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Revista 'New York' estampa na capa 35 supostas vítimas de abuso sexual de Bill Cosby
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A edição que circula a partir desta segunda-feira (27) da revista "New York" traz em sua capa 35 mulheres que acusam o ator e comediante Bill Cosby de abuso sexual. Durante seis meses, as jornalistas Noreen Malone e Amanda Demme ouviram as vítimas, que relataram ter passado por experiências similares com Cosby. Segundo a revista, ele geralmente oferecia a elas um café ou um drinque –muitas vezes, "batizado" com alguma droga– e forçava uma relação sexual enquanto as vítimas estavam inconscientes ou debilitadas. O comediante de 77 anos já foi acusado judicialmente de abuso sexual por quase 30 mulheres, que alegam terem sido drogadas e estupradas por ele nos anos 1970 e 1980. Uma das vítimas ouvida pela "New York", Barbara Bowman conta que foi apresentada o comediante aos 17 anos, com a promessa de que ele a ajudaria profissionalmente. "Ao longo de todo o ano seguinte, metade do tempo em que estava com ele eu estava drogada, e saía de um estado de letargia perguntando 'o que houve?'. Ele respondia: 'Bem, precisamos tirar a sua roupa e lavá-la porque você ficou bêbada e se fez de boba", relatou ela. "Me sentia como uma prisioneira, sentia que havia sido sequestrada e estava totalmente escondida. Eu poderia sair por qualquer rua de Manhattan e dizer: 'Fui estuprada e drogada por Bill Cosby'. Mas quem é que acreditaria em mim? Ninguém", conta Bowman. Em depoimentos a advogados, obtidos nas últimas semanas pela Associated Press e pelo jornal "The New York Times", Cosby assume ter comprado sedativos com intenção de oferecê-los a mulheres com quem queria se relacionar.
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Revista 'New York' estampa na capa 35 supostas vítimas de abuso sexual de Bill CosbyA edição que circula a partir desta segunda-feira (27) da revista "New York" traz em sua capa 35 mulheres que acusam o ator e comediante Bill Cosby de abuso sexual. Durante seis meses, as jornalistas Noreen Malone e Amanda Demme ouviram as vítimas, que relataram ter passado por experiências similares com Cosby. Segundo a revista, ele geralmente oferecia a elas um café ou um drinque –muitas vezes, "batizado" com alguma droga– e forçava uma relação sexual enquanto as vítimas estavam inconscientes ou debilitadas. O comediante de 77 anos já foi acusado judicialmente de abuso sexual por quase 30 mulheres, que alegam terem sido drogadas e estupradas por ele nos anos 1970 e 1980. Uma das vítimas ouvida pela "New York", Barbara Bowman conta que foi apresentada o comediante aos 17 anos, com a promessa de que ele a ajudaria profissionalmente. "Ao longo de todo o ano seguinte, metade do tempo em que estava com ele eu estava drogada, e saía de um estado de letargia perguntando 'o que houve?'. Ele respondia: 'Bem, precisamos tirar a sua roupa e lavá-la porque você ficou bêbada e se fez de boba", relatou ela. "Me sentia como uma prisioneira, sentia que havia sido sequestrada e estava totalmente escondida. Eu poderia sair por qualquer rua de Manhattan e dizer: 'Fui estuprada e drogada por Bill Cosby'. Mas quem é que acreditaria em mim? Ninguém", conta Bowman. Em depoimentos a advogados, obtidos nas últimas semanas pela Associated Press e pelo jornal "The New York Times", Cosby assume ter comprado sedativos com intenção de oferecê-los a mulheres com quem queria se relacionar.
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Messi faz gol em Cech pela 1ª vez em vitória do Barcelona sobre o Arsenal
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Até esta terça-feira (23), o atacante Lionel Messi, do Barcelona, nunca havia marcado um gol em Petr Cech, do Arsenal. Porém, após seis jogos de invencibilidade, o goleiro tcheco não pode mais se gabar disso. Com dois gols do argentino, o Barça derrotou o Arsenal nesta terça, por 2 a 0, em Londres, na Inglaterra, pela partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões. No primeiro tempo, Messi quase não levou perigo a Cech, assim como Neymar. Quem mais chegou perto do gol foi Suárez, que teve uma ótima oportunidade para marcar nos acréscimos, de cabeça. Do outro lado, a melhor chance saiu dos pés de Oxlade-Chamberlain, que parou em boa defesa de Ter Stegen. A equipe visitante, embora também não tenha feito muito na primeira etapa, foi para o intervalo com 71% da posse de bola, três chutes (dois a mais que o rival) e com 239 passes a mais em relação ao rival. E se Suárez foi a grande ameaça para Cech antes do intervalo, Neymar e Messi acordaram na segunda etapa e assombraram o goleiro. O tcheco teve que trabalhar logo aos 3min em uma finalização do brasileiro. No entanto, não pôde fazer nada quando Messi recebeu um passe de Neymar em uma jogada rápida e mandou para as redes. E lá se foi a invencibilidade contra o argentino. O Barcelona, porém, não parou por aí. E nem Messi. Já na parte final do jogo, Flamini fez pênalti no atacante, que foi para a cobrança e não perdoou Cech. Dois gols em um intervalo de 12 minutos. E o Barça está muito perto da classificação para as quartas de final. Com o resultado, o time espanhol leva uma ótima vantagem para a partida de volta, no dia 16 de março, no Camp Nou, na Espanha. Pode perder por até um gol de diferença que se classifica. JUVENTUS X BAYERN Em Turim, a Juventus buscou o empate em 2 a 2 com o Bayern de Munique após estar perdendo por dois gols de diferença. Müller abriu o placar para os alemães no fim do primeiro tempo, e Robben ampliou no começo da segunda etapa. Os italianos chegaram à igualdade com gols de Dybala e Sturaro. O jogo de volta será na Alemanha, em 16 de março. Por ter feito dois gols fora de casa, o Bayern pode empatar sem gols ou por 1 a 1 para se classificar às quartas de final da Liga dos Campeões.
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esporte
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Messi faz gol em Cech pela 1ª vez em vitória do Barcelona sobre o ArsenalAté esta terça-feira (23), o atacante Lionel Messi, do Barcelona, nunca havia marcado um gol em Petr Cech, do Arsenal. Porém, após seis jogos de invencibilidade, o goleiro tcheco não pode mais se gabar disso. Com dois gols do argentino, o Barça derrotou o Arsenal nesta terça, por 2 a 0, em Londres, na Inglaterra, pela partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões. No primeiro tempo, Messi quase não levou perigo a Cech, assim como Neymar. Quem mais chegou perto do gol foi Suárez, que teve uma ótima oportunidade para marcar nos acréscimos, de cabeça. Do outro lado, a melhor chance saiu dos pés de Oxlade-Chamberlain, que parou em boa defesa de Ter Stegen. A equipe visitante, embora também não tenha feito muito na primeira etapa, foi para o intervalo com 71% da posse de bola, três chutes (dois a mais que o rival) e com 239 passes a mais em relação ao rival. E se Suárez foi a grande ameaça para Cech antes do intervalo, Neymar e Messi acordaram na segunda etapa e assombraram o goleiro. O tcheco teve que trabalhar logo aos 3min em uma finalização do brasileiro. No entanto, não pôde fazer nada quando Messi recebeu um passe de Neymar em uma jogada rápida e mandou para as redes. E lá se foi a invencibilidade contra o argentino. O Barcelona, porém, não parou por aí. E nem Messi. Já na parte final do jogo, Flamini fez pênalti no atacante, que foi para a cobrança e não perdoou Cech. Dois gols em um intervalo de 12 minutos. E o Barça está muito perto da classificação para as quartas de final. Com o resultado, o time espanhol leva uma ótima vantagem para a partida de volta, no dia 16 de março, no Camp Nou, na Espanha. Pode perder por até um gol de diferença que se classifica. JUVENTUS X BAYERN Em Turim, a Juventus buscou o empate em 2 a 2 com o Bayern de Munique após estar perdendo por dois gols de diferença. Müller abriu o placar para os alemães no fim do primeiro tempo, e Robben ampliou no começo da segunda etapa. Os italianos chegaram à igualdade com gols de Dybala e Sturaro. O jogo de volta será na Alemanha, em 16 de março. Por ter feito dois gols fora de casa, o Bayern pode empatar sem gols ou por 1 a 1 para se classificar às quartas de final da Liga dos Campeões.
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Milícia xiita quer uma participação maior no governo do Iêmen
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Os houthis são, ao lado da Al Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês), a principal milícia religiosa no Iêmen. Também chamado de Ansar Allah ("Seguidores de Allah", em português), o grupo islâmico xiita tira seu nome de Hussein Badreddin al-Houthi, que lançou um movimento insurgente no país em 2004 e foi morto pelo Exército iemenita durante aquele levante. A facção, hoje dirigida por Abdel Malek al-Houthi, irmão de Hussein, tem como objetivo restaurar um regime monárquico dirigido por imãs que foi abolido no país em 1962. Há mais de uma década a milícia enfrenta o governo sunita do Iêmen, reivindicando maior participação no poder e mais territórios no norte do país. A facção também é contrária a uma mudança na Constituição que faria uma nova divisão do país e retiraria do grupo o seu acesso ao mar. Os houthis têm recrutado seus novos integrantes principalmente entre os membros da comunidade zaidita, um ramo do xiismo que representa um terço da população iemenita. Inspirado no grupo radical libanês Hizbullah, a facção tem seu principal reduto nas montanhas do norte do Iêmen. Em setembro passado, os milicianos, vindos da região de Saada, no noroeste do país, tomaram a capital, Sanaa, dissolveram o Parlamento e anunciaram a formação de um conselho presidencial com 551 membros para governar o Iêmen por dois anos.
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mundo
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Milícia xiita quer uma participação maior no governo do IêmenOs houthis são, ao lado da Al Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês), a principal milícia religiosa no Iêmen. Também chamado de Ansar Allah ("Seguidores de Allah", em português), o grupo islâmico xiita tira seu nome de Hussein Badreddin al-Houthi, que lançou um movimento insurgente no país em 2004 e foi morto pelo Exército iemenita durante aquele levante. A facção, hoje dirigida por Abdel Malek al-Houthi, irmão de Hussein, tem como objetivo restaurar um regime monárquico dirigido por imãs que foi abolido no país em 1962. Há mais de uma década a milícia enfrenta o governo sunita do Iêmen, reivindicando maior participação no poder e mais territórios no norte do país. A facção também é contrária a uma mudança na Constituição que faria uma nova divisão do país e retiraria do grupo o seu acesso ao mar. Os houthis têm recrutado seus novos integrantes principalmente entre os membros da comunidade zaidita, um ramo do xiismo que representa um terço da população iemenita. Inspirado no grupo radical libanês Hizbullah, a facção tem seu principal reduto nas montanhas do norte do Iêmen. Em setembro passado, os milicianos, vindos da região de Saada, no noroeste do país, tomaram a capital, Sanaa, dissolveram o Parlamento e anunciaram a formação de um conselho presidencial com 551 membros para governar o Iêmen por dois anos.
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Miguel Falabella: Yoná Magalhães foi um gatilho de fantasia
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Sempre que encontrava a Yoná, pedia aplausos e dizia: "Yoná, the legend! A lenda!". Ela morria de rir. Quando assinei primeiro contrato na Globo, em 1980, lembro que não tinha um produto, mas ia fazer uma novela, "Sol de Verão". Fiquei contratado algum tempo, esperando para gravar, e certo dia fui almoçar e a vi sentada numa mesa. Nunca vou me esquecer dessa sensação de ter me sentado no mesmo restaurante que ela, olhando de longe a Yoná e dizendo: "Meu Deus, estou almoçando ao lado de Yoná Magalhães". Meu pai era completamente apaixonado, achava que ela era uma beleza. Depois, tive a oportunidade de trabalhar com a Yoná, era encantadora, delicada, uma dama. A pessoa mais na dela que já conheci, mais tranquila. Era a antiestrela por excelência. Curiosamente, dizem que ela era estrelíssima nos áureos tempos... Mas nunca vi uma atitude dela assim, de estrelato. Era uma mulher de grande espiritualidade, profunda espiritualidade. Ela meditava, era uma mulher muito preocupada com o espírito, uma pessoa muito tranquila. Você nem percebia quando a Yoná estava na sala dos atores. Ficava em um canto, lendo, e se você quisesse ter uma conversa, aí, sim, ela conversava. Foi uma colega muito querida e, sem dúvida alguma, um pilar da televisão brasileira. Uma deusa, uma diva.Yoná estava na minha infância, nas novelas de Gloria Magadan [cubana, uma das primeiras autoras de telenovelas no Brasil]. Nos delírios de Magadan —nas Venezas, na Índia—, ela era absoluta. Para a minha geração, ela foi um gatilho de fantasia. Imagina, para um menino da ilha do Governador que, de repente, vivia uma aventura na Veneza dos Doges? Era uma coisa inacreditável e Yoná, a estrela. Hoje em dia, todo mundo sabe que gravavam aquilo dentro do Jardim Botânico, em um barco, com os contrarregras jogando água. Foi uma pessoa muito importante não só na formação do menino telespectador. Eu tenho uma ligação anterior com ela, por causa do amor do meu pai por ela. Era um fã absoluto. Dizia: "Uma beleza de mulher". MIGUEL FALABELLA ator, diretor e dramaturgo, dirigiu Yoná Magalhães na peça "A Partilha" e escreveu uma das últimas novelas da atriz, "Negócio da China" (2008)
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ilustrada
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Miguel Falabella: Yoná Magalhães foi um gatilho de fantasiaSempre que encontrava a Yoná, pedia aplausos e dizia: "Yoná, the legend! A lenda!". Ela morria de rir. Quando assinei primeiro contrato na Globo, em 1980, lembro que não tinha um produto, mas ia fazer uma novela, "Sol de Verão". Fiquei contratado algum tempo, esperando para gravar, e certo dia fui almoçar e a vi sentada numa mesa. Nunca vou me esquecer dessa sensação de ter me sentado no mesmo restaurante que ela, olhando de longe a Yoná e dizendo: "Meu Deus, estou almoçando ao lado de Yoná Magalhães". Meu pai era completamente apaixonado, achava que ela era uma beleza. Depois, tive a oportunidade de trabalhar com a Yoná, era encantadora, delicada, uma dama. A pessoa mais na dela que já conheci, mais tranquila. Era a antiestrela por excelência. Curiosamente, dizem que ela era estrelíssima nos áureos tempos... Mas nunca vi uma atitude dela assim, de estrelato. Era uma mulher de grande espiritualidade, profunda espiritualidade. Ela meditava, era uma mulher muito preocupada com o espírito, uma pessoa muito tranquila. Você nem percebia quando a Yoná estava na sala dos atores. Ficava em um canto, lendo, e se você quisesse ter uma conversa, aí, sim, ela conversava. Foi uma colega muito querida e, sem dúvida alguma, um pilar da televisão brasileira. Uma deusa, uma diva.Yoná estava na minha infância, nas novelas de Gloria Magadan [cubana, uma das primeiras autoras de telenovelas no Brasil]. Nos delírios de Magadan —nas Venezas, na Índia—, ela era absoluta. Para a minha geração, ela foi um gatilho de fantasia. Imagina, para um menino da ilha do Governador que, de repente, vivia uma aventura na Veneza dos Doges? Era uma coisa inacreditável e Yoná, a estrela. Hoje em dia, todo mundo sabe que gravavam aquilo dentro do Jardim Botânico, em um barco, com os contrarregras jogando água. Foi uma pessoa muito importante não só na formação do menino telespectador. Eu tenho uma ligação anterior com ela, por causa do amor do meu pai por ela. Era um fã absoluto. Dizia: "Uma beleza de mulher". MIGUEL FALABELLA ator, diretor e dramaturgo, dirigiu Yoná Magalhães na peça "A Partilha" e escreveu uma das últimas novelas da atriz, "Negócio da China" (2008)
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Contra a Ponte Preta, Renato quer nova postura do Santos fora de casa
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Após empatar na estreia do Campeonato Paulista, em casa, contra o São Bernardo, o volante Renato, 36, do Santos, lembrou do retrospecto ruim na temporada passada da equipe fora de casa e disse que o time precisa mudar de postura atuando na casa do adversário para vencer. Nesta quarta-feira (3), o Santos enfrenta a Ponte Preta, no estádio Moisés Lucarelli, às 21h45, pelo Paulista. "[Fora de casa] não tivemos [em 2015] a regularidade da Vila Belmiro e esperamos conseguir neste ano", disse Renato. Em 2015, foram 15 derrotas em 34 partidas longe da Vila Belmiro –no Campeonato Brasileiro, o time venceu apenas uma partida como visitante, diante do Cruzeiro. Nas duas vezes em que enfrentou a Ponte no Moisés Lucarelli no ano passado, o Santos perdeu por 3 a 1. "A gente vem conversando para aprender a sofrer fora, mas também para agredir", afirmou o volante. Nesta quarta, o técnico Dorival Júnior deve repetir a equipe que empatou com o São Bernardo. PONTE PRETA M. Inácio; Nino Paraíba, F. Ferreira, Ferron e Gilson; M. Serrato, Elton e Clayson; F. Azevedo, Taiberson e Alexandro. Técnico: Vinícius Eutrópio SANTOS Vanderlei; V. Ferraz, G. Henrique, L. Veríssimo e Zeca; Renato, T. Maia e Lucas Lima; Paulinho, Gabriel e R. Oliveira. Técnico: Dorival Júnior Estádio: Moisés Lucarelli Árbitro: Marcelo de Souza TV: 21h45, Band (para SP)
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esporte
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Contra a Ponte Preta, Renato quer nova postura do Santos fora de casaApós empatar na estreia do Campeonato Paulista, em casa, contra o São Bernardo, o volante Renato, 36, do Santos, lembrou do retrospecto ruim na temporada passada da equipe fora de casa e disse que o time precisa mudar de postura atuando na casa do adversário para vencer. Nesta quarta-feira (3), o Santos enfrenta a Ponte Preta, no estádio Moisés Lucarelli, às 21h45, pelo Paulista. "[Fora de casa] não tivemos [em 2015] a regularidade da Vila Belmiro e esperamos conseguir neste ano", disse Renato. Em 2015, foram 15 derrotas em 34 partidas longe da Vila Belmiro –no Campeonato Brasileiro, o time venceu apenas uma partida como visitante, diante do Cruzeiro. Nas duas vezes em que enfrentou a Ponte no Moisés Lucarelli no ano passado, o Santos perdeu por 3 a 1. "A gente vem conversando para aprender a sofrer fora, mas também para agredir", afirmou o volante. Nesta quarta, o técnico Dorival Júnior deve repetir a equipe que empatou com o São Bernardo. PONTE PRETA M. Inácio; Nino Paraíba, F. Ferreira, Ferron e Gilson; M. Serrato, Elton e Clayson; F. Azevedo, Taiberson e Alexandro. Técnico: Vinícius Eutrópio SANTOS Vanderlei; V. Ferraz, G. Henrique, L. Veríssimo e Zeca; Renato, T. Maia e Lucas Lima; Paulinho, Gabriel e R. Oliveira. Técnico: Dorival Júnior Estádio: Moisés Lucarelli Árbitro: Marcelo de Souza TV: 21h45, Band (para SP)
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Dificuldades emperram acordo sobre criação de área privada no BID
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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, reconheceu neste domingo (29) as dificuldades nas negociações para potencializar e unificar as operações do setor privado, embora as conversas continuem e um acordo seja esperado para o final do dia. "A conversa ainda está em andamento", assinalou Moreno em entrevista coletiva junto ao ministro de Estratégia e Finanças da Coreia do Sul, Choi Kyung Hwan. Esta consolidação da área privada do BID, sob o nome de New Core, é o objetivo principal da Assembleia anual de governadores que termina hoje na cidade sul-coreana de Busan. Moreno insistiu na importância de tomar uma decisão sobre a modernização da área privada do organismo multilateral. "Este é o momento de olhar para frente, é uma mudança fundamental do banco para o futuro, e espero que nas próximas horas possamos chegar a uma conclusão final", afirmou. O ministro sul-coreano Choi, que ocupa o cargo rotatório de presidente do Conselho de Governadores do BID, assinalou que "estamos nos últimos períodos da conversa, mas há diferenças, uma vez que os recursos são poucos". Parte destas divergências giram em torno da contribuição de capital adicional e a criação de um fundo financeiro para apoiar as operações da New Core pelos países-membros do organismo.
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mercado
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Dificuldades emperram acordo sobre criação de área privada no BIDO presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, reconheceu neste domingo (29) as dificuldades nas negociações para potencializar e unificar as operações do setor privado, embora as conversas continuem e um acordo seja esperado para o final do dia. "A conversa ainda está em andamento", assinalou Moreno em entrevista coletiva junto ao ministro de Estratégia e Finanças da Coreia do Sul, Choi Kyung Hwan. Esta consolidação da área privada do BID, sob o nome de New Core, é o objetivo principal da Assembleia anual de governadores que termina hoje na cidade sul-coreana de Busan. Moreno insistiu na importância de tomar uma decisão sobre a modernização da área privada do organismo multilateral. "Este é o momento de olhar para frente, é uma mudança fundamental do banco para o futuro, e espero que nas próximas horas possamos chegar a uma conclusão final", afirmou. O ministro sul-coreano Choi, que ocupa o cargo rotatório de presidente do Conselho de Governadores do BID, assinalou que "estamos nos últimos períodos da conversa, mas há diferenças, uma vez que os recursos são poucos". Parte destas divergências giram em torno da contribuição de capital adicional e a criação de um fundo financeiro para apoiar as operações da New Core pelos países-membros do organismo.
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Votação para empreendedor social do ano vai até dia 2; escolha seu preferido
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Internautas têm até a próxima quarta-feira (2) para votar no seu projeto preferido na disputa pela categoria Escolha do Leitor, do Prêmio Empreendedor Social. Em disputa, estão os seis finalistas dos prêmios Empreendedor Social e Empreendedor Social de Futuro. A votação popular é feita no site da Folha, no qual cada candidato apresenta sua trajetória e as transformações frente aos seus projetos em vídeos de um minuto de duração. O vencedor da escolha popular será conhecido no dia 7 de novembro na cerimônia de premiação, fechada para convidados, a ser realizada no Teatro Porto Seguro, em São Paulo. A enquete tem o patrocínio da Fundação Banco do Brasil. "A ampla participação na categoria Escolha do Leitor possibilita o reconhecimento de iniciativas e soluções inovadoras que impactam as comunidades brasileiras", afirma Gerôncio Luna, presidente da FBB. Ele destaca a importância do Prêmio Empreendedor Social, assim como do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais, realizado a cada dois anos, como iniciativas que fomentam e reconhecem a participação do terceiro setor no desenvolvimento de soluções efetivas que geram inclusão social e transformam a vida das pessoas. PERFIL Os empreendedores que chegaram à final atacam problemas crônicos nacionais, como a inclusão das pessoas com deficiência e as dificuldades de acesso à saúde de qualidade. Carlos Pereira é o criador do Livox, um software que permite a comunicação com pessoas com deficiência motoras, cognitiva e visuais, considerado o melhor aplicativo de inclusão do mundo pelas Nações Unidas. Já Cláudio Spínola fundou o Morada da Floresta, que dissemina a compostagem doméstica em São Paulo para a redução de descarte incorreto de resíduos orgânicos. Enquanto Tatsuo Suzuki, fundou a Magnamed para disseminar equipamentos médicos de alta tecnologia baixo custo que salvam vidas no Brasil e em mais 40 países. Também na área da saúde, Michael Kapps cofundou a Tá.Na.Hora Saúde Digital, que faz monitoramento de pacientes, prevenção de doenças e estudos clínicos de vacina por meio de SMS. Nina Valentini também inova ao criar o Movimento Arredondar, que permite e facilita microdoações nas redes de varejo. Dinheiro que vai financiar ONGs e causas socioambientais. Já Jonas Lessa e Lucas Corvacho criaram um negócio de reciclagem de uniformes profissionais que viram cobertores e aquecem moradores de rua, oferecendo soluções de logística reversa para grandes empresas. Todos eles terão seus perfis publicados em um caderno especial da Folha, que circulará no dia 8 de novembro, e concorrem a prêmios como bolsas de estudos, cursos de gestão, assessoria jurídica e mentorias. A Folha disponibilizará vans para facilitar o transporte de volta da premiação, que acontece no Teatro Porto Seguro, para o metrô Marechal Deodoro (linha 3 - vermelha). Para quem preferir utilizar carro, o espaço possui estacionamento próprio e pago. O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio da Coca-Cola, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), da Fundação Banco do Brasil e da Vivo, e conta com a Latam como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos.
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empreendedorsocial
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Votação para empreendedor social do ano vai até dia 2; escolha seu preferidoInternautas têm até a próxima quarta-feira (2) para votar no seu projeto preferido na disputa pela categoria Escolha do Leitor, do Prêmio Empreendedor Social. Em disputa, estão os seis finalistas dos prêmios Empreendedor Social e Empreendedor Social de Futuro. A votação popular é feita no site da Folha, no qual cada candidato apresenta sua trajetória e as transformações frente aos seus projetos em vídeos de um minuto de duração. O vencedor da escolha popular será conhecido no dia 7 de novembro na cerimônia de premiação, fechada para convidados, a ser realizada no Teatro Porto Seguro, em São Paulo. A enquete tem o patrocínio da Fundação Banco do Brasil. "A ampla participação na categoria Escolha do Leitor possibilita o reconhecimento de iniciativas e soluções inovadoras que impactam as comunidades brasileiras", afirma Gerôncio Luna, presidente da FBB. Ele destaca a importância do Prêmio Empreendedor Social, assim como do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais, realizado a cada dois anos, como iniciativas que fomentam e reconhecem a participação do terceiro setor no desenvolvimento de soluções efetivas que geram inclusão social e transformam a vida das pessoas. PERFIL Os empreendedores que chegaram à final atacam problemas crônicos nacionais, como a inclusão das pessoas com deficiência e as dificuldades de acesso à saúde de qualidade. Carlos Pereira é o criador do Livox, um software que permite a comunicação com pessoas com deficiência motoras, cognitiva e visuais, considerado o melhor aplicativo de inclusão do mundo pelas Nações Unidas. Já Cláudio Spínola fundou o Morada da Floresta, que dissemina a compostagem doméstica em São Paulo para a redução de descarte incorreto de resíduos orgânicos. Enquanto Tatsuo Suzuki, fundou a Magnamed para disseminar equipamentos médicos de alta tecnologia baixo custo que salvam vidas no Brasil e em mais 40 países. Também na área da saúde, Michael Kapps cofundou a Tá.Na.Hora Saúde Digital, que faz monitoramento de pacientes, prevenção de doenças e estudos clínicos de vacina por meio de SMS. Nina Valentini também inova ao criar o Movimento Arredondar, que permite e facilita microdoações nas redes de varejo. Dinheiro que vai financiar ONGs e causas socioambientais. Já Jonas Lessa e Lucas Corvacho criaram um negócio de reciclagem de uniformes profissionais que viram cobertores e aquecem moradores de rua, oferecendo soluções de logística reversa para grandes empresas. Todos eles terão seus perfis publicados em um caderno especial da Folha, que circulará no dia 8 de novembro, e concorrem a prêmios como bolsas de estudos, cursos de gestão, assessoria jurídica e mentorias. A Folha disponibilizará vans para facilitar o transporte de volta da premiação, que acontece no Teatro Porto Seguro, para o metrô Marechal Deodoro (linha 3 - vermelha). Para quem preferir utilizar carro, o espaço possui estacionamento próprio e pago. O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio da Coca-Cola, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), da Fundação Banco do Brasil e da Vivo, e conta com a Latam como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos.
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Edição histórica do 'Charlie Hebdo' começará a ser distribuída no Brasil
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A edição histórica do "Charlie Hebdo", a primeira após o ataque terrorista que deixou 12 mortos neste mês em Paris, acaba de cumprir o processo aduaneiro no Brasil e foi recebida pela distribuidora Dinap, que importou 10 mil exemplares para serem vendidos no país. O material começará a ser distribuído para os pontos de venda nesta quinta-feira (29), segundo a Dinap, ao contrário dos rumores divulgados no início da semana de que seria queimado ou teria a distribuição cancelada. Além das unidades de grandes redes de livrarias como Saraiva e Cultura, o jornal satírico será vendido em bancas de São Paulo, Rio e outras 15 capitais, de acordo com a empresa. O preço previsto é de R$ 29,90, e o material virá em francês. Uma tiragem de milhões de cópias foi programada para a chamada "edição dos sobreviventes", superando em muito os habituais 60 mil exemplares. Quando foi lançada no último dia 14 na França, a primeira edição publicada após o ataque à redação do semanário se esgotou em minutos nas bancas de jornais francesas. Houve filas para comprar exemplares em apoio ao semanário satírico. A capa da edição mostra uma caricatura de Maomé chorando e segurando um cartaz com a frase "Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie) sob a manchete: "Tout est pardonné" (Tudo está perdoado).
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mundo
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Edição histórica do 'Charlie Hebdo' começará a ser distribuída no BrasilA edição histórica do "Charlie Hebdo", a primeira após o ataque terrorista que deixou 12 mortos neste mês em Paris, acaba de cumprir o processo aduaneiro no Brasil e foi recebida pela distribuidora Dinap, que importou 10 mil exemplares para serem vendidos no país. O material começará a ser distribuído para os pontos de venda nesta quinta-feira (29), segundo a Dinap, ao contrário dos rumores divulgados no início da semana de que seria queimado ou teria a distribuição cancelada. Além das unidades de grandes redes de livrarias como Saraiva e Cultura, o jornal satírico será vendido em bancas de São Paulo, Rio e outras 15 capitais, de acordo com a empresa. O preço previsto é de R$ 29,90, e o material virá em francês. Uma tiragem de milhões de cópias foi programada para a chamada "edição dos sobreviventes", superando em muito os habituais 60 mil exemplares. Quando foi lançada no último dia 14 na França, a primeira edição publicada após o ataque à redação do semanário se esgotou em minutos nas bancas de jornais francesas. Houve filas para comprar exemplares em apoio ao semanário satírico. A capa da edição mostra uma caricatura de Maomé chorando e segurando um cartaz com a frase "Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie) sob a manchete: "Tout est pardonné" (Tudo está perdoado).
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Jovens do grupo Onda Azul desistem de filiação em massa ao PSDB
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O grupo Onda Azul, que reúne, em sua maioria, jovens profissionais liberais de 19 Estados brasileiros, anuncia nos próximos dias que seus integrantes não vão mais ingressar no PSDB. Fundado em 2014, o movimento pretendia fazer uma filiação em massa na legenda –desde que os tucanos assumissem alguns compromissos, o que não ocorreu. SORRIA O grupo chegou a ser recebido por Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves. Depois de fotos e sorrisos, no entanto, "não obtivemos resposta alguma", diz o consultor Humberto Laudares, ex-aluno e professor da FGV e também formado em ciências sociais pela USP. Uma das condições do grupo era a de que o PSDB incrementasse a democracia interna, realizando prévias para a escolha de candidatos. SANGUE VELHO "Os partidos brasileiros estão entupidos. Só respondem a projetos políticos pessoais [de dirigentes]", diz Laudares. "Eles não entenderam que as pessoas hoje em dia não querem mais ser claque, querem participar." CLAQUE DO CUNHA O consultor diz também que o PSDB tem ameaçado um dos pilares que permitem ao eleitor confiar em partidos: a perenidade de princípios. "Quando deputados tucanos votam contra a reeleição e o fator previdenciário e apoiam a redução da maioridade penal", negam o que a legenda sempre defendeu. "Não dá para agirem como o novo velho PFL", diz. E finaliza: "Como pode um partido que quer dirigir o país ficar a reboque do Eduardo Cunha [presidente da Câmara]?". VIRAL O Vem pra Rua, um dos grupos que organizam as manifestações anti-Dilma marcadas para 16 de agosto em todo o país, diz observar uma adesão maior à convocação. Até esta sexta (10), 41 mil pessoas, de um total de 403 mil convidados, haviam confirmado presença no evento no Facebook criado pelo grupo, que defende o impeachment. "O ritmo está superior ao dos protestos anteriores", diz, sem mencionar números, Rogério Chequer, porta-voz do movimento. AOS TRINTA Gravando a primeira série de TV americana em que será protagonista, a atriz Alice Braga, 32, diz que não vai deixar de lado o sonho de ter um filho por causa da carreira. "O primeiro passo foi ter um cachorro. O próximo é ser mãe", conta ela à revista "Top Magazine". * Ela diz que se sente em casa pela primeira vez, morando em Los Angeles. "Tem a ver com a idade. Gosto de ir à praia, fazer churrasco com os amigos no final de semana." NUA E CRUA A peça "A Merda", dirigida e interpretada por Christiane Tricerri, teve estreia na quinta (9). O ator e diretor André Guerreiro Lopez, a apresentadora Djin Sganzerla e a publicitária Chiara Ancona Lopez assistiram ao espetáculo, no auditório do Sesc Pinheiros. Os cartunistas da Folha Angeli e Laerte também passaram por lá. BICO ABERTO Com a nova lei que proíbe a venda de foie gras em SP, os três restaurantes do chef Alain Poletto dispararam ontem e-mail para clientes com o lembrete de que o fígado gordo de patos e gansos "está com os dias contados". A mensagem sugere a degustação da iguaria "antes da migração dos patos" e é ilustrada com um desenho do bicho. VENDO BETHÂNIA A exposição "Maria de Todos Nós", sobre Maria Bethânia, bateu recorde de público no Paço Imperial do Rio de Janeiro no feriado, com 4.000 pessoas em três dias. PAISAGENS DO MODERNISMO O arquiteto Ricardo Ohtake e a atriz Maria Luísa Mendonça visitaram a exposição "Guignard - A Memória Plástica do Brasil Moderno", no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A mostra, dedicada a Alberto da Veiga Guignard e com curadoria de Paulo Sergio Duarte, foi aberta na terça (7) e fica em cartaz até 11 de setembro. Paralelamente, a instituição exibe 26 obras de seu acervo, selecionadas pelo curador Felipe Chaimovich. * CURTO-CIRCUITO Arnaldo Antunes abre exposição neste sábado (11), às 11h, no Centro Cultural Correios. A festa Funfarra tem edição neste sábado (11) no Cine Joia, a partir das 23h59. 18 anos. Gal Costa faz show neste sábado (11) e no domingo (12) no Teatro J. Safra, na Barra Funda. 14 anos. Kid Vinil toca neste sábado (11) na Autobahn, na Vila Madalena, a partir das 22h. 18 anos. *Peri Pane,* Karina Buhr e Otávio Ortega se apresentam neste sábado (11) no Teatro Oficina, às 21h. 18 anos. O restaurante Vito, na Vila Madalena, terá cardápio especial de aniversário neste sábado (11). com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Jovens do grupo Onda Azul desistem de filiação em massa ao PSDBO grupo Onda Azul, que reúne, em sua maioria, jovens profissionais liberais de 19 Estados brasileiros, anuncia nos próximos dias que seus integrantes não vão mais ingressar no PSDB. Fundado em 2014, o movimento pretendia fazer uma filiação em massa na legenda –desde que os tucanos assumissem alguns compromissos, o que não ocorreu. SORRIA O grupo chegou a ser recebido por Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves. Depois de fotos e sorrisos, no entanto, "não obtivemos resposta alguma", diz o consultor Humberto Laudares, ex-aluno e professor da FGV e também formado em ciências sociais pela USP. Uma das condições do grupo era a de que o PSDB incrementasse a democracia interna, realizando prévias para a escolha de candidatos. SANGUE VELHO "Os partidos brasileiros estão entupidos. Só respondem a projetos políticos pessoais [de dirigentes]", diz Laudares. "Eles não entenderam que as pessoas hoje em dia não querem mais ser claque, querem participar." CLAQUE DO CUNHA O consultor diz também que o PSDB tem ameaçado um dos pilares que permitem ao eleitor confiar em partidos: a perenidade de princípios. "Quando deputados tucanos votam contra a reeleição e o fator previdenciário e apoiam a redução da maioridade penal", negam o que a legenda sempre defendeu. "Não dá para agirem como o novo velho PFL", diz. E finaliza: "Como pode um partido que quer dirigir o país ficar a reboque do Eduardo Cunha [presidente da Câmara]?". VIRAL O Vem pra Rua, um dos grupos que organizam as manifestações anti-Dilma marcadas para 16 de agosto em todo o país, diz observar uma adesão maior à convocação. Até esta sexta (10), 41 mil pessoas, de um total de 403 mil convidados, haviam confirmado presença no evento no Facebook criado pelo grupo, que defende o impeachment. "O ritmo está superior ao dos protestos anteriores", diz, sem mencionar números, Rogério Chequer, porta-voz do movimento. AOS TRINTA Gravando a primeira série de TV americana em que será protagonista, a atriz Alice Braga, 32, diz que não vai deixar de lado o sonho de ter um filho por causa da carreira. "O primeiro passo foi ter um cachorro. O próximo é ser mãe", conta ela à revista "Top Magazine". * Ela diz que se sente em casa pela primeira vez, morando em Los Angeles. "Tem a ver com a idade. Gosto de ir à praia, fazer churrasco com os amigos no final de semana." NUA E CRUA A peça "A Merda", dirigida e interpretada por Christiane Tricerri, teve estreia na quinta (9). O ator e diretor André Guerreiro Lopez, a apresentadora Djin Sganzerla e a publicitária Chiara Ancona Lopez assistiram ao espetáculo, no auditório do Sesc Pinheiros. Os cartunistas da Folha Angeli e Laerte também passaram por lá. BICO ABERTO Com a nova lei que proíbe a venda de foie gras em SP, os três restaurantes do chef Alain Poletto dispararam ontem e-mail para clientes com o lembrete de que o fígado gordo de patos e gansos "está com os dias contados". A mensagem sugere a degustação da iguaria "antes da migração dos patos" e é ilustrada com um desenho do bicho. VENDO BETHÂNIA A exposição "Maria de Todos Nós", sobre Maria Bethânia, bateu recorde de público no Paço Imperial do Rio de Janeiro no feriado, com 4.000 pessoas em três dias. PAISAGENS DO MODERNISMO O arquiteto Ricardo Ohtake e a atriz Maria Luísa Mendonça visitaram a exposição "Guignard - A Memória Plástica do Brasil Moderno", no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A mostra, dedicada a Alberto da Veiga Guignard e com curadoria de Paulo Sergio Duarte, foi aberta na terça (7) e fica em cartaz até 11 de setembro. Paralelamente, a instituição exibe 26 obras de seu acervo, selecionadas pelo curador Felipe Chaimovich. * CURTO-CIRCUITO Arnaldo Antunes abre exposição neste sábado (11), às 11h, no Centro Cultural Correios. A festa Funfarra tem edição neste sábado (11) no Cine Joia, a partir das 23h59. 18 anos. Gal Costa faz show neste sábado (11) e no domingo (12) no Teatro J. Safra, na Barra Funda. 14 anos. Kid Vinil toca neste sábado (11) na Autobahn, na Vila Madalena, a partir das 22h. 18 anos. *Peri Pane,* Karina Buhr e Otávio Ortega se apresentam neste sábado (11) no Teatro Oficina, às 21h. 18 anos. O restaurante Vito, na Vila Madalena, terá cardápio especial de aniversário neste sábado (11). com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Planalto descarta aprovar CPMF neste ano e estuda aplicar recursos na Saúde
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Com a resistência no Congresso Nacional à criação de um novo imposto, o governo Dilma Rousseff já não conta com a aprovação da nova CPMF neste ano e avalia, caso o tributo seja votado e aprovado no meio do ano que vem, estendê-lo também para financiar a saúde. Em reunião, o ministro da Secretaria do Governo, Ricardo Berzoini, orientou prefeitos e governadores a atuarem junto a deputados e senadores pela recriação do chamado "imposto do cheque", mas reconheceu a dificuldade de aprová-lo este ano, como queria a presidente. A proposta está parada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, ainda sem a indicação de relator. A estratégia do governo é formar uma frente nacional de prefeitos e governadores que pressione o Congresso a discutir o tema ainda neste ano. A expectativa do Palácio do Planalto, no entanto, é de que o novo imposto deve ser colocado em pauta no Poder Legislativo somente em julho de 2016. Mesmo com tempo para tentar alinhar a base aliada, ministros e auxiliares da petista avaliam que será uma votação difícil, com grandes chances de derrota, já que grande parte dos parlamentares não quer o ônus de criar um novo imposto no país. Nesse sentido, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), já avisou à presidente que o cenário para a aprovação da CPMF é muito difícil e que a reforma ministerial –que tentou contemplar a base aliada, principalmente na Câmara dos Deputados – não mudou a opinião da maior parte dos deputados e senadores. Renan esteve com Dilma na noite de segunda-feira (26), quando os dois conversaram sobre as votações e a necessidade de se "estabelecer uma normalidade" no funcionamento do Congresso Nacional, na tentativa de sair do engessamento da crise que assola a política e a economia. Sem a CPMF neste ano, em um esforço para amenizar o déficit primário de R$ 51 bilhões, o governo federal tentará aprovar neste ano a proposta de prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), o projeto de repatriação de recursos do exterior e a elevação da Cide por decreto, sem a necessidade de aprovação do Poder Legislativo. Renan, assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também avalia que a nova CPMF só irá para votação em julho. Após os 90 dias que são necessários para iniciar a cobrança, a arrecadação só seria efetiva nos dois últimos meses do ano que vem. A avaliação de parlamentares da base aliada de é que os governadores e prefeitos escalados pelo Palácio Planalto têm pouca ou nenhuma influência nas bancadas federais. Pela proposta enviada ao Congresso, o Planalto estabelece uma alíquota de 0,20% sobre as movimentações financeiras e propõe destinar os recursos para a Previdência Social. Com o pedido de prefeitos e governadores para que o tributo também financie a saúde, o governo federal estuda estender os recursos para a área de seguridade social, que inclui aposentadorias, educação e saúde. Representantes de Estados e municípios têm defendido elevar a alíquota do imposto para 0,38%, com a possibilidade de 0,18% serem divididos entre os entes da federação. Para evitar maior resistência à medida no Congresso, o Planalto tem dito que não encampará publicamente alíquota maior, mas que não vai se opor caso prefeitos e governadores decidam defendê-la, pois a proposta interessa à equipe econômica para ajudar a cobrir o rombo fiscal. ACORDO A Confederação Nacional dos Municípios, Associação Brasileira de Municípios e a Frente Nacional de Prefeitos defendem uma alíquota de 0,38% para a nova CPMF, dos quais 0,20% ficariam com o governo federal e 0,18% seriam divididos por igual entre estados e municípios. As duas primeiras querem que os recursos sejam vinculados ao FMP (Fundo de Participação dos Municípios). A última, no entanto, quer que o dinheiro seja distribuído de acordo com o número de usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), beneficiando as cidades maiores. Os prefeitos e governadores querem chegar a um acordo sobre a forma de dividir os recursos até a semana que vem. Em novembro, devem se reunir com a presidente para definir uma proposta em comum.
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Planalto descarta aprovar CPMF neste ano e estuda aplicar recursos na SaúdeCom a resistência no Congresso Nacional à criação de um novo imposto, o governo Dilma Rousseff já não conta com a aprovação da nova CPMF neste ano e avalia, caso o tributo seja votado e aprovado no meio do ano que vem, estendê-lo também para financiar a saúde. Em reunião, o ministro da Secretaria do Governo, Ricardo Berzoini, orientou prefeitos e governadores a atuarem junto a deputados e senadores pela recriação do chamado "imposto do cheque", mas reconheceu a dificuldade de aprová-lo este ano, como queria a presidente. A proposta está parada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, ainda sem a indicação de relator. A estratégia do governo é formar uma frente nacional de prefeitos e governadores que pressione o Congresso a discutir o tema ainda neste ano. A expectativa do Palácio do Planalto, no entanto, é de que o novo imposto deve ser colocado em pauta no Poder Legislativo somente em julho de 2016. Mesmo com tempo para tentar alinhar a base aliada, ministros e auxiliares da petista avaliam que será uma votação difícil, com grandes chances de derrota, já que grande parte dos parlamentares não quer o ônus de criar um novo imposto no país. Nesse sentido, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), já avisou à presidente que o cenário para a aprovação da CPMF é muito difícil e que a reforma ministerial –que tentou contemplar a base aliada, principalmente na Câmara dos Deputados – não mudou a opinião da maior parte dos deputados e senadores. Renan esteve com Dilma na noite de segunda-feira (26), quando os dois conversaram sobre as votações e a necessidade de se "estabelecer uma normalidade" no funcionamento do Congresso Nacional, na tentativa de sair do engessamento da crise que assola a política e a economia. Sem a CPMF neste ano, em um esforço para amenizar o déficit primário de R$ 51 bilhões, o governo federal tentará aprovar neste ano a proposta de prorrogação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), o projeto de repatriação de recursos do exterior e a elevação da Cide por decreto, sem a necessidade de aprovação do Poder Legislativo. Renan, assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também avalia que a nova CPMF só irá para votação em julho. Após os 90 dias que são necessários para iniciar a cobrança, a arrecadação só seria efetiva nos dois últimos meses do ano que vem. A avaliação de parlamentares da base aliada de é que os governadores e prefeitos escalados pelo Palácio Planalto têm pouca ou nenhuma influência nas bancadas federais. Pela proposta enviada ao Congresso, o Planalto estabelece uma alíquota de 0,20% sobre as movimentações financeiras e propõe destinar os recursos para a Previdência Social. Com o pedido de prefeitos e governadores para que o tributo também financie a saúde, o governo federal estuda estender os recursos para a área de seguridade social, que inclui aposentadorias, educação e saúde. Representantes de Estados e municípios têm defendido elevar a alíquota do imposto para 0,38%, com a possibilidade de 0,18% serem divididos entre os entes da federação. Para evitar maior resistência à medida no Congresso, o Planalto tem dito que não encampará publicamente alíquota maior, mas que não vai se opor caso prefeitos e governadores decidam defendê-la, pois a proposta interessa à equipe econômica para ajudar a cobrir o rombo fiscal. ACORDO A Confederação Nacional dos Municípios, Associação Brasileira de Municípios e a Frente Nacional de Prefeitos defendem uma alíquota de 0,38% para a nova CPMF, dos quais 0,20% ficariam com o governo federal e 0,18% seriam divididos por igual entre estados e municípios. As duas primeiras querem que os recursos sejam vinculados ao FMP (Fundo de Participação dos Municípios). A última, no entanto, quer que o dinheiro seja distribuído de acordo com o número de usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), beneficiando as cidades maiores. Os prefeitos e governadores querem chegar a um acordo sobre a forma de dividir os recursos até a semana que vem. Em novembro, devem se reunir com a presidente para definir uma proposta em comum.
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Em ano de crise, SP-Arte encolhe 14% e perde nomes poderosos do elenco
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Marcada para abril, a 12ª edição da feira SP-Arte já sente os efeitos da crise econômica, encolhendo 14% em relação ao ano passado —em vez das 140 galerias de 2015, o evento este ano deve levar 120 casas do Brasil e do mundo ao pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera. Entre as que desistiram de participar da feira paulistana estão as nova-iorquinas Marian Goodman, uma das maiores galerias de arte contemporânea do mundo, e a Van de Weghe, nome de peso no chamado mercado secundário, que trabalha com obras de grandes mestres. No cenário nacional, uma baixa de peso é a saída da galeria A Gentil Carioca, uma das maiores e mais influentes casas do Rio. Um núcleo de gigantes, no entanto, resiste. As norte-americanas Gagosian e David Zwirner, além da britânica White Cube, estarão de volta à feira. No caso desta última, será seu retorno à SP-Arte como galeria estrangeira, já que a White Cube fechou sua filial paulistana no ano passado, mas parece ter construído aqui uma sólida clientela. De acordo com a organização da SP-Arte, 15% das galerias nesta edição fazem sua estreia na feira, entre elas as paulistanas Frente, BFA (Boatos Fine Arts), Warm e Sé, a carioca MUV Gallery e a gaúcha Mamute. Também será possível ver na feira obras de alguns artistas que estarão na Bienal de São Paulo, marcada para setembro deste ano. A galeria colombiana Casas Riegner, uma das maiores de Bogotá, terá trabalhos de José Antonio Suárez Londoño, enquanto a americana David Zwirner costuma trazer peças do belga Francis Alÿs, este ano também escalado para a Bienal. Outros artistas já confirmados na mostra organizada pelo alemão Jochen Volz também são representados por galerias que estarão na feira —Cristiano Lenhardt e Erika Verzutti estão na Fortes Vilaça, o espólio de Gilvan Samico é representado pela Estação, José Bento está na Celma Albuquerque e na Almeida e Dale, Lais Myrrha está na Jaqueline Martins, Mariana Castillo Deball está na Mendes Wood DM, Vivian Caccuri está na Leme e o dinamarquês Henrik Olesen integra o elenco da italiana Franco Noero. Alvo de polêmica no ano passado por ter pedido R$ 5,8 milhões em recursos incentivados para financiar a feira, a SP-Arte este ano voltou a recorrer à Lei Rouanet, mas pediu R$ 4,9 milhões, dos quais já conseguiu captar R$ 1 milhão —a feira costuma gerar até R$ 250 milhões em negócios.
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Em ano de crise, SP-Arte encolhe 14% e perde nomes poderosos do elencoMarcada para abril, a 12ª edição da feira SP-Arte já sente os efeitos da crise econômica, encolhendo 14% em relação ao ano passado —em vez das 140 galerias de 2015, o evento este ano deve levar 120 casas do Brasil e do mundo ao pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera. Entre as que desistiram de participar da feira paulistana estão as nova-iorquinas Marian Goodman, uma das maiores galerias de arte contemporânea do mundo, e a Van de Weghe, nome de peso no chamado mercado secundário, que trabalha com obras de grandes mestres. No cenário nacional, uma baixa de peso é a saída da galeria A Gentil Carioca, uma das maiores e mais influentes casas do Rio. Um núcleo de gigantes, no entanto, resiste. As norte-americanas Gagosian e David Zwirner, além da britânica White Cube, estarão de volta à feira. No caso desta última, será seu retorno à SP-Arte como galeria estrangeira, já que a White Cube fechou sua filial paulistana no ano passado, mas parece ter construído aqui uma sólida clientela. De acordo com a organização da SP-Arte, 15% das galerias nesta edição fazem sua estreia na feira, entre elas as paulistanas Frente, BFA (Boatos Fine Arts), Warm e Sé, a carioca MUV Gallery e a gaúcha Mamute. Também será possível ver na feira obras de alguns artistas que estarão na Bienal de São Paulo, marcada para setembro deste ano. A galeria colombiana Casas Riegner, uma das maiores de Bogotá, terá trabalhos de José Antonio Suárez Londoño, enquanto a americana David Zwirner costuma trazer peças do belga Francis Alÿs, este ano também escalado para a Bienal. Outros artistas já confirmados na mostra organizada pelo alemão Jochen Volz também são representados por galerias que estarão na feira —Cristiano Lenhardt e Erika Verzutti estão na Fortes Vilaça, o espólio de Gilvan Samico é representado pela Estação, José Bento está na Celma Albuquerque e na Almeida e Dale, Lais Myrrha está na Jaqueline Martins, Mariana Castillo Deball está na Mendes Wood DM, Vivian Caccuri está na Leme e o dinamarquês Henrik Olesen integra o elenco da italiana Franco Noero. Alvo de polêmica no ano passado por ter pedido R$ 5,8 milhões em recursos incentivados para financiar a feira, a SP-Arte este ano voltou a recorrer à Lei Rouanet, mas pediu R$ 4,9 milhões, dos quais já conseguiu captar R$ 1 milhão —a feira costuma gerar até R$ 250 milhões em negócios.
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Acusado de receber propina, Eduardo Cunha promete romper com o governo
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Atribuindo ao Palácio do Planalto uma articulação para envolvê-lo na Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que anunciará nesta sexta (17) o seu rompimento com o governo. A decisão ocorre após ele ser acusado pelo lobista Julio Camargo de receber US$ 5 milhões de propina. "É tudo vingança do governo. Parece que o Executivo quer jogar a sua crise no Congresso", disse Cunha à Folha. Após a divulgação da notícia, ele conversou com o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer (PMDB-SP), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan disse que o país vive uma crise institucional. Cunha comunicou que iria defender o rompimento com o governo. Em nota logo depois que a denúncia veio à tona, ele chamou o lobista de "mentiroso" : "Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio a prová-las", afirmou. "É muito estranho, às vésperas da eleição do procurador-geral da República [Rodrigo Janot tenta a recondução] e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional [ele fará um balanço legislativo nesta sexta], que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo procurador, ou seja, obrigar o delator a mentir." Cunha chegou à presidência da Câmara em fevereiro, derrotando o governo. Desde então, vive uma relação tensa com o Planalto e repete que as suspeitas levantadas contra ele são fruto de perseguição patrocinada por Janot, com estímulo do governo. Desde o começo da semana, diz a aliados que aguarda uma denúncia da Procuradoria contra ele por conta das investigações da Lava Jato. Cunha já sabia que Camargo, que até então o mantivera fora do rol de acusados, resolvera fazer acusações contra ele em seus depoimentos. O peemedebista atribui a mudança a uma pressão exercida pelos investigadores, a mando do Planalto. A Lava Jato investiga políticos de vários partidos, incluindo o PT. Para peemedebistas, haverá agora uma tentativa do governo Dilma de envolver Temer no escândalo para inviabilizar uma eventual sucessão da presidente pelo vice em caso de impeachment. Eduardo Cunha RETALIAÇÕES Segundo a Folha apurou, Cunha chegou a dizer que ele pode se "ferrar", mas o governo vai junto. "Guerra é guerra", ameaça, nos bastidores. Sua retaliação deve começar com a instalação de CPIs incômodas ao governo, como a do BNDES e a dos fundos de pensão. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também será convocado para depor na CPI da Petrobras. O objetivo é desgastar a presidente. O peemedebista não descarta dar prosseguimento a um processo de impeachment contra Dilma no segundo semestre, após as manifestações de rua marcadas para o dia 16 de agosto. Para o governo, as revelações contra Cunha vão enfraquecer seu ímpeto revanchista na Câmara. Desde o começo do ano ele tem imposto seguidas derrotas ao Palácio do Planalto. Em entrevista coletiva na Câmara, o peemedebista disse que não se deixará ser "constrangido" e "fragilizado" pelo depoimento do delator, e afirmou que não irá alterar ou cancelar o pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão que fará na noite desta sexta. "Não vou fazer isso [cancelar] porque eu estou me pronunciando como presidente da Câmara sobre atividades da Câmara. Não estou me pronunciando para fazer alusão ou defesa de fatos pessoais." Questionado se teria vontade de fazer uma acareação com Júlio Camargo para falar "olho no olho", Cunha afirmou que fala "com quem quer que for". "Eu não tenho dificuldade nenhuma de rebater quem quer que seja. Ele está mentindo e o delator tem que provar sua mentira. O ônus da prova é de quem acusa." ASSISTA O DEPOIMENTO DE JÚLIO CAMARGO Veja vídeo
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Acusado de receber propina, Eduardo Cunha promete romper com o governoAtribuindo ao Palácio do Planalto uma articulação para envolvê-lo na Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que anunciará nesta sexta (17) o seu rompimento com o governo. A decisão ocorre após ele ser acusado pelo lobista Julio Camargo de receber US$ 5 milhões de propina. "É tudo vingança do governo. Parece que o Executivo quer jogar a sua crise no Congresso", disse Cunha à Folha. Após a divulgação da notícia, ele conversou com o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer (PMDB-SP), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan disse que o país vive uma crise institucional. Cunha comunicou que iria defender o rompimento com o governo. Em nota logo depois que a denúncia veio à tona, ele chamou o lobista de "mentiroso" : "Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio a prová-las", afirmou. "É muito estranho, às vésperas da eleição do procurador-geral da República [Rodrigo Janot tenta a recondução] e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional [ele fará um balanço legislativo nesta sexta], que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo procurador, ou seja, obrigar o delator a mentir." Cunha chegou à presidência da Câmara em fevereiro, derrotando o governo. Desde então, vive uma relação tensa com o Planalto e repete que as suspeitas levantadas contra ele são fruto de perseguição patrocinada por Janot, com estímulo do governo. Desde o começo da semana, diz a aliados que aguarda uma denúncia da Procuradoria contra ele por conta das investigações da Lava Jato. Cunha já sabia que Camargo, que até então o mantivera fora do rol de acusados, resolvera fazer acusações contra ele em seus depoimentos. O peemedebista atribui a mudança a uma pressão exercida pelos investigadores, a mando do Planalto. A Lava Jato investiga políticos de vários partidos, incluindo o PT. Para peemedebistas, haverá agora uma tentativa do governo Dilma de envolver Temer no escândalo para inviabilizar uma eventual sucessão da presidente pelo vice em caso de impeachment. Eduardo Cunha RETALIAÇÕES Segundo a Folha apurou, Cunha chegou a dizer que ele pode se "ferrar", mas o governo vai junto. "Guerra é guerra", ameaça, nos bastidores. Sua retaliação deve começar com a instalação de CPIs incômodas ao governo, como a do BNDES e a dos fundos de pensão. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também será convocado para depor na CPI da Petrobras. O objetivo é desgastar a presidente. O peemedebista não descarta dar prosseguimento a um processo de impeachment contra Dilma no segundo semestre, após as manifestações de rua marcadas para o dia 16 de agosto. Para o governo, as revelações contra Cunha vão enfraquecer seu ímpeto revanchista na Câmara. Desde o começo do ano ele tem imposto seguidas derrotas ao Palácio do Planalto. Em entrevista coletiva na Câmara, o peemedebista disse que não se deixará ser "constrangido" e "fragilizado" pelo depoimento do delator, e afirmou que não irá alterar ou cancelar o pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão que fará na noite desta sexta. "Não vou fazer isso [cancelar] porque eu estou me pronunciando como presidente da Câmara sobre atividades da Câmara. Não estou me pronunciando para fazer alusão ou defesa de fatos pessoais." Questionado se teria vontade de fazer uma acareação com Júlio Camargo para falar "olho no olho", Cunha afirmou que fala "com quem quer que for". "Eu não tenho dificuldade nenhuma de rebater quem quer que seja. Ele está mentindo e o delator tem que provar sua mentira. O ônus da prova é de quem acusa." ASSISTA O DEPOIMENTO DE JÚLIO CAMARGO Veja vídeo
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Com 'fora, Temer', Chico e Ney, prêmio de música supera falta de verba
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Uma noite de premiação e homenagens que escala como convidados os magnéticos Chico Buarque e Ivete Sangalo, mais jovens elétricos como Karol Conká e o BaianaSystem, arrisca escantear seu homenageado. Isso se este não fosse o igualmente elétrico e magnético Ney Matogrosso, estrela da cerimônia do 28º Prêmio da Música Brasileira. A celebração, realizada no Teatro Municipal do Rio, teve pela primeira vez ingressos vendidos para o público, em consequência da inédita falta de patrocínio. Os efeitos foram sentidos: um grito de "fora, Temer" ecoou na sala quando Chico, o convidado mais aguardado da noite, se preparava para cantar a sua "As Vitrines". Com um movimento dos olhos, o cantor mostrou sua concordância com o protesto. A essa altura, Ney já havia aberto a festa interpretando "Melodia Sentimental" (Villa-Lobos e Dora Vasconcellos). Antes dele, o idealizador do prêmio, José Maurício Machline, lembrou das dificuldades para montar essa edição sem patrocinador. "Não acredito que chegamos aqui hoje. Passei meses numa peregrinação louca para fazer o prêmio da maneira como acredito, em respeito a quem faz a música nesse país. Parece que tudo à nossa volta quer que a gente desista", disse Machline. "O que nos encorajou foi o apoio da classe artística e de algumas empresas. Descobrimos que ainda existe solidariedade." Apresentada pela atriz Maitê Proença e pela cantora Zélia Duncan (também responsável pelo roteiro), a cerimônia foi até mais dinâmica do que de hábito —havia 79 indicados em 35 categorias, mas o ritmo não ficou arrastado como em anos anteriores. A escassez de dinheiro não teve maior impacto no cenário (aproveitado do próprio Municipal), e os erros e falhas técnicas não foram mais numerosos do que de costume. O improviso só ficou mesmo evidente na hora de anunciar os indicados de cada categoria, o que foi feito com gravações toscas de artistas, que citavam os concorrentes. Entre os premiados, o maior vencedor foi maestro Letieres Leite, que levou o troféu de arranjador e, na categoria instrumental, os de álbum e grupo. Lenine, Tom Zé e BaianaSystem ganharam dois troféus cada um. Se a premiação em si é valorizada pelos participantes, para o público interessam mais as apresentações musicais, sempre dedicadas ao homenageado. Nesta edição, os convidados alternaram altos e baixos cantando músicas do repertório de Ney. Saíram-se melhor os que levaram as canções para suas praias e improvisaram, como Karol Conká, numa versão rap dance da animada "Homem com H", e o BaianaSystem, que deu gás à difícil "Inclassificáveis", justificando seu troféu de revelação de 2016. Zeca Pagodinho, Chico e Ney Lenine (premiado como melhor cantor e álbum de MPB) fez uma boa versão abolerada de "Bicho de Sete Cabeças", enquanto Ivete Sangalo (eleita melhor cantora na categoria canção popular) apresentou uma versão contida de "Sangue Latino", aquém de suas possibilidades e da original. Houve quem chamasse mais atenção pela performance do que pela interpretação –casos de Alice Caymmi (que venceu por melhor DVD) e Laila Garin, que se beijaram na boca ao fim de "Bomba H", e de Pedro Luis, que tirou a gravata e a usou como venda enquanto cantava "O Mundo". Ney encerrou a festa com um pequeno show que teve "Bamboleô" e os hits "Rosa de Hiroshima", "Balada do Louco" e "Pro Dia Nascer Feliz". Aplaudido de pé por colegas e público, venceu a timidez para agradecer. "Eu tenho um pouco de dificuldade para receber [homenagens], mas agora liberei, estou recebendo. Obrigado a todos", disse o cantor. Confira a lista com todos os vencedores.
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ilustrada
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Com 'fora, Temer', Chico e Ney, prêmio de música supera falta de verbaUma noite de premiação e homenagens que escala como convidados os magnéticos Chico Buarque e Ivete Sangalo, mais jovens elétricos como Karol Conká e o BaianaSystem, arrisca escantear seu homenageado. Isso se este não fosse o igualmente elétrico e magnético Ney Matogrosso, estrela da cerimônia do 28º Prêmio da Música Brasileira. A celebração, realizada no Teatro Municipal do Rio, teve pela primeira vez ingressos vendidos para o público, em consequência da inédita falta de patrocínio. Os efeitos foram sentidos: um grito de "fora, Temer" ecoou na sala quando Chico, o convidado mais aguardado da noite, se preparava para cantar a sua "As Vitrines". Com um movimento dos olhos, o cantor mostrou sua concordância com o protesto. A essa altura, Ney já havia aberto a festa interpretando "Melodia Sentimental" (Villa-Lobos e Dora Vasconcellos). Antes dele, o idealizador do prêmio, José Maurício Machline, lembrou das dificuldades para montar essa edição sem patrocinador. "Não acredito que chegamos aqui hoje. Passei meses numa peregrinação louca para fazer o prêmio da maneira como acredito, em respeito a quem faz a música nesse país. Parece que tudo à nossa volta quer que a gente desista", disse Machline. "O que nos encorajou foi o apoio da classe artística e de algumas empresas. Descobrimos que ainda existe solidariedade." Apresentada pela atriz Maitê Proença e pela cantora Zélia Duncan (também responsável pelo roteiro), a cerimônia foi até mais dinâmica do que de hábito —havia 79 indicados em 35 categorias, mas o ritmo não ficou arrastado como em anos anteriores. A escassez de dinheiro não teve maior impacto no cenário (aproveitado do próprio Municipal), e os erros e falhas técnicas não foram mais numerosos do que de costume. O improviso só ficou mesmo evidente na hora de anunciar os indicados de cada categoria, o que foi feito com gravações toscas de artistas, que citavam os concorrentes. Entre os premiados, o maior vencedor foi maestro Letieres Leite, que levou o troféu de arranjador e, na categoria instrumental, os de álbum e grupo. Lenine, Tom Zé e BaianaSystem ganharam dois troféus cada um. Se a premiação em si é valorizada pelos participantes, para o público interessam mais as apresentações musicais, sempre dedicadas ao homenageado. Nesta edição, os convidados alternaram altos e baixos cantando músicas do repertório de Ney. Saíram-se melhor os que levaram as canções para suas praias e improvisaram, como Karol Conká, numa versão rap dance da animada "Homem com H", e o BaianaSystem, que deu gás à difícil "Inclassificáveis", justificando seu troféu de revelação de 2016. Zeca Pagodinho, Chico e Ney Lenine (premiado como melhor cantor e álbum de MPB) fez uma boa versão abolerada de "Bicho de Sete Cabeças", enquanto Ivete Sangalo (eleita melhor cantora na categoria canção popular) apresentou uma versão contida de "Sangue Latino", aquém de suas possibilidades e da original. Houve quem chamasse mais atenção pela performance do que pela interpretação –casos de Alice Caymmi (que venceu por melhor DVD) e Laila Garin, que se beijaram na boca ao fim de "Bomba H", e de Pedro Luis, que tirou a gravata e a usou como venda enquanto cantava "O Mundo". Ney encerrou a festa com um pequeno show que teve "Bamboleô" e os hits "Rosa de Hiroshima", "Balada do Louco" e "Pro Dia Nascer Feliz". Aplaudido de pé por colegas e público, venceu a timidez para agradecer. "Eu tenho um pouco de dificuldade para receber [homenagens], mas agora liberei, estou recebendo. Obrigado a todos", disse o cantor. Confira a lista com todos os vencedores.
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Governo entra com novo pedido para suspender julgamento no TCU
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O governo entrou nesta quarta-feira (7) com um novo pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar adiar o início do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff de 2014. Desta vez, o governo quer que sejam ouvidas testemunhas relacionadas ao suposto impedimento do relator das contas no TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes. O documento da AGU (Advocacia-Geral da União) tenta suspender a sessão que vai discutir o impedimento de Nardes, acusado pelo Planalto de parcialidade na condução do caso. Na ação, o advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, pede que a sessão sobre a situação do ministro só ocorra depois que as testemunhas arroladas pelo governo contra a atuação de Nardes sejam ouvidas. A sessão para discutir a suspeição de Nardes e a outra para julgar as contas estão marcadas para a tarde desta quarta. O procedimento é avaliado pela Corregedoria. "Tal pedido revela-se necessário diante da possibilidade de julgamento da exceção de suspeição pela Corte de Contas sem que seja garantido o contraditório, com a oitiva das testemunhas roladas e a adequada instrução do incidente de exceção, em flagrante ofensa ao devido processo legal constitucionalmente estabelecido", diz a AGU. O caso será analisado pelo ministro Luiz Fux que é relator da ação protocolada nesta terça pelo governo que pediu para que o STF suspenda o julgamento das contas de 2014 da presidente. A expectativa é de que Fux decida nas próximas horas. Esse outro pedido do Planalto e para o Supremo determine que o TCU, antes de decidir se o relator do caso, ministro Augusto Nardes, está impedido de atuar no processo, analise provas anexadas ao recurso que indicariam suposta parcialidade dele à frente da ação. Na prática, o Planalto tenta ganhar tempo e adiar a votação no TCU, já que a equipe de Dilma já dá como certa uma derrota no julgamento das contas do governo. Apesar de avaliar que a rejeição das contas não gera argumento jurídico para abertura de um processo de impeachment, sua equipe sabe que o resultado será usado politicamente pela oposição. Nardes é acusado pelo governo de parcialidade na condução da ação das contas. Desde segunda (5), o Planalto tenta tirá-lo do caso. Primeiro, o ministro Luís Inácio Adams (AGU) protocolou no próprio TCU um pedido de afastamento de Nardes do caso. O governo diz que o relator violou normas ao opinar sobre o caso em eventos públicos, demonstrando parcialidade e antecipando seu voto. Com a indicação de que, mesmo diante do questionamento, o julgamento das contas poderia ser mantido nesta quarta, o governo resolveu recorrer ao STF. ARGUMENTO Adams disse à Folha que, na avaliação da AGU, o tribunal não pode julgar as contas da presidente antes de analisar a documentação anexada ao pedido protocolado. "Nós anexamos uma entrevista do senador Lasier Martins (PDT-RS), agora em setembro, na qual ele diz que esteve com o relator Augusto Nardes e ele teria revelado sua decisão de rejeitar as contas da presidente", disse. O ministro afirmou que o governo quer que o tribunal, antes de decidir sobre a suspeição de Nardes, ouça órgãos de imprensa que publicaram a informação e até o senador sobre o caso. Lasier Martins teria dito que "o relator Augusto Nardes me revelou total convicção de que as contas do governo Dilma relativas a 2014 serão rejeitadas devido ao cometimento de, ao menos, 13 infrações relativas à retenção de repasses do governo a instituições financeiras". A AGU argumenta que o Código de Processo Civil é aplicável ao TCU, o que garante que o mérito da ação não pode ser apreciado diante das suspeitas levantadas contra o relator. "As manifestações do relator não constituem declarações genéricas. Ao contrário, manifesta opinião concreta sobre o processo de contas da presidente da República, ainda pendente de apreciação. Referida conduta é ilegal e acarreta a suspeição do ministro", diz o pedido protocolado pelo governo. Nardes classificou a ação no STF de é mais uma "manobra protelatória". IRREGULARIDADES Em seu parecer, ele apontou 12 irregularidades que o governo teria praticado em 2014, contrariando a Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Orçamentária. A tendência do TCU é recomendar ao Congresso, pela primeira vez em 80 anos, a rejeição das contas de um presidente da República. Os problemas são considerados tão graves pelos auditores do TCU que o mais provável é que a reprovação seja unânime, apesar de o governo ter pressionado ministros para que ao menos um deles aceite os argumentos da presidente.
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poder
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Governo entra com novo pedido para suspender julgamento no TCUO governo entrou nesta quarta-feira (7) com um novo pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar adiar o início do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff de 2014. Desta vez, o governo quer que sejam ouvidas testemunhas relacionadas ao suposto impedimento do relator das contas no TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes. O documento da AGU (Advocacia-Geral da União) tenta suspender a sessão que vai discutir o impedimento de Nardes, acusado pelo Planalto de parcialidade na condução do caso. Na ação, o advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, pede que a sessão sobre a situação do ministro só ocorra depois que as testemunhas arroladas pelo governo contra a atuação de Nardes sejam ouvidas. A sessão para discutir a suspeição de Nardes e a outra para julgar as contas estão marcadas para a tarde desta quarta. O procedimento é avaliado pela Corregedoria. "Tal pedido revela-se necessário diante da possibilidade de julgamento da exceção de suspeição pela Corte de Contas sem que seja garantido o contraditório, com a oitiva das testemunhas roladas e a adequada instrução do incidente de exceção, em flagrante ofensa ao devido processo legal constitucionalmente estabelecido", diz a AGU. O caso será analisado pelo ministro Luiz Fux que é relator da ação protocolada nesta terça pelo governo que pediu para que o STF suspenda o julgamento das contas de 2014 da presidente. A expectativa é de que Fux decida nas próximas horas. Esse outro pedido do Planalto e para o Supremo determine que o TCU, antes de decidir se o relator do caso, ministro Augusto Nardes, está impedido de atuar no processo, analise provas anexadas ao recurso que indicariam suposta parcialidade dele à frente da ação. Na prática, o Planalto tenta ganhar tempo e adiar a votação no TCU, já que a equipe de Dilma já dá como certa uma derrota no julgamento das contas do governo. Apesar de avaliar que a rejeição das contas não gera argumento jurídico para abertura de um processo de impeachment, sua equipe sabe que o resultado será usado politicamente pela oposição. Nardes é acusado pelo governo de parcialidade na condução da ação das contas. Desde segunda (5), o Planalto tenta tirá-lo do caso. Primeiro, o ministro Luís Inácio Adams (AGU) protocolou no próprio TCU um pedido de afastamento de Nardes do caso. O governo diz que o relator violou normas ao opinar sobre o caso em eventos públicos, demonstrando parcialidade e antecipando seu voto. Com a indicação de que, mesmo diante do questionamento, o julgamento das contas poderia ser mantido nesta quarta, o governo resolveu recorrer ao STF. ARGUMENTO Adams disse à Folha que, na avaliação da AGU, o tribunal não pode julgar as contas da presidente antes de analisar a documentação anexada ao pedido protocolado. "Nós anexamos uma entrevista do senador Lasier Martins (PDT-RS), agora em setembro, na qual ele diz que esteve com o relator Augusto Nardes e ele teria revelado sua decisão de rejeitar as contas da presidente", disse. O ministro afirmou que o governo quer que o tribunal, antes de decidir sobre a suspeição de Nardes, ouça órgãos de imprensa que publicaram a informação e até o senador sobre o caso. Lasier Martins teria dito que "o relator Augusto Nardes me revelou total convicção de que as contas do governo Dilma relativas a 2014 serão rejeitadas devido ao cometimento de, ao menos, 13 infrações relativas à retenção de repasses do governo a instituições financeiras". A AGU argumenta que o Código de Processo Civil é aplicável ao TCU, o que garante que o mérito da ação não pode ser apreciado diante das suspeitas levantadas contra o relator. "As manifestações do relator não constituem declarações genéricas. Ao contrário, manifesta opinião concreta sobre o processo de contas da presidente da República, ainda pendente de apreciação. Referida conduta é ilegal e acarreta a suspeição do ministro", diz o pedido protocolado pelo governo. Nardes classificou a ação no STF de é mais uma "manobra protelatória". IRREGULARIDADES Em seu parecer, ele apontou 12 irregularidades que o governo teria praticado em 2014, contrariando a Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Orçamentária. A tendência do TCU é recomendar ao Congresso, pela primeira vez em 80 anos, a rejeição das contas de um presidente da República. Os problemas são considerados tão graves pelos auditores do TCU que o mais provável é que a reprovação seja unânime, apesar de o governo ter pressionado ministros para que ao menos um deles aceite os argumentos da presidente.
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Homem é detido suspeito de manter mulher e filhos em cárcere no Ceará
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Um homem de 44 anos foi detido na manhã desta sexta-feira (25) no bairro de Aldeota, região nobre de Fortaleza, sob suspeita de manter a mulher e os seis filhos –dos quais quatro são mulheres– em cárcere privado. Ele prestou depoimento e foi liberado no final da tarde. Com idade entre 4 e 19 anos, os irmãos não frequentavam escola, não iam a médicos e o pai não permitia que recebessem visitas ou deixassem o local, segundo a polícia. Dois deles, os mais novos, sequer têm documentos, como a certidão de nascimento. A suspeita é que estivessem presos no local havia 19 anos, desde o nascimento da primogênita. Os menores foram levados para uma unidade de acolhimento, enquanto a mãe e a filha mais velha receberam atendimento e prestaram depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher. No apartamento em que a família vivia não havia camas –todos dormiam em redes. Foi aberto um inquérito policial para averiguar se a mulher e os irmãos sofriam violência e se recebiam alimentação adequada. O nome do homem, identificado apenas como um empresário, não foi divulgado. Segundo a Defensoria Pública do Ceará, ele aparentou sofrer problemas psíquicos. As crianças mais novas apresentaram problemas para falar. "Pelos fatos apontados não há dúvidas quanto a incapacidade dos genitores de manterem os filhos sob sua guarda e responsabilidade", disse Ana Cristina Barreto, da Defensoria Pública do Ceará, que entrou com ação de medida preventiva para acolhimento dos filhos menores de idade após uma denúncia anônima. A denúncia foi feita por meio do Disque 100, que recebe chamadas para casos relacionados contra os direitos humanos. Na sexta (18), membros do Conselho Tutelar estiveram na residência e constataram a suspeita de cárcere privado, o que fez a defensoria entrar com a ação. Nesta sexta (25), a juíza da 3ª Vara da Infância e Juventude, Mabel Viana Maciel, deferiu o pedido, que foi executado pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e Adolescente, acompanhada dos conselheiros tutelares e dos defensores públicos do Nadij (Núcleo de Atendimento da Defensoria da Infância e da Juventude). "Vamos tentar manter, dentro do possível, os irmãos na mesma unidade, de forma a assegurar a proteção integral de seus direitos", disse Barreto. Eles passarão, porém, por avaliações individuais, para análise de problemas que o cárcere possa ter causado. A mulher, que pela manhã esteve na Delegacia da Mulher, à tarde foi até a Dececa (Delegacia de Combate à Exploração da Criança e Adolescente), e também falou com os agentes que serão responsáveis pela investigação. Ela e o marido tiveram contato rápido, por cerca de dois minutos, com outras pessoas na sala. Ela foi embora acompanhada de pessoas da Defensoria, e ele foi sozinho. As crianças seguirão em abrigos, por ordem da Justiça. Até a tarde desta quarta-feira, ninguém tinha se apresentado como advogado de defesa do empresário. Não é a primeira vez este ano que o Ceará registra um caso de cárcere privado por anos. Em março, um homem foi preso suspeito de manter a irmã por 16 anos trancada em casa em Uruburetama, a 120 km de Fortaleza. Ela foi achada nua e sem conseguir falar.
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cotidiano
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Homem é detido suspeito de manter mulher e filhos em cárcere no CearáUm homem de 44 anos foi detido na manhã desta sexta-feira (25) no bairro de Aldeota, região nobre de Fortaleza, sob suspeita de manter a mulher e os seis filhos –dos quais quatro são mulheres– em cárcere privado. Ele prestou depoimento e foi liberado no final da tarde. Com idade entre 4 e 19 anos, os irmãos não frequentavam escola, não iam a médicos e o pai não permitia que recebessem visitas ou deixassem o local, segundo a polícia. Dois deles, os mais novos, sequer têm documentos, como a certidão de nascimento. A suspeita é que estivessem presos no local havia 19 anos, desde o nascimento da primogênita. Os menores foram levados para uma unidade de acolhimento, enquanto a mãe e a filha mais velha receberam atendimento e prestaram depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher. No apartamento em que a família vivia não havia camas –todos dormiam em redes. Foi aberto um inquérito policial para averiguar se a mulher e os irmãos sofriam violência e se recebiam alimentação adequada. O nome do homem, identificado apenas como um empresário, não foi divulgado. Segundo a Defensoria Pública do Ceará, ele aparentou sofrer problemas psíquicos. As crianças mais novas apresentaram problemas para falar. "Pelos fatos apontados não há dúvidas quanto a incapacidade dos genitores de manterem os filhos sob sua guarda e responsabilidade", disse Ana Cristina Barreto, da Defensoria Pública do Ceará, que entrou com ação de medida preventiva para acolhimento dos filhos menores de idade após uma denúncia anônima. A denúncia foi feita por meio do Disque 100, que recebe chamadas para casos relacionados contra os direitos humanos. Na sexta (18), membros do Conselho Tutelar estiveram na residência e constataram a suspeita de cárcere privado, o que fez a defensoria entrar com a ação. Nesta sexta (25), a juíza da 3ª Vara da Infância e Juventude, Mabel Viana Maciel, deferiu o pedido, que foi executado pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e Adolescente, acompanhada dos conselheiros tutelares e dos defensores públicos do Nadij (Núcleo de Atendimento da Defensoria da Infância e da Juventude). "Vamos tentar manter, dentro do possível, os irmãos na mesma unidade, de forma a assegurar a proteção integral de seus direitos", disse Barreto. Eles passarão, porém, por avaliações individuais, para análise de problemas que o cárcere possa ter causado. A mulher, que pela manhã esteve na Delegacia da Mulher, à tarde foi até a Dececa (Delegacia de Combate à Exploração da Criança e Adolescente), e também falou com os agentes que serão responsáveis pela investigação. Ela e o marido tiveram contato rápido, por cerca de dois minutos, com outras pessoas na sala. Ela foi embora acompanhada de pessoas da Defensoria, e ele foi sozinho. As crianças seguirão em abrigos, por ordem da Justiça. Até a tarde desta quarta-feira, ninguém tinha se apresentado como advogado de defesa do empresário. Não é a primeira vez este ano que o Ceará registra um caso de cárcere privado por anos. Em março, um homem foi preso suspeito de manter a irmã por 16 anos trancada em casa em Uruburetama, a 120 km de Fortaleza. Ela foi achada nua e sem conseguir falar.
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STF analisa no dia 27 disputa sobre as dívidas de Estados
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O STF (Supremo Tribunal Federal) vai analisar no próximo dia 27 a disputa sobre a mudança no cálculo da dívida de Estados com a União. A expectativa é que sejam julgadas em conjunto as ações que já tiveram decisões preliminares, em relação a Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Ministros do tribunal determinaram nessas decisões provisórias que o saldo devedor dessas unidades da federação com o governo federal seja recalculado considerando juros simples, e não compostos. Um pedido de Alagoas, no mesmo sentido, já chegou ao STF. Se a mudança for confirmada pelo plenário do tribunal e ampliada para todos os Estados devedores, a dívida poderá ser reduzida em 78%, segundo cálculos do Tesouro Nacional e da consultoria legislativa do Senado. Isso representa uma perda superior a R$ 300 bilhões para o governo federal. O ministro do STF Edson Fachin recebeu nesta quarta-feira (13) pedido do ministro Nelson Barbosa (Fazenda) para que o mérito da questão fosse analisado o quanto antes. Ele tomou decisões favoráveis ao Rio Grande do Sul e Minas Gerais, acompanhando o voto de todo o colegiado em relação a Santa Catarina. Nos três casos, os ministros do Supremo consideraram que era urgente atender aos pedido dos Estados por causa da proximidade do vencimento da próxima prestação da dívida com a União e da controvérsia sobre o tema. O mérito da questão ainda não foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal. Antes da sessão que tratará do caso, haverá um encontro entre o ministro da Fazenda e governadores sobre o assunto, marcado para a próxima terça-feira (19) no STF, com objetivo de ouvir todas as partes preliminarmente. "Vamos fazer no Supremo uma reunião entre o ministro da Fazenda e os governadores de Estado para que isso possa trazer elementos que sejam relevantes ao julgamento da matéria", afirmou Fachin. NOVO CÁLCULO - Decisão do STF pode dar prejuízo de R$ 313 bilhões à União RENEGOCIAÇÃO Ao sair do encontro nesta quarta-feira (13), o ministro da Fazenda disse que apresentou a Fachin a posição do governo em relação ao pleito de governo de Santa Catarina e que a AGU (Advocacia-Geral da União) entregará aos ministros do Supremo um documento mais detalhado. Barbosa afirmou que tanto a lei como o decreto que tratam da renegociação da dívida dos Estados falam no uso da taxa básica de juros Selic acumulada, como ocorre em qualquer contrato. Barbosa disse ainda que a decisão do Supremo vai influenciar a tramitação do projeto apresentado ao Congresso no mês passado de alongamento do prazo de pagamento e de desconto temporário de 40% das parcelas mensais dessas dívidas. "Consideramos que o pleito é equivocado do ponto de vista financeiro e gera riscos fiscais e macroeconômicos importantes, inclusive para vários outros tipos de contratos financeiros", afirmou. Também nesta terça-feira Barbosa se reuniu com o ministro do STF Luiz Fux que vai analisar a ação do governo de Alagoas. O Ministério da Fazenda argumenta que a questão dos juros compostos ("juros sobre juros") está prevista na legislação e foi ratificada pela jurisprudência. Praticamente todos os investimentos seguem as regras dos juros compostos. O governo dá como exemplo o funcionamento da caderneta de poupança e outros investimentos de renda fixa, a lei que trata de débitos trabalhistas e a cobrança de juros sobre tributos em atraso pelas receitas federal e estaduais, nesse último caso, com uso da taxa básica Selic acumulada. Pelos cálculos da Fazenda e do Senado, o governo federal pode se tornar devedor de 14 Estados se a decisão for mantida, pois o novo cálculo mostraria que eles pagaram mais do que deviam. Em valores absolutos, o Estado de São Paulo será o principal beneficiado com desconto de R$ 138 bilhões.
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mercado
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STF analisa no dia 27 disputa sobre as dívidas de EstadosO STF (Supremo Tribunal Federal) vai analisar no próximo dia 27 a disputa sobre a mudança no cálculo da dívida de Estados com a União. A expectativa é que sejam julgadas em conjunto as ações que já tiveram decisões preliminares, em relação a Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Ministros do tribunal determinaram nessas decisões provisórias que o saldo devedor dessas unidades da federação com o governo federal seja recalculado considerando juros simples, e não compostos. Um pedido de Alagoas, no mesmo sentido, já chegou ao STF. Se a mudança for confirmada pelo plenário do tribunal e ampliada para todos os Estados devedores, a dívida poderá ser reduzida em 78%, segundo cálculos do Tesouro Nacional e da consultoria legislativa do Senado. Isso representa uma perda superior a R$ 300 bilhões para o governo federal. O ministro do STF Edson Fachin recebeu nesta quarta-feira (13) pedido do ministro Nelson Barbosa (Fazenda) para que o mérito da questão fosse analisado o quanto antes. Ele tomou decisões favoráveis ao Rio Grande do Sul e Minas Gerais, acompanhando o voto de todo o colegiado em relação a Santa Catarina. Nos três casos, os ministros do Supremo consideraram que era urgente atender aos pedido dos Estados por causa da proximidade do vencimento da próxima prestação da dívida com a União e da controvérsia sobre o tema. O mérito da questão ainda não foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal. Antes da sessão que tratará do caso, haverá um encontro entre o ministro da Fazenda e governadores sobre o assunto, marcado para a próxima terça-feira (19) no STF, com objetivo de ouvir todas as partes preliminarmente. "Vamos fazer no Supremo uma reunião entre o ministro da Fazenda e os governadores de Estado para que isso possa trazer elementos que sejam relevantes ao julgamento da matéria", afirmou Fachin. NOVO CÁLCULO - Decisão do STF pode dar prejuízo de R$ 313 bilhões à União RENEGOCIAÇÃO Ao sair do encontro nesta quarta-feira (13), o ministro da Fazenda disse que apresentou a Fachin a posição do governo em relação ao pleito de governo de Santa Catarina e que a AGU (Advocacia-Geral da União) entregará aos ministros do Supremo um documento mais detalhado. Barbosa afirmou que tanto a lei como o decreto que tratam da renegociação da dívida dos Estados falam no uso da taxa básica de juros Selic acumulada, como ocorre em qualquer contrato. Barbosa disse ainda que a decisão do Supremo vai influenciar a tramitação do projeto apresentado ao Congresso no mês passado de alongamento do prazo de pagamento e de desconto temporário de 40% das parcelas mensais dessas dívidas. "Consideramos que o pleito é equivocado do ponto de vista financeiro e gera riscos fiscais e macroeconômicos importantes, inclusive para vários outros tipos de contratos financeiros", afirmou. Também nesta terça-feira Barbosa se reuniu com o ministro do STF Luiz Fux que vai analisar a ação do governo de Alagoas. O Ministério da Fazenda argumenta que a questão dos juros compostos ("juros sobre juros") está prevista na legislação e foi ratificada pela jurisprudência. Praticamente todos os investimentos seguem as regras dos juros compostos. O governo dá como exemplo o funcionamento da caderneta de poupança e outros investimentos de renda fixa, a lei que trata de débitos trabalhistas e a cobrança de juros sobre tributos em atraso pelas receitas federal e estaduais, nesse último caso, com uso da taxa básica Selic acumulada. Pelos cálculos da Fazenda e do Senado, o governo federal pode se tornar devedor de 14 Estados se a decisão for mantida, pois o novo cálculo mostraria que eles pagaram mais do que deviam. Em valores absolutos, o Estado de São Paulo será o principal beneficiado com desconto de R$ 138 bilhões.
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Governo Maduro quer anular o Poder Judiciário, diz procuradora-geral
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A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou na noite desta terça-feira (20) que a abertura de um processo contra ela pela Suprema Corte é uma tentativa do governo chavista de anular o Poder Judiciário do país. "O Poder Legislativo foi anulado e agora eles pretendem anular o Poder Judiciário. Eles querem anular qualquer dissidência política", afirmou Ortega Díaz, em entrevista à uma rádio local. "Talvez se esteja fechando a última porta que resta da democracia, que é o Ministério Público", continuou a procuradora, ex-aliada chavista que se tornou uma das mais ferrenhas críticas do governo Nicolás Maduro, a quem acusa de querer controlar o poder e anular a Constituição. Nesta terça, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela autorizou a abertura de processo contra a procuradora-geral por supostas "faltas graves" no exercício de seu cargo e por não respeitar as "decisões democráticas" do órgão. O pedido para a abertura do processo foi feito na semana passada pelo deputado chavista Pedro Carreño, que argumenta que Ortega Díaz mentiu ao assegurar que não respaldou a escolha dos 33 magistrados do TSJ, acusado pela oposição de servir ao governo. Os magistrados foram designados em dezembro de 2015 pelo Parlamento, então com maioria chavista. "Ela mentiu ao país. Serão consideradas como faltas graves da procuradora-geral ameaçar ou lesionar a ética pública ou a moral administrativa", disse Carreño. A chefe do Ministério Público disse ainda que está preparada para enfrentar o julgamento. "Eu estou preparada para tudo. Quando se assume estes cargos, deve se estar preparado. [...] Os homens do Estado devem assumir sua responsabilidade." Ortega Díaz, contudo, criticou a decisão do TSJ como uma tentativa de "perseguir a dissidência política" e "desmantelar o Estado de direito". Ela comparou a ação à decisão do mesmo TSJ de declarar o Parlamento, então recém-controlado pela oposição, em desacato e anular os votos dos deputados. FUTURO INCERTO A chefe do Ministério Público disse ainda que continuará cumprindo suas funções segundo "a Constituição e a lei". Seu futuro do cargo, contudo, está incerto. Segundo a lei venezuelana, o TSJ pode declarar na Sala Constitucional se existe ou não o mérito para processar altos funcionários, mas a remoção do cargo precisaria ser aprovada por maioria absoluta na Assembleia Legislativa. A casa está sob controle da oposição, que apoia a campanha de Ortega Díaz contra Maduro. "O TSJ pode decidir o que quiser, mas a única forma de destituir a procuradora-geral é se a Assembleia autorizar. E adivinhem... Não o faremos", escreveu numa rede social Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento. Contudo, o TSJ considera nulas todas as decisões do Parlamento. No passado, a Corte apelou ao argumento de omissão legislativa para aprovar um decreto de emergência econômica emitido pelo presidente. PARTIR PARA OFENSIVA O ex-presidenciável e membro da oposição Henrique Capriles pediu nesta quarta-feira (21) que Ortega Díaz "passe para a ofensiva" e exponha as investigações que implicam funcionários do governo Maduro. "Se o tribunal pretende seguir com a sua ilegitimidade, como você mesma qualificou, não é momento de se colocar na defensiva e sim de passar à ofensiva. É o momento de expor à opinião pública todos os casos engavetados com todos os delitos cometidos por funcionários deste governo", disse Capriles, em uma rede social.
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mundo
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Governo Maduro quer anular o Poder Judiciário, diz procuradora-geralA procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou na noite desta terça-feira (20) que a abertura de um processo contra ela pela Suprema Corte é uma tentativa do governo chavista de anular o Poder Judiciário do país. "O Poder Legislativo foi anulado e agora eles pretendem anular o Poder Judiciário. Eles querem anular qualquer dissidência política", afirmou Ortega Díaz, em entrevista à uma rádio local. "Talvez se esteja fechando a última porta que resta da democracia, que é o Ministério Público", continuou a procuradora, ex-aliada chavista que se tornou uma das mais ferrenhas críticas do governo Nicolás Maduro, a quem acusa de querer controlar o poder e anular a Constituição. Nesta terça, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela autorizou a abertura de processo contra a procuradora-geral por supostas "faltas graves" no exercício de seu cargo e por não respeitar as "decisões democráticas" do órgão. O pedido para a abertura do processo foi feito na semana passada pelo deputado chavista Pedro Carreño, que argumenta que Ortega Díaz mentiu ao assegurar que não respaldou a escolha dos 33 magistrados do TSJ, acusado pela oposição de servir ao governo. Os magistrados foram designados em dezembro de 2015 pelo Parlamento, então com maioria chavista. "Ela mentiu ao país. Serão consideradas como faltas graves da procuradora-geral ameaçar ou lesionar a ética pública ou a moral administrativa", disse Carreño. A chefe do Ministério Público disse ainda que está preparada para enfrentar o julgamento. "Eu estou preparada para tudo. Quando se assume estes cargos, deve se estar preparado. [...] Os homens do Estado devem assumir sua responsabilidade." Ortega Díaz, contudo, criticou a decisão do TSJ como uma tentativa de "perseguir a dissidência política" e "desmantelar o Estado de direito". Ela comparou a ação à decisão do mesmo TSJ de declarar o Parlamento, então recém-controlado pela oposição, em desacato e anular os votos dos deputados. FUTURO INCERTO A chefe do Ministério Público disse ainda que continuará cumprindo suas funções segundo "a Constituição e a lei". Seu futuro do cargo, contudo, está incerto. Segundo a lei venezuelana, o TSJ pode declarar na Sala Constitucional se existe ou não o mérito para processar altos funcionários, mas a remoção do cargo precisaria ser aprovada por maioria absoluta na Assembleia Legislativa. A casa está sob controle da oposição, que apoia a campanha de Ortega Díaz contra Maduro. "O TSJ pode decidir o que quiser, mas a única forma de destituir a procuradora-geral é se a Assembleia autorizar. E adivinhem... Não o faremos", escreveu numa rede social Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento. Contudo, o TSJ considera nulas todas as decisões do Parlamento. No passado, a Corte apelou ao argumento de omissão legislativa para aprovar um decreto de emergência econômica emitido pelo presidente. PARTIR PARA OFENSIVA O ex-presidenciável e membro da oposição Henrique Capriles pediu nesta quarta-feira (21) que Ortega Díaz "passe para a ofensiva" e exponha as investigações que implicam funcionários do governo Maduro. "Se o tribunal pretende seguir com a sua ilegitimidade, como você mesma qualificou, não é momento de se colocar na defensiva e sim de passar à ofensiva. É o momento de expor à opinião pública todos os casos engavetados com todos os delitos cometidos por funcionários deste governo", disse Capriles, em uma rede social.
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Nova rodada de repatriação terá multas e impostos maiores, diz Renan
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Após se reunir com o presidente Michel Temer e líderes do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) apresentou a nova proposta de regularização de ativos de brasileiros no exterior com um aumento de 17,5% nas alíquotas de multa e impostos. Além disso, a previsão é de 150 dias para adesão ao programa, de 1º de fevereiro até 30 de junho. "A proposta objetiva resolver um problema fiscal, como resolveu parcialmente em 2016. Reproduz literalmente o texto anterior, com um aumento pedagógico do imposto, o que do ponto de vista fiscal é fundamental, senão você acaba punindo aquele que preferiu participar do primeiro programa", afirmou o presidente do Senado. Segundo ele, a intenção é votar a proposta o mais breve possível no Senado, de preferência até o fim deste ano. É possível que, na Câmara, haja tentativa de deputados de modificar o texto e tentar incluir a possibilidade de parentes de políticos poderem participar do programa. Caso seja mudado, o projeto, de autoria do Senado, precisa retornar à Casa e ser novamente avaliado pelos senadores. PARENTES Ao contrário do que afirmou um de seus principais aliados Romero Jucá (PMDB-RR) semana passada e das pressões nos bastidores, Renan negou que parentes de políticos poderão participar da nova rodada do programa. "Vamos apenas elevar multa e elevar impostos. Esperamos que, com essa nova repatriação, em 2017 não tenhamos necessidade de elevar ainda mais a carga tributária". Jucá havia dito que, desde que comprovado que não existia vínculo entre o recurso do parente e o político, o bem poderia ser repatriado. O presidente do Senado afirmou, contudo, que não vê necessidade de alterar as regras. Na primeira etapa do programa, o governo arrecadou R$ 46,8 bilhões. A expectativa é que, com a nova fase, a arrecadação seja de mais, pelo menos, R$ 20 bilhões.
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mercado
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Nova rodada de repatriação terá multas e impostos maiores, diz RenanApós se reunir com o presidente Michel Temer e líderes do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) apresentou a nova proposta de regularização de ativos de brasileiros no exterior com um aumento de 17,5% nas alíquotas de multa e impostos. Além disso, a previsão é de 150 dias para adesão ao programa, de 1º de fevereiro até 30 de junho. "A proposta objetiva resolver um problema fiscal, como resolveu parcialmente em 2016. Reproduz literalmente o texto anterior, com um aumento pedagógico do imposto, o que do ponto de vista fiscal é fundamental, senão você acaba punindo aquele que preferiu participar do primeiro programa", afirmou o presidente do Senado. Segundo ele, a intenção é votar a proposta o mais breve possível no Senado, de preferência até o fim deste ano. É possível que, na Câmara, haja tentativa de deputados de modificar o texto e tentar incluir a possibilidade de parentes de políticos poderem participar do programa. Caso seja mudado, o projeto, de autoria do Senado, precisa retornar à Casa e ser novamente avaliado pelos senadores. PARENTES Ao contrário do que afirmou um de seus principais aliados Romero Jucá (PMDB-RR) semana passada e das pressões nos bastidores, Renan negou que parentes de políticos poderão participar da nova rodada do programa. "Vamos apenas elevar multa e elevar impostos. Esperamos que, com essa nova repatriação, em 2017 não tenhamos necessidade de elevar ainda mais a carga tributária". Jucá havia dito que, desde que comprovado que não existia vínculo entre o recurso do parente e o político, o bem poderia ser repatriado. O presidente do Senado afirmou, contudo, que não vê necessidade de alterar as regras. Na primeira etapa do programa, o governo arrecadou R$ 46,8 bilhões. A expectativa é que, com a nova fase, a arrecadação seja de mais, pelo menos, R$ 20 bilhões.
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Seletiva é última chance de equipe feminina da ginástica obter vaga no Rio
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DE SÃO PAULO O evento-teste de ginástica artística começa neste sábado (16), na Arena da Barra, no Rio, e representa a última chance de a seleção brasileira feminina se classificar para os Jogos Olímpicos do Rio. A equipe nacional ficou na nona posição no Mundial de Glasgow, na Escócia, que valeu como primeira seletiva para a Rio-2016 e deu vaga às oito primeiras colocadas. As disputas entre seleções no evento-teste ocorrerão neste domingo (17). As quatro primeiras colocadas obtêm vaga. Além do Brasil, competem Alemanha, Austrália, Bélgica, Coreia do Sul, França, Romênia e Suíça. A seleção anfitriã será composta por Flávia Saraiva, Daniele Hypolito, Jade Barbosa, Rebeca Andrade, Carolyne Pedro e Lorrane Oliveira. Caso elas não se qualifiquem, o Brasil será representado por uma ginasta, a ser definida pela comissão técnica. Neste sábado (16), o evento-teste concentrará disputas masculinas. Haverá eliminatórias individuais e por equipe, divididas em três sessões: às 10h30, 14h30 e 18h30. A equipe masculina do país já obteve em Glasgow a classificação para os Jogos do Rio e não participará. Os representantes brasileiros no evento-teste serão Arthur Zanetti e Sérgio Sasaki.
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esporte
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Seletiva é última chance de equipe feminina da ginástica obter vaga no Rio
DE SÃO PAULO O evento-teste de ginástica artística começa neste sábado (16), na Arena da Barra, no Rio, e representa a última chance de a seleção brasileira feminina se classificar para os Jogos Olímpicos do Rio. A equipe nacional ficou na nona posição no Mundial de Glasgow, na Escócia, que valeu como primeira seletiva para a Rio-2016 e deu vaga às oito primeiras colocadas. As disputas entre seleções no evento-teste ocorrerão neste domingo (17). As quatro primeiras colocadas obtêm vaga. Além do Brasil, competem Alemanha, Austrália, Bélgica, Coreia do Sul, França, Romênia e Suíça. A seleção anfitriã será composta por Flávia Saraiva, Daniele Hypolito, Jade Barbosa, Rebeca Andrade, Carolyne Pedro e Lorrane Oliveira. Caso elas não se qualifiquem, o Brasil será representado por uma ginasta, a ser definida pela comissão técnica. Neste sábado (16), o evento-teste concentrará disputas masculinas. Haverá eliminatórias individuais e por equipe, divididas em três sessões: às 10h30, 14h30 e 18h30. A equipe masculina do país já obteve em Glasgow a classificação para os Jogos do Rio e não participará. Os representantes brasileiros no evento-teste serão Arthur Zanetti e Sérgio Sasaki.
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Chico Buarque é hostilizado e discute com opositores do PT no Rio
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O cantor e compositor Chico Buarque discutiu com jovens contrários ao PT na saída de um restaurante no Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (22). Chico, que tem histórico de alinhamento com a esquerda e o PT, bateu boca com os homens em frente ao Sushi Leblon, zona sul carioca. Chico foi assediado ao sair do restaurante Brigite's, onde jantava com o escritor Eric Nepomuceno e os cineastas Cacá Diegues, Rui Solberg e Miguel Faria Jr., este diretor de "Chico - Artista Brasileiro", documentário atualmente em cartaz sobre o artista. Segundo Cacá Diegues, o músico começou a ser provocado assim que saiu do local. Ele então atravessou a rua "modestamente" para conversar com os rapazes. O registro da discussão foi publicado no site "Glamurama". No vídeo, Chico, sem se exaltar, ri em alguns momentos e rebate as falas do grupo. "Acho que o PSDB é bandido, e agora?", reage a um dos jovens que diz não ter partido e odiar política, mas para quem o "PT é bandido". Em outro momento, Chico pede a um dos homens que "procure se informar mais, porque com base na revista 'Veja' você não vai chegar muito longe". Cacá, que aparece no vídeo afastado da discussão, diz que o episódio é "um sinal de como está o país, onde ninguém quer o diálogo". "Não se trata de estar certo ou errado, mas de poder expressar suas ideias. Essa coisa de que se você não pensa igual ao outro você não presta é nazista. Não havia uma discussão com argumentos, eles não deixavam o Chico falar." Entre os homens do grupo que hostilizou o artista carioca estavam o rapper Túlio Dek, ex-namorado da atriz Cleo Pires, e Alvaro Garnero Filho, o Alvarinho, filho do empresário Alvaro Garnero, que também é apresentador do programa "50 por 1", da Record. O pai confirmou a presença do filho no episódio, assim como a do rapper, e disse que teve de explicar a Alvarinho quem era Chico Buarque. No final do vídeo que registra a discussão, um dos homens diz para Chico: "Para você, que mora em Paris, é fácil". Na sequência, o mesmo homem pergunta: "Você mora em Paris, não mora?". Procurado por meio de sua assessoria, Chico não quis comentar o episódio. No início do mês, o músico assinou um abaixo-assinado contra o impeachment de Dilma. LULA Na noite desta terça (22), o ex-presidente Lula, por meio de sua página no Facebook, publicou uma nota de solidariedade a Chico Buarque, a quem chama de "patrimônio da cultura e do povo brasileiro". O petista diz que o artista "jamais se omitiu nas lutas pela democracia e justiça social" e que "não merece ser ofendido, muito menos por sua coerência". "É muito triste ver a que ponto o ódio de classe rebaixa o comportamento de alguns que se consideram superiores, mas não passam de analfabetos políticos." Lula termina a nota citando trecho de uma música de Chico: "Apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia". Repercussão do pedido de Impeachment
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poder
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Chico Buarque é hostilizado e discute com opositores do PT no RioO cantor e compositor Chico Buarque discutiu com jovens contrários ao PT na saída de um restaurante no Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (22). Chico, que tem histórico de alinhamento com a esquerda e o PT, bateu boca com os homens em frente ao Sushi Leblon, zona sul carioca. Chico foi assediado ao sair do restaurante Brigite's, onde jantava com o escritor Eric Nepomuceno e os cineastas Cacá Diegues, Rui Solberg e Miguel Faria Jr., este diretor de "Chico - Artista Brasileiro", documentário atualmente em cartaz sobre o artista. Segundo Cacá Diegues, o músico começou a ser provocado assim que saiu do local. Ele então atravessou a rua "modestamente" para conversar com os rapazes. O registro da discussão foi publicado no site "Glamurama". No vídeo, Chico, sem se exaltar, ri em alguns momentos e rebate as falas do grupo. "Acho que o PSDB é bandido, e agora?", reage a um dos jovens que diz não ter partido e odiar política, mas para quem o "PT é bandido". Em outro momento, Chico pede a um dos homens que "procure se informar mais, porque com base na revista 'Veja' você não vai chegar muito longe". Cacá, que aparece no vídeo afastado da discussão, diz que o episódio é "um sinal de como está o país, onde ninguém quer o diálogo". "Não se trata de estar certo ou errado, mas de poder expressar suas ideias. Essa coisa de que se você não pensa igual ao outro você não presta é nazista. Não havia uma discussão com argumentos, eles não deixavam o Chico falar." Entre os homens do grupo que hostilizou o artista carioca estavam o rapper Túlio Dek, ex-namorado da atriz Cleo Pires, e Alvaro Garnero Filho, o Alvarinho, filho do empresário Alvaro Garnero, que também é apresentador do programa "50 por 1", da Record. O pai confirmou a presença do filho no episódio, assim como a do rapper, e disse que teve de explicar a Alvarinho quem era Chico Buarque. No final do vídeo que registra a discussão, um dos homens diz para Chico: "Para você, que mora em Paris, é fácil". Na sequência, o mesmo homem pergunta: "Você mora em Paris, não mora?". Procurado por meio de sua assessoria, Chico não quis comentar o episódio. No início do mês, o músico assinou um abaixo-assinado contra o impeachment de Dilma. LULA Na noite desta terça (22), o ex-presidente Lula, por meio de sua página no Facebook, publicou uma nota de solidariedade a Chico Buarque, a quem chama de "patrimônio da cultura e do povo brasileiro". O petista diz que o artista "jamais se omitiu nas lutas pela democracia e justiça social" e que "não merece ser ofendido, muito menos por sua coerência". "É muito triste ver a que ponto o ódio de classe rebaixa o comportamento de alguns que se consideram superiores, mas não passam de analfabetos políticos." Lula termina a nota citando trecho de uma música de Chico: "Apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia". Repercussão do pedido de Impeachment
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STF deve decidir nesta quarta mérito da liminar sobre novas regras do Fies
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O STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir nesta quarta-feira (6) o mérito da liminar do ministro Luís Roberto Barroso, que validou a comprovação de desempenho mínimo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em novos contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). De acordo com a decisão de Barroso, estão mantidas as regras para renovação do fundo. Semana passada, além de validar os critérios para novos contratos, Barroso entendeu que a regra não pode ser exigida de alunos que pediram a renovação do contrato. Desde março, o MEC (Ministério da Educação) exige média igual ou superior a 450 pontos e nota na redação diferente de zero no Enem como critério para conceder o financiamento em instituições de ensino superior. A questão foi levada ao STF pelo PSB, que arguiu a validade de duas portarias que estabeleceram as pontuações. Após a decisão, o PSB entrou com embargo de declaração para que o Supremo esclareça se o cumprimento do desempenho no Enem vale para inscrições feitas até o dia 29 de março, quando a regra começou a vigorar. O prazo para adesão ao Fies terminou na quinta-feira (30). A renovação de contratos antigos pode ser feita até 29 de maio. Na sexta-feira (1º), a Justiça Federal do Mato Grosso determinou a prorrogação do prazo de inscrição para novos contratos. Na decisão, o juiz federal Raphael Cazelli de Almeida Carvalho aceitou pedido da Defensoria Pública, estabelecendo a dilação do prazo de inscrição por tempo indeterminado para alunos que tentavam ingressar no programa pela primeira vez e a correção do funcionamento do SisFIES, que apresentou falhas. Na segunda-feira (4), o MEC informou que recorrerá da decisão e que não há recursos para custear novos contratos e renovação de antigos financiamentos.
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educacao
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STF deve decidir nesta quarta mérito da liminar sobre novas regras do FiesO STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir nesta quarta-feira (6) o mérito da liminar do ministro Luís Roberto Barroso, que validou a comprovação de desempenho mínimo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em novos contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). De acordo com a decisão de Barroso, estão mantidas as regras para renovação do fundo. Semana passada, além de validar os critérios para novos contratos, Barroso entendeu que a regra não pode ser exigida de alunos que pediram a renovação do contrato. Desde março, o MEC (Ministério da Educação) exige média igual ou superior a 450 pontos e nota na redação diferente de zero no Enem como critério para conceder o financiamento em instituições de ensino superior. A questão foi levada ao STF pelo PSB, que arguiu a validade de duas portarias que estabeleceram as pontuações. Após a decisão, o PSB entrou com embargo de declaração para que o Supremo esclareça se o cumprimento do desempenho no Enem vale para inscrições feitas até o dia 29 de março, quando a regra começou a vigorar. O prazo para adesão ao Fies terminou na quinta-feira (30). A renovação de contratos antigos pode ser feita até 29 de maio. Na sexta-feira (1º), a Justiça Federal do Mato Grosso determinou a prorrogação do prazo de inscrição para novos contratos. Na decisão, o juiz federal Raphael Cazelli de Almeida Carvalho aceitou pedido da Defensoria Pública, estabelecendo a dilação do prazo de inscrição por tempo indeterminado para alunos que tentavam ingressar no programa pela primeira vez e a correção do funcionamento do SisFIES, que apresentou falhas. Na segunda-feira (4), o MEC informou que recorrerá da decisão e que não há recursos para custear novos contratos e renovação de antigos financiamentos.
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Apartamento funcional de Cunha é esvaziado com mais de 1 mês de atraso
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O apartamento funcional que era ocupado pelo deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato, foi esvaziado nesta sexta-feira (4). Até o meio da tarde, a chave ainda não havia sido entregue à Quarta Secretaria da Câmara dos Deputados, responsável pelos imóveis funcionais da Casa. Cunha teve o mandato cassado por 450 votos a 10 em 12 de setembro, acusado de mentir à CPI da Petrobras. Ele deveria ter desocupado o apartamento da Câmara, onde passou a morar depois de renunciar à Presidência da Casa e ficou até 13 de outubro, 30 dias depois. A não devolução do imóvel no tempo previsto incide numa multa de R$ 141,77 por dia. A Quarta Secretaria já mandou notificação informando o ex-deputado sobre a penalidade pelo atraso. Contudo, ainda não há decisão sobre o pagamento da multa, que já ultrapassa R$ 7 mil. A depender da justificativa para a demora na desocupação do imóvel, a multa pode ser suspensa. Apesar de saber do prazo para a devolução do imóvel funcional e da multa, Cunha continuava, após perder o mandato, a usar o apartamento para se reunir com aliados. Foi lá, inclusive, que ele acabou preso, em 19 de outubro. Os itens da mudança de Cunha foram encaixotados por uma empresa. Os funcionários chegaram ao prédio em que fica o apartamento, na Asa Sul, Brasília, esta manhã e saíram de lá no meio da tarde. Os pertences do ex-deputado e sua família serão levados para sua casa no Rio de Janeiro.
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Apartamento funcional de Cunha é esvaziado com mais de 1 mês de atrasoO apartamento funcional que era ocupado pelo deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato, foi esvaziado nesta sexta-feira (4). Até o meio da tarde, a chave ainda não havia sido entregue à Quarta Secretaria da Câmara dos Deputados, responsável pelos imóveis funcionais da Casa. Cunha teve o mandato cassado por 450 votos a 10 em 12 de setembro, acusado de mentir à CPI da Petrobras. Ele deveria ter desocupado o apartamento da Câmara, onde passou a morar depois de renunciar à Presidência da Casa e ficou até 13 de outubro, 30 dias depois. A não devolução do imóvel no tempo previsto incide numa multa de R$ 141,77 por dia. A Quarta Secretaria já mandou notificação informando o ex-deputado sobre a penalidade pelo atraso. Contudo, ainda não há decisão sobre o pagamento da multa, que já ultrapassa R$ 7 mil. A depender da justificativa para a demora na desocupação do imóvel, a multa pode ser suspensa. Apesar de saber do prazo para a devolução do imóvel funcional e da multa, Cunha continuava, após perder o mandato, a usar o apartamento para se reunir com aliados. Foi lá, inclusive, que ele acabou preso, em 19 de outubro. Os itens da mudança de Cunha foram encaixotados por uma empresa. Os funcionários chegaram ao prédio em que fica o apartamento, na Asa Sul, Brasília, esta manhã e saíram de lá no meio da tarde. Os pertences do ex-deputado e sua família serão levados para sua casa no Rio de Janeiro.
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Estudos sobre zika avançam, mas não há 'prova definitiva' de nada ainda
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Aos poucos e com a colaboração de pesquisadores internacionais, as primeiras evidências sobre a associação do vírus da zika e dos casos de microcefalia começam a surgir. Dois estudos publicados nos últimos dias são bons exemplos. O primeiro demonstrou que o vírus da zika ataca e destrói as células cerebrais humanas em desenvolvimento. Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins utilizaram para o experimento células-tronco humanas cultivadas no laboratório e observaram que o zika infecta de maneira seletiva as células que forma o córtex cerebral, impedindo-as de se multiplicar normalmente para formar novas células, o que provoca a sua destruição. Nessa mesma linha, outro estudo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Instituto D'Or também demonstrou que o vírus da zika ataca neurônios em estágio de desenvolvimento. Como disse o neurocientista Hongjun Song, um dos líderes do primeiro estudo, "este é o primeiro passo e há muito mais que precisa ser feito". Mas parece que há muita gente por aí mais realista que o rei. Alguns sites e blogs chegaram a afirmar que "essa era a "prova científica definitiva" que faltava para que a relação entre o zika e a microcefalia fosse estabelecida. Nada como fazer um jornalismo bem-feito para demonstrar que as coisas não são bem assim. Em relação ao estudo brasileiro, reportagem do amigo Reinaldo José Lopes mostrou que o trabalho ainda não convenceu a todos por dois motivos principais: não houve comparação entre os efeitos do vírus africano e o que está circulando no Brasil; e teria sido interessante comparar o efeito do zika com o de um vírus que normalmente não afetaria o sistema nervoso, como a da febre amarela. Por que? Numa dose alta, qualquer vírus pode matar células precursoras neurais. Em tempos de tanto Fla-Flu, fazer a lição de casa de todo jornalista, como questionar sobre a falta de estudos consistentes ou de notificações confiáveis sobre zika, virou mote para ataques pessoais. Nas redes sociais, já fui chamada de "surtada" por isso. Estou acompanhando com atenção cada estudo publicado sobre zika. E vibro com aqueles bem-feitos, como o publicado no sábado pelos pesquisadores da Fiocruz e da Universidade da Califórnia, que demonstrou que o vírus da zika pode atacar o feto em qualquer estágio da gestação. É como se as primeiras peças do complicado quebra-cabeça chamado zika começassem a ser encaixadas. Mas, insisto, falta muito chão para que o desenho todo esteja definido. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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colunas
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Estudos sobre zika avançam, mas não há 'prova definitiva' de nada aindaAos poucos e com a colaboração de pesquisadores internacionais, as primeiras evidências sobre a associação do vírus da zika e dos casos de microcefalia começam a surgir. Dois estudos publicados nos últimos dias são bons exemplos. O primeiro demonstrou que o vírus da zika ataca e destrói as células cerebrais humanas em desenvolvimento. Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins utilizaram para o experimento células-tronco humanas cultivadas no laboratório e observaram que o zika infecta de maneira seletiva as células que forma o córtex cerebral, impedindo-as de se multiplicar normalmente para formar novas células, o que provoca a sua destruição. Nessa mesma linha, outro estudo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Instituto D'Or também demonstrou que o vírus da zika ataca neurônios em estágio de desenvolvimento. Como disse o neurocientista Hongjun Song, um dos líderes do primeiro estudo, "este é o primeiro passo e há muito mais que precisa ser feito". Mas parece que há muita gente por aí mais realista que o rei. Alguns sites e blogs chegaram a afirmar que "essa era a "prova científica definitiva" que faltava para que a relação entre o zika e a microcefalia fosse estabelecida. Nada como fazer um jornalismo bem-feito para demonstrar que as coisas não são bem assim. Em relação ao estudo brasileiro, reportagem do amigo Reinaldo José Lopes mostrou que o trabalho ainda não convenceu a todos por dois motivos principais: não houve comparação entre os efeitos do vírus africano e o que está circulando no Brasil; e teria sido interessante comparar o efeito do zika com o de um vírus que normalmente não afetaria o sistema nervoso, como a da febre amarela. Por que? Numa dose alta, qualquer vírus pode matar células precursoras neurais. Em tempos de tanto Fla-Flu, fazer a lição de casa de todo jornalista, como questionar sobre a falta de estudos consistentes ou de notificações confiáveis sobre zika, virou mote para ataques pessoais. Nas redes sociais, já fui chamada de "surtada" por isso. Estou acompanhando com atenção cada estudo publicado sobre zika. E vibro com aqueles bem-feitos, como o publicado no sábado pelos pesquisadores da Fiocruz e da Universidade da Califórnia, que demonstrou que o vírus da zika pode atacar o feto em qualquer estágio da gestação. É como se as primeiras peças do complicado quebra-cabeça chamado zika começassem a ser encaixadas. Mas, insisto, falta muito chão para que o desenho todo esteja definido. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Diplomacia presidencial exigirá romper eixo Mercosul-bolivarianos
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A retomada de uma enérgica diplomacia presidencial é uma das urgentes necessidades do país para revitalizar seu prestígio e influência no sistema internacional. O embarque do presidente Michel Temer para a cúpula de líderes do G-20, na China, tem como pano de fundo importantes objetivos para inspirar confiança no país e suas instituições, consolidar a legitimidade do novo governo perante a comunidade internacional, impulsionar uma revigoração da política econômico-comercial e sair da diplomacia monolítica que caracterizou o período de interinidade com a temática "Mercosul-eixo bolivariano". A agenda presidencial em Xangai e Hangzhou talvez não resulte em dividendos imediatos ao Brasil. Mas a ida de Temer ao Oriente visa, principalmente, inaugurar um novo padrão de política externa. Ainda que não se meça com precisão a contribuição do governo Temer aos eixos do G-20 (crescimento econômico inclusivo e implementação da Agenda de Desenvolvimento 2030), o Brasil precisa tracionar a narrativa de que segue ativo nos principais temas da agenda global. Político perspicaz, Temer sabe que imagens e impressões importam. Por isso, a agenda elaborada pela Chancelaria brasileira com encontros com líderes mundiais é fundamental para alavancar as percepções pelas quais o Brasil quer ser visto em sua nova fase política. Da mesma forma, é imperativo que o governo reorganize, após o retorno da Ásia, sua abordagem geopolítica ante os países da América do Sul. Uma diplomacia resolutiva além-mar e outra repleta de inflexões políticas na região podem contaminar a assertividade esperada da política externa deste governo. Apesar de ser inaceitável a intromissão dos países vizinhos em assuntos brasileiros, a inédita decisão de Equador, Venezuela e Bolívia de congelarem, na prática, as relações com o Brasil, bem como a ruidosa manifestação do Uruguai sobre o impeachment, são graves, ainda mais se considerado que o Brasil é um grande financiador de obras públicas na maioria desses países. Tradicionalmente, o Brasil buscou operar com dois condões no contexto sul-americano, ao não liderar pela coerção e ao evitar a formação de um bloco antibrasileiro na região. Até porque a legitimidade auferida ao governo brasileiro no exterior deveria, também, ser traduzida em resultado positivo na América do Sul. Por isso, seria importante não tropeçar em pedras pequenas que possam minar essa doutrina regional. Apesar de atritos visíveis, é fundamental na diplomacia a constituição de "back channels" (canais de bastidores) para dissipar rusgas, mitigar ilações indevidas e arrefecer a beligerância quanto à soberana decisão do Senado, demonstrando de forma inequívoca aos vizinhos que sua conduta diplomática é prejudicial e não lhes proporciona quaisquer ganhos, seja da perspectiva política ou econômica, desservindo às suas próprias sociedades. A apresentação de uma política externa ornamentada por uma nova e assertiva moldura estratégica após a cúpula do G-20 não deveria se nortear por micro realinhamentos táticos, razão pela qual precisa ser integrada, coerente e efetiva nos concertos global e regional.
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Diplomacia presidencial exigirá romper eixo Mercosul-bolivarianosA retomada de uma enérgica diplomacia presidencial é uma das urgentes necessidades do país para revitalizar seu prestígio e influência no sistema internacional. O embarque do presidente Michel Temer para a cúpula de líderes do G-20, na China, tem como pano de fundo importantes objetivos para inspirar confiança no país e suas instituições, consolidar a legitimidade do novo governo perante a comunidade internacional, impulsionar uma revigoração da política econômico-comercial e sair da diplomacia monolítica que caracterizou o período de interinidade com a temática "Mercosul-eixo bolivariano". A agenda presidencial em Xangai e Hangzhou talvez não resulte em dividendos imediatos ao Brasil. Mas a ida de Temer ao Oriente visa, principalmente, inaugurar um novo padrão de política externa. Ainda que não se meça com precisão a contribuição do governo Temer aos eixos do G-20 (crescimento econômico inclusivo e implementação da Agenda de Desenvolvimento 2030), o Brasil precisa tracionar a narrativa de que segue ativo nos principais temas da agenda global. Político perspicaz, Temer sabe que imagens e impressões importam. Por isso, a agenda elaborada pela Chancelaria brasileira com encontros com líderes mundiais é fundamental para alavancar as percepções pelas quais o Brasil quer ser visto em sua nova fase política. Da mesma forma, é imperativo que o governo reorganize, após o retorno da Ásia, sua abordagem geopolítica ante os países da América do Sul. Uma diplomacia resolutiva além-mar e outra repleta de inflexões políticas na região podem contaminar a assertividade esperada da política externa deste governo. Apesar de ser inaceitável a intromissão dos países vizinhos em assuntos brasileiros, a inédita decisão de Equador, Venezuela e Bolívia de congelarem, na prática, as relações com o Brasil, bem como a ruidosa manifestação do Uruguai sobre o impeachment, são graves, ainda mais se considerado que o Brasil é um grande financiador de obras públicas na maioria desses países. Tradicionalmente, o Brasil buscou operar com dois condões no contexto sul-americano, ao não liderar pela coerção e ao evitar a formação de um bloco antibrasileiro na região. Até porque a legitimidade auferida ao governo brasileiro no exterior deveria, também, ser traduzida em resultado positivo na América do Sul. Por isso, seria importante não tropeçar em pedras pequenas que possam minar essa doutrina regional. Apesar de atritos visíveis, é fundamental na diplomacia a constituição de "back channels" (canais de bastidores) para dissipar rusgas, mitigar ilações indevidas e arrefecer a beligerância quanto à soberana decisão do Senado, demonstrando de forma inequívoca aos vizinhos que sua conduta diplomática é prejudicial e não lhes proporciona quaisquer ganhos, seja da perspectiva política ou econômica, desservindo às suas próprias sociedades. A apresentação de uma política externa ornamentada por uma nova e assertiva moldura estratégica após a cúpula do G-20 não deveria se nortear por micro realinhamentos táticos, razão pela qual precisa ser integrada, coerente e efetiva nos concertos global e regional.
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Inteligência artificial é aposta do varejo para turbinar vendas
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Nos últimos anos, o varejo on-line tem adotado sempre a mesma fórmula, como sites mais bonitos e processos de venda mais simplificados. Neste fim de ano, porém, uma série de varejistas está adotando uma nova estratégia para turbinar suas vendas: a inteligência artificial. À medida que está se tornando mais sofisticada, a inteligência artificial pode ajudar os compradores on-line de três modos: recomendações personalizadas baseada nos gostos dos consumidores, chatbots (robô que conversa a partir de mensagens de texto) que ajudam a navegar pelo mundo virtual e, finalmente, sites que se moldam ao comportamento do possível cliente para torná-lo mais atraente. A tecnologia está ficando mais madura em um momento em que os varejistas tradicionais enfrentam dificuldades para continuarem relevantes e em que muitas companhias de comércio eletrônico penam para achar a fórmula do sucesso. Uma série de fracassos retumbantes de start-ups famosas do Vale do Silício tem feito os varejistas buscarem novas ideias sobre como podem conseguir atrair os consumidores on-line. Com a competição cada vez mais dura da Amazon, mais empresas de comércio estão depositando suas esperanças em aplicativos e sites inteligentes como um modo de se diferenciar da concorrência. CAMINHO DA EVOLUÇÃO Desde rede de descontos como a Target até lojas de marca esperam que a inteligência artificial se torne uma arma eficiente na batalha para as suas vendas. "O comércio eletrônico não evoluiu realmente na última década", afirma Andy Narayanan, vice-presidente da Sentient, uma start-up de inteligência artificial que vende software para varejistas. "Nós deixamos que a inteligência artificial destaque os produtos que os consumidores desejam. E, se conseguimos fazer isso, é um nível de personalização que não vemos em muito tempo", diz. ALGO MÁGICO Um exemplo de como isso funciona é a Cosabella, uma empresa italiana de lingerie. Trabalhando com a Sentient, ela adotou um algoritmo que é turbinado pela inteligência artificial para testar rapidamente opções alternativas de design para o site –algo que pelos métodos tradicionais levaria muito tempo. Courtney Connell, diretora de marketing da Cosabella, diz que essa estratégia resultou imediatamente em um aumento das vendas de 35%. De acordo com ela, a companhia planeja agora usar a inteligência artificial em outras áreas do site e em campanhas de marketing. "Muita gente vê a inteligência artificial como um futuro frio e quase robótico. Para mim, é exatamente o oposto: a experiência do consumidor vira algo mágico." Connell diz que o algoritmo permite que ela e sua equipe economizem bastante tempo, permitindo que priorizem o aspecto criativo do marketing. Dois dos usos mais tradicionais da inteligência artificial envolvem a busca visual (oferecendo aos clientes produtos similares a fotos que gostaram e baixaram no site) e recomendações personalizadas. No fim das contas, tanto varejistas como desenvolvedores de tecnologia esperam que os motores da inteligência artificial atuem como um experiente vendedor –compreendendo sutilmente quais aspectos são importantes para o consumidor e quais não são. Na Skechers, por exemplo, o cliente pode clicar em produto que gostou e, em tempo real, o catálogo da loja busca identificar e oferecer estilos similares. "Isso ajuda a tornar a experiência da compra mais agradável", diz Lara Diab, porta-voz da Skechers. BUSCA VISUAL A busca visual, que permite que o usuário coloque imagens na caixa de busca em vez de palavras-chave, também está se tornando mais popular, na tarefa de facilitar a vida do cliente. Na loja de departamentos Nieman Marcus, os clientes podem tirar fotos de qualquer coisa que gostaram, como o tênis de um amigo, e o aplicativo da varejista vai apresentar as alternativas similares em seus estoques. "Em cinco anos, vamos considerar como padrão que, quando gostarmos de um produto, tudo o que vamos precisar é de uma foto", disse Matt Bencke, presidente da Spare5, start-up que usa humanos para treinar motores de inteligência artificial.
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mercado
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Inteligência artificial é aposta do varejo para turbinar vendasNos últimos anos, o varejo on-line tem adotado sempre a mesma fórmula, como sites mais bonitos e processos de venda mais simplificados. Neste fim de ano, porém, uma série de varejistas está adotando uma nova estratégia para turbinar suas vendas: a inteligência artificial. À medida que está se tornando mais sofisticada, a inteligência artificial pode ajudar os compradores on-line de três modos: recomendações personalizadas baseada nos gostos dos consumidores, chatbots (robô que conversa a partir de mensagens de texto) que ajudam a navegar pelo mundo virtual e, finalmente, sites que se moldam ao comportamento do possível cliente para torná-lo mais atraente. A tecnologia está ficando mais madura em um momento em que os varejistas tradicionais enfrentam dificuldades para continuarem relevantes e em que muitas companhias de comércio eletrônico penam para achar a fórmula do sucesso. Uma série de fracassos retumbantes de start-ups famosas do Vale do Silício tem feito os varejistas buscarem novas ideias sobre como podem conseguir atrair os consumidores on-line. Com a competição cada vez mais dura da Amazon, mais empresas de comércio estão depositando suas esperanças em aplicativos e sites inteligentes como um modo de se diferenciar da concorrência. CAMINHO DA EVOLUÇÃO Desde rede de descontos como a Target até lojas de marca esperam que a inteligência artificial se torne uma arma eficiente na batalha para as suas vendas. "O comércio eletrônico não evoluiu realmente na última década", afirma Andy Narayanan, vice-presidente da Sentient, uma start-up de inteligência artificial que vende software para varejistas. "Nós deixamos que a inteligência artificial destaque os produtos que os consumidores desejam. E, se conseguimos fazer isso, é um nível de personalização que não vemos em muito tempo", diz. ALGO MÁGICO Um exemplo de como isso funciona é a Cosabella, uma empresa italiana de lingerie. Trabalhando com a Sentient, ela adotou um algoritmo que é turbinado pela inteligência artificial para testar rapidamente opções alternativas de design para o site –algo que pelos métodos tradicionais levaria muito tempo. Courtney Connell, diretora de marketing da Cosabella, diz que essa estratégia resultou imediatamente em um aumento das vendas de 35%. De acordo com ela, a companhia planeja agora usar a inteligência artificial em outras áreas do site e em campanhas de marketing. "Muita gente vê a inteligência artificial como um futuro frio e quase robótico. Para mim, é exatamente o oposto: a experiência do consumidor vira algo mágico." Connell diz que o algoritmo permite que ela e sua equipe economizem bastante tempo, permitindo que priorizem o aspecto criativo do marketing. Dois dos usos mais tradicionais da inteligência artificial envolvem a busca visual (oferecendo aos clientes produtos similares a fotos que gostaram e baixaram no site) e recomendações personalizadas. No fim das contas, tanto varejistas como desenvolvedores de tecnologia esperam que os motores da inteligência artificial atuem como um experiente vendedor –compreendendo sutilmente quais aspectos são importantes para o consumidor e quais não são. Na Skechers, por exemplo, o cliente pode clicar em produto que gostou e, em tempo real, o catálogo da loja busca identificar e oferecer estilos similares. "Isso ajuda a tornar a experiência da compra mais agradável", diz Lara Diab, porta-voz da Skechers. BUSCA VISUAL A busca visual, que permite que o usuário coloque imagens na caixa de busca em vez de palavras-chave, também está se tornando mais popular, na tarefa de facilitar a vida do cliente. Na loja de departamentos Nieman Marcus, os clientes podem tirar fotos de qualquer coisa que gostaram, como o tênis de um amigo, e o aplicativo da varejista vai apresentar as alternativas similares em seus estoques. "Em cinco anos, vamos considerar como padrão que, quando gostarmos de um produto, tudo o que vamos precisar é de uma foto", disse Matt Bencke, presidente da Spare5, start-up que usa humanos para treinar motores de inteligência artificial.
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Arquivo Aberto - Uma festa inesquecível
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Corria o ano de 1966, há quase meio século, portanto. Numa gostosa casa no bairro do Horto, no Rio, num domingo preguiçoso de primavera, às vésperas do meu aniversário de 14 anos, meu pai lança no ar a pergunta sobre como comemorar a data que se aproxima. A família está reunida depois do almoço, espero para ver a reação, dou de ombros, por mim, tanto faz, dissimulo. Presença constante naquela casa, de cuja varanda era possível ver as folhas das palmeiras imperiais do Jardim Botânico, o poeta, amigo do meu pai, de pernas cruzadas sobre o sofá da sala, copo de uísque na mão, intervém, enfático: vamos fazer uma festa de arromba (nesse ano longínquo, usava-se essa expressão, que deu título, aliás, a uma canção da dupla Roberto e Erasmo Carlos, os reis da Jovem Guarda). Uma festa para valer, continua o poeta, para jamais ser esquecida, uma festa em que o Tom Jobim estará e, melhor, vai tocar e cantar. O Chico Buarque também. E o Edu Lobo. O inventor da ideia se entusiasma: eu trago o Roberto Carlos. E pergunta a mim, incrédulo e perplexo, se gosto de Elis Regina. Antes que eu possa responder, o poeta garante, ela vem. Meu pai logo adere à proposta, colabora com detalhes, os dois especulam sobre um jeito de driblar as dificuldades de agenda de tantos artistas populares, a festa ganha data, local e hora. Cheio de espanto, eu me esforço para conter a euforia, começo a me imaginar como centro de uma impensável festa, de um acontecimento extraordinário no qual rigorosamente todo mundo, de qualquer idade, pagaria para estar presente. E não é delírio, é até bem possível, ponho-me a argumentar. Afinal, o sempre afetuoso amigo do meu pai é o poeta e compositor Vinicius de Moraes, no auge da vitalidade e do prestígio, capaz da proeza de juntar toda essa gente. Por que não? Vinicius cria em torno dele uma atmosfera alegre, acolhedora, de espontâneo "savoir vivre", viver parece tão simples, confortável. O poeta é um encantador. Quando ele chega, o tédio dominical se esconde; a seu lado, o meu pai ganha uma excitação brincalhona, meninos e meninas se percebem tratadas como seres singulares, merecedoras de atenção individual e carinho. Apesar de eu não fazer alarde do grande acontecimento, a notícia se espalha no colégio, sou assediado por colegas ansiosos por constarem da privilegiada lista. Mal consigo dormir, tal a ansiedade com a expectativa criada. Passo a carregar na intimidade um poder até então desconhecido. O dono da festa do ano. É claro que a festa nunca aconteceu. Mas, para o menino que fui, tímido e distraído, ela teve consequências tão ou mais relevantes do que se houvesse acontecido. Por mais deslumbrante que seja, uma festa é uma festa é uma festa. Há nela alegrias, frustrações, encontros e desencontros, e o inexorável fim (de festa). Já a festa imaginária não tem começo nem fim, nela só acontece o que a gente quer que aconteça, um lugar onde o desejo reina absoluto. Meu pai passou a vida a repetir que o melhor da festa é esperar por ela. O menino cresceu e hoje eu acrescentaria: o melhor é esperar, ainda que a festa nunca venha a existir, porque a festa que o Vinicius me prometeu fez acontecer uma alegria intensa. A alegria da potência da imaginação livre e criadora. E, de lambuja (também se usava naquele tempo), trouxe a experiência da frustração, que ajuda a encarar a vida. A festa conseguiu até me livrar de um amigo sem imaginação, inconformado por não fazer parte do seleto rol de convidados. Uma aventura que me serviu de importante estímulo ao desejo de fazer teatro: no palco, tudo é possível. Obrigado, Vinicius. Obrigado, Otto, meu pai. BRUNO LARA RESENDE, 62, é advogado, dramaturgo e diretor de teatro.
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ilustrissima
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Arquivo Aberto - Uma festa inesquecívelCorria o ano de 1966, há quase meio século, portanto. Numa gostosa casa no bairro do Horto, no Rio, num domingo preguiçoso de primavera, às vésperas do meu aniversário de 14 anos, meu pai lança no ar a pergunta sobre como comemorar a data que se aproxima. A família está reunida depois do almoço, espero para ver a reação, dou de ombros, por mim, tanto faz, dissimulo. Presença constante naquela casa, de cuja varanda era possível ver as folhas das palmeiras imperiais do Jardim Botânico, o poeta, amigo do meu pai, de pernas cruzadas sobre o sofá da sala, copo de uísque na mão, intervém, enfático: vamos fazer uma festa de arromba (nesse ano longínquo, usava-se essa expressão, que deu título, aliás, a uma canção da dupla Roberto e Erasmo Carlos, os reis da Jovem Guarda). Uma festa para valer, continua o poeta, para jamais ser esquecida, uma festa em que o Tom Jobim estará e, melhor, vai tocar e cantar. O Chico Buarque também. E o Edu Lobo. O inventor da ideia se entusiasma: eu trago o Roberto Carlos. E pergunta a mim, incrédulo e perplexo, se gosto de Elis Regina. Antes que eu possa responder, o poeta garante, ela vem. Meu pai logo adere à proposta, colabora com detalhes, os dois especulam sobre um jeito de driblar as dificuldades de agenda de tantos artistas populares, a festa ganha data, local e hora. Cheio de espanto, eu me esforço para conter a euforia, começo a me imaginar como centro de uma impensável festa, de um acontecimento extraordinário no qual rigorosamente todo mundo, de qualquer idade, pagaria para estar presente. E não é delírio, é até bem possível, ponho-me a argumentar. Afinal, o sempre afetuoso amigo do meu pai é o poeta e compositor Vinicius de Moraes, no auge da vitalidade e do prestígio, capaz da proeza de juntar toda essa gente. Por que não? Vinicius cria em torno dele uma atmosfera alegre, acolhedora, de espontâneo "savoir vivre", viver parece tão simples, confortável. O poeta é um encantador. Quando ele chega, o tédio dominical se esconde; a seu lado, o meu pai ganha uma excitação brincalhona, meninos e meninas se percebem tratadas como seres singulares, merecedoras de atenção individual e carinho. Apesar de eu não fazer alarde do grande acontecimento, a notícia se espalha no colégio, sou assediado por colegas ansiosos por constarem da privilegiada lista. Mal consigo dormir, tal a ansiedade com a expectativa criada. Passo a carregar na intimidade um poder até então desconhecido. O dono da festa do ano. É claro que a festa nunca aconteceu. Mas, para o menino que fui, tímido e distraído, ela teve consequências tão ou mais relevantes do que se houvesse acontecido. Por mais deslumbrante que seja, uma festa é uma festa é uma festa. Há nela alegrias, frustrações, encontros e desencontros, e o inexorável fim (de festa). Já a festa imaginária não tem começo nem fim, nela só acontece o que a gente quer que aconteça, um lugar onde o desejo reina absoluto. Meu pai passou a vida a repetir que o melhor da festa é esperar por ela. O menino cresceu e hoje eu acrescentaria: o melhor é esperar, ainda que a festa nunca venha a existir, porque a festa que o Vinicius me prometeu fez acontecer uma alegria intensa. A alegria da potência da imaginação livre e criadora. E, de lambuja (também se usava naquele tempo), trouxe a experiência da frustração, que ajuda a encarar a vida. A festa conseguiu até me livrar de um amigo sem imaginação, inconformado por não fazer parte do seleto rol de convidados. Uma aventura que me serviu de importante estímulo ao desejo de fazer teatro: no palco, tudo é possível. Obrigado, Vinicius. Obrigado, Otto, meu pai. BRUNO LARA RESENDE, 62, é advogado, dramaturgo e diretor de teatro.
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'Pensei que fosse o fim do mundo', diz chileno que perdeu casa em tremor
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Manuel Moya, 38, estava em sua cama, ao lado da mulher, assistindo à TV, quando sentiu o terremoto. Com medo de morrer se ficassem do lado de dentro, os dois foram para a rua, em suas roupas de baixo, esperar o tremor passar. Minutos depois, a casa onde moravam era uma pilha de escombros. "Pensei que fosse o fim do mundo e que íamos morrer", disse Moya. Morador de Illapel, sua cidade está localizada 280 km ao norte de Santiago e 55 km a leste do epicentro do terremoto de magnitude 8,3 que atingiu o centro do Chile nesta quarta-feira (16). "Disseram que foi de magnitude 8, mas parecia um de 10", afirmou Moya, que passou a noite em seu quintal. Os vizinhos lhes emprestaram roupas. A terra chacoalhou por cerca de três minutos, provocando diversos danos a construções na capital do país e arredores. As autoridades emitiram um alerta de tsunami no Pacífico —posteriormente suspenso— para toda a costa do país, levando os habitantes do litoral a abandonar suas casas. O evento forçou a remoção de mais de 1 milhão de pessoas. O país andino havia sido atingido em 2010 por um terremoto de magnitude 8,8 seguido por um tsunami, deixando mais de 500 mortos. Nos últimos meses, o país enfrentou grandes enchentes, incêndios florestais e duas erupções de vulcão. "Mais uma vez precisamos confrontar uma força poderosa da natureza", disse em discurso a presidente do país, Michelle Bachelet. O vice-ministro do Interior, Mahmud Aleuy, acrescentou que 240 mil domicílios ficaram sem luz. Dezenas de tremores secundários, incluindo um de magnitude 7 e outros sete de magnitude 6 ou maior, também foram sentidos. REDUÇÃO DE DANOS O número consideravelmente menor de mortes indica que as medidas de redução de risco implementadas nos últimos cinco anos pelo Chile têm surtido efeito. "O impacto de um terremoto é um pouco como o mercado imobiliário: o que importa é localização, localização e localização", disse a geofísica Susan Hough, do Serviço Geológico dos Estados Unidos. "Mas é verdade que a preparação e a redução de riscos no Chile está à frente de muitas partes do mundo, e isso fez a diferença", acrescentou. Claudio Moreno estava em um bar em Santiago quando o terremoto começou. "Fomos para a rua e então percebemos que aquilo estava chacoalhando há muito tempo", afirmou, comentando que a duração do tremor causou mais medo do que sua intensidade. "Durou mais de um minuto."
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mundo
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'Pensei que fosse o fim do mundo', diz chileno que perdeu casa em tremorManuel Moya, 38, estava em sua cama, ao lado da mulher, assistindo à TV, quando sentiu o terremoto. Com medo de morrer se ficassem do lado de dentro, os dois foram para a rua, em suas roupas de baixo, esperar o tremor passar. Minutos depois, a casa onde moravam era uma pilha de escombros. "Pensei que fosse o fim do mundo e que íamos morrer", disse Moya. Morador de Illapel, sua cidade está localizada 280 km ao norte de Santiago e 55 km a leste do epicentro do terremoto de magnitude 8,3 que atingiu o centro do Chile nesta quarta-feira (16). "Disseram que foi de magnitude 8, mas parecia um de 10", afirmou Moya, que passou a noite em seu quintal. Os vizinhos lhes emprestaram roupas. A terra chacoalhou por cerca de três minutos, provocando diversos danos a construções na capital do país e arredores. As autoridades emitiram um alerta de tsunami no Pacífico —posteriormente suspenso— para toda a costa do país, levando os habitantes do litoral a abandonar suas casas. O evento forçou a remoção de mais de 1 milhão de pessoas. O país andino havia sido atingido em 2010 por um terremoto de magnitude 8,8 seguido por um tsunami, deixando mais de 500 mortos. Nos últimos meses, o país enfrentou grandes enchentes, incêndios florestais e duas erupções de vulcão. "Mais uma vez precisamos confrontar uma força poderosa da natureza", disse em discurso a presidente do país, Michelle Bachelet. O vice-ministro do Interior, Mahmud Aleuy, acrescentou que 240 mil domicílios ficaram sem luz. Dezenas de tremores secundários, incluindo um de magnitude 7 e outros sete de magnitude 6 ou maior, também foram sentidos. REDUÇÃO DE DANOS O número consideravelmente menor de mortes indica que as medidas de redução de risco implementadas nos últimos cinco anos pelo Chile têm surtido efeito. "O impacto de um terremoto é um pouco como o mercado imobiliário: o que importa é localização, localização e localização", disse a geofísica Susan Hough, do Serviço Geológico dos Estados Unidos. "Mas é verdade que a preparação e a redução de riscos no Chile está à frente de muitas partes do mundo, e isso fez a diferença", acrescentou. Claudio Moreno estava em um bar em Santiago quando o terremoto começou. "Fomos para a rua e então percebemos que aquilo estava chacoalhando há muito tempo", afirmou, comentando que a duração do tremor causou mais medo do que sua intensidade. "Durou mais de um minuto."
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Corinthians se torna clube com mais sócios-torcedores do Brasil
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Campeão brasileiro em 2015, o Corinthians teve respaldo de sua torcida ao longo da temporada, algo que pode ser notado a partir dos números do Fiel Torcedor, programa de sócio-torcedor do clube. Após recontagem do número de sócios adimplentes de seu programa, o Internacional, ex-líder, chegou à cifra de pouco mais de 112 mil torcedores, e deixou de ser líder do "torcedômetro", ranking elaborado pelo Movimento por um Futebol Melhor, da Ambev. Ao longo da temporada, o Corinthians alcançou 135 mil participantes de seu programa que estão em dia com suas mensalidades e se tornou o time com mais sócios-torcedores no país. O Corinthians foi o clube cujo programa mais cresceu neste ano, com 68.447 novos sócios-torcedores. Com a recontagem do Inter, o Palmeiras subiu à segunda posição, com quase 127 mil torcedores ao todo. Em 2015, ano em que venceu a Copa do Brasil, o Palmeiras ganhou 62.452 associados, atrás apenas do Corinthians no ranking anual.
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esporte
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Corinthians se torna clube com mais sócios-torcedores do BrasilCampeão brasileiro em 2015, o Corinthians teve respaldo de sua torcida ao longo da temporada, algo que pode ser notado a partir dos números do Fiel Torcedor, programa de sócio-torcedor do clube. Após recontagem do número de sócios adimplentes de seu programa, o Internacional, ex-líder, chegou à cifra de pouco mais de 112 mil torcedores, e deixou de ser líder do "torcedômetro", ranking elaborado pelo Movimento por um Futebol Melhor, da Ambev. Ao longo da temporada, o Corinthians alcançou 135 mil participantes de seu programa que estão em dia com suas mensalidades e se tornou o time com mais sócios-torcedores no país. O Corinthians foi o clube cujo programa mais cresceu neste ano, com 68.447 novos sócios-torcedores. Com a recontagem do Inter, o Palmeiras subiu à segunda posição, com quase 127 mil torcedores ao todo. Em 2015, ano em que venceu a Copa do Brasil, o Palmeiras ganhou 62.452 associados, atrás apenas do Corinthians no ranking anual.
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Músico Lukash lança clipe com ativista transexual em cenas de nudez
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De seios à mostra, à ativista transexual Indianara Siqueira é apalpada por dois rapazes completamente nus, enquanto luzes vermelhas e azuis, piscando sob efeito estroboscópico, iluminam os corpos dos três. Para o videoclipe da música "Bed Time Blues", o músico Lukash diz que buscou uma rebelião libidinosa pela "real abolição de todas as escravaturas". Nessas escravaturas ele insere a perseguição a índios, mulheres, negros, gays, pobres, transgêneros e, claro, todas as formas de repressão às liberdades do corpo. "É um chamamento erótico ao amor carnal, transcendental, num momento da história de nossas vidas em que os corpos estão mais uma vez sendo violentados, castrados, reprimidos por essa onda obscurantista de violência e agressividade", descreve o carioca de 36 anos. Lukash diz que não tem medo da grita que pode surgir com as imagens explícitas do clipe, dirigido por Helô Duran. "O medo é a arma dessa sociedade opressora", afirma. "A nudez masculina e a nudez transexual só são transgressoras porque a esse mundo machista e consumista só interessa a nudez das mulheres." O artista conta que escalou Indianara para o clipe porque ela "carrega no corpo todas as ideias de revolução: pode ser mais uma pessoa massacrada, mas transformou isso em potência". Cantada em inglês, "Bed Time Blues" faz parte do disco "FoGo", que o músico carioca lançou em agosto em plataformas virtuais. Nesse seu álbum de estreia, Lukash ginga pelo samba, pelo rock e pelo carimbó em letras politizadas. As canções também revolvem o próprio universo do artista, ex-ator da companhia do Teatro Oficina: abordam mitologia, indianismo e uma figura histórica sempre presente, o imperador romano Heliogábalo -jovem monarca assassinado após colecionar polêmicas religiosas e vários amantes do sexo masculino. Lukash (ou Lucas Weglinski no RG) também bota em seu liquidificador de referências os preceitos de Antonin Artaud, os poemas de Arthur Rimbaud e as imagens de Glauber Rocha, tudo devidamente misturado e mastigado em seu bolo de cultura antropofágica. "É o Brasil, né?", diz sobre toda a mistura. "Jorge Mautner diz que o que salvou o país é o amálgama." O músico tem shows agendados para janeiro. Vai cantar gratuitamente no aniversário de São Paulo, no dia 25/1, às 18h, no Espaço de Resistência Artística (r. Oiticicas, 466, Jabaquara) e, embarca em seguida para Salvador, onde faz show no dia 27/1, às 21h, no LáLá Multiespaço (rua da Paciência, 329, Rio Vermelho), a R$ 30.
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ilustrada
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Músico Lukash lança clipe com ativista transexual em cenas de nudezDe seios à mostra, à ativista transexual Indianara Siqueira é apalpada por dois rapazes completamente nus, enquanto luzes vermelhas e azuis, piscando sob efeito estroboscópico, iluminam os corpos dos três. Para o videoclipe da música "Bed Time Blues", o músico Lukash diz que buscou uma rebelião libidinosa pela "real abolição de todas as escravaturas". Nessas escravaturas ele insere a perseguição a índios, mulheres, negros, gays, pobres, transgêneros e, claro, todas as formas de repressão às liberdades do corpo. "É um chamamento erótico ao amor carnal, transcendental, num momento da história de nossas vidas em que os corpos estão mais uma vez sendo violentados, castrados, reprimidos por essa onda obscurantista de violência e agressividade", descreve o carioca de 36 anos. Lukash diz que não tem medo da grita que pode surgir com as imagens explícitas do clipe, dirigido por Helô Duran. "O medo é a arma dessa sociedade opressora", afirma. "A nudez masculina e a nudez transexual só são transgressoras porque a esse mundo machista e consumista só interessa a nudez das mulheres." O artista conta que escalou Indianara para o clipe porque ela "carrega no corpo todas as ideias de revolução: pode ser mais uma pessoa massacrada, mas transformou isso em potência". Cantada em inglês, "Bed Time Blues" faz parte do disco "FoGo", que o músico carioca lançou em agosto em plataformas virtuais. Nesse seu álbum de estreia, Lukash ginga pelo samba, pelo rock e pelo carimbó em letras politizadas. As canções também revolvem o próprio universo do artista, ex-ator da companhia do Teatro Oficina: abordam mitologia, indianismo e uma figura histórica sempre presente, o imperador romano Heliogábalo -jovem monarca assassinado após colecionar polêmicas religiosas e vários amantes do sexo masculino. Lukash (ou Lucas Weglinski no RG) também bota em seu liquidificador de referências os preceitos de Antonin Artaud, os poemas de Arthur Rimbaud e as imagens de Glauber Rocha, tudo devidamente misturado e mastigado em seu bolo de cultura antropofágica. "É o Brasil, né?", diz sobre toda a mistura. "Jorge Mautner diz que o que salvou o país é o amálgama." O músico tem shows agendados para janeiro. Vai cantar gratuitamente no aniversário de São Paulo, no dia 25/1, às 18h, no Espaço de Resistência Artística (r. Oiticicas, 466, Jabaquara) e, embarca em seguida para Salvador, onde faz show no dia 27/1, às 21h, no LáLá Multiespaço (rua da Paciência, 329, Rio Vermelho), a R$ 30.
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Instalação no Masp conta história das sufragistas que atacavam obras de arte
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Na última quinta-feira (12), enquanto centenas de mulheres se reuniam no vão livre do Masp pelo direito ao aborto, o museu inaugurava uma instalação sobre uma pauta feminista muito mais antiga: o direito ao voto. "Elementos de Beleza: um jogo de chá nunca é apenas um jogo de chá", de Carla Zaccagnini, é resultado de cinco anos de pesquisa sobre a ala mais radical do movimento sufragista inglês, que lutou pelo direito ao voto das mulheres no início do século 20. Nos anos 1910, como forma de protesto, parte dessas mulheres atacava obras de arte, como as que traziam nus femininos ou representavam a mulher de forma subjugada. Na instalação de Zaccagnini, que antes de chegar ao Masp passou pela Holanda, Argentina e pela própria Inglaterra, as obras são representadas por molduras vazias, enumeradas. Diante de cada uma delas, é possível ouvir um áudio de até três minutos contando a história por trás do vácuo ali representado. Entre elas está a "Vênus ao Espelho", quadro do espanhol Diego Velázquez produzido no período entre 1647 e 1641. Exposta na National Gallery, de Londres, a obra foi danificada em março de 1914 pela militante Mary Richardson, que deixou pequenos rasgos na tela com o uso de um cutelo. "Eu estudei arte e, imagino, me importo tanto com a arte quanto qualquer pessoa que tenha estado na galeria naquela terça-feira de manhã", disse Richardson na época em seu depoimento à polícia. "Porém, me importo mais com justiça do que com arte e, acredito firmemente que quando uma nação fecha os olhos à justiça e prefere torturar, maltratar e abusar de mulheres que lutam por justiça, ações como a minha são compreensíveis", concluía a sufragista. Restaurada, a pintura de uma mulher nua, se olhando ao espelho, voltou às paredes do museu, assim como todas as demais 28 obras representadas por Zaccagnini. NADA É O QUE PARECE A instalação leva o mesmo nome de um livro publicado pela artista em 2012, uma compilação de seus anos de pesquisa sobre o tema. Segundo explica o curador Fernando Oliva, "jogo de chá" faz referência a um termo pejorativo usado pela elite britânica do período para se referir às camadas da sociedade com menor poder aquisitivo. Por utilizar um tipo de porcelana barata, os mais pobres serviam o leite antes da água quente, para não rachar a xícara —daí o termo "milfy", contração de "milk first" (leite antes). Três xícaras e um pires de porcelana chinesa também foram destruídas pelas sufragistas. Eles faziam parte da coleção do Salão Asiático do British Museum, e foram despedaçados entre as vitrines com uma faca de açougueiro. "O incidente foi dos mais insanos dentre os que caracterizaram os ataques gratuitos destas mulheres. É evidente que a mulher só buscava obter notoriedade e provocar um altercado com os funcionários", explica Zaccagnini em um dos áudios disponíveis no local. Embora pareça uma "vítima menos óbvia" dessas ações, diz, o jogo de chá asiático era uma representação da cultural imperial. "Colocar o leite por último tornou-se uma maneira de mostrar que era a mais fina porcelana que se tinha sobre a mesa." Ou seja, um jogo de chá nunca é apenas um jogo de chá. "A instalação não fala apenas do feminismo, mas fala também desta crise de representatividade", comenta Oliva, lembrando mais uma vez das manifestações realizadas na quinta, contra o Projeto de Lei 5.069, do presidente da Câmara Eduardo Cunha, que restringe o direito das mulheres ao aborto. "Acho que há uma renovação feminista agora no Brasil e, em particular, em São Paulo, que tem a avenida Paulista e o vão livre do Masp como epicentro", diz. Outra feliz coincidência, lembra o curador, é a estreia do filme "As Sufragistas", que também conta a história do movimento feminista inglês. O drama com Carey Mulligan, Meryl Streep e Helena Bonham Carter estreia dia 24 de dezembro no Brasil. As Sufragistas HISTÓRIAS Segundo Oliva, a instalação inaugura uma série no Masp que pretende abordar a história do ponto de vista feminino. "Estamos trabalhando com a revisão do conceito de história. Queremos mostrar questões reprimidas ao longo da história da arte", explica. No ano que vem, o museu pretende expor os cartazes da Guerrilla Girls, grupo criado nos anos 1980 em Nova York e que reivindicada a igualdade racial e de gênero. Suas militantes ficaram conhecidas pelo uso de máscaras de gorila em aparições públicas. Elementos de Beleza: um Jogo de Chá Nunca É Apenas um Jogo de Chá QUANDO ter. a dom., das 10h às 18h; qui., das 10h às 20h; até 14/2 ONDE Masp, av. Paulista, 1578, tel. (11) 3251-5644 QUANTO R$ 25 e R$ 12 (meia-entrada)
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Instalação no Masp conta história das sufragistas que atacavam obras de arteNa última quinta-feira (12), enquanto centenas de mulheres se reuniam no vão livre do Masp pelo direito ao aborto, o museu inaugurava uma instalação sobre uma pauta feminista muito mais antiga: o direito ao voto. "Elementos de Beleza: um jogo de chá nunca é apenas um jogo de chá", de Carla Zaccagnini, é resultado de cinco anos de pesquisa sobre a ala mais radical do movimento sufragista inglês, que lutou pelo direito ao voto das mulheres no início do século 20. Nos anos 1910, como forma de protesto, parte dessas mulheres atacava obras de arte, como as que traziam nus femininos ou representavam a mulher de forma subjugada. Na instalação de Zaccagnini, que antes de chegar ao Masp passou pela Holanda, Argentina e pela própria Inglaterra, as obras são representadas por molduras vazias, enumeradas. Diante de cada uma delas, é possível ouvir um áudio de até três minutos contando a história por trás do vácuo ali representado. Entre elas está a "Vênus ao Espelho", quadro do espanhol Diego Velázquez produzido no período entre 1647 e 1641. Exposta na National Gallery, de Londres, a obra foi danificada em março de 1914 pela militante Mary Richardson, que deixou pequenos rasgos na tela com o uso de um cutelo. "Eu estudei arte e, imagino, me importo tanto com a arte quanto qualquer pessoa que tenha estado na galeria naquela terça-feira de manhã", disse Richardson na época em seu depoimento à polícia. "Porém, me importo mais com justiça do que com arte e, acredito firmemente que quando uma nação fecha os olhos à justiça e prefere torturar, maltratar e abusar de mulheres que lutam por justiça, ações como a minha são compreensíveis", concluía a sufragista. Restaurada, a pintura de uma mulher nua, se olhando ao espelho, voltou às paredes do museu, assim como todas as demais 28 obras representadas por Zaccagnini. NADA É O QUE PARECE A instalação leva o mesmo nome de um livro publicado pela artista em 2012, uma compilação de seus anos de pesquisa sobre o tema. Segundo explica o curador Fernando Oliva, "jogo de chá" faz referência a um termo pejorativo usado pela elite britânica do período para se referir às camadas da sociedade com menor poder aquisitivo. Por utilizar um tipo de porcelana barata, os mais pobres serviam o leite antes da água quente, para não rachar a xícara —daí o termo "milfy", contração de "milk first" (leite antes). Três xícaras e um pires de porcelana chinesa também foram destruídas pelas sufragistas. Eles faziam parte da coleção do Salão Asiático do British Museum, e foram despedaçados entre as vitrines com uma faca de açougueiro. "O incidente foi dos mais insanos dentre os que caracterizaram os ataques gratuitos destas mulheres. É evidente que a mulher só buscava obter notoriedade e provocar um altercado com os funcionários", explica Zaccagnini em um dos áudios disponíveis no local. Embora pareça uma "vítima menos óbvia" dessas ações, diz, o jogo de chá asiático era uma representação da cultural imperial. "Colocar o leite por último tornou-se uma maneira de mostrar que era a mais fina porcelana que se tinha sobre a mesa." Ou seja, um jogo de chá nunca é apenas um jogo de chá. "A instalação não fala apenas do feminismo, mas fala também desta crise de representatividade", comenta Oliva, lembrando mais uma vez das manifestações realizadas na quinta, contra o Projeto de Lei 5.069, do presidente da Câmara Eduardo Cunha, que restringe o direito das mulheres ao aborto. "Acho que há uma renovação feminista agora no Brasil e, em particular, em São Paulo, que tem a avenida Paulista e o vão livre do Masp como epicentro", diz. Outra feliz coincidência, lembra o curador, é a estreia do filme "As Sufragistas", que também conta a história do movimento feminista inglês. O drama com Carey Mulligan, Meryl Streep e Helena Bonham Carter estreia dia 24 de dezembro no Brasil. As Sufragistas HISTÓRIAS Segundo Oliva, a instalação inaugura uma série no Masp que pretende abordar a história do ponto de vista feminino. "Estamos trabalhando com a revisão do conceito de história. Queremos mostrar questões reprimidas ao longo da história da arte", explica. No ano que vem, o museu pretende expor os cartazes da Guerrilla Girls, grupo criado nos anos 1980 em Nova York e que reivindicada a igualdade racial e de gênero. Suas militantes ficaram conhecidas pelo uso de máscaras de gorila em aparições públicas. Elementos de Beleza: um Jogo de Chá Nunca É Apenas um Jogo de Chá QUANDO ter. a dom., das 10h às 18h; qui., das 10h às 20h; até 14/2 ONDE Masp, av. Paulista, 1578, tel. (11) 3251-5644 QUANTO R$ 25 e R$ 12 (meia-entrada)
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Incêndio destrói ao menos 45 barracos em favela na zona norte de SP
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Ao menos 45 barracos foram destruídos por um incêndio de grande proporção que atingiu uma favela na manhã desta quarta-feira (31) na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. Ninguém ficou ferido. Cerca de 13 carros do Corpo de Bombeiros foram acionados por volta das 6h30 para controlar o incêndio na favela Jardim Paraná, que fica na rua Firminópolis. A chuva que atinge a capital paulista ajudou os bombeiros a controlar o incêndio mais rapidamente. Às 7h20, a corporação já havia extinto o incêndio e começava a resfriar o material queimado para evitar novos focos. O incêndio atingiu uma área de aproximadamente 1.500 metros quadrados da comunidade. Os bombeiros também tiveram dificuldade para acessar o local já que os barracos ficavam muito próximos e por ter muitas vielas. Segundo os bombeiros, ninguém ficou ferido. Enquanto parte da equipe combatia o fogo, alguns bombeiros mandavam os moradores deixarem as casas. Os moradores tentaram salvar o que podiam, como eletrodomésticos, que foram colocados para fora das casas. As causas do incêndio ainda serão investigadas. A Defesa Civil do município já foi deslocada para o local para realizar o atendimento aos desabrigados.
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cotidiano
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Incêndio destrói ao menos 45 barracos em favela na zona norte de SPAo menos 45 barracos foram destruídos por um incêndio de grande proporção que atingiu uma favela na manhã desta quarta-feira (31) na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. Ninguém ficou ferido. Cerca de 13 carros do Corpo de Bombeiros foram acionados por volta das 6h30 para controlar o incêndio na favela Jardim Paraná, que fica na rua Firminópolis. A chuva que atinge a capital paulista ajudou os bombeiros a controlar o incêndio mais rapidamente. Às 7h20, a corporação já havia extinto o incêndio e começava a resfriar o material queimado para evitar novos focos. O incêndio atingiu uma área de aproximadamente 1.500 metros quadrados da comunidade. Os bombeiros também tiveram dificuldade para acessar o local já que os barracos ficavam muito próximos e por ter muitas vielas. Segundo os bombeiros, ninguém ficou ferido. Enquanto parte da equipe combatia o fogo, alguns bombeiros mandavam os moradores deixarem as casas. Os moradores tentaram salvar o que podiam, como eletrodomésticos, que foram colocados para fora das casas. As causas do incêndio ainda serão investigadas. A Defesa Civil do município já foi deslocada para o local para realizar o atendimento aos desabrigados.
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Bolsa sobe e dólar cai com mercado otimista sobre acordo grego
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O principal índice da Bolsa brasileira fechou em leve alta nesta segunda-feira (22), influenciado pelo otimismo em relação a um possível acordo de última hora entre a Grécia e seus credores internacionais, o que fez os principais mercados de ações do mundo subirem nesta sessão. O Ibovespa teve valorização de 0,21%, para 53.863 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,981 bilhões. No exterior, as Bolsas de Nova York registraram avanços entre 0,58% e 0,72%, enquanto os índices acionários da Europa subiram mais de 1%. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda que aposta em um acordo "viável" para evitar o calote aos credores, ao mesmo tempo em que a Alemanha não demonstra tanto otimismo. "Essa é a hora para uma solução viável e substancial que permita à Grécia voltar ao crescimento na zona do euro com justiça social", afirmou Tsipras. A Grécia entregou novo plano de reformas a seus credores, incluindo o aumento da idade de aposentadoria. Autoridades da zona do euro afirmaram que o documento é "razoável" e, embora um acordo final com Atenas seja improvável nesta segunda-feira, pode ser um avanço na direção de uma solução nos próximos dias. Pesquisa do Barclays com 899 investidores em todo o mundo mostrou que mais de metade dos consultados acreditavam que eventual saída da Grécia da zona do euro teria impacto limitado sobre os mercados financeiros, uma vez que a economia grega é pequena e foram tomadas medidas para limitar possíveis contágios. Além disso, apenas 23% deles esperavam que isso aconteça nos próximos meses. A avaliação de analistas é que a alta da Bolsa brasileira nesta segunda foi menor que os ganhos dos mercados internacionais por causa do cenário doméstico do país, que segue desafiador. Alexandre Póvoa, sócio da gestora de recursos Canepa, diz que o ambiente interno torna ruim o investimento em Bolsa. O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central pela manhã, mostrou um aumento da previsão para a inflação medida pelo IPCA em 2015, de 8,79% para 8,97%, bem como uma piora para o desempenho do PIB no mesmo período, de queda de 1,35% para contração de 1,45%. Ainda na visão de Póvoa, o país passa por um grande problema de confiança, o que piora mais a situação. A agenda política não traz alívio, com um governo enfraquecido tentando aprovar medidas que muitas vezes não agradam as empresas, como o fim da desoneração de folha. Os desdobramentos da operação Lava Jato também geraram estresse no mercado. As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, perderam 2,87%, para R$ 16,91 cada uma. Os papéis acompanharam a baixa no preço do minério de ferro no mercado à vista chinês –a China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. Em sentido oposto, as ações da Marfrig lideraram a ponta positiva do Ibovespa, com valorização de 9,73%, para R$ 5,30. A empresa anunciou no domingo (21) acordo com a JBS para a venda da Moy Park, unidade de frangos e alimentos processados na Europa, por aproximadamente US$ 1,5 bilhão. A ação da JBS subia 1,70%, para R$ 16,74. CÂMBIO O otimismo em relação ao possível acordo entre Grécia e seus credores internacionais também reduziu a pressão sobre o mercado de câmbio nesta segunda-feira. Segundo operadores, a baixa do dólar em relação ao real refletiu ainda a expectativa de entrada de novos recursos no Brasil, com estrangeiros em busca de retornos mais atraentes, na esteira da elevação da taxa básica de juros do país, a Selic. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,14% sobre o real, cotado em R$ 3,078 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 0,64%, para R$ 3,082. As atuações do Banco Central do Brasil no câmbio continuaram no radar do mercado, após a autoridade monetária ter reduzido ao longo do mês suas intervenções através da rolagem de contratos de swap cambial (operação que equivale a venda futura de dólares). Na quarta-feira (17), o BC anunciou que passaria a fazer leilão de até 5.200 swaps cambiais diários para estender o vencimento do lote de contratos que vence em julho. Na semana anterior, a autoridade monetária vinha ofertando até 6.300 papéis por dia e, antes disso, até 7.000. Nesta segunda, o BC vendeu todos os 5.200 swaps oferecidos na rolagem, por US$ 253,8 milhões. Com agências de notícias
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mercado
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Bolsa sobe e dólar cai com mercado otimista sobre acordo gregoO principal índice da Bolsa brasileira fechou em leve alta nesta segunda-feira (22), influenciado pelo otimismo em relação a um possível acordo de última hora entre a Grécia e seus credores internacionais, o que fez os principais mercados de ações do mundo subirem nesta sessão. O Ibovespa teve valorização de 0,21%, para 53.863 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,981 bilhões. No exterior, as Bolsas de Nova York registraram avanços entre 0,58% e 0,72%, enquanto os índices acionários da Europa subiram mais de 1%. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda que aposta em um acordo "viável" para evitar o calote aos credores, ao mesmo tempo em que a Alemanha não demonstra tanto otimismo. "Essa é a hora para uma solução viável e substancial que permita à Grécia voltar ao crescimento na zona do euro com justiça social", afirmou Tsipras. A Grécia entregou novo plano de reformas a seus credores, incluindo o aumento da idade de aposentadoria. Autoridades da zona do euro afirmaram que o documento é "razoável" e, embora um acordo final com Atenas seja improvável nesta segunda-feira, pode ser um avanço na direção de uma solução nos próximos dias. Pesquisa do Barclays com 899 investidores em todo o mundo mostrou que mais de metade dos consultados acreditavam que eventual saída da Grécia da zona do euro teria impacto limitado sobre os mercados financeiros, uma vez que a economia grega é pequena e foram tomadas medidas para limitar possíveis contágios. Além disso, apenas 23% deles esperavam que isso aconteça nos próximos meses. A avaliação de analistas é que a alta da Bolsa brasileira nesta segunda foi menor que os ganhos dos mercados internacionais por causa do cenário doméstico do país, que segue desafiador. Alexandre Póvoa, sócio da gestora de recursos Canepa, diz que o ambiente interno torna ruim o investimento em Bolsa. O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central pela manhã, mostrou um aumento da previsão para a inflação medida pelo IPCA em 2015, de 8,79% para 8,97%, bem como uma piora para o desempenho do PIB no mesmo período, de queda de 1,35% para contração de 1,45%. Ainda na visão de Póvoa, o país passa por um grande problema de confiança, o que piora mais a situação. A agenda política não traz alívio, com um governo enfraquecido tentando aprovar medidas que muitas vezes não agradam as empresas, como o fim da desoneração de folha. Os desdobramentos da operação Lava Jato também geraram estresse no mercado. As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, perderam 2,87%, para R$ 16,91 cada uma. Os papéis acompanharam a baixa no preço do minério de ferro no mercado à vista chinês –a China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. Em sentido oposto, as ações da Marfrig lideraram a ponta positiva do Ibovespa, com valorização de 9,73%, para R$ 5,30. A empresa anunciou no domingo (21) acordo com a JBS para a venda da Moy Park, unidade de frangos e alimentos processados na Europa, por aproximadamente US$ 1,5 bilhão. A ação da JBS subia 1,70%, para R$ 16,74. CÂMBIO O otimismo em relação ao possível acordo entre Grécia e seus credores internacionais também reduziu a pressão sobre o mercado de câmbio nesta segunda-feira. Segundo operadores, a baixa do dólar em relação ao real refletiu ainda a expectativa de entrada de novos recursos no Brasil, com estrangeiros em busca de retornos mais atraentes, na esteira da elevação da taxa básica de juros do país, a Selic. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,14% sobre o real, cotado em R$ 3,078 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 0,64%, para R$ 3,082. As atuações do Banco Central do Brasil no câmbio continuaram no radar do mercado, após a autoridade monetária ter reduzido ao longo do mês suas intervenções através da rolagem de contratos de swap cambial (operação que equivale a venda futura de dólares). Na quarta-feira (17), o BC anunciou que passaria a fazer leilão de até 5.200 swaps cambiais diários para estender o vencimento do lote de contratos que vence em julho. Na semana anterior, a autoridade monetária vinha ofertando até 6.300 papéis por dia e, antes disso, até 7.000. Nesta segunda, o BC vendeu todos os 5.200 swaps oferecidos na rolagem, por US$ 253,8 milhões. Com agências de notícias
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Em Michigan, Trump tenta ganhar eleitores com promessas de empregos
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Neil Mortensen recorda como vizinhos perderam seus empregos, e também suas casas, em Warren, um subúrbio ao norte de Detroit. "Eu via todas aquelas empresas que costumavam fabricar produtos comuns, como vassouras, que todo mundo compra e usa, mas que hoje não são fabricados aqui mas sim no exterior", ele disse. Gerente de construção, Mortensen escapou das ondas de demissões pois seu chefe, antes envolvido na venda de maquinaria para indústria pesada, hoje trabalha no ramo de demolição. "Aquelas fábricas todas se foram e meu trabalho é demoli-las, infelizmente", ele disse. Isso explica por que ele e sua mulher, Kathy, compareceram a um comício de Donald Trump, o bilionário inimigo do livre comércio que promete impor tarifas de 35% sobre a importação de carros Ford montados no México. "Nossa esperança é que Donald consiga trazer esses empregos de volta, e com eles os nossos vizinhos", disse Mortensen. Os atrativos de Trump para os eleitores de classe operária, em sua maioria brancos, são o motivo de sua popularidade em Michigan, onde as pesquisas o mostram na liderança antes da primária republicana da próxima terça-feira (8). E esses mesmos eleitores, historicamente partidários dos democratas, são o centro de sua estratégia para conquistar os Estados do velho cinturão industrial dos Estados Unidos, conhecido como "Rust Belt" [cinturão da ferrugem], para o Partido Republicano, e assim vencer a eleição geral. O comício de Trump no Estado aconteceu sexta-feira (4) no condado de Macomb, onde estrategistas políticos já haviam identificado, na eleição de 1980, a presença de democratas dispostos a votar em Ronald Reagan (candidato republicano em 1980). Esses eleitores brancos de classe trabalhadora começaram a sentir que seu partido tradicional já não defendia seus interesses econômicos por ter passado a se concentrar em ações afirmativas, bem-estar social e outras políticas direcionadas às minorias. Se vencer as prévias republicanas, Trump argumenta que seria capaz de conquistar em novembro não só Michigan mas outros Estados do Rust Belt, como Ohio e Pensilvânia, aumentando as chances dos republicanos de alcançarem a presidência. Um "republicano normal", disse Trump no Macomb County Community College, "não tem nem como pensar em conquistar o Michigan, e sem Michigan é difícil. A estrada é dura". "Mas eu vou conquistar lugares como Michigan", ele declarou, prometendo retomar o controle de um Estado que já foi solidamente republicano mas deu a vitória aos democratas nas seis últimas eleições presidenciais. A vitória em Michigan pode se tornar necessária caso Trump seja o candidato republicano nas eleições gerais, pois há risco de ele perder em Estados como Flórida e Colorado, onde há grandes populações hispânicas. A aprovação a Trump é muito baixa entre os eleitores hispânicos devido ao seu apelo pela construção de uma muralha para separar os Estados Unidos do México e sua promessa de deportar 11 milhões de imigrantes não documentados. As questões centrais da plataforma de Trump – a oposição ao livre comércio e a severa repressão aos imigrantes ilegais, antes considerada distante da plataforma central do partido – lhe valeram seguidores no campo populista, o que inclui eleitores independentes e alguns democratas. "Gosto do que ele quer fazer quanto à imigração", diz Marvin Bryant, ex-vendedor que assistiu ao comício em Warren. Bryant no ano passado se registrou como republicano, abandonando sua afiliação democrata, e planeja votar em Trump na primária desta semana. Kurt Reidt, capitão do corpo de bombeiros de Warren, disse que seu voto em Trump na primária da terça seria o primeiro de sua vida em um republicano. "Este é provavelmente o pior Estado do país, em termos econômicos", disse Reid, ao chegar ao comício com outros bombeiros de sua unidade. Ainda que há décadas os candidatos selecionados pelo Partido Republicano venham conquistando a maioria dos votos dos homens brancos e sem curso superior, estes são parcela cada vez menor do eleitorado. Para que Trump consiga conquistar os Estados do Rust Belt na eleição geral ele teria de convencer um número historicamente alto desses eleitores a comparecerem às urnas. Na Superterça, um conjunto de 11 primárias realizadas na noite de terça-feira (1º) passada, ele conquistou 59% dos votos dos eleitores sem curso superior em Massachusetts, e 44% desses votos na Virgínia, de acordo com pesquisas de boca de urna, e venceu em ambos os Estados. Entre os eleitores com diplomas de ensino superior, sua proporção de votos foi muito menor. Em Massachusetts, 20 mil democratas abriram mão de sua afiliação partidária para votar na primária republicana, onde Trump venceu por margem enorme. "Vejam só, expandimos o Partido Republicano", ele disse na noite de suas vitórias na Superterça, quando o comparecimento republicano às urnas disparou na maioria dos 11 Estados envolvidos. Mas especialistas em questões eleitorais dizem que parte da alta veio de pessoas motivadas a votar contra Trump, o que também pode ser um fator na eleição geral. Trump falou extensamente no condado de Macomb sobre seu plano de trazer de volta aos Estados Unidos os empregos perdidos na indústria, especialmente na automobilística. Ele disse que telefonaria ao líder de qualquer companhia norte-americana que transferisse fábricas ao México e ameaçaria impor tarifa de importação de 35% (embora o presidente não tenha autoridade para isso e que especialistas afirmem que, caso o Congresso concordasse com essa ideia, o resultado seria uma guerra comercial). Com um ultimato como esse Trump afirmou, "após 24 ou 48 horas" o presidente da Ford estaria ao telefone. "E eles diriam, 'senhor presidente, vamos trazer as fábricas de volta. O senhor quer que voltemos a Michigan?' E eu vou responder que sim, quero que voltem a Michigan. E eles voltarão". Desde que ingressou na campanha, Trump vem criticando o investimento de US$ 2,5 bilhões da Ford em uma fábrica no México. Mark Fields, o presidente-executivo da montadora, disse ter enviado uma carta a Trump na qual aponta que a empresa investiu US$ 10 bilhões nos Estados Unidos e criou 25 mil novos empregos desde 2011. O deputado Sander Levin, democrata que representa o condado de Macomb na Câmara, disse que se opõe a grandes tratados de comércio internacional há décadas, e que Trump estava só jogando com o medo das pessoas, sem ter soluções práticas. "Ele aperta os botões, mas não há coisa alguma por trás disso", disse Levin. "A tarifa de 35% não é prática". Mas uma amostra de duas dúzias de eleitores que foi assistir ao comício de Trump na sexta não demonstrou grande ceticismo quanto às suas promessas. Eles sentem fortemente que Trump é o único candidato disposto a dizer a verdade na campanha. Muitos afirmaram que estão se saindo bem economicamente, embora pintem um retrato negativo de seu Estado e do país em questões como imigração e segurança nacional. Ainda que o número de empregos no setor privado não tenha retornado ao nível anterior à recessão, o índice de desemprego do Michigan foi para 5,1%, ante quase 15% no pico da recessão. As montadoras de automóveis de Detroit vêm registrando recordes de venda. Mesmo assim, a narrativa de declínio é onipresente, especialmente porque muitos dos novos empregos que vêm sendo criados pagam muito pior. "Temos empregos no McDonald's e Burger King, e para por aí", disse Reidt, o bombeiro. Gary Ragland, que se aposentou como mecânico de relógios de ponto, disse que seu emprego lhe contato com a vida dos operários em fábricas de carros e de cerveja, e em hospitais. "Se você perde a indústria, perde o país", ele disse. Ainda que não estivesse certo de que o plano de Trump para uma tarifa de 35% traria fábricas de volta, ele disse que a ameaça poderia bastar para mudar as coisas. "Não se pode ter um mariquinha no comando, é preciso ter um homem. Ele mostrou aos Estados Unidos - a quem quer que esteja acordado - o que está acontecendo de verdade", disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mundo
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Em Michigan, Trump tenta ganhar eleitores com promessas de empregosNeil Mortensen recorda como vizinhos perderam seus empregos, e também suas casas, em Warren, um subúrbio ao norte de Detroit. "Eu via todas aquelas empresas que costumavam fabricar produtos comuns, como vassouras, que todo mundo compra e usa, mas que hoje não são fabricados aqui mas sim no exterior", ele disse. Gerente de construção, Mortensen escapou das ondas de demissões pois seu chefe, antes envolvido na venda de maquinaria para indústria pesada, hoje trabalha no ramo de demolição. "Aquelas fábricas todas se foram e meu trabalho é demoli-las, infelizmente", ele disse. Isso explica por que ele e sua mulher, Kathy, compareceram a um comício de Donald Trump, o bilionário inimigo do livre comércio que promete impor tarifas de 35% sobre a importação de carros Ford montados no México. "Nossa esperança é que Donald consiga trazer esses empregos de volta, e com eles os nossos vizinhos", disse Mortensen. Os atrativos de Trump para os eleitores de classe operária, em sua maioria brancos, são o motivo de sua popularidade em Michigan, onde as pesquisas o mostram na liderança antes da primária republicana da próxima terça-feira (8). E esses mesmos eleitores, historicamente partidários dos democratas, são o centro de sua estratégia para conquistar os Estados do velho cinturão industrial dos Estados Unidos, conhecido como "Rust Belt" [cinturão da ferrugem], para o Partido Republicano, e assim vencer a eleição geral. O comício de Trump no Estado aconteceu sexta-feira (4) no condado de Macomb, onde estrategistas políticos já haviam identificado, na eleição de 1980, a presença de democratas dispostos a votar em Ronald Reagan (candidato republicano em 1980). Esses eleitores brancos de classe trabalhadora começaram a sentir que seu partido tradicional já não defendia seus interesses econômicos por ter passado a se concentrar em ações afirmativas, bem-estar social e outras políticas direcionadas às minorias. Se vencer as prévias republicanas, Trump argumenta que seria capaz de conquistar em novembro não só Michigan mas outros Estados do Rust Belt, como Ohio e Pensilvânia, aumentando as chances dos republicanos de alcançarem a presidência. Um "republicano normal", disse Trump no Macomb County Community College, "não tem nem como pensar em conquistar o Michigan, e sem Michigan é difícil. A estrada é dura". "Mas eu vou conquistar lugares como Michigan", ele declarou, prometendo retomar o controle de um Estado que já foi solidamente republicano mas deu a vitória aos democratas nas seis últimas eleições presidenciais. A vitória em Michigan pode se tornar necessária caso Trump seja o candidato republicano nas eleições gerais, pois há risco de ele perder em Estados como Flórida e Colorado, onde há grandes populações hispânicas. A aprovação a Trump é muito baixa entre os eleitores hispânicos devido ao seu apelo pela construção de uma muralha para separar os Estados Unidos do México e sua promessa de deportar 11 milhões de imigrantes não documentados. As questões centrais da plataforma de Trump – a oposição ao livre comércio e a severa repressão aos imigrantes ilegais, antes considerada distante da plataforma central do partido – lhe valeram seguidores no campo populista, o que inclui eleitores independentes e alguns democratas. "Gosto do que ele quer fazer quanto à imigração", diz Marvin Bryant, ex-vendedor que assistiu ao comício em Warren. Bryant no ano passado se registrou como republicano, abandonando sua afiliação democrata, e planeja votar em Trump na primária desta semana. Kurt Reidt, capitão do corpo de bombeiros de Warren, disse que seu voto em Trump na primária da terça seria o primeiro de sua vida em um republicano. "Este é provavelmente o pior Estado do país, em termos econômicos", disse Reid, ao chegar ao comício com outros bombeiros de sua unidade. Ainda que há décadas os candidatos selecionados pelo Partido Republicano venham conquistando a maioria dos votos dos homens brancos e sem curso superior, estes são parcela cada vez menor do eleitorado. Para que Trump consiga conquistar os Estados do Rust Belt na eleição geral ele teria de convencer um número historicamente alto desses eleitores a comparecerem às urnas. Na Superterça, um conjunto de 11 primárias realizadas na noite de terça-feira (1º) passada, ele conquistou 59% dos votos dos eleitores sem curso superior em Massachusetts, e 44% desses votos na Virgínia, de acordo com pesquisas de boca de urna, e venceu em ambos os Estados. Entre os eleitores com diplomas de ensino superior, sua proporção de votos foi muito menor. Em Massachusetts, 20 mil democratas abriram mão de sua afiliação partidária para votar na primária republicana, onde Trump venceu por margem enorme. "Vejam só, expandimos o Partido Republicano", ele disse na noite de suas vitórias na Superterça, quando o comparecimento republicano às urnas disparou na maioria dos 11 Estados envolvidos. Mas especialistas em questões eleitorais dizem que parte da alta veio de pessoas motivadas a votar contra Trump, o que também pode ser um fator na eleição geral. Trump falou extensamente no condado de Macomb sobre seu plano de trazer de volta aos Estados Unidos os empregos perdidos na indústria, especialmente na automobilística. Ele disse que telefonaria ao líder de qualquer companhia norte-americana que transferisse fábricas ao México e ameaçaria impor tarifa de importação de 35% (embora o presidente não tenha autoridade para isso e que especialistas afirmem que, caso o Congresso concordasse com essa ideia, o resultado seria uma guerra comercial). Com um ultimato como esse Trump afirmou, "após 24 ou 48 horas" o presidente da Ford estaria ao telefone. "E eles diriam, 'senhor presidente, vamos trazer as fábricas de volta. O senhor quer que voltemos a Michigan?' E eu vou responder que sim, quero que voltem a Michigan. E eles voltarão". Desde que ingressou na campanha, Trump vem criticando o investimento de US$ 2,5 bilhões da Ford em uma fábrica no México. Mark Fields, o presidente-executivo da montadora, disse ter enviado uma carta a Trump na qual aponta que a empresa investiu US$ 10 bilhões nos Estados Unidos e criou 25 mil novos empregos desde 2011. O deputado Sander Levin, democrata que representa o condado de Macomb na Câmara, disse que se opõe a grandes tratados de comércio internacional há décadas, e que Trump estava só jogando com o medo das pessoas, sem ter soluções práticas. "Ele aperta os botões, mas não há coisa alguma por trás disso", disse Levin. "A tarifa de 35% não é prática". Mas uma amostra de duas dúzias de eleitores que foi assistir ao comício de Trump na sexta não demonstrou grande ceticismo quanto às suas promessas. Eles sentem fortemente que Trump é o único candidato disposto a dizer a verdade na campanha. Muitos afirmaram que estão se saindo bem economicamente, embora pintem um retrato negativo de seu Estado e do país em questões como imigração e segurança nacional. Ainda que o número de empregos no setor privado não tenha retornado ao nível anterior à recessão, o índice de desemprego do Michigan foi para 5,1%, ante quase 15% no pico da recessão. As montadoras de automóveis de Detroit vêm registrando recordes de venda. Mesmo assim, a narrativa de declínio é onipresente, especialmente porque muitos dos novos empregos que vêm sendo criados pagam muito pior. "Temos empregos no McDonald's e Burger King, e para por aí", disse Reidt, o bombeiro. Gary Ragland, que se aposentou como mecânico de relógios de ponto, disse que seu emprego lhe contato com a vida dos operários em fábricas de carros e de cerveja, e em hospitais. "Se você perde a indústria, perde o país", ele disse. Ainda que não estivesse certo de que o plano de Trump para uma tarifa de 35% traria fábricas de volta, ele disse que a ameaça poderia bastar para mudar as coisas. "Não se pode ter um mariquinha no comando, é preciso ter um homem. Ele mostrou aos Estados Unidos - a quem quer que esteja acordado - o que está acontecendo de verdade", disse. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Ben Jor percorre o Brasil com Skank e Céu em shows grátis do Nivea Viva
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Jorge Ben Jor é o homenageado da sexta edição do projeto Nivea Viva, que a cada ano organiza shows gratuitos ao ar livre em capitais brasileiras. Em outras temporadas, foram produzidos tributos a Elis Regina (2012), Tom Jobim (2013) e Tim Maia (2015). Em duas edições, ainda, a opção foi prestar homenagem a gêneros musicais. O samba (2014) e o rock brasileiro (2016) tiveram canções clássicas interpretadas por um grupo de artistas. Assim, Ben Jor é, aos 74 anos, o primeiro artista vivo a ganhar essa projeção. Vivo e bem animado, como demonstrou no evento que anunciou a programação, na manhã desta terça (7) em São Paulo. O compositor cantou duas músicas diante da plateia de jornalistas, alternando momentos de inibição com alguns de muita euforia. Nas outras edições, a performance ficou com Maria Rita (que em 2012 pela primeira cantou profissionalmente músicas da mãe), Vanessa da Mata (Tom Jobim) e Ivete Sangalo e Criolo (Tim Maia). Um repertório de 32 canções de Ben Jor será mostrado nos shows por ele, pelo Skank e pela cantora Céu. A escalação se deveu a ligações musicais e sentimentais. MAIOR INFLUÊNCIA Samuel Rosa, cantor do Skank, defendeu Ben Jor como uma espécie de padrinho da banda mineira. "Gravamos uma música dele no primeiro disco, ainda independente. Naquela geração dos anos 1990, que tinha gente como O Rappa, Mundo Livre, Chico Science & Nação Zumbi, puxa, nove em cada dez bandas citavam Ben Jor como maior influência." Então Ben Jor interrompeu Samuel para puxar a música citada pelo mineiro, "Cadê o Pênalti?". Eles foram avançando timidamente, lembrando verso por verso, até embalarem na cantoria. O outro momento musical aconteceu quando Ben Jor elogiou Céu, que, minutos antes, tinha dito aos jornalistas que sua mãe é musa de uma música do compositor. Ele começou então a cantar "Carolina Carol Bela", deixando Céu emocionada. Não dá para cravar que essas duas músicas integrem a lista de 32 que estão sendo consideradas por Monique Gardenberg, diretora geral, do projeto e Dadi Carvalho, diretor musical do show. "Vamos ver como essa seleção de músicas rende nos ensaios", explicou Monique. De certo, ela afirmou que "O Dia em que o Sol Declarou seu Amor pela Terra" vai abrir o repertório. "Eu pedi, amo essa música", disse. Dadi, também conhecido por seu papel na banda A Cor do Som e no projeto Tribalistas, lembrou que foi tocar com Ben Jor nos anos 1970, depois que saiu dos Novos Baianos. Integrante da Banda do Zé Pretinho, grupo de apoio de Ben Jor, disse que deve muito a ele por ter continuado na música. HISTÓRIA COMUM Esse foi mais um componente exposto da camaradagem que parece guiar os trabalhos da edição. "Essa escalação aqui não é biônica, não. Ninguém de uma hora para outra pensou em nos juntar aqui, essa reunião é fruto de uma história comum", disse Samuel. Os ensaios do pessoal vão definir o repertório até o dia 2 de abril, quando a turnê do Nivea Viva começa, em Porto Alegre. Depois a caravana vai a outras quatro capitais, antes do encerramento em São Paulo, no dia 25 de junho. Os shows são sempre gratuitos e em lugares abertos, com plateias próximas ou superiores a 100 mil pessoas. No ano passado, o show em São Paulo bateu o recorde do projeto, com 250 mil pessoas reunidas diante de palco montado na praça Heróis ds FEB, em Santana. Jorge Ben Jor se mostrou mais à vontade cantando do que falando. Ao responder como se sentia recebendo essa homenagem em vida, demorou a encontrar as palavras e disse: "Contente. Estou contente".
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ilustrada
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Ben Jor percorre o Brasil com Skank e Céu em shows grátis do Nivea VivaJorge Ben Jor é o homenageado da sexta edição do projeto Nivea Viva, que a cada ano organiza shows gratuitos ao ar livre em capitais brasileiras. Em outras temporadas, foram produzidos tributos a Elis Regina (2012), Tom Jobim (2013) e Tim Maia (2015). Em duas edições, ainda, a opção foi prestar homenagem a gêneros musicais. O samba (2014) e o rock brasileiro (2016) tiveram canções clássicas interpretadas por um grupo de artistas. Assim, Ben Jor é, aos 74 anos, o primeiro artista vivo a ganhar essa projeção. Vivo e bem animado, como demonstrou no evento que anunciou a programação, na manhã desta terça (7) em São Paulo. O compositor cantou duas músicas diante da plateia de jornalistas, alternando momentos de inibição com alguns de muita euforia. Nas outras edições, a performance ficou com Maria Rita (que em 2012 pela primeira cantou profissionalmente músicas da mãe), Vanessa da Mata (Tom Jobim) e Ivete Sangalo e Criolo (Tim Maia). Um repertório de 32 canções de Ben Jor será mostrado nos shows por ele, pelo Skank e pela cantora Céu. A escalação se deveu a ligações musicais e sentimentais. MAIOR INFLUÊNCIA Samuel Rosa, cantor do Skank, defendeu Ben Jor como uma espécie de padrinho da banda mineira. "Gravamos uma música dele no primeiro disco, ainda independente. Naquela geração dos anos 1990, que tinha gente como O Rappa, Mundo Livre, Chico Science & Nação Zumbi, puxa, nove em cada dez bandas citavam Ben Jor como maior influência." Então Ben Jor interrompeu Samuel para puxar a música citada pelo mineiro, "Cadê o Pênalti?". Eles foram avançando timidamente, lembrando verso por verso, até embalarem na cantoria. O outro momento musical aconteceu quando Ben Jor elogiou Céu, que, minutos antes, tinha dito aos jornalistas que sua mãe é musa de uma música do compositor. Ele começou então a cantar "Carolina Carol Bela", deixando Céu emocionada. Não dá para cravar que essas duas músicas integrem a lista de 32 que estão sendo consideradas por Monique Gardenberg, diretora geral, do projeto e Dadi Carvalho, diretor musical do show. "Vamos ver como essa seleção de músicas rende nos ensaios", explicou Monique. De certo, ela afirmou que "O Dia em que o Sol Declarou seu Amor pela Terra" vai abrir o repertório. "Eu pedi, amo essa música", disse. Dadi, também conhecido por seu papel na banda A Cor do Som e no projeto Tribalistas, lembrou que foi tocar com Ben Jor nos anos 1970, depois que saiu dos Novos Baianos. Integrante da Banda do Zé Pretinho, grupo de apoio de Ben Jor, disse que deve muito a ele por ter continuado na música. HISTÓRIA COMUM Esse foi mais um componente exposto da camaradagem que parece guiar os trabalhos da edição. "Essa escalação aqui não é biônica, não. Ninguém de uma hora para outra pensou em nos juntar aqui, essa reunião é fruto de uma história comum", disse Samuel. Os ensaios do pessoal vão definir o repertório até o dia 2 de abril, quando a turnê do Nivea Viva começa, em Porto Alegre. Depois a caravana vai a outras quatro capitais, antes do encerramento em São Paulo, no dia 25 de junho. Os shows são sempre gratuitos e em lugares abertos, com plateias próximas ou superiores a 100 mil pessoas. No ano passado, o show em São Paulo bateu o recorde do projeto, com 250 mil pessoas reunidas diante de palco montado na praça Heróis ds FEB, em Santana. Jorge Ben Jor se mostrou mais à vontade cantando do que falando. Ao responder como se sentia recebendo essa homenagem em vida, demorou a encontrar as palavras e disse: "Contente. Estou contente".
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Dilma e Merkel fazem primeira reunião em visita-relâmpago
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Horas depois de acompanhar, no Parlamento alemão, a aprovação do pacote de ajuda à Grécia, a chanceler Angela Merkel desembarcou no Brasil com uma expressiva delegação de ministros para agenda de trabalho com o governo federal. Na noite desta quarta feira (19), ela foi recebida pela presidente Dilma Rousseff e ao menos 18 titulares da Esplanada em jantar no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. O encontro durou pouco mais de duas horas. Entre os presentes estavam os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), além do vice-presidente Michel Temer. Na pauta da reunião, temas que devem ser abordados em rodadas de conversas nesta quinta feira, como cooperação em ciência e tecnologia e projetos em meio ambiente. Dilma e Merkel se encontraram pela última vez em junho, durante a cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) com a União Europeia, em Bruxelas. Atualmente, ambas enfrentam cenário conturbado na política interna: a chanceler alemã enfrenta críticas por sua defesa ao novo pacote de resgate aos gregos, da ordem de € 86 bilhões. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff tem sido alvo de manifestações contrárias a seu governo e derrotas sucessivas no Congresso Nacional.
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mundo
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Dilma e Merkel fazem primeira reunião em visita-relâmpagoHoras depois de acompanhar, no Parlamento alemão, a aprovação do pacote de ajuda à Grécia, a chanceler Angela Merkel desembarcou no Brasil com uma expressiva delegação de ministros para agenda de trabalho com o governo federal. Na noite desta quarta feira (19), ela foi recebida pela presidente Dilma Rousseff e ao menos 18 titulares da Esplanada em jantar no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. O encontro durou pouco mais de duas horas. Entre os presentes estavam os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), além do vice-presidente Michel Temer. Na pauta da reunião, temas que devem ser abordados em rodadas de conversas nesta quinta feira, como cooperação em ciência e tecnologia e projetos em meio ambiente. Dilma e Merkel se encontraram pela última vez em junho, durante a cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) com a União Europeia, em Bruxelas. Atualmente, ambas enfrentam cenário conturbado na política interna: a chanceler alemã enfrenta críticas por sua defesa ao novo pacote de resgate aos gregos, da ordem de € 86 bilhões. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff tem sido alvo de manifestações contrárias a seu governo e derrotas sucessivas no Congresso Nacional.
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Estrategista-chefe de Trump é acusado de disseminar ódio
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Em julho, Stephen Bannon, 62, chamou seu site, o Breitbart News, de "plataforma para a alt-right" -a "direita alternativa", guarda-chuva para neonazistas e supremacistas fartos do "politicamente correto". No mês seguinte, ele virou chefe da campanha presidencial do republicano Donald Trump. No domingo (13), estrategista-chefe de seu futuro governo. Como tal, será uma das vozes mais influentes na Casa Branca, que ficará mais branca do que nunca, temem grupos que defendem minorias nos EUA. A reputação do Breitbart o precede. Lá Barack Obama virou "importador de mais muçulmanos cheios de ódio". Líderes republicanos tampouco foram poupados: o presidente da Câmara, Paul Ryan, é um "fracote"; o senador e ex-presidenciável John McCain, um "poster boy" para "a desonestidade do establishment"; e o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, um simpatizante enrustido de Hillary Clinton. "A elite republicana sobreviveria a uma vitória dela, mas as chances de superar uma de Trump são bem menores", diz o site. Ao assumir a campanha de Trump, Bannon se afastou do site que chefiava desde 2012, após a morte do fundador, Andrew Breitbart, aos 43. A cornucópia de reportagens pró-Trump fez do Breitbart "o Pravda [jornal soviético] particular" do bilionário, disse um ex-articulista da casa. Ben Shapiro se demitiu após o site duvidar da palavra de uma colega. Em março, Michelle Fields acusou o então chefe da campanha de Trump, Corey Lewandowsky, de lhe provocar hematomas ao puxá-la pelo braço após ela perguntar ao candidato sobre ação afirmativa. Vídeos confirmavam sua versão, negada por Corey. "O feminismo é um câncer", já disse uma das pratas da casa, Milo Yiannopoulos. Em outro texto, ilustrado com a foto de um bebê chorão, o colunista sugere a vítimas de assédio virtual: "Desconectem-se". Continuou: "As mulheres estão arruinando a internet" ao tentar suprimir "a tendência natural do homem para ser explosivo". Gay e católico, Milo, 32, se diz herdeiro ideológico de Trump ("feliz dia dos pais, papai Donald") e é um dos heróis da alt-right, que o exalta como "um dedo do meio" para o establishment da esquerda à direita. Em 2011, Bannon dirigiu o documentário "The Undefeated" (a invicta), sobre Sarah Palin, vice na chapa derrotada de John McCain e abelha rainha do movimento ultraconservador Tea Party. O filme compara os ataques da mídia a Palin com uma zebra espreitada por leões. AUDIÊNCIA RADICAL Foi cercado dessas companhias que ele viu a audiência de seu site explodir (de 8 milhões de leitores, em 2014, para 17 milhões agora, segundo o ComScore, que mede o tráfico virtual). Há controvérsias sobre se ele mesmo acredita na retórica espirrada pelo Breitbart. É antissemita, disse a ex-mulher Mary Louise em 2007, contando como ele vetou uma escola com muitos alunos judeus para as filhas gêmeas. Há ainda um texto no Breitbart atacando o analista Bill Kristol, "um judeu renegado". Defensores rebatem: palavra de ex-mulher seria suspeita, e o próprio autor do artigo contra Kristol é um judeu, David Horowitz, que escreveu: "Conheço Steve há anos, ele não tem uma célula antissemita no corpo". Shapiro concorda. "Mas ele está feliz em achar uma causa comum [com radicais], a fim de transformar o conservadorismo americano no populismo nacionalista da extrema-direita europeia." Kellyanne Conway, diretora da campanha de Trump, defende que "as pessoas olhem o seu currículo inteiro". Veterano da Marinha que se formou na escola de negócios Harvard, Bannon cresceu na Virgínia, num lar democrata que se converteu ao republicano Richard Nixon, o candidato da "lei e da ordem" (slogan adotado por Trump). O historiador Ronald Radosh contou que, em 2014, Bannon lhe disse admirar Lênin. "Ele queria destruir o Estado, e esse é o meu gol também. Quero destruir todo o atual establishment." (Ele diz não se lembrar da conversa.) Em seus planos, uma coalizão global. Sobrinha de Marine le Pen, líder da extrema-direita francesa, Marion tuitou no sábado (12): "Disse sim a um convite de Bannon para trabalharmos juntos".
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Estrategista-chefe de Trump é acusado de disseminar ódioEm julho, Stephen Bannon, 62, chamou seu site, o Breitbart News, de "plataforma para a alt-right" -a "direita alternativa", guarda-chuva para neonazistas e supremacistas fartos do "politicamente correto". No mês seguinte, ele virou chefe da campanha presidencial do republicano Donald Trump. No domingo (13), estrategista-chefe de seu futuro governo. Como tal, será uma das vozes mais influentes na Casa Branca, que ficará mais branca do que nunca, temem grupos que defendem minorias nos EUA. A reputação do Breitbart o precede. Lá Barack Obama virou "importador de mais muçulmanos cheios de ódio". Líderes republicanos tampouco foram poupados: o presidente da Câmara, Paul Ryan, é um "fracote"; o senador e ex-presidenciável John McCain, um "poster boy" para "a desonestidade do establishment"; e o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, um simpatizante enrustido de Hillary Clinton. "A elite republicana sobreviveria a uma vitória dela, mas as chances de superar uma de Trump são bem menores", diz o site. Ao assumir a campanha de Trump, Bannon se afastou do site que chefiava desde 2012, após a morte do fundador, Andrew Breitbart, aos 43. A cornucópia de reportagens pró-Trump fez do Breitbart "o Pravda [jornal soviético] particular" do bilionário, disse um ex-articulista da casa. Ben Shapiro se demitiu após o site duvidar da palavra de uma colega. Em março, Michelle Fields acusou o então chefe da campanha de Trump, Corey Lewandowsky, de lhe provocar hematomas ao puxá-la pelo braço após ela perguntar ao candidato sobre ação afirmativa. Vídeos confirmavam sua versão, negada por Corey. "O feminismo é um câncer", já disse uma das pratas da casa, Milo Yiannopoulos. Em outro texto, ilustrado com a foto de um bebê chorão, o colunista sugere a vítimas de assédio virtual: "Desconectem-se". Continuou: "As mulheres estão arruinando a internet" ao tentar suprimir "a tendência natural do homem para ser explosivo". Gay e católico, Milo, 32, se diz herdeiro ideológico de Trump ("feliz dia dos pais, papai Donald") e é um dos heróis da alt-right, que o exalta como "um dedo do meio" para o establishment da esquerda à direita. Em 2011, Bannon dirigiu o documentário "The Undefeated" (a invicta), sobre Sarah Palin, vice na chapa derrotada de John McCain e abelha rainha do movimento ultraconservador Tea Party. O filme compara os ataques da mídia a Palin com uma zebra espreitada por leões. AUDIÊNCIA RADICAL Foi cercado dessas companhias que ele viu a audiência de seu site explodir (de 8 milhões de leitores, em 2014, para 17 milhões agora, segundo o ComScore, que mede o tráfico virtual). Há controvérsias sobre se ele mesmo acredita na retórica espirrada pelo Breitbart. É antissemita, disse a ex-mulher Mary Louise em 2007, contando como ele vetou uma escola com muitos alunos judeus para as filhas gêmeas. Há ainda um texto no Breitbart atacando o analista Bill Kristol, "um judeu renegado". Defensores rebatem: palavra de ex-mulher seria suspeita, e o próprio autor do artigo contra Kristol é um judeu, David Horowitz, que escreveu: "Conheço Steve há anos, ele não tem uma célula antissemita no corpo". Shapiro concorda. "Mas ele está feliz em achar uma causa comum [com radicais], a fim de transformar o conservadorismo americano no populismo nacionalista da extrema-direita europeia." Kellyanne Conway, diretora da campanha de Trump, defende que "as pessoas olhem o seu currículo inteiro". Veterano da Marinha que se formou na escola de negócios Harvard, Bannon cresceu na Virgínia, num lar democrata que se converteu ao republicano Richard Nixon, o candidato da "lei e da ordem" (slogan adotado por Trump). O historiador Ronald Radosh contou que, em 2014, Bannon lhe disse admirar Lênin. "Ele queria destruir o Estado, e esse é o meu gol também. Quero destruir todo o atual establishment." (Ele diz não se lembrar da conversa.) Em seus planos, uma coalizão global. Sobrinha de Marine le Pen, líder da extrema-direita francesa, Marion tuitou no sábado (12): "Disse sim a um convite de Bannon para trabalharmos juntos".
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Emprego na indústria cai em um ano em todos os setores pesquisados
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O emprego na indústria teve queda de 4,5% na comparação entre fevereiro de 2015 e o mesmo mês do ano anterior. Baixas ocorreram em todos os setores pesquisados pelo IBGE, com destaque para o de eletrônicos (veja detalhes abaixo). O IBGE também aponta queda no número de horas pagas, o que pode diminuir as perspectivas de contratação no caso de uma retomada da atividade da indústria. A queda de fevereiro é a 41º seguida, quando se considera a comparação entre um mês com o mesmo do ano anterior. Trata-se também do recuo mais intenso desde novembro de 2014, que foi de 4,7%. Emprego na indústria Quando considerado o mês de fevereiro comparado com janeiro, a queda no contingente de empregados foi de 0,5% feitos os ajustes sazonais, informou o IBGE, a maior queda desde 2014. É a segunda queda consecutiva e a maior desde setembro de 2014. Em janeiro, o emprego industrial tinha recuado 0,2%. SETOR DE ELETRÔNICOS LIDERA QUEDA O setor com a maior queda na comparação com fevereiro de 2014 foi o de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, de 12,2%, seguido pelo de produtos de metal, que caiu 9,4%. O setor de meios de transporte teve queda de 8,7%; o da indústria de transformação, 8,5%; o de calçados e couro, 7,1%; metalurgia básica, 6; o de vestuário, de 3,9%. Os setores com as menores quedas no número de ocupados foram de papel e gráfica, com queda de 3% e alimentos e bebidas, de 1,3%. NÚMERO DE HORAS PAGAS O levantamento trouxe ainda que, em fevereiro, o número de horas destinadas à produção já descontadas as influências sazonais caiu 5,2% na comparação com fevereiro do ano passado. Trata-se 21ª taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação. O indicador, chamado número de horas pagas, leva em consideração, além das horas regulares, horas extras e contabiliza trabalhadores afastados a um período não superior a 30 dias. Em relação a janeiro deste ano, a queda no número de horas pagas foi de 0,1%. No primeiro bimestre houve queda de 5,2% e, em 12 meses, recuo de 4,4%. Isso indica que, mesmo com uma retomada da produção, haveria meios de ampliar a produção apenas aumentando o número de horas pagas, sem contratar novos funcionários. Já o valor da folha de pagamento real (indicador do salário no setor) recuou 0,9% em fevereiro ante janeiro, e cedeu 6,1% ante o mesmo período do ano passado. No primeiro bimestre, a queda equivaleu a 5,2% e, em 12 meses, a 2,5%.
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mercado
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Emprego na indústria cai em um ano em todos os setores pesquisadosO emprego na indústria teve queda de 4,5% na comparação entre fevereiro de 2015 e o mesmo mês do ano anterior. Baixas ocorreram em todos os setores pesquisados pelo IBGE, com destaque para o de eletrônicos (veja detalhes abaixo). O IBGE também aponta queda no número de horas pagas, o que pode diminuir as perspectivas de contratação no caso de uma retomada da atividade da indústria. A queda de fevereiro é a 41º seguida, quando se considera a comparação entre um mês com o mesmo do ano anterior. Trata-se também do recuo mais intenso desde novembro de 2014, que foi de 4,7%. Emprego na indústria Quando considerado o mês de fevereiro comparado com janeiro, a queda no contingente de empregados foi de 0,5% feitos os ajustes sazonais, informou o IBGE, a maior queda desde 2014. É a segunda queda consecutiva e a maior desde setembro de 2014. Em janeiro, o emprego industrial tinha recuado 0,2%. SETOR DE ELETRÔNICOS LIDERA QUEDA O setor com a maior queda na comparação com fevereiro de 2014 foi o de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, de 12,2%, seguido pelo de produtos de metal, que caiu 9,4%. O setor de meios de transporte teve queda de 8,7%; o da indústria de transformação, 8,5%; o de calçados e couro, 7,1%; metalurgia básica, 6; o de vestuário, de 3,9%. Os setores com as menores quedas no número de ocupados foram de papel e gráfica, com queda de 3% e alimentos e bebidas, de 1,3%. NÚMERO DE HORAS PAGAS O levantamento trouxe ainda que, em fevereiro, o número de horas destinadas à produção já descontadas as influências sazonais caiu 5,2% na comparação com fevereiro do ano passado. Trata-se 21ª taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação. O indicador, chamado número de horas pagas, leva em consideração, além das horas regulares, horas extras e contabiliza trabalhadores afastados a um período não superior a 30 dias. Em relação a janeiro deste ano, a queda no número de horas pagas foi de 0,1%. No primeiro bimestre houve queda de 5,2% e, em 12 meses, recuo de 4,4%. Isso indica que, mesmo com uma retomada da produção, haveria meios de ampliar a produção apenas aumentando o número de horas pagas, sem contratar novos funcionários. Já o valor da folha de pagamento real (indicador do salário no setor) recuou 0,9% em fevereiro ante janeiro, e cedeu 6,1% ante o mesmo período do ano passado. No primeiro bimestre, a queda equivaleu a 5,2% e, em 12 meses, a 2,5%.
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BC não deve abrir a porta a um ataque especulativo 'clássico'
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Em 4/5 (primeiro dia útil do mês), a taxa de câmbio era R$ 3,0754 (taxa ptax para a venda, calculada pelo BC). Em 23 de setembro, a R$ 4,1041, aumento de 33,4% em quatro meses, antes de atingir R$ 4,24 pouco depois. Quando o dólar chegou a esse valor, o presidente do Banco Central anunciou disposição em intervir, apoiado pelo Tesouro, que passou a recomprar títulos de detentores temerosos de perdas de capital importantes. Nos anos 90 produziu-se extensa literatura sobre crises cambiais, inspirada pela sequência de crises entre o ataque à libra e à lira, no início da década, e a crise asiática ao final. Essas crises se deram em regimes de câmbio fixo ou "atrelado" ("pegged"), que têm em comum o compromisso das autoridades nacionais em defender cotações ou intervalos de variação. Nessa situação, um ataque especulativo acontecia quando um especulador comprava moeda estrangeira usando moeda nacional (no caso de não residentes, esse movimento era antecedido por uma forte demanda por crédito na moeda nacional), para forçar a autoridade a conceder uma alta da taxa de câmbio e abocanhar ganhos. Se o BC do país atacado dispusesse de amplas reservas, poderia neutralizar o ataque. Se não, a desvalorização cambial se tornava inevitável. Em regimes de câmbio flutuante, um ataque especulativo não seria possível, porque não haveria ninguém a defender uma dada cotação da moeda estrangeira, cujo preço variaria com as pressões de demanda (ou de oferta). Mas, mesmo sem ataques especulativos, crises cambiais continuam possíveis, e o Brasil parece ter passado (estar passando?) por uma. A literatura sobre crises cambiais definia uma crise por um coeficiente de perda de reservas (câmbio fixo) ou pela intensidade da desvalorização (flutuante). A flutuação vivida aqui nas últimas semanas com certeza se enquadraria nesse critério. Com câmbio flutuante, se espera que uma crise tenha fôlego curto, porque as taxas variam continuamente, diminuindo o prêmio dos atacantes bem-sucedidos, e porque o afastamento da taxa de câmbio do que se considera a taxa "normal" leva muitos a mudar sua visão de touros (apostando na alta do dólar) para ursos (apostando na queda). É aqui que a crise cambial corrente assume um caráter "sui generis" —parece muito mais ligada ao enfraquecimento político da presidente Rousseff do que aos problemas da economia. Seu primeiro mandato redundou numa economia estagnada e no uso de instrumentos de intervenção percebidos como uma distribuição de favores mais do que uma ação racional coerente. A incapacidade da presidente de definir (e aderir a) uma estratégia de gestão das dificuldades econômicas está na raiz do problema, mas não o esgota. Seja qual for a escolha da presidente, enraizou-se, e não por acidente, a percepção de que ela não é capaz de implementá-la, face a um Congresso hostil, uma oposição furiosa e, principalmente, uma base parlamentar esfacelada e dubitativa. Seus oponentes não fazem concessões, mas seus apoiadores são condicionais. Nesse quadro, a demanda por dólares se torna precaucionaria, uma porta líquida de saída para o caso de se chegar a um impasse insolúvel no campo político. Em um contexto assim, torna-se difícil a interação entre ursos e touros, já que não há como definir o que seria a taxa "normal" de câmbio para o horizonte próximo. Uma intervenção do BC como "market maker", vendendo dólares, provavelmente pioraria as coisas —não ajudaria a situação política e comprometeria o banco com uma dada taxa ou intervalo (mesmo que ele negasse), abrindo a porta para um ataque especulativo "clássico". A chave, aqui como em outras áreas, está em que o impasse político não pode durar indefinidamente, sob o risco de comprometer a operação da economia como um todo, paralisado pela incerteza do futuro imediato.
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BC não deve abrir a porta a um ataque especulativo 'clássico'Em 4/5 (primeiro dia útil do mês), a taxa de câmbio era R$ 3,0754 (taxa ptax para a venda, calculada pelo BC). Em 23 de setembro, a R$ 4,1041, aumento de 33,4% em quatro meses, antes de atingir R$ 4,24 pouco depois. Quando o dólar chegou a esse valor, o presidente do Banco Central anunciou disposição em intervir, apoiado pelo Tesouro, que passou a recomprar títulos de detentores temerosos de perdas de capital importantes. Nos anos 90 produziu-se extensa literatura sobre crises cambiais, inspirada pela sequência de crises entre o ataque à libra e à lira, no início da década, e a crise asiática ao final. Essas crises se deram em regimes de câmbio fixo ou "atrelado" ("pegged"), que têm em comum o compromisso das autoridades nacionais em defender cotações ou intervalos de variação. Nessa situação, um ataque especulativo acontecia quando um especulador comprava moeda estrangeira usando moeda nacional (no caso de não residentes, esse movimento era antecedido por uma forte demanda por crédito na moeda nacional), para forçar a autoridade a conceder uma alta da taxa de câmbio e abocanhar ganhos. Se o BC do país atacado dispusesse de amplas reservas, poderia neutralizar o ataque. Se não, a desvalorização cambial se tornava inevitável. Em regimes de câmbio flutuante, um ataque especulativo não seria possível, porque não haveria ninguém a defender uma dada cotação da moeda estrangeira, cujo preço variaria com as pressões de demanda (ou de oferta). Mas, mesmo sem ataques especulativos, crises cambiais continuam possíveis, e o Brasil parece ter passado (estar passando?) por uma. A literatura sobre crises cambiais definia uma crise por um coeficiente de perda de reservas (câmbio fixo) ou pela intensidade da desvalorização (flutuante). A flutuação vivida aqui nas últimas semanas com certeza se enquadraria nesse critério. Com câmbio flutuante, se espera que uma crise tenha fôlego curto, porque as taxas variam continuamente, diminuindo o prêmio dos atacantes bem-sucedidos, e porque o afastamento da taxa de câmbio do que se considera a taxa "normal" leva muitos a mudar sua visão de touros (apostando na alta do dólar) para ursos (apostando na queda). É aqui que a crise cambial corrente assume um caráter "sui generis" —parece muito mais ligada ao enfraquecimento político da presidente Rousseff do que aos problemas da economia. Seu primeiro mandato redundou numa economia estagnada e no uso de instrumentos de intervenção percebidos como uma distribuição de favores mais do que uma ação racional coerente. A incapacidade da presidente de definir (e aderir a) uma estratégia de gestão das dificuldades econômicas está na raiz do problema, mas não o esgota. Seja qual for a escolha da presidente, enraizou-se, e não por acidente, a percepção de que ela não é capaz de implementá-la, face a um Congresso hostil, uma oposição furiosa e, principalmente, uma base parlamentar esfacelada e dubitativa. Seus oponentes não fazem concessões, mas seus apoiadores são condicionais. Nesse quadro, a demanda por dólares se torna precaucionaria, uma porta líquida de saída para o caso de se chegar a um impasse insolúvel no campo político. Em um contexto assim, torna-se difícil a interação entre ursos e touros, já que não há como definir o que seria a taxa "normal" de câmbio para o horizonte próximo. Uma intervenção do BC como "market maker", vendendo dólares, provavelmente pioraria as coisas —não ajudaria a situação política e comprometeria o banco com uma dada taxa ou intervalo (mesmo que ele negasse), abrindo a porta para um ataque especulativo "clássico". A chave, aqui como em outras áreas, está em que o impasse político não pode durar indefinidamente, sob o risco de comprometer a operação da economia como um todo, paralisado pela incerteza do futuro imediato.
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Aneel multa ONS por falha durante 'apaguinhos' ocorridos em Brasília
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A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) identificou falha na atuação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) durante "apaguinhos" que afetaram por duas vezes, no mesmo mês, o abastecimento elétrico de Brasília e de cidades no Distrito Federal. De acordo com investigação da Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade da Aneel, o ONS não respeitou procedimentos técnicos, uma espécie de protocolo adotado em casos de desligamentos. Identificou-se também que faltavam recursos e informações aos técnicos do ONS para fazer a orientação das empresas envolvidas no caso. O Operador teria falhado ainda na supervisão do religamento do sistema e na comunicação, considerada "precária", que estabeleceu com os agentes do setor elétrico. Pelo erro, a reguladora fixou uma multa de R$ 527 mil. O ONS informou que vai recorrer. A Aneel destacou, porém, que a decisão final já foi tomada pela diretoria e que não há mais possibilidades de recurso administrativos. Novos questionamentos, portanto, terão de ser feitos na Justiça. APAGUINHOS O primeiro problema citado no relatório ocorreu em 4 de outubro de 2012 e deixou 70% de Brasília sem luz por duas horas. No mesmo dia, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, foi chamado para uma reunião em na capital e disse que o caso deveria ser tratado como "apaguinho". Internamente, a afirmação causou mal estar. O governo da presidente Dilma Rousseff repudia o uso da palavra em casos de falha no abastecimento, pois "apagão" remete ao problema de falta de energia, de capacidade, como vivido no Brasil no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O segundo caso, ocorrido em 19 de outubro, atingiu a área central de Brasília e outras sete cidades do entorno, no Distrito Federal. A interrupção durou cerca de 1h20.
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Aneel multa ONS por falha durante 'apaguinhos' ocorridos em BrasíliaA Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) identificou falha na atuação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) durante "apaguinhos" que afetaram por duas vezes, no mesmo mês, o abastecimento elétrico de Brasília e de cidades no Distrito Federal. De acordo com investigação da Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade da Aneel, o ONS não respeitou procedimentos técnicos, uma espécie de protocolo adotado em casos de desligamentos. Identificou-se também que faltavam recursos e informações aos técnicos do ONS para fazer a orientação das empresas envolvidas no caso. O Operador teria falhado ainda na supervisão do religamento do sistema e na comunicação, considerada "precária", que estabeleceu com os agentes do setor elétrico. Pelo erro, a reguladora fixou uma multa de R$ 527 mil. O ONS informou que vai recorrer. A Aneel destacou, porém, que a decisão final já foi tomada pela diretoria e que não há mais possibilidades de recurso administrativos. Novos questionamentos, portanto, terão de ser feitos na Justiça. APAGUINHOS O primeiro problema citado no relatório ocorreu em 4 de outubro de 2012 e deixou 70% de Brasília sem luz por duas horas. No mesmo dia, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, foi chamado para uma reunião em na capital e disse que o caso deveria ser tratado como "apaguinho". Internamente, a afirmação causou mal estar. O governo da presidente Dilma Rousseff repudia o uso da palavra em casos de falha no abastecimento, pois "apagão" remete ao problema de falta de energia, de capacidade, como vivido no Brasil no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O segundo caso, ocorrido em 19 de outubro, atingiu a área central de Brasília e outras sete cidades do entorno, no Distrito Federal. A interrupção durou cerca de 1h20.
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Crítica: Biografia de Joaquim Cruz expõe bastidores do atletismo
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De jeito que pode, o menino abre o peito do passarinho mínimo, um pequenino beija-flor. Tira o pequeno coração e o engole ainda quente, de uma talagada só. Só assim evitaria a maldição da divindade dos beija-flores, que castigava cruelmente quem matasse um de seus súditos, mesmo que por acidente ou engano, como acontecera com o garoto. O moleque em questão, que corria pelos campos de Brasília matando passarinhos e comia fritada de tanajura com farinha, se tornaria uma das maiores figuras do atletismo nacional. A história está contada em "Matador de Dragões", recém-lançada biografia de Joaquim Cruz, único brasileiro a conquistar o ouro olímpico em provas de pista, quinto maior corredor de 800 metros da história. Colorido por curiosidades como essa, garimpada pelo jornalista Rafael de Marco em séries de entrevistas com Cruz, o livro é bem mais do que história "cinderélica", em que um menino pobre encontra a fama e a fortuna graças à sua dedicação, força de vontade e trabalho árduo. Além da emocionante narrativa da conquista do título dos 800 m em Los Angeles-1984, mostra os bastidores menos edulcorados do atletismo, como desavenças com a cartolagem, empáfia de dirigentes esportivos e malandragem de organizadores de eventos esportivos. Também revela um Joaquim Cruz consciente dos problemas do esporte brasileiro, avesso a badalações e a brindes. Recusou uma casa oferecida pela Fundação Roberto Marinho: "É para eles darem para quem precisa. Está cheio de gente aí no Brasil que não tem onde morar. Não quero homenagens. Prefiro que construam pistas". Ao mesmo tempo escancara os sofrimentos da vida de atleta. A insegurança, o medo de falhar, o fantasma da derrota, que Cruz via como dragões ameaçadores. Houve ocasião em que os inimigos venceram: na Olimpíada de Seul, acometido por depressão e envergonhado pela repercussão de declarações dadas à imprensa, "literalmente fugiu da raia", como diz o livro, não comparecendo para disputar os 1.500 m. Apesar de detalhado e cativante, "Matador de Dragões" ganharia se a voz do biografado aparecesse mais na narrativa, quase toda conduzida em terceira pessoa. Uma edição mais rigorosa poderia atenuar o tom às vezes por demais elogioso e evitar clichês –como o amiudado uso da expressão "ganhar com direito a recorde". Independentemente disso, a biografia de Joaquim Cruz é uma obra que traz luz sobre a preparação de atletas de elite e ajuda a compreender os bastidores desse esporte. MATADOR DE DRAGÕES Autor Rafael de Marco Preço R$ 50 Avaliação Bom
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esporte
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Crítica: Biografia de Joaquim Cruz expõe bastidores do atletismoDe jeito que pode, o menino abre o peito do passarinho mínimo, um pequenino beija-flor. Tira o pequeno coração e o engole ainda quente, de uma talagada só. Só assim evitaria a maldição da divindade dos beija-flores, que castigava cruelmente quem matasse um de seus súditos, mesmo que por acidente ou engano, como acontecera com o garoto. O moleque em questão, que corria pelos campos de Brasília matando passarinhos e comia fritada de tanajura com farinha, se tornaria uma das maiores figuras do atletismo nacional. A história está contada em "Matador de Dragões", recém-lançada biografia de Joaquim Cruz, único brasileiro a conquistar o ouro olímpico em provas de pista, quinto maior corredor de 800 metros da história. Colorido por curiosidades como essa, garimpada pelo jornalista Rafael de Marco em séries de entrevistas com Cruz, o livro é bem mais do que história "cinderélica", em que um menino pobre encontra a fama e a fortuna graças à sua dedicação, força de vontade e trabalho árduo. Além da emocionante narrativa da conquista do título dos 800 m em Los Angeles-1984, mostra os bastidores menos edulcorados do atletismo, como desavenças com a cartolagem, empáfia de dirigentes esportivos e malandragem de organizadores de eventos esportivos. Também revela um Joaquim Cruz consciente dos problemas do esporte brasileiro, avesso a badalações e a brindes. Recusou uma casa oferecida pela Fundação Roberto Marinho: "É para eles darem para quem precisa. Está cheio de gente aí no Brasil que não tem onde morar. Não quero homenagens. Prefiro que construam pistas". Ao mesmo tempo escancara os sofrimentos da vida de atleta. A insegurança, o medo de falhar, o fantasma da derrota, que Cruz via como dragões ameaçadores. Houve ocasião em que os inimigos venceram: na Olimpíada de Seul, acometido por depressão e envergonhado pela repercussão de declarações dadas à imprensa, "literalmente fugiu da raia", como diz o livro, não comparecendo para disputar os 1.500 m. Apesar de detalhado e cativante, "Matador de Dragões" ganharia se a voz do biografado aparecesse mais na narrativa, quase toda conduzida em terceira pessoa. Uma edição mais rigorosa poderia atenuar o tom às vezes por demais elogioso e evitar clichês –como o amiudado uso da expressão "ganhar com direito a recorde". Independentemente disso, a biografia de Joaquim Cruz é uma obra que traz luz sobre a preparação de atletas de elite e ajuda a compreender os bastidores desse esporte. MATADOR DE DRAGÕES Autor Rafael de Marco Preço R$ 50 Avaliação Bom
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PF prende suspeitos de fraudar seguro-desemprego em R$ 15 milhões
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Mac 70, que investiga desvios de cerca de R$ 15 milhões do seguro-desemprego. Seis pessoas foram presas, quatro delas ligadas diretamente ao esquema. De acordo com a PF, as investigações tiveram início no fim do ano passado, a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego. Durante a apuração, os policiais identificaram a inserção de dados falsos no sistema de seguro-desemprego por funcionários do SINE (Sistema Nacional de Emprego) para a liberação de recursos. Ainda não está claro para a Polícia se os beneficiários estão envolvidos ou são vítimas do esquema. Cerca de 3 mil benefícios estão sob suspeita e foram bloqueados. CRIMES Entre os presos, os quatro diretamente envolvidos deverão responder pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa. Os outros dois foram detidos por outros crimes. No caso, o pai de um dos servidores foi levado à delegacia pois estava com uma arma. Noutra busca a PF encontrou uma pessoa com remédios proibidos no Brasil. Durante as buscas os policiais também apreenderam R$ 127 mil em dinheiro e carros dos servidores, um deles, considerado de luxo.
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PF prende suspeitos de fraudar seguro-desemprego em R$ 15 milhõesA Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Mac 70, que investiga desvios de cerca de R$ 15 milhões do seguro-desemprego. Seis pessoas foram presas, quatro delas ligadas diretamente ao esquema. De acordo com a PF, as investigações tiveram início no fim do ano passado, a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego. Durante a apuração, os policiais identificaram a inserção de dados falsos no sistema de seguro-desemprego por funcionários do SINE (Sistema Nacional de Emprego) para a liberação de recursos. Ainda não está claro para a Polícia se os beneficiários estão envolvidos ou são vítimas do esquema. Cerca de 3 mil benefícios estão sob suspeita e foram bloqueados. CRIMES Entre os presos, os quatro diretamente envolvidos deverão responder pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa. Os outros dois foram detidos por outros crimes. No caso, o pai de um dos servidores foi levado à delegacia pois estava com uma arma. Noutra busca a PF encontrou uma pessoa com remédios proibidos no Brasil. Durante as buscas os policiais também apreenderam R$ 127 mil em dinheiro e carros dos servidores, um deles, considerado de luxo.
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Barbosa na Fazenda
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Joaquim Levy saiu do Ministério da Fazenda, e Nelson Barbosa assume a pasta. A nota positiva da troca de guarda na Fazenda é que ela restaura a vontade das urnas. O ministro Levy sai porque não conseguiu construir um caminho que garantisse em horizonte razoável —de dois a três anos— que a trajetória da dívida pública se estabilizasse. Para que haja esta estabilização, é necessário haver superavit primário na casa de 3% do PIB. Assim, o ministro Levy falhou na tarefa de construir esse superavit. Evidentemente, como tem afirmado meu amigo Marcos Lisboa, ajuste fiscal dessa magnitude não é tarefa do Ministério da Fazenda. É necessário que toda a Esplanada dos Ministérios esteja empenha- da nesse objetivo e que o Executi- vo consiga construir uma base de sustentação no Congresso Nacional que dê suporte às diversas medidas que ataquem nosso desequilíbrio estrutural, isto é, as regras que condicionam um crescimento vegetativo do gasto público em ritmo mais rápido que o produto da economia. Adicionalmente, é necessário suporte a medidas que aumentem a carga tributária. Em vista do enorme estelionato eleitoral praticado pela presidente, dos desdobramentos da Operação Lava Jato entre os políticos e das cicatrizes da campanha eleitoral, que inviabilizaram qualquer conversa mais produtiva com a oposição, a tarefa legislativa necessária para a construção de um superavit primário que estabilize a dívida pública ficou impossível. Para complicar todo o quadro, o buraco fiscal que se apresentou em 2015 foi de 1 a 1,5 ponto percentual do PIB maior do que as piores estimativas que tínhamos na virada de 2014 para 2015. Trabalho demais para um governo fraco, no final de longo ciclo de um grupo político que ganhou a eleição à custa de muita mentira. Apesar de a ida de Barbosa para a Fazenda restituir a verdade das urnas, isso não significa que o governo resolveu alterar a política econômica. Houve tentativas de outros nomes. Parece que a incapacidade de construir uma equipe econômica qualificada representa sinal de desorganização e total incapacidade de governo. Difícil imaginar os próximos passos. No front inflacionário, as notícias são terríveis. A prévia da inflação deste mês —o IPCA-15 de dezembro— veio acima do que se esperava e a inflação acumulada no ano aproxima-se de 11%. Os núcleos e a difusão vieram muito fortes. Tudo sugere que a inércia do processo inflacionário brasileiro atingiu novo patamar. É possível divisar forte estagflação em 2016, com a atividade recuando 3%, a inflação acima de 8% e o desemprego atingindo 12% a 13% no fim do ano. O ciclo de crescimento da década passada terminou. As escolhas de política econômica de 2009 até 2014 colocaram em xeque a geração de emprego e renda. A recessão que se iniciou no segundo trimestre de 2014 continuará conosco em 2016. O trabalho de década e meia de arrumação de casa foi destruído nos seis anos da nova matriz econômica, também de responsabilidade de Nelson Barbosa. A geração que viveu a esperança de um Brasil como nunca antes na história deste país reencontra a sina do fracasso. Para quem vivenciou o governo Sarney, não haverá novidades.
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Barbosa na FazendaJoaquim Levy saiu do Ministério da Fazenda, e Nelson Barbosa assume a pasta. A nota positiva da troca de guarda na Fazenda é que ela restaura a vontade das urnas. O ministro Levy sai porque não conseguiu construir um caminho que garantisse em horizonte razoável —de dois a três anos— que a trajetória da dívida pública se estabilizasse. Para que haja esta estabilização, é necessário haver superavit primário na casa de 3% do PIB. Assim, o ministro Levy falhou na tarefa de construir esse superavit. Evidentemente, como tem afirmado meu amigo Marcos Lisboa, ajuste fiscal dessa magnitude não é tarefa do Ministério da Fazenda. É necessário que toda a Esplanada dos Ministérios esteja empenha- da nesse objetivo e que o Executi- vo consiga construir uma base de sustentação no Congresso Nacional que dê suporte às diversas medidas que ataquem nosso desequilíbrio estrutural, isto é, as regras que condicionam um crescimento vegetativo do gasto público em ritmo mais rápido que o produto da economia. Adicionalmente, é necessário suporte a medidas que aumentem a carga tributária. Em vista do enorme estelionato eleitoral praticado pela presidente, dos desdobramentos da Operação Lava Jato entre os políticos e das cicatrizes da campanha eleitoral, que inviabilizaram qualquer conversa mais produtiva com a oposição, a tarefa legislativa necessária para a construção de um superavit primário que estabilize a dívida pública ficou impossível. Para complicar todo o quadro, o buraco fiscal que se apresentou em 2015 foi de 1 a 1,5 ponto percentual do PIB maior do que as piores estimativas que tínhamos na virada de 2014 para 2015. Trabalho demais para um governo fraco, no final de longo ciclo de um grupo político que ganhou a eleição à custa de muita mentira. Apesar de a ida de Barbosa para a Fazenda restituir a verdade das urnas, isso não significa que o governo resolveu alterar a política econômica. Houve tentativas de outros nomes. Parece que a incapacidade de construir uma equipe econômica qualificada representa sinal de desorganização e total incapacidade de governo. Difícil imaginar os próximos passos. No front inflacionário, as notícias são terríveis. A prévia da inflação deste mês —o IPCA-15 de dezembro— veio acima do que se esperava e a inflação acumulada no ano aproxima-se de 11%. Os núcleos e a difusão vieram muito fortes. Tudo sugere que a inércia do processo inflacionário brasileiro atingiu novo patamar. É possível divisar forte estagflação em 2016, com a atividade recuando 3%, a inflação acima de 8% e o desemprego atingindo 12% a 13% no fim do ano. O ciclo de crescimento da década passada terminou. As escolhas de política econômica de 2009 até 2014 colocaram em xeque a geração de emprego e renda. A recessão que se iniciou no segundo trimestre de 2014 continuará conosco em 2016. O trabalho de década e meia de arrumação de casa foi destruído nos seis anos da nova matriz econômica, também de responsabilidade de Nelson Barbosa. A geração que viveu a esperança de um Brasil como nunca antes na história deste país reencontra a sina do fracasso. Para quem vivenciou o governo Sarney, não haverá novidades.
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O'Reilly sofre boicote, mas audiência cresce, livro vende, Trump apoia
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O boicote de anunciantes ao programa de Bill O'Reilly, na Fox News, está em torno de 50, segundo a concorrente CNN, que atualiza a lista sem parar: 47 confirmam ter saído por causa das denúncias de assédio sexual, 2 alegam outros motivos, 4 estão avaliando sair e 1 diz que vai continuar. A crise começou com uma reportagem de domingo do "New York Times" que revelou que o apresentador e o próprio canal pagaram US$ 13 milhões para cinco mulheres não levarem adiante ações por assédio sexual. A repórter Emily Steel conta aqui como levantou o caso. Mas a audiência de O'Reilly até aumentou, admite a mesma CNN, anotando ter saltado de 3,65 milhões na segunda para 3,76 milhões na terça. E outros dois fatos vieram resgatar O'Reilly. Em entrevista ao mesmo "NYT", o presidente americano defendeu o apresentador ao ser questionado por outra repórter, Maggie Haberman, que cobre Trump há décadas. Ele próprio tocou no assunto, em "off", ou seja, não para divulgação, mas a repórter aproveitou a deixa, insistiu e ele acabou falando em "on": — Você acha que ele [O'Reilly] está sendo tratado de forma injusta? — Acho que ele é uma pessoa que eu conheço bem. Ele é uma boa pessoa. Acho que ele pode, você sabe, acho que ele não devia ter feito acordo [extra-judicial com as cinco mulheres que o acusam]. Pessoalmente, acho que ele não devia ter feito acordo. — Por quê? — Devia ter levado [os processos] até o fim. Eu conheço Bill. Ele é um bom homem. Um assessor de imprensa da Casa Branca tenta mudar a conversa para "infraestrutura", provocando risadas, mas Haberman continua: — Eu só quero fazer uma última pergunta nessa direção, e então mudamos, não mais O'Reilly. — Vocês certamente cobriram bastaram O'Reilly. Eles está tomando o meu lugar. Ele está tomando o meu lugar. O outro fato em favor do apresentador é que seu novo livro estreou em primeiro lugar na lista de mais vendidos do mesmo "NYT". Nele, O'Reilly defende a "Velha Escola", aquela que "pode abrigar microagressões", mas não é o que importa: "É uma questão de valores".
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O'Reilly sofre boicote, mas audiência cresce, livro vende, Trump apoiaO boicote de anunciantes ao programa de Bill O'Reilly, na Fox News, está em torno de 50, segundo a concorrente CNN, que atualiza a lista sem parar: 47 confirmam ter saído por causa das denúncias de assédio sexual, 2 alegam outros motivos, 4 estão avaliando sair e 1 diz que vai continuar. A crise começou com uma reportagem de domingo do "New York Times" que revelou que o apresentador e o próprio canal pagaram US$ 13 milhões para cinco mulheres não levarem adiante ações por assédio sexual. A repórter Emily Steel conta aqui como levantou o caso. Mas a audiência de O'Reilly até aumentou, admite a mesma CNN, anotando ter saltado de 3,65 milhões na segunda para 3,76 milhões na terça. E outros dois fatos vieram resgatar O'Reilly. Em entrevista ao mesmo "NYT", o presidente americano defendeu o apresentador ao ser questionado por outra repórter, Maggie Haberman, que cobre Trump há décadas. Ele próprio tocou no assunto, em "off", ou seja, não para divulgação, mas a repórter aproveitou a deixa, insistiu e ele acabou falando em "on": — Você acha que ele [O'Reilly] está sendo tratado de forma injusta? — Acho que ele é uma pessoa que eu conheço bem. Ele é uma boa pessoa. Acho que ele pode, você sabe, acho que ele não devia ter feito acordo [extra-judicial com as cinco mulheres que o acusam]. Pessoalmente, acho que ele não devia ter feito acordo. — Por quê? — Devia ter levado [os processos] até o fim. Eu conheço Bill. Ele é um bom homem. Um assessor de imprensa da Casa Branca tenta mudar a conversa para "infraestrutura", provocando risadas, mas Haberman continua: — Eu só quero fazer uma última pergunta nessa direção, e então mudamos, não mais O'Reilly. — Vocês certamente cobriram bastaram O'Reilly. Eles está tomando o meu lugar. Ele está tomando o meu lugar. O outro fato em favor do apresentador é que seu novo livro estreou em primeiro lugar na lista de mais vendidos do mesmo "NYT". Nele, O'Reilly defende a "Velha Escola", aquela que "pode abrigar microagressões", mas não é o que importa: "É uma questão de valores".
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Professores ficam feridos durante confusão com PM em escola invadida
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Ao menos dois professores ficaram feridos em uma confusão com a Polícia Militar na tarde deste sábado (14) em uma escola estadual invadida no Jardim Angela, no extremo sul da cidade. O colégio José Lins do Rego foi ocupada por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), em protesto contra a reorganização dos ciclos de ensino em escolas estaduais. Mas no momento do tumulto havia alunos, pais e professores, que participavam de uma audiência sobre a reforma do ciclo escolar. De acordo com professores da escola, policiais militares tentaram fechar a unidade. Os docentes tentavam entrar, porque os estudantes estavam dentro da escola e, segundo eles, nesse momento ocorreu a agressão. O professor de história Edvan Costa foi algemado e levado ao Hospital do M'Boi Mirim. A Folha teve acesso a um vídeo que mostra o docente no chão. Em seguida, um policial pisa no docente e força o cassetete contra o corpo dele. "Fiquei presa na porta, eu caí no chão, fiquei sem fôlego", disse a professora de filosofia Jaiane Estevam, 30. Chorando e com a blusa rasgada, ela estava a caminho da delegacia para fazer exame de corpo de delito. O professor de educação física Márcio Batista, 50, relatou ter sido atingido com cassetete e spray de pimenta, mas teve apenas ferimentos leves. No entanto, segundo ele, o professor Edvan Costa foi agredido muitas vezes com cassetete. Um dos coordenadores do MTST, Sidney Paiva, 42, afirmou que um dos motivos para o movimento entrar na escola é que muitos filhos de militantes estudam no local, que fica perto da maior ocupação do grupo, Nova Palestina. Os alunos decidiram se juntar à ocupação do MTST. "Nossa escola não vai fechar, mas vai receber alunos de outras cinco escolas. Hoje, ela já é superlotada, com salas de mais de 50 alunos", disse o estudante Jean Lisboa, 17. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a escola foi invadida por cerca de 150 integrantes do MTST, que deixaram o local após acordo feito pela PM. Porém, alguns manifestantes, do grupo e ligados a Apeoesp (sindicato dos professores), teriam voltado a ocupar a unidade de ensino. Nesse momento, ao menos um policial foi agredido. "Um soldado da PM foi ferido por uma garrafada na cabeça por um notório militante do sindicato, que foi contido e levado à delegacia para registro da ocorrência", afirma o texto. A pasta destaca que a PM combate "invasões ilegais, como a ocorrida neste sábado", e atua para "garantir a segurança de todos os presentes". Infográfico: Mudanças na educação OUTRAS ESCOLAS Ao menos oito escolas estão ocupadas por estudantes neste sábado. Outras seis foram invadidas por integrantes do MTST. Os manifestantes protestam contra a decisão do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de dividir parte dos colégios estaduais por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Esse plano prevê para 2016 o fechamento de 93 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos –a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de alunos. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado. Neste sábado, na escola Fernão Dias Paes, a primeira a ser invadida –na terça (10)–, o clima era tranquilo após a PM desfazer o cerco ao local. Na sexta (13) à noite, a Justiça revogou a reintegração de posse do colégio que havia sido decretado anteriormente. Escolas de SP que serão 'fechadas' em 2016
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Professores ficam feridos durante confusão com PM em escola invadidaAo menos dois professores ficaram feridos em uma confusão com a Polícia Militar na tarde deste sábado (14) em uma escola estadual invadida no Jardim Angela, no extremo sul da cidade. O colégio José Lins do Rego foi ocupada por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), em protesto contra a reorganização dos ciclos de ensino em escolas estaduais. Mas no momento do tumulto havia alunos, pais e professores, que participavam de uma audiência sobre a reforma do ciclo escolar. De acordo com professores da escola, policiais militares tentaram fechar a unidade. Os docentes tentavam entrar, porque os estudantes estavam dentro da escola e, segundo eles, nesse momento ocorreu a agressão. O professor de história Edvan Costa foi algemado e levado ao Hospital do M'Boi Mirim. A Folha teve acesso a um vídeo que mostra o docente no chão. Em seguida, um policial pisa no docente e força o cassetete contra o corpo dele. "Fiquei presa na porta, eu caí no chão, fiquei sem fôlego", disse a professora de filosofia Jaiane Estevam, 30. Chorando e com a blusa rasgada, ela estava a caminho da delegacia para fazer exame de corpo de delito. O professor de educação física Márcio Batista, 50, relatou ter sido atingido com cassetete e spray de pimenta, mas teve apenas ferimentos leves. No entanto, segundo ele, o professor Edvan Costa foi agredido muitas vezes com cassetete. Um dos coordenadores do MTST, Sidney Paiva, 42, afirmou que um dos motivos para o movimento entrar na escola é que muitos filhos de militantes estudam no local, que fica perto da maior ocupação do grupo, Nova Palestina. Os alunos decidiram se juntar à ocupação do MTST. "Nossa escola não vai fechar, mas vai receber alunos de outras cinco escolas. Hoje, ela já é superlotada, com salas de mais de 50 alunos", disse o estudante Jean Lisboa, 17. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a escola foi invadida por cerca de 150 integrantes do MTST, que deixaram o local após acordo feito pela PM. Porém, alguns manifestantes, do grupo e ligados a Apeoesp (sindicato dos professores), teriam voltado a ocupar a unidade de ensino. Nesse momento, ao menos um policial foi agredido. "Um soldado da PM foi ferido por uma garrafada na cabeça por um notório militante do sindicato, que foi contido e levado à delegacia para registro da ocorrência", afirma o texto. A pasta destaca que a PM combate "invasões ilegais, como a ocorrida neste sábado", e atua para "garantir a segurança de todos os presentes". Infográfico: Mudanças na educação OUTRAS ESCOLAS Ao menos oito escolas estão ocupadas por estudantes neste sábado. Outras seis foram invadidas por integrantes do MTST. Os manifestantes protestam contra a decisão do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de dividir parte dos colégios estaduais por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Esse plano prevê para 2016 o fechamento de 93 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos –a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de alunos. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado. Neste sábado, na escola Fernão Dias Paes, a primeira a ser invadida –na terça (10)–, o clima era tranquilo após a PM desfazer o cerco ao local. Na sexta (13) à noite, a Justiça revogou a reintegração de posse do colégio que havia sido decretado anteriormente. Escolas de SP que serão 'fechadas' em 2016
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Novo ministro da CGU assume com discurso enfático contra a corrupção
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Novo ministro-chefe da CGU (Controladoria-geral da União), Valdir Simão, assumiu a cadeira com discurso enfático de combate à corrupção. "É tarefa da CGU ser implacável com aquelas que não andam na linha. Haverá a mão que orienta e a que julga e pune com rigor os desvios", afirmou. Simão não citou nominalmente o caso de corrupção da Petrobras. Porém, repetiu o trecho do discurso feito pela presidente Dilma Rousseff, nesta quinta (1º) no Congresso, em que se referiu às irregularidades da estatal. "Como disse a presidenta, temos que defender nossas empresas de predadores inimigos", disse Simão, parafraseando Dilma. Ao fim do evento, Simão adiantou que o governo deve concluir ainda em janeiro a regulamentação da chamada lei anticorrupção. O texto, aprovado no Congresso em 2013, prevê punições com multas de até 20% do faturamento bruto de empresas envolvidas em fraudes de contratos públicos. "São os últimos detalhes que estamos ajustando. É uma regulamentação complexa, mas está praticamente pronto. Nossa ideia [é regulamentá-la], ainda este mês", previu o ministro-chefe da CGU. Jorge Hage, que deixou nesta sexta o comando da CGU, voltou a criticar as fragilidades no sistema de fiscalização das empresas estatais e empresas públicas de economia mista, como a Petrobras. "Sobretudo na dimensão preventiva, que é a que mais importa. E é bom lembrar que é por elas que passa hoje a parcela mais vultosa dos investimentos federais", criticou. Hage defendeu a criação de unidades de fiscalização e controle internos nas empresas públicas e a revisão das regras de contratação e licitações que vigoram hoje. "Conforme já tive oportunidade de dizer, o que acaba de ser descoberto na Petrobras constitui clara evidência do que afirmo", argumentou. Ele aproveitou para cobrar que o Congresso aprove as reformas política e a do processo judicial. Sobre a primeira, Haje foi enfático: "Reduzir o espectro partidário a um número razoável que faça algum sentido para o eleitor. Se e enquanto isso não for possível, impõe-se suprimir, pelo menos, o financiamento empresarial de campanhas, nascedouro da maior parte da alta corrupção." Valdir Simão, em entrevista após à cerimônia, preferiu não comentar possíveis acordos de leniência a serem firmados com empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Ele foi instado a comentar possíveis contenções orçamentárias, que podem atingir a CGU. A falta de recursos foi criticada algumas vezes por Jorge Hage. "Vamos enfrentar período de ajuste que todo o governo tem que contribuir. Restrições estão aí para todos e temos que nos adaptar a elas", afirmou Simão.
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Novo ministro da CGU assume com discurso enfático contra a corrupçãoNovo ministro-chefe da CGU (Controladoria-geral da União), Valdir Simão, assumiu a cadeira com discurso enfático de combate à corrupção. "É tarefa da CGU ser implacável com aquelas que não andam na linha. Haverá a mão que orienta e a que julga e pune com rigor os desvios", afirmou. Simão não citou nominalmente o caso de corrupção da Petrobras. Porém, repetiu o trecho do discurso feito pela presidente Dilma Rousseff, nesta quinta (1º) no Congresso, em que se referiu às irregularidades da estatal. "Como disse a presidenta, temos que defender nossas empresas de predadores inimigos", disse Simão, parafraseando Dilma. Ao fim do evento, Simão adiantou que o governo deve concluir ainda em janeiro a regulamentação da chamada lei anticorrupção. O texto, aprovado no Congresso em 2013, prevê punições com multas de até 20% do faturamento bruto de empresas envolvidas em fraudes de contratos públicos. "São os últimos detalhes que estamos ajustando. É uma regulamentação complexa, mas está praticamente pronto. Nossa ideia [é regulamentá-la], ainda este mês", previu o ministro-chefe da CGU. Jorge Hage, que deixou nesta sexta o comando da CGU, voltou a criticar as fragilidades no sistema de fiscalização das empresas estatais e empresas públicas de economia mista, como a Petrobras. "Sobretudo na dimensão preventiva, que é a que mais importa. E é bom lembrar que é por elas que passa hoje a parcela mais vultosa dos investimentos federais", criticou. Hage defendeu a criação de unidades de fiscalização e controle internos nas empresas públicas e a revisão das regras de contratação e licitações que vigoram hoje. "Conforme já tive oportunidade de dizer, o que acaba de ser descoberto na Petrobras constitui clara evidência do que afirmo", argumentou. Ele aproveitou para cobrar que o Congresso aprove as reformas política e a do processo judicial. Sobre a primeira, Haje foi enfático: "Reduzir o espectro partidário a um número razoável que faça algum sentido para o eleitor. Se e enquanto isso não for possível, impõe-se suprimir, pelo menos, o financiamento empresarial de campanhas, nascedouro da maior parte da alta corrupção." Valdir Simão, em entrevista após à cerimônia, preferiu não comentar possíveis acordos de leniência a serem firmados com empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Ele foi instado a comentar possíveis contenções orçamentárias, que podem atingir a CGU. A falta de recursos foi criticada algumas vezes por Jorge Hage. "Vamos enfrentar período de ajuste que todo o governo tem que contribuir. Restrições estão aí para todos e temos que nos adaptar a elas", afirmou Simão.
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Empresas de tecnologia desafiam bancos com serviços mais eficientes
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Os grandes bancos correm o risco de perder nos próximos anos parte do setor de pagamentos de varejo, desafiados por empresas de tecnologia, que oferecem serviços mais eficientes. Stephen Ley, especialista da consultoria Deloitte, afirmou que o controle bancário sobre os sistemas de pagamento não vai perdurar, porque as companhias de tecnologia financeira "vão começar a ganhar mais presença no mercado". Fazer um pagamento hoje por meio de um aplicativo instalado em celular, por exemplo, em geral ocorre com o uso de um cartão de crédito ou débito cujos dados estão armazenados no app. Mas, no futuro, um número maior de aplicativos permitirá pagamento diretamente de uma conta bancária, e não por meio de um cartão –o que significa que os bancos perderão faturamento. Na Europa, um estudo da consultoria Deloitte estima que o mercado de pagamentos para os bancos da região vai chegar a € 139 bilhões até 2030, um valor € 22 bilhões inferior ao que poderia ser atingido, não fosse o efeito causado pela tecnologia. Esse mercado representa hoje um quarto da receita dos bancos de varejo europeus. A ascensão de novos serviços de pagamentos se segue a mudanças significativas de regulamentação que reduzem o custo de entrada. No Reino Unido, por exemplo, as autoridades regulatórias estão permitindo que novos bancos e companhias digitais disputem o mercado de pagamentos instantâneos. "Muitas das grandes companhias de tecnologia agora podem oferecer aos consumidores acesso fácil a fundos, com sistemas alternativos e de custo mais baixo", diz Ley. "Elas já contam com um exército de clientes leais, com marcas fortes e operações em larga escala". E ele advertiu que "alguns bancos estão ficando para trás em termos de investimento em tecnologia financeira". Um relatório da YouGov e do escritório de advocacia Pinsent Masons constatou que os grandes bancos comerciais britânicos enfrentam mais ameaça de perder clientes para o PayPal ou WePay do que para bancos de médio porte como Virgin Money ou Metro. START-UPS Mais bancos buscam colaborar com companhias de tecnologia financeira, com muitos deles criando fundos próprios de inovação para bancar start-ups digitais. Gigantes como Goldman Sachs e JPMorgan estão investindo no desenvolvimento de tecnologia própria envolvendo sistema de pagamentos. Porém, pesquisas da Vocalink, que fornece serviços de rede de pagamentos, constataram que os consumidores antecipam que são os bancos, e não empresas de tecnologia, que liderarão na adoção dos pagamentos móveis. Os resultados mostraram que metade dos 5.000 entrevistados identificou empresas bancárias como principais condutoras no processo que os levaria a começar a usar a tecnologia de pagamentos móveis. "Os grandes bancos têm a maior oportunidade, porque os serviços bancários e os pagamentos móveis são vistos pelos consumidores como extensão de um relacionamento já existente", diz Cara O'Nions, da Vocalink. Ela avalia, no entanto, que os bancos, apesar da vantagem, devem agir rapidamente para tornar os pagamentos móveis a "nova norma" caso desejem dominar esse serviço na frente dos rivais. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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mercado
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Empresas de tecnologia desafiam bancos com serviços mais eficientesOs grandes bancos correm o risco de perder nos próximos anos parte do setor de pagamentos de varejo, desafiados por empresas de tecnologia, que oferecem serviços mais eficientes. Stephen Ley, especialista da consultoria Deloitte, afirmou que o controle bancário sobre os sistemas de pagamento não vai perdurar, porque as companhias de tecnologia financeira "vão começar a ganhar mais presença no mercado". Fazer um pagamento hoje por meio de um aplicativo instalado em celular, por exemplo, em geral ocorre com o uso de um cartão de crédito ou débito cujos dados estão armazenados no app. Mas, no futuro, um número maior de aplicativos permitirá pagamento diretamente de uma conta bancária, e não por meio de um cartão –o que significa que os bancos perderão faturamento. Na Europa, um estudo da consultoria Deloitte estima que o mercado de pagamentos para os bancos da região vai chegar a € 139 bilhões até 2030, um valor € 22 bilhões inferior ao que poderia ser atingido, não fosse o efeito causado pela tecnologia. Esse mercado representa hoje um quarto da receita dos bancos de varejo europeus. A ascensão de novos serviços de pagamentos se segue a mudanças significativas de regulamentação que reduzem o custo de entrada. No Reino Unido, por exemplo, as autoridades regulatórias estão permitindo que novos bancos e companhias digitais disputem o mercado de pagamentos instantâneos. "Muitas das grandes companhias de tecnologia agora podem oferecer aos consumidores acesso fácil a fundos, com sistemas alternativos e de custo mais baixo", diz Ley. "Elas já contam com um exército de clientes leais, com marcas fortes e operações em larga escala". E ele advertiu que "alguns bancos estão ficando para trás em termos de investimento em tecnologia financeira". Um relatório da YouGov e do escritório de advocacia Pinsent Masons constatou que os grandes bancos comerciais britânicos enfrentam mais ameaça de perder clientes para o PayPal ou WePay do que para bancos de médio porte como Virgin Money ou Metro. START-UPS Mais bancos buscam colaborar com companhias de tecnologia financeira, com muitos deles criando fundos próprios de inovação para bancar start-ups digitais. Gigantes como Goldman Sachs e JPMorgan estão investindo no desenvolvimento de tecnologia própria envolvendo sistema de pagamentos. Porém, pesquisas da Vocalink, que fornece serviços de rede de pagamentos, constataram que os consumidores antecipam que são os bancos, e não empresas de tecnologia, que liderarão na adoção dos pagamentos móveis. Os resultados mostraram que metade dos 5.000 entrevistados identificou empresas bancárias como principais condutoras no processo que os levaria a começar a usar a tecnologia de pagamentos móveis. "Os grandes bancos têm a maior oportunidade, porque os serviços bancários e os pagamentos móveis são vistos pelos consumidores como extensão de um relacionamento já existente", diz Cara O'Nions, da Vocalink. Ela avalia, no entanto, que os bancos, apesar da vantagem, devem agir rapidamente para tornar os pagamentos móveis a "nova norma" caso desejem dominar esse serviço na frente dos rivais. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Vladimir Safatle lança hoje obra que propõe reflexão sobre colapso político
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Em "O Circuito dos Afetos" (Cosac Naify), o filósofo e colunista da Folha Vladimir Safatle apresenta pensamentos políticos para uma época de colapso tanto da esquerda quanto do capitalismo. O livro será lançado nesta terça-feira (20), às 20h, no Espaço Cult, em Pinheiros. Nele, o autor reconstitui um fio que parte de Aristóteles e sua teoria dos afetos, passa por Espinosa e chega até Giorgio Agamben, debatendo com Foucault e expoentes atuais da Escola de Frankfurt. Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Entre suas obras, estão ainda "A Esquerda Que Não Teme Dizer Seu Nome" (Três Estrelas) e "O que Resta da Ditadura - A Exceção Brasileira" (Boitempo). "O CIRCUITO DOS AFETOS" AUTOR Vladimir Safatle EDITORA Cosac Naify LANÇAMENTO nesta terça (20), às 20h, no Espaço Cult (Aspicuelta, 99, tel. 11-3032-2800)
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ilustrada
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Vladimir Safatle lança hoje obra que propõe reflexão sobre colapso políticoEm "O Circuito dos Afetos" (Cosac Naify), o filósofo e colunista da Folha Vladimir Safatle apresenta pensamentos políticos para uma época de colapso tanto da esquerda quanto do capitalismo. O livro será lançado nesta terça-feira (20), às 20h, no Espaço Cult, em Pinheiros. Nele, o autor reconstitui um fio que parte de Aristóteles e sua teoria dos afetos, passa por Espinosa e chega até Giorgio Agamben, debatendo com Foucault e expoentes atuais da Escola de Frankfurt. Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Entre suas obras, estão ainda "A Esquerda Que Não Teme Dizer Seu Nome" (Três Estrelas) e "O que Resta da Ditadura - A Exceção Brasileira" (Boitempo). "O CIRCUITO DOS AFETOS" AUTOR Vladimir Safatle EDITORA Cosac Naify LANÇAMENTO nesta terça (20), às 20h, no Espaço Cult (Aspicuelta, 99, tel. 11-3032-2800)
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Como mudar a lei para os que fazem as leis?
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Estive na casa dela. Era verdade. Havia papéis colados por toda parte. Da cabeceira da cama ao espelho do banheiro, da tela do computador à coifa da cozinha, transitava-se por um mosaico de termos jurídicos, leis, cláusulas e verbetes que precisavam entrar na sua cabeça. Depois de ser demitida, minha prima despediu a empregada, fez um trato com o marido para que ele arcasse com as despesas da casa e mergulhou alucinada estudando para prestar um concurso público. Faz cursinhos pela internet, frita bifes enumerando leis e lava a roupa da família sem tirar os olhos dos tais papeizinhos. Não vai aos aniversários e quase não sai de casa afogada em um mar de apostilas e post-its. Não tem tido muito resultado: em mais de dois anos dedicados às leis, o máximo que ela conseguiu foi acumular esperança em listas de espera. Virou uma fera nas leis, é craque no assunto a ponto de responder a consultas da família como se fosse uma advogada, faculdade que nunca fez. Mas, a cada novo concurso, só uma nova lista de espera. Minha prima não procura um novo emprego com medo de ser mandada embora de novo e não consegue parar de estudar e tem pena de jogar fora todo o seu esforço ainda dando metade do seu possível novo salário para alguém fazer o que ela faz mergulhada em seus papeizinhos. No último domingo, foi seu aniversário. Já tinha tomado umas cervejinhas quando atendeu a meu telefonema. Chorava no telefone. Tinha ido às urnas como todos nós, mas anulado seu voto com raiva. — Por que eu tenho que provar tanto conhecimento e capacidade para conseguir uma merreca de um empreguinho público e sou obrigada a votar em gente que não tem um mínimo de preparo para o cargo que vai ocupar?! Apesar da mágoa, da cerveja e de saber que minha prima quer prestar seu concurso muito mais pela estabilidade do serviço público do que por vontade de servir à comunidade, seu desabafo ficou ecoando em meu ouvido. Fiquei pensando no que é ter preparo. Talvez, para entrar na política, o cidadão devesse ter no mínimo uma faculdade. Talvez, porque não podemos negar que existem por aí casos de lideranças natas, pessoas que de tanto se comprometer com o coletivo, lutar nobremente por suas comunidades, acabaram se tornando seus melhores representantes, muitas vezes, sem sequer ter cursado o fundamental. O que nos garantiria candidato razoáveis? Seria o caso destes senhores, com ou sem faculdades, pregarem papeizinhos nas paredes de suas casas para estudar os nossos interesses e prestar um concurso para candidato? Seria uma peneira mínima? Ou seria a própria eleição o concurso em que nós somos os juízes? Estamos, por nossa vez, preparados como juízes? Sinto uma grande tristeza ao ver o enorme percentual de abstenções e votos nulos no primeiro turno desta eleição. O que fazer com esta falta de fé em quem pode nos representar? Como mudamos as leis para os que fazem as leis? A quem recorremos? Será o caso de perguntar para minha prima?
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Como mudar a lei para os que fazem as leis?Estive na casa dela. Era verdade. Havia papéis colados por toda parte. Da cabeceira da cama ao espelho do banheiro, da tela do computador à coifa da cozinha, transitava-se por um mosaico de termos jurídicos, leis, cláusulas e verbetes que precisavam entrar na sua cabeça. Depois de ser demitida, minha prima despediu a empregada, fez um trato com o marido para que ele arcasse com as despesas da casa e mergulhou alucinada estudando para prestar um concurso público. Faz cursinhos pela internet, frita bifes enumerando leis e lava a roupa da família sem tirar os olhos dos tais papeizinhos. Não vai aos aniversários e quase não sai de casa afogada em um mar de apostilas e post-its. Não tem tido muito resultado: em mais de dois anos dedicados às leis, o máximo que ela conseguiu foi acumular esperança em listas de espera. Virou uma fera nas leis, é craque no assunto a ponto de responder a consultas da família como se fosse uma advogada, faculdade que nunca fez. Mas, a cada novo concurso, só uma nova lista de espera. Minha prima não procura um novo emprego com medo de ser mandada embora de novo e não consegue parar de estudar e tem pena de jogar fora todo o seu esforço ainda dando metade do seu possível novo salário para alguém fazer o que ela faz mergulhada em seus papeizinhos. No último domingo, foi seu aniversário. Já tinha tomado umas cervejinhas quando atendeu a meu telefonema. Chorava no telefone. Tinha ido às urnas como todos nós, mas anulado seu voto com raiva. — Por que eu tenho que provar tanto conhecimento e capacidade para conseguir uma merreca de um empreguinho público e sou obrigada a votar em gente que não tem um mínimo de preparo para o cargo que vai ocupar?! Apesar da mágoa, da cerveja e de saber que minha prima quer prestar seu concurso muito mais pela estabilidade do serviço público do que por vontade de servir à comunidade, seu desabafo ficou ecoando em meu ouvido. Fiquei pensando no que é ter preparo. Talvez, para entrar na política, o cidadão devesse ter no mínimo uma faculdade. Talvez, porque não podemos negar que existem por aí casos de lideranças natas, pessoas que de tanto se comprometer com o coletivo, lutar nobremente por suas comunidades, acabaram se tornando seus melhores representantes, muitas vezes, sem sequer ter cursado o fundamental. O que nos garantiria candidato razoáveis? Seria o caso destes senhores, com ou sem faculdades, pregarem papeizinhos nas paredes de suas casas para estudar os nossos interesses e prestar um concurso para candidato? Seria uma peneira mínima? Ou seria a própria eleição o concurso em que nós somos os juízes? Estamos, por nossa vez, preparados como juízes? Sinto uma grande tristeza ao ver o enorme percentual de abstenções e votos nulos no primeiro turno desta eleição. O que fazer com esta falta de fé em quem pode nos representar? Como mudamos as leis para os que fazem as leis? A quem recorremos? Será o caso de perguntar para minha prima?
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Em avião de guerra, servidor diz ter feito chover durante seca há 50 anos
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Em 1964, o jovem Jorge Luiz Grappeggia entrou em um avião com a missão de fazer chover em São Paulo. O encarregado de serviços técnicos do Departamento de Águas e Energia Elétrica, hoje o servidor mais antigo do Estado, subiu 5 km de altura em uma aeronave de guerra e despejou gelo seco em uma nuvem. Naquele dia, um temporal alagou a região do ABC. A eficácia do método hoje é questionada pela Sabesp. * Depoimento... Arrisquei a vida para fazer chover em São Paulo. Eu tinha 28 anos e trabalhava no Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) do governo do Estado [onde trabalha até hoje, sendo o servidor mais antigo de SP]. Fazia a medição dos rios na região do Médio Tietê. Certo dia, estava num barco com dois colegas quando a embarcação virou. Um deles não sabia nadar, e eu consegui salvá-lo. Acho que isso fez com que eu ficasse com fama de valente lá no departamento... Fato é que, em seguida, fui incumbido de participar de uma experiência de indução de chuvas: subir num avião e despejar gelo seco na nuvem mais alta e mais densa que houvesse para tentar provocar chuvas que atingissem a represa Billings. Nunca gostei de viajar de avião. Sempre tomo remédios por causa de enjoos. Mas São Paulo vivia uma estiagem muito grave. A represa estava quase seca, e o fornecimento de energia elétrica já sofria racionamento. A experiência com gelo seco foi feita a pedido do então governador, Adhemar de Barros. Ele queria que algum funcionário do Daee executasse o método do professor Janot Pacheco, engenheiro mineiro que desenvolvera uma forma de semeadura de nuvens. Bastaria despejar, a partir de um avião, gelo seco (dióxido de carbono solidificado) dentro de uma nuvem, provocando chuvas. Janot criou o método, mas quem quase morreu fui eu! A Kibon doou o gelo seco e a FAB (Força Aérea Brasileira) disponibilizou um B-25. O avião, usado na Segunda Guerra Mundial, já era quase uma sucata voadora. No dia 12 de fevereiro de 1964 o piloto da FAB disse que tinha encontrado as condições perfeitas para fazermos chover na represa Billings. Era uma nuvem do tipo "cumulus nimbus", muito densa, considerada o terror da aviação [dentro dela, ventos correm de baixo para cima a uma velocidade de até 100 km/h]. Ela estava entre Cumbica e a Lapa, a 5.000 metros de altura, e ventos eram favoráveis. Perguntei ao piloto se havia paraquedas para o caso de emergência. Ele riu: disse que o avião era tão pesado que se esborracharia contra o solo em poucos segundos caso os motores falhassem. Mesmo sabendo dos riscos, colocamos um tonel com 200 quilos de gelo seco dentro do avião e subimos. A pessoa que se mete nisso tem que correr algum risco, ora bolas! É como quem pratica esporte radical: sabe do perigo e vai em frente. Decolamos e, não demorou muito, já estávamos entrando na nuvem. De repente, fez-se uma bruta escuridão. Não se enxergava nada. Era raio para tudo o que é lado: clarões pertinho do avião. Senti um dos motores parar. Foi uma turbulência danada. Mas não houve tempo para desespero, só para pensar: desta vez, não escapo. Nessa confusão, jogamos todo o gelo seco dentro da nuvem de uma vez. Queríamos fugir daquele inferno. De imediato, deu uma chuva violenta. Fiquei surpreso: o processo foi instantâneo. Quando o piloto percebeu o temporal, tratou de cair fora. Saímos daquela escuridão, e achei que já estava tudo bem. Mas aí deu o perereco. Na hora de pousar em Cumbica, as chuvas eram tão densas que não se enxergava nada. E o avião perdeu o freio. O piloto jogou o trem de pouso contra marcos de iluminação: os pneus estouraram, e o avião deitou o nariz no asfalto, soltando fogo para todo lado, até parar, a 20 metros do final da pista. O camarada deveria ser o melhor piloto da FAB. Choveu tanto que deu enchente em São Paulo. Transbordou o rio Tamanduateí. Alagou a região do ABC. No dia seguinte, as chuvas estavam em todos os jornais. Arrisquei minha vida para beneficiar milhões de pessoas, e aquele voo ficou marcado na minha alma. Esperava pelo menos um muito obrigado. O próprio governador deveria ter nos agradecido. Mas não o fez. Achei muita falta de educação.
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cotidiano
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Em avião de guerra, servidor diz ter feito chover durante seca há 50 anosEm 1964, o jovem Jorge Luiz Grappeggia entrou em um avião com a missão de fazer chover em São Paulo. O encarregado de serviços técnicos do Departamento de Águas e Energia Elétrica, hoje o servidor mais antigo do Estado, subiu 5 km de altura em uma aeronave de guerra e despejou gelo seco em uma nuvem. Naquele dia, um temporal alagou a região do ABC. A eficácia do método hoje é questionada pela Sabesp. * Depoimento... Arrisquei a vida para fazer chover em São Paulo. Eu tinha 28 anos e trabalhava no Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) do governo do Estado [onde trabalha até hoje, sendo o servidor mais antigo de SP]. Fazia a medição dos rios na região do Médio Tietê. Certo dia, estava num barco com dois colegas quando a embarcação virou. Um deles não sabia nadar, e eu consegui salvá-lo. Acho que isso fez com que eu ficasse com fama de valente lá no departamento... Fato é que, em seguida, fui incumbido de participar de uma experiência de indução de chuvas: subir num avião e despejar gelo seco na nuvem mais alta e mais densa que houvesse para tentar provocar chuvas que atingissem a represa Billings. Nunca gostei de viajar de avião. Sempre tomo remédios por causa de enjoos. Mas São Paulo vivia uma estiagem muito grave. A represa estava quase seca, e o fornecimento de energia elétrica já sofria racionamento. A experiência com gelo seco foi feita a pedido do então governador, Adhemar de Barros. Ele queria que algum funcionário do Daee executasse o método do professor Janot Pacheco, engenheiro mineiro que desenvolvera uma forma de semeadura de nuvens. Bastaria despejar, a partir de um avião, gelo seco (dióxido de carbono solidificado) dentro de uma nuvem, provocando chuvas. Janot criou o método, mas quem quase morreu fui eu! A Kibon doou o gelo seco e a FAB (Força Aérea Brasileira) disponibilizou um B-25. O avião, usado na Segunda Guerra Mundial, já era quase uma sucata voadora. No dia 12 de fevereiro de 1964 o piloto da FAB disse que tinha encontrado as condições perfeitas para fazermos chover na represa Billings. Era uma nuvem do tipo "cumulus nimbus", muito densa, considerada o terror da aviação [dentro dela, ventos correm de baixo para cima a uma velocidade de até 100 km/h]. Ela estava entre Cumbica e a Lapa, a 5.000 metros de altura, e ventos eram favoráveis. Perguntei ao piloto se havia paraquedas para o caso de emergência. Ele riu: disse que o avião era tão pesado que se esborracharia contra o solo em poucos segundos caso os motores falhassem. Mesmo sabendo dos riscos, colocamos um tonel com 200 quilos de gelo seco dentro do avião e subimos. A pessoa que se mete nisso tem que correr algum risco, ora bolas! É como quem pratica esporte radical: sabe do perigo e vai em frente. Decolamos e, não demorou muito, já estávamos entrando na nuvem. De repente, fez-se uma bruta escuridão. Não se enxergava nada. Era raio para tudo o que é lado: clarões pertinho do avião. Senti um dos motores parar. Foi uma turbulência danada. Mas não houve tempo para desespero, só para pensar: desta vez, não escapo. Nessa confusão, jogamos todo o gelo seco dentro da nuvem de uma vez. Queríamos fugir daquele inferno. De imediato, deu uma chuva violenta. Fiquei surpreso: o processo foi instantâneo. Quando o piloto percebeu o temporal, tratou de cair fora. Saímos daquela escuridão, e achei que já estava tudo bem. Mas aí deu o perereco. Na hora de pousar em Cumbica, as chuvas eram tão densas que não se enxergava nada. E o avião perdeu o freio. O piloto jogou o trem de pouso contra marcos de iluminação: os pneus estouraram, e o avião deitou o nariz no asfalto, soltando fogo para todo lado, até parar, a 20 metros do final da pista. O camarada deveria ser o melhor piloto da FAB. Choveu tanto que deu enchente em São Paulo. Transbordou o rio Tamanduateí. Alagou a região do ABC. No dia seguinte, as chuvas estavam em todos os jornais. Arrisquei minha vida para beneficiar milhões de pessoas, e aquele voo ficou marcado na minha alma. Esperava pelo menos um muito obrigado. O próprio governador deveria ter nos agradecido. Mas não o fez. Achei muita falta de educação.
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Para Barroso, retirar conteúdo da internet 'sempre envolverá censura'
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Na abertura do Fórum Abril-Google de Liberdade de Expressão, na manhã desta sexta (26) em São Paulo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou que "retirar conteúdo sempre envolverá alguma medida de censura". Foi em referência ao chamado direito ao esquecimento, que ele descreveu como "um conceito novo", que "seria um direito de supressão da informação". Citou casos em que ele "funciona como uma censura no retrovisor", ao "retirar matérias" da internet. Barroso recordou o histórico de censura no país, sobretudo no regime militar, ao abordar as ameaças atuais ao direito à informação. Disse que "até chegar ao Supremo, a cultura ainda é extremamente censória" na Justiça brasileira. "As instâncias inferiores são menos libertárias nessa matéria." Defendeu que "a liberdade de expressão precisa de incentivos, mesmo quando há exageros, aqui e ali". Ela "deve ser tratada como liberdade preferencial, que tem mais peso", por ser "pressuposto para outros direitos", como o direito à memória. 'SENSACIONALISTA' Em seguida, num painel sobre crítica política, a professora da FGV Monica Guise apresentou os primeiros resultados de uma pesquisa sobre ações para retirada de conteúdo no Brasil. Eles confirmam, por exemplo, que as decisões judicais apresentam queda no número de deferimentos conforme os processos avançam para outras instâncias. Também participaram do painel dois membros do site de humor paródico "Sensacionalista", Martha Mendonça e Nelito Fernandes, que citaram casos como uma ação por retirada de conteúdo apresentada pelo pastor Marco Feliciano, sem sucesso. "Mas quando a gente é processado a gente já perde", disse Fernandes, "porque tem que pagar advogado, não consegue dormir, já é um cerceamento." Para ele, "como o humor pressupõe a crítica, sempre vai ter alguém que vai ficar ofendido".
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Para Barroso, retirar conteúdo da internet 'sempre envolverá censura'Na abertura do Fórum Abril-Google de Liberdade de Expressão, na manhã desta sexta (26) em São Paulo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou que "retirar conteúdo sempre envolverá alguma medida de censura". Foi em referência ao chamado direito ao esquecimento, que ele descreveu como "um conceito novo", que "seria um direito de supressão da informação". Citou casos em que ele "funciona como uma censura no retrovisor", ao "retirar matérias" da internet. Barroso recordou o histórico de censura no país, sobretudo no regime militar, ao abordar as ameaças atuais ao direito à informação. Disse que "até chegar ao Supremo, a cultura ainda é extremamente censória" na Justiça brasileira. "As instâncias inferiores são menos libertárias nessa matéria." Defendeu que "a liberdade de expressão precisa de incentivos, mesmo quando há exageros, aqui e ali". Ela "deve ser tratada como liberdade preferencial, que tem mais peso", por ser "pressuposto para outros direitos", como o direito à memória. 'SENSACIONALISTA' Em seguida, num painel sobre crítica política, a professora da FGV Monica Guise apresentou os primeiros resultados de uma pesquisa sobre ações para retirada de conteúdo no Brasil. Eles confirmam, por exemplo, que as decisões judicais apresentam queda no número de deferimentos conforme os processos avançam para outras instâncias. Também participaram do painel dois membros do site de humor paródico "Sensacionalista", Martha Mendonça e Nelito Fernandes, que citaram casos como uma ação por retirada de conteúdo apresentada pelo pastor Marco Feliciano, sem sucesso. "Mas quando a gente é processado a gente já perde", disse Fernandes, "porque tem que pagar advogado, não consegue dormir, já é um cerceamento." Para ele, "como o humor pressupõe a crítica, sempre vai ter alguém que vai ficar ofendido".
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Mercosul finaliza proposta para acordo com União Europeia
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Após meses de idas e vindas, divergências e omissões, os países do Mercosul finalizaram proposta para negociar a liberação do comércio com a UE (União Europeia). Em seu discurso, na cúpula do Mercosul, a presidente Dilma Rousseff disse que a bola agora está com os europeus. "A decisão está do outro lado do Atlântico, deixamos claro que queremos fazer nossas propostas." A expectativa do governo brasileiro é que o intercâmbio de propostas para facilitação do comércio entre as duas regiões seja concluído no primeiro trimestre de 2016. Para a diplomacia paraguaia, que estava presidindo o bloco até esta reunião, o clima mudou no Mercosul, e todos os membros estão mais dispostos a negociar abertura de economias para turbinar o comércio exterior. O Mercosul tem pressa para negociar, pois a UE deve entrar, em 2016, em diálogo para reduzir barreiras no comércio com os Estados Unidos, o que pode tirar a atenção de um acordo com o bloco sul-americano. Países com dificuldades econômicas, como Brasil, Argentina e Uruguai, veem na iniciativa a chance de aumentar a demanda por seus produtos no exterior, uma vez que seus mercados domésticos estão deprimidos. A Argentina era o último país a ingressar nesse clima e chegou à reunião representada pelo novo presidente, Mauricio Macri, de perfil mais liberal e defensor da reabertura da economia do país. "Não queremos o Mercosul em duas velocidades, chegou o momento de todos juntos apertamos o acelerador. Avançar em um acordo entre Mercosul e UE é prioridade, e a Argentina está comprometida, disposta a fazer os esforços necessários para dinamizar as negociações", disse. PACÍFICO Outra frente de avanço identificada pelos sócios é Aliança do Pacífico, comunidade de países banhados pelo oceano e que reúne, no continente, Chile, Colômbia, Peru e México. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, o Brasil já apressa o passo e se aproxima desses países por conta própria. Na semana passada, aumentou o número de itens contemplados no acordo de facilitação comercial com o México de 500 para 4.000 produtos. Com a Colômbia e Peru, a expectativa é que as atuais negociações para zerar tarifas de importação para os setores siderúrgico, têxtil e automobilístico sejam concluídas entre 2017 e 2018. Com o Chile, o Brasil já tem um tratado de livre-comércio. "Nós já avançamos na bacia do Pacífico do lado americano, que é a que nos interessa", disse Monteiro.
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mercado
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Mercosul finaliza proposta para acordo com União EuropeiaApós meses de idas e vindas, divergências e omissões, os países do Mercosul finalizaram proposta para negociar a liberação do comércio com a UE (União Europeia). Em seu discurso, na cúpula do Mercosul, a presidente Dilma Rousseff disse que a bola agora está com os europeus. "A decisão está do outro lado do Atlântico, deixamos claro que queremos fazer nossas propostas." A expectativa do governo brasileiro é que o intercâmbio de propostas para facilitação do comércio entre as duas regiões seja concluído no primeiro trimestre de 2016. Para a diplomacia paraguaia, que estava presidindo o bloco até esta reunião, o clima mudou no Mercosul, e todos os membros estão mais dispostos a negociar abertura de economias para turbinar o comércio exterior. O Mercosul tem pressa para negociar, pois a UE deve entrar, em 2016, em diálogo para reduzir barreiras no comércio com os Estados Unidos, o que pode tirar a atenção de um acordo com o bloco sul-americano. Países com dificuldades econômicas, como Brasil, Argentina e Uruguai, veem na iniciativa a chance de aumentar a demanda por seus produtos no exterior, uma vez que seus mercados domésticos estão deprimidos. A Argentina era o último país a ingressar nesse clima e chegou à reunião representada pelo novo presidente, Mauricio Macri, de perfil mais liberal e defensor da reabertura da economia do país. "Não queremos o Mercosul em duas velocidades, chegou o momento de todos juntos apertamos o acelerador. Avançar em um acordo entre Mercosul e UE é prioridade, e a Argentina está comprometida, disposta a fazer os esforços necessários para dinamizar as negociações", disse. PACÍFICO Outra frente de avanço identificada pelos sócios é Aliança do Pacífico, comunidade de países banhados pelo oceano e que reúne, no continente, Chile, Colômbia, Peru e México. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, o Brasil já apressa o passo e se aproxima desses países por conta própria. Na semana passada, aumentou o número de itens contemplados no acordo de facilitação comercial com o México de 500 para 4.000 produtos. Com a Colômbia e Peru, a expectativa é que as atuais negociações para zerar tarifas de importação para os setores siderúrgico, têxtil e automobilístico sejam concluídas entre 2017 e 2018. Com o Chile, o Brasil já tem um tratado de livre-comércio. "Nós já avançamos na bacia do Pacífico do lado americano, que é a que nos interessa", disse Monteiro.
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Cunha e Renan propõem projeto que reduz poder do Planalto sobre estatais
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Em uma ação que reduz poderes do Palácio do Planalto, os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentaram nesta segunda-feira (1º) uma versão inicial da futura "Lei de Responsabilidade das Estatais" que transfere ao Senado a palavra final sobre a escolha dos presidentes das empresas públicas e de economia mista. Pela proposta, os presidentes das estatais terão que ser aprovados pelo Senado, e passar por sabatina, antes de assumirem os cargos. O anteprojeto também impede que os integrantes do Conselho de Administração das estatais sejam ministros ou que ocupem cargos de até terceiro escalão na União –mais um recado de Cunha e Renan para o governo federal. No modelo em vigor, diversos ministros integram os conselhos das estatais, como ocorreu com a então ministra Dilma Rousseff ao presidir o conselho da Petrobras. Na época, Dilma era ministra da Casa Civil do governo Lula. O ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) também foi integrante do Conselho de Administração da empresa. A Folha apurou que os congressistas também pretendem incluir no projeto, durante sua discussão no Legislativo, um mecanismo que permita ao Senado destituir os presidentes das estatais. No modelo em vigor, o presidente da República centraliza todos os poderes para indicar os presidentes das estatais, sem nenhuma participação do Congresso no processo. Se aprovado, o projeto transfere ao Senado a palavra final sobre as indicações -que poderá mantê-las ou derrubá-las em votação secreta. Também cabe exclusivamente ao presidente da República afastar um presidente de estatal. Se a lei estivesse em vigor em meio às denúncias de corrupção na Petrobras, os senadores teriam poderes para retirar a presidente Graça Foster do cargo, o que ocorreu somente após decisão da presidente Dilma Rousseff. As mudanças atingem em cheio empresas de economia mista como a Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, e empresas públicas como Correios, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Caixa Econômica Federal. Um dos artigos da futura lei exige que os indicados para a presidência das empresas de economia mista tenham pelo menos um ano de experiência no mercado, apresentando comprovante de exercício no cargo. A trava reduz as chances de indicações exclusivamente políticas para o comando dessas empresas. A regra, porém, não vale para as empresas públicas, numa brecha que permite aos partidos, deputados e senadores continuarem indicando para a presidente nomes de sua preferência e sem experiência para os cargos de comando desses órgãos. RECADO Embora neguem que o projeto seja uma resposta ao governo Dilma Rousseff, Cunha e Renan têm articulado a votação de propostas indigestas para a petista. Os dois autores do projeto são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato, que desmontou esquema de corrupção na Petrobras. "Não é um projeto contra ninguém, mas as estatais precisam se submeter a regras de controle público e governança. Hoje o universo das estatais é meio paralelo", alfinetou Renan. Cunha disse que o anteprojeto não "interfere" nas estatais, mas impõe regras mais claras para essas empresas. O deputado disse que a proposta também é uma resposta aos atos de corrupção descobertos nas estatais. "O objetivo é esse, ter qualificação e transparência", afirmou o deputado. O anteprojeto será analisado por uma comissão de quatro deputados e quatro senadores que, no prazo de 30 dias, vai apresentar o projeto oficial da "Lei de Responsabilidade das Estatais". O texto final terá que ser aprovado pela Câmara e Senado. Renan e Cunha querem votá-lo até o início de julho deste ano, antes de o Congresso entrar em recesso parlamentar. DIRETORES Pelo anteprojeto, as estatais continuam com autonomia para escolherem seus diretores, mas eles terão que ser eleitos pelo Conselho de Administração –que, por sua vez, devem ser escolhidos em assembleia geral dos acionistas da empresa. Se algum diretor for destituído pelo comando da estatal, o conselho fica obrigado a tornar pública a ata da reunião que houve essa deliberação. O anteprojeto ainda obriga as empresas públicas e de economia mista a criarem conselhos fiscal e auditorias para tornarem públicos seus gastos. A ideia dos congressistas é incluir na proposta o fim do sigilo das transações financeiras das empresas, especialmente de bancos públicos, como o BNDES. Deputados e senadores também querem mecanismos para controlar os gastos das estatais, atualmente mantidos em sigilo. A comissão que vai analisar o anteprojeto terá como presidente o senador Romero Jucá (PMDB-RR). O deputado Arthur Maia (SDD-BA) vai ser o relator dos trabalhos. Também vão integrar a comissão os senadores José Serra (PSDB-SP), Walter Pinheiro (PT-BA), Otto Alencar (PSB-BA), além dos deputados Danilo Forte (PMDB-CE), André Moura (PSC-SE) e Rogério Rosso (PSD-DF).
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Cunha e Renan propõem projeto que reduz poder do Planalto sobre estataisEm uma ação que reduz poderes do Palácio do Planalto, os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentaram nesta segunda-feira (1º) uma versão inicial da futura "Lei de Responsabilidade das Estatais" que transfere ao Senado a palavra final sobre a escolha dos presidentes das empresas públicas e de economia mista. Pela proposta, os presidentes das estatais terão que ser aprovados pelo Senado, e passar por sabatina, antes de assumirem os cargos. O anteprojeto também impede que os integrantes do Conselho de Administração das estatais sejam ministros ou que ocupem cargos de até terceiro escalão na União –mais um recado de Cunha e Renan para o governo federal. No modelo em vigor, diversos ministros integram os conselhos das estatais, como ocorreu com a então ministra Dilma Rousseff ao presidir o conselho da Petrobras. Na época, Dilma era ministra da Casa Civil do governo Lula. O ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) também foi integrante do Conselho de Administração da empresa. A Folha apurou que os congressistas também pretendem incluir no projeto, durante sua discussão no Legislativo, um mecanismo que permita ao Senado destituir os presidentes das estatais. No modelo em vigor, o presidente da República centraliza todos os poderes para indicar os presidentes das estatais, sem nenhuma participação do Congresso no processo. Se aprovado, o projeto transfere ao Senado a palavra final sobre as indicações -que poderá mantê-las ou derrubá-las em votação secreta. Também cabe exclusivamente ao presidente da República afastar um presidente de estatal. Se a lei estivesse em vigor em meio às denúncias de corrupção na Petrobras, os senadores teriam poderes para retirar a presidente Graça Foster do cargo, o que ocorreu somente após decisão da presidente Dilma Rousseff. As mudanças atingem em cheio empresas de economia mista como a Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, e empresas públicas como Correios, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Caixa Econômica Federal. Um dos artigos da futura lei exige que os indicados para a presidência das empresas de economia mista tenham pelo menos um ano de experiência no mercado, apresentando comprovante de exercício no cargo. A trava reduz as chances de indicações exclusivamente políticas para o comando dessas empresas. A regra, porém, não vale para as empresas públicas, numa brecha que permite aos partidos, deputados e senadores continuarem indicando para a presidente nomes de sua preferência e sem experiência para os cargos de comando desses órgãos. RECADO Embora neguem que o projeto seja uma resposta ao governo Dilma Rousseff, Cunha e Renan têm articulado a votação de propostas indigestas para a petista. Os dois autores do projeto são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato, que desmontou esquema de corrupção na Petrobras. "Não é um projeto contra ninguém, mas as estatais precisam se submeter a regras de controle público e governança. Hoje o universo das estatais é meio paralelo", alfinetou Renan. Cunha disse que o anteprojeto não "interfere" nas estatais, mas impõe regras mais claras para essas empresas. O deputado disse que a proposta também é uma resposta aos atos de corrupção descobertos nas estatais. "O objetivo é esse, ter qualificação e transparência", afirmou o deputado. O anteprojeto será analisado por uma comissão de quatro deputados e quatro senadores que, no prazo de 30 dias, vai apresentar o projeto oficial da "Lei de Responsabilidade das Estatais". O texto final terá que ser aprovado pela Câmara e Senado. Renan e Cunha querem votá-lo até o início de julho deste ano, antes de o Congresso entrar em recesso parlamentar. DIRETORES Pelo anteprojeto, as estatais continuam com autonomia para escolherem seus diretores, mas eles terão que ser eleitos pelo Conselho de Administração –que, por sua vez, devem ser escolhidos em assembleia geral dos acionistas da empresa. Se algum diretor for destituído pelo comando da estatal, o conselho fica obrigado a tornar pública a ata da reunião que houve essa deliberação. O anteprojeto ainda obriga as empresas públicas e de economia mista a criarem conselhos fiscal e auditorias para tornarem públicos seus gastos. A ideia dos congressistas é incluir na proposta o fim do sigilo das transações financeiras das empresas, especialmente de bancos públicos, como o BNDES. Deputados e senadores também querem mecanismos para controlar os gastos das estatais, atualmente mantidos em sigilo. A comissão que vai analisar o anteprojeto terá como presidente o senador Romero Jucá (PMDB-RR). O deputado Arthur Maia (SDD-BA) vai ser o relator dos trabalhos. Também vão integrar a comissão os senadores José Serra (PSDB-SP), Walter Pinheiro (PT-BA), Otto Alencar (PSB-BA), além dos deputados Danilo Forte (PMDB-CE), André Moura (PSC-SE) e Rogério Rosso (PSD-DF).
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Congresso da Colômbia aprova uso medicinal da maconha
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O Congresso colombiano aprovou na noite desta quarta (25) o projeto de lei que autoriza o cultivo e o uso da maconha com objetivos medicinais e científicos. A iniciativa, promovida pelo senador liberal Juan Manuel Galán, com o apoio do governo de Juan Manuel Santos, foi aprovada em último debate pela Câmara por 84 votos contra quatro, e segue agora para conciliação no Senado e para sanção presidencial. "Esperávamos isto há muito tempo", declarou Natalia Tangarife, cujo filho sofre de epilepsia refratária e consegue evitar as convulsões graças ao óleo de maconha. "Hoje ganharam os pacientes", tuitou Galán, citando milhares de pessoas com epilepsia, câncer, artrite reumatoide e fibromialgia, entre muitas outras doenças, que não precisarão mais recorrer a traficantes. Santos já havia legalizado por decreto, em dezembro, o uso terapêutico da maconha, regularizando o cultivo, transformação, importação e exportação da erva e seus derivados com objetivos terapêuticos. O decreto tinha como objetivo complementar a lei em tramitação no Congresso.
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Congresso da Colômbia aprova uso medicinal da maconhaO Congresso colombiano aprovou na noite desta quarta (25) o projeto de lei que autoriza o cultivo e o uso da maconha com objetivos medicinais e científicos. A iniciativa, promovida pelo senador liberal Juan Manuel Galán, com o apoio do governo de Juan Manuel Santos, foi aprovada em último debate pela Câmara por 84 votos contra quatro, e segue agora para conciliação no Senado e para sanção presidencial. "Esperávamos isto há muito tempo", declarou Natalia Tangarife, cujo filho sofre de epilepsia refratária e consegue evitar as convulsões graças ao óleo de maconha. "Hoje ganharam os pacientes", tuitou Galán, citando milhares de pessoas com epilepsia, câncer, artrite reumatoide e fibromialgia, entre muitas outras doenças, que não precisarão mais recorrer a traficantes. Santos já havia legalizado por decreto, em dezembro, o uso terapêutico da maconha, regularizando o cultivo, transformação, importação e exportação da erva e seus derivados com objetivos terapêuticos. O decreto tinha como objetivo complementar a lei em tramitação no Congresso.
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Bagels multicoloridos atraem multidões em Nova York
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Em Nova York, quem persegue o arco-íris não acha um pote de ouro, mas uma fila de no mínimo uma hora e meia de espera. O arco-íris em questão é a nova "it food" da cidade, um bagel multicolorido que tem feito moradores e turistas se amontoarem na frente da Bagel Store, em Williamsburg, Brooklyn, para provar o quitute psicodélico. Numa manhã de sábado, 5º C, como outras 41 pessoas na frente dela, Afrodite Stefadouros espera na fila. O marido faz cara feia quando vê aquilo tudo de gente, mas eles estão ali pelos filhos. Um casal de amigos chega com outras duas crianças. "Tudo isso por um bagel?", diz Steve Goldblatt. O pequeno Jacob cochicha para o pai: "É um bagel famoso". Emerald Cotton, logo atrás na fila, já é uma veterana. Viajou três vezes do Harlem ao Brooklyn para comer as rosquinhas policromáticas e gosta de caçar comidas famosas pela cidade. A receita de sucesso do Rainbow Bagel é feita com massas tingidas por cores fluorescentes que dão a elas o aspecto de massinha de modelar. O gosto não foge muito do tradicional e a graça acaba vindo nos recheios, como os de marshmallow, algodão-doce ou o "funfetti", uma espécie de cream cheese confeitado, ("Gosto de bolo de aniversário", explica Emerald). Um petisco simples sai por US$ 3 (R$ 11); recheado, US$ 7 (R$ 25). Scot Rossillo, dono da loja e autoproclamado "bagel artist", criou "o bagel mais bonito do mundo" há 20 anos, mas só viu sua invenção explodir quando caiu no gosto das redes sociais. O Rainbow Bagel é a última sensação das fotogênicas "comidas virais", manias gastronômicas retroalimentadas por postagens e muitos likes. Poucas resistem, como o cronut (mistura de croissant e donut), que atrai "foodies" desde 2013. Rossillo já tinha ganhado fama em 2014 quando lançou o cragel (croissant + bagel), que sumiu da mídia tão rápido quanto apareceu. Nova-iorquinos sempre curtiram ficar na espera por comidas especiais, mas as redes sociais potencializaram o fenômeno, apelidado de "o apocalipse da fila gigante" pelo crítico da revista "New York" Adam Platt. "As megafilas de hoje alimentadas pelo Instagram parecem induzir uma espécie de efeito como a síndrome de Estocolmo em suas vítimas. Quanto mais tempo as pessoas ficam arrebanhadas juntas em um lugar, mais elas irão gostar do que lhe oferecerem", escreve Platt. Steve Goldblatt tem outra teoria: "Esse bagel vai ser gostoso porque você se esforçou muito por ele. Se simplesmente te oferecerem um bagel, você não valoriza. É uma metáfora para a vida". Depois de uma hora, as crianças começam a cansar. "Não ficamos esse tempo todo aqui para desistir agora", diz Afrodite, tentando reanimar o grupo. Os bagels só chegam 53 minutos mais tarde, quando a fome já vencia qualquer empolgação. Enquanto as famílias saem da loja com as sacolas cheias, mas sem nem provar a rosquinha, 71 pessoas esperam na fila pelo seu pedaço de arco-íris.
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serafina
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Bagels multicoloridos atraem multidões em Nova YorkEm Nova York, quem persegue o arco-íris não acha um pote de ouro, mas uma fila de no mínimo uma hora e meia de espera. O arco-íris em questão é a nova "it food" da cidade, um bagel multicolorido que tem feito moradores e turistas se amontoarem na frente da Bagel Store, em Williamsburg, Brooklyn, para provar o quitute psicodélico. Numa manhã de sábado, 5º C, como outras 41 pessoas na frente dela, Afrodite Stefadouros espera na fila. O marido faz cara feia quando vê aquilo tudo de gente, mas eles estão ali pelos filhos. Um casal de amigos chega com outras duas crianças. "Tudo isso por um bagel?", diz Steve Goldblatt. O pequeno Jacob cochicha para o pai: "É um bagel famoso". Emerald Cotton, logo atrás na fila, já é uma veterana. Viajou três vezes do Harlem ao Brooklyn para comer as rosquinhas policromáticas e gosta de caçar comidas famosas pela cidade. A receita de sucesso do Rainbow Bagel é feita com massas tingidas por cores fluorescentes que dão a elas o aspecto de massinha de modelar. O gosto não foge muito do tradicional e a graça acaba vindo nos recheios, como os de marshmallow, algodão-doce ou o "funfetti", uma espécie de cream cheese confeitado, ("Gosto de bolo de aniversário", explica Emerald). Um petisco simples sai por US$ 3 (R$ 11); recheado, US$ 7 (R$ 25). Scot Rossillo, dono da loja e autoproclamado "bagel artist", criou "o bagel mais bonito do mundo" há 20 anos, mas só viu sua invenção explodir quando caiu no gosto das redes sociais. O Rainbow Bagel é a última sensação das fotogênicas "comidas virais", manias gastronômicas retroalimentadas por postagens e muitos likes. Poucas resistem, como o cronut (mistura de croissant e donut), que atrai "foodies" desde 2013. Rossillo já tinha ganhado fama em 2014 quando lançou o cragel (croissant + bagel), que sumiu da mídia tão rápido quanto apareceu. Nova-iorquinos sempre curtiram ficar na espera por comidas especiais, mas as redes sociais potencializaram o fenômeno, apelidado de "o apocalipse da fila gigante" pelo crítico da revista "New York" Adam Platt. "As megafilas de hoje alimentadas pelo Instagram parecem induzir uma espécie de efeito como a síndrome de Estocolmo em suas vítimas. Quanto mais tempo as pessoas ficam arrebanhadas juntas em um lugar, mais elas irão gostar do que lhe oferecerem", escreve Platt. Steve Goldblatt tem outra teoria: "Esse bagel vai ser gostoso porque você se esforçou muito por ele. Se simplesmente te oferecerem um bagel, você não valoriza. É uma metáfora para a vida". Depois de uma hora, as crianças começam a cansar. "Não ficamos esse tempo todo aqui para desistir agora", diz Afrodite, tentando reanimar o grupo. Os bagels só chegam 53 minutos mais tarde, quando a fome já vencia qualquer empolgação. Enquanto as famílias saem da loja com as sacolas cheias, mas sem nem provar a rosquinha, 71 pessoas esperam na fila pelo seu pedaço de arco-íris.
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EI está praticamente derrotado em Kobani, dizem ativistas e oficial curdo
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A milícia radical Estado Islâmico (EI) está prestes a ser derrotada na cidade síria de Kobani, informaram nesta segunda-feira (26) ativistas locais e oficiais curdos. A retirada do EI significaria uma vitória simbólica tanto para os curdos quanto para a coalizão liderada pelos EUA que bombardeia posições dos extremistas na região. O vice-ministro de Relações Exteriores do governo autônomo de Kobani, Idris Nuaman, informou à agência EFE que após avanços na noite de domingo, as Unidades de Proteção do Povo (UPPs), milícias curdo-sírias, recuperaram quase o domínio completo da cidade. Mesmo assim, ainda há combates no bairro de Kani Kordane, no leste da localidade, onde os jihadistas haviam se concentrado. Nuaman informou que ainda nesta segunda ou na terça os curdos poderão proclamar que Kobani é uma cidade libre do EI. O ativista Mustava Bali confirmou que a maior parte da cidade está nas mãos das forças curdas, mas que ainda há enfrentamentos em Kani Kordane. Já o Observatório Sírio de Direitos humanos aponta que Kani Kordane já estaria sob controle curdo, mas que conflitos continuam no distrito vizinho de Meqtel. Em setembro, o Estado Islâmico havia capturado cerca de 300 vilarejos curdos perto de Kobani e atacado a cidade propriamente dita. Um mês depois, o EI controlava quase a totalidade do local e chegou a fazer um vídeo de propaganda mostrando o jornalista britânico John Cantlie -que é refém do grupo– falando de dentro da cidade. Na ocasião, a gravação tinha como objetivo informar que o Estado Islâmico avançava apesar dos ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA. A cidade, cuja captura daria aos jihadistas controle de uma parte da fronteira da Síria com a Turquia, se tornou um ponto central dos ataques da coalizão. O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou que seria "moralmente muito difícil" não ajudar a resistência em Kobani. Os ataques da coalizão começaram em 23 de setembro, tendo a cidade como alvo em média seis vezes por dia, às vezes mais. Mais de 80% dos ataques liderados pelos EUA foram dentro ou nos arredores de Kobani. Analistas e ativistas curdos e sírios creditam à coalizão e à chegada dos fortemente armados peshmerga –combatentes curdos do Iraque, que neutralizaram a vantagem que a artilharia jihadista possuía– a reconquista de áreas-chave da cidade. Desde a metade de setembro, a batalha em Kobani deixou cerca de 1.600 mortos, dos quais 1.075 eram militantes do EI, 459 combatentes curdos e 32 civis, de acordo com relatório do Observatório. O Estado Islâmico, cada vez mais sob pressão, realizou cerca de 35 ataques suicidas em Kobani segundo ativistas.
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EI está praticamente derrotado em Kobani, dizem ativistas e oficial curdoA milícia radical Estado Islâmico (EI) está prestes a ser derrotada na cidade síria de Kobani, informaram nesta segunda-feira (26) ativistas locais e oficiais curdos. A retirada do EI significaria uma vitória simbólica tanto para os curdos quanto para a coalizão liderada pelos EUA que bombardeia posições dos extremistas na região. O vice-ministro de Relações Exteriores do governo autônomo de Kobani, Idris Nuaman, informou à agência EFE que após avanços na noite de domingo, as Unidades de Proteção do Povo (UPPs), milícias curdo-sírias, recuperaram quase o domínio completo da cidade. Mesmo assim, ainda há combates no bairro de Kani Kordane, no leste da localidade, onde os jihadistas haviam se concentrado. Nuaman informou que ainda nesta segunda ou na terça os curdos poderão proclamar que Kobani é uma cidade libre do EI. O ativista Mustava Bali confirmou que a maior parte da cidade está nas mãos das forças curdas, mas que ainda há enfrentamentos em Kani Kordane. Já o Observatório Sírio de Direitos humanos aponta que Kani Kordane já estaria sob controle curdo, mas que conflitos continuam no distrito vizinho de Meqtel. Em setembro, o Estado Islâmico havia capturado cerca de 300 vilarejos curdos perto de Kobani e atacado a cidade propriamente dita. Um mês depois, o EI controlava quase a totalidade do local e chegou a fazer um vídeo de propaganda mostrando o jornalista britânico John Cantlie -que é refém do grupo– falando de dentro da cidade. Na ocasião, a gravação tinha como objetivo informar que o Estado Islâmico avançava apesar dos ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA. A cidade, cuja captura daria aos jihadistas controle de uma parte da fronteira da Síria com a Turquia, se tornou um ponto central dos ataques da coalizão. O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou que seria "moralmente muito difícil" não ajudar a resistência em Kobani. Os ataques da coalizão começaram em 23 de setembro, tendo a cidade como alvo em média seis vezes por dia, às vezes mais. Mais de 80% dos ataques liderados pelos EUA foram dentro ou nos arredores de Kobani. Analistas e ativistas curdos e sírios creditam à coalizão e à chegada dos fortemente armados peshmerga –combatentes curdos do Iraque, que neutralizaram a vantagem que a artilharia jihadista possuía– a reconquista de áreas-chave da cidade. Desde a metade de setembro, a batalha em Kobani deixou cerca de 1.600 mortos, dos quais 1.075 eram militantes do EI, 459 combatentes curdos e 32 civis, de acordo com relatório do Observatório. O Estado Islâmico, cada vez mais sob pressão, realizou cerca de 35 ataques suicidas em Kobani segundo ativistas.
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Capitã da seleção, Fabiana desiste de protesto e diz que 'recado já foi dado'
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Embora tenha dito que faria algum tipo de protesto para que o episódio de injúria racial não passasse desapercebido, a meio de rede Fabiana, do Sesi e da seleção brasileira de vôlei, mudou de ideia. A jogadora planejava manifestar-se nesta segunda-feira (9), na partida contra o São Bernardo, pela Superliga, porém, entendeu que conseguiu transmitir sua mensagem. "O recado que eu queria dar já foi dado. A gente sabe que essas pessoas [que cometem atos de injúria racial] são uma minoria. Todo mundo que eu encontro na rua me dá parabéns pela minha atitude, pelas minhas palavras", disse Fabi ao término da partida no ABC Paulista. "Isso que ficou legal. Acho que não precisa fazer mais nada. As pessoas entenderam, já estão criando essa consciência. E é uma coisa que a gente tem que melhorar cada vez mais", acrescentou. Após a vitória tranquila por 3 sets a 0 sobre o São Bernardo (25/21, 25/15 e 25/16), Fabi ficou cerca de 15 minutos atendendo a inúmeros pedidos de fotos e autógrafos de torcedores que compareceram ao ginásio. O CASO Fabiana foi vítima de injúria racial no dia 30 de janeiro, no jogo contra o Minas Tênis Clube, disputado em Belo Horizonte. Ela afirmou que um homem a chamou de "macaca" e perguntou se ela "queria banana". Depois de ser denunciado, o torcedor foi retirado imediatamente do ginásio do Minas e encaminhado à delegacia. No jogo seguinte ao ocorrido, no último dia 30, a meio de rede disse que não prestaria queixa contra os torcedores do clube mineiro, entretanto, achava importante "mostrar que isso é errado".
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esporte
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Capitã da seleção, Fabiana desiste de protesto e diz que 'recado já foi dado'Embora tenha dito que faria algum tipo de protesto para que o episódio de injúria racial não passasse desapercebido, a meio de rede Fabiana, do Sesi e da seleção brasileira de vôlei, mudou de ideia. A jogadora planejava manifestar-se nesta segunda-feira (9), na partida contra o São Bernardo, pela Superliga, porém, entendeu que conseguiu transmitir sua mensagem. "O recado que eu queria dar já foi dado. A gente sabe que essas pessoas [que cometem atos de injúria racial] são uma minoria. Todo mundo que eu encontro na rua me dá parabéns pela minha atitude, pelas minhas palavras", disse Fabi ao término da partida no ABC Paulista. "Isso que ficou legal. Acho que não precisa fazer mais nada. As pessoas entenderam, já estão criando essa consciência. E é uma coisa que a gente tem que melhorar cada vez mais", acrescentou. Após a vitória tranquila por 3 sets a 0 sobre o São Bernardo (25/21, 25/15 e 25/16), Fabi ficou cerca de 15 minutos atendendo a inúmeros pedidos de fotos e autógrafos de torcedores que compareceram ao ginásio. O CASO Fabiana foi vítima de injúria racial no dia 30 de janeiro, no jogo contra o Minas Tênis Clube, disputado em Belo Horizonte. Ela afirmou que um homem a chamou de "macaca" e perguntou se ela "queria banana". Depois de ser denunciado, o torcedor foi retirado imediatamente do ginásio do Minas e encaminhado à delegacia. No jogo seguinte ao ocorrido, no último dia 30, a meio de rede disse que não prestaria queixa contra os torcedores do clube mineiro, entretanto, achava importante "mostrar que isso é errado".
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Melhora nas contas públicas leva a superavit de R$ 15 bilhões no ano
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O setor público teve superavit primário de R$ 12,9 bilhões em abril, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (26). O resultado foi o melhor para um mês de abril desde 2015. O superavit primário corresponde ao resultado das receitas menos as despesas da União, Estados e municípios antes do pagamento dos juros da dívida. No acumulado do ano, o resultado foi positivo em R$ 15,1 bilhões, uma melhora na comparação com os quatro primeiros meses de 2016, quando o resultado foi de R$ 4,4 bilhões. Além do bom desempenho em abril, o resultado no ano foi determinado pelo superavit registrado em janeiro, de R$ 36,7 bilhões. Resultado primário do setor público - No acumulado de 12 meses encerrados em abril, as contas do setor público mostraram deficit de R$ 145,1 bilhões, ou 2,29% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta fiscal fixada na lei orçamentária para este ano é de um deficit de R$ 143,1 bilhões para União, Estados e municípios. A dívida líquida do setor público foi de R$ 3 trilhões no mês passado, o equivalente a 47,7% do PIB. A dívida bruta alcançou R$ 4,5 trilhões, ou 71,7% do PIB. ESTADOS Somados, as administrações estaduais e municipais tiveram resultado positivo de R$ 867 milhões em abril, ante um superavit de R$ 1,6 bilhão no mesmo período do ano passado. A maior parte desse montante corresponde ao superavit dos governos estaduais, de R$ 828 milhões em abril. No mesmo mês do ano passado, o valor registrado foi de R$ 1,7 bilhão. No caso dos municípios, o resultado foi positivo em R$ 39 milhões, ante um deficit de R$ 154 milhões em abril de 2016. No acumulado do ano, os Estados registram superavit de R$ 14,2 bilhões. Nos municípios, o resultado também foi positivo, de R$ 3,6 bilhões. ENTENDA Superavit ou deficit primário é o quanto de despesa ou receita o governo gera, após a quitação de seus gastos, sem considerar os pagamentos com os juros da dívida. O resultado é divulgado de duas maneiras. A primeira divulgação leva em conta a economia ou despesa apenas da União, enquanto a segunda leva em consideração o saldo de todo o setor público (União, Estados, municípios e estatais). Como o governo precisa reduzir a proporção da dívida pública em relação ao PIB, a economia de receitas tem sido usada para pagar os juros desses débitos de modo a impedir seu maior crescimento e sinalizar ao mercado que haverá recursos suficientes para honrá-los no futuro.
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mercado
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Melhora nas contas públicas leva a superavit de R$ 15 bilhões no anoO setor público teve superavit primário de R$ 12,9 bilhões em abril, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (26). O resultado foi o melhor para um mês de abril desde 2015. O superavit primário corresponde ao resultado das receitas menos as despesas da União, Estados e municípios antes do pagamento dos juros da dívida. No acumulado do ano, o resultado foi positivo em R$ 15,1 bilhões, uma melhora na comparação com os quatro primeiros meses de 2016, quando o resultado foi de R$ 4,4 bilhões. Além do bom desempenho em abril, o resultado no ano foi determinado pelo superavit registrado em janeiro, de R$ 36,7 bilhões. Resultado primário do setor público - No acumulado de 12 meses encerrados em abril, as contas do setor público mostraram deficit de R$ 145,1 bilhões, ou 2,29% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta fiscal fixada na lei orçamentária para este ano é de um deficit de R$ 143,1 bilhões para União, Estados e municípios. A dívida líquida do setor público foi de R$ 3 trilhões no mês passado, o equivalente a 47,7% do PIB. A dívida bruta alcançou R$ 4,5 trilhões, ou 71,7% do PIB. ESTADOS Somados, as administrações estaduais e municipais tiveram resultado positivo de R$ 867 milhões em abril, ante um superavit de R$ 1,6 bilhão no mesmo período do ano passado. A maior parte desse montante corresponde ao superavit dos governos estaduais, de R$ 828 milhões em abril. No mesmo mês do ano passado, o valor registrado foi de R$ 1,7 bilhão. No caso dos municípios, o resultado foi positivo em R$ 39 milhões, ante um deficit de R$ 154 milhões em abril de 2016. No acumulado do ano, os Estados registram superavit de R$ 14,2 bilhões. Nos municípios, o resultado também foi positivo, de R$ 3,6 bilhões. ENTENDA Superavit ou deficit primário é o quanto de despesa ou receita o governo gera, após a quitação de seus gastos, sem considerar os pagamentos com os juros da dívida. O resultado é divulgado de duas maneiras. A primeira divulgação leva em conta a economia ou despesa apenas da União, enquanto a segunda leva em consideração o saldo de todo o setor público (União, Estados, municípios e estatais). Como o governo precisa reduzir a proporção da dívida pública em relação ao PIB, a economia de receitas tem sido usada para pagar os juros desses débitos de modo a impedir seu maior crescimento e sinalizar ao mercado que haverá recursos suficientes para honrá-los no futuro.
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Brasileiros viajam à França para evento musical e estágio gastronômico
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Os alunos do programa Música & Orquestra Instituto GPA (Grupo Pão de Açúcar) viajam nesta quinta-feira (18) para participar do Fête de la Musique, festival anual de música na França. Em Paris, eles se apresentam na Marquise do Teatro Odéon, no domingo (21). Entre os músicos está a violoncelista Laura Muniz Silva, 17, que visita o país pela segunda vez. Em sua primeira viagem, Laura não conseguia conter sua alegria. "Era um sonho, mas eu estava lá." A jovem entrou para o instituto incentivada pelos avós, mas queria aprender a tocar violão, instrumento que não faz parte da orquestra. "O nome mais parecido era violoncelo. Naquela época não imaginava que iria querer isso para toda a minha vida", relata. Junto com os membros da orquestra, seis alunos do NATA (Núcleo Avançado em Tecnologia de Alimentos) vão para França, para fazer um estágio gastronômico em La Roche-sur-Foron e Bordeaux, cidades ao sul de Paris. Há dois anos, Yuri Ferreira, 20, participou da mesma viagem de Laura, mas como recém-formado do NATA, onde cursou o ensino médio profissionalizante em alimentos, com ênfase em laticínios, no Rio. Além da receptividade, Yuri destaca seu amadurecimento, ainda que num curto período de tempo. "Foi muito importante para o desenvolvimento profissional e também pelo conhecimento cultural." Depois de concluir o curso, o jovem trabalhou como especialista em queijos na consultoria a clientes do GPA e hoje é responsável pelo setor de produtos diferenciados. "O conhecimento que obtive lá ajudou que eu me destacasse aqui." Assim como Yuri e Laura, os alunos que partem na quinta têm a oportunidade de adquirir experiência. "A cada ano, o programa evolui", explica a diretora-executiva do instituto, Daryalva Bacellar. "Desta vez, os alunos do NATA terão dez dias de aperfeiçoamento em duas escolas aliados a visitas culturais." IMERSÃO A orquestra tem seu grande momento na França no Teatro Odéon de Paris, mas toca nas cidades de St. Etienne e Bordeaux. A parceria foi fechada em 2013, quando foram ao país pela primeira vez. "Como já estava combinado que iríamos tocar no Carnegie Hall, [casa de shows] em Nova York, deixamos para este ano", esclarece a diretora. A finalidade da imersão é apresentar aos estudantes do NATA novas técnicas, sistemas e produtos para contribuir em sua qualificação. Aos alunos da orquestra, a viagem se encaixa no objetivo trabalhar a educação musical como ferramenta para formar cidadãos que baliza o programa há 16 anos.
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empreendedorsocial
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Brasileiros viajam à França para evento musical e estágio gastronômicoOs alunos do programa Música & Orquestra Instituto GPA (Grupo Pão de Açúcar) viajam nesta quinta-feira (18) para participar do Fête de la Musique, festival anual de música na França. Em Paris, eles se apresentam na Marquise do Teatro Odéon, no domingo (21). Entre os músicos está a violoncelista Laura Muniz Silva, 17, que visita o país pela segunda vez. Em sua primeira viagem, Laura não conseguia conter sua alegria. "Era um sonho, mas eu estava lá." A jovem entrou para o instituto incentivada pelos avós, mas queria aprender a tocar violão, instrumento que não faz parte da orquestra. "O nome mais parecido era violoncelo. Naquela época não imaginava que iria querer isso para toda a minha vida", relata. Junto com os membros da orquestra, seis alunos do NATA (Núcleo Avançado em Tecnologia de Alimentos) vão para França, para fazer um estágio gastronômico em La Roche-sur-Foron e Bordeaux, cidades ao sul de Paris. Há dois anos, Yuri Ferreira, 20, participou da mesma viagem de Laura, mas como recém-formado do NATA, onde cursou o ensino médio profissionalizante em alimentos, com ênfase em laticínios, no Rio. Além da receptividade, Yuri destaca seu amadurecimento, ainda que num curto período de tempo. "Foi muito importante para o desenvolvimento profissional e também pelo conhecimento cultural." Depois de concluir o curso, o jovem trabalhou como especialista em queijos na consultoria a clientes do GPA e hoje é responsável pelo setor de produtos diferenciados. "O conhecimento que obtive lá ajudou que eu me destacasse aqui." Assim como Yuri e Laura, os alunos que partem na quinta têm a oportunidade de adquirir experiência. "A cada ano, o programa evolui", explica a diretora-executiva do instituto, Daryalva Bacellar. "Desta vez, os alunos do NATA terão dez dias de aperfeiçoamento em duas escolas aliados a visitas culturais." IMERSÃO A orquestra tem seu grande momento na França no Teatro Odéon de Paris, mas toca nas cidades de St. Etienne e Bordeaux. A parceria foi fechada em 2013, quando foram ao país pela primeira vez. "Como já estava combinado que iríamos tocar no Carnegie Hall, [casa de shows] em Nova York, deixamos para este ano", esclarece a diretora. A finalidade da imersão é apresentar aos estudantes do NATA novas técnicas, sistemas e produtos para contribuir em sua qualificação. Aos alunos da orquestra, a viagem se encaixa no objetivo trabalhar a educação musical como ferramenta para formar cidadãos que baliza o programa há 16 anos.
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Candidatos do Recife fazem debate morno com comparação de administrações
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DANIEL CARVALHO ENVIADO ESPECIAL AO RECIFE O último debate entre o prefeito Geraldo Julio (PSB) e o ex-prefeito João Paulo (PT), candidatos à Prefeitura do Recife, foi morno, com uma sucessão de comparações entre as duas administrações. Os dois enfrentaram-se na noite desta sexta-feira (28), na TV Globo. As críticas –bem mais contidas que no debate do dia anterior– se deram quando o candidato do PT comentava a atual administração e quando Geraldo analisava os oito anos em que João Paulo administrou a cidade. As polêmicas começaram quando eles trataram dos índices de segurança e das condições das escolas municipais. "A única fez que o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) teve queda foi durante a gestão dele", criticou Geraldo Julio. "O candidato tenta esconder a péssima realidade da educação na cidade do Recife", rebateu João Paulo. O ex-prefeito do Recife lembrou o aumento da insegurança na cidade. O atual prefeito culpou a crise econômica como motivo para o crescimento da violência e disse que a culpa disso era do PT. Geraldo Julio voltou a ser chamado de "vendedor de ilusões" e "ingrato" por João Paulo. "Ele é um ingrato declarado", afirmou o petista. "Você desconhece tudo o que o PT faz. Você trabalhou no nosso governo. Você teve quadros do nosso governo. Você tenta desconhecer tudo o que fizemos aqui", disse, chamando o candidato do PSB de "robozinho", por causa do estilo de fala do prefeito. O candidato do PSB ironizou o adversário. "O candidato do PT já começa a perder a calma", disse Geraldo. "Nada do que a gente fez presta. Ele bota gosto ruim em tudo." Enquanto João Paulo listava recursos federais repassados para o município e não utilizados, segundo o petista, Geraldo Julio citava obras nacionais não concluídas pelas administrações dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. João Paulo também acusou Geraldo Julio de "maldade" com os servidores municipais. Geraldo Julio disse ter feito "muitos concursos", além de ter concedido reajuste acima da inflação. Pesquisa Datafolha divulgada na terça-feira (25) aponta que Geraldo Julio tem 59% das intenções de votos válidos contra 41% de João Paulo Lima (PT). O resultado é praticamente igual ao da pesquisa anterior, de 11 de outubro, que apontava Geraldo com 58% contra 42% de João Paulo. Considerando os votos gerais, incluindo brancos, nulos e indecisos, o prefeito subiu de 47% para 50% das intenções de voto. O petista manteve 34%.
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poder
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Candidatos do Recife fazem debate morno com comparação de administraçõesDANIEL CARVALHO ENVIADO ESPECIAL AO RECIFE O último debate entre o prefeito Geraldo Julio (PSB) e o ex-prefeito João Paulo (PT), candidatos à Prefeitura do Recife, foi morno, com uma sucessão de comparações entre as duas administrações. Os dois enfrentaram-se na noite desta sexta-feira (28), na TV Globo. As críticas –bem mais contidas que no debate do dia anterior– se deram quando o candidato do PT comentava a atual administração e quando Geraldo analisava os oito anos em que João Paulo administrou a cidade. As polêmicas começaram quando eles trataram dos índices de segurança e das condições das escolas municipais. "A única fez que o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) teve queda foi durante a gestão dele", criticou Geraldo Julio. "O candidato tenta esconder a péssima realidade da educação na cidade do Recife", rebateu João Paulo. O ex-prefeito do Recife lembrou o aumento da insegurança na cidade. O atual prefeito culpou a crise econômica como motivo para o crescimento da violência e disse que a culpa disso era do PT. Geraldo Julio voltou a ser chamado de "vendedor de ilusões" e "ingrato" por João Paulo. "Ele é um ingrato declarado", afirmou o petista. "Você desconhece tudo o que o PT faz. Você trabalhou no nosso governo. Você teve quadros do nosso governo. Você tenta desconhecer tudo o que fizemos aqui", disse, chamando o candidato do PSB de "robozinho", por causa do estilo de fala do prefeito. O candidato do PSB ironizou o adversário. "O candidato do PT já começa a perder a calma", disse Geraldo. "Nada do que a gente fez presta. Ele bota gosto ruim em tudo." Enquanto João Paulo listava recursos federais repassados para o município e não utilizados, segundo o petista, Geraldo Julio citava obras nacionais não concluídas pelas administrações dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. João Paulo também acusou Geraldo Julio de "maldade" com os servidores municipais. Geraldo Julio disse ter feito "muitos concursos", além de ter concedido reajuste acima da inflação. Pesquisa Datafolha divulgada na terça-feira (25) aponta que Geraldo Julio tem 59% das intenções de votos válidos contra 41% de João Paulo Lima (PT). O resultado é praticamente igual ao da pesquisa anterior, de 11 de outubro, que apontava Geraldo com 58% contra 42% de João Paulo. Considerando os votos gerais, incluindo brancos, nulos e indecisos, o prefeito subiu de 47% para 50% das intenções de voto. O petista manteve 34%.
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Semana começa com tempo úmido e frio em São Paulo
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A semana começou mais fria na capital paulista. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo, a média da temperatura mínima durante a madrugada desta segunda-feira (8) ficou em 13,8°C. No amanhecer, a média nas estações meteorológicas do órgão foi de 14°C. O tempo deve permanecer fechado ao longo do dia. A temperatura máxima fica em torno dos 18°C. Os índices de umidade ficam acima dos 70%, de modo que pode haver garoa, sobretudo do fim da tarde em diante. Nesta terça (9), o céu deve ser predominantemente nublado com temperatura amena. Há possibilidade de chuvas fracas. Os termômetros devem marcar entre 14°C e 21°C. Na quarta (10), a temperatura deve cair mais, com a entrada de uma nova massa de ar frio, segundo o CGE. A mínima deve ser de 12°C, e a máxima, de 17°C. Pode haver chuvas leves entre a madrugada e o começo da manhã. A previsão é de que as temperaturas voltem a subir de sexta-feira (12) em diante.
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cotidiano
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Semana começa com tempo úmido e frio em São PauloA semana começou mais fria na capital paulista. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo, a média da temperatura mínima durante a madrugada desta segunda-feira (8) ficou em 13,8°C. No amanhecer, a média nas estações meteorológicas do órgão foi de 14°C. O tempo deve permanecer fechado ao longo do dia. A temperatura máxima fica em torno dos 18°C. Os índices de umidade ficam acima dos 70%, de modo que pode haver garoa, sobretudo do fim da tarde em diante. Nesta terça (9), o céu deve ser predominantemente nublado com temperatura amena. Há possibilidade de chuvas fracas. Os termômetros devem marcar entre 14°C e 21°C. Na quarta (10), a temperatura deve cair mais, com a entrada de uma nova massa de ar frio, segundo o CGE. A mínima deve ser de 12°C, e a máxima, de 17°C. Pode haver chuvas leves entre a madrugada e o começo da manhã. A previsão é de que as temperaturas voltem a subir de sexta-feira (12) em diante.
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Governo usa maioria em comissão e nova taxa para o BNDES vai a plenário
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A comissão especial de parlamentares aprovou nesta quarta (23) a criação da TLP, a nova taxa de juros para os empréstimos do BNDES. A proposta segue agora para o plenário da Câmara. Os governistas têm pressa para votar a medida, uma vez que a medida provisória que cria a TLP vence em 6 de setembro. Se não votar até a data, a medida perde a validade. A votação na comissão foi acompanhada pela equipe econômica em peso. O Ministério da Fazenda e o Banco Central enviaram secretários e diretores para seguir o debate e esclarecer dúvidas de parlamentares. A criação da taxa recebeu 17 votos a favor e seis contra. Para os integrantes da equipe econômica, a mudança reduzirá os subsídios às empresas, o que ajudará a diminuir os gastos do governo no futuro, e contribuirá para a redução das taxas de juros no país. Os críticos da medida, entre os quais o senador José Serra (PSDB-SP), argumentam que a nova taxa será mais alta, o que vai encarecer os empréstimos e desestimulará os investimentos. No primeiro embate da manhã, os parlamentares rejeitaram questionamento de Serra, que sustentava que a nova taxa representará gastos extras do governo, não descritos na medida provisória, como manda a constituição. O argumento de Serra é que, com uma taxa mais alta nos empréstimos do banco, os subsídios para bancar taxas ainda mais baixas para o setor agrícola vão aumentar. "Ou aumentará a despesa do governo ou aumentará o juro cobrado ao setor agrícola", disse Serra. O senador criticou ainda o fato de a nova taxa ter sido proposta por meio de medida provisória, o que não permitiu uma discussão mais alentada do tema no Congresso. Segundo o economista José Roberto Afonso, especialista em contas públicas e ex-funcionário do BNDES, a nova taxa será mais elevada e isso aumentará o custo do Tesouro para bancar taxas mais baixas ao setor agrícola. "Só diminuirá o gasto [com subsídios] se o governo diminuir o total emprestado, não duvido que travem o crédito rural. É a única hipótese de não aumentar o custo", disse Afonso. "Precisa contar isso para a bancada ruralista". Membros da equipe econômica argumentam que a hipótese não se sustenta. Os gastos com subsídios ao setor agrícola são discutidos anualmente e aprovados no Congresso, no Plano Safra. Ou seja, não haveria risco de aumento de gastos sem passar pelo Orçamento. Além disso, a TLP largará no mesmo valor da atual TJLP (hoje em 7% ao ano) e não se pode afirmar que ela será mais alta uma vez que sua fixação seguirá o título NTN-B, cuja trajetória tem sido descendente. Vencido nesse ponto, Serra apresentou proposta alternativa de manter a atual taxa do BNDES, a TJLP, para empréstimos com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), e adotar a TLP apenas para remunerar o Tesouro sobre os quase R$ 500 bilhões que injetou no banco. Outro a apresentar proposta alternativa foi o deputado Afonso Florence (PT-BA), que sugeriu ao governo elevar a TJLP como forma de reduzir os subsídios, porém mantendo a existência do atual instrumento. Ambas as sugestões não prosperaram e o texto original do governo segue para o plenário da Câmara. Governistas querem colocar o tema em votação ainda nesta quarta. A oposição tentou medidas para obstruir a votação, mas o governo usou sua maioria e votou a favor da proposta de criação da nova taxa. Presidente da comissão, o senador Lindberg Farias (PT-RJ) disse que nova taxa cria "insegurança" à retomada do investimento, após a recessão. "Parece que este governo está sem rumo", disse. "Vamos travar o país". Ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o senador Armando Monteiro (PSB-PE) voltou a defender que pequenas e médias empresas tenham condições mais favoráveis nos empréstimos do BNDES, mas defendeu que todos os subsídios sejam explícitos no Orçamento, o que não ocorre nos empréstimos do banco. "Eu voto favoravelmente à proposta do governo imaginando a contribuição para a redução dos juros estruturais", disse Monteiro.
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mercado
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Governo usa maioria em comissão e nova taxa para o BNDES vai a plenárioA comissão especial de parlamentares aprovou nesta quarta (23) a criação da TLP, a nova taxa de juros para os empréstimos do BNDES. A proposta segue agora para o plenário da Câmara. Os governistas têm pressa para votar a medida, uma vez que a medida provisória que cria a TLP vence em 6 de setembro. Se não votar até a data, a medida perde a validade. A votação na comissão foi acompanhada pela equipe econômica em peso. O Ministério da Fazenda e o Banco Central enviaram secretários e diretores para seguir o debate e esclarecer dúvidas de parlamentares. A criação da taxa recebeu 17 votos a favor e seis contra. Para os integrantes da equipe econômica, a mudança reduzirá os subsídios às empresas, o que ajudará a diminuir os gastos do governo no futuro, e contribuirá para a redução das taxas de juros no país. Os críticos da medida, entre os quais o senador José Serra (PSDB-SP), argumentam que a nova taxa será mais alta, o que vai encarecer os empréstimos e desestimulará os investimentos. No primeiro embate da manhã, os parlamentares rejeitaram questionamento de Serra, que sustentava que a nova taxa representará gastos extras do governo, não descritos na medida provisória, como manda a constituição. O argumento de Serra é que, com uma taxa mais alta nos empréstimos do banco, os subsídios para bancar taxas ainda mais baixas para o setor agrícola vão aumentar. "Ou aumentará a despesa do governo ou aumentará o juro cobrado ao setor agrícola", disse Serra. O senador criticou ainda o fato de a nova taxa ter sido proposta por meio de medida provisória, o que não permitiu uma discussão mais alentada do tema no Congresso. Segundo o economista José Roberto Afonso, especialista em contas públicas e ex-funcionário do BNDES, a nova taxa será mais elevada e isso aumentará o custo do Tesouro para bancar taxas mais baixas ao setor agrícola. "Só diminuirá o gasto [com subsídios] se o governo diminuir o total emprestado, não duvido que travem o crédito rural. É a única hipótese de não aumentar o custo", disse Afonso. "Precisa contar isso para a bancada ruralista". Membros da equipe econômica argumentam que a hipótese não se sustenta. Os gastos com subsídios ao setor agrícola são discutidos anualmente e aprovados no Congresso, no Plano Safra. Ou seja, não haveria risco de aumento de gastos sem passar pelo Orçamento. Além disso, a TLP largará no mesmo valor da atual TJLP (hoje em 7% ao ano) e não se pode afirmar que ela será mais alta uma vez que sua fixação seguirá o título NTN-B, cuja trajetória tem sido descendente. Vencido nesse ponto, Serra apresentou proposta alternativa de manter a atual taxa do BNDES, a TJLP, para empréstimos com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), e adotar a TLP apenas para remunerar o Tesouro sobre os quase R$ 500 bilhões que injetou no banco. Outro a apresentar proposta alternativa foi o deputado Afonso Florence (PT-BA), que sugeriu ao governo elevar a TJLP como forma de reduzir os subsídios, porém mantendo a existência do atual instrumento. Ambas as sugestões não prosperaram e o texto original do governo segue para o plenário da Câmara. Governistas querem colocar o tema em votação ainda nesta quarta. A oposição tentou medidas para obstruir a votação, mas o governo usou sua maioria e votou a favor da proposta de criação da nova taxa. Presidente da comissão, o senador Lindberg Farias (PT-RJ) disse que nova taxa cria "insegurança" à retomada do investimento, após a recessão. "Parece que este governo está sem rumo", disse. "Vamos travar o país". Ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o senador Armando Monteiro (PSB-PE) voltou a defender que pequenas e médias empresas tenham condições mais favoráveis nos empréstimos do BNDES, mas defendeu que todos os subsídios sejam explícitos no Orçamento, o que não ocorre nos empréstimos do banco. "Eu voto favoravelmente à proposta do governo imaginando a contribuição para a redução dos juros estruturais", disse Monteiro.
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Dificuldade em financiamento pode parar obras de rodovias federais
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Um sinal amarelo foi aceso nas concessões de cinco rodovias federais de 2013, ameaçando o cronograma de obras de R$ 30 bilhões para a duplicação de 2.800 quilômetros de estrada nos próximos cinco anos. As concessionárias estão com dificuldade para conseguir liberar o financiamento de longo prazo prometido pelo governo antes do leilão. A Folha apurou junto a representantes de empresas e membros do governo que parte do acordo firmado antes dos leilões não está sendo cumprido. As garantias pedidas são diferentes e os prazos de liberação estão se alongando, inclusive ameaçando a continuidade de algumas intervenções. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), que ficou responsável pela maior parte dos financiamentos, nega que haja atraso nos financiamentos e que está cumprindo o que havia sido acordado nos documentos em que o banco abriu a linha de financiamento para esses empréstimos. As concessões de 2013 foram realizadas com uma linha de crédito bastante benevolente. Bancos públicos se comprometeram a emprestar recursos por 25 anos, com carência de cinco anos, e juros de TR (Taxa Referencial) mais 2% ao ano. Também foi prometido que as empresas não dariam seu patrimônio como garantia e sim as receitas da concessão. Concessão de rodovias e dificuldades junto ao BNDES Essas condições são apontados como o principal fator para que as empresas oferecessem descontos acima de 40% no valor máximo de pedágio. A primeira etapa do financiamento ocorreu no primeiro semestre de 2014, quando as empresas conseguiram adiantamentos para iniciar as obras. Esses adiantamentos têm custos levemente superiores ao chamado empréstimo de longo prazo e precisam ser quitados. Em geral, por volta de 12 meses depois, as companhias conseguem ter liberado o dinheiro do empréstimo do longo prazo. Mas, até agora, nenhuma recebeu esse recurso. O banco informa que está analisando os pedidos e que sua perspectiva "sempre foi liberá-los no segundo semestre". Paulo Lopes, diretor Administrativo e Financeiro da MGO Rodovias, a primeira concessão do programa que administra a BR-050/MG-GO, disse que recebeu R$ 285 milhões de adiantamento e que esperava ter o definitivo no primeiro semestre. Segundo ele, se o valor não sair até novembro, vai complicar o andamento das obras. "Temos que fazer 35 quilômetros de duplicação no segundo ano e prevíamos fazer 38 quilômetros. Se der tudo certo e assinarmos até novembro, podemos fazer um pouco mais", afirmou Lopes. A Via-040, que administra a concessão da BR-040/DF-MG, informou que as negociações para os empréstimos estão normais, e a Odebrecht Transport, que administra a BR-163/MT, afirmou que tem recursos para manter os investimentos com os empréstimos-ponte. Outras duas empresas não responderam aos questionamentos da Folha. A Odebrecht também informou que houve alterações nas condições de garantia, já que o governo não conseguiu fazer funcionar uma agência que venderia uma espécie de seguro às empresas para os casos de atraso em obras, como acordado. A principal irritação das empresas com o banco é relativa às garantias. O BNDES só está aceitando que as receitas da concessão sejam usadas para garantir os empréstimos após sete anos da concessão. Com isso, as empresas terão que deixar bens e outras receitas presas com o banco, dificultando outros negócios dela. O BNDES informou que as garantias são as usuais para esse tipo de operação e que "o conjunto de garantias exigidas inclui penhor de ações, cessão de fluxo de receitas da concessionária e garantia pessoal do controlador durante a fase de construção do projeto".
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mercado
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Dificuldade em financiamento pode parar obras de rodovias federaisUm sinal amarelo foi aceso nas concessões de cinco rodovias federais de 2013, ameaçando o cronograma de obras de R$ 30 bilhões para a duplicação de 2.800 quilômetros de estrada nos próximos cinco anos. As concessionárias estão com dificuldade para conseguir liberar o financiamento de longo prazo prometido pelo governo antes do leilão. A Folha apurou junto a representantes de empresas e membros do governo que parte do acordo firmado antes dos leilões não está sendo cumprido. As garantias pedidas são diferentes e os prazos de liberação estão se alongando, inclusive ameaçando a continuidade de algumas intervenções. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), que ficou responsável pela maior parte dos financiamentos, nega que haja atraso nos financiamentos e que está cumprindo o que havia sido acordado nos documentos em que o banco abriu a linha de financiamento para esses empréstimos. As concessões de 2013 foram realizadas com uma linha de crédito bastante benevolente. Bancos públicos se comprometeram a emprestar recursos por 25 anos, com carência de cinco anos, e juros de TR (Taxa Referencial) mais 2% ao ano. Também foi prometido que as empresas não dariam seu patrimônio como garantia e sim as receitas da concessão. Concessão de rodovias e dificuldades junto ao BNDES Essas condições são apontados como o principal fator para que as empresas oferecessem descontos acima de 40% no valor máximo de pedágio. A primeira etapa do financiamento ocorreu no primeiro semestre de 2014, quando as empresas conseguiram adiantamentos para iniciar as obras. Esses adiantamentos têm custos levemente superiores ao chamado empréstimo de longo prazo e precisam ser quitados. Em geral, por volta de 12 meses depois, as companhias conseguem ter liberado o dinheiro do empréstimo do longo prazo. Mas, até agora, nenhuma recebeu esse recurso. O banco informa que está analisando os pedidos e que sua perspectiva "sempre foi liberá-los no segundo semestre". Paulo Lopes, diretor Administrativo e Financeiro da MGO Rodovias, a primeira concessão do programa que administra a BR-050/MG-GO, disse que recebeu R$ 285 milhões de adiantamento e que esperava ter o definitivo no primeiro semestre. Segundo ele, se o valor não sair até novembro, vai complicar o andamento das obras. "Temos que fazer 35 quilômetros de duplicação no segundo ano e prevíamos fazer 38 quilômetros. Se der tudo certo e assinarmos até novembro, podemos fazer um pouco mais", afirmou Lopes. A Via-040, que administra a concessão da BR-040/DF-MG, informou que as negociações para os empréstimos estão normais, e a Odebrecht Transport, que administra a BR-163/MT, afirmou que tem recursos para manter os investimentos com os empréstimos-ponte. Outras duas empresas não responderam aos questionamentos da Folha. A Odebrecht também informou que houve alterações nas condições de garantia, já que o governo não conseguiu fazer funcionar uma agência que venderia uma espécie de seguro às empresas para os casos de atraso em obras, como acordado. A principal irritação das empresas com o banco é relativa às garantias. O BNDES só está aceitando que as receitas da concessão sejam usadas para garantir os empréstimos após sete anos da concessão. Com isso, as empresas terão que deixar bens e outras receitas presas com o banco, dificultando outros negócios dela. O BNDES informou que as garantias são as usuais para esse tipo de operação e que "o conjunto de garantias exigidas inclui penhor de ações, cessão de fluxo de receitas da concessionária e garantia pessoal do controlador durante a fase de construção do projeto".
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Russomanno usa dados descontextualizados de mortes no trânsito para atacar Haddad
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ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO O candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB) usa dados descontextualizados de mortes no trânsito para atacar a gestão Fernando Haddad (PT). "Os números da Secretaria [de Estado] da Segurança mostram que não houve diminuição nas mortes por acidentes", disse, durante agenda de campanha em Santo Amaro (zona sul de SP). Ele diz que pretende aumentar novamente os limites nas marginais Tietê e Pinheiros, além de investir mais em educação de trânsito. Ele acusou a gestão Haddad de falsificar os dados. "Os números do secretário [municipal] de Transportes [Jilmar Tatto, do PT] são números dele, não dos engenheiros técnicos da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], não são reais. Ele rasgou os relatórios e colocou números que ele queria colocar", afirmou. Russomanno se baseia em dados do Infosiga, um sistema do governo estadual que contabiliza as mortes no trânsito com base em boletins de ocorrência. A CET também utiliza os boletins, mas cruza com dados do IML (Instituto Médico Legal), excluindo, por exemplo, casos de pessoas que se acidentaram em outras cidades, mas morreram em hospitais em São Paulo. O candidato apresenta dados de 2015 para provar a tese de que as mortes não caíram após a redução de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, que começou a vigorar em julho daquele ano. Ele compara os meses do mesmo ano, antes e depois da diminuição da velocidade. Por exemplo, a variação de julho para agosto daquele ano foi de 86 para 90 mortes, segundo os dados estaduais usados por Russomanno. Especialistas orientam que mortes sejam sempre comparadas com o mesmo período de anos anteriores, devido à questão da sazonalidade –a quantidade de carros na rua em cada mês é influenciada por diversos fatores, como as férias escolares em julho, quando diminui o tráfego. Comparando o mesmo período do ano, a base de dados estadual usada por Russomanno também mostra queda de mortes antes e depois da redução da velocidade nas marginais. De janeiro a julho de 2015, antes da redução do limite nas marginais, foram 685 mortes. No mesmo período de 2016, foram 542 casos. A redução é de 21%. A CET só dispõe de dados até abril de 2016. Comparando de janeiro a abril de 2015 e 2016, a queda foi de 29%. O diretor da CET, Tadeu Leite, afirma que o critério usado pela companhia é mais refinado que a contabilização apenas dos boletins de ocorrência. "É o mesmo método utilizado há 40 anos pela companhia", afirma ele, que trabalha no órgão desde 1977. Várias entidades da sociedade civil, como o Movimento Não Foi Acidente, pedem que Russomanno, Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB) desistam de aumentar o limite de velocidade se forem eleitos. Eles afirmam que a eficácia na questão da velocidade é "inquestionável". Entre os principais candidatos, apenas Haddad e Luiza Erundina (PSOL) pretendem manter os limites de velocidade nos patamares atuais. OUTRO LADO Questionado posteriormente sobre os dados, Russomanno afirmou que "usou como exemplo um ano só". "No segundo semestre, quando houve diminuição da velocidade, não diminuíram as mortes", afirmou o candidato. "Eu estou dizendo que seis meses com a velocidade menor não diminuíram as mortes", disse. Mesmo por esse recorte proposto deputado, que não é considerado ideal pelos especialistas, houve menos mortes no segundo semestre de 2015 do que no primeiro. Foram 599 mortes de janeiro a junho, contra 520 de julho a dezembro –média de casos mensais caiu de 99,8 para 86,6. Sobre a diminuição das mortes no primeiro semestre de 2016, o candidato afirmou que deve ser levada em conta a crise, que ajudou a tirar carros da rua. "A quantidade de carros caiu sensivelmente, quantos carros a menos foram vendidos? Qual é a situação da frota que está na cidade de São Paulo em relação ao período anterior?" A respeito dos questionamentos sobre a metodologia, ele afirmou que cada um faz a comparação da forma que julgar mais adequada.
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Russomanno usa dados descontextualizados de mortes no trânsito para atacar HaddadARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO O candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB) usa dados descontextualizados de mortes no trânsito para atacar a gestão Fernando Haddad (PT). "Os números da Secretaria [de Estado] da Segurança mostram que não houve diminuição nas mortes por acidentes", disse, durante agenda de campanha em Santo Amaro (zona sul de SP). Ele diz que pretende aumentar novamente os limites nas marginais Tietê e Pinheiros, além de investir mais em educação de trânsito. Ele acusou a gestão Haddad de falsificar os dados. "Os números do secretário [municipal] de Transportes [Jilmar Tatto, do PT] são números dele, não dos engenheiros técnicos da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], não são reais. Ele rasgou os relatórios e colocou números que ele queria colocar", afirmou. Russomanno se baseia em dados do Infosiga, um sistema do governo estadual que contabiliza as mortes no trânsito com base em boletins de ocorrência. A CET também utiliza os boletins, mas cruza com dados do IML (Instituto Médico Legal), excluindo, por exemplo, casos de pessoas que se acidentaram em outras cidades, mas morreram em hospitais em São Paulo. O candidato apresenta dados de 2015 para provar a tese de que as mortes não caíram após a redução de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, que começou a vigorar em julho daquele ano. Ele compara os meses do mesmo ano, antes e depois da diminuição da velocidade. Por exemplo, a variação de julho para agosto daquele ano foi de 86 para 90 mortes, segundo os dados estaduais usados por Russomanno. Especialistas orientam que mortes sejam sempre comparadas com o mesmo período de anos anteriores, devido à questão da sazonalidade –a quantidade de carros na rua em cada mês é influenciada por diversos fatores, como as férias escolares em julho, quando diminui o tráfego. Comparando o mesmo período do ano, a base de dados estadual usada por Russomanno também mostra queda de mortes antes e depois da redução da velocidade nas marginais. De janeiro a julho de 2015, antes da redução do limite nas marginais, foram 685 mortes. No mesmo período de 2016, foram 542 casos. A redução é de 21%. A CET só dispõe de dados até abril de 2016. Comparando de janeiro a abril de 2015 e 2016, a queda foi de 29%. O diretor da CET, Tadeu Leite, afirma que o critério usado pela companhia é mais refinado que a contabilização apenas dos boletins de ocorrência. "É o mesmo método utilizado há 40 anos pela companhia", afirma ele, que trabalha no órgão desde 1977. Várias entidades da sociedade civil, como o Movimento Não Foi Acidente, pedem que Russomanno, Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB) desistam de aumentar o limite de velocidade se forem eleitos. Eles afirmam que a eficácia na questão da velocidade é "inquestionável". Entre os principais candidatos, apenas Haddad e Luiza Erundina (PSOL) pretendem manter os limites de velocidade nos patamares atuais. OUTRO LADO Questionado posteriormente sobre os dados, Russomanno afirmou que "usou como exemplo um ano só". "No segundo semestre, quando houve diminuição da velocidade, não diminuíram as mortes", afirmou o candidato. "Eu estou dizendo que seis meses com a velocidade menor não diminuíram as mortes", disse. Mesmo por esse recorte proposto deputado, que não é considerado ideal pelos especialistas, houve menos mortes no segundo semestre de 2015 do que no primeiro. Foram 599 mortes de janeiro a junho, contra 520 de julho a dezembro –média de casos mensais caiu de 99,8 para 86,6. Sobre a diminuição das mortes no primeiro semestre de 2016, o candidato afirmou que deve ser levada em conta a crise, que ajudou a tirar carros da rua. "A quantidade de carros caiu sensivelmente, quantos carros a menos foram vendidos? Qual é a situação da frota que está na cidade de São Paulo em relação ao período anterior?" A respeito dos questionamentos sobre a metodologia, ele afirmou que cada um faz a comparação da forma que julgar mais adequada.
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Promovida por igrejas, marcha é palco de protestos pelo fim da corrupção
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Anunciada como a maior da história de São Paulo, a Marcha para Jesus promovida por igrejas evangélicas neopentecostais nesta quinta-feira (4) foi palco para uma série de apelos pelo "fim da corrupção" e uma "faxina ética" no Brasil. O tema apareceu em faixas e cartazes espalhados pelo evento, ao lado de dizeres contra o aborto, a prostituição e o uso de drogas. Em cima dos carros de som, líderes de diversas denominações condenaram o desvio de dinheiro público em suas orações e pediram "a libertação do Brasil". Nenhum político ou partido foi criticado diretamente. Durante uma pregação, um dos pastores disse que os fiéis deveriam orar pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a Polícia Militar, cerca de 340 mil pessoas acompanharam a marcha. "Essas imagens vão correr 170 países. Eles não vão conhecer o Brasil como o país da prostituição, da miséria e da corrupção. Nem um Brasil de senhores e senhoras, mas o país de um senhor só", disse o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, presidente da marcha. Hernandes dividiu o principal carro de som da marcha com sua mulher, a bispa Sônia. Em 2008, ela foi presa nos Estados Unidos ao entrar com dinheiro não declarado no país. Líderes de outras igrejas, como o apóstolo Valdemiro Santiago, também passaram pelo local. Marcha para Jesus de 2015 Apenas políticos evangélicos, como o senador Magno Malta (PR-ES), usaram o microfone. "A pauta aqui é contra o aborto, contra as drogas, contra a prostituição e contra a corrupção. O povo foi por muito tempo massa de manobra, mas acordou. O Brasil está em queda livre", disse o parlamentar à reportagem. A politização do ato foi defendida por Hernandes. Segundo ele, a Bíblia orienta o cristão a "orar para que a nação seja sarada". "Pregar contra a miséria, contra a prostituição e contra a corrupção está nesse contexto." As orações ainda incluíram pedidos pela formação de "uma geração de líderes em todas as esferas de poder que temam" o nome de Deus. A marcha começou às 10h em frente à estação da Luz, na região central da capital paulista e saiu em direção ao Campo de Marte, quase cinco quilômetros depois. Ao todo, 14 carros de som animaram os fiéis. Os organizadores trataram a marcha como histórica, mas não quiseram estimar público. Em 2012, o evento reuniu, segundo o Datafolha, cerca de 335 mil. No ano seguinte, a apuração contou 200 mil participantes. Desde 2014 o instituto não calcula a adesão ao evento.
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Promovida por igrejas, marcha é palco de protestos pelo fim da corrupçãoAnunciada como a maior da história de São Paulo, a Marcha para Jesus promovida por igrejas evangélicas neopentecostais nesta quinta-feira (4) foi palco para uma série de apelos pelo "fim da corrupção" e uma "faxina ética" no Brasil. O tema apareceu em faixas e cartazes espalhados pelo evento, ao lado de dizeres contra o aborto, a prostituição e o uso de drogas. Em cima dos carros de som, líderes de diversas denominações condenaram o desvio de dinheiro público em suas orações e pediram "a libertação do Brasil". Nenhum político ou partido foi criticado diretamente. Durante uma pregação, um dos pastores disse que os fiéis deveriam orar pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo a Polícia Militar, cerca de 340 mil pessoas acompanharam a marcha. "Essas imagens vão correr 170 países. Eles não vão conhecer o Brasil como o país da prostituição, da miséria e da corrupção. Nem um Brasil de senhores e senhoras, mas o país de um senhor só", disse o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, presidente da marcha. Hernandes dividiu o principal carro de som da marcha com sua mulher, a bispa Sônia. Em 2008, ela foi presa nos Estados Unidos ao entrar com dinheiro não declarado no país. Líderes de outras igrejas, como o apóstolo Valdemiro Santiago, também passaram pelo local. Marcha para Jesus de 2015 Apenas políticos evangélicos, como o senador Magno Malta (PR-ES), usaram o microfone. "A pauta aqui é contra o aborto, contra as drogas, contra a prostituição e contra a corrupção. O povo foi por muito tempo massa de manobra, mas acordou. O Brasil está em queda livre", disse o parlamentar à reportagem. A politização do ato foi defendida por Hernandes. Segundo ele, a Bíblia orienta o cristão a "orar para que a nação seja sarada". "Pregar contra a miséria, contra a prostituição e contra a corrupção está nesse contexto." As orações ainda incluíram pedidos pela formação de "uma geração de líderes em todas as esferas de poder que temam" o nome de Deus. A marcha começou às 10h em frente à estação da Luz, na região central da capital paulista e saiu em direção ao Campo de Marte, quase cinco quilômetros depois. Ao todo, 14 carros de som animaram os fiéis. Os organizadores trataram a marcha como histórica, mas não quiseram estimar público. Em 2012, o evento reuniu, segundo o Datafolha, cerca de 335 mil. No ano seguinte, a apuração contou 200 mil participantes. Desde 2014 o instituto não calcula a adesão ao evento.
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Levy convoca 'espírito animal' de empresários em São Paulo
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, convocou o "espírito animal" dos empresários a uma seleta plateia de clientes do grupo Bradesco durante palestra na manhã desta sexta-feira (30), em São Paulo. "É preciso resgatar o espírito animal. [...] Quando se abre a jaula, poucos animais vão pular para fora sem antes olhar o ambiente. O nosso dever é garantir esse ambiente", disse. O ministro admitiu que, para que os empresários voltem a investir, é preciso que tenham confiança na economia, e o primeiro papel do governo nesse sentido, é melhorar a situação fiscal do país. "O governo vai fazer a sua parte de criar um quadro com menos risco, com uma tranquilidade fiscal que permita o funcionamento do setor financeiro com mais previsibilidade." OUSADIA E CORAGEM Depois de reconhecer que a economia brasileira "tem funcionado mais por conta própria do que com o apoio do governo", Levy pediu, em diversos momentos durante o período de aproximadamente duas horas em que falou aos empresários, ousadia e coragem para tomar riscos. "O nosso trabalho é garantir o ambiente. E vocês, olhando o ambiente, vão tomar as suas decisões. Temos que ter capacidade de tomar riscos", disse. Ao afirmar que a responsabilidade da equipe econômica é garantir tranquilidade e previsibilidade, Levy disse que "essa tarefa só o governo pode fazer", mas ressaltou que "tem uma porção de coisas que não necessariamente o governo vai fazer". "O relançamento da atividade são as senhoras e os senhores que vão fazer. Olhando o ambiente, mas evidentemente não é o governo que vai empurrar as coisas. Não é assim que funciona." Para ele, o Brasil tem todas as condições para passar para um novo estágio de crescimento. "Não vamos ficar presos à armadilha da renda intermediária que outros países estariam enfrentando." Para ultrapassar essa fase, Levy disse que é preciso diminuir os riscos macroeconômicos e que "cada um tome os riscos de sua atividade diária". Segundo o ministro, a intenção do governo Dilma é aproveitar mais o mercado de capitais para estimular o crescimento. "O Brasil tem capacidade de criar créditos de longo prazo. O país tem uma boa indústria de bancos de investimento e o governo tem de vê-los como parceiros", disse.
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Levy convoca 'espírito animal' de empresários em São PauloO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, convocou o "espírito animal" dos empresários a uma seleta plateia de clientes do grupo Bradesco durante palestra na manhã desta sexta-feira (30), em São Paulo. "É preciso resgatar o espírito animal. [...] Quando se abre a jaula, poucos animais vão pular para fora sem antes olhar o ambiente. O nosso dever é garantir esse ambiente", disse. O ministro admitiu que, para que os empresários voltem a investir, é preciso que tenham confiança na economia, e o primeiro papel do governo nesse sentido, é melhorar a situação fiscal do país. "O governo vai fazer a sua parte de criar um quadro com menos risco, com uma tranquilidade fiscal que permita o funcionamento do setor financeiro com mais previsibilidade." OUSADIA E CORAGEM Depois de reconhecer que a economia brasileira "tem funcionado mais por conta própria do que com o apoio do governo", Levy pediu, em diversos momentos durante o período de aproximadamente duas horas em que falou aos empresários, ousadia e coragem para tomar riscos. "O nosso trabalho é garantir o ambiente. E vocês, olhando o ambiente, vão tomar as suas decisões. Temos que ter capacidade de tomar riscos", disse. Ao afirmar que a responsabilidade da equipe econômica é garantir tranquilidade e previsibilidade, Levy disse que "essa tarefa só o governo pode fazer", mas ressaltou que "tem uma porção de coisas que não necessariamente o governo vai fazer". "O relançamento da atividade são as senhoras e os senhores que vão fazer. Olhando o ambiente, mas evidentemente não é o governo que vai empurrar as coisas. Não é assim que funciona." Para ele, o Brasil tem todas as condições para passar para um novo estágio de crescimento. "Não vamos ficar presos à armadilha da renda intermediária que outros países estariam enfrentando." Para ultrapassar essa fase, Levy disse que é preciso diminuir os riscos macroeconômicos e que "cada um tome os riscos de sua atividade diária". Segundo o ministro, a intenção do governo Dilma é aproveitar mais o mercado de capitais para estimular o crescimento. "O Brasil tem capacidade de criar créditos de longo prazo. O país tem uma boa indústria de bancos de investimento e o governo tem de vê-los como parceiros", disse.
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Na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurança
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Crescer dói em qualquer idade. Dói para a criança em sua passagem para a segunda e derradeira parte da infância, e dói quando esta termina. Dói quando ela está prestes a entrar na adolescência, e crescer dói durante a adolescência toda, do começo ao fim. Dói entrar na maturidade, dói aprender a ser um pouco mais adulto a cada dia para não responsabilizar o passado pelas agruras do presente; dói entrar na meia idade e dói envelhecer. Hoje, vamos pensar a respeito das dores que, em geral, ocorrem na adolescência e como elas podem se expressar. Para isso, vou contar duas histórias baseadas em histórias reais, mas que modifiquei para preservar a identidade dos que viveram essas dores tão intensamente. Marina era, na época, uma garota tímida com seus 13 anos: achava que seu corpo deixava muito a desejar e, por isso, o escondia de todas as maneiras. Na escola, com as colegas, ria e fazia comentários espirituosos sobre si mesma fazendo todas acharem graça de seu jeito. Dava-se bem com os professores e com as provas, apesar de pouco estudar. Só não se dava bem com os meninos, pois achava que eles não queriam sua companhia. O sentimento era de ser invisível para eles. Em casa, preferia ficar sozinha em seu quarto a maior parte do tempo. Só via os pais nos horários das refeições e pouco conversava com eles. Sentia-se rejeitada, principalmente pelo pai. Não que fosse na realidade, mas esse era seu sentimento. Um dia, uma amiga contou que frequentava um ambiente na internet que mostrava fotos de garotas com cortes nos braços e pernas feitos com lâmina de barbear. Ela fez para experimentar. Sentiu um alívio danado e, daí em diante, passou a fazer regularmente, sempre que se sentia estranha. Funcionava. João Pedro, aos 14 anos, gostava de bancar o valentão: vira e mexe entrava em luta corporal com colegas ou desconhecidos e sempre se machucava. Já fora ao hospital para levar pontos por cortes sofridos nos lábios em uma dessas brigas. Dizia que essa era sua maneira de ficar "de boa", de não "surtar". Achava que a vida era uma droga, não via sentido em ir para a escola, festas etc. Para alguns adolescentes, a dor do crescimento e o sofrimento emocional e psíquico que ocorrem nessa fase são quase insuportáveis. Deslocar essa dor impalpável para a dor física alivia suas angústias. O problema é que a solução é temporária –ambos sabiam disso. Por isso precisavam repetir, repetir, repetir. Muitas famílias não dão a devida atenção a essas situações. O pai de outra garota, que também praticava automutilação, dizia que era modismo porque a garota era bonita, popular, tinha de tudo. É bom saber que, na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurança: o conhecimento de si e do mundo, os pais, a intimidade com o corpo e a maneira de relacionar-se com os pares. Famílias e escolas poderiam estabelecer diálogos vivos e instigantes a respeito da vida com os jovens. Em vez de falar de escola, profissões, vestibular etc., tratar de arte, filosofia, cinema e literatura é muito mais profícuo para ajudá-los a ver e entender melhor o mundo e desenvolver o autoconhecimento. Alguns adolescentes precisam de ajuda –às vezes profissional– para simbolizar a dor que sentem e que não sabem expressar.
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colunas
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Na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurançaCrescer dói em qualquer idade. Dói para a criança em sua passagem para a segunda e derradeira parte da infância, e dói quando esta termina. Dói quando ela está prestes a entrar na adolescência, e crescer dói durante a adolescência toda, do começo ao fim. Dói entrar na maturidade, dói aprender a ser um pouco mais adulto a cada dia para não responsabilizar o passado pelas agruras do presente; dói entrar na meia idade e dói envelhecer. Hoje, vamos pensar a respeito das dores que, em geral, ocorrem na adolescência e como elas podem se expressar. Para isso, vou contar duas histórias baseadas em histórias reais, mas que modifiquei para preservar a identidade dos que viveram essas dores tão intensamente. Marina era, na época, uma garota tímida com seus 13 anos: achava que seu corpo deixava muito a desejar e, por isso, o escondia de todas as maneiras. Na escola, com as colegas, ria e fazia comentários espirituosos sobre si mesma fazendo todas acharem graça de seu jeito. Dava-se bem com os professores e com as provas, apesar de pouco estudar. Só não se dava bem com os meninos, pois achava que eles não queriam sua companhia. O sentimento era de ser invisível para eles. Em casa, preferia ficar sozinha em seu quarto a maior parte do tempo. Só via os pais nos horários das refeições e pouco conversava com eles. Sentia-se rejeitada, principalmente pelo pai. Não que fosse na realidade, mas esse era seu sentimento. Um dia, uma amiga contou que frequentava um ambiente na internet que mostrava fotos de garotas com cortes nos braços e pernas feitos com lâmina de barbear. Ela fez para experimentar. Sentiu um alívio danado e, daí em diante, passou a fazer regularmente, sempre que se sentia estranha. Funcionava. João Pedro, aos 14 anos, gostava de bancar o valentão: vira e mexe entrava em luta corporal com colegas ou desconhecidos e sempre se machucava. Já fora ao hospital para levar pontos por cortes sofridos nos lábios em uma dessas brigas. Dizia que essa era sua maneira de ficar "de boa", de não "surtar". Achava que a vida era uma droga, não via sentido em ir para a escola, festas etc. Para alguns adolescentes, a dor do crescimento e o sofrimento emocional e psíquico que ocorrem nessa fase são quase insuportáveis. Deslocar essa dor impalpável para a dor física alivia suas angústias. O problema é que a solução é temporária –ambos sabiam disso. Por isso precisavam repetir, repetir, repetir. Muitas famílias não dão a devida atenção a essas situações. O pai de outra garota, que também praticava automutilação, dizia que era modismo porque a garota era bonita, popular, tinha de tudo. É bom saber que, na adolescência, os jovens perdem quase tudo o que lhes dava segurança: o conhecimento de si e do mundo, os pais, a intimidade com o corpo e a maneira de relacionar-se com os pares. Famílias e escolas poderiam estabelecer diálogos vivos e instigantes a respeito da vida com os jovens. Em vez de falar de escola, profissões, vestibular etc., tratar de arte, filosofia, cinema e literatura é muito mais profícuo para ajudá-los a ver e entender melhor o mundo e desenvolver o autoconhecimento. Alguns adolescentes precisam de ajuda –às vezes profissional– para simbolizar a dor que sentem e que não sabem expressar.
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Caminhoneiros protestam contra aumento do combustível
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O aumento do PIS/Cofins dos combustíveis foi o estopim para a paralisação dos caminhoneiros nesta terça-feira (1º). Segundo relatório divulgado pela Polícia Rodoviária Federal, os protestos atingiram cinco Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia). No protesto mais longo em rodovias federais, ocorrido na BR-116, em Santa Catarina, o congestionamento durou mais de 13 horas. No total, a polícia identificou bloqueios em 21 rodovias ocasionadas pelos protestos dos caminhoneiros. "O diesel ficou até R$ 0,46 mais caro por litro e a categoria, que já não tem reajuste no valor do frete há 15 anos, não suporta mais esse aumento", diz o presidente da Unicam (União Nacional dos Caminhoneiro), José Araújo da Silva, o China. Os caminhoneiros reivindicam ainda que seja aprovado projeto de lei, que prevê uma tabela com valor mínimo para o frete; que a aposentadoria desses profissionais ocorra com 25 anos de carreira; e que o governo reveja a redução no quadro de policiais rodoviários. "É um absurdo que sejam impostas regras novas aos caminhoneiros, sem haver o respeito às leis vigentes no setor", diz China. De acordo com ele, fazem parte desta manifestação caminhoneiros autônomos, que normalmente têm até três caminhões. "Mas nada impede que pequenas empresas que também são prejudicadas façam adesão ao protesto." A entidade ainda está fazendo um balanço do protesto, mas China afirma que como não houve sinalização do governo para uma negociação, por isso, é possível que as manifestações continuem. IMPACTO Na Rodovia Anchieta, os manifestantes bloquearam o acesso ao Porto de Santos. De acordo com a assessoria de imprensa da Ecovias, que administra a estrada, foram cerca de 3 km de congestionamento durante todo o dia no acesso ao porto. A Ecovias afirma que as outras rodovias administradas pela concessionária não tiveram impacto da paralisação. Além da Anchieta, a concessionária administra a Imigrantes, Manoel da Nóbrega e Cônego Domênico Rangoni. A CCR, que administra o Rodoanel Via Oeste, parte da Castelo da Castelo Branco e da Raposo Tavares, afirma que em suas rodovias não houve impacto da manifestação. Em Minas Gerais, os caminhoneiros bloquearam a rodovia BR-381, no km 361, em João Monlevade (129 km). Já no Espírito Santo, o bloqueio ocorreu no km 11 da rodovia BR-262, em Viana.
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Caminhoneiros protestam contra aumento do combustívelO aumento do PIS/Cofins dos combustíveis foi o estopim para a paralisação dos caminhoneiros nesta terça-feira (1º). Segundo relatório divulgado pela Polícia Rodoviária Federal, os protestos atingiram cinco Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia). No protesto mais longo em rodovias federais, ocorrido na BR-116, em Santa Catarina, o congestionamento durou mais de 13 horas. No total, a polícia identificou bloqueios em 21 rodovias ocasionadas pelos protestos dos caminhoneiros. "O diesel ficou até R$ 0,46 mais caro por litro e a categoria, que já não tem reajuste no valor do frete há 15 anos, não suporta mais esse aumento", diz o presidente da Unicam (União Nacional dos Caminhoneiro), José Araújo da Silva, o China. Os caminhoneiros reivindicam ainda que seja aprovado projeto de lei, que prevê uma tabela com valor mínimo para o frete; que a aposentadoria desses profissionais ocorra com 25 anos de carreira; e que o governo reveja a redução no quadro de policiais rodoviários. "É um absurdo que sejam impostas regras novas aos caminhoneiros, sem haver o respeito às leis vigentes no setor", diz China. De acordo com ele, fazem parte desta manifestação caminhoneiros autônomos, que normalmente têm até três caminhões. "Mas nada impede que pequenas empresas que também são prejudicadas façam adesão ao protesto." A entidade ainda está fazendo um balanço do protesto, mas China afirma que como não houve sinalização do governo para uma negociação, por isso, é possível que as manifestações continuem. IMPACTO Na Rodovia Anchieta, os manifestantes bloquearam o acesso ao Porto de Santos. De acordo com a assessoria de imprensa da Ecovias, que administra a estrada, foram cerca de 3 km de congestionamento durante todo o dia no acesso ao porto. A Ecovias afirma que as outras rodovias administradas pela concessionária não tiveram impacto da paralisação. Além da Anchieta, a concessionária administra a Imigrantes, Manoel da Nóbrega e Cônego Domênico Rangoni. A CCR, que administra o Rodoanel Via Oeste, parte da Castelo da Castelo Branco e da Raposo Tavares, afirma que em suas rodovias não houve impacto da manifestação. Em Minas Gerais, os caminhoneiros bloquearam a rodovia BR-381, no km 361, em João Monlevade (129 km). Já no Espírito Santo, o bloqueio ocorreu no km 11 da rodovia BR-262, em Viana.
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Árbitro brasileiro apita semifinal entre Argentina e Paraguai
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A Conmebol anunciou que o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci vai apitar o duelo entre Argentina e Paraguai, pela semifinal da Copa América, que será realizada nesta terça-feira (30), em Concepción. Ricci apitou a polêmica vitória do Chile sobre o Uruguai por 1 a 0, na última quarta-feira (24), pelas quartas de final da competição. Ele expulsou dois jogadores uruguaios: o atacante Cavani e o lateral Fucile, além do técnico Tabárez. A expulsão de Cavani foi muito contestada pelos uruguaios. No lance, o zagueiro chileno Jara provoca Cavani com uma 'dedada' por trás. O uruguaio reage com um leve tapa e é expulso (ele já tinha o cartão amarelo por uma reclamação anterior) –Jara continuou em campo, e depois disse o Chile conseguiu o gol da vitória. No domingo, o chileno foi suspenso pela Conmebol por três partidas e está fora do jogo contra o Peru, marcado para esta segunda-feira (29), pela outra semifinal do torneio. Ele ainda ficará fora de uma possível final ou da disputa do terceiro lugar e até do primeiro jogo da equipe pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. O confronto entre Chile e Peru será apitado pelo venezuelano José Argote. vine
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Árbitro brasileiro apita semifinal entre Argentina e ParaguaiA Conmebol anunciou que o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci vai apitar o duelo entre Argentina e Paraguai, pela semifinal da Copa América, que será realizada nesta terça-feira (30), em Concepción. Ricci apitou a polêmica vitória do Chile sobre o Uruguai por 1 a 0, na última quarta-feira (24), pelas quartas de final da competição. Ele expulsou dois jogadores uruguaios: o atacante Cavani e o lateral Fucile, além do técnico Tabárez. A expulsão de Cavani foi muito contestada pelos uruguaios. No lance, o zagueiro chileno Jara provoca Cavani com uma 'dedada' por trás. O uruguaio reage com um leve tapa e é expulso (ele já tinha o cartão amarelo por uma reclamação anterior) –Jara continuou em campo, e depois disse o Chile conseguiu o gol da vitória. No domingo, o chileno foi suspenso pela Conmebol por três partidas e está fora do jogo contra o Peru, marcado para esta segunda-feira (29), pela outra semifinal do torneio. Ele ainda ficará fora de uma possível final ou da disputa do terceiro lugar e até do primeiro jogo da equipe pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. O confronto entre Chile e Peru será apitado pelo venezuelano José Argote. vine
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Fachin deve deixar para abril decisão sobre inquéritos
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O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), deve decidir apenas em abril sobre os 320 pedidos feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, relacionados à delação da Odebrecht. A informação foi dada pela assessoria do STF. Fachin, segundo o tribunal, pretende decidir de uma vez só sobre todas as petições, que incluem a abertura de 83 inquéritos para investigar políticos com foro na corte. Até lá, o material –batizado de "lista de Janot", por conter os nomes dos investigados– permanece em segredo de Justiça. Além dos 83 pedidos de abertura de inquérito, há 211 de declínio de competência, 19 providências e 7 arquivamentos. Na lista de Janot estão ministros do governo de Michel Temer, senadores e deputados, além de governadores, ex-governadores e outros políticos e pessoas sem foro no Supremo. Os 320 pedidos foram feitos com base nas delações premiadas de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. São executivos e ex-executivos, incluindo Emílio e Marcelo Odebrecht, que trataram, em acordo com a Justiça, sobre pagamento de propina e entrega de dinheiro por meio de caixa dois com o objetivo de reduzir as penas nos processos da Lava Jato. A delação de outro funcionário do grupo, Fernando Migliaccio, não entrou neste pacote de pedidos da PGR, entregue em 14 de março ao STF. O material foi digitalizado durante dias e só chegou ao gabinete de Fachin na semana passada. De acordo com a assessoria do Supremo, os trabalhos no gabinete "entrarão pelo mês de abril".
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Fachin deve deixar para abril decisão sobre inquéritosO ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), deve decidir apenas em abril sobre os 320 pedidos feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, relacionados à delação da Odebrecht. A informação foi dada pela assessoria do STF. Fachin, segundo o tribunal, pretende decidir de uma vez só sobre todas as petições, que incluem a abertura de 83 inquéritos para investigar políticos com foro na corte. Até lá, o material –batizado de "lista de Janot", por conter os nomes dos investigados– permanece em segredo de Justiça. Além dos 83 pedidos de abertura de inquérito, há 211 de declínio de competência, 19 providências e 7 arquivamentos. Na lista de Janot estão ministros do governo de Michel Temer, senadores e deputados, além de governadores, ex-governadores e outros políticos e pessoas sem foro no Supremo. Os 320 pedidos foram feitos com base nas delações premiadas de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. São executivos e ex-executivos, incluindo Emílio e Marcelo Odebrecht, que trataram, em acordo com a Justiça, sobre pagamento de propina e entrega de dinheiro por meio de caixa dois com o objetivo de reduzir as penas nos processos da Lava Jato. A delação de outro funcionário do grupo, Fernando Migliaccio, não entrou neste pacote de pedidos da PGR, entregue em 14 de março ao STF. O material foi digitalizado durante dias e só chegou ao gabinete de Fachin na semana passada. De acordo com a assessoria do Supremo, os trabalhos no gabinete "entrarão pelo mês de abril".
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Sindicatos regionais mantêm greve de petroleiros no Rio
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Sindicatos regionais de trabalhadores do setor petroleiro da Bacia de Campos e da refinaria Reduc, no município de Duque de Caxias, decidiram no sábado (14) ignorar os pedidos da maior entidade sindical que representa a categoria no país para encerrar a greve iniciada há 14 dias. Líderes da FUP (Federação Única dos Petroleiros) propuseram na sexta-feira (13) terminar a paralisação que mais afetou a Petrobras em 20 anos. O Sindipetro Norte Fluminense, sindicato dos petroleiros que cuida da maioria das plataformas da Bacia de Campos, aprovou mais cedo, ainda no sábado, a continuação da greve apesar do pedido da FUP. A Bacia de Campos representa mais de 60% da produção de petróleo do Brasil. O Sindipetro Norte Fluminense afirmou, em seu site, que o placar pela manutenção da greve foi de 601 a 192 votos. Já o Sindipetro Caxias, sindicato que representa a maioria dos trabalhadores empregados na Refinaria de Duque de Caxias, fora do Rio, também decidiram pela continuidade da greve. Outros sindicatos de petroleiros no Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul já votaram pelo fim da greve, seguindo a recomendação da FUP. "A FUP considera a greve uma vitória, mas os sindicatos locais e os seus trabalhadores são autônomos", disse Alessandra Muteira, a porta-voz da entidade. Ela acrescentou ainda que os trabalhadores de Duque de Caxias querem que a Petrobras lhes pague por todos os dias em que estavam em greve em vez de somente a metade dos dias parados, como proposto. Representantes dos sindicatos da Sindipetro Norte Fluminense não comentaram os pedidos. Quando os petroleiros começaram a greve em 1º de novembro, a principal demanda era em relação aos planos da Petrobras de cortar investimentos e vender ações para controlar a dívida de US$ 130 bilhões. Nas últimas negociações, os petroleiros garantiram um aumento de 9,5% dos salários e conseguiram que a Petrobras concordasse em estabelecer um Comitê de Gestão de Trabalhadores para explorar formas de restaurar os investimentos.
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Sindicatos regionais mantêm greve de petroleiros no RioSindicatos regionais de trabalhadores do setor petroleiro da Bacia de Campos e da refinaria Reduc, no município de Duque de Caxias, decidiram no sábado (14) ignorar os pedidos da maior entidade sindical que representa a categoria no país para encerrar a greve iniciada há 14 dias. Líderes da FUP (Federação Única dos Petroleiros) propuseram na sexta-feira (13) terminar a paralisação que mais afetou a Petrobras em 20 anos. O Sindipetro Norte Fluminense, sindicato dos petroleiros que cuida da maioria das plataformas da Bacia de Campos, aprovou mais cedo, ainda no sábado, a continuação da greve apesar do pedido da FUP. A Bacia de Campos representa mais de 60% da produção de petróleo do Brasil. O Sindipetro Norte Fluminense afirmou, em seu site, que o placar pela manutenção da greve foi de 601 a 192 votos. Já o Sindipetro Caxias, sindicato que representa a maioria dos trabalhadores empregados na Refinaria de Duque de Caxias, fora do Rio, também decidiram pela continuidade da greve. Outros sindicatos de petroleiros no Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul já votaram pelo fim da greve, seguindo a recomendação da FUP. "A FUP considera a greve uma vitória, mas os sindicatos locais e os seus trabalhadores são autônomos", disse Alessandra Muteira, a porta-voz da entidade. Ela acrescentou ainda que os trabalhadores de Duque de Caxias querem que a Petrobras lhes pague por todos os dias em que estavam em greve em vez de somente a metade dos dias parados, como proposto. Representantes dos sindicatos da Sindipetro Norte Fluminense não comentaram os pedidos. Quando os petroleiros começaram a greve em 1º de novembro, a principal demanda era em relação aos planos da Petrobras de cortar investimentos e vender ações para controlar a dívida de US$ 130 bilhões. Nas últimas negociações, os petroleiros garantiram um aumento de 9,5% dos salários e conseguiram que a Petrobras concordasse em estabelecer um Comitê de Gestão de Trabalhadores para explorar formas de restaurar os investimentos.
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Eles não desistem
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SÃO PAULO - Na versão mais dramática, deputados aproveitaram a calada da noite e a comoção em torno do desastre com a delegação da Chapecoense para desfigurar completamente as dez medidas contra a corrupção e ainda introduziram-lhe dispositivos absurdos com o claro objetivo de intimidar procuradores e juízes da Lava Jato. Embora forte, eu não diria que essa narrativa é despropositada. O processo de votação do PL 4850 tem todas as marcas de uma operação em que os parlamentares atuaram tendo em vista muito mais seus próprios interesses, frequentemente inconfessáveis, do que os do país. Não me agrada, porém, pensar as coisas em termos de nós (povo indefeso) contra eles (políticos corruptos). Numa visão menos teleológico-apocalíptica, não são necessários pacotes salvíficos para enfrentar a corrupção. O próprio sucesso da Lava Jato é prova disso. É claro que aperfeiçoamentos legislativos são sempre bem-vindos e, no frigir dos ovos, os deputados acabaram aprovando a criminalização do caixa dois e uma racionalização do sistema recursal, entre outras medidas. Se isso prosperar, ficaremos melhor do que hoje. É verdade também que a Câmara, na fatídica madrugada, rejeitou uma série de inovações a meu ver positivas, como a responsabilização de partidos políticos por malfeitos de seus integrantes e incentivos à figura do "whistleblower" (informante). Lamento que tenham caído, mas, convenhamos, não é isso que alteraria a natureza do combate à corrupção. O que vejo de grave é a tentativa dos deputados de constranger juízes e procuradores. O Brasil precisa modernizar sua antiquada lei que coíbe o abuso de autoridade, mas é preciso proceder de forma técnica, recorrendo a tipos penais objetivos e razoáveis —exatamente o contrário do que fizeram os deputados. De todo modo, assim como ocorreu com a anistia ao caixa dois, não creio que a investida sobreviverá até o fim dos trâmites.
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Eles não desistemSÃO PAULO - Na versão mais dramática, deputados aproveitaram a calada da noite e a comoção em torno do desastre com a delegação da Chapecoense para desfigurar completamente as dez medidas contra a corrupção e ainda introduziram-lhe dispositivos absurdos com o claro objetivo de intimidar procuradores e juízes da Lava Jato. Embora forte, eu não diria que essa narrativa é despropositada. O processo de votação do PL 4850 tem todas as marcas de uma operação em que os parlamentares atuaram tendo em vista muito mais seus próprios interesses, frequentemente inconfessáveis, do que os do país. Não me agrada, porém, pensar as coisas em termos de nós (povo indefeso) contra eles (políticos corruptos). Numa visão menos teleológico-apocalíptica, não são necessários pacotes salvíficos para enfrentar a corrupção. O próprio sucesso da Lava Jato é prova disso. É claro que aperfeiçoamentos legislativos são sempre bem-vindos e, no frigir dos ovos, os deputados acabaram aprovando a criminalização do caixa dois e uma racionalização do sistema recursal, entre outras medidas. Se isso prosperar, ficaremos melhor do que hoje. É verdade também que a Câmara, na fatídica madrugada, rejeitou uma série de inovações a meu ver positivas, como a responsabilização de partidos políticos por malfeitos de seus integrantes e incentivos à figura do "whistleblower" (informante). Lamento que tenham caído, mas, convenhamos, não é isso que alteraria a natureza do combate à corrupção. O que vejo de grave é a tentativa dos deputados de constranger juízes e procuradores. O Brasil precisa modernizar sua antiquada lei que coíbe o abuso de autoridade, mas é preciso proceder de forma técnica, recorrendo a tipos penais objetivos e razoáveis —exatamente o contrário do que fizeram os deputados. De todo modo, assim como ocorreu com a anistia ao caixa dois, não creio que a investida sobreviverá até o fim dos trâmites.
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Tentativa de suicídio na USP reforça importância de nova educação
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Na segunda-feira da semana passada, fui assistir a uma aula de primeiro período do curso de engenharia do Insper, faculdade privada em São Paulo. Estava preparando uma reportagem sobre como algumas instituições de ensino superior no Brasil têm inserido as habilidades socioemocionais —que são aspectos da personalidade como persistência e capacidade de se relacionar com os outros— em seus currículos. Queria compreender melhor como isso vem sendo tentado na prática. Dois fatos me chamaram a atenção nessa visita. A aula a que assisti era uma espécie de balanço que os alunos deveriam fazer da disciplina chamada "Natureza do design" até aquele momento. Achei interessante que um dos comentários formulados por mais de um jovem se referia ao que eles julgavam ter sido um excesso de liberdade para lidar com equipamentos de um laboratório. Não que tivessem achado aquilo ruim, pelo contrário, mas sentiram dificuldade em lidar com a autonomia porque, nas palavras de um deles, tinham acabado de sair do modelo de ensino bastante tutelado da educação básica. O segundo fato foi algo que me disseram os professores da disciplina. Segundo eles, a instituição faz ajustes no curso quando conclui que isso poderá levar a aprimoramentos —aliás, a "aula balanço" a que assisti é parte desse espírito. E um dos pontos que os professores disseram que estão considerando mudar é o critério para a formação de grupos de trabalho. Atualmente, essa montagem é feita pelos próprios alunos. Mas os docentes e os coordenadores notam que a tendência é que jovens com características muito parecidas se juntem, o que nem sempre é positivo. Se um grupo é formado por alunos muito extrovertidos e comunicativos, eles podem monopolizar o tempo dos professores e monitores, o que implica menos atenção aos mais tímidos. Além disso, segundo especialistas, conviver com a diversidade é bom, pois ajuda no desenvolvimento de habilidades que não sejam o forte de alguém e de um olhar mais compreensivo em relação ao outro. Saí de lá pensando nisso tudo e eis que, dois dias depois, li a excelente e chocante reportagem da jornalista Cláudia Collucci nesta Folha sobre o número preocupante de tentativas recentes de suicídio por alunos de medicina da USP. Entre as possíveis causas desses eventos tristes citadas pelos próprios estudantes, ouvidos em condição de anonimato, estava justamente a formação de grupos que, no caso da medicina da USP, também é prerrogativa dos alunos. "Alunos malvistos ou que não são bem relacionados, por inúmeros motivos, acabam sobrando e formando a famigerada 'panela lixo' ou são excluídos e têm que mendigar uma vaga entre os grupinhos já formados", disse um(a) estudante à jornalista. Embora a frase cause arrepios, como a própria reportagem expõe muito bem e especialistas repetem à exaustão, tentativas de suicídio são fatos complexos, normalmente ocasionados por vários fatores e, por isso, merecem ser tratadas com muita cautela. Claro, que a exclusão causada pela formação de panelas não é novidade nem exclusividade de nenhuma instituição de ensino, seja na educação básica ou nas universidades. O que tem mudado é a percepção de que algo pode ser feito para ajudar os alunos a lidar com essas e outras dificuldades, após algumas décadas de pesquisas que mostram que, devido à plasticidade do nosso cérebro, somos capazes de mudar hábitos e traços da nossa personalidade, mesmo na vida adulta. Como diz o psicólogo e pesquisador Walter Mischel no excelente livro "O Teste do Marshmallow", "o que somos é consequência de uma dança perfeitamente entrelaçada de genética e contexto". Educação é contexto e deve evoluir constantemente. Eventos drásticos, como as tentativas de suicídio dos alunos da USP, infelizmente ajudam a reforçar a necessidade dessas mudanças.
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Tentativa de suicídio na USP reforça importância de nova educaçãoNa segunda-feira da semana passada, fui assistir a uma aula de primeiro período do curso de engenharia do Insper, faculdade privada em São Paulo. Estava preparando uma reportagem sobre como algumas instituições de ensino superior no Brasil têm inserido as habilidades socioemocionais —que são aspectos da personalidade como persistência e capacidade de se relacionar com os outros— em seus currículos. Queria compreender melhor como isso vem sendo tentado na prática. Dois fatos me chamaram a atenção nessa visita. A aula a que assisti era uma espécie de balanço que os alunos deveriam fazer da disciplina chamada "Natureza do design" até aquele momento. Achei interessante que um dos comentários formulados por mais de um jovem se referia ao que eles julgavam ter sido um excesso de liberdade para lidar com equipamentos de um laboratório. Não que tivessem achado aquilo ruim, pelo contrário, mas sentiram dificuldade em lidar com a autonomia porque, nas palavras de um deles, tinham acabado de sair do modelo de ensino bastante tutelado da educação básica. O segundo fato foi algo que me disseram os professores da disciplina. Segundo eles, a instituição faz ajustes no curso quando conclui que isso poderá levar a aprimoramentos —aliás, a "aula balanço" a que assisti é parte desse espírito. E um dos pontos que os professores disseram que estão considerando mudar é o critério para a formação de grupos de trabalho. Atualmente, essa montagem é feita pelos próprios alunos. Mas os docentes e os coordenadores notam que a tendência é que jovens com características muito parecidas se juntem, o que nem sempre é positivo. Se um grupo é formado por alunos muito extrovertidos e comunicativos, eles podem monopolizar o tempo dos professores e monitores, o que implica menos atenção aos mais tímidos. Além disso, segundo especialistas, conviver com a diversidade é bom, pois ajuda no desenvolvimento de habilidades que não sejam o forte de alguém e de um olhar mais compreensivo em relação ao outro. Saí de lá pensando nisso tudo e eis que, dois dias depois, li a excelente e chocante reportagem da jornalista Cláudia Collucci nesta Folha sobre o número preocupante de tentativas recentes de suicídio por alunos de medicina da USP. Entre as possíveis causas desses eventos tristes citadas pelos próprios estudantes, ouvidos em condição de anonimato, estava justamente a formação de grupos que, no caso da medicina da USP, também é prerrogativa dos alunos. "Alunos malvistos ou que não são bem relacionados, por inúmeros motivos, acabam sobrando e formando a famigerada 'panela lixo' ou são excluídos e têm que mendigar uma vaga entre os grupinhos já formados", disse um(a) estudante à jornalista. Embora a frase cause arrepios, como a própria reportagem expõe muito bem e especialistas repetem à exaustão, tentativas de suicídio são fatos complexos, normalmente ocasionados por vários fatores e, por isso, merecem ser tratadas com muita cautela. Claro, que a exclusão causada pela formação de panelas não é novidade nem exclusividade de nenhuma instituição de ensino, seja na educação básica ou nas universidades. O que tem mudado é a percepção de que algo pode ser feito para ajudar os alunos a lidar com essas e outras dificuldades, após algumas décadas de pesquisas que mostram que, devido à plasticidade do nosso cérebro, somos capazes de mudar hábitos e traços da nossa personalidade, mesmo na vida adulta. Como diz o psicólogo e pesquisador Walter Mischel no excelente livro "O Teste do Marshmallow", "o que somos é consequência de uma dança perfeitamente entrelaçada de genética e contexto". Educação é contexto e deve evoluir constantemente. Eventos drásticos, como as tentativas de suicídio dos alunos da USP, infelizmente ajudam a reforçar a necessidade dessas mudanças.
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Livro de autora lituana mostra menina que supera seus medos e melancolias
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QUANDO ABRO OS OLHOS Essa mania que adulto tem de achar que criança tem de estar sempre alegre e sorridente é puro equívoco. A infância oferece momentos e dias dolorosos, e não estamos falando de famílias desestruturadas ou coisa assim. A tristeza, nos primeiros anos de realidade, vem pura como todo o resto -e deve ser passageira. O livro da lituana Agne Bruziene, autora também das lindas ilustrações, traz um menina com medos e melancolias, assustada ao abrir os olhos para mais um dia que talvez seja ruim de sensações e sentimentos. Aos poucos, ela enfrenta a escuridão e começa a colocar cores no espaço e a deixar a luz entrar pela janela. Nessa tentativa de superação, fica claro o paralelo entre alma e arte, as tintas colorindo as sombras de um coração apertado. E o melhor: nem escritora, nem personagem têm medo de serem líricas demais ou piegas, mostrando a enorme distância que existe entre o ponto de vista do leitor de um país báltico e o de um brasileiro. (VIVIEN LANDO) AUTOR: Agne Bruziene TRADUÇÃO: Dani Gutfreund EDITORA: MOV Palavras QUANTO: R$ 49 (32 págs.) AVALIAÇÃO: bom * TRONCO A FORMAR PONTE SOBRE UM RIO Há livros infantojuvenis que jogam na fronteira da idade, com seu destino compartilhado pelos adultos, a exemplo desta obra de César Brandão, artista mineiro sui generis que elaborou um livro limítrofe, de imagens-margens que acasalam fotografia, objetos, desenhos e elementos da natureza, no qual o ascetismo e a simbiose cultura-natureza exalam certo ar de "arte povera". O mais importante nele, muito mais do que o texto —que nunca chega a ser correlato exato da visualidade—, é precisamente essa comunhão flutuante (objetualidade e natureza casadas por meio do desenho), já que a história é sobretudo imagética, funciona de forma errática, com a ajuda de "fotografias movediças" e ilustrações objetuais que são obras autônomas: "estímulos visuais ao imaginário", como aponta o autor. Um convite à imaginação, portanto, como leitura da passagem histórico-mitológica dessa ponte que o livro estabelece sobre as àguas das páginas. (ADOLFO MONTEJO NAVAS) AUTOR: César Brandão EDITORA: Funalfa/Motirô QUANTO: R$ 37 (48 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * ONDE A ONÇA BEBE ÁGUA Os mitos dos povos indígenas são um transbordamento infinito de fantasia, psicologia e sociologia. Sorte da geração atual de leitores que as mentalidades social e editorial estejam mudando. Agora já podemos conhecer esses mitos direto da fonte, numa boa safra de escritores: Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Roni Wasiry Guará, Graça Graúna, Yaguarê Yamã, Olívio Jekupé e outros. Mais e mais não indígenas estão se apaixonando pelos verdadeiros donos do Brasil e suas tradições. A partir do contato com a obra do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, a ficcionista Veronica Stigger escreveu um conto fortemente simbólico, deliciosamente fantástico, narrado à maneira de um mito indígena. A experiência foi enriquecida com as imagens amarelo-verdejantes de Fernando Vilela. Quem é quem nesse vaivém dos sentidos? Essa é a questão ontológica que enreda o amedrontado Joaci e a poderosa onça, numa aldeia misteriosamente abandonada. O ponto alto da trama é a resposta –ela existe– a essa indagação existencial. (NELSON DE OLIVEIRA) AUTOR: Veronica Stigger ILUSTRAÇÕES: Fernando Vilela EDITORA: Cosac Naify QUANTO: R$ 39,90 (32 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * ZELDA, A PIRATA A história de Zelda não é das mais comuns: ainda bebê, ela é encontrada num cesto à deriva, em alto-mar, por piratas que passam em um navio. O grupo decide recolher a criança e criá-la. A graça da história está na velocidade com que, em poucas páginas, o bebê cresce e se torna uma menina —e uma menina de personalidade forte, destinada a comandar a tripulação. Assim, ela chega a liderar um motim a bordo contra o capitão, que tratava duramente os marujos. As reviravoltas do relato, porém, se mostram pouco inspiradas: a certa altura, ela quer ser uma menina normal e doce. Para oferecer cuidados e higiene à menina, os piratas decidem recorrer às suas mães. Zelda é lavada e vestida com esmero. Previsivelmente, porém, a menina não se adapta ao banho de normalidade e logo percebe que prefere voltar a ser pirata. (BRUNO ZENI) AUTOR: Pieter van Oudheusden ILUSTRAÇÕES: Merel Eyckerman TRADUÇÃO: Patricia Broers-Lehmann EDITORA: SM QUANTO: R$ 44 (48 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom
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Livro de autora lituana mostra menina que supera seus medos e melancoliasQUANDO ABRO OS OLHOS Essa mania que adulto tem de achar que criança tem de estar sempre alegre e sorridente é puro equívoco. A infância oferece momentos e dias dolorosos, e não estamos falando de famílias desestruturadas ou coisa assim. A tristeza, nos primeiros anos de realidade, vem pura como todo o resto -e deve ser passageira. O livro da lituana Agne Bruziene, autora também das lindas ilustrações, traz um menina com medos e melancolias, assustada ao abrir os olhos para mais um dia que talvez seja ruim de sensações e sentimentos. Aos poucos, ela enfrenta a escuridão e começa a colocar cores no espaço e a deixar a luz entrar pela janela. Nessa tentativa de superação, fica claro o paralelo entre alma e arte, as tintas colorindo as sombras de um coração apertado. E o melhor: nem escritora, nem personagem têm medo de serem líricas demais ou piegas, mostrando a enorme distância que existe entre o ponto de vista do leitor de um país báltico e o de um brasileiro. (VIVIEN LANDO) AUTOR: Agne Bruziene TRADUÇÃO: Dani Gutfreund EDITORA: MOV Palavras QUANTO: R$ 49 (32 págs.) AVALIAÇÃO: bom * TRONCO A FORMAR PONTE SOBRE UM RIO Há livros infantojuvenis que jogam na fronteira da idade, com seu destino compartilhado pelos adultos, a exemplo desta obra de César Brandão, artista mineiro sui generis que elaborou um livro limítrofe, de imagens-margens que acasalam fotografia, objetos, desenhos e elementos da natureza, no qual o ascetismo e a simbiose cultura-natureza exalam certo ar de "arte povera". O mais importante nele, muito mais do que o texto —que nunca chega a ser correlato exato da visualidade—, é precisamente essa comunhão flutuante (objetualidade e natureza casadas por meio do desenho), já que a história é sobretudo imagética, funciona de forma errática, com a ajuda de "fotografias movediças" e ilustrações objetuais que são obras autônomas: "estímulos visuais ao imaginário", como aponta o autor. Um convite à imaginação, portanto, como leitura da passagem histórico-mitológica dessa ponte que o livro estabelece sobre as àguas das páginas. (ADOLFO MONTEJO NAVAS) AUTOR: César Brandão EDITORA: Funalfa/Motirô QUANTO: R$ 37 (48 págs.) AVALIAÇÃO: ótimo * ONDE A ONÇA BEBE ÁGUA Os mitos dos povos indígenas são um transbordamento infinito de fantasia, psicologia e sociologia. Sorte da geração atual de leitores que as mentalidades social e editorial estejam mudando. Agora já podemos conhecer esses mitos direto da fonte, numa boa safra de escritores: Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, Roni Wasiry Guará, Graça Graúna, Yaguarê Yamã, Olívio Jekupé e outros. Mais e mais não indígenas estão se apaixonando pelos verdadeiros donos do Brasil e suas tradições. A partir do contato com a obra do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, a ficcionista Veronica Stigger escreveu um conto fortemente simbólico, deliciosamente fantástico, narrado à maneira de um mito indígena. A experiência foi enriquecida com as imagens amarelo-verdejantes de Fernando Vilela. Quem é quem nesse vaivém dos sentidos? Essa é a questão ontológica que enreda o amedrontado Joaci e a poderosa onça, numa aldeia misteriosamente abandonada. O ponto alto da trama é a resposta –ela existe– a essa indagação existencial. (NELSON DE OLIVEIRA) AUTOR: Veronica Stigger ILUSTRAÇÕES: Fernando Vilela EDITORA: Cosac Naify QUANTO: R$ 39,90 (32 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom * ZELDA, A PIRATA A história de Zelda não é das mais comuns: ainda bebê, ela é encontrada num cesto à deriva, em alto-mar, por piratas que passam em um navio. O grupo decide recolher a criança e criá-la. A graça da história está na velocidade com que, em poucas páginas, o bebê cresce e se torna uma menina —e uma menina de personalidade forte, destinada a comandar a tripulação. Assim, ela chega a liderar um motim a bordo contra o capitão, que tratava duramente os marujos. As reviravoltas do relato, porém, se mostram pouco inspiradas: a certa altura, ela quer ser uma menina normal e doce. Para oferecer cuidados e higiene à menina, os piratas decidem recorrer às suas mães. Zelda é lavada e vestida com esmero. Previsivelmente, porém, a menina não se adapta ao banho de normalidade e logo percebe que prefere voltar a ser pirata. (BRUNO ZENI) AUTOR: Pieter van Oudheusden ILUSTRAÇÕES: Merel Eyckerman TRADUÇÃO: Patricia Broers-Lehmann EDITORA: SM QUANTO: R$ 44 (48 págs.) AVALIAÇÃO: muito bom
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Luiza Lian estreia disco solo explorando timbres psicodélicos
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NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Em seu primeiro disco solo, Luiza Lian, que se apresenta na quinta (2), no Itaú Cultural, explora timbres psicodélicos dos anos 1970 e referências do blues, do jazz e dos terreiros —estas fruto de sua experiência no Reino do Sol, grupo de umbandaime (mistura entre a doutrina do daime com a umbanda) do qual seu pai, Gê Marques é um dos dirigentes. "No meio dessa salada tem uma unidade bem forte", diz a cantora. A banda que a acompanha no disco homônimo e no show, formada por músicos como Tim Bernardes (O Terno) influenciou o seu som, embora o direcionamento seja "100%" dela. "Montamos os arranjos coletivamente. Às vezes o Tim chegava com uma guitarra distorcida e eu pedia 'mais Iemanjá e menos mellotron (teclado semelhante a um órgão)", lembra aos risos. Além dele, Lian conta com Guilherme d' Almeida, no baixo (O Terno e Grand Bazaar), Tomás de Souza, nos teclados (Charlie & os Marretas e Grand Bazaar), Charles Tixier, na bateria (Charlie & os Marretas), e Juliano Abramovay, no violão (Grand Bazaar, Noite Torta e Orkestra Bandida). Todos companheiros de selo, o Risco, formado atualmente por nove bandas e artistas. Com eles, ela exercitou reinterpretar as próprias musicas. "Foi uma troca. A gente já tocava junto há um tempo. Fui mostrando o que eu tinha e fomos colocando um pouco de cada. Acabou ficando com essa cara meio anos 1970, que penso ser a referência em comum entre todos", explica. "Luiza Lian" levou três anos para ficar pronto. A cantora já tinha lançado informalmente outro trabalho autoral, "Rio Adentro", com a banda Noite Torta, mas é no disco que leva seu nome que pôde colocar mais de suas experiências e memória afetiva. Mais da metade do álbum, constituído de 13 músicas, é de composições dela. As demais, são da amiga Barbara Malavóglia ("Me Tema") ou de seu pai ("Protetora", "Ônibus Lotado", "Luz da Vela" e "Gula" —esta com Beto Bianchi). As composições do pai, uma das motivações para a produção do álbum, eram cantadas por sua mãe, Fabiana Lian, durante a sua infância em Trancoso (BA). Lá, Fabiana também tinha uma banda "com uns argentinos" e cantava músicas do marido que nunca foram gravadas. Além delas, Luiza incluiu "Escuta Zé", um poema que foi musicado. Há ainda dois cantos para Oxum (orixá que representa a sabedoria e o poder feminino): "Chororô" e "Protetora". A maneira feminina de se relacionar com o sexo, o corpo e a vida é outro tema abordado. "É autobiográfico no sentido de mostrar como eu vivo as coisas. Se estou falando de uma linha de amor, dentro do amor também tem isso, de se conectar com o outro. As alegrias e as viagens que a gente tem dentro disso. O sexo faz parte", finaliza. Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, região central, tel. 2168-1776. 249 lugares. Qui. (2): 20h. 60 min. Livre. Retirar ingr. 30 mín. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108 ). GRÁTIS OUÇA COROA DE FLORES Vídeo
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saopaulo
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Luiza Lian estreia disco solo explorando timbres psicodélicosNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Em seu primeiro disco solo, Luiza Lian, que se apresenta na quinta (2), no Itaú Cultural, explora timbres psicodélicos dos anos 1970 e referências do blues, do jazz e dos terreiros —estas fruto de sua experiência no Reino do Sol, grupo de umbandaime (mistura entre a doutrina do daime com a umbanda) do qual seu pai, Gê Marques é um dos dirigentes. "No meio dessa salada tem uma unidade bem forte", diz a cantora. A banda que a acompanha no disco homônimo e no show, formada por músicos como Tim Bernardes (O Terno) influenciou o seu som, embora o direcionamento seja "100%" dela. "Montamos os arranjos coletivamente. Às vezes o Tim chegava com uma guitarra distorcida e eu pedia 'mais Iemanjá e menos mellotron (teclado semelhante a um órgão)", lembra aos risos. Além dele, Lian conta com Guilherme d' Almeida, no baixo (O Terno e Grand Bazaar), Tomás de Souza, nos teclados (Charlie & os Marretas e Grand Bazaar), Charles Tixier, na bateria (Charlie & os Marretas), e Juliano Abramovay, no violão (Grand Bazaar, Noite Torta e Orkestra Bandida). Todos companheiros de selo, o Risco, formado atualmente por nove bandas e artistas. Com eles, ela exercitou reinterpretar as próprias musicas. "Foi uma troca. A gente já tocava junto há um tempo. Fui mostrando o que eu tinha e fomos colocando um pouco de cada. Acabou ficando com essa cara meio anos 1970, que penso ser a referência em comum entre todos", explica. "Luiza Lian" levou três anos para ficar pronto. A cantora já tinha lançado informalmente outro trabalho autoral, "Rio Adentro", com a banda Noite Torta, mas é no disco que leva seu nome que pôde colocar mais de suas experiências e memória afetiva. Mais da metade do álbum, constituído de 13 músicas, é de composições dela. As demais, são da amiga Barbara Malavóglia ("Me Tema") ou de seu pai ("Protetora", "Ônibus Lotado", "Luz da Vela" e "Gula" —esta com Beto Bianchi). As composições do pai, uma das motivações para a produção do álbum, eram cantadas por sua mãe, Fabiana Lian, durante a sua infância em Trancoso (BA). Lá, Fabiana também tinha uma banda "com uns argentinos" e cantava músicas do marido que nunca foram gravadas. Além delas, Luiza incluiu "Escuta Zé", um poema que foi musicado. Há ainda dois cantos para Oxum (orixá que representa a sabedoria e o poder feminino): "Chororô" e "Protetora". A maneira feminina de se relacionar com o sexo, o corpo e a vida é outro tema abordado. "É autobiográfico no sentido de mostrar como eu vivo as coisas. Se estou falando de uma linha de amor, dentro do amor também tem isso, de se conectar com o outro. As alegrias e as viagens que a gente tem dentro disso. O sexo faz parte", finaliza. Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, região central, tel. 2168-1776. 249 lugares. Qui. (2): 20h. 60 min. Livre. Retirar ingr. 30 mín. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108 ). GRÁTIS OUÇA COROA DE FLORES Vídeo
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Principais ingressos da Rio-2016 esgotam-se em menos de 30 minutos
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O torcedor que entrou às 10h desta terça-feira (20) para comprar ingressos da Rio-2016 teve poucos minutos para adquirir os tíquetes mais concorridos. Entradas para as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos, as finais de basquete e futebol masculino, além da noite em que será disputada a final dos 100 m rasos do atletismo esgotaram-se em menos de 30 minutos. Os ingressos da festa de abertura, em 5 de agosto de 2016, no Maracanã, já não estavam mais disponíveis por volta das 10h12. Na sequência ficaram indisponíveis tíquetes para a final masculina do basquete, que vai ser disputada no Parque Olímpico da Barra, da cerimônia de encerramento, em 21 de agosto, no Maracanã, e a final masculina do futebol, no mesmo estádio. Antes mesmo das 10h30, a final da prova mais rápida do atletismo, que deve ter o jamaicano Usain Bolt, no Engenhão, também se esgotou. Uma hora depois do início da venda direta, outras provas que devem ter Bolt no Rio, como 200 m e revezamento 4 x 100 m, também ficaram sem ingressos. A corrida pelos ingressos fez com que muitas vezes o sistema colocasse os comprados em uma fila de espera virtual. Não foi detectada queda no sistema de venda online. A partir desta terça, eram mais 2 milhões lugares à venda, que podem ser adquiridos de maneira direta (sem sorteio) no site www.rio2016.org/ingressos. A fase de comercialização direta vai até o final dos Jogos Olímpicos. Na fase anterior, que envolveu sorteios em junho e agosto, cerca de 2,3 milhões dos 4,5 milhões de ingressos disponíveis foram vendidos. Os pedidos chegaram a 5,2 milhões, ou seja, pouco mais de 40% deles foi concluído. Ao todo, 518 sessões estão disponíveis agora. Eram 697 na primeira fase. Disputas como as semifinais e finais masculina e feminina do vôlei, o triatlo e algumas sessões do tênis não foram reabertas. REVENDA Desde o dia 1º de outubro, está no ar uma plataforma de revenda na página de ingressos da Rio-2016, para quem desistir de um tíquete já comprado. Por meio dela, é possível conseguir o reembolso. * OBTENHA SEU INGRESSO PARA A RIO-2016 Venda direta pelo site dos Jogos Olímpicos começa nesta terça-feira; serão cerca de dois milhões de tíquetes em 518 sessões Compra COMPRA - Hoje, a partir das 10h (de Brasília), acesse o site www.rio2016.org/ingressos - Selecione as sessões do esporte desejado –é possível escolher um máximo de seis sessões, com quatro a seis ingressos em cada (ou seja, até 120 entradas) - Na parte de pagamento, o torcedor pode escolher entre cartão de crédito da bandeira Visa ou o cartão pré-pago, que é solicitado no site - Até dezembro, há possibilidade de parcelar a compra em até três vezes sem juros com cartões da bandeira Visa - Feche sua compra e monitore o recebimento das entradas Dicas úteis DICAS ÚTEIS - Maiores de 60 anos e cadeirantes possuem desconto em todas as categorias de preço de ingressos - Estudantes e pessoas com deficiência têm direito à meia-entrada na categoria mais barata de preços - É preciso comprovar a condição na data do uso do ingresso com desconto - Quem não concorreu nos dois primeiros sorteios, realizados em junho e agosto, pode O que assistir? * DÚVIDAS Até que horas posso comprar ingressos? Não há horário para encerramento das vendas, mas os ingressos são limitados. Quem chegar primeiro leva. Posso alterar o meu endereço para entrega dos ingressos? Sim, mas o endereço de entrega deve ser igual ao endereço de faturamento do cartão. Se você deseja que os ingressos sejam entregues em outro endereço, você deverá alterar também o endereço de faturamento. Os ingressos serão intransferíveis? Só poderão ser transferidos para um membro da família, amigo ou colega que conhece o titular pessoalmente. Essa transferência de ingressos deve acontecer sem nenhum benefício ou pagamento que exceda o valor de face do ingresso. Como posso entrar em contato com o Rio 2016 para assuntos relacionados a ingressos? Através do email [email protected] ou da Central de Relacionamento no número 3004-2016, das 8h às 21h (de Brasília) de segunda à sábado.
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esporte
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Principais ingressos da Rio-2016 esgotam-se em menos de 30 minutosO torcedor que entrou às 10h desta terça-feira (20) para comprar ingressos da Rio-2016 teve poucos minutos para adquirir os tíquetes mais concorridos. Entradas para as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos, as finais de basquete e futebol masculino, além da noite em que será disputada a final dos 100 m rasos do atletismo esgotaram-se em menos de 30 minutos. Os ingressos da festa de abertura, em 5 de agosto de 2016, no Maracanã, já não estavam mais disponíveis por volta das 10h12. Na sequência ficaram indisponíveis tíquetes para a final masculina do basquete, que vai ser disputada no Parque Olímpico da Barra, da cerimônia de encerramento, em 21 de agosto, no Maracanã, e a final masculina do futebol, no mesmo estádio. Antes mesmo das 10h30, a final da prova mais rápida do atletismo, que deve ter o jamaicano Usain Bolt, no Engenhão, também se esgotou. Uma hora depois do início da venda direta, outras provas que devem ter Bolt no Rio, como 200 m e revezamento 4 x 100 m, também ficaram sem ingressos. A corrida pelos ingressos fez com que muitas vezes o sistema colocasse os comprados em uma fila de espera virtual. Não foi detectada queda no sistema de venda online. A partir desta terça, eram mais 2 milhões lugares à venda, que podem ser adquiridos de maneira direta (sem sorteio) no site www.rio2016.org/ingressos. A fase de comercialização direta vai até o final dos Jogos Olímpicos. Na fase anterior, que envolveu sorteios em junho e agosto, cerca de 2,3 milhões dos 4,5 milhões de ingressos disponíveis foram vendidos. Os pedidos chegaram a 5,2 milhões, ou seja, pouco mais de 40% deles foi concluído. Ao todo, 518 sessões estão disponíveis agora. Eram 697 na primeira fase. Disputas como as semifinais e finais masculina e feminina do vôlei, o triatlo e algumas sessões do tênis não foram reabertas. REVENDA Desde o dia 1º de outubro, está no ar uma plataforma de revenda na página de ingressos da Rio-2016, para quem desistir de um tíquete já comprado. Por meio dela, é possível conseguir o reembolso. * OBTENHA SEU INGRESSO PARA A RIO-2016 Venda direta pelo site dos Jogos Olímpicos começa nesta terça-feira; serão cerca de dois milhões de tíquetes em 518 sessões Compra COMPRA - Hoje, a partir das 10h (de Brasília), acesse o site www.rio2016.org/ingressos - Selecione as sessões do esporte desejado –é possível escolher um máximo de seis sessões, com quatro a seis ingressos em cada (ou seja, até 120 entradas) - Na parte de pagamento, o torcedor pode escolher entre cartão de crédito da bandeira Visa ou o cartão pré-pago, que é solicitado no site - Até dezembro, há possibilidade de parcelar a compra em até três vezes sem juros com cartões da bandeira Visa - Feche sua compra e monitore o recebimento das entradas Dicas úteis DICAS ÚTEIS - Maiores de 60 anos e cadeirantes possuem desconto em todas as categorias de preço de ingressos - Estudantes e pessoas com deficiência têm direito à meia-entrada na categoria mais barata de preços - É preciso comprovar a condição na data do uso do ingresso com desconto - Quem não concorreu nos dois primeiros sorteios, realizados em junho e agosto, pode O que assistir? * DÚVIDAS Até que horas posso comprar ingressos? Não há horário para encerramento das vendas, mas os ingressos são limitados. Quem chegar primeiro leva. Posso alterar o meu endereço para entrega dos ingressos? Sim, mas o endereço de entrega deve ser igual ao endereço de faturamento do cartão. Se você deseja que os ingressos sejam entregues em outro endereço, você deverá alterar também o endereço de faturamento. Os ingressos serão intransferíveis? Só poderão ser transferidos para um membro da família, amigo ou colega que conhece o titular pessoalmente. Essa transferência de ingressos deve acontecer sem nenhum benefício ou pagamento que exceda o valor de face do ingresso. Como posso entrar em contato com o Rio 2016 para assuntos relacionados a ingressos? Através do email [email protected] ou da Central de Relacionamento no número 3004-2016, das 8h às 21h (de Brasília) de segunda à sábado.
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Santos estabelece teto de R$ 200 mil e quer fechar com Dorival nesta quarta
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O Santos espera sacramentar nesta quarta (11) a contratação de Dorival Júnior como técnico. Ele substituiria Enderson Moreira, demitido na semana passada por causa de atritos com a diretoria. O presidente Modesto Roma Júnior se reuniu com o treinador nesta terça (10), mas não houve acerto. Outra conversa foi marcada para tentar resolver as diferenças. No clássico contra o Palmeiras, na quarta, a equipe será dirigida pelo interino Marcelo Fernandes. O acerto está em andamento. Nos primeiros contatos, Dorival queria montar uma nova comissão técnica, algo que o Santos não aceita. O clube já tem profissionais como o preparador físico Carlito Macedo e o preparador de goleiros Arzul, por exemplo e não pretende abrir mão deles. Modesto aceita que Dorival venha para o clube com dois auxiliares, mas estabeleceu um teto de R$ 200 mil para gastar com a chegada do novo treinador. Conselheiros ligados ao presidente argumentam que mesmo esse dinheiro está acima do que o Santos pode pagar. Enderson recebia cerca de R$ 150 mil mensais. De acordo com números apurados pela comissão fiscal do Conselho Deliberativo, a dívida do Santos está na casa dos R$ 370 milhões. Desde a queda de Moreira, a intenção do presidente é fechar com Dorival Júnior. Robinho chegou a sugerir Abel Braga, mas este está em um patamar salarial longe do que o Santos pode suportar. Seriam mais de R$ 500 mil mensais. A solução mais barata encontrada seria Claudinei Oliveira, que já passou pela Vila Belmiro e estava no Atlético-PR. Mas ele não quis trocar de clube agora. Na lista de prioridades da diretoria, o segundo nome é de Vágner Mancini que, assim como Dorival, está desempregado. Editoria de Arte/Folhapress
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esporte
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Santos estabelece teto de R$ 200 mil e quer fechar com Dorival nesta quartaO Santos espera sacramentar nesta quarta (11) a contratação de Dorival Júnior como técnico. Ele substituiria Enderson Moreira, demitido na semana passada por causa de atritos com a diretoria. O presidente Modesto Roma Júnior se reuniu com o treinador nesta terça (10), mas não houve acerto. Outra conversa foi marcada para tentar resolver as diferenças. No clássico contra o Palmeiras, na quarta, a equipe será dirigida pelo interino Marcelo Fernandes. O acerto está em andamento. Nos primeiros contatos, Dorival queria montar uma nova comissão técnica, algo que o Santos não aceita. O clube já tem profissionais como o preparador físico Carlito Macedo e o preparador de goleiros Arzul, por exemplo e não pretende abrir mão deles. Modesto aceita que Dorival venha para o clube com dois auxiliares, mas estabeleceu um teto de R$ 200 mil para gastar com a chegada do novo treinador. Conselheiros ligados ao presidente argumentam que mesmo esse dinheiro está acima do que o Santos pode pagar. Enderson recebia cerca de R$ 150 mil mensais. De acordo com números apurados pela comissão fiscal do Conselho Deliberativo, a dívida do Santos está na casa dos R$ 370 milhões. Desde a queda de Moreira, a intenção do presidente é fechar com Dorival Júnior. Robinho chegou a sugerir Abel Braga, mas este está em um patamar salarial longe do que o Santos pode suportar. Seriam mais de R$ 500 mil mensais. A solução mais barata encontrada seria Claudinei Oliveira, que já passou pela Vila Belmiro e estava no Atlético-PR. Mas ele não quis trocar de clube agora. Na lista de prioridades da diretoria, o segundo nome é de Vágner Mancini que, assim como Dorival, está desempregado. Editoria de Arte/Folhapress
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Alunos pró e contra ocupação de escolas entram em confronto no Rio
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Estudantes secundaristas da rede estadual do Rio se enfrentaram em uma luta de pedras e paus na tarde desta sexta-feira (13), deixando ao menos quatro menores de idade feridos. De um lado, jovens que há cerca de 50 dias ocupam a escola Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, zona norte, tentavam evitar a segunda desocupação do local. Do outro, estudantes da mesma escola contrários ao movimento tentavam invadir. A Mendes de Moraes foi a primeira escola ocupada pelos secundaristas do Rio, desencadeando um movimento que já tem atualmente cerca de 70 escolas tomadas por estudantes. Entre as pautas dos manifestantes estão melhores condições de aula nas escolas, além do apoio à greve de professores do Estado, que já dura mais de um mês. Vídeos postados nas redes sociais mostram que os dois grupos arremessaram paus e pedras por sobre os muros da escola ocupada. Bombas foram atiradas da rua para o interior do colégio. O fato ocorreu por volta de 12h30 desta sexta e durou cerca de uma hora. Um menino que participava da ocupação foi levado ao hospital para tomar pontos na cabeça. Outro, do movimento de oposição, recebeu uma pedrada no lábio e quebrou o dente. A Folha chegou ao local após o conflito e encontrou o refeitório com vidros estilhaçados e cadeiras reviradas. Cerca de 30 jovens tentaram encerrar a ocupação. Segundo relatos dos alunos que estavam dentro do colégio, dez deles conseguiram romper as barricadas feitas com carteiras e mesas e promoveram a depredação do refeitório. Os membros do Desocupa Mendes negam terem causado os danos. Alunos do movimento de ocupação chamaram a polícia, mas afirmaram que ela chegou apenas uma hora depois. Por volta das 17h30, ao menos quatro ônibus do sindicato dos professores do Rio (Sepe) haviam chegado para apoiar a ocupação. No início da noite, o clima ainda era tenso no local. Alunos dentro da escola afirmaram que havia infiltrados na ocupação e fizeram uma busca. Um garoto corria com uma corrente na mão. Outros circulavam com porretes. Os adultos pediam calma. Por volta das 19h, três carros da policia estavam postados do lado de fora da escola. MANIPULADOS A Folha ouviu membros dos dois grupos, que acusaram os opositores de serem manipulados por interesses externos. O Ocupa Mendes é acusado de agir sob influência do sindicato dos professores, que tem ligação com o Psol. Os do movimento Desocupa são acusados de serem incitados pela secretaria Estadual de Educação e por pessoas ligadas ao governo. "A minha luta é por uma escola de qualidade. O governo está colocando estudante contra estudante, alimentando uma briga que vai continuar quando tudo isso acabar", disse o aluno do segundo ano J.R., 16, que prestará vestibular para medicina. "Quase nenhum ocupante do Mendes é aluno de verdade. Eles ocuparam para melhorar a escola, mas empilharam um monte de cadeira e mesa para impedir a entrada dos outros", disse Alexandre Mascarenhas, 18, também do segundo ano, que quer estudar engenharia mecânica.
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cotidiano
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Alunos pró e contra ocupação de escolas entram em confronto no RioEstudantes secundaristas da rede estadual do Rio se enfrentaram em uma luta de pedras e paus na tarde desta sexta-feira (13), deixando ao menos quatro menores de idade feridos. De um lado, jovens que há cerca de 50 dias ocupam a escola Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, zona norte, tentavam evitar a segunda desocupação do local. Do outro, estudantes da mesma escola contrários ao movimento tentavam invadir. A Mendes de Moraes foi a primeira escola ocupada pelos secundaristas do Rio, desencadeando um movimento que já tem atualmente cerca de 70 escolas tomadas por estudantes. Entre as pautas dos manifestantes estão melhores condições de aula nas escolas, além do apoio à greve de professores do Estado, que já dura mais de um mês. Vídeos postados nas redes sociais mostram que os dois grupos arremessaram paus e pedras por sobre os muros da escola ocupada. Bombas foram atiradas da rua para o interior do colégio. O fato ocorreu por volta de 12h30 desta sexta e durou cerca de uma hora. Um menino que participava da ocupação foi levado ao hospital para tomar pontos na cabeça. Outro, do movimento de oposição, recebeu uma pedrada no lábio e quebrou o dente. A Folha chegou ao local após o conflito e encontrou o refeitório com vidros estilhaçados e cadeiras reviradas. Cerca de 30 jovens tentaram encerrar a ocupação. Segundo relatos dos alunos que estavam dentro do colégio, dez deles conseguiram romper as barricadas feitas com carteiras e mesas e promoveram a depredação do refeitório. Os membros do Desocupa Mendes negam terem causado os danos. Alunos do movimento de ocupação chamaram a polícia, mas afirmaram que ela chegou apenas uma hora depois. Por volta das 17h30, ao menos quatro ônibus do sindicato dos professores do Rio (Sepe) haviam chegado para apoiar a ocupação. No início da noite, o clima ainda era tenso no local. Alunos dentro da escola afirmaram que havia infiltrados na ocupação e fizeram uma busca. Um garoto corria com uma corrente na mão. Outros circulavam com porretes. Os adultos pediam calma. Por volta das 19h, três carros da policia estavam postados do lado de fora da escola. MANIPULADOS A Folha ouviu membros dos dois grupos, que acusaram os opositores de serem manipulados por interesses externos. O Ocupa Mendes é acusado de agir sob influência do sindicato dos professores, que tem ligação com o Psol. Os do movimento Desocupa são acusados de serem incitados pela secretaria Estadual de Educação e por pessoas ligadas ao governo. "A minha luta é por uma escola de qualidade. O governo está colocando estudante contra estudante, alimentando uma briga que vai continuar quando tudo isso acabar", disse o aluno do segundo ano J.R., 16, que prestará vestibular para medicina. "Quase nenhum ocupante do Mendes é aluno de verdade. Eles ocuparam para melhorar a escola, mas empilharam um monte de cadeira e mesa para impedir a entrada dos outros", disse Alexandre Mascarenhas, 18, também do segundo ano, que quer estudar engenharia mecânica.
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Longa feminino 'A Cidade Onde Envelheço' vence Festival de Brasília
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Marcado pela veia cômica, o filme "A Cidade Onde Envelheço" foi o grande vencedor da 49ª edição do Festival de Brasília. Os longas premiados na mostra de cinema foram anunciados noite desta quarta-feira (28), durante a cerimônia de encerramento. Ao todo, o filme de Marília Rocha levou quatro prêmios no festival: melhor longa-metragem, direção, atriz (para as protagonistas portuguesas Elisabeth Francisca e Francisca Manuel) e ator coadjuvante (Wederson Neguinho). O longa arrancou risadas do público em Brasília com as observações das jovens amigas portuguesas Teresa e Francisca sobre as peculiaridades do Brasil. Na trama, Teresa parte para Belo Horizonte no encalço de Francisca, com quem perdeu contato há muitos anos. O prêmio de melhor ator ficou com Renato Novais Oliveira, por "Constelações". Davi Pretto e Richard Tavares foram laureados pelo roteiro de "Rifle". Já "Martírio", de Vincent Carelli, recebeu o prêmio especial do júri oficial e foi escolhido o melhor longa do festival pelo júri popular. Entre os curtas, o grande vencedor foi "Quando os Dias Eram Eternos", de Marcus Vinicius Vasconcelos. "Estado Itinerante", de Ana Carolina Soares, levou o prêmio especial do júri oficial, e "Procura-se Irenice", de Marco Escrivão e Thiago Mendonça, foi eleito o melhor da mostra pelo júri popular. * MELHOR FILME DE LONGA-METRAGEM "A Cidade Onde Envelheço", de Marília Rocha MELHOR DIREÇÃO Marília Rocha ("A Cidade Onde Envelheço") MELHOR ATOR Rômulo Braga ("Elon Não Acredita na Morte") MELHOR ATRIZ Elisabete Francisca e Francisca Manuel ("A Cidade Onde Envelheço") MELHOR ATOR COADJUVANTE Wederson Neguinho ("A Cidade Onde Envelheço") MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Samya de Lavor ("O Último Trago") MELHOR ROTEIRO Davi Pretto e Richard Tavares ("Rifle") MELHOR FOTOGRAFIA Ivo Lopes ("O Último Trago") MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Renata Pinheiro ("Deserto") MELHOR TRILHA SONORA Pedro Cintra ("Vinte anos") MELHOR SOM Marcos Lopes e Tiago Bello ("Rifle") Melhor Montagem Clarissa Campolina ("O Último Trago") PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI OFICIAL "Martírio", de Vincent Carelli MELHOR FILME DE CURTA OU MÉDIA METRAGEM "Quando os Dias Eram Eternos", de Marcus Vinicius Vasconcelos MELHOR DIREÇÃO Fellipe Fernandes ("O Delírio É a Redenção dos Aflitos") MELHOR ATOR Renato Novais Oliveira ("Constelações") MELHOR ATRIZ Lira Ribas ("Estado Itinerante") MELHOR ROTEIRO Fellipe Fernandes ("O Delírio É a Redenção dos Aflitos") MELHOR FOTOGRAFIA Ivo Lopes Araújo, por ("Solon") MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Thales Junqueira ("O Delírio É a Redenção dos Aflitos") MELHOR TRILHA SONORA Dudu Tsuda ("Quando os dias eram eternos") Melhor Som Bernardo Uzeda ("Confidente") MELHOR MONTAGEM Allan Ribeiro e Thiago Ricarte ("Demônia - Melodrama em 3 atos") PREMIO ESPECIAL DO JÚRI "Estado Itinerante", de Ana Carolina Soares MELHOR FILME DE LONGA-METRAGEM "Martírio", de Vincent Carelli MELHOR FILME DE CURTA OU MÉDIA-METRAGEM "Procura-se Irenice", de Marco Escrivão e Thiago Mendonça
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Longa feminino 'A Cidade Onde Envelheço' vence Festival de BrasíliaMarcado pela veia cômica, o filme "A Cidade Onde Envelheço" foi o grande vencedor da 49ª edição do Festival de Brasília. Os longas premiados na mostra de cinema foram anunciados noite desta quarta-feira (28), durante a cerimônia de encerramento. Ao todo, o filme de Marília Rocha levou quatro prêmios no festival: melhor longa-metragem, direção, atriz (para as protagonistas portuguesas Elisabeth Francisca e Francisca Manuel) e ator coadjuvante (Wederson Neguinho). O longa arrancou risadas do público em Brasília com as observações das jovens amigas portuguesas Teresa e Francisca sobre as peculiaridades do Brasil. Na trama, Teresa parte para Belo Horizonte no encalço de Francisca, com quem perdeu contato há muitos anos. O prêmio de melhor ator ficou com Renato Novais Oliveira, por "Constelações". Davi Pretto e Richard Tavares foram laureados pelo roteiro de "Rifle". Já "Martírio", de Vincent Carelli, recebeu o prêmio especial do júri oficial e foi escolhido o melhor longa do festival pelo júri popular. Entre os curtas, o grande vencedor foi "Quando os Dias Eram Eternos", de Marcus Vinicius Vasconcelos. "Estado Itinerante", de Ana Carolina Soares, levou o prêmio especial do júri oficial, e "Procura-se Irenice", de Marco Escrivão e Thiago Mendonça, foi eleito o melhor da mostra pelo júri popular. * MELHOR FILME DE LONGA-METRAGEM "A Cidade Onde Envelheço", de Marília Rocha MELHOR DIREÇÃO Marília Rocha ("A Cidade Onde Envelheço") MELHOR ATOR Rômulo Braga ("Elon Não Acredita na Morte") MELHOR ATRIZ Elisabete Francisca e Francisca Manuel ("A Cidade Onde Envelheço") MELHOR ATOR COADJUVANTE Wederson Neguinho ("A Cidade Onde Envelheço") MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Samya de Lavor ("O Último Trago") MELHOR ROTEIRO Davi Pretto e Richard Tavares ("Rifle") MELHOR FOTOGRAFIA Ivo Lopes ("O Último Trago") MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Renata Pinheiro ("Deserto") MELHOR TRILHA SONORA Pedro Cintra ("Vinte anos") MELHOR SOM Marcos Lopes e Tiago Bello ("Rifle") Melhor Montagem Clarissa Campolina ("O Último Trago") PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI OFICIAL "Martírio", de Vincent Carelli MELHOR FILME DE CURTA OU MÉDIA METRAGEM "Quando os Dias Eram Eternos", de Marcus Vinicius Vasconcelos MELHOR DIREÇÃO Fellipe Fernandes ("O Delírio É a Redenção dos Aflitos") MELHOR ATOR Renato Novais Oliveira ("Constelações") MELHOR ATRIZ Lira Ribas ("Estado Itinerante") MELHOR ROTEIRO Fellipe Fernandes ("O Delírio É a Redenção dos Aflitos") MELHOR FOTOGRAFIA Ivo Lopes Araújo, por ("Solon") MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Thales Junqueira ("O Delírio É a Redenção dos Aflitos") MELHOR TRILHA SONORA Dudu Tsuda ("Quando os dias eram eternos") Melhor Som Bernardo Uzeda ("Confidente") MELHOR MONTAGEM Allan Ribeiro e Thiago Ricarte ("Demônia - Melodrama em 3 atos") PREMIO ESPECIAL DO JÚRI "Estado Itinerante", de Ana Carolina Soares MELHOR FILME DE LONGA-METRAGEM "Martírio", de Vincent Carelli MELHOR FILME DE CURTA OU MÉDIA-METRAGEM "Procura-se Irenice", de Marco Escrivão e Thiago Mendonça
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Raízen projeta margem maior com alta do dólar
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A fabricante de açúcar e etanol Raízen -joint venture entre a Cosan e a Shell- projeta um aumento de suas margens nos próximos meses em decorrência da alta do dólar. A cotação da moeda deverá favorecer os resultados da empresa, que exporta cerca de 60% do açúcar produzido e que teve uma queda de 20,2% nas vendas da mercadoria entre abril e junho em relação ao mesmo período do ano anterior. "Com certeza, a margem vai aumentar. A desvalorização do real dará competitividade ao nosso açúcar", afirma o vice-presidente da companhia Pedro Mizutani, sem especificar a magnitude do incremento esperado. "O preço da gasolina mais alto também deverá ajudar [no desempenho da Raízen] ao elevar a demanda de etanol", acrescenta o executivo. O setor sucroalcooleiro passa por uma crise decorrente da desaceleração econômica brasileira e, sobretudo, do excesso de oferta de açúcar no mundo e dos custos de produção superiores aos valores de comercialização. "Para nós, este ano já deverá ser melhor do que o passado, mas tem empresas com dificuldades que não possuem nem cana para moer." Para incentivar a produção de cana, a Raízen fechou uma parceria com o ItaúBBA que disponibilizará R$ 150 milhões em crédito aos produtores parceiros da empresa. A iniciativa não foi criada por causa da redução de crédito no país, segundo Mizutani. "Faz parte de um programa desenvolvido para fidelizar o produtor de cana." O convênio oferecerá um crédito de até R$ 2,2 milhões por pessoa. A Raízen produz cerca de 4,1 milhões de toneladas de açúcar por ano. * Talento de sobra A crise econômica reduziu as oportunidades para profissionais qualificados no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Hays em parceria com a Oxford Economics. Em 2015, a nota do Brasil foi de cinco pontos (em escala que varia de zero a dez e na qual números maiores indicam mais oportunidades). O resultado é 0,4 abaixo do registrado em 2014, sobretudo pelo impacto da recessão no mercado de trabalho. A pontuação dada aos 31 países analisados é baseada em indicadores como participação no mercado de trabalho, flexibilidade, incompatibilidade de talentos e pressão salarial em posições e indústrias especializadas. Ao contrário do que é notado no país, em nível global, a disputa por talentos tem se intensificado, e os empregadores estão novamente dispostos a pagar por habilidades que estão em falta, de acordo com a Hays. A média global foi de 5,4 pontos, alta de 0,1 ante 2014. * Confiança distante O empresário do Rio Grande do Sul está mais pessimista. Em setembro, o índice de confiança do comerciante caiu 24,4% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados da Fecomércio-RS. A crise econômica também afeta a perspectiva de contratação de temporários. Dos trabalhadores admitidos, só 22,1% deverão ser efetivados. Em 2014, eles eram 50,4%. "O pessimismo é notado desde o início deste ano e já reflete na intenção de contratação", diz Luiz Carlos Bohn, presidente da federação. * Hora do Café com LUCIANA DYNIEWICZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN
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Raízen projeta margem maior com alta do dólarA fabricante de açúcar e etanol Raízen -joint venture entre a Cosan e a Shell- projeta um aumento de suas margens nos próximos meses em decorrência da alta do dólar. A cotação da moeda deverá favorecer os resultados da empresa, que exporta cerca de 60% do açúcar produzido e que teve uma queda de 20,2% nas vendas da mercadoria entre abril e junho em relação ao mesmo período do ano anterior. "Com certeza, a margem vai aumentar. A desvalorização do real dará competitividade ao nosso açúcar", afirma o vice-presidente da companhia Pedro Mizutani, sem especificar a magnitude do incremento esperado. "O preço da gasolina mais alto também deverá ajudar [no desempenho da Raízen] ao elevar a demanda de etanol", acrescenta o executivo. O setor sucroalcooleiro passa por uma crise decorrente da desaceleração econômica brasileira e, sobretudo, do excesso de oferta de açúcar no mundo e dos custos de produção superiores aos valores de comercialização. "Para nós, este ano já deverá ser melhor do que o passado, mas tem empresas com dificuldades que não possuem nem cana para moer." Para incentivar a produção de cana, a Raízen fechou uma parceria com o ItaúBBA que disponibilizará R$ 150 milhões em crédito aos produtores parceiros da empresa. A iniciativa não foi criada por causa da redução de crédito no país, segundo Mizutani. "Faz parte de um programa desenvolvido para fidelizar o produtor de cana." O convênio oferecerá um crédito de até R$ 2,2 milhões por pessoa. A Raízen produz cerca de 4,1 milhões de toneladas de açúcar por ano. * Talento de sobra A crise econômica reduziu as oportunidades para profissionais qualificados no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Hays em parceria com a Oxford Economics. Em 2015, a nota do Brasil foi de cinco pontos (em escala que varia de zero a dez e na qual números maiores indicam mais oportunidades). O resultado é 0,4 abaixo do registrado em 2014, sobretudo pelo impacto da recessão no mercado de trabalho. A pontuação dada aos 31 países analisados é baseada em indicadores como participação no mercado de trabalho, flexibilidade, incompatibilidade de talentos e pressão salarial em posições e indústrias especializadas. Ao contrário do que é notado no país, em nível global, a disputa por talentos tem se intensificado, e os empregadores estão novamente dispostos a pagar por habilidades que estão em falta, de acordo com a Hays. A média global foi de 5,4 pontos, alta de 0,1 ante 2014. * Confiança distante O empresário do Rio Grande do Sul está mais pessimista. Em setembro, o índice de confiança do comerciante caiu 24,4% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados da Fecomércio-RS. A crise econômica também afeta a perspectiva de contratação de temporários. Dos trabalhadores admitidos, só 22,1% deverão ser efetivados. Em 2014, eles eram 50,4%. "O pessimismo é notado desde o início deste ano e já reflete na intenção de contratação", diz Luiz Carlos Bohn, presidente da federação. * Hora do Café com LUCIANA DYNIEWICZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN
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Frederico Vasconcelos: Quem vai auxiliar Janot na Lava Jato
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O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, formou um grupo de trabalho para auxiliá-lo nos desdobramentos das investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato. Foram designados os Procuradores Regionais da República Douglas Fischer e Vladimir Aras, os Procuradores da República Andrey ... Leia post completo no blog
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Frederico Vasconcelos: Quem vai auxiliar Janot na Lava JatoO Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, formou um grupo de trabalho para auxiliá-lo nos desdobramentos das investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato. Foram designados os Procuradores Regionais da República Douglas Fischer e Vladimir Aras, os Procuradores da República Andrey ... Leia post completo no blog
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Companhias aéreas perdem 4,7 mi de passageiros, mas não baixam preços
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As empresas aéreas nacionais venderam no primeiro semestre deste ano 4,7 milhões de assentos aéreos a menos que no mesmo período de 2015, caindo de 26,5 milhões para 21,8 milhões. Ao mesmo tempo, o valor médio das passagens vendidas subiu 0,2% em relação ao igual semestre do ano passado. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (10) pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em seu relatório semestral sobre tarifas aéreas no Brasil. O preço médio de todos os bilhetes vendidos no semestre foi de R$ 322,44, pouco superior aos R$ 321,66 dos primeiros seis meses de 2015 (já considerada a inflação), quando as passagens atingiram seu menor nível desde 2002 para o semestre. Os preços pagos pelos passageiros não se mostraram melhores para o consumidor no semestre, mesmo com a queda de 18% nos assentos comercializados. A pesquisa aponta que os preços pagos das passagens passaram a ficar mais concentrados na faixa entre R$ 300 e R$ 1.000, em que foram vendidas 39,5% no 1º semestre deste ano contra 35,8% no período anterior. Já nas passagens até R$ 300, a quantidade caiu de 61% para 58,3% dos assentos. Na faixa específica de passagens até R$ 100, a quantidade de assentos vendidos caiu de 12,8% para 9,5%. Também caíram as passagens vendidas acima de R$ 1.000 (de 3,2% para 2,2%). Essa medição da Anac é diferente da feita pelos institutos que apuram a inflação, que medem o valor que as empresas ofertam as passagens no mês (no caso da Anac, o valor considerado é o efetivamente vendido de cada bilhete, o que pega promoções de meses anteriores, por exemplo). No acumulado de 12 meses, há deflação de 5,3% nesse item pelo IPCA de setembro de 2016. Dados de outros relatórios da Anac e da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) mostram que a crise da queda do número de passageiros aéreos tem sido enfrentada pelas empresas com o fechamento de linhas e redução de voos, reduzindo assim a oferta de assentos. A redução foi de 6% no acumulado do ano até agosto. Por causa disso, os aviões também estão fazendo maiores distâncias. A distância média por voo alcançou o maior percentual da medição, que vem desde 2002, chegando aos 1.118 quilômetros por viagem. No ano anterior, a média foi de 1.105 quilômetros.
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mercado
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Companhias aéreas perdem 4,7 mi de passageiros, mas não baixam preçosAs empresas aéreas nacionais venderam no primeiro semestre deste ano 4,7 milhões de assentos aéreos a menos que no mesmo período de 2015, caindo de 26,5 milhões para 21,8 milhões. Ao mesmo tempo, o valor médio das passagens vendidas subiu 0,2% em relação ao igual semestre do ano passado. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (10) pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em seu relatório semestral sobre tarifas aéreas no Brasil. O preço médio de todos os bilhetes vendidos no semestre foi de R$ 322,44, pouco superior aos R$ 321,66 dos primeiros seis meses de 2015 (já considerada a inflação), quando as passagens atingiram seu menor nível desde 2002 para o semestre. Os preços pagos pelos passageiros não se mostraram melhores para o consumidor no semestre, mesmo com a queda de 18% nos assentos comercializados. A pesquisa aponta que os preços pagos das passagens passaram a ficar mais concentrados na faixa entre R$ 300 e R$ 1.000, em que foram vendidas 39,5% no 1º semestre deste ano contra 35,8% no período anterior. Já nas passagens até R$ 300, a quantidade caiu de 61% para 58,3% dos assentos. Na faixa específica de passagens até R$ 100, a quantidade de assentos vendidos caiu de 12,8% para 9,5%. Também caíram as passagens vendidas acima de R$ 1.000 (de 3,2% para 2,2%). Essa medição da Anac é diferente da feita pelos institutos que apuram a inflação, que medem o valor que as empresas ofertam as passagens no mês (no caso da Anac, o valor considerado é o efetivamente vendido de cada bilhete, o que pega promoções de meses anteriores, por exemplo). No acumulado de 12 meses, há deflação de 5,3% nesse item pelo IPCA de setembro de 2016. Dados de outros relatórios da Anac e da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) mostram que a crise da queda do número de passageiros aéreos tem sido enfrentada pelas empresas com o fechamento de linhas e redução de voos, reduzindo assim a oferta de assentos. A redução foi de 6% no acumulado do ano até agosto. Por causa disso, os aviões também estão fazendo maiores distâncias. A distância média por voo alcançou o maior percentual da medição, que vem desde 2002, chegando aos 1.118 quilômetros por viagem. No ano anterior, a média foi de 1.105 quilômetros.
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Os novos espertalhões
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As mudanças de estilo em equipes acostumadas a jogar por um longo tempo de outra maneira ocorrem mais pelas características dos novos jogadores do que pelo desejo dos treinadores. Por causa da saída de Xavi e das chegadas de Rakitic, Suárez e, principalmente, Neymar, o Barcelona, com muita velocidade nos contra-ataques, é diferente do da época de Guardiola, com mais posse de bola e troca curta de passes. Por não ter Xavi nem Iniesta, por possuir alguns jogadores altos e velozes, como Müller e Lewandowski, e por ter pontas rápidos e dribladores, como Robben, Ribéry e Douglas Costa, o Bayern é também diferente do Barcelona dirigido por Guardiola. O time alemão une os dois estilos, o de marcação por pressão e troca curta de passes, com as bolas longas, aéreas e mais velocidade. A seleção brasileira privilegia os rápidos contra-ataques e os lances individuais porque possui jogadores com essas características, e não porque Dunga quer. Isso não impede que ele associe ao atual estilo o jogo mais compacto, com mais posse de bola e mais troca de passes, o que não tem feito. O Corinthians, melhor em tudo no Brasileiro, privilegia o jogo coletivo, mais o passe que o drible. Os dois são importantes. O passe é essencial, e o drible é o complemento. Não se deve inverter a ordem. Jadson, Elias e Renato Augusto não são volantes nem meias. São meio-campistas. Atuam de uma intermediária à outra. Quando o time perde a bola, marca com cinco (Ralf e mais uma linha de quatro à sua frente). Quando recupera a bola, os quatro avançam em bloco e se juntam a Vagner Love. Assim jogam as grandes equipes, como fez a Alemanha na Copa do Mundo. O Cruzeiro, com Mano Menezes, tem jogado de uma forma parecida. Defende e avança com quatro ou cinco no meio. Em pouco tempo, o Cruzeiro, coletivamente, é outro time. Mas, se quiser no próximo ano disputar o título do Brasileirão, com Mano Menezes, Tite ou Guardiola, terá de contratar uns dois ou três bons reforços. Os técnicos são importantes, devem ser valorizados, mas não supervalorizados, na vitória ou na derrota. Mano Menezes, no Grêmio e na seleção brasileira, e Tite, campeão do mundo pelo Corinthians (mais vitorioso que Mano Menezes), começaram a mudar a maneira ultrapassada usada pelos times brasileiros, durante um longo tempo. Suas equipes passaram a atuar de uma maneira mais compacta, com mais troca de passes, com duplas pelos lados, formadas pelos laterais e pelos meias, com jogadores capazes de marcar e atacar e, quando perdiam a bola, defendiam com duas linhas de quatro. Hoje, os outros técnicos tentam fazer o mesmo. O futebol brasileiro precisa evoluir e diminuir a promiscuidade e as espertezas presentes em todos os setores e em todos os níveis, dentro e fora de campo. Durante muito tempo, proliferaram os jogadores-simuladores, que denegriram a imagem de nosso futebol em todo o mundo. Agora, começam a surgir os novos espertalhões, os especialistas em jogar a bola no braço dos adversários, com a colaboração das absurdas marcações de pênaltis pelos árbitros.
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colunas
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Os novos espertalhõesAs mudanças de estilo em equipes acostumadas a jogar por um longo tempo de outra maneira ocorrem mais pelas características dos novos jogadores do que pelo desejo dos treinadores. Por causa da saída de Xavi e das chegadas de Rakitic, Suárez e, principalmente, Neymar, o Barcelona, com muita velocidade nos contra-ataques, é diferente do da época de Guardiola, com mais posse de bola e troca curta de passes. Por não ter Xavi nem Iniesta, por possuir alguns jogadores altos e velozes, como Müller e Lewandowski, e por ter pontas rápidos e dribladores, como Robben, Ribéry e Douglas Costa, o Bayern é também diferente do Barcelona dirigido por Guardiola. O time alemão une os dois estilos, o de marcação por pressão e troca curta de passes, com as bolas longas, aéreas e mais velocidade. A seleção brasileira privilegia os rápidos contra-ataques e os lances individuais porque possui jogadores com essas características, e não porque Dunga quer. Isso não impede que ele associe ao atual estilo o jogo mais compacto, com mais posse de bola e mais troca de passes, o que não tem feito. O Corinthians, melhor em tudo no Brasileiro, privilegia o jogo coletivo, mais o passe que o drible. Os dois são importantes. O passe é essencial, e o drible é o complemento. Não se deve inverter a ordem. Jadson, Elias e Renato Augusto não são volantes nem meias. São meio-campistas. Atuam de uma intermediária à outra. Quando o time perde a bola, marca com cinco (Ralf e mais uma linha de quatro à sua frente). Quando recupera a bola, os quatro avançam em bloco e se juntam a Vagner Love. Assim jogam as grandes equipes, como fez a Alemanha na Copa do Mundo. O Cruzeiro, com Mano Menezes, tem jogado de uma forma parecida. Defende e avança com quatro ou cinco no meio. Em pouco tempo, o Cruzeiro, coletivamente, é outro time. Mas, se quiser no próximo ano disputar o título do Brasileirão, com Mano Menezes, Tite ou Guardiola, terá de contratar uns dois ou três bons reforços. Os técnicos são importantes, devem ser valorizados, mas não supervalorizados, na vitória ou na derrota. Mano Menezes, no Grêmio e na seleção brasileira, e Tite, campeão do mundo pelo Corinthians (mais vitorioso que Mano Menezes), começaram a mudar a maneira ultrapassada usada pelos times brasileiros, durante um longo tempo. Suas equipes passaram a atuar de uma maneira mais compacta, com mais troca de passes, com duplas pelos lados, formadas pelos laterais e pelos meias, com jogadores capazes de marcar e atacar e, quando perdiam a bola, defendiam com duas linhas de quatro. Hoje, os outros técnicos tentam fazer o mesmo. O futebol brasileiro precisa evoluir e diminuir a promiscuidade e as espertezas presentes em todos os setores e em todos os níveis, dentro e fora de campo. Durante muito tempo, proliferaram os jogadores-simuladores, que denegriram a imagem de nosso futebol em todo o mundo. Agora, começam a surgir os novos espertalhões, os especialistas em jogar a bola no braço dos adversários, com a colaboração das absurdas marcações de pênaltis pelos árbitros.
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Má fama e multas altas inibem 'boom' de jogadores brasileiros na China
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Depois de aterrorizar o futebol brasileiro nas últimas janelas de transferência, o dragão chinês dá indícios de estar adormecendo. Pelo menos no Brasil. Das 94 contratações realizadas na primeira e segunda divisões do Campeonato Chinês no último período de transferências, que se encerrou na sexta (15), apenas seis foram de brasileiros, e três deles atuavam no Brasil. É um número muito inferior aos 11 que foram seduzidos pelo mercado chinês no mesmo período do ano passado, quando 112 contratações foram efetuadas. O Brasil ainda é o maior exportador de jogadores para a China, mas o número já diminuiu nesta temporada. Na última, 47 brasileiros atuavam no país; nesta, o número caiu para 42. Segundo o empresário de jogadores Flávio Pires, que atua no mercado chinês há 14 anos, o declínio se deve a imagem do atleta brasileiro no país asiático. "Os brasileiros só querem se aproveitar dos chineses. Vão para lá, pegam o dinheiro e depois voltam. Fizeram isso com os japoneses, com árabes. Eles não vão lá para trabalhar. Os chineses já começaram a perceber isso", afirmou Pires. Transferências de brasileiros para a China* - O consultor financeiro Marcelo Claudino, que presta assessoria para atletas, entre eles Ricardo Goulart, que joga pelo Guangzhou Evergrande, concorda que os valores permitem ao atleta vislumbrar uma independência financeira em poucos anos e explica alguns fatores que contribuem para isso. "Geralmente, é padrão que os atletas recebam o salário líquido e o clube se responsabilize pelo recolhimento dos impostos no próprio país, o que simplifica muito a vida do atleta. Ele recebe o valor líquido e fica mais fácil de remeter esse dinheiro para onde ele desejar", explica Claudino. "Se o contrato é feito em parâmetros líquidos o atleta não tem imposto a pagar, porque já foi tributado lá", completa. Junior Urso, hoje no Atlético-MG, foi um dos jogadores que a se aventurar do outro lado do planeta. Para ele existe jogadores que vão só para garantir um retorno financeiro rápido. "Muitos veem a China como uma oportunidade de ganhar dinheiro e não ter muita cobrança", afirmou o volante.. "No primeiro ano fui campeão e joguei todos os jogos. No meu segundo ano a mesma coisa. Para mim foi ótimo na minha carreira. Fiz muitos gols e cresci no meu lado ofensivo", completou. O último brasileiro contratado para defender as cores de um clube do país asiático foi o são-paulino Alan Kardec. Apesar do problema no sistema de transferências da Fifa, que não registrou a venda, o clube dá como certa a negociação. Atacante que defendeu a seleção brasileira na última Copa do Mundo, Hulk, que estava o Zenit, da Rússia, chegou ao Shanghai SIPG como a negociação mais cara da história do futebol chinês — R$ 207 milhões. Brasileiros na China* - ASSÉDIO Outro ponto que impede as investidas chinesas são as altas multas rescisórias. Após o Corinthians sofrer com a perda de Renato Augusto, Jadson, Ralf e Gil, os clubes brasileiros passaram a colocar multas mais altas nos contratos. Recentemente, o Hebei Fortune, que conta com o argentino Lavezzi, cogitou ir atrás do atacante santista Gabriel, mas a multa de 50 milhões de euros (R$ 191,5 milhões) assustou os chineses. Segundo o advogado Vinicius Bicalho, advogado especialista em contratos de futebol, esse é o meio que os clubes têm para se proteger, já que com o pagamento da multa rescisória, o clube não pode segurar um jogador que queira sair. "Basta o pagamento da multa rescisória e o clube não precisa concordar. Agora, o atleta, obviamente, tem o livre arbítrio de escolher o clube onde ele quer jogar". Com Júnior Urso não foi bem assim. De acordo com o jogador, a sua ida para o país asiático foi sob pressão. "Na verdade não havia interesse meu de ir para lá. Na minha cabeça é que eu estava indo para a China e 'o que eu estou fazendo com meu sonho de jogar futebol?'. Então eu disse não para o presidente do Coritiba, na época (Vilson Ribeiro de Andrade), que eu não iria. Só que ele disse que se eu não fosse ele não me venderia para mais nenhum lugar. Então fui", disse. O assédio dificilmente vai acabar, mas de acordo com Flávio Pires a China volta seus olhos para os vizinhos brasileiros, como o Chile, a Colômbia, a Venezuela e a Argentina.
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esporte
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Má fama e multas altas inibem 'boom' de jogadores brasileiros na ChinaDepois de aterrorizar o futebol brasileiro nas últimas janelas de transferência, o dragão chinês dá indícios de estar adormecendo. Pelo menos no Brasil. Das 94 contratações realizadas na primeira e segunda divisões do Campeonato Chinês no último período de transferências, que se encerrou na sexta (15), apenas seis foram de brasileiros, e três deles atuavam no Brasil. É um número muito inferior aos 11 que foram seduzidos pelo mercado chinês no mesmo período do ano passado, quando 112 contratações foram efetuadas. O Brasil ainda é o maior exportador de jogadores para a China, mas o número já diminuiu nesta temporada. Na última, 47 brasileiros atuavam no país; nesta, o número caiu para 42. Segundo o empresário de jogadores Flávio Pires, que atua no mercado chinês há 14 anos, o declínio se deve a imagem do atleta brasileiro no país asiático. "Os brasileiros só querem se aproveitar dos chineses. Vão para lá, pegam o dinheiro e depois voltam. Fizeram isso com os japoneses, com árabes. Eles não vão lá para trabalhar. Os chineses já começaram a perceber isso", afirmou Pires. Transferências de brasileiros para a China* - O consultor financeiro Marcelo Claudino, que presta assessoria para atletas, entre eles Ricardo Goulart, que joga pelo Guangzhou Evergrande, concorda que os valores permitem ao atleta vislumbrar uma independência financeira em poucos anos e explica alguns fatores que contribuem para isso. "Geralmente, é padrão que os atletas recebam o salário líquido e o clube se responsabilize pelo recolhimento dos impostos no próprio país, o que simplifica muito a vida do atleta. Ele recebe o valor líquido e fica mais fácil de remeter esse dinheiro para onde ele desejar", explica Claudino. "Se o contrato é feito em parâmetros líquidos o atleta não tem imposto a pagar, porque já foi tributado lá", completa. Junior Urso, hoje no Atlético-MG, foi um dos jogadores que a se aventurar do outro lado do planeta. Para ele existe jogadores que vão só para garantir um retorno financeiro rápido. "Muitos veem a China como uma oportunidade de ganhar dinheiro e não ter muita cobrança", afirmou o volante.. "No primeiro ano fui campeão e joguei todos os jogos. No meu segundo ano a mesma coisa. Para mim foi ótimo na minha carreira. Fiz muitos gols e cresci no meu lado ofensivo", completou. O último brasileiro contratado para defender as cores de um clube do país asiático foi o são-paulino Alan Kardec. Apesar do problema no sistema de transferências da Fifa, que não registrou a venda, o clube dá como certa a negociação. Atacante que defendeu a seleção brasileira na última Copa do Mundo, Hulk, que estava o Zenit, da Rússia, chegou ao Shanghai SIPG como a negociação mais cara da história do futebol chinês — R$ 207 milhões. Brasileiros na China* - ASSÉDIO Outro ponto que impede as investidas chinesas são as altas multas rescisórias. Após o Corinthians sofrer com a perda de Renato Augusto, Jadson, Ralf e Gil, os clubes brasileiros passaram a colocar multas mais altas nos contratos. Recentemente, o Hebei Fortune, que conta com o argentino Lavezzi, cogitou ir atrás do atacante santista Gabriel, mas a multa de 50 milhões de euros (R$ 191,5 milhões) assustou os chineses. Segundo o advogado Vinicius Bicalho, advogado especialista em contratos de futebol, esse é o meio que os clubes têm para se proteger, já que com o pagamento da multa rescisória, o clube não pode segurar um jogador que queira sair. "Basta o pagamento da multa rescisória e o clube não precisa concordar. Agora, o atleta, obviamente, tem o livre arbítrio de escolher o clube onde ele quer jogar". Com Júnior Urso não foi bem assim. De acordo com o jogador, a sua ida para o país asiático foi sob pressão. "Na verdade não havia interesse meu de ir para lá. Na minha cabeça é que eu estava indo para a China e 'o que eu estou fazendo com meu sonho de jogar futebol?'. Então eu disse não para o presidente do Coritiba, na época (Vilson Ribeiro de Andrade), que eu não iria. Só que ele disse que se eu não fosse ele não me venderia para mais nenhum lugar. Então fui", disse. O assédio dificilmente vai acabar, mas de acordo com Flávio Pires a China volta seus olhos para os vizinhos brasileiros, como o Chile, a Colômbia, a Venezuela e a Argentina.
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Marcha da oposição contra Maduro atrai cerca de 3.000 em Caracas
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Milhares de pessoas participaram neste sábado de marchas opositoras convocadas em toda a Venezuela como primeira etapa de um ciclo de protestos que pretende forçar a renúncia do presidente Nicolás Maduro e demonstrar apoio a outros mecanismos para mudar de governo. Em Caracas, o comparecimento foi estimado pela Folha em cerca de 3.000 pessoas, um número maior que manifestações do ano passado, mas ainda longe de qualquer mobilização de massa capaz de pressionar o governo, que organizou sua própria manifestação para mais tarde em outra zona da capital. Não houve estimativa oficial de participantes. O cálculo, corroborado por fotógrafos de agências de notícias também presentes, foi feito com base no tamanho do local ocupado e a densidade da multidão. "Maduro, nos poupe da tragédia e renuncie já", bradou o veterano Henry Ramos Allup, presidente da hoje opositora Assembleia Nacional, sob gritos e aplausos da multidão reunida numa área nobre da capital. Usando linguajar tosco semelhante ao do chavismo, Ramos Allup zombou dos "motores da economia" com os quais o governo pretende reverter a crise e, apontando para a própria genitália, disse: "isto, sim, é um motor que funciona". O deputado Freddy Guevara disse que a manifestação deste sábado deve multiplicar-se e crescer-se em breve. "Nosso objetivo é que a próxima marcha se multiplique por dez, e a seguinte por mais dez, e assim por diante até que haja um milhão de pessoas protestando juntas em Caracas", afirmou. A oposição diz defender marchas pacíficas, mas, em 2014, protestos antigoverno desencadearam uma onda de violência que deixou 43 mortos, incluindo manifestantes e policiais. Neste sábado, porém, não houve sinal de violência. Simpatizante opositora, a professora Berenice Caruso, 74, trajava com orgulho uma camiseta com a mensagem: "11.04.2002, eu estive lá". Trata-se de referência à serie de protestos que criaram condições para uma tentativa de golpe de Estado contra o então presidente Hugo Chávez naquele ano. "Eu sou a prova viva de que protestos de rua podem levar o presidente a renunciar, e hoje estamos reavivando este processo", disse Caruso, que rejeita chamar de golpe o ocorrido de 2002. Manifestações de rua são parte de uma estratégia tripla com a qual a aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) pretende usar o Legislativo, que controla desde janeiro, como plataforma para abreviar a Presidência de Maduro. As outras duas apostas da MUD são uma emenda constitucional para reduzir o mandato presidencial dos atuais seis para quatro anos (Maduro foi eleito em 2013) e um referendo revogatório para tirar o presidente do poder e convocar eleições ainda neste ano. INFLAÇÃO GALOPANTE - FMI projeta alta de 700% na Venezuela em 2016 CHAVISTAS Enquanto a oposição se reunia em um ponto da capital, o presidente Nicolás Maduro e sua militância faziam um ato no centro de Caracas contra o decreto dos Estados Unidos que considera a Venezuela uma ameaça à segurança. O protesto foi convocado na última quarta-feira (9), seis dias após Barack Obama renovar a medida por mais um ano. Nele, chavistas gritaram frases como "Yankees! Go home!" e "Maduro não vai embora". Em discurso, o mandatário criticou a oposição e disse que vai continuar no cargo até o último dia do mandato. "Façam o que quiserem. Eu estou aqui para lutar. E Maduro vai ficar aqui até o último dia que deixou Hugo Chávez". Ele prometeu fazer propaganda contra o decreto americano até que o texto seja retirado por Obama e lançou um censo de "chavistas autênticos", que terão uma carteira identificando-os como partidários do governo. Com agências de notícias.
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mundo
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Marcha da oposição contra Maduro atrai cerca de 3.000 em CaracasMilhares de pessoas participaram neste sábado de marchas opositoras convocadas em toda a Venezuela como primeira etapa de um ciclo de protestos que pretende forçar a renúncia do presidente Nicolás Maduro e demonstrar apoio a outros mecanismos para mudar de governo. Em Caracas, o comparecimento foi estimado pela Folha em cerca de 3.000 pessoas, um número maior que manifestações do ano passado, mas ainda longe de qualquer mobilização de massa capaz de pressionar o governo, que organizou sua própria manifestação para mais tarde em outra zona da capital. Não houve estimativa oficial de participantes. O cálculo, corroborado por fotógrafos de agências de notícias também presentes, foi feito com base no tamanho do local ocupado e a densidade da multidão. "Maduro, nos poupe da tragédia e renuncie já", bradou o veterano Henry Ramos Allup, presidente da hoje opositora Assembleia Nacional, sob gritos e aplausos da multidão reunida numa área nobre da capital. Usando linguajar tosco semelhante ao do chavismo, Ramos Allup zombou dos "motores da economia" com os quais o governo pretende reverter a crise e, apontando para a própria genitália, disse: "isto, sim, é um motor que funciona". O deputado Freddy Guevara disse que a manifestação deste sábado deve multiplicar-se e crescer-se em breve. "Nosso objetivo é que a próxima marcha se multiplique por dez, e a seguinte por mais dez, e assim por diante até que haja um milhão de pessoas protestando juntas em Caracas", afirmou. A oposição diz defender marchas pacíficas, mas, em 2014, protestos antigoverno desencadearam uma onda de violência que deixou 43 mortos, incluindo manifestantes e policiais. Neste sábado, porém, não houve sinal de violência. Simpatizante opositora, a professora Berenice Caruso, 74, trajava com orgulho uma camiseta com a mensagem: "11.04.2002, eu estive lá". Trata-se de referência à serie de protestos que criaram condições para uma tentativa de golpe de Estado contra o então presidente Hugo Chávez naquele ano. "Eu sou a prova viva de que protestos de rua podem levar o presidente a renunciar, e hoje estamos reavivando este processo", disse Caruso, que rejeita chamar de golpe o ocorrido de 2002. Manifestações de rua são parte de uma estratégia tripla com a qual a aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) pretende usar o Legislativo, que controla desde janeiro, como plataforma para abreviar a Presidência de Maduro. As outras duas apostas da MUD são uma emenda constitucional para reduzir o mandato presidencial dos atuais seis para quatro anos (Maduro foi eleito em 2013) e um referendo revogatório para tirar o presidente do poder e convocar eleições ainda neste ano. INFLAÇÃO GALOPANTE - FMI projeta alta de 700% na Venezuela em 2016 CHAVISTAS Enquanto a oposição se reunia em um ponto da capital, o presidente Nicolás Maduro e sua militância faziam um ato no centro de Caracas contra o decreto dos Estados Unidos que considera a Venezuela uma ameaça à segurança. O protesto foi convocado na última quarta-feira (9), seis dias após Barack Obama renovar a medida por mais um ano. Nele, chavistas gritaram frases como "Yankees! Go home!" e "Maduro não vai embora". Em discurso, o mandatário criticou a oposição e disse que vai continuar no cargo até o último dia do mandato. "Façam o que quiserem. Eu estou aqui para lutar. E Maduro vai ficar aqui até o último dia que deixou Hugo Chávez". Ele prometeu fazer propaganda contra o decreto americano até que o texto seja retirado por Obama e lançou um censo de "chavistas autênticos", que terão uma carteira identificando-os como partidários do governo. Com agências de notícias.
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Cresce veto à carne e diminui a perspectiva de retomar economia
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A Bloomberg deu que a Arábia Saudita suspendeu a carne brasileira. E jornais do Caribe noticiam que por lá o veto já abrange Jamaica, Trinidad e Tobago, Granada, Barbados, Bahamas, Santa Lúcia, Ilhas Virgens etc. O "New York Times" usou uma frase de ministro brasileiro em título, "Escândalo da carne é soco no estômago", e citou a crise como "retrocesso no esforço por reviravolta" na economia. No "Financial Times", "Crise da carne traz fedor mais amplo no setor empresarial brasileiro". A revista "The Economist", que vinha apostando nas reformas do país, vai pelo mesmo caminho, com o cabeçalho "Carne morta" e o título "Escândalo no Brasil prejudica duas de suas maiores empresas". Diz que as "gigantes" JBS e BRF precisarão cortar preços para não perder mercado. FOME A Bloomberg, em análises, diz "por que essa história é tão importante" (Brasil responde por 20% da carne bovina e 40% do frango exportados) e avalia que "deixa o mundo com fome de frango" (alternativa seria comprar dos EUA, mas lá aflorou gripe aviária). FALTA VOTO Correspondentes de Reuters e Associated Press anotam via Twitter que a desvalorização do real, em ação talvez forçada por investidores estrangeiros, ocorreu porque "mercados começam a perceber que a Reforma da Previdência não pode ser dada como certa". Os votos contra a terceirização foram "significativos". FALTA VOTO LÁ Nas manchetes digitais de "Wall Street Journal" e "NYT", a votação do plano de saúde de Trump foi adiada "em busca de votos". Segundo o "FT", também lá os "investidores estão tensos", porque o novo governo, sem o Congresso, não tem como aprovar corte de impostos. SOBRE AS MENTIRAS A nova edição da "Time" entrevista Trump sob a manchete "A verdade acabou?". Dele, questionado sobre as afirmações falsas: "Eu sou uma pessoa muito instintiva, mas meus instintos se confirmam no fim... Acontece que eu sou uma pessoa que sabe como a vida funciona". No final, diante da insistência, afirmou: Olha, não devo estar indo tão mal, porque eu sou o presidente, e você, não. CAMINHÕES A "Economist", em coluna com a ilustração acima, diz que "nunca houve melhor momento para a integração latino-americana", com governos de centro-direita abertos ao livre mercado. Sugere usar a antiga Aladi (Associação Latino-Americana de Integração), criada em 1980, para unir Mercosul e Aliança do Pacífico. TRENS Jornais como "Frankfurter Allgemeine" noticiam que a "Alemanha quer construir uma linha de trem do Atlântico ao Pacífico " e se reuniu com representantes de Bolívia, Peru, Paraguai e outros no caminho. Nos títulos alemães, expressões como"Canal do Panamá sobre trilhos" :
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Cresce veto à carne e diminui a perspectiva de retomar economiaA Bloomberg deu que a Arábia Saudita suspendeu a carne brasileira. E jornais do Caribe noticiam que por lá o veto já abrange Jamaica, Trinidad e Tobago, Granada, Barbados, Bahamas, Santa Lúcia, Ilhas Virgens etc. O "New York Times" usou uma frase de ministro brasileiro em título, "Escândalo da carne é soco no estômago", e citou a crise como "retrocesso no esforço por reviravolta" na economia. No "Financial Times", "Crise da carne traz fedor mais amplo no setor empresarial brasileiro". A revista "The Economist", que vinha apostando nas reformas do país, vai pelo mesmo caminho, com o cabeçalho "Carne morta" e o título "Escândalo no Brasil prejudica duas de suas maiores empresas". Diz que as "gigantes" JBS e BRF precisarão cortar preços para não perder mercado. FOME A Bloomberg, em análises, diz "por que essa história é tão importante" (Brasil responde por 20% da carne bovina e 40% do frango exportados) e avalia que "deixa o mundo com fome de frango" (alternativa seria comprar dos EUA, mas lá aflorou gripe aviária). FALTA VOTO Correspondentes de Reuters e Associated Press anotam via Twitter que a desvalorização do real, em ação talvez forçada por investidores estrangeiros, ocorreu porque "mercados começam a perceber que a Reforma da Previdência não pode ser dada como certa". Os votos contra a terceirização foram "significativos". FALTA VOTO LÁ Nas manchetes digitais de "Wall Street Journal" e "NYT", a votação do plano de saúde de Trump foi adiada "em busca de votos". Segundo o "FT", também lá os "investidores estão tensos", porque o novo governo, sem o Congresso, não tem como aprovar corte de impostos. SOBRE AS MENTIRAS A nova edição da "Time" entrevista Trump sob a manchete "A verdade acabou?". Dele, questionado sobre as afirmações falsas: "Eu sou uma pessoa muito instintiva, mas meus instintos se confirmam no fim... Acontece que eu sou uma pessoa que sabe como a vida funciona". No final, diante da insistência, afirmou: Olha, não devo estar indo tão mal, porque eu sou o presidente, e você, não. CAMINHÕES A "Economist", em coluna com a ilustração acima, diz que "nunca houve melhor momento para a integração latino-americana", com governos de centro-direita abertos ao livre mercado. Sugere usar a antiga Aladi (Associação Latino-Americana de Integração), criada em 1980, para unir Mercosul e Aliança do Pacífico. TRENS Jornais como "Frankfurter Allgemeine" noticiam que a "Alemanha quer construir uma linha de trem do Atlântico ao Pacífico " e se reuniu com representantes de Bolívia, Peru, Paraguai e outros no caminho. Nos títulos alemães, expressões como"Canal do Panamá sobre trilhos" :
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A mulher de 90 anos que recusou tratamento de câncer para rodar o mundo
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Em julho passado, pouco depois de um câncer ser detectado em seu marido, a americana Norma descobriu ter ela própria um tumor nos ovários. O quadro de seu companheiro, Leo, evoluiu rápido e, após ele falecer, a senhora de 90 anos foi a uma consulta com seu médico no Estado de Michigan. As opções de tratamento, ele disse, eram a mais comuns nestes casos: uma cirurgia para extrair o tumor, seguida por aplicação de radiação e sessões de quimioterapia. O que ninguém esperava era qual seria a reação de Norma: "Tenho 90 anos de idade, vou viajar". E assim o fez. Vendeu sua casa –não queria passar pelo trauma de voltar ao lar que compartilhou com seu marido, com que ficou casada por 67 anos– e comprou um trailer para sair pelo mundo. Agora, prestes a completar 91 anos na próxima semana, está há mais de 180 dias na estrada. AVENTURA Norma já percorreu centenas de quilômetros. Voou de balão em Palm Springs, na Califórnia, visitou a Disneyworld, na Flórida, foi ao monte Rushmore, na Dakota do Sul, viu bisões no parque nacional de Yellowstone e se assombrou com o Grand Cânion, no Colorado. Em Nova Orleans, visitou o museu sobre a Segunda Guerra Mundial, onde foi recebida com honra - ela trabalhara como enfermeira durante o conflito. É possível acompanhar suas aventuras pela página no Facebook "Driving Miss Norma " (Conduzindo Miss Norma, em inglês), que tem 70 mil seguidores. Entre eles, estão pessoas cujos parentes padeceram de câncer e gente que não passou por isso, mas encontra na sua história uma inspiração. Norma viaja acompanhada de seu filho, Tom, sua nora, Ramie, e seu cão, Ringo. A próxima etapa da jornada será o Estado da Georgia, no sul dos EUA, para "desfrutar de sua história, beleza natural e comida deliciosa". "Sinto-me bem. Saio por aí todos os dias empurrando minha cadeira de rodas. Estou muito bem para minha idade", comenta Norma em um e-mail enviado por sua nora. AVANTE! Ramie ainda se assombra com a experiência. Comenta que, felizmente, a sogra não sente dores, tem total consciência do que faz e está adorando viajar. Afirma que é maravilhoso ver seus olhos brilharem mesmo com a "intensa dor" que sente pela perda de seu marido e, antes dele, do irmão. Na visita ao médico, a família disse que apoiava completamente sua decisão e que a levaria aonde quisesse ir. O doutor disse, então, a eles: "Avante!". "Como médicos, vemos todos os dias o rosto do tratamento contra o câncer. Cuidados intensivos, asilos, efeitos colaterais terríveis e, francamente, não existe garantia nenhuma de que ela sobreviveria à cirurgia para retirar o tumor", disse o médico, diante da expressão de espanto de um estudante de medicina que o acompanhava. "Vocês estão fazendo exatamente o que eu faria em uma situação como essa. Tenham uma viagem magnífica!" Várias semanas depois, Norma segue viajando. Sua mais recente etapa a levou ao Castelo de São Marcos, na Flórida, e, em uma foto recente, Norma é vista completando um quebra-cabeças ao lado do seu cão. Sua nora diz que a família está surpresa com a repercussão da história. "Passamos os dias com lágrimas nos olhos lendo as centenas de mensagens repletas de carinho e apoio", afirma Ramie. "Conversar sobre o fim da vida não é simples. Então, esperamos que nossa história incentive outras famílias a falar abertamente sobre um assunto tão difícil."
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turismo
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A mulher de 90 anos que recusou tratamento de câncer para rodar o mundoEm julho passado, pouco depois de um câncer ser detectado em seu marido, a americana Norma descobriu ter ela própria um tumor nos ovários. O quadro de seu companheiro, Leo, evoluiu rápido e, após ele falecer, a senhora de 90 anos foi a uma consulta com seu médico no Estado de Michigan. As opções de tratamento, ele disse, eram a mais comuns nestes casos: uma cirurgia para extrair o tumor, seguida por aplicação de radiação e sessões de quimioterapia. O que ninguém esperava era qual seria a reação de Norma: "Tenho 90 anos de idade, vou viajar". E assim o fez. Vendeu sua casa –não queria passar pelo trauma de voltar ao lar que compartilhou com seu marido, com que ficou casada por 67 anos– e comprou um trailer para sair pelo mundo. Agora, prestes a completar 91 anos na próxima semana, está há mais de 180 dias na estrada. AVENTURA Norma já percorreu centenas de quilômetros. Voou de balão em Palm Springs, na Califórnia, visitou a Disneyworld, na Flórida, foi ao monte Rushmore, na Dakota do Sul, viu bisões no parque nacional de Yellowstone e se assombrou com o Grand Cânion, no Colorado. Em Nova Orleans, visitou o museu sobre a Segunda Guerra Mundial, onde foi recebida com honra - ela trabalhara como enfermeira durante o conflito. É possível acompanhar suas aventuras pela página no Facebook "Driving Miss Norma " (Conduzindo Miss Norma, em inglês), que tem 70 mil seguidores. Entre eles, estão pessoas cujos parentes padeceram de câncer e gente que não passou por isso, mas encontra na sua história uma inspiração. Norma viaja acompanhada de seu filho, Tom, sua nora, Ramie, e seu cão, Ringo. A próxima etapa da jornada será o Estado da Georgia, no sul dos EUA, para "desfrutar de sua história, beleza natural e comida deliciosa". "Sinto-me bem. Saio por aí todos os dias empurrando minha cadeira de rodas. Estou muito bem para minha idade", comenta Norma em um e-mail enviado por sua nora. AVANTE! Ramie ainda se assombra com a experiência. Comenta que, felizmente, a sogra não sente dores, tem total consciência do que faz e está adorando viajar. Afirma que é maravilhoso ver seus olhos brilharem mesmo com a "intensa dor" que sente pela perda de seu marido e, antes dele, do irmão. Na visita ao médico, a família disse que apoiava completamente sua decisão e que a levaria aonde quisesse ir. O doutor disse, então, a eles: "Avante!". "Como médicos, vemos todos os dias o rosto do tratamento contra o câncer. Cuidados intensivos, asilos, efeitos colaterais terríveis e, francamente, não existe garantia nenhuma de que ela sobreviveria à cirurgia para retirar o tumor", disse o médico, diante da expressão de espanto de um estudante de medicina que o acompanhava. "Vocês estão fazendo exatamente o que eu faria em uma situação como essa. Tenham uma viagem magnífica!" Várias semanas depois, Norma segue viajando. Sua mais recente etapa a levou ao Castelo de São Marcos, na Flórida, e, em uma foto recente, Norma é vista completando um quebra-cabeças ao lado do seu cão. Sua nora diz que a família está surpresa com a repercussão da história. "Passamos os dias com lágrimas nos olhos lendo as centenas de mensagens repletas de carinho e apoio", afirma Ramie. "Conversar sobre o fim da vida não é simples. Então, esperamos que nossa história incentive outras famílias a falar abertamente sobre um assunto tão difícil."
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Petrobras registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões em 2015
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A Petrobras fechou 2015 com prejuízo de R$ 34,836 bilhões, com forte impacto dos efeitos da queda do preço do petróleo em suas operações. O resultado reflete a baixa de R$ 49,748 bilhões no valor dos ativos da empresa decorrente da nova realidade de preços e do aumento do risco-Brasil, em função da perda do grau de investimento. O resultado representa um aumento de 61% com relação ao prejuízo de R$ 21,587 bilhões de 2014. Naquele trimestre, a empresa promoveu baixas contábeis por prejuízos causados pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Receita líquida da Petrobras - Em R$ bilhões No quarto trimestre, a Petrobras teve prejuízo de R$ 36,938 bilhões. No mesmo período do ano anterior, a perda foi de R$ 26,600 bilhões. É neste trimestre que se concentram as baixas de ativos feitas pela empresa nos dois anos. O preço médio do petróleo caiu de US$ 98,99 em 2014 para US$ 52,46 em 2015, o que levou a companhia a rever o valor de seus ativos. A baixa de ativos se concentrou em projetos de exploração e produção de petróleo, que responderam por R$ 33,7 bilhões do total de perdas. Apenas a revisão do projeto Papa-Terra, na Bacia de Campos, representou baixa de R$ 8,7 bilhões. Isso significa que a Petrobras espera, hoje, ter menos receita futura com os projetos. Lucro ou prejuízo líquido da Petrobras - Em R$ bilhões Houve baixas também no valor do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), de R$ 5,3 bilhões, e nas unidades de fertilizantes com obras paralisadas, de R$ 2,6 bilhões. Em 2014, a empresa já havia reconhecido perdas de R$ 45,4 bilhões no valor de seus ativos, mas concentradas na área de abastecimento, que foi mais atingida pelo esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. No ano de 2015, além dos preços do petróleo, houve revisão nas taxas de desconto utilizadas para calcular o valor atual dos investimentos, que foi elevada em decorrência do risco-Brasil. Isto é, quanto maior o risco, maior o custo para financiar os projetos e, consequentemente, menor o retorno esperado. Dívida líquida da Petrobras - Em R$ bilhões A política de corte de gastos e investimentos levou a empresa a fechar o primeiro ano com fluxo de caixa positivo desde 2007. Em 2015, a Petrobras arrecadou R$ 15,626 bilhões a mais do que gastou. "É um recurso que sobra para amortização de dívida", disse Mario Jorge da Silva, gerente executivo de desempenho operacional da companhia, em apresentação para detalhar o resultado. Investimentos - Em R$ bilhões A empresa fechou o ano com uma dívida de R$ 492,849 bilhões, aumento de 40% em relação à posição da dívida no final de 2014, refletindo principalmente a desvalorização do real durante o ano. No período, reduziu em 5% o endividamento em dólar e conseguiu alongar o prazo médio de pagamento de sua dívida de 6,1 para 7,14 anos. O custo da dívida, porém, subiu de 5,6% para 6,3% ao ano. Silva disse que, sem considerar as baixas de ativos e o reconhecimento de passivos tributários e dívidas do setor elétrico, o resultado operacional da companhia seria positivo em R$ 13,6 bilhões em 2015. Resultado líquido da área de abastecimento da Petrobras - Em R$ bilhões A queda nos preços do petróleo levou a área de exploração e produção da companhia a um prejuízo de R$ 17,938 bilhões no ano, contra um lucro de R$ 50,328 bilhões em 2014. A elevada dívida da estatal também contribuiu: apenas em juros, a Petrobras gastou R$ 28 bilhões durante o ano. Em 2014, foram pagos R$ 3,9 bilhões. Já área de abastecimento, responsável pelas vendas de combustíveis, teve um lucro de R$ 25,438 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 58,776 bilhões.
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mercado
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Petrobras registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões em 2015A Petrobras fechou 2015 com prejuízo de R$ 34,836 bilhões, com forte impacto dos efeitos da queda do preço do petróleo em suas operações. O resultado reflete a baixa de R$ 49,748 bilhões no valor dos ativos da empresa decorrente da nova realidade de preços e do aumento do risco-Brasil, em função da perda do grau de investimento. O resultado representa um aumento de 61% com relação ao prejuízo de R$ 21,587 bilhões de 2014. Naquele trimestre, a empresa promoveu baixas contábeis por prejuízos causados pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Receita líquida da Petrobras - Em R$ bilhões No quarto trimestre, a Petrobras teve prejuízo de R$ 36,938 bilhões. No mesmo período do ano anterior, a perda foi de R$ 26,600 bilhões. É neste trimestre que se concentram as baixas de ativos feitas pela empresa nos dois anos. O preço médio do petróleo caiu de US$ 98,99 em 2014 para US$ 52,46 em 2015, o que levou a companhia a rever o valor de seus ativos. A baixa de ativos se concentrou em projetos de exploração e produção de petróleo, que responderam por R$ 33,7 bilhões do total de perdas. Apenas a revisão do projeto Papa-Terra, na Bacia de Campos, representou baixa de R$ 8,7 bilhões. Isso significa que a Petrobras espera, hoje, ter menos receita futura com os projetos. Lucro ou prejuízo líquido da Petrobras - Em R$ bilhões Houve baixas também no valor do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), de R$ 5,3 bilhões, e nas unidades de fertilizantes com obras paralisadas, de R$ 2,6 bilhões. Em 2014, a empresa já havia reconhecido perdas de R$ 45,4 bilhões no valor de seus ativos, mas concentradas na área de abastecimento, que foi mais atingida pelo esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. No ano de 2015, além dos preços do petróleo, houve revisão nas taxas de desconto utilizadas para calcular o valor atual dos investimentos, que foi elevada em decorrência do risco-Brasil. Isto é, quanto maior o risco, maior o custo para financiar os projetos e, consequentemente, menor o retorno esperado. Dívida líquida da Petrobras - Em R$ bilhões A política de corte de gastos e investimentos levou a empresa a fechar o primeiro ano com fluxo de caixa positivo desde 2007. Em 2015, a Petrobras arrecadou R$ 15,626 bilhões a mais do que gastou. "É um recurso que sobra para amortização de dívida", disse Mario Jorge da Silva, gerente executivo de desempenho operacional da companhia, em apresentação para detalhar o resultado. Investimentos - Em R$ bilhões A empresa fechou o ano com uma dívida de R$ 492,849 bilhões, aumento de 40% em relação à posição da dívida no final de 2014, refletindo principalmente a desvalorização do real durante o ano. No período, reduziu em 5% o endividamento em dólar e conseguiu alongar o prazo médio de pagamento de sua dívida de 6,1 para 7,14 anos. O custo da dívida, porém, subiu de 5,6% para 6,3% ao ano. Silva disse que, sem considerar as baixas de ativos e o reconhecimento de passivos tributários e dívidas do setor elétrico, o resultado operacional da companhia seria positivo em R$ 13,6 bilhões em 2015. Resultado líquido da área de abastecimento da Petrobras - Em R$ bilhões A queda nos preços do petróleo levou a área de exploração e produção da companhia a um prejuízo de R$ 17,938 bilhões no ano, contra um lucro de R$ 50,328 bilhões em 2014. A elevada dívida da estatal também contribuiu: apenas em juros, a Petrobras gastou R$ 28 bilhões durante o ano. Em 2014, foram pagos R$ 3,9 bilhões. Já área de abastecimento, responsável pelas vendas de combustíveis, teve um lucro de R$ 25,438 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 58,776 bilhões.
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Autor do gol do Mundial de 1963 pelo Santos, Dalmo morre aos 82 anos
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O ex-jogador Dalmo Gaspar, 82, autor do gol que deu ao Santos o título do bicampeonato mundial em 1963, morreu nesta segunda-feira (2), em Jundiaí, por volta das 10h. O ex-lateral esquerdo estava internado no hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, desde o início do ano com uma infecção no sangue. Estava sendo tratado a base de antibióticos. Dalmo será velado nesta segunda-feira (2) no cemitério municipal de Jundiaí, a partir das 16h. O enterro será na terça (3), às 10h, no Cemitério Nossa Senhora do Desterro. Diagnosticado com mal de Alzheimer em março de 2014, a família de Dalmo chegou a colocar a medalha do título de 1963 a venda para tentar custear o tratamento –o valor pedido era de R$ 15 mil. O objeto não chegou a ser comercializado. Atualmente, os familiares gastavam cerca de R$ 3.000 por mês com convênio médico, medicamentes e uma cuidadora para acompanhar Dalmo. Por recomendação médica, Dalmo teria de ser internado em uma clínica para tratamento do mal de Alzheimer, cujo custo girava em torno de R$ 3.700. Na estreia do Santos no Campeonato Paulista, neste domingo (1º), diante do Ituano, na Vila Belmiro, a Torcida Jovem homenageou Dalmo com uma bandeira com o rosto do ex-jogador. A CARREIRA Natural de Jundiaí, Dalmo teve o auge da carreira ao defender o Santos de Pelé. Jogou no clube de 1957 a 1964, fazendo parte da geração de ouro da equipe da Vila Belmiro. Neste período, conquistou cinco títulos do Paulista, duas Taças Brasil (equivalente ao Campeonato Brasileiro na época), duas Libertadores, dois Mundiais de Clubes e um Torneio Rio-São Paulo. Não era um jogador ofensivo. Tinha mais características defensivas. Tanto que fez quatro gols pelos Santos –o mais importante, sem dúvida, na final do Mundial de 1963, de pênalti. A cobrança da penalidade foi muito parecida com o milésimo gol de Pelé, em 1969. Dalmo tomou distância e colocou a bola no canto esquerdo do goleiro do Milan, no Maracanã, na vitória por 1 a 0. "Aquele foi o maior feito da minha vida", disse Dalmo à Folha, em novembro de 2013, quando reencontrou os remanescentes do Mundial de 1963, no aniversário de 50 anos da taça. Além do Santos, defendeu Guarani e Paulista. Depois que deixou o futebol, teve escolinhas e foi funcionário público em Jundiaí, onde se aposentou. Morava com a mulher, Rosa Maria Gaspar, em Jundiaí. Deixa dois filhos e três netos.
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esporte
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Autor do gol do Mundial de 1963 pelo Santos, Dalmo morre aos 82 anosO ex-jogador Dalmo Gaspar, 82, autor do gol que deu ao Santos o título do bicampeonato mundial em 1963, morreu nesta segunda-feira (2), em Jundiaí, por volta das 10h. O ex-lateral esquerdo estava internado no hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, desde o início do ano com uma infecção no sangue. Estava sendo tratado a base de antibióticos. Dalmo será velado nesta segunda-feira (2) no cemitério municipal de Jundiaí, a partir das 16h. O enterro será na terça (3), às 10h, no Cemitério Nossa Senhora do Desterro. Diagnosticado com mal de Alzheimer em março de 2014, a família de Dalmo chegou a colocar a medalha do título de 1963 a venda para tentar custear o tratamento –o valor pedido era de R$ 15 mil. O objeto não chegou a ser comercializado. Atualmente, os familiares gastavam cerca de R$ 3.000 por mês com convênio médico, medicamentes e uma cuidadora para acompanhar Dalmo. Por recomendação médica, Dalmo teria de ser internado em uma clínica para tratamento do mal de Alzheimer, cujo custo girava em torno de R$ 3.700. Na estreia do Santos no Campeonato Paulista, neste domingo (1º), diante do Ituano, na Vila Belmiro, a Torcida Jovem homenageou Dalmo com uma bandeira com o rosto do ex-jogador. A CARREIRA Natural de Jundiaí, Dalmo teve o auge da carreira ao defender o Santos de Pelé. Jogou no clube de 1957 a 1964, fazendo parte da geração de ouro da equipe da Vila Belmiro. Neste período, conquistou cinco títulos do Paulista, duas Taças Brasil (equivalente ao Campeonato Brasileiro na época), duas Libertadores, dois Mundiais de Clubes e um Torneio Rio-São Paulo. Não era um jogador ofensivo. Tinha mais características defensivas. Tanto que fez quatro gols pelos Santos –o mais importante, sem dúvida, na final do Mundial de 1963, de pênalti. A cobrança da penalidade foi muito parecida com o milésimo gol de Pelé, em 1969. Dalmo tomou distância e colocou a bola no canto esquerdo do goleiro do Milan, no Maracanã, na vitória por 1 a 0. "Aquele foi o maior feito da minha vida", disse Dalmo à Folha, em novembro de 2013, quando reencontrou os remanescentes do Mundial de 1963, no aniversário de 50 anos da taça. Além do Santos, defendeu Guarani e Paulista. Depois que deixou o futebol, teve escolinhas e foi funcionário público em Jundiaí, onde se aposentou. Morava com a mulher, Rosa Maria Gaspar, em Jundiaí. Deixa dois filhos e três netos.
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Leia de Roberto Campos 'As ichneumonidae da Previdência', de 1995
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O economista e diplomata Roberto Campos (1917-2001), que faria 100 anos nesta segunda-feira, foi colunista da Folha, onde manteve a seção "Lanterna na Popa" entre 1994 e 2000. Leia abaixo texto de Campos publicado no jornal em 8 de novembro de 1995. * - "A esperança de que o governo possa fornecer a nós todos um bom padrão de vida... e segurança contra o infortúnio, independentemente de nossos valores e habilidades, tem sido um artigo de fé das democracias ocidentais em todo este século. É agora um anacronismo fadado a desapontamentos. (James Davidson, em "The Great Reckoning") As ichneumonidae são umas vespas que imobilizam lagartas com infecções paralisantes, e depois põem nelas os seus ovos, os quais geram larvas que se alimentam do corpo vivo que lhes é, assim, assegurado. É a situação da Previdência Pública brasileira, consumida por dentro pelo corporativismo e pelo parasitismo fisiológico. Por ser compulsoriamente estatal, a Previdência é antidemocrática, obrigando o cidadão a confiar sua poupança a esse administrador catastrófico, o Estado. É também um "absurdo atuarial", uma "fonte de injustiças sociais" e um "megadesperdício econômico". Sob o nome pomposo de Seguridade Social, a Constituição de 1988 misturou três coisas diferentes em sua natureza e fontes de financiamento: a previdência, que deve ser financiada por contribuições individuais; a assistência social aos desvalidos, que exige cobertura orçamentária; e a saúde, que sob o aspecto preventivo é principalmente responsabilidade governamental, podendo a medicina curativa ser partilhada com o setor privado. Absurdos atuariais, injustiça social e desperdício econômico são características também de centenas de regimes especiais financiados pela União, Estados e municípios, falimentares em sua maioria. É lícito ao Estado compelir o cidadão a um esforço de poupança para que não se torne voluntária e conscientemente um encargo para a sociedade. Mas ele não deve ser obrigado a confiar sua poupança ao "pai terríve"l, se preferir fundos privados de capitalização, que ofereçam serviços em regime competitivo. O indivíduo é o melhor fiscal de sua poupança previdenciária, como o faz com sua caderneta de poupança, podendo transferi-la para o operador mais eficiente. Os partidários da previdência pública compulsória são tiranos disfarçados de samaritanos... O atual sistema é também um "absurdo atuarial", vítima de uma dinâmica perversa. Entre 1960 e 1994, a população cresceu 128% e o número de beneficiários, 1.400%. Em virtude da universalização da cobertura, cerca de 40% dos beneficiários nunca pagaram contribuição. Numa era de crescente expectância de vida, quase dois terços dos aposentados têm menos de 54 anos. São atletas residuais ou balzaqueanas aquém da menopausa... Temos 2,3 contribuintes por beneficiário, quando seriam necessários quatro para viabilizar atuarialmente o sistema. As mulheres costumam sobreviver aos maridos, mas podem aposentar-se cinco anos antes. Finalmente, cometemos a originalidade de, no serviço público, dar aos aposentados remuneração superior à dos ativos. A previdência pública faz justiça social às avessas. Os pobres financiam os de melhor qualidade de vida. As contribuições afluem para uma vala comum, de onde segmentos ativistas e politizados, como magistrados, congressistas e professores, saqueiam aposentadorias especiais e múltiplas. No regime geral da previdência, o valor médio do benefício rural é de um salário mínimo, subindo para 2,1 mínimos no setor urbano. Esses valores, no Judiciário e no Legislativo, alcançam mais de 36 mínimos. A contribuição é compulsória até o teto de dez salários mínimos. O resultado é que os pobres ficam escravizados à tirania do burocrata ineficiente, pois não têm dinheiro para recorrer à previdência complementar. Será justo um sistema em que as pessoas mais pobres, em 1993, se aposentavam em média com 62 anos, enquanto os beneficiários de aposentadorias especiais por tempo de serviço abandonavam o trabalho aos 53 anos? Para sancionar tais distorções, os beneficiários transformam os "privilégios extraídos" em "direitos adquiridos". Mas não há "garantias onerosas" (coisa diferente dos direitos humanos básicos) inalteráveis face à Constituição. Nem há imunidade à falência sistêmica pela inviabilização atuarial. A previdência pública compulsória é também fator de desperdício econômico. Os custos da máquina estatal são elevadíssimos (10% dos benefícios), as greves frequentes, os serviços exasperantes. Mais importante ainda, não serve de alavancagem para o desenvolvimento, ao contrário do que sucederia com os fundos privados, obrigados a investimentos produtivos na economia para dar rentabilidade ao segurado. A reforma previdenciária proposta pelo governo é menos uma reforma que um útil remendo. Visa a viabilizar atuarialmente o atual sistema, corrigindo várias distorções e injustiças. Mas não ataca dois problemas fundamentais _o caráter antidemocrático da gestão estatal "compulsória" de recursos privados e a necessidade de mobilização de poupança de longo prazo para a retomada do crescimento. A desculpa para a compulsoriedade estatal é que o governo exerceria uma função redistributiva. Mas na prática essa redistribuição não tem favorecido os pobres e sim grupos de pressão politicamente organizados. A solução ideal seria a adoção do modelo chileno de privatização, ainda que em caráter opcional, podendo os estatólatras optar pela previdência pública. Seria uma mudança do eixo conceitual. A responsabilidade básica da provisão para o futuro caberia ao cidadão, que para isso deixaria de pagar contribuições ao governo. Este só teria três funções: fiscalizar os administradores dos fundos de pensão privada; garantir o patrimônio dos segurados, em caso da falência das entidades administradoras, cobrando destas para isso uma taxa de seguro de risco; complementar a renda daqueles que, ao fim de sua vida laboral, não alcançassem, pelos processos do mercado, o mínimo vital. A contribuição dos empregadores se transformaria em aumento salarial para os empregados, dando-lhes uma margem para suplementar o fundo de pensão com seguro saúde e contra invalidez. Subproduto importante do sistema chileno foi a criação de um "capitalismo do povo", pois os segurados se tornavam acionistas vigilantes das empresas financiadas por sua poupança previdenciária. Uma proposta intermediária entre a atual previdência pública e o modelo chileno foi apresentada pelo deputado Eduardo Mascarenhas. Permite que o plano básico da previdência social ofereça modalidades diferentes de cobertura previdenciária, desde que os cálculos atuariais incluídos na Lei de Custeio e Benefícios sejam consistentes. O contribuinte pagaria de acordo com o menu de benefícios escolhido, podendo optar por contribuições menores com redução dos benefícios, o que lhe deixaria margem para complementar sua renda com seguros privados. Em favor dos optantes, o Tesouro emitiria certificados de poupança, monetizáveis nas datas previstas na modalidade do seguro, mas que poderiam ser aplicados também como moeda de privatização de estatais, substituindo-se o ativo previdenciário por um ativo acionário. Os dois pontos de estrangulamento do desenvolvimento latino-americano são as periódicas crises cambiais e a insuficiência da poupança doméstica. Os asiáticos nos ensinaram que a orientação exportadora e a atração de investimentos diretos permitem a superação do perigo cambial. Os chilenos nos ensinaram que a privatização da previdência é o melhor instrumento para aumentar a poupança interna e alavancar investimentos produtivos. Isso exigiria abandonarmos a obsessão protecionista de substituição de importações, resultante do "pessimismo exportador", e a ilusão do "Estado Benfeitor". Essa entidade abstrata não existe. O que existe é o governo concreto, de burocratas e políticos, que convivem num Zoo social, sujeitos a incursões predatórias das ichneumonidae do corporativismo e do parasitismo fisiológico. * Leia outras colunas de Roberto Campos para a Folha: *'O liberalismo e a pobreza', de 1996
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Leia de Roberto Campos 'As ichneumonidae da Previdência', de 1995O economista e diplomata Roberto Campos (1917-2001), que faria 100 anos nesta segunda-feira, foi colunista da Folha, onde manteve a seção "Lanterna na Popa" entre 1994 e 2000. Leia abaixo texto de Campos publicado no jornal em 8 de novembro de 1995. * - "A esperança de que o governo possa fornecer a nós todos um bom padrão de vida... e segurança contra o infortúnio, independentemente de nossos valores e habilidades, tem sido um artigo de fé das democracias ocidentais em todo este século. É agora um anacronismo fadado a desapontamentos. (James Davidson, em "The Great Reckoning") As ichneumonidae são umas vespas que imobilizam lagartas com infecções paralisantes, e depois põem nelas os seus ovos, os quais geram larvas que se alimentam do corpo vivo que lhes é, assim, assegurado. É a situação da Previdência Pública brasileira, consumida por dentro pelo corporativismo e pelo parasitismo fisiológico. Por ser compulsoriamente estatal, a Previdência é antidemocrática, obrigando o cidadão a confiar sua poupança a esse administrador catastrófico, o Estado. É também um "absurdo atuarial", uma "fonte de injustiças sociais" e um "megadesperdício econômico". Sob o nome pomposo de Seguridade Social, a Constituição de 1988 misturou três coisas diferentes em sua natureza e fontes de financiamento: a previdência, que deve ser financiada por contribuições individuais; a assistência social aos desvalidos, que exige cobertura orçamentária; e a saúde, que sob o aspecto preventivo é principalmente responsabilidade governamental, podendo a medicina curativa ser partilhada com o setor privado. Absurdos atuariais, injustiça social e desperdício econômico são características também de centenas de regimes especiais financiados pela União, Estados e municípios, falimentares em sua maioria. É lícito ao Estado compelir o cidadão a um esforço de poupança para que não se torne voluntária e conscientemente um encargo para a sociedade. Mas ele não deve ser obrigado a confiar sua poupança ao "pai terríve"l, se preferir fundos privados de capitalização, que ofereçam serviços em regime competitivo. O indivíduo é o melhor fiscal de sua poupança previdenciária, como o faz com sua caderneta de poupança, podendo transferi-la para o operador mais eficiente. Os partidários da previdência pública compulsória são tiranos disfarçados de samaritanos... O atual sistema é também um "absurdo atuarial", vítima de uma dinâmica perversa. Entre 1960 e 1994, a população cresceu 128% e o número de beneficiários, 1.400%. Em virtude da universalização da cobertura, cerca de 40% dos beneficiários nunca pagaram contribuição. Numa era de crescente expectância de vida, quase dois terços dos aposentados têm menos de 54 anos. São atletas residuais ou balzaqueanas aquém da menopausa... Temos 2,3 contribuintes por beneficiário, quando seriam necessários quatro para viabilizar atuarialmente o sistema. As mulheres costumam sobreviver aos maridos, mas podem aposentar-se cinco anos antes. Finalmente, cometemos a originalidade de, no serviço público, dar aos aposentados remuneração superior à dos ativos. A previdência pública faz justiça social às avessas. Os pobres financiam os de melhor qualidade de vida. As contribuições afluem para uma vala comum, de onde segmentos ativistas e politizados, como magistrados, congressistas e professores, saqueiam aposentadorias especiais e múltiplas. No regime geral da previdência, o valor médio do benefício rural é de um salário mínimo, subindo para 2,1 mínimos no setor urbano. Esses valores, no Judiciário e no Legislativo, alcançam mais de 36 mínimos. A contribuição é compulsória até o teto de dez salários mínimos. O resultado é que os pobres ficam escravizados à tirania do burocrata ineficiente, pois não têm dinheiro para recorrer à previdência complementar. Será justo um sistema em que as pessoas mais pobres, em 1993, se aposentavam em média com 62 anos, enquanto os beneficiários de aposentadorias especiais por tempo de serviço abandonavam o trabalho aos 53 anos? Para sancionar tais distorções, os beneficiários transformam os "privilégios extraídos" em "direitos adquiridos". Mas não há "garantias onerosas" (coisa diferente dos direitos humanos básicos) inalteráveis face à Constituição. Nem há imunidade à falência sistêmica pela inviabilização atuarial. A previdência pública compulsória é também fator de desperdício econômico. Os custos da máquina estatal são elevadíssimos (10% dos benefícios), as greves frequentes, os serviços exasperantes. Mais importante ainda, não serve de alavancagem para o desenvolvimento, ao contrário do que sucederia com os fundos privados, obrigados a investimentos produtivos na economia para dar rentabilidade ao segurado. A reforma previdenciária proposta pelo governo é menos uma reforma que um útil remendo. Visa a viabilizar atuarialmente o atual sistema, corrigindo várias distorções e injustiças. Mas não ataca dois problemas fundamentais _o caráter antidemocrático da gestão estatal "compulsória" de recursos privados e a necessidade de mobilização de poupança de longo prazo para a retomada do crescimento. A desculpa para a compulsoriedade estatal é que o governo exerceria uma função redistributiva. Mas na prática essa redistribuição não tem favorecido os pobres e sim grupos de pressão politicamente organizados. A solução ideal seria a adoção do modelo chileno de privatização, ainda que em caráter opcional, podendo os estatólatras optar pela previdência pública. Seria uma mudança do eixo conceitual. A responsabilidade básica da provisão para o futuro caberia ao cidadão, que para isso deixaria de pagar contribuições ao governo. Este só teria três funções: fiscalizar os administradores dos fundos de pensão privada; garantir o patrimônio dos segurados, em caso da falência das entidades administradoras, cobrando destas para isso uma taxa de seguro de risco; complementar a renda daqueles que, ao fim de sua vida laboral, não alcançassem, pelos processos do mercado, o mínimo vital. A contribuição dos empregadores se transformaria em aumento salarial para os empregados, dando-lhes uma margem para suplementar o fundo de pensão com seguro saúde e contra invalidez. Subproduto importante do sistema chileno foi a criação de um "capitalismo do povo", pois os segurados se tornavam acionistas vigilantes das empresas financiadas por sua poupança previdenciária. Uma proposta intermediária entre a atual previdência pública e o modelo chileno foi apresentada pelo deputado Eduardo Mascarenhas. Permite que o plano básico da previdência social ofereça modalidades diferentes de cobertura previdenciária, desde que os cálculos atuariais incluídos na Lei de Custeio e Benefícios sejam consistentes. O contribuinte pagaria de acordo com o menu de benefícios escolhido, podendo optar por contribuições menores com redução dos benefícios, o que lhe deixaria margem para complementar sua renda com seguros privados. Em favor dos optantes, o Tesouro emitiria certificados de poupança, monetizáveis nas datas previstas na modalidade do seguro, mas que poderiam ser aplicados também como moeda de privatização de estatais, substituindo-se o ativo previdenciário por um ativo acionário. Os dois pontos de estrangulamento do desenvolvimento latino-americano são as periódicas crises cambiais e a insuficiência da poupança doméstica. Os asiáticos nos ensinaram que a orientação exportadora e a atração de investimentos diretos permitem a superação do perigo cambial. Os chilenos nos ensinaram que a privatização da previdência é o melhor instrumento para aumentar a poupança interna e alavancar investimentos produtivos. Isso exigiria abandonarmos a obsessão protecionista de substituição de importações, resultante do "pessimismo exportador", e a ilusão do "Estado Benfeitor". Essa entidade abstrata não existe. O que existe é o governo concreto, de burocratas e políticos, que convivem num Zoo social, sujeitos a incursões predatórias das ichneumonidae do corporativismo e do parasitismo fisiológico. * Leia outras colunas de Roberto Campos para a Folha: *'O liberalismo e a pobreza', de 1996
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Preso desde 1999, Hildebrando Pascoal vai para o regime semiaberto
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Preso desde setembro de 1999, o ex-deputado federal e ex-coronel da PM do Acre, Hildebrando Pascoal, obteve direito ao regime semiaberto nesta quinta-feira (6), após decisão da juíza da Vara de Execuções Penais da Comarca de Rio Branco Luana Campos . A decisão da magistrada, baseada nos benefícios garantidos aos presos pela Lei de Execuções Penais, garante pela primeira vez ao ex-deputado a saída do regime fechado para um regime mais brando, em que terá de cumprir uma rígida lista de determinações, como se recolher em casa das 19h às 6h, todos os dias, e receber os agentes de fiscalização do cumprimento do regime. Na mesma decisão, Campos concedeu uma saída temporária de sete dias ao ex-coronel, que ficou conhecido no país como "homem da motosserra", por liderar um esquadrão da morte que assassinou o mecânico Agilson Firmino usando o instrumento. Ele foi condenado a 106 anos de prisão pelos crimes de associação para o narcotráfico, homicídio, formação de quadrilha e por liderar um grupo de extermínio. Segundo o processo, ele participou diretamente da morte do mecânico, usando a motosserra para cortar braços e pernas de Firmino. A magistrada disse em sua decisão, porém, que a concessão da progressão do regime não significa que Pascoal vai ganhar a liberdade. O ex-coronel está internado há seis meses na Santa Casa de Misericórdia de Rio Branco, onde tenta se recuperar de problemas de saúde. Pascoal tem hipertensão e artrose, o que dificulta sua locomoção –ultimamente, só se desloca usando cadeira de rodas. A saída temporária, aliás, segundo a juíza, poderá ser usufruída por Pascoal na própria unidade de saúde, de onde ela mandou retirar a escolta policial que o acompanhava desde a internação. Durante a saída temporária, a defesa do ex-parlamentar deverá informar à Vara de Execuções Penais, por meio de um laudo médico, se existe a necessidade de permanência dele no hospital em que está ou se será analisada a transferência para uma prisão de regime semiaberto.
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Preso desde 1999, Hildebrando Pascoal vai para o regime semiabertoPreso desde setembro de 1999, o ex-deputado federal e ex-coronel da PM do Acre, Hildebrando Pascoal, obteve direito ao regime semiaberto nesta quinta-feira (6), após decisão da juíza da Vara de Execuções Penais da Comarca de Rio Branco Luana Campos . A decisão da magistrada, baseada nos benefícios garantidos aos presos pela Lei de Execuções Penais, garante pela primeira vez ao ex-deputado a saída do regime fechado para um regime mais brando, em que terá de cumprir uma rígida lista de determinações, como se recolher em casa das 19h às 6h, todos os dias, e receber os agentes de fiscalização do cumprimento do regime. Na mesma decisão, Campos concedeu uma saída temporária de sete dias ao ex-coronel, que ficou conhecido no país como "homem da motosserra", por liderar um esquadrão da morte que assassinou o mecânico Agilson Firmino usando o instrumento. Ele foi condenado a 106 anos de prisão pelos crimes de associação para o narcotráfico, homicídio, formação de quadrilha e por liderar um grupo de extermínio. Segundo o processo, ele participou diretamente da morte do mecânico, usando a motosserra para cortar braços e pernas de Firmino. A magistrada disse em sua decisão, porém, que a concessão da progressão do regime não significa que Pascoal vai ganhar a liberdade. O ex-coronel está internado há seis meses na Santa Casa de Misericórdia de Rio Branco, onde tenta se recuperar de problemas de saúde. Pascoal tem hipertensão e artrose, o que dificulta sua locomoção –ultimamente, só se desloca usando cadeira de rodas. A saída temporária, aliás, segundo a juíza, poderá ser usufruída por Pascoal na própria unidade de saúde, de onde ela mandou retirar a escolta policial que o acompanhava desde a internação. Durante a saída temporária, a defesa do ex-parlamentar deverá informar à Vara de Execuções Penais, por meio de um laudo médico, se existe a necessidade de permanência dele no hospital em que está ou se será analisada a transferência para uma prisão de regime semiaberto.
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Não vim aqui falar de Moro, diz Lula durante caravana
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a comentar, neste sábado (26), reportagem da Folha, segundo a qual o processo que o condenou a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex chegou em tempo recorde ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre. Se a condenação de Lula for mantida em segunda instância, Lula não poderá concorrer à Presidência em 2018. "Não vim aqui falar de Moro", esquivou-se Lula, numa referência ao juiz Sergio Moro. O juiz afirma que o envio seguiu ritmo normal, embora tenha consumido menos tempo do que os demais processos. Há dois dias, Lula evita comentar o caso. Neste sábado, disse que estava ali para seguir em caravana pelo Nordeste. Nesta manhã, ele visitou a comunidade Brasília Teimosa, em Recife. Presidente do Conselho de Moradores de Brasília Teimosa, Wilson Passos foi convidado a participar da visita uma hora antes da chegada do ex-presidente. Usou o carro do filho até o ponto de encontro. Como o veículo que usava tinha um adesivo do Vem para Rua –segundo ele, fixado sem seu conhecimento–, Passos foi abordado duas vezes para que saísse da caravana pelas ruas da comunidade. Ele consentiu com a retirada do adesivo. Mas deixou o ponto de partida antes da chegada de Lula. Na visita, Lula conversou com pescadores e marisqueiras. Uma delas, Edileusa Nascimento, de 62 anos, mostrou-lhe as mãos calejadas. Após a visita, Lula embarcou na caravana rumo ao Estado da Paraíba.
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Não vim aqui falar de Moro, diz Lula durante caravanaO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a comentar, neste sábado (26), reportagem da Folha, segundo a qual o processo que o condenou a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex chegou em tempo recorde ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre. Se a condenação de Lula for mantida em segunda instância, Lula não poderá concorrer à Presidência em 2018. "Não vim aqui falar de Moro", esquivou-se Lula, numa referência ao juiz Sergio Moro. O juiz afirma que o envio seguiu ritmo normal, embora tenha consumido menos tempo do que os demais processos. Há dois dias, Lula evita comentar o caso. Neste sábado, disse que estava ali para seguir em caravana pelo Nordeste. Nesta manhã, ele visitou a comunidade Brasília Teimosa, em Recife. Presidente do Conselho de Moradores de Brasília Teimosa, Wilson Passos foi convidado a participar da visita uma hora antes da chegada do ex-presidente. Usou o carro do filho até o ponto de encontro. Como o veículo que usava tinha um adesivo do Vem para Rua –segundo ele, fixado sem seu conhecimento–, Passos foi abordado duas vezes para que saísse da caravana pelas ruas da comunidade. Ele consentiu com a retirada do adesivo. Mas deixou o ponto de partida antes da chegada de Lula. Na visita, Lula conversou com pescadores e marisqueiras. Uma delas, Edileusa Nascimento, de 62 anos, mostrou-lhe as mãos calejadas. Após a visita, Lula embarcou na caravana rumo ao Estado da Paraíba.
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Petrobras fecha acordo com investidor para encerrar ação individual nos EUA
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A Petrobras afirmou que seu conselho de administração aprovou nesta segunda-feira (19) um acordo para encerrar uma ação individual proposta perante a Corte Federal da Pensilvânia (EUA) por um grupo de afiliadas do The Vanguard Group, um dos maiores acionistas da companhia. A empresa já havia feito acordos para encerrar outras 19 ações individuais apresentadas à Corte Federal de Nova York, apresentadas por investidores que se sentiram lesados diante das denúncias de corrupção apuradas pela operação Lava Jato. A ação judicial do Vanguard era a única ação individual proposta fora de Nova York. Para refletir os acordos celebrados, assim como as negociações em curso com outros autores de ações individuais, o valor total de provisões estimado passa a ser US$ 445 milhões para o segundo trimestre de 2017, ante US$ 372 milhões provisionados no resultado do exercício de 2016. "Esses acordos, cujos termos são confidenciais, têm como objetivo eliminar incertezas, ônus e custos associados à continuidade dessas disputas e não constituem qualquer reconhecimento de responsabilidade por parte da Petrobras, que continuará se defendendo firmemente nas demais ações em andamento", afirmou a estatal. Incluindo as ações individuais com acordos previamente celebrados, 27 ações individuais haviam sido consolidadas, para fins de julgamento, em conjunto com uma ação coletiva ("class action") perante a Corte Federal de Nova York, relatou a estatal. A Petrobras disse ainda que, no momento, não é possível fazer estimativa confiável sobre o desfecho da "class action".
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Petrobras fecha acordo com investidor para encerrar ação individual nos EUAA Petrobras afirmou que seu conselho de administração aprovou nesta segunda-feira (19) um acordo para encerrar uma ação individual proposta perante a Corte Federal da Pensilvânia (EUA) por um grupo de afiliadas do The Vanguard Group, um dos maiores acionistas da companhia. A empresa já havia feito acordos para encerrar outras 19 ações individuais apresentadas à Corte Federal de Nova York, apresentadas por investidores que se sentiram lesados diante das denúncias de corrupção apuradas pela operação Lava Jato. A ação judicial do Vanguard era a única ação individual proposta fora de Nova York. Para refletir os acordos celebrados, assim como as negociações em curso com outros autores de ações individuais, o valor total de provisões estimado passa a ser US$ 445 milhões para o segundo trimestre de 2017, ante US$ 372 milhões provisionados no resultado do exercício de 2016. "Esses acordos, cujos termos são confidenciais, têm como objetivo eliminar incertezas, ônus e custos associados à continuidade dessas disputas e não constituem qualquer reconhecimento de responsabilidade por parte da Petrobras, que continuará se defendendo firmemente nas demais ações em andamento", afirmou a estatal. Incluindo as ações individuais com acordos previamente celebrados, 27 ações individuais haviam sido consolidadas, para fins de julgamento, em conjunto com uma ação coletiva ("class action") perante a Corte Federal de Nova York, relatou a estatal. A Petrobras disse ainda que, no momento, não é possível fazer estimativa confiável sobre o desfecho da "class action".
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Lúcio Funaro entrega à polícia registro de ligações de Geddel
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O corretor de valores Lucio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, entregou à Polícia Federal registros de chamadas telefônicas que o ex-ministro Geddel Vieira Lima fez para sua mulher, Raquel, por meio do aplicativo Whatsapp. Funaro quis comprovar o que disse à PF no inquérito que investiga o presidente Michel Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures: que Geddel ligou para sua mulher várias vezes "sondando" sobre a possibilidade de ele, Funaro, fechar acordo de delação. O inquérito foi aberto a partir da delação da JBS. Os registros das ligações, "prints" (imagens) das telas do celular da mulher de Funaro, mostram 12 ligações de "Carainho" –apelidado dado a Geddel na agenda telefônica de Raquel– em oito dias diferentes, após a imprensa divulgar a delação da JBS. O número atribuído a "Carainho" na agenda, com código de área de Salvador, coincide com o número de celular de Geddel, segundo a Folha apurou. Em seu depoimento, Funaro, que estaria negociando um acordo de delação premiada, disse que estranhou os telefonemas do ex-ministro para sua mulher para sondá-la sobre o "ânimo" dele para fazer delação. A primeira ligação de Geddel, segundo os registros, foi às 22h59 de 17 de maio –horas após a divulgação da delação da JBS pelo jornal "O Globo". A segunda ligação, foi à 1h07 da madrugada de 18 de maio. Outras ligações, conforme os registros, foram feitas entre 20 de maio e 1° de junho. Em depoimento à Polícia Federal, o diretor da J&F Investimentos e ex-diretor de relações institucionais da JBS, o advogado Francisco de Assis e Silva, que também fez acordo de delação premiada, disse que "trocou inúmeras mensagens com Geddel acerca de Lucio Funaro". Havia uma dúvida frequente, segundo Silva, nestes termos: "Oi, tudo bem? Como está o passarinho". As mensagens eram trocadas, de acordo com Silva, por um aplicativo programado para destruir as mensagens após a leitura, e por isso o advogado disse que não tinha cópias delas para apresentar à PF. Silva contou que "todos esses contatos" com Geddel eram "imediatamente comunicados" ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. "Geddel Vieira Lima era uma pessoa que fazia a interface entre Joesley e o Palácio [do Planalto]. Segundo Joesley, falar com Geddel era o mesmo que falar com Michel Temer", disse o advogado. Ele afirmou ter ouvido de Geddel que o ex-ministro "obtinha informação de Lucio Funaro através de conversas que mantinha com a esposa de Lucio". O advogado afirmou ainda que Geddel lhe informou que Michel Temer havia escalado o atual ministro Eliseu Padilha "para cuidar do processo de Lucio Funaro junto ao STF [Supremo Tribunal Federal]". O termo de depoimento de Silva não explica como seria esse "cuidado". Geddel é apontado por Joesley Batista, dono da JBS, como o antigo interlocutor da empresa junto ao governo Temer. Depois dele, que deixou o governo no final do ano passado, o interlocutor passou a ser Loures –o ex-deputado flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil da JBS. Também no depoimento no âmbito do inquérito sobre Temer e Loures, Funaro afirmou à PF que pagou comissões a Geddel e ao ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). OUTRO LADO Procurada pela Folha nesta terça-feira (21), a defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima afirmou por nota que seu cliente se distanciou de pessoas do governo e de investigados e "rechaça a prática de qualquer ilicitude por parte do seu constituinte". "É importante ser ressaltado que, desde que se viu injustamente enredado em procedimentos de apuração instaurados em seu desfavor, o Senhor Geddel Vieira Lima colocou-se à disposição de todas as autoridades constituídas, comparecendo espontaneamente para prestar declarações, inclusive com deslocamentos para capital federal, disponibilizando os seus sigilos bancário e fiscal, não criando qualquer óbice para o prosseguimento das investigações". A defesa disse ainda que Geddel está reservado "em sua intimidade". "Vale salientar que, conforme asseverado até mesmo por delatores premiados, desde que se afastou do cargo de Ministro de Estado, o Senhor Geddel Vieira Lima passou a reservar-se na sua intimidade, distanciando-se de qualquer contato com membros do Governo Federal e, principalmente, com pessoas investigadas".
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Lúcio Funaro entrega à polícia registro de ligações de GeddelO corretor de valores Lucio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, entregou à Polícia Federal registros de chamadas telefônicas que o ex-ministro Geddel Vieira Lima fez para sua mulher, Raquel, por meio do aplicativo Whatsapp. Funaro quis comprovar o que disse à PF no inquérito que investiga o presidente Michel Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures: que Geddel ligou para sua mulher várias vezes "sondando" sobre a possibilidade de ele, Funaro, fechar acordo de delação. O inquérito foi aberto a partir da delação da JBS. Os registros das ligações, "prints" (imagens) das telas do celular da mulher de Funaro, mostram 12 ligações de "Carainho" –apelidado dado a Geddel na agenda telefônica de Raquel– em oito dias diferentes, após a imprensa divulgar a delação da JBS. O número atribuído a "Carainho" na agenda, com código de área de Salvador, coincide com o número de celular de Geddel, segundo a Folha apurou. Em seu depoimento, Funaro, que estaria negociando um acordo de delação premiada, disse que estranhou os telefonemas do ex-ministro para sua mulher para sondá-la sobre o "ânimo" dele para fazer delação. A primeira ligação de Geddel, segundo os registros, foi às 22h59 de 17 de maio –horas após a divulgação da delação da JBS pelo jornal "O Globo". A segunda ligação, foi à 1h07 da madrugada de 18 de maio. Outras ligações, conforme os registros, foram feitas entre 20 de maio e 1° de junho. Em depoimento à Polícia Federal, o diretor da J&F Investimentos e ex-diretor de relações institucionais da JBS, o advogado Francisco de Assis e Silva, que também fez acordo de delação premiada, disse que "trocou inúmeras mensagens com Geddel acerca de Lucio Funaro". Havia uma dúvida frequente, segundo Silva, nestes termos: "Oi, tudo bem? Como está o passarinho". As mensagens eram trocadas, de acordo com Silva, por um aplicativo programado para destruir as mensagens após a leitura, e por isso o advogado disse que não tinha cópias delas para apresentar à PF. Silva contou que "todos esses contatos" com Geddel eram "imediatamente comunicados" ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. "Geddel Vieira Lima era uma pessoa que fazia a interface entre Joesley e o Palácio [do Planalto]. Segundo Joesley, falar com Geddel era o mesmo que falar com Michel Temer", disse o advogado. Ele afirmou ter ouvido de Geddel que o ex-ministro "obtinha informação de Lucio Funaro através de conversas que mantinha com a esposa de Lucio". O advogado afirmou ainda que Geddel lhe informou que Michel Temer havia escalado o atual ministro Eliseu Padilha "para cuidar do processo de Lucio Funaro junto ao STF [Supremo Tribunal Federal]". O termo de depoimento de Silva não explica como seria esse "cuidado". Geddel é apontado por Joesley Batista, dono da JBS, como o antigo interlocutor da empresa junto ao governo Temer. Depois dele, que deixou o governo no final do ano passado, o interlocutor passou a ser Loures –o ex-deputado flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil da JBS. Também no depoimento no âmbito do inquérito sobre Temer e Loures, Funaro afirmou à PF que pagou comissões a Geddel e ao ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). OUTRO LADO Procurada pela Folha nesta terça-feira (21), a defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima afirmou por nota que seu cliente se distanciou de pessoas do governo e de investigados e "rechaça a prática de qualquer ilicitude por parte do seu constituinte". "É importante ser ressaltado que, desde que se viu injustamente enredado em procedimentos de apuração instaurados em seu desfavor, o Senhor Geddel Vieira Lima colocou-se à disposição de todas as autoridades constituídas, comparecendo espontaneamente para prestar declarações, inclusive com deslocamentos para capital federal, disponibilizando os seus sigilos bancário e fiscal, não criando qualquer óbice para o prosseguimento das investigações". A defesa disse ainda que Geddel está reservado "em sua intimidade". "Vale salientar que, conforme asseverado até mesmo por delatores premiados, desde que se afastou do cargo de Ministro de Estado, o Senhor Geddel Vieira Lima passou a reservar-se na sua intimidade, distanciando-se de qualquer contato com membros do Governo Federal e, principalmente, com pessoas investigadas".
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Chefes de Estado participam de coquetel oferecido pelo governo brasileiro
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Chefes de Estado de vários países participaram de uma recepção na abertura da Olimpíada do Rio, na sexta (5). O coquetel, no Palácio do Itamaraty, no Rio, foi oferecido pelo presidente interino do Brasil, Michel Temer.O presidente da França, François Hollande, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, com a mulher, Juliana Awada, estiveram no encontro, antes da cerimônia de abertura no Maracanã.
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Chefes de Estado participam de coquetel oferecido pelo governo brasileiroChefes de Estado de vários países participaram de uma recepção na abertura da Olimpíada do Rio, na sexta (5). O coquetel, no Palácio do Itamaraty, no Rio, foi oferecido pelo presidente interino do Brasil, Michel Temer.O presidente da França, François Hollande, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, com a mulher, Juliana Awada, estiveram no encontro, antes da cerimônia de abertura no Maracanã.
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CNJ apura se desembargador de SP ajudou deputado tucano em ação penal
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O Conselho Nacional de Justiça apura se o desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, retardou por mais de três anos o andamento de uma ação penal contra o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa Barros Munhoz (PSDB) para beneficiá-lo. O desembargador relatou um processo no qual Munhoz é acusado de formação de quadrilha, fraude em licitação e omissão de informações à Promotoria em um suposto direcionamento de contrato quando foi prefeito de Itapira (SP), entre 1997 e 2004. Todos os crimes prescreveram no período em que o processo esteve com Toledo. "Ao longo de mais de três anos e quatro meses, não houve a prática de nenhum ato processual", segundo constatou a Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O crime de formação de quadrilha especificamente prescreveu um mês antes de Toledo registrar seu voto, que foi contra o recebimento da denúncia por não atender às "exigências legais". Outros 17 desembargadores integrantes do órgão especial que analisou o caso discordaram de Toledo ao acatar a denúncia em agosto de 2012. Eles concordaram com o voto do revisor do processo, Luís Soares de Mello, que viu indícios de desvio de verbas por parte de Munhoz, atual líder do governo Geraldo Alckmin na Assembleia. Durante duas sessões, Toledo não respondeu as interpelações dos desembargadores Grava Brasil e Urbano Ruiz, que desejavam saber que providências ele havia tomado como relator para justificar o atraso do processo. ARQUIVAMENTO NO TJ Em junho de 2013, o então corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, determinou que a presidência do TJ-SP apurasse os fatos. O presidente à época, desembargador Ivan Sartori, instaurou o procedimento interno e arquivou o caso. Falcão registrou que o arquivamento "impediu o necessário aprofundamento das investigações". Toledo disse que exercia várias atividades no TJ e na diretoria da Escola Paulista da Magistratura. A corregedoria do CNJ pediu uma certidão da produtividade dele. Constatou que "não houve atraso no julgamento de qualquer outro processo", além da ação contra Munhoz. Em setembro de 2013, Falcão mandou intimar Toledo para sessão de julgamento. A reclamação disciplinar entrou em pauta em várias sessões no final do ano passado, mas não foi levado a julgamento pelo presidente do CNJ, ministro Ricardo Lewandowski, que também preside o Supremo Tribunal Federal. Desde novembro de 2013, o sistema eletrônico do CNJ não registra movimentações do processo. Magistrados sugerem nos bastidores que há uma rede de proteção para blindar Toledo. O julgamento finalmente foi marcado para 18 de novembro último por decisão da nova corregedora, ministra Nancy Andrighi, que examinara o processo. No dia da sessão, porém, os advogados de Toledo protocolaram no CNJ uma documentação volumosa. Andrighi retirou o tema da pauta justificando a necessidade de analisar os documentos. AÇÃO PENAL Em janeiro deste ano, a vice-procuradora geral da República, Ela Wiecko de Castilho, entendeu que não havia indícios suficientes para uma investigação criminal por suspeita de prevaricação de Toledo. A decisão não interrompe o processo no CNJ. Em sua defesa, Toledo disse que estava afastado há muito tempo do julgamento de ações penais, pois atuava desde 2002 na área cível. Disse que contou com o trabalho de uma servidora, que jamais o alertou sobre "eventual prescrição" dos crimes.
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CNJ apura se desembargador de SP ajudou deputado tucano em ação penalO Conselho Nacional de Justiça apura se o desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, retardou por mais de três anos o andamento de uma ação penal contra o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa Barros Munhoz (PSDB) para beneficiá-lo. O desembargador relatou um processo no qual Munhoz é acusado de formação de quadrilha, fraude em licitação e omissão de informações à Promotoria em um suposto direcionamento de contrato quando foi prefeito de Itapira (SP), entre 1997 e 2004. Todos os crimes prescreveram no período em que o processo esteve com Toledo. "Ao longo de mais de três anos e quatro meses, não houve a prática de nenhum ato processual", segundo constatou a Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O crime de formação de quadrilha especificamente prescreveu um mês antes de Toledo registrar seu voto, que foi contra o recebimento da denúncia por não atender às "exigências legais". Outros 17 desembargadores integrantes do órgão especial que analisou o caso discordaram de Toledo ao acatar a denúncia em agosto de 2012. Eles concordaram com o voto do revisor do processo, Luís Soares de Mello, que viu indícios de desvio de verbas por parte de Munhoz, atual líder do governo Geraldo Alckmin na Assembleia. Durante duas sessões, Toledo não respondeu as interpelações dos desembargadores Grava Brasil e Urbano Ruiz, que desejavam saber que providências ele havia tomado como relator para justificar o atraso do processo. ARQUIVAMENTO NO TJ Em junho de 2013, o então corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, determinou que a presidência do TJ-SP apurasse os fatos. O presidente à época, desembargador Ivan Sartori, instaurou o procedimento interno e arquivou o caso. Falcão registrou que o arquivamento "impediu o necessário aprofundamento das investigações". Toledo disse que exercia várias atividades no TJ e na diretoria da Escola Paulista da Magistratura. A corregedoria do CNJ pediu uma certidão da produtividade dele. Constatou que "não houve atraso no julgamento de qualquer outro processo", além da ação contra Munhoz. Em setembro de 2013, Falcão mandou intimar Toledo para sessão de julgamento. A reclamação disciplinar entrou em pauta em várias sessões no final do ano passado, mas não foi levado a julgamento pelo presidente do CNJ, ministro Ricardo Lewandowski, que também preside o Supremo Tribunal Federal. Desde novembro de 2013, o sistema eletrônico do CNJ não registra movimentações do processo. Magistrados sugerem nos bastidores que há uma rede de proteção para blindar Toledo. O julgamento finalmente foi marcado para 18 de novembro último por decisão da nova corregedora, ministra Nancy Andrighi, que examinara o processo. No dia da sessão, porém, os advogados de Toledo protocolaram no CNJ uma documentação volumosa. Andrighi retirou o tema da pauta justificando a necessidade de analisar os documentos. AÇÃO PENAL Em janeiro deste ano, a vice-procuradora geral da República, Ela Wiecko de Castilho, entendeu que não havia indícios suficientes para uma investigação criminal por suspeita de prevaricação de Toledo. A decisão não interrompe o processo no CNJ. Em sua defesa, Toledo disse que estava afastado há muito tempo do julgamento de ações penais, pois atuava desde 2002 na área cível. Disse que contou com o trabalho de uma servidora, que jamais o alertou sobre "eventual prescrição" dos crimes.
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Suíça aponta indício de suborno a Cerveró
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Procuradores da Suíça enviaram um comunicado às autoridades brasileiras no qual dizem que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró recebeu US$ 300 mil em maio de 2009 naquele país de uma "potencial fornecedora da Petrobras" e que a transferência "deve ser qualificada como possível pagamento de suborno". O documento relata transferências de US$ 675 mil para contas de Cerveró, mas só os US$ 300 mil são tratados como possível propina. Em 2009, Cerveró estava na BR Distribuidora, depois de ter ocupado a diretoria da área Internacional da Petrobras. Ele foi demitido da BR dias depois de a Operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras e na BR, ter sido deflagrada. Cerveró está preso desde janeiro sob acusação de ter recebido propina em contratos da estatal e já foi condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro. A transferência para a conta de Cerveró foi feita por Alexandre Amaral de Moura, dono da Comtex Indústria e Comércio, que fabrica câmeras e equipamentos de vigilância, segundo os suíços. O site da Comtex afirma que uma empresa que trabalha com seus produtos, a Bellmetal, fornece equipamentos para plataformas da Petrobras. Moura disse à Folha que jamais vendeu "um palito" para a Petrobras ou BR. Um mês antes da transferência para Cerveró, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa recebeu US$ 340 mil do dono da Comtex, também na Suíça, ainda de acordo com os documentos das autoridades suíças. Costa já se comprometeu a devolver todo o dinheiro que tem no país – cerca de US$ 30 milhões. Segundo os procuradores suíços, Cerveró manteve duas contas no Banco Heritage, abertas em nome de empresas com sede no Panamá e Belize, que são controladas pelo ex-diretor da estatal. OUTRO LADO O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, diz que não poderia se pronunciar por não conhecer as transferências. O dono da Comtex afirma que jamais fez pagamentos a ex-diretores da Petrobras. "Não fiz transferências para esses bandidos. Minha empresa é idônea. Não tenho conta na Suíça". Com voz de choro, o empresário vaticinou: "Você vai acabar com a minha vida e da minha empresa".
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Suíça aponta indício de suborno a CerveróProcuradores da Suíça enviaram um comunicado às autoridades brasileiras no qual dizem que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró recebeu US$ 300 mil em maio de 2009 naquele país de uma "potencial fornecedora da Petrobras" e que a transferência "deve ser qualificada como possível pagamento de suborno". O documento relata transferências de US$ 675 mil para contas de Cerveró, mas só os US$ 300 mil são tratados como possível propina. Em 2009, Cerveró estava na BR Distribuidora, depois de ter ocupado a diretoria da área Internacional da Petrobras. Ele foi demitido da BR dias depois de a Operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras e na BR, ter sido deflagrada. Cerveró está preso desde janeiro sob acusação de ter recebido propina em contratos da estatal e já foi condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro. A transferência para a conta de Cerveró foi feita por Alexandre Amaral de Moura, dono da Comtex Indústria e Comércio, que fabrica câmeras e equipamentos de vigilância, segundo os suíços. O site da Comtex afirma que uma empresa que trabalha com seus produtos, a Bellmetal, fornece equipamentos para plataformas da Petrobras. Moura disse à Folha que jamais vendeu "um palito" para a Petrobras ou BR. Um mês antes da transferência para Cerveró, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa recebeu US$ 340 mil do dono da Comtex, também na Suíça, ainda de acordo com os documentos das autoridades suíças. Costa já se comprometeu a devolver todo o dinheiro que tem no país – cerca de US$ 30 milhões. Segundo os procuradores suíços, Cerveró manteve duas contas no Banco Heritage, abertas em nome de empresas com sede no Panamá e Belize, que são controladas pelo ex-diretor da estatal. OUTRO LADO O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, diz que não poderia se pronunciar por não conhecer as transferências. O dono da Comtex afirma que jamais fez pagamentos a ex-diretores da Petrobras. "Não fiz transferências para esses bandidos. Minha empresa é idônea. Não tenho conta na Suíça". Com voz de choro, o empresário vaticinou: "Você vai acabar com a minha vida e da minha empresa".
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PMDB! É o impeachtemer!
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Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Piada Pronta: "Líder do DEM é condenado a devolver R$ 4,6 milhões". Ou seja, o Pauderney tá mais sujo que pauderney de galinheiro! E o Pauderney tem um irmão chamado Paulerney. Uma família de pauzudos! Rarará! E vai ter aquela seção: o que abre e o que fecha durante o impeachment? As pernas. E os cargos. E uma biba me perguntou se impeachment era uma nova fragância da Jequiti! Rarará! E o PMDB? Partido Mais Diabólico do Brasil! Partido das Mutretas Do Brasil! O PMDB desembarca do governo! Pra tomar o governo! Rarará! PMDB desembarca do governo. Por enquanto. Por um breve período. Intervalo. Aí o Temer vira presidente e a cambada volta toda! IMPEACHTEMER! O chargista Fred diz que a Dilma vai sofrer um IMPEACHTEMER! Rarará! O PMDB tá dando um tempo com o governo. O Temer tá com cara de marido magoado! Sabe aquele que passou quatro anos no canto sem abrir a boca? O Temer faz o tipo seduzido e abandonado! E a Dilma tá com cara daquelas rainhas que ficam isoladas na torre! Rarará! E tem uns peemedebistas que não querem entregar o cargo. Mas deve ser muito doloroso mesmo para um peemedebista entregar o cargo. Deve dar sudorese! Erupção cutânea! Tremores noturnos! Síndrome de abstinência de cargo! Rarará! E corre na internet que o Aécio tá citado até em lista de supermercado: "arroz, feijão, massa, queijo ralado, creme de leite e Aécio Neves". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Responsável pelo policiamento de velocidade da ponte Rio Niterói: Marcos Ligiero! Rarará! "Meu filho, você vai se chamar Marcos Ligiero e vai multar os parentes, os ligeiros". Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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PMDB! É o impeachtemer!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Piada Pronta: "Líder do DEM é condenado a devolver R$ 4,6 milhões". Ou seja, o Pauderney tá mais sujo que pauderney de galinheiro! E o Pauderney tem um irmão chamado Paulerney. Uma família de pauzudos! Rarará! E vai ter aquela seção: o que abre e o que fecha durante o impeachment? As pernas. E os cargos. E uma biba me perguntou se impeachment era uma nova fragância da Jequiti! Rarará! E o PMDB? Partido Mais Diabólico do Brasil! Partido das Mutretas Do Brasil! O PMDB desembarca do governo! Pra tomar o governo! Rarará! PMDB desembarca do governo. Por enquanto. Por um breve período. Intervalo. Aí o Temer vira presidente e a cambada volta toda! IMPEACHTEMER! O chargista Fred diz que a Dilma vai sofrer um IMPEACHTEMER! Rarará! O PMDB tá dando um tempo com o governo. O Temer tá com cara de marido magoado! Sabe aquele que passou quatro anos no canto sem abrir a boca? O Temer faz o tipo seduzido e abandonado! E a Dilma tá com cara daquelas rainhas que ficam isoladas na torre! Rarará! E tem uns peemedebistas que não querem entregar o cargo. Mas deve ser muito doloroso mesmo para um peemedebista entregar o cargo. Deve dar sudorese! Erupção cutânea! Tremores noturnos! Síndrome de abstinência de cargo! Rarará! E corre na internet que o Aécio tá citado até em lista de supermercado: "arroz, feijão, massa, queijo ralado, creme de leite e Aécio Neves". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Responsável pelo policiamento de velocidade da ponte Rio Niterói: Marcos Ligiero! Rarará! "Meu filho, você vai se chamar Marcos Ligiero e vai multar os parentes, os ligeiros". Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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O que será o Minha Casa 3?
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O que será o Minha Casa 3? Após um ano de pressões populares, de prazos e recuos, será lançada nesta quinta-feira (10) a terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida. Mesmo assim há muito mais dúvidas do que certezas sobre seu formato. O programa será lançado dias após uma declaração desastrosa do governo de que os cortes no Orçamento de 2016 atingirão programas sociais, nomeadamente o próprio Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Na previsão orçamentária entregue ao Congresso, há pouco mais de R$ 15 bilhões para o MCMV, sendo que a maior parte refere-se ao pagamento de obras já contratadas. E mesmo este Orçamento deverá sofrer mais cortes. A primeira questão, portanto, é qual será a meta de moradias em 2016 e qual será o real desembolso de subsídios para o programa, especialmente na faixa 1 (famílias com menor renda). O governo Dilma e o Congresso terão de respondê-la. Além disso, desde o início dos debates sobre a terceira fase, o MTST e outros movimentos têm apresentado ao governo –na mesa e nas ruas– propostas de mudanças profundas no Minha Casa, Minha Vida. O programa tem uma série de distorções, além de ser permeado por uma lógica de benefício às empreiteiras. Enumeremos as quatro questões principais. A primeira refere-se à localização dos conjuntos. Sabemos que a maior parte das moradias do MCMV são construídas nos fundões urbanos, em regiões carentes de infraestrutura e serviços públicos. Isso porque o governo paga um valor fixo às construtoras, independente do local escolhido. Se o terreno for no Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo) ou em Franco da Rocha (Grande SP), na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) ou em Queimados (região metropolitana do Rio), o valor repassado será o mesmo. É o mais completo disparate, que gera um apetitoso sobre lucro para construtoras e incorporadoras e reproduz a lógica de expulsão dos mais pobres para as periferias. A proposta apresentada implica estabelecer valores diferenciados conforme a disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e serviços, estimulando assim moradia nas regiões centrais. A segunda questão é a qualidade e tamanho das casas. A Caixa Econômica Federal estabelece padrões básicos de qualidade e o tamanho mínimo de 39 m² para apartamentos. Na medida em que as empresas têm a gestão sobre o projeto e a obra, evidentemente o mínimo torna-se máximo. Não fazem nada além do exigido –isso quando o fazem– visando aumentar sua rentabilidade. Por isso a proposta é elevar as especificações mínimas, particularmente em relação ao tamanho. No caso, a reivindicação foi aumentar o tamanho mínimo dos apartamentos para 50 m² de área útil. A terceira questão é a abrangência da faixa 1. O MCMV divide o atendimento em faixas de renda, o que é correto, aumentando o subsídio quando a renda familiar é menor. A faixa 1 é a que tem maior subsídio e regras que permitem aquisição da moradia por quem tem restrição cadastral, o famoso "nome sujo". É a faixa efetivamente popular do programa, que inclui os que o mercado não considera sujeitos a crédito. No entanto, exatamente pelo subsídio elevado, o limite de renda da faixa 1 –que inicialmente era de três salários mínimos– ficou congelado em R$ 1.600 mensais. As famílias que tenham renda superior a isso não conseguem entrar no programa. Trata-se de uma distorção, sobretudo em regiões metropolitanas com maior renda média e custo de vida mais alto. Sem contar o aumento da inflação no último período. Esta regra exclui milhões de pessoas que não têm como obter moradia de outra forma, por financiamento imobiliário. A medida de correção anunciada pelo governo parece ser a chamada faixa 1 FGTS, mas que já nasce inócua se excluir o "nome sujo" e diminuir drasticamente o subsídio. A proposta, por isso, é reajustar o teto da faixa 1 para três salários mínimos (aproximadamente R$ 2.300). Por último, o tema da gestão. Muitos dos vícios do programa estão relacionados ao fato de que seu principal agente são as empreiteiras, cujas diretrizes são maximizar lucros. É nesta lógica que definem os terrenos, fazem os projetos e executam as obras. E respondem por 98% das contratações. Os outros 2% são geridos –do projeto à obra– pelos futuros moradores organizados em movimento social. Não por acaso aí estão as melhores obras do MCMV faixa 1 em tamanho, qualidade e localização. A proposta é expandir a meta da modalidade Entidades para 20% do programa. Esse conjunto de propostas foi apresentado ao governo. Qual será sua resposta? Manterá o absoluto protagonismo das empreiteiras e as distorções que isso implica? Ou incorporará mudanças que melhoram localização, qualidade, abrangência e gestão dos projetos? Além disso, é claro, o empenho orçamentário. O lançamento do programa agora foi uma conquista dos movimentos, ante o risco do MCMV ser enterrado. Mas de nada adianta se não tiver orçamento. É ganhar e não levar. Qual a meta de moradias ainda em 2015 e em 2016? Com a palavra a presidente Dilma Rousseff.
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O que será o Minha Casa 3?O que será o Minha Casa 3? Após um ano de pressões populares, de prazos e recuos, será lançada nesta quinta-feira (10) a terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida. Mesmo assim há muito mais dúvidas do que certezas sobre seu formato. O programa será lançado dias após uma declaração desastrosa do governo de que os cortes no Orçamento de 2016 atingirão programas sociais, nomeadamente o próprio Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Na previsão orçamentária entregue ao Congresso, há pouco mais de R$ 15 bilhões para o MCMV, sendo que a maior parte refere-se ao pagamento de obras já contratadas. E mesmo este Orçamento deverá sofrer mais cortes. A primeira questão, portanto, é qual será a meta de moradias em 2016 e qual será o real desembolso de subsídios para o programa, especialmente na faixa 1 (famílias com menor renda). O governo Dilma e o Congresso terão de respondê-la. Além disso, desde o início dos debates sobre a terceira fase, o MTST e outros movimentos têm apresentado ao governo –na mesa e nas ruas– propostas de mudanças profundas no Minha Casa, Minha Vida. O programa tem uma série de distorções, além de ser permeado por uma lógica de benefício às empreiteiras. Enumeremos as quatro questões principais. A primeira refere-se à localização dos conjuntos. Sabemos que a maior parte das moradias do MCMV são construídas nos fundões urbanos, em regiões carentes de infraestrutura e serviços públicos. Isso porque o governo paga um valor fixo às construtoras, independente do local escolhido. Se o terreno for no Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo) ou em Franco da Rocha (Grande SP), na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) ou em Queimados (região metropolitana do Rio), o valor repassado será o mesmo. É o mais completo disparate, que gera um apetitoso sobre lucro para construtoras e incorporadoras e reproduz a lógica de expulsão dos mais pobres para as periferias. A proposta apresentada implica estabelecer valores diferenciados conforme a disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e serviços, estimulando assim moradia nas regiões centrais. A segunda questão é a qualidade e tamanho das casas. A Caixa Econômica Federal estabelece padrões básicos de qualidade e o tamanho mínimo de 39 m² para apartamentos. Na medida em que as empresas têm a gestão sobre o projeto e a obra, evidentemente o mínimo torna-se máximo. Não fazem nada além do exigido –isso quando o fazem– visando aumentar sua rentabilidade. Por isso a proposta é elevar as especificações mínimas, particularmente em relação ao tamanho. No caso, a reivindicação foi aumentar o tamanho mínimo dos apartamentos para 50 m² de área útil. A terceira questão é a abrangência da faixa 1. O MCMV divide o atendimento em faixas de renda, o que é correto, aumentando o subsídio quando a renda familiar é menor. A faixa 1 é a que tem maior subsídio e regras que permitem aquisição da moradia por quem tem restrição cadastral, o famoso "nome sujo". É a faixa efetivamente popular do programa, que inclui os que o mercado não considera sujeitos a crédito. No entanto, exatamente pelo subsídio elevado, o limite de renda da faixa 1 –que inicialmente era de três salários mínimos– ficou congelado em R$ 1.600 mensais. As famílias que tenham renda superior a isso não conseguem entrar no programa. Trata-se de uma distorção, sobretudo em regiões metropolitanas com maior renda média e custo de vida mais alto. Sem contar o aumento da inflação no último período. Esta regra exclui milhões de pessoas que não têm como obter moradia de outra forma, por financiamento imobiliário. A medida de correção anunciada pelo governo parece ser a chamada faixa 1 FGTS, mas que já nasce inócua se excluir o "nome sujo" e diminuir drasticamente o subsídio. A proposta, por isso, é reajustar o teto da faixa 1 para três salários mínimos (aproximadamente R$ 2.300). Por último, o tema da gestão. Muitos dos vícios do programa estão relacionados ao fato de que seu principal agente são as empreiteiras, cujas diretrizes são maximizar lucros. É nesta lógica que definem os terrenos, fazem os projetos e executam as obras. E respondem por 98% das contratações. Os outros 2% são geridos –do projeto à obra– pelos futuros moradores organizados em movimento social. Não por acaso aí estão as melhores obras do MCMV faixa 1 em tamanho, qualidade e localização. A proposta é expandir a meta da modalidade Entidades para 20% do programa. Esse conjunto de propostas foi apresentado ao governo. Qual será sua resposta? Manterá o absoluto protagonismo das empreiteiras e as distorções que isso implica? Ou incorporará mudanças que melhoram localização, qualidade, abrangência e gestão dos projetos? Além disso, é claro, o empenho orçamentário. O lançamento do programa agora foi uma conquista dos movimentos, ante o risco do MCMV ser enterrado. Mas de nada adianta se não tiver orçamento. É ganhar e não levar. Qual a meta de moradias ainda em 2015 e em 2016? Com a palavra a presidente Dilma Rousseff.
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Tela de Picasso é vendida por US$ 180 mi e bate recorde absoluto
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Uma tela de Pablo Picasso vendida na Christie's em Nova York na noite desta segunda (11) por US$ 179,4 milhões (cerca de R$ 535,1 milhões) é a obra de arte mais cara já leiloada em toda a história. Pintada pelo espanhol em reverência ao estilo dos mestres franceses Eugène Delacroix e Henri Matisse em 1955, "As Mulheres de Argel (Versão 'O')" retrata um harém e é considerada uma das últimas grandes obras do mestre cubista ainda em mãos privadas. Lances começaram em US$ 100 milhões e escalaram com rapidez, entre suspiros incrédulos no salão da Christie's. Em 13 minutos, a peça bateu os US$ 160 milhões, desancando o recorde anterior de obra mais cara vendida em leilão, que pertencia a "Três Estudos de Lucian Freud", um tríptico de Francis Bacon, arrematado por US$ 142,4 milhões (R$ 424,7 milhões), há dois anos, em Nova York. Embora o preço de martelo tenha sido US$ 160 milhões, o valor pago pelo comprador após os encargos da Christie's será de US$ 179,4 milhões. Em 1997, o quadro havia sido leiloado pela última vez por US$ 48,4 milhões, cerca de R$ 144,4 milhões. Outro recorde de peso foi batido na mesma noite. "O Homem Apontando", obra de 1943 do suíço Alberto Giacometti, foi arrematada por US$ 126 milhões, chegando ao preço final de US$ 141,3 milhões, ou R$ 421,4 milhões, o que faz dessa peça a escultura mais cara já leiloada. VENDA RELÂMPAGO Com lance inicial de US$ 100 milhões, a peça chegou a seu valor mais alto em apenas três minutos, uma venda relâmpago para uma obra dessa relevância histórica. Última de uma série de seis estátuas idênticas criadas pelo artista nos anos 1940, a obra foi exibida na retrospectiva dedicada a Giacometti pelo Guggenheim, em Nova York, em 1974. Essa venda desanca o recorde anterior de escultura mais cara, outra peça de Giacometti vendida há cinco anos por US$ 104,3 milhões, cerca de R$ 311,1 milhões.
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ilustrada
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Tela de Picasso é vendida por US$ 180 mi e bate recorde absolutoUma tela de Pablo Picasso vendida na Christie's em Nova York na noite desta segunda (11) por US$ 179,4 milhões (cerca de R$ 535,1 milhões) é a obra de arte mais cara já leiloada em toda a história. Pintada pelo espanhol em reverência ao estilo dos mestres franceses Eugène Delacroix e Henri Matisse em 1955, "As Mulheres de Argel (Versão 'O')" retrata um harém e é considerada uma das últimas grandes obras do mestre cubista ainda em mãos privadas. Lances começaram em US$ 100 milhões e escalaram com rapidez, entre suspiros incrédulos no salão da Christie's. Em 13 minutos, a peça bateu os US$ 160 milhões, desancando o recorde anterior de obra mais cara vendida em leilão, que pertencia a "Três Estudos de Lucian Freud", um tríptico de Francis Bacon, arrematado por US$ 142,4 milhões (R$ 424,7 milhões), há dois anos, em Nova York. Embora o preço de martelo tenha sido US$ 160 milhões, o valor pago pelo comprador após os encargos da Christie's será de US$ 179,4 milhões. Em 1997, o quadro havia sido leiloado pela última vez por US$ 48,4 milhões, cerca de R$ 144,4 milhões. Outro recorde de peso foi batido na mesma noite. "O Homem Apontando", obra de 1943 do suíço Alberto Giacometti, foi arrematada por US$ 126 milhões, chegando ao preço final de US$ 141,3 milhões, ou R$ 421,4 milhões, o que faz dessa peça a escultura mais cara já leiloada. VENDA RELÂMPAGO Com lance inicial de US$ 100 milhões, a peça chegou a seu valor mais alto em apenas três minutos, uma venda relâmpago para uma obra dessa relevância histórica. Última de uma série de seis estátuas idênticas criadas pelo artista nos anos 1940, a obra foi exibida na retrospectiva dedicada a Giacometti pelo Guggenheim, em Nova York, em 1974. Essa venda desanca o recorde anterior de escultura mais cara, outra peça de Giacometti vendida há cinco anos por US$ 104,3 milhões, cerca de R$ 311,1 milhões.
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São Paulo confirma contratação de Buffarini após aval da Fifa
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O São Paulo confirmou nesta terça (26) a contratação do lateral direito Buffarini, do San Lorenzo (ARG). O negócio entre os clubes já estava concluído desde o dia 19 de julho, mas foi finalizado nos momentos finais da janela de transferências internacionais, que se encerrou naquele dia, e não foi registrado no sistema de transferências da Fifa. O clube enviou documentação pedindo a regularização do atleta à Fifa, que autorizou a transferência do jogador. A contratação de Buffarini vinha sendo pedida por Bauza desde a chegada do treinador ao clube, no início do ano. Os dois trabalhavam juntos no San Lorenzo e foram campeões da Libertadores em 2014.
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esporte
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São Paulo confirma contratação de Buffarini após aval da FifaO São Paulo confirmou nesta terça (26) a contratação do lateral direito Buffarini, do San Lorenzo (ARG). O negócio entre os clubes já estava concluído desde o dia 19 de julho, mas foi finalizado nos momentos finais da janela de transferências internacionais, que se encerrou naquele dia, e não foi registrado no sistema de transferências da Fifa. O clube enviou documentação pedindo a regularização do atleta à Fifa, que autorizou a transferência do jogador. A contratação de Buffarini vinha sendo pedida por Bauza desde a chegada do treinador ao clube, no início do ano. Os dois trabalhavam juntos no San Lorenzo e foram campeões da Libertadores em 2014.
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