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Por que nossos QIs nunca foram tão altos, mas não somos mais espertos
James Flynn está preocupado em deixar o mundo nas mãos de seus alunos. Professor da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, ele regularmente se depara com estudantes de enorme potencial, mas descobre que muitos deles não têm noção da história complexa do mundo que os cerca. "Eles dispõem de todas as habilidades modernas, mas saem da universidade de um jeito não muito diferente do camponês medieval que vivia em seu mundinho. Estão ancorados em mundo maior –o do presente–, mas sem dimensão histórica", explica o professor. Para Flynn, o resultado é que as pessoas hoje têm uma visão simplista de assuntos vigentes, o que as deixa mais abertas à influência de políticos e da mídia. Em seu mais novo livro, "Does Your Family Make You Smart?" ("Sua família te deixa mais inteligente?", em tradução livre), ele discute as maneiras como o pensamento humano mudou ao longo dos tempos, incluindo um aumento misterioso no quociente de inteligência (QI) –devidamente batizado de Efeito Flynn– e as várias influências que moldam nosso intelecto durante nossas vidas. Aos 82 anos, Flynn é um nome muito reconhecido no campo de pesquisas sobre a inteligência. Como parte de seus estudos filosóficos sobre a natureza da objetividade, ele notou que os resultados médios em testes de inteligência vêm aumentando em toda a humanidade de forma consistente à razão de três pontos por década –entre 1934 e 1964, por exemplo, holandeses ganharam 20 pontos de QI. Mas poucos pareciam ter notado. "Fiquei pensando por que diabos os psicólogos não estavam dançando pelas ruas. Os dados diante de seu nariz e eles não viam", explica Flynn. GENÉTICA Psicólogos há tempos sabem que genes têm influência sobre nossa inteligência, e que ela cresce à medida que envelhecemos. No jardim de infância, a genética não importa tanto: o mais importante é se os pais falam conosco, leem para nós e treinam nossa habilidade para contar, por exemplo. Estudos mostram que nossos genes são responsáveis por apenas 20% da variação de QI nessa faixa etária. Quando começamos a pensar por nós mesmos, a influência dos pais diminui. Passamos a maior parte do tempo na escola e, se temos potencial, nossos cérebros vão se desenvolver com estímulo extra. Os genes também podem ajudar você a encontrar novas maneiras de estimular a mente –como frequentar clubes de leitura ou de matemática, por exemplo, o que normalmente resulta em um aumento do QI. Você começa a criar um nicho que reflete seu potencial genético. Isso não quer dizer que a situação da sua família não conta –ainda importa se você frequenta uma escola melhor ou se seus pais compraram muitos livros. E há fatores aleatórios, como o desemprego ou tragédias pessoais, que podem afetar seu QI. Mas, no geral, genes podem prever 80% das diferenças entre você e outras pessoas quando adultos. Ainda assim, o Efeito Flynn parece ser muito acentuado e rápido para ser explicado apenas pela genética. A seleção natural ocorre vagarosamente ao longo de milhares de anos, por exemplo. Na verdade, a resposta não é tão enigmática quando comparamos a evolução do QI à da altura corporal. Em uma mesma geração, você verá que pais mais altos têm crianças mais altas, e que pais mais baixos têm filhos mais baixos. Isso mostra um componente genético. Mas se você comparar gerações diferentes, verá que somos mais altos que nossos avós. Isso não é por causa de mudanças genéticas, mas porque a vida moderna, com melhor dieta e remédios, permitiu que nossos corpos crescessem. Flynn e o colega William Dickens lançaram a tese de que o mesmo processo está ocorrendo com nossas mentes graças a mudanças nas demandas cognitivas de nossa sociedade. O QI mede uma variedade de qualidades, como vocabulário, raciocínio espacial e raciocínio abstrato. Juntos, formam uma inteligência geral. Nossa educação também contribui para esse processo: lições do ensino primário sobre diferentes elementos e forças da natureza nos ajudam a agrupar coisas em categorias, classes e regras lógicas, centrais para muitas questões no teste de QI. Quanto mais as crianças enxergarem o mundo com esses óculos científicos, mais altos serão seus resultados, na opinião de Flynn. TECNOLOGIA Mas não é apenas a educação. Alguns pesquisadores argumentam que nosso mundo é agora inteiramente encaminhado para que pensemos dessa maneira por causa de uma crescente dependência da tecnologia. Nossos bisavós podem ter sofrido com máquinas de escrever e nossos pais com o primeiro videocassete, mas nossas crianças hoje aprendem a usar um tablet ainda pequenas. Ficamos melhores na tarefa de pensar de forma abstrata, o que resultou em aumentos médios de 30 pontos percentuais no QI ao longo do último século. Esse aumento não significa que temos mais capacidade cerebral –estamos, na verdade, fazendo a sintonia fina de nossa maquinaria mental para os dias de hoje em vez de fazer um upgrade completo. Mas Flynn diz que as melhorias são significativas sociologicamente, refletindo mudanças reais no processo de pensar. O pesquisador compara isso ao exercício físico –somos moldados de acordo com o esporte que escolhemos. "O cérebro é um músculo, e mudanças em exercícios mentais influenciam o cérebro da mesma forma que se você trocasse a natação pelo halterofilismo". O QI é maleável ao longo da vida. Isso significa que idosos podem ainda ganhar terreno graças a melhorias na saúde geral e ao fato de que carreiras profissionais hoje duram mais tempo e são mais exigentes intelectualmente. "Uma pessoa de 70 anos hoje é muito mais inteligente que uma de 70 há 15 anos". "Meu pai nunca correu após os 12 anos de idade e se aposentou aos 70. Eu me exercito mais e nunca me aposentei", diz Flynn. ESTÍMULOS Em seu mais recente livro, Flynn apresenta uma nova análise que o permite analisar o efeito de diferentes aspectos no QI de uma pessoa. O vocabulário, por exemplo: quem tem pais mais educados, que usam uma linguagem mais variada e erudita, terá mais estímulo à inteligência, mesmo que tenha menor potencial genético. Ao mesmo tempo, pessoas com vantagens genéticas podem ser atrapalhadas por aqueles a seu redor –no mundo dos desenhos animados, por exemplo, Lisa Simpson é super talentosa, mas sofre com a ignorância do pai, Homer. A análise de Flynn mostra que poucos pontos a mais no QI podem determinar o caminho de alguém na vida. Para um adolescente americano razoavelmente inteligente, viver em uma casa com ambiente ligeiramente mais acadêmico pode elevar de 500 para 566 pontos o resultado no SAT, o equivalente dos EUA ao Enem. Essa diferença pode valer uma vaga em uma universidade mais prestigiada. "As universidades americanas usam o SAT como medida da viabilidade de um estudante, e se você tiver uma pontuação ruim você não conseguirá entrar em uma universidade boa", explica Flynn. Mas o cientista mantém-se convicto de que, independentemente dos antecedentes familiares, todos nós temos o poder de cuidar de nosso próprio desenvolvimento intelectual. Afinal, estudos mostram que circunstâncias atuais influenciam nosso QI no presente mais do que nossa história. Flynn diz que isso é aparente em seus estudantes mais velhos. "Muitos deles vêm de ambientes que parecem ter proporcionado pouco estímulo intelectual, mas eles crescem loucamente em comparação com a média de nossos estudantes", explica o acadêmico. Apesar dos ganhos em QI, o cientista teme que nós não estejamos usando nossas mentes para as coisas que importam. "Não quero parecer sombrio, mas as pessoas jovens hoje estão lendo menos sobre história e bem menos ficção séria do que costumávamos fazer." Ele argumenta que deveríamos ter uma compreensão das crises que moldaram a história do mundo antes de opinar na política contemporânea, por exemplo. E acredita que "a leitura é a única forma de capitalizar sobre os ganhos de QI no século 20 e torná-los politicamente relevantes". Se Flynn vai ou não persuadir os mais jovens a pegar em um livro é outra história. Mas não há dúvidas de que ele já mudou nossa visão sobre a inteligência.
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Por que nossos QIs nunca foram tão altos, mas não somos mais espertosJames Flynn está preocupado em deixar o mundo nas mãos de seus alunos. Professor da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, ele regularmente se depara com estudantes de enorme potencial, mas descobre que muitos deles não têm noção da história complexa do mundo que os cerca. "Eles dispõem de todas as habilidades modernas, mas saem da universidade de um jeito não muito diferente do camponês medieval que vivia em seu mundinho. Estão ancorados em mundo maior –o do presente–, mas sem dimensão histórica", explica o professor. Para Flynn, o resultado é que as pessoas hoje têm uma visão simplista de assuntos vigentes, o que as deixa mais abertas à influência de políticos e da mídia. Em seu mais novo livro, "Does Your Family Make You Smart?" ("Sua família te deixa mais inteligente?", em tradução livre), ele discute as maneiras como o pensamento humano mudou ao longo dos tempos, incluindo um aumento misterioso no quociente de inteligência (QI) –devidamente batizado de Efeito Flynn– e as várias influências que moldam nosso intelecto durante nossas vidas. Aos 82 anos, Flynn é um nome muito reconhecido no campo de pesquisas sobre a inteligência. Como parte de seus estudos filosóficos sobre a natureza da objetividade, ele notou que os resultados médios em testes de inteligência vêm aumentando em toda a humanidade de forma consistente à razão de três pontos por década –entre 1934 e 1964, por exemplo, holandeses ganharam 20 pontos de QI. Mas poucos pareciam ter notado. "Fiquei pensando por que diabos os psicólogos não estavam dançando pelas ruas. Os dados diante de seu nariz e eles não viam", explica Flynn. GENÉTICA Psicólogos há tempos sabem que genes têm influência sobre nossa inteligência, e que ela cresce à medida que envelhecemos. No jardim de infância, a genética não importa tanto: o mais importante é se os pais falam conosco, leem para nós e treinam nossa habilidade para contar, por exemplo. Estudos mostram que nossos genes são responsáveis por apenas 20% da variação de QI nessa faixa etária. Quando começamos a pensar por nós mesmos, a influência dos pais diminui. Passamos a maior parte do tempo na escola e, se temos potencial, nossos cérebros vão se desenvolver com estímulo extra. Os genes também podem ajudar você a encontrar novas maneiras de estimular a mente –como frequentar clubes de leitura ou de matemática, por exemplo, o que normalmente resulta em um aumento do QI. Você começa a criar um nicho que reflete seu potencial genético. Isso não quer dizer que a situação da sua família não conta –ainda importa se você frequenta uma escola melhor ou se seus pais compraram muitos livros. E há fatores aleatórios, como o desemprego ou tragédias pessoais, que podem afetar seu QI. Mas, no geral, genes podem prever 80% das diferenças entre você e outras pessoas quando adultos. Ainda assim, o Efeito Flynn parece ser muito acentuado e rápido para ser explicado apenas pela genética. A seleção natural ocorre vagarosamente ao longo de milhares de anos, por exemplo. Na verdade, a resposta não é tão enigmática quando comparamos a evolução do QI à da altura corporal. Em uma mesma geração, você verá que pais mais altos têm crianças mais altas, e que pais mais baixos têm filhos mais baixos. Isso mostra um componente genético. Mas se você comparar gerações diferentes, verá que somos mais altos que nossos avós. Isso não é por causa de mudanças genéticas, mas porque a vida moderna, com melhor dieta e remédios, permitiu que nossos corpos crescessem. Flynn e o colega William Dickens lançaram a tese de que o mesmo processo está ocorrendo com nossas mentes graças a mudanças nas demandas cognitivas de nossa sociedade. O QI mede uma variedade de qualidades, como vocabulário, raciocínio espacial e raciocínio abstrato. Juntos, formam uma inteligência geral. Nossa educação também contribui para esse processo: lições do ensino primário sobre diferentes elementos e forças da natureza nos ajudam a agrupar coisas em categorias, classes e regras lógicas, centrais para muitas questões no teste de QI. Quanto mais as crianças enxergarem o mundo com esses óculos científicos, mais altos serão seus resultados, na opinião de Flynn. TECNOLOGIA Mas não é apenas a educação. Alguns pesquisadores argumentam que nosso mundo é agora inteiramente encaminhado para que pensemos dessa maneira por causa de uma crescente dependência da tecnologia. Nossos bisavós podem ter sofrido com máquinas de escrever e nossos pais com o primeiro videocassete, mas nossas crianças hoje aprendem a usar um tablet ainda pequenas. Ficamos melhores na tarefa de pensar de forma abstrata, o que resultou em aumentos médios de 30 pontos percentuais no QI ao longo do último século. Esse aumento não significa que temos mais capacidade cerebral –estamos, na verdade, fazendo a sintonia fina de nossa maquinaria mental para os dias de hoje em vez de fazer um upgrade completo. Mas Flynn diz que as melhorias são significativas sociologicamente, refletindo mudanças reais no processo de pensar. O pesquisador compara isso ao exercício físico –somos moldados de acordo com o esporte que escolhemos. "O cérebro é um músculo, e mudanças em exercícios mentais influenciam o cérebro da mesma forma que se você trocasse a natação pelo halterofilismo". O QI é maleável ao longo da vida. Isso significa que idosos podem ainda ganhar terreno graças a melhorias na saúde geral e ao fato de que carreiras profissionais hoje duram mais tempo e são mais exigentes intelectualmente. "Uma pessoa de 70 anos hoje é muito mais inteligente que uma de 70 há 15 anos". "Meu pai nunca correu após os 12 anos de idade e se aposentou aos 70. Eu me exercito mais e nunca me aposentei", diz Flynn. ESTÍMULOS Em seu mais recente livro, Flynn apresenta uma nova análise que o permite analisar o efeito de diferentes aspectos no QI de uma pessoa. O vocabulário, por exemplo: quem tem pais mais educados, que usam uma linguagem mais variada e erudita, terá mais estímulo à inteligência, mesmo que tenha menor potencial genético. Ao mesmo tempo, pessoas com vantagens genéticas podem ser atrapalhadas por aqueles a seu redor –no mundo dos desenhos animados, por exemplo, Lisa Simpson é super talentosa, mas sofre com a ignorância do pai, Homer. A análise de Flynn mostra que poucos pontos a mais no QI podem determinar o caminho de alguém na vida. Para um adolescente americano razoavelmente inteligente, viver em uma casa com ambiente ligeiramente mais acadêmico pode elevar de 500 para 566 pontos o resultado no SAT, o equivalente dos EUA ao Enem. Essa diferença pode valer uma vaga em uma universidade mais prestigiada. "As universidades americanas usam o SAT como medida da viabilidade de um estudante, e se você tiver uma pontuação ruim você não conseguirá entrar em uma universidade boa", explica Flynn. Mas o cientista mantém-se convicto de que, independentemente dos antecedentes familiares, todos nós temos o poder de cuidar de nosso próprio desenvolvimento intelectual. Afinal, estudos mostram que circunstâncias atuais influenciam nosso QI no presente mais do que nossa história. Flynn diz que isso é aparente em seus estudantes mais velhos. "Muitos deles vêm de ambientes que parecem ter proporcionado pouco estímulo intelectual, mas eles crescem loucamente em comparação com a média de nossos estudantes", explica o acadêmico. Apesar dos ganhos em QI, o cientista teme que nós não estejamos usando nossas mentes para as coisas que importam. "Não quero parecer sombrio, mas as pessoas jovens hoje estão lendo menos sobre história e bem menos ficção séria do que costumávamos fazer." Ele argumenta que deveríamos ter uma compreensão das crises que moldaram a história do mundo antes de opinar na política contemporânea, por exemplo. E acredita que "a leitura é a única forma de capitalizar sobre os ganhos de QI no século 20 e torná-los politicamente relevantes". Se Flynn vai ou não persuadir os mais jovens a pegar em um livro é outra história. Mas não há dúvidas de que ele já mudou nossa visão sobre a inteligência.
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Projetos investem em tornar a indústria têxtil mais sustentável
A americana Stacy Flynn, 42, almeja fazer da sua start-up de moda, a Evrnu, o primeiro negócio social do mundo a se transformar numa corporação de US$ 1 bilhão. Um dos passos para concretizar seu sonho até 2020 foi dado na semana passada, em Copenhague, capital da Dinamarca, onde a CEO de uma empresa que tem como slogan "o futuro do vestuário" ganhou o desafio "Fabric for Change" –no Brasil Tecendo a Mudança. Flynn se destacou entre os dez finalistas do concurso mundial realizado pela C&A Foundation, representada no Brasil pelo Instituto C&A, e pela rede de empreendedorismo social Ashoka, em busca de inovações para uma indústria têxtil mais sustentável. "Criei uma empresa de reciclagem e tecnologia que recicla algodão a partir de um processo de quebra de moléculas do fio original, gerando uma nova fibra genérica com a resistência do algodão e a delicadeza da seda", explica a empreendedora, baseada em Seattle. É uma inovação tecnológica que usa tecido descartado para tentar responder a um dos maiores desafios de um dos setores industriais que mais agridem o ambiente. Somente nos Estados Unidos, no ano passado, foram descartadas 14,3 milhões de toneladas de tecido e apenas 2 milhões delas foram recicladas, segundo Flynn. Um tecido pode levar de 100 a 400 anos para se decompor, além de resultar de um processo produtivo que abusa do uso da água e de poluentes. "Nós estamos preocupados em reduzir o impacto ambiental em até 99%, como é o caso da redução do uso de água no processo de produção desta nova fibra, quando comparado ao do algodão", diz. A redução na emissão de CO² chegaria a 90% com a nova tecnologia, em comparação à produção de poliéster, grupo de resinas derivadas do petróleo. Graduada em desenvolvimento têxtil e marketing pelo New York Fashion Institute e com passagem por grandes companhias, como a DuPont, Flynn recebeu um prêmio de € 40 mil (R$ 160,5 mil)em um jantar de gala do Copenhagen Fashion Summit, no último dia 12 de maio. BRASIL NA FINAL Duas iniciativas brasileiras figuraram entre as dez finalistas mundiais. Lu Bueno, criadora do Banco de Tecidos, chegou lá com um negócio que reúsa o material têxtil, evitando que restos de tecido vão parar no lixo. "Participar do desafio acrescentou muito para uma empresa que tem pouco mais de um ano, a começar pela visibilidade de estar entre as dez iniciativas mais inovadoras do mundo", diz Bueno. O banco de troca de tecido usado surgiu diante do impasse do que fazer com os 800 quilos de retalhos que ela acumulara ao longo de décadas de trabalho como cenógrafa de diretores como Gerald Thomas e Antunes Filho. A troca informal de retalhos entre amigos virou um banco, com uma rede de "correntistas" que levam suas sobras e fazem escambo entre si ou depositam e retiram seus créditos de tecido quando precisarem. Cada quilo de tecido pode ser também vendido por R$ 35. Outro projeto brasileiro "made in Brazil" a chegar à final foi o Alinha, plataforma on-line que promove capacitação para melhoria das condições de trabalho e de gestão das oficinas de costura em São Paulo, foco de trabalho escravo na cadeia da moda em todo o mundo. "Ficamos muito orgulhosos da participação do Brasil nesse desafio global. A qualidade dos projetos apresentados superou as expectativas", avalia a diretora-executiva do Instituto C&A, Giuliana Ortega. "Aqueles que chegaram à final têm potencial transformador para a indústria têxtil, contribuindo para que o setor se torne mais sustentável em todo o mundo." RETALHOS Para Isabela Carvalho, coordenadora de avaliação do programa Ashoka Changemakers, a ideia do Tecendo a Mudança "era desenvolver uma jornada de inovação". "A primeira etapa foi entender os desafios da indústria têxtil para identificar oportunidades na perspectiva do empreendedorismo social." Foram mais de 300 inscrições oriundas de 50 países. Um brasileiro foi ainda vencedor na categoria Prêmio Jovem Empreendedor do desafio global. Jonas Lessa, 24, foi laureado como idealizador da iniciativa Retalhar, focada no descarte ecologicamente correto e na reutilização de resíduos têxteis pelas confecções. Ele e os dez finalistas da categoria principal participaram do Copenhagen Fashion Summit e também de um workshop com especialistas para afinar seus modelos de negócios. "Foi uma oportunidade para expandir a visão sobre o nosso potencial e ter base do que está acontecendo no mundo", diz Lessa. "Agora, temos que consolidar o negócio em São Paulo e expandir pelo Brasil." A editora do Empreendedor Social Eliane Trindade viajou a convite do Instituto C&A
empreendedorsocial
Projetos investem em tornar a indústria têxtil mais sustentávelA americana Stacy Flynn, 42, almeja fazer da sua start-up de moda, a Evrnu, o primeiro negócio social do mundo a se transformar numa corporação de US$ 1 bilhão. Um dos passos para concretizar seu sonho até 2020 foi dado na semana passada, em Copenhague, capital da Dinamarca, onde a CEO de uma empresa que tem como slogan "o futuro do vestuário" ganhou o desafio "Fabric for Change" –no Brasil Tecendo a Mudança. Flynn se destacou entre os dez finalistas do concurso mundial realizado pela C&A Foundation, representada no Brasil pelo Instituto C&A, e pela rede de empreendedorismo social Ashoka, em busca de inovações para uma indústria têxtil mais sustentável. "Criei uma empresa de reciclagem e tecnologia que recicla algodão a partir de um processo de quebra de moléculas do fio original, gerando uma nova fibra genérica com a resistência do algodão e a delicadeza da seda", explica a empreendedora, baseada em Seattle. É uma inovação tecnológica que usa tecido descartado para tentar responder a um dos maiores desafios de um dos setores industriais que mais agridem o ambiente. Somente nos Estados Unidos, no ano passado, foram descartadas 14,3 milhões de toneladas de tecido e apenas 2 milhões delas foram recicladas, segundo Flynn. Um tecido pode levar de 100 a 400 anos para se decompor, além de resultar de um processo produtivo que abusa do uso da água e de poluentes. "Nós estamos preocupados em reduzir o impacto ambiental em até 99%, como é o caso da redução do uso de água no processo de produção desta nova fibra, quando comparado ao do algodão", diz. A redução na emissão de CO² chegaria a 90% com a nova tecnologia, em comparação à produção de poliéster, grupo de resinas derivadas do petróleo. Graduada em desenvolvimento têxtil e marketing pelo New York Fashion Institute e com passagem por grandes companhias, como a DuPont, Flynn recebeu um prêmio de € 40 mil (R$ 160,5 mil)em um jantar de gala do Copenhagen Fashion Summit, no último dia 12 de maio. BRASIL NA FINAL Duas iniciativas brasileiras figuraram entre as dez finalistas mundiais. Lu Bueno, criadora do Banco de Tecidos, chegou lá com um negócio que reúsa o material têxtil, evitando que restos de tecido vão parar no lixo. "Participar do desafio acrescentou muito para uma empresa que tem pouco mais de um ano, a começar pela visibilidade de estar entre as dez iniciativas mais inovadoras do mundo", diz Bueno. O banco de troca de tecido usado surgiu diante do impasse do que fazer com os 800 quilos de retalhos que ela acumulara ao longo de décadas de trabalho como cenógrafa de diretores como Gerald Thomas e Antunes Filho. A troca informal de retalhos entre amigos virou um banco, com uma rede de "correntistas" que levam suas sobras e fazem escambo entre si ou depositam e retiram seus créditos de tecido quando precisarem. Cada quilo de tecido pode ser também vendido por R$ 35. Outro projeto brasileiro "made in Brazil" a chegar à final foi o Alinha, plataforma on-line que promove capacitação para melhoria das condições de trabalho e de gestão das oficinas de costura em São Paulo, foco de trabalho escravo na cadeia da moda em todo o mundo. "Ficamos muito orgulhosos da participação do Brasil nesse desafio global. A qualidade dos projetos apresentados superou as expectativas", avalia a diretora-executiva do Instituto C&A, Giuliana Ortega. "Aqueles que chegaram à final têm potencial transformador para a indústria têxtil, contribuindo para que o setor se torne mais sustentável em todo o mundo." RETALHOS Para Isabela Carvalho, coordenadora de avaliação do programa Ashoka Changemakers, a ideia do Tecendo a Mudança "era desenvolver uma jornada de inovação". "A primeira etapa foi entender os desafios da indústria têxtil para identificar oportunidades na perspectiva do empreendedorismo social." Foram mais de 300 inscrições oriundas de 50 países. Um brasileiro foi ainda vencedor na categoria Prêmio Jovem Empreendedor do desafio global. Jonas Lessa, 24, foi laureado como idealizador da iniciativa Retalhar, focada no descarte ecologicamente correto e na reutilização de resíduos têxteis pelas confecções. Ele e os dez finalistas da categoria principal participaram do Copenhagen Fashion Summit e também de um workshop com especialistas para afinar seus modelos de negócios. "Foi uma oportunidade para expandir a visão sobre o nosso potencial e ter base do que está acontecendo no mundo", diz Lessa. "Agora, temos que consolidar o negócio em São Paulo e expandir pelo Brasil." A editora do Empreendedor Social Eliane Trindade viajou a convite do Instituto C&A
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Como D. Pedro 2º, Dilma pecou por apreço aos detalhes e isolamento
O discurso da presidente foi o melhor desde que foi eleita. Ela foi cortante no geral (o golpe é contra o programa escolhido pelo povo) e no particular (está sendo condenada sem ser criminosa). Pena que a fala tenha vindo tarde. A gravidade de suas palavras intimidou as cafajestadas de uns e outros. Mas o grosso do Senado já estava com o dedo no gatilho. Ele é o pelotão de fuzilamento da casta que quer exercer o poder sem ter tido votos. Dilma estará à sua frente. Será um alvo bem particular. Ainda que com a oposição bronca de Eduardo Cunha, e com a conspiração de sua corja, daria talvez para ela levar o mandato até o fim. Seria preciso que se empenhasse em cumprir o que dissera ao pedir votos. Menos de um mês depois, porém, entregou a economia a um adversário. Adaptou-se ao diktat de seus inimigos. Não deu explicações a quem a elegeu. Dilma é vítima de uma truculência, mas tem uma pesada responsabilidade. À política se somam seus traços pessoais. A prepotência rabugenta, as pedradas verbais em aliados, o teimoso isolamento, o pouco caso com a coerência –o seu perfil contribuiu para que esteja hoje com os olhos vendados e os verdugos lhe mirem a testa. Ao analisar a personalidade e a política de Pedro 2º, Sérgio Buarque de Holanda traça o retrato de um governante com algo de abúlico e muito de detalhista. Aqui e ali, parece que o historiador fala não do imperador, mas da presidente. "Julga-se desobrigado de apresentar abertamente as razões, más ou boas, que em determinado momento terão orientado os seus atos", escreve Sérgio Buarque em "Capítulos da História do Império". Refere-se também à sua relutância em dialogar aberta e francamente, preferindo guardar distância em relação àqueles "que lhe devem, como rei, alguma sombra de sujeição". Foi o que Dilma fez com o PT. A direção do partido lhe pediu que escrevesse uma carta, explicando-se. Pois a presidente demorou três meses para escrever um texto minucioso e vago, sensaborão e inócuo. Nele, defendeu um plebiscito que o PT já havia considerado inviável. No Senado, Dilma não só não defendeu o partido como aposentou a ideia de plebiscito. Nas respostas aos senadores, Dilma entregou-se ao que o historiador caracterizou, ao falar do imperador, de "o zelo extremamente prolixo que costumava devotar aos negócios do Estado", além de ser "maldotado no tocante ao poder de expressão oral ou escrita". Aplicada e perseverante, várias vezes Dilma se perdeu em decretos, alíneas e contingenciamentos, sem se ocupar do decisivo. Foi essa a marca do seu governo. Não se pode negar, escreve Sérgio Buarque, que o soberano tivesse "escrúpulos estimáveis". Mas: "O discutível é se essa preocupação com tantos pormenores, acerca dos problemas mais vários e mais árduos da administração, representasse ao cabo em benefício real para a boa marcha dos negócios públicos". Como D. Pedro 2ª, a presidente acabou malbaratando o poder que teve, usando-o no sentido de "moderar, imobilizar e até quebrantar as reformas mais importantes para a modernização do país". Sérgio Buarque foi fundador do PT. Seu filho, num gesto de dignidade e coragem, esteve ao lado de Dilma nesta segunda (29). Por isso mesmo, cabe recordar o fecho do perfil de Pedro 2º feito pelo historiador: "A meticulosa cautela deixa de ser virtude no momento em que passa a ser estorvo: lastro demais para pouca vela".
colunas
Como D. Pedro 2º, Dilma pecou por apreço aos detalhes e isolamentoO discurso da presidente foi o melhor desde que foi eleita. Ela foi cortante no geral (o golpe é contra o programa escolhido pelo povo) e no particular (está sendo condenada sem ser criminosa). Pena que a fala tenha vindo tarde. A gravidade de suas palavras intimidou as cafajestadas de uns e outros. Mas o grosso do Senado já estava com o dedo no gatilho. Ele é o pelotão de fuzilamento da casta que quer exercer o poder sem ter tido votos. Dilma estará à sua frente. Será um alvo bem particular. Ainda que com a oposição bronca de Eduardo Cunha, e com a conspiração de sua corja, daria talvez para ela levar o mandato até o fim. Seria preciso que se empenhasse em cumprir o que dissera ao pedir votos. Menos de um mês depois, porém, entregou a economia a um adversário. Adaptou-se ao diktat de seus inimigos. Não deu explicações a quem a elegeu. Dilma é vítima de uma truculência, mas tem uma pesada responsabilidade. À política se somam seus traços pessoais. A prepotência rabugenta, as pedradas verbais em aliados, o teimoso isolamento, o pouco caso com a coerência –o seu perfil contribuiu para que esteja hoje com os olhos vendados e os verdugos lhe mirem a testa. Ao analisar a personalidade e a política de Pedro 2º, Sérgio Buarque de Holanda traça o retrato de um governante com algo de abúlico e muito de detalhista. Aqui e ali, parece que o historiador fala não do imperador, mas da presidente. "Julga-se desobrigado de apresentar abertamente as razões, más ou boas, que em determinado momento terão orientado os seus atos", escreve Sérgio Buarque em "Capítulos da História do Império". Refere-se também à sua relutância em dialogar aberta e francamente, preferindo guardar distância em relação àqueles "que lhe devem, como rei, alguma sombra de sujeição". Foi o que Dilma fez com o PT. A direção do partido lhe pediu que escrevesse uma carta, explicando-se. Pois a presidente demorou três meses para escrever um texto minucioso e vago, sensaborão e inócuo. Nele, defendeu um plebiscito que o PT já havia considerado inviável. No Senado, Dilma não só não defendeu o partido como aposentou a ideia de plebiscito. Nas respostas aos senadores, Dilma entregou-se ao que o historiador caracterizou, ao falar do imperador, de "o zelo extremamente prolixo que costumava devotar aos negócios do Estado", além de ser "maldotado no tocante ao poder de expressão oral ou escrita". Aplicada e perseverante, várias vezes Dilma se perdeu em decretos, alíneas e contingenciamentos, sem se ocupar do decisivo. Foi essa a marca do seu governo. Não se pode negar, escreve Sérgio Buarque, que o soberano tivesse "escrúpulos estimáveis". Mas: "O discutível é se essa preocupação com tantos pormenores, acerca dos problemas mais vários e mais árduos da administração, representasse ao cabo em benefício real para a boa marcha dos negócios públicos". Como D. Pedro 2ª, a presidente acabou malbaratando o poder que teve, usando-o no sentido de "moderar, imobilizar e até quebrantar as reformas mais importantes para a modernização do país". Sérgio Buarque foi fundador do PT. Seu filho, num gesto de dignidade e coragem, esteve ao lado de Dilma nesta segunda (29). Por isso mesmo, cabe recordar o fecho do perfil de Pedro 2º feito pelo historiador: "A meticulosa cautela deixa de ser virtude no momento em que passa a ser estorvo: lastro demais para pouca vela".
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Polícia filipina usa hospitais para ocultar mortes na guerra às drogas
Os residentes do bairro Old Balara se esconderam em suas casas quando um tiroteio irrompeu em sua região de Manila, capital das Filipinas, em setembro do ano passado. Não foram testemunhas da operação policial que matou sete suspeitos de envolvimento com drogas, naquela noite. Mas viram as sangrentas consequências, e a lembrança ainda os aflige. Herlina Alim disse que, naquela noite, viu a polícia retirando os corpos das vítimas, deixando trilhas de sangue. "Eles foram arrastados pelo beco, como porcos", ela relatou. Lenlen Magano, vizinha de Alim, disse ter visto três corpos, imóveis, com os rostos para baixo, empilhados no extremo do beco, enquanto policiais os circulavam calmamente. Demorou pelo menos uma hora para que as vítimas fossem jogadas em um caminhão e levadas a um hospital –em um esforço por salvar suas vidas, de acordo com um relatório da polícia. O chefe do distrito, o líder eleito de Old Balara, contou à Reuters que isso o deixa perplexo. Os homens já estavam mortos, disse Allan Franza; Por que levá-los ao hospital? Uma análise de dados sobre crimes de dois dos cinco distritos policiais metropolitanos de Manila, e entrevistas com médicos, policiais, funcionários da Justiça e familiares de vítimas, apontam para uma resposta: a polícia envia cadáveres aos hospitais para destruir provas nos locais de crimes e ocultar o fato de que está assassinando suspeitos de envolvimento com drogas. Milhares de pessoas foram mortas desde que o presidente filipino Rodrigo Duterte assumiu, em 30 de junho do ano passado, e declarou guerra contra o que define como "a ameaça das drogas". Entre elas estão as sete vítimas mortas em Old Balara, que foram declaradas mortas ao chegar, pelo hospital. Uma análise da Reuters sobre relatórios policiais dos oito primeiros meses da guerra contra as drogas revelou centenas de casos como o de Old Balara. No distrito policial da cidade de Quezon e no vizinho distrito policial de Manila, 301 vítimas foram conduzidas a hospitais depois de operações antidrogas da polícia. Apenas duas delas sobreviveram. Todas as demais foram declaradas mortas ao chegar. Os dados também mostram aumento acentuado, a cada mês, no número de suspeitos de envolvimento com drogas que foram declarados mortos ao chegar nos hospitais dos dois distritos. Em julho de 2016, quando começou a guerra contra as drogas, houve 10 casos, o equivalente a 13% do total de pessoas mortas a tiros pela polícia no período. Em janeiro de 2017, o total havia subido para 85 casos, ou 85% do total. Os totais cresceram apesar da condenação nacional e internacional à campanha de Duterte. Essa alta não foi coincidência, disse um comandante da polícia em Manila, que falou à Reuters sob a condição de que seu nome não fosse mencionado. No final de 2016, ele disse, a polícia começou a enviar vítimas aos hospitais para evitar investigações nas cenas de crime e atenção da mídia, que poderiam demonstrar que os policiais estavam matando suspeitos. Uma investigação da Reuters no ano passado constatou que, quando a polícia abre fogo em operações de combate às drogas, causa a morte de 97% das pessoas contra as quais dispara. O oficial da polícia de Manila disse que a polícia confia em que os médicos dos prontos-socorros estejam ocupados demais com os pacientes para que se incomodem com o motivo para que tenham sido alvo de tiros. Os médicos "não fazem perguntas. Só registram que o paciente chegou morto", ele disse. Mas cinco médicos disseram à Reuters que estavam incomodados com o número crescente de casos de pacientes considerados como mortos ao chegar por conta de ações policiais. Quatro deles disseram que muitos suspeitos de envolvimento com drogas levados aos hospitais haviam recebido tiros na cabeça e coração –disparos precisos que tornam impossível que a vítima sobreviva, o que contraria as afirmações policiais de que os suspeitos estão sendo feridos em tiroteios caóticos. Oscar Albayalde, chefe da polícia metropolitana de Manila, disse que jamais ouviu dizer que policiais levaram suspeitos mortos ao hospital para evitar investigação de cenas de crime. "Vamos investigar essa afirmação", ele disse à Reuters. Caso a investigação demonstre que a polícia estava "transportando os mortos deliberadamente aos hospitais só para manipular provas, teremos de fazer com que os responsáveis se expliquem". O gabinete de Duterte se recusou a acrescentar comentários sobre a resposta de Albayalde às perguntas da Reuters. De acordo com relatórios policiais sobre os incidentes, os suspeitos mortos por disparos durante operações policiais foram "conduzidos imediatamente" ao hospital. "O mais importante é a vida da pessoa", disse Randy Llanderal, comandante de uma delegacia de polícia em Quezon. Os relatórios policiais revisados pela Reuters mostram que Llanderal liderou ou participou de operações nas quais 13 suspeitos de envolvimento com drogas terminaram mortos. Llanderal disse que todos os suspeitos foram alvo de disparos porque atiraram primeiro, durante operações legítimas da polícia. O oficial da polícia de Manila que falou sob a condição de sigilo, um oficial sênior já aposentado e alguns médicos acreditam que haja um acobertamento em curso. Hospitalizar os suspeitos de envolvimento com drogas que tenham sido vitimas de tiros permite que a polícia projete um a imagem mais civilizada, disse o policial de Manila. Seu colega aposentado concorda. "É basicamente um truque para levar o público a acreditar que a polícia se preocupa com a segurança e a sobrevivência dos suspeitos", ele disse, falando sob a condição de que seu nome não fosse mencionado. O oficial da polícia de Manilaa disse que seus subordinados haviam sido instruídos a disparar contra "áreas sensíveis". Os suspeitos que sobrevivessem a esses disparos recebiam novos tiros, para liquidá-los, ou eram sufocados com suas próprias roupas, ele disse. Um exame pela Reuters do incidente de Old Balara e operações semelhantes sugere também que o propósito de levar as vítimas ao hospital era destruir provas e não salvar vidas. Policiais maltrataram vítimas de tiros e não mostraram qualquer urgência em obter tratamento médico para elas, disseram três grupos de familiares de vítimas e outras testemunhas. Remover os corpos torna mais difícil determinar o que realmente aconteceu. "Você oblitera a cena do crime –as provas", disse Rizaldy Rivera, agente do Serviço Nacional de Investigações das Filipinas que trabalhou em investigações sobre brutalidade policial. Os investigadores forenses da polícia nas cenas de crime, disse Rivera, precisam executar seu trabalho naquilo que na prática constitui "uma cena de crime adulterada". As equipes forenses da polícia recolhem evidências e conduzem autópsias. Aurelio Trampe, o general de polícia que comanda o laboratório criminal filipino, disse que os policiais não estão removendo corpos para adulterar cenas de crime. Ele disse que a polícia está autorizada a desconsiderar os procedimentos forenses "se isso significa que vidas poderão ser salvas". Os investigadores forenses ainda podem recolher evidências dos corpos quando eles chegam ao hospital, mas nem sempre o fazem. Em lugar disso, disse Reynaldo Calaoa, o investigador forense chefe das Filipinas, a tarefa cabe ao investigador encarregado do caso. Esses investigador em muitos casos serve na mesma delegacia em que os colegas que mataram o suspeito. Essas práticas podem expor o sistema a abusos, disse Raquel Del Rosario Fortun, cientista forense independente e diretora do departamento de patologia da Universidade das Filipinas em Manila. "Eles dão os tiros, eles causam as mortes –e eles investigam o que fizeram", disse a cientista. "Impunidade, é isso que está acontecendo". CORPOS FRIOS Old Balara é parte de Quezon, a maior das 17 cidades e municípios que formam a região metropolitana de Manila, e a cidade mais populosa das Filipinas. Franza, o chefe do distrito de Old Balara, disse que a polícia insistia em que os seguranças voluntários que trabalham para ele levassem as vítimas das operações de guerra contra as drogas aos hospitais –mesmo quando era evidente que estavam mortas. Por ele ter ajudado a polícia a transportar as vítimas, familiares dos mortos o acusaram, e ao seu pessoal, de cumplicidade nas mortes, disse Franza. Em março, Franza decidiu dar o basta. Continuaremos respondendo aos chamados da polícia, ele disse ao seu pessoal, mas não levaremos corpos ao hospital sem autorização dos investigadores forenses. "Decidi que não realizaria mais ações que considero impróprias", disse Franza. As sete vítimas de Old Balara chegaram ao Centro Médico Avenida Leste empilhadas na caçamba de um caminhão e em outro veículo, disse Jerome Paez, um médico que estava de serviço no pronto-socorro naquela noite. A maioria havia recebido tiros na cabeça e muitas também mostravam sinais de múltiplos tiros no peito. Nenhuma estava respirando ou tinha pulso. "Todos os corpos chegaram frios ao tato", disse Paez, que já trabalhou em 21 casos de vítimas suspeitas de envolvimento com drogas declaradas mortas ao chegar. O pronto-socorro do Hospital Geral de Quezon, a 15 minutos de distância, havia recusado admitir as vítimas, porque já estavam mortas, segundo Franza. O hospital diz não ter registro sobre a chegada de pacientes de Old Balara naquela noite. Os corpos de Old Balara já estavam no necrotério do Centro Médico Avenida Leste quando a mãe de uma das vítimas, Elmer Gayoso, chegou ao local. Ela pediu que a Reuters não mencionasse seu nome, dizendo temer represálias policiais. Gayoso recebeu tiros na cabeça e no coração, ela disse, e o seu rosto foi destruído por um disparo. Ela disse que o marido havia identificado o corpo por meio de cicatrizes de infância conhecidas da família. Os ferimentos eram tão graves que ela não acredita que a polícia tenha levado Gayoso ao hospital para salvar sua vida. "Foi só um pretexto", ela disse, chorando. As mortes também incomodaram Paez, o médico do pronto-socorro. "Documentamos tudo, caso haja necessidade para uma futura investigação", ele disse. Mesmo que os médicos do Centro Médico Avenida Leste suspeitem que um paciente chegou morto, o protocolo hospitalar requer que eles tentem ressuscitação, disse Paez. Isso é dispendioso e um desperdício, em um grande hospital público lotado de pacientes. Em uma recente visita da Reuters, havia velhos usando máscaras de oxigênio deitados imóveis em macas nos corredores. Novos pacientes chegavam em intervalos de poucos minutos. Perguntado sobre o número de suspeitos de envolvimento com drogas que chegam mortos ao hospital, a diretora interina do Centro Médico Avenida Leste, Victoria Abesamis, disse que "não posso afirmar categoricamente que a polícia esteja trazendo corpos já mortos porque deseja encobrir alguma coisa. Acho que é melhor lhes dar o benefício da dúvida". ATIRADOR TREINADO Lawrence Bello e três outros médicos do Centro Médico Avenida Leste entrevistados pela Reuters também expressaram desconforto quanto a atender pacientes que chegam mortos ao hospital como resultado de operações policiais. Bello disse que a polícia em alguns casos trazia corpos que já revelavam sinais de rigor mortis, uma condição que surge horas depois da morte. O hospital recebe dois ou três corpos nessa condição a cada mês, segundo ele. Bello já lidou com 20 casos nos quais suspeitos estavam mortos ao chegar como decorrência de uma operação policial, de acordo com dados do distrito policial de Quezon. Um desses pacientes mostrava sinais de um único tiro. A bala penetrou abaixo do queixo e saiu pelo topo da cabeça. Bello afirmou ter considerado o ferimento como "altamente questionável". Esse tipo de ferimento em geral é associado a vítimas de suicídio ou de disparos a queima-roupa, disse Homer Venters, do grupo Médicos pelos Direitos Humanos, uma organização nova-iorquina que investiga atrocidades em massa. "É difícil que isso aconteça se a vítima não estiver plenamente subjugada", ele disse. Venters não examinou o corpo a que Bello se referiu. Patel Mayuga, outro médico do pronto-socorro do Centro Médico Avenida Leste, pronunciou 10 vítimas de ações policiais como mortas ao chegar, de acordo com dados do distrito policial de Quezon. Suspeitos mortos ao chegar em geral exibem "tiros limpos" na testa ou peito, o que sugere que as mortes são intencionais, disse Mayuga. "Se o tiro atingiu a testa ou peito, isso significa que o atirador teve tempo de se preparar", afirmou o médico. Muitos outros suspeitos de envolvimento com drogas levados a hospitais de Quezon pela polícia mostravam sinais de disparos na cabeça e coração, muitos vezes de uma distância inferior a um metro, disseram quatro médicos à Reuters. Em uma noite de janeiro, a polícia levou cinco corpos em um micro-ônibus ao Hospital Distrital de Novaliches, uma instituição estatal em Quezon. O piso do micro-ônibus estava saturado de sangue e excrementos das vítimas, recorda Lawrence Laguno, o médico que estava de plantão no pronto-socorro. De acordo com a polícia, as vítimas haviam todas sacado armas e disparado contra policiais infiltrados, em uma operação antidrogas. Elas erraram, e a polícia respondeu aos disparos. "Todos os suspeitos foram seriamente feridos", segundo o relatório policial. "Em seguida, os suspeitos feridos foram conduzidos às pressas para o Hospital Distrital de Novaliches, mas foram considerados mortos ao chegar pelo médico responsável, Dr. Lawrence Laguno." Laguno disse à Reuters que os cinco homens haviam recebido tiros na cabeça e no peito, e que os ferimentos de entrada e saída eram praticamente idênticos –disparos que ele interpretou como deliberados e aos quais sobreviver seria impossível. "É incomum receber cinco pacientes com praticamente os mesmos ferimentos", disse o médico. "Foi um atirador treinado. Eles sabiam o que estavam fazendo". Venters, da Médicos pelos Direitos Humanos, disse que é "incrivelmente raro" que ferimentos sejam agrupados com alta precisão em um tiroteio. Venters é médico e comandou pesquisas e investigações sobre execuções extrajudiciais. Quando balas entram em um corpo vindas da mesma direção e plano, isso mostra que a vítima não estava se movimentando, segundo ele. "Ou foram apanhadas de surpresa e atacadas a tiros ou foram subjugadas e atacadas a tiros". Willie Saludares, diretor interino do pronto-socorro do Centro Médico Avenida Leste, disse que os médicos não conduziram novas investigações sobre os casos questionáveis porque descobrir de que forma alguém foi morto não é assunto deles. "Lamento se isso causa uma impressão de frieza, mas é assim que as coisas são", ele disse. "Só o que me preocupa é a saúde de um paciente. Não faço trabalho investigativo". E aparentemente ninguém mais o faz. Saludares disse que as agências estatais que investigam mortes causadas pela polícia, como a Comissão de Direitos Humanos e o Serviço Nacional de Investigação, não o entrevistaram. Saludares também disse que falar sobre o assunto o incomodava, e que tinha medo de perder o emprego. Chito Gascon, presidente da Comissão de Direitos Humanos das Filipinas, disse que se casos específicos fossem encaminhados à organização, seus investigadores trabalhariam neles e buscariam o depoimento dos médicos. Mas acrescentou que a comissão está sobrecarregada. "Dadas as limitações atuais em sua capacidade, a comissão só é capaz de investigar e documentar uma fração das mortes reportadas pela mídia", ele disse. O Serviço Nacional de Investigação não comentou. "NÃO ESTAVAM RESPIRANDO" A polícia diz que não atira para matar e que salvar vidas é fundamental. Mas 17 testemunhas entrevistadas pela Reuters dizem que o comportamento dos policiais em cenas de crime sugere o oposto. Em setembro, em um bairro chamado Nagkaisang Nayon, o comandante da delegacia local, Llanderal, liderou uma operação que resultou em mais seis suspeitos mortos ao chegar, na contagem de vítimas de Quezon. De acordo com o relatório policial, os suspeitos –cinco homens e uma mulher– abriram fogo contra policiais infiltrados que estavam se passando por traficantes de drogas. Eles erraram, e os policiais responderam aos disparos. "Quando a fumaça se dissipou", o relatório afirma, "todos os suspeitos haviam recebido ferimentos. Imediatamente depois, eles foram transportados às pressas para o Hospital Distrital de Novaliches mas [foram] declarados mortos ao chegar". Nenhum dos policiais se feriu. Llanderal reconheceu que remover os corpos adulterou a cena de crime, mas insistiu em que os suspeitos estavam vivos. "Eles ainda estavam se mexendo. Todos eles!", disse. Os parentes das vítimas e outras testemunhas disseram à Reuters que os corpos foram levados ao hospital uma hora ou mais depois dos tiros, e que nenhuma das vítimas mostrava sinais de vida. "Eles não estavam se mexendo", disse Feliciano Dela Cruz, o chefe de distrito local. "Não é possível que estivessem vivos", disse Jocelyn Ceron, 47, cujo marido, Ronaldo, foi uma das vítimas fatais. "Nós vimos quando seus corpos foram jogados na caçamba de um caminhão." Ceron disse que o corpo de seu marido tinha seis ferimentos por bala –três no peito ou torso, um na perna e um em cada mão. Parentes disseram que cada um dos demais corpos mostrava marcas de pelo menos seis tiros. Ceron mostrou à Reuters fotos da cena do crime. Llanderal confirmou que as fotos foram tiradas por investigadores da polícia logo depois da operação. Uma foto mostra uma mulher caída com o rosto para baixo em um beco manchado de sangue. Outras mostram um quartinho com cinco homens empilhados no chão, manchados de sangue. Há duas armas claramente visíveis. A Reuters mostrou as fotos a Fortun, a cientista forense independente. "Com base nas fotos, eles parecem estar muito mortos", disse Fortun sobre as seis vítimas. A presença de tantos corpos em um quartinho "não parece compatível" com as afirmações policiais de que os suspeitos foram atingidos por tiros ao fugir de um combate com armas de fogo, ela acrescentou. Os parentes de Ronaldo Ceron acreditam que ele e as demais vítimas tenham sido executados pela polícia a sangue frio. Uma vizinha chamada Maricol Amacna disse ter ouvido um dos homens implorando: "Não me mate, senhor". A Comissão de Direitos Humanos filipinas diz estar investigando as mortes. A polícia descartou as acusações de que agiu indevidamente como "inúteis e infundadas", e condecorou Llanderal e seus homens pela "extraordinária coragem demonstrada em uma operação bem sucedida... que resultou na neutralização" dos suspeitos. Llanderal nega ter executado suspeitos de envolvimento com drogas. "Em operações policiais, não sabemos onde as balas podem ir", ele disse. "Alguns suspeitos retaliam, nos atacam. Só estamos nos defendendo". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Polícia filipina usa hospitais para ocultar mortes na guerra às drogasOs residentes do bairro Old Balara se esconderam em suas casas quando um tiroteio irrompeu em sua região de Manila, capital das Filipinas, em setembro do ano passado. Não foram testemunhas da operação policial que matou sete suspeitos de envolvimento com drogas, naquela noite. Mas viram as sangrentas consequências, e a lembrança ainda os aflige. Herlina Alim disse que, naquela noite, viu a polícia retirando os corpos das vítimas, deixando trilhas de sangue. "Eles foram arrastados pelo beco, como porcos", ela relatou. Lenlen Magano, vizinha de Alim, disse ter visto três corpos, imóveis, com os rostos para baixo, empilhados no extremo do beco, enquanto policiais os circulavam calmamente. Demorou pelo menos uma hora para que as vítimas fossem jogadas em um caminhão e levadas a um hospital –em um esforço por salvar suas vidas, de acordo com um relatório da polícia. O chefe do distrito, o líder eleito de Old Balara, contou à Reuters que isso o deixa perplexo. Os homens já estavam mortos, disse Allan Franza; Por que levá-los ao hospital? Uma análise de dados sobre crimes de dois dos cinco distritos policiais metropolitanos de Manila, e entrevistas com médicos, policiais, funcionários da Justiça e familiares de vítimas, apontam para uma resposta: a polícia envia cadáveres aos hospitais para destruir provas nos locais de crimes e ocultar o fato de que está assassinando suspeitos de envolvimento com drogas. Milhares de pessoas foram mortas desde que o presidente filipino Rodrigo Duterte assumiu, em 30 de junho do ano passado, e declarou guerra contra o que define como "a ameaça das drogas". Entre elas estão as sete vítimas mortas em Old Balara, que foram declaradas mortas ao chegar, pelo hospital. Uma análise da Reuters sobre relatórios policiais dos oito primeiros meses da guerra contra as drogas revelou centenas de casos como o de Old Balara. No distrito policial da cidade de Quezon e no vizinho distrito policial de Manila, 301 vítimas foram conduzidas a hospitais depois de operações antidrogas da polícia. Apenas duas delas sobreviveram. Todas as demais foram declaradas mortas ao chegar. Os dados também mostram aumento acentuado, a cada mês, no número de suspeitos de envolvimento com drogas que foram declarados mortos ao chegar nos hospitais dos dois distritos. Em julho de 2016, quando começou a guerra contra as drogas, houve 10 casos, o equivalente a 13% do total de pessoas mortas a tiros pela polícia no período. Em janeiro de 2017, o total havia subido para 85 casos, ou 85% do total. Os totais cresceram apesar da condenação nacional e internacional à campanha de Duterte. Essa alta não foi coincidência, disse um comandante da polícia em Manila, que falou à Reuters sob a condição de que seu nome não fosse mencionado. No final de 2016, ele disse, a polícia começou a enviar vítimas aos hospitais para evitar investigações nas cenas de crime e atenção da mídia, que poderiam demonstrar que os policiais estavam matando suspeitos. Uma investigação da Reuters no ano passado constatou que, quando a polícia abre fogo em operações de combate às drogas, causa a morte de 97% das pessoas contra as quais dispara. O oficial da polícia de Manila disse que a polícia confia em que os médicos dos prontos-socorros estejam ocupados demais com os pacientes para que se incomodem com o motivo para que tenham sido alvo de tiros. Os médicos "não fazem perguntas. Só registram que o paciente chegou morto", ele disse. Mas cinco médicos disseram à Reuters que estavam incomodados com o número crescente de casos de pacientes considerados como mortos ao chegar por conta de ações policiais. Quatro deles disseram que muitos suspeitos de envolvimento com drogas levados aos hospitais haviam recebido tiros na cabeça e coração –disparos precisos que tornam impossível que a vítima sobreviva, o que contraria as afirmações policiais de que os suspeitos estão sendo feridos em tiroteios caóticos. Oscar Albayalde, chefe da polícia metropolitana de Manila, disse que jamais ouviu dizer que policiais levaram suspeitos mortos ao hospital para evitar investigação de cenas de crime. "Vamos investigar essa afirmação", ele disse à Reuters. Caso a investigação demonstre que a polícia estava "transportando os mortos deliberadamente aos hospitais só para manipular provas, teremos de fazer com que os responsáveis se expliquem". O gabinete de Duterte se recusou a acrescentar comentários sobre a resposta de Albayalde às perguntas da Reuters. De acordo com relatórios policiais sobre os incidentes, os suspeitos mortos por disparos durante operações policiais foram "conduzidos imediatamente" ao hospital. "O mais importante é a vida da pessoa", disse Randy Llanderal, comandante de uma delegacia de polícia em Quezon. Os relatórios policiais revisados pela Reuters mostram que Llanderal liderou ou participou de operações nas quais 13 suspeitos de envolvimento com drogas terminaram mortos. Llanderal disse que todos os suspeitos foram alvo de disparos porque atiraram primeiro, durante operações legítimas da polícia. O oficial da polícia de Manila que falou sob a condição de sigilo, um oficial sênior já aposentado e alguns médicos acreditam que haja um acobertamento em curso. Hospitalizar os suspeitos de envolvimento com drogas que tenham sido vitimas de tiros permite que a polícia projete um a imagem mais civilizada, disse o policial de Manila. Seu colega aposentado concorda. "É basicamente um truque para levar o público a acreditar que a polícia se preocupa com a segurança e a sobrevivência dos suspeitos", ele disse, falando sob a condição de que seu nome não fosse mencionado. O oficial da polícia de Manilaa disse que seus subordinados haviam sido instruídos a disparar contra "áreas sensíveis". Os suspeitos que sobrevivessem a esses disparos recebiam novos tiros, para liquidá-los, ou eram sufocados com suas próprias roupas, ele disse. Um exame pela Reuters do incidente de Old Balara e operações semelhantes sugere também que o propósito de levar as vítimas ao hospital era destruir provas e não salvar vidas. Policiais maltrataram vítimas de tiros e não mostraram qualquer urgência em obter tratamento médico para elas, disseram três grupos de familiares de vítimas e outras testemunhas. Remover os corpos torna mais difícil determinar o que realmente aconteceu. "Você oblitera a cena do crime –as provas", disse Rizaldy Rivera, agente do Serviço Nacional de Investigações das Filipinas que trabalhou em investigações sobre brutalidade policial. Os investigadores forenses da polícia nas cenas de crime, disse Rivera, precisam executar seu trabalho naquilo que na prática constitui "uma cena de crime adulterada". As equipes forenses da polícia recolhem evidências e conduzem autópsias. Aurelio Trampe, o general de polícia que comanda o laboratório criminal filipino, disse que os policiais não estão removendo corpos para adulterar cenas de crime. Ele disse que a polícia está autorizada a desconsiderar os procedimentos forenses "se isso significa que vidas poderão ser salvas". Os investigadores forenses ainda podem recolher evidências dos corpos quando eles chegam ao hospital, mas nem sempre o fazem. Em lugar disso, disse Reynaldo Calaoa, o investigador forense chefe das Filipinas, a tarefa cabe ao investigador encarregado do caso. Esses investigador em muitos casos serve na mesma delegacia em que os colegas que mataram o suspeito. Essas práticas podem expor o sistema a abusos, disse Raquel Del Rosario Fortun, cientista forense independente e diretora do departamento de patologia da Universidade das Filipinas em Manila. "Eles dão os tiros, eles causam as mortes –e eles investigam o que fizeram", disse a cientista. "Impunidade, é isso que está acontecendo". CORPOS FRIOS Old Balara é parte de Quezon, a maior das 17 cidades e municípios que formam a região metropolitana de Manila, e a cidade mais populosa das Filipinas. Franza, o chefe do distrito de Old Balara, disse que a polícia insistia em que os seguranças voluntários que trabalham para ele levassem as vítimas das operações de guerra contra as drogas aos hospitais –mesmo quando era evidente que estavam mortas. Por ele ter ajudado a polícia a transportar as vítimas, familiares dos mortos o acusaram, e ao seu pessoal, de cumplicidade nas mortes, disse Franza. Em março, Franza decidiu dar o basta. Continuaremos respondendo aos chamados da polícia, ele disse ao seu pessoal, mas não levaremos corpos ao hospital sem autorização dos investigadores forenses. "Decidi que não realizaria mais ações que considero impróprias", disse Franza. As sete vítimas de Old Balara chegaram ao Centro Médico Avenida Leste empilhadas na caçamba de um caminhão e em outro veículo, disse Jerome Paez, um médico que estava de serviço no pronto-socorro naquela noite. A maioria havia recebido tiros na cabeça e muitas também mostravam sinais de múltiplos tiros no peito. Nenhuma estava respirando ou tinha pulso. "Todos os corpos chegaram frios ao tato", disse Paez, que já trabalhou em 21 casos de vítimas suspeitas de envolvimento com drogas declaradas mortas ao chegar. O pronto-socorro do Hospital Geral de Quezon, a 15 minutos de distância, havia recusado admitir as vítimas, porque já estavam mortas, segundo Franza. O hospital diz não ter registro sobre a chegada de pacientes de Old Balara naquela noite. Os corpos de Old Balara já estavam no necrotério do Centro Médico Avenida Leste quando a mãe de uma das vítimas, Elmer Gayoso, chegou ao local. Ela pediu que a Reuters não mencionasse seu nome, dizendo temer represálias policiais. Gayoso recebeu tiros na cabeça e no coração, ela disse, e o seu rosto foi destruído por um disparo. Ela disse que o marido havia identificado o corpo por meio de cicatrizes de infância conhecidas da família. Os ferimentos eram tão graves que ela não acredita que a polícia tenha levado Gayoso ao hospital para salvar sua vida. "Foi só um pretexto", ela disse, chorando. As mortes também incomodaram Paez, o médico do pronto-socorro. "Documentamos tudo, caso haja necessidade para uma futura investigação", ele disse. Mesmo que os médicos do Centro Médico Avenida Leste suspeitem que um paciente chegou morto, o protocolo hospitalar requer que eles tentem ressuscitação, disse Paez. Isso é dispendioso e um desperdício, em um grande hospital público lotado de pacientes. Em uma recente visita da Reuters, havia velhos usando máscaras de oxigênio deitados imóveis em macas nos corredores. Novos pacientes chegavam em intervalos de poucos minutos. Perguntado sobre o número de suspeitos de envolvimento com drogas que chegam mortos ao hospital, a diretora interina do Centro Médico Avenida Leste, Victoria Abesamis, disse que "não posso afirmar categoricamente que a polícia esteja trazendo corpos já mortos porque deseja encobrir alguma coisa. Acho que é melhor lhes dar o benefício da dúvida". ATIRADOR TREINADO Lawrence Bello e três outros médicos do Centro Médico Avenida Leste entrevistados pela Reuters também expressaram desconforto quanto a atender pacientes que chegam mortos ao hospital como resultado de operações policiais. Bello disse que a polícia em alguns casos trazia corpos que já revelavam sinais de rigor mortis, uma condição que surge horas depois da morte. O hospital recebe dois ou três corpos nessa condição a cada mês, segundo ele. Bello já lidou com 20 casos nos quais suspeitos estavam mortos ao chegar como decorrência de uma operação policial, de acordo com dados do distrito policial de Quezon. Um desses pacientes mostrava sinais de um único tiro. A bala penetrou abaixo do queixo e saiu pelo topo da cabeça. Bello afirmou ter considerado o ferimento como "altamente questionável". Esse tipo de ferimento em geral é associado a vítimas de suicídio ou de disparos a queima-roupa, disse Homer Venters, do grupo Médicos pelos Direitos Humanos, uma organização nova-iorquina que investiga atrocidades em massa. "É difícil que isso aconteça se a vítima não estiver plenamente subjugada", ele disse. Venters não examinou o corpo a que Bello se referiu. Patel Mayuga, outro médico do pronto-socorro do Centro Médico Avenida Leste, pronunciou 10 vítimas de ações policiais como mortas ao chegar, de acordo com dados do distrito policial de Quezon. Suspeitos mortos ao chegar em geral exibem "tiros limpos" na testa ou peito, o que sugere que as mortes são intencionais, disse Mayuga. "Se o tiro atingiu a testa ou peito, isso significa que o atirador teve tempo de se preparar", afirmou o médico. Muitos outros suspeitos de envolvimento com drogas levados a hospitais de Quezon pela polícia mostravam sinais de disparos na cabeça e coração, muitos vezes de uma distância inferior a um metro, disseram quatro médicos à Reuters. Em uma noite de janeiro, a polícia levou cinco corpos em um micro-ônibus ao Hospital Distrital de Novaliches, uma instituição estatal em Quezon. O piso do micro-ônibus estava saturado de sangue e excrementos das vítimas, recorda Lawrence Laguno, o médico que estava de plantão no pronto-socorro. De acordo com a polícia, as vítimas haviam todas sacado armas e disparado contra policiais infiltrados, em uma operação antidrogas. Elas erraram, e a polícia respondeu aos disparos. "Todos os suspeitos foram seriamente feridos", segundo o relatório policial. "Em seguida, os suspeitos feridos foram conduzidos às pressas para o Hospital Distrital de Novaliches, mas foram considerados mortos ao chegar pelo médico responsável, Dr. Lawrence Laguno." Laguno disse à Reuters que os cinco homens haviam recebido tiros na cabeça e no peito, e que os ferimentos de entrada e saída eram praticamente idênticos –disparos que ele interpretou como deliberados e aos quais sobreviver seria impossível. "É incomum receber cinco pacientes com praticamente os mesmos ferimentos", disse o médico. "Foi um atirador treinado. Eles sabiam o que estavam fazendo". Venters, da Médicos pelos Direitos Humanos, disse que é "incrivelmente raro" que ferimentos sejam agrupados com alta precisão em um tiroteio. Venters é médico e comandou pesquisas e investigações sobre execuções extrajudiciais. Quando balas entram em um corpo vindas da mesma direção e plano, isso mostra que a vítima não estava se movimentando, segundo ele. "Ou foram apanhadas de surpresa e atacadas a tiros ou foram subjugadas e atacadas a tiros". Willie Saludares, diretor interino do pronto-socorro do Centro Médico Avenida Leste, disse que os médicos não conduziram novas investigações sobre os casos questionáveis porque descobrir de que forma alguém foi morto não é assunto deles. "Lamento se isso causa uma impressão de frieza, mas é assim que as coisas são", ele disse. "Só o que me preocupa é a saúde de um paciente. Não faço trabalho investigativo". E aparentemente ninguém mais o faz. Saludares disse que as agências estatais que investigam mortes causadas pela polícia, como a Comissão de Direitos Humanos e o Serviço Nacional de Investigação, não o entrevistaram. Saludares também disse que falar sobre o assunto o incomodava, e que tinha medo de perder o emprego. Chito Gascon, presidente da Comissão de Direitos Humanos das Filipinas, disse que se casos específicos fossem encaminhados à organização, seus investigadores trabalhariam neles e buscariam o depoimento dos médicos. Mas acrescentou que a comissão está sobrecarregada. "Dadas as limitações atuais em sua capacidade, a comissão só é capaz de investigar e documentar uma fração das mortes reportadas pela mídia", ele disse. O Serviço Nacional de Investigação não comentou. "NÃO ESTAVAM RESPIRANDO" A polícia diz que não atira para matar e que salvar vidas é fundamental. Mas 17 testemunhas entrevistadas pela Reuters dizem que o comportamento dos policiais em cenas de crime sugere o oposto. Em setembro, em um bairro chamado Nagkaisang Nayon, o comandante da delegacia local, Llanderal, liderou uma operação que resultou em mais seis suspeitos mortos ao chegar, na contagem de vítimas de Quezon. De acordo com o relatório policial, os suspeitos –cinco homens e uma mulher– abriram fogo contra policiais infiltrados que estavam se passando por traficantes de drogas. Eles erraram, e os policiais responderam aos disparos. "Quando a fumaça se dissipou", o relatório afirma, "todos os suspeitos haviam recebido ferimentos. Imediatamente depois, eles foram transportados às pressas para o Hospital Distrital de Novaliches mas [foram] declarados mortos ao chegar". Nenhum dos policiais se feriu. Llanderal reconheceu que remover os corpos adulterou a cena de crime, mas insistiu em que os suspeitos estavam vivos. "Eles ainda estavam se mexendo. Todos eles!", disse. Os parentes das vítimas e outras testemunhas disseram à Reuters que os corpos foram levados ao hospital uma hora ou mais depois dos tiros, e que nenhuma das vítimas mostrava sinais de vida. "Eles não estavam se mexendo", disse Feliciano Dela Cruz, o chefe de distrito local. "Não é possível que estivessem vivos", disse Jocelyn Ceron, 47, cujo marido, Ronaldo, foi uma das vítimas fatais. "Nós vimos quando seus corpos foram jogados na caçamba de um caminhão." Ceron disse que o corpo de seu marido tinha seis ferimentos por bala –três no peito ou torso, um na perna e um em cada mão. Parentes disseram que cada um dos demais corpos mostrava marcas de pelo menos seis tiros. Ceron mostrou à Reuters fotos da cena do crime. Llanderal confirmou que as fotos foram tiradas por investigadores da polícia logo depois da operação. Uma foto mostra uma mulher caída com o rosto para baixo em um beco manchado de sangue. Outras mostram um quartinho com cinco homens empilhados no chão, manchados de sangue. Há duas armas claramente visíveis. A Reuters mostrou as fotos a Fortun, a cientista forense independente. "Com base nas fotos, eles parecem estar muito mortos", disse Fortun sobre as seis vítimas. A presença de tantos corpos em um quartinho "não parece compatível" com as afirmações policiais de que os suspeitos foram atingidos por tiros ao fugir de um combate com armas de fogo, ela acrescentou. Os parentes de Ronaldo Ceron acreditam que ele e as demais vítimas tenham sido executados pela polícia a sangue frio. Uma vizinha chamada Maricol Amacna disse ter ouvido um dos homens implorando: "Não me mate, senhor". A Comissão de Direitos Humanos filipinas diz estar investigando as mortes. A polícia descartou as acusações de que agiu indevidamente como "inúteis e infundadas", e condecorou Llanderal e seus homens pela "extraordinária coragem demonstrada em uma operação bem sucedida... que resultou na neutralização" dos suspeitos. Llanderal nega ter executado suspeitos de envolvimento com drogas. "Em operações policiais, não sabemos onde as balas podem ir", ele disse. "Alguns suspeitos retaliam, nos atacam. Só estamos nos defendendo". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Com receio de desembarque, Dilma procura reconquistar Temer
Mesmo com a possibilidade de desembarque do PMDB do governo federal na próxima semana, a presidente Dilma Rousseff avaliou nesta segunda-feira (21) que a situação é ainda "reversível" e escalou ministros de sua equipe a iniciarem uma ofensiva de reaproximação com o vice-presidente Michel Temer. Em conversas reservadas, o peemedebista tem reclamado que há mais de um mês a petista não o recebe e demonstrou irritação com a intervenção do Palácio do Planalto com a nomeação do deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) para a Aviação Civil. Em reunião de coordenação política, a petista avaliou a reaproximação como "estratégica" neste momento. O partido marcou para o dia 29 de março a decisão oficial sobre sua permanência na Esplanada dos Ministérios. A avaliação do governo é que, com a piora da crise política, as chances de desembarque aumentaram consideravelmente. No encontro, a presidente reconheceu que a situação é difícil, mas considerou que o Palácio do Planalto ainda tem cartas na manga para reconquistar o partido aliado, que poderia passar pela nomeação em cargos de segundo e terceiro escalões e a liberação de emendas parlamentares. Até a metade de março, a maior partes das verbas liberadas foram para Saúde e Turismo, pastas comandadas pelos ministros Marcelo Castro e Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB. A petista também escalou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para atuar junto ao partido aliado. Ele deve desembarcar ainda nesta segunda-feira (21) em Brasília, onde atuará como uma espécie de ministro informal da Casa Civil. A reunião serviu ainda para mapear os votos favoráveis ao governo na comissão especial do impeachment, na Câmara dos Deputados. Segundo relatos, a presidente fez um apelo para que ministros das cotas partidárias atuem de maneira mais incisiva junto às bancadas federais para evitar a abertura do processo. Os ministros presentes, entre eles de partidos como PR, PDT e PMDB, relataram que estão sofrendo pressões de deputados e senadores por comporem o governo federal. Segundo eles, parte das bancadas parlamentares defendem suas saídas da Esplanada dos Ministérios. Como reação, os ministros propuseram à presidente medidas econômicas para evitar neste momento o agravamento da crise econômica.
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Com receio de desembarque, Dilma procura reconquistar TemerMesmo com a possibilidade de desembarque do PMDB do governo federal na próxima semana, a presidente Dilma Rousseff avaliou nesta segunda-feira (21) que a situação é ainda "reversível" e escalou ministros de sua equipe a iniciarem uma ofensiva de reaproximação com o vice-presidente Michel Temer. Em conversas reservadas, o peemedebista tem reclamado que há mais de um mês a petista não o recebe e demonstrou irritação com a intervenção do Palácio do Planalto com a nomeação do deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) para a Aviação Civil. Em reunião de coordenação política, a petista avaliou a reaproximação como "estratégica" neste momento. O partido marcou para o dia 29 de março a decisão oficial sobre sua permanência na Esplanada dos Ministérios. A avaliação do governo é que, com a piora da crise política, as chances de desembarque aumentaram consideravelmente. No encontro, a presidente reconheceu que a situação é difícil, mas considerou que o Palácio do Planalto ainda tem cartas na manga para reconquistar o partido aliado, que poderia passar pela nomeação em cargos de segundo e terceiro escalões e a liberação de emendas parlamentares. Até a metade de março, a maior partes das verbas liberadas foram para Saúde e Turismo, pastas comandadas pelos ministros Marcelo Castro e Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB. A petista também escalou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para atuar junto ao partido aliado. Ele deve desembarcar ainda nesta segunda-feira (21) em Brasília, onde atuará como uma espécie de ministro informal da Casa Civil. A reunião serviu ainda para mapear os votos favoráveis ao governo na comissão especial do impeachment, na Câmara dos Deputados. Segundo relatos, a presidente fez um apelo para que ministros das cotas partidárias atuem de maneira mais incisiva junto às bancadas federais para evitar a abertura do processo. Os ministros presentes, entre eles de partidos como PR, PDT e PMDB, relataram que estão sofrendo pressões de deputados e senadores por comporem o governo federal. Segundo eles, parte das bancadas parlamentares defendem suas saídas da Esplanada dos Ministérios. Como reação, os ministros propuseram à presidente medidas econômicas para evitar neste momento o agravamento da crise econômica.
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França detém humorista por apologia ao terrorismo
As autoridades francesas anunciaram nesta quarta (14) a detenção do humorista Dieudonné M'Bala M'Bala e de mais 53 pessoas após o governo francês ter ordenado que os promotores de todo o país agissem contra o terrorismo, o discurso de ódio e o antissemitismo. Apesar de a ordem ter sido dada após os ataques que deixaram 17 mortos em Paris, não há presos diretamente relacionados aos atentados. Depois de ter sido detido para prestar depoimentos por um comentário relacionado ao ato terrorista contra o jornal satírico "Charlie Hebdo", no dia 7, Dieudonné foi solto. O humorista será julgado no próximo mês por apologia ao terrorismo, disse uma autoridade judicial sob condição de anonimato. Conhecido por se envolver em polêmicas, o humorista fez uma brincadeira com o lema da campanha contra o atentado, "Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie, em francês), dizendo que era "Charlie Coulibaly". Ele se referia a Amedy Coulibaly, que atacou um mercado kosher de Paris, matando quatro reféns judeus na sexta (9). O autor, que se dizia vinculado ao Estado Islâmico (EI), foi morto pela polícia. Em 2010, o humorista foi condenado por antissemitismo após ter pedido em vídeo a libertação de Youssof Fofana, condenado pela morte de Ilan Halimi, um jovem judeu sequestrado e torturado em 2006. Desde 2013, diversos espetáculos seus são proibidos. A última polêmica em que se envolveu foi em setembro, quando ironizou a decapitação do jornalista americano James Foley por membros do EI. Ele comparou a morte de Foley às dos ditadores líbio, Muammar Gaddafi, e iraquiano, Saddam Hussein, motivo pelo qual foi investigado pela Justiça francesa por apologia ao terrorismo. Assim como outros países europeus, a França tem leis rígidas contra o discurso de ódio e o antissemitismo por conta do Holocausto.
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França detém humorista por apologia ao terrorismoAs autoridades francesas anunciaram nesta quarta (14) a detenção do humorista Dieudonné M'Bala M'Bala e de mais 53 pessoas após o governo francês ter ordenado que os promotores de todo o país agissem contra o terrorismo, o discurso de ódio e o antissemitismo. Apesar de a ordem ter sido dada após os ataques que deixaram 17 mortos em Paris, não há presos diretamente relacionados aos atentados. Depois de ter sido detido para prestar depoimentos por um comentário relacionado ao ato terrorista contra o jornal satírico "Charlie Hebdo", no dia 7, Dieudonné foi solto. O humorista será julgado no próximo mês por apologia ao terrorismo, disse uma autoridade judicial sob condição de anonimato. Conhecido por se envolver em polêmicas, o humorista fez uma brincadeira com o lema da campanha contra o atentado, "Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie, em francês), dizendo que era "Charlie Coulibaly". Ele se referia a Amedy Coulibaly, que atacou um mercado kosher de Paris, matando quatro reféns judeus na sexta (9). O autor, que se dizia vinculado ao Estado Islâmico (EI), foi morto pela polícia. Em 2010, o humorista foi condenado por antissemitismo após ter pedido em vídeo a libertação de Youssof Fofana, condenado pela morte de Ilan Halimi, um jovem judeu sequestrado e torturado em 2006. Desde 2013, diversos espetáculos seus são proibidos. A última polêmica em que se envolveu foi em setembro, quando ironizou a decapitação do jornalista americano James Foley por membros do EI. Ele comparou a morte de Foley às dos ditadores líbio, Muammar Gaddafi, e iraquiano, Saddam Hussein, motivo pelo qual foi investigado pela Justiça francesa por apologia ao terrorismo. Assim como outros países europeus, a França tem leis rígidas contra o discurso de ódio e o antissemitismo por conta do Holocausto.
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Citibank decide fechar contas do Banco Central da Venezuela
Em meio à deterioração da crise venezuelana, o banco norte-americano Citibank confirmou nesta terça (12) que fechará a conta usada pelo Banco Central da Venezuela para transações em moeda estrangeira. A decisão, que havia sido anunciada na véspera pelo presidente Nicolás Maduro, deve limitar ainda mais a margem de manobra internacional do governo chavista. "Após avaliação periódica da gestão de risco na Venezuela, o Citi decidiu cessar sua atividade como banco correspondente e descontinuar o serviço de certas contas no país", disse a instituição em nota à imprensa. Como banco correspondente, o Citi atuava como plataforma entre instituições oficiais, incluindo o Banco Central e o Banco da Venezuela, e bancos estrangeiros. Na prática, o Citi era usado para efetuar e receber transferências. O fechamento das contas, a ser efetivado em 30 dias, segundo Maduro, deve complicar ainda mais a situação financeira da Venezuela. O país é um dos mais dependentes de comércio exterior, já que sua economia se resume, essencialmente, a exportar petróleo e importar quase tudo que consome. Não está claro se os pagamentos relativos à importação de petróleo venezuelano pelos EUA são feitos por meio dessas contas. Caracas já está sob forte pressão dos seus credores, a quem deve bilhões de dólares em títulos da dívida soberana e da petroleira PDVSA. Mais de US$ 7 bilhões (R$ 23,1 bilhões) devem ser reembolsados até o fim deste ano. Diante do escasseamento das reservas venezuelanas, hoje situadas em US$ 12 bilhões (R$ 39,6 bilhões), crescem temores de um calote e restrições a novos financiamentos para Caracas. Ao divulgar publicamente a decisão do Citi, Maduro disse que a Venezuela é vítima de um "bloqueio financeiro", acusou os EUA de orquestrarem manobras contra Caracas e prometeu "resistir". "A Venezuela não será detida por ninguém. Com ou sem Citibank, vamos seguir adiante. Com ou sem Kimberly, a Venezuela vai pra frente", afirmou o presidente, ao mencionar o embate com outra empresa americana. No sábado, a multinacional Kimberly-Clark, que fabrica principalmente papel higiênico, guardanapos e toalhas sanitárias, anunciou a paralisação das suas operações na Venezuela alegando dificuldades ligadas ao controle de câmbio. A empresa disse não conseguir importar matéria-prima nem obter dólar para manter operações. Em resposta, Maduro ordenou a ocupação da empresa. EXÉRCITO Em outra medida polêmica, militares ocuparam nesta terça-feira portos, aeroportos e empresas em cumprimento à Grande Missão Abastecimento Soberano e Seguro. A ação foi lançada por Maduro segunda (11) para aumentar ainda mais o controle das Forças Armadas sobre a produção e a distribuição de alimentos em meio à grave crise de abastecimento.
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Citibank decide fechar contas do Banco Central da VenezuelaEm meio à deterioração da crise venezuelana, o banco norte-americano Citibank confirmou nesta terça (12) que fechará a conta usada pelo Banco Central da Venezuela para transações em moeda estrangeira. A decisão, que havia sido anunciada na véspera pelo presidente Nicolás Maduro, deve limitar ainda mais a margem de manobra internacional do governo chavista. "Após avaliação periódica da gestão de risco na Venezuela, o Citi decidiu cessar sua atividade como banco correspondente e descontinuar o serviço de certas contas no país", disse a instituição em nota à imprensa. Como banco correspondente, o Citi atuava como plataforma entre instituições oficiais, incluindo o Banco Central e o Banco da Venezuela, e bancos estrangeiros. Na prática, o Citi era usado para efetuar e receber transferências. O fechamento das contas, a ser efetivado em 30 dias, segundo Maduro, deve complicar ainda mais a situação financeira da Venezuela. O país é um dos mais dependentes de comércio exterior, já que sua economia se resume, essencialmente, a exportar petróleo e importar quase tudo que consome. Não está claro se os pagamentos relativos à importação de petróleo venezuelano pelos EUA são feitos por meio dessas contas. Caracas já está sob forte pressão dos seus credores, a quem deve bilhões de dólares em títulos da dívida soberana e da petroleira PDVSA. Mais de US$ 7 bilhões (R$ 23,1 bilhões) devem ser reembolsados até o fim deste ano. Diante do escasseamento das reservas venezuelanas, hoje situadas em US$ 12 bilhões (R$ 39,6 bilhões), crescem temores de um calote e restrições a novos financiamentos para Caracas. Ao divulgar publicamente a decisão do Citi, Maduro disse que a Venezuela é vítima de um "bloqueio financeiro", acusou os EUA de orquestrarem manobras contra Caracas e prometeu "resistir". "A Venezuela não será detida por ninguém. Com ou sem Citibank, vamos seguir adiante. Com ou sem Kimberly, a Venezuela vai pra frente", afirmou o presidente, ao mencionar o embate com outra empresa americana. No sábado, a multinacional Kimberly-Clark, que fabrica principalmente papel higiênico, guardanapos e toalhas sanitárias, anunciou a paralisação das suas operações na Venezuela alegando dificuldades ligadas ao controle de câmbio. A empresa disse não conseguir importar matéria-prima nem obter dólar para manter operações. Em resposta, Maduro ordenou a ocupação da empresa. EXÉRCITO Em outra medida polêmica, militares ocuparam nesta terça-feira portos, aeroportos e empresas em cumprimento à Grande Missão Abastecimento Soberano e Seguro. A ação foi lançada por Maduro segunda (11) para aumentar ainda mais o controle das Forças Armadas sobre a produção e a distribuição de alimentos em meio à grave crise de abastecimento.
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Ossos podem revelar como industrialização afetou saúde humana
No interior do Museu de Londres, visitantes percorrem recriações de vilas romanas e inspecionam armas medievais e carruagens vitorianas. Mas é capaz de nenhum deles saber que debaixo de seus pés há uma coleção bem diferente. Um armazém subterrâneo abriga uma infinidade de caixas de papelão contendo esqueletos humanos de várias idades. É o acervo do Centro de Bioarquelogia Humana, com os restos mortais de pelo menos 20 mil pessoas. "É, possivelmente, uma das maiores coleções de ossos do mundo, em apenas uma cidade", explica Jelena Bekvalac, uma das curadoras do museu. Os esqueletos datam de várias épocas da história londrina –da ocupação romana ao século 19– e revelam a historiadores e arqueólogos muitas coisas sobre o passado da capital britânica. Isso inclui a derrubada de estereótipos como a ideia de que Londres virou um caos nas duas epidemias de Peste Negra que assolaram as Ilhas Britânicas (escavações mostraram que os enterros foram organizados) ou de que a higiene dental era terrível antigamente –na verdade, os dentes mais saudáveis eram os de londrinos da Idade Média, por causa da ausência de consumo de açúcar refinado). Porém, um novo projeto quer usar os ossos para estudar como a industrialização afetou a saúde de londrinos e como pode continuar afetando. Essa pergunta só pode ser respondida com uma amostra de pesquisa bastante ampla, como a do departamento do museu. "Os dados que temos de esqueletos no Reino Unido, sobretudo em Londres, é enorme e cresceu nas últimas décadas. Isso possibilita estudos como esse", diz a arqueóloga Elizabeth Craig-Atkins, da Universidade de Sheffield. Faz todo o sentido que uma coleção tão ampla esteja em Londres. Milhões de pessoas foram enterradas ao longo dos séculos na capital e muitas foram desenterradas durante o crescimento da cidade. Apesar de a lei não permitir que arqueólogos mexam em esqueletos com restos de tecido, o Museu de Londres não guarda apenas ossos. "Temos alguns esqueletos com unhas e cabelos, pois, às vezes, há locais de sepultamento em que o tecido mole se perde, mas o esqueleto permanece cabeludo", diz Bekvalac. O projeto de estudos sobre o impacto da industrialização deve durar até 2018. Pesquisadores estão analisando 1.500 esqueletos da coleção e comparando com mil de áreas fora de Londres. Destes, mil esqueletos são de pessoas que viveram antes da Revolução Industrial, e o restante vem dos séculos 18 e 19. Os cientistas usarão métodos clínicos modernos, como tomografias computadorizadas, para analisar os ossos, podendo comparar com dados médicos modernos. SAÚDE E MODERNIDADE A vida moderna teve um imenso impacto em nossa saúde. Mas não está claro como. No Reino Unido, a Revolução Industrial foi seguida por melhor saneamento, saúde pública gratuita e uma maior expectativa de vida. Mas isso também originou mais casos de doenças, como obesidade e diabetes, além do aumento da poluição, que também prejudica a saúde. Uma forma de determinar esse impacto é analisar a saúde humana antes e depois dese período. Só que isso não é tão simples. Um tipo de evidência são registros médicos, mas o problema é que o vocabulário e a compreensão de doenças evoluíram muito ao longo do tempo, o que torna difícil determinar um problema médico do passado. Mas ossos ajudam e muito. Uma simples análise de fêmures ou dedos permite que osteopatas façam uma variedade de diagnósticos em alguém que tenha morrido há muito tempo. Um protuberância pode sugerir, por exemplo, a existência de varizes. Brilho em um osso? Artrite. Bekvalac demonstra o quanto esqueletos podem nos contar. Em nossa visita ao museu, a curadora exibe o esqueleto de um homem que morreu em 1348 e foi enterrado em East Smithfield, área escavada por arqueólogos da instituição nos anos 1980. Apenas esse contexto já deu pistas de como o homem havia morrido: os pesquisadores sabiam que se tratava de um cemitério da Idade Média e que documentos históricos mostravam que a Arquidiocese de Londres tinha adquirido terras para um cemitério emergencial quando notícias da Peste Negra na Europa Continental chegaram até as Ilhas Britânicas. Quando a doença veio, 2.400 pessoas foram enterradas lá –incluindo o homem exibido por Bekvalac. Testes de DNA realizados em 2011 confirmaram que esses indivíduos carregavam a bactéria causadora da peste bubônica. "Mas nossas análises revelam detalhes mais grosseiros ou lesões como fraturas. Se você sofreu algo rápido e agudo, não poderemos ver. Sabemos que você morreu de alguma coisa, mas não do quê. E ainda há processos internos que não se manifestaram", explica a curadora. Isso explica por que inovações médicas mais recentes são tão úteis. Neste projeto do Museu de Londres, uma radiologista clínica tentar estabelecer se doenças ósseas associadas à vida moderna, como a osteoporose e a neoplastia, estavam presentes no passado. Os ossos catalogados terão suas informações reunidas em uma base de dados que poderá ser acessada por arqueólogos e profissionais da área médica interessados tanto no que se passa hoje como há vários séculos.
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Ossos podem revelar como industrialização afetou saúde humanaNo interior do Museu de Londres, visitantes percorrem recriações de vilas romanas e inspecionam armas medievais e carruagens vitorianas. Mas é capaz de nenhum deles saber que debaixo de seus pés há uma coleção bem diferente. Um armazém subterrâneo abriga uma infinidade de caixas de papelão contendo esqueletos humanos de várias idades. É o acervo do Centro de Bioarquelogia Humana, com os restos mortais de pelo menos 20 mil pessoas. "É, possivelmente, uma das maiores coleções de ossos do mundo, em apenas uma cidade", explica Jelena Bekvalac, uma das curadoras do museu. Os esqueletos datam de várias épocas da história londrina –da ocupação romana ao século 19– e revelam a historiadores e arqueólogos muitas coisas sobre o passado da capital britânica. Isso inclui a derrubada de estereótipos como a ideia de que Londres virou um caos nas duas epidemias de Peste Negra que assolaram as Ilhas Britânicas (escavações mostraram que os enterros foram organizados) ou de que a higiene dental era terrível antigamente –na verdade, os dentes mais saudáveis eram os de londrinos da Idade Média, por causa da ausência de consumo de açúcar refinado). Porém, um novo projeto quer usar os ossos para estudar como a industrialização afetou a saúde de londrinos e como pode continuar afetando. Essa pergunta só pode ser respondida com uma amostra de pesquisa bastante ampla, como a do departamento do museu. "Os dados que temos de esqueletos no Reino Unido, sobretudo em Londres, é enorme e cresceu nas últimas décadas. Isso possibilita estudos como esse", diz a arqueóloga Elizabeth Craig-Atkins, da Universidade de Sheffield. Faz todo o sentido que uma coleção tão ampla esteja em Londres. Milhões de pessoas foram enterradas ao longo dos séculos na capital e muitas foram desenterradas durante o crescimento da cidade. Apesar de a lei não permitir que arqueólogos mexam em esqueletos com restos de tecido, o Museu de Londres não guarda apenas ossos. "Temos alguns esqueletos com unhas e cabelos, pois, às vezes, há locais de sepultamento em que o tecido mole se perde, mas o esqueleto permanece cabeludo", diz Bekvalac. O projeto de estudos sobre o impacto da industrialização deve durar até 2018. Pesquisadores estão analisando 1.500 esqueletos da coleção e comparando com mil de áreas fora de Londres. Destes, mil esqueletos são de pessoas que viveram antes da Revolução Industrial, e o restante vem dos séculos 18 e 19. Os cientistas usarão métodos clínicos modernos, como tomografias computadorizadas, para analisar os ossos, podendo comparar com dados médicos modernos. SAÚDE E MODERNIDADE A vida moderna teve um imenso impacto em nossa saúde. Mas não está claro como. No Reino Unido, a Revolução Industrial foi seguida por melhor saneamento, saúde pública gratuita e uma maior expectativa de vida. Mas isso também originou mais casos de doenças, como obesidade e diabetes, além do aumento da poluição, que também prejudica a saúde. Uma forma de determinar esse impacto é analisar a saúde humana antes e depois dese período. Só que isso não é tão simples. Um tipo de evidência são registros médicos, mas o problema é que o vocabulário e a compreensão de doenças evoluíram muito ao longo do tempo, o que torna difícil determinar um problema médico do passado. Mas ossos ajudam e muito. Uma simples análise de fêmures ou dedos permite que osteopatas façam uma variedade de diagnósticos em alguém que tenha morrido há muito tempo. Um protuberância pode sugerir, por exemplo, a existência de varizes. Brilho em um osso? Artrite. Bekvalac demonstra o quanto esqueletos podem nos contar. Em nossa visita ao museu, a curadora exibe o esqueleto de um homem que morreu em 1348 e foi enterrado em East Smithfield, área escavada por arqueólogos da instituição nos anos 1980. Apenas esse contexto já deu pistas de como o homem havia morrido: os pesquisadores sabiam que se tratava de um cemitério da Idade Média e que documentos históricos mostravam que a Arquidiocese de Londres tinha adquirido terras para um cemitério emergencial quando notícias da Peste Negra na Europa Continental chegaram até as Ilhas Britânicas. Quando a doença veio, 2.400 pessoas foram enterradas lá –incluindo o homem exibido por Bekvalac. Testes de DNA realizados em 2011 confirmaram que esses indivíduos carregavam a bactéria causadora da peste bubônica. "Mas nossas análises revelam detalhes mais grosseiros ou lesões como fraturas. Se você sofreu algo rápido e agudo, não poderemos ver. Sabemos que você morreu de alguma coisa, mas não do quê. E ainda há processos internos que não se manifestaram", explica a curadora. Isso explica por que inovações médicas mais recentes são tão úteis. Neste projeto do Museu de Londres, uma radiologista clínica tentar estabelecer se doenças ósseas associadas à vida moderna, como a osteoporose e a neoplastia, estavam presentes no passado. Os ossos catalogados terão suas informações reunidas em uma base de dados que poderá ser acessada por arqueólogos e profissionais da área médica interessados tanto no que se passa hoje como há vários séculos.
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O tucanato paulista julga-se invulnerável
A ser verdadeira a informação de Pedro Novis, ex-presidente da Odebrecht, só a convicção da própria invulnerabilidade pode explicar que o tucano José Serra tenha permitido que seu nome fosse associado ao de José Amaro Pinto Ramos. Como até hoje as investigações das maracutaias ferroviárias não puseram um só tucano na cadeia, a ideia da invulnerabilidade faz algum sentido. O doutor Pinto Ramos é um dos grandes operadores de Pindorama. No século passado, foi amigo de Paulo Maluf e Sergio Motta, em 1993 deu um bonito jantar a Fernando Henrique Cardoso em Washington e meteu-se numa encrenca emprestando dinheiro a um hierarca do partido Democrata. Operou com equipamentos ferroviários da Alstom, aparelhos de vigilância aérea para a Thomson francesa e passou pela caixinha da Odebrecht na contabilidade da construção do submarino nuclear. Esteve em todas, foi acusado de malfeitorias no Brasil, nos Estados Unidos e na Suiça. Jamais foi indiciado. Desde 1995, o tucanato sabia que Pinto Ramos era radioativo. Segundo Novis, em 2006 a Odebrecht pagou 2 milhões de euros (R$ 5,4 milhões em dinheiro de hoje) a José Serra, e o ervanário ia para contas designadas por Pinto Ramos. * Leia outros textos da coluna deste domingo: Mau diagnóstico na rede D'Or Delações da OAS e JBS devem potencializar estrago da Lava Jato Articulação de Temer com Lula e FHC beira formação de quadrilha
colunas
O tucanato paulista julga-se invulnerávelA ser verdadeira a informação de Pedro Novis, ex-presidente da Odebrecht, só a convicção da própria invulnerabilidade pode explicar que o tucano José Serra tenha permitido que seu nome fosse associado ao de José Amaro Pinto Ramos. Como até hoje as investigações das maracutaias ferroviárias não puseram um só tucano na cadeia, a ideia da invulnerabilidade faz algum sentido. O doutor Pinto Ramos é um dos grandes operadores de Pindorama. No século passado, foi amigo de Paulo Maluf e Sergio Motta, em 1993 deu um bonito jantar a Fernando Henrique Cardoso em Washington e meteu-se numa encrenca emprestando dinheiro a um hierarca do partido Democrata. Operou com equipamentos ferroviários da Alstom, aparelhos de vigilância aérea para a Thomson francesa e passou pela caixinha da Odebrecht na contabilidade da construção do submarino nuclear. Esteve em todas, foi acusado de malfeitorias no Brasil, nos Estados Unidos e na Suiça. Jamais foi indiciado. Desde 1995, o tucanato sabia que Pinto Ramos era radioativo. Segundo Novis, em 2006 a Odebrecht pagou 2 milhões de euros (R$ 5,4 milhões em dinheiro de hoje) a José Serra, e o ervanário ia para contas designadas por Pinto Ramos. * Leia outros textos da coluna deste domingo: Mau diagnóstico na rede D'Or Delações da OAS e JBS devem potencializar estrago da Lava Jato Articulação de Temer com Lula e FHC beira formação de quadrilha
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Dupla israelense canta funk em português e vira maior hit do país
O 30° andar do prédio onde fica a embaixada do Brasil em Tel Aviv (Israel) foi tomado nesta semana por guarda-costas, produtores e agentes musicais. O furdunço acompanha os cantores do momento no país, Liraz Russo (o Static) e Ben El Tavori, convidados pelo embaixador Paulo César Meira de Vasconcellos. O motivo? O mais recente single da dupla, "Tudo Bom", com refrão e frases em português, tornou-se o maior hit em Israel dos últimos anos. A mistura de funk e samba foi lançada em junho no YouTube. Em um mês, ultrapassou os 20 milhões de visualizações, sendo que o país tem 8,5 milhões de habitantes. O hit do verão toca em rádios, TVs, festas, shows e boates. A canção cita palavras e expressões como "tudo bom", "batida legal", "cachaça", "caipirinha", "gatinha", "louca", "boca", "favela", "berimbau" e "batuque". Por coincidência, o embaixador do Brasil chegou a Israel no dia em que a música foi lançada: "Toda vez que alguém sabe que sou brasileiro, a primeira coisa que diz é 'tudo bom, tudo bom!'", relata. O uso das palavras em português não é gratuito. Há alguns meses, Static, 26, disse ter sido adotado e é possível que tenha nascido no Brasil. Nas décadas de 1980 e 1990, casais israelenses adotaram milhares de crianças no país –parte de modo ilegal antes do ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente), de 1990. E Static conta ter namorado uma brasileira por seis anos. "Dizem que tenho o look brasileiro. Me identifico com a cultura, com a capoeira. Sinto que há uma proximidade cultural entre os dois países. São calorosos, amam música, o movimento. Quisemos mostrar esse paralelo por meio da nossa canção", diz. É um pouco difícil explicar "Tudo Bom". Segue um trecho: "Ó, Tel Aviv, você é tão bonita/ Não é à toa que diz-se que vinho alegra o coração dos homens / Hoje comemoramos como no meio de uma favela/ Aqui, nós dizemos que "hacol besseder" (tudo bem em hebraico) / Lá, eles dizem que "tudo, tudo bom!" LAÇOS MUSICAIS Dez dias após o lançamento, o sucesso de "Tudo Bom" foi ampliado pelo blogueiro brasileiro Felipe Neto, com 12 milhões de seguidores no YouTube. Ele descobriu por acaso o clipe e gravou sua reação positiva. "Será que é vídeo sobre bomba?", perguntou-se, antes de assistir e se entusiasmar com a produção milionária. Brasileiros passaram a deixar comentários elogiosos na página da dupla. "O que aconteceu foi algo inusitado. Para mim, é algo mágico receber reações assim de brasileiros", afirma Static. A canção reacendeu o amor israelense pela música brasileira. O auge ocorreu nas décadas de 1970 e 80, quando ritmos "patropi" conquistaram o país. Samba, bossa nova, MPB, axé e forró passaram a ser figurinha fácil em TVs e rádios. Segundo o documentarista brasileiro Felipe Ivanicska, autor do curta "Samba de Lá "" Meorav Brazilai (Mistura Brasileira)", tudo começou com a Copa do Mundo de 1970, a única da qual a seleção de Israel conseguiu participar. Nomes importantes da música nacional passaram a gravar versões de músicas brasileiras ou compor canções inspiradas nos ritmos do Brasil. Gal Costa, a Banda do Zé Pretinho, Armandinho, Yamandú Costa, Gilberto Gil, Djavan e Daniela Mercury também refizeram shows no país. Nos anos 1990, a moda esfriou. Apenas por um breve período, a lambada se tornou popular, assim como o "Ai, se Eu te Pego" de Michel Teló. Mas, com "Tudo Bom", a moda do Brasil –e do português– voltou com força total. Assista ao clipe de "Tudo Bom" e leia a tradução da música Assista ao clipe de "Tudo Bom e leia a tradução da música" "Tudo bom" Ben El Tavorinho Statudom Jordalete Me deem uma batida legal! Batida legal Fazemos um carnaval Voamos pelo espaço Fácil! Carnaval aqui, como em São Paulo Então escuta, menina Pare de ser como uma cachaça Você é apimentada como uma caipirinha Gatinha, você é louca Vamos colar nossas bocas Se você acha que sou do Brasil Então como todo o seu corpo tem cor de "café moca"? Brindamos com o copo para o alto "L'chaim", "Salute", "Cheers" Vale a pena conhecer esta cidade E, se vocês já a conhecem, comecem a cantar! Ó, Tel Aviv, você é tão bonita Não é à toa que diz-se que vinho alegra o coração dos homens. Hoje comemoramos como no meio de uma favela Aqui, nós dizemos que "hacol besseder" Lá, eles dizem que "tudo, tudo bom"! Ei, tudo, tudo bom! "Hacol besseder", tudo bom, tudo bom! Berimbau! Você veio até aqui provavelmente atraida pelo ritmo Se você disser que não, me dê um minuto para corrigí-lo Seu corpo é lambada, o ritmo é batucada, isso vai acabar em disastre Ela não é da França, então me diga como consumiu o meu croissant A diferença entre você e todas as outras É que, de noite, você festeja em segredo Tel Aviv, Israel e além Tudo bom, "hacol besseder"! Ó, Tel Aviv, você é tão bonita Não é à toa que diz-se que vinho alegra o coração dos homens. Hoje comemoramos como no meio de uma favela Aqui, nós dizemos que "hacol besseder" Lá, eles dizem que "tudo, tudo bom"! Ei, tudo, tudo bom! "Hacol besseder", tudo bom, tudo bom! Ei, Jordalete! Isso não combina com você. Me dá um samba! Há rumores sobre ela de que recusou todos Há rumores sobre ele de que nenhuma o recusou Pode ser que dê certo se você falar diretamente com ela Pode ser que dê certo se você souber cantar com ela "Hacol besseder", tudo bom!
ilustrada
Dupla israelense canta funk em português e vira maior hit do paísO 30° andar do prédio onde fica a embaixada do Brasil em Tel Aviv (Israel) foi tomado nesta semana por guarda-costas, produtores e agentes musicais. O furdunço acompanha os cantores do momento no país, Liraz Russo (o Static) e Ben El Tavori, convidados pelo embaixador Paulo César Meira de Vasconcellos. O motivo? O mais recente single da dupla, "Tudo Bom", com refrão e frases em português, tornou-se o maior hit em Israel dos últimos anos. A mistura de funk e samba foi lançada em junho no YouTube. Em um mês, ultrapassou os 20 milhões de visualizações, sendo que o país tem 8,5 milhões de habitantes. O hit do verão toca em rádios, TVs, festas, shows e boates. A canção cita palavras e expressões como "tudo bom", "batida legal", "cachaça", "caipirinha", "gatinha", "louca", "boca", "favela", "berimbau" e "batuque". Por coincidência, o embaixador do Brasil chegou a Israel no dia em que a música foi lançada: "Toda vez que alguém sabe que sou brasileiro, a primeira coisa que diz é 'tudo bom, tudo bom!'", relata. O uso das palavras em português não é gratuito. Há alguns meses, Static, 26, disse ter sido adotado e é possível que tenha nascido no Brasil. Nas décadas de 1980 e 1990, casais israelenses adotaram milhares de crianças no país –parte de modo ilegal antes do ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente), de 1990. E Static conta ter namorado uma brasileira por seis anos. "Dizem que tenho o look brasileiro. Me identifico com a cultura, com a capoeira. Sinto que há uma proximidade cultural entre os dois países. São calorosos, amam música, o movimento. Quisemos mostrar esse paralelo por meio da nossa canção", diz. É um pouco difícil explicar "Tudo Bom". Segue um trecho: "Ó, Tel Aviv, você é tão bonita/ Não é à toa que diz-se que vinho alegra o coração dos homens / Hoje comemoramos como no meio de uma favela/ Aqui, nós dizemos que "hacol besseder" (tudo bem em hebraico) / Lá, eles dizem que "tudo, tudo bom!" LAÇOS MUSICAIS Dez dias após o lançamento, o sucesso de "Tudo Bom" foi ampliado pelo blogueiro brasileiro Felipe Neto, com 12 milhões de seguidores no YouTube. Ele descobriu por acaso o clipe e gravou sua reação positiva. "Será que é vídeo sobre bomba?", perguntou-se, antes de assistir e se entusiasmar com a produção milionária. Brasileiros passaram a deixar comentários elogiosos na página da dupla. "O que aconteceu foi algo inusitado. Para mim, é algo mágico receber reações assim de brasileiros", afirma Static. A canção reacendeu o amor israelense pela música brasileira. O auge ocorreu nas décadas de 1970 e 80, quando ritmos "patropi" conquistaram o país. Samba, bossa nova, MPB, axé e forró passaram a ser figurinha fácil em TVs e rádios. Segundo o documentarista brasileiro Felipe Ivanicska, autor do curta "Samba de Lá "" Meorav Brazilai (Mistura Brasileira)", tudo começou com a Copa do Mundo de 1970, a única da qual a seleção de Israel conseguiu participar. Nomes importantes da música nacional passaram a gravar versões de músicas brasileiras ou compor canções inspiradas nos ritmos do Brasil. Gal Costa, a Banda do Zé Pretinho, Armandinho, Yamandú Costa, Gilberto Gil, Djavan e Daniela Mercury também refizeram shows no país. Nos anos 1990, a moda esfriou. Apenas por um breve período, a lambada se tornou popular, assim como o "Ai, se Eu te Pego" de Michel Teló. Mas, com "Tudo Bom", a moda do Brasil –e do português– voltou com força total. Assista ao clipe de "Tudo Bom" e leia a tradução da música Assista ao clipe de "Tudo Bom e leia a tradução da música" "Tudo bom" Ben El Tavorinho Statudom Jordalete Me deem uma batida legal! Batida legal Fazemos um carnaval Voamos pelo espaço Fácil! Carnaval aqui, como em São Paulo Então escuta, menina Pare de ser como uma cachaça Você é apimentada como uma caipirinha Gatinha, você é louca Vamos colar nossas bocas Se você acha que sou do Brasil Então como todo o seu corpo tem cor de "café moca"? Brindamos com o copo para o alto "L'chaim", "Salute", "Cheers" Vale a pena conhecer esta cidade E, se vocês já a conhecem, comecem a cantar! Ó, Tel Aviv, você é tão bonita Não é à toa que diz-se que vinho alegra o coração dos homens. Hoje comemoramos como no meio de uma favela Aqui, nós dizemos que "hacol besseder" Lá, eles dizem que "tudo, tudo bom"! Ei, tudo, tudo bom! "Hacol besseder", tudo bom, tudo bom! Berimbau! Você veio até aqui provavelmente atraida pelo ritmo Se você disser que não, me dê um minuto para corrigí-lo Seu corpo é lambada, o ritmo é batucada, isso vai acabar em disastre Ela não é da França, então me diga como consumiu o meu croissant A diferença entre você e todas as outras É que, de noite, você festeja em segredo Tel Aviv, Israel e além Tudo bom, "hacol besseder"! Ó, Tel Aviv, você é tão bonita Não é à toa que diz-se que vinho alegra o coração dos homens. Hoje comemoramos como no meio de uma favela Aqui, nós dizemos que "hacol besseder" Lá, eles dizem que "tudo, tudo bom"! Ei, tudo, tudo bom! "Hacol besseder", tudo bom, tudo bom! Ei, Jordalete! Isso não combina com você. Me dá um samba! Há rumores sobre ela de que recusou todos Há rumores sobre ele de que nenhuma o recusou Pode ser que dê certo se você falar diretamente com ela Pode ser que dê certo se você souber cantar com ela "Hacol besseder", tudo bom!
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Com pênalti polêmico e expulsão, São Paulo empata com o Vasco
O retorno de Doriva ao Morumbi não teve o sabor que ele esperava. Neste domingo (18), sua equipe deu sinais de que faria boa exibição logo no início do jogo e que então daria ao novo técnico a sua primeira vitória pelo time desde 1994, quando bateu o Fluminense por 4 a 2 na condição de volante "cão de guarda". Mas no meio do caminho tinha um pênalti polêmico, e o São Paulo empatou por 2 a 2 com o Vasco, que chegou ao oitavo jogo de invencibilidade. Com o resultado, o time paulista segue sem vencer com Doriva (perdeu por 2 a 0 para o Fluminense) e caiu para a sexta colocação, mais distante da briga direta pela quarta colocação. No primeiro minuto, o lateral Matheus Reis, 20, promovido das categorias de base pelo colombiano Juan Carlos Osorio, cruzou na área. O zagueiro Rodrigo furou e a bola sobrou para Luis Fabiano, que abriu o placar. O São Paulo dominou o primeiro tempo, mas quando ele encaminhava-se para seu fim, Madson cruzou para a área e Matheus Reis deu carrinho para interceptar. A bola tocou no cotovelo do garoto e o árbitro marcou pênalti. O jogador recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. A marcação foi muito contestada pelos jogadores do São Paulo, e Rogério Ceni chegou a insinuar que as reclamações durante a semana sobre a arbitragem feitas por Eurico Miranda, presidente do Vasco, influenciaram a decisão do árbitro. "Esse pênalti já tinha sido marcado antes de começar o jogo", disse. Com a cobrança convertida por Nenê, o São Paulo voltou do intervalo sem vantagem no placar. O Vasco passou a tocar a bola com tranquilidade e aproveitar a velocidade de Nenê e Madson. Aos 17 minutos, Rodrigo desviou de cabeça escanteio cobrado por Nenê e virou o placar. O São Paulo demorou para reagir, e Ceni foi o melhor jogador da segunda etapa. O goleiro impediu com diversas defesas plásticas que sua equipe sofresse mais gols. Nos minutos finais, pouco depois de Rafael Silva acertar o travessão do goleiro são-paulino, Rodrigo Caio recebeu passe dentro da área e, livre de marcação, empatou a partida. A torcida, que vaiou durante boa parte do segundo tempo e xingou mais ainda o árbitro, aplaudiu o time ao fim do jogo. Na quarta-feira (21), o São Paulo enfrenta o Fluminense no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. Veja vídeo
esporte
Com pênalti polêmico e expulsão, São Paulo empata com o VascoO retorno de Doriva ao Morumbi não teve o sabor que ele esperava. Neste domingo (18), sua equipe deu sinais de que faria boa exibição logo no início do jogo e que então daria ao novo técnico a sua primeira vitória pelo time desde 1994, quando bateu o Fluminense por 4 a 2 na condição de volante "cão de guarda". Mas no meio do caminho tinha um pênalti polêmico, e o São Paulo empatou por 2 a 2 com o Vasco, que chegou ao oitavo jogo de invencibilidade. Com o resultado, o time paulista segue sem vencer com Doriva (perdeu por 2 a 0 para o Fluminense) e caiu para a sexta colocação, mais distante da briga direta pela quarta colocação. No primeiro minuto, o lateral Matheus Reis, 20, promovido das categorias de base pelo colombiano Juan Carlos Osorio, cruzou na área. O zagueiro Rodrigo furou e a bola sobrou para Luis Fabiano, que abriu o placar. O São Paulo dominou o primeiro tempo, mas quando ele encaminhava-se para seu fim, Madson cruzou para a área e Matheus Reis deu carrinho para interceptar. A bola tocou no cotovelo do garoto e o árbitro marcou pênalti. O jogador recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. A marcação foi muito contestada pelos jogadores do São Paulo, e Rogério Ceni chegou a insinuar que as reclamações durante a semana sobre a arbitragem feitas por Eurico Miranda, presidente do Vasco, influenciaram a decisão do árbitro. "Esse pênalti já tinha sido marcado antes de começar o jogo", disse. Com a cobrança convertida por Nenê, o São Paulo voltou do intervalo sem vantagem no placar. O Vasco passou a tocar a bola com tranquilidade e aproveitar a velocidade de Nenê e Madson. Aos 17 minutos, Rodrigo desviou de cabeça escanteio cobrado por Nenê e virou o placar. O São Paulo demorou para reagir, e Ceni foi o melhor jogador da segunda etapa. O goleiro impediu com diversas defesas plásticas que sua equipe sofresse mais gols. Nos minutos finais, pouco depois de Rafael Silva acertar o travessão do goleiro são-paulino, Rodrigo Caio recebeu passe dentro da área e, livre de marcação, empatou a partida. A torcida, que vaiou durante boa parte do segundo tempo e xingou mais ainda o árbitro, aplaudiu o time ao fim do jogo. Na quarta-feira (21), o São Paulo enfrenta o Fluminense no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. Veja vídeo
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O manifesto da esperança
Caso você lançasse um manifesto, pediria as assinaturas de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero? E de Chico Buarque, Luis Fernando Veríssimo e Walter Salles? Pois é. Os organizadores do manifesto "Por uma Nova CBF" não pediram as dos três primeiros e pediram as dos três últimos, exatamente porque não querem nunca mais ver o trio de cartolas no comando da CBF. Obtiveram sem dificuldades, como obtiveram as de Pelé e Tostão, juntos novamente pelo menos na reivindicação de limpeza e democracia. Além das de Bernardinho, Tite, Paulo Autuori, todos campeões mundiais como Raí, um dos organizadores. Zico, Ana Moser, Magic Paula, Fernando Meligeni, Tiago Splitter, notáveis. Há oportunistas? Sempre há, como há quem diga que a aproximação deles é sinal de vitória. Há um goleiro que acabou de parar, Rogério Ceni, e outro que segue fechando o gol e abrindo as cabeças, Fernando Prass. Tite e Prass provavelmente cerraram definitivamente as portas da CBF para eles e Autuori não tem nenhum interesse em trabalhar no atual futebol brasileiro. Pergunte a Raí se ele quer presidir a CBF. Responderá que não, mesma resposta de Alex, depois de ter brilhado no Coritiba, no Palmeiras, no Cruzeiro e no Fenerbahce. Não há segundas nem terceiras intenções entre os signatários. Há só a primeira, a de modernizar o esporte no país. Quase todos os jornalistas esportivos que você respeita assinam, convencidos de que seria covardia se calar, como se fosse possível, guardadas todas as devidas proporções, a neutralidade na Segunda Guerra Mundial. Organizações como a Atletas pelo Brasil, o Bom Senso FC e a Universidade do Futebol lavraram um tento magnífico ao mergulhar com tudo na iniciativa. A insistência por todos os meios, os antiéticos principalmente, da manutenção no poder por parte dos que, há décadas, tomaram a CBF de assalto, é tão patética como a de Eduardo Cunha pela presidência da Câmara dos Deputados. Parece que essa gente gosta de viver perigosamente, não acredita que acontecerá com eles o que já aconteceu com os seus parceiros –ontem foi a PF, anteontem foi o FBI, amanhã serão ambos. Sobrenomes nobres da propaganda como Olivetto e Loducca, apaixonados pelos alvinegros da capital e das praias, chancelam o manifesto sem dizer dizendo que querem ver seus clientes livres do risco de serem contaminados pelos maus hábitos que a Fifa de João Havelange ensinou e a CBF de Ricardo Teixeira aprendeu rapidinho, até porque o começo da lição o próprio Havelange dera anos antes na CBD. Vizinhos de outros cadernos como os queridos Prata e Duvivier disseram presente, assim como o doce PVC, e a brava Mariliz, além de tantos companheiros da ESPN Brasil, e de Ugo Giorgetti e Fernando Calazans, dois mestres não só no duro ofício de escrever, mas, também, da coragem e da dignidade pessoal. Não dá para citar todos, o que é uma pena. Mas dá para dizer que havia tempo que não se via uma manifestação tão bem sucedida apesar de organizada em tão pouco tempo, renovadora da esperança. Ainda veremos uma ABF no lugar desta CBF.
colunas
O manifesto da esperançaCaso você lançasse um manifesto, pediria as assinaturas de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero? E de Chico Buarque, Luis Fernando Veríssimo e Walter Salles? Pois é. Os organizadores do manifesto "Por uma Nova CBF" não pediram as dos três primeiros e pediram as dos três últimos, exatamente porque não querem nunca mais ver o trio de cartolas no comando da CBF. Obtiveram sem dificuldades, como obtiveram as de Pelé e Tostão, juntos novamente pelo menos na reivindicação de limpeza e democracia. Além das de Bernardinho, Tite, Paulo Autuori, todos campeões mundiais como Raí, um dos organizadores. Zico, Ana Moser, Magic Paula, Fernando Meligeni, Tiago Splitter, notáveis. Há oportunistas? Sempre há, como há quem diga que a aproximação deles é sinal de vitória. Há um goleiro que acabou de parar, Rogério Ceni, e outro que segue fechando o gol e abrindo as cabeças, Fernando Prass. Tite e Prass provavelmente cerraram definitivamente as portas da CBF para eles e Autuori não tem nenhum interesse em trabalhar no atual futebol brasileiro. Pergunte a Raí se ele quer presidir a CBF. Responderá que não, mesma resposta de Alex, depois de ter brilhado no Coritiba, no Palmeiras, no Cruzeiro e no Fenerbahce. Não há segundas nem terceiras intenções entre os signatários. Há só a primeira, a de modernizar o esporte no país. Quase todos os jornalistas esportivos que você respeita assinam, convencidos de que seria covardia se calar, como se fosse possível, guardadas todas as devidas proporções, a neutralidade na Segunda Guerra Mundial. Organizações como a Atletas pelo Brasil, o Bom Senso FC e a Universidade do Futebol lavraram um tento magnífico ao mergulhar com tudo na iniciativa. A insistência por todos os meios, os antiéticos principalmente, da manutenção no poder por parte dos que, há décadas, tomaram a CBF de assalto, é tão patética como a de Eduardo Cunha pela presidência da Câmara dos Deputados. Parece que essa gente gosta de viver perigosamente, não acredita que acontecerá com eles o que já aconteceu com os seus parceiros –ontem foi a PF, anteontem foi o FBI, amanhã serão ambos. Sobrenomes nobres da propaganda como Olivetto e Loducca, apaixonados pelos alvinegros da capital e das praias, chancelam o manifesto sem dizer dizendo que querem ver seus clientes livres do risco de serem contaminados pelos maus hábitos que a Fifa de João Havelange ensinou e a CBF de Ricardo Teixeira aprendeu rapidinho, até porque o começo da lição o próprio Havelange dera anos antes na CBD. Vizinhos de outros cadernos como os queridos Prata e Duvivier disseram presente, assim como o doce PVC, e a brava Mariliz, além de tantos companheiros da ESPN Brasil, e de Ugo Giorgetti e Fernando Calazans, dois mestres não só no duro ofício de escrever, mas, também, da coragem e da dignidade pessoal. Não dá para citar todos, o que é uma pena. Mas dá para dizer que havia tempo que não se via uma manifestação tão bem sucedida apesar de organizada em tão pouco tempo, renovadora da esperança. Ainda veremos uma ABF no lugar desta CBF.
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Cinco Estados votam em prévias neste final de semana nos EUA
Mais cinco Estados americanos votam em prévias partidárias neste sábado (5), em uma rodada que inclui Louisiana, Kansas, Maine, Kentucky e Nebraska e tem a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o empresário Donald Trump como favoritos em seus respectivos partidos. De acordo com o site RealClear Politics, no cenário de uma disputa entre Hillary e Trump à Casa Branca, a candidata democrata atualmente teria a preferência, com 45,4% dos votos, contra 42% do republicano. Enquanto os três primeiros têm prévias gerais (no Maine, republicanos votam sábado e democratas, domingo), no Kentucky só os republicanos vão agora às urnas e, no Nebraska, só os democratas. Os dois Estados promoverão a prévia restante em maio. No sistema americano, os eleitores votam e os Estados distribuem os votos dos delegados (representantes) que enviarão à convenção partidária, em julho, de acordo com esse resultado das urnas. Essa rodada pesa mais para a oposição, que põe em jogo 155 dos 1.237 votos de delegados necessários para se consagrar candidato na convenção partidária, ou 12,5%. Trump, que lidera as prévias republicanas mas só somou 319 delegados, é favorito (exceto no Maine, onde não houve sondagem). Prévia da Eleição nos EUA Do lado democrata, são 134 delegados em jogo (5,6% do necessário —cada partido tem diferente total de votantes). Hillary, que lidera a disputa com 1.058 delegados da meta de 2.382 (43%), é favorita na Louisiana e no Kansas. Não há dado de Nebraska.
mundo
Cinco Estados votam em prévias neste final de semana nos EUAMais cinco Estados americanos votam em prévias partidárias neste sábado (5), em uma rodada que inclui Louisiana, Kansas, Maine, Kentucky e Nebraska e tem a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o empresário Donald Trump como favoritos em seus respectivos partidos. De acordo com o site RealClear Politics, no cenário de uma disputa entre Hillary e Trump à Casa Branca, a candidata democrata atualmente teria a preferência, com 45,4% dos votos, contra 42% do republicano. Enquanto os três primeiros têm prévias gerais (no Maine, republicanos votam sábado e democratas, domingo), no Kentucky só os republicanos vão agora às urnas e, no Nebraska, só os democratas. Os dois Estados promoverão a prévia restante em maio. No sistema americano, os eleitores votam e os Estados distribuem os votos dos delegados (representantes) que enviarão à convenção partidária, em julho, de acordo com esse resultado das urnas. Essa rodada pesa mais para a oposição, que põe em jogo 155 dos 1.237 votos de delegados necessários para se consagrar candidato na convenção partidária, ou 12,5%. Trump, que lidera as prévias republicanas mas só somou 319 delegados, é favorito (exceto no Maine, onde não houve sondagem). Prévia da Eleição nos EUA Do lado democrata, são 134 delegados em jogo (5,6% do necessário —cada partido tem diferente total de votantes). Hillary, que lidera a disputa com 1.058 delegados da meta de 2.382 (43%), é favorita na Louisiana e no Kansas. Não há dado de Nebraska.
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Bom dia, canceriano! Hoje tem show de Arnaldo Antunes, jogo do Palmeiras adiantado e ioga gratuita no parque Ibirapuera
DE SÃO PAULO São Paulo, 21 de junho de 2016. Terça-feira. Bom dia para você canceriano! Hoje o Sol chega ao seu signo (calma, não precisa se emocionar), inspirando iniciativas de cuidado (respira fundo) e proteção (pensa em outra coisa), trazendo mais vitalidade e disposição (arregala o olho, olha pra cima) para criar seu mundo (não deixa o lábio tremer) do jeito que você (vai, tá quase acabando) sonha! Chorou de novo, né? Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Óum | Para celebrar o Dia Internacional da Ioga das Nações Unidas, haverá uma aula gratuita no parque Ibirapuera a partir das 9h. Show | Arnaldo Antunes faz show no Teatro Bradesco a partir das 21h30. O cantor traz faixas de seu 16º disco, "Já É", que conta músicas como "Põe Fé Que Já É", "Se Você Nadar" e "Naturalmente, Naturalmente". Ingressos custam entre R$ 40 e R$ 150. Música clássica | O violinista Gidon Kremer, nascido na Letônia, faz duas apresentações (nesta terça e na quarta, 22), acompanhado pela orquestra Kremerata Báltica (fundada pelo próprio em 1997), na Sala São Paulo. No programa constam peças de Mieczyslaw Weinberg, Robert Schumann, Tchaikovsky (na segunda 21) e Beethoven, Raskatov e Piazzolla (na quarta 22). Bravo! | Cantores líricos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro apresentam trechos variados da ópera "Albert Herring", de Benjamin Britten, a partir das 12h, na estação Marechal Deodoro do Metrô. A atração faz parte do evento "10 Minutos de Ópera". Arte contemporânea | O MIS recebe, a partir das 19h, a exposição "Elefante Branco com Paninho em Cima", com trabalhos reunidos por Ana Maria Maia, mestre em história da arte e pesquisadora, durante residência curatorial promovida pelo Paço das Artes. Durante os três meses que ficou em residência, ela buscou encontrar o valor social de representações da juventude na arte. A mostra, com entrada gratuita, reúne trabalhos de diferentes artistas, como Fabiana Faleiros, Leonilson e Rafa Campos Rocha. na ocasião da abertura será realizada a performance "Xerografia do Natural", de Daniel Santiago. * PARA TER ASSUNTO Sinal ruim | A operadora de telefonia Oi pediu recuperação judicial, incluindo R$ 65,4 bilhões em dívidas no processo, o maior valor da história do país. A medida é adotada como proteção por empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas. Delação | Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, vai assumir que controlava pessoalmente os recursos legais e ilegais que irrigam as campanhas presidenciais de 2010 a 2014, vencidas pela presidente afastada, Dilma Rousseff. SOS | Cunha tenta resistir, mas aliados dão como certa saída do cargo. Vida dura A equipe de Dilma Rousseff está preparando uma campanha de financiamento coletivo ("crowdfunding") para arcar com os custos das viagens dela pelo Brasil. A conta das viagens tinha sido repassada para o PT, mas estava salgada para o partido. Há relatos de que também o Instituto Lula está apertando os cintos. As contribuições, outrora abundantes, desapareceram. Orlando | Atirador que matou 49 pessoas em ataque a boate gay na Flórida no último dia 12 disse que ataque foi vingança por bombardeios dos EUA. Pente fino | O Ministério da Cultura precisará de pouco menos de 19 anos para terminar a análise de prestações de contas de projetos aprovados na Rouanet apenas nos 20 primeiros anos de existência da lei. É o que sugere um relatório de gestão do MinC preparado na véspera da saída do então ministro Juca Ferreira, em maio. 8.0 | Música Hermeto Pascoal completa 80 anos, diz que se sente uma criança, continua a criar em ritmo frenético e estima suas composições na casa dos milhares. À luz | Cesariana a pedido só será realizada após 39 semanas de gravidez. De acordo com Conselho Federal de Medicina, esse tipo de parto antes deste período poderia prejudicar os bebês. Frio | O centro da capital paulista amanheceu na segunda (20) com montanhas de cobertores cinzentos espalhadas em vários pontos. Moradores de ruas afirmam que as mantas são doações que foram abandonadas por pessoas que dormiram no local e não foram recolhidas pela equipe de limpeza da Prefeitura de São Paulo, como costumava ser feito até semana passada. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Veja destaques da política da segunda Minuto da política | O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, do PP, retirou a consulta à Comissão de Constituição e Justiça que poderia beneficiar o deputado afastado Eduardo Cunha, do PMDB. A doleira Nelma Kodama, primeira presa da Operação Lava Jato, deixou a prisão nesta segunda. Assista ao vídeo com os destaques da política nesta segunda-feira. Casas | A Câmara Municipal promove reuniões da Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude (11h30 às 13h), e sessão solene em homenagem ao aniversário do bairro do Belém. Na Assembleia Legislativa (próxima ao parque Ibirapuera), haverá, a partir das 9h, reunião de manifestantes contra o projeto de lei 328, que aliena imóveis públicos paras fazer caixa e equilibrar contas do governo estadual. Também haverá reunião da Comissão de Educação e Cultura. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | É melhor pegar o guarda-chuva: a previsão do tempo volta a indicar possibilidade de chuva na tarde e na noite desta terça. A temperatura máxima prevista pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é de 16ºC. A mínima, de 12ºC. Pompeia | O trânsito deve ficar mais carregado na região da Pompeia, na zona oeste, próximo ao Allianz Parque, devido ao jogo entre o Palmeiras (1º colocado no Campeonato Brasileiro) e o América-MG (penúltimo), pela 10ª rodada do Brasileirão. O jogo, que era para ser realizado na quarta, foi adiantado em razão de um evento que será realizado no estádio. Zona leste | A av. Itaquera teve uma faixa interditada, na segunda (20), entre as av. Líder e Professor Edgar Santos. A medida deve se estender por 30 dias. A av. Sapopemba também terá a faixa sentido bairro fechada para carros desta até sexta (24), sempre das 23h às 5h. A interdição ocorre entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz.
saopaulo
Bom dia, canceriano! Hoje tem show de Arnaldo Antunes, jogo do Palmeiras adiantado e ioga gratuita no parque IbirapueraDE SÃO PAULO São Paulo, 21 de junho de 2016. Terça-feira. Bom dia para você canceriano! Hoje o Sol chega ao seu signo (calma, não precisa se emocionar), inspirando iniciativas de cuidado (respira fundo) e proteção (pensa em outra coisa), trazendo mais vitalidade e disposição (arregala o olho, olha pra cima) para criar seu mundo (não deixa o lábio tremer) do jeito que você (vai, tá quase acabando) sonha! Chorou de novo, né? Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Óum | Para celebrar o Dia Internacional da Ioga das Nações Unidas, haverá uma aula gratuita no parque Ibirapuera a partir das 9h. Show | Arnaldo Antunes faz show no Teatro Bradesco a partir das 21h30. O cantor traz faixas de seu 16º disco, "Já É", que conta músicas como "Põe Fé Que Já É", "Se Você Nadar" e "Naturalmente, Naturalmente". Ingressos custam entre R$ 40 e R$ 150. Música clássica | O violinista Gidon Kremer, nascido na Letônia, faz duas apresentações (nesta terça e na quarta, 22), acompanhado pela orquestra Kremerata Báltica (fundada pelo próprio em 1997), na Sala São Paulo. No programa constam peças de Mieczyslaw Weinberg, Robert Schumann, Tchaikovsky (na segunda 21) e Beethoven, Raskatov e Piazzolla (na quarta 22). Bravo! | Cantores líricos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro apresentam trechos variados da ópera "Albert Herring", de Benjamin Britten, a partir das 12h, na estação Marechal Deodoro do Metrô. A atração faz parte do evento "10 Minutos de Ópera". Arte contemporânea | O MIS recebe, a partir das 19h, a exposição "Elefante Branco com Paninho em Cima", com trabalhos reunidos por Ana Maria Maia, mestre em história da arte e pesquisadora, durante residência curatorial promovida pelo Paço das Artes. Durante os três meses que ficou em residência, ela buscou encontrar o valor social de representações da juventude na arte. A mostra, com entrada gratuita, reúne trabalhos de diferentes artistas, como Fabiana Faleiros, Leonilson e Rafa Campos Rocha. na ocasião da abertura será realizada a performance "Xerografia do Natural", de Daniel Santiago. * PARA TER ASSUNTO Sinal ruim | A operadora de telefonia Oi pediu recuperação judicial, incluindo R$ 65,4 bilhões em dívidas no processo, o maior valor da história do país. A medida é adotada como proteção por empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas. Delação | Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, vai assumir que controlava pessoalmente os recursos legais e ilegais que irrigam as campanhas presidenciais de 2010 a 2014, vencidas pela presidente afastada, Dilma Rousseff. SOS | Cunha tenta resistir, mas aliados dão como certa saída do cargo. Vida dura A equipe de Dilma Rousseff está preparando uma campanha de financiamento coletivo ("crowdfunding") para arcar com os custos das viagens dela pelo Brasil. A conta das viagens tinha sido repassada para o PT, mas estava salgada para o partido. Há relatos de que também o Instituto Lula está apertando os cintos. As contribuições, outrora abundantes, desapareceram. Orlando | Atirador que matou 49 pessoas em ataque a boate gay na Flórida no último dia 12 disse que ataque foi vingança por bombardeios dos EUA. Pente fino | O Ministério da Cultura precisará de pouco menos de 19 anos para terminar a análise de prestações de contas de projetos aprovados na Rouanet apenas nos 20 primeiros anos de existência da lei. É o que sugere um relatório de gestão do MinC preparado na véspera da saída do então ministro Juca Ferreira, em maio. 8.0 | Música Hermeto Pascoal completa 80 anos, diz que se sente uma criança, continua a criar em ritmo frenético e estima suas composições na casa dos milhares. À luz | Cesariana a pedido só será realizada após 39 semanas de gravidez. De acordo com Conselho Federal de Medicina, esse tipo de parto antes deste período poderia prejudicar os bebês. Frio | O centro da capital paulista amanheceu na segunda (20) com montanhas de cobertores cinzentos espalhadas em vários pontos. Moradores de ruas afirmam que as mantas são doações que foram abandonadas por pessoas que dormiram no local e não foram recolhidas pela equipe de limpeza da Prefeitura de São Paulo, como costumava ser feito até semana passada. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Veja destaques da política da segunda Minuto da política | O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, do PP, retirou a consulta à Comissão de Constituição e Justiça que poderia beneficiar o deputado afastado Eduardo Cunha, do PMDB. A doleira Nelma Kodama, primeira presa da Operação Lava Jato, deixou a prisão nesta segunda. Assista ao vídeo com os destaques da política nesta segunda-feira. Casas | A Câmara Municipal promove reuniões da Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude (11h30 às 13h), e sessão solene em homenagem ao aniversário do bairro do Belém. Na Assembleia Legislativa (próxima ao parque Ibirapuera), haverá, a partir das 9h, reunião de manifestantes contra o projeto de lei 328, que aliena imóveis públicos paras fazer caixa e equilibrar contas do governo estadual. Também haverá reunião da Comissão de Educação e Cultura. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | É melhor pegar o guarda-chuva: a previsão do tempo volta a indicar possibilidade de chuva na tarde e na noite desta terça. A temperatura máxima prevista pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é de 16ºC. A mínima, de 12ºC. Pompeia | O trânsito deve ficar mais carregado na região da Pompeia, na zona oeste, próximo ao Allianz Parque, devido ao jogo entre o Palmeiras (1º colocado no Campeonato Brasileiro) e o América-MG (penúltimo), pela 10ª rodada do Brasileirão. O jogo, que era para ser realizado na quarta, foi adiantado em razão de um evento que será realizado no estádio. Zona leste | A av. Itaquera teve uma faixa interditada, na segunda (20), entre as av. Líder e Professor Edgar Santos. A medida deve se estender por 30 dias. A av. Sapopemba também terá a faixa sentido bairro fechada para carros desta até sexta (24), sempre das 23h às 5h. A interdição ocorre entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz.
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Blocos de SP terão homenagens a Elke Maravilha, 'Chicos' e Rita Lee
Pelo menos dez blocos carnavalescos de São Paulo irão fazer cortejos de homenagens neste ano. Ídolos da música, sambistas e outros artistas estão na lista dos agraciados com marchinhas, camisetas e ornamentos dos grupos que sairão às ruas da cidade a partir de 11 de fevereiro. O Unidxs do Grande Mel, que tem um xis no lugar do ó para não distinguir gêneros, irá festejar a ex-modelo Elke Maravilha, morta no ano passado. O bloco, que desfila no dia 5 de março nas ruas da Lapa (zona oeste), elabora fantasias que irão remeter ao estilo extravagante e provocador da artista. "Elke contribuiu para nossa cultura popular e também por nossa cultura de diversidades. Ela em si representava questões de estética, comportamento, pluralidade, alegria, liberdade e engrossou o caldo nas questões de gênero. Era uma revolução numa única mulher", afirma Almir Rosa, coordenador do grupo. Já a sambista Clementina de Jesus, cuja morte completa 30 anos em julho, foi a escolhida para ser a homenageada do Liberte a Ivonete, bloco que desfila no dia 18 de fevereiro, na Chácara Santo Antônio (zona sul). O grupo, que já celebrou também Cartola e Jamelão, fez camisetas, logotipos e vai ter uma marchinha inspirada em Clementina e nos sambas que a consagrou. Para Andréa Caichjian, uma das organizadoras do bloco, a sambista "foi uma mulher que quebrou paradigmas cantando samba com uma voz fora dos padrões estéticos para os anos 60". Os cantores Chico Buarque, Chico Science e Chico César são as inspirações do cortejo do Tô de Chico, da Vila Romana (zona oeste). Para o desfile deste ano, em 19 de fevereiro, uma marchinha parodiando a canção "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque, será o destaque do grupo. Na zona central da cidade, o Bloco da Ressaca Cambuci vai prestigiar o compositor Paulo Vanzolini, que chegou a morar no bairro. Uma banda de 30 metais tocará marchinhas na concentração e durante desfile, que terá também bateria, com 40 componentes, e trio elétrico. As camisetas do grupo, que desfila dia 18 de fevereiro, são estampadas com uma caricatura do compositor. A diversão ainda vai ter espaço para a ídolo pop Rita Lee, homenageada pelo bloco Ritaleena, que tem cativado cada vez mais foliões. Neste ano, o grupo vai ter o tema Jardim Elétrico, álbum da banda Os Mutantes, que projetou o nome da cantora paulistana. O cortejo será no dia 18 de fevereiro, em Pinheiros (zona oeste).
cotidiano
Blocos de SP terão homenagens a Elke Maravilha, 'Chicos' e Rita LeePelo menos dez blocos carnavalescos de São Paulo irão fazer cortejos de homenagens neste ano. Ídolos da música, sambistas e outros artistas estão na lista dos agraciados com marchinhas, camisetas e ornamentos dos grupos que sairão às ruas da cidade a partir de 11 de fevereiro. O Unidxs do Grande Mel, que tem um xis no lugar do ó para não distinguir gêneros, irá festejar a ex-modelo Elke Maravilha, morta no ano passado. O bloco, que desfila no dia 5 de março nas ruas da Lapa (zona oeste), elabora fantasias que irão remeter ao estilo extravagante e provocador da artista. "Elke contribuiu para nossa cultura popular e também por nossa cultura de diversidades. Ela em si representava questões de estética, comportamento, pluralidade, alegria, liberdade e engrossou o caldo nas questões de gênero. Era uma revolução numa única mulher", afirma Almir Rosa, coordenador do grupo. Já a sambista Clementina de Jesus, cuja morte completa 30 anos em julho, foi a escolhida para ser a homenageada do Liberte a Ivonete, bloco que desfila no dia 18 de fevereiro, na Chácara Santo Antônio (zona sul). O grupo, que já celebrou também Cartola e Jamelão, fez camisetas, logotipos e vai ter uma marchinha inspirada em Clementina e nos sambas que a consagrou. Para Andréa Caichjian, uma das organizadoras do bloco, a sambista "foi uma mulher que quebrou paradigmas cantando samba com uma voz fora dos padrões estéticos para os anos 60". Os cantores Chico Buarque, Chico Science e Chico César são as inspirações do cortejo do Tô de Chico, da Vila Romana (zona oeste). Para o desfile deste ano, em 19 de fevereiro, uma marchinha parodiando a canção "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque, será o destaque do grupo. Na zona central da cidade, o Bloco da Ressaca Cambuci vai prestigiar o compositor Paulo Vanzolini, que chegou a morar no bairro. Uma banda de 30 metais tocará marchinhas na concentração e durante desfile, que terá também bateria, com 40 componentes, e trio elétrico. As camisetas do grupo, que desfila dia 18 de fevereiro, são estampadas com uma caricatura do compositor. A diversão ainda vai ter espaço para a ídolo pop Rita Lee, homenageada pelo bloco Ritaleena, que tem cativado cada vez mais foliões. Neste ano, o grupo vai ter o tema Jardim Elétrico, álbum da banda Os Mutantes, que projetou o nome da cantora paulistana. O cortejo será no dia 18 de fevereiro, em Pinheiros (zona oeste).
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Tricampeão, Fanning diz acreditar na chance de Medina ser o novo Slater
O norte-americano Kelly Slater construiu uma dinastia na história do surfe. Com 43 anos, hoje ele acumula 11 títulos mundiais. Será que o brasileiro Gabriel Medina conseguirá um dia se equiparar ao maior nome da modalidade? Para o australiano Mick Fanning, 33, não será nada fácil, mas o paulista de 21 anos está no caminho certo. Fanning fala na condição de tricampeão. Venceu o Mundial em 2007, 2009 e 2013. No ano passado, lutou pelo título até a última etapa, em dezembro, na praia de Pipeline, no Havaí, mas sucumbiu justamente diante de Medina. Teve que se contentar com o vice-campeonato. Em entrevista à Folha, o australiano ressalta uma marca que coloca o surfista brasileiro como candidato a uma nova dinastia no esporte. "Honestamente, eu não consigo ver ninguém dominando da mesma maneira que Kelly, mas ele [Medina] é o primeiro cara a se igualar a Slater na precocidade, ao vencer seu primeiro título com 20 anos. Então talvez Medina consiga", disse Fanning. Slater venceu o seu primeiro título em 1992. No período entre 1994 e 1998, ele ganhou o campeonato cinco vezes consecutivas. O americano continua na ativa e é uma inspiração para todos os surfistas do circuito, cuja temporada começou na sexta (27) em Gold Coast, na Austrália. No primeiro dia da etapa, Medina venceu sua bateria e se classificou para a terceira fase da competição. Já Slater e Fanning perderam, o que os obriga a disputar a repescagem. CONFIANÇA "A maneira como Medina terminou em Pipeline vai lhe dar muita confiança. E ele merecia ser campeão", avalia Fanning. De acordo com o australiano, o brasileiro entra na temporada 2015 como favorito. Mas não é só a boa performance no Havaí que o credencia. Medina está amparado em outros bons resultados em 2014, especialmente suas três vitórias. Um desses triunfos aconteceu nas temidas ondas de Teahupoo, na Polinésia Francesa. No dia final da competição, as ondas atingiam quase cinco metros de altura. Medina teve um 9.43 e um 9.53 como as suas melhores notas e derrotou Slater na final por só três centésimos em uma das etapas mais emocionantes dos últimos tempos. "Foi incrível", comentou Fanning sobre aquela etapa. "O modo como ele surfou em um local dominado por um pequeno grupo de surfistas por muitos anos foi impressionante". Entre os brasileiros, Medina é quem, evidentemente, chama mais a atenção de Fanning, mas o australiano elogia a nova geração de surfistas do país. Neste ano, o Brasil contará com outros seis atletas na elite além de Medina, como Miguel Pupo, 23, e Filipe Toledo, 19, o mais novo. "Eles são talentosos e têm muita vontade. É uma combinação perigosa. Esses caras estão dando uma referência para as crianças. Eu acho que o Brasil vai continuar produzindo outros postulantes ao título", afirma o australiano. RAIO X - MICK FANNING NASCIMENTO 13.jun.1981 (33 anos), em Penrith (AUS) ALTURA 1,77 m PESO 72 kg PRINCIPAIS TÍTULOS Tricampeão mundial (2007, 2009 e 2013) PREMIAÇÃO NO SURFE US$ 2,2 milhões (R$ 6,3 milhões)
esporte
Tricampeão, Fanning diz acreditar na chance de Medina ser o novo SlaterO norte-americano Kelly Slater construiu uma dinastia na história do surfe. Com 43 anos, hoje ele acumula 11 títulos mundiais. Será que o brasileiro Gabriel Medina conseguirá um dia se equiparar ao maior nome da modalidade? Para o australiano Mick Fanning, 33, não será nada fácil, mas o paulista de 21 anos está no caminho certo. Fanning fala na condição de tricampeão. Venceu o Mundial em 2007, 2009 e 2013. No ano passado, lutou pelo título até a última etapa, em dezembro, na praia de Pipeline, no Havaí, mas sucumbiu justamente diante de Medina. Teve que se contentar com o vice-campeonato. Em entrevista à Folha, o australiano ressalta uma marca que coloca o surfista brasileiro como candidato a uma nova dinastia no esporte. "Honestamente, eu não consigo ver ninguém dominando da mesma maneira que Kelly, mas ele [Medina] é o primeiro cara a se igualar a Slater na precocidade, ao vencer seu primeiro título com 20 anos. Então talvez Medina consiga", disse Fanning. Slater venceu o seu primeiro título em 1992. No período entre 1994 e 1998, ele ganhou o campeonato cinco vezes consecutivas. O americano continua na ativa e é uma inspiração para todos os surfistas do circuito, cuja temporada começou na sexta (27) em Gold Coast, na Austrália. No primeiro dia da etapa, Medina venceu sua bateria e se classificou para a terceira fase da competição. Já Slater e Fanning perderam, o que os obriga a disputar a repescagem. CONFIANÇA "A maneira como Medina terminou em Pipeline vai lhe dar muita confiança. E ele merecia ser campeão", avalia Fanning. De acordo com o australiano, o brasileiro entra na temporada 2015 como favorito. Mas não é só a boa performance no Havaí que o credencia. Medina está amparado em outros bons resultados em 2014, especialmente suas três vitórias. Um desses triunfos aconteceu nas temidas ondas de Teahupoo, na Polinésia Francesa. No dia final da competição, as ondas atingiam quase cinco metros de altura. Medina teve um 9.43 e um 9.53 como as suas melhores notas e derrotou Slater na final por só três centésimos em uma das etapas mais emocionantes dos últimos tempos. "Foi incrível", comentou Fanning sobre aquela etapa. "O modo como ele surfou em um local dominado por um pequeno grupo de surfistas por muitos anos foi impressionante". Entre os brasileiros, Medina é quem, evidentemente, chama mais a atenção de Fanning, mas o australiano elogia a nova geração de surfistas do país. Neste ano, o Brasil contará com outros seis atletas na elite além de Medina, como Miguel Pupo, 23, e Filipe Toledo, 19, o mais novo. "Eles são talentosos e têm muita vontade. É uma combinação perigosa. Esses caras estão dando uma referência para as crianças. Eu acho que o Brasil vai continuar produzindo outros postulantes ao título", afirma o australiano. RAIO X - MICK FANNING NASCIMENTO 13.jun.1981 (33 anos), em Penrith (AUS) ALTURA 1,77 m PESO 72 kg PRINCIPAIS TÍTULOS Tricampeão mundial (2007, 2009 e 2013) PREMIAÇÃO NO SURFE US$ 2,2 milhões (R$ 6,3 milhões)
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BRF lucra R$ 1,4 bilhão no 4º tri com ajuda de operações internacionais
A BRF, dona de marcas como Sadia, Perdigão e Qualy, teve lucro líquido de R$ 1,415 bilhão no quarto trimestre, avanço de 42,8% sobre o mesmo período do ano anterior, impulsionada pelas operações internacionais e em resultado acima do esperado pelo mercado, informou na noite de quinta-feira (25). O resultado foi favorecido por crescimento em todas as regiões exceto o Brasil e por impacto positivo de R$ 255 milhões na linha de Imposto de Renda e Contribuição Social, ante despesa de R$ 214 milhões nos três últimos meses de 2014. A maior exportadora de carne de frango do mundo teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,885 bilhão, alta de 7% na base de comparação anual. A expectativa média de analistas, de acordo com pesquisa da Reuters, era de lucro líquido de R$ 866 milhões e Ebitda de R$ 1,62 bilhão. A receita líquida ficou em R$ 9 bilhões, alta de 11,3% sobre os três últimos meses de 2014, com crescimento em todas as regiões na comparação anual, exceto no Brasil, que teve recuo de 0,8%. O crescimento foi puxado por um melhor mix de vendas e aumento dos preços médios em reais, disse a companhia, com destaque para Oriente Médio e África, América Latina e Europa. A margem bruta passou para 31,3%, com contração de 2,1 pontos percentuais, devido ao maior custo de produção, principalmente devido ao impacto do câmbio nos preços de grãos, embalagens e outros insumos importados. A margem Ebitda ficou em 21%, baixa de 0,9 ponto percentual. "O cenário de custos que vimos ao longo de 2015, derivado principalmente do impacto do câmbio, continuou pressionando as margens no último trimestre. Além disso, a decisão de postergar para 2016 o reajuste de preços (visando focar no retorno da Perdigão e na operação de comemorativos) acabou não ajudando a mitigar esse efeito", disse a BRF. Os volumes no Brasil tiveram contração anual de 6,3% no quarto trimestre, puxados principalmente pelos produtos in natura, cuja queda foi de 8,8%. ANÚNCIOS Em fato relevante, a BRF informou ainda que o Conselho de Administração da companhia aprovou o cancelamento de 60 milhões de ações mantidas em tesouraria, sem valor nominal. Seu capital social passou a ser dividido em 812.473.246 ações ordinárias. A companhia também anunciou nova estrutura organizacional global. Entre outras mudanças, Alexandre Borges, atual diretor geral para a América Latina, foi indicado para diretor de Finanças e de Relações com Investidores em substituição a Augusto Ribeiro Júnior, que deixa a empresa. A BRF passará a contar com cinco vice-presidências na nova estrutura.
mercado
BRF lucra R$ 1,4 bilhão no 4º tri com ajuda de operações internacionaisA BRF, dona de marcas como Sadia, Perdigão e Qualy, teve lucro líquido de R$ 1,415 bilhão no quarto trimestre, avanço de 42,8% sobre o mesmo período do ano anterior, impulsionada pelas operações internacionais e em resultado acima do esperado pelo mercado, informou na noite de quinta-feira (25). O resultado foi favorecido por crescimento em todas as regiões exceto o Brasil e por impacto positivo de R$ 255 milhões na linha de Imposto de Renda e Contribuição Social, ante despesa de R$ 214 milhões nos três últimos meses de 2014. A maior exportadora de carne de frango do mundo teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,885 bilhão, alta de 7% na base de comparação anual. A expectativa média de analistas, de acordo com pesquisa da Reuters, era de lucro líquido de R$ 866 milhões e Ebitda de R$ 1,62 bilhão. A receita líquida ficou em R$ 9 bilhões, alta de 11,3% sobre os três últimos meses de 2014, com crescimento em todas as regiões na comparação anual, exceto no Brasil, que teve recuo de 0,8%. O crescimento foi puxado por um melhor mix de vendas e aumento dos preços médios em reais, disse a companhia, com destaque para Oriente Médio e África, América Latina e Europa. A margem bruta passou para 31,3%, com contração de 2,1 pontos percentuais, devido ao maior custo de produção, principalmente devido ao impacto do câmbio nos preços de grãos, embalagens e outros insumos importados. A margem Ebitda ficou em 21%, baixa de 0,9 ponto percentual. "O cenário de custos que vimos ao longo de 2015, derivado principalmente do impacto do câmbio, continuou pressionando as margens no último trimestre. Além disso, a decisão de postergar para 2016 o reajuste de preços (visando focar no retorno da Perdigão e na operação de comemorativos) acabou não ajudando a mitigar esse efeito", disse a BRF. Os volumes no Brasil tiveram contração anual de 6,3% no quarto trimestre, puxados principalmente pelos produtos in natura, cuja queda foi de 8,8%. ANÚNCIOS Em fato relevante, a BRF informou ainda que o Conselho de Administração da companhia aprovou o cancelamento de 60 milhões de ações mantidas em tesouraria, sem valor nominal. Seu capital social passou a ser dividido em 812.473.246 ações ordinárias. A companhia também anunciou nova estrutura organizacional global. Entre outras mudanças, Alexandre Borges, atual diretor geral para a América Latina, foi indicado para diretor de Finanças e de Relações com Investidores em substituição a Augusto Ribeiro Júnior, que deixa a empresa. A BRF passará a contar com cinco vice-presidências na nova estrutura.
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Preocupado com a Libertadores, Inter joga com time reserva e bate Avaí
De olho no jogo de quarta (20) contra o Santa Fé-COL pela Libertadores, o Internacional entrou em campo neste domingo (17), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, com o time reserva e não decepcionou seu torcedor. O time comandado por Diego Aguirre venceu por 1 a 0 o Avaí com gol de Vitinho e chegou a sua primeira vitória na competição. O resultado faz a equipe gaúcha pular para a 12ª colocação. Já o Avaí, que empatou a primeira partida diante do Santos, caiu para a 16ª posição. O gol solitário da partida saiu apenas na segunda etapa. Aos 18 min, Alan Ruschel cruzou para a área, e Vitinho, de primeira, deu um forte chute para estufar a rede e dar os três pontos para o Inter. Na próxima rodada, a equipe do Rio Grande do Sul visita o Vasco, no sábado (23). No domingo (24), o Avaí encara o Flamengo. CAMPEONATO BRASILEIRO - 2ª rodada Sábado (16) Coritiba 2 x 0 Grêmio Goiás 2 x 0 Atlético-PR Corinthians 1x0 Chapecoense Domingo (17) Figueirense 0x0 Vasco Santos 1x0 Cruzeiro Flamengo 2x2 Sport Atlético-MG 4x1 Fluminense Ponte Preta 1x0 São Paulo Internacional 1x0 Avaí Joinville 0x0 Palmeiras
esporte
Preocupado com a Libertadores, Inter joga com time reserva e bate AvaíDe olho no jogo de quarta (20) contra o Santa Fé-COL pela Libertadores, o Internacional entrou em campo neste domingo (17), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, com o time reserva e não decepcionou seu torcedor. O time comandado por Diego Aguirre venceu por 1 a 0 o Avaí com gol de Vitinho e chegou a sua primeira vitória na competição. O resultado faz a equipe gaúcha pular para a 12ª colocação. Já o Avaí, que empatou a primeira partida diante do Santos, caiu para a 16ª posição. O gol solitário da partida saiu apenas na segunda etapa. Aos 18 min, Alan Ruschel cruzou para a área, e Vitinho, de primeira, deu um forte chute para estufar a rede e dar os três pontos para o Inter. Na próxima rodada, a equipe do Rio Grande do Sul visita o Vasco, no sábado (23). No domingo (24), o Avaí encara o Flamengo. CAMPEONATO BRASILEIRO - 2ª rodada Sábado (16) Coritiba 2 x 0 Grêmio Goiás 2 x 0 Atlético-PR Corinthians 1x0 Chapecoense Domingo (17) Figueirense 0x0 Vasco Santos 1x0 Cruzeiro Flamengo 2x2 Sport Atlético-MG 4x1 Fluminense Ponte Preta 1x0 São Paulo Internacional 1x0 Avaí Joinville 0x0 Palmeiras
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Rogério será emprestado ao Sport, e São Paulo levará R$ 2,5 milhões
O atacante Rogério não jogará mais pelo São Paulo neste ano. Insatisfeito no time do Morumbi por ser pouco aproveitado por Edgardo Bauza, o jogador decidiu deixar o clube e segue para o Sport em contrato de empréstimo válido por um ano. Na operação, o São Paulo vai ampliar sua participação nos direitos econômicos do jogador e ainda receberá R$ 2,5 milhões do clube pernambucano, por 25% desses direitos. Em agosto do ano passado, o São Paulo adquiriu 65% do jogador por cerca de R$ 1,1 milhão. Antes de repassá-lo ao Sport, o São Paulo aproveitou uma cláusula no contrato e exerceu o direito de compra do jogador por R$ 590 mil, ficando com 100%. O anúncio deve ser feito neste fim de semana. As partes fizeram um acordo no qual o Sport adquirirá 25% do jogador, mais o empréstimo por um ano, e pagará R$ 2,5 milhões ao clube do Morumbi. Desta forma, o time tricolor perderá o jogador pelo período de um ano, mas ampliou em 10% sua participação nos direitos do atleta e ainda lucrou cerca de R$ 810 mil. Conhecido por fazer gols decisivos quando sai do banco de reservas, o jogador se valorizou no período em que jogou pelo São Paulo. No contrato entre as partes, ainda haverá uma cláusula que permite ao São Paulo vender o jogador caso chegue uma proposta por Rogério num valor próximo a R$ 10 milhões. O contrato do atacante com o São Paulo vai até setembro de 2018.
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Rogério será emprestado ao Sport, e São Paulo levará R$ 2,5 milhõesO atacante Rogério não jogará mais pelo São Paulo neste ano. Insatisfeito no time do Morumbi por ser pouco aproveitado por Edgardo Bauza, o jogador decidiu deixar o clube e segue para o Sport em contrato de empréstimo válido por um ano. Na operação, o São Paulo vai ampliar sua participação nos direitos econômicos do jogador e ainda receberá R$ 2,5 milhões do clube pernambucano, por 25% desses direitos. Em agosto do ano passado, o São Paulo adquiriu 65% do jogador por cerca de R$ 1,1 milhão. Antes de repassá-lo ao Sport, o São Paulo aproveitou uma cláusula no contrato e exerceu o direito de compra do jogador por R$ 590 mil, ficando com 100%. O anúncio deve ser feito neste fim de semana. As partes fizeram um acordo no qual o Sport adquirirá 25% do jogador, mais o empréstimo por um ano, e pagará R$ 2,5 milhões ao clube do Morumbi. Desta forma, o time tricolor perderá o jogador pelo período de um ano, mas ampliou em 10% sua participação nos direitos do atleta e ainda lucrou cerca de R$ 810 mil. Conhecido por fazer gols decisivos quando sai do banco de reservas, o jogador se valorizou no período em que jogou pelo São Paulo. No contrato entre as partes, ainda haverá uma cláusula que permite ao São Paulo vender o jogador caso chegue uma proposta por Rogério num valor próximo a R$ 10 milhões. O contrato do atacante com o São Paulo vai até setembro de 2018.
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Os estudantes de ciência que publicam e revisam artigos da Wikipédia
É obrigação civil de cientistas e educadores aperfeiçoar os artigos da Wikipédia? Essa é uma questão interessante quando consideramos a importância da enciclopédia digital para a educação: o site recebe mais de 8.000 visitas a cada segundo, e seus artigos são, quase sempre, o primeiro resultado de nossas pesquisas no Google. Esse debate inspirou a criação de um programa no qual estudantes universitários, supervisionados por seus professores, criam e editam artigos da Wikipédia. A ideia é simples e brilhante: os universitários desenvolvem suas habilidades de comunicação e pensamento crítico, e a enciclopédia colaborativa ganha uma injeção de conhecimento acadêmico. Nesse ano, o tema dado foi ciência –mais especificamente, mulheres na ciência. A organização não-lucrativa Wiki Education Foundation (não ligada à Fundação Wikimedia) lidera o programa há três anos. Cerca de 200 universidades –americanas, na maioria– já adotaram a prática; entre elas estão a UC Berkeley, Harvard, a Universidade Duke, a Universidade George Washington e a Universidade de Nova York. Eryk Salvaggio, diretor de comunicação da Wiki Education, me contou que os estudantes dessas universidades editaram por volta de 35 mil artigos e angariaram um total de 78 milhões de visualizações. O projeto Um Ano de Ciência tem como objetivo aperfeiçoar as informações científicas da Wikipédia, o que inclui lidar com o fato de que as mulheres são muito mal representadas no site. A enciclopédia tem nítida ausência de cientistas do sexo feminino –e não apenas devido ao machismo histórico do meio científico. Ativistas descobriram que milhares de cientistas mulheres famosas não tinham páginas na Wikipédia enquanto muitos cientistas desconhecidos estavam presentes no site. Esse dado revela um curioso efeito colateral do processo colaborativo. Como as informações do site não pertencem a nenhuma autoridade maior, os artigos da Wikipédia, além de refletir os interesses de seus colaboradores, revelam uma discriminação sistêmica. Como a maioria dos editores da Wikipédia e de homens brancos de países desenvolvidos (entre 8% a 14% dos editores são mulheres), há uma grande falta de pontos de vista alternativos, o que afeta e muito a forma como as novas gerações aprendem sobre o mundo. A Wiki Education tenta corrigir esse desequilíbrio. No último semestre, estudantes escreveram por volta de 500 artigos sobre tópicos relacionados a estudos de gênero. O programa também debate a questão da credibilidade da Wikipédia, e como a ferramenta afeta nossa forma de estudar ciência -o que, sinceramente, me deixa muito assustada. Estudos sobre a precisão dos artigos da Wikipédia tiveram resultados inconclusivos, mas revelaram que as informações encontradas no site são mais confiáveis do que o esperado; no entanto, muitos artigos possuem grandes lacunas e outros são recheados de dados completamente incorretos. É aí que surge o ethos do projeto Wiki Education: em vez de lamentar o fato da Wikipédia se deteriorar, seus membros se esforçam para tornar a enciclopédia cada vez melhor. "Se a enciclopédia não disponibiliza as informações que você considera necessárias, ou se você acha que essas informações não estão corretas, vá lá e conserte", disse Salvaggio. Para tanto, a academia teria que reconhecer a Wikipédia como uma fonte válida. Teria que admitir que ela veio para ficar e, por conseguinte, teria que mover esforços para torná-la cada vez melhor. "Não podemos ignorar o fato de que, para bem ou para o mal, esse é o canto da internet que as pessoas visitam para conseguir informações detalhadas sobre diversos temas", disse Greg Boustead, diretor de educação da Fundação Simons, que, junto ao Google, está financiando o projeto Wiki Education. A Wiki Education tenta convencer os cientistas e os educadores a entrarem para o time da Wikipédia. Os cientistas, disse Boustead, continuam escrevendo ensaios e apresentando suas pesquisas em conferências, ignorando deliberadamente essa poderosa ferramenta de comunicação com o público. "Ignorar a maior fonte civil de informações científicas, onde muitos vão para aprender, é de uma irresponsabilidade imensa", afirma Boustead. Isso levanta uma importante questão sobre imparcialidade, outro tema controverso para a Wikipédia: existe alguma diferença entre especialistas, educadores e membros de grandes corporações quando o assunto é a criação de conteúdo em uma enciclopédia colaborativa? A comunidade de colaboradores da Wikipédia leva a imparcialidade a sério –especialmente após a revelação de que centenas de empresas e marcas usavam a plataforma para se autopromover. Artigos com informações enviesadas costumam ser suspensos e, de acordo com as regras do site, cientistas não podem escrever sobre suas próprias pesquisas sem antes alegar conflito de interesse para a administração da Wikipédia. A Wiki Education não é o único grupo que utiliza seu conhecimento para ajudar o site. Hoje existem dezenas dos chamados "WikiProjects", incluindo um voltado unicamente para mulheres na ciência. Esses grupos ajudam a identificar falhas de conteúdo que possam ser sanadas pelos universitários muitas vezes temas técnicos ou esotéricos demais para leigos ou assuntos pelos quais os voluntários não se interessam. O grupo irá participar do circuito de eventos acadêmicos deste ano, incluindo uma parada na Casa Branca, onde eles apresentarão o projeto para a comunidade científica. Muitos professores universitários desconfiam do projeto, claro, mas todos concordam que ele força os estudantes a pensar criticamente sobre as informações que consumem. O que é uma fonte confiável? Qual é o viés por trás desse conteúdo? Ele pode ser considerado correto e imparcial? "Os estudantes acabam pensando sobre como eles leem aquilo que encontram na internet", disse Salvaggio. "Isso é algo que todos nós deveríamos aprender". Tradução: Ananda Pieratti Leia no site da Vice: Os estudantes de ciência que publicam e revisam artigos da Wikipédia
tec
Os estudantes de ciência que publicam e revisam artigos da WikipédiaÉ obrigação civil de cientistas e educadores aperfeiçoar os artigos da Wikipédia? Essa é uma questão interessante quando consideramos a importância da enciclopédia digital para a educação: o site recebe mais de 8.000 visitas a cada segundo, e seus artigos são, quase sempre, o primeiro resultado de nossas pesquisas no Google. Esse debate inspirou a criação de um programa no qual estudantes universitários, supervisionados por seus professores, criam e editam artigos da Wikipédia. A ideia é simples e brilhante: os universitários desenvolvem suas habilidades de comunicação e pensamento crítico, e a enciclopédia colaborativa ganha uma injeção de conhecimento acadêmico. Nesse ano, o tema dado foi ciência –mais especificamente, mulheres na ciência. A organização não-lucrativa Wiki Education Foundation (não ligada à Fundação Wikimedia) lidera o programa há três anos. Cerca de 200 universidades –americanas, na maioria– já adotaram a prática; entre elas estão a UC Berkeley, Harvard, a Universidade Duke, a Universidade George Washington e a Universidade de Nova York. Eryk Salvaggio, diretor de comunicação da Wiki Education, me contou que os estudantes dessas universidades editaram por volta de 35 mil artigos e angariaram um total de 78 milhões de visualizações. O projeto Um Ano de Ciência tem como objetivo aperfeiçoar as informações científicas da Wikipédia, o que inclui lidar com o fato de que as mulheres são muito mal representadas no site. A enciclopédia tem nítida ausência de cientistas do sexo feminino –e não apenas devido ao machismo histórico do meio científico. Ativistas descobriram que milhares de cientistas mulheres famosas não tinham páginas na Wikipédia enquanto muitos cientistas desconhecidos estavam presentes no site. Esse dado revela um curioso efeito colateral do processo colaborativo. Como as informações do site não pertencem a nenhuma autoridade maior, os artigos da Wikipédia, além de refletir os interesses de seus colaboradores, revelam uma discriminação sistêmica. Como a maioria dos editores da Wikipédia e de homens brancos de países desenvolvidos (entre 8% a 14% dos editores são mulheres), há uma grande falta de pontos de vista alternativos, o que afeta e muito a forma como as novas gerações aprendem sobre o mundo. A Wiki Education tenta corrigir esse desequilíbrio. No último semestre, estudantes escreveram por volta de 500 artigos sobre tópicos relacionados a estudos de gênero. O programa também debate a questão da credibilidade da Wikipédia, e como a ferramenta afeta nossa forma de estudar ciência -o que, sinceramente, me deixa muito assustada. Estudos sobre a precisão dos artigos da Wikipédia tiveram resultados inconclusivos, mas revelaram que as informações encontradas no site são mais confiáveis do que o esperado; no entanto, muitos artigos possuem grandes lacunas e outros são recheados de dados completamente incorretos. É aí que surge o ethos do projeto Wiki Education: em vez de lamentar o fato da Wikipédia se deteriorar, seus membros se esforçam para tornar a enciclopédia cada vez melhor. "Se a enciclopédia não disponibiliza as informações que você considera necessárias, ou se você acha que essas informações não estão corretas, vá lá e conserte", disse Salvaggio. Para tanto, a academia teria que reconhecer a Wikipédia como uma fonte válida. Teria que admitir que ela veio para ficar e, por conseguinte, teria que mover esforços para torná-la cada vez melhor. "Não podemos ignorar o fato de que, para bem ou para o mal, esse é o canto da internet que as pessoas visitam para conseguir informações detalhadas sobre diversos temas", disse Greg Boustead, diretor de educação da Fundação Simons, que, junto ao Google, está financiando o projeto Wiki Education. A Wiki Education tenta convencer os cientistas e os educadores a entrarem para o time da Wikipédia. Os cientistas, disse Boustead, continuam escrevendo ensaios e apresentando suas pesquisas em conferências, ignorando deliberadamente essa poderosa ferramenta de comunicação com o público. "Ignorar a maior fonte civil de informações científicas, onde muitos vão para aprender, é de uma irresponsabilidade imensa", afirma Boustead. Isso levanta uma importante questão sobre imparcialidade, outro tema controverso para a Wikipédia: existe alguma diferença entre especialistas, educadores e membros de grandes corporações quando o assunto é a criação de conteúdo em uma enciclopédia colaborativa? A comunidade de colaboradores da Wikipédia leva a imparcialidade a sério –especialmente após a revelação de que centenas de empresas e marcas usavam a plataforma para se autopromover. Artigos com informações enviesadas costumam ser suspensos e, de acordo com as regras do site, cientistas não podem escrever sobre suas próprias pesquisas sem antes alegar conflito de interesse para a administração da Wikipédia. A Wiki Education não é o único grupo que utiliza seu conhecimento para ajudar o site. Hoje existem dezenas dos chamados "WikiProjects", incluindo um voltado unicamente para mulheres na ciência. Esses grupos ajudam a identificar falhas de conteúdo que possam ser sanadas pelos universitários muitas vezes temas técnicos ou esotéricos demais para leigos ou assuntos pelos quais os voluntários não se interessam. O grupo irá participar do circuito de eventos acadêmicos deste ano, incluindo uma parada na Casa Branca, onde eles apresentarão o projeto para a comunidade científica. Muitos professores universitários desconfiam do projeto, claro, mas todos concordam que ele força os estudantes a pensar criticamente sobre as informações que consumem. O que é uma fonte confiável? Qual é o viés por trás desse conteúdo? Ele pode ser considerado correto e imparcial? "Os estudantes acabam pensando sobre como eles leem aquilo que encontram na internet", disse Salvaggio. "Isso é algo que todos nós deveríamos aprender". Tradução: Ananda Pieratti Leia no site da Vice: Os estudantes de ciência que publicam e revisam artigos da Wikipédia
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Gíria da malandragem, pixuleco agora vira sinônimo de propina
Segundo o dicionário Houaiss, o sufixo "eco" funciona como diminutivo que adiciona quase sempre um valor depreciativo às palavras. A definição ajuda não só a entender a língua portuguesa, mas também a desvendar como a palavra "pixuleco" virou sinônimo de propina nos autos da Operação Lava Jato. O radical da palavra não tem registro oficial, mas aparece na literatura brasileira como sinônimo de "dinheiro miúdo e roto". O escritor e jornalista João Antônio (1937-1996), que se notabilizou por retratar o cotidiano da malandragem, escreveu sobre o"pixulé" em diversas histórias. "Comecei por baixo, como todo sofredor começa. Servindo para um, mais malandro, ganhar", diz um personagem em um de seus contos, que começa a vida como engraxate e termina assaltante. O conto segue com a lembrança de um episódio em que o cliente se levanta e escorrega uma nota como pagamento. "Humilde, meio encolhido, eu recolhia a groja magra. Tudo pixulé, só caraminguás, nota de dois ou cinco cruzeiros. Mas eu levantava os olhos e agradecia." O "pixuleco" da Lava Jato não é groja magra. Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, era assim que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto se referia à propina que recolhia das empresas que tinham contratos com a Petrobras. Segundo Pessoa, sempre que sua empresa, a UTC, fechava um negócio com a estatal, Vaccari aparecia em seguida para buscar o "pixuleco", 1% sobre o valor do contrato. Vaccari teria recebido quase R$ 4 milhões em "pixulecos" de Pessoa, que fez acordo de delação premiada. Na crônica recente da política brasileira, é frequente o uso de eufemismos para falar de propina. Pessoas que iam ao Banco Rural em Brasília buscar o dinheiro do mensalão petista se apresentavam dizendo que estavam ali para "pegar uma encomenda". O empresário Carlinhos Cachoeira chamava de "assistência social" os pagamentos que fazia a funcionários públicos.
poder
Gíria da malandragem, pixuleco agora vira sinônimo de propinaSegundo o dicionário Houaiss, o sufixo "eco" funciona como diminutivo que adiciona quase sempre um valor depreciativo às palavras. A definição ajuda não só a entender a língua portuguesa, mas também a desvendar como a palavra "pixuleco" virou sinônimo de propina nos autos da Operação Lava Jato. O radical da palavra não tem registro oficial, mas aparece na literatura brasileira como sinônimo de "dinheiro miúdo e roto". O escritor e jornalista João Antônio (1937-1996), que se notabilizou por retratar o cotidiano da malandragem, escreveu sobre o"pixulé" em diversas histórias. "Comecei por baixo, como todo sofredor começa. Servindo para um, mais malandro, ganhar", diz um personagem em um de seus contos, que começa a vida como engraxate e termina assaltante. O conto segue com a lembrança de um episódio em que o cliente se levanta e escorrega uma nota como pagamento. "Humilde, meio encolhido, eu recolhia a groja magra. Tudo pixulé, só caraminguás, nota de dois ou cinco cruzeiros. Mas eu levantava os olhos e agradecia." O "pixuleco" da Lava Jato não é groja magra. Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, era assim que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto se referia à propina que recolhia das empresas que tinham contratos com a Petrobras. Segundo Pessoa, sempre que sua empresa, a UTC, fechava um negócio com a estatal, Vaccari aparecia em seguida para buscar o "pixuleco", 1% sobre o valor do contrato. Vaccari teria recebido quase R$ 4 milhões em "pixulecos" de Pessoa, que fez acordo de delação premiada. Na crônica recente da política brasileira, é frequente o uso de eufemismos para falar de propina. Pessoas que iam ao Banco Rural em Brasília buscar o dinheiro do mensalão petista se apresentavam dizendo que estavam ali para "pegar uma encomenda". O empresário Carlinhos Cachoeira chamava de "assistência social" os pagamentos que fazia a funcionários públicos.
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Sistema em pane, aqui e na França
As pesquisas não permitem adiantar o mais provável vencedor das eleições francesas do próximo domingo (23). Há quatro candidatos em situação de empate técnico : o centrista Emmanuel Macron (23,5%); Marine Le Pen, da extrema-direita (22,5%); François Fillon, da direita (19,5%); e Jean-Luc Mélenchon, da esquerda (19%). Mas já para dizer quem vai perder. É o "sistema", se tomado como a configuração de como funcionam as coisas na política, na economia, no mundo dos negócios. Ou seja, o establishment, o status quo. Pelo menos é essa a conclusão a que se chega a partir da manchete desta quarta (19) do jornal "Le Monde" que diz que todos esses quatro candidatos em um momento ou outro (ou sempre, acrescento) se posicionaram contra o "sistema", ainda que nem sempre a definição do termo seja coincidente entre eles. Seja como for, há dois candidatos que são decididamente antissistema: Marine Le Pen, obviamente, e Jean-Luc Mélenchon, cujo grito de guerra é "dégagez/dégagez/dégagez", escandindo as sílabas. O verbo significa "sair"/"liberar-se" [do sistema, no caso]. Já nos casos de Macron e Fillon, trata-se, diz o "Monde", de uma tentativa de mobilizar eleitores para suas causas. Mas, ainda assim, fica claro que criticar o sistema e seus representantes dá votos, ao menos na opinião dos principais candidatos presidenciais na França. Desnecessário acrescentar que o establishment tampouco goza de muito prestígio no Brasil, seja o político (principalmente), seja o empresarial. Suspeito que haja mais gente aqui do que na França pronta para gritar "dégagez" agora ou no ano que vem. Essa evidente crise do "sistema" faz mal para a democracia. É razoável supor que ainda seja o sistema preferido de uma maioria substancial, mas o seu funcionamento está em xeque. É sintomático que o Índice Democrático da Unidade de Inteligência da revista britânica "The Economist" assinale o seguinte: "As perspectivas de democratização no mundo árabe permanecem altamente incertas; a democracia regrediu em muitas partes do Leste Europeu; e há uma crise de confiança popular na política no Ocidente". Conclusão inevitável da revista: "Não é fácil construir uma democracia robusta. Mesmo democracias há muito estabelecidas são vulneráveis à corrosão se não forem alimentadas e protegidas". No caso da França —como, antes, nos Estados Unidos— o problema parece ser mais de percepção do que de regressão real do padrão de vida da população. Há uma fatia do eleitorado que se sente deixada para trás por todos os políticos, o a leva a buscar os que se dizem contra o establishment. O problema é que acabam votando em um Donald Trump, por exemplo, que é a quintessência do "sistema", ainda que se diga contra ele. É possível que, no fim das contas, a eleição francesa termine com a vitória de Macron ou Fillon, representantes do establishment, ainda que critiquem um ao outro por fazerem parte dele. Mas, na França como no Brasil, o número de descontentes é suficientemente importante para fazer o "sistema" pensar em alimentar a democracia com algo pelo qual valha a pena sonhar.
colunas
Sistema em pane, aqui e na FrançaAs pesquisas não permitem adiantar o mais provável vencedor das eleições francesas do próximo domingo (23). Há quatro candidatos em situação de empate técnico : o centrista Emmanuel Macron (23,5%); Marine Le Pen, da extrema-direita (22,5%); François Fillon, da direita (19,5%); e Jean-Luc Mélenchon, da esquerda (19%). Mas já para dizer quem vai perder. É o "sistema", se tomado como a configuração de como funcionam as coisas na política, na economia, no mundo dos negócios. Ou seja, o establishment, o status quo. Pelo menos é essa a conclusão a que se chega a partir da manchete desta quarta (19) do jornal "Le Monde" que diz que todos esses quatro candidatos em um momento ou outro (ou sempre, acrescento) se posicionaram contra o "sistema", ainda que nem sempre a definição do termo seja coincidente entre eles. Seja como for, há dois candidatos que são decididamente antissistema: Marine Le Pen, obviamente, e Jean-Luc Mélenchon, cujo grito de guerra é "dégagez/dégagez/dégagez", escandindo as sílabas. O verbo significa "sair"/"liberar-se" [do sistema, no caso]. Já nos casos de Macron e Fillon, trata-se, diz o "Monde", de uma tentativa de mobilizar eleitores para suas causas. Mas, ainda assim, fica claro que criticar o sistema e seus representantes dá votos, ao menos na opinião dos principais candidatos presidenciais na França. Desnecessário acrescentar que o establishment tampouco goza de muito prestígio no Brasil, seja o político (principalmente), seja o empresarial. Suspeito que haja mais gente aqui do que na França pronta para gritar "dégagez" agora ou no ano que vem. Essa evidente crise do "sistema" faz mal para a democracia. É razoável supor que ainda seja o sistema preferido de uma maioria substancial, mas o seu funcionamento está em xeque. É sintomático que o Índice Democrático da Unidade de Inteligência da revista britânica "The Economist" assinale o seguinte: "As perspectivas de democratização no mundo árabe permanecem altamente incertas; a democracia regrediu em muitas partes do Leste Europeu; e há uma crise de confiança popular na política no Ocidente". Conclusão inevitável da revista: "Não é fácil construir uma democracia robusta. Mesmo democracias há muito estabelecidas são vulneráveis à corrosão se não forem alimentadas e protegidas". No caso da França —como, antes, nos Estados Unidos— o problema parece ser mais de percepção do que de regressão real do padrão de vida da população. Há uma fatia do eleitorado que se sente deixada para trás por todos os políticos, o a leva a buscar os que se dizem contra o establishment. O problema é que acabam votando em um Donald Trump, por exemplo, que é a quintessência do "sistema", ainda que se diga contra ele. É possível que, no fim das contas, a eleição francesa termine com a vitória de Macron ou Fillon, representantes do establishment, ainda que critiquem um ao outro por fazerem parte dele. Mas, na França como no Brasil, o número de descontentes é suficientemente importante para fazer o "sistema" pensar em alimentar a democracia com algo pelo qual valha a pena sonhar.
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Preços do petróleo caem de máxima de 7 meses e recuam abaixo de US$ 50
Os preços futuros do petróleo caíam abaixo de US$ 50 nesta sexta-feira (27), afastando-se mais da máxima de sete meses atingida na véspera, com os analistas prevendo recuperação dos mercados nos próximos meses com as interrupções da oferta ajudando a reduzir lentamente o excesso da commodity. Os preços também ficaram sob pressão com o dólar forte, impulsionado pelos dados, no geral, positivos da economia dos Estados Unidos e em meio a crescentes expectativas de aumento dos juros no país no curto prazo. Às 8h38 (horário de Brasília), o petróleo tipo Brent caía 1,39%, para US$ 48,90 o barril, recuando da máxima de US$ 50,51 da sessão anterior, seu maior nível desde o começo de novembro de 2015. Já o petróleo dos Estados Unidos recuava 0,95%, para US$ 49,01 o barril, após atingir US$ 50,21 na quinta-feira, seu maior preço desde o começo de outubro. O petróleo tocou os US$ 50 pela primeira vez em cerca de sete meses na quinta-feira, após interrupções de produção com os incêndios no Canadá e ataques militantes na Nigéria, o que ajudou a reduzir a produção diária global em 4 milhões de barris. "A maioria destas interrupções não deve durar. O retorno da oferta interrompida e o aumento da produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) são os fatores por trás do excesso de oferta mais amplo do mercado, e pela volta dos preços abaixo dos US$ 40 no curto prazo", disse Giovanni Staunovo, analista do UBS, em nota. "Uma combinação de contração da produção dos países fora da Opep e do aumento da demanda nos mercados emergentes resultará em um mercado de petróleo equilibrado em 2017", disse, acrescentando que espera que o Brent seja negociado a cerca de US$ 55 o barril em 12 meses.
mercado
Preços do petróleo caem de máxima de 7 meses e recuam abaixo de US$ 50Os preços futuros do petróleo caíam abaixo de US$ 50 nesta sexta-feira (27), afastando-se mais da máxima de sete meses atingida na véspera, com os analistas prevendo recuperação dos mercados nos próximos meses com as interrupções da oferta ajudando a reduzir lentamente o excesso da commodity. Os preços também ficaram sob pressão com o dólar forte, impulsionado pelos dados, no geral, positivos da economia dos Estados Unidos e em meio a crescentes expectativas de aumento dos juros no país no curto prazo. Às 8h38 (horário de Brasília), o petróleo tipo Brent caía 1,39%, para US$ 48,90 o barril, recuando da máxima de US$ 50,51 da sessão anterior, seu maior nível desde o começo de novembro de 2015. Já o petróleo dos Estados Unidos recuava 0,95%, para US$ 49,01 o barril, após atingir US$ 50,21 na quinta-feira, seu maior preço desde o começo de outubro. O petróleo tocou os US$ 50 pela primeira vez em cerca de sete meses na quinta-feira, após interrupções de produção com os incêndios no Canadá e ataques militantes na Nigéria, o que ajudou a reduzir a produção diária global em 4 milhões de barris. "A maioria destas interrupções não deve durar. O retorno da oferta interrompida e o aumento da produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) são os fatores por trás do excesso de oferta mais amplo do mercado, e pela volta dos preços abaixo dos US$ 40 no curto prazo", disse Giovanni Staunovo, analista do UBS, em nota. "Uma combinação de contração da produção dos países fora da Opep e do aumento da demanda nos mercados emergentes resultará em um mercado de petróleo equilibrado em 2017", disse, acrescentando que espera que o Brent seja negociado a cerca de US$ 55 o barril em 12 meses.
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Haddad prevê maior rigor para atuação de taxistas em São Paulo
Além da regulamentação do Uber e demais aplicativos de transporte particular, a gestão Fernando Haddad (PT) prepara medidas com a justificativa de tornar mais rígidas as regras para a atuação dos 34 mil táxis da capital. O prefeito prevê criar novos mecanismos de regulação dos taxistas, que tiveram a qualidade dos serviços questionada diante do avanço do Uber. Nesta quinta-feira (8), Haddad vai divulgar as diretrizes que deverão restringir a atividade do Uber, já considerada clandestina atualmente, mas que poderão incluir os motoristas e incorporar a tecnologia em uma nova modalidade de táxi por aplicativo. Para rodar, eles teriam que pagar um valor à prefeitura. Nos últimos dias, Haddad afirmou que as mudanças planejadas serão boas para os taxistas, embora diga ao mesmo tempo que não pode "abrir mão da tecnologia". Atualmente, aplicativos de táxi e Uber têm canais de avaliação dos motoristas, algo que não ocorre de forma frequente com demais taxistas. Essa avaliação, feita pelos próprios passageiros, deve ser implementada no futuro. Um projeto de lei para proibir a atuação do Uber foi aprovado na Câmara, mas uma emenda abriu brecha para definir regras sobre esse tipo de transporte. Nesta quarta (7), Haddad afirmou que a prefeitura fará a regulamentação do aplicativo porque teme a precarização do serviço a longo prazo. "Começa bem, termina mal. A pessoa vem bem-intencionada, oferece um serviço de primeira. Daqui a pouco entra um segundo 'player' e a concorrência acaba precarizando [os serviços]. Nós já vimos o que é o transporte clandestino em São Paulo", disse. Em meio à discussão, a Câmara criou uma subcomissão só para analisar a situação dos táxis. "Vamos investigar tudo o que for preciso, inclusive o comércio de alvarás que existe hoje", disse Adilson Amadeu (PTB), vereador que criou a proposta para barrar os aplicativos e que será relator do novo grupo. O presidente do sindicato dos taxistas, Natalício Bezerra, diz ser a favor do aprimoramento da categoria.
cotidiano
Haddad prevê maior rigor para atuação de taxistas em São PauloAlém da regulamentação do Uber e demais aplicativos de transporte particular, a gestão Fernando Haddad (PT) prepara medidas com a justificativa de tornar mais rígidas as regras para a atuação dos 34 mil táxis da capital. O prefeito prevê criar novos mecanismos de regulação dos taxistas, que tiveram a qualidade dos serviços questionada diante do avanço do Uber. Nesta quinta-feira (8), Haddad vai divulgar as diretrizes que deverão restringir a atividade do Uber, já considerada clandestina atualmente, mas que poderão incluir os motoristas e incorporar a tecnologia em uma nova modalidade de táxi por aplicativo. Para rodar, eles teriam que pagar um valor à prefeitura. Nos últimos dias, Haddad afirmou que as mudanças planejadas serão boas para os taxistas, embora diga ao mesmo tempo que não pode "abrir mão da tecnologia". Atualmente, aplicativos de táxi e Uber têm canais de avaliação dos motoristas, algo que não ocorre de forma frequente com demais taxistas. Essa avaliação, feita pelos próprios passageiros, deve ser implementada no futuro. Um projeto de lei para proibir a atuação do Uber foi aprovado na Câmara, mas uma emenda abriu brecha para definir regras sobre esse tipo de transporte. Nesta quarta (7), Haddad afirmou que a prefeitura fará a regulamentação do aplicativo porque teme a precarização do serviço a longo prazo. "Começa bem, termina mal. A pessoa vem bem-intencionada, oferece um serviço de primeira. Daqui a pouco entra um segundo 'player' e a concorrência acaba precarizando [os serviços]. Nós já vimos o que é o transporte clandestino em São Paulo", disse. Em meio à discussão, a Câmara criou uma subcomissão só para analisar a situação dos táxis. "Vamos investigar tudo o que for preciso, inclusive o comércio de alvarás que existe hoje", disse Adilson Amadeu (PTB), vereador que criou a proposta para barrar os aplicativos e que será relator do novo grupo. O presidente do sindicato dos taxistas, Natalício Bezerra, diz ser a favor do aprimoramento da categoria.
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Concorrente da Netflix, Globo Play fecha parcerias com Apple e Google
O Globo Play, serviço de vídeo por demanda da Rede Globo semelhante à Netflix, anunciou ter feito "parcerias" com Apple e Google, começando pelas plataformas das duas gigantes de tecnologia. A exemplo de Netflix, YouTube e do próprio iTunes, da Apple, o Globo Play poderá ser acessado diretamente pelo equipamento de streaming Apple TV. A estreia será até o fim desta semana. No caso do Google, a Globo realizou adaptações do aplicativo Globo Play para Android TV, o sistema operacional usado em smarTVs como Sony, e para o equipamento de streaming Chromecast. Para o futuro, a parceria da Globo com a Apple prevê, entre outras ações, a integração com busca universal e o desenvolvimento de suporte para o assistente de voz Siri. Já a parceria com o Google prevê simplificar a adesão de assinantes com o pagamento direto pela plataforma, repetindo experiência anterior, nos EUA, com o serviço de vídeo por demanda da HBO.
mercado
Concorrente da Netflix, Globo Play fecha parcerias com Apple e GoogleO Globo Play, serviço de vídeo por demanda da Rede Globo semelhante à Netflix, anunciou ter feito "parcerias" com Apple e Google, começando pelas plataformas das duas gigantes de tecnologia. A exemplo de Netflix, YouTube e do próprio iTunes, da Apple, o Globo Play poderá ser acessado diretamente pelo equipamento de streaming Apple TV. A estreia será até o fim desta semana. No caso do Google, a Globo realizou adaptações do aplicativo Globo Play para Android TV, o sistema operacional usado em smarTVs como Sony, e para o equipamento de streaming Chromecast. Para o futuro, a parceria da Globo com a Apple prevê, entre outras ações, a integração com busca universal e o desenvolvimento de suporte para o assistente de voz Siri. Já a parceria com o Google prevê simplificar a adesão de assinantes com o pagamento direto pela plataforma, repetindo experiência anterior, nos EUA, com o serviço de vídeo por demanda da HBO.
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Empresário ligado ao PT preso na Operação Acrônimo é solto após fiança
O empresário dos ramos de gráfica e propaganda Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e mais três pessoas que haviam sido presas na última sexta-feira (29) na Operação Acrônimo foram soltos pela Polícia Federal do Distrito Federal após o pagamento de R$ 188 mil em fianças. Eles haviam sido presos em flagrante pela PF sob suspeita de associação criminosa –que prevê pena de um a três anos de prisão– em uma operação que investiga suspeitas de desvio de recursos públicos para campanhas do PT. Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, a PF apreendeu R$ 113 mil em um avião de Bené que saíra de Belo Horizonte e pousara em Brasília. A suspeita é que o dinheiro seria usado em campanhas petistas. As empresas controladas por Bené e seus familiares receberam pelo menos R$ 525 milhões em contratos com órgãos do governo federal entre 2005 e 2015, em especial os ministérios da Saúde, das Cidades e do Combate à Fome, números apresentados à imprensa pela PF. Segundo a PF, há uma "confusão patrimonial" e indícios de lavagem de dinheiro com o uso de "laranjas". A PF também afirma ter encontrado documentos que trazem indícios de que Bené teria atuado no caixa dois da campanha do governador Fernando Pimentel, de Minas Gerais. Uma tabela impressa em duas páginas traz a inscrição "Campanha Pimentel", segundo a PF. A operação incluiu buscas em um endereço utilizado até o ano passado em Brasília pela atual primeira-dama do governo de Minas, Carolina Oliveira Pereira, que se casou em abril passado com o governador. Pimentel afirmou, neste sábado (30), que houve "um erro" da PF e negou quaisquer irregularidades nos serviços fornecidos por uma empresa de Carolina que deixou de existir no ano passado, a Oli Comunicação. As empresas vinculadas a Bené trabalharam na campanha de Pimentel, tendo sido remuneradas em R$ 3,2 milhões por meio do comitê financeiro estadual do PT. MULTAS Do total da multa paga, Bené desembolsou R$ 78 mil. Marcier Trombiere Moreira, que atuou em 2014 como assessor da campanha eleitoral do atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), pagou R$ 30 mil. Os outros dois detidos, Vitor Nicolato e Pedro Augusto de Medeiros, pagaram R$ 50 mil e R$ 30 mil, respectivamente. Os valores foram pagos com cheques que devem ser descontados nesta segunda-feira (1º). As multas foram arbitradas pela própria PF. Os quatro deixaram o prédio da Superintendência da PF no Distrito Federal na noite de sexta. O advogado de Bené, Celso Lemos, disse que vai pedir a impugnação do valor da multa paga, que considerou "surreal". O advogado disse que orientou seu cliente a não se ausentar de Brasília sem fazer uma comunicação prévia à Justiça Federal. Sobre as suspeitas levantadas na investigação, o advogado disse que "não há clareza alguma porque a própria investigação ainda não foi concluída". "Eles [PF] falaram muito, mas de substância mesmo, nada. Põe-se o carro na frente dos bois", disse o advogado.
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Empresário ligado ao PT preso na Operação Acrônimo é solto após fiançaO empresário dos ramos de gráfica e propaganda Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e mais três pessoas que haviam sido presas na última sexta-feira (29) na Operação Acrônimo foram soltos pela Polícia Federal do Distrito Federal após o pagamento de R$ 188 mil em fianças. Eles haviam sido presos em flagrante pela PF sob suspeita de associação criminosa –que prevê pena de um a três anos de prisão– em uma operação que investiga suspeitas de desvio de recursos públicos para campanhas do PT. Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, a PF apreendeu R$ 113 mil em um avião de Bené que saíra de Belo Horizonte e pousara em Brasília. A suspeita é que o dinheiro seria usado em campanhas petistas. As empresas controladas por Bené e seus familiares receberam pelo menos R$ 525 milhões em contratos com órgãos do governo federal entre 2005 e 2015, em especial os ministérios da Saúde, das Cidades e do Combate à Fome, números apresentados à imprensa pela PF. Segundo a PF, há uma "confusão patrimonial" e indícios de lavagem de dinheiro com o uso de "laranjas". A PF também afirma ter encontrado documentos que trazem indícios de que Bené teria atuado no caixa dois da campanha do governador Fernando Pimentel, de Minas Gerais. Uma tabela impressa em duas páginas traz a inscrição "Campanha Pimentel", segundo a PF. A operação incluiu buscas em um endereço utilizado até o ano passado em Brasília pela atual primeira-dama do governo de Minas, Carolina Oliveira Pereira, que se casou em abril passado com o governador. Pimentel afirmou, neste sábado (30), que houve "um erro" da PF e negou quaisquer irregularidades nos serviços fornecidos por uma empresa de Carolina que deixou de existir no ano passado, a Oli Comunicação. As empresas vinculadas a Bené trabalharam na campanha de Pimentel, tendo sido remuneradas em R$ 3,2 milhões por meio do comitê financeiro estadual do PT. MULTAS Do total da multa paga, Bené desembolsou R$ 78 mil. Marcier Trombiere Moreira, que atuou em 2014 como assessor da campanha eleitoral do atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), pagou R$ 30 mil. Os outros dois detidos, Vitor Nicolato e Pedro Augusto de Medeiros, pagaram R$ 50 mil e R$ 30 mil, respectivamente. Os valores foram pagos com cheques que devem ser descontados nesta segunda-feira (1º). As multas foram arbitradas pela própria PF. Os quatro deixaram o prédio da Superintendência da PF no Distrito Federal na noite de sexta. O advogado de Bené, Celso Lemos, disse que vai pedir a impugnação do valor da multa paga, que considerou "surreal". O advogado disse que orientou seu cliente a não se ausentar de Brasília sem fazer uma comunicação prévia à Justiça Federal. Sobre as suspeitas levantadas na investigação, o advogado disse que "não há clareza alguma porque a própria investigação ainda não foi concluída". "Eles [PF] falaram muito, mas de substância mesmo, nada. Põe-se o carro na frente dos bois", disse o advogado.
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Eduardo Cunha nega possibilidade de deixar o comando da Câmara
Presidente da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, foi enfático ao comentar, nesta sexta (6), sobre a possibilidade de se afastar do comando da casa: "A chance de pedir afastamento da presidência da Câmara é zero. Já sofri inquérito e denúncia e sempre fui inocentado", afirmou. Apesar de primeiro afirmar que só falaria "depois de conhecer as razões do pedido de inquérito", Cunha posteriormente se manifestou a respeito da inclusão de seu nome entre os 49 congressistas investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). "Estou tranquilo. Vou esperar o conteúdo para analisar e depois me pronuncio", disse à reportagem da Folha. Sem acesso ao motivo que o fez entrar na lista, o deputado federal disse mais tarde que "quem não deve, não teme". "Não sei por que meu nome entrou na lista. Se foi aquela história do policial, já respondi a tudo e anexei documentos. Se Procurador-Geral não se deu por satisfeito, não há o que fazer. Estou absolutamente tranquilo e vou responder de novo". Cunha ainda deixou no ar uma ameaça: "Tenho que saber o que levou meu nome a aparecer nessa lista. Se foi influência política, mais à frente haverá uma resposta". Questionado sobre o que queria dizer com isso, o deputado reiterou: "Quero saber se meu nome entrou por influência política. Se foi isso, primeiro vou me defender. Depois... Vou responder".
poder
Eduardo Cunha nega possibilidade de deixar o comando da CâmaraPresidente da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, foi enfático ao comentar, nesta sexta (6), sobre a possibilidade de se afastar do comando da casa: "A chance de pedir afastamento da presidência da Câmara é zero. Já sofri inquérito e denúncia e sempre fui inocentado", afirmou. Apesar de primeiro afirmar que só falaria "depois de conhecer as razões do pedido de inquérito", Cunha posteriormente se manifestou a respeito da inclusão de seu nome entre os 49 congressistas investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). "Estou tranquilo. Vou esperar o conteúdo para analisar e depois me pronuncio", disse à reportagem da Folha. Sem acesso ao motivo que o fez entrar na lista, o deputado federal disse mais tarde que "quem não deve, não teme". "Não sei por que meu nome entrou na lista. Se foi aquela história do policial, já respondi a tudo e anexei documentos. Se Procurador-Geral não se deu por satisfeito, não há o que fazer. Estou absolutamente tranquilo e vou responder de novo". Cunha ainda deixou no ar uma ameaça: "Tenho que saber o que levou meu nome a aparecer nessa lista. Se foi influência política, mais à frente haverá uma resposta". Questionado sobre o que queria dizer com isso, o deputado reiterou: "Quero saber se meu nome entrou por influência política. Se foi isso, primeiro vou me defender. Depois... Vou responder".
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Plástico: Frei Otto e sua arquitetura da leveza
Morto ontem, o arquiteto alemão Frei Otto foi anunciado hoje o vencedor do Pritzker, maior prêmio mundial da arquitetura. Nascido em 1925, Otto cresceu em Berlim e atravessou o período nazista, tendo convivido com as monstruosidades de pedra erguidas pelo... Leia post completo no blog
ilustrada
Plástico: Frei Otto e sua arquitetura da levezaMorto ontem, o arquiteto alemão Frei Otto foi anunciado hoje o vencedor do Pritzker, maior prêmio mundial da arquitetura. Nascido em 1925, Otto cresceu em Berlim e atravessou o período nazista, tendo convivido com as monstruosidades de pedra erguidas pelo... Leia post completo no blog
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Assessor de Palocci preso na Lava Jato tenta suicídio e é transferido
Preso há mais de uma semana, Branislav Kontic, assessor do ex-ministro Antonio Palocci, tentou suicídio no último sábado (1º). Ele foi detido em São Paulo na 35ª fase da Operação Lava Jato , juntamente com o petista, na segunda-feira passada (26). Na sexta (30), o juiz Sergio Moro acatou o pedido da PF para que tanto a prisão de Palocci quanto a de Kontic fossem convertidas em preventivas, ou seja, sem data para terminar. Kontic é apontado na Lava Jato como um dos responsáveis por intermediar o contato entre o petista e o empresário Marcelo Odebrecht, que também está preso. Segundo relatos de agentes e advogados, ele se desesperou e tomou medicamentos em quantidade elevada. Os policiais levaram Kontic para o Hospital Santa Cruz, onde ele foi internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e submetido a uma lavagem estomacal. Na segunda (3), o assessor de Palocci teve alta e foi levado para o CMP (Complexo Médico Penal), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. No mesmo presídio estão outros envolvidos na Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado André Vargas . Palocci, porém, continua na sede da PF, na capital paranaense. Em ofício a Moro, o delegado Igor Romário de Paula solicitou a transferência do investigado "por motivos médicos". No Complexo Médico Penal, Kontic ficaria "sob acompanhamento especializado", escreveu o delegado, que confirmou a internação do último sábado "para acompanhamento médico e realização de exames", mas não informou o motivo. Relatos de investigados na Lava Jato que já estiveram presos tanto na sede da PF quanto no CMP afirmam que rotina no Complexo Penal é melhor, já que em boa parte do dia os detentos podem ficar fora das celas e realizar trabalhos manuais. O mesmo não acontece na sede da PF, onde os presos têm apenas duas horas de sol. Procurada, a assessoria da PF confirmou que Kontic passou mal após tomar remédios e foi internado no sábado, mas não informou qual era o problema de saúde. A polícia não confirma a hipótese de suicídio. O advogado do investigado, José Roberto Batochio, disse que ainda "estava procurando se inteirar do assunto" para saber o que de fato ocorreu. "Mas sei que, em casos de tanta pressão como esse, muitos chegam a fazer delação premiada e outros podem tomar atitudes mais extremadas", afirmou o defensor. "A diversidade da alma humana produz esse tipo de reações."
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Assessor de Palocci preso na Lava Jato tenta suicídio e é transferidoPreso há mais de uma semana, Branislav Kontic, assessor do ex-ministro Antonio Palocci, tentou suicídio no último sábado (1º). Ele foi detido em São Paulo na 35ª fase da Operação Lava Jato , juntamente com o petista, na segunda-feira passada (26). Na sexta (30), o juiz Sergio Moro acatou o pedido da PF para que tanto a prisão de Palocci quanto a de Kontic fossem convertidas em preventivas, ou seja, sem data para terminar. Kontic é apontado na Lava Jato como um dos responsáveis por intermediar o contato entre o petista e o empresário Marcelo Odebrecht, que também está preso. Segundo relatos de agentes e advogados, ele se desesperou e tomou medicamentos em quantidade elevada. Os policiais levaram Kontic para o Hospital Santa Cruz, onde ele foi internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e submetido a uma lavagem estomacal. Na segunda (3), o assessor de Palocci teve alta e foi levado para o CMP (Complexo Médico Penal), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. No mesmo presídio estão outros envolvidos na Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado André Vargas . Palocci, porém, continua na sede da PF, na capital paranaense. Em ofício a Moro, o delegado Igor Romário de Paula solicitou a transferência do investigado "por motivos médicos". No Complexo Médico Penal, Kontic ficaria "sob acompanhamento especializado", escreveu o delegado, que confirmou a internação do último sábado "para acompanhamento médico e realização de exames", mas não informou o motivo. Relatos de investigados na Lava Jato que já estiveram presos tanto na sede da PF quanto no CMP afirmam que rotina no Complexo Penal é melhor, já que em boa parte do dia os detentos podem ficar fora das celas e realizar trabalhos manuais. O mesmo não acontece na sede da PF, onde os presos têm apenas duas horas de sol. Procurada, a assessoria da PF confirmou que Kontic passou mal após tomar remédios e foi internado no sábado, mas não informou qual era o problema de saúde. A polícia não confirma a hipótese de suicídio. O advogado do investigado, José Roberto Batochio, disse que ainda "estava procurando se inteirar do assunto" para saber o que de fato ocorreu. "Mas sei que, em casos de tanta pressão como esse, muitos chegam a fazer delação premiada e outros podem tomar atitudes mais extremadas", afirmou o defensor. "A diversidade da alma humana produz esse tipo de reações."
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Museu submarino com 300 esculturas é inaugurado nas ilhas Canárias
Um museu submarino com mais de 300 esculturas em tamanho real foi inaugurado nesta terça (10) em Lanzarote, a mais oriental das ilhas Canárias –que estão localizadas na costa africana, mas pertencem à Espanha. A 12 metros de profundidade, o Museu Atlântico é uma obra do artista britânico Jason deCaires Taylor, que há mais de uma década se dedica a criar esculturas submersas. Foi ele quem fundou, em 2006, o primeiro parque de esculturas debaixo d'água, em Granada, no Caribe. Em 2009, inaugurou o Musa (Museu Subaquático de Arte) em Cancún, no México –o maior do mundo, com uma coleção de mais de 500 obras. Ao todo, o novo museu conta com 12 instalações, compostas por mais de 300 esculturas. Uma das principais é "O Portal", que possui um espelho voltado para a superfície do oceano e contém pequenos compartimentos que servem de proteção para polvos, ouriços-do-mar e pequenos peixes. Para conhecer o Museu Atlântico, que começou a ser construído em fevereiro de 2016, os visitantes podem mergulhar com snorkel (R$ 27) ou cilindro (R$ 41). Além de servir como ponto turístico, o projeto tem como objetivo produzir um enorme recife artificial para auxiliar no desenvolvimento da vida marinha na região.
turismo
Museu submarino com 300 esculturas é inaugurado nas ilhas CanáriasUm museu submarino com mais de 300 esculturas em tamanho real foi inaugurado nesta terça (10) em Lanzarote, a mais oriental das ilhas Canárias –que estão localizadas na costa africana, mas pertencem à Espanha. A 12 metros de profundidade, o Museu Atlântico é uma obra do artista britânico Jason deCaires Taylor, que há mais de uma década se dedica a criar esculturas submersas. Foi ele quem fundou, em 2006, o primeiro parque de esculturas debaixo d'água, em Granada, no Caribe. Em 2009, inaugurou o Musa (Museu Subaquático de Arte) em Cancún, no México –o maior do mundo, com uma coleção de mais de 500 obras. Ao todo, o novo museu conta com 12 instalações, compostas por mais de 300 esculturas. Uma das principais é "O Portal", que possui um espelho voltado para a superfície do oceano e contém pequenos compartimentos que servem de proteção para polvos, ouriços-do-mar e pequenos peixes. Para conhecer o Museu Atlântico, que começou a ser construído em fevereiro de 2016, os visitantes podem mergulhar com snorkel (R$ 27) ou cilindro (R$ 41). Além de servir como ponto turístico, o projeto tem como objetivo produzir um enorme recife artificial para auxiliar no desenvolvimento da vida marinha na região.
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Suspeita de espionagem alemã sobre franceses abala coalizão de Merkel
As revelações da espionagem praticada pelos serviços de inteligência alemães a pedido dos Estados Unidos levaram os social-democratas, aliados na coalizão que forma o governo da Alemanha, a questionar pela primeira vez nesta terça-feira (6) a chanceler Angela Merkel. Merkel havia defendido na segunda (5) a cooperação dos serviços secretos alemães (BND) com a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, apesar das revelações sobre supostamente terem espionado a França, a União Europeia (UE) e e empresas europeias. Para a chanceler, os serviços de inteligência alemães estavam "sob controle". O ministro da Economia, Sigmar Gabriel, do Partido Social-Democrata (SPD), indicou que havia interrogado Merkel em duas oportunidades. "O que vivemos atualmente é (...) um escândalo que envolve os serviços secretos, o que pode ter um impacto muito importante", declarou o social-democrata na segunda. Segundo Gabriel, Merkel disse que o BND não havia realizado nenhum tipo de espionagem econômica para os serviços secretos americanos. "Não há a menor dúvida de que a chanceler respondeu corretamente as minhas perguntas", disse Gabriel, mas acrescentou: "Caso contrário, se o BND tivesse participado de verdade da espionagem econômica (...), isso hipotecaria gravemente a confiança no governo". COALIZÃO ABALADA Para os meios de comunicação alemães, as declarações de Gabriel são um sinal de que o episódio abalou a coalizão governista. "O conflito entre a CDU/CSU (partido de Merkel) e o SPD é cada vez mais claro", afirmou o "Der Spiegel", apontando a irritação de vários partidários da chanceler. Para o cientista político da Universidade de Düsseldorf Jens Walther, esta é "certamente a maior crise" da coalizão que governa a Alemanha e "também provavelmente, para Merkel, a crise mais grave e perigosa em 10 anos no poder". Seu colega da Universidade Livre de Berlim, Carsten Koshmieder, disse que "o SPD procura se distanciar e talvez também enfraquecer um pouco a chanceler". RELAÇÃO COM A FRANÇA Nesta quarta-feira (6), a França expressou sua confiança no governo alemão apesar das acusações de que funcionários de alto escalão poderiam ter sido espionados. O porta-voz do governo, Stéphane Le Foll, disse que a França "confia no governo alemão para tomar as decisões necessárias". "A amizade franco-alemã superará e supera claramente estas informações, que ainda serão confirmadas", adicionou.
mundo
Suspeita de espionagem alemã sobre franceses abala coalizão de MerkelAs revelações da espionagem praticada pelos serviços de inteligência alemães a pedido dos Estados Unidos levaram os social-democratas, aliados na coalizão que forma o governo da Alemanha, a questionar pela primeira vez nesta terça-feira (6) a chanceler Angela Merkel. Merkel havia defendido na segunda (5) a cooperação dos serviços secretos alemães (BND) com a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, apesar das revelações sobre supostamente terem espionado a França, a União Europeia (UE) e e empresas europeias. Para a chanceler, os serviços de inteligência alemães estavam "sob controle". O ministro da Economia, Sigmar Gabriel, do Partido Social-Democrata (SPD), indicou que havia interrogado Merkel em duas oportunidades. "O que vivemos atualmente é (...) um escândalo que envolve os serviços secretos, o que pode ter um impacto muito importante", declarou o social-democrata na segunda. Segundo Gabriel, Merkel disse que o BND não havia realizado nenhum tipo de espionagem econômica para os serviços secretos americanos. "Não há a menor dúvida de que a chanceler respondeu corretamente as minhas perguntas", disse Gabriel, mas acrescentou: "Caso contrário, se o BND tivesse participado de verdade da espionagem econômica (...), isso hipotecaria gravemente a confiança no governo". COALIZÃO ABALADA Para os meios de comunicação alemães, as declarações de Gabriel são um sinal de que o episódio abalou a coalizão governista. "O conflito entre a CDU/CSU (partido de Merkel) e o SPD é cada vez mais claro", afirmou o "Der Spiegel", apontando a irritação de vários partidários da chanceler. Para o cientista político da Universidade de Düsseldorf Jens Walther, esta é "certamente a maior crise" da coalizão que governa a Alemanha e "também provavelmente, para Merkel, a crise mais grave e perigosa em 10 anos no poder". Seu colega da Universidade Livre de Berlim, Carsten Koshmieder, disse que "o SPD procura se distanciar e talvez também enfraquecer um pouco a chanceler". RELAÇÃO COM A FRANÇA Nesta quarta-feira (6), a França expressou sua confiança no governo alemão apesar das acusações de que funcionários de alto escalão poderiam ter sido espionados. O porta-voz do governo, Stéphane Le Foll, disse que a França "confia no governo alemão para tomar as decisões necessárias". "A amizade franco-alemã superará e supera claramente estas informações, que ainda serão confirmadas", adicionou.
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Músicos recorrem a fãs na internet para financiar novos trabalhos
Vinte superfãs do trio de hip-hop De La Soul pagaram US$ 300 cada para bater um papo com o grupo pelo Skype, com vídeo. Outro pagou US$ 1.500 por um rádio-gravador vintage da "coleção pessoal" de um dos músicos. As atrações foram oferecidas em troca de apoio financeiro, dentro da campanha do trio para levantar recursos para produzir seu oitavo álbum de estúdio. Numa campanha de um mês no site Kickstarter, o De La Soul levantou US$ 600.874 de 11.169 financiadores, superando de longe sua meta de US$ 110 mil. Foi o segundo maior montante já dado a um projeto musical no site. Visto no passado principalmente como ferramenta a ser usada por artistas emergentes, o Kickstarter está se mostrando útil para financiar artistas reconhecidos. Este ano os membros sobreviventes do grupo de R&B dos anos 1990 TLC levantaram US$ 430.255 para criar o "álbum final" do grupo. O exemplo já havia sido dado por artistas como Toad the Wet Sprocket (US$264.762) e Kenny Loggins (US$121.797). Mas o dinheiro muitas vezes vem acompanhado de expectativas. O De La Soul ofereceu "And the Anonymous Nobody", seu primeiro álbum desde 2004, prometendo que ele estará livre das imposições comerciais que acompanham um contrato para a produção de discos. "Muitas vezes as gravadoras nem sabem direito o que querem", comentou Kelvin Mercer, conhecido como Posdnuos e um dos três integrantes do De La Soul. "Elas podem estar à procura do que pensam que será a grande novidade." Michael McGregor, um representante do Kickstarter, disse que, no caso de artistas conhecidos, "a história e o vínculo que eles sempre tiveram com seus fãs" se revelam numa campanha de financiamento coletivo. Para ele, os membros do De La Soul, de 1989, são "músicos vitalícios. Através da carreira deles, podemos testemunhar a queda real do setor musical". Mas, segundo ele, a nova fonte de recursos do grupo vai lhe permitir ousar de novo, "com aquela inocência, aquelas reações instintivas". Antes do início da campanha de levantamento de fundos, o De La Soul -que, além de Kelvin Mercer, é composto por David Jolicoeur, ou Dave, e Vincent Mason, ou Maseo- tinha gasto cerca de US$100 mil gravando mais de 200 horas de jam sessions para fazer samples no álbum. Os artistas convidados incluem David Byrne, Damon Albarn e 2 Chainz. Alguns músicos profissionais rejeitam o financiamento coletivo. Em entrevista ao jornal espanhol "El País", Morrissey o considerou "uma medida desesperada e um insulto ao público". Amanda Palmer, a cantora de punk-cabaré que em 2012 levantou no Kickstarter o valor recorde de US$ 1,2 milhão para fazer um álbum, comentou que o dinheiro pode parecer muito, mas às vezes desaparece rapidamente. Desde a manufatura dos CDs até seu transporte, "todos os riscos e as responsabilidades cabem ao artista", disse ela. Palmer reconheceu que nem todos se dão bem com o financiamento coletivo. "Nenhum artista quer se sentir como um vendedor charlatão. Por outro lado, você também não quer se esconder por trás do sistema e torcer para que os fãs e o dinheiro cheguem à sua porta num passe de mágica."
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Músicos recorrem a fãs na internet para financiar novos trabalhosVinte superfãs do trio de hip-hop De La Soul pagaram US$ 300 cada para bater um papo com o grupo pelo Skype, com vídeo. Outro pagou US$ 1.500 por um rádio-gravador vintage da "coleção pessoal" de um dos músicos. As atrações foram oferecidas em troca de apoio financeiro, dentro da campanha do trio para levantar recursos para produzir seu oitavo álbum de estúdio. Numa campanha de um mês no site Kickstarter, o De La Soul levantou US$ 600.874 de 11.169 financiadores, superando de longe sua meta de US$ 110 mil. Foi o segundo maior montante já dado a um projeto musical no site. Visto no passado principalmente como ferramenta a ser usada por artistas emergentes, o Kickstarter está se mostrando útil para financiar artistas reconhecidos. Este ano os membros sobreviventes do grupo de R&B dos anos 1990 TLC levantaram US$ 430.255 para criar o "álbum final" do grupo. O exemplo já havia sido dado por artistas como Toad the Wet Sprocket (US$264.762) e Kenny Loggins (US$121.797). Mas o dinheiro muitas vezes vem acompanhado de expectativas. O De La Soul ofereceu "And the Anonymous Nobody", seu primeiro álbum desde 2004, prometendo que ele estará livre das imposições comerciais que acompanham um contrato para a produção de discos. "Muitas vezes as gravadoras nem sabem direito o que querem", comentou Kelvin Mercer, conhecido como Posdnuos e um dos três integrantes do De La Soul. "Elas podem estar à procura do que pensam que será a grande novidade." Michael McGregor, um representante do Kickstarter, disse que, no caso de artistas conhecidos, "a história e o vínculo que eles sempre tiveram com seus fãs" se revelam numa campanha de financiamento coletivo. Para ele, os membros do De La Soul, de 1989, são "músicos vitalícios. Através da carreira deles, podemos testemunhar a queda real do setor musical". Mas, segundo ele, a nova fonte de recursos do grupo vai lhe permitir ousar de novo, "com aquela inocência, aquelas reações instintivas". Antes do início da campanha de levantamento de fundos, o De La Soul -que, além de Kelvin Mercer, é composto por David Jolicoeur, ou Dave, e Vincent Mason, ou Maseo- tinha gasto cerca de US$100 mil gravando mais de 200 horas de jam sessions para fazer samples no álbum. Os artistas convidados incluem David Byrne, Damon Albarn e 2 Chainz. Alguns músicos profissionais rejeitam o financiamento coletivo. Em entrevista ao jornal espanhol "El País", Morrissey o considerou "uma medida desesperada e um insulto ao público". Amanda Palmer, a cantora de punk-cabaré que em 2012 levantou no Kickstarter o valor recorde de US$ 1,2 milhão para fazer um álbum, comentou que o dinheiro pode parecer muito, mas às vezes desaparece rapidamente. Desde a manufatura dos CDs até seu transporte, "todos os riscos e as responsabilidades cabem ao artista", disse ela. Palmer reconheceu que nem todos se dão bem com o financiamento coletivo. "Nenhum artista quer se sentir como um vendedor charlatão. Por outro lado, você também não quer se esconder por trás do sistema e torcer para que os fãs e o dinheiro cheguem à sua porta num passe de mágica."
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Sem jogar, Juventus é campeã e atletas festejam no vestiário após o treino
Sem entrar em campo, a Juventus comemorou nesta segunda-feira (25) a conquista pentacampeonato do Italiano. A equipe foi beneficiada pela derrota do Napoli para a Roma por 1 a 0, em Roma, pela 35ª rodada da competição. Faltando três rodadas para o término do torneio, a Juventus não pode mais ser alcançada pelo rival. O time de Turim soma 85 pontos, contra 73 do Napoli. No domingo, a Juventus havia dado um grande passo para o título com a vitória sobre a Fiorentina por 2 a 1. O destaque da partida foi o goleiro Buffon, que defendeu um pênalti nos acréscimos. Logo após o término da partida entre Napoli e Roma, os jogadores da Juventus comemoraram o título no vestiário do centro de treinamento. Eles estavam reunidos no local após o treino desta segunda-feira. O título da edição deste ano do Italiano foi o 32º na história da Juventus. O clube contabiliza 34 conquistas, mas dois troféus foram retirados por conta do escândalo de manipulação de resultados em que o clube se envolveu dez anos atrás. Vídeo dos jogadores comemorando o título CONFIRA OS RESULTADOS DA 35ª RODADA DO CAMPEONATO ITALIANO SÁBADO Inter 3 x 1 Udinese DOMINGO Frosinone 0 x 2 Palermo Atalanta 1 x 0 Chievo Bologna 2 x 0 Genoa Torino 1 x 3 Sassuolo Sampdoria 2 x 1 Lazio Fiorentina 1 x 2 Juventus SEGUNDA-FEIRA Roma 1 x 0 Napoli Hellas Verona 2 x 1 Milan Carpi 1 x 0 Empoli
esporte
Sem jogar, Juventus é campeã e atletas festejam no vestiário após o treinoSem entrar em campo, a Juventus comemorou nesta segunda-feira (25) a conquista pentacampeonato do Italiano. A equipe foi beneficiada pela derrota do Napoli para a Roma por 1 a 0, em Roma, pela 35ª rodada da competição. Faltando três rodadas para o término do torneio, a Juventus não pode mais ser alcançada pelo rival. O time de Turim soma 85 pontos, contra 73 do Napoli. No domingo, a Juventus havia dado um grande passo para o título com a vitória sobre a Fiorentina por 2 a 1. O destaque da partida foi o goleiro Buffon, que defendeu um pênalti nos acréscimos. Logo após o término da partida entre Napoli e Roma, os jogadores da Juventus comemoraram o título no vestiário do centro de treinamento. Eles estavam reunidos no local após o treino desta segunda-feira. O título da edição deste ano do Italiano foi o 32º na história da Juventus. O clube contabiliza 34 conquistas, mas dois troféus foram retirados por conta do escândalo de manipulação de resultados em que o clube se envolveu dez anos atrás. Vídeo dos jogadores comemorando o título CONFIRA OS RESULTADOS DA 35ª RODADA DO CAMPEONATO ITALIANO SÁBADO Inter 3 x 1 Udinese DOMINGO Frosinone 0 x 2 Palermo Atalanta 1 x 0 Chievo Bologna 2 x 0 Genoa Torino 1 x 3 Sassuolo Sampdoria 2 x 1 Lazio Fiorentina 1 x 2 Juventus SEGUNDA-FEIRA Roma 1 x 0 Napoli Hellas Verona 2 x 1 Milan Carpi 1 x 0 Empoli
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Bancos navegando nas águas turbulentas do crédito
A nota de crédito do Banco Central do Brasil é mais uma na sequência mostrando uma deterioração das condições de crédito, apontando para a estagnação de seu saldo total, a piora na sua composição, aumentos nas taxas e na inadimplência e redução nas concessões. Mais grave é o imobilismo frente ao quadro. O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro nacional aumentou 9,8% em doze meses. Considerando que a inflação no período foi de 8,9% e excluindo pagamentos à vista no cartão como parte da oferta, em valores reais, observa-se um encolhimento real do mesmo. Os financiamentos mais caros aumentaram mais seus saldos, o que se explica em parte, pela rolagem das operações e pelo efeito taxas. As concessões totais só aumentaram 1,3%, portanto, apresentaram um encolhimento real de 7,6% nos últimos doze meses. Para pessoa física com recursos livres, 80% das concessões de crédito foram no cartão de crédito e no cheque especial, 7% em crédito pessoal tabelado —consignado do INSS e de funcionários públicos e apenas 13% em todas as demais linhas. As taxas cobradas bateram novos recordes nacionais e mundiais: o cheque especial para pessoa jurídica alcançou 216,7% e para pessoa física 241,3%, o rotativo do cartão chegou a 372,0% e registraram-se alguns bancos que em média superaram os 600,0%. Um despautério! Obviamente, é uma dinâmica insustentável. A mora (atrasos e inadimplência) dos créditos renegociados supera os 30% da carteira e para o rotativo do cartão de crédito extrapola os 50%. O país está num círculo vicioso de piora de qualidade das condições de crédito que está agravando o quadro macroeconômico e as perspectivas do país. Note-se que o sistema está operando num quadro com problemas, não é problemático. Os balanços dos bancos Bradesco e Santander surpreenderam os analistas mostrando que conseguiram recompor margens encolhidas por conta de mais impostos, inadimplência e o quadro macroeconômico com taxas mais altas, serviços e aumentos de produtividade. Mostra que o sistema bancário é sólido, rentável e está bem gerenciado. A questão é que dez bancos que operam aqui conseguem ter margens de lucro semelhantes no Chile com taxas que são em média 80% menores que as brasileiras; será que não é hora de mudar a política bancária do Brasil?
mercado
Bancos navegando nas águas turbulentas do créditoA nota de crédito do Banco Central do Brasil é mais uma na sequência mostrando uma deterioração das condições de crédito, apontando para a estagnação de seu saldo total, a piora na sua composição, aumentos nas taxas e na inadimplência e redução nas concessões. Mais grave é o imobilismo frente ao quadro. O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro nacional aumentou 9,8% em doze meses. Considerando que a inflação no período foi de 8,9% e excluindo pagamentos à vista no cartão como parte da oferta, em valores reais, observa-se um encolhimento real do mesmo. Os financiamentos mais caros aumentaram mais seus saldos, o que se explica em parte, pela rolagem das operações e pelo efeito taxas. As concessões totais só aumentaram 1,3%, portanto, apresentaram um encolhimento real de 7,6% nos últimos doze meses. Para pessoa física com recursos livres, 80% das concessões de crédito foram no cartão de crédito e no cheque especial, 7% em crédito pessoal tabelado —consignado do INSS e de funcionários públicos e apenas 13% em todas as demais linhas. As taxas cobradas bateram novos recordes nacionais e mundiais: o cheque especial para pessoa jurídica alcançou 216,7% e para pessoa física 241,3%, o rotativo do cartão chegou a 372,0% e registraram-se alguns bancos que em média superaram os 600,0%. Um despautério! Obviamente, é uma dinâmica insustentável. A mora (atrasos e inadimplência) dos créditos renegociados supera os 30% da carteira e para o rotativo do cartão de crédito extrapola os 50%. O país está num círculo vicioso de piora de qualidade das condições de crédito que está agravando o quadro macroeconômico e as perspectivas do país. Note-se que o sistema está operando num quadro com problemas, não é problemático. Os balanços dos bancos Bradesco e Santander surpreenderam os analistas mostrando que conseguiram recompor margens encolhidas por conta de mais impostos, inadimplência e o quadro macroeconômico com taxas mais altas, serviços e aumentos de produtividade. Mostra que o sistema bancário é sólido, rentável e está bem gerenciado. A questão é que dez bancos que operam aqui conseguem ter margens de lucro semelhantes no Chile com taxas que são em média 80% menores que as brasileiras; será que não é hora de mudar a política bancária do Brasil?
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Decisão que suspendeu trâmite do impeachment é normal, diz Teori
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki avaliou como dentro das funções "normais" da corte a decisão do colega Luiz Edson Fachin que suspendeu a tramitação de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. "[A decisão] está dentro da função normal do Supremo. Nesse momento, ela adquire um significado diferente", disse, ao deixar a defesa da tese do delegado da PF Milton Fornazari, em São Paulo, nesta sexta-feira (11). Na terça (8), Fachin suspendeu o rito do impeachment na Câmara até que aspectos formais do trâmite adotados pelos deputados sejam avaliados pelo Supremo. A decisão foi uma resposta a uma ação do PC do B que pediu a anulação de votação secreta para a comissão especial do processo. O julgamento, no STF, das questões formais do rito do impeachment está marcado para a próxima quarta (16). Nesta sexta, em Curitiba, Fachin disse esperar que a sessão "comece e acabe na quarta". O próprio Teori foi responsável por uma decisão liminar (temporária) que também interrompeu o desenrolar do processo. Em novembro, ele barrou o rito que havia sido combinado entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a oposição para a admissão de um pedido de impeachment. Apesar do momento de crise política, Teori avalia que as instituições do Brasil "têm funcionado", o que inclui o Supremo. "O Supremo está cumprindo a sua função. Vai cumprir. Esse é o papel do Supremo. Nesse momento é que as instituições devem se encubir da sua função constitucional com todo o cuidado. Eu tenho certeza, como o Supremo sempre fez, vai fazer agora." Questionado sobre o processo de cassação de Cunha e manobras regimentais usadas na Câmara para protelar o caso, o ministro resumiu-se a dizer: "Isso é problema do Poder Legislativo".
poder
Decisão que suspendeu trâmite do impeachment é normal, diz TeoriMinistro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki avaliou como dentro das funções "normais" da corte a decisão do colega Luiz Edson Fachin que suspendeu a tramitação de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. "[A decisão] está dentro da função normal do Supremo. Nesse momento, ela adquire um significado diferente", disse, ao deixar a defesa da tese do delegado da PF Milton Fornazari, em São Paulo, nesta sexta-feira (11). Na terça (8), Fachin suspendeu o rito do impeachment na Câmara até que aspectos formais do trâmite adotados pelos deputados sejam avaliados pelo Supremo. A decisão foi uma resposta a uma ação do PC do B que pediu a anulação de votação secreta para a comissão especial do processo. O julgamento, no STF, das questões formais do rito do impeachment está marcado para a próxima quarta (16). Nesta sexta, em Curitiba, Fachin disse esperar que a sessão "comece e acabe na quarta". O próprio Teori foi responsável por uma decisão liminar (temporária) que também interrompeu o desenrolar do processo. Em novembro, ele barrou o rito que havia sido combinado entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a oposição para a admissão de um pedido de impeachment. Apesar do momento de crise política, Teori avalia que as instituições do Brasil "têm funcionado", o que inclui o Supremo. "O Supremo está cumprindo a sua função. Vai cumprir. Esse é o papel do Supremo. Nesse momento é que as instituições devem se encubir da sua função constitucional com todo o cuidado. Eu tenho certeza, como o Supremo sempre fez, vai fazer agora." Questionado sobre o processo de cassação de Cunha e manobras regimentais usadas na Câmara para protelar o caso, o ministro resumiu-se a dizer: "Isso é problema do Poder Legislativo".
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Grupo faz ato no Masp para lembrar um mês da chacina na Grande SP
Dezenove cruzes pretas foram colocadas em frente ao vão livre do Masp na tarde deste domingo (13) para lembrar um mês da morte de 19 pessoas nas regiões de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo. A série de ataques que ocorreu no dia 13 de agosto, em uma das chacinas mais violentas do Estado. Cerca de 30 pessoas colocaram mordaças na boca e seguraram velas para homenagear as vítimas e simbolizar o medo e o silêncio dos moradores das regiões após os assassinatos. O protesto foi organizado pela ONG Rio de Paz, que já fez outros três atos semelhantes após a chacina. "Esse protesto é para cobrar as autoridades a solucionar o caso e fazer uma reflexão. Porque há uma anestesia moral nas pessoas, que gera a ideia de que o pobre é matável", diz o contador e voluntário da ONG Cláudio Nishikawara, 46. O protesto começou às 16h e deve ser encerrado às 19h. De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes não bloquearam a via. Um mês após os crimes, a força-tarefa criada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) prendeu apenas um suspeito, cuja acusação se sustenta em testemunha contestada pela Justiça. Os crimes ocorreram dentro de um raio de 10 km. Os 30 dias de investigação foram marcados pelo descompasso entre os integrantes do grupo e, também, pela exposição de nomes de investigados e de parte das testemunhas que depuseram contra os suspeitos do crime.
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Grupo faz ato no Masp para lembrar um mês da chacina na Grande SPDezenove cruzes pretas foram colocadas em frente ao vão livre do Masp na tarde deste domingo (13) para lembrar um mês da morte de 19 pessoas nas regiões de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo. A série de ataques que ocorreu no dia 13 de agosto, em uma das chacinas mais violentas do Estado. Cerca de 30 pessoas colocaram mordaças na boca e seguraram velas para homenagear as vítimas e simbolizar o medo e o silêncio dos moradores das regiões após os assassinatos. O protesto foi organizado pela ONG Rio de Paz, que já fez outros três atos semelhantes após a chacina. "Esse protesto é para cobrar as autoridades a solucionar o caso e fazer uma reflexão. Porque há uma anestesia moral nas pessoas, que gera a ideia de que o pobre é matável", diz o contador e voluntário da ONG Cláudio Nishikawara, 46. O protesto começou às 16h e deve ser encerrado às 19h. De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes não bloquearam a via. Um mês após os crimes, a força-tarefa criada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) prendeu apenas um suspeito, cuja acusação se sustenta em testemunha contestada pela Justiça. Os crimes ocorreram dentro de um raio de 10 km. Os 30 dias de investigação foram marcados pelo descompasso entre os integrantes do grupo e, também, pela exposição de nomes de investigados e de parte das testemunhas que depuseram contra os suspeitos do crime.
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Morre Dib Lutfi, importante diretor de fotografia do cinema novo, aos 80
Morreu na tarde desta quarta-feira (26) o diretor de fotografia e cinegrafista Dib Lutfi, conhecido por sua atuação em filmes do Cinema Novo, aos 80 anos. Ele estava internado no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, na região oeste do Rio de Janeiro, desde sábado (22), mas não resistiu a uma complicação pulmonar. A informação foi divulgada por seu irmão, o músico Sérgio Ricardo, em uma publicação no Facebook. "Comunico com muito pesar o falecimento de meu irmão Dib Lutfi, considerado o grande poeta das imagens do cinema novo", escreveu Ricardo na rede social. Lutfi sofria com a doença de Alzheimer há cerca de oito anos e vivia há cinco no Retiro dos Artistas, onde recebia acompanhamento domiciliar. O velório acontecerá nesta sexta (28), às 10h, no Cemitério da Ilha do Governador. Nascido em Marília, interior de São Paulo, em 1936, Lutfi mudou-se para o Rio de Janeiro no fim da adolescência. O início de sua carreira se deu em filmes de seu irmão, como em "Menino da Calça Branca", de 1961, no qual chamou a atenção ao acompanhar com a câmera a cambalhota de um ator-mirim, e em "Esse Mundo é Meu", de 1963. Atuando ora como diretor de fotografia, ora como operador de câmera, tornou-se figura importante do Cinema Novo e ficou conhecido por sua habilidade no uso da câmera de mão. "Para o Dib, fotografia e câmera eram uma coisa só. Sua maneira filmar praticamente criou uma linguagem para o Cinema Novo", diz Arnaldo Jabor, com quem Lutfi trabalhou nos filmes "Opinião Pública", "O Casamento" e "Tudo Bem", em entrevista à Folha. "Nos anos 1960, quando Glauber [Rocha] fez 'Terra em Transe', a qualidade do cinema era precária", conta Jabor. "As cenas que eu fiz com ele são inacreditáveis. Em 'Opinião Pública', na cena da falsa beata, ele subiu em uma escada de maneira com a câmera na mão, passou por cima do muro e filmou o outro lado. Ele pegou a precariedade e transformou em uma linguagem." Lutfi trabalhou com Glauber Rocha, em "Terra em Transe" (1967), e Nelson Pereira dos Santos, em "Fome de Amor" (1968) e "Azyllo Muito Louco" (1969), pelos quais venceu o prêmio Candango de melhor fotografia no Festival de Brasília. Ao longo de sua carreira, somou mais de 50 créditos como cinegrafista em curtas e longas-metragens, além de documentários. Seu último trabalho foi no filme "Profana", de 2011, dirigido por João Rocha. Dib Lutfi deixa um filho, Antonio Lutfi.
ilustrada
Morre Dib Lutfi, importante diretor de fotografia do cinema novo, aos 80Morreu na tarde desta quarta-feira (26) o diretor de fotografia e cinegrafista Dib Lutfi, conhecido por sua atuação em filmes do Cinema Novo, aos 80 anos. Ele estava internado no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, na região oeste do Rio de Janeiro, desde sábado (22), mas não resistiu a uma complicação pulmonar. A informação foi divulgada por seu irmão, o músico Sérgio Ricardo, em uma publicação no Facebook. "Comunico com muito pesar o falecimento de meu irmão Dib Lutfi, considerado o grande poeta das imagens do cinema novo", escreveu Ricardo na rede social. Lutfi sofria com a doença de Alzheimer há cerca de oito anos e vivia há cinco no Retiro dos Artistas, onde recebia acompanhamento domiciliar. O velório acontecerá nesta sexta (28), às 10h, no Cemitério da Ilha do Governador. Nascido em Marília, interior de São Paulo, em 1936, Lutfi mudou-se para o Rio de Janeiro no fim da adolescência. O início de sua carreira se deu em filmes de seu irmão, como em "Menino da Calça Branca", de 1961, no qual chamou a atenção ao acompanhar com a câmera a cambalhota de um ator-mirim, e em "Esse Mundo é Meu", de 1963. Atuando ora como diretor de fotografia, ora como operador de câmera, tornou-se figura importante do Cinema Novo e ficou conhecido por sua habilidade no uso da câmera de mão. "Para o Dib, fotografia e câmera eram uma coisa só. Sua maneira filmar praticamente criou uma linguagem para o Cinema Novo", diz Arnaldo Jabor, com quem Lutfi trabalhou nos filmes "Opinião Pública", "O Casamento" e "Tudo Bem", em entrevista à Folha. "Nos anos 1960, quando Glauber [Rocha] fez 'Terra em Transe', a qualidade do cinema era precária", conta Jabor. "As cenas que eu fiz com ele são inacreditáveis. Em 'Opinião Pública', na cena da falsa beata, ele subiu em uma escada de maneira com a câmera na mão, passou por cima do muro e filmou o outro lado. Ele pegou a precariedade e transformou em uma linguagem." Lutfi trabalhou com Glauber Rocha, em "Terra em Transe" (1967), e Nelson Pereira dos Santos, em "Fome de Amor" (1968) e "Azyllo Muito Louco" (1969), pelos quais venceu o prêmio Candango de melhor fotografia no Festival de Brasília. Ao longo de sua carreira, somou mais de 50 créditos como cinegrafista em curtas e longas-metragens, além de documentários. Seu último trabalho foi no filme "Profana", de 2011, dirigido por João Rocha. Dib Lutfi deixa um filho, Antonio Lutfi.
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Deputados petistas lançam manifesto com críticas ao governo e ao partido
Insatisfeitos com alguns rumos que o partido tem tomado, a bancada do PT na Câmara divulgou nesta quinta-feira (11) um manifesto intitulado "Mudar o PT para continuar mudando o Brasil", em que propõe alterações internas para a sigla e faz críticas à política econômica do governo. O documento será discutido durante o 5º Congresso do PT, que começa nesta quinta em Salvador (BA). Com 33 assinaturas de apoio, o que representa pouco mais da metade da bancada de 63 deputados, o texto afirma que o partido enfrenta seu "momento mais difícil" nos 35 anos de existência e admite erros cometidos desde que assumiu o governo federal, com a eleição do ex-presidente Lula. O partido está no auge daquela que talvez seja a maior crise de sua história, com notável aumento de sua rejeição, o governo mal avaliado e dirigentes acusados de corrupção pela Operação Lava Jato, que investiga desvios de dinheiro e pagamento de propinas na Petrobras. Afetado pela forte crise de imagem, o PT vê até ameaçada a eleição em cidades do Nordeste em 2016, região que garantiu a reeleição de Dilma em 2014. Assinado por deputados de seis correntes partidárias –Mensagem ao Partido, CNB, EPS, Articulação de Esquerda, Movimento PT e Militância Socialista–, o documento reforça uma proposta, já encabeçada por dirigentes do partido, de se realizar um novo encontro partidário em novembro com o objetivo de reafirmar compromissos da sigla com o país. O novo encontro também valeria para fazerem um balanço com a atualização do programa do partido e revisar a organização interna, com a eleição de uma nova direção. "O PT cumpriu um papel muito importante na sociedade e temos o desafio de continuar avançando, mas reconhecemos também que erros foram cometidos e eles têm de ser revistos", afirmou o deputado Paulo Teixeira (SP). Para ele, o documento irá provocar uma discussão no partido que "abre um processo consistente de oxigenação" da legenda. Segundo Teixeira, os deputados não defendem, necessariamente, a saída do presidente da sigla, Rui Falcão, ao propor mudanças na direção. "O Rui é um bom quadro. Mas ao pedirmos mudanças precisamos repactuar a direção para o início desse novo ciclo", disse. ALIANÇAS O texto também propõe uma revisão das alianças feitas pelo PT com outros partidos nos últimos anos. Segundo Teixeira, o PT precisa se reaproximar dos movimentos sociais e de siglas que estejam mais alinhadas ao conteúdo programático historicamente defendido pela sigla. Os deputados rejeitaram a tese de um rompimento com o PMDB ou com outros partidos da base aliada mas admitiram que o PT precisa se reposicionar. "Precisamos partir de um ponto mais programático. Não se trata apenas de alianças partidárias, mas também de alianças sociais. Precisamos reorganizar e nos aproximar do campo democrático para não deixar a direita avançar", disse. Os deputados também defendem a gestão compartilhada das finanças petistas, acabando com o cargo de tesoureiro da sigla. Desde 2006, a Secretaria de Finanças do PT viu dois de seus tesoureiros serem presos após denúncias de corrupção -Delúbio Soares, condenado no mensalão, e João Vaccari Neto, alvo da Operação Lava Jato, que investiga esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. Os petistas defendem ainda a expulsão de quadros do partido comprovadamente envolvidos em casos de corrupção e pedem uma campanha mais intensa para a realização de uma efetiva reforma política, com o fim do financiamento privado de campanha, cotas para mulheres no Congresso e a convocação de uma Constituinte exclusiva para reformar o sistema político. Questionado sobre a reforma política que está sendo votada pela Câmara dos Deputados nas últimas semanas, Teixeira a classificou como uma "contrarreforma" e defendeu que o partido continue tentando pautar suas bandeiras históricas. PETROBRAS Ao elencar os avanços obtidos pelo governo nos últimos 12 anos, os deputados citam o fortalecimento da Petrobras após o descobrimento do pré-sal, com a adoção do sistema de partilha e com o aumento da participação da União no controle acionário da empresa. No entanto, eles admitem que "nem tudo saiu como queríamos". "Hoje, a partir de fatos graves envolvendo a empresa, somos atingidos como governo e como partido. [...] O PT foi gradualmente perdendo a capacidade de formular e de pautar, por si mesmo, o debate nacional", diz o documento. O texto afirma, em seguida, que o ajuste fiscal promovido pelo Planalto é fruto da "incapacidade de interferir nos rumos de nossos governos".
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Deputados petistas lançam manifesto com críticas ao governo e ao partidoInsatisfeitos com alguns rumos que o partido tem tomado, a bancada do PT na Câmara divulgou nesta quinta-feira (11) um manifesto intitulado "Mudar o PT para continuar mudando o Brasil", em que propõe alterações internas para a sigla e faz críticas à política econômica do governo. O documento será discutido durante o 5º Congresso do PT, que começa nesta quinta em Salvador (BA). Com 33 assinaturas de apoio, o que representa pouco mais da metade da bancada de 63 deputados, o texto afirma que o partido enfrenta seu "momento mais difícil" nos 35 anos de existência e admite erros cometidos desde que assumiu o governo federal, com a eleição do ex-presidente Lula. O partido está no auge daquela que talvez seja a maior crise de sua história, com notável aumento de sua rejeição, o governo mal avaliado e dirigentes acusados de corrupção pela Operação Lava Jato, que investiga desvios de dinheiro e pagamento de propinas na Petrobras. Afetado pela forte crise de imagem, o PT vê até ameaçada a eleição em cidades do Nordeste em 2016, região que garantiu a reeleição de Dilma em 2014. Assinado por deputados de seis correntes partidárias –Mensagem ao Partido, CNB, EPS, Articulação de Esquerda, Movimento PT e Militância Socialista–, o documento reforça uma proposta, já encabeçada por dirigentes do partido, de se realizar um novo encontro partidário em novembro com o objetivo de reafirmar compromissos da sigla com o país. O novo encontro também valeria para fazerem um balanço com a atualização do programa do partido e revisar a organização interna, com a eleição de uma nova direção. "O PT cumpriu um papel muito importante na sociedade e temos o desafio de continuar avançando, mas reconhecemos também que erros foram cometidos e eles têm de ser revistos", afirmou o deputado Paulo Teixeira (SP). Para ele, o documento irá provocar uma discussão no partido que "abre um processo consistente de oxigenação" da legenda. Segundo Teixeira, os deputados não defendem, necessariamente, a saída do presidente da sigla, Rui Falcão, ao propor mudanças na direção. "O Rui é um bom quadro. Mas ao pedirmos mudanças precisamos repactuar a direção para o início desse novo ciclo", disse. ALIANÇAS O texto também propõe uma revisão das alianças feitas pelo PT com outros partidos nos últimos anos. Segundo Teixeira, o PT precisa se reaproximar dos movimentos sociais e de siglas que estejam mais alinhadas ao conteúdo programático historicamente defendido pela sigla. Os deputados rejeitaram a tese de um rompimento com o PMDB ou com outros partidos da base aliada mas admitiram que o PT precisa se reposicionar. "Precisamos partir de um ponto mais programático. Não se trata apenas de alianças partidárias, mas também de alianças sociais. Precisamos reorganizar e nos aproximar do campo democrático para não deixar a direita avançar", disse. Os deputados também defendem a gestão compartilhada das finanças petistas, acabando com o cargo de tesoureiro da sigla. Desde 2006, a Secretaria de Finanças do PT viu dois de seus tesoureiros serem presos após denúncias de corrupção -Delúbio Soares, condenado no mensalão, e João Vaccari Neto, alvo da Operação Lava Jato, que investiga esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. Os petistas defendem ainda a expulsão de quadros do partido comprovadamente envolvidos em casos de corrupção e pedem uma campanha mais intensa para a realização de uma efetiva reforma política, com o fim do financiamento privado de campanha, cotas para mulheres no Congresso e a convocação de uma Constituinte exclusiva para reformar o sistema político. Questionado sobre a reforma política que está sendo votada pela Câmara dos Deputados nas últimas semanas, Teixeira a classificou como uma "contrarreforma" e defendeu que o partido continue tentando pautar suas bandeiras históricas. PETROBRAS Ao elencar os avanços obtidos pelo governo nos últimos 12 anos, os deputados citam o fortalecimento da Petrobras após o descobrimento do pré-sal, com a adoção do sistema de partilha e com o aumento da participação da União no controle acionário da empresa. No entanto, eles admitem que "nem tudo saiu como queríamos". "Hoje, a partir de fatos graves envolvendo a empresa, somos atingidos como governo e como partido. [...] O PT foi gradualmente perdendo a capacidade de formular e de pautar, por si mesmo, o debate nacional", diz o documento. O texto afirma, em seguida, que o ajuste fiscal promovido pelo Planalto é fruto da "incapacidade de interferir nos rumos de nossos governos".
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Marcelo Oliveira não se empolga e diz que Palmeiras ainda não está pronto
O Palmeiras chegou ao G4 do Campeonato Brasileiro com a vitória por 3 a 0 sobre o Avaí, nesta quarta (8), no Allianz Parque, mas o técnico Marcelo Oliveira não se empolga. Após o quarto triunfo consecutivo de sua equipe na competição nacional, disse que ainda faltam ajustes para brigar pelas primeiras posições. "Nossa saída para Atibaia foi uma excelente ideia, nos conhecemos melhor e fizemos palestras para mostrar o horizonte que tínhamos na frente. Para aproveitar isso, teríamos um custo, que era a concentração. Isso foi entendido. O time não está preparado para brigar lá na frente. Estamos em evolução", analisou, antes de dizer que a vitória poderia ter sido conquistada com muito menos sofrimento. "Hoje, a melhor coisa que poderia ter acontecido era o gol logo no começo, porque quebra a proposta do adversário. Mas não soubemos aproveitar isso. Deixamos com que o jogo ficasse lá e cá. Mas tenho consciência de que estamos fazendo coisas boas", disse. Veja vídeo Depois das últimas vitórias do Palmeiras, Marcelo destacou a eficiência para conquistar o resultado, mas citou falhas no desempenho. "Fiquei feliz pelo resultado. Mas na produção, novamente, acho que pecamos muito. Deixamos o adversário jogar. Poderíamos ter nos organizado mais para ficar mais com a bola no pé e evitar os cartões amarelos. É importante ter a eficiência para buscar a vitória neste momento. São 11 gols marcados e nenhum sofrido nesses quatro jogos", concluiu.
esporte
Marcelo Oliveira não se empolga e diz que Palmeiras ainda não está prontoO Palmeiras chegou ao G4 do Campeonato Brasileiro com a vitória por 3 a 0 sobre o Avaí, nesta quarta (8), no Allianz Parque, mas o técnico Marcelo Oliveira não se empolga. Após o quarto triunfo consecutivo de sua equipe na competição nacional, disse que ainda faltam ajustes para brigar pelas primeiras posições. "Nossa saída para Atibaia foi uma excelente ideia, nos conhecemos melhor e fizemos palestras para mostrar o horizonte que tínhamos na frente. Para aproveitar isso, teríamos um custo, que era a concentração. Isso foi entendido. O time não está preparado para brigar lá na frente. Estamos em evolução", analisou, antes de dizer que a vitória poderia ter sido conquistada com muito menos sofrimento. "Hoje, a melhor coisa que poderia ter acontecido era o gol logo no começo, porque quebra a proposta do adversário. Mas não soubemos aproveitar isso. Deixamos com que o jogo ficasse lá e cá. Mas tenho consciência de que estamos fazendo coisas boas", disse. Veja vídeo Depois das últimas vitórias do Palmeiras, Marcelo destacou a eficiência para conquistar o resultado, mas citou falhas no desempenho. "Fiquei feliz pelo resultado. Mas na produção, novamente, acho que pecamos muito. Deixamos o adversário jogar. Poderíamos ter nos organizado mais para ficar mais com a bola no pé e evitar os cartões amarelos. É importante ter a eficiência para buscar a vitória neste momento. São 11 gols marcados e nenhum sofrido nesses quatro jogos", concluiu.
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Plinio Castrucci: Distritão ou distrital
Com o argumento de que é mais viável politicamente, ganha ímpeto a proposta de uma alternativa ao sistema distrital na reforma eleitoral, o sistema dito do "distritão". O voto distrital, pelo qual o país é dividido em distritos de mesma população e cada distrito elege um deputado, apresenta as seguintes qualidades: a proximidade política entre cidadão e candidato é maior (um distrito tem idealmente 200 mil eleitores, um ou dois bairros da cidade de São Paulo!); o custo das campanhas eleitorais para deputados, limitadas a um distrito, é pequeno; o eleitor sabe em quem votou e o deputado sabe a quem prestar contas; e todos os cidadãos eleitores ficam igualmente representados na Câmara dos Deputados. No "distritão", cada Estado elege seus deputados federais e, segundo declarações à imprensa, "por exemplo, São Paulo elege setenta deputados". Além de não ter as vantagens do sistema distrital, esta proposta parece querer manter a grande injustiça existente na representação dos cidadãos brasileiros na Câmara. Explico: os deputados federais representam os cidadãos do país, os senadores representam os Estados. É um sistema prudente pois exige que, para aprovar leis, haja acordo da maioria dos desejos dos cidadãos e da maioria dos interesses dos Estados. Na situação atual, um deputado por São Paulo representa cerca de 600 mil habitantes, um de Roraima 60 mil e um de Alagoas ou de Minas Gerais, 350 mil. Significa que a expressão política de cada cidadão paulista é um décimo da expressão dos cidadãos de Roraima e metade da de vários Estados. Significa que vinte por cento dos cidadãos brasileiros, os do Estado de São Paulo, são de segunda classe. A anomalia parece estar estabelecida no artigo 45, paragrafo 1 da Constituição. Mas não está. Diz o artigo 45: "O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados." E o mesmo estabelece a lei complementar nº 78 de 1994 que depois define o numero máximo de deputados federais (513). Ambos os textos insistem na proporcionalidade dos números de deputados dos Estados às suas populações, portanto respeitam o fundamental artigo 5 da Constituição, ou seja, "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza". Note que o limite de setenta deputados não manda prejudicar os cidadãos do Estado mais populoso, é uma forma de limitar o porte e o custo total da Câmara. Assim, o correto seria adotar o número de cidadãos por deputado do Estado mais populoso como regra para todos os Estados, excetuados os pequenos que ainda têm poucos habitantes. Então, conforme dados do TSE e do IBGE, Minas Gerais teria perto de 40 deputados em vez de 54, Rio de Janeiro 30 em vez de 47, Bahia 29 em vez de 40, e assim por diante. Se essas reduções parecem chocantes, saiba o leitor que elas são de mesma ordem da que sofre São Paulo. E o número total de Deputados teria de reduzir-se a perto de 400. Nada demais, pois os Estados Unidos, com população 50% maior que a nossa, têm apenas 435 deputados. Voltando ao tema inicial, somente duas alternativas para o sistema eleitoral são justas: o distrital e o "distritão" desde que com redistribuição das representações! Mas o distrital é muito melhor. PLINIO CASTRUCCI, 82, engenheiro, foi professor titular da Escola Politécnica da USP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Plinio Castrucci: Distritão ou distritalCom o argumento de que é mais viável politicamente, ganha ímpeto a proposta de uma alternativa ao sistema distrital na reforma eleitoral, o sistema dito do "distritão". O voto distrital, pelo qual o país é dividido em distritos de mesma população e cada distrito elege um deputado, apresenta as seguintes qualidades: a proximidade política entre cidadão e candidato é maior (um distrito tem idealmente 200 mil eleitores, um ou dois bairros da cidade de São Paulo!); o custo das campanhas eleitorais para deputados, limitadas a um distrito, é pequeno; o eleitor sabe em quem votou e o deputado sabe a quem prestar contas; e todos os cidadãos eleitores ficam igualmente representados na Câmara dos Deputados. No "distritão", cada Estado elege seus deputados federais e, segundo declarações à imprensa, "por exemplo, São Paulo elege setenta deputados". Além de não ter as vantagens do sistema distrital, esta proposta parece querer manter a grande injustiça existente na representação dos cidadãos brasileiros na Câmara. Explico: os deputados federais representam os cidadãos do país, os senadores representam os Estados. É um sistema prudente pois exige que, para aprovar leis, haja acordo da maioria dos desejos dos cidadãos e da maioria dos interesses dos Estados. Na situação atual, um deputado por São Paulo representa cerca de 600 mil habitantes, um de Roraima 60 mil e um de Alagoas ou de Minas Gerais, 350 mil. Significa que a expressão política de cada cidadão paulista é um décimo da expressão dos cidadãos de Roraima e metade da de vários Estados. Significa que vinte por cento dos cidadãos brasileiros, os do Estado de São Paulo, são de segunda classe. A anomalia parece estar estabelecida no artigo 45, paragrafo 1 da Constituição. Mas não está. Diz o artigo 45: "O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados." E o mesmo estabelece a lei complementar nº 78 de 1994 que depois define o numero máximo de deputados federais (513). Ambos os textos insistem na proporcionalidade dos números de deputados dos Estados às suas populações, portanto respeitam o fundamental artigo 5 da Constituição, ou seja, "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza". Note que o limite de setenta deputados não manda prejudicar os cidadãos do Estado mais populoso, é uma forma de limitar o porte e o custo total da Câmara. Assim, o correto seria adotar o número de cidadãos por deputado do Estado mais populoso como regra para todos os Estados, excetuados os pequenos que ainda têm poucos habitantes. Então, conforme dados do TSE e do IBGE, Minas Gerais teria perto de 40 deputados em vez de 54, Rio de Janeiro 30 em vez de 47, Bahia 29 em vez de 40, e assim por diante. Se essas reduções parecem chocantes, saiba o leitor que elas são de mesma ordem da que sofre São Paulo. E o número total de Deputados teria de reduzir-se a perto de 400. Nada demais, pois os Estados Unidos, com população 50% maior que a nossa, têm apenas 435 deputados. Voltando ao tema inicial, somente duas alternativas para o sistema eleitoral são justas: o distrital e o "distritão" desde que com redistribuição das representações! Mas o distrital é muito melhor. PLINIO CASTRUCCI, 82, engenheiro, foi professor titular da Escola Politécnica da USP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Como sair da crise
Agora que o Brasil chegou ao ralo do porão do terceiro subsolo do quinto alçapão do fundo do poço, ficou claro que lutar contra a corrupção é como tentar enxugar o Atlântico com um Perfex. Ou começamos a pensar fora da caixinha (fora da caixinha dois, pelo menos), ou o país acaba antes da Copa da Rússia –o que seria uma pena diante do timaço que o Tite vem montando. Minha sugestão: socializemos a lambança. Vamos dar a cada cidadão, independentemente da cor, classe, gênero ou religião, as mesmas chances que um deputado, um presidente, senador ou vereador têm para delinquir. Joesley Batista contou ter pago R$ 600 milhões em propinas para 1.829 políticos eleitos. O Brasil ficou chocado: quanta gente! Também me choquei: só isso?! E os outros 199.998.71 brasileiros para quem a JBS não deu um vintém ou sequer um acém? Se dividíssemos R$ 600 milhões entre todos, cada compatriota meteria R$ 3,00 no bolso. São duas Skols. Já dá uma brisa. Mas não: nesse país elitista, a bufunfa fica restrita a uma pequena casta. Basta! O político é melhor do que nós? Não: o cidadão de bem, quando tem uma chance, com os parcos meios de que dispõe, também consegue dar a sua delinquida. Chega na fila do show e fala pra namorada: espera aqui que eu vou lá na frente ver se conheço alguém. O que é isso senão uma minifraude na concorrência? Ingressos comprados com carteirinha de estudante falsa? Estelionato. A casa de shows provavelmente comprou os alvarás: #tamojunto! Na volta da balada o cidadão é parado no bafômetro, dá R$ 100 pro policial e se não atropelar ninguém a caminho de casa, deita na cama, rouba o wi-fi do vizinho e dá share nuns posts indignados contra a corrupção. Compramos carta de motorista, damos o gato na Net, pirateamos música, filme e notícia de jornal. O que nos difere daqueles sacripantas de Brasília? Uma malinha com R$ 500 mil no estacionamento do shopping, claro. Chega de injustiça! Oswald de Andrade que me desculpe, mas não é a antropofagia o que nos une, é a corrupção. Une o rico e o pobre; o flanelinha que cobra pela vaga, privatizando a sarjeta, e a madame que para em fila dupla, privatizando o asfalto. O miserável que constrói no morro e o grileiro que abocanha a Amazônia. A diferença é que o miserável do morro é assassinado pela polícia, enquanto a grilagem da Amazônia é legalizada pelo Congresso. Vamos equalizar a sacanagem?! Passar o país a limpo? Mais lógico rolarmos na lama, num glorioso Carnaval: "Da lama ao caos, do caos à lama", uniremos Chico Science e Paulo Maluf, Lampião e Eduardo Cunha e faremos brotar a flor de uma nova civilização onde todos terão igualdade de condições para o ilícito. Só assim construiremos um país justo. Construiremos, claro, com esses empreiteiros que estão na cadeia, hiperfaturando a obra e criando um majestoso chafariz de propinas, um jorro que respingará sobre todos, não só sobre alguns, fazendo girar a economia, gerando receitas pro Estado, que investirá novamente na obra e assim por diante, ad infinitum. Eis aqui a minha imodesta contribuição para o futuro do Brasil, mistura das teorias de John Maynard Keynes e de Joesley Batista Safadão: o keynesleyianismo. Não, não precisam me agradecer. Prefiro R$ 5 milhões em notas não marcadas, não numeradas e escondidas sob peças de bife ancho –Swift Black Angus, se não for pedir muito.
colunas
Como sair da criseAgora que o Brasil chegou ao ralo do porão do terceiro subsolo do quinto alçapão do fundo do poço, ficou claro que lutar contra a corrupção é como tentar enxugar o Atlântico com um Perfex. Ou começamos a pensar fora da caixinha (fora da caixinha dois, pelo menos), ou o país acaba antes da Copa da Rússia –o que seria uma pena diante do timaço que o Tite vem montando. Minha sugestão: socializemos a lambança. Vamos dar a cada cidadão, independentemente da cor, classe, gênero ou religião, as mesmas chances que um deputado, um presidente, senador ou vereador têm para delinquir. Joesley Batista contou ter pago R$ 600 milhões em propinas para 1.829 políticos eleitos. O Brasil ficou chocado: quanta gente! Também me choquei: só isso?! E os outros 199.998.71 brasileiros para quem a JBS não deu um vintém ou sequer um acém? Se dividíssemos R$ 600 milhões entre todos, cada compatriota meteria R$ 3,00 no bolso. São duas Skols. Já dá uma brisa. Mas não: nesse país elitista, a bufunfa fica restrita a uma pequena casta. Basta! O político é melhor do que nós? Não: o cidadão de bem, quando tem uma chance, com os parcos meios de que dispõe, também consegue dar a sua delinquida. Chega na fila do show e fala pra namorada: espera aqui que eu vou lá na frente ver se conheço alguém. O que é isso senão uma minifraude na concorrência? Ingressos comprados com carteirinha de estudante falsa? Estelionato. A casa de shows provavelmente comprou os alvarás: #tamojunto! Na volta da balada o cidadão é parado no bafômetro, dá R$ 100 pro policial e se não atropelar ninguém a caminho de casa, deita na cama, rouba o wi-fi do vizinho e dá share nuns posts indignados contra a corrupção. Compramos carta de motorista, damos o gato na Net, pirateamos música, filme e notícia de jornal. O que nos difere daqueles sacripantas de Brasília? Uma malinha com R$ 500 mil no estacionamento do shopping, claro. Chega de injustiça! Oswald de Andrade que me desculpe, mas não é a antropofagia o que nos une, é a corrupção. Une o rico e o pobre; o flanelinha que cobra pela vaga, privatizando a sarjeta, e a madame que para em fila dupla, privatizando o asfalto. O miserável que constrói no morro e o grileiro que abocanha a Amazônia. A diferença é que o miserável do morro é assassinado pela polícia, enquanto a grilagem da Amazônia é legalizada pelo Congresso. Vamos equalizar a sacanagem?! Passar o país a limpo? Mais lógico rolarmos na lama, num glorioso Carnaval: "Da lama ao caos, do caos à lama", uniremos Chico Science e Paulo Maluf, Lampião e Eduardo Cunha e faremos brotar a flor de uma nova civilização onde todos terão igualdade de condições para o ilícito. Só assim construiremos um país justo. Construiremos, claro, com esses empreiteiros que estão na cadeia, hiperfaturando a obra e criando um majestoso chafariz de propinas, um jorro que respingará sobre todos, não só sobre alguns, fazendo girar a economia, gerando receitas pro Estado, que investirá novamente na obra e assim por diante, ad infinitum. Eis aqui a minha imodesta contribuição para o futuro do Brasil, mistura das teorias de John Maynard Keynes e de Joesley Batista Safadão: o keynesleyianismo. Não, não precisam me agradecer. Prefiro R$ 5 milhões em notas não marcadas, não numeradas e escondidas sob peças de bife ancho –Swift Black Angus, se não for pedir muito.
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Conteúdo patrocinado pode ter mais audiência do que editorial, diz diretor do UOL
As marcas precisam ser transparentes e gerar materiais interessantes para divulgar seu nome e produto. Essa é uma combinação básica para ter sucesso em campanhas de publicidade. "O branded content [conteúdo patrocinado] pode ter mais audiência do que o conteúdo editorial", disse o diretor do UOL, Rodrigo Flores, durante palestra sobre o tema no youPIX Con, nesta quarta-feira (28). De acordo com Flores, o leitor vai clicar no material se for realmente de interesse dele —e não apenas da marca. O UOL, empresa de conteúdo e serviços de internet controlada pelo Grupo Folha, tem apostado na fórmula de produção para marcas. "Chegam muitos pedidos de conteúdo batido. Precisamos contar algo que o público não saiba e de forma diferente, interessante", ressalta o executivo. Segundo ele, é normal que as marcas queiram interferir no conteúdo. "Mas o público precisa da verdade. Não dá para falar que fumar faz bem, caso você seja da indústria do tabaco", exemplifica. Daniela Cachich, vice-presidente de marketing da Heineken no Brasil, enxerga ainda uma barreira nas equipes de Redação em alguns grandes veículos. "A equipe da redação não fala com marca. Mas as pessoas que produzem conteúdo têm mudado o pensamento." AUDIÊNCIA E INFLUENCIADORES Para Cachich, a escolha de um influenciador tem de ser feita com cuidado. "Se não fizer sentido para o youtuber, por exemplo, ele deve dizer não. Vai ser ruim para a marca. A audiência dele vai falar 'ele se vendeu'", argumenta. A chefe do marketing da Tim, Livia Marquez, vê uma grande mudança no setor publicitário de 10 anos para cá. "Não é só questão de plataforma. mas há uma questão de evolução das pessoas. As marcas precisam de um posicionamento transparente para conquistar o público", diz.
tec
Conteúdo patrocinado pode ter mais audiência do que editorial, diz diretor do UOLAs marcas precisam ser transparentes e gerar materiais interessantes para divulgar seu nome e produto. Essa é uma combinação básica para ter sucesso em campanhas de publicidade. "O branded content [conteúdo patrocinado] pode ter mais audiência do que o conteúdo editorial", disse o diretor do UOL, Rodrigo Flores, durante palestra sobre o tema no youPIX Con, nesta quarta-feira (28). De acordo com Flores, o leitor vai clicar no material se for realmente de interesse dele —e não apenas da marca. O UOL, empresa de conteúdo e serviços de internet controlada pelo Grupo Folha, tem apostado na fórmula de produção para marcas. "Chegam muitos pedidos de conteúdo batido. Precisamos contar algo que o público não saiba e de forma diferente, interessante", ressalta o executivo. Segundo ele, é normal que as marcas queiram interferir no conteúdo. "Mas o público precisa da verdade. Não dá para falar que fumar faz bem, caso você seja da indústria do tabaco", exemplifica. Daniela Cachich, vice-presidente de marketing da Heineken no Brasil, enxerga ainda uma barreira nas equipes de Redação em alguns grandes veículos. "A equipe da redação não fala com marca. Mas as pessoas que produzem conteúdo têm mudado o pensamento." AUDIÊNCIA E INFLUENCIADORES Para Cachich, a escolha de um influenciador tem de ser feita com cuidado. "Se não fizer sentido para o youtuber, por exemplo, ele deve dizer não. Vai ser ruim para a marca. A audiência dele vai falar 'ele se vendeu'", argumenta. A chefe do marketing da Tim, Livia Marquez, vê uma grande mudança no setor publicitário de 10 anos para cá. "Não é só questão de plataforma. mas há uma questão de evolução das pessoas. As marcas precisam de um posicionamento transparente para conquistar o público", diz.
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Cidade mineira afetada por barragens diz ter recebido água com querosene
Com o abastecimento suspenso desde segunda (9) em razão do mar de lama que invadiu o rio Doce, Governador Valadares (MG) enfrenta uma corrida pela água -com filas de centenas de pessoas para receber a água mineral distribuída pelo Exército. Nesta sexta (13), a prefeitura acusou a Vale de enviar água com querosene para ser entregue à população. Diz que, por isso, jogou fora 240 mil litros. A Vale, controladora da Samarco, responsável pelas duas barragens que se romperam na última quinta-feira em Mariana (MG), nega as acusações. A prefeita Elisa Maria (PT) afirma que equipes da prefeitura perceberam o querosene quando foram descarregar os quatro vagões-tanque, com cerca de 240 mil litros de água, que a Vale levou da vizinha Ipatinga. A administração diz ainda que o analista de relações institucionais da Vale, Henrique Lobo, confirmou a presença do querosene. A Vale nega e diz que usa vagões-tanque novos ou usados exclusivamente para armazenar água, geralmente usada no combate de incêndios florestais. Já a empresa afirma que coletou a água no local indicado pela Copasa (companhia de saneamento de MG), em Ipatinga, e a transportou em vagões-tanque usados para combates a incêndios florestais. "Estes vagões só transportam água e nunca transportaram querosene. A Vale entregou a água em Governador Valadares em local acordado com a prefeitura. Essa, por sua vez, se responsabilizou pelo transporte da água em caminhoes-pipa, que não são de responsabilidade da Vale", afirma a Vale. No total, a Vale afirma ter comprado 14,5 milhões de litros de água mineral para atender a população dos municípios afetados pela contaminação do Rio Doce. Desse total, 10 milhões serão entregues em Governador Valadares e o restante para Baixo Guandu e Colatina. ABASTECIMENTO Governador Valadares, com cerca de 265 mil habitantes, foi a primeira a receber a lama com rejeitos de minério que vazou das barragens da Samarco, que já passou por oito cidades mineiras. O barro chegou a cidade de Aimorés nesta sexta, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil, que monitora o fluxo. Os rejeitos já percorreram mais de 450 quilômetros e devem chegar ao Espírito Santo a partir de segunda-feira. A Prefeitura de Alpercata, que decretou calamidade pública devido ao desabastecimento, diz que os caminhões-pipa enviados pela Samarco ao município não são suficientes para atender a demanda do município. O abastecimento também deve ser interrompido para 25 mil pessoas em Baixo Guandu e 122 mil pessoas em Colatina, onde a lama pode chegar na próxima semana. Tumiritinga (MG), abastecida pelo contaminado rio Doce, cortou a captação e só fornece água aos moradores devido a dois reservatórios usados em emergências, em um rodízio de 16 horas com água e oito horas, sem. Em Resplendor, onde a lama chegou no fim da tarde de quinta (12), o município tem captado água em um córrego próximo, com tonéis.
cotidiano
Cidade mineira afetada por barragens diz ter recebido água com queroseneCom o abastecimento suspenso desde segunda (9) em razão do mar de lama que invadiu o rio Doce, Governador Valadares (MG) enfrenta uma corrida pela água -com filas de centenas de pessoas para receber a água mineral distribuída pelo Exército. Nesta sexta (13), a prefeitura acusou a Vale de enviar água com querosene para ser entregue à população. Diz que, por isso, jogou fora 240 mil litros. A Vale, controladora da Samarco, responsável pelas duas barragens que se romperam na última quinta-feira em Mariana (MG), nega as acusações. A prefeita Elisa Maria (PT) afirma que equipes da prefeitura perceberam o querosene quando foram descarregar os quatro vagões-tanque, com cerca de 240 mil litros de água, que a Vale levou da vizinha Ipatinga. A administração diz ainda que o analista de relações institucionais da Vale, Henrique Lobo, confirmou a presença do querosene. A Vale nega e diz que usa vagões-tanque novos ou usados exclusivamente para armazenar água, geralmente usada no combate de incêndios florestais. Já a empresa afirma que coletou a água no local indicado pela Copasa (companhia de saneamento de MG), em Ipatinga, e a transportou em vagões-tanque usados para combates a incêndios florestais. "Estes vagões só transportam água e nunca transportaram querosene. A Vale entregou a água em Governador Valadares em local acordado com a prefeitura. Essa, por sua vez, se responsabilizou pelo transporte da água em caminhoes-pipa, que não são de responsabilidade da Vale", afirma a Vale. No total, a Vale afirma ter comprado 14,5 milhões de litros de água mineral para atender a população dos municípios afetados pela contaminação do Rio Doce. Desse total, 10 milhões serão entregues em Governador Valadares e o restante para Baixo Guandu e Colatina. ABASTECIMENTO Governador Valadares, com cerca de 265 mil habitantes, foi a primeira a receber a lama com rejeitos de minério que vazou das barragens da Samarco, que já passou por oito cidades mineiras. O barro chegou a cidade de Aimorés nesta sexta, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil, que monitora o fluxo. Os rejeitos já percorreram mais de 450 quilômetros e devem chegar ao Espírito Santo a partir de segunda-feira. A Prefeitura de Alpercata, que decretou calamidade pública devido ao desabastecimento, diz que os caminhões-pipa enviados pela Samarco ao município não são suficientes para atender a demanda do município. O abastecimento também deve ser interrompido para 25 mil pessoas em Baixo Guandu e 122 mil pessoas em Colatina, onde a lama pode chegar na próxima semana. Tumiritinga (MG), abastecida pelo contaminado rio Doce, cortou a captação e só fornece água aos moradores devido a dois reservatórios usados em emergências, em um rodízio de 16 horas com água e oito horas, sem. Em Resplendor, onde a lama chegou no fim da tarde de quinta (12), o município tem captado água em um córrego próximo, com tonéis.
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Queda de árvore atinge veículos e deixa dois feridos na zona norte de SP
Uma árvore de grande porte caiu e atingiu dois veículos na manhã deste domingo (14), no bairro do Mandaqui, zona norte de São Paulo. Segundo moradores da região, a planta estava consumida por cupins. A queda ocorreu por volta das 10h20, na avenida Santa Inês, deixando duas pessoas feridas, de acordo com a Polícia Militar. Mariana Chiquetto Araújo, 21, acordou com um barulho incomum na rua, não cogitou que a sua tia era a motorista do carro atingido pela árvore. Maria Regina Chiquetto, 51, fraturou o braço, a clavícula e teve ferimentos leves no rosto, segundo seu cunhado Antônio Santos Nascimento Araújo, 57. De acordo com Araújo, Maria Regina é bibliotecária e estava acompanhada de seu namorado, que não ficou ferido. O casal estava parado no farol quando a árvore caiu. "Eu vi a árvore indo de um lado e para o outro. Tinha muito vento. Poderia cair na minha casa. Fiquei travada e chorei. Acordei meu filho e pensei em ficarmos embaixo da cama, mas acabamos saindo de casa na direção oposta da árvore", relata Gilvanete Silva da Assunção, 42. Gilvanete diz que liga com frequência para a prefeitura pedindo o corte da árvore. Todos os moradores da vizinhança relatam que a árvore estava consumida por cupins. Maria da Glória Santos, 37, diz que seu marido registrou um protocolo na prefeitura solicitando o corte da árvore. Maria estava em casa com o filho do casal, um bebê de pouco mais de um mês. "Protocolamos há três meses um pedido. Ninguém apareceu. Hoje percebemos que ela ia cair, por causa do vento. Estava balançando muito. A vida não tem valor nenhum?", diz Maria. No pátio de Maria, o tronco de uma árvore um pouco menor, ao lado da árvore caída, está apoiado em ferros para não cair. "Tivemos que colocar esses apoios porque tem criança que brinca aqui e árvore pode cair em cima delas", diz Maria. Três viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para o local, duas pessoas estavam no interior do veículo e não ficaram feridas. Uma das vítimas foi levada para o Hospital São Camilo, a segunda para o pronto socorro municipal da Lapa. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a via segue interditada, homens do Corpo de Bombeiros foram chamados para cortar a árvore.
cotidiano
Queda de árvore atinge veículos e deixa dois feridos na zona norte de SPUma árvore de grande porte caiu e atingiu dois veículos na manhã deste domingo (14), no bairro do Mandaqui, zona norte de São Paulo. Segundo moradores da região, a planta estava consumida por cupins. A queda ocorreu por volta das 10h20, na avenida Santa Inês, deixando duas pessoas feridas, de acordo com a Polícia Militar. Mariana Chiquetto Araújo, 21, acordou com um barulho incomum na rua, não cogitou que a sua tia era a motorista do carro atingido pela árvore. Maria Regina Chiquetto, 51, fraturou o braço, a clavícula e teve ferimentos leves no rosto, segundo seu cunhado Antônio Santos Nascimento Araújo, 57. De acordo com Araújo, Maria Regina é bibliotecária e estava acompanhada de seu namorado, que não ficou ferido. O casal estava parado no farol quando a árvore caiu. "Eu vi a árvore indo de um lado e para o outro. Tinha muito vento. Poderia cair na minha casa. Fiquei travada e chorei. Acordei meu filho e pensei em ficarmos embaixo da cama, mas acabamos saindo de casa na direção oposta da árvore", relata Gilvanete Silva da Assunção, 42. Gilvanete diz que liga com frequência para a prefeitura pedindo o corte da árvore. Todos os moradores da vizinhança relatam que a árvore estava consumida por cupins. Maria da Glória Santos, 37, diz que seu marido registrou um protocolo na prefeitura solicitando o corte da árvore. Maria estava em casa com o filho do casal, um bebê de pouco mais de um mês. "Protocolamos há três meses um pedido. Ninguém apareceu. Hoje percebemos que ela ia cair, por causa do vento. Estava balançando muito. A vida não tem valor nenhum?", diz Maria. No pátio de Maria, o tronco de uma árvore um pouco menor, ao lado da árvore caída, está apoiado em ferros para não cair. "Tivemos que colocar esses apoios porque tem criança que brinca aqui e árvore pode cair em cima delas", diz Maria. Três viaturas do Corpo de Bombeiros foram acionadas para o local, duas pessoas estavam no interior do veículo e não ficaram feridas. Uma das vítimas foi levada para o Hospital São Camilo, a segunda para o pronto socorro municipal da Lapa. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a via segue interditada, homens do Corpo de Bombeiros foram chamados para cortar a árvore.
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Em ano de vendas fracas, Gramado perde festa do chocolate
A Páscoa terá um sabor mais amargo em Gramado, na Serra Gaúcha. Após 20 anos, o festival Chocofest foi suspenso, e os lojistas reclamam que o movimento está fraco. Além do cancelamento da festa, o comércio responsabiliza a crise econômica pela queda nas vendas. Nos últimos anos, o Chocofest ocupava a rua Coberta, ponto nobre no centro da cidade, e trazia atrações gratuitas, como casa do coelho e fábrica de chocolate, e pagas –peças teatrais, por exemplo. A Secretaria de Turismo local diz que lojistas e donos de restaurantes reclamavam do uso do espaço público. A empresa responsável pelo evento não comentou o motivo da suspensão, mas diz que o festival será reestruturado. Para compensar a lacuna, a prefeitura fez uma parceria com as fábricas para decorar a cidade e oferecer atividades gratuitas, como caça ao ninho, pinturas temáticas e apresentações musicais. Ainda assim, Julinho Cavichioni, sócio-diretor da Caracol Chocolates, acredita que a retração do mercado deve levar a uma queda de 10% nas vendas em relação ao mesmo período de 2014. APENAS DE OLHO Para os lojistas ouvidos pela reportagem, os turistas estão preferindo passear em vez de comprar. "O pessoal só olha, não compra ou compra pouco", afirma a vendedora Paola Schaulet. "Por enquanto o movimento está fraco", diz Camila Furquim, 21, gerente de uma loja de chocolates. "Está apático como em todo o país", concorda Andréia Britto, 43, funcionária de outra loja. O artesão Márcio Garcia, 45, responsável pela decoração de diversas lojas e estandes, também sentiu a demanda menor. "As encomendas de decoração caíram 50% em relação ao ano passado", diz. A turista Clotilde Pires Langoni, 64, que passeava pela cidade na quarta (18), pretende pesquisar os preços antes de comprar os presentes de Páscoa para seus oito netos. "Será uma compra razoável, vou escolher bastante." A Prefeitura de Gramado minimiza o impacto da suspensão do Chocofest e diz esperar 400 mil turistas entre 13 de março e 4 de abril, quando ocorre a primeira edição do Páscoa em Gramado. O número é 8% maior que o verificado na Páscoa do ano passado. Uma das 20 fábricas de chocolate que atuam na cidade, a Lugano, que faturou R$ 25 milhões em 2014, também está otimista e nega que a crise tenha afetado a empresa. A Páscoa é o terceiro período do ano mais lucrativo para o comércio de Gramado, atrás apenas das épocas de inverno e do Natal.
mercado
Em ano de vendas fracas, Gramado perde festa do chocolateA Páscoa terá um sabor mais amargo em Gramado, na Serra Gaúcha. Após 20 anos, o festival Chocofest foi suspenso, e os lojistas reclamam que o movimento está fraco. Além do cancelamento da festa, o comércio responsabiliza a crise econômica pela queda nas vendas. Nos últimos anos, o Chocofest ocupava a rua Coberta, ponto nobre no centro da cidade, e trazia atrações gratuitas, como casa do coelho e fábrica de chocolate, e pagas –peças teatrais, por exemplo. A Secretaria de Turismo local diz que lojistas e donos de restaurantes reclamavam do uso do espaço público. A empresa responsável pelo evento não comentou o motivo da suspensão, mas diz que o festival será reestruturado. Para compensar a lacuna, a prefeitura fez uma parceria com as fábricas para decorar a cidade e oferecer atividades gratuitas, como caça ao ninho, pinturas temáticas e apresentações musicais. Ainda assim, Julinho Cavichioni, sócio-diretor da Caracol Chocolates, acredita que a retração do mercado deve levar a uma queda de 10% nas vendas em relação ao mesmo período de 2014. APENAS DE OLHO Para os lojistas ouvidos pela reportagem, os turistas estão preferindo passear em vez de comprar. "O pessoal só olha, não compra ou compra pouco", afirma a vendedora Paola Schaulet. "Por enquanto o movimento está fraco", diz Camila Furquim, 21, gerente de uma loja de chocolates. "Está apático como em todo o país", concorda Andréia Britto, 43, funcionária de outra loja. O artesão Márcio Garcia, 45, responsável pela decoração de diversas lojas e estandes, também sentiu a demanda menor. "As encomendas de decoração caíram 50% em relação ao ano passado", diz. A turista Clotilde Pires Langoni, 64, que passeava pela cidade na quarta (18), pretende pesquisar os preços antes de comprar os presentes de Páscoa para seus oito netos. "Será uma compra razoável, vou escolher bastante." A Prefeitura de Gramado minimiza o impacto da suspensão do Chocofest e diz esperar 400 mil turistas entre 13 de março e 4 de abril, quando ocorre a primeira edição do Páscoa em Gramado. O número é 8% maior que o verificado na Páscoa do ano passado. Uma das 20 fábricas de chocolate que atuam na cidade, a Lugano, que faturou R$ 25 milhões em 2014, também está otimista e nega que a crise tenha afetado a empresa. A Páscoa é o terceiro período do ano mais lucrativo para o comércio de Gramado, atrás apenas das épocas de inverno e do Natal.
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Bispo que viveu no sertão do Piauí pode virar 37º santo do Brasil
Dom Inocêncio López Santamaria, bispo que viveu no sertão do Piauí combatendo a fome, a seca e o analfabetismo, pode virar santo. Uma equipe de Roma, contratada pela Ordem Mercedária do Brasil, exumou em fevereiro os restos mortais do religioso espanhol, que viveu por 27 anos no município de São Raimundo Nonato (a 517 km de Teresina). Santamaria morreu de câncer em 1958, aos 83 anos, em Salvador. A exumação do corpo de dom Inocêncio faz parte do processo de beatificação e canonização autorizado pelo papa Francisco. No Brasil, há seis religiosos canonizados. Outros 30 serão elevados a santos em outubro deste ano, conforme anunciou o Vaticano na última quinta (2). Se confirmado, dom Inocêncio será o 37º santo nacional. O próximo passo é levantar a história do espanhol e coletar testemunhos de quem conviveu com dom Inocêncio, segundo o frei Rogério Soares, 37, provincial da Ordem Mercedária do Brasil. Cerca de 60 pessoas serão ouvidas, entre eles cinco padres vivos que conheceram o religioso. O processo, que será entregue ao Vaticano, deve durar mais de dois anos. Nascido em 1874 na aldeia de Sotovellanos, na Espanha, dom Inocêncio ocupou importantes cargos na igreja e morou por 11 anos em Roma. No Piauí, fundou a Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil, e um dos milagres atribuído a ele seria de um bebê que acordou do coma. Soares conta que dom Inocêncio construiu 28 escolas somente na zona rural de São Raimundo. "O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento." Entre os documentos descobertos, estão cartas do bispo às autoridades pedindo ajuda para alimentação das famílias, estradas e água. "Um dos relatos é que ele colocava dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar constrangimento." Além de escolas, com a ajuda de dom Inocêncio foram construídas cerca de 700 km de estradas, poços, açudes e capelas entre 1931 a 1958, diz Soares. Quem também conviveu com dom Inocêncio foi o padre José de Negreiros, 73, que estuda o sacerdote há 50 anos e lançou o livro "Dom Inocêncio –O Piauí Abriga um Santo". "Ele recebia em sua casa desde bêbados a padres, visitava os doentes, os presos e era adorado pelas crianças."
poder
Bispo que viveu no sertão do Piauí pode virar 37º santo do BrasilDom Inocêncio López Santamaria, bispo que viveu no sertão do Piauí combatendo a fome, a seca e o analfabetismo, pode virar santo. Uma equipe de Roma, contratada pela Ordem Mercedária do Brasil, exumou em fevereiro os restos mortais do religioso espanhol, que viveu por 27 anos no município de São Raimundo Nonato (a 517 km de Teresina). Santamaria morreu de câncer em 1958, aos 83 anos, em Salvador. A exumação do corpo de dom Inocêncio faz parte do processo de beatificação e canonização autorizado pelo papa Francisco. No Brasil, há seis religiosos canonizados. Outros 30 serão elevados a santos em outubro deste ano, conforme anunciou o Vaticano na última quinta (2). Se confirmado, dom Inocêncio será o 37º santo nacional. O próximo passo é levantar a história do espanhol e coletar testemunhos de quem conviveu com dom Inocêncio, segundo o frei Rogério Soares, 37, provincial da Ordem Mercedária do Brasil. Cerca de 60 pessoas serão ouvidas, entre eles cinco padres vivos que conheceram o religioso. O processo, que será entregue ao Vaticano, deve durar mais de dois anos. Nascido em 1874 na aldeia de Sotovellanos, na Espanha, dom Inocêncio ocupou importantes cargos na igreja e morou por 11 anos em Roma. No Piauí, fundou a Congregação das Irmãs Mercedárias Missionárias do Brasil, e um dos milagres atribuído a ele seria de um bebê que acordou do coma. Soares conta que dom Inocêncio construiu 28 escolas somente na zona rural de São Raimundo. "O bispo tinha uma preocupação muito grande com a educação. Ele trazia professores para dar aula de latim, francês, música para a população pobre e acreditava que a cultura era também uma forma de desenvolvimento." Entre os documentos descobertos, estão cartas do bispo às autoridades pedindo ajuda para alimentação das famílias, estradas e água. "Um dos relatos é que ele colocava dinheiro em um envelope e pedia alguém para pôr debaixo da porta da família que passava fome. Ele não entregava pessoalmente para evitar constrangimento." Além de escolas, com a ajuda de dom Inocêncio foram construídas cerca de 700 km de estradas, poços, açudes e capelas entre 1931 a 1958, diz Soares. Quem também conviveu com dom Inocêncio foi o padre José de Negreiros, 73, que estuda o sacerdote há 50 anos e lançou o livro "Dom Inocêncio –O Piauí Abriga um Santo". "Ele recebia em sua casa desde bêbados a padres, visitava os doentes, os presos e era adorado pelas crianças."
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Deixe os mortos enterrarem seus mortos
A Nova República acabou. Qualquer análise honesta da situação brasileira atual deveria partir dessa constatação. O modelo de redemocratização brasileiro, que perdurou 30 anos, baseava-se em um certo equilíbrio produzido pelo imobilismo. Desde o momento em que FHC se sentou com ACM e o PFL para estabelecer a "governabilidade", a sorte da Nova República estava selada. Frentes heteróclitas de partidos deveriam ser montadas acomodando antigos trânsfugas da ditadura e políticos vindos da oposição em um grande pacto movido por barganhas fisiológicas, loteamento de cargos e violência social brutal. O resultado foi um sistema de freios que transformou os dois maiores grupos oposicionistas à ditadura (o PT e o núcleo mais consistente do PMDB, a saber, o que deu no PSDB) em gestores da inércia. Com uma "governabilidade" como essa, as promessas de mudanças só poderiam gerar resultados bem menores do que as expectativas produzidas. Mas a Nova República tinha também um certo princípio de contenção por visibilidade. No auge da era FHC, José Arthur Giannotti cunhou a expressão "zona cinzenta de amoralidade" para falar do que ele entendia ser um espaço necessário de indeterminação das regras no interior da dita democracia com sua "gestão de recursos escassos". Essa zona de amoralidade, mesmo tacitamente aceita, deveria saber respeitar uma certa "linha de tolerância", pressuposta na opinião pública. Havia coisas que não poderiam aparecer, sob pena de insuflar a indignação nacional. Giannotti acreditava falar da essência da democracia, mas estava, na verdade, a fornecer involuntariamente o modo de funcionamento das misérias da Nova República: um acordo fundado sobre uma zona cinzenta de amoralidade resultante de disfunções estruturais e democratização limitada. Mesmo isso, no entanto, é coisa do passado. O primeiro sintoma do fim da Nova República é a pura e simples gangsterização da política e a brutalização das relações sociais. Não há mais "linha de tolerância" a respeitar, pois não é mais necessário um "pacto pelo imobilismo". Pacto pressupõe negociação entre atores que têm força e querem coisas distintas. Mas todos os principais atores políticos da Nova República já estão neutralizados em seu risco de mudança. Os que não querem a mesma coisa não têm mais como transformar seu desejo em ação. Assim, como não há mais linha de tolerância a respeitar, o outrora impensável pode ser mostrado, desde que sirva para desestabilizar o governo de plantão. Por exemplo, foi como um sindicato de gângsteres que o Congresso Nacional e seu presidente agiram na semana passada ao convocar, para uma CPI de fantasia, a advogada de defesa de denunciantes da Operação Lava Jato, a fim de intimidá-la. De toda forma, só uma política gangsterizada pode aceitar que o presidente da Câmara seja um indiciado a usar seu cargo para, pura e simplesmente, intimidar a Justiça, como se estivesse na Chicago dos anos 1930. Dilma acreditava ainda estar na Nova República ao rifar seu governo para economistas liberais. Seu cálculo era: "Se eu garantir que não haverá nenhuma mudança drástica de rota, serei preservada no governo". Esse raciocínio, no entanto, não serve mais. Como é, atualmente, indiferente saber quem está no governo, pois todos sabem que nenhuma mudança drástica de rota virá, a rifa de Dilma não garantirá sua sobrevida. Em um contexto de crise dessa natureza (e, antes de ser econômica, a crise brasileira é política, é a marca do fim de uma era política) a única solução realmente possível é caminhar ao que poderíamos chamar de "grau zero da representação". Não há, hoje, mais atores políticos no Brasil. Os principais foram testados e falharam, e é desonestidade intelectual acreditar que uma simples troca de presidente mudará algo. Por isso, o poder instituinte precisa se apresentar diretamente, com o mínimo de representação possível. Ao apresentar-se enquanto tal, o poder instituinte pode impulsionar um processo de constituição de novos atores e novas formas. O parlamentarismo tem a possibilidade de convocação de eleições em situações de crise. O presidencialismo brasileiro precisaria de tal flexibilidade para, no caso, convocar eleições gerais, tendo em vista, entre outros objetivos, a dissolução deste Congresso e a convocação de uma assembleia constituinte capaz de refundar a institucionalidade política nacional. Assembleia para a qual poderiam se apresentar candidatos independentes, fora de partidos políticos, com controle estrito do poder econômico. A saída da crise não se dará por meio de conchavos de bastidores, mas pela radicalização da democracia. Como já se disse antes, há horas que você precisa deixar os mortos enterrarem seus mortos e seguir outro caminho.
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Deixe os mortos enterrarem seus mortosA Nova República acabou. Qualquer análise honesta da situação brasileira atual deveria partir dessa constatação. O modelo de redemocratização brasileiro, que perdurou 30 anos, baseava-se em um certo equilíbrio produzido pelo imobilismo. Desde o momento em que FHC se sentou com ACM e o PFL para estabelecer a "governabilidade", a sorte da Nova República estava selada. Frentes heteróclitas de partidos deveriam ser montadas acomodando antigos trânsfugas da ditadura e políticos vindos da oposição em um grande pacto movido por barganhas fisiológicas, loteamento de cargos e violência social brutal. O resultado foi um sistema de freios que transformou os dois maiores grupos oposicionistas à ditadura (o PT e o núcleo mais consistente do PMDB, a saber, o que deu no PSDB) em gestores da inércia. Com uma "governabilidade" como essa, as promessas de mudanças só poderiam gerar resultados bem menores do que as expectativas produzidas. Mas a Nova República tinha também um certo princípio de contenção por visibilidade. No auge da era FHC, José Arthur Giannotti cunhou a expressão "zona cinzenta de amoralidade" para falar do que ele entendia ser um espaço necessário de indeterminação das regras no interior da dita democracia com sua "gestão de recursos escassos". Essa zona de amoralidade, mesmo tacitamente aceita, deveria saber respeitar uma certa "linha de tolerância", pressuposta na opinião pública. Havia coisas que não poderiam aparecer, sob pena de insuflar a indignação nacional. Giannotti acreditava falar da essência da democracia, mas estava, na verdade, a fornecer involuntariamente o modo de funcionamento das misérias da Nova República: um acordo fundado sobre uma zona cinzenta de amoralidade resultante de disfunções estruturais e democratização limitada. Mesmo isso, no entanto, é coisa do passado. O primeiro sintoma do fim da Nova República é a pura e simples gangsterização da política e a brutalização das relações sociais. Não há mais "linha de tolerância" a respeitar, pois não é mais necessário um "pacto pelo imobilismo". Pacto pressupõe negociação entre atores que têm força e querem coisas distintas. Mas todos os principais atores políticos da Nova República já estão neutralizados em seu risco de mudança. Os que não querem a mesma coisa não têm mais como transformar seu desejo em ação. Assim, como não há mais linha de tolerância a respeitar, o outrora impensável pode ser mostrado, desde que sirva para desestabilizar o governo de plantão. Por exemplo, foi como um sindicato de gângsteres que o Congresso Nacional e seu presidente agiram na semana passada ao convocar, para uma CPI de fantasia, a advogada de defesa de denunciantes da Operação Lava Jato, a fim de intimidá-la. De toda forma, só uma política gangsterizada pode aceitar que o presidente da Câmara seja um indiciado a usar seu cargo para, pura e simplesmente, intimidar a Justiça, como se estivesse na Chicago dos anos 1930. Dilma acreditava ainda estar na Nova República ao rifar seu governo para economistas liberais. Seu cálculo era: "Se eu garantir que não haverá nenhuma mudança drástica de rota, serei preservada no governo". Esse raciocínio, no entanto, não serve mais. Como é, atualmente, indiferente saber quem está no governo, pois todos sabem que nenhuma mudança drástica de rota virá, a rifa de Dilma não garantirá sua sobrevida. Em um contexto de crise dessa natureza (e, antes de ser econômica, a crise brasileira é política, é a marca do fim de uma era política) a única solução realmente possível é caminhar ao que poderíamos chamar de "grau zero da representação". Não há, hoje, mais atores políticos no Brasil. Os principais foram testados e falharam, e é desonestidade intelectual acreditar que uma simples troca de presidente mudará algo. Por isso, o poder instituinte precisa se apresentar diretamente, com o mínimo de representação possível. Ao apresentar-se enquanto tal, o poder instituinte pode impulsionar um processo de constituição de novos atores e novas formas. O parlamentarismo tem a possibilidade de convocação de eleições em situações de crise. O presidencialismo brasileiro precisaria de tal flexibilidade para, no caso, convocar eleições gerais, tendo em vista, entre outros objetivos, a dissolução deste Congresso e a convocação de uma assembleia constituinte capaz de refundar a institucionalidade política nacional. Assembleia para a qual poderiam se apresentar candidatos independentes, fora de partidos políticos, com controle estrito do poder econômico. A saída da crise não se dará por meio de conchavos de bastidores, mas pela radicalização da democracia. Como já se disse antes, há horas que você precisa deixar os mortos enterrarem seus mortos e seguir outro caminho.
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No Airbnb, colonos anunciam quartos em assentamentos da Cisjordânia
A "casa estúdio" oferecida por US$ 111 (R$ 432) a diária no Airbnb consiste de uma construção de blocos de concreto erigida a curta distância de edificações vizinhas em Havat Gilad, um assentamento ilegal em plena Cisjordânia ocupada. A casa oferece diversos aposentos, com mobília escassa e acabamento incompleto, e há muita porcaria guardada lá dentro, como caixas vazias de munição utilizadas para armazenagem. A vista, do outro lado das colinas, é para a aldeia palestina de Farata e outro assentamento israelense, Ramat Gilad. Ilana Shimon nos recebeu ao chegarmos a Havat Gilad, a oeste de Nablus, para um pernoite. Ela e o marido, Yehuda, haviam planejado um jantar e visitas às 30 famílias que vivem nas casas de blocos de concreto, muitas delas embelezadas com azulejos e eletrodomésticos modernos –mais ou menos o mesmo programa que ofereceram a casais holandeses e alemães que se hospedaram com eles antes que eu chegasse acompanhado por um fotógrafo. Mas enquanto conversávamos com Shimon em sua cozinha, com a máquina de lavar funcionando e dois de seus oito filhos correndo pela casa, um membro do conselho do assentamento ligou e a instruiu a não permitir que ficássemos. Intimidada pela intervenção, Shimon pediu desculpas. "Tenho 40 anos, e vejo tudo que acontece", ela disse, retorcendo as mãos nervosamente. "Que posso fazer? Precisamos respeitar nossa liderança". Decididos a não criar dificuldades para ela em uma comunidade pequena e passional, partimos, levando um sabor profundamente desagradável da controvérsia surgida nas últimas semanas no Airbnb, por o site permitir que colonos israelenses na Cisjordânia ofereçam aposentos para locação no site mundial de hospedagem, sem menção ao fato de que esses assentamentos são considerados ilegais pela maior parte do mundo. A Autoridade Palestina condenou a empresa por "efetivamente promover a colonização ilegal das terras ocupadas". As associações de colonos naturalmente contra-atacaram, encorajando mais moradores a oferecer no site acomodações em suas casas, como nova plataforma para promover sua intenção de expandir Israel para além das fronteiras que o país tinha em 1967; elas estão conduzindo jornalistas em visitas a imóveis cuidadosamente selecionados. A maioria desses imóveis é alugada por famílias israelenses para visitas em fins de semana, ou por turistas cristãos da Europa e, cada vez mais, de Taiwan e da Coreia do Sul. Embora o Airbnb venha sendo foco de ataque para os críticos de Israel e da ocupação, muitos dos imóveis também são oferecidos em outros sites, como o Booking.com e o TripAdvisor. Alguns ficam em assentamentos suburbanos perto de Jerusalém, que a maioria dos israelenses e muitos especialistas internacionais esperam ver incorporados ao Estado judaico sob um futuro acordo de paz, mas as ofertas incluem locais em postos avançados distantes e não autorizados, bem além dos subúrbios, como Havat Gilad. Batizado em homenagem a Gilad Zar, um chefe de segurança dos colonos, o assentamento foi estabelecido em 2002 e resistiu a esforços intermitentes e ocasionalmente violentos do exército israelense para demoli-lo. A missão ideológica fica clara no site de Havat Gilad: "Nossa presença aqui tem por objetivo sublinhar nosso direito a viver na Terra de Israel, e de fazer com que o povo de Israel e do resto do mundo saiba que todas as tentativas de nos enfraquecer e desencorajar fracassarão". Alguns moradores de Havat Gilad foram aprisionados por acusações de vandalizar propriedades palestinas, e no mês passado soldados israelenses mataram um palestino e feriram um segundo quando eles estavam se preparando para jogar uma bomba incendiária na estrada de terra que conduz ao assentamento, segundo as forças armadas de Israel. Um visitante, Ron, de Amerongen (Holanda), que se hospedou na casa estúdio em novembro, não parecia incomodado com os antecedentes do local. "Para alguém que queira uma sensação verdadeira das comunidades da Samaria, esse é o lugar a visitar", ele escreveu em uma crítica no Airbnb, usando o nome bíblico para a porção norte da Cisjordânia. "A aldeia não é protegida por uma cerca, mas é assim que eles vivem aqui; por que não podemos fazer o mesmo?" Os colonos estão em busca de outras pessoas como ele, e veem o Airbnb como contraponto para o crescente movimento de boicote a empresas israelenses na Cisjordânia, especialmente em um período no qual os ataques palestinos contra israelenses desestimulam o turismo. "Nosso pessoal encara essa questão como desafio e começou a oferecer hospedagem no Airbnb", disse Miri Maoz-Ovadia, porta-voz do conselho dos colonos, que organizou visitas de jornalistas na região. Entre os moradores visitados estava Maanit Rabinovich, 34, mãe de quatro crianças e artista que trabalha com vidro, que oferece "uma visita inesquecível a Kida" por US$ 104 (R$ 405) a diária ("desjejum suntuoso ocasional"). A oferta no Airbnb descreve Kida, que abriga cerca de 60 famílias e tampouco conta com autorização do governo israelense, simplesmente como "ao norte de Jerusalém". "Esperamos ter autorização um dia", ela disse, durante a visita. "Contribuímos para com a sociedade israelense, pagamos impostos em Israel e nos sentimos parte do país". A visita também destaca a vinícola de Psagot, nas imediações, que em resposta a medidas da União Europeia para rotular produtos dos assentamentos como "produzidos nos assentamentos da Cisjordânia", e não "produzidos em Israel", começou a oferecer uma nova cesta de alimentos chamada "as bençãos de Israel". Noa Shlomay, que trabalha na vinícola, disse que "rotulamos com orgulho" os produtos como sendo "dos lugares onde são produzidos", acrescentando que "sempre que há barulho" sobre um boicote, "muita gente que ama Israel nos procura para expressar apoio a nós e aos comerciantes". Havat Gilad, porém, não consta do itinerário aprovado de assentamentos. A colônia é um símbolo de desafio não só aos palestinos e ao mundo em geral como ao governo de Israel. O homem que ligou para Shimon e disse a ela para não permitir nossa estadia no assentamento foi Boaz Haetzni, membro do conselho regional da Samaria, que insistiu que jornalistas precisam de permissão do conselho para visitar a área, apesar de o assentamento oferecer acomodações no Airbnb. "Nós decidimos quem pode vir e quem não", ele disse, quando enfim consegui contatá-lo por telefone. "E o fazemos em ordem determinada, para reuniões com representantes oficiais do conselho". Falando em inglês, que não é seu idioma de origem, ele acrescentou que "nosso medo é que vocês cheguem se fazendo de bonzinhos e depois nos pintem em cores sombrias". Perguntado se isso não representava um esforço de controle da mídia em estilo soviético, e se o conselho não confia nos cidadãos da área, ele insistiu ter feito apenas "uma sugestão" a Shimon, mas acrescentou que "minha sugestão bastou para que ela decidisse". Quando a notícia de nossa expulsão se espalhou, líderes mais conciliadores dos colonos ligaram para pedir desculpas, entre os quais David Perl, que preside o conselho em Gush Etzion, uma série de assentamentos ao sul de Jerusalém que a maior parte dos israelenses presume serão trocados por outros territórios em um futuro acordo com os palestinos. Perl disse acreditar que o assunto Airbnb desaparecerá, como aconteceu com outros protestos. "Com a Internet, as pessoas veem uma área bacana, barata, e logo querem ir, nem se incomodam", ele explicou. "Querem ver tudo, Jerusalém, Belém, os locais do cristianismo. O mundo se globalizou, e nada impedirá que as pessoas venham". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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No Airbnb, colonos anunciam quartos em assentamentos da CisjordâniaA "casa estúdio" oferecida por US$ 111 (R$ 432) a diária no Airbnb consiste de uma construção de blocos de concreto erigida a curta distância de edificações vizinhas em Havat Gilad, um assentamento ilegal em plena Cisjordânia ocupada. A casa oferece diversos aposentos, com mobília escassa e acabamento incompleto, e há muita porcaria guardada lá dentro, como caixas vazias de munição utilizadas para armazenagem. A vista, do outro lado das colinas, é para a aldeia palestina de Farata e outro assentamento israelense, Ramat Gilad. Ilana Shimon nos recebeu ao chegarmos a Havat Gilad, a oeste de Nablus, para um pernoite. Ela e o marido, Yehuda, haviam planejado um jantar e visitas às 30 famílias que vivem nas casas de blocos de concreto, muitas delas embelezadas com azulejos e eletrodomésticos modernos –mais ou menos o mesmo programa que ofereceram a casais holandeses e alemães que se hospedaram com eles antes que eu chegasse acompanhado por um fotógrafo. Mas enquanto conversávamos com Shimon em sua cozinha, com a máquina de lavar funcionando e dois de seus oito filhos correndo pela casa, um membro do conselho do assentamento ligou e a instruiu a não permitir que ficássemos. Intimidada pela intervenção, Shimon pediu desculpas. "Tenho 40 anos, e vejo tudo que acontece", ela disse, retorcendo as mãos nervosamente. "Que posso fazer? Precisamos respeitar nossa liderança". Decididos a não criar dificuldades para ela em uma comunidade pequena e passional, partimos, levando um sabor profundamente desagradável da controvérsia surgida nas últimas semanas no Airbnb, por o site permitir que colonos israelenses na Cisjordânia ofereçam aposentos para locação no site mundial de hospedagem, sem menção ao fato de que esses assentamentos são considerados ilegais pela maior parte do mundo. A Autoridade Palestina condenou a empresa por "efetivamente promover a colonização ilegal das terras ocupadas". As associações de colonos naturalmente contra-atacaram, encorajando mais moradores a oferecer no site acomodações em suas casas, como nova plataforma para promover sua intenção de expandir Israel para além das fronteiras que o país tinha em 1967; elas estão conduzindo jornalistas em visitas a imóveis cuidadosamente selecionados. A maioria desses imóveis é alugada por famílias israelenses para visitas em fins de semana, ou por turistas cristãos da Europa e, cada vez mais, de Taiwan e da Coreia do Sul. Embora o Airbnb venha sendo foco de ataque para os críticos de Israel e da ocupação, muitos dos imóveis também são oferecidos em outros sites, como o Booking.com e o TripAdvisor. Alguns ficam em assentamentos suburbanos perto de Jerusalém, que a maioria dos israelenses e muitos especialistas internacionais esperam ver incorporados ao Estado judaico sob um futuro acordo de paz, mas as ofertas incluem locais em postos avançados distantes e não autorizados, bem além dos subúrbios, como Havat Gilad. Batizado em homenagem a Gilad Zar, um chefe de segurança dos colonos, o assentamento foi estabelecido em 2002 e resistiu a esforços intermitentes e ocasionalmente violentos do exército israelense para demoli-lo. A missão ideológica fica clara no site de Havat Gilad: "Nossa presença aqui tem por objetivo sublinhar nosso direito a viver na Terra de Israel, e de fazer com que o povo de Israel e do resto do mundo saiba que todas as tentativas de nos enfraquecer e desencorajar fracassarão". Alguns moradores de Havat Gilad foram aprisionados por acusações de vandalizar propriedades palestinas, e no mês passado soldados israelenses mataram um palestino e feriram um segundo quando eles estavam se preparando para jogar uma bomba incendiária na estrada de terra que conduz ao assentamento, segundo as forças armadas de Israel. Um visitante, Ron, de Amerongen (Holanda), que se hospedou na casa estúdio em novembro, não parecia incomodado com os antecedentes do local. "Para alguém que queira uma sensação verdadeira das comunidades da Samaria, esse é o lugar a visitar", ele escreveu em uma crítica no Airbnb, usando o nome bíblico para a porção norte da Cisjordânia. "A aldeia não é protegida por uma cerca, mas é assim que eles vivem aqui; por que não podemos fazer o mesmo?" Os colonos estão em busca de outras pessoas como ele, e veem o Airbnb como contraponto para o crescente movimento de boicote a empresas israelenses na Cisjordânia, especialmente em um período no qual os ataques palestinos contra israelenses desestimulam o turismo. "Nosso pessoal encara essa questão como desafio e começou a oferecer hospedagem no Airbnb", disse Miri Maoz-Ovadia, porta-voz do conselho dos colonos, que organizou visitas de jornalistas na região. Entre os moradores visitados estava Maanit Rabinovich, 34, mãe de quatro crianças e artista que trabalha com vidro, que oferece "uma visita inesquecível a Kida" por US$ 104 (R$ 405) a diária ("desjejum suntuoso ocasional"). A oferta no Airbnb descreve Kida, que abriga cerca de 60 famílias e tampouco conta com autorização do governo israelense, simplesmente como "ao norte de Jerusalém". "Esperamos ter autorização um dia", ela disse, durante a visita. "Contribuímos para com a sociedade israelense, pagamos impostos em Israel e nos sentimos parte do país". A visita também destaca a vinícola de Psagot, nas imediações, que em resposta a medidas da União Europeia para rotular produtos dos assentamentos como "produzidos nos assentamentos da Cisjordânia", e não "produzidos em Israel", começou a oferecer uma nova cesta de alimentos chamada "as bençãos de Israel". Noa Shlomay, que trabalha na vinícola, disse que "rotulamos com orgulho" os produtos como sendo "dos lugares onde são produzidos", acrescentando que "sempre que há barulho" sobre um boicote, "muita gente que ama Israel nos procura para expressar apoio a nós e aos comerciantes". Havat Gilad, porém, não consta do itinerário aprovado de assentamentos. A colônia é um símbolo de desafio não só aos palestinos e ao mundo em geral como ao governo de Israel. O homem que ligou para Shimon e disse a ela para não permitir nossa estadia no assentamento foi Boaz Haetzni, membro do conselho regional da Samaria, que insistiu que jornalistas precisam de permissão do conselho para visitar a área, apesar de o assentamento oferecer acomodações no Airbnb. "Nós decidimos quem pode vir e quem não", ele disse, quando enfim consegui contatá-lo por telefone. "E o fazemos em ordem determinada, para reuniões com representantes oficiais do conselho". Falando em inglês, que não é seu idioma de origem, ele acrescentou que "nosso medo é que vocês cheguem se fazendo de bonzinhos e depois nos pintem em cores sombrias". Perguntado se isso não representava um esforço de controle da mídia em estilo soviético, e se o conselho não confia nos cidadãos da área, ele insistiu ter feito apenas "uma sugestão" a Shimon, mas acrescentou que "minha sugestão bastou para que ela decidisse". Quando a notícia de nossa expulsão se espalhou, líderes mais conciliadores dos colonos ligaram para pedir desculpas, entre os quais David Perl, que preside o conselho em Gush Etzion, uma série de assentamentos ao sul de Jerusalém que a maior parte dos israelenses presume serão trocados por outros territórios em um futuro acordo com os palestinos. Perl disse acreditar que o assunto Airbnb desaparecerá, como aconteceu com outros protestos. "Com a Internet, as pessoas veem uma área bacana, barata, e logo querem ir, nem se incomodam", ele explicou. "Querem ver tudo, Jerusalém, Belém, os locais do cristianismo. O mundo se globalizou, e nada impedirá que as pessoas venham". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Sauditas querem provocar violência sectária com execução, diz Hizbullah
O líder do movimento radical xiita libanês Hizbullah, Hasan Nasrallah, acusou neste domingo (3) a Arábia Saudita de querer provocar a violência sectária com a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr, no último sábado (2). Opositor à monarquia sunita Al Saud, que rege a Arábia Saudita, Nimr foi punido com a pena capital após ser acusado de insubordinação e ameaça à união nacional. Com ele, foram executados outros três religiosos xiitas. "Hoje nós passamos por um acontecimento estarrecedor, um grande evento que a [monarquia] Al Saud lidou de forma leve, mas este não é um evento que pode ser considerado leve", afirmou Nasrallah, no canal Al Manar. "O que [a monarquia] Al Saud quer é a violência entre xiitas e sunitas. São eles que a provocaram antes, e continuam a fazer isso em todas as partes do mundo." Para o líder do movimento libanês, Nimr al-Nimr foi "um bravo mártir e um guerreiro sagrado" que morreu sem levar armas ou provocou um conflito armado e foi morto apenas por ser crítico à família que rege a Arábia Saudita. O discurso de Nasrallah foi acompanhado por rajadas de tiros de militantes do Hizbullah em Beirute, em sinal de apoio a seu líder. Pouco antes, houve protesto em frente à embaixada saudita e à sede da ONU na capital libanesa. Alguns dos manifestantes carregavam fotos do clérigo xiita executados e gritavam palavras de ordem como "Morte à Casa de Saud". Dentre os manifestantes, estava o ex-primeiro-ministro Nasser Kandil. PROTESTOS Os protestos contra a execução de Nimr al-Nimr se repetiram em diversas regiões de maioria xiita. Os mais intensos e violentos foram no Irã, onde parte da embaixada saudita foi incendiada na madrugada deste domingo (3). Os manifestantes voltaram a tomar as ruas de Teerã durante a manhã e a tarde, mas policiais impediram a chegada do grupo às imediações da representação diplomática. O consulado em Mashhad também foi atacado. Houve violência também nas manifestações no Bahrein. Policiais entraram em confronto com manifestantes xiitas na capital Manama e em Sitra. As autoridades do país já haviam afirmado que pretendiam reprimir os protestos. O Bahrein recebeu ajuda saudita para encerrar uma revolta em 2011. As comunidades xiitas em Lahore, no Paquistão, em Srinagar, na Caxemira, e em Istambul, na Turquia, também fizeram manifestações.
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Sauditas querem provocar violência sectária com execução, diz HizbullahO líder do movimento radical xiita libanês Hizbullah, Hasan Nasrallah, acusou neste domingo (3) a Arábia Saudita de querer provocar a violência sectária com a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr, no último sábado (2). Opositor à monarquia sunita Al Saud, que rege a Arábia Saudita, Nimr foi punido com a pena capital após ser acusado de insubordinação e ameaça à união nacional. Com ele, foram executados outros três religiosos xiitas. "Hoje nós passamos por um acontecimento estarrecedor, um grande evento que a [monarquia] Al Saud lidou de forma leve, mas este não é um evento que pode ser considerado leve", afirmou Nasrallah, no canal Al Manar. "O que [a monarquia] Al Saud quer é a violência entre xiitas e sunitas. São eles que a provocaram antes, e continuam a fazer isso em todas as partes do mundo." Para o líder do movimento libanês, Nimr al-Nimr foi "um bravo mártir e um guerreiro sagrado" que morreu sem levar armas ou provocou um conflito armado e foi morto apenas por ser crítico à família que rege a Arábia Saudita. O discurso de Nasrallah foi acompanhado por rajadas de tiros de militantes do Hizbullah em Beirute, em sinal de apoio a seu líder. Pouco antes, houve protesto em frente à embaixada saudita e à sede da ONU na capital libanesa. Alguns dos manifestantes carregavam fotos do clérigo xiita executados e gritavam palavras de ordem como "Morte à Casa de Saud". Dentre os manifestantes, estava o ex-primeiro-ministro Nasser Kandil. PROTESTOS Os protestos contra a execução de Nimr al-Nimr se repetiram em diversas regiões de maioria xiita. Os mais intensos e violentos foram no Irã, onde parte da embaixada saudita foi incendiada na madrugada deste domingo (3). Os manifestantes voltaram a tomar as ruas de Teerã durante a manhã e a tarde, mas policiais impediram a chegada do grupo às imediações da representação diplomática. O consulado em Mashhad também foi atacado. Houve violência também nas manifestações no Bahrein. Policiais entraram em confronto com manifestantes xiitas na capital Manama e em Sitra. As autoridades do país já haviam afirmado que pretendiam reprimir os protestos. O Bahrein recebeu ajuda saudita para encerrar uma revolta em 2011. As comunidades xiitas em Lahore, no Paquistão, em Srinagar, na Caxemira, e em Istambul, na Turquia, também fizeram manifestações.
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Dólar cai para R$ 3,52 sem ação do BC; Bolsa sobe com Petrobras e bancos
O dólar continua em alta frente a outras moedas globais, mas cai ante o real nesta quarta-feira (4), para o patamar de R$ 3,52, influenciado pela ausência de atuação do Banco Central no mercado de câmbio nesta sessão. A moeda americana ganha terreno no mercado externo com a possibilidade de elevação dos juros nos EUA em junho, conforme sinalizaram nesta terça-feira (3) dois dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). O sentimento de aversão global ao risco se mantém nesta quarta-feira, com os temores de desaceleração global. Indicadores econômicos e balanços corporativos ruins fazem as Bolsas globais operar no terreno negativo. O Ibovespa operava em queda mais cedo, pressionado principalmente pelas ações da Vale. No entanto, o índice virou e passou a operar no campo positivo, impulsionado pela recuperação dos papéis do setor financeiro e da Petrobras. CÂMBIO E JUROS Após duas sessões de alta do dólar, e a despeito do cenário externo negativo, o mercado de câmbio doméstico passa por uma correção. A moeda americana à vista recuava há pouco 1,05%, para R$ 3,5275; o dólar comercial caía 1,14%, a R$ 3,5290. O Banco Central não anunciou para esta sessão leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura da moeda americana pela autoridade monetária. "Está claro que o BC só deve voltar a atuar no mercado de câmbio quando o dólar ficar abaixo de R$ 3,50", avalia Cleber Alessie, operador da corretora H.Commcor. Segundo Alessie, o real se beneficiava da recuperação do petróleo nesta manhã no mercado internacional, assim como da perspectiva de mudança de governo. Ao mesmo tempo em que predomina uma certa cautela nos negócios, os investidores mantêm o otimismo com a aproximação da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário do Senado e em relação ao eventual governo de Michel Temer. Essa cautela se reflete no mercado de juros futuros. O contrato de DI para janeiro de 2017 avançava de 13,655% para 13,670%; o DI para janeiro de 2021 subia de 12,490% para 12,620%. "As incertezas quanto aos nomes que comporão o ministério Temer e quem assumirá o BC continuam a permear os negócios e a incutir cautela aos investidores, na medida em que o perfil de quem assumir poderá definir quando começará a esperada queda dos juros", comentam os analistas da Lerosa Investimentos, em relatório. O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, avançava 0,78%, aos 347,622 pontos. BOLSA O Ibovespa ganhava 0,65%, aos 52.597,54 pontos. Os papéis do setor financeiro se recuperam após as recentes quedas. Itaú Unibanco PN ganhava 2,49%; Bradesco PN, +3,95%; Banco do Brasil ON, +1,90%; Santander unit, +1,83%; e BM&FBovespa ON, +0,89%. As ações da Petrobras sobem, impulsionadas pela alta do petróleo pela manhã e pelo anúncio da conclusão de venda de ativos na Argentina e no Chile. Petrobras PN ganhava 2,86%, a R$ 10,86, e Petrobras ON, +2,65%, a R$ 13,16. As ações da Vale recuam com a queda do minério da China e a ação do MPF (Ministério Público Federal) que pede reparação de R$ 155 bilhões pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). Também são alvo da ação a Samarco e a BHP Billiton. Vale PNA perdia 5,20%, a R$ 13,85, e Vale ON, 6,37%, a R$ 17,47. EXTERIOR No exterior, prevalece o sentimento negativo, com o aumento da probabilidade de alta dos juros americanos em junho, resultados corporativos ruins e indicadores econômicos fracos. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 0,47%; o S&P 500, -0,50%; e o Nasdaq, -0,55%. Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em baixa de 1,19%; Paris, -1,09%; Frankfurt, -0,99%; Madri, -1,26%; e Milão, -0,17%. Na Ásia, as Bolsas também caíram.
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Dólar cai para R$ 3,52 sem ação do BC; Bolsa sobe com Petrobras e bancosO dólar continua em alta frente a outras moedas globais, mas cai ante o real nesta quarta-feira (4), para o patamar de R$ 3,52, influenciado pela ausência de atuação do Banco Central no mercado de câmbio nesta sessão. A moeda americana ganha terreno no mercado externo com a possibilidade de elevação dos juros nos EUA em junho, conforme sinalizaram nesta terça-feira (3) dois dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). O sentimento de aversão global ao risco se mantém nesta quarta-feira, com os temores de desaceleração global. Indicadores econômicos e balanços corporativos ruins fazem as Bolsas globais operar no terreno negativo. O Ibovespa operava em queda mais cedo, pressionado principalmente pelas ações da Vale. No entanto, o índice virou e passou a operar no campo positivo, impulsionado pela recuperação dos papéis do setor financeiro e da Petrobras. CÂMBIO E JUROS Após duas sessões de alta do dólar, e a despeito do cenário externo negativo, o mercado de câmbio doméstico passa por uma correção. A moeda americana à vista recuava há pouco 1,05%, para R$ 3,5275; o dólar comercial caía 1,14%, a R$ 3,5290. O Banco Central não anunciou para esta sessão leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura da moeda americana pela autoridade monetária. "Está claro que o BC só deve voltar a atuar no mercado de câmbio quando o dólar ficar abaixo de R$ 3,50", avalia Cleber Alessie, operador da corretora H.Commcor. Segundo Alessie, o real se beneficiava da recuperação do petróleo nesta manhã no mercado internacional, assim como da perspectiva de mudança de governo. Ao mesmo tempo em que predomina uma certa cautela nos negócios, os investidores mantêm o otimismo com a aproximação da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário do Senado e em relação ao eventual governo de Michel Temer. Essa cautela se reflete no mercado de juros futuros. O contrato de DI para janeiro de 2017 avançava de 13,655% para 13,670%; o DI para janeiro de 2021 subia de 12,490% para 12,620%. "As incertezas quanto aos nomes que comporão o ministério Temer e quem assumirá o BC continuam a permear os negócios e a incutir cautela aos investidores, na medida em que o perfil de quem assumir poderá definir quando começará a esperada queda dos juros", comentam os analistas da Lerosa Investimentos, em relatório. O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, avançava 0,78%, aos 347,622 pontos. BOLSA O Ibovespa ganhava 0,65%, aos 52.597,54 pontos. Os papéis do setor financeiro se recuperam após as recentes quedas. Itaú Unibanco PN ganhava 2,49%; Bradesco PN, +3,95%; Banco do Brasil ON, +1,90%; Santander unit, +1,83%; e BM&FBovespa ON, +0,89%. As ações da Petrobras sobem, impulsionadas pela alta do petróleo pela manhã e pelo anúncio da conclusão de venda de ativos na Argentina e no Chile. Petrobras PN ganhava 2,86%, a R$ 10,86, e Petrobras ON, +2,65%, a R$ 13,16. As ações da Vale recuam com a queda do minério da China e a ação do MPF (Ministério Público Federal) que pede reparação de R$ 155 bilhões pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). Também são alvo da ação a Samarco e a BHP Billiton. Vale PNA perdia 5,20%, a R$ 13,85, e Vale ON, 6,37%, a R$ 17,47. EXTERIOR No exterior, prevalece o sentimento negativo, com o aumento da probabilidade de alta dos juros americanos em junho, resultados corporativos ruins e indicadores econômicos fracos. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 0,47%; o S&P 500, -0,50%; e o Nasdaq, -0,55%. Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em baixa de 1,19%; Paris, -1,09%; Frankfurt, -0,99%; Madri, -1,26%; e Milão, -0,17%. Na Ásia, as Bolsas também caíram.
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Inadimplência em escolas de São Paulo volta a níveis da crise de 2009
A inadimplência em escolas particulares de São Paulo de educação infantil, ensino fundamental e médio voltou aos níveis da crise econômica de 2009. Segundo dados do Sieeesp (sindicato das escolas do Estado), em julho, o índice médio que mede a falta de pagamentos dos pais estava em 13,70% na cidade de São Paulo. No mesmo período do ano passado, era 8,35%. Em julho de 2009, o indicador foi 13,40%. Em setembro daquele ano, 14,30%. No Estado de São Paulo, a inadimplência em julho foi de 8,37%, ante 7,31% no mesmo mês de 2014. Segundo Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do sindicato, além da crise, o aumento do desemprego fez a inadimplência subir. O QUE FAZER A orientação é que os pais procurem as escolas para negociar. Essa também é a recomendação de Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. Os pais não podem ser incluídos em listas de cadastro negativo —ou seja, se forem procurar vagas em outras escolas, estas não podem exigir atestado de quitação da instituição anterior. A escola anterior também não pode reter documentos que impeçam o aluno de ser transferido. Dolci lembra que a instituição não pode impedir o aluno de participar das atividades escolares e ele não pode sofrer constrangimentos por causa da dívida. Para Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP, a escola tem, porém, a opção de não renovar a matrícula. 10 passos para controlar suas finanças
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Inadimplência em escolas de São Paulo volta a níveis da crise de 2009A inadimplência em escolas particulares de São Paulo de educação infantil, ensino fundamental e médio voltou aos níveis da crise econômica de 2009. Segundo dados do Sieeesp (sindicato das escolas do Estado), em julho, o índice médio que mede a falta de pagamentos dos pais estava em 13,70% na cidade de São Paulo. No mesmo período do ano passado, era 8,35%. Em julho de 2009, o indicador foi 13,40%. Em setembro daquele ano, 14,30%. No Estado de São Paulo, a inadimplência em julho foi de 8,37%, ante 7,31% no mesmo mês de 2014. Segundo Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do sindicato, além da crise, o aumento do desemprego fez a inadimplência subir. O QUE FAZER A orientação é que os pais procurem as escolas para negociar. Essa também é a recomendação de Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. Os pais não podem ser incluídos em listas de cadastro negativo —ou seja, se forem procurar vagas em outras escolas, estas não podem exigir atestado de quitação da instituição anterior. A escola anterior também não pode reter documentos que impeçam o aluno de ser transferido. Dolci lembra que a instituição não pode impedir o aluno de participar das atividades escolares e ele não pode sofrer constrangimentos por causa da dívida. Para Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP, a escola tem, porém, a opção de não renovar a matrícula. 10 passos para controlar suas finanças
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Secretário de Justiça de Trump deixa investigação sobre elo com Rússia
O secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, anunciou nesta quinta-feira (2) que se afastará das investigações sobre os contatos da equipe de Donald Trump com autoridades da Rússia durante a campanha eleitoral. A retirada acontece horas após a revelação de que ele se reuniu duas vezes com o embaixador russo em Washington, Sergei Kislyak, em 2016 —uma durante a Convenção Republicana e outra em setembro. Em entrevista coletiva, o ex-senador delegou a seu vice, Dana Boente, a responsabilidade pela investigação. A decisão foi tomada depois que se reuniu com integrantes do alto escalão do Departamento de Justiça. Ele voltou a negar ter discutido assuntos de campanha com o representante de Moscou e disse que as reuniões foram relacionadas a sua participação na Comissão de Serviços Armados do Senado. Sessions avalia não ter feito nada de errado ao não mencionar os encontros na sabatina no Senado antes da aprovação como secretário. Na ocasião, ele afirmou que não sabia das reuniões da equipe de Trump com os russos. Desde a noite de quarta (1º), quando o jornal "The Washington Post" revelou a existência dos encontros, o secretário foi pressionado por aliados republicanos e rivais democratas a se abster da investigação ou renunciar ao cargo. A primeira reunião foi em julho, após discurso na Fundação Heritage em paralelo à convenção que alçou Trump como candidato. Ele recebeu Kislyak em setembro, antes dos vazamentos da campanha democrata atribuídos à Rússia. Nesta quinta (2), o presidente deu sua "total confiança" ao subordinado, mas disse que não sabia dos encontros com o russo. O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou que Sessions atuou de maneira "100% correta". CONFLITO A pasta que Sessions dirige é a responsável por administrar o FBI (a polícia federal dos EUA), que conduz a investigação sobre o elo da equipe eleitoral de Trump com Moscou. Com isso, Sessions é o segundo membro do gabinete a ter se encontrado com o embaixador russo antes da posse, em 20 de janeiro. O primeiro foi Michael Flynn, que se reuniu com Kislyak em dezembro, quando Trump era presidente eleito. Dias depois da revelação, ele deixou seu cargo de conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca por ocultar o conteúdo das conversas com as autoridades de Moscou para o presidente e seu vice, Mike Pence. Já o secretário de Estado, Rex Tillerson, tinha relações com autoridades e empresários do país enquanto chefiava a petroleira ExxonMobil. Trump assumiu prometendo se aproximar de Moscou, após o período de maior tensão desde a Guerra Fria. Ele chegou a dizer em uma entrevista que era uma vantagem ter a simpatia de seu colega russo, Vladimir Putin.
mundo
Secretário de Justiça de Trump deixa investigação sobre elo com RússiaO secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, anunciou nesta quinta-feira (2) que se afastará das investigações sobre os contatos da equipe de Donald Trump com autoridades da Rússia durante a campanha eleitoral. A retirada acontece horas após a revelação de que ele se reuniu duas vezes com o embaixador russo em Washington, Sergei Kislyak, em 2016 —uma durante a Convenção Republicana e outra em setembro. Em entrevista coletiva, o ex-senador delegou a seu vice, Dana Boente, a responsabilidade pela investigação. A decisão foi tomada depois que se reuniu com integrantes do alto escalão do Departamento de Justiça. Ele voltou a negar ter discutido assuntos de campanha com o representante de Moscou e disse que as reuniões foram relacionadas a sua participação na Comissão de Serviços Armados do Senado. Sessions avalia não ter feito nada de errado ao não mencionar os encontros na sabatina no Senado antes da aprovação como secretário. Na ocasião, ele afirmou que não sabia das reuniões da equipe de Trump com os russos. Desde a noite de quarta (1º), quando o jornal "The Washington Post" revelou a existência dos encontros, o secretário foi pressionado por aliados republicanos e rivais democratas a se abster da investigação ou renunciar ao cargo. A primeira reunião foi em julho, após discurso na Fundação Heritage em paralelo à convenção que alçou Trump como candidato. Ele recebeu Kislyak em setembro, antes dos vazamentos da campanha democrata atribuídos à Rússia. Nesta quinta (2), o presidente deu sua "total confiança" ao subordinado, mas disse que não sabia dos encontros com o russo. O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou que Sessions atuou de maneira "100% correta". CONFLITO A pasta que Sessions dirige é a responsável por administrar o FBI (a polícia federal dos EUA), que conduz a investigação sobre o elo da equipe eleitoral de Trump com Moscou. Com isso, Sessions é o segundo membro do gabinete a ter se encontrado com o embaixador russo antes da posse, em 20 de janeiro. O primeiro foi Michael Flynn, que se reuniu com Kislyak em dezembro, quando Trump era presidente eleito. Dias depois da revelação, ele deixou seu cargo de conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca por ocultar o conteúdo das conversas com as autoridades de Moscou para o presidente e seu vice, Mike Pence. Já o secretário de Estado, Rex Tillerson, tinha relações com autoridades e empresários do país enquanto chefiava a petroleira ExxonMobil. Trump assumiu prometendo se aproximar de Moscou, após o período de maior tensão desde a Guerra Fria. Ele chegou a dizer em uma entrevista que era uma vantagem ter a simpatia de seu colega russo, Vladimir Putin.
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Mortes: Compositor de clássicos e palavras cruzadas
Quando o avô de Helio Matheus deu de presente ao neto, ainda menino, um banjo, não poderia imaginar que, anos depois, ele comporia para cantoras como Wanderléa, Elis Regina e Vanusa. São dele as músicas "Camisa 10", "Kriola" e "Comunicação" (canção com que Elis Regina abria a turnê do disco "Em Pleno Verão"), sucessos da MPB e do soul nos anos 1960 e 1970. Gravou em 1975 o disco "Matheus Segundo Matheus", hoje considerado um clássico cult. O maior sucesso na própria voz veio com a música "Boi da Cara Branca", que fez parte da trilha sonora da novela "O Astro", de 1977. Em casa divertia-se criando palavras cruzadas. "Ele tinha uma habilidade matemática incrível para poder encaixar as palavras sem erro", conta a filha Heliana, para quem Helio compôs a música "Bom Dia, Maravilha". Da infância com o pai, ela se lembra do fascínio ao vê-lo chegando em casa de colete e violão nas costas. "Queria ser igual a ele", diz Heliana, hoje cantora. No ostracismo e longe dos amigos famosos que um dia colecionou, Helio lançou o último disco em 1996, "Renascendo", uma tentativa de retomar o sucesso que fez décadas antes. Mas não conseguiu cumprir o que propunha o nome do álbum e, com problemas de alcoolismo e longe da família, viveu os últimos anos de sua vida em albergues públicos em São Paulo. No Retiro dos Artistas, no Rio, passou os últimos meses antes de morrer, na última quinta-feira (9), aos 76. Deixa três filhos e netos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Compositor de clássicos e palavras cruzadasQuando o avô de Helio Matheus deu de presente ao neto, ainda menino, um banjo, não poderia imaginar que, anos depois, ele comporia para cantoras como Wanderléa, Elis Regina e Vanusa. São dele as músicas "Camisa 10", "Kriola" e "Comunicação" (canção com que Elis Regina abria a turnê do disco "Em Pleno Verão"), sucessos da MPB e do soul nos anos 1960 e 1970. Gravou em 1975 o disco "Matheus Segundo Matheus", hoje considerado um clássico cult. O maior sucesso na própria voz veio com a música "Boi da Cara Branca", que fez parte da trilha sonora da novela "O Astro", de 1977. Em casa divertia-se criando palavras cruzadas. "Ele tinha uma habilidade matemática incrível para poder encaixar as palavras sem erro", conta a filha Heliana, para quem Helio compôs a música "Bom Dia, Maravilha". Da infância com o pai, ela se lembra do fascínio ao vê-lo chegando em casa de colete e violão nas costas. "Queria ser igual a ele", diz Heliana, hoje cantora. No ostracismo e longe dos amigos famosos que um dia colecionou, Helio lançou o último disco em 1996, "Renascendo", uma tentativa de retomar o sucesso que fez décadas antes. Mas não conseguiu cumprir o que propunha o nome do álbum e, com problemas de alcoolismo e longe da família, viveu os últimos anos de sua vida em albergues públicos em São Paulo. No Retiro dos Artistas, no Rio, passou os últimos meses antes de morrer, na última quinta-feira (9), aos 76. Deixa três filhos e netos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Mulher é detida após tentar atropelar policiais do Congresso dos EUA
Uma mulher foi detida na manhã desta quarta-feira (29) após avançar, com um carro, sobre policiais que fazem a segurança de um prédio anexo ao Congresso americano, em Washington. Tiros foram disparados, mas ninguém ficou ferido na ação, segundo a polícia. De acordo com Eva Malecki, diretora de comunicação da polícia do Capitólio, pouco depois das 9h (10h de Brasília) agentes tentaram parar um veículo que era conduzido "de forma errática e agressiva" próximo ao prédio Rayburn, um dos quatro anexos do Congresso que abrigam escritórios. Após alguns disparos, o carro foi parado e a motorista, rendida. Malecki, contudo, disse que o incidente não aparenta ter "conexão com terrorismo" e que vem sendo tratado como uma ação criminosa. A mulher dirigia pela Independence Avenue, avenida que separa os jardins do Capitólio do prédio Rayburn. As informações ainda eram desencontradas até as 11h (12h de Brasília) e não era possível confirmar, por exemplo, se a motorista detida chegou a tentar invadir o prédio ou de onde partiram os disparos. "Durante a tentativa de prender o suspeito, tiros foram disparados", disse Malecki, completando que o caso está sendo investigado. A identidade da motorista também não havia sido divulgada. O incidente ocorre uma semana depois de um homem avançar com um carro sobre pedestres perto do Parlamento britânico, em Londres, matando três pessoas e ferindo outras 40, antes de tentar entrar no prédio e matar um policial. Após o incidente, a parte exterior do Capitólio foi rapidamente esvaziada, mas Malecki disse que as atividades dentro do Congresso seguiriam normalmente durante o dia. No início do mês, Jonathan Tran, 26, pulou a cerca da Casa Branca e ficou nos jardins por 16 minutos antes de ser detido por agentes do serviço secreto. Ele não chegou a entrar na residência, como ocorreu em 2014, quando um veterano da Guerra do Iraque com distúrbios psicológicos invadiu o local com uma faca.
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Mulher é detida após tentar atropelar policiais do Congresso dos EUAUma mulher foi detida na manhã desta quarta-feira (29) após avançar, com um carro, sobre policiais que fazem a segurança de um prédio anexo ao Congresso americano, em Washington. Tiros foram disparados, mas ninguém ficou ferido na ação, segundo a polícia. De acordo com Eva Malecki, diretora de comunicação da polícia do Capitólio, pouco depois das 9h (10h de Brasília) agentes tentaram parar um veículo que era conduzido "de forma errática e agressiva" próximo ao prédio Rayburn, um dos quatro anexos do Congresso que abrigam escritórios. Após alguns disparos, o carro foi parado e a motorista, rendida. Malecki, contudo, disse que o incidente não aparenta ter "conexão com terrorismo" e que vem sendo tratado como uma ação criminosa. A mulher dirigia pela Independence Avenue, avenida que separa os jardins do Capitólio do prédio Rayburn. As informações ainda eram desencontradas até as 11h (12h de Brasília) e não era possível confirmar, por exemplo, se a motorista detida chegou a tentar invadir o prédio ou de onde partiram os disparos. "Durante a tentativa de prender o suspeito, tiros foram disparados", disse Malecki, completando que o caso está sendo investigado. A identidade da motorista também não havia sido divulgada. O incidente ocorre uma semana depois de um homem avançar com um carro sobre pedestres perto do Parlamento britânico, em Londres, matando três pessoas e ferindo outras 40, antes de tentar entrar no prédio e matar um policial. Após o incidente, a parte exterior do Capitólio foi rapidamente esvaziada, mas Malecki disse que as atividades dentro do Congresso seguiriam normalmente durante o dia. No início do mês, Jonathan Tran, 26, pulou a cerca da Casa Branca e ficou nos jardins por 16 minutos antes de ser detido por agentes do serviço secreto. Ele não chegou a entrar na residência, como ocorreu em 2014, quando um veterano da Guerra do Iraque com distúrbios psicológicos invadiu o local com uma faca.
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Impeachment perdeu força e fica para 2016, disse Cunha a peemedebistas
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse a deputados da bancada do PMDB que a possibilidade de deflagração de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff perdeu força e ficará para 2016, no mínimo. A posição foi repassada aos peemedebistas em jantar na casa do presidente da Câmara na quarta-feira da semana passada (11), mesmo dia em que o oposicionista PSDB formalizou publicamente o rompimento com Cunha. Segundo declarações de deputados que participaram do jantar, todos favoráveis ao impeachment de Dilma, Cunha disse que não irá se posicionar sobre os principais pedidos de afastamento da petista neste ano, diferentemente do que vinha afirmando até então –ele dizia que tomaria uma decisão ainda em novembro. "Ele disse ter a impressão de que a possibilidade de impeachment perdeu força, que não há nesse momento apoiamento popular, embora o ocorrido nas contas da Dilma [o Tribunal de Contas da União rejeitou a contabilidade de 2014] sejam fato para levar o impeachment adiante", afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), aliado de Cunha e que participou do jantar. Segundo o deputado do PMDB do Maranhão, Cunha condicionou a possibilidade de deferir um pedido de impeachment somente se o Congresso ratificar a decisão do TCU pela rejeição das contas de Dilma. "Se isso acontecer, ele disse que a deflagração do impeachment volta à tona com toda a força, mas que neste ano não há a menor possibilidade de isso acontecer", completou Rocha. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) fez outra avaliação da fala de Cunha durante o jantar. "Para mim, ele não pensa mais nisso de forma alguma. Se decepcionou com o PSDB, que não sabe de que lado fica e agora precisa estar com o governo". Acusado de integrar o esquema de corrupção da Petrobras e respondendo a um processo de cassação, Cunha vinha se equilibrando entre oposição e governo na tentativa de angaria apoio para salvar seu mandato. Usa, para isso, a prerrogativa que tem de decidir, monocraticamente, sobre a sequencia ou não de pedidos de impeachment contra Dilma. Na última semana, ficou clara uma inclinação em direção ao governo após o rompimento anunciado pelo PSDB, para quem é inconsistente a defesa que ele apresentou para explicar o patrimônio milionário que ocultou em contas na Suíça. Há hoje na Câmara 10 pedidos de impeachment contra Dilma. O principal é o assinado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, documento que é chancelado pela oposição e por movimentos de rua anti-Dilma. Cunha vinha dizendo que iria decidir sobre esse pedido ainda em novembro. Procurado pela reportagem, Cunha não quis se manifestar.
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Impeachment perdeu força e fica para 2016, disse Cunha a peemedebistasO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse a deputados da bancada do PMDB que a possibilidade de deflagração de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff perdeu força e ficará para 2016, no mínimo. A posição foi repassada aos peemedebistas em jantar na casa do presidente da Câmara na quarta-feira da semana passada (11), mesmo dia em que o oposicionista PSDB formalizou publicamente o rompimento com Cunha. Segundo declarações de deputados que participaram do jantar, todos favoráveis ao impeachment de Dilma, Cunha disse que não irá se posicionar sobre os principais pedidos de afastamento da petista neste ano, diferentemente do que vinha afirmando até então –ele dizia que tomaria uma decisão ainda em novembro. "Ele disse ter a impressão de que a possibilidade de impeachment perdeu força, que não há nesse momento apoiamento popular, embora o ocorrido nas contas da Dilma [o Tribunal de Contas da União rejeitou a contabilidade de 2014] sejam fato para levar o impeachment adiante", afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), aliado de Cunha e que participou do jantar. Segundo o deputado do PMDB do Maranhão, Cunha condicionou a possibilidade de deferir um pedido de impeachment somente se o Congresso ratificar a decisão do TCU pela rejeição das contas de Dilma. "Se isso acontecer, ele disse que a deflagração do impeachment volta à tona com toda a força, mas que neste ano não há a menor possibilidade de isso acontecer", completou Rocha. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) fez outra avaliação da fala de Cunha durante o jantar. "Para mim, ele não pensa mais nisso de forma alguma. Se decepcionou com o PSDB, que não sabe de que lado fica e agora precisa estar com o governo". Acusado de integrar o esquema de corrupção da Petrobras e respondendo a um processo de cassação, Cunha vinha se equilibrando entre oposição e governo na tentativa de angaria apoio para salvar seu mandato. Usa, para isso, a prerrogativa que tem de decidir, monocraticamente, sobre a sequencia ou não de pedidos de impeachment contra Dilma. Na última semana, ficou clara uma inclinação em direção ao governo após o rompimento anunciado pelo PSDB, para quem é inconsistente a defesa que ele apresentou para explicar o patrimônio milionário que ocultou em contas na Suíça. Há hoje na Câmara 10 pedidos de impeachment contra Dilma. O principal é o assinado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, documento que é chancelado pela oposição e por movimentos de rua anti-Dilma. Cunha vinha dizendo que iria decidir sobre esse pedido ainda em novembro. Procurado pela reportagem, Cunha não quis se manifestar.
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Desconto na faculdade faz torcedor de time rival virar sócio do Palmeiras
O bolso ou o coração? A dúvida está na cabeça de corintianos, santistas e são-paulinos que estudam na FAM (Faculdade das Américas), patrocinadora do Palmeiras. Desde fevereiro de 2015 a instituição de ensino oferece um desconto de 25% na matrícula e nas mensalidades de mais de 70 cursos para os membros do Avanti, programa de sócio-torcedor do Palmeiras. Com isso, um número considerável de torcedores rivais se tornaram palmeirenses "de carteirinha". A conta é simples: as mensalidades mais baixas da FAM são de R$ 336. Com o desconto para sócio-torcedores, chegam a cerca de R$ 250. Como o plano Avanti bronze, o mais barato, tem mensalidade de R$ 14,99, a economia mensal chega a R$ 69. O Palmeiras tem o maior programa de sócios-torcedores do país, com 126.355 membros. A FAM tem atualmente cerca de 20 mil alunos e ao menos 10% deles recebem o desconto do Avanti. "O pessoal até me zoa, porque eu sou santista e sou Avanti. Meu pai gostou muito, porque ele é palmeirense e aproveita a carteirinha para ir nos jogos", diz Luiz Diegues, 19, que cursa gestão desportiva e de lazer na FAM. A mensalidade do curso de Diegues é de R$ 475, mas com o desconto do Avanti (cerca de R$ 119 mensais) mais outro abatimento que a faculdade oferece para quem paga antecipadamente ele gasta R$ 259. Para que seu pai pudesse ir aos jogos ele fez o plano Ouro, que custa R$ 119 mensais. O regulamento do Avanti proíbe a utilização da carteirinha por outras pessoas, mas permite a inclusão de dependentes -no caso, cada um deve pagar R$ 60 por mês. "Todo mundo brinca, ainda mais com a rivalidade que agora voltou entre Santos e Palmeiras. Mas é um baita desconto", completa. A grande maioria dos alunos diz que conhece diversos torcedores de rivais do Palmeiras que aderiram ao Avanti, mas poucos admitem. Os motivos apontados são o sentimento de culpa ou o medo de represálias mais violentas, no caso dos que se recusaram a ser entrevistados pela Folha. "Não vi problema nenhum [em aderir ao Avanti]. Ninguém tira onda, nadinha. Não vejo problema em dar dinheiro para o Palmeiras. Não vejo nada de mais, sou sócio do São Paulo também e frequento o Morumbi", diz Denis Ferreira, 30, aluno do curso de Educação Física, cuja mensalidade é de R$ 640. Com o desconto do Avanti Bronze (com mensalidade de R$ 14,99), Ferreira paga R$ 480, e economiza cerca de R$ 145 por mês. Ele destaca que o vínculo com o time rival é mínimo, basta levar uma carta para a FAM que atesta a filiação ao programa de sócio-torcedor. "Não precisa nem andar com a carteirinha". O corintiano Christian Suzuki, 19, ainda não é sócio do Avanti, mas diz com firmeza que se tornará em breve. "É complicado, porque Corinthians e Palmeiras são completamente rivais. Mas eu vou ter o desconto na mensalidade e ainda vou poder ir aos jogos entre os dois e ficar na espreita, sem chamar a atenção entre os palmeirenses. É meio estranho ajudar o time para o qual eu não torço, mas estou precisando [do desconto]", afirma. Suzuki é aluno do curso de jogos digitais, que tem mensalidade de R$ 632. Quando se tornar Avanti, ele passará a pagar R$ 158 a menos. RESISTÊNCIA Há também os torcedores rivais que preferem pagar integralmente as mensalidades para não ajudar o Palmeiras. Nesse aspecto, o corintiano Alex Mendes dos Santos, 30, que cursa gestão desportiva e de lazer, diz que o exemplo vem de berço. "Não pago Avanti por ser corintiano. Não sou fanático, mas torço a ponto de não fazer esse tipo de coisa. Na época que a Parmalat patrocinava o Palmeiras (entre 1992 e 2000), meu pai não comprava leite dessa marca. Uma vez eu comprei e tive que ir trocar. Se eu virasse Avanti estaria fortalecendo o rival. Como aluno da FAM, já ajudo. Quase não estudei nela por causa disso", afirma. Vestindo uma calça com o brasão do São Paulo, um aluno que não quis se identificar disse à reportagem que jamais se tornaria sócio-torcedor do rival. Informado de que outros fazem isso, ele respondeu que é "torcedor raiz", e não "Nutella"-na tentativa de dizer que é mais fanático que os outros. PERGUNTAS E RESPOSTAS Todos os cursos têm desconto para quem é Avanti? Não. A maioria dos cursos têm, mas há exceções, como Medicina e os cursos de educação à distância Basta se tornar sócio Avanti para ter o desconto? Não. É necessário retirar uma carta de comprovação na sede do programa Avanti do Palmeiras É possível para alguém que já é aluno da FAM passar a receber o desconto? Sim. Basta seguir o mesmo procedimento de entregar a carta de comprovação Todos os programas Avanti dão direito ao desconto na mensalidade? Sim. Do plano Bronze (R$ 14,99) ao Diamante (R$ 649), todos dão desconto de 25% na mensalidade de cursos da faculdade Posso emprestar minha carteirinha do Avanti para que outra pessoa vá aos jogos do Palmeiras? Não, o cartão Avanti é pessoal e intransferível. É possível colocar outra pessoa como dependente (mediante pagamento de taxas) para que ela desfrute das vantagens do programa, inclusive do desconto na faculdade
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Desconto na faculdade faz torcedor de time rival virar sócio do PalmeirasO bolso ou o coração? A dúvida está na cabeça de corintianos, santistas e são-paulinos que estudam na FAM (Faculdade das Américas), patrocinadora do Palmeiras. Desde fevereiro de 2015 a instituição de ensino oferece um desconto de 25% na matrícula e nas mensalidades de mais de 70 cursos para os membros do Avanti, programa de sócio-torcedor do Palmeiras. Com isso, um número considerável de torcedores rivais se tornaram palmeirenses "de carteirinha". A conta é simples: as mensalidades mais baixas da FAM são de R$ 336. Com o desconto para sócio-torcedores, chegam a cerca de R$ 250. Como o plano Avanti bronze, o mais barato, tem mensalidade de R$ 14,99, a economia mensal chega a R$ 69. O Palmeiras tem o maior programa de sócios-torcedores do país, com 126.355 membros. A FAM tem atualmente cerca de 20 mil alunos e ao menos 10% deles recebem o desconto do Avanti. "O pessoal até me zoa, porque eu sou santista e sou Avanti. Meu pai gostou muito, porque ele é palmeirense e aproveita a carteirinha para ir nos jogos", diz Luiz Diegues, 19, que cursa gestão desportiva e de lazer na FAM. A mensalidade do curso de Diegues é de R$ 475, mas com o desconto do Avanti (cerca de R$ 119 mensais) mais outro abatimento que a faculdade oferece para quem paga antecipadamente ele gasta R$ 259. Para que seu pai pudesse ir aos jogos ele fez o plano Ouro, que custa R$ 119 mensais. O regulamento do Avanti proíbe a utilização da carteirinha por outras pessoas, mas permite a inclusão de dependentes -no caso, cada um deve pagar R$ 60 por mês. "Todo mundo brinca, ainda mais com a rivalidade que agora voltou entre Santos e Palmeiras. Mas é um baita desconto", completa. A grande maioria dos alunos diz que conhece diversos torcedores de rivais do Palmeiras que aderiram ao Avanti, mas poucos admitem. Os motivos apontados são o sentimento de culpa ou o medo de represálias mais violentas, no caso dos que se recusaram a ser entrevistados pela Folha. "Não vi problema nenhum [em aderir ao Avanti]. Ninguém tira onda, nadinha. Não vejo problema em dar dinheiro para o Palmeiras. Não vejo nada de mais, sou sócio do São Paulo também e frequento o Morumbi", diz Denis Ferreira, 30, aluno do curso de Educação Física, cuja mensalidade é de R$ 640. Com o desconto do Avanti Bronze (com mensalidade de R$ 14,99), Ferreira paga R$ 480, e economiza cerca de R$ 145 por mês. Ele destaca que o vínculo com o time rival é mínimo, basta levar uma carta para a FAM que atesta a filiação ao programa de sócio-torcedor. "Não precisa nem andar com a carteirinha". O corintiano Christian Suzuki, 19, ainda não é sócio do Avanti, mas diz com firmeza que se tornará em breve. "É complicado, porque Corinthians e Palmeiras são completamente rivais. Mas eu vou ter o desconto na mensalidade e ainda vou poder ir aos jogos entre os dois e ficar na espreita, sem chamar a atenção entre os palmeirenses. É meio estranho ajudar o time para o qual eu não torço, mas estou precisando [do desconto]", afirma. Suzuki é aluno do curso de jogos digitais, que tem mensalidade de R$ 632. Quando se tornar Avanti, ele passará a pagar R$ 158 a menos. RESISTÊNCIA Há também os torcedores rivais que preferem pagar integralmente as mensalidades para não ajudar o Palmeiras. Nesse aspecto, o corintiano Alex Mendes dos Santos, 30, que cursa gestão desportiva e de lazer, diz que o exemplo vem de berço. "Não pago Avanti por ser corintiano. Não sou fanático, mas torço a ponto de não fazer esse tipo de coisa. Na época que a Parmalat patrocinava o Palmeiras (entre 1992 e 2000), meu pai não comprava leite dessa marca. Uma vez eu comprei e tive que ir trocar. Se eu virasse Avanti estaria fortalecendo o rival. Como aluno da FAM, já ajudo. Quase não estudei nela por causa disso", afirma. Vestindo uma calça com o brasão do São Paulo, um aluno que não quis se identificar disse à reportagem que jamais se tornaria sócio-torcedor do rival. Informado de que outros fazem isso, ele respondeu que é "torcedor raiz", e não "Nutella"-na tentativa de dizer que é mais fanático que os outros. PERGUNTAS E RESPOSTAS Todos os cursos têm desconto para quem é Avanti? Não. A maioria dos cursos têm, mas há exceções, como Medicina e os cursos de educação à distância Basta se tornar sócio Avanti para ter o desconto? Não. É necessário retirar uma carta de comprovação na sede do programa Avanti do Palmeiras É possível para alguém que já é aluno da FAM passar a receber o desconto? Sim. Basta seguir o mesmo procedimento de entregar a carta de comprovação Todos os programas Avanti dão direito ao desconto na mensalidade? Sim. Do plano Bronze (R$ 14,99) ao Diamante (R$ 649), todos dão desconto de 25% na mensalidade de cursos da faculdade Posso emprestar minha carteirinha do Avanti para que outra pessoa vá aos jogos do Palmeiras? Não, o cartão Avanti é pessoal e intransferível. É possível colocar outra pessoa como dependente (mediante pagamento de taxas) para que ela desfrute das vantagens do programa, inclusive do desconto na faculdade
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Veja cinco atrações para celebrar o recorde de reinado de Elizabeth 2ª
O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. VIDA LONGA À RAINHA 5 atrações para celebrar o recorde de reinado de Elizabeth 2ª Veja mapa Palácio de Buckingham (Londres) Residência dos monarcas britânicos desde 1837, o palácio abriu à visitação, até o dia 27, os salões usados para receber convidados da rainha Castelo de Windsor (Berkshire) Uma das residências reais favoritas da monarca, o castelo possui uma capela que abriga a tumba de Henrique 8º Castelo de Balmoral (Aberdeenshire) Elizabeth 2ª estava em Balmoral quando a princesa Diana morreu; a ocasião é retratada no filme "A Rainha" Iate Real Britannia (Edimburgo) Antiga residência flutuante da rainha, o iate é agora uma atração turística ancorada permanentemente Sandringham House (Norfolk) Tradicionalmente, a família real passa o Natal nesta propriedade, localizada em uma região campestre * FRANÇA Nantes, no oeste do país, inaugurou na semana passada seu espelho d'água, vizinho ao castelo dos Duques da Bretanha; os 32 jatos lançam água a até 1,50 metro * AGENDA 27 de SETEMBRO Termina o 6º Festival da Lagosta, em Maragogi (AL); no evento, que conta com apresentações de música e dança, são servidos pratos com o crustáceo em 12 restaurantes e hotéis com até 50% de desconto (festivaldalagosta.com.br ) 03 de OUTUBRO Será realizado o curso Café na Fazenda, que explora o processo produtivo do grão em uma fazenda em Pedregulho, no interior de SP. O curso, promovido pelo Octavio Café, custa R$ 900 e vai até o dia 4 (octaviocafe.com ) * LANÇAMENTOS COMO DECIFRAR NOVA YORK - O GUIA VISUAL DA BIG APPLE O guia explora a arquitetura local, seus prédios icônicos e as diferentes técnicas e estilos arquitetônicos AUTOR Will Jones EDITORA Edições de Janeiro QUANTO R$ 49 (256 págs) NOVA YORK DO OIAPOQUE AO CHUÍ Conta as histórias de 23 brasileiros na cidade AUTORA Tania Menai EDITORA Editora Alpendre QUANTO R$ 9,50 (e-book)
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Veja cinco atrações para celebrar o recorde de reinado de Elizabeth 2ªO "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos do setor toda semana. A coluna "Sobrevoo" também responde a perguntas dos leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para [email protected]. VIDA LONGA À RAINHA 5 atrações para celebrar o recorde de reinado de Elizabeth 2ª Veja mapa Palácio de Buckingham (Londres) Residência dos monarcas britânicos desde 1837, o palácio abriu à visitação, até o dia 27, os salões usados para receber convidados da rainha Castelo de Windsor (Berkshire) Uma das residências reais favoritas da monarca, o castelo possui uma capela que abriga a tumba de Henrique 8º Castelo de Balmoral (Aberdeenshire) Elizabeth 2ª estava em Balmoral quando a princesa Diana morreu; a ocasião é retratada no filme "A Rainha" Iate Real Britannia (Edimburgo) Antiga residência flutuante da rainha, o iate é agora uma atração turística ancorada permanentemente Sandringham House (Norfolk) Tradicionalmente, a família real passa o Natal nesta propriedade, localizada em uma região campestre * FRANÇA Nantes, no oeste do país, inaugurou na semana passada seu espelho d'água, vizinho ao castelo dos Duques da Bretanha; os 32 jatos lançam água a até 1,50 metro * AGENDA 27 de SETEMBRO Termina o 6º Festival da Lagosta, em Maragogi (AL); no evento, que conta com apresentações de música e dança, são servidos pratos com o crustáceo em 12 restaurantes e hotéis com até 50% de desconto (festivaldalagosta.com.br ) 03 de OUTUBRO Será realizado o curso Café na Fazenda, que explora o processo produtivo do grão em uma fazenda em Pedregulho, no interior de SP. O curso, promovido pelo Octavio Café, custa R$ 900 e vai até o dia 4 (octaviocafe.com ) * LANÇAMENTOS COMO DECIFRAR NOVA YORK - O GUIA VISUAL DA BIG APPLE O guia explora a arquitetura local, seus prédios icônicos e as diferentes técnicas e estilos arquitetônicos AUTOR Will Jones EDITORA Edições de Janeiro QUANTO R$ 49 (256 págs) NOVA YORK DO OIAPOQUE AO CHUÍ Conta as histórias de 23 brasileiros na cidade AUTORA Tania Menai EDITORA Editora Alpendre QUANTO R$ 9,50 (e-book)
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Como navegar nos dias de hoje
Volto a um tema que tem sido recorrente nas minhas colunas na Folha: como olhar para o futuro em dias de grande turbulência e incertezas como os de hoje? Uma das alternativas é centrar a atenção nos chamados dados de alta frequência. São informações que aparecem na mídia, quase que diariamente, sobre inflação, resultados fiscais e uma série de outros indicadores econômicos. Quem escolhe essa forma de acompanhar a economia equipara-se a alguém perdido em uma floresta de eucaliptos, tentando encontrar o caminho de volta, olhando apenas para as árvores. Corre o risco de andar em círculo e, depois de muito esforço, voltar ao início de sua procura. Outra alternativa é fugir do dia a dia dos canais de informação e procurar identificar as tendências de mais longo prazo que se escondem nos dados de alta frequência. Para tal, o analista precisa desenvolver talentos de outra ordem, que incorporam o conhecimento cientifico e a experiência de momentos passados. Essa é a forma que tenho procurado exercitar neste confuso período do início do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Desde o começo do trabalho do ministro Joaquim Levy sabíamos que a brusca freada dos gastos do governo –e do crédito dos bancos públicos– nos levaria a uma recessão econômica. Também estava claro, para os que compreenderam seus objetivos, que haveria uma inflação corretiva no segmento dos preços do setor público e que a desvalorização do real impactaria os preços de uma grande cesta de preços do setor privado. Respondendo a esse choque inflacionário, o Banco Central tornaria sua política de juros mais altos ainda mais agressiva. Afinal a redução da inflação é uma busca evidente no planejamento do governo para recuperar seus índices de apoio popular. Como resposta a esse conjunto de medidas, o mercado de trabalho passaria a funcionar com taxas de desemprego bem mais elevadas e com os salários sofrendo perdas reais importantes. Taxas de desemprego muito baixas estavam no centro da aceleração inflacionária dos últimos anos, aliás como ensina a teoria econômica. Ou seja, um cenário difícil, com as empresas e instituições financeiras pisando nos breques e reforçando a queda da atividade econômica e dos investimentos. Dois fatores adicionais tornaram o quadro ainda mais perverso: a falta de confiança na perenidade da nova política econômica e o escândalo da Operação Lava Jato. Vivemos hoje um período em que a credibilidade no novo caminho trilhado pelo governo cresceu bastante. Esse fator faz com que a eficiência das medidas adotadas aumente e a possibilidade do sucesso do ajuste mude de patamar. O observador mais atento já pode sentir essas mudanças ao acompanhar as cotações das ações na Bovespa e a interrupção na histeria em relação à taxa de câmbio. Mantida a disciplina do governo na implementação do receituário prescrito pelo ministro Levy, acredito que essa melhora nas expectativas deva se manter nos próximos meses e que as previsões para o ano novo, que serão feitas no fim de 2015, serão bem mais positivas ao nível macro.
colunas
Como navegar nos dias de hojeVolto a um tema que tem sido recorrente nas minhas colunas na Folha: como olhar para o futuro em dias de grande turbulência e incertezas como os de hoje? Uma das alternativas é centrar a atenção nos chamados dados de alta frequência. São informações que aparecem na mídia, quase que diariamente, sobre inflação, resultados fiscais e uma série de outros indicadores econômicos. Quem escolhe essa forma de acompanhar a economia equipara-se a alguém perdido em uma floresta de eucaliptos, tentando encontrar o caminho de volta, olhando apenas para as árvores. Corre o risco de andar em círculo e, depois de muito esforço, voltar ao início de sua procura. Outra alternativa é fugir do dia a dia dos canais de informação e procurar identificar as tendências de mais longo prazo que se escondem nos dados de alta frequência. Para tal, o analista precisa desenvolver talentos de outra ordem, que incorporam o conhecimento cientifico e a experiência de momentos passados. Essa é a forma que tenho procurado exercitar neste confuso período do início do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Desde o começo do trabalho do ministro Joaquim Levy sabíamos que a brusca freada dos gastos do governo –e do crédito dos bancos públicos– nos levaria a uma recessão econômica. Também estava claro, para os que compreenderam seus objetivos, que haveria uma inflação corretiva no segmento dos preços do setor público e que a desvalorização do real impactaria os preços de uma grande cesta de preços do setor privado. Respondendo a esse choque inflacionário, o Banco Central tornaria sua política de juros mais altos ainda mais agressiva. Afinal a redução da inflação é uma busca evidente no planejamento do governo para recuperar seus índices de apoio popular. Como resposta a esse conjunto de medidas, o mercado de trabalho passaria a funcionar com taxas de desemprego bem mais elevadas e com os salários sofrendo perdas reais importantes. Taxas de desemprego muito baixas estavam no centro da aceleração inflacionária dos últimos anos, aliás como ensina a teoria econômica. Ou seja, um cenário difícil, com as empresas e instituições financeiras pisando nos breques e reforçando a queda da atividade econômica e dos investimentos. Dois fatores adicionais tornaram o quadro ainda mais perverso: a falta de confiança na perenidade da nova política econômica e o escândalo da Operação Lava Jato. Vivemos hoje um período em que a credibilidade no novo caminho trilhado pelo governo cresceu bastante. Esse fator faz com que a eficiência das medidas adotadas aumente e a possibilidade do sucesso do ajuste mude de patamar. O observador mais atento já pode sentir essas mudanças ao acompanhar as cotações das ações na Bovespa e a interrupção na histeria em relação à taxa de câmbio. Mantida a disciplina do governo na implementação do receituário prescrito pelo ministro Levy, acredito que essa melhora nas expectativas deva se manter nos próximos meses e que as previsões para o ano novo, que serão feitas no fim de 2015, serão bem mais positivas ao nível macro.
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Demitido, Doriva diz que São Paulo sofre retrocesso na gestão
Demitido na última segunda (9) depois de só 33 dias no São Paulo, o técnico Doriva disse que a decisão da diretoria não teve critério e que foi surpreendido ao ser chamado no início da semana. Dois dias depois de deixar o cargo, ele decidiu conceder entrevista para jornais, no escritório de seu assessor de imprensa. Para o treinador, do tempo que jogou lá, entre 1991 e 1994, para agora, o time do Morumbi regrediu na parte de gestão. Doriva afirmou que nunca viu o São Paulo em situação tão ruim e acredita, inclusive, que o clube esteja atrás de todos os outros que ele trabalhou –Ituano, Vasco, Atlético-PR e Ponte Preta. "Faz muito tempo [que eu joguei lá]. O São Paulo evoluiu bastante. Na parte de estrutura física, evoluiu muito, está muito bem. E regrediu nessa parte de gestão", afirmou o técnico, campeão paulista com o Ituano em 2014 e carioca com o Vasco em 2015. "Com certeza. Pela marca que é, devia ser um clube no mínimo blindado. O que não está acontecendo. A todo momento o São Paulo está reproduzindo problemas. É uma pena, porque o São Paulo tem uma história linda, da qual eu faço parte, um grande clube, cheio de história". Segundo Doriva, alguns jogadores lhe mandaram mensagem logo depois de saberem da decisão, como Pato, Ceni e Wesley. Milton Cruz, que ficou como interino, não entrou em contato. Procurado para comentar as declarações de Doriva, o São Paulo afirmou que "agradece os serviços prestados e que tem Doriva em alta conta, profissional vencedor". Leia abaixo a entrevista completa. * Folha - Você se arrepende de ter ido ao São Paulo? *Doriva - * Não. A vida é feita de oportunidades. Meu primeiro objetivo na Ponte era livrar o time do rebaixamento. Estava com 41 pontos, esse objetivo estava feito e surgiu o convite do São Paulo. A partir daí, eu vislumbrei a possibilidade de dar um salto na carreira, trabalhando numa marca como o São Paulo. É inegável que é o sonho de todo profissional. Mas nunca imaginei que seria assim, que eu fosse viver isso que vivi. Com dois dias, o presidente que havia me contratado saiu. Mas eu não me arrependo. Você regrediu na carreira? O desfecho não foi o que eu esperava, mas eu não sabia disso antes de assumir. Com certeza vai acrescentar em nível de experiência e de maturidade. E muito. Na minha vida, eu sempre tirei boas lições dos momentos desfavoráveis. Eu vou olhar para frente e dar seguimento na minha carreira. Como eu sempre fiz, com honestidade, perseverança e vontade. Em que momento você percebeu que não iria ficar? Quando a pessoa que te contratou sai, obviamente passa pela sua cabeça que poderia ter uma demissão imediata. Não aconteceu. E a partir daí comecei a criar uma expectativa na minha cabeça de que eu poderia ficar, fazer o meu trabalho da melhor maneira possível e convencer as pessoas novas de que meu trabalho era bom e que se eu tivesse o tempo necessário eles poderiam ver que os resultados. Eu esperava ser avaliado no fim do ano. O trabalho teve início e meio, não teve fim. Eu não tenho mágoa, nem raiva, não tenho. Mas o trabalho só pode ser avaliado com início, meio e fim. E aí, no fim, você pode tomar uma decisão. Foi uma surpresa, então? Fui surpreendido. Foi sem critério. Eu imaginava que ia ser avaliado até o final. Se o trabalho não tivesse resposta, aí sim poderia vir uma decisão. Você consegue avaliar o seu trabalho? Eu vi evolução. Dois treinadores não são iguais. Eu nunca desrespeitei o trabalho do Osorio. A imprensa muitas vezes falou isso. Eu tenho o meu método e ele tem o dele, e eu respeito o dele, mas acredito no meu. Até hoje, o meu deu certo. Todos que eu comecei e terminei deram fruto. Eu vou continuar acreditando no meu trabalho. Os resultados foram ruins. Qual foi o problema? Tem a Copa do Brasil e o Brasileiro. E tem que separar as duas coisas. Se você pegar o percentual no Brasileiro, ele é bom. Na Copa do Brasil, falando de performance, a gente fez um bom primeiro jogo, mas o resultado não foi bom. Foi frustrante, para mim, para os jogadores e imagino que para a diretoria também. Mas tem de se ressaltar o valor do Santos, que está muito bem e soube se impor. O grupo estava unido? Eu enxerguei que era um grupo unido, gosto de uma equipe um pouco mais competitiva. Eu estava tentando implementar isso lá. Estimular... Mas leva um tempo para eles assimilarem o seu estilo de trabalho, o que você exige. Estava acontecendo, mas lentamente. Hoje, não tem como, tem de aliar talento e disposição, e comprometimento. Se não, não tem jeito. A comparação com o Osorio incomodava? Não atrapalhou. Parte da imprensa usou essa situação para criar um desconforto, mas não me desestabilizou. Tenho convicção do meu trabalho e estava tentando implantá-lo, mas foi interrompido. O São Paulo justificou dizendo que queria títulos e já estava planejando 2016. Como você recebe esses argumentos? Eu conversei com o Gustavo [Vieira de Oliveira, diretor-executivo do clube] e ele me disse que iam criar um fato novo para conseguir a Libertadores. Eu acho que o São Paulo tinha e tem totais condições para chegar na Libertadores, inclusive estou torcendo por isso. A expressão usada foi um fato novo? O que você entende por isso? Eu não posso julgar nada e não quero ser injusto com ninguém. Eu apenas lamento a maneira que foi [tomada] a decisão da diretoria. Eles se precipitaram. Eu não tenho o poder de decisão, são eles quem tem. Eu estava motivado e querendo fazer o meu melhor. Só o Gustavo falou com você? Falei com o Ataíde [Gil Guerreiro, vice de futebol] também. Ele me incentivou, disse que não foi só o Aidar que queria me trazer e me deu incentivo para seguir em frente. Foi uma pessoa que eu gostei muito de trabalhar, frontal, honesta. Isso é importante. Você acha que o Abilio Diniz influenciou a sua saída? Eu não sei, não me envolvi em política. É o que se diz. Mas não sei se houve ou se não houve. Eu sei que o Leco é o presidente, não conheço o Abílio Diniz e não posso fazer um julgamento sobre ele, como ele também não pode fazer de mim. Não foi um erro de avaliação seu não ter ponderado a situação política? Eu não tinha como saber. Depois de dois dias é que houve a exposição dessa situação, da briga e tal. Tinham especulações, até do caso do Maidana, mas não tinha essa certeza. Se tivesse, eu avaliaria e não tomaria essa decisão. Mas ele [Aidar] era o presidente e queria me contratar. Depois que eu estava no processo é que aconteceu essa situação. Não dava para voltar atrás. Você pensa em avaliar melhor a situação política do clube na próxima vez? A gente sempre avalia. Avalia o elenco, a política e todo o resto. Eu sabia que vivia um momento conturbado, mas não sabia que seria assim. Influenciou muito. Lamento, porque o São Paulo sempre foi um clube que soube gerir bem as coisas. E agora está assim, com as coisas expostas. Já viu o São Paulo em situação pior que essa? Acredito que não. O que mudou desde que você saiu de lá, quando jogava? Faz muito tempo. O São Paulo evoluiu bastante. Na parte de estrutura física, evoluiu muito, está muito bem. E regrediu nessa parte de gestão. Você aprendeu alguma coisa nesse tempo? Eu ainda estou digerindo. Todas as situações trazem reflexão e amadurecimento, e essa vai ser mais uma situação na minha carreira. Eu tenho uma história e esse é só um momento. A minha história continua intacta. Recebeu alguma pressão? Não. Você está dentro do clube, acaba encontrando com as pessoas, não tive reunião formal, mas conversava sobre futuras situações de atletas. Eu conversei um dia com o Leco e ele me disse para ficar tranquilo e fazer o meu trabalho. E eu fiquei tranquilo. O Ataíde também disse que confiava no meu trabalho. Sempre estive focado no campo. *Na semana passada, você disse que ainda não tinha falado sobre planejamento com o vice de futebol, e ele disse que tinha lhe procurado. Eles já estavam pensando em te descartar? Não sei, não tenho como saber. Tivemos algumas conversas, falamos de alguns nomes, mas não houve nada formal. Eu acredito até que a gente iria esperar para ver se classificava à Libertadores, para ver o que planejava. Você falou com o Aidar desde que ele saiu? Falei uma vez por mensagem. Ele lamentando a saída dele, e eu agradeci por ter me dado a chance. Gratidão é uma coisa que eu levo. Depois da saída, não falei. E com os jogadores? Recebi algumas mensagens de atletas que se solidarizaram, como do [Alexandre] Pato, do [Rogério] Ceni, Wesley e outros. Há uma crítica sobre o São Paulo ser apático em campo. O que você acha? Comecei a estimular que a gente só consegue resultados se tiver uma equipe competitiva. O Corinthians, por exemplo, tem talento, mas compete. É uma equipe comprometida. Eu sempre estimulei todos os atletas a isso. E teve uma melhora. O Ganso melhorou muito, se entregou e correu. Ele aumentou o percentual de km que fazia nos jogos. Foi evidente isso. Eu gosto que a equipe trabalhe junto. A individualidade aparece no momento certo. Você tem que ter o coletivo forte. Você sentiu que o grupo era mais individualista? Nós tínhamos jogadores que jogam mais individualmente. Mas o esporte é coletivo e você tem que trazer esses que jogam assim para participar da parte tática, especialmente sem a bola. A recuperação do Ganso foi o seu grande momento? Eu acho que ele evoluiu. Do primeiro para o último jogo houve uma evolução do coletivo. Não foi grande porque requer mais tempo, mas houve uma evolução muito boa. Deixou um time um pouco com a sua cara? Eu acho. Faltava ainda um pouco. Mas eu acho que eles já estavam assimilando bem. Fazendo coisas que a gente cobrava. Não dá para fazer tudo de uma vez. Eles estavam fazendo coisas das quais eu sou convicto de que dá certo. Por que [o seu contrato] não tinha multa [de rescisão]? Não é mais comum. Eles não colocam mais. Colocavam antes e depois os clubes rescindiam e ficavam pagando por mais um monte de tempo. Sofriam com isso. Você não recebeu nada? Vou receber os dias que trabalhei e tem uma cláusula de aviso prévio. Vão acertar ainda. Como foi trabalhar com o Gustavo? Ele é uma pessoa tranquila. Não tive problema algum. Nem com ele e nem com ninguém. Eu sou uma pessoa fácil e não tive problema com ninguém. Eu acredito que o ambiente saudável faz a diferença. Não está na hora de parar em um clube só? Obviamente quando você inicia um trabalho, você quer terminar. Eu iniciei um trabalho no Vasco quando as coisas começaram a ir bem. Mas depois, não continuaram nessa direção. E em comum acordo decidi ir embora. É uma coisa de momento. Surgiu a Ponte, houve momento difícil, mas superamos. Saí em um momento favorável. Quero ter uma história longa em um clube e conquistar títulos. Mas, no futebol, a gente nunca sabe o que vai acontecer. Quando eu estava no Vasco, tive o convite do Grêmio. Era melhor financeiramente, mas achei que não era o momento. Já na Ponte, foi diferente. Lamentavelmente, as coisas não aconteceram da maneira que eu esperava. O que você projeta agora? Eu estou dando uma refrescada na mente. Não pretendo trabalhar de imediato. Quero continuar trabalhando, com certeza. Quero continuar vendo os jogos. A partir dos jogos você tira um monte de ideias. Pretendo ver jogos de alto nível e aguardar para ver o que vai acontecer. Houve um contato com uma pessoa, mas eu me posicionei dessa maneira. A ideia é começar [a trabalhar] no ano que vem? Sim. Quero trabalhar e estou olhando para frente. Esse foi um momento da minha carreira, que é curta, mas vitoriosa. Os trabalhos em que eu comecei e terminei deram certo. Eu sou uma pessoa séria, honesta e não tenho o que temer. Vou continuar focado. A gente às vezes é julgado, mas a minha história tem me respaldado. Estou muito confiante no futuro. O São Paulo está atrás de Vasco, Ituano, Ponte e Atlético-PR, clubes que você trabalhou, no aspecto da gestão? Com certeza. Pela marca que é, devia ser um clube no mínimo blindado, o que não está acontecendo. A todo momento o São Paulo está reproduzindo problemas. É uma pena porque o São Paulo tem uma história linda, da qual eu faço parte. É um grande clube, cheio de história. Foi o mais difícil? Foi muito pouco tempo. Foi muito conturbado e isso tumultua o ambiente. Quando o ambiente é bom, as coisas funcionam melhor. O Rogério ainda faz bem para o grupo? Com certeza. Ele tem uma história linda. O são-paulino vai sentir falta da postura dele, ele é um líder. Eu acho que ele faz bem para o São Paulo. Se no futuro vier um convite do São Paulo, você aceitaria? Com certeza eu iria pensar. Não tenho mágoa de ninguém. A gente fica triste porque isso é do ser humano, por não ter sido da forma que eu sonhei. Só Corinthians e Atlético-MG não mudaram de técnicos no Brasileiro. É lamentável. As pessoas perdem a credibilidade muito rápido. O Leco falou com você depois da sua saída? Não. Não houve nenhum contato. Isso te decepcionou? Não. E o Milton Cruz? Também não. Só se chegou uma mensagem e eu não vi. Mas também não tenho problema nenhum com ele.
esporte
Demitido, Doriva diz que São Paulo sofre retrocesso na gestãoDemitido na última segunda (9) depois de só 33 dias no São Paulo, o técnico Doriva disse que a decisão da diretoria não teve critério e que foi surpreendido ao ser chamado no início da semana. Dois dias depois de deixar o cargo, ele decidiu conceder entrevista para jornais, no escritório de seu assessor de imprensa. Para o treinador, do tempo que jogou lá, entre 1991 e 1994, para agora, o time do Morumbi regrediu na parte de gestão. Doriva afirmou que nunca viu o São Paulo em situação tão ruim e acredita, inclusive, que o clube esteja atrás de todos os outros que ele trabalhou –Ituano, Vasco, Atlético-PR e Ponte Preta. "Faz muito tempo [que eu joguei lá]. O São Paulo evoluiu bastante. Na parte de estrutura física, evoluiu muito, está muito bem. E regrediu nessa parte de gestão", afirmou o técnico, campeão paulista com o Ituano em 2014 e carioca com o Vasco em 2015. "Com certeza. Pela marca que é, devia ser um clube no mínimo blindado. O que não está acontecendo. A todo momento o São Paulo está reproduzindo problemas. É uma pena, porque o São Paulo tem uma história linda, da qual eu faço parte, um grande clube, cheio de história". Segundo Doriva, alguns jogadores lhe mandaram mensagem logo depois de saberem da decisão, como Pato, Ceni e Wesley. Milton Cruz, que ficou como interino, não entrou em contato. Procurado para comentar as declarações de Doriva, o São Paulo afirmou que "agradece os serviços prestados e que tem Doriva em alta conta, profissional vencedor". Leia abaixo a entrevista completa. * Folha - Você se arrepende de ter ido ao São Paulo? *Doriva - * Não. A vida é feita de oportunidades. Meu primeiro objetivo na Ponte era livrar o time do rebaixamento. Estava com 41 pontos, esse objetivo estava feito e surgiu o convite do São Paulo. A partir daí, eu vislumbrei a possibilidade de dar um salto na carreira, trabalhando numa marca como o São Paulo. É inegável que é o sonho de todo profissional. Mas nunca imaginei que seria assim, que eu fosse viver isso que vivi. Com dois dias, o presidente que havia me contratado saiu. Mas eu não me arrependo. Você regrediu na carreira? O desfecho não foi o que eu esperava, mas eu não sabia disso antes de assumir. Com certeza vai acrescentar em nível de experiência e de maturidade. E muito. Na minha vida, eu sempre tirei boas lições dos momentos desfavoráveis. Eu vou olhar para frente e dar seguimento na minha carreira. Como eu sempre fiz, com honestidade, perseverança e vontade. Em que momento você percebeu que não iria ficar? Quando a pessoa que te contratou sai, obviamente passa pela sua cabeça que poderia ter uma demissão imediata. Não aconteceu. E a partir daí comecei a criar uma expectativa na minha cabeça de que eu poderia ficar, fazer o meu trabalho da melhor maneira possível e convencer as pessoas novas de que meu trabalho era bom e que se eu tivesse o tempo necessário eles poderiam ver que os resultados. Eu esperava ser avaliado no fim do ano. O trabalho teve início e meio, não teve fim. Eu não tenho mágoa, nem raiva, não tenho. Mas o trabalho só pode ser avaliado com início, meio e fim. E aí, no fim, você pode tomar uma decisão. Foi uma surpresa, então? Fui surpreendido. Foi sem critério. Eu imaginava que ia ser avaliado até o final. Se o trabalho não tivesse resposta, aí sim poderia vir uma decisão. Você consegue avaliar o seu trabalho? Eu vi evolução. Dois treinadores não são iguais. Eu nunca desrespeitei o trabalho do Osorio. A imprensa muitas vezes falou isso. Eu tenho o meu método e ele tem o dele, e eu respeito o dele, mas acredito no meu. Até hoje, o meu deu certo. Todos que eu comecei e terminei deram fruto. Eu vou continuar acreditando no meu trabalho. Os resultados foram ruins. Qual foi o problema? Tem a Copa do Brasil e o Brasileiro. E tem que separar as duas coisas. Se você pegar o percentual no Brasileiro, ele é bom. Na Copa do Brasil, falando de performance, a gente fez um bom primeiro jogo, mas o resultado não foi bom. Foi frustrante, para mim, para os jogadores e imagino que para a diretoria também. Mas tem de se ressaltar o valor do Santos, que está muito bem e soube se impor. O grupo estava unido? Eu enxerguei que era um grupo unido, gosto de uma equipe um pouco mais competitiva. Eu estava tentando implementar isso lá. Estimular... Mas leva um tempo para eles assimilarem o seu estilo de trabalho, o que você exige. Estava acontecendo, mas lentamente. Hoje, não tem como, tem de aliar talento e disposição, e comprometimento. Se não, não tem jeito. A comparação com o Osorio incomodava? Não atrapalhou. Parte da imprensa usou essa situação para criar um desconforto, mas não me desestabilizou. Tenho convicção do meu trabalho e estava tentando implantá-lo, mas foi interrompido. O São Paulo justificou dizendo que queria títulos e já estava planejando 2016. Como você recebe esses argumentos? Eu conversei com o Gustavo [Vieira de Oliveira, diretor-executivo do clube] e ele me disse que iam criar um fato novo para conseguir a Libertadores. Eu acho que o São Paulo tinha e tem totais condições para chegar na Libertadores, inclusive estou torcendo por isso. A expressão usada foi um fato novo? O que você entende por isso? Eu não posso julgar nada e não quero ser injusto com ninguém. Eu apenas lamento a maneira que foi [tomada] a decisão da diretoria. Eles se precipitaram. Eu não tenho o poder de decisão, são eles quem tem. Eu estava motivado e querendo fazer o meu melhor. Só o Gustavo falou com você? Falei com o Ataíde [Gil Guerreiro, vice de futebol] também. Ele me incentivou, disse que não foi só o Aidar que queria me trazer e me deu incentivo para seguir em frente. Foi uma pessoa que eu gostei muito de trabalhar, frontal, honesta. Isso é importante. Você acha que o Abilio Diniz influenciou a sua saída? Eu não sei, não me envolvi em política. É o que se diz. Mas não sei se houve ou se não houve. Eu sei que o Leco é o presidente, não conheço o Abílio Diniz e não posso fazer um julgamento sobre ele, como ele também não pode fazer de mim. Não foi um erro de avaliação seu não ter ponderado a situação política? Eu não tinha como saber. Depois de dois dias é que houve a exposição dessa situação, da briga e tal. Tinham especulações, até do caso do Maidana, mas não tinha essa certeza. Se tivesse, eu avaliaria e não tomaria essa decisão. Mas ele [Aidar] era o presidente e queria me contratar. Depois que eu estava no processo é que aconteceu essa situação. Não dava para voltar atrás. Você pensa em avaliar melhor a situação política do clube na próxima vez? A gente sempre avalia. Avalia o elenco, a política e todo o resto. Eu sabia que vivia um momento conturbado, mas não sabia que seria assim. Influenciou muito. Lamento, porque o São Paulo sempre foi um clube que soube gerir bem as coisas. E agora está assim, com as coisas expostas. Já viu o São Paulo em situação pior que essa? Acredito que não. O que mudou desde que você saiu de lá, quando jogava? Faz muito tempo. O São Paulo evoluiu bastante. Na parte de estrutura física, evoluiu muito, está muito bem. E regrediu nessa parte de gestão. Você aprendeu alguma coisa nesse tempo? Eu ainda estou digerindo. Todas as situações trazem reflexão e amadurecimento, e essa vai ser mais uma situação na minha carreira. Eu tenho uma história e esse é só um momento. A minha história continua intacta. Recebeu alguma pressão? Não. Você está dentro do clube, acaba encontrando com as pessoas, não tive reunião formal, mas conversava sobre futuras situações de atletas. Eu conversei um dia com o Leco e ele me disse para ficar tranquilo e fazer o meu trabalho. E eu fiquei tranquilo. O Ataíde também disse que confiava no meu trabalho. Sempre estive focado no campo. *Na semana passada, você disse que ainda não tinha falado sobre planejamento com o vice de futebol, e ele disse que tinha lhe procurado. Eles já estavam pensando em te descartar? Não sei, não tenho como saber. Tivemos algumas conversas, falamos de alguns nomes, mas não houve nada formal. Eu acredito até que a gente iria esperar para ver se classificava à Libertadores, para ver o que planejava. Você falou com o Aidar desde que ele saiu? Falei uma vez por mensagem. Ele lamentando a saída dele, e eu agradeci por ter me dado a chance. Gratidão é uma coisa que eu levo. Depois da saída, não falei. E com os jogadores? Recebi algumas mensagens de atletas que se solidarizaram, como do [Alexandre] Pato, do [Rogério] Ceni, Wesley e outros. Há uma crítica sobre o São Paulo ser apático em campo. O que você acha? Comecei a estimular que a gente só consegue resultados se tiver uma equipe competitiva. O Corinthians, por exemplo, tem talento, mas compete. É uma equipe comprometida. Eu sempre estimulei todos os atletas a isso. E teve uma melhora. O Ganso melhorou muito, se entregou e correu. Ele aumentou o percentual de km que fazia nos jogos. Foi evidente isso. Eu gosto que a equipe trabalhe junto. A individualidade aparece no momento certo. Você tem que ter o coletivo forte. Você sentiu que o grupo era mais individualista? Nós tínhamos jogadores que jogam mais individualmente. Mas o esporte é coletivo e você tem que trazer esses que jogam assim para participar da parte tática, especialmente sem a bola. A recuperação do Ganso foi o seu grande momento? Eu acho que ele evoluiu. Do primeiro para o último jogo houve uma evolução do coletivo. Não foi grande porque requer mais tempo, mas houve uma evolução muito boa. Deixou um time um pouco com a sua cara? Eu acho. Faltava ainda um pouco. Mas eu acho que eles já estavam assimilando bem. Fazendo coisas que a gente cobrava. Não dá para fazer tudo de uma vez. Eles estavam fazendo coisas das quais eu sou convicto de que dá certo. Por que [o seu contrato] não tinha multa [de rescisão]? Não é mais comum. Eles não colocam mais. Colocavam antes e depois os clubes rescindiam e ficavam pagando por mais um monte de tempo. Sofriam com isso. Você não recebeu nada? Vou receber os dias que trabalhei e tem uma cláusula de aviso prévio. Vão acertar ainda. Como foi trabalhar com o Gustavo? Ele é uma pessoa tranquila. Não tive problema algum. Nem com ele e nem com ninguém. Eu sou uma pessoa fácil e não tive problema com ninguém. Eu acredito que o ambiente saudável faz a diferença. Não está na hora de parar em um clube só? Obviamente quando você inicia um trabalho, você quer terminar. Eu iniciei um trabalho no Vasco quando as coisas começaram a ir bem. Mas depois, não continuaram nessa direção. E em comum acordo decidi ir embora. É uma coisa de momento. Surgiu a Ponte, houve momento difícil, mas superamos. Saí em um momento favorável. Quero ter uma história longa em um clube e conquistar títulos. Mas, no futebol, a gente nunca sabe o que vai acontecer. Quando eu estava no Vasco, tive o convite do Grêmio. Era melhor financeiramente, mas achei que não era o momento. Já na Ponte, foi diferente. Lamentavelmente, as coisas não aconteceram da maneira que eu esperava. O que você projeta agora? Eu estou dando uma refrescada na mente. Não pretendo trabalhar de imediato. Quero continuar trabalhando, com certeza. Quero continuar vendo os jogos. A partir dos jogos você tira um monte de ideias. Pretendo ver jogos de alto nível e aguardar para ver o que vai acontecer. Houve um contato com uma pessoa, mas eu me posicionei dessa maneira. A ideia é começar [a trabalhar] no ano que vem? Sim. Quero trabalhar e estou olhando para frente. Esse foi um momento da minha carreira, que é curta, mas vitoriosa. Os trabalhos em que eu comecei e terminei deram certo. Eu sou uma pessoa séria, honesta e não tenho o que temer. Vou continuar focado. A gente às vezes é julgado, mas a minha história tem me respaldado. Estou muito confiante no futuro. O São Paulo está atrás de Vasco, Ituano, Ponte e Atlético-PR, clubes que você trabalhou, no aspecto da gestão? Com certeza. Pela marca que é, devia ser um clube no mínimo blindado, o que não está acontecendo. A todo momento o São Paulo está reproduzindo problemas. É uma pena porque o São Paulo tem uma história linda, da qual eu faço parte. É um grande clube, cheio de história. Foi o mais difícil? Foi muito pouco tempo. Foi muito conturbado e isso tumultua o ambiente. Quando o ambiente é bom, as coisas funcionam melhor. O Rogério ainda faz bem para o grupo? Com certeza. Ele tem uma história linda. O são-paulino vai sentir falta da postura dele, ele é um líder. Eu acho que ele faz bem para o São Paulo. Se no futuro vier um convite do São Paulo, você aceitaria? Com certeza eu iria pensar. Não tenho mágoa de ninguém. A gente fica triste porque isso é do ser humano, por não ter sido da forma que eu sonhei. Só Corinthians e Atlético-MG não mudaram de técnicos no Brasileiro. É lamentável. As pessoas perdem a credibilidade muito rápido. O Leco falou com você depois da sua saída? Não. Não houve nenhum contato. Isso te decepcionou? Não. E o Milton Cruz? Também não. Só se chegou uma mensagem e eu não vi. Mas também não tenho problema nenhum com ele.
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Câmara de SP aprova conselho que definirá privatizações da gestão Doria
A Câmara de São Paulo aprovou em definitivo na noite desta terça-feira (9) projeto que cria o conselho de secretários que definirá os modelos de desestatização da cidade e um fundo onde será depositada toda a receita obtida com a venda, concessão ou parceria público-privada de ao menos 55 equipamentos públicos. O texto seguirá para a sanção do prefeito João Doria (PSDB). A expectativa é arrecadar cerca de R$ 7 bilhões ao longo do mandato com as privatizações. Do texto final foi retirado um item que permitia à administração municipal o uso de valores em pagamentos de despesas como salários de servidores e de dívidas judiciais. PRIVATIZAÇÕES DE DORIA - Principais áreas que o prefeito vai repassar a empresas A mudança foi ordem do prefeito, que havia prometido usar as quantias somente para investimentos em áreas sociais. O item estava no projeto apresentado pelo vice Bruno Covas (PSDB) à Câmara quando Doria estava no exterior em viagem oficial. Foram 35 vereadores favoráveis ao projeto e 7 contrários, o que mostra consolidação da base aliada de Doria. A oposição liderada pelo petista Antonio Donato argumenta que projeto é uma espécie de cheque em branco já que entrega as concessões a um grupo de oito secretários (Desestatização e Parcerias, Governo, Fazenda, Relações Internacionais, Transportes, Saúde, Educação e Justiça).
cotidiano
Câmara de SP aprova conselho que definirá privatizações da gestão DoriaA Câmara de São Paulo aprovou em definitivo na noite desta terça-feira (9) projeto que cria o conselho de secretários que definirá os modelos de desestatização da cidade e um fundo onde será depositada toda a receita obtida com a venda, concessão ou parceria público-privada de ao menos 55 equipamentos públicos. O texto seguirá para a sanção do prefeito João Doria (PSDB). A expectativa é arrecadar cerca de R$ 7 bilhões ao longo do mandato com as privatizações. Do texto final foi retirado um item que permitia à administração municipal o uso de valores em pagamentos de despesas como salários de servidores e de dívidas judiciais. PRIVATIZAÇÕES DE DORIA - Principais áreas que o prefeito vai repassar a empresas A mudança foi ordem do prefeito, que havia prometido usar as quantias somente para investimentos em áreas sociais. O item estava no projeto apresentado pelo vice Bruno Covas (PSDB) à Câmara quando Doria estava no exterior em viagem oficial. Foram 35 vereadores favoráveis ao projeto e 7 contrários, o que mostra consolidação da base aliada de Doria. A oposição liderada pelo petista Antonio Donato argumenta que projeto é uma espécie de cheque em branco já que entrega as concessões a um grupo de oito secretários (Desestatização e Parcerias, Governo, Fazenda, Relações Internacionais, Transportes, Saúde, Educação e Justiça).
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Sou cientista, mas é insuportável ver minha mãe definhar
Há três meses, tomei um calmante pela primeira vez. Tinha acabado de ler o resultado de um exame de sangue da minha mãe, Carmen, 76, que mostrava que ela estava com câncer. Só restava saber onde. Ela foi diagnosticada com adenocarcinoma pulmonar, um tipo de câncer que afeta não fumantes. O tumor chegou aos ossos e causa dores terríveis, que a morfina mal controla. Começamos uma luta contra algo que a gente não compreende direito —nem os médicos. Junto com a quimioterapia, comecei a torcida, as orações, os pensamentos positivos —e os estudos. Como cientista e jornalista de ciência, fui buscar artigos científicos sobre a doença. Estava interessada nos últimos trabalhos sobre câncer e fosfoetanolamina —a substância da USP que poderia curar tumores. Com ajuda de um colega especialista, Estêvão Gamba, doutorando da Unifesp, achamos 94 trabalhos sobre os efeitos da substância em alguns tipos de câncer, como mama. Os estudos apontam bons resultados em ratos e em cultura de células humanas, mas não encontramos pesquisas com humanos. Eu sei bem o que isso significa. Sei que ministrar uma substância sem testes em humanos é arriscado. Os efeitos colaterais são desconhecidos. Mas quando se está diante de uma doença dessas, como analisar riscos de um tratamento que parece ser uma última esperança? Ainda estamos na expectativa do efeito da quimioterapia no caso da minha mãe —estudos mostram que pacientes com boa saúde e confiantes no tratamento podem responder melhor aos fármacos. Se isso acontecer, ótimo. Caso contrário, que se danem os protocolos científicos. Sou cientista, sim, mas sou também a filha da Carmen e sei que é insuportável ver a minha mãe —sempre tão falante, animada e forte como uma típica alemã– definhar. SABINE RIGHETTI é jornalista e doutoranda em política científica pela Unicamp
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Sou cientista, mas é insuportável ver minha mãe definharHá três meses, tomei um calmante pela primeira vez. Tinha acabado de ler o resultado de um exame de sangue da minha mãe, Carmen, 76, que mostrava que ela estava com câncer. Só restava saber onde. Ela foi diagnosticada com adenocarcinoma pulmonar, um tipo de câncer que afeta não fumantes. O tumor chegou aos ossos e causa dores terríveis, que a morfina mal controla. Começamos uma luta contra algo que a gente não compreende direito —nem os médicos. Junto com a quimioterapia, comecei a torcida, as orações, os pensamentos positivos —e os estudos. Como cientista e jornalista de ciência, fui buscar artigos científicos sobre a doença. Estava interessada nos últimos trabalhos sobre câncer e fosfoetanolamina —a substância da USP que poderia curar tumores. Com ajuda de um colega especialista, Estêvão Gamba, doutorando da Unifesp, achamos 94 trabalhos sobre os efeitos da substância em alguns tipos de câncer, como mama. Os estudos apontam bons resultados em ratos e em cultura de células humanas, mas não encontramos pesquisas com humanos. Eu sei bem o que isso significa. Sei que ministrar uma substância sem testes em humanos é arriscado. Os efeitos colaterais são desconhecidos. Mas quando se está diante de uma doença dessas, como analisar riscos de um tratamento que parece ser uma última esperança? Ainda estamos na expectativa do efeito da quimioterapia no caso da minha mãe —estudos mostram que pacientes com boa saúde e confiantes no tratamento podem responder melhor aos fármacos. Se isso acontecer, ótimo. Caso contrário, que se danem os protocolos científicos. Sou cientista, sim, mas sou também a filha da Carmen e sei que é insuportável ver a minha mãe —sempre tão falante, animada e forte como uma típica alemã– definhar. SABINE RIGHETTI é jornalista e doutoranda em política científica pela Unicamp
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Com inspiração francesa, Bou Tartineria usa emblemáticos ingredientes brasileiros
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA A Bou Tartineria reabriu recentemente na mesma via em que inaugurou, há pouco mais de um ano, em Moema. Mantém o ar charmoso e despretensioso, embora agora habite uma casa maior, com agradável área externa. Seu cardápio segue a mesma toada de outrora: busca inspiração na França e coloca no centro as tartines —sanduíches abertos com coberturas diversas—, mas se faz notar pelo uso de ingredientes brasileiros particulares, como o cacau amazonense, a castanha de baru (uma amêndoa do cerrado), o tucupi. Das tartines, espera-se um pão mais robusto. O que sustenta as coberturas tem sete grãos, é bem leve e fica encharcado e molenga quando recebe, por exemplo, shimeji com manteiga de limão e parmesão (R$ 25) —a combinação de cogumelos com toque cítrico, no entanto, tem harmonia e equilíbrio. Outra possibilidade é a costela de porco desfiada com barbecue da casa (R$ 27), que leva em seu preparo o tucupi preto (líquido fermentado extraído da mandioca-brava e reduzido até ficar concentrado). Bem, a carne é macia e suculenta, o conjunto apresenta leve defumado, mas o excesso de doçura desequilibra (R$ 27). Os bolinhos valem mais a pena e são bons companheiros para a carta de drinques, que convidam a um happy hour. Para um deles, Natália Vilas Boas Bourgogne, 28, usa como base o prato que mais faz sucesso na casa: o baião de dois, servido às quartas. A mistura de costela desfiada, bacon, carne-seca, arroz e feijão-fradinho é umedecida e vira um bolinho de fritura sequinha, bom para pingar umas gotas de limão, uma beleza (R$ 21). Na ala das saladas (bem servidas e variadas) aparecem acertos, caso da de abóbora assada (mais firme se sairia melhor), com folhas, cebola-roxa levemente adocicada, castanha de baru e tahine (R$ 28). É pecado, porém, anunciar "siri" na receita que combina folhas, castanha-do-pará, compota de manga, batata-doce e gengibre, pimenta-de-cheiro, chips de batata-doce e cacau da ilha do Combu, no Pará —este exala aroma de chocolate e traz um gostoso amargor à salada (R$ 29). O que vem ao prato são pedaços de kani, uma pasta de peixe processado com sabor artificial do crustáceo. Tenha dó. * Bou Tartineria Onde: av. Jacutinga, 96, Moema; tel. 2548-3055. Quando: de ter. a sáb., das 12h às 23h. Avaliação regular
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Com inspiração francesa, Bou Tartineria usa emblemáticos ingredientes brasileirosLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA A Bou Tartineria reabriu recentemente na mesma via em que inaugurou, há pouco mais de um ano, em Moema. Mantém o ar charmoso e despretensioso, embora agora habite uma casa maior, com agradável área externa. Seu cardápio segue a mesma toada de outrora: busca inspiração na França e coloca no centro as tartines —sanduíches abertos com coberturas diversas—, mas se faz notar pelo uso de ingredientes brasileiros particulares, como o cacau amazonense, a castanha de baru (uma amêndoa do cerrado), o tucupi. Das tartines, espera-se um pão mais robusto. O que sustenta as coberturas tem sete grãos, é bem leve e fica encharcado e molenga quando recebe, por exemplo, shimeji com manteiga de limão e parmesão (R$ 25) —a combinação de cogumelos com toque cítrico, no entanto, tem harmonia e equilíbrio. Outra possibilidade é a costela de porco desfiada com barbecue da casa (R$ 27), que leva em seu preparo o tucupi preto (líquido fermentado extraído da mandioca-brava e reduzido até ficar concentrado). Bem, a carne é macia e suculenta, o conjunto apresenta leve defumado, mas o excesso de doçura desequilibra (R$ 27). Os bolinhos valem mais a pena e são bons companheiros para a carta de drinques, que convidam a um happy hour. Para um deles, Natália Vilas Boas Bourgogne, 28, usa como base o prato que mais faz sucesso na casa: o baião de dois, servido às quartas. A mistura de costela desfiada, bacon, carne-seca, arroz e feijão-fradinho é umedecida e vira um bolinho de fritura sequinha, bom para pingar umas gotas de limão, uma beleza (R$ 21). Na ala das saladas (bem servidas e variadas) aparecem acertos, caso da de abóbora assada (mais firme se sairia melhor), com folhas, cebola-roxa levemente adocicada, castanha de baru e tahine (R$ 28). É pecado, porém, anunciar "siri" na receita que combina folhas, castanha-do-pará, compota de manga, batata-doce e gengibre, pimenta-de-cheiro, chips de batata-doce e cacau da ilha do Combu, no Pará —este exala aroma de chocolate e traz um gostoso amargor à salada (R$ 29). O que vem ao prato são pedaços de kani, uma pasta de peixe processado com sabor artificial do crustáceo. Tenha dó. * Bou Tartineria Onde: av. Jacutinga, 96, Moema; tel. 2548-3055. Quando: de ter. a sáb., das 12h às 23h. Avaliação regular
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Exposição em Nova York reúne roupas e objetos de 'Mad Men'
"Os seguranças estão de prontidão", diz a curadora Barbara Miller, do Museum of the Moving Image (Museu da Imagem), à Folha. Em 2014, Miller passou semanas vasculhando caixas, móveis e araras de roupa guardadas num galpão em North Hollywood, Califórnia. De lá, mais de 5.000 objetos –de absorventes femininos a sofás– foram despachados para a sede do museu no bairro do Queens, em Nova York, para uma das maiores exposições já dedicadas a uma série de TV. Na mostra "Matthew Weiner's Mad Men", visitantes podem conferir dois cenários: a cozinha onde Betty Draper (January Jones) foi infeliz por quatro temporadas e o escritório em Manhattan, com vista para o prédio da empresa Pan Am, que o publicitário Don Draper (Jon Hamm) começou a ocupar a partir da quarta temporada. Uma entradinha protegida por acrílico deixa o visitante chegar perto das garrafas de uísque do personagem. Outra sala construída foi a de conferência, ocupada por Weiner, roteirista da série, e sua equipe. Entre os objetos sobre a mesa, uma embalagem com comprimidos do analgésico ibuprofeno e a réplica do laptop Mac do criador do seriado. O trabalho da figurinista Janie Bryant é representando por 33 trocas de roupas, incluindo o vestido preto usado pela atriz Jessica Paré, segunda mulher de Draper, na festa de 40 anos dele. Uma TV ao lado do vestido exibe, em looping, a cena em que Jessica canta a faixa "Zou Bisou Bisou" no quinto ano da série. Também –e é aí que os guardas devem ficar bem atentos– é possível ver a caixa de segredos de Draper, na qual estão fotos da família e mementos que revelam a identidade do personagem. A descrição do verdadeiro Draper está entre as anotações que Weiner foi acumulando desde 1992, quando concluiu o episódio piloto. Num pedaço de papel, ele escreveu uma de suas epifanias para talvez ser um diálogo do protagonista: "Amar significa não ter controle sobre nada".
ilustrada
Exposição em Nova York reúne roupas e objetos de 'Mad Men'"Os seguranças estão de prontidão", diz a curadora Barbara Miller, do Museum of the Moving Image (Museu da Imagem), à Folha. Em 2014, Miller passou semanas vasculhando caixas, móveis e araras de roupa guardadas num galpão em North Hollywood, Califórnia. De lá, mais de 5.000 objetos –de absorventes femininos a sofás– foram despachados para a sede do museu no bairro do Queens, em Nova York, para uma das maiores exposições já dedicadas a uma série de TV. Na mostra "Matthew Weiner's Mad Men", visitantes podem conferir dois cenários: a cozinha onde Betty Draper (January Jones) foi infeliz por quatro temporadas e o escritório em Manhattan, com vista para o prédio da empresa Pan Am, que o publicitário Don Draper (Jon Hamm) começou a ocupar a partir da quarta temporada. Uma entradinha protegida por acrílico deixa o visitante chegar perto das garrafas de uísque do personagem. Outra sala construída foi a de conferência, ocupada por Weiner, roteirista da série, e sua equipe. Entre os objetos sobre a mesa, uma embalagem com comprimidos do analgésico ibuprofeno e a réplica do laptop Mac do criador do seriado. O trabalho da figurinista Janie Bryant é representando por 33 trocas de roupas, incluindo o vestido preto usado pela atriz Jessica Paré, segunda mulher de Draper, na festa de 40 anos dele. Uma TV ao lado do vestido exibe, em looping, a cena em que Jessica canta a faixa "Zou Bisou Bisou" no quinto ano da série. Também –e é aí que os guardas devem ficar bem atentos– é possível ver a caixa de segredos de Draper, na qual estão fotos da família e mementos que revelam a identidade do personagem. A descrição do verdadeiro Draper está entre as anotações que Weiner foi acumulando desde 1992, quando concluiu o episódio piloto. Num pedaço de papel, ele escreveu uma de suas epifanias para talvez ser um diálogo do protagonista: "Amar significa não ter controle sobre nada".
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Juntos, chef do Petí e Roberta Sudbrack preparam jantar de oito etapas no Petí, em SP
DE SÃO PAULO O chef Victor Dimitrow receberá a carioca Roberta Sudbrack em seu Petí Gastronomia, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, para um menu a quatro mãos. O jantar de oito etapas, na sexta-feira (7), custará R$ 190 —com harmonização sobe para R$ 250. Há 40 vagas para o evento. O jantar começará às 20h30. Os pratos serão decididos de acordo com os ingredientes disponíveis. Reservas devem ser feitas pelo e-mail [email protected]. Petí Gastronomia. Pintar Materiais Artísticos (r. Cotoxó, 110, Perdizes, tel. 3873-0099)
saopaulo
Juntos, chef do Petí e Roberta Sudbrack preparam jantar de oito etapas no Petí, em SPDE SÃO PAULO O chef Victor Dimitrow receberá a carioca Roberta Sudbrack em seu Petí Gastronomia, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, para um menu a quatro mãos. O jantar de oito etapas, na sexta-feira (7), custará R$ 190 —com harmonização sobe para R$ 250. Há 40 vagas para o evento. O jantar começará às 20h30. Os pratos serão decididos de acordo com os ingredientes disponíveis. Reservas devem ser feitas pelo e-mail [email protected]. Petí Gastronomia. Pintar Materiais Artísticos (r. Cotoxó, 110, Perdizes, tel. 3873-0099)
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Aécio tentará se aproximar de grupos anti-Dilma, diz dirigente do PSDB-MG
O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, pretende criar um canal de diálogo para aproximação dos partidos de oposição ao governo federal com os principais movimentos que organizaram protestos neste domingo (12) pela saída da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o presidente estadual do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana, o tucano convidará neste mês os dirigentes de grupos como o Vem pra Rua e Movimento Brasil Livre para discutir suas reivindicações e questioná-los se há abertura para sua participação em futuros protestos. O candidato tucano derrotado na sucessão presidencial era esperado nas últimas duas manifestações contra o governo, mas, de última hora, decidiu não participar. A criação de uma relação com esses movimentos contrários ao governo federal ainda é vista com cautela pelo comando nacional do PSDB. Na manifestação realizada na av. Paulista, os dirigentes do Vem pra Rua e do Movimento Brasil Livre criticaram os partidos de oposição, a quem chamaram de "frouxos", e cobraram maior empenho deles na abertura de um processo de impeachment no Congresso Nacional. "O Aécio Neves vai, nos próximos dias, convidar a direção desses movimentos para um diálogo nacional", disse Marcus Pestana. "Como você vai tomar café na casa de uma pessoa que não te convidou? O passo que temos de dar é um diálogo com os movimentos para clarear. Eles nos querem lá?", questionou. Pestana participou nesta segunda-feira (13) de seminário sobre reforma política promovido, na capital paulista, pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC). O ex-presidente FHC, também presente ao evento, defendeu o distanciamento da oposição. Na avaliação dele, a participação institucional das legendas politicas nos protestos de rua seria "grave" e poderia representar uma tentativa de "instrumentalizar" atos convocados por setores da sociedade civil. Segundo o presidente do PSDB em Minas Gerais, Aécio chegou a pensar em participar do protesto de domingo, mas teve receio de que sua presença criasse um clima de "terceiro turno" da eleição presidencial. "Nós precisamos nos entender [com os movimentos de rua]. Qual a visão deles sobre o Brasil?", questionou. "Imagine se o Aécio Neves participa de um movimento difuso e alguém tira uma foto com ele com uma camiseta favorável à volta dos militares? Pronto, aí o PT faz uma festa", observou. Aécio chegou a divulgar, na sexta-feira (10), um vídeo em que convocava a população para os protestos de domingo. IMPEACHMENT O dirigente defendeu que o PSDB tem feito uma oposição "firme" e "segura" no Congresso. Na avaliação dele, o processo de impeachment deve ser um ponto de chegada, não um ponto de partida, como defendem alguns movimentos de rua. "Não é um processo trivial. Você não afasta um presidente como troca de camisa", ressaltou. Segundo ele, a abertura de um processo de afastamento da presidente tem apoio social, como mostrou pesquisa Datafolha, mas ainda faltam substância jurídica e apoio no Congresso. De acordo com o instituto de pesquisa, 63% dos brasileiros são favoráveis à discussão do impeachment no Poder Legislativo. "O PSDB não patrocinará nenhuma aventura autoritária, nenhum retorno ao passado. Nós temos um compromisso radical com a democracia e, portanto, com as instituições democráticas", ressaltou.
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Aécio tentará se aproximar de grupos anti-Dilma, diz dirigente do PSDB-MGO presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, pretende criar um canal de diálogo para aproximação dos partidos de oposição ao governo federal com os principais movimentos que organizaram protestos neste domingo (12) pela saída da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o presidente estadual do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana, o tucano convidará neste mês os dirigentes de grupos como o Vem pra Rua e Movimento Brasil Livre para discutir suas reivindicações e questioná-los se há abertura para sua participação em futuros protestos. O candidato tucano derrotado na sucessão presidencial era esperado nas últimas duas manifestações contra o governo, mas, de última hora, decidiu não participar. A criação de uma relação com esses movimentos contrários ao governo federal ainda é vista com cautela pelo comando nacional do PSDB. Na manifestação realizada na av. Paulista, os dirigentes do Vem pra Rua e do Movimento Brasil Livre criticaram os partidos de oposição, a quem chamaram de "frouxos", e cobraram maior empenho deles na abertura de um processo de impeachment no Congresso Nacional. "O Aécio Neves vai, nos próximos dias, convidar a direção desses movimentos para um diálogo nacional", disse Marcus Pestana. "Como você vai tomar café na casa de uma pessoa que não te convidou? O passo que temos de dar é um diálogo com os movimentos para clarear. Eles nos querem lá?", questionou. Pestana participou nesta segunda-feira (13) de seminário sobre reforma política promovido, na capital paulista, pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC). O ex-presidente FHC, também presente ao evento, defendeu o distanciamento da oposição. Na avaliação dele, a participação institucional das legendas politicas nos protestos de rua seria "grave" e poderia representar uma tentativa de "instrumentalizar" atos convocados por setores da sociedade civil. Segundo o presidente do PSDB em Minas Gerais, Aécio chegou a pensar em participar do protesto de domingo, mas teve receio de que sua presença criasse um clima de "terceiro turno" da eleição presidencial. "Nós precisamos nos entender [com os movimentos de rua]. Qual a visão deles sobre o Brasil?", questionou. "Imagine se o Aécio Neves participa de um movimento difuso e alguém tira uma foto com ele com uma camiseta favorável à volta dos militares? Pronto, aí o PT faz uma festa", observou. Aécio chegou a divulgar, na sexta-feira (10), um vídeo em que convocava a população para os protestos de domingo. IMPEACHMENT O dirigente defendeu que o PSDB tem feito uma oposição "firme" e "segura" no Congresso. Na avaliação dele, o processo de impeachment deve ser um ponto de chegada, não um ponto de partida, como defendem alguns movimentos de rua. "Não é um processo trivial. Você não afasta um presidente como troca de camisa", ressaltou. Segundo ele, a abertura de um processo de afastamento da presidente tem apoio social, como mostrou pesquisa Datafolha, mas ainda faltam substância jurídica e apoio no Congresso. De acordo com o instituto de pesquisa, 63% dos brasileiros são favoráveis à discussão do impeachment no Poder Legislativo. "O PSDB não patrocinará nenhuma aventura autoritária, nenhum retorno ao passado. Nós temos um compromisso radical com a democracia e, portanto, com as instituições democráticas", ressaltou.
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Drone submarino encontra réplica do Monstro do Lago Ness para o cinema
Depois de muitas décadas de folclore e pesquisas, o Monstro do Lago Ness foi encontrado, finalmente, por um drone submarino. Bem, na realidade, pesquisadores que procuravam o esconderijo de "Nessie" encontraram apenas uma versão fabricada para o cinema da fabulosa serpente marinha. A réplica caiu ao fundo do lago escocês em 1969. Mas, mesmo assim, foi bacana. Criada para "A Vida Íntima de Sherlock Holmes", filme de Billy Wilder de 1970, a réplica de dez metros de comprimento foi encontrada pelos pesquisadores a 180 metros de profundidade, no leito do lago. Ela afundou durante a produção do filme, em 1969, e um novo "Nessie" foi criado para o longa, protagonizado por Christopher Lee e Robert Stephens. Para a decepção dos crentes, não era a criatura marítima legendária real, que atrai multidões de turistas à Escócia desde a primeira vez em que foi avistada, em 1933. Embora sua existência seja vista amplamente como mito, mais de mil pessoas afirmam ter visto o monstro, segundo Adrian Shine, pesquisador chefe do projeto Lago Ness. Pesquisadores da Kongsberg Maritime enviaram um robô para o fundo do lago, até uma área previamente inalcançada, em busca da chamada "Trincheira de Nessie", uma fenda que um operador de barco turístico declarou ter encontrado em janeiro. Quem sabe ela não seria o esconderijo da serpente marinha tão esquiva? Mas não era. Dotado de tecnologia via sonar, normalmente usada em buscas de aviões e navios que afundaram no mar, o drone marinho não identificou qualquer anomalia ou abismo na área onde se supunha que houvesse a trincheira. Encontrou, porém, o velho boneco de "Nessie". "O antro de 'Nessie' não existia", disse Shine em entrevista por telefone. "Mas o monstro do lago Ness, sim, de certo modo." Boa parte do lago já foi examinada e nunca rendeu qualquer sinal de uma criatura que lembre um dinossauro, mas Shine disse que sempre há mais trabalho a ser feito. Sua pesquisa, que recebeu o nome de Operação Verdade Observada, passou da pesquisa das águas para a pesquisa do observador, estudando a percepção humana e se devemos ou não acreditar no que enxergamos com nossos próprios olhos. Shine afirma que não acredita na existência do monstro. Mas ele e muitos outros continuam fascinados pela pergunta de o que "mil pessoas sóbrias e honestas" poderiam estar pensando ou enxergando quando alegaram ter visto um animal enorme no lago. "É porque queremos que seja verdade", disse Shine. "Todos nós, mesmo os céticos como eu, ainda estamos tentando descobrir o que as pessoas enxergam." Seja ela realidade ou não, a lenda atrai turistas há anos. O órgão de turismo VisitScotland, que subsidiou o projeto de busca no lago, afirma que "Nessie" vale cerca de US$ 85 milhões à economia escocesa. E faz tempo que é assim. Em despacho de 1933, em tom sério, o "New York Times" divulgou: "Foi estimado algum tempo atrás que o desejo de turistas curiosos de entrevistar 'o monstro' colocou US$ 5.000 nos bolsos de comerciantes dotados de tino". "A questão não é saber se alguma criatura legendária imensa, com 150 metros de comprimento, percorre o alto mar como as serpentes que estrangularam Laocoonte e seus filhos", prosseguiu o texto. "É se uma ou mais espécies de animais marinhos com, digamos, 15 metros de comprimento, raras porém reais, ainda habitam o oceano." Tradução de CLARA ALLAIN
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Drone submarino encontra réplica do Monstro do Lago Ness para o cinemaDepois de muitas décadas de folclore e pesquisas, o Monstro do Lago Ness foi encontrado, finalmente, por um drone submarino. Bem, na realidade, pesquisadores que procuravam o esconderijo de "Nessie" encontraram apenas uma versão fabricada para o cinema da fabulosa serpente marinha. A réplica caiu ao fundo do lago escocês em 1969. Mas, mesmo assim, foi bacana. Criada para "A Vida Íntima de Sherlock Holmes", filme de Billy Wilder de 1970, a réplica de dez metros de comprimento foi encontrada pelos pesquisadores a 180 metros de profundidade, no leito do lago. Ela afundou durante a produção do filme, em 1969, e um novo "Nessie" foi criado para o longa, protagonizado por Christopher Lee e Robert Stephens. Para a decepção dos crentes, não era a criatura marítima legendária real, que atrai multidões de turistas à Escócia desde a primeira vez em que foi avistada, em 1933. Embora sua existência seja vista amplamente como mito, mais de mil pessoas afirmam ter visto o monstro, segundo Adrian Shine, pesquisador chefe do projeto Lago Ness. Pesquisadores da Kongsberg Maritime enviaram um robô para o fundo do lago, até uma área previamente inalcançada, em busca da chamada "Trincheira de Nessie", uma fenda que um operador de barco turístico declarou ter encontrado em janeiro. Quem sabe ela não seria o esconderijo da serpente marinha tão esquiva? Mas não era. Dotado de tecnologia via sonar, normalmente usada em buscas de aviões e navios que afundaram no mar, o drone marinho não identificou qualquer anomalia ou abismo na área onde se supunha que houvesse a trincheira. Encontrou, porém, o velho boneco de "Nessie". "O antro de 'Nessie' não existia", disse Shine em entrevista por telefone. "Mas o monstro do lago Ness, sim, de certo modo." Boa parte do lago já foi examinada e nunca rendeu qualquer sinal de uma criatura que lembre um dinossauro, mas Shine disse que sempre há mais trabalho a ser feito. Sua pesquisa, que recebeu o nome de Operação Verdade Observada, passou da pesquisa das águas para a pesquisa do observador, estudando a percepção humana e se devemos ou não acreditar no que enxergamos com nossos próprios olhos. Shine afirma que não acredita na existência do monstro. Mas ele e muitos outros continuam fascinados pela pergunta de o que "mil pessoas sóbrias e honestas" poderiam estar pensando ou enxergando quando alegaram ter visto um animal enorme no lago. "É porque queremos que seja verdade", disse Shine. "Todos nós, mesmo os céticos como eu, ainda estamos tentando descobrir o que as pessoas enxergam." Seja ela realidade ou não, a lenda atrai turistas há anos. O órgão de turismo VisitScotland, que subsidiou o projeto de busca no lago, afirma que "Nessie" vale cerca de US$ 85 milhões à economia escocesa. E faz tempo que é assim. Em despacho de 1933, em tom sério, o "New York Times" divulgou: "Foi estimado algum tempo atrás que o desejo de turistas curiosos de entrevistar 'o monstro' colocou US$ 5.000 nos bolsos de comerciantes dotados de tino". "A questão não é saber se alguma criatura legendária imensa, com 150 metros de comprimento, percorre o alto mar como as serpentes que estrangularam Laocoonte e seus filhos", prosseguiu o texto. "É se uma ou mais espécies de animais marinhos com, digamos, 15 metros de comprimento, raras porém reais, ainda habitam o oceano." Tradução de CLARA ALLAIN
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Cunha foi a favor de cassar colegas por quebra de decoro
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve ter seu destino selado nesta segunda (12), votou a favor da cassação de, pelo menos, dois deputados desde que assumiu o mandato, em 2003. Agora, julgado pelo mesmo motivo, o peemedebista apela aos companheiros para livrá-lo da perda do cargo. Em fevereiro de 2014, quando foi apreciada, pela segunda vez, a saída definitiva de Natan Donadon, Cunha se manifestou favorável ao afastamento do colega. No fim do mesmo ano, em dezembro, o peemedebista também votou a favor de que André Vargas fosse punido com a perda do mandato. A sessão em que será apreciada a cassação de Cunha começa às 19h desta segunda. Mesmo partidos que antes se aliavam ao deputado garantem que todos os parlamentares das bancadas estarão presentes, caso do PSDB, e devem se posicionar contra o ex-presidente da Casa. Aliados prometem apresentar vários questionamentos para tentar ou adiar a votação, ou amenizar a pena prevista. Eles esperam aprovar uma emenda que, ao invés de fazer Cunha perder o mandato, o puna com afastamento temporário. As votações de cassação só começaram a ser abertas em 2014, portanto, antes disso, não é possível saber como os deputados se posicionaram. Desde que assumiu como deputado federal pela primeira vez, ele já participou de mais de 20 análises de perda de mandato.
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Cunha foi a favor de cassar colegas por quebra de decoroO ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve ter seu destino selado nesta segunda (12), votou a favor da cassação de, pelo menos, dois deputados desde que assumiu o mandato, em 2003. Agora, julgado pelo mesmo motivo, o peemedebista apela aos companheiros para livrá-lo da perda do cargo. Em fevereiro de 2014, quando foi apreciada, pela segunda vez, a saída definitiva de Natan Donadon, Cunha se manifestou favorável ao afastamento do colega. No fim do mesmo ano, em dezembro, o peemedebista também votou a favor de que André Vargas fosse punido com a perda do mandato. A sessão em que será apreciada a cassação de Cunha começa às 19h desta segunda. Mesmo partidos que antes se aliavam ao deputado garantem que todos os parlamentares das bancadas estarão presentes, caso do PSDB, e devem se posicionar contra o ex-presidente da Casa. Aliados prometem apresentar vários questionamentos para tentar ou adiar a votação, ou amenizar a pena prevista. Eles esperam aprovar uma emenda que, ao invés de fazer Cunha perder o mandato, o puna com afastamento temporário. As votações de cassação só começaram a ser abertas em 2014, portanto, antes disso, não é possível saber como os deputados se posicionaram. Desde que assumiu como deputado federal pela primeira vez, ele já participou de mais de 20 análises de perda de mandato.
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Dois anos depois, nenhum político cumpre regime fechado por mensalão
Quase dois anos após suas prisões, nenhum dos políticos condenados no esquema do mensalão continua em regime fechado. Dos 13 condenados no núcleo político do escândalo, apenas um ainda tem de dormir na cadeia pelo mensalão, o deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que cumpre regime semiaberto. Corrêa, entretanto, foi preso pela Operação Lava Jato e está em regime fechado –mas por motivo alheio ao escândalo deflagrado em 2005. A situação de Corrêa é semelhante à do ex-ministro da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, também preso em regime fechado, mas pela Lava Jato. A diferença é que Dirceu cumpria prisão domiciliar pelo mensalão e não precisava dormir na penitenciária. Dos outros dez políticos condenados no esquema, dois nem sequer chegaram a ser presos -José Borba, ex-deputado federal pelo PMDB paranaense e Emerson Palmieri, ex-dirigente do PTB pegaram penas alternativas. Entre os restantes, dois –José Genoíno, ex-presidente do PT e Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do então PL (hoje PR)– estão livres. O STF extinguiu a pena de ambos. Os ex-deputados Carlos Rodrigues (PR-RJ), João Paulo Cunha (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares cumprem prisão domiciliar. O ex-deputado pelo PTB mineiro Romeu Queiroz está em liberdade condicional. NÚCLEO EMPRESARIAL No núcleo empresarial do esquema, que pegou penas maiores, a situação é diferente. Um condenado (Rogério Tolentino, ex-advogado do empresário Marcos Valério) está em liberdade condicional e todos os outros oito ainda cumprem pena em regime fechado ou semiaberto. O empresário Marcos Valério, Ramon Hollerbach (ex-sócio de Valério), Cristiano Paz (ex-sócio de Valério) e a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello seguem em regime fechado. Já os ex- vice-presidentes do Banco Rural José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, e Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério, estão em regime semiaberto. O último dos condenados a ser preso, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que chegou ao Brasil na manhã desta sexta-feira (23) após fugir para a Itália, se une, inicialmente, àqueles que estão em regime fechado. Ele começará a cumprir sua pena, de 12 anos e 7 meses, na penitenciária da Papuda, em Brasília. Presos do Mensalão
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Dois anos depois, nenhum político cumpre regime fechado por mensalãoQuase dois anos após suas prisões, nenhum dos políticos condenados no esquema do mensalão continua em regime fechado. Dos 13 condenados no núcleo político do escândalo, apenas um ainda tem de dormir na cadeia pelo mensalão, o deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que cumpre regime semiaberto. Corrêa, entretanto, foi preso pela Operação Lava Jato e está em regime fechado –mas por motivo alheio ao escândalo deflagrado em 2005. A situação de Corrêa é semelhante à do ex-ministro da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, também preso em regime fechado, mas pela Lava Jato. A diferença é que Dirceu cumpria prisão domiciliar pelo mensalão e não precisava dormir na penitenciária. Dos outros dez políticos condenados no esquema, dois nem sequer chegaram a ser presos -José Borba, ex-deputado federal pelo PMDB paranaense e Emerson Palmieri, ex-dirigente do PTB pegaram penas alternativas. Entre os restantes, dois –José Genoíno, ex-presidente do PT e Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do então PL (hoje PR)– estão livres. O STF extinguiu a pena de ambos. Os ex-deputados Carlos Rodrigues (PR-RJ), João Paulo Cunha (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares cumprem prisão domiciliar. O ex-deputado pelo PTB mineiro Romeu Queiroz está em liberdade condicional. NÚCLEO EMPRESARIAL No núcleo empresarial do esquema, que pegou penas maiores, a situação é diferente. Um condenado (Rogério Tolentino, ex-advogado do empresário Marcos Valério) está em liberdade condicional e todos os outros oito ainda cumprem pena em regime fechado ou semiaberto. O empresário Marcos Valério, Ramon Hollerbach (ex-sócio de Valério), Cristiano Paz (ex-sócio de Valério) e a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello seguem em regime fechado. Já os ex- vice-presidentes do Banco Rural José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, e Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério, estão em regime semiaberto. O último dos condenados a ser preso, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que chegou ao Brasil na manhã desta sexta-feira (23) após fugir para a Itália, se une, inicialmente, àqueles que estão em regime fechado. Ele começará a cumprir sua pena, de 12 anos e 7 meses, na penitenciária da Papuda, em Brasília. Presos do Mensalão
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Trump compara muro na fronteira com México ao de Israel na Palestina
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou o muro que pretende construir na fronteira com o México ao muro construído por Israel na Palestina. "O muro é necessário", disse Trump, em entrevista à rede Fox News veiculada nesta quinta-feira (26). "Isso não é apenas política, e ainda é bom para o coração da nação porque as pessoas querem proteção e um muro protege. Tudo o que você precisa fazer é perguntar a Israel." Israel começou a construir esse muro em 2002 para impedir ataques palestinos, após a onda de atentados suicidas que atingiu o país em 2000. A barreira é criticada pela comunidade internacional por isolar populações palestinas. Em 2004, a Corte Internacional de Haia declarou que a construção do muro é ilegal. O muro israelense, quando terminado, terá cerca de 700 km de extensão. Se completado, o de Trump na fronteira EUA-México terá 1.046 km. REFUGIADOS O presidente americano, na entrevista, defendeu também a proposta de banir o recebimento de refugiados, segundo decreto que Trump deve assinar neste sábado (28). Cidadãos de Irã, Iraque, Síria, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen estariam proibidos de obter vistos americanos por ao menos 30 dias. "Nós temos recebido dezenas de milhares de pessoas. Não sabemos nada sobre eles", disse Trump. "Algumas pessoas tem vindo com más intenções. A maioria não, eu presumo, mas não podemos correr o risco." SUBMARINOS Na entrevista, Trump disse ainda que o país precisa de mais submarinos, mas quer comprá-los a um preço menor, renovando sua campanha para que fornecedores do setor de defesa reduzam os preços pagos pelo Pentágono. "Estamos com poucos submarinos e iremos construir novos submarinos, mas o preço é muito alto, então estou cortando os preços", afirmou. Duas companhias sediadas nos EUA, a Electric Boat, divisão da General Dynamics, e a Newport News Shipbuilding, da Huntington Ingalls Industries, fabricam os submarinos nucleares da Marinha dos EUA. Nenhuma das duas empresas responderam a pedidos de comentários. Desde que venceu a eleição em novembro, Trump tem pressionado fornecedores do setor de defesa dos EUA a reduzirem o custo de produtos vendidos ao Pentágono.
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Trump compara muro na fronteira com México ao de Israel na PalestinaO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou o muro que pretende construir na fronteira com o México ao muro construído por Israel na Palestina. "O muro é necessário", disse Trump, em entrevista à rede Fox News veiculada nesta quinta-feira (26). "Isso não é apenas política, e ainda é bom para o coração da nação porque as pessoas querem proteção e um muro protege. Tudo o que você precisa fazer é perguntar a Israel." Israel começou a construir esse muro em 2002 para impedir ataques palestinos, após a onda de atentados suicidas que atingiu o país em 2000. A barreira é criticada pela comunidade internacional por isolar populações palestinas. Em 2004, a Corte Internacional de Haia declarou que a construção do muro é ilegal. O muro israelense, quando terminado, terá cerca de 700 km de extensão. Se completado, o de Trump na fronteira EUA-México terá 1.046 km. REFUGIADOS O presidente americano, na entrevista, defendeu também a proposta de banir o recebimento de refugiados, segundo decreto que Trump deve assinar neste sábado (28). Cidadãos de Irã, Iraque, Síria, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen estariam proibidos de obter vistos americanos por ao menos 30 dias. "Nós temos recebido dezenas de milhares de pessoas. Não sabemos nada sobre eles", disse Trump. "Algumas pessoas tem vindo com más intenções. A maioria não, eu presumo, mas não podemos correr o risco." SUBMARINOS Na entrevista, Trump disse ainda que o país precisa de mais submarinos, mas quer comprá-los a um preço menor, renovando sua campanha para que fornecedores do setor de defesa reduzam os preços pagos pelo Pentágono. "Estamos com poucos submarinos e iremos construir novos submarinos, mas o preço é muito alto, então estou cortando os preços", afirmou. Duas companhias sediadas nos EUA, a Electric Boat, divisão da General Dynamics, e a Newport News Shipbuilding, da Huntington Ingalls Industries, fabricam os submarinos nucleares da Marinha dos EUA. Nenhuma das duas empresas responderam a pedidos de comentários. Desde que venceu a eleição em novembro, Trump tem pressionado fornecedores do setor de defesa dos EUA a reduzirem o custo de produtos vendidos ao Pentágono.
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Religião e hipocrisia na televisão
Entre os méritos de "Os Dez Mandamentos", encerrada na última segunda-feira (23), o mais nítido e indiscutível foi o registrado pelo Ibope. No ar de 23 de março a 23 de novembro, a novela da Record estreou com média semanal de 12 pontos no Ibope em São Paulo (cada ponto equivale a 67 mil residências) e foi crescendo, dia a dia, até alcançar uma média de 24 pontos na penúltima semana. Esse salto de 100% na audiência entre a semana 1 e a semana 34 configura o maior fenômeno do gênero neste ano na televisão. Uma análise dos números mostra que o crescimento ocorreu de forma consistente, semana a semana, sem maiores saltos, exceto quando a novela passou a exibir as pragas do Egito. Então na faixa dos 16 pontos, "Os Dez Mandamentos" pulou para 19. É igualmente impressionante e, no caso, inédito, que o ápice de "Os Dez Mandamentos" tenha sido registrado dez dias antes do fim, quando o normal é isso ocorrer nos episódios derradeiros. Depois do capítulo que mostrou a abertura do Mar Vermelho, o Ibope nunca mais foi o mesmo, descendo de 28 pontos até 17,5 no penúltimo capítulo (e 23,5 no último). O jornalista Eugênio Bucci propõe uma interpretação original para o sucesso da novela. "O telespectador que se deixou embevecer encontrou seu pacto instantâneo de convivência imaginária com as suas aflições cotidianas –sobretudo as aflições de fundo político", escreveu no "Estadão" nesta semana. A ser correta a hipótese, enxergo como um mérito da novela ter capturado o espírito do seu tempo –como, em outro momento e contexto, "Vale Tudo" também fez. Este sucesso fora da curva coroa um projeto tele-evangélico que, mesmo pecando na realização, não é fruto de impulso ou amadorismo. Desde 2010, com "A História de Ester", a Record exibiu anualmente uma minissérie de inspiração bíblica: "Sansão e Dalila'' (2011), "Rei Davi'' (2012), "José do Egito'' (2013), "Milagres de Jesus" (2014-15). Tendo em mente que a emissora mantém ligações com uma instituição religiosa (a Igreja Universal) e um partido político (o PRB), Bucci observa, alarmado: "Querem o poder e estão quase lá". Não iria tão longe, mas não posso deixar de observar que, em paralelo à exibição da sua novela, a Record foi hipócrita ao estimular –e emplacar em certos meios– um olhar moralista sobre a Globo. Repetindo o bordão "uma novela da família brasileira", para se referir a "Os Dez Mandamentos", Marcelo Rezende procurou reforçar a ideia de que as produções da concorrente não seriam desse padrão. Ora, Rezende apresenta "Cidade Alerta", um programa policial frequentemente ofensivo a qualquer membro da "família brasileira", e a emissora hospeda várias outras atrações, como "A Fazenda", que igualmente não são "adequadas". A Globo, para sua infelicidade, não pode reclamar dessa ocupação da TV pela religião. Com "Além do Tempo", a emissora mais uma vez está exibindo uma novela que faz proselitismo –no caso, do espiritismo. Com tanta sutileza quanto Moisés na Record, os anjos Ariel (Michel Melamed) e Cícero (Saulo Arcoverde) e o Mestre (Othon Bastos) têm dado verdadeiras lições aos demais personagens –e ao público.
colunas
Religião e hipocrisia na televisãoEntre os méritos de "Os Dez Mandamentos", encerrada na última segunda-feira (23), o mais nítido e indiscutível foi o registrado pelo Ibope. No ar de 23 de março a 23 de novembro, a novela da Record estreou com média semanal de 12 pontos no Ibope em São Paulo (cada ponto equivale a 67 mil residências) e foi crescendo, dia a dia, até alcançar uma média de 24 pontos na penúltima semana. Esse salto de 100% na audiência entre a semana 1 e a semana 34 configura o maior fenômeno do gênero neste ano na televisão. Uma análise dos números mostra que o crescimento ocorreu de forma consistente, semana a semana, sem maiores saltos, exceto quando a novela passou a exibir as pragas do Egito. Então na faixa dos 16 pontos, "Os Dez Mandamentos" pulou para 19. É igualmente impressionante e, no caso, inédito, que o ápice de "Os Dez Mandamentos" tenha sido registrado dez dias antes do fim, quando o normal é isso ocorrer nos episódios derradeiros. Depois do capítulo que mostrou a abertura do Mar Vermelho, o Ibope nunca mais foi o mesmo, descendo de 28 pontos até 17,5 no penúltimo capítulo (e 23,5 no último). O jornalista Eugênio Bucci propõe uma interpretação original para o sucesso da novela. "O telespectador que se deixou embevecer encontrou seu pacto instantâneo de convivência imaginária com as suas aflições cotidianas –sobretudo as aflições de fundo político", escreveu no "Estadão" nesta semana. A ser correta a hipótese, enxergo como um mérito da novela ter capturado o espírito do seu tempo –como, em outro momento e contexto, "Vale Tudo" também fez. Este sucesso fora da curva coroa um projeto tele-evangélico que, mesmo pecando na realização, não é fruto de impulso ou amadorismo. Desde 2010, com "A História de Ester", a Record exibiu anualmente uma minissérie de inspiração bíblica: "Sansão e Dalila'' (2011), "Rei Davi'' (2012), "José do Egito'' (2013), "Milagres de Jesus" (2014-15). Tendo em mente que a emissora mantém ligações com uma instituição religiosa (a Igreja Universal) e um partido político (o PRB), Bucci observa, alarmado: "Querem o poder e estão quase lá". Não iria tão longe, mas não posso deixar de observar que, em paralelo à exibição da sua novela, a Record foi hipócrita ao estimular –e emplacar em certos meios– um olhar moralista sobre a Globo. Repetindo o bordão "uma novela da família brasileira", para se referir a "Os Dez Mandamentos", Marcelo Rezende procurou reforçar a ideia de que as produções da concorrente não seriam desse padrão. Ora, Rezende apresenta "Cidade Alerta", um programa policial frequentemente ofensivo a qualquer membro da "família brasileira", e a emissora hospeda várias outras atrações, como "A Fazenda", que igualmente não são "adequadas". A Globo, para sua infelicidade, não pode reclamar dessa ocupação da TV pela religião. Com "Além do Tempo", a emissora mais uma vez está exibindo uma novela que faz proselitismo –no caso, do espiritismo. Com tanta sutileza quanto Moisés na Record, os anjos Ariel (Michel Melamed) e Cícero (Saulo Arcoverde) e o Mestre (Othon Bastos) têm dado verdadeiras lições aos demais personagens –e ao público.
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Roteiro gastronômico por Nova York pode incluir até pão de queijo
Paulistana de família mineira, Marina Halpern, 27, testou receitas com produtos americanos durante três meses até encontrar a mistura que resultava mais próxima do pão de queijo de Minas Gerais. Conseguiu. Já na primeira semana de vida da Padoca, padaria com quitutes brasileiros que ela abriu em Nova York, as vendas dispararam. O polvilho é importado do Brasil. Só o queijo precisa ser comprado no mercado local. Localizada no Upper East Side, bairro de classe alta, a Padoca tem clientela majoritariamente americana. "Eles compram caixas com dez pães de queijo", conta Marina. O produto parece ter feito sucesso. A reportagem encontrou uma padaria americana com pães de queijo no mesmo bairro. Pouco depois de aberta, a Padoca vendeu 102 unidades, e a farinha de polvilho acabou. "Saí correndo para o supermercado do Queens", lembra Marina. O Rio Market, em Astoria, vende embalagens de um quilo de polvilho a US$ 7 (R$ 25). Vende também pão de queijo congelado, açaí, paçoca e guaraná. A clientela, maciçamente brasileira, vai ao local para se abastecer para o churrasco do fim de semana. Linguiça, cerveja, farofa. Ao fundo, canções clássicas de pagode. Todo mundo de chinelo e bermuda. O ambiente lembra o de Niterói (RJ), cidade natal do dono do negócio. Sediado também no Queens, onde estima-se que morem mais de 20 mil brasileiros, o Petiscos Brazuca (com "Z" mesmo) faz de 15 a 20 entregas diariamente. Tem clientes corporativos, mas o grosso do público, por ora, são os brazucas cansados de hambúrguer e pizza. Eles entregam coxinha até de doce de leite. Explorar o exotismo tropical é comum. Na cidade, há restaurantes autointitulados brasileiros, mas pertencentes a coreanos ou americanos. Foi para se diferenciar e propiciar uma "experiência brasileira autêntica" que Mario de Matos abriu o Berimbau há seis anos. Localizado no West Village, região descolada da cidade, a casa é frequentada por gente da moda e das festas. Tem a caipirinha, a fraldinha e o feijão como carros-chefe, além do pão de queijo. De sobremesa, brigadeiro. A única coisa que não sai bem é o nome. "Americanos não conseguem pronunciar berimbau", diverte-se Matos.
turismo
Roteiro gastronômico por Nova York pode incluir até pão de queijoPaulistana de família mineira, Marina Halpern, 27, testou receitas com produtos americanos durante três meses até encontrar a mistura que resultava mais próxima do pão de queijo de Minas Gerais. Conseguiu. Já na primeira semana de vida da Padoca, padaria com quitutes brasileiros que ela abriu em Nova York, as vendas dispararam. O polvilho é importado do Brasil. Só o queijo precisa ser comprado no mercado local. Localizada no Upper East Side, bairro de classe alta, a Padoca tem clientela majoritariamente americana. "Eles compram caixas com dez pães de queijo", conta Marina. O produto parece ter feito sucesso. A reportagem encontrou uma padaria americana com pães de queijo no mesmo bairro. Pouco depois de aberta, a Padoca vendeu 102 unidades, e a farinha de polvilho acabou. "Saí correndo para o supermercado do Queens", lembra Marina. O Rio Market, em Astoria, vende embalagens de um quilo de polvilho a US$ 7 (R$ 25). Vende também pão de queijo congelado, açaí, paçoca e guaraná. A clientela, maciçamente brasileira, vai ao local para se abastecer para o churrasco do fim de semana. Linguiça, cerveja, farofa. Ao fundo, canções clássicas de pagode. Todo mundo de chinelo e bermuda. O ambiente lembra o de Niterói (RJ), cidade natal do dono do negócio. Sediado também no Queens, onde estima-se que morem mais de 20 mil brasileiros, o Petiscos Brazuca (com "Z" mesmo) faz de 15 a 20 entregas diariamente. Tem clientes corporativos, mas o grosso do público, por ora, são os brazucas cansados de hambúrguer e pizza. Eles entregam coxinha até de doce de leite. Explorar o exotismo tropical é comum. Na cidade, há restaurantes autointitulados brasileiros, mas pertencentes a coreanos ou americanos. Foi para se diferenciar e propiciar uma "experiência brasileira autêntica" que Mario de Matos abriu o Berimbau há seis anos. Localizado no West Village, região descolada da cidade, a casa é frequentada por gente da moda e das festas. Tem a caipirinha, a fraldinha e o feijão como carros-chefe, além do pão de queijo. De sobremesa, brigadeiro. A única coisa que não sai bem é o nome. "Americanos não conseguem pronunciar berimbau", diverte-se Matos.
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Melhor segredo de romance é o nexo entre fatos que narra
BIOGRAFIA INVOLUNTÁRIA DOS AMANTES (bom) AUTOR João Tordo EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 59,90 (369 págs.) * "Biografia Involuntária dos Amantes", de João Tordo, é um policial sem crime a resolver. O que ocupa o centro da narrativa é um vazio que atinge em cheio a vida do narrador, um professor galego que pesquisa teatro e tem uma relação conturbadíssima com a filha adolescente. Tal vazio está tanto na rotina comezinha do professor quanto na vida atormentada de Saldaña Paris, poeta mexicano exilado. Essa condição faz com que o narrador transforme a conversa com Saldaña num novelo ficcional com várias pontas soltas. E uma forma de montar o quebra-cabeça seria transpor o vazio da vida de um para a vida do outro. Como o próprio professor diz: "a melancolia de Saldaña Paris era agora a minha". Partindo da história de amor entre o poeta e a instável Teresa, o narrador segue no encalço de cada personagem do relato de Saldaña, transformando-os literalmente em testemunhas. Quando o livro se inicia, Teresa, que tinha abandonado o poeta, já morreu, mas ela deixa um manuscrito povoado de personagens que o professor também segue. Os cenários são diversos, de cidades galegas, como Pontevedra e Santiago de Compostela, a Lisboa, Londres, México, e até um vilarejo perdido no Quebec. Tais deslocamentos fazem desse viajante uma espécie de Phileas Fogg de "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", de Jules Verne, misturado com algum personagem errante de Roberto Bolaño, ambos autores citados no livro. Por falar em deslocamentos e desvios, uma das pessoas procuradas afirma que "ao ficarmos mais velhos cada vez menos do que nos acontece é por acaso". Ao que o narrador, dando pistas do seu trabalho, responde: "Se não fosse o acaso, não estaria aqui a falar contigo". Essa ideia do imponderável narrativo domina o livro, aparecendo, de forma alegórica, por exemplo, no misterioso postal que Saldaña Paris recebe no hospital: uma reprodução de "Rooms by the Sea". No quadro de Edward Hopper, a porta de um cômodo está aberta direta e irremediavelmente para o oceano. Até quando um narrador pode abrir portas atrás de portas e seguir adiante sem se colocar em xeque? "Quanto mais fundo andar a esgravatar, mais coisas vai encontrar, coisas que talvez seja melhor deixar enterradas", diz uma testemunha. É de forma franca que o romance valoriza o mecanismo da ficção. Afinal, até a história mais simples compõe-se de fatos isolados que estabelecem entre si algum nexo. E, quando bem explorado, tal nexo pode ser o melhor segredo de um romance.
ilustrada
Melhor segredo de romance é o nexo entre fatos que narraBIOGRAFIA INVOLUNTÁRIA DOS AMANTES (bom) AUTOR João Tordo EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 59,90 (369 págs.) * "Biografia Involuntária dos Amantes", de João Tordo, é um policial sem crime a resolver. O que ocupa o centro da narrativa é um vazio que atinge em cheio a vida do narrador, um professor galego que pesquisa teatro e tem uma relação conturbadíssima com a filha adolescente. Tal vazio está tanto na rotina comezinha do professor quanto na vida atormentada de Saldaña Paris, poeta mexicano exilado. Essa condição faz com que o narrador transforme a conversa com Saldaña num novelo ficcional com várias pontas soltas. E uma forma de montar o quebra-cabeça seria transpor o vazio da vida de um para a vida do outro. Como o próprio professor diz: "a melancolia de Saldaña Paris era agora a minha". Partindo da história de amor entre o poeta e a instável Teresa, o narrador segue no encalço de cada personagem do relato de Saldaña, transformando-os literalmente em testemunhas. Quando o livro se inicia, Teresa, que tinha abandonado o poeta, já morreu, mas ela deixa um manuscrito povoado de personagens que o professor também segue. Os cenários são diversos, de cidades galegas, como Pontevedra e Santiago de Compostela, a Lisboa, Londres, México, e até um vilarejo perdido no Quebec. Tais deslocamentos fazem desse viajante uma espécie de Phileas Fogg de "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", de Jules Verne, misturado com algum personagem errante de Roberto Bolaño, ambos autores citados no livro. Por falar em deslocamentos e desvios, uma das pessoas procuradas afirma que "ao ficarmos mais velhos cada vez menos do que nos acontece é por acaso". Ao que o narrador, dando pistas do seu trabalho, responde: "Se não fosse o acaso, não estaria aqui a falar contigo". Essa ideia do imponderável narrativo domina o livro, aparecendo, de forma alegórica, por exemplo, no misterioso postal que Saldaña Paris recebe no hospital: uma reprodução de "Rooms by the Sea". No quadro de Edward Hopper, a porta de um cômodo está aberta direta e irremediavelmente para o oceano. Até quando um narrador pode abrir portas atrás de portas e seguir adiante sem se colocar em xeque? "Quanto mais fundo andar a esgravatar, mais coisas vai encontrar, coisas que talvez seja melhor deixar enterradas", diz uma testemunha. É de forma franca que o romance valoriza o mecanismo da ficção. Afinal, até a história mais simples compõe-se de fatos isolados que estabelecem entre si algum nexo. E, quando bem explorado, tal nexo pode ser o melhor segredo de um romance.
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Haddad espera decisão da Promotoria para definir futuro do parque Augusta
A Prefeitura de São Paulo espera que o Ministério Público aprove um acordo firmado com os bancos Citibank (EUA) e UBS (Suíça) para avaliar a possibilidade de adquirir o terreno do parque Augusta, na região central da cidade. As duas empresas se comprometeram a pagar R$ 71 milhões por ajudar no desvio de dinheiro público entre 1993 e 1998. A quantia, segundo o acordo em análise pelo Ministério Público, deverá ser destinada pela prefeitura para a aquisição do parque ou para a construção de creches. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a criação do parque Augusta esbarra também no valor necessário para pagar a desapropriação às construtoras Cyrela e Setin –proprietárias do local. "Levando em consideração o preço que foi pago pelas construtoras, podemos estar falando em R$ 140 milhões para desapropriar o terreno, e só temos R$ 60 milhões. Por isso, incluímos [no acordo] a alternativa da construção das creches, porque não sabemos se conseguiremos angariar o valor para o parque." Caso for preciso, a prefeitura poderá consultar o Ministério Público para avaliar se há outros acordos em andamento na Justiça que também possam render recursos para a aquisição da área do parque. O prefeito explicou que, após a aprovação do acordo com o Citibank e o UBS, o documento ainda precisará ser homologado na Justiça, o que pode demorar até 90 dias. As construtoras Cyrela e Setin pretendem construir três edifícios no terreno de 24.752 m² entre as ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá, mantendo 60% da área para a utilização pública. Um grupo de ativistas contrários à proposta montou acampamentos no local desde o início do ano, sendo retirados de lá somente na manhã desta quarta-feira (4), após decisão judicial. De acordo com o vereador Gilberto Natalini (PV), as empresas donas do terreno começaram a cercar a área na manhã desta quinta-feira (5) mas foram impedidas pela prefeitura por ainda não terem alvará para a obra. CONVÊNIOS SEM LICITAÇÃO Em evento na Mooca (zona leste) nesta quinta, o prefeito Fernando Haddad também admitiu que as medidas tomadas até agora pela Secretaria Municipal de Esportes para coibir repasses de recursos sem licitação para a organização de eventos esportivos são insuficientes. "É um processo de aperfeiçoamento. Devemos, primeiro por decreto e depois por lei, coibir esse tipo de prática, exigindo que a entidade tenha um número mínimo de anos de funcionamento para que possa apresentar projetos. O próprio secretário (Celso Jatene) reconhece que precisamos aperfeiçoar ainda mais." A Folha encontrou casos de contratos firmados pela prefeitura feitos sem licitação com entidades de fachada e de aliados da atual gestão. O secretário municipal de Esportes, Celso Jatene (PTB), informou que uma nova auditoria nos convênios foi iniciada nesta terça (3).
cotidiano
Haddad espera decisão da Promotoria para definir futuro do parque AugustaA Prefeitura de São Paulo espera que o Ministério Público aprove um acordo firmado com os bancos Citibank (EUA) e UBS (Suíça) para avaliar a possibilidade de adquirir o terreno do parque Augusta, na região central da cidade. As duas empresas se comprometeram a pagar R$ 71 milhões por ajudar no desvio de dinheiro público entre 1993 e 1998. A quantia, segundo o acordo em análise pelo Ministério Público, deverá ser destinada pela prefeitura para a aquisição do parque ou para a construção de creches. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a criação do parque Augusta esbarra também no valor necessário para pagar a desapropriação às construtoras Cyrela e Setin –proprietárias do local. "Levando em consideração o preço que foi pago pelas construtoras, podemos estar falando em R$ 140 milhões para desapropriar o terreno, e só temos R$ 60 milhões. Por isso, incluímos [no acordo] a alternativa da construção das creches, porque não sabemos se conseguiremos angariar o valor para o parque." Caso for preciso, a prefeitura poderá consultar o Ministério Público para avaliar se há outros acordos em andamento na Justiça que também possam render recursos para a aquisição da área do parque. O prefeito explicou que, após a aprovação do acordo com o Citibank e o UBS, o documento ainda precisará ser homologado na Justiça, o que pode demorar até 90 dias. As construtoras Cyrela e Setin pretendem construir três edifícios no terreno de 24.752 m² entre as ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá, mantendo 60% da área para a utilização pública. Um grupo de ativistas contrários à proposta montou acampamentos no local desde o início do ano, sendo retirados de lá somente na manhã desta quarta-feira (4), após decisão judicial. De acordo com o vereador Gilberto Natalini (PV), as empresas donas do terreno começaram a cercar a área na manhã desta quinta-feira (5) mas foram impedidas pela prefeitura por ainda não terem alvará para a obra. CONVÊNIOS SEM LICITAÇÃO Em evento na Mooca (zona leste) nesta quinta, o prefeito Fernando Haddad também admitiu que as medidas tomadas até agora pela Secretaria Municipal de Esportes para coibir repasses de recursos sem licitação para a organização de eventos esportivos são insuficientes. "É um processo de aperfeiçoamento. Devemos, primeiro por decreto e depois por lei, coibir esse tipo de prática, exigindo que a entidade tenha um número mínimo de anos de funcionamento para que possa apresentar projetos. O próprio secretário (Celso Jatene) reconhece que precisamos aperfeiçoar ainda mais." A Folha encontrou casos de contratos firmados pela prefeitura feitos sem licitação com entidades de fachada e de aliados da atual gestão. O secretário municipal de Esportes, Celso Jatene (PTB), informou que uma nova auditoria nos convênios foi iniciada nesta terça (3).
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Ensaio sobre a austeridade
O total descontrole das contas públicas no período Dilma Rousseff tornou consensual a tese de que era indispensável editar um pacote de medidas pelo menos parecido com o anunciado pelo presidente interino Michel Temer. A própria Dilma, aliás, havia tentando, sem sucesso, adotar a meta de aumento do gasto público, o que implica cortes pesados. Joaquim Levy, o primeiro ministro da Fazenda do segundo período Dilma, não era chamado de "Mãos de Tesoura", por sua obsessão com os cortes? Até aí, não há margem para grandes discussões. Mas falta o passo seguinte, a meu ver tão importante quanto o ajuste: medidas que permitam a retomada do crescimento, este sim indispensável para começar a aliviar a calamitosa situação do país. A teoria dos ortodoxos, absolutos no controle do novo governo, pode ser resumida, de maneira simplificada, a um teorema mais teológico que econômico: o equilíbrio das contas públicas devolverá a confiança aos agentes econômicos, o que, por sua vez, levará à retomada dos investimentos. Daí ao retorno do crescimento seria um passo. É possível que as coisas se passem de acordo com esse teorema, mas conviria prestar atenção a exemplos externos que demonstram que a austeridade, se radical, deixa sequelas duradouras. Comecemos pela Espanha, que enfrentou um longo ciclo de recessão, em parte agravada pelas medidas de austeridade impostas pela União Europeia (que, aliás, está exigindo ainda mais cortes). O resultado está na capa de "El País" do início desta semana, nestes termos: "Sequelas da cri­se continuam pre­sen­tes ape­sar da retomada da economia. Os ingressos médios dos la­res es­panhóis se reduziram 0,2% em 2015, até € 26.092 (R$ 104.810) anuais por família, segundo a pesquisa sobre condições de vida difundida pelo Instituto Nacional de Estatística". Uma observação antes de prosseguir: a renda média da Espanha é invejável, mesmo depois da crise, se comparada à do Brasil antes como depois da crise. Sigo: "Um de cada três espanhóis (28,6%) se encontra em risco de pobreza ou de exclusão social, com poucos recursos para pagar necessidades básicas, segundo esses dados". Se é assim na Espanha, o que dizer do Brasil em que, antes mesmo do mergulho na crise, 36% se encontram não em risco de, mas já em situação de pobreza, segundo os dados do Ministério de Desenvolvimento Social? Pulemos para a Grécia: depois de sucessivos pacotes de cortes, o país está entrando no sétimo ano de recessão (perdeu um quarto de sua economia nesse período), sem fim à vista. Tanto é assim que até o FMI insistiu com a União Europeia (e foi bem-sucedido) em que qualquer pacote para a Grécia precisa necessariamente incluir algum alívio para a dívida. Se as contas desta Folha estiverem corretas, serão necessários oito anos para que o controle do gasto público agora determinado produza equilíbrio fiscal. Tudo somado, tem-se que ou o novo governo entra com programas de estímulo ou o Brasil se transformará em uma imensa Grécia.
colunas
Ensaio sobre a austeridadeO total descontrole das contas públicas no período Dilma Rousseff tornou consensual a tese de que era indispensável editar um pacote de medidas pelo menos parecido com o anunciado pelo presidente interino Michel Temer. A própria Dilma, aliás, havia tentando, sem sucesso, adotar a meta de aumento do gasto público, o que implica cortes pesados. Joaquim Levy, o primeiro ministro da Fazenda do segundo período Dilma, não era chamado de "Mãos de Tesoura", por sua obsessão com os cortes? Até aí, não há margem para grandes discussões. Mas falta o passo seguinte, a meu ver tão importante quanto o ajuste: medidas que permitam a retomada do crescimento, este sim indispensável para começar a aliviar a calamitosa situação do país. A teoria dos ortodoxos, absolutos no controle do novo governo, pode ser resumida, de maneira simplificada, a um teorema mais teológico que econômico: o equilíbrio das contas públicas devolverá a confiança aos agentes econômicos, o que, por sua vez, levará à retomada dos investimentos. Daí ao retorno do crescimento seria um passo. É possível que as coisas se passem de acordo com esse teorema, mas conviria prestar atenção a exemplos externos que demonstram que a austeridade, se radical, deixa sequelas duradouras. Comecemos pela Espanha, que enfrentou um longo ciclo de recessão, em parte agravada pelas medidas de austeridade impostas pela União Europeia (que, aliás, está exigindo ainda mais cortes). O resultado está na capa de "El País" do início desta semana, nestes termos: "Sequelas da cri­se continuam pre­sen­tes ape­sar da retomada da economia. Os ingressos médios dos la­res es­panhóis se reduziram 0,2% em 2015, até € 26.092 (R$ 104.810) anuais por família, segundo a pesquisa sobre condições de vida difundida pelo Instituto Nacional de Estatística". Uma observação antes de prosseguir: a renda média da Espanha é invejável, mesmo depois da crise, se comparada à do Brasil antes como depois da crise. Sigo: "Um de cada três espanhóis (28,6%) se encontra em risco de pobreza ou de exclusão social, com poucos recursos para pagar necessidades básicas, segundo esses dados". Se é assim na Espanha, o que dizer do Brasil em que, antes mesmo do mergulho na crise, 36% se encontram não em risco de, mas já em situação de pobreza, segundo os dados do Ministério de Desenvolvimento Social? Pulemos para a Grécia: depois de sucessivos pacotes de cortes, o país está entrando no sétimo ano de recessão (perdeu um quarto de sua economia nesse período), sem fim à vista. Tanto é assim que até o FMI insistiu com a União Europeia (e foi bem-sucedido) em que qualquer pacote para a Grécia precisa necessariamente incluir algum alívio para a dívida. Se as contas desta Folha estiverem corretas, serão necessários oito anos para que o controle do gasto público agora determinado produza equilíbrio fiscal. Tudo somado, tem-se que ou o novo governo entra com programas de estímulo ou o Brasil se transformará em uma imensa Grécia.
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'Vai morrer', grita torcida brasileira para adversário de Anderson Silva
Desde o final da manhã deste sábado, o lobby do hotel MGM Grand, em Las Vegas, estava muito mais movimentado do que nos dias anteriores. O português podia ser ouvido em todos os lugares. O hotel é um complexo, que abriga a arena que marcará o retorno de Anderson Silva ao ringue de MMA. Brasileiros e estrangeiros vestiram a camisa para mostrar seu apoio aos lutadores. Pelo menos fora do octógono, Anderson estava dando uma surra de preferência. Um grupo de amigos de São Paulo chegou hoje à cidade para acompanhar a luta. Claudia Martinez de Farias, 32, gerente de contas, disse que não perderia essa luta histórica, e está apreensiva. "Acho que vai ser difícil, mas estamos aqui para dar o apoio que ele precisa." Outro integrante do grupo, Diego Rovira, 28, que trabalha na área financeira, acompanha o MMA há anos. "Já assisti outra luta de Anderson, mas nenhuma se compara a de hoje", diz. A venda de camisetas comemorativas do evento são um bom termômetro de como a luta é esperada. Foram produzidos modelos que exaltam a volta de Anderson "Spider" Silva. Uma das estampas diz "The Spider Rises Again", a outra, "Brazil Will Rise Again", além de uma opção que destaca a luta de Spider e Diaz. Os fãs fizeram fila ontem, dia da pesagem dos lutadores, para garantir a sua. Hoje, noite da luta, as filas continuam enormes. Cerca de duas horas antes do embate, o MGM Grand Arena já estava praticamente lotado. A cada imagem de Anderson Silva no telão fica claro que, se depender da torcida, ele já começa a noite com vantagem. E Nick Diaz, mesmo sem entender português, vai enfrentar a torcida brasileira, que grita, nada amistosa: "vai morrer, vai morrer". A jornalista Mariliz Pereira Jorge viajou a convite da Budweiser
esporte
'Vai morrer', grita torcida brasileira para adversário de Anderson SilvaDesde o final da manhã deste sábado, o lobby do hotel MGM Grand, em Las Vegas, estava muito mais movimentado do que nos dias anteriores. O português podia ser ouvido em todos os lugares. O hotel é um complexo, que abriga a arena que marcará o retorno de Anderson Silva ao ringue de MMA. Brasileiros e estrangeiros vestiram a camisa para mostrar seu apoio aos lutadores. Pelo menos fora do octógono, Anderson estava dando uma surra de preferência. Um grupo de amigos de São Paulo chegou hoje à cidade para acompanhar a luta. Claudia Martinez de Farias, 32, gerente de contas, disse que não perderia essa luta histórica, e está apreensiva. "Acho que vai ser difícil, mas estamos aqui para dar o apoio que ele precisa." Outro integrante do grupo, Diego Rovira, 28, que trabalha na área financeira, acompanha o MMA há anos. "Já assisti outra luta de Anderson, mas nenhuma se compara a de hoje", diz. A venda de camisetas comemorativas do evento são um bom termômetro de como a luta é esperada. Foram produzidos modelos que exaltam a volta de Anderson "Spider" Silva. Uma das estampas diz "The Spider Rises Again", a outra, "Brazil Will Rise Again", além de uma opção que destaca a luta de Spider e Diaz. Os fãs fizeram fila ontem, dia da pesagem dos lutadores, para garantir a sua. Hoje, noite da luta, as filas continuam enormes. Cerca de duas horas antes do embate, o MGM Grand Arena já estava praticamente lotado. A cada imagem de Anderson Silva no telão fica claro que, se depender da torcida, ele já começa a noite com vantagem. E Nick Diaz, mesmo sem entender português, vai enfrentar a torcida brasileira, que grita, nada amistosa: "vai morrer, vai morrer". A jornalista Mariliz Pereira Jorge viajou a convite da Budweiser
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São Paulo acerta a venda de Maicon para o Galatasaray
O São Paulo finalizou as negociações com o Galatasaray (TUR) pela venda do zagueiro Maicon. Ele se reuniu com o seu empresário Carlos Leite nesta quinta (21), no Rio de Janeiro, para acertar os detalhes da transferência. A negociação vai render ao São Paulo 7 milhões de euros (R$ 26 milhões). A chegada do equatoriano Arboleda deve suprir a ausência do zagueiro. Por causa do seu estilo de jogo sério, o clube chegou a fazer campanha de marketing com o apelido dado ao jogador pela torcida: "God of zaga" (Deus da zaga, em tradução livre). Ele, porém, não tem feito uma boa temporada e vinha sendo criticado por falhas, como na partida contra o cruzeiro e no clássico contra o Corinthians.
esporte
São Paulo acerta a venda de Maicon para o GalatasarayO São Paulo finalizou as negociações com o Galatasaray (TUR) pela venda do zagueiro Maicon. Ele se reuniu com o seu empresário Carlos Leite nesta quinta (21), no Rio de Janeiro, para acertar os detalhes da transferência. A negociação vai render ao São Paulo 7 milhões de euros (R$ 26 milhões). A chegada do equatoriano Arboleda deve suprir a ausência do zagueiro. Por causa do seu estilo de jogo sério, o clube chegou a fazer campanha de marketing com o apelido dado ao jogador pela torcida: "God of zaga" (Deus da zaga, em tradução livre). Ele, porém, não tem feito uma boa temporada e vinha sendo criticado por falhas, como na partida contra o cruzeiro e no clássico contra o Corinthians.
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Habilidoso, Eduardo Cunha soube mudar o foco em torno de sua figura
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), soube muito bem mudar o foco em torno de seu nome ao oficializar, na manhã desta sexta-feira (17), o seu rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff. A avaliação é da editora interina do Painel, Natuza Nery, que participou da transmissão ao vivo da "TV Folha" com os repórteres especiais Fernando Canzian e Raquel Landim. Ao falar sobre a entrevista coletiva que Cunha concedeu nesta sexta-feira, Natuza destaca que o presidente da Câmara estava visivelmente alterado, algo raro de se ver em sua atuação. "Claramente, como um sujeito habilidoso que é, está gritando e tentando desviar o foco. Ontem, era o depoimento de Júlio Camargo. Hoje qual é? O rompimento dele com o governo. Ele está sendo cobrado a falar sobre isso, não sobre as denúncias", diz Natuza. Leia a reportagem aqui
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Habilidoso, Eduardo Cunha soube mudar o foco em torno de sua figuraO presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), soube muito bem mudar o foco em torno de seu nome ao oficializar, na manhã desta sexta-feira (17), o seu rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff. A avaliação é da editora interina do Painel, Natuza Nery, que participou da transmissão ao vivo da "TV Folha" com os repórteres especiais Fernando Canzian e Raquel Landim. Ao falar sobre a entrevista coletiva que Cunha concedeu nesta sexta-feira, Natuza destaca que o presidente da Câmara estava visivelmente alterado, algo raro de se ver em sua atuação. "Claramente, como um sujeito habilidoso que é, está gritando e tentando desviar o foco. Ontem, era o depoimento de Júlio Camargo. Hoje qual é? O rompimento dele com o governo. Ele está sendo cobrado a falar sobre isso, não sobre as denúncias", diz Natuza. Leia a reportagem aqui
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Índices técnicos apontam duplas do Brasil no vôlei com grandes chances de medalha
PLÍNIO FRAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Esporte reinventado após febre brasileira, o vôlei de praia pode dar ao país duas medalhas de ouro, com as duplas nacionais apontadas como fortes candidatas ao título tanto na categoria masculina, quanto na feminina. Projeções a partir dos resultados e índices técnicos mais recentes apontam Alisson/Bruno e Larissa/Talita, como duplas favoritas ao pódio principal. As outras duas duplas brasileiras, Pedro/Evandro e Ághata/Bárbara, também figuram como candidatas potenciais a medalhas. Na história, o Brasil tem uma medalha de ouro no feminino, conquistada por Jacqueline/Sandra, em Atlanta-96; e uma no masculino, com Emanoel/Ricardo em Atenas-04. O esporte acumula seis medalhas de prata e três de bronze. Em 1980, as areias do Rio registraram o primeiro campeonato do país de vôlei de praia em dupla, iniciando a remodelação do esporte que chegaria à Olimpíada de 92 como demonstração e à de 1996 como competição. O primeiro Campeonato Mundial, aprovado e promovido pela Federação Internacional de Voleibol ocorreu em 1987, em Ipanema. A dupla norte-americana Sinjin Smith/Randy Stoklos conquistou o título. Dois astros da chamada geração de prata do vôlei de quadra brasileiro, Renan e Montanaro foram os brasileiros mais bem colocados, terminando em terceiro lugar. Smith e Stoklos dominaram a modalidade por anos, chegando a serem conhecidos como os "reis da praia". Só foram batidos por uma dupla brasileira, Anjinho e Loyola, em 1993. Até os anos 1980 o mais comum era que as partidas de praia fossem jogadas com quatro jogadores de cada lado. Com apoio de empresas de marketing e alavancado pelas transmissões esportivas da televisão, os jogos em dupla na areia acumularam adeptos e torcedores, com as praias do Rio redefinindo e abrasileirando o vôlei de praia, nascido em areias norte-americanas. A origem do esporte praiano, está no vôlei de quadra, inventado em 1895, por um dos líderes da Associação Cristã de Moços como o esporte ideal para os jovens por não ter contato de corpo entre os participantes. O registro mais antigo da prática do vôlei de praia remonta a 1915 no Havaí. O conceito do jogo de vôlei de praia em dupla é creditado a Paul "Pablo" Johnson, um jogador do Santa Monica Athletic Club. No verão de 1930, na Califórnia, os parceiros do vôlei não chegaram. Johnson e três amigos decidiram dividir-se em dois times. Essa prática em dupla eventual só ganharia campeonato frequentes décadas depois. Existem imagens de partidas de vôlei em Copacabana já em 1927. A primeira competição oficial brasileira ocorreu em 1947. Desde os anos 1950, redes foram espalhadas na orla do Rio e se tornaram points famosos. A mais famosa precursora do vôlei de praia foi Leah Mendes de Moraes (1919-2012). Tia Leah, como era conhecida, criou e manteve a rede de vôlei de praia mais famosa da cidade, no posto 6, em frente à rua Souza Lima, em Copacabana. Ex-jogadora amadora de vôlei de quadra, tia Leah montou sua rede na praia quando mudou para o bairro em 1938. Os jogadores mais antigos das praias do Rio dizem que ela foi a primeira mulher a praticar o esporte nas areias da cidade e relembram uma de suas frases prediletas: "Aqui, na minha rede, é uma democracia absoluta: só eu mando". Por exemplo, ela não admitia que os jogadores falassem palavrões. Sem filhos, Tia Leah acumulava sobrinhos na areia da praia, entre eles jogadores profissionais de vôlei como Bebeto de Freitas, Bernardinho e Jacqueline Silva. Adauto dos Santos, 76, filho de pescador e atleta do posto 6 em Copacabana, lembra-se da tia Leah. "Ela odiava bagunça. Mesmo quando sentada em sua cadeira de praia, interferia nas partidas caso algum jogador quebrasse alguma regra. Tinha uns cabelos muito brancos, mas sempre muito arrumados. Era alta, elegante, sempre em maiô de corpo inteiro", detalhou. * Brasileiros na Rio-2016
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Índices técnicos apontam duplas do Brasil no vôlei com grandes chances de medalha PLÍNIO FRAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Esporte reinventado após febre brasileira, o vôlei de praia pode dar ao país duas medalhas de ouro, com as duplas nacionais apontadas como fortes candidatas ao título tanto na categoria masculina, quanto na feminina. Projeções a partir dos resultados e índices técnicos mais recentes apontam Alisson/Bruno e Larissa/Talita, como duplas favoritas ao pódio principal. As outras duas duplas brasileiras, Pedro/Evandro e Ághata/Bárbara, também figuram como candidatas potenciais a medalhas. Na história, o Brasil tem uma medalha de ouro no feminino, conquistada por Jacqueline/Sandra, em Atlanta-96; e uma no masculino, com Emanoel/Ricardo em Atenas-04. O esporte acumula seis medalhas de prata e três de bronze. Em 1980, as areias do Rio registraram o primeiro campeonato do país de vôlei de praia em dupla, iniciando a remodelação do esporte que chegaria à Olimpíada de 92 como demonstração e à de 1996 como competição. O primeiro Campeonato Mundial, aprovado e promovido pela Federação Internacional de Voleibol ocorreu em 1987, em Ipanema. A dupla norte-americana Sinjin Smith/Randy Stoklos conquistou o título. Dois astros da chamada geração de prata do vôlei de quadra brasileiro, Renan e Montanaro foram os brasileiros mais bem colocados, terminando em terceiro lugar. Smith e Stoklos dominaram a modalidade por anos, chegando a serem conhecidos como os "reis da praia". Só foram batidos por uma dupla brasileira, Anjinho e Loyola, em 1993. Até os anos 1980 o mais comum era que as partidas de praia fossem jogadas com quatro jogadores de cada lado. Com apoio de empresas de marketing e alavancado pelas transmissões esportivas da televisão, os jogos em dupla na areia acumularam adeptos e torcedores, com as praias do Rio redefinindo e abrasileirando o vôlei de praia, nascido em areias norte-americanas. A origem do esporte praiano, está no vôlei de quadra, inventado em 1895, por um dos líderes da Associação Cristã de Moços como o esporte ideal para os jovens por não ter contato de corpo entre os participantes. O registro mais antigo da prática do vôlei de praia remonta a 1915 no Havaí. O conceito do jogo de vôlei de praia em dupla é creditado a Paul "Pablo" Johnson, um jogador do Santa Monica Athletic Club. No verão de 1930, na Califórnia, os parceiros do vôlei não chegaram. Johnson e três amigos decidiram dividir-se em dois times. Essa prática em dupla eventual só ganharia campeonato frequentes décadas depois. Existem imagens de partidas de vôlei em Copacabana já em 1927. A primeira competição oficial brasileira ocorreu em 1947. Desde os anos 1950, redes foram espalhadas na orla do Rio e se tornaram points famosos. A mais famosa precursora do vôlei de praia foi Leah Mendes de Moraes (1919-2012). Tia Leah, como era conhecida, criou e manteve a rede de vôlei de praia mais famosa da cidade, no posto 6, em frente à rua Souza Lima, em Copacabana. Ex-jogadora amadora de vôlei de quadra, tia Leah montou sua rede na praia quando mudou para o bairro em 1938. Os jogadores mais antigos das praias do Rio dizem que ela foi a primeira mulher a praticar o esporte nas areias da cidade e relembram uma de suas frases prediletas: "Aqui, na minha rede, é uma democracia absoluta: só eu mando". Por exemplo, ela não admitia que os jogadores falassem palavrões. Sem filhos, Tia Leah acumulava sobrinhos na areia da praia, entre eles jogadores profissionais de vôlei como Bebeto de Freitas, Bernardinho e Jacqueline Silva. Adauto dos Santos, 76, filho de pescador e atleta do posto 6 em Copacabana, lembra-se da tia Leah. "Ela odiava bagunça. Mesmo quando sentada em sua cadeira de praia, interferia nas partidas caso algum jogador quebrasse alguma regra. Tinha uns cabelos muito brancos, mas sempre muito arrumados. Era alta, elegante, sempre em maiô de corpo inteiro", detalhou. * Brasileiros na Rio-2016
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Fazenda paulista cobra R$ 207 milhões de IPVA de 273 mil donos de veículos
A Fazenda paulista notificou os donos de 273.246 veículos com placas de final 2 que apresentam débitos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) dos exercícios de 2010 a 2015. O lote de notificações reúne 283.879 débitos (cada veículo pode ter débito em mais de um exercício) que totalizam R$ 207,2 milhões. Somente deste ano há 263.355 débitos, no valor de R$ 204,2 milhões. A Fazenda enviará à residência de cada proprietário um comunicado de lançamento de débito do IPVA. O aviso traz a identificação do veículo, os valores do imposto, da multa (20% do valor devido) e dos juros de mora, além de orientações para o pagamento ou para a apresentação de defesa. A relação foi publicada no "Diário Oficial do Estado" desta quarta-feira (24). No fim de maio passado a Fazenda notificou outros 271.590 donos de veículos com placas final 1 que deviam R$ 214,5 milhões também dos exercícios de 2010 a 2015. O contribuinte que receber o comunicado de lançamento de débito tem 30 dias para pagar ou apresentar defesa. O próprio aviso traz as orientações necessárias para a regularização, incluindo a localização do posto fiscal mais próximo do endereço do proprietário do veículo. O pagamento pode ser feito pela internet ou nas agências da rede bancária credenciada, usando o serviço de autoatendimento ou nos caixas, bastando informar o número do Renavam do veículo e o ano do débito a ser quitado. O proprietário que não quitar o débito ou não apresentar defesa no prazo terá seu nome inscrito na dívida ativa do Estado de São Paulo (transferindo a administração do débito para a Procuradoria-Geral do Estado, que poderá iniciar o procedimento de execução judicial, com aumento na multa de 20% para 100%, além da incidência de honorários advocatícios). Se o contribuinte estiver em débito com a Fazenda, é recomendável que ele regularize a pendência para evitar a inclusão de seu nome no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (o Cadin estadual). Isso ocorrerá depois de 90 dias da data de emissão do comunicado de lançamento de débito do IPVA. Para mais informações, os donos dos veículos podem entrar em contato com a Secretaria da Fazenda pelo telefone 0800-170110 e pelo canal "Fale Conosco" do site.
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Fazenda paulista cobra R$ 207 milhões de IPVA de 273 mil donos de veículosA Fazenda paulista notificou os donos de 273.246 veículos com placas de final 2 que apresentam débitos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) dos exercícios de 2010 a 2015. O lote de notificações reúne 283.879 débitos (cada veículo pode ter débito em mais de um exercício) que totalizam R$ 207,2 milhões. Somente deste ano há 263.355 débitos, no valor de R$ 204,2 milhões. A Fazenda enviará à residência de cada proprietário um comunicado de lançamento de débito do IPVA. O aviso traz a identificação do veículo, os valores do imposto, da multa (20% do valor devido) e dos juros de mora, além de orientações para o pagamento ou para a apresentação de defesa. A relação foi publicada no "Diário Oficial do Estado" desta quarta-feira (24). No fim de maio passado a Fazenda notificou outros 271.590 donos de veículos com placas final 1 que deviam R$ 214,5 milhões também dos exercícios de 2010 a 2015. O contribuinte que receber o comunicado de lançamento de débito tem 30 dias para pagar ou apresentar defesa. O próprio aviso traz as orientações necessárias para a regularização, incluindo a localização do posto fiscal mais próximo do endereço do proprietário do veículo. O pagamento pode ser feito pela internet ou nas agências da rede bancária credenciada, usando o serviço de autoatendimento ou nos caixas, bastando informar o número do Renavam do veículo e o ano do débito a ser quitado. O proprietário que não quitar o débito ou não apresentar defesa no prazo terá seu nome inscrito na dívida ativa do Estado de São Paulo (transferindo a administração do débito para a Procuradoria-Geral do Estado, que poderá iniciar o procedimento de execução judicial, com aumento na multa de 20% para 100%, além da incidência de honorários advocatícios). Se o contribuinte estiver em débito com a Fazenda, é recomendável que ele regularize a pendência para evitar a inclusão de seu nome no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (o Cadin estadual). Isso ocorrerá depois de 90 dias da data de emissão do comunicado de lançamento de débito do IPVA. Para mais informações, os donos dos veículos podem entrar em contato com a Secretaria da Fazenda pelo telefone 0800-170110 e pelo canal "Fale Conosco" do site.
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Decisão do Supremo pode dar aval a acordo sobre dívida do Rio
O acordo de alívio financeiro entre União e Rio de Janeiro, que prevê que o rombo de R$ 19,3 bilhões do Estado em 2017 seja coberto, pode sair por meio de uma decisão liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), em vez de simplesmente ser homologado no tribunal. A decisão será da ministra Cármen Lúcia, presidente do tribunal. Uma possibilidade é que Lúcia valide o documento no Supremo e a partir daí os termos do acordo passariam a ter efeitos imediatos. A segunda opção é que o STF conceda uma liminar condicionando o previsto no acordo à aprovação de uma lei pelo Congresso, a exemplo do que ocorreu em julho de 2016, quando houve a negociação para reestruturação da dívida dos Estados. Na época, a maioria dos ministros do tribunal decidiu acolher um pedido da União e concedeu decisão liminar que incorporou os termos de um acordo entre Ministério da Fazenda e governadores, que previa o parcelamento em 24 meses de valores devidos pelos entes da Federação. A decisão foi aplicada a todas as liminares sobre o tema concedidas até então, e os termos do acordo se transformaram em uma lei complementar que foi enviada ao Congresso Nacional. ACORDO Entre suspensão de pagamento de dívidas com a União, cortes de despesas e geração de receitas, o acordo que está sendo costurado entre o Ministério da Fazenda e o Rio de Janeiro prevê aproximadamente R$ 20 bilhões em alívio para o Estado. Ou seja, o suficiente para que o Rio cubra o rombo previsto em seu Orçamento neste ano. Um dos pontos em discussão é a antecipação da receita a que o Estado tem direito com a repartição dos royalties cobrados pelo governo na exploração de petróleo. Além disso, entrariam recursos com a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), montante que seria entregue à União como garantia em troca do aval do Tesouro para uma nova operação de crédito para o Estado. Com os cortes de despesas previstos no acordo, o Rio de Janeiro deixaria de gastar cerca de R$ 7 bilhões neste ano. Está previsto ainda o aumento de 11% para 14% da contribuição previdenciária dos funcionários públicos, com uma alíquota temporária extra de 6% para os inativos e 8% para os ativos. Com a morte do ministro do STF (Supremo Tribuntal Federal) Teori Zavascki, o acordo deve ser fechado na quinta (26) da semana que vem, e não nesta segunda (23), como era previsto.
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Decisão do Supremo pode dar aval a acordo sobre dívida do RioO acordo de alívio financeiro entre União e Rio de Janeiro, que prevê que o rombo de R$ 19,3 bilhões do Estado em 2017 seja coberto, pode sair por meio de uma decisão liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), em vez de simplesmente ser homologado no tribunal. A decisão será da ministra Cármen Lúcia, presidente do tribunal. Uma possibilidade é que Lúcia valide o documento no Supremo e a partir daí os termos do acordo passariam a ter efeitos imediatos. A segunda opção é que o STF conceda uma liminar condicionando o previsto no acordo à aprovação de uma lei pelo Congresso, a exemplo do que ocorreu em julho de 2016, quando houve a negociação para reestruturação da dívida dos Estados. Na época, a maioria dos ministros do tribunal decidiu acolher um pedido da União e concedeu decisão liminar que incorporou os termos de um acordo entre Ministério da Fazenda e governadores, que previa o parcelamento em 24 meses de valores devidos pelos entes da Federação. A decisão foi aplicada a todas as liminares sobre o tema concedidas até então, e os termos do acordo se transformaram em uma lei complementar que foi enviada ao Congresso Nacional. ACORDO Entre suspensão de pagamento de dívidas com a União, cortes de despesas e geração de receitas, o acordo que está sendo costurado entre o Ministério da Fazenda e o Rio de Janeiro prevê aproximadamente R$ 20 bilhões em alívio para o Estado. Ou seja, o suficiente para que o Rio cubra o rombo previsto em seu Orçamento neste ano. Um dos pontos em discussão é a antecipação da receita a que o Estado tem direito com a repartição dos royalties cobrados pelo governo na exploração de petróleo. Além disso, entrariam recursos com a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), montante que seria entregue à União como garantia em troca do aval do Tesouro para uma nova operação de crédito para o Estado. Com os cortes de despesas previstos no acordo, o Rio de Janeiro deixaria de gastar cerca de R$ 7 bilhões neste ano. Está previsto ainda o aumento de 11% para 14% da contribuição previdenciária dos funcionários públicos, com uma alíquota temporária extra de 6% para os inativos e 8% para os ativos. Com a morte do ministro do STF (Supremo Tribuntal Federal) Teori Zavascki, o acordo deve ser fechado na quinta (26) da semana que vem, e não nesta segunda (23), como era previsto.
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Governo quer suspender recesso para garantir votação da Previdência
O governo articula um acordo para suspender o recesso parlamentar de julho e tentar garantir a aprovação da reforma da Previdência antes da paralisação dos trabalhos pelo Congresso. A avaliação de articuladores políticos do presidente Michel Temer é que as dificuldades enfrentadas na interlocução do Planalto com a base aliada e a turbulência provocada pela divulgação das delações de executivos da Odebrecht devem atrasar o cronograma de votações. Temer e a cúpula do Planalto previam a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e no Senado até o último dia de votações antes do recesso, em 17 de julho. O risco de que o texto não passe pelas duas Casas antes dessa data fez com que o governo começasse a articular um acordo com líderes das bancadas de sua base para que os deputados e senadores não saiam de folga e, portanto, mantenham o esforço para aprovar o projeto. A suspensão do recesso, que se estenderia até 31 de julho, daria ao governo uma margem maior para concluir a votação. Nos bastidores, líderes e integrantes da cúpula do governo já projetam a aprovação do texto no Senado apenas no fim de julho. A manobra tem o aval da equipe econômica de Temer, que passou a enxergar um cronograma apertado de votações diante das resistências de deputados em apoiar o projeto que cria regras mais duras de aposentadoria. A preocupação se acentuou com a abertura de inquéritos contra 24 senadores e 39 deputados em decorrência das delações da Odebrecht. Há receio de que as acusações desmobilizem os parlamentares e desviem o foco que o governo pretendia manter na votação das reformas. Um dos articuladores da manutenção dos trabalhos é o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Ele diz que a suspensão do recesso é "muito provável" e afirma que a ideia tem a simpatia dos presidentes da Câmara e do Senado. LDO Para garantir a suspensão do recesso, o Congresso deve adiar a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2018 –que estabelece os parâmetros para as contas do governo no ano que vem. A Constituição proíbe a interrupção dos trabalhos sem a aprovação dessa lei. Em muitos casos, congressistas conseguem sair de folga em julho mesmo sem a aprovação da LDO. Tradicionalmente, eles estabelecem o chamado "recesso branco", em que as atividades oficiais são mantidas, mas nenhuma votação é marcada. Além de garantir mais tempo para aprovar a reforma, o governo também tentará usar a suspensão do recesso para evitar a sensação de paralisia após as delações da Odebrecht, o que poderia deixar a agenda do país dominada pela crise política.
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Governo quer suspender recesso para garantir votação da PrevidênciaO governo articula um acordo para suspender o recesso parlamentar de julho e tentar garantir a aprovação da reforma da Previdência antes da paralisação dos trabalhos pelo Congresso. A avaliação de articuladores políticos do presidente Michel Temer é que as dificuldades enfrentadas na interlocução do Planalto com a base aliada e a turbulência provocada pela divulgação das delações de executivos da Odebrecht devem atrasar o cronograma de votações. Temer e a cúpula do Planalto previam a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e no Senado até o último dia de votações antes do recesso, em 17 de julho. O risco de que o texto não passe pelas duas Casas antes dessa data fez com que o governo começasse a articular um acordo com líderes das bancadas de sua base para que os deputados e senadores não saiam de folga e, portanto, mantenham o esforço para aprovar o projeto. A suspensão do recesso, que se estenderia até 31 de julho, daria ao governo uma margem maior para concluir a votação. Nos bastidores, líderes e integrantes da cúpula do governo já projetam a aprovação do texto no Senado apenas no fim de julho. A manobra tem o aval da equipe econômica de Temer, que passou a enxergar um cronograma apertado de votações diante das resistências de deputados em apoiar o projeto que cria regras mais duras de aposentadoria. A preocupação se acentuou com a abertura de inquéritos contra 24 senadores e 39 deputados em decorrência das delações da Odebrecht. Há receio de que as acusações desmobilizem os parlamentares e desviem o foco que o governo pretendia manter na votação das reformas. Um dos articuladores da manutenção dos trabalhos é o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Ele diz que a suspensão do recesso é "muito provável" e afirma que a ideia tem a simpatia dos presidentes da Câmara e do Senado. LDO Para garantir a suspensão do recesso, o Congresso deve adiar a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2018 –que estabelece os parâmetros para as contas do governo no ano que vem. A Constituição proíbe a interrupção dos trabalhos sem a aprovação dessa lei. Em muitos casos, congressistas conseguem sair de folga em julho mesmo sem a aprovação da LDO. Tradicionalmente, eles estabelecem o chamado "recesso branco", em que as atividades oficiais são mantidas, mas nenhuma votação é marcada. Além de garantir mais tempo para aprovar a reforma, o governo também tentará usar a suspensão do recesso para evitar a sensação de paralisia após as delações da Odebrecht, o que poderia deixar a agenda do país dominada pela crise política.
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WhatsApp chega a 700 milhões de usuários ativos, diz cofundador
Jan Koum, cofundador e presidente-executivo do WhatsApp, disse que o aplicativo de mensagens atingiu a marca de 700 milhões de usuários mensalmente ativos. São 100 milhões de usuários a mais do que a empresa dizia possuir em agosto do ano passado. "Por mais felizes que estejamos com esses números e nosso contínuo crescimento, estamos ainda mais empolgados para seguir construindo um bom produto em 2015", escreveu Koum em seu perfil no Facebook nessa terça-feira (6). Segundo ele, os usuários do WhatsApp enviam mais de 30 bilhões de mensagens todos os dias. O Facebook comprou o WhatsApp por US$ 16 bilhões em fevereiro de 2014. Foi a maior aquisição da rede social, que também possui um aplicativo de mensagens instantâneas, o Messenger.
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WhatsApp chega a 700 milhões de usuários ativos, diz cofundadorJan Koum, cofundador e presidente-executivo do WhatsApp, disse que o aplicativo de mensagens atingiu a marca de 700 milhões de usuários mensalmente ativos. São 100 milhões de usuários a mais do que a empresa dizia possuir em agosto do ano passado. "Por mais felizes que estejamos com esses números e nosso contínuo crescimento, estamos ainda mais empolgados para seguir construindo um bom produto em 2015", escreveu Koum em seu perfil no Facebook nessa terça-feira (6). Segundo ele, os usuários do WhatsApp enviam mais de 30 bilhões de mensagens todos os dias. O Facebook comprou o WhatsApp por US$ 16 bilhões em fevereiro de 2014. Foi a maior aquisição da rede social, que também possui um aplicativo de mensagens instantâneas, o Messenger.
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Leitor diz que está preocupado com negociações entre Irã e EUA
A reportagem "'Química' pessoal auxiliou em pacto com Irã" (Mundo, 5/4) é muito preocupante. Mencionar que a filha do secretário de Estado americano, John Kerry, é casada com um iraniano e que o secretário de energia dos Estados Unidos presenteou um neto do físico nuclear da delegação do Irã com brinquedos –e que isso auxiliou o pacto com o Irã– deixa uma nódoa nos acordos. Decisões com graves responsabilidades quanto à segurança do Oriente Médio, e talvez quanto à segurança de toda humanidade, não podem ser auxiliadas por "químicas" pessoais. MOISÉS SPIGUEL (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor diz que está preocupado com negociações entre Irã e EUAA reportagem "'Química' pessoal auxiliou em pacto com Irã" (Mundo, 5/4) é muito preocupante. Mencionar que a filha do secretário de Estado americano, John Kerry, é casada com um iraniano e que o secretário de energia dos Estados Unidos presenteou um neto do físico nuclear da delegação do Irã com brinquedos –e que isso auxiliou o pacto com o Irã– deixa uma nódoa nos acordos. Decisões com graves responsabilidades quanto à segurança do Oriente Médio, e talvez quanto à segurança de toda humanidade, não podem ser auxiliadas por "químicas" pessoais. MOISÉS SPIGUEL (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Russo supera pilotos da Mercedes e é o mais rápido em Cingapura
O russo Daniil Kvyat, da Red Bull, surpreendeu e foi o mais rápido no primeiro dia de treinos livres para o GP de Cingapura, 13ª etapa do Mundial de F-1, que será disputado neste domingo. Depois de ficar apenas na 18ª colocação na primeira atividade do dia, o russo marcou 1min46s142 no segundo treino livre e superou as Mercedes de Nico Rosberg e Lewis Hamilton. O alemão e o inglês também foram superados pelo finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari, que cravou 1min46s181. O terceiro mais rápido foi o australiano Daniel Ricciardo. Líder do Mundial de F-1, Hamilton ficou apenas na quarta colocação, com o tempo de 1min46s479. Rival na briga pelo título, Rosberg fez apenas o sétimo tempo (1min46s781). O alemão havia sido o mais rápido do primeiro treino, com o tempo de 1min47s995. Já o brasileiro Felipe Massa, da Williams, fez o 11º tempo com 1min47s684, enquanto Felipe Nasr, da Sauber, foi o 12º colocado com 1min47s755. O piloto da Sauber testa neste final de semana um novo pacote aerodinâmico em seu carro
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Russo supera pilotos da Mercedes e é o mais rápido em CingapuraO russo Daniil Kvyat, da Red Bull, surpreendeu e foi o mais rápido no primeiro dia de treinos livres para o GP de Cingapura, 13ª etapa do Mundial de F-1, que será disputado neste domingo. Depois de ficar apenas na 18ª colocação na primeira atividade do dia, o russo marcou 1min46s142 no segundo treino livre e superou as Mercedes de Nico Rosberg e Lewis Hamilton. O alemão e o inglês também foram superados pelo finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari, que cravou 1min46s181. O terceiro mais rápido foi o australiano Daniel Ricciardo. Líder do Mundial de F-1, Hamilton ficou apenas na quarta colocação, com o tempo de 1min46s479. Rival na briga pelo título, Rosberg fez apenas o sétimo tempo (1min46s781). O alemão havia sido o mais rápido do primeiro treino, com o tempo de 1min47s995. Já o brasileiro Felipe Massa, da Williams, fez o 11º tempo com 1min47s684, enquanto Felipe Nasr, da Sauber, foi o 12º colocado com 1min47s755. O piloto da Sauber testa neste final de semana um novo pacote aerodinâmico em seu carro
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Resultado de 2º exame antidoping surpresa de Anderson dá negativo
O segundo teste antidoping fora de competição de Anderson Silva para a luta com Nick Diaz, realizado no dia 19 de janeiro, deu negativo para o uso de substâncias proibidas. A informação foi confirmada à Folha pela Comissão Atlética do Estado de Nevada nesta segunda. Anderson fora flagrado no teste antidoping fora de competição realizado no dia 9 de janeiro, que apontou uso do esteróide anabolizante drostanolona e também de androsterona. O resultado do teste do dia 19 não funciona como contraprova do teste do dia 9. "O teste fora de competição de Anderson Silva realizado no dia 19 de janeiro deu negativo", confirmou à Folha o diretor-executivo da comissão, Bob Bennett. "O quanto esse resultado terá um efeito positivo no caso [do resultado positivo] será determinado pelo chairman e pelos comissários da comissão se ele comparecer à audiência." Ambos os testes foram feitos pelo Sports Medicine Research & Testing Laboratory, laboratório de Salt Lake City (EUA), que é credenciado pela Wada (agência mundial antidoping). O laboratório passou os resultados dos testes diretamente para a comissão de nevada, que só posteriormente repassa os resultados para o UFC, promotor do evento do dia 31 de janeiro. Anderson Silva será julgado pelo resultado positivo pela Comissão Atlética de Nevada no dia 17 de fevereiro. Se for considerado culpado, pode pegar uma suspensão de 9 meses a um ano, sua vitória sobre Nick Diaz será transformada em no-contest (sem resultado), além de ter de pagar uma multa. VETO Como efeito direto do exame positivo em seu teste antidoping, Anderson Silva foi substituído como um dos técnicos do reality show "The Ultimate Fighter". Um dos melhores amigos do "Spider", Rodrigo "Minotauro" Nogueira, foi anunciado pelo UFC nesta segunda-feira como novo técnico do programa, que será exibido pela Globo, ao lado de outro lutador que fez nome no extinto torneio japonês Pride, Maurício "Shogun" Rua. A comissão de Nevada, que regulamenta todas as lutas do reality show filmadas em Las Vegas, solicitou que Anderson deixasse de participar do programa como resultado da suspensão temporária que recebeu após o resultado positivo de doping. Segundo nota do UFC, principal empresa promotora de lutas de MMA do mundo, e a Globo respeitaram a decisão da comissão e entenderam que a não-participação de Anderson no reality permitirá que ele foque sua atenção em sua "atual situação". Anderson havia participado das gravações do programa realizadas na segunda e terça-feira passada, a Folha havia apurado junto a participantes do programa. Em sua nota, o UFC ressalta que Anderson "tem sido um atleta excepcional, um campeão, verdadeiro embaixador do esporte [MMA], e o UFC continuará apoiando o lutador durante todo o processo legal".
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Resultado de 2º exame antidoping surpresa de Anderson dá negativoO segundo teste antidoping fora de competição de Anderson Silva para a luta com Nick Diaz, realizado no dia 19 de janeiro, deu negativo para o uso de substâncias proibidas. A informação foi confirmada à Folha pela Comissão Atlética do Estado de Nevada nesta segunda. Anderson fora flagrado no teste antidoping fora de competição realizado no dia 9 de janeiro, que apontou uso do esteróide anabolizante drostanolona e também de androsterona. O resultado do teste do dia 19 não funciona como contraprova do teste do dia 9. "O teste fora de competição de Anderson Silva realizado no dia 19 de janeiro deu negativo", confirmou à Folha o diretor-executivo da comissão, Bob Bennett. "O quanto esse resultado terá um efeito positivo no caso [do resultado positivo] será determinado pelo chairman e pelos comissários da comissão se ele comparecer à audiência." Ambos os testes foram feitos pelo Sports Medicine Research & Testing Laboratory, laboratório de Salt Lake City (EUA), que é credenciado pela Wada (agência mundial antidoping). O laboratório passou os resultados dos testes diretamente para a comissão de nevada, que só posteriormente repassa os resultados para o UFC, promotor do evento do dia 31 de janeiro. Anderson Silva será julgado pelo resultado positivo pela Comissão Atlética de Nevada no dia 17 de fevereiro. Se for considerado culpado, pode pegar uma suspensão de 9 meses a um ano, sua vitória sobre Nick Diaz será transformada em no-contest (sem resultado), além de ter de pagar uma multa. VETO Como efeito direto do exame positivo em seu teste antidoping, Anderson Silva foi substituído como um dos técnicos do reality show "The Ultimate Fighter". Um dos melhores amigos do "Spider", Rodrigo "Minotauro" Nogueira, foi anunciado pelo UFC nesta segunda-feira como novo técnico do programa, que será exibido pela Globo, ao lado de outro lutador que fez nome no extinto torneio japonês Pride, Maurício "Shogun" Rua. A comissão de Nevada, que regulamenta todas as lutas do reality show filmadas em Las Vegas, solicitou que Anderson deixasse de participar do programa como resultado da suspensão temporária que recebeu após o resultado positivo de doping. Segundo nota do UFC, principal empresa promotora de lutas de MMA do mundo, e a Globo respeitaram a decisão da comissão e entenderam que a não-participação de Anderson no reality permitirá que ele foque sua atenção em sua "atual situação". Anderson havia participado das gravações do programa realizadas na segunda e terça-feira passada, a Folha havia apurado junto a participantes do programa. Em sua nota, o UFC ressalta que Anderson "tem sido um atleta excepcional, um campeão, verdadeiro embaixador do esporte [MMA], e o UFC continuará apoiando o lutador durante todo o processo legal".
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Polícia recolhe documentos na sede da mineradora Samarco, em Mariana
A Polícia Civil de Minas Gerais recolheu nesta terça-feira (17) na sede da Samarco, em Mariana (124 km de Belo Horizonte), documentos relativos à barragem do Fundão, que se rompeu no dia 5. A barragem pertence à mineradora Samarco, fruto da sociedade entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton. A lama com rejeitos de minério soterrou vilarejos de Mariana, principalmente o subdistrito de Bento Rodrigues. Sete mortos foram identificados e 12 pessoas estão desaparecidas –há ainda quatro corpos aguardando identificação. O material denso de lama tem provocado a mortandade de peixes ao espalhar-se pela bacia do rio Doce. Nesta terça, a lama atingiu o Espírito Santo, e deve chegar nos próximos dias ao mar capixaba. Entre os documentos recolhidos pela polícia, está o Plano de Ação de Emergência, previsto na lei 12.334, de 2010. O texto precisa detalhar como a empresa deve agir em caso de acidente na obra. Uma das críticas da tragédia em Mariana é que moradores não foram avisados a tempo e não havia sirenes instaladas para alertar da ruptura da barragem. A empresa diz ter alertado prefeitura, Defesa Civil e alguns moradores por telefone. A polícia também está ouvindo moradores dos subdistritos atingidos pela lama e familiares de desaparecidos. Representantes da empresa ainda devem ser convocados a depor. O delegado de Mariana, Rodrigo Bustamante, disse que deve pedir sigilo nas investigações e não quis dar detalhes dos documentos nem das informações prestadas pelos depoentes. Desde a ruptura das barragens, no dia 5, a reportagem tem solicitado à Samarco uma cópia do plano de ação de emergência e a lista das pessoas avisadas por telefone no momento do acidente, mas não houve resposta. Procurada, a empresa afirmou em nota apenas que vem atendendo prontamente às solicitações documentais feitas pelas autoridades. DESASTRE EM MARIANA Doze dias após o vazamento de lama que devastou vilarejo de Mariana e que começa a chegar ao Espírito Santo, a mineradora Samarco reconheceu que outras duas barragens próximas ainda podem ruir. A preocupação é com os reservatórios de Santarém e de Germano. Na semana passada, a empresa havia chamado de "boatos" informações sobre o risco de novo rompimento. No último dia 5, a barragem do Fundão se rompeu, devastando o subdistrito de Bento Rodrigues, atingindo municípios vizinhos e poluindo o rio Doce. Até esta terça (17), o saldo era de 7 mortos e 12 desaparecidos, além de 4 corpos ainda não identificados. "A maior preocupação, na barragem de Santarém, é a erosão. Um fluxo descontrolado passando novamente por cima da barragem [como ocorreu no dia da tragédia] poderia aumentar essa erosão e poderíamos ter, sim, passagem desse material", afirmou Germano Lopes, gerente-geral de projetos estruturais da Samarco. Infográfico: Caminho da lama - MAIORES DESASTRES AMBIENTAIS NO BRASIL > Fev.1984 - Cubatão (SP) Explosão em duto da Petrobras mata 93 e deixou 2.500 desabrigados na Vila Socó. Foram derramados 1,2 milhão de litros de gasolina > Set.1987 - Goiânia (GO) Catadores abrem aparelho hospital achado em ferro velho, liberando material radioativo. Oficialmente, quatro pessoas morreram, mas associação de vítimas fala em mais de 60 > Out.1998 - São José dos Campos (SP) Oleoduto rompe, e vazamento atinge charcos, brejos e o córrego Lambari > Jan.2000 - Rio de Janeiro (RJ) Duto da refinaria Duque de Caxias, da Petrobras, se rompe, e 1,3 milhão de litros de óleo combustível vaza na Baía de Guanabara > Jul.2000 - Araucária (PR) Ruptura em junta da tubulação de refinaria da Petrobras causa derramamento de 4 milhões de litros de óleo * ACIDENTES COM BARRAGENS > Mar.2003 - Cataguases (MG) - Rompimento de barragem da Indústria Cataguases de Papel - Resíduos atingiram o rio Paraíba do Sul e córregos a 200 km, deixando 600 mil sem água - 1,4 bilhão de litros de resíduos da produção de celulose vazaram > Jan.2007 - Miraí (MG) - Ruptura de barragem da Mineração Rio Pomba Cataguases - 4.000 desalojados e cinco municípios atingidos em MG e no RJ - 2 bilhões de litros de lama de bauxita derramados Veja galeria especial sobre a tragédia em Mariana (MG)
cotidiano
Polícia recolhe documentos na sede da mineradora Samarco, em MarianaA Polícia Civil de Minas Gerais recolheu nesta terça-feira (17) na sede da Samarco, em Mariana (124 km de Belo Horizonte), documentos relativos à barragem do Fundão, que se rompeu no dia 5. A barragem pertence à mineradora Samarco, fruto da sociedade entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton. A lama com rejeitos de minério soterrou vilarejos de Mariana, principalmente o subdistrito de Bento Rodrigues. Sete mortos foram identificados e 12 pessoas estão desaparecidas –há ainda quatro corpos aguardando identificação. O material denso de lama tem provocado a mortandade de peixes ao espalhar-se pela bacia do rio Doce. Nesta terça, a lama atingiu o Espírito Santo, e deve chegar nos próximos dias ao mar capixaba. Entre os documentos recolhidos pela polícia, está o Plano de Ação de Emergência, previsto na lei 12.334, de 2010. O texto precisa detalhar como a empresa deve agir em caso de acidente na obra. Uma das críticas da tragédia em Mariana é que moradores não foram avisados a tempo e não havia sirenes instaladas para alertar da ruptura da barragem. A empresa diz ter alertado prefeitura, Defesa Civil e alguns moradores por telefone. A polícia também está ouvindo moradores dos subdistritos atingidos pela lama e familiares de desaparecidos. Representantes da empresa ainda devem ser convocados a depor. O delegado de Mariana, Rodrigo Bustamante, disse que deve pedir sigilo nas investigações e não quis dar detalhes dos documentos nem das informações prestadas pelos depoentes. Desde a ruptura das barragens, no dia 5, a reportagem tem solicitado à Samarco uma cópia do plano de ação de emergência e a lista das pessoas avisadas por telefone no momento do acidente, mas não houve resposta. Procurada, a empresa afirmou em nota apenas que vem atendendo prontamente às solicitações documentais feitas pelas autoridades. DESASTRE EM MARIANA Doze dias após o vazamento de lama que devastou vilarejo de Mariana e que começa a chegar ao Espírito Santo, a mineradora Samarco reconheceu que outras duas barragens próximas ainda podem ruir. A preocupação é com os reservatórios de Santarém e de Germano. Na semana passada, a empresa havia chamado de "boatos" informações sobre o risco de novo rompimento. No último dia 5, a barragem do Fundão se rompeu, devastando o subdistrito de Bento Rodrigues, atingindo municípios vizinhos e poluindo o rio Doce. Até esta terça (17), o saldo era de 7 mortos e 12 desaparecidos, além de 4 corpos ainda não identificados. "A maior preocupação, na barragem de Santarém, é a erosão. Um fluxo descontrolado passando novamente por cima da barragem [como ocorreu no dia da tragédia] poderia aumentar essa erosão e poderíamos ter, sim, passagem desse material", afirmou Germano Lopes, gerente-geral de projetos estruturais da Samarco. Infográfico: Caminho da lama - MAIORES DESASTRES AMBIENTAIS NO BRASIL > Fev.1984 - Cubatão (SP) Explosão em duto da Petrobras mata 93 e deixou 2.500 desabrigados na Vila Socó. Foram derramados 1,2 milhão de litros de gasolina > Set.1987 - Goiânia (GO) Catadores abrem aparelho hospital achado em ferro velho, liberando material radioativo. Oficialmente, quatro pessoas morreram, mas associação de vítimas fala em mais de 60 > Out.1998 - São José dos Campos (SP) Oleoduto rompe, e vazamento atinge charcos, brejos e o córrego Lambari > Jan.2000 - Rio de Janeiro (RJ) Duto da refinaria Duque de Caxias, da Petrobras, se rompe, e 1,3 milhão de litros de óleo combustível vaza na Baía de Guanabara > Jul.2000 - Araucária (PR) Ruptura em junta da tubulação de refinaria da Petrobras causa derramamento de 4 milhões de litros de óleo * ACIDENTES COM BARRAGENS > Mar.2003 - Cataguases (MG) - Rompimento de barragem da Indústria Cataguases de Papel - Resíduos atingiram o rio Paraíba do Sul e córregos a 200 km, deixando 600 mil sem água - 1,4 bilhão de litros de resíduos da produção de celulose vazaram > Jan.2007 - Miraí (MG) - Ruptura de barragem da Mineração Rio Pomba Cataguases - 4.000 desalojados e cinco municípios atingidos em MG e no RJ - 2 bilhões de litros de lama de bauxita derramados Veja galeria especial sobre a tragédia em Mariana (MG)
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Ação da polícia tem dois mortos, 16 detidos e 12 fuzis apreendidos no Rio
Duas pessoas morreram, 16 suspeitos foram detidos e 12 fuzis apreendidos durante uma operação de combate ao tráfico de drogas realizada na manhã desta quinta-feira (5) no complexo do Chapadão, no bairro de Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, a ação contou com apoio de 150 agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis, da Delegacia de Combate as Drogas e da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais). Dois helicópteros foram usados na operação, que tinha como objetivo cumprir 30 mandados de prisão. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, devido ao conflito na região, 19 unidades escolares de educação infantil não abriram, deixando cerca de 2.300 alunos sem aulas. Em outra operação realizada nesta quinta-feira (5), por policiais militares do 14º Batalhão da PM (Bangu), cerca de 500 kg de maconha foram apreendidos na comunidade de Vila Aliança, na zona oeste da cidade. Além disso, também foram encontrados 120 quilos de cocaína e dois carregadores de fuzil.
cotidiano
Ação da polícia tem dois mortos, 16 detidos e 12 fuzis apreendidos no RioDuas pessoas morreram, 16 suspeitos foram detidos e 12 fuzis apreendidos durante uma operação de combate ao tráfico de drogas realizada na manhã desta quinta-feira (5) no complexo do Chapadão, no bairro de Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, a ação contou com apoio de 150 agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis, da Delegacia de Combate as Drogas e da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais). Dois helicópteros foram usados na operação, que tinha como objetivo cumprir 30 mandados de prisão. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, devido ao conflito na região, 19 unidades escolares de educação infantil não abriram, deixando cerca de 2.300 alunos sem aulas. Em outra operação realizada nesta quinta-feira (5), por policiais militares do 14º Batalhão da PM (Bangu), cerca de 500 kg de maconha foram apreendidos na comunidade de Vila Aliança, na zona oeste da cidade. Além disso, também foram encontrados 120 quilos de cocaína e dois carregadores de fuzil.
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Petrobras responde a 47 ações na Justiça devido à Lava Jato
Pouco mais de três anos após a deflagração da Lava Jato, a Petrobras responde a 47 ações judiciais no Brasil decorrentes da operação. Os processos foram movidos por cidadãos e empresas. Até agora, a companhia perdeu em apenas um caso, em Alagoas, e está recorrendo da decisão. A ação corre sob segredo de Justiça e, por isso, não é possível saber a causa do processo. A Petrobras conseguiu decisões favoráveis em 22 casos –alguns deles também estão em fase de apelação por parte dos autores. PETROBRAS NA JUSTIÇA - Responde a 47 ações Outras 24 ações estão em tramitação, aguardando posicionamento de juízes. A Folha levantou alguns dos casos enfrentados pela estatal. Em quatro deles, em tribunais diferentes, os autores são acionistas da empresa e alegam que foram prejudicados por causa do escândalo de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato. PETROBRAS NA JUSTIÇA - Em três anos de Lava Jato, estatal é alvo de ações Os pedidos variam de indenizações por dano moral e lucros cessantes a reembolso por perdas. Nas justificativas, os autores argumentam que, por causa de atos de gestão e de diretores corruptos, a cotação das ações sofreu forte queda. Dois ex-executivos da empresa fizeram acordos de delação premiada e ganharam benefícios pela colaboração com o Ministério Público Federal –Pedro Barusco e Paulo Roberto Costa. VÍTIMA Nas manifestações feitas durante o processo, a Petrobras se coloca como a "maior vítima de todos os fatos" apresentados pelas investigações que estão sob o guarda-chuva do juiz Sérgio Moro, em Curitiba (PR). Nos casos levantados, os autores ainda não venderam suas ações. A petroleira alega que, entre outros pontos, não houve até agora, portanto, prejuízo concretizado. "Admitir que a Petrobras responda por tais atos, além de implicar no absurdo de fazer a principal vítima empobrecer para ressarcir terceiros indiretamente afetados, poderá proporcionar enriquecimento sem causa às autoras caso não vendam as ações e estas, terminadas as apurações e restabelecido o curso normal da empresa, voltem a se valorizar no mercado", diz a empresa nos autos. Entenda a Lava Jato DANOS MATERIAIS Um dos pedidos reivindica R$ 780 mil só por danos materiais. Em outro, o autor alega ter sofrido "forte abalo emocional" nas leituras diárias de jornais ao perceber que "o dinheiro juntado por toda a vida" havia sido "perdido e não valia mais nada". "Cada noticia, na mídia, era uma faca em seus corações", escreveu um advogado no processo. As decisões dos juízes tiveram motivações diferentes nos casos levantados pela reportagem. Em um deles, o magistrado declarou extinto o processo sem julgamento do mérito por considerar que não havia legitimidade para as reclamações. Houve também decisão considerando improcedente o pedido. "Não se nega que os atos de corrupção que estão sendo investigados tenham influenciado na queda do valor das ações da Petrobras, mas também não se pode olvidar da volatilidade desse mercado e da inexistência de garantia de retorno quando se investe em ações", diz um trecho de decisão. A Petrobras também responde a ações na Justiça dos Estados Unidos. OUTRO LADO Procurada, a Petrobras reafirmou a posição de ser vítima dos fatos citados nas investigações e que, "como resultado, a companhia já recebeu cerca de R$ 660 milhões recuperados pelas autoridades brasileiras, provenientes de empresas e indivíduos envolvidos em práticas criminosas que a prejudicaram". "O valor recuperado pode chegar a R$ 5,5 bilhões, considerando as ações de improbidade administrativa em andamento, nas quais a Petrobras atua como coautora do Ministério Público e da União. A Petrobras segue colaborando com as autoridades e buscará o ressarcimento de todos os prejuízos causados", diz nota da assessoria de imprensa. ALGUNS PEDIDOS Justiça Federal do Rio de Janeiro Autor: Renato Palhares > R$ 1,2 milhão em danos morais e danos materiais Tribunal de Justiça de São Paulo Autores: Milton Branco e Inês Olivieri > R$ 200 mil por danos morais, além de ressarcimento de cada ação ao preço máximo atingido entre 2002 e 2014 Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Autoras: Ida e Eliane Rigoni > R$ 50 mil contando danos morais e o saldo da perda das ações no período Justiça Federal de São Paulo Autores: Rodrigo Cerqueira e Cesar Conrado > Indenização pelo valor correspondente a queda do valor das ações + 1% de juro pelo que se deixou de lucrar no período
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Petrobras responde a 47 ações na Justiça devido à Lava JatoPouco mais de três anos após a deflagração da Lava Jato, a Petrobras responde a 47 ações judiciais no Brasil decorrentes da operação. Os processos foram movidos por cidadãos e empresas. Até agora, a companhia perdeu em apenas um caso, em Alagoas, e está recorrendo da decisão. A ação corre sob segredo de Justiça e, por isso, não é possível saber a causa do processo. A Petrobras conseguiu decisões favoráveis em 22 casos –alguns deles também estão em fase de apelação por parte dos autores. PETROBRAS NA JUSTIÇA - Responde a 47 ações Outras 24 ações estão em tramitação, aguardando posicionamento de juízes. A Folha levantou alguns dos casos enfrentados pela estatal. Em quatro deles, em tribunais diferentes, os autores são acionistas da empresa e alegam que foram prejudicados por causa do escândalo de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato. PETROBRAS NA JUSTIÇA - Em três anos de Lava Jato, estatal é alvo de ações Os pedidos variam de indenizações por dano moral e lucros cessantes a reembolso por perdas. Nas justificativas, os autores argumentam que, por causa de atos de gestão e de diretores corruptos, a cotação das ações sofreu forte queda. Dois ex-executivos da empresa fizeram acordos de delação premiada e ganharam benefícios pela colaboração com o Ministério Público Federal –Pedro Barusco e Paulo Roberto Costa. VÍTIMA Nas manifestações feitas durante o processo, a Petrobras se coloca como a "maior vítima de todos os fatos" apresentados pelas investigações que estão sob o guarda-chuva do juiz Sérgio Moro, em Curitiba (PR). Nos casos levantados, os autores ainda não venderam suas ações. A petroleira alega que, entre outros pontos, não houve até agora, portanto, prejuízo concretizado. "Admitir que a Petrobras responda por tais atos, além de implicar no absurdo de fazer a principal vítima empobrecer para ressarcir terceiros indiretamente afetados, poderá proporcionar enriquecimento sem causa às autoras caso não vendam as ações e estas, terminadas as apurações e restabelecido o curso normal da empresa, voltem a se valorizar no mercado", diz a empresa nos autos. Entenda a Lava Jato DANOS MATERIAIS Um dos pedidos reivindica R$ 780 mil só por danos materiais. Em outro, o autor alega ter sofrido "forte abalo emocional" nas leituras diárias de jornais ao perceber que "o dinheiro juntado por toda a vida" havia sido "perdido e não valia mais nada". "Cada noticia, na mídia, era uma faca em seus corações", escreveu um advogado no processo. As decisões dos juízes tiveram motivações diferentes nos casos levantados pela reportagem. Em um deles, o magistrado declarou extinto o processo sem julgamento do mérito por considerar que não havia legitimidade para as reclamações. Houve também decisão considerando improcedente o pedido. "Não se nega que os atos de corrupção que estão sendo investigados tenham influenciado na queda do valor das ações da Petrobras, mas também não se pode olvidar da volatilidade desse mercado e da inexistência de garantia de retorno quando se investe em ações", diz um trecho de decisão. A Petrobras também responde a ações na Justiça dos Estados Unidos. OUTRO LADO Procurada, a Petrobras reafirmou a posição de ser vítima dos fatos citados nas investigações e que, "como resultado, a companhia já recebeu cerca de R$ 660 milhões recuperados pelas autoridades brasileiras, provenientes de empresas e indivíduos envolvidos em práticas criminosas que a prejudicaram". "O valor recuperado pode chegar a R$ 5,5 bilhões, considerando as ações de improbidade administrativa em andamento, nas quais a Petrobras atua como coautora do Ministério Público e da União. A Petrobras segue colaborando com as autoridades e buscará o ressarcimento de todos os prejuízos causados", diz nota da assessoria de imprensa. ALGUNS PEDIDOS Justiça Federal do Rio de Janeiro Autor: Renato Palhares > R$ 1,2 milhão em danos morais e danos materiais Tribunal de Justiça de São Paulo Autores: Milton Branco e Inês Olivieri > R$ 200 mil por danos morais, além de ressarcimento de cada ação ao preço máximo atingido entre 2002 e 2014 Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Autoras: Ida e Eliane Rigoni > R$ 50 mil contando danos morais e o saldo da perda das ações no período Justiça Federal de São Paulo Autores: Rodrigo Cerqueira e Cesar Conrado > Indenização pelo valor correspondente a queda do valor das ações + 1% de juro pelo que se deixou de lucrar no período
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Depois de Cinque Terre, paraíso grego quer limitar número de turistas
Um dos principais destinos turísticos gregos, a ilha de Santorini deve ser o próximo paraíso europeu a impor limites ao turismo de massa. Ao longo da última semana, o jornal grego "Kathimerini" e o site especializado em cruzeiros Cruise Capital noticiaram planos das autoridades locais para restringir a visitação na ilha. De acordo com o jornal britânico "Daily Mail", o número de cruzeiristas autorizados a desembarcar em Santorini vai ser limitado a 8.000 por dia. Hoje, na alta temporada, que vai de maio a outubro, a quantidade pode superar os 10 mil cruzeiristas diários, segundo constatou um estudo encomendado pela associação turística local à Universidade do Egeu. Outro problema constatado pelo levantamento foi o de que, ao mesmo tempo em que há visitação em massa em alguns dias, em outros pode quase não haver desembarques. Segundo a publicação grega, o sistema que será implantado agora quer impor limites diários de visitantes e criar uma melhor distribuição para as paradas de cruzeiros. Em 2015, 636 navios estiveram na ilha, somando 790 mil passageiros –volume de pessoas que causa, segundo as autoridades, pressões socioeconômicas e ambientais. Segundo as autoridades, o novo sistema vai funcionar de modo mais flexível nesta temporada, já que muitos pacotes já foram vendidos e roteiros de cruzeiros, definidos; as restrições maiores serão impostas a partir de 2017. No mês passado, o parque de Cinque Terre, na Itália, anunciou uma série de medidas para limitar os impactos do turismo no local –entre elas, a instalação de dispositivos para bloquear os acessos ao parque quando determinado número de visitantes estiver ali.
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Depois de Cinque Terre, paraíso grego quer limitar número de turistasUm dos principais destinos turísticos gregos, a ilha de Santorini deve ser o próximo paraíso europeu a impor limites ao turismo de massa. Ao longo da última semana, o jornal grego "Kathimerini" e o site especializado em cruzeiros Cruise Capital noticiaram planos das autoridades locais para restringir a visitação na ilha. De acordo com o jornal britânico "Daily Mail", o número de cruzeiristas autorizados a desembarcar em Santorini vai ser limitado a 8.000 por dia. Hoje, na alta temporada, que vai de maio a outubro, a quantidade pode superar os 10 mil cruzeiristas diários, segundo constatou um estudo encomendado pela associação turística local à Universidade do Egeu. Outro problema constatado pelo levantamento foi o de que, ao mesmo tempo em que há visitação em massa em alguns dias, em outros pode quase não haver desembarques. Segundo a publicação grega, o sistema que será implantado agora quer impor limites diários de visitantes e criar uma melhor distribuição para as paradas de cruzeiros. Em 2015, 636 navios estiveram na ilha, somando 790 mil passageiros –volume de pessoas que causa, segundo as autoridades, pressões socioeconômicas e ambientais. Segundo as autoridades, o novo sistema vai funcionar de modo mais flexível nesta temporada, já que muitos pacotes já foram vendidos e roteiros de cruzeiros, definidos; as restrições maiores serão impostas a partir de 2017. No mês passado, o parque de Cinque Terre, na Itália, anunciou uma série de medidas para limitar os impactos do turismo no local –entre elas, a instalação de dispositivos para bloquear os acessos ao parque quando determinado número de visitantes estiver ali.
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Encontros
Pedestre Em Buenos Aires, as quatro esquinas de um cruzamento de duas ruas formam um octógono. Evidentemente são esquinas que não terminam num ângulo de noventa graus, mas sim num corte generoso da ponta do quadrado de cada quarteirão. Ouvi dizer que a ideia é madrilenha, e o objetivo é permitir que não haja encontros bruscos entre, por exemplo, um velho que vai a passos de tartaruga, de bengala e chapéu, pela calçada da Thames e um adolescente com fones no ouvido e meio alucinado que flana ligeiro pela Guatemala —a fim de que possam perceber o outro com alguma antecedência, evitando acidentes, chateações, assaltos. O fato é que essas ochavas, como são chamadas ("yo vivo en una ochava", me confessou certa vez uma argentina; tentei mudar pra casa dela na hora), criam um espaço circular e aconchegante, que lembra uma praça invisível, não realizada mas amplamente sugerida. Isso de cem em cem metros, sobre um terreno plano e com lajotas claras. Aos poucos essas zonas arejadas se incorporam à paisagem íntima do pedestre, e você se sente mais livre, mais inteligente, mais otimista em relação ao amor e à convivência pacífica entre os homens —sem imaginar que no fundo é uma vítima de uma grande sacada arquitetônica. Churrasqueira Um desejo que ainda não realizei: morar numa casa branca, simples, com duas janelas e uma porta entre elas (pintadas de azul-grécia) dando pro quintal —onde há um gramado, um pé de limão-taiti (em homenagem ao meu pai) e uma roseira. No interior de São Paulo, não muito longe da família. Paralela ao muro baixo, perpendicular à rua, que vejo através do portão, eu colocaria uma churrasqueira, dessas móveis, de tambor, que seria acesa duas vezes durante a semana, no fim do dia, e uma vez aos sábados, antes das dez da manhã. O cheiro da gordura queimando e a cerveja sagrada. As crianças do bairro e os adultos do mundo. Estrelas reencontradas e nuvens passando sem remorso. Meu pai! Minha mãe! O fantasma da minha avó num pano de prato que ela pintou. O sol se move e mudamos as cadeiras de lugar. Alguém se corta e eu penso: o sangue natural. Descalça, minha mulher caminha na grama. Seu pé em movimento equivale ao nicho de poesia francesa de uma biblioteca pública. Um amigo enrola um baseado. Boto mais carvão e começamos de novo. A lua, sadia como um dente, fica de longe pra não sofrer. Casa Lê poemas e é lida por eles. Os versos entram pelas pupilas e o sangue corre nas veias. A pele é quase dourada. As pernas parecem dois éclairs de caramelo. Sua cama é alta. O lençol, de linho. O quarto —onde ainda deixarei um par de chinelos e alguns rascunhos— tem paredes de pedra, com janelas vermelhas. No seu telhado moram os deuses inafetivos. Em volta é pasto. Pasto e porcos. Porcos e a estrada que vai dar na Bélgica.
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EncontrosPedestre Em Buenos Aires, as quatro esquinas de um cruzamento de duas ruas formam um octógono. Evidentemente são esquinas que não terminam num ângulo de noventa graus, mas sim num corte generoso da ponta do quadrado de cada quarteirão. Ouvi dizer que a ideia é madrilenha, e o objetivo é permitir que não haja encontros bruscos entre, por exemplo, um velho que vai a passos de tartaruga, de bengala e chapéu, pela calçada da Thames e um adolescente com fones no ouvido e meio alucinado que flana ligeiro pela Guatemala —a fim de que possam perceber o outro com alguma antecedência, evitando acidentes, chateações, assaltos. O fato é que essas ochavas, como são chamadas ("yo vivo en una ochava", me confessou certa vez uma argentina; tentei mudar pra casa dela na hora), criam um espaço circular e aconchegante, que lembra uma praça invisível, não realizada mas amplamente sugerida. Isso de cem em cem metros, sobre um terreno plano e com lajotas claras. Aos poucos essas zonas arejadas se incorporam à paisagem íntima do pedestre, e você se sente mais livre, mais inteligente, mais otimista em relação ao amor e à convivência pacífica entre os homens —sem imaginar que no fundo é uma vítima de uma grande sacada arquitetônica. Churrasqueira Um desejo que ainda não realizei: morar numa casa branca, simples, com duas janelas e uma porta entre elas (pintadas de azul-grécia) dando pro quintal —onde há um gramado, um pé de limão-taiti (em homenagem ao meu pai) e uma roseira. No interior de São Paulo, não muito longe da família. Paralela ao muro baixo, perpendicular à rua, que vejo através do portão, eu colocaria uma churrasqueira, dessas móveis, de tambor, que seria acesa duas vezes durante a semana, no fim do dia, e uma vez aos sábados, antes das dez da manhã. O cheiro da gordura queimando e a cerveja sagrada. As crianças do bairro e os adultos do mundo. Estrelas reencontradas e nuvens passando sem remorso. Meu pai! Minha mãe! O fantasma da minha avó num pano de prato que ela pintou. O sol se move e mudamos as cadeiras de lugar. Alguém se corta e eu penso: o sangue natural. Descalça, minha mulher caminha na grama. Seu pé em movimento equivale ao nicho de poesia francesa de uma biblioteca pública. Um amigo enrola um baseado. Boto mais carvão e começamos de novo. A lua, sadia como um dente, fica de longe pra não sofrer. Casa Lê poemas e é lida por eles. Os versos entram pelas pupilas e o sangue corre nas veias. A pele é quase dourada. As pernas parecem dois éclairs de caramelo. Sua cama é alta. O lençol, de linho. O quarto —onde ainda deixarei um par de chinelos e alguns rascunhos— tem paredes de pedra, com janelas vermelhas. No seu telhado moram os deuses inafetivos. Em volta é pasto. Pasto e porcos. Porcos e a estrada que vai dar na Bélgica.
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'Superstar' retorna em novo horário e com Daniela Mercury na bancada
Na indústria dos realities musicais, os competidores não bastam. É necessário um corpo de jurados que encarne tipos: o bonzinho, o mau e o meio-termo. "Superstar" (Globo) estreia sua terceira temporada neste domingo (10) seguindo à risca a fórmula manjada. Daniela Mercury substitui o cantor Thiaguinho ao lado de Sandy e Paulo Ricardo. A cantora baiana já avisou que será "a rainha má" da atração. Sandy ainda não decidiu se é "uma supersincera meiga ou uma meiga supersincera". Paulo se classifica como o "intelectual" da turma. Fernanda Lima continua na apresentação do programa, que passa a ser exibido nas tardes de domingo. A competição de bandas volta com a responsabilidade de substituir "The Voice Kids", que aumentou a audiência da emissora na faixa em 45%. Sua final, em março, marcou 16 pontos no Ibope da Grande São Paulo (cada ponto representa 69.417 domicílios). O último de "Superstar" em 2015 registrou média de 13 pontos, recorde da atração. O diretor do reality, Frederico A. Oliveira, afirma que a mudança de horário já vinha sendo pensada e nada tem a ver com o êxito do programa infantil. "Alteramos para atender a um público que desejava assistir à competição, mas não conseguia, porque ela terminava muito tarde [ia ao ar às 23h do domingo]". A partir desta edição, as bandas serão julgadas duplamente na fase inicial. Além de precisarem de 70% dos votos para continuar, serão classificadas num ranking. As mais bem posicionadas seguem para a próxima etapa, as demais participam de uma repescagem no quinto episódio. Na segunda fase, os concorrentes serão examinados pelo público, pelos jurados e por convidados semanais. Ao trio de avaliadores não caberá mais o papel de "padrinhos" das bandas, eles apenas julgarão as apresentações. O distanciamento deve ajudar Sandy, que promete mais rigidez: "Meu coração falou mais alto algumas vezes e acabei dando 'sim' para pessoas que não mereciam estar ali." Ela compôs "Respirar" com a banda Reverse, que esteve no programa em 2015. A canção está no DVD "Meu Canto", que sai no fim do mês. Os jurados reconhecem que o caráter comercial da produção pode afastar grupos mais "underground". "Alguns podem pensar que, para manter a pegada alternativa, não pode estar no mainstream, que estar na Globo é trair a causa", afirma Sandy. Paulo Ricardo concorda: "A cena está difícil, não estamos mais nos anos 80. Conheci quem se recusasse a ir ao Chacrinha, mas isso é uma contradição. Artista quer o maior público possível." "Ideologia...", cantarola Daniela. Para ela, estar na TV é tão difícil quanto passar por qualquer outro crivo. "Existe um respeito grande pela personalidade de cada banda." A jornalista viajou a convite da Globo
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'Superstar' retorna em novo horário e com Daniela Mercury na bancadaNa indústria dos realities musicais, os competidores não bastam. É necessário um corpo de jurados que encarne tipos: o bonzinho, o mau e o meio-termo. "Superstar" (Globo) estreia sua terceira temporada neste domingo (10) seguindo à risca a fórmula manjada. Daniela Mercury substitui o cantor Thiaguinho ao lado de Sandy e Paulo Ricardo. A cantora baiana já avisou que será "a rainha má" da atração. Sandy ainda não decidiu se é "uma supersincera meiga ou uma meiga supersincera". Paulo se classifica como o "intelectual" da turma. Fernanda Lima continua na apresentação do programa, que passa a ser exibido nas tardes de domingo. A competição de bandas volta com a responsabilidade de substituir "The Voice Kids", que aumentou a audiência da emissora na faixa em 45%. Sua final, em março, marcou 16 pontos no Ibope da Grande São Paulo (cada ponto representa 69.417 domicílios). O último de "Superstar" em 2015 registrou média de 13 pontos, recorde da atração. O diretor do reality, Frederico A. Oliveira, afirma que a mudança de horário já vinha sendo pensada e nada tem a ver com o êxito do programa infantil. "Alteramos para atender a um público que desejava assistir à competição, mas não conseguia, porque ela terminava muito tarde [ia ao ar às 23h do domingo]". A partir desta edição, as bandas serão julgadas duplamente na fase inicial. Além de precisarem de 70% dos votos para continuar, serão classificadas num ranking. As mais bem posicionadas seguem para a próxima etapa, as demais participam de uma repescagem no quinto episódio. Na segunda fase, os concorrentes serão examinados pelo público, pelos jurados e por convidados semanais. Ao trio de avaliadores não caberá mais o papel de "padrinhos" das bandas, eles apenas julgarão as apresentações. O distanciamento deve ajudar Sandy, que promete mais rigidez: "Meu coração falou mais alto algumas vezes e acabei dando 'sim' para pessoas que não mereciam estar ali." Ela compôs "Respirar" com a banda Reverse, que esteve no programa em 2015. A canção está no DVD "Meu Canto", que sai no fim do mês. Os jurados reconhecem que o caráter comercial da produção pode afastar grupos mais "underground". "Alguns podem pensar que, para manter a pegada alternativa, não pode estar no mainstream, que estar na Globo é trair a causa", afirma Sandy. Paulo Ricardo concorda: "A cena está difícil, não estamos mais nos anos 80. Conheci quem se recusasse a ir ao Chacrinha, mas isso é uma contradição. Artista quer o maior público possível." "Ideologia...", cantarola Daniela. Para ela, estar na TV é tão difícil quanto passar por qualquer outro crivo. "Existe um respeito grande pela personalidade de cada banda." A jornalista viajou a convite da Globo
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Escócia revela plano para ficar no mercado único europeu após 'brexit'
A primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon revelou nesta terça-feira (20) o plano da Escócia para permanecer no mercado único da União Europeia (UE), embora tenha ressaltado que prefere a opção de uma Escócia independente dentro da UE (União Europeia). Sturgeon acrescentou que a decisão do referendo em junho de abandonar a UE significa que a semiautônoma Escócia, que votou a favor de continuar no bloco, pode solicitar a Londres mais poderes em matéria de imigração. "Estamos determinados a manter a posição atual da Escócia no mercado único europeu", disse Sturgeon em Edimburgo na apresentação de um texto onde estão as propostas, com o título "O lugar da Escócia na Europa". Sturgeon disse que isso pode ser feito como uma "opção diferenciada" para a Escócia, no contexto das regras que se aplicam aos não membros da UE da Associação de Livre Comércio Europeia (EFTA) e da Área Econômica Europeia (EEA). "O povo escocês não votou no 'brexit' e um 'brexit forte' prejudicará seriamente os interesses econômicos, sociais e culturais escoceses", afirmou Sturgeon. Acrescentou que estarão em risco 80.000 empregos na Escócia se a Grã-Bretanha sair da União Europeia. Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça estão na EFTA, e o primeiro país também pertence à EEA, que garante a livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capital no mercado único. Sturgeon acrescentou que a continuidade do livre movimento de trabalhadores da UE na Escócia não significaria a criação de uma fronteira rigorosa entre Escócia e Inglaterra, caso o restante da Grã-Bretanha opte por restringir a imigração. Os trabalhadores da UE podem ser advertidos de não sair da Escócia para outras partes da Grã Bretanha modificando as leis migratórias em matéria de emprego e moradia, acrescentou a primeira-ministra. Ao ser interrogada sobre como a Grã-Bretanha poderia permanecer no mercado único e na união aduaneira, Sturgeon afirmou que "se deve assumir que não se estão orientando por esse caminho". Ela ressaltou que a Escócia não planeja negociações separadas com a União Europeia, mas advertiu que se a Escócia não atingir seus objetivos "a opção da independência se colocará sobre a mesa". Um porta-voz da primeira-ministra britânica Theresa May, que prometeu iniciar negociações formais para sair da União Europeia até março, disse que o governo "observará de perto" os planos de Sturgeon. "O governo tem como objetivo chegar a um acordo de saída da União Europeia que envolve todas as partes do Reino Unido —que claramente inclui a Escócia— e se aplicará ao Reino Unido como um todo", acrescentou o porta-voz. Sturgeon preparou um esboço de legislação para um novo referendo de independência que será apresentado ao parlamento escocês, embora a Escócia tenha votado contra a saída do Reino Unido em um referendo em 2014. Entretanto, o governo britânico terá a última palavra sobre a realização de outra votação sobre a independência da Escócia.
mundo
Escócia revela plano para ficar no mercado único europeu após 'brexit'A primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon revelou nesta terça-feira (20) o plano da Escócia para permanecer no mercado único da União Europeia (UE), embora tenha ressaltado que prefere a opção de uma Escócia independente dentro da UE (União Europeia). Sturgeon acrescentou que a decisão do referendo em junho de abandonar a UE significa que a semiautônoma Escócia, que votou a favor de continuar no bloco, pode solicitar a Londres mais poderes em matéria de imigração. "Estamos determinados a manter a posição atual da Escócia no mercado único europeu", disse Sturgeon em Edimburgo na apresentação de um texto onde estão as propostas, com o título "O lugar da Escócia na Europa". Sturgeon disse que isso pode ser feito como uma "opção diferenciada" para a Escócia, no contexto das regras que se aplicam aos não membros da UE da Associação de Livre Comércio Europeia (EFTA) e da Área Econômica Europeia (EEA). "O povo escocês não votou no 'brexit' e um 'brexit forte' prejudicará seriamente os interesses econômicos, sociais e culturais escoceses", afirmou Sturgeon. Acrescentou que estarão em risco 80.000 empregos na Escócia se a Grã-Bretanha sair da União Europeia. Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça estão na EFTA, e o primeiro país também pertence à EEA, que garante a livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capital no mercado único. Sturgeon acrescentou que a continuidade do livre movimento de trabalhadores da UE na Escócia não significaria a criação de uma fronteira rigorosa entre Escócia e Inglaterra, caso o restante da Grã-Bretanha opte por restringir a imigração. Os trabalhadores da UE podem ser advertidos de não sair da Escócia para outras partes da Grã Bretanha modificando as leis migratórias em matéria de emprego e moradia, acrescentou a primeira-ministra. Ao ser interrogada sobre como a Grã-Bretanha poderia permanecer no mercado único e na união aduaneira, Sturgeon afirmou que "se deve assumir que não se estão orientando por esse caminho". Ela ressaltou que a Escócia não planeja negociações separadas com a União Europeia, mas advertiu que se a Escócia não atingir seus objetivos "a opção da independência se colocará sobre a mesa". Um porta-voz da primeira-ministra britânica Theresa May, que prometeu iniciar negociações formais para sair da União Europeia até março, disse que o governo "observará de perto" os planos de Sturgeon. "O governo tem como objetivo chegar a um acordo de saída da União Europeia que envolve todas as partes do Reino Unido —que claramente inclui a Escócia— e se aplicará ao Reino Unido como um todo", acrescentou o porta-voz. Sturgeon preparou um esboço de legislação para um novo referendo de independência que será apresentado ao parlamento escocês, embora a Escócia tenha votado contra a saída do Reino Unido em um referendo em 2014. Entretanto, o governo britânico terá a última palavra sobre a realização de outra votação sobre a independência da Escócia.
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Mísseis de rebeldes deixam 8 mortos e 25 feridos em Aleppo
Oito pessoas morreram neste sábado (28) e outras 25 ficaram feridas pelo impacto de bombas em regiões sob controle do governo em Aleppo, a maior cidade do norte da Síria, de acordo com a agência de notícias oficial "Sana". Segundo a agência, que cita uma fonte policial, os foguetes, que foram disparados por "terroristas" do bairro de Bani Zaid, caíram no distrito de Al Jalidiya e na rua Al Nil, onde também foram causados danos materiais em casas, lojas e veículos. A fonte acrescentou que os feridos foram levados aos hospitais de Al Razi e ao Universitário. Há quatro anos, a Síria é palco de um conflito que já causou mais de 220 mil mortes, segundo estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Mísseis de rebeldes deixam 8 mortos e 25 feridos em AleppoOito pessoas morreram neste sábado (28) e outras 25 ficaram feridas pelo impacto de bombas em regiões sob controle do governo em Aleppo, a maior cidade do norte da Síria, de acordo com a agência de notícias oficial "Sana". Segundo a agência, que cita uma fonte policial, os foguetes, que foram disparados por "terroristas" do bairro de Bani Zaid, caíram no distrito de Al Jalidiya e na rua Al Nil, onde também foram causados danos materiais em casas, lojas e veículos. A fonte acrescentou que os feridos foram levados aos hospitais de Al Razi e ao Universitário. Há quatro anos, a Síria é palco de um conflito que já causou mais de 220 mil mortes, segundo estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Alalaô: Campeã do Carnaval de São Paulo, Vai-Vai se mudará do bairro do Bexiga
DE SÃO PAULO Campeã do Carnaval de São Paulo 2015, a Vai-Vai, poderá se mudar ainda este ano de sua quadra do tradicional bairro do Bexiga, na região central da cidade. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da ... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Campeã do Carnaval de São Paulo, Vai-Vai se mudará do bairro do BexigaDE SÃO PAULO Campeã do Carnaval de São Paulo 2015, a Vai-Vai, poderá se mudar ainda este ano de sua quadra do tradicional bairro do Bexiga, na região central da cidade. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da ... Leia post completo no blog
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Na 25 de Março, Brunete Fraccaroli escolhe itens de cama, mesa e banho
DE SÃO PAULO Acostumada a comprar tapetes por mais de R$ 6.000 o metro, a arquiteta Brunete Fraccaroli, 52, se assustou ao ouvir que aquele à sua frente, cinza e de pelo baixo, custava apenas R$ 500. "Meus clientes vão me matar! Isso é muito barato!", dizia, enquanto pegava o cartão do vendedor caso precisasse de "novos fornecedores para o futuro". Na visita à rua 25 de Março, a ex-participante do reality "Mulheres Ricas" fez compras reais para seus clientes e para si mesma: toalhas de banho Buddemeyer, 24 guardanapos bordados, duas frigideiras para esquentar a comida de sua cadela, um ralador elétrico de queijo, bolas de Natal e uma cabeça gigante de Papai Noel. Era a quinta vez que colocava os pés na rua de comércio popular mais famosa da capital. "É bom ver as coisas do mundo!"
saopaulo
Na 25 de Março, Brunete Fraccaroli escolhe itens de cama, mesa e banhoDE SÃO PAULO Acostumada a comprar tapetes por mais de R$ 6.000 o metro, a arquiteta Brunete Fraccaroli, 52, se assustou ao ouvir que aquele à sua frente, cinza e de pelo baixo, custava apenas R$ 500. "Meus clientes vão me matar! Isso é muito barato!", dizia, enquanto pegava o cartão do vendedor caso precisasse de "novos fornecedores para o futuro". Na visita à rua 25 de Março, a ex-participante do reality "Mulheres Ricas" fez compras reais para seus clientes e para si mesma: toalhas de banho Buddemeyer, 24 guardanapos bordados, duas frigideiras para esquentar a comida de sua cadela, um ralador elétrico de queijo, bolas de Natal e uma cabeça gigante de Papai Noel. Era a quinta vez que colocava os pés na rua de comércio popular mais famosa da capital. "É bom ver as coisas do mundo!"
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Mortes: Torturado, teve vida marcada pela ditadura
Até o fim da vida, Frederico Pessoa precisou tomar remédios para dormir e também para se manter acordado. A tortura a que foi submetido durante a ditadura militar nunca o deixou em paz. Nascido no Recife, começou a militar logo cedo e, quando mudou-se para o Rio de Janeiro, aos 12, já era membro do Partido Comunista –seu pai, Zé Raymundo, foi um importante líder do Partidão. Estudou na Escola de Quadros do Partido Comunista da União Soviética no começo dos anos 1970, em Moscou. Tentou voltar ao Brasil pela fronteira com o Uruguai, mas deparou-se com a divisa fechada. Sem saber o que fazer, bolou um plano: diria que era um estudante que foi a uma festa na Argentina e perdeu os documentos. Para isso, passou dias em bordeis de Buenos Aires. Os militares foram checar a história e acreditaram quando prostitutas portenhas confirmaram que o conheciam. Para evitar a prisão, recorreu a diferentes codinomes ao longo da vida, como Fernando e Fábio. Mas foi pego em 1975 e preso no Dops. Não bastasse ser torturado, ainda viu a mulher, Eleonora, ser abusada na sua frente –cena que nunca esqueceu. Ficou dois anos preso. Libertado, passou a atuar como jornalista em sindicatos. Conheceu a segunda esposa em 1985, durante uma manifestação na Cinelândia, no Rio. Era Mércia Pinto Vinhas, que também estudara em Moscou. Com ela, teve Cecília, sua única filha. Fred morreu no último dia 4, após quatro meses de luta contra um câncer. Deixa, além da filha, enteados, netos e inúmeros amigos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Torturado, teve vida marcada pela ditaduraAté o fim da vida, Frederico Pessoa precisou tomar remédios para dormir e também para se manter acordado. A tortura a que foi submetido durante a ditadura militar nunca o deixou em paz. Nascido no Recife, começou a militar logo cedo e, quando mudou-se para o Rio de Janeiro, aos 12, já era membro do Partido Comunista –seu pai, Zé Raymundo, foi um importante líder do Partidão. Estudou na Escola de Quadros do Partido Comunista da União Soviética no começo dos anos 1970, em Moscou. Tentou voltar ao Brasil pela fronteira com o Uruguai, mas deparou-se com a divisa fechada. Sem saber o que fazer, bolou um plano: diria que era um estudante que foi a uma festa na Argentina e perdeu os documentos. Para isso, passou dias em bordeis de Buenos Aires. Os militares foram checar a história e acreditaram quando prostitutas portenhas confirmaram que o conheciam. Para evitar a prisão, recorreu a diferentes codinomes ao longo da vida, como Fernando e Fábio. Mas foi pego em 1975 e preso no Dops. Não bastasse ser torturado, ainda viu a mulher, Eleonora, ser abusada na sua frente –cena que nunca esqueceu. Ficou dois anos preso. Libertado, passou a atuar como jornalista em sindicatos. Conheceu a segunda esposa em 1985, durante uma manifestação na Cinelândia, no Rio. Era Mércia Pinto Vinhas, que também estudara em Moscou. Com ela, teve Cecília, sua única filha. Fred morreu no último dia 4, após quatro meses de luta contra um câncer. Deixa, além da filha, enteados, netos e inúmeros amigos. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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O vício é fácil e a virtude, difícil; destruir é mais fácil que construir
Corrupção não é apenas roubo, suborno, propina, trapaça, compra e venda de autoridades, enfim, todo esse desfile de horrores a que temos assistido ultimamente. Corrupção também significa apodrecimento, deterioração, decadência, desagregação, aquilo que acontece com os cadáveres e com as casas que não recebem manutenção. Há um interessante documentário, "O Mundo Sem Ninguém" ("Life After People"), que mostra o que aconteceria ao planeta se os humanos desaparecessem de uma hora para outra: em poucas décadas as construções e outros vestígios de nossa passagem estariam corrompidos pela água e pelas plantas, seguindo a lei física da entropia que tudo conduz à geleia geral. Da mesma maneira que acontece com a corrupção, o principal significado de vício não é a adição a substâncias psicoativas, mas sim a tendência a praticar atos nocivos ou indecorosos. A tendência a corromper, a danificar, a destruir. A tendência ao mal. Em termos estéticos, o ato vicioso é deforme, decadente, feio, repugnante. Por contraposição, a virtude é a conformidade com o bem, com a excelência moral ou de conduta, é dignidade, é construção, pois o ato virtuoso é edificante, estruturante. Em termos estéticos, o ato virtuoso é belo, admirável, inspirador. Agora vem a pior parte: o vício é fácil e a virtude é difícil. A inércia é viciosa; a virtude é trabalhosa. Largados, enfeiamos, engordamos, amolecemos, deterioramos. E todos sabemos o investimento que significa estar em forma, cuidar-se. Destruir é infinitamente mais fácil que construir. Qualquer idiota quebra os vitrais de uma catedral e a deixa emporcalhada com pichações em dois minutos, enquanto ela levou séculos de trabalho árduo, de inteligência e de arte aplicadas para ser erguida. Não há dor maior do que a perda de um filho jovem por acidente ou crime: em um segundo esvanecem-se anos de dedicação, noites insones, amor, zelo, carinho, milhares de pequenos atos virtuosos que investimos naquele ser. Ou seja, o vício sempre sai em vantagem sobre a virtude, pois ele conta com a tendência natural ao menor esforço, ao enriquecimento rápido, à euforia instantânea, ao imediatismo, ao princípio do prazer barato e raso. É como se a virtude fosse sempre resultado de uma decisão consciente e de um empenho esforçado, enquanto o vício precisa de muito pouco para prosperar. Ele é como a gravidade no castigo de Sísifo: está sempre à espreita, esperando o momento em que paramos de empurrar a pedra ladeira acima para entrar em ação. E a virtude? Conta-se que um frade perguntou a dois pedreiros o que faziam durante a construção da Notre Dame de Paris. O primeiro disse que assentava uma fileira de tijolos. O segundo olhou em êxtase para o céu e respondeu: "Construo uma catedral!" Para que a virtude prospere precisamos ser os dois pedreiros ao mesmo tempo: persistentes em nossos pequenos atos virtuosos de cada dia, assentando tijolo por tijolo, dente escovado e banho tomado, sabendo que amanhã tudo recomeça. E precisamos ter em mente a beleza de nossa catedral, a felicidade de nossos filhos, a integridade de nosso país.
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O vício é fácil e a virtude, difícil; destruir é mais fácil que construirCorrupção não é apenas roubo, suborno, propina, trapaça, compra e venda de autoridades, enfim, todo esse desfile de horrores a que temos assistido ultimamente. Corrupção também significa apodrecimento, deterioração, decadência, desagregação, aquilo que acontece com os cadáveres e com as casas que não recebem manutenção. Há um interessante documentário, "O Mundo Sem Ninguém" ("Life After People"), que mostra o que aconteceria ao planeta se os humanos desaparecessem de uma hora para outra: em poucas décadas as construções e outros vestígios de nossa passagem estariam corrompidos pela água e pelas plantas, seguindo a lei física da entropia que tudo conduz à geleia geral. Da mesma maneira que acontece com a corrupção, o principal significado de vício não é a adição a substâncias psicoativas, mas sim a tendência a praticar atos nocivos ou indecorosos. A tendência a corromper, a danificar, a destruir. A tendência ao mal. Em termos estéticos, o ato vicioso é deforme, decadente, feio, repugnante. Por contraposição, a virtude é a conformidade com o bem, com a excelência moral ou de conduta, é dignidade, é construção, pois o ato virtuoso é edificante, estruturante. Em termos estéticos, o ato virtuoso é belo, admirável, inspirador. Agora vem a pior parte: o vício é fácil e a virtude é difícil. A inércia é viciosa; a virtude é trabalhosa. Largados, enfeiamos, engordamos, amolecemos, deterioramos. E todos sabemos o investimento que significa estar em forma, cuidar-se. Destruir é infinitamente mais fácil que construir. Qualquer idiota quebra os vitrais de uma catedral e a deixa emporcalhada com pichações em dois minutos, enquanto ela levou séculos de trabalho árduo, de inteligência e de arte aplicadas para ser erguida. Não há dor maior do que a perda de um filho jovem por acidente ou crime: em um segundo esvanecem-se anos de dedicação, noites insones, amor, zelo, carinho, milhares de pequenos atos virtuosos que investimos naquele ser. Ou seja, o vício sempre sai em vantagem sobre a virtude, pois ele conta com a tendência natural ao menor esforço, ao enriquecimento rápido, à euforia instantânea, ao imediatismo, ao princípio do prazer barato e raso. É como se a virtude fosse sempre resultado de uma decisão consciente e de um empenho esforçado, enquanto o vício precisa de muito pouco para prosperar. Ele é como a gravidade no castigo de Sísifo: está sempre à espreita, esperando o momento em que paramos de empurrar a pedra ladeira acima para entrar em ação. E a virtude? Conta-se que um frade perguntou a dois pedreiros o que faziam durante a construção da Notre Dame de Paris. O primeiro disse que assentava uma fileira de tijolos. O segundo olhou em êxtase para o céu e respondeu: "Construo uma catedral!" Para que a virtude prospere precisamos ser os dois pedreiros ao mesmo tempo: persistentes em nossos pequenos atos virtuosos de cada dia, assentando tijolo por tijolo, dente escovado e banho tomado, sabendo que amanhã tudo recomeça. E precisamos ter em mente a beleza de nossa catedral, a felicidade de nossos filhos, a integridade de nosso país.
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'Aquela final ainda dói', diz espanhol vencido por Guga em Roland Garros-97
Falar sobre a final de Roland Garros em 1997 enche de orgulho Gustavo Kuerten e o tênis brasileiro. Mas é algo doloroso para Sergi Bruguera, o espanhol derrotado por Guga em uma final histórica. Passados 20 anos daquele 8 de junho, o espanhol ainda não superou o desgosto pela partida que lhe valeria o terceiro título em Paris -já havia sido campeão em 1993 e 1994. "Perder qualquer final dói muito, imagine então a de um Grand Slam", afirma o ex-número 3 do mundo à Folha. "Joguei de maneira passiva, esperando que ele cometesse erros e ficasse nervoso desde o começo, mas infelizmente não foi assim. Desde o começo Guga foi agressivo e encarou a partida com uma grande mentalidade", relembra o tenista espanhol. O novato brasileiro, de fato, não se enervou. Em sua primeira final de Grand Slam, despachou o bicampeão por 3 sets a 0 (6/3, 6/4 e 6/2) em menos de duas horas de partida. Não só a atitude de Guga pegou Bruguera de surpresa. Àquela altura tenista número 19 do ranking mundial, o espanhol admite que não tinha lá muitas informações sobre quem era Gustavo Kuerten. Na verdade, jamais havia visto o brasileiro jogar. O catarinense não tinha muita repercussão no circuito até decolar em Paris. Aos 20 anos, tinha um ranking modesto (66º) e ainda não havia ganhado nenhum título de primeiro nível. "Não o conhecia e não o havia visto jogar até a semifinal [contra o belga Filip Dewulf]. Evidentemente ninguém esperava que ele fosse campeão antes de o torneio começar. Nem eu. Era algo inimaginável", reconhece. O espanhol, porém, é incisivo ao afirmar que não entrou na decisão de salto alto."Nunca me achei favorito para nada e nunca tive certeza de vitória. Respeitava todos os jogadores. Ainda mais quando está do outro lado um cara que chegou a uma final de Grand Slam ganhando de quem tinha ganhado", diz. Na campanha, Guga bateu nomes como Yevgeny Kafelnikov (terceiro do mundo) e Thomas Muster (quinto). Em 2000, o brasileiro conquistaria o bicampeonato. Ao final daquela temporada, assumiria a primeira colocação do ranking mundial. "Ser o número 1 do mundo é algo dificílimo e está claro que ele conseguiu isso por méritos próprios", analisa. Depois da final de Roland Garros, Guga e Bruguera jogaram mais duas vezes pelo circuito em quadra, com duas vitórias para o brasileiro. Também se reencontram em 2009 quando Bruguera viajou ao Brasil para fazer parte de uma partida festiva organizada em Florianópolis. "Lembro que ele estava organizando esta partida para recordar o título e me ligou. Foi uma honra e um prazer dividir aquele momento com ele. Além disso, fiquei maravilhado com a cidade", diz. Em que pese a dor pela perda do título, Bruguera diz ficar feliz por tudo que Guga alcançou ao longo de sua carreira e o que representou para o tênis brasileiro. "Vocês [brasileiros] puderam desfrutar de um grandíssimo campeão que além de tudo é uma pessoa muito boa e de grande coração e isso é muito mais difícil", elogia. Bruguera hoje é treinador. Aos 46 anos, administra, ao lado de seu pai, uma academia na cidade de Barcelona. Também orienta o francês Richard Gasquet, ex-top 10 e atualmente na 25ª posição. Ele viaja com o pupilo para quase todos os torneios pelo mundo e afirma que gostaria de se reencontrar com Guga nas competições, agora fora de quadra. Para ele, o brasileiro teria muito a acrescentar à carreira de qualquer jogador que decidisse treinar. Neste ano, o argentino Juan Martín del Potro afirmou que gostaria de ter o brasileiro como instrutor. Guga, porém, alegou que conduz outros projetos no momento e quer sua prioridade é se dedicar a seu instituto. "Creio que Guga ajudaria demais e agregaria muito ao jogo de quem treinasse. Além do mais, seria um prazer compartilhar momentos com ele", diz o espanhol. HOMENAGENS A marca de 20 anos do primeiro título de Gustavo Kuerten em Roland Garros vai lhe render diversas homenagens no Brasil e na França nesta quinta (8). No Rio de Janeiro, o Cristo Redentor será iluminado com as cores azul e amarelo. É uma alusão ao uniforme que o catarinense usou durante sua histórica campanha rumo ao título do Grand Slam parisiense em 1997. O monumento ganhará novos tons às 20h30 (de Brasília). A iniciativa tem parceria da Arquidiocese do Rio e da FFT (Federação Francesa de Tênis). Guga, porém, só vai poder acompanhar o evento a distância. O ex-tenista, que venceu o torneio outras duas vezes (2000 e 2001) está em Paris, onde, no próximo domingo (11) participará de solenidade organizada pelo Hall da Fama Internacional do Tênis,minutos antes do início da final masculina. "Acho que vou receber um anel. Não quis saber muito como vai ser porque adoro surpresas", afirma. Ex-número 1 do ranking mundial, Guga desfruta de grande popularidade na capital francesa. No ano passado, já havia sido homenageado em Roland Garros, mas por iniciativa do sérvio Novak Djokovic. Ao conquistar o torneio pela primeira vez, Djokovic desenhou um coração com a raquete sobre o saibro. Emulou, desta forma, o célebre gesto que o brasileiro fez em 2001. Presente na ocasião, Guga se emocionou.
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'Aquela final ainda dói', diz espanhol vencido por Guga em Roland Garros-97Falar sobre a final de Roland Garros em 1997 enche de orgulho Gustavo Kuerten e o tênis brasileiro. Mas é algo doloroso para Sergi Bruguera, o espanhol derrotado por Guga em uma final histórica. Passados 20 anos daquele 8 de junho, o espanhol ainda não superou o desgosto pela partida que lhe valeria o terceiro título em Paris -já havia sido campeão em 1993 e 1994. "Perder qualquer final dói muito, imagine então a de um Grand Slam", afirma o ex-número 3 do mundo à Folha. "Joguei de maneira passiva, esperando que ele cometesse erros e ficasse nervoso desde o começo, mas infelizmente não foi assim. Desde o começo Guga foi agressivo e encarou a partida com uma grande mentalidade", relembra o tenista espanhol. O novato brasileiro, de fato, não se enervou. Em sua primeira final de Grand Slam, despachou o bicampeão por 3 sets a 0 (6/3, 6/4 e 6/2) em menos de duas horas de partida. Não só a atitude de Guga pegou Bruguera de surpresa. Àquela altura tenista número 19 do ranking mundial, o espanhol admite que não tinha lá muitas informações sobre quem era Gustavo Kuerten. Na verdade, jamais havia visto o brasileiro jogar. O catarinense não tinha muita repercussão no circuito até decolar em Paris. Aos 20 anos, tinha um ranking modesto (66º) e ainda não havia ganhado nenhum título de primeiro nível. "Não o conhecia e não o havia visto jogar até a semifinal [contra o belga Filip Dewulf]. Evidentemente ninguém esperava que ele fosse campeão antes de o torneio começar. Nem eu. Era algo inimaginável", reconhece. O espanhol, porém, é incisivo ao afirmar que não entrou na decisão de salto alto."Nunca me achei favorito para nada e nunca tive certeza de vitória. Respeitava todos os jogadores. Ainda mais quando está do outro lado um cara que chegou a uma final de Grand Slam ganhando de quem tinha ganhado", diz. Na campanha, Guga bateu nomes como Yevgeny Kafelnikov (terceiro do mundo) e Thomas Muster (quinto). Em 2000, o brasileiro conquistaria o bicampeonato. Ao final daquela temporada, assumiria a primeira colocação do ranking mundial. "Ser o número 1 do mundo é algo dificílimo e está claro que ele conseguiu isso por méritos próprios", analisa. Depois da final de Roland Garros, Guga e Bruguera jogaram mais duas vezes pelo circuito em quadra, com duas vitórias para o brasileiro. Também se reencontram em 2009 quando Bruguera viajou ao Brasil para fazer parte de uma partida festiva organizada em Florianópolis. "Lembro que ele estava organizando esta partida para recordar o título e me ligou. Foi uma honra e um prazer dividir aquele momento com ele. Além disso, fiquei maravilhado com a cidade", diz. Em que pese a dor pela perda do título, Bruguera diz ficar feliz por tudo que Guga alcançou ao longo de sua carreira e o que representou para o tênis brasileiro. "Vocês [brasileiros] puderam desfrutar de um grandíssimo campeão que além de tudo é uma pessoa muito boa e de grande coração e isso é muito mais difícil", elogia. Bruguera hoje é treinador. Aos 46 anos, administra, ao lado de seu pai, uma academia na cidade de Barcelona. Também orienta o francês Richard Gasquet, ex-top 10 e atualmente na 25ª posição. Ele viaja com o pupilo para quase todos os torneios pelo mundo e afirma que gostaria de se reencontrar com Guga nas competições, agora fora de quadra. Para ele, o brasileiro teria muito a acrescentar à carreira de qualquer jogador que decidisse treinar. Neste ano, o argentino Juan Martín del Potro afirmou que gostaria de ter o brasileiro como instrutor. Guga, porém, alegou que conduz outros projetos no momento e quer sua prioridade é se dedicar a seu instituto. "Creio que Guga ajudaria demais e agregaria muito ao jogo de quem treinasse. Além do mais, seria um prazer compartilhar momentos com ele", diz o espanhol. HOMENAGENS A marca de 20 anos do primeiro título de Gustavo Kuerten em Roland Garros vai lhe render diversas homenagens no Brasil e na França nesta quinta (8). No Rio de Janeiro, o Cristo Redentor será iluminado com as cores azul e amarelo. É uma alusão ao uniforme que o catarinense usou durante sua histórica campanha rumo ao título do Grand Slam parisiense em 1997. O monumento ganhará novos tons às 20h30 (de Brasília). A iniciativa tem parceria da Arquidiocese do Rio e da FFT (Federação Francesa de Tênis). Guga, porém, só vai poder acompanhar o evento a distância. O ex-tenista, que venceu o torneio outras duas vezes (2000 e 2001) está em Paris, onde, no próximo domingo (11) participará de solenidade organizada pelo Hall da Fama Internacional do Tênis,minutos antes do início da final masculina. "Acho que vou receber um anel. Não quis saber muito como vai ser porque adoro surpresas", afirma. Ex-número 1 do ranking mundial, Guga desfruta de grande popularidade na capital francesa. No ano passado, já havia sido homenageado em Roland Garros, mas por iniciativa do sérvio Novak Djokovic. Ao conquistar o torneio pela primeira vez, Djokovic desenhou um coração com a raquete sobre o saibro. Emulou, desta forma, o célebre gesto que o brasileiro fez em 2001. Presente na ocasião, Guga se emocionou.
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MuBE tenta se reinventar com nova direção e acervo de 'esculturas pop-up'
Na marquise do Museu Brasileiro da Escultura, estranhos barulhos reverberam no espaço. A instalação invisível montada ali por Chiara Banfi e Kassin, um dos trabalhos de uma mostra agora em cartaz, toca sons gravados em vários cantos da galáxia pela Nasa, a agência espacial americana. Mais do que uma obra de arte, a peça também parece sintetizar o momento em que o museu, mais uma vez, tenta estabelecer contato com o mundo ao redor. Um alienígena no circuito artístico, famoso por receber festas, eventos de marketing e exposições de relevância duvidosa, o MuBE agora se esforça para sair do ostracismo. "É um museu que tem essa arquitetura incrível, mas onde nunca aconteceu nada", diz Cauê Alves, novo curador da instituição, sobre o prédio desenhado por Paulo Mendes da Rocha. "Ele não pode ser uma catacumba. Era um museu esvaziado, que estava precisando de gente nova. Há uma demanda da cidade para que ele seja mais ativo e consistente." Alves, no caso, é peça-chave da reforma no comando do museu liderada por Flavia Velloso. Ex-MAM e Masp, ela acaba de entrar para o MuBE com um novo time de diretores, conselheiros e o curador, que, num primeiro momento, têm a missão de recauchutar a imagem sofrida da instituição. Há sete anos, no auge de sua crise financeira e administrativa, o MuBE demitiu o curador Jacob Klintowitz alegando que a figura de um responsável pela programação e identidade do museu não era necessária. Três anos atrás, uma mostra organizada ali questionava essa ausência e, por tabela, a irrelevância a que parecia condenada a instituição. Não por acaso, na primeira mostra que realiza à frente do museu, Alves escalou nomes respaldados pelo circuito –Albano Afonso e Raul Mourão, além de Banfi e Kassin– para inaugurar o que vem chamando de "novo MuBE". Mourão espalhou suas esculturas de tubos metálicos, enormes estruturas que balançam com o vento, pela praça externa e por salas de dentro do museu, enquanto Afonso pendurou do teto móbiles com rostos humanos e um esqueleto revestido de caquinhos espelhados –iluminados por um refletor, os ossos transformam o museu numa pista de dança tétrica, talvez uma alusão ao histórico do lugar que agora pode perder o rótulo de salão de festas. Mas não será da noite para o dia. Alves diz que um novo modelo financeiro, que não dependa tanto do aluguel do museu para eventos, além do apoio da Lei Rouanet e de outros programas de fomento, ainda está sendo estudado, e que as festas não vão desaparecer tão cedo do calendário. Entre uma e outra, no entanto, uma nova identidade também começa a ser desenhada para o MuBE. Alves fala em criar um acervo de "esculturas pop-up", ou seja, obras construídas só quando são exibidas e que permanecem guardadas como projeto, além de peças sonoras, isso porque o museu não tem onde guardar obras físicas. No longo prazo, há a possibilidade de construir um anexo, que estava no projeto original de Mendes da Rocha, para abrigar o futuro acervo. Mudanças arquitetônicas da última gestão, como a abertura de uma janela no restaurante, serão desfeitas agora também em respeito à primeira planta. "Será um espaço mais dinâmico", diz Alves. "Coisas podem aparecer e desaparecer."
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MuBE tenta se reinventar com nova direção e acervo de 'esculturas pop-up'Na marquise do Museu Brasileiro da Escultura, estranhos barulhos reverberam no espaço. A instalação invisível montada ali por Chiara Banfi e Kassin, um dos trabalhos de uma mostra agora em cartaz, toca sons gravados em vários cantos da galáxia pela Nasa, a agência espacial americana. Mais do que uma obra de arte, a peça também parece sintetizar o momento em que o museu, mais uma vez, tenta estabelecer contato com o mundo ao redor. Um alienígena no circuito artístico, famoso por receber festas, eventos de marketing e exposições de relevância duvidosa, o MuBE agora se esforça para sair do ostracismo. "É um museu que tem essa arquitetura incrível, mas onde nunca aconteceu nada", diz Cauê Alves, novo curador da instituição, sobre o prédio desenhado por Paulo Mendes da Rocha. "Ele não pode ser uma catacumba. Era um museu esvaziado, que estava precisando de gente nova. Há uma demanda da cidade para que ele seja mais ativo e consistente." Alves, no caso, é peça-chave da reforma no comando do museu liderada por Flavia Velloso. Ex-MAM e Masp, ela acaba de entrar para o MuBE com um novo time de diretores, conselheiros e o curador, que, num primeiro momento, têm a missão de recauchutar a imagem sofrida da instituição. Há sete anos, no auge de sua crise financeira e administrativa, o MuBE demitiu o curador Jacob Klintowitz alegando que a figura de um responsável pela programação e identidade do museu não era necessária. Três anos atrás, uma mostra organizada ali questionava essa ausência e, por tabela, a irrelevância a que parecia condenada a instituição. Não por acaso, na primeira mostra que realiza à frente do museu, Alves escalou nomes respaldados pelo circuito –Albano Afonso e Raul Mourão, além de Banfi e Kassin– para inaugurar o que vem chamando de "novo MuBE". Mourão espalhou suas esculturas de tubos metálicos, enormes estruturas que balançam com o vento, pela praça externa e por salas de dentro do museu, enquanto Afonso pendurou do teto móbiles com rostos humanos e um esqueleto revestido de caquinhos espelhados –iluminados por um refletor, os ossos transformam o museu numa pista de dança tétrica, talvez uma alusão ao histórico do lugar que agora pode perder o rótulo de salão de festas. Mas não será da noite para o dia. Alves diz que um novo modelo financeiro, que não dependa tanto do aluguel do museu para eventos, além do apoio da Lei Rouanet e de outros programas de fomento, ainda está sendo estudado, e que as festas não vão desaparecer tão cedo do calendário. Entre uma e outra, no entanto, uma nova identidade também começa a ser desenhada para o MuBE. Alves fala em criar um acervo de "esculturas pop-up", ou seja, obras construídas só quando são exibidas e que permanecem guardadas como projeto, além de peças sonoras, isso porque o museu não tem onde guardar obras físicas. No longo prazo, há a possibilidade de construir um anexo, que estava no projeto original de Mendes da Rocha, para abrigar o futuro acervo. Mudanças arquitetônicas da última gestão, como a abertura de uma janela no restaurante, serão desfeitas agora também em respeito à primeira planta. "Será um espaço mais dinâmico", diz Alves. "Coisas podem aparecer e desaparecer."
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Cabeça de chave, Brasil pode encarar a Alemanha no futebol na 1ª fase da Rio-16
DE SÃO PAULO A Fifa divulgou nesta sexta-feira (8) a divisão dos potes para o torneio de futebol da Olimpíada do Rio. Cabeça de chave da competição, a seleção brasileira pode enfrentar na primeira fase a Alemanha, a Suécia e a Nigéria, campeão olímpica em 1996, quando derrotou o Brasil na semifinal. De acordo com a divisão estabelecida pela Fifa, a Argentina, o Japão e o México, último campeão olímpico, são os outros cabeças de chave do torneio masculino. Segundo a entidade, a divisão se deu através de um ranking baseado no desempenho das seleções nas últimas cinco edições dos Jogos Olímpicos. A competição terá quatro grupos com quatro times cada. Os dois primeiros avançam para as quartas de final. Nigéria, Coreia do Sul, Honduras e Iraque estarão no pote 2. O pote 3 conta com Suécia, Fiji, Portugal e África do Sul, enquanto Argélia, Colômbia, Dinamarca e Alemanha estão no pote quatro. Assim, a seleção brasileira pode ter um grupo com Nigéria, Portugal/Suécia e Alemanha. Por outro lado, pode pegar uma chave teoricamente mais fácil com Iraque, Fiji e Argélia. Como país sede, o Brasil estará no Grupo A e tem sua estreia programada para o dia 4 de agosto, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Três dias depois, a equipe jogará novamente em Brasília. A última partida da primeira fase está prevista para jogar na Fonte Nova, em Salvador. Caso se classifique para as quartas de final na liderança da sua chave, a seleção jogará no dia 13, no Itaquerão. Depois, tanto as semifinais (17 de agosto) como a final (20 de agosto) serão disputadas no Maracanã, no Rio de Janeiro. Se for para a disputa da medalha de bronze, a seleção jogará no Mineirão, palco da goleada sofrida para a Alemanha, por 7 a 1, na Copa do Mundo de 2014. CHAVE FEMININA A seleção brasileira feminina também está como cabeça de chave. As outras seleções que estarão no pote 1 são EUA e Alemanha. Para as mulheres, a Fifa usou como critério para definição da divisão a última atualização do ranking da entidade. Assim, o pote 2 tem França, Austrália e Suécia. Canadá, China e Nova Zelândia estão no pote 3, enquanto Colômbia, África do Sul e Zimbábue integram o pote 4. A seleção feminina fará dois jogos no Engenhão: dias 3, às 16h, e 6 de agosto, às 22h. O terceiro confronto está programado para a Arena Amazônia, em Manaus, no dia 9 de agosto, às 21h. Caso lidere sua chave, a equipe fará as quartas de final no Mineirão. Em caso de segundo lugar no Grupo E, jogará na Arena Fonte Nova. A data das duas partidas, porém, é a mesma: 12 de agosto. As semifinais estão marcadas para 16 de agosto. As brasileiras jogariam no Maracanã (em caso de primeiro lugar na primeira fase) ou no Mineirão (em caso de segundo lugar). No dia 19, acontecem a final (Maracanã) e a disputa de terceiro lugar (no Itaquerão). O sorteio que definirá os grupos dos torneios masculino e feminino acontecerá na próxima quinta-feira (14), às 10h30, no Maracanã. CONFIRA A DIVISÃO DOS POTES DA CHAVE MASCULINA Pote 1: Brasil, Argentina, Japão e México Pote 2: Nigéria, Coreia do Sul, Honduras e Iraque Pote 3: Suécia, Fiji, Portugal, Africa do Sul Pote 4: Argelia, Colômbia, Dinamarca, Alemanha VEJA A DIVISÃO DOS POTES DA CHAVE FEMININA Pote 1: Brasil, EUA, Alemanha Pote 2: França, Austrália, Suécia Pote 3: Canada, China, Nova Zelândia Pote 4: Colômbia, África do Sul, Zimbábue
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Cabeça de chave, Brasil pode encarar a Alemanha no futebol na 1ª fase da Rio-16 DE SÃO PAULO A Fifa divulgou nesta sexta-feira (8) a divisão dos potes para o torneio de futebol da Olimpíada do Rio. Cabeça de chave da competição, a seleção brasileira pode enfrentar na primeira fase a Alemanha, a Suécia e a Nigéria, campeão olímpica em 1996, quando derrotou o Brasil na semifinal. De acordo com a divisão estabelecida pela Fifa, a Argentina, o Japão e o México, último campeão olímpico, são os outros cabeças de chave do torneio masculino. Segundo a entidade, a divisão se deu através de um ranking baseado no desempenho das seleções nas últimas cinco edições dos Jogos Olímpicos. A competição terá quatro grupos com quatro times cada. Os dois primeiros avançam para as quartas de final. Nigéria, Coreia do Sul, Honduras e Iraque estarão no pote 2. O pote 3 conta com Suécia, Fiji, Portugal e África do Sul, enquanto Argélia, Colômbia, Dinamarca e Alemanha estão no pote quatro. Assim, a seleção brasileira pode ter um grupo com Nigéria, Portugal/Suécia e Alemanha. Por outro lado, pode pegar uma chave teoricamente mais fácil com Iraque, Fiji e Argélia. Como país sede, o Brasil estará no Grupo A e tem sua estreia programada para o dia 4 de agosto, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Três dias depois, a equipe jogará novamente em Brasília. A última partida da primeira fase está prevista para jogar na Fonte Nova, em Salvador. Caso se classifique para as quartas de final na liderança da sua chave, a seleção jogará no dia 13, no Itaquerão. Depois, tanto as semifinais (17 de agosto) como a final (20 de agosto) serão disputadas no Maracanã, no Rio de Janeiro. Se for para a disputa da medalha de bronze, a seleção jogará no Mineirão, palco da goleada sofrida para a Alemanha, por 7 a 1, na Copa do Mundo de 2014. CHAVE FEMININA A seleção brasileira feminina também está como cabeça de chave. As outras seleções que estarão no pote 1 são EUA e Alemanha. Para as mulheres, a Fifa usou como critério para definição da divisão a última atualização do ranking da entidade. Assim, o pote 2 tem França, Austrália e Suécia. Canadá, China e Nova Zelândia estão no pote 3, enquanto Colômbia, África do Sul e Zimbábue integram o pote 4. A seleção feminina fará dois jogos no Engenhão: dias 3, às 16h, e 6 de agosto, às 22h. O terceiro confronto está programado para a Arena Amazônia, em Manaus, no dia 9 de agosto, às 21h. Caso lidere sua chave, a equipe fará as quartas de final no Mineirão. Em caso de segundo lugar no Grupo E, jogará na Arena Fonte Nova. A data das duas partidas, porém, é a mesma: 12 de agosto. As semifinais estão marcadas para 16 de agosto. As brasileiras jogariam no Maracanã (em caso de primeiro lugar na primeira fase) ou no Mineirão (em caso de segundo lugar). No dia 19, acontecem a final (Maracanã) e a disputa de terceiro lugar (no Itaquerão). O sorteio que definirá os grupos dos torneios masculino e feminino acontecerá na próxima quinta-feira (14), às 10h30, no Maracanã. CONFIRA A DIVISÃO DOS POTES DA CHAVE MASCULINA Pote 1: Brasil, Argentina, Japão e México Pote 2: Nigéria, Coreia do Sul, Honduras e Iraque Pote 3: Suécia, Fiji, Portugal, Africa do Sul Pote 4: Argelia, Colômbia, Dinamarca, Alemanha VEJA A DIVISÃO DOS POTES DA CHAVE FEMININA Pote 1: Brasil, EUA, Alemanha Pote 2: França, Austrália, Suécia Pote 3: Canada, China, Nova Zelândia Pote 4: Colômbia, África do Sul, Zimbábue
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