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Para família, fã morto de Ana Hickmann era 'garoto normal'
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Rodrigo Augusto de Pádua, 30, o fã de Ana Hickmann morto pelo cunhado da apresentadora após invadir o quarto dela em um hotel, era "um garoto normal, que gostava de internet", nas palavras de familiares que assim o definiram no velório do rapaz, neste domingo (22), em Juiz de Fora (MG), onde morava. A mãe de Pádua, Wanda Simões de Pádua, afirmou nesta segunda-feira (23) que seu filho não tinha intenção de atacar a apresentadora. Segundo ela, Pádua lutava contra um "inimigo terrível", que ataca a pessoa "24 horas" por dia -ela não especificou se o jovem sofria algum transtorno psicológico. Disse apenas que "não era ele quem fez aquilo", e classificou o episódio como uma fatalidade. Assustados com a grande repercussão do caso, parentes conversaram com a Folha na condição de anonimato. O marido de uma das irmãs do rapaz, por exemplo, disse que sabia do apreço de Rodrigo pela apresentadora da TV Record, mas não imaginava o nível de sua admiração. Uma sobrinha contou que a família tinha conhecimento de que Rodrigo fazia elogios à ex-modelo pelo Twitter, mas desconhecia o perfil no Instagram, em que Rodrigo, além das declarações de amor e elogios à beleza da celebridade, fazia também comentários de cunho sexual. Segundo um sobrinho, certa vez Rodrigo disse que estava "muito feliz" por ter tido um pedido atendido por Ana. O rapaz falou a parentes que pediu, via Twitter, que a apresentadora usasse no programa uma roupa específica, ao que Ana o teria atendido. Fato ou mentira? Ninguém da família sabe responder. Na infância, lembrou a tia do rapaz, ele era um garoto brincalhão, característica que preservava até hoje. Irmão mais velho de Rodrigo que mora em Belo Horizonte, Helisson Augusto Pádua contou que o irmão fora conhecer a capital mineira e que era "um cara normal". Disse mais: "Minha mulher descobriu que ele se correspondia pelas redes sociais com a Ana Hickmann, mas a gente nunca desconfiou que isso fosse algum problema". Conta que o irmão estava desempregado e, recentemente, só saía de casa para ir à academia. Rodrigo não possuía armas, defendeu ele. Dois dias antes da morte, o rapaz postou mais de 20 fotos da apresentadora no Instagram. Ana Hickmann contou que havia bloqueado o fã nas redes sociais meses atrás. Rodrigo também acompanhava os perfis de Alexandre Corrêa, marido da apresentadora, e de Giovana, a assessora de Ana Hickmann, baleada durante a ação. Rodrigo Augusto VIDA EM FAMÍLIA Rodrigo Pádua era o caçula de cinco filhos. Era também o único que ainda vivia com os pais, de classe média baixa, em Juiz de Fora –o pai, Hélio de Pádua, trabalha como porteiro para complementar a renda da aposentadoria. Há dez anos, Rodrigo passou a adotar uma postura reclusa, sem sair de casa. Seria por esse motivo que ele não teria muitos amigos. Nenhum parente quis falar se o rapaz sofria algum tipo de distúrbio psicológico diagnosticado. Havia concluído o ensino médio. Dividia a admiração por Ana com estudos para o vestibular. Tentaria passar, via Enem, em medicina. Rodrigo se hospedou no mesmo hotel da apresentadora. Disse a ela, em conversa gravada pelo seu cabeleireiro: "Você é uma mentira. Duvidou do amor que eu tinha". Pela versão policial, Rodrigo obrigou, então, Ana, Giovana e o marido dela, Gustavo Henrique Bello Corrêa, o Guto, a se virarem para a parede, de costas e com as mãos na cabeça. Guto se recusou a cumprir a ordem. Foi aí que o atirador disparou duas vezes em direção a Giovana. O cunhado de Ana reagiu. Entrou em luta corporal com Rodrigo, pedindo às duas para que deixassem o quarto. Após a luta, Rodrigo foi atingido por dois tiros na parte de trás da cabeça, segundo versão de Guto, que entregou o revólver na recepção do hotel após o ocorrido. O estado de saúde de Giovana é considerado estável. O tiro no abdome perfurou intestino grosso, delgado e uma artéria. O projétil se alojou no fêmur. Ela deve passar por cirurgia, ainda sem data. Para a polícia, Rodrigo estava agressivo e falava coisas desconexas. O caso é tratado como legítima defesa.
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cotidiano
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Para família, fã morto de Ana Hickmann era 'garoto normal'Rodrigo Augusto de Pádua, 30, o fã de Ana Hickmann morto pelo cunhado da apresentadora após invadir o quarto dela em um hotel, era "um garoto normal, que gostava de internet", nas palavras de familiares que assim o definiram no velório do rapaz, neste domingo (22), em Juiz de Fora (MG), onde morava. A mãe de Pádua, Wanda Simões de Pádua, afirmou nesta segunda-feira (23) que seu filho não tinha intenção de atacar a apresentadora. Segundo ela, Pádua lutava contra um "inimigo terrível", que ataca a pessoa "24 horas" por dia -ela não especificou se o jovem sofria algum transtorno psicológico. Disse apenas que "não era ele quem fez aquilo", e classificou o episódio como uma fatalidade. Assustados com a grande repercussão do caso, parentes conversaram com a Folha na condição de anonimato. O marido de uma das irmãs do rapaz, por exemplo, disse que sabia do apreço de Rodrigo pela apresentadora da TV Record, mas não imaginava o nível de sua admiração. Uma sobrinha contou que a família tinha conhecimento de que Rodrigo fazia elogios à ex-modelo pelo Twitter, mas desconhecia o perfil no Instagram, em que Rodrigo, além das declarações de amor e elogios à beleza da celebridade, fazia também comentários de cunho sexual. Segundo um sobrinho, certa vez Rodrigo disse que estava "muito feliz" por ter tido um pedido atendido por Ana. O rapaz falou a parentes que pediu, via Twitter, que a apresentadora usasse no programa uma roupa específica, ao que Ana o teria atendido. Fato ou mentira? Ninguém da família sabe responder. Na infância, lembrou a tia do rapaz, ele era um garoto brincalhão, característica que preservava até hoje. Irmão mais velho de Rodrigo que mora em Belo Horizonte, Helisson Augusto Pádua contou que o irmão fora conhecer a capital mineira e que era "um cara normal". Disse mais: "Minha mulher descobriu que ele se correspondia pelas redes sociais com a Ana Hickmann, mas a gente nunca desconfiou que isso fosse algum problema". Conta que o irmão estava desempregado e, recentemente, só saía de casa para ir à academia. Rodrigo não possuía armas, defendeu ele. Dois dias antes da morte, o rapaz postou mais de 20 fotos da apresentadora no Instagram. Ana Hickmann contou que havia bloqueado o fã nas redes sociais meses atrás. Rodrigo também acompanhava os perfis de Alexandre Corrêa, marido da apresentadora, e de Giovana, a assessora de Ana Hickmann, baleada durante a ação. Rodrigo Augusto VIDA EM FAMÍLIA Rodrigo Pádua era o caçula de cinco filhos. Era também o único que ainda vivia com os pais, de classe média baixa, em Juiz de Fora –o pai, Hélio de Pádua, trabalha como porteiro para complementar a renda da aposentadoria. Há dez anos, Rodrigo passou a adotar uma postura reclusa, sem sair de casa. Seria por esse motivo que ele não teria muitos amigos. Nenhum parente quis falar se o rapaz sofria algum tipo de distúrbio psicológico diagnosticado. Havia concluído o ensino médio. Dividia a admiração por Ana com estudos para o vestibular. Tentaria passar, via Enem, em medicina. Rodrigo se hospedou no mesmo hotel da apresentadora. Disse a ela, em conversa gravada pelo seu cabeleireiro: "Você é uma mentira. Duvidou do amor que eu tinha". Pela versão policial, Rodrigo obrigou, então, Ana, Giovana e o marido dela, Gustavo Henrique Bello Corrêa, o Guto, a se virarem para a parede, de costas e com as mãos na cabeça. Guto se recusou a cumprir a ordem. Foi aí que o atirador disparou duas vezes em direção a Giovana. O cunhado de Ana reagiu. Entrou em luta corporal com Rodrigo, pedindo às duas para que deixassem o quarto. Após a luta, Rodrigo foi atingido por dois tiros na parte de trás da cabeça, segundo versão de Guto, que entregou o revólver na recepção do hotel após o ocorrido. O estado de saúde de Giovana é considerado estável. O tiro no abdome perfurou intestino grosso, delgado e uma artéria. O projétil se alojou no fêmur. Ela deve passar por cirurgia, ainda sem data. Para a polícia, Rodrigo estava agressivo e falava coisas desconexas. O caso é tratado como legítima defesa.
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Vox populi
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Lançado Neste ano, o Troféu UOL TV e Famosos promoveu duas votações para escolher os melhores do ano na TV –uma entre os leitores e outra entre cinco jornalistas e críticos especializados. Os resultados não poderiam ter sido mais diferentes. Programas e contratados da Record venceram as principais categorias na enquete do público. Alguns exemplos: "Os Dez Mandamentos", com 176 mil votos, foi a melhor novela. Guilherme Winter e Sergio Marone, ambos com 285 mil votos, foram escolhidos os melhores atores por seus papéis na trama bíblica. "Batalha dos Confeiteiros", com 50 mil votos, ganhou como melhor reality. Xuxa, com 52 mil votos, a melhor apresentadora. "Legendários", com 33.500 votos, foi considerado o melhor programa de humor. Já Rodrigo Faro, com 47 mil votos, perdeu por muito pouco (cerca de mil votos) o primeiro lugar conquistado por Silvio Santos como melhor apresentador. Não tiro o mérito dos fãs, tanto dos programas quanto da emissora, que se mobilizaram para votar em seus favoritos. Só acho necessário saber ler resultados alcançados desta forma. O Obitel, uma rede de pesquisadores de ficção televisiva, constituída por dez grupos de pesquisa, com apoios de universidades, agências de fomento e da Rede Globo, dedicou-se em 2015 a estudar fãs de programas de TV. O resultado foi discutido em um simpósio na USP e publicado no livro "Por uma Teoria de Fãs da Ficção Televisiva Brasileira" (Globo/Sulina, 456 págs.). Ainda que bem intencionado, é, de um modo geral, muito decepcionante. As diferentes pesquisas, normalmente de casos, mal arranham o fenômeno, limitando-se a descrevê-los. O problema me parece óbvio. Ainda não há como, no universo digital, ter uma ideia clara sobre quem são os fãs participativos, aqueles que votam em enquetes, postam comentários em blogs, compartilham links em redes sociais. Há diferentes grupos, com múltiplos interesses, agindo em meio ao anonimato digital. No caso da programação de televisão, é interessante perceber os movimentos que estes fãs (ou "militantes") fazem tanto em defesa de uns e de outros quanto no esforço de desqualificação dos rivais ("inimigos"). Quando um ator canastrão como Sergio Marone e outro pouco expressivo como Guilherme Winter superam, com centenas de milhares de votos a mais, nomes como Tonico Pereira (5 mil votos), Enrique Díaz, Domingos Montagner, Alexandre Nero e Tony Ramos, é preciso refletir sobre o que significam estes fã-clubes. Várias outras votações, como esta que o UOL promoveu, costumam ocorrer neste final de ano. Os resultados, diferentes entre si, têm algo em comum: não devem ser sacralizados como "a voz do povo", mas sim como a voz de "algum povo" ou "alguns povos". Menos ainda como uma alternativa ou contraposição à voz da crítica especializada. No caso específico da televisão, acusar a crítica de ter uma visão elitista não cola. No meu caso, e no da maioria dos colegas em atividade, o foco principal de atuação ainda é a TV aberta, justamente por conta de sua penetração no país. Não há nada mais popular do que a programação destas emissoras, da Globo à RedeTV!. Entender as intenções, avaliar os resultados, enxergar os méritos, lançar luz sobre os defeitos e conseguir explicar com clareza o que é digno da atenção do espectador é trabalho para profissionais.
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colunas
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Vox populiLançado Neste ano, o Troféu UOL TV e Famosos promoveu duas votações para escolher os melhores do ano na TV –uma entre os leitores e outra entre cinco jornalistas e críticos especializados. Os resultados não poderiam ter sido mais diferentes. Programas e contratados da Record venceram as principais categorias na enquete do público. Alguns exemplos: "Os Dez Mandamentos", com 176 mil votos, foi a melhor novela. Guilherme Winter e Sergio Marone, ambos com 285 mil votos, foram escolhidos os melhores atores por seus papéis na trama bíblica. "Batalha dos Confeiteiros", com 50 mil votos, ganhou como melhor reality. Xuxa, com 52 mil votos, a melhor apresentadora. "Legendários", com 33.500 votos, foi considerado o melhor programa de humor. Já Rodrigo Faro, com 47 mil votos, perdeu por muito pouco (cerca de mil votos) o primeiro lugar conquistado por Silvio Santos como melhor apresentador. Não tiro o mérito dos fãs, tanto dos programas quanto da emissora, que se mobilizaram para votar em seus favoritos. Só acho necessário saber ler resultados alcançados desta forma. O Obitel, uma rede de pesquisadores de ficção televisiva, constituída por dez grupos de pesquisa, com apoios de universidades, agências de fomento e da Rede Globo, dedicou-se em 2015 a estudar fãs de programas de TV. O resultado foi discutido em um simpósio na USP e publicado no livro "Por uma Teoria de Fãs da Ficção Televisiva Brasileira" (Globo/Sulina, 456 págs.). Ainda que bem intencionado, é, de um modo geral, muito decepcionante. As diferentes pesquisas, normalmente de casos, mal arranham o fenômeno, limitando-se a descrevê-los. O problema me parece óbvio. Ainda não há como, no universo digital, ter uma ideia clara sobre quem são os fãs participativos, aqueles que votam em enquetes, postam comentários em blogs, compartilham links em redes sociais. Há diferentes grupos, com múltiplos interesses, agindo em meio ao anonimato digital. No caso da programação de televisão, é interessante perceber os movimentos que estes fãs (ou "militantes") fazem tanto em defesa de uns e de outros quanto no esforço de desqualificação dos rivais ("inimigos"). Quando um ator canastrão como Sergio Marone e outro pouco expressivo como Guilherme Winter superam, com centenas de milhares de votos a mais, nomes como Tonico Pereira (5 mil votos), Enrique Díaz, Domingos Montagner, Alexandre Nero e Tony Ramos, é preciso refletir sobre o que significam estes fã-clubes. Várias outras votações, como esta que o UOL promoveu, costumam ocorrer neste final de ano. Os resultados, diferentes entre si, têm algo em comum: não devem ser sacralizados como "a voz do povo", mas sim como a voz de "algum povo" ou "alguns povos". Menos ainda como uma alternativa ou contraposição à voz da crítica especializada. No caso específico da televisão, acusar a crítica de ter uma visão elitista não cola. No meu caso, e no da maioria dos colegas em atividade, o foco principal de atuação ainda é a TV aberta, justamente por conta de sua penetração no país. Não há nada mais popular do que a programação destas emissoras, da Globo à RedeTV!. Entender as intenções, avaliar os resultados, enxergar os méritos, lançar luz sobre os defeitos e conseguir explicar com clareza o que é digno da atenção do espectador é trabalho para profissionais.
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Vazamento molha acervo e fecha exposição na Biblioteca Nacional
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Um novo vazamento de água na Biblioteca Nacional, no centro do Rio, molhou parte de seu acervo e fechou o espaço, que exibe exposição sobre o aniversário de 450 da cidade. O acidente, revelado neste sábado (7) pelo jornal "O Globo", ocorreu na última segunda-feira (2), dia em que a biblioteca não abriu, por causa do feriado de Finados. O vazamento foi causado por um estouro em um dos registros de água no terceiro andar do prédio. Um dos brigadistas que trabalha na biblioteca reparou o acidente e desligou o sistema de distribuição, mas ainda assim a água vazou para os andares abaixo. Algumas obras do acervo, computadores, impressoras e o tapete do salão de exposições ficaram molhados. As gravuras e mapas da exposição sobre os 450 anos do Rio foram retiradas a tempo e não sofreram danos. A reabertura da mostra está prevista para a próxima terça-feira (10). O restante do acervo já está aberto ao público desde sexta-feira. A biblioteca, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que todos os livros que foram expostos à água passaram por secagem, com mata-borrões (folhas que absorvem líquidos) e circuladores de ar, e já estão recuperados, assim como os aparelhos eletrônicos. Em 2012, o prédio já havia sofrido com vazamentos de água, causados por problemas no sistema de ventilação do prédio. Na ocasião, os funcionários montaram um força-tarefa para evitar a perda de obras importantes do acervo. A deterioração da estrutura da biblioteca, fundada em 1910, tem sido alvo de reclamações dos funcionários e frequentadores do local. Desde o início de 2014, foi dado início a um processo de reforma e, desde então, o prédio se tornou um canteiro de obras. As intervenções estão ocorrendo em três fases. No início deste ano, foram concluídas as obras no telhado, que custaram cerca de R$ 8 milhões. Atualmente, o sistema elétrico do prédio passa por uma reformulação, iniciada no início de 2015 e deve terminar em 2015, com custo de R$ 4 milhões. Por último, será realizada a reforma da fachada do prédio histórico, que, hoje, está coberta de tapumes. Como ainda será realizada a licitação das obras da parte externa, a direção da biblioteca não divulgou as estimativas de custos e previsão de término da obra. Os recursos para a intervenção são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, com empréstimos do BNDES.
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ilustrada
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Vazamento molha acervo e fecha exposição na Biblioteca NacionalUm novo vazamento de água na Biblioteca Nacional, no centro do Rio, molhou parte de seu acervo e fechou o espaço, que exibe exposição sobre o aniversário de 450 da cidade. O acidente, revelado neste sábado (7) pelo jornal "O Globo", ocorreu na última segunda-feira (2), dia em que a biblioteca não abriu, por causa do feriado de Finados. O vazamento foi causado por um estouro em um dos registros de água no terceiro andar do prédio. Um dos brigadistas que trabalha na biblioteca reparou o acidente e desligou o sistema de distribuição, mas ainda assim a água vazou para os andares abaixo. Algumas obras do acervo, computadores, impressoras e o tapete do salão de exposições ficaram molhados. As gravuras e mapas da exposição sobre os 450 anos do Rio foram retiradas a tempo e não sofreram danos. A reabertura da mostra está prevista para a próxima terça-feira (10). O restante do acervo já está aberto ao público desde sexta-feira. A biblioteca, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que todos os livros que foram expostos à água passaram por secagem, com mata-borrões (folhas que absorvem líquidos) e circuladores de ar, e já estão recuperados, assim como os aparelhos eletrônicos. Em 2012, o prédio já havia sofrido com vazamentos de água, causados por problemas no sistema de ventilação do prédio. Na ocasião, os funcionários montaram um força-tarefa para evitar a perda de obras importantes do acervo. A deterioração da estrutura da biblioteca, fundada em 1910, tem sido alvo de reclamações dos funcionários e frequentadores do local. Desde o início de 2014, foi dado início a um processo de reforma e, desde então, o prédio se tornou um canteiro de obras. As intervenções estão ocorrendo em três fases. No início deste ano, foram concluídas as obras no telhado, que custaram cerca de R$ 8 milhões. Atualmente, o sistema elétrico do prédio passa por uma reformulação, iniciada no início de 2015 e deve terminar em 2015, com custo de R$ 4 milhões. Por último, será realizada a reforma da fachada do prédio histórico, que, hoje, está coberta de tapumes. Como ainda será realizada a licitação das obras da parte externa, a direção da biblioteca não divulgou as estimativas de custos e previsão de término da obra. Os recursos para a intervenção são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, com empréstimos do BNDES.
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Somos livres quando somos capazes de nos abrir ao que não controlamos?
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A modernidade nos acostumou à ideia de liberdade como expressão da autonomia individual. Hoje, ela nos é uma ideia tão natural que parece simplesmente impossível pensar de outra forma. Nossos professores procuram criar alunos autônomos, os pais lutam por terem filhos autônomos, os psicólogos agem para reconduzir seus pacientes à condição de sujeitos autônomos, a democracia pede por cidadãos autônomos. O mesmo termo em tantos contextos diferentes expõe a força de um princípio normativo geral. Sair do horizonte que tal ideia de liberdade define seria, de certa forma, colocar em questão algo de aparentemente fundamental e decisivo em nossa própria identidade como sujeitos modernos. Segundo essa concepção, seríamos livres quando fôssemos capazes de nos autogovernar, de sermos os legisladores de nós mesmos, de estarmos sob a jurisdição de nós mesmos. Essa seria a forma de realizar o que já dissera o filósofo Jean-Jacques Rousseau: ser livre é indissociável do ato de dar para si mesmo sua própria lei. Tal capacidade de autogoverno aparece, para muitos, como a expressão mais bem acabada da maioridade produzida pela experiência de emancipação. Se não podemos dar para nós mesmos nossa própria lei, estaríamos em situação de alienação e servidão, pois seríamos dirigidos por um outro. Mas notemos algo interessante nessa concepção. Ela parece nos fazer crer que o objetivo real de criar indivíduos emancipados e livres seria de levá-los a serem, em uma metamorfose contínua e reversível, o juiz e o acusado. Um pouco como se estivéssemos a ver uma simbiose perfeita entre a consciência que julga e a consciência que age. Já se falou da razão como um tribunal. Mas nem sempre se falou que tal tribunal nos ensina, entre tantas outras coisas, que nossa liberdade seria a capacidade adquirida de se mover entre a cadeira do juiz, o olhar do júri, a fala do acusador e o peso do acusado, sem em nenhum momento se perder. Há uma habilidade de prestidigitador neste jogo de cadeiras. Pois o elemento fundamental aqui é a noção de simetria das posições. Independente do lugar que ocupo, continuo sendo Eu mesmo. Ser livre é ser um só na multiplicidade de várias vozes. No entanto, faz parte das ilusões fundamentais da noção moderna de indivíduo acreditar que me torno eu mesmo em sua maior perfeição principalmente quando exerço a lei que me julga. Ou seja, um dos maiores milagres dessa concepção foi nos fazer acreditar que liberdade é a crença de que entre as ações e as razões, entre os atos e as leis, há uma identidade absoluta de direito, pois todos eles são "meus". Daí por que tudo o que é involuntário, inconsciente, insubmisso a leis, o contingente só pode aparecer como um atentado potencial à minha liberdade. No entanto, poderíamos nos perguntar se não haveria um problema com tal concepção de liberdade. Tudo o que causa minhas ações de forma involuntária, tudo o que quebra a jurisdição das leis que um dia pareci dar para mim mesmo é, de fato, um atentado à minha liberdade? Não haveria entre nós uma outra concepção de liberdade, mais difícil de enxergar, para a qual sou livre quando sou capaz de me abrir àquilo que não controlo completamente, àquilo que não se submete à lei que tomei por minha? Essa outra concepção não dirá que liberdade é autonomia. Ela dirá que liberdade é saber que há sempre um outro que me causa uma alteridade profunda que me afeta, que por isso minhas ações nunca são completamente minhas. No entanto, nem sempre essa heteronomia é sinônimo de servidão. Ou seja, liberdade é abrir-se a uma heteronomia sem servidão. Seria melhor pensar assim. Isso nos deixaria mais aptos a ouvir aquilo que nos atravessa sem nunca adquirir a forma de nós mesmos.
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colunas
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Somos livres quando somos capazes de nos abrir ao que não controlamos?A modernidade nos acostumou à ideia de liberdade como expressão da autonomia individual. Hoje, ela nos é uma ideia tão natural que parece simplesmente impossível pensar de outra forma. Nossos professores procuram criar alunos autônomos, os pais lutam por terem filhos autônomos, os psicólogos agem para reconduzir seus pacientes à condição de sujeitos autônomos, a democracia pede por cidadãos autônomos. O mesmo termo em tantos contextos diferentes expõe a força de um princípio normativo geral. Sair do horizonte que tal ideia de liberdade define seria, de certa forma, colocar em questão algo de aparentemente fundamental e decisivo em nossa própria identidade como sujeitos modernos. Segundo essa concepção, seríamos livres quando fôssemos capazes de nos autogovernar, de sermos os legisladores de nós mesmos, de estarmos sob a jurisdição de nós mesmos. Essa seria a forma de realizar o que já dissera o filósofo Jean-Jacques Rousseau: ser livre é indissociável do ato de dar para si mesmo sua própria lei. Tal capacidade de autogoverno aparece, para muitos, como a expressão mais bem acabada da maioridade produzida pela experiência de emancipação. Se não podemos dar para nós mesmos nossa própria lei, estaríamos em situação de alienação e servidão, pois seríamos dirigidos por um outro. Mas notemos algo interessante nessa concepção. Ela parece nos fazer crer que o objetivo real de criar indivíduos emancipados e livres seria de levá-los a serem, em uma metamorfose contínua e reversível, o juiz e o acusado. Um pouco como se estivéssemos a ver uma simbiose perfeita entre a consciência que julga e a consciência que age. Já se falou da razão como um tribunal. Mas nem sempre se falou que tal tribunal nos ensina, entre tantas outras coisas, que nossa liberdade seria a capacidade adquirida de se mover entre a cadeira do juiz, o olhar do júri, a fala do acusador e o peso do acusado, sem em nenhum momento se perder. Há uma habilidade de prestidigitador neste jogo de cadeiras. Pois o elemento fundamental aqui é a noção de simetria das posições. Independente do lugar que ocupo, continuo sendo Eu mesmo. Ser livre é ser um só na multiplicidade de várias vozes. No entanto, faz parte das ilusões fundamentais da noção moderna de indivíduo acreditar que me torno eu mesmo em sua maior perfeição principalmente quando exerço a lei que me julga. Ou seja, um dos maiores milagres dessa concepção foi nos fazer acreditar que liberdade é a crença de que entre as ações e as razões, entre os atos e as leis, há uma identidade absoluta de direito, pois todos eles são "meus". Daí por que tudo o que é involuntário, inconsciente, insubmisso a leis, o contingente só pode aparecer como um atentado potencial à minha liberdade. No entanto, poderíamos nos perguntar se não haveria um problema com tal concepção de liberdade. Tudo o que causa minhas ações de forma involuntária, tudo o que quebra a jurisdição das leis que um dia pareci dar para mim mesmo é, de fato, um atentado à minha liberdade? Não haveria entre nós uma outra concepção de liberdade, mais difícil de enxergar, para a qual sou livre quando sou capaz de me abrir àquilo que não controlo completamente, àquilo que não se submete à lei que tomei por minha? Essa outra concepção não dirá que liberdade é autonomia. Ela dirá que liberdade é saber que há sempre um outro que me causa uma alteridade profunda que me afeta, que por isso minhas ações nunca são completamente minhas. No entanto, nem sempre essa heteronomia é sinônimo de servidão. Ou seja, liberdade é abrir-se a uma heteronomia sem servidão. Seria melhor pensar assim. Isso nos deixaria mais aptos a ouvir aquilo que nos atravessa sem nunca adquirir a forma de nós mesmos.
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Clubes da Comunidade têm áreas abandonadas sob a gestão Doria
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Falta de pintura e de redes em quadras e campos, lixo no chão e infiltrações são os principais problemas Estruturas muito bem conservadas e outras praticamente abandonadas. É o que o Vigilante Agora encontrou na segunda-feira, quando esteve em oito CDCs (Clubes da Comunidade), unidades esportivas de administração indireta da prefeitura. A gestão dos CDCs é feita por entidades das comunidades locais, por meio de associações comunitárias ou eleição pela população do bairro. Segundo a lei, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, sob a gestão João Doria (PSDB), é responsável pela fiscalização dos 284 CDCs. O clube mais degradado é o do Jardim Bonfiglioli, na região do Butantã (zona oeste). A quadra poliesportiva está sem pintura, as tabelas de basquete estão sem os aros e o piso está com rachaduras. "Antes, havia um caseiro que tomava conta e conservava a quadra, mas há muito tempo que ele saiu. Então a quadra está abandonada", disse a cabeleireira Aparecida de Cássia Carvalho Meirelles, 50 anos, vizinha da quadra. Também na zona oeste está outro clube em más condições. O campo de futebol do CDC Butantã está quase sem gramado. A cerca do local está derrubada, há lixo acumulado pela área do clube e a sede (incluindo banheiros e vestiários) tem infiltrações. No centro, a situação é melhor. O CDC Roberto Russo, no Bom Retiro, está com as instalações em ótimo estado. O CDC, casa do time de várzea Associação Atlética Anhanguera, tem um projeto social que incentiva talentos do futebol na zona norte, como na Brasilândia e no Jardim Peri _este último revelou o atacante Gabriel Jesus, hoje no Manchester City (ING). O projeto social beneficia 40 crianças carentes de 12 a 16 anos. "Fazemos tudo isso com recursos exclusivamente particulares, como os vindos dos aluguéis das quadras e do salão, sem nenhuma ajuda da prefeitura", afirmou Sidney Carlos Caran, diretor do CDC. OUTRO LADO A Secretaria de Esportes e Lazer da gestão João Doria (PSDB) afirma que as entidades são responsáveis pela manutenção dos CDCs, mas que a prefeitura fiscaliza o cumprimento dos contratos. Segundo o órgão, os clubes são orientados "a cumprir os termos da legislação pertinente sempre que alguma denúncia é trazida ao conhecimento da secretaria mediante notificação". A prefeitura diz que oito servidores são responsáveis pela fiscalização e que eles "zelam pela legitimidade formal e documental dos equipamentos". "Se constatado que o CDC desatende os termos da legislação, assim como as notificações da secretaria para regularização do equipamento, há prerrogativa de desativação do mesmo."
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cotidiano
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Clubes da Comunidade têm áreas abandonadas sob a gestão DoriaFalta de pintura e de redes em quadras e campos, lixo no chão e infiltrações são os principais problemas Estruturas muito bem conservadas e outras praticamente abandonadas. É o que o Vigilante Agora encontrou na segunda-feira, quando esteve em oito CDCs (Clubes da Comunidade), unidades esportivas de administração indireta da prefeitura. A gestão dos CDCs é feita por entidades das comunidades locais, por meio de associações comunitárias ou eleição pela população do bairro. Segundo a lei, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, sob a gestão João Doria (PSDB), é responsável pela fiscalização dos 284 CDCs. O clube mais degradado é o do Jardim Bonfiglioli, na região do Butantã (zona oeste). A quadra poliesportiva está sem pintura, as tabelas de basquete estão sem os aros e o piso está com rachaduras. "Antes, havia um caseiro que tomava conta e conservava a quadra, mas há muito tempo que ele saiu. Então a quadra está abandonada", disse a cabeleireira Aparecida de Cássia Carvalho Meirelles, 50 anos, vizinha da quadra. Também na zona oeste está outro clube em más condições. O campo de futebol do CDC Butantã está quase sem gramado. A cerca do local está derrubada, há lixo acumulado pela área do clube e a sede (incluindo banheiros e vestiários) tem infiltrações. No centro, a situação é melhor. O CDC Roberto Russo, no Bom Retiro, está com as instalações em ótimo estado. O CDC, casa do time de várzea Associação Atlética Anhanguera, tem um projeto social que incentiva talentos do futebol na zona norte, como na Brasilândia e no Jardim Peri _este último revelou o atacante Gabriel Jesus, hoje no Manchester City (ING). O projeto social beneficia 40 crianças carentes de 12 a 16 anos. "Fazemos tudo isso com recursos exclusivamente particulares, como os vindos dos aluguéis das quadras e do salão, sem nenhuma ajuda da prefeitura", afirmou Sidney Carlos Caran, diretor do CDC. OUTRO LADO A Secretaria de Esportes e Lazer da gestão João Doria (PSDB) afirma que as entidades são responsáveis pela manutenção dos CDCs, mas que a prefeitura fiscaliza o cumprimento dos contratos. Segundo o órgão, os clubes são orientados "a cumprir os termos da legislação pertinente sempre que alguma denúncia é trazida ao conhecimento da secretaria mediante notificação". A prefeitura diz que oito servidores são responsáveis pela fiscalização e que eles "zelam pela legitimidade formal e documental dos equipamentos". "Se constatado que o CDC desatende os termos da legislação, assim como as notificações da secretaria para regularização do equipamento, há prerrogativa de desativação do mesmo."
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Presidente do STF recebe crianças e adolescentes que vivem em abrigos
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Aproximadamente 50 crianças e adolescentes que vivem em abrigos no Distrito Federal passaram o Dia das Crianças no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta (12), a convite da presidente da corte, ministra Cármen Lúcia. A maioria desses meninos e meninas é filha de presos ou dependentes químicos, sem condições financeiras e psicológicas de educá-los. Parte deles aguarda um interessado em adotá-los. Cármen Lúcia afirmou que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), colegiado presidido por ela, pode atuar na redução do tempo dos processo de adoção. "Acho que o CNJ, com o cadastro de adoções e intensificando esse debates sobre o que é preciso fazer, pode contribuir muito. Juízes dizem que há uma burocracia excessiva, sendo que existem muitas famílias querendo adoção e essas crianças querendo famílias", disse a ministra. Os jovens assistiram a uma apresentação de dança, lancharam e ganharam presentes, comprados por servidores da presidência do tribunal. Cármen Lúcia conversou com alguns meninos. Um deles, L., de 15 anos, a presenteou com um quadro que ele pintou.
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cotidiano
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Presidente do STF recebe crianças e adolescentes que vivem em abrigosAproximadamente 50 crianças e adolescentes que vivem em abrigos no Distrito Federal passaram o Dia das Crianças no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta (12), a convite da presidente da corte, ministra Cármen Lúcia. A maioria desses meninos e meninas é filha de presos ou dependentes químicos, sem condições financeiras e psicológicas de educá-los. Parte deles aguarda um interessado em adotá-los. Cármen Lúcia afirmou que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), colegiado presidido por ela, pode atuar na redução do tempo dos processo de adoção. "Acho que o CNJ, com o cadastro de adoções e intensificando esse debates sobre o que é preciso fazer, pode contribuir muito. Juízes dizem que há uma burocracia excessiva, sendo que existem muitas famílias querendo adoção e essas crianças querendo famílias", disse a ministra. Os jovens assistiram a uma apresentação de dança, lancharam e ganharam presentes, comprados por servidores da presidência do tribunal. Cármen Lúcia conversou com alguns meninos. Um deles, L., de 15 anos, a presenteou com um quadro que ele pintou.
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Foto de brasileiro em Havana vence concurso mundial de fotografia
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O fotógrafo brasileiro Alexandre Meneghini foi um dos premiados no concurso mundial de fotografia Sony World Photography Awards, um dos maiores do mundo. A imagem de duas nadadoras durante uma onda de calor em Cuba foi a vencedora na categoria "Pessoas" da competição Open. A edição de 2016 do concurso teve um recorde de inscrições, recebendo mais de 230 mil fotografias de 180 países. Apenas na categoria Open, a imagem de Meneghini teve que competir com outras 95.541 fotos submetidas. As outras competições são Professional, Student e Youth. A imagem de Meneghini foi feita durante uma onda de calor recorde em Havana, Cuba, onde o brasileiro mora desde 2014. As mulheres da fotografia fazem parte de um grupo de idosos que se reúne todos os dias para nadar e conversar. A foto faz parte de uma série de imagens sobre o cotidiano em Cuba. "Esse reconhecimento é bastante importante para minha carreira e eu acredito que todos os fotógrafos, profissionais ou não, deveriam participar", disse. Meneghini é de São Paulo e trabalha para a agência de notícias Reuters. Agora o fotógrafo brasileiro vai competir com outros nove profissionais vencedores de outras categorias na competição Open. O prêmio será de US$ 5 mil. O vencedor geral será anunciado em uma cerimônia em Londres no dia 21 de abril. Além disso, as fotos vencedoras participam de uma exposição na Somerset House, em Londres, de 22 de abril a 8 de maio e também serão publicadas na edição de 2016 do livro da premiação.
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ilustrada
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Foto de brasileiro em Havana vence concurso mundial de fotografiaO fotógrafo brasileiro Alexandre Meneghini foi um dos premiados no concurso mundial de fotografia Sony World Photography Awards, um dos maiores do mundo. A imagem de duas nadadoras durante uma onda de calor em Cuba foi a vencedora na categoria "Pessoas" da competição Open. A edição de 2016 do concurso teve um recorde de inscrições, recebendo mais de 230 mil fotografias de 180 países. Apenas na categoria Open, a imagem de Meneghini teve que competir com outras 95.541 fotos submetidas. As outras competições são Professional, Student e Youth. A imagem de Meneghini foi feita durante uma onda de calor recorde em Havana, Cuba, onde o brasileiro mora desde 2014. As mulheres da fotografia fazem parte de um grupo de idosos que se reúne todos os dias para nadar e conversar. A foto faz parte de uma série de imagens sobre o cotidiano em Cuba. "Esse reconhecimento é bastante importante para minha carreira e eu acredito que todos os fotógrafos, profissionais ou não, deveriam participar", disse. Meneghini é de São Paulo e trabalha para a agência de notícias Reuters. Agora o fotógrafo brasileiro vai competir com outros nove profissionais vencedores de outras categorias na competição Open. O prêmio será de US$ 5 mil. O vencedor geral será anunciado em uma cerimônia em Londres no dia 21 de abril. Além disso, as fotos vencedoras participam de uma exposição na Somerset House, em Londres, de 22 de abril a 8 de maio e também serão publicadas na edição de 2016 do livro da premiação.
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Após 1ª detecção, começou a corrida para achar mais ondas gravitacionais
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A primeira detecção de ondas gravitacionais, anunciada na última quinta (11), deve causar uma corrida tecnológica e científica. Afinal, mais do que oferecer a enésima confirmação para a já consagrada teoria de Einstein, ela oferece uma nova forma de estudar eventos astrofísicos antes inacessíveis. Começa uma nova era: a da astronomia de ondas gravitacionais. Não por acaso, David Reitze, diretor-executivo do Ligo (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro de Laser), comparou o achado às primeiras observações do céu feitas com o telescópio, por Galileu, há 400 anos. Agora os cientistas também poderão encarar o Cosmos de uma nova maneira. Não fosse a capacidade dos detectores gêmeos do Ligo, jamais saberíamos daquele par de buracos negros e sua espetacular colisão que gerou as ondas gravitacionais detectadas aqui. A partir de setembro, outro detector com sensibilidade similar –Virgo, na Itália– entrará em operação. Com os três trabalhando juntos, não só haverá maior redundância para confirmar a descoberta como surge a possibilidade de indicar com maior precisão de onde no céu o sinal está vindo. sistema Ligo NO BRASIL A detecção também deve motivar uma nova mobilização entre os grupos de pesquisa que trabalham com o tema. Além de estar na colaboração Ligo, Odylio Aguiar, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), é responsável pelo projeto Schenberg (em homenagem ao físico brasileiro Mário Schenberg, grande estudioso da física de buracos negros) e instalado atualmente no Instituto de Física da USP, em São Paulo. O detector consiste numa esfera metálica resfriada a temperaturas próximas do zero absoluto (-273°C) e é equipada para detectar a vibração produzida pela passagem de ondas gravitacionais. Sua primeira operação se deu em 2006 e, embora o desempenho tenha se mostrado melhor do que o esperado, ainda estava muito aquém da sensibilidade requerida para uma detecção. Melhorias foram feitas na última década, e agora o detector trocará de casa."Estamos transferindo a antena para o Inpe, em São José dos Campos, neste ano e pretendemos melhorar sua sensibilidade", disse Aguiar à Folha. A ideia é apoiar a antena em diferentes estruturas de concreto, o que deve fazer com que o ruído (gerado por pessoas andando no ambiente, por exemplo) seja reduzido. Outras providências serão chumbar as bombas de vácuo na parede e adotar o uso de tubos flexíveis. Além disso, alguns dos sensores estão sendo melhorados para ficar mais eficientes em detectar sinais. O esperado é que demore dois anos para que a montagem no Inpe esteja finalizada. "A informação desse detector é rica e extremamente útil porque localiza no céu o sinal com precisão, independente de qualquer outro aparelho", afirma Aguiar. Em paralelo, um projeto latino-americano começa a nascer. "Estamos em conversa com argentinos e mexicanos para a proposta de construção de um interferômetro subterrâneo na América do Sul, que entraria em funcionamento depois de 2030." Projetos similares, baseados em vários designs estão em desenvolvimento no mundo todo (veja mais abaixo). NO ESPAÇO Também há perspectiva de construir plataformas espaciais para detecção de ondas gravitacionais. O desafio é grande, pois o ambiente não dá margem para muitos erros. Em compensação, muitas das perturbações que afetam os detectores em terra não existem por lá. ondas gravitacionais Em dezembro, a ESA (Agência Espacial Europeia) lançou o satélite Lisa Pathfinder justamente para testar as tecnologias necessárias para levar um detector de ondas gravitacionais no espaço. E por que todo esse interesse pelas ondas gravitacionais? Além de demonstrar a existência de buracos negros –o que foi feito na primeira detecção–, elas também podem ser úteis para estudar o nascimento desses objetos bizarros, que exercem uma gravidade tão forte que nem a luz pode escapar deles. Uma das formas de produzir um buraco negro é por meio de uma supernova –a explosão de uma estrela de alta massa–, que deve ser uma fonte importante de ondas gravitacionais. Outra é pela colisão de duas estrelas de nêutrons. A análise das ondas gravitacionais permite lampejos sofisticados sobre esses processos e pode permitir ainda a descoberta de coisas ainda mais estranhas, como as hipotéticas cordas cósmicas. O tema é ainda controverso, mas alguns modelos cosmológicos sugerem que esses "defeitos" surgiram na estrutura do Universo conforme ele se expandiu de forma absurdamente rápida em seus primeiros instantes após o Big Bang. Isso sem falar que no próprio processo de crescimento rápido do Universo, que deve ter gerado ondas gravitacionais. "O que mais me empolga pode demorar para acontecer", diz Rogério Rosenfeld, físico da Unesp. "É a detecção de ondas gravitacionais primordiais, geradas no período inflacionário." As ondas gravitacionais podem levar a ciência aos primeiros instantes do surgimento do Universo. Sonho distante? Bem, até a semana passada, a detecção de qualquer evento de ondas gravitacionais parecia distante. * MAIS ONDAS Outros detectores querem entrar na nova era da astronomia O achado A detecção das ondas gravitacionais foi feita por dois sofisticados sistemas de lasers gêmeos, o sistema conhecido pela sigla Ligo (sigla inglesa para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro de Laser) Ele consiste em duas instalações idênticas localizadas nos Estados de Washington e da Louisiana, nos EUA Itália O detector de ondas gravitacionais concorrente em fase mais avançada é o Virgo, na Itália, que passará a funcionar em setembro, com nível de sensibilidade similar Ele está instalado na cidade de Cascina. Tem dois circuitos perpendiculares (em "L") de 3 km por onde os lasers são constantemente refletidos Índia Outro detector similar está sendo planejado na Índia Japão No Japão, o plano é construir um detector subterrâneo chamado Kagra, deve entrar em operação já em 2018 América Latina Há discussões entre Brasil, Argentina e México também para a construção de um detector subterrâneo, que funcionaria a partir de 2030 Brasil O projeto nacional, batizado de Schenberg (em homenagem ao físico Mário Schenberg) está instalado no Instituto de Física da USP, em São Paulo. Sua antena, porém, está de mudança para o Inpe, em São José dos Campos, onde sua sensibilidade será aprimorada Funciona desde 2006 e consiste numa esfera metálica que é resfriada a temperaturas próximas do zero absoluto (-273°C) e é equipada para detectar a vibração produzida pela passagem de ondas gravitacionais No espaço Em dezembro de 2015, a ESA (Agência Espacial Europeia) lançou um satélite chamado Lisa Pathfinder, cujo objetivo é testar tecnologias necessárias para um detector de ondas gravitacionais no espaço O satélite deve abrir caminho para o eLISA, um sistema mais complexo
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ciencia
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Após 1ª detecção, começou a corrida para achar mais ondas gravitacionaisA primeira detecção de ondas gravitacionais, anunciada na última quinta (11), deve causar uma corrida tecnológica e científica. Afinal, mais do que oferecer a enésima confirmação para a já consagrada teoria de Einstein, ela oferece uma nova forma de estudar eventos astrofísicos antes inacessíveis. Começa uma nova era: a da astronomia de ondas gravitacionais. Não por acaso, David Reitze, diretor-executivo do Ligo (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro de Laser), comparou o achado às primeiras observações do céu feitas com o telescópio, por Galileu, há 400 anos. Agora os cientistas também poderão encarar o Cosmos de uma nova maneira. Não fosse a capacidade dos detectores gêmeos do Ligo, jamais saberíamos daquele par de buracos negros e sua espetacular colisão que gerou as ondas gravitacionais detectadas aqui. A partir de setembro, outro detector com sensibilidade similar –Virgo, na Itália– entrará em operação. Com os três trabalhando juntos, não só haverá maior redundância para confirmar a descoberta como surge a possibilidade de indicar com maior precisão de onde no céu o sinal está vindo. sistema Ligo NO BRASIL A detecção também deve motivar uma nova mobilização entre os grupos de pesquisa que trabalham com o tema. Além de estar na colaboração Ligo, Odylio Aguiar, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), é responsável pelo projeto Schenberg (em homenagem ao físico brasileiro Mário Schenberg, grande estudioso da física de buracos negros) e instalado atualmente no Instituto de Física da USP, em São Paulo. O detector consiste numa esfera metálica resfriada a temperaturas próximas do zero absoluto (-273°C) e é equipada para detectar a vibração produzida pela passagem de ondas gravitacionais. Sua primeira operação se deu em 2006 e, embora o desempenho tenha se mostrado melhor do que o esperado, ainda estava muito aquém da sensibilidade requerida para uma detecção. Melhorias foram feitas na última década, e agora o detector trocará de casa."Estamos transferindo a antena para o Inpe, em São José dos Campos, neste ano e pretendemos melhorar sua sensibilidade", disse Aguiar à Folha. A ideia é apoiar a antena em diferentes estruturas de concreto, o que deve fazer com que o ruído (gerado por pessoas andando no ambiente, por exemplo) seja reduzido. Outras providências serão chumbar as bombas de vácuo na parede e adotar o uso de tubos flexíveis. Além disso, alguns dos sensores estão sendo melhorados para ficar mais eficientes em detectar sinais. O esperado é que demore dois anos para que a montagem no Inpe esteja finalizada. "A informação desse detector é rica e extremamente útil porque localiza no céu o sinal com precisão, independente de qualquer outro aparelho", afirma Aguiar. Em paralelo, um projeto latino-americano começa a nascer. "Estamos em conversa com argentinos e mexicanos para a proposta de construção de um interferômetro subterrâneo na América do Sul, que entraria em funcionamento depois de 2030." Projetos similares, baseados em vários designs estão em desenvolvimento no mundo todo (veja mais abaixo). NO ESPAÇO Também há perspectiva de construir plataformas espaciais para detecção de ondas gravitacionais. O desafio é grande, pois o ambiente não dá margem para muitos erros. Em compensação, muitas das perturbações que afetam os detectores em terra não existem por lá. ondas gravitacionais Em dezembro, a ESA (Agência Espacial Europeia) lançou o satélite Lisa Pathfinder justamente para testar as tecnologias necessárias para levar um detector de ondas gravitacionais no espaço. E por que todo esse interesse pelas ondas gravitacionais? Além de demonstrar a existência de buracos negros –o que foi feito na primeira detecção–, elas também podem ser úteis para estudar o nascimento desses objetos bizarros, que exercem uma gravidade tão forte que nem a luz pode escapar deles. Uma das formas de produzir um buraco negro é por meio de uma supernova –a explosão de uma estrela de alta massa–, que deve ser uma fonte importante de ondas gravitacionais. Outra é pela colisão de duas estrelas de nêutrons. A análise das ondas gravitacionais permite lampejos sofisticados sobre esses processos e pode permitir ainda a descoberta de coisas ainda mais estranhas, como as hipotéticas cordas cósmicas. O tema é ainda controverso, mas alguns modelos cosmológicos sugerem que esses "defeitos" surgiram na estrutura do Universo conforme ele se expandiu de forma absurdamente rápida em seus primeiros instantes após o Big Bang. Isso sem falar que no próprio processo de crescimento rápido do Universo, que deve ter gerado ondas gravitacionais. "O que mais me empolga pode demorar para acontecer", diz Rogério Rosenfeld, físico da Unesp. "É a detecção de ondas gravitacionais primordiais, geradas no período inflacionário." As ondas gravitacionais podem levar a ciência aos primeiros instantes do surgimento do Universo. Sonho distante? Bem, até a semana passada, a detecção de qualquer evento de ondas gravitacionais parecia distante. * MAIS ONDAS Outros detectores querem entrar na nova era da astronomia O achado A detecção das ondas gravitacionais foi feita por dois sofisticados sistemas de lasers gêmeos, o sistema conhecido pela sigla Ligo (sigla inglesa para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro de Laser) Ele consiste em duas instalações idênticas localizadas nos Estados de Washington e da Louisiana, nos EUA Itália O detector de ondas gravitacionais concorrente em fase mais avançada é o Virgo, na Itália, que passará a funcionar em setembro, com nível de sensibilidade similar Ele está instalado na cidade de Cascina. Tem dois circuitos perpendiculares (em "L") de 3 km por onde os lasers são constantemente refletidos Índia Outro detector similar está sendo planejado na Índia Japão No Japão, o plano é construir um detector subterrâneo chamado Kagra, deve entrar em operação já em 2018 América Latina Há discussões entre Brasil, Argentina e México também para a construção de um detector subterrâneo, que funcionaria a partir de 2030 Brasil O projeto nacional, batizado de Schenberg (em homenagem ao físico Mário Schenberg) está instalado no Instituto de Física da USP, em São Paulo. Sua antena, porém, está de mudança para o Inpe, em São José dos Campos, onde sua sensibilidade será aprimorada Funciona desde 2006 e consiste numa esfera metálica que é resfriada a temperaturas próximas do zero absoluto (-273°C) e é equipada para detectar a vibração produzida pela passagem de ondas gravitacionais No espaço Em dezembro de 2015, a ESA (Agência Espacial Europeia) lançou um satélite chamado Lisa Pathfinder, cujo objetivo é testar tecnologias necessárias para um detector de ondas gravitacionais no espaço O satélite deve abrir caminho para o eLISA, um sistema mais complexo
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Simulador Folhainvest vai abrir inscrições em janeiro
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Os interessados em participar do Folhainvest, uma parceria da Folha com a BM&FBovespa, poderão se cadastrar diretamente no site do simulador de ações em meados de janeiro. Até lá, a página estará fora do ar para manutenção. A competição premia mensalmente e no final do ano quem obtém os maiores ganhos. Há diversas categorias diferentes, como para universitários. A contagem para a premiação começa em fevereiro. Antes disso, os inscritos poderão testar a ferramenta, com a compra e a venda de ações, e iniciar a rodada 2015 familiarizados com o campeonato. Veja abaixo os melhores desempenhos em 2014. * Confira o ranking do Folhainvest em 2014 Atualizado em 30.dez. Fonte: Folha
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Simulador Folhainvest vai abrir inscrições em janeiroOs interessados em participar do Folhainvest, uma parceria da Folha com a BM&FBovespa, poderão se cadastrar diretamente no site do simulador de ações em meados de janeiro. Até lá, a página estará fora do ar para manutenção. A competição premia mensalmente e no final do ano quem obtém os maiores ganhos. Há diversas categorias diferentes, como para universitários. A contagem para a premiação começa em fevereiro. Antes disso, os inscritos poderão testar a ferramenta, com a compra e a venda de ações, e iniciar a rodada 2015 familiarizados com o campeonato. Veja abaixo os melhores desempenhos em 2014. * Confira o ranking do Folhainvest em 2014 Atualizado em 30.dez. Fonte: Folha
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Bariátrica menos invasiva, por vídeo, começará a ser realizada pelo SUS
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O SUS (Sistema Único de Saúde) passará a oferecer uma cirurgia bariátrica menos invasiva, realizada por videolaparoscopia. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta (1º). Em 2016, foram feitas no Brasil cerca de cem mil cirurgias bariátricas, 10% delas na rede pública, onde o tempo de espera, em alguns casos, pode chegar a dez anos. O país é o segundo do mundo que mais realiza esse tipo de cirurgia, só perdendo para os EUA. Na videolaparoscopia, são feitos de quatro a sete pequenos cortes (de 0,5 a 1,2 cm cada um) no abdômen do paciente, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo, segundo a SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica). Já na cirurgia aberta, o médico faz um corte de 15 a 30 cm. Há também grande impacto no tempo de internação. Na aberta, são necessários de três a quatro dias. No procedimento laparoscópico, são apenas dois dias internado no hospital. A recomendação da inclusão do procedimento tinha sido feita pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) em relatório de novembro de 2016. "A evidência atualmente disponível sobre eficácia e segurança do procedimento de gastroplastia com derivação intestinal em Y-de-Roux por laparoscopia para tratamento da obesidade grave e mórbida é baseada em revisões sistemáticas, estudos clínicos controlados e estudos observacionais", diz o relatório. Segundo Caetano Marchesini, presidente da SBCBM, essa era uma reivindicação antiga da sociedade. "Com a videolaparoscopia podemos ampliar os atendimentos no SUS, pois tanto a cirurgia quanto a recuperação do paciente demandam um tempo menor", diz. CURA VIA BISTURI? - Conheça dois tipos de cirurgia usadas como tratamento para diabetes INDICAÇÃO No SUS, a cirurgia bariátrica é indicada para pessoas que apresentem índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 50; que tenham IMC maior ou igual a 40, com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos; que tenham IMC maior que 35 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono ou doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico. Recentemente, a cirurgia bariátrica voltou a ganhar destaque após o ex-jogador de futebol e senador Romário (PSB-RJ) se submeter ao procedimento na tentativa de curar o diabetes. No caso, foi realizada a modalidade conhecida como gastrectomia vertical com interposição ileal, que, segundo estudos, é eficaz no tratamento de diabetes. O Conselho Federal de Medicina, no entanto classifica a técnica como experimental.
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equilibrioesaude
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Bariátrica menos invasiva, por vídeo, começará a ser realizada pelo SUSO SUS (Sistema Único de Saúde) passará a oferecer uma cirurgia bariátrica menos invasiva, realizada por videolaparoscopia. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta (1º). Em 2016, foram feitas no Brasil cerca de cem mil cirurgias bariátricas, 10% delas na rede pública, onde o tempo de espera, em alguns casos, pode chegar a dez anos. O país é o segundo do mundo que mais realiza esse tipo de cirurgia, só perdendo para os EUA. Na videolaparoscopia, são feitos de quatro a sete pequenos cortes (de 0,5 a 1,2 cm cada um) no abdômen do paciente, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo, segundo a SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica). Já na cirurgia aberta, o médico faz um corte de 15 a 30 cm. Há também grande impacto no tempo de internação. Na aberta, são necessários de três a quatro dias. No procedimento laparoscópico, são apenas dois dias internado no hospital. A recomendação da inclusão do procedimento tinha sido feita pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) em relatório de novembro de 2016. "A evidência atualmente disponível sobre eficácia e segurança do procedimento de gastroplastia com derivação intestinal em Y-de-Roux por laparoscopia para tratamento da obesidade grave e mórbida é baseada em revisões sistemáticas, estudos clínicos controlados e estudos observacionais", diz o relatório. Segundo Caetano Marchesini, presidente da SBCBM, essa era uma reivindicação antiga da sociedade. "Com a videolaparoscopia podemos ampliar os atendimentos no SUS, pois tanto a cirurgia quanto a recuperação do paciente demandam um tempo menor", diz. CURA VIA BISTURI? - Conheça dois tipos de cirurgia usadas como tratamento para diabetes INDICAÇÃO No SUS, a cirurgia bariátrica é indicada para pessoas que apresentem índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 50; que tenham IMC maior ou igual a 40, com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos; que tenham IMC maior que 35 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono ou doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico. Recentemente, a cirurgia bariátrica voltou a ganhar destaque após o ex-jogador de futebol e senador Romário (PSB-RJ) se submeter ao procedimento na tentativa de curar o diabetes. No caso, foi realizada a modalidade conhecida como gastrectomia vertical com interposição ileal, que, segundo estudos, é eficaz no tratamento de diabetes. O Conselho Federal de Medicina, no entanto classifica a técnica como experimental.
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Marcelo Soares: Patópolis
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Era uma vez uma cidade fictícia chamada Patópolis, que vivia uma forte crise política, com parte da população saindo às ruas para dizer que todos os seus representantes eram uns ratos. Para responder aos clamores da rua, o Partido da Disneylândia (PD) adotou um discurso que pegava bem: anunciou que deixaria de aceitar dinheiro de empresas, apenas de pessoas físicas. A proibição à doação de empresas é levada a sério como uma bala de prata para a reforma política em Patópolis. Uma das maiores doadoras de campanhas em Patópolis é a empreiteira Patinhas, cujas obras foram acusadas de superfaturamento no caso PetroPato e no cartel do trailerzão ("ela vem pela montanha, ela vem"). Seus executivos sênior, Tio Patinhas e Pato Donald, chegaram a ser presos. Veio a eleição daquele ano, e o Partido da Disneylândia recebeu doações milionárias das pessoas físicas Huguinho, Zezinho e Luizinho. Jovens empresários, eles fazem o que quiserem com suas moedas, desde que declarem oficialmente. Tudo dentro da lei. O que só a junta comercial de Patópolis sabe, porém, é que os três patinhos são sobrinhos do Pato Donald e diretores da Patinhas. O Pateta e o Professor Pardal, eleitores comuns, não têm a obrigação de saber quem trabalha onde. Um dia, o jornal "Planeta Diário", de Metrópolis, publicou essa informação, ligando o dinheiro doado ao PD à caixa-forte do Tio Patinhas, abastecida pelo dinheiro da PetroPato, numa maneira esperta de ocultar a origem empresarial do dinheiro. A reação foi forte. O PD acusou o "Planeta" de estar querendo acabar com o mundo maravilhoso da Disneylândia com sua má vontade. Huguinho, Zezinho e Luizinho, diz a nota do PD, são apenas empresários interessados em fazer avançar a democracia. No DuckBook, claques entusiasmadas passaram semanas divididas entre os que acusam a imprensa de ter má vontade e os que acusam o PD de ser ladrão. Tio Patinhas aguarda para mergulhar em sua piscina de moedas. Fora dos desenhos animados, claro, a vida é diferente.
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Marcelo Soares: PatópolisEra uma vez uma cidade fictícia chamada Patópolis, que vivia uma forte crise política, com parte da população saindo às ruas para dizer que todos os seus representantes eram uns ratos. Para responder aos clamores da rua, o Partido da Disneylândia (PD) adotou um discurso que pegava bem: anunciou que deixaria de aceitar dinheiro de empresas, apenas de pessoas físicas. A proibição à doação de empresas é levada a sério como uma bala de prata para a reforma política em Patópolis. Uma das maiores doadoras de campanhas em Patópolis é a empreiteira Patinhas, cujas obras foram acusadas de superfaturamento no caso PetroPato e no cartel do trailerzão ("ela vem pela montanha, ela vem"). Seus executivos sênior, Tio Patinhas e Pato Donald, chegaram a ser presos. Veio a eleição daquele ano, e o Partido da Disneylândia recebeu doações milionárias das pessoas físicas Huguinho, Zezinho e Luizinho. Jovens empresários, eles fazem o que quiserem com suas moedas, desde que declarem oficialmente. Tudo dentro da lei. O que só a junta comercial de Patópolis sabe, porém, é que os três patinhos são sobrinhos do Pato Donald e diretores da Patinhas. O Pateta e o Professor Pardal, eleitores comuns, não têm a obrigação de saber quem trabalha onde. Um dia, o jornal "Planeta Diário", de Metrópolis, publicou essa informação, ligando o dinheiro doado ao PD à caixa-forte do Tio Patinhas, abastecida pelo dinheiro da PetroPato, numa maneira esperta de ocultar a origem empresarial do dinheiro. A reação foi forte. O PD acusou o "Planeta" de estar querendo acabar com o mundo maravilhoso da Disneylândia com sua má vontade. Huguinho, Zezinho e Luizinho, diz a nota do PD, são apenas empresários interessados em fazer avançar a democracia. No DuckBook, claques entusiasmadas passaram semanas divididas entre os que acusam a imprensa de ter má vontade e os que acusam o PD de ser ladrão. Tio Patinhas aguarda para mergulhar em sua piscina de moedas. Fora dos desenhos animados, claro, a vida é diferente.
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Hoje na TV: Corinthians x Goiás, Copa São Paulo, SporTV
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10h - São Caetano x Figueirense, Copa São Paulo, ESPN Brasil e SporTV 2 12h - Milan x Atalanta, Italiano, Fox Sports 14h - Manchester City x Arsenal, Inglês, ESPN Brasil 14h - Alemanha x Rússia, Mundial masc. de handebol, SporTV 16h - La Coruña x Barcelona, Espanhol, ESPN Brasil 16h30 - Corinthians x Goiás, Copa São Paulo, SporTV 17h - Londrina x Cruzeiro, amistoso, SporTV 2 17h45 - Juventus x Verona, Italiano, Fox Sports 18h - Seattle Seahawks x Green Bay Packers, futebol americano, ESPN e Esporte Interativo 19h - Flamengo x Atlético-MG, Copa São Paulo, ESPN Brasil e SporTV 20h - Argentina x Peru, Sul-Americano sub-20, SporTV 2 21h30 - New England Patriots x Indianapolis Colts, futebol americano, ESPN e Esporte Interativo 22h - Aberto da Austrália, tênis, ESPN e ESPN +
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esporte
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Hoje na TV: Corinthians x Goiás, Copa São Paulo, SporTV10h - São Caetano x Figueirense, Copa São Paulo, ESPN Brasil e SporTV 2 12h - Milan x Atalanta, Italiano, Fox Sports 14h - Manchester City x Arsenal, Inglês, ESPN Brasil 14h - Alemanha x Rússia, Mundial masc. de handebol, SporTV 16h - La Coruña x Barcelona, Espanhol, ESPN Brasil 16h30 - Corinthians x Goiás, Copa São Paulo, SporTV 17h - Londrina x Cruzeiro, amistoso, SporTV 2 17h45 - Juventus x Verona, Italiano, Fox Sports 18h - Seattle Seahawks x Green Bay Packers, futebol americano, ESPN e Esporte Interativo 19h - Flamengo x Atlético-MG, Copa São Paulo, ESPN Brasil e SporTV 20h - Argentina x Peru, Sul-Americano sub-20, SporTV 2 21h30 - New England Patriots x Indianapolis Colts, futebol americano, ESPN e Esporte Interativo 22h - Aberto da Austrália, tênis, ESPN e ESPN +
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Agruras argentinas
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A Argentina encerrou 2016 com desempenho econômico decepcionante dadas as expectativas criadas pela eleição de Mauricio Macri. Estima-se que o PIB tenha encolhido em torno de 2%, na terceira queda anual desde 2012. E, a despeito da marcha à ré na economia, a inflação avançou da vizinhança dos 30% para a dos 40%. O desconforto da Casa Rosada tornou-se explícito com a demissão do ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, no dia seguinte ao Natal e após meses de luta inglória contra o deficit orçamentário. As agruras argentinas naturalmente suscitam paralelos com os claudicantes resultados obtidos até aqui pelo governo de Michel Temer (PMDB). Trata-se de exercício que requer boa dose de cuidado em suas conclusões. Nos dois países, a incúria no manejo das contas públicas e a tolerância com a aceleração dos preços chegaram a tal ponto que ajustes simultâneos e conflitantes tornaram-se inadiáveis. O combate à inflação exigiu juros elevados que derrubaram a economia e a arrecadação, comprometendo o equilíbrio dos cofres nacionais; o corte de gastos, por sua vez, eliminou subsídios estatais e levou à alta de tarifas públicas. Vitorioso nas urnas em 2015, o presidente Macri pôs fim a uma era de políticas populistas conduzidas por Néstor e Cristina Kirchner, que incluíam controles artificiais do câmbio e manipulação dos índices oficiais de preços. No Brasil, a reviravolta da gestão econômica começou ainda sob Dilma Rousseff, antes de a petista ser afastada no Congresso por mascarar o deficit do Orçamento. A maior contribuição de Temer até aqui foi a aprovação de emenda constitucional que fixa limites ao aumento das despesas federais. Lá como aqui, as escolhas foram acertadas e os avanços não são desprezíveis —ainda que se arque com o custo previsível do desgaste político e que certos recuos e concessões sejam inevitáveis. Postergar as reformas muito provavelmente implicaria sacrifícios ainda maiores no futuro. Há que se reconhecer, entretanto, que a prometida retomada do crescimento tarda além do esperado. Ou, vale dizer, que a recuperação da confiança de empresários e consumidores ainda deixa a desejar. Menos mal que os analistas de mercado brasileiros e argentinos projetem alguma melhora neste ano. Feitos mais palpáveis serão vitais para o apoio popular às agendas em curso. [email protected]
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opiniao
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Agruras argentinasA Argentina encerrou 2016 com desempenho econômico decepcionante dadas as expectativas criadas pela eleição de Mauricio Macri. Estima-se que o PIB tenha encolhido em torno de 2%, na terceira queda anual desde 2012. E, a despeito da marcha à ré na economia, a inflação avançou da vizinhança dos 30% para a dos 40%. O desconforto da Casa Rosada tornou-se explícito com a demissão do ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, no dia seguinte ao Natal e após meses de luta inglória contra o deficit orçamentário. As agruras argentinas naturalmente suscitam paralelos com os claudicantes resultados obtidos até aqui pelo governo de Michel Temer (PMDB). Trata-se de exercício que requer boa dose de cuidado em suas conclusões. Nos dois países, a incúria no manejo das contas públicas e a tolerância com a aceleração dos preços chegaram a tal ponto que ajustes simultâneos e conflitantes tornaram-se inadiáveis. O combate à inflação exigiu juros elevados que derrubaram a economia e a arrecadação, comprometendo o equilíbrio dos cofres nacionais; o corte de gastos, por sua vez, eliminou subsídios estatais e levou à alta de tarifas públicas. Vitorioso nas urnas em 2015, o presidente Macri pôs fim a uma era de políticas populistas conduzidas por Néstor e Cristina Kirchner, que incluíam controles artificiais do câmbio e manipulação dos índices oficiais de preços. No Brasil, a reviravolta da gestão econômica começou ainda sob Dilma Rousseff, antes de a petista ser afastada no Congresso por mascarar o deficit do Orçamento. A maior contribuição de Temer até aqui foi a aprovação de emenda constitucional que fixa limites ao aumento das despesas federais. Lá como aqui, as escolhas foram acertadas e os avanços não são desprezíveis —ainda que se arque com o custo previsível do desgaste político e que certos recuos e concessões sejam inevitáveis. Postergar as reformas muito provavelmente implicaria sacrifícios ainda maiores no futuro. Há que se reconhecer, entretanto, que a prometida retomada do crescimento tarda além do esperado. Ou, vale dizer, que a recuperação da confiança de empresários e consumidores ainda deixa a desejar. Menos mal que os analistas de mercado brasileiros e argentinos projetem alguma melhora neste ano. Feitos mais palpáveis serão vitais para o apoio popular às agendas em curso. [email protected]
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BR Distribuidora quer concluir oferta de ações até dezembro, diz presidente do conselho
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A BR Distribuidora, maior subsidiária da Petrobras, quer concluir até dezembro a oferta pública inicial de ações da empresa, aprovada em julho, afirmou nesta sexta (25) Nelson Carvalho, presidente do conselho de administração da estatal. "A nossa intenção é concluir o IPO até 1° de dezembro, já com início de negociações das ações. Não é um compromisso, mas estamos trabalhando nisso. Se não for nessa data, é no mês de dezembro", afirmou o executivo, que participa do 8º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais. O IPO da BR Distribuidora faz parte do programa de desinvestimentos da Petrobras, que tenta reduzir seu endividamento. A oferta inicial de ações foi aprovada pelo conselho de administração da estatal em julho, mas a estatal pretende manter o controle da BR. O objetivo é que a subsidiária seja listada no Novo Mercado, segmento de regras de governança mais rígidas da Bolsa. A Petrobras voltou a considerar abrir o capital da BR Distribuidora neste ano, com a recuperação da Bolsa. A possibilidade havia sido descartada no ano passado, quando a empresa passou a estudar vender o controle da subsidiária para um parceiro estratégico. O plano de vendas de ativos da Petrobras tem como objetivo desinvestir US$ 21 bilhões até 2018. *A jornalista viajou a convite da B3
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mercado
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BR Distribuidora quer concluir oferta de ações até dezembro, diz presidente do conselhoA BR Distribuidora, maior subsidiária da Petrobras, quer concluir até dezembro a oferta pública inicial de ações da empresa, aprovada em julho, afirmou nesta sexta (25) Nelson Carvalho, presidente do conselho de administração da estatal. "A nossa intenção é concluir o IPO até 1° de dezembro, já com início de negociações das ações. Não é um compromisso, mas estamos trabalhando nisso. Se não for nessa data, é no mês de dezembro", afirmou o executivo, que participa do 8º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais. O IPO da BR Distribuidora faz parte do programa de desinvestimentos da Petrobras, que tenta reduzir seu endividamento. A oferta inicial de ações foi aprovada pelo conselho de administração da estatal em julho, mas a estatal pretende manter o controle da BR. O objetivo é que a subsidiária seja listada no Novo Mercado, segmento de regras de governança mais rígidas da Bolsa. A Petrobras voltou a considerar abrir o capital da BR Distribuidora neste ano, com a recuperação da Bolsa. A possibilidade havia sido descartada no ano passado, quando a empresa passou a estudar vender o controle da subsidiária para um parceiro estratégico. O plano de vendas de ativos da Petrobras tem como objetivo desinvestir US$ 21 bilhões até 2018. *A jornalista viajou a convite da B3
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Leitora critica Renan Calheiros e benefícios concedidos a congressistas
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Senhor Renan Calheiros, que coragem a sua de dizer que houve economia nos últimos dois anos, gabando-se disso. Foram eliminados o 14º e o 15º salários? Isso nunca deveria ter existido! A luta de vocês é para se manter no poder, não pelo povo. Para isso não medem esforços, fazendo conchavos mesmo com desafetos. Fica aqui meu desprezo pela classe política. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitora critica Renan Calheiros e benefícios concedidos a congressistasSenhor Renan Calheiros, que coragem a sua de dizer que houve economia nos últimos dois anos, gabando-se disso. Foram eliminados o 14º e o 15º salários? Isso nunca deveria ter existido! A luta de vocês é para se manter no poder, não pelo povo. Para isso não medem esforços, fazendo conchavos mesmo com desafetos. Fica aqui meu desprezo pela classe política. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Semana em SP tem peça com Susana Vieira e estreia de musical vencedor do Globo de Ouro
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BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana, deste domingo (15/1) até sábado (21/1). DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO * DOMINGO (15) Tudo é jazz | O projeto Dream Band faz sessão de jazz com músicos celebrados, como o guitarrista Tomati, o baterista Pedro Cavalcanti, o saxofonista Vinicius Chagas, o baixista Stefano Moliner e o trombonista Bocato. Centro Cultural Rio Verde. R. Belmiro Braga, 119, Pinheiros. 16h. Ingr.: R$ 60 em sympla.com.br * SEGUNDA (16) Sons instrumentais | O guitarrista, compositor e arranjador Lourenço Rebetez toca músicas próprias que misturam jazz e elementos de percussão afro-brasileiros. No show, ele é acompanhado por banda com 12 músicos. Sesc Consolação. R. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque. Seg.: 19h. Retirar ingresso com 1h de antecedência. GRÁTIS * TERÇA (17) Parte de um todo | Propondo a reflexão sobre a morte e a sensação de presente constante ligada à tecnologia, o fotógrafo paulista Daniel Malva expõe 23 fotos da série "OJardim" tiradas em laboratórios de anatomia humana. Galeria Mezanino. R. Cunha Gago, 208, Pinheiros, tel. 3436-6306. Ter. a sáb.: 11h às 19h. Até 25/2. GRÁTIS * QUARTA (18) Dançar a noite toda | Ex-MC Beyoncé, a funkeira Ludmilla sobe ao palco da balada Brook's na festa Baile do Patrão. A cantora deve interpretar hits como "É Hoje", "Sem Querer" e "24 Horas por Dia", entre outras músicas. Brook's. R. Carmo do Rio Verde, Chácara Santo Antônio, tel. 5641-4510. 22h30. Ingr.: a partir de R$ 40 (masculino) e R$ 30 (feminino) em ticket360.com.br * QUINTA (19) Novidades nas telonas | Premiado em sete categorias na cerimônia do Globo de Ouro, "La La Land", do diretor Damien Chazelle (o mesmo de "Whiplash"), chega aos cinemas com Ryan Gosling e Emma Stone no elenco. Veja a programação dos cinemas em guia.folha.com.br * SEXTA (20) Coisas feitas pelo coração | Idealizado por Egypcio, vocalista da banda Tihuana, a Urbana Legion homenageia a banda liderada por Renato Russo (1960-1996). O show leva ao público músicas dos quatro primeiros álbuns da Legião Urbana, formada em Brasília. Teatro Bradesco - shopping Bourbon. R. Palestra Itália, 500. 21h30. Ingr.: R$ 60 a R$ 160 em ingressorapido.com.br * SÁBADO (21) Dupla global | Susana Vieira volta a se apresentar na capital paulista na peça "Uma Shirley Qualquer". O espetáculo dirigido por Miguel Falabella conta a história de uma mãe que decide viajar quando surge a oportunidade de conhecer a Grécia com sua melhor amiga. Teatro Renaissance. Al. Santos, 2.233. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h30. Ingr.: R$ 100 em compreingressos.com
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saopaulo
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Semana em SP tem peça com Susana Vieira e estreia de musical vencedor do Globo de OuroBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO Veja abaixo sugestões de programas na cidade de São Paulo para curtir a semana, deste domingo (15/1) até sábado (21/1). DOMINGO | SEGUNDA | TERÇA | QUARTA | QUINTA | SEXTA | SÁBADO * DOMINGO (15) Tudo é jazz | O projeto Dream Band faz sessão de jazz com músicos celebrados, como o guitarrista Tomati, o baterista Pedro Cavalcanti, o saxofonista Vinicius Chagas, o baixista Stefano Moliner e o trombonista Bocato. Centro Cultural Rio Verde. R. Belmiro Braga, 119, Pinheiros. 16h. Ingr.: R$ 60 em sympla.com.br * SEGUNDA (16) Sons instrumentais | O guitarrista, compositor e arranjador Lourenço Rebetez toca músicas próprias que misturam jazz e elementos de percussão afro-brasileiros. No show, ele é acompanhado por banda com 12 músicos. Sesc Consolação. R. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque. Seg.: 19h. Retirar ingresso com 1h de antecedência. GRÁTIS * TERÇA (17) Parte de um todo | Propondo a reflexão sobre a morte e a sensação de presente constante ligada à tecnologia, o fotógrafo paulista Daniel Malva expõe 23 fotos da série "OJardim" tiradas em laboratórios de anatomia humana. Galeria Mezanino. R. Cunha Gago, 208, Pinheiros, tel. 3436-6306. Ter. a sáb.: 11h às 19h. Até 25/2. GRÁTIS * QUARTA (18) Dançar a noite toda | Ex-MC Beyoncé, a funkeira Ludmilla sobe ao palco da balada Brook's na festa Baile do Patrão. A cantora deve interpretar hits como "É Hoje", "Sem Querer" e "24 Horas por Dia", entre outras músicas. Brook's. R. Carmo do Rio Verde, Chácara Santo Antônio, tel. 5641-4510. 22h30. Ingr.: a partir de R$ 40 (masculino) e R$ 30 (feminino) em ticket360.com.br * QUINTA (19) Novidades nas telonas | Premiado em sete categorias na cerimônia do Globo de Ouro, "La La Land", do diretor Damien Chazelle (o mesmo de "Whiplash"), chega aos cinemas com Ryan Gosling e Emma Stone no elenco. Veja a programação dos cinemas em guia.folha.com.br * SEXTA (20) Coisas feitas pelo coração | Idealizado por Egypcio, vocalista da banda Tihuana, a Urbana Legion homenageia a banda liderada por Renato Russo (1960-1996). O show leva ao público músicas dos quatro primeiros álbuns da Legião Urbana, formada em Brasília. Teatro Bradesco - shopping Bourbon. R. Palestra Itália, 500. 21h30. Ingr.: R$ 60 a R$ 160 em ingressorapido.com.br * SÁBADO (21) Dupla global | Susana Vieira volta a se apresentar na capital paulista na peça "Uma Shirley Qualquer". O espetáculo dirigido por Miguel Falabella conta a história de uma mãe que decide viajar quando surge a oportunidade de conhecer a Grécia com sua melhor amiga. Teatro Renaissance. Al. Santos, 2.233. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h30. Ingr.: R$ 100 em compreingressos.com
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Lava Jato exige apuração rigorosa da imprensa para evitar danos a citados
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Politeia. Juízo Final. Pixuleko. Conexão Mônaco. Que País é Este. Passe Livre. Catilinárias. Triplo X. São tantas fases com nomes criativos –a Operação Acarajé, que prendeu o marqueteiro João Santana, foi a 23ª– que não é só o leitor quem corre risco de se perder no noticiário da Lava Jato. A megainvestigação também impõe um desafio aos jornalistas. Há quase dois anos, a imprensa desdobra-se diariamente para ler relatórios, cruzar dados, decifrar planilhas e transformar em notícia a enxurrada de informações vindas de Curitiba. É uma corrida permanente contra o tempo. Enquanto delegados e procuradores têm meses para preparar cada passo, os repórteres contam com horas, às vezes minutos, para traduzir as revelações e relatá-las ao leitor em múltiplas plataformas. A pressão pelo furo concorre com a necessidade de checar com rigor tudo o que será publicado. As investigações põem em xeque a biografia de centenas de pessoas, e uma notícia errada pode gerar um dano comparável ao de uma condenação injusta. "O volume gigantesco de informações é o que me deixa mais atônito", disse o repórter especial da Folha Mario Cesar Carvalho, em debate realizado no Encontro Folha de Jornalismo no dia 19. Thiago Herdy, repórter do jornal "O Globo" e presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), acrescentou outro problema estrutural: o enxugamento das Redações. "É uma pena que a Lava Jato ocorra num momento de crise na economia e na mídia. Falta gente para dar conta da quantidade de informações", afirmou Herdy. Os números do Ministério Público Federal reforçam a preocupação dos jornalistas. Até a primeira quinzena de fevereiro, a Polícia Federal já havia cumprido 411 mandados de busca e apreensão em todo o país. A investigação prendeu 119 pessoas e fechou 43 acordos de delação premiada, um instrumento recente no meio jurídico brasileiro. Foram condenados 84 réus, cujas penas somadas chegam a 825 anos e dez meses de prisão. TRANSPARÊNCIA Além das delações, a Lava Jato trouxe outra novidade para a cobertura de escândalos de corrupção. O juiz Sergio Moro impôs um padrão inédito de transparência ao divulgar documentos que costumavam adormecer em sigilo nas varas criminais. Relatórios, laudos e depoimentos da operação passaram a ser publicados todos os dias no site da Justiça Federal. Os vídeos das audiências permitiram aos jornalistas –e aos cidadãos que acompanham o noticiário– ouvir da boca dos réus como funcionou o esquema que assaltava a Petrobras. Com tanta informação explosiva à disposição, a imprensa se vê diante de outra questão: como conduzir apurações próprias, evitando que as reportagens somente reproduzam o que a força-tarefa deseja divulgar? A colunista Mônica Bergamo, que mediou o debate sobre a cobertura do escândalo, lembrou que a competição com os órgãos oficiais é desigual. "Os procuradores têm todos os instrumentos para fazer uma investigação muito mais eficiente do que o jornal", disse. É uma constatação factual. Os procuradores têm poderes para quebrar sigilos, tomar depoimentos em juízo e requisitar documentos no exterior. À imprensa resta varar noites atrás de novidades nos papéis e, claro, gastar sola de sapato atrás de descobertas próprias. O clima de luta política no país apresenta ainda outro desafio. Os jornalistas precisam buscar a isenção e, mesmo cumprindo bem seu papel, estão fadados a serem acusados de partidarismo pelas torcidas organizadas do governo e da oposição. OUTRO LADO Os repórteres também precisam garantir espaço à defesa dos réus, o famoso "outro lado". É comum que os investigadores reclamem do espaço dado aos advogados, mas a imprensa deve respeitar o contraditório e duvidar sempre das versões oficiais. Mesmo que as apurações sejam conduzidas com seriedade, seus responsáveis não são infalíveis. No ano passado, a força-tarefa deu um exemplo disso ao pedir, por engano, a prisão de uma cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Ela foi confundida com a irmã, responsável por um depósito sob suspeita. A súbita popularidade do juiz Sergio Moro e dos procuradores de Curitiba impõe um último desafio. É preciso manter o distanciamento crítico de todas as fontes, mesmo as que passaram a ser vistas como símbolos do combate à corrupção. Afinal, a fidelidade do jornalista é ao leitor, e não aos poderosos da vez. "A gente sabe que todo poder muito grande, sem controle, é um perigo", disse Mônica.
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Lava Jato exige apuração rigorosa da imprensa para evitar danos a citadosPoliteia. Juízo Final. Pixuleko. Conexão Mônaco. Que País é Este. Passe Livre. Catilinárias. Triplo X. São tantas fases com nomes criativos –a Operação Acarajé, que prendeu o marqueteiro João Santana, foi a 23ª– que não é só o leitor quem corre risco de se perder no noticiário da Lava Jato. A megainvestigação também impõe um desafio aos jornalistas. Há quase dois anos, a imprensa desdobra-se diariamente para ler relatórios, cruzar dados, decifrar planilhas e transformar em notícia a enxurrada de informações vindas de Curitiba. É uma corrida permanente contra o tempo. Enquanto delegados e procuradores têm meses para preparar cada passo, os repórteres contam com horas, às vezes minutos, para traduzir as revelações e relatá-las ao leitor em múltiplas plataformas. A pressão pelo furo concorre com a necessidade de checar com rigor tudo o que será publicado. As investigações põem em xeque a biografia de centenas de pessoas, e uma notícia errada pode gerar um dano comparável ao de uma condenação injusta. "O volume gigantesco de informações é o que me deixa mais atônito", disse o repórter especial da Folha Mario Cesar Carvalho, em debate realizado no Encontro Folha de Jornalismo no dia 19. Thiago Herdy, repórter do jornal "O Globo" e presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), acrescentou outro problema estrutural: o enxugamento das Redações. "É uma pena que a Lava Jato ocorra num momento de crise na economia e na mídia. Falta gente para dar conta da quantidade de informações", afirmou Herdy. Os números do Ministério Público Federal reforçam a preocupação dos jornalistas. Até a primeira quinzena de fevereiro, a Polícia Federal já havia cumprido 411 mandados de busca e apreensão em todo o país. A investigação prendeu 119 pessoas e fechou 43 acordos de delação premiada, um instrumento recente no meio jurídico brasileiro. Foram condenados 84 réus, cujas penas somadas chegam a 825 anos e dez meses de prisão. TRANSPARÊNCIA Além das delações, a Lava Jato trouxe outra novidade para a cobertura de escândalos de corrupção. O juiz Sergio Moro impôs um padrão inédito de transparência ao divulgar documentos que costumavam adormecer em sigilo nas varas criminais. Relatórios, laudos e depoimentos da operação passaram a ser publicados todos os dias no site da Justiça Federal. Os vídeos das audiências permitiram aos jornalistas –e aos cidadãos que acompanham o noticiário– ouvir da boca dos réus como funcionou o esquema que assaltava a Petrobras. Com tanta informação explosiva à disposição, a imprensa se vê diante de outra questão: como conduzir apurações próprias, evitando que as reportagens somente reproduzam o que a força-tarefa deseja divulgar? A colunista Mônica Bergamo, que mediou o debate sobre a cobertura do escândalo, lembrou que a competição com os órgãos oficiais é desigual. "Os procuradores têm todos os instrumentos para fazer uma investigação muito mais eficiente do que o jornal", disse. É uma constatação factual. Os procuradores têm poderes para quebrar sigilos, tomar depoimentos em juízo e requisitar documentos no exterior. À imprensa resta varar noites atrás de novidades nos papéis e, claro, gastar sola de sapato atrás de descobertas próprias. O clima de luta política no país apresenta ainda outro desafio. Os jornalistas precisam buscar a isenção e, mesmo cumprindo bem seu papel, estão fadados a serem acusados de partidarismo pelas torcidas organizadas do governo e da oposição. OUTRO LADO Os repórteres também precisam garantir espaço à defesa dos réus, o famoso "outro lado". É comum que os investigadores reclamem do espaço dado aos advogados, mas a imprensa deve respeitar o contraditório e duvidar sempre das versões oficiais. Mesmo que as apurações sejam conduzidas com seriedade, seus responsáveis não são infalíveis. No ano passado, a força-tarefa deu um exemplo disso ao pedir, por engano, a prisão de uma cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Ela foi confundida com a irmã, responsável por um depósito sob suspeita. A súbita popularidade do juiz Sergio Moro e dos procuradores de Curitiba impõe um último desafio. É preciso manter o distanciamento crítico de todas as fontes, mesmo as que passaram a ser vistas como símbolos do combate à corrupção. Afinal, a fidelidade do jornalista é ao leitor, e não aos poderosos da vez. "A gente sabe que todo poder muito grande, sem controle, é um perigo", disse Mônica.
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Em vitória do Planalto, Senado aprova Edson Fachin para o Supremo
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Em uma vitória do Palácio do Planalto, o Senado aprovou nesta terça-feira (19) a indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal). Apesar da pressão de parte do PMDB contra a escolha do advogado, indicado pela presidente Dilma Rousseff, os senadores aprovaram seu nome para a corte por 52 votos favoráveis e 27 contrários. Fachin precisava do voto de pelo menos 41 senadores para ocupar uma vaga de ministro do Supremo. O governo federal entrou em ação e mobilizou aliados para estarem presentes à votação e garantirem o número mínimo de votos para Fachin. Dos 81 senadores, 79 estavam no plenário no momento da votação –com exceção de Roberto Requião (PMDB-PR) e Zezé Perrella (PDT-MG). Durante a sessão, cerca de 30 veículos estacionaram os carros na rua ao lado do Senado, na Esplanada dos Ministérios, e fizeram um "buzinaço" contra a indicação de Fachin. O som não chegou a ser percebido dentro do plenário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), trabalhou nos bastidores contra a escolha do advogado. Como a votação é secreta, o grupo contrário a Fachin queria dar um recado ao Palácio do Planalto, derrotando a indicação da presidente Dilma Rouseff para o STF. No embate com Renan, Dilma acabou vitoriosa na indicação. Nos bastidores, muitos peemedebistas admitiam votar em favor de Fachin por não considerarem justo retaliar a presidente por meio de um nome que tinha o apoio do meio jurídico para a Corte. Renan entrou em choque com o Palácio do Planalto desde que seu nome foi incluído entre os investigados da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O peemedebista se tornou um crítico do governo e passou a articular derrotas para Dilma no Senado. Minutos antes da votação de Fachin, os senadores rejeitaram a indicação do embaixador Guilherme Patriota para a Organização dos Estados Americanos –numa ação para mostrar a Dilma a força política do Congresso. Fachin também sofria resistência de senadores da bancada evangélica e os ligados ao agronegócio, além da oposição, por ter declarado apoio à presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2010 e defendido causas progressistas, como a reforma agrária. SABATINA Durante sabatina que durou cerca de 12 horas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, na semana passada, Fachin disse estar pronto para julgar "qualquer partido" com independência. Também adotou discurso moderado para agradar setores que o viam com desconfiança. O advogado disse que gravou um vídeo em apoio a Dilma, nas eleições de 2010, como representante de um grupo de juristas que apoiava a petista. Ao se declarar "independente", disse ter feito campanha para José Richa ao governo do Paraná nos anos 80 -o pai do atual governador, Beto Richa (PSDB). Aliado de Fachin, o governador acompanhou a votação no plenário do Senado. O advogado citou Joaquim Barbosa, a quem vai substituir no STF, para lembrar que o ex-ministro declarou ter votado no PT, mas agiu com independência na Corte quando decidiu pela condenação de envolvidos no escândalo do mensalão. Na sabatina, Fachin evitou posições polêmicas. De formação católica, ele disse ser contra o aborto e "em defesa da vida", citando como exemplo a relação com sua mulher e as filhas. Sobre a questão agrária e sua ligação com o MST, afirmou ser contra "qualquer forma de violência" e disse que aprova decisões do STF de "não permitir desapropriação de área invadida" por trabalhadores rurais sem terra. No começo da sabatina, Fachin definiu-se como um "sobrevivente" ao comentar as críticas que vem recebendo. Falou de seu passado humilde, dizendo que teve que vender laranjas para ajudar os pais, e se emocionou ao lembrar dos familiares. Sobre o acúmulo da advocacia privada com o cargo de procurador do Paraná, Fachin mostrou a carteira de advogado, com anotação da OAB do Paraná autorizando o duplo ofício e disse que a Constituição também o autorizava a isso. "As restrições do exercício da profissão são competência de matéria e lei federal." Fachin também disse que a maioridade penal não é cláusula pétrea da Constituição, portanto pode sofrer alterações, mas indicou ser contra sua redução, em discussão na Câmara. E disse ser contrário ao controle social da mídia. Sobre outros temas, declarou-se favorável à união civil de homossexuais e disse que as delações premiadas servem como indícios, mas que precisam de provas para confirmarem os indícios.
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Em vitória do Planalto, Senado aprova Edson Fachin para o SupremoEm uma vitória do Palácio do Planalto, o Senado aprovou nesta terça-feira (19) a indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal). Apesar da pressão de parte do PMDB contra a escolha do advogado, indicado pela presidente Dilma Rousseff, os senadores aprovaram seu nome para a corte por 52 votos favoráveis e 27 contrários. Fachin precisava do voto de pelo menos 41 senadores para ocupar uma vaga de ministro do Supremo. O governo federal entrou em ação e mobilizou aliados para estarem presentes à votação e garantirem o número mínimo de votos para Fachin. Dos 81 senadores, 79 estavam no plenário no momento da votação –com exceção de Roberto Requião (PMDB-PR) e Zezé Perrella (PDT-MG). Durante a sessão, cerca de 30 veículos estacionaram os carros na rua ao lado do Senado, na Esplanada dos Ministérios, e fizeram um "buzinaço" contra a indicação de Fachin. O som não chegou a ser percebido dentro do plenário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), trabalhou nos bastidores contra a escolha do advogado. Como a votação é secreta, o grupo contrário a Fachin queria dar um recado ao Palácio do Planalto, derrotando a indicação da presidente Dilma Rouseff para o STF. No embate com Renan, Dilma acabou vitoriosa na indicação. Nos bastidores, muitos peemedebistas admitiam votar em favor de Fachin por não considerarem justo retaliar a presidente por meio de um nome que tinha o apoio do meio jurídico para a Corte. Renan entrou em choque com o Palácio do Planalto desde que seu nome foi incluído entre os investigados da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O peemedebista se tornou um crítico do governo e passou a articular derrotas para Dilma no Senado. Minutos antes da votação de Fachin, os senadores rejeitaram a indicação do embaixador Guilherme Patriota para a Organização dos Estados Americanos –numa ação para mostrar a Dilma a força política do Congresso. Fachin também sofria resistência de senadores da bancada evangélica e os ligados ao agronegócio, além da oposição, por ter declarado apoio à presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2010 e defendido causas progressistas, como a reforma agrária. SABATINA Durante sabatina que durou cerca de 12 horas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, na semana passada, Fachin disse estar pronto para julgar "qualquer partido" com independência. Também adotou discurso moderado para agradar setores que o viam com desconfiança. O advogado disse que gravou um vídeo em apoio a Dilma, nas eleições de 2010, como representante de um grupo de juristas que apoiava a petista. Ao se declarar "independente", disse ter feito campanha para José Richa ao governo do Paraná nos anos 80 -o pai do atual governador, Beto Richa (PSDB). Aliado de Fachin, o governador acompanhou a votação no plenário do Senado. O advogado citou Joaquim Barbosa, a quem vai substituir no STF, para lembrar que o ex-ministro declarou ter votado no PT, mas agiu com independência na Corte quando decidiu pela condenação de envolvidos no escândalo do mensalão. Na sabatina, Fachin evitou posições polêmicas. De formação católica, ele disse ser contra o aborto e "em defesa da vida", citando como exemplo a relação com sua mulher e as filhas. Sobre a questão agrária e sua ligação com o MST, afirmou ser contra "qualquer forma de violência" e disse que aprova decisões do STF de "não permitir desapropriação de área invadida" por trabalhadores rurais sem terra. No começo da sabatina, Fachin definiu-se como um "sobrevivente" ao comentar as críticas que vem recebendo. Falou de seu passado humilde, dizendo que teve que vender laranjas para ajudar os pais, e se emocionou ao lembrar dos familiares. Sobre o acúmulo da advocacia privada com o cargo de procurador do Paraná, Fachin mostrou a carteira de advogado, com anotação da OAB do Paraná autorizando o duplo ofício e disse que a Constituição também o autorizava a isso. "As restrições do exercício da profissão são competência de matéria e lei federal." Fachin também disse que a maioridade penal não é cláusula pétrea da Constituição, portanto pode sofrer alterações, mas indicou ser contra sua redução, em discussão na Câmara. E disse ser contrário ao controle social da mídia. Sobre outros temas, declarou-se favorável à união civil de homossexuais e disse que as delações premiadas servem como indícios, mas que precisam de provas para confirmarem os indícios.
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Novo chefe da Receita Federal, Jorge Rachid é réu em processo na Justiça
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Prestes a assumir novamente o comando da Receita Federal, Jorge Rachid, nomeado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda), é réu em um processo de improbidade administrativa que corre na Justiça Federal há nove anos. Rachid foi secretário da Receita Federal entre 2003 e 2008, quando Guido Mantega, então ministro da Fazenda, o demitiu. O Ministério Público o acusou, em 2005, de obstruir investigação da Corregedoria da Receita na qual ele era um dos suspeitos de supostas irregularidades na autuação da construtora OAS em 1994. A multa contra a construtora baiana, que era de R$ 1,1 bilhão, foi reduzida posteriormente para R$ 25 milhões. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Rachid e a cúpula da Receita agiram desde 2003 para obstruir as investigações conduzidas pela comissão de inquérito, que levantou indícios de que a multa foi inflada para que dois auditores fiscais, ligados a Rachid, embolsassem R$ 18,3 milhões. O processo passou para o Ministério da Fazenda e foi arquivado em 2008. Rachid, funcionário de carreira da Receita, foi alçado a secretário em 2003 pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, mas enfrentou resistência de alas do PT por sua ligação estreita com a gestão tucana. Na época em que o caso veio à tona, ele alegou perseguição política. OUTRO LADO Questionada pela Folha sobre o episódio logo após o anúncio de sua recondução à chefia do fisco, o órgão informou, via assessoria de imprensa, que a Corregedoria instaurou o processo administrativo para apurar as supostas irregularidades "curiosamente" logo após Rachid assumir pela primeira vez o cargo de secretário. Por e-mail, a assessoria afirmou que Jorge Rachid aguarda com tranquilidade o encerramento do caso na Justiça, como aconteceu com o processo administrativo, "onde o assunto já está há muito superado". A assessoria informa que o trabalho de investigação na Fazenda concluiu "não terem sido vislumbradas, em face do relatado e dos elementos contidos nos autos, indícios que apontem a ocorrência de ilícitos funcionais". A assessoria defende ainda que a denúncia do Ministério Público se ampara em "informações parciais" extraídas do processo administrativo três anos antes de ser arquivado. "Vale destacar que, após avaliar o caso, a Advocacia-Geral da União também entendeu improcedentes as acusações do Ministério Público Federal, passando a defender Jorge Rachid na ação judicial, que aguarda decisão de mérito em primeira instância há mais de nove anos", informou a assessoria da Receita Federal.
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Novo chefe da Receita Federal, Jorge Rachid é réu em processo na JustiçaPrestes a assumir novamente o comando da Receita Federal, Jorge Rachid, nomeado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda), é réu em um processo de improbidade administrativa que corre na Justiça Federal há nove anos. Rachid foi secretário da Receita Federal entre 2003 e 2008, quando Guido Mantega, então ministro da Fazenda, o demitiu. O Ministério Público o acusou, em 2005, de obstruir investigação da Corregedoria da Receita na qual ele era um dos suspeitos de supostas irregularidades na autuação da construtora OAS em 1994. A multa contra a construtora baiana, que era de R$ 1,1 bilhão, foi reduzida posteriormente para R$ 25 milhões. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Rachid e a cúpula da Receita agiram desde 2003 para obstruir as investigações conduzidas pela comissão de inquérito, que levantou indícios de que a multa foi inflada para que dois auditores fiscais, ligados a Rachid, embolsassem R$ 18,3 milhões. O processo passou para o Ministério da Fazenda e foi arquivado em 2008. Rachid, funcionário de carreira da Receita, foi alçado a secretário em 2003 pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, mas enfrentou resistência de alas do PT por sua ligação estreita com a gestão tucana. Na época em que o caso veio à tona, ele alegou perseguição política. OUTRO LADO Questionada pela Folha sobre o episódio logo após o anúncio de sua recondução à chefia do fisco, o órgão informou, via assessoria de imprensa, que a Corregedoria instaurou o processo administrativo para apurar as supostas irregularidades "curiosamente" logo após Rachid assumir pela primeira vez o cargo de secretário. Por e-mail, a assessoria afirmou que Jorge Rachid aguarda com tranquilidade o encerramento do caso na Justiça, como aconteceu com o processo administrativo, "onde o assunto já está há muito superado". A assessoria informa que o trabalho de investigação na Fazenda concluiu "não terem sido vislumbradas, em face do relatado e dos elementos contidos nos autos, indícios que apontem a ocorrência de ilícitos funcionais". A assessoria defende ainda que a denúncia do Ministério Público se ampara em "informações parciais" extraídas do processo administrativo três anos antes de ser arquivado. "Vale destacar que, após avaliar o caso, a Advocacia-Geral da União também entendeu improcedentes as acusações do Ministério Público Federal, passando a defender Jorge Rachid na ação judicial, que aguarda decisão de mérito em primeira instância há mais de nove anos", informou a assessoria da Receita Federal.
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Com cozinha rudimentar, TGI Fridays tem grelhados calóricos e porções generosas
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DE SÃO PAULO A rede americana de casual dining, que funcionou no país entre 1995 e 2010, voltou para a capital trazida pelo Grupo Bar, dono de casas como o Brexó e o Biri Nait. Confira a avaliação do quadro gastronômico da sãopaulo: TGI FRIDAYS Avaliação geral: regular Av. Cidade Jardim, 56, Jardim Paulistano, tel. 3062-9425 ALCINO LEITE NETO, editor da "Três Estrelas" Avaliação: ruim Cozinha rudimentar. Um lugar mais para tomar cerveja, comer hambúrguer e ver futebol * LUIZA FECAROTTA, crítica da Folha Avaliação: regular Barulho, fila, televisão e porções enormes e gordurosas. Faz seu tipo? O meu não. Valem, porém, a costela de porco e os hambúrgueres * MANUEL DA COSTA PINTO, colunista da sãopaulo Avaliação: regular Cara de lanchonete chique no festivo padrão americano, com calóricos grelhados cobertos de molhos que pasteurizam o paladar * MARCELO KATSUKI, blogueiro da Folha Avaliação: regular Comida pesada. Carne com tempero forte e acompanhamentos insossos. Serviço começa bem, depois some. Salão moderninho e barulhento * CRÍTICO SECRETO, convidado especial da sãopaulo Avaliação: regular Há quem goste do pacote cerveja na caneca congelada + garçons cheios de intimidade + música de balada + comida gorda e cheia de molho e condimentos
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Com cozinha rudimentar, TGI Fridays tem grelhados calóricos e porções generosasDE SÃO PAULO A rede americana de casual dining, que funcionou no país entre 1995 e 2010, voltou para a capital trazida pelo Grupo Bar, dono de casas como o Brexó e o Biri Nait. Confira a avaliação do quadro gastronômico da sãopaulo: TGI FRIDAYS Avaliação geral: regular Av. Cidade Jardim, 56, Jardim Paulistano, tel. 3062-9425 ALCINO LEITE NETO, editor da "Três Estrelas" Avaliação: ruim Cozinha rudimentar. Um lugar mais para tomar cerveja, comer hambúrguer e ver futebol * LUIZA FECAROTTA, crítica da Folha Avaliação: regular Barulho, fila, televisão e porções enormes e gordurosas. Faz seu tipo? O meu não. Valem, porém, a costela de porco e os hambúrgueres * MANUEL DA COSTA PINTO, colunista da sãopaulo Avaliação: regular Cara de lanchonete chique no festivo padrão americano, com calóricos grelhados cobertos de molhos que pasteurizam o paladar * MARCELO KATSUKI, blogueiro da Folha Avaliação: regular Comida pesada. Carne com tempero forte e acompanhamentos insossos. Serviço começa bem, depois some. Salão moderninho e barulhento * CRÍTICO SECRETO, convidado especial da sãopaulo Avaliação: regular Há quem goste do pacote cerveja na caneca congelada + garçons cheios de intimidade + música de balada + comida gorda e cheia de molho e condimentos
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Com Jogos Olímpicos, mercado publicitário espera voltar a crescer
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A Olimpíada está sendo aguardada como a grande oportunidade para retirar o mercado publicitário da retração, com a retomada do investimento em anúncios. "Esperamos que a Rio 2016 ajude a recuperar ao menos parte das perdas que o mercado está tendo neste ano", afirma Orlando Marques, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade). Ele acredita, porém, que o evento não vai ser suficiente para voltar ao patamar de faturamento do ano passado: R$ 46,4 bilhões, 1,5% mais que em 2013, segundo o projeto Inter-Meios, do "Meio&Mensagem". Veja abaixos campanhas para a Olimpíada 2016. Campanha da Visa para as Paralimpíadas Campanha da Coca-Cola para se carregar a tocha olímpica Campanha do Bradesco Campanha do Bradesco Seguros Campanha da Nissan
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Com Jogos Olímpicos, mercado publicitário espera voltar a crescerA Olimpíada está sendo aguardada como a grande oportunidade para retirar o mercado publicitário da retração, com a retomada do investimento em anúncios. "Esperamos que a Rio 2016 ajude a recuperar ao menos parte das perdas que o mercado está tendo neste ano", afirma Orlando Marques, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade). Ele acredita, porém, que o evento não vai ser suficiente para voltar ao patamar de faturamento do ano passado: R$ 46,4 bilhões, 1,5% mais que em 2013, segundo o projeto Inter-Meios, do "Meio&Mensagem". Veja abaixos campanhas para a Olimpíada 2016. Campanha da Visa para as Paralimpíadas Campanha da Coca-Cola para se carregar a tocha olímpica Campanha do Bradesco Campanha do Bradesco Seguros Campanha da Nissan
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MST deixa fazenda que seria ligada a Temer em Duartina
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Deixando para trás pichações como "Golpista", "Temer Ladrão" e "Ocupando Latifúndio do Temer", o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) saiu da fazenda Esmeralda, em Duartina (SP), depois de a Justiça conceder reintegração de posse da área. Oficialmente tendo como donos o coronel da PM João Batista Lima Filho e a empresa Argeplan, a fazenda tem a posse atribuída pelo MST ao presidente interino, Michel Temer (PMDB). Ele nega ser dono do imóvel, de 1.500 hectares (o equivalente a 2.100 campos de futebol), que produz eucalipto e tem criação de gado e que foi invadido na última segunda-feira (9). A Justiça de Duartina atendeu ao pedido de reintegração de posse de Lima e determinou a saída dos manifestantes do local. Em caso de descumprimento, a multa diária era de R$ 5.000 por invasor. Segundo o MST, mil famílias estavam no local. A saída foi pacífica, sem tumulto ou confronto, no final de semana. Segundo a polícia, as mensagens contra Temer foram pichadas na área de lazer da sede da fazenda e nos cômodos da casa. A Folha esteve no local no dia da invasão e identificou pichações externas no imóvel. Além disso, tratores foram danificados, animais foram abatidos para consumo dos invasores e árvores foram tombadas para bloquear o acesso à fazenda por Duartina -há outra entrada, por Lucianópolis, município vizinho. Entre quinta e sexta-feira (13), os invasores iniciaram plantio de grãos, utilizando maquinário da fazenda. A propriedade rural está registrada no nome de Lima, amigo de Temer desde os anos 80, e da Argeplan Arquitetura e Engenharia. O coronel tornou-se sócio da empresa em 2011, com 50% de participação. Nos anos 1990, tanto Lima como a Argeplan contribuíram para as campanhas de Temer à Câmara. Em 1994, a empresa doou a ele ao menos R$ 100 mil (R$ 490 mil em valores atualizados). FREQUENTADOR Segundo o MST, foi encontrada no local uma correspondência endereçada a Temer e um escritório do imóvel abrigava materiais de campanha da eleição do peemedebista à Câmara dos Deputados em 2006. Primo do coronel Lima, engenheiro eletricista Rui Canedo disse que Temer frequentou o local entre 2004 e 2010, mas só dormiu uma noite lá e não é dono da Esmeralda. A assessoria de Temer diz que a propriedade foi usada por ele como um refúgio durante a campanha eleitoral de 2014, o que indica o uso do local num período de dez anos. SEM DANOS Segundo o MST, a fazenda foi desocupada após assembleia com os integrantes do movimento acampados na Esmeralda. Antes, no sábado (14) de manhã, membros da invasão se reuniram com um diretor do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na Câmara de Duartina. O movimento reafirmou que a fazenda pertence a Temer e apresentou uma pauta de reivindicações que consiste, entre outros pontos, em assentar 5.000 famílias acampadas em São Paulo e outras 160 mil em todo o país. De acordo com nota do MST, "não houve nenhum tipo de depredação ou dano" na área. A assessoria de Temer afirmou que ele não tem propriedades rurais. Já Lima informou, por meio de nota, que "as propriedades rurais em questão foram adquiridas de maneira regular, a partir de 1986, sendo produtivas".
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MST deixa fazenda que seria ligada a Temer em DuartinaDeixando para trás pichações como "Golpista", "Temer Ladrão" e "Ocupando Latifúndio do Temer", o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) saiu da fazenda Esmeralda, em Duartina (SP), depois de a Justiça conceder reintegração de posse da área. Oficialmente tendo como donos o coronel da PM João Batista Lima Filho e a empresa Argeplan, a fazenda tem a posse atribuída pelo MST ao presidente interino, Michel Temer (PMDB). Ele nega ser dono do imóvel, de 1.500 hectares (o equivalente a 2.100 campos de futebol), que produz eucalipto e tem criação de gado e que foi invadido na última segunda-feira (9). A Justiça de Duartina atendeu ao pedido de reintegração de posse de Lima e determinou a saída dos manifestantes do local. Em caso de descumprimento, a multa diária era de R$ 5.000 por invasor. Segundo o MST, mil famílias estavam no local. A saída foi pacífica, sem tumulto ou confronto, no final de semana. Segundo a polícia, as mensagens contra Temer foram pichadas na área de lazer da sede da fazenda e nos cômodos da casa. A Folha esteve no local no dia da invasão e identificou pichações externas no imóvel. Além disso, tratores foram danificados, animais foram abatidos para consumo dos invasores e árvores foram tombadas para bloquear o acesso à fazenda por Duartina -há outra entrada, por Lucianópolis, município vizinho. Entre quinta e sexta-feira (13), os invasores iniciaram plantio de grãos, utilizando maquinário da fazenda. A propriedade rural está registrada no nome de Lima, amigo de Temer desde os anos 80, e da Argeplan Arquitetura e Engenharia. O coronel tornou-se sócio da empresa em 2011, com 50% de participação. Nos anos 1990, tanto Lima como a Argeplan contribuíram para as campanhas de Temer à Câmara. Em 1994, a empresa doou a ele ao menos R$ 100 mil (R$ 490 mil em valores atualizados). FREQUENTADOR Segundo o MST, foi encontrada no local uma correspondência endereçada a Temer e um escritório do imóvel abrigava materiais de campanha da eleição do peemedebista à Câmara dos Deputados em 2006. Primo do coronel Lima, engenheiro eletricista Rui Canedo disse que Temer frequentou o local entre 2004 e 2010, mas só dormiu uma noite lá e não é dono da Esmeralda. A assessoria de Temer diz que a propriedade foi usada por ele como um refúgio durante a campanha eleitoral de 2014, o que indica o uso do local num período de dez anos. SEM DANOS Segundo o MST, a fazenda foi desocupada após assembleia com os integrantes do movimento acampados na Esmeralda. Antes, no sábado (14) de manhã, membros da invasão se reuniram com um diretor do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na Câmara de Duartina. O movimento reafirmou que a fazenda pertence a Temer e apresentou uma pauta de reivindicações que consiste, entre outros pontos, em assentar 5.000 famílias acampadas em São Paulo e outras 160 mil em todo o país. De acordo com nota do MST, "não houve nenhum tipo de depredação ou dano" na área. A assessoria de Temer afirmou que ele não tem propriedades rurais. Já Lima informou, por meio de nota, que "as propriedades rurais em questão foram adquiridas de maneira regular, a partir de 1986, sendo produtivas".
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Denúncia contra Lula se choca com declarações de delator da Lava Jato
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Trechos da denúncia oferecida à Justiça pelos procuradores da República na Lava Jato contra o ex-presidente Lula contradizem declarações de um dos principais delatores, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo os procuradores, Lula nomeou Costa para a diretoria da estatal em maio de 2004 ciente de que ele atuaria na arrecadação de propina para o PP. Diz a denúncia da Procuradoria que Lula, como "responsável pela nomeação e manutenção" de Costa e Duque na Petrobras, "solicitou, aceitou promessa e recebeu, direta e indiretamente, para para si e para outrem, inclusive por intermédio de tais funcionários públicos, vantagens indevidas". A acusação destaca ainda que "por determinação direta e indireta de Lula, ao conferir o cargo ao PP em troca de apoio político, a fim de que este pudesse arrecadar propina usada para enriquecimento ilícito e financiamento eleitoral, Paulo Roberto Costa, desde sua nomeação, atendeu os interesses de arrecadação de vantagens ilícitas em favor de partidos da base aliada do governo, notadamente do PP". As afirmações se chocam com depoimento do ex-diretor em 5 de maio de 2015 na CPI da Petrobras, no qual Costa negou ter conversado com Lula sobre o esquema. Indagado pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA), ele respondeu: "Não! Não! [...] Eu nunca conversei nem com a presidente atual, nem com o [ex] presidente Lula sobre esse tema. Eu nunca conversei". O deputado João Gualberto (PSDB-BA) foi direto: "O senhor concorda que esse esquema de corrupção foi montado pelo presidente Lula? Sim ou não?" O ex-diretor respondeu: "Não tenho conhecimento para dar essa informação, se sim ou não. [...] O que eu posso complementar para V.Exa. é que eu não entrei na diretoria em janeiro de 2003, quando o presidente Lula assumiu, eu entrei em maio de 2004, um ano e meio depois, e esse processo já existia quando eu cheguei lá". Além das declarações à CPI, nos depoimentos de Costa não há acusação de que Lula recebia propina. O ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele e sua mulher, Marisa Letícia, teriam recebido vantagens da OAS que somam R$ 3,7 milhões no caso do apartamento tríplex do Guarujá. A defesa de Lula refuta a acusação. A denúncia usa o acordo de delação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE). Ele disse ter ouvido de Lula que o petista conversava com Costa sobre arrecadação para o PP. Contudo, a versão se contradiz com as declarações do ex-diretor. Procurada na sexta (16), a assessoria de imprensa da Procuradoria da República em Curitiba (PR) informou ter encaminhado as dúvidas aos procuradores, porém, "eles não estão atendendo a imprensa nesta semana". No domingo (18), a Folha revelou que a denúncia contra Lula contém uma informação que só aparece no esboço da delação do empresário Léo Pinheiro, que foi recusada pela Procuradoria-Geral da República.
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Denúncia contra Lula se choca com declarações de delator da Lava JatoTrechos da denúncia oferecida à Justiça pelos procuradores da República na Lava Jato contra o ex-presidente Lula contradizem declarações de um dos principais delatores, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo os procuradores, Lula nomeou Costa para a diretoria da estatal em maio de 2004 ciente de que ele atuaria na arrecadação de propina para o PP. Diz a denúncia da Procuradoria que Lula, como "responsável pela nomeação e manutenção" de Costa e Duque na Petrobras, "solicitou, aceitou promessa e recebeu, direta e indiretamente, para para si e para outrem, inclusive por intermédio de tais funcionários públicos, vantagens indevidas". A acusação destaca ainda que "por determinação direta e indireta de Lula, ao conferir o cargo ao PP em troca de apoio político, a fim de que este pudesse arrecadar propina usada para enriquecimento ilícito e financiamento eleitoral, Paulo Roberto Costa, desde sua nomeação, atendeu os interesses de arrecadação de vantagens ilícitas em favor de partidos da base aliada do governo, notadamente do PP". As afirmações se chocam com depoimento do ex-diretor em 5 de maio de 2015 na CPI da Petrobras, no qual Costa negou ter conversado com Lula sobre o esquema. Indagado pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA), ele respondeu: "Não! Não! [...] Eu nunca conversei nem com a presidente atual, nem com o [ex] presidente Lula sobre esse tema. Eu nunca conversei". O deputado João Gualberto (PSDB-BA) foi direto: "O senhor concorda que esse esquema de corrupção foi montado pelo presidente Lula? Sim ou não?" O ex-diretor respondeu: "Não tenho conhecimento para dar essa informação, se sim ou não. [...] O que eu posso complementar para V.Exa. é que eu não entrei na diretoria em janeiro de 2003, quando o presidente Lula assumiu, eu entrei em maio de 2004, um ano e meio depois, e esse processo já existia quando eu cheguei lá". Além das declarações à CPI, nos depoimentos de Costa não há acusação de que Lula recebia propina. O ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele e sua mulher, Marisa Letícia, teriam recebido vantagens da OAS que somam R$ 3,7 milhões no caso do apartamento tríplex do Guarujá. A defesa de Lula refuta a acusação. A denúncia usa o acordo de delação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE). Ele disse ter ouvido de Lula que o petista conversava com Costa sobre arrecadação para o PP. Contudo, a versão se contradiz com as declarações do ex-diretor. Procurada na sexta (16), a assessoria de imprensa da Procuradoria da República em Curitiba (PR) informou ter encaminhado as dúvidas aos procuradores, porém, "eles não estão atendendo a imprensa nesta semana". No domingo (18), a Folha revelou que a denúncia contra Lula contém uma informação que só aparece no esboço da delação do empresário Léo Pinheiro, que foi recusada pela Procuradoria-Geral da República.
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Projeto usa realidade virtual para treinos de ciclistas
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Um projeto no Kickstarter tenta viabilizar um kit de realidade virtual para ciclistas. Com ele, não é preciso sair de casa para visitar pedalando diferentes lugares do mundo. O Widerun é composto por uma base para prender qualquer tipo de bicicleta e um controlador para o guidão. Juntos, eles simulam resistência e velocidade compatíveis com os diferentes cenários visitados pelo usuário. Entre os ambientes estão a Muralha da China e a região central de San Francisco (EUA). Por fim, a realidade virtual fica por conta de sistemas independentes. O kit é compatível com o Oculus Rift ou o Gear VR, da Samsung. A conexão entre os óculos e o Widerun é feita via Bluetooth. Essa característica deve dificultar a popularização do aparelho. O Oculus Rift ainda não está à venda, enquanto o Gear VR não é encontrado em lojas brasileiras. Fora do Brasil, custa US$ 200. E o VR ainda exige um Galaxy Note 4 (a partir de R$ 2.900). Mesmo assim, a equipe acredita no kit, que permite realizar diferentes tipos de treino e acompanhar as suas estatísticas. O projeto tenta levantar 30 mil libras (equivalente a R$ 135 mil). Até a conclusão deste texto, 13 mil libras foram levantadas. A doação mínima para levar o aparelho para casa é de 275 libras (R$ 1.200). * WIDERUN META 30 mil libras (R$ 135 mil) CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA 5 libras (R$ 22) CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO 275 libras (R$ 1.200) CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA 300 libras (R$ 1.350) FIM DA CAMPANHA 2 de maio ENTREGA abril de 2016
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Projeto usa realidade virtual para treinos de ciclistasUm projeto no Kickstarter tenta viabilizar um kit de realidade virtual para ciclistas. Com ele, não é preciso sair de casa para visitar pedalando diferentes lugares do mundo. O Widerun é composto por uma base para prender qualquer tipo de bicicleta e um controlador para o guidão. Juntos, eles simulam resistência e velocidade compatíveis com os diferentes cenários visitados pelo usuário. Entre os ambientes estão a Muralha da China e a região central de San Francisco (EUA). Por fim, a realidade virtual fica por conta de sistemas independentes. O kit é compatível com o Oculus Rift ou o Gear VR, da Samsung. A conexão entre os óculos e o Widerun é feita via Bluetooth. Essa característica deve dificultar a popularização do aparelho. O Oculus Rift ainda não está à venda, enquanto o Gear VR não é encontrado em lojas brasileiras. Fora do Brasil, custa US$ 200. E o VR ainda exige um Galaxy Note 4 (a partir de R$ 2.900). Mesmo assim, a equipe acredita no kit, que permite realizar diferentes tipos de treino e acompanhar as suas estatísticas. O projeto tenta levantar 30 mil libras (equivalente a R$ 135 mil). Até a conclusão deste texto, 13 mil libras foram levantadas. A doação mínima para levar o aparelho para casa é de 275 libras (R$ 1.200). * WIDERUN META 30 mil libras (R$ 135 mil) CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA 5 libras (R$ 22) CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO 275 libras (R$ 1.200) CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA 300 libras (R$ 1.350) FIM DA CAMPANHA 2 de maio ENTREGA abril de 2016
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Leitores comentam vitória de Emmanuel Macron na França
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ELEIÇÕES NA FRANÇA Sangue novo, gente jovem, novas ideias! Boa sorte, Macron! ROSÂNGELA GOMES (Salvador, BA) * Macron segue o liberalismo social. Vejam que, no mundo civilizado, ninguém mais contesta a importância básica da liberdade individual. O liberalismo social por vezes se confunde com a social-democracia (revisada, atualizada), mas a ideia básica é a garantia da liberdade individual, sendo que o Estado assume, por meio dos impostos, a administração de alguns benefícios. Para o liberalismo clássico, para a sociedade funcionar melhor, o Estado deve ser muito menor do que prega o liberalismo social. DENIS TAVARES (Brasília, DF) * Por que a Folha faz questão de ressaltar que Brigitte Trogneux é 24 anos mais velha do que o recém eleito presidente da França, Emmanuel Macron? Estou equivocada ou existe aí um preconceito escancarado? M. INÊS PRADO (São João da Boa Vista, SP) - NOVOS LÍDERES É hilária a ideia de "novo" de Fernando Henrique Cardoso. Não surpreende que ele fale sozinho até dentro do próprio partido. GUSTAVO CARVALHO (Rio de Janeiro, RJ) * Tendo no horizonte que as candidaturas não tradicionais estão prosperando mundo afora, é natural que o mesmo ocorra no Brasil. O PSDB talvez acabe apostando em João Doria, mas ainda creio ser cedo para tanto, já que se trata de alguém que pode demonstrar seu potencial nesse tempo na Prefeitura de São Paulo. DANIEL E. RAMOS MARINHO (Rio de Janeiro, RJ) * A que ponto chegamos no descaso com a coisa pública. Dois apresentadores de televisão são considerados o que há de novo na política. O Brasil vai se tornar um show de horrores. MÁRIO LUIZ C. SAMPAIO (Belo Horizonte, MG) * Ouve-se tanto dizer que o Brasil carece de líderes. Tanta coisa ruim acontecendo... Mas eis que surge uma esperança: Nathaly Gabriela da Silva. Desde os 10, uma líder de causas nobres. Hoje, aos 14 anos, ao participar de uma ocupação sem-teto, foi atingida por uma bala de borracha da PM. Disse: "Não vai ser esse tiro que vai me calar". Parabéns, garota! Você faz renascer a esperança de um Brasil melhor. RITA LOPES (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO O PT politizou as prisões de seus dirigentes. Procura transformá-los em vítimas, da mesma forma que Lula insiste em se dizer perseguido. É a pré-campanha de 2018. Dirceu ficou preso mais de um ano e meio, mas foi condenado a mais de 30 anos. João Vaccari Neto está preso há mais de dois anos, condenado a quase 25. Não são presos políticos. IVO PATARRA (São Paulo, SP) - CONSTITUINTE A formação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a realização de uma ampla reforma do falido sistema político representativo poderá ser, a curto prazo, a solução dos graves problemas das reformas que o Brasil espera, precisa e merece, sem causar traumas para a democracia. Roberto Dias, no artigo "Não é hora de uma nova Constituinte", deixou importante recado. SÉRGIO POLISTEZUQ (Juiz de Fora, MG) - FUTEBOL Contando com a torcida de todos os "anticorintianos", a Ponte Preta foi mais do mesmo. Ao se ver participando da final do Campeonato Paulista, apequenou-se e disputou duas partidas medíocres contra o modorrento, mas eficiente, Corinthians. Perdeu o futebol paulista. Ganhou quem assistiu ao emocionante Flá-Flu. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) - ALMIR GUINETO Excelente a análise "Almir Guineto foi sambista completo e inovador". O texto não ficou restrito a dados bibliográficos do artista, mas procurou traçar um histórico que mostra a sua importância dentro do cenário da música brasileira. A análise contribui muito para fazer parte do acervo de Almir Guineto enquanto artista genuinamente brasileiro. Parabéns! FRANCISCO ERNESTO DA SILVA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Leão Serva "Ministério deveria advertir: diesel mata!", uma maneira efetiva para incentivar a troca é, por meio de tributos, tornar o diesel mais caro que a gasolina. Enquanto ele for barato, vai demorar a ser substituído. JOSÉ CLÁUDIO (Rio de Janeiro, RJ) * A respeito da coluna "O trator avança", de Bernardo Mello Franco, criaram uma CPI para punir as vítimas e os que tentam defendê-las. Executivo e Legislativo juntos para destruir princípios elementares da democracia e dos direitos individuais. Uma forma de fim da civilização. RICARDO KNUDSEN (São Paulo, SP) - REFIS Em novembro de 2016, o senador Zezé Perrella foi citado acerca de uma ação fiscal movida pela Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) contra ele e mais 25 pessoas físicas e jurídicas. A decisão da 26ª Vara Federal de BH não é condenatória, visa apurar os fatos alegados pela PFN. Perrella já apresentou fatos e documentos que comprovam a improcedência jurídica de sua inclusão no polo passivo. Tais documentos comprovam de forma cabal que ele jamais participou do quadro societário da empresa autuada ou de qualquer empresa que tenha sonegado tributos. JOSÉ PERRELLA DE OLIVEIRA COSTA (Belo Horizonte, MG) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores comentam vitória de Emmanuel Macron na FrançaELEIÇÕES NA FRANÇA Sangue novo, gente jovem, novas ideias! Boa sorte, Macron! ROSÂNGELA GOMES (Salvador, BA) * Macron segue o liberalismo social. Vejam que, no mundo civilizado, ninguém mais contesta a importância básica da liberdade individual. O liberalismo social por vezes se confunde com a social-democracia (revisada, atualizada), mas a ideia básica é a garantia da liberdade individual, sendo que o Estado assume, por meio dos impostos, a administração de alguns benefícios. Para o liberalismo clássico, para a sociedade funcionar melhor, o Estado deve ser muito menor do que prega o liberalismo social. DENIS TAVARES (Brasília, DF) * Por que a Folha faz questão de ressaltar que Brigitte Trogneux é 24 anos mais velha do que o recém eleito presidente da França, Emmanuel Macron? Estou equivocada ou existe aí um preconceito escancarado? M. INÊS PRADO (São João da Boa Vista, SP) - NOVOS LÍDERES É hilária a ideia de "novo" de Fernando Henrique Cardoso. Não surpreende que ele fale sozinho até dentro do próprio partido. GUSTAVO CARVALHO (Rio de Janeiro, RJ) * Tendo no horizonte que as candidaturas não tradicionais estão prosperando mundo afora, é natural que o mesmo ocorra no Brasil. O PSDB talvez acabe apostando em João Doria, mas ainda creio ser cedo para tanto, já que se trata de alguém que pode demonstrar seu potencial nesse tempo na Prefeitura de São Paulo. DANIEL E. RAMOS MARINHO (Rio de Janeiro, RJ) * A que ponto chegamos no descaso com a coisa pública. Dois apresentadores de televisão são considerados o que há de novo na política. O Brasil vai se tornar um show de horrores. MÁRIO LUIZ C. SAMPAIO (Belo Horizonte, MG) * Ouve-se tanto dizer que o Brasil carece de líderes. Tanta coisa ruim acontecendo... Mas eis que surge uma esperança: Nathaly Gabriela da Silva. Desde os 10, uma líder de causas nobres. Hoje, aos 14 anos, ao participar de uma ocupação sem-teto, foi atingida por uma bala de borracha da PM. Disse: "Não vai ser esse tiro que vai me calar". Parabéns, garota! Você faz renascer a esperança de um Brasil melhor. RITA LOPES (São Paulo, SP) - OPERAÇÃO LAVA JATO O PT politizou as prisões de seus dirigentes. Procura transformá-los em vítimas, da mesma forma que Lula insiste em se dizer perseguido. É a pré-campanha de 2018. Dirceu ficou preso mais de um ano e meio, mas foi condenado a mais de 30 anos. João Vaccari Neto está preso há mais de dois anos, condenado a quase 25. Não são presos políticos. IVO PATARRA (São Paulo, SP) - CONSTITUINTE A formação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a realização de uma ampla reforma do falido sistema político representativo poderá ser, a curto prazo, a solução dos graves problemas das reformas que o Brasil espera, precisa e merece, sem causar traumas para a democracia. Roberto Dias, no artigo "Não é hora de uma nova Constituinte", deixou importante recado. SÉRGIO POLISTEZUQ (Juiz de Fora, MG) - FUTEBOL Contando com a torcida de todos os "anticorintianos", a Ponte Preta foi mais do mesmo. Ao se ver participando da final do Campeonato Paulista, apequenou-se e disputou duas partidas medíocres contra o modorrento, mas eficiente, Corinthians. Perdeu o futebol paulista. Ganhou quem assistiu ao emocionante Flá-Flu. MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP) - ALMIR GUINETO Excelente a análise "Almir Guineto foi sambista completo e inovador". O texto não ficou restrito a dados bibliográficos do artista, mas procurou traçar um histórico que mostra a sua importância dentro do cenário da música brasileira. A análise contribui muito para fazer parte do acervo de Almir Guineto enquanto artista genuinamente brasileiro. Parabéns! FRANCISCO ERNESTO DA SILVA (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Sobre a coluna de Leão Serva "Ministério deveria advertir: diesel mata!", uma maneira efetiva para incentivar a troca é, por meio de tributos, tornar o diesel mais caro que a gasolina. Enquanto ele for barato, vai demorar a ser substituído. JOSÉ CLÁUDIO (Rio de Janeiro, RJ) * A respeito da coluna "O trator avança", de Bernardo Mello Franco, criaram uma CPI para punir as vítimas e os que tentam defendê-las. Executivo e Legislativo juntos para destruir princípios elementares da democracia e dos direitos individuais. Uma forma de fim da civilização. RICARDO KNUDSEN (São Paulo, SP) - REFIS Em novembro de 2016, o senador Zezé Perrella foi citado acerca de uma ação fiscal movida pela Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) contra ele e mais 25 pessoas físicas e jurídicas. A decisão da 26ª Vara Federal de BH não é condenatória, visa apurar os fatos alegados pela PFN. Perrella já apresentou fatos e documentos que comprovam a improcedência jurídica de sua inclusão no polo passivo. Tais documentos comprovam de forma cabal que ele jamais participou do quadro societário da empresa autuada ou de qualquer empresa que tenha sonegado tributos. JOSÉ PERRELLA DE OLIVEIRA COSTA (Belo Horizonte, MG) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Artistas participam de velório de Maria Della Costa no Rio
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O corpo da atriz Maria Della Costa está sendo velado neste domingo (25), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a presença de amigos, familiares e colegas de profissão. Seus pares no teatro e na TV destacaram seu espírito empreendedor, seu talento como atriz, sua beleza e a capacidade de lançar novos talentos. O ator Ney Latorraca disse que teve seu primeiro papel de destaque, em 1973, numa peça da companhia da atriz, que levava o nome de Della Costa. "Vai embora não só uma grande atriz, mas uma grande mulher que lançou nomes como o meu, o da Fernandona [Fernanda Montenegro], Sérgio Britto e tantos outros", disse. A atriz Nathalia Timberg, que também trabalhou com Della Costa, disse que ela era "uma figura que tinha uma luz própria e um talento muito grande" e, ao mesmo tempo, possuía a capacidade de identificar bons atores em começo de carreira e projetá-los. Timberg citou o caso de Fernanda Montenegro. O ator Edwin Luisi, um dos mais emocionados no velório, disse que sua estreia também se deu na companhia de Maria Della Costa. "Saí da Escola de Arte Dramática de São Paulo em 1973 e no ano seguinte foi trabalhar com ela. Foi um grande aprendizado." A atriz Aracy Cardoso recordou o trabalho de Della Costa na TV. "Atuamos juntas na novela 'As Bruxas', com direção de Walter Avanci e texto de Ivani Ribeiro. Éramos do mesmo núcleo e sempre conversarmos muito. Ela era muito dedicada. Chegava cedo. E tinha um enorme talento", disse. PARATY Nos últimos anos, Della Costa se afastou dos palcos e das telas e se dedicou exclusivamente a cuidar de sua pousada em Paraty, litoral Sul do Rio. Conforme o desejo da atriz, seu corpo será enterrado no cemitério da cidade, segundo Marcelo Del Cima, produtor e procurador da atriz. "Ela amava muito Paraty. Só voltou para o Rio, em 2011, para cuidar da saúde, convencida pela gente." A previsão é que o velório, no Rio, continue até as 14h deste domingo. Depois, o corpo da atriz será levado a Paraty e continuará a ser velado à noite até a hora do enterro, previsto para às 11h de segunda-feira (26).
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ilustrada
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Artistas participam de velório de Maria Della Costa no RioO corpo da atriz Maria Della Costa está sendo velado neste domingo (25), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a presença de amigos, familiares e colegas de profissão. Seus pares no teatro e na TV destacaram seu espírito empreendedor, seu talento como atriz, sua beleza e a capacidade de lançar novos talentos. O ator Ney Latorraca disse que teve seu primeiro papel de destaque, em 1973, numa peça da companhia da atriz, que levava o nome de Della Costa. "Vai embora não só uma grande atriz, mas uma grande mulher que lançou nomes como o meu, o da Fernandona [Fernanda Montenegro], Sérgio Britto e tantos outros", disse. A atriz Nathalia Timberg, que também trabalhou com Della Costa, disse que ela era "uma figura que tinha uma luz própria e um talento muito grande" e, ao mesmo tempo, possuía a capacidade de identificar bons atores em começo de carreira e projetá-los. Timberg citou o caso de Fernanda Montenegro. O ator Edwin Luisi, um dos mais emocionados no velório, disse que sua estreia também se deu na companhia de Maria Della Costa. "Saí da Escola de Arte Dramática de São Paulo em 1973 e no ano seguinte foi trabalhar com ela. Foi um grande aprendizado." A atriz Aracy Cardoso recordou o trabalho de Della Costa na TV. "Atuamos juntas na novela 'As Bruxas', com direção de Walter Avanci e texto de Ivani Ribeiro. Éramos do mesmo núcleo e sempre conversarmos muito. Ela era muito dedicada. Chegava cedo. E tinha um enorme talento", disse. PARATY Nos últimos anos, Della Costa se afastou dos palcos e das telas e se dedicou exclusivamente a cuidar de sua pousada em Paraty, litoral Sul do Rio. Conforme o desejo da atriz, seu corpo será enterrado no cemitério da cidade, segundo Marcelo Del Cima, produtor e procurador da atriz. "Ela amava muito Paraty. Só voltou para o Rio, em 2011, para cuidar da saúde, convencida pela gente." A previsão é que o velório, no Rio, continue até as 14h deste domingo. Depois, o corpo da atriz será levado a Paraty e continuará a ser velado à noite até a hora do enterro, previsto para às 11h de segunda-feira (26).
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Deputado pede que governo confirme se Temer encontrou Machado
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Aliado da presidente afastada, Dilma Rousseff, o deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) afirmou que apresentará nesta quinta-feira (16) requerimentos à Aeronáutica e ao Palácio do Planalto questionando formalmente a existência do suposto encontro entre Michel Temer e Sérgio Machado na Base Aérea de Brasília. Segundo o ex-presidente da Transpetro, o presidente interino teria pedido em 2012, em uma sala reservada da base aérea, doação de recursos ilícitos para a campanha a prefeito de São Paulo de Gabriel Chalita. Tanto Temer como Chalita negam as acusações. De acordo com a delação de Machado, sua entrada na base aérea, provavelmente em setembro de 2012, foi registrada. "Não acho provável que o Machado tenha relatado um encontro desses se não tivesse certeza de que há registro sobre ele", afirmou Costa.
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poder
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Deputado pede que governo confirme se Temer encontrou MachadoAliado da presidente afastada, Dilma Rousseff, o deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) afirmou que apresentará nesta quinta-feira (16) requerimentos à Aeronáutica e ao Palácio do Planalto questionando formalmente a existência do suposto encontro entre Michel Temer e Sérgio Machado na Base Aérea de Brasília. Segundo o ex-presidente da Transpetro, o presidente interino teria pedido em 2012, em uma sala reservada da base aérea, doação de recursos ilícitos para a campanha a prefeito de São Paulo de Gabriel Chalita. Tanto Temer como Chalita negam as acusações. De acordo com a delação de Machado, sua entrada na base aérea, provavelmente em setembro de 2012, foi registrada. "Não acho provável que o Machado tenha relatado um encontro desses se não tivesse certeza de que há registro sobre ele", afirmou Costa.
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Prédio de ex-usuários da cracolândia tem teste surpresa de drogas e namoro
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Em alguns momentos, pode parecer um prédio residencial qualquer. Há camas, armários, geladeiras, micro-ondas e pessoas que ali dormem, fazem refeições, jogam baralho, recebem cartas. A qualquer momento, porém, alguém pode aparecer e exigir um teste de urina do morador para detectar eventual uso de drogas. E, para viver ali, esse residente tem que assinar um contrato com compromissos como: não traficar, não praticar violência, não portar armas. Localizada em um prédio na rua Helvétia, em Campos Elíseos (região central de SP), a residência monitorada recebe dependentes de droga em tratamento pelo programa Recomeço, do governo paulista. A ideia é que fiquem ali pessoas que, no mínimo, tenham a abstinência como meta (elas fazem testes-surpresa semanais) e que precisem de um acompanhamento clínico mais próximo por ter quadro de saúde de gravidade média a alta, explica o psiquiatra Cláudio Jerônimo da Silva, que dirige o serviço. Após 11 meses de funcionamento, um balanço inédito mostra que, dos 69 residentes que estão ou passaram por lá, 51% permanecem ali ou foram reinseridos socialmente, ou seja, moram em outro lugar e se sustentam por si; os outros 49% não seguiram até o fim. Dentro desse segundo grupo, cerca de metade ainda segue algum outro tipo de tratamento voluntário, por exemplo em comunidades terapêuticas, e outro grupo ainda recebe atendimento ambulatorial. Já houve casos também de recaída, em que o morador abandonou o local com seus pertences dentro. Nessas situações, uma equipe tenta encontrá-lo. Depois, a permanência é reavaliada. RESIDÊNCIA MONITORADA - Entre os 69 dependentes recebidos (em %) O ESPAÇO Com 36 vagas para dependentes, a moradia é uma ilha de abstinência no meio da cracolândia. A três quarteirões dali, a praça Princesa Isabel chega a concentrar cerca de mil usuários. O acesso ao prédio não tem horário fixo. O morador entra e sai quando quiser. Uma vez lá dentro, porém, precisa estar acompanhado se precisar ir para outro andar. Essa tarefa é feita pelos conselheiros, profissionais treinados para atribuições como conversar com os dependentes e ajudá-los a procurar trabalho ou moradia. Alguns usuários pedem também companhia para ir e voltar do banco, para evitar cair em tentação e gastar o dinheiro que tiverem em mãos. Além dos conselheiros, atuam no prédio profissionais de saúde e de assistência social. O tempo de permanência esperado para os moradores é de seis meses, prorrogáveis por mais seis. Hoje, dois terços dos residentes são homens. Segundo o diretor da unidade, a predominância do público masculino se dá por dois motivos: porque eles estão em maior número na cracolândia e porque ali não se pode viver com os filhos, o que é um obstáculo para parte das mulheres. RESIDÊNCIA MONITORADA - Entre os 51% que ficaram na residência ou conseguiram reinserção social Moradora há quatro meses, Viviane dos Santos, 23, já teve filho, mas perdeu a guarda na época em que usava drogas. O garoto foi entregue para a adoção. "Ele tinha olho azul-piscina", lembra. Os olhos de Viviane são verdes, contornados por um lápis preto. Na boca, alguns dentes quebrados, resultado dos tempos do vício. Foram cinco anos usando crack e se prostituindo para comprar a droga. Parou há três, "depois da última vez que meu ex-marido me bateu", conta. Foi parar na residência monitorada após internações em clínicas e comunidades terapêuticas. Namora "o Anderson, do sétimo [andar]", que conheceu ali perto, no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas). Às vezes jantam e tomam café juntos e, quando querem mais privacidade, vão para um hotel na região. Hoje, faz por ali refeições e tratamentos de saúde. Recebe Bolsa Família e, na última quinta-feira, preparava-se para entregar um currículo. "Quero trabalhar, ser independente, ter outro filho." O MEDO Filhos também são uma preocupação para Kauê Gonçalves, 31. Foi por causa de suas duas meninas que ele resolveu deixar de usar drogas. Não foi fácil. "Com 18 anos, tomei o primeiro porre. Com 25, fumei a primeira pedra", diz. Abstinente desde o último Natal, Gonçalves fez questão de ser fotografado para a reportagem. "A última vez que saí em um jornal foi numa foto com uma garrafa de cachaça na mão", explicou. Chegou à residência no início do ano, após passar por dois tratamentos no Cratod e recair as duas vezes. Não costuma contar onde mora. "Existe muito preconceito." Aprender a viver sem a droga envolve seguir um rígido tratamento médico -toma 12 medicamentos- e repensar toda a rotina, em detalhes. "Eu começo arrumando a cama. Se você deixa ela no jeito, seu dia flui." Ao longo do dia, tenta se ocupar. Trabalha em uma empresa de varrição -"voltei a pagar pensão", comemora-, joga futebol na vizinhança. Agora pensa em uma casa sua, e leva a sério a nova forma de lidar com as frustrações. "Minha casa vai ser um lugar onde eu vou chegar e, quando eu abrir a porta, talvez veja uma bagunça que eu deixei... e tudo bem." Apesar da serenidade, confessa sentir um receio. Não é do crack. "A droga eu conheço, e do que a gente conhece a gente não tem medo. Tenho medo é do desconhecido."
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cotidiano
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Prédio de ex-usuários da cracolândia tem teste surpresa de drogas e namoroEm alguns momentos, pode parecer um prédio residencial qualquer. Há camas, armários, geladeiras, micro-ondas e pessoas que ali dormem, fazem refeições, jogam baralho, recebem cartas. A qualquer momento, porém, alguém pode aparecer e exigir um teste de urina do morador para detectar eventual uso de drogas. E, para viver ali, esse residente tem que assinar um contrato com compromissos como: não traficar, não praticar violência, não portar armas. Localizada em um prédio na rua Helvétia, em Campos Elíseos (região central de SP), a residência monitorada recebe dependentes de droga em tratamento pelo programa Recomeço, do governo paulista. A ideia é que fiquem ali pessoas que, no mínimo, tenham a abstinência como meta (elas fazem testes-surpresa semanais) e que precisem de um acompanhamento clínico mais próximo por ter quadro de saúde de gravidade média a alta, explica o psiquiatra Cláudio Jerônimo da Silva, que dirige o serviço. Após 11 meses de funcionamento, um balanço inédito mostra que, dos 69 residentes que estão ou passaram por lá, 51% permanecem ali ou foram reinseridos socialmente, ou seja, moram em outro lugar e se sustentam por si; os outros 49% não seguiram até o fim. Dentro desse segundo grupo, cerca de metade ainda segue algum outro tipo de tratamento voluntário, por exemplo em comunidades terapêuticas, e outro grupo ainda recebe atendimento ambulatorial. Já houve casos também de recaída, em que o morador abandonou o local com seus pertences dentro. Nessas situações, uma equipe tenta encontrá-lo. Depois, a permanência é reavaliada. RESIDÊNCIA MONITORADA - Entre os 69 dependentes recebidos (em %) O ESPAÇO Com 36 vagas para dependentes, a moradia é uma ilha de abstinência no meio da cracolândia. A três quarteirões dali, a praça Princesa Isabel chega a concentrar cerca de mil usuários. O acesso ao prédio não tem horário fixo. O morador entra e sai quando quiser. Uma vez lá dentro, porém, precisa estar acompanhado se precisar ir para outro andar. Essa tarefa é feita pelos conselheiros, profissionais treinados para atribuições como conversar com os dependentes e ajudá-los a procurar trabalho ou moradia. Alguns usuários pedem também companhia para ir e voltar do banco, para evitar cair em tentação e gastar o dinheiro que tiverem em mãos. Além dos conselheiros, atuam no prédio profissionais de saúde e de assistência social. O tempo de permanência esperado para os moradores é de seis meses, prorrogáveis por mais seis. Hoje, dois terços dos residentes são homens. Segundo o diretor da unidade, a predominância do público masculino se dá por dois motivos: porque eles estão em maior número na cracolândia e porque ali não se pode viver com os filhos, o que é um obstáculo para parte das mulheres. RESIDÊNCIA MONITORADA - Entre os 51% que ficaram na residência ou conseguiram reinserção social Moradora há quatro meses, Viviane dos Santos, 23, já teve filho, mas perdeu a guarda na época em que usava drogas. O garoto foi entregue para a adoção. "Ele tinha olho azul-piscina", lembra. Os olhos de Viviane são verdes, contornados por um lápis preto. Na boca, alguns dentes quebrados, resultado dos tempos do vício. Foram cinco anos usando crack e se prostituindo para comprar a droga. Parou há três, "depois da última vez que meu ex-marido me bateu", conta. Foi parar na residência monitorada após internações em clínicas e comunidades terapêuticas. Namora "o Anderson, do sétimo [andar]", que conheceu ali perto, no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas). Às vezes jantam e tomam café juntos e, quando querem mais privacidade, vão para um hotel na região. Hoje, faz por ali refeições e tratamentos de saúde. Recebe Bolsa Família e, na última quinta-feira, preparava-se para entregar um currículo. "Quero trabalhar, ser independente, ter outro filho." O MEDO Filhos também são uma preocupação para Kauê Gonçalves, 31. Foi por causa de suas duas meninas que ele resolveu deixar de usar drogas. Não foi fácil. "Com 18 anos, tomei o primeiro porre. Com 25, fumei a primeira pedra", diz. Abstinente desde o último Natal, Gonçalves fez questão de ser fotografado para a reportagem. "A última vez que saí em um jornal foi numa foto com uma garrafa de cachaça na mão", explicou. Chegou à residência no início do ano, após passar por dois tratamentos no Cratod e recair as duas vezes. Não costuma contar onde mora. "Existe muito preconceito." Aprender a viver sem a droga envolve seguir um rígido tratamento médico -toma 12 medicamentos- e repensar toda a rotina, em detalhes. "Eu começo arrumando a cama. Se você deixa ela no jeito, seu dia flui." Ao longo do dia, tenta se ocupar. Trabalha em uma empresa de varrição -"voltei a pagar pensão", comemora-, joga futebol na vizinhança. Agora pensa em uma casa sua, e leva a sério a nova forma de lidar com as frustrações. "Minha casa vai ser um lugar onde eu vou chegar e, quando eu abrir a porta, talvez veja uma bagunça que eu deixei... e tudo bem." Apesar da serenidade, confessa sentir um receio. Não é do crack. "A droga eu conheço, e do que a gente conhece a gente não tem medo. Tenho medo é do desconhecido."
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Governo tenta forçar hidrelétricas a reduzir preço da energia
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Mudanças na Medida Provisória que refaz as regras de venda de energia gerada pelas hidrelétricas vão fazer com que as concessionárias dessas usinas tenham que diminuir o preço que elas vendem o produto. O relator da MP no Congresso, senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), apresentou hoje seu relatório na comissão prévia de análise e informou que fez mudanças a pedido do governo. Parlamentares pediram para analisar melhor o projeto e ele só começará a ser votado na comissão na próxima semana. Se aprovado, ainda terá que passar pelos plenários da Câmara e do Senado. Pela nova regra, as hidrelétricas vão ter que pagar um "seguro" de entre R$ 9,50 e R$ 10,50 por cada megawatt/hora vendido por ela para as empresas que usam sua energia. Isso será feito com um desconto no valor que elas haviam pactuado anteriormente, que hoje gira entre R$ 100 e R$ 150. Em troca desse desconto no valor da venda, as hidrelétricas terão dois benefícios. O primeiro é ter seus contratos de concessão aumentados de tempo para pagar prejuízo causado nos últimos dois anos, quando tiveram que comprar energia de outros geradores (térmicos) porque foram impedidas de gerar o mínimo obrigatório por decisão do governo, que queria poupar água dos reservatórios. O segundo benefício é, na próxima vez que o governo impedir a geração hidrelétrica para poupar água, fica garantido que quem vai pagar a conta é o consumidor final de energia, independentemente de quem seja o responsável. Para ter esses benefícios, as empresas terão que abrir mão de ações na justiça em que elas estão ganhando o direito de não pagar parte do custo a mais que elas tiveram de comprar das térmicas, alegando que o governo gerenciou mal o sistema. O governo nega mau gerenciamento. As empresas ainda não se pronunciaram se vão aceitar a regra. Segundo o deputado Fábio Garcia (PSB-MT), é preciso resolver o problema do risco para acabar com as liminares judiciais que estão levando o sistema ao colapso. Para ele, essa espécie de seguro feito pelo governo poderá tornar os investimentos previstos no setor mais atraentes. Segundo Nelson Leite, presidente da Abradee, associação que reúne distribuidoras de energia, para o consumidor final haverá um benefício imediato a partir dos próximos reajustes tarifários, que vão considerar esse desconto dado agora e diminuir o preço da tarifa (haverá outros aumentos por causa da inflação, por exemplo, e não é possível estimar se a conta vai baixar). Em compensação, em outro momento de seca em que hidrelétricas forem impedidas de gerar energia com a água, será o usuário final que vai ter que pagar o custo que as hidrelétricas terão ao comprar energia das térmicas (que custa mais caro que a gerada por água). - Vamos ter que rezar para São Pedro - disse Nelson. LEILÃO A aprovação dessa medida provisória é importante também para que o governo consiga fazer o leilão de 29 hidrelétricas já prontas, cujas concessões voltaram para o Estado a partir de 2013. Previsto para 6 de novembro, ele foi adiado para 25 de novembro para que fosse possível que a nova lei desse segurança aos investidores. O governo pretende arrecadador R$ 17 bilhões com essa privatização e conta com parte desse dinheiro para reduzir do déficit primário deste ano. O deputado Garcia, no entanto, quer alterar a destinação desse dinheiro que está indo para o Tesouro Nacional. Para ele, o recurso deveria ser colocado numa conta específica do setor elétrico para reduzir o preço da energia para todos os consumidores. Uma emenda dele nesse sentido não foi aceita pelo relator, mas ele tentará votá-la no plenário. - Não é justo que o consumidor de energia, que pagou a usina por 30 anos, agora veja esse dinheiro ir para o Tesouro - disse Garcia. DISTORÇÕES O relator também aceitou colocar na MP benefícios para alguns grupos consumidores e produtores de energia elétrica. Uma das medidas tira dos agricultores de áreas irrigadas o custo das bandeiras tarifárias. Em outra, alguns tipos de usinas de até 300 mw não terão redução do custo pago pela transmissão do produto. Para Nelson Leite, da Abradee, esses benefícios para grupos vão gerar distorções dentro do sistema que, no fim, vão elevar a conta para todos os outros consumidores. Leite também aponta para uma outra modificação na lei que permitiria a qualquer consumidor de grande porte comprar energia diretamente do sistema que atualmente é fechado apenas para distribuidoras de energia, as que levam a energia até a casa do consumidor. Segundo ele, os contratos entre distribuidores e geradores são de 20 anos a 30 anos e são usados por essas empresas para pegar financiamento no banco para realizar investimentos de grande porte para construir ou ampliar usinas, por exemplo. Um outro tipo de comprador, para ele, dificilmente teria segurança para oferecer um contrato por tempo tão longo e isso dificultaria financiamentos para a ampliação do sistema elétrico.
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mercado
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Governo tenta forçar hidrelétricas a reduzir preço da energiaMudanças na Medida Provisória que refaz as regras de venda de energia gerada pelas hidrelétricas vão fazer com que as concessionárias dessas usinas tenham que diminuir o preço que elas vendem o produto. O relator da MP no Congresso, senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), apresentou hoje seu relatório na comissão prévia de análise e informou que fez mudanças a pedido do governo. Parlamentares pediram para analisar melhor o projeto e ele só começará a ser votado na comissão na próxima semana. Se aprovado, ainda terá que passar pelos plenários da Câmara e do Senado. Pela nova regra, as hidrelétricas vão ter que pagar um "seguro" de entre R$ 9,50 e R$ 10,50 por cada megawatt/hora vendido por ela para as empresas que usam sua energia. Isso será feito com um desconto no valor que elas haviam pactuado anteriormente, que hoje gira entre R$ 100 e R$ 150. Em troca desse desconto no valor da venda, as hidrelétricas terão dois benefícios. O primeiro é ter seus contratos de concessão aumentados de tempo para pagar prejuízo causado nos últimos dois anos, quando tiveram que comprar energia de outros geradores (térmicos) porque foram impedidas de gerar o mínimo obrigatório por decisão do governo, que queria poupar água dos reservatórios. O segundo benefício é, na próxima vez que o governo impedir a geração hidrelétrica para poupar água, fica garantido que quem vai pagar a conta é o consumidor final de energia, independentemente de quem seja o responsável. Para ter esses benefícios, as empresas terão que abrir mão de ações na justiça em que elas estão ganhando o direito de não pagar parte do custo a mais que elas tiveram de comprar das térmicas, alegando que o governo gerenciou mal o sistema. O governo nega mau gerenciamento. As empresas ainda não se pronunciaram se vão aceitar a regra. Segundo o deputado Fábio Garcia (PSB-MT), é preciso resolver o problema do risco para acabar com as liminares judiciais que estão levando o sistema ao colapso. Para ele, essa espécie de seguro feito pelo governo poderá tornar os investimentos previstos no setor mais atraentes. Segundo Nelson Leite, presidente da Abradee, associação que reúne distribuidoras de energia, para o consumidor final haverá um benefício imediato a partir dos próximos reajustes tarifários, que vão considerar esse desconto dado agora e diminuir o preço da tarifa (haverá outros aumentos por causa da inflação, por exemplo, e não é possível estimar se a conta vai baixar). Em compensação, em outro momento de seca em que hidrelétricas forem impedidas de gerar energia com a água, será o usuário final que vai ter que pagar o custo que as hidrelétricas terão ao comprar energia das térmicas (que custa mais caro que a gerada por água). - Vamos ter que rezar para São Pedro - disse Nelson. LEILÃO A aprovação dessa medida provisória é importante também para que o governo consiga fazer o leilão de 29 hidrelétricas já prontas, cujas concessões voltaram para o Estado a partir de 2013. Previsto para 6 de novembro, ele foi adiado para 25 de novembro para que fosse possível que a nova lei desse segurança aos investidores. O governo pretende arrecadador R$ 17 bilhões com essa privatização e conta com parte desse dinheiro para reduzir do déficit primário deste ano. O deputado Garcia, no entanto, quer alterar a destinação desse dinheiro que está indo para o Tesouro Nacional. Para ele, o recurso deveria ser colocado numa conta específica do setor elétrico para reduzir o preço da energia para todos os consumidores. Uma emenda dele nesse sentido não foi aceita pelo relator, mas ele tentará votá-la no plenário. - Não é justo que o consumidor de energia, que pagou a usina por 30 anos, agora veja esse dinheiro ir para o Tesouro - disse Garcia. DISTORÇÕES O relator também aceitou colocar na MP benefícios para alguns grupos consumidores e produtores de energia elétrica. Uma das medidas tira dos agricultores de áreas irrigadas o custo das bandeiras tarifárias. Em outra, alguns tipos de usinas de até 300 mw não terão redução do custo pago pela transmissão do produto. Para Nelson Leite, da Abradee, esses benefícios para grupos vão gerar distorções dentro do sistema que, no fim, vão elevar a conta para todos os outros consumidores. Leite também aponta para uma outra modificação na lei que permitiria a qualquer consumidor de grande porte comprar energia diretamente do sistema que atualmente é fechado apenas para distribuidoras de energia, as que levam a energia até a casa do consumidor. Segundo ele, os contratos entre distribuidores e geradores são de 20 anos a 30 anos e são usados por essas empresas para pegar financiamento no banco para realizar investimentos de grande porte para construir ou ampliar usinas, por exemplo. Um outro tipo de comprador, para ele, dificilmente teria segurança para oferecer um contrato por tempo tão longo e isso dificultaria financiamentos para a ampliação do sistema elétrico.
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Argentina afugenta 'abutres'
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O anúncio de que o governo argentino chegou, nesta semana, a um acordo com os chamados fundos "abutres" confirma nosso país vizinho como protagonista de uma surpreendente mudança de políticas e humores. Há pouco tempo identificado como aluno exemplar do que "não fazer" em termos de governança econômica e política externa, a Argentina de Macri converteu-se num ponto brilhante do panorama de mercados emergentes. Desde 2001, quando o governo argentino declarou o maior default da história das finanças internacionais, o país tem restado à margem dos fluxos globais de crédito. Ao longo dos anos Kirchner, Buenos Aires havia estabelecido entendimentos com a grande maioria dos credores argentinos de modo a aceitar reduções substantivas no valor de face dos créditos ou ainda prolongar o perfil de maturação dos pagamentos. Alguns poucos fundos não aceitaram essas tratativas e abriram uma verdadeira guerra jurídica contra a Argentina nas cortes de Nova York. Em 2014, a Argentina entrou em moratória técnica, e involuntária, por não ter como funcionalmente pagar o serviço de sua dívida externa àqueles que haviam topado a renegociação do montante dos valores a receber. O governo de Cristina Kirchner politizou tal disputa —não apenas junto a seu público interno argentino, mas também envolvendo seus aliados. Na Cúpula do Mercosul de 2014, Dilma Rousseff bradou com todo vigor que o impasse Buenos Aires-abutres "ameaçava o sistema financeiro internacional". O acordo obtido no início da semana tem de passar por aprovação no Congresso argentino, mais especificamente no que diz respeito ao fim da lei de bloqueio e à lei de pagamento soberano, promulgadas na administração Kischner e que hoje barrariam tais compromissos. A propósito, o timing do acordo com os credores não poderia ser mais apropriado para a administração Macri. Nesta terça-feira (1º) o presidente abriu o Ano Legislativo com um discurso sem ilusões sobre a realidade argentina. E corretamente identificou que a ausência de seu país nas correntes internacionais de financiamento machuca muito mais do que o acordo que agora se estabeleceu com o restante dos credores. Nos poucos meses desde que assumiu a Casa Rosada, Macri vem recalibrando seu país com impressionante pragmatismo. Abandonou o malabarismo na construção dos índices oficiais de inflação e câmbio. Parece romper com a filosofia comercial protecionista que tanto marcou a posição negociadora argentina nos governos Kirchner. Nesse contexto, comparações são inevitáveis. Muitos observadores internacionais clamam por cautela quanto ao entusiasmo que desponta para o futuro argentino caso as reformas de Macri realmente finquem raiz. Lembram dos primeiros cem dias verdadeiramente estelares do governo Peña Nieto no México —e de como desde então o ímpeto reformista teve de arrefecer diante da força inercial do status quo. Ainda que com duríssimos provações adiante, a Argentina vem fazendo mais do que afugentar os abutres do bolivarianismo. Tem-se permitido sonhar com o reencontro do caminho da prosperidade há muito perdido.
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colunas
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Argentina afugenta 'abutres'O anúncio de que o governo argentino chegou, nesta semana, a um acordo com os chamados fundos "abutres" confirma nosso país vizinho como protagonista de uma surpreendente mudança de políticas e humores. Há pouco tempo identificado como aluno exemplar do que "não fazer" em termos de governança econômica e política externa, a Argentina de Macri converteu-se num ponto brilhante do panorama de mercados emergentes. Desde 2001, quando o governo argentino declarou o maior default da história das finanças internacionais, o país tem restado à margem dos fluxos globais de crédito. Ao longo dos anos Kirchner, Buenos Aires havia estabelecido entendimentos com a grande maioria dos credores argentinos de modo a aceitar reduções substantivas no valor de face dos créditos ou ainda prolongar o perfil de maturação dos pagamentos. Alguns poucos fundos não aceitaram essas tratativas e abriram uma verdadeira guerra jurídica contra a Argentina nas cortes de Nova York. Em 2014, a Argentina entrou em moratória técnica, e involuntária, por não ter como funcionalmente pagar o serviço de sua dívida externa àqueles que haviam topado a renegociação do montante dos valores a receber. O governo de Cristina Kirchner politizou tal disputa —não apenas junto a seu público interno argentino, mas também envolvendo seus aliados. Na Cúpula do Mercosul de 2014, Dilma Rousseff bradou com todo vigor que o impasse Buenos Aires-abutres "ameaçava o sistema financeiro internacional". O acordo obtido no início da semana tem de passar por aprovação no Congresso argentino, mais especificamente no que diz respeito ao fim da lei de bloqueio e à lei de pagamento soberano, promulgadas na administração Kischner e que hoje barrariam tais compromissos. A propósito, o timing do acordo com os credores não poderia ser mais apropriado para a administração Macri. Nesta terça-feira (1º) o presidente abriu o Ano Legislativo com um discurso sem ilusões sobre a realidade argentina. E corretamente identificou que a ausência de seu país nas correntes internacionais de financiamento machuca muito mais do que o acordo que agora se estabeleceu com o restante dos credores. Nos poucos meses desde que assumiu a Casa Rosada, Macri vem recalibrando seu país com impressionante pragmatismo. Abandonou o malabarismo na construção dos índices oficiais de inflação e câmbio. Parece romper com a filosofia comercial protecionista que tanto marcou a posição negociadora argentina nos governos Kirchner. Nesse contexto, comparações são inevitáveis. Muitos observadores internacionais clamam por cautela quanto ao entusiasmo que desponta para o futuro argentino caso as reformas de Macri realmente finquem raiz. Lembram dos primeiros cem dias verdadeiramente estelares do governo Peña Nieto no México —e de como desde então o ímpeto reformista teve de arrefecer diante da força inercial do status quo. Ainda que com duríssimos provações adiante, a Argentina vem fazendo mais do que afugentar os abutres do bolivarianismo. Tem-se permitido sonhar com o reencontro do caminho da prosperidade há muito perdido.
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Justiça manda sindicato suspender propaganda para aluno não ir à escola
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O governo estadual conseguiu decisão judicial para impedir que a Apeoesp (sindicato dos professores) mantenha campanha na TV que fala sobre a greve da categoria e pede que os pais não levem os filhos às escolas. A decisão, provisória, foi deferida nesta quarta-feira (1). Há multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Segundo a juíza Laís Amaral, é "ilícito e extremamente prejudicial" incitar os pais a não levarem os filhos às escolas. Ela determina que não seja veiculada nenhuma campanha com esse teor. Em entrevista à Folha, o secretário de Educação, Herman Voorwald, afirmou que a recomendação às famílias é que levassem as crianças aos colégios, pois o volume de faltas de docentes estava próximo de dias normais. A Apeoesp disse que vai recorrer da decisão judicial. A presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha, afirmou que fez a campanha porque o governo adota medidas para diminuir o impacto da greve. Segundo a sindicalista, escolas têm unido classes quando um professor falta e não há docente eventual para substituir. A principal pauta dos grevistas é o reajuste salarial de 75%, que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz não ter condições de atender.
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educacao
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Justiça manda sindicato suspender propaganda para aluno não ir à escolaO governo estadual conseguiu decisão judicial para impedir que a Apeoesp (sindicato dos professores) mantenha campanha na TV que fala sobre a greve da categoria e pede que os pais não levem os filhos às escolas. A decisão, provisória, foi deferida nesta quarta-feira (1). Há multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Segundo a juíza Laís Amaral, é "ilícito e extremamente prejudicial" incitar os pais a não levarem os filhos às escolas. Ela determina que não seja veiculada nenhuma campanha com esse teor. Em entrevista à Folha, o secretário de Educação, Herman Voorwald, afirmou que a recomendação às famílias é que levassem as crianças aos colégios, pois o volume de faltas de docentes estava próximo de dias normais. A Apeoesp disse que vai recorrer da decisão judicial. A presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha, afirmou que fez a campanha porque o governo adota medidas para diminuir o impacto da greve. Segundo a sindicalista, escolas têm unido classes quando um professor falta e não há docente eventual para substituir. A principal pauta dos grevistas é o reajuste salarial de 75%, que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz não ter condições de atender.
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Brasil faz exportação emergencial de energia elétrica para a Argentina
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O Brasil realizou duas operações de exportação de energia elétrica para a Argentina nesta semana, com o envio de 153 megawatts médios, ou 3.672 megawatts-hora, para o país vizinho na terça (19) e na quarta-feira (20), informou nesta quinta-feira o Ministério de Minas e Energia. De acordo com a pasta, a eletricidade foi solicitada em caráter emergencial pela operadora do sistema argentino, Cammesa, devido à realização de uma carga acima da prevista e à indisponibilidade de geração na Argentina para atender a demanda extra. O Brasil enviou ao país vizinho 69 megawatts médios, ou 1.656 megawatts-hora, na terça-feira e outros 84 megawatts médios, ou 2.016 megawatts-hora, na quarta-feira, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) citados pelo ministério. O Brasil possui interligações internacionais que permitem importação ou exportação de energia elétrica para Argentina, Uruguai e Venezuela.
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mercado
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Brasil faz exportação emergencial de energia elétrica para a ArgentinaO Brasil realizou duas operações de exportação de energia elétrica para a Argentina nesta semana, com o envio de 153 megawatts médios, ou 3.672 megawatts-hora, para o país vizinho na terça (19) e na quarta-feira (20), informou nesta quinta-feira o Ministério de Minas e Energia. De acordo com a pasta, a eletricidade foi solicitada em caráter emergencial pela operadora do sistema argentino, Cammesa, devido à realização de uma carga acima da prevista e à indisponibilidade de geração na Argentina para atender a demanda extra. O Brasil enviou ao país vizinho 69 megawatts médios, ou 1.656 megawatts-hora, na terça-feira e outros 84 megawatts médios, ou 2.016 megawatts-hora, na quarta-feira, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) citados pelo ministério. O Brasil possui interligações internacionais que permitem importação ou exportação de energia elétrica para Argentina, Uruguai e Venezuela.
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Prioridade deve ser dos pedestres, não de ciclistas, diz urbanista colombiano
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No Dia Mundial sem Carro (22, terça-feira) nada vai mudar na vida do urbanista colombiano Ricardo Montezuma, especialista em questões de mobilidade. Criador de uma ONG chamada Cidade Humana, só anda de bicicleta e transportes públicos. Foi assim que se deslocou do hotel para o Congresso Internacional Cidades & Transportes, na Barra, zona oeste do Rio, onde falou na manhã da última quinta (10). Ao chegar, ficou impressionado: no evento com cerca de 2.000 participantes, na Cidade das Artes, só havia uma bicicleta, além da sua, dobrável, que carrega nas viagens. À Folha, o urbanista se disse "emocionado" com a evolução das ciclovias no Rio e em São Paulo. Mas aponta problemas relacionados à segurança na implantação: "Uma boa política pública para a bicicleta deveria começar com melhores condições para os pedestres". Montezuma trabalhou na equipe da Prefeitura de Bogotá que desenvolveu o sistema de corredores de ônibus denominado Transmilênio (inaugurado em 2000). Embora inspirado em Curitiba e São Paulo, só passou a ser referência para administradores brasileiros devido ao sucesso na Colômbia. "Poucos lugares valorizam o que têm de bom. O normal é olharmos para fora", diz. Crítico do Uber, pela forma "imperialista" como entende que a empresa se implanta, ele entende que o aplicativo de motoristas particulares é "interessante" e, se adequados à legislação local, "é bom se existirem muitos Ubers". * Folha - O Transmilênio de Bogotá provocou polêmicas intensas como as vias exclusivas para ônibus provocam no Brasil? Ricardo Montezuma - Creio que a polêmica em Bogotá não foi tão intensa porque o transporte público era um problema tão gigantesco que a melhoria do sistema foi logo aceita por todos. Por que o sr. acredita que o Brasil demorou para adotar BRTs, como o Transmilênio, se eles nasceram em Curitiba? É incrível isso. Mas conheço poucos lugares que valorizam o que têm de bom. O normal é olharmos para fora, admirar o que há nos EUA ou na Europa. O BRT é uma invenção brasileira que realmente só veio a ser valorizada após a adoção em Bogotá. O Jaime Lerner, criador do conceito em Curitiba, nos anos 1970, me disse: "A pessoa mais feliz do mundo com o sucesso do Transmilênio sou eu, porque ele provou que o sistema pode funcionar fora de Curitiba". A contribuição de São Paulo para o Transmilênio foram as áreas de ultrapassagem no corredor da av. Santo Amaro. Mas esse corredor destruiu o tecido urbano em torno, transformou uma bonita avenida em área degradada. Como evitar isso? Esse é o grande desafio: o BRT deve ser pensado como projeto para as cidades, não para o transporte. Deve respeitar a cidade, recuperar o que estiver degradado. O limite é a escala urbana. Não pode ameaçar a qualidade de vida à sua volta. No caso de Bogotá, houve resistência dos donos de automóveis pela perda de espaço para os corredores? Não houve pressão dos donos de automóveis. Mas é importante mencionar que o Transmilênio foi muito politicamente correto. Os carros conservaram o espaço que tinham, às vezes até ganharam mais, para que não houvesse resistência dos motoristas. E isso considero errado. Para deixar os carros com o mesmo espaço, foram demolidas construções da cidade, o que eu critico. O sr. entende que uma vez oferecido transporte público com prioridade, é preciso reduzir espaço para os carros? Não é necessário reduzir espaço para o carro mas é necessário dar prioridade ao transporte público. Os autos, como forma de deslocamento para ir trabalhar, são muito ineficientes. À noite são bons, sobretudo quando não tem ninguém nas ruas. Ao longo do dia, se destaca a vantagem do transporte público. Como convencer os usuários do automóvel a mudarem de hábito? Há sempre a alegação de que o transporte público é ruim, mas mesmo em Londres há congestionamentos. Creio que o modelo de Londres é muito significativo: os motoristas que querem circular pelo centro da cidade pagam pedágio caro. E esse dinheiro é investido diretamente na melhoria da rede de transportes públicos. Nós precisamos lembrar que o número de carros e de motos só vai crescer. O único jeito de reduzir o uso é cobrar e, com isso, ajudar a financiar transporte público de qualidade. A ideia é melhorar a qualidade para convencer o usuário dos automóveis... Não. É necessário melhorar o transporte público para quem usa o transporte público, sem pensar em quem usa o carro. É preciso evitar que o usuário de transporte público ache a qualidade ruim e queira mudar para o carro. O usuário do carro particular nunca vai deixá-lo por achar que os coletivos são bons. Você deve ter em mente que a imagem do transporte público é sempre ruim, em qualquer lugar do mundo. Mesmo na Suíça e Suécia, seus transportes públicos, excelentes, recebem notas ruins. Em geral, mesmo os bons sistemas recebem notas em torno de seis sobre dez. São notas dadas pelos usuários ou por quem não usa? As notas são parecidas entre usuários e não usuários. Ocorre um ciclo vicioso: mesmo quando melhora, a cobrança aumenta, e a nota volta a cair. São Paulo teve um diretor de trânsito, Roberto Scaringella (1940-2013), que dizia que o sistema de transporte público vive a síndrome de "quanto melhor, pior": ao atrair mais usuários, lota, e a qualidade percebida piora. Sim, a noção de melhorar dura pouco tempo. Então logo precisa melhorar mais. O Legislativo de São Paulo aprovou uma lei proibindo o Uber. Qual sua opinião sobre o aplicativo? Eu sou muito enfático: se não é legal, deve ser proibido. Mas deve-se criar condições para que muitas empresas como o Uber possam trabalhar, sempre com regulação e controle público. O Uber não arrisca nada, é uma plataforma que está na Califórnia. Todo o risco é dos motoristas locais. Quando entra em uma cidade, o faz de uma forma muito imperialista, não se submete a regras, entra, se implanta e cresce sem regulação. Ele é interessante, é próprio de um mundo globalizado. Mas, exatamente por isso, é preciso respeitar as regras locais. O sr. é um estudioso de ciclovias. Como vê o processo atual no Brasil? Me emociona ver que o Rio tem cada vez mais gente andando de bicicleta. Todas as iniciativas são boas e necessárias. Mas, do ponto de vista técnico, é preciso verificar com mais cuidado a infraestrutura. Há problemas delicados para resolver, como os cruzamentos. Aí, as pessoas a pé têm dificuldade de atravessar. Eu prefiro avaliar as ciclovias não pelo número de quilômetros, mas pelo número de cruzamentos bem resolvidos. Quase ninguém morre em ciclovias, mas nos cruzamentos. Sobre São Paulo, tenho muita curiosidade de saber como foi possível implantar sua rede de ciclovias. Quero conhecer mais sobre esse processo e pedalar na cidade. Como avalia os episódios de atropelamentos de pedestres por ciclistas em São Paulo nas últimas semanas? Não acompanhei. Mas o que posso dizer é que na América Latina se costuma esquecer dos pedestres. Uma boa política pública para a bicicleta deveria começar com condições para pedestres. É preciso dar prioridade às pessoas, não aos veículos, incluindo bikes. Além disso, é importante saber que alguns ciclistas se comportam muito mal, como os maus motoristas de automóveis. Acha que nossas cidades cuidam pouco dos pedestres? Os pedestres não têm ativismo político. Há muita militância de ciclistas e nada de pedestres. A bicicleta está na moda, e os pedestres não. Uma pergunta que sempre fazem em congressos de mobilidade: como o sr. foi para o evento? De bicicleta. Estou num hotel, fui de bicicleta até o BRT e, com ele, fui até a Cidade das Artes. Lá descobri que havia só uma bicicleta, além da minha. O sr. fez uma conferência sobre humanização das cidades. Qual sua receita para isso? Duas dificuldades devem ser superadas: os políticos não têm vontade, liderança nem institucionalidade para fazer as mudanças que devem ser feitas; os cidadãos não entendem bem os desafios da mobilidade, seguem pensando no conforto individual, e a maioria das pessoas simples prefere usar moto. Além disso, na América Latina, acostumamos mal os motoristas, dando a eles a impressão de que a velocidade é um direito. Não é. É uma ameaça.
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cotidiano
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Prioridade deve ser dos pedestres, não de ciclistas, diz urbanista colombianoNo Dia Mundial sem Carro (22, terça-feira) nada vai mudar na vida do urbanista colombiano Ricardo Montezuma, especialista em questões de mobilidade. Criador de uma ONG chamada Cidade Humana, só anda de bicicleta e transportes públicos. Foi assim que se deslocou do hotel para o Congresso Internacional Cidades & Transportes, na Barra, zona oeste do Rio, onde falou na manhã da última quinta (10). Ao chegar, ficou impressionado: no evento com cerca de 2.000 participantes, na Cidade das Artes, só havia uma bicicleta, além da sua, dobrável, que carrega nas viagens. À Folha, o urbanista se disse "emocionado" com a evolução das ciclovias no Rio e em São Paulo. Mas aponta problemas relacionados à segurança na implantação: "Uma boa política pública para a bicicleta deveria começar com melhores condições para os pedestres". Montezuma trabalhou na equipe da Prefeitura de Bogotá que desenvolveu o sistema de corredores de ônibus denominado Transmilênio (inaugurado em 2000). Embora inspirado em Curitiba e São Paulo, só passou a ser referência para administradores brasileiros devido ao sucesso na Colômbia. "Poucos lugares valorizam o que têm de bom. O normal é olharmos para fora", diz. Crítico do Uber, pela forma "imperialista" como entende que a empresa se implanta, ele entende que o aplicativo de motoristas particulares é "interessante" e, se adequados à legislação local, "é bom se existirem muitos Ubers". * Folha - O Transmilênio de Bogotá provocou polêmicas intensas como as vias exclusivas para ônibus provocam no Brasil? Ricardo Montezuma - Creio que a polêmica em Bogotá não foi tão intensa porque o transporte público era um problema tão gigantesco que a melhoria do sistema foi logo aceita por todos. Por que o sr. acredita que o Brasil demorou para adotar BRTs, como o Transmilênio, se eles nasceram em Curitiba? É incrível isso. Mas conheço poucos lugares que valorizam o que têm de bom. O normal é olharmos para fora, admirar o que há nos EUA ou na Europa. O BRT é uma invenção brasileira que realmente só veio a ser valorizada após a adoção em Bogotá. O Jaime Lerner, criador do conceito em Curitiba, nos anos 1970, me disse: "A pessoa mais feliz do mundo com o sucesso do Transmilênio sou eu, porque ele provou que o sistema pode funcionar fora de Curitiba". A contribuição de São Paulo para o Transmilênio foram as áreas de ultrapassagem no corredor da av. Santo Amaro. Mas esse corredor destruiu o tecido urbano em torno, transformou uma bonita avenida em área degradada. Como evitar isso? Esse é o grande desafio: o BRT deve ser pensado como projeto para as cidades, não para o transporte. Deve respeitar a cidade, recuperar o que estiver degradado. O limite é a escala urbana. Não pode ameaçar a qualidade de vida à sua volta. No caso de Bogotá, houve resistência dos donos de automóveis pela perda de espaço para os corredores? Não houve pressão dos donos de automóveis. Mas é importante mencionar que o Transmilênio foi muito politicamente correto. Os carros conservaram o espaço que tinham, às vezes até ganharam mais, para que não houvesse resistência dos motoristas. E isso considero errado. Para deixar os carros com o mesmo espaço, foram demolidas construções da cidade, o que eu critico. O sr. entende que uma vez oferecido transporte público com prioridade, é preciso reduzir espaço para os carros? Não é necessário reduzir espaço para o carro mas é necessário dar prioridade ao transporte público. Os autos, como forma de deslocamento para ir trabalhar, são muito ineficientes. À noite são bons, sobretudo quando não tem ninguém nas ruas. Ao longo do dia, se destaca a vantagem do transporte público. Como convencer os usuários do automóvel a mudarem de hábito? Há sempre a alegação de que o transporte público é ruim, mas mesmo em Londres há congestionamentos. Creio que o modelo de Londres é muito significativo: os motoristas que querem circular pelo centro da cidade pagam pedágio caro. E esse dinheiro é investido diretamente na melhoria da rede de transportes públicos. Nós precisamos lembrar que o número de carros e de motos só vai crescer. O único jeito de reduzir o uso é cobrar e, com isso, ajudar a financiar transporte público de qualidade. A ideia é melhorar a qualidade para convencer o usuário dos automóveis... Não. É necessário melhorar o transporte público para quem usa o transporte público, sem pensar em quem usa o carro. É preciso evitar que o usuário de transporte público ache a qualidade ruim e queira mudar para o carro. O usuário do carro particular nunca vai deixá-lo por achar que os coletivos são bons. Você deve ter em mente que a imagem do transporte público é sempre ruim, em qualquer lugar do mundo. Mesmo na Suíça e Suécia, seus transportes públicos, excelentes, recebem notas ruins. Em geral, mesmo os bons sistemas recebem notas em torno de seis sobre dez. São notas dadas pelos usuários ou por quem não usa? As notas são parecidas entre usuários e não usuários. Ocorre um ciclo vicioso: mesmo quando melhora, a cobrança aumenta, e a nota volta a cair. São Paulo teve um diretor de trânsito, Roberto Scaringella (1940-2013), que dizia que o sistema de transporte público vive a síndrome de "quanto melhor, pior": ao atrair mais usuários, lota, e a qualidade percebida piora. Sim, a noção de melhorar dura pouco tempo. Então logo precisa melhorar mais. O Legislativo de São Paulo aprovou uma lei proibindo o Uber. Qual sua opinião sobre o aplicativo? Eu sou muito enfático: se não é legal, deve ser proibido. Mas deve-se criar condições para que muitas empresas como o Uber possam trabalhar, sempre com regulação e controle público. O Uber não arrisca nada, é uma plataforma que está na Califórnia. Todo o risco é dos motoristas locais. Quando entra em uma cidade, o faz de uma forma muito imperialista, não se submete a regras, entra, se implanta e cresce sem regulação. Ele é interessante, é próprio de um mundo globalizado. Mas, exatamente por isso, é preciso respeitar as regras locais. O sr. é um estudioso de ciclovias. Como vê o processo atual no Brasil? Me emociona ver que o Rio tem cada vez mais gente andando de bicicleta. Todas as iniciativas são boas e necessárias. Mas, do ponto de vista técnico, é preciso verificar com mais cuidado a infraestrutura. Há problemas delicados para resolver, como os cruzamentos. Aí, as pessoas a pé têm dificuldade de atravessar. Eu prefiro avaliar as ciclovias não pelo número de quilômetros, mas pelo número de cruzamentos bem resolvidos. Quase ninguém morre em ciclovias, mas nos cruzamentos. Sobre São Paulo, tenho muita curiosidade de saber como foi possível implantar sua rede de ciclovias. Quero conhecer mais sobre esse processo e pedalar na cidade. Como avalia os episódios de atropelamentos de pedestres por ciclistas em São Paulo nas últimas semanas? Não acompanhei. Mas o que posso dizer é que na América Latina se costuma esquecer dos pedestres. Uma boa política pública para a bicicleta deveria começar com condições para pedestres. É preciso dar prioridade às pessoas, não aos veículos, incluindo bikes. Além disso, é importante saber que alguns ciclistas se comportam muito mal, como os maus motoristas de automóveis. Acha que nossas cidades cuidam pouco dos pedestres? Os pedestres não têm ativismo político. Há muita militância de ciclistas e nada de pedestres. A bicicleta está na moda, e os pedestres não. Uma pergunta que sempre fazem em congressos de mobilidade: como o sr. foi para o evento? De bicicleta. Estou num hotel, fui de bicicleta até o BRT e, com ele, fui até a Cidade das Artes. Lá descobri que havia só uma bicicleta, além da minha. O sr. fez uma conferência sobre humanização das cidades. Qual sua receita para isso? Duas dificuldades devem ser superadas: os políticos não têm vontade, liderança nem institucionalidade para fazer as mudanças que devem ser feitas; os cidadãos não entendem bem os desafios da mobilidade, seguem pensando no conforto individual, e a maioria das pessoas simples prefere usar moto. Além disso, na América Latina, acostumamos mal os motoristas, dando a eles a impressão de que a velocidade é um direito. Não é. É uma ameaça.
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Mais iluminada geração francesa pós-Zidane tenta superar Ronaldo na Euro
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A França entra em campo neste domingo (10) para decidir a Eurocopa carregando um favoritismo absurdo. Joga em casa, está na final depois de eliminar a überpoderosa Alemanha na semi e tem o jogador que é grande destaque do torneio, o atacante Antoine Griezmann, 25. Prova que é a mais iluminada geração do futebol francês pós-Zidane (enquanto o planeta sempre badalou mais a geração belga), já poderia ter ido longe na Copa de 2014 no Brasil (quando caiu nas quartas para a campeã Alemanha em jogo duríssimo) e está ávida por um grande título desde que venceu o Mundial de 1998 (também em seu território, quando a "Marselhesa" vinda das arquibancadas, das ruas e da gigantesca Fan Fest aos pés da torre Eiffel é coisa muito séria). Seu adversário desta tarde na finalíssima no Stade de France, mesmo local no qual o hoje técnico Didier Deschamps levantou a taça derradeira como capitão, é a seleção portuguesa, de quem não perde desde 1975. Nos últimos dez confrontos, dez vitórias francesas. Mas, apesar de todo esse roteiro com o fim de história quase já escrito, a França terá que derrotar mais que um rival com campanha regular. A França vai ter que mostrar ao supercraque Cristiano Ronaldo que esta Euro não é dele. Para resumir, hoje será um jogo de uma nação contra um homem só, praticamente. Porque Cristiano Ronaldo desde o primeiro jogo, com a então caçula e ingênua Islândia em St-Etienne, não engoliu o empate em 1 a 1 contra o menor país a se classificar para um torneio internacional dessa magnitude e reclamou da Islândia por estar sendo a Islândia. E, um capitão com a incumbência de levar uma seleção de Portugal tosca para as finais, mesmo sem ganhar um só dos três jogos da primeira fase e ir triunfando ou na prorrogação ou em pênaltis, para ter sua primeira vitória de fato, nos 90 minutos, na semifinal, Ronaldo jogou microfone de jornalista no lago, fez gol de letra e bateu três recordes na história da Euro: igualou a marca de nove gols do francês Michel Platini, é o jogador que mais jogou em fases finais da Euro (19 partidas, antes da final deste domingo) e também o único que marcou em quatro edições diferentes do torneio europeu. A decisão contra a França já deve ter garantido ao polêmico craque, campeão da última Liga dos Campeões pelo Real Madrid, mais um título de melhor jogador do mundo, desbancando o número 1 do ano passado, o arquirrival Lionel Messi. Histórico - Número de vitórias de cada uma das equipes nos 24 confrontos anteriores Aliás, com sua performance nesta Euro, Cristiano Ronaldo chegou a travar (e ganhar) uma batalha intercontinental com Messi, que malogrou com a Argentina na final da Copa América, isolando uma bola na disputa por pênaltis, anunciando depois sua aposentadoria da seleção e agora se vendo condenado a 21 meses de prisão por fraude fiscal na Espanha. Enquanto o rival do Barcelona vive um inferno astral, o astro do Real Madrid sai da Euro fortalecido, mesmo que perca o jogo de hoje. Cristiano Ronaldo já participou de uma final da Euro em 2004, quando Portugal favoritíssima perdeu o título em casa para a surpreendente Grécia. Foi a primeira decisão de sua carreira. Tinha 18 anos, sua fama de bad-boy só começava e tinha apenas, em nível internacional, um campeonato inglês pelo Manchester United, título alcançado em pontos corridos. Nesta Euro do terrorismo que não houve (pelo menos até o dia de sua final), que teve até a volta do hooliganismo, em que as camisas da Itália e da Alemanha não foram tão pesadas como de costume e que oficialmente encerrou o ciclo da Espanha e apresentou os nanicos Islândia e País de Gales como times a serem respeitados, quem vencerá a grande final? A França ressurgida ou o CR7?
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esporte
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Mais iluminada geração francesa pós-Zidane tenta superar Ronaldo na EuroA França entra em campo neste domingo (10) para decidir a Eurocopa carregando um favoritismo absurdo. Joga em casa, está na final depois de eliminar a überpoderosa Alemanha na semi e tem o jogador que é grande destaque do torneio, o atacante Antoine Griezmann, 25. Prova que é a mais iluminada geração do futebol francês pós-Zidane (enquanto o planeta sempre badalou mais a geração belga), já poderia ter ido longe na Copa de 2014 no Brasil (quando caiu nas quartas para a campeã Alemanha em jogo duríssimo) e está ávida por um grande título desde que venceu o Mundial de 1998 (também em seu território, quando a "Marselhesa" vinda das arquibancadas, das ruas e da gigantesca Fan Fest aos pés da torre Eiffel é coisa muito séria). Seu adversário desta tarde na finalíssima no Stade de France, mesmo local no qual o hoje técnico Didier Deschamps levantou a taça derradeira como capitão, é a seleção portuguesa, de quem não perde desde 1975. Nos últimos dez confrontos, dez vitórias francesas. Mas, apesar de todo esse roteiro com o fim de história quase já escrito, a França terá que derrotar mais que um rival com campanha regular. A França vai ter que mostrar ao supercraque Cristiano Ronaldo que esta Euro não é dele. Para resumir, hoje será um jogo de uma nação contra um homem só, praticamente. Porque Cristiano Ronaldo desde o primeiro jogo, com a então caçula e ingênua Islândia em St-Etienne, não engoliu o empate em 1 a 1 contra o menor país a se classificar para um torneio internacional dessa magnitude e reclamou da Islândia por estar sendo a Islândia. E, um capitão com a incumbência de levar uma seleção de Portugal tosca para as finais, mesmo sem ganhar um só dos três jogos da primeira fase e ir triunfando ou na prorrogação ou em pênaltis, para ter sua primeira vitória de fato, nos 90 minutos, na semifinal, Ronaldo jogou microfone de jornalista no lago, fez gol de letra e bateu três recordes na história da Euro: igualou a marca de nove gols do francês Michel Platini, é o jogador que mais jogou em fases finais da Euro (19 partidas, antes da final deste domingo) e também o único que marcou em quatro edições diferentes do torneio europeu. A decisão contra a França já deve ter garantido ao polêmico craque, campeão da última Liga dos Campeões pelo Real Madrid, mais um título de melhor jogador do mundo, desbancando o número 1 do ano passado, o arquirrival Lionel Messi. Histórico - Número de vitórias de cada uma das equipes nos 24 confrontos anteriores Aliás, com sua performance nesta Euro, Cristiano Ronaldo chegou a travar (e ganhar) uma batalha intercontinental com Messi, que malogrou com a Argentina na final da Copa América, isolando uma bola na disputa por pênaltis, anunciando depois sua aposentadoria da seleção e agora se vendo condenado a 21 meses de prisão por fraude fiscal na Espanha. Enquanto o rival do Barcelona vive um inferno astral, o astro do Real Madrid sai da Euro fortalecido, mesmo que perca o jogo de hoje. Cristiano Ronaldo já participou de uma final da Euro em 2004, quando Portugal favoritíssima perdeu o título em casa para a surpreendente Grécia. Foi a primeira decisão de sua carreira. Tinha 18 anos, sua fama de bad-boy só começava e tinha apenas, em nível internacional, um campeonato inglês pelo Manchester United, título alcançado em pontos corridos. Nesta Euro do terrorismo que não houve (pelo menos até o dia de sua final), que teve até a volta do hooliganismo, em que as camisas da Itália e da Alemanha não foram tão pesadas como de costume e que oficialmente encerrou o ciclo da Espanha e apresentou os nanicos Islândia e País de Gales como times a serem respeitados, quem vencerá a grande final? A França ressurgida ou o CR7?
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Restaurante de mulheres atacadas com ácido ajuda autoestima das sobreviventes
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O café mal iluminado começava a ganhar vida na manhã de uma segunda-feira, enquanto o trânsito na rua Fatehabad engrossava. O Sheroes Hangout (ponto de encontro de heroínas, em tradução livre) fica entre alguns "dhabas" (restaurantes) modestos, em frente a um hotel cinco estrelas. O café é um lugar conhecido em Agra, célebre por ser a cidade do Taj Mahal. A decoração é de bom gosto, e as paredes ostentam grafites coloridos. O Sheroes figura no mapa por uma razão incomum: é comandado por mulheres que sobreviveram a ataques com ácido. Quando o dia começa, o gerente de operações do café, Bhupendra Singh, 29, arruma os móveis, com ar irritado. Mas o ambiente do lugar muda com a chegada da alegre Rupa, 24. É difícil acreditar que até alguns anos atrás Rupa evitava conversar com as pessoas, escondendo seu rosto atrás de uma "dupatta" (echarpe comprida). Ela se escondia para não precisar expor seu rosto, mutilado por ácido corrosivo jogado nela enquanto dormia, aos 15 anos apenas, supostamente por sua madrasta e alguns homens. "Não me importo mais com o que as pessoas pensam. Não ligo quando ficam me olhando. Quem me atacou é quem devia esconder o rosto. Por que eu tenho que me esconder?", ela pergunta. O Sheroes foi aberto em Agra em 2014 e hoje tem ramais em Lucknow (Estado de Uttar Pradesh) e Udaipur (Rajastão). O café nasceu da campanha para Acabar com os Ataques com Ácido, lançada em 2013. Alok Dixit fundou a campanha e explica sua gênese. "Lançamos uma campanha on-line para reunir sobreviventes de ataques com ácido, e mais e mais sobreviventes nos procuraram. A maioria está na faixa dos 16 a 28 anos e é dependente de sua família." Dixit explicou que o Sheroes foi aberto porque todos queriam criar um sistema de autossustento para as sobreviventes. Diferentemente de Rupa, Rukkaiya, 30, ainda cobre o rosto quando não está em casa ou trabalhando no Sheroes Hangout. "Estou mais autoconfiante desde que entrei para o Sheroes e conheci outras sobreviventes", ela contou. "Elas são como minha família. Até os frequentadores do café nos tratam como gente normal." Rukkaiya tinha apenas 14 anos quando parentes de sua irmã jogaram ácido em seu rosto porque ela rejeitara um pedido de casamento. O Ministério do Interior indiano disse no Parlamento em 17 de abril de 2017 que 147 mulheres foram atacadas com ácido em 2015. O número é visto amplamente como sendo muito inferior à realidade, já que muitos ataques não chegam a ser denunciados à polícia. Em 2016 foi promulgada uma lei nacional que reconhece um ataque com ácido como causa de invalidez, dando às vítimas o direito a receber apoio financeiro. Três anos antes disso, medidas legais específicas tinham sido acrescentadas ao código penal indiano instituindo uma pena mínima de dez anos de prisão para os perpetradores de ataques com ácido. A Suprema Corte também havia feito uma intervenção anterior, em 2015, impondo restrições às vendas de ácido. A corte instruiu o governo a exigir que os compradores tenham no mínimo 18 anos e precisem fornecer documento de identidade oficial e com foto quando compram ácido. Mas as vendas clandestinas continuam, mesmo assim, e, segundo ativistas da campanha Acabar com os Ataques com Ácido, o ácido ainda custa pouco e é fácil de se adquirir. Além disso, as sobreviventes têm dificuldade em acessar o fundo de apoio mínimo de 300 mil rúpias ao qual têm direito. Essas medidas tomadas pelo governo podem dar alguma esperança às sobreviventes, mas, segundo ativistas da campanha, o número de vítimas ainda não está dando sinais de diminuir. Iniciativas como o Sheroes e as pessoas que o apoiam, indo ao café, exercem papel crucial. Uma das frequentadoras regulares do café é Tanya Sharma, 21, candidata a funcionária pública. "Uma amiga me contou sobre o café e agora eu venho para cá sempre. A comida é muito boa e a hospitalidade melhor ainda", diz ela. O gerente revela que o café recebe muitos frequentadores regulares que vivem em Agra, mas que a maioria dos frequentadores é formada por turistas estrangeiros. O Sheroes oferece culinária do norte da Índia e continental, mas o cardápio não cita os preços dos pratos. Os fregueses pagam quanto querem. "Auferimos lucro na maior parte do ano, mas há meses de vacas magras. Nesses momentos, apelamos para o 'crowdfunding' [financiamento coletivo] para manter o café funcionando", diz o gerente. Já é quase hora do almoço e um micro-ônibus chega ao café. Um grupo de turistas estrangeiros curiosos desce para almoçar. O grupo é conduzido por Anurag Shekhawat, 27, que trabalha para a agência de viagens canadense "g advertures". Os turistas são recebidos por Madhu Kashyap, 37, sobrevivente de um ataque com ácido. Antes de anotar os pedidos, ela põe um documentário para tocar no televisor de tela grande do café. O documentário apresenta a história do Sheroes. Quando o vídeo termina, a canadense Suzanne enxuga lágrimas. "Não consigo sequer imaginar a experiência horrível pela qual essas mulheres passaram, mas ver a força delas é empoderador", diz Suzanne. Madhu chegou a cogitar o suicídio, até que alguém lhe indicou o Sheroes Hangout. "Fiquei sabendo do Sheroes pela médica que me atendia", ela conta. "Desde que entrei para o grupo, minha vida mudou." Tradução de CLARA ALLAIN
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ciencia
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Restaurante de mulheres atacadas com ácido ajuda autoestima das sobreviventesO café mal iluminado começava a ganhar vida na manhã de uma segunda-feira, enquanto o trânsito na rua Fatehabad engrossava. O Sheroes Hangout (ponto de encontro de heroínas, em tradução livre) fica entre alguns "dhabas" (restaurantes) modestos, em frente a um hotel cinco estrelas. O café é um lugar conhecido em Agra, célebre por ser a cidade do Taj Mahal. A decoração é de bom gosto, e as paredes ostentam grafites coloridos. O Sheroes figura no mapa por uma razão incomum: é comandado por mulheres que sobreviveram a ataques com ácido. Quando o dia começa, o gerente de operações do café, Bhupendra Singh, 29, arruma os móveis, com ar irritado. Mas o ambiente do lugar muda com a chegada da alegre Rupa, 24. É difícil acreditar que até alguns anos atrás Rupa evitava conversar com as pessoas, escondendo seu rosto atrás de uma "dupatta" (echarpe comprida). Ela se escondia para não precisar expor seu rosto, mutilado por ácido corrosivo jogado nela enquanto dormia, aos 15 anos apenas, supostamente por sua madrasta e alguns homens. "Não me importo mais com o que as pessoas pensam. Não ligo quando ficam me olhando. Quem me atacou é quem devia esconder o rosto. Por que eu tenho que me esconder?", ela pergunta. O Sheroes foi aberto em Agra em 2014 e hoje tem ramais em Lucknow (Estado de Uttar Pradesh) e Udaipur (Rajastão). O café nasceu da campanha para Acabar com os Ataques com Ácido, lançada em 2013. Alok Dixit fundou a campanha e explica sua gênese. "Lançamos uma campanha on-line para reunir sobreviventes de ataques com ácido, e mais e mais sobreviventes nos procuraram. A maioria está na faixa dos 16 a 28 anos e é dependente de sua família." Dixit explicou que o Sheroes foi aberto porque todos queriam criar um sistema de autossustento para as sobreviventes. Diferentemente de Rupa, Rukkaiya, 30, ainda cobre o rosto quando não está em casa ou trabalhando no Sheroes Hangout. "Estou mais autoconfiante desde que entrei para o Sheroes e conheci outras sobreviventes", ela contou. "Elas são como minha família. Até os frequentadores do café nos tratam como gente normal." Rukkaiya tinha apenas 14 anos quando parentes de sua irmã jogaram ácido em seu rosto porque ela rejeitara um pedido de casamento. O Ministério do Interior indiano disse no Parlamento em 17 de abril de 2017 que 147 mulheres foram atacadas com ácido em 2015. O número é visto amplamente como sendo muito inferior à realidade, já que muitos ataques não chegam a ser denunciados à polícia. Em 2016 foi promulgada uma lei nacional que reconhece um ataque com ácido como causa de invalidez, dando às vítimas o direito a receber apoio financeiro. Três anos antes disso, medidas legais específicas tinham sido acrescentadas ao código penal indiano instituindo uma pena mínima de dez anos de prisão para os perpetradores de ataques com ácido. A Suprema Corte também havia feito uma intervenção anterior, em 2015, impondo restrições às vendas de ácido. A corte instruiu o governo a exigir que os compradores tenham no mínimo 18 anos e precisem fornecer documento de identidade oficial e com foto quando compram ácido. Mas as vendas clandestinas continuam, mesmo assim, e, segundo ativistas da campanha Acabar com os Ataques com Ácido, o ácido ainda custa pouco e é fácil de se adquirir. Além disso, as sobreviventes têm dificuldade em acessar o fundo de apoio mínimo de 300 mil rúpias ao qual têm direito. Essas medidas tomadas pelo governo podem dar alguma esperança às sobreviventes, mas, segundo ativistas da campanha, o número de vítimas ainda não está dando sinais de diminuir. Iniciativas como o Sheroes e as pessoas que o apoiam, indo ao café, exercem papel crucial. Uma das frequentadoras regulares do café é Tanya Sharma, 21, candidata a funcionária pública. "Uma amiga me contou sobre o café e agora eu venho para cá sempre. A comida é muito boa e a hospitalidade melhor ainda", diz ela. O gerente revela que o café recebe muitos frequentadores regulares que vivem em Agra, mas que a maioria dos frequentadores é formada por turistas estrangeiros. O Sheroes oferece culinária do norte da Índia e continental, mas o cardápio não cita os preços dos pratos. Os fregueses pagam quanto querem. "Auferimos lucro na maior parte do ano, mas há meses de vacas magras. Nesses momentos, apelamos para o 'crowdfunding' [financiamento coletivo] para manter o café funcionando", diz o gerente. Já é quase hora do almoço e um micro-ônibus chega ao café. Um grupo de turistas estrangeiros curiosos desce para almoçar. O grupo é conduzido por Anurag Shekhawat, 27, que trabalha para a agência de viagens canadense "g advertures". Os turistas são recebidos por Madhu Kashyap, 37, sobrevivente de um ataque com ácido. Antes de anotar os pedidos, ela põe um documentário para tocar no televisor de tela grande do café. O documentário apresenta a história do Sheroes. Quando o vídeo termina, a canadense Suzanne enxuga lágrimas. "Não consigo sequer imaginar a experiência horrível pela qual essas mulheres passaram, mas ver a força delas é empoderador", diz Suzanne. Madhu chegou a cogitar o suicídio, até que alguém lhe indicou o Sheroes Hangout. "Fiquei sabendo do Sheroes pela médica que me atendia", ela conta. "Desde que entrei para o grupo, minha vida mudou." Tradução de CLARA ALLAIN
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Espanhol Santander diz não descartar aquisições
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O banco espanhol Santander não descarta aquisições para crescer em alguns de seus principais mercados, disse a presidente do conselho da instituição, Ana Botín, nesta sexta-feira (18). O banco disse, porém, que pretende crescer principalmente de maneira orgânica —ou seja, sem aquisições. "Nossa meta é elevar a participação de mercado e a rentabilidade", disse Botín em encontro de acionistas na cidade portuária de Santander, na Espanha, onde o banco foi fundado. "Não posso descartar futuras aquisições 'bolt-on' (normalmente de companhias menores) em nossos principais mercados, como fizemos em Portugal, desde que façam sentido estratégico e financeiro." O Santander comprou o banco de menor porte Banif em Portugal no fim do ano passado. Botin disse que o Santander está confiante de que cumprirá suas metas de rentabilidade e capital para 2018. O banco espanhol também anunciou uma leve alta na política de dividendos deste ano, em uma tentativa de retomar a confiança de acionistas minoritários após um corte de mais de 60% no pagamento de 2015. Botín disse que será pago dividendo de € 0,21 por ação sobre os resultados de 2016, aumento de 5% sobre 2015. Em janeiro de 2015, pouco depois de assumir o banco na esteira da morte de seu pai, Ana Botín cortou os dividendos para € 0,20 por ação ante € 0,60, com três de quatro pagamentos a serem feitos em dinheiro, como parte de um plano para ampliar as reservas de capital do banco. A melhora não foi o bastante para alguns acionistas que atacaram a política de dividendos do banco e a recente performance de sua ação no encontro. "Sofremos uma redução significativa no pagamento de dividendos e também testemunhamos uma grande perda de confiança na performance da ação", disse Jose Luis Gonzalez, acionista minoritário presente no evento. As ações do Santander caíram mais de 11% nos últimos três meses, parcialmente por conta da desaceleração no Brasil, responsável por 19% do lucro.
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mercado
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Espanhol Santander diz não descartar aquisiçõesO banco espanhol Santander não descarta aquisições para crescer em alguns de seus principais mercados, disse a presidente do conselho da instituição, Ana Botín, nesta sexta-feira (18). O banco disse, porém, que pretende crescer principalmente de maneira orgânica —ou seja, sem aquisições. "Nossa meta é elevar a participação de mercado e a rentabilidade", disse Botín em encontro de acionistas na cidade portuária de Santander, na Espanha, onde o banco foi fundado. "Não posso descartar futuras aquisições 'bolt-on' (normalmente de companhias menores) em nossos principais mercados, como fizemos em Portugal, desde que façam sentido estratégico e financeiro." O Santander comprou o banco de menor porte Banif em Portugal no fim do ano passado. Botin disse que o Santander está confiante de que cumprirá suas metas de rentabilidade e capital para 2018. O banco espanhol também anunciou uma leve alta na política de dividendos deste ano, em uma tentativa de retomar a confiança de acionistas minoritários após um corte de mais de 60% no pagamento de 2015. Botín disse que será pago dividendo de € 0,21 por ação sobre os resultados de 2016, aumento de 5% sobre 2015. Em janeiro de 2015, pouco depois de assumir o banco na esteira da morte de seu pai, Ana Botín cortou os dividendos para € 0,20 por ação ante € 0,60, com três de quatro pagamentos a serem feitos em dinheiro, como parte de um plano para ampliar as reservas de capital do banco. A melhora não foi o bastante para alguns acionistas que atacaram a política de dividendos do banco e a recente performance de sua ação no encontro. "Sofremos uma redução significativa no pagamento de dividendos e também testemunhamos uma grande perda de confiança na performance da ação", disse Jose Luis Gonzalez, acionista minoritário presente no evento. As ações do Santander caíram mais de 11% nos últimos três meses, parcialmente por conta da desaceleração no Brasil, responsável por 19% do lucro.
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'Precisamos avançar mais', diz Haddad sobre região da cracolândia
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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (1º) que o poder público precisa avançar mais no tratamento de dependentes de crack e no combate ao tráfico de drogas na região da cracolândia, centro da capital paulista. Foi a primeira declaração do petista sobre a cracolândia, após a Folha revelar que a favelinha símbolo do tráfico de drogas na região ressurgiu. A volta dessa conhecida paisagem aconteceu menos de quatro meses após a última operação conjunta das gestões de Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) para retirá-las. "Precisamos avançar mais, não podemos conviver com aquilo. Temos que abrigar as pessoas, oferecer tratamento médico para os dependentes e reprimir o tráfico", disse Haddad, em evento que marcou o início de obras de moradias no Bom Retiro. "Temos ainda um trabalho a fazer, o tráfico é audacioso e temos que continuar nesta política de ir asfixiando o fornecimento de droga para região e ir recuperando as pessoas com tratamento médico e assistencial", disse. Haddad afirmou que o número de pessoas que frequentam o chamado fluxo —espaço onde dependentes usam a droga— diminuiu desde que o programa "Braços Abertos" foi implantado. "Se você lembrar o que era a cracolândia dois anos atrás e o que é hoje, teve uma redução de 80% de frequência. Não é pouca coisa, tínhamos 1500 frequentadores do fluxo e hoje nós temos uma média de 300. Isso é um esforço extraordinário", afirmou. Onde fica a favela 'FAVELINHA' É debaixo das barracas que, segundo agentes da prefeitura, traficantes e viciados se encontravam para comercializar as pedras de crack. Esse conjunto de barracos ficou conhecido como "favelinha". Desta vez, além dos plásticos pretos, outro adereço passou a integrar o cenário: uma fileira de guarda-sóis pode ser vista no meio da rua. Debaixo deles, se faz o tráfico e são acendidos os cachimbos. A nova favelinha está instalada a uma quadra do local onde funcionava a antiga.
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cotidiano
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'Precisamos avançar mais', diz Haddad sobre região da cracolândiaO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (1º) que o poder público precisa avançar mais no tratamento de dependentes de crack e no combate ao tráfico de drogas na região da cracolândia, centro da capital paulista. Foi a primeira declaração do petista sobre a cracolândia, após a Folha revelar que a favelinha símbolo do tráfico de drogas na região ressurgiu. A volta dessa conhecida paisagem aconteceu menos de quatro meses após a última operação conjunta das gestões de Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) para retirá-las. "Precisamos avançar mais, não podemos conviver com aquilo. Temos que abrigar as pessoas, oferecer tratamento médico para os dependentes e reprimir o tráfico", disse Haddad, em evento que marcou o início de obras de moradias no Bom Retiro. "Temos ainda um trabalho a fazer, o tráfico é audacioso e temos que continuar nesta política de ir asfixiando o fornecimento de droga para região e ir recuperando as pessoas com tratamento médico e assistencial", disse. Haddad afirmou que o número de pessoas que frequentam o chamado fluxo —espaço onde dependentes usam a droga— diminuiu desde que o programa "Braços Abertos" foi implantado. "Se você lembrar o que era a cracolândia dois anos atrás e o que é hoje, teve uma redução de 80% de frequência. Não é pouca coisa, tínhamos 1500 frequentadores do fluxo e hoje nós temos uma média de 300. Isso é um esforço extraordinário", afirmou. Onde fica a favela 'FAVELINHA' É debaixo das barracas que, segundo agentes da prefeitura, traficantes e viciados se encontravam para comercializar as pedras de crack. Esse conjunto de barracos ficou conhecido como "favelinha". Desta vez, além dos plásticos pretos, outro adereço passou a integrar o cenário: uma fileira de guarda-sóis pode ser vista no meio da rua. Debaixo deles, se faz o tráfico e são acendidos os cachimbos. A nova favelinha está instalada a uma quadra do local onde funcionava a antiga.
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Árabe se destaca na forte liga de basquete de Israel
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Muito antes de se tornar jogador profissional de basquete na mais prestigiosa liga desse esporte em Israel, Karam Mashour desenvolveu seu jogo em uma das poucas quadras de Nazaré: um estreito beco entre a casa de seus pais e a de sua avó. A pequena faixa de concreto e a cesta portátil que a equipava traziam desafios próprios —era preciso abaixar o torso para driblar em direção à direita, para evitar colisão com a caixa de luz afixada à parede externa, por exemplo —mas Mashour jamais se preocupou com o espaço que tinha. Seria inútil, porque não existia alternativa. "Todo mundo joga futebol, aqui", disse Mashour. "Quando meu irmão e eu chamávamos as pessoas para jogar basquete, elas perguntavam: mas por quê?" A história de Mashour, e sua atual posição central no elenco do Bnei Herzliya, é inegavelmente incomum. Em uma liga repleta de judeus israelenses, jogadores europeus de primeira linha e norte-americanos talentosos, Mashour é o único jogador de origem árabe. Talvez mais importante, em um país no qual mais de um quinto dos oito milhões de habitantes são árabes, Mashour é um dos apenas dois árabes a jogar na primeira divisão do basquete israelense em mais de uma década. Em entrevista na casa de seus pais em Nazaré, Mashour afirmou repetidamente que não se via como pioneiro ou líder de espécie alguma —"não penso em mim dessa maneira; quero só jogar basquete", ele repetiu diversas vezes —, mas sua chegada à liga despertou uma questão mais ampla sobre o motivo para que o basquete não encontre a mesma popularidade na comunidade árabe de que desfruta entre os judeus do país. De acordo com Hagay Segal, que trabalha na área de comunicação da Associação Israelense de Basquete, cerca de 10% dos 35 mil jogadores de basquete federados no país são árabes. Desse grupo, acrescentou ele, a maioria é de mulheres e juvenis, em contraposição a homens adultos. "Não é parte de nossa cultura, ao contrário do futebol", disse Fadi Mustafa, um importante jornalista esportivo que produz o único programa sobre futebol em árabe na TV israelense. "Não há quadras no setor árabe, falta infraestrutura. A primeira vez que joguei basquete foi aos 15 anos. Não conhecíamos as regras. Só jogávamos a bola na cesta. Ninguém sabia, ou queria saber, ou se importava. Era mais fácil usar pedras para delimitar dois gols no asfalto e jogar futebol". Ele acrescentou que "me lembro de eles tentarem realizar um torneio de basquete no centro comunitário, certa vez, mas tiveram de cancelar. Do jeito certo, ninguém queria jogar. Yair Galili, professor que estudou e escreveu extensamente sobre esportes e a sociedade israelense, disse que o basquete desempenha um papel na "americanização" da cultura israelense, mas acrescentou que alguns elementos dessa mudança, entre os quais a atração pelo basquete, não haviam fincado raízes na comunidade árabe. Muitas vezes fica claro que existe uma dose de raciocínio circular quanto ao assunto, disse Galili: a infraestrutura pública nas cidades de Israel com população predominantemente árabe é muitas vezes deficiente (há menos ônibus e ramais ferroviários, por exemplo), e assim, por extensão, costuma haver menos quadras ou programas organizados de basquete nas comunidades árabes, igualmente. Isso significa que surgem pouquíssimos jogadores de alto nível que as crianças possam admirar, o que as leva a ter menos interesse pelo basquete como esporte e reduz o interesse dos líderes em pressionar por mais quadras e novos programas. "Pense sobre o número de jogadores que servem de exemplo para as crianças árabes no futebol", disse Galili. "No basquete, existe uma fração muito, muito pequena desse número. Dificulta o crescimento do esporte". Essa realidade não se limita a Israel. Quando o Dallas Mavericks contratou Salah Mejri, um pivô tunisiano, no ano passado, ele se tornou o primeiro jogador árabe da NBA, a primeira divisão do basquete profissional masculino norte-americano, desde Rony Seikaly, um pivô libanês que encerrou sua carreira em 1999. A história dos jogadores árabes de basquete em Israel também é dolorosamente breve. O primeiro árabe de Israel a jogar na primeira divisão, de acordo com a liga, foi Nizhar Dahi, que defendeu o Maccabi Netanya na temporada 1987-1988. De lá para cá, segundo a organização, houve apenas outros três jogadores árabes na primeira divisão, o mais bem sucedido dos quais foi Rafat Chider, que marcou um total de 220 pontos em cinco temporadas. Em comparação, Mashour - que está entre os principais candidatos ao prêmio de melhor estreante da temporada - marcou 155 pontos em 20 partidas só nesta temporada, com média de 7,8 pontos e quatro rebotes por jogo, até o final de semana passado. No começo da temporada, ele marcou 25 pontos em uma partida contra o Maccabi Tel Aviv, o time de maior tradição na liga. A despeito de sua aversão aos holofotes, Mashour reconheceu que suas realizações poderiam tornar mais provável que os jovens árabes esperem um dia se tornar famosos como ele e não, digamos, como Zahi Armeli ou Walid Badir, dois dos mais famosos jogadores árabes do futebol israelense. "O futebol é muito importante; minha família assiste aos meus jogos e diz 'Karam marcou um gol hoje'", diz Mashour, rindo. "Mas talvez isso abra algumas portas. Eu gostaria de ver mais pessoas interessadas no basquete". Lior Lubin, antigo treinador na Premier League israelense e hoje envolvido diretamente na preparação dos principais jogadores juvenis do basquete do país, disse que a ascensão continuada de Mashour poderia estimular criticamente o desenvolvimento do esporte nas comunidades árabes. Se Mashour fosse contratado pelo Maccabi Tel Aviv, por exemplo, sua visibilidade dispararia. Caso ele venha a ser convocado para a seleção nacional adulta de basquete— perspectiva improvável nesses meses de preparação para a Olimpíada do Rio, em agosto, mas que pode se tornar mais plausível dentro de alguns anos—, a atenção seria intensa. "Quanto maior o palco, maior o interesse", disse Lubin. O basquete não é completamente alienígena nas comunidades predominantemente árabes de Israel ou nos territórios palestinos. Há uma equipe nacional incipiente na Palestina, ainda que a liga do esporte nos territórios seja mais recreativa que profissional, e um programa inter-religioso chamado Peace Players International, criado para usar o basquete a fim de conectar jovens de áreas contenciosas ou problemáticas de todo o mundo, conseguiu unir árabes e judeus dentro de Israel. Mas Lubin acrescentou que foi apenas recentemente que a federação de basquete de Israel iniciou um programa com o objetivo de identificar jogadores em comunidades predominantemente árabes. O progresso vem sendo lento, ele disse, mas existe crescente atenção ao esporte, algo que faltava no passado. Em um recente programa de treinamento de arremessos em Nahariyah, uma cidade costeira no norte de Israel, disse Lubin, 14 dos 40 participantes eram de etnia árabe ou drusa, uma seita de fala árabe. Essa distribuição seria impossível de imaginar 10 anos atrás, quando Mashour e o irmão tiveram de ir a Haifa, a quase 50 quilômetros de sua cidade, Nazaré, a fim de encontrar um loja que tivesse à venda a cesta de basquete que continua pendurada no beco por trás de sua casa. Quando Mashour entrou pela primeira vez para um time organizado, ele tinha de tomar um ônibus que demorava 30 minutos para chegar ao seu local de treinamento, longe de Nazaré. "E esse era o clube mais próximo", ele diz. Até os 13 anos, Mashour nem pensava em jogar basquete, mas naquele ano seu irmão Saher começou a lhe mostrar vídeos no YouTube de astros da NBA como Michael Jordan, Vince Carter e Allen Iverson. Imediatamente interessado, Mashour passou a ficar até de madrugada assistindo basquete na Internet. Ele e Saher também começaram a jogar, esbarrando nas casas dos dois lados da viela enquanto saltavam por sua quadra improvisada. Mashour, que tem 1,98 metro de altura e joga como ala e ala-armador, demonstrou talento instintivo desde cedo, mas foi só quando começou a ganhar altura, por volta da terceira série do segundo grau, que ele decidiu de vez que o basquete seria seu esporte. Quando ele tinha 18 anos, Mashour contou que seu tio, que vive em Las Vegas, sugeriu que se transferisse aos Estados Unidos para ver se seu talento no basquete poderia lhe valer uma bolsa de estudos universitária. Mashour correu a aproveitar a oportunidade e começou a treinar com o time de uma escola de segundo grau norte-americana forte no basquete. Não muito depois, Lon Kruger, então treinador da Universidade do Nevada em Las Vegas, lhe ofereceu uma bolsa. Mashour jogou duas temporadas pela universidade (ele ainda costuma usar o agasalho esportivo da equipe) antes de se transferir à Universidade Estadual Morehead, depois da saída de Kruger. Lá, ficou uma temporada parado, jogou duas outras e retornou a Israel em agosto passado. Agora, ele está feliz com o Bnei Herzliya, um time com forte torcida e sérias ambições, sediado nas cercanias de Tel Aviv. Mashour disse que não recebe muita atenção direta dos torcedores ou oponentes por conta de sua etnia, e afirma que faz o que pode para se ver apenas como jogador de basquete. Ele sabe, porém, que na realidade simboliza algo de ainda maior. "Às vezes penso sobre onde estou agora, e sobre onde comecei, naquela quadra ali", ele diz, apontando na direção do beco. "E imagino se existem outros garotos por aqui querendo fazer a mesma coisa". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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esporte
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Árabe se destaca na forte liga de basquete de IsraelMuito antes de se tornar jogador profissional de basquete na mais prestigiosa liga desse esporte em Israel, Karam Mashour desenvolveu seu jogo em uma das poucas quadras de Nazaré: um estreito beco entre a casa de seus pais e a de sua avó. A pequena faixa de concreto e a cesta portátil que a equipava traziam desafios próprios —era preciso abaixar o torso para driblar em direção à direita, para evitar colisão com a caixa de luz afixada à parede externa, por exemplo —mas Mashour jamais se preocupou com o espaço que tinha. Seria inútil, porque não existia alternativa. "Todo mundo joga futebol, aqui", disse Mashour. "Quando meu irmão e eu chamávamos as pessoas para jogar basquete, elas perguntavam: mas por quê?" A história de Mashour, e sua atual posição central no elenco do Bnei Herzliya, é inegavelmente incomum. Em uma liga repleta de judeus israelenses, jogadores europeus de primeira linha e norte-americanos talentosos, Mashour é o único jogador de origem árabe. Talvez mais importante, em um país no qual mais de um quinto dos oito milhões de habitantes são árabes, Mashour é um dos apenas dois árabes a jogar na primeira divisão do basquete israelense em mais de uma década. Em entrevista na casa de seus pais em Nazaré, Mashour afirmou repetidamente que não se via como pioneiro ou líder de espécie alguma —"não penso em mim dessa maneira; quero só jogar basquete", ele repetiu diversas vezes —, mas sua chegada à liga despertou uma questão mais ampla sobre o motivo para que o basquete não encontre a mesma popularidade na comunidade árabe de que desfruta entre os judeus do país. De acordo com Hagay Segal, que trabalha na área de comunicação da Associação Israelense de Basquete, cerca de 10% dos 35 mil jogadores de basquete federados no país são árabes. Desse grupo, acrescentou ele, a maioria é de mulheres e juvenis, em contraposição a homens adultos. "Não é parte de nossa cultura, ao contrário do futebol", disse Fadi Mustafa, um importante jornalista esportivo que produz o único programa sobre futebol em árabe na TV israelense. "Não há quadras no setor árabe, falta infraestrutura. A primeira vez que joguei basquete foi aos 15 anos. Não conhecíamos as regras. Só jogávamos a bola na cesta. Ninguém sabia, ou queria saber, ou se importava. Era mais fácil usar pedras para delimitar dois gols no asfalto e jogar futebol". Ele acrescentou que "me lembro de eles tentarem realizar um torneio de basquete no centro comunitário, certa vez, mas tiveram de cancelar. Do jeito certo, ninguém queria jogar. Yair Galili, professor que estudou e escreveu extensamente sobre esportes e a sociedade israelense, disse que o basquete desempenha um papel na "americanização" da cultura israelense, mas acrescentou que alguns elementos dessa mudança, entre os quais a atração pelo basquete, não haviam fincado raízes na comunidade árabe. Muitas vezes fica claro que existe uma dose de raciocínio circular quanto ao assunto, disse Galili: a infraestrutura pública nas cidades de Israel com população predominantemente árabe é muitas vezes deficiente (há menos ônibus e ramais ferroviários, por exemplo), e assim, por extensão, costuma haver menos quadras ou programas organizados de basquete nas comunidades árabes, igualmente. Isso significa que surgem pouquíssimos jogadores de alto nível que as crianças possam admirar, o que as leva a ter menos interesse pelo basquete como esporte e reduz o interesse dos líderes em pressionar por mais quadras e novos programas. "Pense sobre o número de jogadores que servem de exemplo para as crianças árabes no futebol", disse Galili. "No basquete, existe uma fração muito, muito pequena desse número. Dificulta o crescimento do esporte". Essa realidade não se limita a Israel. Quando o Dallas Mavericks contratou Salah Mejri, um pivô tunisiano, no ano passado, ele se tornou o primeiro jogador árabe da NBA, a primeira divisão do basquete profissional masculino norte-americano, desde Rony Seikaly, um pivô libanês que encerrou sua carreira em 1999. A história dos jogadores árabes de basquete em Israel também é dolorosamente breve. O primeiro árabe de Israel a jogar na primeira divisão, de acordo com a liga, foi Nizhar Dahi, que defendeu o Maccabi Netanya na temporada 1987-1988. De lá para cá, segundo a organização, houve apenas outros três jogadores árabes na primeira divisão, o mais bem sucedido dos quais foi Rafat Chider, que marcou um total de 220 pontos em cinco temporadas. Em comparação, Mashour - que está entre os principais candidatos ao prêmio de melhor estreante da temporada - marcou 155 pontos em 20 partidas só nesta temporada, com média de 7,8 pontos e quatro rebotes por jogo, até o final de semana passado. No começo da temporada, ele marcou 25 pontos em uma partida contra o Maccabi Tel Aviv, o time de maior tradição na liga. A despeito de sua aversão aos holofotes, Mashour reconheceu que suas realizações poderiam tornar mais provável que os jovens árabes esperem um dia se tornar famosos como ele e não, digamos, como Zahi Armeli ou Walid Badir, dois dos mais famosos jogadores árabes do futebol israelense. "O futebol é muito importante; minha família assiste aos meus jogos e diz 'Karam marcou um gol hoje'", diz Mashour, rindo. "Mas talvez isso abra algumas portas. Eu gostaria de ver mais pessoas interessadas no basquete". Lior Lubin, antigo treinador na Premier League israelense e hoje envolvido diretamente na preparação dos principais jogadores juvenis do basquete do país, disse que a ascensão continuada de Mashour poderia estimular criticamente o desenvolvimento do esporte nas comunidades árabes. Se Mashour fosse contratado pelo Maccabi Tel Aviv, por exemplo, sua visibilidade dispararia. Caso ele venha a ser convocado para a seleção nacional adulta de basquete— perspectiva improvável nesses meses de preparação para a Olimpíada do Rio, em agosto, mas que pode se tornar mais plausível dentro de alguns anos—, a atenção seria intensa. "Quanto maior o palco, maior o interesse", disse Lubin. O basquete não é completamente alienígena nas comunidades predominantemente árabes de Israel ou nos territórios palestinos. Há uma equipe nacional incipiente na Palestina, ainda que a liga do esporte nos territórios seja mais recreativa que profissional, e um programa inter-religioso chamado Peace Players International, criado para usar o basquete a fim de conectar jovens de áreas contenciosas ou problemáticas de todo o mundo, conseguiu unir árabes e judeus dentro de Israel. Mas Lubin acrescentou que foi apenas recentemente que a federação de basquete de Israel iniciou um programa com o objetivo de identificar jogadores em comunidades predominantemente árabes. O progresso vem sendo lento, ele disse, mas existe crescente atenção ao esporte, algo que faltava no passado. Em um recente programa de treinamento de arremessos em Nahariyah, uma cidade costeira no norte de Israel, disse Lubin, 14 dos 40 participantes eram de etnia árabe ou drusa, uma seita de fala árabe. Essa distribuição seria impossível de imaginar 10 anos atrás, quando Mashour e o irmão tiveram de ir a Haifa, a quase 50 quilômetros de sua cidade, Nazaré, a fim de encontrar um loja que tivesse à venda a cesta de basquete que continua pendurada no beco por trás de sua casa. Quando Mashour entrou pela primeira vez para um time organizado, ele tinha de tomar um ônibus que demorava 30 minutos para chegar ao seu local de treinamento, longe de Nazaré. "E esse era o clube mais próximo", ele diz. Até os 13 anos, Mashour nem pensava em jogar basquete, mas naquele ano seu irmão Saher começou a lhe mostrar vídeos no YouTube de astros da NBA como Michael Jordan, Vince Carter e Allen Iverson. Imediatamente interessado, Mashour passou a ficar até de madrugada assistindo basquete na Internet. Ele e Saher também começaram a jogar, esbarrando nas casas dos dois lados da viela enquanto saltavam por sua quadra improvisada. Mashour, que tem 1,98 metro de altura e joga como ala e ala-armador, demonstrou talento instintivo desde cedo, mas foi só quando começou a ganhar altura, por volta da terceira série do segundo grau, que ele decidiu de vez que o basquete seria seu esporte. Quando ele tinha 18 anos, Mashour contou que seu tio, que vive em Las Vegas, sugeriu que se transferisse aos Estados Unidos para ver se seu talento no basquete poderia lhe valer uma bolsa de estudos universitária. Mashour correu a aproveitar a oportunidade e começou a treinar com o time de uma escola de segundo grau norte-americana forte no basquete. Não muito depois, Lon Kruger, então treinador da Universidade do Nevada em Las Vegas, lhe ofereceu uma bolsa. Mashour jogou duas temporadas pela universidade (ele ainda costuma usar o agasalho esportivo da equipe) antes de se transferir à Universidade Estadual Morehead, depois da saída de Kruger. Lá, ficou uma temporada parado, jogou duas outras e retornou a Israel em agosto passado. Agora, ele está feliz com o Bnei Herzliya, um time com forte torcida e sérias ambições, sediado nas cercanias de Tel Aviv. Mashour disse que não recebe muita atenção direta dos torcedores ou oponentes por conta de sua etnia, e afirma que faz o que pode para se ver apenas como jogador de basquete. Ele sabe, porém, que na realidade simboliza algo de ainda maior. "Às vezes penso sobre onde estou agora, e sobre onde comecei, naquela quadra ali", ele diz, apontando na direção do beco. "E imagino se existem outros garotos por aqui querendo fazer a mesma coisa". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Governo tira exclusividade de médico do INSS para perícia médica
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O governo federal descentralizou os atendimentos médicos para perícia trabalhista. Dessa forma, os médicos do INSS deixam de ter a exclusividade nas avaliações médicas necessárias para concessão de benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Diante da impossibilidade de ser periciado por um médico do INSS, o trabalhador afastado por problemas de saúde poderá ver um médico da rede pública e ter o benefício concedido. Em caso de pedido de renovação de benefício, o trabalhador poderá entregar apenas um atestado médico, seja de médico da rede pública ou privada. As mudanças vêm por meio de decreto, publicado nesta terça (15), regulamentando lei aprovada no ano passado, no âmbito das reformas de leis trabalhistas encampada pela equipe econômica de Dilma para conter a escalada de gastos com benefícios. Se a regra estivesse valendo antes da greve dos médicos peritos do INSS, iniciada em setembro e concluída em janeiro, muitos brasileiros não teriam enfrentado a espera pela concessão de benefício. Segundo dados do INSS, mais de 1,3 milhão de perícias médicas deixaram de ser feitas durante a greve. O resultado é um acúmulo de perícias e atraso. O tempo médio de espera para concessão de aposentadoria cresceu para 80 dias neste ano. Em 2015, a espera média era de 49 dias. Em 2013, levava-se 37 dias, no geral, para ter o benefício liberado. CUIDADO Segundo Carlos Eduardo Gabas, secretário especial de Previdência Social, a negociação desse decreto foi delicada e governo se cercou de cuidados para não "abrir as porteiras". A obrigatoriedade da perícia por profissional do INSS, inclusive, foi medida tomada para conter fraudes na concessão de auxílio-doença. Na primeira perícia para atestar a incapacidade do trabalhador, será necessário a presença do perito do INSS. Apenas nos casos em que há convênios com o SUS esse trabalhador poderá ser examinado por outro médico. Nos casos de internação e de impossibilidade de deslocamento do trabalhador, a Previdência passará a aceitar um laudo de outro médico como comprovação de incapacidade. Havia situações, lembra Gabas, em que o médico do INSS tinha que ser deslocado de avião para periciar um trabalhador isolado e incapaz de sair de casa. Nos casos de prorrogação do benefício, será necessário apenas um atestado de qualquer médico, seja ele da rede pública ou privada. A partir de agora, o trabalhador que se sentir apto a voltar ao trabalho antes do término da licença médica poderá fazê-lo sem a necessidade de perícia.
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Governo tira exclusividade de médico do INSS para perícia médicaO governo federal descentralizou os atendimentos médicos para perícia trabalhista. Dessa forma, os médicos do INSS deixam de ter a exclusividade nas avaliações médicas necessárias para concessão de benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Diante da impossibilidade de ser periciado por um médico do INSS, o trabalhador afastado por problemas de saúde poderá ver um médico da rede pública e ter o benefício concedido. Em caso de pedido de renovação de benefício, o trabalhador poderá entregar apenas um atestado médico, seja de médico da rede pública ou privada. As mudanças vêm por meio de decreto, publicado nesta terça (15), regulamentando lei aprovada no ano passado, no âmbito das reformas de leis trabalhistas encampada pela equipe econômica de Dilma para conter a escalada de gastos com benefícios. Se a regra estivesse valendo antes da greve dos médicos peritos do INSS, iniciada em setembro e concluída em janeiro, muitos brasileiros não teriam enfrentado a espera pela concessão de benefício. Segundo dados do INSS, mais de 1,3 milhão de perícias médicas deixaram de ser feitas durante a greve. O resultado é um acúmulo de perícias e atraso. O tempo médio de espera para concessão de aposentadoria cresceu para 80 dias neste ano. Em 2015, a espera média era de 49 dias. Em 2013, levava-se 37 dias, no geral, para ter o benefício liberado. CUIDADO Segundo Carlos Eduardo Gabas, secretário especial de Previdência Social, a negociação desse decreto foi delicada e governo se cercou de cuidados para não "abrir as porteiras". A obrigatoriedade da perícia por profissional do INSS, inclusive, foi medida tomada para conter fraudes na concessão de auxílio-doença. Na primeira perícia para atestar a incapacidade do trabalhador, será necessário a presença do perito do INSS. Apenas nos casos em que há convênios com o SUS esse trabalhador poderá ser examinado por outro médico. Nos casos de internação e de impossibilidade de deslocamento do trabalhador, a Previdência passará a aceitar um laudo de outro médico como comprovação de incapacidade. Havia situações, lembra Gabas, em que o médico do INSS tinha que ser deslocado de avião para periciar um trabalhador isolado e incapaz de sair de casa. Nos casos de prorrogação do benefício, será necessário apenas um atestado de qualquer médico, seja ele da rede pública ou privada. A partir de agora, o trabalhador que se sentir apto a voltar ao trabalho antes do término da licença médica poderá fazê-lo sem a necessidade de perícia.
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Del Nero cancela reunião com jogadores da seleção brasileira
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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não vai se encontrar nesta segunda-feira (1º) com os jogadores da seleção brasileira em Teresópolis. A informação foi dada pelo supervisor de seleções da entidade, Gilmar Rinaldi. Segundo o ex-jogador, Del Nero se reuniria com os jogadores nesta tarde, mas decidiu adiar a viagem para a cidade serrana após tomar conhecimento que o voo de Dunga para o Rio atrasara. O técnico da seleção só chegaria em Teresópolis por volta das 15h. O cartola deveria almoçar na Granja Comary. O time começou nesta segunda a preparação para a disputa da Copa América. O torneio será disputado neste mês no Chile. No início da tarde desta segunda-feira, o coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinadi, defendeu a entidade. Cinco dias depois da prisão de José Maria Marin na Suíça, Rinaldi afirmou que a "CBF é uma das coisas que deram certo no Brasil". Nesta segunda, a Folha revelou que Del Nero assinou o balanço financeiro da entidade de 2014, em abril, antes de assumir o cargo. O documento detalha todas as contas da confederação no último ano de gestão de José Maria Marin, incluindo os acordos de patrocínio da entidade, que totalizam uma receita de R$ 359 milhões. Ele foi o único dos cinco então vices da entidade a fazê-lo. Na sexta (29), Del Nero disse não poder responder por acordos e contratos assinados durante a gestão de Marin, que foi preso pelas autoridades americanas na Suíça. Na entrevista coletiva desta segunda, Gilmar foi obrigado a responder uma série de questionamento sobre a crise na CBF. Na última quinta (28), Del Nero mandou tirar o nome de Marin da sede da CBF. "Parece que foi uma instrução da Fifa [para tirar o nome de José Maria Marin] e eles apenas cumpriram o protocolo. Tive uma reunião com o presidente Marco Polo e toda a diretoria. O futebol é um setor totalmente a parte. Não vou julgar outras situações, a Polícia Federal e o FBI vão cuidar disso. Temos que nos concentrar no nosso trabalho", disse Rinaldi.
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esporte
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Del Nero cancela reunião com jogadores da seleção brasileiraO presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não vai se encontrar nesta segunda-feira (1º) com os jogadores da seleção brasileira em Teresópolis. A informação foi dada pelo supervisor de seleções da entidade, Gilmar Rinaldi. Segundo o ex-jogador, Del Nero se reuniria com os jogadores nesta tarde, mas decidiu adiar a viagem para a cidade serrana após tomar conhecimento que o voo de Dunga para o Rio atrasara. O técnico da seleção só chegaria em Teresópolis por volta das 15h. O cartola deveria almoçar na Granja Comary. O time começou nesta segunda a preparação para a disputa da Copa América. O torneio será disputado neste mês no Chile. No início da tarde desta segunda-feira, o coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinadi, defendeu a entidade. Cinco dias depois da prisão de José Maria Marin na Suíça, Rinaldi afirmou que a "CBF é uma das coisas que deram certo no Brasil". Nesta segunda, a Folha revelou que Del Nero assinou o balanço financeiro da entidade de 2014, em abril, antes de assumir o cargo. O documento detalha todas as contas da confederação no último ano de gestão de José Maria Marin, incluindo os acordos de patrocínio da entidade, que totalizam uma receita de R$ 359 milhões. Ele foi o único dos cinco então vices da entidade a fazê-lo. Na sexta (29), Del Nero disse não poder responder por acordos e contratos assinados durante a gestão de Marin, que foi preso pelas autoridades americanas na Suíça. Na entrevista coletiva desta segunda, Gilmar foi obrigado a responder uma série de questionamento sobre a crise na CBF. Na última quinta (28), Del Nero mandou tirar o nome de Marin da sede da CBF. "Parece que foi uma instrução da Fifa [para tirar o nome de José Maria Marin] e eles apenas cumpriram o protocolo. Tive uma reunião com o presidente Marco Polo e toda a diretoria. O futebol é um setor totalmente a parte. Não vou julgar outras situações, a Polícia Federal e o FBI vão cuidar disso. Temos que nos concentrar no nosso trabalho", disse Rinaldi.
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Explosão de gás mata dezenas de pessoas na Nigéria
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Pelo menos 35 pessoas morreram em um explosão em uma usina de processamento de gás na Nigéria, de acordo com a imprensa local. Um caminhão teria explodido enquanto descarregava gás de cozinha (butano) na cidade de Nnewi, no Estado de Anambra. Ainda não se sabe o número exato de vítimas. As estimativas vão de 35 a mais de 100 mortos, incluindo funcionários da fábrica e vizinhos. A polícia local confirmou o incidente mas ainda não deu detalhes. Um grande incêndio teria ocorrido após a explosão. Chukwuemerie Uduchukwu, que testemunhou a cena da explosão, disse à BBC que as pessoas haviam ido ao local encher botijões de gás para preparar a ceia de Natal. O local onde ocorreu a explosão é predominantemente cristão. Ele disse que clientes e funcionários que estavam no local foram queimados e ficaram irreconhecíveis e que ele viu dezenas de corpos sendo retirados do local. "Cinco horas após a explosão e o local ainda estava em chamas", diz Uduchukwu. Um repórter da agência de notícias Associated Press disse ter contado cerca de cem corpos. Outra testemunha afirmou ao jornal "Vanguard" que a explosão ocorreu quando um caminhão começou a descarregar gás de cozinha sem respeitar o tempo obrigatório de resfriamento. Segundo o jornal, pedestres que passavam pelo local também estão entre as vítimas.
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mundo
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Explosão de gás mata dezenas de pessoas na NigériaPelo menos 35 pessoas morreram em um explosão em uma usina de processamento de gás na Nigéria, de acordo com a imprensa local. Um caminhão teria explodido enquanto descarregava gás de cozinha (butano) na cidade de Nnewi, no Estado de Anambra. Ainda não se sabe o número exato de vítimas. As estimativas vão de 35 a mais de 100 mortos, incluindo funcionários da fábrica e vizinhos. A polícia local confirmou o incidente mas ainda não deu detalhes. Um grande incêndio teria ocorrido após a explosão. Chukwuemerie Uduchukwu, que testemunhou a cena da explosão, disse à BBC que as pessoas haviam ido ao local encher botijões de gás para preparar a ceia de Natal. O local onde ocorreu a explosão é predominantemente cristão. Ele disse que clientes e funcionários que estavam no local foram queimados e ficaram irreconhecíveis e que ele viu dezenas de corpos sendo retirados do local. "Cinco horas após a explosão e o local ainda estava em chamas", diz Uduchukwu. Um repórter da agência de notícias Associated Press disse ter contado cerca de cem corpos. Outra testemunha afirmou ao jornal "Vanguard" que a explosão ocorreu quando um caminhão começou a descarregar gás de cozinha sem respeitar o tempo obrigatório de resfriamento. Segundo o jornal, pedestres que passavam pelo local também estão entre as vítimas.
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Crise econômica leva o governo a cancelar leilão de energia
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A crise econômica levou o Ministério de Minas e Energia (MME) a cancelar, nesta quarta-feira (14), um leilão de energia que estava previsto para a segunda-feira (19). A decisão foi anunciada após a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Embora essa energia seja uma reserva técnica exigida para garantir os contratos de fornecimento das distribuidoras, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) projetou que haveria uma sobreoferta de cerca de 9.000 MW até 2020. "Não há por que fazer esse leilão", disse Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia. "As projeções do crescimento do PIB foram ajustadas e isso tornou mais difícil a sobrecarga contratual de energia." Segundo Pedrosa, os consumidores teriam de pagar a mais por uma energia que não seria consumida e, nesse novo cenário, as distribuidoras não precisariam comprar mais energia porque já operam com sobras. Ou seja: o leilão seria desnecessário. PETRÓLEO E GÁS Em sua última reunião deste ano, o CNPE aprovou a unitização de áreas contíguas aos blocos de pré-sal e as regras de exploração. Uma delas prevê que os índices de nacionalização (conteúdo local) serão os mesmos hoje vigentes nos blocos vizinhos. As novas áreas "externas ao polígono do pré-sal" (e que serão unitizáveis) serão licitadas pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e, até a contratação dessas novas áreas, o operador será o mesmo das áreas adjacentes. Dentre outras medidas, o CNPE também definiu as regras de transição para a comercialização de petróleo e gás pela União, os chamados contratos de partilha. A transição será de 36 meses, uma espécie de teste para a produção que começou no campo de Libra, onde a União detém 41% de participação. A previsão de arrecadação para o Tesouro com essa produção é de R$ 800 milhões, em 2017, considerando a produção de 2015 e 2016. O valor também inclui a produção de áreas unitizáveis de outros campos.
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Crise econômica leva o governo a cancelar leilão de energiaA crise econômica levou o Ministério de Minas e Energia (MME) a cancelar, nesta quarta-feira (14), um leilão de energia que estava previsto para a segunda-feira (19). A decisão foi anunciada após a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Embora essa energia seja uma reserva técnica exigida para garantir os contratos de fornecimento das distribuidoras, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) projetou que haveria uma sobreoferta de cerca de 9.000 MW até 2020. "Não há por que fazer esse leilão", disse Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia. "As projeções do crescimento do PIB foram ajustadas e isso tornou mais difícil a sobrecarga contratual de energia." Segundo Pedrosa, os consumidores teriam de pagar a mais por uma energia que não seria consumida e, nesse novo cenário, as distribuidoras não precisariam comprar mais energia porque já operam com sobras. Ou seja: o leilão seria desnecessário. PETRÓLEO E GÁS Em sua última reunião deste ano, o CNPE aprovou a unitização de áreas contíguas aos blocos de pré-sal e as regras de exploração. Uma delas prevê que os índices de nacionalização (conteúdo local) serão os mesmos hoje vigentes nos blocos vizinhos. As novas áreas "externas ao polígono do pré-sal" (e que serão unitizáveis) serão licitadas pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e, até a contratação dessas novas áreas, o operador será o mesmo das áreas adjacentes. Dentre outras medidas, o CNPE também definiu as regras de transição para a comercialização de petróleo e gás pela União, os chamados contratos de partilha. A transição será de 36 meses, uma espécie de teste para a produção que começou no campo de Libra, onde a União detém 41% de participação. A previsão de arrecadação para o Tesouro com essa produção é de R$ 800 milhões, em 2017, considerando a produção de 2015 e 2016. O valor também inclui a produção de áreas unitizáveis de outros campos.
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'Cadê a indignação do povo brasileiro?', questiona leitora
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LAVA JATO Embora suspeitos de corrupção, Temer continua presidente, Blairo Maggi continua ministro e não acontece nada. Vergonhoso! Cadê a indignação do povo brasileiro? LICA CINTRA (São Paulo, SP) * O atual governo, com Michel Temer no comando, encontra-se na UTI e deverá permanecer em estado terminal até as eleições de outubro de 2018. Assim sendo, sem planos e objetivos sustentáveis, irão prevalecer o egoísmo e o receio de investir. RICARDO PEDREIRA DESIO (São Paulo, SP) - VIOLÊNCIA NA ESCOLA A vida dos trabalhadores em educação é repleta de percalços. Além de nós, professores, enfrentarmos a violência na sala de aula, há a situação dos agentes de organização, que são obrigados a suportar humilhações, principalmente quando precisam praticamente implorar para que os alunos entrem na sala de aula. Agora, uma nova ameaça paira sobre os professores, não bastassem a situação salarial e as agressões. Querem impedir determinadas discussões que são imprescindíveis para formar cidadãos. CASSIANO ALVES MACEDO (Suzano, SP) * Sou professor há quase 20 anos. Sobre as agressões contumazes nas escolas, posso garantir que o número é muito maior do que o apresentado. Para ter uma maior precisão dos números reais, todo professor deveria registrar boletim de ocorrência, o que só acontece quando a violência é exagerada. Com maior possibilidade de responsabilizar a família do infrator, acredito numa diminuição dessa violência gratuita e absurda. Cabe aos sindicatos reivindicar maior facilidade para que se faça o B.O. LUIZ ANTONIO AMARO DA SILVA (Guarulhos, SP) * Parabenizo a Folha pela reportagem sobre as cotidianas agressões físicas aos professores no Estado de São Paulo, demonstrando a gravidade de uma situação que a Apeoesp vem denunciando. Lamento que o chefe de gabinete da Secretaria da Educação tente minimizar o impacto da redução dos professores mediadores no agravamento desse quadro. A função de mediação tem sido atribuída aos vice-diretores, que já têm outras tarefas a cumprir. Isso não ajuda a reduzir a violência. MARIA IZABEL A. NORONHA, presidenta da Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo) (São Paulo, SP) - CENSURA Uma exposição é suspensa e um quadro é apreendido por lidarem com o tema da sexualidade. Uma peça que lida com o tema religioso é cancelada por decisão judicial. Um pré-candidato de extrema direita tem altos índices de intenção de voto. Apesar da aparência, não estamos falando do nazismo, do stalinismo, do Estado Novo ou da nossa ditadura militar. Esses, incrivelmente, são o pensamento e a vontade de parte da sociedade brasileira em pleno século 21. JEFFERSON C. VIEIRA (São Paulo, SP) - RUF 2017 Nas reportagens que foram publicadas relacionadas ao RUF (18/9), uma especialmente se refere ao lobby que as universidades públicas têm feito para garantir verbas. Considero bastante inadequado classificar como lobby o esforço imenso que tem sido feito para evitar um grande sucateamento que já está em andamento. Parece-me que a palavra lobby é mais adequada para analisar os contínuos e concatenados esforços para inviabilizar instituições públicas. MARCOS CEZAR DE FREITAS (Guarulhos, SP) - VELOCIDADE NO TRÂNSITO O artigo do vereador Aurélio Nomura me entristeceu. Para demonstrar que Nabil seria um sofista, ele gastou todo o seu espaço usando frases de efeito e rememorando que Doria venceu Haddad na disputa para a prefeitura. Numa cidade séria, seria de se esperar que o líder do governo na Câmara se dispusesse a debater o número de mortes no trânsito, seu chamativo aumento após a implantação das políticas defendidas pelo atual prefeito e um meio de resolver esse grave problema. ANDRE KEHDI, advogado (São Paulo, SP) * Muito interessante o uso que o vereador Aurélio Moura faz da pena ao responder aos ataques que o "estelionatário semântico" Nabil Bonduki faz ao projeto Acelera SP. Parabéns! HELDER GALVÃO (Pindamonhangaba, SP) * Nomura revidou, não com argumentos razoáveis, mas com insultos pessoais. Apontar para o fato de que o número de mortes no trânsito da cidade subiu 6,7% nos últimos seis meses é estatística, não sofisma. "Acelera SP" pode ser uma metáfora, como diz Nomura, mas o seu sentido literal é inequívoco: tão logo assumiu, Doria cumpriu a promessa de aumentar o limite de velocidade nas marginais, implantando o seu programa Marginal Segura, esse, sim, um verdadeiro sofisma. REGINA MAURÍCIO DA ROCHA (São Paulo, SP) * Em nome dos leitores, quero aqui apresentar meus protestos contra a publicação do artigo do vereador paulistano Aurélio Nomura, que não passa de resposta irada e mal educada a um colunista da Folha. Belo exemplo de desperdício de um espaço que deveria ser destinado ao debate de questões relevantes. AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) * Com todo o respeito, quem é sofista, ou coisa pior, é Aurélio Nomura. A expressão "Acelera SP" está, sim, intimamente ligada à promessa de campanha de João Doria de aumentar os limites de velocidade nas marginais, que haviam sido reduzidos pela administração de Fernando Haddad e, no texto de Nabil Bonduki, não há a afirmação de que João Dória é o responsável "pelas mortes no trânsito", mas apenas pela elevação dos acidentes e mortes, como registram várias reportagens da Folha, após a elevação das velocidades. Mas é bom que Aurélio Nomura escreva para a Folha, porque confirma o comportamento de João Doria e seus apoiadores: são mal-educados, autoritários, intolerantes, avessos a qualquer crítica e incapazes de discussão civilizada de temas políticos. Presidente? Jamais. LUIZ FERNANDO SCHMIDT (Goiânia, GO) - FUTEBOL Quis o destino que o jogador Jô pudesse brindar os brasileiros bem-intencionados, no quais certamente estão incluídos milhões de torcedores do Corinthians, com uma atitude de grandeza e de honradez. Infelizmente, ele optou por ignorar o fair play que há pouco tempo o beneficiou diretamente e, assim, manchar a sua história no futebol. CARLOS CARMELO BALARÓ (São Paulo, SP) - TAXAS AÉREAS Com base na reportagem "Tarifa aérea chega a ter variação de R$ 2.000", amparada pelo estudo do Néctar (Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do ITA), a Latam Airlines Brasil esclarece que não opera desde março de 2016 a rota entre Navegantes (SC) e Juazeiro do Norte (CE), sobre a qual é citada uma comparação que inclui tarifa da Latam. A Latam reforça o seu compromisso de aprimorar a segmentação da demanda para oferecer o melhor preço para o passageiro. GISLAINE ROSSETTI, diretora de assuntos corporativos da Latam Airlines Brasil (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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'Cadê a indignação do povo brasileiro?', questiona leitoraLAVA JATO Embora suspeitos de corrupção, Temer continua presidente, Blairo Maggi continua ministro e não acontece nada. Vergonhoso! Cadê a indignação do povo brasileiro? LICA CINTRA (São Paulo, SP) * O atual governo, com Michel Temer no comando, encontra-se na UTI e deverá permanecer em estado terminal até as eleições de outubro de 2018. Assim sendo, sem planos e objetivos sustentáveis, irão prevalecer o egoísmo e o receio de investir. RICARDO PEDREIRA DESIO (São Paulo, SP) - VIOLÊNCIA NA ESCOLA A vida dos trabalhadores em educação é repleta de percalços. Além de nós, professores, enfrentarmos a violência na sala de aula, há a situação dos agentes de organização, que são obrigados a suportar humilhações, principalmente quando precisam praticamente implorar para que os alunos entrem na sala de aula. Agora, uma nova ameaça paira sobre os professores, não bastassem a situação salarial e as agressões. Querem impedir determinadas discussões que são imprescindíveis para formar cidadãos. CASSIANO ALVES MACEDO (Suzano, SP) * Sou professor há quase 20 anos. Sobre as agressões contumazes nas escolas, posso garantir que o número é muito maior do que o apresentado. Para ter uma maior precisão dos números reais, todo professor deveria registrar boletim de ocorrência, o que só acontece quando a violência é exagerada. Com maior possibilidade de responsabilizar a família do infrator, acredito numa diminuição dessa violência gratuita e absurda. Cabe aos sindicatos reivindicar maior facilidade para que se faça o B.O. LUIZ ANTONIO AMARO DA SILVA (Guarulhos, SP) * Parabenizo a Folha pela reportagem sobre as cotidianas agressões físicas aos professores no Estado de São Paulo, demonstrando a gravidade de uma situação que a Apeoesp vem denunciando. Lamento que o chefe de gabinete da Secretaria da Educação tente minimizar o impacto da redução dos professores mediadores no agravamento desse quadro. A função de mediação tem sido atribuída aos vice-diretores, que já têm outras tarefas a cumprir. Isso não ajuda a reduzir a violência. MARIA IZABEL A. NORONHA, presidenta da Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo) (São Paulo, SP) - CENSURA Uma exposição é suspensa e um quadro é apreendido por lidarem com o tema da sexualidade. Uma peça que lida com o tema religioso é cancelada por decisão judicial. Um pré-candidato de extrema direita tem altos índices de intenção de voto. Apesar da aparência, não estamos falando do nazismo, do stalinismo, do Estado Novo ou da nossa ditadura militar. Esses, incrivelmente, são o pensamento e a vontade de parte da sociedade brasileira em pleno século 21. JEFFERSON C. VIEIRA (São Paulo, SP) - RUF 2017 Nas reportagens que foram publicadas relacionadas ao RUF (18/9), uma especialmente se refere ao lobby que as universidades públicas têm feito para garantir verbas. Considero bastante inadequado classificar como lobby o esforço imenso que tem sido feito para evitar um grande sucateamento que já está em andamento. Parece-me que a palavra lobby é mais adequada para analisar os contínuos e concatenados esforços para inviabilizar instituições públicas. MARCOS CEZAR DE FREITAS (Guarulhos, SP) - VELOCIDADE NO TRÂNSITO O artigo do vereador Aurélio Nomura me entristeceu. Para demonstrar que Nabil seria um sofista, ele gastou todo o seu espaço usando frases de efeito e rememorando que Doria venceu Haddad na disputa para a prefeitura. Numa cidade séria, seria de se esperar que o líder do governo na Câmara se dispusesse a debater o número de mortes no trânsito, seu chamativo aumento após a implantação das políticas defendidas pelo atual prefeito e um meio de resolver esse grave problema. ANDRE KEHDI, advogado (São Paulo, SP) * Muito interessante o uso que o vereador Aurélio Moura faz da pena ao responder aos ataques que o "estelionatário semântico" Nabil Bonduki faz ao projeto Acelera SP. Parabéns! HELDER GALVÃO (Pindamonhangaba, SP) * Nomura revidou, não com argumentos razoáveis, mas com insultos pessoais. Apontar para o fato de que o número de mortes no trânsito da cidade subiu 6,7% nos últimos seis meses é estatística, não sofisma. "Acelera SP" pode ser uma metáfora, como diz Nomura, mas o seu sentido literal é inequívoco: tão logo assumiu, Doria cumpriu a promessa de aumentar o limite de velocidade nas marginais, implantando o seu programa Marginal Segura, esse, sim, um verdadeiro sofisma. REGINA MAURÍCIO DA ROCHA (São Paulo, SP) * Em nome dos leitores, quero aqui apresentar meus protestos contra a publicação do artigo do vereador paulistano Aurélio Nomura, que não passa de resposta irada e mal educada a um colunista da Folha. Belo exemplo de desperdício de um espaço que deveria ser destinado ao debate de questões relevantes. AERAMIZ ALVES (Belo Horizonte, MG) * Com todo o respeito, quem é sofista, ou coisa pior, é Aurélio Nomura. A expressão "Acelera SP" está, sim, intimamente ligada à promessa de campanha de João Doria de aumentar os limites de velocidade nas marginais, que haviam sido reduzidos pela administração de Fernando Haddad e, no texto de Nabil Bonduki, não há a afirmação de que João Dória é o responsável "pelas mortes no trânsito", mas apenas pela elevação dos acidentes e mortes, como registram várias reportagens da Folha, após a elevação das velocidades. Mas é bom que Aurélio Nomura escreva para a Folha, porque confirma o comportamento de João Doria e seus apoiadores: são mal-educados, autoritários, intolerantes, avessos a qualquer crítica e incapazes de discussão civilizada de temas políticos. Presidente? Jamais. LUIZ FERNANDO SCHMIDT (Goiânia, GO) - FUTEBOL Quis o destino que o jogador Jô pudesse brindar os brasileiros bem-intencionados, no quais certamente estão incluídos milhões de torcedores do Corinthians, com uma atitude de grandeza e de honradez. Infelizmente, ele optou por ignorar o fair play que há pouco tempo o beneficiou diretamente e, assim, manchar a sua história no futebol. CARLOS CARMELO BALARÓ (São Paulo, SP) - TAXAS AÉREAS Com base na reportagem "Tarifa aérea chega a ter variação de R$ 2.000", amparada pelo estudo do Néctar (Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do ITA), a Latam Airlines Brasil esclarece que não opera desde março de 2016 a rota entre Navegantes (SC) e Juazeiro do Norte (CE), sobre a qual é citada uma comparação que inclui tarifa da Latam. A Latam reforça o seu compromisso de aprimorar a segmentação da demanda para oferecer o melhor preço para o passageiro. GISLAINE ROSSETTI, diretora de assuntos corporativos da Latam Airlines Brasil (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Rabugento, Jerry Lewis encantou brasileiros e irritou comunidade gay
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Morto neste domingo (20), o comediante Jerry Lewis colecionou polêmicas, principalmente relacionadas a comentários ofensivos feitos à população LGBT, e uma fama de rabugento incorrigível. Convidado em 2013 para atuar numa ponta no filme brasileiro "Até que a Sorte nos Separe 2", o ator deixou apreensiva a equipe do longa. Na trama, Lewis interpreta o carregador de malas do hotel em Las Vegas em que se hospeda o milionário interpretado por Leandro Hassum. "Ele chegou com mil restrições: não podia ficar muito tempo de pé, tinha um problema na coluna, não queria vestir o smoking...", lembra o diretor do filme, Roberto Santucci. Mas aos poucos, diz ele, seu lado cômico "começou a tomar conta do set". As dores nas costas eram reflexo de um acidente que o comediante sofreu em 1965, durante um show num hotel, americano, e que o levariam a ficar viciado num analgésico pelos próximos 13 anos. "Dava para ver que ele se transformava quando fazia aquilo que mais gostava, que era o humor. Quando ele entrava no barato dele, a idade desaparecia", diz Santucci. Não que as coisas tenham corrido com total serenidade. "Muitas vezes eu tinha que tentar convencê-lo de fazer algumas coisas, mas foi uma experiência bacana", afirma. A ideia de trazer Lewis ao filme –e de nele reprisar seu papel em "O Mensageiro Trapalhão" (1960) teve dedo do comediante Marcius Melhem, parceiro de Hassum e colunista da Folha. "Todo comediante da minha geração foi influenciado pelo humor dele", diz Melhem. "Eu, que por muito tempo fiz humor físico, era fissurado no trabalho dele. O que ele fazia com Dean Martin influenciou muito o que eu e Leandro Hassum fazemos." Os dois atores brasileiros contracenaram com Jerry Lewis em "Até que a Sorte nos Separe 2". "Só de estar ao lado dele no set depois de tudo ao que assisti dele foi inesquecível", afirma Melhem. Um dos produtores do longa, Fabiano Gullane lembra do primeiro contato que teve com o americano, para fazer o convite da participação. "Ele chegou com uma pastinha tipo 007 para fazer a reunião. De repente, abriu a mala e sacou um nariz de palhaço e baralho de mágico", afirma o produtor. "Em sua última cena, foi ovacionado." POLÊMICAS Ovações à parte, Jerry Lewis protagonizou polêmicas com a comunidade gay, que o levaram a se desculpar. Durante uma maratona beneficente realizada em 2007, o ator fez piada com um parente imaginário seu, que ele chamou de "Jesse, The Illiterate Faggot" (algo como "Jesse, o viado analfabeto"). Lewis teve que se desculpar publicamente pelo comentário. No ano seguinte, falando à televisão australiana, o ator disse que achava o críquete, paixão nacional naquele país, um "esporte de maricas". O comentário foi acompanhado de Lewis gesticulando de maneira bastante afeminada. As mulheres foram outras vítimas: em 2000, num evento de humor, disse não gostar de comediantes do sexo feminino. "Penso nelas como máquinas de produzir bebês". Ironicamente, o ator propalava a história de ter sido expulso do colégio onde cursava o ensino médio após ter dado um soco no diretor da escola, que o insultou com um comentário antissemita. O ator também dizia ser confidente do amigo Sammy Davis Jr., que lhe telefonava chorando para falar das ofensas racistas de que era vítima. Em 2015, Lewis criticou o então presidente Barack Obama ("nunca foi um líder"), disse que refugiados deveriam ficar "na puta que o pariu onde estão" e elogiou a candidatura de Donald Trump: "Ele é ótimo porque é um 'showman'. E nunca tivemos um na cadeira presidencial." Embora fosse afiliado ao Partido Republicano, dizia ter sido amigo do ex-presidente democrata John F. Kennedy. 'A PIOR ENTREVISTA' Lewis também era famoso pelo mau humor com que tratava jornalistas e o público de seus shows em Las Vegas. No ano passado, para um especial feito pela revista "The Hollywood Reporter" com artistas nonagenários, foi rude com seu entrevistador, despejando respostas monossilábicas e o deixando nitidamente constrangido. Ele ainda imitou a risada do jornalista com certo desdém. Questionado sobre já ter cogitado aposentadoria, o ator de 91 anos respondeu com dois irritados "porquês" ("Por quê? Por quê?"). Quando indagado sobre as razões de gente da sua geração continuar na labuta, dispara: "Porque somos bons nisso". A reportagem em vídeo viralizou e ganhou o apelido de "a mais constrangedora entrevista de 2016". Não era um artista modesto. O site IMDb, vasta base virtual de dados sobre cinema e televisão, compila um de seus famosos arroubos. "Sou um gênio multifacetado, rico, talentoso e famoso internacionalmente [...] Minha resposta a meus críticos é simples: Eu gosto de mim. Gosto do que me tornei e tenho orgulho do que conquistei. E eu acredito que nem arranhei a superfície ainda." Veja a seguir a "pior entrevista de 2016", segundo a "Hollywood Reporter": Veja vídeo
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ilustrada
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Rabugento, Jerry Lewis encantou brasileiros e irritou comunidade gayMorto neste domingo (20), o comediante Jerry Lewis colecionou polêmicas, principalmente relacionadas a comentários ofensivos feitos à população LGBT, e uma fama de rabugento incorrigível. Convidado em 2013 para atuar numa ponta no filme brasileiro "Até que a Sorte nos Separe 2", o ator deixou apreensiva a equipe do longa. Na trama, Lewis interpreta o carregador de malas do hotel em Las Vegas em que se hospeda o milionário interpretado por Leandro Hassum. "Ele chegou com mil restrições: não podia ficar muito tempo de pé, tinha um problema na coluna, não queria vestir o smoking...", lembra o diretor do filme, Roberto Santucci. Mas aos poucos, diz ele, seu lado cômico "começou a tomar conta do set". As dores nas costas eram reflexo de um acidente que o comediante sofreu em 1965, durante um show num hotel, americano, e que o levariam a ficar viciado num analgésico pelos próximos 13 anos. "Dava para ver que ele se transformava quando fazia aquilo que mais gostava, que era o humor. Quando ele entrava no barato dele, a idade desaparecia", diz Santucci. Não que as coisas tenham corrido com total serenidade. "Muitas vezes eu tinha que tentar convencê-lo de fazer algumas coisas, mas foi uma experiência bacana", afirma. A ideia de trazer Lewis ao filme –e de nele reprisar seu papel em "O Mensageiro Trapalhão" (1960) teve dedo do comediante Marcius Melhem, parceiro de Hassum e colunista da Folha. "Todo comediante da minha geração foi influenciado pelo humor dele", diz Melhem. "Eu, que por muito tempo fiz humor físico, era fissurado no trabalho dele. O que ele fazia com Dean Martin influenciou muito o que eu e Leandro Hassum fazemos." Os dois atores brasileiros contracenaram com Jerry Lewis em "Até que a Sorte nos Separe 2". "Só de estar ao lado dele no set depois de tudo ao que assisti dele foi inesquecível", afirma Melhem. Um dos produtores do longa, Fabiano Gullane lembra do primeiro contato que teve com o americano, para fazer o convite da participação. "Ele chegou com uma pastinha tipo 007 para fazer a reunião. De repente, abriu a mala e sacou um nariz de palhaço e baralho de mágico", afirma o produtor. "Em sua última cena, foi ovacionado." POLÊMICAS Ovações à parte, Jerry Lewis protagonizou polêmicas com a comunidade gay, que o levaram a se desculpar. Durante uma maratona beneficente realizada em 2007, o ator fez piada com um parente imaginário seu, que ele chamou de "Jesse, The Illiterate Faggot" (algo como "Jesse, o viado analfabeto"). Lewis teve que se desculpar publicamente pelo comentário. No ano seguinte, falando à televisão australiana, o ator disse que achava o críquete, paixão nacional naquele país, um "esporte de maricas". O comentário foi acompanhado de Lewis gesticulando de maneira bastante afeminada. As mulheres foram outras vítimas: em 2000, num evento de humor, disse não gostar de comediantes do sexo feminino. "Penso nelas como máquinas de produzir bebês". Ironicamente, o ator propalava a história de ter sido expulso do colégio onde cursava o ensino médio após ter dado um soco no diretor da escola, que o insultou com um comentário antissemita. O ator também dizia ser confidente do amigo Sammy Davis Jr., que lhe telefonava chorando para falar das ofensas racistas de que era vítima. Em 2015, Lewis criticou o então presidente Barack Obama ("nunca foi um líder"), disse que refugiados deveriam ficar "na puta que o pariu onde estão" e elogiou a candidatura de Donald Trump: "Ele é ótimo porque é um 'showman'. E nunca tivemos um na cadeira presidencial." Embora fosse afiliado ao Partido Republicano, dizia ter sido amigo do ex-presidente democrata John F. Kennedy. 'A PIOR ENTREVISTA' Lewis também era famoso pelo mau humor com que tratava jornalistas e o público de seus shows em Las Vegas. No ano passado, para um especial feito pela revista "The Hollywood Reporter" com artistas nonagenários, foi rude com seu entrevistador, despejando respostas monossilábicas e o deixando nitidamente constrangido. Ele ainda imitou a risada do jornalista com certo desdém. Questionado sobre já ter cogitado aposentadoria, o ator de 91 anos respondeu com dois irritados "porquês" ("Por quê? Por quê?"). Quando indagado sobre as razões de gente da sua geração continuar na labuta, dispara: "Porque somos bons nisso". A reportagem em vídeo viralizou e ganhou o apelido de "a mais constrangedora entrevista de 2016". Não era um artista modesto. O site IMDb, vasta base virtual de dados sobre cinema e televisão, compila um de seus famosos arroubos. "Sou um gênio multifacetado, rico, talentoso e famoso internacionalmente [...] Minha resposta a meus críticos é simples: Eu gosto de mim. Gosto do que me tornei e tenho orgulho do que conquistei. E eu acredito que nem arranhei a superfície ainda." Veja a seguir a "pior entrevista de 2016", segundo a "Hollywood Reporter": Veja vídeo
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Del Nero diz que compra de imóvel é lícita; Romário vai pedir investigação
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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, disse que está disposto a "prestar qualquer declaração" sobre a compra de duas coberturas dúplex em menos de um ano na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Uma delas Del Nero adquiriu do empresário Wagner Abrahão, parceiro comercial da CBF, conforme a Folha revelou nesta quinta (16). Na compra registrada em fevereiro, o cartola prometeu pagar R$ 5,2 milhões pela cobertura, sendo R$ 4,8 milhões em dinheiro, além de repassar por R$ 410 mil mais um saldo devedor (não revelado) um dúplex semelhante no mesmo condomínio. Nove meses antes, Del Nero havia comprado o apartamento repassado ao empresário por R$ 1,6 milhão, abaixo do valor de mercado. Cada dúplex de luxo tinha mais de 200 metros quadrados e quatro vagas de garagem. "Não podemos achar que tudo é ilícito e sujo. Estou disposto a prestar qualquer declaração", afirmou o novo presidente da CBF, que assumiu nesta quinta o cargo para administrar o futebol brasileiro até 2019. O cartola disse que preferiu comprar o dúplex de Abrahão porque a sua primeira cobertura no condomínio tinha uma visão limitada do mar, precisava de reforma, além de ser menor que a outra. Segundo a prefeitura, a diferença é de um metro quadrado entre os dois dúplex. NO ATAQUE Nesta quinta-feira, o senador Romário (PSB-RJ) disse que pedirá ao Ministério Público que investigue a compra de duas coberturas dúplex por Del Nero. "Esses caras são corruptos. Espero que o Ministério Público e a Receita façam uma devassa na CBF. Uma operação dessa não se explica. O cara vende uma cobertura e ganha outra parecida. Além de corruptos, são mágicos", ironizou o senador, que vai mandar até esta sexta (17) ofício para o Ministério Público. Em 2012, Romário colheu assinaturas para instalar uma CPI sobre a CBF, que acabou não sendo aberta. O contrato firmado entre a CBF e a TAM era o principal ponto da investigação. Na época, a Folha revelou que quatro empresas de Abrahão foram indicadas pela CBF como beneficiárias do contrato de patrocínio da seleção com a TAM. Após a divulgação, o contrato foi cancelado pela companhia aérea. "A CBF tem que passar por um processo de transparência. Espero que apareça um juiz como o [Sérgio] Moro para investigá-los e colocá-los na cadeia", disse Romário, referindo-se ao magistrado da Operação Lava Jato.
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esporte
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Del Nero diz que compra de imóvel é lícita; Romário vai pedir investigaçãoO presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, disse que está disposto a "prestar qualquer declaração" sobre a compra de duas coberturas dúplex em menos de um ano na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Uma delas Del Nero adquiriu do empresário Wagner Abrahão, parceiro comercial da CBF, conforme a Folha revelou nesta quinta (16). Na compra registrada em fevereiro, o cartola prometeu pagar R$ 5,2 milhões pela cobertura, sendo R$ 4,8 milhões em dinheiro, além de repassar por R$ 410 mil mais um saldo devedor (não revelado) um dúplex semelhante no mesmo condomínio. Nove meses antes, Del Nero havia comprado o apartamento repassado ao empresário por R$ 1,6 milhão, abaixo do valor de mercado. Cada dúplex de luxo tinha mais de 200 metros quadrados e quatro vagas de garagem. "Não podemos achar que tudo é ilícito e sujo. Estou disposto a prestar qualquer declaração", afirmou o novo presidente da CBF, que assumiu nesta quinta o cargo para administrar o futebol brasileiro até 2019. O cartola disse que preferiu comprar o dúplex de Abrahão porque a sua primeira cobertura no condomínio tinha uma visão limitada do mar, precisava de reforma, além de ser menor que a outra. Segundo a prefeitura, a diferença é de um metro quadrado entre os dois dúplex. NO ATAQUE Nesta quinta-feira, o senador Romário (PSB-RJ) disse que pedirá ao Ministério Público que investigue a compra de duas coberturas dúplex por Del Nero. "Esses caras são corruptos. Espero que o Ministério Público e a Receita façam uma devassa na CBF. Uma operação dessa não se explica. O cara vende uma cobertura e ganha outra parecida. Além de corruptos, são mágicos", ironizou o senador, que vai mandar até esta sexta (17) ofício para o Ministério Público. Em 2012, Romário colheu assinaturas para instalar uma CPI sobre a CBF, que acabou não sendo aberta. O contrato firmado entre a CBF e a TAM era o principal ponto da investigação. Na época, a Folha revelou que quatro empresas de Abrahão foram indicadas pela CBF como beneficiárias do contrato de patrocínio da seleção com a TAM. Após a divulgação, o contrato foi cancelado pela companhia aérea. "A CBF tem que passar por um processo de transparência. Espero que apareça um juiz como o [Sérgio] Moro para investigá-los e colocá-los na cadeia", disse Romário, referindo-se ao magistrado da Operação Lava Jato.
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Sorteio para escolher relator da Lava Jato durou 3 minutos, diz STF
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O sorteio que escolheu Edson Fachin para relatar a Lava Jato durou três minutos e contou com a participação de três pessoas, além da presidente Cármen Lúcia, que acompanhou o processo, segundo a assessoria do STF. A corte diz que esse tipo de procedimento é aleatório, feito por sistema eletrônico que utiliza um algoritmo. O sorteio sobre a Lava Jato utilizou como base o inquérito 4.112, que tem o senador e o ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) como investigado. O STF não explicou por qual motivo escolheu esse inquérito, que não é o primeiro relacionado à investigação da Lava Jato a tramitar no tribunal. Segundo o STF, o número de processos distribuídos para cada gabinete, considerando série histórica iniciada em 2001, pode influenciar; quem foi sorteado mais vezes tem menos chances de receber um novo processo. A corte não diz se algum dos cincos ministros da Segunda Turma, para onde Fachin foi transferido, estava em vantagem nesse sentido. O STF também não explica se há outro critério que coloca um ou outro ministro em posição privilegiada.
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Sorteio para escolher relator da Lava Jato durou 3 minutos, diz STFO sorteio que escolheu Edson Fachin para relatar a Lava Jato durou três minutos e contou com a participação de três pessoas, além da presidente Cármen Lúcia, que acompanhou o processo, segundo a assessoria do STF. A corte diz que esse tipo de procedimento é aleatório, feito por sistema eletrônico que utiliza um algoritmo. O sorteio sobre a Lava Jato utilizou como base o inquérito 4.112, que tem o senador e o ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) como investigado. O STF não explicou por qual motivo escolheu esse inquérito, que não é o primeiro relacionado à investigação da Lava Jato a tramitar no tribunal. Segundo o STF, o número de processos distribuídos para cada gabinete, considerando série histórica iniciada em 2001, pode influenciar; quem foi sorteado mais vezes tem menos chances de receber um novo processo. A corte não diz se algum dos cincos ministros da Segunda Turma, para onde Fachin foi transferido, estava em vantagem nesse sentido. O STF também não explica se há outro critério que coloca um ou outro ministro em posição privilegiada.
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Com torcicolo, Fabiana Murer abandona última prova antes da Rio-2016
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DE SÃO PAULO Devido a um torcicolo, a saltadora brasileira Fabiana Murer, 35, desistiu de participar da etapa de Londres da Liga Diamante neste sábado (23). Líder do ranking internacional do salto com vara com a marca de 4,87 m, Murer é uma das principais esperanças de medalha da delegação brasileira. A 14 dias dos Jogos Olímpicos, ela preferiu não colocar em risco a sua condição física ao participar da prova. "Achei melhor me manter bem fisicamente. Eu estava sentindo um pouco de dor. Achei que ia melhorar até hoje, mas não senti confiança para entrar. Dói no pescoço e reflete nas costas. Saltei semana passada, é só questão de tempo para cuidar dessa contratura nas costas. É simples. Decidi não arriscar mesmo para não piorar", disse Murer ao site "Globoesporte.com". Murer agora voltará ao Brasil para finalizar sua preparação. "Estou superbem fisicamente, bem tecnicamente. Foi só um torcicolo mais forte que tive aqui. E o salto com vara precisa de braço, preciso estar bem no corpo todo. Para passar energia para a vara. E não me senti confiante e achei melhor me poupar", completou a atleta. A vencedora da prova em Londres foi a grega Ekaterina Stefanidi, segunda colocada do ranking e uma das principais concorrentes de Murer na briga por uma medalha de ouro na Rio-2016. A prata ficou com a cubana Yarisley Silva e o bronze com Eliza McCartney, da Nova Zelândia. Murer recebeu medalha de bronze na etapa anterior da Liga Diamante, em Mônaco, na França.
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esporte
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Com torcicolo, Fabiana Murer abandona última prova antes da Rio-2016
DE SÃO PAULO Devido a um torcicolo, a saltadora brasileira Fabiana Murer, 35, desistiu de participar da etapa de Londres da Liga Diamante neste sábado (23). Líder do ranking internacional do salto com vara com a marca de 4,87 m, Murer é uma das principais esperanças de medalha da delegação brasileira. A 14 dias dos Jogos Olímpicos, ela preferiu não colocar em risco a sua condição física ao participar da prova. "Achei melhor me manter bem fisicamente. Eu estava sentindo um pouco de dor. Achei que ia melhorar até hoje, mas não senti confiança para entrar. Dói no pescoço e reflete nas costas. Saltei semana passada, é só questão de tempo para cuidar dessa contratura nas costas. É simples. Decidi não arriscar mesmo para não piorar", disse Murer ao site "Globoesporte.com". Murer agora voltará ao Brasil para finalizar sua preparação. "Estou superbem fisicamente, bem tecnicamente. Foi só um torcicolo mais forte que tive aqui. E o salto com vara precisa de braço, preciso estar bem no corpo todo. Para passar energia para a vara. E não me senti confiante e achei melhor me poupar", completou a atleta. A vencedora da prova em Londres foi a grega Ekaterina Stefanidi, segunda colocada do ranking e uma das principais concorrentes de Murer na briga por uma medalha de ouro na Rio-2016. A prata ficou com a cubana Yarisley Silva e o bronze com Eliza McCartney, da Nova Zelândia. Murer recebeu medalha de bronze na etapa anterior da Liga Diamante, em Mônaco, na França.
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A tecnologia mata mesmo os empregos?
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SÃO PAULO - O paulistano que chega à catraca do ônibus com dinheiro na mão corre o risco de pregar um susto involuntário no cobrador. Fazê-lo trabalhar na era do Bilhete Único expõe ainda mais a obsolescência da profissão —só 6% das viagens envolvem cédulas e moedas. Apesar da obviedade, sucessivas administrações fracassaram em acabar com a função. Como mostrou a Folha, a atual gestão faz novo ensaio, com uma transição: as viagens em dinheiro ficariam mais caras. Os cerca de 20 mil cobradores de São Paulo representam 10% do custo do sistema. Mais dia, menos dia, perderão o emprego. As corporações podem até retardar, mas não barrar o avanço tecnológico. Isso é ruim? Para quem fica sem trabalho, claro que sim. Mas a tecnologia não é necessariamente esse ceifador de empregos que tanta gente pinta. Fez barulho um trabalho da consultoria Deloitte que defendeu o contrário. Ao olhar mais de um século de dados de emprego na Inglaterra, os autores concluíram que "a tendência de contração do emprego na agricultura e na manufatura tem sido superada pelo rápido crescimento nos setores de cuidados médicos, economia criativa, tecnologia e negócios". Nessa transição, as máquinas assumem só as tarefas mais repetitivas. A variável chave dessa troca é a educação, capaz de reverter a resultante da força tecnológica, evitando que ela impulsione o desemprego e a desigualdade. Por trabalhoso, esse aspecto acaba frequentemente sublimado no debate. Um exemplo: apenas alguém preparado pode se valer da explosão das ferramentas de produção e transmissão de fotos e vídeos para criar um negócio. Mas esse conhecimento técnico não era pré-requisito para o despertador humano, sujeito que, antes da disseminação do aparelho, ia de casa em casa cutucando as pessoas pela janela para acordá-las. Hoje nem nos piores pesadelos alguém deve sentir falta desse profissional.
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colunas
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A tecnologia mata mesmo os empregos?SÃO PAULO - O paulistano que chega à catraca do ônibus com dinheiro na mão corre o risco de pregar um susto involuntário no cobrador. Fazê-lo trabalhar na era do Bilhete Único expõe ainda mais a obsolescência da profissão —só 6% das viagens envolvem cédulas e moedas. Apesar da obviedade, sucessivas administrações fracassaram em acabar com a função. Como mostrou a Folha, a atual gestão faz novo ensaio, com uma transição: as viagens em dinheiro ficariam mais caras. Os cerca de 20 mil cobradores de São Paulo representam 10% do custo do sistema. Mais dia, menos dia, perderão o emprego. As corporações podem até retardar, mas não barrar o avanço tecnológico. Isso é ruim? Para quem fica sem trabalho, claro que sim. Mas a tecnologia não é necessariamente esse ceifador de empregos que tanta gente pinta. Fez barulho um trabalho da consultoria Deloitte que defendeu o contrário. Ao olhar mais de um século de dados de emprego na Inglaterra, os autores concluíram que "a tendência de contração do emprego na agricultura e na manufatura tem sido superada pelo rápido crescimento nos setores de cuidados médicos, economia criativa, tecnologia e negócios". Nessa transição, as máquinas assumem só as tarefas mais repetitivas. A variável chave dessa troca é a educação, capaz de reverter a resultante da força tecnológica, evitando que ela impulsione o desemprego e a desigualdade. Por trabalhoso, esse aspecto acaba frequentemente sublimado no debate. Um exemplo: apenas alguém preparado pode se valer da explosão das ferramentas de produção e transmissão de fotos e vídeos para criar um negócio. Mas esse conhecimento técnico não era pré-requisito para o despertador humano, sujeito que, antes da disseminação do aparelho, ia de casa em casa cutucando as pessoas pela janela para acordá-las. Hoje nem nos piores pesadelos alguém deve sentir falta desse profissional.
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Tratamento dado à minha mulher é absurdo, diz Cabral em depoimento
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O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), preso sob acusação de corrupção, se queixou das denúncias feitas contra a sua mulher, Adriana Ancelmo, e as suspeitas sobre o escritório de advocacia da ex-primeira-dama. Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, ele repetiu a versão dada ao juiz Sergio Moro sobre a origem dos recursos usados para compras feitas em dinheiro e joalherias. Afirmou ter utilizado sobras de caixa dois de campanha. Seguindo a mesma estratégia, Cabral eximiu a mulher de qualquer responsabilidade. Disse ter adquirido com as joias "em datas comemorativas para presenteá-la" e declarou que ela não conhecia a origem do dinheiro. Num depoimento curto e monossilábico –diferente do prestado a Moro–, Cabral só estendeu sua fala ao criticar as suspeitas sobre a atividade do escritório da mulher. "Me causa espécie ver o tratamento dado a ela. Uma maneira absurda. Um escritório que existia, trabalhava, realizava seus serviços. Jamais interferi no dia a dia do escritório dela, e jamais ela interferiu no meu trabalho", afirmou. "Conheci a Adriana como profissional liberal, com seu escritório já estabelecido. E ela me conheceu já como parlamentar, presidente da Assembleia Legislativa. Seguimos respeitando nossas individualidades." Cabral depôs pela primeira vez para Bretas, responsável por oito ações penais contra ele –há apenas um processo em Curitiba, totalizando nove. O processo no qual prestou depoimento nesta quarta refere-se ao suposto pagamento de propina por parte da Andrade Gutierrez. De acordo com o Ministério Público Federal, ele cobrou 5% de vantagens indevidas sobre os contratos da empreiteira. O ex-governador negou que tenha pedido propina. Ele só respondeu aos questionamentos de sua defesa e de Adriana Ancelmo.
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poder
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Tratamento dado à minha mulher é absurdo, diz Cabral em depoimentoO ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), preso sob acusação de corrupção, se queixou das denúncias feitas contra a sua mulher, Adriana Ancelmo, e as suspeitas sobre o escritório de advocacia da ex-primeira-dama. Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, ele repetiu a versão dada ao juiz Sergio Moro sobre a origem dos recursos usados para compras feitas em dinheiro e joalherias. Afirmou ter utilizado sobras de caixa dois de campanha. Seguindo a mesma estratégia, Cabral eximiu a mulher de qualquer responsabilidade. Disse ter adquirido com as joias "em datas comemorativas para presenteá-la" e declarou que ela não conhecia a origem do dinheiro. Num depoimento curto e monossilábico –diferente do prestado a Moro–, Cabral só estendeu sua fala ao criticar as suspeitas sobre a atividade do escritório da mulher. "Me causa espécie ver o tratamento dado a ela. Uma maneira absurda. Um escritório que existia, trabalhava, realizava seus serviços. Jamais interferi no dia a dia do escritório dela, e jamais ela interferiu no meu trabalho", afirmou. "Conheci a Adriana como profissional liberal, com seu escritório já estabelecido. E ela me conheceu já como parlamentar, presidente da Assembleia Legislativa. Seguimos respeitando nossas individualidades." Cabral depôs pela primeira vez para Bretas, responsável por oito ações penais contra ele –há apenas um processo em Curitiba, totalizando nove. O processo no qual prestou depoimento nesta quarta refere-se ao suposto pagamento de propina por parte da Andrade Gutierrez. De acordo com o Ministério Público Federal, ele cobrou 5% de vantagens indevidas sobre os contratos da empreiteira. O ex-governador negou que tenha pedido propina. Ele só respondeu aos questionamentos de sua defesa e de Adriana Ancelmo.
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Neymar e Pato têm julgamentos sobre multas milionárias à Receita adiados
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Analisados nesta quinta (19) pelo Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) os processos que julgam se os atacantes Alexandre Pato, do Villarreal, e Neymar, do Barcelona, terão de pagar cerca de R$ 10 milhões e R$ 200 milhões, respectivamente, em impostos e multas à Receita Federal foram suspensos após pedidos de vista. Ambos recorrem da acusação de criarem empresas para exploração de direitos de imagem, com o objetivo de reduzir a carga tributária devida à Receita Federal. Dessa forma, em vez de pagarem impostos como pessoa física, uma alíquota de 27,5% do Imposto de Renda, eles pagaram como pessoa jurídica –neste último caso, a legislação tributária prevê alíquota de 15% a 25% (no caso do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) ou 9% (no caso da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Os processos voltarão a ser apreciado no Carf (órgão do Ministério da Fazenda que é a última instância para recursos de processos tributários no âmbito administrativo) na próxima vez em que a turma do conselho voltar a se reunir, em fevereiro. Pelas regras do Carf, como já houve um pedido de vista no processo de Pato, ou seja, o desta quinta foi o segundo, o próximo julgamento terá que ter uma decisão. Até o pedido de vista, a maioria dos conselheiros havia votado contra o jogador na principal ação do processo, que é referente ao pagamento pelo passe de Pato feito pelo time italiano Milan em 2007. Metade do valor pago pelo time italiano foi depositado para o Internacional, e a outra metade à Alge, empresa na qual Pato é sócio com o pai. A Receita Federal cobra o atacante do valor devido como pessoa física mais multas –na época, eram cerca de R$ 5 milhões, mas os valores atualizados são de cerca de R$ 10 milhões, de acordo com a defesa de Pato. Se condenado, haverá cálculo de quanto Pato já pagou como pessoa jurídica, e o montante será deduzido do que a Receita calcula que é devido pelo jogador. Antes do pedido de vista que suspendeu o processo, o placar do conselho também estava desfavorável ao atacante em outra ação, que envolve pagamentos feitos pelo Internacional ao jogador através da Alge. Já no caso de pagamentos referentes a contratos publicitários feitos pela Nike à Alge, onde a Receita contesta cerca de R$ 65 mil em tributos, o placar do conselho era favorável ao atacante. No caso de Neymar, a Receita Federal considera que o craque deixou de declarar R$ 63,6 milhões entre 2011 e 2013, omitindo esse montante através das empresas NR Sports, N&N Consultoria Esportiva e Empresarial e N&N Administração de Bens. Sobre esse valor, incidem multa de 150% e juros, o que eleva o montante total que a Receita considera que o atacante deveria ter pago em impostos no período a R$ 188,8 milhões (valores de 2015) ou cerca de R$ 200 milhões, em valores atuais. Esse valor não inclui o que o jogador já pagou em impostos através de outros regimes de tributação. Neymar foi autuado em março de 2015, em decisão unânime da Delegacia da Receita Federal do Rio de Janeiro, e teve bens bloqueados pela Justiça do Rio. Em abril do ano passado, a defesa de Neymar recorreu ao conselho, que é um órgão do Ministério da Fazenda independente da Receita Federal que é a última instância para recursos de processos administrativos relativos a tributos.
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esporte
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Neymar e Pato têm julgamentos sobre multas milionárias à Receita adiadosAnalisados nesta quinta (19) pelo Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) os processos que julgam se os atacantes Alexandre Pato, do Villarreal, e Neymar, do Barcelona, terão de pagar cerca de R$ 10 milhões e R$ 200 milhões, respectivamente, em impostos e multas à Receita Federal foram suspensos após pedidos de vista. Ambos recorrem da acusação de criarem empresas para exploração de direitos de imagem, com o objetivo de reduzir a carga tributária devida à Receita Federal. Dessa forma, em vez de pagarem impostos como pessoa física, uma alíquota de 27,5% do Imposto de Renda, eles pagaram como pessoa jurídica –neste último caso, a legislação tributária prevê alíquota de 15% a 25% (no caso do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) ou 9% (no caso da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Os processos voltarão a ser apreciado no Carf (órgão do Ministério da Fazenda que é a última instância para recursos de processos tributários no âmbito administrativo) na próxima vez em que a turma do conselho voltar a se reunir, em fevereiro. Pelas regras do Carf, como já houve um pedido de vista no processo de Pato, ou seja, o desta quinta foi o segundo, o próximo julgamento terá que ter uma decisão. Até o pedido de vista, a maioria dos conselheiros havia votado contra o jogador na principal ação do processo, que é referente ao pagamento pelo passe de Pato feito pelo time italiano Milan em 2007. Metade do valor pago pelo time italiano foi depositado para o Internacional, e a outra metade à Alge, empresa na qual Pato é sócio com o pai. A Receita Federal cobra o atacante do valor devido como pessoa física mais multas –na época, eram cerca de R$ 5 milhões, mas os valores atualizados são de cerca de R$ 10 milhões, de acordo com a defesa de Pato. Se condenado, haverá cálculo de quanto Pato já pagou como pessoa jurídica, e o montante será deduzido do que a Receita calcula que é devido pelo jogador. Antes do pedido de vista que suspendeu o processo, o placar do conselho também estava desfavorável ao atacante em outra ação, que envolve pagamentos feitos pelo Internacional ao jogador através da Alge. Já no caso de pagamentos referentes a contratos publicitários feitos pela Nike à Alge, onde a Receita contesta cerca de R$ 65 mil em tributos, o placar do conselho era favorável ao atacante. No caso de Neymar, a Receita Federal considera que o craque deixou de declarar R$ 63,6 milhões entre 2011 e 2013, omitindo esse montante através das empresas NR Sports, N&N Consultoria Esportiva e Empresarial e N&N Administração de Bens. Sobre esse valor, incidem multa de 150% e juros, o que eleva o montante total que a Receita considera que o atacante deveria ter pago em impostos no período a R$ 188,8 milhões (valores de 2015) ou cerca de R$ 200 milhões, em valores atuais. Esse valor não inclui o que o jogador já pagou em impostos através de outros regimes de tributação. Neymar foi autuado em março de 2015, em decisão unânime da Delegacia da Receita Federal do Rio de Janeiro, e teve bens bloqueados pela Justiça do Rio. Em abril do ano passado, a defesa de Neymar recorreu ao conselho, que é um órgão do Ministério da Fazenda independente da Receita Federal que é a última instância para recursos de processos administrativos relativos a tributos.
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Astrologia
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ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Começa uma temporada criativa, a oportunidade de você reinventar seu trabalho. No mínimo, de revolucionar seus próprios padrões. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Aquilo que você vinha tentando fazer há um tempo agora tem potencial de desenvolvimento. Isso requer uma certa ousadia. Faça. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Vai ser um mês de intensa atividade e você está precisando de novidades. Mas pode haver oposição. Aproveite a semana para negociar. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) O tema do novo ciclo para você é dinheiro e segurança. Avalie investimentos, esforce-se. Um potencial por descobrir pode valer ouro. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Começa o seu ano pessoal, aliás começa uma revolução íntima e profissional que se estenderá até o final de 2018. Crie sua grande obra. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Você chega a um entendimento sobre algum processo no trabalho, algo que estava em crise. Trabalhe sobre isso até aperfeiçoar. LIBRA (23 set. a 22 out.) Não se trata apenas de boas ideias: cuide da divulgação, do marketing, faça seu networking. Vão aparecer as pessoas que podem ajudar. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Se estava estagnado, tenha certeza de que as coisas no trabalho vão chacoalhar. Mas abre-se também um portal para mudanças radicais. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Está na hora de assumir com coragem a sua veia criativa, senão você fica aí só se matando de trabalhar sem a necessária paixão. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Tire lá do fundo aquela força, que pode ser um talento ou uma oportunidade, para transformar toda uma situação em seu benefício. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Abra-se a novas parcerias, vão começar a chegar as pessoas que podem colaborar para alavancar sua carreira até o final de 2018. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Reorganize toda a estrutura do trabalho e do escritório, para que sua agenda seja eficiente e você produza qualidade de vida.
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ilustrada
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AstrologiaÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Começa uma temporada criativa, a oportunidade de você reinventar seu trabalho. No mínimo, de revolucionar seus próprios padrões. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Aquilo que você vinha tentando fazer há um tempo agora tem potencial de desenvolvimento. Isso requer uma certa ousadia. Faça. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Vai ser um mês de intensa atividade e você está precisando de novidades. Mas pode haver oposição. Aproveite a semana para negociar. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) O tema do novo ciclo para você é dinheiro e segurança. Avalie investimentos, esforce-se. Um potencial por descobrir pode valer ouro. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Começa o seu ano pessoal, aliás começa uma revolução íntima e profissional que se estenderá até o final de 2018. Crie sua grande obra. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Você chega a um entendimento sobre algum processo no trabalho, algo que estava em crise. Trabalhe sobre isso até aperfeiçoar. LIBRA (23 set. a 22 out.) Não se trata apenas de boas ideias: cuide da divulgação, do marketing, faça seu networking. Vão aparecer as pessoas que podem ajudar. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Se estava estagnado, tenha certeza de que as coisas no trabalho vão chacoalhar. Mas abre-se também um portal para mudanças radicais. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Está na hora de assumir com coragem a sua veia criativa, senão você fica aí só se matando de trabalhar sem a necessária paixão. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Tire lá do fundo aquela força, que pode ser um talento ou uma oportunidade, para transformar toda uma situação em seu benefício. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Abra-se a novas parcerias, vão começar a chegar as pessoas que podem colaborar para alavancar sua carreira até o final de 2018. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Reorganize toda a estrutura do trabalho e do escritório, para que sua agenda seja eficiente e você produza qualidade de vida.
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O trabalho vai continuar, diz advogado da presidente
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Em rápida entrevista após a derrota no governo no votação das contas da presidente Dilma Rousseff no TCU (Tribunal de Contas da União), o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, disse que o trabalho de defesa da presidente "vai continuar". "Temos convicção da qualidade do trabalho [de defesa da presidente]", disse Adams aos jornalistas após a decisão unânime do tribunal. O AGU teve 20 minutos para defender o governo antes do relatório do ministro. Em sua fala, Adams começou afirmando que o tribunal tinha que respeitar sua jurisprudência por já ter aprovado atos que, agora estava condenando. Adams também centrou sua defesa na avaliação de que não houve as chamadas 'pedaladas fiscais' porque os contratos entre os bancos públicos e o governo para pagar benefícios têm previsão de que o governo pode ficar sem fazer depósitos. Ele lembrou que a Caixa pagou ao governo R$ 141 milhões em 2014 pelo tempo que o governo ficou com saldos na conta. "Não existe meia operação de crédito, como não há meia gravidez", afirmou o defensor da presidente lembrando que na semana passada ele editou decreto limitando o prazo desses tipo de débito em cinco dias. O advogado da presidente também reclamou do excessivo tom político que o processo adquiriu e defendeu a posição do governo de ter recorrido ao Supremo para tentar impedir o julgamento. "É coisa mais difícil que um advogado pode fazer é ir contra o juiz. Mas é para defender seu cliente", disse Adams.
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poder
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O trabalho vai continuar, diz advogado da presidenteEm rápida entrevista após a derrota no governo no votação das contas da presidente Dilma Rousseff no TCU (Tribunal de Contas da União), o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, disse que o trabalho de defesa da presidente "vai continuar". "Temos convicção da qualidade do trabalho [de defesa da presidente]", disse Adams aos jornalistas após a decisão unânime do tribunal. O AGU teve 20 minutos para defender o governo antes do relatório do ministro. Em sua fala, Adams começou afirmando que o tribunal tinha que respeitar sua jurisprudência por já ter aprovado atos que, agora estava condenando. Adams também centrou sua defesa na avaliação de que não houve as chamadas 'pedaladas fiscais' porque os contratos entre os bancos públicos e o governo para pagar benefícios têm previsão de que o governo pode ficar sem fazer depósitos. Ele lembrou que a Caixa pagou ao governo R$ 141 milhões em 2014 pelo tempo que o governo ficou com saldos na conta. "Não existe meia operação de crédito, como não há meia gravidez", afirmou o defensor da presidente lembrando que na semana passada ele editou decreto limitando o prazo desses tipo de débito em cinco dias. O advogado da presidente também reclamou do excessivo tom político que o processo adquiriu e defendeu a posição do governo de ter recorrido ao Supremo para tentar impedir o julgamento. "É coisa mais difícil que um advogado pode fazer é ir contra o juiz. Mas é para defender seu cliente", disse Adams.
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Palmeiras estreia na Copa São Paulo e aposta em revelação para buscar título
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O Palmeiras inicia a disputa da Copa São Paulo de futebol júnior diante da Desportiva-ES, nesta segunda-feira (5), às 21h, em Limeira (com Rede Vida e SporTV). O time está no Grupo J, com Murici-AL e Inter de Limeira. Único grande do Estado que jamais sagrou-se campeão do torneio, a equipe crê que neste ano pode quebrar o tabu. Um dos motivos para o otimismo alviverde é o atacante Gabriel Fernando, 17, apontando dentro do clube como a maior revelação das categorias de base. O jogador anotou 37 gols no último Campeonato Paulista sub-17, 18 a mais que o vice-artilheiro, e teve o contrato renovado por cinco anos –com isso, a multa rescisória ao futebol exterior passou de R$ 3 milhões para R$ 30 milhões.
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esporte
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Palmeiras estreia na Copa São Paulo e aposta em revelação para buscar títuloO Palmeiras inicia a disputa da Copa São Paulo de futebol júnior diante da Desportiva-ES, nesta segunda-feira (5), às 21h, em Limeira (com Rede Vida e SporTV). O time está no Grupo J, com Murici-AL e Inter de Limeira. Único grande do Estado que jamais sagrou-se campeão do torneio, a equipe crê que neste ano pode quebrar o tabu. Um dos motivos para o otimismo alviverde é o atacante Gabriel Fernando, 17, apontando dentro do clube como a maior revelação das categorias de base. O jogador anotou 37 gols no último Campeonato Paulista sub-17, 18 a mais que o vice-artilheiro, e teve o contrato renovado por cinco anos –com isso, a multa rescisória ao futebol exterior passou de R$ 3 milhões para R$ 30 milhões.
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Ação contra banqueiros que BC ajudou em 1999 é encerrada sem punições
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A Justiça Federal no Rio decidiu pela prescrição dos processos criminais contra ex-diretores do Banco Central e banqueiros privados do caso que ficou conhecido como Marka-FonteCindan. Em 1999, início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso como presidente, o Banco Central socorreu os bancos Marka, de Salvatore Cacciola, e FonteCindan, que estavam sob o risco de quebrar. Na época, após período de câmbio fixo, o BC dava início ao regime de flutuação cambial. Poucos dias depois da medida, tomada em janeiro, o câmbio, que era mantido artificialmente em um para um com o dólar, disparou, com a moeda brasileira registrando forte desvalorização. Em menos de uma semana, o câmbio foi para R$ 1,30. Na época, antes da mudança, os bancos Marka e FonteCindan apostavam na manutenção do real fixo em relação à moeda estrangeira. Os bancos tinham parte significativa de seu patrimônio em contratos de venda futura de dólares, o que, diante do novo regime, levaria à quebra. O BC alegou à época "risco sistêmico" ao sistema financeiro, que significaria efeito em cascata com quebras generalizadas de outros bancos. O BC, presidido então por Francisco Lopes, réu no processo que acaba de prescrever, assumiu as posições de contratos futuros dos bancos, levando a prejuízo estimado em US$ 1,5 bilhões ao erário, em valores da época. O BC teria comprado os contratos levando em conta um câmbio de R$ 1,27, quando o dólar batia R$ 1,31. O caso foi motivo de investigação por uma CPI no Congresso. Os acusados responderam em ações por improbidade administrativa na Justiça Federal em São Paulo, além de processo no TCU. Em todos, foram interpostos recursos e ninguém até o momento ressarciu financeiramente o Estado. PROCESSO CRIMINAL A ação na 6ª Vara Criminal Federal do Rio era o único processo de natureza criminal em curso contra os dirigentes estatais e banqueiros privados. Em setembro passado, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara, entendeu que os crimes prescreveram por terem decorrido ao menos oito anos desde a decisão em segunda instância de recurso da defesa. Até hoje, o Superior Tribunal de Justiça não havia julgado os recursos da defesa no processo criminal, pedidos em 2005. O processo estava, portanto, parado desde então. Segundo reportagem do jornal O Globo, o caso veio novamente à tona na Justiça Federal porque houve um mutirão na vara para solucionar processos parados. A pedido da Folha, o professor titular de direito penal da USP Renato Silveira, especialista em crimes financeiros, analisou a decisão. Segundo ele, a juíza deu uma decisão técnica sem avaliar o mérito. Caberia recurso às instâncias superiores, o que até o momento, segundo apurou a reportagem, não foi feito pelo MPF. "Se, na segunda instância, tivesse havido manifestação pelo aumento da sentença ou a imputação de novos crimes, o prazo da prescrição seria modificado, mas não foi isso o que ocorreu", disse. A segunda instância decidiu, em 2005, pela redução das penas. Inicialmente fixadas entre 10 a 12 anos de prisão para todos os réus, passaram a quatro anos de prisão. "Assim, levando-se em conta que o último marco interruptivo foi a publicação da sentença condenatória em 01/04/2005 (fl. 4944), observa-se que o transcurso do prazo prescricional foi atingido em 01/04/2013. Verifica-se, portanto, consumada a prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto, na modalidade superveniente", alega a juíza. Ficaram livres, portanto, de condenação Francisco Lopes, ex-presidente do BC à época, e os diretores de então Claudio Nesse Mauch, Demóstenes Madureira de Pinho Neto e Luiz Bragança (já morto). Também está no rol de réus o ex-diretor do FonteCindam Luiz Antônio Andrade Gonçalves. A Folha não conseguiu contato com a defesa dos citados. ACUSAÇÃO As investigações do caso concluíram que as autoridades tinham relações com os banqueiros, que supostamente sabiam da mudança da política cambial, mas mantiveram as posições de contratos futuros. O MPF sustenta que os bancos tiveram socorro sem nenhuma contrapartida para seus acionistas. "O BC alegou risco sistêmico que nem o senhor Pedro Malan [ministro da Fazenda à época] estava sabendo. Não houve intervenção federal nos bancos, não houve comprometimento do patrimônio dos acionistas controladores, enfim. Simplesmente, o Estado arcou com o prejuízo", disse à Folha o Procurador da República Arthur Gueiros, que atuou no caso. O procurador lembra do depoimento do presidente do BC após o escândalo Armínio Fraga, na CPI dos Bancos, em 1999. Ele explicava com que dinheiro seria tapado o rombo. "Com o meu, o seu e o nosso", disse à época. "O caso evidencia que o sistema de Justiça brasileiro não se mostra eficaz quando se trata de criminosos de colarinho branco e de uma criminalidade mais complexa", diz o procurador. CACCIOLA Nenhum dos réus chegou a cumprir algum dia na prisão, com exceção do banqueiro Salvatore Cacciola. Em 2000, o MPF pediu sua prisão preventiva com receio de ele pudesse deixar o país. Ele ficou na cadeia 37 dias, mas fugiu para a Itália no mesmo ano, após receber liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello —revogada em seguida. Pouco tempo depois de se descobrir o paradeiro do ex-banqueiro, o governo brasileiro teve o pedido de extradição negado pela Itália, que alegou o fato de ele ter a cidadania italiana. Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, condenou Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão pelos crimes de peculato (utilizar-se do cargo exercido para apropriação ilegal de dinheiro) e gestão fraudulenta. Em agosto de 2011, o ex-banqueiro foi solto após obter liberdade condicional.
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mercado
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Ação contra banqueiros que BC ajudou em 1999 é encerrada sem puniçõesA Justiça Federal no Rio decidiu pela prescrição dos processos criminais contra ex-diretores do Banco Central e banqueiros privados do caso que ficou conhecido como Marka-FonteCindan. Em 1999, início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso como presidente, o Banco Central socorreu os bancos Marka, de Salvatore Cacciola, e FonteCindan, que estavam sob o risco de quebrar. Na época, após período de câmbio fixo, o BC dava início ao regime de flutuação cambial. Poucos dias depois da medida, tomada em janeiro, o câmbio, que era mantido artificialmente em um para um com o dólar, disparou, com a moeda brasileira registrando forte desvalorização. Em menos de uma semana, o câmbio foi para R$ 1,30. Na época, antes da mudança, os bancos Marka e FonteCindan apostavam na manutenção do real fixo em relação à moeda estrangeira. Os bancos tinham parte significativa de seu patrimônio em contratos de venda futura de dólares, o que, diante do novo regime, levaria à quebra. O BC alegou à época "risco sistêmico" ao sistema financeiro, que significaria efeito em cascata com quebras generalizadas de outros bancos. O BC, presidido então por Francisco Lopes, réu no processo que acaba de prescrever, assumiu as posições de contratos futuros dos bancos, levando a prejuízo estimado em US$ 1,5 bilhões ao erário, em valores da época. O BC teria comprado os contratos levando em conta um câmbio de R$ 1,27, quando o dólar batia R$ 1,31. O caso foi motivo de investigação por uma CPI no Congresso. Os acusados responderam em ações por improbidade administrativa na Justiça Federal em São Paulo, além de processo no TCU. Em todos, foram interpostos recursos e ninguém até o momento ressarciu financeiramente o Estado. PROCESSO CRIMINAL A ação na 6ª Vara Criminal Federal do Rio era o único processo de natureza criminal em curso contra os dirigentes estatais e banqueiros privados. Em setembro passado, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara, entendeu que os crimes prescreveram por terem decorrido ao menos oito anos desde a decisão em segunda instância de recurso da defesa. Até hoje, o Superior Tribunal de Justiça não havia julgado os recursos da defesa no processo criminal, pedidos em 2005. O processo estava, portanto, parado desde então. Segundo reportagem do jornal O Globo, o caso veio novamente à tona na Justiça Federal porque houve um mutirão na vara para solucionar processos parados. A pedido da Folha, o professor titular de direito penal da USP Renato Silveira, especialista em crimes financeiros, analisou a decisão. Segundo ele, a juíza deu uma decisão técnica sem avaliar o mérito. Caberia recurso às instâncias superiores, o que até o momento, segundo apurou a reportagem, não foi feito pelo MPF. "Se, na segunda instância, tivesse havido manifestação pelo aumento da sentença ou a imputação de novos crimes, o prazo da prescrição seria modificado, mas não foi isso o que ocorreu", disse. A segunda instância decidiu, em 2005, pela redução das penas. Inicialmente fixadas entre 10 a 12 anos de prisão para todos os réus, passaram a quatro anos de prisão. "Assim, levando-se em conta que o último marco interruptivo foi a publicação da sentença condenatória em 01/04/2005 (fl. 4944), observa-se que o transcurso do prazo prescricional foi atingido em 01/04/2013. Verifica-se, portanto, consumada a prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto, na modalidade superveniente", alega a juíza. Ficaram livres, portanto, de condenação Francisco Lopes, ex-presidente do BC à época, e os diretores de então Claudio Nesse Mauch, Demóstenes Madureira de Pinho Neto e Luiz Bragança (já morto). Também está no rol de réus o ex-diretor do FonteCindam Luiz Antônio Andrade Gonçalves. A Folha não conseguiu contato com a defesa dos citados. ACUSAÇÃO As investigações do caso concluíram que as autoridades tinham relações com os banqueiros, que supostamente sabiam da mudança da política cambial, mas mantiveram as posições de contratos futuros. O MPF sustenta que os bancos tiveram socorro sem nenhuma contrapartida para seus acionistas. "O BC alegou risco sistêmico que nem o senhor Pedro Malan [ministro da Fazenda à época] estava sabendo. Não houve intervenção federal nos bancos, não houve comprometimento do patrimônio dos acionistas controladores, enfim. Simplesmente, o Estado arcou com o prejuízo", disse à Folha o Procurador da República Arthur Gueiros, que atuou no caso. O procurador lembra do depoimento do presidente do BC após o escândalo Armínio Fraga, na CPI dos Bancos, em 1999. Ele explicava com que dinheiro seria tapado o rombo. "Com o meu, o seu e o nosso", disse à época. "O caso evidencia que o sistema de Justiça brasileiro não se mostra eficaz quando se trata de criminosos de colarinho branco e de uma criminalidade mais complexa", diz o procurador. CACCIOLA Nenhum dos réus chegou a cumprir algum dia na prisão, com exceção do banqueiro Salvatore Cacciola. Em 2000, o MPF pediu sua prisão preventiva com receio de ele pudesse deixar o país. Ele ficou na cadeia 37 dias, mas fugiu para a Itália no mesmo ano, após receber liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello —revogada em seguida. Pouco tempo depois de se descobrir o paradeiro do ex-banqueiro, o governo brasileiro teve o pedido de extradição negado pela Itália, que alegou o fato de ele ter a cidadania italiana. Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, condenou Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão pelos crimes de peculato (utilizar-se do cargo exercido para apropriação ilegal de dinheiro) e gestão fraudulenta. Em agosto de 2011, o ex-banqueiro foi solto após obter liberdade condicional.
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Seleção feminina de handebol vence e vai à quinta final consecutiva de Pan
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A seleção brasileira feminina de handebol defenderá o tabu de jamais ter perdido uma final em Jogos Pan-Americanos. A equipe venceu o Uruguai nesta quarta-feira (22) por 40 a 22 e se classificou para a decisão do Pan de Toronto. Será a quinta vez seguida que o time nacional, atual campeão mundial, brigará pelo ouro no evento. Até agora, o retrospecto é 100%. O Brasil foi primeiro em Winnipeg-1999, Santo Domingo-2003, Rio-2007 e Guadalajara-2011. Nove atletas são remanescentes do título no México, há quatro anos. Inclusive, o técnico Morten Soubak, que comanda o grupo desde 2009. O rival será a Argentina, que.venceu o México por 27 a 16. A decisão vai ocorrer na sexta-feira, em quadra armada no Exhibition Place, em Toronto. A seleção brasileira manteve a média de vitórias com ao menos 15 gols de diferença. Na primeira fase, o time venceu Porto Rico (38 a 21), Canadá (48 a 12) e México (34 a 19), sempre com facilidade. Mesmo com a dilatada vantagem no placar, Soubak se irritou com algumas falhas da equipe. Em um intervalo técnico, chegou a jogar a prancheta tática no chão. O fim do jogo, com liderança brasileira de 18 gols, o acalmou. A artilheira do time nacional na partida foi Fernanda Silva, com oito gols anotados. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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esporte
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Seleção feminina de handebol vence e vai à quinta final consecutiva de PanA seleção brasileira feminina de handebol defenderá o tabu de jamais ter perdido uma final em Jogos Pan-Americanos. A equipe venceu o Uruguai nesta quarta-feira (22) por 40 a 22 e se classificou para a decisão do Pan de Toronto. Será a quinta vez seguida que o time nacional, atual campeão mundial, brigará pelo ouro no evento. Até agora, o retrospecto é 100%. O Brasil foi primeiro em Winnipeg-1999, Santo Domingo-2003, Rio-2007 e Guadalajara-2011. Nove atletas são remanescentes do título no México, há quatro anos. Inclusive, o técnico Morten Soubak, que comanda o grupo desde 2009. O rival será a Argentina, que.venceu o México por 27 a 16. A decisão vai ocorrer na sexta-feira, em quadra armada no Exhibition Place, em Toronto. A seleção brasileira manteve a média de vitórias com ao menos 15 gols de diferença. Na primeira fase, o time venceu Porto Rico (38 a 21), Canadá (48 a 12) e México (34 a 19), sempre com facilidade. Mesmo com a dilatada vantagem no placar, Soubak se irritou com algumas falhas da equipe. Em um intervalo técnico, chegou a jogar a prancheta tática no chão. O fim do jogo, com liderança brasileira de 18 gols, o acalmou. A artilheira do time nacional na partida foi Fernanda Silva, com oito gols anotados. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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Agência de risco S&P vê reformas como teste para nota do Brasil
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Ao revisar a meta para o rombo nas contas deste ano e do próximo e anunciar novos cortes de despesas, o governo demonstrou que está comprometido com a situação fiscal do país, na avaliação da agência de risco S&P. Mas, se quiser evitar um rebaixamento da nota de crédito, terá que mostrar que conseguiu mobilizar o Congresso em torno da reforma da Previdência, afirma Lisa Schineller, diretora-executiva de rating soberano da S&P. Na terça-feira (15), após o governo anunciar metas de deficit fiscal maiores, a agência decidiu retirar a nota do país de observação negativa —em que a probabilidade de de rebaixamento era de 50%. A nota agora está sob perspectiva negativa, o que na nomenclatura da agência significa que um novo rebaixamento é menos premente. A S&P vê um cenário político mais estável e indícios de o governo de Michel Temer mantém apoio no Congresso, após passar a reforma trabalhista e depois de o próprio presidente sobreviver à votação de uma denúncia por corrupção passiva no caso JBS. À Folha Schineller destacou a agenda reformista da administração, mas alertou para riscos. "Vemos compromisso. Mas precisamos ver encaminhamento. Vemos que há diálogo contínuo com o Congresso, mas não tivemos uma votação ainda." A agência monitora de perto a negociação em torno da reforma da Previdência. "Temos que ver o que vai sair da negociação", diz. "E tem a questão de tempo. Há uma janela de oportunidade para a administração Temer ou qualquer administração, antes das eleições de 2018." Ela não delineou qual proposta mínima seria considerada ideal para reduzir o peso da Previdência no endividamento do governo, mas indicou que isso passa por idade mínima e pelo nível de reposição de trabalhadores. A S&P estabeleceu de seis a nove meses para reavaliar a perspectiva para a nota. As chances são de uma em três de haver um rebaixamento. "Nós olharemos os próximos seis meses do ano particularmente para ver se há ou não avanços no Congresso". Questionada sobre se o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) teria pedido para a agência prazo para reavaliar a nota brasileira, como noticiou o "Painel", ela destacou que a S&P dialoga com frequência com o governo. "Mas nossa decisão é baseada em critérios e nossa leitura da dinâmica de eventos", diz. "Em maio, o cenário político estava mais incerto que hoje e a verdadeira questão era a capacidade da administração de encaminhar algumas das reformas e medidas. A pergunta era como a economia seria impactada. Não vimos impacto na economia."
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mercado
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Agência de risco S&P vê reformas como teste para nota do BrasilAo revisar a meta para o rombo nas contas deste ano e do próximo e anunciar novos cortes de despesas, o governo demonstrou que está comprometido com a situação fiscal do país, na avaliação da agência de risco S&P. Mas, se quiser evitar um rebaixamento da nota de crédito, terá que mostrar que conseguiu mobilizar o Congresso em torno da reforma da Previdência, afirma Lisa Schineller, diretora-executiva de rating soberano da S&P. Na terça-feira (15), após o governo anunciar metas de deficit fiscal maiores, a agência decidiu retirar a nota do país de observação negativa —em que a probabilidade de de rebaixamento era de 50%. A nota agora está sob perspectiva negativa, o que na nomenclatura da agência significa que um novo rebaixamento é menos premente. A S&P vê um cenário político mais estável e indícios de o governo de Michel Temer mantém apoio no Congresso, após passar a reforma trabalhista e depois de o próprio presidente sobreviver à votação de uma denúncia por corrupção passiva no caso JBS. À Folha Schineller destacou a agenda reformista da administração, mas alertou para riscos. "Vemos compromisso. Mas precisamos ver encaminhamento. Vemos que há diálogo contínuo com o Congresso, mas não tivemos uma votação ainda." A agência monitora de perto a negociação em torno da reforma da Previdência. "Temos que ver o que vai sair da negociação", diz. "E tem a questão de tempo. Há uma janela de oportunidade para a administração Temer ou qualquer administração, antes das eleições de 2018." Ela não delineou qual proposta mínima seria considerada ideal para reduzir o peso da Previdência no endividamento do governo, mas indicou que isso passa por idade mínima e pelo nível de reposição de trabalhadores. A S&P estabeleceu de seis a nove meses para reavaliar a perspectiva para a nota. As chances são de uma em três de haver um rebaixamento. "Nós olharemos os próximos seis meses do ano particularmente para ver se há ou não avanços no Congresso". Questionada sobre se o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) teria pedido para a agência prazo para reavaliar a nota brasileira, como noticiou o "Painel", ela destacou que a S&P dialoga com frequência com o governo. "Mas nossa decisão é baseada em critérios e nossa leitura da dinâmica de eventos", diz. "Em maio, o cenário político estava mais incerto que hoje e a verdadeira questão era a capacidade da administração de encaminhar algumas das reformas e medidas. A pergunta era como a economia seria impactada. Não vimos impacto na economia."
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Sem roteiro, novo 'Transformers' preenche a tela com pancadaria
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TRANSFORMERS: O ÚLTIMO CAVALEIRO (regular) (Transformers: The Last Knight) DIREÇÃO Michael Bay ELENCO Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Laura Haddock PRODUÇÃO EUA, 2017, 12 anos Veja salas e horários * Ao analisar "Transformers: O Último Cavaleiro", quinto exemplar da franquia dos robôs alienígenas que se transformam em veículos, o importante não é classificá-lo como bom ou ruim. A tarefa adequada é descobrir qual público poderia gostar do filme. Pensando assim, as sessões deveriam ser proibidas para maiores de 12 anos. Os pequenos espectadores têm mais condições de um envolvimento lúdico com robozões trocando socos e pontapés, sem prestar atenção ao roteiro. E que roteiro! Uau! A trama simplesmente propõe que os Transformers visitaram a Terra pela primeira vez na época do rei Arthur. Merlin, por séculos um símbolo de mago poderoso, é revelado um picareta que só ganhou sua fama por utilizar tecnologia alienígena. Anthony Hopkins –em mais um papel facinho numa superprodução de aventura, sua principal ocupação nesta fase de pré-aposentadoria– é uma espécie de guardião moderno da história dos Transformers entre os humanos. Ele tem uma sala decorada com fotos engraçadas de robôs gigantes na Primeira Guerra e outros momentos notáveis dos últimos séculos. Seu personagem está na função manjada de explicar como os jovens heróis podem impedir que outra batalha entre os Autobots (os robôs do bem) e os Decepticons (os malvados) destrua o planeta. O mocinho é o nem tão moço Mark Wahlberg, repetindo seu papel no filme anterior, Cade Yeager, o inventor azarado mas bom de briga. A mocinha é a inglesa Laura Haddock, que interpreta a historiadora Vivian Wembley e surge como substituta plasticamente à altura de Megan Fox, musa dos primeiras aventuras dos Transformers. O casal mostra alguma química no velho modelo de relação no cinema que começa como animosidade e vira paixão. Mas a garotada quer mesmo é pancadaria, então o diretor Michael Bay prova que ninguém precisa de muito enredo para preencher a tela com combates grandiosos. Assim, os confrontos entre Optimus Prime, o robô herói líder dos Autobots, e o rival Megatron, dos Decepticons, vão se arrastar por mais de duas horas de projeção. Principalmente em seu terço final, o filme larga de vez seu fiapo de roteiro e aposta na ação desenfreada. Como se quisesse lembrar a todos que a franquia foi baseada em brinquedos de verdade, populares desde os anos 1980, a ação na tela parece a filmagem de um garotinho no tapete da sala batendo um boneco contra o outro. Assista ao trailer do novo "Transformers" Assista ao trailer do novo "Transformers"
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ilustrada
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Sem roteiro, novo 'Transformers' preenche a tela com pancadariaTRANSFORMERS: O ÚLTIMO CAVALEIRO (regular) (Transformers: The Last Knight) DIREÇÃO Michael Bay ELENCO Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Laura Haddock PRODUÇÃO EUA, 2017, 12 anos Veja salas e horários * Ao analisar "Transformers: O Último Cavaleiro", quinto exemplar da franquia dos robôs alienígenas que se transformam em veículos, o importante não é classificá-lo como bom ou ruim. A tarefa adequada é descobrir qual público poderia gostar do filme. Pensando assim, as sessões deveriam ser proibidas para maiores de 12 anos. Os pequenos espectadores têm mais condições de um envolvimento lúdico com robozões trocando socos e pontapés, sem prestar atenção ao roteiro. E que roteiro! Uau! A trama simplesmente propõe que os Transformers visitaram a Terra pela primeira vez na época do rei Arthur. Merlin, por séculos um símbolo de mago poderoso, é revelado um picareta que só ganhou sua fama por utilizar tecnologia alienígena. Anthony Hopkins –em mais um papel facinho numa superprodução de aventura, sua principal ocupação nesta fase de pré-aposentadoria– é uma espécie de guardião moderno da história dos Transformers entre os humanos. Ele tem uma sala decorada com fotos engraçadas de robôs gigantes na Primeira Guerra e outros momentos notáveis dos últimos séculos. Seu personagem está na função manjada de explicar como os jovens heróis podem impedir que outra batalha entre os Autobots (os robôs do bem) e os Decepticons (os malvados) destrua o planeta. O mocinho é o nem tão moço Mark Wahlberg, repetindo seu papel no filme anterior, Cade Yeager, o inventor azarado mas bom de briga. A mocinha é a inglesa Laura Haddock, que interpreta a historiadora Vivian Wembley e surge como substituta plasticamente à altura de Megan Fox, musa dos primeiras aventuras dos Transformers. O casal mostra alguma química no velho modelo de relação no cinema que começa como animosidade e vira paixão. Mas a garotada quer mesmo é pancadaria, então o diretor Michael Bay prova que ninguém precisa de muito enredo para preencher a tela com combates grandiosos. Assim, os confrontos entre Optimus Prime, o robô herói líder dos Autobots, e o rival Megatron, dos Decepticons, vão se arrastar por mais de duas horas de projeção. Principalmente em seu terço final, o filme larga de vez seu fiapo de roteiro e aposta na ação desenfreada. Como se quisesse lembrar a todos que a franquia foi baseada em brinquedos de verdade, populares desde os anos 1980, a ação na tela parece a filmagem de um garotinho no tapete da sala batendo um boneco contra o outro. Assista ao trailer do novo "Transformers" Assista ao trailer do novo "Transformers"
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Fotógrafo retrata cotidiano de São Paulo vazia no primeiro dia do ano
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O jornalista e fotógrafo Fernando Costa Netto, idealizador da Mostra SP de Fotografia, fechou o ano de 2015 mostrando o seu olhar sobre São Paulo no projeto #168horas, da revista sãopaulo.
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Fotógrafo retrata cotidiano de São Paulo vazia no primeiro dia do anoO jornalista e fotógrafo Fernando Costa Netto, idealizador da Mostra SP de Fotografia, fechou o ano de 2015 mostrando o seu olhar sobre São Paulo no projeto #168horas, da revista sãopaulo.
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Para ministro, relaxar pena de tráfico contra superlotação é 'inconsequência'
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Crítico da descriminalização das drogas, o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) discorda de Alexandre de Moraes (Justiça) sobre a possibilidade de relaxamento das penas para traficantes como forma de reduzir a superlotação penitenciária no Brasil. DISTÂNCIA "O que tem que ter é uma separação pela gravidade do crime", diz Terra. "Não só o pequeno traficante, mas todo mundo que comete pequenos delitos. Não pode ficar convivendo com preso violento, chefe de facção. O coitadinho, para ele não ficar com o grande, então vamos soltar? Ele vai para a rua vender droga de novo." BANHO DE SOL A proposta de penas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, para pequenos traficantes sem antecedentes criminais e que não fazem parte de organizações criminosas tem sido considerada por Moraes. À Folha ele disse que prender pessoas com esse perfil é colocar "soldados nas mãos das lideranças dos presídios". ALMA DO NEGÓCIO Para o ministro do Desenvolvimento Social, "o pequeno traficante é o traficante. É ele que leva a droga para as pessoas. E quem faz funcionar [o tráfico] tem que sair da rua". Terra diz que afrouxar a legislação sobre o tema agora seria "inconsequência". Ele tem se reunido com Moraes para discutir a crise na segurança e apresentado contribuições que sua pasta pode dar. LADO A LADO Dilma Rousseff será apresentada por Pilar del Río antes de sua fala em um seminário na Universidade de Sevilla, na Espanha, na quarta (25). A viúva do escritor José Saramago já declarou, ao comentar o impeachment, que não vê a ex-presidente "como uma corrupta" e que ela foi vítima de machismo. As duas estarão no primeiro dia do evento "Capitalismo Neoliberal, Democracia Sobrante". O tema da palestra de Dilma será "O ataque à democracia no Brasil e na América Latina". TRIBUTO AO TEATRO Foi lançado na terça-feira (17) o livro "Yara Amaral - A Operária do Teatro", de Eduardo Rieche. Compareceram ao evento, na Blooks Livraria, no shopping Frei Caneca, os atores Sérgio Mamberti, Enrique Díaz e Cesar Baccan. Também passaram por lá o diretor Rubens Velloso e a atriz Amélia Bittencourt. PISTAS A Polícia Civil de São Paulo solicitou quebra de sigilo de usuários de sites e de empresas de telecomunicação para investigar as ameaças de morte sofridas pela atriz Deborah Secco e por sua família, inclusive a filha, Maria Flor, em redes sociais. A atriz registrou queixa há cerca de quatro meses e disse na segunda (16) que esperava uma resposta. PISTAS 2 Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o caso é investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e pela Delegacia de Fraudes Patrimoniais Praticadas por Meios Eletrônicos, que aguardam as empresas enviarem os dados. TELA CHEIA O número de inscritos para a primeira edição da Mostra Sesc de Cinema foi duas vezes maior que a expectativa dos organizadores. Ao todo foram recebidas 1.254 inscrições de cineastas independentes. Eram esperados cerca de 600 interessados. Os vencedores serão anunciados em julho e vão fechar contrato para exibir as produções nos espaços do Sesc em todo o Brasil. FOLIA DO HORÓSCOPO A "Vogue" elegeu uma famosa para representar cada signo do zodíaco em seu baile de gala de Carnaval, com o tema "Lady Zodiac". A atriz Mariana Ximenes será a taurina; a cantora Vanessa da Mata, a aquariana, e a modelo Fernanda Motta, a geminiana. Participam ainda as atrizes Giovanna Antonelli (peixes), Bruna Marquezine (leão), Cleo Pires (libra), Taís Araújo (sagitário) e Claudia Raia (capricórnio). CORPO E MOVIMENTO O espetáculo "Projeto Rastejar", com direção de Wagner Vasconcelos, teve estreia na terça-feira (17), no Viga Espaço Cênico, em Pinheiros. Dani Corrêa, José Alessandre e Roberto Santos formam o elenco. Estiveram na plateia a cantora Clara Becker e a atriz Helô Cintra. CURTO-CIRCUITO O procurador-geral de Justiça do Estado de SP, Gianpaolo Smanio, faz palestra nesta quinta-feira (19) na Casa do Saber. A Lab, marca dos irmãos Emicida e Fióti, inicia venda nesta quinta na The CZO Store, em Pinheiros, às 17h. A Secretaria Municipal de Cultura faz nesta quinta o 1º Gabinete nos Bairros, no Centro Cultural da Juventude, às 15h. Andrea Kurbhi e Roberta Nahas lançam coleção da Spezzato assinada por Paola de Orleans e Bragança. Nesta quinta, às 10h, no Masp. com JOELMIR TAVARES (interino), LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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colunas
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Para ministro, relaxar pena de tráfico contra superlotação é 'inconsequência'Crítico da descriminalização das drogas, o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) discorda de Alexandre de Moraes (Justiça) sobre a possibilidade de relaxamento das penas para traficantes como forma de reduzir a superlotação penitenciária no Brasil. DISTÂNCIA "O que tem que ter é uma separação pela gravidade do crime", diz Terra. "Não só o pequeno traficante, mas todo mundo que comete pequenos delitos. Não pode ficar convivendo com preso violento, chefe de facção. O coitadinho, para ele não ficar com o grande, então vamos soltar? Ele vai para a rua vender droga de novo." BANHO DE SOL A proposta de penas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, para pequenos traficantes sem antecedentes criminais e que não fazem parte de organizações criminosas tem sido considerada por Moraes. À Folha ele disse que prender pessoas com esse perfil é colocar "soldados nas mãos das lideranças dos presídios". ALMA DO NEGÓCIO Para o ministro do Desenvolvimento Social, "o pequeno traficante é o traficante. É ele que leva a droga para as pessoas. E quem faz funcionar [o tráfico] tem que sair da rua". Terra diz que afrouxar a legislação sobre o tema agora seria "inconsequência". Ele tem se reunido com Moraes para discutir a crise na segurança e apresentado contribuições que sua pasta pode dar. LADO A LADO Dilma Rousseff será apresentada por Pilar del Río antes de sua fala em um seminário na Universidade de Sevilla, na Espanha, na quarta (25). A viúva do escritor José Saramago já declarou, ao comentar o impeachment, que não vê a ex-presidente "como uma corrupta" e que ela foi vítima de machismo. As duas estarão no primeiro dia do evento "Capitalismo Neoliberal, Democracia Sobrante". O tema da palestra de Dilma será "O ataque à democracia no Brasil e na América Latina". TRIBUTO AO TEATRO Foi lançado na terça-feira (17) o livro "Yara Amaral - A Operária do Teatro", de Eduardo Rieche. Compareceram ao evento, na Blooks Livraria, no shopping Frei Caneca, os atores Sérgio Mamberti, Enrique Díaz e Cesar Baccan. Também passaram por lá o diretor Rubens Velloso e a atriz Amélia Bittencourt. PISTAS A Polícia Civil de São Paulo solicitou quebra de sigilo de usuários de sites e de empresas de telecomunicação para investigar as ameaças de morte sofridas pela atriz Deborah Secco e por sua família, inclusive a filha, Maria Flor, em redes sociais. A atriz registrou queixa há cerca de quatro meses e disse na segunda (16) que esperava uma resposta. PISTAS 2 Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o caso é investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e pela Delegacia de Fraudes Patrimoniais Praticadas por Meios Eletrônicos, que aguardam as empresas enviarem os dados. TELA CHEIA O número de inscritos para a primeira edição da Mostra Sesc de Cinema foi duas vezes maior que a expectativa dos organizadores. Ao todo foram recebidas 1.254 inscrições de cineastas independentes. Eram esperados cerca de 600 interessados. Os vencedores serão anunciados em julho e vão fechar contrato para exibir as produções nos espaços do Sesc em todo o Brasil. FOLIA DO HORÓSCOPO A "Vogue" elegeu uma famosa para representar cada signo do zodíaco em seu baile de gala de Carnaval, com o tema "Lady Zodiac". A atriz Mariana Ximenes será a taurina; a cantora Vanessa da Mata, a aquariana, e a modelo Fernanda Motta, a geminiana. Participam ainda as atrizes Giovanna Antonelli (peixes), Bruna Marquezine (leão), Cleo Pires (libra), Taís Araújo (sagitário) e Claudia Raia (capricórnio). CORPO E MOVIMENTO O espetáculo "Projeto Rastejar", com direção de Wagner Vasconcelos, teve estreia na terça-feira (17), no Viga Espaço Cênico, em Pinheiros. Dani Corrêa, José Alessandre e Roberto Santos formam o elenco. Estiveram na plateia a cantora Clara Becker e a atriz Helô Cintra. CURTO-CIRCUITO O procurador-geral de Justiça do Estado de SP, Gianpaolo Smanio, faz palestra nesta quinta-feira (19) na Casa do Saber. A Lab, marca dos irmãos Emicida e Fióti, inicia venda nesta quinta na The CZO Store, em Pinheiros, às 17h. A Secretaria Municipal de Cultura faz nesta quinta o 1º Gabinete nos Bairros, no Centro Cultural da Juventude, às 15h. Andrea Kurbhi e Roberta Nahas lançam coleção da Spezzato assinada por Paola de Orleans e Bragança. Nesta quinta, às 10h, no Masp. com JOELMIR TAVARES (interino), LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Rodovia Régis Bittencourt fica fechada por cinco horas no sentido São Paulo
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A rodovia Régis Bittencourt, principal ligação entre São Paulo e Curitiba, ficou interditada por cinco horas entre a noite deste domingo (21) e a madrugada desta segunda-feira(22). Um caminhão tombou no km 327, na região de Juquitiba, na pista sentido São Paulo, por volta das 22h45. No momento chovia muito no trecho. A carreta transportava carga de reciclagem que ficou espalhada na pista. Segundo a polícia rodoviária federal (PRF), o motorista teve ferimentos leves e foi atendido na própria rodovia. Houve transbordo da carga para outro caminhão. A rodovia foi liberada somente às 4h45 com 9 km de lentidão.
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cotidiano
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Rodovia Régis Bittencourt fica fechada por cinco horas no sentido São PauloA rodovia Régis Bittencourt, principal ligação entre São Paulo e Curitiba, ficou interditada por cinco horas entre a noite deste domingo (21) e a madrugada desta segunda-feira(22). Um caminhão tombou no km 327, na região de Juquitiba, na pista sentido São Paulo, por volta das 22h45. No momento chovia muito no trecho. A carreta transportava carga de reciclagem que ficou espalhada na pista. Segundo a polícia rodoviária federal (PRF), o motorista teve ferimentos leves e foi atendido na própria rodovia. Houve transbordo da carga para outro caminhão. A rodovia foi liberada somente às 4h45 com 9 km de lentidão.
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Republicano Rand Paul usa debate sobre espionagem em campanha
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Com sua campanha presidencial vacilando, o senador Rand Paul, republicano do Kentucky conhecido pela forte inclinação libertária e pela tendência ao dramático, estava ciente, domingo, de que tinha de colocar em prática o seu slogan "Stand with Rand" [erga-se, ou resista, com Rand]. Ele tinha de bloquear no plenário do Senado a votação de uma prorrogação dos vastos poderes de vigilância que o governo vem empregando desde os ataques de 11 de setembro de 2001. Foi uma tarefa que ele executou com gosto e com sucesso, ao menos temporário. A semana que culminou com o confronto no plenário não foi boa para Paul. A elite republicana se mobilizou em uníssono depois que ele responsabilizou a linha dura do partido pelo nascimento do Estado Islâmico (EI). As câmeras da C-SPAN, a rede de TV pública norte-americana, apanharam um dos integrantes dessa linha dura, o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, revirando os olhos zombeteiramente no Senado enquanto Paul denunciava o Estado de segurança nacional que se desenvolveu depois do 11 de Setembro. Uma pesquisa de opinião pública da Quinnipiac, lançada na semana passada, mostrava Paul liderando, por pequena margem, o segundo escalão dos aspirantes republicanos à Presidência, atrás dos cinco primeiros colocados -entre os quais azarões como o ex-governador Mike Huckabee, do Arkansas, e o neurocirurgião aposentado Ben Carson. Por isso não foi surpresa que Paul tenha tomado o palanque do Senado na noite de domingo em uma tentativa de cumprir sua promessa de que bastava um senador para garantir que a seção do Patriot Act usada pela Agência Nacional de Segurança (NSA) para recolher vastos volumes de dados telefônicos expirasse à meia-noite. "As pessoas que argumentam que o mundo vai acabar e seremos derrotados pelos jihadistas estão tentando usar o medo", alertou Paul. "Pouco a pouco, permitimos que nossa liberdade se esvaísse". Por boa parte da rara sessão dominical no Senado, ele se manteve distanciado dos demais senadores, vestindo calças claras, um blazer azul e sapatos de camurça, em companhia de dois deputados federais que pensam como ele, Justin Amash, republicano do Michigan, e Thomas Massie, republicano do Kentucky. Depois que Paul foi contrário a um pedido de Mitch McConnell, o outro senador do Kentucky e líder da maioria republicana na casa, de prorrogar por duas semanas duas autorizações de vigilância que não são muito controversas, McConnell criticou a campanha de "demagogia e desinformação" de seus oponentes. Paul se manteve sentado, impassível, no canto do plenário. Na verdade, a ação de Rand só serviu para postergar a aprovação do USA Freedom Act, que restringe a autoridade de coleta de dados do governo, mas do ponto de vista de Paul não o bastante. As objeções de um único senador podem complicar os obstáculos legislativos que um projeto de lei enfrenta, mas se houver prazo suficiente não bastam para impedi-lo. Ainda assim, o domingo foi o momento de Paul. A galeria de visitantes estava lotada de partidários vestindo camisetas vermelhas com o slogan "stand with Rand". "Ele é com certeza o principal mensageiro desse movimento", disse Massie, em tom de admiração. "O senador Paul colocou a questão em pauta nacionalmente". Há mais de uma semana, os imperativos de trabalho legislativo e de campanha do senador estão completamente alinhados. Quando ele discursou durante 10 horas e meia no plenário do Senado, na quarta-feira, para postergar o debate de uma prorrogação do Patriot Act, seus e-mails de campanha e conta no Twitter instavam os partidários de sua candidatura a postarem fotos diante de telas que mostravam o desempenho do senador na C-SPAN. E sua campanha enquanto isso promovia a venda de adesivos, camisetas e porta latas de cerveja. O America's Liberty PAC, comitê de ação política que apoia as ambições de Paul à Casa Branca, produziu um vídeo para a Internet que mostrava o duelo no plenário do Senado como uma prova de "monster trucks". "A briga pela liberdade, este domingo, domingo, domingo", o narrador gritava. A campanha de Paul violou uma norma explícita do Senado com um vídeo que mostrava trechos extensos de discursos do senador no plenário, um uso político proibido desse tipo de imagem, especialmente em esforços de arrecadação de fundos. "Houve um excesso de pose política e de promoção de uma cruzada ideológica, e isso distorceu o debate sobre a questão", declarou John Brennan, o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), domingo, em entrevista no programa "Face the Nation", da rede de TV CBS. O protesto de Paul contra o programa de vigilância sem dúvida solidificou sua posição na ala libertária do Partido Republicano, que apoiou seu pai, Ron Paul, na campanha presidencial deste em 2012. Os libertários são um público exigente, mesmo quando sua posição se opõe à do resto de seu partido e do país. Acreditam em governo mínimo, responsável apenas pela defesa nacional e nada mais. Paul parece ter decidido que precisa se esforçar para manter o apoio desse grupo. "Há um grupo de nós que representamos uma nova geração de republicanos, muito preocupados com as liberdades civis, e queremos desenvolver o Partido Republicano; Paul nos influenciou muito", disse Amash, que adota uma postura ainda menos transigente que a de Paul, Mas a manobra individual foi uma grande aposta. Paul passou mais de um ano tentando se aproximar de McConnell, buscando reforçar sua posição junto à elite do partido. Uma série de discursos sobre política externa parecia ter por objetivo atenuar o medo de que Paul na presidência viesse a reduzir o apoio norte-americano a Israel. Paul parecia estar tentando se reaproximar da ala da segurança nacional em seu partido, liderada pelo senador John McCain, do Arizona, que certa vez definiu o colega como "um sujeito amalucado". Agora, parece que todos esses esforços foram vãos. McCain e Paul trocaram farpas a noite toda no plenário do Senado, domingo. Pouco depois que a sessão foi aberta, o senador Dan Coats, de Indiana, estava alertando sobre os perigos que o país enfrentaria, sem a vigilância, e Paul tentou interferir. McCain rebateu, zangado: "Quero ordem. O senador do Kentucky precisa aprender as regras do Senado". A altercação foi a continuação de uma batalha que durou a semana toda. Na quarta-feira, Paul declarou no programa "Morning Joe", da MSNBC, que "o EIIL existe e ganhou força por causa da linha dura de nosso partido, que distribui armas indiscriminadamente, e a maioria dessas armas terminou capturada pelo EIIL". Isso atraiu denúncias de todos os quadrantes do Partido Republicano, por exemplo do governador Scott Walker, do Wisconsin, outro dos pré-candidatos do partido à presidência, e do colunista conservador Charles Krauthammer. O revirar de olhos de Graham serviu como momento cômico, mas levou Paul a abrir fogo contra seus críticos, especialmente McCain. "Domingo, vou enfrentar os apologistas do Estado espião. Precisarei de toda ajuda e apoio que puder", ele escreveu aos seus partidários na quarta-feira. "Infelizmente, parece que o presidente, o senador sênior do Arizona e outros membros da bancada do revirar de olhos não conseguem suportar qualquer menção à Carta de Direitos, e todos estão operando com a mesma tática". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mundo
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Republicano Rand Paul usa debate sobre espionagem em campanhaCom sua campanha presidencial vacilando, o senador Rand Paul, republicano do Kentucky conhecido pela forte inclinação libertária e pela tendência ao dramático, estava ciente, domingo, de que tinha de colocar em prática o seu slogan "Stand with Rand" [erga-se, ou resista, com Rand]. Ele tinha de bloquear no plenário do Senado a votação de uma prorrogação dos vastos poderes de vigilância que o governo vem empregando desde os ataques de 11 de setembro de 2001. Foi uma tarefa que ele executou com gosto e com sucesso, ao menos temporário. A semana que culminou com o confronto no plenário não foi boa para Paul. A elite republicana se mobilizou em uníssono depois que ele responsabilizou a linha dura do partido pelo nascimento do Estado Islâmico (EI). As câmeras da C-SPAN, a rede de TV pública norte-americana, apanharam um dos integrantes dessa linha dura, o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, revirando os olhos zombeteiramente no Senado enquanto Paul denunciava o Estado de segurança nacional que se desenvolveu depois do 11 de Setembro. Uma pesquisa de opinião pública da Quinnipiac, lançada na semana passada, mostrava Paul liderando, por pequena margem, o segundo escalão dos aspirantes republicanos à Presidência, atrás dos cinco primeiros colocados -entre os quais azarões como o ex-governador Mike Huckabee, do Arkansas, e o neurocirurgião aposentado Ben Carson. Por isso não foi surpresa que Paul tenha tomado o palanque do Senado na noite de domingo em uma tentativa de cumprir sua promessa de que bastava um senador para garantir que a seção do Patriot Act usada pela Agência Nacional de Segurança (NSA) para recolher vastos volumes de dados telefônicos expirasse à meia-noite. "As pessoas que argumentam que o mundo vai acabar e seremos derrotados pelos jihadistas estão tentando usar o medo", alertou Paul. "Pouco a pouco, permitimos que nossa liberdade se esvaísse". Por boa parte da rara sessão dominical no Senado, ele se manteve distanciado dos demais senadores, vestindo calças claras, um blazer azul e sapatos de camurça, em companhia de dois deputados federais que pensam como ele, Justin Amash, republicano do Michigan, e Thomas Massie, republicano do Kentucky. Depois que Paul foi contrário a um pedido de Mitch McConnell, o outro senador do Kentucky e líder da maioria republicana na casa, de prorrogar por duas semanas duas autorizações de vigilância que não são muito controversas, McConnell criticou a campanha de "demagogia e desinformação" de seus oponentes. Paul se manteve sentado, impassível, no canto do plenário. Na verdade, a ação de Rand só serviu para postergar a aprovação do USA Freedom Act, que restringe a autoridade de coleta de dados do governo, mas do ponto de vista de Paul não o bastante. As objeções de um único senador podem complicar os obstáculos legislativos que um projeto de lei enfrenta, mas se houver prazo suficiente não bastam para impedi-lo. Ainda assim, o domingo foi o momento de Paul. A galeria de visitantes estava lotada de partidários vestindo camisetas vermelhas com o slogan "stand with Rand". "Ele é com certeza o principal mensageiro desse movimento", disse Massie, em tom de admiração. "O senador Paul colocou a questão em pauta nacionalmente". Há mais de uma semana, os imperativos de trabalho legislativo e de campanha do senador estão completamente alinhados. Quando ele discursou durante 10 horas e meia no plenário do Senado, na quarta-feira, para postergar o debate de uma prorrogação do Patriot Act, seus e-mails de campanha e conta no Twitter instavam os partidários de sua candidatura a postarem fotos diante de telas que mostravam o desempenho do senador na C-SPAN. E sua campanha enquanto isso promovia a venda de adesivos, camisetas e porta latas de cerveja. O America's Liberty PAC, comitê de ação política que apoia as ambições de Paul à Casa Branca, produziu um vídeo para a Internet que mostrava o duelo no plenário do Senado como uma prova de "monster trucks". "A briga pela liberdade, este domingo, domingo, domingo", o narrador gritava. A campanha de Paul violou uma norma explícita do Senado com um vídeo que mostrava trechos extensos de discursos do senador no plenário, um uso político proibido desse tipo de imagem, especialmente em esforços de arrecadação de fundos. "Houve um excesso de pose política e de promoção de uma cruzada ideológica, e isso distorceu o debate sobre a questão", declarou John Brennan, o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), domingo, em entrevista no programa "Face the Nation", da rede de TV CBS. O protesto de Paul contra o programa de vigilância sem dúvida solidificou sua posição na ala libertária do Partido Republicano, que apoiou seu pai, Ron Paul, na campanha presidencial deste em 2012. Os libertários são um público exigente, mesmo quando sua posição se opõe à do resto de seu partido e do país. Acreditam em governo mínimo, responsável apenas pela defesa nacional e nada mais. Paul parece ter decidido que precisa se esforçar para manter o apoio desse grupo. "Há um grupo de nós que representamos uma nova geração de republicanos, muito preocupados com as liberdades civis, e queremos desenvolver o Partido Republicano; Paul nos influenciou muito", disse Amash, que adota uma postura ainda menos transigente que a de Paul, Mas a manobra individual foi uma grande aposta. Paul passou mais de um ano tentando se aproximar de McConnell, buscando reforçar sua posição junto à elite do partido. Uma série de discursos sobre política externa parecia ter por objetivo atenuar o medo de que Paul na presidência viesse a reduzir o apoio norte-americano a Israel. Paul parecia estar tentando se reaproximar da ala da segurança nacional em seu partido, liderada pelo senador John McCain, do Arizona, que certa vez definiu o colega como "um sujeito amalucado". Agora, parece que todos esses esforços foram vãos. McCain e Paul trocaram farpas a noite toda no plenário do Senado, domingo. Pouco depois que a sessão foi aberta, o senador Dan Coats, de Indiana, estava alertando sobre os perigos que o país enfrentaria, sem a vigilância, e Paul tentou interferir. McCain rebateu, zangado: "Quero ordem. O senador do Kentucky precisa aprender as regras do Senado". A altercação foi a continuação de uma batalha que durou a semana toda. Na quarta-feira, Paul declarou no programa "Morning Joe", da MSNBC, que "o EIIL existe e ganhou força por causa da linha dura de nosso partido, que distribui armas indiscriminadamente, e a maioria dessas armas terminou capturada pelo EIIL". Isso atraiu denúncias de todos os quadrantes do Partido Republicano, por exemplo do governador Scott Walker, do Wisconsin, outro dos pré-candidatos do partido à presidência, e do colunista conservador Charles Krauthammer. O revirar de olhos de Graham serviu como momento cômico, mas levou Paul a abrir fogo contra seus críticos, especialmente McCain. "Domingo, vou enfrentar os apologistas do Estado espião. Precisarei de toda ajuda e apoio que puder", ele escreveu aos seus partidários na quarta-feira. "Infelizmente, parece que o presidente, o senador sênior do Arizona e outros membros da bancada do revirar de olhos não conseguem suportar qualquer menção à Carta de Direitos, e todos estão operando com a mesma tática". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Oposição diz que vai à PF para denunciar 'Diário Oficial recheado'
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Líderes da oposição na Câmara afirmaram no início da tarde deste sábado (16) que vão entrar com uma notícia-crime para pedir investigação da Polícia Federal sobre atos tomados pelo governo federal nos últimos dias que, para os oposicionistas, representam "desvios de finalidade" no esforço para impedir a derrota da presidente Dilma Rousseff na votação do pedido de impeachment. A oposição reconheceu ter deixado de contar entre "dois a quatro" votos, entre sexta-feira e sábado, de parlamentares que se diziam indecisos mas que "poderiam votar a favor" do impeachment, daí a reação às atividades do Planalto. Na entrevista coletiva concedida no Salão Verde da Câmara, os oposicionistas não apresentaram prova das alegações, mas prometeram fazê-lo quando do protocolo da denúncia na PF. Segundo a oposição, deverá ser comunicada à PF "a transferência de terras da União ao Estado do Amapá", que teria tido o objetivo de "garantir os oito votos da bancada do Estado", pois haveria seis indecisos e dois contrários, além de uma série de nomeações publicadas no Diário Oficial da União neste sábado. A transferência, segundo a oposição, "foi assinada no Planalto" na sexta-feira, mas não publicada ainda no Diário Oficial. Líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino alegou que o "Diário Oficial está recheado". Segundo ele, a denúncia da oposição será "contra Lula, contra Dilma, contra alguns integrantes e agentes do governo". "Estão negociando cargos no governo. A guerra é válida mas dentro dos limites da lei. Não é vale tudo, não queremos o vale tudo", afirmou o deputado do DEM. A iniciativa da oposição de procurar a PF, segundo Avelino, "é o contra-golpe". "O governo está tentando dar um golpe fora da Constituição." Mendonça Filho (DEM-PE) disse que está havendo "um jogo pesado" e "o mais sórdido e sujo da história da política brasileira". Segundo ele, o governo atua fortemente para obter votos favoráveis. Mas o deputado voltou a dizer que a oposição está em situação folgada, "fechou um balanço novo" que indicaria 367 votos favoráveis ao impeachment, 129 contrários e 17 indecisos. O DEM alega que não vai procurar a PGR (Procuradoria Geral da República), mas sim a PF porque a Procuradoria estaria "fechada e sem plantonista". Abordado pela Folha no plenário da Câmara para falar sobre a denúncia da oposição, Henrique Fontana (PT-RS), um dos vice-líderes da sigla, respondeu: "Eu não vou falar com ninguém por meia hora. Estou muito cansado".
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Oposição diz que vai à PF para denunciar 'Diário Oficial recheado'Líderes da oposição na Câmara afirmaram no início da tarde deste sábado (16) que vão entrar com uma notícia-crime para pedir investigação da Polícia Federal sobre atos tomados pelo governo federal nos últimos dias que, para os oposicionistas, representam "desvios de finalidade" no esforço para impedir a derrota da presidente Dilma Rousseff na votação do pedido de impeachment. A oposição reconheceu ter deixado de contar entre "dois a quatro" votos, entre sexta-feira e sábado, de parlamentares que se diziam indecisos mas que "poderiam votar a favor" do impeachment, daí a reação às atividades do Planalto. Na entrevista coletiva concedida no Salão Verde da Câmara, os oposicionistas não apresentaram prova das alegações, mas prometeram fazê-lo quando do protocolo da denúncia na PF. Segundo a oposição, deverá ser comunicada à PF "a transferência de terras da União ao Estado do Amapá", que teria tido o objetivo de "garantir os oito votos da bancada do Estado", pois haveria seis indecisos e dois contrários, além de uma série de nomeações publicadas no Diário Oficial da União neste sábado. A transferência, segundo a oposição, "foi assinada no Planalto" na sexta-feira, mas não publicada ainda no Diário Oficial. Líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino alegou que o "Diário Oficial está recheado". Segundo ele, a denúncia da oposição será "contra Lula, contra Dilma, contra alguns integrantes e agentes do governo". "Estão negociando cargos no governo. A guerra é válida mas dentro dos limites da lei. Não é vale tudo, não queremos o vale tudo", afirmou o deputado do DEM. A iniciativa da oposição de procurar a PF, segundo Avelino, "é o contra-golpe". "O governo está tentando dar um golpe fora da Constituição." Mendonça Filho (DEM-PE) disse que está havendo "um jogo pesado" e "o mais sórdido e sujo da história da política brasileira". Segundo ele, o governo atua fortemente para obter votos favoráveis. Mas o deputado voltou a dizer que a oposição está em situação folgada, "fechou um balanço novo" que indicaria 367 votos favoráveis ao impeachment, 129 contrários e 17 indecisos. O DEM alega que não vai procurar a PGR (Procuradoria Geral da República), mas sim a PF porque a Procuradoria estaria "fechada e sem plantonista". Abordado pela Folha no plenário da Câmara para falar sobre a denúncia da oposição, Henrique Fontana (PT-RS), um dos vice-líderes da sigla, respondeu: "Eu não vou falar com ninguém por meia hora. Estou muito cansado".
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Aço chinês expõe desafios da indústria siderúrgica no mundo
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Diante da ilusão criada pelo movimento de globalização, que anunciava a morte dos Estados e a perspectiva da paz universal, a Grã-Bretanha permitiu a migração de toda a sua indústria siderúrgica. Hoje, diante dos fatos, deve estar arrependida. Nada está mais longe do que a "paz universal"! Com Trump, Putin, Xi Jinping e o que promete o futuro eleitoral da Europa, a probabilidade de um conflito de proporções catastróficas deveria estar no seu radar (iluminado pelo Brexit). Se ele ocorrer, ela não produzirá mais os "Spitfires" que a salvaram de Hitler... Temos insistido que a siderurgia é fundamental para a sobrevivência de qualquer nação. É ela que proporciona as necessárias autonomias alimentar, energética e militar, mas tem merecido pouca atenção do nosso governo. Começamos a assistir a um processo de concentração propício à cartelização. O fator de perturbação do mercado mundial do aço é a China, com mais de 400 milhões de toneladas de capacidade ociosa. Não sendo uma economia de mercado, seus preços são "políticos" e servem à sua aparentemente mansa "realpolitik"! Nos anos 2000 o governo alemão aumentou a regulação do setor siderúrgico para reduzir a poluição e aumentou a regulação do mercado de trabalho, o que reduziu a competitividade da sua siderurgia. O grupo Thyssen-Krup decidiu fechar parte de suas unidades e as colocou à venda como sucata! Pelo cálculo dos alemães, a desmontagem levaria três anos. Os chineses compraram e desmontaram tudo em um ano! Transferiram as de Dortmund para Junfeng, onde o salário horário era de U$ 0,50 (então um infinitésimo diante do salário alemão) e não havia nem regulação trabalhista nem controle de poluição, ou seja, essas externalidades não estariam no preço. Hoje a produção de Jinfeng está incorporada à economia chinesa e o baixo valor do seu aço é insumo de outros setores. Propaga uma aparente eficiência produtiva que se estende a toda a exportação chinesa que contém produto siderúrgico (máquinas, equipamentos etc.). A tragédia é que alguns "cientistas" estão convencidos de que esse é o resultado da eficiente produção de aço da China, da alta competitividade do setor e da fixação dos seus preços pelo "custo marginal"! E agora Trump quer que suas obras públicas só usem aço americano... No Brasil apertamos o controle da poluição, aumentamos a regulação do mercado de trabalho e aplicamos ao setor, cujo processo de produção é longo, a maior taxa de juros real do mundo. Não satisfeitos, rejeitamos o "reintegra" e cobramos impostos até do descuidado consumidor mundial que quiser comprar nossos produtos!
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colunas
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Aço chinês expõe desafios da indústria siderúrgica no mundoDiante da ilusão criada pelo movimento de globalização, que anunciava a morte dos Estados e a perspectiva da paz universal, a Grã-Bretanha permitiu a migração de toda a sua indústria siderúrgica. Hoje, diante dos fatos, deve estar arrependida. Nada está mais longe do que a "paz universal"! Com Trump, Putin, Xi Jinping e o que promete o futuro eleitoral da Europa, a probabilidade de um conflito de proporções catastróficas deveria estar no seu radar (iluminado pelo Brexit). Se ele ocorrer, ela não produzirá mais os "Spitfires" que a salvaram de Hitler... Temos insistido que a siderurgia é fundamental para a sobrevivência de qualquer nação. É ela que proporciona as necessárias autonomias alimentar, energética e militar, mas tem merecido pouca atenção do nosso governo. Começamos a assistir a um processo de concentração propício à cartelização. O fator de perturbação do mercado mundial do aço é a China, com mais de 400 milhões de toneladas de capacidade ociosa. Não sendo uma economia de mercado, seus preços são "políticos" e servem à sua aparentemente mansa "realpolitik"! Nos anos 2000 o governo alemão aumentou a regulação do setor siderúrgico para reduzir a poluição e aumentou a regulação do mercado de trabalho, o que reduziu a competitividade da sua siderurgia. O grupo Thyssen-Krup decidiu fechar parte de suas unidades e as colocou à venda como sucata! Pelo cálculo dos alemães, a desmontagem levaria três anos. Os chineses compraram e desmontaram tudo em um ano! Transferiram as de Dortmund para Junfeng, onde o salário horário era de U$ 0,50 (então um infinitésimo diante do salário alemão) e não havia nem regulação trabalhista nem controle de poluição, ou seja, essas externalidades não estariam no preço. Hoje a produção de Jinfeng está incorporada à economia chinesa e o baixo valor do seu aço é insumo de outros setores. Propaga uma aparente eficiência produtiva que se estende a toda a exportação chinesa que contém produto siderúrgico (máquinas, equipamentos etc.). A tragédia é que alguns "cientistas" estão convencidos de que esse é o resultado da eficiente produção de aço da China, da alta competitividade do setor e da fixação dos seus preços pelo "custo marginal"! E agora Trump quer que suas obras públicas só usem aço americano... No Brasil apertamos o controle da poluição, aumentamos a regulação do mercado de trabalho e aplicamos ao setor, cujo processo de produção é longo, a maior taxa de juros real do mundo. Não satisfeitos, rejeitamos o "reintegra" e cobramos impostos até do descuidado consumidor mundial que quiser comprar nossos produtos!
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CPTM projeta shopping e hotel em estação Brás, no centro de São Paulo
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Dependente de verbas do governo estadual, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vai implementar um projeto ambicioso em busca de receitas não tarifárias: a construção de shopping, hotel e prédio empresarial na estação Brás, no centro de São Paulo. O primeiro centro comercial do sistema ferroviário paulista está sendo planejado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) seguindo uma tendência lançada pelo Metrô, que já conta com cinco shoppings em estações. A localização desse empreendimento é estratégica: a região é conhecida pelo intenso comércio popular, a estação já recebe 165 mil usuários por dia e a previsão é que alcance 220 mil até 2025. Na avaliação da companhia, a praça de alimentação do shopping atrairia um público que visita ou trabalha na região. O hotel visaria moradores de outras cidades que estenderiam seu período de compras se tivessem uma opção confortável de estadia. É planejado também um estacionamento para atender os ônibus de comerciantes que vêm de fora da capital. "O projeto preliminar foi inspirado em modelos implantados em países como Inglaterra e Japão", diz a CPTM, que consultou a iniciativa privada sobre eventual interesse em um empreendimento desse tipo. Após receber sinal positivo de associações comerciais, a companhia paulista avançou com os planos. O shopping deve ser construído em área contígua à estação. O terreno, que pertence à União, abriga hoje um galpão usado por áreas administrativas e operacionais da própria empresa, além de pequenas casas que precisarão passar por desapropriação. A entrada do centro comercial deve ocorrer pelo mezanino da estação, que atende as linhas 10-turquesa, 11-coral e 12-safira da CPTM. Lá há interligação com a linha 3-vermelha do Metrô, que já conta com diversas lojas e pontos de alimentação. CONCESSÃO A exemplo do que ocorre nos empreendimentos do Metrô, a construção do shopping da CPTM está sendo preparada em regime de concessão. Sob esse modelo, as obras e a administração ficam sob responsabilidade privada; em troca, a companhia recebe um percentual anual do faturamento obtido. Ainda não há prazo definido para as obras do projeto, que ainda poderá sofrer alterações. No ano passado, a cessão de espaços para estabelecimentos comerciais gerou receita de R$ 11,6 milhões à CPTM. No total, as verbas não tarifárias (não geradas por passagens) chegaram a R$ 56,7 milhões, 2,5% das receitas da companhia em 2015. Há espaço para crescer: só com shoppings, o Metrô arrecadou R$ 46 milhões em um ano, quando suas receitas adicionais à venda de bilhetes chegaram a R$ 186 milhões. No caso da CPTM, aumentar os lucros nesses setores é uma forma de garantir sua operação. Diferentemente do Metrô, a empresa não se sustenta apenas com a tarifa paga pelos usuários –depende de subsídios do Estado. No ano passado, a gestão Alckmin –também afetada pela recessão e promovendo diversos cortes– teve que repassar quase R$ 1 bilhão à companhia de trens. Com a crise econômica, há diminuição no número de passageiros pagantes na rede ferroviária da região metropolitana; por outro lado, a concessão de gratuidades e descontos a estudantes e idosos tem crescido. Em 2015, a empresa teve queda de 5% no número de passageiros pagantes e de 0,2% no número total de passageiros, que chegou a 831 milhões. Desse total, 52 milhões foram transportados gratuitamente, um aumento de cerca de 20 milhões em relação ao ano anterior. A expectativa da CPTM é que as gratuidades (que incluem ainda desempregados) continuem a subir neste ano.
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cotidiano
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CPTM projeta shopping e hotel em estação Brás, no centro de São PauloDependente de verbas do governo estadual, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vai implementar um projeto ambicioso em busca de receitas não tarifárias: a construção de shopping, hotel e prédio empresarial na estação Brás, no centro de São Paulo. O primeiro centro comercial do sistema ferroviário paulista está sendo planejado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) seguindo uma tendência lançada pelo Metrô, que já conta com cinco shoppings em estações. A localização desse empreendimento é estratégica: a região é conhecida pelo intenso comércio popular, a estação já recebe 165 mil usuários por dia e a previsão é que alcance 220 mil até 2025. Na avaliação da companhia, a praça de alimentação do shopping atrairia um público que visita ou trabalha na região. O hotel visaria moradores de outras cidades que estenderiam seu período de compras se tivessem uma opção confortável de estadia. É planejado também um estacionamento para atender os ônibus de comerciantes que vêm de fora da capital. "O projeto preliminar foi inspirado em modelos implantados em países como Inglaterra e Japão", diz a CPTM, que consultou a iniciativa privada sobre eventual interesse em um empreendimento desse tipo. Após receber sinal positivo de associações comerciais, a companhia paulista avançou com os planos. O shopping deve ser construído em área contígua à estação. O terreno, que pertence à União, abriga hoje um galpão usado por áreas administrativas e operacionais da própria empresa, além de pequenas casas que precisarão passar por desapropriação. A entrada do centro comercial deve ocorrer pelo mezanino da estação, que atende as linhas 10-turquesa, 11-coral e 12-safira da CPTM. Lá há interligação com a linha 3-vermelha do Metrô, que já conta com diversas lojas e pontos de alimentação. CONCESSÃO A exemplo do que ocorre nos empreendimentos do Metrô, a construção do shopping da CPTM está sendo preparada em regime de concessão. Sob esse modelo, as obras e a administração ficam sob responsabilidade privada; em troca, a companhia recebe um percentual anual do faturamento obtido. Ainda não há prazo definido para as obras do projeto, que ainda poderá sofrer alterações. No ano passado, a cessão de espaços para estabelecimentos comerciais gerou receita de R$ 11,6 milhões à CPTM. No total, as verbas não tarifárias (não geradas por passagens) chegaram a R$ 56,7 milhões, 2,5% das receitas da companhia em 2015. Há espaço para crescer: só com shoppings, o Metrô arrecadou R$ 46 milhões em um ano, quando suas receitas adicionais à venda de bilhetes chegaram a R$ 186 milhões. No caso da CPTM, aumentar os lucros nesses setores é uma forma de garantir sua operação. Diferentemente do Metrô, a empresa não se sustenta apenas com a tarifa paga pelos usuários –depende de subsídios do Estado. No ano passado, a gestão Alckmin –também afetada pela recessão e promovendo diversos cortes– teve que repassar quase R$ 1 bilhão à companhia de trens. Com a crise econômica, há diminuição no número de passageiros pagantes na rede ferroviária da região metropolitana; por outro lado, a concessão de gratuidades e descontos a estudantes e idosos tem crescido. Em 2015, a empresa teve queda de 5% no número de passageiros pagantes e de 0,2% no número total de passageiros, que chegou a 831 milhões. Desse total, 52 milhões foram transportados gratuitamente, um aumento de cerca de 20 milhões em relação ao ano anterior. A expectativa da CPTM é que as gratuidades (que incluem ainda desempregados) continuem a subir neste ano.
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Ronaldo era um líder negativo para o time, diz Capello
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O técnico italiano Fabio Capello afirmou que o ex-atacante Ronaldo foi um grande jogador, mas não era um bom exemplo para os seus companheiros de time. Capello treinou Ronaldo no segundo semestre de 2006, no Real Madrid. Em janeiro de 2007, o brasileiro deixou o clube espanhol para jogar pelo Milan, da Itália. "Ronaldo é o maior jogador que já treinei", disse o treinador antes da crítica. "Ele se apresentou em Madri com 96 kg. Eu pedi para chegar com 88, 90 kg. Era um grandíssimo jogador, mas um líder negativo para o grupo", afirmou o técnico em entrevista publicada pelo jornal italiano "La Gazzetta dello Sport". "Vendemos ele em janeiro e o ambiente no time mudou completamente. Conseguimos tirar nove pontos de vantagem do Barcelona [no Campeonato Espanhol]. O impacto midiático foi enorme", disse Capello. No fim das contas, o Real Madrid terminou a temporada com o título do Campeonato Espanhol.
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esporte
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Ronaldo era um líder negativo para o time, diz CapelloO técnico italiano Fabio Capello afirmou que o ex-atacante Ronaldo foi um grande jogador, mas não era um bom exemplo para os seus companheiros de time. Capello treinou Ronaldo no segundo semestre de 2006, no Real Madrid. Em janeiro de 2007, o brasileiro deixou o clube espanhol para jogar pelo Milan, da Itália. "Ronaldo é o maior jogador que já treinei", disse o treinador antes da crítica. "Ele se apresentou em Madri com 96 kg. Eu pedi para chegar com 88, 90 kg. Era um grandíssimo jogador, mas um líder negativo para o grupo", afirmou o técnico em entrevista publicada pelo jornal italiano "La Gazzetta dello Sport". "Vendemos ele em janeiro e o ambiente no time mudou completamente. Conseguimos tirar nove pontos de vantagem do Barcelona [no Campeonato Espanhol]. O impacto midiático foi enorme", disse Capello. No fim das contas, o Real Madrid terminou a temporada com o título do Campeonato Espanhol.
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Veja cinco dicas para aproveitar São Paulo nos próximos dias
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JÚLIA BARBON ESTAGIÁRIA DA EDITORIA DE SEMANAIS DA FOLHA 1. COMPRAS EM MOEMA Uma alternativa para quem não quer passar o sábado de sol enfurnado em um shopping. Algumas lojas são caras, mas os outlets compensam. Termine com um sorvete da Stuppendo. Ruas Gaivota, Canário, Normandia e outras. 2. CEMITÉRIO GETHSÊMANI O enorme jardim e o barulho dos pássaros fazem esquecer a razão da visita. No Dia de Finados, as lápides discretas ganham flores de todas as cores e apresentação de violino. Pça. da Ressurreição, 1, Vila Sônia, região oeste, tel. 3742-5322. 3. KINOPLEX ITAIM Localizado em uma espécie de praça comercial, o cinema é cercado de árvores e mesas ao ar livre. Para relaxar depois do almoço, encontrar os amigos à tarde e curtir um encontro romântico à noite. Informe-se sobre o local 4. REY CASTRO Para os amantes de salsa, merengue e reggaeton, a casa traz um mix de músicas latinas ao vivo. Vende long neck até da Áustria e deliciosos mojitos e frozen drinks. O preço da entrada varia bastante: de R$ 23 para mulheres a R$ 95 para homens, dependendo do dia. Informe-se sobre o local 5. BAR TATU BOLA O teto forrado com fitinhas do Bonfim dá um toque acolhedor ao bar, que tem roda de samba e sertanejo no fim de semana. As caipirinhas chegam em potes e são misturadas na frente do cliente. Informe-se sobre o local
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saopaulo
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Veja cinco dicas para aproveitar São Paulo nos próximos diasJÚLIA BARBON ESTAGIÁRIA DA EDITORIA DE SEMANAIS DA FOLHA 1. COMPRAS EM MOEMA Uma alternativa para quem não quer passar o sábado de sol enfurnado em um shopping. Algumas lojas são caras, mas os outlets compensam. Termine com um sorvete da Stuppendo. Ruas Gaivota, Canário, Normandia e outras. 2. CEMITÉRIO GETHSÊMANI O enorme jardim e o barulho dos pássaros fazem esquecer a razão da visita. No Dia de Finados, as lápides discretas ganham flores de todas as cores e apresentação de violino. Pça. da Ressurreição, 1, Vila Sônia, região oeste, tel. 3742-5322. 3. KINOPLEX ITAIM Localizado em uma espécie de praça comercial, o cinema é cercado de árvores e mesas ao ar livre. Para relaxar depois do almoço, encontrar os amigos à tarde e curtir um encontro romântico à noite. Informe-se sobre o local 4. REY CASTRO Para os amantes de salsa, merengue e reggaeton, a casa traz um mix de músicas latinas ao vivo. Vende long neck até da Áustria e deliciosos mojitos e frozen drinks. O preço da entrada varia bastante: de R$ 23 para mulheres a R$ 95 para homens, dependendo do dia. Informe-se sobre o local 5. BAR TATU BOLA O teto forrado com fitinhas do Bonfim dá um toque acolhedor ao bar, que tem roda de samba e sertanejo no fim de semana. As caipirinhas chegam em potes e são misturadas na frente do cliente. Informe-se sobre o local
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Gestão Haddad expõe na internet dados de pacientes da rede pública
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A Prefeitura de São Paulo deixou expostos na internet dados pessoais e até mesmo detalhes do prontuário médico de pacientes atendidos pelo SUS e servidores da Secretaria Municipal de Saúde. As informações se referem aos registros de centenas de milhares de pessoas –podendo alcançar 650 mil, segundo planilhas disponibilizadas. Estavam abertas informações como nome completo, CPF, endereço e número de telefone. Em relação às pacientes, praticamente todas gestantes, havia ainda detalhes sobre parto (se foi prematuro) e gravidez (se era de risco ou se houve algum aborto). Os dados podiam ser encontrados e acessados, sem necessidade de senha ou nome de usuário, por qualquer um que fazia buscas em sites como Google –por exemplo, com as palavras "extranet", "prefeitura" e "São Paulo". Questionada pela Folha na manhã desta terça (5), a gestão Fernando Haddad (PT) retirou as planilhas da internet por volta das 16h. A prefeitura também diz que foi aberto processo para apurar a responsabilidade pela falha. Ainda não é possível saber se esse problema ocorreu só na gestão Haddad ou se os dados estão expostos no site desde administrações anteriores. As informações divulgadas foram registradas no período de 2001 a 2007. Segundo as planilhas, elas se referem a até 350 mil pacientes mulheres e até 300 mil servidores e ex-servidores públicos. Constavam nomes de 15.926 mães que tiveram bebês nascidos com menos de sete meses de gestação, 4.237 com abortos e 181 com mortes de recém-nascidos. Em alguns casos, havia inclusive a data de aborto da mulher registrada no serviço de saúde. A Folha consultou individualmente os dados de 15 pessoas que aparecem nas planilhas e confirmou a veracidade das informações –com elas, por telefone, ou com outros sistemas oficiais que disponibilizam só parte dos dados gerais (sem CPF e telefone residencial, por exemplo). O banco de dados, voltado para controle interno da secretaria, estava em endereço referente à intranet da pasta, ambiente digital que deveria ser protegido por mecanismos de segurança digital. De acordo com uma portaria de 2009 do Ministério da Saúde, os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) têm direito ao "sigilo e à confidencialidade de todas as informações pessoais, mesmo após a morte, salvo nos casos de risco à saúde pública". José Geraldo Romanello Bueno, professor do Mackenzie e especialista em direito médico, diz que os ofendidos pela divulgação dos dados podem pedir indenização. "Causa constrangimento." "A pessoa estará muito mais exposta a ataques de variadas naturezas", diz Wagner Meira Jr., professor de ciência da computação da Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em segurança na internet. "É o que se chama de roubo de identidade." Outro risco é a divulgação da informação para empresas seguradoras de saúde. "[Os planos] passariam a selecionar os seus clientes com base no histórico médico", afirma Silvio Romero Beltrão, professor de direito da Universidade Federal de Pernambuco. EXPOSIÇÃO INDEVIDA - Site da Secretaria Municipal de Saúde com dados pessoais de pacientes e funcionários foi tirado do ar às 16h APURAÇÃO A Secretaria de Saúde da gestão Fernando Haddad (PT) afirma que as informações sobre pacientes e funcionários foram retiradas do ar e que foi aberto um processo para apurar a responsabilidade pela exposição desses dados pessoais na internet. Por meio de uma nota enviada à reportagem, a pasta afirma que "trabalha pela proteção dos dados dos pacientes e funcionários e constantemente avalia seus protocolos de acesso e segurança". Segundo a secretaria, os dados expostos fazem parte de um "canal interno" que está "fora de uso desde o início de 2013", primeiro ano de mandato do prefeito Haddad. Diz que eles estão hospedados na Prodam (empresa de tecnologia da prefeitura) com outras informações, "todas protegidas por uso de senha e login de acesso restrito". Oficialmente, a prefeitura divulga dados sobre sua rede de saúde, como quantidade de atendimentos, mas sem informações pessoais dos pacientes. Em relação aos servidores, o portal da transparência expõe dados como remuneração e cargo, mas não números de documentos ou endereço e telefone residencial. A Secretaria Municipal de Saúde não respondeu a outros questionamentos feitos pela reportagem. Por exemplo, sobre há quanto tempo os dados pessoais estavam acessíveis na internet e detalhes sobre a segurança dessas informações.
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cotidiano
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Gestão Haddad expõe na internet dados de pacientes da rede públicaA Prefeitura de São Paulo deixou expostos na internet dados pessoais e até mesmo detalhes do prontuário médico de pacientes atendidos pelo SUS e servidores da Secretaria Municipal de Saúde. As informações se referem aos registros de centenas de milhares de pessoas –podendo alcançar 650 mil, segundo planilhas disponibilizadas. Estavam abertas informações como nome completo, CPF, endereço e número de telefone. Em relação às pacientes, praticamente todas gestantes, havia ainda detalhes sobre parto (se foi prematuro) e gravidez (se era de risco ou se houve algum aborto). Os dados podiam ser encontrados e acessados, sem necessidade de senha ou nome de usuário, por qualquer um que fazia buscas em sites como Google –por exemplo, com as palavras "extranet", "prefeitura" e "São Paulo". Questionada pela Folha na manhã desta terça (5), a gestão Fernando Haddad (PT) retirou as planilhas da internet por volta das 16h. A prefeitura também diz que foi aberto processo para apurar a responsabilidade pela falha. Ainda não é possível saber se esse problema ocorreu só na gestão Haddad ou se os dados estão expostos no site desde administrações anteriores. As informações divulgadas foram registradas no período de 2001 a 2007. Segundo as planilhas, elas se referem a até 350 mil pacientes mulheres e até 300 mil servidores e ex-servidores públicos. Constavam nomes de 15.926 mães que tiveram bebês nascidos com menos de sete meses de gestação, 4.237 com abortos e 181 com mortes de recém-nascidos. Em alguns casos, havia inclusive a data de aborto da mulher registrada no serviço de saúde. A Folha consultou individualmente os dados de 15 pessoas que aparecem nas planilhas e confirmou a veracidade das informações –com elas, por telefone, ou com outros sistemas oficiais que disponibilizam só parte dos dados gerais (sem CPF e telefone residencial, por exemplo). O banco de dados, voltado para controle interno da secretaria, estava em endereço referente à intranet da pasta, ambiente digital que deveria ser protegido por mecanismos de segurança digital. De acordo com uma portaria de 2009 do Ministério da Saúde, os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) têm direito ao "sigilo e à confidencialidade de todas as informações pessoais, mesmo após a morte, salvo nos casos de risco à saúde pública". José Geraldo Romanello Bueno, professor do Mackenzie e especialista em direito médico, diz que os ofendidos pela divulgação dos dados podem pedir indenização. "Causa constrangimento." "A pessoa estará muito mais exposta a ataques de variadas naturezas", diz Wagner Meira Jr., professor de ciência da computação da Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em segurança na internet. "É o que se chama de roubo de identidade." Outro risco é a divulgação da informação para empresas seguradoras de saúde. "[Os planos] passariam a selecionar os seus clientes com base no histórico médico", afirma Silvio Romero Beltrão, professor de direito da Universidade Federal de Pernambuco. EXPOSIÇÃO INDEVIDA - Site da Secretaria Municipal de Saúde com dados pessoais de pacientes e funcionários foi tirado do ar às 16h APURAÇÃO A Secretaria de Saúde da gestão Fernando Haddad (PT) afirma que as informações sobre pacientes e funcionários foram retiradas do ar e que foi aberto um processo para apurar a responsabilidade pela exposição desses dados pessoais na internet. Por meio de uma nota enviada à reportagem, a pasta afirma que "trabalha pela proteção dos dados dos pacientes e funcionários e constantemente avalia seus protocolos de acesso e segurança". Segundo a secretaria, os dados expostos fazem parte de um "canal interno" que está "fora de uso desde o início de 2013", primeiro ano de mandato do prefeito Haddad. Diz que eles estão hospedados na Prodam (empresa de tecnologia da prefeitura) com outras informações, "todas protegidas por uso de senha e login de acesso restrito". Oficialmente, a prefeitura divulga dados sobre sua rede de saúde, como quantidade de atendimentos, mas sem informações pessoais dos pacientes. Em relação aos servidores, o portal da transparência expõe dados como remuneração e cargo, mas não números de documentos ou endereço e telefone residencial. A Secretaria Municipal de Saúde não respondeu a outros questionamentos feitos pela reportagem. Por exemplo, sobre há quanto tempo os dados pessoais estavam acessíveis na internet e detalhes sobre a segurança dessas informações.
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Situação das contas públicas impede novos estímulos econômicos, diz Levy
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Em palestra dada à ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o ministro da Fazenda Joaquim Levy defendeu os ajustes feitos pelo governo e a postura da presidente Dilma em relação à crise econômica. A Folha acompanhou a palestra ao vivo. Para Levy, as contas do país impedem novas medidas de incentivo e é necessária confiança no Brasil. "Se ficarmos com medo, temos problemas porque nos paralisamos. Contas públicas em ordem são a primeira coisa para ter confiança no país. É importante termos coragem para dar certo no tempo certo", afirmou. Levy afirmou concordar com a presidente sobre o fato de que "o mundo mudou" e isso tem impactado na economia brasileira. Para o ministro, a diminuição de políticas de incentivo à economia em parceiros como Estados Unidos e China teve impacto negativo no país. Para ele, a situação fiscal do Brasil faz com que o país não suporte outras medidas de estímulo. "Temos que equilibrar o BNDES e eliminar mudanças que haviam sido feitas. Eram medidas claramente insustentáveis do ponto de vista fiscal", disse. O ministro afirmou que o governo trabalha para eliminar cenários mais desfavoráveis, como o "downgrade" por parte de agências de classificação de risco, crise cambial e inflação alta. "Quanto menor a incerteza geral, mais dá para cada um tomar risco", afirmou. Os cortes, no entanto, ocorrem dentro dos limites do Executivo e são barrados por gastos obrigatórios, como os aprovados pelo Congresso. "Há partidos propondo que todo aumento do salário mínimo seja transferido indiscriminadamente ao INSS. Partidos da oposição têm sido muito focais nisso. Ajustes da aposentadoria acima da inflação têm que ser discutidos, mas são questões que vão além da área em que o Executivo pode atuar. Nas medidas em que o governo pode mexer, os cortes têm sido muito fortes." Ele criticou agendas de apoio por cada setor produtivo e intervenções via "capitalismo de Estado". "Senão criamos uma economia cada vez mais complexa em que cada problema cria três outros." Ele afirmou que juros mais baixos virão quando os gastos públicos estiverem equilibrados e a poupança brasileira, maior. "Juros da Ásia são baixos, mas eles têm poupança de 30%, 40% do PIB", afirmou. Para ele, a poupança brasileira pode ter caído para menos de 12% do PIB. QUASE UNÂNIME Mais tarde, ao sair de outro evento em São Paulo, com empresários na Fiesp, Levy disse a jornalistas que o ajuste fiscal é "quase uma unanimidade entre as classes produtoras". O presidente da entidade, Paulo Skaf, concordou com a fala de Levy, mas adicionou que o que não é unanimidade é a forma de se fazer o ajuste. "Na nossa visão, é possível fazer o ajuste ou aumentando receita ou reduzindo despesa. Esse é o ponto em que divergimos. Nós queremos que seja feito no sentido de redução de despesas do governo. E não de aumento de receita. Como não há crescimento, aumentar receita significa aumentar impostos. E a sociedade está cansada de pagar impostos", afirmou Skaf a jornalistas após a reunião com o ministro. De acordo com o presidente da Fiesp, Levy concordou com a necessidade de diálogo. "Neste momento, está sendo estruturada uma junção do Pis/Cofins pelo governo. Nós não queremos ver depois de ter saído. Nós precisamos ver essa medida antes. Uma coisa é a simplificação, em juntar dois impostos. Outra coisa é, na hora de juntar, aumentar a carga." Segundo Skaf, em nenhum momento Levy tratou das manifestações deste domingo (15) durante a reunião, que teve a participação de empresários como Abilio Diniz, Flávio Rocha, Josué Gomes e outros.
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mercado
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Situação das contas públicas impede novos estímulos econômicos, diz LevyEm palestra dada à ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o ministro da Fazenda Joaquim Levy defendeu os ajustes feitos pelo governo e a postura da presidente Dilma em relação à crise econômica. A Folha acompanhou a palestra ao vivo. Para Levy, as contas do país impedem novas medidas de incentivo e é necessária confiança no Brasil. "Se ficarmos com medo, temos problemas porque nos paralisamos. Contas públicas em ordem são a primeira coisa para ter confiança no país. É importante termos coragem para dar certo no tempo certo", afirmou. Levy afirmou concordar com a presidente sobre o fato de que "o mundo mudou" e isso tem impactado na economia brasileira. Para o ministro, a diminuição de políticas de incentivo à economia em parceiros como Estados Unidos e China teve impacto negativo no país. Para ele, a situação fiscal do Brasil faz com que o país não suporte outras medidas de estímulo. "Temos que equilibrar o BNDES e eliminar mudanças que haviam sido feitas. Eram medidas claramente insustentáveis do ponto de vista fiscal", disse. O ministro afirmou que o governo trabalha para eliminar cenários mais desfavoráveis, como o "downgrade" por parte de agências de classificação de risco, crise cambial e inflação alta. "Quanto menor a incerteza geral, mais dá para cada um tomar risco", afirmou. Os cortes, no entanto, ocorrem dentro dos limites do Executivo e são barrados por gastos obrigatórios, como os aprovados pelo Congresso. "Há partidos propondo que todo aumento do salário mínimo seja transferido indiscriminadamente ao INSS. Partidos da oposição têm sido muito focais nisso. Ajustes da aposentadoria acima da inflação têm que ser discutidos, mas são questões que vão além da área em que o Executivo pode atuar. Nas medidas em que o governo pode mexer, os cortes têm sido muito fortes." Ele criticou agendas de apoio por cada setor produtivo e intervenções via "capitalismo de Estado". "Senão criamos uma economia cada vez mais complexa em que cada problema cria três outros." Ele afirmou que juros mais baixos virão quando os gastos públicos estiverem equilibrados e a poupança brasileira, maior. "Juros da Ásia são baixos, mas eles têm poupança de 30%, 40% do PIB", afirmou. Para ele, a poupança brasileira pode ter caído para menos de 12% do PIB. QUASE UNÂNIME Mais tarde, ao sair de outro evento em São Paulo, com empresários na Fiesp, Levy disse a jornalistas que o ajuste fiscal é "quase uma unanimidade entre as classes produtoras". O presidente da entidade, Paulo Skaf, concordou com a fala de Levy, mas adicionou que o que não é unanimidade é a forma de se fazer o ajuste. "Na nossa visão, é possível fazer o ajuste ou aumentando receita ou reduzindo despesa. Esse é o ponto em que divergimos. Nós queremos que seja feito no sentido de redução de despesas do governo. E não de aumento de receita. Como não há crescimento, aumentar receita significa aumentar impostos. E a sociedade está cansada de pagar impostos", afirmou Skaf a jornalistas após a reunião com o ministro. De acordo com o presidente da Fiesp, Levy concordou com a necessidade de diálogo. "Neste momento, está sendo estruturada uma junção do Pis/Cofins pelo governo. Nós não queremos ver depois de ter saído. Nós precisamos ver essa medida antes. Uma coisa é a simplificação, em juntar dois impostos. Outra coisa é, na hora de juntar, aumentar a carga." Segundo Skaf, em nenhum momento Levy tratou das manifestações deste domingo (15) durante a reunião, que teve a participação de empresários como Abilio Diniz, Flávio Rocha, Josué Gomes e outros.
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Novo presidente do Palmeiras ouve apelo de aliados por austeridade
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Neste sábado (26), os associados e conselheiros do Palmeiras devem confirmar Mauricio Precivalle Galiotte, 47, como o 39º presidente da história do clube. Atual primeiro vice-presidente e candidato único, ele precisa apenas de maioria simples na eleição, ou seja, a metade mais um dos eleitores presentes. Nove mil pessoas estão aptas para votar. Primeiro candidato único à presidência do clube desde 1999, quando Mustafá Contursi foi reeleito para seu quarto mandato, Galiotte é visto como um "pacificador". Tem habilidades diplomáticas que podem vir a calhar no novo momento político que se avizinha no Palmeiras. No seu segundo mandato, o atual presidente Paulo Nobre trouxe jogadores renomados e teve gastos vultosos com contratações, sendo que boa parte deles só pôde ser viabilizado devido ao empréstimo de mais de R$ 150 milhões que fez ao clube. Dessa forma, levou o time à conquista da Copa do Brasil em 2015 e pode garantir o título do Brasileiro neste domingo (27). Por outro lado, há quem o critique pelos gastos. Mustafá, que permanece como a maior força política do clube, pede maior austeridade a Galiotte. "Espero que seja um mandato de recuperação financeira. Rolamos a dívida com esforço pessoal do Paulo Nobre, mas continuamos em situação complicada e espero que o Maurício tenha austeridade na administração", disse o cartola à Folha. Como vice de Nobre, Galiotte era o encarregado de manejar as turbulentas relações com a patrocinadora Crefisa. No auge da mais grave das crises, em abril, quando o técnico Cuca usou um colete sobre a camisa do Palmeiras, escondendo o nome da patrocinadora, ele teve papel fundamental. Os donos da empresa, Leila Pereira e José Lamacchia, pararam de pagar as parcelas de patrocínio (R$ 66 milhões por ano) e não queriam conversar com o presidente, que por sua vez também não fez esforço para retomar o contato. Segundo participantes das tratativas, o patrocínio só não foi perdido devido à habilidade de Galiotte de agradar as partes para reaproximá-las. O novo presidente era querido pelo "casal Crefisa" antes mesmo de ser o responsável pelos "panos quentes". Galiotte tem excelente relação com o ex-presidente do clube Mustafá Contursi, que por sua vez é amigo de Lamacchia e sua mulher, que deverá se eleger conselheira do clube em fevereiro. As seguidas reuniões de pacificação entre clube e patrocinador aconteceram no escritório de Contursi, com a participação do ex-presidente, os Lamacchias e Galiotte. Do lado da outra parceira do clube, a construtora WTorre, a situação é semelhante à da Crefisa. A saída de Nobre é vista com bons olhos pela direção da empresa, já que sua postura foi vista como "intransigente" em conversas com a empresa no período. A empresa cogitou registrar um boletim de ocorrência após Nobre expulsar um flamenguista dos camarotes do Allianz Parque em setembro. Novamente, prevalece na WTorre a impressão de que Galiotte foi a via de acesso mais razoável à gestão palmeirense nos últimos anos. Líder de grande número de conselheiros do Palmeiras (cerca de 90 de um total de 300 que compõem o conselho), Contursi teve papel importante na indicação de Galiotte à presidência. O concorrente à indicação de Nobre, o segundo vice-presidente Genaro Marino, foi diretor de futebol durante a gestão de Affonso Della Monica (2005-2008). Contursi o descreve como "bom coadjuvante", ressaltando que foi diretor social do Palmeiras durante sua gestão. Galiotte também foi diretor social entre 2009 e 2010. Uma das pautas históricas de Contursi e seu grupo é a sede social, e Galiotte já garantiu que dará especial atenção ao tema. Nobre procurou Contursi para ter uma avaliação sobre o candidato que já planejava lançar, e teve resposta positiva. No possível "cabo de guerra" que se instalará ao longo do período entre as lideranças que sustentam Galiotte, Leila Pereira, da Crefisa, será uma força de Mustafá. Com grande influência financeira sobre o clube, ela será lançada pela chapa do ex-presidente. O carisma de Galiotte se estende aos adversários políticos tradicionais. A chapa "União Verde e Branca", a principal entre as opositoras de Nobre, não lançou candidato e aprovou publicamente o nome de Galiotte. "Entendemos claramente que Galiotte é diferente de Paulo Nobre. É muito mais receptivo a ideias e sugestões", disseram em nota. Rompida com Nobre, a principal organizada do clube, a Mancha Alvi Verde, tem entendimento parecido. "Ele deve valorizar mais o torcedor. O Nobre afastou todos os tipos de torcedores, não só os de organizada. Ele tenta elitizar o clube, deixar só quem tem dinheiro se aproximar do estádio. O Galiotte é agregador, anda na rua, para para conversar", analisa Nando Nigro, presidente da organizada. "O Mauricio vai fazer uma gestão de continuidade. O relacionamento entre os dois grupos [mustafistas e nobristas], que formam o 'grupão' que me deu sustentação política, também sustentará o Mauricio", diz Nobre. EMPRESÁRIO Galiotte tem um perfil profissional mais tradicional que o de Nobre, membro de família riquíssima e investidor financeiro. Nascido em São Paulo, é formado em administração de empresas pela PUC com pós-graduação em marketing pela Faap. Atualmente é proprietário de uma fábrica de chaves e fechaduras em Barueri, na Grande São Paulo. Fundada em 1948, a empresa de grande porte tem galpão de 2.500 metros quadrados e capital social de mais de R$ 13 milhões. Sócio do Palmeiras desde 1978, defendeu o clube nas categorias de base do futebol e do futsal entre 1979 e 1987. Em 2001, iniciou sua trajetória política ao ser eleito como suplente do Conselho Deliberativo. Em 2004, na gestão de Mustafá, foi escolhido como conselheiro efetivo. Entre 2007 e 2008, foi diretor de esportes amadores na gestão de Della Monica. Já sob a presidência de Luiz Gonzaga Belluzzo, nos dois anos seguintes, foi diretor social.
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Novo presidente do Palmeiras ouve apelo de aliados por austeridadeNeste sábado (26), os associados e conselheiros do Palmeiras devem confirmar Mauricio Precivalle Galiotte, 47, como o 39º presidente da história do clube. Atual primeiro vice-presidente e candidato único, ele precisa apenas de maioria simples na eleição, ou seja, a metade mais um dos eleitores presentes. Nove mil pessoas estão aptas para votar. Primeiro candidato único à presidência do clube desde 1999, quando Mustafá Contursi foi reeleito para seu quarto mandato, Galiotte é visto como um "pacificador". Tem habilidades diplomáticas que podem vir a calhar no novo momento político que se avizinha no Palmeiras. No seu segundo mandato, o atual presidente Paulo Nobre trouxe jogadores renomados e teve gastos vultosos com contratações, sendo que boa parte deles só pôde ser viabilizado devido ao empréstimo de mais de R$ 150 milhões que fez ao clube. Dessa forma, levou o time à conquista da Copa do Brasil em 2015 e pode garantir o título do Brasileiro neste domingo (27). Por outro lado, há quem o critique pelos gastos. Mustafá, que permanece como a maior força política do clube, pede maior austeridade a Galiotte. "Espero que seja um mandato de recuperação financeira. Rolamos a dívida com esforço pessoal do Paulo Nobre, mas continuamos em situação complicada e espero que o Maurício tenha austeridade na administração", disse o cartola à Folha. Como vice de Nobre, Galiotte era o encarregado de manejar as turbulentas relações com a patrocinadora Crefisa. No auge da mais grave das crises, em abril, quando o técnico Cuca usou um colete sobre a camisa do Palmeiras, escondendo o nome da patrocinadora, ele teve papel fundamental. Os donos da empresa, Leila Pereira e José Lamacchia, pararam de pagar as parcelas de patrocínio (R$ 66 milhões por ano) e não queriam conversar com o presidente, que por sua vez também não fez esforço para retomar o contato. Segundo participantes das tratativas, o patrocínio só não foi perdido devido à habilidade de Galiotte de agradar as partes para reaproximá-las. O novo presidente era querido pelo "casal Crefisa" antes mesmo de ser o responsável pelos "panos quentes". Galiotte tem excelente relação com o ex-presidente do clube Mustafá Contursi, que por sua vez é amigo de Lamacchia e sua mulher, que deverá se eleger conselheira do clube em fevereiro. As seguidas reuniões de pacificação entre clube e patrocinador aconteceram no escritório de Contursi, com a participação do ex-presidente, os Lamacchias e Galiotte. Do lado da outra parceira do clube, a construtora WTorre, a situação é semelhante à da Crefisa. A saída de Nobre é vista com bons olhos pela direção da empresa, já que sua postura foi vista como "intransigente" em conversas com a empresa no período. A empresa cogitou registrar um boletim de ocorrência após Nobre expulsar um flamenguista dos camarotes do Allianz Parque em setembro. Novamente, prevalece na WTorre a impressão de que Galiotte foi a via de acesso mais razoável à gestão palmeirense nos últimos anos. Líder de grande número de conselheiros do Palmeiras (cerca de 90 de um total de 300 que compõem o conselho), Contursi teve papel importante na indicação de Galiotte à presidência. O concorrente à indicação de Nobre, o segundo vice-presidente Genaro Marino, foi diretor de futebol durante a gestão de Affonso Della Monica (2005-2008). Contursi o descreve como "bom coadjuvante", ressaltando que foi diretor social do Palmeiras durante sua gestão. Galiotte também foi diretor social entre 2009 e 2010. Uma das pautas históricas de Contursi e seu grupo é a sede social, e Galiotte já garantiu que dará especial atenção ao tema. Nobre procurou Contursi para ter uma avaliação sobre o candidato que já planejava lançar, e teve resposta positiva. No possível "cabo de guerra" que se instalará ao longo do período entre as lideranças que sustentam Galiotte, Leila Pereira, da Crefisa, será uma força de Mustafá. Com grande influência financeira sobre o clube, ela será lançada pela chapa do ex-presidente. O carisma de Galiotte se estende aos adversários políticos tradicionais. A chapa "União Verde e Branca", a principal entre as opositoras de Nobre, não lançou candidato e aprovou publicamente o nome de Galiotte. "Entendemos claramente que Galiotte é diferente de Paulo Nobre. É muito mais receptivo a ideias e sugestões", disseram em nota. Rompida com Nobre, a principal organizada do clube, a Mancha Alvi Verde, tem entendimento parecido. "Ele deve valorizar mais o torcedor. O Nobre afastou todos os tipos de torcedores, não só os de organizada. Ele tenta elitizar o clube, deixar só quem tem dinheiro se aproximar do estádio. O Galiotte é agregador, anda na rua, para para conversar", analisa Nando Nigro, presidente da organizada. "O Mauricio vai fazer uma gestão de continuidade. O relacionamento entre os dois grupos [mustafistas e nobristas], que formam o 'grupão' que me deu sustentação política, também sustentará o Mauricio", diz Nobre. EMPRESÁRIO Galiotte tem um perfil profissional mais tradicional que o de Nobre, membro de família riquíssima e investidor financeiro. Nascido em São Paulo, é formado em administração de empresas pela PUC com pós-graduação em marketing pela Faap. Atualmente é proprietário de uma fábrica de chaves e fechaduras em Barueri, na Grande São Paulo. Fundada em 1948, a empresa de grande porte tem galpão de 2.500 metros quadrados e capital social de mais de R$ 13 milhões. Sócio do Palmeiras desde 1978, defendeu o clube nas categorias de base do futebol e do futsal entre 1979 e 1987. Em 2001, iniciou sua trajetória política ao ser eleito como suplente do Conselho Deliberativo. Em 2004, na gestão de Mustafá, foi escolhido como conselheiro efetivo. Entre 2007 e 2008, foi diretor de esportes amadores na gestão de Della Monica. Já sob a presidência de Luiz Gonzaga Belluzzo, nos dois anos seguintes, foi diretor social.
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Temer deixará reforma da previdência para depois das eleições, creem aliados
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Senadores favoráveis a Michel Temer faziam previsões sobre o governo definitivo do interino nesta segunda (29), durante o julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff, no Senado. Uma delas é a de que ele não enviará ao Congresso a reforma da previdência, com proposta de idade mínima de aposentadoria, antes das eleições. BARRIGA Os senadores do PP diziam já ter conversado com o próprio Temer sobre o tema. Cerca de cem deputados, diziam, são candidatos a prefeito. Se o governo enviar ao Congresso a reforma da previdência, eles serão obrigados a se posicionar. Se apoiarem, correm o risco de perder a eleição. Melhor então deixar para depois. CUCA CHEIA "Ninguém vai ter cabeça aqui no Congresso para discutir esse assunto, em pleno período eleitoral", admitia o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos mais próximos de Temer. "Seria um tiro no pé", dizia Garibaldi Alves (PMDB-RN), ex-ministro da Previdência. Leia a coluna completa aqui
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Temer deixará reforma da previdência para depois das eleições, creem aliadosSenadores favoráveis a Michel Temer faziam previsões sobre o governo definitivo do interino nesta segunda (29), durante o julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff, no Senado. Uma delas é a de que ele não enviará ao Congresso a reforma da previdência, com proposta de idade mínima de aposentadoria, antes das eleições. BARRIGA Os senadores do PP diziam já ter conversado com o próprio Temer sobre o tema. Cerca de cem deputados, diziam, são candidatos a prefeito. Se o governo enviar ao Congresso a reforma da previdência, eles serão obrigados a se posicionar. Se apoiarem, correm o risco de perder a eleição. Melhor então deixar para depois. CUCA CHEIA "Ninguém vai ter cabeça aqui no Congresso para discutir esse assunto, em pleno período eleitoral", admitia o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos mais próximos de Temer. "Seria um tiro no pé", dizia Garibaldi Alves (PMDB-RN), ex-ministro da Previdência. Leia a coluna completa aqui
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Chile vence Peru e vai à final por título inédito na Copa América
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O Chile está na final da Copa América em busca do título inédito após quatro vices. A vitória sobre o Peru, nesta segunda (29), por 2 a 1, deu nova esperança aos donos da casa na busca da primeira taça continental após perder as decisões de 1979 e 1987 e ficar em segundo em 1955 e 1956. Na final de sábado (4), novamente no Estádio Nacional, na capital Santiago, os chilenos enfrentam o vencedor do duelo desta terça (30), entre Argentina e Paraguai. Os dois gols do Chile na semifinal foram do atacante Vargas -o primeiro em rebote e o segundo um golaço de fora da área. O gol peruano foi contra, do zagueiro Medel. O zagueiro peruano Zambrano foi expulso ao 19 minutos do primeiro tempo, quando o jogo ainda estava 0 a 0. "Com 11 contra 11 seria diferente", reclamou o atacante peruano Paolo Guerrero ao final da partida. Infográfico Seleções na Copa América
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esporte
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Chile vence Peru e vai à final por título inédito na Copa AméricaO Chile está na final da Copa América em busca do título inédito após quatro vices. A vitória sobre o Peru, nesta segunda (29), por 2 a 1, deu nova esperança aos donos da casa na busca da primeira taça continental após perder as decisões de 1979 e 1987 e ficar em segundo em 1955 e 1956. Na final de sábado (4), novamente no Estádio Nacional, na capital Santiago, os chilenos enfrentam o vencedor do duelo desta terça (30), entre Argentina e Paraguai. Os dois gols do Chile na semifinal foram do atacante Vargas -o primeiro em rebote e o segundo um golaço de fora da área. O gol peruano foi contra, do zagueiro Medel. O zagueiro peruano Zambrano foi expulso ao 19 minutos do primeiro tempo, quando o jogo ainda estava 0 a 0. "Com 11 contra 11 seria diferente", reclamou o atacante peruano Paolo Guerrero ao final da partida. Infográfico Seleções na Copa América
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Retrato de Mao por Warhol é vendido por US$ 12,7 milhões em leilão
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Um retrato em serigrafia do dirigente chinês Mao Tsé-Tung, realizado em 1973 por Andy Warhol, foi vendido em um leilão por US$ 12,7 milhões no domingo (2) em Hong Kong, anunciou a Sotheby's, que organizou a venda. A Sotheby's esperava alcançar US$ 15 milhões para a obra de 127 cm sobre 107 cm, a maior estimativa para um quadro na Ásia. A identidade do comprador não foi revelada. A venda, apresentada pela casa de leilões como a primeira "significativa" de arte ocidental contemporânea em Hong Kong, acontece em um cenário de crescente demanda dos colecionadores da região, em particular na China. O leilão provocou interesse porque o uso da imagem de Mao é muito sensível na China, onde as imagens do líder chinês realizadas pelo rei da pop art são polêmicas. Em 2013, dez retratos em serigrafia e em acrílico do dirigente chinês foram retirados de uma grande retrospectiva em Xangai sobre Andy Warhol, depois de ter passado por Hong Kong e Cingapura. A utilização na China da imagem de Mao é uma questão delicada porque continua sendo uma figura polêmica, apesar de seu retrato dominar a Praça Tiananmen (Paz Celestial) em Pequim e aparecer nas cédulas do banco chinês. O culto a sua personalidade durante as décadas de 1960 e 70 do século passado resultou em vários cartazes e estátuas, desaparecidos em sua maioria atualmente. Os retratos de Mao, dos anos 1972 e 1973, marcaram o retorno de Warhol (1928-1987) à pintura. O artista teria se inspirado na histórica visita do presidente americano Richard Nixon a China em 1972. Warhol, que visitou a China em 1982, produziu centenas de retratos de Mao.
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ilustrada
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Retrato de Mao por Warhol é vendido por US$ 12,7 milhões em leilãoUm retrato em serigrafia do dirigente chinês Mao Tsé-Tung, realizado em 1973 por Andy Warhol, foi vendido em um leilão por US$ 12,7 milhões no domingo (2) em Hong Kong, anunciou a Sotheby's, que organizou a venda. A Sotheby's esperava alcançar US$ 15 milhões para a obra de 127 cm sobre 107 cm, a maior estimativa para um quadro na Ásia. A identidade do comprador não foi revelada. A venda, apresentada pela casa de leilões como a primeira "significativa" de arte ocidental contemporânea em Hong Kong, acontece em um cenário de crescente demanda dos colecionadores da região, em particular na China. O leilão provocou interesse porque o uso da imagem de Mao é muito sensível na China, onde as imagens do líder chinês realizadas pelo rei da pop art são polêmicas. Em 2013, dez retratos em serigrafia e em acrílico do dirigente chinês foram retirados de uma grande retrospectiva em Xangai sobre Andy Warhol, depois de ter passado por Hong Kong e Cingapura. A utilização na China da imagem de Mao é uma questão delicada porque continua sendo uma figura polêmica, apesar de seu retrato dominar a Praça Tiananmen (Paz Celestial) em Pequim e aparecer nas cédulas do banco chinês. O culto a sua personalidade durante as décadas de 1960 e 70 do século passado resultou em vários cartazes e estátuas, desaparecidos em sua maioria atualmente. Os retratos de Mao, dos anos 1972 e 1973, marcaram o retorno de Warhol (1928-1987) à pintura. O artista teria se inspirado na histórica visita do presidente americano Richard Nixon a China em 1972. Warhol, que visitou a China em 1982, produziu centenas de retratos de Mao.
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Caracas tem marcha de mulheres por referendo contra Nicolás Maduro
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"Venezuela, corajosa, será libertada!", gritaram mulheres que marcham neste sábado (22), em Caracas, em protesto pela suspensão do processo de referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. "Vamos aparecer nas ruas e lutar pelo revogatório", disse à imprensa Lilian Tintori, mulher do opositor preso Leopoldo López, uma das principais promotoras da mobilização. "Você pode ficar todo dia na fila para comprar comida e, ainda assim, não conseguir o que precisa (...), e o governo bloqueia as soluções para a crise", reclamou Nayiber Bracho, 30, uma das manifestantes, em entrevista à AFP. Convocada por Tintori e por outras lideranças da oposição, como a ex-deputada María Corina Machado, a marcha das "corajosas" saiu de quatro pontos diferentes de Caracas para chegar à estrada Francisco Fajardo, principal artéria da cidade. "Hoje começa uma nova etapa de luta contra a ditadura, a etapa definitiva", disse María Corina. "Vamos fazer valer a maioria que o povo, que nos elegeu, nos deu", afirmou a deputada Gabriela Arellano, em discurso em um dos pontos de concentração para a manifestação deste sábado. Na sexta-feira (22), a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) advertiu que "chegou a hora" de definições no país, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) voltou a adiar a coleta de quatro milhões de assinaturas necessárias para convocar a consulta contra Maduro. Em nome da MUD, o ex-candidato presidencial Henrique Capriles anunciou ontem uma grande mobilização nacional para a próxima quarta-feira: "Vamos tomar a Venezuela de ponta a ponta". DIÁLOGO Ao suspender o processo para a realização do referendo, o CNE disse "acatar" sentenças judiciais de tribunais regionais que anularam a coleta anterior de assinaturas sob alegação de fraude, após milhares de recursos legais terem sido apresentados por dirigentes do chavismo. Nesse clima, o Parlamento, de maioria opositora, prepara uma sessão especial para este domingo (23), durante a qual promete anunciar medidas concretas contra a paralisação do processo. Em meio a essa nova escalada de tensões, o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz, informou que delegados da situação e da oposição vão se reunir em separado, neste fim de semana, com uma missão internacional liderada pelo ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. O objetivo é conseguir estabelecer um diálogo. Em nota divulgada neste sábado pelo ministério argentino das Relações Exteriores, 12 países da Organização dos Estados Americanos (OEA) mostraram sua preocupação com a suspensão do referendo na Venezuela e pediram ao governo Maduro que encontre caminhos para dialogar. "Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, México, Peru e Uruguai (...) expressam sua profunda preocupação com a decisão adotada pelo Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela de adiar o processo de coleta de 20% do padrão eleitoral", denunciou o texto. Na sexta (21), o presidente do Parlamento de maioria opositora, Henry Ramos Allup, anunciou que dirigentes da MUD viajarão para Washington "nos próximos dias" para pedir ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que aplique a Carta Democrática Interamericana à Venezuela. O instrumento prevê sanções internacionais no caso de ruptura da ordem democrática.
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mundo
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Caracas tem marcha de mulheres por referendo contra Nicolás Maduro"Venezuela, corajosa, será libertada!", gritaram mulheres que marcham neste sábado (22), em Caracas, em protesto pela suspensão do processo de referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. "Vamos aparecer nas ruas e lutar pelo revogatório", disse à imprensa Lilian Tintori, mulher do opositor preso Leopoldo López, uma das principais promotoras da mobilização. "Você pode ficar todo dia na fila para comprar comida e, ainda assim, não conseguir o que precisa (...), e o governo bloqueia as soluções para a crise", reclamou Nayiber Bracho, 30, uma das manifestantes, em entrevista à AFP. Convocada por Tintori e por outras lideranças da oposição, como a ex-deputada María Corina Machado, a marcha das "corajosas" saiu de quatro pontos diferentes de Caracas para chegar à estrada Francisco Fajardo, principal artéria da cidade. "Hoje começa uma nova etapa de luta contra a ditadura, a etapa definitiva", disse María Corina. "Vamos fazer valer a maioria que o povo, que nos elegeu, nos deu", afirmou a deputada Gabriela Arellano, em discurso em um dos pontos de concentração para a manifestação deste sábado. Na sexta-feira (22), a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) advertiu que "chegou a hora" de definições no país, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) voltou a adiar a coleta de quatro milhões de assinaturas necessárias para convocar a consulta contra Maduro. Em nome da MUD, o ex-candidato presidencial Henrique Capriles anunciou ontem uma grande mobilização nacional para a próxima quarta-feira: "Vamos tomar a Venezuela de ponta a ponta". DIÁLOGO Ao suspender o processo para a realização do referendo, o CNE disse "acatar" sentenças judiciais de tribunais regionais que anularam a coleta anterior de assinaturas sob alegação de fraude, após milhares de recursos legais terem sido apresentados por dirigentes do chavismo. Nesse clima, o Parlamento, de maioria opositora, prepara uma sessão especial para este domingo (23), durante a qual promete anunciar medidas concretas contra a paralisação do processo. Em meio a essa nova escalada de tensões, o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz, informou que delegados da situação e da oposição vão se reunir em separado, neste fim de semana, com uma missão internacional liderada pelo ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. O objetivo é conseguir estabelecer um diálogo. Em nota divulgada neste sábado pelo ministério argentino das Relações Exteriores, 12 países da Organização dos Estados Americanos (OEA) mostraram sua preocupação com a suspensão do referendo na Venezuela e pediram ao governo Maduro que encontre caminhos para dialogar. "Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, México, Peru e Uruguai (...) expressam sua profunda preocupação com a decisão adotada pelo Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela de adiar o processo de coleta de 20% do padrão eleitoral", denunciou o texto. Na sexta (21), o presidente do Parlamento de maioria opositora, Henry Ramos Allup, anunciou que dirigentes da MUD viajarão para Washington "nos próximos dias" para pedir ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que aplique a Carta Democrática Interamericana à Venezuela. O instrumento prevê sanções internacionais no caso de ruptura da ordem democrática.
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2015 testará populismo
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Governos ditos populistas passaram garbosamente, em 2014, pelos desafios eleitorais a que foram submetidos na Bolívia, Brasil e Uruguai. Mas é este 2015 que vai, efetivamente, testar nas urnas a saúde do populismo. Atenção, não uso a palavra "populismo" (ou derivados) com conotação pejorativa ou negativa, ao contrário da maioria. Populismo pode, de fato, ser deletério, quando trata de distribuir riquezas que não foram criadas nem o serão. Mas pode ser benéfico quando cuida de atender demandas populares secularmente postergadas na América Latina. O problema maior do populismo, do meu ponto de vista, é que ele tem sido incapaz de promover mudanças estruturais que pudessem levar a um crescimento sustentado e a um desenvolvimento sustentável e socialmente mais justo. É exemplar, a esse respeito, o caso da Venezuela. O populismo chavista conseguiu reduzir a pobreza de 51,7% no ano 2000 a 29% em 2012, último ano em que há estatísticas comparáveis, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Deu a uma massa de venezuelanos, pela primeira vez, a sensação de que eram cidadãos e não marginais. Parabéns. Mas o modelo está esgotado. A Venezuela de Nicolás Maduro é uma ruína econômica sem contemplações. A inflação (63,6% nos 12 meses até novembro) é recorde no hemisfério Sul; a economia retrocedeu 2,3% no terceiro trimestre, na terceira queda trimestral consecutiva; o dólar oficial vale 6,30 pesos, mas o paralelo é 228 vezes mais caro. Falta quase tudo no comércio, a ponto de levar uma empresa citada no livro Guinness a fechar temporariamente suas portas. Trata-se da sorveteria Coromoto, da cidade de Mérida, que, há 30 anos, vende 863 sabores, o que a alçou ao Guinness. Motivo do fechamento: falta leite.Alguma surpresa com o fato de que 85,7% digam que o país está no rumo errado, conforme recente pesquisa do instituto Datanálisis? O desgastado presidente Maduro já avisou que, logo no início do ano, vai corrigir o sistema cambial, que muitos analistas consideram o pai de todos os males econômicos do país. A mudança cambial tende a ser a última carta que Maduro jogará para tentar vencer a eleição de 2015 (para o Legislativo). Resta ver se o presidente se renderá ao livre jogo de mercado ou se dobrará a aposta nos controles, por continuar acreditando que a situação crítica é produto de guerra econômica movida pela oposição. Se preferir a segunda hipótese, Maduro terá de aumentar também a aposta no já intenso cerceamento da oposição, de maneira a evitar o que é natural em situações econômicas adversas (a derrota do governo de turno). Ou, posto de outra forma, as eleições venezuelanas –que, no chavismo, foram razoavelmente livres, mas não justas– perderiam ambas as características, e a Venezuela deixaria de ser uma democracia. O governo Dilma Rousseff, ele próprio um populismo em crise de identidade, continuaria calado ante essa violação das regras do jogo? Feliz 2015.
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2015 testará populismoGovernos ditos populistas passaram garbosamente, em 2014, pelos desafios eleitorais a que foram submetidos na Bolívia, Brasil e Uruguai. Mas é este 2015 que vai, efetivamente, testar nas urnas a saúde do populismo. Atenção, não uso a palavra "populismo" (ou derivados) com conotação pejorativa ou negativa, ao contrário da maioria. Populismo pode, de fato, ser deletério, quando trata de distribuir riquezas que não foram criadas nem o serão. Mas pode ser benéfico quando cuida de atender demandas populares secularmente postergadas na América Latina. O problema maior do populismo, do meu ponto de vista, é que ele tem sido incapaz de promover mudanças estruturais que pudessem levar a um crescimento sustentado e a um desenvolvimento sustentável e socialmente mais justo. É exemplar, a esse respeito, o caso da Venezuela. O populismo chavista conseguiu reduzir a pobreza de 51,7% no ano 2000 a 29% em 2012, último ano em que há estatísticas comparáveis, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Deu a uma massa de venezuelanos, pela primeira vez, a sensação de que eram cidadãos e não marginais. Parabéns. Mas o modelo está esgotado. A Venezuela de Nicolás Maduro é uma ruína econômica sem contemplações. A inflação (63,6% nos 12 meses até novembro) é recorde no hemisfério Sul; a economia retrocedeu 2,3% no terceiro trimestre, na terceira queda trimestral consecutiva; o dólar oficial vale 6,30 pesos, mas o paralelo é 228 vezes mais caro. Falta quase tudo no comércio, a ponto de levar uma empresa citada no livro Guinness a fechar temporariamente suas portas. Trata-se da sorveteria Coromoto, da cidade de Mérida, que, há 30 anos, vende 863 sabores, o que a alçou ao Guinness. Motivo do fechamento: falta leite.Alguma surpresa com o fato de que 85,7% digam que o país está no rumo errado, conforme recente pesquisa do instituto Datanálisis? O desgastado presidente Maduro já avisou que, logo no início do ano, vai corrigir o sistema cambial, que muitos analistas consideram o pai de todos os males econômicos do país. A mudança cambial tende a ser a última carta que Maduro jogará para tentar vencer a eleição de 2015 (para o Legislativo). Resta ver se o presidente se renderá ao livre jogo de mercado ou se dobrará a aposta nos controles, por continuar acreditando que a situação crítica é produto de guerra econômica movida pela oposição. Se preferir a segunda hipótese, Maduro terá de aumentar também a aposta no já intenso cerceamento da oposição, de maneira a evitar o que é natural em situações econômicas adversas (a derrota do governo de turno). Ou, posto de outra forma, as eleições venezuelanas –que, no chavismo, foram razoavelmente livres, mas não justas– perderiam ambas as características, e a Venezuela deixaria de ser uma democracia. O governo Dilma Rousseff, ele próprio um populismo em crise de identidade, continuaria calado ante essa violação das regras do jogo? Feliz 2015.
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CBF anuncia que Série D do Brasileiro terá mais 8 clubes em 2016
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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta terça-feira (15) que a Série D do Campeonato Brasileiro terá oito clubes a mais em 2016. De acordo com a entidade, o objetivo da mudança é "integrar cada vez mais clubes ao calendário anual das competições". Assim, 48 times passam a disputar a competição neste ano. Para distribuir as vagas, a entidade nacional usou o Ranking Nacional de Federações de 2016. Desconsiderando os rebaixados da Série C, São Paulo terá mais dois representantes no campeonato. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Pará terão mais um cada. A CBF anunciou ainda que o sistema de disputa será alterado para 12 grupos de quatro clubes cada, com jogos de ida e volta dentro do grupo. Classificam-se para a segunda fase os dois primeiros de cada grupo e os oito melhores terceiros colocados. A partir da segunda fase, a competição será disputada no sistema mata-mata. "A CBF acredita que, com esta modificação, está estimulando o surgimento de novos talentos, garantindo emprego e renda para os que trabalham com o futebol e movimentando a torcida local, que poderá acompanhar seus times preferidos e vibrar com seus jogadores", diz trecho da carta divulgada pela entidade.
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esporte
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CBF anuncia que Série D do Brasileiro terá mais 8 clubes em 2016A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta terça-feira (15) que a Série D do Campeonato Brasileiro terá oito clubes a mais em 2016. De acordo com a entidade, o objetivo da mudança é "integrar cada vez mais clubes ao calendário anual das competições". Assim, 48 times passam a disputar a competição neste ano. Para distribuir as vagas, a entidade nacional usou o Ranking Nacional de Federações de 2016. Desconsiderando os rebaixados da Série C, São Paulo terá mais dois representantes no campeonato. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Pará terão mais um cada. A CBF anunciou ainda que o sistema de disputa será alterado para 12 grupos de quatro clubes cada, com jogos de ida e volta dentro do grupo. Classificam-se para a segunda fase os dois primeiros de cada grupo e os oito melhores terceiros colocados. A partir da segunda fase, a competição será disputada no sistema mata-mata. "A CBF acredita que, com esta modificação, está estimulando o surgimento de novos talentos, garantindo emprego e renda para os que trabalham com o futebol e movimentando a torcida local, que poderá acompanhar seus times preferidos e vibrar com seus jogadores", diz trecho da carta divulgada pela entidade.
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Produtor de milho torce por retomada do mercado de carne
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Se no ano passado a indústria de proteínas fez cerco constante aos produtores de milho, neste a situação tende a se inverter. Na safra anterior, a indústria nacional de carne chegou a reverter contratos de exportação do cereal a fim de ter milho suficiente para a produção de suínos e de frango. Neste ano, mesmo prevendo melhor abastecimento, a indústria ainda não vive bons momentos. "Após levar duas pauladas —a Operação Carne Fraca e a delação premiada de Joesley Batista, da JBS—, a carne brasileira precisa readquirir a confiança do consumidor externo", diz Daniel Latorraca, superintendente do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). A situação do setor é agravada ainda mais pela recessão econômica interna, que retira de boa parte dos consumidores a capacidade de compra, segundo ele. Há, porém, uma saída tanto para a indústria como para os produtores: a valorização do dólar. A alta da moeda americana dá maior competitividade para a carne brasileira no exterior, o que confere maior fôlego à produção. Esta, por sua vez, aquece o consumo de milho. CONSUMO A alta do dólar também favorece a exportação de milho, embora esta não atinja um terço do que o país produz. A salvação vem mesmo do consumo interno, para onde os produtores estão olhando. A exportação de milho é importante, mas o cereal depende menos do exterior do que a soja, segundo Latorraca. A colheita de milho está apenas começando em Mato Grosso, o principal Estado produtor no país. Atingiu 3% da área semeada. O superintendente do Imea afirma que, nas próximas semanas, o ritmo vai aumentar, e o setor terá uma definição melhor do cenário de vendas e de preços. Por ora, o preço médio praticado no Estado está em R$ 14 por saca, 12% abaixo do preço mínimo. O governo vem fazendo leilões para escoar parte desse produto, mas o volume adquirido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é pequeno em relação ao produzido. "Ajuda, mas não resolve", diz ele. Assim como ocorreu com a soja, a produção de milho deste ano será recorde. A Safras & Mercado estima o volume de milho em 106 milhões de toneladas. Em Mato Grosso, a produção será de 28 milhões de toneladas, 47% mais do que a da safra anterior —que teve quebra—, aponta o Imea. * Soja - A maior preocupação do produtor neste momento é com a comercialização da soja, segundo analistas da Consultoria Céleres. O restante de 2017 deverá ser um período ainda mais baixista e desafiador para o sojicultor brasileiro. Safra- A produção nacional de soja deverá atingir 114 milhões de toneladas neste ano, conforme dados da consultoria divulgados nesta segunda-feira (5). No ano passado, a safra rendeu 97 milhões. Recorde - produção nacional de milho está estimada em 101 milhões de toneladas. Esse volume recorde ocorre depois da forte quebra de safra de 2015/16. Números - A Céleres prevê que a safra de inverno de milho suba para 70 milhões de toneladas neste ano, 98% mais do que em igual período anterior. Verão - A produção do cereal na primeira safra -a de verão- também teve forte crescimento, atingindo 45,4 milhões de toneladas no país, ante 28,9 milhões na safra 2015/16. Ainda maior A Safras & Mercado prevê uma produção de milho ainda maior do que a da Céleres. A safra deste ano deverá atingir o volume recorde de 106,4 milhões de toneladas, 50,4% mais do que em 2016/17. Leite - O período de entressafra do leite provocou alta de 1,2% no preço de maio, em relação a abril. Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apurou um valor de R$ 1,27 por litro nos sete Estados que faz pesquisa.
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Produtor de milho torce por retomada do mercado de carneSe no ano passado a indústria de proteínas fez cerco constante aos produtores de milho, neste a situação tende a se inverter. Na safra anterior, a indústria nacional de carne chegou a reverter contratos de exportação do cereal a fim de ter milho suficiente para a produção de suínos e de frango. Neste ano, mesmo prevendo melhor abastecimento, a indústria ainda não vive bons momentos. "Após levar duas pauladas —a Operação Carne Fraca e a delação premiada de Joesley Batista, da JBS—, a carne brasileira precisa readquirir a confiança do consumidor externo", diz Daniel Latorraca, superintendente do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). A situação do setor é agravada ainda mais pela recessão econômica interna, que retira de boa parte dos consumidores a capacidade de compra, segundo ele. Há, porém, uma saída tanto para a indústria como para os produtores: a valorização do dólar. A alta da moeda americana dá maior competitividade para a carne brasileira no exterior, o que confere maior fôlego à produção. Esta, por sua vez, aquece o consumo de milho. CONSUMO A alta do dólar também favorece a exportação de milho, embora esta não atinja um terço do que o país produz. A salvação vem mesmo do consumo interno, para onde os produtores estão olhando. A exportação de milho é importante, mas o cereal depende menos do exterior do que a soja, segundo Latorraca. A colheita de milho está apenas começando em Mato Grosso, o principal Estado produtor no país. Atingiu 3% da área semeada. O superintendente do Imea afirma que, nas próximas semanas, o ritmo vai aumentar, e o setor terá uma definição melhor do cenário de vendas e de preços. Por ora, o preço médio praticado no Estado está em R$ 14 por saca, 12% abaixo do preço mínimo. O governo vem fazendo leilões para escoar parte desse produto, mas o volume adquirido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é pequeno em relação ao produzido. "Ajuda, mas não resolve", diz ele. Assim como ocorreu com a soja, a produção de milho deste ano será recorde. A Safras & Mercado estima o volume de milho em 106 milhões de toneladas. Em Mato Grosso, a produção será de 28 milhões de toneladas, 47% mais do que a da safra anterior —que teve quebra—, aponta o Imea. * Soja - A maior preocupação do produtor neste momento é com a comercialização da soja, segundo analistas da Consultoria Céleres. O restante de 2017 deverá ser um período ainda mais baixista e desafiador para o sojicultor brasileiro. Safra- A produção nacional de soja deverá atingir 114 milhões de toneladas neste ano, conforme dados da consultoria divulgados nesta segunda-feira (5). No ano passado, a safra rendeu 97 milhões. Recorde - produção nacional de milho está estimada em 101 milhões de toneladas. Esse volume recorde ocorre depois da forte quebra de safra de 2015/16. Números - A Céleres prevê que a safra de inverno de milho suba para 70 milhões de toneladas neste ano, 98% mais do que em igual período anterior. Verão - A produção do cereal na primeira safra -a de verão- também teve forte crescimento, atingindo 45,4 milhões de toneladas no país, ante 28,9 milhões na safra 2015/16. Ainda maior A Safras & Mercado prevê uma produção de milho ainda maior do que a da Céleres. A safra deste ano deverá atingir o volume recorde de 106,4 milhões de toneladas, 50,4% mais do que em 2016/17. Leite - O período de entressafra do leite provocou alta de 1,2% no preço de maio, em relação a abril. Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apurou um valor de R$ 1,27 por litro nos sete Estados que faz pesquisa.
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Dilma avisa Berzoini que Lula pode assumir seu cargo no governo
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Confiante em uma resposta final positiva de Luiz Inácio Lula da Silva para integrar seu ministério, a presidente Dilma Rousseff já se antecipou e avisou nesta terça-feira (15) ao ministro Ricardo Berzoini que seu antecessor pode ficar no seu lugar, na Secretaria de Governo. A pasta é a responsável, hoje, pela articulação política do governo. Segundo assessores presidenciais, a resposta definitiva de Lula será dada em encontro com a presidente, agendado para esta terça-feira. O petista deixou São Paulo no início da tarde rumo a Brasília. Um auxiliar de Dilma disse que há 90% de chances de Lula aceitar o convite e que, salvo alguma reviravolta, os dois vão acertar nesta terça-feira qual será o papel do petista no governo. Berzoini já havia, na semana passada, conversado sobre o assunto com a presidente e avisado que cederia seu lugar para Lula, colocando-se inclusive à disposição para ser o secretário-executivo do ex-presidente na Secretaria de Governo. Inicialmente, o governo havia avaliado que a delação de Delcídio do Amaral (PT-MS), homologado hoje pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e que cita que o ministro Aloizio Mercadante teria tentado comprar o silêncio do senador, acabaria suspendendo temporariamente uma decisão de Lula em relação ao convite feito para assumir um ministério. Depois de terem acesso à homologação e ao áudio da conversa entre Mercadante e um assessor de Delcídio, o Palácio do Planalto chegou à conclusão que o caso não "era a bomba que todo mundo estava falando" e que "não há provas definitivas e cabais" contra o ministro da Educação. Segundo assessores, o assunto foi avaliado pela presidente com sua equipe mais próxima na manhã desta terça. A primeira reação, segundo auxiliares, era de grande preocupação pelo impacto que a delação causaria no governo. Depois, o clima ficou mais tranquilo porque, na visão do Planalto, Mercadante em nenhum momento pediu nada em troca nem ofereceu de fato nada ao senador. Segundo a equipe de Dilma, a acusação do senador Delcídio contra Mercadante não tem "consistência" e que o ministro da Educação teria sido "vítima" de uma tentativa de incriminar a ele e ao governo. Leia a íntegra da delação: Leia a íntegra da delação
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Dilma avisa Berzoini que Lula pode assumir seu cargo no governoConfiante em uma resposta final positiva de Luiz Inácio Lula da Silva para integrar seu ministério, a presidente Dilma Rousseff já se antecipou e avisou nesta terça-feira (15) ao ministro Ricardo Berzoini que seu antecessor pode ficar no seu lugar, na Secretaria de Governo. A pasta é a responsável, hoje, pela articulação política do governo. Segundo assessores presidenciais, a resposta definitiva de Lula será dada em encontro com a presidente, agendado para esta terça-feira. O petista deixou São Paulo no início da tarde rumo a Brasília. Um auxiliar de Dilma disse que há 90% de chances de Lula aceitar o convite e que, salvo alguma reviravolta, os dois vão acertar nesta terça-feira qual será o papel do petista no governo. Berzoini já havia, na semana passada, conversado sobre o assunto com a presidente e avisado que cederia seu lugar para Lula, colocando-se inclusive à disposição para ser o secretário-executivo do ex-presidente na Secretaria de Governo. Inicialmente, o governo havia avaliado que a delação de Delcídio do Amaral (PT-MS), homologado hoje pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e que cita que o ministro Aloizio Mercadante teria tentado comprar o silêncio do senador, acabaria suspendendo temporariamente uma decisão de Lula em relação ao convite feito para assumir um ministério. Depois de terem acesso à homologação e ao áudio da conversa entre Mercadante e um assessor de Delcídio, o Palácio do Planalto chegou à conclusão que o caso não "era a bomba que todo mundo estava falando" e que "não há provas definitivas e cabais" contra o ministro da Educação. Segundo assessores, o assunto foi avaliado pela presidente com sua equipe mais próxima na manhã desta terça. A primeira reação, segundo auxiliares, era de grande preocupação pelo impacto que a delação causaria no governo. Depois, o clima ficou mais tranquilo porque, na visão do Planalto, Mercadante em nenhum momento pediu nada em troca nem ofereceu de fato nada ao senador. Segundo a equipe de Dilma, a acusação do senador Delcídio contra Mercadante não tem "consistência" e que o ministro da Educação teria sido "vítima" de uma tentativa de incriminar a ele e ao governo. Leia a íntegra da delação: Leia a íntegra da delação
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Marcelo Tas estreia série com textos sobre os 100 anos da Revolução Russa
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Em 2017 a Revolução Russa completa cem anos. Nesta segunda-feira (28), a TV Folha começa a publicar uma série de vídeos sobre os acontecimentos, com a leitura de textos importantes ligados aos eventos de cem anos atrás. No quadro de estreia, o apresentador Marcelo Tas lê trechos de "O Manifesto Comunista", de Karl Marx. Os próximos vídeos contam com nomes como Bete Coelho, Mel Lisboa e Bel Kowarick, entre outros. O projeto tem concepção e direção artística de Mika Lins e fotografia de Diego Arvate (que também assina a edição) e Felix Lima –mesma equipe responsável por uma série em tributo aos 400 anos da morte de William Shakespeare, publicada no ano passado.
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Marcelo Tas estreia série com textos sobre os 100 anos da Revolução RussaEm 2017 a Revolução Russa completa cem anos. Nesta segunda-feira (28), a TV Folha começa a publicar uma série de vídeos sobre os acontecimentos, com a leitura de textos importantes ligados aos eventos de cem anos atrás. No quadro de estreia, o apresentador Marcelo Tas lê trechos de "O Manifesto Comunista", de Karl Marx. Os próximos vídeos contam com nomes como Bete Coelho, Mel Lisboa e Bel Kowarick, entre outros. O projeto tem concepção e direção artística de Mika Lins e fotografia de Diego Arvate (que também assina a edição) e Felix Lima –mesma equipe responsável por uma série em tributo aos 400 anos da morte de William Shakespeare, publicada no ano passado.
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Arábia Saudita diz que manterá política de petróleo após reformulação
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O novo ministro de Energia da Arábia Saudita disse neste domingo (8) que o país, maior exportador mundial de petróleo, está comprometido em atender à demanda de seus clientes por hidrocarbonetos e que vai manter as políticas de petróleo. "A Arábia Saudita irá manter estáveis suas políticas de petróleo. Continuamos empenhados em manter o nosso papel nos mercados internacionais de energia e fortalecer nossa posição como fornecedor de energia mais confiável do mundo", disse Khalid al-Falih em comunicado enviado por e-mail. Khalid al-Falih, que antes ocupava o cargo de ministro da Saúde, substituiu o poderoso ministro de Petróleo Ali al-Naimi. Falih também é presidente do conselho de administração da petroleira estatal Saudi Aramco. "Estamos empenhados em cumprir a demanda existente e adicional de hidrocarbonetos de nossa base de clientes em expansão global, apoiada por nossa atual capacidade máxima sustentável." A nomeação de Falih integra uma grande reestruturação anunciada no sábado pela Arábia Saudita, em uma grande remodelação de importantes ministérios feita pelo Rei Salman, destinada a apoiar um programa de reformas econômicas de grande alcance. Como parte da reestruturação, o Ministério do Petróleo passou a se chamar Ministério de Energia, Indústria e Recursos Minerais. MEGA-MINISTÉRIO Gerenciar o novo mega-ministério de Energia da Arábia Saudita, encarregado de mais da metade da economia e desenhado para superar a burocracia e tornar o governo mais coerente e eficiente, será um desafio formidável. O novo Ministério de Energia, Indústria e Recursos Minerais vai lidar com extração de petróleo e gás, geração e distribuição de energia, mineração e desenvolvimento industrial. As mudanças foram anunciadas no sábado como parte de uma grande reestruturação feita pelo Rei Salman, buscando tornar seu programa de reforma econômica, o Visão 2030, mais fácil de implementar ao encerrar décadas de má comunicação e conflitos entre departamento do governo. Ao criar um ministério para fiscalizar setores que respondem por 53% da produção econômica do reino, o arquiteto dessa visão, o vice-príncipe Mohammed bin Salman, está confiando uma grande parte de suas reformas a Falih. "A fim de a reestruturação ser bem-sucedida, prestações de contas e responsabilidade precisam ser concentradas no mesmo gabinete. Essa é a razão de designar todos esses setores a um ministério", disse Sadad al-Husseini, consultor de energia e ex-alto executivo da Aramco. "Ainda falta saber qual tipo de mudanças organizacionais específicas acontecerão no nível operacional." Anteriormente, o ministério do Petróleo estava encarregado de extração de hidrocarbonetos e mineração, o ministério de Água e Energia Elétrica lidava com geração de energia e o ministério do Comércio cuidava da indústria. Outros departamentos tinham sobreposições com essas atribuições, cobrindo políticas como energias nuclear e renováveis e a administração de cidades industriais. As grandes estatais, como a Aramco, o conglomerado de petroquímicos e metais Saudi Basic Industries Corp (Sabic), a mineradora Saudi Arabian Mining Co (Maaden) e a elétrica Saudi Electricity Co (SEC), ficam entre esses ministérios. Falih deve ter, agora, uma maior influência na administração dessas companhias. MAIS PODEROSO DO PETRÓLEO O ex-ministro Ali al-Naimi estava do Ministério do Petróleo desde 1995. Naimi, 81, que chegou a ser o homem mais poderoso do mercado mundial de petróleo, era contra a redução da produção de petróleo da Arábia Saudita mesmo durante a recente queda dos preços da commodity. Ele também já presidiu a Saudi Aramco. Ele assumiu como ministro do Petróleo em 1995, e seu estilo representava forte contraste com o de seu memorável predecessor, o extravagante Zaki Yamani. Naimi é o epítome do profissionalismo da Saudi Aramco, um oásis de meritocracia na sociedade tribal e estratificada do reino, que vive sob um regime monárquico absolutista. Ainda que Naimi conhecesse a fundo a empresa estatal de petróleo, ele não tinha grande experiência em política petroleira internacional. Isso agradava ao então rei Fahd, que desejava separar o petróleo da política externa. Desde o final de 2014, Naimi vinha sendo o principal protagonista da guerra para proteger a sobrevivência petroleira em longo prazo da Arábia Saudita. A recusa de Riad de amparar os preços em queda do petróleo virou o setor petroleiro de cabeça para baixo, afetando mais visivelmente a produção de alto custo, o que inclui os produtores norte-americanos de petróleo de xisto betuminoso, o segmento do setor de energia que forçou Naimi a se engajar em combate. A economia do reino sofreu um abalo, o que deflagrou sérias críticas ao plano de Naimi para uma desvalorização masoquista da commodity de que o Estado saudita tanto depende. A influência de Naimi na Arábia Saudita atingiu seu zênite durante o reinado do rei Abdullah, que morreu no ano passado, pouco depois da histórica decisão de manter abertas as torneiras do petróleo.
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mercado
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Arábia Saudita diz que manterá política de petróleo após reformulaçãoO novo ministro de Energia da Arábia Saudita disse neste domingo (8) que o país, maior exportador mundial de petróleo, está comprometido em atender à demanda de seus clientes por hidrocarbonetos e que vai manter as políticas de petróleo. "A Arábia Saudita irá manter estáveis suas políticas de petróleo. Continuamos empenhados em manter o nosso papel nos mercados internacionais de energia e fortalecer nossa posição como fornecedor de energia mais confiável do mundo", disse Khalid al-Falih em comunicado enviado por e-mail. Khalid al-Falih, que antes ocupava o cargo de ministro da Saúde, substituiu o poderoso ministro de Petróleo Ali al-Naimi. Falih também é presidente do conselho de administração da petroleira estatal Saudi Aramco. "Estamos empenhados em cumprir a demanda existente e adicional de hidrocarbonetos de nossa base de clientes em expansão global, apoiada por nossa atual capacidade máxima sustentável." A nomeação de Falih integra uma grande reestruturação anunciada no sábado pela Arábia Saudita, em uma grande remodelação de importantes ministérios feita pelo Rei Salman, destinada a apoiar um programa de reformas econômicas de grande alcance. Como parte da reestruturação, o Ministério do Petróleo passou a se chamar Ministério de Energia, Indústria e Recursos Minerais. MEGA-MINISTÉRIO Gerenciar o novo mega-ministério de Energia da Arábia Saudita, encarregado de mais da metade da economia e desenhado para superar a burocracia e tornar o governo mais coerente e eficiente, será um desafio formidável. O novo Ministério de Energia, Indústria e Recursos Minerais vai lidar com extração de petróleo e gás, geração e distribuição de energia, mineração e desenvolvimento industrial. As mudanças foram anunciadas no sábado como parte de uma grande reestruturação feita pelo Rei Salman, buscando tornar seu programa de reforma econômica, o Visão 2030, mais fácil de implementar ao encerrar décadas de má comunicação e conflitos entre departamento do governo. Ao criar um ministério para fiscalizar setores que respondem por 53% da produção econômica do reino, o arquiteto dessa visão, o vice-príncipe Mohammed bin Salman, está confiando uma grande parte de suas reformas a Falih. "A fim de a reestruturação ser bem-sucedida, prestações de contas e responsabilidade precisam ser concentradas no mesmo gabinete. Essa é a razão de designar todos esses setores a um ministério", disse Sadad al-Husseini, consultor de energia e ex-alto executivo da Aramco. "Ainda falta saber qual tipo de mudanças organizacionais específicas acontecerão no nível operacional." Anteriormente, o ministério do Petróleo estava encarregado de extração de hidrocarbonetos e mineração, o ministério de Água e Energia Elétrica lidava com geração de energia e o ministério do Comércio cuidava da indústria. Outros departamentos tinham sobreposições com essas atribuições, cobrindo políticas como energias nuclear e renováveis e a administração de cidades industriais. As grandes estatais, como a Aramco, o conglomerado de petroquímicos e metais Saudi Basic Industries Corp (Sabic), a mineradora Saudi Arabian Mining Co (Maaden) e a elétrica Saudi Electricity Co (SEC), ficam entre esses ministérios. Falih deve ter, agora, uma maior influência na administração dessas companhias. MAIS PODEROSO DO PETRÓLEO O ex-ministro Ali al-Naimi estava do Ministério do Petróleo desde 1995. Naimi, 81, que chegou a ser o homem mais poderoso do mercado mundial de petróleo, era contra a redução da produção de petróleo da Arábia Saudita mesmo durante a recente queda dos preços da commodity. Ele também já presidiu a Saudi Aramco. Ele assumiu como ministro do Petróleo em 1995, e seu estilo representava forte contraste com o de seu memorável predecessor, o extravagante Zaki Yamani. Naimi é o epítome do profissionalismo da Saudi Aramco, um oásis de meritocracia na sociedade tribal e estratificada do reino, que vive sob um regime monárquico absolutista. Ainda que Naimi conhecesse a fundo a empresa estatal de petróleo, ele não tinha grande experiência em política petroleira internacional. Isso agradava ao então rei Fahd, que desejava separar o petróleo da política externa. Desde o final de 2014, Naimi vinha sendo o principal protagonista da guerra para proteger a sobrevivência petroleira em longo prazo da Arábia Saudita. A recusa de Riad de amparar os preços em queda do petróleo virou o setor petroleiro de cabeça para baixo, afetando mais visivelmente a produção de alto custo, o que inclui os produtores norte-americanos de petróleo de xisto betuminoso, o segmento do setor de energia que forçou Naimi a se engajar em combate. A economia do reino sofreu um abalo, o que deflagrou sérias críticas ao plano de Naimi para uma desvalorização masoquista da commodity de que o Estado saudita tanto depende. A influência de Naimi na Arábia Saudita atingiu seu zênite durante o reinado do rei Abdullah, que morreu no ano passado, pouco depois da histórica decisão de manter abertas as torneiras do petróleo.
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Hospital de Câncer de Barretos ameaça fechar unidade do interior paulista
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Referência nacional no tratamento da doença, o Hospital de Câncer de Barretos ameaça fechar sua unidade em Fernandópolis (a 555 km de São Paulo) e afirma que há atraso no repasse de R$ 30 milhões do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Em comunicado feito na manhã desta quarta-feira (1º), o gestor do hospital, Henrique Prata, disse que a unidade será fechada em 30 dias caso os recursos não cheguem ao hospital. Questionado, o governo de São Paulo afirma, por meio da Secretaria do Estado da Saúde, que não há atraso de repasses à fundação responsável pelo Hospital de Câncer de Barretos. A Folha procurou novamente a instituição, após receber o posicionamento do governo, mas não houve resposta. Maior instituição oncológica do país, o Hospital de Câncer de Barretos tem atualmente oito unidades no país –incluindo os hospitais de Fernandópolis e Jales. Para ter atendimento na sede, pacientes viajam até 3.000 km –incluindo de regiões como Norte e Nordeste do país. Caso o Instituto de Prevenção Júlia Marzola Faria, em Fernandópolis, seja fechado, os pacientes vão precisar ser remanejados para a unidade de Jales, na região de Araçatuba, que faz cerca de mil atendimentos diários, todos via SUS (Sistema Único de Saúde). Apesar da alternativa, Prata disse que a unidade de Jales também tem dívidas a receber e corre o risco de ser desativada até o fim do ano. Os problemas ocorrem, principalmente, porque o hospital faz quase 100% dos atendimentos por meio do SUS, o que obriga a instituição a buscar verbas extras todos os meses –como cachês doados por artistas em shows exclusivos e leilões de gado nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Segundo o gestor, o anúncio da possível desativação da unidade foi feito após análise dos gastos dos serviços prestados para as mais de 95 cidades que a unidade atende. Inaugurado em 2013, o instituto de Fernandópolis realiza exames preventivos de câncer de colo de útero, de pele, de próstata e de boca. São no total mais de 3.000 atendimentos por mês na unidade. Com 3.000 metros quadrados de área construída, a unidade tem inclusive um centro cirúrgico para pequenas operações e biopsias. Possui estrutura que comporta 50 mamografias e 40 ultrassons por dia, além de 20 biopsias semanais. O instituto de Fernandópolis atua em conjunto com uma das unidades móveis do hospital, que atende a região da DRS (Departamento Regional de Saúde) 15. SECRETARIA DA SAÚDE Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde informou, em nota no começo da noite, que a fundação gestora do Hospital de Câncer de Barretos recebeu desde janeiro de 2013 cerca de R$ 700 milhões referentes aos atendimentos em suas unidades, incluindo a de Fernandópolis. "Anualmente a União deixa de enviar ao Estado de São Paulo R$ 1 bilhão referente a tratamentos de média e alta complexidade realizados na rede pública de saúde. Esse valor poderia ajudar instituições como as mantidas pela Fundação Pio XII". Ainda segundo a pasta, do total de R$ 700 milhões que a fundação recebeu, "R$ 178 milhões foram repassados pela pasta estadual de forma voluntária para ajudar a cobrir o subfinanciamento federal na área da saúde" A assessoria classificou as declarações do presidente da fundação como "inverídicas", informou que até o final deste ano serão repassados outros R$ 36,5 milhões e que não há qualquer dívida com a entidade. A nota da secretaria diz ainda que "causa no mínimo espanto" que a denúncia seja sobre "algo que não é obrigação do governo do Estado e sim do Ministério da Saúde: o credenciamento de serviços oncológicos pelo SUS". Em nota enviada mais tarde, a pasta disse ainda que "lamenta as declarações inverídicas do presidente da fundação [gestora do hospital, Henrique Prata], uma vez que o governo paulista, mesmo mantendo 93 hospitais próprios, historicamente apoia a instituição filantrópica, repassando voluntariamente recursos extras de auxílio". ESTRUTURA O Hospital de Câncer de Barretos tem hoje unidades espalhadas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Em Porto Velho (RO), por exemplo, há um hospital que, além de ambulatório, atende oncologia clínica e possui um centro cirúrgico para cirurgias pequenas, médias e de alta complexidade. Ela foi fundada para evitar que pacientes com câncer do Estado tivessem de se submeter a uma longa viagem até Barretos. Iniciou as atividades atendendo 1.400 pacientes. Já a unidade de Juazeiro (BA) funciona nos moldes da de Fernandópolis, com exames preventivos de mama e papanicolau, além de ter uma unidade móvel com mamógrafo para atender pacientes de nove cidades. Em Campo Grande (MS) também há uma unidade de prevenção, construída com recursos doados por um empresário da região numa área de 2.000 metros quadrados.
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cotidiano
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Hospital de Câncer de Barretos ameaça fechar unidade do interior paulistaReferência nacional no tratamento da doença, o Hospital de Câncer de Barretos ameaça fechar sua unidade em Fernandópolis (a 555 km de São Paulo) e afirma que há atraso no repasse de R$ 30 milhões do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Em comunicado feito na manhã desta quarta-feira (1º), o gestor do hospital, Henrique Prata, disse que a unidade será fechada em 30 dias caso os recursos não cheguem ao hospital. Questionado, o governo de São Paulo afirma, por meio da Secretaria do Estado da Saúde, que não há atraso de repasses à fundação responsável pelo Hospital de Câncer de Barretos. A Folha procurou novamente a instituição, após receber o posicionamento do governo, mas não houve resposta. Maior instituição oncológica do país, o Hospital de Câncer de Barretos tem atualmente oito unidades no país –incluindo os hospitais de Fernandópolis e Jales. Para ter atendimento na sede, pacientes viajam até 3.000 km –incluindo de regiões como Norte e Nordeste do país. Caso o Instituto de Prevenção Júlia Marzola Faria, em Fernandópolis, seja fechado, os pacientes vão precisar ser remanejados para a unidade de Jales, na região de Araçatuba, que faz cerca de mil atendimentos diários, todos via SUS (Sistema Único de Saúde). Apesar da alternativa, Prata disse que a unidade de Jales também tem dívidas a receber e corre o risco de ser desativada até o fim do ano. Os problemas ocorrem, principalmente, porque o hospital faz quase 100% dos atendimentos por meio do SUS, o que obriga a instituição a buscar verbas extras todos os meses –como cachês doados por artistas em shows exclusivos e leilões de gado nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Segundo o gestor, o anúncio da possível desativação da unidade foi feito após análise dos gastos dos serviços prestados para as mais de 95 cidades que a unidade atende. Inaugurado em 2013, o instituto de Fernandópolis realiza exames preventivos de câncer de colo de útero, de pele, de próstata e de boca. São no total mais de 3.000 atendimentos por mês na unidade. Com 3.000 metros quadrados de área construída, a unidade tem inclusive um centro cirúrgico para pequenas operações e biopsias. Possui estrutura que comporta 50 mamografias e 40 ultrassons por dia, além de 20 biopsias semanais. O instituto de Fernandópolis atua em conjunto com uma das unidades móveis do hospital, que atende a região da DRS (Departamento Regional de Saúde) 15. SECRETARIA DA SAÚDE Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde informou, em nota no começo da noite, que a fundação gestora do Hospital de Câncer de Barretos recebeu desde janeiro de 2013 cerca de R$ 700 milhões referentes aos atendimentos em suas unidades, incluindo a de Fernandópolis. "Anualmente a União deixa de enviar ao Estado de São Paulo R$ 1 bilhão referente a tratamentos de média e alta complexidade realizados na rede pública de saúde. Esse valor poderia ajudar instituições como as mantidas pela Fundação Pio XII". Ainda segundo a pasta, do total de R$ 700 milhões que a fundação recebeu, "R$ 178 milhões foram repassados pela pasta estadual de forma voluntária para ajudar a cobrir o subfinanciamento federal na área da saúde" A assessoria classificou as declarações do presidente da fundação como "inverídicas", informou que até o final deste ano serão repassados outros R$ 36,5 milhões e que não há qualquer dívida com a entidade. A nota da secretaria diz ainda que "causa no mínimo espanto" que a denúncia seja sobre "algo que não é obrigação do governo do Estado e sim do Ministério da Saúde: o credenciamento de serviços oncológicos pelo SUS". Em nota enviada mais tarde, a pasta disse ainda que "lamenta as declarações inverídicas do presidente da fundação [gestora do hospital, Henrique Prata], uma vez que o governo paulista, mesmo mantendo 93 hospitais próprios, historicamente apoia a instituição filantrópica, repassando voluntariamente recursos extras de auxílio". ESTRUTURA O Hospital de Câncer de Barretos tem hoje unidades espalhadas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Em Porto Velho (RO), por exemplo, há um hospital que, além de ambulatório, atende oncologia clínica e possui um centro cirúrgico para cirurgias pequenas, médias e de alta complexidade. Ela foi fundada para evitar que pacientes com câncer do Estado tivessem de se submeter a uma longa viagem até Barretos. Iniciou as atividades atendendo 1.400 pacientes. Já a unidade de Juazeiro (BA) funciona nos moldes da de Fernandópolis, com exames preventivos de mama e papanicolau, além de ter uma unidade móvel com mamógrafo para atender pacientes de nove cidades. Em Campo Grande (MS) também há uma unidade de prevenção, construída com recursos doados por um empresário da região numa área de 2.000 metros quadrados.
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'Transformar pobreza em poesia é um desastre', afirma Alejandro Aravena
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O chileno Alejandro Aravena foi anunciado no último dia 18 como curador da próxima edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, a ser realizada em 2016. Assim, pela primeira vez em 15 edições, a direção artística da mostra ficará a cargo de um latino-americano. Em 13 de janeiro de 2016, Aravena foi condecorado com o prestigiado prêmio Pritzker, concedido pela Fundação Hyatt e considerado o "Nobel da arquitetura". Entre os dias 19 e 24 de julho, o arquiteto esteve com as filhas e a mulher, brasileira, no Rio, onde participou do evento Rio Academy. Entre o sol invernal de Ipanema e a palestra realizada no MAM (Museu de Arte Moderna) carioca, Aravena, 48, conversou com a Folha. Os detalhes sobre sua proposta para Veneza, no entanto, se mantêm guardados em segredo. "Posso falar sobre tudo, menos sobre a Bienal", pediu antes da entrevista. Oficialmente, Aravena declarou que a mostra deve "priorizar arquitetos que, com inteligência, são capazes de fugir do atual status quo". "Gostaríamos de apresentar casos em que, apesar das dificuldades e, em vez de resignação e amargura, são capazes de fazer algo", defende. Com ares de estrela e conhecido por projetos de habitação social em comunidades pobres na América Latina, o chileno atua em realidades avessas à arquitetura. Além de lecionar em Harvard entre 2000 e 2005 e ocupar nos últimos dez anos uma das cadeiras do júri do prêmio Pritzker –o Nobel da arquitetura–, Aravena mostrou conhecer a realidade política e arquitetônica do Brasil. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. Folha - Paulo Mendes da Rocha diz que as favelas são "um dos mais monumentais espetáculos de consciência urbanística". Como podemos incorporar isso à arquitetura? Alejandro Aravena - Precisamos entender o poder e as demandas desses lugares. Tendemos a ver as favelas como a incapacidade de fazer algo decente, algo como: "Como são pobres, é a única coisa que podem fazer". Na verdade, sem nenhuma ajuda financeira do Estado, eles são capazes de conquistar uma geografia difícil e fazer suas próprias habitações, mostrando uma enorme capacidade para construir. Eu gostaria de canalizar essa força. Como fazer isso? Usando o poder do Estado para fazer um suporte, e assim construir o que não pode ser feito individualmente. O recurso mais escasso em intervenções urbanas não é dinheiro, mas coordenação. A soma de projetos individuais não garante o bem comum. Para intervir em uma favela precisamos introduzir mais de uma coisa por vez, mas de forma coordenada. Melhoramos o acesso ao transporte e, ao mesmo tempo, levamos esgoto, água e eletricidade. As pessoas continuarão a vir para as cidades. Isso é bom, mas o problema é a velocidade do processo, resultando em ocupações informais. Se não dermos uma base inicial, vamos cometer sempre os mesmos erros. Qual é a sua sugestão para evitar esses erros? Não fazer a casa toda. Se não há dinheiro para dar uma casa com ao menos 80 m², e temos apenas uma versão miniaturizada de 50 m², então sabemos que as pessoas expandirão no futuro. Não farão isso com desenho, mas apesar do desenho. Se construirmos apenas metade da estrutura para prover as necessidades mais básicas, depois a própria capacidade de construção das pessoas permitirá atingir o patamar da classe média, expandindo para um pátio vazio ao lado. Se você cria um sistema aberto, permite a realização do projeto individual e não tenta antecipar o que vai acontecer porque nunca vai adivinhar. Não há o risco de criar uma estetização da favela? Nunca transformo pobreza ou informalidade em poesia. Isso é realmente um desastre. Não tenho visão nostálgica sobre o humanismo da favela. Assim, as intervenções não devem ter medo de não seguir a atmosfera da favela, porque aquilo foi a incapacidade de coordenar ações. Se você intervém em escala maior, deve criar uma nova aparência. Essas intervenções não precisam fingir que são domésticas, senão vira falso contextualismo: "Se você está agindo em uma favela, você deve parecer com a favela". É o oposto. Favelas são consequências de uma operação no nível do indivíduo, e não devemos nos sentir culpados por atuar em outra escala. Como você vê o programa Minha Casa, Minha Vida? Não é poroso o suficiente, não é um sistema aberto para permitir a atuação individual. Em países pobres, não temos recursos suficientes, então por que insistimos em fazer a casa inteira? Não faz sentido. Ir para um sistema aberto em vez de dar uma casa completa permite se concentrar no que é mais difícil –como as instalações hidráulicas– e oferecer espaço para a ação dos indivíduos, guiadas por uma forma inicial da casa. Falta urbanidade no Minha Casa, Minha Vida? Absolutamente. Uma cidade é sempre uma concentração de oportunidades, não uma aglomeração de casas. Essa formulação ideológica de que "sua casa é sua vida" não é verdadeira. Sua vida é a quantidade de oportunidades de trabalho, educação, transporte, lazer. A casa permite se inserir nesse mapa. Então não faz sentido comprar terra onde não existem oportunidades e consumir todo o espaço disponível com habitação. Isso não é uma cidade. Nos espaços vazios outros serviços podem aparecer, com a coordenação de ações com os ministérios do Trabalho, do Transporte ou da Educação. Assim cria-se um tecido urbano complexo o suficiente para se chamar de cidade e não só um acúmulo de casas. Como a arquitetura pode lidar com questões econômicas? Em países como os nossos, a política habitacional é orientada pela propriedade privada –quando se recebe o subsídio público, você se torna proprietário do imóvel. Essa é a maior forma de transferência de dinheiro público para os bens de uma família. Portanto, pensar a casa apenas como um abrigo é um engano. De fato, trata-se de uma ferramenta para vencer a pobreza. Ter a própria casa é crucial. O custo de uma casa numa favela chega a R$ 140 mil, mas porque não existe posse, você não pode ir ao banco para um empréstimo. Quando você é um beneficiário das políticas públicas e se torna o dono de uma casa, você gostaria de ter esse bem valorizado o máximo possível. Como vê o legado moderno brasileiro para a arquitetura? O sonho utópico moderno de melhorar a humanidade com a arquitetura foi excessivo, ingênuo e ditatorial. Mesmo assim, havia uma intuição acertada de melhorar a qualidade de espaços públicos abertos. Estamos sentados, sem pagar nada, em um lugar fantástico [no térreo do MAM, no Rio de Janeiro]. Para se corrigir desigualdades sociais, deve-se usar a cidade como atalho, e espaços públicos são extremamente importantes nisso. Vivendo nos mesmos lugares, ganhando o mesmo salário, você consegue melhorar sua qualidade de vida usando a cidade. É por isso que a praia, os calçadões ou ruas fechadas nos finais de semana são tão importantes. Você, de graça, pode ter alta qualidade de vida. Cidades são movidas pelo o que podemos fazer para libertá-las.
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'Transformar pobreza em poesia é um desastre', afirma Alejandro AravenaO chileno Alejandro Aravena foi anunciado no último dia 18 como curador da próxima edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, a ser realizada em 2016. Assim, pela primeira vez em 15 edições, a direção artística da mostra ficará a cargo de um latino-americano. Em 13 de janeiro de 2016, Aravena foi condecorado com o prestigiado prêmio Pritzker, concedido pela Fundação Hyatt e considerado o "Nobel da arquitetura". Entre os dias 19 e 24 de julho, o arquiteto esteve com as filhas e a mulher, brasileira, no Rio, onde participou do evento Rio Academy. Entre o sol invernal de Ipanema e a palestra realizada no MAM (Museu de Arte Moderna) carioca, Aravena, 48, conversou com a Folha. Os detalhes sobre sua proposta para Veneza, no entanto, se mantêm guardados em segredo. "Posso falar sobre tudo, menos sobre a Bienal", pediu antes da entrevista. Oficialmente, Aravena declarou que a mostra deve "priorizar arquitetos que, com inteligência, são capazes de fugir do atual status quo". "Gostaríamos de apresentar casos em que, apesar das dificuldades e, em vez de resignação e amargura, são capazes de fazer algo", defende. Com ares de estrela e conhecido por projetos de habitação social em comunidades pobres na América Latina, o chileno atua em realidades avessas à arquitetura. Além de lecionar em Harvard entre 2000 e 2005 e ocupar nos últimos dez anos uma das cadeiras do júri do prêmio Pritzker –o Nobel da arquitetura–, Aravena mostrou conhecer a realidade política e arquitetônica do Brasil. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. Folha - Paulo Mendes da Rocha diz que as favelas são "um dos mais monumentais espetáculos de consciência urbanística". Como podemos incorporar isso à arquitetura? Alejandro Aravena - Precisamos entender o poder e as demandas desses lugares. Tendemos a ver as favelas como a incapacidade de fazer algo decente, algo como: "Como são pobres, é a única coisa que podem fazer". Na verdade, sem nenhuma ajuda financeira do Estado, eles são capazes de conquistar uma geografia difícil e fazer suas próprias habitações, mostrando uma enorme capacidade para construir. Eu gostaria de canalizar essa força. Como fazer isso? Usando o poder do Estado para fazer um suporte, e assim construir o que não pode ser feito individualmente. O recurso mais escasso em intervenções urbanas não é dinheiro, mas coordenação. A soma de projetos individuais não garante o bem comum. Para intervir em uma favela precisamos introduzir mais de uma coisa por vez, mas de forma coordenada. Melhoramos o acesso ao transporte e, ao mesmo tempo, levamos esgoto, água e eletricidade. As pessoas continuarão a vir para as cidades. Isso é bom, mas o problema é a velocidade do processo, resultando em ocupações informais. Se não dermos uma base inicial, vamos cometer sempre os mesmos erros. Qual é a sua sugestão para evitar esses erros? Não fazer a casa toda. Se não há dinheiro para dar uma casa com ao menos 80 m², e temos apenas uma versão miniaturizada de 50 m², então sabemos que as pessoas expandirão no futuro. Não farão isso com desenho, mas apesar do desenho. Se construirmos apenas metade da estrutura para prover as necessidades mais básicas, depois a própria capacidade de construção das pessoas permitirá atingir o patamar da classe média, expandindo para um pátio vazio ao lado. Se você cria um sistema aberto, permite a realização do projeto individual e não tenta antecipar o que vai acontecer porque nunca vai adivinhar. Não há o risco de criar uma estetização da favela? Nunca transformo pobreza ou informalidade em poesia. Isso é realmente um desastre. Não tenho visão nostálgica sobre o humanismo da favela. Assim, as intervenções não devem ter medo de não seguir a atmosfera da favela, porque aquilo foi a incapacidade de coordenar ações. Se você intervém em escala maior, deve criar uma nova aparência. Essas intervenções não precisam fingir que são domésticas, senão vira falso contextualismo: "Se você está agindo em uma favela, você deve parecer com a favela". É o oposto. Favelas são consequências de uma operação no nível do indivíduo, e não devemos nos sentir culpados por atuar em outra escala. Como você vê o programa Minha Casa, Minha Vida? Não é poroso o suficiente, não é um sistema aberto para permitir a atuação individual. Em países pobres, não temos recursos suficientes, então por que insistimos em fazer a casa inteira? Não faz sentido. Ir para um sistema aberto em vez de dar uma casa completa permite se concentrar no que é mais difícil –como as instalações hidráulicas– e oferecer espaço para a ação dos indivíduos, guiadas por uma forma inicial da casa. Falta urbanidade no Minha Casa, Minha Vida? Absolutamente. Uma cidade é sempre uma concentração de oportunidades, não uma aglomeração de casas. Essa formulação ideológica de que "sua casa é sua vida" não é verdadeira. Sua vida é a quantidade de oportunidades de trabalho, educação, transporte, lazer. A casa permite se inserir nesse mapa. Então não faz sentido comprar terra onde não existem oportunidades e consumir todo o espaço disponível com habitação. Isso não é uma cidade. Nos espaços vazios outros serviços podem aparecer, com a coordenação de ações com os ministérios do Trabalho, do Transporte ou da Educação. Assim cria-se um tecido urbano complexo o suficiente para se chamar de cidade e não só um acúmulo de casas. Como a arquitetura pode lidar com questões econômicas? Em países como os nossos, a política habitacional é orientada pela propriedade privada –quando se recebe o subsídio público, você se torna proprietário do imóvel. Essa é a maior forma de transferência de dinheiro público para os bens de uma família. Portanto, pensar a casa apenas como um abrigo é um engano. De fato, trata-se de uma ferramenta para vencer a pobreza. Ter a própria casa é crucial. O custo de uma casa numa favela chega a R$ 140 mil, mas porque não existe posse, você não pode ir ao banco para um empréstimo. Quando você é um beneficiário das políticas públicas e se torna o dono de uma casa, você gostaria de ter esse bem valorizado o máximo possível. Como vê o legado moderno brasileiro para a arquitetura? O sonho utópico moderno de melhorar a humanidade com a arquitetura foi excessivo, ingênuo e ditatorial. Mesmo assim, havia uma intuição acertada de melhorar a qualidade de espaços públicos abertos. Estamos sentados, sem pagar nada, em um lugar fantástico [no térreo do MAM, no Rio de Janeiro]. Para se corrigir desigualdades sociais, deve-se usar a cidade como atalho, e espaços públicos são extremamente importantes nisso. Vivendo nos mesmos lugares, ganhando o mesmo salário, você consegue melhorar sua qualidade de vida usando a cidade. É por isso que a praia, os calçadões ou ruas fechadas nos finais de semana são tão importantes. Você, de graça, pode ter alta qualidade de vida. Cidades são movidas pelo o que podemos fazer para libertá-las.
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Regina Casé ganha prêmio de melhor atriz em Sundance
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A atriz e apresentadora brasileira Regina Casé ganhou neste sábado (31) um prêmio especial do júri do festival de Sundance, que premia filmes independentes nos Estados Unidos, por sua atuação no filme "Que Horas Ela Volta?", ainda inédito no Brasil. Casé interpreta Val, uma empregada doméstica que trata o filho da patroa como se fosse seu próprio filho, quando sua filha biológica vem do Nordeste morar com ela para prestar vestibular. A atriz Camila Márdila, que faz o papel de filha biológica de Val, divide o prêmio com Casé. O filme foi aplaudido de pé quando foi apresentado no festival, uma semana antes. "Este filme fascinante, dirigido por Anna Muylaert, explora o classismo e a mudança social no Brasil, e oferece um emocionante exame da essência da família", diz a resenha que o jornal "USA Today" fez sobre os filmes premiados. "Val demonstra tanto amor e trabalha tão constantemente e tão duro que é impossível não gostar dela, ainda que na prática ela tenha abandonado sua própria filha e, quando se reúne a ela, percebe que é uma estranha com um conjunto completamente diferente de ideias e valores", diz a revista "Hollywood Reporter". O filme já havia sido apresentado em 2014 no festival de Locarno, na Suíça, onde levou a plateia à emoção e às gargalhadas, segundo a revista "Variety".
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ilustrada
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Regina Casé ganha prêmio de melhor atriz em SundanceA atriz e apresentadora brasileira Regina Casé ganhou neste sábado (31) um prêmio especial do júri do festival de Sundance, que premia filmes independentes nos Estados Unidos, por sua atuação no filme "Que Horas Ela Volta?", ainda inédito no Brasil. Casé interpreta Val, uma empregada doméstica que trata o filho da patroa como se fosse seu próprio filho, quando sua filha biológica vem do Nordeste morar com ela para prestar vestibular. A atriz Camila Márdila, que faz o papel de filha biológica de Val, divide o prêmio com Casé. O filme foi aplaudido de pé quando foi apresentado no festival, uma semana antes. "Este filme fascinante, dirigido por Anna Muylaert, explora o classismo e a mudança social no Brasil, e oferece um emocionante exame da essência da família", diz a resenha que o jornal "USA Today" fez sobre os filmes premiados. "Val demonstra tanto amor e trabalha tão constantemente e tão duro que é impossível não gostar dela, ainda que na prática ela tenha abandonado sua própria filha e, quando se reúne a ela, percebe que é uma estranha com um conjunto completamente diferente de ideias e valores", diz a revista "Hollywood Reporter". O filme já havia sido apresentado em 2014 no festival de Locarno, na Suíça, onde levou a plateia à emoção e às gargalhadas, segundo a revista "Variety".
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Alalaô: Guiné Equatorial nega a presença de ditador no desfile da Beija-flor
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DO RIO O governo da Guiné Equatorial, divulgou nota, negando que o presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, 72, tenha vindo assistir ao desfile da escola de samba Beija-Flor, de Nilópolis, na segunda-feira (16), no sambódromo do Rio. Campeã do Carnaval ... Leia post completo no blog
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cotidiano
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Alalaô: Guiné Equatorial nega a presença de ditador no desfile da Beija-florDO RIO O governo da Guiné Equatorial, divulgou nota, negando que o presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, 72, tenha vindo assistir ao desfile da escola de samba Beija-Flor, de Nilópolis, na segunda-feira (16), no sambódromo do Rio. Campeã do Carnaval ... Leia post completo no blog
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Governo oferece benefício a devedor do fisco para garantir apoio a reforma
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O Palácio do Planalto e seus aliados no Congresso devem oferecer benefícios a empresas e produtores rurais com dívidas com o fisco para reduzir as resistências à reforma da Previdência sem precisar fazer novas concessões na proposta que muda as regras das aposentadorias. A ideia é angariar votos sem reduzir ainda mais a economia prevista com a reforma e sua contribuição para o equilíbrio das contas públicas. Comissão mista do Congresso aprovou nesta semana mudanças significativas no novo programa de regularização de débitos fiscais proposto pelo presidente Michel Temer, incluindo no projeto benefícios para os devedores. A nova versão amplia o prazo de parcelamento das dívidas de 10 para 20 anos e dá descontos nas multas e juros que podem chegar a 90%. Também retira a multa prevista em casos que forem levados ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). As empresas recorrem ao conselho quando discordam de autuações do fisco. Para atender à bancada ruralista, o Congresso incluiu a possibilidade de parcelamento de R$ 26 bilhões em dívidas com o Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural). Empresas em recuperação judicial também poderão parcelar débitos. Deputados na linha de frente das negociações da reforma da Previdência confirmaram que a bancada ruralista pressiona o governo. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal declarou constitucional a cobrança sobre a receita bruta com a venda da produção agrícola devida pelo empregador rural pessoa física. Mais de 15 mil processos estavam suspensos na instância de origem à espera do desfecho do julgamento. Representantes do governo disseram ter ouvido do deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), relator do projeto, que tinha 54 votos contrários às reformas propostas pelo governo Temer se as mudanças forem vetadas. A reportagem da Folha não conseguiu falar com o deputado até a conclusão desta edição. O governo também discute esperar a aprovação da reforma trabalhista no Senado antes de colocar em votação a nova Previdência na Câmara, o que poderá atrasar o atual cronograma de votação. RECLAMAÇÕES O presidente recebeu reclamações de parlamentares governistas. Eles dizem que todo o ônus político da aprovação das reformas recai neste momento sobre a Câmara. A expectativa é que a reforma trabalhista seja analisada pelo plenário do Senado no início de junho, o que adiaria a previdenciária para a segunda quinzena do mês que vem ou até para julho. Com mais tempo, o presidente teria margem de negociação para assegurar os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara. A votação da reforma na comissão especial da Previdência na Câmara foi interrompida na quarta-feira (2) após a invasão do Congresso por agentes penitenciários contrários ao projeto. Ela será retomada na próxima terça (9). O texto-base já foi aprovado, mas falta analisar destaques que poderão alterá-lo. (JULIO WIZIACK, MARIANA CARNEIRO, GUSTAVO URIBE, RANIER BRAGON, DANIEL CARVALHO E LAÍS ALEGRETTI)
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mercado
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Governo oferece benefício a devedor do fisco para garantir apoio a reformaO Palácio do Planalto e seus aliados no Congresso devem oferecer benefícios a empresas e produtores rurais com dívidas com o fisco para reduzir as resistências à reforma da Previdência sem precisar fazer novas concessões na proposta que muda as regras das aposentadorias. A ideia é angariar votos sem reduzir ainda mais a economia prevista com a reforma e sua contribuição para o equilíbrio das contas públicas. Comissão mista do Congresso aprovou nesta semana mudanças significativas no novo programa de regularização de débitos fiscais proposto pelo presidente Michel Temer, incluindo no projeto benefícios para os devedores. A nova versão amplia o prazo de parcelamento das dívidas de 10 para 20 anos e dá descontos nas multas e juros que podem chegar a 90%. Também retira a multa prevista em casos que forem levados ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). As empresas recorrem ao conselho quando discordam de autuações do fisco. Para atender à bancada ruralista, o Congresso incluiu a possibilidade de parcelamento de R$ 26 bilhões em dívidas com o Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural). Empresas em recuperação judicial também poderão parcelar débitos. Deputados na linha de frente das negociações da reforma da Previdência confirmaram que a bancada ruralista pressiona o governo. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal declarou constitucional a cobrança sobre a receita bruta com a venda da produção agrícola devida pelo empregador rural pessoa física. Mais de 15 mil processos estavam suspensos na instância de origem à espera do desfecho do julgamento. Representantes do governo disseram ter ouvido do deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), relator do projeto, que tinha 54 votos contrários às reformas propostas pelo governo Temer se as mudanças forem vetadas. A reportagem da Folha não conseguiu falar com o deputado até a conclusão desta edição. O governo também discute esperar a aprovação da reforma trabalhista no Senado antes de colocar em votação a nova Previdência na Câmara, o que poderá atrasar o atual cronograma de votação. RECLAMAÇÕES O presidente recebeu reclamações de parlamentares governistas. Eles dizem que todo o ônus político da aprovação das reformas recai neste momento sobre a Câmara. A expectativa é que a reforma trabalhista seja analisada pelo plenário do Senado no início de junho, o que adiaria a previdenciária para a segunda quinzena do mês que vem ou até para julho. Com mais tempo, o presidente teria margem de negociação para assegurar os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara. A votação da reforma na comissão especial da Previdência na Câmara foi interrompida na quarta-feira (2) após a invasão do Congresso por agentes penitenciários contrários ao projeto. Ela será retomada na próxima terça (9). O texto-base já foi aprovado, mas falta analisar destaques que poderão alterá-lo. (JULIO WIZIACK, MARIANA CARNEIRO, GUSTAVO URIBE, RANIER BRAGON, DANIEL CARVALHO E LAÍS ALEGRETTI)
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Cunha ataca delação de Funaro após ter acordo rejeitado pela PGR
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O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) redigiu uma nota em que ataca a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, apontado como antigo operador do parlamentar. "Repudio com veemência o conteúdo [dos depoimentos de Funaro]. [Trata-se] de mais uma delação sem provas, que visa a corroborar outras delações também sem provas, onde o delator relata fatos [de] que inclusive não participou e não tinha qualquer possibilidade de acesso a informações", escreveu Cunha. O ex-presidente da Câmara diz que as delações premiadas chegaram "ao ponto máximo da desmoralização". "Basta concordar com qualquer coisa que a acusação encomendar para obter infinitos benefícios." O movimento de Cunha ocorre no momento em que estão travadas as conversas sobre sua própria delação —que negocia há meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República), sem sucesso. Os investigadores rejeitaram assinar delações com os dois presos, por entender que a dupla atuava em conjunto e forneceria informações semelhantes, o que não justificaria a concessão de benefícios para ambos. A delação premiada de Funaro foi homologada no início de setembro pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Em seus depoimentos, ele afirmou que Cunha distribuiu propina a diversos aliados, entre eles o presidente Michel Temer. O Palácio do Planalto negou as acusações. Conforme noticiou a coluna "Painel", Cunha vai acionar a Justiça para tentar anular o acordo de delação de Funaro. Ele alega que trechos de uma proposta de colaboração preparada por ele foram enxertados no acordo do doleiro. O principal argumento de Cunha é o de que Funaro não participou de muitos dos fatos relatados e que, portanto, não pode prová-los. Aliados do ex-deputado afirmam que seu principal trunfo pode ser o preenchimento dessa lacuna. Cunha garantiu a esses interlocutores que pode provar que Funaro narrou fatos aos quais não tinha acesso suficiente. O ex-presidente da Câmara também tenta desqualificar as delações que contaram com a participação do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de atuar para a empresa JBS enquanto ainda mantinha vínculos com a PGR.
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Cunha ataca delação de Funaro após ter acordo rejeitado pela PGRO ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) redigiu uma nota em que ataca a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, apontado como antigo operador do parlamentar. "Repudio com veemência o conteúdo [dos depoimentos de Funaro]. [Trata-se] de mais uma delação sem provas, que visa a corroborar outras delações também sem provas, onde o delator relata fatos [de] que inclusive não participou e não tinha qualquer possibilidade de acesso a informações", escreveu Cunha. O ex-presidente da Câmara diz que as delações premiadas chegaram "ao ponto máximo da desmoralização". "Basta concordar com qualquer coisa que a acusação encomendar para obter infinitos benefícios." O movimento de Cunha ocorre no momento em que estão travadas as conversas sobre sua própria delação —que negocia há meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República), sem sucesso. Os investigadores rejeitaram assinar delações com os dois presos, por entender que a dupla atuava em conjunto e forneceria informações semelhantes, o que não justificaria a concessão de benefícios para ambos. A delação premiada de Funaro foi homologada no início de setembro pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Em seus depoimentos, ele afirmou que Cunha distribuiu propina a diversos aliados, entre eles o presidente Michel Temer. O Palácio do Planalto negou as acusações. Conforme noticiou a coluna "Painel", Cunha vai acionar a Justiça para tentar anular o acordo de delação de Funaro. Ele alega que trechos de uma proposta de colaboração preparada por ele foram enxertados no acordo do doleiro. O principal argumento de Cunha é o de que Funaro não participou de muitos dos fatos relatados e que, portanto, não pode prová-los. Aliados do ex-deputado afirmam que seu principal trunfo pode ser o preenchimento dessa lacuna. Cunha garantiu a esses interlocutores que pode provar que Funaro narrou fatos aos quais não tinha acesso suficiente. O ex-presidente da Câmara também tenta desqualificar as delações que contaram com a participação do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de atuar para a empresa JBS enquanto ainda mantinha vínculos com a PGR.
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Investir em tecnologia fará agricultura orgânica crescer, dizem especialistas
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Potência mundial do agronegócio, o Brasil pode ser um viveiro de tecnologias e de modelos agroecológicos, que tornem economicamente viável a produção orgânica de alimentos e fibras no país. Essa é uma das principais conclusões de especialistas, produtores rurais e empreendedores sociais no "Diálogos Transformadores", que na terça-feira (27)debateu o tema "Nova Agricultura: Uma Produção Sustentável de Alimentos e Fibras". O encontro foi realizado pela Folha, em parceria com a Ashoka. "Tivemos décadas de muito investimento na pesquisa dentro da lógica da Revolução Verde", afirmou Rogério Pereira Dias, coordenador de agroecologia e produção orgânica do Ministério da Agricultura, referindo-se ao processo de modernização agrícola destinado a aumentar a produtividade das colheitas com maquinários, transgênicos e insumos químicos. "Se tivermos o mesmo valor e empenho colocado para desenvolver tecnologia no campo na visão da agricultura orgânica, de base agroecológica, podemos dar saltos enormes." Segundo dados atualizados da pasta, a área de produção de orgânicos no Brasil é de 1,1 milhão de hectares, quase o dobro do que havia em 2013. Esses avanços já são realidade na Fazenda da Toca, em Itirapina, interior de São Paulo. Com 2,3 mil hectares, o local se tornou referência no cultivo de alimentos orgânicos em larga escala. "Acredito que dá para alimentar o mundo com orgânico", afirmou Pedro Paulo Diniz, fundador da Fazenda da Toca. O filho de Abílio Diniz, grande nome do varejo, assumiu a propriedade da família em 2007 e substituiu a agricultura convencional. "Neste ano, plantamos 350 hectares de milho e colhemos 9,8 toneladas por hectare, uma média igual a do plantio convencional", comparou. Eficiência alcançada com o uso de sistemas agroflorestais, que combinam culturas agrícolas com espécies arbóreas. Esses modelos geram os próprios insumos, o que viabiliza o cultivo orgânico em escala, já que os fertilizantes naturais ainda são caros. Baseados nos ciclos e recursos da natureza, eles minimizam a degradação do solo, melhoram a produção e ajudam a regenerar a biodiversidade, trazendo rentabilidade ao campo. Segundo Laércio Meirelles, da ONG Centro Ecológico, o alto custo pode inviabilizar a agricultura tradicional nas próximas décadas, que viu o valor da produção da soja aumentar 207%. "O que fazer com o nitrogênio, o fósforo e o potássio importados? A experiência que acumulamos aponta para soluções." "Não vejo como produzir 2 bilhões de toneladas de alimentos por ano no mundo somente com orgânico", contrapôs Arlindo de Azevedo Moura, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) e da Terra Santa, grande produtora de soja, milho e algodão. Para ele, não haveria terra suficiente, já que, de modo geral, a cultura orgânica ainda é menos produtiva. Diniz argumentou com o exemplo da plantação de cana da família Balbo, maiores produtores orgânicos do país. De acordo com o empresário, a produção de lá é 40% maior no modelo orgânico. "Não é de hoje para amanhã. [É preciso] trabalhar numa transição para que o grande agronegócio, ao invés de destruir, crie vida", disse o fundador da Fazenda da Toca. "Quando se investe no desenvolvimento de sistemas agroecólogicos, isso serve tanto para o pequeno quanto para o grande [agricultor]." ALGODÃO Moura relativizou o status brasileiro de campeão no uso de agrotóxicos. "Não acho justo porque produzimos mais alimentos do que outros países." O empresário disse que, para cada dólar gasto com químicos, o país produz 142 kg de produtos, mais que o dobro da Europa. Na questão do algodão, o presidente da Abrapa salientou ainda que 71% dos produtores brasileiros são certificados pelo BCI (Iniciativa por um Algodão Melhor, na sigla em inglês, que analisa questões ambientais, sociais e econômicas), mas não são necessariamente orgânicos. Apesar de o Brasil ser hoje o quinto maior produtor mundial de algodão, o volume desse produto orgânico ainda é irrisório. Segundo os dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o país produziu 1,2 milhão de toneladas de plumas em 2016. No mesmo ano, o relatório da ONG Textile Exchange aponta que 22 toneladas foram de fibras orgânicas. Para Silvio Moraes, representante para a América Latina da organização, o aumento da produção do orgânico está relacionado a mais investimentos em assistência técnica aos pequenos agricultores. "Não vai acontecer numa escala de propriedades maiores, mas num maior número de propriedades." O Instituto C&A também tem atuado no fomento da produção de algodão orgânico. "Trabalhamos com parcerias e investindo em projetos de capacitação técnica dos agricultores", disse Giuliana Ortega, diretora executiva do instituto, que apoia o "Diálogos Transformadores". Os especialistas também destacaram o papel do consumidor. "Não compre, não cozinhe, não coma e não sirva o que você não colocaria dentro de você", disse o chef Alex Atala, fundador do Instituto Atá, que atua para fortalecer a cadeia do alimento. "Diálogos Transformadores Nova Agricultura: Uma Produção Sustentável de Alimentos e Fibras" teve apoio do Instituto C&A
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empreendedorsocial
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Investir em tecnologia fará agricultura orgânica crescer, dizem especialistasPotência mundial do agronegócio, o Brasil pode ser um viveiro de tecnologias e de modelos agroecológicos, que tornem economicamente viável a produção orgânica de alimentos e fibras no país. Essa é uma das principais conclusões de especialistas, produtores rurais e empreendedores sociais no "Diálogos Transformadores", que na terça-feira (27)debateu o tema "Nova Agricultura: Uma Produção Sustentável de Alimentos e Fibras". O encontro foi realizado pela Folha, em parceria com a Ashoka. "Tivemos décadas de muito investimento na pesquisa dentro da lógica da Revolução Verde", afirmou Rogério Pereira Dias, coordenador de agroecologia e produção orgânica do Ministério da Agricultura, referindo-se ao processo de modernização agrícola destinado a aumentar a produtividade das colheitas com maquinários, transgênicos e insumos químicos. "Se tivermos o mesmo valor e empenho colocado para desenvolver tecnologia no campo na visão da agricultura orgânica, de base agroecológica, podemos dar saltos enormes." Segundo dados atualizados da pasta, a área de produção de orgânicos no Brasil é de 1,1 milhão de hectares, quase o dobro do que havia em 2013. Esses avanços já são realidade na Fazenda da Toca, em Itirapina, interior de São Paulo. Com 2,3 mil hectares, o local se tornou referência no cultivo de alimentos orgânicos em larga escala. "Acredito que dá para alimentar o mundo com orgânico", afirmou Pedro Paulo Diniz, fundador da Fazenda da Toca. O filho de Abílio Diniz, grande nome do varejo, assumiu a propriedade da família em 2007 e substituiu a agricultura convencional. "Neste ano, plantamos 350 hectares de milho e colhemos 9,8 toneladas por hectare, uma média igual a do plantio convencional", comparou. Eficiência alcançada com o uso de sistemas agroflorestais, que combinam culturas agrícolas com espécies arbóreas. Esses modelos geram os próprios insumos, o que viabiliza o cultivo orgânico em escala, já que os fertilizantes naturais ainda são caros. Baseados nos ciclos e recursos da natureza, eles minimizam a degradação do solo, melhoram a produção e ajudam a regenerar a biodiversidade, trazendo rentabilidade ao campo. Segundo Laércio Meirelles, da ONG Centro Ecológico, o alto custo pode inviabilizar a agricultura tradicional nas próximas décadas, que viu o valor da produção da soja aumentar 207%. "O que fazer com o nitrogênio, o fósforo e o potássio importados? A experiência que acumulamos aponta para soluções." "Não vejo como produzir 2 bilhões de toneladas de alimentos por ano no mundo somente com orgânico", contrapôs Arlindo de Azevedo Moura, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) e da Terra Santa, grande produtora de soja, milho e algodão. Para ele, não haveria terra suficiente, já que, de modo geral, a cultura orgânica ainda é menos produtiva. Diniz argumentou com o exemplo da plantação de cana da família Balbo, maiores produtores orgânicos do país. De acordo com o empresário, a produção de lá é 40% maior no modelo orgânico. "Não é de hoje para amanhã. [É preciso] trabalhar numa transição para que o grande agronegócio, ao invés de destruir, crie vida", disse o fundador da Fazenda da Toca. "Quando se investe no desenvolvimento de sistemas agroecólogicos, isso serve tanto para o pequeno quanto para o grande [agricultor]." ALGODÃO Moura relativizou o status brasileiro de campeão no uso de agrotóxicos. "Não acho justo porque produzimos mais alimentos do que outros países." O empresário disse que, para cada dólar gasto com químicos, o país produz 142 kg de produtos, mais que o dobro da Europa. Na questão do algodão, o presidente da Abrapa salientou ainda que 71% dos produtores brasileiros são certificados pelo BCI (Iniciativa por um Algodão Melhor, na sigla em inglês, que analisa questões ambientais, sociais e econômicas), mas não são necessariamente orgânicos. Apesar de o Brasil ser hoje o quinto maior produtor mundial de algodão, o volume desse produto orgânico ainda é irrisório. Segundo os dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o país produziu 1,2 milhão de toneladas de plumas em 2016. No mesmo ano, o relatório da ONG Textile Exchange aponta que 22 toneladas foram de fibras orgânicas. Para Silvio Moraes, representante para a América Latina da organização, o aumento da produção do orgânico está relacionado a mais investimentos em assistência técnica aos pequenos agricultores. "Não vai acontecer numa escala de propriedades maiores, mas num maior número de propriedades." O Instituto C&A também tem atuado no fomento da produção de algodão orgânico. "Trabalhamos com parcerias e investindo em projetos de capacitação técnica dos agricultores", disse Giuliana Ortega, diretora executiva do instituto, que apoia o "Diálogos Transformadores". Os especialistas também destacaram o papel do consumidor. "Não compre, não cozinhe, não coma e não sirva o que você não colocaria dentro de você", disse o chef Alex Atala, fundador do Instituto Atá, que atua para fortalecer a cadeia do alimento. "Diálogos Transformadores Nova Agricultura: Uma Produção Sustentável de Alimentos e Fibras" teve apoio do Instituto C&A
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Monja Coen fala sobre relação de Odete Lara com o budismo
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Monja Coen, primaz fundadora da comunidade zen budista do Brasil, teve os primeiros contatos com Odete Lara há 30 anos. A atriz estava a procura de ensinamentos do zen budismo, do qual tornou-se adepta e divulgadora. Leia abaixo o depoimento da monja sobre a atriz , morta nesta quarta (4), aos 85 anos, no Rio. * "Odete Lara esteve na Califórnia, à procura do Zen, na mesma época em que eu morava no Zen Center of Los Angeles. Isso há mais de trinta anos. Não nos encontramos nos Estados Unidos. Soube de sua passagem pela minha comunidade, exatamente no dia em que eu estava fora. Quando cheguei me esperavam ansiosos para contar que uma grande atriz brasileira estivera nos visitando. Ao voltar ao Brasil a encontrei. Algumas vezes. Ela havia traduzido para a Editora Palas Athena o livro "Mente Zen, Mente de Principiante" de Shunryu Suzuki Roshi, o fundador do Zen Center de San Francisco. Esse havia sido o primeiro livro Zen que eu lera nos Estados Unidos. Usei o livro em Português para difundir o Zen, já aqui no Brasil, por muitos anos e ainda o continuo a recomendar. Foi também na Associação Palas Athena de Estudos Filosóficos que nos reencontramos pela primeira vez. Reencontro de um primeiro encontro. Estivemos juntas em alguns eventos de meditação. Poucos. Ela esteve em algumas palestras que fiz aqui em São Paulo. Ela residia no Rio. Costumava me dizer que "vivia como se fosse uma monja". Morava só, tinha uma rotina bem tranquila, sistemática e organizada. Acordava muito cedo, como nos mosteiros, para as práticas de meditação, estudos e traduções (traduziu também textos do Mestre Vietnamita Thich Nath Hahn, de quem também se tornou seguidora). Odele Lara deixa um trabalho muito importante para pensadores, filósofos, estudiosos das religiões e praticantes Zen Budistas através das obras que traduziu e da prática verdadeira que foi a sua, desde que encontrou o Zen Budismo. Há dois anos, quando estive no Rio, me disseram que ela estava muito fraca, quase o tempo todo deitada. Eu a imaginei assim, loirinha e pálida, pequena e forte. Enviei meus cumprimentos. Agora, hoje, fico sabendo de sua morte, de sua passagem, de seu parinirvana. Pari - grande ou final e Nirvana - paz, tranquilidade. Que esteja na grande paz de Nirvana, sendo recebida por todos e todas Budas e Bodisatvas, seres iluminados e benfazejos. Sua vida e sua obra permanecerão como estímulo e exemplo de dedicação, prática e iluminação. Que todos os seres se beneficiem e possam se tornar o Caminho Iluminado. * Agora sei por que a Lua Cheia da noite passada não me deixava dormir. Suavemente abri a veneziana e seu brilho de prata entrou silencioso e pálido —como Odete— em minha vida. Saudades. Profundo respeito e gratidão." MONJA COEN, líder espiritual budista
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ilustrada
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Monja Coen fala sobre relação de Odete Lara com o budismoMonja Coen, primaz fundadora da comunidade zen budista do Brasil, teve os primeiros contatos com Odete Lara há 30 anos. A atriz estava a procura de ensinamentos do zen budismo, do qual tornou-se adepta e divulgadora. Leia abaixo o depoimento da monja sobre a atriz , morta nesta quarta (4), aos 85 anos, no Rio. * "Odete Lara esteve na Califórnia, à procura do Zen, na mesma época em que eu morava no Zen Center of Los Angeles. Isso há mais de trinta anos. Não nos encontramos nos Estados Unidos. Soube de sua passagem pela minha comunidade, exatamente no dia em que eu estava fora. Quando cheguei me esperavam ansiosos para contar que uma grande atriz brasileira estivera nos visitando. Ao voltar ao Brasil a encontrei. Algumas vezes. Ela havia traduzido para a Editora Palas Athena o livro "Mente Zen, Mente de Principiante" de Shunryu Suzuki Roshi, o fundador do Zen Center de San Francisco. Esse havia sido o primeiro livro Zen que eu lera nos Estados Unidos. Usei o livro em Português para difundir o Zen, já aqui no Brasil, por muitos anos e ainda o continuo a recomendar. Foi também na Associação Palas Athena de Estudos Filosóficos que nos reencontramos pela primeira vez. Reencontro de um primeiro encontro. Estivemos juntas em alguns eventos de meditação. Poucos. Ela esteve em algumas palestras que fiz aqui em São Paulo. Ela residia no Rio. Costumava me dizer que "vivia como se fosse uma monja". Morava só, tinha uma rotina bem tranquila, sistemática e organizada. Acordava muito cedo, como nos mosteiros, para as práticas de meditação, estudos e traduções (traduziu também textos do Mestre Vietnamita Thich Nath Hahn, de quem também se tornou seguidora). Odele Lara deixa um trabalho muito importante para pensadores, filósofos, estudiosos das religiões e praticantes Zen Budistas através das obras que traduziu e da prática verdadeira que foi a sua, desde que encontrou o Zen Budismo. Há dois anos, quando estive no Rio, me disseram que ela estava muito fraca, quase o tempo todo deitada. Eu a imaginei assim, loirinha e pálida, pequena e forte. Enviei meus cumprimentos. Agora, hoje, fico sabendo de sua morte, de sua passagem, de seu parinirvana. Pari - grande ou final e Nirvana - paz, tranquilidade. Que esteja na grande paz de Nirvana, sendo recebida por todos e todas Budas e Bodisatvas, seres iluminados e benfazejos. Sua vida e sua obra permanecerão como estímulo e exemplo de dedicação, prática e iluminação. Que todos os seres se beneficiem e possam se tornar o Caminho Iluminado. * Agora sei por que a Lua Cheia da noite passada não me deixava dormir. Suavemente abri a veneziana e seu brilho de prata entrou silencioso e pálido —como Odete— em minha vida. Saudades. Profundo respeito e gratidão." MONJA COEN, líder espiritual budista
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Nadal treina forte e tem chances de participar do tênis na Rio-2016
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JOSÉ HENRIQUE MARIANTE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Rafael Nadal voltou a treinar forte nesta terça-feira (2) no Rio de Janeiro. Ainda em recuperação de uma lesão no pulso esquerdo, o espanhol trocou bolas com o duplista Marc Lopez. A indefinição sobre a participação de Nadal nos Jogos Olimpícos não parece mais médica e sim técnica, segundo declarações de seu tio e treinador Toni Nadal. "Ele e a capitã Conchita terão que decidir o que é melhor para o time", afirmou, fazendo referência à ex-tenista Conchita Martínez, que comanda o time espanhol na Copa Davis e na competição olímpica. Nadal, de longe o mais assediado dos tenistas no Rio, está inscrito nas modalidades de tênis simples, duplas e duplas mistas. Uma decisão pode ser anunciada ainda nesta terça-feira (2), no final da tarde, quando o atual número cinco do mundo faz a segunda sessão de treinos do dia. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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esporte
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Nadal treina forte e tem chances de participar do tênis na Rio-2016
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE ENVIADO ESPECIAL AO RIO Rafael Nadal voltou a treinar forte nesta terça-feira (2) no Rio de Janeiro. Ainda em recuperação de uma lesão no pulso esquerdo, o espanhol trocou bolas com o duplista Marc Lopez. A indefinição sobre a participação de Nadal nos Jogos Olimpícos não parece mais médica e sim técnica, segundo declarações de seu tio e treinador Toni Nadal. "Ele e a capitã Conchita terão que decidir o que é melhor para o time", afirmou, fazendo referência à ex-tenista Conchita Martínez, que comanda o time espanhol na Copa Davis e na competição olímpica. Nadal, de longe o mais assediado dos tenistas no Rio, está inscrito nas modalidades de tênis simples, duplas e duplas mistas. Uma decisão pode ser anunciada ainda nesta terça-feira (2), no final da tarde, quando o atual número cinco do mundo faz a segunda sessão de treinos do dia. Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo
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Inglaterra celebra 50 anos de mostra inovadora sobre poesia concreta
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RESUMO Simpósio realizado no mês passado na Universidade de Cambridge celebrou o cinquentenário da primeira Mostra Internacional de Poesia Concreta, na Inglaterra. A homenagem destacou a forte presença brasileira na exposição de 1964 e defendeu a contribuição de alguns poetas menos famosos e valorizados. * No térreo do prédio Alison Richard, onde fica o Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, acadêmicos e estudantes se aglomeram em torno de obras de Haroldo (1929-2003) e Augusto de Campos, Julio Plaza (1938-2003) e Décio Pignatari (1927-2012). O grupo esperava pelo início do simpósio "Concrete Poetry - International Exchanges" (poesia concreta - trocas internacionais), no último dia 14, organizado para celebrar os 50 anos da Primeira Mostra Internacional de Poesia Concreta, Fônica e Cinética, no St. Catharine's College, parte da universidade. A exposição, de 28 de novembro a 5 de dezembro de 1964, teve uma forte presença brasileira -entre os mais de 90 trabalhos expostos estavam obras do grupo Noigandres, de Augusto e Haroldo de Campos, José Lino Grünewald (1931-2000), Décio Pignatari e Ronaldo Azeredo (1937-2006), e de Edgard Braga (1897-1985), Luiz Angelo Pinto e Pedro Xisto (1901-87). Todos estão representados agora na exposição que rodeia os participantes do simpósio e segue no segundo andar do prédio, uma das três mostras organizadas na cidade para celebrar a data. Os livros, cartas e obras -incluindo trabalhos de Wlademir Dias-Pino, Álvaro de Sá (1935-2001), entre outros- fazem parte do acervo do historiador de arte Stephen Bann, professor emérito da Universidade de Bristol e um dos organizadores da exposição de 1964, ao lado de Red Gadney, Philip Steadman e Mike Weaver. A primeira mostra exibiu obras vindas de diversos países, da Venezuela à Áustria, fazendo jus ao "internacional" de seu título. Entre os artistas com trabalhos expostos, além dos brasileiros, estavam o escocês Ian Hamilton Finlay (1925-2006), o norte-americano Frank Malina (1912-81), cientista pioneiro na arte cinética, o monge beneditino britânico Sylvester Houédard (1924-92) e Eugen Gomringer, boliviano naturalizado suíço, considerado um dos pais do movimento internacional de poesia concreta. Como tal elenco foi reunido? Bann não consegue precisar como os trabalhos foram selecionados. "Eu apenas me lembro de Mark Weaver enviando dezenas de cartas para vários países pedindo colaborações de poetas de vários cantos do mundo", diz ele à reportagem da Folha em sua casa, na cidade de Canterbury. Philip Steadman, que foi editor de "Image" e "Form", publicações seminais na propagação da poesia concreta no Reino Unido, também não sabe dizer. "Para ser sincero, não me lembro", diz ele, hoje professor da Faculdade de Ambiente Construído da University College London, durante abertura de outra das exposições em homenagem aos 50 anos do feito, "Graphic Constellations", na galeria Ruskin. Para Bann, o momento era propício para a colaboração internacional. "Nos anos 1960, depois das barreiras criadas pela Segunda Guerra, as pessoas passaram a querer se comunicar", diz. "Havia um desejo de estar conectado que transcendia todas as outras questões, como a financeira. As pessoas apenas enviavam suas obras." À exposição se seguiriam publicações na "Form", o festival de poesia concreta em Brighton, em 1967, também com obras do grupo brasileiro, e a coletânea editada por Bann no mesmo ano. Seu envolvimento com a poesia concreta se deu meses antes da mostra pioneira em 1964, quando conheceu o poeta Ian Hamilton Finlay, de quem se tornaria amigo. Seu livro mais recente é uma edição de cartas que recebeu do poeta, "Midway: Letters from Ian Hamilton Finlay to Stephen Bann 1964-69" [Wilmington Square Books, 400 págs., R$ 66,59 em Kindle]. Em termos gerais, "deixando de fora todo um contexto anterior, como o manifesto do grupo Art Concret, de Theo van Doesburg [um dos principais nomes do neoplasticismo], em 1930", Bann marca o início do movimento internacional da poesia concreta com o encontro, em 1955, de Décio Pignatari e Gomringer, quando este era secretário do artista concreto suíço Max Bill (1908-94) na Escola de Design de Ulm, na Alemanha. "Ali eles perceberam que eram parte de pequenos grupos produzindo trabalhos com as mesmas raízes e antecedentes, ainda que não estivessem trabalhando juntos", afirma. "Ambos concordaram em usar o termo poesia concreta." A identificação, é claro, não apagou as diferenças entre os dois grupos, como a influência de Ezra Pound (1885-1972) sobre os brasileiros. "Falei com Gomringer há uns 15 dias e ele comentou que, na época, não sabiam nada sobre Pound na Alemanha e na Suíça", conta Bann. "Eles não entendiam por que o grupo brasileiro se intitulava Noigandres", diverte-se. O nome foi tirado de uma palavra enigmática em um verso do trovador provençal Arnaut Daniel, que depois ganhou vida nova em "Os Cantos", de Pound. O marco inicial da poesia concreta citado por Bann, largamente aceito por estudiosos do assunto, foi questionado pelo artista brasileiro Eduardo Kac durante sua palestra no simpósio em Cambridge, "Dispelling Myths of Origin" (dissipando mitos de origem). Pioneiro em uma longa carreira de experimentações artísticas com o uso de tecnologia, ciência e biologia, indo da holografia à bioarte -sua obra mais conhecida é "Alba", uma coelha modificada geneticamente para emitir luz florescente-, apresentou exemplos anteriores do estilo poético e do uso do termo poesia concreta. O palestrante destacou a atuação do poeta Wlademir Dias-Pino, que também participou da primeira Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada por poetas e artistas de São Paulo, em 1956 (e, no ano seguinte, no Rio). Dias-Pino, posteriormente um dos fundadores do movimento poema\processo (1967), apresentou na ocasião quatro versões de "SOLIDA", poema que permite várias leituras de acordo com diferentes codificações gráficas das letras do título. No mesmo ano, publicou o livro-poema "A AVE", cujas primeiras versões, segundo Kac, datam de 1948. INFLUÊNCIA Se o concretismo e seus desdobramentos foram um marco na cena poética brasileira, no Reino Unido sua influência foi mais difusa. "O impacto foi forte. O problema era a dificuldade de distinguir a poesia concreta de outras formas poéticas que também estavam repercutindo no momento", diz Bann. "Especialmente os que seguiam a geração beat e buscavam nos EUA maneiras de se conectar com aquela forma de poesia." Um dos exemplos de Bann é o International Poetry Incarnation, no Royal Albert Hall, em 1965, evento com grande presença de poetas beat que atraiu 7.000 pessoas e se tornou lendário na história da contracultura britânica. "Uma das apresentações de mais sucesso foi a do concretista [austríaco] Ernst Jandl, que mostrou seus poemas sonoros", diz. A lembrança do evento -que reuniu, entre outros, William Burroughs (1914-97) e Allen Ginsberg (1926-97)- ainda diverte Bann. "Alguns dos beats estavam drogados e quase estragaram a exposição." Na época, era inevitável a comparação entre o concretismo e a poesia beat -que Bann classifica como "um tanto autocondescendente". As críticas que mais irritavam Finlay, segundo ele, eram as de que suas poesias "tinham poucas palavras" e eram "muito simples". "Ninguém olha uma obra de Jesús Rafael Soto e diz que é muito simples", exemplificava. De acordo com Bann, a separação de sua obra da poesia beat era muito importante para Finlay. "Ele buscava uma forma que acreditava ser mais pura." E é sob os auspícios de Finlay que se fecha o ciclo iniciado e termina o simpósio -que, além do próprio Bann, teve palestras da brasileira Viviane Carvalho da Anunciação, que pesquisa o diálogos entre os poetas concretos brasileiros e britânicos, entre outros. Acadêmicos e plateia seguem para a galeria Kettle Yard para visitar a terceira mostra ligada ao evento, esta totalmente dedicada ao poeta escocês. MARINA DELLA VALLE, 38, é jornalista e tradutora.
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Inglaterra celebra 50 anos de mostra inovadora sobre poesia concretaRESUMO Simpósio realizado no mês passado na Universidade de Cambridge celebrou o cinquentenário da primeira Mostra Internacional de Poesia Concreta, na Inglaterra. A homenagem destacou a forte presença brasileira na exposição de 1964 e defendeu a contribuição de alguns poetas menos famosos e valorizados. * No térreo do prédio Alison Richard, onde fica o Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, acadêmicos e estudantes se aglomeram em torno de obras de Haroldo (1929-2003) e Augusto de Campos, Julio Plaza (1938-2003) e Décio Pignatari (1927-2012). O grupo esperava pelo início do simpósio "Concrete Poetry - International Exchanges" (poesia concreta - trocas internacionais), no último dia 14, organizado para celebrar os 50 anos da Primeira Mostra Internacional de Poesia Concreta, Fônica e Cinética, no St. Catharine's College, parte da universidade. A exposição, de 28 de novembro a 5 de dezembro de 1964, teve uma forte presença brasileira -entre os mais de 90 trabalhos expostos estavam obras do grupo Noigandres, de Augusto e Haroldo de Campos, José Lino Grünewald (1931-2000), Décio Pignatari e Ronaldo Azeredo (1937-2006), e de Edgard Braga (1897-1985), Luiz Angelo Pinto e Pedro Xisto (1901-87). Todos estão representados agora na exposição que rodeia os participantes do simpósio e segue no segundo andar do prédio, uma das três mostras organizadas na cidade para celebrar a data. Os livros, cartas e obras -incluindo trabalhos de Wlademir Dias-Pino, Álvaro de Sá (1935-2001), entre outros- fazem parte do acervo do historiador de arte Stephen Bann, professor emérito da Universidade de Bristol e um dos organizadores da exposição de 1964, ao lado de Red Gadney, Philip Steadman e Mike Weaver. A primeira mostra exibiu obras vindas de diversos países, da Venezuela à Áustria, fazendo jus ao "internacional" de seu título. Entre os artistas com trabalhos expostos, além dos brasileiros, estavam o escocês Ian Hamilton Finlay (1925-2006), o norte-americano Frank Malina (1912-81), cientista pioneiro na arte cinética, o monge beneditino britânico Sylvester Houédard (1924-92) e Eugen Gomringer, boliviano naturalizado suíço, considerado um dos pais do movimento internacional de poesia concreta. Como tal elenco foi reunido? Bann não consegue precisar como os trabalhos foram selecionados. "Eu apenas me lembro de Mark Weaver enviando dezenas de cartas para vários países pedindo colaborações de poetas de vários cantos do mundo", diz ele à reportagem da Folha em sua casa, na cidade de Canterbury. Philip Steadman, que foi editor de "Image" e "Form", publicações seminais na propagação da poesia concreta no Reino Unido, também não sabe dizer. "Para ser sincero, não me lembro", diz ele, hoje professor da Faculdade de Ambiente Construído da University College London, durante abertura de outra das exposições em homenagem aos 50 anos do feito, "Graphic Constellations", na galeria Ruskin. Para Bann, o momento era propício para a colaboração internacional. "Nos anos 1960, depois das barreiras criadas pela Segunda Guerra, as pessoas passaram a querer se comunicar", diz. "Havia um desejo de estar conectado que transcendia todas as outras questões, como a financeira. As pessoas apenas enviavam suas obras." À exposição se seguiriam publicações na "Form", o festival de poesia concreta em Brighton, em 1967, também com obras do grupo brasileiro, e a coletânea editada por Bann no mesmo ano. Seu envolvimento com a poesia concreta se deu meses antes da mostra pioneira em 1964, quando conheceu o poeta Ian Hamilton Finlay, de quem se tornaria amigo. Seu livro mais recente é uma edição de cartas que recebeu do poeta, "Midway: Letters from Ian Hamilton Finlay to Stephen Bann 1964-69" [Wilmington Square Books, 400 págs., R$ 66,59 em Kindle]. Em termos gerais, "deixando de fora todo um contexto anterior, como o manifesto do grupo Art Concret, de Theo van Doesburg [um dos principais nomes do neoplasticismo], em 1930", Bann marca o início do movimento internacional da poesia concreta com o encontro, em 1955, de Décio Pignatari e Gomringer, quando este era secretário do artista concreto suíço Max Bill (1908-94) na Escola de Design de Ulm, na Alemanha. "Ali eles perceberam que eram parte de pequenos grupos produzindo trabalhos com as mesmas raízes e antecedentes, ainda que não estivessem trabalhando juntos", afirma. "Ambos concordaram em usar o termo poesia concreta." A identificação, é claro, não apagou as diferenças entre os dois grupos, como a influência de Ezra Pound (1885-1972) sobre os brasileiros. "Falei com Gomringer há uns 15 dias e ele comentou que, na época, não sabiam nada sobre Pound na Alemanha e na Suíça", conta Bann. "Eles não entendiam por que o grupo brasileiro se intitulava Noigandres", diverte-se. O nome foi tirado de uma palavra enigmática em um verso do trovador provençal Arnaut Daniel, que depois ganhou vida nova em "Os Cantos", de Pound. O marco inicial da poesia concreta citado por Bann, largamente aceito por estudiosos do assunto, foi questionado pelo artista brasileiro Eduardo Kac durante sua palestra no simpósio em Cambridge, "Dispelling Myths of Origin" (dissipando mitos de origem). Pioneiro em uma longa carreira de experimentações artísticas com o uso de tecnologia, ciência e biologia, indo da holografia à bioarte -sua obra mais conhecida é "Alba", uma coelha modificada geneticamente para emitir luz florescente-, apresentou exemplos anteriores do estilo poético e do uso do termo poesia concreta. O palestrante destacou a atuação do poeta Wlademir Dias-Pino, que também participou da primeira Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada por poetas e artistas de São Paulo, em 1956 (e, no ano seguinte, no Rio). Dias-Pino, posteriormente um dos fundadores do movimento poema\processo (1967), apresentou na ocasião quatro versões de "SOLIDA", poema que permite várias leituras de acordo com diferentes codificações gráficas das letras do título. No mesmo ano, publicou o livro-poema "A AVE", cujas primeiras versões, segundo Kac, datam de 1948. INFLUÊNCIA Se o concretismo e seus desdobramentos foram um marco na cena poética brasileira, no Reino Unido sua influência foi mais difusa. "O impacto foi forte. O problema era a dificuldade de distinguir a poesia concreta de outras formas poéticas que também estavam repercutindo no momento", diz Bann. "Especialmente os que seguiam a geração beat e buscavam nos EUA maneiras de se conectar com aquela forma de poesia." Um dos exemplos de Bann é o International Poetry Incarnation, no Royal Albert Hall, em 1965, evento com grande presença de poetas beat que atraiu 7.000 pessoas e se tornou lendário na história da contracultura britânica. "Uma das apresentações de mais sucesso foi a do concretista [austríaco] Ernst Jandl, que mostrou seus poemas sonoros", diz. A lembrança do evento -que reuniu, entre outros, William Burroughs (1914-97) e Allen Ginsberg (1926-97)- ainda diverte Bann. "Alguns dos beats estavam drogados e quase estragaram a exposição." Na época, era inevitável a comparação entre o concretismo e a poesia beat -que Bann classifica como "um tanto autocondescendente". As críticas que mais irritavam Finlay, segundo ele, eram as de que suas poesias "tinham poucas palavras" e eram "muito simples". "Ninguém olha uma obra de Jesús Rafael Soto e diz que é muito simples", exemplificava. De acordo com Bann, a separação de sua obra da poesia beat era muito importante para Finlay. "Ele buscava uma forma que acreditava ser mais pura." E é sob os auspícios de Finlay que se fecha o ciclo iniciado e termina o simpósio -que, além do próprio Bann, teve palestras da brasileira Viviane Carvalho da Anunciação, que pesquisa o diálogos entre os poetas concretos brasileiros e britânicos, entre outros. Acadêmicos e plateia seguem para a galeria Kettle Yard para visitar a terceira mostra ligada ao evento, esta totalmente dedicada ao poeta escocês. MARINA DELLA VALLE, 38, é jornalista e tradutora.
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Aprosoja quer agilizar ação contra DuPont Pioneer
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A nova presidência da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e de Milho do Estado de Mato Grosso) quer agilizar ação contra a DuPont Pioneer, iniciada em agosto de 2014 e originada devido cobranças indevidas de royalties na venda de soja RR1, na avaliação da associação. Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja, diz que havia conversas entre as diretorias anteriores da entidade e da multinacional para uma solução amigável. A associação dos produtores tentou uma retomada dessas conversas recentemente, mas ela foi frustrada porque a Pionner não reconhece que os produtores pagavam royalties, afirma ele. "Precisamos definir se isso era verdade ou não e dar uma resposta ao produtor. Tentamos um conversa, mas ela não evoluiu", diz Dalcin. Mas a Aprosoja ainda espera uma solução amigável com a multinacional sobre os possíveis anos de cobranças indevidas de royalties sobre a soja RR1. Na avaliação da associação, essas cobranças ocorreram da queda da patente à data de uma liminar que determinou o fim das cobranças de royalties. "A empresa é nossa parceira no campo, mas precisamos esclarecer isso", diz ele. A ação está em uma fase de produção de provas. "Propusemos a ação, a Pioneer contestou e nós impugnamos a contestação", diz Wellington Andrade, diretor-executivo da Aprosoja. O juiz agora tem de dar um despacho para que as partes indicam novas provas. ªA ação está em uma fase processual em que as partes devem apresentar as provas que ainda pretendem utilizar no processoº, diz Andrade. Dalcin diz não ter o valor da ação, mas afirma que à época se pagava próximo de R$ 22 por hectare por causa da tecnologia contida na semente de soja RR1. CONTESTAÇÃO Em comunicado, a Dupont Pioneer diz que já apresentou nos autos os esclarecimentos e documentos demonstrando não ter cobrado quaisquer royalties relacionados à tecnologia RR, que é de propriedade de outra empresa (a Monsanto). A empresa afirma, ainda, que permanece à disposição para quaisquer outros esclarecimentos. A Aprosoja já havia tido uma série de discussões com a Monsanto, titular da tecnologia RR1, devido ao término da patente. Ela caiu em domínio público em 1ë de setembro de 2010. Monsanto e Aprosoja chegaram a um acordo sobre o término do pagamento de royalties e devolução de cobranças indevidas em julho de 2013. DISCUSSÃO AVANÇA A questão da soja RR1 foi resolvida, em parte, com a Monsanto. Pelo acordo feito à época -julho de 2013-, produtores, entidades representativas do setor e Monsanto voltariam a conversar para a construção de um modelo mais justo de cobrança de royalties sobre novas tecnologias. "Vamos voltar a essa conversa no segundo semestre. Há uma pressão forte sobre o produtor, que paga por novas tecnologias, mas que nem sempre é beneficiado. Foi o caso do milho Bt", diz ele. Produtores que utilizaram uma variedade de sementes transgênicas de milho não tiveram a proteção contra lagartas, como prometiam os detentores da tecnologia.
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Aprosoja quer agilizar ação contra DuPont PioneerA nova presidência da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e de Milho do Estado de Mato Grosso) quer agilizar ação contra a DuPont Pioneer, iniciada em agosto de 2014 e originada devido cobranças indevidas de royalties na venda de soja RR1, na avaliação da associação. Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja, diz que havia conversas entre as diretorias anteriores da entidade e da multinacional para uma solução amigável. A associação dos produtores tentou uma retomada dessas conversas recentemente, mas ela foi frustrada porque a Pionner não reconhece que os produtores pagavam royalties, afirma ele. "Precisamos definir se isso era verdade ou não e dar uma resposta ao produtor. Tentamos um conversa, mas ela não evoluiu", diz Dalcin. Mas a Aprosoja ainda espera uma solução amigável com a multinacional sobre os possíveis anos de cobranças indevidas de royalties sobre a soja RR1. Na avaliação da associação, essas cobranças ocorreram da queda da patente à data de uma liminar que determinou o fim das cobranças de royalties. "A empresa é nossa parceira no campo, mas precisamos esclarecer isso", diz ele. A ação está em uma fase de produção de provas. "Propusemos a ação, a Pioneer contestou e nós impugnamos a contestação", diz Wellington Andrade, diretor-executivo da Aprosoja. O juiz agora tem de dar um despacho para que as partes indicam novas provas. ªA ação está em uma fase processual em que as partes devem apresentar as provas que ainda pretendem utilizar no processoº, diz Andrade. Dalcin diz não ter o valor da ação, mas afirma que à época se pagava próximo de R$ 22 por hectare por causa da tecnologia contida na semente de soja RR1. CONTESTAÇÃO Em comunicado, a Dupont Pioneer diz que já apresentou nos autos os esclarecimentos e documentos demonstrando não ter cobrado quaisquer royalties relacionados à tecnologia RR, que é de propriedade de outra empresa (a Monsanto). A empresa afirma, ainda, que permanece à disposição para quaisquer outros esclarecimentos. A Aprosoja já havia tido uma série de discussões com a Monsanto, titular da tecnologia RR1, devido ao término da patente. Ela caiu em domínio público em 1ë de setembro de 2010. Monsanto e Aprosoja chegaram a um acordo sobre o término do pagamento de royalties e devolução de cobranças indevidas em julho de 2013. DISCUSSÃO AVANÇA A questão da soja RR1 foi resolvida, em parte, com a Monsanto. Pelo acordo feito à época -julho de 2013-, produtores, entidades representativas do setor e Monsanto voltariam a conversar para a construção de um modelo mais justo de cobrança de royalties sobre novas tecnologias. "Vamos voltar a essa conversa no segundo semestre. Há uma pressão forte sobre o produtor, que paga por novas tecnologias, mas que nem sempre é beneficiado. Foi o caso do milho Bt", diz ele. Produtores que utilizaram uma variedade de sementes transgênicas de milho não tiveram a proteção contra lagartas, como prometiam os detentores da tecnologia.
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Biblioteca Nacional, IMS, Pinacoteca e Itaú Cultural criam portal iconográfico
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Quatro das maiores coleções de brasiliana do país estarão reunidas num portal a partir do ano que vem. Nesta semana, a Biblioteca Nacional, o Instituto Moreira Salles, a Pinacoteca e o Itaú Cultural assinaram no Rio o acordo para fundar o site brasilianaiconografica.art.br, que poderá ser acessado a partir de março de 2017. Nele estarão imagens de 2.000 obras dessas coleções, além de informações sobre seus atores, data de execução e origens. A ideia é cruzar dados desses acervos para permitir que o público e pesquisadores tenham mais detalhes de peças que formam a base da iconografia do país. Também preserva a memória de obras para além do plano físico, já que poderão ser vistas e consultadas on-line. Entre as obras digitalizadas estão "Índios da Amazônia Acenando o Deus-sol", de François Biard, "Vues du Brésil", papel de parede de 15 metros criado por Johan Moritz Rugendas, desenhos em nanquim de Karl von Planitz para o álbum "12 Vistas do Rio de Janeiro", o livro "Voyage Pìttorèsque et Historique au Brésil", de Jean Baptiste Debret, a aquarela "Cidade Nova Vista do Morro do Livramento", de Charles Landseer, entre outras. Nos acervos das quatro instituições estão livros impressos e gravados, gravuras, aquarelas, pinturas, partituras e mapas que datam do século 16 até o início do 19.
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Biblioteca Nacional, IMS, Pinacoteca e Itaú Cultural criam portal iconográficoQuatro das maiores coleções de brasiliana do país estarão reunidas num portal a partir do ano que vem. Nesta semana, a Biblioteca Nacional, o Instituto Moreira Salles, a Pinacoteca e o Itaú Cultural assinaram no Rio o acordo para fundar o site brasilianaiconografica.art.br, que poderá ser acessado a partir de março de 2017. Nele estarão imagens de 2.000 obras dessas coleções, além de informações sobre seus atores, data de execução e origens. A ideia é cruzar dados desses acervos para permitir que o público e pesquisadores tenham mais detalhes de peças que formam a base da iconografia do país. Também preserva a memória de obras para além do plano físico, já que poderão ser vistas e consultadas on-line. Entre as obras digitalizadas estão "Índios da Amazônia Acenando o Deus-sol", de François Biard, "Vues du Brésil", papel de parede de 15 metros criado por Johan Moritz Rugendas, desenhos em nanquim de Karl von Planitz para o álbum "12 Vistas do Rio de Janeiro", o livro "Voyage Pìttorèsque et Historique au Brésil", de Jean Baptiste Debret, a aquarela "Cidade Nova Vista do Morro do Livramento", de Charles Landseer, entre outras. Nos acervos das quatro instituições estão livros impressos e gravados, gravuras, aquarelas, pinturas, partituras e mapas que datam do século 16 até o início do 19.
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Após recuperar confiança, país precisa ganhar produtividade; veja debate
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A avaliação é de Claudio Felisoni, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Estudos do Varejo) e professor da USP, e do economista Eduardo Velho, da gestora INVX, que participaram de debate sobre a crise na economia. Leia mais aqui
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Após recuperar confiança, país precisa ganhar produtividade; veja debateA avaliação é de Claudio Felisoni, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Estudos do Varejo) e professor da USP, e do economista Eduardo Velho, da gestora INVX, que participaram de debate sobre a crise na economia. Leia mais aqui
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Após criticar o Ocidente, Erdogan viaja à Rússia para se aproximar de Putin
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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viaja na terça-feira a São Petersburgo com o objetivo de quebrar oficialmente o gelo com seu colega russo, Vladimir Putin, depois de criticar os governos ocidentais pela falta de apoio após a tentativa de golpe de 15 de julho. Esta visita, a primeira ao exterior do líder turco após o golpe de Estado frustrado, é feita depois de uma reconciliação facilitada pelas desculpas pedidas por Erdogan - "perdão", segundo Moscou - pela destruição em novembro por caças turcos de um avião de combate russo perto da fronteira com a Síria. O incidente levou a uma dura troca de acusações entre os dois países. Por isso foi surpreendente a rapidez com a qual Moscou aceitou a mão estendida de Ancara. Erdogan comemorou a reação da Rússia após o golpe frustrado. Putin foi um dos primeiros dirigentes estrangeiros a telefoná-lo para condenar o golpe, sem demonstrar reações como as dos líderes europeus com a repressão que se seguiu. "A reação russa contrasta muito com as dos aliados ocidentais da Turquia", estimou Jeffrey Mankoff, do Center for Strategic and International Studies (CSIS) de Washington. As relações entre Turquia e Rússia - países que disputam uma influência nas regiões estratégica do mar Negro e Oriente Médio - nunca foram fáceis. No entanto, antes da crise pela destruição do avião russo, os dois países conseguiram "compartimentar" os litígios em temas como Síria ou Ucrânia para se concentrar na cooperação estratégica como o gasoduto TurkStream à Europa, a construção de uma central nuclear russa na Turquia ou o objetivo de 100 bilhões de dólares (90 bilhões de euros) de comércio bilateral. INCERTEZAS A aliança Putin-Erdogan foi construída com base em uma amizade viril entre dois líderes combativos, ambos sexagenários, que restauraram a honra de seus países após a crise econômica e mostraram pouco respeito aos direitos humanos. Erdogan expressou com clareza seu sentimento de abandono em relação aos Estados Unidos e à União Europeia, o que abre possibilidades para as relações turco-russas. "Embora estas relações tenham suas próprias incertezas, a deterioração das relações com as potências ocidentais pode acelerar uma aproximação", disse um analista do European Council on Foreign Relations. A Turquia quer reparar os danos causados pelas sanções russas aos seus setores da agricultura, da construção e do turismo. Segundo estatísticas russas, os intercâmbios comerciais caíram 43%, a U$ 6,1 bilhões entre janeiro e maio do ano atual. A chegada de turistas russos caiu 93% interanual em junho. Se o turismo for reativado, poderá voltar à mesa o projeto de gasoduto TurkStream, que deve levar 31,5 bilhões de metros cúbicos anuais à Turquia passando pelo mar Negro, e a central nuclear de Akkuyu. Para o conselheiro de política externa de Putin, Yuri Ushkalov, o fato de Erdogan viajar à Rússia com tanta rapidez depois da tentativa de golpe mostra a importância que Ancara confere as suas relações com Moscou. Erdogan, citado pela imprensa turca nesta segunda-feira, declarou à agência russa TASS que espera que sua visita vire "uma nova página". Em um gesto de boa vontade, o site oficial russo de informação Sputnik, bloqueado desde abril, era novamente acessível.
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Após criticar o Ocidente, Erdogan viaja à Rússia para se aproximar de PutinO presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viaja na terça-feira a São Petersburgo com o objetivo de quebrar oficialmente o gelo com seu colega russo, Vladimir Putin, depois de criticar os governos ocidentais pela falta de apoio após a tentativa de golpe de 15 de julho. Esta visita, a primeira ao exterior do líder turco após o golpe de Estado frustrado, é feita depois de uma reconciliação facilitada pelas desculpas pedidas por Erdogan - "perdão", segundo Moscou - pela destruição em novembro por caças turcos de um avião de combate russo perto da fronteira com a Síria. O incidente levou a uma dura troca de acusações entre os dois países. Por isso foi surpreendente a rapidez com a qual Moscou aceitou a mão estendida de Ancara. Erdogan comemorou a reação da Rússia após o golpe frustrado. Putin foi um dos primeiros dirigentes estrangeiros a telefoná-lo para condenar o golpe, sem demonstrar reações como as dos líderes europeus com a repressão que se seguiu. "A reação russa contrasta muito com as dos aliados ocidentais da Turquia", estimou Jeffrey Mankoff, do Center for Strategic and International Studies (CSIS) de Washington. As relações entre Turquia e Rússia - países que disputam uma influência nas regiões estratégica do mar Negro e Oriente Médio - nunca foram fáceis. No entanto, antes da crise pela destruição do avião russo, os dois países conseguiram "compartimentar" os litígios em temas como Síria ou Ucrânia para se concentrar na cooperação estratégica como o gasoduto TurkStream à Europa, a construção de uma central nuclear russa na Turquia ou o objetivo de 100 bilhões de dólares (90 bilhões de euros) de comércio bilateral. INCERTEZAS A aliança Putin-Erdogan foi construída com base em uma amizade viril entre dois líderes combativos, ambos sexagenários, que restauraram a honra de seus países após a crise econômica e mostraram pouco respeito aos direitos humanos. Erdogan expressou com clareza seu sentimento de abandono em relação aos Estados Unidos e à União Europeia, o que abre possibilidades para as relações turco-russas. "Embora estas relações tenham suas próprias incertezas, a deterioração das relações com as potências ocidentais pode acelerar uma aproximação", disse um analista do European Council on Foreign Relations. A Turquia quer reparar os danos causados pelas sanções russas aos seus setores da agricultura, da construção e do turismo. Segundo estatísticas russas, os intercâmbios comerciais caíram 43%, a U$ 6,1 bilhões entre janeiro e maio do ano atual. A chegada de turistas russos caiu 93% interanual em junho. Se o turismo for reativado, poderá voltar à mesa o projeto de gasoduto TurkStream, que deve levar 31,5 bilhões de metros cúbicos anuais à Turquia passando pelo mar Negro, e a central nuclear de Akkuyu. Para o conselheiro de política externa de Putin, Yuri Ushkalov, o fato de Erdogan viajar à Rússia com tanta rapidez depois da tentativa de golpe mostra a importância que Ancara confere as suas relações com Moscou. Erdogan, citado pela imprensa turca nesta segunda-feira, declarou à agência russa TASS que espera que sua visita vire "uma nova página". Em um gesto de boa vontade, o site oficial russo de informação Sputnik, bloqueado desde abril, era novamente acessível.
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Lesionado, Lucas Lima desfalca o Santos contra o Figueirense
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As expectativas do técnico Dorival Júnior se confirmaram, e o meio-campista Lucas Lima está fora do jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, nesta quinta-feira (1º), às 21h, contra o Figueirense. O principal armador de jogadas do time alvinegro teve diagnosticado um estiramento na região posterior da coxa direita após a partida do último domingo (27), contra o Internacional, e já está em tratamento no CT Rei Pelé. O jogador deixou a vitória por 3 a 1 sobre o time colorado, pelo Campeonato Brasileiro, se queixando de dores na coxa. Ele realizou o exame de ressonância magnética e os médicos vetaram sua participação na Copa do Brasil. Já em tratamento com o fisioterapeuta Thiago Lobo, Lucas Lima também é dúvida para a próxima rodada do Brasileiro, no domingo (4), na Vila Belmiro, diante do Fluminense. O jogador será reavaliado até o fim da semana. "Eu joguei metade do primeiro tempo e todo o segundo com dor. Resolvi ficar e vamos ver, porque você tem que jogar com dor mesmo, é quase impossível não ter dor com essa maratona de jogos. Eu não era tão perseguido [antes da seleção], não, porque agora tem um jogador sempre me marcando. Tenho que tomar pancada e ficar quieto, mas é assim mesmo desde a seleção", disse Lucas Lima logo após a partida contra o Internacional. O meia participou de 48 dos 56 jogos da temporada 2015 e só foi desfalque nos momentos em que estava a serviço da seleção brasileira ou preservado pela comissão técnica. Ele tem 15 assistências e cinco gols marcados na temporada. Na Copa do Brasil, contando com o camisa 20, o Santos venceu o jogo de ida diante do Figueirense por 1 a 0, em Santa Catarina.
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esporte
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Lesionado, Lucas Lima desfalca o Santos contra o FigueirenseAs expectativas do técnico Dorival Júnior se confirmaram, e o meio-campista Lucas Lima está fora do jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, nesta quinta-feira (1º), às 21h, contra o Figueirense. O principal armador de jogadas do time alvinegro teve diagnosticado um estiramento na região posterior da coxa direita após a partida do último domingo (27), contra o Internacional, e já está em tratamento no CT Rei Pelé. O jogador deixou a vitória por 3 a 1 sobre o time colorado, pelo Campeonato Brasileiro, se queixando de dores na coxa. Ele realizou o exame de ressonância magnética e os médicos vetaram sua participação na Copa do Brasil. Já em tratamento com o fisioterapeuta Thiago Lobo, Lucas Lima também é dúvida para a próxima rodada do Brasileiro, no domingo (4), na Vila Belmiro, diante do Fluminense. O jogador será reavaliado até o fim da semana. "Eu joguei metade do primeiro tempo e todo o segundo com dor. Resolvi ficar e vamos ver, porque você tem que jogar com dor mesmo, é quase impossível não ter dor com essa maratona de jogos. Eu não era tão perseguido [antes da seleção], não, porque agora tem um jogador sempre me marcando. Tenho que tomar pancada e ficar quieto, mas é assim mesmo desde a seleção", disse Lucas Lima logo após a partida contra o Internacional. O meia participou de 48 dos 56 jogos da temporada 2015 e só foi desfalque nos momentos em que estava a serviço da seleção brasileira ou preservado pela comissão técnica. Ele tem 15 assistências e cinco gols marcados na temporada. Na Copa do Brasil, contando com o camisa 20, o Santos venceu o jogo de ida diante do Figueirense por 1 a 0, em Santa Catarina.
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Fadista português António Zambujo canta Chico Buarque em shows no Sesc
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DE SÃO PAULO "Até Pensei que Fosse Minha", diz o nome do mais recente álbum do fadista António Zambujo. Pode parecer ousadia, quando se vê que ele só tem gravações de músicas de Chico Buarque. Mas daí já se imagina também a cumplicidade do português com composições do naipe de "João e Maria", "Cálice" e "Valsinha" –e até com outras mais recentes, caso de "Nina". O Sesc Pinheiros recebe dois shows com essa declaração de amor de Zambujo à música brasileira no sábado (12) e no domingo (13). A cantora Roberta Sá faz participação especial. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Pais Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 1.010 lugares. Sáb. (12): 21h. Dom. (13): 18h. 90 min. 10 anos CC: V, M, AE, E, D. Valet a partir de R$ 7,50. Ingresso: R$ 18 a R$ 60. Ingr. p/ sescsp.org.br. Veja mais opções de shows em São Paulo aqui.
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saopaulo
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Fadista português António Zambujo canta Chico Buarque em shows no SescDE SÃO PAULO "Até Pensei que Fosse Minha", diz o nome do mais recente álbum do fadista António Zambujo. Pode parecer ousadia, quando se vê que ele só tem gravações de músicas de Chico Buarque. Mas daí já se imagina também a cumplicidade do português com composições do naipe de "João e Maria", "Cálice" e "Valsinha" –e até com outras mais recentes, caso de "Nina". O Sesc Pinheiros recebe dois shows com essa declaração de amor de Zambujo à música brasileira no sábado (12) e no domingo (13). A cantora Roberta Sá faz participação especial. Sesc Pinheiros - teatro Paulo Autran. R. Pais Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. 1.010 lugares. Sáb. (12): 21h. Dom. (13): 18h. 90 min. 10 anos CC: V, M, AE, E, D. Valet a partir de R$ 7,50. Ingresso: R$ 18 a R$ 60. Ingr. p/ sescsp.org.br. Veja mais opções de shows em São Paulo aqui.
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Crédito não vai crescer em 2017, diz Banco Central
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Com a recuperação mais lenta do que a esperada para os financiamentos a empresas, o Banco Central reduziu sua projeção para o comportamento do crédito em 2017 de um crescimento de 1%, percentual divulgado há três meses, para estabilidade. Até o final de junho, o BC considerava que o total de recursos emprestados iria aumentar neste ano no caso do crédito imobiliário, empréstimos do BNDES e crédito rural. Esses são recursos direcionados, nos quais as empresas são maioria. Estimava também que o saldo de empréstimos para o crédito que não se enquadra nessas categorias (os chamados recursos livres) se manteria no patamar de 2016. Ou seja, a primeira categoria puxaria o crescimento. A demora na reação do crédito para pessoas jurídicas e a recuperação no caso das pessoas físicas mudaram o quadro. Agora, o BC projeta queda de 0,5% para os recursos direcionados e alta de 0,5% para os livres, levando à estabilidade no ano. "A recuperação esperada para o crédito das empresas demorou a ocorrer. Houve melhora, mas vemos que as condições de crédito ainda se revelam restritivas", disse Fernando Rocha, do Departamento de Estatística do BC. Apesar disso, no mês passado os novos empréstimos a empresas cresceram 15,9% na comparação com julho. A alta pode ser explicada em parte pelo fato de agosto ter dois dias úteis a mais e por uma operação específica de financiamento de exportações que puxou o resultado. "O fluxo de crédito novo para empresas esboça uma certa estabilização depois de ter caído muito. É um sinal de que pode ter encontrado o fundo do poço, e podemos imaginar o último trimestre com algum crescimento", avaliou o economista João Morais, da Tendências. A recuperação no crédito a consumidores, que tem reagido mais à queda da Selic, é mais consistente, de acordo com Morais. Os novos empréstimos a pessoas físicas subiram 4,3% em relação a julho e 7,5% em relação a agosto de 2016. JUROS E INADIMPLÊNCIA A taxa média de juros cobrada dos consumidores com recursos livres caiu de 63,8% ao ano para 62,3% ao ano entre julho e agosto. No caso das empresas, foi de 25,3% para 24,4% ao ano. A inadimplência se manteve inalterada para consumidores e empresas em 5,7% e 5,5%, respectivamente.
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Crédito não vai crescer em 2017, diz Banco CentralCom a recuperação mais lenta do que a esperada para os financiamentos a empresas, o Banco Central reduziu sua projeção para o comportamento do crédito em 2017 de um crescimento de 1%, percentual divulgado há três meses, para estabilidade. Até o final de junho, o BC considerava que o total de recursos emprestados iria aumentar neste ano no caso do crédito imobiliário, empréstimos do BNDES e crédito rural. Esses são recursos direcionados, nos quais as empresas são maioria. Estimava também que o saldo de empréstimos para o crédito que não se enquadra nessas categorias (os chamados recursos livres) se manteria no patamar de 2016. Ou seja, a primeira categoria puxaria o crescimento. A demora na reação do crédito para pessoas jurídicas e a recuperação no caso das pessoas físicas mudaram o quadro. Agora, o BC projeta queda de 0,5% para os recursos direcionados e alta de 0,5% para os livres, levando à estabilidade no ano. "A recuperação esperada para o crédito das empresas demorou a ocorrer. Houve melhora, mas vemos que as condições de crédito ainda se revelam restritivas", disse Fernando Rocha, do Departamento de Estatística do BC. Apesar disso, no mês passado os novos empréstimos a empresas cresceram 15,9% na comparação com julho. A alta pode ser explicada em parte pelo fato de agosto ter dois dias úteis a mais e por uma operação específica de financiamento de exportações que puxou o resultado. "O fluxo de crédito novo para empresas esboça uma certa estabilização depois de ter caído muito. É um sinal de que pode ter encontrado o fundo do poço, e podemos imaginar o último trimestre com algum crescimento", avaliou o economista João Morais, da Tendências. A recuperação no crédito a consumidores, que tem reagido mais à queda da Selic, é mais consistente, de acordo com Morais. Os novos empréstimos a pessoas físicas subiram 4,3% em relação a julho e 7,5% em relação a agosto de 2016. JUROS E INADIMPLÊNCIA A taxa média de juros cobrada dos consumidores com recursos livres caiu de 63,8% ao ano para 62,3% ao ano entre julho e agosto. No caso das empresas, foi de 25,3% para 24,4% ao ano. A inadimplência se manteve inalterada para consumidores e empresas em 5,7% e 5,5%, respectivamente.
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Leitor comenta artigos sobre proibição de trotes universitários
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Desde os primórdios da humanidade, os mais velhos e sábios das comunidades exercem influência sobre os novos ingressantes. Na universidade, o feudo estudantil pertence aos veteranos que vão impor seus domínios aos calouros, que por sua vez irão tornar-se veteranos e o ciclo continua. Grande parte dos calouros entregam-se aos rituais do trote e se sentiriam desprestigiados se isso não ocorresse (Trote nas universidades deve ser proibido?). Acho-o dispensável, mas ele faz parte da iniciação universitária. O que se deve evitar são os abusos que beiram a insanidade e criminalidade. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitor comenta artigos sobre proibição de trotes universitáriosDesde os primórdios da humanidade, os mais velhos e sábios das comunidades exercem influência sobre os novos ingressantes. Na universidade, o feudo estudantil pertence aos veteranos que vão impor seus domínios aos calouros, que por sua vez irão tornar-se veteranos e o ciclo continua. Grande parte dos calouros entregam-se aos rituais do trote e se sentiriam desprestigiados se isso não ocorresse (Trote nas universidades deve ser proibido?). Acho-o dispensável, mas ele faz parte da iniciação universitária. O que se deve evitar são os abusos que beiram a insanidade e criminalidade. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Paulistano vence Bauru e está a uma vitória do título do NBB
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O Paulistano venceu o Bauru mais uma vez na noite desta sexta-feira (2) e está a uma vitória de sua primeira conquista no Novo Basquete Brasil (NBB). Jogando na casa do adversário, a equipe de São Paulo fez 78 a 74 e abriu 2 a 0 nas finais da competição. O jogo foi disputado ponto a ponto. Ao intervalo, o Bauru liderava por 40 a 36. Após uma recuperação do Paulistano, a equipe do interior passou à frente de novo a cerca de dois minutos do fim da partida. Nos últimos minutos, porém, –muito graças a uma cesta de três pontos de Lucas Dias– a equipe da capital conseguiu a virada definitiva. Ao fim da partida, houve reclamação dos donos da casa, especialmente do técnico Demétrius Ferraciú, contra a arbitragem. NBB Se vencer o próximo jogo, marcado para domingo (4), às 14h, em Araraquara, o Paulistano conquistará seu primeiro título do NBB.
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esporte
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Paulistano vence Bauru e está a uma vitória do título do NBBO Paulistano venceu o Bauru mais uma vez na noite desta sexta-feira (2) e está a uma vitória de sua primeira conquista no Novo Basquete Brasil (NBB). Jogando na casa do adversário, a equipe de São Paulo fez 78 a 74 e abriu 2 a 0 nas finais da competição. O jogo foi disputado ponto a ponto. Ao intervalo, o Bauru liderava por 40 a 36. Após uma recuperação do Paulistano, a equipe do interior passou à frente de novo a cerca de dois minutos do fim da partida. Nos últimos minutos, porém, –muito graças a uma cesta de três pontos de Lucas Dias– a equipe da capital conseguiu a virada definitiva. Ao fim da partida, houve reclamação dos donos da casa, especialmente do técnico Demétrius Ferraciú, contra a arbitragem. NBB Se vencer o próximo jogo, marcado para domingo (4), às 14h, em Araraquara, o Paulistano conquistará seu primeiro título do NBB.
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Ainda esperancoso, Evo diz que não vai se desesperar com derrota na Bolívia
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Projeções feitas a partir do resultado parcial do referendo realizado no domingo mostravam, na noite de segunda (22), que os bolivianos recusaram a possibilidade de o presidente Evo Morales concorrer a um quarto mandato consecutivo em 2019. Com 46% dos votos apurados, o "não" ganhava com 57,4%, enquanto o "sim" tinha 42,6% de apoio, de acordo com o Tribunal Supremo Eleitoral. Na chamada contagem de transmissão rápida, que considerava 82% da apuração, o "não" aparecia com 54,1% contra 45,5% do "sim". Se confirmada, será a primeira derrota de Evo nas urnas desde sua chegada ao poder, em 2006. Será também mais um elemento no movimento que enfraquece governos de esquerda na região, após Argentina e Venezuela. Às 20h de Brasília, os dois departamentos (Estados) que poderiam garantir uma virada em favor de Evo –os populosos La Paz, onde o "não" vencia por 53,7%, e Cochabamba, com 54% "sim"– tinham menos votos a apurar (cerca de 1,6 milhão) que os outros sete juntos. Em um terceiro, Oruro (305 mil votos, 90% apurados), o "sim" ganhava sem margem. O presidente possui sua base de apoio no altiplano boliviano –onde está a capital, La Paz–, e a oposição é mais forte na região de Santa Cruz de la Sierra, no centro do país. Mais cedo, Evo havia pedido que se esperasse "com serenidade" os resultados oficiais, mas disse que respeitaria o desejo dos eleitores porque "assim é a democracia". "Se vencer, a luta segue e a gestão segue. Tenho muitas responsabilidades. Nunca nos desesperamos, estamos esperando os resultados", disse o presidente a repórteres na tarde de segunda (22), na qual se disse "otimista". A oposição, contudo, já celebrava, com os resultados parciais, a vitória do "não" no referendo. O líder opositor Samuel Doria Medina, ex-candidato à Presidência derrotado por Evo, comemorava em sua conta no Twitter desde a noite de domingo: "O povo, ao dizer não à reeleição, disse não ao poder vitalício", escreveu. Na Venezuela, o líder opositor Henrique Capriles disse que a vitória do "não" era "saudável" para a Bolívia. O referendo constitucional foi convocado para decidir se deveria ser modificado o artigo 168 da Carta, que diz que os presidentes só podem concorrer a uma reeleição. Em 2014, Evo, que já estava havia oito anos no poder, obteve permissão da Corte Suprema para concorrer ao terceiro período, porque a primeira gestão, sendo anterior à Constituição promulgada em 2009, não contaria. IRREGULARIDADES A missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) disse, nesta segunda, ter detectado algumas irregularidades no processo do referendo, mas descartou que sejam consideradas provas de fraude. "Podemos ver irregularidades, podemos ver falhas, mas não estamos falando de fraude deliberada que tenha como objetivo adulterar os resultados", afirmou o chefe da missão, o ex-presidente da República Dominicana Leonel Fernández. OTIMISTA O presidente Evo Morales disse que, se for confirmada a derrota, a vida continuará. "Não vou me desesperar", afirmou em uma coletiva televisionada nesta segunda-feira (22). Apesar dessa declaração, o primeiro presidente indígena da Bolívia disse que ainda vê chances de vitória por ter esperança na apuração na zona rural do país, onde é mais popular. Tradicionalmente, a notificação sobre os votos dessa região do país é mais lenta. O líder boliviano afirmou também se sentir encorajado pelos resultados parciais, caracterizando as celebrações de seus oponentes de prematuras. "Eles não gostam tanto de nós na cidade, mas os resultados iniciais me dão esperança", disse.
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mundo
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Ainda esperancoso, Evo diz que não vai se desesperar com derrota na BolíviaProjeções feitas a partir do resultado parcial do referendo realizado no domingo mostravam, na noite de segunda (22), que os bolivianos recusaram a possibilidade de o presidente Evo Morales concorrer a um quarto mandato consecutivo em 2019. Com 46% dos votos apurados, o "não" ganhava com 57,4%, enquanto o "sim" tinha 42,6% de apoio, de acordo com o Tribunal Supremo Eleitoral. Na chamada contagem de transmissão rápida, que considerava 82% da apuração, o "não" aparecia com 54,1% contra 45,5% do "sim". Se confirmada, será a primeira derrota de Evo nas urnas desde sua chegada ao poder, em 2006. Será também mais um elemento no movimento que enfraquece governos de esquerda na região, após Argentina e Venezuela. Às 20h de Brasília, os dois departamentos (Estados) que poderiam garantir uma virada em favor de Evo –os populosos La Paz, onde o "não" vencia por 53,7%, e Cochabamba, com 54% "sim"– tinham menos votos a apurar (cerca de 1,6 milhão) que os outros sete juntos. Em um terceiro, Oruro (305 mil votos, 90% apurados), o "sim" ganhava sem margem. O presidente possui sua base de apoio no altiplano boliviano –onde está a capital, La Paz–, e a oposição é mais forte na região de Santa Cruz de la Sierra, no centro do país. Mais cedo, Evo havia pedido que se esperasse "com serenidade" os resultados oficiais, mas disse que respeitaria o desejo dos eleitores porque "assim é a democracia". "Se vencer, a luta segue e a gestão segue. Tenho muitas responsabilidades. Nunca nos desesperamos, estamos esperando os resultados", disse o presidente a repórteres na tarde de segunda (22), na qual se disse "otimista". A oposição, contudo, já celebrava, com os resultados parciais, a vitória do "não" no referendo. O líder opositor Samuel Doria Medina, ex-candidato à Presidência derrotado por Evo, comemorava em sua conta no Twitter desde a noite de domingo: "O povo, ao dizer não à reeleição, disse não ao poder vitalício", escreveu. Na Venezuela, o líder opositor Henrique Capriles disse que a vitória do "não" era "saudável" para a Bolívia. O referendo constitucional foi convocado para decidir se deveria ser modificado o artigo 168 da Carta, que diz que os presidentes só podem concorrer a uma reeleição. Em 2014, Evo, que já estava havia oito anos no poder, obteve permissão da Corte Suprema para concorrer ao terceiro período, porque a primeira gestão, sendo anterior à Constituição promulgada em 2009, não contaria. IRREGULARIDADES A missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) disse, nesta segunda, ter detectado algumas irregularidades no processo do referendo, mas descartou que sejam consideradas provas de fraude. "Podemos ver irregularidades, podemos ver falhas, mas não estamos falando de fraude deliberada que tenha como objetivo adulterar os resultados", afirmou o chefe da missão, o ex-presidente da República Dominicana Leonel Fernández. OTIMISTA O presidente Evo Morales disse que, se for confirmada a derrota, a vida continuará. "Não vou me desesperar", afirmou em uma coletiva televisionada nesta segunda-feira (22). Apesar dessa declaração, o primeiro presidente indígena da Bolívia disse que ainda vê chances de vitória por ter esperança na apuração na zona rural do país, onde é mais popular. Tradicionalmente, a notificação sobre os votos dessa região do país é mais lenta. O líder boliviano afirmou também se sentir encorajado pelos resultados parciais, caracterizando as celebrações de seus oponentes de prematuras. "Eles não gostam tanto de nós na cidade, mas os resultados iniciais me dão esperança", disse.
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ANP retoma revisão do cálculo dos royalties do petróleo
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A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) vai retomar o processo de revisão da fórmula de cálculo dos royalties do petróleo no país, interrompido em janeiro por determinação do governo. A proposta apresentada pela ANP pode representar um aumento de cerca de R$ 1 bilhão no valor pago pelas petroleiras a União, Estados e municípios. A Folha apurou que a agência se prepara para publicar no "Diário Oficial" nos próximos dias a reabertura de consulta pública sobre o tema. A decisão de retomar o processo responde a liminar obtida pelo governo do Rio para suspender resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que questionou a revisão. entenda os royalties Os royalties são compensações cobradas sobre a produção de petróleo e são calculados com base em um preço de referência estipulado pela ANP para cada campo petrolífero no país. Esse preço varia de acordo com a qualidade do óleo extraído em relação ao petróleo Brent, referência internacional de preços. O petróleo mais pesado da bacia de Campos, por exemplo, produz combustíveis de menor valor e, por isso, tem um desconto maior em relação ao Brent. Já o petróleo mais leve, como o do pré-sal, é mais valorizado. A fórmula atual está vigente desde 2000. NOVO CÁLCULO A proposta apresentada pela ANP em janeiro reduz o desconto do petróleo mais pesado em relação ao Brent. Foi questionada por petroleiras e pelo governo federal, por representar aumento de custos em um cenário de petróleo barato e crise no setor. Mas é defendida pelo Estado do Rio, principal beneficiado com a mudança, que obteve em maio uma liminar alegando que o CNPE não tem poder para interferir em decisões do órgão regulador. O governo fluminense quer iniciar também um processo de revisão dos preços do gás natural. GOVERNO Procurado, o Ministério de Minas e Energia (MME) não respondeu se vai recorrer da liminar e tentar impedir novamente o processo. Em suas primeiras aparições após o início do governo interino, porém, o ministro Fernando Coelho Filho, tem defendido menor intervenção nas agências reguladoras. Durante a consulta pública, a agência recolherá sugestões das diferentes partes envolvidas. Ao final, uma audiência pública será realizada para ouvir o mercado antes da decisão final.
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mercado
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ANP retoma revisão do cálculo dos royalties do petróleoA ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) vai retomar o processo de revisão da fórmula de cálculo dos royalties do petróleo no país, interrompido em janeiro por determinação do governo. A proposta apresentada pela ANP pode representar um aumento de cerca de R$ 1 bilhão no valor pago pelas petroleiras a União, Estados e municípios. A Folha apurou que a agência se prepara para publicar no "Diário Oficial" nos próximos dias a reabertura de consulta pública sobre o tema. A decisão de retomar o processo responde a liminar obtida pelo governo do Rio para suspender resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que questionou a revisão. entenda os royalties Os royalties são compensações cobradas sobre a produção de petróleo e são calculados com base em um preço de referência estipulado pela ANP para cada campo petrolífero no país. Esse preço varia de acordo com a qualidade do óleo extraído em relação ao petróleo Brent, referência internacional de preços. O petróleo mais pesado da bacia de Campos, por exemplo, produz combustíveis de menor valor e, por isso, tem um desconto maior em relação ao Brent. Já o petróleo mais leve, como o do pré-sal, é mais valorizado. A fórmula atual está vigente desde 2000. NOVO CÁLCULO A proposta apresentada pela ANP em janeiro reduz o desconto do petróleo mais pesado em relação ao Brent. Foi questionada por petroleiras e pelo governo federal, por representar aumento de custos em um cenário de petróleo barato e crise no setor. Mas é defendida pelo Estado do Rio, principal beneficiado com a mudança, que obteve em maio uma liminar alegando que o CNPE não tem poder para interferir em decisões do órgão regulador. O governo fluminense quer iniciar também um processo de revisão dos preços do gás natural. GOVERNO Procurado, o Ministério de Minas e Energia (MME) não respondeu se vai recorrer da liminar e tentar impedir novamente o processo. Em suas primeiras aparições após o início do governo interino, porém, o ministro Fernando Coelho Filho, tem defendido menor intervenção nas agências reguladoras. Durante a consulta pública, a agência recolherá sugestões das diferentes partes envolvidas. Ao final, uma audiência pública será realizada para ouvir o mercado antes da decisão final.
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