plena confiança. "Sou uma pessoa de entrelinhas". "Girl in a Band" começa e termina com uma separação - duas na verdade: o fim simultâneo do Sonic Youth e de seu casamento de 27 anos com Thurston Moore, com quem ela criou a banda em 1981. Mas as revelações acusatórias param por aí. O resto das memórias, como o olhar felino e indecifrável e a voz monótona de Gordon, é minimalista e seco, quase monossilábico, revelador em breves momentos oníricos mas cuidadosamente calculado para evitar exposição excessiva. O texto não traz momentos embaraçosos. Gordon, que nos anos 90 era emblematicamente cool, poderia ser acusada de exibicionismo por conta dos muitos nomes que cita como amigos, se as conexões entre ela e as pessoas em questão não fossem tão naturais: o compositor Danny Elfman foi seu namorado no segundo grau; Kurt Cobain era fã da banda e grande amigo dela; e Gordon descreve com singeleza a ocasião em que sua filha conheceu o escritor William Burroughs, durante uma turnê do Sonic Youth. Os relacionamentos de Gordon também transcenderam a música. Depois que o Sonic Youth assinou com uma grande gravadora, seguido logo depois pelo Nirvana, ela ajudou a lançar as carreiras da atriz Chloë Sevigny, que estreou no vídeo de "Sugar Kane" (em companhia da infame coleção grunge do estilista Marc Jacobs), e de Sofia Coppola, que organizou um desfile para a X-Girl, a grife de moda de Gordon. No ano passado, ela interpretou uma paciente de reabilitação na série "Girls", da HBO. A decisão de registrar tudo isso por escrito foi mais prática que artística. Gordon, 61, está solteira, sua filha está na universidade e ela conta com uma geração de fãs presumivelmente dispostos a segui-la na próxima fase de sua vida. Gordon diz que o livro é um jeito de "abrir outras oportunidades de encontrar maneiras de me sustentar, para ser bem honesta". Depois de décadas de exploração de dissonâncias no rock indie e de trabalhos experimentais de arte visual, ela acrescenta, "Girl in a Band" é "a coisa mais convencional que já fiz". Também é uma tentativa de definir seu legado fora do Sonic Youth. David Kendall, ex-apresentador do programa "120 Minutes", da MTV, um dos defensores da banda, diz que Gordon "não precisa projetar um personagem forte ou mensagem de marketing" e "pode só ser ela mesma". Como estrela do rock bem aceita no mundo da arte, ela mostra às mulheres que "não existe necessidade de que se vendam como objetos sexuais", ele diz, ou de que "fiquem escondidas no fundo do palco". Mas já que o trabalho que define Gordon está tão ligado ao de Moore, Carrie Thornton, editora executiva da Dey Street Books, diz ter proposto o projeto a ela da seguinte forma: "Melhor que você conte a história do que esperar que alguém a conte por você, e não o faça muito bem". Um modelo possível era "Just Kids", de Patti Smith, que se tornou best seller e ganhou um National Book Award na categoria não ficção. Memórias de roqueiras, diz Thornton, "tendem a ser mais relacionais - certamente, no caso de Kim e Patti, existe um senso de relação para com o tempo e espaço". Mas para Gordon, "Just Kids" - uma carta de amor à Nova York boemia e ao artista Robert Mapplethorpe - é uma história muito diferente da sua. E, de qualquer forma, "não li o livro", ela diz. Quanto às suas memórias, ela afirma que "eu não queria que fossem românticas". Isso se aplicava tanto a lugares quanto a pessoas. "Escrever sobre Nova York é difícil" - assim começa o capítulo no qual fala de como conheceu Moore. "Isso acontece porque, sabendo o que sei agora, fica difícil escrever sobre uma história de amor quando tenho um coração partido". Mas o livro não teria existido sem o divórcio de Gordon, que segundo ela foi causado por um caso entre Moore e uma mulher mais nova, história que as duas partes discutiram na mídia. "Quando algo assim acontece, você começa a recuar e examinar sua vida toda", ela diz. "Como cheguei onde estou?" A resposta começa em Los Angeles, onde Kim Gordon cresceu e escreveu boa parte do livro. Ela descreve amorosamente os seus pais, simpatizantes dos beatniks, mas seu relacionamento com o irmão, Keller, que sofre de esquizofrenia, é o espectro que pende sobre suas lembranças. Sua timidez, por exemplo, vem de "anos de zombaria" de Keller "por qualquer sentimento que eu expressasse", escreve Gordon. O relacionamento negativo entre irmão e irmã a faz buscar "personalidades fortes" em seus mentores masculinos, ela diz, o que a levou a Moore. Nenhum dos homens mais importantes na vida de Gordon leu o livro. "Por motivos óbvios, não o mostrei a Thurston", diz. "Agora estou oficialmente divorciada - é recente. O que quer dizer que isso não importa". Ela acrescenta que "ele talvez escreva seu livro. Realmente não me interessa". (Moore, por intermédio de seus representantes, se recusou a comentar para este artigo.) No livro, o Sonic Youth parece quase uma nota de pé de página. Banda essencial para uma geração na qual a vanguarda e o rock comercial nem sempre conviveram confortavelmente, "o grupo deu forma à minha vida e a quem sou, e por isso seria tolo não escrever sobre ele", diz Gordon. Mas a seção intermediária do livro, na qual ela decodifica suas letras e vida como instrumentista em turnê, parece quase perfunctória. "Eu poderia ter escrito mais sobre isso, mas meio que me entediei", ela diz. "Não queria que o livro passasse a ser sobre o Sonic Youth". Agora, além da escrita e de seu trabalho com uma nova banda, a gutural Body/Head, Gordon retomou seu esforço nas artes visuais. Uma exposição agendada para a 303 Gallery, em Manhattan, explorará a forma pela qual "Nova York foi embelezada para atrair compradores estrangeiros de apartamentos". Além do trabalho, há a reconstrução da vida pessoal. Gordon fala fanaticamente de televisão - ela assiste as séries "The Good Wife", "Scandal" e "The Affair", ainda que tenha dito que aqueles adultérios todos sejam pura coincidência - e voltou a namorar. "Acho mais fácil conhecer caras solteiros em Los Angeles", ela diz. Também planeja vender a casa em Northampton, Massachusetts, em que vivia com Moore e Coco, a filha do casal, desde 1999. Gordon talvez passe a dividir seu tempo entre a costa oeste e Nova York - possivelmente em um pequeno apartamento em Brooklyn com seus dois cachorros. "Por algum tempo, fiquei preocupada com a solidão", diz Gordon. "Agora, estou realmente curtindo a liberdade". Tradução de PAULO MIGLIACCI.
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ilustrissima
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Kim Gordon, antilíder do Sonic Youth, fala sobre a banda e separaçõesKim Gordon conhece bem a sua reputação. "Distante, impassível ou remota", ela escreve em seu livro de memórias. "Opaca ou misteriosa ou enigmática, ou mesmo fria". Mas em lugar de desmitificar a personagem que construiu durante seus 30 anos como antilíder do Sonic Youth, Gordon espera apresentar um relato mais tridimensional sobre si mesma em seu livro, "Girl in a Band", que sai nos Estados Unidos pela Dev Dey Street Books, divisão da editora HarperCollins. "As pessoas em geral só projetam as coisas delas em você - elas não me conhecem de verdade", diz Gordon durante um café da manhã em Brooklyn. "Minha sensação era a de que estava guardando tudo isso. Retendo os fatos para falar deles na hora certa". Mas o livro não é uma biografia reveladora típica. "Pensei em colocar um alerta no começo - 'sem sexo, drogas ou rock'n'roll'", ela prosseguiu, falando em voz quase inaudível e deixando suas frases como que interminadas, ainda que estivesse expressando ideias completas e nas quais ela aparentava ter plena confiança. "Sou uma pessoa de entrelinhas". "Girl in a Band" começa e termina com uma separação - duas na verdade: o fim simultâneo do Sonic Youth e de seu casamento de 27 anos com Thurston Moore, com quem ela criou a banda em 1981. Mas as revelações acusatórias param por aí. O resto das memórias, como o olhar felino e indecifrável e a voz monótona de Gordon, é minimalista e seco, quase monossilábico, revelador em breves momentos oníricos mas cuidadosamente calculado para evitar exposição excessiva. O texto não traz momentos embaraçosos. Gordon, que nos anos 90 era emblematicamente cool, poderia ser acusada de exibicionismo por conta dos muitos nomes que cita como amigos, se as conexões entre ela e as pessoas em questão não fossem tão naturais: o compositor Danny Elfman foi seu namorado no segundo grau; Kurt Cobain era fã da banda e grande amigo dela; e Gordon descreve com singeleza a ocasião em que sua filha conheceu o escritor William Burroughs, durante uma turnê do Sonic Youth. Os relacionamentos de Gordon também transcenderam a música. Depois que o Sonic Youth assinou com uma grande gravadora, seguido logo depois pelo Nirvana, ela ajudou a lançar as carreiras da atriz Chloë Sevigny, que estreou no vídeo de "Sugar Kane" (em companhia da infame coleção grunge do estilista Marc Jacobs), e de Sofia Coppola, que organizou um desfile para a X-Girl, a grife de moda de Gordon. No ano passado, ela interpretou uma paciente de reabilitação na série "Girls", da HBO. A decisão de registrar tudo isso por escrito foi mais prática que artística. Gordon, 61, está solteira, sua filha está na universidade e ela conta com uma geração de fãs presumivelmente dispostos a segui-la na próxima fase de sua vida. Gordon diz que o livro é um jeito de "abrir outras oportunidades de encontrar maneiras de me sustentar, para ser bem honesta". Depois de décadas de exploração de dissonâncias no rock indie e de trabalhos experimentais de arte visual, ela acrescenta, "Girl in a Band" é "a coisa mais convencional que já fiz". Também é uma tentativa de definir seu legado fora do Sonic Youth. David Kendall, ex-apresentador do programa "120 Minutes", da MTV, um dos defensores da banda, diz que Gordon "não precisa projetar um personagem forte ou mensagem de marketing" e "pode só ser ela mesma". Como estrela do rock bem aceita no mundo da arte, ela mostra às mulheres que "não existe necessidade de que se vendam como objetos sexuais", ele diz, ou de que "fiquem escondidas no fundo do palco". Mas já que o trabalho que define Gordon está tão ligado ao de Moore, Carrie Thornton, editora executiva da Dey Street Books, diz ter proposto o projeto a ela da seguinte forma: "Melhor que você conte a história do que esperar que alguém a conte por você, e não o faça muito bem". Um modelo possível era "Just Kids", de Patti Smith, que se tornou best seller e ganhou um National Book Award na categoria não ficção. Memórias de roqueiras, diz Thornton, "tendem a ser mais relacionais - certamente, no caso de Kim e Patti, existe um senso de relação para com o tempo e espaço". Mas para Gordon, "Just Kids" - uma carta de amor à Nova York boemia e ao artista Robert Mapplethorpe - é uma história muito diferente da sua. E, de qualquer forma, "não li o livro", ela diz. Quanto às suas memórias, ela afirma que "eu não queria que fossem românticas". Isso se aplicava tanto a lugares quanto a pessoas. "Escrever sobre Nova York é difícil" - assim começa o capítulo no qual fala de como conheceu Moore. "Isso acontece porque, sabendo o que sei agora, fica difícil escrever sobre uma história de amor quando tenho um coração partido". Mas o livro não teria existido sem o divórcio de Gordon, que segundo ela foi causado por um caso entre Moore e uma mulher mais nova, história que as duas partes discutiram na mídia. "Quando algo assim acontece, você começa a recuar e examinar sua vida toda", ela diz. "Como cheguei onde estou?" A resposta começa em Los Angeles, onde Kim Gordon cresceu e escreveu boa parte do livro. Ela descreve amorosamente os seus pais, simpatizantes dos beatniks, mas seu relacionamento com o irmão, Keller, que sofre de esquizofrenia, é o espectro que pende sobre suas lembranças. Sua timidez, por exemplo, vem de "anos de zombaria" de Keller "por qualquer sentimento que eu expressasse", escreve Gordon. O relacionamento negativo entre irmão e irmã a faz buscar "personalidades fortes" em seus mentores masculinos, ela diz, o que a levou a Moore. Nenhum dos homens mais importantes na vida de Gordon leu o livro. "Por motivos óbvios, não o mostrei a Thurston", diz. "Agora estou oficialmente divorciada - é recente. O que quer dizer que isso não importa". Ela acrescenta que "ele talvez escreva seu livro. Realmente não me interessa". (Moore, por intermédio de seus representantes, se recusou a comentar para este artigo.) No livro, o Sonic Youth parece quase uma nota de pé de página. Banda essencial para uma geração na qual a vanguarda e o rock comercial nem sempre conviveram confortavelmente, "o grupo deu forma à minha vida e a quem sou, e por isso seria tolo não escrever sobre ele", diz Gordon. Mas a seção intermediária do livro, na qual ela decodifica suas letras e vida como instrumentista em turnê, parece quase perfunctória. "Eu poderia ter escrito mais sobre isso, mas meio que me entediei", ela diz. "Não queria que o livro passasse a ser sobre o Sonic Youth". Agora, além da escrita e de seu trabalho com uma nova banda, a gutural Body/Head, Gordon retomou seu esforço nas artes visuais. Uma exposição agendada para a 303 Gallery, em Manhattan, explorará a forma pela qual "Nova York foi embelezada para atrair compradores estrangeiros de apartamentos". Além do trabalho, há a reconstrução da vida pessoal. Gordon fala fanaticamente de televisão - ela assiste as séries "The Good Wife", "Scandal" e "The Affair", ainda que tenha dito que aqueles adultérios todos sejam pura coincidência - e voltou a namorar. "Acho mais fácil conhecer caras solteiros em Los Angeles", ela diz. Também planeja vender a casa em Northampton, Massachusetts, em que vivia com Moore e Coco, a filha do casal, desde 1999. Gordon talvez passe a dividir seu tempo entre a costa oeste e Nova York - possivelmente em um pequeno apartamento em Brooklyn com seus dois cachorros. "Por algum tempo, fiquei preocupada com a solidão", diz Gordon. "Agora, estou realmente curtindo a liberdade". Tradução de PAULO MIGLIACCI.
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Cansada de voto inútil, Grécia volta à urna
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Cansados de ver seus votos se revelarem inúteis, os gregos voltam às urnas neste domingo (20) divididos em partes praticamente iguais —e pequenas— entre o esquerdista Syriza, atualmente no governo, e a conservadora Nova Democracia, que antecedeu o Syriza. Todas as pesquisas do mês revelam um quadro similar: a diferença, sempre a favor do Syriza, oscila entre 0,1 ponto percentual e 1 ponto percentual —em qualquer caso, empate se considerada a margem de erro. Os gregos votaram em janeiro e elegeram o Syriza, até então partido marginal, por sua plataforma contra a austeridade imposta desde 2010 e que conduziu o país a um retrocesso inédito em situações de paz: a economia caiu 27% no período. O problema é que votar no Syriza não adiantou nada: os credores não permitiram que a coalizão de esquerda implementasse seu programa. Consequência: Alexis Tsipras, seu líder, convocou um plebiscito em julho, que lhe deu forte respaldo contra as exigências reiteradas pelos credores. Tampouco adiantou: Tsipras preferiu render-se, para evitar que a Grécia fosse expulsa do euro uma tragédia, segundo ele, maior do que implantar mais austeridade em troca de mais auxílio, agora na imponente altura de € 86 bilhões. Diante da inutilidade de votar para mudar as coisas, é natural que os gregos estejam desiludidos e sem entusiasmo pelo novo pleito: algumas pesquisas indicam tendência de abstenção de até 25% do eleitorado, não muito menos do que a porcentagem dos que apontam preferência ou pelo Syriza ou pela Nova Democracia. E 73% se declaram insatisfeitos com as propostas dos partidos e porcentagem superior (78%) acha muito negativa a qualidade do debate político. Fácil de entender este último número: não há o que escolher na eleição de domingo, a não ser que partido gerenciará um programa de ajuste decidido pelos credores e já em execução, gostem os votantes ou não. A menos, é claro, que os gregos resolvam votar pelos poucos e minoritários grupos que são contra o ajuste, caso da recém-criada Unidade Popular, uma dissidência pela esquerda do Syriza. A decisão talvez acabe se dando apenas pelo confronto de personalidades, ou seja, no debate cara a cara desta noite entre Tsipras e o líder da ND, Evangelos Meimarakis.
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colunas
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Cansada de voto inútil, Grécia volta à urnaCansados de ver seus votos se revelarem inúteis, os gregos voltam às urnas neste domingo (20) divididos em partes praticamente iguais —e pequenas— entre o esquerdista Syriza, atualmente no governo, e a conservadora Nova Democracia, que antecedeu o Syriza. Todas as pesquisas do mês revelam um quadro similar: a diferença, sempre a favor do Syriza, oscila entre 0,1 ponto percentual e 1 ponto percentual —em qualquer caso, empate se considerada a margem de erro. Os gregos votaram em janeiro e elegeram o Syriza, até então partido marginal, por sua plataforma contra a austeridade imposta desde 2010 e que conduziu o país a um retrocesso inédito em situações de paz: a economia caiu 27% no período. O problema é que votar no Syriza não adiantou nada: os credores não permitiram que a coalizão de esquerda implementasse seu programa. Consequência: Alexis Tsipras, seu líder, convocou um plebiscito em julho, que lhe deu forte respaldo contra as exigências reiteradas pelos credores. Tampouco adiantou: Tsipras preferiu render-se, para evitar que a Grécia fosse expulsa do euro uma tragédia, segundo ele, maior do que implantar mais austeridade em troca de mais auxílio, agora na imponente altura de € 86 bilhões. Diante da inutilidade de votar para mudar as coisas, é natural que os gregos estejam desiludidos e sem entusiasmo pelo novo pleito: algumas pesquisas indicam tendência de abstenção de até 25% do eleitorado, não muito menos do que a porcentagem dos que apontam preferência ou pelo Syriza ou pela Nova Democracia. E 73% se declaram insatisfeitos com as propostas dos partidos e porcentagem superior (78%) acha muito negativa a qualidade do debate político. Fácil de entender este último número: não há o que escolher na eleição de domingo, a não ser que partido gerenciará um programa de ajuste decidido pelos credores e já em execução, gostem os votantes ou não. A menos, é claro, que os gregos resolvam votar pelos poucos e minoritários grupos que são contra o ajuste, caso da recém-criada Unidade Popular, uma dissidência pela esquerda do Syriza. A decisão talvez acabe se dando apenas pelo confronto de personalidades, ou seja, no debate cara a cara desta noite entre Tsipras e o líder da ND, Evangelos Meimarakis.
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Empresas renegociam dívidas com fisco e deixam programa sem pagar
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Duas em cada dez grandes empresas brasileiras já recorreram pelo menos três vezes a programas especiais de parcelamento para pagar impostos atrasados, desde o início da década passada. A maioria delas pulou de um programa para outro, sem nunca terminar de pagar suas dívidas. As conclusões são da Receita Federal, com base em informações de 10 mil companhias que estão sendo acompanhadas mais de perto neste ano —grandes empresas são as que faturam mais de R$ 60 milhões por ano. Os números revelam como os frequentes parcelamentos têm falhado no objetivo de recuperar recursos para os cofres públicos e contribuído, na verdade, para alimentar a inadimplência no pagamento de impostos, que já é alta devido à elevada carga tributária do país, dizem especialistas. CALOTE NA DÍVIDA - Desistência de empresas em programas de parcelamento de débitos com a Receita chega a 90% Apesar disso, por causa da recessão econômica, o setor produtivo tem defendido o lançamento de novo refinanciamento para tributos atrasados. A Receita é contra. Desde 2000, o governo e o Congresso já criaram mais de 30 programas desse tipo, comumente chamados de Refis, nome do primeiro deles. Para atrair as empresas, são oferecidos descontos nos valores dos encargos devidos-de 20% a 100% —e a opção de um longo prazo para a quitação do débito (até 180 meses). REFIS DA COPA O parcelamento mais recente, batizado de Refis da Copa por ter sido lançado em 2014, atraiu 326 mil contribuintes. Mais da metade dos devedores, no entanto, já desistiu do programa.Dos 326 mil, 127 mil abandonaram o parcelamento especial rapidamente. Outros 55 mil saíram quando foram informados, em julho, sobre o valor de uma parcela extra que teriam de pagar se quisessem continuar no programa. O montante só foi informado agora porque o fisco demora para calcular a prestação de cada contribuinte. Enquanto isso não ocorre, eles pagam de acordo com cálculos próprios. Se houver diferença entre esse valor e o que a Receita considera correto, o fisco cobra o saldo depois. Com a elevada desistência, a dívida atrasada a ser refinanciada caiu de R$ 395 bilhões, no início do programa, para R$ 59 bilhões. Esse valor ainda pode diminuir mais. VALORES ENVOLVIDOS EM CADA PROGRAMA - Em R$ bilhões Isso porque a inadimplência nesses programas é alta. Segundo cálculos da Receita Federal, com base nos números dos quatro maiores programas lançados até 2009, 54% dos contribuintes que aderiram foram excluídos após terem dado calote em três prestações consecutivas. Apesar da arrecadação muito menor do que o esperado, a receita com os maiores parcelamentos, que atraíram centenas de milhares de contribuintes, passou de R$ 2,8 bilhões em 2000 para R$ 22,2 bilhões em 2015. O aumento de 690% é quatro vezes maior que a expansão, no mesmo período, da arrecadação total dos tributos administrados pela Receita, que atingiu quase R$ 1,2 trilhão em 2015. Isso sugere que os parcelamentos também têm apelo para o governo. CULTURA DO REFIS Para especialistas, a alta dependência dos parcelamentos tributários especiais sugere a existência de uma espécie de cultura do Refis no Brasil. Embora concordem com esse diagnóstico, o fisco e o setor produtivo discordam sobre as causas do problema. Segundo João Paulo Martins da Silva, coordenador-geral de arrecadação e cobrança da Receita, o lançamento muito frequente de parcelamentos especiais "tem deseducado o contribuinte". ARRECADAÇÃO COM PARCELAMENTO DE DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS DISPARA NOS ÚLTIMOS ANOS - Em R$ bilhões, a preços de 2015 "A maioria das empresas não entra [nos programas] com a intenção de pagar até o fim, mas só para regularizar temporariamente sua situação e esperar pelo próximo parcelamento", diz Silva. Flávio Castelo Branco, gerente de política econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), nega que as empresas escolham deliberadamente suspender os pagamentos de um parcelamento para esperar outro. "Não é uma questão de escolha. As empresas param de pagar porque passam a ter problemas de caixa", diz ele.Castelo Branco ressalta que, quando ficam inadimplentes com o fisco, as empresas sofrem consequências, como a impossibilidade de participar de concorrências públicas.
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mercado
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Empresas renegociam dívidas com fisco e deixam programa sem pagarDuas em cada dez grandes empresas brasileiras já recorreram pelo menos três vezes a programas especiais de parcelamento para pagar impostos atrasados, desde o início da década passada. A maioria delas pulou de um programa para outro, sem nunca terminar de pagar suas dívidas. As conclusões são da Receita Federal, com base em informações de 10 mil companhias que estão sendo acompanhadas mais de perto neste ano —grandes empresas são as que faturam mais de R$ 60 milhões por ano. Os números revelam como os frequentes parcelamentos têm falhado no objetivo de recuperar recursos para os cofres públicos e contribuído, na verdade, para alimentar a inadimplência no pagamento de impostos, que já é alta devido à elevada carga tributária do país, dizem especialistas. CALOTE NA DÍVIDA - Desistência de empresas em programas de parcelamento de débitos com a Receita chega a 90% Apesar disso, por causa da recessão econômica, o setor produtivo tem defendido o lançamento de novo refinanciamento para tributos atrasados. A Receita é contra. Desde 2000, o governo e o Congresso já criaram mais de 30 programas desse tipo, comumente chamados de Refis, nome do primeiro deles. Para atrair as empresas, são oferecidos descontos nos valores dos encargos devidos-de 20% a 100% —e a opção de um longo prazo para a quitação do débito (até 180 meses). REFIS DA COPA O parcelamento mais recente, batizado de Refis da Copa por ter sido lançado em 2014, atraiu 326 mil contribuintes. Mais da metade dos devedores, no entanto, já desistiu do programa.Dos 326 mil, 127 mil abandonaram o parcelamento especial rapidamente. Outros 55 mil saíram quando foram informados, em julho, sobre o valor de uma parcela extra que teriam de pagar se quisessem continuar no programa. O montante só foi informado agora porque o fisco demora para calcular a prestação de cada contribuinte. Enquanto isso não ocorre, eles pagam de acordo com cálculos próprios. Se houver diferença entre esse valor e o que a Receita considera correto, o fisco cobra o saldo depois. Com a elevada desistência, a dívida atrasada a ser refinanciada caiu de R$ 395 bilhões, no início do programa, para R$ 59 bilhões. Esse valor ainda pode diminuir mais. VALORES ENVOLVIDOS EM CADA PROGRAMA - Em R$ bilhões Isso porque a inadimplência nesses programas é alta. Segundo cálculos da Receita Federal, com base nos números dos quatro maiores programas lançados até 2009, 54% dos contribuintes que aderiram foram excluídos após terem dado calote em três prestações consecutivas. Apesar da arrecadação muito menor do que o esperado, a receita com os maiores parcelamentos, que atraíram centenas de milhares de contribuintes, passou de R$ 2,8 bilhões em 2000 para R$ 22,2 bilhões em 2015. O aumento de 690% é quatro vezes maior que a expansão, no mesmo período, da arrecadação total dos tributos administrados pela Receita, que atingiu quase R$ 1,2 trilhão em 2015. Isso sugere que os parcelamentos também têm apelo para o governo. CULTURA DO REFIS Para especialistas, a alta dependência dos parcelamentos tributários especiais sugere a existência de uma espécie de cultura do Refis no Brasil. Embora concordem com esse diagnóstico, o fisco e o setor produtivo discordam sobre as causas do problema. Segundo João Paulo Martins da Silva, coordenador-geral de arrecadação e cobrança da Receita, o lançamento muito frequente de parcelamentos especiais "tem deseducado o contribuinte". ARRECADAÇÃO COM PARCELAMENTO DE DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS DISPARA NOS ÚLTIMOS ANOS - Em R$ bilhões, a preços de 2015 "A maioria das empresas não entra [nos programas] com a intenção de pagar até o fim, mas só para regularizar temporariamente sua situação e esperar pelo próximo parcelamento", diz Silva. Flávio Castelo Branco, gerente de política econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), nega que as empresas escolham deliberadamente suspender os pagamentos de um parcelamento para esperar outro. "Não é uma questão de escolha. As empresas param de pagar porque passam a ter problemas de caixa", diz ele.Castelo Branco ressalta que, quando ficam inadimplentes com o fisco, as empresas sofrem consequências, como a impossibilidade de participar de concorrências públicas.
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'Multitela': 'O Regresso', filme que deu o Oscar a DiCaprio, passa no Telecine
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Não foram poucas as indicações ao Oscar de melhor ator que Leonardo DiCaprio teve. Em sua carreira, já havia concorrido por "O Aviador", "Diamante de Sangue" e "O Lobo de Wall Street", e o Oscar teimava em não vir. Mas foi em "O Regresso" que tudo mudou. Foi ao dar vida ao explorador Hugh Glass que ele enfim acabou com a maldição e conquistou a almejada estatueta. E, pelo filme, que vai ao ar no começo do sábado (21), Alejandro Iñárritu levou o segundo Oscar de melhor diretor seguido. Telecine Pipoca, 1h20, 16 anos * VEJA TAMBÉM Maratona do Fusca No Dia do Fusca, o Discovery Turbo terá um especial sobre o popular carrinho. São três atrações: "Em Busca de Carros Clássicos", "Viciados em Motores" e "Relíquias sobre Rodas". Discovery Turbo, 19h20, livre * CURTA Trem Trilhos Trump O documentarista Luís Nachbin cruzou os EUA de trem para conversar com americanos sobre a eleição de Donald Trump, que toma posse nesta sexta (20). No filme, de 30 minutos, ele reúne 13 entrevistas de pessoas que revelam seus cotidianos, sonhos e angústias. Canal Brasil, 21h, livre LONGA Divergente Beatrice (Shailene Woodley) corre perigo quando descobre não fazer parte de nenhum dos cinco grupos. Ela é diferente. É divergente. O filme estreia na Netflix nesta sexta (20) Netflix, 12 anos
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ilustrada
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'Multitela': 'O Regresso', filme que deu o Oscar a DiCaprio, passa no TelecineNão foram poucas as indicações ao Oscar de melhor ator que Leonardo DiCaprio teve. Em sua carreira, já havia concorrido por "O Aviador", "Diamante de Sangue" e "O Lobo de Wall Street", e o Oscar teimava em não vir. Mas foi em "O Regresso" que tudo mudou. Foi ao dar vida ao explorador Hugh Glass que ele enfim acabou com a maldição e conquistou a almejada estatueta. E, pelo filme, que vai ao ar no começo do sábado (21), Alejandro Iñárritu levou o segundo Oscar de melhor diretor seguido. Telecine Pipoca, 1h20, 16 anos * VEJA TAMBÉM Maratona do Fusca No Dia do Fusca, o Discovery Turbo terá um especial sobre o popular carrinho. São três atrações: "Em Busca de Carros Clássicos", "Viciados em Motores" e "Relíquias sobre Rodas". Discovery Turbo, 19h20, livre * CURTA Trem Trilhos Trump O documentarista Luís Nachbin cruzou os EUA de trem para conversar com americanos sobre a eleição de Donald Trump, que toma posse nesta sexta (20). No filme, de 30 minutos, ele reúne 13 entrevistas de pessoas que revelam seus cotidianos, sonhos e angústias. Canal Brasil, 21h, livre LONGA Divergente Beatrice (Shailene Woodley) corre perigo quando descobre não fazer parte de nenhum dos cinco grupos. Ela é diferente. É divergente. O filme estreia na Netflix nesta sexta (20) Netflix, 12 anos
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PT é o partido do povo brasileiro
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O Partido dos Trabalhadores realizou, no início de junho, seu sexto Congresso. Após amplo processo de discussão, que mobilizou mais de 300 mil filiados, os delegados escolhidos pela base aprovaram diversas resoluções e elegeram uma nova direção nacional. Tenho a honra e a responsabilidade de ter sido eleita para presidir a maior organização política do povo brasileiro. Um grande e unitário compromisso anima o petismo: dedicar nossas energias à resistência e à luta contra o governo usurpador, contra sua agenda de contrarreformas antidemocráticas e antinacionais, em defesa das garantias constitucionais e da soberania popular. O golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, impondo ao país uma coalizão reacionária e sem voto, representa a histórica tendência de nossas oligarquias em pisotear o resultado das urnas, atropelar a liberdade e proteger seus interesses a qualquer custo. As forças que tomaram de assalto o governo são inimigas da distribuição de renda, da justiça social, da independência nacional e da democracia. Todas as suas medidas são destinadas a reduzir salários, esvaziar serviços públicos, enfraquecer programas sociais, transferir recursos financeiros aos mais ricos e entregar riquezas às corporações estrangeiras. Não há lugar para o povo brasileiro em seu projeto antipatriótico. As reformas trabalhista e da Previdência Social são prova cabal de um programa destinado a garantir os lucros dos monopólios às custas do empobrecimento dos trabalhadores, da retirada de direitos e da privatização do Estado. Poucos meses foram necessários para o governo Michel Temer destruir o prestígio internacional do Brasil, atualmente visto mundo afora como uma República bananeira dominada por plutocratas e corruptos. Afundando o país na recessão e no desemprego, o governo usurpador dedica-se a destruir o sistema de bem-estar social que começou a ser construído a partir da posse do presidente Lula. Nada tem a oferecer, para a maioria da população, a não ser pobreza e infelicidade, explorando os trabalhadores e as camadas médias. Ao presidente impopular resta o apoio do capital financeiro, de setores empresariais, dos partidos golpistas e de parte dos meios de comunicação. Pode ser o suficiente para ainda mantê-lo no cargo, mas cada vez mais dependente de manobras sórdidas e medidas de arbítrio. Não é à toa a escalada da repressão contra os protestos. A agenda que está sendo implantada, rechaçada pelo voto desde 2002, é incompatível com a democracia. Sua viabilidade pressupõe a criminalização do PT e de suas lideranças, especialmente do ex-presidente Lula, das demais correntes progressistas e dos movimentos populares. Por essas razões, a principal conclusão do congresso petista foi que só haverá saída democrática com o fim do governo usurpador e a imediata convocação de eleições diretas para a Presidência da República. Nossos dirigentes, parlamentares e militantes estão plenamente dedicados a colaborar na unidade e mobilização de todas as forças dispostas a caminhar nesse rumo. Qualquer solução fora do voto não passa de continuísmo golpista. A democracia vencerá. Como antes em nossa história, atende pelo nome de "diretas já". Mais cedo ou mais tarde, as ruas colocarão um ponto final na aventura oligárquica contra o povo brasileiro. GLEISI HOFFMANN é senadora (PT/PR) e presidenta do PT. Foi ministra da Casa Civil (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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opiniao
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PT é o partido do povo brasileiroO Partido dos Trabalhadores realizou, no início de junho, seu sexto Congresso. Após amplo processo de discussão, que mobilizou mais de 300 mil filiados, os delegados escolhidos pela base aprovaram diversas resoluções e elegeram uma nova direção nacional. Tenho a honra e a responsabilidade de ter sido eleita para presidir a maior organização política do povo brasileiro. Um grande e unitário compromisso anima o petismo: dedicar nossas energias à resistência e à luta contra o governo usurpador, contra sua agenda de contrarreformas antidemocráticas e antinacionais, em defesa das garantias constitucionais e da soberania popular. O golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, impondo ao país uma coalizão reacionária e sem voto, representa a histórica tendência de nossas oligarquias em pisotear o resultado das urnas, atropelar a liberdade e proteger seus interesses a qualquer custo. As forças que tomaram de assalto o governo são inimigas da distribuição de renda, da justiça social, da independência nacional e da democracia. Todas as suas medidas são destinadas a reduzir salários, esvaziar serviços públicos, enfraquecer programas sociais, transferir recursos financeiros aos mais ricos e entregar riquezas às corporações estrangeiras. Não há lugar para o povo brasileiro em seu projeto antipatriótico. As reformas trabalhista e da Previdência Social são prova cabal de um programa destinado a garantir os lucros dos monopólios às custas do empobrecimento dos trabalhadores, da retirada de direitos e da privatização do Estado. Poucos meses foram necessários para o governo Michel Temer destruir o prestígio internacional do Brasil, atualmente visto mundo afora como uma República bananeira dominada por plutocratas e corruptos. Afundando o país na recessão e no desemprego, o governo usurpador dedica-se a destruir o sistema de bem-estar social que começou a ser construído a partir da posse do presidente Lula. Nada tem a oferecer, para a maioria da população, a não ser pobreza e infelicidade, explorando os trabalhadores e as camadas médias. Ao presidente impopular resta o apoio do capital financeiro, de setores empresariais, dos partidos golpistas e de parte dos meios de comunicação. Pode ser o suficiente para ainda mantê-lo no cargo, mas cada vez mais dependente de manobras sórdidas e medidas de arbítrio. Não é à toa a escalada da repressão contra os protestos. A agenda que está sendo implantada, rechaçada pelo voto desde 2002, é incompatível com a democracia. Sua viabilidade pressupõe a criminalização do PT e de suas lideranças, especialmente do ex-presidente Lula, das demais correntes progressistas e dos movimentos populares. Por essas razões, a principal conclusão do congresso petista foi que só haverá saída democrática com o fim do governo usurpador e a imediata convocação de eleições diretas para a Presidência da República. Nossos dirigentes, parlamentares e militantes estão plenamente dedicados a colaborar na unidade e mobilização de todas as forças dispostas a caminhar nesse rumo. Qualquer solução fora do voto não passa de continuísmo golpista. A democracia vencerá. Como antes em nossa história, atende pelo nome de "diretas já". Mais cedo ou mais tarde, as ruas colocarão um ponto final na aventura oligárquica contra o povo brasileiro. GLEISI HOFFMANN é senadora (PT/PR) e presidenta do PT. Foi ministra da Casa Civil (governo Dilma) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected] Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Sabesp será denunciada no Cade pela Prefeitura de Santo André
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Em dívida com a Sabesp, a Prefeitura de Santo André vai denunciar a empresa no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por infração à ordem econômica e abuso de monopólio. A cidade, que tem serviço próprio de abastecimento, questiona o preço da água vendida pela estatal. GOTA D'ÁGUA Uma decisão favorável poderá beneficiar também outros municípios da Grande SP, como Mauá e Guarulhos, que enfrentam situação parecida. Para as prefeituras, que dependem exclusivamente do fornecimento da Sabesp, as altas tarifas provocam aumento da dívida. Em último caso, elas podem se ver "obrigadas" a transferir à empresa a prestação do serviço ao consumidor. Osasco, por exemplo, fez esse movimento. ÁGUA 2 A Sabesp diz que suas tarifas são regulares e que a denúncia é resultado das dificuldades de caixa da prefeitura. "É desespero", afirma o advogado Rubens Naves. O Tribunal de Justiça de SP já deu razão à estatal ao analisar o caso e há uma negociação da dívida com os municípios, segundo ele. O município de Santo André diz que vai ao Cade porque o TJ-SP não julga conduta concorrencial. VAI ROLAR A FESTA O ator Fabio Assunção e as atrizes Marina Ruy Barbosa e Juliana Paes, protagonistas da nova novela das 19h, "Totalmente Demais", estiveram na festa de lançamento da trama da Globo, na quinta (5), no MAM do Rio. O apresentador Pedro Bial, com a mulher, a jornalista Maria Prata, e a modelo Fernanda Motta, que participa do folhetim, circularam pelo evento, que também teve a presença dos atores Daniel Rocha, com a namorada, Laise Leal, e Lavínia Vlasak. NA RUA Marta Suplicy (PMDB-SP) dizia na quinta (5), no lançamento do livro do maestro João Carlos Martins na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, que tem recebido só apoios ao andar nas ruas, "de classe alta, média ou baixa". Dias atrás, no mesmo local, seu ex-marido Eduardo Suplicy (PT-SP) foi hostilizado por manifestantes. Pré-candidata a prefeita, ela tem visitado locais como o Mercadão e a rua 25 de Março. "É bom para sentir", diz. NO PALANQUE Colega de partido da senadora, Paulo Skaf dizia também no lançamento que vai subir no palanque de Marta "se ela for a candidata do PMDB. E será". O presidente da Fiesp (Federação das Insútrias de SP) afirmou ainda que só é pré-candidato para 2018, na disputa pelo governo. JOGO DOS TRONOS A peça "Macbeth", com Giulia Gam e Thiago Lacerda, teve estreia para convidados na quinta (5), no Sesc Vila Mariana. A atriz Vanessa Lóes, mulher de Lacerda, assistiu ao espetáculo. O diretor do Instituto Itaú Cultural, Eduardo Saron, e a atriz Maíra Dvorek também passaram por lá. GRUPO ANIMADO Criador de "O Menino e o Mundo", que está na briga pelo Oscar, o diretor Alê Abreu se juntou aos colegas de profissão Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi para produzir outros dois longas de animação: "Viajantes do Bosque Encantado" e "Imortais", que devem ser lançados entre 2016 e 2017. TRABALHO DEMAIS Amigos brasileiros do franco-libanês Wajdi Mouawad, como Marieta Severo e Felipe de Carolis, tentaram, mas não conseguiram organizar um jantar para o dramaturgo e ator em SP. Os dois atores, que fizeram aqui a peça dele "Incêndios", tiveram dificuldade para conciliar as agendas de trabalho com a curta estada do visitante. Mouawad encena um monólogo até este sábado (7) no Sesc Pinheiros. CURTO-CIRCUITO Lázaro Ramos autografa o livro infantil "Caderno de Rimas do João", de sua autoria, neste sábado (7), às 11h, na Saraiva do Pátio Higienópolis. A fotógrafa Nair Benedicto abre exposição neste sábado (7) na Casa da Imagem, na Sé, às 11h. Grátis. Até 7/2. "Fantasmas", peça dirigida por Roberto Alvim, estreia neste sábado (7), às 21h, no Sesc Santana. 16 anos. Até 13/12. A Parte (Feira de Arte Contemporânea) vai até domingo (8), no Paço das Artes. Participação de 40 galerias brasileiras e estrangeiras. O pub The Sailor faz festa de aniversário de quatro anos. Neste sábado (7), a partir das 16h, na Faria Lima, nos Jardins. Glaucia Nasser faz show de lançamento do disco "Em Casa", domingo (8), às 21h, no Tom Jazz. 14 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Sabesp será denunciada no Cade pela Prefeitura de Santo AndréEm dívida com a Sabesp, a Prefeitura de Santo André vai denunciar a empresa no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por infração à ordem econômica e abuso de monopólio. A cidade, que tem serviço próprio de abastecimento, questiona o preço da água vendida pela estatal. GOTA D'ÁGUA Uma decisão favorável poderá beneficiar também outros municípios da Grande SP, como Mauá e Guarulhos, que enfrentam situação parecida. Para as prefeituras, que dependem exclusivamente do fornecimento da Sabesp, as altas tarifas provocam aumento da dívida. Em último caso, elas podem se ver "obrigadas" a transferir à empresa a prestação do serviço ao consumidor. Osasco, por exemplo, fez esse movimento. ÁGUA 2 A Sabesp diz que suas tarifas são regulares e que a denúncia é resultado das dificuldades de caixa da prefeitura. "É desespero", afirma o advogado Rubens Naves. O Tribunal de Justiça de SP já deu razão à estatal ao analisar o caso e há uma negociação da dívida com os municípios, segundo ele. O município de Santo André diz que vai ao Cade porque o TJ-SP não julga conduta concorrencial. VAI ROLAR A FESTA O ator Fabio Assunção e as atrizes Marina Ruy Barbosa e Juliana Paes, protagonistas da nova novela das 19h, "Totalmente Demais", estiveram na festa de lançamento da trama da Globo, na quinta (5), no MAM do Rio. O apresentador Pedro Bial, com a mulher, a jornalista Maria Prata, e a modelo Fernanda Motta, que participa do folhetim, circularam pelo evento, que também teve a presença dos atores Daniel Rocha, com a namorada, Laise Leal, e Lavínia Vlasak. NA RUA Marta Suplicy (PMDB-SP) dizia na quinta (5), no lançamento do livro do maestro João Carlos Martins na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, que tem recebido só apoios ao andar nas ruas, "de classe alta, média ou baixa". Dias atrás, no mesmo local, seu ex-marido Eduardo Suplicy (PT-SP) foi hostilizado por manifestantes. Pré-candidata a prefeita, ela tem visitado locais como o Mercadão e a rua 25 de Março. "É bom para sentir", diz. NO PALANQUE Colega de partido da senadora, Paulo Skaf dizia também no lançamento que vai subir no palanque de Marta "se ela for a candidata do PMDB. E será". O presidente da Fiesp (Federação das Insútrias de SP) afirmou ainda que só é pré-candidato para 2018, na disputa pelo governo. JOGO DOS TRONOS A peça "Macbeth", com Giulia Gam e Thiago Lacerda, teve estreia para convidados na quinta (5), no Sesc Vila Mariana. A atriz Vanessa Lóes, mulher de Lacerda, assistiu ao espetáculo. O diretor do Instituto Itaú Cultural, Eduardo Saron, e a atriz Maíra Dvorek também passaram por lá. GRUPO ANIMADO Criador de "O Menino e o Mundo", que está na briga pelo Oscar, o diretor Alê Abreu se juntou aos colegas de profissão Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi para produzir outros dois longas de animação: "Viajantes do Bosque Encantado" e "Imortais", que devem ser lançados entre 2016 e 2017. TRABALHO DEMAIS Amigos brasileiros do franco-libanês Wajdi Mouawad, como Marieta Severo e Felipe de Carolis, tentaram, mas não conseguiram organizar um jantar para o dramaturgo e ator em SP. Os dois atores, que fizeram aqui a peça dele "Incêndios", tiveram dificuldade para conciliar as agendas de trabalho com a curta estada do visitante. Mouawad encena um monólogo até este sábado (7) no Sesc Pinheiros. CURTO-CIRCUITO Lázaro Ramos autografa o livro infantil "Caderno de Rimas do João", de sua autoria, neste sábado (7), às 11h, na Saraiva do Pátio Higienópolis. A fotógrafa Nair Benedicto abre exposição neste sábado (7) na Casa da Imagem, na Sé, às 11h. Grátis. Até 7/2. "Fantasmas", peça dirigida por Roberto Alvim, estreia neste sábado (7), às 21h, no Sesc Santana. 16 anos. Até 13/12. A Parte (Feira de Arte Contemporânea) vai até domingo (8), no Paço das Artes. Participação de 40 galerias brasileiras e estrangeiras. O pub The Sailor faz festa de aniversário de quatro anos. Neste sábado (7), a partir das 16h, na Faria Lima, nos Jardins. Glaucia Nasser faz show de lançamento do disco "Em Casa", domingo (8), às 21h, no Tom Jazz. 14 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Entre filmes, temakis e cães
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No meu bairro, proliferam temakerias, cabelereiros, academias e pet shops. Nada contra. Adoro comida japonesa, costumo ir à manicure, faço minha ginástica e gosto muito de cães. Mas o último pet shop aberto desbancou nada mais nada menos que nossa videolocadora. Digo nossa porque já era minha. Era uma extensão de nossos domínios. Qualquer filme que precisávamos era fácil de ser encontrado ali. Tínhamos a certeza de ter tal cena, tal referência, um clássico qualquer dos anos 1970 empoeirado numa estante a alguns passos da nossa casa. Era única e sobreviveu o quanto pôde, vendo o abrir e fechar das perfumarias. Eu bem desconfiei das últimas promoções de DVDs, sempre uma baciada deles a preços deliciosos. Ainda estou muito apegada ao mundo físico e ter um filme que amo na estante continua sendo um prazer. Comprei alguns sem questionar se dava minha contribuição para ajudar na manutenção ou demolição do estoque. Não suspeitei de nada e fiquei de queixo caído quando a encontrei coberta pelos tapumes que escondiam a construção de suas novas duchas para cães. Se quiser alugar um filme agora, preciso andar alguns quilômetros. Ou, então, me render. Apesar de toda a facilidade da TV por demanda que modifica dia a dia nossos hábitos, não sei mais onde achar um filme específico. Alguns amigos tentam me convencer: —Baixa! Sei que a coleta de direitos autorais vai ter que achar seu novo caminho. Sei que o mundo todo baixa filmes gratuitamente da internet, os sites são famosos, mas ainda não me entreguei. —Qual é o problema? Todo mundo faz! Talvez por trabalharmos com isso, resistimos. Ou, muito provavelmente, por ter tido durante mais de 20 anos tal pérola de locadora ao lado de casa. Vê-la entregue aos cães me deixou mais órfã do que eu poderia imaginar. Será que vou ter que me render? Abrir caminhos ilícitos diante do absurdo lícito e, como os hábeis motoqueiros de São Paulo, legitimar novas vias à fórceps? Fiquei mal acostumada. Onde se acha um raro Billy Wilder pagando-se uma módica quantia para assistir? Passo pela calçada e me entristeço com a vitrine canina. Do outro lado da rua, uma loja de CDs ainda resiste melancólica ao mundo virtual e rentável. Retorno o olhar e até me enterneço com os cãezinhos da vitrine. Seus banhos com certeza os embalsamam com as energias de Lassie e Rin Tin Tin.
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colunas
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Entre filmes, temakis e cãesNo meu bairro, proliferam temakerias, cabelereiros, academias e pet shops. Nada contra. Adoro comida japonesa, costumo ir à manicure, faço minha ginástica e gosto muito de cães. Mas o último pet shop aberto desbancou nada mais nada menos que nossa videolocadora. Digo nossa porque já era minha. Era uma extensão de nossos domínios. Qualquer filme que precisávamos era fácil de ser encontrado ali. Tínhamos a certeza de ter tal cena, tal referência, um clássico qualquer dos anos 1970 empoeirado numa estante a alguns passos da nossa casa. Era única e sobreviveu o quanto pôde, vendo o abrir e fechar das perfumarias. Eu bem desconfiei das últimas promoções de DVDs, sempre uma baciada deles a preços deliciosos. Ainda estou muito apegada ao mundo físico e ter um filme que amo na estante continua sendo um prazer. Comprei alguns sem questionar se dava minha contribuição para ajudar na manutenção ou demolição do estoque. Não suspeitei de nada e fiquei de queixo caído quando a encontrei coberta pelos tapumes que escondiam a construção de suas novas duchas para cães. Se quiser alugar um filme agora, preciso andar alguns quilômetros. Ou, então, me render. Apesar de toda a facilidade da TV por demanda que modifica dia a dia nossos hábitos, não sei mais onde achar um filme específico. Alguns amigos tentam me convencer: —Baixa! Sei que a coleta de direitos autorais vai ter que achar seu novo caminho. Sei que o mundo todo baixa filmes gratuitamente da internet, os sites são famosos, mas ainda não me entreguei. —Qual é o problema? Todo mundo faz! Talvez por trabalharmos com isso, resistimos. Ou, muito provavelmente, por ter tido durante mais de 20 anos tal pérola de locadora ao lado de casa. Vê-la entregue aos cães me deixou mais órfã do que eu poderia imaginar. Será que vou ter que me render? Abrir caminhos ilícitos diante do absurdo lícito e, como os hábeis motoqueiros de São Paulo, legitimar novas vias à fórceps? Fiquei mal acostumada. Onde se acha um raro Billy Wilder pagando-se uma módica quantia para assistir? Passo pela calçada e me entristeço com a vitrine canina. Do outro lado da rua, uma loja de CDs ainda resiste melancólica ao mundo virtual e rentável. Retorno o olhar e até me enterneço com os cãezinhos da vitrine. Seus banhos com certeza os embalsamam com as energias de Lassie e Rin Tin Tin.
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Suposto capitão de barco que afundou com 700 pessoas depõe na Itália
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O suposto capitão de um barco com imigrantes que naufragou próximo à Líbia, causando a morte de mais de 700 pessoas, compareceu perante um juiz italiano nesta sexta-feira (24), depois que os promotores pediram que ele fosse acusado de homicídio e tráfico de pessoas. Mohammed Ali Malek, 27, negou que estivesse no comando do barco pesqueiro superlotado que virou pouco antes da meia-noite de sábado, com centenas de imigrantes africanos e de Bangladesh trancados no porão. "Ele diz que é um imigrante como todos os outros e pagou passagem para viajar no barco", afirmou seu advogado, Massimo Ferrante, do lado de fora do tribunal. O tunisiano não demonstrou emoção na audiência preliminar a portas fechadas em um tribunal na cidade siciliana de Catânia. Ele ainda ficará cara a cara com um grupo de sobreviventes que vai depor. O sírio Mahmud Bikhit, 25, que os promotores acreditam que fosse um membro da tripulação, acusou Malek de estar no comando do navio quando capotou, depois da colisão com um navio mercante que veio em seu auxílio. Bikhit nega ser membro da tripulação e diz que era um passageiro imigrante no navio. Os promotores não o acusam de homicídio, mas ele poderá ser acusado de favorecer a imigração clandestina. Seu advogado, Giuseppe Russo, afirmou que ele ainda não foi claramente identificado como o suposto membro da tripulação encarregado do motor do navio. Uma testemunha declarou no tribunal, nesta sexta-feira, que o homem encarregado da sala de máquinas tinha a "pele clara". "Ainda temos de estabelecer quem era essa pessoa que desceu para verificar a sala de máquinas", disse Russo. Segundo ele, a testemunha disse que havia quatro tripulantes, todos descritos como "de pele clara", mas duas delas parecem ter sido arregimentadas apenas para verificar o nível do barco e não ficou claro se elas estão entre os sobreviventes. Apenas 28 pessoas sobreviveram ao desastre, que se acredita ser o com o maior número de vítimas no Mediterrâneo em décadas. ROTA PARA EUROPA O mar é uma das principais rotas de entrada na União Europeia para dezenas de milhares de imigrantes, em sua maioria asiáticos e africanos que fogem da guerra e da pobreza. Quase 40 mil pessoas já chegaram este ano. A grande perda de vidas também aumentou a pressão para adoção de medidas por parte dos países da UE, que prometeram esta semana intensificar as operações de busca e salvamento no sul do Mediterrâneo. Depois de entrevistar os sobreviventes, os promotores concluíram que havia mais de 750 pessoas a bordo do barco de pesca de 20 metros de comprimento, mas, como a maioria estava trancada no porão e no convés inferior, apenas 24 corpos foram recuperados. Eles também pediram que Malek seja acusado de sequestro, além de várias acusações de homicídio, provocar um naufrágio e facilitar a imigração clandestina. A audiência desta sexta-feira é preliminar e tem como objetivo permitir que os juízes estabeleçam os fatos básicos de um caso antes que seja tomada uma decisão sobre a possibilidade de apresentar acusações e levar os acusados a julgamento.
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mundo
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Suposto capitão de barco que afundou com 700 pessoas depõe na ItáliaO suposto capitão de um barco com imigrantes que naufragou próximo à Líbia, causando a morte de mais de 700 pessoas, compareceu perante um juiz italiano nesta sexta-feira (24), depois que os promotores pediram que ele fosse acusado de homicídio e tráfico de pessoas. Mohammed Ali Malek, 27, negou que estivesse no comando do barco pesqueiro superlotado que virou pouco antes da meia-noite de sábado, com centenas de imigrantes africanos e de Bangladesh trancados no porão. "Ele diz que é um imigrante como todos os outros e pagou passagem para viajar no barco", afirmou seu advogado, Massimo Ferrante, do lado de fora do tribunal. O tunisiano não demonstrou emoção na audiência preliminar a portas fechadas em um tribunal na cidade siciliana de Catânia. Ele ainda ficará cara a cara com um grupo de sobreviventes que vai depor. O sírio Mahmud Bikhit, 25, que os promotores acreditam que fosse um membro da tripulação, acusou Malek de estar no comando do navio quando capotou, depois da colisão com um navio mercante que veio em seu auxílio. Bikhit nega ser membro da tripulação e diz que era um passageiro imigrante no navio. Os promotores não o acusam de homicídio, mas ele poderá ser acusado de favorecer a imigração clandestina. Seu advogado, Giuseppe Russo, afirmou que ele ainda não foi claramente identificado como o suposto membro da tripulação encarregado do motor do navio. Uma testemunha declarou no tribunal, nesta sexta-feira, que o homem encarregado da sala de máquinas tinha a "pele clara". "Ainda temos de estabelecer quem era essa pessoa que desceu para verificar a sala de máquinas", disse Russo. Segundo ele, a testemunha disse que havia quatro tripulantes, todos descritos como "de pele clara", mas duas delas parecem ter sido arregimentadas apenas para verificar o nível do barco e não ficou claro se elas estão entre os sobreviventes. Apenas 28 pessoas sobreviveram ao desastre, que se acredita ser o com o maior número de vítimas no Mediterrâneo em décadas. ROTA PARA EUROPA O mar é uma das principais rotas de entrada na União Europeia para dezenas de milhares de imigrantes, em sua maioria asiáticos e africanos que fogem da guerra e da pobreza. Quase 40 mil pessoas já chegaram este ano. A grande perda de vidas também aumentou a pressão para adoção de medidas por parte dos países da UE, que prometeram esta semana intensificar as operações de busca e salvamento no sul do Mediterrâneo. Depois de entrevistar os sobreviventes, os promotores concluíram que havia mais de 750 pessoas a bordo do barco de pesca de 20 metros de comprimento, mas, como a maioria estava trancada no porão e no convés inferior, apenas 24 corpos foram recuperados. Eles também pediram que Malek seja acusado de sequestro, além de várias acusações de homicídio, provocar um naufrágio e facilitar a imigração clandestina. A audiência desta sexta-feira é preliminar e tem como objetivo permitir que os juízes estabeleçam os fatos básicos de um caso antes que seja tomada uma decisão sobre a possibilidade de apresentar acusações e levar os acusados a julgamento.
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Não é preciso repetir malfeitos do governo sempre, diz leitor sobre Aécio
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Li atentamente a coluna do senador Aécio Neves (Conta amarga) e concordo plenamente com ele. Mas os desmandos e malfeitos do governo federal já são conhecidos há muito tempo, não precisa repetir continuamente. Gostaria que o senador, lembrando seus 51 milhões de votos, divulgasse a atuação da oposição, da qual é o principal participante, visando às melhorias que esperamos para nosso país. Atos concretos sem a repetição contínua e cansativa do pedido de impedimento. Com atuações competentes da oposição, o impedimento será redundante. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Não é preciso repetir malfeitos do governo sempre, diz leitor sobre AécioLi atentamente a coluna do senador Aécio Neves (Conta amarga) e concordo plenamente com ele. Mas os desmandos e malfeitos do governo federal já são conhecidos há muito tempo, não precisa repetir continuamente. Gostaria que o senador, lembrando seus 51 milhões de votos, divulgasse a atuação da oposição, da qual é o principal participante, visando às melhorias que esperamos para nosso país. Atos concretos sem a repetição contínua e cansativa do pedido de impedimento. Com atuações competentes da oposição, o impedimento será redundante. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Posicionamento contra reformas do governo gera racha no PSB
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A decisão tomada na noite de segunda-feira (24) pela executiva nacional do PSB de fechar questão contra as reformas da Previdência e trabalhista provocou um racha no partido. Antes mesmo de reunir-se com o presidente Michel Temer nesta terça-feira (25), em Brasília, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB-PE), divulgou uma nota em que se diz contra o fechamento de questão. "Respeito a posição tomada pelo partido, mas continuo defendendo a manutenção do diálogo. Por isso, entendo precipitado e discordo do fechamento de questão sobre a votação da reforma da Previdência", afirmou Câmara, que também é primeiro vice-presidente nacional do PSB. No texto, Câmara diz que o país precisa de uma reforma previdenciária que exclua "mudanças que prejudiquem os mais vulneráveis" e qualificou o debate sobre o tema como "superficial" e disse que o governo federal subestimou a reação contra as alterações na Previdência. "Mais uma vez, infelizmente, podemos pagar o preço de uma discussão superficial, que não avalia corretamente o impacto que a ausência dessa reforma terá sobre o futuro do Brasil", afirmou. "O governo não dimensionou corretamente a reação contrária à reforma, ao enviar uma proposta ao Congresso Nacional antes de estabelecer diálogo com setores importantes da sociedade, que poderiam ter evitado esse desgaste atual", disse Câmara na nota. Em outra frente, deputados alinhados ao governo Temer e às reformas convocaram uma reunião da bancada para a tarde desta terça, em uma tentativa de manifestar oposição à decisão do partido. A ideia é conseguir apoio da maioria dos parlamentares para aprovar a divulgação de uma nota contrária ao posicionamento da cúpula do partido e forçar que ele seja revertido. O Palácio do Planalto começou a procurar deputados e senadores favoráveis às reformas e que ocupam cargos na estrutura federal para estimular o racha na bancada. Auxiliares de Temer dizem aos parlamentares que eles podem desafiar a posição do partido e votar com o governo. Temer autorizou seus assessores a cobrar fidelidade desses deputados em um sinal de que poderia ampliar os espaços de quem se mantiver alinhado com o governo. O presidente recebeu nesta manhã o deputado Danilo Forte (PSB-CE), que relatou a Temer os movimentos feitos pelos parlamentares para manifestar apoio às reformas e críticas a decisão da cúpula da sigla. "O país precisa das reformas. Fechar questão contra elas só cria um constrangimento para aqueles que porventura apoiem os projetos", declarou. As punições previstas no estatuto do partido para quem descumprir as decisões em torno das quais se fechou questão variam de advertência a expulsão. Reforma trabalhista CONTRA Além de a executiva nacional do PSB se manifestar contra as reformas e decidir fechar questão contra elas, o pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), disse que o cargo do filho está à disposição de Michel Temer. O presidente, contudo, comunicou ao ministro que o manterá no posto. Segundo a Folha apurou, o ministro chegou a cogitar mudar de legenda na conversa com o presidente, que considerou a medida desnecessária. À Folha, o ministro disse que não faria comentários sobre o assunto e que "o cargo já é do presidente e se alguém fosse colocar à disposição, seria eu e não ele [o senador, pai dele]". Se a sigla cumprir a ameaça e romper com o governo, a base de Temer na Câmara perderá 35 integrantes, passando de 411 para 376. No Senado, deixaria de contar com sete de 67 parlamentares de partidos aliados. Para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) como a da reforma da Previdência, são necessários ao menos 308 votos na Câmara e 49 no Senado.
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Posicionamento contra reformas do governo gera racha no PSBA decisão tomada na noite de segunda-feira (24) pela executiva nacional do PSB de fechar questão contra as reformas da Previdência e trabalhista provocou um racha no partido. Antes mesmo de reunir-se com o presidente Michel Temer nesta terça-feira (25), em Brasília, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB-PE), divulgou uma nota em que se diz contra o fechamento de questão. "Respeito a posição tomada pelo partido, mas continuo defendendo a manutenção do diálogo. Por isso, entendo precipitado e discordo do fechamento de questão sobre a votação da reforma da Previdência", afirmou Câmara, que também é primeiro vice-presidente nacional do PSB. No texto, Câmara diz que o país precisa de uma reforma previdenciária que exclua "mudanças que prejudiquem os mais vulneráveis" e qualificou o debate sobre o tema como "superficial" e disse que o governo federal subestimou a reação contra as alterações na Previdência. "Mais uma vez, infelizmente, podemos pagar o preço de uma discussão superficial, que não avalia corretamente o impacto que a ausência dessa reforma terá sobre o futuro do Brasil", afirmou. "O governo não dimensionou corretamente a reação contrária à reforma, ao enviar uma proposta ao Congresso Nacional antes de estabelecer diálogo com setores importantes da sociedade, que poderiam ter evitado esse desgaste atual", disse Câmara na nota. Em outra frente, deputados alinhados ao governo Temer e às reformas convocaram uma reunião da bancada para a tarde desta terça, em uma tentativa de manifestar oposição à decisão do partido. A ideia é conseguir apoio da maioria dos parlamentares para aprovar a divulgação de uma nota contrária ao posicionamento da cúpula do partido e forçar que ele seja revertido. O Palácio do Planalto começou a procurar deputados e senadores favoráveis às reformas e que ocupam cargos na estrutura federal para estimular o racha na bancada. Auxiliares de Temer dizem aos parlamentares que eles podem desafiar a posição do partido e votar com o governo. Temer autorizou seus assessores a cobrar fidelidade desses deputados em um sinal de que poderia ampliar os espaços de quem se mantiver alinhado com o governo. O presidente recebeu nesta manhã o deputado Danilo Forte (PSB-CE), que relatou a Temer os movimentos feitos pelos parlamentares para manifestar apoio às reformas e críticas a decisão da cúpula da sigla. "O país precisa das reformas. Fechar questão contra elas só cria um constrangimento para aqueles que porventura apoiem os projetos", declarou. As punições previstas no estatuto do partido para quem descumprir as decisões em torno das quais se fechou questão variam de advertência a expulsão. Reforma trabalhista CONTRA Além de a executiva nacional do PSB se manifestar contra as reformas e decidir fechar questão contra elas, o pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), disse que o cargo do filho está à disposição de Michel Temer. O presidente, contudo, comunicou ao ministro que o manterá no posto. Segundo a Folha apurou, o ministro chegou a cogitar mudar de legenda na conversa com o presidente, que considerou a medida desnecessária. À Folha, o ministro disse que não faria comentários sobre o assunto e que "o cargo já é do presidente e se alguém fosse colocar à disposição, seria eu e não ele [o senador, pai dele]". Se a sigla cumprir a ameaça e romper com o governo, a base de Temer na Câmara perderá 35 integrantes, passando de 411 para 376. No Senado, deixaria de contar com sete de 67 parlamentares de partidos aliados. Para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) como a da reforma da Previdência, são necessários ao menos 308 votos na Câmara e 49 no Senado.
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SoftBank vai comprar empresa de chips ARM por US$ 32 bilhões
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A SoftBank anunciou acordo para comprar a projetista britânica de chips ARM por 24,3 bilhões de libras (US$ 32,2 bilhões) em dinheiro, em uma aposta audaciosa de que o segmento de máquinas conectadas à Internet vai transformar o grupo japonês. A tecnologia da ARM, maior companhia de tecnologia em valor de mercado listada em Londres, é usada em processadores que equipam aparelhos de gigantes da eletrônica como Samsung, Huawei e Apple. Os componentes baseados na tecnologia licenciada pela ARM estão presentes em uma ampla maioria dos celulares inteligentes do mundo e o grupo britânico tem se expandido para outras frentes que incluem dispositivos conectados à Internet. A ARM é considerada ponto central da mudança da indústria da tecnologia em direção à Internet das Coisas, como é conhecida a tecnologia em que aparelhos domésticos, veículos e sensores em edifícios, por exemplo, coletam e trocam dados. O negócio anunciado nesta segunda-feira (18) é o maior já feito pela SoftBank, fundada por Masayoshi Son. A companhia, que atua nos mercados de tecnologia e telecomunicações, tem ativos que incluem a operadora norte-americana Sprint e a participação na gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba e no robô humanóide "Pepper", mas ainda não tinha uma grande presença na indústria de semicondutores. Sob a oferta apoiada pelo conselho de administração da ARM, a SoftBank vai pagar 17 libras por cada ação da empresa britânica, um ágio de mais de 40% sobre o fechamento do papel na sexta-feira. As ações da ARM disparavam mais de 42% às 8h12 (horário de Brasília). "Esta é uma das mais importantes aquisições já feitas e eu espero que a ARM seja um pilar fundamental da estratégia de crescimento da SoftBank", disse Son em comunicado. Son, cujos investimentos iniciais incluem o Alibaba, afirmou que quer "cimentar a SoftBank 2.0", recuperar a deficitária Sprint e "trabalhar em algumas ideias loucas". A aquisição da Sprint por US$ 22 bilhões em 2013 deixou a SoftBank com pesadas dívidas. A empresa tinha endividamento de 11,9 trilhões de ienes no final de março, incluindo 4 trilhões na Sprint.
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SoftBank vai comprar empresa de chips ARM por US$ 32 bilhõesA SoftBank anunciou acordo para comprar a projetista britânica de chips ARM por 24,3 bilhões de libras (US$ 32,2 bilhões) em dinheiro, em uma aposta audaciosa de que o segmento de máquinas conectadas à Internet vai transformar o grupo japonês. A tecnologia da ARM, maior companhia de tecnologia em valor de mercado listada em Londres, é usada em processadores que equipam aparelhos de gigantes da eletrônica como Samsung, Huawei e Apple. Os componentes baseados na tecnologia licenciada pela ARM estão presentes em uma ampla maioria dos celulares inteligentes do mundo e o grupo britânico tem se expandido para outras frentes que incluem dispositivos conectados à Internet. A ARM é considerada ponto central da mudança da indústria da tecnologia em direção à Internet das Coisas, como é conhecida a tecnologia em que aparelhos domésticos, veículos e sensores em edifícios, por exemplo, coletam e trocam dados. O negócio anunciado nesta segunda-feira (18) é o maior já feito pela SoftBank, fundada por Masayoshi Son. A companhia, que atua nos mercados de tecnologia e telecomunicações, tem ativos que incluem a operadora norte-americana Sprint e a participação na gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba e no robô humanóide "Pepper", mas ainda não tinha uma grande presença na indústria de semicondutores. Sob a oferta apoiada pelo conselho de administração da ARM, a SoftBank vai pagar 17 libras por cada ação da empresa britânica, um ágio de mais de 40% sobre o fechamento do papel na sexta-feira. As ações da ARM disparavam mais de 42% às 8h12 (horário de Brasília). "Esta é uma das mais importantes aquisições já feitas e eu espero que a ARM seja um pilar fundamental da estratégia de crescimento da SoftBank", disse Son em comunicado. Son, cujos investimentos iniciais incluem o Alibaba, afirmou que quer "cimentar a SoftBank 2.0", recuperar a deficitária Sprint e "trabalhar em algumas ideias loucas". A aquisição da Sprint por US$ 22 bilhões em 2013 deixou a SoftBank com pesadas dívidas. A empresa tinha endividamento de 11,9 trilhões de ienes no final de março, incluindo 4 trilhões na Sprint.
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Em filme, dançarinos revelam a bênção e a maldição pós-Madonna
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Verdade ou desafio. Vinte e cinco anos atrás, quando o documentário "Na Cama com Madonna" foi lançado, os dançarinos que acompanharam a cantora na turnê Blond Ambition, aquela dos sutiãs de cone assinados por Jean Paul Gaultier, claramente optaram pelo "desafio". Agora, em "Strike a Pose", dos diretores holandeses Ester Gould e Reijer Zwaan, que tem sua segunda e última exibição nesta quarta-feira (16), no Festival Mix Brasil, em São Paulo, a única opção que lhes restou é explorar a "verdade". O objetivo é claro: mostrar ao público o que aconteceu com os sete dançarinos após a fama repentina obtida com a repercussão mundial do filme de Madonna, um dos destaques de sua filmografia pela ousadia em tratar de questões-tabu naquela época, como Aids, homofobia e homossexualidade, da forma mais aberta e natural possível. Para os diretores, que assistiram ao "Na Cama com Madonna" ainda na adolescência, "Strike a Pose" é uma obra sobre crescimento e mudança. Esses personagens, que aos 20 anos sentiam-se irreverentes e no topo do mundo, agora lidam com as agruras da maturidade –e é este o principal ponto com o qual o público pode se identificar. A primeira metade do filme recapitula as memórias dos dançarinos sobre o período em que trabalharam com Madonna –incluindo a participação no célebre clipe de "Vogue" e a subsequente escalação para embarcar na turnê mundial, uma das mais polêmicas e iconográficas da cantora. Entre cenas dos shows e de noticiários da época, eles vasculham as memórias daquele período. Já a segunda metade atualiza o público sobre o que aconteceu com cada dançarino desde 1991. Dos sete originais, um deles morreu em consequência de Aids em 1994 e é representado no documentário por sua mãe. Gabriel Trupin havia sido um dos três dançarinos a processar a cantora no início dos anos 1990 por questões relacionadas à obra –no caso dele, danos morais por ter sido forçado a sair do armário para a família após a repercussão da famosa cena do seu beijo gay durante a brincadeira de "verdade ou desafio" proposta por Madonna. Outros dois dançarinos, Kevin Stea e Oliver Crumes (o único heterossexual do grupo), processaram a pop star por participação nos lucros de bilheteria. O tom dessa segunda metade é melancólico. Jose Gutierez e Luis Camacho, os dois dançarinos que introduziram Madonna ao movimento de voguing em 1989, contam como a vida de festas e drogas após o afastamento da cantora os levou ao fundo do poço. Já os dançarinos Salim "Slam" Gauwloos e Carlton Wilborn revelam serem portadores do vírus HIV desde antes de trabalharem com Madonna, compartilhando com as câmeras um segredo que mantiveram por anos mesmo diante dos discursos de tolerância e conscientização sobre a doença que a rainha do pop promovia durante os shows. À parte os dramas pessoais, também são comoventes (e elegantemente filmadas) as cenas de dança de cada um deles, mostrando o quanto o talento individual resistiu mesmo diante da ausência dos holofotes e do ostracismo. Numa das melhores cenas, Carlton, filmado de costas para a câmera, executa impecavelmente os passos clássicos de "Vogue" em um palco vazio, diante de uma arena de shows completamente desocupada. A metáfora é clara. Apesar dos vários pesares, o tom geral é de gratidão pela oportunidade de terem trabalhado com Madonna e de terem representado, para tantas pessoas do redor do mundo, exemplos de orgulho gay e liberdade de expressão. Segundo os diretores, o próprio interesse em localizar os dançarinos e mostrar ao público o seu paradeiro reforçava a noção de que eles haviam se tornado ícones por mérito próprio. Em determinada cena, um dos dançarinos comenta que "Na Cama com Madonna" foi pioneiro em mostrar que aquelas pessoas eram "gays e humanas". Em "Strike a Pose", eles têm a chance de mostrar que essa humanidade é muito mais complexa do que a fama fez parecer –envolvendo, além da verdade e do desafio, a vergonha e o orgulho de serem, acima de tudo, sobreviventes. * Strike a Pose QUANDO qua. (16), às 19h ONDE CineSesc Augusta, r. Augusta, 2075, tel. (11) 3087-0500 QUANTO: R$12 (inteira)
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ilustrada
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Em filme, dançarinos revelam a bênção e a maldição pós-MadonnaVerdade ou desafio. Vinte e cinco anos atrás, quando o documentário "Na Cama com Madonna" foi lançado, os dançarinos que acompanharam a cantora na turnê Blond Ambition, aquela dos sutiãs de cone assinados por Jean Paul Gaultier, claramente optaram pelo "desafio". Agora, em "Strike a Pose", dos diretores holandeses Ester Gould e Reijer Zwaan, que tem sua segunda e última exibição nesta quarta-feira (16), no Festival Mix Brasil, em São Paulo, a única opção que lhes restou é explorar a "verdade". O objetivo é claro: mostrar ao público o que aconteceu com os sete dançarinos após a fama repentina obtida com a repercussão mundial do filme de Madonna, um dos destaques de sua filmografia pela ousadia em tratar de questões-tabu naquela época, como Aids, homofobia e homossexualidade, da forma mais aberta e natural possível. Para os diretores, que assistiram ao "Na Cama com Madonna" ainda na adolescência, "Strike a Pose" é uma obra sobre crescimento e mudança. Esses personagens, que aos 20 anos sentiam-se irreverentes e no topo do mundo, agora lidam com as agruras da maturidade –e é este o principal ponto com o qual o público pode se identificar. A primeira metade do filme recapitula as memórias dos dançarinos sobre o período em que trabalharam com Madonna –incluindo a participação no célebre clipe de "Vogue" e a subsequente escalação para embarcar na turnê mundial, uma das mais polêmicas e iconográficas da cantora. Entre cenas dos shows e de noticiários da época, eles vasculham as memórias daquele período. Já a segunda metade atualiza o público sobre o que aconteceu com cada dançarino desde 1991. Dos sete originais, um deles morreu em consequência de Aids em 1994 e é representado no documentário por sua mãe. Gabriel Trupin havia sido um dos três dançarinos a processar a cantora no início dos anos 1990 por questões relacionadas à obra –no caso dele, danos morais por ter sido forçado a sair do armário para a família após a repercussão da famosa cena do seu beijo gay durante a brincadeira de "verdade ou desafio" proposta por Madonna. Outros dois dançarinos, Kevin Stea e Oliver Crumes (o único heterossexual do grupo), processaram a pop star por participação nos lucros de bilheteria. O tom dessa segunda metade é melancólico. Jose Gutierez e Luis Camacho, os dois dançarinos que introduziram Madonna ao movimento de voguing em 1989, contam como a vida de festas e drogas após o afastamento da cantora os levou ao fundo do poço. Já os dançarinos Salim "Slam" Gauwloos e Carlton Wilborn revelam serem portadores do vírus HIV desde antes de trabalharem com Madonna, compartilhando com as câmeras um segredo que mantiveram por anos mesmo diante dos discursos de tolerância e conscientização sobre a doença que a rainha do pop promovia durante os shows. À parte os dramas pessoais, também são comoventes (e elegantemente filmadas) as cenas de dança de cada um deles, mostrando o quanto o talento individual resistiu mesmo diante da ausência dos holofotes e do ostracismo. Numa das melhores cenas, Carlton, filmado de costas para a câmera, executa impecavelmente os passos clássicos de "Vogue" em um palco vazio, diante de uma arena de shows completamente desocupada. A metáfora é clara. Apesar dos vários pesares, o tom geral é de gratidão pela oportunidade de terem trabalhado com Madonna e de terem representado, para tantas pessoas do redor do mundo, exemplos de orgulho gay e liberdade de expressão. Segundo os diretores, o próprio interesse em localizar os dançarinos e mostrar ao público o seu paradeiro reforçava a noção de que eles haviam se tornado ícones por mérito próprio. Em determinada cena, um dos dançarinos comenta que "Na Cama com Madonna" foi pioneiro em mostrar que aquelas pessoas eram "gays e humanas". Em "Strike a Pose", eles têm a chance de mostrar que essa humanidade é muito mais complexa do que a fama fez parecer –envolvendo, além da verdade e do desafio, a vergonha e o orgulho de serem, acima de tudo, sobreviventes. * Strike a Pose QUANDO qua. (16), às 19h ONDE CineSesc Augusta, r. Augusta, 2075, tel. (11) 3087-0500 QUANTO: R$12 (inteira)
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Inter é o 6º a fechar com o Esporte Interativo por Brasileiro
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O Internacional anunciou nesta segunda-feira (14) aos seus conselheiros que fechou contrato com o Esporte Interativo, da empresa norte-americana Turner, para os direitos de transmissão em canais fechados de seus jogos do Campeonato Brasileiro no período entre 2019 e 2020. O vínculo possui aditivo de mais quatro anos (2021 a 2024) que precisará ser votado pelo conselho deliberativo –em reunião ainda sem data. O Inter recebeu cerca de R$ 13 milhões por ter assinado o contrato. Ainda segundo o clube gaúcho, a quantia anual a ser recebida vai girar entre R$ 22 milhões e R$ 26 milhões –conforme desempenho e audiência. Quando da aprovação do novo vínculo, por quatro anos, o time gaúcho terá direito a mais R$ 27 milhões de luvas. Assim, totalizará R$ 40 milhões como valor de assinatura dos contratos. Além do Inter, o Esporte Interativo já assinou contrato com o Santos, Bahia, o Atlético-PR, Ceará e Paysandu. O objetivo da empresa é fechar com pelo menos oito clubes da Série A. DISPUTA DAS TVS - Negociações pelo direito de transmissão em TV fechada a partir de 2019
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esporte
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Inter é o 6º a fechar com o Esporte Interativo por BrasileiroO Internacional anunciou nesta segunda-feira (14) aos seus conselheiros que fechou contrato com o Esporte Interativo, da empresa norte-americana Turner, para os direitos de transmissão em canais fechados de seus jogos do Campeonato Brasileiro no período entre 2019 e 2020. O vínculo possui aditivo de mais quatro anos (2021 a 2024) que precisará ser votado pelo conselho deliberativo –em reunião ainda sem data. O Inter recebeu cerca de R$ 13 milhões por ter assinado o contrato. Ainda segundo o clube gaúcho, a quantia anual a ser recebida vai girar entre R$ 22 milhões e R$ 26 milhões –conforme desempenho e audiência. Quando da aprovação do novo vínculo, por quatro anos, o time gaúcho terá direito a mais R$ 27 milhões de luvas. Assim, totalizará R$ 40 milhões como valor de assinatura dos contratos. Além do Inter, o Esporte Interativo já assinou contrato com o Santos, Bahia, o Atlético-PR, Ceará e Paysandu. O objetivo da empresa é fechar com pelo menos oito clubes da Série A. DISPUTA DAS TVS - Negociações pelo direito de transmissão em TV fechada a partir de 2019
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Por 'problema técnico', usuários têm dificuldades para acessar o Facebook
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Usuários brasileiros que tentaram entrar no Facebook na manhã deste sábado (26) não conseguiram fazer o "login". Ao preencher as informações de usuário e senha, no lugar da tradicional página inicial, a rede social trazia mensagem de erro que informava que o site passava por uma "manutenção obrigatória". Em nota, o Facebook diz ter enfrentado "problema técnico" e que trabalha para restaurar o serviço. A causa da instabilidade não foi detalhada. "Mais cedo, um problema técnico causou problemas para algumas pessoas acessarem os serviços do Facebook. Rapidamente investigamos e estamos restaurando o serviço para todos. Lamentamos o inconveniente", diz a rede social. De acordo com o Outage.Report, que registra problemas relatados por internautas, as falhas começaram por volta das 9h (de Brasília), principalmente nos EUA e na Europa, e persistiram por cerca de duas horas. No Twitter, usuários brasileiros e de outros países comentam a queda. Houve também relatos de instabilidade no Instagram, que pertence ao Facebook. tweet2 tweet3 tweet4 tweet1
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tec
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Por 'problema técnico', usuários têm dificuldades para acessar o FacebookUsuários brasileiros que tentaram entrar no Facebook na manhã deste sábado (26) não conseguiram fazer o "login". Ao preencher as informações de usuário e senha, no lugar da tradicional página inicial, a rede social trazia mensagem de erro que informava que o site passava por uma "manutenção obrigatória". Em nota, o Facebook diz ter enfrentado "problema técnico" e que trabalha para restaurar o serviço. A causa da instabilidade não foi detalhada. "Mais cedo, um problema técnico causou problemas para algumas pessoas acessarem os serviços do Facebook. Rapidamente investigamos e estamos restaurando o serviço para todos. Lamentamos o inconveniente", diz a rede social. De acordo com o Outage.Report, que registra problemas relatados por internautas, as falhas começaram por volta das 9h (de Brasília), principalmente nos EUA e na Europa, e persistiram por cerca de duas horas. No Twitter, usuários brasileiros e de outros países comentam a queda. Houve também relatos de instabilidade no Instagram, que pertence ao Facebook. tweet2 tweet3 tweet4 tweet1
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Comunidade terapêutica estimula lado espiritual, diz coordenador anticrack
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As comunidades terapêuticas são "um modelo social de recuperação", e não um equipamento de saúde, segundo o psiquiatria Ronaldo Laranjeira, coordenador do Recomeço, programa anticrack da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que encaminha usuários de drogas para esses espaços no Estado de SP. Segundo ele, a desintoxicação é feita no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), e os usuários de droga só são encaminhados a essas comunidades se não tiverem mais sintomas de abstinência. Nesta terça (13), em audiência pública organizada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com a presença dos secretários municipais Wilson Pollara (Saúde) e Anderson Pomini (Justiça), Laranjeira afirmou também que as comunidades terapêuticas estimulam as pessoas a "ter algum cultivo da espiritualidade". "Tem um componente, não religioso, mas espiritual. Não tem uma religião específica, não é um local de conversão religiosa, mas estimula as pessoas a ter algum cultivo da espiritualidade", afirmou. Questionado, Pollara concordou com a importância de haver um "cultivo da espiritualidade" nesses espaços, contanto que não seja "religiosidade". Laranjeira disse que nos espaços "as pessoas são estimuladas, e não obrigadas, a trabalhar" e a fazer contato com suas famílias "para já buscar algum tipo de empregabilidade o mais rápido possível". Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a desintoxicação é feita "exclusivamente em leitos hospitalares" e que o acolhimento nas comunidades "só são feitos mediante a concordância dos dependentes, quando eles precisam ficar afastados do uso de drogas mas não necessitam de internação". "Entre 2013 e 2016, 4.300 pessoas foram encaminhadas pelo Cratod para comunidades terapêuticas. Há cerca de 2.000 vagas (...) A fiscalização das comunidades, conforme norma da Anvisa, fica a cargo dos serviços de vigilância sanitária", diz a nota. Durante o debate, o secretário Pomini admitiu que "se dependesse da prefeitura, a data [da operação policial na cracolândia da gestão Alckmin, em 21/5] seria certamente um pouco mais à frente, tendo em vista a necessidade de maior organização".
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cotidiano
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Comunidade terapêutica estimula lado espiritual, diz coordenador anticrackAs comunidades terapêuticas são "um modelo social de recuperação", e não um equipamento de saúde, segundo o psiquiatria Ronaldo Laranjeira, coordenador do Recomeço, programa anticrack da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que encaminha usuários de drogas para esses espaços no Estado de SP. Segundo ele, a desintoxicação é feita no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), e os usuários de droga só são encaminhados a essas comunidades se não tiverem mais sintomas de abstinência. Nesta terça (13), em audiência pública organizada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com a presença dos secretários municipais Wilson Pollara (Saúde) e Anderson Pomini (Justiça), Laranjeira afirmou também que as comunidades terapêuticas estimulam as pessoas a "ter algum cultivo da espiritualidade". "Tem um componente, não religioso, mas espiritual. Não tem uma religião específica, não é um local de conversão religiosa, mas estimula as pessoas a ter algum cultivo da espiritualidade", afirmou. Questionado, Pollara concordou com a importância de haver um "cultivo da espiritualidade" nesses espaços, contanto que não seja "religiosidade". Laranjeira disse que nos espaços "as pessoas são estimuladas, e não obrigadas, a trabalhar" e a fazer contato com suas famílias "para já buscar algum tipo de empregabilidade o mais rápido possível". Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a desintoxicação é feita "exclusivamente em leitos hospitalares" e que o acolhimento nas comunidades "só são feitos mediante a concordância dos dependentes, quando eles precisam ficar afastados do uso de drogas mas não necessitam de internação". "Entre 2013 e 2016, 4.300 pessoas foram encaminhadas pelo Cratod para comunidades terapêuticas. Há cerca de 2.000 vagas (...) A fiscalização das comunidades, conforme norma da Anvisa, fica a cargo dos serviços de vigilância sanitária", diz a nota. Durante o debate, o secretário Pomini admitiu que "se dependesse da prefeitura, a data [da operação policial na cracolândia da gestão Alckmin, em 21/5] seria certamente um pouco mais à frente, tendo em vista a necessidade de maior organização".
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Da casa de Darwin a lojas com raros HQs, confira passeios em Londres
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Londres é um paraíso para quem gosta de ciência. A capital abriga lugares que são testemunhas das principais descobertas científicas do Reino Unido nos séculos 19 e 20, como a casa onde Charles Darwin desenvolveu a teoria da origem das espécies, ou então os edifícios em que o matemático Alan Turing, retratado no filme "O Jogo da Imitação", decodificou mensagens dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Já quem tem um lado nerd mais pop pode desbravar o mundo dos quadrinhos nas lojas especializadas da cidade, que atraem de especialistas a curiosos. Saiba mais sobre esses passeios: >> Mansão de Darwin >> Bletchley Park, que abrigava centro de espionagem >> Templos de HQs em Londres >> Jardins Botânicos de Kew
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turismo
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Da casa de Darwin a lojas com raros HQs, confira passeios em LondresLondres é um paraíso para quem gosta de ciência. A capital abriga lugares que são testemunhas das principais descobertas científicas do Reino Unido nos séculos 19 e 20, como a casa onde Charles Darwin desenvolveu a teoria da origem das espécies, ou então os edifícios em que o matemático Alan Turing, retratado no filme "O Jogo da Imitação", decodificou mensagens dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Já quem tem um lado nerd mais pop pode desbravar o mundo dos quadrinhos nas lojas especializadas da cidade, que atraem de especialistas a curiosos. Saiba mais sobre esses passeios: >> Mansão de Darwin >> Bletchley Park, que abrigava centro de espionagem >> Templos de HQs em Londres >> Jardins Botânicos de Kew
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PT discute proposta de antecipação de eleições para 2017
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Diante da incerteza provocada pela crise política, o PT começa a discutir na semana que vem a ideia de antecipar as eleições de 2018 para 2017 caso o presidente Michel Temer perca o cargo. A proposta é uma alternativa à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece eleições indiretas para um mandato-tampão, alvo de resistência de governistas. A ideia, ainda embrionária, será levada à reunião da bancada petista na Câmara na terça-feira (30). Se aprovada pelos deputados, será debatida no congresso do partido nas próximas quinta, sexta e sábado (1º, 2 e 3 de junho). A ideia discutida pelos petistas é de estabelecer um mandato de até cinco anos para o presidente eleito nestas eventuais eleições antecipadas. "A situação está indo para um ponto onde, talvez, tenhamos que evoluir para eleições gerais", afirmou à Folha o líder do PT, Carlos Zarattini (SP). O PT tem defendido a realização de eleições diretas e a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) apresentada pelo deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) no ano passado. A PEC diz que, em caso de vacância do cargo de presidente em até seis meses do fim do mandato, novas eleições diretas sejam convocadas no país. O texto é uma proposta de mudança à Constituição, que atualmente diz que, em caso de queda do presidente tendo decorrido pelo menos dois anos do mandato, o próximo ocupante deve ser escolhido por eleições indiretas, ou seja, pelo Parlamento. A proposta enfrenta resistência dos governistas, que preferem as indiretas. "Na medida em que a gente apresenta uma solução maior [a antecipação das eleições], tem chances de ter apoio maior [que a PEC das diretas]", afirmou o líder petista. Como a Folha mostrou nesta quinta (25), o PT já avalia como irá agir no pleito indireto que a Constituição determina caso Temer saia do cargo. A reportagem apurou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o partido a negociar o apoio ao processo indireto, o que só mudará se os protestos de rua pró-diretas ganharem corpo, deixando a circunscrição dos sindicatos e movimentos à esquerda. As condições básicas do partido para apoiar quem quer que seja são, segundo o líder, a suspensão das reformas trabalhista e da Previdência, a reabertura do debate sobre elas, a realização de uma reforma política "democrática", sem financiamento privado. Integrantes do PT têm conversado inclusive com tucanos sobre a sucessão. A Folha também mostrou nesta quinta que as articulações para a substituição de Temer evoluíram nas três principais forças políticas do país -PMDB, PSDB e PT- e agora envolvem diretamente três ex-presidentes da República: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney. Sua Política
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poder
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PT discute proposta de antecipação de eleições para 2017Diante da incerteza provocada pela crise política, o PT começa a discutir na semana que vem a ideia de antecipar as eleições de 2018 para 2017 caso o presidente Michel Temer perca o cargo. A proposta é uma alternativa à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece eleições indiretas para um mandato-tampão, alvo de resistência de governistas. A ideia, ainda embrionária, será levada à reunião da bancada petista na Câmara na terça-feira (30). Se aprovada pelos deputados, será debatida no congresso do partido nas próximas quinta, sexta e sábado (1º, 2 e 3 de junho). A ideia discutida pelos petistas é de estabelecer um mandato de até cinco anos para o presidente eleito nestas eventuais eleições antecipadas. "A situação está indo para um ponto onde, talvez, tenhamos que evoluir para eleições gerais", afirmou à Folha o líder do PT, Carlos Zarattini (SP). O PT tem defendido a realização de eleições diretas e a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) apresentada pelo deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) no ano passado. A PEC diz que, em caso de vacância do cargo de presidente em até seis meses do fim do mandato, novas eleições diretas sejam convocadas no país. O texto é uma proposta de mudança à Constituição, que atualmente diz que, em caso de queda do presidente tendo decorrido pelo menos dois anos do mandato, o próximo ocupante deve ser escolhido por eleições indiretas, ou seja, pelo Parlamento. A proposta enfrenta resistência dos governistas, que preferem as indiretas. "Na medida em que a gente apresenta uma solução maior [a antecipação das eleições], tem chances de ter apoio maior [que a PEC das diretas]", afirmou o líder petista. Como a Folha mostrou nesta quinta (25), o PT já avalia como irá agir no pleito indireto que a Constituição determina caso Temer saia do cargo. A reportagem apurou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o partido a negociar o apoio ao processo indireto, o que só mudará se os protestos de rua pró-diretas ganharem corpo, deixando a circunscrição dos sindicatos e movimentos à esquerda. As condições básicas do partido para apoiar quem quer que seja são, segundo o líder, a suspensão das reformas trabalhista e da Previdência, a reabertura do debate sobre elas, a realização de uma reforma política "democrática", sem financiamento privado. Integrantes do PT têm conversado inclusive com tucanos sobre a sucessão. A Folha também mostrou nesta quinta que as articulações para a substituição de Temer evoluíram nas três principais forças políticas do país -PMDB, PSDB e PT- e agora envolvem diretamente três ex-presidentes da República: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney. Sua Política
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Desatinos legais
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SÃO PAULO - Eu já prometera a mim mesmo que não comentaria mais a criação de leis absurdas, porque fazê-lo de forma justa e coerente seria projeto para uma vida inteira, tamanha a proliferação de normas que desafiam a lógica, o bom senso, a realidade, ou todos ao mesmo tempo. Obviamente, não consegui me ater às minhas melhores intenções. Leio no portal G1 que a Câmara Municipal de Campo Grande (MS) aprovou uma lei que obriga donos de restaurante da cidade a dar desconto de 50% para clientes que passaram por cirurgia de redução do estômago. A determinação é válida para comércios que servem refeições à la carte, porções e rodízios. A lista de desatinos implícitos nessa peça de legislação é tão grande que não terei espaço para apontá-los todos. Restrinjo-me aos dois aspectos que me parecem mais graves. A norma é errada no mérito porque não é nenhum pouco óbvio que ex-gordos devam pagar menos do que gordos atuais ou magros por suas refeições. Na verdade, operados já incorporam benefícios financeiros derivados de sua nova situação ao não precisar mais pedir dois sanduíches, duas coxinhas etc. Ademais, a lei parte do falso pressuposto que a fixação do preço de uma refeição deve ser regida apenas pela quantidade consumida pelo cliente. Ignora, por exemplo, que o custo de servir um prato é o mesmo quer o freguês coma tudo, quer deixe 90% na travessa. Pior do que as inconsistências de mérito, porém, é a noção, que subjaz à própria criação da lei, de que parlamentares têm legitimidade para interferir sobre todo tipo de contrato privado e podem se servir do que não lhes pertence para ficar sob uma luz favorável diante de seus eleitores. Enquanto legisladores acalentarem a ideia de que basta sua vontade para fazer direitos se materializarem, sem que estes precisem corresponder a deveres no mundo real, não vejo muita chance de o Brasil dar certo.
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colunas
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Desatinos legaisSÃO PAULO - Eu já prometera a mim mesmo que não comentaria mais a criação de leis absurdas, porque fazê-lo de forma justa e coerente seria projeto para uma vida inteira, tamanha a proliferação de normas que desafiam a lógica, o bom senso, a realidade, ou todos ao mesmo tempo. Obviamente, não consegui me ater às minhas melhores intenções. Leio no portal G1 que a Câmara Municipal de Campo Grande (MS) aprovou uma lei que obriga donos de restaurante da cidade a dar desconto de 50% para clientes que passaram por cirurgia de redução do estômago. A determinação é válida para comércios que servem refeições à la carte, porções e rodízios. A lista de desatinos implícitos nessa peça de legislação é tão grande que não terei espaço para apontá-los todos. Restrinjo-me aos dois aspectos que me parecem mais graves. A norma é errada no mérito porque não é nenhum pouco óbvio que ex-gordos devam pagar menos do que gordos atuais ou magros por suas refeições. Na verdade, operados já incorporam benefícios financeiros derivados de sua nova situação ao não precisar mais pedir dois sanduíches, duas coxinhas etc. Ademais, a lei parte do falso pressuposto que a fixação do preço de uma refeição deve ser regida apenas pela quantidade consumida pelo cliente. Ignora, por exemplo, que o custo de servir um prato é o mesmo quer o freguês coma tudo, quer deixe 90% na travessa. Pior do que as inconsistências de mérito, porém, é a noção, que subjaz à própria criação da lei, de que parlamentares têm legitimidade para interferir sobre todo tipo de contrato privado e podem se servir do que não lhes pertence para ficar sob uma luz favorável diante de seus eleitores. Enquanto legisladores acalentarem a ideia de que basta sua vontade para fazer direitos se materializarem, sem que estes precisem corresponder a deveres no mundo real, não vejo muita chance de o Brasil dar certo.
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Após queda no preço da carne, Banco do Brasil anuncia apoio a pecuaristas
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O preço da arroba do boi gordo no mercado do Estado de São Paulo, importante referência nacional, está sendo negociado no menor nível desde 18 de agosto de 2015, com impacto da operação Carne Fraca, que resultou em embargos ao produto brasileiro e afastou muitos frigoríficos das negociações. A arroba foi negociada a R$ 140,98 nesta terça-feira, de acordo com dados apurados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com recuo de quase 3% desde o início da operação da Polícia Federal. O valor médio no acumulado de março está 0,9% inferior ao de fevereiro e 7,7% abaixo do de março de 2016, em termos nominais. Diante da pressão de preços no mercado físico, Banco do Brasil, maior financiador do agronegócio do país, anunciou nesta quarta-feira (29) novas linhas de crédito de R$ 1 bilhão para pecuaristas, além da repactuação de operações de custeio para criadores de bovinos que estão em dificuldades. "O objetivo do Banco do Brasil é apoiar os produtores rurais pecuaristas que possam apresentar dificuldade momentânea para comercializar sua produção", afirmou o Banco do Brasil em nota. "O setor pecuário ainda vem absorvendo os impactos da Operação Carne Fraca... Em meio a muitas especulações e também aos recentes embargos por parte de importantes países à carne brasileira, pecuaristas e especialmente representantes de frigoríficos saíram do mercado, resultando em quedas nos preços da arroba", afirmou o Cepea em nota nesta quarta-feira. Muitas unidades já paralisaram as atividades, postergando os abates que já haviam sido programados com pecuaristas, apesar de os principais importadores da carne do Brasil, como China, Hong Kong e Egito, terem anunciado a retomada das compras do produto nacional, com exceção das 21 unidades investigadas na operação, que tiveram as exportações suspensas pelo Ministério da Agricultura. A gigante JBS, maior produtora global de carnes, anunciou nesta quarta-feira que dará férias coletivas aos funcionários de dez de suas 36 unidades de bovinos no Brasil, colocando mais pressão no mercado. BB AJUDA Uma das novas linhas é voltada para a retenção de bezerros, matrizes e bois, permitindo aos produtores aguardarem a retomada de preços do mercado para comercialização. A outra iniciativa é uma alternativa de financiamento, com recursos próprios do banco, envolvendo a aquisição de bovinos para recria e engorda. As novas linhas possuem prazo de até dois anos e utilizam recursos captados da LCA. As taxas variam entre 9,9|% e 12,75% ao ano. A instituição oferecerá ainda a seus clientes pecuaristas a possibilidade de prorrogar, por um ano, operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho deste ano. Essa medida pode beneficiar 77 mil clientes que possuem R$ 4,7 bilhões em operações passíveis de prorrogação. O banco manterá as taxas das operações originais.
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Após queda no preço da carne, Banco do Brasil anuncia apoio a pecuaristasO preço da arroba do boi gordo no mercado do Estado de São Paulo, importante referência nacional, está sendo negociado no menor nível desde 18 de agosto de 2015, com impacto da operação Carne Fraca, que resultou em embargos ao produto brasileiro e afastou muitos frigoríficos das negociações. A arroba foi negociada a R$ 140,98 nesta terça-feira, de acordo com dados apurados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com recuo de quase 3% desde o início da operação da Polícia Federal. O valor médio no acumulado de março está 0,9% inferior ao de fevereiro e 7,7% abaixo do de março de 2016, em termos nominais. Diante da pressão de preços no mercado físico, Banco do Brasil, maior financiador do agronegócio do país, anunciou nesta quarta-feira (29) novas linhas de crédito de R$ 1 bilhão para pecuaristas, além da repactuação de operações de custeio para criadores de bovinos que estão em dificuldades. "O objetivo do Banco do Brasil é apoiar os produtores rurais pecuaristas que possam apresentar dificuldade momentânea para comercializar sua produção", afirmou o Banco do Brasil em nota. "O setor pecuário ainda vem absorvendo os impactos da Operação Carne Fraca... Em meio a muitas especulações e também aos recentes embargos por parte de importantes países à carne brasileira, pecuaristas e especialmente representantes de frigoríficos saíram do mercado, resultando em quedas nos preços da arroba", afirmou o Cepea em nota nesta quarta-feira. Muitas unidades já paralisaram as atividades, postergando os abates que já haviam sido programados com pecuaristas, apesar de os principais importadores da carne do Brasil, como China, Hong Kong e Egito, terem anunciado a retomada das compras do produto nacional, com exceção das 21 unidades investigadas na operação, que tiveram as exportações suspensas pelo Ministério da Agricultura. A gigante JBS, maior produtora global de carnes, anunciou nesta quarta-feira que dará férias coletivas aos funcionários de dez de suas 36 unidades de bovinos no Brasil, colocando mais pressão no mercado. BB AJUDA Uma das novas linhas é voltada para a retenção de bezerros, matrizes e bois, permitindo aos produtores aguardarem a retomada de preços do mercado para comercialização. A outra iniciativa é uma alternativa de financiamento, com recursos próprios do banco, envolvendo a aquisição de bovinos para recria e engorda. As novas linhas possuem prazo de até dois anos e utilizam recursos captados da LCA. As taxas variam entre 9,9|% e 12,75% ao ano. A instituição oferecerá ainda a seus clientes pecuaristas a possibilidade de prorrogar, por um ano, operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho deste ano. Essa medida pode beneficiar 77 mil clientes que possuem R$ 4,7 bilhões em operações passíveis de prorrogação. O banco manterá as taxas das operações originais.
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Foursquare troca diretor-executivo e recebe US$ 45 mi de investidores
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O presidente-executivo do Foursquare, Dennis Crowley, está deixando sua posição e será sucedido pelo atual diretor de operações, Jeff Glueck. O Foursquare, que desenvolve aplicativos que ajudam os usuários a encontrar restaurantes e lojas, além de fazer check-in neles, também levantou US$ 45 milhões em financiamento, disse Glueck em uma publicação do blog Medium. Esta rodada de financiamento de série E foi liderada pela Union Square Ventures com participação do Morgan Stanley, e também de investidores anteriores, incluindo DFJ Growth, Andreessen Horowitz e Spark Capital. A companhia espera que este último financiamento ajude seus planos de preencher 30 novas vagas em vendas, engenharia e outras funções, de acordo com a postagem de Glueck. O Foursqueare planejou uma rodada de financiamento em dezembro, entre US$ 20 milhões e US$ 40 milhões de dólares com um novo investidor, avaliando a companhia em US$ 250 milhões. Crowley, que está saindo da posição de presidente-executivo da companhia, se tornará o presidente do conselho de administração da empresa.
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Foursquare troca diretor-executivo e recebe US$ 45 mi de investidoresO presidente-executivo do Foursquare, Dennis Crowley, está deixando sua posição e será sucedido pelo atual diretor de operações, Jeff Glueck. O Foursquare, que desenvolve aplicativos que ajudam os usuários a encontrar restaurantes e lojas, além de fazer check-in neles, também levantou US$ 45 milhões em financiamento, disse Glueck em uma publicação do blog Medium. Esta rodada de financiamento de série E foi liderada pela Union Square Ventures com participação do Morgan Stanley, e também de investidores anteriores, incluindo DFJ Growth, Andreessen Horowitz e Spark Capital. A companhia espera que este último financiamento ajude seus planos de preencher 30 novas vagas em vendas, engenharia e outras funções, de acordo com a postagem de Glueck. O Foursqueare planejou uma rodada de financiamento em dezembro, entre US$ 20 milhões e US$ 40 milhões de dólares com um novo investidor, avaliando a companhia em US$ 250 milhões. Crowley, que está saindo da posição de presidente-executivo da companhia, se tornará o presidente do conselho de administração da empresa.
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Chelsea é goleado pelo Tottenham e divide liderança com Manchester City
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Apesar de começar à frente na partida, o Chelsea foi surpreendido pelo Tottenham e foi goleado por 5 a 3 fora de casa. Com o resultado, o Chelsea passou a dividir a liderança do Campeonato Inglês com o Manchester City, que mais cedo venceu o Sunderland por 3 a 2 e empatou em número de pontos (46) e nos critérios de desempate com o time londrino. A partida começou com o enredo mais previsível: pressão ofensiva do Chelsea diante de um Tottenham recuado. Aos 18 minutos, Hazard fez uma bela jogada pela direita, driblou marcadores e bateu cruzado na trave. No rebote, o brasileiro Oscar cruzou e Diego Costa apenas empurrou para o fundo das redes. O Tottenham não se restringiu aos contra-ataques e partiu para cima do rival. Aos 30 min, o atacante Kane, grande destaque da partida, fez jogada individual na intermediária e bateu de fora da área no canto direito de Courtois para empatar. Ainda no primeiro tempo, o Tottenham abriria uma vantagem consistente. Aos 44 min, Rose pegou rebate de bola que Chadli mandou na trave e concluiu com tranquilidade, sem goleiro. Dois minutos depois, Kane foi derrubado dentro da área por Cahill. O juiz marcou pênalti, que foi convertido por Townshend. No segundo tempo, o Tottenham continuou atacando. Logo aos sete minutos, Kane recebeu passe de Chadli, passou pelo marcador e bateu forte para fazer o 4 a 1. Aos 16 min, Hazard ainda descontaria para o Chelsea, após tabela com Fàbregas. Contudo, aos 33 min, Chadli ampliaria a goleada ao receber assistência de Kane. Com o resultado de 5 a 2, o Chelsea perdia a liderança do campeonato para o Manchester City, já que teria um saldo de gols mais negativo que o do concorrente. Mas pouco antes do final do jogo Hazard cruzou rasteiro e o zagueiro Terry, que havia falhado no lance quinto gol adversário, redimiu-se, fez o terceiro do Chelsea e garantiu que o time continuaria na liderança até a próxima rodada. Na 21ª rodada, o Chelsea recebe o Newcastle, enquanto o Tottenham enfrenta o Crystal Palace fora de casa. RESULTADOS DA 20ª RODADA Stoke City 1x1 Man. United Aston Villa 0 x0 Crystal Palace Hull City 2x0 Everton Liverpool 2x2 Leicester Man. City 3x2 Sunderland Newcastle 3x3 Burnley QPR 1x1 Swansea Southampton 2x0 Arsenal West Ham 1x1 West Bromwich Tottenham 5x3 Chelsea
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esporte
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Chelsea é goleado pelo Tottenham e divide liderança com Manchester CityApesar de começar à frente na partida, o Chelsea foi surpreendido pelo Tottenham e foi goleado por 5 a 3 fora de casa. Com o resultado, o Chelsea passou a dividir a liderança do Campeonato Inglês com o Manchester City, que mais cedo venceu o Sunderland por 3 a 2 e empatou em número de pontos (46) e nos critérios de desempate com o time londrino. A partida começou com o enredo mais previsível: pressão ofensiva do Chelsea diante de um Tottenham recuado. Aos 18 minutos, Hazard fez uma bela jogada pela direita, driblou marcadores e bateu cruzado na trave. No rebote, o brasileiro Oscar cruzou e Diego Costa apenas empurrou para o fundo das redes. O Tottenham não se restringiu aos contra-ataques e partiu para cima do rival. Aos 30 min, o atacante Kane, grande destaque da partida, fez jogada individual na intermediária e bateu de fora da área no canto direito de Courtois para empatar. Ainda no primeiro tempo, o Tottenham abriria uma vantagem consistente. Aos 44 min, Rose pegou rebate de bola que Chadli mandou na trave e concluiu com tranquilidade, sem goleiro. Dois minutos depois, Kane foi derrubado dentro da área por Cahill. O juiz marcou pênalti, que foi convertido por Townshend. No segundo tempo, o Tottenham continuou atacando. Logo aos sete minutos, Kane recebeu passe de Chadli, passou pelo marcador e bateu forte para fazer o 4 a 1. Aos 16 min, Hazard ainda descontaria para o Chelsea, após tabela com Fàbregas. Contudo, aos 33 min, Chadli ampliaria a goleada ao receber assistência de Kane. Com o resultado de 5 a 2, o Chelsea perdia a liderança do campeonato para o Manchester City, já que teria um saldo de gols mais negativo que o do concorrente. Mas pouco antes do final do jogo Hazard cruzou rasteiro e o zagueiro Terry, que havia falhado no lance quinto gol adversário, redimiu-se, fez o terceiro do Chelsea e garantiu que o time continuaria na liderança até a próxima rodada. Na 21ª rodada, o Chelsea recebe o Newcastle, enquanto o Tottenham enfrenta o Crystal Palace fora de casa. RESULTADOS DA 20ª RODADA Stoke City 1x1 Man. United Aston Villa 0 x0 Crystal Palace Hull City 2x0 Everton Liverpool 2x2 Leicester Man. City 3x2 Sunderland Newcastle 3x3 Burnley QPR 1x1 Swansea Southampton 2x0 Arsenal West Ham 1x1 West Bromwich Tottenham 5x3 Chelsea
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Woody Allen é menos original em filme 'sério'
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"Homem Irracional" retoma a ideia central dos filmes mais recentes de Woody Allen: acima da razão, acima do esforço, acima do pensamento, o destino do homem é regido pelo acaso. Tudo pode dar certo ou errado: o certo é que o resultado está fora de nosso alcance. No caso, acompanhamos a trajetória de Abe (Joaquin Phoenix), carismático professor de filosofia que chega a uma universidade. Polêmico por seu trabalho, Abe tem a capacidade de fascinar as mulheres. Como a professora Rita, que cai matando em cima dele, ou Jill (Emma Stone), a aluna talentosa. Abe, no entanto, não se vê com nenhuma delas. A existência não tem mais sentido para ele. De aula em aula, de conversa em conversa, o que transmite é a sensação de alguém esvaziado. Isso até que escuta a conversa de uma mulher que discute na Justiça a guarda do filho e está sendo vítima de um juiz venal. A única solução viável para o caso seria a morte do juiz. E por que não? É quando começa a meditar sobre a hipótese de produzir um crime perfeito. Não há uma troca de crimes, como em Hitchcock, mas ele não conhece o juiz, não tem razão para matá-lo etc, etc. Ninguém suspeitaria, em suma. É a passagem do racional ao irracional. A partir daí, o que se anuncia como um drama talvez ligeiro (talvez não) é tomado pelo gênero policial. É disso que se trata. De matar alguém e escapar do castigo. Escapar, também, a tudo que pensava sobre ética, entre outros. Que importa? Sentia-se vivo. Matar para fazer justiça torna-se a razão de existir. A partir daí, também, podemos pensar no tipo de problema que embute o cinema de Woody Allen sempre que assume a gravidade dos gêneros "sérios". A vantagem de sua comédia é que pode dizer e desdizer no mesmo gesto –e é disso que Woody costuma tirar partido magnificamente em suas comédias: como se o que afirma pudesse ser negado no momento seguinte e no mesmo movimento de pensamento. Essa é a grande vantagem da comédia (e a de Woody Allen em particular): à custa de fazer tudo parecer insignificante é que adquire e mostra seu sentido forte. Essa é a grande desvantagem de seus filmes "sérios": são, como "Homem Irracional", agradáveis de ver, fáceis de acompanhar, trazem sempre observações oportunas, diálogos inteligentes, atores bem dirigidos etc. É, no entanto, nos momentos em que Woody troca seu olhar desconcertado e desconcertante ao mundo por um ar de seriedade que seu pensamento parece menos denso, menos original. É o que temos neste filme mais que simpático. HOMEM IRRACIONAL (Irrational Man) DIREÇÃO: WOODY ALLEN ELENCO: JOAQUIN PHOENIX, EMMA STONE, JOE STAPLETON PRODUÇÃO: EUA, 2015 CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (27)
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ilustrada
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Woody Allen é menos original em filme 'sério'"Homem Irracional" retoma a ideia central dos filmes mais recentes de Woody Allen: acima da razão, acima do esforço, acima do pensamento, o destino do homem é regido pelo acaso. Tudo pode dar certo ou errado: o certo é que o resultado está fora de nosso alcance. No caso, acompanhamos a trajetória de Abe (Joaquin Phoenix), carismático professor de filosofia que chega a uma universidade. Polêmico por seu trabalho, Abe tem a capacidade de fascinar as mulheres. Como a professora Rita, que cai matando em cima dele, ou Jill (Emma Stone), a aluna talentosa. Abe, no entanto, não se vê com nenhuma delas. A existência não tem mais sentido para ele. De aula em aula, de conversa em conversa, o que transmite é a sensação de alguém esvaziado. Isso até que escuta a conversa de uma mulher que discute na Justiça a guarda do filho e está sendo vítima de um juiz venal. A única solução viável para o caso seria a morte do juiz. E por que não? É quando começa a meditar sobre a hipótese de produzir um crime perfeito. Não há uma troca de crimes, como em Hitchcock, mas ele não conhece o juiz, não tem razão para matá-lo etc, etc. Ninguém suspeitaria, em suma. É a passagem do racional ao irracional. A partir daí, o que se anuncia como um drama talvez ligeiro (talvez não) é tomado pelo gênero policial. É disso que se trata. De matar alguém e escapar do castigo. Escapar, também, a tudo que pensava sobre ética, entre outros. Que importa? Sentia-se vivo. Matar para fazer justiça torna-se a razão de existir. A partir daí, também, podemos pensar no tipo de problema que embute o cinema de Woody Allen sempre que assume a gravidade dos gêneros "sérios". A vantagem de sua comédia é que pode dizer e desdizer no mesmo gesto –e é disso que Woody costuma tirar partido magnificamente em suas comédias: como se o que afirma pudesse ser negado no momento seguinte e no mesmo movimento de pensamento. Essa é a grande vantagem da comédia (e a de Woody Allen em particular): à custa de fazer tudo parecer insignificante é que adquire e mostra seu sentido forte. Essa é a grande desvantagem de seus filmes "sérios": são, como "Homem Irracional", agradáveis de ver, fáceis de acompanhar, trazem sempre observações oportunas, diálogos inteligentes, atores bem dirigidos etc. É, no entanto, nos momentos em que Woody troca seu olhar desconcertado e desconcertante ao mundo por um ar de seriedade que seu pensamento parece menos denso, menos original. É o que temos neste filme mais que simpático. HOMEM IRRACIONAL (Irrational Man) DIREÇÃO: WOODY ALLEN ELENCO: JOAQUIN PHOENIX, EMMA STONE, JOE STAPLETON PRODUÇÃO: EUA, 2015 CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (27)
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Uber é evolução natural da tecnologia, afirma leitor
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A história lembra que no início da era industrial os tecelões quebraram máquinas que lhes tiravam os empregos. Quase meio século depois, aconteceu uma guerra fratricida no EUA para não acabar com a escravidão. No final do século passado, vários cronistas importantes se negaram a trocar a máquina de escrever pelos computadores e, quando da implosão da União Soviética, os comunistas seguiram brigando contra a globalização. Com o Uber deverá ser assim. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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paineldoleitor
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Uber é evolução natural da tecnologia, afirma leitorA história lembra que no início da era industrial os tecelões quebraram máquinas que lhes tiravam os empregos. Quase meio século depois, aconteceu uma guerra fratricida no EUA para não acabar com a escravidão. No final do século passado, vários cronistas importantes se negaram a trocar a máquina de escrever pelos computadores e, quando da implosão da União Soviética, os comunistas seguiram brigando contra a globalização. Com o Uber deverá ser assim. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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São Paulo tem previsão de chuva leve em diferentes pontos na virada do ano
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Apesar de baixa, há probabilidade de a capital paulista e a Grande São Paulo registrarem chuviscos no momento da virada do ano. As informações são do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE). No dia 31, a temperatura deve oscilar entre 21ºC e 28ºC. O sol aparece entre nuvens, favorecendo a gradativa elevação das temperaturas. Entre a tarde e o início da noite desta quinta-feira (31), ocorrem pancadas de chuva, que tendem a enfraquecer com o avanço da noite. O feriado terá temperaturas amenas, céu nublado e chuva nos fins de tarde em São Paulo. "O sol aparece entre nuvens, o que deve deixar o tempo abafado", diz Michael Pantera, meteorologista do CGE. "Chuvas de fim de tarde são comuns no verão e podem ter até forte intensidade, alto potencial para alagamentos e virem acompanhadas de rajadas de vento e descargas elétricas [raios]", completa Pantera. Na sexta-feira (1), a variação de temperatura fica entre 21ºC e 30ºC, com sol entre nuvens. Entre a tarde e o início da noite do mesmo dia, a quantidade de nuvens aumenta, podendo haver pancadas de chuva. Já sábado (2) e domingo (3) seguirão com sol entre nuvens, com possibilidade de chuva aos fins de tarde.
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cotidiano
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São Paulo tem previsão de chuva leve em diferentes pontos na virada do anoApesar de baixa, há probabilidade de a capital paulista e a Grande São Paulo registrarem chuviscos no momento da virada do ano. As informações são do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE). No dia 31, a temperatura deve oscilar entre 21ºC e 28ºC. O sol aparece entre nuvens, favorecendo a gradativa elevação das temperaturas. Entre a tarde e o início da noite desta quinta-feira (31), ocorrem pancadas de chuva, que tendem a enfraquecer com o avanço da noite. O feriado terá temperaturas amenas, céu nublado e chuva nos fins de tarde em São Paulo. "O sol aparece entre nuvens, o que deve deixar o tempo abafado", diz Michael Pantera, meteorologista do CGE. "Chuvas de fim de tarde são comuns no verão e podem ter até forte intensidade, alto potencial para alagamentos e virem acompanhadas de rajadas de vento e descargas elétricas [raios]", completa Pantera. Na sexta-feira (1), a variação de temperatura fica entre 21ºC e 30ºC, com sol entre nuvens. Entre a tarde e o início da noite do mesmo dia, a quantidade de nuvens aumenta, podendo haver pancadas de chuva. Já sábado (2) e domingo (3) seguirão com sol entre nuvens, com possibilidade de chuva aos fins de tarde.
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Perdidos e achados em Lisboa
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O olhar treinado de quem procura algo conhecido entra em ação no segundo em que você desembarca numa cidade da qual gosta –com Lisboa desta vez não foi diferente. O aeroporto é um verdadeiro labirinto, sempre um pouco diferente cada vez que passo por lá. Por isso demorei a encontrar o que a memória queria rever. Mas lá estava o letreiro que anunciava: "Perdidos e Achados". Não deixava dúvidas: eu voltava a Portugal. A maravilhosa lógica cartesiana portuguesa, que incomoda tanto o improviso brasileiro a ponto de virar piada fácil, apresentava-se mais numa vez diante de mim, dando como sempre uma lição de clareza para os turistas que chegam achando que falam a mesma língua. Pois claro: cá no Brasil nos acostumamos a chamar o mesmo serviço de "Achados e perdidos", mas pense bem. Primeiro a gente tem que perder alguma coisa, para só depois achá-la –não é mesmo, ó pá? Talvez inspirado por esse mote, resolvi fazer exatamente esse exercício nas pouquíssimas horas que tinha para passar desta vez em Lisboa. Uma das mais famosas colunas do caderno de turismo do jornal "The New York Times" chama-se "36 hours", que é um guia breve para quem tem só um dia e meio para explorar uma cidade. Assim, juntando esses dois conceitos, parti para um passeio onde a memória era meu Waze, ao mesmo tempo sem muita preocupação de ouvir a irrevogável sentença: "Você chegou ao seu destino". Não queria chegar a lugar algum –apenas "achar" sítios (como dizem os próprios portugueses) que estavam "perdidos" na lembrança. Como era o caso da praça entre as ruas das Flores e do Alecrim, onde, num banco em frente ao corpo de bombeiros, sentei tantas vezes para escrever cartões portais. Podia dizer que sempre voltava ali para me lembrar de um dos melhores livros que li em toda a vida: "A Tragédia da Rua das Flores", do grande Eça de Queirós. Mas isso seria um verniz de esnobismo cultural que não caberia neste texto tão sincero de emoções. Fui para lembrar das linhas que lá escrevi. Assim como visitei o miradouro São Pedro de Alcântara não com o objetivo de rever a vista espetacular da capital, mas para lembrar dos lírios que um dia deixei na fonte que existe lá. Voltei à Garrafeira Alfaia menos para beber um excelente vinho da adega do Pedro do que para receber o abraço desse amigo. Cortei cabelo no Purista não somente para receber os mesmo elogios em relação ao meu visual no momento em que saía da cadeira do barbeiro Unique, mas pelo prazer de tomar com ele um copo de gim-tônica enquanto tudo acontecia. Quis estar de novo na mesa do Avillez –o chef mais influente hoje em Portugal– por causa das delícias que lá provei, mas também em nome das longas tardes que passei por lá rindo e bebendo e comendo na companhia de diversas pessoas queridas. Fui ao Mercado da Ribeira (rebatizado com o nome de um guia) para comer um bife da Cozinha da Felicidade, é verdade –mas também para sentir novamente a vibração daquele espaço. E, sobretudo, passei no Jardim do Torel não para contar vantagem de ver um panorama mais "exclusivo" dessa cidade espetacular que é Lisboa –muitos que vão só ao São Pedro de Alcântara nem desconfiam que a vista do Torel é ainda mais generosa com o Tejo. Queria mesmo era sentar naqueles bancos com apoios para os pés que permitem não só descansar, mas principalmente sonhar com tudo o que você já teve de mais querido na vida. Coisas que só Lisboa é capaz de proporcionar e as quais você nunca vai precisar de fato achar –afinal, de tão queridas ao coração, nunca vai existir o risco de perdê-las.
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colunas
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Perdidos e achados em LisboaO olhar treinado de quem procura algo conhecido entra em ação no segundo em que você desembarca numa cidade da qual gosta –com Lisboa desta vez não foi diferente. O aeroporto é um verdadeiro labirinto, sempre um pouco diferente cada vez que passo por lá. Por isso demorei a encontrar o que a memória queria rever. Mas lá estava o letreiro que anunciava: "Perdidos e Achados". Não deixava dúvidas: eu voltava a Portugal. A maravilhosa lógica cartesiana portuguesa, que incomoda tanto o improviso brasileiro a ponto de virar piada fácil, apresentava-se mais numa vez diante de mim, dando como sempre uma lição de clareza para os turistas que chegam achando que falam a mesma língua. Pois claro: cá no Brasil nos acostumamos a chamar o mesmo serviço de "Achados e perdidos", mas pense bem. Primeiro a gente tem que perder alguma coisa, para só depois achá-la –não é mesmo, ó pá? Talvez inspirado por esse mote, resolvi fazer exatamente esse exercício nas pouquíssimas horas que tinha para passar desta vez em Lisboa. Uma das mais famosas colunas do caderno de turismo do jornal "The New York Times" chama-se "36 hours", que é um guia breve para quem tem só um dia e meio para explorar uma cidade. Assim, juntando esses dois conceitos, parti para um passeio onde a memória era meu Waze, ao mesmo tempo sem muita preocupação de ouvir a irrevogável sentença: "Você chegou ao seu destino". Não queria chegar a lugar algum –apenas "achar" sítios (como dizem os próprios portugueses) que estavam "perdidos" na lembrança. Como era o caso da praça entre as ruas das Flores e do Alecrim, onde, num banco em frente ao corpo de bombeiros, sentei tantas vezes para escrever cartões portais. Podia dizer que sempre voltava ali para me lembrar de um dos melhores livros que li em toda a vida: "A Tragédia da Rua das Flores", do grande Eça de Queirós. Mas isso seria um verniz de esnobismo cultural que não caberia neste texto tão sincero de emoções. Fui para lembrar das linhas que lá escrevi. Assim como visitei o miradouro São Pedro de Alcântara não com o objetivo de rever a vista espetacular da capital, mas para lembrar dos lírios que um dia deixei na fonte que existe lá. Voltei à Garrafeira Alfaia menos para beber um excelente vinho da adega do Pedro do que para receber o abraço desse amigo. Cortei cabelo no Purista não somente para receber os mesmo elogios em relação ao meu visual no momento em que saía da cadeira do barbeiro Unique, mas pelo prazer de tomar com ele um copo de gim-tônica enquanto tudo acontecia. Quis estar de novo na mesa do Avillez –o chef mais influente hoje em Portugal– por causa das delícias que lá provei, mas também em nome das longas tardes que passei por lá rindo e bebendo e comendo na companhia de diversas pessoas queridas. Fui ao Mercado da Ribeira (rebatizado com o nome de um guia) para comer um bife da Cozinha da Felicidade, é verdade –mas também para sentir novamente a vibração daquele espaço. E, sobretudo, passei no Jardim do Torel não para contar vantagem de ver um panorama mais "exclusivo" dessa cidade espetacular que é Lisboa –muitos que vão só ao São Pedro de Alcântara nem desconfiam que a vista do Torel é ainda mais generosa com o Tejo. Queria mesmo era sentar naqueles bancos com apoios para os pés que permitem não só descansar, mas principalmente sonhar com tudo o que você já teve de mais querido na vida. Coisas que só Lisboa é capaz de proporcionar e as quais você nunca vai precisar de fato achar –afinal, de tão queridas ao coração, nunca vai existir o risco de perdê-las.
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Quem dirige o carro antes de comprar se arrepende menos, diz estudo
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RAFAEL ANDERY COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A escolha do carro ideal passa hoje por extensas pesquisas na internet, relegando as concessionárias e a experiência dentro do veículo a um segundo plano. De acordo com estudo realizado pela empresa de consultoria J.D. Power, 70% dos compradores de automóveis pertencentes à chamada geração Z (nascidos a partir de 1995) usam a internet na hora de escolher seus veículos. "A apresentação virtual acaba deixando os carros mais atraentes, e apenas 23% das lojas utilizam tecnologia na hora de mostrar o veículo", diz Fabio Braga, diretor de operações da J.D. Power no Brasil. Para ele, contudo, o test drive continua sendo o maior aliado das autorizadas na hora de vender. "Ter um bom estoque para testes é fundamental, as concessionárias não podem reduzir demais a oferta de modelos à disposição do cliente", afirma Braga. Segundo a pesquisa da J.D. Power, 68% dos proprietários no Brasil realizaram o teste antes de comprar seus veículos. Nesse grupo, o índice geral de satisfação é consideravelmente maior do que entre aqueles que não dirigiram antes de fechar negócio. "Você não compraria uma roupa sem experimentar, certo? A dirigibilidade é uma coisa muito pessoal, se você não se adaptar ao carro, vai acabar revendendo ele em pouco tempo", afirma Luiz Augusto Franco da Rocha, proprietário da oficina mecânica Carbofreio. Rocha lembra que é preciso ver se o carro é adequado ao motorista. "A pessoa alta pode não se sentir à vontade em um carro em que o banco não recua muito", diz. Rodrigo Acocella, gerente de uma revenda da Fiat em São Paulo, diz que nem todos os clientes pedem para dirigir o carro antes da compra. "Temos veículos de teste disponíveis para todos os modelos aqui na loja, mas muitos clientes acabam dispensando a avaliação, que é mais demandada para modelos recém-lançados". MANUAL OU AUTOMÁTICO Há casos em que o test drive é indispensável. O estudante Igor Loureiro, 21, procurava um carro novo para substituir seu Peugeot 208, mas tinha receio de adquirir um veículo de câmbio automático. "Nunca tinha dirigido um, achava que ia ficar dando trancos", conta. A experiência com um Jeep Renegade mudou sua opinião. "Não senti tranco nenhum, e a questão da altura e da visibilidade também pesaram na escolha". Depois de dirigir o carro disponível para avaliação, o estudante se convenceu e comprou o SUV. SEGUNDA MÃO Quando o carro é usado, o cuidado aumenta. "Nesses casos, é importante que o motorista vá acompanhado de um especialista. Dificilmente um leigo identifica um barulho no motor, por exemplo, até porque hoje o isolamento dos ruídos é muito bem feito", diz Rocha. O bancário Lucas Soares, 21, que o diga. Dono de um Ford New Fiesta 2013, chegou a realizar o teste do veículo em uma concessionária. "Já tinha escolhido o carro antes de dirigi-lo, mas andando com o exemplar da loja fiquei um pouco encucado", conta. Soares procurava um modelo usado e mais completo, mas não se convenceu com o carro testado na concessionária. "Tinha arranhões na porta e a tampa do porta-malas estava quebrada. A bateria não tinha carga, o que mostrava que ele estava parado havia algum tempo". Os detalhes não fizeram Lucas desistir do modelo. Ele optou por comprar o carro de um vendedor particular. "Foi difícil achar, tive que ir até Mogi das Cruzes para fechar a compra", diz. "Mas quando se encontra o carro certo, não tem jeito, tem que ser ele."
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Quem dirige o carro antes de comprar se arrepende menos, diz estudo
RAFAEL ANDERY COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A escolha do carro ideal passa hoje por extensas pesquisas na internet, relegando as concessionárias e a experiência dentro do veículo a um segundo plano. De acordo com estudo realizado pela empresa de consultoria J.D. Power, 70% dos compradores de automóveis pertencentes à chamada geração Z (nascidos a partir de 1995) usam a internet na hora de escolher seus veículos. "A apresentação virtual acaba deixando os carros mais atraentes, e apenas 23% das lojas utilizam tecnologia na hora de mostrar o veículo", diz Fabio Braga, diretor de operações da J.D. Power no Brasil. Para ele, contudo, o test drive continua sendo o maior aliado das autorizadas na hora de vender. "Ter um bom estoque para testes é fundamental, as concessionárias não podem reduzir demais a oferta de modelos à disposição do cliente", afirma Braga. Segundo a pesquisa da J.D. Power, 68% dos proprietários no Brasil realizaram o teste antes de comprar seus veículos. Nesse grupo, o índice geral de satisfação é consideravelmente maior do que entre aqueles que não dirigiram antes de fechar negócio. "Você não compraria uma roupa sem experimentar, certo? A dirigibilidade é uma coisa muito pessoal, se você não se adaptar ao carro, vai acabar revendendo ele em pouco tempo", afirma Luiz Augusto Franco da Rocha, proprietário da oficina mecânica Carbofreio. Rocha lembra que é preciso ver se o carro é adequado ao motorista. "A pessoa alta pode não se sentir à vontade em um carro em que o banco não recua muito", diz. Rodrigo Acocella, gerente de uma revenda da Fiat em São Paulo, diz que nem todos os clientes pedem para dirigir o carro antes da compra. "Temos veículos de teste disponíveis para todos os modelos aqui na loja, mas muitos clientes acabam dispensando a avaliação, que é mais demandada para modelos recém-lançados". MANUAL OU AUTOMÁTICO Há casos em que o test drive é indispensável. O estudante Igor Loureiro, 21, procurava um carro novo para substituir seu Peugeot 208, mas tinha receio de adquirir um veículo de câmbio automático. "Nunca tinha dirigido um, achava que ia ficar dando trancos", conta. A experiência com um Jeep Renegade mudou sua opinião. "Não senti tranco nenhum, e a questão da altura e da visibilidade também pesaram na escolha". Depois de dirigir o carro disponível para avaliação, o estudante se convenceu e comprou o SUV. SEGUNDA MÃO Quando o carro é usado, o cuidado aumenta. "Nesses casos, é importante que o motorista vá acompanhado de um especialista. Dificilmente um leigo identifica um barulho no motor, por exemplo, até porque hoje o isolamento dos ruídos é muito bem feito", diz Rocha. O bancário Lucas Soares, 21, que o diga. Dono de um Ford New Fiesta 2013, chegou a realizar o teste do veículo em uma concessionária. "Já tinha escolhido o carro antes de dirigi-lo, mas andando com o exemplar da loja fiquei um pouco encucado", conta. Soares procurava um modelo usado e mais completo, mas não se convenceu com o carro testado na concessionária. "Tinha arranhões na porta e a tampa do porta-malas estava quebrada. A bateria não tinha carga, o que mostrava que ele estava parado havia algum tempo". Os detalhes não fizeram Lucas desistir do modelo. Ele optou por comprar o carro de um vendedor particular. "Foi difícil achar, tive que ir até Mogi das Cruzes para fechar a compra", diz. "Mas quando se encontra o carro certo, não tem jeito, tem que ser ele."
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Filho de Teori diz que recebia ameaças por telefone
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Por causa da "gravidade das coisas" e das "pessoas envolvidas" nas delações da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki, 68, andava preocupado. É o que contou à Folha o seu filho mais novo, o advogado Francisco Zavascki, 37. Teori estava prestes a homologar as 77 delações da Odebrecht, o maior acordo de colaboração da Lava Jato, quando morreu em um acidente de avião na última quinta-feira (19). As revelações de funcionários da construtora envolvem figuras importantes da política nacional, de diversos partidos. O presidente Michel Temer (PMDB) foi citado 43 vezes no relato já divulgado de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira. Antes da queda do avião de Teori, a família já temia pela segurança porque ameaças não eram raras, especialmente para os familiares do ministro. "Era uma coisa que realmente preocupava a gente e ele [Teori] também", disse Francisco. Leia trechos da entrevista concedida nesta sexta-feira (20). * Folha - Seu pai demonstrava estar muito envolvido com o trabalho, por causa da delação da Odebrecht? Francisco Zavascki - Ele tirou uns dias de férias em que se propôs a não falar de trabalho. Agora já tinha dado por encerradas férias e já estava com a cabeça no trabalho, já estava preparando a homologação. Ele estava preocupado com o resultado? Estava confiante? O que ele me comentou é que estava muito preocupado pela gravidade das coisas que ele tinha tido conhecimento nas delações e pelas pessoas envolvidas. Ele citava nomes ou te contava detalhes? Não. Ele sempre foi muito reservado e eu sempre fiz questão de não querer saber muito para quando me perguntassem, eu não precisasse mentir. Eu não sabia mesmo. Circulou na internet um comentário seu postado em uma rede social dizendo que "se algo acontecesse a sua família vocês já sabem onde procurar". Seu pai comentou sobre receber ameaças nesse período? A gente teve várias coisas assim [ameaças], como mensagem por rede social, e-mail, telefone e tal. De receber ligação, de tudo. As ameaças eram diretamente para seu pai ou para a família? Pra gente era mais, especialmente. É muito chato. Era uma coisa que realmente preocupava a gente e ele também, pelos interesses todos envolvidos [na Lava Jato]. A gente ficou bastante preocupado. Em 2016, um grupo ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) colocou faixas no prédio do seu pai, chamando-o de traidor, e bateram panelas enquanto o chamavam de "bolivariano". Ele ficou abalado? Não. Mas a gente ficou preocupado de alguém fazer uma bobagem. Sobre o protesto em si, quer protestar, protesta. Mas as pessoas não entenderam naquele momento o que é que estava sendo realmente decidido [Teori determinou que o juiz Sergio Moro enviasse ao STF as investigações da Lava Jato que envolviam o ex-presidente Lula]. O protesto em si não teve problema. O medo era de alguém fazer justiça com as próprias mãos, né. Sobre o acidente, o que você acha que aconteceu? [Suspiro] Não tenho nenhum dado para dizer que não foi acidente. Tem que ser investigado, muito seriamente, mesmo. A família está convocando todo mundo a acompanhar, especialmente vocês da imprensa que tem um papel fundamental que tem sido exercido ao longo desse período. Convocando todas as instituições que puderem colaborar para que não se tenha dúvidas sobre o que aconteceu, seja lá o que aconteceu. A gente não tem "acho isso ou aquilo". Até porque seria leviano a gente começar a dizer uma coisa ou outra nesse momento. Como seu pai usava o tempo livre em Porto Alegre? Ele encontrava os amigos. Geralmente, no sábado, tinha almoço com os filhos e netos. Aproveitava para sair do circuito de Brasília quando vinha para cá, dava uma "desligada" e conseguia ficar mais quieto. Também tinha a confraria dos amigos dele, se encontravam em uma churrascaria. A confraria é composta por boa parte da "velha guarda" dele aqui de Porto Alegre, do tempo da faculdade. Tudo gente jovem de cabelo branco [risos]. Como era a convivência dele com os netos? Ele adorava. Fazia muito brincadeira com eles, ficavam brincando. No período da praia [antes do acidente], ia para a praia com eles. Estavam em Xangri-lá [litoral norte gaúcho]. Até no WhatsApp [escrevia]: "vamos para a praia, vamos para a piscina!". Estavam sempre juntos. Ele era muito presente, procurava estar junto.
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Filho de Teori diz que recebia ameaças por telefonePor causa da "gravidade das coisas" e das "pessoas envolvidas" nas delações da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki, 68, andava preocupado. É o que contou à Folha o seu filho mais novo, o advogado Francisco Zavascki, 37. Teori estava prestes a homologar as 77 delações da Odebrecht, o maior acordo de colaboração da Lava Jato, quando morreu em um acidente de avião na última quinta-feira (19). As revelações de funcionários da construtora envolvem figuras importantes da política nacional, de diversos partidos. O presidente Michel Temer (PMDB) foi citado 43 vezes no relato já divulgado de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira. Antes da queda do avião de Teori, a família já temia pela segurança porque ameaças não eram raras, especialmente para os familiares do ministro. "Era uma coisa que realmente preocupava a gente e ele [Teori] também", disse Francisco. Leia trechos da entrevista concedida nesta sexta-feira (20). * Folha - Seu pai demonstrava estar muito envolvido com o trabalho, por causa da delação da Odebrecht? Francisco Zavascki - Ele tirou uns dias de férias em que se propôs a não falar de trabalho. Agora já tinha dado por encerradas férias e já estava com a cabeça no trabalho, já estava preparando a homologação. Ele estava preocupado com o resultado? Estava confiante? O que ele me comentou é que estava muito preocupado pela gravidade das coisas que ele tinha tido conhecimento nas delações e pelas pessoas envolvidas. Ele citava nomes ou te contava detalhes? Não. Ele sempre foi muito reservado e eu sempre fiz questão de não querer saber muito para quando me perguntassem, eu não precisasse mentir. Eu não sabia mesmo. Circulou na internet um comentário seu postado em uma rede social dizendo que "se algo acontecesse a sua família vocês já sabem onde procurar". Seu pai comentou sobre receber ameaças nesse período? A gente teve várias coisas assim [ameaças], como mensagem por rede social, e-mail, telefone e tal. De receber ligação, de tudo. As ameaças eram diretamente para seu pai ou para a família? Pra gente era mais, especialmente. É muito chato. Era uma coisa que realmente preocupava a gente e ele também, pelos interesses todos envolvidos [na Lava Jato]. A gente ficou bastante preocupado. Em 2016, um grupo ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) colocou faixas no prédio do seu pai, chamando-o de traidor, e bateram panelas enquanto o chamavam de "bolivariano". Ele ficou abalado? Não. Mas a gente ficou preocupado de alguém fazer uma bobagem. Sobre o protesto em si, quer protestar, protesta. Mas as pessoas não entenderam naquele momento o que é que estava sendo realmente decidido [Teori determinou que o juiz Sergio Moro enviasse ao STF as investigações da Lava Jato que envolviam o ex-presidente Lula]. O protesto em si não teve problema. O medo era de alguém fazer justiça com as próprias mãos, né. Sobre o acidente, o que você acha que aconteceu? [Suspiro] Não tenho nenhum dado para dizer que não foi acidente. Tem que ser investigado, muito seriamente, mesmo. A família está convocando todo mundo a acompanhar, especialmente vocês da imprensa que tem um papel fundamental que tem sido exercido ao longo desse período. Convocando todas as instituições que puderem colaborar para que não se tenha dúvidas sobre o que aconteceu, seja lá o que aconteceu. A gente não tem "acho isso ou aquilo". Até porque seria leviano a gente começar a dizer uma coisa ou outra nesse momento. Como seu pai usava o tempo livre em Porto Alegre? Ele encontrava os amigos. Geralmente, no sábado, tinha almoço com os filhos e netos. Aproveitava para sair do circuito de Brasília quando vinha para cá, dava uma "desligada" e conseguia ficar mais quieto. Também tinha a confraria dos amigos dele, se encontravam em uma churrascaria. A confraria é composta por boa parte da "velha guarda" dele aqui de Porto Alegre, do tempo da faculdade. Tudo gente jovem de cabelo branco [risos]. Como era a convivência dele com os netos? Ele adorava. Fazia muito brincadeira com eles, ficavam brincando. No período da praia [antes do acidente], ia para a praia com eles. Estavam em Xangri-lá [litoral norte gaúcho]. Até no WhatsApp [escrevia]: "vamos para a praia, vamos para a piscina!". Estavam sempre juntos. Ele era muito presente, procurava estar junto.
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Classificação de golpe pelo Tribunal Supremo na Venezuela divide analistas
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O Tribunal Superior de Justiça (TSJ) venezuelano sustenta sua decisão de assumir as funções da Assembleia Nacional em um artigo da Constituição que trata das atribuições da Sala Constitucional do TSJ. O tribunal considera que houve "omissão parlamentar inconstitucional" da Assembleia, que empossou deputados acusados de fraude eleitoral, o que gerou uma sentença de que o Parlamento estava em desacato. Em caso de omissão, diz o artigo 336, o Tribunal Supremo pode "estabelecer diretrizes de correção". O texto, porém, não cita claramente que o TSJ pode exercer diretamente as competências parlamentares, como o tribunal anunciou na quinta-feira (30). "O que prevê o 336 estabelece que o TSJ deve estabelecer prazos e diretrizes para a correção de atos inconstitucionais. Disso para o ato de 'atuar como o Poder Legislativo' vai uma distância muito grande", afirma o cientista político da Unicamp Wagner de Melo Romão. Romão avalia que o TSJ já atuava de forma mais extrema se comparado a outros tribunais superiores da região e lembra do caso que originou a decisão de desacato —a posse de três deputados do Estado de Amazonas acusados de fraude eleitoral. "A decisão do tribunal já foi a de cassar esses deputados, ou seja, nem sequer reconhecer que eles foram eleitos num processo eleitoral legal. O que seria aplicável no Brasil? Que houvesse a posse desses deputados eleitos e depois a instauração de todos os processos legais, no seu devido tempo, com investigação, contraditório e assim por diante." O analista, porém, é cauteloso ao classificar a ação do TSJ como um golpe de Estado. "Enquanto não se tiver caracterizada uma situação em que o Executivo e o Judiciário, irmanados, tomam conta de todas as representações de poder no país, eu ainda não caracterizaria como um golpe de Estado completo, como algo irreversível." Já o professor da Escola de Relações Públicas e Internacionais da Universidade Columbia (EUA), Christopher Sabatini, afirma que há em curso um "golpe em pequenos passos". Ele cita as decisões da Assembleia anuladas pelo TSJ, o adiamento das eleições regionais de dezembro, as manobras do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) para atrasar a convocação de um referendo revogatório contra Maduro e a apresentação do orçamento pelo presidente aos juízes do STJ, passando ao largo da Assembleia, que deve fiscalizar o Executivo. "Efetivamente os processos democráticos já eram ignorados", diz. "A erosão da democracia é uma ameaça maior do que um golpe de fato. Um golpe geralmente é um ato que você pode reconhecer: tanques marcham pelas ruas ou uma multidão invade o palácio presidencial", avalia Sabatini. Para o cientista político Enrique Peruzzotti, da Universidade Torcuato di Tella em Buenos Aires, a Venezuela hoje pode ser considerada uma ditadura "posto que foi formalmente desmantelado o princípio republicano da separação de poderes, ignorando a vontade popular que o voto legislativo supõe". Gerardo Arellano, professor de Relações Internacionais da Universidade Central da Venezuela, acredita que o crescente "isolamento da Venezuela em organizações internacionais" como a OEA (Organização dos Estados Americanos) e o Mercosul é um importante instrumento de pressão contra o governo chavista. O docente também alerta para o "risco de confrontos" entre manifestantes opositores e milícias chavistas devido ao impasse político. Em 2010, o então presidente Hugo Chávez comparou a ameaça da oposição, então minoria no Parlamento, de dissolver a Assembleia Nacional a um golpe de Estado. "Sendo minoria querem agora dissolver a Assembleia Nacional, porque a única forma em que a Assembleia Nacional não pode legislar é que se dissolva, estão colocando um golpe de Estado."
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Classificação de golpe pelo Tribunal Supremo na Venezuela divide analistasO Tribunal Superior de Justiça (TSJ) venezuelano sustenta sua decisão de assumir as funções da Assembleia Nacional em um artigo da Constituição que trata das atribuições da Sala Constitucional do TSJ. O tribunal considera que houve "omissão parlamentar inconstitucional" da Assembleia, que empossou deputados acusados de fraude eleitoral, o que gerou uma sentença de que o Parlamento estava em desacato. Em caso de omissão, diz o artigo 336, o Tribunal Supremo pode "estabelecer diretrizes de correção". O texto, porém, não cita claramente que o TSJ pode exercer diretamente as competências parlamentares, como o tribunal anunciou na quinta-feira (30). "O que prevê o 336 estabelece que o TSJ deve estabelecer prazos e diretrizes para a correção de atos inconstitucionais. Disso para o ato de 'atuar como o Poder Legislativo' vai uma distância muito grande", afirma o cientista político da Unicamp Wagner de Melo Romão. Romão avalia que o TSJ já atuava de forma mais extrema se comparado a outros tribunais superiores da região e lembra do caso que originou a decisão de desacato —a posse de três deputados do Estado de Amazonas acusados de fraude eleitoral. "A decisão do tribunal já foi a de cassar esses deputados, ou seja, nem sequer reconhecer que eles foram eleitos num processo eleitoral legal. O que seria aplicável no Brasil? Que houvesse a posse desses deputados eleitos e depois a instauração de todos os processos legais, no seu devido tempo, com investigação, contraditório e assim por diante." O analista, porém, é cauteloso ao classificar a ação do TSJ como um golpe de Estado. "Enquanto não se tiver caracterizada uma situação em que o Executivo e o Judiciário, irmanados, tomam conta de todas as representações de poder no país, eu ainda não caracterizaria como um golpe de Estado completo, como algo irreversível." Já o professor da Escola de Relações Públicas e Internacionais da Universidade Columbia (EUA), Christopher Sabatini, afirma que há em curso um "golpe em pequenos passos". Ele cita as decisões da Assembleia anuladas pelo TSJ, o adiamento das eleições regionais de dezembro, as manobras do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) para atrasar a convocação de um referendo revogatório contra Maduro e a apresentação do orçamento pelo presidente aos juízes do STJ, passando ao largo da Assembleia, que deve fiscalizar o Executivo. "Efetivamente os processos democráticos já eram ignorados", diz. "A erosão da democracia é uma ameaça maior do que um golpe de fato. Um golpe geralmente é um ato que você pode reconhecer: tanques marcham pelas ruas ou uma multidão invade o palácio presidencial", avalia Sabatini. Para o cientista político Enrique Peruzzotti, da Universidade Torcuato di Tella em Buenos Aires, a Venezuela hoje pode ser considerada uma ditadura "posto que foi formalmente desmantelado o princípio republicano da separação de poderes, ignorando a vontade popular que o voto legislativo supõe". Gerardo Arellano, professor de Relações Internacionais da Universidade Central da Venezuela, acredita que o crescente "isolamento da Venezuela em organizações internacionais" como a OEA (Organização dos Estados Americanos) e o Mercosul é um importante instrumento de pressão contra o governo chavista. O docente também alerta para o "risco de confrontos" entre manifestantes opositores e milícias chavistas devido ao impasse político. Em 2010, o então presidente Hugo Chávez comparou a ameaça da oposição, então minoria no Parlamento, de dissolver a Assembleia Nacional a um golpe de Estado. "Sendo minoria querem agora dissolver a Assembleia Nacional, porque a única forma em que a Assembleia Nacional não pode legislar é que se dissolva, estão colocando um golpe de Estado."
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Dois aviões comerciais são escoltados nos EUA após ameaça de bomba
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Dois voos comerciais que iam de Portland, no Oregon, para Atlanta foram escoltados por caças devido a uma suspeita de que houvesse bombas a bordo. Os voos 2492 da Southwest Airlines e o 1156 da Delta posaram em segurança no aeroporto internacional Hartsfield-Jackson, em Atlanta na tarde deste sábado (24). Os passageiros e a tripulação foram rapidamente retirados das aeronaves, mas a polícia não encontrou nenhum artefato explosivo após as buscas. O porta-voz do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês), Preston Schlachter, disse que a suposta ameaça foi anunciada pelo Twitter.
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Dois aviões comerciais são escoltados nos EUA após ameaça de bombaDois voos comerciais que iam de Portland, no Oregon, para Atlanta foram escoltados por caças devido a uma suspeita de que houvesse bombas a bordo. Os voos 2492 da Southwest Airlines e o 1156 da Delta posaram em segurança no aeroporto internacional Hartsfield-Jackson, em Atlanta na tarde deste sábado (24). Os passageiros e a tripulação foram rapidamente retirados das aeronaves, mas a polícia não encontrou nenhum artefato explosivo após as buscas. O porta-voz do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês), Preston Schlachter, disse que a suposta ameaça foi anunciada pelo Twitter.
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Como a bancada evangélica se posiciona na economia e nos costumes
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RESUMO Com base em dados apurados pelo Datafolha, os autores procuram situar as posições de políticos evangélicos em relação às dos parlamentares e dos eleitores. Tais posições variam a depender do tema e é nas questões ligadas à sexualidade que o conservadorismo da bancada evangélica aparece com mais ênfase. * A eleição da Assembleia Constituinte, em 1986, marcou o ingresso dos evangélicos na política partidária brasileira. Entraram na disputa eleitoral temerosos de que a Constituição devolvesse à Igreja Católica antigos e exclusivos privilégios. Temiam também que a nova carta incluísse a defesa dos homossexuais, dos comunistas, das feministas, da liberalização do aborto, do uso de drogas, e de outros temas contrários à moral pregada por suas igrejas. De lá para cá, essa participação só fez crescer. Para a atual legislatura, os evangélicos elegeram 75 deputados federais e três senadores. Reunidos na chamada bancada evangélica, costumam votar coesos desde o início. Força crescente na política nacional, a bancada evangélica leva adiante suas bandeiras moralizantes, procurando influir nas votações no Congresso e assumindo cargos decisivos no Legislativo e no Executivo. Mas também tem que lidar com projetos de leis que regulam a economia e outros campos da vida do país, sobre os quais os diferentes partidos a que seus membros estão filiados certamente têm mais a dizer que suas igrejas. A Folha, em texto publicado em 13/10/2015, baseado em pesquisa do Datafolha que ouviu 289 deputados e 51 senadores, e uma amostra nacional de 10.059 eleitores, mostrou que os parlamentares, tomados em conjunto, são menos conservadores que a população que representam quando se trata de temas comportamentais, como homossexualidade e migração. Isso significa que leis que legitimem novos costumes e mudanças comportamentais em curso no mundo moderno podem ser aprovadas no Congresso e derrotadas num plebiscito. Não deixa de ser verdade também que o Supremo Tribunal Federal tem se mostrado ainda mais à frente em termos de liberalização dos costumes, deixando para trás o Congresso e ainda mais distante a população. Em temas ligados à regulação da economia, a coisa se inverte. A população concorda mais com posições usualmente defendidas pela tradição das esquerdas do que os parlamentares. Incluindo agora na comparação a bancada evangélica, pode-se ter uma boa ideia do significado político desse grupo religioso, que tem assustado políticos e analistas. A bancada evangélica e os congressistas endossam menos que o eleitorado as ideias segundo as quais a pobreza tem como causa a preguiça, os migrantes são responsáveis por problemas sociais, a maldade da pessoa explica o crime, e acreditar em Deus torna as pessoas melhores. O eleitorado é igualmente campeão na defesa da pena de morte como punição ideal, assumindo também que adolescentes criminosos devam ser punidos como adultos. Lado a lado No campo da sexualidade, porém, a bancada evangélica realmente se destaca como fração contrária à modernização dos costumes: seu apoio à ideia de que a homossexualidade deva ser desencorajada por toda a sociedade é marcada pela taxa de 46%, bem atrás dos 27% observados para o eleitorado e muito distante dos 14% do conjunto do Congresso. Sem dúvida, parece ser essa a coroa que encima seu brasão moral, entre outras notórias rejeições antimodernas de caráter moralista. Mesmo com assento na mais importante assembleia do país, a maioria dos representantes evangélicos mantém seu foco nos costumes que a sociedade, cada vez mais, transforma em marcas do passado. Em outras pautas, parece aprender com a Casa e seus partidos. ECONOMIA No campo da economia, os deputados e senadores, bem como a bancada evangélica, se alinham mais a posições tradicionalmente identificadas como de direita, ou mais próprias do liberalismo econômico, ao contrário do pensamento do eleitorado. Congressistas, evangélicos ou não, rejeitam mais que os eleitores a intervenção do Estado nas empresas, apostam menos nos programas sociais para melhorar a vida da população e defendem mais a ideia de que cabe às empresas privadas conduzir o crescimento econômico. Quando se trata de posição mais afinada com o pensamento de direita ou com certo liberalismo econômico, mesmo se pondo mais perto do Congresso e mais longe do povo, a bancada evangélica tende a se mostrar algo mais radical que os parlamentares em seu conjunto, como é próprio das minorias, sobretudo as religiosas. Reunidas as questões apresentadas em um índice que situa os grupos pesquisados num gradiente esquerda-direita, constatou-se que a bancada evangélica se posiciona bem mais à direita (64%) que o Congresso como um todo (47%) e a população de eleitores (45%). Mas a coisa muda de figura quando separamos os temas comportamentais dos econômicos. No que diz respeito ao comportamento, a bancada evangélica se mostra à direita (com 42%), perto do eleitorado (55%), e em largo contraste com o Congresso, com seus 17% de escolhas. Quanto à economia, a bancada evangélica, com 43% dos casos dados às alternativas de direita, se aproxima do Congresso, que marca essa posição com 46% e se afasta do povo, que prefere este lado em 30% dos casos. TROCAS Ao passar do comportamento para a economia, o povo muda da direita para a esquerda, o Congresso se desloca da esquerda para a direita, e a bancada evangélica se mantém na mesma posição de direita, embora menos extremista. A bancada evangélica, senta-se à direita com o povo brasileiro quando o assunto é comportamento, e se senta também à direita, mas agora na companhia dos seus pares no Congresso, quando preferencialmente se trata de assuntos econômicos. Muda de parceiros conforme olha ou para o indivíduo e sua intimidade ou para o Estado e seus problemas econômicos. Mas não muda de gosto, nem de lado. MAURO PAULINO, sociólogo, é diretor-geral do Datafolha. REGINALDO PRANDI é professor sênior do departamento de sociologia da USP, pesquisador do CNPq e autor do método Datafolha de pesquisa.
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Como a bancada evangélica se posiciona na economia e nos costumesRESUMO Com base em dados apurados pelo Datafolha, os autores procuram situar as posições de políticos evangélicos em relação às dos parlamentares e dos eleitores. Tais posições variam a depender do tema e é nas questões ligadas à sexualidade que o conservadorismo da bancada evangélica aparece com mais ênfase. * A eleição da Assembleia Constituinte, em 1986, marcou o ingresso dos evangélicos na política partidária brasileira. Entraram na disputa eleitoral temerosos de que a Constituição devolvesse à Igreja Católica antigos e exclusivos privilégios. Temiam também que a nova carta incluísse a defesa dos homossexuais, dos comunistas, das feministas, da liberalização do aborto, do uso de drogas, e de outros temas contrários à moral pregada por suas igrejas. De lá para cá, essa participação só fez crescer. Para a atual legislatura, os evangélicos elegeram 75 deputados federais e três senadores. Reunidos na chamada bancada evangélica, costumam votar coesos desde o início. Força crescente na política nacional, a bancada evangélica leva adiante suas bandeiras moralizantes, procurando influir nas votações no Congresso e assumindo cargos decisivos no Legislativo e no Executivo. Mas também tem que lidar com projetos de leis que regulam a economia e outros campos da vida do país, sobre os quais os diferentes partidos a que seus membros estão filiados certamente têm mais a dizer que suas igrejas. A Folha, em texto publicado em 13/10/2015, baseado em pesquisa do Datafolha que ouviu 289 deputados e 51 senadores, e uma amostra nacional de 10.059 eleitores, mostrou que os parlamentares, tomados em conjunto, são menos conservadores que a população que representam quando se trata de temas comportamentais, como homossexualidade e migração. Isso significa que leis que legitimem novos costumes e mudanças comportamentais em curso no mundo moderno podem ser aprovadas no Congresso e derrotadas num plebiscito. Não deixa de ser verdade também que o Supremo Tribunal Federal tem se mostrado ainda mais à frente em termos de liberalização dos costumes, deixando para trás o Congresso e ainda mais distante a população. Em temas ligados à regulação da economia, a coisa se inverte. A população concorda mais com posições usualmente defendidas pela tradição das esquerdas do que os parlamentares. Incluindo agora na comparação a bancada evangélica, pode-se ter uma boa ideia do significado político desse grupo religioso, que tem assustado políticos e analistas. A bancada evangélica e os congressistas endossam menos que o eleitorado as ideias segundo as quais a pobreza tem como causa a preguiça, os migrantes são responsáveis por problemas sociais, a maldade da pessoa explica o crime, e acreditar em Deus torna as pessoas melhores. O eleitorado é igualmente campeão na defesa da pena de morte como punição ideal, assumindo também que adolescentes criminosos devam ser punidos como adultos. Lado a lado No campo da sexualidade, porém, a bancada evangélica realmente se destaca como fração contrária à modernização dos costumes: seu apoio à ideia de que a homossexualidade deva ser desencorajada por toda a sociedade é marcada pela taxa de 46%, bem atrás dos 27% observados para o eleitorado e muito distante dos 14% do conjunto do Congresso. Sem dúvida, parece ser essa a coroa que encima seu brasão moral, entre outras notórias rejeições antimodernas de caráter moralista. Mesmo com assento na mais importante assembleia do país, a maioria dos representantes evangélicos mantém seu foco nos costumes que a sociedade, cada vez mais, transforma em marcas do passado. Em outras pautas, parece aprender com a Casa e seus partidos. ECONOMIA No campo da economia, os deputados e senadores, bem como a bancada evangélica, se alinham mais a posições tradicionalmente identificadas como de direita, ou mais próprias do liberalismo econômico, ao contrário do pensamento do eleitorado. Congressistas, evangélicos ou não, rejeitam mais que os eleitores a intervenção do Estado nas empresas, apostam menos nos programas sociais para melhorar a vida da população e defendem mais a ideia de que cabe às empresas privadas conduzir o crescimento econômico. Quando se trata de posição mais afinada com o pensamento de direita ou com certo liberalismo econômico, mesmo se pondo mais perto do Congresso e mais longe do povo, a bancada evangélica tende a se mostrar algo mais radical que os parlamentares em seu conjunto, como é próprio das minorias, sobretudo as religiosas. Reunidas as questões apresentadas em um índice que situa os grupos pesquisados num gradiente esquerda-direita, constatou-se que a bancada evangélica se posiciona bem mais à direita (64%) que o Congresso como um todo (47%) e a população de eleitores (45%). Mas a coisa muda de figura quando separamos os temas comportamentais dos econômicos. No que diz respeito ao comportamento, a bancada evangélica se mostra à direita (com 42%), perto do eleitorado (55%), e em largo contraste com o Congresso, com seus 17% de escolhas. Quanto à economia, a bancada evangélica, com 43% dos casos dados às alternativas de direita, se aproxima do Congresso, que marca essa posição com 46% e se afasta do povo, que prefere este lado em 30% dos casos. TROCAS Ao passar do comportamento para a economia, o povo muda da direita para a esquerda, o Congresso se desloca da esquerda para a direita, e a bancada evangélica se mantém na mesma posição de direita, embora menos extremista. A bancada evangélica, senta-se à direita com o povo brasileiro quando o assunto é comportamento, e se senta também à direita, mas agora na companhia dos seus pares no Congresso, quando preferencialmente se trata de assuntos econômicos. Muda de parceiros conforme olha ou para o indivíduo e sua intimidade ou para o Estado e seus problemas econômicos. Mas não muda de gosto, nem de lado. MAURO PAULINO, sociólogo, é diretor-geral do Datafolha. REGINALDO PRANDI é professor sênior do departamento de sociologia da USP, pesquisador do CNPq e autor do método Datafolha de pesquisa.
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Zoológicos não deveriam existir, diz colunista de 8 anos
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Ao perceber que o condomínio onde mora colocava veneno nas plantas do parquinho, o carioca Gabriel Amaral Carneiro, 8, decidiu montar um cativeiro de lagartas em casa. Mas a intenção não era prendê-las. A ideia era esperar que elas virassem borboletas ou mariposas em segurança e, depois, soltá-las na natureza. "Não acho os zoológicos uma boa ideia, por exemplo. Os animais não se sentem bem fechados." Gabriel estreia como novo colunista da "Folhinha" neste sábado (15), com textos sobre desperdício e cuidado com os animais. Em um deles, cria uma alternativa que chama de "zoológico ecológico", só com animais robôs. Por que ele quis escrever para a Folha? "Minha mãe me mostrou o jornal e eu fiquei interessado em mostrar minhas pesquisas. Queria achar um jeito de espalhar isso e melhorar o mundo." Além de buscar informações na internet e em livros, Gabriel também gosta de fazer pesquisas de campo: "Estou juntando dinheiro em uma caderneta de poupança para fazer um aquário", conta o menino, que quer ser biólogo. "Normalmente as pessoas montam aquários para ganhar dinheiro, mas eu não. Vou estudar os peixes estranhos." CONSELHOS O autor da coluna "Ideias..." é sempre uma criança e muda a cada mês. Normalmente, fala sobre acontecimentos do cotidiano, como a vida escolar, brincadeiras, games e outros temas. Gabriel acha que qualquer criança pode escrever bons textos, ela tem que "simplesmente" pensar em como melhorar o mundo, para "ficarmos um do lado do outro". Para ele, ainda estamos longe de atingir um equilíbrio, por isso as pessoas não deveriam nem matar insetos. "Eles são meio nojentos, mas são importantes para a natureza. Eu ouvi falar na televisão que é como o boliche. E os pinos de trás somos nós." Se você também quiser ser um colunista do caderno, é só mandar um texto de mil caracteres para [email protected], com nome, idade e "Ideias..." na linha de assunto. Veja os textos dos colunistas anteriores. Colaborou JÚLIA BARBON
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Zoológicos não deveriam existir, diz colunista de 8 anosAo perceber que o condomínio onde mora colocava veneno nas plantas do parquinho, o carioca Gabriel Amaral Carneiro, 8, decidiu montar um cativeiro de lagartas em casa. Mas a intenção não era prendê-las. A ideia era esperar que elas virassem borboletas ou mariposas em segurança e, depois, soltá-las na natureza. "Não acho os zoológicos uma boa ideia, por exemplo. Os animais não se sentem bem fechados." Gabriel estreia como novo colunista da "Folhinha" neste sábado (15), com textos sobre desperdício e cuidado com os animais. Em um deles, cria uma alternativa que chama de "zoológico ecológico", só com animais robôs. Por que ele quis escrever para a Folha? "Minha mãe me mostrou o jornal e eu fiquei interessado em mostrar minhas pesquisas. Queria achar um jeito de espalhar isso e melhorar o mundo." Além de buscar informações na internet e em livros, Gabriel também gosta de fazer pesquisas de campo: "Estou juntando dinheiro em uma caderneta de poupança para fazer um aquário", conta o menino, que quer ser biólogo. "Normalmente as pessoas montam aquários para ganhar dinheiro, mas eu não. Vou estudar os peixes estranhos." CONSELHOS O autor da coluna "Ideias..." é sempre uma criança e muda a cada mês. Normalmente, fala sobre acontecimentos do cotidiano, como a vida escolar, brincadeiras, games e outros temas. Gabriel acha que qualquer criança pode escrever bons textos, ela tem que "simplesmente" pensar em como melhorar o mundo, para "ficarmos um do lado do outro". Para ele, ainda estamos longe de atingir um equilíbrio, por isso as pessoas não deveriam nem matar insetos. "Eles são meio nojentos, mas são importantes para a natureza. Eu ouvi falar na televisão que é como o boliche. E os pinos de trás somos nós." Se você também quiser ser um colunista do caderno, é só mandar um texto de mil caracteres para [email protected], com nome, idade e "Ideias..." na linha de assunto. Veja os textos dos colunistas anteriores. Colaborou JÚLIA BARBON
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Ainda não me entendem, diz Centurión sobre o São Paulo
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Mesmo sendo aproveitado em muitas partidas desde que chegou ao São Paulo, o meia-atacante argentino Centurión afirmou estar descontente no clube do Morumbi e admitiu até dificuldades para se adaptar à capital paulista. Em entrevista à TV Fox da Argentina no último sábado (18), o jogador relatou que tem sofrido com o desentrosamento com os companheiros de equipe e também alegou que sente falta do Racing, seu ex-time. "Estou sofrendo muito na minha estadia aqui. Faço a parede e não me entendem. Faço jogadas que não esperam e por isso perco a bola. Ainda não me entendo pessoalmente com meus companheiros. Sinto falta do Racing. Tinha me encontrado com uma ideia lá e aqui é tudo muito novo, muito difícil. Não tenho sintonia com meus companheiros ainda. E viver aqui é complicado. Vivo em uma bolha, vou da casa para o treino todo dia. É uma cidade muito grande, com muito trânsito a qualquer hora", afirmou o camisa 20 do São Paulo. Autor do segundo gol da vitória por 2 a 1 da equipe tricolor sobre o Danubio, na semana passada, Centurión deve ser titular no clássico contra o Corinthians, na próxima quarta (22), no Morumbi, em jogo que definirá o futuro do time na Libertadores. "O Corinthians quer nos eliminar. Há muita rivalidade por aqui. Se eles conseguirem nos eliminar, imagine o que pode ser. Já ganharam da gente e queremos uma revanche", completou. Para conquistar a classificação para as oitavas, o São Paulo precisa derrotar o arquirrival pela primeira vez no ano (já foram duas derrotas). Se empatar ou perder, dependerá do que acontecer no outro confronto da chave, entre San Lorenzo e Danubio, na Argentina. Com Lancepress
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esporte
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Ainda não me entendem, diz Centurión sobre o São PauloMesmo sendo aproveitado em muitas partidas desde que chegou ao São Paulo, o meia-atacante argentino Centurión afirmou estar descontente no clube do Morumbi e admitiu até dificuldades para se adaptar à capital paulista. Em entrevista à TV Fox da Argentina no último sábado (18), o jogador relatou que tem sofrido com o desentrosamento com os companheiros de equipe e também alegou que sente falta do Racing, seu ex-time. "Estou sofrendo muito na minha estadia aqui. Faço a parede e não me entendem. Faço jogadas que não esperam e por isso perco a bola. Ainda não me entendo pessoalmente com meus companheiros. Sinto falta do Racing. Tinha me encontrado com uma ideia lá e aqui é tudo muito novo, muito difícil. Não tenho sintonia com meus companheiros ainda. E viver aqui é complicado. Vivo em uma bolha, vou da casa para o treino todo dia. É uma cidade muito grande, com muito trânsito a qualquer hora", afirmou o camisa 20 do São Paulo. Autor do segundo gol da vitória por 2 a 1 da equipe tricolor sobre o Danubio, na semana passada, Centurión deve ser titular no clássico contra o Corinthians, na próxima quarta (22), no Morumbi, em jogo que definirá o futuro do time na Libertadores. "O Corinthians quer nos eliminar. Há muita rivalidade por aqui. Se eles conseguirem nos eliminar, imagine o que pode ser. Já ganharam da gente e queremos uma revanche", completou. Para conquistar a classificação para as oitavas, o São Paulo precisa derrotar o arquirrival pela primeira vez no ano (já foram duas derrotas). Se empatar ou perder, dependerá do que acontecer no outro confronto da chave, entre San Lorenzo e Danubio, na Argentina. Com Lancepress
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Haddad critica ação da PM durante protesto de domingo
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CATIA SEABRA DE SÃO PAULO O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) criticou, nesta segunda-feira (5), a ação da Polícia do Estado que, na noite de domingo (4), teria reprimido participantes do ato contra o governo Temer. Haddad disse que vai pedir ao Ministério Público para apurar se houve "violência desmedida". "Nenhum prefeito gosta que isso aconteça na sua cidade", disse Haddad, afirmando que, como prefeito, "tem de garantir a liberdade de expressão". Atribuindo essa conclusão a relatos da Secretaria de Direitos Humanos, Haddad disse que os organizadores da manifestação cumpriram "rigorosamente" o que foi acordado com a Secretaria de Segurança Pública do Estado para a realização do protesto. Ele recomendou ainda que sejam ouvidos os jornalistas que testemunharam a ação policial para apurar se houve excessos. "Quem participou até o final [da manifestação] tem reportado à Secretaria de Recursos Humanos que não houve por parte dos manifestantes gesto que pudesse justificar, ensejar, uma ação repressiva". TEMER O petista afirmou que vem mantendo uma "relação institucional e boa" com o governo Temer. Listando ministros com quem teria "relação pessoal direta" –entre eles, Henrique Meirelles (Fazenda) e Blairo Maggi (Agricultura) –Haddad disse duvidar que o município venha a sofrer retaliação do presidente Michel Temer (PMDB). "Tenho uma facilidade muito grande em conversar com ministros", afirmou. Haddad adotou esse discurso durante reunião com integrantes da Apeop (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas), que o questionaram sobre a capacidade de investimento da Prefeitura nos próximos quatro anos. O petista afirmou que a Prefeitura está dentro dos limites legais de endividamento, mas reconheceu que depende do aval do Tesouro para obtenção de empréstimo. "Não tem como escapar de um entendimento com o governo federal", admitiu. Na reunião com empresários, Haddad disse que o Governo Temer estaria "cometendo um grande erro" ao "desatender" São Paulo. "Acho que o governo não vai poder dispensar essa oportunidade [de investir na cidade], até por razões políticas. Como explicar que outras cidades vão receber e São Paulo não?", alegou. O prefeito repetiu ter se dedicado ao saneamento financeiro da cidade. Sem citar adversários, disse que "não é para amador governar em tempo de recessão". Concordando com a expressão 'baboseira' –usado por um dos participantes da reunião –Haddad criticou os candidatos que fazem promessas inexequíveis, como é, na sua opinião, o congelamento de tarifas. Logo no início da reunião, Haddad reivindicou a patenidade do CEU, afirmando ter levado à ex-prefeita Marta Suplicy, hoje sua adversário pelo PMDB, a primeira maquete do projeto. "Lembrava outro dia quando decidi levar à prefeita Marta a maquete do CEU. Quem pagou a maquete foi a Apeop", disse ele, numa referência à época em que era adjunto da Secretaria de Finanças, durante a gestão Marta.
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Haddad critica ação da PM durante protesto de domingoCATIA SEABRA DE SÃO PAULO O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) criticou, nesta segunda-feira (5), a ação da Polícia do Estado que, na noite de domingo (4), teria reprimido participantes do ato contra o governo Temer. Haddad disse que vai pedir ao Ministério Público para apurar se houve "violência desmedida". "Nenhum prefeito gosta que isso aconteça na sua cidade", disse Haddad, afirmando que, como prefeito, "tem de garantir a liberdade de expressão". Atribuindo essa conclusão a relatos da Secretaria de Direitos Humanos, Haddad disse que os organizadores da manifestação cumpriram "rigorosamente" o que foi acordado com a Secretaria de Segurança Pública do Estado para a realização do protesto. Ele recomendou ainda que sejam ouvidos os jornalistas que testemunharam a ação policial para apurar se houve excessos. "Quem participou até o final [da manifestação] tem reportado à Secretaria de Recursos Humanos que não houve por parte dos manifestantes gesto que pudesse justificar, ensejar, uma ação repressiva". TEMER O petista afirmou que vem mantendo uma "relação institucional e boa" com o governo Temer. Listando ministros com quem teria "relação pessoal direta" –entre eles, Henrique Meirelles (Fazenda) e Blairo Maggi (Agricultura) –Haddad disse duvidar que o município venha a sofrer retaliação do presidente Michel Temer (PMDB). "Tenho uma facilidade muito grande em conversar com ministros", afirmou. Haddad adotou esse discurso durante reunião com integrantes da Apeop (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas), que o questionaram sobre a capacidade de investimento da Prefeitura nos próximos quatro anos. O petista afirmou que a Prefeitura está dentro dos limites legais de endividamento, mas reconheceu que depende do aval do Tesouro para obtenção de empréstimo. "Não tem como escapar de um entendimento com o governo federal", admitiu. Na reunião com empresários, Haddad disse que o Governo Temer estaria "cometendo um grande erro" ao "desatender" São Paulo. "Acho que o governo não vai poder dispensar essa oportunidade [de investir na cidade], até por razões políticas. Como explicar que outras cidades vão receber e São Paulo não?", alegou. O prefeito repetiu ter se dedicado ao saneamento financeiro da cidade. Sem citar adversários, disse que "não é para amador governar em tempo de recessão". Concordando com a expressão 'baboseira' –usado por um dos participantes da reunião –Haddad criticou os candidatos que fazem promessas inexequíveis, como é, na sua opinião, o congelamento de tarifas. Logo no início da reunião, Haddad reivindicou a patenidade do CEU, afirmando ter levado à ex-prefeita Marta Suplicy, hoje sua adversário pelo PMDB, a primeira maquete do projeto. "Lembrava outro dia quando decidi levar à prefeita Marta a maquete do CEU. Quem pagou a maquete foi a Apeop", disse ele, numa referência à época em que era adjunto da Secretaria de Finanças, durante a gestão Marta.
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Elias é o único da seleção que admite ter lembrado do 7 a 1 da Copa
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Elias já estava no banco de reservas quando o Brasil fez o sétimo gol e completou o 7 a 1 na vitória sobre o Haiti, nesta quarta (8), em Orlando, pela Copa América Centenário. "Eu estava ali, e quando fez o gol eu sabia que vocês [jornalistas] fariam piadinha. A gente lembra, não tem como [não lembrar]. Espero que apague um pouquinho, apesar de ser contra um adversário considerado mais fraco", disse o volante do Corinthians. A vitória sobre o frágil Haiti, número 74 no ranking Fifa, gerou piadas em redes sociais porque fazia alusão ao 7 a 1 que o Brasil sofreu para a Alemanha na semifinal da Copa-2014, na maior derrota da história da seleção. Dos jogadores que pararam para conversar com os jornalistas após a partida, cerca de dez dos 23 convocados, somente Elias admitiu ter lembrado do 7 a 1 de 2014 após o sétimo gol nesta quarta. "Não, não [não lembrou do 7 a 1], não lembrei de nada. Se o Elias lembrou, é problema dele [risos]", disse Willian, um dos dois jogadores desta delegação que atuaram no massacre sofrido para a Alemanha — o outro foi Hulk, que não entrou em campo frente o Haiti. Daniel Alves estava na goleada para a Alemanha, mas ficou no banco e não jogou. "Não dá para comparar, é outra situação. Todos sofremos com aquele resultado, estamos tentando voltar a alegria para os torcedores, para quem gosta da seleção", disse Daniel Alves. O atacante Gabriel, autor de um dos gols no 7 a 1, desdenhou da comparação. "Não tenho que pensar na Alemanha, goleamos o Haiti. Sou brasileiro", disse.
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esporte
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Elias é o único da seleção que admite ter lembrado do 7 a 1 da CopaElias já estava no banco de reservas quando o Brasil fez o sétimo gol e completou o 7 a 1 na vitória sobre o Haiti, nesta quarta (8), em Orlando, pela Copa América Centenário. "Eu estava ali, e quando fez o gol eu sabia que vocês [jornalistas] fariam piadinha. A gente lembra, não tem como [não lembrar]. Espero que apague um pouquinho, apesar de ser contra um adversário considerado mais fraco", disse o volante do Corinthians. A vitória sobre o frágil Haiti, número 74 no ranking Fifa, gerou piadas em redes sociais porque fazia alusão ao 7 a 1 que o Brasil sofreu para a Alemanha na semifinal da Copa-2014, na maior derrota da história da seleção. Dos jogadores que pararam para conversar com os jornalistas após a partida, cerca de dez dos 23 convocados, somente Elias admitiu ter lembrado do 7 a 1 de 2014 após o sétimo gol nesta quarta. "Não, não [não lembrou do 7 a 1], não lembrei de nada. Se o Elias lembrou, é problema dele [risos]", disse Willian, um dos dois jogadores desta delegação que atuaram no massacre sofrido para a Alemanha — o outro foi Hulk, que não entrou em campo frente o Haiti. Daniel Alves estava na goleada para a Alemanha, mas ficou no banco e não jogou. "Não dá para comparar, é outra situação. Todos sofremos com aquele resultado, estamos tentando voltar a alegria para os torcedores, para quem gosta da seleção", disse Daniel Alves. O atacante Gabriel, autor de um dos gols no 7 a 1, desdenhou da comparação. "Não tenho que pensar na Alemanha, goleamos o Haiti. Sou brasileiro", disse.
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Volkswagen para produção em todas as suas fábricas de carros no país
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Três das quatro fábricas da Volkswagen do Brasil pararam a produção por problemas de abastecimento de peças nesta segunda-feira. Não há previsão se a operação será normalizada nesta terça-feira, de acordo com a empresa. Somente a unidade de fabricação de motor, em São Carlos (SP) estava em operação. Nesta segunda, as unidades de Taubaté e São Bernardo do Campo, todas em São Paulo, ficaram paradas parcialmente. Segundo o sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, 80% da fábrica de São Bernardo do Campo não operou e cerca de 8 mil trabalhadores retornaram para a casa. Não se sabe, segundo o Sindicato, se as operações retornam ao normal na terça-feira. Em Taubaté, a parada aconteceu nos dois turnos de produção. Nesta unidade, o sindicato local informou que a produção está parada desde 26 de julho e com isso são cinco dias sem operação e não foram produzidos 4.250 veículos até agora. Já a fábrica paranaense ficará parada nesta semana e pode retornar a operação na próxima segunda feira. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, as horas paradas serão descontadas do tempo de redução de jornada permitido pelo Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Pelo programa, a empresa pode reduzir em 20% a carga horária do trabalhador todo mês. Na semana passada, a fábrica operou um turno e meio na segunda-feira e outro na terça-feira. De quarta-feira a sexta-feira a montadora dispensou os funcionários utilizando o banco de horas. Somente nos oito dias sem produção, a unidade do Sul deixará de montar 3.680 veículos. Segundo o sindicato de Curitiba, a fábrica não vem recebendo peças do grupo Prevent há mais de 20 dias. Segundo a Volkswagen, desde 15 de julho, as unidades de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) tiveram a operação suspensa por falta de autopeças fornecidas pela Famec, uma empresa do Grupo Prevent. Em nota, a montadora informou que o fornecedor, com um relacionamento comercial com a Volkswagen por mais de 40 anos, "teve sua atuação completamente alterada ao ser adquirida pelo Grupo Prevent". "A Fameq, que fornece peças estampadas à Volkswagen, interrompeu as entregas em meados de julho, que deveriam atender a área de armação das carrocerias em três fábricas - São José dos Pinhais (PR), Taubaté e Anchieta (SP). Diante da paralisação na fabricação de carrocerias, a Volkswagen se viu obrigada a suspender diversos turnos de produção em suas fábricas desde o dia 15 de julho", diz a nota. Segundo a Volks, desde março do ano passado até hoje, foram mais de 100 dias de paralisação nas três fábricas e deixaram de ser produzidas 90 mil veículos nesse período. De janeiro a julho, a montadora vendeu 148.284 veículos. No mesmo período do ano passado, foram licenciados 228.064 automóveis da marca. Já em julho, a montadora emplacou 21.509 unidades. A Volkswagen explicou que o grupo Prevent, proprietário de dezenas empresas em diversos setores pelo mundo, tem descumprido contratos com a montadora e reiteradamente faz solicitações de aumento de preços, pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico). "O grupo Prevent tem se mostrado inflexível, elencando uma série de condições (que nada tem a ver com o contrato atual) para a continuidade do fornecimento, incluindo exclusividade para os próximos projetos. A problemática nos fez recorrer à Justiça, já que o grupo continua a gerar problemas para a Volkswagen do Brasil, seus funcionários e toda a sua cadeia de fornecedores", diz o comunicado. Procurado, o grupo Prevent não se manifestou.
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mercado
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Volkswagen para produção em todas as suas fábricas de carros no paísTrês das quatro fábricas da Volkswagen do Brasil pararam a produção por problemas de abastecimento de peças nesta segunda-feira. Não há previsão se a operação será normalizada nesta terça-feira, de acordo com a empresa. Somente a unidade de fabricação de motor, em São Carlos (SP) estava em operação. Nesta segunda, as unidades de Taubaté e São Bernardo do Campo, todas em São Paulo, ficaram paradas parcialmente. Segundo o sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, 80% da fábrica de São Bernardo do Campo não operou e cerca de 8 mil trabalhadores retornaram para a casa. Não se sabe, segundo o Sindicato, se as operações retornam ao normal na terça-feira. Em Taubaté, a parada aconteceu nos dois turnos de produção. Nesta unidade, o sindicato local informou que a produção está parada desde 26 de julho e com isso são cinco dias sem operação e não foram produzidos 4.250 veículos até agora. Já a fábrica paranaense ficará parada nesta semana e pode retornar a operação na próxima segunda feira. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, as horas paradas serão descontadas do tempo de redução de jornada permitido pelo Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Pelo programa, a empresa pode reduzir em 20% a carga horária do trabalhador todo mês. Na semana passada, a fábrica operou um turno e meio na segunda-feira e outro na terça-feira. De quarta-feira a sexta-feira a montadora dispensou os funcionários utilizando o banco de horas. Somente nos oito dias sem produção, a unidade do Sul deixará de montar 3.680 veículos. Segundo o sindicato de Curitiba, a fábrica não vem recebendo peças do grupo Prevent há mais de 20 dias. Segundo a Volkswagen, desde 15 de julho, as unidades de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) tiveram a operação suspensa por falta de autopeças fornecidas pela Famec, uma empresa do Grupo Prevent. Em nota, a montadora informou que o fornecedor, com um relacionamento comercial com a Volkswagen por mais de 40 anos, "teve sua atuação completamente alterada ao ser adquirida pelo Grupo Prevent". "A Fameq, que fornece peças estampadas à Volkswagen, interrompeu as entregas em meados de julho, que deveriam atender a área de armação das carrocerias em três fábricas - São José dos Pinhais (PR), Taubaté e Anchieta (SP). Diante da paralisação na fabricação de carrocerias, a Volkswagen se viu obrigada a suspender diversos turnos de produção em suas fábricas desde o dia 15 de julho", diz a nota. Segundo a Volks, desde março do ano passado até hoje, foram mais de 100 dias de paralisação nas três fábricas e deixaram de ser produzidas 90 mil veículos nesse período. De janeiro a julho, a montadora vendeu 148.284 veículos. No mesmo período do ano passado, foram licenciados 228.064 automóveis da marca. Já em julho, a montadora emplacou 21.509 unidades. A Volkswagen explicou que o grupo Prevent, proprietário de dezenas empresas em diversos setores pelo mundo, tem descumprido contratos com a montadora e reiteradamente faz solicitações de aumento de preços, pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico). "O grupo Prevent tem se mostrado inflexível, elencando uma série de condições (que nada tem a ver com o contrato atual) para a continuidade do fornecimento, incluindo exclusividade para os próximos projetos. A problemática nos fez recorrer à Justiça, já que o grupo continua a gerar problemas para a Volkswagen do Brasil, seus funcionários e toda a sua cadeia de fornecedores", diz o comunicado. Procurado, o grupo Prevent não se manifestou.
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Evento para vacinação de pets em SP vai de política a desfiles de raças
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O plano era chegar à praça Charles Miller, na região central de São Paulo, acompanhado de dois cães. Foi abortado. Afinal, o prefeito João Doria (PSDB), segundo ele próprio, precisava "ficar com uma das mãos livres". Assistiu-se, então, a um festival de acenos, selfies e abraços no tucano. Entre os cinco animais de estimação da família Doria (três samoiedas, um maltês e um pastor-branco-suíço), a escolhida para desfilar no evento, Lola, esbanja pelagem macia e densa, característica da raça de origem siberiana samoieda, cujo filhote pode chegar a R$ 4.000. No palanque, Doria chegou a ser anunciado como "presidente". Ato falho, alegaram logo em seguida. Aquele público, no entanto, parecia mais atento aos bichos do que a pretensões políticas. Indiferente à cena de marketing, o basset hound Tobi, 4, olhos e orelhões escorridos pelo chão, demonstrava, assim como sua dona, vontade de voltar para casa. Ele ansiava pela refeição preparada por Sandra Lopes Brandão, 42 –ela até fez um curso especial de como elaborar a papinha natural de seu cão. Agora, comilão, mesmo, é o dog alemão Dark, de apenas um aninho, maior que a própria dona, Rosana Thomazini, 28. O animal consome 1 kg de ração por dia. De porte gigante, carece de uma sesta mínima de uma hora após bater um rango. Ali na SP Animal, evento da prefeitura em parceria com a iniciativa privada, além de política, teve vacinação antirrábica, microchipagem e RGA (registro geral animal). Houve, porém, quem preferiu se misturar a outras raças sem pedigree e agir discretamente. Caso de Júnior, 2, exemplar raro da raça mala chow, que pode alcançar a cifra de R$ 15 mil. Com duas cirurgias no estômago e outra na vesícula, Nietzsche, 11, um idoso buldogue inglês, apesar dos problemas de saúde, estava lá, na manhã deste domingo (27), esbanjando simpatia. Segue à base de uma dieta balanceada, uma batelada de medicamentos e doses de carinho. De olhar hipnotizante, Cristal, 6, veio de longe, Guaianases (no extremo leste), atrás da microchipagem. Na fila de espera, o dono do gato persa, Enzo Aquino, 12, tentava manter o bichano calmo, enrolado num pano de seda, em um ambiente dominado pela cachorrada. Em frente ao estádio do Pacaembu fazia sol de verão. Priscila, 29, e a mulher dela, Kathrein Pires, 36, revezavam-se na tarefa de manter Madonna sempre hidratada. A yorkshire que "nasceu pop star" cinco anos atrás, além de homenagear a rainha pop, idolatrada por Priscila, foi presente de casamento. Agora se tinha alguém na multidão que não desgrudava as mãos do seu bicho era Pedro Carlos de Araújo, 65. Totalmente cego, ele depende da ajuda do cão-guia, a labradora Boo, 10. "Andamos 2 km por dia", diz, sorrindo. A 50 passos dali, Keizy Menegatti, 9, não continha as lágrimas. Queria tirar das mãos da mãe, Débora, e carregar em seus braços, Max, o cão sem raça definida de três meses achado no lixo. "Quando chegou em casa, ele não tinha dente. Nem pelo. Pouco importa a raça. O que me interessa é que ele está vivo. E forte!"
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cotidiano
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Evento para vacinação de pets em SP vai de política a desfiles de raçasO plano era chegar à praça Charles Miller, na região central de São Paulo, acompanhado de dois cães. Foi abortado. Afinal, o prefeito João Doria (PSDB), segundo ele próprio, precisava "ficar com uma das mãos livres". Assistiu-se, então, a um festival de acenos, selfies e abraços no tucano. Entre os cinco animais de estimação da família Doria (três samoiedas, um maltês e um pastor-branco-suíço), a escolhida para desfilar no evento, Lola, esbanja pelagem macia e densa, característica da raça de origem siberiana samoieda, cujo filhote pode chegar a R$ 4.000. No palanque, Doria chegou a ser anunciado como "presidente". Ato falho, alegaram logo em seguida. Aquele público, no entanto, parecia mais atento aos bichos do que a pretensões políticas. Indiferente à cena de marketing, o basset hound Tobi, 4, olhos e orelhões escorridos pelo chão, demonstrava, assim como sua dona, vontade de voltar para casa. Ele ansiava pela refeição preparada por Sandra Lopes Brandão, 42 –ela até fez um curso especial de como elaborar a papinha natural de seu cão. Agora, comilão, mesmo, é o dog alemão Dark, de apenas um aninho, maior que a própria dona, Rosana Thomazini, 28. O animal consome 1 kg de ração por dia. De porte gigante, carece de uma sesta mínima de uma hora após bater um rango. Ali na SP Animal, evento da prefeitura em parceria com a iniciativa privada, além de política, teve vacinação antirrábica, microchipagem e RGA (registro geral animal). Houve, porém, quem preferiu se misturar a outras raças sem pedigree e agir discretamente. Caso de Júnior, 2, exemplar raro da raça mala chow, que pode alcançar a cifra de R$ 15 mil. Com duas cirurgias no estômago e outra na vesícula, Nietzsche, 11, um idoso buldogue inglês, apesar dos problemas de saúde, estava lá, na manhã deste domingo (27), esbanjando simpatia. Segue à base de uma dieta balanceada, uma batelada de medicamentos e doses de carinho. De olhar hipnotizante, Cristal, 6, veio de longe, Guaianases (no extremo leste), atrás da microchipagem. Na fila de espera, o dono do gato persa, Enzo Aquino, 12, tentava manter o bichano calmo, enrolado num pano de seda, em um ambiente dominado pela cachorrada. Em frente ao estádio do Pacaembu fazia sol de verão. Priscila, 29, e a mulher dela, Kathrein Pires, 36, revezavam-se na tarefa de manter Madonna sempre hidratada. A yorkshire que "nasceu pop star" cinco anos atrás, além de homenagear a rainha pop, idolatrada por Priscila, foi presente de casamento. Agora se tinha alguém na multidão que não desgrudava as mãos do seu bicho era Pedro Carlos de Araújo, 65. Totalmente cego, ele depende da ajuda do cão-guia, a labradora Boo, 10. "Andamos 2 km por dia", diz, sorrindo. A 50 passos dali, Keizy Menegatti, 9, não continha as lágrimas. Queria tirar das mãos da mãe, Débora, e carregar em seus braços, Max, o cão sem raça definida de três meses achado no lixo. "Quando chegou em casa, ele não tinha dente. Nem pelo. Pouco importa a raça. O que me interessa é que ele está vivo. E forte!"
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Bayern goleia Borussia Dortmund e abre vantagem na liderança
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O Bayern de Munique venceu o Borussia Dortmund por 5 a 1 neste domingo (4), pela oitava rodada do Alemão, e abriu larga vantagem na ponta da tabela. A goleada fez com que o Bayern chegasse a 24 pontos, com 100% de aproveitamento (oito vitórias em oito jogos). O segundo colocado é justamente o Dortmund, que agora está sete pontos atrás do líder. Com mais dois gols, chegando a 12 em quatro partidas, o polonês Robert Lewandowski não foi o único a brilhar. O alemão Thomas Müeller também marcou duas vezes. Outro que teve boa atuação foi o zagueiro Jérôme Boateng. Além de ajudar atrás, ele fez um lançamento que deixou Müller na cara do goleiro para fazer o primeiro. O segundo foi marcado de pênalti. Após a equipe da casa abrir 2 a 0, o gabonês Aubameyang descontou, dando esperanças aos visitantes. No segundo tempo, porém, os bávaros deslancharam. Além dos dois gols de Lewandowski, Götze fechou a goleada. Em oito partidas da competição, o Bayern marcou 28 gols e sofreu apenas quatro.
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esporte
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Bayern goleia Borussia Dortmund e abre vantagem na liderançaO Bayern de Munique venceu o Borussia Dortmund por 5 a 1 neste domingo (4), pela oitava rodada do Alemão, e abriu larga vantagem na ponta da tabela. A goleada fez com que o Bayern chegasse a 24 pontos, com 100% de aproveitamento (oito vitórias em oito jogos). O segundo colocado é justamente o Dortmund, que agora está sete pontos atrás do líder. Com mais dois gols, chegando a 12 em quatro partidas, o polonês Robert Lewandowski não foi o único a brilhar. O alemão Thomas Müeller também marcou duas vezes. Outro que teve boa atuação foi o zagueiro Jérôme Boateng. Além de ajudar atrás, ele fez um lançamento que deixou Müller na cara do goleiro para fazer o primeiro. O segundo foi marcado de pênalti. Após a equipe da casa abrir 2 a 0, o gabonês Aubameyang descontou, dando esperanças aos visitantes. No segundo tempo, porém, os bávaros deslancharam. Além dos dois gols de Lewandowski, Götze fechou a goleada. Em oito partidas da competição, o Bayern marcou 28 gols e sofreu apenas quatro.
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Veja como cada deputado votou na decisão sobre doações de campanha
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) a inclusão na Constituição da permissão de doações eleitorais de empresa. Foram 330 votos a favor, 22 a mais do que o mínimo necessário (308), contra 141 votos. Houve 1 abstenção. Na terça, o plenário havia dado um apoio insuficiente para aprovar a medida semelhante -266 votos, 44 a menos do que o necessário para que haja mudanças na Constituição. Veja como votou cada deputado: * Total DEM: 20 Total PC do B: 13 Total PDT: 16 Total PEN: 2 Total PHS: 5 Total PMDB: 61 Total PMN: 3 Total PP: 37 Total PPS: 11 Total PR: 29 Total PRB: 20 Total PROS: 12 Total PRP: 3 Total PRTB: 1 Total PSB: 30 Total PSC: 12 Total PSD: 30 Total PSDB: 47 Total PSDC: 2 Total PSL: 1 Total PSOL: 4 Total PT: 63 Total PTB: 24 Total PTC: 1 Total PTdoB: 2 Total PTN: 4 Total PV: 8 Total S.Part.: 1 Total Solidariede: 15 Fonte: Cenin (Coordenação do Sistema Eletrônico de Votação)
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poder
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Veja como cada deputado votou na decisão sobre doações de campanhaA Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) a inclusão na Constituição da permissão de doações eleitorais de empresa. Foram 330 votos a favor, 22 a mais do que o mínimo necessário (308), contra 141 votos. Houve 1 abstenção. Na terça, o plenário havia dado um apoio insuficiente para aprovar a medida semelhante -266 votos, 44 a menos do que o necessário para que haja mudanças na Constituição. Veja como votou cada deputado: * Total DEM: 20 Total PC do B: 13 Total PDT: 16 Total PEN: 2 Total PHS: 5 Total PMDB: 61 Total PMN: 3 Total PP: 37 Total PPS: 11 Total PR: 29 Total PRB: 20 Total PROS: 12 Total PRP: 3 Total PRTB: 1 Total PSB: 30 Total PSC: 12 Total PSD: 30 Total PSDB: 47 Total PSDC: 2 Total PSL: 1 Total PSOL: 4 Total PT: 63 Total PTB: 24 Total PTC: 1 Total PTdoB: 2 Total PTN: 4 Total PV: 8 Total S.Part.: 1 Total Solidariede: 15 Fonte: Cenin (Coordenação do Sistema Eletrônico de Votação)
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De cervejoduto de Bruges para as barbearias paulistanas
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Esta coluna começa humildemente com uma dica turística: Bruges. A singela cidade na Bélgica é dessas tão pequenas quanto charmosas, cercada por canais e que parecem prontas para receber um filme de época, principalmente em seu conservado centro medieval. Claro que, tratando-se de uma coluna cervejeira, qualquer menção à Bélgica tem segundas intenções, já que no país está a escola mais inventiva do mundo. Aqui, a intenção atende por De Halve Maan, única cervejaria sediada no centro histórico de Bruges. Fundada em 1564, ela foi a primeira a construir um cervejoduto. Sim, um cervejoduto. A ideia tem uma causa. Os caminhões da cervejaria circulavam por ruas estreitas do centro, tombado pela Unesco. Com a tubulação de 3,2 km, a Halve escoou sua produção para uma planta engarrafadora maior, fora da parte medieval. A cervejaria chegou a São Paulo em 2016 e já tem quatro rótulos por aqui: duas versões da Brugse Zot (blond, o carro-chefe da casa, e dubbel) e duas da Straffe Hendrik (a tripel e quadrupel). E, para ficarmos no terreno do insólito, os lugares indicados abaixo para encontrá-las são duas barbearias. Cheers! Drinques com cervejas A Brewdog (tel. 3032-4007) criou uma carta de drinques com seis sugestões, cada uma feita com um rótulo da casa, como a Punk Ginger, com a Punk IPA, suco de limão-siciliano, gengibre e mel, por R$ 20. BRUGSE ZOT Principal cerveja da Halve Maan, a blond tem coloração dourada, espuma persistente e baixo amargor (e está em promoção na barbearia, aproveite) Teor alcoólico 6%; R$ 22 (330 ml), na Mr. Navarro Barbearia, tel. (11) 3805-6558 (unidade Ipiranga) STRAFFE HENDRIK Mais alaranjada e levemente turva, essa tripel está bem equilibrada, com riqueza em aromas. As seis variedades de malte lhe conferem um certo dulçor Teor alcoólico 9%; R$ 32 (330 ml), na Garagem Barbearia, tel. (11) 2674-0074 (unidade Tatuapé)
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colunas
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De cervejoduto de Bruges para as barbearias paulistanasEsta coluna começa humildemente com uma dica turística: Bruges. A singela cidade na Bélgica é dessas tão pequenas quanto charmosas, cercada por canais e que parecem prontas para receber um filme de época, principalmente em seu conservado centro medieval. Claro que, tratando-se de uma coluna cervejeira, qualquer menção à Bélgica tem segundas intenções, já que no país está a escola mais inventiva do mundo. Aqui, a intenção atende por De Halve Maan, única cervejaria sediada no centro histórico de Bruges. Fundada em 1564, ela foi a primeira a construir um cervejoduto. Sim, um cervejoduto. A ideia tem uma causa. Os caminhões da cervejaria circulavam por ruas estreitas do centro, tombado pela Unesco. Com a tubulação de 3,2 km, a Halve escoou sua produção para uma planta engarrafadora maior, fora da parte medieval. A cervejaria chegou a São Paulo em 2016 e já tem quatro rótulos por aqui: duas versões da Brugse Zot (blond, o carro-chefe da casa, e dubbel) e duas da Straffe Hendrik (a tripel e quadrupel). E, para ficarmos no terreno do insólito, os lugares indicados abaixo para encontrá-las são duas barbearias. Cheers! Drinques com cervejas A Brewdog (tel. 3032-4007) criou uma carta de drinques com seis sugestões, cada uma feita com um rótulo da casa, como a Punk Ginger, com a Punk IPA, suco de limão-siciliano, gengibre e mel, por R$ 20. BRUGSE ZOT Principal cerveja da Halve Maan, a blond tem coloração dourada, espuma persistente e baixo amargor (e está em promoção na barbearia, aproveite) Teor alcoólico 6%; R$ 22 (330 ml), na Mr. Navarro Barbearia, tel. (11) 3805-6558 (unidade Ipiranga) STRAFFE HENDRIK Mais alaranjada e levemente turva, essa tripel está bem equilibrada, com riqueza em aromas. As seis variedades de malte lhe conferem um certo dulçor Teor alcoólico 9%; R$ 32 (330 ml), na Garagem Barbearia, tel. (11) 2674-0074 (unidade Tatuapé)
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O azul de Ursula Tautz e outras cinco indicações culturais
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EXPOSIÇÃO | URSULA TAUTZ Em "Fluidostática", a artista carioca constrói uma instalação composta por 16 jarras contendo tinta azul para canetas tinteiros, colocadas sobre balanços, além de videoprojeção das assinaturas dos presidentes do Brasil. Também estão expostos vidros e vasos do palácio que abrigou no Rio a sede do poder federal entre 1896 a 1960, em cujo jardim Tautz colocou obra interativa para o público. Palácio do Catete | tel. (21) 2127-0324 | de ter. a sex., das 10h às 12h e das 13h às 17h; sáb., dom. e feriados, das 11h às 18h grátis | até 6/12 LIVROS | HANNAH ARENDT Dois livros recém-lançados tratam da ética na obra da filósofa alemã (1906-75). Em "Ética, Responsabilidade e Juízo em Hannah Arendt" (1), a professora de direito da Puc-Rio e da Uerj Bethania Assy enfrenta a questão de como o sujeito se torna singular na comunidade. A doutora em filosofia pela PUC-SP Eugênia Sales Wagner trata, em "Hannah Arendt: Ética & Política" (2), da teoria política presente no livro "A Vida do Espírito", que Arendt deixou inacabado ao morrer. (1) Perspectiva | R$ 56 (256 págs.) (2) Ateliê | R$ 56 (320 págs.) EXPOSIÇÃO | FEIRA PARTE O evento reúne 31 galerias brasileiras e nove estrangeiras, colombianas e argentinas, com a proposta de iniciar amantes de arte no colecionismo, expondo e vendendo obras de iniciantes e de artistas experientes por preços que variam de R$ 300, em caso de múltiplos, a R$ 100 mil. Todos os trabalhos são expostos com etiquetas com o valor, técnica e nome do autor. Paço das Artes | tel. (11) 3814-4832 | de qui. (5) a 8/11 | qui. e sex., das 13h às 21h; sáb. e dom., das 11h às 19h | grátis LANÇAMENTO | DICIONÁRIO AMOROSO DO RIO DE JANEIRO Com ilustrações de Aliedo Kammar, o livro de Alvaro Costa e Silva, colaborador da "Ilustríssima", trata da capital fluminense em verbetes sentimentais. Há celebridades, de Aldir Blanc e Lamartine Babo a Quitéria Chagas, locais, como o Jardim Botânico e o tradicional balcão de bar, e curiosidades, como onça e chá de macaco. Casarão do Verbo | R$ 36 (272 págs.) Livraria Folha Seca - Rio | tel. (21) 2507-7175 | sáb. (7), às 13h LIVRO | PORTADORES: IMAGINÁRIO E ARQUITETURA Entre a massa que festeja o Círio de Nazaré, em Belém, sobressaem ex-votos em forma de casa. Já no Guerreiro Alagoano, adereços de cabeça imitam construções. A presença da arquitetura nessas festas é tema de livro oriundo de pesquisa em equipe, conduzida pelo professor Artur Rozestraten (FAU-USP), sobre a qual ele falou à "Ilustríssima". Annablume/FAU-USP | R$ 50 (148 págs.) | lançamento no sáb. (7), às 11h, na Livraria Francesa do centro de São Paulo (11 - 3231-4555) Folha - Por que estudar essas representações arquitetônicas? Artur Rozestraten - Em 2007, no fim do meu doutorado sobre as relações entre o motivo artístico do portador do modelo de arquitetura e o imaginário medieval em torno da concepção do projeto de arquitetura, me deparei com desdobramentos vivos desse mesmo motivo nas expressões contemporâneas e tão brasileiras dos promesseiros no Círio e dos brincantes do auto natalino do Guerreiro, em Alagoas. Qual a função simbólica dessas representações nos festejos? No Círio os modelos perpetuam a tradição arcaica de oferendas a divindades femininas em ritos de fundação que transformam a natureza. No Guerreiro as catedrais, zigurates e casas representam um mundo de homens e deuses, que deve ser mantido animado na luta/dança, para assegurar o nascimento de uma divindade no solstício de verão. Como as mudanças na arquitetura local se reproduzem nas imagens? Em Belém vemos formas tradicionais da arquitetura ribeirinha e formas mais recentes de uma arquitetura urbana feita sem arquitetos, além da presença crescente de sobrados e edifícios de moradia com vários pisos. No Guerreiro, as transformações históricas da arquitetura religiosa se desdobram em apropriações imaginárias nos chapéus dos mestres. TEATRO | PEÇA ESPORTE A Cia de Teatro Acidental encena o texto de Elfriede Jelinek, austríaca vencedora do Nobel de literatura em 2004. Com direção de Clayton Mariano, do Tablado de Arruar, a montagem coloca no palco diversos personagens que sofrem ou impingem aos outros violência no futebol. Tusp | tel. (11) 3123-5233 | sex. a dom., às 20h | R$ 20 | até 15/11
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ilustrissima
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O azul de Ursula Tautz e outras cinco indicações culturaisEXPOSIÇÃO | URSULA TAUTZ Em "Fluidostática", a artista carioca constrói uma instalação composta por 16 jarras contendo tinta azul para canetas tinteiros, colocadas sobre balanços, além de videoprojeção das assinaturas dos presidentes do Brasil. Também estão expostos vidros e vasos do palácio que abrigou no Rio a sede do poder federal entre 1896 a 1960, em cujo jardim Tautz colocou obra interativa para o público. Palácio do Catete | tel. (21) 2127-0324 | de ter. a sex., das 10h às 12h e das 13h às 17h; sáb., dom. e feriados, das 11h às 18h grátis | até 6/12 LIVROS | HANNAH ARENDT Dois livros recém-lançados tratam da ética na obra da filósofa alemã (1906-75). Em "Ética, Responsabilidade e Juízo em Hannah Arendt" (1), a professora de direito da Puc-Rio e da Uerj Bethania Assy enfrenta a questão de como o sujeito se torna singular na comunidade. A doutora em filosofia pela PUC-SP Eugênia Sales Wagner trata, em "Hannah Arendt: Ética & Política" (2), da teoria política presente no livro "A Vida do Espírito", que Arendt deixou inacabado ao morrer. (1) Perspectiva | R$ 56 (256 págs.) (2) Ateliê | R$ 56 (320 págs.) EXPOSIÇÃO | FEIRA PARTE O evento reúne 31 galerias brasileiras e nove estrangeiras, colombianas e argentinas, com a proposta de iniciar amantes de arte no colecionismo, expondo e vendendo obras de iniciantes e de artistas experientes por preços que variam de R$ 300, em caso de múltiplos, a R$ 100 mil. Todos os trabalhos são expostos com etiquetas com o valor, técnica e nome do autor. Paço das Artes | tel. (11) 3814-4832 | de qui. (5) a 8/11 | qui. e sex., das 13h às 21h; sáb. e dom., das 11h às 19h | grátis LANÇAMENTO | DICIONÁRIO AMOROSO DO RIO DE JANEIRO Com ilustrações de Aliedo Kammar, o livro de Alvaro Costa e Silva, colaborador da "Ilustríssima", trata da capital fluminense em verbetes sentimentais. Há celebridades, de Aldir Blanc e Lamartine Babo a Quitéria Chagas, locais, como o Jardim Botânico e o tradicional balcão de bar, e curiosidades, como onça e chá de macaco. Casarão do Verbo | R$ 36 (272 págs.) Livraria Folha Seca - Rio | tel. (21) 2507-7175 | sáb. (7), às 13h LIVRO | PORTADORES: IMAGINÁRIO E ARQUITETURA Entre a massa que festeja o Círio de Nazaré, em Belém, sobressaem ex-votos em forma de casa. Já no Guerreiro Alagoano, adereços de cabeça imitam construções. A presença da arquitetura nessas festas é tema de livro oriundo de pesquisa em equipe, conduzida pelo professor Artur Rozestraten (FAU-USP), sobre a qual ele falou à "Ilustríssima". Annablume/FAU-USP | R$ 50 (148 págs.) | lançamento no sáb. (7), às 11h, na Livraria Francesa do centro de São Paulo (11 - 3231-4555) Folha - Por que estudar essas representações arquitetônicas? Artur Rozestraten - Em 2007, no fim do meu doutorado sobre as relações entre o motivo artístico do portador do modelo de arquitetura e o imaginário medieval em torno da concepção do projeto de arquitetura, me deparei com desdobramentos vivos desse mesmo motivo nas expressões contemporâneas e tão brasileiras dos promesseiros no Círio e dos brincantes do auto natalino do Guerreiro, em Alagoas. Qual a função simbólica dessas representações nos festejos? No Círio os modelos perpetuam a tradição arcaica de oferendas a divindades femininas em ritos de fundação que transformam a natureza. No Guerreiro as catedrais, zigurates e casas representam um mundo de homens e deuses, que deve ser mantido animado na luta/dança, para assegurar o nascimento de uma divindade no solstício de verão. Como as mudanças na arquitetura local se reproduzem nas imagens? Em Belém vemos formas tradicionais da arquitetura ribeirinha e formas mais recentes de uma arquitetura urbana feita sem arquitetos, além da presença crescente de sobrados e edifícios de moradia com vários pisos. No Guerreiro, as transformações históricas da arquitetura religiosa se desdobram em apropriações imaginárias nos chapéus dos mestres. TEATRO | PEÇA ESPORTE A Cia de Teatro Acidental encena o texto de Elfriede Jelinek, austríaca vencedora do Nobel de literatura em 2004. Com direção de Clayton Mariano, do Tablado de Arruar, a montagem coloca no palco diversos personagens que sofrem ou impingem aos outros violência no futebol. Tusp | tel. (11) 3123-5233 | sex. a dom., às 20h | R$ 20 | até 15/11
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De olho em público rico, marcas de luxo pegam carona em feira náutica
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Não houve filas nas bilheterias nem engarrafamento no acesso ao São Paulo Expo, pavilhão de eventos localizado na avenida dos Imigrantes. Lá foi realizada a edição 2016 do SP Boat Show, que recebeu 40 mil visitantes —menos de um décimo do público de um salão do automóvel. Lá dentro, iates de R$ 15 milhões eram visitados como se fossem mansões, enquanto corretores explanavam sobre ambientes, decoração e potência. Perto das embarcações, um Lamborghini Huracán avaliado em R$ 2,6 milhões esteve à disposição dos visitantes. A marca foi uma das 16 que apostaram na feira náutica para se aproximar de seu público-alvo. De acordo com Ernani Paciornik, idealizador do SP Boat Show, as empresas gastaram entre R$ 100 mil e R$ 200 mil para expor produtos e serviços no Espaço dos Desejos. Além do estande, receberam 500 credenciais VIP e o direito a fazer um coquetel para convidados. Há lógica: se boa parte dos que estavam no evento podia gastar alguns milhões com barcos, nada os impede de investir R$ 1,5 milhão em um Bentley Continental GT. O carro podia ser aberto e tocado pelo público, bem diferente do que ocorre em salões do automóvel mundo afora –nessas ocasiões, veículos de preço elevado permanecem trancados em estandes com acesso controlado. Os contratos de compra poderiam ser assinados por uma das canetas de um kit da Faber-Castell, outra marca presente na feira. O conjunto, assinado pelo estilista Karl Lagerfeld, foi produzido em série limitada e tinha preço sugerido de R$ 12 mil. Contudo, raros foram os negócios fechados durante o evento, que terminou na terça-feira (11). Os representantes de vendas trocavam cartões e anotavam dados de possíveis clientes. O objetivo é fazer relacionamento. "Um interessado me perguntou o porquê de gastar R$ 1,5 milhão no carro em vez de comprar uma lancha de igual valor", disse Fernando Carvalho, da Bentley. O vendedor desfiou argumentos como a maior possibilidade de usos do carro e os luxos de um modelo que usa madeira nobre e carpetes palacianos nos revestimentos. A rede de hotelaria Belmond, dona do Copacabana Palace, oferecia opções de turismo. Na face oposta a seu estande, a Coconut Island disponibilizava o aluguel de uma ilha em Angra dos Reis (RJ). O visitante pode chegar até lá de barco ou helicóptero —não por acaso, a Helibrás exibia uma de suas aeronaves no espaço ao lado.
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mercado
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De olho em público rico, marcas de luxo pegam carona em feira náuticaNão houve filas nas bilheterias nem engarrafamento no acesso ao São Paulo Expo, pavilhão de eventos localizado na avenida dos Imigrantes. Lá foi realizada a edição 2016 do SP Boat Show, que recebeu 40 mil visitantes —menos de um décimo do público de um salão do automóvel. Lá dentro, iates de R$ 15 milhões eram visitados como se fossem mansões, enquanto corretores explanavam sobre ambientes, decoração e potência. Perto das embarcações, um Lamborghini Huracán avaliado em R$ 2,6 milhões esteve à disposição dos visitantes. A marca foi uma das 16 que apostaram na feira náutica para se aproximar de seu público-alvo. De acordo com Ernani Paciornik, idealizador do SP Boat Show, as empresas gastaram entre R$ 100 mil e R$ 200 mil para expor produtos e serviços no Espaço dos Desejos. Além do estande, receberam 500 credenciais VIP e o direito a fazer um coquetel para convidados. Há lógica: se boa parte dos que estavam no evento podia gastar alguns milhões com barcos, nada os impede de investir R$ 1,5 milhão em um Bentley Continental GT. O carro podia ser aberto e tocado pelo público, bem diferente do que ocorre em salões do automóvel mundo afora –nessas ocasiões, veículos de preço elevado permanecem trancados em estandes com acesso controlado. Os contratos de compra poderiam ser assinados por uma das canetas de um kit da Faber-Castell, outra marca presente na feira. O conjunto, assinado pelo estilista Karl Lagerfeld, foi produzido em série limitada e tinha preço sugerido de R$ 12 mil. Contudo, raros foram os negócios fechados durante o evento, que terminou na terça-feira (11). Os representantes de vendas trocavam cartões e anotavam dados de possíveis clientes. O objetivo é fazer relacionamento. "Um interessado me perguntou o porquê de gastar R$ 1,5 milhão no carro em vez de comprar uma lancha de igual valor", disse Fernando Carvalho, da Bentley. O vendedor desfiou argumentos como a maior possibilidade de usos do carro e os luxos de um modelo que usa madeira nobre e carpetes palacianos nos revestimentos. A rede de hotelaria Belmond, dona do Copacabana Palace, oferecia opções de turismo. Na face oposta a seu estande, a Coconut Island disponibilizava o aluguel de uma ilha em Angra dos Reis (RJ). O visitante pode chegar até lá de barco ou helicóptero —não por acaso, a Helibrás exibia uma de suas aeronaves no espaço ao lado.
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Prostitutas temem perder seguro de saúde com fim do Obamacare nos EUA
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Alice Little, formada em psicologia e moradora da montanhosa região rural do Estado de Nevada, é o tipo de jovem que o Obamacare foi concebido para ajudar. Sua renda superior a US$ 100 mil por ano significa que ela não tem acesso à assistência médica do governo aos pobres. Seu status como prestadora independente de serviços significa que ela não tem plano de saúde oferecido por um empregador. Seu trabalho é mais um complicador: ela é profissional do sexo. Little, 27, trabalha em um bordel licenciado que fica no deserto, perto de Carson City, a capital do único Estado norte-americano no qual a prostituição é legal. Essa não é a única coisa que distingue Nevada: lá, o Obamacare chegou mais perto de um colapso genuíno do que em qualquer outro Estado norte-americano. Os esforços dos republicanos para revogar a reforma da saúde implementada por Obama abalaram a tal ponto as operadoras de planos de saúde que elas estão recusando vender planos em grandes porções do Estado, para 2018. "Ficamos aterrorizadas", disse Little, fundadora de uma organização chamada Hookers for Healthcare (prostitutas pela saúde). Os problemas em Nevada podem prenunciar o futuro em outros Estados. "A realidade é que planos de saúde não só se tornaram inacessíveis como se tornaram impossíveis", diz Little, acomodada em um sofá de veludo no saguão do Moonlite Bunny Ranch, um bordel construído de madeira e pintado de cor de rosa. "Não havia opção alguma para nós, literalmente. Havia mulheres falando em procurar outro emprego. Outras falavam em se mudar daqui". O republicano Brian Sandoval, governador do Nevada, anunciou esta semana ter persuadido uma operadora de saúde a oferecer planos no Estado. Mas o mercado nacional de planos de saúde continua problemático, devido à forte incerteza –e os apelos contraditórios de Trump, que pediu tanto pelo reinício do processo de revogação do Obamacare quanto que os republicanos permitam seu colapso, não ajudaram. A lição de Nevada é que o fracasso republicano em reformar o sistema de saúde, em Washington, não devolverá as coisas à situação que existia antes de Trump. Em lugar disso, os últimos sete meses de debates e confusão, que incluíram uma série de demissões na Casa Branca, culminando com a de Steve Bannon, na semana passada, desestabilizaram seriamente o mercado de planos de saúde. Os eleitores de Trump estão muito cientes disso. Conversas com alguns deles, no norte de Nevada, sugerem que está emergindo uma nova vertente do sentimento de oposição a Washington. Eles ainda culpam mais o Congresso do que o presidente pelo fiasco na reforma da saúde, –mas sentem que o homem que prometeu drenar o pântano político da capital está sendo sugado por ele. Jim Dunn, executivo de marketing aposentado que se mudou do Vale do Silício para Reno, a maior cidade da área, e votou em Trump, o descreve como "uma grande decepção", ainda que declare que a indignação quanto à reação do presidente quanto à violência dos supremacistas brancos é injustificada. "Os republicanos, como time, erraram feio", ele diz Dunn. A mulher dele, Ann, acrescenta que "não está empolgada" com Trump, tampouco, dizendo que ele não tem apoio suficiente no Congresso. "Ele faria melhor se não falasse em público ou escrevesse no Twitter, porque não se comunica bem", diz Ann. "Mas mesmo assim eu não votaria em Hillary". Em Nevada, cerca de 89 mil pessoas adquiriram planos de saúde por meio dos mercados online de planos criados pelo Obamacare. Isso reduziu a proporção da população desprovida de cobertura de saúde de 23% em 2012 a 11% em 2015, em parte porque as operadoras foram informadas de que, embora pudessem escolher os municípios em que operariam, não teriam mais direito de negar cobertura a pessoas que considerassem como beneficiários de alto risco, por exemplo profissionais do sexo ou portadores de doenças pré-existentes. Heather Korbulic, diretora executiva do mercado online de saúde do Nevada, diz que ele estava a caminho de um 2018, "muito bem sucedido", com cinco operadoras de planos de saúde –um recorde– preparadas para oferecer planos e concorrer em termos de preço. Mas quando os republicanos iniciaram seu malfadado esforço para revogar e substituir as reformas de Obama, as operadoras ficaram hesitantes, porque temiam que quaisquer mudanças pudessem significar que não obteriam clientes suficientes para cobrir os custos do seguro-saúde. Elas começaram a abandonar as regiões conservadoras e esparsamente povoadas de Nevada, onde prover cobertura é difícil. Essas regiões abrigam muitas prostitutas, proibidas de trabalhar nas cidades, além de pecuaristas e mineiros. No final de junho, Korbulic anunciou que oito mil beneficiários do Obamacare em 14 municípios de Nevada não teriam acesso a planos de saúde, no ano que vem. Os especialistas designam esses municípios como "descobertos". O colapso dos esforços republicanos de reforma, um mês depois, só agravou a incerteza. Na semana passada, Sandoval, sorridente, anunciou ter persuadido a Centene, uma empresa de seguro-saúde, a vender planos nos municípios descobertos, mas reconheceu que as empresas do setor ainda não estão encontrando a certeza de que necessitam. "[As companhias] precisam saber quais serão as regras e, dado o que aconteceu em Washington, é difícil determinar preços para um produto e saber o que fazer", ele disse. Mas encontrar uma seguradora disposta a vender planos não é o fim do problema. A Centene ainda não anunciou os preços de seus planos ou os valores de franquia para sua cobertura. "Temos mais obstáculos a superar", diz Mike Willden, o chefe da Casa Civil do governador. "Se o preço for alto demais, as pessoas podem optar por não adquirir cobertura". Tony Slonim, presidente-executivo do Renown Health, um grupo de hospitais de Nevada, lamentou a maneira pela qual Washington –incluindo Trump– reduziu o debate sobre o Obamacare à questão de revogá-lo ou não. "É insano", ele disse. "As consequências importam... temos anos de trabalho á nossa frente para descobrir o que fazer se [o Obamacare] for revogado". Por enquanto, Little, do Bunny Ranch, expressa alívio por o governador ter encontrado uma operadora de planos de saúde disposta a vender. Isso lhe dá esperança de que as profissionais de saúde tenham suas despesas com exames cervicais cobertas no ano que vem. "Estou certa de que se os pais fundadores tivessem previsto a questão", disse Little, "eles a teriam incluído na constituição, em uma cláusula do tipo 'dê cobertura de saúde ao povo'. Eles nos deram armas. Agora é hora de nos darem cobertura de saúde". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mundo
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Prostitutas temem perder seguro de saúde com fim do Obamacare nos EUAAlice Little, formada em psicologia e moradora da montanhosa região rural do Estado de Nevada, é o tipo de jovem que o Obamacare foi concebido para ajudar. Sua renda superior a US$ 100 mil por ano significa que ela não tem acesso à assistência médica do governo aos pobres. Seu status como prestadora independente de serviços significa que ela não tem plano de saúde oferecido por um empregador. Seu trabalho é mais um complicador: ela é profissional do sexo. Little, 27, trabalha em um bordel licenciado que fica no deserto, perto de Carson City, a capital do único Estado norte-americano no qual a prostituição é legal. Essa não é a única coisa que distingue Nevada: lá, o Obamacare chegou mais perto de um colapso genuíno do que em qualquer outro Estado norte-americano. Os esforços dos republicanos para revogar a reforma da saúde implementada por Obama abalaram a tal ponto as operadoras de planos de saúde que elas estão recusando vender planos em grandes porções do Estado, para 2018. "Ficamos aterrorizadas", disse Little, fundadora de uma organização chamada Hookers for Healthcare (prostitutas pela saúde). Os problemas em Nevada podem prenunciar o futuro em outros Estados. "A realidade é que planos de saúde não só se tornaram inacessíveis como se tornaram impossíveis", diz Little, acomodada em um sofá de veludo no saguão do Moonlite Bunny Ranch, um bordel construído de madeira e pintado de cor de rosa. "Não havia opção alguma para nós, literalmente. Havia mulheres falando em procurar outro emprego. Outras falavam em se mudar daqui". O republicano Brian Sandoval, governador do Nevada, anunciou esta semana ter persuadido uma operadora de saúde a oferecer planos no Estado. Mas o mercado nacional de planos de saúde continua problemático, devido à forte incerteza –e os apelos contraditórios de Trump, que pediu tanto pelo reinício do processo de revogação do Obamacare quanto que os republicanos permitam seu colapso, não ajudaram. A lição de Nevada é que o fracasso republicano em reformar o sistema de saúde, em Washington, não devolverá as coisas à situação que existia antes de Trump. Em lugar disso, os últimos sete meses de debates e confusão, que incluíram uma série de demissões na Casa Branca, culminando com a de Steve Bannon, na semana passada, desestabilizaram seriamente o mercado de planos de saúde. Os eleitores de Trump estão muito cientes disso. Conversas com alguns deles, no norte de Nevada, sugerem que está emergindo uma nova vertente do sentimento de oposição a Washington. Eles ainda culpam mais o Congresso do que o presidente pelo fiasco na reforma da saúde, –mas sentem que o homem que prometeu drenar o pântano político da capital está sendo sugado por ele. Jim Dunn, executivo de marketing aposentado que se mudou do Vale do Silício para Reno, a maior cidade da área, e votou em Trump, o descreve como "uma grande decepção", ainda que declare que a indignação quanto à reação do presidente quanto à violência dos supremacistas brancos é injustificada. "Os republicanos, como time, erraram feio", ele diz Dunn. A mulher dele, Ann, acrescenta que "não está empolgada" com Trump, tampouco, dizendo que ele não tem apoio suficiente no Congresso. "Ele faria melhor se não falasse em público ou escrevesse no Twitter, porque não se comunica bem", diz Ann. "Mas mesmo assim eu não votaria em Hillary". Em Nevada, cerca de 89 mil pessoas adquiriram planos de saúde por meio dos mercados online de planos criados pelo Obamacare. Isso reduziu a proporção da população desprovida de cobertura de saúde de 23% em 2012 a 11% em 2015, em parte porque as operadoras foram informadas de que, embora pudessem escolher os municípios em que operariam, não teriam mais direito de negar cobertura a pessoas que considerassem como beneficiários de alto risco, por exemplo profissionais do sexo ou portadores de doenças pré-existentes. Heather Korbulic, diretora executiva do mercado online de saúde do Nevada, diz que ele estava a caminho de um 2018, "muito bem sucedido", com cinco operadoras de planos de saúde –um recorde– preparadas para oferecer planos e concorrer em termos de preço. Mas quando os republicanos iniciaram seu malfadado esforço para revogar e substituir as reformas de Obama, as operadoras ficaram hesitantes, porque temiam que quaisquer mudanças pudessem significar que não obteriam clientes suficientes para cobrir os custos do seguro-saúde. Elas começaram a abandonar as regiões conservadoras e esparsamente povoadas de Nevada, onde prover cobertura é difícil. Essas regiões abrigam muitas prostitutas, proibidas de trabalhar nas cidades, além de pecuaristas e mineiros. No final de junho, Korbulic anunciou que oito mil beneficiários do Obamacare em 14 municípios de Nevada não teriam acesso a planos de saúde, no ano que vem. Os especialistas designam esses municípios como "descobertos". O colapso dos esforços republicanos de reforma, um mês depois, só agravou a incerteza. Na semana passada, Sandoval, sorridente, anunciou ter persuadido a Centene, uma empresa de seguro-saúde, a vender planos nos municípios descobertos, mas reconheceu que as empresas do setor ainda não estão encontrando a certeza de que necessitam. "[As companhias] precisam saber quais serão as regras e, dado o que aconteceu em Washington, é difícil determinar preços para um produto e saber o que fazer", ele disse. Mas encontrar uma seguradora disposta a vender planos não é o fim do problema. A Centene ainda não anunciou os preços de seus planos ou os valores de franquia para sua cobertura. "Temos mais obstáculos a superar", diz Mike Willden, o chefe da Casa Civil do governador. "Se o preço for alto demais, as pessoas podem optar por não adquirir cobertura". Tony Slonim, presidente-executivo do Renown Health, um grupo de hospitais de Nevada, lamentou a maneira pela qual Washington –incluindo Trump– reduziu o debate sobre o Obamacare à questão de revogá-lo ou não. "É insano", ele disse. "As consequências importam... temos anos de trabalho á nossa frente para descobrir o que fazer se [o Obamacare] for revogado". Por enquanto, Little, do Bunny Ranch, expressa alívio por o governador ter encontrado uma operadora de planos de saúde disposta a vender. Isso lhe dá esperança de que as profissionais de saúde tenham suas despesas com exames cervicais cobertas no ano que vem. "Estou certa de que se os pais fundadores tivessem previsto a questão", disse Little, "eles a teriam incluído na constituição, em uma cláusula do tipo 'dê cobertura de saúde ao povo'. Eles nos deram armas. Agora é hora de nos darem cobertura de saúde". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Mostras em SP debatem censura e liberdade de expressão no teatro
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Em nossa recente democracia, ainda é muito latente no Brasil o tema da censura, agora abordado em eventos de teatro em São Paulo. O Sesi recebe o 7º Ciclo de Dramaturgia até 8/10. Trata-se de palestras, leituras, e encenação de duas peças: "Solilóquios" e "Em Abrigo", ambas dirigidas por Johana Albuquerque. Todos envoltos na temática Dramaturgia e Liberdade de Expressão. "Temos uma discussão ainda muito tímida sobre peças que tenham sido censuradas", diz a jornalista e dramaturga Marici Salomão, que coordena o ciclo. Segundo ela, ainda vivemos uma espécia de censura, agora ditada por interesses econômicos. "A própria iniciativa privada restringe alguns temas." "Acho que hoje há uma incapacidade de debate público", completa o diretor Aimar Labaki, um dos palestrantes. Ele lembra do caso de"A Mulher do Trem", peça do grupo Os Fofos Encenam, que teve uma sessão cancelada neste ano após acusação de racismo por uso de "blackface". "Hoje a censura existe, mas ela é pulverizada, capilarizada e semiprivatizada", diz a professora Maria Cristina Castilho Costa, coordenadora do Obcom - Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura. O grupo de pesquisas participa do projeto Censura em Cena, que começa neste sábado (26) no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. São leituras dramáticas, seguidas de debates, de peças que foram vetadas pelo governo paulista. A primeira é "A Semente" (1961), de Gianfrancesco Guarnieri. "Muitas vezes, a censura é feita com o aval da opinião pública. Há casos em que as pessoas fazem abaixo-assinados, dando argumentos como questões morais [para vetar os trabalhos]", afirma a professora, que coordena as mesas de debates do evento. Também no sábado (26), o Itaú Cultural abre, dentro do seu projeto Ocupação, uma mostra sobre o diretor João das Neves. Criador do Grupo Opinião –coletivo carioca que, nos anos 1960, montou espetáculos de protesto contra o regime– João teve muitos trabalhos perseguidos e censurados pela ditadura. "O Brasil se livrou da ditadura, mas ainda somos um país de mentalidade muito retrógrada em muitos sentidos", opina o encenador. Denominado Anos de Chumbo, esse é um dos quatro eixos que guiam a exposição. O cenário é formado por um corredor que remete ao espetáculo dele "O Último Carro" (1976), que se passa em um vagão de trem. Ali há fotos, fac-símiles de algumas de peças, áudios e cartas, todas do acervo do encenador, que remetem a esse período. "É um espaço mais sombrio, com paredes cinza, que lembram um muro", explica Tânia Francisco Rodrigues, coordenadora do Núcleo de Enciclopédias do Itaú. Os demais eixos mostram o lado pessoal de João, além de sua relação com diferentes cidades. Nascido no Rio, em 1934, onde trabalhou por muitos anos, mudou-se para o Acre no fim da década de 1980. Ali conviveu com o ativista Chico Mendes e com índios da tribo Kaxinawá. Há quase 20 anos, vive em Minas Gerais, onde dirigiu peças como "Madame Satã", que será apresentada na próxima terça (29), dentro da programação paralela da mostra. 7º CICLO DO NÚCLEO DE DRAMATURGIA SESI-BRITISH COUNCIL QUANDO até 8/10 ONDE Centro Cultural Fiesp - Ruth Cardoso, av. Paulista, 1.313, tel. (11) 3146 7434 PROGRAMAÇÃO no site do Sesi CENSURA EM CENA QUANDO "A Semente": sáb. (26), das 14h às 18h ONDE Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, r. Dr. Plínio Barreto, 285, tel. (11) 3254-5600 QUANTO grátis INSCRIÇÕES pelo site do sesc ou em suas unidades OCUPAÇÃO JOÃO DAS NEVES QUANDO de ter. a sex., das 9h às 20h, sáb. e dom., das 11h às 20h; de 26/9 a 8/11 ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776/1777 QUANTO grátis
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ilustrada
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Mostras em SP debatem censura e liberdade de expressão no teatroEm nossa recente democracia, ainda é muito latente no Brasil o tema da censura, agora abordado em eventos de teatro em São Paulo. O Sesi recebe o 7º Ciclo de Dramaturgia até 8/10. Trata-se de palestras, leituras, e encenação de duas peças: "Solilóquios" e "Em Abrigo", ambas dirigidas por Johana Albuquerque. Todos envoltos na temática Dramaturgia e Liberdade de Expressão. "Temos uma discussão ainda muito tímida sobre peças que tenham sido censuradas", diz a jornalista e dramaturga Marici Salomão, que coordena o ciclo. Segundo ela, ainda vivemos uma espécia de censura, agora ditada por interesses econômicos. "A própria iniciativa privada restringe alguns temas." "Acho que hoje há uma incapacidade de debate público", completa o diretor Aimar Labaki, um dos palestrantes. Ele lembra do caso de"A Mulher do Trem", peça do grupo Os Fofos Encenam, que teve uma sessão cancelada neste ano após acusação de racismo por uso de "blackface". "Hoje a censura existe, mas ela é pulverizada, capilarizada e semiprivatizada", diz a professora Maria Cristina Castilho Costa, coordenadora do Obcom - Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura. O grupo de pesquisas participa do projeto Censura em Cena, que começa neste sábado (26) no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. São leituras dramáticas, seguidas de debates, de peças que foram vetadas pelo governo paulista. A primeira é "A Semente" (1961), de Gianfrancesco Guarnieri. "Muitas vezes, a censura é feita com o aval da opinião pública. Há casos em que as pessoas fazem abaixo-assinados, dando argumentos como questões morais [para vetar os trabalhos]", afirma a professora, que coordena as mesas de debates do evento. Também no sábado (26), o Itaú Cultural abre, dentro do seu projeto Ocupação, uma mostra sobre o diretor João das Neves. Criador do Grupo Opinião –coletivo carioca que, nos anos 1960, montou espetáculos de protesto contra o regime– João teve muitos trabalhos perseguidos e censurados pela ditadura. "O Brasil se livrou da ditadura, mas ainda somos um país de mentalidade muito retrógrada em muitos sentidos", opina o encenador. Denominado Anos de Chumbo, esse é um dos quatro eixos que guiam a exposição. O cenário é formado por um corredor que remete ao espetáculo dele "O Último Carro" (1976), que se passa em um vagão de trem. Ali há fotos, fac-símiles de algumas de peças, áudios e cartas, todas do acervo do encenador, que remetem a esse período. "É um espaço mais sombrio, com paredes cinza, que lembram um muro", explica Tânia Francisco Rodrigues, coordenadora do Núcleo de Enciclopédias do Itaú. Os demais eixos mostram o lado pessoal de João, além de sua relação com diferentes cidades. Nascido no Rio, em 1934, onde trabalhou por muitos anos, mudou-se para o Acre no fim da década de 1980. Ali conviveu com o ativista Chico Mendes e com índios da tribo Kaxinawá. Há quase 20 anos, vive em Minas Gerais, onde dirigiu peças como "Madame Satã", que será apresentada na próxima terça (29), dentro da programação paralela da mostra. 7º CICLO DO NÚCLEO DE DRAMATURGIA SESI-BRITISH COUNCIL QUANDO até 8/10 ONDE Centro Cultural Fiesp - Ruth Cardoso, av. Paulista, 1.313, tel. (11) 3146 7434 PROGRAMAÇÃO no site do Sesi CENSURA EM CENA QUANDO "A Semente": sáb. (26), das 14h às 18h ONDE Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, r. Dr. Plínio Barreto, 285, tel. (11) 3254-5600 QUANTO grátis INSCRIÇÕES pelo site do sesc ou em suas unidades OCUPAÇÃO JOÃO DAS NEVES QUANDO de ter. a sex., das 9h às 20h, sáb. e dom., das 11h às 20h; de 26/9 a 8/11 ONDE Itaú Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776/1777 QUANTO grátis
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Aprender a aprender
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Se não caiu a ficha, está na hora de cair: a maior parte do conhecimento teórico e prático já produzido pela humanidade está disponível na internet, de graça e abertamente. Quem tiver a curiosidade e a energia necessárias pode tomar nas mãos os caminhos do próprio aprendizado. Esse é um desafio para o sistema educacional: a missão da escola nos dias de hoje passa a ser ensinar a aprender dentro desse novo contexto em que vivemos. Quem viu o documentário sobre Aaron Swartz ("O Menino da Internet"), disponível também de graça e abertamente no YouTube, deve se lembrar da cena em que ele, com poucos anos de idade, aprende a ler sozinho. Em depoimento para a câmera, seus pais dizem: "Aaron aprendeu muito cedo a aprender". Apesar de nunca ter completado a faculdade, circulava entre professores das melhores universidades e conversava com eles como igual. Swartz aprendeu no mesmo lugar –a internet– tanto a programar quanto a ler clássicos da filosofia política (como Henry David Thoreau, um dos seus favoritos). Qualquer um pode seguir seu caminho. Não importa onde você mora, quão boa ou ruim é a sua escola, qual é sua condição socioeconômica: se você estiver conectado à rede e se organizar, pode ter acesso à mesma informação disponível nas melhores escolas do planeta. Dá para aprender tudo na rede. Matemática, química e física para os ensinos médio e fundamental estão disponíveis na Khan Academy (já traduzida em português). Cursos universitários inteiros de Harvard e do MIT estão também na rede, por meio de iniciativas como o Open Courseware e o HarvardX. Os "syllabi" –programas dos cursos– de várias universidades de ponta também estão on-line (e suas leituras indicadas estão também na maioria na rede). Quer aprender habilidades práticas? Sites com o Wikihow ensinam a, literalmente, fazer qualquer coisa. De consertar a bicicleta a fazer uma planilha em Excel. Além desses "sites-ilha" que organizam conteúdos, há também um vasto oceano de partículas de informação espalhadas pela rede, todas facilmente encontráveis. De vídeos postados por voluntários no YouTube com tutoriais de desenho industrial a aulas de agronomia. Se algo não estiver disponível, basta entrar em um dos fóruns especializados de cada campo do conhecimento, que reúnem usuários dispostos a se ajudar. Muita gente vai dizer que boa parte desse conteúdo só está disponível em inglês. Não tem problema. Dá para aprender inglês (e várias outras línguas) pela internet. Sites como o Duolingo –com modelos de aprendizado gratuito– têm se tornado cada vez mais populares justamente por sua eficácia. Claro que não dá para ignorar o papel dos professores, que mais do que nunca são essenciais. Mas entramos no momento em que o aprendizado tornou-se mais importante do que a educação. Isso gera enorme pressão sobre o sistema educacional. E pressão ainda maior sobre cada um nós. Não temos mais desculpa para não aprender.
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colunas
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Aprender a aprenderSe não caiu a ficha, está na hora de cair: a maior parte do conhecimento teórico e prático já produzido pela humanidade está disponível na internet, de graça e abertamente. Quem tiver a curiosidade e a energia necessárias pode tomar nas mãos os caminhos do próprio aprendizado. Esse é um desafio para o sistema educacional: a missão da escola nos dias de hoje passa a ser ensinar a aprender dentro desse novo contexto em que vivemos. Quem viu o documentário sobre Aaron Swartz ("O Menino da Internet"), disponível também de graça e abertamente no YouTube, deve se lembrar da cena em que ele, com poucos anos de idade, aprende a ler sozinho. Em depoimento para a câmera, seus pais dizem: "Aaron aprendeu muito cedo a aprender". Apesar de nunca ter completado a faculdade, circulava entre professores das melhores universidades e conversava com eles como igual. Swartz aprendeu no mesmo lugar –a internet– tanto a programar quanto a ler clássicos da filosofia política (como Henry David Thoreau, um dos seus favoritos). Qualquer um pode seguir seu caminho. Não importa onde você mora, quão boa ou ruim é a sua escola, qual é sua condição socioeconômica: se você estiver conectado à rede e se organizar, pode ter acesso à mesma informação disponível nas melhores escolas do planeta. Dá para aprender tudo na rede. Matemática, química e física para os ensinos médio e fundamental estão disponíveis na Khan Academy (já traduzida em português). Cursos universitários inteiros de Harvard e do MIT estão também na rede, por meio de iniciativas como o Open Courseware e o HarvardX. Os "syllabi" –programas dos cursos– de várias universidades de ponta também estão on-line (e suas leituras indicadas estão também na maioria na rede). Quer aprender habilidades práticas? Sites com o Wikihow ensinam a, literalmente, fazer qualquer coisa. De consertar a bicicleta a fazer uma planilha em Excel. Além desses "sites-ilha" que organizam conteúdos, há também um vasto oceano de partículas de informação espalhadas pela rede, todas facilmente encontráveis. De vídeos postados por voluntários no YouTube com tutoriais de desenho industrial a aulas de agronomia. Se algo não estiver disponível, basta entrar em um dos fóruns especializados de cada campo do conhecimento, que reúnem usuários dispostos a se ajudar. Muita gente vai dizer que boa parte desse conteúdo só está disponível em inglês. Não tem problema. Dá para aprender inglês (e várias outras línguas) pela internet. Sites como o Duolingo –com modelos de aprendizado gratuito– têm se tornado cada vez mais populares justamente por sua eficácia. Claro que não dá para ignorar o papel dos professores, que mais do que nunca são essenciais. Mas entramos no momento em que o aprendizado tornou-se mais importante do que a educação. Isso gera enorme pressão sobre o sistema educacional. E pressão ainda maior sobre cada um nós. Não temos mais desculpa para não aprender.
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Presidente da Colômbia diz que fará anúncio sobre caso de corrupção
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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou neste sábado (14) que na próxima semana haverá anúncios muito importantes "sobre um caso muito grande de corrupção" que está sob investigação. "Trata-se de um ato de corrupção que estamos investigando há muito tempo", disse Santos durante um discurso em reunião do Conselho de Ministros realizado na cidade de Neiva, capital do departamento de Huila (sul). Segundo o governante, os responsáveis já foram localizados. Santos ressaltou que seu governo é implacável com a corrupção, "venha de onde vier". Ao longo da semana passada, sete pessoas foram detidas na Colômbia por suposta participação em um caso de corrupção que envolve ex-funcionários da multinacional PetroTiger e da companhia de petróleo estatal Ecopetrol. Os detidos são acusados de suborno, prevaricação, enriquecimento ilícito e falsidade ideológica. As investigações começaram em janeiro de 2014 após uma denúncia da Ecopetrol e da Secretaria de Transparência da Presidência depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou uma informação sobre uma investigação contra ex-funcionários da PetroTiger, empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e escritórios em Nova Jersey (EUA).
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mundo
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Presidente da Colômbia diz que fará anúncio sobre caso de corrupçãoO presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou neste sábado (14) que na próxima semana haverá anúncios muito importantes "sobre um caso muito grande de corrupção" que está sob investigação. "Trata-se de um ato de corrupção que estamos investigando há muito tempo", disse Santos durante um discurso em reunião do Conselho de Ministros realizado na cidade de Neiva, capital do departamento de Huila (sul). Segundo o governante, os responsáveis já foram localizados. Santos ressaltou que seu governo é implacável com a corrupção, "venha de onde vier". Ao longo da semana passada, sete pessoas foram detidas na Colômbia por suposta participação em um caso de corrupção que envolve ex-funcionários da multinacional PetroTiger e da companhia de petróleo estatal Ecopetrol. Os detidos são acusados de suborno, prevaricação, enriquecimento ilícito e falsidade ideológica. As investigações começaram em janeiro de 2014 após uma denúncia da Ecopetrol e da Secretaria de Transparência da Presidência depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou uma informação sobre uma investigação contra ex-funcionários da PetroTiger, empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e escritórios em Nova Jersey (EUA).
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Associação tenta barrar na Justiça a sobretaxa na conta de água em SP
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A associação de consumidores Proteste entrou com uma ação na Justiça com pedido de liminar (decisão provisória) nesta quinta-feira (8) para barrar a sobretaxa na conta de água até que o governo do Estado decrete o racionamento. A entidade também pede a prorrogação por 90 dias para a medida entrar em vigor, caso ela permaneça, para que a população possa se adaptar. Na ação, a Proteste afirma que a legislação só permite a tarifa adicional da água para cobrir custos adicionais decorrentes de racionamento, que não foi oficializado. A sobretaxa foi aprovada pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) nesta quarta-feira (7), e vale a partir desta quinta para 31 cidades da Grande São Paulo. "Eles [Arsesp] não dão a oportunidade ao consumidor se adequar à regra, e as coisas não se aprendem do dia para a noite. Como é que vai valer uma medida que o consumidor não teve acesso a qualquer informação?", critica Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste. A tarifa adicional será cobrada dos usuários cujo consumo mensal ultrapassar a média no período de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. Quem tiver o consumo igual ou menor que 20%, terá 40% de acréscimo na conta de água (desconsiderando o serviço de esgoto, que representa metade da conta cobrada pela Sabesp). Já os consumidores que gastarem acima de 20% em relação a sua média terão ônus adicional de 100% na conta. O presidente da comissão de defesa do consumidor da OAB-SP, Marco Antonio Araújo Júnior, concorda que a tarifa adicional sem racionamento é ilegal e diz estudar medidas contra a medida. "Ela [sobretaxa] está contrária à lei federal, que diz da necessidade de decretar oficialmente o racionamento e apresentar um plano." Para ele, as escolas também deveriam ser isentas da cobrança. Hoje, apenas quem consome menos de 10 m³ mensais, hospitais, delegacias e presídios não pagarão a mais na conta de água.
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cotidiano
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Associação tenta barrar na Justiça a sobretaxa na conta de água em SPA associação de consumidores Proteste entrou com uma ação na Justiça com pedido de liminar (decisão provisória) nesta quinta-feira (8) para barrar a sobretaxa na conta de água até que o governo do Estado decrete o racionamento. A entidade também pede a prorrogação por 90 dias para a medida entrar em vigor, caso ela permaneça, para que a população possa se adaptar. Na ação, a Proteste afirma que a legislação só permite a tarifa adicional da água para cobrir custos adicionais decorrentes de racionamento, que não foi oficializado. A sobretaxa foi aprovada pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) nesta quarta-feira (7), e vale a partir desta quinta para 31 cidades da Grande São Paulo. "Eles [Arsesp] não dão a oportunidade ao consumidor se adequar à regra, e as coisas não se aprendem do dia para a noite. Como é que vai valer uma medida que o consumidor não teve acesso a qualquer informação?", critica Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste. A tarifa adicional será cobrada dos usuários cujo consumo mensal ultrapassar a média no período de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. Quem tiver o consumo igual ou menor que 20%, terá 40% de acréscimo na conta de água (desconsiderando o serviço de esgoto, que representa metade da conta cobrada pela Sabesp). Já os consumidores que gastarem acima de 20% em relação a sua média terão ônus adicional de 100% na conta. O presidente da comissão de defesa do consumidor da OAB-SP, Marco Antonio Araújo Júnior, concorda que a tarifa adicional sem racionamento é ilegal e diz estudar medidas contra a medida. "Ela [sobretaxa] está contrária à lei federal, que diz da necessidade de decretar oficialmente o racionamento e apresentar um plano." Para ele, as escolas também deveriam ser isentas da cobrança. Hoje, apenas quem consome menos de 10 m³ mensais, hospitais, delegacias e presídios não pagarão a mais na conta de água.
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Goleira acusada de entregar jogo fica fora da lista da seleção de futebol para a Rio-16
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DE SÃO PAULO A goleira Luciana Maria Dionízio, 28, ficou de fora da lista das 18 jogadoras convocadas para defender a seleção feminina de futebol na Olimpíada do Rio, em agosto. Ela foi acusada de entregar partidas durante confronto entre Rio Preto e Flamengo, pelo Brasileiro deste ano. Segundo o diretor jurídico do Rio Preto, José Eduardo Rodrigues, Luciana teve comportamento "estranho" durante os jogos entre as duas equipes, principalmente no segundo confronto, realizado no dia 20 de maio. O time carioca venceu a partida por 2 a 1 e conquistou o título da competição (veja o vídeo abaixo) –o primeiro jogo terminou com vitória do Rio Preto por 1 a 0. Rodrigues pediu a investigação do caso. A Folha tenta entrar em contato com a jogadora desde sexta-feira (8), mas até agora não obteve resposta. Já a CBF disse que a entidade e a atleta não vão se pronunciar sobre o assunto. Para a Rio-2016, Luciana aparece apenas na lista de suplentes. Ela foi titular na Copa do Mundo de 2015, realizada no Canadá, quando o Brasil foi eliminado nas oitavas de final. Na Rio-2016, a goleira Bárbara será a primeira opção. "Se ela [Luciana] está nessa lista é porque temos plena confiança no caráter dela. O fato de estar entre as suplentes é apenas pelo momento técnico", disse o técnico da seleção, Vadão, logo após anunciar as convocadas. "Quero deixar aqui absolutamente claro nosso integral apoio a essa atleta [Luciana]. A escolha de hoje é técnica e pontual, de momento", afirmou o coordenador da seleção feminina, Marco Aurélio Cunha. A lista conta com nomes como Marta, eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo, e as atacante Andressa Alves, do Barcelona, e Cristiane, do Paris Saint-Germain. No Rio, o Brasil tenta o título olímpico inédito. A seleção está no Grupo A e terá como adversárias na primeira fase a China, a Suécia e a África do Sul. Jogo entre Rio Preto e Flamengo * Veja as convocadas: Goleiras Bárbara - Seleção permanente* Aline - Seleção permanente* Zagueiras Mônica - Orlando Pride (EUA) Rafaelle - Changchun Club (China) Bruna Benites - Seleção permanente* Érika - Paris Saint-Germain (França) Laterais Fabiana - Dalian Quanjian (China) Poliana - Houston Dash (EUA) Tamires - Fortuna Hjørring (Dinamarca) Meio-campo Formiga - Seleção permanente* Thaisa - Seleção permanente* Andressinha - Houston Dash (EUA) Marta - FC Rosengård (Suécia) Atacantes Debinha - Dalian Quanjian (China) Cristiane - Paris Saint-Germain (França) Andressa Alves - Barcelona (Espanha) Bia Zaneratto - Steel Red Angels (Coreia do Sul) Raquel - Changchun Club (China) Suplentes Luciana - Seleção permanente* - goleira Camila - Seleção permanente* - lateral Darlene - Changchun Club (China) - atacante Thais Guedes - Steel Red Angels (Coreia do Sul) - atacante *Atletas que foram contratadas pela CBF para treinar integralmente pela seleção brasileira.
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esporte
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Goleira acusada de entregar jogo fica fora da lista da seleção de futebol para a Rio-16
DE SÃO PAULO A goleira Luciana Maria Dionízio, 28, ficou de fora da lista das 18 jogadoras convocadas para defender a seleção feminina de futebol na Olimpíada do Rio, em agosto. Ela foi acusada de entregar partidas durante confronto entre Rio Preto e Flamengo, pelo Brasileiro deste ano. Segundo o diretor jurídico do Rio Preto, José Eduardo Rodrigues, Luciana teve comportamento "estranho" durante os jogos entre as duas equipes, principalmente no segundo confronto, realizado no dia 20 de maio. O time carioca venceu a partida por 2 a 1 e conquistou o título da competição (veja o vídeo abaixo) –o primeiro jogo terminou com vitória do Rio Preto por 1 a 0. Rodrigues pediu a investigação do caso. A Folha tenta entrar em contato com a jogadora desde sexta-feira (8), mas até agora não obteve resposta. Já a CBF disse que a entidade e a atleta não vão se pronunciar sobre o assunto. Para a Rio-2016, Luciana aparece apenas na lista de suplentes. Ela foi titular na Copa do Mundo de 2015, realizada no Canadá, quando o Brasil foi eliminado nas oitavas de final. Na Rio-2016, a goleira Bárbara será a primeira opção. "Se ela [Luciana] está nessa lista é porque temos plena confiança no caráter dela. O fato de estar entre as suplentes é apenas pelo momento técnico", disse o técnico da seleção, Vadão, logo após anunciar as convocadas. "Quero deixar aqui absolutamente claro nosso integral apoio a essa atleta [Luciana]. A escolha de hoje é técnica e pontual, de momento", afirmou o coordenador da seleção feminina, Marco Aurélio Cunha. A lista conta com nomes como Marta, eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo, e as atacante Andressa Alves, do Barcelona, e Cristiane, do Paris Saint-Germain. No Rio, o Brasil tenta o título olímpico inédito. A seleção está no Grupo A e terá como adversárias na primeira fase a China, a Suécia e a África do Sul. Jogo entre Rio Preto e Flamengo * Veja as convocadas: Goleiras Bárbara - Seleção permanente* Aline - Seleção permanente* Zagueiras Mônica - Orlando Pride (EUA) Rafaelle - Changchun Club (China) Bruna Benites - Seleção permanente* Érika - Paris Saint-Germain (França) Laterais Fabiana - Dalian Quanjian (China) Poliana - Houston Dash (EUA) Tamires - Fortuna Hjørring (Dinamarca) Meio-campo Formiga - Seleção permanente* Thaisa - Seleção permanente* Andressinha - Houston Dash (EUA) Marta - FC Rosengård (Suécia) Atacantes Debinha - Dalian Quanjian (China) Cristiane - Paris Saint-Germain (França) Andressa Alves - Barcelona (Espanha) Bia Zaneratto - Steel Red Angels (Coreia do Sul) Raquel - Changchun Club (China) Suplentes Luciana - Seleção permanente* - goleira Camila - Seleção permanente* - lateral Darlene - Changchun Club (China) - atacante Thais Guedes - Steel Red Angels (Coreia do Sul) - atacante *Atletas que foram contratadas pela CBF para treinar integralmente pela seleção brasileira.
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Macris paga 'república' a assessores com recursos da Assembleia de SP
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O deputado estadual Cauê Macris (PSDB), que deve ser eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quarta-feira (15), utiliza verba de gabinete para bancar uma "república" para três de seus assessores. Os funcionários são originalmente de Americana (127 km de São Paulo), reduto eleitoral de Macris, e trabalham na capital durante a semana, quando moram no apartamento pago pela Assembleia. Além de moradia, eles recebem os salários relativos aos cargos comissionados que ocupam –nos valores de R$ 11.152, R$ 7.182 e R$ 2.944– e demais benefícios. O apartamento alugado fica em um condomínio residencial no bairro da Aclimação (zona sul de São Paulo). A Folha esteve no local na tarde desta terça-feira (14), mas os moradores não estavam. O preço do aluguel e do condomínio é de R$ 2.656,50, segundo a prestação de contas de Macris, disponível no site da Assembleia. De 2012, quando o tucano estava no primeiro mandato, até hoje, o Parlamento já desembolsou para o aluguel da "república" R$ 174,7 mil. A assessoria do deputado afirmou, em nota, que não há irregularidades na utilização dessa verba, que existe para garantir estrutura de trabalho, e que a prestação de contas é aprovada mensalmente pelo Núcleo de Fiscalização e Controle da Assembleia. Macris também aluga um imóvel em Americana onde mantém seu escritório político na cidade. Pelo aluguel ali, paga R$ 3.500 por mês. Tanto no caso de Americana como no do apartamento da Aclimação, os recursos destinados ao pagamento dos aluguéis são aqueles previstos nas normas da Casa para que os deputados criem projeções de seus gabinetes –escritórios políticos fora do prédio da Assembleia, geralmente nas cidades de origem. O apartamento da Aclimação não funciona como escritório político, somente como moradia para os assessores. Um ato da Mesa Diretora de 2002 determina que podem ser ressarcidas despesas com "aluguel de imóveis destinados às instalações das projeções dos Gabinetes dos Deputados no Estado de São Paulo, [...] bem como as despesas ordinárias de condomínio, água, telefones, gás, energia elétrica e tributos concernentes a esses imóveis; material de consumo; locação de móveis e equipamentos". Não há menção expressa a moradia de funcionários. Outra norma da Casa, de 2013, permite que deputados do interior gastem até R$ 2.850 por mês para sua própria hospedagem na capital. O dono do imóvel alugado na Aclimação, Walter Caccáos, tem ligações com a família Macris. Em 2006, ele doou R$ 600 para a campanha de Vanderlei Macris, pai de Cauê, a deputado federal, conforme registrado na Justiça Eleitoral. Cauê Macris tem apoio do governador Geraldo Alckmin para presidir a Assembleia e espera ter cerca de 90 dos 94 votos possíveis. Em seus discursos, ele valoriza o corte de gastos em tempos de crise. OUTRO LADO O deputado Cauê Macris afirmou, por meio de sua assessoria, que não há qualquer irregularidade na locação. "As contas são prestadas mensalmente e todas elas foram aprovadas pelo Núcleo de Fiscalização e Controle da Assembleia. A verba de locação de imóveis existe para garantir estrutura de trabalho." O apartamento, segundo a nota, "é usado para alojar exclusivamente funcionários do gabinete, que residem no interior". "Portanto, trata-se da projeção da estrutura do gabinete. Todos os nomes [dos assessores] estão devidamente cadastrados no condomínio e podem ser consultados. O carro oficial do deputado pernoita no local", disse. Macris justifica o gasto com uma resolução interna de 2001, sobre auxílios destinados a cobrir gastos de gabinetes, que foi regulamentada por ato de 2002 que não menciona casos como esse. "Sobre o fato de o deputado conhecer o proprietário do imóvel, não há qualquer irregularidade", conclui a nota.
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poder
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Macris paga 'república' a assessores com recursos da Assembleia de SPO deputado estadual Cauê Macris (PSDB), que deve ser eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quarta-feira (15), utiliza verba de gabinete para bancar uma "república" para três de seus assessores. Os funcionários são originalmente de Americana (127 km de São Paulo), reduto eleitoral de Macris, e trabalham na capital durante a semana, quando moram no apartamento pago pela Assembleia. Além de moradia, eles recebem os salários relativos aos cargos comissionados que ocupam –nos valores de R$ 11.152, R$ 7.182 e R$ 2.944– e demais benefícios. O apartamento alugado fica em um condomínio residencial no bairro da Aclimação (zona sul de São Paulo). A Folha esteve no local na tarde desta terça-feira (14), mas os moradores não estavam. O preço do aluguel e do condomínio é de R$ 2.656,50, segundo a prestação de contas de Macris, disponível no site da Assembleia. De 2012, quando o tucano estava no primeiro mandato, até hoje, o Parlamento já desembolsou para o aluguel da "república" R$ 174,7 mil. A assessoria do deputado afirmou, em nota, que não há irregularidades na utilização dessa verba, que existe para garantir estrutura de trabalho, e que a prestação de contas é aprovada mensalmente pelo Núcleo de Fiscalização e Controle da Assembleia. Macris também aluga um imóvel em Americana onde mantém seu escritório político na cidade. Pelo aluguel ali, paga R$ 3.500 por mês. Tanto no caso de Americana como no do apartamento da Aclimação, os recursos destinados ao pagamento dos aluguéis são aqueles previstos nas normas da Casa para que os deputados criem projeções de seus gabinetes –escritórios políticos fora do prédio da Assembleia, geralmente nas cidades de origem. O apartamento da Aclimação não funciona como escritório político, somente como moradia para os assessores. Um ato da Mesa Diretora de 2002 determina que podem ser ressarcidas despesas com "aluguel de imóveis destinados às instalações das projeções dos Gabinetes dos Deputados no Estado de São Paulo, [...] bem como as despesas ordinárias de condomínio, água, telefones, gás, energia elétrica e tributos concernentes a esses imóveis; material de consumo; locação de móveis e equipamentos". Não há menção expressa a moradia de funcionários. Outra norma da Casa, de 2013, permite que deputados do interior gastem até R$ 2.850 por mês para sua própria hospedagem na capital. O dono do imóvel alugado na Aclimação, Walter Caccáos, tem ligações com a família Macris. Em 2006, ele doou R$ 600 para a campanha de Vanderlei Macris, pai de Cauê, a deputado federal, conforme registrado na Justiça Eleitoral. Cauê Macris tem apoio do governador Geraldo Alckmin para presidir a Assembleia e espera ter cerca de 90 dos 94 votos possíveis. Em seus discursos, ele valoriza o corte de gastos em tempos de crise. OUTRO LADO O deputado Cauê Macris afirmou, por meio de sua assessoria, que não há qualquer irregularidade na locação. "As contas são prestadas mensalmente e todas elas foram aprovadas pelo Núcleo de Fiscalização e Controle da Assembleia. A verba de locação de imóveis existe para garantir estrutura de trabalho." O apartamento, segundo a nota, "é usado para alojar exclusivamente funcionários do gabinete, que residem no interior". "Portanto, trata-se da projeção da estrutura do gabinete. Todos os nomes [dos assessores] estão devidamente cadastrados no condomínio e podem ser consultados. O carro oficial do deputado pernoita no local", disse. Macris justifica o gasto com uma resolução interna de 2001, sobre auxílios destinados a cobrir gastos de gabinetes, que foi regulamentada por ato de 2002 que não menciona casos como esse. "Sobre o fato de o deputado conhecer o proprietário do imóvel, não há qualquer irregularidade", conclui a nota.
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Picciani usa tribuna da Assembleia do Rio para se defender de acusações
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O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), deputado Jorge Picciani (PMDB), usou a tribuna da casa na tarde desta quinta-feira (30) para se defender contra suspeitas de irregularidades. Picciani foi alvo, na manhã de quarta-feira (29), de condução coercitiva e busca e apreensão determinados pelo Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da operação Quinto do Ouro. A PGR (Procuradoria-Geral da República) e a Polícia Federal investigam irregularidades no Tribunal de Contas do Estado do Rio. Cinco dos sete conselheiros do tribunal foram presos na operação, com base em informações prestadas em delação premiada do ex-presidente do TCE Jonas Lopes, que cumpre prisão domiciliar. A PGR não esclareceu a ligação de Picciani com os casos investigados, em processo que corre em segredo de Justiça. Apesar de dizer que não poderia ler na íntegra as respostas das perguntas as quais foi submetido, Picciani disse em linhas gerais sobre o que foi dito nas cerca de uma hora de depoimento. "Eu queria prestar esclarecimentos aos colegas deputados, aos meus eleitores e à sociedade", disse ele na abertura de seu discurso. "Eu não tive acesso ao inquérito, e então poderia ter escolhido não responder às perguntas dos investigadores, mas nada tenho a temer". Segundo Picciani, os investigadores lhe questionaram a respeito de três linhas de investigação. Ele negou ter qualquer relação com os casos. "Não omiti nenhum ato ilegal, nenhum ato desonesto." A primeira seria sobre a utilização de um fundo do TCE pelo Executivo. Em grave crise fiscal, o governo do Estado solicitou a outros órgãos do poder público, como a Alerj e o Tribunal de Justiça, que colocassem seus fundos de reserva a disposição do Estado. O TCE seria um desses órgãos interessados em disponibilizar seu fundo ao governo. Para isso, contudo, precisaria aprovar uma lei na Alerj que permitisse a operação. Segundo Picciani, o delator teria dito que solicitou a Picciani que houvesse urgência na aprovação. A simples aprovação não teria irregularidade, mas os investigadores apuram se parte do dinheiro do fundo foi para o bolso de agentes públicos antes de sua destinação final. "Sempre que um órgão de outro poder envia mensagem para a Alerj, ela entra como regime de urgência. Eu não tenho ingerência sobre isso. Nunca interferi para aprovar ou mudar emenda", disse. O dinheiro teria sido usado para pagar a comida de presídios e casa de detenção de menores no Estado. Jonas Lopes teria admitido em delação que cobrou 15% das empresas contratadas para fornecer alimentação ao sistema carcerário. "A ilação que se faz sobre mim, de que eu teria facilitado de alguma forma, é falsa. O fundo era do tribunal. Não era nosso", disse. Picciani aproveitou para descreditar o delator da operação. Sem citar o ex-governador Anthony Garotinho, ele disse que Jonas Lopes seria aliado de seu "maior detrator". "Nunca recebi vantagem ilegal e não há como provar de que recebi algum dia", disse. Garotinho procurou a Folha para rebater as acusações. Disse que foi eleito em 1999, quase 20 anos atrás e que não teria poder para exercer ingerência sobre o tribunal atualmente. Garotinho disse que sua relação com o delator Jonas Lopes "sempre foi de amizade e não de negócios". "Será que alguém acredita que eu teria capacidade de influenciar um tribunal ou presidente de tribunal sem ocupar cargo algum de relevância?", questiona. "É que a lógica do deputado Picciani é pensar que todo mundo age utilizando os métodos dele, que não sabe separar o público do privado". TRANSPORTE A segunda linha de investigação seria sobre o dinheiro do sistema das passagens de ônibus do Rio. A lei que rege o chamado Bilhete Único Intermunicipal foi objeto de revisão no final do ano passado. O governo queria que o saldo dos cartões eletrônicos inativos por mais de um ano pudesse ser utilizado pelo Estado do Rio. Na ocasião, houve discussão no parlamento se o dinheiro deveria voltar para as empresas de ônibus ou se iria para um fundo de transporte do Estado. O delator teria dito que Picciani atuou para beneficiar as empresas de ônibus, sob o guarda-chuva da Fetranspor, cujo presidente, Lelis Teixeira, foi também alvo de condução coercitiva. Picciani negou qualquer relação com Teixeira, além da institucional. "O trecho foi derrubado. Exatamente o contrário do que foi divulgado [de que ele teria atuado em favor das empresas]", disse. Picciani disse que foi questionado ainda se tinha conhecimento se obras no Estado acima de R$ 5 milhões tinham que pagar 1% em propina destinada ao TCE. O deputado afirmou que as informações sobre propina no TCE surgiam de delações das empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. "As empresas disseram exatamente quem chamou, quem pagou e quem recebeu. O meu nome não apareceu entre esses envolvidos", disse. Picciani omitiu, contudo, o depoimento de uma ex-executiva da Carioca Engenharia, que disse em delação que comprava cabeças de gado superfaturadas da empresa Agrobilara, de propriedade de Picciani e seus filhos, entre eles o atual ministro dos Esportes, Leonardo Picciani. O presidente da Alerj encerrou seu discurso dizendo que está à disposição da Justiça. Ele defendeu que tem uma atuação política que se restringe ao parlamento. "Eu nunca indiquei um cargo no poder estadual. A minha força sempre foi política", disse.
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poder
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Picciani usa tribuna da Assembleia do Rio para se defender de acusaçõesO presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), deputado Jorge Picciani (PMDB), usou a tribuna da casa na tarde desta quinta-feira (30) para se defender contra suspeitas de irregularidades. Picciani foi alvo, na manhã de quarta-feira (29), de condução coercitiva e busca e apreensão determinados pelo Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da operação Quinto do Ouro. A PGR (Procuradoria-Geral da República) e a Polícia Federal investigam irregularidades no Tribunal de Contas do Estado do Rio. Cinco dos sete conselheiros do tribunal foram presos na operação, com base em informações prestadas em delação premiada do ex-presidente do TCE Jonas Lopes, que cumpre prisão domiciliar. A PGR não esclareceu a ligação de Picciani com os casos investigados, em processo que corre em segredo de Justiça. Apesar de dizer que não poderia ler na íntegra as respostas das perguntas as quais foi submetido, Picciani disse em linhas gerais sobre o que foi dito nas cerca de uma hora de depoimento. "Eu queria prestar esclarecimentos aos colegas deputados, aos meus eleitores e à sociedade", disse ele na abertura de seu discurso. "Eu não tive acesso ao inquérito, e então poderia ter escolhido não responder às perguntas dos investigadores, mas nada tenho a temer". Segundo Picciani, os investigadores lhe questionaram a respeito de três linhas de investigação. Ele negou ter qualquer relação com os casos. "Não omiti nenhum ato ilegal, nenhum ato desonesto." A primeira seria sobre a utilização de um fundo do TCE pelo Executivo. Em grave crise fiscal, o governo do Estado solicitou a outros órgãos do poder público, como a Alerj e o Tribunal de Justiça, que colocassem seus fundos de reserva a disposição do Estado. O TCE seria um desses órgãos interessados em disponibilizar seu fundo ao governo. Para isso, contudo, precisaria aprovar uma lei na Alerj que permitisse a operação. Segundo Picciani, o delator teria dito que solicitou a Picciani que houvesse urgência na aprovação. A simples aprovação não teria irregularidade, mas os investigadores apuram se parte do dinheiro do fundo foi para o bolso de agentes públicos antes de sua destinação final. "Sempre que um órgão de outro poder envia mensagem para a Alerj, ela entra como regime de urgência. Eu não tenho ingerência sobre isso. Nunca interferi para aprovar ou mudar emenda", disse. O dinheiro teria sido usado para pagar a comida de presídios e casa de detenção de menores no Estado. Jonas Lopes teria admitido em delação que cobrou 15% das empresas contratadas para fornecer alimentação ao sistema carcerário. "A ilação que se faz sobre mim, de que eu teria facilitado de alguma forma, é falsa. O fundo era do tribunal. Não era nosso", disse. Picciani aproveitou para descreditar o delator da operação. Sem citar o ex-governador Anthony Garotinho, ele disse que Jonas Lopes seria aliado de seu "maior detrator". "Nunca recebi vantagem ilegal e não há como provar de que recebi algum dia", disse. Garotinho procurou a Folha para rebater as acusações. Disse que foi eleito em 1999, quase 20 anos atrás e que não teria poder para exercer ingerência sobre o tribunal atualmente. Garotinho disse que sua relação com o delator Jonas Lopes "sempre foi de amizade e não de negócios". "Será que alguém acredita que eu teria capacidade de influenciar um tribunal ou presidente de tribunal sem ocupar cargo algum de relevância?", questiona. "É que a lógica do deputado Picciani é pensar que todo mundo age utilizando os métodos dele, que não sabe separar o público do privado". TRANSPORTE A segunda linha de investigação seria sobre o dinheiro do sistema das passagens de ônibus do Rio. A lei que rege o chamado Bilhete Único Intermunicipal foi objeto de revisão no final do ano passado. O governo queria que o saldo dos cartões eletrônicos inativos por mais de um ano pudesse ser utilizado pelo Estado do Rio. Na ocasião, houve discussão no parlamento se o dinheiro deveria voltar para as empresas de ônibus ou se iria para um fundo de transporte do Estado. O delator teria dito que Picciani atuou para beneficiar as empresas de ônibus, sob o guarda-chuva da Fetranspor, cujo presidente, Lelis Teixeira, foi também alvo de condução coercitiva. Picciani negou qualquer relação com Teixeira, além da institucional. "O trecho foi derrubado. Exatamente o contrário do que foi divulgado [de que ele teria atuado em favor das empresas]", disse. Picciani disse que foi questionado ainda se tinha conhecimento se obras no Estado acima de R$ 5 milhões tinham que pagar 1% em propina destinada ao TCE. O deputado afirmou que as informações sobre propina no TCE surgiam de delações das empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. "As empresas disseram exatamente quem chamou, quem pagou e quem recebeu. O meu nome não apareceu entre esses envolvidos", disse. Picciani omitiu, contudo, o depoimento de uma ex-executiva da Carioca Engenharia, que disse em delação que comprava cabeças de gado superfaturadas da empresa Agrobilara, de propriedade de Picciani e seus filhos, entre eles o atual ministro dos Esportes, Leonardo Picciani. O presidente da Alerj encerrou seu discurso dizendo que está à disposição da Justiça. Ele defendeu que tem uma atuação política que se restringe ao parlamento. "Eu nunca indiquei um cargo no poder estadual. A minha força sempre foi política", disse.
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Linha 5-lilás do metrô fica fechada para testes até as 12h deste domingo
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As estações da linha 5-lilás do metrô ficarão fechadas para o público até o meio-dia deste domingo (27). O motivo é a realização de testes de um novo sistema de controle no trecho entre as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro. No período, ônibus gratuitos atenderão os passageiros. Os testes começaram na madrugada, logo após o encerramento da operação comercial de sábado (26). O domingo foi escolhido devido à baixa demanda de público nas estações. Enquanto ocorrem os serviços, os passageiros poderão utilizar o sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) da SPTrans. De acordo com informações do Metrô, 18 ônibus circularão entre Capão Redondo e Adolfo Pinheiro enquanto a linha lilás estiver paralisada. Os usuários da linha 9-esmeralda da CPTM que fazem transferência para o metrô na estação Santo Amaro também serão atendidos pelos ônibus do sistema de emergência.
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cotidiano
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Linha 5-lilás do metrô fica fechada para testes até as 12h deste domingoAs estações da linha 5-lilás do metrô ficarão fechadas para o público até o meio-dia deste domingo (27). O motivo é a realização de testes de um novo sistema de controle no trecho entre as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro. No período, ônibus gratuitos atenderão os passageiros. Os testes começaram na madrugada, logo após o encerramento da operação comercial de sábado (26). O domingo foi escolhido devido à baixa demanda de público nas estações. Enquanto ocorrem os serviços, os passageiros poderão utilizar o sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) da SPTrans. De acordo com informações do Metrô, 18 ônibus circularão entre Capão Redondo e Adolfo Pinheiro enquanto a linha lilás estiver paralisada. Os usuários da linha 9-esmeralda da CPTM que fazem transferência para o metrô na estação Santo Amaro também serão atendidos pelos ônibus do sistema de emergência.
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'Brasília se tornou versão tropical de Jogos Vorazes', diz 'FT'
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Em meio aos novos desdobramentos da crise política no Brasil, o jornal britânico "Financial Times" definiu Brasília como uma "versão tropical dos Jogos Vorazes", em alusão à série de filmes homônima em que os personagens lutam por sobrevivência. Segundo o jornalista e editor de América Latina do diário, Jean Paul Rathbone, que assina o artigo, publicado na versão eletrônica do "FT", os políticos brasileiros "estão agora mais preocupados em salvar as suas próprias peles do que lidar com uma preocupação mais premente: a economia". Na terça-feira, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, a soma dos bens e serviços produzidos pelo país, recuou 1,7% no terceiro trimestre de 2015, o pior para o período desde o início da série histórica, em 1996. Como o resultado, a economia brasileira permanece em recessão (quando há dois trimestres consecutivos de queda). Rathbone citou "razões políticas" para a abertura do processo de impeachment contra Dilma, diante da escalada de tensão entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. "A razão imediata para o possível impeachment é a acusação de que seu governo maquiou as contas públicas [as chamadas "pedaladas fiscais"] –um assunto técnico. Mas a razão para que o processo do impeachment tenha sido lançado agora é puramente política", escreve Rathbone. "Hábil operador dos bastidores, Cunha esperava que o governo do PT apoiasse sua causa e o protegeria. Quando esse apoio não veio, ele iniciou o processo de impeachment. A oposição, farejando sangue, aderiu ao pleito", acrescenta. 'PODE PIORAR' Em meio à crise política e econômica, o jornalista destacou também que a situação do Brasil "ainda pode piorar". "A economia está sofrendo sua pior recessão desde 1930. O Congresso está fortemente afetado pela chamada Operação Lava Jato (que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras0 e um senador [Delcídio do Amaral, PT-MS] foi preso na semana passada. E agora foram abertos os procedimentos para dar início ao impeachment da presidente, Dilma Rousseff. Pode ficar pior? A resposta curta é: sim." Segundo Rathbone, contudo, o "fim de Dilma" não é "iminente". "O processo de impeachment é longo, sinuoso e altamente legalista; é pouco provável que ele comece devidamente antes de fevereiro. Enquanto isso, Cunha pode perder seu cargo –nesse caso, o processo pode ser interrompido. Além disso, mais políticos podem cair devido a acusações de corrupção. Isso pode mudar o equilíbrio de votos e o poder no Congresso de maneiras incontáveis". O jornalista britânico também diz acreditar que a operação Lava Jato, que investiga o esquema de desvio de verbas na Petrobras, deve gerar benefícios a longo prazo para o Brasil. "O destemor com que figuras anteriormente intocáveis foram sabatinadas ou mesmo derrubadas por juízes independentes é notável. Certamente, trata-se de um esboço que contrasta com a forma como a corrupção é enfrentada em outros países do Bric". "A longo prazo, isso vai melhorar a governança no Brasil –uma coisa boa. No curto prazo, porém, os custos são imensos."
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bbc
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'Brasília se tornou versão tropical de Jogos Vorazes', diz 'FT'Em meio aos novos desdobramentos da crise política no Brasil, o jornal britânico "Financial Times" definiu Brasília como uma "versão tropical dos Jogos Vorazes", em alusão à série de filmes homônima em que os personagens lutam por sobrevivência. Segundo o jornalista e editor de América Latina do diário, Jean Paul Rathbone, que assina o artigo, publicado na versão eletrônica do "FT", os políticos brasileiros "estão agora mais preocupados em salvar as suas próprias peles do que lidar com uma preocupação mais premente: a economia". Na terça-feira, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, a soma dos bens e serviços produzidos pelo país, recuou 1,7% no terceiro trimestre de 2015, o pior para o período desde o início da série histórica, em 1996. Como o resultado, a economia brasileira permanece em recessão (quando há dois trimestres consecutivos de queda). Rathbone citou "razões políticas" para a abertura do processo de impeachment contra Dilma, diante da escalada de tensão entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. "A razão imediata para o possível impeachment é a acusação de que seu governo maquiou as contas públicas [as chamadas "pedaladas fiscais"] –um assunto técnico. Mas a razão para que o processo do impeachment tenha sido lançado agora é puramente política", escreve Rathbone. "Hábil operador dos bastidores, Cunha esperava que o governo do PT apoiasse sua causa e o protegeria. Quando esse apoio não veio, ele iniciou o processo de impeachment. A oposição, farejando sangue, aderiu ao pleito", acrescenta. 'PODE PIORAR' Em meio à crise política e econômica, o jornalista destacou também que a situação do Brasil "ainda pode piorar". "A economia está sofrendo sua pior recessão desde 1930. O Congresso está fortemente afetado pela chamada Operação Lava Jato (que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras0 e um senador [Delcídio do Amaral, PT-MS] foi preso na semana passada. E agora foram abertos os procedimentos para dar início ao impeachment da presidente, Dilma Rousseff. Pode ficar pior? A resposta curta é: sim." Segundo Rathbone, contudo, o "fim de Dilma" não é "iminente". "O processo de impeachment é longo, sinuoso e altamente legalista; é pouco provável que ele comece devidamente antes de fevereiro. Enquanto isso, Cunha pode perder seu cargo –nesse caso, o processo pode ser interrompido. Além disso, mais políticos podem cair devido a acusações de corrupção. Isso pode mudar o equilíbrio de votos e o poder no Congresso de maneiras incontáveis". O jornalista britânico também diz acreditar que a operação Lava Jato, que investiga o esquema de desvio de verbas na Petrobras, deve gerar benefícios a longo prazo para o Brasil. "O destemor com que figuras anteriormente intocáveis foram sabatinadas ou mesmo derrubadas por juízes independentes é notável. Certamente, trata-se de um esboço que contrasta com a forma como a corrupção é enfrentada em outros países do Bric". "A longo prazo, isso vai melhorar a governança no Brasil –uma coisa boa. No curto prazo, porém, os custos são imensos."
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Invasão de hackers na eleição dos EUA foi 'arma perfeita' da Rússia
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Quando o agente especial do FBI (polícia federal americana) Adrian Hawkins telefonou ao Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) em setembro de 2015 para transmitir uma notícia preocupante sobre a rede informatizada do comitê, a ligação foi transferida, naturalmente, para o "help desk" de informática. A mensagem de Hawkins foi curta, mas alarmante. Pelo menos um sistema de computadores pertencente ao DNC tinha sido comprometido por hackers que investigadores federais haviam apelidado de "the Dukes", uma equipe de ciberespionagem ligada ao governo russo. O FBI conhecia o grupo bem: a agência havia passado os últimos anos tentando expulsar os Dukes dos sistemas de e-mail não classificados da Casa Branca, do Departamento de Estado e até do Estado-Maior Conjunto, uma das redes mais bem protegidas do governo. Yared Tamene, o técnico de informática do DNC que atendeu a ligação de Hawkins, não era especialista em ciberataques. Sua primeira iniciativa foi procurar "the Dukes" no Google e fazer uma busca superficial nos registros dos computadores do DNC para ver se flagrava indícios de uma ciberinvasão. Segundo seu próprio relato, ele não procurou muito a sério mesmo depois de Hawkins ter telefonado de volta várias vezes nas semanas seguintes —em parte porque não tinha certeza se a pessoa ao telefone era um agente real do FBI ou um impostor. "Eu não tinha como diferenciar a ligação que acabara de receber de um trote", escreveu Tamene em memorando interno ao qual o "New York Times" ("NYT") teve acesso, detalhando seus contatos com o FBI. Foi o primeiro e enigmático sinal de uma campanha de ciberespionagem e guerra de informação arquitetada para interferir na eleição presidencial de 2016, a primeira tentativa desse tipo feita por uma potência estrangeira na história dos Estados Unidos. Autoridades de inteligência acreditam que algo que começou como uma operação para colher informações acabou se metamorfoseando em um esforço para prejudicar uma candidata, Hillary Clinton, e fazer a eleição pender em favor de seu adversário, Donald Trump. Como outro escândalo eleitoral americano famoso, este começou com uma invasão do DNC. Na primeira vez, 41 anos atrás na sede antiga do comitê no complexo Watergate, os invasores plantaram aparelhos de escuta e arrombaram um armário de pastas e arquivos. Desta vez a invasão foi conduzida à distância, dirigida pelo Kremlin, como uso de "spear phishing" (um tipo específico de "phishing" com e-mails falsos), zeros e uns. Um exame feito pelo "NYT" da operação russa —baseado em entrevistas com dezenas de pessoas alvejadas no ataque, agentes de inteligência que o investigaram e funcionários da administração Obama que estudaram a melhor resposta— revela uma série de sinais que não foram flagrados, respostas atrasadas e a contínua subestimação da gravidade do ciberataque. Devido à falta de agilidade da reação do DNC aos avisos do FBI, a melhor oportunidade de barrar a invasão russa foi perdida. O fato de o âmbito e alcance dos ataques não ter sido discernido enfraqueceu os esforços para minimizar seu impacto. E a relutância da Casa Branca em reagir de modo decisivo significou que os russos não pagaram um preço alto por suas ações, decisão que pode ser crítica no momento de deter ciberataques futuros. Graças à abordagem pouco enfática do FBI, hackers russos puderam passear livremente pela rede do DNC por quase sete meses, até lideranças do DNC serem alertadas do ataque e contratarem especialistas em ciberataques para proteger seus sistemas. Enquanto isso, os hackers voltaram sua atenção para alvos fora do DNC, incluindo o diretor da campanha de Hillary, John D. Podesta, cuja conta particular de e-mail foi invadida meses depois. Mesmo Podesta, figura de grande experiência política em Washington que em 2014 escreveu um relatório para o presidente Barack Obama sobre ciberprivacidade, não compreendeu realmente a gravidade da invasão. Durante a campanha eleitoral, os democratas tiveram que assistir furiosos, sem poder fazer nada, enquanto seus e-mails privados e documentos confidenciais foram surgindo online dia após dia —encomendados por agentes de inteligência russos, postados no WikiLeaks e outros sites e então noticiados pela mídia americana, incluindo o "NYT". Ao longo de sua campanha, com enorme satisfação, Trump citou muitos dos e-mails roubados. As consequências do vazamento incluíram as renúncias da deputada Debbie Wasserman Schultz, da Flórida, presidente do DNC, e da maioria de seus principais assessores partidários. Lideranças democratas foram postas de escanteio no auge da campanha, silenciadas pelas revelações contidas em e-mails constrangedores ou consumidos pela urgência em combater os vazamentos. Embora o público não tenha tomado grande nota do fato, documentos confidenciais roubados pelos hackers russos do Comitê Congressional da Campanha Democrata, organização ligada ao DNC, vieram à tona em disputas por vagas no Congresso em vários Estados, contaminando alguns dos candidatos com acusações de escândalos. Nos últimos dias, um presidente eleito cético, as agências de inteligência do país e os dois principais partidos políticos se envolveram em uma disputa pública extraordinária sobre as evidências existentes de que o presidente russo, Vladimir Putin, foi além da mera espionagem e procurou intencionalmente subverter a democracia americana e escolher o vencedor da eleição presidencial. Muitos dos assessores mais próximos de Hillary acreditam que o ataque russo exerceu impacto profundo sobre a eleição, apesar de reconhecerem a importância de outros fatores: a fraqueza de Hillary como candidata, seu servidor privado de e-mails e as declarações públicas de James B. Comey, o diretor do FBI, sobre o tratamento dado por Hillary a informações classificadas. Não há como ter certeza quanto ao impacto último da ação dos hackers, mas uma coisa ficou clara: uma arma de alto impacto e baixo custo que a Rússia já havia testado em eleições desde a Ucrânia até a Europa foi voltada contra os Estados Unidos, com eficácia devastadora. Para a Rússia, com uma economia enfraquecida e um arsenal nuclear que ela não pode utilizar sem lançar uma guerra total, o ciberpoder mostrou ser a arma perfeita: de baixo custo, difícil de prever e difícil de rastrear. "Que ninguém tenha a menor dúvida", disse em conferência pós-eleitoral o almirante Michael S. Rogers, diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) e comandante do Comando Cibernético dos EUA. "Isso não é algo que foi feito casualmente, não é algo que foi feito por acaso, não foi um alvo escolhido de modo arbitrário. Foi um esforço consciente de um Estado-nação para alcançar um efeito específico." Para as pessoas cujos e-mails foram roubados, essa nova forma de sabotagem política deixou um rastro de choque e prejuízo profissional. Neera Tanden, presidente da organização Center for American Progress e partidária chave de Hillary Clinton, se recorda de ter entrado nas salas agitadas de transição de Hillary, humilhada ao ver seu rosto nas telas de televisão enquanto analistas discutiam um e-mail vazado no qual ela tinha descrito os instintos da candidata como sendo "subótimos". "Era um soco na boca do estômago a cada dia", disse Tanden. "Foi a pior experiência profissional de minha vida." Os EUA também já lançaram ciberataques, e em décadas passadas a CIA tentou subverter eleições em outros países. Mas o ataque russo está sendo cada vez mais visto em todo o espectro político como um marco histórico tenebroso —com uma exceção notável: Donald Trump rejeitou como "ridículas" as conclusões das agências de inteligência que em breve vai supervisionar, insistindo que o hacker pode ser americano ou chinês, mas que as agências "não fazem ideia". Trump citou as supostas divergências de opinião entre as agências quanto a se Putin teve ou não a intenção de ajudar a elegê-lo. Na terça-feira (13) um porta-voz do governo russo ecoou a rejeição de Trump às conclusões das agências. "Essa história de 'invasões cibernéticas' lembra uma disputa banal entre autoridades de segurança americanas em torno de esferas de influência", escreveu no Facebook a porta-voz do Ministério do Exterior russo, Maria Zakharova. Julian Assange, o fundador e editor do WikiLeaks, resiste à conclusão de que seu site virou um canal de passagem para hackers russos a serviço do governo de Putin ou de que ele teria tentado intencionalmente prejudicar a candidatura de Hillary Clinton. Mas as evidências que fundamentam as duas acusações parecem ser convincentes. No fim de semana, quatro senadores influentes, dois republicanos e dois democratas, uniram suas forças para prometer uma investigação, fazendo questão de ignorar as declarações céticas de Trump. "Democratas e republicanos precisam trabalhar conjuntamente, e em todas as esferas jurisdicionais do Congresso, para examinar a fundo esses incidentes recentes e traçar soluções abrangentes para deter e defender contra ciberataques futuros", disseram os senadores John McCain, Lindsey Graham, Chuck Schumer e Jack Reed. "Este problema não pode tornar-se uma questão partidária", disseram os senadores. "O que está em jogo para nosso país é importante demais." Como o ano de 2016 chegando ao fim, parece possível agora que haverá várias investigações do hacking russo —a revisão de inteligência que Obama encomendou e ordenou que seja concluída até 20 de janeiro, o dia em que ele deixará a Presidência, e um ou mais inquéritos congressionais. As investigações vão tentar elucidar, entre outras coisas, a motivação de Putin. Terá Putin tentado macular o nome da democracia americana, para prevenir ativismo contrário à Rússia e a seus vizinhos? Ou enfraquecer o próximo presidente americano, já que, presume-se, Putin não tinha razões para duvidar das previsões de vitória tranquila de Hillary feitas nos EUA? Ou, como a CIA concluiu no mês passado, terá sido um esforço intencional de eleger Trump? Na realidade, o esquema russo de vazamento e publicação de informações sigilosas alcançou todos os três objetivos. O que parece claro é que, em vista de seu êxito, as atividades de hacking russo não vão parar. Duas semanas atrás o chefe da inteligência alemã, Bruno Kahl, avisou que em 2017 a Rússia pode tentar alvejar as eleições na Alemanha. "Os perpetradores têm interesse em deslegitimar o processo democrático como tal", disse Kahl. Agora, ele acrescentou, "a Europa está na mira desses esforços de subversão, e a Alemanha em grau especial." Mas a Rússia está longe de ter esquecido seu alvo americano. No dia após a eleição presidencial, a empresa de ciber-segurança Volexity denunciou cinco novas ondas de e-mails de "phishing" direcionadas contra think tanks e organizações sem fins lucrativos nos Estados Unidos. Os ataques estavam evidentemente partindo de Cozy Bear, o apelido dado a um dos dois grupos de hackers russos que a firma de ciber-segurança CrowdStrike identificou em ação na rede do DNC. Um dos e-mails falsos era supostamente originário da Universidade Harvard e trazia em anexo um falso artigo intitulado "Por que as eleições americanas são falhas". Tradução de CLARA ALLAIN
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mundo
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Invasão de hackers na eleição dos EUA foi 'arma perfeita' da RússiaQuando o agente especial do FBI (polícia federal americana) Adrian Hawkins telefonou ao Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) em setembro de 2015 para transmitir uma notícia preocupante sobre a rede informatizada do comitê, a ligação foi transferida, naturalmente, para o "help desk" de informática. A mensagem de Hawkins foi curta, mas alarmante. Pelo menos um sistema de computadores pertencente ao DNC tinha sido comprometido por hackers que investigadores federais haviam apelidado de "the Dukes", uma equipe de ciberespionagem ligada ao governo russo. O FBI conhecia o grupo bem: a agência havia passado os últimos anos tentando expulsar os Dukes dos sistemas de e-mail não classificados da Casa Branca, do Departamento de Estado e até do Estado-Maior Conjunto, uma das redes mais bem protegidas do governo. Yared Tamene, o técnico de informática do DNC que atendeu a ligação de Hawkins, não era especialista em ciberataques. Sua primeira iniciativa foi procurar "the Dukes" no Google e fazer uma busca superficial nos registros dos computadores do DNC para ver se flagrava indícios de uma ciberinvasão. Segundo seu próprio relato, ele não procurou muito a sério mesmo depois de Hawkins ter telefonado de volta várias vezes nas semanas seguintes —em parte porque não tinha certeza se a pessoa ao telefone era um agente real do FBI ou um impostor. "Eu não tinha como diferenciar a ligação que acabara de receber de um trote", escreveu Tamene em memorando interno ao qual o "New York Times" ("NYT") teve acesso, detalhando seus contatos com o FBI. Foi o primeiro e enigmático sinal de uma campanha de ciberespionagem e guerra de informação arquitetada para interferir na eleição presidencial de 2016, a primeira tentativa desse tipo feita por uma potência estrangeira na história dos Estados Unidos. Autoridades de inteligência acreditam que algo que começou como uma operação para colher informações acabou se metamorfoseando em um esforço para prejudicar uma candidata, Hillary Clinton, e fazer a eleição pender em favor de seu adversário, Donald Trump. Como outro escândalo eleitoral americano famoso, este começou com uma invasão do DNC. Na primeira vez, 41 anos atrás na sede antiga do comitê no complexo Watergate, os invasores plantaram aparelhos de escuta e arrombaram um armário de pastas e arquivos. Desta vez a invasão foi conduzida à distância, dirigida pelo Kremlin, como uso de "spear phishing" (um tipo específico de "phishing" com e-mails falsos), zeros e uns. Um exame feito pelo "NYT" da operação russa —baseado em entrevistas com dezenas de pessoas alvejadas no ataque, agentes de inteligência que o investigaram e funcionários da administração Obama que estudaram a melhor resposta— revela uma série de sinais que não foram flagrados, respostas atrasadas e a contínua subestimação da gravidade do ciberataque. Devido à falta de agilidade da reação do DNC aos avisos do FBI, a melhor oportunidade de barrar a invasão russa foi perdida. O fato de o âmbito e alcance dos ataques não ter sido discernido enfraqueceu os esforços para minimizar seu impacto. E a relutância da Casa Branca em reagir de modo decisivo significou que os russos não pagaram um preço alto por suas ações, decisão que pode ser crítica no momento de deter ciberataques futuros. Graças à abordagem pouco enfática do FBI, hackers russos puderam passear livremente pela rede do DNC por quase sete meses, até lideranças do DNC serem alertadas do ataque e contratarem especialistas em ciberataques para proteger seus sistemas. Enquanto isso, os hackers voltaram sua atenção para alvos fora do DNC, incluindo o diretor da campanha de Hillary, John D. Podesta, cuja conta particular de e-mail foi invadida meses depois. Mesmo Podesta, figura de grande experiência política em Washington que em 2014 escreveu um relatório para o presidente Barack Obama sobre ciberprivacidade, não compreendeu realmente a gravidade da invasão. Durante a campanha eleitoral, os democratas tiveram que assistir furiosos, sem poder fazer nada, enquanto seus e-mails privados e documentos confidenciais foram surgindo online dia após dia —encomendados por agentes de inteligência russos, postados no WikiLeaks e outros sites e então noticiados pela mídia americana, incluindo o "NYT". Ao longo de sua campanha, com enorme satisfação, Trump citou muitos dos e-mails roubados. As consequências do vazamento incluíram as renúncias da deputada Debbie Wasserman Schultz, da Flórida, presidente do DNC, e da maioria de seus principais assessores partidários. Lideranças democratas foram postas de escanteio no auge da campanha, silenciadas pelas revelações contidas em e-mails constrangedores ou consumidos pela urgência em combater os vazamentos. Embora o público não tenha tomado grande nota do fato, documentos confidenciais roubados pelos hackers russos do Comitê Congressional da Campanha Democrata, organização ligada ao DNC, vieram à tona em disputas por vagas no Congresso em vários Estados, contaminando alguns dos candidatos com acusações de escândalos. Nos últimos dias, um presidente eleito cético, as agências de inteligência do país e os dois principais partidos políticos se envolveram em uma disputa pública extraordinária sobre as evidências existentes de que o presidente russo, Vladimir Putin, foi além da mera espionagem e procurou intencionalmente subverter a democracia americana e escolher o vencedor da eleição presidencial. Muitos dos assessores mais próximos de Hillary acreditam que o ataque russo exerceu impacto profundo sobre a eleição, apesar de reconhecerem a importância de outros fatores: a fraqueza de Hillary como candidata, seu servidor privado de e-mails e as declarações públicas de James B. Comey, o diretor do FBI, sobre o tratamento dado por Hillary a informações classificadas. Não há como ter certeza quanto ao impacto último da ação dos hackers, mas uma coisa ficou clara: uma arma de alto impacto e baixo custo que a Rússia já havia testado em eleições desde a Ucrânia até a Europa foi voltada contra os Estados Unidos, com eficácia devastadora. Para a Rússia, com uma economia enfraquecida e um arsenal nuclear que ela não pode utilizar sem lançar uma guerra total, o ciberpoder mostrou ser a arma perfeita: de baixo custo, difícil de prever e difícil de rastrear. "Que ninguém tenha a menor dúvida", disse em conferência pós-eleitoral o almirante Michael S. Rogers, diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) e comandante do Comando Cibernético dos EUA. "Isso não é algo que foi feito casualmente, não é algo que foi feito por acaso, não foi um alvo escolhido de modo arbitrário. Foi um esforço consciente de um Estado-nação para alcançar um efeito específico." Para as pessoas cujos e-mails foram roubados, essa nova forma de sabotagem política deixou um rastro de choque e prejuízo profissional. Neera Tanden, presidente da organização Center for American Progress e partidária chave de Hillary Clinton, se recorda de ter entrado nas salas agitadas de transição de Hillary, humilhada ao ver seu rosto nas telas de televisão enquanto analistas discutiam um e-mail vazado no qual ela tinha descrito os instintos da candidata como sendo "subótimos". "Era um soco na boca do estômago a cada dia", disse Tanden. "Foi a pior experiência profissional de minha vida." Os EUA também já lançaram ciberataques, e em décadas passadas a CIA tentou subverter eleições em outros países. Mas o ataque russo está sendo cada vez mais visto em todo o espectro político como um marco histórico tenebroso —com uma exceção notável: Donald Trump rejeitou como "ridículas" as conclusões das agências de inteligência que em breve vai supervisionar, insistindo que o hacker pode ser americano ou chinês, mas que as agências "não fazem ideia". Trump citou as supostas divergências de opinião entre as agências quanto a se Putin teve ou não a intenção de ajudar a elegê-lo. Na terça-feira (13) um porta-voz do governo russo ecoou a rejeição de Trump às conclusões das agências. "Essa história de 'invasões cibernéticas' lembra uma disputa banal entre autoridades de segurança americanas em torno de esferas de influência", escreveu no Facebook a porta-voz do Ministério do Exterior russo, Maria Zakharova. Julian Assange, o fundador e editor do WikiLeaks, resiste à conclusão de que seu site virou um canal de passagem para hackers russos a serviço do governo de Putin ou de que ele teria tentado intencionalmente prejudicar a candidatura de Hillary Clinton. Mas as evidências que fundamentam as duas acusações parecem ser convincentes. No fim de semana, quatro senadores influentes, dois republicanos e dois democratas, uniram suas forças para prometer uma investigação, fazendo questão de ignorar as declarações céticas de Trump. "Democratas e republicanos precisam trabalhar conjuntamente, e em todas as esferas jurisdicionais do Congresso, para examinar a fundo esses incidentes recentes e traçar soluções abrangentes para deter e defender contra ciberataques futuros", disseram os senadores John McCain, Lindsey Graham, Chuck Schumer e Jack Reed. "Este problema não pode tornar-se uma questão partidária", disseram os senadores. "O que está em jogo para nosso país é importante demais." Como o ano de 2016 chegando ao fim, parece possível agora que haverá várias investigações do hacking russo —a revisão de inteligência que Obama encomendou e ordenou que seja concluída até 20 de janeiro, o dia em que ele deixará a Presidência, e um ou mais inquéritos congressionais. As investigações vão tentar elucidar, entre outras coisas, a motivação de Putin. Terá Putin tentado macular o nome da democracia americana, para prevenir ativismo contrário à Rússia e a seus vizinhos? Ou enfraquecer o próximo presidente americano, já que, presume-se, Putin não tinha razões para duvidar das previsões de vitória tranquila de Hillary feitas nos EUA? Ou, como a CIA concluiu no mês passado, terá sido um esforço intencional de eleger Trump? Na realidade, o esquema russo de vazamento e publicação de informações sigilosas alcançou todos os três objetivos. O que parece claro é que, em vista de seu êxito, as atividades de hacking russo não vão parar. Duas semanas atrás o chefe da inteligência alemã, Bruno Kahl, avisou que em 2017 a Rússia pode tentar alvejar as eleições na Alemanha. "Os perpetradores têm interesse em deslegitimar o processo democrático como tal", disse Kahl. Agora, ele acrescentou, "a Europa está na mira desses esforços de subversão, e a Alemanha em grau especial." Mas a Rússia está longe de ter esquecido seu alvo americano. No dia após a eleição presidencial, a empresa de ciber-segurança Volexity denunciou cinco novas ondas de e-mails de "phishing" direcionadas contra think tanks e organizações sem fins lucrativos nos Estados Unidos. Os ataques estavam evidentemente partindo de Cozy Bear, o apelido dado a um dos dois grupos de hackers russos que a firma de ciber-segurança CrowdStrike identificou em ação na rede do DNC. Um dos e-mails falsos era supostamente originário da Universidade Harvard e trazia em anexo um falso artigo intitulado "Por que as eleições americanas são falhas". Tradução de CLARA ALLAIN
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Justiça libera selfies na cabine de votação em New Hampshire, nos EUA
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Eleitores do estado de New Hampshire (EUA) que querem se expressar com uma selfie na cabine de votação poderão ficar à vontade. Uma corte federal de recursos decidiu que banir a prática vai contra o princípio da liberdade de expressão. A decisão pôs fim a uma ação que começou quando as selfies foram banidas no estado em 2014, para evitar a compra de votos e a intimidação de eleitores e para preservar o processo do voto, que historicamente é secreto. No ano passado, uma corte federal derrubou o veto às selfies e o caso foi para a corte de recursos. Bill Gardner, secretário de Estado de New Hampshire, argumentou no processo que pessoas que tiram fotos de suas cédulas podem ser intimidadas ou obrigadas a mostrar provas de que votaram em determinado candidato. Em abril, Snapchat se envolveu no caso. A empresa apresentou um documento como "amicus curiae" (quando uma entidade que não é parte no processo se manifesta nos autos) afirmando que as selfies são "a forma mais recente como os eleitores, especialmente jovens, se enjajam no processo político". Duas outras organizações, a Coalizão para a Primeira Emenda da Nova Inglaterra e o Comitê de Repórteres para a Liberdade de Imprensa, também apresentaram argumentos como "amicus curiae" e disseram que a preocupação com intimidação era exagerada nesse caso. "Não há muitas provas, se é que existe alguma, de que isso realmente está acontecendo", disse Justin Silverman, diretor-executivo da Coalizão para a Primeira Emenda da Nova Inglaterra em abril. Na quarta-feira (28), Chris Handman, advogado do Snapchat, que está mudando de nome para Snap, elogiou a decisão. "A decisão de hoje é uma vitória para a liberdade de expressão na era digital", disse. "Estamos felizes que a corte tenha reconhecido que selfies nas cabines de votação são um jeito importante de os americanos, principalmente os jovens americanos, participarem no processo político."
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mundo
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Justiça libera selfies na cabine de votação em New Hampshire, nos EUAEleitores do estado de New Hampshire (EUA) que querem se expressar com uma selfie na cabine de votação poderão ficar à vontade. Uma corte federal de recursos decidiu que banir a prática vai contra o princípio da liberdade de expressão. A decisão pôs fim a uma ação que começou quando as selfies foram banidas no estado em 2014, para evitar a compra de votos e a intimidação de eleitores e para preservar o processo do voto, que historicamente é secreto. No ano passado, uma corte federal derrubou o veto às selfies e o caso foi para a corte de recursos. Bill Gardner, secretário de Estado de New Hampshire, argumentou no processo que pessoas que tiram fotos de suas cédulas podem ser intimidadas ou obrigadas a mostrar provas de que votaram em determinado candidato. Em abril, Snapchat se envolveu no caso. A empresa apresentou um documento como "amicus curiae" (quando uma entidade que não é parte no processo se manifesta nos autos) afirmando que as selfies são "a forma mais recente como os eleitores, especialmente jovens, se enjajam no processo político". Duas outras organizações, a Coalizão para a Primeira Emenda da Nova Inglaterra e o Comitê de Repórteres para a Liberdade de Imprensa, também apresentaram argumentos como "amicus curiae" e disseram que a preocupação com intimidação era exagerada nesse caso. "Não há muitas provas, se é que existe alguma, de que isso realmente está acontecendo", disse Justin Silverman, diretor-executivo da Coalizão para a Primeira Emenda da Nova Inglaterra em abril. Na quarta-feira (28), Chris Handman, advogado do Snapchat, que está mudando de nome para Snap, elogiou a decisão. "A decisão de hoje é uma vitória para a liberdade de expressão na era digital", disse. "Estamos felizes que a corte tenha reconhecido que selfies nas cabines de votação são um jeito importante de os americanos, principalmente os jovens americanos, participarem no processo político."
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Tranquilo e favorável, MC Bin Laden vira popstar com clipes na internet
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ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER DE SÃO PAULO Quando a audiência de "Tá Tranquilo, Tá Favorável" disparava como um míssil na internet, Jefferson Cristian dos Santos de Lima tornou-se protagonista de um casamento improvável: conhecido como MC Bin Laden, sobrenome do sinistro Osama, ele conquistou a simpatia da americaníssima Nike. A poderosa marca de tênis e roupas esportivas não se assustou com as possíveis ilações em torno do apelido e passou a fornecer seus produtos para esse rapaz meio esquisito, 22 anos, circunferência abdominal flácida e avantajada, que bombou com o incontornável refrão que dá título à música. MC Bin Laden, é claro, não representa nenhuma ameaça pública, e felizmente para ele —fã declarado da Disney— consta em seu passaporte um nome verdadeiro muito familiar aos norte-americanos. O artístico surgiu "para fazer um teatro", ele conta. Escolheu Bin Laden por dois motivos. "Porque minha música era mais explosiva" e por ter ficado intrigado com o saudita por trás dos ataques às torres de Nova York. Na quinta-feira, depois da invasão funkeira ao reino de Momo, o vídeo de "Tá Tranquilo, Tá Favorável", lançado há três meses, já passava de 17 milhões de visualizações no YouTube. "É um vídeo pros recalcados", canta o funkeiro na praia, encharcando o corpo com uma garrafa de Salton, entre versos como "vai achando que é só o playboy que vive em Copacabana". Acompanha uma dancinha bizarra na qual ele sacode seus 117 kg para frente e para trás enquanto, só de bermuda verde e corrente dourada com um pingente do Yin-Yang, faz um balé com as mãos –montadas na saudação "hang loose" (polegar e mínimo estendidos). O gesto tornou-se um hit do Carnaval: bastava olhar em volta para ver "hang loose" em qualquer esquina da cidade, sem importar a trilha sonora de fundo. Clipe Tá Tranquilo, Tá Favorável Mas, em vários pontos de São Paulo, era o funk mesmo que tocava —–caso da rua Purpurina, na muvucada Vila Madalena, onde um carro com caixas de som no porta-malas atraía foliões de outros quarteirões para dançar ao som do MC. Bin Laden é figura carimbada na internet, em que, entre outras incursões, posta fotos divertidas, como uma fazendo o "hang loose" para a estátua de Carlos Drummond de Andrade em Copacabana –que ele confunde e chama de Santos Dumont. Muitos também postam por ele, caso de uma montagem em que seu corpo rechonchudo se desmilingua nos famosos quadros com relógios derretidos de Salvador Dalí. Neymar Disney Santista de coração, o MC viu sua dança virar comemoração de gol do Peixe no Campeonato Paulista. Na partida entre Ponte Preta e Santos, no dia 3/2, o atacante Gabriel Barbosa, 19, o Gabigol, converteu um pênalti e saiu comemorando com os gestos que ele repete no clipe. A ideia, conta o jogador, veio pelas redes sociais. "Tavam me pedindo pra fazer a dancinha. Aí disse que faria se marcasse um gol. E acabei dançando", diz o artilheiro. Três dias depois, o cantor e o jogador se conheceram na Vila Belmiro. "É uma música engraçada, diferente. Gosto muito do ritmo", elogiou Gabigol. Mas o grande sonho de Bin Laden, em matéria de futebol, é conhecer Neymar. Aliás, se depender dele, seu primeiro filho com a namorada, a caixa de supermercado Maryellen, vai se chamar Neymar Disney. "Passei três anos fazendo a cabeça dela", diz. "Mas com [o sobrenome] Disney acho que ela não vai concordar", lamenta ele, que conversou com a sãopaulo sentado num trono dourado, entre barras de ouro de isopor e notas falsas de R$ 100. É o cenário de "O Quinto Elemento", projeto de um reality show que vai escolher o novo funkeiro da KL Produtora –de onde saíram, além dele, os MCs mirins Pikachu e Brinquedo. Foi na laje do estúdio em Sacomã (zona sul) que Bin Laden improvisou com os amigos –incluindo seus dois dançarinos, batizados "Os Iraquianos"– um vídeo "lado B" de "Tá Tranquilo, Tá Favorável". Nele, o artista sai de dentro de uma caixa d'água, cheira a axila, monta o "hang loose" e começa o funk. Entre outras excentricidades, Bin Laden raspou só uma das axilas, como "o corte do Ronaldo" (o cabelo estilo "Cascão" que o ex-jogador usou na Copa de 2002, com meia cabeça raspada, menos o topete). Também tingiu as madeixas: apenas a parte esquerda, de loiro platinado. Quando dá na telha, tosa a sobrancelha com gilete –ela fica listradinha, metade peluda, metade depilada. Jefferson é, de fato, um homem dividido em dois, como o símbolo "Yin-Yang" que carrega no pescoço. O princípio chinês acomoda duas energias opostas e complementares. Uma é passiva, mais calminha; a outra, ativa e explosiva. Ambas estão contidas simbolicamente naquele círculo segregado em preto e branco por uma linha ondulada. Bin Laden traz em si a força "Yin": há cinco anos, ele se converteu à igreja evangélica Resgate para Cristo. Diz que levou a namorada "para o lado de Deus" e que nunca esqueceu de quando sua pastora teria curado "o rosto inchadão de um cara com câncer". E tem também o trator "Yang" dentro do funkeiro que grava vídeos orgiásticos, com meninas de lingerie no banheiro de um baile fazendo de camisinhas balões de festa. Filho da ZL, a zona leste paulistana, viveu uma infância de atrasos num bairro pobre chamado Vila Progresso. Ele lembra de quando o pai, que trabalha "com tecidos" e era viciado em jogos ("baralho e caça-níquel"), andava a pé para economizar o dinheiro da passagem. Esses eram os dias bons: sobravam uns tostões "pra comprar salsicha e refrigerante, porque comer no seco é embaçado". De resto, abria o armário "e só tinha uma baratinha pequena passando de lá pra cá". Às vezes velas, porque já tinham cortado a luz da casa. Mas sem tempo ruim. "Eu era muito feliz. A lágrima caía, mas o sorriso sempre prevalecia", filosofa ele, enquanto apanha algumas das cédulas de mentirinha do cenário para espantar o calor. No ano passado, Bin Laden viu seu "Bololo Haha", um funk de refrão dadaísta, ser adaptado em cartazes de colégios estaduais ocupados por estudantes. Na versão, a frase original ("faz o sinal da 'vida loka' e joga a pistola pro ar") virou "se fechar a nossa escola, nós vamos ocupar". Jefferson parou de estudar na oitava série —–agora quer fazer supletivo, se formar e cursar uma faculdade. Gostaria de estudar teologia "para saber quem foi Davi, Jesus", ou quem sabe letras —–"falo e escrevo muito errado, acho que vai me ajudar muito". Na adolescência, como não é incomum em famílias com vida apertada, o pai queria que ele trabalhasse de qualquer jeito, "pedreiro que fosse". Jefferson vendeu água na rua, empurrou ferro velho em carrinho de mão e foi atendente de lan house. Vender sapato na rua 25 de Março foi o ápice: a atividade lhe rendia em torno de R$ 1.000 por mês. Mas ele "sabia rimar" e queria ser funkeiro. No banho, "criava uns negócios e mostrava pra rapaziada": letras sobre "maconha de uva" e "lança-perfume de coco". "Naquela época tinha água, né? A gente podia ficar cinco minutos a mais no chuveiro." Hoje a conta bancária está bem mais tranquila e favorável. "Minha agenda [de shows] está aumentando, glória a Deus." Ele cobra até R$ 20 mil de cachê para tocar por cerca de meia hora, segundo sua produtora. Já deu até para comprar, por R$ 100 mil, um apartamento no Cingapura, projeto de urbanização de favelas criado pelo ex-prefeito Paulo Maluf. E isso antes do sucesso de "Tá Tranquilo, Tá Favorável" –título que será patenteado como marca, conta o empresário Emerson. Paródias como "tá mamilo, tá amamentável", que caçoam do porte físico do MC, estão liberadas. Ele até se diverte quando, sem camisa, ouve nas ruas tiradas do naipe "olha o tamanho dessas tetas". "Uma mina uma vez falou: Quer um sutiã? Eu: Acho que preciso, tenho mais peito do que você." Quem vê Jefferson agora pode achar que ele virou bacana. Mas e aquele colar dourado que faísca feito nugget na frigideira? "Não é ouro, não. Só banhado mesmo." Avalia que custe uns R$ 1.500. "Não vou gastar R$ 40 mil num colarzão. Passei fome, sei o valor de R$ 1", diz. Embora agregue elementos do chamado funk ostentação em seus clipes, ele afirma que a ideia é "dar uma zoada" nesse movimento, que marcou uma fase midiática do funk feito em São Paulo. Mais uma vez, Bin Laden nutre a dupla persona. Se em "Tá Tranquilo, Tá Favorável" provou as borbulhas da Salton, num dos clipes mais recentes (sim, ele lança vários por mês), "Bêbado", o MC e os amigos estão num depósito de bebidas virando Catuaba e cachaça barata. "'Nóis' sustenta, mas não ostenta. Cresci numa favela onde a ostentação era de mentira. Como eu [antes da fama] ia deixar R$ 500 no baile? Vou ficar com R$ 500 para o resto do mês?", diz, lembrando do salário na loja de sapatos. As letras fortes que davam na telha do funkeiro evangélico não faziam nada além de passar o que ele via ao redor, diz. "O povo baforar, transar sem camisinha num beco e fazer o banheiro do baile virar puteiro." Em 2016, quer cantar "algo diferente". Menos palavrões e drogas, que a pastora não gosta. "Amarradão" em "O Poderoso Chefão", ele conta que se inspirou na trama mafiosa para bolar a faixa "Só Uísque, Só Malote". A letra vai assim: "Tive um sonho legal, tive um sonho maneiro. Fabricar uísque, fabricar dinheiro". Ainda não consultou a líder religiosa para saber o que ela pensa. (colaborou Rafael Balago) * ILLUMINATI Um vídeo visto mais de 600 mil vezes brinca com a ideia de que o funkeiro é enviado da sociedade secreta que, segundo teorias conspiratórias, quer dominar o mundo com a Nova Ordem Mundial. Narrador
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saopaulo
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Tranquilo e favorável, MC Bin Laden vira popstar com clipes na internetANNA VIRGINIA BALLOUSSIER DE SÃO PAULO Quando a audiência de "Tá Tranquilo, Tá Favorável" disparava como um míssil na internet, Jefferson Cristian dos Santos de Lima tornou-se protagonista de um casamento improvável: conhecido como MC Bin Laden, sobrenome do sinistro Osama, ele conquistou a simpatia da americaníssima Nike. A poderosa marca de tênis e roupas esportivas não se assustou com as possíveis ilações em torno do apelido e passou a fornecer seus produtos para esse rapaz meio esquisito, 22 anos, circunferência abdominal flácida e avantajada, que bombou com o incontornável refrão que dá título à música. MC Bin Laden, é claro, não representa nenhuma ameaça pública, e felizmente para ele —fã declarado da Disney— consta em seu passaporte um nome verdadeiro muito familiar aos norte-americanos. O artístico surgiu "para fazer um teatro", ele conta. Escolheu Bin Laden por dois motivos. "Porque minha música era mais explosiva" e por ter ficado intrigado com o saudita por trás dos ataques às torres de Nova York. Na quinta-feira, depois da invasão funkeira ao reino de Momo, o vídeo de "Tá Tranquilo, Tá Favorável", lançado há três meses, já passava de 17 milhões de visualizações no YouTube. "É um vídeo pros recalcados", canta o funkeiro na praia, encharcando o corpo com uma garrafa de Salton, entre versos como "vai achando que é só o playboy que vive em Copacabana". Acompanha uma dancinha bizarra na qual ele sacode seus 117 kg para frente e para trás enquanto, só de bermuda verde e corrente dourada com um pingente do Yin-Yang, faz um balé com as mãos –montadas na saudação "hang loose" (polegar e mínimo estendidos). O gesto tornou-se um hit do Carnaval: bastava olhar em volta para ver "hang loose" em qualquer esquina da cidade, sem importar a trilha sonora de fundo. Clipe Tá Tranquilo, Tá Favorável Mas, em vários pontos de São Paulo, era o funk mesmo que tocava —–caso da rua Purpurina, na muvucada Vila Madalena, onde um carro com caixas de som no porta-malas atraía foliões de outros quarteirões para dançar ao som do MC. Bin Laden é figura carimbada na internet, em que, entre outras incursões, posta fotos divertidas, como uma fazendo o "hang loose" para a estátua de Carlos Drummond de Andrade em Copacabana –que ele confunde e chama de Santos Dumont. Muitos também postam por ele, caso de uma montagem em que seu corpo rechonchudo se desmilingua nos famosos quadros com relógios derretidos de Salvador Dalí. Neymar Disney Santista de coração, o MC viu sua dança virar comemoração de gol do Peixe no Campeonato Paulista. Na partida entre Ponte Preta e Santos, no dia 3/2, o atacante Gabriel Barbosa, 19, o Gabigol, converteu um pênalti e saiu comemorando com os gestos que ele repete no clipe. A ideia, conta o jogador, veio pelas redes sociais. "Tavam me pedindo pra fazer a dancinha. Aí disse que faria se marcasse um gol. E acabei dançando", diz o artilheiro. Três dias depois, o cantor e o jogador se conheceram na Vila Belmiro. "É uma música engraçada, diferente. Gosto muito do ritmo", elogiou Gabigol. Mas o grande sonho de Bin Laden, em matéria de futebol, é conhecer Neymar. Aliás, se depender dele, seu primeiro filho com a namorada, a caixa de supermercado Maryellen, vai se chamar Neymar Disney. "Passei três anos fazendo a cabeça dela", diz. "Mas com [o sobrenome] Disney acho que ela não vai concordar", lamenta ele, que conversou com a sãopaulo sentado num trono dourado, entre barras de ouro de isopor e notas falsas de R$ 100. É o cenário de "O Quinto Elemento", projeto de um reality show que vai escolher o novo funkeiro da KL Produtora –de onde saíram, além dele, os MCs mirins Pikachu e Brinquedo. Foi na laje do estúdio em Sacomã (zona sul) que Bin Laden improvisou com os amigos –incluindo seus dois dançarinos, batizados "Os Iraquianos"– um vídeo "lado B" de "Tá Tranquilo, Tá Favorável". Nele, o artista sai de dentro de uma caixa d'água, cheira a axila, monta o "hang loose" e começa o funk. Entre outras excentricidades, Bin Laden raspou só uma das axilas, como "o corte do Ronaldo" (o cabelo estilo "Cascão" que o ex-jogador usou na Copa de 2002, com meia cabeça raspada, menos o topete). Também tingiu as madeixas: apenas a parte esquerda, de loiro platinado. Quando dá na telha, tosa a sobrancelha com gilete –ela fica listradinha, metade peluda, metade depilada. Jefferson é, de fato, um homem dividido em dois, como o símbolo "Yin-Yang" que carrega no pescoço. O princípio chinês acomoda duas energias opostas e complementares. Uma é passiva, mais calminha; a outra, ativa e explosiva. Ambas estão contidas simbolicamente naquele círculo segregado em preto e branco por uma linha ondulada. Bin Laden traz em si a força "Yin": há cinco anos, ele se converteu à igreja evangélica Resgate para Cristo. Diz que levou a namorada "para o lado de Deus" e que nunca esqueceu de quando sua pastora teria curado "o rosto inchadão de um cara com câncer". E tem também o trator "Yang" dentro do funkeiro que grava vídeos orgiásticos, com meninas de lingerie no banheiro de um baile fazendo de camisinhas balões de festa. Filho da ZL, a zona leste paulistana, viveu uma infância de atrasos num bairro pobre chamado Vila Progresso. Ele lembra de quando o pai, que trabalha "com tecidos" e era viciado em jogos ("baralho e caça-níquel"), andava a pé para economizar o dinheiro da passagem. Esses eram os dias bons: sobravam uns tostões "pra comprar salsicha e refrigerante, porque comer no seco é embaçado". De resto, abria o armário "e só tinha uma baratinha pequena passando de lá pra cá". Às vezes velas, porque já tinham cortado a luz da casa. Mas sem tempo ruim. "Eu era muito feliz. A lágrima caía, mas o sorriso sempre prevalecia", filosofa ele, enquanto apanha algumas das cédulas de mentirinha do cenário para espantar o calor. No ano passado, Bin Laden viu seu "Bololo Haha", um funk de refrão dadaísta, ser adaptado em cartazes de colégios estaduais ocupados por estudantes. Na versão, a frase original ("faz o sinal da 'vida loka' e joga a pistola pro ar") virou "se fechar a nossa escola, nós vamos ocupar". Jefferson parou de estudar na oitava série —–agora quer fazer supletivo, se formar e cursar uma faculdade. Gostaria de estudar teologia "para saber quem foi Davi, Jesus", ou quem sabe letras —–"falo e escrevo muito errado, acho que vai me ajudar muito". Na adolescência, como não é incomum em famílias com vida apertada, o pai queria que ele trabalhasse de qualquer jeito, "pedreiro que fosse". Jefferson vendeu água na rua, empurrou ferro velho em carrinho de mão e foi atendente de lan house. Vender sapato na rua 25 de Março foi o ápice: a atividade lhe rendia em torno de R$ 1.000 por mês. Mas ele "sabia rimar" e queria ser funkeiro. No banho, "criava uns negócios e mostrava pra rapaziada": letras sobre "maconha de uva" e "lança-perfume de coco". "Naquela época tinha água, né? A gente podia ficar cinco minutos a mais no chuveiro." Hoje a conta bancária está bem mais tranquila e favorável. "Minha agenda [de shows] está aumentando, glória a Deus." Ele cobra até R$ 20 mil de cachê para tocar por cerca de meia hora, segundo sua produtora. Já deu até para comprar, por R$ 100 mil, um apartamento no Cingapura, projeto de urbanização de favelas criado pelo ex-prefeito Paulo Maluf. E isso antes do sucesso de "Tá Tranquilo, Tá Favorável" –título que será patenteado como marca, conta o empresário Emerson. Paródias como "tá mamilo, tá amamentável", que caçoam do porte físico do MC, estão liberadas. Ele até se diverte quando, sem camisa, ouve nas ruas tiradas do naipe "olha o tamanho dessas tetas". "Uma mina uma vez falou: Quer um sutiã? Eu: Acho que preciso, tenho mais peito do que você." Quem vê Jefferson agora pode achar que ele virou bacana. Mas e aquele colar dourado que faísca feito nugget na frigideira? "Não é ouro, não. Só banhado mesmo." Avalia que custe uns R$ 1.500. "Não vou gastar R$ 40 mil num colarzão. Passei fome, sei o valor de R$ 1", diz. Embora agregue elementos do chamado funk ostentação em seus clipes, ele afirma que a ideia é "dar uma zoada" nesse movimento, que marcou uma fase midiática do funk feito em São Paulo. Mais uma vez, Bin Laden nutre a dupla persona. Se em "Tá Tranquilo, Tá Favorável" provou as borbulhas da Salton, num dos clipes mais recentes (sim, ele lança vários por mês), "Bêbado", o MC e os amigos estão num depósito de bebidas virando Catuaba e cachaça barata. "'Nóis' sustenta, mas não ostenta. Cresci numa favela onde a ostentação era de mentira. Como eu [antes da fama] ia deixar R$ 500 no baile? Vou ficar com R$ 500 para o resto do mês?", diz, lembrando do salário na loja de sapatos. As letras fortes que davam na telha do funkeiro evangélico não faziam nada além de passar o que ele via ao redor, diz. "O povo baforar, transar sem camisinha num beco e fazer o banheiro do baile virar puteiro." Em 2016, quer cantar "algo diferente". Menos palavrões e drogas, que a pastora não gosta. "Amarradão" em "O Poderoso Chefão", ele conta que se inspirou na trama mafiosa para bolar a faixa "Só Uísque, Só Malote". A letra vai assim: "Tive um sonho legal, tive um sonho maneiro. Fabricar uísque, fabricar dinheiro". Ainda não consultou a líder religiosa para saber o que ela pensa. (colaborou Rafael Balago) * ILLUMINATI Um vídeo visto mais de 600 mil vezes brinca com a ideia de que o funkeiro é enviado da sociedade secreta que, segundo teorias conspiratórias, quer dominar o mundo com a Nova Ordem Mundial. Narrador
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Com gol de atacante santista, seleção olímpica vence os EUA
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A seleção brasileira olímpica (sub-23) venceu os EUA por 2 a 1 em amistoso realizado na Ilha do Retiro, em Pernambuco, nesta quarta-feira (11). O atacante Gabriel, do Santos, abriu o placar no final do primeiro tempo, após assistência de Lucas Silva. O meia do Olympique de Marselha também atuou como garçom no segundo gol brasileiro, marcado pelo gremista Luan. A seleção americana descontou em pênalti cometido por Dória e esboçou uma pressão, mas não conseguiu chegar ao empate. O Brasil também perdeu uma boa oportunidade em chute de Fred, na trave. As duas seleções voltam a se enfrentar no domingo (15), em Belém. Nos últimos amistosos, em outubro, a seleção olímpica teve mais facilidade e goleou Haiti e República Dominicana. O time se prepara para os Jogos do Rio, no ano que vem, quando será treinado por Dunga. Nesta quarta, o técnico da sub-20, Rogério Micale, comandou a equipe.
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esporte
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Com gol de atacante santista, seleção olímpica vence os EUAA seleção brasileira olímpica (sub-23) venceu os EUA por 2 a 1 em amistoso realizado na Ilha do Retiro, em Pernambuco, nesta quarta-feira (11). O atacante Gabriel, do Santos, abriu o placar no final do primeiro tempo, após assistência de Lucas Silva. O meia do Olympique de Marselha também atuou como garçom no segundo gol brasileiro, marcado pelo gremista Luan. A seleção americana descontou em pênalti cometido por Dória e esboçou uma pressão, mas não conseguiu chegar ao empate. O Brasil também perdeu uma boa oportunidade em chute de Fred, na trave. As duas seleções voltam a se enfrentar no domingo (15), em Belém. Nos últimos amistosos, em outubro, a seleção olímpica teve mais facilidade e goleou Haiti e República Dominicana. O time se prepara para os Jogos do Rio, no ano que vem, quando será treinado por Dunga. Nesta quarta, o técnico da sub-20, Rogério Micale, comandou a equipe.
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Erramos: Procuradores reagem a crítica de chefe da AGU sobre acordos
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A reportagem "Procuradores reagem a crítica de chefe da AGU sobre acordos", publicada na versão impressa e no site da Folha (Poder - 28/02/2015 13h53), errou ao chamar os procuradores da República, integrantes do Ministério Público Federal, de procuradores federais, estes parte da Advocacia-Geral da União. O texto foi corrigido.
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Erramos: Procuradores reagem a crítica de chefe da AGU sobre acordosA reportagem "Procuradores reagem a crítica de chefe da AGU sobre acordos", publicada na versão impressa e no site da Folha (Poder - 28/02/2015 13h53), errou ao chamar os procuradores da República, integrantes do Ministério Público Federal, de procuradores federais, estes parte da Advocacia-Geral da União. O texto foi corrigido.
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Federer desiste de torneio nos EUA, e Nadal assumirá liderança do ranking
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Na próxima segunda-feira (21), quando o novo ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) for divulgado, o espanhol Rafael Nadal, atual número dois do mundo, aparecerá na liderança. O tenista voltará a ocupar a posição após mais de três anos -a última vez em que apareceu no topo da lista foi em 23 de junho de 2014. O britânico Andy Murray, atual líder do ranking mundial, não vai poder defender seus pontos no Masters 1.000 de Cincinnati, que começou nesta segunda (14), por lesão. Com isso, o espanhol e o suíço Roger Federer (número três do mundo) deveriam disputariam a primeira colocação no ranking no torneio. No entanto, a ascensão do espanhol foi assegurada nesta segunda (14), quando a organização do Masters 1.000 anunciou que o suíço não disputará a edição deste ano do torneio para se recuperar de uma lesão nas costas. Federer disputou a final do Masters 1.000 de Montréal, no último domingo (13), e acabou derrotado pelo alemão Alexander Zverev. "Sempre gosto de jogar aqui. Cincinnati tem alguns dos melhores fãs do mundo, e eu sinto muito por saber que vou sentir falta deles", afirmou o tenista suíço. Nadal já havia perdido a chance de liderar o ranking no torneio de Montréal. Bastava que o tenista chegasse nas semifinais, mas o espanhol acabou sendo derrotado por Denis Shapovalov na terceira rodada. Neste ano, o espanhol conquistou seu décimo título do Grand Slam de Roland Garros e foi vice-campeão do Aberto da Austrália.
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esporte
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Federer desiste de torneio nos EUA, e Nadal assumirá liderança do rankingNa próxima segunda-feira (21), quando o novo ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) for divulgado, o espanhol Rafael Nadal, atual número dois do mundo, aparecerá na liderança. O tenista voltará a ocupar a posição após mais de três anos -a última vez em que apareceu no topo da lista foi em 23 de junho de 2014. O britânico Andy Murray, atual líder do ranking mundial, não vai poder defender seus pontos no Masters 1.000 de Cincinnati, que começou nesta segunda (14), por lesão. Com isso, o espanhol e o suíço Roger Federer (número três do mundo) deveriam disputariam a primeira colocação no ranking no torneio. No entanto, a ascensão do espanhol foi assegurada nesta segunda (14), quando a organização do Masters 1.000 anunciou que o suíço não disputará a edição deste ano do torneio para se recuperar de uma lesão nas costas. Federer disputou a final do Masters 1.000 de Montréal, no último domingo (13), e acabou derrotado pelo alemão Alexander Zverev. "Sempre gosto de jogar aqui. Cincinnati tem alguns dos melhores fãs do mundo, e eu sinto muito por saber que vou sentir falta deles", afirmou o tenista suíço. Nadal já havia perdido a chance de liderar o ranking no torneio de Montréal. Bastava que o tenista chegasse nas semifinais, mas o espanhol acabou sendo derrotado por Denis Shapovalov na terceira rodada. Neste ano, o espanhol conquistou seu décimo título do Grand Slam de Roland Garros e foi vice-campeão do Aberto da Austrália.
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Lagosta é isca para turistas no sul da Bahia e tem festival próprio
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A lagosta, nobre crustáceo de ares jurássicos, que pode viver mais de cem anos e é capaz de adquirir uma sensual coloração alaranjada brilhante quando cozida, ganha atenção especial nos tranquilos vilarejos da Costa do Descobrimento, no sul da Bahia. A região, na qual desembarcou Pedro Álvares Cabral em 1500, segue preservada e rústica. E serve de cenário para o "festival da lagosta", no qual restaurantes criam receitas com o ingrediente. O que hoje ganha reforço da Secretaria de Turismo para atrair turistas fora da alta temporada, nasceu em 2016 de um projeto do resort Costa Brasilis, em Santo André, uma baía com menos de 800 habitantes acessada por balsa e formada no encontro entre o rio João de Tiba com o mar. A ação começou com dez estabelecimentos restritos a esse povoado. Na segunda edição, neste ano, reuniu, de 7 a 10 de setembro, 27 restaurantes, para além das fronteiras de Santo André. Estendeu-se para praias vizinhas. Não se trata de um festival comparável ao do Maine (nos Estados Unidos), que atrai mais de 80 mil pessoas por edição e registra consumo de 12 mil quilos de lagostas. Mas os números mostram crescimento. Segundo a prefeitura de Santa Cruz Cabrália, em 2016 foram pescadas seis toneladas de lagosta ao longo do ano e, em 2017, meia tonelada foi vendida apenas em quatro dias de evento –que antecede o defeso, período em que a pesca é proibida. TOUCINHO NA GAIOLA Para atrair a cobiçada lagosta em alto-mar, a cerca de 50 quilômetros da costa, os pescadores de Cabrália usam toucinho de porco. Veja, são animais comedores de "coisas mortas, embora também comam um pouco de moluscos vivos, certos tipos de peixes machucados e por vezes umas às outras", como registrou o escritor norte-americano David Foster Wallace (1962""2008) no texto "Pense na Lagosta". Nesse mesmo ensaio, o romancista relembra que o crustáceo era alimento típico da classe baixa no século 19. "Até mesmo no rude ambiente penal dos primórdios da história americana algumas das colônias tinham leis limitando o uso de lagostas na alimentação dos detentos a uma única vez por semana, porque isso era julgado cruel e incomum, semelhante a obrigar pessoas a comer ratos." Pois hoje é objeto de desejo: cara e associada ao luxo. Para capturar lagostas, diz o ex-pescador João Maria Gomes da Silva, 42, o Pepe, dono de embarcações no sul da Bahia, é comum o sujeito afastar-se da costa e deixar, em alto-mar, gaiolas com toucinho ("elas gostam de comer o que é bom") submersas da noite para o dia, a cerca de 40 metros abaixo da superfície. Cada um de seus barcos administra cerca de 50 gaiolas, com um metro e meio de altura cada, das quais são retirados os animais vivos e imediatamente acomodados em caixas com gelo e água, "para não perder a qualidade". Um exemplar pesa em média 350 gramas. LEVE ADOCICADO De lagostas frescas é extraída uma carne branca, delicada e de sabor levemente adocicado. Ficam mais intensas se cozidas com casca, explica o pesquisador Harold McGee em seu "Comida e Cozinha". Também toleram bem o congelamento e, por isso, faz-se estoques para abastecer o mercado na época da pesca proibida, entre dezembro a maio, no Brasil. Kaled Mansur, chef nascido em Patos de Minas (MG), e hoje aportado em Santo André, elaborou um cardápio extenso em homenagem à lagosta com elementos locais como chutney de coco, frutas e manteiga de caju. No Costa Brasilis, o mais antigo resort do vilarejo e casa da seleção alemã na Copa de 2014, se destaca a lagosta flambada na manteiga com vinho branco, suco de caju e coulis de manga (R$ 87). Nas cercanias, na pousada Corsário, Mikie Iwakiri realça o crustáceo em receitas de R$ 38 a R$ 53. "Tentamos manter o sabor original. Tudo está tão sofisticado que daqui a pouco vamos voltar a alimentos mais simples." Ela prepara a lagosta grelhada em manteiga de garrafa e sálvia com ninho de abobrinha e purê de batata-doce. Mikie entende o festival como uma "oportunidade de os cozinheiros pensarem em pratos novos, mais criativos". Pois, com isso, Maria Nilza Rosa Soares preparou lagosta pela primeira vez aos 70. Em seu restaurante, na praia de Guaiú, criou a "lagosta amorosa" –salteada em cubos no azeite com alho, combinada com manga e abacaxi in natura e purê de banana-da-terra, polvilhada com cacau granulado. E como você criou o prato? "Tem uma coisa que aprendi. Quem tem dinheiro paga para outro pensar. Quando você não tem, você pensa." A jornalista viajou a convite do resort Costa Brasilis
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Lagosta é isca para turistas no sul da Bahia e tem festival próprioA lagosta, nobre crustáceo de ares jurássicos, que pode viver mais de cem anos e é capaz de adquirir uma sensual coloração alaranjada brilhante quando cozida, ganha atenção especial nos tranquilos vilarejos da Costa do Descobrimento, no sul da Bahia. A região, na qual desembarcou Pedro Álvares Cabral em 1500, segue preservada e rústica. E serve de cenário para o "festival da lagosta", no qual restaurantes criam receitas com o ingrediente. O que hoje ganha reforço da Secretaria de Turismo para atrair turistas fora da alta temporada, nasceu em 2016 de um projeto do resort Costa Brasilis, em Santo André, uma baía com menos de 800 habitantes acessada por balsa e formada no encontro entre o rio João de Tiba com o mar. A ação começou com dez estabelecimentos restritos a esse povoado. Na segunda edição, neste ano, reuniu, de 7 a 10 de setembro, 27 restaurantes, para além das fronteiras de Santo André. Estendeu-se para praias vizinhas. Não se trata de um festival comparável ao do Maine (nos Estados Unidos), que atrai mais de 80 mil pessoas por edição e registra consumo de 12 mil quilos de lagostas. Mas os números mostram crescimento. Segundo a prefeitura de Santa Cruz Cabrália, em 2016 foram pescadas seis toneladas de lagosta ao longo do ano e, em 2017, meia tonelada foi vendida apenas em quatro dias de evento –que antecede o defeso, período em que a pesca é proibida. TOUCINHO NA GAIOLA Para atrair a cobiçada lagosta em alto-mar, a cerca de 50 quilômetros da costa, os pescadores de Cabrália usam toucinho de porco. Veja, são animais comedores de "coisas mortas, embora também comam um pouco de moluscos vivos, certos tipos de peixes machucados e por vezes umas às outras", como registrou o escritor norte-americano David Foster Wallace (1962""2008) no texto "Pense na Lagosta". Nesse mesmo ensaio, o romancista relembra que o crustáceo era alimento típico da classe baixa no século 19. "Até mesmo no rude ambiente penal dos primórdios da história americana algumas das colônias tinham leis limitando o uso de lagostas na alimentação dos detentos a uma única vez por semana, porque isso era julgado cruel e incomum, semelhante a obrigar pessoas a comer ratos." Pois hoje é objeto de desejo: cara e associada ao luxo. Para capturar lagostas, diz o ex-pescador João Maria Gomes da Silva, 42, o Pepe, dono de embarcações no sul da Bahia, é comum o sujeito afastar-se da costa e deixar, em alto-mar, gaiolas com toucinho ("elas gostam de comer o que é bom") submersas da noite para o dia, a cerca de 40 metros abaixo da superfície. Cada um de seus barcos administra cerca de 50 gaiolas, com um metro e meio de altura cada, das quais são retirados os animais vivos e imediatamente acomodados em caixas com gelo e água, "para não perder a qualidade". Um exemplar pesa em média 350 gramas. LEVE ADOCICADO De lagostas frescas é extraída uma carne branca, delicada e de sabor levemente adocicado. Ficam mais intensas se cozidas com casca, explica o pesquisador Harold McGee em seu "Comida e Cozinha". Também toleram bem o congelamento e, por isso, faz-se estoques para abastecer o mercado na época da pesca proibida, entre dezembro a maio, no Brasil. Kaled Mansur, chef nascido em Patos de Minas (MG), e hoje aportado em Santo André, elaborou um cardápio extenso em homenagem à lagosta com elementos locais como chutney de coco, frutas e manteiga de caju. No Costa Brasilis, o mais antigo resort do vilarejo e casa da seleção alemã na Copa de 2014, se destaca a lagosta flambada na manteiga com vinho branco, suco de caju e coulis de manga (R$ 87). Nas cercanias, na pousada Corsário, Mikie Iwakiri realça o crustáceo em receitas de R$ 38 a R$ 53. "Tentamos manter o sabor original. Tudo está tão sofisticado que daqui a pouco vamos voltar a alimentos mais simples." Ela prepara a lagosta grelhada em manteiga de garrafa e sálvia com ninho de abobrinha e purê de batata-doce. Mikie entende o festival como uma "oportunidade de os cozinheiros pensarem em pratos novos, mais criativos". Pois, com isso, Maria Nilza Rosa Soares preparou lagosta pela primeira vez aos 70. Em seu restaurante, na praia de Guaiú, criou a "lagosta amorosa" –salteada em cubos no azeite com alho, combinada com manga e abacaxi in natura e purê de banana-da-terra, polvilhada com cacau granulado. E como você criou o prato? "Tem uma coisa que aprendi. Quem tem dinheiro paga para outro pensar. Quando você não tem, você pensa." A jornalista viajou a convite do resort Costa Brasilis
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Tribunal neozelandês dá sinal verde à extradição de Kim Dotcom aos EUA
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Um tribunal da Nova Zelândia decidiu nesta quarta-feira (23) que o fundador do já encerrado portal Megaupload, Kim Dotcom, e três de seus ex-sócios podem ser extraditados para os Estados Unidos para serem julgados por suposta pirataria informática. O juiz do caso assinalou que "a arrasadora preponderância de provas recolhidas pela acusação estabelece um caso 'prima facie' (com indícios razoáveis) para que os acusados respondam por cada uma das acusações", segundo a decisão à qual teve acesso a agência Efe. A defesa de Dotcom já analisa uma possível apelação da decisão do juiz Nevin Dawson, adiantou em sua conta no Twitter um de seus advogados americanos, Ira Rothken. A Justiça americana acusa Dotcom e seus ex-sócios Mathias Ortmann, Finn Batato e Bram van der Kolk de 13 delitos vinculados com pirataria informática, crime organizado e lavagem de dinheiro. Os acusados têm 15 dias para apelar da decisão, que veio após quase quatro anos de uma complicada batalha legal, iniciada em janeiro de 2012 com a detenção de Dotcom e seus três ex-sócios na mansão que o empresário alemão alugava nos arredores da cidade de Auckland, como parte de uma operação do FBI. "Não sei quanto mais vai durar todo o processo. Um ano e meio, dois, três ou mais. É um assunto muito complexo", disse Dotcom em entrevista publicada hoje no jornal "New Zealand Herald". A ministra da Justiça neozelandesa , Amy Adams, disse que esperará para ver se a decisão do juiz Dawson é apelada, e que se não for "a avaliará e buscará recomendações sobre os pontos relevantes no âmbito da Lei de Extradição". O julgamento começou no final de setembro, após dez adiamentos e se estendeu durante dez semanas, seis mais do que o previsto, em parte por causa do pedido da defesa de suspender o processo por considerar que ele não era justo. Os advogados sustentaram que não podiam fazer uma defesa adequada por não poder financiar a declaração de especialistas americanos, porque o FBI congelou os fundos dos acusados, que não podem ser usados nos EUA As autoridades americanas acreditam que o portal de downloads, que chegou a ter 50 milhões de usuários, teve lucro de US$ 175 milhões por supostamente alojar material ilegal. Até agora, dos sete membros do Megaupload acusados nos EUA só o programador estoniano Andrus Nomm foi condenado, que recebeu uma pena de pouco mais de um ano de prisão nesse país, que já cumpriu, após admitir que violou direitos de propriedade intelectual.
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Tribunal neozelandês dá sinal verde à extradição de Kim Dotcom aos EUAUm tribunal da Nova Zelândia decidiu nesta quarta-feira (23) que o fundador do já encerrado portal Megaupload, Kim Dotcom, e três de seus ex-sócios podem ser extraditados para os Estados Unidos para serem julgados por suposta pirataria informática. O juiz do caso assinalou que "a arrasadora preponderância de provas recolhidas pela acusação estabelece um caso 'prima facie' (com indícios razoáveis) para que os acusados respondam por cada uma das acusações", segundo a decisão à qual teve acesso a agência Efe. A defesa de Dotcom já analisa uma possível apelação da decisão do juiz Nevin Dawson, adiantou em sua conta no Twitter um de seus advogados americanos, Ira Rothken. A Justiça americana acusa Dotcom e seus ex-sócios Mathias Ortmann, Finn Batato e Bram van der Kolk de 13 delitos vinculados com pirataria informática, crime organizado e lavagem de dinheiro. Os acusados têm 15 dias para apelar da decisão, que veio após quase quatro anos de uma complicada batalha legal, iniciada em janeiro de 2012 com a detenção de Dotcom e seus três ex-sócios na mansão que o empresário alemão alugava nos arredores da cidade de Auckland, como parte de uma operação do FBI. "Não sei quanto mais vai durar todo o processo. Um ano e meio, dois, três ou mais. É um assunto muito complexo", disse Dotcom em entrevista publicada hoje no jornal "New Zealand Herald". A ministra da Justiça neozelandesa , Amy Adams, disse que esperará para ver se a decisão do juiz Dawson é apelada, e que se não for "a avaliará e buscará recomendações sobre os pontos relevantes no âmbito da Lei de Extradição". O julgamento começou no final de setembro, após dez adiamentos e se estendeu durante dez semanas, seis mais do que o previsto, em parte por causa do pedido da defesa de suspender o processo por considerar que ele não era justo. Os advogados sustentaram que não podiam fazer uma defesa adequada por não poder financiar a declaração de especialistas americanos, porque o FBI congelou os fundos dos acusados, que não podem ser usados nos EUA As autoridades americanas acreditam que o portal de downloads, que chegou a ter 50 milhões de usuários, teve lucro de US$ 175 milhões por supostamente alojar material ilegal. Até agora, dos sete membros do Megaupload acusados nos EUA só o programador estoniano Andrus Nomm foi condenado, que recebeu uma pena de pouco mais de um ano de prisão nesse país, que já cumpriu, após admitir que violou direitos de propriedade intelectual.
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Mr. GREYson
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Era o finalzinho dos anos 90 e da ostentação "Mad Men", e a partir das seis da tarde rolavam bebidas e música alta. O dono, merecidamente celebridade, conversava com cada um e com ninguém. De mesa em mesa, falava rápido e apenas de si mesmo. Eu via gente de 27 anos ganhando 30 paus por mês e pensava "caraca, nem sabia que essa quantia existia" e era impossível não me excitar com aquele mundo. Perdão, detratores FFLCH, mas uma crônica necessita mais de honestidade que de fofura. Lembro da pressão do ar ser uma novidade no primeiro dia. A vertigem dava enjoos, mas também vontade de voar. Na zona leste, na companhia da minha família mezzo italiana ou cercada de amigos frutos de famílias mezzo italianas, falávamos muito, alto, gesticulando como afogados com fobia de água. Na agência Marte, mesmo quando a casa caía, as mulheres continuavam refinadas, eretas e irritantemente bem vestidas –como só pessoas muito falsas ou muito criadas por mães frias poderiam. Eu ganhava R$ 550 e me achava o ser mais agraciado do cosmos, levava salada num tupperware e algo como "um arroz com frango pra dar sustância" em outro. Era insuportavelmente magra, deslumbrada e feliz. Eu tinha um namorado de Valinhos residente em urologia (ele pegava em pau de mendigo toda sexta: zero glamour), que dividia um flat de 40 m² em Moema com colegas mais fritados que rissole de boteco de beira de estrada. Quando disse que além dos R$ 550 eu havia sido promovida para mais R$ 7,80 por dia de ticket, ele sentiu sua masculinidade afrontada e, vingativo, passou a rachar até conta de pão de queijo. No dia em que eu e o Valinhos terminamos (ele queria que eu saísse mais cedo do trabalho e passasse suas camisas) eu conheci o André. André foi mecânico, garçom e pintor. Agora era meu chefe, tinha 39 anos (21 anos mais velho que eu), muitos prêmios, alguns filhos, crises de enxaqueca chiquérrimas que o deixavam com um mau humor ultrassensual, madeixas grisalhas arrasadoras, 212 funcionários que não sabiam o que fazer para agradá-lo, uma sala de vidro com vista para a minha mesa, um gerente que vinha pessoalmente falar de aplicações e uma cobertura imensa nos Jardins. Perdão, detratores FFLCH, mas um homem que vence na vida equivale, no imaginário de uma mulher, a um herói imortal flambado em ouro com língua biônica. Me apaixonei perdidamente quando ele me deu um belo esporro, elegante e sutil, durante uma reunião. Sou adepta confessa de uma espécie branda de sadomasoquismo mental (o que sempre achei cem vezes mais sexual do que o ato sexual em si): meu hipotálamo vibra mais com uma chicotada verbal inteligente do que com um modelo não irônico embebido em chocolate belga dormindo nu e entregue em minha cama. Quando ele me buscou em casa com algo que parecia um caminhão interestelar e disse "vou te ensinar as boas coisas da vida", fiquei um bom tempo sem sonhar com moços de vinis do Caetano e pôsteres do Che Guevara (depois voltei infinitamente para eles: ainda são os melhores amantes). A relação durou dois anos. Meu Mr. Grey tupiniquim não me açoitava ou amarrava, mas fazia pior: ficava dias sem me ligar, era o "melhor amigo" de uma infinidade de fêmeas dadivosas e enchia a boca pra dizer "refaça esse trabalho AGORA". Quem nunca viveu algo parecido? A paixão nos maltrata, nos escraviza e, por alguma razão obscura, essa é uma das partes mais viciantes (eis o sucesso de um livro tão mal escrito, mas com uma premissa excelente). Hoje, com muita terapia e pouco colágeno, eu sei que eu estava muito mais fascinada em ser aquele homem poderoso do que em tê-lo.
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Mr. GREYsonEra o finalzinho dos anos 90 e da ostentação "Mad Men", e a partir das seis da tarde rolavam bebidas e música alta. O dono, merecidamente celebridade, conversava com cada um e com ninguém. De mesa em mesa, falava rápido e apenas de si mesmo. Eu via gente de 27 anos ganhando 30 paus por mês e pensava "caraca, nem sabia que essa quantia existia" e era impossível não me excitar com aquele mundo. Perdão, detratores FFLCH, mas uma crônica necessita mais de honestidade que de fofura. Lembro da pressão do ar ser uma novidade no primeiro dia. A vertigem dava enjoos, mas também vontade de voar. Na zona leste, na companhia da minha família mezzo italiana ou cercada de amigos frutos de famílias mezzo italianas, falávamos muito, alto, gesticulando como afogados com fobia de água. Na agência Marte, mesmo quando a casa caía, as mulheres continuavam refinadas, eretas e irritantemente bem vestidas –como só pessoas muito falsas ou muito criadas por mães frias poderiam. Eu ganhava R$ 550 e me achava o ser mais agraciado do cosmos, levava salada num tupperware e algo como "um arroz com frango pra dar sustância" em outro. Era insuportavelmente magra, deslumbrada e feliz. Eu tinha um namorado de Valinhos residente em urologia (ele pegava em pau de mendigo toda sexta: zero glamour), que dividia um flat de 40 m² em Moema com colegas mais fritados que rissole de boteco de beira de estrada. Quando disse que além dos R$ 550 eu havia sido promovida para mais R$ 7,80 por dia de ticket, ele sentiu sua masculinidade afrontada e, vingativo, passou a rachar até conta de pão de queijo. No dia em que eu e o Valinhos terminamos (ele queria que eu saísse mais cedo do trabalho e passasse suas camisas) eu conheci o André. André foi mecânico, garçom e pintor. Agora era meu chefe, tinha 39 anos (21 anos mais velho que eu), muitos prêmios, alguns filhos, crises de enxaqueca chiquérrimas que o deixavam com um mau humor ultrassensual, madeixas grisalhas arrasadoras, 212 funcionários que não sabiam o que fazer para agradá-lo, uma sala de vidro com vista para a minha mesa, um gerente que vinha pessoalmente falar de aplicações e uma cobertura imensa nos Jardins. Perdão, detratores FFLCH, mas um homem que vence na vida equivale, no imaginário de uma mulher, a um herói imortal flambado em ouro com língua biônica. Me apaixonei perdidamente quando ele me deu um belo esporro, elegante e sutil, durante uma reunião. Sou adepta confessa de uma espécie branda de sadomasoquismo mental (o que sempre achei cem vezes mais sexual do que o ato sexual em si): meu hipotálamo vibra mais com uma chicotada verbal inteligente do que com um modelo não irônico embebido em chocolate belga dormindo nu e entregue em minha cama. Quando ele me buscou em casa com algo que parecia um caminhão interestelar e disse "vou te ensinar as boas coisas da vida", fiquei um bom tempo sem sonhar com moços de vinis do Caetano e pôsteres do Che Guevara (depois voltei infinitamente para eles: ainda são os melhores amantes). A relação durou dois anos. Meu Mr. Grey tupiniquim não me açoitava ou amarrava, mas fazia pior: ficava dias sem me ligar, era o "melhor amigo" de uma infinidade de fêmeas dadivosas e enchia a boca pra dizer "refaça esse trabalho AGORA". Quem nunca viveu algo parecido? A paixão nos maltrata, nos escraviza e, por alguma razão obscura, essa é uma das partes mais viciantes (eis o sucesso de um livro tão mal escrito, mas com uma premissa excelente). Hoje, com muita terapia e pouco colágeno, eu sei que eu estava muito mais fascinada em ser aquele homem poderoso do que em tê-lo.
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ONGs pressionam por mais proteção a países ameaçados pelo clima na COP21
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Conferências sobre mudança climática, como esta COP21 em Paris, têm pelo menos 90% de jogo de cena. Nesta quinta-feira (10), a 32 horas de encerrar-se o prazo oficial do encontro, ONGs internacionais deram seu show para pressionar os negociadores. "Parem de jogar pôquer político com o futuro de nossos filhos", disparou Kumi Naidoo, do Greenpeace, na entrevista coletiva realizada pela manhã, cinco horas antes do prazo marcado para as delegações debaterem uma nova versão do texto do acordo almejado. Além do Greenpeace falaram Oxfam, WWF, Action Aid, Environmental Defense Fund, Christian Aid e Climate Action Network, entre outras. Vários oradores assinalaram que quinta-feira marcava o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Para as ONGs, os direitos das populações mais pobres e mais ameaçadas pela mudança do clima não foram ainda adequadamente reconhecidos no texto provisório do acordo. Elas destacam duas questões —fundos para perdas e danos e para adaptação— que tendem a ficar à margem. "Perdas e danos" se refere ao ressarcimento por desastres causados pelo aquecimento global, como a inundação de pequenas ilhas pela elevação do nível do mar. Estados Unidos e União Europeia não querem nem ouvir falar nisso. Adaptação diz respeito aos ajustes para enfrentar a mudança climática já ocorrida e a que ainda virá, por força do CO2 lançado até aqui na atmosfera. ONGs e países pobres insistem em que haja financiamento específico dos ricos para isso, separado do dinheiro para ajudar no corte de emissões. AMBICIOSOS As ONGs favorecem a consagração, no texto, de um limite ainda mais radical para o aumento de temperatura (1,5ºC em lugar de 2ºC) e de começar já em 2018 um processo de revisão das metas nacionais para reduzir a poluição. Esses pontos sobre a chamada mitigação do aquecimento global têm a concordância de um novo grupo de nações (há mais de uma dúzia deles) apresentado na COP21, apelidado pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, de "coalização de alta ambição". Uma centena de países participa do agrupamento, de Norte a Sul —dos EUA a membros da UE e da África ao Pacífico. Ficam de fora, porém, todos os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na entrevista coletiva das ONGs, questionada sobre a coalizão, Alix Mazounie, da Climate Action Network da França, respondeu curto e grosso: "É preciso ter alta ambição também nas finanças, além da mitigação". Apesar das objeções, as ONGs mantêm expectativa de um acordo "forte" em Paris. Segundo Mohamed Adow, da Christian Aid, nunca antes numa COP se fez tanto progresso até esta altura. "Isto aqui é diferente de Copenhague", disse, em alusão ao fracasso de 2009.
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mundo
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ONGs pressionam por mais proteção a países ameaçados pelo clima na COP21Conferências sobre mudança climática, como esta COP21 em Paris, têm pelo menos 90% de jogo de cena. Nesta quinta-feira (10), a 32 horas de encerrar-se o prazo oficial do encontro, ONGs internacionais deram seu show para pressionar os negociadores. "Parem de jogar pôquer político com o futuro de nossos filhos", disparou Kumi Naidoo, do Greenpeace, na entrevista coletiva realizada pela manhã, cinco horas antes do prazo marcado para as delegações debaterem uma nova versão do texto do acordo almejado. Além do Greenpeace falaram Oxfam, WWF, Action Aid, Environmental Defense Fund, Christian Aid e Climate Action Network, entre outras. Vários oradores assinalaram que quinta-feira marcava o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Para as ONGs, os direitos das populações mais pobres e mais ameaçadas pela mudança do clima não foram ainda adequadamente reconhecidos no texto provisório do acordo. Elas destacam duas questões —fundos para perdas e danos e para adaptação— que tendem a ficar à margem. "Perdas e danos" se refere ao ressarcimento por desastres causados pelo aquecimento global, como a inundação de pequenas ilhas pela elevação do nível do mar. Estados Unidos e União Europeia não querem nem ouvir falar nisso. Adaptação diz respeito aos ajustes para enfrentar a mudança climática já ocorrida e a que ainda virá, por força do CO2 lançado até aqui na atmosfera. ONGs e países pobres insistem em que haja financiamento específico dos ricos para isso, separado do dinheiro para ajudar no corte de emissões. AMBICIOSOS As ONGs favorecem a consagração, no texto, de um limite ainda mais radical para o aumento de temperatura (1,5ºC em lugar de 2ºC) e de começar já em 2018 um processo de revisão das metas nacionais para reduzir a poluição. Esses pontos sobre a chamada mitigação do aquecimento global têm a concordância de um novo grupo de nações (há mais de uma dúzia deles) apresentado na COP21, apelidado pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, de "coalização de alta ambição". Uma centena de países participa do agrupamento, de Norte a Sul —dos EUA a membros da UE e da África ao Pacífico. Ficam de fora, porém, todos os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na entrevista coletiva das ONGs, questionada sobre a coalizão, Alix Mazounie, da Climate Action Network da França, respondeu curto e grosso: "É preciso ter alta ambição também nas finanças, além da mitigação". Apesar das objeções, as ONGs mantêm expectativa de um acordo "forte" em Paris. Segundo Mohamed Adow, da Christian Aid, nunca antes numa COP se fez tanto progresso até esta altura. "Isto aqui é diferente de Copenhague", disse, em alusão ao fracasso de 2009.
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Polícia Federal faz operação contra ex-dono da Vasp, Wagner Canhedo
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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (22) uma operação que apura um esquema de fraudes à execução fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica pelo grupo empresarial comandado por Wagner Canhedo, ex-dono da falida Vasp (Viação Aérea São Paulo). Foram cumpridos 29 mandados judiciais, sendo 18 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva. A PF não divulgou os nomes nem detalhes sobre os alvos. A Folha apurou que Canhedo está no centro da operação, batizada de Patriota –referência a uma das empresas de seu grupo, o Hotel Nacional. No curso da operação, foi preso em flagrante Wagner Canhedo Filho, filho do ex-dono da Vasp, por posse ilegal de arma. Foram encontradas três armas com ele durante o cumprimento de um dos mandados, já que ele foi um dos alvos da operação –uma das armas estava sem a documentação e as outras duas com a documentação vencida. Foi arbitrada fiança no valor de R$ 38 mil, que já foi paga e ele já foi liberado. O esquema movimentou aproximadamente R$ 875 milhões, segundo a PF, por meio de empresas de fachada. Esses recursos deveriam ser usado para saldar as dívidas do grupo. A intenção da operação é afastar os gestores e indicar um auditor fiscal para comandar as empresas, com o objetivo de garantir que continuem funcionando e que os empregos sejam preservados. Canhedo já havia sido preso em 2013 sob acusação de crime tributário e foi solto após pagamento de dívida superior a R$ 1 milhão, referente ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) devido pela Vasp.
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Polícia Federal faz operação contra ex-dono da Vasp, Wagner CanhedoA Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (22) uma operação que apura um esquema de fraudes à execução fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica pelo grupo empresarial comandado por Wagner Canhedo, ex-dono da falida Vasp (Viação Aérea São Paulo). Foram cumpridos 29 mandados judiciais, sendo 18 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva. A PF não divulgou os nomes nem detalhes sobre os alvos. A Folha apurou que Canhedo está no centro da operação, batizada de Patriota –referência a uma das empresas de seu grupo, o Hotel Nacional. No curso da operação, foi preso em flagrante Wagner Canhedo Filho, filho do ex-dono da Vasp, por posse ilegal de arma. Foram encontradas três armas com ele durante o cumprimento de um dos mandados, já que ele foi um dos alvos da operação –uma das armas estava sem a documentação e as outras duas com a documentação vencida. Foi arbitrada fiança no valor de R$ 38 mil, que já foi paga e ele já foi liberado. O esquema movimentou aproximadamente R$ 875 milhões, segundo a PF, por meio de empresas de fachada. Esses recursos deveriam ser usado para saldar as dívidas do grupo. A intenção da operação é afastar os gestores e indicar um auditor fiscal para comandar as empresas, com o objetivo de garantir que continuem funcionando e que os empregos sejam preservados. Canhedo já havia sido preso em 2013 sob acusação de crime tributário e foi solto após pagamento de dívida superior a R$ 1 milhão, referente ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) devido pela Vasp.
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Juiz determina prisão domiciliar e Eike deixa presídio
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O empresário Eike Batista deixou a cela no complexo prisional de Bangu, zona oeste do Rio, por volta das 9h20 deste domingo (30) para aguardar julgamento em sua casa no Jardim Botânico, bairro nobre da zona sul da cidade. Foi o que decidiu a Justiça Federal no Rio neste sábado (29), durante o plantão judiciário, após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes ter concedido, na sexta, liminar que autorizava o empresário a deixar a prisão. O juiz do plantão Gustavo de Arruda Macedo decidiu que Eike poderá cumprir prisão domiciliar, mas deverá respeitar uma série de restrições, entre elas se afastar da administração das empresas do Grupo X ou manter qualquer contato com réus de processos da Lava Jato. Eike também terá de entregar o passaporte à Justiça, poderá receber visitas da Polícia Federal sem aviso prévio e terá quebrados seus sigilos telefônicos e eletrônicos (telemático). A defesa será obrigada ainda a manter um registro de pessoas que visitam o empresário pelo tempo que durar a prisão domiciliar. Ele é obrigado a atender às solicitações da Justiça e tem de pedir a autorização para mudar de endereço. Eike estava preso desde janeiro, em razão de investigações da operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele é suspeito de pagar US$ 16,5 milhões a título de propina ao esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Em fevereiro, ele foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro. Eike foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes. O processo voltou ao Rio no final de semana e coube ao juiz de plantão definir as condições da liberdade do empresário. Gilmar Mendes escreveu em despacho que o fato de o empresário ter sido denunciado não poderia, por si só, ser fundamento para a manutenção da prisão preventiva. Para Gilmar, o perigo à ordem pública ou ao processo podem ser mitigados por outras medidas. O ministro disse ainda que os crimes que teriam sido cometidos estariam ligados à atuação de um grupo político atualmente afastado da gestão pública. "Muito embora graves, os crimes apurados na operação Lava Jato foram praticados sem violência ou grave ameaça. A atuação dos órgão se segurança pública sobre os alegados grupos criminosos é um fator a ser considerado em desfavor da necessidade de manutenção da medida cautelar mais gravosa", escreveu o ministro.
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poder
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Juiz determina prisão domiciliar e Eike deixa presídioO empresário Eike Batista deixou a cela no complexo prisional de Bangu, zona oeste do Rio, por volta das 9h20 deste domingo (30) para aguardar julgamento em sua casa no Jardim Botânico, bairro nobre da zona sul da cidade. Foi o que decidiu a Justiça Federal no Rio neste sábado (29), durante o plantão judiciário, após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes ter concedido, na sexta, liminar que autorizava o empresário a deixar a prisão. O juiz do plantão Gustavo de Arruda Macedo decidiu que Eike poderá cumprir prisão domiciliar, mas deverá respeitar uma série de restrições, entre elas se afastar da administração das empresas do Grupo X ou manter qualquer contato com réus de processos da Lava Jato. Eike também terá de entregar o passaporte à Justiça, poderá receber visitas da Polícia Federal sem aviso prévio e terá quebrados seus sigilos telefônicos e eletrônicos (telemático). A defesa será obrigada ainda a manter um registro de pessoas que visitam o empresário pelo tempo que durar a prisão domiciliar. Ele é obrigado a atender às solicitações da Justiça e tem de pedir a autorização para mudar de endereço. Eike estava preso desde janeiro, em razão de investigações da operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele é suspeito de pagar US$ 16,5 milhões a título de propina ao esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Em fevereiro, ele foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro. Eike foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes. O processo voltou ao Rio no final de semana e coube ao juiz de plantão definir as condições da liberdade do empresário. Gilmar Mendes escreveu em despacho que o fato de o empresário ter sido denunciado não poderia, por si só, ser fundamento para a manutenção da prisão preventiva. Para Gilmar, o perigo à ordem pública ou ao processo podem ser mitigados por outras medidas. O ministro disse ainda que os crimes que teriam sido cometidos estariam ligados à atuação de um grupo político atualmente afastado da gestão pública. "Muito embora graves, os crimes apurados na operação Lava Jato foram praticados sem violência ou grave ameaça. A atuação dos órgão se segurança pública sobre os alegados grupos criminosos é um fator a ser considerado em desfavor da necessidade de manutenção da medida cautelar mais gravosa", escreveu o ministro.
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Fermentado, chá kombucha aplaca a sede e pode ser feito em casa
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MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Em um copão, pedras de gelo e uma bebida de perfume intenso. Na boca, é ácida, levemente doce e cheia de bolhinhas. Kombucha é um chá fermentado que mata a sede e, dizem, ainda faz bem para a saúde. É assim: depois da infusão feita, com chá verde, branco, preto ou mate, é preciso adicionar açúcar e a "mãe" do kombucha ao líquido —a mãe é uma película gelatinosa que concentra bactérias e leveduras e se mantém na superfície da bebida fazendo seu trabalho: fermentando o chá. Com o passar dos dias, ele vai ficando com um cheirinho que lembra vinagre, ganhando acidez e outros sabores. Kombucha é um parque de diversões para quem gosta de cuidar de bichinhos da fermentação —e combinar sabores, já que a receita pode ter frutas, outras infusões bem concentradas e especiarias (vale até grãos de café). E para quem não tem experiência, pode ser uma boa entrada nessa arte. "Quem começa a fermentar não tem muito parâmetro, então vá: experimente. Descubra que cheiro tem, qual é o sabor. Procure receitas básicas e depois se arrisque em outros terrenos", diz Leonardo Andrade, da Companhia dos Fermentados, que vende os produtos, inclusive a mãe do kombucha, pela internet (no site ciadosfermentados.com.br ). O primeiro passo é ter a mãe em mãos. E como a cada preparo uma nova se forma, é comum que um conhecido doe a colônia para quem pensa em começar (há comunidades sobre o chá na internet). A nutricionista e pesquisadora Neide Rigo é quase a avó do kombucha, foi espalhando suas mães pela cidade. Apesar de tanto ser dito sobre as propriedades da bebida, que é probiótica (equilibra a flora intestinal), foi o sabor do chá que despertou o interesse dela. "Desde que se saiba fazer, o kombucha tem uma acidez equilibrada", ela diz. "E o gosto não é fixo, pode mudar com a temperatura, as folhas, o tempo de fermentação." KOMBUCHE-SE Ferver e fazer o chá Lave e ferva os utensílios que serão usados no preparo para evitar contaminações. Você vai precisar de: 1 litro de água, 5 g de folhas de chá, 50 g de açúcar e a mãe do kombucha (use também o chá em que ela está imersa, num total de 100 ml). Faça um chá bem concentrado e dilua em água fria. Em um recipiente de vidro com a boca larga, adicione a infusão, o açúcar e a mãe. Feche o pote com tecido (sem tampa) e deixe longe do sol. Doce e ácido Repare se depois de um ou dois dias a mãe seguiu para a superfície do líquido (isso indica a saúde dela). Acompanhe a mudança do cheiro e prove depois de três ou quatro dias. Se estiver doce e ácido a seu gosto, retire a bebida de lá, deixando a mãe ainda com um pouco de chá (para a próxima receita). Consuma assim ou passe para a próxima etapa. Surge o gás Na segunda fermentação, use especiarias, casca de frutas ou outras infusões concentradas para aromatizar. Prefira aqui a garrafa pet, um pouco amassada para criar espaço e, assim, prevenir explosões com a formação do gás. Depois de um ou dois dias, transfira para a geladeira. A bebida está pronta Fontes: Neide Rigo e "A Arte da Fermentação" (ed. Tapioca)
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saopaulo
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Fermentado, chá kombucha aplaca a sede e pode ser feito em casaMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Em um copão, pedras de gelo e uma bebida de perfume intenso. Na boca, é ácida, levemente doce e cheia de bolhinhas. Kombucha é um chá fermentado que mata a sede e, dizem, ainda faz bem para a saúde. É assim: depois da infusão feita, com chá verde, branco, preto ou mate, é preciso adicionar açúcar e a "mãe" do kombucha ao líquido —a mãe é uma película gelatinosa que concentra bactérias e leveduras e se mantém na superfície da bebida fazendo seu trabalho: fermentando o chá. Com o passar dos dias, ele vai ficando com um cheirinho que lembra vinagre, ganhando acidez e outros sabores. Kombucha é um parque de diversões para quem gosta de cuidar de bichinhos da fermentação —e combinar sabores, já que a receita pode ter frutas, outras infusões bem concentradas e especiarias (vale até grãos de café). E para quem não tem experiência, pode ser uma boa entrada nessa arte. "Quem começa a fermentar não tem muito parâmetro, então vá: experimente. Descubra que cheiro tem, qual é o sabor. Procure receitas básicas e depois se arrisque em outros terrenos", diz Leonardo Andrade, da Companhia dos Fermentados, que vende os produtos, inclusive a mãe do kombucha, pela internet (no site ciadosfermentados.com.br ). O primeiro passo é ter a mãe em mãos. E como a cada preparo uma nova se forma, é comum que um conhecido doe a colônia para quem pensa em começar (há comunidades sobre o chá na internet). A nutricionista e pesquisadora Neide Rigo é quase a avó do kombucha, foi espalhando suas mães pela cidade. Apesar de tanto ser dito sobre as propriedades da bebida, que é probiótica (equilibra a flora intestinal), foi o sabor do chá que despertou o interesse dela. "Desde que se saiba fazer, o kombucha tem uma acidez equilibrada", ela diz. "E o gosto não é fixo, pode mudar com a temperatura, as folhas, o tempo de fermentação." KOMBUCHE-SE Ferver e fazer o chá Lave e ferva os utensílios que serão usados no preparo para evitar contaminações. Você vai precisar de: 1 litro de água, 5 g de folhas de chá, 50 g de açúcar e a mãe do kombucha (use também o chá em que ela está imersa, num total de 100 ml). Faça um chá bem concentrado e dilua em água fria. Em um recipiente de vidro com a boca larga, adicione a infusão, o açúcar e a mãe. Feche o pote com tecido (sem tampa) e deixe longe do sol. Doce e ácido Repare se depois de um ou dois dias a mãe seguiu para a superfície do líquido (isso indica a saúde dela). Acompanhe a mudança do cheiro e prove depois de três ou quatro dias. Se estiver doce e ácido a seu gosto, retire a bebida de lá, deixando a mãe ainda com um pouco de chá (para a próxima receita). Consuma assim ou passe para a próxima etapa. Surge o gás Na segunda fermentação, use especiarias, casca de frutas ou outras infusões concentradas para aromatizar. Prefira aqui a garrafa pet, um pouco amassada para criar espaço e, assim, prevenir explosões com a formação do gás. Depois de um ou dois dias, transfira para a geladeira. A bebida está pronta Fontes: Neide Rigo e "A Arte da Fermentação" (ed. Tapioca)
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Tarifa de ônibus aumentará segunda na região metropolitana do Recife
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A partir de segunda-feira (12), a tarifa de ônibus custará mais caro na região metropolitana do Recife. O valor da passagem para o anel A, principal faixa tarifária e que corresponde a 80% das linhas, deverá passar de R$ 2,15 para R$ 2,45. O reajuste foi definido na manhã desta sexta-feira (9), em reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano, órgão da Secretaria das Cidades de Pernambuco. O órgão deliberou por reajuste de 12,93%, o que elevaria as passagens do anel A para R$ 2,428. Segundo a Secretaria de Cidades, o valor deverá ser arredondado pela Arpe (Agência Reguladora de Pernambuco) para R$ 2,45. Em reunião nesta tarde, a diretoria da agência confirmou esse valor. Segundo a Secretaria de Cidades, o aumento visa recompor as perdas da inflação. O último reajuste foi realizado em janeiro de 2013, quando a tarifa A passou de R$ 2,15 para R$ 2,25. Cinco meses depois, o então governador Eduardo Campos reduziu a tarifa em R$ 0,10, e a passagem voltou para os R$ 2,15. A inflação acumulada desde janeiro de 2013 é de 12,7%, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Com o reajuste no Recife, chega a 18 o número de capitais que tiveram aumento desde 2014, ano seguinte à onda de protestos pelo Brasil contra o preço das passagens. A tarifa de ônibus na região metropolitana do Recife, que inclui a capital e outros 17 municípios, é definida de acordo com a quilometragem coberta pelas linhas e classificada em quatro anéis (A, B, D e G). Cerca de 2 milhões de passageiros utilizam diariamente o sistema, segundo a Secretaria de Cidades. Nesta sexta, também foi definido aumento para o anel G, cuja passagem deverá passar de R$ 1,40 para R$ 1,60. As outras duas faixas de preço das passagens não serão alteradas e permanecem em R$ 3,35 (anel B) e R$ 2,65 (anel D). Durante a reunião que definiu o reajuste, um grupo de manifestantes realizou um protesto em frente à sede do consórcio Grande Recife, que administra o sistema. O Conselho Superior de Transporte Metropolitano também decidiu nesta sexta pela compra de 400 novos ônibus em 2015, dos quais 200 devem entrar em operação até o fim de março. Também foi determinada a criação de um grupo de trabalho para definir os critérios para concessão do passe livre estudantil, previsto para entrar em vigor no segundo semestre letivo deste ano. Segundo a Secretaria de Cidades, 310 mil estudantes da rede pública estadual e do ProUni serão beneficiados.
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cotidiano
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Tarifa de ônibus aumentará segunda na região metropolitana do RecifeA partir de segunda-feira (12), a tarifa de ônibus custará mais caro na região metropolitana do Recife. O valor da passagem para o anel A, principal faixa tarifária e que corresponde a 80% das linhas, deverá passar de R$ 2,15 para R$ 2,45. O reajuste foi definido na manhã desta sexta-feira (9), em reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano, órgão da Secretaria das Cidades de Pernambuco. O órgão deliberou por reajuste de 12,93%, o que elevaria as passagens do anel A para R$ 2,428. Segundo a Secretaria de Cidades, o valor deverá ser arredondado pela Arpe (Agência Reguladora de Pernambuco) para R$ 2,45. Em reunião nesta tarde, a diretoria da agência confirmou esse valor. Segundo a Secretaria de Cidades, o aumento visa recompor as perdas da inflação. O último reajuste foi realizado em janeiro de 2013, quando a tarifa A passou de R$ 2,15 para R$ 2,25. Cinco meses depois, o então governador Eduardo Campos reduziu a tarifa em R$ 0,10, e a passagem voltou para os R$ 2,15. A inflação acumulada desde janeiro de 2013 é de 12,7%, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Com o reajuste no Recife, chega a 18 o número de capitais que tiveram aumento desde 2014, ano seguinte à onda de protestos pelo Brasil contra o preço das passagens. A tarifa de ônibus na região metropolitana do Recife, que inclui a capital e outros 17 municípios, é definida de acordo com a quilometragem coberta pelas linhas e classificada em quatro anéis (A, B, D e G). Cerca de 2 milhões de passageiros utilizam diariamente o sistema, segundo a Secretaria de Cidades. Nesta sexta, também foi definido aumento para o anel G, cuja passagem deverá passar de R$ 1,40 para R$ 1,60. As outras duas faixas de preço das passagens não serão alteradas e permanecem em R$ 3,35 (anel B) e R$ 2,65 (anel D). Durante a reunião que definiu o reajuste, um grupo de manifestantes realizou um protesto em frente à sede do consórcio Grande Recife, que administra o sistema. O Conselho Superior de Transporte Metropolitano também decidiu nesta sexta pela compra de 400 novos ônibus em 2015, dos quais 200 devem entrar em operação até o fim de março. Também foi determinada a criação de um grupo de trabalho para definir os critérios para concessão do passe livre estudantil, previsto para entrar em vigor no segundo semestre letivo deste ano. Segundo a Secretaria de Cidades, 310 mil estudantes da rede pública estadual e do ProUni serão beneficiados.
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Odebrecht oficializa negociação de delação premiada e vai detalhar doações
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A Odebrecht e o Ministério Público Federal assinaram na quarta passada o documento que formaliza a negociação de delação premiada e de leniência da empreiteira no âmbito da Operação Lava Jato. As conversas já vinham ocorrendo há alguns meses, mas a partir de agora são oficiais. HIERARQUIA Integrantes do Ministério Público pretendem, com a formalização, convocar até mesmo Emílio Odebrecht, ex-presidente da empresa e pai de Marcelo Odebrecht, que está preso, para dar informações. TUDO E TODOS A empreiteira se comprometeu oficialmente a detalhar o financiamento de todas as campanhas majoritárias de anos recentes com as quais colaborou –como as de Dilma Rousseff a presidente da República e Michel Temer vice e a de Aécio Neves a presidente, em 2014. Ou seja, nenhum dos grandes partidos (PT, PSDB e PMDB) deve ser poupado. LINHA PONTILHADA Apesar dos rumores insistentes de que Marcelo Odebrecht pode envolver diretamente Dilma, que teria pedido a ele recursos para a campanha de 2014 num encontro no Palácio da Alvorada, o tema não foi ainda abordado oficialmente com o Ministério Público Federal. APERITIVO Os procuradores negociaram para ter acesso a toda a contabilidade de caixa dois da empresa, o que pode envolver centenas de políticos e até mesmo autoridades de outros poderes. Para se ter uma ideia do alcance dos dados que devem ser fornecidos, só numa das operações de busca e apreensão feitas na empreiteira foi encontrada uma lista com o nome de mais de 300 políticos. BATALHÃO O termo assinado pela Odebrecht e pelos procuradores não define o número exato dos executivos que devem delatar. Mas ele pode chegar a 50. VOCÊ DECIDE O ex-ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) José Eduardo Cardozo deve entrar hoje com denúncia contra o sucessor, Fábio Osório, na Comissão de Ética da Presidência da República. O petista se diz "estupefato" com a iniciativa de Osório de abrir sindicância contra ele por ter classificado o impeachment de "golpe" ao defender Dilma Rousseff no processo. VOCÊ DECIDE 2 Osório sustenta que o ex-ministro "jamais poderia ter usado o cargo para atentar contra a imagem dos poderes constituídos, acusando-os de participarem de uma conspirata contra o chefe do Executivo". O advogado de Cardozo, Marco Aurélio Carvalho, diz que "nem nos anos de chumbo da ditadura militar" houve acusação de "delitos de opinião jurídica" contra advogados. VISTA COLORIDA A drag queen Dindry Buck, o vereador Andrea Matarazzo e a atriz Maria Bia estiveram no Camarote Solidário da Agência de Notícias da Aids na Parada Gay, na avenida Paulista. A atriz Ângela Dip e o secretário de Estado da Cultura, Marcelo Araujo, também foram recebidos no espaço, no domingo (29). TENTATIVAS A companhia de teatro Cemitério de Automóveis teve mais um pedido de apoio negado pela lei de fomento municipal. De acordo com Mário Bortolotto, criador da companhia, o teatro ocupado por eles foi alugado logo após o grupo ter conseguido um incentivo, mas agora corre risco de fechar. "Seria pelo menos um respiro de um ano trabalhando sem a corda no pescoço. Estamos mantendo o teatro sem nenhum apoio", diz ele. CÃOZINHO PERDIDO Um broche de ouro, ônix e esmeraldas em forma de cachorrinho é a única peça que falta para a joalheria francesa Van Cleef & Arpels completar a coleção "La Boutique", lançada nos anos 1950 e 1960. Usados por artistas como a atriz Elizabeth Taylor e comprados por personalidades como o magnata Aristóteles Onassis, joias em forma de gato, leão e papagaio, entre outras, já foram encontradas pela marca, que faz uma garimpagem no mundo todo em busca delas. MISS EM CENA A atriz e cantora Mariana Rios apresentou o concurso Miss São Paulo BE Emotion, no sábado (28), no Citibank Hall. O dentista Fábio Bibancos foi um dos jurados da competição, que foi vencida pela candidata Sabrina de Paiva, de Caconde. CURTO-CIRCUITO Preta Gil recebe nesta terça (31) o título de Sister of South Africa, do Consulado Geral da África do Sul, em Moema. O Museu da Língua Portuguesa será um dos homenageados nesta terça (31) pelo Centro Cultural Brasil-Turquia, na Câmara Municipal. A bailarina Angel Vianna está em cartaz no Rio com o espetáculo "Amanhã É Outro Dia!", em Copacabana. Bob Wollheim e Dony De Nuccio lançam o livro "Nasce um Empreendedor", nesta terça (31), às 19h, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Odebrecht oficializa negociação de delação premiada e vai detalhar doaçõesA Odebrecht e o Ministério Público Federal assinaram na quarta passada o documento que formaliza a negociação de delação premiada e de leniência da empreiteira no âmbito da Operação Lava Jato. As conversas já vinham ocorrendo há alguns meses, mas a partir de agora são oficiais. HIERARQUIA Integrantes do Ministério Público pretendem, com a formalização, convocar até mesmo Emílio Odebrecht, ex-presidente da empresa e pai de Marcelo Odebrecht, que está preso, para dar informações. TUDO E TODOS A empreiteira se comprometeu oficialmente a detalhar o financiamento de todas as campanhas majoritárias de anos recentes com as quais colaborou –como as de Dilma Rousseff a presidente da República e Michel Temer vice e a de Aécio Neves a presidente, em 2014. Ou seja, nenhum dos grandes partidos (PT, PSDB e PMDB) deve ser poupado. LINHA PONTILHADA Apesar dos rumores insistentes de que Marcelo Odebrecht pode envolver diretamente Dilma, que teria pedido a ele recursos para a campanha de 2014 num encontro no Palácio da Alvorada, o tema não foi ainda abordado oficialmente com o Ministério Público Federal. APERITIVO Os procuradores negociaram para ter acesso a toda a contabilidade de caixa dois da empresa, o que pode envolver centenas de políticos e até mesmo autoridades de outros poderes. Para se ter uma ideia do alcance dos dados que devem ser fornecidos, só numa das operações de busca e apreensão feitas na empreiteira foi encontrada uma lista com o nome de mais de 300 políticos. BATALHÃO O termo assinado pela Odebrecht e pelos procuradores não define o número exato dos executivos que devem delatar. Mas ele pode chegar a 50. VOCÊ DECIDE O ex-ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) José Eduardo Cardozo deve entrar hoje com denúncia contra o sucessor, Fábio Osório, na Comissão de Ética da Presidência da República. O petista se diz "estupefato" com a iniciativa de Osório de abrir sindicância contra ele por ter classificado o impeachment de "golpe" ao defender Dilma Rousseff no processo. VOCÊ DECIDE 2 Osório sustenta que o ex-ministro "jamais poderia ter usado o cargo para atentar contra a imagem dos poderes constituídos, acusando-os de participarem de uma conspirata contra o chefe do Executivo". O advogado de Cardozo, Marco Aurélio Carvalho, diz que "nem nos anos de chumbo da ditadura militar" houve acusação de "delitos de opinião jurídica" contra advogados. VISTA COLORIDA A drag queen Dindry Buck, o vereador Andrea Matarazzo e a atriz Maria Bia estiveram no Camarote Solidário da Agência de Notícias da Aids na Parada Gay, na avenida Paulista. A atriz Ângela Dip e o secretário de Estado da Cultura, Marcelo Araujo, também foram recebidos no espaço, no domingo (29). TENTATIVAS A companhia de teatro Cemitério de Automóveis teve mais um pedido de apoio negado pela lei de fomento municipal. De acordo com Mário Bortolotto, criador da companhia, o teatro ocupado por eles foi alugado logo após o grupo ter conseguido um incentivo, mas agora corre risco de fechar. "Seria pelo menos um respiro de um ano trabalhando sem a corda no pescoço. Estamos mantendo o teatro sem nenhum apoio", diz ele. CÃOZINHO PERDIDO Um broche de ouro, ônix e esmeraldas em forma de cachorrinho é a única peça que falta para a joalheria francesa Van Cleef & Arpels completar a coleção "La Boutique", lançada nos anos 1950 e 1960. Usados por artistas como a atriz Elizabeth Taylor e comprados por personalidades como o magnata Aristóteles Onassis, joias em forma de gato, leão e papagaio, entre outras, já foram encontradas pela marca, que faz uma garimpagem no mundo todo em busca delas. MISS EM CENA A atriz e cantora Mariana Rios apresentou o concurso Miss São Paulo BE Emotion, no sábado (28), no Citibank Hall. O dentista Fábio Bibancos foi um dos jurados da competição, que foi vencida pela candidata Sabrina de Paiva, de Caconde. CURTO-CIRCUITO Preta Gil recebe nesta terça (31) o título de Sister of South Africa, do Consulado Geral da África do Sul, em Moema. O Museu da Língua Portuguesa será um dos homenageados nesta terça (31) pelo Centro Cultural Brasil-Turquia, na Câmara Municipal. A bailarina Angel Vianna está em cartaz no Rio com o espetáculo "Amanhã É Outro Dia!", em Copacabana. Bob Wollheim e Dony De Nuccio lançam o livro "Nasce um Empreendedor", nesta terça (31), às 19h, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Ação do Fed e dólar trarão turbulência e desordem, diz agência chinesa
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A decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) de elevar os juros provocará nova turbulência financeira e a "desordem" global está sendo alimentada com o fortalecimento do dólar diante de um ritmo acelerado de elevação dos juros, disse a agência de notícias estatal chinesa "Xinhua". A ação do Fed "inevitavelmente causará novas turbulências financeiras e piorará a situação dos países que dependem excessivamente do financiamento externo e não são capazes de pagar a dívida, especialmente os mercados emergentes", disse a "Xinhua" nesta quinta-feira (15). Juros dos EUA - Evolução da taxa, em % O yuan caiu para o nível mais fraco em oito anos e meio em relação ao dólar nesta quinta-feira, depois que o Fed elevou os juros em 0,25 ponto percentual e projetou mais aumentos do que o esperado anteriormente. O vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, disse neste mês em entrevista à imprensa que a alta dos juros significaria um aumento das saídas de capital em todos os mercados, incluindo a China. A decisão do Fed veio logo depois que China relatou que suas reservas estrangeiras no final de novembro estavam no nível o mais baixo em quase seis anos. No mês passado, o banco central chinês vendeu um valor líquido equivalente a US$ 55,4 bilhões em moeda estrangeira, o maior desde janeiro.
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mercado
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Ação do Fed e dólar trarão turbulência e desordem, diz agência chinesaA decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) de elevar os juros provocará nova turbulência financeira e a "desordem" global está sendo alimentada com o fortalecimento do dólar diante de um ritmo acelerado de elevação dos juros, disse a agência de notícias estatal chinesa "Xinhua". A ação do Fed "inevitavelmente causará novas turbulências financeiras e piorará a situação dos países que dependem excessivamente do financiamento externo e não são capazes de pagar a dívida, especialmente os mercados emergentes", disse a "Xinhua" nesta quinta-feira (15). Juros dos EUA - Evolução da taxa, em % O yuan caiu para o nível mais fraco em oito anos e meio em relação ao dólar nesta quinta-feira, depois que o Fed elevou os juros em 0,25 ponto percentual e projetou mais aumentos do que o esperado anteriormente. O vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, disse neste mês em entrevista à imprensa que a alta dos juros significaria um aumento das saídas de capital em todos os mercados, incluindo a China. A decisão do Fed veio logo depois que China relatou que suas reservas estrangeiras no final de novembro estavam no nível o mais baixo em quase seis anos. No mês passado, o banco central chinês vendeu um valor líquido equivalente a US$ 55,4 bilhões em moeda estrangeira, o maior desde janeiro.
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Evento em SP lança o primeiro guia 'Michelin' brasileiro
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Um evento realizado na manhã desta quarta-feira (8), no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), em São Paulo, marcou o lançamento da edição brasileira do guia de hotéis e restaurantes "Michelin". Trata-se da primeira publicação do gênero da marca francesa na América Latina –as demais 23 edições estão espalhadas pela Europa, pela Ásia (Japão e China) e pela América do Norte (EUA). Veja as fotos do evento Neste primeiro número, que será vendido a partir de sexta (10) em todo o Brasil, só casas do Rio de Janeiro e de São Paulo foram selecionadas –ainda não está prevista a inclusão de outras cidades, como Belo Horizonte, Curitiba e Belém. "O guia vem se renovando com a descoberta de talentos em novos países", disse a diretora de marcas e relações externas do grupo Michelin, Claire Dorland-Clauzel. A lista de restaurantes que receberam estrelas, a maior distinção do guia, vazou e já era conhecida desde o último dia 20 de março. O paulistano D.O.M., do chef Alex Atala, "lidera" o guia; foi a única casa a receber duas estrelas. Outros 16 restaurantes (dez de São Paulo e seis do Rio) receberam uma estrela cada um; 25 ainda foram destacados com o selo Bib Gourmand, destinado a casas que têm boa relação qualidade-preço. Ao todo, 145 restaurantes (e 48 hotéis) figuram no guia. Além da versão em papel, bilíngue e vendida a R$ 80 (304 páginas), a Michelin lançou um aplicativo para celulares e tablets, com o mesmo conteúdo –ele é gratuito e já pode ser baixado. * Veja abaixo todos os premiados: Duas-estrelas D.O.M., do chef Alex Atala (SP) Uma-estrela Attimo, do chef Jefferson Rueda (SP) Dalva e Dito, dos chefs Alex Atala e Luiz Gustavo Galvão (SP) Epice, do chef Alberto Landgraf (SP) Fasano, do restaurateur Rogério Fasano e chef Luca Gozzani (SP) Huto, do restaurateur Fábio Honda (SP) Jun Sakamoto, do chef Jun Sakamoto (SP) Kinoshita, do chef Tsuyoshi Murakami (SP) Kosushi, do chef George Koshoji (SP) Lasai, do chef Rafael Costa e Silva (RJ) Le Pré Catelan, do chef Roland Villard (RJ) Maní, dos chefs Helena Rizzo e Daniel Redondo (SP) Mee, do chef Rafael Hidaka (RJ) Olympe, dos chefs Claude Troisgros e Thomas Troisgros (RJ) Oro, do chef Felipe Bronze (RJ) Roberta Sudbrack, da chef Roberta Sudbrack (RJ) Tuju, do chef Ivan Ralston (SP) Citados no Bib Gourmand Antonietta Empório (SP) Artigiano (RJ) Arturito (SP) Brasserie Victória (SP) Cais (RJ) Casa Santo Antônio (SP) Ecully (SP) Entretapas (RJ) Esquina Mocotó (SP) Jiquitaia (SP) La Cocotte (SP) L'Entrecôte de Paris (SP) Lima Restobar (RJ) Marcel (SP) Miam Miam (RJ) Mimo (SP) Mocotó (SP) Miya (SP) Oui Oui (RJ) Pomodorino (RJ) Restô (RJ) Sal Gastronomia (SP) Tartar & Co (SP) Tian (SP) Zena Caffè (SP)
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Evento em SP lança o primeiro guia 'Michelin' brasileiroUm evento realizado na manhã desta quarta-feira (8), no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), em São Paulo, marcou o lançamento da edição brasileira do guia de hotéis e restaurantes "Michelin". Trata-se da primeira publicação do gênero da marca francesa na América Latina –as demais 23 edições estão espalhadas pela Europa, pela Ásia (Japão e China) e pela América do Norte (EUA). Veja as fotos do evento Neste primeiro número, que será vendido a partir de sexta (10) em todo o Brasil, só casas do Rio de Janeiro e de São Paulo foram selecionadas –ainda não está prevista a inclusão de outras cidades, como Belo Horizonte, Curitiba e Belém. "O guia vem se renovando com a descoberta de talentos em novos países", disse a diretora de marcas e relações externas do grupo Michelin, Claire Dorland-Clauzel. A lista de restaurantes que receberam estrelas, a maior distinção do guia, vazou e já era conhecida desde o último dia 20 de março. O paulistano D.O.M., do chef Alex Atala, "lidera" o guia; foi a única casa a receber duas estrelas. Outros 16 restaurantes (dez de São Paulo e seis do Rio) receberam uma estrela cada um; 25 ainda foram destacados com o selo Bib Gourmand, destinado a casas que têm boa relação qualidade-preço. Ao todo, 145 restaurantes (e 48 hotéis) figuram no guia. Além da versão em papel, bilíngue e vendida a R$ 80 (304 páginas), a Michelin lançou um aplicativo para celulares e tablets, com o mesmo conteúdo –ele é gratuito e já pode ser baixado. * Veja abaixo todos os premiados: Duas-estrelas D.O.M., do chef Alex Atala (SP) Uma-estrela Attimo, do chef Jefferson Rueda (SP) Dalva e Dito, dos chefs Alex Atala e Luiz Gustavo Galvão (SP) Epice, do chef Alberto Landgraf (SP) Fasano, do restaurateur Rogério Fasano e chef Luca Gozzani (SP) Huto, do restaurateur Fábio Honda (SP) Jun Sakamoto, do chef Jun Sakamoto (SP) Kinoshita, do chef Tsuyoshi Murakami (SP) Kosushi, do chef George Koshoji (SP) Lasai, do chef Rafael Costa e Silva (RJ) Le Pré Catelan, do chef Roland Villard (RJ) Maní, dos chefs Helena Rizzo e Daniel Redondo (SP) Mee, do chef Rafael Hidaka (RJ) Olympe, dos chefs Claude Troisgros e Thomas Troisgros (RJ) Oro, do chef Felipe Bronze (RJ) Roberta Sudbrack, da chef Roberta Sudbrack (RJ) Tuju, do chef Ivan Ralston (SP) Citados no Bib Gourmand Antonietta Empório (SP) Artigiano (RJ) Arturito (SP) Brasserie Victória (SP) Cais (RJ) Casa Santo Antônio (SP) Ecully (SP) Entretapas (RJ) Esquina Mocotó (SP) Jiquitaia (SP) La Cocotte (SP) L'Entrecôte de Paris (SP) Lima Restobar (RJ) Marcel (SP) Miam Miam (RJ) Mimo (SP) Mocotó (SP) Miya (SP) Oui Oui (RJ) Pomodorino (RJ) Restô (RJ) Sal Gastronomia (SP) Tartar & Co (SP) Tian (SP) Zena Caffè (SP)
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Último macho de sua espécie, rinoceronte entra no Tinder
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Sudan, o último macho na Terra da espécie de rinoceronte-branco-do-norte, agora está no aplicativo de encontros Tinder como parte de uma campanha por fundos para tentar salvar a espécie da extinção. Com 43 anos (o equivalente a 100 em anos humanos), Sudan vive no Quênia e é descrito no aplicativo como "tipo único", que gosta de comer grama e relaxar na lama. As tentativas de acasalamento com fêmeas da espécie foram frustradas, e cientistas agora apostam na fertilização in vitro (FIV). Para tanto, os cientistas buscam arrecadar US$ 10 milhões (R$ 32 milhões). "Isto nunca foi feito em rinocerontes" afirmou à BBC Richard Vigne, diretor da ONG Ol Pejeta Conservancy. "É um programa de dez anos para recuperar a espécie". "Esperamos mantê-lo vivo o máximo que pudermos, mas estamos numa corrida contra o tempo para salvar a espécie". No Tinder, o perfil de Sudan diz ainda: "Eu não quero soar presunçoso, mas o destino da minha espécie literalmente depende de mim". "Eu reajo bem sob pressão...tenho 1.83 m de altura e peso 2,2 mil kg, se isso importa". Numa campanha conjunta lançada por Ol Pejeta Conservancy e Tinder, os usuários do aplicativo podem fazer doações quando abrem o perfil de Sudan. Cientistas de vários países estão pesquisando técnicas de FIV nas duas fêmeas da espécie. Eles também não descartam usar o esperma de Sudan para inseminar artificialmente fêmeas de rinocerontes-brancos-do-sul. Embora sejam de espécies diferentes, a opção desse cruzamento seria melhor do que a extinção do animal, dizem os especialistas. Sudan –que é frequentemente descrito como "o solteiro mais cobiçado do mundo"– tem sua própria equipe de guarda-costas armados, que o protegem dia e noite. Além da dificuldade de reprodução, os rinocerontes-brancos-do-norte enfrentam a ameaça de caçadores em busca de seus chifres.
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Último macho de sua espécie, rinoceronte entra no TinderSudan, o último macho na Terra da espécie de rinoceronte-branco-do-norte, agora está no aplicativo de encontros Tinder como parte de uma campanha por fundos para tentar salvar a espécie da extinção. Com 43 anos (o equivalente a 100 em anos humanos), Sudan vive no Quênia e é descrito no aplicativo como "tipo único", que gosta de comer grama e relaxar na lama. As tentativas de acasalamento com fêmeas da espécie foram frustradas, e cientistas agora apostam na fertilização in vitro (FIV). Para tanto, os cientistas buscam arrecadar US$ 10 milhões (R$ 32 milhões). "Isto nunca foi feito em rinocerontes" afirmou à BBC Richard Vigne, diretor da ONG Ol Pejeta Conservancy. "É um programa de dez anos para recuperar a espécie". "Esperamos mantê-lo vivo o máximo que pudermos, mas estamos numa corrida contra o tempo para salvar a espécie". No Tinder, o perfil de Sudan diz ainda: "Eu não quero soar presunçoso, mas o destino da minha espécie literalmente depende de mim". "Eu reajo bem sob pressão...tenho 1.83 m de altura e peso 2,2 mil kg, se isso importa". Numa campanha conjunta lançada por Ol Pejeta Conservancy e Tinder, os usuários do aplicativo podem fazer doações quando abrem o perfil de Sudan. Cientistas de vários países estão pesquisando técnicas de FIV nas duas fêmeas da espécie. Eles também não descartam usar o esperma de Sudan para inseminar artificialmente fêmeas de rinocerontes-brancos-do-sul. Embora sejam de espécies diferentes, a opção desse cruzamento seria melhor do que a extinção do animal, dizem os especialistas. Sudan –que é frequentemente descrito como "o solteiro mais cobiçado do mundo"– tem sua própria equipe de guarda-costas armados, que o protegem dia e noite. Além da dificuldade de reprodução, os rinocerontes-brancos-do-norte enfrentam a ameaça de caçadores em busca de seus chifres.
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Porta-bandeira do Brasil, Shirlene Coelho conquista ouro no lançamento de dardo
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DE SÃO PAULO Porta-bandeira na cerimônia de abertura da Paraolimpíada do Rio, a atleta Shirlene Coelho, 35, conquistou neste sábado (10) a medalha de ouro no lançamento de dardo. Com facilidade, Shirlene subiu no lugar mais alto do pódio com o lançamento de 37,57 m. As chinesas Na Mi (30,18 m) e Qianqian Jia ( 29,87 m) levaram a prata e o bronze, respectivamente. A brasileira já havia sido campeã paraolímpica em Londres-2012 e, no Rio, confirmou o favoritismo. Ela é recordista mundial de sua categoria. Antes do início dos Jogos, Shirlene foi eleita a porta-bandeira do país após concorrer com outros 17 atletas paraolímpicos –todos homens– e receber 20% dos votos. Na votação, ela ficou à frente de nomes como do judoca Antônio Tenório, que obteve 18% dos votos, e do velocista Yohansson Nascimento (ouro nos 200 m em Londres-2012).
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esporte
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Porta-bandeira do Brasil, Shirlene Coelho conquista ouro no lançamento de dardo
DE SÃO PAULO Porta-bandeira na cerimônia de abertura da Paraolimpíada do Rio, a atleta Shirlene Coelho, 35, conquistou neste sábado (10) a medalha de ouro no lançamento de dardo. Com facilidade, Shirlene subiu no lugar mais alto do pódio com o lançamento de 37,57 m. As chinesas Na Mi (30,18 m) e Qianqian Jia ( 29,87 m) levaram a prata e o bronze, respectivamente. A brasileira já havia sido campeã paraolímpica em Londres-2012 e, no Rio, confirmou o favoritismo. Ela é recordista mundial de sua categoria. Antes do início dos Jogos, Shirlene foi eleita a porta-bandeira do país após concorrer com outros 17 atletas paraolímpicos –todos homens– e receber 20% dos votos. Na votação, ela ficou à frente de nomes como do judoca Antônio Tenório, que obteve 18% dos votos, e do velocista Yohansson Nascimento (ouro nos 200 m em Londres-2012).
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