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Para a indústria, China ficará mais agressiva nas exportações
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A necessidade de elevar as exportações para atingir a sua meta de crescimento para este ano levará a China a adotar uma postura mais agressiva nas exportações. Essa é a avaliação da indústria brasileira, que sofre a concorrência dos chineses. "A China já entrou com agressividade lá atrás e vai intensificar esse modelo para tentar exportar mais", afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Nas últimas semanas, a China adotou medidas para estimular suas vendas externas: desvalorizou o câmbio, reduziu a taxa de juros e o depósito compulsório -as últimas visando elevar o crédito. Para economistas, a estratégia será bem-sucedida. "Uma desvalorização de 2% ou 3% no yuan ajuda as exportações de muitas empresas chinesas, que têm uma margem de lucro muito pequena. A China é uma economia de escala mundial, eles não têm margem", afirma Hsia Hua Sheng, professor da Fundação Getulio Vargas. Segundo Sheng, sondagens realizadas por ele com empresas no Brasil indicam que os fornecedores chineses já reduziram seus preços. Desde que a China promoveu a primeira a desvalorização cambial, em 11 de agosto, o yuan perdeu 2,46% de valor em relação ao dólar. "A moeda continua tendo minidesvalorizações, e muitas multinacionais e analistas já falam numa taxa de 6,50", diz Scheng. Nesta terça (2), cada dólar valia 6,36 yuans. "Vamos ter um mercado ainda mais difícil. Temos que fazer o nosso dever de casa: facilitar as nossas exportações, reduzindo burocracias e tributos, e retomar acordos comerciais", diz Fonseca. Para ele, o país também deve apostar nos EUA, o maior importador de produtos industrializados brasileiros depois do Mercosul. "Precisamos aproveitar essa retomada nos EUA, onde já estamos presentes." EFEITOS O perfil mais agressivo da China no comércio pode afetar ainda mais as indústrias brasileiras, que vêm perdendo espaço para os asiáticos. Segundo sondagem da CNI obtida com exclusividade pela Folha, 16% das empresas perderam participação no mercado doméstico para a China em 2014. Em 2010, esse percentual era de 14% e, em 2006, de 10,8%. A pesquisa, que ouviu 2.146 indústrias em janeiro, também mostra queda no número de empresas exportadoras: passou de 35% do total em 2006 para 31% em 2010 e chegou a 24% no ano passado. Parte desse movimento deve-se à concorrência chinesa. Segundo a sondagem da CNI, 54% das indústrias exportadoras concorrem com a China no mercado internacional. Dessas, 59% perderam clientes externos para a China e 11% pararam de exportar. Mas, segundo Fonseca, outros fatores também contribuíram para a menor presença das empresas brasileiras no mercado internacional nos últimos anos, como o aumento de custos de produção e a valorização cambial. "Também houve uma mudança na estratégia. As empresas abriram mão do mercado externo, por diversas dificuldades, e se voltaram para o crescimento do mercado doméstico", afirma o gerente da CNI. Quase um terço das empresas declararam adotar estratégias para concorrer com os produtos chineses, como investir na qualidade e marca dos produtos, reduzir custos e até diminuir de forma drástica os preços. PRODUÇÃO EXTERNA A sondagem da CNI mostra ainda que é baixo o percentual de empresas brasileiras que produzem na China -movimento que vem sendo adotado por empresas de várias partes do mundo para ganhar competitividade. Segundo a pesquisa, apenas 3% das indústrias brasileiras produzem na China com fábrica própria, enquanto 2% terceirizam parte da produção para empresas chinesas. O percentual de 5% das empresas que produzem na China não evoluiu em comparação com 2010 e é apenas 2 pontos percentuais superior ao registrado em 2006.
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mercado
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Para a indústria, China ficará mais agressiva nas exportaçõesA necessidade de elevar as exportações para atingir a sua meta de crescimento para este ano levará a China a adotar uma postura mais agressiva nas exportações. Essa é a avaliação da indústria brasileira, que sofre a concorrência dos chineses. "A China já entrou com agressividade lá atrás e vai intensificar esse modelo para tentar exportar mais", afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Nas últimas semanas, a China adotou medidas para estimular suas vendas externas: desvalorizou o câmbio, reduziu a taxa de juros e o depósito compulsório -as últimas visando elevar o crédito. Para economistas, a estratégia será bem-sucedida. "Uma desvalorização de 2% ou 3% no yuan ajuda as exportações de muitas empresas chinesas, que têm uma margem de lucro muito pequena. A China é uma economia de escala mundial, eles não têm margem", afirma Hsia Hua Sheng, professor da Fundação Getulio Vargas. Segundo Sheng, sondagens realizadas por ele com empresas no Brasil indicam que os fornecedores chineses já reduziram seus preços. Desde que a China promoveu a primeira a desvalorização cambial, em 11 de agosto, o yuan perdeu 2,46% de valor em relação ao dólar. "A moeda continua tendo minidesvalorizações, e muitas multinacionais e analistas já falam numa taxa de 6,50", diz Scheng. Nesta terça (2), cada dólar valia 6,36 yuans. "Vamos ter um mercado ainda mais difícil. Temos que fazer o nosso dever de casa: facilitar as nossas exportações, reduzindo burocracias e tributos, e retomar acordos comerciais", diz Fonseca. Para ele, o país também deve apostar nos EUA, o maior importador de produtos industrializados brasileiros depois do Mercosul. "Precisamos aproveitar essa retomada nos EUA, onde já estamos presentes." EFEITOS O perfil mais agressivo da China no comércio pode afetar ainda mais as indústrias brasileiras, que vêm perdendo espaço para os asiáticos. Segundo sondagem da CNI obtida com exclusividade pela Folha, 16% das empresas perderam participação no mercado doméstico para a China em 2014. Em 2010, esse percentual era de 14% e, em 2006, de 10,8%. A pesquisa, que ouviu 2.146 indústrias em janeiro, também mostra queda no número de empresas exportadoras: passou de 35% do total em 2006 para 31% em 2010 e chegou a 24% no ano passado. Parte desse movimento deve-se à concorrência chinesa. Segundo a sondagem da CNI, 54% das indústrias exportadoras concorrem com a China no mercado internacional. Dessas, 59% perderam clientes externos para a China e 11% pararam de exportar. Mas, segundo Fonseca, outros fatores também contribuíram para a menor presença das empresas brasileiras no mercado internacional nos últimos anos, como o aumento de custos de produção e a valorização cambial. "Também houve uma mudança na estratégia. As empresas abriram mão do mercado externo, por diversas dificuldades, e se voltaram para o crescimento do mercado doméstico", afirma o gerente da CNI. Quase um terço das empresas declararam adotar estratégias para concorrer com os produtos chineses, como investir na qualidade e marca dos produtos, reduzir custos e até diminuir de forma drástica os preços. PRODUÇÃO EXTERNA A sondagem da CNI mostra ainda que é baixo o percentual de empresas brasileiras que produzem na China -movimento que vem sendo adotado por empresas de várias partes do mundo para ganhar competitividade. Segundo a pesquisa, apenas 3% das indústrias brasileiras produzem na China com fábrica própria, enquanto 2% terceirizam parte da produção para empresas chinesas. O percentual de 5% das empresas que produzem na China não evoluiu em comparação com 2010 e é apenas 2 pontos percentuais superior ao registrado em 2006.
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Diplomacia da superexposição
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Acaba de começar o mais novo ciclo de superexposição do Brasil à mídia internacional. Durante os próximos 570 dias, o país ocupará rádios, televisões e redes sociais do mundo inteiro na esteira da Olimpíada do Rio de Janeiro. É o maior ativo diplomático do governo no início deste segundo mandato. Assim como ocorreu na Copa, também se trata de um risco. Desta vez, porém, as autoridades responsáveis contam com experiência acumulada e uma lição: a Copa, apesar de bem organizada, foi mal vendida em casa e no exterior. Um dos problemas foi a ausência de uma estratégia para usar os jogos como alavanca de projeção internacional. Comemos mosca. O Itamaraty não montou um plano de ação, cronograma de atividades ou projeto de atração de formadores de opinião estrangeiros. Não instruiu os embaixadores a redigirem avaliações de risco ou sugestões práticas para avançar nossas prioridades em países-chave. Não foram nomeados brasileiros notáveis para rodar o mundo fazendo propaganda, nem se convidaram aqueles que residem fora a ajudar no esforço. De modo geral, a atitude da política externa oscilou entre dois polos igualmente improdutivos. Ora se tratou da Copa como coisa menor a ser relegada a gente do Esporte e do Turismo, ora como batata quente a ser evitada. Assim, quando a cobertura negativa passou a tomar conta do noticiário internacional, não tínhamos instrumentos para reagir. Quando alguns embaixadores foram para o campo de batalha, fizeram-no por impulso próprio e munidos de seu talento individual apenas. No fim, tudo deu certo porque, apesar dos inevitáveis fios desencapados, a festa estava bem organizada. E o alto-astral e a capacidade de acolher do brasileiro foram nosso mais valioso patrimônio. Agora, aproveitando o frescor do novo mandato presidencial, a Olimpíada permite escrever uma história melhor. Se o governo mobilizar sua vasta rede de embaixadas e consulados, em poucos meses trará dividendos. Alguns são óbvios, como a promoção da marca Brasil e a atração de compradores, investidores e estudantes. Outros são urgentes, como a criação de uma vocação de turismo para o Rio de Janeiro, que ainda não a possui. O maior dividendo é político. Quando Londres sediou os últimos Jogos Olímpicos, por exemplo, o país amargava uma recessão, taxas alarmantes de desconfiança no governo e o baque de violentos protestos de rua. "A rápida metamorfose de um estado geral de pessimismo para a febril autocongratulação dos últimos dias", concluiu um telegrama da embaixada brasileira ao fim do torneio, "garantiu ao país inegáveis ganhos de imagem". É perfeitamente plausível imaginar algo similar no caso brasileiro. O trabalho de uma força-tarefa de política externa para a Olimpíada não precisará ser custoso nem complexo. Em tempo de vacas magras, certamente demandará criatividade. Mas tem muita coisa em jogo para a gente nem sequer tentar.
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colunas
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Diplomacia da superexposiçãoAcaba de começar o mais novo ciclo de superexposição do Brasil à mídia internacional. Durante os próximos 570 dias, o país ocupará rádios, televisões e redes sociais do mundo inteiro na esteira da Olimpíada do Rio de Janeiro. É o maior ativo diplomático do governo no início deste segundo mandato. Assim como ocorreu na Copa, também se trata de um risco. Desta vez, porém, as autoridades responsáveis contam com experiência acumulada e uma lição: a Copa, apesar de bem organizada, foi mal vendida em casa e no exterior. Um dos problemas foi a ausência de uma estratégia para usar os jogos como alavanca de projeção internacional. Comemos mosca. O Itamaraty não montou um plano de ação, cronograma de atividades ou projeto de atração de formadores de opinião estrangeiros. Não instruiu os embaixadores a redigirem avaliações de risco ou sugestões práticas para avançar nossas prioridades em países-chave. Não foram nomeados brasileiros notáveis para rodar o mundo fazendo propaganda, nem se convidaram aqueles que residem fora a ajudar no esforço. De modo geral, a atitude da política externa oscilou entre dois polos igualmente improdutivos. Ora se tratou da Copa como coisa menor a ser relegada a gente do Esporte e do Turismo, ora como batata quente a ser evitada. Assim, quando a cobertura negativa passou a tomar conta do noticiário internacional, não tínhamos instrumentos para reagir. Quando alguns embaixadores foram para o campo de batalha, fizeram-no por impulso próprio e munidos de seu talento individual apenas. No fim, tudo deu certo porque, apesar dos inevitáveis fios desencapados, a festa estava bem organizada. E o alto-astral e a capacidade de acolher do brasileiro foram nosso mais valioso patrimônio. Agora, aproveitando o frescor do novo mandato presidencial, a Olimpíada permite escrever uma história melhor. Se o governo mobilizar sua vasta rede de embaixadas e consulados, em poucos meses trará dividendos. Alguns são óbvios, como a promoção da marca Brasil e a atração de compradores, investidores e estudantes. Outros são urgentes, como a criação de uma vocação de turismo para o Rio de Janeiro, que ainda não a possui. O maior dividendo é político. Quando Londres sediou os últimos Jogos Olímpicos, por exemplo, o país amargava uma recessão, taxas alarmantes de desconfiança no governo e o baque de violentos protestos de rua. "A rápida metamorfose de um estado geral de pessimismo para a febril autocongratulação dos últimos dias", concluiu um telegrama da embaixada brasileira ao fim do torneio, "garantiu ao país inegáveis ganhos de imagem". É perfeitamente plausível imaginar algo similar no caso brasileiro. O trabalho de uma força-tarefa de política externa para a Olimpíada não precisará ser custoso nem complexo. Em tempo de vacas magras, certamente demandará criatividade. Mas tem muita coisa em jogo para a gente nem sequer tentar.
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Quem mostrar energia sem gritaria terá chance em 2018, diz consultora
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Olga Curado já usou seu treinamento à base de aikidô (arte marcial japonesa) com os petistas Lula e Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves. Na eleição de 2018, dará o golpe de mestre o concorrente que transmitir moderação na fala e no gestual e exibir vigor, crê a consultora de imagem, experiente em ajudar candidatos a moldarem o discurso e a linguagem corporal. "Não vai ser ninguém que fale acima do tom. As pessoas não aguentam mais essa gritaria", afirma a jornalista, que há 15 anos auxilia políticos em campanha, pessoas convocadas para CPIs e executivos e empresas encalacrados em crises de imagem. "Todo mundo encheu o saco de briga, ninguém quer radicalização", diz a goiana, que assessorou Dilma em 2010 e Aécio em 2014. "Desta vez vai ser alguém com um perfil conciliador. Não é à toa que estão todos [os pré-candidatos] agora falando isso." Os requisitos de Olga já afastariam o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) de um resultado positivo na eleição do ano que vem. Bolsonaro foi atendido pela consultora em seu consultório, em São Paulo, há cerca de um ano. Por sigilo contratual, ela não fala sobre a clientela. Vitalidade, outro atributo que a guru vê como determinante para conquistar o eleitor, exclui do páreo Marina Silva. "Não transmite isso, nem na voz nem na figura", diz Olga sobre a ex-senadora. A energia é necessária, mas não deve significar "vitalidade agressiva", avalia. "Tem que ser uma pessoa serena, mas com coragem pessoal para colocar de um lado da mesa o radical do MST e do outro o mercado financeiro." João Doria (PSDB), outro nome ventilado para o pleito, é "um habilidoso comunicador, com senso de oportunidade", afirma Olga. Mas, na opinião dela, falta ao prefeito de São Paulo capacidade empática. "Ainda não identifiquei nele habilidades humanas, no sentido da empatia." Quem, então, reuniria as características capazes de conquistar o eleitor em 2018? "Não consigo enxergar!", diz ela, rindo. "Não espero salvador da pátria. Então talvez esses que estão postos aí consigam demonstrar. Queremos não homens privados, mas homens públicos. Não sei onde estão, mas que tem, tem." Sua esperança é que o eleitor gaste tempo para se informar e "ir além do discurso". Um dos benefícios da Operação Lava Jato, diz, foi "nos ensinar a ser menos crédulos e reverentes com os políticos". O submundo escancarado pelas investigações deixou os eleitores escandalizados e será rejeitado nas urnas, acredita a jornalista. "Já tropecei com um bando que tinha um compromisso tão claro com a fruição do poder que passava muita segurança. O bandido pode conseguir ser muito convincente se ele não tem problema em ser bandido." Nos meses que antecedem as campanhas, o telefone de Olga começa a tocar mais vezes. "Alguns [desesperados] vêm sim, mas para alguns talvez eu não tenha tempo, né? Porque você sabe que a agenda é complicada...", afirma, sorrindo de canto de boca. NO CHÃO O trabalho de Olga, que ela resume como "aprender a tomar decisão em tempos difíceis", se baseia na prática física "porque ninguém aprende com a cabeça, mas com o corpo e a experiência", diz. Aplica golpes nos clientes e, contra o temor da queda, até os derruba no chão para demonstrar que é liberado falhar, dizer "não sei", "não posso", "quero consertar esse malfeito". O problema inicial da maioria, segundo ela, é "ter medo de ser humano". Durante o atendimento, ao preparar o assessorado para dar entrevistas e encarar debates e interrogatórios, ensina a "entender a perspectiva do outro". Toda reação tem que ter delicadeza, pontua. Mentir é algo que ela diz não ensinar, até porque fazer isso deixa o corpo fraco, flácido. "Ensino a pessoa a se preservar falando a verdade. Não precisa dizer tudo. Não fale contra você, deixe que isso os outros já fazem."
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poder
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Quem mostrar energia sem gritaria terá chance em 2018, diz consultoraOlga Curado já usou seu treinamento à base de aikidô (arte marcial japonesa) com os petistas Lula e Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves. Na eleição de 2018, dará o golpe de mestre o concorrente que transmitir moderação na fala e no gestual e exibir vigor, crê a consultora de imagem, experiente em ajudar candidatos a moldarem o discurso e a linguagem corporal. "Não vai ser ninguém que fale acima do tom. As pessoas não aguentam mais essa gritaria", afirma a jornalista, que há 15 anos auxilia políticos em campanha, pessoas convocadas para CPIs e executivos e empresas encalacrados em crises de imagem. "Todo mundo encheu o saco de briga, ninguém quer radicalização", diz a goiana, que assessorou Dilma em 2010 e Aécio em 2014. "Desta vez vai ser alguém com um perfil conciliador. Não é à toa que estão todos [os pré-candidatos] agora falando isso." Os requisitos de Olga já afastariam o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) de um resultado positivo na eleição do ano que vem. Bolsonaro foi atendido pela consultora em seu consultório, em São Paulo, há cerca de um ano. Por sigilo contratual, ela não fala sobre a clientela. Vitalidade, outro atributo que a guru vê como determinante para conquistar o eleitor, exclui do páreo Marina Silva. "Não transmite isso, nem na voz nem na figura", diz Olga sobre a ex-senadora. A energia é necessária, mas não deve significar "vitalidade agressiva", avalia. "Tem que ser uma pessoa serena, mas com coragem pessoal para colocar de um lado da mesa o radical do MST e do outro o mercado financeiro." João Doria (PSDB), outro nome ventilado para o pleito, é "um habilidoso comunicador, com senso de oportunidade", afirma Olga. Mas, na opinião dela, falta ao prefeito de São Paulo capacidade empática. "Ainda não identifiquei nele habilidades humanas, no sentido da empatia." Quem, então, reuniria as características capazes de conquistar o eleitor em 2018? "Não consigo enxergar!", diz ela, rindo. "Não espero salvador da pátria. Então talvez esses que estão postos aí consigam demonstrar. Queremos não homens privados, mas homens públicos. Não sei onde estão, mas que tem, tem." Sua esperança é que o eleitor gaste tempo para se informar e "ir além do discurso". Um dos benefícios da Operação Lava Jato, diz, foi "nos ensinar a ser menos crédulos e reverentes com os políticos". O submundo escancarado pelas investigações deixou os eleitores escandalizados e será rejeitado nas urnas, acredita a jornalista. "Já tropecei com um bando que tinha um compromisso tão claro com a fruição do poder que passava muita segurança. O bandido pode conseguir ser muito convincente se ele não tem problema em ser bandido." Nos meses que antecedem as campanhas, o telefone de Olga começa a tocar mais vezes. "Alguns [desesperados] vêm sim, mas para alguns talvez eu não tenha tempo, né? Porque você sabe que a agenda é complicada...", afirma, sorrindo de canto de boca. NO CHÃO O trabalho de Olga, que ela resume como "aprender a tomar decisão em tempos difíceis", se baseia na prática física "porque ninguém aprende com a cabeça, mas com o corpo e a experiência", diz. Aplica golpes nos clientes e, contra o temor da queda, até os derruba no chão para demonstrar que é liberado falhar, dizer "não sei", "não posso", "quero consertar esse malfeito". O problema inicial da maioria, segundo ela, é "ter medo de ser humano". Durante o atendimento, ao preparar o assessorado para dar entrevistas e encarar debates e interrogatórios, ensina a "entender a perspectiva do outro". Toda reação tem que ter delicadeza, pontua. Mentir é algo que ela diz não ensinar, até porque fazer isso deixa o corpo fraco, flácido. "Ensino a pessoa a se preservar falando a verdade. Não precisa dizer tudo. Não fale contra você, deixe que isso os outros já fazem."
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Com discurso repetitivo, call center deixa cliente em fúria, diz estudo
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Uma pesquisa feita nos Estados Unidos sobre acessos de raiva dos consumidores constatou que muitas empresas estão fazendo as coisas certas, mas da maneira errada. Por exemplo: elas têm centrais de atendimento telefônico, mas com pessoal insuficiente, o que faz com que as queixas se acumulem. O estudo, conduzido em 2015 pela consultoria americana Customer Care em parceria com a Universidade do Arizona, é o sétimo a tratar do tema desde 1976. O trabalho mais recente constatou que 54% dos consumidores reportaram problemas com um produto ou serviço nos 12 meses precedentes, um aumento de quatro pontos percentuais ante os números de 2013. Em 1976, o número era de 32%. Como as coisas chegaram a esse ponto? Scott Broetzmann, presidente-executivo da Consumer Care, disse que as empresas direcionam os consumidores ao autoatendimento, que é a abordagem de mais baixo custo. A tecnologia permite que clientes executem tarefas como verificar o saldo de uma conta, mas as coisas podem se complicar quanto há uma dúvida ou problema. SEM RESPOSTA Broetzmann disse que as empresas às vezes adotam "abordagens tacanhas", que podem irritar os consumidores ou deixá-los sem resposta, por conta de sistemas internos de mensuração de desempenho. Por exemplo, algumas centrais de atendimento exigem que o funcionário diga o nome do cliente pelo menos três vezes durante um contato telefônico. Um relatório do International Customer Management Institute, organização de treinamento e pesquisa, enfatiza esse ponto. "Quando o assunto é selecionar indicadores e fontes de dados, não faz sentido medir alguma coisa simplesmente porque esse fator sempre foi medido ou porque essa é a mais recente tendência do setor", afirma o estudo. A razão de o mau atendimento irritar tanto está ligado ao sentimento do cliente, que se acha desrespeitado. "O desrespeito pode gerar raiva porque, nas porções mais primitivas do nosso cérebro, isso está vinculado à sobrevivência", diz Kit Yarrow, psicóloga do consumo e professora emérita de psicologia e marketing da Universidade Golden Gate, em São Francisco (Califórnia). Na época em que vivíamos nas cavernas, "ser desconsiderado ou visto como irrelevante equivalia a uma sentença de morte", complementa a psicóloga. FRASES DE EFEITO O estudo sobre episódios de raiva de consumidores constatou que quase 50% dos que responderam consideravam a mensagem "sua ligação é muito importante para nós, por favor continue esperando" como muito irritante, e outros 17% afirmavam que ela deveria ser eliminada. Outras frases detestadas são "nossa regra é..." e "no momento estamos atendendo a outros clientes, sua ligação será atendida na ordem em que foi recebida". Para as empresas, a assistência aos consumidores é mais do que um exercício de relações públicas. O estudo sobre episódios de raiva dos consumidores, tomando diversos conjuntos de dados como base, mostrou que, em 2015, empresas instaladas nos Estados Unidos correram riscos de perdas que superam os US$ 202 bilhões. Era o resultado de sérios problemas com seus produtos ou serviços prestados. Como indica o relatório do International Customer Management Institute, "se as organizações não se preocupam em satisfazer as expectativas de seus consumidores, podem descobrir em um intervalo curto de tempo que não lhes restam muitos clientes para satisfazer." - ATAQUE DE NERVOS Levantamento feito nos EUA mostra quais frases mais irritam consumidores* Por favor, dê a sua nota no questionário ao fim deste atendimento (80%) Sua ligação é muito importante para nós. Por favor, continue na linha (80%) Posso pedir suas informações novamente? (77%) Infelizmente, essa é a nossa política (75%) Você responderia uma rápida pesquisa após esta chamada? (75%) *Números mostram percentual de citações das frases pelos entrevistados Fonte: National Customer Rage Study Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mercado
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Com discurso repetitivo, call center deixa cliente em fúria, diz estudoUma pesquisa feita nos Estados Unidos sobre acessos de raiva dos consumidores constatou que muitas empresas estão fazendo as coisas certas, mas da maneira errada. Por exemplo: elas têm centrais de atendimento telefônico, mas com pessoal insuficiente, o que faz com que as queixas se acumulem. O estudo, conduzido em 2015 pela consultoria americana Customer Care em parceria com a Universidade do Arizona, é o sétimo a tratar do tema desde 1976. O trabalho mais recente constatou que 54% dos consumidores reportaram problemas com um produto ou serviço nos 12 meses precedentes, um aumento de quatro pontos percentuais ante os números de 2013. Em 1976, o número era de 32%. Como as coisas chegaram a esse ponto? Scott Broetzmann, presidente-executivo da Consumer Care, disse que as empresas direcionam os consumidores ao autoatendimento, que é a abordagem de mais baixo custo. A tecnologia permite que clientes executem tarefas como verificar o saldo de uma conta, mas as coisas podem se complicar quanto há uma dúvida ou problema. SEM RESPOSTA Broetzmann disse que as empresas às vezes adotam "abordagens tacanhas", que podem irritar os consumidores ou deixá-los sem resposta, por conta de sistemas internos de mensuração de desempenho. Por exemplo, algumas centrais de atendimento exigem que o funcionário diga o nome do cliente pelo menos três vezes durante um contato telefônico. Um relatório do International Customer Management Institute, organização de treinamento e pesquisa, enfatiza esse ponto. "Quando o assunto é selecionar indicadores e fontes de dados, não faz sentido medir alguma coisa simplesmente porque esse fator sempre foi medido ou porque essa é a mais recente tendência do setor", afirma o estudo. A razão de o mau atendimento irritar tanto está ligado ao sentimento do cliente, que se acha desrespeitado. "O desrespeito pode gerar raiva porque, nas porções mais primitivas do nosso cérebro, isso está vinculado à sobrevivência", diz Kit Yarrow, psicóloga do consumo e professora emérita de psicologia e marketing da Universidade Golden Gate, em São Francisco (Califórnia). Na época em que vivíamos nas cavernas, "ser desconsiderado ou visto como irrelevante equivalia a uma sentença de morte", complementa a psicóloga. FRASES DE EFEITO O estudo sobre episódios de raiva de consumidores constatou que quase 50% dos que responderam consideravam a mensagem "sua ligação é muito importante para nós, por favor continue esperando" como muito irritante, e outros 17% afirmavam que ela deveria ser eliminada. Outras frases detestadas são "nossa regra é..." e "no momento estamos atendendo a outros clientes, sua ligação será atendida na ordem em que foi recebida". Para as empresas, a assistência aos consumidores é mais do que um exercício de relações públicas. O estudo sobre episódios de raiva dos consumidores, tomando diversos conjuntos de dados como base, mostrou que, em 2015, empresas instaladas nos Estados Unidos correram riscos de perdas que superam os US$ 202 bilhões. Era o resultado de sérios problemas com seus produtos ou serviços prestados. Como indica o relatório do International Customer Management Institute, "se as organizações não se preocupam em satisfazer as expectativas de seus consumidores, podem descobrir em um intervalo curto de tempo que não lhes restam muitos clientes para satisfazer." - ATAQUE DE NERVOS Levantamento feito nos EUA mostra quais frases mais irritam consumidores* Por favor, dê a sua nota no questionário ao fim deste atendimento (80%) Sua ligação é muito importante para nós. Por favor, continue na linha (80%) Posso pedir suas informações novamente? (77%) Infelizmente, essa é a nossa política (75%) Você responderia uma rápida pesquisa após esta chamada? (75%) *Números mostram percentual de citações das frases pelos entrevistados Fonte: National Customer Rage Study Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Fãs podem alugar antigo apartamento de Kurt Cobain e Courtney Love
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Apartamento para três pessoas na avenida Spaulding, em Los Angeles. Um dormitório, um banheiro, televisão, ar condicionado, estacionamento e internet sem fio. Histórico: pertenceu a Kurt Cobain e a Courtney Love de 1991 a 1992. O locatário, Brandon Kleinman, é um designer de interiores de 31 anos que mora no apartamento desde 2011. Agora ele aluga um dos quartos da casa, onde o casal viveu enquanto Love estava grávida de Frances Cobain, a US$ 150 por noite (cerca de R$ 450) no site Airbnb. Segundo uma reportagem do jornal "Los Angeles Times", o período em que Kurt e Courtney viveram no apartamento foi marcado pelo uso de heroína e pela imersão do ex-líder do Nirvana na pintura, atividade que ele, inclusive, praticou com frequência nas paredes do imóvel, que costumava ficar entulhado de lixo. Tanto que ainda pode ser possível encontrar alguns desenhos do músico pela casa sob a atual camada de tinta que recobre as paredes do local, disse Kleinman ao site "Vulture". "Há pintura de látex por toda a lareira. Sei que tem toneladas de arte debaixo da atual cobertura. Quero descobrir se há algum jeito de chegar até essa pintura escondida e descobrir o que tem desenhado lá", contou. Há boatos também de que a canção "Heart-Shaped Box" tenha sido escrita na banheira do apartamento, diz o proprietário. Kleinmen diz que não costuma alugar muito o quarto – quando isso acontece, "quatro ou cinco vezes por ano", geralmente é para fãs do Nirvana. "Acho que o Airbnb escondeu o lugar em sua lista por algum motivo. Uma vez, tive um hóspede da Alemanha que visitou cada lugar em que Kurt esteve em Los Angeles. São sempre estadias de uma ou duas noites." A intimidade de Kurt Cobain ressurge agora com o documentário "Montage of Heck", sobre sua trajetória. Produzido pela HBO, o filme com imagens e gravações inéditas do músico estreia na TV em 4 de maio e mostrará cenas do Nirvana no Brasil.
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ilustrada
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Fãs podem alugar antigo apartamento de Kurt Cobain e Courtney LoveApartamento para três pessoas na avenida Spaulding, em Los Angeles. Um dormitório, um banheiro, televisão, ar condicionado, estacionamento e internet sem fio. Histórico: pertenceu a Kurt Cobain e a Courtney Love de 1991 a 1992. O locatário, Brandon Kleinman, é um designer de interiores de 31 anos que mora no apartamento desde 2011. Agora ele aluga um dos quartos da casa, onde o casal viveu enquanto Love estava grávida de Frances Cobain, a US$ 150 por noite (cerca de R$ 450) no site Airbnb. Segundo uma reportagem do jornal "Los Angeles Times", o período em que Kurt e Courtney viveram no apartamento foi marcado pelo uso de heroína e pela imersão do ex-líder do Nirvana na pintura, atividade que ele, inclusive, praticou com frequência nas paredes do imóvel, que costumava ficar entulhado de lixo. Tanto que ainda pode ser possível encontrar alguns desenhos do músico pela casa sob a atual camada de tinta que recobre as paredes do local, disse Kleinman ao site "Vulture". "Há pintura de látex por toda a lareira. Sei que tem toneladas de arte debaixo da atual cobertura. Quero descobrir se há algum jeito de chegar até essa pintura escondida e descobrir o que tem desenhado lá", contou. Há boatos também de que a canção "Heart-Shaped Box" tenha sido escrita na banheira do apartamento, diz o proprietário. Kleinmen diz que não costuma alugar muito o quarto – quando isso acontece, "quatro ou cinco vezes por ano", geralmente é para fãs do Nirvana. "Acho que o Airbnb escondeu o lugar em sua lista por algum motivo. Uma vez, tive um hóspede da Alemanha que visitou cada lugar em que Kurt esteve em Los Angeles. São sempre estadias de uma ou duas noites." A intimidade de Kurt Cobain ressurge agora com o documentário "Montage of Heck", sobre sua trajetória. Produzido pela HBO, o filme com imagens e gravações inéditas do músico estreia na TV em 4 de maio e mostrará cenas do Nirvana no Brasil.
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Apenas 4,5% das escolas públicas do país têm infraestrutura prevista em lei
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Apenas 4,5% das escolas públicas do país têm todos os itens de infraestrutura previstos em lei, no Plano Nacional de Educação (PNE), de acordo com levantamento feito pelo movimento Todos pela Educação. As condições de infraestrutura são mais críticas no ensino fundamental, etapa que vai do 1º ao 9º ano: 4,8% das escolas possuem todos os itens. No ensino médio, a porcentagem sobe para 22,6%. O levantamento foi feito com base no Censo Escolar de 2015 e levou em consideração o acesso a energia elétrica; abastecimento de água tratada; esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos; espaços para a prática esportiva e para acesso a bens culturais e artísticos; e, equipamentos e laboratórios de ciências. Foi considerada ainda a acessibilidade às pessoas com deficiência. Entre os itens mais críticos estão o laboratório de ciências —presente em apenas 8,6% das escolas públicas de ensino fundamental e 43,9% de ensino médio— e a quadra esportiva —presente em apenas 31% de todas as escolas públicas. Fatores básicos, como acesso à água tratada e esgoto sanitário, ainda não são universais, sendo verificados, respectivamente, em 91,5% e 37,9% das escolas públicas. "O percentual de escolas bem equipadas é super baixo. Em muitos casos estão questões básicas como água potável e esgotamento. Esse percentual não melhora notavelmente. O investimento nas escolas sem dúvida vai estar prejudicado com crise econômica", diz a superintendente do Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco. Os itens são determinados no PNE, Lei 13005/2014, que estabelece metas e estratégias a serem cumpridas pelo país da educação infantil a pós-graduação, até 2024. O PNE estabelece também uma estratégia intermediária, de dois anos de vigência (prazo que terminou na última sexta-feira), quando o país deveria ter definido parâmetros mínimos de qualidade dos serviços da educação básica. Esses parâmetros seriam utilizados como referência para infraestrutura das escolas, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino. No entanto, isso não foi feito. "Esses parâmetros servirão de referência para a infraestrutura e demais insumos. A partir deles, poderíamos definir outra questão do plano, que é o financiamento com o CAQi [Custo Aluno-Qualidade inicial]", diz Alejandra. Os itens já expressos na lei deverão estar presentes nas escolas até 2024. A definição clara de parâmetros de qualidade, no entanto, poderá orientar melhor a infraestrutura e os gastos com educação. Segundo Alejandra, enquanto alguns aspectos do PNE —como o financiamento e a Base Nacional Comum Curricular— têm mais destaque, o básico, que é definir uma cesta de insumos necessários, não tem sido discutido. Na opinião dela, trata-se de um assunto complexo e que varia conforme cada localidade do país. "Vai depender de itens que são necessários em diferentes lugares, de condições climáticas distintas. Isso que não vem sendo discutido, como lidar com a desigualdade no pais. Têm redes mais estruturadas, têm outras que precisam começar do zero, mesmo dentro das grandes metrópoles". ESTRUTURA X QUALIDADE Não há uma comprovação unânime entre os estudiosos de que melhor infraestrutura significa necessariamente maior qualidade da educação. Para o professor da Universidade de Brasília Joaquim Soares Neto, no entanto, esse fator faz diferença no contexto brasileiro. "Na realidade brasileira, infraestrutura está sim relacionada com qualidade de ensino. Temos uma grande desigualdade de infraestrutura e infelizmente as escolas menos equipadas atendem os alunos mais carentes. Os alunos vêm com uma dificuldade devido a diversos fatores e ainda chegam em escolas menos preparadas", diz. Soares, que é membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e já foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2013, Soares divulgou um estudo no qual cria uma escala para os itens de infraestrutura presentes na escola. Segundo o levantamento, a maior parte das escolas brasileiras (84,5%) apresenta uma estrutura elementar ou básica. Isso significa que tem apenas itens como água, banheiro, energia, esgoto e cozinha. Na outra ponta, 0,6% das escolas apresenta uma infraestrutura considerada avançada, com sala de professores, biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, parque infantil, além de laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades especiais.
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Apenas 4,5% das escolas públicas do país têm infraestrutura prevista em leiApenas 4,5% das escolas públicas do país têm todos os itens de infraestrutura previstos em lei, no Plano Nacional de Educação (PNE), de acordo com levantamento feito pelo movimento Todos pela Educação. As condições de infraestrutura são mais críticas no ensino fundamental, etapa que vai do 1º ao 9º ano: 4,8% das escolas possuem todos os itens. No ensino médio, a porcentagem sobe para 22,6%. O levantamento foi feito com base no Censo Escolar de 2015 e levou em consideração o acesso a energia elétrica; abastecimento de água tratada; esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos; espaços para a prática esportiva e para acesso a bens culturais e artísticos; e, equipamentos e laboratórios de ciências. Foi considerada ainda a acessibilidade às pessoas com deficiência. Entre os itens mais críticos estão o laboratório de ciências —presente em apenas 8,6% das escolas públicas de ensino fundamental e 43,9% de ensino médio— e a quadra esportiva —presente em apenas 31% de todas as escolas públicas. Fatores básicos, como acesso à água tratada e esgoto sanitário, ainda não são universais, sendo verificados, respectivamente, em 91,5% e 37,9% das escolas públicas. "O percentual de escolas bem equipadas é super baixo. Em muitos casos estão questões básicas como água potável e esgotamento. Esse percentual não melhora notavelmente. O investimento nas escolas sem dúvida vai estar prejudicado com crise econômica", diz a superintendente do Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco. Os itens são determinados no PNE, Lei 13005/2014, que estabelece metas e estratégias a serem cumpridas pelo país da educação infantil a pós-graduação, até 2024. O PNE estabelece também uma estratégia intermediária, de dois anos de vigência (prazo que terminou na última sexta-feira), quando o país deveria ter definido parâmetros mínimos de qualidade dos serviços da educação básica. Esses parâmetros seriam utilizados como referência para infraestrutura das escolas, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino. No entanto, isso não foi feito. "Esses parâmetros servirão de referência para a infraestrutura e demais insumos. A partir deles, poderíamos definir outra questão do plano, que é o financiamento com o CAQi [Custo Aluno-Qualidade inicial]", diz Alejandra. Os itens já expressos na lei deverão estar presentes nas escolas até 2024. A definição clara de parâmetros de qualidade, no entanto, poderá orientar melhor a infraestrutura e os gastos com educação. Segundo Alejandra, enquanto alguns aspectos do PNE —como o financiamento e a Base Nacional Comum Curricular— têm mais destaque, o básico, que é definir uma cesta de insumos necessários, não tem sido discutido. Na opinião dela, trata-se de um assunto complexo e que varia conforme cada localidade do país. "Vai depender de itens que são necessários em diferentes lugares, de condições climáticas distintas. Isso que não vem sendo discutido, como lidar com a desigualdade no pais. Têm redes mais estruturadas, têm outras que precisam começar do zero, mesmo dentro das grandes metrópoles". ESTRUTURA X QUALIDADE Não há uma comprovação unânime entre os estudiosos de que melhor infraestrutura significa necessariamente maior qualidade da educação. Para o professor da Universidade de Brasília Joaquim Soares Neto, no entanto, esse fator faz diferença no contexto brasileiro. "Na realidade brasileira, infraestrutura está sim relacionada com qualidade de ensino. Temos uma grande desigualdade de infraestrutura e infelizmente as escolas menos equipadas atendem os alunos mais carentes. Os alunos vêm com uma dificuldade devido a diversos fatores e ainda chegam em escolas menos preparadas", diz. Soares, que é membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e já foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2013, Soares divulgou um estudo no qual cria uma escala para os itens de infraestrutura presentes na escola. Segundo o levantamento, a maior parte das escolas brasileiras (84,5%) apresenta uma estrutura elementar ou básica. Isso significa que tem apenas itens como água, banheiro, energia, esgoto e cozinha. Na outra ponta, 0,6% das escolas apresenta uma infraestrutura considerada avançada, com sala de professores, biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, parque infantil, além de laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades especiais.
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Reunião da Fifa expõe isolamento do futebol brasileiro nos bastidores
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A cidade suíça de Zurique simboliza nesta semana quão isolado está o futebol brasileiro dos bastidores das principais decisões do futebol internacional. Enquanto José Maria Marin continua preso à espera de definição sobre a extradição aos EUA, seu sucessor na CBF, Marco Polo Del Nero, vai se ausentar pela terceira vez de reunião do comitê executivo da Fifa, correndo cada vez mais risco de ser trocado no cargo pelos cartolas da Conmebol, entidade sul-americana que representa no colegiado. Ao mesmo tempo, o brasileiro Zico desembarcou em Zurique e já virou alvo de ironia do presidente da Uefa, Michel Platini, por não fazer decolar a ideia de ser candidato à presidência da Fifa na eleição de fevereiro. Zico não consegue atender à exigência de pelo menos cinco cartas de apoio das 209 federações filiadas para poder disputar. Na Suíça, ele entregou uma carta ao presidente Joseph Blatter em que reclama das regras. "Uma eleição baseada no atual modelo só é satisfatória para quem já está comprometido com ele", disse o brasileiro. "Regras são regras. Ele (Zico) não tem as cinco cartas (das federações)? Sinto muito", afirmou Platini, sorrindo, em tom de ironia, gesticulando os braços, ao responder a uma pergunta da Folha, em Zurique. O ex-jogador francês é o favorito para vencer a eleição. Já Del Nero faltará ao encontro da Fifa sem antes não passar por um constrangimento: a agenda da reunião, a ser realizada entre quinta (24) e sexta (25), prevê uma apresentação dele sobre os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. A programação oficial cita o nome de Del Nero como responsável pelo quinto item da pauta. O dirigente evita deixar o Brasil desde que estourou o escândalo que levou à prisão de sete dirigentes no dia 27 de maio, entre eles Marin, que espera para essa semana a decisão sobre sua extradição. Del Nero preside o comitê da Fifa que organiza o futebol dos Jogos Olímpicos. Ele já se ausentou do encontro realizado na segunda (21) sobre o tema em Zurique. O cartola é suspeito de envolvimento na investigação conduzida pelas autoridades americanas. Teme ser preso no exterior, assim como seu antecessor. A ausência dele nas decisões enfraquece a influência não só do futebol brasileiro, mas também da Conmebol. Cartolas sul-americanos querem substitui-lo no posto da Fifa, gesto que conta com a simpatia do presidente, Joseph Blatter, insatisfeito com as ausências repetidas de Del Nero nas reuniões. Questionada pela Folha, a assessoria da Fifa negou-se a responder se havia sido avisada de que o cartola faltaria novamente. A reunião prevê um informe sobre as investigações nos EUA e na Suíça relacionadas a corrupção. Del Nero vai ficar de fora, por exemplo, da discussão sobre as propostas do comitê de reforma criado em meio ao escândalo. Entre os tópicos mais importantes estão o limite de mandatos para cartolas e a divulgação de seus salários, um assunto tabu para a cartolagem. A Fifa incluiu ainda um tópico para discutir a data e o local da próxima reunião do seu comitê executivo, em dezembro. Tradicionalmente, o encontro no fim do ano é realizado no país sede do Mundial de Clubes - foi assim no Marrocos, no ano passado. Ou seja, a previsão era que, desta vez, fosse realizado no Japão, que recebe o torneio. Blatter, no entanto, tem evitado deixar a Suíça, temendo ser alvo de algum pedido de prisão por autoridades americanas. A inclusão do tema na reunião desta semana, portanto, indica a possibilidade de que a próxima reunião não ocorra no Japão.
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esporte
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Reunião da Fifa expõe isolamento do futebol brasileiro nos bastidoresA cidade suíça de Zurique simboliza nesta semana quão isolado está o futebol brasileiro dos bastidores das principais decisões do futebol internacional. Enquanto José Maria Marin continua preso à espera de definição sobre a extradição aos EUA, seu sucessor na CBF, Marco Polo Del Nero, vai se ausentar pela terceira vez de reunião do comitê executivo da Fifa, correndo cada vez mais risco de ser trocado no cargo pelos cartolas da Conmebol, entidade sul-americana que representa no colegiado. Ao mesmo tempo, o brasileiro Zico desembarcou em Zurique e já virou alvo de ironia do presidente da Uefa, Michel Platini, por não fazer decolar a ideia de ser candidato à presidência da Fifa na eleição de fevereiro. Zico não consegue atender à exigência de pelo menos cinco cartas de apoio das 209 federações filiadas para poder disputar. Na Suíça, ele entregou uma carta ao presidente Joseph Blatter em que reclama das regras. "Uma eleição baseada no atual modelo só é satisfatória para quem já está comprometido com ele", disse o brasileiro. "Regras são regras. Ele (Zico) não tem as cinco cartas (das federações)? Sinto muito", afirmou Platini, sorrindo, em tom de ironia, gesticulando os braços, ao responder a uma pergunta da Folha, em Zurique. O ex-jogador francês é o favorito para vencer a eleição. Já Del Nero faltará ao encontro da Fifa sem antes não passar por um constrangimento: a agenda da reunião, a ser realizada entre quinta (24) e sexta (25), prevê uma apresentação dele sobre os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. A programação oficial cita o nome de Del Nero como responsável pelo quinto item da pauta. O dirigente evita deixar o Brasil desde que estourou o escândalo que levou à prisão de sete dirigentes no dia 27 de maio, entre eles Marin, que espera para essa semana a decisão sobre sua extradição. Del Nero preside o comitê da Fifa que organiza o futebol dos Jogos Olímpicos. Ele já se ausentou do encontro realizado na segunda (21) sobre o tema em Zurique. O cartola é suspeito de envolvimento na investigação conduzida pelas autoridades americanas. Teme ser preso no exterior, assim como seu antecessor. A ausência dele nas decisões enfraquece a influência não só do futebol brasileiro, mas também da Conmebol. Cartolas sul-americanos querem substitui-lo no posto da Fifa, gesto que conta com a simpatia do presidente, Joseph Blatter, insatisfeito com as ausências repetidas de Del Nero nas reuniões. Questionada pela Folha, a assessoria da Fifa negou-se a responder se havia sido avisada de que o cartola faltaria novamente. A reunião prevê um informe sobre as investigações nos EUA e na Suíça relacionadas a corrupção. Del Nero vai ficar de fora, por exemplo, da discussão sobre as propostas do comitê de reforma criado em meio ao escândalo. Entre os tópicos mais importantes estão o limite de mandatos para cartolas e a divulgação de seus salários, um assunto tabu para a cartolagem. A Fifa incluiu ainda um tópico para discutir a data e o local da próxima reunião do seu comitê executivo, em dezembro. Tradicionalmente, o encontro no fim do ano é realizado no país sede do Mundial de Clubes - foi assim no Marrocos, no ano passado. Ou seja, a previsão era que, desta vez, fosse realizado no Japão, que recebe o torneio. Blatter, no entanto, tem evitado deixar a Suíça, temendo ser alvo de algum pedido de prisão por autoridades americanas. A inclusão do tema na reunião desta semana, portanto, indica a possibilidade de que a próxima reunião não ocorra no Japão.
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O general e a memória do Holocausto
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O general soviético Vassily Petrenko, condecoração Ordem de Lênin espetada na farda, caminhava lentamente por uma rua de Jerusalém. Corria o ano de 1992, e ele havia desembarcado em Israel para participar de cerimônia em homenagem às vítimas do Holocausto. Em meio à caminhada, Petrenko avistou um homem de idade avançada, andar lento, se aproximar. Envergava o uniforme do Exército Vermelho. O combatente aposentado, diante do visitante soviético, bateu continência e disparou, em russo: "Coronel Petrenko, soldado Nahum Wainberg, da 107° Divisão, se apresentando". Quase cinquenta anos depois, o reencontro de dois participantes da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, ocorrida a 27 de janeiro de 1945. Petrenko foi um dos comandantes da ofensiva, em solo polonês, contra o infame palco da engrenagem mortífera nazista, responsável pelo extermínio de cerca de 1,1 milhão de pessoas, dos quais mais de 90% eram judeus. Lembrei-me de Petrenko na última sexta (27), Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, data instituída pela ONU. Conheci o general quando morava em Moscou, nos anos 1990, como correspondente da Folha, e construímos amizade sólida. Ele morreu na capital russa, em 2003, aos 91 anos. Depois da primeira entrevista, passei a visitá-lo com certa frequência. Ouvia, com desvelo, histórias da Segunda Guerra Mundial e reflexões sobre os dias turbulentos da desintegração do império soviético. O endereço de Petrenko transbordava simbolismo: praça da Vitória, 1. Nas redondezas, viviam militares aposentados do Exército Vermelho, e meu anfitrião se destacava entre os vizinhos pela invejável forma física. À época, contabilizava 80 anos e revelava sua fórmula para manter-se saudável. "Um casamento de 55 anos!", dizia. Vassily Petrenko transformou-se num dos mais jovens comandantes do Exército Vermelho na Segunda Guerra Mundial. "Vi muita gente enforcada e queimada", relatou, em uma de suas entrevistas à mídia internacional. "Mas ainda assim não estava preparado para Auschwitz". Memórias dos dias sangrentos da guerra reservam espaço especial para dois colegas. Petrenko fazia questão de ressaltar o papel do general Pavel Kurotchkin, comandante do 60° Exército, responsável por, em decisão própria, acelerar o avanço das tropas soviéticas rumo a Auschwitz, para estancar a matança. O general soviético recordava-se também de Semion Bezprozvanei. "Era um soldado judeu da minha divisão", contava. "Morreu quando tentava invadir o campo". Foi sepultado em Cracóvia, ao lado de cerca de uma centena de militares da divisão comandada por Petrenko. Um dos protagonistas de momento indelével da história do século 20, Petrenko demonstrava frequentemente preocupação com revisionistas empenhados em apagar as atrocidades nazistas. Combatia-os com livros, entrevistas e palestras. Em 1992, com o soldado Nahum Wainberg, numa calçada de Jerusalém, conversou exatamente sobre a necessidade de manutenção de tal legado, de combate ao revisionismo histórico. E, até hoje, o desafio permanece.
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O general e a memória do HolocaustoO general soviético Vassily Petrenko, condecoração Ordem de Lênin espetada na farda, caminhava lentamente por uma rua de Jerusalém. Corria o ano de 1992, e ele havia desembarcado em Israel para participar de cerimônia em homenagem às vítimas do Holocausto. Em meio à caminhada, Petrenko avistou um homem de idade avançada, andar lento, se aproximar. Envergava o uniforme do Exército Vermelho. O combatente aposentado, diante do visitante soviético, bateu continência e disparou, em russo: "Coronel Petrenko, soldado Nahum Wainberg, da 107° Divisão, se apresentando". Quase cinquenta anos depois, o reencontro de dois participantes da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, ocorrida a 27 de janeiro de 1945. Petrenko foi um dos comandantes da ofensiva, em solo polonês, contra o infame palco da engrenagem mortífera nazista, responsável pelo extermínio de cerca de 1,1 milhão de pessoas, dos quais mais de 90% eram judeus. Lembrei-me de Petrenko na última sexta (27), Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, data instituída pela ONU. Conheci o general quando morava em Moscou, nos anos 1990, como correspondente da Folha, e construímos amizade sólida. Ele morreu na capital russa, em 2003, aos 91 anos. Depois da primeira entrevista, passei a visitá-lo com certa frequência. Ouvia, com desvelo, histórias da Segunda Guerra Mundial e reflexões sobre os dias turbulentos da desintegração do império soviético. O endereço de Petrenko transbordava simbolismo: praça da Vitória, 1. Nas redondezas, viviam militares aposentados do Exército Vermelho, e meu anfitrião se destacava entre os vizinhos pela invejável forma física. À época, contabilizava 80 anos e revelava sua fórmula para manter-se saudável. "Um casamento de 55 anos!", dizia. Vassily Petrenko transformou-se num dos mais jovens comandantes do Exército Vermelho na Segunda Guerra Mundial. "Vi muita gente enforcada e queimada", relatou, em uma de suas entrevistas à mídia internacional. "Mas ainda assim não estava preparado para Auschwitz". Memórias dos dias sangrentos da guerra reservam espaço especial para dois colegas. Petrenko fazia questão de ressaltar o papel do general Pavel Kurotchkin, comandante do 60° Exército, responsável por, em decisão própria, acelerar o avanço das tropas soviéticas rumo a Auschwitz, para estancar a matança. O general soviético recordava-se também de Semion Bezprozvanei. "Era um soldado judeu da minha divisão", contava. "Morreu quando tentava invadir o campo". Foi sepultado em Cracóvia, ao lado de cerca de uma centena de militares da divisão comandada por Petrenko. Um dos protagonistas de momento indelével da história do século 20, Petrenko demonstrava frequentemente preocupação com revisionistas empenhados em apagar as atrocidades nazistas. Combatia-os com livros, entrevistas e palestras. Em 1992, com o soldado Nahum Wainberg, numa calçada de Jerusalém, conversou exatamente sobre a necessidade de manutenção de tal legado, de combate ao revisionismo histórico. E, até hoje, o desafio permanece.
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Spotify faz acordo e terá de pagar direitos autorais devidos nos EUA
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O Spotify, líder mundial de serviços de streaming de música, chegou nesta quinta-feira (17) a um acordo sobre o pagamento de direitos autorais nos Estados Unidos, um passo para evitar eventuais ações judiciais no futuro. O acordo, anunciado em um comunicado conjunto do Spotify e da Associação Nacional Discográfica, que defende os detentores de direitos autorais nos Estados Unidos, "é um passo crucial para melhorar a transparência no mundo da música e garantir que os compositores recebam seus direitos autorais". Uma fonte ligada às negociações informou à AFP que os direitos autorais não pagos somam US$ 16 milhões, aos quais o Spotify agregaria mais US$ 5 milhões. O acordo estabelece que cada autor ou selo que tenha alguma de suas canções distribuída pela plataforma sem pagamento poderá solicitar uma indenização. Até o momento, o Spotify afirmava não ter as informações necessárias para identificar autores e selos para o pagamento dos direitos autorais.
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Spotify faz acordo e terá de pagar direitos autorais devidos nos EUAO Spotify, líder mundial de serviços de streaming de música, chegou nesta quinta-feira (17) a um acordo sobre o pagamento de direitos autorais nos Estados Unidos, um passo para evitar eventuais ações judiciais no futuro. O acordo, anunciado em um comunicado conjunto do Spotify e da Associação Nacional Discográfica, que defende os detentores de direitos autorais nos Estados Unidos, "é um passo crucial para melhorar a transparência no mundo da música e garantir que os compositores recebam seus direitos autorais". Uma fonte ligada às negociações informou à AFP que os direitos autorais não pagos somam US$ 16 milhões, aos quais o Spotify agregaria mais US$ 5 milhões. O acordo estabelece que cada autor ou selo que tenha alguma de suas canções distribuída pela plataforma sem pagamento poderá solicitar uma indenização. Até o momento, o Spotify afirmava não ter as informações necessárias para identificar autores e selos para o pagamento dos direitos autorais.
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De 'saco cheio' de NY, Jim Jarmusch se refugia em casinha e estreia 'Paterson'
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Jim Jarmusch, um dos mais importantes cineastas americanos em atividade, está de bem com a vida. Aos 64 anos, passou a fase turbulenta de precisar "mendigar" para financiar filmes como "Amantes Eternos" (2013) e encontrou refúgio na Amazon Studios, empresa ligada ao portal de vendas on-line. Seu longa mais recente, "Paterson", que estreou na última quinta (20), reflete o momento "paz e amor" do diretor de "Estranhos no Paraíso" (1984). É uma ode à vida simples numa cidade do interior, onde um motorista de ônibus (Adam Driver) aproveita cada segundo para escrever poemas cotidianos. Inspirado pelos textos do modernista William Carlos Williams (1883-1963), o filme traz poesias de Ron Padgett, membro da New York School, movimento da década de 1950 que influenciou o jovem Jarmusch. "Ficaria profundamente honrando se alguém um dia falasse que sou a extensão cinematográfica da New York School", disse em entrevista à Folha em Cannes, onde lançou o filme no ano passado. * Folha - "Paterson" é uma carta de amor à vida simples? Jim Jarmusch - Estou ficando de saco cheio da cidade. Ainda moro em Nova York, mas também tenho uma pequena casa nas montanhas, onde estou cercado por natureza, com ursos, coiotes e cervos. Ainda passo três semanas por mês na cidade e uma no campo, mas estou trabalhando para inverter isso. A cidade é muito barulhenta. Tudo gira em torno de dinheiro. Engraçado você falar isso sendo que sempre teve interesse pela cultura underground urbana. Hoje, Nova York tem três vezes mais pessoas que no fim dos anos 1970, quando me mudei para lá. A cultura underground vem dos jovens ou das pessoas que não têm muita grana. A cidade agora é para os ricos. Alguns anos atrás, você disse que estava deprimido e pensava em abandonar a carreira por causa das dificuldades de financiamento. Isso mudou? Estava em baixa. Conseguir dinheiro é muito difícil. "Amantes Eternos" se passa em Detroit, mas filmei muito fora da cidade e em estúdios. Foi como domesticar um lobo. Gosto de estar solto no mundo em lugares reais. Ainda não estou feliz com a situação. Mesmo com a Amazon bancando o projeto? É uma grande corporação, certo? Antigamente, vendíamos o filme e dividíamos o lucro. Era simples. Agora, se você faz US$ 1 milhão, ganha US$ 3. Mas foda-se, só quero fazer a porra do filme. A Amazon foi cuidadosa comigo, nunca deixou de pensar no lançamento nos cinemas, nunca quis interferir no elenco. Não me entenda mal, eles não são malvados que estão me oprimindo. O mundo é assim hoje. A Amazon facilita meu trabalho, mas o cenário geral é frustrante, e eu estava preparado para desistir de fazer novos longas. Essa luta não faz parte da profissão? Sou um cineasta amador. Esta palavra vem do amor. Profissional é aquele que faz o trabalho por dinheiro. Gostaria de cavar um buraco no meu jardim e encontrar dinheiro para financiar meus filmes. Uma grande mudança em "Paterson" é que não é um filme irônico. Quando eu era mais jovem, eu me sentia um espertalhão. Ironia pode ser interessante, mas representa menos na minha vida hoje em dia. A vida é tão frágil e efêmera. Por que escolheu Adam Driver como protagonista? Adoro o rosto dele, sua maneira de se movimentar. Adam tem um tempo só dele.
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De 'saco cheio' de NY, Jim Jarmusch se refugia em casinha e estreia 'Paterson'Jim Jarmusch, um dos mais importantes cineastas americanos em atividade, está de bem com a vida. Aos 64 anos, passou a fase turbulenta de precisar "mendigar" para financiar filmes como "Amantes Eternos" (2013) e encontrou refúgio na Amazon Studios, empresa ligada ao portal de vendas on-line. Seu longa mais recente, "Paterson", que estreou na última quinta (20), reflete o momento "paz e amor" do diretor de "Estranhos no Paraíso" (1984). É uma ode à vida simples numa cidade do interior, onde um motorista de ônibus (Adam Driver) aproveita cada segundo para escrever poemas cotidianos. Inspirado pelos textos do modernista William Carlos Williams (1883-1963), o filme traz poesias de Ron Padgett, membro da New York School, movimento da década de 1950 que influenciou o jovem Jarmusch. "Ficaria profundamente honrando se alguém um dia falasse que sou a extensão cinematográfica da New York School", disse em entrevista à Folha em Cannes, onde lançou o filme no ano passado. * Folha - "Paterson" é uma carta de amor à vida simples? Jim Jarmusch - Estou ficando de saco cheio da cidade. Ainda moro em Nova York, mas também tenho uma pequena casa nas montanhas, onde estou cercado por natureza, com ursos, coiotes e cervos. Ainda passo três semanas por mês na cidade e uma no campo, mas estou trabalhando para inverter isso. A cidade é muito barulhenta. Tudo gira em torno de dinheiro. Engraçado você falar isso sendo que sempre teve interesse pela cultura underground urbana. Hoje, Nova York tem três vezes mais pessoas que no fim dos anos 1970, quando me mudei para lá. A cultura underground vem dos jovens ou das pessoas que não têm muita grana. A cidade agora é para os ricos. Alguns anos atrás, você disse que estava deprimido e pensava em abandonar a carreira por causa das dificuldades de financiamento. Isso mudou? Estava em baixa. Conseguir dinheiro é muito difícil. "Amantes Eternos" se passa em Detroit, mas filmei muito fora da cidade e em estúdios. Foi como domesticar um lobo. Gosto de estar solto no mundo em lugares reais. Ainda não estou feliz com a situação. Mesmo com a Amazon bancando o projeto? É uma grande corporação, certo? Antigamente, vendíamos o filme e dividíamos o lucro. Era simples. Agora, se você faz US$ 1 milhão, ganha US$ 3. Mas foda-se, só quero fazer a porra do filme. A Amazon foi cuidadosa comigo, nunca deixou de pensar no lançamento nos cinemas, nunca quis interferir no elenco. Não me entenda mal, eles não são malvados que estão me oprimindo. O mundo é assim hoje. A Amazon facilita meu trabalho, mas o cenário geral é frustrante, e eu estava preparado para desistir de fazer novos longas. Essa luta não faz parte da profissão? Sou um cineasta amador. Esta palavra vem do amor. Profissional é aquele que faz o trabalho por dinheiro. Gostaria de cavar um buraco no meu jardim e encontrar dinheiro para financiar meus filmes. Uma grande mudança em "Paterson" é que não é um filme irônico. Quando eu era mais jovem, eu me sentia um espertalhão. Ironia pode ser interessante, mas representa menos na minha vida hoje em dia. A vida é tão frágil e efêmera. Por que escolheu Adam Driver como protagonista? Adoro o rosto dele, sua maneira de se movimentar. Adam tem um tempo só dele.
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Anvisa vai criar regras para cultivo de maconha medicinal
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Após liberar o uso de produtos à base de canabidiol por pacientes e aprovar o primeiro medicamento com THC no país, dois dos derivados da maconha, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) planeja dar mais um passo em relação ao uso da planta para fins medicinais. Até o fim deste ano, a agência vai elaborar uma norma para regular o cultivo da Cannabis para pesquisas e produção de extratos ou futuros medicamentos. Desde 2006, a lei 11.343 prevê a possibilidade de autorização para esses dois casos. A falta de regulamentação sobre o tema, porém, acaba por impedir o processo. O pontapé "oficial" para a regulamentação deve ser deliberado pelos diretores até o fim de agosto, segundo informações obtidas pela Folha. ERVA QUE CURA Para elaborar a norma, a agência tem feito missões internacionais e coletado informações em países como EUA, Canadá, Inglaterra, Holanda e Israel. Também já houve reunião com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal. Segundo o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, a ideia é estabelecer critérios como a quantidade de plantas permitidas para cultivo e medidas de segurança que devem ser adotadas. O plantio, porém, não seria liberado para a população. Inicialmente, a intenção é que essa autorização ocorra apenas para laboratórios públicos, empresas e universidades, por exemplo, com acompanhamento de órgãos reguladores e de segurança. Associações de pacientes, no entanto, poderiam fazer parcerias com universidades para ter acesso e acompanhamento, afirma Barbosa. Outro ponto em discussão, segundo a Folha apurou, é a possibilidade de haver um edital com regras para empresas interessadas no cultivo e produção de óleos e extratos à base de canabinoides. As empresas venderiam diretamente ao paciente, mediante acompanhamento da agência –modelo semelhante ao do Canadá. Hoje, parte dos pacientes que utilizam derivados da Cannabis no tratamento importam produtos de outros países, em especial óleos extratos ricos em canabidiol, substância reconhecida pelos efeitos terapêuticos. Outros recorrem à Justiça para obter autorizações para o cultivo e produção de extratos ou o fazem de forma ilegal. PESQUISA A proposta de regular o plantio nos moldes previstos na lei coincide com o aumento nos pedidos de autorização para novos estudos no país com a Cannabis. Em 2016, foram quatro novos pedidos recebidos. Em 2014 e 2015, foram dois ao todo e nenhum em 2013. O aval, porém, refere-se apenas às outras etapas –sem as regras, o cultivo é vetado. Para acesso à planta, é necessário obter por importação ou doação previamente autorizadas (caso de apreensões, por exemplo). Professora-adjunta de farmácia e coordenadora do projeto Farmacannabis na UFRJ, Virgínia Carvalho diz que a falta de uma norma específica sobre o cultivo da Cannabis gera entraves à pesquisa no país. "Para qualquer substância ilícita, é uma dificuldade. Muitos vão começar a estudar e veem tantas dificuldades e burocracia que até desistem", afirma ela, que realiza estudos com a maconha e outras drogas desde 2004. Segundo Carvalho, o ideal seria que houvesse a regulamentação também da produção para pacientes. "Se não regularem de forma real, o paralelo ainda vai ocorrer, que é mães e pais [de crianças com epilepsia e outras doenças] continuarem plantando ilegalmente", diz. Visão semelhante tem Emílio Figueiredo, advogado da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas. Para ele, é preciso cuidado para que a regulamentação não seja uma "via limitada" com monopólio às empresas e sem participação da sociedade. "É uma boa prática que tenha uma parceria de associações [de pacientes] com universidades, mas não pode se limitar a isso." Barbosa diz que a regulamentação deve acelerar as pesquisas de futuros medicamentos a partir da planta. "Há empresas com interesse porque a importação é cara." Uma delas é a start-up Entourage Phytolab, que planeja desenvolver, em parceria com a Unicamp, o primeiro fitoterápico à base de maconha no país. No último ano, a empresa importou 10 kg de maconha do Canadá e da Holanda para iniciar os estudos. "Foi a solução que encontramos para acelerar o desenvolvimento, mas isso implica em um custo alto. A regulamentação vai baratear esse processo", afirma. - Anvisa quer regular cultivo de Cannabis para pesquisa e produção para uso medicinal Como é hoje Lei 11.343, de 2006, proíbe plantio, cultura, colheita e exploração de Cannabis, "ressalvada hipótese de autorização legal" para fins medicinais e científicos, em local e prazo predeterminados e mediante fiscalização Sem regulamentação, porém, cultivo ainda não foi autorizado para nenhuma instituição de pesquisa, segundo a Anvisa. Universidades que desejam ter acesso à planta, por exemplo, precisam obter por importação ou doação previamente autorizadas O que está em discussão Ideia é elaborar uma norma para cultivo da Cannabis para fins medicinais e pesquisa até o fim deste ano, com foco em viabilizar pesquisas e produção de extratos para uso por pacientes e futuros medicamentos. Modelo inicial, em estudo, prevê que haja normas para que empresas e universidades possam ganhar autorização para realizar o cultivo, de acordo com critérios rígidos, como limite de plantas e medidas de segurança. Cultivo não seria liberado à população Um dos pontos em estudo é que possíveis produtos desenvolvidos pelas empresas, como extratos à base de canabidiol e outras substâncias derivadas da maconha, sejam notificados à Anvisa, que também teria acesso a informações sobre prescritores e pacientes -que poderiam adquirir direto das empresas Como é em outros países Canadá Produção e venda é feita por estabelecimentos autorizados; há cotas de cultivo por empresa e por produto Holanda Governo mantém setor responsável pela produção de Cannabis para fins medicinais e científicos, e que pode receber solicitações de farmácias, universidades e institutos de pesquisa Chile Monitora duas plantações autorizadas que visam extrair matéria-prima para elaboração de medicamentos Linha do Tempo - Maconha Medicinal Nov.2013 Após ver informações na internet sobre testes com canabidiol, um dos derivados da maconha, a família da brasileira Anny Fischer, que sofre de uma síndrome rara, decide importar dos Estados Unidos um óleo rico na substância para a criança Mar.2014 Uma das tentativas de importação falha e o canabidiol é barrado na alfândega. A família conta sua história a um jornalista, que lança o documentário "Ilegal" sobre o caso Abr.2014 A família de Anny consegue laudo médico da USP de Ribeirão Preto e entra na Justiça para conseguir importar o produto. O pedido é aprovado. Após o caso, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passa receber mais pedidos de autorização para importação de produtos à base de canabidiol 10.out.2014 Conselho Regional de Medicina de São Paulo autoriza a prescrição de canabidiol no Estado 11. dez.2014 Conselho Federal de Medicina autoriza médicos a prescreverem o canabidiol, mas somente para crianças com epilepsia e que não tenham tido sucesso em outros tratamentos 15.jan.2015 Anvisa libera uso medicinal de produtos à base de canabidiol, um dos derivados da maconha, retirando-o de uma lista de substâncias proibidas e colocando-o em uma lista de substâncias controladas Mar.2015 Cresce volume de decisões judiciais que obrigam a União a fornecer o canabidiol a pacientes com diferentes tipos de crises convulsivas, não apenas as epiléticas 23. abr.2015 Anvisa simplifica regras para importação de produtos à base de canabidiol e cria lista de produtos que podem ter facilitado processo de autorização para importar Ago. e set.2015 STF começa a discutir se é crime portar drogas para uso próprio. Julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vistas do ministro Teori Zavascki 21.mar.2016 Após determinação judicial, Anvisa publica resolução que autoriza prescrição e importação de medicamentos com THC, um dos princípios ativos da maconha. Antes, essa substância fazia parte da lista daquelas que não poderiam ser objeto de prescrição médica e manipulação de medicamentos no país 22.nov.2016 Anvisa aprova critérios para uso de medicamento à base de maconha e abre espaço para que remédios à base da planta possam obter registro para venda no país Nov. e dez. 2016 Três famílias, duas do RJ e uma de SP, conseguem habeas corpus que as permitem plantar e extrair óleo de maconha para uso medicinal e próprio Jan. 2017 1º medicamento à base de maconha, Mevatyl, composto por THC e canabidiol e indicado para espasticidade, ganha registro na Anvisa para chegar ao mercado brasileiro 2017 Anvisa inicia missões internacionais para países que regulamentam cultivo de Cannabis para pesquisa e produção de medicamentos e planeja medida semelhante no Brasil
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equilibrioesaude
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Anvisa vai criar regras para cultivo de maconha medicinalApós liberar o uso de produtos à base de canabidiol por pacientes e aprovar o primeiro medicamento com THC no país, dois dos derivados da maconha, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) planeja dar mais um passo em relação ao uso da planta para fins medicinais. Até o fim deste ano, a agência vai elaborar uma norma para regular o cultivo da Cannabis para pesquisas e produção de extratos ou futuros medicamentos. Desde 2006, a lei 11.343 prevê a possibilidade de autorização para esses dois casos. A falta de regulamentação sobre o tema, porém, acaba por impedir o processo. O pontapé "oficial" para a regulamentação deve ser deliberado pelos diretores até o fim de agosto, segundo informações obtidas pela Folha. ERVA QUE CURA Para elaborar a norma, a agência tem feito missões internacionais e coletado informações em países como EUA, Canadá, Inglaterra, Holanda e Israel. Também já houve reunião com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal. Segundo o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, a ideia é estabelecer critérios como a quantidade de plantas permitidas para cultivo e medidas de segurança que devem ser adotadas. O plantio, porém, não seria liberado para a população. Inicialmente, a intenção é que essa autorização ocorra apenas para laboratórios públicos, empresas e universidades, por exemplo, com acompanhamento de órgãos reguladores e de segurança. Associações de pacientes, no entanto, poderiam fazer parcerias com universidades para ter acesso e acompanhamento, afirma Barbosa. Outro ponto em discussão, segundo a Folha apurou, é a possibilidade de haver um edital com regras para empresas interessadas no cultivo e produção de óleos e extratos à base de canabinoides. As empresas venderiam diretamente ao paciente, mediante acompanhamento da agência –modelo semelhante ao do Canadá. Hoje, parte dos pacientes que utilizam derivados da Cannabis no tratamento importam produtos de outros países, em especial óleos extratos ricos em canabidiol, substância reconhecida pelos efeitos terapêuticos. Outros recorrem à Justiça para obter autorizações para o cultivo e produção de extratos ou o fazem de forma ilegal. PESQUISA A proposta de regular o plantio nos moldes previstos na lei coincide com o aumento nos pedidos de autorização para novos estudos no país com a Cannabis. Em 2016, foram quatro novos pedidos recebidos. Em 2014 e 2015, foram dois ao todo e nenhum em 2013. O aval, porém, refere-se apenas às outras etapas –sem as regras, o cultivo é vetado. Para acesso à planta, é necessário obter por importação ou doação previamente autorizadas (caso de apreensões, por exemplo). Professora-adjunta de farmácia e coordenadora do projeto Farmacannabis na UFRJ, Virgínia Carvalho diz que a falta de uma norma específica sobre o cultivo da Cannabis gera entraves à pesquisa no país. "Para qualquer substância ilícita, é uma dificuldade. Muitos vão começar a estudar e veem tantas dificuldades e burocracia que até desistem", afirma ela, que realiza estudos com a maconha e outras drogas desde 2004. Segundo Carvalho, o ideal seria que houvesse a regulamentação também da produção para pacientes. "Se não regularem de forma real, o paralelo ainda vai ocorrer, que é mães e pais [de crianças com epilepsia e outras doenças] continuarem plantando ilegalmente", diz. Visão semelhante tem Emílio Figueiredo, advogado da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas. Para ele, é preciso cuidado para que a regulamentação não seja uma "via limitada" com monopólio às empresas e sem participação da sociedade. "É uma boa prática que tenha uma parceria de associações [de pacientes] com universidades, mas não pode se limitar a isso." Barbosa diz que a regulamentação deve acelerar as pesquisas de futuros medicamentos a partir da planta. "Há empresas com interesse porque a importação é cara." Uma delas é a start-up Entourage Phytolab, que planeja desenvolver, em parceria com a Unicamp, o primeiro fitoterápico à base de maconha no país. No último ano, a empresa importou 10 kg de maconha do Canadá e da Holanda para iniciar os estudos. "Foi a solução que encontramos para acelerar o desenvolvimento, mas isso implica em um custo alto. A regulamentação vai baratear esse processo", afirma. - Anvisa quer regular cultivo de Cannabis para pesquisa e produção para uso medicinal Como é hoje Lei 11.343, de 2006, proíbe plantio, cultura, colheita e exploração de Cannabis, "ressalvada hipótese de autorização legal" para fins medicinais e científicos, em local e prazo predeterminados e mediante fiscalização Sem regulamentação, porém, cultivo ainda não foi autorizado para nenhuma instituição de pesquisa, segundo a Anvisa. Universidades que desejam ter acesso à planta, por exemplo, precisam obter por importação ou doação previamente autorizadas O que está em discussão Ideia é elaborar uma norma para cultivo da Cannabis para fins medicinais e pesquisa até o fim deste ano, com foco em viabilizar pesquisas e produção de extratos para uso por pacientes e futuros medicamentos. Modelo inicial, em estudo, prevê que haja normas para que empresas e universidades possam ganhar autorização para realizar o cultivo, de acordo com critérios rígidos, como limite de plantas e medidas de segurança. Cultivo não seria liberado à população Um dos pontos em estudo é que possíveis produtos desenvolvidos pelas empresas, como extratos à base de canabidiol e outras substâncias derivadas da maconha, sejam notificados à Anvisa, que também teria acesso a informações sobre prescritores e pacientes -que poderiam adquirir direto das empresas Como é em outros países Canadá Produção e venda é feita por estabelecimentos autorizados; há cotas de cultivo por empresa e por produto Holanda Governo mantém setor responsável pela produção de Cannabis para fins medicinais e científicos, e que pode receber solicitações de farmácias, universidades e institutos de pesquisa Chile Monitora duas plantações autorizadas que visam extrair matéria-prima para elaboração de medicamentos Linha do Tempo - Maconha Medicinal Nov.2013 Após ver informações na internet sobre testes com canabidiol, um dos derivados da maconha, a família da brasileira Anny Fischer, que sofre de uma síndrome rara, decide importar dos Estados Unidos um óleo rico na substância para a criança Mar.2014 Uma das tentativas de importação falha e o canabidiol é barrado na alfândega. A família conta sua história a um jornalista, que lança o documentário "Ilegal" sobre o caso Abr.2014 A família de Anny consegue laudo médico da USP de Ribeirão Preto e entra na Justiça para conseguir importar o produto. O pedido é aprovado. Após o caso, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passa receber mais pedidos de autorização para importação de produtos à base de canabidiol 10.out.2014 Conselho Regional de Medicina de São Paulo autoriza a prescrição de canabidiol no Estado 11. dez.2014 Conselho Federal de Medicina autoriza médicos a prescreverem o canabidiol, mas somente para crianças com epilepsia e que não tenham tido sucesso em outros tratamentos 15.jan.2015 Anvisa libera uso medicinal de produtos à base de canabidiol, um dos derivados da maconha, retirando-o de uma lista de substâncias proibidas e colocando-o em uma lista de substâncias controladas Mar.2015 Cresce volume de decisões judiciais que obrigam a União a fornecer o canabidiol a pacientes com diferentes tipos de crises convulsivas, não apenas as epiléticas 23. abr.2015 Anvisa simplifica regras para importação de produtos à base de canabidiol e cria lista de produtos que podem ter facilitado processo de autorização para importar Ago. e set.2015 STF começa a discutir se é crime portar drogas para uso próprio. Julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vistas do ministro Teori Zavascki 21.mar.2016 Após determinação judicial, Anvisa publica resolução que autoriza prescrição e importação de medicamentos com THC, um dos princípios ativos da maconha. Antes, essa substância fazia parte da lista daquelas que não poderiam ser objeto de prescrição médica e manipulação de medicamentos no país 22.nov.2016 Anvisa aprova critérios para uso de medicamento à base de maconha e abre espaço para que remédios à base da planta possam obter registro para venda no país Nov. e dez. 2016 Três famílias, duas do RJ e uma de SP, conseguem habeas corpus que as permitem plantar e extrair óleo de maconha para uso medicinal e próprio Jan. 2017 1º medicamento à base de maconha, Mevatyl, composto por THC e canabidiol e indicado para espasticidade, ganha registro na Anvisa para chegar ao mercado brasileiro 2017 Anvisa inicia missões internacionais para países que regulamentam cultivo de Cannabis para pesquisa e produção de medicamentos e planeja medida semelhante no Brasil
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Processo contra Cunha deve avançar, admitem aliados
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Aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já admitem que o Conselho de Ética da Casa deve dar seguimento ao processo de cassação contra o presidente da Câmara, frustrando as expectativas do peemedebista de enterrar o caso ainda no estágio inicial. Nesta terça-feira (24) deve ser lido no Conselho o relatório preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) favorável à admissibilidade da representação contra Cunha. Um pedido de vista fará, contudo, que a votação só ocorra na semana que vem. Aprovado o relatório, passa-se à fase de investigação, com produção de provas, apresentação da defesa e depoimento de testemunhas. A conclusão do processo no Conselho de Ética é esperada para abril de 2016, mas pode ser adiada. Na avaliação de aliados de Cunha, a péssima repercussão política das manobras da última quinta (19) para tentar protelar o processo acabou alimentando o "fora Cunha" e enterrando a possibilidade de o Conselho considerar inadmissível a representação. Nesta segunda-feira (23) um dos petistas que integram o Conselho de Ética, Valmir Prascidelli (SP), afirmou que o caso do peemedebista na comissão deve ter continuidade. Outro dos titulares do partido na comissão, Zé Geraldo (PA), já havia dado declaração nesse sentido. Isso, porém, não significa um rompimento do partido com Cunha, a quem cabe decidir monocraticamente sobre o seguimento ou não dos pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff. O Planalto e a cúpula da sigla orientaram seus deputados a não fustigarem Cunha e ajudá-lo na medida do possível nas manobras de protelação. O acordo foi cumprido na última quinta, quando os três deputados do PT não apareceram na reunião do Conselho enquanto o quórum não foi atingido. Naquele dia, aliados de Cunha tentaram derrubar a sessão por ausência de deputados. "A tendência é de voto favorável à continuidade do processo. A Câmara não pode ficar sem avaliar esse caso. Seria a Câmara se omitir", afirmou Prascidelli. Tendo em mente a questão do impeachment, o Planalto e o partido continuam pressionando a bancada a não bater de frente com Cunha. O ministro Ricardo Berzoini, chefe da Secretaria de Governo, convocou uma reunião com a ala do partido que defende a saída do peemedebista. Entre os 21 titulares do Conselho de Ética, 8 são considerados inclinados a apoiar Cunha e outros 8 a votar por sua cassação. Os três votos do PT, portanto, são considerados cruciais. Como a Folha revelou semana passada, o líder da bancada, Sibá Machado (AC), se reuniu com os petistas que integram o Conselho e fechou a orientação pela blindagem de Cunha. Rompida com Cunha desde que detectou a inclinação do peemedebista de fechar com o governo, a oposição se reúne nesta terça para combinar quais medidas irá adotar na tentativa de forçar a saída do presidente da Câmara. A intenção é tentar paralisar o plenário da Câmara derrubando as sessões por falta de quórum como forma de constrangê-lo. "Todos eles, juntos, não têm número suficiente para paralisar a Casa", desdenhou Cunha, fazendo jus a uma verdade numérica, mas não contabilizando seus desafetos dentro da base governista. "Se eles querem ficar em obstrução e tiverem maioria para obstruir, significa que a Casa não quer votar. Não vou me constranger", disse, ironizando a pressão por sua saída: "Infelizmente não têm tido sucesso aqueles que torcem, mas vamos aguardar." FUTURO EM JOGO - Conselho de Ética vai analisar processo para cassar Eduardo
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poder
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Processo contra Cunha deve avançar, admitem aliadosAliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já admitem que o Conselho de Ética da Casa deve dar seguimento ao processo de cassação contra o presidente da Câmara, frustrando as expectativas do peemedebista de enterrar o caso ainda no estágio inicial. Nesta terça-feira (24) deve ser lido no Conselho o relatório preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) favorável à admissibilidade da representação contra Cunha. Um pedido de vista fará, contudo, que a votação só ocorra na semana que vem. Aprovado o relatório, passa-se à fase de investigação, com produção de provas, apresentação da defesa e depoimento de testemunhas. A conclusão do processo no Conselho de Ética é esperada para abril de 2016, mas pode ser adiada. Na avaliação de aliados de Cunha, a péssima repercussão política das manobras da última quinta (19) para tentar protelar o processo acabou alimentando o "fora Cunha" e enterrando a possibilidade de o Conselho considerar inadmissível a representação. Nesta segunda-feira (23) um dos petistas que integram o Conselho de Ética, Valmir Prascidelli (SP), afirmou que o caso do peemedebista na comissão deve ter continuidade. Outro dos titulares do partido na comissão, Zé Geraldo (PA), já havia dado declaração nesse sentido. Isso, porém, não significa um rompimento do partido com Cunha, a quem cabe decidir monocraticamente sobre o seguimento ou não dos pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff. O Planalto e a cúpula da sigla orientaram seus deputados a não fustigarem Cunha e ajudá-lo na medida do possível nas manobras de protelação. O acordo foi cumprido na última quinta, quando os três deputados do PT não apareceram na reunião do Conselho enquanto o quórum não foi atingido. Naquele dia, aliados de Cunha tentaram derrubar a sessão por ausência de deputados. "A tendência é de voto favorável à continuidade do processo. A Câmara não pode ficar sem avaliar esse caso. Seria a Câmara se omitir", afirmou Prascidelli. Tendo em mente a questão do impeachment, o Planalto e o partido continuam pressionando a bancada a não bater de frente com Cunha. O ministro Ricardo Berzoini, chefe da Secretaria de Governo, convocou uma reunião com a ala do partido que defende a saída do peemedebista. Entre os 21 titulares do Conselho de Ética, 8 são considerados inclinados a apoiar Cunha e outros 8 a votar por sua cassação. Os três votos do PT, portanto, são considerados cruciais. Como a Folha revelou semana passada, o líder da bancada, Sibá Machado (AC), se reuniu com os petistas que integram o Conselho e fechou a orientação pela blindagem de Cunha. Rompida com Cunha desde que detectou a inclinação do peemedebista de fechar com o governo, a oposição se reúne nesta terça para combinar quais medidas irá adotar na tentativa de forçar a saída do presidente da Câmara. A intenção é tentar paralisar o plenário da Câmara derrubando as sessões por falta de quórum como forma de constrangê-lo. "Todos eles, juntos, não têm número suficiente para paralisar a Casa", desdenhou Cunha, fazendo jus a uma verdade numérica, mas não contabilizando seus desafetos dentro da base governista. "Se eles querem ficar em obstrução e tiverem maioria para obstruir, significa que a Casa não quer votar. Não vou me constranger", disse, ironizando a pressão por sua saída: "Infelizmente não têm tido sucesso aqueles que torcem, mas vamos aguardar." FUTURO EM JOGO - Conselho de Ética vai analisar processo para cassar Eduardo
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O que vai ocorrer depois da divulgação da lista de Fachin? Folha Explica
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Em abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo de Michel Temer, 24 senadores e 42 deputados federais. E agora? O que vai acontecer depois dos pedidos de investigação? A repórter de "Poder" Angela Boldrini explica quais são os próximos passos da chamada "lista do Fachin".
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tv
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O que vai ocorrer depois da divulgação da lista de Fachin? Folha ExplicaEm abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo de Michel Temer, 24 senadores e 42 deputados federais. E agora? O que vai acontecer depois dos pedidos de investigação? A repórter de "Poder" Angela Boldrini explica quais são os próximos passos da chamada "lista do Fachin".
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Acidente provoca congestionamento na marginal Pinheiros
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A quarta-feira (29) começou com um grande congestionamento de veículos na marginal Pinheiros, sentido rodovia Castello Branco, na altura da ponte do Jaguaré, zona oeste de SP. A lentidão foi provocada por um acidente que deixou três pessoas feridas. Por volta das 5h30, o motorista de um carro perdeu o controle da direção, capotou e bateu em um poste de energia elétrica na pista expressa da marginal, que precisou ser interditada para que os feridos fossem socorridos Sete viaturas do Corpo de Bombeiros foram ao local. Duas faixas da pista expressa precisaram ser interditadas, o que provocou lentidão no tráfego de veículos. As pistas foram liberadas por volta das 6h30. As vítimas foram levadas para o Hospital Geral do Cambuci e para o Pronto-Socorro da Lapa.
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cotidiano
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Acidente provoca congestionamento na marginal PinheirosA quarta-feira (29) começou com um grande congestionamento de veículos na marginal Pinheiros, sentido rodovia Castello Branco, na altura da ponte do Jaguaré, zona oeste de SP. A lentidão foi provocada por um acidente que deixou três pessoas feridas. Por volta das 5h30, o motorista de um carro perdeu o controle da direção, capotou e bateu em um poste de energia elétrica na pista expressa da marginal, que precisou ser interditada para que os feridos fossem socorridos Sete viaturas do Corpo de Bombeiros foram ao local. Duas faixas da pista expressa precisaram ser interditadas, o que provocou lentidão no tráfego de veículos. As pistas foram liberadas por volta das 6h30. As vítimas foram levadas para o Hospital Geral do Cambuci e para o Pronto-Socorro da Lapa.
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Vidas paralelas
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SÃO PAULO - A escolha do nome "Catilinárias" para designar o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas de Eduardo Cunha e de outros figurões do PMDB é um daqueles achados felizes. Como a cultura clássica andou perdendo prestígio nos últimos séculos, convém colocar o contexto. "Catilinárias" são os quatro discursos que o filósofo, orador e político romano Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) proferiu contra o senador Lúcio Sérgio Catilina (108-62 a.C.), denunciando-o por conspirar contra a República –o que era verdade. Especialmente a primeira catilinária é uma obra-prima da retórica. Todos aqueles que tiveram o prazer de estudar um pouco de latim hão de se recordar de passagens como "Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?" (até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência) ou o ainda mais célebre "O tempora, o mores!" (ó tempos, ó costumes). O que torna a escolha do nome particularmente feliz é o fato de páginas e páginas das acusações lançadas por Cícero contra Catilina se ajustarem como uma luva a Cunha. Em comum, ambos têm o populismo, a ganância e, principalmente, a cara de pau. Até as pedras sabiam o que eles tramavam, mas isso não os perturbava. Cunha se mantinha no comando da Câmara e Catilina, mesmo tendo ordenado uma frustrada tentativa de assassinar Cícero na véspera, foi pessoalmente ouvir o libelo do orador, ao qual respondeu. Daí que várias frases do discurso conservam um delicioso duplo sentido histórico, como "Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?". Espero, porém, que o paralelismo acabe por aqui. Como Cícero não dispunha de provas irrefutáveis contra Catilina e os conspiradores, tratou de forjar um flagrante e condenou cinco carbonários à morte sem julgamento. Não foi uma atitude muito republicana deste campeão da República.
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colunas
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Vidas paralelasSÃO PAULO - A escolha do nome "Catilinárias" para designar o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas de Eduardo Cunha e de outros figurões do PMDB é um daqueles achados felizes. Como a cultura clássica andou perdendo prestígio nos últimos séculos, convém colocar o contexto. "Catilinárias" são os quatro discursos que o filósofo, orador e político romano Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) proferiu contra o senador Lúcio Sérgio Catilina (108-62 a.C.), denunciando-o por conspirar contra a República –o que era verdade. Especialmente a primeira catilinária é uma obra-prima da retórica. Todos aqueles que tiveram o prazer de estudar um pouco de latim hão de se recordar de passagens como "Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?" (até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência) ou o ainda mais célebre "O tempora, o mores!" (ó tempos, ó costumes). O que torna a escolha do nome particularmente feliz é o fato de páginas e páginas das acusações lançadas por Cícero contra Catilina se ajustarem como uma luva a Cunha. Em comum, ambos têm o populismo, a ganância e, principalmente, a cara de pau. Até as pedras sabiam o que eles tramavam, mas isso não os perturbava. Cunha se mantinha no comando da Câmara e Catilina, mesmo tendo ordenado uma frustrada tentativa de assassinar Cícero na véspera, foi pessoalmente ouvir o libelo do orador, ao qual respondeu. Daí que várias frases do discurso conservam um delicioso duplo sentido histórico, como "Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?". Espero, porém, que o paralelismo acabe por aqui. Como Cícero não dispunha de provas irrefutáveis contra Catilina e os conspiradores, tratou de forjar um flagrante e condenou cinco carbonários à morte sem julgamento. Não foi uma atitude muito republicana deste campeão da República.
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Leitora elogia novo dirigente da Sabesp por falar a verdade
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A melhor notícia que veio da posse do novo governo Geraldo Alckmin foi dada pelo novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman. Finalmente revelou a verdade sobre a situação hídrica de São Paulo: "A situação é preocupante, é grave e temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior". A possibilidade de faltar água é real, mas continuo vendo muita gente lavando calçada e carro com esguicho. Que a partir de agora a Sabesp trate de informar a população sem tergiversar. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora elogia novo dirigente da Sabesp por falar a verdadeA melhor notícia que veio da posse do novo governo Geraldo Alckmin foi dada pelo novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman. Finalmente revelou a verdade sobre a situação hídrica de São Paulo: "A situação é preocupante, é grave e temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior". A possibilidade de faltar água é real, mas continuo vendo muita gente lavando calçada e carro com esguicho. Que a partir de agora a Sabesp trate de informar a população sem tergiversar. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Artista britânico Damien Hirst inaugura própria galeria
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Na última quinta-feira (8), o artista britânico Damien Hirst inaugurou sua própria galeria, a Newport Street. O espaço de tijolinhos à vista, com aproximadamente 3.500 metros quadrados, está localizado no bairro Vauxhall, em Londres, e contou com investimento de 25 milhões de libras. Nessa nova empreitada, no papel de curador, a ideia de Hirst é promover exposições individuais e coletivas para compartilhar com o público sua coleção pessoal de obras de arte, com mais de 3 mil peças que vão de nomes como Francis Bacon e Jeff Koons a jovens artistas contemporâneos. "Power Stations", a individual que inaugurou o espaço e fica em cartaz até 3 de abril de 2016, conta com 33 obras realizadas no período entre 1964 e 1982 pelo artista John Hoyland, morto em 2011. Todas os trabalhos são provenientes do acervo particular de Hirst, que chegou a classificar Hoyland como "o maior pintor abstrato britânico". Hirst também declarou que estava se sentido culpado por adquirir trabalhos aos quais ninguém podia ter acesso. Segundo ele, viabilizar um espaço onde poderia promover exposições a partir de sua coleção é "um sonho tornado realidade". Ao fundar a Newport Street Gallery, no entanto, esse lado filantropo do artista de obras polêmicas, que já chegou a cobrir um crânio humano de diamantes, o ajuda a solidificar a posição que possui no cenário da arte, testando também seu poder para moldar os rumos do mercado. Sua assessoria ainda não divulgou quais serão os próximos artistas que a Newport Street Gallery deve incluir em exposições. A galeria deve anunciar as atrações uma a uma.
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ilustrada
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Artista britânico Damien Hirst inaugura própria galeriaNa última quinta-feira (8), o artista britânico Damien Hirst inaugurou sua própria galeria, a Newport Street. O espaço de tijolinhos à vista, com aproximadamente 3.500 metros quadrados, está localizado no bairro Vauxhall, em Londres, e contou com investimento de 25 milhões de libras. Nessa nova empreitada, no papel de curador, a ideia de Hirst é promover exposições individuais e coletivas para compartilhar com o público sua coleção pessoal de obras de arte, com mais de 3 mil peças que vão de nomes como Francis Bacon e Jeff Koons a jovens artistas contemporâneos. "Power Stations", a individual que inaugurou o espaço e fica em cartaz até 3 de abril de 2016, conta com 33 obras realizadas no período entre 1964 e 1982 pelo artista John Hoyland, morto em 2011. Todas os trabalhos são provenientes do acervo particular de Hirst, que chegou a classificar Hoyland como "o maior pintor abstrato britânico". Hirst também declarou que estava se sentido culpado por adquirir trabalhos aos quais ninguém podia ter acesso. Segundo ele, viabilizar um espaço onde poderia promover exposições a partir de sua coleção é "um sonho tornado realidade". Ao fundar a Newport Street Gallery, no entanto, esse lado filantropo do artista de obras polêmicas, que já chegou a cobrir um crânio humano de diamantes, o ajuda a solidificar a posição que possui no cenário da arte, testando também seu poder para moldar os rumos do mercado. Sua assessoria ainda não divulgou quais serão os próximos artistas que a Newport Street Gallery deve incluir em exposições. A galeria deve anunciar as atrações uma a uma.
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Kobe é ovacionado e se despede com vitória do Jogo das Estrelas da NBA
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Em sua última participação no Jogo das Estrelas da NBA, o ala-armador Kobe Bryant, 37, que se aposenta no final da temporada, saiu de quadra ovacionado e vitorioso. Ele não foi o mais brilhante da partida, mas participou do triunfo da equipe da Conferência Oeste sobre o time da Conferência Leste por 196 a 175, em jogo realizado em Toronto. Bryant, que disputou a partida pela 18ª vez, jogou 26 minutos como titular. Ele marcou 10 pontos, deu sete assistências e pegou seis rebotes. O ala, cinco vezes campeão da NBA e um dos maiores jogadores da história, chegou ao evento como o mais votado na eleição pela internet que definiu os escalados, com 1.891.614 votos -quase 300 mil a mais do que o segundo colocado, Curry, que só não tem feito chover na temporada. No final da partida, Kobe Bryant deu lugar a Anthony Davis e ouviu os espectadores gritarem "Kobe!, Kobe!, Kobe!". O destaque da equipe da Conferência Oeste foi o armador Russell Westbrook, do Oklahoma City, que marcou 31 pontos –sendo sete cestas de três, das 31 que seu time converteu. Junto a Westbrook, eleito Jogador Mais Valioso (MVP) da partida, outros oito jogadores marcaram dez pontos ou mais, incluindo o armador do Golden State Warriors, Stephen Curry, que chegou aos 26 pontos e foi o segundo maior cestinha. Temporada da NBA
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esporte
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Kobe é ovacionado e se despede com vitória do Jogo das Estrelas da NBAEm sua última participação no Jogo das Estrelas da NBA, o ala-armador Kobe Bryant, 37, que se aposenta no final da temporada, saiu de quadra ovacionado e vitorioso. Ele não foi o mais brilhante da partida, mas participou do triunfo da equipe da Conferência Oeste sobre o time da Conferência Leste por 196 a 175, em jogo realizado em Toronto. Bryant, que disputou a partida pela 18ª vez, jogou 26 minutos como titular. Ele marcou 10 pontos, deu sete assistências e pegou seis rebotes. O ala, cinco vezes campeão da NBA e um dos maiores jogadores da história, chegou ao evento como o mais votado na eleição pela internet que definiu os escalados, com 1.891.614 votos -quase 300 mil a mais do que o segundo colocado, Curry, que só não tem feito chover na temporada. No final da partida, Kobe Bryant deu lugar a Anthony Davis e ouviu os espectadores gritarem "Kobe!, Kobe!, Kobe!". O destaque da equipe da Conferência Oeste foi o armador Russell Westbrook, do Oklahoma City, que marcou 31 pontos –sendo sete cestas de três, das 31 que seu time converteu. Junto a Westbrook, eleito Jogador Mais Valioso (MVP) da partida, outros oito jogadores marcaram dez pontos ou mais, incluindo o armador do Golden State Warriors, Stephen Curry, que chegou aos 26 pontos e foi o segundo maior cestinha. Temporada da NBA
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Chelsea empata contra melhor defesa do Inglês; United goleia o Tottenham
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Líder do Campeonato Inglês, o Chelsea entrou em campo neste domingo (15) contra o Southampton, sétimo na tabela, mas não teve vida fácil. Jogando em casa, o time empatou em 1 a 1. A equipe ampliou a vantagem para o vice-líder Manchester City (64-58), que perdeu no sábado para o Burnley por 1 a 0. O Chelsea ainda tem um jogo a menos do que o City. Vindo da eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões, o Chelsea precisava da vitória para retomar o ritmo no Inglês. Porém, o Southampton surpreendeu o time de José Mourinho. No primeiro tempo, o visitante pressionou o Chelsea, mas parou nas mãos de Courtois. O Chelsea chegava com as jogadas de Hazard e as finalizações de Diego Costa. O primeiro gol, aos 11min, saiu após jogada da dupla. O belga fez o lançamento e o brasileiro naturalizado espanhol marcou de cabeça, após sete jogos sem fazer um gol. Em desvantagem, o Southampton intensificou os ataques e chegou ao empate sete minutos depois. Sadio Mané sofreu pênalti de Matic e Tadic igualou o placar. Na segunda etapa foi a vez de Forster se destacar. O goleiro provou porque a equipe é a melhor defesa da competição, com apenas 21 gols sofridos, segurando as tentativas de Diego Costa, Hazard e Cuadrado. MANCHESTER UNITED Ainda no domingo, o Manchester United goleou o Tottenham por 3 a 0. A vitória foi construída no primeiro tempo, com dois gols em dez min: Fellaini marcou aos nove e, aos 19 min, Michael Carrick ampliou. Aos 33 min, Rooney fechou o placar com um golaço. O atacante recebeu no meio de campo, passou por três defensores e finalizou. O Manchester está em quarto lugar, com 56 pontos. Já o Tottenham caiu para sétimo, com 50 pontos. CAMPEONATO INGLÊS 29ª RODADA SÁBADO (14) Crystal Palace 3x1 Queens Park Rangers Arsenal 3x0 West Ham Leicester City 0x0 Hull City Sunderland 0x4 Aston Villa West Bromwich 1x0 Stoke City Burnley 1x0 Manchester City DOMINGO (15) Chelsea 1x1 Southampton Everton 3x0 Newcastle Manchester United 3x0 Tottenham SEGUNDA-FEIRA (16) Swansea x Liverpool
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esporte
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Chelsea empata contra melhor defesa do Inglês; United goleia o TottenhamLíder do Campeonato Inglês, o Chelsea entrou em campo neste domingo (15) contra o Southampton, sétimo na tabela, mas não teve vida fácil. Jogando em casa, o time empatou em 1 a 1. A equipe ampliou a vantagem para o vice-líder Manchester City (64-58), que perdeu no sábado para o Burnley por 1 a 0. O Chelsea ainda tem um jogo a menos do que o City. Vindo da eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões, o Chelsea precisava da vitória para retomar o ritmo no Inglês. Porém, o Southampton surpreendeu o time de José Mourinho. No primeiro tempo, o visitante pressionou o Chelsea, mas parou nas mãos de Courtois. O Chelsea chegava com as jogadas de Hazard e as finalizações de Diego Costa. O primeiro gol, aos 11min, saiu após jogada da dupla. O belga fez o lançamento e o brasileiro naturalizado espanhol marcou de cabeça, após sete jogos sem fazer um gol. Em desvantagem, o Southampton intensificou os ataques e chegou ao empate sete minutos depois. Sadio Mané sofreu pênalti de Matic e Tadic igualou o placar. Na segunda etapa foi a vez de Forster se destacar. O goleiro provou porque a equipe é a melhor defesa da competição, com apenas 21 gols sofridos, segurando as tentativas de Diego Costa, Hazard e Cuadrado. MANCHESTER UNITED Ainda no domingo, o Manchester United goleou o Tottenham por 3 a 0. A vitória foi construída no primeiro tempo, com dois gols em dez min: Fellaini marcou aos nove e, aos 19 min, Michael Carrick ampliou. Aos 33 min, Rooney fechou o placar com um golaço. O atacante recebeu no meio de campo, passou por três defensores e finalizou. O Manchester está em quarto lugar, com 56 pontos. Já o Tottenham caiu para sétimo, com 50 pontos. CAMPEONATO INGLÊS 29ª RODADA SÁBADO (14) Crystal Palace 3x1 Queens Park Rangers Arsenal 3x0 West Ham Leicester City 0x0 Hull City Sunderland 0x4 Aston Villa West Bromwich 1x0 Stoke City Burnley 1x0 Manchester City DOMINGO (15) Chelsea 1x1 Southampton Everton 3x0 Newcastle Manchester United 3x0 Tottenham SEGUNDA-FEIRA (16) Swansea x Liverpool
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Astrologia
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Astral bom para decisões duradouras na política e na economia. LUA EM LEÃO: 23/1 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Quer aproveitar bem a excelente janela astral de hoje? Invista um pequeno valor em uma aplicação de longo prazo. A Lua em trígono com Mercúrio também favorece retomada de estudos complexos que exigem profundidade. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Você conta com uma grande conexão consigo, apropriada para cuidar de suas necessidades básicas, do seu organismo etc. Tudo que é consistente ficará mais firme hoje: crenças, fé, amores e decisões. Confirme as dicas de um amigo para se situar. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Bico calado hoje –nas redes sociais, no ambiente de trabalho, em casa. Seus segredos terão mais força de realização se ficarem longe de ouvidos indiscretos. Triângulo de astros em elemento Terra simboliza a importância da realização concreta hoje. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Parceiros e sócios estão em destaque hoje, um dia em que será possível estabelecer uma linguagem comum com todos. Se você tem metas para alcançar com eles, apoie-se na linguagem clara dos fatos passados e convencerá. Sensualidade em alta. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Astros em Capricórnio em sintonia com Júpiter no seu setor de talentos, riqueza interior e material: sinal claro de que você está confiante de que é capaz de cumprir uma tarefa, por mais difícil que seja. Reconhecimento virá disso. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Sendo mais generoso e pródigo, tocará a todos –mas deixe as críticas de lado. Aliás, é bom rever algumas delas, rigorosas demais para estes tempos difíceis. Tente fazer o melhor, com as pessoas disponíveis. Não fique somente nas ideias. LIBRA (23 set. a 22 out.) Maior inclinação à vida social e a passar muito tempo conversando com amigos, colegas, vizinhos, em todas as engenhocas de comunicação ligadas ao mesmo tempo? Cuidado, pois Júpiter traz cobranças por este excesso mais adiante. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Nesta época do ano, o foco e a perseverança estão maiores. Mais fácil se manter firme nas decisões. Com cautela e paciência você vai arrumando as coisas em casa. Ótimo para entrar em contato com familiares e retomar um projeto em comum. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Astral perfeito para sair das teorias e experimentar no mundo prático um monte de regras e crenças. Tem de combater a preguicinha, e dar um tempo para as demandas familiares, sociais e amorosas. Aí você vai conseguir marcar um belo gol. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Negociações darão supercerto hoje –vá com fé. As pessoas estão mais focadas no que é objetivo e que pode ser feito agora, com as condições nada ideais. Reserve um tempo para cuidar da alimentação –planejamento vai dar bom resultado. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Senso estético forte ajuda você a melhorar o astral de casa. E você está conectado com ambientes bonitos, bem pensados e eficientes. Marte e Netuno em trígono exato hoje trazem inspiração forte também para esportes ou iniciativas coletivas. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Um dia de grande percepção, quando você também deve utilizar muito bem sua intuição para acertar um alvo importante no campo dos estudos. Decisão sobre uma viagem pode ser tomada. Anote sonhos e dicas da vida, e saberá traduzi-las.
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ilustrada
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AstrologiaAstral bom para decisões duradouras na política e na economia. LUA EM LEÃO: 23/1 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Quer aproveitar bem a excelente janela astral de hoje? Invista um pequeno valor em uma aplicação de longo prazo. A Lua em trígono com Mercúrio também favorece retomada de estudos complexos que exigem profundidade. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Você conta com uma grande conexão consigo, apropriada para cuidar de suas necessidades básicas, do seu organismo etc. Tudo que é consistente ficará mais firme hoje: crenças, fé, amores e decisões. Confirme as dicas de um amigo para se situar. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Bico calado hoje –nas redes sociais, no ambiente de trabalho, em casa. Seus segredos terão mais força de realização se ficarem longe de ouvidos indiscretos. Triângulo de astros em elemento Terra simboliza a importância da realização concreta hoje. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Parceiros e sócios estão em destaque hoje, um dia em que será possível estabelecer uma linguagem comum com todos. Se você tem metas para alcançar com eles, apoie-se na linguagem clara dos fatos passados e convencerá. Sensualidade em alta. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Astros em Capricórnio em sintonia com Júpiter no seu setor de talentos, riqueza interior e material: sinal claro de que você está confiante de que é capaz de cumprir uma tarefa, por mais difícil que seja. Reconhecimento virá disso. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Sendo mais generoso e pródigo, tocará a todos –mas deixe as críticas de lado. Aliás, é bom rever algumas delas, rigorosas demais para estes tempos difíceis. Tente fazer o melhor, com as pessoas disponíveis. Não fique somente nas ideias. LIBRA (23 set. a 22 out.) Maior inclinação à vida social e a passar muito tempo conversando com amigos, colegas, vizinhos, em todas as engenhocas de comunicação ligadas ao mesmo tempo? Cuidado, pois Júpiter traz cobranças por este excesso mais adiante. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Nesta época do ano, o foco e a perseverança estão maiores. Mais fácil se manter firme nas decisões. Com cautela e paciência você vai arrumando as coisas em casa. Ótimo para entrar em contato com familiares e retomar um projeto em comum. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Astral perfeito para sair das teorias e experimentar no mundo prático um monte de regras e crenças. Tem de combater a preguicinha, e dar um tempo para as demandas familiares, sociais e amorosas. Aí você vai conseguir marcar um belo gol. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Negociações darão supercerto hoje –vá com fé. As pessoas estão mais focadas no que é objetivo e que pode ser feito agora, com as condições nada ideais. Reserve um tempo para cuidar da alimentação –planejamento vai dar bom resultado. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Senso estético forte ajuda você a melhorar o astral de casa. E você está conectado com ambientes bonitos, bem pensados e eficientes. Marte e Netuno em trígono exato hoje trazem inspiração forte também para esportes ou iniciativas coletivas. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Um dia de grande percepção, quando você também deve utilizar muito bem sua intuição para acertar um alvo importante no campo dos estudos. Decisão sobre uma viagem pode ser tomada. Anote sonhos e dicas da vida, e saberá traduzi-las.
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Cerco à Funai
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A rumorosa demissão de Antonio Fernandes Costa do comando da Fundação Nacional do Índio (Funai), na sexta-feira (5), escancarou o conflito que se desenrola no órgão encarregado de zelar pela minoria mais vulnerável do país. Indicado pelo minúsculo PSC e subordinado ao ministro da Justiça —o deputado ruralista Osmar Serraglio (PDMB)—, Costa afirmou que, além da falta de verbas orçamentárias, ingerências políticas vinham cerceando sua gestão. Mais diretamente, acusou Serraglio de ser "ministro de uma causa", a do agronegócio. O arroubo retórico não deixa de ter fundamento. Se é verdade que o governo Michel Temer (PMDB) promove uma revisão ideológica geral das políticas públicas, esse movimento mostra-se particularmente intenso —chegando às raias do excessivo— quando se trata de interesses do setor agrícola. Afora seu viés pró-mercado, que por vezes responde de forma estouvada aos múltiplos erros do estatismo petista, a administração ancora-se nas relações com o Congresso, onde a bancada ruralista talvez seja a força mais organizada. No caso da Funai, diga-se, os problemas já vinham do governo Dilma Rousseff (PT), quando a atenção dada ao setor não satisfazia a demanda dos militantes. Sob Temer, recrudesceram as pressões contra a demarcação de terras indígenas, enquanto a escassez geral de recursos não poupou, obviamente, a Funai. Prestes a completar meio século de existência, a fundação, à qual cabe supervisionar 13% do território brasileiro, sofre com a depauperação de seu orçamento. São pouco menos de R$ 550 milhões autorizados neste ano, 19% abaixo do desembolso de 2013 (considerada a inflação). O governo federal gasta mais, por exemplo, com o tradicional Colégio Pedro 2º, no Rio de Janeiro, que disporá de R$ 650 milhões em 2017. Some-se a isso a indefinição administrativa recente. O presidente demitido durou pouco mais de cem dias no posto. Antes dele, o comando esteve nas mãos de interinos. Como se não bastasse, a autarquia foi alvo de uma CPI, também controlada por ruralistas, que chegou a recomendar sua extinção, em relatório ainda não aprovado. Nesse contexto, episódios como o covarde ataque a índios gamelas no Maranhão serão debitados na conta do governo. Este deve pacificar a Funai não apenas por questões de imagem, mas para ter condições de arbitrar o choque inevitável de interesses conflitantes. [email protected]
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opiniao
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Cerco à FunaiA rumorosa demissão de Antonio Fernandes Costa do comando da Fundação Nacional do Índio (Funai), na sexta-feira (5), escancarou o conflito que se desenrola no órgão encarregado de zelar pela minoria mais vulnerável do país. Indicado pelo minúsculo PSC e subordinado ao ministro da Justiça —o deputado ruralista Osmar Serraglio (PDMB)—, Costa afirmou que, além da falta de verbas orçamentárias, ingerências políticas vinham cerceando sua gestão. Mais diretamente, acusou Serraglio de ser "ministro de uma causa", a do agronegócio. O arroubo retórico não deixa de ter fundamento. Se é verdade que o governo Michel Temer (PMDB) promove uma revisão ideológica geral das políticas públicas, esse movimento mostra-se particularmente intenso —chegando às raias do excessivo— quando se trata de interesses do setor agrícola. Afora seu viés pró-mercado, que por vezes responde de forma estouvada aos múltiplos erros do estatismo petista, a administração ancora-se nas relações com o Congresso, onde a bancada ruralista talvez seja a força mais organizada. No caso da Funai, diga-se, os problemas já vinham do governo Dilma Rousseff (PT), quando a atenção dada ao setor não satisfazia a demanda dos militantes. Sob Temer, recrudesceram as pressões contra a demarcação de terras indígenas, enquanto a escassez geral de recursos não poupou, obviamente, a Funai. Prestes a completar meio século de existência, a fundação, à qual cabe supervisionar 13% do território brasileiro, sofre com a depauperação de seu orçamento. São pouco menos de R$ 550 milhões autorizados neste ano, 19% abaixo do desembolso de 2013 (considerada a inflação). O governo federal gasta mais, por exemplo, com o tradicional Colégio Pedro 2º, no Rio de Janeiro, que disporá de R$ 650 milhões em 2017. Some-se a isso a indefinição administrativa recente. O presidente demitido durou pouco mais de cem dias no posto. Antes dele, o comando esteve nas mãos de interinos. Como se não bastasse, a autarquia foi alvo de uma CPI, também controlada por ruralistas, que chegou a recomendar sua extinção, em relatório ainda não aprovado. Nesse contexto, episódios como o covarde ataque a índios gamelas no Maranhão serão debitados na conta do governo. Este deve pacificar a Funai não apenas por questões de imagem, mas para ter condições de arbitrar o choque inevitável de interesses conflitantes. [email protected]
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Orçado em R$ 7,1 bi, monotrilho de SP opera só em 2,9 km; obras pararam
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Não há filas na bilheteria ou nas catracas, muito menos camelôs nas imediações da estação. Nos trens, de tão reduzido, o número de passageiros caberia numa van. Esse é o cenário diário no monotrilho da zona leste de São Paulo, obra do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que parece um trem-fantasma se comparada a qualquer transporte público da cidade. Os trens funcionam em esquema de testes desde agosto do ano passado, apenas das 9h às 14h e num trecho de 2,9 km entre as estações Vila Prudente e Oratório –a obra completa, estimada em R$ 7,1 bilhões, terá 18 estações. Por uma falha no projeto, a construção de parte das estações está paralisada. Conforme a Folha revelou, engenheiros "descobriram" galerias de água que passam embaixo das futuras estações e terão de ser remanejadas. Na última quinta-feira (26), a reportagem acompanhou toda a rotina da linha 15-prata do metrô, o monotrilho, cujas obras estão atrasadas. O trem, com sete vagões, tem capacidade para 1.002 pessoas: 122 sentadas e 880 em pé. Na prática, cada viagem reúne de 5 a 25 usuários. Uma das poucas usuárias, a atendente Sandra Biazi, 49, usa a linha para ir ao trabalho, perto da Paulista. "Eu trabalho das 11h às 17h. Na volta [quando a linha já fechou], desço na Vila Prudente [linha verde do metrô] e ando 3 km até o Oratório, porque os ônibus estão lotados demais". A dona de casa Francisca Palma, 67, que costuma aproveitar o vagão quase privativo, já pensa em abandonar o monotrilho. "Quando [tudo] estiver pronto, vai vir cheio da Cidade Tiradentes, e a gente não vai nem conseguir entrar". Hoje, o horário de pico do trem ocorre por volta das 9h, na abertura das estações, quando a lotação pode ultrapassar a casa das duas dezenas graças à presença de funcionários do metrô. A impressão é que, entre uniformizados ou não, a maioria dos passageiros está a serviço da companhia. Alguns trabalham em notebooks, outros andam de um lado para o outro fazendo anotações. De tempos em tempos, operários entram no vagão e fazem selfies. Nas estações, há cadernos disponíveis para sugestões de passageiros sobre o serviço. Nas anotações, há queixas sobre a demora nos testes. Mas há também quem elogie o trem ("espetacular"), proteste ("fora, Dilma!") e fale sobre suas preferências gastronômicas ("Eu gosto de bacon"). TREPIDAÇÃO Quem anda de metrô em SP estranha o monotrilho, pelas dimensões reduzidas ou pelo maior tempo de espera (dez minutos, em média). O que chama a atenção do contador Wagner de Oliveira, 35, é a trepidação, num trem que circula a uma altura de 12 a 15 metros. "Quando estiver em funcionamento normal e lotado, não sei se vou ter coragem. Porque, se completamente vazio, ele já treme desse jeito, imagina cheio". Segundo o Metrô, as oscilações são comuns em veículos que trafegam com pneus sobre concreto, como o monotrilho. A empresa defendeu o atual período de testes. "O funcionamento das novas estações em período parcial é essencial e possibilita os ajustes finais dos equipamentos, sistema​s e suas interfaces", afirmou, em nota. Ainda em abril, o período de operação da linha será ampliado –das 7h às 19h. A companhia diz que, hoje, cerca de mil pessoas fazem o trajeto por dia -quando a linha estiver concluída poderá transportar 500 mil. A previsão é que mais três estações sejam entregues até 2016.
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cotidiano
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Orçado em R$ 7,1 bi, monotrilho de SP opera só em 2,9 km; obras pararamNão há filas na bilheteria ou nas catracas, muito menos camelôs nas imediações da estação. Nos trens, de tão reduzido, o número de passageiros caberia numa van. Esse é o cenário diário no monotrilho da zona leste de São Paulo, obra do governo Geraldo Alckmin (PSDB) que parece um trem-fantasma se comparada a qualquer transporte público da cidade. Os trens funcionam em esquema de testes desde agosto do ano passado, apenas das 9h às 14h e num trecho de 2,9 km entre as estações Vila Prudente e Oratório –a obra completa, estimada em R$ 7,1 bilhões, terá 18 estações. Por uma falha no projeto, a construção de parte das estações está paralisada. Conforme a Folha revelou, engenheiros "descobriram" galerias de água que passam embaixo das futuras estações e terão de ser remanejadas. Na última quinta-feira (26), a reportagem acompanhou toda a rotina da linha 15-prata do metrô, o monotrilho, cujas obras estão atrasadas. O trem, com sete vagões, tem capacidade para 1.002 pessoas: 122 sentadas e 880 em pé. Na prática, cada viagem reúne de 5 a 25 usuários. Uma das poucas usuárias, a atendente Sandra Biazi, 49, usa a linha para ir ao trabalho, perto da Paulista. "Eu trabalho das 11h às 17h. Na volta [quando a linha já fechou], desço na Vila Prudente [linha verde do metrô] e ando 3 km até o Oratório, porque os ônibus estão lotados demais". A dona de casa Francisca Palma, 67, que costuma aproveitar o vagão quase privativo, já pensa em abandonar o monotrilho. "Quando [tudo] estiver pronto, vai vir cheio da Cidade Tiradentes, e a gente não vai nem conseguir entrar". Hoje, o horário de pico do trem ocorre por volta das 9h, na abertura das estações, quando a lotação pode ultrapassar a casa das duas dezenas graças à presença de funcionários do metrô. A impressão é que, entre uniformizados ou não, a maioria dos passageiros está a serviço da companhia. Alguns trabalham em notebooks, outros andam de um lado para o outro fazendo anotações. De tempos em tempos, operários entram no vagão e fazem selfies. Nas estações, há cadernos disponíveis para sugestões de passageiros sobre o serviço. Nas anotações, há queixas sobre a demora nos testes. Mas há também quem elogie o trem ("espetacular"), proteste ("fora, Dilma!") e fale sobre suas preferências gastronômicas ("Eu gosto de bacon"). TREPIDAÇÃO Quem anda de metrô em SP estranha o monotrilho, pelas dimensões reduzidas ou pelo maior tempo de espera (dez minutos, em média). O que chama a atenção do contador Wagner de Oliveira, 35, é a trepidação, num trem que circula a uma altura de 12 a 15 metros. "Quando estiver em funcionamento normal e lotado, não sei se vou ter coragem. Porque, se completamente vazio, ele já treme desse jeito, imagina cheio". Segundo o Metrô, as oscilações são comuns em veículos que trafegam com pneus sobre concreto, como o monotrilho. A empresa defendeu o atual período de testes. "O funcionamento das novas estações em período parcial é essencial e possibilita os ajustes finais dos equipamentos, sistema​s e suas interfaces", afirmou, em nota. Ainda em abril, o período de operação da linha será ampliado –das 7h às 19h. A companhia diz que, hoje, cerca de mil pessoas fazem o trajeto por dia -quando a linha estiver concluída poderá transportar 500 mil. A previsão é que mais três estações sejam entregues até 2016.
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O futuro dos microapartamentos
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Morar nas grandes cidades vai se tornando cada vez mais caro e difícil. São Paulo não é uma exceção à regra e muitas cidades do mundo têm procurado as melhores maneiras de oferecer, em termos de custo, alternativas viáveis de moradia. A diminuição do tamanho das unidades habitacionais é uma dessas alternativas e, portanto, surgem muitos estudos sobre os chamados microapartamentos. É o que podemos chamar de uma microssolução para um macroproblema. Os desafios incluem como fazer isso de forma acessível, confortável e com privacidade suficiente para tornar os espaços em lares. Pesquisa realizada pelo ULI (Urban Land Institute) avaliou 90 mil apartamentos em 35 áreas metropolitanas dos Estados Unidos e encontrou dados interessantes sobre os microapartamentos. As unidades têm área útil entre 25m2 e 35m2, dependendo do tamanho mínimo exigido pela legislação municipal. O espaço para dormir é compartilhado com a área de estar, mas a cozinha e o banheiro são equipados com todas as funcionalidades. Grande ênfase é dada às partes externas às unidades, com áreas comuns estruturadas para encorajar a socialização e, ao mesmo tempo, compensar eventuais deficiências de espaço interno dos apartamentos. O público-alvo são jovens profissionais, tipicamente com idade próxima aos 30 anos, que procuram boa localização por um preço acessível ao seu padrão de renda, seja para comprar ou alugar. Para essa demanda, na ordem de importância, é fundamental ter nas proximidades do edifício supermercado, restaurantes e academia. Dentro da unidade, o maior interesse foi demonstrado por máquina de lavar roupa integrada com secadora, além de armários e mobília multifuncionais já instalados no momento da entrega do apartamento. Mesmo tendo em conta a grande popularidade dos microapartamentos, alguns empreendedores objetivam a flexibilidade e têm construído os edifícios de tal forma que as unidades possam ser acopladas e, assim, oferecer um apartamento maior caso a demanda se volte para apartamentos mais convencionais. No Brasil, o desenvolvimento do mercado tem demonstrado que essas características são também desejadas pelo público potencialmente interessado nessas microunidades. Em Barcelona, na Espanha, desenvolveu-se um projeto que inova em conceitos ao criar o compartilhamento de espaço por dois microapartamentos. São unidades destinadas exclusivamente à locação, que compartilham cozinha, sala de estar e refeições. Mantêm-se exclusivos somente o dormitório e banheiro. Empreendimento semelhante foi desenvolvido em Seattle, nos Estados Unidos, cujos apartamentos têm áreas que variam entre 10m2 e 15m2, com cozinhas centralizadas e compartilhadas pelos moradores. As unidades exclusivas oferecem, somente, espaço para dormir e um pequeno banheiro. Praticamente não existem vagas para estacionamento, pois somente 20% dos moradores possuem automóvel. Os apartamentos de um dormitório lançados na cidade de São Paulo, em 2014, tiveram área média de 37m2 e área mínima de 14m2. Foram vendidos ao preço médio de R$ 12.300 o m2, aproximadamente 30% acima da média geral de preços dos outros tipos de apartamentos. De janeiro de 2010 a outubro de 2014 foram lançados, somente na cidade de São Paulo, 31,7 mil apartamentos de um dormitório. Muito embora a relação entre oferta e demanda para esse produto já esteja equilibrada em algumas regiões da cidade, os microapartamentos sofrerão adaptações e ajustes ao modo de vida do brasileiro e, cada vez mais, serão tendência não só na capital paulista, mas nas grandes cidades do país.
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O futuro dos microapartamentosMorar nas grandes cidades vai se tornando cada vez mais caro e difícil. São Paulo não é uma exceção à regra e muitas cidades do mundo têm procurado as melhores maneiras de oferecer, em termos de custo, alternativas viáveis de moradia. A diminuição do tamanho das unidades habitacionais é uma dessas alternativas e, portanto, surgem muitos estudos sobre os chamados microapartamentos. É o que podemos chamar de uma microssolução para um macroproblema. Os desafios incluem como fazer isso de forma acessível, confortável e com privacidade suficiente para tornar os espaços em lares. Pesquisa realizada pelo ULI (Urban Land Institute) avaliou 90 mil apartamentos em 35 áreas metropolitanas dos Estados Unidos e encontrou dados interessantes sobre os microapartamentos. As unidades têm área útil entre 25m2 e 35m2, dependendo do tamanho mínimo exigido pela legislação municipal. O espaço para dormir é compartilhado com a área de estar, mas a cozinha e o banheiro são equipados com todas as funcionalidades. Grande ênfase é dada às partes externas às unidades, com áreas comuns estruturadas para encorajar a socialização e, ao mesmo tempo, compensar eventuais deficiências de espaço interno dos apartamentos. O público-alvo são jovens profissionais, tipicamente com idade próxima aos 30 anos, que procuram boa localização por um preço acessível ao seu padrão de renda, seja para comprar ou alugar. Para essa demanda, na ordem de importância, é fundamental ter nas proximidades do edifício supermercado, restaurantes e academia. Dentro da unidade, o maior interesse foi demonstrado por máquina de lavar roupa integrada com secadora, além de armários e mobília multifuncionais já instalados no momento da entrega do apartamento. Mesmo tendo em conta a grande popularidade dos microapartamentos, alguns empreendedores objetivam a flexibilidade e têm construído os edifícios de tal forma que as unidades possam ser acopladas e, assim, oferecer um apartamento maior caso a demanda se volte para apartamentos mais convencionais. No Brasil, o desenvolvimento do mercado tem demonstrado que essas características são também desejadas pelo público potencialmente interessado nessas microunidades. Em Barcelona, na Espanha, desenvolveu-se um projeto que inova em conceitos ao criar o compartilhamento de espaço por dois microapartamentos. São unidades destinadas exclusivamente à locação, que compartilham cozinha, sala de estar e refeições. Mantêm-se exclusivos somente o dormitório e banheiro. Empreendimento semelhante foi desenvolvido em Seattle, nos Estados Unidos, cujos apartamentos têm áreas que variam entre 10m2 e 15m2, com cozinhas centralizadas e compartilhadas pelos moradores. As unidades exclusivas oferecem, somente, espaço para dormir e um pequeno banheiro. Praticamente não existem vagas para estacionamento, pois somente 20% dos moradores possuem automóvel. Os apartamentos de um dormitório lançados na cidade de São Paulo, em 2014, tiveram área média de 37m2 e área mínima de 14m2. Foram vendidos ao preço médio de R$ 12.300 o m2, aproximadamente 30% acima da média geral de preços dos outros tipos de apartamentos. De janeiro de 2010 a outubro de 2014 foram lançados, somente na cidade de São Paulo, 31,7 mil apartamentos de um dormitório. Muito embora a relação entre oferta e demanda para esse produto já esteja equilibrada em algumas regiões da cidade, os microapartamentos sofrerão adaptações e ajustes ao modo de vida do brasileiro e, cada vez mais, serão tendência não só na capital paulista, mas nas grandes cidades do país.
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Para Fenauto, busca por preço mantém venda de veículo usado
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O consumidor descobriu nos veículos usados uma forma de economizar na hora de trocar de carro durante o período de crise econômica, afirmou Lidio dos Santos, presidente da Fenauto (federação dos revendedores de veículos), durante entrevista a TV Folha. Isso porque um carro considerado semi-novo (até um ano) chega a custar entre 25% e 30% menos do que o mesmo modelo novo. No primeiro trimestre, enquanto o financiamento de carros novos desabou 16,8% em relação ao mesmo período de 2014, o crédito para compra dos usados cresceu quase 3%. "O preço fala mais alto", disse. Saiba Mais
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Para Fenauto, busca por preço mantém venda de veículo usadoO consumidor descobriu nos veículos usados uma forma de economizar na hora de trocar de carro durante o período de crise econômica, afirmou Lidio dos Santos, presidente da Fenauto (federação dos revendedores de veículos), durante entrevista a TV Folha. Isso porque um carro considerado semi-novo (até um ano) chega a custar entre 25% e 30% menos do que o mesmo modelo novo. No primeiro trimestre, enquanto o financiamento de carros novos desabou 16,8% em relação ao mesmo período de 2014, o crédito para compra dos usados cresceu quase 3%. "O preço fala mais alto", disse. Saiba Mais
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A resposta hippie ao desencanto de Heidegger
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RESUMO Jornalista muitas vezes identificado como "guru da contracultura" reflete sobre como, pela ciência, a coisa,"res", se impôs sobre o ser, "ontos", num movimento previsto por Heidegger. Para ele, recuperar as verdadeiras fontes de vida numa volta aos ideais hippies poderia nos salvar dos prognósticos do filósofo alemão. Era preciso que um pensador brasileiro, não dos maiores, mas dos mais expostos à galhofa, viesse, não a cantar ao homem do povo Charlie Chaplin, como fez nosso poeta maior, mas a expor a cara a tapa por defender ideias insensatas que lhe valeram o ridículo de muitos mas a compreensão de ao menos uns poucos. Vamos por partes. Primeiro, a galhofa e o ridículo. Outro dia, uma grande amiga minha me confidenciou: "Você sabe que todas as minhas amigas acham que você é um cara ridículo? É principalmente por causa dessa história de 'guru da contracultura'. Guru já é uma coisa ridícula, contracultura mais ainda. Você é um ridículo ao quadrado." "KKKKKKKK" -como cacarejam na internet! No entanto, em vez de recuar, pedir perdão, me retratar da terrível vergonha, resolvi tentar salvar um pouco da minha dignidade usando daquilo que me resta, o miserável pensamento. Como diz Heidegger, com simplicidade, somos pensadores porque somos seres que, entre outras coisas, pensam. E, como ele observa agudamente, são os pensamentos que vêm até nós, e não ao contrário. Pois bem: vieram-me pensamentos. Eles me levaram à viagem que acostumei chamar "de volta para o futuro", ou seja, para o século passado, quando havia um "futuro" que vislumbrávamos, encantados, um futuro colorido e pacificado, uma fantástica Era de Aquário, um futuro que lamentavelmente nunca se concretizou na realidade coletiva. Hoje, no século 21, que deveria ter sido a realização daquele sonho, o futuro se reduziu a uma abstração incerta e sombria, uma ameaça fantasmagórica de decadência e destruição generalizadas. Nossa utopia tornou-se uma distopia assustadora. Voltar para o futuro significa portanto, para mim, voltar ao sonho, ao futuro que pensávamos merecer e que parecia se concretizar no surgimento dos hippies. Dizem que acabaram, que os poucos remanescentes do seu passado dourado são em número insignificante, principalmente velhos que vão morrendo e, por certo, em breve, desaparecerão totalmente. Advirto, senhores, que minha loucura não tem método. Posso pensar qualquer coisa a qualquer momento. Assim, a possibilidade de uma reflexão concreta sobre uma possível atualidade dos hippies me ocorreu lendo Heidegger. Segundo ele, a tecnologia que nos domina e controla cada vez mais foi produzida por um desvio decisivo na história do pensamento ocidental, que foi o raciocínio do tipo preconizado por Sócrates, aprofundado por Platão e finalmente sacramentado com todas as honras por Aristóteles como a maneira de pensar essencial de nossa civilização e cultura. A Idade Média acrescentou suas elucubrações teológicas supostamente cristãs a essa filosofia regida pela famosa "ratio", ou razão, mais explícita assim, em latim, como todos os conceitos da época. Chamei essa maneira tradicional de pensar de "desvio" e não foi à toa. Segundo Heidegger, foi nele que se perdeu o pensamento originário dos pré-socráticos, nos devaneios do que veio a se chamar "filosofia" e, mais explicitamente, depois de Aristóteles, "metafísica". Ele se caracteriza pelo esquecimento do Ser e o domínio absoluto do ente, o que Heidegger chama de diferença ontológica. A ontologia se ocupa do Ser, o "ontos", o que é o que é; a metafísica e seus subprodutos, como a ciência ocidental, por exemplo, ficam aprisionados no âmbito dos entes, o meramente ôntico, ou seja, objeto, coisa, "res". O estudo particular de cada região ôntica foi feito pela ciência moderna a partir da visão de Aristóteles e das condições determinadas por Bacon. A investigação científica utiliza a "ratio", o raciocínio, a indução, a dedução etc. -mas, ao contrário do pensamento ontológico e da poesia, não penetra no mistério ontológico. Foi por isso que Heidegger pronunciou sua frase célebre de que "a ciência não pensa". Não pensa mesmo, em face da diferença ontológica identificada por Heidegger. Mas a ciência não é a única a "não pensar". Está acompanhada por toda história da filosofia ocidental, até mesmo em Nietzsche, que, mesmo tendo sido o primeiro a denunciar a metafísica de Platão, é incluído por Heidegger entre os filósofos que a seguem. Já se relacionou o esquecimento do ser, a diferença ontológica de Heidegger, aos processos deletérios denunciados pelo marxismo, principalmente a alienação, tal como é exposta nos "Manuscritos" de 1844 de Marx, e a reificação, tal como é estudada por Lukács em "História e Consciência de Classe", e utilizada por vários filósofos posteriores, dos quais meu favorito é Jean-Paul Sartre e seu conceito de serialização, apresentado na "Crítica da Razão Dialética". TRIUNFO DA COISA Mas todos esses filósofos permanecem atados tanto à "ratio" medieval quanto à visão ôntica do real como confronto entre "res cogitans" e "res extensa", o sujeito e o objeto, o espírito e a coisa, geralmente com o triunfo esmagador da coisa. Entretanto, conforme Heidegger mostra com clareza, tudo isso é resultado de um desvio do pensamento grego posterior aos pré-socráticos, uma decadência que, para Nietzsche, começa em Sócrates, ganha uma formulação definitiva em Platão e determina o rumo do pensamento ocidental através de Aristóteles. A "physis", que nos pré-socráticos era a própria presença do Ser, vira Natureza feita de coisas, objetos; e o "logos", que era o seu sentido, vira lógica, "ratio", um emaranhado mental que faria da "techné" grega a ciência moderna, produto direto da natureza ôntica na visão do Estagirita. A sempre cantada em prosa e verso ciência foi, portanto, a imperatriz do desvio. Foi ela que deu uma suposta dignidade à reificação, tornou-se a verdadeira religião dos acatados homens de conhecimento e gerou a tecnologia insaciável que substituiu as verdadeiras fontes da vida por suas invenções incessantes, aparentemente maravilhosas como fogos de artifício, que induziram o ser humano ao seu destino atual, do qual o ciborgue é a primeira, mas não será a última, manifestação. No plano individual, cada um se vira como pode, a liberdade aqui é absoluta. Mas, no plano coletivo, as maquinações da visão ôntica estão se impondo de maneira cada vez mais abrangente. Desde o século passado, os entusiastas do progresso tecnológico debocham dos reacionários que se apegam à mãe natureza, a Gaia, ou como se quiser chamar a "physis" primordial. É claro que eu próprio, por exemplo, só escrevo em computador, tenho meu modesto smartphone, às vezes uso laptop. Mas estou alerta. Contudo as massas sucumbem aos mais variados tipos de histeria, não apenas a política, que parece ser a mais vistosa, mas as de ordem mais privada também. Ser dominada pelos brinquedinhos tecnológicos é a grande doença da mente coletiva em nosso tempo. Eis, a seguir, o que desponta em nosso horizonte, como consequência do domínio da tecnologia sobre nossa vida coletiva, segundo as informações que tenho sobre o assunto. É, no mínimo, assustador. O texto que se segue foi extraído, sintetizado, de um artigo de Wilson Roberto Vieira Ferreira. "O cientista de computadores Jaron Lanier é o inventor do conceito de realidade virtual, uma nova religião criada a partir da cultura da engenharia computacional. Em agosto [de 2010], Lanier publicou no jornal 'The New York Times' o artigo 'The First Church of Robotics', no qual denuncia a gestação do que seria a 'primeira religião da robótica', uma verdadeira religião das máquinas, cibertotalitária, na qual 'computadores se humanizam e seres humanos tornam-se computadores'." "Isso quer dizer que, um dia, num futuro não muito distante, a internet vai de repente ser incorporada a uma superinteligência artificial, infinitamente mais inteligente do que qualquer um de nós individualmente. Vai se tornar um ser vivo em um piscar de olhos e dominar o mundo antes que os seres humanos percebam o que está acontecendo. Todos os principais pensamentos atuais sobre a consciência e a alma estão ligados também na fé, o que sugere algo notável: o que nós estamos vendo é uma nova religião, expressa através de uma cultura de engenharia. É paradoxal que essa 'religião expressa através de uma cultura da engenharia' seja o princípio orientador de uma tecnologia que representaria o ápice do racionalismo ocidental." Foi contemplando esse panorama, guiado pelo pensamento profético e desmistificador de Heidegger, que lembrei que talvez nossa esperança, no plano coletivo, seja exatamente aquilo que, em outras ocasiões, qualifiquei como a grande oportunidade, desgraçadamente perdida pelo Ocidente, para sua regeneração, para sua reconquista da saúde espiritual. Qual oportunidade? Estou, é claro, falando dos hippies e de sua ação saneadora de nossos costumes. Talvez a sua volta, em termos diferentes de sua primeira aparição no século passado, seja, "mutatis mutandis", nossa única esperança concreta de escapar dos sombrios, mas bem fundamentados, prognósticos de Heidegger.
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ilustrissima
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A resposta hippie ao desencanto de HeideggerRESUMO Jornalista muitas vezes identificado como "guru da contracultura" reflete sobre como, pela ciência, a coisa,"res", se impôs sobre o ser, "ontos", num movimento previsto por Heidegger. Para ele, recuperar as verdadeiras fontes de vida numa volta aos ideais hippies poderia nos salvar dos prognósticos do filósofo alemão. Era preciso que um pensador brasileiro, não dos maiores, mas dos mais expostos à galhofa, viesse, não a cantar ao homem do povo Charlie Chaplin, como fez nosso poeta maior, mas a expor a cara a tapa por defender ideias insensatas que lhe valeram o ridículo de muitos mas a compreensão de ao menos uns poucos. Vamos por partes. Primeiro, a galhofa e o ridículo. Outro dia, uma grande amiga minha me confidenciou: "Você sabe que todas as minhas amigas acham que você é um cara ridículo? É principalmente por causa dessa história de 'guru da contracultura'. Guru já é uma coisa ridícula, contracultura mais ainda. Você é um ridículo ao quadrado." "KKKKKKKK" -como cacarejam na internet! No entanto, em vez de recuar, pedir perdão, me retratar da terrível vergonha, resolvi tentar salvar um pouco da minha dignidade usando daquilo que me resta, o miserável pensamento. Como diz Heidegger, com simplicidade, somos pensadores porque somos seres que, entre outras coisas, pensam. E, como ele observa agudamente, são os pensamentos que vêm até nós, e não ao contrário. Pois bem: vieram-me pensamentos. Eles me levaram à viagem que acostumei chamar "de volta para o futuro", ou seja, para o século passado, quando havia um "futuro" que vislumbrávamos, encantados, um futuro colorido e pacificado, uma fantástica Era de Aquário, um futuro que lamentavelmente nunca se concretizou na realidade coletiva. Hoje, no século 21, que deveria ter sido a realização daquele sonho, o futuro se reduziu a uma abstração incerta e sombria, uma ameaça fantasmagórica de decadência e destruição generalizadas. Nossa utopia tornou-se uma distopia assustadora. Voltar para o futuro significa portanto, para mim, voltar ao sonho, ao futuro que pensávamos merecer e que parecia se concretizar no surgimento dos hippies. Dizem que acabaram, que os poucos remanescentes do seu passado dourado são em número insignificante, principalmente velhos que vão morrendo e, por certo, em breve, desaparecerão totalmente. Advirto, senhores, que minha loucura não tem método. Posso pensar qualquer coisa a qualquer momento. Assim, a possibilidade de uma reflexão concreta sobre uma possível atualidade dos hippies me ocorreu lendo Heidegger. Segundo ele, a tecnologia que nos domina e controla cada vez mais foi produzida por um desvio decisivo na história do pensamento ocidental, que foi o raciocínio do tipo preconizado por Sócrates, aprofundado por Platão e finalmente sacramentado com todas as honras por Aristóteles como a maneira de pensar essencial de nossa civilização e cultura. A Idade Média acrescentou suas elucubrações teológicas supostamente cristãs a essa filosofia regida pela famosa "ratio", ou razão, mais explícita assim, em latim, como todos os conceitos da época. Chamei essa maneira tradicional de pensar de "desvio" e não foi à toa. Segundo Heidegger, foi nele que se perdeu o pensamento originário dos pré-socráticos, nos devaneios do que veio a se chamar "filosofia" e, mais explicitamente, depois de Aristóteles, "metafísica". Ele se caracteriza pelo esquecimento do Ser e o domínio absoluto do ente, o que Heidegger chama de diferença ontológica. A ontologia se ocupa do Ser, o "ontos", o que é o que é; a metafísica e seus subprodutos, como a ciência ocidental, por exemplo, ficam aprisionados no âmbito dos entes, o meramente ôntico, ou seja, objeto, coisa, "res". O estudo particular de cada região ôntica foi feito pela ciência moderna a partir da visão de Aristóteles e das condições determinadas por Bacon. A investigação científica utiliza a "ratio", o raciocínio, a indução, a dedução etc. -mas, ao contrário do pensamento ontológico e da poesia, não penetra no mistério ontológico. Foi por isso que Heidegger pronunciou sua frase célebre de que "a ciência não pensa". Não pensa mesmo, em face da diferença ontológica identificada por Heidegger. Mas a ciência não é a única a "não pensar". Está acompanhada por toda história da filosofia ocidental, até mesmo em Nietzsche, que, mesmo tendo sido o primeiro a denunciar a metafísica de Platão, é incluído por Heidegger entre os filósofos que a seguem. Já se relacionou o esquecimento do ser, a diferença ontológica de Heidegger, aos processos deletérios denunciados pelo marxismo, principalmente a alienação, tal como é exposta nos "Manuscritos" de 1844 de Marx, e a reificação, tal como é estudada por Lukács em "História e Consciência de Classe", e utilizada por vários filósofos posteriores, dos quais meu favorito é Jean-Paul Sartre e seu conceito de serialização, apresentado na "Crítica da Razão Dialética". TRIUNFO DA COISA Mas todos esses filósofos permanecem atados tanto à "ratio" medieval quanto à visão ôntica do real como confronto entre "res cogitans" e "res extensa", o sujeito e o objeto, o espírito e a coisa, geralmente com o triunfo esmagador da coisa. Entretanto, conforme Heidegger mostra com clareza, tudo isso é resultado de um desvio do pensamento grego posterior aos pré-socráticos, uma decadência que, para Nietzsche, começa em Sócrates, ganha uma formulação definitiva em Platão e determina o rumo do pensamento ocidental através de Aristóteles. A "physis", que nos pré-socráticos era a própria presença do Ser, vira Natureza feita de coisas, objetos; e o "logos", que era o seu sentido, vira lógica, "ratio", um emaranhado mental que faria da "techné" grega a ciência moderna, produto direto da natureza ôntica na visão do Estagirita. A sempre cantada em prosa e verso ciência foi, portanto, a imperatriz do desvio. Foi ela que deu uma suposta dignidade à reificação, tornou-se a verdadeira religião dos acatados homens de conhecimento e gerou a tecnologia insaciável que substituiu as verdadeiras fontes da vida por suas invenções incessantes, aparentemente maravilhosas como fogos de artifício, que induziram o ser humano ao seu destino atual, do qual o ciborgue é a primeira, mas não será a última, manifestação. No plano individual, cada um se vira como pode, a liberdade aqui é absoluta. Mas, no plano coletivo, as maquinações da visão ôntica estão se impondo de maneira cada vez mais abrangente. Desde o século passado, os entusiastas do progresso tecnológico debocham dos reacionários que se apegam à mãe natureza, a Gaia, ou como se quiser chamar a "physis" primordial. É claro que eu próprio, por exemplo, só escrevo em computador, tenho meu modesto smartphone, às vezes uso laptop. Mas estou alerta. Contudo as massas sucumbem aos mais variados tipos de histeria, não apenas a política, que parece ser a mais vistosa, mas as de ordem mais privada também. Ser dominada pelos brinquedinhos tecnológicos é a grande doença da mente coletiva em nosso tempo. Eis, a seguir, o que desponta em nosso horizonte, como consequência do domínio da tecnologia sobre nossa vida coletiva, segundo as informações que tenho sobre o assunto. É, no mínimo, assustador. O texto que se segue foi extraído, sintetizado, de um artigo de Wilson Roberto Vieira Ferreira. "O cientista de computadores Jaron Lanier é o inventor do conceito de realidade virtual, uma nova religião criada a partir da cultura da engenharia computacional. Em agosto [de 2010], Lanier publicou no jornal 'The New York Times' o artigo 'The First Church of Robotics', no qual denuncia a gestação do que seria a 'primeira religião da robótica', uma verdadeira religião das máquinas, cibertotalitária, na qual 'computadores se humanizam e seres humanos tornam-se computadores'." "Isso quer dizer que, um dia, num futuro não muito distante, a internet vai de repente ser incorporada a uma superinteligência artificial, infinitamente mais inteligente do que qualquer um de nós individualmente. Vai se tornar um ser vivo em um piscar de olhos e dominar o mundo antes que os seres humanos percebam o que está acontecendo. Todos os principais pensamentos atuais sobre a consciência e a alma estão ligados também na fé, o que sugere algo notável: o que nós estamos vendo é uma nova religião, expressa através de uma cultura de engenharia. É paradoxal que essa 'religião expressa através de uma cultura da engenharia' seja o princípio orientador de uma tecnologia que representaria o ápice do racionalismo ocidental." Foi contemplando esse panorama, guiado pelo pensamento profético e desmistificador de Heidegger, que lembrei que talvez nossa esperança, no plano coletivo, seja exatamente aquilo que, em outras ocasiões, qualifiquei como a grande oportunidade, desgraçadamente perdida pelo Ocidente, para sua regeneração, para sua reconquista da saúde espiritual. Qual oportunidade? Estou, é claro, falando dos hippies e de sua ação saneadora de nossos costumes. Talvez a sua volta, em termos diferentes de sua primeira aparição no século passado, seja, "mutatis mutandis", nossa única esperança concreta de escapar dos sombrios, mas bem fundamentados, prognósticos de Heidegger.
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Pesquisas em 3 Estados cruciais para eleição mostram avanço de Trump
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Hillary Clinton e Donald Trump estão em um impasse nos chamados "swing states" (Estados indecisos) cruciais de Ohio, Pensilvânia e Flórida, de acordo com novas pesquisas que mostram que o candidato presidencial republicano está ganhando força em relação à sua rival democrata devido a dúvidas sobre a honestidade dela. Pesquisas realizadas pela Universidade Quinnipiac mostram os dois candidatos tecnicamente empatados nos Estados em que serão realizadas suas convenções partidárias em Cleveland e na Filadélfia neste mês. Trump está na frente de Clinton na Flórida por 42% a 39%. Na Pensilvânia, ele está à frente por 43% a 41%. E em Ohio eles estão empatados. Cada um dos candidatos possui o apoio de 41% dos eleitores. Quando Gary Johnson, candidato do Partido Libertário, e Jill Stein, candidato do Partido Verde, são incluídos nas pesquisas, Trump se sai ainda melhor. Está à frente de Clinton por 5 pontos na Flórida, 6 pontos na Pensilvânia e 1 ponto em Ohio. Espera-se que Johnson concorra em todos os 50 Estados. As pesquisas, que têm margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, mostram uma melhoria de Trump na Pensilvânia e na Flórida, onde ele está começando a aparecer melhor entre as mulheres e os eleitores independentes, enquanto ganha maior apoio entre os homens. Em junho, Clinton registrou pequenas vantagens sobre Trump na Flórida e na Pensilvânia, e eles estavam empatados em Ohio. As pesquisas são uma boa notícia para Trump, que resistiu a um período complicado de controvérsias e reviravoltas na campanha. Para Clinton, os números poderiam aumentar a preocupação de que a recente atenção dedicada às suas atividades de e-mail como secretária de Estado tenha causado impactos. O Departamento de Justiça arquivou o processo, mas várias das declarações de Clinton foram polemizadas pelo FBI, que disse que ela foi "extremamente descuidada" com informações classificadas. "Embora não haja uma ligação definida entre a queda de Clinton na Flórida e a decisão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de não processá-la pelo tratamento que deu aos seus e-mails, ela perdeu terreno para Trump em questões que calibram padrões morais e honestidade", disse Peter A. Brown, diretor-assistente da pesquisa da Universidade Quinnipiac. Os eleitores em todos os três Estados desejam uma "mudança radical" e estão descontentes com a forma em que acordos comerciais impactaram a economia dos EUA. Enquanto Clinton é vista como mais preparada para ser presidente, Trump é visto como o candidato mais honesto e mais adequado para combater o terrorismo. Apesar dos progressos, Trump continua a lutar em algumas áreas. Na Flórida, por exemplo, que tem uma grande população hispânica, Trump está conquistando apenas 21% dos eleitores não-brancos. Mas ele também está progredindo em outros blocos eleitorais importantes. Trump tem lutado com eleitores do sexo feminino em muitas pesquisas nacionais, mas na Pensilvânia ele reduziu a brecha de gênero. Ele atualmente está atrás de Clinton por uma diferença de 4 pontos, menor do que os 16 pontos em junho. Espera-se que ambos candidatos façam uma campanha agressiva em Ohio, na Pensilvânia e na Flórida antes das eleições de novembro. Nenhum candidato venceu a Presidência sem ganhar dois desses três Estados desde 1960, menciona a Universidade Quinnipiac. "Donald Trump entra na convenção republicana com uma pequena onda de êxito nos três Estados indecisos mais importantes do país", disse Brown. Outras pesquisas divulgadas na quarta-feira pela NBC/Wall Street Journal/Marist também mostraram Trump e Clinton tecnicamente empatados em Ohio e Iowa. Na Pensilvânia, Hillary mantém uma vantagem sólida: está à frente de Trump por 45% a 36%. Tal como mostra a Universidade Quinnipiac, as pesquisas indicam que Trump ganhou terreno no mês passado.
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mundo
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Pesquisas em 3 Estados cruciais para eleição mostram avanço de TrumpHillary Clinton e Donald Trump estão em um impasse nos chamados "swing states" (Estados indecisos) cruciais de Ohio, Pensilvânia e Flórida, de acordo com novas pesquisas que mostram que o candidato presidencial republicano está ganhando força em relação à sua rival democrata devido a dúvidas sobre a honestidade dela. Pesquisas realizadas pela Universidade Quinnipiac mostram os dois candidatos tecnicamente empatados nos Estados em que serão realizadas suas convenções partidárias em Cleveland e na Filadélfia neste mês. Trump está na frente de Clinton na Flórida por 42% a 39%. Na Pensilvânia, ele está à frente por 43% a 41%. E em Ohio eles estão empatados. Cada um dos candidatos possui o apoio de 41% dos eleitores. Quando Gary Johnson, candidato do Partido Libertário, e Jill Stein, candidato do Partido Verde, são incluídos nas pesquisas, Trump se sai ainda melhor. Está à frente de Clinton por 5 pontos na Flórida, 6 pontos na Pensilvânia e 1 ponto em Ohio. Espera-se que Johnson concorra em todos os 50 Estados. As pesquisas, que têm margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, mostram uma melhoria de Trump na Pensilvânia e na Flórida, onde ele está começando a aparecer melhor entre as mulheres e os eleitores independentes, enquanto ganha maior apoio entre os homens. Em junho, Clinton registrou pequenas vantagens sobre Trump na Flórida e na Pensilvânia, e eles estavam empatados em Ohio. As pesquisas são uma boa notícia para Trump, que resistiu a um período complicado de controvérsias e reviravoltas na campanha. Para Clinton, os números poderiam aumentar a preocupação de que a recente atenção dedicada às suas atividades de e-mail como secretária de Estado tenha causado impactos. O Departamento de Justiça arquivou o processo, mas várias das declarações de Clinton foram polemizadas pelo FBI, que disse que ela foi "extremamente descuidada" com informações classificadas. "Embora não haja uma ligação definida entre a queda de Clinton na Flórida e a decisão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de não processá-la pelo tratamento que deu aos seus e-mails, ela perdeu terreno para Trump em questões que calibram padrões morais e honestidade", disse Peter A. Brown, diretor-assistente da pesquisa da Universidade Quinnipiac. Os eleitores em todos os três Estados desejam uma "mudança radical" e estão descontentes com a forma em que acordos comerciais impactaram a economia dos EUA. Enquanto Clinton é vista como mais preparada para ser presidente, Trump é visto como o candidato mais honesto e mais adequado para combater o terrorismo. Apesar dos progressos, Trump continua a lutar em algumas áreas. Na Flórida, por exemplo, que tem uma grande população hispânica, Trump está conquistando apenas 21% dos eleitores não-brancos. Mas ele também está progredindo em outros blocos eleitorais importantes. Trump tem lutado com eleitores do sexo feminino em muitas pesquisas nacionais, mas na Pensilvânia ele reduziu a brecha de gênero. Ele atualmente está atrás de Clinton por uma diferença de 4 pontos, menor do que os 16 pontos em junho. Espera-se que ambos candidatos façam uma campanha agressiva em Ohio, na Pensilvânia e na Flórida antes das eleições de novembro. Nenhum candidato venceu a Presidência sem ganhar dois desses três Estados desde 1960, menciona a Universidade Quinnipiac. "Donald Trump entra na convenção republicana com uma pequena onda de êxito nos três Estados indecisos mais importantes do país", disse Brown. Outras pesquisas divulgadas na quarta-feira pela NBC/Wall Street Journal/Marist também mostraram Trump e Clinton tecnicamente empatados em Ohio e Iowa. Na Pensilvânia, Hillary mantém uma vantagem sólida: está à frente de Trump por 45% a 36%. Tal como mostra a Universidade Quinnipiac, as pesquisas indicam que Trump ganhou terreno no mês passado.
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Conheça o personal de Sabrina Sato, Galisteu e Alessandra Ambrósio
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CHICO FELITTI DE SÃO PAULO São 5h30 e o homem com gel no cabelo jogado para trás, cara sisuda e porte de executivo sai de casa pisando forte pela rua da Consolação. Está em cima do horário de trabalho, em que deve ficar umas 15 horas, no mínimo. Marcio Lui, 36, não é funcionário de um banco de investimentos ou de uma firma de advocacia: ele é o personal trainer que, com rigor militar, conquistou clientes como a apresentadora Adriane Galisteu, a atriz Thaila Ayala e a supermodelo Alessandra Ambrósio. Ao chegar à academia Bodytech dos Jardins, onde ministra de 14 a 16 aulas por dia para um total de 53 alunos, Lui é cumprimentado pela mesma funcionária que mantém a lista de espera por uma aula com ele. Atualmente, são 30 nomes enfileirados para pagar ao menos R$ 200 por 50 minutos de um misto de exercício aeróbico, musculação e ordens diretas e objetivas com repetições de cara de bravo para quem não as cumprir. Nem mesmo as piadas de Sabrina Sato, 33, dobram o rigor das ordens. "Sou bom em comandar", diz ele, que fica mais baixo do que Sabrina, quando ela equilibra seu 1,69 m sobre saltos. O tom contido da fala de Lui, quase monótona, destoa da música "putz putz" da academia e de outros professores de educação física, que fazem o tipo "amigão". O personal das estrelas não tolera atrasos, não se desloca até a casa de quase nenhum cliente para evitar trânsito e não gosta de conversa mole durante os exercícios. Mas nem sempre foi assim. Doze anos atrás, Lui chegava a São Paulo com um diploma de faculdade conhecida só na região de sua cidade natal, Santos, a experiência de professor-assistente de natação e um ano e meio servindo na Marinha. Enquanto dividia um apartamento no centro com amigos, montou uma empresa de ginástica laboral. Conseguiu clientes como a FedEx (gigante da correspondência expressa), para os quais passava exercícios para evitar lesões por esforço repetitivo e contornar as dores de quem trabalhava sentado. Mas uma crise econômica em 2005 catabolizou a carreira: deu fim à firma e teve de aceitar o emprego de gerente de uma academia 24 horas na rua da Consolação, enquanto dava aulas particulares para presidentes de algumas das empresas para as quais trabalhou. Foi quando conheceu Yan Acioli, que também é personal de Sabrina Sato (só que personal stylist, aquele que compra e escolhe roupas). "Ele me recomendou a ela e começamos a trabalhar para o Carnaval", conta Lui, referindo-se ao ano de 2008, quando Sato ainda era uma integrante do programa "Pânico", e não a apresentadora com o segundo melhor Ibope do horário. AMIGO E CARRASCO A ascensão da nipônica (e de seu corpo) serviu como cartão de visitas para outras famosas. Modelos como Fernanda Motta e atrizes como Kika Martinez e Barbara Paz vieram engrossar a clientela, composta "uns 90%" de mulheres. Sua disposição para o trabalho também contou, ele acredita. "Ele é tão parceiro que às vezes malhamos juntos na madrugada, por causa dos meus horários. Ele também me coloca na linha quando exagero no fim de semana", diz Sabrina, 33. Nas últimas semanas, as madrugadas dos dois andam cheias. Já estão pegando pesado no novo corpo que Sato desfilará nos sambódromos do Rio e de São Paulo. A apresentadora trará sob o fio-dental uma silhueta mais longilínea, promete. "Vamos malhar muito o bumbum, sem crescer demais." E as formas cavalares de Gracyanne Barbosa e outras rainhas de bateria? "Esquece. Já era." Não que todas precisem perder músculo. Com Adriane Galisteu, 41, o caminho foi o inverso. "Sempre gostei de ser um pouco mais magra do que o normal", diz a loira, que atribui ao personal "a façanha de ter conseguido me fazer malhar um pouco, além de correr". A frequência com que Lui treina Galisteu e seu marido, Alexandre Iódice, cresceu tanto que ele virou um amigo. O personal aparece até no retrato de Natal da família, sentado junto dela, do filho e do Papai Noel. "O Marcio é um amigo incrível, muito talentoso. É um personal que, apesar de a gente ser muito amigo, pega no pé", diz Galisteu, que já passou férias com o professor em sua casa na praia. "A gente estava jogando cartas, se divertindo, mas daí dava a hora de fazer exercício e eu pegava firme mesmo. Alunos adoram isso, o fato de ter dois Marcios: o que se diverte e o que vai 'te matar'", diz. Nem todos se adaptam ao carinho bruto. É o caso de uma socialite de 34 anos que, dois anos atrás, figurou em sua lista de clientes por dois meses. "Várias amigas estavam fazendo aula com ele. Fui também, mas não quero pagar para falarem firme demais comigo. Não é culpa dele, o método só não funcionou para mim", diz ela, que pede para ter seu nome preservado em sigilo. Hoje, é auxiliada na academia "pelo funcionário que estiver lá, sem muito papo, e muito menos ordem". O apresentador Gominho, 25 anos e peso que às vezes chega a 130 kg, tampouco sabe se é aluno ou ex-aluno do militar da maromba. "Cheguei a fazer um mês de aula com ele em 2014, mas fui pro Rio trabalhar e ele foi para Londres. Então parei." O motivo do rompimento, admite Gominho, é uma preguiça maior que o rigor militar. "Ele me pegava pela orelha. Marcava às 8h30, batia em casa, que é do lado do apartamento dele, com tudo. É um incentivo bom. Mas, se nem assim consegui, acho difícil." Da relação aluno-professor pelo menos restou uma amizade. "Ele é engraçado com esse jeitão. Eu ia falar que ele é mal-humorado, mas não vou, senão ele fica puto", brinca. O estilista Sergio K, 30, passou por seis treinadores antes de chegar a Lui. "Adoro porque ele não tenta ser psicólogo, não fica falando demais e é mal-humorado como eu." Amigos dizem que a única coisa que deixa o professor feliz é trabalhar. O trabalho em doses anabolizadas serve para economizar dinheiro para realizar em 2015 o sonho da casa própria, mas também "para aproveitar a boa fase". "Eu sei que daqui a uns anos vem um outro melhor que treina uma mulher com um corpo mais maravilhoso. E tudo bem." Foi o que aconteceu com Silvinho Cabral, que zelou pelos músculos de Sabrina por mais de três anos, antes de Lui. "Com a Sabrina, eu não tinha agenda, hora marcada. Tinha de ficar à mercê. No dia a dia, me ligava à uma da manhã." A exposição também tem outro lado, afirma Cabral: há uma pressão maior do que os 120 kg usados por uma panicat para fazer agachamento. "Imagine ser conhecido como o cara que quebrou o joelho da Sabrina. Não aguentei a pressão, preferi abdicar da cliente." Mas botar famosos para suar funciona bem como marketing, afirma Lui, que tem mais de 30 mil seguidores no Instagram graças aos notórios alunos —e escalou o irmão para conseguir cuidar do tanto de mensagem que recebe nas redes sociais. O primeiro encontro com novas clientes, para se conhecer tomando água com gás ou suco verde, ele define como "uma ida ao açougue". "Elas dizem que querem ter as partes das famosas. Uma quer a barriga da Galisteu, outra a bunda da Sabrina." FILÉ COM FRITAS E PICADINHO Outros querem só conciliar um corpo perfeito com fritura. Em novembro do ano passado, o professsor foi para Londres fazer um intensivão com Alessandra Ambrósio. A supermodelo precisava estar com um corpo além do inacreditável que ela já carrega no dia a dia: iria desfilar um sutiã cravejado de pedras preciosas de US$ 2 milhões (coisa de R$ 5,5 milhões) para a Victoria's Secret. O período londrino, com cerca de três horas diárias de maromba, misturou musculação e exercícios aeróbicos que permitissem a Ambrósio comer batata frita horas antes de entrar na passarela, como ela ostentou numa rede social —veículos como o diário inglês "Express" e o "PerezHilton", um dos blogs de fofoca mais lidos do mundo, estamparam o rosto de Lui como o homem responsável pelo corpo da modelo que não teme fritura. "Uma vida só regrada não vale", diz o ex-militar. "Todo mundo tem direito a um 'dia do lixo' na semana, para fazer algo de que goste." No caso dele, um drinque e o picadinho do Charlô Bistrô, nos Jardins, já contam como desbunde. "Gosto de regras." No último semestre, ele se colocou outra: relaxar os músculos (e cérebro) a cada duas semanas: "Vou à praia e nado. Tenho saudade de nadar", diz ele, às 17h de uma quarta-feira quente, com mais seis horas de suor adiante.
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saopaulo
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Conheça o personal de Sabrina Sato, Galisteu e Alessandra AmbrósioCHICO FELITTI DE SÃO PAULO São 5h30 e o homem com gel no cabelo jogado para trás, cara sisuda e porte de executivo sai de casa pisando forte pela rua da Consolação. Está em cima do horário de trabalho, em que deve ficar umas 15 horas, no mínimo. Marcio Lui, 36, não é funcionário de um banco de investimentos ou de uma firma de advocacia: ele é o personal trainer que, com rigor militar, conquistou clientes como a apresentadora Adriane Galisteu, a atriz Thaila Ayala e a supermodelo Alessandra Ambrósio. Ao chegar à academia Bodytech dos Jardins, onde ministra de 14 a 16 aulas por dia para um total de 53 alunos, Lui é cumprimentado pela mesma funcionária que mantém a lista de espera por uma aula com ele. Atualmente, são 30 nomes enfileirados para pagar ao menos R$ 200 por 50 minutos de um misto de exercício aeróbico, musculação e ordens diretas e objetivas com repetições de cara de bravo para quem não as cumprir. Nem mesmo as piadas de Sabrina Sato, 33, dobram o rigor das ordens. "Sou bom em comandar", diz ele, que fica mais baixo do que Sabrina, quando ela equilibra seu 1,69 m sobre saltos. O tom contido da fala de Lui, quase monótona, destoa da música "putz putz" da academia e de outros professores de educação física, que fazem o tipo "amigão". O personal das estrelas não tolera atrasos, não se desloca até a casa de quase nenhum cliente para evitar trânsito e não gosta de conversa mole durante os exercícios. Mas nem sempre foi assim. Doze anos atrás, Lui chegava a São Paulo com um diploma de faculdade conhecida só na região de sua cidade natal, Santos, a experiência de professor-assistente de natação e um ano e meio servindo na Marinha. Enquanto dividia um apartamento no centro com amigos, montou uma empresa de ginástica laboral. Conseguiu clientes como a FedEx (gigante da correspondência expressa), para os quais passava exercícios para evitar lesões por esforço repetitivo e contornar as dores de quem trabalhava sentado. Mas uma crise econômica em 2005 catabolizou a carreira: deu fim à firma e teve de aceitar o emprego de gerente de uma academia 24 horas na rua da Consolação, enquanto dava aulas particulares para presidentes de algumas das empresas para as quais trabalhou. Foi quando conheceu Yan Acioli, que também é personal de Sabrina Sato (só que personal stylist, aquele que compra e escolhe roupas). "Ele me recomendou a ela e começamos a trabalhar para o Carnaval", conta Lui, referindo-se ao ano de 2008, quando Sato ainda era uma integrante do programa "Pânico", e não a apresentadora com o segundo melhor Ibope do horário. AMIGO E CARRASCO A ascensão da nipônica (e de seu corpo) serviu como cartão de visitas para outras famosas. Modelos como Fernanda Motta e atrizes como Kika Martinez e Barbara Paz vieram engrossar a clientela, composta "uns 90%" de mulheres. Sua disposição para o trabalho também contou, ele acredita. "Ele é tão parceiro que às vezes malhamos juntos na madrugada, por causa dos meus horários. Ele também me coloca na linha quando exagero no fim de semana", diz Sabrina, 33. Nas últimas semanas, as madrugadas dos dois andam cheias. Já estão pegando pesado no novo corpo que Sato desfilará nos sambódromos do Rio e de São Paulo. A apresentadora trará sob o fio-dental uma silhueta mais longilínea, promete. "Vamos malhar muito o bumbum, sem crescer demais." E as formas cavalares de Gracyanne Barbosa e outras rainhas de bateria? "Esquece. Já era." Não que todas precisem perder músculo. Com Adriane Galisteu, 41, o caminho foi o inverso. "Sempre gostei de ser um pouco mais magra do que o normal", diz a loira, que atribui ao personal "a façanha de ter conseguido me fazer malhar um pouco, além de correr". A frequência com que Lui treina Galisteu e seu marido, Alexandre Iódice, cresceu tanto que ele virou um amigo. O personal aparece até no retrato de Natal da família, sentado junto dela, do filho e do Papai Noel. "O Marcio é um amigo incrível, muito talentoso. É um personal que, apesar de a gente ser muito amigo, pega no pé", diz Galisteu, que já passou férias com o professor em sua casa na praia. "A gente estava jogando cartas, se divertindo, mas daí dava a hora de fazer exercício e eu pegava firme mesmo. Alunos adoram isso, o fato de ter dois Marcios: o que se diverte e o que vai 'te matar'", diz. Nem todos se adaptam ao carinho bruto. É o caso de uma socialite de 34 anos que, dois anos atrás, figurou em sua lista de clientes por dois meses. "Várias amigas estavam fazendo aula com ele. Fui também, mas não quero pagar para falarem firme demais comigo. Não é culpa dele, o método só não funcionou para mim", diz ela, que pede para ter seu nome preservado em sigilo. Hoje, é auxiliada na academia "pelo funcionário que estiver lá, sem muito papo, e muito menos ordem". O apresentador Gominho, 25 anos e peso que às vezes chega a 130 kg, tampouco sabe se é aluno ou ex-aluno do militar da maromba. "Cheguei a fazer um mês de aula com ele em 2014, mas fui pro Rio trabalhar e ele foi para Londres. Então parei." O motivo do rompimento, admite Gominho, é uma preguiça maior que o rigor militar. "Ele me pegava pela orelha. Marcava às 8h30, batia em casa, que é do lado do apartamento dele, com tudo. É um incentivo bom. Mas, se nem assim consegui, acho difícil." Da relação aluno-professor pelo menos restou uma amizade. "Ele é engraçado com esse jeitão. Eu ia falar que ele é mal-humorado, mas não vou, senão ele fica puto", brinca. O estilista Sergio K, 30, passou por seis treinadores antes de chegar a Lui. "Adoro porque ele não tenta ser psicólogo, não fica falando demais e é mal-humorado como eu." Amigos dizem que a única coisa que deixa o professor feliz é trabalhar. O trabalho em doses anabolizadas serve para economizar dinheiro para realizar em 2015 o sonho da casa própria, mas também "para aproveitar a boa fase". "Eu sei que daqui a uns anos vem um outro melhor que treina uma mulher com um corpo mais maravilhoso. E tudo bem." Foi o que aconteceu com Silvinho Cabral, que zelou pelos músculos de Sabrina por mais de três anos, antes de Lui. "Com a Sabrina, eu não tinha agenda, hora marcada. Tinha de ficar à mercê. No dia a dia, me ligava à uma da manhã." A exposição também tem outro lado, afirma Cabral: há uma pressão maior do que os 120 kg usados por uma panicat para fazer agachamento. "Imagine ser conhecido como o cara que quebrou o joelho da Sabrina. Não aguentei a pressão, preferi abdicar da cliente." Mas botar famosos para suar funciona bem como marketing, afirma Lui, que tem mais de 30 mil seguidores no Instagram graças aos notórios alunos —e escalou o irmão para conseguir cuidar do tanto de mensagem que recebe nas redes sociais. O primeiro encontro com novas clientes, para se conhecer tomando água com gás ou suco verde, ele define como "uma ida ao açougue". "Elas dizem que querem ter as partes das famosas. Uma quer a barriga da Galisteu, outra a bunda da Sabrina." FILÉ COM FRITAS E PICADINHO Outros querem só conciliar um corpo perfeito com fritura. Em novembro do ano passado, o professsor foi para Londres fazer um intensivão com Alessandra Ambrósio. A supermodelo precisava estar com um corpo além do inacreditável que ela já carrega no dia a dia: iria desfilar um sutiã cravejado de pedras preciosas de US$ 2 milhões (coisa de R$ 5,5 milhões) para a Victoria's Secret. O período londrino, com cerca de três horas diárias de maromba, misturou musculação e exercícios aeróbicos que permitissem a Ambrósio comer batata frita horas antes de entrar na passarela, como ela ostentou numa rede social —veículos como o diário inglês "Express" e o "PerezHilton", um dos blogs de fofoca mais lidos do mundo, estamparam o rosto de Lui como o homem responsável pelo corpo da modelo que não teme fritura. "Uma vida só regrada não vale", diz o ex-militar. "Todo mundo tem direito a um 'dia do lixo' na semana, para fazer algo de que goste." No caso dele, um drinque e o picadinho do Charlô Bistrô, nos Jardins, já contam como desbunde. "Gosto de regras." No último semestre, ele se colocou outra: relaxar os músculos (e cérebro) a cada duas semanas: "Vou à praia e nado. Tenho saudade de nadar", diz ele, às 17h de uma quarta-feira quente, com mais seis horas de suor adiante.
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A maldição do marqueteiro
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BRASÍLIA - As lágrimas rolaram no carpete da Câmara. Na tarde de 11 de agosto de 2005, deputados da esquerda do PT choraram copiosamente no plenário. Eles estavam abalados com revelações de Duda Mendonça, marqueteiro da campanha que levou Lula à Presidência. Naquele dia, o publicitário admitiu à CPI dos Correios ter recebido R$ 11,9 milhões do partido no exterior. "Esse dinheiro era claramente de caixa dois", afirmou. O relato chocou petistas que ainda empunhavam a bandeira da ética na política. "Nós nos sentimos apunhalados", disse o deputado Chico Alencar. "Entramos em parafuso", reforçou Ivan Valente. Desiludidos com o mensalão, os dois deixaram o PT. Onze anos depois, a maldição do marqueteiro volta a assombrar o partido. A ordem de prisão de João Santana é mais um duro golpe no petismo. O publicitário foi responsável pelas últimas três campanhas presidenciais da sigla. Em 2014, ajudou a reeleger Dilma Rousseff com um bombardeio impiedoso aos adversários Marina Silva e Aécio Neves. Até ontem, continuava entre os únicos conselheiros ouvidos pela presidente. A Lava Jato rastreou depósitos de US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) numa offshore atribuída ao marqueteiro. O dinheiro foi repassado pela Odebrecht e por um lobista acusado de desvios no petrolão. Em nota, João Santana disse que as acusações são "infundadas" e que o país vive um "clima de perseguição". O juiz Sergio Moro viu "fundada suspeita" de que os pagamentos eram para "remunerar, com produto de acertos de propina em contratos da Petrobrás, serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores". Ainda não está claro se o caso atingirá a campanha de Dilma, mas já é possível apontar ao menos uma diferença entre os escândalos com marqueteiros do PT. Há 11 anos, muitos políticos do partido tinham motivos sinceros para se chocar. Agora, ninguém pode mais derramar lágrimas de surpresa.
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colunas
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A maldição do marqueteiroBRASÍLIA - As lágrimas rolaram no carpete da Câmara. Na tarde de 11 de agosto de 2005, deputados da esquerda do PT choraram copiosamente no plenário. Eles estavam abalados com revelações de Duda Mendonça, marqueteiro da campanha que levou Lula à Presidência. Naquele dia, o publicitário admitiu à CPI dos Correios ter recebido R$ 11,9 milhões do partido no exterior. "Esse dinheiro era claramente de caixa dois", afirmou. O relato chocou petistas que ainda empunhavam a bandeira da ética na política. "Nós nos sentimos apunhalados", disse o deputado Chico Alencar. "Entramos em parafuso", reforçou Ivan Valente. Desiludidos com o mensalão, os dois deixaram o PT. Onze anos depois, a maldição do marqueteiro volta a assombrar o partido. A ordem de prisão de João Santana é mais um duro golpe no petismo. O publicitário foi responsável pelas últimas três campanhas presidenciais da sigla. Em 2014, ajudou a reeleger Dilma Rousseff com um bombardeio impiedoso aos adversários Marina Silva e Aécio Neves. Até ontem, continuava entre os únicos conselheiros ouvidos pela presidente. A Lava Jato rastreou depósitos de US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) numa offshore atribuída ao marqueteiro. O dinheiro foi repassado pela Odebrecht e por um lobista acusado de desvios no petrolão. Em nota, João Santana disse que as acusações são "infundadas" e que o país vive um "clima de perseguição". O juiz Sergio Moro viu "fundada suspeita" de que os pagamentos eram para "remunerar, com produto de acertos de propina em contratos da Petrobrás, serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores". Ainda não está claro se o caso atingirá a campanha de Dilma, mas já é possível apontar ao menos uma diferença entre os escândalos com marqueteiros do PT. Há 11 anos, muitos políticos do partido tinham motivos sinceros para se chocar. Agora, ninguém pode mais derramar lágrimas de surpresa.
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Painel: Para ministros, Lava Jato vai acelerar regulamentação de recursos no STF
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Conta não fecha Ministros do Supremo Tribunal Federal acreditam que a chegada dos processos da Operação Lava Jato à corte ampliará a pressão pela regulamentação de recursos que podem ser apresentados por políticos. Desde que esses julgamentos deixaram de ser ... Leia post completo no blog
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poder
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Painel: Para ministros, Lava Jato vai acelerar regulamentação de recursos no STFConta não fecha Ministros do Supremo Tribunal Federal acreditam que a chegada dos processos da Operação Lava Jato à corte ampliará a pressão pela regulamentação de recursos que podem ser apresentados por políticos. Desde que esses julgamentos deixaram de ser ... Leia post completo no blog
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Warner Bros. prospera discretamente, mas críticas ofuscam êxito financeiro
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Por trás dos muros beges que protegem o complexo de estúdios da Warner Bros. em Los Angeles, Kevin Tsujihara vem remoendo a questão de percepção vs. realidade –um tema clássico de Hollywood nas telas, mas que seu estúdio vem enfrentando na vida real. Tsujihara, presidente-executivo da Warner Bros., vai gerar lucros recorde para seu estúdio neste ano, e a divisão cinematográfica tem o papel principal. Na semana passada, a Time Warner anunciou que essa divisão –que produz os filmes de Batman, os projetos de Clint Eastwood, os desenhos do Pernalonga, o seriado "The Middle" e o site de fofocas TMZ.com– lucrou US$ 433 milhões, 12% a mais que no ano anterior. A HBO, outra divisão do mesmo grupo, teve lucro de US$ 530 milhões, mas o crescimento obtido foi de apenas 2%. No entanto, muita gente vê a Warner Bros. como operação problemática, uma ideia que Tsujihara acredita derivar de uma subestimativa das diversificadas atividades do estúdio, e dos efeitos persistentes de problemas de produção que a unidade já deixou para trás. "Discretamente, estamos vivendo um ano maravilhoso", ele disse. "Mas a narrativa em geral não reflete o fato". A Warner Bros. fica à sombra da HBO, muito elogiada pela mídia noticiosa e benquista por Wall Street. Quando a AT&T chegou a um acordo para adquirir a Time Warner por US$ 85 bilhões, no mês passado, a Warner Bros. não passou de uma nota de pé de página na análise envolvida –ainda que o estúdio, entre outras coisas, tenha serviços promissores de vídeo stream envolvendo Harry Potter e Batman, e que eles possam ser explorados mais a fundo pela companhia de telecomunicações. Como Tsujihara corrigiria a narrativa, então? A maneira mais segura é produzir um filme de grande sucesso, e a divisão de filmes do estúdio pode ter essa carta na manga com "Fantastic Beasts and Where to Find Them". A produção de US$ 180 milhões (sem contar os US$ 150 milhões da campanha mundial de marketing) chega aos cinemas em 18 de novembro e expande o universo de Harry Potter, da escritora J. K. Rowling. Ela escreveu o roteiro do filme, e no mês passado anunciou que ele teria quatro continuações, notícia que entusiasmou os fãs. As críticas de "Fantastic Beasts and Where to Find Them" ainda não saíram, mas muita gente (o que me inclui) ficou deslumbrada ao assistir prévias. A história se passa em Nova York na década de 1920 e tem por centro o excêntrico "magizoólogo" Newt Scamander. A projeção é de que o filme possa atingir bilheteria de US$ 70 milhões ou mais em seus três primeiros dias de exibição nos Estados Unidos, de acordo com analistas. E novos sucessos podem vir a seguir. Ao longo do ano que vem, a Warner Bros. vai lançar "Mulher Maravilha", "Kong: Skull Island", "Liga da Justiça", o épico de guerra "Dunkirk", de Christopher Nolan, e dois filmes de animação da Lego. Entre esses gigantes, há produções de baixo orçamento da New Line Cinema, uma subunidade da Warner Bros., como o filme de terror "Annabelle 2". Quando o assunto é redefinir a Warner Bros. como uma operação bem azeitada, que é a visão dele sobre o negócio, Tsujihara também sabe que o estúdio precisa trabalhar melhor ao contar sua história. Os executivos da Warner tendem a se esconder por trás dos muros beges, e isso permite que outros em Hollywood –especialmente pessoas que deixaram o estúdio em circunstâncias desagradáveis– falem em lugar deles, às vezes contribuindo para uma cobertura bastante negativa do estúdio pela imprensa. Este ano, por exemplo, alguns repórteres e blogueiros se divertiram muito em criticar a Warner Bros. pela resposta crítica desfavorável a "Batman vs. Superman - A Origem da Justiça" e "Esquadrão Suicida". O que as críticas não levaram em conta, acreditam Tsujihara e sua equipe executiva, é o sucesso financeiro dos filmes. "Batman vs. Superman - A Origem da Justiça" e "Esquadrão Suicida" arrecadaram, somados, mais de US$ 1,6 bilhão nas bilheterias do planeta. E o sucesso de bilheteria de "Sully - O Herói do Rio Hudson" e diversos outros filmes de orçamento modesto mas muito bem divulgados lançados pela New Line este ano –"Um Espião e Meio", "Quando as Luzes se Apagam", "Invocação do Mal 2"– colocam o estúdio no caminho de um dos períodos mais lucrativos de sua história. Em um momento no qual rivais menores como a Paramount Picture e a Sony Pictures Entertainment estão enfrentando dificuldades, a Warner Bros. se sente frustrada por o seu sucesso financeiro não atrair muita atenção. "As pessoas desconsideram nossa consistência", disse Tsujihara. Mas e quanto às críticas desfavoráveis aos filmes de super-heróis? Os analistas se preocupam que o impacto de filmes menos que satisfatórios, a exemplo de "Batman vs. Superman - A Origem da Justiça", possa ser sentido mais adiante, talvez quando os consumidores tiverem de decidir se vale a pena gastar seu dinheiro com "Liga da Justiça". Tsujihara diz estar confiante em que as mudanças de comando que está promovendo (apontar a dupla de executivos Geoff Johns e Jon Berg para o comando dos filmes de super-heróis, por exemplo) criará mais satisfação para os fãs. Com alguma sorte, um crítico ou dois podem mudar de opinião. "O que me deixa confiante é que assisti a 'Mulher Maravilha', e é excelente", disse Tsujihara. O estúdio produz quase 80 séries de televisão, entre as quais "Westworld", para a HBO, e "The Big Bang Theory", para a CBS. A Warner tem dez séries em cartaz nesta temporada que se baseiam em heróis da DC Comics. Elas sozinhas geram mais de US$ 1 bilhão por ano em receita, de acordo com a Time Warner. A Warner Bros. também é uma das maiores produtoras mundiais de videogames, respondendo por títulos como "Mortal Kombat" e "Lego Dimensions". Enquanto a maioria de seus rivais –por exemplo a Disney– enfrentam dificuldades para desenvolver operações de videogame duradouras, a Warner Bros. Interactive Entertainment cresceu a ponto de cobrir momentos de desempenho mais fraco por outras unidades do grupo, como aconteceu no ano passado com o fracasso de bilheteria de filmes como "Peter Pan" e "O Destino de Júpiter". O estúdio vem ganhando força no segmento digital, e formou em junho uma nova divisão para gerir investimentos em redes online como a Machinima (dedicada aos games) e Uninterrupted (aos atletas profissionais), enquanto acelera o lançamento de serviços semelhantes aos da Netflix dedicados aos super-heróis e, talvez, Harry Potter. "A combinação com a AT&T permitirá que cheguemos diretamente ao consumidor ainda mais rápido, com marcas como a DC", disse Tsujihara. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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ilustrada
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Warner Bros. prospera discretamente, mas críticas ofuscam êxito financeiroPor trás dos muros beges que protegem o complexo de estúdios da Warner Bros. em Los Angeles, Kevin Tsujihara vem remoendo a questão de percepção vs. realidade –um tema clássico de Hollywood nas telas, mas que seu estúdio vem enfrentando na vida real. Tsujihara, presidente-executivo da Warner Bros., vai gerar lucros recorde para seu estúdio neste ano, e a divisão cinematográfica tem o papel principal. Na semana passada, a Time Warner anunciou que essa divisão –que produz os filmes de Batman, os projetos de Clint Eastwood, os desenhos do Pernalonga, o seriado "The Middle" e o site de fofocas TMZ.com– lucrou US$ 433 milhões, 12% a mais que no ano anterior. A HBO, outra divisão do mesmo grupo, teve lucro de US$ 530 milhões, mas o crescimento obtido foi de apenas 2%. No entanto, muita gente vê a Warner Bros. como operação problemática, uma ideia que Tsujihara acredita derivar de uma subestimativa das diversificadas atividades do estúdio, e dos efeitos persistentes de problemas de produção que a unidade já deixou para trás. "Discretamente, estamos vivendo um ano maravilhoso", ele disse. "Mas a narrativa em geral não reflete o fato". A Warner Bros. fica à sombra da HBO, muito elogiada pela mídia noticiosa e benquista por Wall Street. Quando a AT&T chegou a um acordo para adquirir a Time Warner por US$ 85 bilhões, no mês passado, a Warner Bros. não passou de uma nota de pé de página na análise envolvida –ainda que o estúdio, entre outras coisas, tenha serviços promissores de vídeo stream envolvendo Harry Potter e Batman, e que eles possam ser explorados mais a fundo pela companhia de telecomunicações. Como Tsujihara corrigiria a narrativa, então? A maneira mais segura é produzir um filme de grande sucesso, e a divisão de filmes do estúdio pode ter essa carta na manga com "Fantastic Beasts and Where to Find Them". A produção de US$ 180 milhões (sem contar os US$ 150 milhões da campanha mundial de marketing) chega aos cinemas em 18 de novembro e expande o universo de Harry Potter, da escritora J. K. Rowling. Ela escreveu o roteiro do filme, e no mês passado anunciou que ele teria quatro continuações, notícia que entusiasmou os fãs. As críticas de "Fantastic Beasts and Where to Find Them" ainda não saíram, mas muita gente (o que me inclui) ficou deslumbrada ao assistir prévias. A história se passa em Nova York na década de 1920 e tem por centro o excêntrico "magizoólogo" Newt Scamander. A projeção é de que o filme possa atingir bilheteria de US$ 70 milhões ou mais em seus três primeiros dias de exibição nos Estados Unidos, de acordo com analistas. E novos sucessos podem vir a seguir. Ao longo do ano que vem, a Warner Bros. vai lançar "Mulher Maravilha", "Kong: Skull Island", "Liga da Justiça", o épico de guerra "Dunkirk", de Christopher Nolan, e dois filmes de animação da Lego. Entre esses gigantes, há produções de baixo orçamento da New Line Cinema, uma subunidade da Warner Bros., como o filme de terror "Annabelle 2". Quando o assunto é redefinir a Warner Bros. como uma operação bem azeitada, que é a visão dele sobre o negócio, Tsujihara também sabe que o estúdio precisa trabalhar melhor ao contar sua história. Os executivos da Warner tendem a se esconder por trás dos muros beges, e isso permite que outros em Hollywood –especialmente pessoas que deixaram o estúdio em circunstâncias desagradáveis– falem em lugar deles, às vezes contribuindo para uma cobertura bastante negativa do estúdio pela imprensa. Este ano, por exemplo, alguns repórteres e blogueiros se divertiram muito em criticar a Warner Bros. pela resposta crítica desfavorável a "Batman vs. Superman - A Origem da Justiça" e "Esquadrão Suicida". O que as críticas não levaram em conta, acreditam Tsujihara e sua equipe executiva, é o sucesso financeiro dos filmes. "Batman vs. Superman - A Origem da Justiça" e "Esquadrão Suicida" arrecadaram, somados, mais de US$ 1,6 bilhão nas bilheterias do planeta. E o sucesso de bilheteria de "Sully - O Herói do Rio Hudson" e diversos outros filmes de orçamento modesto mas muito bem divulgados lançados pela New Line este ano –"Um Espião e Meio", "Quando as Luzes se Apagam", "Invocação do Mal 2"– colocam o estúdio no caminho de um dos períodos mais lucrativos de sua história. Em um momento no qual rivais menores como a Paramount Picture e a Sony Pictures Entertainment estão enfrentando dificuldades, a Warner Bros. se sente frustrada por o seu sucesso financeiro não atrair muita atenção. "As pessoas desconsideram nossa consistência", disse Tsujihara. Mas e quanto às críticas desfavoráveis aos filmes de super-heróis? Os analistas se preocupam que o impacto de filmes menos que satisfatórios, a exemplo de "Batman vs. Superman - A Origem da Justiça", possa ser sentido mais adiante, talvez quando os consumidores tiverem de decidir se vale a pena gastar seu dinheiro com "Liga da Justiça". Tsujihara diz estar confiante em que as mudanças de comando que está promovendo (apontar a dupla de executivos Geoff Johns e Jon Berg para o comando dos filmes de super-heróis, por exemplo) criará mais satisfação para os fãs. Com alguma sorte, um crítico ou dois podem mudar de opinião. "O que me deixa confiante é que assisti a 'Mulher Maravilha', e é excelente", disse Tsujihara. O estúdio produz quase 80 séries de televisão, entre as quais "Westworld", para a HBO, e "The Big Bang Theory", para a CBS. A Warner tem dez séries em cartaz nesta temporada que se baseiam em heróis da DC Comics. Elas sozinhas geram mais de US$ 1 bilhão por ano em receita, de acordo com a Time Warner. A Warner Bros. também é uma das maiores produtoras mundiais de videogames, respondendo por títulos como "Mortal Kombat" e "Lego Dimensions". Enquanto a maioria de seus rivais –por exemplo a Disney– enfrentam dificuldades para desenvolver operações de videogame duradouras, a Warner Bros. Interactive Entertainment cresceu a ponto de cobrir momentos de desempenho mais fraco por outras unidades do grupo, como aconteceu no ano passado com o fracasso de bilheteria de filmes como "Peter Pan" e "O Destino de Júpiter". O estúdio vem ganhando força no segmento digital, e formou em junho uma nova divisão para gerir investimentos em redes online como a Machinima (dedicada aos games) e Uninterrupted (aos atletas profissionais), enquanto acelera o lançamento de serviços semelhantes aos da Netflix dedicados aos super-heróis e, talvez, Harry Potter. "A combinação com a AT&T permitirá que cheguemos diretamente ao consumidor ainda mais rápido, com marcas como a DC", disse Tsujihara. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Erramos: Bônus na educação pode aumentar a desigualdade, afirma educadora
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Diferentemente do informado no texto "Bônus na educação pode aumentar a desigualdade, afirma educadora", publicado na versão impressa e no site da Folha (Cotidiano - 16/06/2015 - 02h00), a educadora Maria Alice Setubal é doutora em psicologia pela PUC, não pela USP. O texto foi corrigido.
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educacao
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Erramos: Bônus na educação pode aumentar a desigualdade, afirma educadoraDiferentemente do informado no texto "Bônus na educação pode aumentar a desigualdade, afirma educadora", publicado na versão impressa e no site da Folha (Cotidiano - 16/06/2015 - 02h00), a educadora Maria Alice Setubal é doutora em psicologia pela PUC, não pela USP. O texto foi corrigido.
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Conheça o luxuoso endereço em NY onde Marin cumpre prisão domiciliar
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Após concordar em pagar fiança de US$ 15 milhões (cerca de R$ 57 milhões) às autoridades americanas, o ex-presidente da CBF José Maria Marin cumpre prisão domiciliar em um dos endereços mais cobiçados de Nova York. Marin, 83, é proprietário de um apartamento na Trump Tower, um dos prédios mais luxuosos de Manhattan. Acusado de envolvimento em um esquema de corrupção na Fifa, o ex-dirigente chegou a Nova York na terça-feira (3) após ser extraditado pelo governo da Suíça, onde estava preso desde 27 de maio. Poucas horas depois de desembarcar na cidade americana, ele compareceu a um tribunal federal no bairro do Brooklyn, onde se declarou inocente. Marin estava acompanhado de advogados e da mulher, Neusa. ATRAÇÃO TURÍSTICA Com o pagamento da fiança, Marin poderá responder ao processo em prisão domiciliar no arranha-céu de 68 andares, localizado no número 725 da 5ª Avenida. A duas quadras do Central Park, a Trump Tower é uma das atrações turísticas de Nova York. O edifício foi construído em 1983 pelo magnata e atual pré-candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump, dono de uma cobertura que ocupa três andares e é avaliada em US$ 100 milhões (cerca de R$ 381 milhões). O apartamento de Marin não é tão espaçoso quanto o do bilionário americano. Com 101 metros quadrados e uma suíte, a unidade teria sido comprada em 1989 por US$ 900 mil. Atualmente, um apartamento de metragem semelhante na Trump Tower custa em torno de US$ 2,6 milhões (cerca de R$ 9,9 milhões), segundo corretores de imóveis em Nova York. VIZINHOS FAMOSOS Além de Trump, Marin terá outros vizinhos famosos. O jogador Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, comprou em agosto um apartamento de 233 metros quadrados no prédio por US$ 18,5 milhões (cerca de R$ 70,5 milhões). Situada em uma área de lojas exclusivas na 5ª Avenida, a Trump Tower é conhecida por seu lobby revestido de mármore rosa, que ocupa seis andares e é muito frequentado por turistas. O espaço abriga restaurantes e lojas de artigos de luxo, entre elas duas Trump Stores, que vendem produtos relacionados ao proprietário famoso. Os primeiros 26 andares do prédio são ocupados por escritórios. O restante, por apartamentos de luxo. Para evitar a aglomeração de turistas, os moradores utilizam uma entrada privativa, na rua 56. CONFORTO Apesar das restrições a sua liberdade, Marin poderá contar com a estrutura do prédio, que inclui confortos como academia de ginástica e serviço de camareira. Durante o tempo em que estiver em prisão domiciliar, o ex-dirigente deverá ser monitorado e não poderá manter contato com os outros investigados no esquema de corrupção na Fifa. Marin é acusado de aceitar milhões de dólares em propina de empresas de marketing esportivo em conexão com a venda de direitos comerciais para a Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023 e para a Copa do Brasil no período de 2013 a 2022. Sua próxima audiência no tribunal do Brooklyn está marcada para 16 de dezembro.
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bbc
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Conheça o luxuoso endereço em NY onde Marin cumpre prisão domiciliarApós concordar em pagar fiança de US$ 15 milhões (cerca de R$ 57 milhões) às autoridades americanas, o ex-presidente da CBF José Maria Marin cumpre prisão domiciliar em um dos endereços mais cobiçados de Nova York. Marin, 83, é proprietário de um apartamento na Trump Tower, um dos prédios mais luxuosos de Manhattan. Acusado de envolvimento em um esquema de corrupção na Fifa, o ex-dirigente chegou a Nova York na terça-feira (3) após ser extraditado pelo governo da Suíça, onde estava preso desde 27 de maio. Poucas horas depois de desembarcar na cidade americana, ele compareceu a um tribunal federal no bairro do Brooklyn, onde se declarou inocente. Marin estava acompanhado de advogados e da mulher, Neusa. ATRAÇÃO TURÍSTICA Com o pagamento da fiança, Marin poderá responder ao processo em prisão domiciliar no arranha-céu de 68 andares, localizado no número 725 da 5ª Avenida. A duas quadras do Central Park, a Trump Tower é uma das atrações turísticas de Nova York. O edifício foi construído em 1983 pelo magnata e atual pré-candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump, dono de uma cobertura que ocupa três andares e é avaliada em US$ 100 milhões (cerca de R$ 381 milhões). O apartamento de Marin não é tão espaçoso quanto o do bilionário americano. Com 101 metros quadrados e uma suíte, a unidade teria sido comprada em 1989 por US$ 900 mil. Atualmente, um apartamento de metragem semelhante na Trump Tower custa em torno de US$ 2,6 milhões (cerca de R$ 9,9 milhões), segundo corretores de imóveis em Nova York. VIZINHOS FAMOSOS Além de Trump, Marin terá outros vizinhos famosos. O jogador Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, comprou em agosto um apartamento de 233 metros quadrados no prédio por US$ 18,5 milhões (cerca de R$ 70,5 milhões). Situada em uma área de lojas exclusivas na 5ª Avenida, a Trump Tower é conhecida por seu lobby revestido de mármore rosa, que ocupa seis andares e é muito frequentado por turistas. O espaço abriga restaurantes e lojas de artigos de luxo, entre elas duas Trump Stores, que vendem produtos relacionados ao proprietário famoso. Os primeiros 26 andares do prédio são ocupados por escritórios. O restante, por apartamentos de luxo. Para evitar a aglomeração de turistas, os moradores utilizam uma entrada privativa, na rua 56. CONFORTO Apesar das restrições a sua liberdade, Marin poderá contar com a estrutura do prédio, que inclui confortos como academia de ginástica e serviço de camareira. Durante o tempo em que estiver em prisão domiciliar, o ex-dirigente deverá ser monitorado e não poderá manter contato com os outros investigados no esquema de corrupção na Fifa. Marin é acusado de aceitar milhões de dólares em propina de empresas de marketing esportivo em conexão com a venda de direitos comerciais para a Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023 e para a Copa do Brasil no período de 2013 a 2022. Sua próxima audiência no tribunal do Brooklyn está marcada para 16 de dezembro.
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Mega-Sena será sorteada nesta quinta (24) com prêmio de R$ 3 milhões
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O concurso 1.773 da Mega -Sena vai ser sorteado nesta quinta, a partir das 17h, em Santa Fé do Sul (SP). Em sua segunda edição, o concurso especial de Natal oferece o prêmio de R$ 3 milhões a quem acertar as seis dezenas sozinho. Comparado aos recentes prêmios acumulados, que pagaram mais de R$ 190 milhões, pode até não parecer muito. Mas mesmo na caderneta de poupança, investimento considerado pouco rentável por especialistas, rende mensalmente mais de R$ 21 mil. O prêmio também compra dez casas no valor de R$ 300 mil cada, ou uma frota de 65 carros populares. A aposta mínima na Mega-Sena é de R$ 3,50 e pode ser efetuada em qualquer uma das casas lotéricas do país. O concurso nº 05035 da Extração Especial de Natal da Loteria Federal oferece, no prêmio principal, R$ 3,4 milhões (R$ 1,7 milhão em cada série) e também será sorteado a partir das 17h O bilhete inteiro custa R$ 130,00. Cada uma das dez frações sai por R$ 13,00, com premiação proporcional ao montante adquirido. A chance de acertar o prêmio na Federal é a maior entre todas as modalidades das loterias: uma em 97.000 (por série).
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cotidiano
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Mega-Sena será sorteada nesta quinta (24) com prêmio de R$ 3 milhõesO concurso 1.773 da Mega -Sena vai ser sorteado nesta quinta, a partir das 17h, em Santa Fé do Sul (SP). Em sua segunda edição, o concurso especial de Natal oferece o prêmio de R$ 3 milhões a quem acertar as seis dezenas sozinho. Comparado aos recentes prêmios acumulados, que pagaram mais de R$ 190 milhões, pode até não parecer muito. Mas mesmo na caderneta de poupança, investimento considerado pouco rentável por especialistas, rende mensalmente mais de R$ 21 mil. O prêmio também compra dez casas no valor de R$ 300 mil cada, ou uma frota de 65 carros populares. A aposta mínima na Mega-Sena é de R$ 3,50 e pode ser efetuada em qualquer uma das casas lotéricas do país. O concurso nº 05035 da Extração Especial de Natal da Loteria Federal oferece, no prêmio principal, R$ 3,4 milhões (R$ 1,7 milhão em cada série) e também será sorteado a partir das 17h O bilhete inteiro custa R$ 130,00. Cada uma das dez frações sai por R$ 13,00, com premiação proporcional ao montante adquirido. A chance de acertar o prêmio na Federal é a maior entre todas as modalidades das loterias: uma em 97.000 (por série).
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Venezuela viverá conflito de instituições nos próximos meses
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A Venezuela, uma das mais antigas democracias da América do Sul, provou o poder das urnas nas eleições do dia 6. Trata-se da primeira vitória geral da oposição depois de 16 anos nos quais o chavismo venceu eleição após eleição. De acordo com os primeiros dados disponíveis, os opositores conquistaram pouco menos de 8 milhões de votos, quase 2 milhões a mais que o chavismo. O resultado é semelhante ao de algumas das vitórias mais importantes de Hugo Chávez, como a da eleição presidencial de 2012. A formidável máquina do chavismo desta vez não funcionou. A base do movimento não mostrou apetite pela mobilização. O chavismo perdeu em lugares simbolicamente importantes como o Estado de Barinas, terra natal de Chávez, onde alguns dos candidatos eram membros de sua família, e o bairro de 23 de Enero, no oeste de Caracas, uma das favelas emblemáticas da revolução. O processo democrático e eleitoral foi outro vencedor. O alto comparecimento, de 74% dos eleitores, e um processo quase impecável no dia da votação provaram que os venezuelanos confiam em seu sistema eleitoral. No entanto, a atitude do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) depois da eleição maculou a celebração. Com um sistema automatizado, o CNE poderia ter anunciado o resultado final poucas horas depois do fechamento das urnas, mas não o fez. Depois de dois dias, a aliança opositora garantiu a supermaioria de dois terços, com 112 dos 167 deputados que constituem a Assembleia. Com isso, a oposição pode convocar um referendo sobre a permanência do presidente ou estabelecer uma Constituinte. Independentemente do resultado, o país entra em crise institucional. O governo controla todos os demais Poderes; um conflito entre instituições será realidade nos próximos meses. Será que os políticos compreenderão que negociação e diálogo são o melhor caminho? Veremos. DIMITRIS V. PANTOULAS é analista político, consultor e vive em Caracas
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mundo
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Venezuela viverá conflito de instituições nos próximos mesesA Venezuela, uma das mais antigas democracias da América do Sul, provou o poder das urnas nas eleições do dia 6. Trata-se da primeira vitória geral da oposição depois de 16 anos nos quais o chavismo venceu eleição após eleição. De acordo com os primeiros dados disponíveis, os opositores conquistaram pouco menos de 8 milhões de votos, quase 2 milhões a mais que o chavismo. O resultado é semelhante ao de algumas das vitórias mais importantes de Hugo Chávez, como a da eleição presidencial de 2012. A formidável máquina do chavismo desta vez não funcionou. A base do movimento não mostrou apetite pela mobilização. O chavismo perdeu em lugares simbolicamente importantes como o Estado de Barinas, terra natal de Chávez, onde alguns dos candidatos eram membros de sua família, e o bairro de 23 de Enero, no oeste de Caracas, uma das favelas emblemáticas da revolução. O processo democrático e eleitoral foi outro vencedor. O alto comparecimento, de 74% dos eleitores, e um processo quase impecável no dia da votação provaram que os venezuelanos confiam em seu sistema eleitoral. No entanto, a atitude do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) depois da eleição maculou a celebração. Com um sistema automatizado, o CNE poderia ter anunciado o resultado final poucas horas depois do fechamento das urnas, mas não o fez. Depois de dois dias, a aliança opositora garantiu a supermaioria de dois terços, com 112 dos 167 deputados que constituem a Assembleia. Com isso, a oposição pode convocar um referendo sobre a permanência do presidente ou estabelecer uma Constituinte. Independentemente do resultado, o país entra em crise institucional. O governo controla todos os demais Poderes; um conflito entre instituições será realidade nos próximos meses. Será que os políticos compreenderão que negociação e diálogo são o melhor caminho? Veremos. DIMITRIS V. PANTOULAS é analista político, consultor e vive em Caracas
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Incêndio danifica carros de luxo em oficina na zona sul de SP
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Um incêndio danificou ao menos oito carros de luxo em uma oficina mecânica, na região do Brooklin Paulista, zona sul de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (12). Não houve feridos. Os bombeiros mandaram 12 equipes para combater o incêndio na oficina localizada na avenida Santo Amaro. O fogo foi controlado rapidamente. As causas do incêndio serão investigadas, de acordo com a Polícia Militar.
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cotidiano
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Incêndio danifica carros de luxo em oficina na zona sul de SPUm incêndio danificou ao menos oito carros de luxo em uma oficina mecânica, na região do Brooklin Paulista, zona sul de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (12). Não houve feridos. Os bombeiros mandaram 12 equipes para combater o incêndio na oficina localizada na avenida Santo Amaro. O fogo foi controlado rapidamente. As causas do incêndio serão investigadas, de acordo com a Polícia Militar.
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Pobre é ladrão?
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Logo após o fim de semana, quando a zona sul do Rio foi tomada pelos arrastões, assisti a um programa de televisão em que se debatia o assunto. De fato, foram dois dias –um sábado e um domingo– que deixaram as pessoas apavoradas, sem falar daquelas que sofreram diretamente a ação dos pivetes. Eles agiram em grupos de dez, quinze assaltantes que, nas praias, tomavam dos banhistas celulares, bolsas, cordões de ouro, relógios, enfim, tudo o que pudessem levar. Em meio a tanta gente, corriam e sumiam, sem que nem mesmo os policiais conseguissem pegá-los. Alguns foram presos, mas, como disse um delegado, logo seriam soltos para voltar a assaltar. É que são menores. Pois bem, durante o debate, a opinião dos participantes era de que a razão dessa crescente ação dos pivetes está na maneira como agem as autoridades, usando apenas a repressão policial, quando o problema é social. Ou seja, de nada adianta reprimir a ação dos pivetes, uma vez que a causa está na desigualdade: esses assaltantes são jovens de classe baixa, filhos de famílias pobres, que muitas vezes não têm nem mesmo o que comer. Isso, sem dúvida alguma, é verdade. Mas, partindo dessa constatação, o que fazer para evitar que eles continuem a assaltar? Na opinião dos debatedores, naquele programa, o governo deveria oferecer a esses jovens atendimento capaz de reintegrá-los à vida social. Noutras palavras, é a desigualdade social que os leva a roubar. Vamos examinar essa tese. Quantos menores pobres existem na cidade do Rio de Janeiro? Não sei ao certo, mas acredito que cheguem a muitos milhares, a centenas de milhares. Se aqueles jovens assaltam por serem pobres, por que não há muitos milhares de assaltantes em vez de algumas dezenas? Os que agiram naquele fim de semana não chegavam a cem. Diante disso, concluo que não é apenas por ser pobre que o cara se torna assaltante. Ou vamos admitir que basta ser pobre para ser bandido? Seria uma ignomínia contra os pobres que, pelo contrário, em sua absoluta maioria trabalham para ganhar o pão de cada dia. Na verdade, a maioria dos que pegam no pesado são os pobres. E o pessoal do Petrolão, rouba por quê? Por não ter o que comer certamente não é. Será por vocação? Citei, certa vez, numa de minhas crônicas, o que disse uma senhora favelada: "Tenho cinco filhos, duas meninas e três meninos. Quatro deles estão estudando. Só um deles não quis estudar e virou assaltante". Vejam bem; todos eles foram criados na mesma casa, na mesma favela, pela mesma mãe, enfrentando as mesmas dificuldades. Por que só um deles optou pelo crime? Semana passada, um desses garotos declarou que rouba por prazer e não estuda porque não quer. A desigualdade social existe e, no Brasil, chega a um nível vergonhoso. E há desigualdade, maior ou menor, em todos os países, até naqueles de alto desenvolvimento econômico, como os Estados Unidos. Deve-se observar também que, durante séculos, a humanidade enfrenta esse problema e luta para livrar-se dele. Admito que talvez nunca cheguemos à sociedade justa, mas ela pode ser menos injusta, sem dúvida alguma. Só que isso vai demorar –e muito. Voltemos, então, à tese daquele pessoal do tal programa. Se é verdade que os pivetes assaltam porque nasceram numa sociedade desigual, significa que, enquanto a desigualdade se mantiver, haverá assaltantes, os quais não devem ser punidos, pois são vítimas da sociedade desigual. Puni-los seria cometer uma dupla injustiça, certo? No fundo, é mais ou menos essa visão do problema que levou à benevolência das leis brasileiras contra os criminosos, tenham a idade que tiver. Mas como fica a mocinha inglesa que teve sua bolsa levada pelos pivetes com todo o seu dinheiro e todos os seus documentos? Chorando, ela prometeu nunca mais voltar ao Brasil. Como fica o assassinato daquele senhor, morto pelo pivete que queria roubar sua bicicleta? Se a causa dos crimes é a desigualdade social, e ela vai custar muito a ser superada, vamos ter de viver o resto da vida trancados em casa ou andar apavorados pelas ruas da cidade. Será que está certo?
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colunas
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Pobre é ladrão?Logo após o fim de semana, quando a zona sul do Rio foi tomada pelos arrastões, assisti a um programa de televisão em que se debatia o assunto. De fato, foram dois dias –um sábado e um domingo– que deixaram as pessoas apavoradas, sem falar daquelas que sofreram diretamente a ação dos pivetes. Eles agiram em grupos de dez, quinze assaltantes que, nas praias, tomavam dos banhistas celulares, bolsas, cordões de ouro, relógios, enfim, tudo o que pudessem levar. Em meio a tanta gente, corriam e sumiam, sem que nem mesmo os policiais conseguissem pegá-los. Alguns foram presos, mas, como disse um delegado, logo seriam soltos para voltar a assaltar. É que são menores. Pois bem, durante o debate, a opinião dos participantes era de que a razão dessa crescente ação dos pivetes está na maneira como agem as autoridades, usando apenas a repressão policial, quando o problema é social. Ou seja, de nada adianta reprimir a ação dos pivetes, uma vez que a causa está na desigualdade: esses assaltantes são jovens de classe baixa, filhos de famílias pobres, que muitas vezes não têm nem mesmo o que comer. Isso, sem dúvida alguma, é verdade. Mas, partindo dessa constatação, o que fazer para evitar que eles continuem a assaltar? Na opinião dos debatedores, naquele programa, o governo deveria oferecer a esses jovens atendimento capaz de reintegrá-los à vida social. Noutras palavras, é a desigualdade social que os leva a roubar. Vamos examinar essa tese. Quantos menores pobres existem na cidade do Rio de Janeiro? Não sei ao certo, mas acredito que cheguem a muitos milhares, a centenas de milhares. Se aqueles jovens assaltam por serem pobres, por que não há muitos milhares de assaltantes em vez de algumas dezenas? Os que agiram naquele fim de semana não chegavam a cem. Diante disso, concluo que não é apenas por ser pobre que o cara se torna assaltante. Ou vamos admitir que basta ser pobre para ser bandido? Seria uma ignomínia contra os pobres que, pelo contrário, em sua absoluta maioria trabalham para ganhar o pão de cada dia. Na verdade, a maioria dos que pegam no pesado são os pobres. E o pessoal do Petrolão, rouba por quê? Por não ter o que comer certamente não é. Será por vocação? Citei, certa vez, numa de minhas crônicas, o que disse uma senhora favelada: "Tenho cinco filhos, duas meninas e três meninos. Quatro deles estão estudando. Só um deles não quis estudar e virou assaltante". Vejam bem; todos eles foram criados na mesma casa, na mesma favela, pela mesma mãe, enfrentando as mesmas dificuldades. Por que só um deles optou pelo crime? Semana passada, um desses garotos declarou que rouba por prazer e não estuda porque não quer. A desigualdade social existe e, no Brasil, chega a um nível vergonhoso. E há desigualdade, maior ou menor, em todos os países, até naqueles de alto desenvolvimento econômico, como os Estados Unidos. Deve-se observar também que, durante séculos, a humanidade enfrenta esse problema e luta para livrar-se dele. Admito que talvez nunca cheguemos à sociedade justa, mas ela pode ser menos injusta, sem dúvida alguma. Só que isso vai demorar –e muito. Voltemos, então, à tese daquele pessoal do tal programa. Se é verdade que os pivetes assaltam porque nasceram numa sociedade desigual, significa que, enquanto a desigualdade se mantiver, haverá assaltantes, os quais não devem ser punidos, pois são vítimas da sociedade desigual. Puni-los seria cometer uma dupla injustiça, certo? No fundo, é mais ou menos essa visão do problema que levou à benevolência das leis brasileiras contra os criminosos, tenham a idade que tiver. Mas como fica a mocinha inglesa que teve sua bolsa levada pelos pivetes com todo o seu dinheiro e todos os seus documentos? Chorando, ela prometeu nunca mais voltar ao Brasil. Como fica o assassinato daquele senhor, morto pelo pivete que queria roubar sua bicicleta? Se a causa dos crimes é a desigualdade social, e ela vai custar muito a ser superada, vamos ter de viver o resto da vida trancados em casa ou andar apavorados pelas ruas da cidade. Será que está certo?
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'Estamos no meio de extinção em massa', diz Daryl Hannah, musa de 'Blade Runner'
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A atriz Daryl Hannah, musa de "Blade Runner" (1982), e estrela da série "Sense8" – que estreia nesta sexta (5) na Netflix – fala sobre seu trabalho na nova produção, diversidade, política ambiental e relembra filmagens no Brasil nos anos 1990. Leia, abaixo, trechos da entrevista de Hannah à Folha * Folha - "Sense8" trata de igualdade e diversidade sexuais. Foi isso que te atraiu? Daryl Hannah - Por que tanta repercussão quando o que queremos é ganhar o mesmo que os homens? Não sei, até mesmo o fato de estarmos em pleno século 21 discutindo isso é um choque para mim. Temos gerações inteiras de crianças criadas por pais do mesmo sexo e que cresceram normalmente e equilibrados. Amor é amor, qual o problema? A série não lida apenas com questões de gênero, mas de imigração. Esse conceito de fronteira parece ser ultrapassado, não? A ideia toda é estranha. Somos todos imigrantes. Qualquer pessoa nos Estados Unidos que não seja um nativo é um imigrante. Quem deixa sua casa procura condições melhores e circunstâncias menos perigosas para poder sobreviver. Acho que é por isso que gosto tanto da série, porque ressalta a importância da conexão entre todos nós. Você não apenas é uma ativista ecológica, mas mora "fora do sistema" em sua fazenda autossustentável no Colorado. Isso deixa a vida mais sã? Sim, ajuda a mostrar que há outras maneira de viver, criando energia e agricultura. Tenho vivido sem dependência de energia exterior há mais de 20 anos e não é um problema. Não tenho conta de luz e isso deveria ser algo atraente para todo mundo. Por que continuar envenenando e contaminando os suportes da vida, a água, o solo, o ar? Estamos no meio de uma extinção em massa e a maioria das pessoas não percebe isso. Desastres naturais já causaram outras extinções, mas essa extinção de agora é causada pelo ser humano. Você filmou "Brincando nos Campos do Senhor" (1991) na Amazônia com o diretor Hector Babenco"... Foi incrível. Estávamos filmando a algumas horas de Belém por lancha e eu não queria voar todos os dias naquele aviãozinho que arrumaram. O que foi sábio, já que ele fez uns dois pousos de emergência (risos). Então armei uma rede na selva e fiquei com a assistente de produção, naquela época Kátia Lund, que futuramente codirigiria "Cidade de Deus". Nós duas armamos redes e dormimos com aranhas por perto. No meio do dia, quando todo mundo saía para viajar de volta, roubávamos os barcos para esquiar no rio (mais risos) ou conhecer as comunidades ribeirinhas. Me apaixonei pelo Brasil ali. Voltei algumas vezes para conferências sobre meio ambiente e estou tentando impedir a construção de usinas em áreas indígenas. Uma briga difícil... Sim, fiquei surpresa que a presidente Dilma não tenha sido mais progressista, porque ela foi uma ativista quando era jovem. É chocante e eu estou muito brava, para falar a verdade. Tenho dó das comunidades indígenas que serão deslocadas por causa dessas coisas. O Brasil é conhecido por ser os pulmões do planeta. O que está acontecendo [na Amazônia] é mais um prego em nosso caixão coletivo.
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ilustrada
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'Estamos no meio de extinção em massa', diz Daryl Hannah, musa de 'Blade Runner'A atriz Daryl Hannah, musa de "Blade Runner" (1982), e estrela da série "Sense8" – que estreia nesta sexta (5) na Netflix – fala sobre seu trabalho na nova produção, diversidade, política ambiental e relembra filmagens no Brasil nos anos 1990. Leia, abaixo, trechos da entrevista de Hannah à Folha * Folha - "Sense8" trata de igualdade e diversidade sexuais. Foi isso que te atraiu? Daryl Hannah - Por que tanta repercussão quando o que queremos é ganhar o mesmo que os homens? Não sei, até mesmo o fato de estarmos em pleno século 21 discutindo isso é um choque para mim. Temos gerações inteiras de crianças criadas por pais do mesmo sexo e que cresceram normalmente e equilibrados. Amor é amor, qual o problema? A série não lida apenas com questões de gênero, mas de imigração. Esse conceito de fronteira parece ser ultrapassado, não? A ideia toda é estranha. Somos todos imigrantes. Qualquer pessoa nos Estados Unidos que não seja um nativo é um imigrante. Quem deixa sua casa procura condições melhores e circunstâncias menos perigosas para poder sobreviver. Acho que é por isso que gosto tanto da série, porque ressalta a importância da conexão entre todos nós. Você não apenas é uma ativista ecológica, mas mora "fora do sistema" em sua fazenda autossustentável no Colorado. Isso deixa a vida mais sã? Sim, ajuda a mostrar que há outras maneira de viver, criando energia e agricultura. Tenho vivido sem dependência de energia exterior há mais de 20 anos e não é um problema. Não tenho conta de luz e isso deveria ser algo atraente para todo mundo. Por que continuar envenenando e contaminando os suportes da vida, a água, o solo, o ar? Estamos no meio de uma extinção em massa e a maioria das pessoas não percebe isso. Desastres naturais já causaram outras extinções, mas essa extinção de agora é causada pelo ser humano. Você filmou "Brincando nos Campos do Senhor" (1991) na Amazônia com o diretor Hector Babenco"... Foi incrível. Estávamos filmando a algumas horas de Belém por lancha e eu não queria voar todos os dias naquele aviãozinho que arrumaram. O que foi sábio, já que ele fez uns dois pousos de emergência (risos). Então armei uma rede na selva e fiquei com a assistente de produção, naquela época Kátia Lund, que futuramente codirigiria "Cidade de Deus". Nós duas armamos redes e dormimos com aranhas por perto. No meio do dia, quando todo mundo saía para viajar de volta, roubávamos os barcos para esquiar no rio (mais risos) ou conhecer as comunidades ribeirinhas. Me apaixonei pelo Brasil ali. Voltei algumas vezes para conferências sobre meio ambiente e estou tentando impedir a construção de usinas em áreas indígenas. Uma briga difícil... Sim, fiquei surpresa que a presidente Dilma não tenha sido mais progressista, porque ela foi uma ativista quando era jovem. É chocante e eu estou muito brava, para falar a verdade. Tenho dó das comunidades indígenas que serão deslocadas por causa dessas coisas. O Brasil é conhecido por ser os pulmões do planeta. O que está acontecendo [na Amazônia] é mais um prego em nosso caixão coletivo.
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Saúde responde: Existe tratamento contra as olheiras?
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Existe algum tratamento eficiente contra as olheiras? Depende da causa, que podem variar de alergias que impedem a drenagem normal de sangue até a falta de sono. Se dormir melhor ou tratar as alergias não resolver, o que se pode fazer é disfarçar com cosméticos, afirma Michael Reilly, cirurgião plástico facial da Universidade de Georgetown (EUA). Compressas frias também podem ajudar a contrair os vasos sanguíneos embaixo dos olhos e clarear a cor –opção que também pode funcionar para pessoas com pele particularmente fina embaixo dos olhos, deixando transparecer a musculatura roxa avermelhada. A falta de gordura, comum com o envelhecimento, pode igualmente criar uma depressão embaixo do olho. Tal flacidez ligada à idade pode ser tratada com preenchimento facial ou cutâneo. Além disso, quantas antes o paciente adotar um estilo de vida mais saudável –sem fumar, dormindo bem, reduzindo o estresse, evitando o sol–, melhor o resultado no longo prazo. * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis.
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equilibrioesaude
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Saúde responde: Existe tratamento contra as olheiras?Existe algum tratamento eficiente contra as olheiras? Depende da causa, que podem variar de alergias que impedem a drenagem normal de sangue até a falta de sono. Se dormir melhor ou tratar as alergias não resolver, o que se pode fazer é disfarçar com cosméticos, afirma Michael Reilly, cirurgião plástico facial da Universidade de Georgetown (EUA). Compressas frias também podem ajudar a contrair os vasos sanguíneos embaixo dos olhos e clarear a cor –opção que também pode funcionar para pessoas com pele particularmente fina embaixo dos olhos, deixando transparecer a musculatura roxa avermelhada. A falta de gordura, comum com o envelhecimento, pode igualmente criar uma depressão embaixo do olho. Tal flacidez ligada à idade pode ser tratada com preenchimento facial ou cutâneo. Além disso, quantas antes o paciente adotar um estilo de vida mais saudável –sem fumar, dormindo bem, reduzindo o estresse, evitando o sol–, melhor o resultado no longo prazo. * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis.
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Com China enfraquecida, América Latina vê desaceleração se disseminar
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Os anos dourados da América Latina ficaram para trás. Após quatro anos de redução nos preços das commodities, ninguém mais duvida que o período de vacas gordas passou para as nações que se especializaram em produzir petróleo, minérios e alimentos. Segundo a Cepal (comissão econômica ligada à ONU), a região deverá ter em 2015 a menor expansão dos últimos 16 anos —com exceção de 2009, quando a crise americana afetou o mundo inteiro. As recentes turbulências no mercado financeiro chinês, hoje principal parceiro comercial da maioria dos países latinos, alimentam a previsão de anos difíceis pela frente. Taxa de crescimento econômico da América Latina - Variação anual, em % "Não voltaremos a ver por muito tempo o crescimento alto que vimos na região nos anos 2000. Com sorte, voltaremos a crescer a taxas perto de 3% ao ano", diz o economista argentino Guillermo Calvo, professor da universidade americana de Columbia. A China está em processo de desaceleração e consumindo menos matérias-primas. Segundo a Cepal, 80% das vendas da América Latina para o gigante são commodities. Além disso, os investidores estão cada vez mais convencidos da recuperação dos EUA, deixando de lado a aposta em ativos ligados a matérias-primas, o que contribui para a liquidação nos preços das commodities. Taxa de crescimento prevista para 2015 - Em % De janeiro de 2011 a maio deste ano, segundo a Cepal, os preços das matérias-primas energéticas caíram 29%, as minerais, 39% e as alimentares, 30%. O preço do barril do petróleo, que há um ano custava US$ 106, valia menos de US$ 40 na última semana. Isso propagou as dificuldades que já se viam em Brasil, Argentina e Venezuela a países produtores de petróleo, como Colômbia e México. "Viramos a fase do superciclo [de alta], e desapareceu o fator automático de elevação do PIB por meio das commodities. Mas não se está no desastre de preços dos anos 80 e 90", afirma Otaviano Canuto, diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional). GASTAR MENOS Amparados no consumo doméstico, Paraguai e Bolívia, as novíssimas economias emergentes da região, terão crescimento ao redor de 4% neste ano. Mas não são imunes ao contágio da moderação sobre os países vizinhos. Colômbia, Peru e Chile aproveitaram os anos dourados para fazer reformas e poupar e, por isso, também têm mais fôlego agora. Já Brasil, Argentina, Venezuela e Uruguai "esbanjaram" na fase da bonança e entram nessa etapa com maior vulnerabilidade. Freio no crescimento e queda de matérias-primas derretem moedas - Alta do dólar, nos últimos 12 meses, até julho "Os países gastaram muito, e não apenas os governos, as famílias também. Todos terão que gastar menos", diz Calvo, referindo-se a ajustes, como o que está em curso no Brasil. Canuto lamenta que o país não tenha aproveitado a boa fase para reduzir a dívida pública ou fazer reformas que ajudassem setores a sustentar a economia na baixa. Como resultado, há o risco de perda do grau de investimento e desindustrialização. Para Daniel Titelman, chefe da divisão de desenvolvimento econômico da Cepal, as dificuldades continuarão pelos próximos dois anos pelo menos. E o que mais preocupa o analista é a contração dos investimentos na região. Principais mercados de produtos industrializados do Brasil - Participação, em % "Os países têm que reativar os investimentos em setores não relacionados às commodities, como a infraestrutura, por exemplo." Segundo Calvo, a má notícia é que as previsões de menor crescimento freiam também as expectativas de ganhos sociais, medidos pela renda per capita da população. "Como reagirá a população que ascendeu à classe média e poderá voltar à pobreza? Isso não é um problema de Dilma Rousseff ou de Aécio Neves, é de todos. A direita e a esquerda se enfrentarão com os mesmos problemas, lamentavelmente". Exportações de produtos industriais do Brasil para a América do Sul - Em bilhões, US$
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mercado
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Com China enfraquecida, América Latina vê desaceleração se disseminarOs anos dourados da América Latina ficaram para trás. Após quatro anos de redução nos preços das commodities, ninguém mais duvida que o período de vacas gordas passou para as nações que se especializaram em produzir petróleo, minérios e alimentos. Segundo a Cepal (comissão econômica ligada à ONU), a região deverá ter em 2015 a menor expansão dos últimos 16 anos —com exceção de 2009, quando a crise americana afetou o mundo inteiro. As recentes turbulências no mercado financeiro chinês, hoje principal parceiro comercial da maioria dos países latinos, alimentam a previsão de anos difíceis pela frente. Taxa de crescimento econômico da América Latina - Variação anual, em % "Não voltaremos a ver por muito tempo o crescimento alto que vimos na região nos anos 2000. Com sorte, voltaremos a crescer a taxas perto de 3% ao ano", diz o economista argentino Guillermo Calvo, professor da universidade americana de Columbia. A China está em processo de desaceleração e consumindo menos matérias-primas. Segundo a Cepal, 80% das vendas da América Latina para o gigante são commodities. Além disso, os investidores estão cada vez mais convencidos da recuperação dos EUA, deixando de lado a aposta em ativos ligados a matérias-primas, o que contribui para a liquidação nos preços das commodities. Taxa de crescimento prevista para 2015 - Em % De janeiro de 2011 a maio deste ano, segundo a Cepal, os preços das matérias-primas energéticas caíram 29%, as minerais, 39% e as alimentares, 30%. O preço do barril do petróleo, que há um ano custava US$ 106, valia menos de US$ 40 na última semana. Isso propagou as dificuldades que já se viam em Brasil, Argentina e Venezuela a países produtores de petróleo, como Colômbia e México. "Viramos a fase do superciclo [de alta], e desapareceu o fator automático de elevação do PIB por meio das commodities. Mas não se está no desastre de preços dos anos 80 e 90", afirma Otaviano Canuto, diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional). GASTAR MENOS Amparados no consumo doméstico, Paraguai e Bolívia, as novíssimas economias emergentes da região, terão crescimento ao redor de 4% neste ano. Mas não são imunes ao contágio da moderação sobre os países vizinhos. Colômbia, Peru e Chile aproveitaram os anos dourados para fazer reformas e poupar e, por isso, também têm mais fôlego agora. Já Brasil, Argentina, Venezuela e Uruguai "esbanjaram" na fase da bonança e entram nessa etapa com maior vulnerabilidade. Freio no crescimento e queda de matérias-primas derretem moedas - Alta do dólar, nos últimos 12 meses, até julho "Os países gastaram muito, e não apenas os governos, as famílias também. Todos terão que gastar menos", diz Calvo, referindo-se a ajustes, como o que está em curso no Brasil. Canuto lamenta que o país não tenha aproveitado a boa fase para reduzir a dívida pública ou fazer reformas que ajudassem setores a sustentar a economia na baixa. Como resultado, há o risco de perda do grau de investimento e desindustrialização. Para Daniel Titelman, chefe da divisão de desenvolvimento econômico da Cepal, as dificuldades continuarão pelos próximos dois anos pelo menos. E o que mais preocupa o analista é a contração dos investimentos na região. Principais mercados de produtos industrializados do Brasil - Participação, em % "Os países têm que reativar os investimentos em setores não relacionados às commodities, como a infraestrutura, por exemplo." Segundo Calvo, a má notícia é que as previsões de menor crescimento freiam também as expectativas de ganhos sociais, medidos pela renda per capita da população. "Como reagirá a população que ascendeu à classe média e poderá voltar à pobreza? Isso não é um problema de Dilma Rousseff ou de Aécio Neves, é de todos. A direita e a esquerda se enfrentarão com os mesmos problemas, lamentavelmente". Exportações de produtos industriais do Brasil para a América do Sul - Em bilhões, US$
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1984: Campanha de Reagan atacou família da primeira vice mulher
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Nas eleições de 1984, o candidato democrata à Presidência dos EUA, Walter Mondale, escolheu a advogada Geraldine Ferraro (1935-2011) como sua vice. À época declarou que era "a hora de a América romper barreiras e elevar as mulheres a papéis de liderança". Pela primeira vez o país tinha uma mulher como vice na disputa pela Casa Branca —feito só superado agora, com Hillary Clinton como a candidata dos democratas à Presidência. Muitas vezes, Geraldine atraiu do público e da mídia mais atenção do que o seu colega Mondale. A campanha dos candidatos republicanos Ronald Reagan (1911-2004) e George H. W. Bush (vice) usou a estratégia de atacar a família da candidata e sua posição favorável ao aborto para influenciar a opinião pública. Atualmente o republicano Donald Trump faz algo parecido com Hillary. Ele explora os escândalos sexuais de Bill Clinton, marido de sua rival, a ponto de levar quatro mulheres que o acusaram de assédio ao último debate. Nas eleições deste ano, porém, surgiram mulheres que fizeram o mesmo tipo de acusação contra Trump. Na eleição de 32 anos atrás, negócios de John Zaccaro, casado com Geraldine, foram expostos sob o viés de suspeitas de irregularidades —algumas delas assumidas por ele no ano seguinte. No fim, Reagan chegou à Presidência com uma vitória em 49 dos 50 Estados americanos. Anos depois, em uma entrevista, a vice de Mondale declarou que não teria aceitado a candidatura se soubesse que as críticas se concentrariam em sua família.
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colunas
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1984: Campanha de Reagan atacou família da primeira vice mulherNas eleições de 1984, o candidato democrata à Presidência dos EUA, Walter Mondale, escolheu a advogada Geraldine Ferraro (1935-2011) como sua vice. À época declarou que era "a hora de a América romper barreiras e elevar as mulheres a papéis de liderança". Pela primeira vez o país tinha uma mulher como vice na disputa pela Casa Branca —feito só superado agora, com Hillary Clinton como a candidata dos democratas à Presidência. Muitas vezes, Geraldine atraiu do público e da mídia mais atenção do que o seu colega Mondale. A campanha dos candidatos republicanos Ronald Reagan (1911-2004) e George H. W. Bush (vice) usou a estratégia de atacar a família da candidata e sua posição favorável ao aborto para influenciar a opinião pública. Atualmente o republicano Donald Trump faz algo parecido com Hillary. Ele explora os escândalos sexuais de Bill Clinton, marido de sua rival, a ponto de levar quatro mulheres que o acusaram de assédio ao último debate. Nas eleições deste ano, porém, surgiram mulheres que fizeram o mesmo tipo de acusação contra Trump. Na eleição de 32 anos atrás, negócios de John Zaccaro, casado com Geraldine, foram expostos sob o viés de suspeitas de irregularidades —algumas delas assumidas por ele no ano seguinte. No fim, Reagan chegou à Presidência com uma vitória em 49 dos 50 Estados americanos. Anos depois, em uma entrevista, a vice de Mondale declarou que não teria aceitado a candidatura se soubesse que as críticas se concentrariam em sua família.
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Em Veneza, filme de viúva de Lou Reed retrata o amor na visão do roqueiro
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A multiartista Laurie Anderson diz que muito do espírito do ex-marido, o roqueiro Lou Reed, está em "Heart of a Dog", filme dirigido por ela que compete em Veneza. "Falávamos muito sobre força sobre como se pode expressar as coisas simplesmente", afirmou logo após exibir o filme à imprensa. "Heart of a Dog", contudo, tem pouco do lado agressivo de Reed. O documentário –uma grande digressão audiovisual sobre temas como vida, morte e memória-tem mais a ver com a serenidade com que a multiartista se apresenta. "O filme combina coisas com as quais eu já trabalho: imagens, música e histórias", diz ela pausadamente, quase omo se fosse uma guru new age. "É sobre amor, mas com a definição de Lou sobre amor." A história de Lolabelle, a cachorrinha da diretora, é, de alguma forma, o fio condutor do filme e o pretexto para que a narração de Laurie passe por temas tão diversos como o vocabulário dos cães, o clima de hiper-vigilância pós-11 de Setembro e as barreiras da linguagem para Wittgenstein, entremeadas por citações budistas e do autor David Foster Wallace. O filme foi saudado com um longo aplauso após a sessão, coisa que se repetiu na obra seguinte exibida, "11 Minut", do veterano polonês Jerzy Skolimowski, sobre o poder do acaso na vida de personagens de núcleos distintos.
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ilustrada
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Em Veneza, filme de viúva de Lou Reed retrata o amor na visão do roqueiroA multiartista Laurie Anderson diz que muito do espírito do ex-marido, o roqueiro Lou Reed, está em "Heart of a Dog", filme dirigido por ela que compete em Veneza. "Falávamos muito sobre força sobre como se pode expressar as coisas simplesmente", afirmou logo após exibir o filme à imprensa. "Heart of a Dog", contudo, tem pouco do lado agressivo de Reed. O documentário –uma grande digressão audiovisual sobre temas como vida, morte e memória-tem mais a ver com a serenidade com que a multiartista se apresenta. "O filme combina coisas com as quais eu já trabalho: imagens, música e histórias", diz ela pausadamente, quase omo se fosse uma guru new age. "É sobre amor, mas com a definição de Lou sobre amor." A história de Lolabelle, a cachorrinha da diretora, é, de alguma forma, o fio condutor do filme e o pretexto para que a narração de Laurie passe por temas tão diversos como o vocabulário dos cães, o clima de hiper-vigilância pós-11 de Setembro e as barreiras da linguagem para Wittgenstein, entremeadas por citações budistas e do autor David Foster Wallace. O filme foi saudado com um longo aplauso após a sessão, coisa que se repetiu na obra seguinte exibida, "11 Minut", do veterano polonês Jerzy Skolimowski, sobre o poder do acaso na vida de personagens de núcleos distintos.
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Além de Dilma, outras guerras
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Os deputados votaram pelo aumento do gasto obrigatório do governo em saúde. Por 402 votos a 1, aprovaram ontem emenda à Constituição. Para valer, falta outra votação na Câmara e outras duas no Senado. Pois bem. No programa de governo de Michel Temer, está escrito: "...É necessário... acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação...". Está no documento "Uma Ponte para o Futuro", plano de reformas liberais patrocinado e lançado por Temer em outubro, quando o vice começou sua campanha para a Presidência, por assim dizer. E daí? Suponha-se que Temer assuma a administração da massa arruinada que Dilma deixará, caso deposta. Terá de lidar também com essa Câmara em que quase 80% dos deputados elevam despesas de um governo à beira da pindaíba terminal. No curto prazo, Temer não terá como dar jeito na pindaíba –reduzir o deficit. A receita ainda estará baixando; a oposição fez campanha aguerrida contra o aumento de impostos. Trata-se, aliás, de uma das reivindicações principais da "base social", política e empresarial do movimento de deposição de Dilma Rousseff: menos impostos. O deficit constante, o aumento descontrolado da dívida do governo, é um dos fatores principais desta crise. Mas não haverá tão cedo meios de controlar deficit ou dívida. Pode haver, porém, uma "ponte para o futuro". Firmar um compromisso legal de que os gastos cairão pode desfazer a expectativa de que o governo quebrará ou haverá enorme inflação. É o argumento da oposição. Que vai além: um superavit menor nas contas do governo, nos primeiros anos, pode ser compensado por um plano adicional de mudanças, que restaure a confiança e o retorno das empresas. Durante FHC 1, o superavit fiscal médio foi de menos de 0,3% do PIB, quase nada. Mas, segue o argumento, a expectativa de estabilidade, do fim da inflação, de privatizações e outras oportunidades para a empresa privada, enfim, de "reformas liberais" sustentou a confiança de que a coisa daria certo. Agora, boa parte dessas reformas que faça a "ponte para o futuro" vai implicar mais conflito político, econômico e social, ainda mais neste ambiente envenenado. Caso derrotados, com Dilma Rousseff, os movimentos sociais estarão ainda mais dispostos ao combate. De que reformas se trata? Mudanças que impliquem reduções de custos impostos pelo Estado e que elevem a expectativa de rentabilidade (menos burocracia, impostos menos dementes, infraestrutura melhor). Simplificação tributária, relaxamento das leis trabalhistas, concessões e privatizações com mais vantagens para as empresas (dado o ambiente de juro alto, incerteza e confiança deteriorada), menos inflação, custos salariais menores. Afora isso, como se sabe, estão nos planos a contenção de salários do funcionalismo e de reajustes das aposentadorias, entre outras reformas do INSS. Ou seja, a fim de conter a crise, o próximo governo precisa firmar um compromisso drástico com um calendário de mudanças que nem de longe estão na cabeça do Congresso e que enfrentarão forte resistência nas "ruas da esquerda". O dia depois de amanhã vai ser bem difícil.
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colunas
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Além de Dilma, outras guerrasOs deputados votaram pelo aumento do gasto obrigatório do governo em saúde. Por 402 votos a 1, aprovaram ontem emenda à Constituição. Para valer, falta outra votação na Câmara e outras duas no Senado. Pois bem. No programa de governo de Michel Temer, está escrito: "...É necessário... acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação...". Está no documento "Uma Ponte para o Futuro", plano de reformas liberais patrocinado e lançado por Temer em outubro, quando o vice começou sua campanha para a Presidência, por assim dizer. E daí? Suponha-se que Temer assuma a administração da massa arruinada que Dilma deixará, caso deposta. Terá de lidar também com essa Câmara em que quase 80% dos deputados elevam despesas de um governo à beira da pindaíba terminal. No curto prazo, Temer não terá como dar jeito na pindaíba –reduzir o deficit. A receita ainda estará baixando; a oposição fez campanha aguerrida contra o aumento de impostos. Trata-se, aliás, de uma das reivindicações principais da "base social", política e empresarial do movimento de deposição de Dilma Rousseff: menos impostos. O deficit constante, o aumento descontrolado da dívida do governo, é um dos fatores principais desta crise. Mas não haverá tão cedo meios de controlar deficit ou dívida. Pode haver, porém, uma "ponte para o futuro". Firmar um compromisso legal de que os gastos cairão pode desfazer a expectativa de que o governo quebrará ou haverá enorme inflação. É o argumento da oposição. Que vai além: um superavit menor nas contas do governo, nos primeiros anos, pode ser compensado por um plano adicional de mudanças, que restaure a confiança e o retorno das empresas. Durante FHC 1, o superavit fiscal médio foi de menos de 0,3% do PIB, quase nada. Mas, segue o argumento, a expectativa de estabilidade, do fim da inflação, de privatizações e outras oportunidades para a empresa privada, enfim, de "reformas liberais" sustentou a confiança de que a coisa daria certo. Agora, boa parte dessas reformas que faça a "ponte para o futuro" vai implicar mais conflito político, econômico e social, ainda mais neste ambiente envenenado. Caso derrotados, com Dilma Rousseff, os movimentos sociais estarão ainda mais dispostos ao combate. De que reformas se trata? Mudanças que impliquem reduções de custos impostos pelo Estado e que elevem a expectativa de rentabilidade (menos burocracia, impostos menos dementes, infraestrutura melhor). Simplificação tributária, relaxamento das leis trabalhistas, concessões e privatizações com mais vantagens para as empresas (dado o ambiente de juro alto, incerteza e confiança deteriorada), menos inflação, custos salariais menores. Afora isso, como se sabe, estão nos planos a contenção de salários do funcionalismo e de reajustes das aposentadorias, entre outras reformas do INSS. Ou seja, a fim de conter a crise, o próximo governo precisa firmar um compromisso drástico com um calendário de mudanças que nem de longe estão na cabeça do Congresso e que enfrentarão forte resistência nas "ruas da esquerda". O dia depois de amanhã vai ser bem difícil.
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Fabiana Murer conquista a prata no Mundial de atletismo
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Sete anos após ver uma de suas varas sumirem no estádio Ninho de Pássaro durante a final do salto com vara e ficar fora do pódio nos Jogos Olímpicos de Pequim, a brasileira Fabiana Murer, 34, esteve bem próxima de dar a volta por cima em grande estilo no mesmo local nesta quarta-feira (26) e conquistar a medalha de ouro na prova no Mundial de atletismo. A brasileira conseguiu ultrapassar o sarrafo em 4.85 m em sua primeira tentativa e estava assegurando a medalha de ouro, quando a cubana Yarisley Silva, em sua última tentativa, conseguiu ultrapassar a marca dos 4.90 m. Fabiana ainda teve a chance de superar a rival, mas não conseguiu e ficou com a prata. A grega Nikoleta Kyriakopoulou completou o pódio. Com o ouro garantido, Yarisley ainda tentou ultrapassar o sarrafo a 4.95 m, mas não obteve sucesso. Em julho, Yarisley e Fabiana duelaram pelo ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e a cubana também levou a melhor. A medalha de Fabiana Murer é a primeira do Brasil no Mundial de Pequim. A atleta já foi campeã mundial da prova em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011. Na oportunidade, tornou-se a primeira atleta brasileira a ser campeão mundial de atletismo. DISPUTA Fabiana, que havia se classificado para a final com apenas um salto, passou na primeira tentativa com o sarrafo a 4.50 m, 4.60 m, 4.70 m e precisou de duas tentativas para superar os 4.80 m. Com uma chance, superou a barreira dos 4.85. Já Yarisley Silva precisou da terceira e última tentativa para superar o sarrafo a 4.70 m.
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esporte
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Fabiana Murer conquista a prata no Mundial de atletismoSete anos após ver uma de suas varas sumirem no estádio Ninho de Pássaro durante a final do salto com vara e ficar fora do pódio nos Jogos Olímpicos de Pequim, a brasileira Fabiana Murer, 34, esteve bem próxima de dar a volta por cima em grande estilo no mesmo local nesta quarta-feira (26) e conquistar a medalha de ouro na prova no Mundial de atletismo. A brasileira conseguiu ultrapassar o sarrafo em 4.85 m em sua primeira tentativa e estava assegurando a medalha de ouro, quando a cubana Yarisley Silva, em sua última tentativa, conseguiu ultrapassar a marca dos 4.90 m. Fabiana ainda teve a chance de superar a rival, mas não conseguiu e ficou com a prata. A grega Nikoleta Kyriakopoulou completou o pódio. Com o ouro garantido, Yarisley ainda tentou ultrapassar o sarrafo a 4.95 m, mas não obteve sucesso. Em julho, Yarisley e Fabiana duelaram pelo ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e a cubana também levou a melhor. A medalha de Fabiana Murer é a primeira do Brasil no Mundial de Pequim. A atleta já foi campeã mundial da prova em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011. Na oportunidade, tornou-se a primeira atleta brasileira a ser campeão mundial de atletismo. DISPUTA Fabiana, que havia se classificado para a final com apenas um salto, passou na primeira tentativa com o sarrafo a 4.50 m, 4.60 m, 4.70 m e precisou de duas tentativas para superar os 4.80 m. Com uma chance, superou a barreira dos 4.85. Já Yarisley Silva precisou da terceira e última tentativa para superar o sarrafo a 4.70 m.
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1º de Maio por mais direitos
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Neste 1º de Maio, mais uma vez, como faz há 20 anos, a Força Sindical vai reunir milhões de trabalhadores no Brasil. Em São Paulo, o evento, considerado o maior do mundo, acontece na praça Campo de Bagatelle, na zona norte. A história do Dia do Trabalho remonta ao ano de 1886, na industrializada cidade de Chicago (EUA). No 1º de maio daquele ano, milhares de trabalhadores foram às ruas exigir melhores condições. O 1º de Maio nasceu sob o signo da reivindicação, e por isso é importante, durante o evento, refletirmos sobre nossas lutas e conquistas. O governo enviou ao Congresso propostas de reformas trabalhista e da Previdência Social. É importante destacar que o movimento sindical não pode fugir desse debate. Temos de ser protagonistas, propor soluções e lutar no convencimento da sociedade e dos parlamentares sobre a necessidade de mudanças na proposta oriunda do Planalto. Acreditamos que apostar no tudo ou nada é apostar na derrota. É fundamental organizar a resistência, mobilizar e esclarecer os trabalhadores sobre a necessidade de mudarmos o texto em debate no Congresso. Ninguém duvida que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo é prejudicial aos trabalhadores, pois dificulta o acesso de quem quer se aposentar. Vale lembrar que um dos pilares da Previdência é proteger os trabalhadores e conceder a eles uma vida digna. Infelizmente, as regras propostas não acabam com os privilégios, não trazem benefícios adicionais aos menos favorecidos economicamente e são injustas com as mulheres. Não podemos olhar a reforma somente sob o prisma do ajuste fiscal. Os insensíveis tecnocratas do governo precisam analisar a responsabilidade social. Por exemplo, a Previdência, segundo dados do IBGE, é extremamente desigual: o 1% mais rico fica com a fatia equivalente à da metade mais pobre. A lógica perversa dos pais da proposta insiste em regras rigorosas para a população mais vulnerável economicamente. Já a reforma trabalhista visa enfraquecer as entidades sindicais, retirando a contribuição compulsória. Acabar com esse financiamento irá tornar a luta desigual. A intenção é meramente desmobilizar os sindicatos e as federações de trabalhadores. Garantir os direitos dos trabalhadores passa, obrigatoriamente, por garantir a sobrevivência financeira das entidades sindicais. É importante destacar o papel dos sindicatos na ampliação de conquistas - as negociações coletivas, que resultam em aumento salarial, as assistências jurídicas, os atendimentos médicos, entre outros. Tudo isso é financiado com o imposto sindical. Destacamos que, no dia 28 de abril, os trabalhadores se mobilizaram e deram uma forte demonstração de organização e luta. Não aceitarão o fim da aposentadoria e o fechamento das entidades sindicais. Reafirmamos nossa luta por mudanças nas reformas da Previdência e trabalhista, por juros menores, por aumento digno para os aposentados, por igualdade de oportunidades e moradia e por transporte de qualidade para todos. A Força Sindical tem propostas para fazer um Brasil mais justo, com desenvolvimento econômico, emprego e renda. PAULO PEREIRA DA SILVA, o Paulinho da Força, é presidente da Força Sindical, do partido Solidariedade e deputado federal (SP) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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opiniao
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1º de Maio por mais direitosNeste 1º de Maio, mais uma vez, como faz há 20 anos, a Força Sindical vai reunir milhões de trabalhadores no Brasil. Em São Paulo, o evento, considerado o maior do mundo, acontece na praça Campo de Bagatelle, na zona norte. A história do Dia do Trabalho remonta ao ano de 1886, na industrializada cidade de Chicago (EUA). No 1º de maio daquele ano, milhares de trabalhadores foram às ruas exigir melhores condições. O 1º de Maio nasceu sob o signo da reivindicação, e por isso é importante, durante o evento, refletirmos sobre nossas lutas e conquistas. O governo enviou ao Congresso propostas de reformas trabalhista e da Previdência Social. É importante destacar que o movimento sindical não pode fugir desse debate. Temos de ser protagonistas, propor soluções e lutar no convencimento da sociedade e dos parlamentares sobre a necessidade de mudanças na proposta oriunda do Planalto. Acreditamos que apostar no tudo ou nada é apostar na derrota. É fundamental organizar a resistência, mobilizar e esclarecer os trabalhadores sobre a necessidade de mudarmos o texto em debate no Congresso. Ninguém duvida que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo é prejudicial aos trabalhadores, pois dificulta o acesso de quem quer se aposentar. Vale lembrar que um dos pilares da Previdência é proteger os trabalhadores e conceder a eles uma vida digna. Infelizmente, as regras propostas não acabam com os privilégios, não trazem benefícios adicionais aos menos favorecidos economicamente e são injustas com as mulheres. Não podemos olhar a reforma somente sob o prisma do ajuste fiscal. Os insensíveis tecnocratas do governo precisam analisar a responsabilidade social. Por exemplo, a Previdência, segundo dados do IBGE, é extremamente desigual: o 1% mais rico fica com a fatia equivalente à da metade mais pobre. A lógica perversa dos pais da proposta insiste em regras rigorosas para a população mais vulnerável economicamente. Já a reforma trabalhista visa enfraquecer as entidades sindicais, retirando a contribuição compulsória. Acabar com esse financiamento irá tornar a luta desigual. A intenção é meramente desmobilizar os sindicatos e as federações de trabalhadores. Garantir os direitos dos trabalhadores passa, obrigatoriamente, por garantir a sobrevivência financeira das entidades sindicais. É importante destacar o papel dos sindicatos na ampliação de conquistas - as negociações coletivas, que resultam em aumento salarial, as assistências jurídicas, os atendimentos médicos, entre outros. Tudo isso é financiado com o imposto sindical. Destacamos que, no dia 28 de abril, os trabalhadores se mobilizaram e deram uma forte demonstração de organização e luta. Não aceitarão o fim da aposentadoria e o fechamento das entidades sindicais. Reafirmamos nossa luta por mudanças nas reformas da Previdência e trabalhista, por juros menores, por aumento digno para os aposentados, por igualdade de oportunidades e moradia e por transporte de qualidade para todos. A Força Sindical tem propostas para fazer um Brasil mais justo, com desenvolvimento econômico, emprego e renda. PAULO PEREIRA DA SILVA, o Paulinho da Força, é presidente da Força Sindical, do partido Solidariedade e deputado federal (SP) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]
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Confira três indicações de música instrumental do 'Guia'
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TECLAS NO CHORO Este CD de Ricardo Valverde surpreende pela capa ousada e incomum, um retrato estilizado do artista por Enio Squeff; pelo excelente texto de apresentação de Marcus Vinicius, da gravadora CPC-Umes; pelo repertório cuidadosamente garimpado, contemplando seis dos maiores nomes de nosso choro: Ernesto Nazareth, Pixinguinha, K-Ximbinho, Altamiro Carrilho, Jacob do Bandolim e Esmeraldino Salles; pela inusitada "cozinha", composta por piano, baixo e bateria, e, acima de tudo, pelo instrumento protagonista, o vibrafone. Assim, o jovem Ricardo, em seu disco de estreia, nos apresenta seu "vibrafone chorão" e nos brinda com convidados como Izaías do Bandolim, Oswaldinho do Acordeon, César Roversi, nos saxofones, e Heraldo do Monte na guitarra. A química "sui generis" desse trabalho também passa pelas mãos competentes e inspiradas da pianista Silvia Goes, secundada com brilho pelo baixo de Ivâni Sabino e pela bateria de Pepa D'Elia. (WAGNER AMOROSINO) ARTISTA: Ricardo Valverde GRAVADORA: CPC-Umes QUANTO: R$ 27,90 AVALIAÇÃO: muito bom * MADE IN BRAZIL Com uma sólida carreira estabelecida nos EUA, onde vive desde 1981, a pianista e cantora paulista Eliane Elias é reconhecida, antes de tudo, por suas incursões pelo universo do jazz. Isso não a tem impedido de reservar parte de seu repertório à música popular brasileira. "Made in Brazil" é seu primeiro álbum gravado em São Paulo desde que deixou o país. Músicos locais, como Edu Ribeiro (bateria), Marcelo Mariano (baixo) e Marcus Teixeira (guitarra), garantem levadas e harmonias tipicamente brasileiras nas releituras de clássicos da bossa nova e do samba como "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso), "Esse Seu Olhar/Promessas" (Tom Jobim) ou "Rio" (Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal, que também participa da gravação). Os vocais do grupo norte-americano Take 6 emprestam um colorido harmônico especial a canções assinadas pela própria Eliane, como a sensual "Incendiando" e a pop "Driving Ambition". (CARLOS CALADO) ARTISTA: Eliane Elias GRAVADORA: Concord/Universal QUANTO: R$ 27,90 AVALIAÇÃO: bom * DESPERTAR Christian Dozza é violonista detentor de técnica e musicalidade admiráveis. Ambas denotam sua dedicação ao instrumento com afinco. No meio musical, há uma máxima machista que é dita quando um instrumentista toca muito: "Esse cara não tem mulher". Para Dozza, isso não se aplica. Além de comprometido com sua "mina" -Marcella Melloni, autora das boas fotos do encarte do CD-, o instrumentista, sem ser excludente, também se dedica a outra "mina", com sucesso: a música. Dela, Dozza extraiu dez faixas autorais para este disco. Entre outras,"Ellas Jig", "Sinos do Paraíso", "Balada" e "Homenagem a Tedesco", além de "Sobre um Tema de Gismonti". Ótimos, detalhados e didáticos são os textos do encarte, escritos pelos melhores violonistas brasileiros da atualidade. A começar por seu companheiro no grupo Quaternaglia, o músico e crítico musical da Folha Sidney Molina, além de Marco Pereira, Sérgio Assad e os Paulos, Porto Alegre e Bellinati. Disco feito para sempre. (CARLOS BOZZO JUNIOR) ARTISTA: Christian Dozza GRAVADORA: independente QUANTO: R$ 25 AVALIAÇÃO: ótimo
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Confira três indicações de música instrumental do 'Guia'TECLAS NO CHORO Este CD de Ricardo Valverde surpreende pela capa ousada e incomum, um retrato estilizado do artista por Enio Squeff; pelo excelente texto de apresentação de Marcus Vinicius, da gravadora CPC-Umes; pelo repertório cuidadosamente garimpado, contemplando seis dos maiores nomes de nosso choro: Ernesto Nazareth, Pixinguinha, K-Ximbinho, Altamiro Carrilho, Jacob do Bandolim e Esmeraldino Salles; pela inusitada "cozinha", composta por piano, baixo e bateria, e, acima de tudo, pelo instrumento protagonista, o vibrafone. Assim, o jovem Ricardo, em seu disco de estreia, nos apresenta seu "vibrafone chorão" e nos brinda com convidados como Izaías do Bandolim, Oswaldinho do Acordeon, César Roversi, nos saxofones, e Heraldo do Monte na guitarra. A química "sui generis" desse trabalho também passa pelas mãos competentes e inspiradas da pianista Silvia Goes, secundada com brilho pelo baixo de Ivâni Sabino e pela bateria de Pepa D'Elia. (WAGNER AMOROSINO) ARTISTA: Ricardo Valverde GRAVADORA: CPC-Umes QUANTO: R$ 27,90 AVALIAÇÃO: muito bom * MADE IN BRAZIL Com uma sólida carreira estabelecida nos EUA, onde vive desde 1981, a pianista e cantora paulista Eliane Elias é reconhecida, antes de tudo, por suas incursões pelo universo do jazz. Isso não a tem impedido de reservar parte de seu repertório à música popular brasileira. "Made in Brazil" é seu primeiro álbum gravado em São Paulo desde que deixou o país. Músicos locais, como Edu Ribeiro (bateria), Marcelo Mariano (baixo) e Marcus Teixeira (guitarra), garantem levadas e harmonias tipicamente brasileiras nas releituras de clássicos da bossa nova e do samba como "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso), "Esse Seu Olhar/Promessas" (Tom Jobim) ou "Rio" (Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal, que também participa da gravação). Os vocais do grupo norte-americano Take 6 emprestam um colorido harmônico especial a canções assinadas pela própria Eliane, como a sensual "Incendiando" e a pop "Driving Ambition". (CARLOS CALADO) ARTISTA: Eliane Elias GRAVADORA: Concord/Universal QUANTO: R$ 27,90 AVALIAÇÃO: bom * DESPERTAR Christian Dozza é violonista detentor de técnica e musicalidade admiráveis. Ambas denotam sua dedicação ao instrumento com afinco. No meio musical, há uma máxima machista que é dita quando um instrumentista toca muito: "Esse cara não tem mulher". Para Dozza, isso não se aplica. Além de comprometido com sua "mina" -Marcella Melloni, autora das boas fotos do encarte do CD-, o instrumentista, sem ser excludente, também se dedica a outra "mina", com sucesso: a música. Dela, Dozza extraiu dez faixas autorais para este disco. Entre outras,"Ellas Jig", "Sinos do Paraíso", "Balada" e "Homenagem a Tedesco", além de "Sobre um Tema de Gismonti". Ótimos, detalhados e didáticos são os textos do encarte, escritos pelos melhores violonistas brasileiros da atualidade. A começar por seu companheiro no grupo Quaternaglia, o músico e crítico musical da Folha Sidney Molina, além de Marco Pereira, Sérgio Assad e os Paulos, Porto Alegre e Bellinati. Disco feito para sempre. (CARLOS BOZZO JUNIOR) ARTISTA: Christian Dozza GRAVADORA: independente QUANTO: R$ 25 AVALIAÇÃO: ótimo
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Autor Osvaldo Peralva demole utopia bolchevista em 'O Retrato'
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Em 1960, o jornalista Osvaldo Peralva começou a publicar, em jornal, capítulos do que viria a ser "O Retrato", ora reeditado pelo Três Estrelas. O livro demole o novo homem da mitologia comunista. A última edição era de 1962. O brasileiro estava privado havia 53 anos de uma leitura do comunismo sem retoques. Os esquerdistas não perdoam. Matam pessoas e memórias. Peralva sabia do que falava. Havia morado em Moscou e fora o representante do PCB no Kominform, o escritório de informação dos partidos comunistas, com sede na Romênia, que coordenava as ações dos camaradas mundo afora e editava o jornal "Por Uma Paz Duradoura, Por Uma Democracia Popular". Fora enviado a Bucareste em 1955, no transe entre a morte de Stálin (1953) e a ascensão de Kruschev. Boa parte do livro é dedicada à sua experiência romena. Não esperem encontrar revelações sobre os crimes comunistas. Peralva desenha menos o retrato de homens cruéis do que o de homens medíocres. Outro tanto é dedicado aos embates no PCB. Figuras com Luís Carlos Prestes, João Amazonas e Carlos Marighella são reveladas em sua dimensão mesquinha. Em 1946, uma espécie de tabela meritocrática atribuía 50 pontos à adesão de um operário ao partido. Um intelectual, a escória, valia apenas dez. O ódio da esquerda à inteligência é anterior a Marilena Chaui... "O Retrato" é a narrativa de uma desilusão sem amargura. Mesmo demonizado em razão do livro, Peralva se conservou um "socialista democrático". O AI-5 o levou para o exílio. Voltou apenas em 1979, com a anistia, e passou a integrar o Conselho Editorial da Folha. Morreu em 1992, aos 74 anos. Num "post-scriptum" de 1962, escreve sobre a divisão dos comunistas em dois partidos: "Um [PCB] quer tornar-se legal para ampliar sua participação nas batalhas eleitorais; outro [PC do B] acha que o mais importante é não pôr a cabeça muito de fora, resguardando-se para as lutas revolucionárias que prevê avizinharem-se". Pois é. O PC do B promoveu a guerrilha do Araguaia. Com os desdobramentos conhecidos. E não reconhece até hoje os crimes de Stálin. O RETRATO AUTOR Osvaldo Peralva EDITORA Três Estrelas QUANTO R$ 69,90 (440 págs.) AVALIAÇÃO bom
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ilustrada
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Autor Osvaldo Peralva demole utopia bolchevista em 'O Retrato'Em 1960, o jornalista Osvaldo Peralva começou a publicar, em jornal, capítulos do que viria a ser "O Retrato", ora reeditado pelo Três Estrelas. O livro demole o novo homem da mitologia comunista. A última edição era de 1962. O brasileiro estava privado havia 53 anos de uma leitura do comunismo sem retoques. Os esquerdistas não perdoam. Matam pessoas e memórias. Peralva sabia do que falava. Havia morado em Moscou e fora o representante do PCB no Kominform, o escritório de informação dos partidos comunistas, com sede na Romênia, que coordenava as ações dos camaradas mundo afora e editava o jornal "Por Uma Paz Duradoura, Por Uma Democracia Popular". Fora enviado a Bucareste em 1955, no transe entre a morte de Stálin (1953) e a ascensão de Kruschev. Boa parte do livro é dedicada à sua experiência romena. Não esperem encontrar revelações sobre os crimes comunistas. Peralva desenha menos o retrato de homens cruéis do que o de homens medíocres. Outro tanto é dedicado aos embates no PCB. Figuras com Luís Carlos Prestes, João Amazonas e Carlos Marighella são reveladas em sua dimensão mesquinha. Em 1946, uma espécie de tabela meritocrática atribuía 50 pontos à adesão de um operário ao partido. Um intelectual, a escória, valia apenas dez. O ódio da esquerda à inteligência é anterior a Marilena Chaui... "O Retrato" é a narrativa de uma desilusão sem amargura. Mesmo demonizado em razão do livro, Peralva se conservou um "socialista democrático". O AI-5 o levou para o exílio. Voltou apenas em 1979, com a anistia, e passou a integrar o Conselho Editorial da Folha. Morreu em 1992, aos 74 anos. Num "post-scriptum" de 1962, escreve sobre a divisão dos comunistas em dois partidos: "Um [PCB] quer tornar-se legal para ampliar sua participação nas batalhas eleitorais; outro [PC do B] acha que o mais importante é não pôr a cabeça muito de fora, resguardando-se para as lutas revolucionárias que prevê avizinharem-se". Pois é. O PC do B promoveu a guerrilha do Araguaia. Com os desdobramentos conhecidos. E não reconhece até hoje os crimes de Stálin. O RETRATO AUTOR Osvaldo Peralva EDITORA Três Estrelas QUANTO R$ 69,90 (440 págs.) AVALIAÇÃO bom
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Cunha já esperava prisão e terá mais tempo para escrever livro, diz aliado
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Um dos principais aliados de Eduardo Cunha, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) afirmou nesta quarta-feira (19) que o ex-presidente da Câmara já esperava a prisão e que só fazia um comentário sempre que abordava o assunto: a de que vai escrever um livro. O deputado cassado tem manifestado a intenção de fazer revelações no livro, o que alimenta o temor de grande parte do mundo político em Brasília: o de que o ele feche um acordo de delação premiada com as autoridades. "Ele já estava esperando [a prisão], disse que o processo ia seguir, mas que havia uma tendência grande de haver a prisão dele. (...) Daí só falava que ia escrever o livro dele. Agora vai ter mais tempo para isso", disse Paulinho, afirmando não saber se o aliado irá ou não negociar uma delação. O deputado disse ter conversado com Cunha pela última vez na semana passada. Candidato à presidência da Câmara em julho com o apoio de Cunha, Rogério Rosso (PSD-DF) afirmou que o importante é não haver impacto sobre as votações prioritárias do governo. "É uma ação do Judiciário, que tem que ser respeitada. É claro que ele é um ex-presidente da Câmara, ex-parlamentar, mas na minha opinião o Legislativo é independente e isso não afetará as reformas, que é o mais importante agora." Rosso, que foi derrotado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ter conversado pela última vez com Cunha no início de setembro, antes da votação que retirou o mandato do peemedebista. O parlamentar do PSD votou a favor da cassação de Cunha. Após o anúncio da prisão, aliados do deputado cassado evitavam atender aos telefonemas. Carlos Marun (PMDB-MS), um dos principais defensores da manutenção do mandato do peemedebista, negou que estivesse em contato com o aliado. Responsável pela articulação política do governo de Michel Temer, Geddel Vieira Lima (Governo) faria uma reunião com líderes da base governista na tarde desta quarta. Oficialmente, o tema do encontro será a organização para a votação dos projetos econômicos defendidos pelo Palácio do Planalto.
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Cunha já esperava prisão e terá mais tempo para escrever livro, diz aliadoUm dos principais aliados de Eduardo Cunha, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) afirmou nesta quarta-feira (19) que o ex-presidente da Câmara já esperava a prisão e que só fazia um comentário sempre que abordava o assunto: a de que vai escrever um livro. O deputado cassado tem manifestado a intenção de fazer revelações no livro, o que alimenta o temor de grande parte do mundo político em Brasília: o de que o ele feche um acordo de delação premiada com as autoridades. "Ele já estava esperando [a prisão], disse que o processo ia seguir, mas que havia uma tendência grande de haver a prisão dele. (...) Daí só falava que ia escrever o livro dele. Agora vai ter mais tempo para isso", disse Paulinho, afirmando não saber se o aliado irá ou não negociar uma delação. O deputado disse ter conversado com Cunha pela última vez na semana passada. Candidato à presidência da Câmara em julho com o apoio de Cunha, Rogério Rosso (PSD-DF) afirmou que o importante é não haver impacto sobre as votações prioritárias do governo. "É uma ação do Judiciário, que tem que ser respeitada. É claro que ele é um ex-presidente da Câmara, ex-parlamentar, mas na minha opinião o Legislativo é independente e isso não afetará as reformas, que é o mais importante agora." Rosso, que foi derrotado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ter conversado pela última vez com Cunha no início de setembro, antes da votação que retirou o mandato do peemedebista. O parlamentar do PSD votou a favor da cassação de Cunha. Após o anúncio da prisão, aliados do deputado cassado evitavam atender aos telefonemas. Carlos Marun (PMDB-MS), um dos principais defensores da manutenção do mandato do peemedebista, negou que estivesse em contato com o aliado. Responsável pela articulação política do governo de Michel Temer, Geddel Vieira Lima (Governo) faria uma reunião com líderes da base governista na tarde desta quarta. Oficialmente, o tema do encontro será a organização para a votação dos projetos econômicos defendidos pelo Palácio do Planalto.
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Brasil cai 18 posições em ranking de competitividade
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A deterioração das contas públicas e a evolução dos escândalos de corrupção fizeram o Brasil despencar 18 posições no ranking anual do Fórum Econômico Mundial que avalia a competitividade de 140 países. Depois de descer do 48° lugar em 2012, o país conseguiu se manter entre 56 e 57 nos dois anos seguintes, mas cai agora para o 75º lugar, atingindo seu pior posto desde que passou a ser avaliado no ranking, nos anos 1990. O estudo começou a ser feito na década de 70, sem a participação brasileira. Pelo sétimo ano consecutivo, é a Suíça quem ocupa o topo da lista amparada em vantagens como liderança em inovação, desemprego estável, eficiência da educação e do mercado de trabalho. Na América Latina, o mais competitivo foi o Chile, que ficou em 35º lugar no ranking geral. Características como eficiência dos mercados financeiros e prontidão tecnológica foram ressaltadas no relatório para justificar o resultado chileno. O Brasil também sai atrás de países como México, Índia e Hungria. BRASIL Neste ano, o país perdeu pontos em 9 das 12 categorias estudadas pela pesquisa. As quedas foram mais acentuadas nos requisitos básicos de competitividade, que abrangem áreas como ambiente econômico e institucional, saúde e educação. O equilíbrio fiscal, medido pelo deficit do orçamento do governo, provocou um tombo de 32 posições, para o 117° lugar no ranking, no quesito ambiente macroeconômico. O indicador que aborda a confiança nas instituições caiu 27 colocações, chegando ao 121° lugar, puxado pelos escândalos de corrupção. O levantamento estuda temas como confiança nos políticos, subornos, ética nas empresas, ineficácia dos conselhos corporativos e proteção dos acionistas minoritários. Em 2015, a incapacidade de inovar e a má qualidade da educação, outros dois fatores essenciais ao avanço dos negócios, contribuíram para derrubar o país. A maior queda, de 52 degraus (93°), se deu no quesito que aborda educação superior e treinamento. "Neste momento de crise, em que seria ainda mais importante elevar a produtividade por meio da mão de obra, aumenta o questionamento e a crítica da comunidade empresarial ao serviço de treinamento e à indisponibilidade de instituições para isso", diz Carlos Arruda, coordenador do núcleo de inovação da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados do ranking no Brasil. Segundo ele, é preocupante ver que o Brasil vai mal em atração e retenção de talentos, porque vai na direção contrária dos países mais competitivos, que estão muito avançados nisso. O desenvolvimento do mercado financeiro também registrou desempenho pior devido à restrição de crédito. Além do impacto da crise, o país não conseguiu resolver questões estruturais que o perseguem desde a década de 90 e vêm sendo apontadas em todas as edições do relatório, como sistema regulatório e tributário inadequados, infraestrutura deficiente, educação de baixa qualidade e fraca produtividade. "O Brasil perdeu ao não fazer os investimentos em simplificação e infraestrutura que poderia ter feito quando vivia um momento de agenda positiva, como no primeiro mandato de Lula, em 2003 e 2004, quando teria sido mais fácil aprovar tais mudanças", afirma Arruda. O quesito infraestrutura teve leve melhora em relação a 2014 devido, especialmente, aos investimentos em aeroportos para Copa e Olimpíadas. Já a qualidade de portos e rodovias permanece ruim. O indicador de qualidade do fornecimento de eletricidade também segue negativo.
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Brasil cai 18 posições em ranking de competitividadeA deterioração das contas públicas e a evolução dos escândalos de corrupção fizeram o Brasil despencar 18 posições no ranking anual do Fórum Econômico Mundial que avalia a competitividade de 140 países. Depois de descer do 48° lugar em 2012, o país conseguiu se manter entre 56 e 57 nos dois anos seguintes, mas cai agora para o 75º lugar, atingindo seu pior posto desde que passou a ser avaliado no ranking, nos anos 1990. O estudo começou a ser feito na década de 70, sem a participação brasileira. Pelo sétimo ano consecutivo, é a Suíça quem ocupa o topo da lista amparada em vantagens como liderança em inovação, desemprego estável, eficiência da educação e do mercado de trabalho. Na América Latina, o mais competitivo foi o Chile, que ficou em 35º lugar no ranking geral. Características como eficiência dos mercados financeiros e prontidão tecnológica foram ressaltadas no relatório para justificar o resultado chileno. O Brasil também sai atrás de países como México, Índia e Hungria. BRASIL Neste ano, o país perdeu pontos em 9 das 12 categorias estudadas pela pesquisa. As quedas foram mais acentuadas nos requisitos básicos de competitividade, que abrangem áreas como ambiente econômico e institucional, saúde e educação. O equilíbrio fiscal, medido pelo deficit do orçamento do governo, provocou um tombo de 32 posições, para o 117° lugar no ranking, no quesito ambiente macroeconômico. O indicador que aborda a confiança nas instituições caiu 27 colocações, chegando ao 121° lugar, puxado pelos escândalos de corrupção. O levantamento estuda temas como confiança nos políticos, subornos, ética nas empresas, ineficácia dos conselhos corporativos e proteção dos acionistas minoritários. Em 2015, a incapacidade de inovar e a má qualidade da educação, outros dois fatores essenciais ao avanço dos negócios, contribuíram para derrubar o país. A maior queda, de 52 degraus (93°), se deu no quesito que aborda educação superior e treinamento. "Neste momento de crise, em que seria ainda mais importante elevar a produtividade por meio da mão de obra, aumenta o questionamento e a crítica da comunidade empresarial ao serviço de treinamento e à indisponibilidade de instituições para isso", diz Carlos Arruda, coordenador do núcleo de inovação da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados do ranking no Brasil. Segundo ele, é preocupante ver que o Brasil vai mal em atração e retenção de talentos, porque vai na direção contrária dos países mais competitivos, que estão muito avançados nisso. O desenvolvimento do mercado financeiro também registrou desempenho pior devido à restrição de crédito. Além do impacto da crise, o país não conseguiu resolver questões estruturais que o perseguem desde a década de 90 e vêm sendo apontadas em todas as edições do relatório, como sistema regulatório e tributário inadequados, infraestrutura deficiente, educação de baixa qualidade e fraca produtividade. "O Brasil perdeu ao não fazer os investimentos em simplificação e infraestrutura que poderia ter feito quando vivia um momento de agenda positiva, como no primeiro mandato de Lula, em 2003 e 2004, quando teria sido mais fácil aprovar tais mudanças", afirma Arruda. O quesito infraestrutura teve leve melhora em relação a 2014 devido, especialmente, aos investimentos em aeroportos para Copa e Olimpíadas. Já a qualidade de portos e rodovias permanece ruim. O indicador de qualidade do fornecimento de eletricidade também segue negativo.
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Hopi Hari entra com pedido de recuperação judicial
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O parque de diversões Hopi Hari entrou nesta quarta-feira (24) com pedido de recuperação judicial. O pedido foi ajuizado, em conjunto com as controladoras HH Parques Temáticos e HH Participações, na comarca de Vinhedo (SP). A entrada na Justiça foi aprovada pelo conselho de administração da companhia e por assembleia geral extraordinária. Em dificuldades financeiras, o Hopi Hari tem enfrentado seguidos pedidos de falência. A situação financeira do parque vinha se deteriorando nos últimos tempos. Em janeiro, o Hopi Hari foi acusado por funcionários de atrasar o pagamento de salários, não pagar a segunda parcela do 13º salário e cortar o convênio médico.
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Hopi Hari entra com pedido de recuperação judicialO parque de diversões Hopi Hari entrou nesta quarta-feira (24) com pedido de recuperação judicial. O pedido foi ajuizado, em conjunto com as controladoras HH Parques Temáticos e HH Participações, na comarca de Vinhedo (SP). A entrada na Justiça foi aprovada pelo conselho de administração da companhia e por assembleia geral extraordinária. Em dificuldades financeiras, o Hopi Hari tem enfrentado seguidos pedidos de falência. A situação financeira do parque vinha se deteriorando nos últimos tempos. Em janeiro, o Hopi Hari foi acusado por funcionários de atrasar o pagamento de salários, não pagar a segunda parcela do 13º salário e cortar o convênio médico.
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Após 2 semanas, Geddel mantém silêncio sobre dinheiro
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Duas semanas após a apreensão da Polícia Federal, os R$ 51 milhões achados em um apartamento em Salvador seguem oficialmente sem dono. Preso três dias depois da descoberta do dinheiro, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) não confirma nem nega a posse das malas e caixas de dinheiro apreendidas. A PF identificou digitais do ex-ministro do dinheiro, e o dono do apartamento confirmou que havia emprestado o imóvel ao peemedebista. A situação do ex-ministro deve ficar ainda mais complicada com o provável depoimento de seu ex-assessor Gustavo Ferraz, também preso pela Polícia Federal. A defesa de Ferraz solicitou uma audiência de custódia ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, mas ainda não obteve resposta. "Ele está disposto a colaborar com a Justiça", disse Pedro Machado de Almeida Castro, responsável pela defesa de Ferraz. No primeiro depoimento à PF, Ferraz confirmou que transportou dinheiro de São Paulo para Salvador a mando do ex-ministro. A defesa ainda ingressou com pedido de habeas corpus no TRF (Tribunal Regional Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça) –o primeiro foi negado e o segundo ainda será analisado. "Consideramos a prisão absurda", disse Almeida Castro, que aguarda uma decisão final sobre a competência do processo. A investigação foi remetida para o STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de participação do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB). A defesa de Geddel afirma que só se manifestará quando tiver acesso aos autos e aos elementos de prova citados no decreto que determinou a prisão do ex-ministro. POLÍTICA Enquanto prepara sua defesa jurídica, no mundo político a situação de Geddel é vista como incontornável. Desde a descoberta do dinheiro, o clã Vieira Lima silenciou. O deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, ficou duas semanas sem ir à Câmara. Cancelou todos os seus compromissos públicos e deixou de fazer postagens em redes sociais. Nesta terça-feira, reapareceu na Câmara mas evitou falar do assunto. Disse que tanto ele como o irmão se manifestariam apenas pelos autos do processo. Em meio ao silêncio de Geddel, aliados trocaram a defesa enfática do ex-ministro por um tom de cautela e defesa das investigações. Tratam os R$ 51 milhões encontrados como um problema pessoal de Geddel. Mas evitam dar passos que possam soar como um confronto ao ex-ministro da Secretaria de Governo. O ex-ministro foi suspenso do PMDB por 60 dias. Mas, oficialmente, continua como presidente licenciado do partido da Bahia. Por outro lado, deputados e prefeitos do partido falam em "oxigenação" e se movimentam para atrair novos quadros para o PMDB. "O partido não vai fechar as portas para ninguém. Mas a vinda de qualquer pessoa para o partido não será condicionada a assumir o comando", declara o deputado estadual Pedro Tavares, presidente interino do PMDB baiano.
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Após 2 semanas, Geddel mantém silêncio sobre dinheiroDuas semanas após a apreensão da Polícia Federal, os R$ 51 milhões achados em um apartamento em Salvador seguem oficialmente sem dono. Preso três dias depois da descoberta do dinheiro, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) não confirma nem nega a posse das malas e caixas de dinheiro apreendidas. A PF identificou digitais do ex-ministro do dinheiro, e o dono do apartamento confirmou que havia emprestado o imóvel ao peemedebista. A situação do ex-ministro deve ficar ainda mais complicada com o provável depoimento de seu ex-assessor Gustavo Ferraz, também preso pela Polícia Federal. A defesa de Ferraz solicitou uma audiência de custódia ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, mas ainda não obteve resposta. "Ele está disposto a colaborar com a Justiça", disse Pedro Machado de Almeida Castro, responsável pela defesa de Ferraz. No primeiro depoimento à PF, Ferraz confirmou que transportou dinheiro de São Paulo para Salvador a mando do ex-ministro. A defesa ainda ingressou com pedido de habeas corpus no TRF (Tribunal Regional Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça) –o primeiro foi negado e o segundo ainda será analisado. "Consideramos a prisão absurda", disse Almeida Castro, que aguarda uma decisão final sobre a competência do processo. A investigação foi remetida para o STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de participação do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB). A defesa de Geddel afirma que só se manifestará quando tiver acesso aos autos e aos elementos de prova citados no decreto que determinou a prisão do ex-ministro. POLÍTICA Enquanto prepara sua defesa jurídica, no mundo político a situação de Geddel é vista como incontornável. Desde a descoberta do dinheiro, o clã Vieira Lima silenciou. O deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, ficou duas semanas sem ir à Câmara. Cancelou todos os seus compromissos públicos e deixou de fazer postagens em redes sociais. Nesta terça-feira, reapareceu na Câmara mas evitou falar do assunto. Disse que tanto ele como o irmão se manifestariam apenas pelos autos do processo. Em meio ao silêncio de Geddel, aliados trocaram a defesa enfática do ex-ministro por um tom de cautela e defesa das investigações. Tratam os R$ 51 milhões encontrados como um problema pessoal de Geddel. Mas evitam dar passos que possam soar como um confronto ao ex-ministro da Secretaria de Governo. O ex-ministro foi suspenso do PMDB por 60 dias. Mas, oficialmente, continua como presidente licenciado do partido da Bahia. Por outro lado, deputados e prefeitos do partido falam em "oxigenação" e se movimentam para atrair novos quadros para o PMDB. "O partido não vai fechar as portas para ninguém. Mas a vinda de qualquer pessoa para o partido não será condicionada a assumir o comando", declara o deputado estadual Pedro Tavares, presidente interino do PMDB baiano.
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Pequenos negócios são antídotos dos shoppings contra baixa ocupação
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Em 2015, a taxa de vacância (espaços vagos) em shoppings centers chegou a 3,97% do total disponível. Parece pouco, mas o dado divulgado pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) revela um recorde histórico, e negativo. Para contornar o problema, tem aumentado o interesse desses espaços em atrair pequenos e médios negócios. "Nunca imaginei que um dia teria um ponto em um shopping", diz Marcos Haga, da Frutaria Haga, que está há sete meses no Santana Parque Shopping, na zona norte da capital paulista. O centro comercial criou o chamado "Armazém Santana", voltado para empresas de alimentação que fizeram fama na rua. A ideia é facilitar a estreia de negócios como o Pastel da Maria e a Casa Mathilde, oferecendo condições especiais de negociação de contrato. "Vendo produtos de baixo valor, não tenho como pagar o mesmo que uma loja de vinhos, que vende garrafas a R$ 1 mil", diz Haga, sem revelar quanto paga de aluguel. O empresário recebeu mais de dez convites de shoppings após abrir a loja em Santana -todos com condições especiais de locação. "Quero pelo menos mais uma loja do tipo", diz o varejista, que tem ponto no Mercado Municipal há 15 anos. Junior Durski, chef e fundador da rede de restaurantes Madero, do Paraná, também tem recebido ofertas com condições especiais. "Para fechar contratos de cinco anos, há quem me ofereça ficar três anos sem pagar aluguel", afirma ele, que possui cerca de 40 lojas em shoppings em diversas regiões. Durski prefere não revelar o nome do empreendimento, mas já houve um shopping do Paraná que lhe ofereceu até mesmo arcar com parte de sua folha de pagamentos. "Eu queria deixar o shopping, pois a loja não era lucrativa. Só fiquei porque a economia com os salários da equipe fez valer a pena", diz. O empresário é entusiasta dos centros comerciais e atribui a alta taxa de espaços vagos ao desaquecimento da economia brasileira. "Pago condomínio, mas economizo com segurança e estacionamento, além de ganhar um fluxo de pessoas que vai ao shopping por outros motivos" diz ele. O Shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo, diz não enfrentar problemas com a taxa de desocupação, que estaria dentro dos padrões normais -entre 2% e 2,5%. Mesmo assim, segundo o superintendente Sérgio Nagai, o Eldorado ofereceu condições mais favoráveis a empresários que abriram lojas por lá neste ano ou renovaram o contrato. CAUTELA Na avaliação do professor Maurício Morgado, do centro de excelência em varejo da FGV/Eaesp, ter uma loja em shopping traz algumas vantagens aos pequenos empresários, como ações promocionais sazonais. Mas há ponderações a serem feitas. "Apesar de o momento ser favorável aos pequenos negócios, é preciso ser cuidadoso nos cálculos, porque as cláusulas em caso de ruptura costumam ser muito caras." Morgado recomenda acompanhamento jurídico e conversas com empresários que já tenham lojas no local antes de fechar o negócio. PONTE Os farmacêuticos Fernando Finatelli e Ricardo Sasaki não queriam mais atuar no setor em que eram especialistas. Com capital, decidiram, em 2011, procurar o Santana Parque Shopping para conversar sobre valores de aluguel de um ponto. "O shopping me ofereceu uma lista de franquias com o perfil de lojas desejado por eles e ainda nos ajudou com os contatos", afirma Finatelli. A franquia escolhida pela dupla em 2011 foi a rede Imaginarium, de presentes e objetos de decoração. Na época, como a taxa de ocupação dos shoppings não estava em queda, a dupla teve dificuldades para abrir a loja. Hoje, aproveitando a baixa, Finatelli e seus sócios têm seis lojas da rede em shoppings centers. "Nas negociações mais recentes, conseguimos descontos no aluguel e outras facilidades", afirma. Tatiana Ribas, mulher de Finatelli, também pretende abrir uma loja de franquia em um centro comercial ainda neste ano. De acordo com Sérgio Nagai, superintendente do Shopping Eldorado, em São Paulo, essas franquias são vistas com bons olhos pelos shoppings. "São uma garantia de segurança para nós, além das implantações serem mais rápidas", afirma. Além das franquias, outros tipos de lojas interessantes para os shoppings são cinemas e restaurantes. Eles aumentam o fluxo de pessoas que se dirigem aos empreendimentos, mesmo sem o objetivo inicial de fazer compras. "São negócios que atraem público e geram fluxo para os outros varejistas", diz Nagai. * COMPENSA ? Veja o que levar em conta antes de abrir uma loja em um shopping RECURSOS Mesmo no momento favorável para negociar, avalie se investir em uma loja de shopping é um gasto viável para você PERFIL Veja se o seu tipo de negócio é adequado ao shopping escolhido. Lojas populares pedem centros populares CONTRATO Avalie se o acordo não tem cláusulas onerosas caso você precise romper o contrato com o empreendimento CONVERSE Uma boa maneira de saber se vale a pena investir em um ponto no shopping é conversar com lojistas instalados no local VIZINHOS Boas lojas atraem mais clientes para o shopping. Pesquise quem serão seus vizinhos antes de escolher o seu ponto
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mercado
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Pequenos negócios são antídotos dos shoppings contra baixa ocupaçãoEm 2015, a taxa de vacância (espaços vagos) em shoppings centers chegou a 3,97% do total disponível. Parece pouco, mas o dado divulgado pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) revela um recorde histórico, e negativo. Para contornar o problema, tem aumentado o interesse desses espaços em atrair pequenos e médios negócios. "Nunca imaginei que um dia teria um ponto em um shopping", diz Marcos Haga, da Frutaria Haga, que está há sete meses no Santana Parque Shopping, na zona norte da capital paulista. O centro comercial criou o chamado "Armazém Santana", voltado para empresas de alimentação que fizeram fama na rua. A ideia é facilitar a estreia de negócios como o Pastel da Maria e a Casa Mathilde, oferecendo condições especiais de negociação de contrato. "Vendo produtos de baixo valor, não tenho como pagar o mesmo que uma loja de vinhos, que vende garrafas a R$ 1 mil", diz Haga, sem revelar quanto paga de aluguel. O empresário recebeu mais de dez convites de shoppings após abrir a loja em Santana -todos com condições especiais de locação. "Quero pelo menos mais uma loja do tipo", diz o varejista, que tem ponto no Mercado Municipal há 15 anos. Junior Durski, chef e fundador da rede de restaurantes Madero, do Paraná, também tem recebido ofertas com condições especiais. "Para fechar contratos de cinco anos, há quem me ofereça ficar três anos sem pagar aluguel", afirma ele, que possui cerca de 40 lojas em shoppings em diversas regiões. Durski prefere não revelar o nome do empreendimento, mas já houve um shopping do Paraná que lhe ofereceu até mesmo arcar com parte de sua folha de pagamentos. "Eu queria deixar o shopping, pois a loja não era lucrativa. Só fiquei porque a economia com os salários da equipe fez valer a pena", diz. O empresário é entusiasta dos centros comerciais e atribui a alta taxa de espaços vagos ao desaquecimento da economia brasileira. "Pago condomínio, mas economizo com segurança e estacionamento, além de ganhar um fluxo de pessoas que vai ao shopping por outros motivos" diz ele. O Shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo, diz não enfrentar problemas com a taxa de desocupação, que estaria dentro dos padrões normais -entre 2% e 2,5%. Mesmo assim, segundo o superintendente Sérgio Nagai, o Eldorado ofereceu condições mais favoráveis a empresários que abriram lojas por lá neste ano ou renovaram o contrato. CAUTELA Na avaliação do professor Maurício Morgado, do centro de excelência em varejo da FGV/Eaesp, ter uma loja em shopping traz algumas vantagens aos pequenos empresários, como ações promocionais sazonais. Mas há ponderações a serem feitas. "Apesar de o momento ser favorável aos pequenos negócios, é preciso ser cuidadoso nos cálculos, porque as cláusulas em caso de ruptura costumam ser muito caras." Morgado recomenda acompanhamento jurídico e conversas com empresários que já tenham lojas no local antes de fechar o negócio. PONTE Os farmacêuticos Fernando Finatelli e Ricardo Sasaki não queriam mais atuar no setor em que eram especialistas. Com capital, decidiram, em 2011, procurar o Santana Parque Shopping para conversar sobre valores de aluguel de um ponto. "O shopping me ofereceu uma lista de franquias com o perfil de lojas desejado por eles e ainda nos ajudou com os contatos", afirma Finatelli. A franquia escolhida pela dupla em 2011 foi a rede Imaginarium, de presentes e objetos de decoração. Na época, como a taxa de ocupação dos shoppings não estava em queda, a dupla teve dificuldades para abrir a loja. Hoje, aproveitando a baixa, Finatelli e seus sócios têm seis lojas da rede em shoppings centers. "Nas negociações mais recentes, conseguimos descontos no aluguel e outras facilidades", afirma. Tatiana Ribas, mulher de Finatelli, também pretende abrir uma loja de franquia em um centro comercial ainda neste ano. De acordo com Sérgio Nagai, superintendente do Shopping Eldorado, em São Paulo, essas franquias são vistas com bons olhos pelos shoppings. "São uma garantia de segurança para nós, além das implantações serem mais rápidas", afirma. Além das franquias, outros tipos de lojas interessantes para os shoppings são cinemas e restaurantes. Eles aumentam o fluxo de pessoas que se dirigem aos empreendimentos, mesmo sem o objetivo inicial de fazer compras. "São negócios que atraem público e geram fluxo para os outros varejistas", diz Nagai. * COMPENSA ? Veja o que levar em conta antes de abrir uma loja em um shopping RECURSOS Mesmo no momento favorável para negociar, avalie se investir em uma loja de shopping é um gasto viável para você PERFIL Veja se o seu tipo de negócio é adequado ao shopping escolhido. Lojas populares pedem centros populares CONTRATO Avalie se o acordo não tem cláusulas onerosas caso você precise romper o contrato com o empreendimento CONVERSE Uma boa maneira de saber se vale a pena investir em um ponto no shopping é conversar com lojistas instalados no local VIZINHOS Boas lojas atraem mais clientes para o shopping. Pesquise quem serão seus vizinhos antes de escolher o seu ponto
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Sem Ibrahimovic, Lucas se destaca no PSG e espera por seleção brasileira
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Oito jogos oficiais como titular e cinco gols marcados. O desempenho lembra o de um atacante goleador, mas é de Lucas Moura, 24, que nunca teve o número de gols marcados como seu forte, mas que hoje vive seu melhor início de temporada na Europa. Nesta quarta (28), às 15h45, o jogador é uma das esperanças do Paris Saint-Germain contra o búlgaro Ludogortes, pela segunda rodada da Liga dos Campeões. Na estreia, Lucas ficou no banco e viu o seu time empatar com o Arsenal. Com a saída do sueco Ibrahimovic, que se transferiu para o Manchester United, e a chegada do técnico espanhol Unai Emery para substituir Laurent Blanc, o brasileiro deixou de ser um coadjuvante para se tornar um dos protagonistas do trio ofensivo formado com o uruguaio Cavani e do argentino Dí Maria. "Não sou um artilheiro. Minha característica é criar situações de gol, mas a cada ano adquiro mais experiência e estou sendo mais incisivo. Individualmente a temporada está sendo muito produtiva", afirmou Lucas. Com cinco gols, ele é o segundo maior goleador do time no ano —está atrás de Cavani, que já fez sete. Lucas Moura - Desempenho do atleta no PSG O atacante atribui o bom momento à adaptação ao futebol europeu e ao estilo de jogo do novo treinador. "No Brasil, apostamos no improviso, na qualidade técnica e individual e deixamos de lado a parte tática. Aqui a tática tem que ser respeitada. Ele [Unai Emery] exige que a gente pressione, que marque forte a saída de bola do adversário. A intenção é recuperar a posse rapidamente e atacar com velocidade. Esse estilo me favorece", disse. Com o bom momento, Lucas aguarda uma chance na seleção –foi convocado pela última vez para a Copa América Centenário, quando o time era dirigido por Dunga. "[Seleção] é sempre meu objetivo. Tenho que continuar trabalhando que a oportunidade vai aparecer. O Tite está sempre analisando, olhando os jogadores." Lucas, no entanto, ainda não vê o PSG pronto para a temporada. Na quarta colocação no Francês, o time tem o objetivo de conquistar o penta nacional e chegar à semi da Liga dos Campeões. Nas últimas quatro edições, caiu nas quartas de final. "É normal este início por conta da mudança de treinador. Em breve, a equipe vai render mais e conseguir os resultados. Disputando a Liga dos Campeões ano a ano, ganhamos respeito no cenário europeu e temos condições de brigar pelo título." Lucas também comentou o atual momento do São Paulo, clube que o revelou. O time está na 12ª colocação com 34 pontos, quatro a mais do que o Cruzeiro, primeiro clube da zona de rebaixamento. "Tenho um carinho muito grande pelo São Paulo. O sinal de alerta já está aceso, mas acredito na recuperação. Em breve, o clube sairá desta situação", afirmou.
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Sem Ibrahimovic, Lucas se destaca no PSG e espera por seleção brasileiraOito jogos oficiais como titular e cinco gols marcados. O desempenho lembra o de um atacante goleador, mas é de Lucas Moura, 24, que nunca teve o número de gols marcados como seu forte, mas que hoje vive seu melhor início de temporada na Europa. Nesta quarta (28), às 15h45, o jogador é uma das esperanças do Paris Saint-Germain contra o búlgaro Ludogortes, pela segunda rodada da Liga dos Campeões. Na estreia, Lucas ficou no banco e viu o seu time empatar com o Arsenal. Com a saída do sueco Ibrahimovic, que se transferiu para o Manchester United, e a chegada do técnico espanhol Unai Emery para substituir Laurent Blanc, o brasileiro deixou de ser um coadjuvante para se tornar um dos protagonistas do trio ofensivo formado com o uruguaio Cavani e do argentino Dí Maria. "Não sou um artilheiro. Minha característica é criar situações de gol, mas a cada ano adquiro mais experiência e estou sendo mais incisivo. Individualmente a temporada está sendo muito produtiva", afirmou Lucas. Com cinco gols, ele é o segundo maior goleador do time no ano —está atrás de Cavani, que já fez sete. Lucas Moura - Desempenho do atleta no PSG O atacante atribui o bom momento à adaptação ao futebol europeu e ao estilo de jogo do novo treinador. "No Brasil, apostamos no improviso, na qualidade técnica e individual e deixamos de lado a parte tática. Aqui a tática tem que ser respeitada. Ele [Unai Emery] exige que a gente pressione, que marque forte a saída de bola do adversário. A intenção é recuperar a posse rapidamente e atacar com velocidade. Esse estilo me favorece", disse. Com o bom momento, Lucas aguarda uma chance na seleção –foi convocado pela última vez para a Copa América Centenário, quando o time era dirigido por Dunga. "[Seleção] é sempre meu objetivo. Tenho que continuar trabalhando que a oportunidade vai aparecer. O Tite está sempre analisando, olhando os jogadores." Lucas, no entanto, ainda não vê o PSG pronto para a temporada. Na quarta colocação no Francês, o time tem o objetivo de conquistar o penta nacional e chegar à semi da Liga dos Campeões. Nas últimas quatro edições, caiu nas quartas de final. "É normal este início por conta da mudança de treinador. Em breve, a equipe vai render mais e conseguir os resultados. Disputando a Liga dos Campeões ano a ano, ganhamos respeito no cenário europeu e temos condições de brigar pelo título." Lucas também comentou o atual momento do São Paulo, clube que o revelou. O time está na 12ª colocação com 34 pontos, quatro a mais do que o Cruzeiro, primeiro clube da zona de rebaixamento. "Tenho um carinho muito grande pelo São Paulo. O sinal de alerta já está aceso, mas acredito na recuperação. Em breve, o clube sairá desta situação", afirmou.
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Criação de robôs capazes de matar gera dilemas entre militares nos EUA
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O pequeno drone com seis rotores passou zumbindo pela réplica de uma aldeia do Oriente Médio e se aproximou de uma construção parecida com uma mesquita, com sua câmera procurando alvos. Não havia seres humanos pilotando remotamente o drone, que era apenas uma máquina que pode ser comprada na Amazon. Mas, armado com software de inteligência artificial avançado, ele tinha se transformado em um robô capaz de encontrar e identificar a meia dúzia de homens que carregavam pela aldeia réplicas de fuzis AK-47, fingindo ser insurgentes. Enquanto o aparelho teleguiado descia ligeiramente, um retângulo vermelho brilhou em um vídeo que estava sendo transmitido para engenheiros que monitoravam o teste. O drone havia parado sobre um homem obscurecido nas sombras, uma demonstração de proeza nessa caçada que deu uma antevisão assombrosa de como o Pentágono pretende transformar a prática da guerra. Quase sem ser notado fora dos círculos de defesa, o Pentágono colocou a inteligência artificial no centro de sua estratégia para manter a posição dos EUA como potência militar dominante no mundo. Ele está gastando bilhões de dólares para desenvolver o que chama de armas autônomas e semiautônomas e para construir um arsenal de armas do tipo que até agora só existia em filmes de Hollywood e na ficção-científica, alarmando entre cientistas e ativistas preocupados com as implicações de uma corrida bélica robótica. O Departamento de Defesa dos EUA está projetando caças a jato robóticos que entrariam em combate ao lado de aeronaves pilotadas. Além disso, testou mísseis que podem decidir o que devem atacar e construiu navios que podem caçar submarinos inimigos, seguindo os que descobre por milhares de milhas sem a ajuda de seres humanos. "Se Stanley Kubrick dirigisse 'Dr. Fantástico' hoje, seria sobre a questão das armas autônomas", disse Michael Schrage, um bolsista de pesquisa na escola de administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). As autoridades de defesa dizem que as armas são necessárias para que os EUA mantenham sua vantagem militar sobre a China, a Rússia e outros países rivais, que também estão investindo dinheiro em pesquisas semelhantes (além de aliados como o Reino Unido e Israel). O último orçamento do Pentágono destinou US$ 18 bilhões (cerca de R$ 56 bilhões) a serem gastos em três anos em tecnologias que incluem as exigidas por armas autônomas. Assim como a Revolução Industrial promoveu a criação de máquinas poderosas e destrutivas como aviões e tanques, que diminuíram o papel dos soldados individuais, a tecnologia de inteligência artificial está permitindo que o Pentágono reorganize os lugares do homem e da máquina no campo de batalha, do mesmo modo que transforma a vida comum com computadores capazes de ver, ouvir e falar e carros que podem se conduzir autonomamente. As novas armas ofereceriam velocidade e precisão sem comparação com as de qualquer ser humano, enquanto reduziriam o número —e o custo— de soldados e pilotos expostos à morte ou a ferimentos graves em combate. O desafio para o Pentágono é garantir que as armas sejam parceiras confiáveis dos humanos, e não potenciais ameaças. No centro da mudança estratégica imaginada pelo Pentágono há um conceito que as autoridades chamam de guerra de centauros. Com o nome do ser mitológico grego que era meio humano e meio cavalo, a estratégia enfatiza o controle humano e as armas autônomas como um meio de aumentar e ampliar a criatividade e a capacidade de solução de problemas de soldados, pilotos e marinheiros, e não substituí-los. As armas, na visão do Pentágono, seriam menos como o Exterminador do Futuro e mais como o super-herói dos quadrinhos Homem de Ferro, disse em uma entrevista o vice-secretário de Defesa, Robert O. Work. Fora do Pentágono, porém, há uma profunda desconfiança de que tais limites se mantenham firmes quando as tecnologias para criar armas pensantes forem aperfeiçoadas. Centenas de cientistas e especialistas advertiram em uma carta aberta no ano passado que desenvolver até a mais burra das armas inteligentes corre o risco de desencadear uma corrida armamentista global. O resultado, segundo a carta, seriam robôs totalmente independentes, capazes de matar, baratos e facilmente disponíveis, tanto para Estados vilões e extremistas violentos quanto para as grandes potências. "As armas autônomas serão as Kalashnikov de amanhã", disse a carta (Kalashnikov é o nome de um tipo de rifle automático). O debate entre os militares não é mais sobre se se devem construir armas autônomas, mas sobre quanta independência se deve dar a elas. O general da Força Aérea, Paul J. Selva, vice-presidente do Estado Maior Conjunto, disse recentemente que os EUA estão a aproximadamente uma década de possuir a tecnologia para construir um robô totalmente independente, capaz de decidir por conta própria quem e quando matar, embora não tenham a intenção de fabricar nenhum. Outros países não estão longe disso, e é muito provável que alguém eventualmente tente lançar "uma espécie de Exterminador", disse Selva, invocando o que parece ser uma referência comum em qualquer discussão sobre armas autônomas. Por enquanto, porém, o estado atual dessa arte é decididamente menos assustador. O pequeno drone desarmado testado neste verão em Massachussets não conseguiu se ligar sozinho e simplesmente decolar. Humanos tiveram de lhe dizer aonde ir e o que procurar. Depois de solto, porém, ele decidiu por si mesmo como executar as ordens. O projeto é dirigido pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa, conhecida como Darpa, que está desenvolvendo o software necessário para máquinas capazes de trabalhar com pequenas unidades de soldados ou fuzileiros navais como batedores ou em outras funções. Além das preocupações práticas, a junção de automação cada vez mais capacitada com armas provocou um debate mais intenso entre estudiosos de Direito e de ética. As perguntas são numerosas, e as respostas, polêmicas: pode-se confiar em uma máquina com força letal? De quem será a culpa se um robô atacar um hospital ou uma escola? Ser morto por uma máquina é uma maior violação da dignidade humana do que se o golpe fatal for dado por um humano? Uma diretriz do Pentágono diz que as armas autônomas devem empregar "níveis adequados de avaliação humana". Cientistas e especialistas em direitos humanos dizem que o critério é amplo demais e pediram com urgência que tais armas sejam submetidas a um "controle humano significativo".
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Criação de robôs capazes de matar gera dilemas entre militares nos EUAO pequeno drone com seis rotores passou zumbindo pela réplica de uma aldeia do Oriente Médio e se aproximou de uma construção parecida com uma mesquita, com sua câmera procurando alvos. Não havia seres humanos pilotando remotamente o drone, que era apenas uma máquina que pode ser comprada na Amazon. Mas, armado com software de inteligência artificial avançado, ele tinha se transformado em um robô capaz de encontrar e identificar a meia dúzia de homens que carregavam pela aldeia réplicas de fuzis AK-47, fingindo ser insurgentes. Enquanto o aparelho teleguiado descia ligeiramente, um retângulo vermelho brilhou em um vídeo que estava sendo transmitido para engenheiros que monitoravam o teste. O drone havia parado sobre um homem obscurecido nas sombras, uma demonstração de proeza nessa caçada que deu uma antevisão assombrosa de como o Pentágono pretende transformar a prática da guerra. Quase sem ser notado fora dos círculos de defesa, o Pentágono colocou a inteligência artificial no centro de sua estratégia para manter a posição dos EUA como potência militar dominante no mundo. Ele está gastando bilhões de dólares para desenvolver o que chama de armas autônomas e semiautônomas e para construir um arsenal de armas do tipo que até agora só existia em filmes de Hollywood e na ficção-científica, alarmando entre cientistas e ativistas preocupados com as implicações de uma corrida bélica robótica. O Departamento de Defesa dos EUA está projetando caças a jato robóticos que entrariam em combate ao lado de aeronaves pilotadas. Além disso, testou mísseis que podem decidir o que devem atacar e construiu navios que podem caçar submarinos inimigos, seguindo os que descobre por milhares de milhas sem a ajuda de seres humanos. "Se Stanley Kubrick dirigisse 'Dr. Fantástico' hoje, seria sobre a questão das armas autônomas", disse Michael Schrage, um bolsista de pesquisa na escola de administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). As autoridades de defesa dizem que as armas são necessárias para que os EUA mantenham sua vantagem militar sobre a China, a Rússia e outros países rivais, que também estão investindo dinheiro em pesquisas semelhantes (além de aliados como o Reino Unido e Israel). O último orçamento do Pentágono destinou US$ 18 bilhões (cerca de R$ 56 bilhões) a serem gastos em três anos em tecnologias que incluem as exigidas por armas autônomas. Assim como a Revolução Industrial promoveu a criação de máquinas poderosas e destrutivas como aviões e tanques, que diminuíram o papel dos soldados individuais, a tecnologia de inteligência artificial está permitindo que o Pentágono reorganize os lugares do homem e da máquina no campo de batalha, do mesmo modo que transforma a vida comum com computadores capazes de ver, ouvir e falar e carros que podem se conduzir autonomamente. As novas armas ofereceriam velocidade e precisão sem comparação com as de qualquer ser humano, enquanto reduziriam o número —e o custo— de soldados e pilotos expostos à morte ou a ferimentos graves em combate. O desafio para o Pentágono é garantir que as armas sejam parceiras confiáveis dos humanos, e não potenciais ameaças. No centro da mudança estratégica imaginada pelo Pentágono há um conceito que as autoridades chamam de guerra de centauros. Com o nome do ser mitológico grego que era meio humano e meio cavalo, a estratégia enfatiza o controle humano e as armas autônomas como um meio de aumentar e ampliar a criatividade e a capacidade de solução de problemas de soldados, pilotos e marinheiros, e não substituí-los. As armas, na visão do Pentágono, seriam menos como o Exterminador do Futuro e mais como o super-herói dos quadrinhos Homem de Ferro, disse em uma entrevista o vice-secretário de Defesa, Robert O. Work. Fora do Pentágono, porém, há uma profunda desconfiança de que tais limites se mantenham firmes quando as tecnologias para criar armas pensantes forem aperfeiçoadas. Centenas de cientistas e especialistas advertiram em uma carta aberta no ano passado que desenvolver até a mais burra das armas inteligentes corre o risco de desencadear uma corrida armamentista global. O resultado, segundo a carta, seriam robôs totalmente independentes, capazes de matar, baratos e facilmente disponíveis, tanto para Estados vilões e extremistas violentos quanto para as grandes potências. "As armas autônomas serão as Kalashnikov de amanhã", disse a carta (Kalashnikov é o nome de um tipo de rifle automático). O debate entre os militares não é mais sobre se se devem construir armas autônomas, mas sobre quanta independência se deve dar a elas. O general da Força Aérea, Paul J. Selva, vice-presidente do Estado Maior Conjunto, disse recentemente que os EUA estão a aproximadamente uma década de possuir a tecnologia para construir um robô totalmente independente, capaz de decidir por conta própria quem e quando matar, embora não tenham a intenção de fabricar nenhum. Outros países não estão longe disso, e é muito provável que alguém eventualmente tente lançar "uma espécie de Exterminador", disse Selva, invocando o que parece ser uma referência comum em qualquer discussão sobre armas autônomas. Por enquanto, porém, o estado atual dessa arte é decididamente menos assustador. O pequeno drone desarmado testado neste verão em Massachussets não conseguiu se ligar sozinho e simplesmente decolar. Humanos tiveram de lhe dizer aonde ir e o que procurar. Depois de solto, porém, ele decidiu por si mesmo como executar as ordens. O projeto é dirigido pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa, conhecida como Darpa, que está desenvolvendo o software necessário para máquinas capazes de trabalhar com pequenas unidades de soldados ou fuzileiros navais como batedores ou em outras funções. Além das preocupações práticas, a junção de automação cada vez mais capacitada com armas provocou um debate mais intenso entre estudiosos de Direito e de ética. As perguntas são numerosas, e as respostas, polêmicas: pode-se confiar em uma máquina com força letal? De quem será a culpa se um robô atacar um hospital ou uma escola? Ser morto por uma máquina é uma maior violação da dignidade humana do que se o golpe fatal for dado por um humano? Uma diretriz do Pentágono diz que as armas autônomas devem empregar "níveis adequados de avaliação humana". Cientistas e especialistas em direitos humanos dizem que o critério é amplo demais e pediram com urgência que tais armas sejam submetidas a um "controle humano significativo".
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Mulheres estão mais corajosas para denunciar violência, diz promotora
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A promotora Silvia Chakian, coordenadora do grupo de enfrentamento da violência doméstica do Ministério Público de São Paulo, afirmou em entrevista à "TV Folha" que atualmente as mulheres estão mais bem informadas e corajosas para denunciar casos de violência e abusos. Segundo ela, o aumento das denúncias e medidas de proteção a mulheres não significa que os casos de violência aumentam ou diminuíram. "Hoje as mulheres conhecem muito mais a Lei Maria da Penha e os mecanismo de proteção", afirmou. Para ela, porém, a maior parte das agressões ainda não é notificada à polícia ou à Justiça. Chakian disse enxergar influência do "feminismo jovem" no aumento de denúncias recentemente. Ela citou campanhas como "meu primeiro assédio", que relatava casos de abusos cometidos por homens. Reportagem da Folha, publicada nesta terça-feira (8), revelou aumento no número de medidas protetivas. A aplicação desse tipo de medida, quando a Justiça impõe um limite de aproximação entre o agressor e a mulher, cresceu 26% na cidade de São Paulo de 2013 a 2015 -e já beira 12 casos por dia. Prevista na Lei Maria da Penha, é a mais extrema entre as chamadas medidas protetivas -que visam proteger mulheres vítimas de violência ou ameaçadas. Além dessa, há outros tipos, como separação forçada e proibição de visitas a filhos. Em São Paulo, o Tribunal de Justiça começou a compilar dados em 2013, quando houve 3.445 dessas proibições de aproximação. Em 2015, chegaram a 4.326. A mesa foi comandada pelos repórteres de "Cotidiano" Leandro Machado e Juliana Gragnani.
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Mulheres estão mais corajosas para denunciar violência, diz promotoraA promotora Silvia Chakian, coordenadora do grupo de enfrentamento da violência doméstica do Ministério Público de São Paulo, afirmou em entrevista à "TV Folha" que atualmente as mulheres estão mais bem informadas e corajosas para denunciar casos de violência e abusos. Segundo ela, o aumento das denúncias e medidas de proteção a mulheres não significa que os casos de violência aumentam ou diminuíram. "Hoje as mulheres conhecem muito mais a Lei Maria da Penha e os mecanismo de proteção", afirmou. Para ela, porém, a maior parte das agressões ainda não é notificada à polícia ou à Justiça. Chakian disse enxergar influência do "feminismo jovem" no aumento de denúncias recentemente. Ela citou campanhas como "meu primeiro assédio", que relatava casos de abusos cometidos por homens. Reportagem da Folha, publicada nesta terça-feira (8), revelou aumento no número de medidas protetivas. A aplicação desse tipo de medida, quando a Justiça impõe um limite de aproximação entre o agressor e a mulher, cresceu 26% na cidade de São Paulo de 2013 a 2015 -e já beira 12 casos por dia. Prevista na Lei Maria da Penha, é a mais extrema entre as chamadas medidas protetivas -que visam proteger mulheres vítimas de violência ou ameaçadas. Além dessa, há outros tipos, como separação forçada e proibição de visitas a filhos. Em São Paulo, o Tribunal de Justiça começou a compilar dados em 2013, quando houve 3.445 dessas proibições de aproximação. Em 2015, chegaram a 4.326. A mesa foi comandada pelos repórteres de "Cotidiano" Leandro Machado e Juliana Gragnani.
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Precursor dos campos de concentração preserva detalhes de tragédia nazista
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As torres dos guardas, as cercas de arame farpado e as oficinas de trabalho forçado seguem intactas como eram 80 anos atrás. Pedaços de trilhos de trem fixados no chão recordam como era o caminho de entrada de um local que por anos não teve nenhuma porta de saída. A 20 km do centro de Munique, no sul da Alemanha, o memorial do campo de concentração de Dachau mantém preservado com riqueza de detalhes o cenário de um dos locais mais simbólicos do regime de Adolf Hitler. O lugar foi o primeiro dos campos de concentração alemães, aberto menos de dois meses após a chegada de Hitler ao poder, em 1933. Lá foi desenvolvido e testado o conceito que acabou aplicado em outros locais pela Europa, como Auschwitz, na Polônia. Inicialmente, o campo de Dachau funcionou como cárcere de presos políticos. Com a crescente perseguição na década de 1930 a grupos como judeus, homossexuais, ciganos e imigrantes, acabou recebendo pessoas de inúmeras nacionalidades, incluindo presos de guerra. Veja imagens do tour por Dachau A superlotação e a precariedade das instalações contribuíam para a matança dos alvos do regime. Dezenas de milhares de pessoas ficavam abrigadas em 36 barracões que serviam de cela. Ao longo de 12 anos, passaram por lá 200 mil presos. O número de mortes é incerto, mas estimado em ao menos 40 mil. Hoje, apenas dois dos barracões ainda estão em pé, com réplicas dos beliches da época e de plataformas em que os prisioneiros dormiam literalmente amontoados. O pátio onde os presos eram obrigados a perfilar todas as manhãs para a contagem hoje tem instalações artísticas em memória aos que morreram no local. Por todo o complexo, painéis contam detalhes inacreditáveis do dia a dia em Dachau, como um manual de instruções milimétricas sobre como cada preso deveria arrumar a cama. Qualquer descumprimento da "regra" servia de pretexto para punições de todo tipo. Uma faixa de grama próxima às cercas de arame farpado, também ainda preservada, servia para delimitar a área de circulação dos prisioneiros. Quem ultrapassasse era morto a tiros. E muitos, ainda assim, cruzavam propositalmente o limite para dar fim ao sofrimento. O ponto mais impactante de uma visita pelo campo de concentração, no entanto, é a parte do crematório, em uma área afastada do pátio central. Lá estão os fornos usados para se desfazer dos corpos e uma câmara de gás. Em um bosque ao lado do prédio, uma pequena trilha leva a um ponto de fuzilamentos e a uma vala comum. Uma placa aterradora informa que ali há os restos mortais de "milhares de desconhecidos". Quando militares dos Estados Unidos libertaram Dachau, um dia antes da morte de Hitler, em 1945, a população da cidade foi convocada pelos americanos para ir ao local e testemunhar a carnificina. CAPELAS E MUSEU A área do antigo campo de concentração, equivalente a 45 campos de futebol, é mantida há 50 anos por uma associação de sobreviventes e vítimas, o Comitê Internacional de Dachau. A visita é gratuita e um audioguia pode ser locado na recepção por € 3,50 (cerca de R$ 12), com opção também em português. A entidade transformou um setor ao fundo do complexo em capelas de diferentes religiões. O museu do campo de concentração funciona em um prédio que servia como oficina de trabalhos forçados. O acervo inclui objetos e documentos da época, vídeos, cópias de jornais antigos e uma linha do tempo com o passo a passo da chegada de Hitler ao poder. Um livro traz nome a nome as milhares de vítimas mortas. Às vésperas do aniversário de 70 anos de libertação do campo, em abril deste ano, o comitê providenciou um novo portão de ferro para o complexo, com o característico lema nazista "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta). No fim de 2014, a peça havia sido furtada. O aniversário foi lembrado por personalidades como Barack Obama e Angela Merkel, que visitou o local e se encontrou com sobreviventes em uma cerimônia. Obama, em mensagem, repetiu as palavras com as quais um oficial americano relatou o que tinha encontrado em Dachau: "Não se pode imaginar que exista isso em um mundo civilizado."
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Precursor dos campos de concentração preserva detalhes de tragédia nazistaAs torres dos guardas, as cercas de arame farpado e as oficinas de trabalho forçado seguem intactas como eram 80 anos atrás. Pedaços de trilhos de trem fixados no chão recordam como era o caminho de entrada de um local que por anos não teve nenhuma porta de saída. A 20 km do centro de Munique, no sul da Alemanha, o memorial do campo de concentração de Dachau mantém preservado com riqueza de detalhes o cenário de um dos locais mais simbólicos do regime de Adolf Hitler. O lugar foi o primeiro dos campos de concentração alemães, aberto menos de dois meses após a chegada de Hitler ao poder, em 1933. Lá foi desenvolvido e testado o conceito que acabou aplicado em outros locais pela Europa, como Auschwitz, na Polônia. Inicialmente, o campo de Dachau funcionou como cárcere de presos políticos. Com a crescente perseguição na década de 1930 a grupos como judeus, homossexuais, ciganos e imigrantes, acabou recebendo pessoas de inúmeras nacionalidades, incluindo presos de guerra. Veja imagens do tour por Dachau A superlotação e a precariedade das instalações contribuíam para a matança dos alvos do regime. Dezenas de milhares de pessoas ficavam abrigadas em 36 barracões que serviam de cela. Ao longo de 12 anos, passaram por lá 200 mil presos. O número de mortes é incerto, mas estimado em ao menos 40 mil. Hoje, apenas dois dos barracões ainda estão em pé, com réplicas dos beliches da época e de plataformas em que os prisioneiros dormiam literalmente amontoados. O pátio onde os presos eram obrigados a perfilar todas as manhãs para a contagem hoje tem instalações artísticas em memória aos que morreram no local. Por todo o complexo, painéis contam detalhes inacreditáveis do dia a dia em Dachau, como um manual de instruções milimétricas sobre como cada preso deveria arrumar a cama. Qualquer descumprimento da "regra" servia de pretexto para punições de todo tipo. Uma faixa de grama próxima às cercas de arame farpado, também ainda preservada, servia para delimitar a área de circulação dos prisioneiros. Quem ultrapassasse era morto a tiros. E muitos, ainda assim, cruzavam propositalmente o limite para dar fim ao sofrimento. O ponto mais impactante de uma visita pelo campo de concentração, no entanto, é a parte do crematório, em uma área afastada do pátio central. Lá estão os fornos usados para se desfazer dos corpos e uma câmara de gás. Em um bosque ao lado do prédio, uma pequena trilha leva a um ponto de fuzilamentos e a uma vala comum. Uma placa aterradora informa que ali há os restos mortais de "milhares de desconhecidos". Quando militares dos Estados Unidos libertaram Dachau, um dia antes da morte de Hitler, em 1945, a população da cidade foi convocada pelos americanos para ir ao local e testemunhar a carnificina. CAPELAS E MUSEU A área do antigo campo de concentração, equivalente a 45 campos de futebol, é mantida há 50 anos por uma associação de sobreviventes e vítimas, o Comitê Internacional de Dachau. A visita é gratuita e um audioguia pode ser locado na recepção por € 3,50 (cerca de R$ 12), com opção também em português. A entidade transformou um setor ao fundo do complexo em capelas de diferentes religiões. O museu do campo de concentração funciona em um prédio que servia como oficina de trabalhos forçados. O acervo inclui objetos e documentos da época, vídeos, cópias de jornais antigos e uma linha do tempo com o passo a passo da chegada de Hitler ao poder. Um livro traz nome a nome as milhares de vítimas mortas. Às vésperas do aniversário de 70 anos de libertação do campo, em abril deste ano, o comitê providenciou um novo portão de ferro para o complexo, com o característico lema nazista "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta). No fim de 2014, a peça havia sido furtada. O aniversário foi lembrado por personalidades como Barack Obama e Angela Merkel, que visitou o local e se encontrou com sobreviventes em uma cerimônia. Obama, em mensagem, repetiu as palavras com as quais um oficial americano relatou o que tinha encontrado em Dachau: "Não se pode imaginar que exista isso em um mundo civilizado."
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É impossível pensar em crescer sem uma mentalidade desenvolvimentista
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O brasileiro comum não consegue entender por que a crise econômica é tão grande. Estamos longe de uma crise externa, aquela que conhecemos nos anos 1980 e 1990, quando o país não tinha dólares para pagar sua dívida e foi obrigado a recorrer, de pires na mão, ao FMI (Fundo Mentário Internacional). Hoje temos US$ 370 bilhões em reservas, suficientes para pagar à vista toda a dívida externa se isso for necessário. As cotações das commodities agrícolas e industriais exportadas pelo Brasil, como soja, milho e minérios, estão em alta, e a balança comercial apresenta um superavit anual próximo a US$ 50 bilhões. A inflação, um velho calvário brasileiro, está comportada há muito tempo e ameaça cair abaixo de 4% em 12 meses. A agricultura vai colher a maior safra da história, de 222 milhões de toneladas de grãos, o que ajuda a controlar a alta dos preços internos. As ações das empresas listadas na Bolsa subiram bastante, e o índice Bovespa atingiu o nível mais alto em cinco anos. Empresas abertas recuperaram boa parte de seu valor de mercado. O cidadão comum olha para tudo isso e pensa: ué, mas por que, então, continuamos em uma recessão tão severa e com um nível de pessimismo tão elevado? Em fevereiro, foram criados 35 mil empregos formais, mas o número de desempregados ainda está em torno de 13 milhões. Sim, os números sobre o desempenho geral da economia são trágicos. No ano passado, o PIB teve uma queda de 3,6%. Em apenas dois anos, a produção geral caiu 7,2%, e a renda per capita, 9%. Esse infortúnio se deve a erros cometidos por administrações anteriores, embora não se possa ignorar o efeito da crise externa. Parte dos erros, alguns graves, foi corrigida, mas isso é o passado. O país deve olhar para a frente, para buscar novos rumos. E isso só é possível se forem reconhecidos também erros do presente, que estão sendo cometidos agora e que retardam a recuperação. Por que, afinal, o país está demorando tanto a retomar o crescimento? Porque não existe mentalidade favorável a isso. Entende-se que a expansão econômica virá automaticamente após os ajustes internos e o controle da inflação. Mas não é bem assim. Os ajustes são necessários, mas as políticas de desenvolvimento também, para que os primeiros sinais de recuperação que estamos vendo hoje virem crescimento continuado. O Brasil manteve nos últimos anos a maior taxa de juros do mundo sem que houvesse nenhuma preocupação com a devastação que essa política estava promovendo. Feita a devastação e reduzida a inflação, ainda mantemos hoje a taxa nominal de 12,25% ao ano. Que barbeiragem! Claro que uma taxa de juros dessa magnitude acaba com os investimentos produtivos. Se isso não bastasse, o câmbio está desfavorável à exportação de manufaturas e as portas de financiamento para investimentos continuam travadas. Bancos privados e públicos, mesmo os voltados para o desenvolvimento, estão sentados em recursos que beiram o trilhão, aplicados em títulos públicos. Por mais que se olhe com otimismo para aquelas informações positivas do início do artigo, não é possível pensar em volta de crescimento sustentado se não houver uma nova mentalidade: a desenvolvimentista, gostem ou não dessa palavra os neoliberais.
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colunas
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É impossível pensar em crescer sem uma mentalidade desenvolvimentistaO brasileiro comum não consegue entender por que a crise econômica é tão grande. Estamos longe de uma crise externa, aquela que conhecemos nos anos 1980 e 1990, quando o país não tinha dólares para pagar sua dívida e foi obrigado a recorrer, de pires na mão, ao FMI (Fundo Mentário Internacional). Hoje temos US$ 370 bilhões em reservas, suficientes para pagar à vista toda a dívida externa se isso for necessário. As cotações das commodities agrícolas e industriais exportadas pelo Brasil, como soja, milho e minérios, estão em alta, e a balança comercial apresenta um superavit anual próximo a US$ 50 bilhões. A inflação, um velho calvário brasileiro, está comportada há muito tempo e ameaça cair abaixo de 4% em 12 meses. A agricultura vai colher a maior safra da história, de 222 milhões de toneladas de grãos, o que ajuda a controlar a alta dos preços internos. As ações das empresas listadas na Bolsa subiram bastante, e o índice Bovespa atingiu o nível mais alto em cinco anos. Empresas abertas recuperaram boa parte de seu valor de mercado. O cidadão comum olha para tudo isso e pensa: ué, mas por que, então, continuamos em uma recessão tão severa e com um nível de pessimismo tão elevado? Em fevereiro, foram criados 35 mil empregos formais, mas o número de desempregados ainda está em torno de 13 milhões. Sim, os números sobre o desempenho geral da economia são trágicos. No ano passado, o PIB teve uma queda de 3,6%. Em apenas dois anos, a produção geral caiu 7,2%, e a renda per capita, 9%. Esse infortúnio se deve a erros cometidos por administrações anteriores, embora não se possa ignorar o efeito da crise externa. Parte dos erros, alguns graves, foi corrigida, mas isso é o passado. O país deve olhar para a frente, para buscar novos rumos. E isso só é possível se forem reconhecidos também erros do presente, que estão sendo cometidos agora e que retardam a recuperação. Por que, afinal, o país está demorando tanto a retomar o crescimento? Porque não existe mentalidade favorável a isso. Entende-se que a expansão econômica virá automaticamente após os ajustes internos e o controle da inflação. Mas não é bem assim. Os ajustes são necessários, mas as políticas de desenvolvimento também, para que os primeiros sinais de recuperação que estamos vendo hoje virem crescimento continuado. O Brasil manteve nos últimos anos a maior taxa de juros do mundo sem que houvesse nenhuma preocupação com a devastação que essa política estava promovendo. Feita a devastação e reduzida a inflação, ainda mantemos hoje a taxa nominal de 12,25% ao ano. Que barbeiragem! Claro que uma taxa de juros dessa magnitude acaba com os investimentos produtivos. Se isso não bastasse, o câmbio está desfavorável à exportação de manufaturas e as portas de financiamento para investimentos continuam travadas. Bancos privados e públicos, mesmo os voltados para o desenvolvimento, estão sentados em recursos que beiram o trilhão, aplicados em títulos públicos. Por mais que se olhe com otimismo para aquelas informações positivas do início do artigo, não é possível pensar em volta de crescimento sustentado se não houver uma nova mentalidade: a desenvolvimentista, gostem ou não dessa palavra os neoliberais.
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O conservadorismo tenta preservar o válido com instrumentos tangíveis
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"Era uma vez..." faz parte das histórias infantis. Mas o que acontece em política quando essa nostalgia de infância sequestra os melhores espíritos? Esse é o tema do mais importante livro que li até ao momento neste ano. Foi escrito por Mark Lilla e o título é "The Shipwrecked Mind", qualquer coisa como "a mente naufragada". Mark Lilla é, como dizem os portugueses, "muito lá de casa". O seu "The Reckless Mind", nunca editado no Brasil, é uma análise brilhante sobre o namoro grotesco dos intelectuais com o totalitarismo. O seu "The Stillborn God", igualmente por editar, é um dos melhores tratados recentes sobre "a grande separação": a forma como política e religião disseram adeus nos alvores da modernidade, permitindo a emergência do Estado secular moderno (e democrático). E os ensaios de Lilla no "The New York Review of Books" são provavelmente a principal razão por que continuo a ler o jornal. Mas "The Shipwrecked Mind" é um livro superior, apesar de breve, porque oferece uma chave de leitura sofisticada para entender o pensamento reacionário. Escreve Lilla que o pensamento revolucionário sempre teve os seus exegetas. Mas a "reação" sempre foi desprezada pelos eruditos. Um erro. O apelo do "era uma vez..." é hoje mais forte do que nunca. Não apenas porque encontramos várias expressões reacionárias na política moderna -do islã à Europa, sem esquecer os Estados Unidos- mas porque existe uma superioridade teórica da reação sobre a revolução. O revolucionário pode desiludir as esperanças dos crentes. O reacionário, nunca. A nostalgia, escreve Lilla, é irrefutável. Eis a essência do pensamento reacionário: a crença de que exista um passado -próximo ou distante, pouco importa- em que as misérias do presente (pobreza, insegurança, competição etc.) não existiam. Isso é válido para políticos como Donald Trump ou Marine Le Pen; mas a grande originalidade de Lilla está em mostrar como a nostalgia do "era uma vez..." formou e deformou vários pensadores "conservadores". Nomes grandes, como Leo Strauss, ou bem pequenos, como Éric Zemmour, sempre procuraram no passado o paraíso perdido -e, no presente, o paraíso reencontrado. Todos eles comungam essa "mente naufragada": a consciência aguda de que, algures na história, o reto caminho se perdeu. Radicalmente nostálgicos, eles são incapazes de pensar a modernidade, exceto para a condenar. Como Dom Quixote, eles lutam perpetuamente contra "a natureza do tempo". Citei Dom Quixote porque as melhores páginas do livro pertencem a ele. O Cavaleiro da Triste Figura é o reacionário "par excellence": enlouquecido pelos romances de cavalaria, ele veste a armadura e empunha as armas porque não compreende que o passado é passado. Dom Quixote é um homem sem ironia. Porque só a ironia -"a armadura dos lúcidos", na feliz expressão de Lilla- permite aos homens acomodar o abismo entre o real e o ideal; entre o que existe e o que deveria existir. Nos últimos meses, tenho recebido vários e-mails de indignação e repulsa. Motivo? Minhas condenações de Trump ou Le Pen. Como é possível, perguntam os meus ex-leitores, ser conservador e não tolerar essas duas tristes figuras? Alguns, com ironia, exigem a devolução do dinheiro que pagaram pelo meu livro "As Ideias Conservadoras". Curiosamente, nenhum deles leu o subtítulo: "Explicadas a Revolucionários e Reacionários". Não há nada de conservador em Trump ou Le Pen. Ambos são exemplos vivos da "mente naufragada". Ambos defendem um passado -de proteção econômica, fechamento nacional e isolamento internacional- que nunca existiu como modelo de perfeição. São reacionários porque incapazes de pensar os problemas do presente sem recorrer ao "era uma vez..." que é típico de crianças, não de adultos. O conservadorismo é uma ideologia de imperfeição humana, não de arrogância epistemológica. É uma ideologia que procura preservar o que é válido no presente recorrendo aos instrumentos tangíveis desse presente -e não a fantasias sobre o passado. Perdi leitores, mas é provável que alguns tenham ficado no barco. Bem-vindos. Até porque a "mente naufragada" está, ela própria, condenada ao naufrágio.
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O conservadorismo tenta preservar o válido com instrumentos tangíveis"Era uma vez..." faz parte das histórias infantis. Mas o que acontece em política quando essa nostalgia de infância sequestra os melhores espíritos? Esse é o tema do mais importante livro que li até ao momento neste ano. Foi escrito por Mark Lilla e o título é "The Shipwrecked Mind", qualquer coisa como "a mente naufragada". Mark Lilla é, como dizem os portugueses, "muito lá de casa". O seu "The Reckless Mind", nunca editado no Brasil, é uma análise brilhante sobre o namoro grotesco dos intelectuais com o totalitarismo. O seu "The Stillborn God", igualmente por editar, é um dos melhores tratados recentes sobre "a grande separação": a forma como política e religião disseram adeus nos alvores da modernidade, permitindo a emergência do Estado secular moderno (e democrático). E os ensaios de Lilla no "The New York Review of Books" são provavelmente a principal razão por que continuo a ler o jornal. Mas "The Shipwrecked Mind" é um livro superior, apesar de breve, porque oferece uma chave de leitura sofisticada para entender o pensamento reacionário. Escreve Lilla que o pensamento revolucionário sempre teve os seus exegetas. Mas a "reação" sempre foi desprezada pelos eruditos. Um erro. O apelo do "era uma vez..." é hoje mais forte do que nunca. Não apenas porque encontramos várias expressões reacionárias na política moderna -do islã à Europa, sem esquecer os Estados Unidos- mas porque existe uma superioridade teórica da reação sobre a revolução. O revolucionário pode desiludir as esperanças dos crentes. O reacionário, nunca. A nostalgia, escreve Lilla, é irrefutável. Eis a essência do pensamento reacionário: a crença de que exista um passado -próximo ou distante, pouco importa- em que as misérias do presente (pobreza, insegurança, competição etc.) não existiam. Isso é válido para políticos como Donald Trump ou Marine Le Pen; mas a grande originalidade de Lilla está em mostrar como a nostalgia do "era uma vez..." formou e deformou vários pensadores "conservadores". Nomes grandes, como Leo Strauss, ou bem pequenos, como Éric Zemmour, sempre procuraram no passado o paraíso perdido -e, no presente, o paraíso reencontrado. Todos eles comungam essa "mente naufragada": a consciência aguda de que, algures na história, o reto caminho se perdeu. Radicalmente nostálgicos, eles são incapazes de pensar a modernidade, exceto para a condenar. Como Dom Quixote, eles lutam perpetuamente contra "a natureza do tempo". Citei Dom Quixote porque as melhores páginas do livro pertencem a ele. O Cavaleiro da Triste Figura é o reacionário "par excellence": enlouquecido pelos romances de cavalaria, ele veste a armadura e empunha as armas porque não compreende que o passado é passado. Dom Quixote é um homem sem ironia. Porque só a ironia -"a armadura dos lúcidos", na feliz expressão de Lilla- permite aos homens acomodar o abismo entre o real e o ideal; entre o que existe e o que deveria existir. Nos últimos meses, tenho recebido vários e-mails de indignação e repulsa. Motivo? Minhas condenações de Trump ou Le Pen. Como é possível, perguntam os meus ex-leitores, ser conservador e não tolerar essas duas tristes figuras? Alguns, com ironia, exigem a devolução do dinheiro que pagaram pelo meu livro "As Ideias Conservadoras". Curiosamente, nenhum deles leu o subtítulo: "Explicadas a Revolucionários e Reacionários". Não há nada de conservador em Trump ou Le Pen. Ambos são exemplos vivos da "mente naufragada". Ambos defendem um passado -de proteção econômica, fechamento nacional e isolamento internacional- que nunca existiu como modelo de perfeição. São reacionários porque incapazes de pensar os problemas do presente sem recorrer ao "era uma vez..." que é típico de crianças, não de adultos. O conservadorismo é uma ideologia de imperfeição humana, não de arrogância epistemológica. É uma ideologia que procura preservar o que é válido no presente recorrendo aos instrumentos tangíveis desse presente -e não a fantasias sobre o passado. Perdi leitores, mas é provável que alguns tenham ficado no barco. Bem-vindos. Até porque a "mente naufragada" está, ela própria, condenada ao naufrágio.
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Fazenda recria conselho de recursos fiscais com restrições a advogados
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O Ministério da Fazenda divulgou nesta quarta-feira (10) o novo regimento do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que está com suas atividades paralisadas desde a deflagração da Operação Zelotes, que investiga esquema de venda de sentenças, para reduzir ou anular multas da Receita Federal. Os novos conselheiros do órgão que analisa recursos contra decisões do Fisco não podem ser parentes de pessoas que atuam ou atuaram no Carf nos últimos três anos. Também não podem ter vínculo profissional com outros conselheiros da mesma seção de julgamento. As pessoas que atuam no órgão também devem, se forem advogados, apresentar documento que comprove a licença do exercício da profissão, restrição que já havia sido anunciada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) anteriormente. Ex-auditores da Receita ou ex-procuradores da Fazenda Nacional só poderão ser indicados como representante dos contribuintes após uma quarentena de três anos a partir da aposentadoria ou da exoneração. MANDATO Continua a regra de paridade, ou seja, 50% dos representantes serão da Fazenda Nacional e 50% dos contribuintes. Os mandatos são de dois anos, com recondução, desde que o total não ultrapasse o tempo de seis anos de permanência no órgão. JULGAMENTO O conselheiro ficará impedido de atuar no julgamento que tenha como parte interessada parentes de até terceiro grau. Também não pode atuar em causas que envolvam empresa de grupo econômico para o qual tenha trabalhado ou prestado serviços de consultoria, assessoria, assistência jurídica ou contábil, no período iniciado com o fato gerador do processo. A proibição vale inclusive para quem trabalhou em escritório de advocacia que tenha prestado serviços à empresa nesse período. NOVA ESTRUTURA Pela nova estrutura, o governo poderá optar em criar um órgão que tenha entre 96 e 192 conselheiros. Serão três seções, com quatro câmara cada uma. Essas câmaras terão um ou duas turmas, cada uma com oito pessoas. Hoje são 300. Está prevista perda de mandato para quem, por exemplo, tomar ações que atrasem o julgamento de processos, sem justificativa, assumir cargo que impeça o exercício da função, Haverá também metas de produtividade que serão estabelecidas pelo presidente do Carf. Terão prioridade casos que envolvam crime, altos valores ou que sejam considerados mais importantes pelo ministro da Fazenda, pela Receita ou pela Procuradoria da Fazenda. Os processos serão sorteados eletronicamente. Eles serão organizados em lotes, que reúnam preferencialmente processos sobre o mesmo tema. Quando houver vários recursos sobre questão idêntica, o presidente de turma poderá sortear um processo para defini-lo como paradigma.
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mercado
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Fazenda recria conselho de recursos fiscais com restrições a advogadosO Ministério da Fazenda divulgou nesta quarta-feira (10) o novo regimento do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que está com suas atividades paralisadas desde a deflagração da Operação Zelotes, que investiga esquema de venda de sentenças, para reduzir ou anular multas da Receita Federal. Os novos conselheiros do órgão que analisa recursos contra decisões do Fisco não podem ser parentes de pessoas que atuam ou atuaram no Carf nos últimos três anos. Também não podem ter vínculo profissional com outros conselheiros da mesma seção de julgamento. As pessoas que atuam no órgão também devem, se forem advogados, apresentar documento que comprove a licença do exercício da profissão, restrição que já havia sido anunciada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) anteriormente. Ex-auditores da Receita ou ex-procuradores da Fazenda Nacional só poderão ser indicados como representante dos contribuintes após uma quarentena de três anos a partir da aposentadoria ou da exoneração. MANDATO Continua a regra de paridade, ou seja, 50% dos representantes serão da Fazenda Nacional e 50% dos contribuintes. Os mandatos são de dois anos, com recondução, desde que o total não ultrapasse o tempo de seis anos de permanência no órgão. JULGAMENTO O conselheiro ficará impedido de atuar no julgamento que tenha como parte interessada parentes de até terceiro grau. Também não pode atuar em causas que envolvam empresa de grupo econômico para o qual tenha trabalhado ou prestado serviços de consultoria, assessoria, assistência jurídica ou contábil, no período iniciado com o fato gerador do processo. A proibição vale inclusive para quem trabalhou em escritório de advocacia que tenha prestado serviços à empresa nesse período. NOVA ESTRUTURA Pela nova estrutura, o governo poderá optar em criar um órgão que tenha entre 96 e 192 conselheiros. Serão três seções, com quatro câmara cada uma. Essas câmaras terão um ou duas turmas, cada uma com oito pessoas. Hoje são 300. Está prevista perda de mandato para quem, por exemplo, tomar ações que atrasem o julgamento de processos, sem justificativa, assumir cargo que impeça o exercício da função, Haverá também metas de produtividade que serão estabelecidas pelo presidente do Carf. Terão prioridade casos que envolvam crime, altos valores ou que sejam considerados mais importantes pelo ministro da Fazenda, pela Receita ou pela Procuradoria da Fazenda. Os processos serão sorteados eletronicamente. Eles serão organizados em lotes, que reúnam preferencialmente processos sobre o mesmo tema. Quando houver vários recursos sobre questão idêntica, o presidente de turma poderá sortear um processo para defini-lo como paradigma.
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WikiLeaks diz que internet de Assange foi cortada após pedido de John Kerry
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Em meio à divulgação de uma série de e-mails do círculo próximo da candidata democrata Hillary Clinton, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou que teve sua internet cortada de forma súbita na Embaixada do Equador em Londres, onde vive há mais de quatro anos. "Podemos confirmar que o Equador cortou o acesso de Assange à internet no sábado, às 17h GMT [15h em Brasília], pouco após a publicação de [discursos de Hillary] Clinton para Goldman Sachs ", disse o WikiLeaks nesta segunda (17). Nesta terça (18), o governo equatoriano confirmou ter "restringido temporariamente" a rede de comunicação da embaixada em Londres. A administração de Rafael Correa afirmou que a publicação de documentos que impactam na eleição norte-americana é responsabilidade do WikiLeaks e que o país não quer se intrometer no processo eleitoral ou beneficiar nenhum candidato. "Nesse ponto, o Equador, exercendo seu direito à soberania, restringiu temporariamente o acesso a partes de seu sistema de comunicação na embaixada no Reino Unido", disse o governo. "O Equador não cede a pressões de outros países." Desde o início do mês, o WikiLeaks vem divulgando e-mails com posições de Hillary, entre eles trechos de palestras da democrata feitos a bancos, após a agora candidata ter deixado seu cargo na administração Barack Obama. Neles, a ex-secretária de Estado revela opiniões favoráveis ao mercado financeiro e ao livre comércio, o que contrasta com seu discurso na corrida à Casa Branca. Segundo o WikilLeaks, as mensagens foram retiradas do e-mail do chefe de campanha da democrata, John Podesta. Nesta terça (18), o grupo acusou o secretário de Estado americano, John Kerry, de pedir pessoalmente ao Equador para que a publicação de documentos sobre Hillary fosse interrompida. Citando "múltiplas fontes americanas", o WikiLeaks disse que a demanda foi feita às margens de encontros no mês passado com Kerry, durante o acordo de paz com as Farc na Colômbia. O Departamento de Estado dos EUA negou a acusação. "Apesar das nossas preocupações sobre o WikiLeaks serem duradouras, qualquer sugestão de que o secretário Kerry ou o Departamento de Estado estejam envolvidos na interrupção do WikiLeaks são falsas", disse o porta-voz da secretaria, John Kirby. Antes da confirmação de restrição do acesso por parte do governo equatoriano, a chancelaria de Rafael Correa havia reafirmado o status de asilado de Assange e dito que "sua proteção pelo Estado do Equador continuará enquanto permanecerem as circunstâncias que levaram à concessão do asilo". Assange está alojado na embaixada equatoriana desde junho de 2012, quando pediu asilo para evitar uma extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. O governo britânico já deixou claro que, se ele sair da embaixada, será preso. Até agora, sua estadia na embaixada não evitou que ele continuasse a exposição de segredos de Estado e negociações comerciais. Nas duas últimas semanas, autoridades do Partido Democrata e agências do governo dos Estados Unidos acusaram o governo russo de realizar uma campanha de ciberataques contra organizações do partido antes das eleições presidenciais, em 8 de novembro. Se o motivo da interrupção do acesso à internet tiver motivação diplomática, vai de encontro com a posição do presidente do Equador, Rafael Correa, que disse recentemente em entrevista que prefere Hillary contra o adversário republicano, Donald Trump. Há quem duvide, porém, que Correa tenha se dobrado à pressão norte-americana.
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mundo
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WikiLeaks diz que internet de Assange foi cortada após pedido de John KerryEm meio à divulgação de uma série de e-mails do círculo próximo da candidata democrata Hillary Clinton, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou que teve sua internet cortada de forma súbita na Embaixada do Equador em Londres, onde vive há mais de quatro anos. "Podemos confirmar que o Equador cortou o acesso de Assange à internet no sábado, às 17h GMT [15h em Brasília], pouco após a publicação de [discursos de Hillary] Clinton para Goldman Sachs ", disse o WikiLeaks nesta segunda (17). Nesta terça (18), o governo equatoriano confirmou ter "restringido temporariamente" a rede de comunicação da embaixada em Londres. A administração de Rafael Correa afirmou que a publicação de documentos que impactam na eleição norte-americana é responsabilidade do WikiLeaks e que o país não quer se intrometer no processo eleitoral ou beneficiar nenhum candidato. "Nesse ponto, o Equador, exercendo seu direito à soberania, restringiu temporariamente o acesso a partes de seu sistema de comunicação na embaixada no Reino Unido", disse o governo. "O Equador não cede a pressões de outros países." Desde o início do mês, o WikiLeaks vem divulgando e-mails com posições de Hillary, entre eles trechos de palestras da democrata feitos a bancos, após a agora candidata ter deixado seu cargo na administração Barack Obama. Neles, a ex-secretária de Estado revela opiniões favoráveis ao mercado financeiro e ao livre comércio, o que contrasta com seu discurso na corrida à Casa Branca. Segundo o WikilLeaks, as mensagens foram retiradas do e-mail do chefe de campanha da democrata, John Podesta. Nesta terça (18), o grupo acusou o secretário de Estado americano, John Kerry, de pedir pessoalmente ao Equador para que a publicação de documentos sobre Hillary fosse interrompida. Citando "múltiplas fontes americanas", o WikiLeaks disse que a demanda foi feita às margens de encontros no mês passado com Kerry, durante o acordo de paz com as Farc na Colômbia. O Departamento de Estado dos EUA negou a acusação. "Apesar das nossas preocupações sobre o WikiLeaks serem duradouras, qualquer sugestão de que o secretário Kerry ou o Departamento de Estado estejam envolvidos na interrupção do WikiLeaks são falsas", disse o porta-voz da secretaria, John Kirby. Antes da confirmação de restrição do acesso por parte do governo equatoriano, a chancelaria de Rafael Correa havia reafirmado o status de asilado de Assange e dito que "sua proteção pelo Estado do Equador continuará enquanto permanecerem as circunstâncias que levaram à concessão do asilo". Assange está alojado na embaixada equatoriana desde junho de 2012, quando pediu asilo para evitar uma extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. O governo britânico já deixou claro que, se ele sair da embaixada, será preso. Até agora, sua estadia na embaixada não evitou que ele continuasse a exposição de segredos de Estado e negociações comerciais. Nas duas últimas semanas, autoridades do Partido Democrata e agências do governo dos Estados Unidos acusaram o governo russo de realizar uma campanha de ciberataques contra organizações do partido antes das eleições presidenciais, em 8 de novembro. Se o motivo da interrupção do acesso à internet tiver motivação diplomática, vai de encontro com a posição do presidente do Equador, Rafael Correa, que disse recentemente em entrevista que prefere Hillary contra o adversário republicano, Donald Trump. Há quem duvide, porém, que Correa tenha se dobrado à pressão norte-americana.
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'Malditos', Jean Genet e Oscar Wilde estão nos palcos paulistanos
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Um francês que passou a juventude na prisão e acabou idolatrado pela intelectualidade da Sorbonne e um irlandês formado em Oxford que acabou na prisão por "indecência grave" chegam a São Paulo nesta sexta (16). O primeiro, Jean Genet (1910-86), é autor de "As Criadas", em nova montagem do grupo Tapa, encenada para as comemorações dos 50 anos do Teatro Aliança Francesa. Na peça de 1947, o poeta do submundo francês, homossexual declarado, coloca duas irmãs num jogo perverso de inveja, revolta e ódio. Ao mesmo tempo em que planejam matar a patroa, tentam ser como ela, usando suas roupas e repetindo suas palavras carregadas de preconceito. "O texto tem muitas camadas. Se ficasse só na questão da luta de classes já seria ótimo, mas há muito mais", diz o diretor Eduardo Tolentino, fundador do Tapa. Para ele, "Genet consegue extrair beleza do lado podre da sociedade e expurgar a podridão". Segundo o diretor, embora muito do que Genet expresse em suas obras já não seja mais chocante, ele continua sendo "maldito". "Ele põe o dedo na ferida, é politicamente incorreto. E ao mesmo tempo é um esteta, um poeta. Por isso toca tanto as pessoas." Politicamente incorreto e esteta até o último fio de cabelo, o outro maldito da semana surge como o fantasma e fio condutor de "Beije Minha Lápide", texto de Jô Bilac protagonizado por Marco Nanini. A partir da história de Bala (Nanini), fã de Wilde preso por quebrar o vidro que isola o túmulo do escritor no cemitério Père-Lachaise, em Paris, a peça remete à descida ao inferno do irlandês. No auge da fama, Wilde foi processado por um nobre britânico, pai do lorde Alfred Douglas, um dos amantes do escritor. Na época, "o amor que não ousa dizer o seu nome" era crime passível de prisão. A peça de Bilac usa referências da vida do dramaturgo, de sua relação com Douglas e de seus textos escritos na cadeia, como "De Profundis" e "A Balada do Cárcere de Reading". É neste último que Wilde cunha uma de suas célebres frases: "Todo homem mata aquilo que ama", que pode muito bem ser aplicada à relação de amor e ódio de "As Criadas". E que muita gente acredita ser uma frase escrita por Jean Genet. AS CRIADAS QUANDO estreia nesta sexta (16), de qui. a sáb., às 20h30; dom., às 19h; até 15/ ONDE Teatro Aliança Francesa, r. General Jardim, 182, tel. (11) 3017-5699, ramal 5602 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 14 anos BEIJE MINHA LÁPIDE QUANDO estreia nesta sexta (16), sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 1°/3 ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO de R$ 15 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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ilustrada
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'Malditos', Jean Genet e Oscar Wilde estão nos palcos paulistanosUm francês que passou a juventude na prisão e acabou idolatrado pela intelectualidade da Sorbonne e um irlandês formado em Oxford que acabou na prisão por "indecência grave" chegam a São Paulo nesta sexta (16). O primeiro, Jean Genet (1910-86), é autor de "As Criadas", em nova montagem do grupo Tapa, encenada para as comemorações dos 50 anos do Teatro Aliança Francesa. Na peça de 1947, o poeta do submundo francês, homossexual declarado, coloca duas irmãs num jogo perverso de inveja, revolta e ódio. Ao mesmo tempo em que planejam matar a patroa, tentam ser como ela, usando suas roupas e repetindo suas palavras carregadas de preconceito. "O texto tem muitas camadas. Se ficasse só na questão da luta de classes já seria ótimo, mas há muito mais", diz o diretor Eduardo Tolentino, fundador do Tapa. Para ele, "Genet consegue extrair beleza do lado podre da sociedade e expurgar a podridão". Segundo o diretor, embora muito do que Genet expresse em suas obras já não seja mais chocante, ele continua sendo "maldito". "Ele põe o dedo na ferida, é politicamente incorreto. E ao mesmo tempo é um esteta, um poeta. Por isso toca tanto as pessoas." Politicamente incorreto e esteta até o último fio de cabelo, o outro maldito da semana surge como o fantasma e fio condutor de "Beije Minha Lápide", texto de Jô Bilac protagonizado por Marco Nanini. A partir da história de Bala (Nanini), fã de Wilde preso por quebrar o vidro que isola o túmulo do escritor no cemitério Père-Lachaise, em Paris, a peça remete à descida ao inferno do irlandês. No auge da fama, Wilde foi processado por um nobre britânico, pai do lorde Alfred Douglas, um dos amantes do escritor. Na época, "o amor que não ousa dizer o seu nome" era crime passível de prisão. A peça de Bilac usa referências da vida do dramaturgo, de sua relação com Douglas e de seus textos escritos na cadeia, como "De Profundis" e "A Balada do Cárcere de Reading". É neste último que Wilde cunha uma de suas célebres frases: "Todo homem mata aquilo que ama", que pode muito bem ser aplicada à relação de amor e ódio de "As Criadas". E que muita gente acredita ser uma frase escrita por Jean Genet. AS CRIADAS QUANDO estreia nesta sexta (16), de qui. a sáb., às 20h30; dom., às 19h; até 15/ ONDE Teatro Aliança Francesa, r. General Jardim, 182, tel. (11) 3017-5699, ramal 5602 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 14 anos BEIJE MINHA LÁPIDE QUANDO estreia nesta sexta (16), sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 1°/3 ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO de R$ 15 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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Reforço do Corinthians, Cristian fará trabalho especial para tratar de pubalgia
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Um dos reforços contratados pelo Corinthians para 2015, o volante Cristian fará um trabalho especial para tratar de uma pubalgia, que o atormentou durante o primeiro semestre do ano passado. Com isso, o jogador não deverá realizar trabalho intenso na pré-temporada. De acordo com a programação do clube, o volante estará à disposição de Tite a partir dos treinos técnicos da pré-temporada nos Estados Unidos. A tendência, porém, é que ele não atue em todos os amistosos de janeiro. "Ele [Cristian] está realizando um trabalho complementar. Não queremos que ele entre em trabalho intenso logo no início da temporada. Por isso, e pelo histórico, ele terá trabalhos especiais", disse o médico do Corinthians, Julio Stancati. "Na teoria, a pubalgia está curada, mas é preciso fazer um trabalho preventivo, senão ela volta. Ele vai fazer um trabalho especial primeiro para depois ser entregue completamente ao grupo", acrescentou. Cristian rescindiu o contrato com o Fenerbahçe (TUR) no fim de agosto do ano passado. Desde então, não disputou nenhuma partida oficial. O Corinthians viaja para os EUA nesta quarta-feira (7). A equipe disputará jogos contra os times alemães do Colônia e Bayer Leverkusen, pela Flórida Cup, nos EUA. A estreia do Corinthians na Flórida Cup acontecerá contra o Colônia, em Orlando, no dia 15 de janeiro, às 22h30 (horário de Brasília). Depois, a equipe corinthiana irá até Jacksonville, onde enfrentará o Bayer Leverkusen, no dia 17, às 16h (horário de Brasília). A equipe ainda enfrentará o Corinthian-Casuals no próximo dia 24 de janeiro, às 17h, no Itaquerão. O amistoso vai servir como homenagem do time brasileiro ao clube que inspirou a sua fundação, em 1910. A estreia do Corinthians no Campeonato Paulista será contra o Marília, no dia 1º de fevereiro, no Itaquerão.
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esporte
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Reforço do Corinthians, Cristian fará trabalho especial para tratar de pubalgiaUm dos reforços contratados pelo Corinthians para 2015, o volante Cristian fará um trabalho especial para tratar de uma pubalgia, que o atormentou durante o primeiro semestre do ano passado. Com isso, o jogador não deverá realizar trabalho intenso na pré-temporada. De acordo com a programação do clube, o volante estará à disposição de Tite a partir dos treinos técnicos da pré-temporada nos Estados Unidos. A tendência, porém, é que ele não atue em todos os amistosos de janeiro. "Ele [Cristian] está realizando um trabalho complementar. Não queremos que ele entre em trabalho intenso logo no início da temporada. Por isso, e pelo histórico, ele terá trabalhos especiais", disse o médico do Corinthians, Julio Stancati. "Na teoria, a pubalgia está curada, mas é preciso fazer um trabalho preventivo, senão ela volta. Ele vai fazer um trabalho especial primeiro para depois ser entregue completamente ao grupo", acrescentou. Cristian rescindiu o contrato com o Fenerbahçe (TUR) no fim de agosto do ano passado. Desde então, não disputou nenhuma partida oficial. O Corinthians viaja para os EUA nesta quarta-feira (7). A equipe disputará jogos contra os times alemães do Colônia e Bayer Leverkusen, pela Flórida Cup, nos EUA. A estreia do Corinthians na Flórida Cup acontecerá contra o Colônia, em Orlando, no dia 15 de janeiro, às 22h30 (horário de Brasília). Depois, a equipe corinthiana irá até Jacksonville, onde enfrentará o Bayer Leverkusen, no dia 17, às 16h (horário de Brasília). A equipe ainda enfrentará o Corinthian-Casuals no próximo dia 24 de janeiro, às 17h, no Itaquerão. O amistoso vai servir como homenagem do time brasileiro ao clube que inspirou a sua fundação, em 1910. A estreia do Corinthians no Campeonato Paulista será contra o Marília, no dia 1º de fevereiro, no Itaquerão.
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Bolsa sobe e dólar oscila antes do discurso da presidente do BC dos EUA
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As ações de bancos e da Petrobras impulsionam a Bolsa brasileira nesta terça-feira (24), enquanto o dólar opera perto da estabilidade antes do discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen. Às 11h09, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha alta de 0,51%, a 51.539 pontos. Das 68 ações negociadas, 49 subiam, 17 caíam e duas operavam estáveis no mesmo horário. No radar dos investidores está o discurso de Yellen, previsto para começar às 12h (horário de Brasília). A presidente do Fed falará no Senado americano e deve dar indicações de quando a autoridade monetária americana pretende elevar suas taxas de juros. Para o Brasil, uma elevação da taxa de juros nos EUA poderia significar a retirada de investimentos no mercado brasileiro e a migração para títulos americanos -remunerados pela taxa e considerados de baixo risco. Em relatório, Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, diz que não parece que Yellen vá adotar um tom diferente do utilizado na ultima ata do Fed. "A percepção de nossa equipe de pesquisa macro econômica é que Yellen deve lembrar os riscos diante da fraqueza da economia global, da valorização do dólar e das consequências da desaceleração da inflação, reafirmando um tom "dovish" [mais pacifista] em seu discurso", avalia. Os investidores analisam também as novidades da Grécia, que apresentou na noite de segunda-feira ao Eurogrupo –que reúne os ministros das Finanças da zona do euro– suas propostas de reformas, condição para que obtenha a prorrogação de um empréstimo por quatro meses. No documento entregue aos credores europeus, o governo grego prometeu não recuar de nenhuma privatização em andamento ou finalizada e garantiu ainda que qualquer gasto estatal para lidar com uma "crise humanitária" não afetará seu orçamento. Nesta manhã, a Comissão Europeia classificou a lista como "suficientemente abrangente" para servir de ponto de partida para um acordo. No cenário doméstico, os investidores analisam os dados de IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial medida pelo IPCA. Pressionado pelo reajuste da energia elétrica, o índice registrou forte alta de 1,33% em fevereiro, acima do 0,89% de janeiro. Trata-se da maior alta desde 2003, quando o índice começou a ser pesquisado. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira pelo IBGE. O índice acumulado em 12 meses, de 7,36%, também é o maior da série histórica do índice, que antecipa o movimento do IPCA, indicador oficial do país. Ajudam a impulsionar a Bolsa nesta sessão as ações de bancos e da Petrobras, que se recupera após a queda sofrida nos três pregões anteriores. Às 11h04, as ações preferenciais da Petrobras subiam 1,79%, a R$ 9,66. No mesmo horário, as ações ordinárias –com direito a voto– tinham alta de 2,02%, a R$ 9,57. Às 11h05, os papéis do Itaú Unibanco subiam 0,46%, a R$ 36,41. As ações do Bradesco avançavam 0,29%, a R$ 37,48, no mesmo horário. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar opera perto da estabilidade em relação ao real, à espera do discurso de Yellen. Às 11h06, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, operava estável em R$ 2,873. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 0,17%, a R$ 2,874. Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), por suas atuações diárias. Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,8 milhões. O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 contratos de swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 85% do lote total.
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mercado
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Bolsa sobe e dólar oscila antes do discurso da presidente do BC dos EUAAs ações de bancos e da Petrobras impulsionam a Bolsa brasileira nesta terça-feira (24), enquanto o dólar opera perto da estabilidade antes do discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen. Às 11h09, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha alta de 0,51%, a 51.539 pontos. Das 68 ações negociadas, 49 subiam, 17 caíam e duas operavam estáveis no mesmo horário. No radar dos investidores está o discurso de Yellen, previsto para começar às 12h (horário de Brasília). A presidente do Fed falará no Senado americano e deve dar indicações de quando a autoridade monetária americana pretende elevar suas taxas de juros. Para o Brasil, uma elevação da taxa de juros nos EUA poderia significar a retirada de investimentos no mercado brasileiro e a migração para títulos americanos -remunerados pela taxa e considerados de baixo risco. Em relatório, Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, diz que não parece que Yellen vá adotar um tom diferente do utilizado na ultima ata do Fed. "A percepção de nossa equipe de pesquisa macro econômica é que Yellen deve lembrar os riscos diante da fraqueza da economia global, da valorização do dólar e das consequências da desaceleração da inflação, reafirmando um tom "dovish" [mais pacifista] em seu discurso", avalia. Os investidores analisam também as novidades da Grécia, que apresentou na noite de segunda-feira ao Eurogrupo –que reúne os ministros das Finanças da zona do euro– suas propostas de reformas, condição para que obtenha a prorrogação de um empréstimo por quatro meses. No documento entregue aos credores europeus, o governo grego prometeu não recuar de nenhuma privatização em andamento ou finalizada e garantiu ainda que qualquer gasto estatal para lidar com uma "crise humanitária" não afetará seu orçamento. Nesta manhã, a Comissão Europeia classificou a lista como "suficientemente abrangente" para servir de ponto de partida para um acordo. No cenário doméstico, os investidores analisam os dados de IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial medida pelo IPCA. Pressionado pelo reajuste da energia elétrica, o índice registrou forte alta de 1,33% em fevereiro, acima do 0,89% de janeiro. Trata-se da maior alta desde 2003, quando o índice começou a ser pesquisado. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira pelo IBGE. O índice acumulado em 12 meses, de 7,36%, também é o maior da série histórica do índice, que antecipa o movimento do IPCA, indicador oficial do país. Ajudam a impulsionar a Bolsa nesta sessão as ações de bancos e da Petrobras, que se recupera após a queda sofrida nos três pregões anteriores. Às 11h04, as ações preferenciais da Petrobras subiam 1,79%, a R$ 9,66. No mesmo horário, as ações ordinárias –com direito a voto– tinham alta de 2,02%, a R$ 9,57. Às 11h05, os papéis do Itaú Unibanco subiam 0,46%, a R$ 36,41. As ações do Bradesco avançavam 0,29%, a R$ 37,48, no mesmo horário. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar opera perto da estabilidade em relação ao real, à espera do discurso de Yellen. Às 11h06, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, operava estável em R$ 2,873. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 0,17%, a R$ 2,874. Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), por suas atuações diárias. Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,8 milhões. O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 contratos de swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 85% do lote total.
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OAB está rachada sobre impeachment de Dilma, diz presidente da ordem
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O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cláudio Lamachia, afirmou nesta terça-feira (16) que a entidade está dividida sobre qual posição tomar em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a divisão é motivada pela complexidade do tema. "Eu vou me posicionar a partir da posição dos 81 conselheiros da Ordem", disse. "Não é o Conselho Federal [da OAB], o Brasil está divido hoje, nós podemos ter uma parte dessa divisão maior e outra menor, mas o Brasil está dividido", completou. Ele minimizou a falta de consenso. "Mais do que normal ter grupo de 81 conselheiros numa situação como esta, de complexidade e interpretação jurídica, que ele esteja dividido, que ele dependa de determinado tempo para formar sua convicção. Vejo [ a indefinição] de uma forma muito tranquila", disse. Lamachia não deu prazo para que a OAB feche posição. Desde 2015, a entidade discute se vai apoiar ou não o processo de impeachment de Dilma. No fim do ano passado, a OAB decidiu incluir dados referentes às investigações da Operação Lava Jato na análise sobre como a entidade vai se posicionar em relação ao impeachment. Estão em análise a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que era líder do governo Dilma no Senado e foi acusado de atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras, além de delações premiadas que narram detalhes dos desvios da estatal. O Conselho Federal da OAB decidiu adicionar os "novos elementos" na discussão sobre o cenário político que levava em consideração apenas a reprovação pelo TCU (Tribunal de Contas da União) das contas da petista. Na primeira análise, por três votos a dois, a comissão especial da OAB que analisou se caberia o impeachment de Dilma rejeitou o endossar o afastamento por causa da análise do TCU. O entendimento majoritário foi que as contas de 2014 se referem a práticas ocorridas em mandato anterior ao atual, o que não poderia justificar o processo político do impeachment. O parecer diz ainda que não há comparação entre os fatos atuais e os que levaram ao impeachment do então presidente Fernando Collor em 1992, porque não se atribuem a um "comportamento pessoal ou direto" da presidente. Segundo o relatório, os "deslizes administrativos" apontados pelo Tribunal de Contas da União, no caso as chamadas pedaladas fiscais, "não têm o sentido de comportamento pessoal indigno, com a marca de imoralidade".
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poder
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OAB está rachada sobre impeachment de Dilma, diz presidente da ordemO presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cláudio Lamachia, afirmou nesta terça-feira (16) que a entidade está dividida sobre qual posição tomar em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a divisão é motivada pela complexidade do tema. "Eu vou me posicionar a partir da posição dos 81 conselheiros da Ordem", disse. "Não é o Conselho Federal [da OAB], o Brasil está divido hoje, nós podemos ter uma parte dessa divisão maior e outra menor, mas o Brasil está dividido", completou. Ele minimizou a falta de consenso. "Mais do que normal ter grupo de 81 conselheiros numa situação como esta, de complexidade e interpretação jurídica, que ele esteja dividido, que ele dependa de determinado tempo para formar sua convicção. Vejo [ a indefinição] de uma forma muito tranquila", disse. Lamachia não deu prazo para que a OAB feche posição. Desde 2015, a entidade discute se vai apoiar ou não o processo de impeachment de Dilma. No fim do ano passado, a OAB decidiu incluir dados referentes às investigações da Operação Lava Jato na análise sobre como a entidade vai se posicionar em relação ao impeachment. Estão em análise a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que era líder do governo Dilma no Senado e foi acusado de atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras, além de delações premiadas que narram detalhes dos desvios da estatal. O Conselho Federal da OAB decidiu adicionar os "novos elementos" na discussão sobre o cenário político que levava em consideração apenas a reprovação pelo TCU (Tribunal de Contas da União) das contas da petista. Na primeira análise, por três votos a dois, a comissão especial da OAB que analisou se caberia o impeachment de Dilma rejeitou o endossar o afastamento por causa da análise do TCU. O entendimento majoritário foi que as contas de 2014 se referem a práticas ocorridas em mandato anterior ao atual, o que não poderia justificar o processo político do impeachment. O parecer diz ainda que não há comparação entre os fatos atuais e os que levaram ao impeachment do então presidente Fernando Collor em 1992, porque não se atribuem a um "comportamento pessoal ou direto" da presidente. Segundo o relatório, os "deslizes administrativos" apontados pelo Tribunal de Contas da União, no caso as chamadas pedaladas fiscais, "não têm o sentido de comportamento pessoal indigno, com a marca de imoralidade".
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Suspeito de atacar mulheres no Ano-Novo na Alemanha se entrega à polícia
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Um quarto homem está sob custódia da polícia de Colônia, na Alemanha, suspeito de ter participado da série de assaltos e ataques sexuais a mulheres que ocorreu na noite de Réveillon.. O suspeito é um jovem iraquiano de 20 anos, que se entregou à polícia na noite de quinta-feira (10). Ele se apresentou à delegacia acompanhado do pai. A detenção ocorreu depois que a polícia divulgou, na terça-feira (8), fotos de suspeitos de terem participado dos crimes que aumentaram a tensão contra os migrantes no país. As imagens foram feitas por vítimas e testemunhas. Dois outros homens se entregaram e um terceiro foi preso após denúncias.
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mundo
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Suspeito de atacar mulheres no Ano-Novo na Alemanha se entrega à políciaUm quarto homem está sob custódia da polícia de Colônia, na Alemanha, suspeito de ter participado da série de assaltos e ataques sexuais a mulheres que ocorreu na noite de Réveillon.. O suspeito é um jovem iraquiano de 20 anos, que se entregou à polícia na noite de quinta-feira (10). Ele se apresentou à delegacia acompanhado do pai. A detenção ocorreu depois que a polícia divulgou, na terça-feira (8), fotos de suspeitos de terem participado dos crimes que aumentaram a tensão contra os migrantes no país. As imagens foram feitas por vítimas e testemunhas. Dois outros homens se entregaram e um terceiro foi preso após denúncias.
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Sexta tem desfile das escolas campeãs e estreias no cinema
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O QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do sambódromo do Anhembi, na zona norte, em decorrência do Desfile das Escolas Campeãs, que acontece na noite desta sexa-feira (12). A CET deve monitorar o trânsito nas imediações e os motoristas devem ter atenção redobrada ao tráfego lento na Marginal. TEMPO Sol com muitas nuvens durante o dia e noite, mas sem previsão de chuvas, segundo o Climatempo. A temperatura cai um pouco, com máxima de 28ºC e mínima de 19ºC. CULTURA E LAZER Aproveite a noite de sexta para conferir uma das estreias do cinema. Entre as novidades estão o anti-herói da Marvel "Deadpool" e "Garota Dinamarquesa", que tem duas indicações ao Oscar. A concorrida exposição "O Mundo de Tim Burton"abre nesta sexta mais um lote para venda ingressos. É sua chance de garantir a entrada na mostra, que vai até maio. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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saopaulo
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Sexta tem desfile das escolas campeãs e estreias no cinemaO QUE AFETA SUA VIDA O trânsito deve complicar nas imediações do sambódromo do Anhembi, na zona norte, em decorrência do Desfile das Escolas Campeãs, que acontece na noite desta sexa-feira (12). A CET deve monitorar o trânsito nas imediações e os motoristas devem ter atenção redobrada ao tráfego lento na Marginal. TEMPO Sol com muitas nuvens durante o dia e noite, mas sem previsão de chuvas, segundo o Climatempo. A temperatura cai um pouco, com máxima de 28ºC e mínima de 19ºC. CULTURA E LAZER Aproveite a noite de sexta para conferir uma das estreias do cinema. Entre as novidades estão o anti-herói da Marvel "Deadpool" e "Garota Dinamarquesa", que tem duas indicações ao Oscar. A concorrida exposição "O Mundo de Tim Burton"abre nesta sexta mais um lote para venda ingressos. É sua chance de garantir a entrada na mostra, que vai até maio. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h.
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Cristina ignora protesto e faz discurso nacionalista
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A poucas horas de uma marcha que pretende reunir milhares de pessoas no centro de Buenos Aires nesta quarta (18), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, participou de uma cerimônia que marcou o aumento da produção de energia na usina nuclear de Atucha II, na cidade de Zárate, ao Norte da capital. Ela não fez nenhuma referência à marcha, que integrantes do governo classificaram como "golpista", e fez um discurso de forte inspiração nacionalista. A presidente estava acompanhada de alguns de seus ministros, entre os quais o chefe de gabinete, Jorge Capitanich, o secretário-geral, Aníbal Fernández, e o ministro da Economia, Axel Kicillof. Operários, políticos e militantes com bandeiras participaram do evento e assistiram ao discurso da presidente, transmitido em rede nacional. "Esta usina foi construída por argentinos, por mentes e por mão de obra argentinas", afirmou. Kirchner afirmou que a geração de energia nuclear coloca a Argentina em vantagem em relação a vizinhos, como o Brasil. O país tem três usinas nucleares em funcionamento e firmou acordos com a China para a construção de mais duas. "O Brasil sofre neste momento com um problema de abastecimento [de energia]. Não por ineficiência, mas pela dependência de uma matriz energética hidrelétrica", afirmou ela, acrescentando que a Argentina deve investir em mais unidades de geração nuclear. A usina Atucha II - Néstor Kirchner tem uma potência de geração de energia de 745 megawatts, o que representa pouco mais de 2% da capacidade instalada no país. Em que pese a dependência do país na importação de energia, que alcançou pouco mais de US$ 10 bilhões em 2013, Kirchner comemorou o aumento do consumo no país. Segundo ela, o consumo per capita no país é quatro vezes superior ao de um brasileiro. "E sabem por quê? Porque vocês têm muitas coisas em casa que precisam ligar à tomada. Porque têm geladeira, máquinas de lavar, três aparelhos de ar-condicionado..." DIREITOS HUMANOS A presidente não fez nenhuma referência à marcha dos promotores de Justiça, marcada para o fim da tarde desta quarta (18). Afirmou apenas que a Argentina é um país livre, onde se respeitam os direitos humanos e as pessoas que cometem crimes são julgadas e condenadas segundo a lei. "Isso é um regime democrático." "Tenho muito orgulho porque posso ir a qualquer país do mundo, inclusive aos que mantêm prisões clandestinas e aos que lançam mísseis sobre populações civis, e dizer que, na Argentina, impera a lei e que nenhum argentino pode ser preso sem que seja por ordem de um juiz." CHINA Kirchner aproveitou para tratar dos acordos da Argentina com a China, que enfrentam críticas de empresários e sindicalistas do país. O temor é que os chineses tragam mão de obra e equipamentos próprios e tomem mercado de produtos fabricados no país. A presidente afirmou que a Argentina está fazendo acordos com os chineses porque são vantajosos e criticou lideranças empresariais que os condenam. "Fazemos alianças estratégicas com diferentes países. Se outras potências quiserem oferecer os mesmos investimentos, as mesmas condições de financiamento, estaremos abertos. Mas não vão nos impor nada", afirmou.
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mundo
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Cristina ignora protesto e faz discurso nacionalistaA poucas horas de uma marcha que pretende reunir milhares de pessoas no centro de Buenos Aires nesta quarta (18), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, participou de uma cerimônia que marcou o aumento da produção de energia na usina nuclear de Atucha II, na cidade de Zárate, ao Norte da capital. Ela não fez nenhuma referência à marcha, que integrantes do governo classificaram como "golpista", e fez um discurso de forte inspiração nacionalista. A presidente estava acompanhada de alguns de seus ministros, entre os quais o chefe de gabinete, Jorge Capitanich, o secretário-geral, Aníbal Fernández, e o ministro da Economia, Axel Kicillof. Operários, políticos e militantes com bandeiras participaram do evento e assistiram ao discurso da presidente, transmitido em rede nacional. "Esta usina foi construída por argentinos, por mentes e por mão de obra argentinas", afirmou. Kirchner afirmou que a geração de energia nuclear coloca a Argentina em vantagem em relação a vizinhos, como o Brasil. O país tem três usinas nucleares em funcionamento e firmou acordos com a China para a construção de mais duas. "O Brasil sofre neste momento com um problema de abastecimento [de energia]. Não por ineficiência, mas pela dependência de uma matriz energética hidrelétrica", afirmou ela, acrescentando que a Argentina deve investir em mais unidades de geração nuclear. A usina Atucha II - Néstor Kirchner tem uma potência de geração de energia de 745 megawatts, o que representa pouco mais de 2% da capacidade instalada no país. Em que pese a dependência do país na importação de energia, que alcançou pouco mais de US$ 10 bilhões em 2013, Kirchner comemorou o aumento do consumo no país. Segundo ela, o consumo per capita no país é quatro vezes superior ao de um brasileiro. "E sabem por quê? Porque vocês têm muitas coisas em casa que precisam ligar à tomada. Porque têm geladeira, máquinas de lavar, três aparelhos de ar-condicionado..." DIREITOS HUMANOS A presidente não fez nenhuma referência à marcha dos promotores de Justiça, marcada para o fim da tarde desta quarta (18). Afirmou apenas que a Argentina é um país livre, onde se respeitam os direitos humanos e as pessoas que cometem crimes são julgadas e condenadas segundo a lei. "Isso é um regime democrático." "Tenho muito orgulho porque posso ir a qualquer país do mundo, inclusive aos que mantêm prisões clandestinas e aos que lançam mísseis sobre populações civis, e dizer que, na Argentina, impera a lei e que nenhum argentino pode ser preso sem que seja por ordem de um juiz." CHINA Kirchner aproveitou para tratar dos acordos da Argentina com a China, que enfrentam críticas de empresários e sindicalistas do país. O temor é que os chineses tragam mão de obra e equipamentos próprios e tomem mercado de produtos fabricados no país. A presidente afirmou que a Argentina está fazendo acordos com os chineses porque são vantajosos e criticou lideranças empresariais que os condenam. "Fazemos alianças estratégicas com diferentes países. Se outras potências quiserem oferecer os mesmos investimentos, as mesmas condições de financiamento, estaremos abertos. Mas não vão nos impor nada", afirmou.
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Dilma precisa um Eduardo Cunha no Itamaraty, diz leitor
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O editorial "Frágil Mercosul" (17/2) foi importante para alertar sobre a Argentina, que está deixando o Brasil para trás em negociações internacionais bilaterais. Sabemos que a presidente Dilma "odeia" as relações internacionais e vacila profundamente em dar orientações claras e seguras para o Itamaraty. Assim, no vácuo político, por culpa da presidente, o Mercosul vai se esgarçando, e o Brasil vai perdendo mercados potenciais. Não podemos ficar fora do comércio internacional por nossa culpa. Temos capacidade empresarial, tecnologia, logística e proatividade. A presidente Dilma Rousseff precisa de um Eduardo Cunha no Itamaraty. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Dilma precisa um Eduardo Cunha no Itamaraty, diz leitorO editorial "Frágil Mercosul" (17/2) foi importante para alertar sobre a Argentina, que está deixando o Brasil para trás em negociações internacionais bilaterais. Sabemos que a presidente Dilma "odeia" as relações internacionais e vacila profundamente em dar orientações claras e seguras para o Itamaraty. Assim, no vácuo político, por culpa da presidente, o Mercosul vai se esgarçando, e o Brasil vai perdendo mercados potenciais. Não podemos ficar fora do comércio internacional por nossa culpa. Temos capacidade empresarial, tecnologia, logística e proatividade. A presidente Dilma Rousseff precisa de um Eduardo Cunha no Itamaraty. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Sem salário, jogador foge de Rondônia e diz que recebeu ameaça de morte
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Uma hora da madrugada de sábado, 27 de junho de 2015. Três carros deixam Vilhena, cidade de cerca de 90 mil habitantes, no Estado de Rondônia. Nos veículos, estão dez jogadores de futebol, duas mulheres, casadas com dois dos atletas, e dois moradores da cidade que auxiliam os forasteiros na viagem. O comboio parte para Pimenta Bueno, 186 km ao norte de Vilhena. O objetivo deles é fugir. O medo dos atletas era sofrer represálias pela desistência de entrar em campo pelo Vilhena. O time, hoje o principal de Rondônia e presente na Série D, disputaria o primeiro jogo da final do Rondoniense, contra o Genus, 20 horas depois do início da fuga dos jogadores —desfalcado, o Vilhena acabou perdendo o título estadual. O grupo parou de treinar e se negou a atuar na decisão estadual, devido ao atraso nos pagamentos de salários. Na semana da partida, os jogadores se sentiram ameaçados pelo presidente do Vilhena, José Carlos Dalanhol, cartola que, apesar de nascido no Paraná, é conhecido em Rondônia como o "Gaúcho do Milho". Entre as ameaças relatadas à Folha por Diego Vilela Menezes dos Santos, o Rai, estavam a de cortar a alimentação da casa onde moravam de 18 a 20 jogadores, colocar fogo no imóvel e até insinuações do cartola de que temia pela integridade física de quem fizesse greve, o que foi entendido por eles como ameaça de morte. "Fomos ameaçados porque falamos que só jogaríamos a final se recebêssemos um mês de atraso para cada jogo da decisão. Alguns atletas estavam sem salário havia quatro meses. Passamos a ter medo quando o presidente começou a monitorar nossos passos, sabia em qual restaurante comíamos. Disse que se fosse preciso, colocaria fogo na casa onde a maioria dos atletas dormia", disse Rai, o mais experiente do grupo que fugiu. Aos 30 anos, o volante jogou por dez anos na Portuguesa e teve passagens pelo Paraná e pelo futebol chinês. Desde fevereiro estava em Vilhena, acompanhado da mulher Larissa, a convite do técnico Márcio Bittencourt, ex-Corinthians. Um mês antes da fuga de parte do elenco, Bittencourt foi embora da cidade porque não recebia. Fuga A FUGA Para deixar a cidade, foi preciso ligar para São Paulo e pedir ajuda à Federação Nacional dos Atletas de Futebol. "Eles estavam em situação precária, sem higiene adequada", disse Rinaldo Martorelli, presidente da Fenapaf. A maior parte do grupo não tinha dinheiro. Rai era exceção por já ter outra atividade para administrar —trabalha com seguros de plano de saúde e é sócio de empresa de marketing esportivo. O sindicato comprou as passagens de ônibus saindo de Vilhena, dividindo o grupo em dois devido à disponibilidade de passagens aéreas para o deslocamento seguinte para as cidades dos atletas. Alguns iriam a Porto Velho e outros a Cuiabá. Mas o plano de fuga mudou com o receio de que algo acontecesse de sexta, 26, para sábado. Ficou decidido, por segurança, desistir de sair de Vilhena de ônibus e seguir nos carros de conhecidos locais até Pimenta Bueno. Lá trocaram as passagens de ônibus compradas pelo sindicato que, inicialmente, tinham Vilhena como origem. "Parecia cena de filme. Pararam os carros na porta de casa, colocamos as coisas e deixamos a cidade por medo. O caminho a Pimenta Bueno foi tenso. Tememos uma emboscada", disse Rai. A saga dele até São Paulo durou um dia e meio. Rai continua sem clube. Pouco antes desta entrevista, o jogador recebeu ligação de um dos mais jovens que escapou com ele (pediu para não divulgar o nome). "Conseguiu emprego, vai trabalhar em um bar na cidade que mora. Bem melhor que Vilhena", contou Rai. OUTRO LADO José Carlos Dalanhol admite dois erros: o atraso de salário, que segundo ele não chegava aos três meses, e não ter registrado a carteira de trabalho dos funcionários. "Mas nego qualquer ameaça ou falta de higiene. Os jogadores vivem em uma casa com piscina, TV a cabo, comida ótima. Eu estava vendendo minha caminhonete para pagar parte dos atrasados e até ajudar os meninos que queriam ir embora. Mas eles preferiram fugir", disse. Segundo ele, na semana que antecedeu ao primeiro jogo da final do Rondoniense, ele orientou alguns jogadores que evitassem sair à noite caso o time perdesse. "Tinha uns três lá, solteiros, que iam para a farra, e isso às vezes dava algum problema". Cada jogador tinha contrato de prestação de serviço com valor de R$ 800. O restante do salário daqueles que ganhavam mais (teto de R$ 5 mil) era pago por fora. "Eles terem abandonado o clube me trouxe problemas. Estou pensando em fechar o clube por cinco anos", disse. A pedido do sindicato dos jogadores, a CBF proibiu o Vilhena, por irregularidades, de fechar contrato de patrocínio e de contratar novos jogadores. "Não tenho elenco. Estou perdendo dinheiro. Vou processar os jogadores que foram embora e a CBF", disse.
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esporte
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Sem salário, jogador foge de Rondônia e diz que recebeu ameaça de morteUma hora da madrugada de sábado, 27 de junho de 2015. Três carros deixam Vilhena, cidade de cerca de 90 mil habitantes, no Estado de Rondônia. Nos veículos, estão dez jogadores de futebol, duas mulheres, casadas com dois dos atletas, e dois moradores da cidade que auxiliam os forasteiros na viagem. O comboio parte para Pimenta Bueno, 186 km ao norte de Vilhena. O objetivo deles é fugir. O medo dos atletas era sofrer represálias pela desistência de entrar em campo pelo Vilhena. O time, hoje o principal de Rondônia e presente na Série D, disputaria o primeiro jogo da final do Rondoniense, contra o Genus, 20 horas depois do início da fuga dos jogadores —desfalcado, o Vilhena acabou perdendo o título estadual. O grupo parou de treinar e se negou a atuar na decisão estadual, devido ao atraso nos pagamentos de salários. Na semana da partida, os jogadores se sentiram ameaçados pelo presidente do Vilhena, José Carlos Dalanhol, cartola que, apesar de nascido no Paraná, é conhecido em Rondônia como o "Gaúcho do Milho". Entre as ameaças relatadas à Folha por Diego Vilela Menezes dos Santos, o Rai, estavam a de cortar a alimentação da casa onde moravam de 18 a 20 jogadores, colocar fogo no imóvel e até insinuações do cartola de que temia pela integridade física de quem fizesse greve, o que foi entendido por eles como ameaça de morte. "Fomos ameaçados porque falamos que só jogaríamos a final se recebêssemos um mês de atraso para cada jogo da decisão. Alguns atletas estavam sem salário havia quatro meses. Passamos a ter medo quando o presidente começou a monitorar nossos passos, sabia em qual restaurante comíamos. Disse que se fosse preciso, colocaria fogo na casa onde a maioria dos atletas dormia", disse Rai, o mais experiente do grupo que fugiu. Aos 30 anos, o volante jogou por dez anos na Portuguesa e teve passagens pelo Paraná e pelo futebol chinês. Desde fevereiro estava em Vilhena, acompanhado da mulher Larissa, a convite do técnico Márcio Bittencourt, ex-Corinthians. Um mês antes da fuga de parte do elenco, Bittencourt foi embora da cidade porque não recebia. Fuga A FUGA Para deixar a cidade, foi preciso ligar para São Paulo e pedir ajuda à Federação Nacional dos Atletas de Futebol. "Eles estavam em situação precária, sem higiene adequada", disse Rinaldo Martorelli, presidente da Fenapaf. A maior parte do grupo não tinha dinheiro. Rai era exceção por já ter outra atividade para administrar —trabalha com seguros de plano de saúde e é sócio de empresa de marketing esportivo. O sindicato comprou as passagens de ônibus saindo de Vilhena, dividindo o grupo em dois devido à disponibilidade de passagens aéreas para o deslocamento seguinte para as cidades dos atletas. Alguns iriam a Porto Velho e outros a Cuiabá. Mas o plano de fuga mudou com o receio de que algo acontecesse de sexta, 26, para sábado. Ficou decidido, por segurança, desistir de sair de Vilhena de ônibus e seguir nos carros de conhecidos locais até Pimenta Bueno. Lá trocaram as passagens de ônibus compradas pelo sindicato que, inicialmente, tinham Vilhena como origem. "Parecia cena de filme. Pararam os carros na porta de casa, colocamos as coisas e deixamos a cidade por medo. O caminho a Pimenta Bueno foi tenso. Tememos uma emboscada", disse Rai. A saga dele até São Paulo durou um dia e meio. Rai continua sem clube. Pouco antes desta entrevista, o jogador recebeu ligação de um dos mais jovens que escapou com ele (pediu para não divulgar o nome). "Conseguiu emprego, vai trabalhar em um bar na cidade que mora. Bem melhor que Vilhena", contou Rai. OUTRO LADO José Carlos Dalanhol admite dois erros: o atraso de salário, que segundo ele não chegava aos três meses, e não ter registrado a carteira de trabalho dos funcionários. "Mas nego qualquer ameaça ou falta de higiene. Os jogadores vivem em uma casa com piscina, TV a cabo, comida ótima. Eu estava vendendo minha caminhonete para pagar parte dos atrasados e até ajudar os meninos que queriam ir embora. Mas eles preferiram fugir", disse. Segundo ele, na semana que antecedeu ao primeiro jogo da final do Rondoniense, ele orientou alguns jogadores que evitassem sair à noite caso o time perdesse. "Tinha uns três lá, solteiros, que iam para a farra, e isso às vezes dava algum problema". Cada jogador tinha contrato de prestação de serviço com valor de R$ 800. O restante do salário daqueles que ganhavam mais (teto de R$ 5 mil) era pago por fora. "Eles terem abandonado o clube me trouxe problemas. Estou pensando em fechar o clube por cinco anos", disse. A pedido do sindicato dos jogadores, a CBF proibiu o Vilhena, por irregularidades, de fechar contrato de patrocínio e de contratar novos jogadores. "Não tenho elenco. Estou perdendo dinheiro. Vou processar os jogadores que foram embora e a CBF", disse.
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Mauricio de Sousa lança autobiografia com a gênese de seus 500 personagens
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Aos 81, Mauricio de Sousa é um pai superlativo: seus filhos de carne e osso são dez (um deles morreu), de quatro mulheres diferentes. Os do papel já chegam a 500 e é praticamente certo que você, assim como qualquer brasileiro, conheça um bom punhado deles pelas revistinhas da Turma da Mônica. Boa parte desse enredo (os filhos, as mulheres, as personagens) está sendo contada na autobiografia "A História que Não Está no Gibi", livro divertido, direto e bem escrito –o texto e a reportagem adicional são do jornalista Luís Colombini, em cima de depoimentos semanais de Mauricio, por cerca de um ano. Falando em superlativo, tanto o livro quanto essa reportagem poderiam seguir parágrafos sem fim desfiando os números de Mauricio de Sousa e seus estúdios, como o de revistas já publicadas (1 bilhão), visualizações de desenhos no YouTube (2,2 bilhões) ou produtos licenciados (3.000). Melhor ir logo ao que interessa: as histórias que não estão no gibi. Mauricio passou a maior parte da infância e juventude em Mogi das Cruzes, a 57 km do centro de São Paulo. Seu pai, Antonio, era uma figura: tinha uma barbearia com gráfica subversiva nos fundos (jornais "A Vespa" e "A Caveira"), devidamente destruída pelas autoridades do Estado Novo em 1940. (Alguns anos mais tarde, o seu Antonio daria apelidos a dois meninos que brincavam ali na rua: Cascão e Cebolinha, conhecidos assim até hoje lá em Mogi.) Mauricio viu quadrinhos pela primeira vez numa lata de lixo em um posto de gasolina. Joca Marvel. Super-Coelho. O menino gamou. Passou anos colecionando, aprendendo. Aos 19, bateu na redação da "Folha da Manhã" (que se tornaria a Folha) querendo ser ilustrador. Não conseguiu, mas ganhou a vaga de redator e, meses depois, a de repórter policial. Exercendo a profissão com garbo, de sobretudo e chapéu (vide foto no livro), conheceu a primeira mulher na delegacia: uma fotógrafa suspeita de sequestrar uma criança numa festa infantil (vá lá, a polícia convocou todas as fotógrafas de festas infantis da cidade). Como Marilene Spada não era a tal, não foi presa, o amor prosseguiu e puderam se casar, gerando em escadinha Mariângela (que mais tarde inspiraria a personagem Maria Cebolinha), Mônica (ela mesma) e Magali (você também sabe quem). Em 1959, Mauricio publicou sua primeira tira, já com Franjinha e Bidu, na extinta "Folha da Tarde". Logo se tornaria um sucesso, com as tiras sendo republicadas em mais de cem jornais do país. "Gostei tanto de fazer esse livro que já penso em fazer o segundo e até o terceiro. Ficou muita coisa de fora", conta ele. Mesmo com muitos cortes, a obra surpreende em alguns momentos pela franqueza. Um dos capítulos, por exemplo, descreve em detalhes o sequestro de seu caçula em 2008. Além disso, é curto e grosso: "Nascido em 1998, [o caçula] é fruto do relacionamento com uma ex-funcionária, Marinalva Pereira, que me custou uma crise no casamento com Alice". Os leitores agradecem. E O LOUCO? Não está lá, entretanto, algo que Mauricio revelou sobre o personagem Louco na entrevista que deu à Folha. É algo muito estranho para os leitores da Turma da Mônica, sombrio até: "O Louco? Só Cebolinha vê o Louco. Será ilusão do Cebolinha?! Veja, um passante pode interagir com o Louco, mas pode ser outra ilusão. Na turminha, só o Cebolinha o vê. Talvez o Louco não exista. Talvez o Cebolinha tenha algum problema. E sabe o que é o pior? Não foi de propósito. Percebi recentemente que isso sempre aconteceu." * MAURICIO - A HISTÓRIA QUE NÃO ESTÁ NO GIBI AUTOR Mauricio de Sousa, em depoimento a Luís Colombini EDITORA Primeira Pessoa (Sextante) QUANTO R$ 49,90 (336 págs.); R$ 29,99 (e-book)
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ilustrada
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Mauricio de Sousa lança autobiografia com a gênese de seus 500 personagensAos 81, Mauricio de Sousa é um pai superlativo: seus filhos de carne e osso são dez (um deles morreu), de quatro mulheres diferentes. Os do papel já chegam a 500 e é praticamente certo que você, assim como qualquer brasileiro, conheça um bom punhado deles pelas revistinhas da Turma da Mônica. Boa parte desse enredo (os filhos, as mulheres, as personagens) está sendo contada na autobiografia "A História que Não Está no Gibi", livro divertido, direto e bem escrito –o texto e a reportagem adicional são do jornalista Luís Colombini, em cima de depoimentos semanais de Mauricio, por cerca de um ano. Falando em superlativo, tanto o livro quanto essa reportagem poderiam seguir parágrafos sem fim desfiando os números de Mauricio de Sousa e seus estúdios, como o de revistas já publicadas (1 bilhão), visualizações de desenhos no YouTube (2,2 bilhões) ou produtos licenciados (3.000). Melhor ir logo ao que interessa: as histórias que não estão no gibi. Mauricio passou a maior parte da infância e juventude em Mogi das Cruzes, a 57 km do centro de São Paulo. Seu pai, Antonio, era uma figura: tinha uma barbearia com gráfica subversiva nos fundos (jornais "A Vespa" e "A Caveira"), devidamente destruída pelas autoridades do Estado Novo em 1940. (Alguns anos mais tarde, o seu Antonio daria apelidos a dois meninos que brincavam ali na rua: Cascão e Cebolinha, conhecidos assim até hoje lá em Mogi.) Mauricio viu quadrinhos pela primeira vez numa lata de lixo em um posto de gasolina. Joca Marvel. Super-Coelho. O menino gamou. Passou anos colecionando, aprendendo. Aos 19, bateu na redação da "Folha da Manhã" (que se tornaria a Folha) querendo ser ilustrador. Não conseguiu, mas ganhou a vaga de redator e, meses depois, a de repórter policial. Exercendo a profissão com garbo, de sobretudo e chapéu (vide foto no livro), conheceu a primeira mulher na delegacia: uma fotógrafa suspeita de sequestrar uma criança numa festa infantil (vá lá, a polícia convocou todas as fotógrafas de festas infantis da cidade). Como Marilene Spada não era a tal, não foi presa, o amor prosseguiu e puderam se casar, gerando em escadinha Mariângela (que mais tarde inspiraria a personagem Maria Cebolinha), Mônica (ela mesma) e Magali (você também sabe quem). Em 1959, Mauricio publicou sua primeira tira, já com Franjinha e Bidu, na extinta "Folha da Tarde". Logo se tornaria um sucesso, com as tiras sendo republicadas em mais de cem jornais do país. "Gostei tanto de fazer esse livro que já penso em fazer o segundo e até o terceiro. Ficou muita coisa de fora", conta ele. Mesmo com muitos cortes, a obra surpreende em alguns momentos pela franqueza. Um dos capítulos, por exemplo, descreve em detalhes o sequestro de seu caçula em 2008. Além disso, é curto e grosso: "Nascido em 1998, [o caçula] é fruto do relacionamento com uma ex-funcionária, Marinalva Pereira, que me custou uma crise no casamento com Alice". Os leitores agradecem. E O LOUCO? Não está lá, entretanto, algo que Mauricio revelou sobre o personagem Louco na entrevista que deu à Folha. É algo muito estranho para os leitores da Turma da Mônica, sombrio até: "O Louco? Só Cebolinha vê o Louco. Será ilusão do Cebolinha?! Veja, um passante pode interagir com o Louco, mas pode ser outra ilusão. Na turminha, só o Cebolinha o vê. Talvez o Louco não exista. Talvez o Cebolinha tenha algum problema. E sabe o que é o pior? Não foi de propósito. Percebi recentemente que isso sempre aconteceu." * MAURICIO - A HISTÓRIA QUE NÃO ESTÁ NO GIBI AUTOR Mauricio de Sousa, em depoimento a Luís Colombini EDITORA Primeira Pessoa (Sextante) QUANTO R$ 49,90 (336 págs.); R$ 29,99 (e-book)
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Carros 'ensinam' motoristas a ir menos ao posto de gasolina
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KARINA CRAVEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Desenvolver motores mais eficientes tem sido o principal foco das montadoras desde a implementação do Inovar-Auto, em 2012. O programa do governo federal estabelece metas de consumo vinculadas a benefícios fiscais: gaste menos combustível, pague menos imposto. Na prática, o consumidor passou a levar para a garagem modelos mais "verdes". Novas tecnologias o ajudam a economizar combustível. A administradora Rossi Manhães, 54, não sabia o que significava a seta que aparecia no painel de seu Fiat Mobi. Procurou no manual e achou um tópico sobre o indicador de troca de marchas. Esse mesmo sistema está presente nos populares Ford Ka, Volkswagen Up! e Renault Sandero, entre outros. "Passei a observar a hora certa de mudar as marchas e percebi que a gasolina rendia mais", diz a administradora. Para o assessor técnico da Fiat, Ricardo Dilser, a economia pode chegar aos 15%: "A diferença maior vai aparecer para o motorista que não se preocupava com a rotação do motor, que guiava mal". ANALISTA DE DADOS Que tal receber um resumo do que foi feito de certo ou de errado durante aquela ida à praia no fim de semana? O Renault Captur, utilitário esportivo exibido no Salão do Automóvel de São Paulo, traz um componente chamado "Driving Eco", que gera relatórios de viagem. O sistema, que diz ao condutor o que ele está fazendo de errado e o orienta a dirigir de forma mais econômica, é semelhante ao disponível no Fluence GT do engenheiro Marco Fontana, 24. No início, ele não deu muito valor aos sistemas de economia do sedã. "Eu achava que já dirigia de maneira eficiente", conta. Com o tempo, foi percebendo que podia melhorar. "As pessoas não acreditam que consigo médias de 10 km/l na cidade e 15 km/l na estrada em um carro 2.0 turbo a gasolina. Ajustei meu modo de condução ao carro, tornou-se algo automático", afirma o engenheiro. 'NÃO HÁ MILAGRE' Para o gerente de marketing de produto da Peugeot Sergio Davico, a evolução de componentes é infinita, mas o ser humano ainda é a ferramenta principal. "Só a tecnologia não faz milagre. Se o condutor pisar no acelerador até o fundo, mesmo que esteja a bordo do carro mais econômico do mundo, ele vai gastar muito. O carro tem de estar preparado para gastar pouco, mas o motorista deve estar consciente da necessidade de mudar a maneira como dirige", afirma Davico.
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sobretudo
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Carros 'ensinam' motoristas a ir menos ao posto de gasolina
KARINA CRAVEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Desenvolver motores mais eficientes tem sido o principal foco das montadoras desde a implementação do Inovar-Auto, em 2012. O programa do governo federal estabelece metas de consumo vinculadas a benefícios fiscais: gaste menos combustível, pague menos imposto. Na prática, o consumidor passou a levar para a garagem modelos mais "verdes". Novas tecnologias o ajudam a economizar combustível. A administradora Rossi Manhães, 54, não sabia o que significava a seta que aparecia no painel de seu Fiat Mobi. Procurou no manual e achou um tópico sobre o indicador de troca de marchas. Esse mesmo sistema está presente nos populares Ford Ka, Volkswagen Up! e Renault Sandero, entre outros. "Passei a observar a hora certa de mudar as marchas e percebi que a gasolina rendia mais", diz a administradora. Para o assessor técnico da Fiat, Ricardo Dilser, a economia pode chegar aos 15%: "A diferença maior vai aparecer para o motorista que não se preocupava com a rotação do motor, que guiava mal". ANALISTA DE DADOS Que tal receber um resumo do que foi feito de certo ou de errado durante aquela ida à praia no fim de semana? O Renault Captur, utilitário esportivo exibido no Salão do Automóvel de São Paulo, traz um componente chamado "Driving Eco", que gera relatórios de viagem. O sistema, que diz ao condutor o que ele está fazendo de errado e o orienta a dirigir de forma mais econômica, é semelhante ao disponível no Fluence GT do engenheiro Marco Fontana, 24. No início, ele não deu muito valor aos sistemas de economia do sedã. "Eu achava que já dirigia de maneira eficiente", conta. Com o tempo, foi percebendo que podia melhorar. "As pessoas não acreditam que consigo médias de 10 km/l na cidade e 15 km/l na estrada em um carro 2.0 turbo a gasolina. Ajustei meu modo de condução ao carro, tornou-se algo automático", afirma o engenheiro. 'NÃO HÁ MILAGRE' Para o gerente de marketing de produto da Peugeot Sergio Davico, a evolução de componentes é infinita, mas o ser humano ainda é a ferramenta principal. "Só a tecnologia não faz milagre. Se o condutor pisar no acelerador até o fundo, mesmo que esteja a bordo do carro mais econômico do mundo, ele vai gastar muito. O carro tem de estar preparado para gastar pouco, mas o motorista deve estar consciente da necessidade de mudar a maneira como dirige", afirma Davico.
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Governo cria medidas que estendem adesão ao Refis e ao Funrural
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O governo publicou a Medida Provisória que estende até 31 de outubro o prazo de adesão ao Refis —programa de refinanciamento de dívidas com o fisco. As inscrições se encerrariam nesta sexta-feira (29), mas o presidente Michel Temer e o Ministério da Fazenda decidiram conceder mais tempo aos devedores, uma vez que Câmara e Senado ainda não concluíram as votações que devem alterar as regras do programa. A extensão do período de inscrição é considerada necessária para adequar o programa às datas de inscrição que devem ser aprovadas pelo Congresso. A medida provisória que altera o prazo de adesão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União, nesta sexta-feira. Temer também editou uma MP que estende até 30 de novembro o prazo para adesão ao Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), cujo período de inscrição também terminaria nesta sexta-feira (29). O programa, também criado por Medida Provisória, reduziu a alíquota da contribuição e permitiu o parcelamento de dívidas em até 180 vezes com redução de multas e juros. O aumento do prazo de adesão aos Refis e ao Funrural ocorre por pressão de empresários e da bancada ruralista, no momento em que Temer enfrenta uma nova denúncia e pede apoio da base aliada para barrá-la. REFIS Depois de meses de negociações entre governo e parlamentares, a MP que criou o Refis teve o texto-base aprovado em votação simbólica na quarta-feira (27). Na próxima semana, ainda serão levadas ao plenário propostas de alterações do texto —os chamados destaques. Só depois disso, a medida provisória segue para análise do Senado. Para que não perca validade, o texto tem que ter a votação concluída até o próximo dia 11. Governo e parlamentares só chegaram a um acordo para a votação em plenário depois que o Palácio do Planalto aceitou conceder regras mais generosas aos devedores -como maiores descontos, menor pagamento de entrada e até permissão para que multas aplicadas a devedores sejam inscritas no programa. A equipe econômica apresentou resistência a essas mudanças, propostas pelo Congresso, mas a área política do governo acabou cedendo para evitar desgastes em sua base aliada às vésperas da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. O texto retira a trava à inscrição no Refis de multas decorrentes de fiscalização da Receita, as chamadas multas agravadas, que estavam vedadas na versão original da equipe econômica. O intuito era impedir que esses débitos fossem beneficiados por condições favoráveis de parcelamento, mas a exigência foi suprimida na negociação com parlamentares. A liberação tem também implicação jurídica. Quando uma empresa é multada por irregularidade (em percentuais que variam de 150% a 225%, a depender da gravidade do caso), passa a responder criminalmente pelo ato. Quando começa a pagar a dívida, a empresa tem o processo congelado e, se o passivo é quitado, o caso é extinto. As empresas com dívidas de até R$ 15 milhões também terão condições mais favoráveis no refinanciamento. Elas poderão usar para o pagamento créditos de prejuízo fiscal —restituições tributárias que muitas vezes se acumulam no balanço das empresas. Além disso, para dívidas até este teto, a entrada exigida para aderir ao parcelamento caiu de 7,5% (na proposta original do governo) para 5%. Os descontos nas multas, que na versão da equipe econômica eram de no máximo 50%, agora podem chegar a 70%, se o pagamento for feito à vista. Diante de tantas mudanças, o governo chegou a cogitar deixar caducar a medida provisória. Um dos argumentos da equipe econômica era de que a arrecadação até agosto se mostrava favorável e mais empresas haviam aderido segundo as regras anteriores.
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mercado
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Governo cria medidas que estendem adesão ao Refis e ao FunruralO governo publicou a Medida Provisória que estende até 31 de outubro o prazo de adesão ao Refis —programa de refinanciamento de dívidas com o fisco. As inscrições se encerrariam nesta sexta-feira (29), mas o presidente Michel Temer e o Ministério da Fazenda decidiram conceder mais tempo aos devedores, uma vez que Câmara e Senado ainda não concluíram as votações que devem alterar as regras do programa. A extensão do período de inscrição é considerada necessária para adequar o programa às datas de inscrição que devem ser aprovadas pelo Congresso. A medida provisória que altera o prazo de adesão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União, nesta sexta-feira. Temer também editou uma MP que estende até 30 de novembro o prazo para adesão ao Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), cujo período de inscrição também terminaria nesta sexta-feira (29). O programa, também criado por Medida Provisória, reduziu a alíquota da contribuição e permitiu o parcelamento de dívidas em até 180 vezes com redução de multas e juros. O aumento do prazo de adesão aos Refis e ao Funrural ocorre por pressão de empresários e da bancada ruralista, no momento em que Temer enfrenta uma nova denúncia e pede apoio da base aliada para barrá-la. REFIS Depois de meses de negociações entre governo e parlamentares, a MP que criou o Refis teve o texto-base aprovado em votação simbólica na quarta-feira (27). Na próxima semana, ainda serão levadas ao plenário propostas de alterações do texto —os chamados destaques. Só depois disso, a medida provisória segue para análise do Senado. Para que não perca validade, o texto tem que ter a votação concluída até o próximo dia 11. Governo e parlamentares só chegaram a um acordo para a votação em plenário depois que o Palácio do Planalto aceitou conceder regras mais generosas aos devedores -como maiores descontos, menor pagamento de entrada e até permissão para que multas aplicadas a devedores sejam inscritas no programa. A equipe econômica apresentou resistência a essas mudanças, propostas pelo Congresso, mas a área política do governo acabou cedendo para evitar desgastes em sua base aliada às vésperas da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. O texto retira a trava à inscrição no Refis de multas decorrentes de fiscalização da Receita, as chamadas multas agravadas, que estavam vedadas na versão original da equipe econômica. O intuito era impedir que esses débitos fossem beneficiados por condições favoráveis de parcelamento, mas a exigência foi suprimida na negociação com parlamentares. A liberação tem também implicação jurídica. Quando uma empresa é multada por irregularidade (em percentuais que variam de 150% a 225%, a depender da gravidade do caso), passa a responder criminalmente pelo ato. Quando começa a pagar a dívida, a empresa tem o processo congelado e, se o passivo é quitado, o caso é extinto. As empresas com dívidas de até R$ 15 milhões também terão condições mais favoráveis no refinanciamento. Elas poderão usar para o pagamento créditos de prejuízo fiscal —restituições tributárias que muitas vezes se acumulam no balanço das empresas. Além disso, para dívidas até este teto, a entrada exigida para aderir ao parcelamento caiu de 7,5% (na proposta original do governo) para 5%. Os descontos nas multas, que na versão da equipe econômica eram de no máximo 50%, agora podem chegar a 70%, se o pagamento for feito à vista. Diante de tantas mudanças, o governo chegou a cogitar deixar caducar a medida provisória. Um dos argumentos da equipe econômica era de que a arrecadação até agosto se mostrava favorável e mais empresas haviam aderido segundo as regras anteriores.
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Câmara anulou rito do impeachment, mas Senado ignorou; entenda tudo o que aconteceu nesta segunda
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O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), surpreendeu Brasília ao aceitar um recurso da Advocacia-Geral da União e anular a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara no dia 17 de abril, que levou o processo à sua próxima fase, no Senado. Com isso, o impeachment andaria várias casas para trás, já que teria que voltar à Câmara e ser votado novamente pelos deputados. Porém, enquanto governistas comemoravam e oposicionistas protestavam, o presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu ignorar a decisão de Maranhão e seguir normalmente com o rito de impeachment, que deve ser votado pelo Senado na próxima quarta-feira (11). O peemedebista, porém, afirmou que a pauta só será votada depois que o Senado decidir sobre a cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que chegou à Casa antes do processo de impedimento. Relembre e entenda tudo o que aconteceu nesta segunda-feira (9): * O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), surpreendeu Brasília ao aceitar um recurso da Advocacia-Geral da União para anular a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara no dia 17 de abril que levou o processo ao Senado. O parecer de Maranhão é baseado em quatro pontos: À Folha, a área técnica da Câmara, que não foi consultada pelo presidente interino, disse discordar de Maranhão. Apesar de antes ser considerado aliado de Eduardo Cunha, um dos principais artífices do impeachment, Maranhão votou contra o impedimento da presidente Dilma Rousseff. Antes de anunciar sua decisão, Maranhão se encontrou duas vezes com o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, autor do recurso acolhido. Neste domingo (8), ele também viajou a Brasília com o governador Flávio Dino (PC do B-MA), seu aliado e um dos principais correligionários de Dilma, que o teria aconselhado. Desde que votou contra o impeachment, o pepista, que dirige o diretório do partido no Maranhão, e seus aliados têm sofrido retaliações e perdido cargos por iniciativa do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do partido e favorável ao afastamento de Dilma. Nos últimos anos, Maranhão também se tornou adversário político do grupo político do ex-presidente José Sarney, cujo partido, o PMDB, apoia o impeachment e tem entre seus líderes o vice-presidente Michel Temer. A presidente recebeu a notícia durante um evento no Palácio do Planalto para anunciar a criação de universidades. Em meio a gritos da plateia de "Uh! É Maranhão" e "Fica querida!", a presidente pediu cautela. "Não sei as consequências, tenham cautela, porque vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", disse. "Temos que saber que temos pela frente uma disputa dura, cheia de dificuldades. Peço encarecidamente aos senhores parlamentares uma certa tranquilidade para lidar com isso", afirmou Dilma. Confiante de que a decisão de Maranhão seria anulada, Temer acertou com sua equipe nesta segunda-feira (9) o novo desenho da Esplanada dos Ministérios, que passará a ter pelo menos dez ministros a menos. DEM, PMDB, PSDB, Rede e outros partidos criticaram a decisão, caracterizando-a como "essencialmente política", "esdrúxula" e "irresponsável". Representantes do DEM anunciaram que recorreriam ao STF contra Maranhão. Tanto movimentos pró quanto contra Dilma marcaram atos por todo o país em reação à decisão de Maranhão. Enquanto os governistas comemoraram a notícia e defenderam o pepistas, manifestantes que defendem o impeachment protestaram e pediram sua cassação. Chamou a decisão de "absurda e irresponsável" e disse, se ele fosse o presidente da Câmara, o recurso da AGU não teria sido aceito. No geral, a imprensa no resto do mundo recebeu a notícia com surpresa, analisando que a novidade deve aumentar o caos da política brasileira. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou em plenário sua decisão de ignorar o ato do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular nesta segunda (9) o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Renan classificou de "brincadeira com a democracia" a decisão de Maranhão, irritando apoiadores de Dilma. O peemedebista, porém, ameaçou adiar a votação do impeachment caso o Senado não vote a cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido - MS), que é anterior ao impedimento. A tendência é que o assunto chegue ao STF. Oposicionistas devem pedir ao tribunal que anule o parecer do presidente da Câmara. Já Maranhão e aliados de Dilma podem recorrer ao Supremo para contestar a decisão de Renan Calheiros. Se esses últimos forem derrotados, a votação deve ocorrer na quarta-feira (11) ou depois, caso o Senado demore para votar a cassação de Delcídio.
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poder
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Câmara anulou rito do impeachment, mas Senado ignorou; entenda tudo o que aconteceu nesta segundaO presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), surpreendeu Brasília ao aceitar um recurso da Advocacia-Geral da União e anular a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara no dia 17 de abril, que levou o processo à sua próxima fase, no Senado. Com isso, o impeachment andaria várias casas para trás, já que teria que voltar à Câmara e ser votado novamente pelos deputados. Porém, enquanto governistas comemoravam e oposicionistas protestavam, o presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu ignorar a decisão de Maranhão e seguir normalmente com o rito de impeachment, que deve ser votado pelo Senado na próxima quarta-feira (11). O peemedebista, porém, afirmou que a pauta só será votada depois que o Senado decidir sobre a cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que chegou à Casa antes do processo de impedimento. Relembre e entenda tudo o que aconteceu nesta segunda-feira (9): * O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), surpreendeu Brasília ao aceitar um recurso da Advocacia-Geral da União para anular a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara no dia 17 de abril que levou o processo ao Senado. O parecer de Maranhão é baseado em quatro pontos: À Folha, a área técnica da Câmara, que não foi consultada pelo presidente interino, disse discordar de Maranhão. Apesar de antes ser considerado aliado de Eduardo Cunha, um dos principais artífices do impeachment, Maranhão votou contra o impedimento da presidente Dilma Rousseff. Antes de anunciar sua decisão, Maranhão se encontrou duas vezes com o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, autor do recurso acolhido. Neste domingo (8), ele também viajou a Brasília com o governador Flávio Dino (PC do B-MA), seu aliado e um dos principais correligionários de Dilma, que o teria aconselhado. Desde que votou contra o impeachment, o pepista, que dirige o diretório do partido no Maranhão, e seus aliados têm sofrido retaliações e perdido cargos por iniciativa do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do partido e favorável ao afastamento de Dilma. Nos últimos anos, Maranhão também se tornou adversário político do grupo político do ex-presidente José Sarney, cujo partido, o PMDB, apoia o impeachment e tem entre seus líderes o vice-presidente Michel Temer. A presidente recebeu a notícia durante um evento no Palácio do Planalto para anunciar a criação de universidades. Em meio a gritos da plateia de "Uh! É Maranhão" e "Fica querida!", a presidente pediu cautela. "Não sei as consequências, tenham cautela, porque vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", disse. "Temos que saber que temos pela frente uma disputa dura, cheia de dificuldades. Peço encarecidamente aos senhores parlamentares uma certa tranquilidade para lidar com isso", afirmou Dilma. Confiante de que a decisão de Maranhão seria anulada, Temer acertou com sua equipe nesta segunda-feira (9) o novo desenho da Esplanada dos Ministérios, que passará a ter pelo menos dez ministros a menos. DEM, PMDB, PSDB, Rede e outros partidos criticaram a decisão, caracterizando-a como "essencialmente política", "esdrúxula" e "irresponsável". Representantes do DEM anunciaram que recorreriam ao STF contra Maranhão. Tanto movimentos pró quanto contra Dilma marcaram atos por todo o país em reação à decisão de Maranhão. Enquanto os governistas comemoraram a notícia e defenderam o pepistas, manifestantes que defendem o impeachment protestaram e pediram sua cassação. Chamou a decisão de "absurda e irresponsável" e disse, se ele fosse o presidente da Câmara, o recurso da AGU não teria sido aceito. No geral, a imprensa no resto do mundo recebeu a notícia com surpresa, analisando que a novidade deve aumentar o caos da política brasileira. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou em plenário sua decisão de ignorar o ato do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular nesta segunda (9) o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Renan classificou de "brincadeira com a democracia" a decisão de Maranhão, irritando apoiadores de Dilma. O peemedebista, porém, ameaçou adiar a votação do impeachment caso o Senado não vote a cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido - MS), que é anterior ao impedimento. A tendência é que o assunto chegue ao STF. Oposicionistas devem pedir ao tribunal que anule o parecer do presidente da Câmara. Já Maranhão e aliados de Dilma podem recorrer ao Supremo para contestar a decisão de Renan Calheiros. Se esses últimos forem derrotados, a votação deve ocorrer na quarta-feira (11) ou depois, caso o Senado demore para votar a cassação de Delcídio.
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Animadora faz festas de crianças da elite de SP há mais de 40 anos
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Dia das Crianças é dia de trabalho para Maria Inocência Garcia de Figueiredo, 72, a Caramelo: há mais de quatro décadas, ela anima crianças em festas infantis, em especial da elite paulistana. Nesta segunda-feira (12), por exemplo, sua tarefa era animar uma festa contratada por uma avó para os netos e seus amigos. A especialidade de Caramelo é contar histórias clássicas em formato de teatrinho, com fantoches. Os personagens variam conforme a época; hoje, entre os prediletos, estão Peppa e Galinha Pintadinha. O hábito do teatrinho começou em casa, antes dos dez anos. Mais tarde, ela virou professora de música em Mococa (interior de São Paulo) e passou a fazer apresentações informais a filhos de amigos. Um falou para o outro, e a coisa ficou séria. Surgiu então Caramelo, que, no início, se vestia de palhaça; hoje, não usa mais fantasia. Após se casar, formou dupla com o marido, Tio Penáceo, desfeita três anos depois, quando o casal se separou. Obrigada a cuidar sozinha dos dois filhos pequenos, Caramelo passou a trabalhar mais, em escolas ou festas de conhecidos. Logo caiu no gosto de famosos: já fez festinhas de aniversário para os netos de Lima Duarte e de Paulo Maluf, para um dos filhos do ex-jogador Ronaldo, para os rebentos de Rodrigo Faro e da família Safra, entre outros. O show custa R$ 1.180 e dura cerca de uma hora. "Mas, quando as pessoas ligam e percebo que não conseguem pagar, não deixo de fazer de maneira alguma a festa", garante. "Faço desconto, divido em cinco, seis vezes." A paixão da mãe pela profissão era tanta que inspirou a filha, Stella, 35, a segui-la. Iniciou perto dos 18 anos, como a fada Estrelinha, para cobrir os dias em que a mãe não podia ir. "Hoje é o contrário: as pessoas pedem a Estrelinha e, quando ela não pode, vai a Caramelo", diz a mãe. A filha diz que a mãe é uma "encantadora de crianças". Por semana, a dupla faz de dez a 12 shows —na semana passada, houve eventos em quase todos os dias.
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cotidiano
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Animadora faz festas de crianças da elite de SP há mais de 40 anosDia das Crianças é dia de trabalho para Maria Inocência Garcia de Figueiredo, 72, a Caramelo: há mais de quatro décadas, ela anima crianças em festas infantis, em especial da elite paulistana. Nesta segunda-feira (12), por exemplo, sua tarefa era animar uma festa contratada por uma avó para os netos e seus amigos. A especialidade de Caramelo é contar histórias clássicas em formato de teatrinho, com fantoches. Os personagens variam conforme a época; hoje, entre os prediletos, estão Peppa e Galinha Pintadinha. O hábito do teatrinho começou em casa, antes dos dez anos. Mais tarde, ela virou professora de música em Mococa (interior de São Paulo) e passou a fazer apresentações informais a filhos de amigos. Um falou para o outro, e a coisa ficou séria. Surgiu então Caramelo, que, no início, se vestia de palhaça; hoje, não usa mais fantasia. Após se casar, formou dupla com o marido, Tio Penáceo, desfeita três anos depois, quando o casal se separou. Obrigada a cuidar sozinha dos dois filhos pequenos, Caramelo passou a trabalhar mais, em escolas ou festas de conhecidos. Logo caiu no gosto de famosos: já fez festinhas de aniversário para os netos de Lima Duarte e de Paulo Maluf, para um dos filhos do ex-jogador Ronaldo, para os rebentos de Rodrigo Faro e da família Safra, entre outros. O show custa R$ 1.180 e dura cerca de uma hora. "Mas, quando as pessoas ligam e percebo que não conseguem pagar, não deixo de fazer de maneira alguma a festa", garante. "Faço desconto, divido em cinco, seis vezes." A paixão da mãe pela profissão era tanta que inspirou a filha, Stella, 35, a segui-la. Iniciou perto dos 18 anos, como a fada Estrelinha, para cobrir os dias em que a mãe não podia ir. "Hoje é o contrário: as pessoas pedem a Estrelinha e, quando ela não pode, vai a Caramelo", diz a mãe. A filha diz que a mãe é uma "encantadora de crianças". Por semana, a dupla faz de dez a 12 shows —na semana passada, houve eventos em quase todos os dias.
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Hizbullah expande sua influência no Oriente Médio
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Enquanto os governos de Iraque e Síria lamentavam na semana passada suas amargas derrotas diante do Estado Islâmico (EI), com a perda das cidades de Ramadi e Palmira, a milícia libanesa Hizbullah comemorava uma de suas vitórias recentes mais estratégicas: a tomada das montanhas de Qalamun. Os avanços dessa organização xiita dominaram a imprensa e o debate no país, e rivais questionam a decisão de expandir o envolvimento libanês no conflito civil sírio. A conquista das montanhas sírias após embates durante o mês é, também, indício da crescente influência regional do Hizbullah –que surgiu, em 1982, apresentando-se como movimento de resistência à presença israelense em território libanês. Com o apoio do Exército sírio, o Hizbullah expulsou de Qalamun a facção radical Jabhat al-Nusra, aliada à Al Qaeda, e fincou em 13 de maio sua bandeira em Tallat Mussa, o ponto mais alto da região –que está dentro da Síria, entre Damasco e o norte do Líbano. A presença ali será essencial para garantir a superioridade militar em um vasto território, devido à altitude privilegiada. Recentemente, militantes da facção Jabhat al-Nusra vinham lançando ataques contra território libanês a partir de Qalamun. Mas a decisão de prolongar seu envolvimento no conflito sírio pode ferir o próprio Hizbullah, com a chance de que os rebeldes expulsos das montanhas se reagrupem na fronteira libanesa e voltem a atacar o país ou revidem contra sua capital. Na semana passada, diversos opositores, como o ex-premiê Saad Hariri, foram a público criticar os avanços militares do Hizbullah, que é hoje uma das principais forças políticas desse país. "O Líbano vai pagar a conta", diz em entrevista à Folha, em Beirute, Fadi Ahmar, professor da Universidade Saint-Esprit de Kaslik. Ahmar enxerga dois objetivos na expansão do Hizbullah em Qalamun. O primeiro é estratégico, não só pela posição geográfica das montanhas, mas por estarem próximas à região de Baalbek, uma das bases da milícia. Politicamente, o auxílio do Hizbullah ao Exército sírio é visto como um imperativo ali: essa organização, apoiada pelo Irã, é membro do eixo que conecta Teerã, Damasco e Beirute. A estrada entre Damasco e Homs, uma das principais cidades sírias, passa pela região de Qalamun. Assim, a vitória do Hizbullah será de grande auxílio ao regime de Assad, principalmente em um mês de seguidas derrotas nas mãos do EI. Um dos principais conselheiros do líder supremo iraniano Ali Khamenei, em visita ao Líbano, elogiou na semana passada a "coragem" da "resistência libanesa". Segundo relatos, há também influência da organização libanesa no Iêmen, com apoio à milícia xiita houthi. TERRENO Segundo especialistas, o Hizbullah está envolvido no conflito sírio desde seu início, em 2011. Mas a data-chave para essa participação se tornar pública foi a batalha de Qusayr, em 2013, em que a milícia xiita enviou seus guerreiros à Síria e ajudou o Exército de Assad a retomar essa importante posição. O processo foi complicado, porque o Hizbullah formou-se militarmente em um terreno distinto, na fronteira sul. Mas os constantes embates dos últimos meses, além de superioridade de armas, garantiram, por exemplo, a recente vitória em Qalamun. "A estratégia é consistente com as ações deles nos últimos anos", diz Rami Khoury, da Universidade Americana de Beirute. "É dramático. Nós não sabemos qual será o resultado, mas é uma questão importante tanto para o Irã quanto para a Síria." O avanço do Hizbullah também preocupa o governo israelense, que vê nessa milícia xiita um de seus inimigos mais letais. O último longo embate entre ambos foi em 2006, mas no início desse ano a troca de hostilidades colocou a região em alerta.
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mundo
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Hizbullah expande sua influência no Oriente MédioEnquanto os governos de Iraque e Síria lamentavam na semana passada suas amargas derrotas diante do Estado Islâmico (EI), com a perda das cidades de Ramadi e Palmira, a milícia libanesa Hizbullah comemorava uma de suas vitórias recentes mais estratégicas: a tomada das montanhas de Qalamun. Os avanços dessa organização xiita dominaram a imprensa e o debate no país, e rivais questionam a decisão de expandir o envolvimento libanês no conflito civil sírio. A conquista das montanhas sírias após embates durante o mês é, também, indício da crescente influência regional do Hizbullah –que surgiu, em 1982, apresentando-se como movimento de resistência à presença israelense em território libanês. Com o apoio do Exército sírio, o Hizbullah expulsou de Qalamun a facção radical Jabhat al-Nusra, aliada à Al Qaeda, e fincou em 13 de maio sua bandeira em Tallat Mussa, o ponto mais alto da região –que está dentro da Síria, entre Damasco e o norte do Líbano. A presença ali será essencial para garantir a superioridade militar em um vasto território, devido à altitude privilegiada. Recentemente, militantes da facção Jabhat al-Nusra vinham lançando ataques contra território libanês a partir de Qalamun. Mas a decisão de prolongar seu envolvimento no conflito sírio pode ferir o próprio Hizbullah, com a chance de que os rebeldes expulsos das montanhas se reagrupem na fronteira libanesa e voltem a atacar o país ou revidem contra sua capital. Na semana passada, diversos opositores, como o ex-premiê Saad Hariri, foram a público criticar os avanços militares do Hizbullah, que é hoje uma das principais forças políticas desse país. "O Líbano vai pagar a conta", diz em entrevista à Folha, em Beirute, Fadi Ahmar, professor da Universidade Saint-Esprit de Kaslik. Ahmar enxerga dois objetivos na expansão do Hizbullah em Qalamun. O primeiro é estratégico, não só pela posição geográfica das montanhas, mas por estarem próximas à região de Baalbek, uma das bases da milícia. Politicamente, o auxílio do Hizbullah ao Exército sírio é visto como um imperativo ali: essa organização, apoiada pelo Irã, é membro do eixo que conecta Teerã, Damasco e Beirute. A estrada entre Damasco e Homs, uma das principais cidades sírias, passa pela região de Qalamun. Assim, a vitória do Hizbullah será de grande auxílio ao regime de Assad, principalmente em um mês de seguidas derrotas nas mãos do EI. Um dos principais conselheiros do líder supremo iraniano Ali Khamenei, em visita ao Líbano, elogiou na semana passada a "coragem" da "resistência libanesa". Segundo relatos, há também influência da organização libanesa no Iêmen, com apoio à milícia xiita houthi. TERRENO Segundo especialistas, o Hizbullah está envolvido no conflito sírio desde seu início, em 2011. Mas a data-chave para essa participação se tornar pública foi a batalha de Qusayr, em 2013, em que a milícia xiita enviou seus guerreiros à Síria e ajudou o Exército de Assad a retomar essa importante posição. O processo foi complicado, porque o Hizbullah formou-se militarmente em um terreno distinto, na fronteira sul. Mas os constantes embates dos últimos meses, além de superioridade de armas, garantiram, por exemplo, a recente vitória em Qalamun. "A estratégia é consistente com as ações deles nos últimos anos", diz Rami Khoury, da Universidade Americana de Beirute. "É dramático. Nós não sabemos qual será o resultado, mas é uma questão importante tanto para o Irã quanto para a Síria." O avanço do Hizbullah também preocupa o governo israelense, que vê nessa milícia xiita um de seus inimigos mais letais. O último longo embate entre ambos foi em 2006, mas no início desse ano a troca de hostilidades colocou a região em alerta.
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Após corrente na internet, mulheres ajudam a expor lado B da maternidade
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"Amo meu filho, mas odeio ser mãe." Foi assim que a carioca Juliana Reis, 25, rejeitou o "Desafio da Maternidade", uma corrente lançada nas redes sociais que "desafiava" mães a publicarem fotos que mostrassem como é feliz a mulher que tem filhos. Em vez disso, postou fotos amamentando, com ar exausto, seu filho, Vicente, hoje com dois meses. Falou das dificuldades do início da vida materna –dor nos seios, cansaço- e lançou outro desafio: "Postem fotos de desconforto com a maternidade e relatem seus maiores medos ou suas piores experiências para que mais mulheres saibam da realidade que passamos", propôs. O post teve 114 mil curtidas e recebeu críticas, mas também mensagens de apoio e desabafo. Em seguida, o perfil dela no Facebook foi denunciado e bloqueado -e reativado 12 horas depois. O bloqueio fez sua história ganhar visibilidade, e outras mães se manifestaram na esteira do desafio real. O espectro de realidades expostas foi de reclamações sobre falta de tempo a relatos de depressão pós-parto, passando pela chamada "baby blues" –tristeza que dura de quatro dias a duas semanas e que afeta cerca de 50% das mulheres. A catarinense Natália Pinheiro, 25, foi uma das que se manifestaram a favor de Juliana. Feminista, diz achar importante questionar a romantização do instinto materno pois, para ela, ele coloca excessiva responsabilidade pela criação sobre a mãe. "Se acho que sou feita para aquilo, sinto que a responsabilidade é mais minha." TRÉPLICA A campanha em prol da "maternidade real" gerou, por sua vez, reações contrárias. Algumas mães disseram que o sofrimento faz parte e que, quem não o aguenta, não deveria ter filhos. Outras afirmaram que o desafio original era apenas uma brincadeira que havia sido levada a sério demais. Foi o caso de Mayara Dias, 25. "Eu aceitei o desafio e faria de novo. Gosto de ser mãe. Já passei por essa fase difícil do início da vida do bebê. Temos que falar dela também, mas sei que passa. Os prazeres que vêm depois compensam", afirma ela, que é mãe de dois. Joel Rennó Jr., diretor do programa de saúde mental da mulher do Instituto de Psiquiatria da USP, diz que a tristeza e a depressão após o parto têm causas diversas, de genética a sociais. Segundo ele, algumas mulheres são mais sensíveis à queda hormonal que acontece depois do parto. "Colocar um padrão único para esse período acaba gerando mais prejuízo do que benefício. Você cria a ditadura da felicidade. Gera a possibilidade de preconceito contra mães que não se sentem alegres, inicialmente, no período do pós-parto." Rennó Jr. diz que a excessiva romantização da maternidade pode contribuir para a subnotificação de casos de transtornos psicológicos no período pós-parto. "Mulheres de todos os níveis socioeconômicos procuram tratamento tarde porque não são aceitas pela sociedade ou pela família. Sofrem caladas, têm medo de serem crucificadas. Há pessoas que poderiam ter tido outro destino se tivessem sido encorajadas a procurar ajuda." Ele pondera, no entanto, que não se pode exagerar o sofrimento. "O importante é não dramatizar nem ignorar. Não se pode colocar a questão como se todas as mães que passam por dificuldades fossem ter quadros de depressão."
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cotidiano
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Após corrente na internet, mulheres ajudam a expor lado B da maternidade"Amo meu filho, mas odeio ser mãe." Foi assim que a carioca Juliana Reis, 25, rejeitou o "Desafio da Maternidade", uma corrente lançada nas redes sociais que "desafiava" mães a publicarem fotos que mostrassem como é feliz a mulher que tem filhos. Em vez disso, postou fotos amamentando, com ar exausto, seu filho, Vicente, hoje com dois meses. Falou das dificuldades do início da vida materna –dor nos seios, cansaço- e lançou outro desafio: "Postem fotos de desconforto com a maternidade e relatem seus maiores medos ou suas piores experiências para que mais mulheres saibam da realidade que passamos", propôs. O post teve 114 mil curtidas e recebeu críticas, mas também mensagens de apoio e desabafo. Em seguida, o perfil dela no Facebook foi denunciado e bloqueado -e reativado 12 horas depois. O bloqueio fez sua história ganhar visibilidade, e outras mães se manifestaram na esteira do desafio real. O espectro de realidades expostas foi de reclamações sobre falta de tempo a relatos de depressão pós-parto, passando pela chamada "baby blues" –tristeza que dura de quatro dias a duas semanas e que afeta cerca de 50% das mulheres. A catarinense Natália Pinheiro, 25, foi uma das que se manifestaram a favor de Juliana. Feminista, diz achar importante questionar a romantização do instinto materno pois, para ela, ele coloca excessiva responsabilidade pela criação sobre a mãe. "Se acho que sou feita para aquilo, sinto que a responsabilidade é mais minha." TRÉPLICA A campanha em prol da "maternidade real" gerou, por sua vez, reações contrárias. Algumas mães disseram que o sofrimento faz parte e que, quem não o aguenta, não deveria ter filhos. Outras afirmaram que o desafio original era apenas uma brincadeira que havia sido levada a sério demais. Foi o caso de Mayara Dias, 25. "Eu aceitei o desafio e faria de novo. Gosto de ser mãe. Já passei por essa fase difícil do início da vida do bebê. Temos que falar dela também, mas sei que passa. Os prazeres que vêm depois compensam", afirma ela, que é mãe de dois. Joel Rennó Jr., diretor do programa de saúde mental da mulher do Instituto de Psiquiatria da USP, diz que a tristeza e a depressão após o parto têm causas diversas, de genética a sociais. Segundo ele, algumas mulheres são mais sensíveis à queda hormonal que acontece depois do parto. "Colocar um padrão único para esse período acaba gerando mais prejuízo do que benefício. Você cria a ditadura da felicidade. Gera a possibilidade de preconceito contra mães que não se sentem alegres, inicialmente, no período do pós-parto." Rennó Jr. diz que a excessiva romantização da maternidade pode contribuir para a subnotificação de casos de transtornos psicológicos no período pós-parto. "Mulheres de todos os níveis socioeconômicos procuram tratamento tarde porque não são aceitas pela sociedade ou pela família. Sofrem caladas, têm medo de serem crucificadas. Há pessoas que poderiam ter tido outro destino se tivessem sido encorajadas a procurar ajuda." Ele pondera, no entanto, que não se pode exagerar o sofrimento. "O importante é não dramatizar nem ignorar. Não se pode colocar a questão como se todas as mães que passam por dificuldades fossem ter quadros de depressão."
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Músicas inéditas das Spice Girls vazam na internet
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Os anos 1990 estão de volta – ao menos, para os fãs saudosos das Spice Girls. Quatro canções inéditas do grupo pop britânico vazaram na internet nesta semana. A origem dos arquivos ainda é desconhecida. A Day In Your Life If It's Lovin' On Your Mind, Pain Proof e Right Back At Ya seriam demos do último álbum do grupo, "Forever", lançado em 2000. "Right Back at Ya" está entre as músicas de "Forever". A versão divulgada nesta semana seria uma gravação inédita, com batidas R&B.
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ilustrada
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Músicas inéditas das Spice Girls vazam na internetOs anos 1990 estão de volta – ao menos, para os fãs saudosos das Spice Girls. Quatro canções inéditas do grupo pop britânico vazaram na internet nesta semana. A origem dos arquivos ainda é desconhecida. A Day In Your Life If It's Lovin' On Your Mind, Pain Proof e Right Back At Ya seriam demos do último álbum do grupo, "Forever", lançado em 2000. "Right Back at Ya" está entre as músicas de "Forever". A versão divulgada nesta semana seria uma gravação inédita, com batidas R&B.
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Maranhão não comprovou origem do dinheiro de campanha em 2010, diz MPE
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O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), 61, passou todo seu mandato anterior, de 2011 a 2014, sob risco de cassação porque, segundo denúncia do Ministério Público Eleitoral do Maranhão, não conseguiu comprovar a origem de 68% do valor de sua campanha de 2010. Segundo o MPE, Maranhão "doou para si mesmo" um total de R$ 557 mil, mas havia declarado na mesma eleição manter em seu poder apenas R$ 16,5 mil em espécie. Primeiro o deputado respondeu que o dinheiro se devia à soma do total de seu salário recebido como deputado ao longo de 40 meses. Ele teria economizado todo o salário e vertido o valor para a sua campanha. Em manifestação posterior, incluiu a explicação de que vendera uma casa no valor de R$ 550 mil bem no meio da campanha, em agosto de 2010. A acusação do MPE foi corroborada por duas decisões pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Numa delas, o juiz Raimundo Barros observou que Maranhão não apresentou à Justiça Eleitoral "nenhum comprovante de recebimento de nenhuma das parcelas nem do valor total do imóvel vendido". Apesar das explicações não terem convencido a Justiça Eleitoral, diversos recursos protocolados por Maranhão e medidas concedidas pelo Judiciário levaram o caso a se arrastar por quase quatro anos sem a decisão final, que seria a cassação do mandato, conforme pedido pelo MPE. No início de 2015, contudo, o próprio Ministério Público reconheceu a "perda de objeto" do processo, já que o deputado havia sido eleito para um novo mandato. Em abril do ano passado, o caso foi arquivado pelo TRE. Outra suspeita contra Maranhão, contudo, permanece em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef, em delação premiada na Operação Lava Jato, de integrar o grupo de parlamentares "de menor relevância dentro" do PP (Partido Progressista) que recebia de R$ 30 mil a R$ 150 mil por mês do esquema de corrupção na Petrobras. Youssef disse "ter certeza" de que esse grupo recebia esses valores. Médico veterinário e reitor por duas vezes na Uema (Universidade Estadual do Maranhão), o parlamentar se elegeu para a Câmara pela primeira vez em 2006 —está no terceiro mandato consecutivo. Considerado pelos seus pares como politicamente fraco e um aliado do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Maranhão surpreendeu seu círculo político ao votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 17 de abril passado, contrariamente à orientação do PP. A explicação se deve a uma questão regional: Maranhão aliou-se ao governador Flavio Dino (PCdoB), crítico ferrenho do processo de impeachment. Maranhão é presidente estadual do PP. Veio do diretório estadual da sigla a maior parte dos recursos para sua campanha eleitoral de 2014, que arrecadou ao todo R$ 755 mil. O diretório, por sua vez, recebeu doações da JBS (R$ 900 mil) e do banco BTG Pactual (R$ 100 mil). Além dos recursos destinados pelo diretório, houve apenas um doador de peso, a empreiteira Amorim Coutinho Engenharia, que colaborou com R$ 300 mil. Nas eleições de 2014, Maranhão declarou um patrimônio total de R$ 813 mil relativos a dois imóveis. Na comparação com a campanha de 2010, quando declarou um patrimônio de R$ 755 mil, a variação patrimonial declarada foi pequena. OUTRO LADO O advogado de Waldir Maranhão, Michel Saliba, declarou que a ação no TRE maranhense "foi arquivada porque acabou o mandato e houve a perda do objeto" do processo. "Ele comprovou a origem [do dinheiro], vendeu um imóvel e pediu uma perícia, que foi feita. Nós queríamos que fosse julgado até para provar o que dizíamos", afirmou Saliba. Sobre Maranhão ser investigado em inquérito da Lava Jato no STF, Saliba disse que isso não pode ser impeditivo para ele assumir a presidência da Câmara dos Deputados. "Se não fosse assim, o senador Romero Jucá não poderia ser ministro de Estado [em um governo Michel Temer] e o Renan Calheiros não poderia ser presidente do Senado", disse Saliba. A assessoria de imprensa do parlamentar informou que o deputado não iria se manifestar sobre a ação eleitoral no Maranhão porque já havia emitido nota oficial sobre o assunto, meses atrás.
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poder
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Maranhão não comprovou origem do dinheiro de campanha em 2010, diz MPEO presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), 61, passou todo seu mandato anterior, de 2011 a 2014, sob risco de cassação porque, segundo denúncia do Ministério Público Eleitoral do Maranhão, não conseguiu comprovar a origem de 68% do valor de sua campanha de 2010. Segundo o MPE, Maranhão "doou para si mesmo" um total de R$ 557 mil, mas havia declarado na mesma eleição manter em seu poder apenas R$ 16,5 mil em espécie. Primeiro o deputado respondeu que o dinheiro se devia à soma do total de seu salário recebido como deputado ao longo de 40 meses. Ele teria economizado todo o salário e vertido o valor para a sua campanha. Em manifestação posterior, incluiu a explicação de que vendera uma casa no valor de R$ 550 mil bem no meio da campanha, em agosto de 2010. A acusação do MPE foi corroborada por duas decisões pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Numa delas, o juiz Raimundo Barros observou que Maranhão não apresentou à Justiça Eleitoral "nenhum comprovante de recebimento de nenhuma das parcelas nem do valor total do imóvel vendido". Apesar das explicações não terem convencido a Justiça Eleitoral, diversos recursos protocolados por Maranhão e medidas concedidas pelo Judiciário levaram o caso a se arrastar por quase quatro anos sem a decisão final, que seria a cassação do mandato, conforme pedido pelo MPE. No início de 2015, contudo, o próprio Ministério Público reconheceu a "perda de objeto" do processo, já que o deputado havia sido eleito para um novo mandato. Em abril do ano passado, o caso foi arquivado pelo TRE. Outra suspeita contra Maranhão, contudo, permanece em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef, em delação premiada na Operação Lava Jato, de integrar o grupo de parlamentares "de menor relevância dentro" do PP (Partido Progressista) que recebia de R$ 30 mil a R$ 150 mil por mês do esquema de corrupção na Petrobras. Youssef disse "ter certeza" de que esse grupo recebia esses valores. Médico veterinário e reitor por duas vezes na Uema (Universidade Estadual do Maranhão), o parlamentar se elegeu para a Câmara pela primeira vez em 2006 —está no terceiro mandato consecutivo. Considerado pelos seus pares como politicamente fraco e um aliado do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Maranhão surpreendeu seu círculo político ao votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 17 de abril passado, contrariamente à orientação do PP. A explicação se deve a uma questão regional: Maranhão aliou-se ao governador Flavio Dino (PCdoB), crítico ferrenho do processo de impeachment. Maranhão é presidente estadual do PP. Veio do diretório estadual da sigla a maior parte dos recursos para sua campanha eleitoral de 2014, que arrecadou ao todo R$ 755 mil. O diretório, por sua vez, recebeu doações da JBS (R$ 900 mil) e do banco BTG Pactual (R$ 100 mil). Além dos recursos destinados pelo diretório, houve apenas um doador de peso, a empreiteira Amorim Coutinho Engenharia, que colaborou com R$ 300 mil. Nas eleições de 2014, Maranhão declarou um patrimônio total de R$ 813 mil relativos a dois imóveis. Na comparação com a campanha de 2010, quando declarou um patrimônio de R$ 755 mil, a variação patrimonial declarada foi pequena. OUTRO LADO O advogado de Waldir Maranhão, Michel Saliba, declarou que a ação no TRE maranhense "foi arquivada porque acabou o mandato e houve a perda do objeto" do processo. "Ele comprovou a origem [do dinheiro], vendeu um imóvel e pediu uma perícia, que foi feita. Nós queríamos que fosse julgado até para provar o que dizíamos", afirmou Saliba. Sobre Maranhão ser investigado em inquérito da Lava Jato no STF, Saliba disse que isso não pode ser impeditivo para ele assumir a presidência da Câmara dos Deputados. "Se não fosse assim, o senador Romero Jucá não poderia ser ministro de Estado [em um governo Michel Temer] e o Renan Calheiros não poderia ser presidente do Senado", disse Saliba. A assessoria de imprensa do parlamentar informou que o deputado não iria se manifestar sobre a ação eleitoral no Maranhão porque já havia emitido nota oficial sobre o assunto, meses atrás.
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Em livro, Cortázar faz confidências que podem assombrar os críticos
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"O Jogo da Amarelinha" tem uma história física. Quando Julio Cortázar terminou de escrever o romance em si –levou vários anos entre idas e vindas, o capítulo do meio nasceu primeiro, e só depois o autor seguiu para frente e para trás–, ainda havia uma questão: o que fazer com a pilha de elementos acessórios que foi se avolumando durante o processo de criação? Eram citações, fragmentos de poemas, anúncios de revista, páginas policiais de jornal etc. Cortázar então armou o livro, mais uma vez. No ateliê do seu amigo Eduardo Jonquières, pintor e poeta, pôs os capítulo separados no chão e começou a passear entre eles, "deixando-me levar por linhas de força": aqui encaixava bem o verso de Octavio Paz; ali enlaçava a nota sobre o suicida. O escritor ainda teve de modificar dois ou três capítulos, porque a ação começava a ir para trás em vez de avançar. Assim temos a maneira final como "Rayuela" foi editada, praticamente no olho. A revelação está no livro "Julio Cortázar - Aulas de Literatura: Berkeley, 1980", e põe por terra inúmeras análises de quem perdeu tempo tentando descobrir qual a técnica do autor para misturar os capítulos e apresentá-los na ordem irregular –um dos charmes do famoso romance de 1963. Há mais confidências que também devem ter deixado a crítica de cabelo em pé. Ao falar sobre "A Casa Tomada", não menos famoso conto que abre a coletânea "Bestiário" –e que mereceu um sem-número de interpretações, sobretudo políticas–, o argentino conta que ele é resultado de um pesadelo que teve numa manhã de verão. O desenvolvimento do pesadelo segue exatamente o do relato. Ainda de pijama, Cortázar pulou da cama para a máquina de escrever e datilografou o conto. "Embora possa parecer paradoxal, devo até dizer que tenho vergonha de assinar meus contos, porque tenho a impressão de que me foram ditados por alguém, de que não sou o verdadeiro autor. Não quero vir com histórias mirabolantes, mas às vezes tenho a impressão de que sou um pouco um médium que transmite e recebe outra coisa", desabafa. Nesse tom de deliciosa improvisação seguem as aulas na Universidade da Califórnia. Cortázar não se limita a comentar a própria obra; arrisca alguma teoria sobre o conto e o romance, as diferenças entre fantástico e realismo, e a música do estilo. Além de abrir espaço para debater autores de sua admiração, como Edgar Allan Poe e Lezama Lima. Paciente, não deixa pergunta sem resposta, principalmente aquelas sobre o que classificava como sua "etapa histórica", ou seja, seu compromisso político refletido na literatura, cujo maior exemplo é o romance "O Livro de Manuel". A obra de Julio Cortázar encontra hoje detratores na Argentina. De maneira um tanto frívola e apressada, há quem o defina como "autor para adolescentes". Outros consideram que, passadas as comemorações pelo centenário de seu nascimento, em agosto de 2014, é chegada a hora de uma revisão de suas ideias, estruturas e processos criativos. Não pode haver, para tal, melhor estímulo que a leitura destas "Aulas de Literatura". JULIO CORTÁZAR - AULAS DE LITERATURA: BERKELEY, 1980 AUTOR: Julio Cortázar TRADUÇÃO: Fabiana Camargo EDITORA: Record QUANTO: R$ 45 (336 págs.)
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ilustrada
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Em livro, Cortázar faz confidências que podem assombrar os críticos"O Jogo da Amarelinha" tem uma história física. Quando Julio Cortázar terminou de escrever o romance em si –levou vários anos entre idas e vindas, o capítulo do meio nasceu primeiro, e só depois o autor seguiu para frente e para trás–, ainda havia uma questão: o que fazer com a pilha de elementos acessórios que foi se avolumando durante o processo de criação? Eram citações, fragmentos de poemas, anúncios de revista, páginas policiais de jornal etc. Cortázar então armou o livro, mais uma vez. No ateliê do seu amigo Eduardo Jonquières, pintor e poeta, pôs os capítulo separados no chão e começou a passear entre eles, "deixando-me levar por linhas de força": aqui encaixava bem o verso de Octavio Paz; ali enlaçava a nota sobre o suicida. O escritor ainda teve de modificar dois ou três capítulos, porque a ação começava a ir para trás em vez de avançar. Assim temos a maneira final como "Rayuela" foi editada, praticamente no olho. A revelação está no livro "Julio Cortázar - Aulas de Literatura: Berkeley, 1980", e põe por terra inúmeras análises de quem perdeu tempo tentando descobrir qual a técnica do autor para misturar os capítulos e apresentá-los na ordem irregular –um dos charmes do famoso romance de 1963. Há mais confidências que também devem ter deixado a crítica de cabelo em pé. Ao falar sobre "A Casa Tomada", não menos famoso conto que abre a coletânea "Bestiário" –e que mereceu um sem-número de interpretações, sobretudo políticas–, o argentino conta que ele é resultado de um pesadelo que teve numa manhã de verão. O desenvolvimento do pesadelo segue exatamente o do relato. Ainda de pijama, Cortázar pulou da cama para a máquina de escrever e datilografou o conto. "Embora possa parecer paradoxal, devo até dizer que tenho vergonha de assinar meus contos, porque tenho a impressão de que me foram ditados por alguém, de que não sou o verdadeiro autor. Não quero vir com histórias mirabolantes, mas às vezes tenho a impressão de que sou um pouco um médium que transmite e recebe outra coisa", desabafa. Nesse tom de deliciosa improvisação seguem as aulas na Universidade da Califórnia. Cortázar não se limita a comentar a própria obra; arrisca alguma teoria sobre o conto e o romance, as diferenças entre fantástico e realismo, e a música do estilo. Além de abrir espaço para debater autores de sua admiração, como Edgar Allan Poe e Lezama Lima. Paciente, não deixa pergunta sem resposta, principalmente aquelas sobre o que classificava como sua "etapa histórica", ou seja, seu compromisso político refletido na literatura, cujo maior exemplo é o romance "O Livro de Manuel". A obra de Julio Cortázar encontra hoje detratores na Argentina. De maneira um tanto frívola e apressada, há quem o defina como "autor para adolescentes". Outros consideram que, passadas as comemorações pelo centenário de seu nascimento, em agosto de 2014, é chegada a hora de uma revisão de suas ideias, estruturas e processos criativos. Não pode haver, para tal, melhor estímulo que a leitura destas "Aulas de Literatura". JULIO CORTÁZAR - AULAS DE LITERATURA: BERKELEY, 1980 AUTOR: Julio Cortázar TRADUÇÃO: Fabiana Camargo EDITORA: Record QUANTO: R$ 45 (336 págs.)
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Deputado acusado de carregar dinheiro veio da iniciativa privada
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Apontado, segundo delação do empresário Joesley Batista revelada pelo jornal "O Globo", como responsável por receber R$ 500 mil a pedido do presidente Michel Temer (PMDB), o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) era um neófito na política há até pouco tempo. Filho de empresários da área alimentícia, ele foi um dos executivos responsáveis pela criação das barrinhas de cereal da empresa Nutrimental –de propriedade do pai dele, o empresário Rodrigo Costa da Rocha Loures, ex-presidente da Federação das Indústrias do Paraná. Rodriguinho, como é conhecido, se aproximou da política na campanha de 2002: ele e o pai apoiaram o atual senador Roberto Requião (PMDB-PR), que era candidato ao governo. A família doou R$ 110 mil à campanha do peemedebista. Rocha Loures, o filho, teve um bom relacionamento com Requião, que, eleito, o convidou para ser seu chefe de gabinete. Foi o seu primeiro cargo público. De perfil executivo, Rocha Loures era prático e organizado, segundo antigos colegas de trabalho –e, acima de tudo, bem articulado. Formado em administração de empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), conquistava aliados na política pelo bom papo e relacionamento. A filiação ao PMDB só ocorreu em 2005. No ano seguinte, se candidatou e elegeu-se deputado federal pelo partido. A aproximação com Temer, de quem foi assessor especial até o início deste ano, se deu na militância do PMDB. Os dois se identificaram e se tornaram muito próximos. Desde 2011, ele trabalha com o presidente, quando Temer foi eleito vice na chapa de Dilma Rousseff. Rocha Loures, na época, era chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência. Depois, migrou para o Planalto. Só saiu do cargo para assumir a cadeira na Câmara, em março deste ano, como suplente do atual ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR). Na última eleição que disputou, em 2014, Rocha Loures ainda era assessor de Temer. Candidato a deputado federal, mesmo com o forte apoio do PMDB, fez apenas 58 mil votos no Paraná –cerca de 30 mil a menos que em sua primeira eleição, oito anos antes. O PMDB nacional doou R$ 1,1 milhão à sua campanha, mais que um terço do total dos recursos arrecadados. Em 2006, quando se elegeu a primeira vez, 90% das doações vieram de seu próprio bolso ou da empresa da família. Na eleição que disputou em 2014, Rocha Loures declarou patrimônio de R$ 1,18 milhão. OUTRO LADO A assessoria do deputado informou que ele está em Nova York, onde participou do jantar de gala que homenageou o prefeito João Doria (PSDB) e deu palestra sobre a política brasileira a investidores internacionais. Em nota, o advogado de Rocha Loures, José Luis Oliveira Lima, informou que o deputado só irá se manifestar sobre as suspeitas após ter acesso ao inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal). O defensor ainda afirmou que ele está "à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos devidos". Seu retorno ao Brasil está previsto para esta sexta (19).
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poder
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Deputado acusado de carregar dinheiro veio da iniciativa privadaApontado, segundo delação do empresário Joesley Batista revelada pelo jornal "O Globo", como responsável por receber R$ 500 mil a pedido do presidente Michel Temer (PMDB), o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) era um neófito na política há até pouco tempo. Filho de empresários da área alimentícia, ele foi um dos executivos responsáveis pela criação das barrinhas de cereal da empresa Nutrimental –de propriedade do pai dele, o empresário Rodrigo Costa da Rocha Loures, ex-presidente da Federação das Indústrias do Paraná. Rodriguinho, como é conhecido, se aproximou da política na campanha de 2002: ele e o pai apoiaram o atual senador Roberto Requião (PMDB-PR), que era candidato ao governo. A família doou R$ 110 mil à campanha do peemedebista. Rocha Loures, o filho, teve um bom relacionamento com Requião, que, eleito, o convidou para ser seu chefe de gabinete. Foi o seu primeiro cargo público. De perfil executivo, Rocha Loures era prático e organizado, segundo antigos colegas de trabalho –e, acima de tudo, bem articulado. Formado em administração de empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), conquistava aliados na política pelo bom papo e relacionamento. A filiação ao PMDB só ocorreu em 2005. No ano seguinte, se candidatou e elegeu-se deputado federal pelo partido. A aproximação com Temer, de quem foi assessor especial até o início deste ano, se deu na militância do PMDB. Os dois se identificaram e se tornaram muito próximos. Desde 2011, ele trabalha com o presidente, quando Temer foi eleito vice na chapa de Dilma Rousseff. Rocha Loures, na época, era chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência. Depois, migrou para o Planalto. Só saiu do cargo para assumir a cadeira na Câmara, em março deste ano, como suplente do atual ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR). Na última eleição que disputou, em 2014, Rocha Loures ainda era assessor de Temer. Candidato a deputado federal, mesmo com o forte apoio do PMDB, fez apenas 58 mil votos no Paraná –cerca de 30 mil a menos que em sua primeira eleição, oito anos antes. O PMDB nacional doou R$ 1,1 milhão à sua campanha, mais que um terço do total dos recursos arrecadados. Em 2006, quando se elegeu a primeira vez, 90% das doações vieram de seu próprio bolso ou da empresa da família. Na eleição que disputou em 2014, Rocha Loures declarou patrimônio de R$ 1,18 milhão. OUTRO LADO A assessoria do deputado informou que ele está em Nova York, onde participou do jantar de gala que homenageou o prefeito João Doria (PSDB) e deu palestra sobre a política brasileira a investidores internacionais. Em nota, o advogado de Rocha Loures, José Luis Oliveira Lima, informou que o deputado só irá se manifestar sobre as suspeitas após ter acesso ao inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal). O defensor ainda afirmou que ele está "à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos devidos". Seu retorno ao Brasil está previsto para esta sexta (19).
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Quando falácias colidem
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Os debates formais entre os republicanos pré-candidatos à presidência excederam todas as expectativas. Nem mesmo os cínicos mais endurecidos poderiam ter imaginado que os candidatos iriam afundar tanto e ficariam tão concentrados em insultos pessoais. No entanto, na semana passada, fora do palco, houve de fato um verdadeiro debate sobre a política econômica entre Donald Trump e Mitt Romney, que está tentando bloquear a nomeação do rival. Infelizmente, ambos estão falando bobagem. Você está surpreso? O ponto de partida para esse debate é o desvio de Trump da ortodoxia do livre mercado no comércio internacional. Ataques a imigrantes ainda são o tema central da campanha do principal candidato republicano, mas ele abriu uma segunda frente, de deficits comerciais, que afirma serem causados pela manipulação da moeda de outros países, especialmente a China. Essa manipulação, diz ele, está "roubando bilhões de dólares de capital e milhões de empregos dos americanos". Sua solução é "direitos de compensação" – basicamente tarifas – semelhantes aos que rotineiramente impomos quando os países estrangeiros são descobertos subsidiando exportações e violando acordos comerciais. Romney afirma estar horrorizado. Em seu discurso de "parem Trump" na semana passada alertou que, se Donald se tornasse presidente, os EUA iriam "afundar em uma recessão prolongada". Por quê? A única razão específica que ele deu foi que esses direitos iriam "instigar uma guerra comercial e que iriam aumentar os preços para os consumidores, matar nossos empregos do setor de exportação e levar empresários e empresas de todos os tipos a fugir do país". Isso é bem engraçado se você se lembrar de algo da campanha de 2012. Naquela época, ao aceitar o endosso de Trump, Romney elogiou o empresário (que já era um conhecido "birther" - que alega que Obama não é um cidadão americano) como alguém com uma habilidade extraordinária de entender como nossa economia funciona. Mas espere, vai ficar melhor ainda: na época, Romney estava dizendo quase exatamente as mesmas coisas Trump está dizendo agora. Ele prometeu –você adivinhou – declarar a China uma manipuladora de moeda, enquanto atacava o presidente Barack Obama por não fazê-lo. E desconsiderou as preocupações sobre como iniciar uma guerra comercial, declarando que já havia uma em andamento: "Ela é silenciosa, e eles estão ganhando". Mais importante do que a história estranha de Romney aqui, no entanto, é o fato de que sua análise econômica está toda errada. O protecionismo pode causar danos reais, tornando as economias menos eficientes e reduzindo o crescimento de longo prazo. Mas ele não causa recessões. Por que não? Uma guerra comercial não reduz o emprego nas indústrias de exportação? Sim, e também aumenta o emprego nas indústrias que competem com as importações. Na verdade, uma guerra comercial em todo o mundo, por definição, reduziria as importações exatamente na mesma quantidade em que reduziria as exportações. Não há nenhuma razão para supor que o efeito líquido sobre o emprego seria fortemente negativo. Mas o protecionismo não causou a Grande Depressão? Não, isso não aconteceu – o protecionismo foi um resultado da depressão, não sua causa. Aliás, se você quiser um exemplo de uma política que realmente não têm muito a ver com a propagação da Grande Depressão, seria o padrão-ouro – que Ted Cruz quer restaurar. Então, Romney está falando bobagem. Mas Trump também. Cinco anos atrás, a queixa de Trump de que a manipulação da moeda chinesa estava custando empregos aos EUA tinha alguma validade – na verdade, os economistas sérios estavam dizendo a mesma coisa. Mas hoje em dia a China está em apuros e está tentando manter o valor de sua moeda alto, não baixo: as reservas cambiais estão mergulhando em face da enorme fuga de capitais, da ordem de um trilhão de dólares em relação ao ano passado. E não é só na China. Em todo o mundo, o capital está fugindo de economias com problemas – incluindo, a propósito, a área do euro, que nos dias de hoje tende a ter maiores superavits comerciais do que a China. E muito do capital em fuga está indo para os Estados Unidos, empurrando o dólar para cima e tornando as nossas indústrias menos competitivas. É um problema real; os fundamentos econômicos dos EUA são bastante fortes, mas corremos o risco, com efeito, da importação da fraqueza econômica do resto do mundo. Mas não é um problema que podemos resolver batendo em estrangeiros que falsamente imaginamos estarem ganhando às nossas custas. O que podemos fazer para combater a fraqueza econômica importada? Isso é um assunto importante, mas uma coisa é certa: dadas as pressões do exterior e a força preocupante do dólar, o Federal Reserve realmente precisa adiar a elevação das taxas de juros. Mencionei que Trump quer ver taxas de crescimento? Não só isso, mas ele é um completo teórico da conspiração, declarando que Janet Yellen, presidente do Fed, está mantendo as taxas de juros baixas como um favor para Obama, que "quer ficar um ano fora jogando golfe". Então, aí está. A boa notícia é que houve um verdadeiro debate político acontecendo dentro do Partido Republicano na semana passada. A má notícia é que o debate econômico foi podre em ambos os lados. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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colunas
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Quando falácias colidemOs debates formais entre os republicanos pré-candidatos à presidência excederam todas as expectativas. Nem mesmo os cínicos mais endurecidos poderiam ter imaginado que os candidatos iriam afundar tanto e ficariam tão concentrados em insultos pessoais. No entanto, na semana passada, fora do palco, houve de fato um verdadeiro debate sobre a política econômica entre Donald Trump e Mitt Romney, que está tentando bloquear a nomeação do rival. Infelizmente, ambos estão falando bobagem. Você está surpreso? O ponto de partida para esse debate é o desvio de Trump da ortodoxia do livre mercado no comércio internacional. Ataques a imigrantes ainda são o tema central da campanha do principal candidato republicano, mas ele abriu uma segunda frente, de deficits comerciais, que afirma serem causados pela manipulação da moeda de outros países, especialmente a China. Essa manipulação, diz ele, está "roubando bilhões de dólares de capital e milhões de empregos dos americanos". Sua solução é "direitos de compensação" – basicamente tarifas – semelhantes aos que rotineiramente impomos quando os países estrangeiros são descobertos subsidiando exportações e violando acordos comerciais. Romney afirma estar horrorizado. Em seu discurso de "parem Trump" na semana passada alertou que, se Donald se tornasse presidente, os EUA iriam "afundar em uma recessão prolongada". Por quê? A única razão específica que ele deu foi que esses direitos iriam "instigar uma guerra comercial e que iriam aumentar os preços para os consumidores, matar nossos empregos do setor de exportação e levar empresários e empresas de todos os tipos a fugir do país". Isso é bem engraçado se você se lembrar de algo da campanha de 2012. Naquela época, ao aceitar o endosso de Trump, Romney elogiou o empresário (que já era um conhecido "birther" - que alega que Obama não é um cidadão americano) como alguém com uma habilidade extraordinária de entender como nossa economia funciona. Mas espere, vai ficar melhor ainda: na época, Romney estava dizendo quase exatamente as mesmas coisas Trump está dizendo agora. Ele prometeu –você adivinhou – declarar a China uma manipuladora de moeda, enquanto atacava o presidente Barack Obama por não fazê-lo. E desconsiderou as preocupações sobre como iniciar uma guerra comercial, declarando que já havia uma em andamento: "Ela é silenciosa, e eles estão ganhando". Mais importante do que a história estranha de Romney aqui, no entanto, é o fato de que sua análise econômica está toda errada. O protecionismo pode causar danos reais, tornando as economias menos eficientes e reduzindo o crescimento de longo prazo. Mas ele não causa recessões. Por que não? Uma guerra comercial não reduz o emprego nas indústrias de exportação? Sim, e também aumenta o emprego nas indústrias que competem com as importações. Na verdade, uma guerra comercial em todo o mundo, por definição, reduziria as importações exatamente na mesma quantidade em que reduziria as exportações. Não há nenhuma razão para supor que o efeito líquido sobre o emprego seria fortemente negativo. Mas o protecionismo não causou a Grande Depressão? Não, isso não aconteceu – o protecionismo foi um resultado da depressão, não sua causa. Aliás, se você quiser um exemplo de uma política que realmente não têm muito a ver com a propagação da Grande Depressão, seria o padrão-ouro – que Ted Cruz quer restaurar. Então, Romney está falando bobagem. Mas Trump também. Cinco anos atrás, a queixa de Trump de que a manipulação da moeda chinesa estava custando empregos aos EUA tinha alguma validade – na verdade, os economistas sérios estavam dizendo a mesma coisa. Mas hoje em dia a China está em apuros e está tentando manter o valor de sua moeda alto, não baixo: as reservas cambiais estão mergulhando em face da enorme fuga de capitais, da ordem de um trilhão de dólares em relação ao ano passado. E não é só na China. Em todo o mundo, o capital está fugindo de economias com problemas – incluindo, a propósito, a área do euro, que nos dias de hoje tende a ter maiores superavits comerciais do que a China. E muito do capital em fuga está indo para os Estados Unidos, empurrando o dólar para cima e tornando as nossas indústrias menos competitivas. É um problema real; os fundamentos econômicos dos EUA são bastante fortes, mas corremos o risco, com efeito, da importação da fraqueza econômica do resto do mundo. Mas não é um problema que podemos resolver batendo em estrangeiros que falsamente imaginamos estarem ganhando às nossas custas. O que podemos fazer para combater a fraqueza econômica importada? Isso é um assunto importante, mas uma coisa é certa: dadas as pressões do exterior e a força preocupante do dólar, o Federal Reserve realmente precisa adiar a elevação das taxas de juros. Mencionei que Trump quer ver taxas de crescimento? Não só isso, mas ele é um completo teórico da conspiração, declarando que Janet Yellen, presidente do Fed, está mantendo as taxas de juros baixas como um favor para Obama, que "quer ficar um ano fora jogando golfe". Então, aí está. A boa notícia é que houve um verdadeiro debate político acontecendo dentro do Partido Republicano na semana passada. A má notícia é que o debate econômico foi podre em ambos os lados. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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EUA impõem sanções a aliados da Coreia do Norte por programa nuclear
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Os Estados Unidos impuseram sanções a nove empresas e instituições governamentais por apoiarem o programa nuclear da Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (1º) o Departamento do Tesouro americano. Por meio de sanções que impedem transações com empresas e indivíduos americanos e congelam bens, Washington vem tentando cortar fundos e suprimentos para o desenvolvimento de mísseis por Pyongyang. Entre os alvos desta quinta-feira está a companhia russa Ardis-Bearings Llc., sediada em Moscou, e seu diretor, Igor Aleksandrovich Michurin, por agirem como fornecedor de uma empresa norte-coreana ligada ao programa nuclear. Outra firma russa, Independent Petroleum, e uma subsidiária sofreram sanções por assinar um contrato para fornecimento de petróleo para a Coreia do Norte, segundo o governo do presidente Donald Trump. O Departamento do Tesouro também impôs sanções a um conglomerado norte-coreano que extrai zinco; ao Centro de Computação da Coreia, órgão do regime que obtém moeda estrangeira com trabalhos de programação de softwares em países como Alemanha, China, Síria e Índia; e a um agente da inteligência norte-coreana suspeito de espionar uma entidade da ONU na Europa. JAPÃO Também nesta quinta-feira, a Marinha e a Força Aérea do Japão iniciaram um exercício militar de três dias com dois porta-aviões americanos na região da península Coreana, aumentando a pressão sobre a Coreia do Norte. A Força Marítima de Autodefesa do Japão enviou duas embarcações, inclusive um de seus quatro porta-helicópteros, o Hyuga, para as manobras com os porta-aviões americanos USS Ronald Reagan e USS Carl Vinson, e seus oito navios de escolta, disseram os militares japoneses. Caças F-15 da Força Aérea de Autodefesa do Japão estão participando de um combate simulado com caças F-18 da Marinha dos EUA ao mesmo tempo. "É a primeira vez que nos exercitamos com dois porta-aviões. É um grande exercício para nós", disse o porta-voz militar do Japão. Os EUA enviaram os navios de guerra à região após um aumento na tensão na península, decorrente do temor de que a Coreia do Norte esteja prestes a realizar seu sexto teste nuclear ou outro teste de seu esforço para desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de atingir os EUA. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu trabalhar com outros países para conter Pyongyang, que na segunda-feira (29) realizou um teste de míssil balístico de curto alcance. O projétil alcançou uma altitude de 120 quilômetros antes de cair em águas internacionais do mar do Japão, mas dentro da zona econômica exclusiva japonesa, onde Tóquio tem jurisdição sobre a prospecção e a exploração de recursos marítimos. Os norte-coreanos vêm conduzindo testes em um ritmo inédito e já são capazes de alvejar qualquer parte do Japão com mísseis, o que faz o país temer ser eventualmente ameaçado por um ataque nuclear do Norte.
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mundo
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EUA impõem sanções a aliados da Coreia do Norte por programa nuclearOs Estados Unidos impuseram sanções a nove empresas e instituições governamentais por apoiarem o programa nuclear da Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (1º) o Departamento do Tesouro americano. Por meio de sanções que impedem transações com empresas e indivíduos americanos e congelam bens, Washington vem tentando cortar fundos e suprimentos para o desenvolvimento de mísseis por Pyongyang. Entre os alvos desta quinta-feira está a companhia russa Ardis-Bearings Llc., sediada em Moscou, e seu diretor, Igor Aleksandrovich Michurin, por agirem como fornecedor de uma empresa norte-coreana ligada ao programa nuclear. Outra firma russa, Independent Petroleum, e uma subsidiária sofreram sanções por assinar um contrato para fornecimento de petróleo para a Coreia do Norte, segundo o governo do presidente Donald Trump. O Departamento do Tesouro também impôs sanções a um conglomerado norte-coreano que extrai zinco; ao Centro de Computação da Coreia, órgão do regime que obtém moeda estrangeira com trabalhos de programação de softwares em países como Alemanha, China, Síria e Índia; e a um agente da inteligência norte-coreana suspeito de espionar uma entidade da ONU na Europa. JAPÃO Também nesta quinta-feira, a Marinha e a Força Aérea do Japão iniciaram um exercício militar de três dias com dois porta-aviões americanos na região da península Coreana, aumentando a pressão sobre a Coreia do Norte. A Força Marítima de Autodefesa do Japão enviou duas embarcações, inclusive um de seus quatro porta-helicópteros, o Hyuga, para as manobras com os porta-aviões americanos USS Ronald Reagan e USS Carl Vinson, e seus oito navios de escolta, disseram os militares japoneses. Caças F-15 da Força Aérea de Autodefesa do Japão estão participando de um combate simulado com caças F-18 da Marinha dos EUA ao mesmo tempo. "É a primeira vez que nos exercitamos com dois porta-aviões. É um grande exercício para nós", disse o porta-voz militar do Japão. Os EUA enviaram os navios de guerra à região após um aumento na tensão na península, decorrente do temor de que a Coreia do Norte esteja prestes a realizar seu sexto teste nuclear ou outro teste de seu esforço para desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de atingir os EUA. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu trabalhar com outros países para conter Pyongyang, que na segunda-feira (29) realizou um teste de míssil balístico de curto alcance. O projétil alcançou uma altitude de 120 quilômetros antes de cair em águas internacionais do mar do Japão, mas dentro da zona econômica exclusiva japonesa, onde Tóquio tem jurisdição sobre a prospecção e a exploração de recursos marítimos. Os norte-coreanos vêm conduzindo testes em um ritmo inédito e já são capazes de alvejar qualquer parte do Japão com mísseis, o que faz o país temer ser eventualmente ameaçado por um ataque nuclear do Norte.
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Brasil será pior após gestão de Cunha na Câmara, afirma leitor
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Tenho acompanhado a febre do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em aprovar leis, da maneira menos ortodoxa possível, aproveitando-se do vácuo decorrente da fragilidade do Executivo. Como um trator, passa por cima do regimento, violenta a prática legislativa e atropela um plenário subserviente e incapaz de reagir. O país terá muita dificuldade de consertar as mazelas à ordem jurídica que ele vem impondo. O Brasil será pior depois de sua gestão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Brasil será pior após gestão de Cunha na Câmara, afirma leitorTenho acompanhado a febre do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em aprovar leis, da maneira menos ortodoxa possível, aproveitando-se do vácuo decorrente da fragilidade do Executivo. Como um trator, passa por cima do regimento, violenta a prática legislativa e atropela um plenário subserviente e incapaz de reagir. O país terá muita dificuldade de consertar as mazelas à ordem jurídica que ele vem impondo. O Brasil será pior depois de sua gestão. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Em carta, jovem pediu perdão à mãe antes de ser morto em cela no Piauí
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Antes de morrer, o adolescente Gleison Vieira da Silva, 17, escreveu uma carta para a mãe pedindo perdão. Gleison foi espancado até a morte na última quinta-feira (16) dentro de alojamento do CEM (Centro Educacional Masculino), em Teresina, no Piauí. Condenado por estupro coletivo de quatro garotas em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina), em maio, Gleison foi espancado com socos e pontapés. Ele dividia a cela com três adolescentes que delatou como participantes dos estupros e agressões às meninas –uma delas morreu. Na carta entregue para a mãe Elisabete Vieira da Silva, no dia 11 de julho, sete dias antes de sua morte, o adolescente pede perdão pelo que fez e por não ter sido o filho que ela sempre quis. A mensagem é escrita à mão com caneta tinta preta e tem vários erros gramaticais. No envelope, na parte externa, o jovem pede para que a mãe guarde a carta –disse que queria lê-la novamente quando estivesse em liberdade. "Mãe, sinto muita sua falta, eu quero que você me perdoe pelo que eu fiz, eu sei que Deus me perdoou", escreveu Gleison. Ele só estudou o quinto ano do ensino fundamental e foi expulso de várias escolas. "Desculpa, mãe, eu não ter sido o filho que você sempre quis, mas eu quero que você saiba que você nunca vai sair da minha mente, nem do meu coração. Mãe eu só peço que você lembre que tem um filho que te ama muito, eu sei que nunca recompensei tudo o que fez por mim, e que continua fazendo. Obrigado por ser uma mãe tão boa, eu agradeço a Deus por ter você comigo. Eu nunca vou esquecer de você nem da minha vovó, nem do meu padrasto. Fica com Deus que aqui eu vou ficar com Ele". O promotor de Castelo do Piauí, Cezário Cavalcante, que acompanha o caso, disse que a mãe de Gleison lhe mostrou a carta. Ela recebeu a carta na última visita que fez Gleison no Ceip (Centro Educacional de Internação Provisória), em Teresina. "Eu tirei xerox da carta e anexei ao processo. Ela me disse que tinha perdoado o filho e que ele se mostrava arrependido pelo crime e pedia perdão por não ter ouvido ela. É uma carta bem carinhosa", disse o promotor. A carta foi divulgada pelo radialista, Ronaldo Mota, amigo da família. A mãe não quis falar com imprensa. "A mãe, toda vez que lê a carta, chora de saudade e lembra do filho", disse Ronaldo. * CRONOLOGIA 27.mai Quatro jovens são estupradas e atiradas do Morro do Garrote, em Castelo do Piauí. Um maior e quatro menores de idade são presos nos dias 28 e 29 1º.jun Os quatro adolescentes apontados de cometerem o crime são transferidos do centro socioeducativo, em Teresina, para o Ceip 7.jun Danielly Rodrigues Feitosa, 17, uma das vítimas, morre após dez dias internada. No dia 13, sua missa de sétimo dia reúne mais de 500 pessoas 11.jun Começa o julgamento dos quatro jovens, dias após Gleison Vieira da Silva, 17, delatar que cometeu o crime com os colegas 15.jun Ministério Público do Piauí entrega denúncia contra Adão José de Souza, 40, citado como líder do crime. Pena pode ser de mais de 150 anos 10.jul Decisão jurídica de 24 anos de internação para os jovens. No Ceip, Gleison da Silva fica em cela separada dos outros três 15.jul Às 17h, os menores culpados do crime são transferidos para o CEM, após permanecerem prazo máximo no Ceip. Lá, os quatro ficam na mesma cela 16.jul Gleison Vieira da Silva, 17, é morto. A suspeita é que seus colegas de cela –que cometeram o crime junto com ele– o tenham matado por volta das 23h
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cotidiano
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Em carta, jovem pediu perdão à mãe antes de ser morto em cela no PiauíAntes de morrer, o adolescente Gleison Vieira da Silva, 17, escreveu uma carta para a mãe pedindo perdão. Gleison foi espancado até a morte na última quinta-feira (16) dentro de alojamento do CEM (Centro Educacional Masculino), em Teresina, no Piauí. Condenado por estupro coletivo de quatro garotas em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina), em maio, Gleison foi espancado com socos e pontapés. Ele dividia a cela com três adolescentes que delatou como participantes dos estupros e agressões às meninas –uma delas morreu. Na carta entregue para a mãe Elisabete Vieira da Silva, no dia 11 de julho, sete dias antes de sua morte, o adolescente pede perdão pelo que fez e por não ter sido o filho que ela sempre quis. A mensagem é escrita à mão com caneta tinta preta e tem vários erros gramaticais. No envelope, na parte externa, o jovem pede para que a mãe guarde a carta –disse que queria lê-la novamente quando estivesse em liberdade. "Mãe, sinto muita sua falta, eu quero que você me perdoe pelo que eu fiz, eu sei que Deus me perdoou", escreveu Gleison. Ele só estudou o quinto ano do ensino fundamental e foi expulso de várias escolas. "Desculpa, mãe, eu não ter sido o filho que você sempre quis, mas eu quero que você saiba que você nunca vai sair da minha mente, nem do meu coração. Mãe eu só peço que você lembre que tem um filho que te ama muito, eu sei que nunca recompensei tudo o que fez por mim, e que continua fazendo. Obrigado por ser uma mãe tão boa, eu agradeço a Deus por ter você comigo. Eu nunca vou esquecer de você nem da minha vovó, nem do meu padrasto. Fica com Deus que aqui eu vou ficar com Ele". O promotor de Castelo do Piauí, Cezário Cavalcante, que acompanha o caso, disse que a mãe de Gleison lhe mostrou a carta. Ela recebeu a carta na última visita que fez Gleison no Ceip (Centro Educacional de Internação Provisória), em Teresina. "Eu tirei xerox da carta e anexei ao processo. Ela me disse que tinha perdoado o filho e que ele se mostrava arrependido pelo crime e pedia perdão por não ter ouvido ela. É uma carta bem carinhosa", disse o promotor. A carta foi divulgada pelo radialista, Ronaldo Mota, amigo da família. A mãe não quis falar com imprensa. "A mãe, toda vez que lê a carta, chora de saudade e lembra do filho", disse Ronaldo. * CRONOLOGIA 27.mai Quatro jovens são estupradas e atiradas do Morro do Garrote, em Castelo do Piauí. Um maior e quatro menores de idade são presos nos dias 28 e 29 1º.jun Os quatro adolescentes apontados de cometerem o crime são transferidos do centro socioeducativo, em Teresina, para o Ceip 7.jun Danielly Rodrigues Feitosa, 17, uma das vítimas, morre após dez dias internada. No dia 13, sua missa de sétimo dia reúne mais de 500 pessoas 11.jun Começa o julgamento dos quatro jovens, dias após Gleison Vieira da Silva, 17, delatar que cometeu o crime com os colegas 15.jun Ministério Público do Piauí entrega denúncia contra Adão José de Souza, 40, citado como líder do crime. Pena pode ser de mais de 150 anos 10.jul Decisão jurídica de 24 anos de internação para os jovens. No Ceip, Gleison da Silva fica em cela separada dos outros três 15.jul Às 17h, os menores culpados do crime são transferidos para o CEM, após permanecerem prazo máximo no Ceip. Lá, os quatro ficam na mesma cela 16.jul Gleison Vieira da Silva, 17, é morto. A suspeita é que seus colegas de cela –que cometeram o crime junto com ele– o tenham matado por volta das 23h
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Comprar ou alugar um imóvel? Veja dicas para fazer a melhor escolha
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Em tempos de crise e desemprego em alta, a dúvida sobre a hora certa de deixar de pagar aluguel e financiar a compra de um imóvel se torna ainda maior. Além dos cálculos envolvidos, que incluem o preço do imóvel e da locação e o rendimento mensal que se obtém com o dinheiro poupado até então, é preciso levar em conta também fatores mais subjetivos, como a segurança no emprego e a certeza de que vai permanecer na mesma cidade. "A compra de um imóvel faz parte da construção de um patrimônio", lembra Pedro Seixas Corrêa, professor da FGV. "Mas para quem não tem estabilidade no emprego não sou muito favorável a alguém entrar em um financiamento de longo prazo agora", completa. A pedido da Folha, a consultoria Geoimovel levantou o preço médio do metro quadrado de imóveis novos à venda em dez bairros da cidade de São Paulo. O quadro abaixo mostra também o valor do aluguel nesses locais, segundo a pesquisa do Secovi-SP. O consultor Marcelo Prata, do Canal do Crédito, exemplifica o raciocínio que deve ser seguido por quem está na dúvida se é hora de ter a casa própria. O aluguel de um imóvel de 48 m² e dois dormitórios na Vila Mariana sai por cerca de R$ 1.200, sem incluir na conta o condomínio. Se o futuro mutuário tiver R$ 120 mil para dar de entrada em um imóvel novo de R$ 600 mil, ou seja, 20% do total, a primeira parcela do financiamento de 30 anos será de R$ 6.224, logo muito acima da locação para se manter em um imóvel de padrão parecido. "Com o aluguel nesse patamar, quem quer financiar um apartamento pode se manter no aluguel e a diferença para o financiamento (no caso, mais de R$ 5.000) ser poupada. Com essa poupança, em três ou quatro anos, ele pode dar uma entrada maior, diminuir a diferença entre aluguel e financiamento e aí sim obter uma vantagem", explica. Para ele, há um mito de que o aluguel e a prestação do financiamento são do mesmo valor, mas essa conta pode não fechar dependendo do padrão do imóvel escolhido. "Para não inflacionar muito o custo de vida, o financiamento pode ser, no máximo, de três vezes o valor do aluguel", diz. INVESTIMENTO Há incertezas também para os investidores, que adquirem o bem para ter o retorno com a renda da locação. Neste caso, economistas recomendam que o valor do aluguel obtido corresponda a cerca de 0,6% do valor venal do imóvel para valer a pena ter o dinheiro imobilizado. O cruzamento de dados nos locais pesquisados, destaca o consultor Marcelo d'Agosto, mostrou que a proporção ficou abaixo disso. "Além do rendimento [do aluguel] ser bem menor do que investimentos sem grandes riscos, há a possibilidade de o apartamento ficar vazio, da inadimplência do locatário ou ainda custos com possíveis reformas", afirma. A poupança, por exemplo, a aplicação em renda fixa mais conservadora, rendeu 0,7% em dezembro. VALORES MÍNIMO E MÁXIMO DO M² PARA COMPRA E LOCAÇÃO EM OUTUBRO (EM R$) *A amostra considerou apartamentos lançados nos últimos três anos (out/12 a out/15) com unidades em estoque **A região do centro engloba os bairros Barra Funda, Bom Retiro, Cambuci, Centro, Liberdade, Pari e Santa Cecília
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mercado
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Comprar ou alugar um imóvel? Veja dicas para fazer a melhor escolhaEm tempos de crise e desemprego em alta, a dúvida sobre a hora certa de deixar de pagar aluguel e financiar a compra de um imóvel se torna ainda maior. Além dos cálculos envolvidos, que incluem o preço do imóvel e da locação e o rendimento mensal que se obtém com o dinheiro poupado até então, é preciso levar em conta também fatores mais subjetivos, como a segurança no emprego e a certeza de que vai permanecer na mesma cidade. "A compra de um imóvel faz parte da construção de um patrimônio", lembra Pedro Seixas Corrêa, professor da FGV. "Mas para quem não tem estabilidade no emprego não sou muito favorável a alguém entrar em um financiamento de longo prazo agora", completa. A pedido da Folha, a consultoria Geoimovel levantou o preço médio do metro quadrado de imóveis novos à venda em dez bairros da cidade de São Paulo. O quadro abaixo mostra também o valor do aluguel nesses locais, segundo a pesquisa do Secovi-SP. O consultor Marcelo Prata, do Canal do Crédito, exemplifica o raciocínio que deve ser seguido por quem está na dúvida se é hora de ter a casa própria. O aluguel de um imóvel de 48 m² e dois dormitórios na Vila Mariana sai por cerca de R$ 1.200, sem incluir na conta o condomínio. Se o futuro mutuário tiver R$ 120 mil para dar de entrada em um imóvel novo de R$ 600 mil, ou seja, 20% do total, a primeira parcela do financiamento de 30 anos será de R$ 6.224, logo muito acima da locação para se manter em um imóvel de padrão parecido. "Com o aluguel nesse patamar, quem quer financiar um apartamento pode se manter no aluguel e a diferença para o financiamento (no caso, mais de R$ 5.000) ser poupada. Com essa poupança, em três ou quatro anos, ele pode dar uma entrada maior, diminuir a diferença entre aluguel e financiamento e aí sim obter uma vantagem", explica. Para ele, há um mito de que o aluguel e a prestação do financiamento são do mesmo valor, mas essa conta pode não fechar dependendo do padrão do imóvel escolhido. "Para não inflacionar muito o custo de vida, o financiamento pode ser, no máximo, de três vezes o valor do aluguel", diz. INVESTIMENTO Há incertezas também para os investidores, que adquirem o bem para ter o retorno com a renda da locação. Neste caso, economistas recomendam que o valor do aluguel obtido corresponda a cerca de 0,6% do valor venal do imóvel para valer a pena ter o dinheiro imobilizado. O cruzamento de dados nos locais pesquisados, destaca o consultor Marcelo d'Agosto, mostrou que a proporção ficou abaixo disso. "Além do rendimento [do aluguel] ser bem menor do que investimentos sem grandes riscos, há a possibilidade de o apartamento ficar vazio, da inadimplência do locatário ou ainda custos com possíveis reformas", afirma. A poupança, por exemplo, a aplicação em renda fixa mais conservadora, rendeu 0,7% em dezembro. VALORES MÍNIMO E MÁXIMO DO M² PARA COMPRA E LOCAÇÃO EM OUTUBRO (EM R$) *A amostra considerou apartamentos lançados nos últimos três anos (out/12 a out/15) com unidades em estoque **A região do centro engloba os bairros Barra Funda, Bom Retiro, Cambuci, Centro, Liberdade, Pari e Santa Cecília
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Alalaô: Veja a programação para os últimos ensaios no sambódromo de SP
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A apenas 11 dias dos desfiles do Carnaval de São Paulo, as escolas de samba ainda fazem os últimos preparativos para entrar na avenida. Nesta semana, elas terão terão o último ensaio no sambódromo do Anhembi, na zona norte. A ... Leia post completo no blog
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cotidiano
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Alalaô: Veja a programação para os últimos ensaios no sambódromo de SPA apenas 11 dias dos desfiles do Carnaval de São Paulo, as escolas de samba ainda fazem os últimos preparativos para entrar na avenida. Nesta semana, elas terão terão o último ensaio no sambódromo do Anhembi, na zona norte. A ... Leia post completo no blog
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Conta de escândalo de emissão de poluentes da VW atinge US$ 30 bilhões
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A Volkswagen está desembolsando mais US$ 3 bilhões (R$ 9,4 bilhões) para consertar motores a diesel nos Estados Unidos, elevando o total gasto com seu escândalo de trapaça nos testes de emissão de poluentes para cerca de US$ 30 bilhões (R$ 94 bilhões). As ações da montadora alemã caíram 3% na sexta-feira (29), com operadores e analistas expressando consternação com o fato de a empresa ainda ser penalizada dois anos após o surgimento do escândalo. "Este é mais um anúncio inesperado e indesejável da VW, não só de uma perspectiva de ganhos e fluxo de caixa, mas também em relação à credibilidade da administração", disse o analista da Evercore ISI, Arndt Ellinghorst. A maior montadora da Europa admitiu em setembro de 2015 que usou um software ilegal para enganar os testes de emissões de diesel dos EUA, provocando a maior crise empresarial em seus 80 anos de história. Antes de sexta, a empresa havia reservado € 22,6 bilhões (R$ 84,5 bilhões) para cobrir custos como multas e consertos de veículos. Nesta sexta, a VW disse que as correções de hardware estavam sendo mais difíceis que o esperado, por isso a companhia registrou uma provisão adicional de € 2,5 bilhões (R$ 9,3 bilhões). "Temos que fazer mais com o hardware", disse um porta-voz da VW, acrescentando que os clientes dos EUA precisariam aguardar mais tempo para que seus carros fossem reparados.
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mercado
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Conta de escândalo de emissão de poluentes da VW atinge US$ 30 bilhõesA Volkswagen está desembolsando mais US$ 3 bilhões (R$ 9,4 bilhões) para consertar motores a diesel nos Estados Unidos, elevando o total gasto com seu escândalo de trapaça nos testes de emissão de poluentes para cerca de US$ 30 bilhões (R$ 94 bilhões). As ações da montadora alemã caíram 3% na sexta-feira (29), com operadores e analistas expressando consternação com o fato de a empresa ainda ser penalizada dois anos após o surgimento do escândalo. "Este é mais um anúncio inesperado e indesejável da VW, não só de uma perspectiva de ganhos e fluxo de caixa, mas também em relação à credibilidade da administração", disse o analista da Evercore ISI, Arndt Ellinghorst. A maior montadora da Europa admitiu em setembro de 2015 que usou um software ilegal para enganar os testes de emissões de diesel dos EUA, provocando a maior crise empresarial em seus 80 anos de história. Antes de sexta, a empresa havia reservado € 22,6 bilhões (R$ 84,5 bilhões) para cobrir custos como multas e consertos de veículos. Nesta sexta, a VW disse que as correções de hardware estavam sendo mais difíceis que o esperado, por isso a companhia registrou uma provisão adicional de € 2,5 bilhões (R$ 9,3 bilhões). "Temos que fazer mais com o hardware", disse um porta-voz da VW, acrescentando que os clientes dos EUA precisariam aguardar mais tempo para que seus carros fossem reparados.
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Alegando falta de documentos, CPI do BNDES não propõe indiciar ninguém
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O relatório final da CPI do BNDES apresentado nesta terça-feira (16) pelo relator José Rocha (PR-BA) não propôs o indiciamento de nenhum dirigente do banco, nem empresários ou políticos já investigados por possíveis relações com problemas em financiamentos. Rocha leu o relatório na tarde desta terça, mas a CPI ainda tem até a próxima semana para votá-lo, aprovando-o (o que é mais comum) ou rejeitando-o. Em diversos pontos do relatório há queixas sobre a falta de documentos necessários para avaliar se os financiamentos foram regulares e vantajosos economicamente. A Folha apurou que a ausência de indiciamentos e de acusações mais graves deve levar a oposição a apresentar um voto paralelo, para marcar posição contrária ao relatório. Os sub-relatórios, apresentados anteriormente, eram mais críticos ao funcionamento do banco. O deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO) chegou a sugerir o indiciamento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, mas não foi acatado pelo relator. Em relação a um dos casos mais polêmicos envolvendo o BNDES, os financiamentos superiores a R$ 300 milhões ao grupo São Fernando, ligado ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, Rocha escreveu que "não foi possível apurar se houve irregularidades na condução do negócio pelo banco, porque não chegaram até esta CPI os documentos de análise que subsidiaram as decisões favoráveis". Também, por exemplo, sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte e sobre a refinaria de Abreu e Lima (PE), o relator alega que não teve acesso a documentos necessários para aprofundar a investigação. Segundo o relatório, entre operações diretas e indiretas, o BNDES repassou cerca de R$ 25 milhões a Belo Monte e de R$ 10 milhões a Abreu e Lima. "Sem acesso aos documentos relativos à fase pré-contratual da relação entre BNDES e tomador de crédito, não se pode avançar em investigações que busquem identificar favorecimentos, dado que não se conhecem os termos do pedido de financiamento", escreveu José Rocha sobre Abreu e Lima. Nas conclusões do relatório, José Rocha faz recomendações para melhorar o funcionamento do banco de fomento. Dentre elas, reservar parte dos financiamentos para projetos que estimulem pesquisa em "regiões carentes de desenvolvimento, a exemplo do semiárido", determinar impedimentos para empresas que contrataram consultorias de políticos ou ex-integrantes do BNDES, avaliação da efetividade dos financiamentos concedidos, publicação das atas de reuniões e a realização de auditoria no braço de investimentos de capital de risco do banco, o BNDESPAR. A CPI do BNDES foi instalada em agosto do ano passado e, apesar de ter entregue sub-relatorias a deputados oposicionistas, teve como relator um parlamentar mais alinhado ao governo federal, que garantiu um relatório final mais neutro e não acatou as sugestões mais críticas feitas pelos sub-relatores. Sob a presidência do deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), requerimentos contrários ao governo chegaram a ser pautados e aprovados, como a convocação de Bumlai, que ficou calado na CPI, mas os trabalhos tiveram dificuldades no excesso de detalhes técnicos dos financiamentos do BNDES. Ao final da sessão, parlamentares pediram vista do relatório, recebendo prazo de 48 horas. O relatório final, após aprovado, deve ser encaminhado ao TCU (Tribunal de Contas da União) e Ministério Público Federal para, sob recomendação do relator, continuarem investigando questões mais polêmicas. Colaborou EDUARDO CUCOLO, de Brasília
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Alegando falta de documentos, CPI do BNDES não propõe indiciar ninguémO relatório final da CPI do BNDES apresentado nesta terça-feira (16) pelo relator José Rocha (PR-BA) não propôs o indiciamento de nenhum dirigente do banco, nem empresários ou políticos já investigados por possíveis relações com problemas em financiamentos. Rocha leu o relatório na tarde desta terça, mas a CPI ainda tem até a próxima semana para votá-lo, aprovando-o (o que é mais comum) ou rejeitando-o. Em diversos pontos do relatório há queixas sobre a falta de documentos necessários para avaliar se os financiamentos foram regulares e vantajosos economicamente. A Folha apurou que a ausência de indiciamentos e de acusações mais graves deve levar a oposição a apresentar um voto paralelo, para marcar posição contrária ao relatório. Os sub-relatórios, apresentados anteriormente, eram mais críticos ao funcionamento do banco. O deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO) chegou a sugerir o indiciamento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, mas não foi acatado pelo relator. Em relação a um dos casos mais polêmicos envolvendo o BNDES, os financiamentos superiores a R$ 300 milhões ao grupo São Fernando, ligado ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, Rocha escreveu que "não foi possível apurar se houve irregularidades na condução do negócio pelo banco, porque não chegaram até esta CPI os documentos de análise que subsidiaram as decisões favoráveis". Também, por exemplo, sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte e sobre a refinaria de Abreu e Lima (PE), o relator alega que não teve acesso a documentos necessários para aprofundar a investigação. Segundo o relatório, entre operações diretas e indiretas, o BNDES repassou cerca de R$ 25 milhões a Belo Monte e de R$ 10 milhões a Abreu e Lima. "Sem acesso aos documentos relativos à fase pré-contratual da relação entre BNDES e tomador de crédito, não se pode avançar em investigações que busquem identificar favorecimentos, dado que não se conhecem os termos do pedido de financiamento", escreveu José Rocha sobre Abreu e Lima. Nas conclusões do relatório, José Rocha faz recomendações para melhorar o funcionamento do banco de fomento. Dentre elas, reservar parte dos financiamentos para projetos que estimulem pesquisa em "regiões carentes de desenvolvimento, a exemplo do semiárido", determinar impedimentos para empresas que contrataram consultorias de políticos ou ex-integrantes do BNDES, avaliação da efetividade dos financiamentos concedidos, publicação das atas de reuniões e a realização de auditoria no braço de investimentos de capital de risco do banco, o BNDESPAR. A CPI do BNDES foi instalada em agosto do ano passado e, apesar de ter entregue sub-relatorias a deputados oposicionistas, teve como relator um parlamentar mais alinhado ao governo federal, que garantiu um relatório final mais neutro e não acatou as sugestões mais críticas feitas pelos sub-relatores. Sob a presidência do deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), requerimentos contrários ao governo chegaram a ser pautados e aprovados, como a convocação de Bumlai, que ficou calado na CPI, mas os trabalhos tiveram dificuldades no excesso de detalhes técnicos dos financiamentos do BNDES. Ao final da sessão, parlamentares pediram vista do relatório, recebendo prazo de 48 horas. O relatório final, após aprovado, deve ser encaminhado ao TCU (Tribunal de Contas da União) e Ministério Público Federal para, sob recomendação do relator, continuarem investigando questões mais polêmicas. Colaborou EDUARDO CUCOLO, de Brasília
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Trump tenta redistribuir renda para os mais ricos
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Após sofrer importante derrota no Senado em sua tentativa de derrubar a lei do sistema de saúde americano conhecida como Obamacare, o governo de Donald Trump passou a costurar a aprovação de uma reforma tributária que muitos preferem chamar de um plano de redução de impostos para os mais ricos. Em evento promovido por organizações políticas ligadas aos irmãos Koch —donos da segunda maior empresa privada dos EUA— na segunda-feira (31), um alto representante do governo Trump declarou que o trâmite para a aprovação da reforma será iniciado em setembro. Em abril deste ano, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, já havia anunciado que Trump proporia uma redução na alíquota de impostos sobre os lucros das empresas dos atuais 35% para 15%, no que classificou como a maior reforma tributária da história do país. O problema é que, para aprovar uma reforma tributária no Senado com maioria simples —em vez de uma supermaioria de três quintos de senadores—, a proposta tem de ser neutra do ponto de vista orçamentário nos próximos dez anos. Em outras palavras, não pode haver perda de arrecadação nesse período de tempo: se uns pagam menos, outros teriam de pagar mais. Considerada a dificuldade política de designar perdedores, o mais provável é que o governo Trump tente fundamentar seu plano de redução de impostos no falso argumento de que o estímulo ao crescimento econômico dado pela reforma será suficiente para elevar a arrecadação futura. Recorrem assim ao bom e velho "trickle down economics", em que se acredita que os incentivos dados ao andar de cima acabam chegando ao andar de baixo. Em artigo da revista "Jacobin" de março, Josh Mound havia alertado para o fato de que, historicamente, enquanto os democratas concentram-se em reduzir despesas em favor do equilíbrio fiscal, republicanos, ao assumirem o poder, reduzem os impostos pagos pelos mais ricos e deterioram as contas públicas. Na visão do autor, os republicanos entendem perfeitamente que a política fiscal é um instrumento de redistribuição de renda —no caso deles, para o topo da pirâmide. Os democratas, por sua vez, enganam-se ao acreditar que o objetivo principal da política fiscal é o controle da dívida pública, abrindo mão assim de utilizar esse instrumento para reduzir desigualdades. Como apontou o Nobel de Economia Joseph Stiglitz em artigo publicado pelo site "Project Syndicate" na quinta-feira (27), a redução de impostos promovida por Ronald Reagan nos anos 1980 gerou crescimento menor, queda da arrecadação e aumento da desigualdade. "Simplesmente não há base teórica ou empírica para [a suposição de que menores impostos estimulam o crescimento]", afirmou o economista. A exceção, segundo Stiglitz, seriam os países pequenos, que poderiam utilizar-se da redução de impostos para roubar empresas de seus vizinhos em uma política chamada de "beggar-thy-neighbour". Mas mesmo nesse caso o crescimento global tende a ser prejudicado: se um ganha em detrimento do outro, uma eventual guerra fiscal pode tornar-se uma corrida ao fundo do poço. "Em um país com tantos problemas —especialmente desigualdade—, a redução de impostos para grandes corporações não resolverá nenhum deles. Essa é uma lição para todos os países que estão contemplando a possibilidade de desonerar empresas —mesmo aqueles sem a má sorte de serem liderados por um plutocrata desqualificado e covarde", alertou Stiglitz no fim de seu artigo.
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Trump tenta redistribuir renda para os mais ricosApós sofrer importante derrota no Senado em sua tentativa de derrubar a lei do sistema de saúde americano conhecida como Obamacare, o governo de Donald Trump passou a costurar a aprovação de uma reforma tributária que muitos preferem chamar de um plano de redução de impostos para os mais ricos. Em evento promovido por organizações políticas ligadas aos irmãos Koch —donos da segunda maior empresa privada dos EUA— na segunda-feira (31), um alto representante do governo Trump declarou que o trâmite para a aprovação da reforma será iniciado em setembro. Em abril deste ano, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, já havia anunciado que Trump proporia uma redução na alíquota de impostos sobre os lucros das empresas dos atuais 35% para 15%, no que classificou como a maior reforma tributária da história do país. O problema é que, para aprovar uma reforma tributária no Senado com maioria simples —em vez de uma supermaioria de três quintos de senadores—, a proposta tem de ser neutra do ponto de vista orçamentário nos próximos dez anos. Em outras palavras, não pode haver perda de arrecadação nesse período de tempo: se uns pagam menos, outros teriam de pagar mais. Considerada a dificuldade política de designar perdedores, o mais provável é que o governo Trump tente fundamentar seu plano de redução de impostos no falso argumento de que o estímulo ao crescimento econômico dado pela reforma será suficiente para elevar a arrecadação futura. Recorrem assim ao bom e velho "trickle down economics", em que se acredita que os incentivos dados ao andar de cima acabam chegando ao andar de baixo. Em artigo da revista "Jacobin" de março, Josh Mound havia alertado para o fato de que, historicamente, enquanto os democratas concentram-se em reduzir despesas em favor do equilíbrio fiscal, republicanos, ao assumirem o poder, reduzem os impostos pagos pelos mais ricos e deterioram as contas públicas. Na visão do autor, os republicanos entendem perfeitamente que a política fiscal é um instrumento de redistribuição de renda —no caso deles, para o topo da pirâmide. Os democratas, por sua vez, enganam-se ao acreditar que o objetivo principal da política fiscal é o controle da dívida pública, abrindo mão assim de utilizar esse instrumento para reduzir desigualdades. Como apontou o Nobel de Economia Joseph Stiglitz em artigo publicado pelo site "Project Syndicate" na quinta-feira (27), a redução de impostos promovida por Ronald Reagan nos anos 1980 gerou crescimento menor, queda da arrecadação e aumento da desigualdade. "Simplesmente não há base teórica ou empírica para [a suposição de que menores impostos estimulam o crescimento]", afirmou o economista. A exceção, segundo Stiglitz, seriam os países pequenos, que poderiam utilizar-se da redução de impostos para roubar empresas de seus vizinhos em uma política chamada de "beggar-thy-neighbour". Mas mesmo nesse caso o crescimento global tende a ser prejudicado: se um ganha em detrimento do outro, uma eventual guerra fiscal pode tornar-se uma corrida ao fundo do poço. "Em um país com tantos problemas —especialmente desigualdade—, a redução de impostos para grandes corporações não resolverá nenhum deles. Essa é uma lição para todos os países que estão contemplando a possibilidade de desonerar empresas —mesmo aqueles sem a má sorte de serem liderados por um plutocrata desqualificado e covarde", alertou Stiglitz no fim de seu artigo.
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Dilma sanciona lei que aumenta a adição de biodiesel ao óleo diesel
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A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (23), sem vetos, a lei que aumenta gradativamente o percentual de biodiesel adicionado ao óleo diesel. A sanção foi realizada em um evento fechado à imprensa realizado no Palácio do Planalto e transmitido pela TV estatal NBR. O texto será publicado na edição do Diário Oficial da União desta quinta-feira (24). A nova lei estabelece que seja adicionado um ponto percentual de biodiesel ao óleo diesel nos próximos três anos, passando dos atuais 7% para 8% em março de 2017, 9% em março de 2018 e 10% em março de 2019. O governo também realizará testes junto à Anfavea e à área de pesquisa da Petrobras para avaliar a viabilidade de se adicionar até 15% de biodiesel ao diesel mineral. Os testes deverão ser concluídos em até 36 meses e, se forem positivos e obtiverem a autorização do Conselho Nacional de Política Energética, os fabricantes de combustível ficam autorizados a aumentar a combinação. "Testes serão feitos para que a gente possa autorizar a mistura nos locais onde essa mistura for economicamente interessante como em alguns estados produtores de biodiesel que estão distantes de áreas de produção de diesel mineral, além dos 10% obrigatórios, poderá ser implementado até 15%", explicou o secretário de gás, petróleo e combustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, após a cerimônia. O governo também realizará testes até o ano que vem para a adição de 10% de biodiesel, percentual que será obrigatório apenas em 2019. Para a presidente Dilma Rousseff, o aumento do percentual adicionado estimulará a produção de biodiesel no país, o que poderá beneficiar a agricultura familiar e produção em cooperativas além de possibilitar a redução do preço do combustível em algumas regiões. De acordo com ela, existem hoje 50 usinas aptas a operar comercialmente em todas as regiões do país. "Esse é um dos objetivos, de usar esse programa como instrumento forte de inclusão social e aumento de renda", disse durante a cerimônia. A presidente também ressaltou que o país enfrenta um desafio de ampliar a produção a partir de outras matrizes. Hoje, 77% do biocombustível produzido no país vem da soja, segundo Dilma. Dilma afirmou também em seu discurso que o aumento do uso do biocombustível ajudará o país a cumprir metas ambientais, como as assumidas na COP-21. "Todos nós ganhamos com isso. Ganha a agricultura familiar, a comercial, as usinas produtoras, o consumidor, e o meio ambiente. Ao ganhar o meio ambiente, ganha toda a população brasileira", disse.
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Dilma sanciona lei que aumenta a adição de biodiesel ao óleo dieselA presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (23), sem vetos, a lei que aumenta gradativamente o percentual de biodiesel adicionado ao óleo diesel. A sanção foi realizada em um evento fechado à imprensa realizado no Palácio do Planalto e transmitido pela TV estatal NBR. O texto será publicado na edição do Diário Oficial da União desta quinta-feira (24). A nova lei estabelece que seja adicionado um ponto percentual de biodiesel ao óleo diesel nos próximos três anos, passando dos atuais 7% para 8% em março de 2017, 9% em março de 2018 e 10% em março de 2019. O governo também realizará testes junto à Anfavea e à área de pesquisa da Petrobras para avaliar a viabilidade de se adicionar até 15% de biodiesel ao diesel mineral. Os testes deverão ser concluídos em até 36 meses e, se forem positivos e obtiverem a autorização do Conselho Nacional de Política Energética, os fabricantes de combustível ficam autorizados a aumentar a combinação. "Testes serão feitos para que a gente possa autorizar a mistura nos locais onde essa mistura for economicamente interessante como em alguns estados produtores de biodiesel que estão distantes de áreas de produção de diesel mineral, além dos 10% obrigatórios, poderá ser implementado até 15%", explicou o secretário de gás, petróleo e combustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, após a cerimônia. O governo também realizará testes até o ano que vem para a adição de 10% de biodiesel, percentual que será obrigatório apenas em 2019. Para a presidente Dilma Rousseff, o aumento do percentual adicionado estimulará a produção de biodiesel no país, o que poderá beneficiar a agricultura familiar e produção em cooperativas além de possibilitar a redução do preço do combustível em algumas regiões. De acordo com ela, existem hoje 50 usinas aptas a operar comercialmente em todas as regiões do país. "Esse é um dos objetivos, de usar esse programa como instrumento forte de inclusão social e aumento de renda", disse durante a cerimônia. A presidente também ressaltou que o país enfrenta um desafio de ampliar a produção a partir de outras matrizes. Hoje, 77% do biocombustível produzido no país vem da soja, segundo Dilma. Dilma afirmou também em seu discurso que o aumento do uso do biocombustível ajudará o país a cumprir metas ambientais, como as assumidas na COP-21. "Todos nós ganhamos com isso. Ganha a agricultura familiar, a comercial, as usinas produtoras, o consumidor, e o meio ambiente. Ao ganhar o meio ambiente, ganha toda a população brasileira", disse.
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Cruzeiro derrota o Campinas e conquista a Superliga pela quarta vez
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O Cruzeiro derrotou o Campinas neste domingo (10), no ginásio Nilson Nelson, em Brasília, e conquistou o título da Superliga masculina de vôlei. A equipe mineira venceu por 3 sets a 1, com parciais de 23/25, 25/23, 25/15 e 30/28, para ganhar o seu quarto troféu da Superliga, o terceiro seguido. O Cruzeiro fechou uma temporada histórica, na qual se mostrou imbatível. Além da Superliga, conquistou outros cinco títulos, em todos os níveis: do Campeonato Mundial de clubes, do Sul-Americano de clubes, da Copa Brasil, da Supercopa e do Campeonato Mineiro. Em resumo, triunfou em tudo o que disputou. O triunfo deste domingo marcou a temporada mais vitoriosa de sua história –superando 2013/14, quando venceu tudo à exceção da Supercopa. É um dos acontecimentos mais memoráveis do vôlei masculino nacional.
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Cruzeiro derrota o Campinas e conquista a Superliga pela quarta vezO Cruzeiro derrotou o Campinas neste domingo (10), no ginásio Nilson Nelson, em Brasília, e conquistou o título da Superliga masculina de vôlei. A equipe mineira venceu por 3 sets a 1, com parciais de 23/25, 25/23, 25/15 e 30/28, para ganhar o seu quarto troféu da Superliga, o terceiro seguido. O Cruzeiro fechou uma temporada histórica, na qual se mostrou imbatível. Além da Superliga, conquistou outros cinco títulos, em todos os níveis: do Campeonato Mundial de clubes, do Sul-Americano de clubes, da Copa Brasil, da Supercopa e do Campeonato Mineiro. Em resumo, triunfou em tudo o que disputou. O triunfo deste domingo marcou a temporada mais vitoriosa de sua história –superando 2013/14, quando venceu tudo à exceção da Supercopa. É um dos acontecimentos mais memoráveis do vôlei masculino nacional.
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Analistas veem risco ao Brasil com Trump, mas também oportunidade
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Donald Trump foi eleito presidente dos EUA deixando claro que a imprevisibilidade seria uma das marcas de suas ações na Casa Branca, mas dando algumas indicações de como vê as relações do país com o resto do mundo, com foco no protecionismo comercial e na ideia de "América em primeiro lugar". Ao longo de sua campanha, o Brasil jamais entrou no radar de Trump, que só fez referências à América Latina ao falar do muro que pretende construir na fronteira com o México e questionar os termos de reaproximação diplomática com Cuba. Para analistas, há riscos claros para o Brasil, sobretudo devido à retórica protecionista, mas também oportunidades, já que o país não entrou na lista de desafetos do novo presidente dos EUA e pode buscar avanços. Embora a incerteza domine o começo do governo Trump, em termos de política comercial algumas diretrizes parecem claras, como a rejeição a acordos multilaterais no formato da Parceria Transpacífico (TPP), principal iniciativa de comércio internacional do presidente Barack Obama. Por outro lado, Trump mostrou-se mais inclinado a negociar "acordos bilaterais justos, que tragam empregos e indústrias de volta aos EUA", como disse em seu primeiro pronunciamento oficial após a vitória na eleição. Isso poderia abrir possibilidades para que o Brasil negocie acordos com os EUA, ainda que permaneça vago o que Trump quer dizer com "acordos justos". Seja como for, é um bom momento para o Brasil sair na frente e mostrar que está disposto a explorar oportunidades de cooperação com os EUA, acha Antonio Josino Meirelles, diretor-executivo do Brazil Industries Coalition, que representa empresas brasileiras nos EUA. "É um momento importante para o Brasil apresentar seus interesses para o novo governo e o Congresso. Ainda não há clareza sobre os objetivos ofensivos da agenda comercial externa dos EUA, mas a história recente do diálogo comercial mostra avanços", diz Josino. Para Leonardo Freitas, sócio da consultoria Hayman-Woodward, especializada em desenvolvimento de negócios nos EUA, um aspecto negativo nesta transição de poder é a tendência de que haja uma saída de investimentos do Brasil com o viés de alta dos juros nos EUA. Mas ele concorda que há muitas áreas em que pode haver cooperação, e cita o interesse dos investidores americanos em áreas como energia renovável, educação, desenvolvimento de software e jogos eletrônicos e tecnologia espacial. "Estive com um pessoal do Rio Grande do Sul que está desenvolvendo drones para a Nasa", afirma Freitas. DESCONHECIMENTO Com a experiência de ter participado pessoalmente de negociações com Trump, Freitas diz que foi difícil lidar com ele, "por sua postura unilateral nos negócios", que sempre quer levar vantagem e não gosta de ser contrariado. "Ele não conhecia nada de Brasil, foi preciso explicar. Achava que o Brasil ainda fosse uma ditadura." Além da falta de informações, há um desinteresse pela América Latina em geral, diz Peter Hakim, presidente emérito do centro de estudos Inter-American Dialogue. Na opinião dele, a única referência ao continente, o muro na fronteira com o México, também é má notícia para o Brasil, já que simboliza uma rejeição à imigração e comércio com o resto da América Latina. "Trump já mostrou quais são suas preferências. Quando ele fala de México, não é só o México", diz. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China, com comércio bilateral de US$ 46 bilhões em 2016. No ano passado, o deficit comercial com os EUA diminuiu quase quatro vezes ante 2015, para US$ 646 milhões, principalmente com a queda de importações brasileiras causada pela crise econômica. Com a inclinação do governo Trump de aumentar exportações, há risco de o deficit voltar a crescer.
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Analistas veem risco ao Brasil com Trump, mas também oportunidadeDonald Trump foi eleito presidente dos EUA deixando claro que a imprevisibilidade seria uma das marcas de suas ações na Casa Branca, mas dando algumas indicações de como vê as relações do país com o resto do mundo, com foco no protecionismo comercial e na ideia de "América em primeiro lugar". Ao longo de sua campanha, o Brasil jamais entrou no radar de Trump, que só fez referências à América Latina ao falar do muro que pretende construir na fronteira com o México e questionar os termos de reaproximação diplomática com Cuba. Para analistas, há riscos claros para o Brasil, sobretudo devido à retórica protecionista, mas também oportunidades, já que o país não entrou na lista de desafetos do novo presidente dos EUA e pode buscar avanços. Embora a incerteza domine o começo do governo Trump, em termos de política comercial algumas diretrizes parecem claras, como a rejeição a acordos multilaterais no formato da Parceria Transpacífico (TPP), principal iniciativa de comércio internacional do presidente Barack Obama. Por outro lado, Trump mostrou-se mais inclinado a negociar "acordos bilaterais justos, que tragam empregos e indústrias de volta aos EUA", como disse em seu primeiro pronunciamento oficial após a vitória na eleição. Isso poderia abrir possibilidades para que o Brasil negocie acordos com os EUA, ainda que permaneça vago o que Trump quer dizer com "acordos justos". Seja como for, é um bom momento para o Brasil sair na frente e mostrar que está disposto a explorar oportunidades de cooperação com os EUA, acha Antonio Josino Meirelles, diretor-executivo do Brazil Industries Coalition, que representa empresas brasileiras nos EUA. "É um momento importante para o Brasil apresentar seus interesses para o novo governo e o Congresso. Ainda não há clareza sobre os objetivos ofensivos da agenda comercial externa dos EUA, mas a história recente do diálogo comercial mostra avanços", diz Josino. Para Leonardo Freitas, sócio da consultoria Hayman-Woodward, especializada em desenvolvimento de negócios nos EUA, um aspecto negativo nesta transição de poder é a tendência de que haja uma saída de investimentos do Brasil com o viés de alta dos juros nos EUA. Mas ele concorda que há muitas áreas em que pode haver cooperação, e cita o interesse dos investidores americanos em áreas como energia renovável, educação, desenvolvimento de software e jogos eletrônicos e tecnologia espacial. "Estive com um pessoal do Rio Grande do Sul que está desenvolvendo drones para a Nasa", afirma Freitas. DESCONHECIMENTO Com a experiência de ter participado pessoalmente de negociações com Trump, Freitas diz que foi difícil lidar com ele, "por sua postura unilateral nos negócios", que sempre quer levar vantagem e não gosta de ser contrariado. "Ele não conhecia nada de Brasil, foi preciso explicar. Achava que o Brasil ainda fosse uma ditadura." Além da falta de informações, há um desinteresse pela América Latina em geral, diz Peter Hakim, presidente emérito do centro de estudos Inter-American Dialogue. Na opinião dele, a única referência ao continente, o muro na fronteira com o México, também é má notícia para o Brasil, já que simboliza uma rejeição à imigração e comércio com o resto da América Latina. "Trump já mostrou quais são suas preferências. Quando ele fala de México, não é só o México", diz. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China, com comércio bilateral de US$ 46 bilhões em 2016. No ano passado, o deficit comercial com os EUA diminuiu quase quatro vezes ante 2015, para US$ 646 milhões, principalmente com a queda de importações brasileiras causada pela crise econômica. Com a inclinação do governo Trump de aumentar exportações, há risco de o deficit voltar a crescer.
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Mostra 'Compulsivo Surreal' tem grafites reais e desenhos virtuais
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DE SÃO PAULO Inaugurada no Espaço Cultural Alma da Rua, a mostra "Compulsivo Surreal" reúne dez obras inéditas, entre telas e peças, de Binho Ribeiro, um dos expoentes do grafite no Brasil. Utilizando a técnica de realidade aumentada e um aplicativo de celular, os visitantes também podem visualizar, virtualmente, outros trabalhos do artista espalhados pela galeria e pelo Beco do Batman. As obras coloridas retratam animais surrealistas e desfragmentados. Espaço Cultural Alma da Rua - R. Gonçalo Afonso, 96, Jardim das Bandeiras, região oeste, s/ tel. Ter. a dom.: 11h às 19h. Até 7/8. Livre. Mais informações em facebook.com/almadaruacult. GRÁTIS
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saopaulo
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Mostra 'Compulsivo Surreal' tem grafites reais e desenhos virtuaisDE SÃO PAULO Inaugurada no Espaço Cultural Alma da Rua, a mostra "Compulsivo Surreal" reúne dez obras inéditas, entre telas e peças, de Binho Ribeiro, um dos expoentes do grafite no Brasil. Utilizando a técnica de realidade aumentada e um aplicativo de celular, os visitantes também podem visualizar, virtualmente, outros trabalhos do artista espalhados pela galeria e pelo Beco do Batman. As obras coloridas retratam animais surrealistas e desfragmentados. Espaço Cultural Alma da Rua - R. Gonçalo Afonso, 96, Jardim das Bandeiras, região oeste, s/ tel. Ter. a dom.: 11h às 19h. Até 7/8. Livre. Mais informações em facebook.com/almadaruacult. GRÁTIS
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Quando crianças mimadas brincam com armas atômicas
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Alguns líderes mundiais andam se comportando como crianças mimadas, o que seria apenas ridículo, não tivessem dois deles armas nucleares, o que pode transformar a brincadeira em carnificina. Claro que me refiro principalmente a Donald Trump e ao norte-coreano Kim Jong-un, mas também a Nicolás Maduro, o ditador venezuelano. Este último, em todo o caso, é ridículo há mais tempo. Quem diz que recebe conselhos do seu padrinho político, Hugo Chávez, por meio de um "pajarito" não é sério. Nem por isso deixa de ser letal, como comprovam denúncias de incontáveis organismos de direitos humanos, acatadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A mais recente palhaçada de Maduro é a convocação de exercícios militares para o fim deste mês, em preparação para uma invasão militar norte-americana. Só mesmo o ridículo Maduro para levar a sério a ameaça do também ridículo Donald Trump de utilizar a força para "resolver" a crise venezuelana. Todos os países relevantes das Américas e até a oposição venezuelana rechaçaram a ameaça de Trump, o que, de resto, era tão previsível que até eu a antecipei em texto para a Folha escrito no dia em que o presidente americano fez seu comentário. No caso da Coreia do Norte, Trump e Kim ficam com aquele desafio infantojuvenil de gritar um para o outro "cospe aqui que você vai ver". Retórica pura, de que dá prova a informação desta terça-feira (15) segundo a qual a ditadura norte-coreana vai segurar testes de mísseis nas proximidades da ilha de Guam (território americano). Kim promete monitorar a "conduta tola e estúpida dos ianques" antes de dispará-los. Trump, com isso, ganha no mínimo algum tempo mais antes de lançar "fogo e fúria" contra o país asiático. Mas, boquirroto como é, é bem capaz de dizer que foi essa ameaça que fez Kim segurar seus mísseis. Não foi. Mesmo que houvesse de fato a intenção de lançá-los, o que é difícil de saber em regimes tão fechados como o norte-coreano, o que deve tê-lo dissuadido não foi Trump, mas Xi Jinping, o líder chinês. Ao cortar importações da Coreia do Norte, a China pisa forte no tubo de oxigênio do regime, o que tende a funcionar muito mais do que as extravagâncias de Trump. Menos mal, pois, que haja um "new kid on the block" (a China), tocando uma música mais sensata no momento em que ninguém entende direito que ritmo toca a América, o mais poderoso "kid" anterior na praça mundial.
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Quando crianças mimadas brincam com armas atômicasAlguns líderes mundiais andam se comportando como crianças mimadas, o que seria apenas ridículo, não tivessem dois deles armas nucleares, o que pode transformar a brincadeira em carnificina. Claro que me refiro principalmente a Donald Trump e ao norte-coreano Kim Jong-un, mas também a Nicolás Maduro, o ditador venezuelano. Este último, em todo o caso, é ridículo há mais tempo. Quem diz que recebe conselhos do seu padrinho político, Hugo Chávez, por meio de um "pajarito" não é sério. Nem por isso deixa de ser letal, como comprovam denúncias de incontáveis organismos de direitos humanos, acatadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A mais recente palhaçada de Maduro é a convocação de exercícios militares para o fim deste mês, em preparação para uma invasão militar norte-americana. Só mesmo o ridículo Maduro para levar a sério a ameaça do também ridículo Donald Trump de utilizar a força para "resolver" a crise venezuelana. Todos os países relevantes das Américas e até a oposição venezuelana rechaçaram a ameaça de Trump, o que, de resto, era tão previsível que até eu a antecipei em texto para a Folha escrito no dia em que o presidente americano fez seu comentário. No caso da Coreia do Norte, Trump e Kim ficam com aquele desafio infantojuvenil de gritar um para o outro "cospe aqui que você vai ver". Retórica pura, de que dá prova a informação desta terça-feira (15) segundo a qual a ditadura norte-coreana vai segurar testes de mísseis nas proximidades da ilha de Guam (território americano). Kim promete monitorar a "conduta tola e estúpida dos ianques" antes de dispará-los. Trump, com isso, ganha no mínimo algum tempo mais antes de lançar "fogo e fúria" contra o país asiático. Mas, boquirroto como é, é bem capaz de dizer que foi essa ameaça que fez Kim segurar seus mísseis. Não foi. Mesmo que houvesse de fato a intenção de lançá-los, o que é difícil de saber em regimes tão fechados como o norte-coreano, o que deve tê-lo dissuadido não foi Trump, mas Xi Jinping, o líder chinês. Ao cortar importações da Coreia do Norte, a China pisa forte no tubo de oxigênio do regime, o que tende a funcionar muito mais do que as extravagâncias de Trump. Menos mal, pois, que haja um "new kid on the block" (a China), tocando uma música mais sensata no momento em que ninguém entende direito que ritmo toca a América, o mais poderoso "kid" anterior na praça mundial.
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Após desentendimento, dupla dos saltos ornamentais termina prova em último
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DO RIO As atletas de saltos ornamentais Ingrid Oliveira, 20, e Giovanna Pedroso, 17, eliminadas nesta quarta-feira (9) da competição em dupla, se desentenderam poucos dias antes da prova. Elas ficaram em oitavo e último lugar na prova de saltos ornamentais sincronizados. Giovanna despediu-se dos Jogos Olímpicos. Já Ingrid competirá na prova individual, no próximo dia 17. As duas, medalhistas de prata nos Jogos Pan de Toronto-15, já vinham em período de desgaste por discordarem com o método dos treinamentos e teriam tido uma briga dias antes da prova na Rio-2016. Segundo o jornal "O Globo", a briga mais recente teria ocorrido após Ingrid levar um atleta com quem se relacionava para o quarto em que as duas dividem na Vila Olímpica. Ao final da prova, o mal estar entre as colegas de equipe era evidente. Elas não desceram juntas para zona mista, local onde os atletas concedem entrevistas à imprensa. Elas expressam dúvida com relação à continuidade da dupla daqui em diante. Foi a primeira briga pública do Time Brasil na Olimpíada do Rio. Procurada, Ingrid disse que não se pronunciaria sobre o assunto. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) afirmou, em nota, que não fará comentários a respeito dia a dia dos atletas da delegação brasileira. O comitê não confirmou se a atleta teria ou não levado uma pessoa para seu quarto poucos dias antes da competição. "Os problemas internos da missão brasileira são resolvidos dentro da própria missão, priorizando, sempre que possível, o caráter educativo antes do punitivo", diz a nota. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos), também por nota, disse que caberia apenas ao COB se pronunciar sobre o caso e que endossa seu posicionamento. Segundo o chefe da delegação brasileira de saltos ornamentais, Ricardo Pereira, as divergências entra as duas ocorriam antes da chegada da dupla à Olimpíada. Ele afirmou que a delegação está evitando discutir o assunto para não tirar o foco da competição individual, que ocorre no próximo dia 17. Pereira também não quis confirmar a razão do desentendimento recente. "É um problema normal de um esporte em dupla. Ele não vai ser resolvido agora. Só depois que passarem os Jogos que vamos discutir isso", disse.
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Após desentendimento, dupla dos saltos ornamentais termina prova em último
DO RIO As atletas de saltos ornamentais Ingrid Oliveira, 20, e Giovanna Pedroso, 17, eliminadas nesta quarta-feira (9) da competição em dupla, se desentenderam poucos dias antes da prova. Elas ficaram em oitavo e último lugar na prova de saltos ornamentais sincronizados. Giovanna despediu-se dos Jogos Olímpicos. Já Ingrid competirá na prova individual, no próximo dia 17. As duas, medalhistas de prata nos Jogos Pan de Toronto-15, já vinham em período de desgaste por discordarem com o método dos treinamentos e teriam tido uma briga dias antes da prova na Rio-2016. Segundo o jornal "O Globo", a briga mais recente teria ocorrido após Ingrid levar um atleta com quem se relacionava para o quarto em que as duas dividem na Vila Olímpica. Ao final da prova, o mal estar entre as colegas de equipe era evidente. Elas não desceram juntas para zona mista, local onde os atletas concedem entrevistas à imprensa. Elas expressam dúvida com relação à continuidade da dupla daqui em diante. Foi a primeira briga pública do Time Brasil na Olimpíada do Rio. Procurada, Ingrid disse que não se pronunciaria sobre o assunto. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) afirmou, em nota, que não fará comentários a respeito dia a dia dos atletas da delegação brasileira. O comitê não confirmou se a atleta teria ou não levado uma pessoa para seu quarto poucos dias antes da competição. "Os problemas internos da missão brasileira são resolvidos dentro da própria missão, priorizando, sempre que possível, o caráter educativo antes do punitivo", diz a nota. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos), também por nota, disse que caberia apenas ao COB se pronunciar sobre o caso e que endossa seu posicionamento. Segundo o chefe da delegação brasileira de saltos ornamentais, Ricardo Pereira, as divergências entra as duas ocorriam antes da chegada da dupla à Olimpíada. Ele afirmou que a delegação está evitando discutir o assunto para não tirar o foco da competição individual, que ocorre no próximo dia 17. Pereira também não quis confirmar a razão do desentendimento recente. "É um problema normal de um esporte em dupla. Ele não vai ser resolvido agora. Só depois que passarem os Jogos que vamos discutir isso", disse.
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Avião ataca casa de líder do Iêmen após confrontos deixarem 6 mortos
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Um avião de guerra atacou nesta quinta-feira (19) a casa em que estava o presidente iemenita, em Aden, após uma manhã de confrontos no aeroporto internacional da cidade que deixou pelo menos seis mortos e 20 feridos. Um avião não-identificado lançou uma bomba ou um míssil sobre a residência do presidente Abdo Rabo Mansur Hadi, o qual foi deslocado para um lugar seguro, segundo fontes de segurança. Os combates começaram durante a noite próximo ao aeroporto e prosseguiram durante a manhã dentro do estabelecimento. As partes em conflito são unidades das forças especiais lideradas por um oficial rebelde, o general Abdel Hafed al-Sakkaf, e membros dos "comitês populares", uma milícia que defende o presidente Hadi. As tropas do exército leais a Hadi e apoiadas por tanques e blindados entraram no aeroporto para ajudar os "comitês populares", que conseguiram recuperar o controle do local no fim da manhã. Os reforços de centenas de soldados foram liderados pelo ministro da Defensa, Mahmud al-Subeihi. O general rebelde Sakkaf é aliado dos houthis, que tomaram o poder no início de fevereiro na capital Sanaa. A capital do Iêmen está atualmente sob controle da milícia xiita houthi, que afastou do poder o presidente Hadi. Hadi foi inicialmente colocado em prisão domiciliar, mas no dia 21 de fevereiro ele conseguiu fugir e chegar à cidade de Aden, seu reduto. Nesta localidade, o presidente, de 69 anos, retirou o pedido de renúncia e anunciou que permanece como chefe de Estado.
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mundo
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Avião ataca casa de líder do Iêmen após confrontos deixarem 6 mortosUm avião de guerra atacou nesta quinta-feira (19) a casa em que estava o presidente iemenita, em Aden, após uma manhã de confrontos no aeroporto internacional da cidade que deixou pelo menos seis mortos e 20 feridos. Um avião não-identificado lançou uma bomba ou um míssil sobre a residência do presidente Abdo Rabo Mansur Hadi, o qual foi deslocado para um lugar seguro, segundo fontes de segurança. Os combates começaram durante a noite próximo ao aeroporto e prosseguiram durante a manhã dentro do estabelecimento. As partes em conflito são unidades das forças especiais lideradas por um oficial rebelde, o general Abdel Hafed al-Sakkaf, e membros dos "comitês populares", uma milícia que defende o presidente Hadi. As tropas do exército leais a Hadi e apoiadas por tanques e blindados entraram no aeroporto para ajudar os "comitês populares", que conseguiram recuperar o controle do local no fim da manhã. Os reforços de centenas de soldados foram liderados pelo ministro da Defensa, Mahmud al-Subeihi. O general rebelde Sakkaf é aliado dos houthis, que tomaram o poder no início de fevereiro na capital Sanaa. A capital do Iêmen está atualmente sob controle da milícia xiita houthi, que afastou do poder o presidente Hadi. Hadi foi inicialmente colocado em prisão domiciliar, mas no dia 21 de fevereiro ele conseguiu fugir e chegar à cidade de Aden, seu reduto. Nesta localidade, o presidente, de 69 anos, retirou o pedido de renúncia e anunciou que permanece como chefe de Estado.
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Carta para a juventude de 64 e a de hoje
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O dia 1º de abril de 1964 ficou marcado pelo início da ditadura militar que mergulhou o Brasil no obscurantismo por duas décadas. O símbolo desse momento foi o incêndio da sede da UNE na praia do Flamengo, no Rio. Apenas agora, 52 anos depois, a UNE está prestes a reinaugurar sua sede e espera, junto com ela, manter viva a memória da mocidade que entregou a vida à causa democrática em nosso país. Ninguém foi mais perseguido e torturado pela ditadura do que a mocidade que se levantou contra o golpe. Os tempos são outros, é bem verdade. O Brasil é outro. A UNE também é outra. Nossa "mocidade" agora é mais jovem do que nunca. Mas, ainda hoje, temos a democracia em nosso DNA. Não existe causa mais importante para UNE do que a democracia. É ela que nos une. É ela também que nos conecta com a mocidade de 64, que lamentava o destino do país, mas buscou coragem e força na esperança de um futuro democrático para enfrentar os dias de tormenta autoritária. O pesadelo de um Estado de exceção não veio, como muitos querem fazer parecer, pelos coturnos dos militares, pelo menos em um primeiro momento. O pesadelo foi gestado nos corredores do Congresso, em reuniões de bilionários, em capas de jornais, em protestos pacíficos contra a "corrupção e a ameaça comunista" e na construção de um clima político de ódio, favorável a um golpe de Estado. A UNE é uma das poucas entidades que sobreviveram a todo esse período, mesmo que na clandestinidade, por se posicionar decisivamente contra o golpe. E por isso mesmo tem a obrigação histórica de se posicionar novamente em relação aos acontecimentos atuais. Os estudantes foram parte fundamental na luta pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Sabemos bem que impeachment é um mecanismo constitucional que impede um presidente de continuar seu governo depois de cometer crime de responsabilidade, exatamente como ficou comprovado com Collor depois de uma longa CPI e um processo que lhe garantiu o mais amplo direito de defesa. Temos a convicção de que seremos julgados um dia sobre nossa posição no conturbado ano de 2016, quando a juventude do futuro avaliar os dias de hoje sem as paixões e as simplificações que contaminam o ambiente político. É nesse contexto que a UNE, a despeito das críticas faça ao governo da presidente Dilma Rousseff, em especial aos cortes na educação, defende a manutenção do Estado de Direito. Defende que o impeachment de uma presidente eleita sem a caracterização de crime de responsabilidade é casuísmo puro. É falta de compromisso com as regras democráticas. E, sem respeito às regras, estamos todos namorando o perigoso caminho do "vale-tudo". As universidades coloridas de esperança e diversidade, com todos os tons do povo brasileiro, são a prova de que uma possível derrota, mesmo que amarga, continuará tendo feito toda a luta valer a pena. Das ruas tomadas por homens que lutam e sonham nascerá o novo. A resistência democrática deve ser a chave para o para o futuro, não para o passado. CARINA VITRAL, 27, é estudante de economia da PUC- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e presidente da UNE - União Nacional dos Estudantes * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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opiniao
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Carta para a juventude de 64 e a de hojeO dia 1º de abril de 1964 ficou marcado pelo início da ditadura militar que mergulhou o Brasil no obscurantismo por duas décadas. O símbolo desse momento foi o incêndio da sede da UNE na praia do Flamengo, no Rio. Apenas agora, 52 anos depois, a UNE está prestes a reinaugurar sua sede e espera, junto com ela, manter viva a memória da mocidade que entregou a vida à causa democrática em nosso país. Ninguém foi mais perseguido e torturado pela ditadura do que a mocidade que se levantou contra o golpe. Os tempos são outros, é bem verdade. O Brasil é outro. A UNE também é outra. Nossa "mocidade" agora é mais jovem do que nunca. Mas, ainda hoje, temos a democracia em nosso DNA. Não existe causa mais importante para UNE do que a democracia. É ela que nos une. É ela também que nos conecta com a mocidade de 64, que lamentava o destino do país, mas buscou coragem e força na esperança de um futuro democrático para enfrentar os dias de tormenta autoritária. O pesadelo de um Estado de exceção não veio, como muitos querem fazer parecer, pelos coturnos dos militares, pelo menos em um primeiro momento. O pesadelo foi gestado nos corredores do Congresso, em reuniões de bilionários, em capas de jornais, em protestos pacíficos contra a "corrupção e a ameaça comunista" e na construção de um clima político de ódio, favorável a um golpe de Estado. A UNE é uma das poucas entidades que sobreviveram a todo esse período, mesmo que na clandestinidade, por se posicionar decisivamente contra o golpe. E por isso mesmo tem a obrigação histórica de se posicionar novamente em relação aos acontecimentos atuais. Os estudantes foram parte fundamental na luta pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Sabemos bem que impeachment é um mecanismo constitucional que impede um presidente de continuar seu governo depois de cometer crime de responsabilidade, exatamente como ficou comprovado com Collor depois de uma longa CPI e um processo que lhe garantiu o mais amplo direito de defesa. Temos a convicção de que seremos julgados um dia sobre nossa posição no conturbado ano de 2016, quando a juventude do futuro avaliar os dias de hoje sem as paixões e as simplificações que contaminam o ambiente político. É nesse contexto que a UNE, a despeito das críticas faça ao governo da presidente Dilma Rousseff, em especial aos cortes na educação, defende a manutenção do Estado de Direito. Defende que o impeachment de uma presidente eleita sem a caracterização de crime de responsabilidade é casuísmo puro. É falta de compromisso com as regras democráticas. E, sem respeito às regras, estamos todos namorando o perigoso caminho do "vale-tudo". As universidades coloridas de esperança e diversidade, com todos os tons do povo brasileiro, são a prova de que uma possível derrota, mesmo que amarga, continuará tendo feito toda a luta valer a pena. Das ruas tomadas por homens que lutam e sonham nascerá o novo. A resistência democrática deve ser a chave para o para o futuro, não para o passado. CARINA VITRAL, 27, é estudante de economia da PUC- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e presidente da UNE - União Nacional dos Estudantes * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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Restaurante Spot vai exibir votação do impeachment em telão
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O restaurante Spot vai colocar telão para transmitir a votação do impeachment neste domingo (17), nas unidades da avenida Paulista e do JK Iguatemi. Normalmente, o estabelecimento só faz isso uma vez por ano, no Oscar. Leia a coluna completa aqui
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colunas
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Restaurante Spot vai exibir votação do impeachment em telãoO restaurante Spot vai colocar telão para transmitir a votação do impeachment neste domingo (17), nas unidades da avenida Paulista e do JK Iguatemi. Normalmente, o estabelecimento só faz isso uma vez por ano, no Oscar. Leia a coluna completa aqui
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4 fundos de pensão respondem por 60% do rombo do setor
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Além de supostos casos de desvio em algumas entidades, a longevidade da população e o resultado dos investimentos feitos na Bolsa são as principais dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelos fundos de pensão no Brasil, que acumularam um deficit atuarial de R$ 73,3 bilhões no primeiro trimestre. De acordo com os dados mais recentes da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), 254 fundos foram responsáveis por esse rombo. No mesmo período, outros 430 tiveram superavit, que somou R$ 15,6 bilhões, e 439 estavam em equilíbrio. Quando um plano registra desequilíbrio atuarial significa que, se fosse obrigado a pagar hoje todos os benefícios atuais e futuros, não haveria recursos suficientes para honrar os compromissos. Os quatro fundos que são alvo da Operação Greenfield —Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios)— têm sido responsáveis por mais de 60% do valor dos rombos registrados pelo setor, de acordo com Antônio Gazzoni, diretor-geral da consultoria atuarial Mercer Gama e professor da FGV. RAIO-X DOS FUNDOS DE PENSÃO - Polícia Federal investiga supostos desvios em?quatro das maiores instituições do Brasil A vida mais longa dos participantes tem pressionado o caixa das entidades porque, em grande parte dos fundos que têm registrado saldo negativo, o pagamento do benefício é vitalício. Segundo o professor, os custos dos fundos subiram, em média, 25% nos últimos 15 anos só por esse fator. "Só tem duas maneiras de colocar em equilíbrio o plano: ou a rentabilidade aumenta, o que só pode ser feito até certo ponto, ou tem de aumentar as contribuições." BOLSA Ao divulgar o rombo do primeiro trimestre de 2016, a Previc avaliou que o resultado negativo é explicado "em grande parte pelo contexto econômico adverso para os investimentos" dos fundos. O investimento que mais frustrou os gestores nos últimos tempos foi a aplicação na Bolsa de Valores, segundo Gazzoni. "A Bolsa experimentou volatilidade muito grande e negativa no ano passado", lembrou. Além de movimentações inesperadas no mercado financeiro, o especialista afirmou que, muitas vezes, o resultado ruim pode ocorrer por erros de gestão, como prazos inadequados de investimento, por exemplo. Os gestores desses fundos têm de procurar o equilíbrio entre a necessidade de liquidez e os investimentos de longo prazo. Gazzoni diz que as suspeitas de desvio têm impacto ruim para a imagem do setor. "Alguns gestores se apropriaram dos recursos de terceiros e fizeram negócios, provavelmente, com características maldosas e, agora, cabe às autoridades avaliarem se houve má-fé", afirmou. "Isso acaba gerando um descrédito. São fundos importantes, mas não podemos julgar um sistema inteiro por causa de quatro entidades."
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mercado
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4 fundos de pensão respondem por 60% do rombo do setorAlém de supostos casos de desvio em algumas entidades, a longevidade da população e o resultado dos investimentos feitos na Bolsa são as principais dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelos fundos de pensão no Brasil, que acumularam um deficit atuarial de R$ 73,3 bilhões no primeiro trimestre. De acordo com os dados mais recentes da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), 254 fundos foram responsáveis por esse rombo. No mesmo período, outros 430 tiveram superavit, que somou R$ 15,6 bilhões, e 439 estavam em equilíbrio. Quando um plano registra desequilíbrio atuarial significa que, se fosse obrigado a pagar hoje todos os benefícios atuais e futuros, não haveria recursos suficientes para honrar os compromissos. Os quatro fundos que são alvo da Operação Greenfield —Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios)— têm sido responsáveis por mais de 60% do valor dos rombos registrados pelo setor, de acordo com Antônio Gazzoni, diretor-geral da consultoria atuarial Mercer Gama e professor da FGV. RAIO-X DOS FUNDOS DE PENSÃO - Polícia Federal investiga supostos desvios em?quatro das maiores instituições do Brasil A vida mais longa dos participantes tem pressionado o caixa das entidades porque, em grande parte dos fundos que têm registrado saldo negativo, o pagamento do benefício é vitalício. Segundo o professor, os custos dos fundos subiram, em média, 25% nos últimos 15 anos só por esse fator. "Só tem duas maneiras de colocar em equilíbrio o plano: ou a rentabilidade aumenta, o que só pode ser feito até certo ponto, ou tem de aumentar as contribuições." BOLSA Ao divulgar o rombo do primeiro trimestre de 2016, a Previc avaliou que o resultado negativo é explicado "em grande parte pelo contexto econômico adverso para os investimentos" dos fundos. O investimento que mais frustrou os gestores nos últimos tempos foi a aplicação na Bolsa de Valores, segundo Gazzoni. "A Bolsa experimentou volatilidade muito grande e negativa no ano passado", lembrou. Além de movimentações inesperadas no mercado financeiro, o especialista afirmou que, muitas vezes, o resultado ruim pode ocorrer por erros de gestão, como prazos inadequados de investimento, por exemplo. Os gestores desses fundos têm de procurar o equilíbrio entre a necessidade de liquidez e os investimentos de longo prazo. Gazzoni diz que as suspeitas de desvio têm impacto ruim para a imagem do setor. "Alguns gestores se apropriaram dos recursos de terceiros e fizeram negócios, provavelmente, com características maldosas e, agora, cabe às autoridades avaliarem se houve má-fé", afirmou. "Isso acaba gerando um descrédito. São fundos importantes, mas não podemos julgar um sistema inteiro por causa de quatro entidades."
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Seis ônibus são queimados após ação da polícia na zona norte do Rio
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Seis ônibus foram incendiados na noite deste sábado (28) após uma operação policial no complexo de favelas do Chapadão, em Costa Barros, zona norte do Rio. De acordo com a Polícia Militar, os coletivos foram incendiados em ruas do bairro de Anchieta, em retaliação à operação ocorrida às 7h deste sábado por homens do 41º BPM (Irajá). O objetivo, segundo a PM, seria atuar contra quadrilhas de roubo de veículos, carga e tráfico de drogas na região. Dois supostos criminosos foram mortos e a polícia apreendeu um radiotransmissor, uma pistola e uma granada, além de drogas em quantidade não divulgada. A PM não divulgou o nome dos homens mortos. O policiamento precisou ser reforçado na rua Alcobaça no fim da tarde, onde ocorreram os incêndios nos coletivos. O fogo foi controlado por volta das 21h30 e não houve feridos no tumulto.
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cotidiano
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Seis ônibus são queimados após ação da polícia na zona norte do RioSeis ônibus foram incendiados na noite deste sábado (28) após uma operação policial no complexo de favelas do Chapadão, em Costa Barros, zona norte do Rio. De acordo com a Polícia Militar, os coletivos foram incendiados em ruas do bairro de Anchieta, em retaliação à operação ocorrida às 7h deste sábado por homens do 41º BPM (Irajá). O objetivo, segundo a PM, seria atuar contra quadrilhas de roubo de veículos, carga e tráfico de drogas na região. Dois supostos criminosos foram mortos e a polícia apreendeu um radiotransmissor, uma pistola e uma granada, além de drogas em quantidade não divulgada. A PM não divulgou o nome dos homens mortos. O policiamento precisou ser reforçado na rua Alcobaça no fim da tarde, onde ocorreram os incêndios nos coletivos. O fogo foi controlado por volta das 21h30 e não houve feridos no tumulto.
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Proposta da Câmara reduz receita do Refis a metade, prevê Fazenda
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Após semanas de negociação, o texto do Refis chegou a um formato "quase final" nesta terça-feira (26), segundo o relator do projeto na Câmara, Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pretende iniciar a votação nesta quarta-feira (27) pela manhã. Integrantes da equipe econômica do Ministério da Fazenda insistiam para que a negociação fosse concluída apenas após o retorno nesta quarta do ministro Henrique Meirelles de viagem à Inglaterra. No entanto, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), informou que a votação não depende da volta do ministro. Pelo texto, segundo Cardoso Jr., empresas com dívidas de até R$ 15 milhões terão condições mais favoráveis no programa de refinanciamento de passivos com o fisco. Será permitido o uso de créditos de prejuízos fiscais, até este limite, para abater os débitos inscritos na dívida ativa da União. Até agora, a Fazenda resistia ao uso de créditos na dívida ativa por entender que essa arrecadação é garantida, uma vez que foram esgotadas todas as possibilidades de contestação pelas empresas. No caso dos débitos com a Receita, o uso já era autorizado. Ficou definido também que o prejuízo fiscal de uma empresa poderá ser usado para abater o débito de empresas coligadas desde que elas sejam vinculadas à mesma pessoa jurídica. O valor de entrada e descontos de multas e parcelamentos está mantido, conforme as últimas negociações. Pelo texto, o sinal deverá ser de 5% para dívidas de até R$ 15 milhões. Para os que pagarem os seus débitos à vista, o desconto nas multas será de 70%, e de 90% sobre os juros. Quem optar pelo parcelamento de 145 meses, de 50% e 80%, respectivamente, e para os pagamentos em 175 meses, 25% sobre a multa e de 50% sobre os juros. Segundo o deputado, com o desenho atual, o Refis deverá arrecadar R$ 10 bilhões neste ano e em 2018, rebatendo estudos da Fazenda indicando que as concessões poderiam reduzir à metade a arrecadação com o programa no ano. Segundo estimativas de técnicos da Receita, a que a Folha teve acesso, as mudanças têm potencial de reduzir pela metade a projeção de arrecadação com o atual Refis neste ano, de R$ 8,6 bilhões para R$ 4,2 bilhões. Os R$ 8,6 bilhões consideram a soma de praticamente toda arrecadação com o primeiro Refis deste ano, que vigorou de fevereiro a julho, e das receitas que passaram a entrar a partir de agosto, quando foi editada a nova MP. Para o governo, quase todas as empresas que aderiram no início do ano devem migrar para a nova fase do programa, que tem regras mais favoráveis ao contribuinte. Cardoso Jr. afirmou que toda a negociação foi feita com o líder do governo no Congresso, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. "Entendo que o assunto saiu da esfera da Fazenda e foi para a Casa Civil", disse. O governo decidiu fazer novas concessões para evitar um novo mal-estar com a base aliada no momento em que a Câmara se prepara para votar uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer. A medida provisória com a atual versão do Refis vence no dia 11 de outubro, mas o prazo para adesões termina nesta sexta-feira (29). Newton Cardoso Jr. afirmou que o novo texto pretende estender o prazo de adesões para 31 de outubro.
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mercado
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Proposta da Câmara reduz receita do Refis a metade, prevê FazendaApós semanas de negociação, o texto do Refis chegou a um formato "quase final" nesta terça-feira (26), segundo o relator do projeto na Câmara, Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pretende iniciar a votação nesta quarta-feira (27) pela manhã. Integrantes da equipe econômica do Ministério da Fazenda insistiam para que a negociação fosse concluída apenas após o retorno nesta quarta do ministro Henrique Meirelles de viagem à Inglaterra. No entanto, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), informou que a votação não depende da volta do ministro. Pelo texto, segundo Cardoso Jr., empresas com dívidas de até R$ 15 milhões terão condições mais favoráveis no programa de refinanciamento de passivos com o fisco. Será permitido o uso de créditos de prejuízos fiscais, até este limite, para abater os débitos inscritos na dívida ativa da União. Até agora, a Fazenda resistia ao uso de créditos na dívida ativa por entender que essa arrecadação é garantida, uma vez que foram esgotadas todas as possibilidades de contestação pelas empresas. No caso dos débitos com a Receita, o uso já era autorizado. Ficou definido também que o prejuízo fiscal de uma empresa poderá ser usado para abater o débito de empresas coligadas desde que elas sejam vinculadas à mesma pessoa jurídica. O valor de entrada e descontos de multas e parcelamentos está mantido, conforme as últimas negociações. Pelo texto, o sinal deverá ser de 5% para dívidas de até R$ 15 milhões. Para os que pagarem os seus débitos à vista, o desconto nas multas será de 70%, e de 90% sobre os juros. Quem optar pelo parcelamento de 145 meses, de 50% e 80%, respectivamente, e para os pagamentos em 175 meses, 25% sobre a multa e de 50% sobre os juros. Segundo o deputado, com o desenho atual, o Refis deverá arrecadar R$ 10 bilhões neste ano e em 2018, rebatendo estudos da Fazenda indicando que as concessões poderiam reduzir à metade a arrecadação com o programa no ano. Segundo estimativas de técnicos da Receita, a que a Folha teve acesso, as mudanças têm potencial de reduzir pela metade a projeção de arrecadação com o atual Refis neste ano, de R$ 8,6 bilhões para R$ 4,2 bilhões. Os R$ 8,6 bilhões consideram a soma de praticamente toda arrecadação com o primeiro Refis deste ano, que vigorou de fevereiro a julho, e das receitas que passaram a entrar a partir de agosto, quando foi editada a nova MP. Para o governo, quase todas as empresas que aderiram no início do ano devem migrar para a nova fase do programa, que tem regras mais favoráveis ao contribuinte. Cardoso Jr. afirmou que toda a negociação foi feita com o líder do governo no Congresso, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. "Entendo que o assunto saiu da esfera da Fazenda e foi para a Casa Civil", disse. O governo decidiu fazer novas concessões para evitar um novo mal-estar com a base aliada no momento em que a Câmara se prepara para votar uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer. A medida provisória com a atual versão do Refis vence no dia 11 de outubro, mas o prazo para adesões termina nesta sexta-feira (29). Newton Cardoso Jr. afirmou que o novo texto pretende estender o prazo de adesões para 31 de outubro.
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