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Empreiteiras zeraram doações após prisões de excecutivos pela Lava Jato
As empreiteiras investigadas devido ao esquema de corrupção da Petrobras frearam as doações para os caixas do PT, PMDB, PP e PSDB no fim de 2014. Não há registro de repasses para as contas dos diretórios nacionais dessas legendas em novembro, quando foram presos donos de empreiteiras, e dezembro. Ao longo do ano, porém, as quatro siglas receberam R$ 96,7 milhões de doações de empresas e subsidiárias que são investigadas por participação no cartel que desviava recursos da Petrobras. Nos casos do PT, PMDB e PSDB, os valores representavam quase metade de todas as doações. Os dados, entregues pelos partidos à Justiça Eleitoral, não consideram as doações feitas às campanhas. Desde o início da Operação Lava Jato, o Ministério Público e a Polícia Federal suspeitam que as doações legais escondem verba de corrupção. Infográfico: Valores doados pelas construtoras. Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Em depoimento à CPI da Petrobras na Câmara, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou que doações eleitorais registradas legalmente podem ser criminalizadas caso o recebedor tenha ciência da origem ilegal. A tese conflita com a de políticos citados no caso de corrupção. Empresas investigadas no esquema repassaram para o caixa do PT R$ 26,9 milhões –48% dos repasses recebidos pela sigla– em 2014. A Queiroz Galvão foi a principal doadora, desembolsando R$ 6,5 milhões para o diretório nacional da legenda. O ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto foi preso pela Polícia Federal e denunciado por lavagem de dinheiro. O PT nega qualquer irregularidade em suas contas. Principal aliado do PT, o PMDB registrou R$ 35,1 milhões das construtoras investigadas, tendo como principal doadora a Andrade Guitierrez, com R$ 11,9 milhões. O PSDB, que teve dois senadores citados como beneficiários do esquema, recebeu R$ 23,6 milhões das empreiteiras investigadas. A principal contribuição partiu da Andrade Gutierrez que enviou R$ 7,3 milhões. Os tucanos tem utilizado o escândalo envolvendo a Petrobras para desgastar o PT e o governo Dilma Rousseff. Partido com maior número de políticos investigados no esquema, o PP apresentou um balanço mostrando que a direção da sigla recebeu repasses de R$ 11,1 milhões das empresas enroladas, entre junho e outubro de 2014. A maior contribuição foi de R$ 3,5 milhões da Galvão Engenharia.
poder
Empreiteiras zeraram doações após prisões de excecutivos pela Lava JatoAs empreiteiras investigadas devido ao esquema de corrupção da Petrobras frearam as doações para os caixas do PT, PMDB, PP e PSDB no fim de 2014. Não há registro de repasses para as contas dos diretórios nacionais dessas legendas em novembro, quando foram presos donos de empreiteiras, e dezembro. Ao longo do ano, porém, as quatro siglas receberam R$ 96,7 milhões de doações de empresas e subsidiárias que são investigadas por participação no cartel que desviava recursos da Petrobras. Nos casos do PT, PMDB e PSDB, os valores representavam quase metade de todas as doações. Os dados, entregues pelos partidos à Justiça Eleitoral, não consideram as doações feitas às campanhas. Desde o início da Operação Lava Jato, o Ministério Público e a Polícia Federal suspeitam que as doações legais escondem verba de corrupção. Infográfico: Valores doados pelas construtoras. Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Em depoimento à CPI da Petrobras na Câmara, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou que doações eleitorais registradas legalmente podem ser criminalizadas caso o recebedor tenha ciência da origem ilegal. A tese conflita com a de políticos citados no caso de corrupção. Empresas investigadas no esquema repassaram para o caixa do PT R$ 26,9 milhões –48% dos repasses recebidos pela sigla– em 2014. A Queiroz Galvão foi a principal doadora, desembolsando R$ 6,5 milhões para o diretório nacional da legenda. O ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto foi preso pela Polícia Federal e denunciado por lavagem de dinheiro. O PT nega qualquer irregularidade em suas contas. Principal aliado do PT, o PMDB registrou R$ 35,1 milhões das construtoras investigadas, tendo como principal doadora a Andrade Guitierrez, com R$ 11,9 milhões. O PSDB, que teve dois senadores citados como beneficiários do esquema, recebeu R$ 23,6 milhões das empreiteiras investigadas. A principal contribuição partiu da Andrade Gutierrez que enviou R$ 7,3 milhões. Os tucanos tem utilizado o escândalo envolvendo a Petrobras para desgastar o PT e o governo Dilma Rousseff. Partido com maior número de políticos investigados no esquema, o PP apresentou um balanço mostrando que a direção da sigla recebeu repasses de R$ 11,1 milhões das empresas enroladas, entre junho e outubro de 2014. A maior contribuição foi de R$ 3,5 milhões da Galvão Engenharia.
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Congresso dos EUA chega a acordo para punir Rússia à revelia de Trump
Líderes do Congresso americano chegaram a um acordo neste sábado (22) para aprovar uma dura lei de sanções contra a Rússia pelas acusações de interferência na eleição de 2016 e pela intervenção na Ucrânia, informou o "New York Times". A medida limitaria a capacidade do Executivo de decidir sobre as sanções e deve irritar o presidente Donald Trump, que defende a reaproximação com Moscou. O presidente tem o poder de vetar leis aprovadas pelo Congresso, mas assessores do republicano avaliam que fazê-lo aumentaria o desgaste político de seu governo, já manchado pelas revelações de que integrantes de sua equipe de campanha mantiveram contatos com a Rússia na corrida eleitoral. Também dificulta um veto presidencial o fato de o projeto de lei incluir sanções contra a Coreia do Norte e o Irã, dois países frequentemente criticados por Trump. Um pacote de sanções contra a Rússia foi aprovado quase unanimemente há mais de um mês no Senado, mas sua tramitação estava congelada na Câmara. Democratas vinham acusando a maioria republicana de empacar o projeto a pedido da Casa Branca. Com o acordo alcançado neste sábado entre os dois partidos, a medida, que tem algumas diferenças em relação à proposta aprovada no Senado, deve ser votada na Câmara na terça (25), segundo a liderança republicana. O senador democrata Ben Cardin disse que, embora preferisse a adoção integral do projeto que passou no Senado, aceita "a versão da Câmara, que é produto de negociações intensas". Os serviços de inteligência dos EUA acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado ciberataques contra alvos do Partido Democrata para vazar mensagens comprometedoras sobre Hillary Clinton e prejudicá-la na disputa pela Casa Branca. O Kremlin nega ter agido em favor de Trump. Além disso, o Congresso e o FBI (polícia federal americana) investigam se assessores do republicano fizeram conluio com autoridades da Rússia na campanha. Impulsionado por revelações da imprensa, o escândalo dos contatos com a Rússia já atingiu membros da administração, como Michael Flynn, que renunciou ao cargo de secretário de Segurança Nacional após a descoberta de que ele havia mentido sobre contatos com o embaixador russo em Washington. O caso também atingiu a família do presidente. Há algumas semanas, o "NYT" revelou que Donald Trump Jr., filho mais velho do republicano, se reuniu um ano antes com uma advogada russa em busca de informações comprometedoras sobre Hillary. PERDÃO PRESIDENCIAL Em meio às descobertas, têm surgido especulações de que Trump poderia conceder perdão a assessores, familiares e, eventualmente, si mesmo caso as investigações resultem em condenações. Neste sábado, o republicano causou polêmica ao dizer que tem "poder completo" para perdoar quem quiser. "Enquanto todos concordam que o presidente dos EUA tem poder completo para perdoar, por que pensar nisso se o único crime até agora são os vazamentos contra nós", afirmou. O senador democrata Mark Warner, que integra o comitê parlamentar que investiga os contatos com os russos, reagiu à declaração de Trump dizendo que "perdoar qualquer indivíduo que possa estar envolvido seria cruzar uma linha fundamental". Trump emparedado
mundo
Congresso dos EUA chega a acordo para punir Rússia à revelia de TrumpLíderes do Congresso americano chegaram a um acordo neste sábado (22) para aprovar uma dura lei de sanções contra a Rússia pelas acusações de interferência na eleição de 2016 e pela intervenção na Ucrânia, informou o "New York Times". A medida limitaria a capacidade do Executivo de decidir sobre as sanções e deve irritar o presidente Donald Trump, que defende a reaproximação com Moscou. O presidente tem o poder de vetar leis aprovadas pelo Congresso, mas assessores do republicano avaliam que fazê-lo aumentaria o desgaste político de seu governo, já manchado pelas revelações de que integrantes de sua equipe de campanha mantiveram contatos com a Rússia na corrida eleitoral. Também dificulta um veto presidencial o fato de o projeto de lei incluir sanções contra a Coreia do Norte e o Irã, dois países frequentemente criticados por Trump. Um pacote de sanções contra a Rússia foi aprovado quase unanimemente há mais de um mês no Senado, mas sua tramitação estava congelada na Câmara. Democratas vinham acusando a maioria republicana de empacar o projeto a pedido da Casa Branca. Com o acordo alcançado neste sábado entre os dois partidos, a medida, que tem algumas diferenças em relação à proposta aprovada no Senado, deve ser votada na Câmara na terça (25), segundo a liderança republicana. O senador democrata Ben Cardin disse que, embora preferisse a adoção integral do projeto que passou no Senado, aceita "a versão da Câmara, que é produto de negociações intensas". Os serviços de inteligência dos EUA acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado ciberataques contra alvos do Partido Democrata para vazar mensagens comprometedoras sobre Hillary Clinton e prejudicá-la na disputa pela Casa Branca. O Kremlin nega ter agido em favor de Trump. Além disso, o Congresso e o FBI (polícia federal americana) investigam se assessores do republicano fizeram conluio com autoridades da Rússia na campanha. Impulsionado por revelações da imprensa, o escândalo dos contatos com a Rússia já atingiu membros da administração, como Michael Flynn, que renunciou ao cargo de secretário de Segurança Nacional após a descoberta de que ele havia mentido sobre contatos com o embaixador russo em Washington. O caso também atingiu a família do presidente. Há algumas semanas, o "NYT" revelou que Donald Trump Jr., filho mais velho do republicano, se reuniu um ano antes com uma advogada russa em busca de informações comprometedoras sobre Hillary. PERDÃO PRESIDENCIAL Em meio às descobertas, têm surgido especulações de que Trump poderia conceder perdão a assessores, familiares e, eventualmente, si mesmo caso as investigações resultem em condenações. Neste sábado, o republicano causou polêmica ao dizer que tem "poder completo" para perdoar quem quiser. "Enquanto todos concordam que o presidente dos EUA tem poder completo para perdoar, por que pensar nisso se o único crime até agora são os vazamentos contra nós", afirmou. O senador democrata Mark Warner, que integra o comitê parlamentar que investiga os contatos com os russos, reagiu à declaração de Trump dizendo que "perdoar qualquer indivíduo que possa estar envolvido seria cruzar uma linha fundamental". Trump emparedado
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Centros de esqui europeus se movimentam com novas atrações
A tradição do esqui nasceu na Europa, e as estações do continente hoje se destacam –em especial na comparação com suas "primas" americanas– justamente por serem mais clássicas. Para os brasileiros, as regiões dos Alpes suíços e franceses há anos se firmaram como destinos preferidos. Pois ali também ficam os pontos que mais têm concentrado novidades recentes. A maior da temporada 2015/16 abre as portas no começo de dezembro em Courchevel, na França: trata-se do Aquamotion, complexo de mais de 10 mil metros quadrados com parque aquático –incluindo atividades como surfe, escalada e tobogãs– e spa (os tratamentos diários custarão a partir de € 95, R$ 385). Também começa a funcionar na estação, em 19 de dezembro, o hotel de luxo White 1921, com diárias de ao menos € 750 (R$ 3.042). As atrações vêm se somar a três hotéis-palácios e 16 estabelecimentos cinco estrelas –além de sete restaurantes com estrelas "Michelin", dentre as 68 casas da estação. A luxuosa Courchevel faz parte da região conhecida como Trois Vallées (três vales), a maior área esquiável do planeta, com 600 quilômetros de pistas interconectadas. Também por ali fica a unidade de Val Thorens do Club Med, que completa em dezembro um ano de operação. Além do básico da rede –como a presença dos "gentis organizadores" e de instrutores de esqui que falam português–, o resort se destaca pela tecnologia: hóspedes usam um aplicativo para checar a programação e têm acesso a wi-fi até nas pistas. Vizinha, a estação de Val d'Isère nesta temporada vai celebrar 60 anos de abertura de sua pista mais icônica. Para as festas, haverá dois novos hotéis de luxo e um circuito, desenvolvido pela BMW, para se aventurar com carros e motos pela neve. A estação é famosa pela animação de seu "après-ski" (a happy hour nos finais de tarde). Ali a moda é o "clubbing in altitude" (balada nas alturas), como a La Folie Douce, de música eletrônica. Mais discreta e tranquila, Megève tem o Mont Blanc, o pico mais alto dos Alpes, a mais de 4.800 m de altitude (visível de quase todo canto da cidade) e um centrinho medieval que vê a população de 4.000 habitantes aumentar mais de 20 vezes durante a temporada de inverno. No outro lado dos Alpes, a Suíça, que em 2014/15 comemorou 150 anos do turismo de inverno, a novidade mais recente veio de Gstaad. A refinada estação inaugurou, na temporada passada, a a Peak Walk, primeira ponte suspensa do mundo a conectar duas montanhas, patrocinada por uma marca de relógios. A passarela tem vista para as montanhas Matterhorn, Mont Blanc e Jungfrau. Em Titlis, única geleira na Suíça central, agora será possível fazer esqui noturno e se hospedar em um "iglu village" –réplica de expedição polar com direito a banheira de hidromassagem ao ar livre. A estação ainda vai lançar, em dezembro, uma gôndola ligando os picos Engelberg, Trübsee e Stand. Mas as grandes estrelas alpinas suíças ainda são St. Moritz e Zermatt –conectadas, aliás, pelo Glacier Express, trem panorâmico autodefinido como "o trem expresso mais lento do mundo", em funcionamento desde 1930. Zermatt cativa também pela vista onipresente do icônico Matterhorn, montanha que se tornou símbolo do país. DOS DOIS LADOS Os Alpes estão no lado leste da França. No oeste, outra cordilheira (Pirineus) também tem chamado a atenção de esquiadores brasileiros. Andorra, distante cerca de 200 quilômetros do aeroporto de Barcelona, é uma bela escapada dos centros mais populares. Com área pouco menor que Porto Alegre, o principado tem 90% do território coberto por bosques, montanhas e lagos. No inverno, formam-se 110 pistas na estação de Grandvalira e outras 70 na vizinha Vallnord. O país também seduz pela gastronomia, pelos imensos spas urbanos (como o Caldea e o Inuu) e, sobretudo –se sobrar dinheiro–, pelas compras livres de impostos. Cuidados na hora de esquiar Esqui no hemisfério norte
turismo
Centros de esqui europeus se movimentam com novas atraçõesA tradição do esqui nasceu na Europa, e as estações do continente hoje se destacam –em especial na comparação com suas "primas" americanas– justamente por serem mais clássicas. Para os brasileiros, as regiões dos Alpes suíços e franceses há anos se firmaram como destinos preferidos. Pois ali também ficam os pontos que mais têm concentrado novidades recentes. A maior da temporada 2015/16 abre as portas no começo de dezembro em Courchevel, na França: trata-se do Aquamotion, complexo de mais de 10 mil metros quadrados com parque aquático –incluindo atividades como surfe, escalada e tobogãs– e spa (os tratamentos diários custarão a partir de € 95, R$ 385). Também começa a funcionar na estação, em 19 de dezembro, o hotel de luxo White 1921, com diárias de ao menos € 750 (R$ 3.042). As atrações vêm se somar a três hotéis-palácios e 16 estabelecimentos cinco estrelas –além de sete restaurantes com estrelas "Michelin", dentre as 68 casas da estação. A luxuosa Courchevel faz parte da região conhecida como Trois Vallées (três vales), a maior área esquiável do planeta, com 600 quilômetros de pistas interconectadas. Também por ali fica a unidade de Val Thorens do Club Med, que completa em dezembro um ano de operação. Além do básico da rede –como a presença dos "gentis organizadores" e de instrutores de esqui que falam português–, o resort se destaca pela tecnologia: hóspedes usam um aplicativo para checar a programação e têm acesso a wi-fi até nas pistas. Vizinha, a estação de Val d'Isère nesta temporada vai celebrar 60 anos de abertura de sua pista mais icônica. Para as festas, haverá dois novos hotéis de luxo e um circuito, desenvolvido pela BMW, para se aventurar com carros e motos pela neve. A estação é famosa pela animação de seu "après-ski" (a happy hour nos finais de tarde). Ali a moda é o "clubbing in altitude" (balada nas alturas), como a La Folie Douce, de música eletrônica. Mais discreta e tranquila, Megève tem o Mont Blanc, o pico mais alto dos Alpes, a mais de 4.800 m de altitude (visível de quase todo canto da cidade) e um centrinho medieval que vê a população de 4.000 habitantes aumentar mais de 20 vezes durante a temporada de inverno. No outro lado dos Alpes, a Suíça, que em 2014/15 comemorou 150 anos do turismo de inverno, a novidade mais recente veio de Gstaad. A refinada estação inaugurou, na temporada passada, a a Peak Walk, primeira ponte suspensa do mundo a conectar duas montanhas, patrocinada por uma marca de relógios. A passarela tem vista para as montanhas Matterhorn, Mont Blanc e Jungfrau. Em Titlis, única geleira na Suíça central, agora será possível fazer esqui noturno e se hospedar em um "iglu village" –réplica de expedição polar com direito a banheira de hidromassagem ao ar livre. A estação ainda vai lançar, em dezembro, uma gôndola ligando os picos Engelberg, Trübsee e Stand. Mas as grandes estrelas alpinas suíças ainda são St. Moritz e Zermatt –conectadas, aliás, pelo Glacier Express, trem panorâmico autodefinido como "o trem expresso mais lento do mundo", em funcionamento desde 1930. Zermatt cativa também pela vista onipresente do icônico Matterhorn, montanha que se tornou símbolo do país. DOS DOIS LADOS Os Alpes estão no lado leste da França. No oeste, outra cordilheira (Pirineus) também tem chamado a atenção de esquiadores brasileiros. Andorra, distante cerca de 200 quilômetros do aeroporto de Barcelona, é uma bela escapada dos centros mais populares. Com área pouco menor que Porto Alegre, o principado tem 90% do território coberto por bosques, montanhas e lagos. No inverno, formam-se 110 pistas na estação de Grandvalira e outras 70 na vizinha Vallnord. O país também seduz pela gastronomia, pelos imensos spas urbanos (como o Caldea e o Inuu) e, sobretudo –se sobrar dinheiro–, pelas compras livres de impostos. Cuidados na hora de esquiar Esqui no hemisfério norte
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Ricardo Leyser não fará parte da equipe de Picciani no Esporte
Ricardo Leyser, 45, vai deixar o Ministério do Esporte no início da próxima semana. Ministro interino por quase dois meses, o paulista filiado ao PCdoB também acumulava a função de secretário-executivo da pasta até o afastamento de Dilma Rousseff. Ele vai a Brasília na próxima segunda (23), mas já aguarda sua exoneração no Diário Oficial para os dias seguintes. No início da gestão Michel Temer, Leonardo Picciani (PMDB-RJ) foi escolhido como novo ministro. Leyser foi exonerado, mas continuou como secretário-executivo até a última quarta (18), quando houve o anúncio de Fernando Avelino, também ligado ao PMDB fluminense, para o cargo. Leyser é o principal interlocutor do governo federal com a organização dos Jogos do Rio. Ele estava no Ministério do Esporte desde sua criação, em 2003, em diversas funções. Ele recebeu convite do prefeito do Rio, Eduardo Paes, para trabalhar na organização municipal dos Jogos. No entanto, ainda não decidiu se aceitará o cargo.
esporte
Ricardo Leyser não fará parte da equipe de Picciani no EsporteRicardo Leyser, 45, vai deixar o Ministério do Esporte no início da próxima semana. Ministro interino por quase dois meses, o paulista filiado ao PCdoB também acumulava a função de secretário-executivo da pasta até o afastamento de Dilma Rousseff. Ele vai a Brasília na próxima segunda (23), mas já aguarda sua exoneração no Diário Oficial para os dias seguintes. No início da gestão Michel Temer, Leonardo Picciani (PMDB-RJ) foi escolhido como novo ministro. Leyser foi exonerado, mas continuou como secretário-executivo até a última quarta (18), quando houve o anúncio de Fernando Avelino, também ligado ao PMDB fluminense, para o cargo. Leyser é o principal interlocutor do governo federal com a organização dos Jogos do Rio. Ele estava no Ministério do Esporte desde sua criação, em 2003, em diversas funções. Ele recebeu convite do prefeito do Rio, Eduardo Paes, para trabalhar na organização municipal dos Jogos. No entanto, ainda não decidiu se aceitará o cargo.
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Mortes: Um vendedor sempre cheio de carisma e amigos
Alcides Felisbino Domingues foi o terceiro filho de dona Teodora a nascer e o terceiro a deixá-la, quando morreu prestes a fazer 68 anos. Paranaense, ele fazia amigos por onde passava e era comum receber apelidos. O adorno que ostentava no rosto desde a década de 1970 lhe rendeu os nomes mais característicos: Ratinho, Tio Bigas, Bigode... Na única vez que usou a navalha, fez a filha, ainda pequena, chorar porque não reconhecia o pai. Formou-se em administração de empresas, mas fez de seu primeiro ofício, o de vendedor, a profissão de sua vida. Chegou a ser escolhido o melhor vendedor em mais de uma empresa, ganhando prêmios e menções honrosas. Ensinou o trabalho ao irmão mais novo e era motivo de orgulho para toda a família. Sua maior satisfação, porém, era ver a realização dos três filhos, Marcelo, Rafael e Juliana. O primeiro herdou seu jeito e o segundo, a fisionomia. A filha era a "princesa". Pouco tempo antes de fazer a cirurgia da qual não voltaria mais, declarou-se à mulher, Maria Valdelucia: "te amo... De verdade!". Ela retribuiu com as mesmas palavras, e assim deu-se a despedida depois de mais de 40 anos de companheirismo. Era torcedor do Santos e louco por festas. De todos os tipos de festas. Não importava se era roda de samba ou reunião de punks, uma cervejada ou um chá de cozinha, ele sempre era o último a sair. Os irmãos, sobrinhos, cunhados, amigos, nora e filhos prometem manter a tradição. Morreu no dia 27, aos 67. A missa de sétimo dia foi na última sexta-feira (3), dia em que faria aniversário. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
cotidiano
Mortes: Um vendedor sempre cheio de carisma e amigosAlcides Felisbino Domingues foi o terceiro filho de dona Teodora a nascer e o terceiro a deixá-la, quando morreu prestes a fazer 68 anos. Paranaense, ele fazia amigos por onde passava e era comum receber apelidos. O adorno que ostentava no rosto desde a década de 1970 lhe rendeu os nomes mais característicos: Ratinho, Tio Bigas, Bigode... Na única vez que usou a navalha, fez a filha, ainda pequena, chorar porque não reconhecia o pai. Formou-se em administração de empresas, mas fez de seu primeiro ofício, o de vendedor, a profissão de sua vida. Chegou a ser escolhido o melhor vendedor em mais de uma empresa, ganhando prêmios e menções honrosas. Ensinou o trabalho ao irmão mais novo e era motivo de orgulho para toda a família. Sua maior satisfação, porém, era ver a realização dos três filhos, Marcelo, Rafael e Juliana. O primeiro herdou seu jeito e o segundo, a fisionomia. A filha era a "princesa". Pouco tempo antes de fazer a cirurgia da qual não voltaria mais, declarou-se à mulher, Maria Valdelucia: "te amo... De verdade!". Ela retribuiu com as mesmas palavras, e assim deu-se a despedida depois de mais de 40 anos de companheirismo. Era torcedor do Santos e louco por festas. De todos os tipos de festas. Não importava se era roda de samba ou reunião de punks, uma cervejada ou um chá de cozinha, ele sempre era o último a sair. Os irmãos, sobrinhos, cunhados, amigos, nora e filhos prometem manter a tradição. Morreu no dia 27, aos 67. A missa de sétimo dia foi na última sexta-feira (3), dia em que faria aniversário. [email protected] - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Corinthians tenta estabelecer novo recorde de invencibilidade
Maior sequência invicta de um time no início do Brasileiro e melhor campanha do primeiro turno. O Corinthians versão Carille estabelece marcas e pode escrever mais uma diante do Sport neste sábado (5), às 19h (com pay-per-view), no Itaquerão, pela 19ª rodada. O novo recorde que a equipe pode quebrar é o de invencibilidade na mesma edição do torneio. Com 18 jogos sem perder, o clube já igualou as marcas de Atlético-PR e São Paulo. O time paranaense não perdeu entre a 19ª e a 36ª rodadas no Campeonato Brasileiro de 2004, quando a competição foi disputada por 24 agremiações. Na época, o Atlético-PR foi vice-campeão. Quatro anos depois, o São Paulo atingiu a mesma marca. A equipe, que ao término do torneio conquistaria o título, ficou invicta entre as rodadas 21 e 38 – só foi derrotado na estreia da temporada seguinte. O Corinthians já atingiu 19 jogos sem derrotas, mas somando duas edições do Brasileiro –ficou sem perder entre a rodada 30 da edição de 2010 e a décima do ano posterior. EQUIPE Após desfalcar a equipe por dois jogos consecutivos em virtude de dores na coxa direita, o atacante Romero retorna no lugar de Giovanne Augusto.
esporte
Corinthians tenta estabelecer novo recorde de invencibilidadeMaior sequência invicta de um time no início do Brasileiro e melhor campanha do primeiro turno. O Corinthians versão Carille estabelece marcas e pode escrever mais uma diante do Sport neste sábado (5), às 19h (com pay-per-view), no Itaquerão, pela 19ª rodada. O novo recorde que a equipe pode quebrar é o de invencibilidade na mesma edição do torneio. Com 18 jogos sem perder, o clube já igualou as marcas de Atlético-PR e São Paulo. O time paranaense não perdeu entre a 19ª e a 36ª rodadas no Campeonato Brasileiro de 2004, quando a competição foi disputada por 24 agremiações. Na época, o Atlético-PR foi vice-campeão. Quatro anos depois, o São Paulo atingiu a mesma marca. A equipe, que ao término do torneio conquistaria o título, ficou invicta entre as rodadas 21 e 38 – só foi derrotado na estreia da temporada seguinte. O Corinthians já atingiu 19 jogos sem derrotas, mas somando duas edições do Brasileiro –ficou sem perder entre a rodada 30 da edição de 2010 e a décima do ano posterior. EQUIPE Após desfalcar a equipe por dois jogos consecutivos em virtude de dores na coxa direita, o atacante Romero retorna no lugar de Giovanne Augusto.
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Como as baratas, a democracia americana vai sobreviver a Trump
Para um jovem estudante brasileiro contra a ditadura militar, assistir à posse de Ronald Reagan, em 1981, tinha um gostinho perverso. Me senti infiltrado naquela massa direitosa e nacionalista que, cheia de orgulho, enchia as ruas de Washington DC, naquele 20 de janeiro ensolarado e muito frio. Quatro décadas e meia depois, vejo a posse de Donald Trump com o temor que muitos sentem no mundo inteiro, mas com a sensação de quem já viu acontecer algo semelhante e seu contrário... E o mundo não acabou, nem mesmo a democracia americana. A primeira coisa que me chamou atenção ao ver o presidente de perto foi a quantidade de maquiagem, cor-de-rosa, que ele ostentava. E o sorriso calculado que era idêntico ao impresso nos milhões de cartões postais que tomavam a cidade: o ex-ator e político era um simulacro de si mesmo, não parecia humano, de verdade. Outra surpresa foi a quantidade de baratas na capital. Elas são pequenas e o aquecimento nos prédios mantém estável seu ciclo de vida, evitando o sumiço normal no inverno. Por isso, aparecem em todo canto. "Devem estar na Casa Branca e até mesmo no Salão Oval", pensei, enquanto o carro aberto passava com o presidente-cor-de-rosa, de pé, acenando para a multidão (Reagan não desfilou a pé pelas ruas , como Trump). Com um discurso nacionalista e conservador, Reagan venceu o presidente que tentava a reeleição, Jimmy Carter, até hoje uma figura prestigiosa, mas um fiasco eleitoral: o país recém havia superado a ressaca da queda de Richard Nixon e vivia a profunda crise econômica provocada pela crise do petróleo (1973), que aumentou preços, elevou a inflação e ameaçava quebrar a indústria automobilística local sem que o governo desse sinais de ter a receita de superação. No front externo, Carter acumulava sinais caros à esquerda, mas vistos como ameaça pela direita. Tinha pressionado a ditadura brasileira em defesa dos direitos humanos, negociado avanços na relação com Cuba (quase 40 anos antes de Obama), assistido sem intervir a vitória da guerrilha na Nicarágua e os avanços da esquerda armada em El Salvador. Com a vitória de Reagan, todos sabiam que as ditaduras da América Central ganhavam um forte incentivo (de fato, em poucos meses, com apoio do novo governo americano, o governo salvadorenho reverteu as conquistas rebeldes). Aquele foi o tempo do nascimento da expressão "fundamentalismo islâmico", que voltou a aparecer agora no discurso de posse de Trump: tinha acabado de acontecer a revolução iraniana , liderada pelo Aiatolá Khomeini, com forte conteúdo antiamericano, que manteve como reféns, por vários meses, uma série de funcionários da embaixada norte-americana em Teerã. Reagan usou o episódio para imputar fraqueza a Carter. Misturou ao discurso nacionalista um tom armamentista de reação à escalada comunista no mundo. Aproveitou o sucesso do filme "Star Wars" (1977) para lançar o projeto "Guerra nas Estrelas", que criaria um escudo espacial em órbita estacionária e permitiria destruir com raios laser os eventuais mísseis nucleares soviéticos. Era algo cinematográfico, que tocava fundo a alma americana, mexia com o orgulho e remetia a tecnologias até então inimagináveis. Uma ideia fixa me perseguia: "Como podem querer guerrear no espaço se nem as baratas eles conseguem destruir?" A vitória do candidato republicano na eleição de 1980, como a de agora, provocou uma verdadeira ressaca entre os democratas e a esquerda norte-americana, ali chamada "liberal". O fenômeno Donald Trump tem muitas semelhanças com Reagan, a começar pelo fato de os dois tomarem posse aos 70 anos, cada um batendo o recorde de presidente mais idoso da história. Ambos também foram simpatizantes do partido democrata e depois se converteram em republicanos; já haviam tentado candidaturas presidenciais sem sucesso antes de alcançar a vitória; e alicerçaram a imagem política em carreiras de sucesso na indústria do entretenimento (Reagan foi ator de cinema e depois passou à TV; Trump foi apresentador do reality show "O Aprendiz"). Há diferenças, imensas, claro. Desde logo, Reagan tinha a experiência política que falta a Trump: fora presidente do influente sindicato de atores de Hollywood e, depois, governador da Califórnia por dois mandatos; mas era um político diferente no partido, tanto que sua marca principal, ao assumir o governo do Estado mais rico do país, foi aumentar impostos, contra o discurso tradicional dos republicanos. Como fez Trump ao assumir a presidência, Reagan reverteu medidas importantes de Carter, como o avanço na relação com Cuba, e adotou programas de redução de impostos e incentivo à indústria americana (no caso, militar). A administração deu grande impulso à economia do país, que voltou a crescer de forma acentuada. Foi tão bem-sucedido que fez do vice o sucessor, George Bush pai, em 1988, reforçando a impressão entre os democratas de que seu mundo tinha acabado. "No meio do caminho desta vida" voltei a testemunhar a resistência das baratas de Washington DC, quando Bill Clinton iniciou, em 1992, sua campanha contra o presidente George Bush, pai, que de início parecia tão improvável quanto a de Reagan (presidentes dos Estados Unidos são normalmente reeleitos, por isso a oposição tende a lançar candidatos mais fracos, enquanto os mais fortes se preservam). Clinton incendiou a convenção democrata com um discurso que repetia o bordão "It's time to change America", e garantiu a vitória. O mundo renascia para a esquerda americana. Não presenciei o revertério da controvertida vitória de George W. Bush no colégio eleitoral, em 2000, e nem a surpresa da eleição do primeiro presidente negro, Barack Obama, oito anos depois. Mas os câmbios que representaram devem servir de garantia aos mais pessimistas: apesar das mudanças de curso, no cenário mais provável, a democracia americana vai sobreviver. Como as baratas de Washington.
colunas
Como as baratas, a democracia americana vai sobreviver a TrumpPara um jovem estudante brasileiro contra a ditadura militar, assistir à posse de Ronald Reagan, em 1981, tinha um gostinho perverso. Me senti infiltrado naquela massa direitosa e nacionalista que, cheia de orgulho, enchia as ruas de Washington DC, naquele 20 de janeiro ensolarado e muito frio. Quatro décadas e meia depois, vejo a posse de Donald Trump com o temor que muitos sentem no mundo inteiro, mas com a sensação de quem já viu acontecer algo semelhante e seu contrário... E o mundo não acabou, nem mesmo a democracia americana. A primeira coisa que me chamou atenção ao ver o presidente de perto foi a quantidade de maquiagem, cor-de-rosa, que ele ostentava. E o sorriso calculado que era idêntico ao impresso nos milhões de cartões postais que tomavam a cidade: o ex-ator e político era um simulacro de si mesmo, não parecia humano, de verdade. Outra surpresa foi a quantidade de baratas na capital. Elas são pequenas e o aquecimento nos prédios mantém estável seu ciclo de vida, evitando o sumiço normal no inverno. Por isso, aparecem em todo canto. "Devem estar na Casa Branca e até mesmo no Salão Oval", pensei, enquanto o carro aberto passava com o presidente-cor-de-rosa, de pé, acenando para a multidão (Reagan não desfilou a pé pelas ruas , como Trump). Com um discurso nacionalista e conservador, Reagan venceu o presidente que tentava a reeleição, Jimmy Carter, até hoje uma figura prestigiosa, mas um fiasco eleitoral: o país recém havia superado a ressaca da queda de Richard Nixon e vivia a profunda crise econômica provocada pela crise do petróleo (1973), que aumentou preços, elevou a inflação e ameaçava quebrar a indústria automobilística local sem que o governo desse sinais de ter a receita de superação. No front externo, Carter acumulava sinais caros à esquerda, mas vistos como ameaça pela direita. Tinha pressionado a ditadura brasileira em defesa dos direitos humanos, negociado avanços na relação com Cuba (quase 40 anos antes de Obama), assistido sem intervir a vitória da guerrilha na Nicarágua e os avanços da esquerda armada em El Salvador. Com a vitória de Reagan, todos sabiam que as ditaduras da América Central ganhavam um forte incentivo (de fato, em poucos meses, com apoio do novo governo americano, o governo salvadorenho reverteu as conquistas rebeldes). Aquele foi o tempo do nascimento da expressão "fundamentalismo islâmico", que voltou a aparecer agora no discurso de posse de Trump: tinha acabado de acontecer a revolução iraniana , liderada pelo Aiatolá Khomeini, com forte conteúdo antiamericano, que manteve como reféns, por vários meses, uma série de funcionários da embaixada norte-americana em Teerã. Reagan usou o episódio para imputar fraqueza a Carter. Misturou ao discurso nacionalista um tom armamentista de reação à escalada comunista no mundo. Aproveitou o sucesso do filme "Star Wars" (1977) para lançar o projeto "Guerra nas Estrelas", que criaria um escudo espacial em órbita estacionária e permitiria destruir com raios laser os eventuais mísseis nucleares soviéticos. Era algo cinematográfico, que tocava fundo a alma americana, mexia com o orgulho e remetia a tecnologias até então inimagináveis. Uma ideia fixa me perseguia: "Como podem querer guerrear no espaço se nem as baratas eles conseguem destruir?" A vitória do candidato republicano na eleição de 1980, como a de agora, provocou uma verdadeira ressaca entre os democratas e a esquerda norte-americana, ali chamada "liberal". O fenômeno Donald Trump tem muitas semelhanças com Reagan, a começar pelo fato de os dois tomarem posse aos 70 anos, cada um batendo o recorde de presidente mais idoso da história. Ambos também foram simpatizantes do partido democrata e depois se converteram em republicanos; já haviam tentado candidaturas presidenciais sem sucesso antes de alcançar a vitória; e alicerçaram a imagem política em carreiras de sucesso na indústria do entretenimento (Reagan foi ator de cinema e depois passou à TV; Trump foi apresentador do reality show "O Aprendiz"). Há diferenças, imensas, claro. Desde logo, Reagan tinha a experiência política que falta a Trump: fora presidente do influente sindicato de atores de Hollywood e, depois, governador da Califórnia por dois mandatos; mas era um político diferente no partido, tanto que sua marca principal, ao assumir o governo do Estado mais rico do país, foi aumentar impostos, contra o discurso tradicional dos republicanos. Como fez Trump ao assumir a presidência, Reagan reverteu medidas importantes de Carter, como o avanço na relação com Cuba, e adotou programas de redução de impostos e incentivo à indústria americana (no caso, militar). A administração deu grande impulso à economia do país, que voltou a crescer de forma acentuada. Foi tão bem-sucedido que fez do vice o sucessor, George Bush pai, em 1988, reforçando a impressão entre os democratas de que seu mundo tinha acabado. "No meio do caminho desta vida" voltei a testemunhar a resistência das baratas de Washington DC, quando Bill Clinton iniciou, em 1992, sua campanha contra o presidente George Bush, pai, que de início parecia tão improvável quanto a de Reagan (presidentes dos Estados Unidos são normalmente reeleitos, por isso a oposição tende a lançar candidatos mais fracos, enquanto os mais fortes se preservam). Clinton incendiou a convenção democrata com um discurso que repetia o bordão "It's time to change America", e garantiu a vitória. O mundo renascia para a esquerda americana. Não presenciei o revertério da controvertida vitória de George W. Bush no colégio eleitoral, em 2000, e nem a surpresa da eleição do primeiro presidente negro, Barack Obama, oito anos depois. Mas os câmbios que representaram devem servir de garantia aos mais pessimistas: apesar das mudanças de curso, no cenário mais provável, a democracia americana vai sobreviver. Como as baratas de Washington.
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Não me agrade que eu gosto
SÃO PAULO - O gosto amargo surgiu já no primeiro episódio da série sobre chefs de cozinha lançada por um serviço on-line de vídeos adepto da lógica "se você gostou de A, vai gostar de B e C também". Personagem excêntrico, câmera lenta, opinião de especialista, trilha sonora erudita e profundidade de feira de ciências de escola primária. A fórmula atende a expectativas, mas passa do ponto na busca incessante por agradar o espectador. Não é novidade que o cinema adote fórmulas, birôs de tendência e exibições-teste para orientar a produção por mais bilheterias –o mesmo vale para as indústrias fonográfica, têxtil, automobilística, alimentícia etc. A diferença é que serviços como Netflix e Spotify empurram cavalos de Troia com pesquisadores acurados para dentro das casas. Mesmo sem querer, respondemos às perguntas: Quantos filmes foram vistos até o fim? Quais atores aparecem nessa lista? Que gêneros, histórias, durações agradam mais ou menos? O aprofundamento da análise de mercado, com cérebros refletindo sobre a infinidade de dados colhidos em redes sociais, tem gerado uma produção precisa e frustrante. O traço mais relevante da vanguarda é a superação das expectativas, e não a satisfação delas. Para os vanguardistas, a arte só pode prosperar se a surpresa for radical. Filmes e séries marcantes só usam a produção anterior como contraexemplo. A fruição dos clientes que pediam em videolocadoras sugestões de longas que "não façam pensar" ou que "façam rir como aquele outro" ficou ainda mais conformada com a praticidade desses serviços na internet. A indústria criativa vê os bilionários bancos de dados –abastecidos pelos próprios usuários em redes sociais e sistemas de busca– como tábuas de salvação, mas ignora armadilhas do consumo insaciável. Resta a expectativa, essa sim a ser satisfeita, de que a busca por novidades agradáveis transforme a mesmice em inspiração para inconformistas.
opiniao
Não me agrade que eu gostoSÃO PAULO - O gosto amargo surgiu já no primeiro episódio da série sobre chefs de cozinha lançada por um serviço on-line de vídeos adepto da lógica "se você gostou de A, vai gostar de B e C também". Personagem excêntrico, câmera lenta, opinião de especialista, trilha sonora erudita e profundidade de feira de ciências de escola primária. A fórmula atende a expectativas, mas passa do ponto na busca incessante por agradar o espectador. Não é novidade que o cinema adote fórmulas, birôs de tendência e exibições-teste para orientar a produção por mais bilheterias –o mesmo vale para as indústrias fonográfica, têxtil, automobilística, alimentícia etc. A diferença é que serviços como Netflix e Spotify empurram cavalos de Troia com pesquisadores acurados para dentro das casas. Mesmo sem querer, respondemos às perguntas: Quantos filmes foram vistos até o fim? Quais atores aparecem nessa lista? Que gêneros, histórias, durações agradam mais ou menos? O aprofundamento da análise de mercado, com cérebros refletindo sobre a infinidade de dados colhidos em redes sociais, tem gerado uma produção precisa e frustrante. O traço mais relevante da vanguarda é a superação das expectativas, e não a satisfação delas. Para os vanguardistas, a arte só pode prosperar se a surpresa for radical. Filmes e séries marcantes só usam a produção anterior como contraexemplo. A fruição dos clientes que pediam em videolocadoras sugestões de longas que "não façam pensar" ou que "façam rir como aquele outro" ficou ainda mais conformada com a praticidade desses serviços na internet. A indústria criativa vê os bilionários bancos de dados –abastecidos pelos próprios usuários em redes sociais e sistemas de busca– como tábuas de salvação, mas ignora armadilhas do consumo insaciável. Resta a expectativa, essa sim a ser satisfeita, de que a busca por novidades agradáveis transforme a mesmice em inspiração para inconformistas.
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Moro nega pedido de Lula para tirar investigação do Paraná
O juiz federal Sergio Moro negou, nesta terça-feira (16), o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mover as investigações contra ele da Operação Lava Jato, no Paraná. Moro entendeu que o pedido foi "prematuro", já que nem sequer houve apresentação de denúncia contra o petista. Apenas a partir da ação penal, segundo o magistrado, é que se poderia discutir a competência. O ex-presidente é investigado sob suspeita de ocultar a propriedade de um tríplex no Guarujá, um sítio em Atibaia (SP) e de se beneficiar de dinheiro de origem ilícita ao dar palestras pagas por empreiteiras. O inquérito ainda está em andamento. Os advogados de Lula defendem que os fatos investigados ocorreram no Estado de São Paulo, o que afastaria a competência da Justiça do Paraná, e não têm qualquer relação com a Lava Jato. Já o Ministério Público Federal suspeita que Lula tenha se beneficiado de propinas oriundas da Petrobras, e considera que ele "participou ativamente" esquema de corrupção na estatal. Para Moro, a "hipótese acusatória" do Ministério Público Federal, de que Lula "seria o arquiteto do esquema criminoso que vitimou a Petrobras", define a competência da Justiça do Paraná. Esse quadro só muda a partir da avaliação das provas colhidas na investigação –que, assinala o juiz, ainda está em andamento. "Se essa hipótese é correta ou não, é uma questão de prova e que não pode ser definida antes do julgamento da eventual ação penal e muito menos antes sequer do encerramento das investigações e do eventual oferecimento da denúncia", afirma Moro, no despacho. O magistrado ainda argumenta que a competência do Paraná para julgar os processos da Lava Jato –desde que não envolvam réus com foro privilegiado, como políticos com mandato– já foi "consolidada" em jurisprudência, inclusive de tribunais superiores. Lula nega as suspeitas e diz ser alvo de perseguição política. OUTRO LADO Em resposta à decisão de Moro, os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, afirmaram em nota que o juiz "não aponta um único elemento concreto" que vincule os fatos investigados à Lava Jato. Para eles, o magistrado "assumiu o papel de acusador" e "formou time" com o Ministério Público Federal neste caso. Eles ainda aguardam uma decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) quanto ao pedido de exceção de incompetência. "Ainda agindo como acusador, Moro afirma que a 'hipótese acusatória' coloca o ex-presidente Lula como 'arquiteto do esquema criminoso'. A acusação não é suportada por qualquer elemento concreto", afirmam os advogados. Eles também dizem que Moro "reforçou sua parcialidade" em relação a Lula ao defender, em pedido de busca e apreensão, que "há alguns bens que, se recebidos como presentes durante o exercício do mandato de Presidente da República, talvez devessem ter sido incorporados ao acervo da Presidência". "A discussão sobre o acervo presidencial não tem qualquer relação com a Operação Lava Jato", argumenta a defesa do ex-presidente. "Não há qualquer justificativa jurídica para que o juiz da Lava Jato queira também se arvorar sobre esse tema, fazendo novas – e igualmente improcedentes – acusações contra Lula." A defesa de Lula já recorreu à ONU acusando Moro de violar direitos, e argumenta que o juiz perdeu a imparcialidade para cuidar dos inquéritos contra o petista e já indicou um juízo de valor desfavorável ao ex-presidente. Na petição, os advogados questionam a "privação de liberdade" durante a medida de condução coercitiva, em março, e o "vazamento de materiais confidenciais", em referência às conversas telefônicas entre Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), também em março. Os advogados sustentam que o Brasil assinou um protocolo de adesão a um pacto internacional de proteção aos direitos humanos em 2009, que estaria sendo desrespeitado com as atitudes do juiz.
poder
Moro nega pedido de Lula para tirar investigação do ParanáO juiz federal Sergio Moro negou, nesta terça-feira (16), o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mover as investigações contra ele da Operação Lava Jato, no Paraná. Moro entendeu que o pedido foi "prematuro", já que nem sequer houve apresentação de denúncia contra o petista. Apenas a partir da ação penal, segundo o magistrado, é que se poderia discutir a competência. O ex-presidente é investigado sob suspeita de ocultar a propriedade de um tríplex no Guarujá, um sítio em Atibaia (SP) e de se beneficiar de dinheiro de origem ilícita ao dar palestras pagas por empreiteiras. O inquérito ainda está em andamento. Os advogados de Lula defendem que os fatos investigados ocorreram no Estado de São Paulo, o que afastaria a competência da Justiça do Paraná, e não têm qualquer relação com a Lava Jato. Já o Ministério Público Federal suspeita que Lula tenha se beneficiado de propinas oriundas da Petrobras, e considera que ele "participou ativamente" esquema de corrupção na estatal. Para Moro, a "hipótese acusatória" do Ministério Público Federal, de que Lula "seria o arquiteto do esquema criminoso que vitimou a Petrobras", define a competência da Justiça do Paraná. Esse quadro só muda a partir da avaliação das provas colhidas na investigação –que, assinala o juiz, ainda está em andamento. "Se essa hipótese é correta ou não, é uma questão de prova e que não pode ser definida antes do julgamento da eventual ação penal e muito menos antes sequer do encerramento das investigações e do eventual oferecimento da denúncia", afirma Moro, no despacho. O magistrado ainda argumenta que a competência do Paraná para julgar os processos da Lava Jato –desde que não envolvam réus com foro privilegiado, como políticos com mandato– já foi "consolidada" em jurisprudência, inclusive de tribunais superiores. Lula nega as suspeitas e diz ser alvo de perseguição política. OUTRO LADO Em resposta à decisão de Moro, os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, afirmaram em nota que o juiz "não aponta um único elemento concreto" que vincule os fatos investigados à Lava Jato. Para eles, o magistrado "assumiu o papel de acusador" e "formou time" com o Ministério Público Federal neste caso. Eles ainda aguardam uma decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) quanto ao pedido de exceção de incompetência. "Ainda agindo como acusador, Moro afirma que a 'hipótese acusatória' coloca o ex-presidente Lula como 'arquiteto do esquema criminoso'. A acusação não é suportada por qualquer elemento concreto", afirmam os advogados. Eles também dizem que Moro "reforçou sua parcialidade" em relação a Lula ao defender, em pedido de busca e apreensão, que "há alguns bens que, se recebidos como presentes durante o exercício do mandato de Presidente da República, talvez devessem ter sido incorporados ao acervo da Presidência". "A discussão sobre o acervo presidencial não tem qualquer relação com a Operação Lava Jato", argumenta a defesa do ex-presidente. "Não há qualquer justificativa jurídica para que o juiz da Lava Jato queira também se arvorar sobre esse tema, fazendo novas – e igualmente improcedentes – acusações contra Lula." A defesa de Lula já recorreu à ONU acusando Moro de violar direitos, e argumenta que o juiz perdeu a imparcialidade para cuidar dos inquéritos contra o petista e já indicou um juízo de valor desfavorável ao ex-presidente. Na petição, os advogados questionam a "privação de liberdade" durante a medida de condução coercitiva, em março, e o "vazamento de materiais confidenciais", em referência às conversas telefônicas entre Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), também em março. Os advogados sustentam que o Brasil assinou um protocolo de adesão a um pacto internacional de proteção aos direitos humanos em 2009, que estaria sendo desrespeitado com as atitudes do juiz.
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Reforma política cabe ao Congresso, e não ao Judiciário, diz Gilmar Mendes
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes defendeu nesta terça-feira (24) que cabe ao Congresso realizar a reforma política no país, a qual ele classificou como urgente. Para o ministro, o Judiciário está sobrecarregado com questões político-eleitorais e não tem "legitimidade democrática" para conduzir as mudanças necessárias. "Eu acho que estou convencido que o locus [lugar] para fazer a reforma política é o Congresso Nacional. Não se devem buscar atalhos, mas nós, no Supremo Tribunal Federal, já nos animamos a participar de inúmeros debates e, muitas vezes, somos obrigados a fazê-lo, em termos de controle, mas temos dificuldade quando se trata de formulação", afirmou Mendes. O ministro participou de uma sessão temática realizada pelo Senado para debater o tema. Participaram também o diretor da Transparência Brasil, Claudio Abramo, e o cientista político Murillo de Aragão. Durante o debate, que contou com a participação de 13 senadores, Mendes disse que há uma questão de legitimidade que define que cabe aos deputados e senadores legislarem em torno das propostas de reforma política. Para ele, o sistema eleitoral já dá "sinais de exaustão". "E o sistema eleitoral que nós desenvolvemos ao longo dos anos, por conta de vários fenômenos, vem dando algum tipo de sinal de exaustão. É o que se aponta, por exemplo, com o modelo proporcional de lista aberta que nós criamos, com uma participação ampla, mas que pode distorcer o modelo de representação. Aí se começam a propor novas soluções: ou distrital, ou, eventualmente, um distrital misto", disse. O ministro afirmou que, ao estabelecer regras após questionamentos judiciais, os tribunais correm o risco de serem confrontados pelo Legislativo, que acaba por aprovar medidas contrárias ao que a Justiça definiu. Ele citou como exemplo o caso da verticalização, sistema em que as coligações partidárias em nível nacional tem que respeitar as dos níveis estaduais. O Supremo decidiu pela manutenção da regra, mas o Congresso a derrubou. Mendes aproveitou o debate para criticar a ideia, defendida pelo governo, de se criar uma Constituinte exclusiva para a reforma política. Para o ministro, o país atravessou nas últimas três décadas diversos problemas políticos e econômicos sem precisar recorrer a uma nova Constituinte, e disse que o atual Legislativo é capaz de conduzir tais mudanças. "Nós atravessamos nesses anos impeachment presidencial, crises graves de corrupção, sempre com esses marcos institucionais da Constituição de 1988. Logo, não precisamos desses devaneios. Uma Constituinte exclusiva para a reforma política elegeria, por acaso, pessoas diferentes?", afirmou. Após a fala de Mendes, os senadores presentes divergiram sobre a necessidade de novas regras para o financiamento de campanhas. Enquanto alguns defenderam o fim do financiamento privado, outros disseram preferir que ele seja feito com mais transparência. MOMENTO OPORTUNO O senador Jorge Viana (PT-AC) cobrou um posicionamento por parte do ministro sobre a ação direta de inconstitucionalidade apresentada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que questiona o financiamento privado. O julgamento da ação começou em 2013, mas em abril do ano passado Mendes pediu vistas do processo, o que suspende a sua tramitação, e até agora não apresentou seu parecer. Seis ministros já formaram maioria pela proibição das doações feitas por empresas. "O pedido de vista será devolvido oportunamente. Esse tema virou como se fosse o único pedido de vista existente no Supremo Tribunal Federal. Mas nós temos pedidos de vista que não voltaram desde 1998. É um problema de organização e coisas do tipo", afirmou o ministro. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que irá reunir os líderes partidários nos próximos dias para definir uma pauta com os dez projetos já em tramitação que abarcam os temas da reforma política e estão prontos para serem analisados pelo plenário da Casa. No entanto, ele reconheceu que não há consenso em torno das propostas para a reforma. "Esse debate é fundamental, importante e insubstituível e é preciso que as pessoas entendam que no Parlamento não só anda aquilo que é consensual. O que não é consensual precisa ser apreciado também, isso é da democracia", disse o peemedebista.
poder
Reforma política cabe ao Congresso, e não ao Judiciário, diz Gilmar MendesO ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes defendeu nesta terça-feira (24) que cabe ao Congresso realizar a reforma política no país, a qual ele classificou como urgente. Para o ministro, o Judiciário está sobrecarregado com questões político-eleitorais e não tem "legitimidade democrática" para conduzir as mudanças necessárias. "Eu acho que estou convencido que o locus [lugar] para fazer a reforma política é o Congresso Nacional. Não se devem buscar atalhos, mas nós, no Supremo Tribunal Federal, já nos animamos a participar de inúmeros debates e, muitas vezes, somos obrigados a fazê-lo, em termos de controle, mas temos dificuldade quando se trata de formulação", afirmou Mendes. O ministro participou de uma sessão temática realizada pelo Senado para debater o tema. Participaram também o diretor da Transparência Brasil, Claudio Abramo, e o cientista político Murillo de Aragão. Durante o debate, que contou com a participação de 13 senadores, Mendes disse que há uma questão de legitimidade que define que cabe aos deputados e senadores legislarem em torno das propostas de reforma política. Para ele, o sistema eleitoral já dá "sinais de exaustão". "E o sistema eleitoral que nós desenvolvemos ao longo dos anos, por conta de vários fenômenos, vem dando algum tipo de sinal de exaustão. É o que se aponta, por exemplo, com o modelo proporcional de lista aberta que nós criamos, com uma participação ampla, mas que pode distorcer o modelo de representação. Aí se começam a propor novas soluções: ou distrital, ou, eventualmente, um distrital misto", disse. O ministro afirmou que, ao estabelecer regras após questionamentos judiciais, os tribunais correm o risco de serem confrontados pelo Legislativo, que acaba por aprovar medidas contrárias ao que a Justiça definiu. Ele citou como exemplo o caso da verticalização, sistema em que as coligações partidárias em nível nacional tem que respeitar as dos níveis estaduais. O Supremo decidiu pela manutenção da regra, mas o Congresso a derrubou. Mendes aproveitou o debate para criticar a ideia, defendida pelo governo, de se criar uma Constituinte exclusiva para a reforma política. Para o ministro, o país atravessou nas últimas três décadas diversos problemas políticos e econômicos sem precisar recorrer a uma nova Constituinte, e disse que o atual Legislativo é capaz de conduzir tais mudanças. "Nós atravessamos nesses anos impeachment presidencial, crises graves de corrupção, sempre com esses marcos institucionais da Constituição de 1988. Logo, não precisamos desses devaneios. Uma Constituinte exclusiva para a reforma política elegeria, por acaso, pessoas diferentes?", afirmou. Após a fala de Mendes, os senadores presentes divergiram sobre a necessidade de novas regras para o financiamento de campanhas. Enquanto alguns defenderam o fim do financiamento privado, outros disseram preferir que ele seja feito com mais transparência. MOMENTO OPORTUNO O senador Jorge Viana (PT-AC) cobrou um posicionamento por parte do ministro sobre a ação direta de inconstitucionalidade apresentada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que questiona o financiamento privado. O julgamento da ação começou em 2013, mas em abril do ano passado Mendes pediu vistas do processo, o que suspende a sua tramitação, e até agora não apresentou seu parecer. Seis ministros já formaram maioria pela proibição das doações feitas por empresas. "O pedido de vista será devolvido oportunamente. Esse tema virou como se fosse o único pedido de vista existente no Supremo Tribunal Federal. Mas nós temos pedidos de vista que não voltaram desde 1998. É um problema de organização e coisas do tipo", afirmou o ministro. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que irá reunir os líderes partidários nos próximos dias para definir uma pauta com os dez projetos já em tramitação que abarcam os temas da reforma política e estão prontos para serem analisados pelo plenário da Casa. No entanto, ele reconheceu que não há consenso em torno das propostas para a reforma. "Esse debate é fundamental, importante e insubstituível e é preciso que as pessoas entendam que no Parlamento não só anda aquilo que é consensual. O que não é consensual precisa ser apreciado também, isso é da democracia", disse o peemedebista.
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Passaporte! Agora é Beto Carrero!
Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Breaking News! "Sensacionalista": "Congresso votará se denúncia contra Temer será picotada ou não antes de ir pro lixo". Rarará! "Romário se filia ao novo partido Podemos." No caso do Romário é Podemos com F! No Brasil qualquer partido é Podemos com F! Fodemos! Rarará! E um amigo disse que vai ficar deitado até o Michel Temer renunciar. Topo! Tendo sofá, Netflix e entrega da padaria. Com esses três itens básicos eu encaro até prisão domiciliar. Rarará! E o Palófi vai delafar os bancos: LULA, IFAÚ, BLADESCO, FANTANDER e FAFRA! Rarará! E os passaportes? Temer corta verba para passaportes e brasileiro só pode viajar na maionese. E pra que passaporte? Em vez de Disney, Beto Carrero. Em vez de Miami, Guarujá. E em vez de passaporte, bilhete único! Isso é cárcere privado! Nem na Líbia falta passaporte! Vai pra Miami de bote que nem cubano! Meu passaporte é bilhete único. Visitar a estátua do Borba Gato, o Empurra e a cracolândia! Rarará! E adorei esta nova procuradora: Raquel Dodge! Onde o Temer arrumou essa Dodge? No "Guia 4 Rodas"? No Posto Ipiranga! Ela parece a professora Dolores do Harry Potter! Alva! E como disse o tuiteiro Fernando Ferrão: "A Raquel Dodge deu um cavalo de pau na lista tríplice!". E o Brasil inteiro agora espera que ela seja um TRATOR! E o chargista Bennet revela uma nova placa na entrada de Curitiba: "Bem-vindos a Curitiba! Exceto o Gilmar Mendes". Rarará! O Melador da Lava Jato! "Mexeu com a Lava Jato, mexeu com Curitiba!". E eu já disse que em filme americano todos os encontros suspeitos são em estacionamento? No Brasil ou é no porão do Jaburu ou fora da agenda! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasileiro é Cordial! Cartaz no banheiro do Mercado do Café, Paranaguá: "Proibido tomar banho na pia". Por quê? Sendo que na pia só dá para tomar banho de gringo: pingolim, fiofó e sovaco! Banho feijoada: pé, rabo e orelha! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! Parece que o Brasil tomou um ácido no café da manhã!
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Passaporte! Agora é Beto Carrero!Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Breaking News! "Sensacionalista": "Congresso votará se denúncia contra Temer será picotada ou não antes de ir pro lixo". Rarará! "Romário se filia ao novo partido Podemos." No caso do Romário é Podemos com F! No Brasil qualquer partido é Podemos com F! Fodemos! Rarará! E um amigo disse que vai ficar deitado até o Michel Temer renunciar. Topo! Tendo sofá, Netflix e entrega da padaria. Com esses três itens básicos eu encaro até prisão domiciliar. Rarará! E o Palófi vai delafar os bancos: LULA, IFAÚ, BLADESCO, FANTANDER e FAFRA! Rarará! E os passaportes? Temer corta verba para passaportes e brasileiro só pode viajar na maionese. E pra que passaporte? Em vez de Disney, Beto Carrero. Em vez de Miami, Guarujá. E em vez de passaporte, bilhete único! Isso é cárcere privado! Nem na Líbia falta passaporte! Vai pra Miami de bote que nem cubano! Meu passaporte é bilhete único. Visitar a estátua do Borba Gato, o Empurra e a cracolândia! Rarará! E adorei esta nova procuradora: Raquel Dodge! Onde o Temer arrumou essa Dodge? No "Guia 4 Rodas"? No Posto Ipiranga! Ela parece a professora Dolores do Harry Potter! Alva! E como disse o tuiteiro Fernando Ferrão: "A Raquel Dodge deu um cavalo de pau na lista tríplice!". E o Brasil inteiro agora espera que ela seja um TRATOR! E o chargista Bennet revela uma nova placa na entrada de Curitiba: "Bem-vindos a Curitiba! Exceto o Gilmar Mendes". Rarará! O Melador da Lava Jato! "Mexeu com a Lava Jato, mexeu com Curitiba!". E eu já disse que em filme americano todos os encontros suspeitos são em estacionamento? No Brasil ou é no porão do Jaburu ou fora da agenda! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasileiro é Cordial! Cartaz no banheiro do Mercado do Café, Paranaguá: "Proibido tomar banho na pia". Por quê? Sendo que na pia só dá para tomar banho de gringo: pingolim, fiofó e sovaco! Banho feijoada: pé, rabo e orelha! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! Parece que o Brasil tomou um ácido no café da manhã!
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PM mata mulher e fere jovem grávida durante briga entre vizinhos
Três pessoas da mesma família foram baleadas após uma briga entre vizinhos ocorrida na noite de domingo (22) na zona norte de São Paulo. Uma mulher morreu e uma jovem, grávida de seis meses, foi internada após ser baleada na barriga. Segundo Antônio João Agostinho, 43, o filho dele estava na frente da casa da avó, que é vizinha de um policial, por volta das 19h, quando o cabo Gílson de Souza Teixeira passou de carro e iniciou uma discussão. Ao perceber a confusão, a família saiu para separar a briga. Ao ver que o PM estava armado, a mulher de Agostinho, Jurema Cristina Bezerra, 39, pegou o celular para registrar o ocorrido. Neste momento, o policial atirou. Ela foi atingida por três tiros no peito. "Ela queria gravar para levar na Corregedoria da PM. Não era a primeira vez que ele ameaçava alguém da família", contou o marido de Jurema. A nora de Jurema, Gabriela Rocha Leite, 18, que estava grávida de seis meses e com o filho de um ano no colo, foi alvejada na barriga e no rosto. Um irmão de Jurema de 17 anos foi atingido de raspão nas costas. As vítimas foram levadas para o pronto-socorro do Jaçanã. Jurema já chegou morta ao hospital. Gabriela passou por uma cesárea e uma cirurgia para retirada das balas. Seu estado de saúde é estável e o bebê está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal. Já o adolescente passa bem. Mãe de cinco filhos, Jurema era bacharel em Direito, recém-formada em farmácia e cursava o terceiro ano do curso de odontologia. O policial fugiu de carro do local, mas se entregou no 73º DP no fim da noite. Ele foi preso e será encaminhado para o presídio Romão Gomes, da PM. CASO ANTIGO Agostinho contou que a briga entre o policial e a família acontece há mais de um ano. O motivo inicial seria uma casa em um conjunto habitacional que a sobrinha de Jurema recebeu, mas que, de acordo com ele, já estava ocupada pela irmã do policial. No dia em que receberia a casa, Jurema e o filho acompanharam a sobrinha. Houve uma discussão entre as famílias e Jurema foi agredida por Gilson. Na época, Jurema fez o boletim de ocorrência na 73º DP e comunicou o batalhão em que o policial atuava. Segundo Antônio, ameaças ao filho e ao cunhado eram frequentes. "Vou enterrar minha esposa de forma digna e depois procurar justiça, porque a justiça tem que ser feita", afirmou. A Polícia Militar não se pronunciou sobre o caso. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do policial.
cotidiano
PM mata mulher e fere jovem grávida durante briga entre vizinhosTrês pessoas da mesma família foram baleadas após uma briga entre vizinhos ocorrida na noite de domingo (22) na zona norte de São Paulo. Uma mulher morreu e uma jovem, grávida de seis meses, foi internada após ser baleada na barriga. Segundo Antônio João Agostinho, 43, o filho dele estava na frente da casa da avó, que é vizinha de um policial, por volta das 19h, quando o cabo Gílson de Souza Teixeira passou de carro e iniciou uma discussão. Ao perceber a confusão, a família saiu para separar a briga. Ao ver que o PM estava armado, a mulher de Agostinho, Jurema Cristina Bezerra, 39, pegou o celular para registrar o ocorrido. Neste momento, o policial atirou. Ela foi atingida por três tiros no peito. "Ela queria gravar para levar na Corregedoria da PM. Não era a primeira vez que ele ameaçava alguém da família", contou o marido de Jurema. A nora de Jurema, Gabriela Rocha Leite, 18, que estava grávida de seis meses e com o filho de um ano no colo, foi alvejada na barriga e no rosto. Um irmão de Jurema de 17 anos foi atingido de raspão nas costas. As vítimas foram levadas para o pronto-socorro do Jaçanã. Jurema já chegou morta ao hospital. Gabriela passou por uma cesárea e uma cirurgia para retirada das balas. Seu estado de saúde é estável e o bebê está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal. Já o adolescente passa bem. Mãe de cinco filhos, Jurema era bacharel em Direito, recém-formada em farmácia e cursava o terceiro ano do curso de odontologia. O policial fugiu de carro do local, mas se entregou no 73º DP no fim da noite. Ele foi preso e será encaminhado para o presídio Romão Gomes, da PM. CASO ANTIGO Agostinho contou que a briga entre o policial e a família acontece há mais de um ano. O motivo inicial seria uma casa em um conjunto habitacional que a sobrinha de Jurema recebeu, mas que, de acordo com ele, já estava ocupada pela irmã do policial. No dia em que receberia a casa, Jurema e o filho acompanharam a sobrinha. Houve uma discussão entre as famílias e Jurema foi agredida por Gilson. Na época, Jurema fez o boletim de ocorrência na 73º DP e comunicou o batalhão em que o policial atuava. Segundo Antônio, ameaças ao filho e ao cunhado eram frequentes. "Vou enterrar minha esposa de forma digna e depois procurar justiça, porque a justiça tem que ser feita", afirmou. A Polícia Militar não se pronunciou sobre o caso. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do policial.
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Aprendendo a cozinhar nos anos 1960
Casei com 19 anos e bem burra. Não tinha noção de cozinha, mas gostava de comer. A mãe era boa dona de casa, comidinha simples e gostosa que ela ensinava para alguma moça que chegava do interior. Aos domingos fazia o almoço, repetitivo, mas por isso mesmo bom, empadinhas de camarão que se desmanchavam na boca e frango assado, dourado. Nos anos 1960, eu me vi ignorante na cozinha e noiva, coisa que não combinava na época. Era difícil estudar sobre comida, havia professoras caseiras, mãe de amigas, uma revista semanal ("O Cruzeiro") com uma página de receitas, escrita por Helena Sangirardi. E revistas maravilhosas, americanas –a "Good Housekeeping" e a "Ladie's Home Journal". Estavam a cem anos luz das revistas daqui, e era lá que tinha que me inspirar. O noivo não era muito ligado em comida, comia de tudo e vinha de uma casa onde se cozinhava maravilhosamente bem. A futura sogra montou um caderno com suas receitas, e só percebi que estavam todas erradas pela cara dele, que não reconhecia nenhuma. Lembro que tinha cones de massa recheados com creme de aspargos e bolinhas doces de parmesão, um doce em calda realmente delicioso. As receitas americanas tinham nomes esdrúxulos, fantasiosos, e eram seguidas sem que eu tivesse noção de onde iam dar –ainda tenho um caderno em que, debaixo de uma sobremesa "Surprise!", meu pai escreveu "O chamado pudim de pão". O que aprendíamos, então? Arroz com feijão, jamais, mas eram comidos todos os dias. As receitas mais festivas eram salada de batatas com maionese, tudo cortado muito certo em cubos, camarões ao curry e leite de coco, abóbora recheada com camarões (nada contra, mas a repetição matava). Com esse cardápio, casei, e com uma receita de atum em lata com brócolis ao forno que teria sido inventada pelo demônio para desfazer casamentos. O apartamento era de móveis copiados de uma das tais revistas, inspirados no apartamento da Elizabeth Taylor, nossa musa. Sempre odiei acordar muito cedo, mas cumpria minha missão de recém-casada levantando junto com o marido, numa camisola decolleté, de rendas e cetim que se arrastava pelo chão, com um boleador na mão para transformar em bolinhas o melão e o mamão que o marido comia. Até o dia que ele implorou para que eu deixasse em paz as frutas, que ele gostava mesmo era em boas e polpudas fatias. Meio ofendida, mas supinamente aliviada, recolhi-me ao leito com a camisola rabuda. E fui descobrindo coisas. Ele gostava de comida seca e eu de comida molhada, e nada que se descobria seria proibido comer hoje. A não ser o macarrão. Engatinhávamos no macarrão, sem saber o que era al dente. E além de tudo misturava-se a ele, que ainda não fora apelidado de pasta, um pouco de tudo, com predominância de ervilhas em lata e creme de leite, polvilhado de queijo ralado. Era levado ao forno até que começasse a ficar preto nas bordas. E as bordas era o que havia de mais gostoso. Risoto não existia, era arroz de forno. Aliás, na Itália, ou em alguns lugares da Itália, esse arroz de forno é chamado de risoto. Muito e muito tempo levaríamos para chegar ao arbóreo. Usava-se muita ameixa preta, tanto nos doces como acompanhando salgados. Coisas novas apareciam em latas. Vejo uma reportagem com o título "O que faríamos sem os pêssegos em lata?" e imediatamente me lembro deles, lindos, perfeitos, sem gosto. Bacon sempre ajudou a dar sabor em tudo. Nos Estados Unidos, comia-se carne moída todo dia, bolo de carne, carne misturada ao arroz, nas célebres casseroles, que eram um prato único que a dona de casa misturava geralmente tirando os ingredientes das latas. Quando queríamos arrasar era com haddock e alcaparras, muita gelatina colorida sustentando legumes e frutas. As festas infantis eram bem mais simples. Pensando bem, o que mais evoluiu foi a pâtisserie, os bolos decorados, pois nos contentávamos com docinhos feitos em casa, olho de sogra, cajuzinhos, cocadas. E sanduíches em triângulos com patê e abertos com uma florzinha de tomate e uma salsa fazendo de haste, com guaraná morno. Me lembro de uma festinha gloriosa com um caramanchão de cachos de uvas-passas recheadas de cocada amarela. E o doce de leite feito dentro da lata de leite condensado, que se cozinhava no feijão diário? O estrogonofe desponta com fúria, caminha para a glória e mal sabia que seria tachado de brega per saecula saeculorum e comido escondido até hoje com muita batata palha. Na verdade, a comida de todo dia era arroz, feijão, uma salada, um legume, e uma ave, ou peixe, ou carne. Picadinhos, batata frita, bife, isso que comemos até hoje, sem esquecer a farofa, mas que vai desaparecendo pelo número de panelas e o tempo para se fazer tanta coisa. Já começávamos a querer comidas de outros países, mas jamais alguém provara um sushi, diferentemente da cozinha chinesa, que fazia sucesso com seus dados de abacaxi com porco, dados de galinha com amendoim e camarão empanado com o biscoitinho da sorte no final e a sobremesa de maçã caramelada ou banana. Vocês acreditam que gosto disso tudo, sem esquecer as sopas: creme de lentilhas, ervilhas, com croûtons? Enfim, o que há de ruim numa salada de batatas bem feita, um lombinho ou um rosbife, um suflê de milho, a salada de alface e tomates e de sobremesa um pudim de leite com ou sem furinhos? E assim caminha a humanidade.
colunas
Aprendendo a cozinhar nos anos 1960Casei com 19 anos e bem burra. Não tinha noção de cozinha, mas gostava de comer. A mãe era boa dona de casa, comidinha simples e gostosa que ela ensinava para alguma moça que chegava do interior. Aos domingos fazia o almoço, repetitivo, mas por isso mesmo bom, empadinhas de camarão que se desmanchavam na boca e frango assado, dourado. Nos anos 1960, eu me vi ignorante na cozinha e noiva, coisa que não combinava na época. Era difícil estudar sobre comida, havia professoras caseiras, mãe de amigas, uma revista semanal ("O Cruzeiro") com uma página de receitas, escrita por Helena Sangirardi. E revistas maravilhosas, americanas –a "Good Housekeeping" e a "Ladie's Home Journal". Estavam a cem anos luz das revistas daqui, e era lá que tinha que me inspirar. O noivo não era muito ligado em comida, comia de tudo e vinha de uma casa onde se cozinhava maravilhosamente bem. A futura sogra montou um caderno com suas receitas, e só percebi que estavam todas erradas pela cara dele, que não reconhecia nenhuma. Lembro que tinha cones de massa recheados com creme de aspargos e bolinhas doces de parmesão, um doce em calda realmente delicioso. As receitas americanas tinham nomes esdrúxulos, fantasiosos, e eram seguidas sem que eu tivesse noção de onde iam dar –ainda tenho um caderno em que, debaixo de uma sobremesa "Surprise!", meu pai escreveu "O chamado pudim de pão". O que aprendíamos, então? Arroz com feijão, jamais, mas eram comidos todos os dias. As receitas mais festivas eram salada de batatas com maionese, tudo cortado muito certo em cubos, camarões ao curry e leite de coco, abóbora recheada com camarões (nada contra, mas a repetição matava). Com esse cardápio, casei, e com uma receita de atum em lata com brócolis ao forno que teria sido inventada pelo demônio para desfazer casamentos. O apartamento era de móveis copiados de uma das tais revistas, inspirados no apartamento da Elizabeth Taylor, nossa musa. Sempre odiei acordar muito cedo, mas cumpria minha missão de recém-casada levantando junto com o marido, numa camisola decolleté, de rendas e cetim que se arrastava pelo chão, com um boleador na mão para transformar em bolinhas o melão e o mamão que o marido comia. Até o dia que ele implorou para que eu deixasse em paz as frutas, que ele gostava mesmo era em boas e polpudas fatias. Meio ofendida, mas supinamente aliviada, recolhi-me ao leito com a camisola rabuda. E fui descobrindo coisas. Ele gostava de comida seca e eu de comida molhada, e nada que se descobria seria proibido comer hoje. A não ser o macarrão. Engatinhávamos no macarrão, sem saber o que era al dente. E além de tudo misturava-se a ele, que ainda não fora apelidado de pasta, um pouco de tudo, com predominância de ervilhas em lata e creme de leite, polvilhado de queijo ralado. Era levado ao forno até que começasse a ficar preto nas bordas. E as bordas era o que havia de mais gostoso. Risoto não existia, era arroz de forno. Aliás, na Itália, ou em alguns lugares da Itália, esse arroz de forno é chamado de risoto. Muito e muito tempo levaríamos para chegar ao arbóreo. Usava-se muita ameixa preta, tanto nos doces como acompanhando salgados. Coisas novas apareciam em latas. Vejo uma reportagem com o título "O que faríamos sem os pêssegos em lata?" e imediatamente me lembro deles, lindos, perfeitos, sem gosto. Bacon sempre ajudou a dar sabor em tudo. Nos Estados Unidos, comia-se carne moída todo dia, bolo de carne, carne misturada ao arroz, nas célebres casseroles, que eram um prato único que a dona de casa misturava geralmente tirando os ingredientes das latas. Quando queríamos arrasar era com haddock e alcaparras, muita gelatina colorida sustentando legumes e frutas. As festas infantis eram bem mais simples. Pensando bem, o que mais evoluiu foi a pâtisserie, os bolos decorados, pois nos contentávamos com docinhos feitos em casa, olho de sogra, cajuzinhos, cocadas. E sanduíches em triângulos com patê e abertos com uma florzinha de tomate e uma salsa fazendo de haste, com guaraná morno. Me lembro de uma festinha gloriosa com um caramanchão de cachos de uvas-passas recheadas de cocada amarela. E o doce de leite feito dentro da lata de leite condensado, que se cozinhava no feijão diário? O estrogonofe desponta com fúria, caminha para a glória e mal sabia que seria tachado de brega per saecula saeculorum e comido escondido até hoje com muita batata palha. Na verdade, a comida de todo dia era arroz, feijão, uma salada, um legume, e uma ave, ou peixe, ou carne. Picadinhos, batata frita, bife, isso que comemos até hoje, sem esquecer a farofa, mas que vai desaparecendo pelo número de panelas e o tempo para se fazer tanta coisa. Já começávamos a querer comidas de outros países, mas jamais alguém provara um sushi, diferentemente da cozinha chinesa, que fazia sucesso com seus dados de abacaxi com porco, dados de galinha com amendoim e camarão empanado com o biscoitinho da sorte no final e a sobremesa de maçã caramelada ou banana. Vocês acreditam que gosto disso tudo, sem esquecer as sopas: creme de lentilhas, ervilhas, com croûtons? Enfim, o que há de ruim numa salada de batatas bem feita, um lombinho ou um rosbife, um suflê de milho, a salada de alface e tomates e de sobremesa um pudim de leite com ou sem furinhos? E assim caminha a humanidade.
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Réplica: Edição da Folha contradiz crítica equilibrada
Escrevi uma peça chamada "O Homem Primitivo"; está em cartaz no teatro Frei Caneca. A dramaturgia contempla, sob diversos ângulos, a renitente assimetria de gênero que assola civilizações desde que o mundo é mundo. Gustavo Fioratti, crítico colaborador da Folha, disse que a peça parte de "uma revisita ao discurso feminista". Não posso revisitar um lugar de onde nunca saí, mas valorizo a maneira como, em sua crítica, Gustavo buscou distribuir de modo equânime autoria e representação entre os dois atores/autores do espetáculo. Costumo citar Caetano para dizer que, enquanto prevalecer o discurso do "macho-adulto-branco-sempre-no-comando", só nos resta torcer por bons machos-adultos-brancos-sempre-no-comando. Pedro Cardoso é um nome vital para a cena cultural brasileira; seja por sua obra como ator e autor de teatro, seja pela inequívoca popularidade conquistada nos anos em que brilhou como um dos mais queridos e inesquecíveis personagens de televisão, ou por ser dono de uma voz que nunca coaduna com mediocridades em geral. Mas o que o torna um artista singular, na opinião passional desta fã incondicional, é a compreensão do lugar que ocupa no mundo. Feministas como eu acreditam que verdadeiras transformações são feitas com o empenho de toda a coletividade. Ao olhar para o mundo, do pedestal privilegiado que a sociedade e o prestígio profissional lhes garantem, e com a generosidade dos homens bons que compartilham o microfone e ajudam a amplificar nossa voz, Pedro e Gustavo fizeram a parte deles. Olharam para o trabalho de uma mulher com respeito. Mas sinto que o tratamento gráfico dado pelo jornal à crítica publicada na última sexta-feira contradiz seu conteúdo. Nada da igualdade que Gustavo observou transparece no modo como a notícia foi veiculada. Os redatores e editores da Folha parecem acatar a ideia hegemônica de que a opinião de um homem valida mais um assunto como o sexismo do que a de uma mulher. Uma mulher falando sobre isso, gosta de reclamar. Um homem, quanta sensibilidade. A crítica não diz isso; as manchetes, fotos e aspas, sim. Aproveito então para convidar a editoria da Folha a refletir sobre os modos sutis de reforçar estereótipos a partir da representação da mulher na mídia. Negar à mulher o mérito de um trabalho intelectual é uma das fronteiras mais violentas desta forma de opressão. Colocar o título "Peça de Pedro Cardoso é a mais inteligente do ano até agora" na versão on-line, e uma foto minha com o rosto coberto na versão impressa, falseia a verdadeira informação. A de que uma mulher e um homem, juntos, escreveram uma peça sobre sexismo, que o jornal recomenda entusiasticamente como a peça mais inteligente do ano até agora. O patriarcado é inventivo e sempre arruma novos meios de nos oprimir. A misoginia é mestre em disfarces. Será que o mesmo teria acontecido em um jornal editado por uma mulher? O que teriam a dizer as 37 colunistas mulheres da Folha? E os 91 colunistas homens? Os comentários que este texto aqui suscitará, posso até profetizar: "Mas ela está reclamando de quê?? A crítica foi ótima, ela tem é ______ (inveja, talento menor, paranoia, raiva, TPM, falta de homem, celulite...)". Escrevo, enfim, apenas para que que a Folha possa, um dia talvez, dizer na manchete que a peça mais inteligente do ano até agora foi escrita, sim e também, por uma mulher. GRAZIELLA MORETTO é atriz e dramatruga
ilustrada
Réplica: Edição da Folha contradiz crítica equilibradaEscrevi uma peça chamada "O Homem Primitivo"; está em cartaz no teatro Frei Caneca. A dramaturgia contempla, sob diversos ângulos, a renitente assimetria de gênero que assola civilizações desde que o mundo é mundo. Gustavo Fioratti, crítico colaborador da Folha, disse que a peça parte de "uma revisita ao discurso feminista". Não posso revisitar um lugar de onde nunca saí, mas valorizo a maneira como, em sua crítica, Gustavo buscou distribuir de modo equânime autoria e representação entre os dois atores/autores do espetáculo. Costumo citar Caetano para dizer que, enquanto prevalecer o discurso do "macho-adulto-branco-sempre-no-comando", só nos resta torcer por bons machos-adultos-brancos-sempre-no-comando. Pedro Cardoso é um nome vital para a cena cultural brasileira; seja por sua obra como ator e autor de teatro, seja pela inequívoca popularidade conquistada nos anos em que brilhou como um dos mais queridos e inesquecíveis personagens de televisão, ou por ser dono de uma voz que nunca coaduna com mediocridades em geral. Mas o que o torna um artista singular, na opinião passional desta fã incondicional, é a compreensão do lugar que ocupa no mundo. Feministas como eu acreditam que verdadeiras transformações são feitas com o empenho de toda a coletividade. Ao olhar para o mundo, do pedestal privilegiado que a sociedade e o prestígio profissional lhes garantem, e com a generosidade dos homens bons que compartilham o microfone e ajudam a amplificar nossa voz, Pedro e Gustavo fizeram a parte deles. Olharam para o trabalho de uma mulher com respeito. Mas sinto que o tratamento gráfico dado pelo jornal à crítica publicada na última sexta-feira contradiz seu conteúdo. Nada da igualdade que Gustavo observou transparece no modo como a notícia foi veiculada. Os redatores e editores da Folha parecem acatar a ideia hegemônica de que a opinião de um homem valida mais um assunto como o sexismo do que a de uma mulher. Uma mulher falando sobre isso, gosta de reclamar. Um homem, quanta sensibilidade. A crítica não diz isso; as manchetes, fotos e aspas, sim. Aproveito então para convidar a editoria da Folha a refletir sobre os modos sutis de reforçar estereótipos a partir da representação da mulher na mídia. Negar à mulher o mérito de um trabalho intelectual é uma das fronteiras mais violentas desta forma de opressão. Colocar o título "Peça de Pedro Cardoso é a mais inteligente do ano até agora" na versão on-line, e uma foto minha com o rosto coberto na versão impressa, falseia a verdadeira informação. A de que uma mulher e um homem, juntos, escreveram uma peça sobre sexismo, que o jornal recomenda entusiasticamente como a peça mais inteligente do ano até agora. O patriarcado é inventivo e sempre arruma novos meios de nos oprimir. A misoginia é mestre em disfarces. Será que o mesmo teria acontecido em um jornal editado por uma mulher? O que teriam a dizer as 37 colunistas mulheres da Folha? E os 91 colunistas homens? Os comentários que este texto aqui suscitará, posso até profetizar: "Mas ela está reclamando de quê?? A crítica foi ótima, ela tem é ______ (inveja, talento menor, paranoia, raiva, TPM, falta de homem, celulite...)". Escrevo, enfim, apenas para que que a Folha possa, um dia talvez, dizer na manchete que a peça mais inteligente do ano até agora foi escrita, sim e também, por uma mulher. GRAZIELLA MORETTO é atriz e dramatruga
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Berrío reviveu nossa esquecida marca registrada
O "dibre", chamado pelos cultos de drible, sempre esteve no DNA do futebol brasileiro. Os mais velhos se lembrarão de Luisinho, o Pequeno Polegar do Corinthians, que pisava na bola, a deixava parada no gramado, acompanhava seu marcador sem ela por um metro e voltava para buscá-la. De Mané Garrincha nem é preciso lembrar, porque até quem ainda não nasceu sabe que jamais alguém dibrou, ou driblou, como ele. Mais recentemente Ronaldo Fenômeno foi autor de dibres desconcertantes e lembrou Pelé que os aplicava em disparadas alucinantes. Prova de que não é preciso ser pequeno como Luisinho, 1,65 m, nem ter as pernas tortas como Garrincha. Ronaldo é alto, 1,83 m, e Pelé um atleta perfeito, a ponto de Paulo Amaral, preparador físico da seleção bicampeã mundial, na Suécia e no Chile, em 1958/62, garantir que, graças à curvatura de seus pés, ele seria recordista mundial dos 100 m se dedicado ao atletismo. O colombiano Orlando Berrío também é forte e alto, com 1,82 m. Com a camisa rubro-negra do Flamengo, no palco de Mané e Pelé, apenas num lance, quando seria substituído como foi, de calcanhar, aplicou um dibre, ou drible, da vaca, em Victor Luis, do Botafogo, e deu para Diego o gol que valeu classificação à final da Copa do Brasil. O lateral esquerdo de ascendência lituana, Zamblauskas no sobrenome, entra para a história do futebol brasileiro como o goleiro argentino Andrada, vítima do 1.000º gol de Pelé, ou como o volante Amaral, que até hoje procura desentortar a coluna depois que, no Pacaembu, num Corinthians x Flamengo, em 1999, Romário aplicou-lhe elástico, como fazia Rivellino, e fez um golaço, no último grande dibre do Século 20. Flamengo e Botafogo faziam um jogo chocho, sem grandes emoções ou chances de gol, até que ele teve a ousadia de desmontar, com arte, a força defensiva do rival. "Berrío corre pra lá Berrío toca pra cá Victor, o bote é pra já! Já era, nem viu passar", sintetizou em haikai o ex-ombudsman desta Folha, Mário Magalhães, repórter de primeira, biógrafo premiado, tocado pelo gol que Berrío proporcionou, encantado a ponto de versejar, porque o dibre tem razões que até a língua portuguesa, inculta e bela, desconhece. Tomara que Berrío inspire outros a seguir sua ousadia. Como fez Jonathan, do Furacão, contra o Corinthians, em jogo recente no Itaquerão, ao fazer fila na quase impenetrável defesa alvinegra como faz Neymar. Porque, como o gol, o dibre é fundamental. MARCAS Jô ter marcado, em Chapecó, o gol 500 do Brasileirão, é coincidência. Ter feito o seu 12º no torneio, não. Como não é o fato de o Corinthians ter sido o único time do G4 a vencer pelo menos uma vez nas duas primeiras rodadas do segundo turno, pois o Grêmio perdeu e empatou, o Santos só empatou e o Palmeiras empatou e perdeu, em casa e para a Chapecoense padecendo de jet lag. CHOQUE-REI Na tabela quem mais precisa de pontos é o São Paulo. No ambiente é o Palmeiras. Aos palmeirenses restaram ficar no G4, afundar, hoje e em casa, o São Paulo na ZR, e depois ganhar do maior rival na Arena Corinthians.
colunas
Berrío reviveu nossa esquecida marca registradaO "dibre", chamado pelos cultos de drible, sempre esteve no DNA do futebol brasileiro. Os mais velhos se lembrarão de Luisinho, o Pequeno Polegar do Corinthians, que pisava na bola, a deixava parada no gramado, acompanhava seu marcador sem ela por um metro e voltava para buscá-la. De Mané Garrincha nem é preciso lembrar, porque até quem ainda não nasceu sabe que jamais alguém dibrou, ou driblou, como ele. Mais recentemente Ronaldo Fenômeno foi autor de dibres desconcertantes e lembrou Pelé que os aplicava em disparadas alucinantes. Prova de que não é preciso ser pequeno como Luisinho, 1,65 m, nem ter as pernas tortas como Garrincha. Ronaldo é alto, 1,83 m, e Pelé um atleta perfeito, a ponto de Paulo Amaral, preparador físico da seleção bicampeã mundial, na Suécia e no Chile, em 1958/62, garantir que, graças à curvatura de seus pés, ele seria recordista mundial dos 100 m se dedicado ao atletismo. O colombiano Orlando Berrío também é forte e alto, com 1,82 m. Com a camisa rubro-negra do Flamengo, no palco de Mané e Pelé, apenas num lance, quando seria substituído como foi, de calcanhar, aplicou um dibre, ou drible, da vaca, em Victor Luis, do Botafogo, e deu para Diego o gol que valeu classificação à final da Copa do Brasil. O lateral esquerdo de ascendência lituana, Zamblauskas no sobrenome, entra para a história do futebol brasileiro como o goleiro argentino Andrada, vítima do 1.000º gol de Pelé, ou como o volante Amaral, que até hoje procura desentortar a coluna depois que, no Pacaembu, num Corinthians x Flamengo, em 1999, Romário aplicou-lhe elástico, como fazia Rivellino, e fez um golaço, no último grande dibre do Século 20. Flamengo e Botafogo faziam um jogo chocho, sem grandes emoções ou chances de gol, até que ele teve a ousadia de desmontar, com arte, a força defensiva do rival. "Berrío corre pra lá Berrío toca pra cá Victor, o bote é pra já! Já era, nem viu passar", sintetizou em haikai o ex-ombudsman desta Folha, Mário Magalhães, repórter de primeira, biógrafo premiado, tocado pelo gol que Berrío proporcionou, encantado a ponto de versejar, porque o dibre tem razões que até a língua portuguesa, inculta e bela, desconhece. Tomara que Berrío inspire outros a seguir sua ousadia. Como fez Jonathan, do Furacão, contra o Corinthians, em jogo recente no Itaquerão, ao fazer fila na quase impenetrável defesa alvinegra como faz Neymar. Porque, como o gol, o dibre é fundamental. MARCAS Jô ter marcado, em Chapecó, o gol 500 do Brasileirão, é coincidência. Ter feito o seu 12º no torneio, não. Como não é o fato de o Corinthians ter sido o único time do G4 a vencer pelo menos uma vez nas duas primeiras rodadas do segundo turno, pois o Grêmio perdeu e empatou, o Santos só empatou e o Palmeiras empatou e perdeu, em casa e para a Chapecoense padecendo de jet lag. CHOQUE-REI Na tabela quem mais precisa de pontos é o São Paulo. No ambiente é o Palmeiras. Aos palmeirenses restaram ficar no G4, afundar, hoje e em casa, o São Paulo na ZR, e depois ganhar do maior rival na Arena Corinthians.
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Inovação ajuda a superar a crise, diz dono da Netshoes
Descendente de armênios, o paulistano Marcio Kumruian começou a trabalhar aos 16 anos, como office-boy, na loja Clóvis Calçados, no centro de São Paulo. Lá ficou por quase dez anos. Passou por várias áreas da empresa. "Foi o único emprego com carteira assinada. Aprendi bastante sobre o ramo e isso me ajudou muito." Hoje, aos 41, comanda uma das maiores lojas on-line de artigos esportivos do Brasil, a Netshoes, que em 2014 faturou R$ 1,2 bilhão -os dados de 2015 não foram divulgados. O negócio próprio, porém, começou no mundo físico. Com quase 20 anos, Kumruian entrou no curso de economia da Universidade Mackenzie e conheceu o primo Hagop Chabab, com quem abriu "um lojinha" de calçados no centro de São Paulo. A Netshoes chegou a ter sete lojas físicas em São Paulo. Uma delas, no shopping Ibirapuera, brinca Kumruian, foi recorde de insucesso: fechou em seis meses. "Ficamos balançados à época, não tínhamos capital. Isso nos forçou a achar outro caminho." No caso, o on-line. DERROTA E REVIRAVOLTA O empresário já tinha familiaridade com informática. Seu primo e sócio lhe ensinara a montar computadores quando o comércio de PCs ainda engatinhava. Quando precisaram dar vazão ao estoque da grande loja que naufragara, os primos partiram para a internet e começaram as vendas virtuais. "Havia a vantagem de que não precisava investir tanto em ponto, fazer reformas. Eu acreditava nessa tendência por saber o que estava acontecendo nos EUA", conta. Vendo o desempenho melhor na venda virtual, decidiram encerrar as lojas físicas em 2007. "Era uma decisão dura. A família achava que tínhamos quebrado." Quase 15 anos depois da inauguração no centro da capital paulista, a Netshoes é uma das maiores lojas on-line de artigos esportivos do mundo. São, em média, 50 milhões de visitantes únicos por mês. A receita líquida passou de R$ 797 milhões, em 2012, para R$ 1,2 bilhão, em 2014, quando a empresa registrou pela primeira vez fluxo de caixa operacional positivo, quantia que permite investir para crescer mais. O ano de 2014, no entanto, ainda fechou com prejuízo, de R$ 93,5 milhões. Segundo a Internet Retailer, empresa americana que estuda o setor, a Netshoes é o sétimo maior e-commerce da América Latina, com vendas de US$ 593 milhões. No ranking, aparece após grandes nomes como a líder B2W Digital -que inclui as marcas Americanas e Submarino- e a CNova, empresa de comércio eletrônico do GPA dona dos sites PontoFrio.com e CasasBahia.com. MOBILE PRIMEIRO Em novembro, Kumruian firmou parceria com operadoras de telefonia móvel -Vivo, TIM, Oi e Claro- para que clientes possam acessar as lojas virtuais do grupo sem consumir o plano de dados. A empresa tem outros investimentos em inovação: "Hoje você pode comprar pelo app, tirar foto do seu cartão e a gente o reconhece, não precisa mais digitar o número. Também reconhecemos produtos por meio de fotos que o cliente envia." O grupo tem sites na Argentina e no México e coordena 20 lojas virtuais na América Latina, como as de NBA, UFC e clubes de futebol. De acordo com Kumruian, os principais países da América Latina são muito parecidos. "Economia instável, dólar como fator muito importante, burocráticos." Ele os compara ao filme "De Volta para o Futuro". "O Brasil é mais avançado. Quando estamos lá, pensamos: 'Já vimos esse filme'. É como se voltássemos três ou quatro anos." "Mas a tecnologia dá saltos. Acredito que, até o fim de 2020, todo o mundo estará muito parecido." Para o presidente-executivo, um Mercosul livre de barreiras ajudaria muito. "Hoje precisamos ter um centro de distribuição em cada país. Não é como na Europa em que há um bloco sem fronteiras." * Folha - Como a instabilidade político-econômica tem afetado o grupo? Marcio Kumruian - Ninguém gosta de crise. Primeiro, a sociedade precisa se unir para dar um caminho claro para o país. Temos um problema político a ser resolvido o mais rápido possível para, aí sim, melhorar a economia. Embates políticos são obstáculos para um ajuste fiscal, por exemplo. Sou totalmente contra o aumento de impostos, toda a cadeia já está muito sobrecarregada. Precisamos de desoneração, ampliação de consumo e, com isso, gerar mais renda, mais riqueza. E o que a Netshoes faz para manter as vendas, atrair o consumidor? Neste momento de crise, olhando pela visão do consumidor, vemos que a cesta está mais cara, temos inflação, aumento do preço de água, energia. Tentamos não ter repasse de preço. Olhamos para o consumidor e vemos a redução do poder de compra. Vemos que ele precisa gastar ou investir melhor o tempo e o dinheiro dele. Com isso, entendo que a internet como ferramenta de pesquisa seja o melhor aliado. O on-line leva vantagem sobre o off-line. Por exemplo, fazer uma pesquisa em 30 ou 40 lojas andando, indo de shopping em shopping, de rua em rua, toma muito mais tempo do que acessar um celular ou um computador e encontrar o produto que você quer. Você não precisa de um sábado inteiro para achar algo, não gasta com estacionamento, pode passar mais tempo com a família. Não acha que ainda há insegurança e receio de fazer compra on-line? Você tem a troca natural das gerações. as crianças, por exemplo, já nascem conectadas. Já nascem fazendo comprando na Apple Store. Obviamente a netshoes como empresa de tecnologia tem de disponibilizar ferramentas que ajudam os consumidores nesse tipo de caso. Nós temos os reviews dos consumidores nos produtos, com cadastro obrigatório. o provador 3d. mas acho que essa barreira naturalmente será quebrada. 21 minutos. Como reverter a queda de 2015 no varejo? É um conjunto de fatores. A Netshoes vem mudando o mix, fazendo a tecnologia funcionar a favor do consumidor. O cliente precisa ter acesso a preço e o on-line é um caminho mais fácil do que o off-line. Temos mais velocidade nas mudanças. Por exemplo, se tivermos 150 lojas, mudar as lojas, vitrines, portfólio delas é pesado. Pela internet, conseguimos personalizar o site para cada pessoa e assim, se adequar ao perfil do consumidor. Volume de vendas do varejo - EM % Quais as principais ações de inovação do grupo para o cliente? Uma das características da Netshoes é inovação. Vamos usar muito o mobile pra isso. Aliás, o mobile é o novo melhor amigo, já substituiu o cachorro. Temos agora o projeto 4G, por exemplo, em parceria com as principais operadoras de telefonia [Claro, Oi, Tim e Vivo]. Quem acessa o site e o app não gasta a internet do celular. Já temos mais de 40% dos acessos vindos de mobile. Fizemos um raio-x do Brasil e detectamos 200 milhões de celulares. Cerca de 75%, 80% pré-pagos, com problemas de renovação na sua franquia e muito limitados, e decidimos melhorar a experiência dessas pessoas. Lançamos com o Black November. Hoje você pode comprar pelo app, tirar foto do seu cartão e a gente o reconhece, não precisa mais digitar o número. Também reconhecemos produtos por meio de fotos que o cliente envia. O que acha de ações como uso de drones, que já está no planos do Walmart, por exemplo? A companhia pensa sempre como melhorar a experiência do consumidor. Fazemos entregas de bicicleta, temos entregas no mesmo dia, que não era muito comum. O drone é mais difícil de implementar. Já fizemos essa consulta, mas esbarramos na regulamentação. Na verdade, algumas ações trazem mais visibilidade do que benefício direto ao cliente. Não acredito que um dia veja pela janela 500 mil drones pra lá e pra cá para entregar um pacote. Ainda mais aqui no Brasil, onde um drone pode pousar e sumirem com ele. Como observa o cenário de e-commerce no Brasil? O e-commerce tem muito a crescer. Você tem uma migração de pessoas que compravam offline e agora compram pela internet po algumas razões. O Brasil é um país continental e não é em todo lugar que há grandes lojas. Então o e-commerce democratiza de verdade, ele permite qualquer pessoa, em qualquer lugar tenha acesso aos mesmos produtos. Há 10 anos, muita gente vinha de ônibus para SP para poder comprar. Hoje, a gente vai até o consumidor. O que fazer para aproveitar grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíada, que será no Brasil? A Olimpíada vai ser incrível aqui no Brasil. É multiesporte, sendo a grande diferença com a Copa. A força da Copa é maior, mas acredito que a Olimpíada vai ter um significado importante para o país. Vai divulgar outras modalidades. Espero que os ânimos estejam melhores. Vamos traçar estratégias apropriadas, já que somos um grande vendedor de esportes, mas temos a Zattini, por exemplo, que prioriza a moda. Torcemos para Brasil já esteja num patamar político e econômico melhor. Quais os principais problemas que a empresa enfrenta? Temos dificuldades logísticas. Precisamos de estradas melhores, aeroportos. Os Correios vem fazendo um excelente trabalho nesse sentido, mas é necessária uma melhora na cadeia logística toda. Também uma regulamentação mais clara para o e-commerce. Para se cadastrar, preciso dizer que sou vendedor de artigos esportivos. Mas sou um e-commerce, uma empresa de tecnologia. Em relação a outras barreiras, o país vem andando muito rápido. A cultura das pessoas, bancarização, meios de pagamentos são coisas que superamos, não vejo como uma barreira. Você tem a troca natural das gerações. as crianças, por exemplo, já nascem conectadas. Já nascem fazendo comprando na Apple Store. O grupo tem operações no México e na Argentina. Há muita diferença comparando com o Brasil? Os grandes players da América Latina são muito parecidos. Economia instável, dólar como fator muito importante, muito burocráticos. A vantagem de operar nesses outros países eu comparo ao filme "De Volta para o Futuro". O Brasil é mais avançado no e-commerce. Quando estamos lá sempre pensamos "já vimos esse filme". É como se voltássemos três ou quatro anos. Hoje o cenário nesses países é similar ao do Brasil de 2012. Mas não significa que em 2018, por exemplo, essa diferença vai ser a mesma, porque a tecnologia dá saltos. Acredito que, até o fim de 2020, todo o mundo estará muito parecido em termos de cultura. O México tem uma baixa taxa de cartão de crédito, o que é ruim para o comércio on-line. Lá a gente tem o "cash on delivery". A pessoa compra no site e paga em dinheiro quando recebe o produto. E pensam em expandir operações para outros países? O grupo está aprendendo a expandir. Fizemos a Zattini, temos lojas de clubes. Continuamos olhando os outros países. Um Mercosul com barreira livre ajudaria muito. Hoje precisamos ter um centro de distribuição em cada país. Não é como a Europa em que há um bloco sem fronteiras. Como é a relação do grupo com gigantes da internet, como Google e Facebook? Muito boa. Somos parceiros. Temos encontros trimestrais com o Google em que a gente discute, avalia ferramentas, o que está acontecendo, comportamento e, a cada trimestre, a gente vai reiventando o business. A Netshoes é um dos grandes investidores, compradores de mídia. Parceria total não só no comércio, mas em inovação e transformação no modelo. Eu diria que Google e Facebook são os maiores capturadores de investimentos de mídia hoje. Cerca de 60% do que investimmos na internet. A Black Friday ajuda a salvar o ano? Black Friday é uma data importada dos EUA. Vem com o Dia de Ações de Graça, um feriado americano. Não era uma data sugestiva pro varejo, mas pegou. Não deveria ser um dia só, uma vez que a data não é pra queimar estoques do Natal aqui no Brasil. Por isso criamos o Black November. Qual a diferença do Black November? Criamos para o consumidor comprar com calma. Uma Black Friday te entrega mais de 10 vezes do que um dia normal e nenhuma empresa está preparada para isso. Em todos os aspectos, não é só vender: tem de entregar, atender, tirar dúvida, o site tem de ficar no ar. Mas separamos alguns preços especiais especificamente para a sexta. Então a gente se prepara para um mês inteiro. Contratamos mais 710 funcionários temporários para ter um aumento de vendas estruturado. E como fugir do estereótipo da 'Black Fraude'? Muitos consumidores esperam ter todos os produtos com preços menores. As coisas são um pouco distorcidas às vezes. A intenção da Black Friday é queimar estoque de produtos não vendidos até o Dia de Ação de Graças. Quando isso vem para o Brasil estamos em um período pré-natal. O consumidor precisa entender também que a loja não é obrigada a vender seu site inteiro com desconto. Produtos em lançamento, por exemplo, têm preços normais. Eu tava lendo esses dias: "será que a Apple vai fazer promoção do novo iPhone? Geralmente os produtos mais novos não estão no saldão, mas o modelo anterior provavelmente consta. O consumidor precisa entender as razões de uma Black Friday e não achar que naquele dia tudo vai estar com desconto. As empresas deveriam publicar os preços, quanto era, para quanto foi. Netshoes chegou a ter sete lojas físicas... Como foi esse começo? Começamos em 2000 com a loja na [rua] Maria Antônia. Depois a loja em 2001, no [shopping] Ibirapuera. Foi recorde: a loja mais rápida no shopping em abertura e fechamento [risos]. Não vendia nada, a gente errou. Ficamos balançados à época, não tínhamos capital. Isso nos forçou a achar outro caminho. No caso, foi o on-line. Havia a vantagem de que não precisava investir tanto em ponto, fazer reformas. Era uma coisa em que eu acreditava por saber o que estava acontecendo nos EUA, a tendência. Nós víamos em academias lojas pequenas com 20 m², 25 m², com pouca mercadoria, por motivos óbvios. Pensamos: "o que aconteceria ali se abríssemos um site?". Colocar um totem ali para disponibilizar mais coisas. Compramos três lojas, mas elas começaram a vender mais do que o dobro do que o antigo dono vendia. Um carro nosso entregava na própria academia ou na casa do aluno. Começamos a catequizar as pessoas como comprar pela internet. Chegamos a ter seis lojas em academias e a da [rua] Maria Antônia, de 2002 a 2006. Em abril de 2007, fechamos as lojas físicas. Como foi tomar essa decisão? Era uma decisão dura, porque ninguém fecha uma coisa que teoricamente está crescendo. Só que quando você olhava os números do site e comparava aos das lojas físicas, tínhamos mais segurança de que a internet era o caminho. Empreendedor tem de ter foco, não dá para querer fazer tudo ao mesmo tempo. Não tem dinheiro, tempo nem energia para fazer tudo. Foi uma decisão difícil de a família entender, achavam que a gente estava quebrando. Foi a decisão crucial para a Netshoes decolar. Em 2007, a empresa faturou R$ 29 milhões e nos anos seguintes pulamos para R$ 65 e R$ 160 milhões. * GRUPO NETSHOES Receita líquida: R$ 1,2 bilhão Faturamento R$ 1,5 bilhão Funcionários: mais de 2.000 colaboradores Visitantes únicos: 50 milhões por mês, em média * Nome: Marcio Kumruian Idade: 41 Formação: Economia (Universidade Presbiteriana Mackenzie)
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Inovação ajuda a superar a crise, diz dono da NetshoesDescendente de armênios, o paulistano Marcio Kumruian começou a trabalhar aos 16 anos, como office-boy, na loja Clóvis Calçados, no centro de São Paulo. Lá ficou por quase dez anos. Passou por várias áreas da empresa. "Foi o único emprego com carteira assinada. Aprendi bastante sobre o ramo e isso me ajudou muito." Hoje, aos 41, comanda uma das maiores lojas on-line de artigos esportivos do Brasil, a Netshoes, que em 2014 faturou R$ 1,2 bilhão -os dados de 2015 não foram divulgados. O negócio próprio, porém, começou no mundo físico. Com quase 20 anos, Kumruian entrou no curso de economia da Universidade Mackenzie e conheceu o primo Hagop Chabab, com quem abriu "um lojinha" de calçados no centro de São Paulo. A Netshoes chegou a ter sete lojas físicas em São Paulo. Uma delas, no shopping Ibirapuera, brinca Kumruian, foi recorde de insucesso: fechou em seis meses. "Ficamos balançados à época, não tínhamos capital. Isso nos forçou a achar outro caminho." No caso, o on-line. DERROTA E REVIRAVOLTA O empresário já tinha familiaridade com informática. Seu primo e sócio lhe ensinara a montar computadores quando o comércio de PCs ainda engatinhava. Quando precisaram dar vazão ao estoque da grande loja que naufragara, os primos partiram para a internet e começaram as vendas virtuais. "Havia a vantagem de que não precisava investir tanto em ponto, fazer reformas. Eu acreditava nessa tendência por saber o que estava acontecendo nos EUA", conta. Vendo o desempenho melhor na venda virtual, decidiram encerrar as lojas físicas em 2007. "Era uma decisão dura. A família achava que tínhamos quebrado." Quase 15 anos depois da inauguração no centro da capital paulista, a Netshoes é uma das maiores lojas on-line de artigos esportivos do mundo. São, em média, 50 milhões de visitantes únicos por mês. A receita líquida passou de R$ 797 milhões, em 2012, para R$ 1,2 bilhão, em 2014, quando a empresa registrou pela primeira vez fluxo de caixa operacional positivo, quantia que permite investir para crescer mais. O ano de 2014, no entanto, ainda fechou com prejuízo, de R$ 93,5 milhões. Segundo a Internet Retailer, empresa americana que estuda o setor, a Netshoes é o sétimo maior e-commerce da América Latina, com vendas de US$ 593 milhões. No ranking, aparece após grandes nomes como a líder B2W Digital -que inclui as marcas Americanas e Submarino- e a CNova, empresa de comércio eletrônico do GPA dona dos sites PontoFrio.com e CasasBahia.com. MOBILE PRIMEIRO Em novembro, Kumruian firmou parceria com operadoras de telefonia móvel -Vivo, TIM, Oi e Claro- para que clientes possam acessar as lojas virtuais do grupo sem consumir o plano de dados. A empresa tem outros investimentos em inovação: "Hoje você pode comprar pelo app, tirar foto do seu cartão e a gente o reconhece, não precisa mais digitar o número. Também reconhecemos produtos por meio de fotos que o cliente envia." O grupo tem sites na Argentina e no México e coordena 20 lojas virtuais na América Latina, como as de NBA, UFC e clubes de futebol. De acordo com Kumruian, os principais países da América Latina são muito parecidos. "Economia instável, dólar como fator muito importante, burocráticos." Ele os compara ao filme "De Volta para o Futuro". "O Brasil é mais avançado. Quando estamos lá, pensamos: 'Já vimos esse filme'. É como se voltássemos três ou quatro anos." "Mas a tecnologia dá saltos. Acredito que, até o fim de 2020, todo o mundo estará muito parecido." Para o presidente-executivo, um Mercosul livre de barreiras ajudaria muito. "Hoje precisamos ter um centro de distribuição em cada país. Não é como na Europa em que há um bloco sem fronteiras." * Folha - Como a instabilidade político-econômica tem afetado o grupo? Marcio Kumruian - Ninguém gosta de crise. Primeiro, a sociedade precisa se unir para dar um caminho claro para o país. Temos um problema político a ser resolvido o mais rápido possível para, aí sim, melhorar a economia. Embates políticos são obstáculos para um ajuste fiscal, por exemplo. Sou totalmente contra o aumento de impostos, toda a cadeia já está muito sobrecarregada. Precisamos de desoneração, ampliação de consumo e, com isso, gerar mais renda, mais riqueza. E o que a Netshoes faz para manter as vendas, atrair o consumidor? Neste momento de crise, olhando pela visão do consumidor, vemos que a cesta está mais cara, temos inflação, aumento do preço de água, energia. Tentamos não ter repasse de preço. Olhamos para o consumidor e vemos a redução do poder de compra. Vemos que ele precisa gastar ou investir melhor o tempo e o dinheiro dele. Com isso, entendo que a internet como ferramenta de pesquisa seja o melhor aliado. O on-line leva vantagem sobre o off-line. Por exemplo, fazer uma pesquisa em 30 ou 40 lojas andando, indo de shopping em shopping, de rua em rua, toma muito mais tempo do que acessar um celular ou um computador e encontrar o produto que você quer. Você não precisa de um sábado inteiro para achar algo, não gasta com estacionamento, pode passar mais tempo com a família. Não acha que ainda há insegurança e receio de fazer compra on-line? Você tem a troca natural das gerações. as crianças, por exemplo, já nascem conectadas. Já nascem fazendo comprando na Apple Store. Obviamente a netshoes como empresa de tecnologia tem de disponibilizar ferramentas que ajudam os consumidores nesse tipo de caso. Nós temos os reviews dos consumidores nos produtos, com cadastro obrigatório. o provador 3d. mas acho que essa barreira naturalmente será quebrada. 21 minutos. Como reverter a queda de 2015 no varejo? É um conjunto de fatores. A Netshoes vem mudando o mix, fazendo a tecnologia funcionar a favor do consumidor. O cliente precisa ter acesso a preço e o on-line é um caminho mais fácil do que o off-line. Temos mais velocidade nas mudanças. Por exemplo, se tivermos 150 lojas, mudar as lojas, vitrines, portfólio delas é pesado. Pela internet, conseguimos personalizar o site para cada pessoa e assim, se adequar ao perfil do consumidor. Volume de vendas do varejo - EM % Quais as principais ações de inovação do grupo para o cliente? Uma das características da Netshoes é inovação. Vamos usar muito o mobile pra isso. Aliás, o mobile é o novo melhor amigo, já substituiu o cachorro. Temos agora o projeto 4G, por exemplo, em parceria com as principais operadoras de telefonia [Claro, Oi, Tim e Vivo]. Quem acessa o site e o app não gasta a internet do celular. Já temos mais de 40% dos acessos vindos de mobile. Fizemos um raio-x do Brasil e detectamos 200 milhões de celulares. Cerca de 75%, 80% pré-pagos, com problemas de renovação na sua franquia e muito limitados, e decidimos melhorar a experiência dessas pessoas. Lançamos com o Black November. Hoje você pode comprar pelo app, tirar foto do seu cartão e a gente o reconhece, não precisa mais digitar o número. Também reconhecemos produtos por meio de fotos que o cliente envia. O que acha de ações como uso de drones, que já está no planos do Walmart, por exemplo? A companhia pensa sempre como melhorar a experiência do consumidor. Fazemos entregas de bicicleta, temos entregas no mesmo dia, que não era muito comum. O drone é mais difícil de implementar. Já fizemos essa consulta, mas esbarramos na regulamentação. Na verdade, algumas ações trazem mais visibilidade do que benefício direto ao cliente. Não acredito que um dia veja pela janela 500 mil drones pra lá e pra cá para entregar um pacote. Ainda mais aqui no Brasil, onde um drone pode pousar e sumirem com ele. Como observa o cenário de e-commerce no Brasil? O e-commerce tem muito a crescer. Você tem uma migração de pessoas que compravam offline e agora compram pela internet po algumas razões. O Brasil é um país continental e não é em todo lugar que há grandes lojas. Então o e-commerce democratiza de verdade, ele permite qualquer pessoa, em qualquer lugar tenha acesso aos mesmos produtos. Há 10 anos, muita gente vinha de ônibus para SP para poder comprar. Hoje, a gente vai até o consumidor. O que fazer para aproveitar grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíada, que será no Brasil? A Olimpíada vai ser incrível aqui no Brasil. É multiesporte, sendo a grande diferença com a Copa. A força da Copa é maior, mas acredito que a Olimpíada vai ter um significado importante para o país. Vai divulgar outras modalidades. Espero que os ânimos estejam melhores. Vamos traçar estratégias apropriadas, já que somos um grande vendedor de esportes, mas temos a Zattini, por exemplo, que prioriza a moda. Torcemos para Brasil já esteja num patamar político e econômico melhor. Quais os principais problemas que a empresa enfrenta? Temos dificuldades logísticas. Precisamos de estradas melhores, aeroportos. Os Correios vem fazendo um excelente trabalho nesse sentido, mas é necessária uma melhora na cadeia logística toda. Também uma regulamentação mais clara para o e-commerce. Para se cadastrar, preciso dizer que sou vendedor de artigos esportivos. Mas sou um e-commerce, uma empresa de tecnologia. Em relação a outras barreiras, o país vem andando muito rápido. A cultura das pessoas, bancarização, meios de pagamentos são coisas que superamos, não vejo como uma barreira. Você tem a troca natural das gerações. as crianças, por exemplo, já nascem conectadas. Já nascem fazendo comprando na Apple Store. O grupo tem operações no México e na Argentina. Há muita diferença comparando com o Brasil? Os grandes players da América Latina são muito parecidos. Economia instável, dólar como fator muito importante, muito burocráticos. A vantagem de operar nesses outros países eu comparo ao filme "De Volta para o Futuro". O Brasil é mais avançado no e-commerce. Quando estamos lá sempre pensamos "já vimos esse filme". É como se voltássemos três ou quatro anos. Hoje o cenário nesses países é similar ao do Brasil de 2012. Mas não significa que em 2018, por exemplo, essa diferença vai ser a mesma, porque a tecnologia dá saltos. Acredito que, até o fim de 2020, todo o mundo estará muito parecido em termos de cultura. O México tem uma baixa taxa de cartão de crédito, o que é ruim para o comércio on-line. Lá a gente tem o "cash on delivery". A pessoa compra no site e paga em dinheiro quando recebe o produto. E pensam em expandir operações para outros países? O grupo está aprendendo a expandir. Fizemos a Zattini, temos lojas de clubes. Continuamos olhando os outros países. Um Mercosul com barreira livre ajudaria muito. Hoje precisamos ter um centro de distribuição em cada país. Não é como a Europa em que há um bloco sem fronteiras. Como é a relação do grupo com gigantes da internet, como Google e Facebook? Muito boa. Somos parceiros. Temos encontros trimestrais com o Google em que a gente discute, avalia ferramentas, o que está acontecendo, comportamento e, a cada trimestre, a gente vai reiventando o business. A Netshoes é um dos grandes investidores, compradores de mídia. Parceria total não só no comércio, mas em inovação e transformação no modelo. Eu diria que Google e Facebook são os maiores capturadores de investimentos de mídia hoje. Cerca de 60% do que investimmos na internet. A Black Friday ajuda a salvar o ano? Black Friday é uma data importada dos EUA. Vem com o Dia de Ações de Graça, um feriado americano. Não era uma data sugestiva pro varejo, mas pegou. Não deveria ser um dia só, uma vez que a data não é pra queimar estoques do Natal aqui no Brasil. Por isso criamos o Black November. Qual a diferença do Black November? Criamos para o consumidor comprar com calma. Uma Black Friday te entrega mais de 10 vezes do que um dia normal e nenhuma empresa está preparada para isso. Em todos os aspectos, não é só vender: tem de entregar, atender, tirar dúvida, o site tem de ficar no ar. Mas separamos alguns preços especiais especificamente para a sexta. Então a gente se prepara para um mês inteiro. Contratamos mais 710 funcionários temporários para ter um aumento de vendas estruturado. E como fugir do estereótipo da 'Black Fraude'? Muitos consumidores esperam ter todos os produtos com preços menores. As coisas são um pouco distorcidas às vezes. A intenção da Black Friday é queimar estoque de produtos não vendidos até o Dia de Ação de Graças. Quando isso vem para o Brasil estamos em um período pré-natal. O consumidor precisa entender também que a loja não é obrigada a vender seu site inteiro com desconto. Produtos em lançamento, por exemplo, têm preços normais. Eu tava lendo esses dias: "será que a Apple vai fazer promoção do novo iPhone? Geralmente os produtos mais novos não estão no saldão, mas o modelo anterior provavelmente consta. O consumidor precisa entender as razões de uma Black Friday e não achar que naquele dia tudo vai estar com desconto. As empresas deveriam publicar os preços, quanto era, para quanto foi. Netshoes chegou a ter sete lojas físicas... Como foi esse começo? Começamos em 2000 com a loja na [rua] Maria Antônia. Depois a loja em 2001, no [shopping] Ibirapuera. Foi recorde: a loja mais rápida no shopping em abertura e fechamento [risos]. Não vendia nada, a gente errou. Ficamos balançados à época, não tínhamos capital. Isso nos forçou a achar outro caminho. No caso, foi o on-line. Havia a vantagem de que não precisava investir tanto em ponto, fazer reformas. Era uma coisa em que eu acreditava por saber o que estava acontecendo nos EUA, a tendência. Nós víamos em academias lojas pequenas com 20 m², 25 m², com pouca mercadoria, por motivos óbvios. Pensamos: "o que aconteceria ali se abríssemos um site?". Colocar um totem ali para disponibilizar mais coisas. Compramos três lojas, mas elas começaram a vender mais do que o dobro do que o antigo dono vendia. Um carro nosso entregava na própria academia ou na casa do aluno. Começamos a catequizar as pessoas como comprar pela internet. Chegamos a ter seis lojas em academias e a da [rua] Maria Antônia, de 2002 a 2006. Em abril de 2007, fechamos as lojas físicas. Como foi tomar essa decisão? Era uma decisão dura, porque ninguém fecha uma coisa que teoricamente está crescendo. Só que quando você olhava os números do site e comparava aos das lojas físicas, tínhamos mais segurança de que a internet era o caminho. Empreendedor tem de ter foco, não dá para querer fazer tudo ao mesmo tempo. Não tem dinheiro, tempo nem energia para fazer tudo. Foi uma decisão difícil de a família entender, achavam que a gente estava quebrando. Foi a decisão crucial para a Netshoes decolar. Em 2007, a empresa faturou R$ 29 milhões e nos anos seguintes pulamos para R$ 65 e R$ 160 milhões. * GRUPO NETSHOES Receita líquida: R$ 1,2 bilhão Faturamento R$ 1,5 bilhão Funcionários: mais de 2.000 colaboradores Visitantes únicos: 50 milhões por mês, em média * Nome: Marcio Kumruian Idade: 41 Formação: Economia (Universidade Presbiteriana Mackenzie)
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Reforma do polo de cinema da Vera Cruz é apresentada em São Bernardo
A Prefeitura de São Bernardo do Campo e a Telem, empresa de infraestrutura para entretenimento, apresentam nesta quarta (5) o projeto de revitalização do polo cinematográfico de Vera Cruz. Criado em 1949 pelo empresário Franco Zampari, o local operou até 1973 e produziu, em seus anos de ouro, filmes como "O Cangaceiro", de Lima Barreto, e produções de Mazzaropi. A Telem investirá R$ 158 milhões para reformar e explorar o polo pelo período dos próximos 30 anos. A Folha teve acesso ao projeto, que contará com sete estúdios numa área total de 10 mil m² (quase dois campos de futebol), que pode ser conferido abaixo:
ilustrada
Reforma do polo de cinema da Vera Cruz é apresentada em São BernardoA Prefeitura de São Bernardo do Campo e a Telem, empresa de infraestrutura para entretenimento, apresentam nesta quarta (5) o projeto de revitalização do polo cinematográfico de Vera Cruz. Criado em 1949 pelo empresário Franco Zampari, o local operou até 1973 e produziu, em seus anos de ouro, filmes como "O Cangaceiro", de Lima Barreto, e produções de Mazzaropi. A Telem investirá R$ 158 milhões para reformar e explorar o polo pelo período dos próximos 30 anos. A Folha teve acesso ao projeto, que contará com sete estúdios numa área total de 10 mil m² (quase dois campos de futebol), que pode ser conferido abaixo:
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Estatuto da família?
Nestes dias, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou (por 17 votos a cinco) o Projeto de Lei n. 6.583/2013, do deputado Anderson Ferreira (PR-PE). Esse projeto pretende instituir um Estatuto da Família, ou seja, uma série de normas e disposições pelas quais a "entidade familiar" teria direitos próprios e seria alvo de políticas públicas para ser apoiada e valorizada. Mesmo se for aprovada no plenário, a iniciativa será provavelmente decretada inconstitucional, porque, desde seu art. 2, ela define a família como "o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher", o que exclui milhares de famílias constituídas de outra forma e, por exemplo, contraria o reconhecimento da união homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal. O projeto pede que a família tenha "direito à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania e à convivência comunitária". Eu achava que esses fossem direitos do cidadão, ou seja, do indivíduo –quer ele viva em família, sozinho, com amigos ou com seu cachorro e seu gato, tanto faz. O projeto também pretende instituir, no ensino fundamental, uma disciplina que se chamaria "educação para família". Espero que a disciplina seja optativa e que os pais possam exigir que seja substituída por uma "educação para o celibato", por exemplo. O projeto institui um Dia Nacional de Valorização da Família (21 de outubro), que seja celebrado nas escolas. Opa, mais um feriado. Não falta a ideia de "promover a realização de estudos relativos à família" –os quais, obviamente, já existem em grande quantidade e, em geral, sugerem mais cautela quanto a essa instituição. Claro que não sou "contra a família": até agora, ninguém conseguiu substituí-la na sua função (desesperada e impossível) de criar filhos. Mas, de lá a fazer o elogio da família como instituição, o passo é longo e estranho. Aliás, os únicos que poderiam mesmo elogiar a família são os psicoterapeutas, os psiquiatras, os psicólogos e os psicanalistas, pois o ofício deles é popular e indispensável graças às sequelas neuróticas que a família sempre deixa nos que ela cria. Os defensores tradicionais da família são os Estados totalitários e muitas religiões instituídas. Um dos maiores defensores da família, por exemplo, foi o Estado fascista italiano, que criou um imposto sobre o celibato, recolhido pela Obra Nacional da Maternidade e Infância, a qual distribuía subsídios às famílias numerosas, organizava casamentos em massa etc. A defesa da família pelos totalitarismos e pelas religiões instituídas é ligada à ideia de que a família seja um bom instrumento de transmissão das crenças. Os católicos a defenderiam por esperar que a "família cristã" crie filhos cristãos, assim como a família fascista criaria filhos fascistas. Trata-se de uma ilusão. A família não é um bom instrumento de reprodução das ideias ou dos comportamentos sociais: muito mais que adesão, ela produz rebeldia dos filhos (este é seu maior sucesso, aliás: o de encorajar revolta e, portanto, uma certa liberdade). A família, dizem alguns, é um valor cristão. Isso é bizarro: ela é um valor, sim, mas no Antigo Testamento (o quinto mandamento pede para honrar o pai e a mãe), que funda a religião de uma coletividade (o povo eleito). Essa religião não é a religião do indivíduo inventada pelo cristianismo. Para o cristianismo, não há coletividade que importe mais do que a decisão íntima e singular do indivíduo. Nos Evangelhos, seguir Cristo é um ato do indivíduo livre, contra a família. "E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna" (Mateus 19:29). "Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14:26). "Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram" (Mateus 4:21 e 4:22). Em suma, os defensores da família 1) esperam a reprodução social, mas recolherão rebeldia, 2) vão contra a liberdade do indivíduo, que é o maior legado cristão.
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Estatuto da família?Nestes dias, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou (por 17 votos a cinco) o Projeto de Lei n. 6.583/2013, do deputado Anderson Ferreira (PR-PE). Esse projeto pretende instituir um Estatuto da Família, ou seja, uma série de normas e disposições pelas quais a "entidade familiar" teria direitos próprios e seria alvo de políticas públicas para ser apoiada e valorizada. Mesmo se for aprovada no plenário, a iniciativa será provavelmente decretada inconstitucional, porque, desde seu art. 2, ela define a família como "o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher", o que exclui milhares de famílias constituídas de outra forma e, por exemplo, contraria o reconhecimento da união homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal. O projeto pede que a família tenha "direito à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania e à convivência comunitária". Eu achava que esses fossem direitos do cidadão, ou seja, do indivíduo –quer ele viva em família, sozinho, com amigos ou com seu cachorro e seu gato, tanto faz. O projeto também pretende instituir, no ensino fundamental, uma disciplina que se chamaria "educação para família". Espero que a disciplina seja optativa e que os pais possam exigir que seja substituída por uma "educação para o celibato", por exemplo. O projeto institui um Dia Nacional de Valorização da Família (21 de outubro), que seja celebrado nas escolas. Opa, mais um feriado. Não falta a ideia de "promover a realização de estudos relativos à família" –os quais, obviamente, já existem em grande quantidade e, em geral, sugerem mais cautela quanto a essa instituição. Claro que não sou "contra a família": até agora, ninguém conseguiu substituí-la na sua função (desesperada e impossível) de criar filhos. Mas, de lá a fazer o elogio da família como instituição, o passo é longo e estranho. Aliás, os únicos que poderiam mesmo elogiar a família são os psicoterapeutas, os psiquiatras, os psicólogos e os psicanalistas, pois o ofício deles é popular e indispensável graças às sequelas neuróticas que a família sempre deixa nos que ela cria. Os defensores tradicionais da família são os Estados totalitários e muitas religiões instituídas. Um dos maiores defensores da família, por exemplo, foi o Estado fascista italiano, que criou um imposto sobre o celibato, recolhido pela Obra Nacional da Maternidade e Infância, a qual distribuía subsídios às famílias numerosas, organizava casamentos em massa etc. A defesa da família pelos totalitarismos e pelas religiões instituídas é ligada à ideia de que a família seja um bom instrumento de transmissão das crenças. Os católicos a defenderiam por esperar que a "família cristã" crie filhos cristãos, assim como a família fascista criaria filhos fascistas. Trata-se de uma ilusão. A família não é um bom instrumento de reprodução das ideias ou dos comportamentos sociais: muito mais que adesão, ela produz rebeldia dos filhos (este é seu maior sucesso, aliás: o de encorajar revolta e, portanto, uma certa liberdade). A família, dizem alguns, é um valor cristão. Isso é bizarro: ela é um valor, sim, mas no Antigo Testamento (o quinto mandamento pede para honrar o pai e a mãe), que funda a religião de uma coletividade (o povo eleito). Essa religião não é a religião do indivíduo inventada pelo cristianismo. Para o cristianismo, não há coletividade que importe mais do que a decisão íntima e singular do indivíduo. Nos Evangelhos, seguir Cristo é um ato do indivíduo livre, contra a família. "E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna" (Mateus 19:29). "Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14:26). "Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram" (Mateus 4:21 e 4:22). Em suma, os defensores da família 1) esperam a reprodução social, mas recolherão rebeldia, 2) vão contra a liberdade do indivíduo, que é o maior legado cristão.
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Opening of Rio-2016 Is Praised by International Press; See the Reaction
FROM SÃO PAULO "Olympics Open With Spectacle in Rio", proclaimed the headline of the "New York Times" on Saturday morning, the 6th. The American newspaper wasn't the only one to offer its praise regarding the opening of the Olympic Games. The majority of international news vehicles covered the ceremony as a success, although some highlighted episodes beyond the festivities, like the protests on Friday (the 5th) and the booing of interim President Michel Temer. The British newspaper "The Guardian" highlighted the themes chosen by the organizers. "Opening Ceremony Delivers Brazilian Welcome to the World - and a Message about Climate Change", it declared on its site. The "Washington Post" published "Rio's Olympic Opening Ceremonies had Low Budget, High Appeal". "The Wall Street Journal" printed that "Olympics in Rio Open with Pomp and Relief". The German site "Deutsche Welle" described the opening as "with mixed sentiments". While remembering the "protests outside of the stadium and the booing of the President" the vehicle wrote "a happy ending for a tragic hero", in reference to Vanderlei Cordeiro de Lima, who lit the Olympic cauldron, and who became famous after Athens-2004 when a spectator tackled him. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *Abandoned Parents of Babies with Microcephaly Go to Court in Brazil *Federal Police Report Shows That Lula Instructed Renovation of Country House *'The Olympics Could Be a Game-Changing Moment in Our Lives," Says Syrian Refugee
esporte
Opening of Rio-2016 Is Praised by International Press; See the Reaction FROM SÃO PAULO "Olympics Open With Spectacle in Rio", proclaimed the headline of the "New York Times" on Saturday morning, the 6th. The American newspaper wasn't the only one to offer its praise regarding the opening of the Olympic Games. The majority of international news vehicles covered the ceremony as a success, although some highlighted episodes beyond the festivities, like the protests on Friday (the 5th) and the booing of interim President Michel Temer. The British newspaper "The Guardian" highlighted the themes chosen by the organizers. "Opening Ceremony Delivers Brazilian Welcome to the World - and a Message about Climate Change", it declared on its site. The "Washington Post" published "Rio's Olympic Opening Ceremonies had Low Budget, High Appeal". "The Wall Street Journal" printed that "Olympics in Rio Open with Pomp and Relief". The German site "Deutsche Welle" described the opening as "with mixed sentiments". While remembering the "protests outside of the stadium and the booing of the President" the vehicle wrote "a happy ending for a tragic hero", in reference to Vanderlei Cordeiro de Lima, who lit the Olympic cauldron, and who became famous after Athens-2004 when a spectator tackled him. Translated by LLOYD HARDER Read the article in the original language +Latest news in English *Abandoned Parents of Babies with Microcephaly Go to Court in Brazil *Federal Police Report Shows That Lula Instructed Renovation of Country House *'The Olympics Could Be a Game-Changing Moment in Our Lives," Says Syrian Refugee
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Sem desconto da Petrobras, gás não é competitivo, dizem distribuidores
A Abegás (associação das empresas distribuidoras de gás canalizado) vem pleiteando que a Petrobras não retire os descontos concedidos às companhias que distribuem gás natural. O pedido da entidade data de outubro. A proposta do setor pretende dar ao mercado uma previsibilidade de preço e tornar o gás competitivo com os outros combustíveis que também são vendidos pela Petrobras, segundo a associação. Em diversas ocasiões, a Abegás tentou alertar a companhia que o preço do gás praticado no país está muito alto em comparação ao resto do mundo e que isso prejudica a atividade empresarial de todos os consumidores, principalmente os do segmento industrial, segundo Augusto Salomon, presidente-executivo da associação. "Essa prática de preço tem feito com que consumidores busquem combustíveis alternativos e mais baratos. Isso tem provocado uma queda do uso de gás natural e aumento da poluição", diz Salomon. "A retirada de desconto tornará o gás natural não competitivo com os demais combustíveis", completa. Os contratos NPP (Nova Política de Preços) são reajustados trimestralmente e a cada reajuste, desde 2011, a Petrobras tem aplicado descontos para manter a competitividade do gás. Desde janeiro, o percentual do desconto que era em média de 36% vem caindo e está em 30%. Procurada desde meados de dezembro, a Petrobras acabou informando que não iria se pronunciar. Em resposta à Abegás, a estatal afirmou que não é obrigada a manter os descontos e não definiu quando e de que forma os descontos serão suspensos. * Fabricante de máquina agrícola tem queda maior que o projetado A Agrale, fabricante de máquinas agrícolas e chassis de ônibus, encerrou 2014 com uma queda no faturamento estimada em 13%. A retração já era prevista, pois a empresa registrou uma expansão acelerada nos últimos dois anos –de 36%– que era difícil de ser mantida. O que não havia sido projetado era que a retração fosse tão acentuada. "Esperávamos que chegasse a até 9%", afirma o presidente da companhia, Hugo Zattera. Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos anos, as exportações ajudaram a manter a receita da companhia. Elas avançaram 33% entre janeiro e novembro. "Com a depreciação do real, voltamos a ser mais competitivos internacionalmente e as vendas para fora compensaram um pouco as perdas internas." A empresa tem trabalhado tanto destinos na América Latina como na África. "Temos projetos para instalarmos fábricas em outros países, mas eles ainda dependem de volumes mínimos [de venda] e de comprometimento local", acrescenta. Para 2015, o executivo prevê uma nova queda no faturamento. Desta vez, mais amena. "Deverá haver dificuldade nos financiamentos. Os bancos estão muito seletivos", afirma. Em 2013, o faturamento atingiu R$ 1,258 milhões. * Verde em alta Após vender 220 mil cópias em dois anos de "Desperte o Milionário que Há em Você" (ed. Gente) no Brasil, Carlos Wizard Martins, fundador da Wizard e presidente da rede Mundo Verde, vê seu livro no exterior. A expectativa do autor é em um ano comercializar 50 mil exemplares da versão em mandarim, que chegou à China em dezembro passado pela editora Jinghua. Em Portugal, a edição inicial da 4 estações terá 10 mil exemplares. Como empresário, Martins também prevê expansão da rede de produtos "naturais". "Em 2015, vamos abrir 120 lojas. Será um crescimento muito maior que em 2014, quando inauguramos 50 pontos de venda." A meta da empresa adquirida em agosto é chegar em 2018 com 650 unidades –hoje são 335_ e R$ 1 bilhão de faturamento. A rede encerrou o ano de 2014 com R$ 400 milhões de faturamento. "O Brasil tem 40 novos milionários por dia. Enquanto alguns reclamam do PIB, tem muita gente fazendo fortuna", diz. "O empreendedor é um sonhador. Ele acredita em seu projeto e vai em busca dele", afirma. O objetivo do empresário é se igualar à líder americana do setor e ser a "Whole Foods Market" [rede americana de 360 lojas especializadas em alimentação natural e orgânica] brasileira, relata Martins. "Abrir o capital não faz parte do projeto imediato porque ainda temos muita expansão pela frente." * com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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Sem desconto da Petrobras, gás não é competitivo, dizem distribuidoresA Abegás (associação das empresas distribuidoras de gás canalizado) vem pleiteando que a Petrobras não retire os descontos concedidos às companhias que distribuem gás natural. O pedido da entidade data de outubro. A proposta do setor pretende dar ao mercado uma previsibilidade de preço e tornar o gás competitivo com os outros combustíveis que também são vendidos pela Petrobras, segundo a associação. Em diversas ocasiões, a Abegás tentou alertar a companhia que o preço do gás praticado no país está muito alto em comparação ao resto do mundo e que isso prejudica a atividade empresarial de todos os consumidores, principalmente os do segmento industrial, segundo Augusto Salomon, presidente-executivo da associação. "Essa prática de preço tem feito com que consumidores busquem combustíveis alternativos e mais baratos. Isso tem provocado uma queda do uso de gás natural e aumento da poluição", diz Salomon. "A retirada de desconto tornará o gás natural não competitivo com os demais combustíveis", completa. Os contratos NPP (Nova Política de Preços) são reajustados trimestralmente e a cada reajuste, desde 2011, a Petrobras tem aplicado descontos para manter a competitividade do gás. Desde janeiro, o percentual do desconto que era em média de 36% vem caindo e está em 30%. Procurada desde meados de dezembro, a Petrobras acabou informando que não iria se pronunciar. Em resposta à Abegás, a estatal afirmou que não é obrigada a manter os descontos e não definiu quando e de que forma os descontos serão suspensos. * Fabricante de máquina agrícola tem queda maior que o projetado A Agrale, fabricante de máquinas agrícolas e chassis de ônibus, encerrou 2014 com uma queda no faturamento estimada em 13%. A retração já era prevista, pois a empresa registrou uma expansão acelerada nos últimos dois anos –de 36%– que era difícil de ser mantida. O que não havia sido projetado era que a retração fosse tão acentuada. "Esperávamos que chegasse a até 9%", afirma o presidente da companhia, Hugo Zattera. Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos anos, as exportações ajudaram a manter a receita da companhia. Elas avançaram 33% entre janeiro e novembro. "Com a depreciação do real, voltamos a ser mais competitivos internacionalmente e as vendas para fora compensaram um pouco as perdas internas." A empresa tem trabalhado tanto destinos na América Latina como na África. "Temos projetos para instalarmos fábricas em outros países, mas eles ainda dependem de volumes mínimos [de venda] e de comprometimento local", acrescenta. Para 2015, o executivo prevê uma nova queda no faturamento. Desta vez, mais amena. "Deverá haver dificuldade nos financiamentos. Os bancos estão muito seletivos", afirma. Em 2013, o faturamento atingiu R$ 1,258 milhões. * Verde em alta Após vender 220 mil cópias em dois anos de "Desperte o Milionário que Há em Você" (ed. Gente) no Brasil, Carlos Wizard Martins, fundador da Wizard e presidente da rede Mundo Verde, vê seu livro no exterior. A expectativa do autor é em um ano comercializar 50 mil exemplares da versão em mandarim, que chegou à China em dezembro passado pela editora Jinghua. Em Portugal, a edição inicial da 4 estações terá 10 mil exemplares. Como empresário, Martins também prevê expansão da rede de produtos "naturais". "Em 2015, vamos abrir 120 lojas. Será um crescimento muito maior que em 2014, quando inauguramos 50 pontos de venda." A meta da empresa adquirida em agosto é chegar em 2018 com 650 unidades –hoje são 335_ e R$ 1 bilhão de faturamento. A rede encerrou o ano de 2014 com R$ 400 milhões de faturamento. "O Brasil tem 40 novos milionários por dia. Enquanto alguns reclamam do PIB, tem muita gente fazendo fortuna", diz. "O empreendedor é um sonhador. Ele acredita em seu projeto e vai em busca dele", afirma. O objetivo do empresário é se igualar à líder americana do setor e ser a "Whole Foods Market" [rede americana de 360 lojas especializadas em alimentação natural e orgânica] brasileira, relata Martins. "Abrir o capital não faz parte do projeto imediato porque ainda temos muita expansão pela frente." * com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
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Prefeitos cobram do Planalto medidas para aliviar caixa dos municípios
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, recebeu nesta quinta-feira (13) dirigentes da FNP (Frente Nacional de Prefeitos) que cobraram do governo medidas para aliviar o caixa dos municípios, como a renegociação dos prazos para pagamentos de precatórios e o uso dos recursos de depósitos judiciais. Participaram da audiência no gabinete do ministro os prefeitos Marcio Lacerda (Belo Horizonte), Artur Virgílio (Manaus), Luiz Marinho (São Bernardo do Campo) e Maguito Vilela (Aparecida de Goiânia). A FNP tem feito um périplo por Brasília desde abril, quando se reuniu com a presidente Dilma Rousseff. Em seguida, os prefeitos tiveram encontros com o vice-presidente Michel Temer e com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os prefeitos cobraram de Mercadante avanços na construção de uma agenda federativa permanente com o Planalto. A criação de uma mesa com representantes do governo federal e das prefeituras foi prometida à diretoria executiva da FNP em abril pela presidente e reforçada por Temer, mas o projeto não saiu do papel até agora. No início da semana, a FNP divulgou uma carta aberta em que pediu "diálogo" entre os Poderes para superar a crise política e econômica que acomete o país, posição diferente de outras entidades de municípios que enviarão representantes a Brasília para engrossar os protestos contra o governo marcados para o próximo domingo (16).
poder
Prefeitos cobram do Planalto medidas para aliviar caixa dos municípiosO ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, recebeu nesta quinta-feira (13) dirigentes da FNP (Frente Nacional de Prefeitos) que cobraram do governo medidas para aliviar o caixa dos municípios, como a renegociação dos prazos para pagamentos de precatórios e o uso dos recursos de depósitos judiciais. Participaram da audiência no gabinete do ministro os prefeitos Marcio Lacerda (Belo Horizonte), Artur Virgílio (Manaus), Luiz Marinho (São Bernardo do Campo) e Maguito Vilela (Aparecida de Goiânia). A FNP tem feito um périplo por Brasília desde abril, quando se reuniu com a presidente Dilma Rousseff. Em seguida, os prefeitos tiveram encontros com o vice-presidente Michel Temer e com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os prefeitos cobraram de Mercadante avanços na construção de uma agenda federativa permanente com o Planalto. A criação de uma mesa com representantes do governo federal e das prefeituras foi prometida à diretoria executiva da FNP em abril pela presidente e reforçada por Temer, mas o projeto não saiu do papel até agora. No início da semana, a FNP divulgou uma carta aberta em que pediu "diálogo" entre os Poderes para superar a crise política e econômica que acomete o país, posição diferente de outras entidades de municípios que enviarão representantes a Brasília para engrossar os protestos contra o governo marcados para o próximo domingo (16).
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A outra ponta
Mesmo quem segue de perto a Operação Lava Jato haverá de perder a conta em algum momento –se é que já não a perdeu. Tantas são as fases em que se desdobra a investigação da Polícia Federal sobre as propinas em contratos da Petrobras que a memória de seus detalhes naturalmente se perde no colossal conjunto do escândalo. Tendo recebido o nome de Radioatividade, a mais recente etapa, desencadeada na terça-feira (28), é a 16ª da série, não havendo quem possa prever quantas mais virão. Um aspecto, contudo, diferencia este capítulo dos que o precederam. Pela primeira vez, as lentes escrutinadoras se voltam para o setor elétrico. Estão sob suspeita, entre outras, as obras de construção da usina nuclear de Angra 3, estimadas em R$ 15 bilhões. Do valor dos contratos, terá sido cobrado 1% em benefício de dirigentes da Eletronuclear. O presidente licenciado da estatal, o almirante da reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva, teve sua prisão temporária decretada. Se o almirante –que nos anos 1970 e 1980 dirigiu o programa secreto de enriquecimento de urânio da Marinha– aparece pela primeira vez na crônica aberta pelo petrolão, o mesmo não se pode dizer de outras peças da negociata elétrica. Lá estão, sem surpresa, empreiteiras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC. Veio de dirigentes destas duas últimas empresas, já presos e em conformidade com o acordo de delação premiada, a denúncia das irregularidades na Eletronuclear. Também as obras da hidrelétrica de Belo Monte e as relações das empreiteiras com a Eletrobras foram citadas por Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, e Ricardo Pessoa, dono da UTC. Siga-se a linha pontilhada dos depoimentos, das acusações e dos contratos e o círculo se completa com o nome do ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e com seu partido onipresente e incansável, o PMDB. Avancini afirma que a Camargo Corrêa pagou R$ 10 milhões ao peemedebista, senador pelo Maranhão; da parte da UTC, Ricardo Pessoa acrescenta que também no âmbito do Tribunal de Contas da União correram gratificações de modo a que se aprovasse Angra 3. Novas frentes de investigação se descerram, portanto, num universo cujas fronteiras ninguém se arrisca a delimitar. Não são tantas, é verdade, as empreiteiras com o porte necessário para atividades desse nível. Mas se multiplicam os políticos que, dentro do PMDB, do PT e de outros partidos, ocupam a outra ponta do esquema –e as ações da Justiça a esse respeito seguem ritmo bem mais lento. É tempo de vê-los diante das autoridades a se explicar sobre seus atos. [email protected]
opiniao
A outra pontaMesmo quem segue de perto a Operação Lava Jato haverá de perder a conta em algum momento –se é que já não a perdeu. Tantas são as fases em que se desdobra a investigação da Polícia Federal sobre as propinas em contratos da Petrobras que a memória de seus detalhes naturalmente se perde no colossal conjunto do escândalo. Tendo recebido o nome de Radioatividade, a mais recente etapa, desencadeada na terça-feira (28), é a 16ª da série, não havendo quem possa prever quantas mais virão. Um aspecto, contudo, diferencia este capítulo dos que o precederam. Pela primeira vez, as lentes escrutinadoras se voltam para o setor elétrico. Estão sob suspeita, entre outras, as obras de construção da usina nuclear de Angra 3, estimadas em R$ 15 bilhões. Do valor dos contratos, terá sido cobrado 1% em benefício de dirigentes da Eletronuclear. O presidente licenciado da estatal, o almirante da reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva, teve sua prisão temporária decretada. Se o almirante –que nos anos 1970 e 1980 dirigiu o programa secreto de enriquecimento de urânio da Marinha– aparece pela primeira vez na crônica aberta pelo petrolão, o mesmo não se pode dizer de outras peças da negociata elétrica. Lá estão, sem surpresa, empreiteiras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC. Veio de dirigentes destas duas últimas empresas, já presos e em conformidade com o acordo de delação premiada, a denúncia das irregularidades na Eletronuclear. Também as obras da hidrelétrica de Belo Monte e as relações das empreiteiras com a Eletrobras foram citadas por Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, e Ricardo Pessoa, dono da UTC. Siga-se a linha pontilhada dos depoimentos, das acusações e dos contratos e o círculo se completa com o nome do ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e com seu partido onipresente e incansável, o PMDB. Avancini afirma que a Camargo Corrêa pagou R$ 10 milhões ao peemedebista, senador pelo Maranhão; da parte da UTC, Ricardo Pessoa acrescenta que também no âmbito do Tribunal de Contas da União correram gratificações de modo a que se aprovasse Angra 3. Novas frentes de investigação se descerram, portanto, num universo cujas fronteiras ninguém se arrisca a delimitar. Não são tantas, é verdade, as empreiteiras com o porte necessário para atividades desse nível. Mas se multiplicam os políticos que, dentro do PMDB, do PT e de outros partidos, ocupam a outra ponta do esquema –e as ações da Justiça a esse respeito seguem ritmo bem mais lento. É tempo de vê-los diante das autoridades a se explicar sobre seus atos. [email protected]
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HBO contrata Duvivier para fazer piada com situação política do país
Foi a partir de um vídeo de uma polêmica declaração de Michel Temer que o apresentador John Oliver comentou, no último domingo (12), as reações ao Dia Internacional da Mulher em todo o mundo. Na comparação, Vladimir Putin foi considerado pelo apresentador um "modelo de sensibilidade" diante da fala de Temer, que disse que só a mulher é capaz de indicar "desajustes" de preço no supermercado, entre outras pérolas. Este é um exemplo de como o clima quente da política brasileira se tornou prato cheio para atrações que fazem piada com os acontecimentos, como é o caso do americano "Last Week Tonight", de Oliver, na HBO. Para repetir o sucesso dos EUA, a emissora tem levado a produção para outros países e, em maio, estreia a versão brasileira, a ser apresentada por Gregorio Duvivier, humorista e colunista da Folha. "O formato vem se popularizando nos Estados Unidos nos últimos 20 anos, quando se descobriu esse nicho. Aqui, a questão era encontrar a pessoa e adaptar o formato", diz Roberto Rios, vice-presidente de produção da HBO na América Latina. Ainda sem título anunciado, o novo programa terá 20 episódios de 30 minutos e vai ao ar às sextas (o de Oliver é aos domingos). Rios afirmou que Duvivier terá liberdade para falar de todos os assuntos, além de poder levar seu estilo ao programa. A ideia da HBO é que o fato mais quente da semana seja comentado, mesmo que seja preciso alterar o que seria levado ao ar na última hora. "Nas eleições dos EUA, a gente sabia que a vitória de Donald Trump impactaria o México. Então, não podíamos gravar o programa antes do resultado e dizer 'quem será que vai ganhar a eleição?' ou 'o que acontecerá com o México se Trump vencer?'. Tínhamos de começar com 'Trump ganhou'", diz Rios. Apesar de as comparações com Oliver serem inevitáveis, é em Chumel Torres, comandante da versão mexicana da atração, que a HBO vê semelhanças com Duvivier. Assim como o brasileiro (que ganhou destaque quando canal Porta dos Fundos estourou no YouTube), Chumel já era uma webcelebridade antes de ir para a TV. ALÉM DO AVIÃO Entre as 14 produções brasileiras da HBO previstas para os próximos anos (veja quador ao lado) está "Santos=Dumont", uma minissérie de seis horas sobre a vida do inventor do avião 14 Bis. "Se a gente fizesse um longa, ia ficar só no que é falado sempre sobre ele: o relógio Cartier, ir de dirigível tomar um café em Paris, que quase morreu uma vez e da fobia do número sete. A gente quer contar a história de maneira mais completa", diz Rios. * AS NOVIDADES Séries de ficção Além de "Santos=Dumont" e do programa de Duvivier, a HBO terá "A Vida Secreta dos Casais", escrita e protagonizada por Bruna Lombardi, a terceira temporada de "Psi" e a segunda de "O Hipnotizador" Séries documentais São sete novidades, a começar pela segunda temporada de "A Grande Luta". Há também "Fora do Armário", "Milton - Pelo Mundo" (sobre Milton Nascimento), "O Nome Dela É Gal" (de Gal Costa), "Outros Tempos - Velhos", "Trabalho Escravo" e "Transamazônica" Filmes documentais "Ópera Aberta", com o diretor Fernando Meirelles no comando de uma ópera em Belém e "Primeiro Bailarino", sobre Thiago Soares, do Royal Ballet de Londres
ilustrada
HBO contrata Duvivier para fazer piada com situação política do paísFoi a partir de um vídeo de uma polêmica declaração de Michel Temer que o apresentador John Oliver comentou, no último domingo (12), as reações ao Dia Internacional da Mulher em todo o mundo. Na comparação, Vladimir Putin foi considerado pelo apresentador um "modelo de sensibilidade" diante da fala de Temer, que disse que só a mulher é capaz de indicar "desajustes" de preço no supermercado, entre outras pérolas. Este é um exemplo de como o clima quente da política brasileira se tornou prato cheio para atrações que fazem piada com os acontecimentos, como é o caso do americano "Last Week Tonight", de Oliver, na HBO. Para repetir o sucesso dos EUA, a emissora tem levado a produção para outros países e, em maio, estreia a versão brasileira, a ser apresentada por Gregorio Duvivier, humorista e colunista da Folha. "O formato vem se popularizando nos Estados Unidos nos últimos 20 anos, quando se descobriu esse nicho. Aqui, a questão era encontrar a pessoa e adaptar o formato", diz Roberto Rios, vice-presidente de produção da HBO na América Latina. Ainda sem título anunciado, o novo programa terá 20 episódios de 30 minutos e vai ao ar às sextas (o de Oliver é aos domingos). Rios afirmou que Duvivier terá liberdade para falar de todos os assuntos, além de poder levar seu estilo ao programa. A ideia da HBO é que o fato mais quente da semana seja comentado, mesmo que seja preciso alterar o que seria levado ao ar na última hora. "Nas eleições dos EUA, a gente sabia que a vitória de Donald Trump impactaria o México. Então, não podíamos gravar o programa antes do resultado e dizer 'quem será que vai ganhar a eleição?' ou 'o que acontecerá com o México se Trump vencer?'. Tínhamos de começar com 'Trump ganhou'", diz Rios. Apesar de as comparações com Oliver serem inevitáveis, é em Chumel Torres, comandante da versão mexicana da atração, que a HBO vê semelhanças com Duvivier. Assim como o brasileiro (que ganhou destaque quando canal Porta dos Fundos estourou no YouTube), Chumel já era uma webcelebridade antes de ir para a TV. ALÉM DO AVIÃO Entre as 14 produções brasileiras da HBO previstas para os próximos anos (veja quador ao lado) está "Santos=Dumont", uma minissérie de seis horas sobre a vida do inventor do avião 14 Bis. "Se a gente fizesse um longa, ia ficar só no que é falado sempre sobre ele: o relógio Cartier, ir de dirigível tomar um café em Paris, que quase morreu uma vez e da fobia do número sete. A gente quer contar a história de maneira mais completa", diz Rios. * AS NOVIDADES Séries de ficção Além de "Santos=Dumont" e do programa de Duvivier, a HBO terá "A Vida Secreta dos Casais", escrita e protagonizada por Bruna Lombardi, a terceira temporada de "Psi" e a segunda de "O Hipnotizador" Séries documentais São sete novidades, a começar pela segunda temporada de "A Grande Luta". Há também "Fora do Armário", "Milton - Pelo Mundo" (sobre Milton Nascimento), "O Nome Dela É Gal" (de Gal Costa), "Outros Tempos - Velhos", "Trabalho Escravo" e "Transamazônica" Filmes documentais "Ópera Aberta", com o diretor Fernando Meirelles no comando de uma ópera em Belém e "Primeiro Bailarino", sobre Thiago Soares, do Royal Ballet de Londres
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Registros minam versão de Cunha para requerimentos investigados na Lava Jato
Levantamento nos arquivos eletrônicos da Câmara dos Deputados coloca em xeque o argumento apresentado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para negar sua relação com dois requerimentos de informação que teriam sido usados para achacar empresas fornecedoras da Petrobras. A ligação do deputado com esses papéis é um dos principais elementos apontados pela Procuradoria-Geral da República para incluir Cunha entre os políticos suspeitos de participação no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na estatal. Os requerimentos foram apresentados na Câmara em 2011 pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), correligionária de Cunha. Eles pediam às autoridades informações sobre contratos da Petrobras com a Mitsui. O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato, disse à Justiça que os requerimentos foram apresentados a mando de Cunha e teriam o objetivo de pressionar um representante da empresa a retomar pagamentos de propina ao PMDB. Cunha disse num primeiro momento que não tinha nada a ver com os requerimentos. Em abril, a Folha revelou que o nome "dep. Eduardo Cunha" aparece como autor dos arquivos de computador em que eles foram redigidos. A partir de então, o peemedebista passou a dizer que assessores seus podem ter sido usados para redigir os documentos, já que seu gabinete era frequentemente requisitado por deputados do PMDB do Rio, especialmente novatos, como Solange na época. Na semana passada, a Folha analisou todos os 443 requerimentos apresentados pelos 13 deputados do PMDB do Rio que exerciam mandato em 2011. Com exceção dos que o próprio Cunha apresentou e dos dois de Solange, nenhum outro exibe o nome do deputado como seu autor. ASSESSORES Na maioria dos casos, figura como autor do arquivos, normalmente produzidos no processador de textos Word, o ponto ou os nomes de assessores dos respectivos gabinetes. Em vários dos casos, o registro está em branco ou sem identificação individual, de acordo com o levantamento. Cunha havia dito que uma assessora sua prestaria serviços nas comissões da Câmara para outros deputados do PMDB fluminense. Uma auxiliar de Cunha, Maria Claudia de Vasconcelos Batista Medeiros, aparece como autora de requerimentos de outros peemedebistas, mas sempre com o seu nome. Ou seja, usava o seu próprio ponto e senha para acessar o sistema. A expressão "dep. Eduardo Cunha" só apareceria com o ingresso no sistema digital do ponto e da senha pessoal e intransferível de Cunha. O presidente da Câmara afirmou que passava sua senha para os assessores usarem. Neste domingo (24), o jornal "O Globo" revelou que Cunha também aparece nos registros eletrônicos da Câmara como autor de um requerimento apresentado pelo deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ) em 2011, um pedido de informações sobre uma licitação do Instituto Militar de Engenharia, ligado ao Exército. OUTRO LADO O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a negar ter relação com os requerimentos de informação investigados pela Operação Lava Jato e afirmou que os assessores de seu gabinete costumavam usar sua senha na época em que eles foram redigidos. Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, um auxiliar pode ter feito os requerimentos apresentados em 2011 pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Cunha disse também que não vê relevância na constatação de que os requerimentos suspeitos são os únicos a trazerem o seu nome –com exceção de papéis reconhecidamente elaborados pelo gabinete do deputado federal. "Se foi alguém da minha assessoria, pode ter feito com a minha senha. Não vejo nenhum problema. Ou já aproveitou um computador aberto na minha senha para fazer o trabalho", afirmou Cunha. O deputado acrescentou que pessoas da sua equipe "usavam a senha para poder trabalhar nas minhas coisas que têm a obrigação da senha". Cunha disse que a assessora Maria Cláudia Medeiros era uma das que trabalhavam com sua senha pessoal. Questionado sobre requerimentos apresentados pelo deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ), que também parecem ter sido feitos em seu gabinete, como revelado pelo "O Globo", Cunha repetiu o argumento. "Pode, ao exemplo da Solange, ter sido a assessoria do meu gabinete. Acabariam tendo minha senha", disse. Cunha afirmou ainda que esses casos reforçam a importância do recente ato baixado pela mesa diretora da Câmara para disciplinar o uso das senhas dos deputados.
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Registros minam versão de Cunha para requerimentos investigados na Lava JatoLevantamento nos arquivos eletrônicos da Câmara dos Deputados coloca em xeque o argumento apresentado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para negar sua relação com dois requerimentos de informação que teriam sido usados para achacar empresas fornecedoras da Petrobras. A ligação do deputado com esses papéis é um dos principais elementos apontados pela Procuradoria-Geral da República para incluir Cunha entre os políticos suspeitos de participação no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na estatal. Os requerimentos foram apresentados na Câmara em 2011 pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), correligionária de Cunha. Eles pediam às autoridades informações sobre contratos da Petrobras com a Mitsui. O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato, disse à Justiça que os requerimentos foram apresentados a mando de Cunha e teriam o objetivo de pressionar um representante da empresa a retomar pagamentos de propina ao PMDB. Cunha disse num primeiro momento que não tinha nada a ver com os requerimentos. Em abril, a Folha revelou que o nome "dep. Eduardo Cunha" aparece como autor dos arquivos de computador em que eles foram redigidos. A partir de então, o peemedebista passou a dizer que assessores seus podem ter sido usados para redigir os documentos, já que seu gabinete era frequentemente requisitado por deputados do PMDB do Rio, especialmente novatos, como Solange na época. Na semana passada, a Folha analisou todos os 443 requerimentos apresentados pelos 13 deputados do PMDB do Rio que exerciam mandato em 2011. Com exceção dos que o próprio Cunha apresentou e dos dois de Solange, nenhum outro exibe o nome do deputado como seu autor. ASSESSORES Na maioria dos casos, figura como autor do arquivos, normalmente produzidos no processador de textos Word, o ponto ou os nomes de assessores dos respectivos gabinetes. Em vários dos casos, o registro está em branco ou sem identificação individual, de acordo com o levantamento. Cunha havia dito que uma assessora sua prestaria serviços nas comissões da Câmara para outros deputados do PMDB fluminense. Uma auxiliar de Cunha, Maria Claudia de Vasconcelos Batista Medeiros, aparece como autora de requerimentos de outros peemedebistas, mas sempre com o seu nome. Ou seja, usava o seu próprio ponto e senha para acessar o sistema. A expressão "dep. Eduardo Cunha" só apareceria com o ingresso no sistema digital do ponto e da senha pessoal e intransferível de Cunha. O presidente da Câmara afirmou que passava sua senha para os assessores usarem. Neste domingo (24), o jornal "O Globo" revelou que Cunha também aparece nos registros eletrônicos da Câmara como autor de um requerimento apresentado pelo deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ) em 2011, um pedido de informações sobre uma licitação do Instituto Militar de Engenharia, ligado ao Exército. OUTRO LADO O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a negar ter relação com os requerimentos de informação investigados pela Operação Lava Jato e afirmou que os assessores de seu gabinete costumavam usar sua senha na época em que eles foram redigidos. Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, um auxiliar pode ter feito os requerimentos apresentados em 2011 pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Cunha disse também que não vê relevância na constatação de que os requerimentos suspeitos são os únicos a trazerem o seu nome –com exceção de papéis reconhecidamente elaborados pelo gabinete do deputado federal. "Se foi alguém da minha assessoria, pode ter feito com a minha senha. Não vejo nenhum problema. Ou já aproveitou um computador aberto na minha senha para fazer o trabalho", afirmou Cunha. O deputado acrescentou que pessoas da sua equipe "usavam a senha para poder trabalhar nas minhas coisas que têm a obrigação da senha". Cunha disse que a assessora Maria Cláudia Medeiros era uma das que trabalhavam com sua senha pessoal. Questionado sobre requerimentos apresentados pelo deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ), que também parecem ter sido feitos em seu gabinete, como revelado pelo "O Globo", Cunha repetiu o argumento. "Pode, ao exemplo da Solange, ter sido a assessoria do meu gabinete. Acabariam tendo minha senha", disse. Cunha afirmou ainda que esses casos reforçam a importância do recente ato baixado pela mesa diretora da Câmara para disciplinar o uso das senhas dos deputados.
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Análise: Jogadores acertam com boas escolhas para o guarda-roupa de festa de gala
Mais uma vez o "look" vinho não deu sorte a Lionel Messi. Apesar de mais discreto que o duvidoso costume berrante da mesma cor usado por ele no prêmio Bola de Ouro do ano passado, seu terno da segunda-feira (12), agora puxado para um tom de roxo, não o ajudou a conquistar o prêmio de melhor do mundo da Fifa na cerimônia ocorrida em Zurique. Embora ousado, qualidade rara na moda masculina, o conjunto de colete, calça e blazer também não lhe renderia o pódio dos mais bem vestidos. Cortado pela dupla de estilistas italianos Dolce & Gabbana, o terno foi embaçado pelos bons gols dos jogadores para um guarda-roupa de gala. As camisas brancas e os ternos convencionais deram lugar a produções de preto total, lapelas de cores diferentes e gravatas borboletas mais divertidas, detalhes pouco convencionais em uma seara ainda um tanto machista quanto a do futebol. O holandês Arjen Robben, por exemplo, deu personalidade ao "look" com uma camisa de botões pretos e uma gravata borboleta na mesma cor repleta de poás brancos –as mesmas bolinhas que Messi optou por usar em 2013, na mesma cerimônia, e escorregou. Já o meia Toni Kroos, um dos destaques do Real Madrid, surgiu com um conjunto elegante de preto total que mesclava tecidos acetinados e opacos. O contraste com a pele branca caiu bem no jogador alemão. Tanto o português Cristiano Ronaldo quanto o espanhol Andrés Iniesta elegeram a combinação de azul e preto com a variação de cor na lapela. Enquanto Ronaldo usou o azul como cor principal do costume, Iniesta apostou num tom claro de azul na lapela acetinada. O arrojo estético dos jogadores, além de refletir o interesse crescente dos homens por moda, mostra que o esporte é um terreno cada vez mais disputado pelas grifes, hoje dominado pelas italianas Giorgio Armani, Ermenegildo Zegna e Dolce & Gabbana. TENDÊNCIA Uma pesquisa feita no Brasil pela consultoria de tendências Box 1824, à época da Copa do Mundo de 2014, revelou que os homens, em geral, veem em jogadores como Neymar, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi seus referenciais de estilo e de comportamento. O vinho-Messi pode, em breve, virar tendência.
esporte
Análise: Jogadores acertam com boas escolhas para o guarda-roupa de festa de galaMais uma vez o "look" vinho não deu sorte a Lionel Messi. Apesar de mais discreto que o duvidoso costume berrante da mesma cor usado por ele no prêmio Bola de Ouro do ano passado, seu terno da segunda-feira (12), agora puxado para um tom de roxo, não o ajudou a conquistar o prêmio de melhor do mundo da Fifa na cerimônia ocorrida em Zurique. Embora ousado, qualidade rara na moda masculina, o conjunto de colete, calça e blazer também não lhe renderia o pódio dos mais bem vestidos. Cortado pela dupla de estilistas italianos Dolce & Gabbana, o terno foi embaçado pelos bons gols dos jogadores para um guarda-roupa de gala. As camisas brancas e os ternos convencionais deram lugar a produções de preto total, lapelas de cores diferentes e gravatas borboletas mais divertidas, detalhes pouco convencionais em uma seara ainda um tanto machista quanto a do futebol. O holandês Arjen Robben, por exemplo, deu personalidade ao "look" com uma camisa de botões pretos e uma gravata borboleta na mesma cor repleta de poás brancos –as mesmas bolinhas que Messi optou por usar em 2013, na mesma cerimônia, e escorregou. Já o meia Toni Kroos, um dos destaques do Real Madrid, surgiu com um conjunto elegante de preto total que mesclava tecidos acetinados e opacos. O contraste com a pele branca caiu bem no jogador alemão. Tanto o português Cristiano Ronaldo quanto o espanhol Andrés Iniesta elegeram a combinação de azul e preto com a variação de cor na lapela. Enquanto Ronaldo usou o azul como cor principal do costume, Iniesta apostou num tom claro de azul na lapela acetinada. O arrojo estético dos jogadores, além de refletir o interesse crescente dos homens por moda, mostra que o esporte é um terreno cada vez mais disputado pelas grifes, hoje dominado pelas italianas Giorgio Armani, Ermenegildo Zegna e Dolce & Gabbana. TENDÊNCIA Uma pesquisa feita no Brasil pela consultoria de tendências Box 1824, à época da Copa do Mundo de 2014, revelou que os homens, em geral, veem em jogadores como Neymar, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi seus referenciais de estilo e de comportamento. O vinho-Messi pode, em breve, virar tendência.
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Quem pode cair deve ser solidário, diz Dilma sobre ajuda que deu a ciclista
A presidente Dilma Rousseff surpreendeu jornalistas nesta sexta-feira (25) ao misturar seu hábito de andar de bicicleta com as dificuldades políticas que tem enfrentado no Brasil desde o início de seu segundo mandato, em janeiro deste ano. Em tom descontraído, Dilma comentou o episódio em que parou seu exercício diário para esperar socorro a um ciclista que havia caído nas imediações do Palácio da Alvorada, há dez dias. "Todos nós, que podemos cair, temos que ser solidários". E, após uma pausa de alguns segundos, emendou sorrindo: "no sentido amplo da palavra". Em seguida, questionada sobre as difíceis negociações travadas com o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, para fechar a reforma ministerial, Dilma mais uma vez sorriu e disse que seu carro havia chegado e, portanto, não poderia continuar ali. Nesta sexta-feira a presidente assistiu ao discurso do papa Francisco na sede da ONU, reuniu-se com ministros e assessores para fechar os detalhes de seus discursos e das metas do Brasil para a redução de emissões de gases do efeito estufa, o INDC, e concedeu uma entrevista exclusiva para a emissora de TV americana CNN. Alem disso, fez sua primeira reunião bilateral em meio aos encontros da ONU, com o presidente do Irã, Hassan Rouhani. Segundo Dilma, os países estão "retomando as relações" e vão construir "oportunidades" entre empresários iranianos e brasileiros, com investimentos. "Estamos fazendo um esforço grande para retomar o padrão [de fluxo comercial] que tínhamos antes do bloqueio", declarou a presidente.
poder
Quem pode cair deve ser solidário, diz Dilma sobre ajuda que deu a ciclistaA presidente Dilma Rousseff surpreendeu jornalistas nesta sexta-feira (25) ao misturar seu hábito de andar de bicicleta com as dificuldades políticas que tem enfrentado no Brasil desde o início de seu segundo mandato, em janeiro deste ano. Em tom descontraído, Dilma comentou o episódio em que parou seu exercício diário para esperar socorro a um ciclista que havia caído nas imediações do Palácio da Alvorada, há dez dias. "Todos nós, que podemos cair, temos que ser solidários". E, após uma pausa de alguns segundos, emendou sorrindo: "no sentido amplo da palavra". Em seguida, questionada sobre as difíceis negociações travadas com o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, para fechar a reforma ministerial, Dilma mais uma vez sorriu e disse que seu carro havia chegado e, portanto, não poderia continuar ali. Nesta sexta-feira a presidente assistiu ao discurso do papa Francisco na sede da ONU, reuniu-se com ministros e assessores para fechar os detalhes de seus discursos e das metas do Brasil para a redução de emissões de gases do efeito estufa, o INDC, e concedeu uma entrevista exclusiva para a emissora de TV americana CNN. Alem disso, fez sua primeira reunião bilateral em meio aos encontros da ONU, com o presidente do Irã, Hassan Rouhani. Segundo Dilma, os países estão "retomando as relações" e vão construir "oportunidades" entre empresários iranianos e brasileiros, com investimentos. "Estamos fazendo um esforço grande para retomar o padrão [de fluxo comercial] que tínhamos antes do bloqueio", declarou a presidente.
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Ensaio de bloco carnavalesco reúne milhares em túnel da Paulista
O que seria um "pocket show" do bloco carnavalesco Tarado Ni Você para comemorar os 50 anos do movimento tropicália se transformou em um pré-carnaval com milhares de pessoas tomando a região do túnel José Roberto Fanganiello Melhem, na av. Paulista, na tarde deste domingo (5). O cronograma oficial do Carnaval de Rua paulistano é de 17 de fevereiro a 5 de março de 2017 e cerca de 500 grupos estão cadastrados para fazer cortejos por toda a cidade. Tradicionalmente, o Tarado Ni Você, que homenageia o cantor e compositor Caetano Veloso, desfila pela região central, entre as avenidas Ipiranga e São João. Em 2015 e 2016 o grupo chegou a reunir cerca de 20 mil foliões. Neste ano, o bloco terá como tema "Tropifagia", que segundo os organizadores incentiva as pessoas a "comerem o país tropical". Os foliões são incentivados a levarem mangas para chuparem durante o cortejo. Ainda não há uma estimativa do público que esteve presente no evento deste domingo, que serviu como um "ensaio" do bloco para o seu desfile oficial, marcado para o dia 25 de fevereiro. Centenas de pessoas que foram à avenida para lazer –ela fica fechada para o tráfego, aos domingos–, acabaram aderindo à folia. A partir da próxima sexta-feira (10), dezenas de agremiações carnavalescas devem começar a sair às ruas da cidade, principalmente na região central e na zona oeste.
cotidiano
Ensaio de bloco carnavalesco reúne milhares em túnel da PaulistaO que seria um "pocket show" do bloco carnavalesco Tarado Ni Você para comemorar os 50 anos do movimento tropicália se transformou em um pré-carnaval com milhares de pessoas tomando a região do túnel José Roberto Fanganiello Melhem, na av. Paulista, na tarde deste domingo (5). O cronograma oficial do Carnaval de Rua paulistano é de 17 de fevereiro a 5 de março de 2017 e cerca de 500 grupos estão cadastrados para fazer cortejos por toda a cidade. Tradicionalmente, o Tarado Ni Você, que homenageia o cantor e compositor Caetano Veloso, desfila pela região central, entre as avenidas Ipiranga e São João. Em 2015 e 2016 o grupo chegou a reunir cerca de 20 mil foliões. Neste ano, o bloco terá como tema "Tropifagia", que segundo os organizadores incentiva as pessoas a "comerem o país tropical". Os foliões são incentivados a levarem mangas para chuparem durante o cortejo. Ainda não há uma estimativa do público que esteve presente no evento deste domingo, que serviu como um "ensaio" do bloco para o seu desfile oficial, marcado para o dia 25 de fevereiro. Centenas de pessoas que foram à avenida para lazer –ela fica fechada para o tráfego, aos domingos–, acabaram aderindo à folia. A partir da próxima sexta-feira (10), dezenas de agremiações carnavalescas devem começar a sair às ruas da cidade, principalmente na região central e na zona oeste.
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Em troca de apoio ao distritão, relator ameniza regra para barrar nanicos
O novo relator da reforma política na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentou nesta terça-feira (26) seu texto sustentando todos os pontos defendidos pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –entre eles, a mudança do sistema eleitoral para o chamado distritão a previsão constitucional do financiamento privado das campanhas. Para obter apoio dos pequenos partidos ao distritão, Maia amenizou a regra até então acordada que visava barrar a proliferação dos nanicos. Agora, eles não sofrerão restrição caso elejam pelo menos um deputado federal. Na proposta anterior, teriam que obter um percentual mínimo de votação nos Estados. A reforma política começa a ser votada pelo plenário da Câmara nesta terça. Patrocinador do projeto, Cunha acabou enterrando a comissão especial que discutiu o tema após o colegiado divergir de suas opiniões. O relatório de Maia, que presidia a comissão e está alinhado a Cunha, foi feito tão às pressas que o projeto de emenda à Constituição contém erros de digitação como "sulpência" em vez de "suplência". ORDEM DE VOTAÇÃO O primeiro ponto a ser votado no plenário será o sistema eleitoral. Hoje os deputados são eleitos pelo sistema proporcional, que leva em conta na distribuição das cadeiras toda a votação dada aos candidatos do partido ou coligação, além do voto na legenda. No distritão, bandeira do PMDB E modelo com maior chance de aprovação, são eleitos os candidatos mais votados em cada Estado. O segundo ponto, que também é capitaneado pelo PMDB e tem grande chace de ser aprovado, é o da constitucionalização das doações eleitorais de empresas. A ideia é barrar a tendência do STF (Supremo Tribunal Federal) de proibir a prática. O tribunal já formou maioria nesse sentido, mas o julgamento está suspenso desde o ano passado. Em seu relatório, Maia também estabelece uma "quarentena" de 18 meses para que resoluções do TSE tenham validade. O deputado do DEM traz ainda uma janela de 30 dias, após as medidas entrarem em vigor, para que políticos possam trocar de partido. Para que haja mudanças, as propostas têm que ser aprovadas por pelo menos 60% dos deputados (308 de 513), em dois turnos de votação –e, depois, passar pelo Senado. Com menos chance de aprovação, o relatório de Maia traz ainda a possibilidade de fim da reeleição no Executivo, o fim do voto obrigatório, a unificação das eleições a cada quatro anos e a alteração da posse do presidente da República do dia 1º de janeiro para o primeiro dia útil do ano.
poder
Em troca de apoio ao distritão, relator ameniza regra para barrar nanicosO novo relator da reforma política na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentou nesta terça-feira (26) seu texto sustentando todos os pontos defendidos pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –entre eles, a mudança do sistema eleitoral para o chamado distritão a previsão constitucional do financiamento privado das campanhas. Para obter apoio dos pequenos partidos ao distritão, Maia amenizou a regra até então acordada que visava barrar a proliferação dos nanicos. Agora, eles não sofrerão restrição caso elejam pelo menos um deputado federal. Na proposta anterior, teriam que obter um percentual mínimo de votação nos Estados. A reforma política começa a ser votada pelo plenário da Câmara nesta terça. Patrocinador do projeto, Cunha acabou enterrando a comissão especial que discutiu o tema após o colegiado divergir de suas opiniões. O relatório de Maia, que presidia a comissão e está alinhado a Cunha, foi feito tão às pressas que o projeto de emenda à Constituição contém erros de digitação como "sulpência" em vez de "suplência". ORDEM DE VOTAÇÃO O primeiro ponto a ser votado no plenário será o sistema eleitoral. Hoje os deputados são eleitos pelo sistema proporcional, que leva em conta na distribuição das cadeiras toda a votação dada aos candidatos do partido ou coligação, além do voto na legenda. No distritão, bandeira do PMDB E modelo com maior chance de aprovação, são eleitos os candidatos mais votados em cada Estado. O segundo ponto, que também é capitaneado pelo PMDB e tem grande chace de ser aprovado, é o da constitucionalização das doações eleitorais de empresas. A ideia é barrar a tendência do STF (Supremo Tribunal Federal) de proibir a prática. O tribunal já formou maioria nesse sentido, mas o julgamento está suspenso desde o ano passado. Em seu relatório, Maia também estabelece uma "quarentena" de 18 meses para que resoluções do TSE tenham validade. O deputado do DEM traz ainda uma janela de 30 dias, após as medidas entrarem em vigor, para que políticos possam trocar de partido. Para que haja mudanças, as propostas têm que ser aprovadas por pelo menos 60% dos deputados (308 de 513), em dois turnos de votação –e, depois, passar pelo Senado. Com menos chance de aprovação, o relatório de Maia traz ainda a possibilidade de fim da reeleição no Executivo, o fim do voto obrigatório, a unificação das eleições a cada quatro anos e a alteração da posse do presidente da República do dia 1º de janeiro para o primeiro dia útil do ano.
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Bloqueio de apps por juízes pode fazer da internet brasileira uma caricatura
Na semana passada, pela quarta vez, uma juíza mandou o WhatsApp ser bloqueado em todo o Brasil –nessa ocasião, uma magistrada de Duque de Caxias (RJ). Trata-se de péssimo sintoma: bloqueios de sites na infraestrutura da internet estão virando procedimento "normal" no país. O que é inaceitável. Temos mais de 15 mil juízes de primeira instância. Se cada um puder interferir na infraestrutura da rede e desligar os sites, aplicativos ou serviços que bem entender, será melhor parar de chamar a rede brasileira de internet. Ela se tornará uma caricatura da rede mundial de computadores, em que alguns juízes decidem no lugar dos cidadãos o que podem acessar ou não. Bloquear sites, aplicativos e serviços de internet é conduta típica de países autoritários, como a Arábia Saudita ou a Coreia do Norte. Não é algo que seja compatível com o Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, o Conselho de Direitos Humanos da ONU emitiu uma resolução, em 27 de junho, condenando o bloqueio de sites por órgãos estatais. Nas suas palavras: "[O Conselho] condena inequivocadamente medidas que intencionalmente impeçam ou interfiram no acesso ou disseminação da informação on-line e conclama os Estados a abdicar de tais medidas e cessá-las". Felizmente, esse quadro começou a mudar desta vez. Não só a decisão foi revertida algumas horas depois de ser proferida como quem a reverteu foi o Supremo, por decisão monocrática de Ricardo Lewandowski. O ministro argumenta que bloquear sites viola o direito de livre expressão e comunicação previsto na Constituição. Viola também o Marco Civil da Internet, que assegura a "garantia da liberdade de expressão e comunicação" na internet e a "preservação da estabilidade, da segurança e da funcionalidade da rede". Com isso, espera-se que a decisão ajude a inibir outros juízes de ordenar novos bloqueios. Outro fato relevante foi a entrevista em que o ministro da Justiça disse que o governo irá propor projeto de lei para que empresas "detentoras de informações" sejam obrigadas a ter sede no Brasil, permitindo que "forneçam essas informações". A questão do acesso a dados para investigação judicial é importante e precisa ser equacionada. Esse é um problema global, não só brasileiro. No entanto, obrigar empresas a ter sede no país pode produzir o efeito contrário do esperado. Mais de 99% das empresas de internet não têm sede no país. Se forem obrigadas a se estabelecer aqui, irão optar por não oferecer serviços no país ou simplesmente ignorar a lei. Tal medida tem o potencial de isolar ainda mais a rede brasileira da internet global. Vale lembrar que o Marco Civil já possui mecanismos mais do que contundentes para investigação policial. O que deveria estar sendo debatido é se de fato precisamos de ferramentas ainda mais intrusivas, em um mundo em que a vigilância é a regra, e a privacidade, a exceção. JÁ ERA confiabilidade internacional na estabilidade da internet brasileira JÁ É migrar para o Telegram quando o WhatsApp é bloqueado JÁ VEM migrar para o Signal quando o WhatsApp é bloqueado
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Bloqueio de apps por juízes pode fazer da internet brasileira uma caricaturaNa semana passada, pela quarta vez, uma juíza mandou o WhatsApp ser bloqueado em todo o Brasil –nessa ocasião, uma magistrada de Duque de Caxias (RJ). Trata-se de péssimo sintoma: bloqueios de sites na infraestrutura da internet estão virando procedimento "normal" no país. O que é inaceitável. Temos mais de 15 mil juízes de primeira instância. Se cada um puder interferir na infraestrutura da rede e desligar os sites, aplicativos ou serviços que bem entender, será melhor parar de chamar a rede brasileira de internet. Ela se tornará uma caricatura da rede mundial de computadores, em que alguns juízes decidem no lugar dos cidadãos o que podem acessar ou não. Bloquear sites, aplicativos e serviços de internet é conduta típica de países autoritários, como a Arábia Saudita ou a Coreia do Norte. Não é algo que seja compatível com o Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, o Conselho de Direitos Humanos da ONU emitiu uma resolução, em 27 de junho, condenando o bloqueio de sites por órgãos estatais. Nas suas palavras: "[O Conselho] condena inequivocadamente medidas que intencionalmente impeçam ou interfiram no acesso ou disseminação da informação on-line e conclama os Estados a abdicar de tais medidas e cessá-las". Felizmente, esse quadro começou a mudar desta vez. Não só a decisão foi revertida algumas horas depois de ser proferida como quem a reverteu foi o Supremo, por decisão monocrática de Ricardo Lewandowski. O ministro argumenta que bloquear sites viola o direito de livre expressão e comunicação previsto na Constituição. Viola também o Marco Civil da Internet, que assegura a "garantia da liberdade de expressão e comunicação" na internet e a "preservação da estabilidade, da segurança e da funcionalidade da rede". Com isso, espera-se que a decisão ajude a inibir outros juízes de ordenar novos bloqueios. Outro fato relevante foi a entrevista em que o ministro da Justiça disse que o governo irá propor projeto de lei para que empresas "detentoras de informações" sejam obrigadas a ter sede no Brasil, permitindo que "forneçam essas informações". A questão do acesso a dados para investigação judicial é importante e precisa ser equacionada. Esse é um problema global, não só brasileiro. No entanto, obrigar empresas a ter sede no país pode produzir o efeito contrário do esperado. Mais de 99% das empresas de internet não têm sede no país. Se forem obrigadas a se estabelecer aqui, irão optar por não oferecer serviços no país ou simplesmente ignorar a lei. Tal medida tem o potencial de isolar ainda mais a rede brasileira da internet global. Vale lembrar que o Marco Civil já possui mecanismos mais do que contundentes para investigação policial. O que deveria estar sendo debatido é se de fato precisamos de ferramentas ainda mais intrusivas, em um mundo em que a vigilância é a regra, e a privacidade, a exceção. JÁ ERA confiabilidade internacional na estabilidade da internet brasileira JÁ É migrar para o Telegram quando o WhatsApp é bloqueado JÁ VEM migrar para o Signal quando o WhatsApp é bloqueado
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Cartoon Network anuncia fim de 'Hora da Aventura' para 2018
A cultuada animação "Hora da Aventura" vai acabar em 2018, após oito anos de sua estreia, anunciou o Cartoon Network nesta quinta-feira (29). A série, que conquistou tanto o público infantil, quanto adulto, terá seu fim após a nona temporada, que está em produção. Até lá, a emissora exibirá especiais e episódios inéditos de meia hora cada. Durante os seis anos em que é exibido, o desenho conquistou boas críticas e angariou diversos prêmios, incluindo seis Primetime Emmys e dois BAFTAs. "'Hora da Aventura' mudou a definição do que uma série de TV para crianças poderia ser, e isso teve um impacto ressonante na cultura popular ao redor do mundo", disse chefe de conteúdo do canal Rob Sorcher em comunicado replicado pelo site especializado Deadline. A história foca as aventuras pós-apocalípticas do garoto Finn e seu melhor amigo Jake, um cachorro, e inclui uma série de personagens excêntricos.
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Cartoon Network anuncia fim de 'Hora da Aventura' para 2018A cultuada animação "Hora da Aventura" vai acabar em 2018, após oito anos de sua estreia, anunciou o Cartoon Network nesta quinta-feira (29). A série, que conquistou tanto o público infantil, quanto adulto, terá seu fim após a nona temporada, que está em produção. Até lá, a emissora exibirá especiais e episódios inéditos de meia hora cada. Durante os seis anos em que é exibido, o desenho conquistou boas críticas e angariou diversos prêmios, incluindo seis Primetime Emmys e dois BAFTAs. "'Hora da Aventura' mudou a definição do que uma série de TV para crianças poderia ser, e isso teve um impacto ressonante na cultura popular ao redor do mundo", disse chefe de conteúdo do canal Rob Sorcher em comunicado replicado pelo site especializado Deadline. A história foca as aventuras pós-apocalípticas do garoto Finn e seu melhor amigo Jake, um cachorro, e inclui uma série de personagens excêntricos.
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Leia versão ampliada e original, em inglês, de texto sobre feira de armas
Leia a seguir a versão completa, em inglês, da tese apresentada pela jornalista Adriana Küchler ao programa de mestrado em jornalismo em artes e cultura da Universidade Columbia —adaptada e traduzida nesta matéria. * Guns, ducks and country Inside the 650,000-square-foot complex where the Great American Outdoor Show takes place, right at the end of the Shooting Sports hall and just behind the Precision Small Arms store, a ten-year-old sells children's books. His name is Robert H. Jacobs III and his father is the author. There are nine titles available, including "My First Rifle," "My First BB Gun," "My First Bow," "Little Jake on Safari," "Little Jake Hunts Alaska," and the newly released "The Elk Princess." His father started to write these books after trying to buy literature online on the subject for his kids. "Do you mean anti-hunting books?" the Internet corrected him when he first searched. "Not one children's hunting book!" says Robert III, a particularly articulate boy from Oak City, Utah, who wears glasses and a fake bear claw necklace. "The real ones are not legal anymore," he says. He got his first BB gun for Christmas when he was five or six. Now the proud owner of a BB gun, a .22-caliber rifle and two bows-"I can also shoot pistols, even though I don't have any"-little Robert likes to hunt "pretty much everything: antelope, elk and stuff." It felt pretty good to kill an antelope, Robert says, though he wasn't the one to kill it; his father did. Actually, he has never killed an animal with a gun, just birds with a slingshot. When you kill an animal, he tells me, you will have mixed feelings about it. "Teddy Roosevelt killed a squirrel one time and this is how he stopped hunting. He felt mixed emotions." His father's books help the young hunter to be prepared for these moments, so he won't stop shooting animals like Roosevelt did. On his website, Robert the father explains that to ensure a healthy future for hunting and shooting sports it is essential to recruit today the sportsmen of tomorrow. At their home —and Oak City has a population of 600— a room has food storage on one side and guns and ammunition on the other. In another room, they operate an improvised bullet factory. To save money, Robert Jacobs the elder reloads the shells of used ammo, instead of buying new ones. And, with the help of a lead melter and a mold, they make their own muzzleloader bullets. Little Robert proudly shows off a Swiss army knife he recently got from his father, "so that I could take care of my guns by myself." While Robert teaches me a trick to find out which eye is my dominant one for hunting and shooting, a man stops by the booth and asks: "Where is the author?" "The author isn't here right now," the boy replies. "Ok, tell your dad an elephant hunter from Pennsylvania stopped to see him." At ten, Robert understands the cultural prejudices involved with shooting sports. That, however, just makes him more of an advocate. "A lot of people at my school are actually anti-hunters. We try to convince them to be hunters. It's fun to go out and shoot guns, and the meat tastes good. It's just a common thing to like hunting." Apart from Robert and his father, there are around 1,099 other exhibitors serving 200,000 visitors that paid $13 per ticket to be at the Great American Outdoor Show this year. It is, organizers say, the world's biggest consumer event on hunting, shooting sports, guns and fishing, and it takes place during nine days in Pennsylvania's capital, Harrisburg, each February. Throughout this election year, the President, presidential candidates, political groups, parties and the media have been discussing the necessity, futility or absurdity of gun control. Meanwhile, participants of gun shows all over the country consider events like these as a way of sharing and reinforcing their own culture and lifestyle. They don't connect guns with violence, but with traditions, sports and recreation. Though it is impossible to determine exactly how many guns exist in the U.S., America is notoriously known across the world as the country in which there are more firearms than people. According to a 2012 Congressional Research Service report, Americans amassed 310 million firearms in 2009. An estimate by the Washington Post found that the U.S. reached a mark of 40 million more guns (357 million) than people (317 million) in 2013. Being 4.43% of the world's population, Americans own about 42% of all the world's privately held guns. The country has the highest number of personal firearms per capita on the planet, with 88.8 civilian-owned guns for every 100 people, according to a Small Arms Survey report from 2007. Yemen, an Arab country torn by civil war, comes in second place, with just 54.8 firearms per 100 people. If the United States has successfully exported most of its culture to the rest of the world, from entertainment and the cult of celebrity to high productivity, meritocracy and self-help, the gun culture is its biggest exporting failure. At the fair, it is almost inevitable to get lost at least once, trying to find a way between the Smith and Wesson booth, in the Shooting Sports Hall, and the Family Fun Zone, in the Hunting Hall, while zigzagging around the National Wild Turkey Federation, the Christian Bowhunters of America booth, the Wall of Guns or the the National Rifle Association store. At the outdoor show, everything is indoors. Temperatures are just below freezing outside-but almost t-shirt hot inside. Among the items on sale at the NRA shop are an $80 five-day survival backpack (with "32 servings of gourmet entrées and milk," including creamy pasta, southwest beans and rice and hearty tortilla soup), NRA bibs for babies, a child-resistant barbecue lighter that looks like an AR-15 rifle and "coexist" mugs on which the letters are written with bullets and guns. Since its foundation in 1871, the National Rifle Association was mainly focused on hunting and marksmanship. Only in the late 1970s, with a change in leadership, did it become political and the country's main lobby group for gun rights. Now, both interests, the political and the recreational, converge at the Great American Outdoor Show. The NRA took over the 65-year-old event only two years ago. Until then it was run by Reed Exhibitions, a company that produces events as diverse as the London Book Fair, the Aircraft Interiors Expo and the Yachting Festival in Cannes. After the December 2012 mass shooting at Sandy Hook Elementary School in Newtown, Connecticut, when 20-year-old Adam Lanza shot and killed 20 children and six adults before killing himself, the show's former producers announced they would ban the display and selling of assault weapons, like the ones Lanza used, at the 2013 event. At that time, many exhibitors resolved to boycott the event. "It was a huge show of solidarity among them," explains Jeremy Greene, director of marketing and media relations at the NRA. "It was something like, if the show's producers are going to decide that one part of this lifestyle is unable to be seen in the show, that doesn't make sense to the industry, gun owners, hunters, outdoorsmen and women. It didn't make sense for those exhibitors to be part of that show." Due to the boycott, Reed Exhibitions had to cancel the 2013 show. They soon released a statement: "It is unfortunate that in the current emotionally charged atmosphere this celebratory event has become overshadowed by a decision that directly affected a small percentage of more than 1,000 exhibitors showcasing products and services for those interested in hunting and fishing." In 2014, the event was already in the NRA's hands-with the addition of a new shooting sports hall. The Eastern Sports and Outdoor Show was now renamed the Great American Outdoor Show. To learn more about the type of guns that can mobilize so many people and cancel such a traditional event, I decide to attend a seminar called "Understanding the AR-15." Seminars simultaneously provide knowledge on guns and hunting topics and a respite from walking several miles through the fair. There are many. On February 11, for instance, one could choose between "Becoming the Ultimate Predator Hunter," "Lethal Force and the Law," and "Filming your Hunts," all happening at the same time. The problem with my choice is that I am one of the few who does not raise a hand when the lecturer asks who in the room owns an AR-15. "What's the problem with you? Are you not American?" Pat Rogers, a 69-year-old retired officer of the Marine Corps and the NYPD, asks us. So the lecture is not an introduction to America's most popular firearm, but a talk to the initiated. Rogers discusses if one should clean a rifle and what lubricant to use ("Vagisil, saliva, urine"), argues that gun owners don't touch their firearms as often as they should ("You should pass the handshake phase with the gun") and advises the owners to buy as much ammunition as they can, while they can. "With the actual political environment, if you don't buy it now, you're stupid," he says. Fortunately, like many people at gun shows, Rogers is a gun nerd and takes great delight in explaining the basics of guns while adding historical elements to the explanations. Rogers is also one of the guys who situates firearm ownership in the Second Amendment of the Constitution. "When it first became enacted, our Constitution said that people's right to keep and bear arms should not be infringed. It says we should have a weapon, and the inference is that it is a weapon the military uses. That's what the military uses," he says, pointing to the AR-15. "Because the military uses it, it's popular. If the military is using this gun, it should be a good gun." Rogers argues that the AR-15's popularity is also due to its versatility. It's good for hunting and for competitive shooting, it's ergonomic, inexpensive and easy to use. "It's everything that somebody needs in a gun," he says. From 1994 to 2004, the Violent Crime Control and Law Enforcement Act prohibited the selling of variants of the AR-15 in the United States. Some states still impose restrictions on the trade; others, like New York, have banned the sales of AR-15 and similar arms after Sandy Hook. Though it can look big and scary, Rogers explains that the AR-15 is a lightweight gun considered a "small arm." Small arms are less than .60-caliber, and it is a .22. "So while people look at this as a weapon of war," he says, "I could say that pretty much everything is a weapon of war." Through the aisles, some showgoers are disappointed by the fact that they cannot actually buy guns at the show. Or, at least, most of them. The big firearms brands, such as Beretta, Colt, Smith & Wesson and Taurus, are not sellers. They are just showing off their classics and new lines of products. The fact that the guns are not for sale doesn't stop some people from simply taking them. On February 6, a woman and two men stole a prototype 9mm SBR rifle from Precision Firearms. The biggest hit of the show is a t-shirt with the inscription "Responsibly Armed American." Entire families, fathers, mothers and kids of all ages, wear the garment, not by accident or by trend, but because the U.S. Concealed Carry Association gave them away. The group promotes training for gun owners and has its own magazine and show devoted to the "concealed carry lifestyle." Other t-shirts for sale bear messages like "Obama, gun salesman of the year," "On the 8th Day God Made a Farmer" and "Veterans before Refugees." No one is wearing these, though. Apart from the creative t-shirt contest, the event seems to have a rigid dress code: everyone wears "camo"-camouflage outfits, with a hundred patterns of leaves and twigs-some from hat to boots, as if they are about to embark on a huge group hunt. One shop sells swamp monster versions of the camouflage look, in the colors "mossy," "leafy green," "desert" and "winter white." It offers discounts for military, police and government officials. Another one sells perfumes that eliminate human odor or that make you smell like the forest. These are not in use at the food areas, which have the scent of a dizzying mixture of fried food, smoked food and cinnamon. Nothing says organic, there is no green juice, and nobody cares. Instead, there is a great variety of pretzel and hot dog dishes, like the elk hot dogs, the pretzel sandwiches and the pretzel dogs (those come in regular, cheese and jalapeño cheese). Peter Peppers Pickles, "the home of the crazy cucumber," offers 17 pickle flavors with four levels of piquancy. Several men line up for "award winning" Texas ribs and pulled pork sandwiches, while families eat tons of funnel cakes. Beers are for sale, while signs on the walls warn about "VIPs": "If you appear to be a Visibly Intoxicated Patron, we cannot serve you any alcohol. IT'S THE LAW!" Ducks are quacking everywhere, though they are not flying around. The shrill, loud sounds come from duck-calling blowing devices being sold and skillfully tested all around. Sometimes, there are turkeys and other birds' sounds too, but only a professional can tell the difference. While resting or eating, the attendees can keep up to date with gun news by exploring magazines that companies give out at the show. One has an ad asking the hunter to "Stay Hungry" and donate a portion of his hunts to the 49 million Americans who face hunger. One article about the federal background check system, in the Concealed Carry magazine, quotes Plato and Lao-Tzu to argue the futility of restrictive laws and the fallibility of the government's system. Another discusses in which situations one should respect or ignore gun-free zones. Still another calls gun owners to action by lobbying to defend their gun rights. "In doing so, we are applying Patton's principle of putting our adversaries on defense, forcing them to react to us." And it ends with the message: "Attack. Attack. Attack." At the pressroom, Jeremy Greene, the NRA's spokesman, tells me that one of the association's goals at the event is to bring in major celebrities that can draw a national audience to the show. Besides country music concerts, the main attraction is an "inspirational evening" with Phil Robertson, the 69-year-old long-bearded star of the reality show "Duck Dynasty." The series follows his family of duck hunters and was once the most-watched nonfiction show on American television. At the fair, 3,000 fans paid between $20 and $30 to see the duck patriarch talk about "God, Guns and Country." In January, Robertson had announced his support for Republican presidential candidate Ted Cruz. Soon after, the two showed up in TV ads hunting ducks together. Cruz later suggested Robertson as a UN ambassador. On the duck hunter's page on Facebook, however, his fans are more ambitious and ask that Robertson run for president. The show's audience loves the duck family. So much so that Phil's son Jase Robertson, another duck hunter, gave a lecture earlier in the day on a farm-like stage, with a fence, synthetic grass and mounted animals. So many people filled the arena and corridors that some almost fell over the fence. With his heavy Louisiana accent, sunglasses atop a headband and a bible in his hand, Phil Robertson evangelizes about God, which seems to be his favorite subject. He speculates on what can happen to empires when they turn their backs on God. "What happened to the Roman empire? They are down to making pizzas, certainly not an empire anymore," he says. "But we're still here." While he reflects on the matter of hippies and the consequences of sexual revolution ("gonorrhea, syphilis, hepatitis"), two people take to the stage in a protest. As they scream, Robertson doesn't interrupt his speech and doesn't even glance at them. In under 30 seconds, they are expelled from the stage. What are they protesting, I ask a man behind me. "I guess it was something about not killing animals." No one seems to care. Half an hour later, he starts to lecture about guns. He reminds his audience that commandment number six is "do not murder." That was 2,800 years before firearms were invented, he says. "Evidently, there was a murder problem. Then how did they kill each other? Cause they certainly did not do it with guns. If we could just have done something about those spears, those rocks, or those sharp pointed sticks, think of the lives we could have saved!" Everyone laughs. Robertson, once again assuming a preaching tone, announces a prayer for his country, where "we're burning our own children, we practice perversion, we're a depraved nation." He prays for America and for the group that tried to disrupt him, so that they will repent from their sins. "Amen, I'm done," he says. On Instagram, one woman writes that the talk "was cool, because he pissed off a lot of liberals by talking about God, guns and country." Outside the Farm Complex, it's snowing and the protesters are nowhere to be found. Another protest took place a few days earlier in front of the National Civil War Museum, the number one "thing to do" in Harrisburg, according to the users of the travel website TripAdvisor. Proud to be "the only museum in the United States that portrays the entire story of the American Civil War," "without bias" to Union or Confederate causes, the museum stages Civil War scenes with wax figures and lots of guns. Near the end of the exhibition, there is a tiny section dedicated to the "costs of war." During the Great American Outdoor Show, the museum promotes a special exhibition, sponsored by the NRA. Called Guns & Lace-also the name of the NRA program that encourages women to learn how to shoot-the exhibit presents original firearms from the Civil War and dresses worn by women at that time. A group protested the exhibition of a Colt revolver used by Confederate guerrilla leader William Clarke Quantrill on a raid on Lawrence, Kansas, in 1863, where 180 Union sympathizers were killed. On the day I visit the exhibition, there is no protest, and anyone who passes the museum entrance can get a free gunlock distributed as a courtesy of the Dauphin County sheriff's department. The visitor can also calmly observe the dresses and firearms alongside Abraham Lincoln. Dressed in a frock coat, top hat and bow tie, Lincoln is fonder of the arms. The president (actually the actor James Hayney, an impersonator) attentively reads the descriptions of each of the weapons on display. Half an hour earlier, Lincoln was at the museum's auditorium lecturing about his involvement in slavery abolition as a part of Black History Month. People lined up to get selfies and asked him about his relationship with his wife and about his son, who was rescued from certain death on a train platform by the actor Edwin Booth. Even after Hayney finished his Lincoln performance, guests continued to ask, "After you died, what did you think of?" On the following day, Valentine's Day, three historic guns, worth $650,000, were stolen from the exhibition. Tourists' second favorite "thing to do" in Dallas, according to TripAdvisor, is The Sixth Floor Museum, the place from which Lee Harvey Oswald shot President John F. Kennedy dead in 1963. The first favorite is a botanical garden. Oswald bought his Mannlicher-Carcano 6.5 millimeter rifle, which is not in the exhibit, by mail order, and paid $19.95 for the gun and the scope and an additional $1.50 for postage. If adjusted for inflation, it would cost $166.21 today, ten times more than the ticket to the museum ($16) or a two-day pass to the Dallas Gun Show ($15), 2.2 miles away from the museum, where an enormous variety of rifles and other guns could be found one weekend in January. The "largest gun show in Texas" does not show up in the TripAdvisor list, though it attracted some 8,000 visitors that one could not find on the empty avenues of Dallas that weekend. Javier ("You won't get many last names here. People are paranoid"), a schoolteacher, is there to accompany his father. He tells me he already has all the guns he needs. "I think the way to have guns is one or two pistols, one or two revolvers, one or two shotguns and one or two rifles, and that's it. I have about six." When asked why people need firearms, he has a prompt list: to protect their houses, to hunt, to collect, to practice shooting. "The thing is, in the northeast, in crowded places like New York City, there's no need for a gun. So they say to the rest of us: 'We don't want guns!'" Just a few days before this gun show, President Barack Obama had announced his intention to expand background checks on gun sales. To some people these are useless measures; they say it would be impossible to conduct background checks in all gun sales in the country. To others, the defenders of the Second Amendment, this was the government trying to restrict people's rights to have arms. At last, the government was coming to get their guns. In fact, Obama's calls for restrictions often have the opposite of their intended effect. After mass shootings, more Americans get worried about gun violence and gun sales always soar. In December 2015, after 14 people were killed in a mass shooting in San Bernardino, California, 1.6 million firearms were sold. The only month in the last 15 years with more sales than that was January 2013, with 2 million guns sold (seasonally adjusted numbers), just after the Sandy Hook shooting and Obama's re-election. On the first day of the Texas show there were 5,500 attendees, the same amount as the entire weekend of the previous show, according to Albert Ross, the spokesperson for the Dallas Arms Collectors Association, which promotes the event. Ten years ago, the 81-year-old attorney, who calls himself a "very serious gun collector," put part of his treasure up for auction so he could buy his daughters a motel: 750 rifles and shotguns were sold. He now has 450. Ross has been dealing with firearms for 70 years, has been practicing law for 55 years, has had a federal license to sell guns for 53 years (when he first acquired it, it cost $1 a year) and has been teaching hunting education in Texas for 46 years. Gun education is one of Ross' main activities. A nice training room at his house, "air conditioned, carpeted and with some of my game heads," is used for both his classes and his grandson's Boy Scouts group meetings. "Every high school used to have a shooting range in the basement, and now it's against the law to take a gun into a school. I'm opposed to it," he says. Ross believes that shooting is a sport like basketball or baseball, an acquired skill that "needs practice, practice, practice." The Dallas Arms Collectors Association, a nonprofit organization, uses the earnings it gets from its gun shows to sponsor activities like high school shooting teams. Renting 2,000 tables to vendors for $80 each, plus the attendance fees, minus the rent of the place, security, and incidentals, Ross says the association earns around $20,000 per show. Gun shows are so popular that it is hard to accurately count how many there are in the country. The Bureau of Alcohol, Tobacco and Firearms estimates that between 2,000 and 5,200 gun shows take place in the U.S. every year. Data from 1998 reveals that more than 10% of gun shows happen in Texas, where an open-carry gun law has been in effect since January 1, 2016. On GunShowTrader.com, one of the main sources of information on gun shows, there are 33 shows scheduled for April in Texas alone. Now in his tenth year of cancer treatment, Mr. Ross ran himself over with his own pick-up last July and is still recovering from the injuries. So I follow him and his walking cane while he slowly guides me through the aisles of the show. Here are the Second World War guns; there is a $50,000 Ma Deuce machine gun from 1953. Here are some leather cowboy belts and gun holsters (these are selling a lot more since the open-carry law); there are the colorful handbags for ladies to conceal their weapons. Ross wants to show me a Brazilian flag he saw the day before, but we can't find it: there are only Confederate, Lone Star and Don't Tread On Me flags. "Fuck Isis" shirts cost $20 and "Bullets and Bibles" is the name of a vendor who sells both these things together. Patches display messages such as "Kill bad guys like a champion today," "I run towards gunfire" and "Be polite, be professional, but have a plan to kill everybody you meet." At one table, that of the Texas Open Carry Association, a man tells me I can get a license to carry after a three-hour course. I will not have to shoot a real gun. He gives me his card with quotes from four American presidents (Washington, Adams, Jefferson and Reagan) defending the right to bear arms. Gun owners don't seem to have a favorite Presidential candidate, though they have a presidential target: the current one. Barack means "Banning American Rights and Constitutional Knowledge," says one t-shirt. A poster that depicts Hitler and reads "Adolf Hitler registered guns in 1935 for a kinder, gentler nation and the world lived happily ever after" is selling as a "Hitler Obama poster." That's why it is impossible not to notice, the following day, among dozens of cars with stickers like "U.S. Army Dad" and "No Mo B.O.," a light grey Nissan XTerra parked right in front of the show's entrance stickered with "Obama'12" "Stand With Planned Parenthood" and "We are the 99%." While writing a note to the audacious driver, I hear a voice: "You want to talk to me, right?" Charles is a man in his 60s or 70s and the "only Democrat alive" in his family. Son of a Republican father and a Democrat mother, the retired employee of American Airlines chose to follow his mother. He was pro-choice and thought that the Democrats cared about senior citizens and minorities. He has also hunted all his life. "I have been listening to the conversations in the gun show. They are all Republicans and I have been a Democrat all my life. Here, I will never tell anyone," he says. "There's no reason for giving them a target." If Charles doesn't come to the show with a friend, there's a big chance he won't be talking to anyone. There is one thing he had in common with most of them, though: He will not say how many guns he owns. "Next thing you know, they'll be knocking at my door," says the Democrat. "Let's say I try to have one of everything I need." What attracted him to guns? Charles, like many gun lovers, has a hard time explaining it. "I don't know," he says. "I probably had my first gun when I was five or six, mostly to shoot targets, and it's just been very relaxing to me. They were there all my life." Charles wants to keep a low profile, is tired and wants to go back home. "I'm just here today because one day they won't have gun shows-and that's probably good." Democrats like Charles are not the only minority in gun shows. In two days, I saw just three families and two groups of African American friends, and around twice as many Latinos. Women are never alone or with a girlfriend: they always come with a male companion. Besides me, there is only one woman walking around the show by herself, selling a 40 mm Smith & Wesson AR carbine she carries under her arm. The majority of the attendees are white men, mostly elderly or middle-aged. "Even if white men promoted gun ownership as a necessary right of every American, the reasons for gun ownership depended upon an often highly racial and gendered view of America's history," writes Joan Burbick in the 2006 book "Gun Show Nation - Gun Culture and American Democracy." In popular culture, "guns often are equated with male action. And white men get to act more than anyone else in our popular imaginations, defending our freedoms and making the world safe for democracy." Burbick, a Professor Emeritus at Washington State University, explored gun culture without being an outsider to it. Raised in a family of hunters and herself the owner of guns, she has lived 30 years on the border between Washington and Idaho. Interested in the national narrative of the American West, she decided to research the history and daily life of gun culture in the country by visiting gun shows and NRA events. In her book, Burbick reflects on how firearms are entrenched in America's identity, so I ask her over the phone if she thought American gun owners appreciate to be seen as part of a "gun country." "Some of them do, and I think most of the people I've talked with take that from a very Hollywood or westernized version of their past. They romanticized their national mythology," she says. "So you are not talking about history, you are talking about national storytelling. The language of patriotism under gun ownership is very emotional, very fantasized." Burbick believes, though, that there are distinctions between the gun rights movement, which she considers more confrontational, and traditional gun owners, like hunters, who are not defending their rights to bring rifles to schools, churches or coffee shops. Those distinctions need to be made, she points out, by those who are not part of this culture, to promote a dialogue and reduce the polarization on the topic. "The discussion got so polarized," she says, "that there isn't a discussion going on." "Part of the problem is that in the United States we have a very urban environment that doesn't know anything about guns. So if you want to have a discussion with them about specific guns you can't," she argues. "And then you have people who are fanatically involved with guns, who have up to 500 weapons in their homes and can go on for hours about the distinctions between weapons and their rights to have all of them. There is a huge chasm between these people. How can we bridge them? That is going to be difficult." The chasm is a hot topic. In Dallas, although he looks like the typical white male gun show guest or exhibitor, Tony Green is there selling an original product: his self-published book about "the issues that are threatening our republic." "Dire Distress - Our Republic on Life Support," released in December 2015, has chapters with names like "Immigration & Border Protection," "Manufactured Racism" and "Barack Hussein Obama." It is the result of months of study of Islam, the Quran and Muhammad, a proud Green informs his audience. Wearing a crucifix and a t-shirt with the American flag and the word Infidel (which means one without faith, but is used by people who oppose Islam), Green starts to talk about his book and then says that he has an intuition that this year's election might not even happen. It all has to do, he explains, with the refugee crisis, or the "infiltration of refugees": "Allowing tens of thousands of people to come to our country unchecked creates the circumstances for an invasion. If it can be classified as an invasion, Obama declares martial law, suspension of habeas corpus, there are no elections and then it comes the total transformation of America." (In case the elections do take place, he would vote for Donald Trump.) Does he really think all this could happen? "It is not as much a conspiracy as it is a prediction and a caution," he argues. Another of Green's forecasts says that, if the American government buries the Second Amendment, its population might rebel, and there will be "uprisings, shootings, innocent bloodshed." American people are, after all, worried that new attacks such as San Bernardino might happen soon, so they fear for their safety, he says. That's why they are here at the gun show buying firearms. By the door to the show, there is a gallon-sized water jug with the inscription "bullets found in unloaded guns." Gun owners can enter the event with their weapons as long as they are empty. If they are not, security personnel take the bullets from the guns. The water jug is almost half-full of ammunition. TV commercials for the Great American Outdoor Show in Harrisburg announced a World of Family Fun. Comcast, however, tried to make it less fun by asking the NRA to remove images of children with guns from one of the ads before it went on air. The association said the images came from the air gun range, but agreed to make the changes. The association promotes another national meeting, in May, which is restricted to its members and more politically focused. Another group, the National Shooting Sports Foundation, sponsors the Shot Show, the largest event targeted at the shooting industry, every January in Las Vegas. That makes the Great American Outdoor Show the biggest family-oriented event of its kind. And it really feels like it, with the presence of dogs, kids and as many baby carriages as wheelchairs. At the Great American Show, kids shoot air guns and play at the 3 Gun Experience. The Family Fun Zone has activities for small kids like archery, laser shooting and fishing for plastic fishes in a plastic pool. On Valentine's Day, it was decorated with a display for photo-ops with flowers, hearts, pink balloons and the words "be mine," "love" and "#NRA." Just beside the NRA store, cute and colorful bird cartoon characters call attention to the Eddie Eagle and the Wing Team booth. Eddie is a beefy bird dressed in a red sports shirt with fingers in his wings who teaches children what to do if they run into a gun. The booth distributed DVDs with Eddie's videos, songs and lessons that reached, according to their material, 28 million children since 1988. "With a firearm present in about half of American households, it's a vital message that all children need to hear," says the DVD cover: "Stop. Don't touch. Run away. Tell a grown-up." At the air gun range, Barb Stossel waits for her 11-year-old Ryan to do some shooting. "He is having a blast," she says. She knew nothing about shooting or hunting before her son recently started to watch outdoor TV shows on YouTube and became addicted to them. This kind of addiction is not unusual for the show's audience. A couple named Lee and Tiffany Lakosky, who have a hunting show on Outdoor Channel, spent an entire weekend standing and giving autographs to a line of fans that was never shorter than 40 people. As soon as Ryan arrived in Harrisburg, he attended seminars and made instant friends. The next step, Stossel plans, is taking Ryan to a hunter safety course. "We are all learning during the process," she says. "One thing I learned is that next year I will have to wear camo from head to toe." Meanwhile, Faith Deitrich is watching her kids play a bow and arrow game. She tells me that the children take part in an archery program at their school in Virginia, and that it is considered a very fun and social activity in schools that have money. Deitrich says she hunts with her husband sometimes, though she's not fond of it. "It's too early and too cold," Deitrich grumbles. "Every time I'm there, I wish I were home, sleeping. The good thing is that if you kill two deers you have food for a whole year." Deers, elks, whitetails, antelopes, bears, wolves and boars are all around the hunting hall, some aisles with as many as 50 lifelike animals staring at you with their artificial eyes. Kids and big guys line up to take selfies with the ones that look most "real." Most of these booths sell hunting trips and gear or taxidermy, but not all of them. Hunt of a Lifetime is a nonprofit organization that promotes hunting and fishing trips for children and teenagers who have serious diseases. The fact that the last or special dream of a sick kid can be to go out hunting and maybe killing an animal is not a problem for Marge Crider and Daniel Hughes, volunteers trying to get donations for the organization at the show. "Who's to say what your dream should be?" Crider asks. "Not all kids dream of going to Disney World." Tina Pattison founded the nonprofit in 1998, after she asked the Make-A-Wish Foundation to help her stepson, who had cancer, to go hunting. The foundation said they had stopped doing hunts, so Pattison decided to do it herself. Eighteen years later, they say they have helped 900 kids with cancer or heart problems to fulfill their hunting dreams in Africa, New Zealand and across the U.S. "You should watch our 'Against All Odds' video," Crider suggests. "But you better have a box of tissues around." Outside the show, Crider and Hughes promote Chinese auctions to collect money for the trips: the prizes are gift cards from gun shops, jewelry made from shell casings or candy baskets, all donated. At the show, they sometimes get $1,000 contributions. "There's no one here who would not give money for a kid to go on a hunt," Hughes says. "If you explain what you are doing, they are going to give you everything they got in their pocket." Once you start walking around that part of the show, it is easy to see that Hunt of a Lifetime's initiative is not so unique. Various nonprofits benefit from charity from the hunting and shooting audience for their projects. The LEEK Hunting and Mountain Preserve offers a similar service for disabled veterans, with the help of impressive mechanical chairs that can help the veterans "walk" around hunting fields. At the booth, there is a sign warning that they have nothing to do with the Wounded Warrior Project, one of the most famous charities of this kind, which was recently the subject of a CBS News investigation that accused the group of wasting donated money. "It's the third time you walk around here, you can ask your questions," says a man taking care of another charity booth that sells pins, pens and coins and has a sign that reads "Hillary for Prison 2016." Dave Jossart, a retired law enforcement officer, is the financial director of AmericanSnipers.org, an organization of "snipers that support snipers in the global war on terror." Since 2003, the group, previously known as Adopt a Sniper, provides operational equipment for military platoons around the world. They argue that oftentimes snipers have to spend their own money to buy gear they need. That's why the group sends them things like accessories, magazines and even personal hygiene items. Jossart can't say if the donations go to Iraq, Afghanistan or somewhere else: The destination is secret. The group sends the equipment-which they get from former snipers, gear companies and with the sales at shows and on their website-to military bases across the country. Last year, the charity says it gave $62,000, collected with the auction of five rifles, to the widow of Chris Kyle, the Navy Seal who inspired the hit movie "American Sniper." Another veteran who suffered from Post-Traumatic Stress Disorder killed Kyle at a Texas gun range. Kyle was trying to help him recover by taking him to the range. Sean Maloney's job is to help gun owners and prevent them from being arrested or sued when they use a gun in self-defense. The huge (6-foot-2-inch) and bold attorney, probably the only man in a suit at the show, is the cofounder of Second Call Defense, an insurance company that offers "complete legal protection for armed self-defense" from a 24/7 attorney in the 50 states as well as defense fees and psychological support. As many similar companies are emerging in recent years (the U.S. Concealed Carry Association also offers the service), Second Call proudly sells its product as the only one of its kind backed by the NRA. At the Outdoor Show, 40 gun lovers, some teenagers, kids and a baby in a stroller, converge on a seminar room to hear Maloney talking about "Lethal Force and Law Universal Concepts Gun Owners Must Understand." His seminar is a daily activity. Maloney says the happiest day of his life was when he turned 18 and could, at the same time, drink a beer and get a concealed carry permit. His main goal with the seminar is to make everyone understand and remember when it's legal to use a gun in self-defense: when you are in "fear of immediate and unavoidable death or serious bodily injury or harm." "That's the answer to 'why did you kill?', 'why did you pull a gun?', 'why did you do this?' Memorize it. You need to practice, folks, because it's not going to come out naturally. Honey, what will we have for dinner? I was in fear of death or serious bodily injury or harm. We know we use lethal force because of what?" he asks the audience. Everyone answers: "We were in fear of death or serious bodily injury or harm." He would repeat the same mantra 22 times during the 70-minute lecture. Maloney also encourages gun owners to reflect on whether they are prepared to kill someone and not to leave the "discussion with yourself" to the heat of the moment. "Crime reports show that us, law abiding citizens, we wait too long to make a decision. We are good guys with guns, we don't want to take another human life, but we have to be prepared if we are forced to." A woman asks what she can legally do if she sees someone stealing a car in her driveway. Maloney explains that in the United States you cannot use lethal force to retrieve property. "So I just call 911 and watch?" she asks, annoyed. "Do you want to live with yourself when you killed somebody because they took your car?" Maloney replies. The attorney offers the audience a special tip: always carry a loaded gun. "If you always, always, always load your gun, your brain knows that it is always loaded and your finger never touches the trigger. An always-loaded gun has never accidentally shot anybody," he guarantees. "That's the best advice that anybody can get." One of the biggest advantages of the product Maloney is selling, he argues, is that whenever a client has a shooting self-defense problem, he will have a local lawyer, who will know how local police, juries and prosecutors think. It's quite different, he points out, to have a firearm problem in Kennesaw, Georgia, where gun ownership is required by law, and in San Francisco, California, where the last gun shop recently closed its doors. "I'm from Ohio. If I'm outside of Cincinnati, I'm pretty safe and secure in my Second Amendment rights: the prosecutor is great, the sheriffs are great, they think like me, they encourage us to protect ourselves," says Maloney. "But if I go home to see mom and dad, I travel through Cleveland, where, if you mention a gun, is like mentioning bombing an airplane." "They are not like me. They are not like us," he says. Us, in this case, is almost a third of the country. According to the 2015 study "Gun Ownership and Social Gun Culture," 29% of U.S. residents have a firearm, and gun ownership is 2.25 times greater among those who are involved in the gun culture. Which came first, the gun culture or the gun ownership, is a question even specialists have a hard time answering. "Parents buy guns for their children, so you could argue that the culture breeds the ownership. But you can also counter-argue that getting a gun and holding on to it perpetuates the culture as well. There's no point in seeing causality here. They are mutually reinforcing concepts," says the study's lead author Dr. Bindu Kalesan, an assistant professor at Columbia University and Boston University, during a Skype interview. By conducting a rare academic study on gun culture, the researchers' goal was to understand gun ownership and use this data in future research on gun policies and public health strategies. They found out that guns are part of the social life with friends for 21.7% of gun owners and of the social life with family for 19.7% of gun owners. Ownership varies significantly between states, from a 5.2% population of gun owners in Delaware to a 61.7% in Alaska. The information that most surprised Kalesan, though, was left out of the final publication. They asked non-gun owners if they thought about purchasing a gun in the future: 27% said yes. Which means if they do act on that 50% of the population will own guns. The study also confirmed something that is not hard to figure out by attending gun shows and events: the typical gun owner is a white man, over 55, who only speaks one language —English. Among the few foreigners at the show who sell hunting trips to their own countries at least one of them is familiar with Harrisburg. Gonzalo Martínez, an Argentinian gynecologist who has the words "Carpe Diem" tattooed on his back, is promoting a duck, pigeon and turtledove hunting territory in Northern Argentina. He is drinking mate tea with his business partner, Spanish urologist Peio Arrosagaray, who loves to hunt and break up kidney stones. Many years earlier, in 1993, when he was 18 and dreamt about joining the military, Martínez came from Argentina to be an exchange student in nearby Millerstown. His American host father, the contractor Steve Willow, chose the Argentinian among other foreign students because he wrote "hunting" as one of his favorite activities. And the two would hunt together almost every day. At five o'clock, the young Martínez would wake up to hunt. At eight, he went to school. "On the first day of deer season, there was no class at school. It was holiday," he says. "I swear to you! The kids just didn't go to school so they closed the doors." After the exchange program, he went back home and gave up becoming a military man, though he never stopped hunting. Both hunter-doctors highlight, however, that the hunting culture in their countries is completely distinct from the gun culture in the United States. "There, hunting is an elite activity. Here, the gun thing is massive, a life style. Do you know who organizes this? It's the NRA. Politicians win elections thanks to the NRA. Have you been to the gun hall? They are selling weapons with silencers," says Martínez. "Weapons of war!" replies Arrosagaray. Martínez vents: "Están totalmente locos." "Every empire falls, and this country will fall at some point, because they are totally nuts," he says. A sad and unexpected event brought Martínez back to Pennsylvania ten years ago. His American host father was shot and killed by one of his own workers. "These things happen here every day," says Martínez. When he came back to the U.S. for the funeral, his host mother, Carol, offered him a gift. "She gave me the rifle with which Steve taught me how to hunt. I use it to hunt in Argentina. You see how things are. The same thing that connected us, a hunting rifle, was what killed him." * ADRIANA KÜCHLER, 36, editora-adjunta de Cultura da Folha, é mestre em jornalismo em artes e cultura pela Universidade Columbia.
ilustrissima
Leia versão ampliada e original, em inglês, de texto sobre feira de armasLeia a seguir a versão completa, em inglês, da tese apresentada pela jornalista Adriana Küchler ao programa de mestrado em jornalismo em artes e cultura da Universidade Columbia —adaptada e traduzida nesta matéria. * Guns, ducks and country Inside the 650,000-square-foot complex where the Great American Outdoor Show takes place, right at the end of the Shooting Sports hall and just behind the Precision Small Arms store, a ten-year-old sells children's books. His name is Robert H. Jacobs III and his father is the author. There are nine titles available, including "My First Rifle," "My First BB Gun," "My First Bow," "Little Jake on Safari," "Little Jake Hunts Alaska," and the newly released "The Elk Princess." His father started to write these books after trying to buy literature online on the subject for his kids. "Do you mean anti-hunting books?" the Internet corrected him when he first searched. "Not one children's hunting book!" says Robert III, a particularly articulate boy from Oak City, Utah, who wears glasses and a fake bear claw necklace. "The real ones are not legal anymore," he says. He got his first BB gun for Christmas when he was five or six. Now the proud owner of a BB gun, a .22-caliber rifle and two bows-"I can also shoot pistols, even though I don't have any"-little Robert likes to hunt "pretty much everything: antelope, elk and stuff." It felt pretty good to kill an antelope, Robert says, though he wasn't the one to kill it; his father did. Actually, he has never killed an animal with a gun, just birds with a slingshot. When you kill an animal, he tells me, you will have mixed feelings about it. "Teddy Roosevelt killed a squirrel one time and this is how he stopped hunting. He felt mixed emotions." His father's books help the young hunter to be prepared for these moments, so he won't stop shooting animals like Roosevelt did. On his website, Robert the father explains that to ensure a healthy future for hunting and shooting sports it is essential to recruit today the sportsmen of tomorrow. At their home —and Oak City has a population of 600— a room has food storage on one side and guns and ammunition on the other. In another room, they operate an improvised bullet factory. To save money, Robert Jacobs the elder reloads the shells of used ammo, instead of buying new ones. And, with the help of a lead melter and a mold, they make their own muzzleloader bullets. Little Robert proudly shows off a Swiss army knife he recently got from his father, "so that I could take care of my guns by myself." While Robert teaches me a trick to find out which eye is my dominant one for hunting and shooting, a man stops by the booth and asks: "Where is the author?" "The author isn't here right now," the boy replies. "Ok, tell your dad an elephant hunter from Pennsylvania stopped to see him." At ten, Robert understands the cultural prejudices involved with shooting sports. That, however, just makes him more of an advocate. "A lot of people at my school are actually anti-hunters. We try to convince them to be hunters. It's fun to go out and shoot guns, and the meat tastes good. It's just a common thing to like hunting." Apart from Robert and his father, there are around 1,099 other exhibitors serving 200,000 visitors that paid $13 per ticket to be at the Great American Outdoor Show this year. It is, organizers say, the world's biggest consumer event on hunting, shooting sports, guns and fishing, and it takes place during nine days in Pennsylvania's capital, Harrisburg, each February. Throughout this election year, the President, presidential candidates, political groups, parties and the media have been discussing the necessity, futility or absurdity of gun control. Meanwhile, participants of gun shows all over the country consider events like these as a way of sharing and reinforcing their own culture and lifestyle. They don't connect guns with violence, but with traditions, sports and recreation. Though it is impossible to determine exactly how many guns exist in the U.S., America is notoriously known across the world as the country in which there are more firearms than people. According to a 2012 Congressional Research Service report, Americans amassed 310 million firearms in 2009. An estimate by the Washington Post found that the U.S. reached a mark of 40 million more guns (357 million) than people (317 million) in 2013. Being 4.43% of the world's population, Americans own about 42% of all the world's privately held guns. The country has the highest number of personal firearms per capita on the planet, with 88.8 civilian-owned guns for every 100 people, according to a Small Arms Survey report from 2007. Yemen, an Arab country torn by civil war, comes in second place, with just 54.8 firearms per 100 people. If the United States has successfully exported most of its culture to the rest of the world, from entertainment and the cult of celebrity to high productivity, meritocracy and self-help, the gun culture is its biggest exporting failure. At the fair, it is almost inevitable to get lost at least once, trying to find a way between the Smith and Wesson booth, in the Shooting Sports Hall, and the Family Fun Zone, in the Hunting Hall, while zigzagging around the National Wild Turkey Federation, the Christian Bowhunters of America booth, the Wall of Guns or the the National Rifle Association store. At the outdoor show, everything is indoors. Temperatures are just below freezing outside-but almost t-shirt hot inside. Among the items on sale at the NRA shop are an $80 five-day survival backpack (with "32 servings of gourmet entrées and milk," including creamy pasta, southwest beans and rice and hearty tortilla soup), NRA bibs for babies, a child-resistant barbecue lighter that looks like an AR-15 rifle and "coexist" mugs on which the letters are written with bullets and guns. Since its foundation in 1871, the National Rifle Association was mainly focused on hunting and marksmanship. Only in the late 1970s, with a change in leadership, did it become political and the country's main lobby group for gun rights. Now, both interests, the political and the recreational, converge at the Great American Outdoor Show. The NRA took over the 65-year-old event only two years ago. Until then it was run by Reed Exhibitions, a company that produces events as diverse as the London Book Fair, the Aircraft Interiors Expo and the Yachting Festival in Cannes. After the December 2012 mass shooting at Sandy Hook Elementary School in Newtown, Connecticut, when 20-year-old Adam Lanza shot and killed 20 children and six adults before killing himself, the show's former producers announced they would ban the display and selling of assault weapons, like the ones Lanza used, at the 2013 event. At that time, many exhibitors resolved to boycott the event. "It was a huge show of solidarity among them," explains Jeremy Greene, director of marketing and media relations at the NRA. "It was something like, if the show's producers are going to decide that one part of this lifestyle is unable to be seen in the show, that doesn't make sense to the industry, gun owners, hunters, outdoorsmen and women. It didn't make sense for those exhibitors to be part of that show." Due to the boycott, Reed Exhibitions had to cancel the 2013 show. They soon released a statement: "It is unfortunate that in the current emotionally charged atmosphere this celebratory event has become overshadowed by a decision that directly affected a small percentage of more than 1,000 exhibitors showcasing products and services for those interested in hunting and fishing." In 2014, the event was already in the NRA's hands-with the addition of a new shooting sports hall. The Eastern Sports and Outdoor Show was now renamed the Great American Outdoor Show. To learn more about the type of guns that can mobilize so many people and cancel such a traditional event, I decide to attend a seminar called "Understanding the AR-15." Seminars simultaneously provide knowledge on guns and hunting topics and a respite from walking several miles through the fair. There are many. On February 11, for instance, one could choose between "Becoming the Ultimate Predator Hunter," "Lethal Force and the Law," and "Filming your Hunts," all happening at the same time. The problem with my choice is that I am one of the few who does not raise a hand when the lecturer asks who in the room owns an AR-15. "What's the problem with you? Are you not American?" Pat Rogers, a 69-year-old retired officer of the Marine Corps and the NYPD, asks us. So the lecture is not an introduction to America's most popular firearm, but a talk to the initiated. Rogers discusses if one should clean a rifle and what lubricant to use ("Vagisil, saliva, urine"), argues that gun owners don't touch their firearms as often as they should ("You should pass the handshake phase with the gun") and advises the owners to buy as much ammunition as they can, while they can. "With the actual political environment, if you don't buy it now, you're stupid," he says. Fortunately, like many people at gun shows, Rogers is a gun nerd and takes great delight in explaining the basics of guns while adding historical elements to the explanations. Rogers is also one of the guys who situates firearm ownership in the Second Amendment of the Constitution. "When it first became enacted, our Constitution said that people's right to keep and bear arms should not be infringed. It says we should have a weapon, and the inference is that it is a weapon the military uses. That's what the military uses," he says, pointing to the AR-15. "Because the military uses it, it's popular. If the military is using this gun, it should be a good gun." Rogers argues that the AR-15's popularity is also due to its versatility. It's good for hunting and for competitive shooting, it's ergonomic, inexpensive and easy to use. "It's everything that somebody needs in a gun," he says. From 1994 to 2004, the Violent Crime Control and Law Enforcement Act prohibited the selling of variants of the AR-15 in the United States. Some states still impose restrictions on the trade; others, like New York, have banned the sales of AR-15 and similar arms after Sandy Hook. Though it can look big and scary, Rogers explains that the AR-15 is a lightweight gun considered a "small arm." Small arms are less than .60-caliber, and it is a .22. "So while people look at this as a weapon of war," he says, "I could say that pretty much everything is a weapon of war." Through the aisles, some showgoers are disappointed by the fact that they cannot actually buy guns at the show. Or, at least, most of them. The big firearms brands, such as Beretta, Colt, Smith & Wesson and Taurus, are not sellers. They are just showing off their classics and new lines of products. The fact that the guns are not for sale doesn't stop some people from simply taking them. On February 6, a woman and two men stole a prototype 9mm SBR rifle from Precision Firearms. The biggest hit of the show is a t-shirt with the inscription "Responsibly Armed American." Entire families, fathers, mothers and kids of all ages, wear the garment, not by accident or by trend, but because the U.S. Concealed Carry Association gave them away. The group promotes training for gun owners and has its own magazine and show devoted to the "concealed carry lifestyle." Other t-shirts for sale bear messages like "Obama, gun salesman of the year," "On the 8th Day God Made a Farmer" and "Veterans before Refugees." No one is wearing these, though. Apart from the creative t-shirt contest, the event seems to have a rigid dress code: everyone wears "camo"-camouflage outfits, with a hundred patterns of leaves and twigs-some from hat to boots, as if they are about to embark on a huge group hunt. One shop sells swamp monster versions of the camouflage look, in the colors "mossy," "leafy green," "desert" and "winter white." It offers discounts for military, police and government officials. Another one sells perfumes that eliminate human odor or that make you smell like the forest. These are not in use at the food areas, which have the scent of a dizzying mixture of fried food, smoked food and cinnamon. Nothing says organic, there is no green juice, and nobody cares. Instead, there is a great variety of pretzel and hot dog dishes, like the elk hot dogs, the pretzel sandwiches and the pretzel dogs (those come in regular, cheese and jalapeño cheese). Peter Peppers Pickles, "the home of the crazy cucumber," offers 17 pickle flavors with four levels of piquancy. Several men line up for "award winning" Texas ribs and pulled pork sandwiches, while families eat tons of funnel cakes. Beers are for sale, while signs on the walls warn about "VIPs": "If you appear to be a Visibly Intoxicated Patron, we cannot serve you any alcohol. IT'S THE LAW!" Ducks are quacking everywhere, though they are not flying around. The shrill, loud sounds come from duck-calling blowing devices being sold and skillfully tested all around. Sometimes, there are turkeys and other birds' sounds too, but only a professional can tell the difference. While resting or eating, the attendees can keep up to date with gun news by exploring magazines that companies give out at the show. One has an ad asking the hunter to "Stay Hungry" and donate a portion of his hunts to the 49 million Americans who face hunger. One article about the federal background check system, in the Concealed Carry magazine, quotes Plato and Lao-Tzu to argue the futility of restrictive laws and the fallibility of the government's system. Another discusses in which situations one should respect or ignore gun-free zones. Still another calls gun owners to action by lobbying to defend their gun rights. "In doing so, we are applying Patton's principle of putting our adversaries on defense, forcing them to react to us." And it ends with the message: "Attack. Attack. Attack." At the pressroom, Jeremy Greene, the NRA's spokesman, tells me that one of the association's goals at the event is to bring in major celebrities that can draw a national audience to the show. Besides country music concerts, the main attraction is an "inspirational evening" with Phil Robertson, the 69-year-old long-bearded star of the reality show "Duck Dynasty." The series follows his family of duck hunters and was once the most-watched nonfiction show on American television. At the fair, 3,000 fans paid between $20 and $30 to see the duck patriarch talk about "God, Guns and Country." In January, Robertson had announced his support for Republican presidential candidate Ted Cruz. Soon after, the two showed up in TV ads hunting ducks together. Cruz later suggested Robertson as a UN ambassador. On the duck hunter's page on Facebook, however, his fans are more ambitious and ask that Robertson run for president. The show's audience loves the duck family. So much so that Phil's son Jase Robertson, another duck hunter, gave a lecture earlier in the day on a farm-like stage, with a fence, synthetic grass and mounted animals. So many people filled the arena and corridors that some almost fell over the fence. With his heavy Louisiana accent, sunglasses atop a headband and a bible in his hand, Phil Robertson evangelizes about God, which seems to be his favorite subject. He speculates on what can happen to empires when they turn their backs on God. "What happened to the Roman empire? They are down to making pizzas, certainly not an empire anymore," he says. "But we're still here." While he reflects on the matter of hippies and the consequences of sexual revolution ("gonorrhea, syphilis, hepatitis"), two people take to the stage in a protest. As they scream, Robertson doesn't interrupt his speech and doesn't even glance at them. In under 30 seconds, they are expelled from the stage. What are they protesting, I ask a man behind me. "I guess it was something about not killing animals." No one seems to care. Half an hour later, he starts to lecture about guns. He reminds his audience that commandment number six is "do not murder." That was 2,800 years before firearms were invented, he says. "Evidently, there was a murder problem. Then how did they kill each other? Cause they certainly did not do it with guns. If we could just have done something about those spears, those rocks, or those sharp pointed sticks, think of the lives we could have saved!" Everyone laughs. Robertson, once again assuming a preaching tone, announces a prayer for his country, where "we're burning our own children, we practice perversion, we're a depraved nation." He prays for America and for the group that tried to disrupt him, so that they will repent from their sins. "Amen, I'm done," he says. On Instagram, one woman writes that the talk "was cool, because he pissed off a lot of liberals by talking about God, guns and country." Outside the Farm Complex, it's snowing and the protesters are nowhere to be found. Another protest took place a few days earlier in front of the National Civil War Museum, the number one "thing to do" in Harrisburg, according to the users of the travel website TripAdvisor. Proud to be "the only museum in the United States that portrays the entire story of the American Civil War," "without bias" to Union or Confederate causes, the museum stages Civil War scenes with wax figures and lots of guns. Near the end of the exhibition, there is a tiny section dedicated to the "costs of war." During the Great American Outdoor Show, the museum promotes a special exhibition, sponsored by the NRA. Called Guns & Lace-also the name of the NRA program that encourages women to learn how to shoot-the exhibit presents original firearms from the Civil War and dresses worn by women at that time. A group protested the exhibition of a Colt revolver used by Confederate guerrilla leader William Clarke Quantrill on a raid on Lawrence, Kansas, in 1863, where 180 Union sympathizers were killed. On the day I visit the exhibition, there is no protest, and anyone who passes the museum entrance can get a free gunlock distributed as a courtesy of the Dauphin County sheriff's department. The visitor can also calmly observe the dresses and firearms alongside Abraham Lincoln. Dressed in a frock coat, top hat and bow tie, Lincoln is fonder of the arms. The president (actually the actor James Hayney, an impersonator) attentively reads the descriptions of each of the weapons on display. Half an hour earlier, Lincoln was at the museum's auditorium lecturing about his involvement in slavery abolition as a part of Black History Month. People lined up to get selfies and asked him about his relationship with his wife and about his son, who was rescued from certain death on a train platform by the actor Edwin Booth. Even after Hayney finished his Lincoln performance, guests continued to ask, "After you died, what did you think of?" On the following day, Valentine's Day, three historic guns, worth $650,000, were stolen from the exhibition. Tourists' second favorite "thing to do" in Dallas, according to TripAdvisor, is The Sixth Floor Museum, the place from which Lee Harvey Oswald shot President John F. Kennedy dead in 1963. The first favorite is a botanical garden. Oswald bought his Mannlicher-Carcano 6.5 millimeter rifle, which is not in the exhibit, by mail order, and paid $19.95 for the gun and the scope and an additional $1.50 for postage. If adjusted for inflation, it would cost $166.21 today, ten times more than the ticket to the museum ($16) or a two-day pass to the Dallas Gun Show ($15), 2.2 miles away from the museum, where an enormous variety of rifles and other guns could be found one weekend in January. The "largest gun show in Texas" does not show up in the TripAdvisor list, though it attracted some 8,000 visitors that one could not find on the empty avenues of Dallas that weekend. Javier ("You won't get many last names here. People are paranoid"), a schoolteacher, is there to accompany his father. He tells me he already has all the guns he needs. "I think the way to have guns is one or two pistols, one or two revolvers, one or two shotguns and one or two rifles, and that's it. I have about six." When asked why people need firearms, he has a prompt list: to protect their houses, to hunt, to collect, to practice shooting. "The thing is, in the northeast, in crowded places like New York City, there's no need for a gun. So they say to the rest of us: 'We don't want guns!'" Just a few days before this gun show, President Barack Obama had announced his intention to expand background checks on gun sales. To some people these are useless measures; they say it would be impossible to conduct background checks in all gun sales in the country. To others, the defenders of the Second Amendment, this was the government trying to restrict people's rights to have arms. At last, the government was coming to get their guns. In fact, Obama's calls for restrictions often have the opposite of their intended effect. After mass shootings, more Americans get worried about gun violence and gun sales always soar. In December 2015, after 14 people were killed in a mass shooting in San Bernardino, California, 1.6 million firearms were sold. The only month in the last 15 years with more sales than that was January 2013, with 2 million guns sold (seasonally adjusted numbers), just after the Sandy Hook shooting and Obama's re-election. On the first day of the Texas show there were 5,500 attendees, the same amount as the entire weekend of the previous show, according to Albert Ross, the spokesperson for the Dallas Arms Collectors Association, which promotes the event. Ten years ago, the 81-year-old attorney, who calls himself a "very serious gun collector," put part of his treasure up for auction so he could buy his daughters a motel: 750 rifles and shotguns were sold. He now has 450. Ross has been dealing with firearms for 70 years, has been practicing law for 55 years, has had a federal license to sell guns for 53 years (when he first acquired it, it cost $1 a year) and has been teaching hunting education in Texas for 46 years. Gun education is one of Ross' main activities. A nice training room at his house, "air conditioned, carpeted and with some of my game heads," is used for both his classes and his grandson's Boy Scouts group meetings. "Every high school used to have a shooting range in the basement, and now it's against the law to take a gun into a school. I'm opposed to it," he says. Ross believes that shooting is a sport like basketball or baseball, an acquired skill that "needs practice, practice, practice." The Dallas Arms Collectors Association, a nonprofit organization, uses the earnings it gets from its gun shows to sponsor activities like high school shooting teams. Renting 2,000 tables to vendors for $80 each, plus the attendance fees, minus the rent of the place, security, and incidentals, Ross says the association earns around $20,000 per show. Gun shows are so popular that it is hard to accurately count how many there are in the country. The Bureau of Alcohol, Tobacco and Firearms estimates that between 2,000 and 5,200 gun shows take place in the U.S. every year. Data from 1998 reveals that more than 10% of gun shows happen in Texas, where an open-carry gun law has been in effect since January 1, 2016. On GunShowTrader.com, one of the main sources of information on gun shows, there are 33 shows scheduled for April in Texas alone. Now in his tenth year of cancer treatment, Mr. Ross ran himself over with his own pick-up last July and is still recovering from the injuries. So I follow him and his walking cane while he slowly guides me through the aisles of the show. Here are the Second World War guns; there is a $50,000 Ma Deuce machine gun from 1953. Here are some leather cowboy belts and gun holsters (these are selling a lot more since the open-carry law); there are the colorful handbags for ladies to conceal their weapons. Ross wants to show me a Brazilian flag he saw the day before, but we can't find it: there are only Confederate, Lone Star and Don't Tread On Me flags. "Fuck Isis" shirts cost $20 and "Bullets and Bibles" is the name of a vendor who sells both these things together. Patches display messages such as "Kill bad guys like a champion today," "I run towards gunfire" and "Be polite, be professional, but have a plan to kill everybody you meet." At one table, that of the Texas Open Carry Association, a man tells me I can get a license to carry after a three-hour course. I will not have to shoot a real gun. He gives me his card with quotes from four American presidents (Washington, Adams, Jefferson and Reagan) defending the right to bear arms. Gun owners don't seem to have a favorite Presidential candidate, though they have a presidential target: the current one. Barack means "Banning American Rights and Constitutional Knowledge," says one t-shirt. A poster that depicts Hitler and reads "Adolf Hitler registered guns in 1935 for a kinder, gentler nation and the world lived happily ever after" is selling as a "Hitler Obama poster." That's why it is impossible not to notice, the following day, among dozens of cars with stickers like "U.S. Army Dad" and "No Mo B.O.," a light grey Nissan XTerra parked right in front of the show's entrance stickered with "Obama'12" "Stand With Planned Parenthood" and "We are the 99%." While writing a note to the audacious driver, I hear a voice: "You want to talk to me, right?" Charles is a man in his 60s or 70s and the "only Democrat alive" in his family. Son of a Republican father and a Democrat mother, the retired employee of American Airlines chose to follow his mother. He was pro-choice and thought that the Democrats cared about senior citizens and minorities. He has also hunted all his life. "I have been listening to the conversations in the gun show. They are all Republicans and I have been a Democrat all my life. Here, I will never tell anyone," he says. "There's no reason for giving them a target." If Charles doesn't come to the show with a friend, there's a big chance he won't be talking to anyone. There is one thing he had in common with most of them, though: He will not say how many guns he owns. "Next thing you know, they'll be knocking at my door," says the Democrat. "Let's say I try to have one of everything I need." What attracted him to guns? Charles, like many gun lovers, has a hard time explaining it. "I don't know," he says. "I probably had my first gun when I was five or six, mostly to shoot targets, and it's just been very relaxing to me. They were there all my life." Charles wants to keep a low profile, is tired and wants to go back home. "I'm just here today because one day they won't have gun shows-and that's probably good." Democrats like Charles are not the only minority in gun shows. In two days, I saw just three families and two groups of African American friends, and around twice as many Latinos. Women are never alone or with a girlfriend: they always come with a male companion. Besides me, there is only one woman walking around the show by herself, selling a 40 mm Smith & Wesson AR carbine she carries under her arm. The majority of the attendees are white men, mostly elderly or middle-aged. "Even if white men promoted gun ownership as a necessary right of every American, the reasons for gun ownership depended upon an often highly racial and gendered view of America's history," writes Joan Burbick in the 2006 book "Gun Show Nation - Gun Culture and American Democracy." In popular culture, "guns often are equated with male action. And white men get to act more than anyone else in our popular imaginations, defending our freedoms and making the world safe for democracy." Burbick, a Professor Emeritus at Washington State University, explored gun culture without being an outsider to it. Raised in a family of hunters and herself the owner of guns, she has lived 30 years on the border between Washington and Idaho. Interested in the national narrative of the American West, she decided to research the history and daily life of gun culture in the country by visiting gun shows and NRA events. In her book, Burbick reflects on how firearms are entrenched in America's identity, so I ask her over the phone if she thought American gun owners appreciate to be seen as part of a "gun country." "Some of them do, and I think most of the people I've talked with take that from a very Hollywood or westernized version of their past. They romanticized their national mythology," she says. "So you are not talking about history, you are talking about national storytelling. The language of patriotism under gun ownership is very emotional, very fantasized." Burbick believes, though, that there are distinctions between the gun rights movement, which she considers more confrontational, and traditional gun owners, like hunters, who are not defending their rights to bring rifles to schools, churches or coffee shops. Those distinctions need to be made, she points out, by those who are not part of this culture, to promote a dialogue and reduce the polarization on the topic. "The discussion got so polarized," she says, "that there isn't a discussion going on." "Part of the problem is that in the United States we have a very urban environment that doesn't know anything about guns. So if you want to have a discussion with them about specific guns you can't," she argues. "And then you have people who are fanatically involved with guns, who have up to 500 weapons in their homes and can go on for hours about the distinctions between weapons and their rights to have all of them. There is a huge chasm between these people. How can we bridge them? That is going to be difficult." The chasm is a hot topic. In Dallas, although he looks like the typical white male gun show guest or exhibitor, Tony Green is there selling an original product: his self-published book about "the issues that are threatening our republic." "Dire Distress - Our Republic on Life Support," released in December 2015, has chapters with names like "Immigration & Border Protection," "Manufactured Racism" and "Barack Hussein Obama." It is the result of months of study of Islam, the Quran and Muhammad, a proud Green informs his audience. Wearing a crucifix and a t-shirt with the American flag and the word Infidel (which means one without faith, but is used by people who oppose Islam), Green starts to talk about his book and then says that he has an intuition that this year's election might not even happen. It all has to do, he explains, with the refugee crisis, or the "infiltration of refugees": "Allowing tens of thousands of people to come to our country unchecked creates the circumstances for an invasion. If it can be classified as an invasion, Obama declares martial law, suspension of habeas corpus, there are no elections and then it comes the total transformation of America." (In case the elections do take place, he would vote for Donald Trump.) Does he really think all this could happen? "It is not as much a conspiracy as it is a prediction and a caution," he argues. Another of Green's forecasts says that, if the American government buries the Second Amendment, its population might rebel, and there will be "uprisings, shootings, innocent bloodshed." American people are, after all, worried that new attacks such as San Bernardino might happen soon, so they fear for their safety, he says. That's why they are here at the gun show buying firearms. By the door to the show, there is a gallon-sized water jug with the inscription "bullets found in unloaded guns." Gun owners can enter the event with their weapons as long as they are empty. If they are not, security personnel take the bullets from the guns. The water jug is almost half-full of ammunition. TV commercials for the Great American Outdoor Show in Harrisburg announced a World of Family Fun. Comcast, however, tried to make it less fun by asking the NRA to remove images of children with guns from one of the ads before it went on air. The association said the images came from the air gun range, but agreed to make the changes. The association promotes another national meeting, in May, which is restricted to its members and more politically focused. Another group, the National Shooting Sports Foundation, sponsors the Shot Show, the largest event targeted at the shooting industry, every January in Las Vegas. That makes the Great American Outdoor Show the biggest family-oriented event of its kind. And it really feels like it, with the presence of dogs, kids and as many baby carriages as wheelchairs. At the Great American Show, kids shoot air guns and play at the 3 Gun Experience. The Family Fun Zone has activities for small kids like archery, laser shooting and fishing for plastic fishes in a plastic pool. On Valentine's Day, it was decorated with a display for photo-ops with flowers, hearts, pink balloons and the words "be mine," "love" and "#NRA." Just beside the NRA store, cute and colorful bird cartoon characters call attention to the Eddie Eagle and the Wing Team booth. Eddie is a beefy bird dressed in a red sports shirt with fingers in his wings who teaches children what to do if they run into a gun. The booth distributed DVDs with Eddie's videos, songs and lessons that reached, according to their material, 28 million children since 1988. "With a firearm present in about half of American households, it's a vital message that all children need to hear," says the DVD cover: "Stop. Don't touch. Run away. Tell a grown-up." At the air gun range, Barb Stossel waits for her 11-year-old Ryan to do some shooting. "He is having a blast," she says. She knew nothing about shooting or hunting before her son recently started to watch outdoor TV shows on YouTube and became addicted to them. This kind of addiction is not unusual for the show's audience. A couple named Lee and Tiffany Lakosky, who have a hunting show on Outdoor Channel, spent an entire weekend standing and giving autographs to a line of fans that was never shorter than 40 people. As soon as Ryan arrived in Harrisburg, he attended seminars and made instant friends. The next step, Stossel plans, is taking Ryan to a hunter safety course. "We are all learning during the process," she says. "One thing I learned is that next year I will have to wear camo from head to toe." Meanwhile, Faith Deitrich is watching her kids play a bow and arrow game. She tells me that the children take part in an archery program at their school in Virginia, and that it is considered a very fun and social activity in schools that have money. Deitrich says she hunts with her husband sometimes, though she's not fond of it. "It's too early and too cold," Deitrich grumbles. "Every time I'm there, I wish I were home, sleeping. The good thing is that if you kill two deers you have food for a whole year." Deers, elks, whitetails, antelopes, bears, wolves and boars are all around the hunting hall, some aisles with as many as 50 lifelike animals staring at you with their artificial eyes. Kids and big guys line up to take selfies with the ones that look most "real." Most of these booths sell hunting trips and gear or taxidermy, but not all of them. Hunt of a Lifetime is a nonprofit organization that promotes hunting and fishing trips for children and teenagers who have serious diseases. The fact that the last or special dream of a sick kid can be to go out hunting and maybe killing an animal is not a problem for Marge Crider and Daniel Hughes, volunteers trying to get donations for the organization at the show. "Who's to say what your dream should be?" Crider asks. "Not all kids dream of going to Disney World." Tina Pattison founded the nonprofit in 1998, after she asked the Make-A-Wish Foundation to help her stepson, who had cancer, to go hunting. The foundation said they had stopped doing hunts, so Pattison decided to do it herself. Eighteen years later, they say they have helped 900 kids with cancer or heart problems to fulfill their hunting dreams in Africa, New Zealand and across the U.S. "You should watch our 'Against All Odds' video," Crider suggests. "But you better have a box of tissues around." Outside the show, Crider and Hughes promote Chinese auctions to collect money for the trips: the prizes are gift cards from gun shops, jewelry made from shell casings or candy baskets, all donated. At the show, they sometimes get $1,000 contributions. "There's no one here who would not give money for a kid to go on a hunt," Hughes says. "If you explain what you are doing, they are going to give you everything they got in their pocket." Once you start walking around that part of the show, it is easy to see that Hunt of a Lifetime's initiative is not so unique. Various nonprofits benefit from charity from the hunting and shooting audience for their projects. The LEEK Hunting and Mountain Preserve offers a similar service for disabled veterans, with the help of impressive mechanical chairs that can help the veterans "walk" around hunting fields. At the booth, there is a sign warning that they have nothing to do with the Wounded Warrior Project, one of the most famous charities of this kind, which was recently the subject of a CBS News investigation that accused the group of wasting donated money. "It's the third time you walk around here, you can ask your questions," says a man taking care of another charity booth that sells pins, pens and coins and has a sign that reads "Hillary for Prison 2016." Dave Jossart, a retired law enforcement officer, is the financial director of AmericanSnipers.org, an organization of "snipers that support snipers in the global war on terror." Since 2003, the group, previously known as Adopt a Sniper, provides operational equipment for military platoons around the world. They argue that oftentimes snipers have to spend their own money to buy gear they need. That's why the group sends them things like accessories, magazines and even personal hygiene items. Jossart can't say if the donations go to Iraq, Afghanistan or somewhere else: The destination is secret. The group sends the equipment-which they get from former snipers, gear companies and with the sales at shows and on their website-to military bases across the country. Last year, the charity says it gave $62,000, collected with the auction of five rifles, to the widow of Chris Kyle, the Navy Seal who inspired the hit movie "American Sniper." Another veteran who suffered from Post-Traumatic Stress Disorder killed Kyle at a Texas gun range. Kyle was trying to help him recover by taking him to the range. Sean Maloney's job is to help gun owners and prevent them from being arrested or sued when they use a gun in self-defense. The huge (6-foot-2-inch) and bold attorney, probably the only man in a suit at the show, is the cofounder of Second Call Defense, an insurance company that offers "complete legal protection for armed self-defense" from a 24/7 attorney in the 50 states as well as defense fees and psychological support. As many similar companies are emerging in recent years (the U.S. Concealed Carry Association also offers the service), Second Call proudly sells its product as the only one of its kind backed by the NRA. At the Outdoor Show, 40 gun lovers, some teenagers, kids and a baby in a stroller, converge on a seminar room to hear Maloney talking about "Lethal Force and Law Universal Concepts Gun Owners Must Understand." His seminar is a daily activity. Maloney says the happiest day of his life was when he turned 18 and could, at the same time, drink a beer and get a concealed carry permit. His main goal with the seminar is to make everyone understand and remember when it's legal to use a gun in self-defense: when you are in "fear of immediate and unavoidable death or serious bodily injury or harm." "That's the answer to 'why did you kill?', 'why did you pull a gun?', 'why did you do this?' Memorize it. You need to practice, folks, because it's not going to come out naturally. Honey, what will we have for dinner? I was in fear of death or serious bodily injury or harm. We know we use lethal force because of what?" he asks the audience. Everyone answers: "We were in fear of death or serious bodily injury or harm." He would repeat the same mantra 22 times during the 70-minute lecture. Maloney also encourages gun owners to reflect on whether they are prepared to kill someone and not to leave the "discussion with yourself" to the heat of the moment. "Crime reports show that us, law abiding citizens, we wait too long to make a decision. We are good guys with guns, we don't want to take another human life, but we have to be prepared if we are forced to." A woman asks what she can legally do if she sees someone stealing a car in her driveway. Maloney explains that in the United States you cannot use lethal force to retrieve property. "So I just call 911 and watch?" she asks, annoyed. "Do you want to live with yourself when you killed somebody because they took your car?" Maloney replies. The attorney offers the audience a special tip: always carry a loaded gun. "If you always, always, always load your gun, your brain knows that it is always loaded and your finger never touches the trigger. An always-loaded gun has never accidentally shot anybody," he guarantees. "That's the best advice that anybody can get." One of the biggest advantages of the product Maloney is selling, he argues, is that whenever a client has a shooting self-defense problem, he will have a local lawyer, who will know how local police, juries and prosecutors think. It's quite different, he points out, to have a firearm problem in Kennesaw, Georgia, where gun ownership is required by law, and in San Francisco, California, where the last gun shop recently closed its doors. "I'm from Ohio. If I'm outside of Cincinnati, I'm pretty safe and secure in my Second Amendment rights: the prosecutor is great, the sheriffs are great, they think like me, they encourage us to protect ourselves," says Maloney. "But if I go home to see mom and dad, I travel through Cleveland, where, if you mention a gun, is like mentioning bombing an airplane." "They are not like me. They are not like us," he says. Us, in this case, is almost a third of the country. According to the 2015 study "Gun Ownership and Social Gun Culture," 29% of U.S. residents have a firearm, and gun ownership is 2.25 times greater among those who are involved in the gun culture. Which came first, the gun culture or the gun ownership, is a question even specialists have a hard time answering. "Parents buy guns for their children, so you could argue that the culture breeds the ownership. But you can also counter-argue that getting a gun and holding on to it perpetuates the culture as well. There's no point in seeing causality here. They are mutually reinforcing concepts," says the study's lead author Dr. Bindu Kalesan, an assistant professor at Columbia University and Boston University, during a Skype interview. By conducting a rare academic study on gun culture, the researchers' goal was to understand gun ownership and use this data in future research on gun policies and public health strategies. They found out that guns are part of the social life with friends for 21.7% of gun owners and of the social life with family for 19.7% of gun owners. Ownership varies significantly between states, from a 5.2% population of gun owners in Delaware to a 61.7% in Alaska. The information that most surprised Kalesan, though, was left out of the final publication. They asked non-gun owners if they thought about purchasing a gun in the future: 27% said yes. Which means if they do act on that 50% of the population will own guns. The study also confirmed something that is not hard to figure out by attending gun shows and events: the typical gun owner is a white man, over 55, who only speaks one language —English. Among the few foreigners at the show who sell hunting trips to their own countries at least one of them is familiar with Harrisburg. Gonzalo Martínez, an Argentinian gynecologist who has the words "Carpe Diem" tattooed on his back, is promoting a duck, pigeon and turtledove hunting territory in Northern Argentina. He is drinking mate tea with his business partner, Spanish urologist Peio Arrosagaray, who loves to hunt and break up kidney stones. Many years earlier, in 1993, when he was 18 and dreamt about joining the military, Martínez came from Argentina to be an exchange student in nearby Millerstown. His American host father, the contractor Steve Willow, chose the Argentinian among other foreign students because he wrote "hunting" as one of his favorite activities. And the two would hunt together almost every day. At five o'clock, the young Martínez would wake up to hunt. At eight, he went to school. "On the first day of deer season, there was no class at school. It was holiday," he says. "I swear to you! The kids just didn't go to school so they closed the doors." After the exchange program, he went back home and gave up becoming a military man, though he never stopped hunting. Both hunter-doctors highlight, however, that the hunting culture in their countries is completely distinct from the gun culture in the United States. "There, hunting is an elite activity. Here, the gun thing is massive, a life style. Do you know who organizes this? It's the NRA. Politicians win elections thanks to the NRA. Have you been to the gun hall? They are selling weapons with silencers," says Martínez. "Weapons of war!" replies Arrosagaray. Martínez vents: "Están totalmente locos." "Every empire falls, and this country will fall at some point, because they are totally nuts," he says. A sad and unexpected event brought Martínez back to Pennsylvania ten years ago. His American host father was shot and killed by one of his own workers. "These things happen here every day," says Martínez. When he came back to the U.S. for the funeral, his host mother, Carol, offered him a gift. "She gave me the rifle with which Steve taught me how to hunt. I use it to hunt in Argentina. You see how things are. The same thing that connected us, a hunting rifle, was what killed him." * ADRIANA KÜCHLER, 36, editora-adjunta de Cultura da Folha, é mestre em jornalismo em artes e cultura pela Universidade Columbia.
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Desemprego é 'sintoma' de demora do ajuste fiscal, diz Levy
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou em Londres que o crescimento da taxa de desemprego para 8,7%, divulgado nesta quinta-feira (29), é fruto da demora da aprovação pelo Congresso das medidas fiscais do governo. "As pessoas não podem só olhar os sintomas, você tem de ver a causa. O desemprego e a inflação são sintomas de que o problema fiscal ainda não foi tratado com a energia que precisa ser tratado. Para isso, a gente precisa de medidas e eu sei que tem muita gente no Congresso que sabe disso e que está trabalhando", afirmou. Segundo ele, as empresas não abrem novos postos de trabalho à espera do ajuste fiscal, o que, argumenta o ministro, gera desconfiança com o futuro da economia no país. Entre as medidas em discussão está a recriação da CMPF, que encontra resistências no Congresso. TAXA DE DESOCUPAÇÃO - Por trimestre móvel, em % "Por isso, a gente tem que dar essa sinalização para a economia poder responder. Porque se as empresas estão receosas, não sabem quando a questão fiscal vai ser resolvida, é lógico que começam a se contrair. Aí você acaba gerando o desemprego por causa da ambiguidade do que está acontecendo", disse Levy, em entrevista coletiva a jornalistas brasileiros e estrangeiros na embaixada do Brasil, em Londres. O ministro ainda mandou um recado aos críticos de sua política econômica: "O Brasil tem de ser olhado de maneira positiva. Não pode ter torcida negativa. A gente vai mais uma vez superar aqueles grandes problemas que as pessoas apontam no curto prazo". Levy encerra nesta quinta (29) uma agenda de dois dias em Londres. Pela manhã, se encontrou com o ministro de Finanças britânico, George Osborne. Na viagem, o ministro destacou as medidas que vem tomando e apresentou os projetos de investimento em infraestrutura. "Temos de ter uma perspectiva fiscal suficientemente sólida para que os investidores estrangeiros e brasileiros não tenham receio. À medida que você tira esse receio, a economia volta a funcionar", afirmou. Rendimento médio real - Habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas, por trimestre móvel, em R$ Na entrevista coletiva, jornalistas britânicos questionaram Levy sobre ações de curto prazo que poderiam ser adotadas pelo governo para recuperar a credibilidade externa e quando exatamente seriam implementadas. O ministro respondeu que não poderia dar uma "data certa" e disse que a "deterioração" econômica é decorrência da combinação do déficit no Orçamento com o cenário de incertezas. Reafirmou então a necessidade de acelerar a aprovação no Congresso dos ajustes fiscais. "Temos certeza que vamos nos recuperar assim que as pessoas recuperarem a confiança", afirmou. "Imediatamente, as pessoas pensam que não têm de ter ajustes, mas depois vão percebendo isso, de que temos que mudar. Estou confiante", frisou Levy. "O entendimento da importância disso (ajuste fiscal) tem evoluído. Se a gente acertar o fiscal, a experiência tem que mostrado que a economia volta", ressaltou. O ministro avaliou com ponderação o rombo no Orçamento de 2015, de pelo menos R$ 51,8 bilhões: "A gente está botando a casa em ordem. Quando você põe a casa em ordem, às vezes aparecem alguns números muito grandes, mas a gente está exatamente virando a página de maneira muito responsável". "Não há alternativa à pacificar a questão orçamentária e a nossa perspectiva fiscal. O resto vai funcionar. A economia quer respirar", disse Levy.
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Desemprego é 'sintoma' de demora do ajuste fiscal, diz LevyO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou em Londres que o crescimento da taxa de desemprego para 8,7%, divulgado nesta quinta-feira (29), é fruto da demora da aprovação pelo Congresso das medidas fiscais do governo. "As pessoas não podem só olhar os sintomas, você tem de ver a causa. O desemprego e a inflação são sintomas de que o problema fiscal ainda não foi tratado com a energia que precisa ser tratado. Para isso, a gente precisa de medidas e eu sei que tem muita gente no Congresso que sabe disso e que está trabalhando", afirmou. Segundo ele, as empresas não abrem novos postos de trabalho à espera do ajuste fiscal, o que, argumenta o ministro, gera desconfiança com o futuro da economia no país. Entre as medidas em discussão está a recriação da CMPF, que encontra resistências no Congresso. TAXA DE DESOCUPAÇÃO - Por trimestre móvel, em % "Por isso, a gente tem que dar essa sinalização para a economia poder responder. Porque se as empresas estão receosas, não sabem quando a questão fiscal vai ser resolvida, é lógico que começam a se contrair. Aí você acaba gerando o desemprego por causa da ambiguidade do que está acontecendo", disse Levy, em entrevista coletiva a jornalistas brasileiros e estrangeiros na embaixada do Brasil, em Londres. O ministro ainda mandou um recado aos críticos de sua política econômica: "O Brasil tem de ser olhado de maneira positiva. Não pode ter torcida negativa. A gente vai mais uma vez superar aqueles grandes problemas que as pessoas apontam no curto prazo". Levy encerra nesta quinta (29) uma agenda de dois dias em Londres. Pela manhã, se encontrou com o ministro de Finanças britânico, George Osborne. Na viagem, o ministro destacou as medidas que vem tomando e apresentou os projetos de investimento em infraestrutura. "Temos de ter uma perspectiva fiscal suficientemente sólida para que os investidores estrangeiros e brasileiros não tenham receio. À medida que você tira esse receio, a economia volta a funcionar", afirmou. Rendimento médio real - Habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas, por trimestre móvel, em R$ Na entrevista coletiva, jornalistas britânicos questionaram Levy sobre ações de curto prazo que poderiam ser adotadas pelo governo para recuperar a credibilidade externa e quando exatamente seriam implementadas. O ministro respondeu que não poderia dar uma "data certa" e disse que a "deterioração" econômica é decorrência da combinação do déficit no Orçamento com o cenário de incertezas. Reafirmou então a necessidade de acelerar a aprovação no Congresso dos ajustes fiscais. "Temos certeza que vamos nos recuperar assim que as pessoas recuperarem a confiança", afirmou. "Imediatamente, as pessoas pensam que não têm de ter ajustes, mas depois vão percebendo isso, de que temos que mudar. Estou confiante", frisou Levy. "O entendimento da importância disso (ajuste fiscal) tem evoluído. Se a gente acertar o fiscal, a experiência tem que mostrado que a economia volta", ressaltou. O ministro avaliou com ponderação o rombo no Orçamento de 2015, de pelo menos R$ 51,8 bilhões: "A gente está botando a casa em ordem. Quando você põe a casa em ordem, às vezes aparecem alguns números muito grandes, mas a gente está exatamente virando a página de maneira muito responsável". "Não há alternativa à pacificar a questão orçamentária e a nossa perspectiva fiscal. O resto vai funcionar. A economia quer respirar", disse Levy.
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EUA prometem forte resposta militar a qualquer ameaça da Coreia do Norte
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, prometeu "uma resposta militar massiva" a qualquer ameaça da Coreia do Norte contra os americanos ou seus aliados. Mattis fez um pronunciamento em frente à Casa Branca após reunião com o presidente Donald Trump, o vice-presidente, Mike Pence e os conselheiros de segurança nacional, de acordo com a CNN. Mattis afirmou que Trump quer ser informado de todas as opções militares para lidar com uma ameça nuclear dos norte-coreanos. O país asiático anunciou na madrugada deste domingo (3) que teria realizado um teste com uma bomba de hidrogênio. "Qualquer ameaça para os Estados Unidos ou seus territórios, incluindo Guam, ou nossos aliados será enfrentada com uma resposta militar maciça, uma resposta eficaz e esmagadora", afirmou o secretário, destacando o comprometimento entre os aliados. "Não queremos aniquilar nenhum país, como a Coreia do Norte, mas temos muitas opções para fazê-lo", acrescentou Mattis, advertindo o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Em uma série de tuítes da manhã, Trump afirmou que eram "hostis" e "perigosas" as ações de Pyongyang e considerou que uma política de "apaziguamento" com o regime comunista norte-coreano não funcionaria. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou à Fox News que "preparará um pacote de sanções e enviará ao presidente para consideração". "Aqueles que fazem negócios com eles [Coreia do Norte] não poderão fazê-lo conosco", disse ele. "Trabalharemos em conjunto com nossos aliados. Trabalharemos com a China." O TESTE NUCLEAR Um teste com uma bomba de hidrogênio teria sido realizado pelo governo da Coreia do Norte na madrugada deste domingo (3). Segundo as agências internacionais, o país asiático anunciou o teste por meio de sua imprensa oficial e afirmou que obteve êxito na operação. Este seria o sexto teste nuclear realizado pelo governo do ditador Kim Jong-un. Após analisar dados de um forte tremor detectado à 0h36 (no horário de Brasília), o governo japonês declarou —antes do anúncio oficial norte-coreano—, que havia sido detectado um novo teste atômico na região que abriga as instalações nucleares da Coreia do Norte, a nordeste do país. O tremor de 6,3 graus de intensidade na escala Richter foi identificado na província de Hamgyong do Norte, que faz fronteira com a China, e onde fica situada a base de testes nucleares de Punggye-ri. Bomba H BOMBA DE GRANDE PODER DESTRUTIVO O regime anunciou que havia desenvolvido uma bomba de hidrogênio que, diz, tem "grande poder destrutivo" e poderia ser colocada em mísseis intercontinentais. Analistas viram a declaração como um possível novo elemento de tensão entre Kim Jong-un e os Estados Unidos, mas também como uma propaganda por considerarem que a ditadura não teria tecnologia suficiente para fazer a bomba. A agência de notícias KCNA mostrou imagens de Kim inspecionando o que dizem ser o carregamento da bomba de hidrogênio em um míssil intercontinental e, em seu texto, afirma que todo o processo foi feito dentro do país. "O poder explosivo da bomba foi ajustado de dezenas para centenas de quilotons e pode ser detonada de grandes altitudes. Como seus componentes foram produzidos localmente, isso permite que o país possa fazer quantas armas nucleares quiser." Esta é a segunda vez que a Coreia do Norte diz ter bombas de hidrogênio. A primeira foi depois de seu quarto teste nuclear, em janeiro de 2016, quando o regime declarou ter usado uma ogiva desse tipo no exercício. Na época, especialistas dos EUA e da Coreia do Sul consideraram que a bomba atômica usada teria sido comum. O secretismo do programa nuclear norte-coreano, porém, faz ser quase impossível a veracidade dos anúncios. O suposto desenvolvimento foi revelado seis dias depois que o regime lançou um míssil que sobrevoou o nordeste do Japão antes de cair no oceano Pacífico, em resposta aos exercícios militares americanos e sul-coreanos. Em resposta, o Exército dos EUA sobrevoou a fronteira com a Coreia do Norte com caças e bombardeiros. A tensão começou quando Kim disse ter testado dois mísseis intercontinentais que, segundo o regime, poderiam chegar ao território continental dos EUA. REPERCUSSÃO INTERNACIONAL O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também condenou os testes norte-coreanos. Segundo ele, a ação é profundamente desestabilizadora para a segurança regional. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, foram favoráveis ​​durante uma conversa telefônica sobre um "aperto" de sanções já aplicadas pela União Europeia contra a Coreia do Norte, informou o governo alemão. O encontro do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também condenou os testes nucleares norte-coreanos e pedirá reforço do diálogo com o país oriental. O Conselho de Segurança da ONU no início de agosto aprovou o sétimo pacote de sanções contra Pyongyang com o objetivo de privar o regime de cerca de US$ 1 bilhão de receita de suas exportações de chumbo, ferro e outros minerais, bem como peixe e frutos do mar. Com agências de notícias
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EUA prometem forte resposta militar a qualquer ameaça da Coreia do NorteO secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, prometeu "uma resposta militar massiva" a qualquer ameaça da Coreia do Norte contra os americanos ou seus aliados. Mattis fez um pronunciamento em frente à Casa Branca após reunião com o presidente Donald Trump, o vice-presidente, Mike Pence e os conselheiros de segurança nacional, de acordo com a CNN. Mattis afirmou que Trump quer ser informado de todas as opções militares para lidar com uma ameça nuclear dos norte-coreanos. O país asiático anunciou na madrugada deste domingo (3) que teria realizado um teste com uma bomba de hidrogênio. "Qualquer ameaça para os Estados Unidos ou seus territórios, incluindo Guam, ou nossos aliados será enfrentada com uma resposta militar maciça, uma resposta eficaz e esmagadora", afirmou o secretário, destacando o comprometimento entre os aliados. "Não queremos aniquilar nenhum país, como a Coreia do Norte, mas temos muitas opções para fazê-lo", acrescentou Mattis, advertindo o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Em uma série de tuítes da manhã, Trump afirmou que eram "hostis" e "perigosas" as ações de Pyongyang e considerou que uma política de "apaziguamento" com o regime comunista norte-coreano não funcionaria. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou à Fox News que "preparará um pacote de sanções e enviará ao presidente para consideração". "Aqueles que fazem negócios com eles [Coreia do Norte] não poderão fazê-lo conosco", disse ele. "Trabalharemos em conjunto com nossos aliados. Trabalharemos com a China." O TESTE NUCLEAR Um teste com uma bomba de hidrogênio teria sido realizado pelo governo da Coreia do Norte na madrugada deste domingo (3). Segundo as agências internacionais, o país asiático anunciou o teste por meio de sua imprensa oficial e afirmou que obteve êxito na operação. Este seria o sexto teste nuclear realizado pelo governo do ditador Kim Jong-un. Após analisar dados de um forte tremor detectado à 0h36 (no horário de Brasília), o governo japonês declarou —antes do anúncio oficial norte-coreano—, que havia sido detectado um novo teste atômico na região que abriga as instalações nucleares da Coreia do Norte, a nordeste do país. O tremor de 6,3 graus de intensidade na escala Richter foi identificado na província de Hamgyong do Norte, que faz fronteira com a China, e onde fica situada a base de testes nucleares de Punggye-ri. Bomba H BOMBA DE GRANDE PODER DESTRUTIVO O regime anunciou que havia desenvolvido uma bomba de hidrogênio que, diz, tem "grande poder destrutivo" e poderia ser colocada em mísseis intercontinentais. Analistas viram a declaração como um possível novo elemento de tensão entre Kim Jong-un e os Estados Unidos, mas também como uma propaganda por considerarem que a ditadura não teria tecnologia suficiente para fazer a bomba. A agência de notícias KCNA mostrou imagens de Kim inspecionando o que dizem ser o carregamento da bomba de hidrogênio em um míssil intercontinental e, em seu texto, afirma que todo o processo foi feito dentro do país. "O poder explosivo da bomba foi ajustado de dezenas para centenas de quilotons e pode ser detonada de grandes altitudes. Como seus componentes foram produzidos localmente, isso permite que o país possa fazer quantas armas nucleares quiser." Esta é a segunda vez que a Coreia do Norte diz ter bombas de hidrogênio. A primeira foi depois de seu quarto teste nuclear, em janeiro de 2016, quando o regime declarou ter usado uma ogiva desse tipo no exercício. Na época, especialistas dos EUA e da Coreia do Sul consideraram que a bomba atômica usada teria sido comum. O secretismo do programa nuclear norte-coreano, porém, faz ser quase impossível a veracidade dos anúncios. O suposto desenvolvimento foi revelado seis dias depois que o regime lançou um míssil que sobrevoou o nordeste do Japão antes de cair no oceano Pacífico, em resposta aos exercícios militares americanos e sul-coreanos. Em resposta, o Exército dos EUA sobrevoou a fronteira com a Coreia do Norte com caças e bombardeiros. A tensão começou quando Kim disse ter testado dois mísseis intercontinentais que, segundo o regime, poderiam chegar ao território continental dos EUA. REPERCUSSÃO INTERNACIONAL O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também condenou os testes norte-coreanos. Segundo ele, a ação é profundamente desestabilizadora para a segurança regional. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, foram favoráveis ​​durante uma conversa telefônica sobre um "aperto" de sanções já aplicadas pela União Europeia contra a Coreia do Norte, informou o governo alemão. O encontro do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também condenou os testes nucleares norte-coreanos e pedirá reforço do diálogo com o país oriental. O Conselho de Segurança da ONU no início de agosto aprovou o sétimo pacote de sanções contra Pyongyang com o objetivo de privar o regime de cerca de US$ 1 bilhão de receita de suas exportações de chumbo, ferro e outros minerais, bem como peixe e frutos do mar. Com agências de notícias
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Aplicativo Livox dá voz e autonomia para pessoas com deficiências
Para dar uma melhor qualidade de vida e estimular o potencial de sua filha, Clara, 9, com paralisia cerebral, o pernambucano Carlos Pereira, 38, desenvolveu uma tecnologia que já ajudou mais de 20 mil pessoas com deficiência a se comunicarem. Isso porque o aplicativo Livox consegue atender diferentes deficiências e doenças, como autismo, ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) e sequelas de AVC (Acidente Vascular Cerebral), com potencial de impactar 15 milhões de brasileiros com dificuldades de fala. "Existem cerca de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo [de acordo com a Organização Mundial da Saúde]. Eles são a maior minoria do planeta", afirma o empreendedor social. Conheça a Livox A ferramenta cujo nome vem do latim e significa liberdade e voz facilitou a vida de muitas famílias que, assim como a do empreendedor social, precisavam se valer de volumosos fichários e cartões de comunicação alternativa para inserir crianças e adultos com deficiência no mundo. "O Livox veio para dar essa força às famílias que andavam com pastas, o que era pouco prático. É muito mais fácil levar um tablet na bolsa", afirma Ana Cláudia Cavalcanti, mãe de Rafael, 10, que tem autismo, e se utiliza do aplicativo para se comunicar com a família e também para aprender. "É uma ferramenta também de inclusão escolar." O benefício proporcionado pelo Livox foi reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), que o premiou como a melhor tecnologia inclusiva do mundo. O aplicativo venceu também o Desafio de Impacto Social do Google para deficiências, que lhe garantiu um investimento de cerca de R$ 2,2 milhões para aprimoramentos que permitiam os usuários se comunicarem com mais rapidez. LIVOX NA ESCOLA Com sua eficácia comprovada pelos pais, o Livox chegou também às escolas. A Prefeitura do Recife adquiriu, em 2014, 5.000 licenças do software que hoje são utilizadas por alunos de escolas municipais, como a de Educação Infantil Engenho do Meio, na periferia da capital pernambucana. "Quando vi o Livox em um programa de televisão, disse que queria aquilo para os meus alunos. A gente procurou a Secretaria [de Educação do Recife], que disponibilizou o serviço e topei testar", conta Jeyse Anne de Oliveira, 36, professora de atendimento educacional especializado na Engenho do Meio. A escola é referência no atendimento de jovens com deficiência, promovendo a inclusão de 86 alunos com alguma carência física ou intelectual. Um deles é Jhonatan Santos, 19, o primeiro estudante da rede municipal a usar o aplicativo em sala de aula. "O Livox permite em qualquer momento expressar aquilo que ele [Jhonatan] está sentindo. É a sensação de liberdade", conta Ginny Lins, 33, mãe do jovem que teve paralisia cerebral durante o parto. Com seu largo sorriso e uma destreza que impressiona apesar dos movimentos em espasmos, Jhonatan manda mensagens de texto e posta vídeos pelo Facebook, provando que o uso da tecnologia lhe abriu as portas do mundo. O jovem pediu à mãe que fizesse uma homenagem ao criador do Livox. "Obrigado, Carlos, por fazer as outras pessoas me ouvirem". Para a diretora Bianca Simonetti, além de ganhos na comunicação e na aprendizagem, a tecnologia "dá protagonismo aos alunos." Após a experiência com Jhonatan, o secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira, conta que o aplicativo passou a fazer parte da política de educação inclusiva. "Já temos 500 tablets com Livox instalado, 260 deles estão com o aluno e sua família. Outros 240 já foram distribuídos em 111 escolas que têm sala de multirrecursos onde os alunos são atendidos", diz o secretário. EXPANSÃO O impacto do uso do aplicativo Livox deve aumentar por meio de uma parceria com a Federação das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) do Estado de São Paulo, na qual haverá um desconto de 74% na venda da licença, que passará a custar R$ 350. É uma forma de democratizar o software no Brasil. "Fechamos com o Livox e já iniciamos a utilização em 22 Apaes e a expectativa é que a gente expanda para todas as Apaes de São Paulo, que são 305", afirma, Crisitiany de Castro, presidente da federação. Nessa parceria com a associação, são esperados 2.500 novos usuários até o fim de 2016 e 60 mil, em 2017. Com a nova lei de inclusão escolar (Lei 13.146/2015), que proíbe escolas privadas de cobrar a mais de alunos com deficiência e determina que ofereçam profissionais de apoio, o aplicativo também foi avaliado pelo MEC (Ministério da Educação). "A avaliação do Instituto Renato Archer para o ministério classificou o Livox como uma ótima ferramenta de alfabetização para pessoas com e sem deficiência", explica o sócio de Carlos, Paulo Henrique Araújo, o que mostra seu potencial de inclusão. O aplicativo "Made in Brazil" atravessa fronteiras e já é comercializado em quatro outras línguas: inglês, árabe, espanhol e alemão. Nos Estados Unidos, a tecnologia brasileira é usada na reabilitação pediátrica do Florida Hospital. A competitividade da tecnologia em solo americano é destacada pela chefe do programa de reabilitação pediátrica do Florida Hospital, Sarah Robins, onde uma licença custa US$ 250, aproximadamente R$ 800. "Tivemos recentemente uma garota que teve autorização do seguro de saúde para o pagamento de parte de sua ferramenta de comunicação, antes de conhecermos o Livox, no valor de US$ 5.000. O processo dura entre 6 e 12 meses para ser autorizado e ela ainda não recebeu o aplicativo", relata. A fonoaudióloga Erica Heatherington ressalta a facilidade de trabalhar com o aplicativo no Florida Hospital, onde utiliza o Livox há quatro meses com pacientes com diferentes deficiências. "É uma plataforma com interface amigável. É fácil de programar, de personalizar e de levar pelo hospital, o que é um ótimo benefício para nós."
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Aplicativo Livox dá voz e autonomia para pessoas com deficiênciasPara dar uma melhor qualidade de vida e estimular o potencial de sua filha, Clara, 9, com paralisia cerebral, o pernambucano Carlos Pereira, 38, desenvolveu uma tecnologia que já ajudou mais de 20 mil pessoas com deficiência a se comunicarem. Isso porque o aplicativo Livox consegue atender diferentes deficiências e doenças, como autismo, ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) e sequelas de AVC (Acidente Vascular Cerebral), com potencial de impactar 15 milhões de brasileiros com dificuldades de fala. "Existem cerca de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo [de acordo com a Organização Mundial da Saúde]. Eles são a maior minoria do planeta", afirma o empreendedor social. Conheça a Livox A ferramenta cujo nome vem do latim e significa liberdade e voz facilitou a vida de muitas famílias que, assim como a do empreendedor social, precisavam se valer de volumosos fichários e cartões de comunicação alternativa para inserir crianças e adultos com deficiência no mundo. "O Livox veio para dar essa força às famílias que andavam com pastas, o que era pouco prático. É muito mais fácil levar um tablet na bolsa", afirma Ana Cláudia Cavalcanti, mãe de Rafael, 10, que tem autismo, e se utiliza do aplicativo para se comunicar com a família e também para aprender. "É uma ferramenta também de inclusão escolar." O benefício proporcionado pelo Livox foi reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), que o premiou como a melhor tecnologia inclusiva do mundo. O aplicativo venceu também o Desafio de Impacto Social do Google para deficiências, que lhe garantiu um investimento de cerca de R$ 2,2 milhões para aprimoramentos que permitiam os usuários se comunicarem com mais rapidez. LIVOX NA ESCOLA Com sua eficácia comprovada pelos pais, o Livox chegou também às escolas. A Prefeitura do Recife adquiriu, em 2014, 5.000 licenças do software que hoje são utilizadas por alunos de escolas municipais, como a de Educação Infantil Engenho do Meio, na periferia da capital pernambucana. "Quando vi o Livox em um programa de televisão, disse que queria aquilo para os meus alunos. A gente procurou a Secretaria [de Educação do Recife], que disponibilizou o serviço e topei testar", conta Jeyse Anne de Oliveira, 36, professora de atendimento educacional especializado na Engenho do Meio. A escola é referência no atendimento de jovens com deficiência, promovendo a inclusão de 86 alunos com alguma carência física ou intelectual. Um deles é Jhonatan Santos, 19, o primeiro estudante da rede municipal a usar o aplicativo em sala de aula. "O Livox permite em qualquer momento expressar aquilo que ele [Jhonatan] está sentindo. É a sensação de liberdade", conta Ginny Lins, 33, mãe do jovem que teve paralisia cerebral durante o parto. Com seu largo sorriso e uma destreza que impressiona apesar dos movimentos em espasmos, Jhonatan manda mensagens de texto e posta vídeos pelo Facebook, provando que o uso da tecnologia lhe abriu as portas do mundo. O jovem pediu à mãe que fizesse uma homenagem ao criador do Livox. "Obrigado, Carlos, por fazer as outras pessoas me ouvirem". Para a diretora Bianca Simonetti, além de ganhos na comunicação e na aprendizagem, a tecnologia "dá protagonismo aos alunos." Após a experiência com Jhonatan, o secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira, conta que o aplicativo passou a fazer parte da política de educação inclusiva. "Já temos 500 tablets com Livox instalado, 260 deles estão com o aluno e sua família. Outros 240 já foram distribuídos em 111 escolas que têm sala de multirrecursos onde os alunos são atendidos", diz o secretário. EXPANSÃO O impacto do uso do aplicativo Livox deve aumentar por meio de uma parceria com a Federação das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) do Estado de São Paulo, na qual haverá um desconto de 74% na venda da licença, que passará a custar R$ 350. É uma forma de democratizar o software no Brasil. "Fechamos com o Livox e já iniciamos a utilização em 22 Apaes e a expectativa é que a gente expanda para todas as Apaes de São Paulo, que são 305", afirma, Crisitiany de Castro, presidente da federação. Nessa parceria com a associação, são esperados 2.500 novos usuários até o fim de 2016 e 60 mil, em 2017. Com a nova lei de inclusão escolar (Lei 13.146/2015), que proíbe escolas privadas de cobrar a mais de alunos com deficiência e determina que ofereçam profissionais de apoio, o aplicativo também foi avaliado pelo MEC (Ministério da Educação). "A avaliação do Instituto Renato Archer para o ministério classificou o Livox como uma ótima ferramenta de alfabetização para pessoas com e sem deficiência", explica o sócio de Carlos, Paulo Henrique Araújo, o que mostra seu potencial de inclusão. O aplicativo "Made in Brazil" atravessa fronteiras e já é comercializado em quatro outras línguas: inglês, árabe, espanhol e alemão. Nos Estados Unidos, a tecnologia brasileira é usada na reabilitação pediátrica do Florida Hospital. A competitividade da tecnologia em solo americano é destacada pela chefe do programa de reabilitação pediátrica do Florida Hospital, Sarah Robins, onde uma licença custa US$ 250, aproximadamente R$ 800. "Tivemos recentemente uma garota que teve autorização do seguro de saúde para o pagamento de parte de sua ferramenta de comunicação, antes de conhecermos o Livox, no valor de US$ 5.000. O processo dura entre 6 e 12 meses para ser autorizado e ela ainda não recebeu o aplicativo", relata. A fonoaudióloga Erica Heatherington ressalta a facilidade de trabalhar com o aplicativo no Florida Hospital, onde utiliza o Livox há quatro meses com pacientes com diferentes deficiências. "É uma plataforma com interface amigável. É fácil de programar, de personalizar e de levar pelo hospital, o que é um ótimo benefício para nós."
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Pet Shop Boys confirma shows em São Paulo e Brasília em setembro
O duo inglês Pet Shop Boys confirmou dois shows no Brasil em setembro, no dia 17, no Net Live em Brasília e no dia 19 no Espaço das Américas em São Paulo. Formada por Neil Francis Tennant e Christopher Sean Lowe nos anos 1980, esta será a sétima vez que a dupla inglesa vem ao Brasil, dessa vez com turnê The Super Tour. Em São Paulo, a pré-venda para o show começa nesta quinta-feira (18) e vai até o dia 25 de maio pelo PayPal. A partir do dia 25, às 22h, começa a venda para o público geral. Os preços dos ingressos custam de R$ 240 a R$ 450 pelo site do Ingresso Rápido. A pré-venda para o show em Brasília já está disponível e vai até o dia 21 de maio pelo site do Net Live. A venda geral começa no dia 21 de maio. Os ingressos para o show variam de R$ 380 e R$ 540. Ouça os sucessos do Pet Shop Boys: Ouça no deezer
ilustrada
Pet Shop Boys confirma shows em São Paulo e Brasília em setembroO duo inglês Pet Shop Boys confirmou dois shows no Brasil em setembro, no dia 17, no Net Live em Brasília e no dia 19 no Espaço das Américas em São Paulo. Formada por Neil Francis Tennant e Christopher Sean Lowe nos anos 1980, esta será a sétima vez que a dupla inglesa vem ao Brasil, dessa vez com turnê The Super Tour. Em São Paulo, a pré-venda para o show começa nesta quinta-feira (18) e vai até o dia 25 de maio pelo PayPal. A partir do dia 25, às 22h, começa a venda para o público geral. Os preços dos ingressos custam de R$ 240 a R$ 450 pelo site do Ingresso Rápido. A pré-venda para o show em Brasília já está disponível e vai até o dia 21 de maio pelo site do Net Live. A venda geral começa no dia 21 de maio. Os ingressos para o show variam de R$ 380 e R$ 540. Ouça os sucessos do Pet Shop Boys: Ouça no deezer
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Arquivo Aberto - O festival que deu em 'Festival'
O "Brazil Projects 88" foi um marco na minha carreira. No ano anterior eu havia conhecido Carmen –que é brasileira e com quem me casaria–, por meio de Paulinho da Costa, percussionista carioca radicado nos Estados Unidos, e de Arice, sua mulher. Esse encontro deflagraria um novo capítulo de minha história com o Brasil, que tinha começado no fim da adolescência, quando, aos 19 anos, fui introduzido pelo violonista Oscar Castro Neves a Dorival Caymmi e Tom Jobim. Eu, que já era apaixonado pela música brasileira, comecei a desenvolver minha relação com seus artistas. Minha então namorada estava em Nova York produzindo o evento –além de uma megaexposição de arte, o "Brazil Projects 88" incluiria uma série de shows no Town Hall, para os quais Carmen estava convidando grandes músicos. Eu, que estava morando em Los Angeles e preparava um novo álbum, de repente pensei que o melhor seria levar a produção do disco –que sairia naquele mesmo ano, batizado como "Festival"–, para a Costa Leste. Mal Carmen abriu o apartamento, e eu já lotava a sala com duas "geladeiras" cheias de equipamentos. Quem viveu aquela época sabe muito bem que era necessário um grande volume de traquitanas até para montar uma fita demo caseira, coisa que hoje se faz sozinho, com o seu iPhone. Passada sua surpresa, Carmen nos apresentou a todos esses músicos brasileiros. Conhecê-los me fez mudar o conceito do disco; queria incluir aqueles artistas que ela reunira para o projeto. Ato contínuo, eu já estava perguntando ao Caetano: "Hey, você pode tocar no meu disco?". Eu e esses músicos maravilhosos –Dave Grusin, Marcus Miller, Omar Hakim, Ernie Watts, Anthony Jackson– um dia estávamos no estúdio, fazendo o arranjo de "Você É Linda" quando Caetano entrou pela porta e, ao ouvir nossa versão, disse: "Meu Deus, eu ainda nem me aqueci e vocês já estão tocando a música fantasticamente!". Ele ficou surpreso e impressionado com o tratamento americano para uma de suas canções clássicas, e satisfeito por aquele conjunto ter conseguido captar a sensibilidade de sua música. Graças ao Caetano eu conheci o Carlinhos Brown, que na época tocava percussão com ele. Fiquei encantado com a qualidade do seu trabalho e o convidei para tocar também; gravamos juntos quatro músicas e ficaram ótimas. Por fim, mas não menos importante, foi nessa mesma ocasião que eu conheci João Bosco, outro artista lendário, que também participou de "Festival". Ainda de outras formas o "Brazil Projects" me tocaria naquele ano. Ter a oportunidade de ver João Gilberto se apresentar foi uma delas. Todo mundo conhece as suas histórias, sua fama de ser muito excêntrico. Para mim João Gilberto é apenas um artista fantástico, um dos meus favoritos de todos os tempos, um grande herói. Carmen conseguiu trazê-lo não uma, mas duas vezes aos Estados Unidos –e todo mundo sabe que não é fácil conseguir convencê-lo a ir a qualquer lugar. Ele se convenceu após ouvir, em um programa de entrevistas na TV brasileira, Carmen falando sobre o projeto. Ele percebeu a integridade e beleza da ideia e depois aceitou o convite para participar. Do mesmo jeito que só houve um Frank Sinatra, com sua forma própria de cantar, não há outro João Gilberto. Conhecê-lo melhor teve em mim um efeito vital. Foi muito importante para um músico de jazz contemporâneo ter essa aproximação mais profunda, e de uma só tacada, com esses artistas brasileiros. LEE RITENOUR, 63, é músico, compositor e guitarrista norte-americano.
ilustrissima
Arquivo Aberto - O festival que deu em 'Festival'O "Brazil Projects 88" foi um marco na minha carreira. No ano anterior eu havia conhecido Carmen –que é brasileira e com quem me casaria–, por meio de Paulinho da Costa, percussionista carioca radicado nos Estados Unidos, e de Arice, sua mulher. Esse encontro deflagraria um novo capítulo de minha história com o Brasil, que tinha começado no fim da adolescência, quando, aos 19 anos, fui introduzido pelo violonista Oscar Castro Neves a Dorival Caymmi e Tom Jobim. Eu, que já era apaixonado pela música brasileira, comecei a desenvolver minha relação com seus artistas. Minha então namorada estava em Nova York produzindo o evento –além de uma megaexposição de arte, o "Brazil Projects 88" incluiria uma série de shows no Town Hall, para os quais Carmen estava convidando grandes músicos. Eu, que estava morando em Los Angeles e preparava um novo álbum, de repente pensei que o melhor seria levar a produção do disco –que sairia naquele mesmo ano, batizado como "Festival"–, para a Costa Leste. Mal Carmen abriu o apartamento, e eu já lotava a sala com duas "geladeiras" cheias de equipamentos. Quem viveu aquela época sabe muito bem que era necessário um grande volume de traquitanas até para montar uma fita demo caseira, coisa que hoje se faz sozinho, com o seu iPhone. Passada sua surpresa, Carmen nos apresentou a todos esses músicos brasileiros. Conhecê-los me fez mudar o conceito do disco; queria incluir aqueles artistas que ela reunira para o projeto. Ato contínuo, eu já estava perguntando ao Caetano: "Hey, você pode tocar no meu disco?". Eu e esses músicos maravilhosos –Dave Grusin, Marcus Miller, Omar Hakim, Ernie Watts, Anthony Jackson– um dia estávamos no estúdio, fazendo o arranjo de "Você É Linda" quando Caetano entrou pela porta e, ao ouvir nossa versão, disse: "Meu Deus, eu ainda nem me aqueci e vocês já estão tocando a música fantasticamente!". Ele ficou surpreso e impressionado com o tratamento americano para uma de suas canções clássicas, e satisfeito por aquele conjunto ter conseguido captar a sensibilidade de sua música. Graças ao Caetano eu conheci o Carlinhos Brown, que na época tocava percussão com ele. Fiquei encantado com a qualidade do seu trabalho e o convidei para tocar também; gravamos juntos quatro músicas e ficaram ótimas. Por fim, mas não menos importante, foi nessa mesma ocasião que eu conheci João Bosco, outro artista lendário, que também participou de "Festival". Ainda de outras formas o "Brazil Projects" me tocaria naquele ano. Ter a oportunidade de ver João Gilberto se apresentar foi uma delas. Todo mundo conhece as suas histórias, sua fama de ser muito excêntrico. Para mim João Gilberto é apenas um artista fantástico, um dos meus favoritos de todos os tempos, um grande herói. Carmen conseguiu trazê-lo não uma, mas duas vezes aos Estados Unidos –e todo mundo sabe que não é fácil conseguir convencê-lo a ir a qualquer lugar. Ele se convenceu após ouvir, em um programa de entrevistas na TV brasileira, Carmen falando sobre o projeto. Ele percebeu a integridade e beleza da ideia e depois aceitou o convite para participar. Do mesmo jeito que só houve um Frank Sinatra, com sua forma própria de cantar, não há outro João Gilberto. Conhecê-lo melhor teve em mim um efeito vital. Foi muito importante para um músico de jazz contemporâneo ter essa aproximação mais profunda, e de uma só tacada, com esses artistas brasileiros. LEE RITENOUR, 63, é músico, compositor e guitarrista norte-americano.
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Hoje na TV: Pinheiros x Osasco, pelas quartas da Superliga feminina de vôlei
14h - Philadelphia Phillies x Atlanta Braves, beisebol (pré-temporada), ESPN + 18h - Minas x Praia Clube, Superliga fem. de vôlei, SporTV 19h30 - Bauru x Franca, NBB, SporTV 2 20h - Pittsburgh Penguins x St. Louis Blues, hóquei no gelo, ESPN 20h30 - Pinheiros x Osasco, Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h - Oklahoma City Thunder x Los Angeles Lakers, NBA, Space 22h30 - Mundial de Xangai, patinação artística, SporTV 2 23h30 - Portland Trail Blazers x Golden State Warriors, NBA, SporTV
esporte
Hoje na TV: Pinheiros x Osasco, pelas quartas da Superliga feminina de vôlei14h - Philadelphia Phillies x Atlanta Braves, beisebol (pré-temporada), ESPN + 18h - Minas x Praia Clube, Superliga fem. de vôlei, SporTV 19h30 - Bauru x Franca, NBB, SporTV 2 20h - Pittsburgh Penguins x St. Louis Blues, hóquei no gelo, ESPN 20h30 - Pinheiros x Osasco, Superliga fem. de vôlei, SporTV 21h - Oklahoma City Thunder x Los Angeles Lakers, NBA, Space 22h30 - Mundial de Xangai, patinação artística, SporTV 2 23h30 - Portland Trail Blazers x Golden State Warriors, NBA, SporTV
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Paulinho afirma que empate contra o Uruguai não será 'mau resultado'
A seleção está com 100% de aproveitamento desde que Tite assumiu o comando da equipe. Apesar da boa fase da equipe, o volante Paulinho admitiu nesta segunda (20) que o "empate" não será "um mau resultado" contra o Uruguai, nesta quinta (23), em Montevidéu. O jogo é válido pela 13ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. "Pela dificuldade que sabemos que vamos enfrentar, um empate não seria um mau resultado. Mas nosso pensamento é fazer um grande jogo e, tendo oportunidade de vencer, melhor ainda", disse Paulinho. Tite venceu as sete partidas que disputou no cargo —seis nas eliminatórias e um em amistoso. A seleção não contará nesta quinta com Gabriel Jesus, que se recupera de contusão. Roberto Firmino e Diego Souza disputam a vaga em aberto. Com 27 pontos, o time nacional lidera o torneio. Uma vitória praticamente garante vaga da equipe para o Mundial de 2018. O ex-corintiano acredita que o jogo será "muito truncado" e disse que o time se prepara para suportar a pressão adversária no início da partida. "Temos que ter cabeça boa, tranquilidade, concentração, principalmente no início da partida, quando devem nos pressionar mais", afirmou Paulinho. Nesta segunda, a seleção fez um treino leve com apenas 14 jogadores no campo. Na madrugada desta terça (21), Neymar vai desembarcar em São Paulo. Na noite do mesmo dia, a delegação embarca para Montevidéu.
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Paulinho afirma que empate contra o Uruguai não será 'mau resultado'A seleção está com 100% de aproveitamento desde que Tite assumiu o comando da equipe. Apesar da boa fase da equipe, o volante Paulinho admitiu nesta segunda (20) que o "empate" não será "um mau resultado" contra o Uruguai, nesta quinta (23), em Montevidéu. O jogo é válido pela 13ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. "Pela dificuldade que sabemos que vamos enfrentar, um empate não seria um mau resultado. Mas nosso pensamento é fazer um grande jogo e, tendo oportunidade de vencer, melhor ainda", disse Paulinho. Tite venceu as sete partidas que disputou no cargo —seis nas eliminatórias e um em amistoso. A seleção não contará nesta quinta com Gabriel Jesus, que se recupera de contusão. Roberto Firmino e Diego Souza disputam a vaga em aberto. Com 27 pontos, o time nacional lidera o torneio. Uma vitória praticamente garante vaga da equipe para o Mundial de 2018. O ex-corintiano acredita que o jogo será "muito truncado" e disse que o time se prepara para suportar a pressão adversária no início da partida. "Temos que ter cabeça boa, tranquilidade, concentração, principalmente no início da partida, quando devem nos pressionar mais", afirmou Paulinho. Nesta segunda, a seleção fez um treino leve com apenas 14 jogadores no campo. Na madrugada desta terça (21), Neymar vai desembarcar em São Paulo. Na noite do mesmo dia, a delegação embarca para Montevidéu.
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Agora é a hora para produtor comprar adubo, afirma banco
Este pode ser o melhor momento para o produtor pensar no fertilizante que utilizará na próxima safra. A alta da soja e a queda dos preços internacionais dos fertilizantes abriram uma boa oportunidade para a fixação da relação de troca pelo produtor, segundo Guilherme Melo, analista de agronegócios no Itaú BBA. A pressão menor da demanda por fertilizantes provocou queda nos preços internacionais. Já a quebra na safra de soja, principalmente na América do Sul, fez o preço da oleaginosa subir. Nesta sexta-feira (10), a soja chegou a ser negociada por valores superiores a US$ 12 por bushel (27,2 kg) na Bolsa de Chicago. Antonio Carlos Ortiz, diretor da área de produtores do Itaú BBA, diz que a fixação da relação de troca provoca incertezas, porque preços e demanda podem mudar. Mas, na avaliação dele, "é recomendável que o produtor considere a fixação agora". Para Ortiz, o produtor deve "travar" parte dos insumos que vai utilizar e parte da soja que será vendida. Em geral, a antecipação na comercialização de soja é de 30% da produção. Desempenho das lavouras e produtividade poderão determinar outros 20% a 30% durante a safra, com o restante ficando para vendas posteriores. Para permitir que o produtor aproveite este momento de relação de troca historicamente favorável, o banco estabeleceu uma linha de crédito para a safra 2016/17. Para Melo, as condições de preços nos próximos meses podem mudar e tornar a relação de troca menos favorável. As indústrias de fertilizantes deverão adequar a produção com a demanda, que havia recuado. Com isso, os preços atuais dos fertilizantes podem estar no melhor momento. Além de uma eventual alta com a adequação de produção das indústrias, a demanda pode crescer em algumas das principais regiões consumidoras. Melo aponta o momento favorável da relação de troca. No início de junho do ano passado, o produtor adquiria 0,8 tonelada de DAP (matéria-prima intermediária para fertilizantes) com uma tonelada de soja. Neste ano, a tonelada de soja compra 1,3 tonelada de fertilizante, aponta cálculo do Itaú BBA. MILHO Além da soja, o milho também está em alta. Para Ortiz, essa elevação se deve a uma mudança consistente e estrutural nesse mercado. Há uma convergência de preços entre os mercados externo e interno. O produto tem agora canais de liquidez e até de financiamento externo. "É saudável porque dá mais opções ao produtor." Esse novo cenário do milho está exigindo uma atitude nova das indústrias consumidoras, segundo Melo. Elas estão buscando "estratégias de aquisição do produto", complementa ele. * A DANÇA DOS NÚMEROS NA SAFRA DE GRÃOS As safras de grãos do Brasil, da Argentina e dos EUA são movidas a efeitos climáticos atualmente. Diante disso, há estimativas para todos os gostos. A Céleres, por exemplo, mantém a safra brasileira de soja 2015/16 em 100 milhões de toneladas. Para o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), serão 97 milhões de toneladas neste ano. Acima de 100 milhões só em 2016/17, segundo o Usda, quando a safra brasileira atingirá 103 milhões. Quanto ao milho, a grande questão é o potencial da safrinha, calculado em 48 milhões de toneladas pela AgRural, abaixo dos 50 milhões do Usda. Já a Céleres apontou nesta sexta-feira (10) um volume de 49,5 milhões para o período. Com isso, a safra nacional de milho de 2015/16 recuaria para 78,4 milhões de toneladas, ante 87,2 milhões no ano passado. A Argentina, afetada pelo excesso de chuvas durante a colheita, não ultrapassará os 60 milhões de toneladas de soja, como o previsto inicialmente, mas ficará em 56,5 milhões, segundo o Usda. Nos EUA, a safra de soja fica em 103 milhões de toneladas, e a de milho, em 366,5 milhões. Em um período de queda nas expectativas de produção, o consumo cresce, encurtando os estoques mundiais, tanto de soja como de milho, aponta o Usda. * Foliares Soja e milho lideram o consumo de produtos de tecnologia em nutrição vegetal, com 53% do mercado no Brasil. Os dados são do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal, da Abisolo. Hortifrútis A Abisolo agrega indústrias de fertilizantes foliares, orgânicos, organominerais e condicionadores de solo e substratos para plantas. Já os hortifrútis respondem por 17% das vendas do setor, segundo a associação. Nova alta A dificuldade na colheita de cana, devido às chuvas, provocou redução na oferta e nova alta nos preços do etanol nos postos de abastecimento da cidade de São Paulo, conforme pesquisa semanal da Folha. Preços O litro do derivado de cana do tipo hidratado foi a R$ 2,321. Mesmo assim, o etanol ainda mantém vantagem em relação à gasolina, ao manter a paridade em 66% do valor do derivado de petróleo. Peso no 2° semestre A pressão dos preços do milho e do farelo de soja vai pesar ainda no segundo semestre, somando-se à de produtos básicos como o feijão.
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Agora é a hora para produtor comprar adubo, afirma bancoEste pode ser o melhor momento para o produtor pensar no fertilizante que utilizará na próxima safra. A alta da soja e a queda dos preços internacionais dos fertilizantes abriram uma boa oportunidade para a fixação da relação de troca pelo produtor, segundo Guilherme Melo, analista de agronegócios no Itaú BBA. A pressão menor da demanda por fertilizantes provocou queda nos preços internacionais. Já a quebra na safra de soja, principalmente na América do Sul, fez o preço da oleaginosa subir. Nesta sexta-feira (10), a soja chegou a ser negociada por valores superiores a US$ 12 por bushel (27,2 kg) na Bolsa de Chicago. Antonio Carlos Ortiz, diretor da área de produtores do Itaú BBA, diz que a fixação da relação de troca provoca incertezas, porque preços e demanda podem mudar. Mas, na avaliação dele, "é recomendável que o produtor considere a fixação agora". Para Ortiz, o produtor deve "travar" parte dos insumos que vai utilizar e parte da soja que será vendida. Em geral, a antecipação na comercialização de soja é de 30% da produção. Desempenho das lavouras e produtividade poderão determinar outros 20% a 30% durante a safra, com o restante ficando para vendas posteriores. Para permitir que o produtor aproveite este momento de relação de troca historicamente favorável, o banco estabeleceu uma linha de crédito para a safra 2016/17. Para Melo, as condições de preços nos próximos meses podem mudar e tornar a relação de troca menos favorável. As indústrias de fertilizantes deverão adequar a produção com a demanda, que havia recuado. Com isso, os preços atuais dos fertilizantes podem estar no melhor momento. Além de uma eventual alta com a adequação de produção das indústrias, a demanda pode crescer em algumas das principais regiões consumidoras. Melo aponta o momento favorável da relação de troca. No início de junho do ano passado, o produtor adquiria 0,8 tonelada de DAP (matéria-prima intermediária para fertilizantes) com uma tonelada de soja. Neste ano, a tonelada de soja compra 1,3 tonelada de fertilizante, aponta cálculo do Itaú BBA. MILHO Além da soja, o milho também está em alta. Para Ortiz, essa elevação se deve a uma mudança consistente e estrutural nesse mercado. Há uma convergência de preços entre os mercados externo e interno. O produto tem agora canais de liquidez e até de financiamento externo. "É saudável porque dá mais opções ao produtor." Esse novo cenário do milho está exigindo uma atitude nova das indústrias consumidoras, segundo Melo. Elas estão buscando "estratégias de aquisição do produto", complementa ele. * A DANÇA DOS NÚMEROS NA SAFRA DE GRÃOS As safras de grãos do Brasil, da Argentina e dos EUA são movidas a efeitos climáticos atualmente. Diante disso, há estimativas para todos os gostos. A Céleres, por exemplo, mantém a safra brasileira de soja 2015/16 em 100 milhões de toneladas. Para o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), serão 97 milhões de toneladas neste ano. Acima de 100 milhões só em 2016/17, segundo o Usda, quando a safra brasileira atingirá 103 milhões. Quanto ao milho, a grande questão é o potencial da safrinha, calculado em 48 milhões de toneladas pela AgRural, abaixo dos 50 milhões do Usda. Já a Céleres apontou nesta sexta-feira (10) um volume de 49,5 milhões para o período. Com isso, a safra nacional de milho de 2015/16 recuaria para 78,4 milhões de toneladas, ante 87,2 milhões no ano passado. A Argentina, afetada pelo excesso de chuvas durante a colheita, não ultrapassará os 60 milhões de toneladas de soja, como o previsto inicialmente, mas ficará em 56,5 milhões, segundo o Usda. Nos EUA, a safra de soja fica em 103 milhões de toneladas, e a de milho, em 366,5 milhões. Em um período de queda nas expectativas de produção, o consumo cresce, encurtando os estoques mundiais, tanto de soja como de milho, aponta o Usda. * Foliares Soja e milho lideram o consumo de produtos de tecnologia em nutrição vegetal, com 53% do mercado no Brasil. Os dados são do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal, da Abisolo. Hortifrútis A Abisolo agrega indústrias de fertilizantes foliares, orgânicos, organominerais e condicionadores de solo e substratos para plantas. Já os hortifrútis respondem por 17% das vendas do setor, segundo a associação. Nova alta A dificuldade na colheita de cana, devido às chuvas, provocou redução na oferta e nova alta nos preços do etanol nos postos de abastecimento da cidade de São Paulo, conforme pesquisa semanal da Folha. Preços O litro do derivado de cana do tipo hidratado foi a R$ 2,321. Mesmo assim, o etanol ainda mantém vantagem em relação à gasolina, ao manter a paridade em 66% do valor do derivado de petróleo. Peso no 2° semestre A pressão dos preços do milho e do farelo de soja vai pesar ainda no segundo semestre, somando-se à de produtos básicos como o feijão.
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Sábado tem dia sem chuva, musical do Cartola e show de Alcione
DE SÃO PAULO São Paulo, 10 de setembro de 2016. Sábado. Bom dia para você que cai, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Samba | O espetáculo "Cartola - O Mundo É um Moinho", que presta homenagem a um dos maiores nomes do samba, retrata o dia a dia de uma agremiação carnavalesca que se prepara para desfilar –e cujo tema são a vida e a obra de Cartola (1908-1980). Em cada apresentação haverá participação de um cantor convidado. Saiba mais aqui. Show | A veterana Alcione apresenta seu novo show, "Alcione Boleros", no Citibank Hall. Com repertório baseado em standards românticos. "Risque", de Ary Barroso, e "Gracias a la Vida", de Violeta Parra, figuram na parada. Ingressos custam de R$ 80 a R$ 200. Veja mais aqui. Livre estou, livre estou | O Ginásio do Ibirapuera recebe a atração "Estrelas da Patinação", que terá nomes internacionais famosos na patinação no gelo, como o russo e tricampeão mundial Evgeni Plushenko e a brasileira Isadora Williams, entre outros praticantes da modalidade. O espetáculo será acompanhado pela interpretação do cantor Franc D'Ambrosio, que já se apresentou em diversos musicais da Broadway. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Corrida eleitoral | A vantagem de Celso Russomanno (PRB) na corrida à Prefeitura de São Paulo encolheu dez pontos percentuais –ele está em empate técnico com Marta Suplicy (PMDB). Segundo o Datafolha, o candidato João Doria (PSDB) cresceu 11 pontos e está numericamente em terceiro. Veja a pesquisa aqui. Mudanças trabalhistas | Um dia depois de fala do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o governo teve de agir para conter a reação negativa a propostas de reforma trabalhista. A pasta divulgou vídeo e nota para desmentir que queira aumentar a jornada de trabalho de oito horas para 12 horas ao dia. Esporte | Brasil leva 3º ouro paraolímpico com Daniel Martins nos 400 m. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de temperatura máxima de 24ºC e mínima de 14ºC, segundo o Inmet. O céu pode ficar parcialmente nublado na manhã e na noite. Centro | A rua Santa Ifigênia será interditada entre as avenidas Ipiranga e Cásper Líbero para a realização do evento "Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição", de responsabilidade da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Bloqueios serão realizados das 16h às 23h de sábado (10), do próximo sábado (17) e de domingo (18). Interrupções também ocorrem na próxima quinta (15), da próxima sexta (16), e no dia 22. Centro 2 | A rua Elisa Witacker, no Brás, fica interditada entre as ruas Monsenhor Andrade e Rodrigues dos Santos até 23/9 para manutenção de adutora d'água. A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Arizona, no Brooklyn, será bloqueada entre as ruas Califórnia e Nova York, até as 18h deste sábado (10) para estacionamento de guindaste e içamento de materiais. A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan.
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Sábado tem dia sem chuva, musical do Cartola e show de AlcioneDE SÃO PAULO São Paulo, 10 de setembro de 2016. Sábado. Bom dia para você que cai, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Samba | O espetáculo "Cartola - O Mundo É um Moinho", que presta homenagem a um dos maiores nomes do samba, retrata o dia a dia de uma agremiação carnavalesca que se prepara para desfilar –e cujo tema são a vida e a obra de Cartola (1908-1980). Em cada apresentação haverá participação de um cantor convidado. Saiba mais aqui. Show | A veterana Alcione apresenta seu novo show, "Alcione Boleros", no Citibank Hall. Com repertório baseado em standards românticos. "Risque", de Ary Barroso, e "Gracias a la Vida", de Violeta Parra, figuram na parada. Ingressos custam de R$ 80 a R$ 200. Veja mais aqui. Livre estou, livre estou | O Ginásio do Ibirapuera recebe a atração "Estrelas da Patinação", que terá nomes internacionais famosos na patinação no gelo, como o russo e tricampeão mundial Evgeni Plushenko e a brasileira Isadora Williams, entre outros praticantes da modalidade. O espetáculo será acompanhado pela interpretação do cantor Franc D'Ambrosio, que já se apresentou em diversos musicais da Broadway. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Corrida eleitoral | A vantagem de Celso Russomanno (PRB) na corrida à Prefeitura de São Paulo encolheu dez pontos percentuais –ele está em empate técnico com Marta Suplicy (PMDB). Segundo o Datafolha, o candidato João Doria (PSDB) cresceu 11 pontos e está numericamente em terceiro. Veja a pesquisa aqui. Mudanças trabalhistas | Um dia depois de fala do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o governo teve de agir para conter a reação negativa a propostas de reforma trabalhista. A pasta divulgou vídeo e nota para desmentir que queira aumentar a jornada de trabalho de oito horas para 12 horas ao dia. Esporte | Brasil leva 3º ouro paraolímpico com Daniel Martins nos 400 m. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de temperatura máxima de 24ºC e mínima de 14ºC, segundo o Inmet. O céu pode ficar parcialmente nublado na manhã e na noite. Centro | A rua Santa Ifigênia será interditada entre as avenidas Ipiranga e Cásper Líbero para a realização do evento "Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição", de responsabilidade da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Bloqueios serão realizados das 16h às 23h de sábado (10), do próximo sábado (17) e de domingo (18). Interrupções também ocorrem na próxima quinta (15), da próxima sexta (16), e no dia 22. Centro 2 | A rua Elisa Witacker, no Brás, fica interditada entre as ruas Monsenhor Andrade e Rodrigues dos Santos até 23/9 para manutenção de adutora d'água. A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Arizona, no Brooklyn, será bloqueada entre as ruas Califórnia e Nova York, até as 18h deste sábado (10) para estacionamento de guindaste e içamento de materiais. A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan.
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Médicos se suicidam cinco vezes mais que a população em geral
"Estou enfrentando no hospital onde trabalho algo que não é incomum entre meus colegas: que precisamos contribuir mais com solicitação de exames. 'A RM [ressonância magnética] está muito subutilizada', tive que escutar." "É duro ver colegas fazer coisas desnecessárias. Dias desses, um deles indicou ecodoppler de carótidas ao meu pai, exame que todas as sociedades lá de fora orientam não fazer em pacientes assintomáticos, que é o caso dele. Depois queriam lhe meter um CAT [cateterismo cardíaco]. Tudo isso só serviu para o meu pai falar todo dia que terá um AVC e se preparar para morrer de algo tão incerto quanto a vida." "Estimo que grande parte das nossas cirurgias sejam desnecessárias e atendem apenas à política do hospital. É muito interessante avaliar o mapa cirúrgico de cada hospital. Para grande surpresa, é completamente diferente de um hospital para outro. Como é possível, pois se trata de uma população relativamente homogênea na saúde suplementar?" "Como você acha que se sente o médico que estuda, tem a recomendação de várias sociedades para pensar mil vezes antes de colocar uma sonda em paciente com demência avançada, e se vê em hospitais remando contra a maré, com grupos de terapia nutricional altamente agressivos, porque simplesmente o hospital é varejista do insumo, o revende por 400%?" "No dia a dia o que mais vejo é: médico extorquindo o convênio e o hospital, hospital extorquindo convênio, convênio priorizando atendimento amalucado do hospital e não valorizando médico que faz um trabalho de qualidade, população que só frequenta pronto-socorro, zero de prevenção". "Você instiga eles [hospitais] a repensar processos, identifiquei, por exemplo, que muitos pacientes que passavam pela Emergência e não precisavam ficar, acabavam fazendo investigação ambulatorial em outro lugar. Propus que azeitássemos isso, que aumentariam exames, no caso necessários. Mas eles querem sempre o atalho. E o atalho é fazer exames em quem não precisa." "Estou saindo [do hospital]. Estão colocando no meu lugar alguém que vê com naturalidade essa história de "pedir mais exames", aliás, é uma metralhadora de pedir exames." "Enfrentamos hoje na saúde uma epidemia de desesperança e tristeza. É incrível o número crescente de colegas que tenho visto em Burnout (enfermeiros também, não apenas médicos). Suicídio é algo que não temos muita notícia oficial, mas tenho percepção de crescimento proporcional." "Tenho um colega, talvez o cara mais brilhante que já conheci, que nunca mais se recuperou de um episódio depressivo. Anda nitidamente impregnado por essas drogas da psiquiatria, trabalha/licença, trabalha/licença, já não se percebe se o pior é a doença ou efeitos de tratamentos. Nesse ínterim, a mesma história com vários amigos. É muita história triste para uma profissão que tem tudo para ser linda!" * Caros doutores, obrigada pelas mensagens ao longo deste ano e pela confiança em dividir comigo um pouco das suas angústias e pressões do dia a dia na atividade médica. Compartilho muito dessas preocupações e tenho usado várias delas como gancho para reportagens e colunas sobre o tema. Na minha opinião, essas angústias deveriam ser de todos que desejam um sistema de saúde melhor. Um sistema que premie seus profissionais e seus prestadores de serviços pelo bom atendimento, não pela quantidade de procedimentos feitos, muitos deles desnecessários. Um sistema que valorize a saúde das pessoas, não as doenças (verdadeiras ou não) e o lucro que elas podem gerar. Um sistema que invista prioritariamente na prevenção e na promoção de saúde. Sim, os sistemas de saúde (público e privado) estão doentes, mas a razão da coluna de hoje é para falar um pouco da saúde de vocês. Especialmente da saúde mental. O suicídio recente de uma colega de vocês, a médica de família Valquíria, 31, me comoveu. Ela e o filho de dois anos morreram asfixiados na noite de 10 dezembro. Na carta de despedida, disse que não aguentava mais. Não sei das razões que motivaram Valquíria a acabar com sua vida e a do filho. O que sei é que os recentes casos de suicídio entre vocês têm preocupado toda a categoria. E a mim também. Neste ano, sete médicos do Estado de Pernambuco se mataram. Recentemente, um outro se suicidou no estacionamento de um hospital privado de Porto Alegre. Desconheço estatísticas oficiais sobre o aumento de suicídio na categoria médica, mas, de qualquer forma, o assunto tem aparecido em vários fóruns. Em setembro, foi debatido no Encontro Nacional de Conselhos de Medicina. Segundo a psiquiatra Alexandrina Meleiro, estudos internacionais indicam que os médicos se suicidam cinco vezes mais que a população geral. Entre os principais motivos estão o acesso a meios mais eficazes de letalidade, isolamento social (desde a faculdade), situação conjugal insatisfatória e precária situação de emprego. "O médico é facilmente frustrado em suas necessidades de realização e reconhecimento. E isso é suficiente para produzir a ansiedade, a depressão, a hipocondria, o abuso de álcool e outras substâncias, que, infelizmente, podem culminar no suicídio." Estudos apresentados pela psiquiatra sugerem que os anestesistas e os psiquiatras são os mais vulneráveis. Entre os alunos de medicina, o grupo de alto risco se concentra naqueles que demonstram melhor performance escolar, são mais exigentes, têm pouca tolerância a falhas, sentem mais culpa pelo que não sabem e ficam paralisados pelo medo de errar. O simples ato de conversar é uma das formas mais eficazes de se prevenir o suicídio. Não só de médicos. O CVV (Centro de Valorização da Vida) faz um trabalho incrível nessa área. Talvez entre vocês seja mais complicado se abrir, pedir ajuda, se mostrar vulneráveis. A vida não anda fácil para ninguém e bem sei que, muitas vezes, está difícil de encontrar saídas. Neste momento, porém, só quero agradecer a todos que se mantêm fiéis aos princípios hipocráticos, especialmente no que diz respeito a "fazer o bem aos doentes e manter-se longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução." Sim, há muitos que fraudam o SUS, que dão um jeito de registrar presença sem dar as caras na unidade de saúde, mas há outros tantos que dão a vida pelo sistema e pelos pacientes. Há muitos aceitam (e até cobram) os "bônus" da indústria de medicamentos, de próteses e órteses, ou que se aliam aos hospitais na prática frenética de exames e cirurgias desnecessárias. Mas há outros que resistem, que dizem não. A vocês, meu muito obrigado. Dedico-lhes um trecho da obra "O Poder do Mito", de Joseph Campbell (1904-1987): "Persiga a sua bem-aventurança e não tenha medo. As portas se abrirão lá onde você não sabia que havia portas." Um ótimo Natal para vocês!"
colunas
Médicos se suicidam cinco vezes mais que a população em geral"Estou enfrentando no hospital onde trabalho algo que não é incomum entre meus colegas: que precisamos contribuir mais com solicitação de exames. 'A RM [ressonância magnética] está muito subutilizada', tive que escutar." "É duro ver colegas fazer coisas desnecessárias. Dias desses, um deles indicou ecodoppler de carótidas ao meu pai, exame que todas as sociedades lá de fora orientam não fazer em pacientes assintomáticos, que é o caso dele. Depois queriam lhe meter um CAT [cateterismo cardíaco]. Tudo isso só serviu para o meu pai falar todo dia que terá um AVC e se preparar para morrer de algo tão incerto quanto a vida." "Estimo que grande parte das nossas cirurgias sejam desnecessárias e atendem apenas à política do hospital. É muito interessante avaliar o mapa cirúrgico de cada hospital. Para grande surpresa, é completamente diferente de um hospital para outro. Como é possível, pois se trata de uma população relativamente homogênea na saúde suplementar?" "Como você acha que se sente o médico que estuda, tem a recomendação de várias sociedades para pensar mil vezes antes de colocar uma sonda em paciente com demência avançada, e se vê em hospitais remando contra a maré, com grupos de terapia nutricional altamente agressivos, porque simplesmente o hospital é varejista do insumo, o revende por 400%?" "No dia a dia o que mais vejo é: médico extorquindo o convênio e o hospital, hospital extorquindo convênio, convênio priorizando atendimento amalucado do hospital e não valorizando médico que faz um trabalho de qualidade, população que só frequenta pronto-socorro, zero de prevenção". "Você instiga eles [hospitais] a repensar processos, identifiquei, por exemplo, que muitos pacientes que passavam pela Emergência e não precisavam ficar, acabavam fazendo investigação ambulatorial em outro lugar. Propus que azeitássemos isso, que aumentariam exames, no caso necessários. Mas eles querem sempre o atalho. E o atalho é fazer exames em quem não precisa." "Estou saindo [do hospital]. Estão colocando no meu lugar alguém que vê com naturalidade essa história de "pedir mais exames", aliás, é uma metralhadora de pedir exames." "Enfrentamos hoje na saúde uma epidemia de desesperança e tristeza. É incrível o número crescente de colegas que tenho visto em Burnout (enfermeiros também, não apenas médicos). Suicídio é algo que não temos muita notícia oficial, mas tenho percepção de crescimento proporcional." "Tenho um colega, talvez o cara mais brilhante que já conheci, que nunca mais se recuperou de um episódio depressivo. Anda nitidamente impregnado por essas drogas da psiquiatria, trabalha/licença, trabalha/licença, já não se percebe se o pior é a doença ou efeitos de tratamentos. Nesse ínterim, a mesma história com vários amigos. É muita história triste para uma profissão que tem tudo para ser linda!" * Caros doutores, obrigada pelas mensagens ao longo deste ano e pela confiança em dividir comigo um pouco das suas angústias e pressões do dia a dia na atividade médica. Compartilho muito dessas preocupações e tenho usado várias delas como gancho para reportagens e colunas sobre o tema. Na minha opinião, essas angústias deveriam ser de todos que desejam um sistema de saúde melhor. Um sistema que premie seus profissionais e seus prestadores de serviços pelo bom atendimento, não pela quantidade de procedimentos feitos, muitos deles desnecessários. Um sistema que valorize a saúde das pessoas, não as doenças (verdadeiras ou não) e o lucro que elas podem gerar. Um sistema que invista prioritariamente na prevenção e na promoção de saúde. Sim, os sistemas de saúde (público e privado) estão doentes, mas a razão da coluna de hoje é para falar um pouco da saúde de vocês. Especialmente da saúde mental. O suicídio recente de uma colega de vocês, a médica de família Valquíria, 31, me comoveu. Ela e o filho de dois anos morreram asfixiados na noite de 10 dezembro. Na carta de despedida, disse que não aguentava mais. Não sei das razões que motivaram Valquíria a acabar com sua vida e a do filho. O que sei é que os recentes casos de suicídio entre vocês têm preocupado toda a categoria. E a mim também. Neste ano, sete médicos do Estado de Pernambuco se mataram. Recentemente, um outro se suicidou no estacionamento de um hospital privado de Porto Alegre. Desconheço estatísticas oficiais sobre o aumento de suicídio na categoria médica, mas, de qualquer forma, o assunto tem aparecido em vários fóruns. Em setembro, foi debatido no Encontro Nacional de Conselhos de Medicina. Segundo a psiquiatra Alexandrina Meleiro, estudos internacionais indicam que os médicos se suicidam cinco vezes mais que a população geral. Entre os principais motivos estão o acesso a meios mais eficazes de letalidade, isolamento social (desde a faculdade), situação conjugal insatisfatória e precária situação de emprego. "O médico é facilmente frustrado em suas necessidades de realização e reconhecimento. E isso é suficiente para produzir a ansiedade, a depressão, a hipocondria, o abuso de álcool e outras substâncias, que, infelizmente, podem culminar no suicídio." Estudos apresentados pela psiquiatra sugerem que os anestesistas e os psiquiatras são os mais vulneráveis. Entre os alunos de medicina, o grupo de alto risco se concentra naqueles que demonstram melhor performance escolar, são mais exigentes, têm pouca tolerância a falhas, sentem mais culpa pelo que não sabem e ficam paralisados pelo medo de errar. O simples ato de conversar é uma das formas mais eficazes de se prevenir o suicídio. Não só de médicos. O CVV (Centro de Valorização da Vida) faz um trabalho incrível nessa área. Talvez entre vocês seja mais complicado se abrir, pedir ajuda, se mostrar vulneráveis. A vida não anda fácil para ninguém e bem sei que, muitas vezes, está difícil de encontrar saídas. Neste momento, porém, só quero agradecer a todos que se mantêm fiéis aos princípios hipocráticos, especialmente no que diz respeito a "fazer o bem aos doentes e manter-se longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução." Sim, há muitos que fraudam o SUS, que dão um jeito de registrar presença sem dar as caras na unidade de saúde, mas há outros tantos que dão a vida pelo sistema e pelos pacientes. Há muitos aceitam (e até cobram) os "bônus" da indústria de medicamentos, de próteses e órteses, ou que se aliam aos hospitais na prática frenética de exames e cirurgias desnecessárias. Mas há outros que resistem, que dizem não. A vocês, meu muito obrigado. Dedico-lhes um trecho da obra "O Poder do Mito", de Joseph Campbell (1904-1987): "Persiga a sua bem-aventurança e não tenha medo. As portas se abrirão lá onde você não sabia que havia portas." Um ótimo Natal para vocês!"
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Ponto Crítico - Exposição - MAM nem tão dançante
Para a mostra "Museu Dançante", o MAM-SP (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº) convidou a São Paulo Companhia de Dança a ocupar uma sala e fazer ensaios e performances, além de interagir com o público e com obras do acervo selecionadas por compartilhar características da dança. Visitei a mostra duas vezes. Na primeira, um domingo ensolarado, o parque do Ibirapuera estava cheio, mas a maioria dos frequentadores parecia se acanhar em entrar e explorar o museu. Os funcionários no balcão na entrada tampouco ajudaram em suas orientações: informaram que os bailarinos estavam almoçando, apesar de a programação dizer que naquele horário haveria performances. Também não explicaram que as obras de arte expostas tinham relação com o "Museu Dançante", dando a entender que se tratava de coisa separada. Por fim, tampouco tiveram a iniciativa de me alertar que a criança que me acompanhava poderia gostar de subir ou tocar nas obras em que isso se permite. Grupos que visitavam a mostra também não tiveram muita sorte com as explicações dadas pelos monitores do museu, que tentavam clarificar a relação entre a dança e as obras. Os visitantes pareciam gostar das peças expostas, mas predominava uma expressão facial de ligeira confusão. Na segunda visita, em uma terça-feira, tive mais sorte, já que acontecia um ensaio aberto no momento em que cheguei. Surpreendentemente, tanto a sala de ensaio quanto a sala das obras de arte estavam mais cheias que no domingo. O espaço em que acontece a dança permite ao público sentar-se em meio aos bailarinos que descansam, esperam sua vez de dançar, se esticam, vestidos com meias-calças furadas ou usando pantufas para descansar os pés machucados pelas sapatilhas. Presenciar esse processo de criação e treino contribui mais para aproximar o público da dança que qualquer programa de formação de plateias. Sem figurino, sem maquiagem e sem iluminação, o que resta é o corpo e o suor -a dança crua e sem glamour. Mesmo as coreografias mais vanguardistas são normalmente um produto lapidado entregue ao espectador totalmente pronto. Aqui, não: ensaio significa repetição, trechos entrecortados, música que vai e vem, erros, dores, desequilíbrio e mais repetição. Essa dinâmica do ensaio talvez seja o ponto em que os dançarinos mais se aproximam das obras de arte expostas, em que se pode identificar elementos similares. As esculturas em si ficam dispostas em um grande salão bastante claro, com boa distribuição e sem uma sequência definida de visitação a ser seguida. São poucas, mas o ambiente agradável encoraja o visitante a passear entre elas sem pressa e até mesmo a sentar-se em uma das cadeiras de praia triplas e ficar por lá, lendo ou observando. Por vezes, a conexão entre a obra e o corpo humano dançante é bastante tênue; em outros casos, bastante óbvia. Ao menos em minhas visitas, a interação dançarinos-obras-público ficou bastante comprometida. Não vi, conforme os curadores sugerem, nenhuma performance ou ensaio em meio às esculturas; os ambientes são separados. A interação do público com as obras também é prejudicada pelo fato de que algumas se pode tocar e outras ficam fora do alcance, cercadas por uma antipática linha branca no chão. Por fim, ao menos o ensaio que presenciei tratava de uma coreografia de balé clássico, que pouco dialoga com as esculturas escolhidas. Separando as duas partes da mostra, trata-se, por um lado, de uma ótima oportunidade para acompanhar muito de perto o trabalho de um corpo de bailarinos de alto nível técnico. Por outro lado, o visitante pode conhecer algumas das boas obras do acervo do MAM em agradável exposição. Talvez caiba aos funcionários do museu guiar o visitante com explicações que ajudem a esclarecer a conexão entre as duas metades do "Museu Dançante". Ou talvez seja o caso de os bailarinos e coreógrafos se dirigirem fisicamente ao espaço onde estão as obras de arte para conversar sobre seu processo de criação, movimentando-se junto ao público em meio às esculturas. PAULA LEITE, 30, é redatora da Secretaria de Redação da Folha.
ilustrissima
Ponto Crítico - Exposição - MAM nem tão dançantePara a mostra "Museu Dançante", o MAM-SP (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº) convidou a São Paulo Companhia de Dança a ocupar uma sala e fazer ensaios e performances, além de interagir com o público e com obras do acervo selecionadas por compartilhar características da dança. Visitei a mostra duas vezes. Na primeira, um domingo ensolarado, o parque do Ibirapuera estava cheio, mas a maioria dos frequentadores parecia se acanhar em entrar e explorar o museu. Os funcionários no balcão na entrada tampouco ajudaram em suas orientações: informaram que os bailarinos estavam almoçando, apesar de a programação dizer que naquele horário haveria performances. Também não explicaram que as obras de arte expostas tinham relação com o "Museu Dançante", dando a entender que se tratava de coisa separada. Por fim, tampouco tiveram a iniciativa de me alertar que a criança que me acompanhava poderia gostar de subir ou tocar nas obras em que isso se permite. Grupos que visitavam a mostra também não tiveram muita sorte com as explicações dadas pelos monitores do museu, que tentavam clarificar a relação entre a dança e as obras. Os visitantes pareciam gostar das peças expostas, mas predominava uma expressão facial de ligeira confusão. Na segunda visita, em uma terça-feira, tive mais sorte, já que acontecia um ensaio aberto no momento em que cheguei. Surpreendentemente, tanto a sala de ensaio quanto a sala das obras de arte estavam mais cheias que no domingo. O espaço em que acontece a dança permite ao público sentar-se em meio aos bailarinos que descansam, esperam sua vez de dançar, se esticam, vestidos com meias-calças furadas ou usando pantufas para descansar os pés machucados pelas sapatilhas. Presenciar esse processo de criação e treino contribui mais para aproximar o público da dança que qualquer programa de formação de plateias. Sem figurino, sem maquiagem e sem iluminação, o que resta é o corpo e o suor -a dança crua e sem glamour. Mesmo as coreografias mais vanguardistas são normalmente um produto lapidado entregue ao espectador totalmente pronto. Aqui, não: ensaio significa repetição, trechos entrecortados, música que vai e vem, erros, dores, desequilíbrio e mais repetição. Essa dinâmica do ensaio talvez seja o ponto em que os dançarinos mais se aproximam das obras de arte expostas, em que se pode identificar elementos similares. As esculturas em si ficam dispostas em um grande salão bastante claro, com boa distribuição e sem uma sequência definida de visitação a ser seguida. São poucas, mas o ambiente agradável encoraja o visitante a passear entre elas sem pressa e até mesmo a sentar-se em uma das cadeiras de praia triplas e ficar por lá, lendo ou observando. Por vezes, a conexão entre a obra e o corpo humano dançante é bastante tênue; em outros casos, bastante óbvia. Ao menos em minhas visitas, a interação dançarinos-obras-público ficou bastante comprometida. Não vi, conforme os curadores sugerem, nenhuma performance ou ensaio em meio às esculturas; os ambientes são separados. A interação do público com as obras também é prejudicada pelo fato de que algumas se pode tocar e outras ficam fora do alcance, cercadas por uma antipática linha branca no chão. Por fim, ao menos o ensaio que presenciei tratava de uma coreografia de balé clássico, que pouco dialoga com as esculturas escolhidas. Separando as duas partes da mostra, trata-se, por um lado, de uma ótima oportunidade para acompanhar muito de perto o trabalho de um corpo de bailarinos de alto nível técnico. Por outro lado, o visitante pode conhecer algumas das boas obras do acervo do MAM em agradável exposição. Talvez caiba aos funcionários do museu guiar o visitante com explicações que ajudem a esclarecer a conexão entre as duas metades do "Museu Dançante". Ou talvez seja o caso de os bailarinos e coreógrafos se dirigirem fisicamente ao espaço onde estão as obras de arte para conversar sobre seu processo de criação, movimentando-se junto ao público em meio às esculturas. PAULA LEITE, 30, é redatora da Secretaria de Redação da Folha.
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Após uma década, cinema de Oscar Niemeyer em Niterói é retomado
Dez anos após a conclusão das obras, o Museu do Cinema, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer em Niterói (RJ), caminha para finalmente abrir as portas ao público. A expectativa é abrir ainda no primeiro semestre. Construído de forma a lembrar um rolo de filme, o edifício faz parte do Caminho Niemeyer –o segundo maior conjunto de obras do arquiteto morto em 2012 e atração turística da cidade na região metropolitana do Rio. As obras da parte externa do edifício foram concluídas em 2006, mas, desde então, ele só foi usado parcialmente uma vez, em 2014, para um encontro de arte e cultura LGBT. À época, a obra foi financiada pela Petrobras, por meio da Lei Rouanet, e custou R$ 12,3 milhões –R$ 6,3 milhões em recursos próprios da BR Distribuidora e R$ 6 milhões via isenção fiscal. Já as obras em curso, na parte interna do museu, fazem parte de um investimento de R$ 12 milhões da empresa Reserva Cultural, que pretende transformar o local em um espaço múltiplo com cinemas, lojas e restaurante, nos moldes de seu empreendimento na avenida Paulista, em São Paulo. "Estamos indo com a mesma filosofia do projeto paulistano. A obra será um pouco diferente, já que o espaço é maior, mas a alma será a mesma", disse à Folha Jean Thomas Bernardini, proprietário da Reserva Cultural e da distribuidora Imovision. O projeto prevê cinco salas de exibição, com capacidade total para 700 espectadores, um bistrô e uma bombonière operados pela Reserva, além de empreendimentos de terceiros, que Bernardini não quis antecipar, alegando ainda estar em negociações. O foco, como em São Paulo, são filmes independentes, principalmente não americanos, que não frequentam a grade das grandes redes de cinemas. "Niterói já foi, talvez, a cidade mais cinéfila do Brasil. Como distribuidor, nunca deixei de passar filmes lá", conta Bernardini. "Mas os cinemas de rua foram fechando, como ocorreu em todo o país, e esse grande público ficou sem opções", completa. Ele diz que corre para inaugurar o espaço no fim de junho, em uma grande cerimônia com a presença de atores e diretores nacionais e estrangeiros. "Queremos mostrar essa obra de Niemeyer para o mundo", afirma o empresário. ABANDONO A Reserva Cultural venceu a licitação para o uso do espaço em dezembro de 2014, mas levou quase um ano para adequar o projeto de ocupação do edifício às exigências do Corpo de Bombeiros. O local passou por duas gestões municipais –Godofredo Pinto (PT) e Jorge Roberto da Silveira (PDT)– praticamente abandonado. A Petrobras diz que o contrato de patrocínio prevê, como contrapartida, apenas os "naming rights" (o local se chamará Centro Petrobras de Cinema) e não respondeu se havia penalidades pela falta de uso do espaço. A prefeitura de Niterói afirmou que a ideia é manter em parte do espaço seu projeto original, de um centro de debates sobre a sétima arte. Há projetos para a construção de um auditório multiúso, onde serão realizados festivais de cinema, e de um museu focado no cinema documental brasileiro, além de um núcleo de produção em parceria com a vizinha UFF (Universidade Federal Fluminense). "As pessoas poderão ver os principais documentários, história dos atores e diretores, os períodos da história do cinema brasileiro, tudo na tela. Poderão até simular participações virtuais nos filmes", disse o presidente da Fundação de Arte de Niterói, André Diniz.
ilustrada
Após uma década, cinema de Oscar Niemeyer em Niterói é retomadoDez anos após a conclusão das obras, o Museu do Cinema, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer em Niterói (RJ), caminha para finalmente abrir as portas ao público. A expectativa é abrir ainda no primeiro semestre. Construído de forma a lembrar um rolo de filme, o edifício faz parte do Caminho Niemeyer –o segundo maior conjunto de obras do arquiteto morto em 2012 e atração turística da cidade na região metropolitana do Rio. As obras da parte externa do edifício foram concluídas em 2006, mas, desde então, ele só foi usado parcialmente uma vez, em 2014, para um encontro de arte e cultura LGBT. À época, a obra foi financiada pela Petrobras, por meio da Lei Rouanet, e custou R$ 12,3 milhões –R$ 6,3 milhões em recursos próprios da BR Distribuidora e R$ 6 milhões via isenção fiscal. Já as obras em curso, na parte interna do museu, fazem parte de um investimento de R$ 12 milhões da empresa Reserva Cultural, que pretende transformar o local em um espaço múltiplo com cinemas, lojas e restaurante, nos moldes de seu empreendimento na avenida Paulista, em São Paulo. "Estamos indo com a mesma filosofia do projeto paulistano. A obra será um pouco diferente, já que o espaço é maior, mas a alma será a mesma", disse à Folha Jean Thomas Bernardini, proprietário da Reserva Cultural e da distribuidora Imovision. O projeto prevê cinco salas de exibição, com capacidade total para 700 espectadores, um bistrô e uma bombonière operados pela Reserva, além de empreendimentos de terceiros, que Bernardini não quis antecipar, alegando ainda estar em negociações. O foco, como em São Paulo, são filmes independentes, principalmente não americanos, que não frequentam a grade das grandes redes de cinemas. "Niterói já foi, talvez, a cidade mais cinéfila do Brasil. Como distribuidor, nunca deixei de passar filmes lá", conta Bernardini. "Mas os cinemas de rua foram fechando, como ocorreu em todo o país, e esse grande público ficou sem opções", completa. Ele diz que corre para inaugurar o espaço no fim de junho, em uma grande cerimônia com a presença de atores e diretores nacionais e estrangeiros. "Queremos mostrar essa obra de Niemeyer para o mundo", afirma o empresário. ABANDONO A Reserva Cultural venceu a licitação para o uso do espaço em dezembro de 2014, mas levou quase um ano para adequar o projeto de ocupação do edifício às exigências do Corpo de Bombeiros. O local passou por duas gestões municipais –Godofredo Pinto (PT) e Jorge Roberto da Silveira (PDT)– praticamente abandonado. A Petrobras diz que o contrato de patrocínio prevê, como contrapartida, apenas os "naming rights" (o local se chamará Centro Petrobras de Cinema) e não respondeu se havia penalidades pela falta de uso do espaço. A prefeitura de Niterói afirmou que a ideia é manter em parte do espaço seu projeto original, de um centro de debates sobre a sétima arte. Há projetos para a construção de um auditório multiúso, onde serão realizados festivais de cinema, e de um museu focado no cinema documental brasileiro, além de um núcleo de produção em parceria com a vizinha UFF (Universidade Federal Fluminense). "As pessoas poderão ver os principais documentários, história dos atores e diretores, os períodos da história do cinema brasileiro, tudo na tela. Poderão até simular participações virtuais nos filmes", disse o presidente da Fundação de Arte de Niterói, André Diniz.
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Espaço cultural na nova sede do IMS terá biblioteca de fotolivros
Embora a nova sede do Instituto Moreira Salles em São Paulo vá comportar um auditório de 150 lugares para exibições de cinema e concertos, a menina dos olhos do centro cultural é a fotografia. Além de mostras de artistas que trabalham com o suporte, o prédio terá uma biblioteca de 230 m² especializada em publicações fotográficas e com capacidade para 30 mil títulos –10 mil livros ficarão na parte aberta ao público, enquanto o restante será alocado numa reserva técnica. Para formar a biblioteca, o instituto comprou acervos inteiros de colecionadores, caso do produtor cultural Iatã Cannabrava, que vendeu seu arquivo de cerca de 4.000 volumes, entre fotolivros, periódicos e folhetos, por R$ 450 mil. É uma coleção extensa, que vai de títulos brasileiros clássicos –e raros–, como "Amazônia", de Claudia Andujar e George Love, a livros recentes que ganharam relevância instantânea, como "Surrendered Myself to the Chair of Life", de Jin Ohashi. Assim como Cannabrava, o fotógrafo Paulo Leite também negociou seu acervo com o IMS. Entre os cerca de 500 livros que vendeu, há todos os títulos de Miguel Rio Branco e um exemplar original de "The Americans", de Robert Frank. O local também abrigará as 483 edições da "IrisFoto", revista brasileira criada em 1947 por Hans Koranyi e que publicou obras de nomes como Mário Cravo Neto, Boris Kossoy, Otto Stupakoff e Jorge Bodanzky. "Uma grande instituição se propor a fazer uma biblioteca especializada em fotografia é uma iniciativa única no Brasil", diz Miguel Del Castillo, responsável pela curadoria do espaço. "Espero que contribua para a reflexão em torno da fotografia e dos fotolivros no país, bem como para a difusão dos mesmos."
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Espaço cultural na nova sede do IMS terá biblioteca de fotolivrosEmbora a nova sede do Instituto Moreira Salles em São Paulo vá comportar um auditório de 150 lugares para exibições de cinema e concertos, a menina dos olhos do centro cultural é a fotografia. Além de mostras de artistas que trabalham com o suporte, o prédio terá uma biblioteca de 230 m² especializada em publicações fotográficas e com capacidade para 30 mil títulos –10 mil livros ficarão na parte aberta ao público, enquanto o restante será alocado numa reserva técnica. Para formar a biblioteca, o instituto comprou acervos inteiros de colecionadores, caso do produtor cultural Iatã Cannabrava, que vendeu seu arquivo de cerca de 4.000 volumes, entre fotolivros, periódicos e folhetos, por R$ 450 mil. É uma coleção extensa, que vai de títulos brasileiros clássicos –e raros–, como "Amazônia", de Claudia Andujar e George Love, a livros recentes que ganharam relevância instantânea, como "Surrendered Myself to the Chair of Life", de Jin Ohashi. Assim como Cannabrava, o fotógrafo Paulo Leite também negociou seu acervo com o IMS. Entre os cerca de 500 livros que vendeu, há todos os títulos de Miguel Rio Branco e um exemplar original de "The Americans", de Robert Frank. O local também abrigará as 483 edições da "IrisFoto", revista brasileira criada em 1947 por Hans Koranyi e que publicou obras de nomes como Mário Cravo Neto, Boris Kossoy, Otto Stupakoff e Jorge Bodanzky. "Uma grande instituição se propor a fazer uma biblioteca especializada em fotografia é uma iniciativa única no Brasil", diz Miguel Del Castillo, responsável pela curadoria do espaço. "Espero que contribua para a reflexão em torno da fotografia e dos fotolivros no país, bem como para a difusão dos mesmos."
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Atletas da Chapecoense gravaram vídeo antes de decolar em avião
Logo antes de decolar para a Colômbia, jogadores da Chapecoense gravaram um vídeo a bordo do avião que caiu e deixou 71 mortos nesta terça-feira (29). Nas imagens, o zagueiro Filipe José Machado aparece segurando a câmera enquanto jogadores brincam entre si, aguardando a decolagem. O avião, que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros, decolou de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) com 77 pessoas a bordo com destino a Medellín (Colômbia), onde o time disputaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. O acidente ocorreu na cidade de La Unión, que fica nas proximidades de Medellín. Pelo menos seis pessoas sobreviveram: os jogadores Alan Ruschel, Jackson Ragnar Follmann e Hélio Hermito Zampier Neto, o jornalista Rafael Henzel Valmorbida, e os integrantes da tripulação Ximena Suárez e Erwin Tumiri. Eles foram encaminhados para hospitais da região, alguns em estado grave. Segundo agências de notícias, o goleiro Marcos Danilo Padilha foi resgatado vivo, mas morreu enquanto era atendido na San Vicente Fundación, em Medellín. Acidente em voo da Chapecoense
esporte
Atletas da Chapecoense gravaram vídeo antes de decolar em aviãoLogo antes de decolar para a Colômbia, jogadores da Chapecoense gravaram um vídeo a bordo do avião que caiu e deixou 71 mortos nesta terça-feira (29). Nas imagens, o zagueiro Filipe José Machado aparece segurando a câmera enquanto jogadores brincam entre si, aguardando a decolagem. O avião, que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros, decolou de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) com 77 pessoas a bordo com destino a Medellín (Colômbia), onde o time disputaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. O acidente ocorreu na cidade de La Unión, que fica nas proximidades de Medellín. Pelo menos seis pessoas sobreviveram: os jogadores Alan Ruschel, Jackson Ragnar Follmann e Hélio Hermito Zampier Neto, o jornalista Rafael Henzel Valmorbida, e os integrantes da tripulação Ximena Suárez e Erwin Tumiri. Eles foram encaminhados para hospitais da região, alguns em estado grave. Segundo agências de notícias, o goleiro Marcos Danilo Padilha foi resgatado vivo, mas morreu enquanto era atendido na San Vicente Fundación, em Medellín. Acidente em voo da Chapecoense
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Horário de verão termina no próximo sábado; relógio deve ser atrasado
Em vigor desde outubro de 2014, o horário de verão termina à meia-noite deste sábado (21) nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Com isso, os relógios deverão ser atrasados uma hora. O principal objetivo do horário de verão é aliviar as redes de transmissão de energia nos períodos do dia em que o consumo é mais intenso. Nos 24 municípios atendidos pela Eletropaulo, a economia foi de aproximadamente 139 GWh, volume suficiente para distribuir energia durante um mês ao município de Osasco, por exemplo, que tem cerca de 693 mil habitantes. O Ministério de Minas e Energia ainda não divulgou balanço da energia consumida e economizada no horário de verão deste ano. A estimativa da pasta, porém, era que a economia chegasse a R$ 278 milhões no período –na edição anterior, a economia chegou a R$ 405 milhões. Neste ano, o governo federal chegou a cogitar a prorrogação do horário de verão na tentativa de aumentar a economia, mas a ideia acabou não acatada. Isso porque o forte calor acabou por trazer esse horário de maior consumo para o início da tarde, a partir das 14 horas, quando há um uso intenso de aparelhos de refrigeração, enquanto o horário de verão costuma reduzir o consumo no início da noite. Desde 2008, decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece datas fixas para o início e término do horário de verão. Antes, anualmente, era publicado um decreto para definir o período da mudança. De acordo com o decreto, a mudança no horário ocorre, todos os anos, no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro final de semana de fevereiro. Se a data coincidir com o domingo de Carnaval, o final do horário de verão é transferido para o próximo domingo.
cotidiano
Horário de verão termina no próximo sábado; relógio deve ser atrasadoEm vigor desde outubro de 2014, o horário de verão termina à meia-noite deste sábado (21) nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Com isso, os relógios deverão ser atrasados uma hora. O principal objetivo do horário de verão é aliviar as redes de transmissão de energia nos períodos do dia em que o consumo é mais intenso. Nos 24 municípios atendidos pela Eletropaulo, a economia foi de aproximadamente 139 GWh, volume suficiente para distribuir energia durante um mês ao município de Osasco, por exemplo, que tem cerca de 693 mil habitantes. O Ministério de Minas e Energia ainda não divulgou balanço da energia consumida e economizada no horário de verão deste ano. A estimativa da pasta, porém, era que a economia chegasse a R$ 278 milhões no período –na edição anterior, a economia chegou a R$ 405 milhões. Neste ano, o governo federal chegou a cogitar a prorrogação do horário de verão na tentativa de aumentar a economia, mas a ideia acabou não acatada. Isso porque o forte calor acabou por trazer esse horário de maior consumo para o início da tarde, a partir das 14 horas, quando há um uso intenso de aparelhos de refrigeração, enquanto o horário de verão costuma reduzir o consumo no início da noite. Desde 2008, decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece datas fixas para o início e término do horário de verão. Antes, anualmente, era publicado um decreto para definir o período da mudança. De acordo com o decreto, a mudança no horário ocorre, todos os anos, no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro final de semana de fevereiro. Se a data coincidir com o domingo de Carnaval, o final do horário de verão é transferido para o próximo domingo.
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Obama admite responsabilidade dos EUA em mudança climática
O presidente dos EUA, Barack Obama, reconheceu a responsabilidade histórica de seu país nas emissões de carbono em seu discurso na Conferência do Clima de Paris (COP-21), nesta segunda (30) e prometeu que seu país vai trabalhar para encontrar uma solução. Obama disse que "nós somos a primeira geração a sentir os impactos da mudança climática e a última capaz de fazer algo a respeito" e admitiu que seu país está na raiz histórica do problema. "Como líder da maior economia mundial e do segundo maior emissor [de gás carbônico], (...) os EUA não apenas reconhecem nosso papel na criação desse problema, nós aceitamos nossa responsabilidade em fazer algo a respeito", disse no discurso. Em um discurso otimista, no entanto, ele afirmou que "nada vai nos deter" na construção de um futuro para as novas gerações, em relação aos ataques terroristas em Paris no dia 13 que ameaçaram a realização do evento na capital francesa. Ele chamou a conferência de "um ato de desafio" e elogiou os franceses por não cancelarem o evento. O líder americano disse que os EUA já sentem os efeitos da mudança climática, em especial o Alasca —Estado que ele mesmo visitou há alguns meses— citou diversas medidas que a sua gestão tomou para abordar a questão, incluindo investimentos em fontes renováveis de energia. ENCONTRO BILATERAL Em um encontro bilateral antes da cerimônia de abertura, Obama e seu colega chinês, Xi Jinping, pediram nesta segunda para que os líderes mundiais trabalhassem juntos para assegurar um acordo climático que assegure uma "economia global de baixos níveis de carbono". O líder americano creditou à liderança de Washington e Pequim a iniciativa de 180 países estipularem suas próprias metas para reduzir emissões de carbono antes da reunião em Paris. "Como as duas maiores economias e os dois maiores emissores de carbono, determinamos que é nossa responsabilidade de tomar a iniciativa", disse Obama. "Nossa liderança em relação a isso tem sido absolutamente vital." O presidente dos EUA mencionou também assuntos críticos à relação ente Washington e Pequim durante a reunião com Xi. Os americanos têm acusado os chineses de ciberespionagem e manifestado preocupação em relação às ambições territoriais desta no mar do Sul da China. Obama afirmou após a reunião, no entanto, que os dois países desenvolveram uma "maneira educada de discutir essas questões". A conferência, que reúne 151 líderes mundiais, acontece ainda sob o clima de tensão em Paris devido aos ataques terroristas. Obama mencionou o terrorismo e disse ter expressado a Xi suas condolências pela morte de um cidadão chinês feito refém pelo Estado Islâmico, afirmando que isso "indica que [o terror] é uma ameaça a todas as nações". Na noite anterior, o presidente americano havia prestado suas homenagens às vítimas de Paris em visita à casa de shows Bataclan, um dos alvos dos atentados na capital francesa.
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Obama admite responsabilidade dos EUA em mudança climáticaO presidente dos EUA, Barack Obama, reconheceu a responsabilidade histórica de seu país nas emissões de carbono em seu discurso na Conferência do Clima de Paris (COP-21), nesta segunda (30) e prometeu que seu país vai trabalhar para encontrar uma solução. Obama disse que "nós somos a primeira geração a sentir os impactos da mudança climática e a última capaz de fazer algo a respeito" e admitiu que seu país está na raiz histórica do problema. "Como líder da maior economia mundial e do segundo maior emissor [de gás carbônico], (...) os EUA não apenas reconhecem nosso papel na criação desse problema, nós aceitamos nossa responsabilidade em fazer algo a respeito", disse no discurso. Em um discurso otimista, no entanto, ele afirmou que "nada vai nos deter" na construção de um futuro para as novas gerações, em relação aos ataques terroristas em Paris no dia 13 que ameaçaram a realização do evento na capital francesa. Ele chamou a conferência de "um ato de desafio" e elogiou os franceses por não cancelarem o evento. O líder americano disse que os EUA já sentem os efeitos da mudança climática, em especial o Alasca —Estado que ele mesmo visitou há alguns meses— citou diversas medidas que a sua gestão tomou para abordar a questão, incluindo investimentos em fontes renováveis de energia. ENCONTRO BILATERAL Em um encontro bilateral antes da cerimônia de abertura, Obama e seu colega chinês, Xi Jinping, pediram nesta segunda para que os líderes mundiais trabalhassem juntos para assegurar um acordo climático que assegure uma "economia global de baixos níveis de carbono". O líder americano creditou à liderança de Washington e Pequim a iniciativa de 180 países estipularem suas próprias metas para reduzir emissões de carbono antes da reunião em Paris. "Como as duas maiores economias e os dois maiores emissores de carbono, determinamos que é nossa responsabilidade de tomar a iniciativa", disse Obama. "Nossa liderança em relação a isso tem sido absolutamente vital." O presidente dos EUA mencionou também assuntos críticos à relação ente Washington e Pequim durante a reunião com Xi. Os americanos têm acusado os chineses de ciberespionagem e manifestado preocupação em relação às ambições territoriais desta no mar do Sul da China. Obama afirmou após a reunião, no entanto, que os dois países desenvolveram uma "maneira educada de discutir essas questões". A conferência, que reúne 151 líderes mundiais, acontece ainda sob o clima de tensão em Paris devido aos ataques terroristas. Obama mencionou o terrorismo e disse ter expressado a Xi suas condolências pela morte de um cidadão chinês feito refém pelo Estado Islâmico, afirmando que isso "indica que [o terror] é uma ameaça a todas as nações". Na noite anterior, o presidente americano havia prestado suas homenagens às vítimas de Paris em visita à casa de shows Bataclan, um dos alvos dos atentados na capital francesa.
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Indonésia adia execução de réu brasileiro condenado por narcotráfico
A Indonésia afirmou nesta quinta-feira (9) que a execução de vários réus condenados por narcotráfico no país, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, será adiada até depois do encerramento do Congresso Ásia-África, previsto para ocorrer entre os dias 18 e 24 deste mês. "A realização do próximo Congresso Ásia-África é a principal consideração para a suspensão", disse o porta-voz da procuradoria da Indonésia, Tonny Spontana, que afirmou anteriormente que as execuções seriam feitas em abril, informou o jornal "Jakarta Post". As autoridades do país não querem executar os presos enquanto líderes dos dois continentes estiverem na Indonésia para o evento, que celebra também o 60º aniversário da Conferência de Bandung. São 11 os réus no corredor da morte à espera da execução, entre eles franceses, filipinos, nigerianos e ganeses. O brasileiro Rodrigo Gularte foi preso em 2004 com vários quilos de cocaína escondidos em uma de suas pranchas de surf. O governo federal e familiares de Gularte alegam que ele sofre de esquizofrenia, por isso não deveria ser executado. Apesar dos pedidos de clemência por parte da presidente Dilma Rousseff, do primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, e do presidente da França, François Hollande, o líder indonésio, Joko Widodo, reiterou a firmeza de seu governo contra o narcotráfico e descartou as solicitações. Em janeiro, a Indonésia fuzilou seis presos acusados de narcotráfico, entre eles Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre o país asiático e o Brasil. A Indonésia, que retomou as execuções de réus em 2013, mantém 133 prisioneiros no corredor da morte, 57 acusados por tráfico de drogas, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.
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Indonésia adia execução de réu brasileiro condenado por narcotráficoA Indonésia afirmou nesta quinta-feira (9) que a execução de vários réus condenados por narcotráfico no país, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, será adiada até depois do encerramento do Congresso Ásia-África, previsto para ocorrer entre os dias 18 e 24 deste mês. "A realização do próximo Congresso Ásia-África é a principal consideração para a suspensão", disse o porta-voz da procuradoria da Indonésia, Tonny Spontana, que afirmou anteriormente que as execuções seriam feitas em abril, informou o jornal "Jakarta Post". As autoridades do país não querem executar os presos enquanto líderes dos dois continentes estiverem na Indonésia para o evento, que celebra também o 60º aniversário da Conferência de Bandung. São 11 os réus no corredor da morte à espera da execução, entre eles franceses, filipinos, nigerianos e ganeses. O brasileiro Rodrigo Gularte foi preso em 2004 com vários quilos de cocaína escondidos em uma de suas pranchas de surf. O governo federal e familiares de Gularte alegam que ele sofre de esquizofrenia, por isso não deveria ser executado. Apesar dos pedidos de clemência por parte da presidente Dilma Rousseff, do primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, e do presidente da França, François Hollande, o líder indonésio, Joko Widodo, reiterou a firmeza de seu governo contra o narcotráfico e descartou as solicitações. Em janeiro, a Indonésia fuzilou seis presos acusados de narcotráfico, entre eles Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre o país asiático e o Brasil. A Indonésia, que retomou as execuções de réus em 2013, mantém 133 prisioneiros no corredor da morte, 57 acusados por tráfico de drogas, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.
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Nunca mais voltou
RIO DE JANEIRO - Preciso ir a São Paulo ver a exposição "David Zingg no Notícias Populares", organizada por Leão Serva no MIS. Compõe-se de material produzido por David nos três meses de 1986 em que fotografou para um jornal com o qual não parecia ter nada a ver. Afinal, o que faria um americano, amigo dos Kennedy e veterano de revistas como "Look", "Esquire" e "Vogue", num universo de "presuntos" da periferia paulistana? Mas assim era David. Quando ficamos amigos, no Rio, em 1968, ele era o fotógrafo de Ipanema, de Leila Diniz, do Cinema Novo. Fora para ele que Tom Jobim dissera "O Brasil não é para principiantes", e ninguém então mais principiante em Brasil do que David, recém-chegado de Nova York. Mas aprendeu tão depressa sobre o nosso caráter, ou falta de, que se tornou um de nós. Mudou-se para São Paulo em fins dos anos 70 e sonhou abrir um restaurante nos Jardins, chamado United Steaks of America. Dez anos depois, pensou em comprar um apêzinho de 10 m² em Pigalle, em pleno "bas fond" de Paris, para passar três meses por ano. Mas eram só planos. Trabalhar num jornal de crimes podia ter sido um deles — por sorte, realizou-se. David foi tão ótimo repórter fotográfico quanto autor de "portraits", e sua obra merece um ou mais livros. Mas sempre achei que ele via a fotografia mais como um hobby. Sua principal ocupação era circular, fazer amigos e descobrir novidades. Em 1988, falou-me que, um dia, a fotografia dispensaria filme, química e laboratório. Não acreditei. Anos depois, quando isso se realizou, veio me cobrar: "Não te contei?". Seu neto Andrew, que não o conheceu, está trabalhando na sua biografia. Vamos finalmente entender por que, em 1964, em Montclair, New Jersey, David saiu para comprar cigarros, largou tudo para trás — família, casa, carro — e nunca mais voltou.
colunas
Nunca mais voltouRIO DE JANEIRO - Preciso ir a São Paulo ver a exposição "David Zingg no Notícias Populares", organizada por Leão Serva no MIS. Compõe-se de material produzido por David nos três meses de 1986 em que fotografou para um jornal com o qual não parecia ter nada a ver. Afinal, o que faria um americano, amigo dos Kennedy e veterano de revistas como "Look", "Esquire" e "Vogue", num universo de "presuntos" da periferia paulistana? Mas assim era David. Quando ficamos amigos, no Rio, em 1968, ele era o fotógrafo de Ipanema, de Leila Diniz, do Cinema Novo. Fora para ele que Tom Jobim dissera "O Brasil não é para principiantes", e ninguém então mais principiante em Brasil do que David, recém-chegado de Nova York. Mas aprendeu tão depressa sobre o nosso caráter, ou falta de, que se tornou um de nós. Mudou-se para São Paulo em fins dos anos 70 e sonhou abrir um restaurante nos Jardins, chamado United Steaks of America. Dez anos depois, pensou em comprar um apêzinho de 10 m² em Pigalle, em pleno "bas fond" de Paris, para passar três meses por ano. Mas eram só planos. Trabalhar num jornal de crimes podia ter sido um deles — por sorte, realizou-se. David foi tão ótimo repórter fotográfico quanto autor de "portraits", e sua obra merece um ou mais livros. Mas sempre achei que ele via a fotografia mais como um hobby. Sua principal ocupação era circular, fazer amigos e descobrir novidades. Em 1988, falou-me que, um dia, a fotografia dispensaria filme, química e laboratório. Não acreditei. Anos depois, quando isso se realizou, veio me cobrar: "Não te contei?". Seu neto Andrew, que não o conheceu, está trabalhando na sua biografia. Vamos finalmente entender por que, em 1964, em Montclair, New Jersey, David saiu para comprar cigarros, largou tudo para trás — família, casa, carro — e nunca mais voltou.
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Papa Francisco cai durante missa em santuário na Polônia
O papa Francisco, 79, caiu ao pisar em falso durante uma missa no santuário de Jasna Gora, em Czestochowa, na Polônia, nesta quinta-feira (28). A celebração reuniu dezenas de milhares de pessoas, segundo a agência de notícias Associated Press. Ele foi ajudado a se levantar pelos sacerdotes que o acompanhavam e não se machucou.A missa celebrava os 1050 anos do catolicismo na Polônia, marcado pelo batismo do rei, que distanciou o país do cristianismo ortodoxo. O santuário fica a cerca de 100 quilômetros de Cracóvia.O arcebispo de Czestochowa, Waclaw Depo, disse que Francisco fechou os olhos e errou um dos degraus da escada. "Ele está bem, nem mesmo reclamou de algo", disse ele. "A homilia mostrou que o papa tem força, e essa força ele deu ao povo." Segundo o novo porta-voz do Vaticano, o norte-americano Greg Burke, , diferentemente do que apontava a programação inicial, o pontífice regressou a Cracóvia de helicóptero porque o "tempo melhorou".
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Papa Francisco cai durante missa em santuário na PolôniaO papa Francisco, 79, caiu ao pisar em falso durante uma missa no santuário de Jasna Gora, em Czestochowa, na Polônia, nesta quinta-feira (28). A celebração reuniu dezenas de milhares de pessoas, segundo a agência de notícias Associated Press. Ele foi ajudado a se levantar pelos sacerdotes que o acompanhavam e não se machucou.A missa celebrava os 1050 anos do catolicismo na Polônia, marcado pelo batismo do rei, que distanciou o país do cristianismo ortodoxo. O santuário fica a cerca de 100 quilômetros de Cracóvia.O arcebispo de Czestochowa, Waclaw Depo, disse que Francisco fechou os olhos e errou um dos degraus da escada. "Ele está bem, nem mesmo reclamou de algo", disse ele. "A homilia mostrou que o papa tem força, e essa força ele deu ao povo." Segundo o novo porta-voz do Vaticano, o norte-americano Greg Burke, , diferentemente do que apontava a programação inicial, o pontífice regressou a Cracóvia de helicóptero porque o "tempo melhorou".
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Crise política enxerta 'gordura' no dólar, dizem economistas
A queda acentuada do dólar na semana passada evidenciou que boa parte da atual cotação da moeda se deve à turbulência política, que amplifica as incertezas e incentiva a compra defensiva de divisa estrangeira. Para economistas ouvidos pela Folha, a cotação do dólar, descontada a crise política, poderia valer hoje entre R$ 3 e R$ 3,50. Uma evidência disso foi o declínio da cotação observado na semana passada. As notícias de que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula poderiam ter agido para brecar a Lava Jato alimentaram especulações de que a presidente pode perder o cargo –o que é visto como um sinal de fim da crise para boa parte do mercado. As operações de venda de dólar foram acionadas e a moeda norte-americana recuou, apenas na quinta e na sexta-feira, mais de 4%, para os atuais R$ 3,73. Dólar - Variação da moeda em 2016 Segundo o ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Estudos Internacionais da FGV, Carlos Langoni, se dependesse só dos dados mais recentes do setor externo brasileiro, o dólar deveria estar bem mais baixo. Ele enumera as reservas internacionais, ao redor de US$ 372 bilhões, e um deficit em operações no exterior em franco encolhimento –reduziu-se do equivalente a 4,4% do PIB em janeiro de 2015 para 2,9% no início deste ano. "Olhando as contas externas, a taxa de câmbio não é R$ 4, está mais para R$ 3, R$ 3,50. O resto é puro ruído político", afirma. É verdade que o dólar também está recebendo uma mãozinha do exterior em sua recente trajetória de baixa. As commodities, como o minério de ferro, voltaram a subir e o CDS (seguro contra calote) do Brasil, com vencimento em cinco anos, recuou 8% neste mês, apesar dos rebaixamentos pelas agências de classificação de risco. Economistas têm apontado uma forte correlação entre o comportamento deste índice e o dólar no Brasil. POR QUANTO TEMPO? Quanto tempo vai durar a onda de baixa? Segundo analistas, é difícil prever, dada a incerteza sobre o desenrolar da crise política. "Pode acontecer de o dólar voltar a R$ 4 quando o mercado perceber que a saída de Dilma ainda não é algo que está pactuado ou que sua saída não signifique necessariamente melhora do ambiente político", afirma André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual. Ele observou que as taxas de juros de longo prazo do Brasil despencaram na última semana, na esteira da leitura otimista, na visão do mercado, sobre o recente inferno da presidente. "O mercado está colocando no preço não apenas a saída de Dilma mas também a impossibilidade de Lula ser candidato em 2018.. Para o professor da PUC-Rio e sócio da gestora Opus Investimentos, José Márcio Camargo, existe o risco de que, encurralada, a presidente Dilma opte por medidas que podem ser negativas para a economia brasileira, seguindo propostas feitas pelo PT –como a redução forçada da taxa de juros, apesar da alta inflação, e o aumento dos gastos do governo. "Quanto maior a probabilidade de Dilma cair, maior será a probabilidade de o governo entrar nesse caminho." Esse cenário poderia provocar uma nova escalada do dólar, dos juros e uma queda da Bolsa. "Se houver o processo de impeachment e se ele não for rápido, haverá incertezas que podem fazer o dólar subir até ficar claro que Dilma sairá", diz Camargo.
mercado
Crise política enxerta 'gordura' no dólar, dizem economistasA queda acentuada do dólar na semana passada evidenciou que boa parte da atual cotação da moeda se deve à turbulência política, que amplifica as incertezas e incentiva a compra defensiva de divisa estrangeira. Para economistas ouvidos pela Folha, a cotação do dólar, descontada a crise política, poderia valer hoje entre R$ 3 e R$ 3,50. Uma evidência disso foi o declínio da cotação observado na semana passada. As notícias de que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula poderiam ter agido para brecar a Lava Jato alimentaram especulações de que a presidente pode perder o cargo –o que é visto como um sinal de fim da crise para boa parte do mercado. As operações de venda de dólar foram acionadas e a moeda norte-americana recuou, apenas na quinta e na sexta-feira, mais de 4%, para os atuais R$ 3,73. Dólar - Variação da moeda em 2016 Segundo o ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Estudos Internacionais da FGV, Carlos Langoni, se dependesse só dos dados mais recentes do setor externo brasileiro, o dólar deveria estar bem mais baixo. Ele enumera as reservas internacionais, ao redor de US$ 372 bilhões, e um deficit em operações no exterior em franco encolhimento –reduziu-se do equivalente a 4,4% do PIB em janeiro de 2015 para 2,9% no início deste ano. "Olhando as contas externas, a taxa de câmbio não é R$ 4, está mais para R$ 3, R$ 3,50. O resto é puro ruído político", afirma. É verdade que o dólar também está recebendo uma mãozinha do exterior em sua recente trajetória de baixa. As commodities, como o minério de ferro, voltaram a subir e o CDS (seguro contra calote) do Brasil, com vencimento em cinco anos, recuou 8% neste mês, apesar dos rebaixamentos pelas agências de classificação de risco. Economistas têm apontado uma forte correlação entre o comportamento deste índice e o dólar no Brasil. POR QUANTO TEMPO? Quanto tempo vai durar a onda de baixa? Segundo analistas, é difícil prever, dada a incerteza sobre o desenrolar da crise política. "Pode acontecer de o dólar voltar a R$ 4 quando o mercado perceber que a saída de Dilma ainda não é algo que está pactuado ou que sua saída não signifique necessariamente melhora do ambiente político", afirma André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual. Ele observou que as taxas de juros de longo prazo do Brasil despencaram na última semana, na esteira da leitura otimista, na visão do mercado, sobre o recente inferno da presidente. "O mercado está colocando no preço não apenas a saída de Dilma mas também a impossibilidade de Lula ser candidato em 2018.. Para o professor da PUC-Rio e sócio da gestora Opus Investimentos, José Márcio Camargo, existe o risco de que, encurralada, a presidente Dilma opte por medidas que podem ser negativas para a economia brasileira, seguindo propostas feitas pelo PT –como a redução forçada da taxa de juros, apesar da alta inflação, e o aumento dos gastos do governo. "Quanto maior a probabilidade de Dilma cair, maior será a probabilidade de o governo entrar nesse caminho." Esse cenário poderia provocar uma nova escalada do dólar, dos juros e uma queda da Bolsa. "Se houver o processo de impeachment e se ele não for rápido, haverá incertezas que podem fazer o dólar subir até ficar claro que Dilma sairá", diz Camargo.
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Uber acusa gestão Haddad de criar ambiente de insegurança jurídica
O Uber acusou a gestão Fernando Haddad (PT) de promover "insegurança jurídica" com as novas regras para aplicativos de transporte na cidade de São Paulo e disse que os usuários serão punidos com preços mais altos. A mudança anunciada pela prefeitura na segunda-feira (10) prevê um aumento de até 300% na taxa paga ao município pelas empresas que tiverem mais carros nas ruas –com a justificativa de evitar um monopólio do Uber, que detém hoje 90% dessa frota. O aplicativo, por meio de nota à imprensa, disse que a medida leva ao "caos urbano" e que esta é a 12ª alteração da legislação feita por Haddad em menos de seis meses. As empresas que atuam com aplicativos de transporte pagavam ao município uma quantia fixa de R$ 0,10 por quilômetro rodado. Agora, elas pagarão esse valor somente até um limite de 7.541,67 km rodados pela frota dela em uma hora. Acima disso, a quantia sobe progressivamente, em seis faixas de cobrança, podendo chegar a R$ 0,40, caso passe de 37.708,33 km por hora. Na prática, empresas maiores, com mais carros em operação, como Uber, tendem a concentrar a maior quantidade de quilômetros rodados e, por isso, devem pagar mais. "O elo mais fraco da cadeia –o usuário– é punido por escolher o serviço de sua preferência. Com preços mais caros, as pessoas terão menos incentivo para compartilhar viagens e mais incentivo para voltar a usar seu próprio carro, contribuindo para o aumento do trânsito, da poluição e do caos urbano", afirmou a nota do Uber. TAXAS DO UBER - Como é calculada a tarifa que os aplicativos de transporte têm que pagar à Prefeitura de São Paulo O aplicativo vinha mantendo até então um bom relacionamento com a gestão Haddad, que regulamentou a atividade, apesar de protestos da categoria dos taxistas. Agora, diz que a taxação imposta pela prefeitura "cria um ambiente de insegurança jurídica que inibe a inovação" e que Haddad "desvirtua a sua própria regulação, inibindo a competição sadia, impedindo o uso mais eficiente dos carros e deixando a conta para o consumidor". DOMÍNIO O futuro prefeito João Doria (PSDB) será pressionado pelos concorrentes do Uber a adotar medidas para evitar o domínio da companhia. A prefeitura afirma que o limite equivalente a 5.000 carros de aplicativos rodando na cidade, estipulado para evitar a desorganização da atividade, já foi superado. Haddad diz que antecipou a nova regra de cobrança que atinge o Uber após o Tribunal de Justiça decidir que é da prefeitura a prerrogativa de regulamentar o serviço. Segundo o petista, a decisão deu segurança jurídica para evitar liminares. Para ele, a medida estimula a concorrência, beneficiando passageiros que buscam melhor preço e dando aos motoristas autonomia para atuar pelo aplicativo que dê melhor retorno financeiro. "Se a empresa repassar ao consumidor, vai sofrer a concorrência da outra que paga a outorga mais baixa", afirmou Haddad. Além do Uber, estão cadastrados para o serviço os aplicativos das empresas Cabify, 99 e Easygo. A prefeitura estima que em um ano é possível obter uma receita de até R$ 70 milhões com a cobrança. Leia abaixo a nota na íntegra: * A Uber começou a operar em São Paulo em Agosto de 2014, oferecendo aos paulistanos um novo modo de se movimentar com conforto pela cidade. Dos serviços premium com carro de luxo (UberBlack) aos serviços mais acessíveis de compartilhamento de carro (uberPOOL), os usuários já contam com a Uber e seus motoristas parceiros para deixar seu próprio carro em casa, diminuindo congestionamento e liberando espaço de estacionamento em São Paulo. Alegando estimular a concorrência e sem qualquer estudo independente, a Prefeitura confirmou hoje que vai aumentar o custo dos serviços de transporte individual privado para os usuários. Segundo a nova resolução, quem optar pelos serviços mais usados ou utilizar o serviço nos horários de pico, vai pagar até 300% a mais. Com isso, o elo mais fraco da cadeia –o usuário– é punido por escolher o serviço de sua preferência. Com preços mais caros as pessoas terão menos incentivo para compartilhar viagens e mais incentivo para voltar a usar seu próprio carro, contribuindo para o aumento do trânsito, da poluição e do caos urbano. Ao alterar a legislação pela 12ª vez em menos de 6 meses, o governo cria um ambiente de insegurança jurídica que inibe a inovação. Ao ignorar as atribuições do CADE (órgão máximo de concorrência no Brasil), o Prefeito desvirtua a sua própria regulação, inibindo a competição sadia, impedindo o uso mais eficiente dos carros e deixando a conta para o consumidor. Uber
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Uber acusa gestão Haddad de criar ambiente de insegurança jurídicaO Uber acusou a gestão Fernando Haddad (PT) de promover "insegurança jurídica" com as novas regras para aplicativos de transporte na cidade de São Paulo e disse que os usuários serão punidos com preços mais altos. A mudança anunciada pela prefeitura na segunda-feira (10) prevê um aumento de até 300% na taxa paga ao município pelas empresas que tiverem mais carros nas ruas –com a justificativa de evitar um monopólio do Uber, que detém hoje 90% dessa frota. O aplicativo, por meio de nota à imprensa, disse que a medida leva ao "caos urbano" e que esta é a 12ª alteração da legislação feita por Haddad em menos de seis meses. As empresas que atuam com aplicativos de transporte pagavam ao município uma quantia fixa de R$ 0,10 por quilômetro rodado. Agora, elas pagarão esse valor somente até um limite de 7.541,67 km rodados pela frota dela em uma hora. Acima disso, a quantia sobe progressivamente, em seis faixas de cobrança, podendo chegar a R$ 0,40, caso passe de 37.708,33 km por hora. Na prática, empresas maiores, com mais carros em operação, como Uber, tendem a concentrar a maior quantidade de quilômetros rodados e, por isso, devem pagar mais. "O elo mais fraco da cadeia –o usuário– é punido por escolher o serviço de sua preferência. Com preços mais caros, as pessoas terão menos incentivo para compartilhar viagens e mais incentivo para voltar a usar seu próprio carro, contribuindo para o aumento do trânsito, da poluição e do caos urbano", afirmou a nota do Uber. TAXAS DO UBER - Como é calculada a tarifa que os aplicativos de transporte têm que pagar à Prefeitura de São Paulo O aplicativo vinha mantendo até então um bom relacionamento com a gestão Haddad, que regulamentou a atividade, apesar de protestos da categoria dos taxistas. Agora, diz que a taxação imposta pela prefeitura "cria um ambiente de insegurança jurídica que inibe a inovação" e que Haddad "desvirtua a sua própria regulação, inibindo a competição sadia, impedindo o uso mais eficiente dos carros e deixando a conta para o consumidor". DOMÍNIO O futuro prefeito João Doria (PSDB) será pressionado pelos concorrentes do Uber a adotar medidas para evitar o domínio da companhia. A prefeitura afirma que o limite equivalente a 5.000 carros de aplicativos rodando na cidade, estipulado para evitar a desorganização da atividade, já foi superado. Haddad diz que antecipou a nova regra de cobrança que atinge o Uber após o Tribunal de Justiça decidir que é da prefeitura a prerrogativa de regulamentar o serviço. Segundo o petista, a decisão deu segurança jurídica para evitar liminares. Para ele, a medida estimula a concorrência, beneficiando passageiros que buscam melhor preço e dando aos motoristas autonomia para atuar pelo aplicativo que dê melhor retorno financeiro. "Se a empresa repassar ao consumidor, vai sofrer a concorrência da outra que paga a outorga mais baixa", afirmou Haddad. Além do Uber, estão cadastrados para o serviço os aplicativos das empresas Cabify, 99 e Easygo. A prefeitura estima que em um ano é possível obter uma receita de até R$ 70 milhões com a cobrança. Leia abaixo a nota na íntegra: * A Uber começou a operar em São Paulo em Agosto de 2014, oferecendo aos paulistanos um novo modo de se movimentar com conforto pela cidade. Dos serviços premium com carro de luxo (UberBlack) aos serviços mais acessíveis de compartilhamento de carro (uberPOOL), os usuários já contam com a Uber e seus motoristas parceiros para deixar seu próprio carro em casa, diminuindo congestionamento e liberando espaço de estacionamento em São Paulo. Alegando estimular a concorrência e sem qualquer estudo independente, a Prefeitura confirmou hoje que vai aumentar o custo dos serviços de transporte individual privado para os usuários. Segundo a nova resolução, quem optar pelos serviços mais usados ou utilizar o serviço nos horários de pico, vai pagar até 300% a mais. Com isso, o elo mais fraco da cadeia –o usuário– é punido por escolher o serviço de sua preferência. Com preços mais caros as pessoas terão menos incentivo para compartilhar viagens e mais incentivo para voltar a usar seu próprio carro, contribuindo para o aumento do trânsito, da poluição e do caos urbano. Ao alterar a legislação pela 12ª vez em menos de 6 meses, o governo cria um ambiente de insegurança jurídica que inibe a inovação. Ao ignorar as atribuições do CADE (órgão máximo de concorrência no Brasil), o Prefeito desvirtua a sua própria regulação, inibindo a competição sadia, impedindo o uso mais eficiente dos carros e deixando a conta para o consumidor. Uber
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'Desrespeito', diz conselho sobre vídeo em que prefeito cobra médico no RS
"Falta de ética", "assédio moral" e "desrespeito". Assim o Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) classificou o vídeo que mostra um prefeito gaúcho telefonando para um médico ausente no posto de saúde num horário em que deveria estar atendendo. "Você poderia me dizer qual é o motivo da sua ausência aqui na UBS [Unidade Básica de Saúde]? É o seu dia de plantão. Tem 16 pacientes na sua agenda e o senhor não está aqui atendendo", diz Daniel Guerra (PRB), prefeito de Caxias do Sul, cidade da serra gaúcha, durante o telefonema. O momento foi filmado na última quinta-feira (2), durante uma das quatro visitas do prefeito a locais de atendimento de saúde, como postos e plantão 24 horas. Os médicos que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) fizeram uma paralisação de três dias porque não aceitam bater o ponto biométrico. Para baterem o ponto, exigem um aumento de R$ 2.000 nos salários. Depois que Guerra anunciou que teria "tolerância zero" em relação ao cumprimento da jornada de trabalho, três médicos pediram demissão, de acordo com a prefeitura. Nesta segunda-feira (6), os médicos retornaram ao trabalho, porém sem bater o ponto e sem cumprir a carga horária para a qual foram contratados em concurso público. Os médicos atendem uma cota de pacientes por dia, em consultas que podem durar até cinco minutos, segundo Marlonei dos Santos, presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul. Dessa forma, médicos contratados para trabalhar 20 horas ou 35 horas semanais acabam trabalhando cerca de 10 horas por semana. A "cota", diz Santos, faz parte de um acordo da categoria com a prefeitura em vigor "desde 1998". O Cremers divulgou nota sobre o vídeo do prefeito afirmando que é "lamentável ver o desrespeito, o assédio moral e falta de ética na relação entre gestores e médicos". O texto da entidade também afirma que é "injustificável a exposição midiática do médico e o uso político no trato de uma questão administrativa, comum no dia a dia". O caso repercutiu nacionalmente após reportagem da Folha, publicada na última sexta-feira (3). vídeo "Procuram repassar ao médico, mais uma vez, a incompetência do gestor na solução dos problemas do sistema de saúde de seu município", diz ainda o Cremers. Durante o telefonema, o prefeito lembrou o médico de que "o salário estava em dia" e pediu que "cumprisse o papel de servidor em respeito à população". Por orientação de sua procuradoria jurídica, a prefeitura não quis identificar o médico que recebeu a ligação. O médico estava locado na UBS do bairro Esplanada e deveria atender diversas gestantes naquele dia. O Cremers informou que encaminhará uma representação ao Ministério Público sobre o caso e defendeu o direito à greve da categoria. Procurado pela Folha, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, não quis comentar o caso. GREVE ILEGAL A prefeitura considera a greve dos médicos ilegal por dois motivos: não teria sido avisada com 72 horas de antecedência, como prevê a lei, e o sindicato que representa a categoria é o Sindiserv, dos servidores municipais. O sindicato dos médicos alega que notificou a prefeitura sobre a greve no dia 23 de fevereiro e que a Justiça considerou, em decisão anterior, que o órgão é o representante legal da categoria. O Sindiserv diz que está aberto ao diálogo, tanto com a prefeitura como com os médicos. "Nosso compromisso é com a valorização dos servidores. Mas temos atribuições importantes, temos que cumprir nossas tarefas, nossos horários", disse Silvana Pirolli, presidente do Sindiserv, à Folha. Daniel Guerra diz que não se considera "um político, mas um gestor". Após vencer a eleição, fez uma seleção para escolher os funcionários em cargos comissionados. Ele venceu a eleição em outubro de 2016 com 62,79% dos votos válidos, ante os 37,21% de Edson Néspolo (PDT), candidato apoiado pelo governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), e 21 partidos. RENÚNCIA A polêmica ocorre no mesmo dia em que o vice-prefeito de Caxias do Sul, Ricardo Fabris (PRB), entregou uma carta à Câmara renunciando ao cargo. A maioria dos vereadores, 18 de 23, faz oposição ao prefeito desde o início da nova gestão. A prefeitura confirmou a renúncia. A Folha não localizou Fabris. Em janeiro, Fabris disse ao jornal local "Pioneiro" que "não era subordinado" a Guerra. A relação entre vice e prefeito já estava estremecida desde o final da eleição.
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'Desrespeito', diz conselho sobre vídeo em que prefeito cobra médico no RS"Falta de ética", "assédio moral" e "desrespeito". Assim o Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) classificou o vídeo que mostra um prefeito gaúcho telefonando para um médico ausente no posto de saúde num horário em que deveria estar atendendo. "Você poderia me dizer qual é o motivo da sua ausência aqui na UBS [Unidade Básica de Saúde]? É o seu dia de plantão. Tem 16 pacientes na sua agenda e o senhor não está aqui atendendo", diz Daniel Guerra (PRB), prefeito de Caxias do Sul, cidade da serra gaúcha, durante o telefonema. O momento foi filmado na última quinta-feira (2), durante uma das quatro visitas do prefeito a locais de atendimento de saúde, como postos e plantão 24 horas. Os médicos que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) fizeram uma paralisação de três dias porque não aceitam bater o ponto biométrico. Para baterem o ponto, exigem um aumento de R$ 2.000 nos salários. Depois que Guerra anunciou que teria "tolerância zero" em relação ao cumprimento da jornada de trabalho, três médicos pediram demissão, de acordo com a prefeitura. Nesta segunda-feira (6), os médicos retornaram ao trabalho, porém sem bater o ponto e sem cumprir a carga horária para a qual foram contratados em concurso público. Os médicos atendem uma cota de pacientes por dia, em consultas que podem durar até cinco minutos, segundo Marlonei dos Santos, presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul. Dessa forma, médicos contratados para trabalhar 20 horas ou 35 horas semanais acabam trabalhando cerca de 10 horas por semana. A "cota", diz Santos, faz parte de um acordo da categoria com a prefeitura em vigor "desde 1998". O Cremers divulgou nota sobre o vídeo do prefeito afirmando que é "lamentável ver o desrespeito, o assédio moral e falta de ética na relação entre gestores e médicos". O texto da entidade também afirma que é "injustificável a exposição midiática do médico e o uso político no trato de uma questão administrativa, comum no dia a dia". O caso repercutiu nacionalmente após reportagem da Folha, publicada na última sexta-feira (3). vídeo "Procuram repassar ao médico, mais uma vez, a incompetência do gestor na solução dos problemas do sistema de saúde de seu município", diz ainda o Cremers. Durante o telefonema, o prefeito lembrou o médico de que "o salário estava em dia" e pediu que "cumprisse o papel de servidor em respeito à população". Por orientação de sua procuradoria jurídica, a prefeitura não quis identificar o médico que recebeu a ligação. O médico estava locado na UBS do bairro Esplanada e deveria atender diversas gestantes naquele dia. O Cremers informou que encaminhará uma representação ao Ministério Público sobre o caso e defendeu o direito à greve da categoria. Procurado pela Folha, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, não quis comentar o caso. GREVE ILEGAL A prefeitura considera a greve dos médicos ilegal por dois motivos: não teria sido avisada com 72 horas de antecedência, como prevê a lei, e o sindicato que representa a categoria é o Sindiserv, dos servidores municipais. O sindicato dos médicos alega que notificou a prefeitura sobre a greve no dia 23 de fevereiro e que a Justiça considerou, em decisão anterior, que o órgão é o representante legal da categoria. O Sindiserv diz que está aberto ao diálogo, tanto com a prefeitura como com os médicos. "Nosso compromisso é com a valorização dos servidores. Mas temos atribuições importantes, temos que cumprir nossas tarefas, nossos horários", disse Silvana Pirolli, presidente do Sindiserv, à Folha. Daniel Guerra diz que não se considera "um político, mas um gestor". Após vencer a eleição, fez uma seleção para escolher os funcionários em cargos comissionados. Ele venceu a eleição em outubro de 2016 com 62,79% dos votos válidos, ante os 37,21% de Edson Néspolo (PDT), candidato apoiado pelo governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), e 21 partidos. RENÚNCIA A polêmica ocorre no mesmo dia em que o vice-prefeito de Caxias do Sul, Ricardo Fabris (PRB), entregou uma carta à Câmara renunciando ao cargo. A maioria dos vereadores, 18 de 23, faz oposição ao prefeito desde o início da nova gestão. A prefeitura confirmou a renúncia. A Folha não localizou Fabris. Em janeiro, Fabris disse ao jornal local "Pioneiro" que "não era subordinado" a Guerra. A relação entre vice e prefeito já estava estremecida desde o final da eleição.
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Renan é vida loka, mano!
Ulalá! Brasília, nesta semana, às vésperas do protesto do dia 16, viveu mesmo em ritmo de "vida loka". O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chegou a devolver uma Medida Provisória ao Executivo porque Rodrigo Janot o incluíra, lá atrás, na lista de alvos de inquérito da Lava-Jato, descobriu as virtudes superiormente interessantes da governabilidade. E passou a falar com a inflexão dos estadistas que vislumbram o futuro, além de toda terra devastada. Se, até anteontem, estudava uma maneira de retardar a recondução de Janot à PGR, mostra-se, de súbito, interessado em acelerar os trâmites. Mais do que isso: entregou ao governo uma pauta para fazer o país entrar nos eixos, o que é pura conversa mole. Ainda outro dia, o presidente do Senado achava que o peso do ajuste estava caindo todo sobre as costas dos pobres, e seu discurso fazia a CUT ficar vermelha de inveja. Agora, ele descobriu aqueles nobres sentimentos que costumam assaltar alguns políticos brasileiros quando pensam acima das paixões. Renan passou a intuir que ou não será denunciado por Janot ou que, de tão inepta, não há chance de a peça ser acatada pelo Supremo, e isso parece lhe ter aberto os horizontes. Diz-se em Brasília que ele pode "influenciar" pelo menos três ministros do TCU. Estariam na sua cota Raimundo Carreiro, Bruno Dantas e Vital do Rêgo. Dois outros, fora desse grupo, já seriam favas contadas. Bastam quatro dos nove. Em caso de empate, Aroldo Cedraz, o presidente, votará pela aprovação das contas de Dilma. É a versão farsesca de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, é um incendiário que torna verossímil, mas nunca verdadeiro, o papel de Renan como bombeiro. Muita coisa andou nesta semana. Querem ver? No dia 30 de abril, referindo-se a Michel Temer, Renan afirmou que a coordenação política do governo não podia ser "uma articulação de RH para distribuir cargos e boquinhas". O vice até saiu um pouco do seu tom habitual. Lembrou que "respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura". Essas três últimas palavras devem ter mexido com os brios de Renan. Do outro lado da linha, como se sabe, a ordem é não deixar o homem respirar. Todos os jornalistas isentos do governismo passaram a cobrar a execução sumária de Cunha. A coisa não se limitou às "Margaridas das Redações". A marcha das flores do mal do MST serviu, de modo escancarado, ao proselitismo do PT e do governo. Entre o discurso de Lula e o de Dilma, aquelas valentes senhoras resolveram pedir... a cabeça de Cunha! Com patrocínio da CEF, do BNDES e de Itaipu. Imaginem se a iniciativa privada promovesse um ato público em favor do impeachment da presidente... As Margaridas petaladas dos teclados gritariam "Golpe! Abaixo Pinochet!". Desafio a margem, válido também para colunistas desta Folha: apontar uma só dificuldade presente que Dilma esteja enfrentando que tenha sido criada por Cunha. Sem o seu bárbaro de estimação, o que seria da nossa governanta? Os Amigos da Amiga falariam mal de quem, já que não dá para falar bem da Dilmãe? O grande acordão já está costurado. Falta agora combinar com os russos das ruas, sempre considerando que os muitos milhares deste domingo serão apenas a face minimamente visível da indignação dos pacíficos, que não deve ser desafiada.
colunas
Renan é vida loka, mano!Ulalá! Brasília, nesta semana, às vésperas do protesto do dia 16, viveu mesmo em ritmo de "vida loka". O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chegou a devolver uma Medida Provisória ao Executivo porque Rodrigo Janot o incluíra, lá atrás, na lista de alvos de inquérito da Lava-Jato, descobriu as virtudes superiormente interessantes da governabilidade. E passou a falar com a inflexão dos estadistas que vislumbram o futuro, além de toda terra devastada. Se, até anteontem, estudava uma maneira de retardar a recondução de Janot à PGR, mostra-se, de súbito, interessado em acelerar os trâmites. Mais do que isso: entregou ao governo uma pauta para fazer o país entrar nos eixos, o que é pura conversa mole. Ainda outro dia, o presidente do Senado achava que o peso do ajuste estava caindo todo sobre as costas dos pobres, e seu discurso fazia a CUT ficar vermelha de inveja. Agora, ele descobriu aqueles nobres sentimentos que costumam assaltar alguns políticos brasileiros quando pensam acima das paixões. Renan passou a intuir que ou não será denunciado por Janot ou que, de tão inepta, não há chance de a peça ser acatada pelo Supremo, e isso parece lhe ter aberto os horizontes. Diz-se em Brasília que ele pode "influenciar" pelo menos três ministros do TCU. Estariam na sua cota Raimundo Carreiro, Bruno Dantas e Vital do Rêgo. Dois outros, fora desse grupo, já seriam favas contadas. Bastam quatro dos nove. Em caso de empate, Aroldo Cedraz, o presidente, votará pela aprovação das contas de Dilma. É a versão farsesca de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, é um incendiário que torna verossímil, mas nunca verdadeiro, o papel de Renan como bombeiro. Muita coisa andou nesta semana. Querem ver? No dia 30 de abril, referindo-se a Michel Temer, Renan afirmou que a coordenação política do governo não podia ser "uma articulação de RH para distribuir cargos e boquinhas". O vice até saiu um pouco do seu tom habitual. Lembrou que "respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura". Essas três últimas palavras devem ter mexido com os brios de Renan. Do outro lado da linha, como se sabe, a ordem é não deixar o homem respirar. Todos os jornalistas isentos do governismo passaram a cobrar a execução sumária de Cunha. A coisa não se limitou às "Margaridas das Redações". A marcha das flores do mal do MST serviu, de modo escancarado, ao proselitismo do PT e do governo. Entre o discurso de Lula e o de Dilma, aquelas valentes senhoras resolveram pedir... a cabeça de Cunha! Com patrocínio da CEF, do BNDES e de Itaipu. Imaginem se a iniciativa privada promovesse um ato público em favor do impeachment da presidente... As Margaridas petaladas dos teclados gritariam "Golpe! Abaixo Pinochet!". Desafio a margem, válido também para colunistas desta Folha: apontar uma só dificuldade presente que Dilma esteja enfrentando que tenha sido criada por Cunha. Sem o seu bárbaro de estimação, o que seria da nossa governanta? Os Amigos da Amiga falariam mal de quem, já que não dá para falar bem da Dilmãe? O grande acordão já está costurado. Falta agora combinar com os russos das ruas, sempre considerando que os muitos milhares deste domingo serão apenas a face minimamente visível da indignação dos pacíficos, que não deve ser desafiada.
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Após indulto, Genoino pede à Justiça extinção de sua pena no mensalão
O ex-presidente do PT José Genoino, condenado a 4 anos e 8 meses no processo do mensalão, enviou nesta segunda-feira (9) um pedido à Justiça para que um indulto lhe seja concedido e sua pena seja considerada extinta. Caberá ao relator da ação no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, decidir sobre o caso. O pedido foi feito com base no indulto de Natal assinado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro passado. O benefício é concedido todos os anos pelo chefe do Executivo, que usa o instrumento para extinguir penas de criminosos condenados a períodos curtos de prisão, que tenham bom comportamento e não sejam reincidentes. No caso de Genoino, o indulto o beneficia pois permite a extinção de penas de quem já está no regime aberto e tenha cumprido mais de um quarto de sua condenação –situação em que se encontra o ex-presidente do PT. Ao avaliar o pedido, Barroso terá de checar se Genoino manteve um bom comportamento na no período em que passou preso e se há certidões comprovando cursos e leituras de livros que foram usados para abater dias da pena. Ele também pedirá um parecer ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o caso. Como Genoino atende aos critérios do indulto, a expectativa é que o chefe Ministério Público autorize o benefício e o mesmo seja aceito por Barroso. FORA DA PRISÃO Do núcleo político do mensalão, a maior parte dos condenados já está fora dos presídios. O ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por exemplo, cumprem pena no regime aberto, em suas casas. Eles não foram beneficiados com o indulto de 2014 pois suas condenações são maiores que a de Genoino. Caso as regras para o perdão presidencial deste ano repitam as do ano passado, eles também devem conseguir a extinção de suas penas. O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) espera obter o direito de cumprir o restante de sua pena em prisão domiciliar. Na sexta-feira (6), ele devolveu à União os R$ 536 mil que desviou dos cofres públicos e que o levou à condenação de 6 anos e 4 meses peculato (desvio de dinheiro público) e corrupção no processo do mensalão. - Confira outros condenados do mensalão que já deixaram a cadeia -
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Após indulto, Genoino pede à Justiça extinção de sua pena no mensalãoO ex-presidente do PT José Genoino, condenado a 4 anos e 8 meses no processo do mensalão, enviou nesta segunda-feira (9) um pedido à Justiça para que um indulto lhe seja concedido e sua pena seja considerada extinta. Caberá ao relator da ação no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, decidir sobre o caso. O pedido foi feito com base no indulto de Natal assinado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro passado. O benefício é concedido todos os anos pelo chefe do Executivo, que usa o instrumento para extinguir penas de criminosos condenados a períodos curtos de prisão, que tenham bom comportamento e não sejam reincidentes. No caso de Genoino, o indulto o beneficia pois permite a extinção de penas de quem já está no regime aberto e tenha cumprido mais de um quarto de sua condenação –situação em que se encontra o ex-presidente do PT. Ao avaliar o pedido, Barroso terá de checar se Genoino manteve um bom comportamento na no período em que passou preso e se há certidões comprovando cursos e leituras de livros que foram usados para abater dias da pena. Ele também pedirá um parecer ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o caso. Como Genoino atende aos critérios do indulto, a expectativa é que o chefe Ministério Público autorize o benefício e o mesmo seja aceito por Barroso. FORA DA PRISÃO Do núcleo político do mensalão, a maior parte dos condenados já está fora dos presídios. O ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por exemplo, cumprem pena no regime aberto, em suas casas. Eles não foram beneficiados com o indulto de 2014 pois suas condenações são maiores que a de Genoino. Caso as regras para o perdão presidencial deste ano repitam as do ano passado, eles também devem conseguir a extinção de suas penas. O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) espera obter o direito de cumprir o restante de sua pena em prisão domiciliar. Na sexta-feira (6), ele devolveu à União os R$ 536 mil que desviou dos cofres públicos e que o levou à condenação de 6 anos e 4 meses peculato (desvio de dinheiro público) e corrupção no processo do mensalão. - Confira outros condenados do mensalão que já deixaram a cadeia -
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'Saí de alma lavada', diz ministro após ser vaiado por funcionários da Cultura
Os gritos de "golpista" e os cartazes de "Vaza, Mendonça Filho" na reunião de sexta (13) não parecem ter abalado o novo titular da pasta de Educação e Cultura. Pelo contrário: "Saí de alma lavada", disse o ministro à Folha, na noite de sábado (14). Ele afirma que, sob o pretexto de que poderia ser hostilizado, foi aconselhado a não ir ao encontro com funcionários do Ministério da Cultura, pasta absorvida pelo Ministério da Educação na gestão do presidente interino Michel Temer. "Mas ninguém pode impedir um cidadão de circular livremente, muito menos num espaço público e com a missão de cumprir seu dever constitucional de ministro", diz Mendonça Filho, que acredita que o protesto foi organizado por gente de fora do MinC. "Havia gente infiltrada: militantes petistas, black bloc..." Segundo Sergio Andrade Pinto, presidente da Associação dos Servidores do MinC, não havia pessoas de fora do ministério. "O evento ocorreu no auditório, e apenas funcionários têm acesso", diz. "Acho que uns 90% do público no auditório era composto por servidores de carreira. Os demais eram terceiros, temporários... Mas não havia gente que não fosse do MinC", diz. Quando os ânimos se acalmaram durante a reunião com os funcionários, Mendonça Filho afirmou que preservaria "todos os projetos alicerçados na Lei Rouanet e na Lei do Audiovisual" e manteria secretarias e entidades vinculadas ao MinC. Ele citou nominalmente a Fundação Cultural Palmares, a Funarte (Fundação Nacional de Artes), a Fundação Casa de Rui Barbosa, a Fundação Biblioteca Nacional, a Ancine (Agência Nacional do Cinema), o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). "Não me arrependo de ter ido. Eu só me reafirmei na posição e saí de lá com a alma lavada, pois só levei palavra de reconciliação e respeito." Vídeo CULTURA FORA DO MINC Mendonça diz que notícias sobre a criação de uma secretaria de Cultura com mais peso político ou mesmo vinculada à Presidência, fora do MEC, são, por ora, "pura especulação". Com a reação negativa no setor artístico após a absorção do MinC pelo MEC, Michel Temer considera criar uma secretaria nacional para a área, com peso político maior, e ocupada por uma mulher, para tentar reduzir as críticas pela ausência feminina no primeiro escalão do governo interino. Mendonça não deu detalhes da conversa com Temer no sábado. Disse que, na próxima semana, entregará a Temer uma análise do processo de fusão das duas pastas. O documento terá um parecer sobre questões organizacionais e de execução da missão de Cultura junto à Educação. "Aí vai depender dele."
ilustrada
'Saí de alma lavada', diz ministro após ser vaiado por funcionários da CulturaOs gritos de "golpista" e os cartazes de "Vaza, Mendonça Filho" na reunião de sexta (13) não parecem ter abalado o novo titular da pasta de Educação e Cultura. Pelo contrário: "Saí de alma lavada", disse o ministro à Folha, na noite de sábado (14). Ele afirma que, sob o pretexto de que poderia ser hostilizado, foi aconselhado a não ir ao encontro com funcionários do Ministério da Cultura, pasta absorvida pelo Ministério da Educação na gestão do presidente interino Michel Temer. "Mas ninguém pode impedir um cidadão de circular livremente, muito menos num espaço público e com a missão de cumprir seu dever constitucional de ministro", diz Mendonça Filho, que acredita que o protesto foi organizado por gente de fora do MinC. "Havia gente infiltrada: militantes petistas, black bloc..." Segundo Sergio Andrade Pinto, presidente da Associação dos Servidores do MinC, não havia pessoas de fora do ministério. "O evento ocorreu no auditório, e apenas funcionários têm acesso", diz. "Acho que uns 90% do público no auditório era composto por servidores de carreira. Os demais eram terceiros, temporários... Mas não havia gente que não fosse do MinC", diz. Quando os ânimos se acalmaram durante a reunião com os funcionários, Mendonça Filho afirmou que preservaria "todos os projetos alicerçados na Lei Rouanet e na Lei do Audiovisual" e manteria secretarias e entidades vinculadas ao MinC. Ele citou nominalmente a Fundação Cultural Palmares, a Funarte (Fundação Nacional de Artes), a Fundação Casa de Rui Barbosa, a Fundação Biblioteca Nacional, a Ancine (Agência Nacional do Cinema), o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). "Não me arrependo de ter ido. Eu só me reafirmei na posição e saí de lá com a alma lavada, pois só levei palavra de reconciliação e respeito." Vídeo CULTURA FORA DO MINC Mendonça diz que notícias sobre a criação de uma secretaria de Cultura com mais peso político ou mesmo vinculada à Presidência, fora do MEC, são, por ora, "pura especulação". Com a reação negativa no setor artístico após a absorção do MinC pelo MEC, Michel Temer considera criar uma secretaria nacional para a área, com peso político maior, e ocupada por uma mulher, para tentar reduzir as críticas pela ausência feminina no primeiro escalão do governo interino. Mendonça não deu detalhes da conversa com Temer no sábado. Disse que, na próxima semana, entregará a Temer uma análise do processo de fusão das duas pastas. O documento terá um parecer sobre questões organizacionais e de execução da missão de Cultura junto à Educação. "Aí vai depender dele."
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Astrologia
ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Você arde de paixão, e os relacionamentos precisam sair um pouco da rotina para dar conta da intensidade. Tenha um domingo diferente. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Hoje deve ficar evidente o que provoca cansaço ou não funciona bem na sua rotina. Aproveite para reconsiderar os planos. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Lazer e cultura podem arejar as emoções e inspirar novos movimentos criativos, inclusive nas relações, que precisam de novidade. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) É na companhia dos mais íntimos que devem transcorrer a cena e as grandes lições do dia sobre opinião própria e troca emocional. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Abra-se ao diálogo, entenda a diferença como enriquecedora, aprenda não só com as ideias, mas com o jeito de ser dos outros. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Momento-chave para chegar a algum acordo numa relação, mas talvez o entendimento esteja menos nas palavras e mais nas atitudes. LIBRA (23 set. a 22 out.) A Lua em Libra o deixa sensível, as pessoas recorrem a você em busca de apoio e companhia. Mas lembre-se: cada um oferece o que pode. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) As relações são uma troca. Você requisita alguma coisa, mas também precisa se doar genuinamente. Assim há envolvimento e parceria. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) É bom que seus impulsos sejam contidos pela necessidade de harmonizar seus relacionamentos. Você também deve colaborar. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Atenção aos julgamentos que tanto prejudicam as relações. Já há inquietação demais aí dentro, o domingo precisa de paz. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Se a prisão é mental e emocional, a tensão precisa sair através do corpo. No mínimo, caminhe ao ar livre, você precisa de movimento. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Pode faltar discernimento, cuidado ao se envolver em questões complexas. Aprofunde-se nas suas próprias motivações.
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AstrologiaÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Você arde de paixão, e os relacionamentos precisam sair um pouco da rotina para dar conta da intensidade. Tenha um domingo diferente. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Hoje deve ficar evidente o que provoca cansaço ou não funciona bem na sua rotina. Aproveite para reconsiderar os planos. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Lazer e cultura podem arejar as emoções e inspirar novos movimentos criativos, inclusive nas relações, que precisam de novidade. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) É na companhia dos mais íntimos que devem transcorrer a cena e as grandes lições do dia sobre opinião própria e troca emocional. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Abra-se ao diálogo, entenda a diferença como enriquecedora, aprenda não só com as ideias, mas com o jeito de ser dos outros. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Momento-chave para chegar a algum acordo numa relação, mas talvez o entendimento esteja menos nas palavras e mais nas atitudes. LIBRA (23 set. a 22 out.) A Lua em Libra o deixa sensível, as pessoas recorrem a você em busca de apoio e companhia. Mas lembre-se: cada um oferece o que pode. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) As relações são uma troca. Você requisita alguma coisa, mas também precisa se doar genuinamente. Assim há envolvimento e parceria. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) É bom que seus impulsos sejam contidos pela necessidade de harmonizar seus relacionamentos. Você também deve colaborar. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Atenção aos julgamentos que tanto prejudicam as relações. Já há inquietação demais aí dentro, o domingo precisa de paz. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Se a prisão é mental e emocional, a tensão precisa sair através do corpo. No mínimo, caminhe ao ar livre, você precisa de movimento. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Pode faltar discernimento, cuidado ao se envolver em questões complexas. Aprofunde-se nas suas próprias motivações.
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Escândalo de poluentes freia aumento de vendas da Volkswagen nos EUA
A Volkswagen não conseguiu se beneficiar do bom mercado para os automóveis nos Estados Unidos em setembro, porque a montadora alemã começa a sentir as repercussões do escândalo de sua manipulação das emissões de poluentes. A Volkswagen of America entregou pouco mais de 26 mil unidades no mês passado, o que representa alta de vendas de apenas 0,6% ante o mesmo mês em 2014. O resultado é uma melhora ante a queda de 8% nas vendas que a companhia registrou em agosto, mas contrasta com a alta em dois dígitos nas vendas das três grandes montadoras norte-americanas —General Motors, Ford e Fiat Chrysler. Michelle Krebs, analista da Autotrader.com, disse que as vendas da montadora alemã nos Estados Unidos provavelmente piorariam, no restante do ano. "A Volkswagen vem apresentando desempenho inferior à tendência do setor já há algum tempo", ela disse. A marca Audi da Volkswagen não parece ter sido afetada, em setembro, apesar de o seu modelo A3 ser um dos envolvidos no escândalo de emissões nos Estados Unidos. A fabricante do modelo esportivo TT apresentou suas melhores vendas da história em setembro, com alta de 16%, o que sublinha sua popularidade junto aos consumidores dos Estados Unidos. Analistas pesquisados pela Bloomberg previram uma queda média de quase 7% nas vendas da marca Volkswagen; as vendas da empresa em setembro foram prejudicadas pela suspensão de vendas de alguns modelos afetados pela presença de um chamado "dispositivo manipulador", software que a Volkswagen admitiu ser empregado para trapacear os testes de laboratório norte-americanos quanto a emissões de poluentes. Krebs diz que pesquisas com consumidores, nos dias que se seguiram ao escândalo, constataram que mais de 50% dos respondentes agora têm desconfiança "completa" ou "geral" com relação à Volkswagen. "Isso terminará por influenciar as vendas", ela acrescentou. Mark McNabb, vice-presidente de operações da Volkswagen of America, disse que a companhia "continuaria a trabalhar diligentemente para reconquistar a confiança em nossa marca e a credibilidade perdida". O escândalo da Volkswagen chegou em um momento ruim para a principal marca do grupo nos Estados Unidos. A marca Volkswagen realizou apenas 367 mil das suas 6,1 milhões de vendas mundiais nos Estados Unidos, em 2014, e as vendas no país caíram por dois anos consecutivos devido a uma linha envelhecida de produtos. A estratégia da empresa para conduzir suas vendas anuais nos Estados Unidos à marca das 800 mil unidades anuais até 2018 previa diversos lançamentos de modelos novos nos próximos anos. Mas analistas dizem que agora essa meta parece ameaçada. Como parte de uma reacomodação mais ampla, as operações da Volkswagen nos Estados Unidos serão absorvidas por uma unidade norte-americana mais ampla, a ser comandada por Winfried Vahland, hoje presidente da Skoda, uma das marcas do grupo. Outras montadoras passaram sem problemas pelo escândalo, nos Estados Unidos, e continuam a registrar avanços sólidos, com ajuda do crédito fácil, da queda no preço da gasolina e do fato de que o feriado do dia do Trabalho caiu em setembro pela primeira vez desde 2012. [Nos Estados Unidos, o feriado do Dia do Trabalho é celebrado na primeira segunda-feira de setembro; em 2013 e 2014, ele aconteceu respectivamente em 2 e 1º de setembro.] O feriado é um momento crucial para as vendas de automóveis. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Escândalo de poluentes freia aumento de vendas da Volkswagen nos EUAA Volkswagen não conseguiu se beneficiar do bom mercado para os automóveis nos Estados Unidos em setembro, porque a montadora alemã começa a sentir as repercussões do escândalo de sua manipulação das emissões de poluentes. A Volkswagen of America entregou pouco mais de 26 mil unidades no mês passado, o que representa alta de vendas de apenas 0,6% ante o mesmo mês em 2014. O resultado é uma melhora ante a queda de 8% nas vendas que a companhia registrou em agosto, mas contrasta com a alta em dois dígitos nas vendas das três grandes montadoras norte-americanas —General Motors, Ford e Fiat Chrysler. Michelle Krebs, analista da Autotrader.com, disse que as vendas da montadora alemã nos Estados Unidos provavelmente piorariam, no restante do ano. "A Volkswagen vem apresentando desempenho inferior à tendência do setor já há algum tempo", ela disse. A marca Audi da Volkswagen não parece ter sido afetada, em setembro, apesar de o seu modelo A3 ser um dos envolvidos no escândalo de emissões nos Estados Unidos. A fabricante do modelo esportivo TT apresentou suas melhores vendas da história em setembro, com alta de 16%, o que sublinha sua popularidade junto aos consumidores dos Estados Unidos. Analistas pesquisados pela Bloomberg previram uma queda média de quase 7% nas vendas da marca Volkswagen; as vendas da empresa em setembro foram prejudicadas pela suspensão de vendas de alguns modelos afetados pela presença de um chamado "dispositivo manipulador", software que a Volkswagen admitiu ser empregado para trapacear os testes de laboratório norte-americanos quanto a emissões de poluentes. Krebs diz que pesquisas com consumidores, nos dias que se seguiram ao escândalo, constataram que mais de 50% dos respondentes agora têm desconfiança "completa" ou "geral" com relação à Volkswagen. "Isso terminará por influenciar as vendas", ela acrescentou. Mark McNabb, vice-presidente de operações da Volkswagen of America, disse que a companhia "continuaria a trabalhar diligentemente para reconquistar a confiança em nossa marca e a credibilidade perdida". O escândalo da Volkswagen chegou em um momento ruim para a principal marca do grupo nos Estados Unidos. A marca Volkswagen realizou apenas 367 mil das suas 6,1 milhões de vendas mundiais nos Estados Unidos, em 2014, e as vendas no país caíram por dois anos consecutivos devido a uma linha envelhecida de produtos. A estratégia da empresa para conduzir suas vendas anuais nos Estados Unidos à marca das 800 mil unidades anuais até 2018 previa diversos lançamentos de modelos novos nos próximos anos. Mas analistas dizem que agora essa meta parece ameaçada. Como parte de uma reacomodação mais ampla, as operações da Volkswagen nos Estados Unidos serão absorvidas por uma unidade norte-americana mais ampla, a ser comandada por Winfried Vahland, hoje presidente da Skoda, uma das marcas do grupo. Outras montadoras passaram sem problemas pelo escândalo, nos Estados Unidos, e continuam a registrar avanços sólidos, com ajuda do crédito fácil, da queda no preço da gasolina e do fato de que o feriado do dia do Trabalho caiu em setembro pela primeira vez desde 2012. [Nos Estados Unidos, o feriado do Dia do Trabalho é celebrado na primeira segunda-feira de setembro; em 2013 e 2014, ele aconteceu respectivamente em 2 e 1º de setembro.] O feriado é um momento crucial para as vendas de automóveis. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Entretempos: '#Selfie', de Christian Rodriguez
'#Selfie', de Christian Rodriguez (Vibrant) - Selfie foi escolhida em 2013 como a palavra do ano pelo dicionário Oxford, mas foi em 2014 que seu significado ganhou força descomunal. De repente, qualquer foto se tornou uma selfie, mesmo aquelas que não ... Leia post completo no blog
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Entretempos: '#Selfie', de Christian Rodriguez'#Selfie', de Christian Rodriguez (Vibrant) - Selfie foi escolhida em 2013 como a palavra do ano pelo dicionário Oxford, mas foi em 2014 que seu significado ganhou força descomunal. De repente, qualquer foto se tornou uma selfie, mesmo aquelas que não ... Leia post completo no blog
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Ex-sede do governo de SP, palácio no centro vai virar 'escola de negócios'
"Este é o fim do velho palácio", dizia reportagem da Folha de 18 de outubro de 1967, quando um incêndio destruiu a antiga sede do governo do Estado, à época moradia do então governador Abreu Sodré e sua família. Passados 50 anos e após uma série de tentativas de manter o Palácio dos Campos Elíseos, na avenida Rio Branco (região central), em atividade, o governo quer dar um destino mais animador ao espaço, vazio desde 2006. Para isso, passou a administração do imóvel construído no fim do século 19 para o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que criará ali um espaço de economia criativa. A intenção é que o casarão seja uma incubadora de empresas e um museu voltado à história da antiga residência oficial dos governadores. Para colocar a ideia de pé, um convênio será assinado nesta sexta (14) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em cerimônia no local. Desde 1965, o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste) é a sede do governo –Sodré já despachava ali quando houve o acidente, embora morasse no antigo gabinete. O acordo prevê que o Sebrae mantenha a unidade ali por cinco anos, período que pode ser prorrogado. A previsão é que as atividades voltadas ao desenvolvimento econômico tenham início em outubro. "A intenção do governo sempre foi achar o melhor destino para aquele prédio icônico. Nossa expectativa é criar o centro nacional de referência de tecnologia, empreendedorismo e economia criativa", disse Bruno Freitas, responsável pela unidade de inovação da Secretaria de Governo. Antes de ficar fechado, o palácio, abrigou até 2006 a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. O ex-governador José Serra (PSDB) tinha planos de voltar a despachar ali, a três quadras da cracolândia. A ideia não vingou. De lá para cá, o prédio ficou sem função e foi submetido a reformas que consumiram aproximadamente R$ 20 milhões. O novo inquilino dispõe de um projeto básico de ocupação do palacete, inaugurado em 1899 para ser a moradia do cafeicultor e político Elias Pacheco Chaves. MUSEU E STARTUP Como o imóvel é tombado pelo patrimônio histórico, as intervenções nas áreas da propriedade de 4.000 m² terão que ser mínimas. Segundo Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae, o térreo dará espaço ao Museu da Casa Paulista. "A antiga ideia de abrigar um espaço de memória do prédio e de todo seu entorno será preservada, sempre com a curadoria da Secretaria Estadual de Cultura", disse Caetano. No mesmo piso haverá um espaço de atendimento e consultoria para potenciais microempreendedores e alunos da rede pública –o projeto prevê participação de estudantes de Etecs e Fatecs ali. Haverá um caminho exclusivo para alunos da rede pública", afirmou Caetano. No primeiro andar estarão salas de coworking –modelo de trabalho crescente no mundo baseado no compartilhamento de um espaço que reúne profissionais de diferentes áreas de atuação. Além disso, um auditório de realidade virtual e um "media lab" (espaço voltado a projetos de edição de áudio e vídeo). Já o sótão abrigará incubadoras de startups, cujo plano é auxiliar empreendedores iniciantes a aprimorar técnicas de gestão em áreas como moda, games, arquitetura e tecnologia. Caetano disse que o Sebrae investirá em mão de obra e infraestrutura, porém não especificou valores. "Tudo será feito mediante edital e processo seletivo", afirmou. Diz ele que haverá incentivo a ideias que busquem soluções para problemas e desafios da esfera pública –numa hipótese, um sistema para organizar filas de exames médicos. Se tudo for adiante, quem trabalhar no espaço ou visita-lo terá acesso à atmosfera do passado de glamour de uma São Paulo ainda no furor da então emergente produção do café. Será o retorno do velho palácio.
cotidiano
Ex-sede do governo de SP, palácio no centro vai virar 'escola de negócios'"Este é o fim do velho palácio", dizia reportagem da Folha de 18 de outubro de 1967, quando um incêndio destruiu a antiga sede do governo do Estado, à época moradia do então governador Abreu Sodré e sua família. Passados 50 anos e após uma série de tentativas de manter o Palácio dos Campos Elíseos, na avenida Rio Branco (região central), em atividade, o governo quer dar um destino mais animador ao espaço, vazio desde 2006. Para isso, passou a administração do imóvel construído no fim do século 19 para o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que criará ali um espaço de economia criativa. A intenção é que o casarão seja uma incubadora de empresas e um museu voltado à história da antiga residência oficial dos governadores. Para colocar a ideia de pé, um convênio será assinado nesta sexta (14) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em cerimônia no local. Desde 1965, o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste) é a sede do governo –Sodré já despachava ali quando houve o acidente, embora morasse no antigo gabinete. O acordo prevê que o Sebrae mantenha a unidade ali por cinco anos, período que pode ser prorrogado. A previsão é que as atividades voltadas ao desenvolvimento econômico tenham início em outubro. "A intenção do governo sempre foi achar o melhor destino para aquele prédio icônico. Nossa expectativa é criar o centro nacional de referência de tecnologia, empreendedorismo e economia criativa", disse Bruno Freitas, responsável pela unidade de inovação da Secretaria de Governo. Antes de ficar fechado, o palácio, abrigou até 2006 a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. O ex-governador José Serra (PSDB) tinha planos de voltar a despachar ali, a três quadras da cracolândia. A ideia não vingou. De lá para cá, o prédio ficou sem função e foi submetido a reformas que consumiram aproximadamente R$ 20 milhões. O novo inquilino dispõe de um projeto básico de ocupação do palacete, inaugurado em 1899 para ser a moradia do cafeicultor e político Elias Pacheco Chaves. MUSEU E STARTUP Como o imóvel é tombado pelo patrimônio histórico, as intervenções nas áreas da propriedade de 4.000 m² terão que ser mínimas. Segundo Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae, o térreo dará espaço ao Museu da Casa Paulista. "A antiga ideia de abrigar um espaço de memória do prédio e de todo seu entorno será preservada, sempre com a curadoria da Secretaria Estadual de Cultura", disse Caetano. No mesmo piso haverá um espaço de atendimento e consultoria para potenciais microempreendedores e alunos da rede pública –o projeto prevê participação de estudantes de Etecs e Fatecs ali. Haverá um caminho exclusivo para alunos da rede pública", afirmou Caetano. No primeiro andar estarão salas de coworking –modelo de trabalho crescente no mundo baseado no compartilhamento de um espaço que reúne profissionais de diferentes áreas de atuação. Além disso, um auditório de realidade virtual e um "media lab" (espaço voltado a projetos de edição de áudio e vídeo). Já o sótão abrigará incubadoras de startups, cujo plano é auxiliar empreendedores iniciantes a aprimorar técnicas de gestão em áreas como moda, games, arquitetura e tecnologia. Caetano disse que o Sebrae investirá em mão de obra e infraestrutura, porém não especificou valores. "Tudo será feito mediante edital e processo seletivo", afirmou. Diz ele que haverá incentivo a ideias que busquem soluções para problemas e desafios da esfera pública –numa hipótese, um sistema para organizar filas de exames médicos. Se tudo for adiante, quem trabalhar no espaço ou visita-lo terá acesso à atmosfera do passado de glamour de uma São Paulo ainda no furor da então emergente produção do café. Será o retorno do velho palácio.
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Smartphone de R$ 12? Testamos o celular inteligente 'mais barato do mundo'
No início do ano, a empresa indiana Ringing Bells anunciou, para espanto de muitos, que lançaria o smartphone Freedom 251 a um preço abaixo de US$ 4 (cerca de R$ 13). Agora, a empresa diz que colocará à venda 200 mil unidades do modelo a partir de 7 de julho. A repórter Shilpa Kannan, da BBC em Nova Déli, na Índia, foi uma das primeiras pessoas a testá-lo e diz se há razão para tanto ceticismo: Ter em mãos um dos smartphones "mais baratos do mundo" não é fácil. O Freedom 251 é um aparelho com sistema Android que a Ringing Bells pensa em vender a 251 rúpias (R$ 12,30). Ao manipulá-lo, ele se parece com um iPhone 5, da Apple. E, levando em conta seu preço, as especificações são bem impressionantes: Há dois modelos: um branco e outro preto. APLICATIVOS BÁSICOS Em princípio, ele parece se comportar como um smartphone mais simples. Mas é difícil colocar à prova seus recursos, já que vem com apenas alguns aplicativos básicos, como calculadora, tocador de música, navegador de internet e e-mail. Mas muitos questionam se a companhia será capaz de entregar milhões de aparelhos como promete. Um membro do Parlamento indiano, Kirit Somaiya, chegou a sugerir que tudo não passa de uma "grande farsa", enquanto o diretor da Associação Indiana de Celulares, que reúne empresas do setor, disse que a venda de um aparelho assim parecia "uma piada ou um golpe". Mohit Goel, fundador e presidente da Ringing Bells, nega as acusações de fraude. Sua família está no ramo de fabricação de frutas secas há anos, e ele diz que o desejo de fazer parte da Índia digital o levou a ter a ideia de um smartphone de baixo custo. ALTA DEMANDA Não se pode negar que há muita demanda por um produto assim. A Índia é o segundo maior mercado de celulares do mundo, com 1 bilhão de assinantes, muitos dos quais têm um smartphone barato —ainda que não tão barato assim. Mas o Freedom 251 é bom demais para ser verdade? Pude mexer em um aparelho quando a empresa o anunciou, em fevereiro deste ano. Mais de 70 milhões de pessoas se registraram na época pela internet para comprá-lo. O site da companhia não aguentou e chegou a sair do ar. No entanto, o telefone dado a mim e outros jornalistas era na verdade um modelo feito por uma empresa da China. O nome da marca —Adcom— estava coberto por tinta branca na frente e por um adesivo na parte de trás. E, estranhamente, os símbolos dos aplicativos se pareciam com o sistema iOS, usado no iPhone, apesar de ser um aparelho Android. Isso gerou furor e protestos na porta da sede da companhia, que foi questionada pela polícia, autoridades fiscais e uma agência do governo indiano responsável por combater crimes econômicos. A Ringing Bells devolveu, então, os depósitos feitos por 30 mil potenciais compradores pela internet. O novo aparelho é um modelo completamente diferente. A mudança mais óbvia é que há agora três botões abaixo da tela, em vez de apenas um. SUBSÍDIOS Mas onde a Ringing Bells está fabricando esses telefones, se ainda precisa construir suas fábricas? Goel diz que sua empresa está importando "peças" de Taiwan e realizando a montagem em Haridwar, no norte do país. O celular custa cerca de 1.180 rúpias para ser fabricado, e a Ringing Bells diz subsidiá-lo por meio de acordos com as fabricantes dos aplicativos que já vêm pré-instalados. Goel diz que terá um prejuízo de 150 rúpias com cada smartphone, e espera que o governo também o subsidie. Cerca de 200 mil unidades estariam prontas para serem vendidas. A Ringing Bells também planeja ter modelos mais caros, vendidos por até US$ 100 (R$ 330) —e com lucro. Mas os críticos ainda não estão convencidos. "Acho difícil crer que um telefone pode ser fabricado por 251 rúpias, então, é difícil entender o modelo de negócios deles", diz Pranav Dixit, especialista em tecnologia do site de notícias Factor Daily. "E tem algo mais importante: os fundadores não têm experiência na indústria de tecnologia."
tec
Smartphone de R$ 12? Testamos o celular inteligente 'mais barato do mundo'No início do ano, a empresa indiana Ringing Bells anunciou, para espanto de muitos, que lançaria o smartphone Freedom 251 a um preço abaixo de US$ 4 (cerca de R$ 13). Agora, a empresa diz que colocará à venda 200 mil unidades do modelo a partir de 7 de julho. A repórter Shilpa Kannan, da BBC em Nova Déli, na Índia, foi uma das primeiras pessoas a testá-lo e diz se há razão para tanto ceticismo: Ter em mãos um dos smartphones "mais baratos do mundo" não é fácil. O Freedom 251 é um aparelho com sistema Android que a Ringing Bells pensa em vender a 251 rúpias (R$ 12,30). Ao manipulá-lo, ele se parece com um iPhone 5, da Apple. E, levando em conta seu preço, as especificações são bem impressionantes: Há dois modelos: um branco e outro preto. APLICATIVOS BÁSICOS Em princípio, ele parece se comportar como um smartphone mais simples. Mas é difícil colocar à prova seus recursos, já que vem com apenas alguns aplicativos básicos, como calculadora, tocador de música, navegador de internet e e-mail. Mas muitos questionam se a companhia será capaz de entregar milhões de aparelhos como promete. Um membro do Parlamento indiano, Kirit Somaiya, chegou a sugerir que tudo não passa de uma "grande farsa", enquanto o diretor da Associação Indiana de Celulares, que reúne empresas do setor, disse que a venda de um aparelho assim parecia "uma piada ou um golpe". Mohit Goel, fundador e presidente da Ringing Bells, nega as acusações de fraude. Sua família está no ramo de fabricação de frutas secas há anos, e ele diz que o desejo de fazer parte da Índia digital o levou a ter a ideia de um smartphone de baixo custo. ALTA DEMANDA Não se pode negar que há muita demanda por um produto assim. A Índia é o segundo maior mercado de celulares do mundo, com 1 bilhão de assinantes, muitos dos quais têm um smartphone barato —ainda que não tão barato assim. Mas o Freedom 251 é bom demais para ser verdade? Pude mexer em um aparelho quando a empresa o anunciou, em fevereiro deste ano. Mais de 70 milhões de pessoas se registraram na época pela internet para comprá-lo. O site da companhia não aguentou e chegou a sair do ar. No entanto, o telefone dado a mim e outros jornalistas era na verdade um modelo feito por uma empresa da China. O nome da marca —Adcom— estava coberto por tinta branca na frente e por um adesivo na parte de trás. E, estranhamente, os símbolos dos aplicativos se pareciam com o sistema iOS, usado no iPhone, apesar de ser um aparelho Android. Isso gerou furor e protestos na porta da sede da companhia, que foi questionada pela polícia, autoridades fiscais e uma agência do governo indiano responsável por combater crimes econômicos. A Ringing Bells devolveu, então, os depósitos feitos por 30 mil potenciais compradores pela internet. O novo aparelho é um modelo completamente diferente. A mudança mais óbvia é que há agora três botões abaixo da tela, em vez de apenas um. SUBSÍDIOS Mas onde a Ringing Bells está fabricando esses telefones, se ainda precisa construir suas fábricas? Goel diz que sua empresa está importando "peças" de Taiwan e realizando a montagem em Haridwar, no norte do país. O celular custa cerca de 1.180 rúpias para ser fabricado, e a Ringing Bells diz subsidiá-lo por meio de acordos com as fabricantes dos aplicativos que já vêm pré-instalados. Goel diz que terá um prejuízo de 150 rúpias com cada smartphone, e espera que o governo também o subsidie. Cerca de 200 mil unidades estariam prontas para serem vendidas. A Ringing Bells também planeja ter modelos mais caros, vendidos por até US$ 100 (R$ 330) —e com lucro. Mas os críticos ainda não estão convencidos. "Acho difícil crer que um telefone pode ser fabricado por 251 rúpias, então, é difícil entender o modelo de negócios deles", diz Pranav Dixit, especialista em tecnologia do site de notícias Factor Daily. "E tem algo mais importante: os fundadores não têm experiência na indústria de tecnologia."
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Frank também deixa rastros em 'House of Cards', mas sem insultar nossa inteligência
Amadores! Fosse Frank Underwood um personagem da vida real, seria fácil imaginá-lo olhando para nossa capital federal nestes tempos turbulentos e dizendo isso. E se alguém poderia falar isso de boca cheia, essa pessoa seria Frank. Porque se é para brigar por poder —como ele faz com mais vontade que nunca no início da quarta temporada de "House of Cards" (disponível na Netflix desde às 5h da manhã horário de Brasília desta sexta, 4)—, enfim, se é para lutar para se manter no topo de um governo a qualquer custo, ninguém melhor que o protagonista desta série. Porque ele faz. E faz bem feito. E não deixa rastro. Ou melhor, até deixa —e os novos episódios estão cheios deles. Mas ao contrário do drama da vida real que desdobra na nossa política para deixar a vida dos brasileiros cada vez pior, Frank Underwood conta com bons roteiristas. Como falar de uma série como "House of Cards" sem ser um megafone de "spoilers"? Mais do que acordar de madrugada para escrever este texto a pedido da Folha, essa era minha maior preocupação. Com isso em mente, acho que não estaria entregando muito se dissesse que a primeira cena que você vê neste retorno é a de uma masturbação. Não, não é na Casa Branca —nem o presidente dos Estados Unidos, Frank (Kevin Spacey), nem a primeira-dama, Claire (Robin Wright) estão envolvidos nela. O que não significa que eles estão livres de gestos ainda mais impróprios. Terminamos a terceira temporada com o que parecia ser uma briga feia do casal —às vésperas das eleições primárias nas quais Frank não é exatamente o candidato favorito dos Democratas. A vingança da primeira-dama? Eleger-se deputada federal do 30º distrito do Texas —uma região majoritariamente negra e pobre. E é para lá que ela vai encontrar sua mãe —uma milionária latifundiária, que nunca aprovou seu casamento. Você acha que Claire é durona? Espere para conhecer sua mãe, Elizabeth Hale (Ellen Burstyn)! Seu ódio a Frank só não é mais forte do a lealdade aos valores do Texas —isto é, das família ricas (e brancas) do Texas. Nesse início de temporada, Elizabeth desponta como uma personagem-chave, no mínimo crucial para fazer Claire chorar pela primeira vez na série —salvo engano. "Você é mais forte que ele", diz ela à filha, "mas precisa colocá-lo no seu devido lugar"! Antes essa senhora texana fosse o único motivo de disputa do casal presidencial Correndo por fora estão aquele repórter que sabe que Frank tem sangue nas mãos; uma assessora de campanha trabalhando para a própria Claire; o porta-voz da presidência, que parece estar jogando contra; Putin - quer dizer, Petrov, o presidente russo; e sua adversária nessa corrida das primárias, Heather Dunbar. Ah! E uma certa foto do passado que, digamos, aproxima Frank da Ku Klux Klan Talvez este início —só vi três episódios por enquanto— não tenha as reviravoltas daquela épica segunda temporada (meia palavra basta?). Mas todos os elementos que fizeram com que a gente se apaixonasse pelas tramóias de um político corrupto —algo possível apenas no campo da ficção— estão lá: a frieza de Claire; o discurso de Frank olhando para a câmera; o calculismo de Doug, assessor pessoal de Frank; os tons pastéis dos ambientes e das roupas. Sim, até isso é pensado para mostrar que o que importa é o texto, o roteiro, a trama —que, ao contrário da política real, não insulta a nossa inteligência. Pelo contrário, a acaricia. Não ainda com a violência que estamos acostumados a ver em Frank Underwood. Mas, à beira de embarcar no quarto episódio, eu sinto que algo de muito ruim vai acontecer —eu estou tão louco para continuar assistindo, que sou capaz de largar esta frase no meio e * NA TV/NA INTERNET HOUSE OF CARDS Quarta temporada QUANDO nesta sex. (4), na Netflix AVALIAÇÃO ótimo
ilustrada
Frank também deixa rastros em 'House of Cards', mas sem insultar nossa inteligênciaAmadores! Fosse Frank Underwood um personagem da vida real, seria fácil imaginá-lo olhando para nossa capital federal nestes tempos turbulentos e dizendo isso. E se alguém poderia falar isso de boca cheia, essa pessoa seria Frank. Porque se é para brigar por poder —como ele faz com mais vontade que nunca no início da quarta temporada de "House of Cards" (disponível na Netflix desde às 5h da manhã horário de Brasília desta sexta, 4)—, enfim, se é para lutar para se manter no topo de um governo a qualquer custo, ninguém melhor que o protagonista desta série. Porque ele faz. E faz bem feito. E não deixa rastro. Ou melhor, até deixa —e os novos episódios estão cheios deles. Mas ao contrário do drama da vida real que desdobra na nossa política para deixar a vida dos brasileiros cada vez pior, Frank Underwood conta com bons roteiristas. Como falar de uma série como "House of Cards" sem ser um megafone de "spoilers"? Mais do que acordar de madrugada para escrever este texto a pedido da Folha, essa era minha maior preocupação. Com isso em mente, acho que não estaria entregando muito se dissesse que a primeira cena que você vê neste retorno é a de uma masturbação. Não, não é na Casa Branca —nem o presidente dos Estados Unidos, Frank (Kevin Spacey), nem a primeira-dama, Claire (Robin Wright) estão envolvidos nela. O que não significa que eles estão livres de gestos ainda mais impróprios. Terminamos a terceira temporada com o que parecia ser uma briga feia do casal —às vésperas das eleições primárias nas quais Frank não é exatamente o candidato favorito dos Democratas. A vingança da primeira-dama? Eleger-se deputada federal do 30º distrito do Texas —uma região majoritariamente negra e pobre. E é para lá que ela vai encontrar sua mãe —uma milionária latifundiária, que nunca aprovou seu casamento. Você acha que Claire é durona? Espere para conhecer sua mãe, Elizabeth Hale (Ellen Burstyn)! Seu ódio a Frank só não é mais forte do a lealdade aos valores do Texas —isto é, das família ricas (e brancas) do Texas. Nesse início de temporada, Elizabeth desponta como uma personagem-chave, no mínimo crucial para fazer Claire chorar pela primeira vez na série —salvo engano. "Você é mais forte que ele", diz ela à filha, "mas precisa colocá-lo no seu devido lugar"! Antes essa senhora texana fosse o único motivo de disputa do casal presidencial Correndo por fora estão aquele repórter que sabe que Frank tem sangue nas mãos; uma assessora de campanha trabalhando para a própria Claire; o porta-voz da presidência, que parece estar jogando contra; Putin - quer dizer, Petrov, o presidente russo; e sua adversária nessa corrida das primárias, Heather Dunbar. Ah! E uma certa foto do passado que, digamos, aproxima Frank da Ku Klux Klan Talvez este início —só vi três episódios por enquanto— não tenha as reviravoltas daquela épica segunda temporada (meia palavra basta?). Mas todos os elementos que fizeram com que a gente se apaixonasse pelas tramóias de um político corrupto —algo possível apenas no campo da ficção— estão lá: a frieza de Claire; o discurso de Frank olhando para a câmera; o calculismo de Doug, assessor pessoal de Frank; os tons pastéis dos ambientes e das roupas. Sim, até isso é pensado para mostrar que o que importa é o texto, o roteiro, a trama —que, ao contrário da política real, não insulta a nossa inteligência. Pelo contrário, a acaricia. Não ainda com a violência que estamos acostumados a ver em Frank Underwood. Mas, à beira de embarcar no quarto episódio, eu sinto que algo de muito ruim vai acontecer —eu estou tão louco para continuar assistindo, que sou capaz de largar esta frase no meio e * NA TV/NA INTERNET HOUSE OF CARDS Quarta temporada QUANDO nesta sex. (4), na Netflix AVALIAÇÃO ótimo
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Estrela de 'Grease', Olivia Newton-John traz anos 1980 para show em SP
Olivia Newton-John faz show único em São Paulo nesta quinta (3), com muito atraso. Os fãs a aguardam desde os anos 1980, quando estourou na carona do sucesso de "Grease"."Não há como negar, o filme mudou a minha vida", diz Olivia à Folha. Apesar de os brasileiros a terem conhecido, majoritariamente, por meio do filme, para o público americano ela era um rainha da música country desde os anos 1970. Ainda assim, a cantora parece sincera ao se dizer surpresa com sua recente inclusão no "top 20" da revista "Billboard" com os maiores artistas da música de todos os tempos. "Ninguém pode esperar uma coisa assim, a não ser que você seja um dos Beatles", brinca, fazendo de conta que já ter vendido 100 milhões de discos no planeta não a credencia para tal honraria. Aos 67 anos, a cantora tem uma rotina de shows tranquila. Nos dois últimos anos,disse ter adorado fazer residência artística em um hotel de Las Vegas, cumprindo ali dezenas de shows. "Foi muito melhor do que uma turnê. Sem a parte chata de pegar aviões, fazer e desfazer malas, ter de me acostumar a quartos diferentes a cada noite. Fiz do hotel a minha casinha, sabe? Mas claro que estou empolgada com o show no Brasil." Quem for ver Olivia encontrará de tudo: as canções românticas da fase country, os sucessos de "Grease" e o pop do topo das paradas dos anos 1980, como o hit "Physical". OLIVIA NEWTON-JOHN QUANDO quinta (3), às 21h ONDE Espaço das Américas, r. Tagipuru, 795, tel.. (11) 3868-5860 QUANTO de R$90 a R$240 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Estrela de 'Grease', Olivia Newton-John traz anos 1980 para show em SPOlivia Newton-John faz show único em São Paulo nesta quinta (3), com muito atraso. Os fãs a aguardam desde os anos 1980, quando estourou na carona do sucesso de "Grease"."Não há como negar, o filme mudou a minha vida", diz Olivia à Folha. Apesar de os brasileiros a terem conhecido, majoritariamente, por meio do filme, para o público americano ela era um rainha da música country desde os anos 1970. Ainda assim, a cantora parece sincera ao se dizer surpresa com sua recente inclusão no "top 20" da revista "Billboard" com os maiores artistas da música de todos os tempos. "Ninguém pode esperar uma coisa assim, a não ser que você seja um dos Beatles", brinca, fazendo de conta que já ter vendido 100 milhões de discos no planeta não a credencia para tal honraria. Aos 67 anos, a cantora tem uma rotina de shows tranquila. Nos dois últimos anos,disse ter adorado fazer residência artística em um hotel de Las Vegas, cumprindo ali dezenas de shows. "Foi muito melhor do que uma turnê. Sem a parte chata de pegar aviões, fazer e desfazer malas, ter de me acostumar a quartos diferentes a cada noite. Fiz do hotel a minha casinha, sabe? Mas claro que estou empolgada com o show no Brasil." Quem for ver Olivia encontrará de tudo: as canções românticas da fase country, os sucessos de "Grease" e o pop do topo das paradas dos anos 1980, como o hit "Physical". OLIVIA NEWTON-JOHN QUANDO quinta (3), às 21h ONDE Espaço das Américas, r. Tagipuru, 795, tel.. (11) 3868-5860 QUANTO de R$90 a R$240 CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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Copa do Brasil é principal aposta para times distantes da ponta no Brasileiro
Tradicionalmente menos prestigiada que o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil virou a principal aposta de título na temporada de diversos times que disputam nesta quarta (26) e quinta (27) os jogos de volta das oitavas de final da competição. Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Internacional, Palmeiras, Santos e São Paulo viram os líderes Corinthians e Atlético-MG abrirem distância na ponta do torneio de pontos corridos e agora depositam as suas esperanças de título na principal competição do país no formato mata-mata. Na 11ª posição do Brasileiro, distante dos extremos da tabela, o Santos venceu o Corinthians por 2 a 0 no jogo de ida, na Vila Belmiro, e tenta a classificação no Itaquerão. Precisando vencer por três gols de diferença, o Corinthians assumiu a liderança do Brasileiro na 18ª rodada e, desde então, abriu quatro pontos de vantagem em relação ao Atlético-MG, vice-líder. Em entrevista, o técnico Tite falou da dificuldade de jogar duas competições. "Tem que pesar, ver o que será o melhor para o Corinthians. Talvez, para um jogo só, a Copa do Brasil não cause problemas. Mas se passar para todas as etapas dela, você não terá nenhuma quarta-feira [livre]", afirmou. A 12 pontos da liderança do Brasileiro, para o São Paulo, a classificação na Copa do Brasil é vista como uma questão de honra para a torcida. Entre os grandes, o time foi o que pegou o adversário teoricamente mais fácil, o Ceará, vice-lanterna da Série B, com 11 desfalques. No jogo de ida, porém, perdeu por 2 a 1 no Morumbi e precisa recuperar a diferença no estádio Castelão para avançar. Uma eventual eliminação na Copa do Brasil deve aumentar a pressão sobre o técnico Juan Carlos Osorio, que no domingo (23) chegou a admitir a possibilidade de deixar o comando do time. Em outra partida desta quarta, enfrentam-se os "desiludidos" Cruzeiro e Palmeiras. No começo do Brasileiro, ambos figuravam entre os favoritos ao título. Após tropeços, deixaram a competição de pontos corridos em segundo plano e voltaram as expectativas para a Copa do Brasil. Atual bicampeão, o time mineiro negligenciou o Brasileiro em benefício da Libertadores. Eliminado da competição continental, se vê agora próximo da zona de rebaixamento no torneio nacional, no qual ocupa a 15ª colocação. No caso do Palmeiras, a ambição inicial em 2015 era obter classificação para a Libertadores de 2016 por meio do Brasileiro. Com uma sequência invicta logo após a chegada do técnico Marcelo Oliveira, a ambição aumentou e o clube passou a mirar o título. Contudo, após os últimos revezes, o G-4 voltou a ser o objetivo mais factível, como declarou o atacante Dudu após a derrota para o Atlético-MG, enquanto a Copa do Brasil é vista como a conquista possível nesta temporada. FICHA TÉCNICA CORINTHIANS X SANTOS CORINTHIANS Cássio; Fagner, Felipe, Gil, Uendel; Bruno Henrique, Elias, Renato Augusto, Danilo; Malcom e Vagner Love. Técnico: Tite SANTOS Vanderlei; V. Ferraz, David Braz, G. Henrique, Zeca; T. Maia, Renato, Lucas Lima; Geuvânio, Gabriel e R. Oliveira. Técnico: Dorival Júnior Estádio: Itaquerão, em São Paulo Árbitro: Ricardo Marques (MG) TV: Band, Globo, ESPN Brasil, Fox Sports e SporTV * CRUZEIRO X PALMEIRAS CRUZEIRO Fábio; Fabiano, Manoel, P. André, Mena; Henrique, Charles, Fabrício, Alisson; Marquinhos e L. Damião. Técnico: V. Luxemburgo PALMEIRAS Prass; Lucas, Jackson, V. Hugo, Zé Roberto; A. Girotto, Amaral, Robinho; Dudu, R. Marques e Barrios. Técnico: Marcelo Oliveira Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte Árbitro: Anderson Daronco (RS) TV: ESPN Brasil e SporTV2 * CEARÁ X SÃO PAULO CEARÁ L. Carlos; Charles, W. Carvalho, Gilvan, G. Andrade; J. Marcos, Carlão, Uillian, Sanchez; R. Costa e Fabinho. Técnico: Marcelo Cabo SÃO PAULO R. Ceni; Bruno, R. Caio, L. Eduardo, M. Bastos; T. Mendes, Wesley, Ganso, Carlinhos; Wilder e Pato. Técnico: Juan Carlos Osorio Estádio: Castelão Árbitro: Pablo Alves (PB) TV: SporTV
esporte
Copa do Brasil é principal aposta para times distantes da ponta no BrasileiroTradicionalmente menos prestigiada que o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil virou a principal aposta de título na temporada de diversos times que disputam nesta quarta (26) e quinta (27) os jogos de volta das oitavas de final da competição. Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Internacional, Palmeiras, Santos e São Paulo viram os líderes Corinthians e Atlético-MG abrirem distância na ponta do torneio de pontos corridos e agora depositam as suas esperanças de título na principal competição do país no formato mata-mata. Na 11ª posição do Brasileiro, distante dos extremos da tabela, o Santos venceu o Corinthians por 2 a 0 no jogo de ida, na Vila Belmiro, e tenta a classificação no Itaquerão. Precisando vencer por três gols de diferença, o Corinthians assumiu a liderança do Brasileiro na 18ª rodada e, desde então, abriu quatro pontos de vantagem em relação ao Atlético-MG, vice-líder. Em entrevista, o técnico Tite falou da dificuldade de jogar duas competições. "Tem que pesar, ver o que será o melhor para o Corinthians. Talvez, para um jogo só, a Copa do Brasil não cause problemas. Mas se passar para todas as etapas dela, você não terá nenhuma quarta-feira [livre]", afirmou. A 12 pontos da liderança do Brasileiro, para o São Paulo, a classificação na Copa do Brasil é vista como uma questão de honra para a torcida. Entre os grandes, o time foi o que pegou o adversário teoricamente mais fácil, o Ceará, vice-lanterna da Série B, com 11 desfalques. No jogo de ida, porém, perdeu por 2 a 1 no Morumbi e precisa recuperar a diferença no estádio Castelão para avançar. Uma eventual eliminação na Copa do Brasil deve aumentar a pressão sobre o técnico Juan Carlos Osorio, que no domingo (23) chegou a admitir a possibilidade de deixar o comando do time. Em outra partida desta quarta, enfrentam-se os "desiludidos" Cruzeiro e Palmeiras. No começo do Brasileiro, ambos figuravam entre os favoritos ao título. Após tropeços, deixaram a competição de pontos corridos em segundo plano e voltaram as expectativas para a Copa do Brasil. Atual bicampeão, o time mineiro negligenciou o Brasileiro em benefício da Libertadores. Eliminado da competição continental, se vê agora próximo da zona de rebaixamento no torneio nacional, no qual ocupa a 15ª colocação. No caso do Palmeiras, a ambição inicial em 2015 era obter classificação para a Libertadores de 2016 por meio do Brasileiro. Com uma sequência invicta logo após a chegada do técnico Marcelo Oliveira, a ambição aumentou e o clube passou a mirar o título. Contudo, após os últimos revezes, o G-4 voltou a ser o objetivo mais factível, como declarou o atacante Dudu após a derrota para o Atlético-MG, enquanto a Copa do Brasil é vista como a conquista possível nesta temporada. FICHA TÉCNICA CORINTHIANS X SANTOS CORINTHIANS Cássio; Fagner, Felipe, Gil, Uendel; Bruno Henrique, Elias, Renato Augusto, Danilo; Malcom e Vagner Love. Técnico: Tite SANTOS Vanderlei; V. Ferraz, David Braz, G. Henrique, Zeca; T. Maia, Renato, Lucas Lima; Geuvânio, Gabriel e R. Oliveira. Técnico: Dorival Júnior Estádio: Itaquerão, em São Paulo Árbitro: Ricardo Marques (MG) TV: Band, Globo, ESPN Brasil, Fox Sports e SporTV * CRUZEIRO X PALMEIRAS CRUZEIRO Fábio; Fabiano, Manoel, P. André, Mena; Henrique, Charles, Fabrício, Alisson; Marquinhos e L. Damião. Técnico: V. Luxemburgo PALMEIRAS Prass; Lucas, Jackson, V. Hugo, Zé Roberto; A. Girotto, Amaral, Robinho; Dudu, R. Marques e Barrios. Técnico: Marcelo Oliveira Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte Árbitro: Anderson Daronco (RS) TV: ESPN Brasil e SporTV2 * CEARÁ X SÃO PAULO CEARÁ L. Carlos; Charles, W. Carvalho, Gilvan, G. Andrade; J. Marcos, Carlão, Uillian, Sanchez; R. Costa e Fabinho. Técnico: Marcelo Cabo SÃO PAULO R. Ceni; Bruno, R. Caio, L. Eduardo, M. Bastos; T. Mendes, Wesley, Ganso, Carlinhos; Wilder e Pato. Técnico: Juan Carlos Osorio Estádio: Castelão Árbitro: Pablo Alves (PB) TV: SporTV
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Senado aprova medida para BB e Caixa comprar participação em empresas
O Senado aprovou nesta quarta-feira (2) uma medida provisória que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar participação em empresas públicas ou privadas sediadas no Brasil. A medida também reabre o prazo para que clubes de futebol façam a adesão ao programa de parcelamento de dívidas previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte e autoriza a Lotex a explorar comercialmente eventos de apelo popular e não somente aqueles ligados ao futebol. Com a aprovação da medida, os bancos estão autorizados até 31 de dezembro de 2018 a adquirirem as participações em empresas securitárias, previdenciárias e de capitalização, além dos ramos de atividades complementares às do setor financeiro, com ou sem o controle do capital social, e de tecnologia da informação. Pela legislação atual, os bancos podiam adquirir empresas até 30 de junho de 2011 com a possibilidade de se prorrogar o prazo por até 12 meses. A medida foi aprovada em votação simbólica e segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. Em relação à Lotex, a medida amplia o seu escopo. Criada com a aprovação da MP do Futebol, no ano passado, o jogo poderá explorar outros eventos esportivos, não apenas o futebol, e culturais, incluindo datas comemorativas e o licenciamento de marcas. A Lotex foi instituída pela MP do Futebol - que permitiu a renegociação das dívidas dos clubes de futebol e foi convertida em lei em agosto - para ser explorada comercialmente com tema futebol. A MP amplia o leque de esportes e eventos que poderão ser favorecidos pelo novo jogo, que será uma espécie de raspadinha virtual. Para o governo, a medida ajuda a minimizar o impacto da instabilidade do cenário econômico internacional e dos reflexos na economia brasileira. Senadores da oposição, no entanto, afirmaram que a medida permitirá que os dois bancos públicos se transformem em "salvadores de bancos falidos e funcionem como verdadeiros ferros-velhos do sistema financeiro". O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), no entanto, afirmou que a preocupação é justa mas ressaltou que a medida possui uma cláusula que permite o cancelamento da compra se for identificado alguma irregularidade anterior. Em relação a reabertura de prazo para que os clubes de futebol, medida estabelece que eles podem renegociar as dívidas até 31 de julho deste ano.
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Senado aprova medida para BB e Caixa comprar participação em empresasO Senado aprovou nesta quarta-feira (2) uma medida provisória que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar participação em empresas públicas ou privadas sediadas no Brasil. A medida também reabre o prazo para que clubes de futebol façam a adesão ao programa de parcelamento de dívidas previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte e autoriza a Lotex a explorar comercialmente eventos de apelo popular e não somente aqueles ligados ao futebol. Com a aprovação da medida, os bancos estão autorizados até 31 de dezembro de 2018 a adquirirem as participações em empresas securitárias, previdenciárias e de capitalização, além dos ramos de atividades complementares às do setor financeiro, com ou sem o controle do capital social, e de tecnologia da informação. Pela legislação atual, os bancos podiam adquirir empresas até 30 de junho de 2011 com a possibilidade de se prorrogar o prazo por até 12 meses. A medida foi aprovada em votação simbólica e segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. Em relação à Lotex, a medida amplia o seu escopo. Criada com a aprovação da MP do Futebol, no ano passado, o jogo poderá explorar outros eventos esportivos, não apenas o futebol, e culturais, incluindo datas comemorativas e o licenciamento de marcas. A Lotex foi instituída pela MP do Futebol - que permitiu a renegociação das dívidas dos clubes de futebol e foi convertida em lei em agosto - para ser explorada comercialmente com tema futebol. A MP amplia o leque de esportes e eventos que poderão ser favorecidos pelo novo jogo, que será uma espécie de raspadinha virtual. Para o governo, a medida ajuda a minimizar o impacto da instabilidade do cenário econômico internacional e dos reflexos na economia brasileira. Senadores da oposição, no entanto, afirmaram que a medida permitirá que os dois bancos públicos se transformem em "salvadores de bancos falidos e funcionem como verdadeiros ferros-velhos do sistema financeiro". O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), no entanto, afirmou que a preocupação é justa mas ressaltou que a medida possui uma cláusula que permite o cancelamento da compra se for identificado alguma irregularidade anterior. Em relação a reabertura de prazo para que os clubes de futebol, medida estabelece que eles podem renegociar as dívidas até 31 de julho deste ano.
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Ataques mataram dez líderes do EI em dezembro, diz porta-voz da coalizão
A coalizão liderada pelos Estados Unidos matou dez líderes do Estado Islâmico neste mês com ataques aéreos específicos. Entre os mortos estão terroristas ligados aos atentados cometidos em Paris em novembro, disse um porta-voz da coalizão nesta terça-feira (29). "Ao longo do último mês, matamos dez figuras da liderança do Estado Islâmico com ataques aéreos direcionados, incluindo vários planejadores de ataques externos, alguns dos quais estão ligados aos ataques em Paris", declarou Steve Warren, coronel do Exército dos EUA e porta-voz da campanha militar encabeçada pelos norte-americanos contra o grupo radical. "Outros tinham planos de continuar atacando o Ocidente", acrescentou. Um dos mortos é Abdul Qader Hakim, que facilitou as operações externas dos militantes e tinha laços com a rede que cometeu os atentados na capital francesa, segundo Warren. Ele foi morto na cidade de Mossul, no norte do Iraque, no sábado passado (26). Uma ofensiva aérea da coalizão realizada em 24 de dezembro na Síria matou Charaffe al Mouadan, membro do Estado Islâmico na Síria diretamente ligado a Abdelhamid Abaaoud, o suposto líder dos ataques em Paris. Mouadan estava envolvido em planos de novos ataques contra o Ocidente, afirmou Warren. O efeito dos ataques aéreos contra líderes do Estado Islâmico pode ser medido pelos êxitos recentes nas frentes de batalha, declarou Warren. Nesta semana, o Exército iraquiano obteve sua primeira vitória contra os militantes sunitas extremistas recapturando a cidade de Ramadi, tomada pelo Estado Islâmico em maio. ONDE FICA MOSSUL "Parte deste sucesso pode ser atribuída ao fato de que a organização está perdendo seus líderes", disse Warren, ressaltando, porém, que o grupo "ainda tem garras". VISITA DO PREMIÊ Nesta terça (29), o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, visitou Ramadi, dois dias depois da retomada. O premiê chegou de helicóptero, reuniu-se com comandantes do Exército e soldados que lutam contra os terroristas e colocou a bandeira do Iraque no prédio do governo que foi retomado da facção islamita.
mundo
Ataques mataram dez líderes do EI em dezembro, diz porta-voz da coalizãoA coalizão liderada pelos Estados Unidos matou dez líderes do Estado Islâmico neste mês com ataques aéreos específicos. Entre os mortos estão terroristas ligados aos atentados cometidos em Paris em novembro, disse um porta-voz da coalizão nesta terça-feira (29). "Ao longo do último mês, matamos dez figuras da liderança do Estado Islâmico com ataques aéreos direcionados, incluindo vários planejadores de ataques externos, alguns dos quais estão ligados aos ataques em Paris", declarou Steve Warren, coronel do Exército dos EUA e porta-voz da campanha militar encabeçada pelos norte-americanos contra o grupo radical. "Outros tinham planos de continuar atacando o Ocidente", acrescentou. Um dos mortos é Abdul Qader Hakim, que facilitou as operações externas dos militantes e tinha laços com a rede que cometeu os atentados na capital francesa, segundo Warren. Ele foi morto na cidade de Mossul, no norte do Iraque, no sábado passado (26). Uma ofensiva aérea da coalizão realizada em 24 de dezembro na Síria matou Charaffe al Mouadan, membro do Estado Islâmico na Síria diretamente ligado a Abdelhamid Abaaoud, o suposto líder dos ataques em Paris. Mouadan estava envolvido em planos de novos ataques contra o Ocidente, afirmou Warren. O efeito dos ataques aéreos contra líderes do Estado Islâmico pode ser medido pelos êxitos recentes nas frentes de batalha, declarou Warren. Nesta semana, o Exército iraquiano obteve sua primeira vitória contra os militantes sunitas extremistas recapturando a cidade de Ramadi, tomada pelo Estado Islâmico em maio. ONDE FICA MOSSUL "Parte deste sucesso pode ser atribuída ao fato de que a organização está perdendo seus líderes", disse Warren, ressaltando, porém, que o grupo "ainda tem garras". VISITA DO PREMIÊ Nesta terça (29), o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, visitou Ramadi, dois dias depois da retomada. O premiê chegou de helicóptero, reuniu-se com comandantes do Exército e soldados que lutam contra os terroristas e colocou a bandeira do Iraque no prédio do governo que foi retomado da facção islamita.
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Crescimento é essencial
A recessão já se tornou formal com o crescimento negativo do PIB nos dois primeiros trimestres, chegando aos 2,6% nos últimos 12 meses. A estabilização e o início da recuperação só a partir de 2017, se tudo correr como previsto. Um cenário que trava o crescimento do país, principalmente pela desindustrialização que nos afeta há décadas. Desde 95 a Protec alerta para a necessidade do fomento à inovação tecnológica na indústria. Mas, os órgãos públicos não criaram estímulos às empresas, compartilhando os investimentos na inovação de seus produtos e processos de fabricação. Maltrataram a indústria com o câmbio absurdamente apreciado. Assim, nesses 20 anos o nosso PIB cresceu apenas 80%, bem abaixo de países como China, Coreia e Índia. A Índia, país com desigualdades, miséria e analfabetismo, cresceu 7,1% em 2014, mais até que a China. E já se espera 7,5% para 2015 e anos seguintes, pois essa foi a promessa do novo líder Narenda Modi. Com a recessão e a depreciação cambial, somos neste ano a 10ª economia (US$ 1,7 trilhão ou menos) enquanto a Índia ocupa o 7º lugar (US$ 2,2 trilhões), invertendo as posições. Porém, em dezembro de 1995, a Índia promulgou a lei nº 44/1995 e implementou o Conselho de Desenvolvimento Tecnológico para aplicar todos os tipos de estímulos aos que investissem em inovação tecnológica. Desde então, as patentes indianas no USPTO (sigla em inglês do escritório de patentes americano) cresceram 80 vezes e as brasileiras só cinco. O PIB da Índia cresceu 283%, no período. A "crise mundial" só existe para nós, pois até Grécia e Espanha cresceram neste segundo trimestre. Vale lembrar também que diversas entidades industriais se reuniram e criaram a Protec e, inspirados na lei indiana, foram propostos, pela primeira vez, incentivos fiscais (renúncia do Imposto de Renda e da CSLL) para as empresas de lucro real (grandes empresas) que investissem em inovações tecnológicas. Essa lei, nº 10.637, foi sancionada em 2002, criando incentivos para inovações e patentes nos artigos 39, 40, 42 e 43. Com esforço do setor produtivo, esses artigos foram incorporados (com incentivos 60% menores, em média) na Lei do Bem (nº 11.196/2005). Faltou o estímulo às empresas médias e pequenas que foram incorporados à Lei da Inovação (nº 10.973/2004) na forma de subvenção econômica, sendo aplicados em 2006. Como na Índia, o incentivo acelerou as patentes no USPTO: de 2009 a 2014 cresceram 3,2 vezes, ritmo próximo do indiano (4,2) e do chinês (4,0). Infelizmente, a subvenção econômica, que fora aplicada ainda que em pequena escala até 2010, foi praticamente suspensa nos anos seguintes. Uma fonte de desânimo frente a concorrência dos produtos chineses, com sua baixa tributação, custo de mão de obra e quase nenhuma burocracia. É inaceitável um país com 200 milhões de habitantes não ter uma política de crescimento do conhecimento. Algo que defina uma ação prioritária e metas que acelerem o PIB para atender às necessidades dos jovens que se agregam ao mercado de trabalho. É essencial que tenhamos uma política ousada de fomento à inovação tecnológica aplicando com coragem as leis existentes. ROBERTO NICOLSKY, físico, assessor de relações institucionais da Uezo (Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste), diretor-presidente da Protec (Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Crescimento é essencialA recessão já se tornou formal com o crescimento negativo do PIB nos dois primeiros trimestres, chegando aos 2,6% nos últimos 12 meses. A estabilização e o início da recuperação só a partir de 2017, se tudo correr como previsto. Um cenário que trava o crescimento do país, principalmente pela desindustrialização que nos afeta há décadas. Desde 95 a Protec alerta para a necessidade do fomento à inovação tecnológica na indústria. Mas, os órgãos públicos não criaram estímulos às empresas, compartilhando os investimentos na inovação de seus produtos e processos de fabricação. Maltrataram a indústria com o câmbio absurdamente apreciado. Assim, nesses 20 anos o nosso PIB cresceu apenas 80%, bem abaixo de países como China, Coreia e Índia. A Índia, país com desigualdades, miséria e analfabetismo, cresceu 7,1% em 2014, mais até que a China. E já se espera 7,5% para 2015 e anos seguintes, pois essa foi a promessa do novo líder Narenda Modi. Com a recessão e a depreciação cambial, somos neste ano a 10ª economia (US$ 1,7 trilhão ou menos) enquanto a Índia ocupa o 7º lugar (US$ 2,2 trilhões), invertendo as posições. Porém, em dezembro de 1995, a Índia promulgou a lei nº 44/1995 e implementou o Conselho de Desenvolvimento Tecnológico para aplicar todos os tipos de estímulos aos que investissem em inovação tecnológica. Desde então, as patentes indianas no USPTO (sigla em inglês do escritório de patentes americano) cresceram 80 vezes e as brasileiras só cinco. O PIB da Índia cresceu 283%, no período. A "crise mundial" só existe para nós, pois até Grécia e Espanha cresceram neste segundo trimestre. Vale lembrar também que diversas entidades industriais se reuniram e criaram a Protec e, inspirados na lei indiana, foram propostos, pela primeira vez, incentivos fiscais (renúncia do Imposto de Renda e da CSLL) para as empresas de lucro real (grandes empresas) que investissem em inovações tecnológicas. Essa lei, nº 10.637, foi sancionada em 2002, criando incentivos para inovações e patentes nos artigos 39, 40, 42 e 43. Com esforço do setor produtivo, esses artigos foram incorporados (com incentivos 60% menores, em média) na Lei do Bem (nº 11.196/2005). Faltou o estímulo às empresas médias e pequenas que foram incorporados à Lei da Inovação (nº 10.973/2004) na forma de subvenção econômica, sendo aplicados em 2006. Como na Índia, o incentivo acelerou as patentes no USPTO: de 2009 a 2014 cresceram 3,2 vezes, ritmo próximo do indiano (4,2) e do chinês (4,0). Infelizmente, a subvenção econômica, que fora aplicada ainda que em pequena escala até 2010, foi praticamente suspensa nos anos seguintes. Uma fonte de desânimo frente a concorrência dos produtos chineses, com sua baixa tributação, custo de mão de obra e quase nenhuma burocracia. É inaceitável um país com 200 milhões de habitantes não ter uma política de crescimento do conhecimento. Algo que defina uma ação prioritária e metas que acelerem o PIB para atender às necessidades dos jovens que se agregam ao mercado de trabalho. É essencial que tenhamos uma política ousada de fomento à inovação tecnológica aplicando com coragem as leis existentes. ROBERTO NICOLSKY, físico, assessor de relações institucionais da Uezo (Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste), diretor-presidente da Protec (Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para [email protected]. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Marcelo Melo conquista primeiro título como número um do mundo
De volta com o seu companheiro habitual, o croata Ivan Dodig, Marcelo Melo faturou o quarto título consecutivo e o primeiro como número um do mundo nas duplas, neste domingo (8), no Masters 1.000 de Paris. Melo e Dodig precisaram de pouco mais de uma hora para bater o canadense Vasek Pospisil e o americano Jack Sock por 2/6, 6/3 e 10-5 no match tie-break. O torneio já havia rendido ao brasileiro a permanência na liderança do ranking da ATP até o final do ano. Com a campanha vitoriosa, Melo abrirá pontos suficientes de vantagem para os gêmeos americanos Bob e Mike Bryan, empatados no segundo lugar do ranking, não podendo ser ultrapassado por eles na disputa das finais da ATP —o torneio começa no dia 15 de novembro com as oito melhores duplas do ano. Antes de faturar o título do Masters 1.000 de Paris, o mineiro já havia levantado o troféu do ATP 500 de Viena, do Masters 1.000 de Xangai e do ATP 500 de Tóquio, no Japão. Na China e no Japão, o brasileiro formou parceria com o sul-africano Raven Klaasen. Melo é o primeiro tenista do país a liderar o ranking de duplas do circuito profissional. A última vez que o Brasil teve um nome no topo da lista foi em simples, com Guga, em novembro de 2001. SIMPLES Na disputa de simples, Novak Djokovic bateu Andy Murray por 2 sets a 0 e faturou seu décimo título no ano e chegou à 22ª vitória consecutiva. O melhor jogador de tênis do mundo na atualidade não teve dificuldades para fechar a partida com parciais de 6/2 e 6/4.
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Marcelo Melo conquista primeiro título como número um do mundoDe volta com o seu companheiro habitual, o croata Ivan Dodig, Marcelo Melo faturou o quarto título consecutivo e o primeiro como número um do mundo nas duplas, neste domingo (8), no Masters 1.000 de Paris. Melo e Dodig precisaram de pouco mais de uma hora para bater o canadense Vasek Pospisil e o americano Jack Sock por 2/6, 6/3 e 10-5 no match tie-break. O torneio já havia rendido ao brasileiro a permanência na liderança do ranking da ATP até o final do ano. Com a campanha vitoriosa, Melo abrirá pontos suficientes de vantagem para os gêmeos americanos Bob e Mike Bryan, empatados no segundo lugar do ranking, não podendo ser ultrapassado por eles na disputa das finais da ATP —o torneio começa no dia 15 de novembro com as oito melhores duplas do ano. Antes de faturar o título do Masters 1.000 de Paris, o mineiro já havia levantado o troféu do ATP 500 de Viena, do Masters 1.000 de Xangai e do ATP 500 de Tóquio, no Japão. Na China e no Japão, o brasileiro formou parceria com o sul-africano Raven Klaasen. Melo é o primeiro tenista do país a liderar o ranking de duplas do circuito profissional. A última vez que o Brasil teve um nome no topo da lista foi em simples, com Guga, em novembro de 2001. SIMPLES Na disputa de simples, Novak Djokovic bateu Andy Murray por 2 sets a 0 e faturou seu décimo título no ano e chegou à 22ª vitória consecutiva. O melhor jogador de tênis do mundo na atualidade não teve dificuldades para fechar a partida com parciais de 6/2 e 6/4.
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Nadal acaba com reação de Monfils e encara Raonic nas quartas na Austrália
O espanhol Rafael Nadal, 30, deu um fim à reação do francês Gael Monfils e se classificou às quartas de final do Aberto da Austrália. Nadal venceu a partida nesta segunda-feira (23) por 3 sets a 1, com parciais de 6-3, 6-3, 4-6, 6-4. Nadal, nono colocado do ranking ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), aproveitou um início ruim de jogo de Monfils (6º no ranking) para rapidamente abrir dois sets de vantagem no placar. Na terceira parcial, o francês reagiu, dando a impressão de que tinha encontrado a maneira de lidar com o jogo ofensivo do espanhol, e chegou a ter um break de vantagem no quarto set. Nadal, porém, conseguiu segurar a reação de Monfils, devolvendo a quebra antes de fechar a partida. Nas quartas de final, Nadal terá pela frente o canadense Milos Raonic, número 3 do mundo, que eliminou o espanhol Roberto Bautista por 3 sets a 1, com parciais de 7-6 (8/6), 3-6, 6-4, 6-1. Já o belga David Goffin (11º) levou a melhor sobre o austríaco Dominic Thiem (8º), vencendo a partida com parciais de 5-7, 7-6 (7/4), 6-2, 6-2. Por uma vaga nas semifinais do Aberto da Austrália, Goffin enfrentará o búlgaro Grigor Dimitrov (15º), que acabou com a trajetória dos sonhos do uzbeque Denis Istomin no torneio, ganhando por 3 sets a 1, com parciais de 2-6, 7-6 (7/2), 6-2, 6-1. Na segunda rodada, o uzbeque, número 118 do mundo, havia sido responsável por uma das maiores surpresas da história do Aberto da Austrália, ao vencer o número 2 do mundo e atual campeão do torneio, o sérvio Novak Djokovic.
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Nadal acaba com reação de Monfils e encara Raonic nas quartas na AustráliaO espanhol Rafael Nadal, 30, deu um fim à reação do francês Gael Monfils e se classificou às quartas de final do Aberto da Austrália. Nadal venceu a partida nesta segunda-feira (23) por 3 sets a 1, com parciais de 6-3, 6-3, 4-6, 6-4. Nadal, nono colocado do ranking ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), aproveitou um início ruim de jogo de Monfils (6º no ranking) para rapidamente abrir dois sets de vantagem no placar. Na terceira parcial, o francês reagiu, dando a impressão de que tinha encontrado a maneira de lidar com o jogo ofensivo do espanhol, e chegou a ter um break de vantagem no quarto set. Nadal, porém, conseguiu segurar a reação de Monfils, devolvendo a quebra antes de fechar a partida. Nas quartas de final, Nadal terá pela frente o canadense Milos Raonic, número 3 do mundo, que eliminou o espanhol Roberto Bautista por 3 sets a 1, com parciais de 7-6 (8/6), 3-6, 6-4, 6-1. Já o belga David Goffin (11º) levou a melhor sobre o austríaco Dominic Thiem (8º), vencendo a partida com parciais de 5-7, 7-6 (7/4), 6-2, 6-2. Por uma vaga nas semifinais do Aberto da Austrália, Goffin enfrentará o búlgaro Grigor Dimitrov (15º), que acabou com a trajetória dos sonhos do uzbeque Denis Istomin no torneio, ganhando por 3 sets a 1, com parciais de 2-6, 7-6 (7/2), 6-2, 6-1. Na segunda rodada, o uzbeque, número 118 do mundo, havia sido responsável por uma das maiores surpresas da história do Aberto da Austrália, ao vencer o número 2 do mundo e atual campeão do torneio, o sérvio Novak Djokovic.
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Como comprar na internet com segurança
Dentro de uma sociedade tão caracterizada pela valorização da praticidade e principalmente pela falta de tempo, tem se tornado cada vez mais importante realizarmos nossas compras e, especialmente, nossas transações e conferências bancárias no lugar que mais nos agrada no momento em que precisamos. Tudo isso sempre usando nossos próprios computadores, tablets ou celulares. Mas como podemos reforçar a segurança dessas transações? Para garantir o conforto, a agilidade e, principalmente, a segurança dessas operações, os bancos e instituições financeiras apostam em sistemas e equipamentos como, por exemplo, os tokens (aparelhos eletrônicos geradores de senha) e sistema-guardião, dentre outros recursos de segurança. Todas essas ferramentas são importantes para a proteção do seu bolso, mas necessitam da sua colaboração para minimizar os riscos de fraudes, roubos e estelionatos. Para isso, seguem algumas dicas importantes de segurança na internet sugeridas pelo site Meu Bolso em Dia, da Febraban: A seguir dicas para navegação segura em sites de bancos: Para finalizar, algumas dicas do site Infowester para uma compra segura sem dores de cabeça: Tomados estes cuidados, você pode fazer com muito mais tranquilidade suas transações e operações financeiras pela internet. Mas é importante reforçarmos que a melhor compra é aquela que é feita tendo como base a sua importância real. Educação e planejamento financeiro passam por não realizar uma compra apenas pelo impulso da facilidade eletrônica de comprar!
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Como comprar na internet com segurançaDentro de uma sociedade tão caracterizada pela valorização da praticidade e principalmente pela falta de tempo, tem se tornado cada vez mais importante realizarmos nossas compras e, especialmente, nossas transações e conferências bancárias no lugar que mais nos agrada no momento em que precisamos. Tudo isso sempre usando nossos próprios computadores, tablets ou celulares. Mas como podemos reforçar a segurança dessas transações? Para garantir o conforto, a agilidade e, principalmente, a segurança dessas operações, os bancos e instituições financeiras apostam em sistemas e equipamentos como, por exemplo, os tokens (aparelhos eletrônicos geradores de senha) e sistema-guardião, dentre outros recursos de segurança. Todas essas ferramentas são importantes para a proteção do seu bolso, mas necessitam da sua colaboração para minimizar os riscos de fraudes, roubos e estelionatos. Para isso, seguem algumas dicas importantes de segurança na internet sugeridas pelo site Meu Bolso em Dia, da Febraban: A seguir dicas para navegação segura em sites de bancos: Para finalizar, algumas dicas do site Infowester para uma compra segura sem dores de cabeça: Tomados estes cuidados, você pode fazer com muito mais tranquilidade suas transações e operações financeiras pela internet. Mas é importante reforçarmos que a melhor compra é aquela que é feita tendo como base a sua importância real. Educação e planejamento financeiro passam por não realizar uma compra apenas pelo impulso da facilidade eletrônica de comprar!
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Dupla da seleção de vôlei fica sem clube a quatro meses da Rio-2016
FABIO ALEIXO LEANDRO CARNEIRO DO UOL Um dos mais tradicionais times de vôlei feminino do Brasil mudará seu planejamento para a próxima temporada. Com isso, nomes como Fabiana e Jaqueline, bicampeãs olímpicas, deixarão o clube. Vice-campeão da Superliga em 2013/2014, o Sesi decidiu iniciar um projeto sub-23 em seu time feminino e as jogadoras mais experientes deixarão o elenco. O destino das atletas ainda não foi definido, mas o nome delas tem aparecido constantemente em especulações envolvendo clubes nacionais. Mesmo com o time feminino, o Sesi deverá manter o projeto masculino, que conta em seu elenco com nomes como Serginho e Murilo. A equipe, que foi eliminada na semifinal da Superliga, já trabalha no mercado para reforçar o time. A situação de Murilo é uma das indefinições do clube. Como Jaqueline deixará o Sesi, o ponta pode acabar seguindo o mesmo caminho, pois os dois não têm interesse de morar longe novamente, como aconteceu na temporada 2014/2015. Em seu perfil no Twitter, a central esclareceu que ainda tem contrato com o Sesi (mais dois meses, o de abril e as férias em maio) e não fechou com nenhum time. "Eu ainda tenho compromissos com o Sesi e deveres a cumprir com meu clube. Sei que vocês estão querendo saber que decisão tomei. Confesso que também estou ansiosa, mas não fechei com nenhum clube do Brasil ou do exterior. Tenham certeza que assim que resolver para onde vou, vocês saberão através de mim pelas minhas redes sociais oficiais", escreveu. Apesar da informação circular nos bastidores, o Sesi ainda não fala oficialmente sobre a decisão. O UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, entrou em contato com Renato Tavolari, supervisor do clube, que afirmou que uma decisão só seria tomada na próxima semana. Entre as mulheres, o Sesi foi eliminado pelo Praia Clube, vice-campeão da Superliga, nas quartas de final da competição ao perder a melhor de três por 2 a 1.
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Dupla da seleção de vôlei fica sem clube a quatro meses da Rio-2016 FABIO ALEIXO LEANDRO CARNEIRO DO UOL Um dos mais tradicionais times de vôlei feminino do Brasil mudará seu planejamento para a próxima temporada. Com isso, nomes como Fabiana e Jaqueline, bicampeãs olímpicas, deixarão o clube. Vice-campeão da Superliga em 2013/2014, o Sesi decidiu iniciar um projeto sub-23 em seu time feminino e as jogadoras mais experientes deixarão o elenco. O destino das atletas ainda não foi definido, mas o nome delas tem aparecido constantemente em especulações envolvendo clubes nacionais. Mesmo com o time feminino, o Sesi deverá manter o projeto masculino, que conta em seu elenco com nomes como Serginho e Murilo. A equipe, que foi eliminada na semifinal da Superliga, já trabalha no mercado para reforçar o time. A situação de Murilo é uma das indefinições do clube. Como Jaqueline deixará o Sesi, o ponta pode acabar seguindo o mesmo caminho, pois os dois não têm interesse de morar longe novamente, como aconteceu na temporada 2014/2015. Em seu perfil no Twitter, a central esclareceu que ainda tem contrato com o Sesi (mais dois meses, o de abril e as férias em maio) e não fechou com nenhum time. "Eu ainda tenho compromissos com o Sesi e deveres a cumprir com meu clube. Sei que vocês estão querendo saber que decisão tomei. Confesso que também estou ansiosa, mas não fechei com nenhum clube do Brasil ou do exterior. Tenham certeza que assim que resolver para onde vou, vocês saberão através de mim pelas minhas redes sociais oficiais", escreveu. Apesar da informação circular nos bastidores, o Sesi ainda não fala oficialmente sobre a decisão. O UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, entrou em contato com Renato Tavolari, supervisor do clube, que afirmou que uma decisão só seria tomada na próxima semana. Entre as mulheres, o Sesi foi eliminado pelo Praia Clube, vice-campeão da Superliga, nas quartas de final da competição ao perder a melhor de três por 2 a 1.
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Dilma diz acreditar em recuperação da Petrobras até o final de abril
A presidente Dilma Rousseff afirmou que acredita em uma recuperação da Petrobras até o fim de abril. Em entrevista à agência de notícias americana Bloomberg, concedida na terça-feira (31) e publicada nesta quarta (1), Dilma diz que a estatal vai retomar sua produtividade e vai voltar a dar lucro. "Nesse processo de descoberta da corrupção, a Petrobras tem condições de passar por isso e superar. Até porque eu acho que ela vai tomar medidas, as mais drásticas. Internacionalmente, empresas em situações similares tomaram. Agora, ela vai ter uma gestão muito melhor. Melhores práticas, condições de se alavancar novamente. [...] Eu tenho certeza que ela conseguirá resolver todos os seus problemas até o fim de abril", afirmou Dilma. A presidente também disse acreditar que a estatal publicará seu balanço até o fim deste mês. Desde o ano passado, a empresa tem atrasado a divulgação de suas demonstrações financeiras por não conseguir calcular o rombo bilionário de suas contas devido ao esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. "No que se refere à governança, acho que nós estamos ultrapassando os desafios de gestão com várias medidas de compliance. Mas a medida principal será a divulgação do balanço, que acreditamos que cumpriremos até o fim de abril", disse. Se não entregar as demonstrações do terceiro trimestre auditadas até julho, a Petrobras deverá ter seu nome registrado na "lista de inadimplentes" da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Se não apresentá-las até 14 de novembro, a Petrobras terá seu registro na CVM suspenso e, assim, não poderá ter ações negociadas em bolsa. Com um ano de suspensão, seu registro é cancelado. Na entrevista, Dilma afirmou que o caso de corrupção descoberto na estatal foi muito além de um problema de gestão e só foi descoberto por causa de investigações da Polícia Federal, que apuravam cartel e lavagem de dinheiro. "Não era pura e simplesmente uma questão de gestão. Você veja que não tem nenhuma evidência do envolvimento dos dois presidentes. O Conselho [de Administração] era integrado por empresários bastante qualificados", disse. A presidente voltou a defender a autonomia dos órgãos de investigação e disse que uma operação como a Lava Jato não teria acontecido em outro momento político do país. "A Polícia Federal não foi nomeada baseada em critérios político partidários. Nós nomeamos todos os procuradores da União baseado na lista apresentada pelo próprio ministério. Criou-se no Brasil as condições para que o país avançasse em direção a um reforço constitucional. Não se pode supor que ela [Lava-Jato] existiria em outros momentos no Brasil. Por que a gente não descobriria isso em outros momentos", disse. ESTILO DE GOVERNO Dilma comentou ainda as declarações do ministro Joaquim Levy (Fazenda) sobre o seu estilo de governar. Em evento fechado, Levy disse na semana passada que, embora seja bem-intencionada, Dilma nem sempre faz as coisas da maneira mais eficaz. "Eu acredito que o ministro é muito importante para o Brasil hoje e tem muita firmeza. Acho que, obviamente, procuram algum jeito de intrigar o ministro Joaquim Levy. Eu li as declarações. Criaram uma tempestade num copo d´água. O que ele disse? Você não necessariamente tem uma única forma de chegar a uma medida", afirmou Dilma. A presidente explicou que até prefere tomar decisões mais rapidamente, mas disse que aprendeu que, na política, é preciso construir caminhos diversos. "Eu até prefiro a mais rápida, eu prefiro pelo meu jeito de ser. Mas nem sempre essa é a melhor medida. Às vezes, politicamente, você tem de construir um outro caminho. Nessa necessidade de refazer o processo você tem várias passagens. Aliás, eu acho que isso é na vida. Não é só na aplicação do ajuste", afirmou. "Nem sempre o amor é linear como uma estrada de ferro. O mesmo podemos dizer sobre a política. Nem sempre você consegue implantar medidas da forma mais direta possível. Nem sempre. Mas sempre que você puder, você tem de optar pelo caminho mais curto, mais rápido e que vai resultar em maior eficiência da situação", completou.
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Dilma diz acreditar em recuperação da Petrobras até o final de abrilA presidente Dilma Rousseff afirmou que acredita em uma recuperação da Petrobras até o fim de abril. Em entrevista à agência de notícias americana Bloomberg, concedida na terça-feira (31) e publicada nesta quarta (1), Dilma diz que a estatal vai retomar sua produtividade e vai voltar a dar lucro. "Nesse processo de descoberta da corrupção, a Petrobras tem condições de passar por isso e superar. Até porque eu acho que ela vai tomar medidas, as mais drásticas. Internacionalmente, empresas em situações similares tomaram. Agora, ela vai ter uma gestão muito melhor. Melhores práticas, condições de se alavancar novamente. [...] Eu tenho certeza que ela conseguirá resolver todos os seus problemas até o fim de abril", afirmou Dilma. A presidente também disse acreditar que a estatal publicará seu balanço até o fim deste mês. Desde o ano passado, a empresa tem atrasado a divulgação de suas demonstrações financeiras por não conseguir calcular o rombo bilionário de suas contas devido ao esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. "No que se refere à governança, acho que nós estamos ultrapassando os desafios de gestão com várias medidas de compliance. Mas a medida principal será a divulgação do balanço, que acreditamos que cumpriremos até o fim de abril", disse. Se não entregar as demonstrações do terceiro trimestre auditadas até julho, a Petrobras deverá ter seu nome registrado na "lista de inadimplentes" da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Se não apresentá-las até 14 de novembro, a Petrobras terá seu registro na CVM suspenso e, assim, não poderá ter ações negociadas em bolsa. Com um ano de suspensão, seu registro é cancelado. Na entrevista, Dilma afirmou que o caso de corrupção descoberto na estatal foi muito além de um problema de gestão e só foi descoberto por causa de investigações da Polícia Federal, que apuravam cartel e lavagem de dinheiro. "Não era pura e simplesmente uma questão de gestão. Você veja que não tem nenhuma evidência do envolvimento dos dois presidentes. O Conselho [de Administração] era integrado por empresários bastante qualificados", disse. A presidente voltou a defender a autonomia dos órgãos de investigação e disse que uma operação como a Lava Jato não teria acontecido em outro momento político do país. "A Polícia Federal não foi nomeada baseada em critérios político partidários. Nós nomeamos todos os procuradores da União baseado na lista apresentada pelo próprio ministério. Criou-se no Brasil as condições para que o país avançasse em direção a um reforço constitucional. Não se pode supor que ela [Lava-Jato] existiria em outros momentos no Brasil. Por que a gente não descobriria isso em outros momentos", disse. ESTILO DE GOVERNO Dilma comentou ainda as declarações do ministro Joaquim Levy (Fazenda) sobre o seu estilo de governar. Em evento fechado, Levy disse na semana passada que, embora seja bem-intencionada, Dilma nem sempre faz as coisas da maneira mais eficaz. "Eu acredito que o ministro é muito importante para o Brasil hoje e tem muita firmeza. Acho que, obviamente, procuram algum jeito de intrigar o ministro Joaquim Levy. Eu li as declarações. Criaram uma tempestade num copo d´água. O que ele disse? Você não necessariamente tem uma única forma de chegar a uma medida", afirmou Dilma. A presidente explicou que até prefere tomar decisões mais rapidamente, mas disse que aprendeu que, na política, é preciso construir caminhos diversos. "Eu até prefiro a mais rápida, eu prefiro pelo meu jeito de ser. Mas nem sempre essa é a melhor medida. Às vezes, politicamente, você tem de construir um outro caminho. Nessa necessidade de refazer o processo você tem várias passagens. Aliás, eu acho que isso é na vida. Não é só na aplicação do ajuste", afirmou. "Nem sempre o amor é linear como uma estrada de ferro. O mesmo podemos dizer sobre a política. Nem sempre você consegue implantar medidas da forma mais direta possível. Nem sempre. Mas sempre que você puder, você tem de optar pelo caminho mais curto, mais rápido e que vai resultar em maior eficiência da situação", completou.
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Livro conta vida de primeiro superbanqueiro da história
Mais novo entre dez irmãos, Jacob Fugger foi escolhido ainda pequeno pela mãe para ser padre. A enérgica viúva tinha outros seis filhos varões para cuidar dos prósperos negócios da família e o caçula poderia muito bem seguir a via espiritual, ela calculou, numa espécie de dízimo familiar. Se o plano tivesse ido adiante, Jacob teria seguido uma vida regida pelo celibato, o dogma e, ironicamente, o voto de pobreza. Mas Barbara, a rígida e astuta matriarca, mudou de ideia sem motivo aparente e Fugger seguiu o caminho dos negócios, tornando-se um dos maiores financistas da história. E, como afirma o jornalista e consultor George Steinmetz, autor de uma biografia recém-lançada nos Estados Unidos, no "homem mais rico que já viveu". Embora tal título seja difícil de comprovar, o livro mostra com riqueza de detalhes e farta pesquisa que Fugger merece, no mínimo, ocupar um lugar de destaque no hall da fama das finanças, talvez como o primeiro superbanqueiro da história. Sua trajetória oferece um fascinante retrato da evolução dos negócios através dos tempos e seus ingredientes perenes, como a interseção entre dinheiro e poder, o exercício da especulação e a ganância sem limites, entre outros que encontram ecos familiares até os dias de hoje. Fugger nasceu em 1459 em uma família de mercadores prósperos na cidade de Augsburg, no que atualmente é a Baviera alemã. Ao morrer, em 1525, era o homem mais rico da Europa e um dos mais influentes, tendo desempenhado papel central na criação do Império Habsburgo. Augsburg, hoje uma pacata cidade mais conhecida pelo teatro de marionetes, era na época um dos principais centros financeiros europeus, livre de controle feudal e bem posicionada na rota comercial entre a Itália e os Países Baixos, além de próxima das minas de prata e cobre da Europa Central. Liberto de uma vida dedicada à religião, Jacob Fugger foi enviado ainda adolescente pela mãe a Veneza, na época a cidade mais mercantilista do planeta, onde os jovens de famílias ricas iam para aprender os meandros dos negócios e fazer contatos. Foi lá que nasceu o banqueiro Fugger. Em Veneza ele aprendeu todos os princípios do ofício que o tornaria o homem mais rico de sua época. Não é por acaso que peças básicas do vocabulário bancário usado até hoje em vários idiomas têm origem no italiano, lembra Steinmetz no livro: crédito, débito e banca, são alguns exemplos. Ao retornar a Augsburg, Fugger encontrou terreno fértil para exercitar as habilidades adquiridas em Veneza, fazendo empréstimos a senhores feudais garantidos pela produção das minas de prata e cobre. Aos 30 anos decretou que dedicaria seus dias a acumular o máximo de riqueza possível, e assim o fez até o último deles. Entre as práticas inovadoras que colocaram Fugger em vantagem em relação a outros financistas da época, Steinmetz destaca o uso pioneiro das partidas dobradas, hoje um método-padrão da contabilidade, a criação de uma rede de informantes que lembra os serviços de notícias da atualidade e o levantamento de capital para o seu banco com a exploração de contas-poupança. USURA Para avançar neste último, bateu de frente com o veto à usura imposto pela Igreja Católica quando introduziu um retorno de 5% por ano aos empréstimos que tomava em Augsburg. Fugger não desanimou: levou seu projeto diretamente ao papa Leão 10º. Membro da poderosa família de banqueiros Medici, o pontífice cedeu aos argumentos de Fugger e em 1515 a usura foi aprovada, convenientemente redefinida como "lucro adquirido sem trabalho, custo ou risco". Para Steinmetz, "nascia ali a economia moderna". Ex-repórter do jornal "Wall Street Journal" e atualmente analista financeiro em Nova York, o autor levou sete anos para reconstituir de forma minuciosa e fluente –apesar do uso exagerado de superlativos como o do título– a época e a vida de um personagem cativante e muitas vezes impiedoso em sua obsessão por acumular riqueza. Se vivesse hoje, compara Steinmetz, "Fugger poderia ser um oligarca russo, um chefão latino-americano da telefonia ou um barão americano da ferrovia". Em seu epitáfio, escrito pelo próprio, o banqueiro deixa para a posteridade a marca de um ego do tamanho de sua fortuna. "Era incomparável, portanto após a morte não deve ser incluído entre meros mortais." The Richest Man Who Ever Lived - The Life and Times of Jacob Fugger AUTOR Greg Steinmetz EDITORA Simon & Schuster Quanto US$ 18,40 na Amazon (304 págs.) AVALIAÇÃO muito bom
mercado
Livro conta vida de primeiro superbanqueiro da históriaMais novo entre dez irmãos, Jacob Fugger foi escolhido ainda pequeno pela mãe para ser padre. A enérgica viúva tinha outros seis filhos varões para cuidar dos prósperos negócios da família e o caçula poderia muito bem seguir a via espiritual, ela calculou, numa espécie de dízimo familiar. Se o plano tivesse ido adiante, Jacob teria seguido uma vida regida pelo celibato, o dogma e, ironicamente, o voto de pobreza. Mas Barbara, a rígida e astuta matriarca, mudou de ideia sem motivo aparente e Fugger seguiu o caminho dos negócios, tornando-se um dos maiores financistas da história. E, como afirma o jornalista e consultor George Steinmetz, autor de uma biografia recém-lançada nos Estados Unidos, no "homem mais rico que já viveu". Embora tal título seja difícil de comprovar, o livro mostra com riqueza de detalhes e farta pesquisa que Fugger merece, no mínimo, ocupar um lugar de destaque no hall da fama das finanças, talvez como o primeiro superbanqueiro da história. Sua trajetória oferece um fascinante retrato da evolução dos negócios através dos tempos e seus ingredientes perenes, como a interseção entre dinheiro e poder, o exercício da especulação e a ganância sem limites, entre outros que encontram ecos familiares até os dias de hoje. Fugger nasceu em 1459 em uma família de mercadores prósperos na cidade de Augsburg, no que atualmente é a Baviera alemã. Ao morrer, em 1525, era o homem mais rico da Europa e um dos mais influentes, tendo desempenhado papel central na criação do Império Habsburgo. Augsburg, hoje uma pacata cidade mais conhecida pelo teatro de marionetes, era na época um dos principais centros financeiros europeus, livre de controle feudal e bem posicionada na rota comercial entre a Itália e os Países Baixos, além de próxima das minas de prata e cobre da Europa Central. Liberto de uma vida dedicada à religião, Jacob Fugger foi enviado ainda adolescente pela mãe a Veneza, na época a cidade mais mercantilista do planeta, onde os jovens de famílias ricas iam para aprender os meandros dos negócios e fazer contatos. Foi lá que nasceu o banqueiro Fugger. Em Veneza ele aprendeu todos os princípios do ofício que o tornaria o homem mais rico de sua época. Não é por acaso que peças básicas do vocabulário bancário usado até hoje em vários idiomas têm origem no italiano, lembra Steinmetz no livro: crédito, débito e banca, são alguns exemplos. Ao retornar a Augsburg, Fugger encontrou terreno fértil para exercitar as habilidades adquiridas em Veneza, fazendo empréstimos a senhores feudais garantidos pela produção das minas de prata e cobre. Aos 30 anos decretou que dedicaria seus dias a acumular o máximo de riqueza possível, e assim o fez até o último deles. Entre as práticas inovadoras que colocaram Fugger em vantagem em relação a outros financistas da época, Steinmetz destaca o uso pioneiro das partidas dobradas, hoje um método-padrão da contabilidade, a criação de uma rede de informantes que lembra os serviços de notícias da atualidade e o levantamento de capital para o seu banco com a exploração de contas-poupança. USURA Para avançar neste último, bateu de frente com o veto à usura imposto pela Igreja Católica quando introduziu um retorno de 5% por ano aos empréstimos que tomava em Augsburg. Fugger não desanimou: levou seu projeto diretamente ao papa Leão 10º. Membro da poderosa família de banqueiros Medici, o pontífice cedeu aos argumentos de Fugger e em 1515 a usura foi aprovada, convenientemente redefinida como "lucro adquirido sem trabalho, custo ou risco". Para Steinmetz, "nascia ali a economia moderna". Ex-repórter do jornal "Wall Street Journal" e atualmente analista financeiro em Nova York, o autor levou sete anos para reconstituir de forma minuciosa e fluente –apesar do uso exagerado de superlativos como o do título– a época e a vida de um personagem cativante e muitas vezes impiedoso em sua obsessão por acumular riqueza. Se vivesse hoje, compara Steinmetz, "Fugger poderia ser um oligarca russo, um chefão latino-americano da telefonia ou um barão americano da ferrovia". Em seu epitáfio, escrito pelo próprio, o banqueiro deixa para a posteridade a marca de um ego do tamanho de sua fortuna. "Era incomparável, portanto após a morte não deve ser incluído entre meros mortais." The Richest Man Who Ever Lived - The Life and Times of Jacob Fugger AUTOR Greg Steinmetz EDITORA Simon & Schuster Quanto US$ 18,40 na Amazon (304 págs.) AVALIAÇÃO muito bom
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É verdade que na Suécia só se trabalha 6 horas por dia e se produz mais?
"A Suécia vai introduzir oficialmente a jornada de trabalho de seis horas." Foi o que afirmou um vídeo visto recentemente pelo correspondente da BBC em Estocolmo, Keith Moore. O material já foi visto cerca de 40 milhões de vezes no Facebook e explica ainda que os trabalhadores do país vão continuar recebendo o mesmo salário, uma vez que os especialistas descobriram que as pessoas produzem em seis horas o mesmo que produziriam em oito. A notícia foi divulgada em vários países e, como Moore mora na Suécia, ficou entusiasmado. Mas também se surpreendeu com o fato de que não tinha sido avisado da diminuição de sua jornada de trabalho. "Vou morar na Suécia!!", comentou Sandra Andersson no Facebook. "Mas, espera... eu já moro na Suécia. Não há jornada de trabalho de seis horas no meu emprego, mas de nove e dez horas na maior parte do tempo. Mas me dão café grátis para que eu não durma depois de trabalhar seis horas", acrescentou. "Ou é uma piada ou meu chefe é um comediante, pois sou sueco e definitivamente não estou trabalhando nem vou trabalhar apenas seis horas por dia", afirmou Eric Bergman. Ou seja: a verdade é que a coisa não é bem assim na vida real. DESILUSÃO E EXPERIÊNCIA O correspondente da BBC entrevistou Kerstin Ahlberg, do Departamento de Direito do Trabalho da Universidade de Estocolmo, para o programa "More or Less", da BBC. "Há experiências, mas não há uma tendência geral para a jornada de trabalho de seis horas", explicou a especialista. "O que a lei diz na Suécia é que o tempo de trabalho não deve ultrapassar 40 horas semanais, a não ser que sejam necessárias horas extras e, neste caso, o limite é de 48 horas semanais", acrescentou. Uma das experiências citadas por Ahlberg está acontecendo em um lar para idosos na cidade de Gotemburgo, onde os patrões estão observando se há uma melhora no cuidado com os moradores e nas condições de trabalho para os funcionários. Os administradores reduziram as horas de 80 enfermeiras assistentes —desde fevereiro elas trabalham seis horas por dia recebendo o mesmo salário. O grupo de controle, para comparação, é formado por enfermeiras de outro lar para idosos que fazem os turnos normais. Os resultados preliminares da experiência mostram que parece existir uma diferença a favor das enfermeiras que trabalham menos horas. As que trabalharam menos horas passaram mais tempo com os idosos, levando-os para caminhadas, jogando com eles, lendo para eles com mais frequência do que as enfermeiras do outro asilo. Além disso, as enfermeiras que trabalham seis horas afirmaram que se sentem mais saudáveis, mais atentas e calmas. Esses dados são bons, mas não muito precisos. Para uma comparação mais clara, há a média de número de faltas por problemas de saúde: 15 dias entre as trabalham menos, e 31 dias entre as que tinham jornadas de oito horas diárias. GASTOS A julgar por essa experiência, a diminuição da jornada de trabalho foi boa tanto para as enfermeiras como para os idosos. O resultado é que todos estão mais felizes e mais bem cuidados durante seis horas. Mas o que acontece depois? As enfermeiras não podem simplesmente ir embora e deixar os idosos sozinhos. A resposta é contratar mais enfermeiras. E isso resulta em mais gastos seja para o dono, no caso de um negócio particular, ou para o governo, caso seja um serviço público. O aumento nos gastos foi a razão de a experiência quase ter sido encerrada. Outra iniciativa parecida em Kiruna, no norte do país, foi cancelada depois de 17 anos. Mas apesar das desistências, há empresas que já implementam a jornada de seis horas, como foi o caso de algumas no setor de tecnologia e até um centro de serviço da Toyota em Gotemburgo, onde isso teve início há 13 anos. Ao observar que os clientes estavam insatisfeitos com as longas esperas e que os mecânicos estavam estressados e cometendo erros, o diretor-geral na época, Martin Banck, mudou o turno de 7h às 16h para duas jornadas —das 6h às 12h e das 12h às 18h—, com o mesmo salário e menos tempo de descanso. Mas existe um detalhe crucial: e os lugares que precisam de pessoas trabalhando 24 horas por dia? Todos ficaram felizes, os lucros aumentaram em 25% e a mudança foi implementada de forma permanente. EXPERIÊNCIAS E a ideia da jornada mais curta não é nova. "Aconteceram várias experiências no século 19 com um número diferente de horas de jornada de trabalho, e depois os efeitos foram examinados", contou John Pencavel, professor emérito de Economia da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. "Houve um exemplo famoso na década de 1890, quando o dono de uma fundição de ferro em Manchester e o sindicato local fizeram um acordo para reduzir as horas de trabalho de 54 horas por semana para 48 horas. O efeito na produção foi pouco e, depois de tentar durante um ano, os dois lados concordaram que a mudança deveria ser permanente." Esse sucesso convenceu o governo daquela época a reduzir as horas de outra fábrica, desta vez em Londres. E na Alemanha fizeram o mesmo em uma das grandes indústrias óticas do país. Mas muitos patrões continuaram com a jornada mais longa, por medo de uma queda na produção. O resultado foi que, no fim do século 19, muitos trabalhadores ainda estavam cumprindo a jornada de 54 horas semanais. O EFEITO GUERRA A grande mudança chegou com a Primeira Guerra Mundial, com pesquisas feitas em fábricas de munições. "A maioria dos trabalhadores era mulher e algumas tinham que encher as bombas com explosivos. O explosivo afetava o fígado das trabalhadoras, que ficavam com as mãos e o cabelo amarelados. Em alguns casos, esse trabalho levava à morte", explicou Pencavel. "Desde o começo da guerra, a semana de trabalho tinha sido estendida a 70, 80 e 90 horas por semana. E havia alguns que se perguntavam se isso era realmente conveniente." O governo britânico estava tão preocupado que formou uma comissão de médicos e acadêmicos para investigar. Parte do estudo se concentrou nas horas de trabalho e no nível de produção e, diferente do estudo do século 19, essas pesquisas eram feitas com o rigor científico necessário. O pesquisador principal era Horace Vernon, acadêmico da Universidade de Oxford que havia trabalhado em uma fábrica de munições. "Ele descobriu que a produção não era maior durante as semanas mais longas. Por isso concluiu que reduzir as horas tinha pouco ou até nenhum efeito negativo na produção", lembrou o economista. Depois da Segunda Guerra Mundial, a tendência era a redução nas horas de trabalho. Assim, as pesquisas sobre a relação entre o tamanho das jornadas e a produção caíram no esquecimento. SAÚDE Mais recentemente, os estudos deixaram de lado a quantidade produzida e se concentraram mais na relação entre horas de trabalho e saúde. "Trabalhar por muitas horas já foi associado com declínio cognitivo e doenças cardiovasculares", lembra Pencavel. No entanto, esses estudos se concentraram em pessoas que trabalham cerca de 50 horas por semana. Com isso, a pergunta também passa a ser: reduzir a semana de trabalho para 30 horas não seria demais? "Me surpreenderia encontrar alguma organização que não se beneficie com a jornada de trabalho de seis horas, mas imagino que para algumas não seria apropriado. Cada uma deve tentar o que é melhor para ela", opinou o economista.
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É verdade que na Suécia só se trabalha 6 horas por dia e se produz mais?"A Suécia vai introduzir oficialmente a jornada de trabalho de seis horas." Foi o que afirmou um vídeo visto recentemente pelo correspondente da BBC em Estocolmo, Keith Moore. O material já foi visto cerca de 40 milhões de vezes no Facebook e explica ainda que os trabalhadores do país vão continuar recebendo o mesmo salário, uma vez que os especialistas descobriram que as pessoas produzem em seis horas o mesmo que produziriam em oito. A notícia foi divulgada em vários países e, como Moore mora na Suécia, ficou entusiasmado. Mas também se surpreendeu com o fato de que não tinha sido avisado da diminuição de sua jornada de trabalho. "Vou morar na Suécia!!", comentou Sandra Andersson no Facebook. "Mas, espera... eu já moro na Suécia. Não há jornada de trabalho de seis horas no meu emprego, mas de nove e dez horas na maior parte do tempo. Mas me dão café grátis para que eu não durma depois de trabalhar seis horas", acrescentou. "Ou é uma piada ou meu chefe é um comediante, pois sou sueco e definitivamente não estou trabalhando nem vou trabalhar apenas seis horas por dia", afirmou Eric Bergman. Ou seja: a verdade é que a coisa não é bem assim na vida real. DESILUSÃO E EXPERIÊNCIA O correspondente da BBC entrevistou Kerstin Ahlberg, do Departamento de Direito do Trabalho da Universidade de Estocolmo, para o programa "More or Less", da BBC. "Há experiências, mas não há uma tendência geral para a jornada de trabalho de seis horas", explicou a especialista. "O que a lei diz na Suécia é que o tempo de trabalho não deve ultrapassar 40 horas semanais, a não ser que sejam necessárias horas extras e, neste caso, o limite é de 48 horas semanais", acrescentou. Uma das experiências citadas por Ahlberg está acontecendo em um lar para idosos na cidade de Gotemburgo, onde os patrões estão observando se há uma melhora no cuidado com os moradores e nas condições de trabalho para os funcionários. Os administradores reduziram as horas de 80 enfermeiras assistentes —desde fevereiro elas trabalham seis horas por dia recebendo o mesmo salário. O grupo de controle, para comparação, é formado por enfermeiras de outro lar para idosos que fazem os turnos normais. Os resultados preliminares da experiência mostram que parece existir uma diferença a favor das enfermeiras que trabalham menos horas. As que trabalharam menos horas passaram mais tempo com os idosos, levando-os para caminhadas, jogando com eles, lendo para eles com mais frequência do que as enfermeiras do outro asilo. Além disso, as enfermeiras que trabalham seis horas afirmaram que se sentem mais saudáveis, mais atentas e calmas. Esses dados são bons, mas não muito precisos. Para uma comparação mais clara, há a média de número de faltas por problemas de saúde: 15 dias entre as trabalham menos, e 31 dias entre as que tinham jornadas de oito horas diárias. GASTOS A julgar por essa experiência, a diminuição da jornada de trabalho foi boa tanto para as enfermeiras como para os idosos. O resultado é que todos estão mais felizes e mais bem cuidados durante seis horas. Mas o que acontece depois? As enfermeiras não podem simplesmente ir embora e deixar os idosos sozinhos. A resposta é contratar mais enfermeiras. E isso resulta em mais gastos seja para o dono, no caso de um negócio particular, ou para o governo, caso seja um serviço público. O aumento nos gastos foi a razão de a experiência quase ter sido encerrada. Outra iniciativa parecida em Kiruna, no norte do país, foi cancelada depois de 17 anos. Mas apesar das desistências, há empresas que já implementam a jornada de seis horas, como foi o caso de algumas no setor de tecnologia e até um centro de serviço da Toyota em Gotemburgo, onde isso teve início há 13 anos. Ao observar que os clientes estavam insatisfeitos com as longas esperas e que os mecânicos estavam estressados e cometendo erros, o diretor-geral na época, Martin Banck, mudou o turno de 7h às 16h para duas jornadas —das 6h às 12h e das 12h às 18h—, com o mesmo salário e menos tempo de descanso. Mas existe um detalhe crucial: e os lugares que precisam de pessoas trabalhando 24 horas por dia? Todos ficaram felizes, os lucros aumentaram em 25% e a mudança foi implementada de forma permanente. EXPERIÊNCIAS E a ideia da jornada mais curta não é nova. "Aconteceram várias experiências no século 19 com um número diferente de horas de jornada de trabalho, e depois os efeitos foram examinados", contou John Pencavel, professor emérito de Economia da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. "Houve um exemplo famoso na década de 1890, quando o dono de uma fundição de ferro em Manchester e o sindicato local fizeram um acordo para reduzir as horas de trabalho de 54 horas por semana para 48 horas. O efeito na produção foi pouco e, depois de tentar durante um ano, os dois lados concordaram que a mudança deveria ser permanente." Esse sucesso convenceu o governo daquela época a reduzir as horas de outra fábrica, desta vez em Londres. E na Alemanha fizeram o mesmo em uma das grandes indústrias óticas do país. Mas muitos patrões continuaram com a jornada mais longa, por medo de uma queda na produção. O resultado foi que, no fim do século 19, muitos trabalhadores ainda estavam cumprindo a jornada de 54 horas semanais. O EFEITO GUERRA A grande mudança chegou com a Primeira Guerra Mundial, com pesquisas feitas em fábricas de munições. "A maioria dos trabalhadores era mulher e algumas tinham que encher as bombas com explosivos. O explosivo afetava o fígado das trabalhadoras, que ficavam com as mãos e o cabelo amarelados. Em alguns casos, esse trabalho levava à morte", explicou Pencavel. "Desde o começo da guerra, a semana de trabalho tinha sido estendida a 70, 80 e 90 horas por semana. E havia alguns que se perguntavam se isso era realmente conveniente." O governo britânico estava tão preocupado que formou uma comissão de médicos e acadêmicos para investigar. Parte do estudo se concentrou nas horas de trabalho e no nível de produção e, diferente do estudo do século 19, essas pesquisas eram feitas com o rigor científico necessário. O pesquisador principal era Horace Vernon, acadêmico da Universidade de Oxford que havia trabalhado em uma fábrica de munições. "Ele descobriu que a produção não era maior durante as semanas mais longas. Por isso concluiu que reduzir as horas tinha pouco ou até nenhum efeito negativo na produção", lembrou o economista. Depois da Segunda Guerra Mundial, a tendência era a redução nas horas de trabalho. Assim, as pesquisas sobre a relação entre o tamanho das jornadas e a produção caíram no esquecimento. SAÚDE Mais recentemente, os estudos deixaram de lado a quantidade produzida e se concentraram mais na relação entre horas de trabalho e saúde. "Trabalhar por muitas horas já foi associado com declínio cognitivo e doenças cardiovasculares", lembra Pencavel. No entanto, esses estudos se concentraram em pessoas que trabalham cerca de 50 horas por semana. Com isso, a pergunta também passa a ser: reduzir a semana de trabalho para 30 horas não seria demais? "Me surpreenderia encontrar alguma organização que não se beneficie com a jornada de trabalho de seis horas, mas imagino que para algumas não seria apropriado. Cada uma deve tentar o que é melhor para ela", opinou o economista.
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Banda Gorillaz faz show no Brasil pela primeira vez em março de 2018
A banda Gorillaz confirmou apresentação única em São Paulo no dia 30 de março de 2018, no Jockey Club. Esta é a primeira vez que os artistas animados se apresentam no país. Formados pelo vocalista 2D, o baixista Murdoc Niccals, a guitarrista Noodle e o baterista Russel Hobbs, a banda apresenta o novo álbum "Humanz", lançado em abril após uma pausa de sete anos. Os ingressos custam de R$ 280 a R$ 560 e a venda para o público estará disponível a partir do dia 4 de setembro no site www.ticketsforfun.com.br. Post * GORILLAZ QUANDO sex. 30 de setembro de 2018 às 21h ONDE Jockey Club São Paulo - r. Dr. José Augusto de Queiróz, s/nº - Portão 1, tel. (11) 2161-8300 QUANTO de R$ 280 a R$ 560, no www.ticketsforfun.com.br; 12 anos
ilustrada
Banda Gorillaz faz show no Brasil pela primeira vez em março de 2018A banda Gorillaz confirmou apresentação única em São Paulo no dia 30 de março de 2018, no Jockey Club. Esta é a primeira vez que os artistas animados se apresentam no país. Formados pelo vocalista 2D, o baixista Murdoc Niccals, a guitarrista Noodle e o baterista Russel Hobbs, a banda apresenta o novo álbum "Humanz", lançado em abril após uma pausa de sete anos. Os ingressos custam de R$ 280 a R$ 560 e a venda para o público estará disponível a partir do dia 4 de setembro no site www.ticketsforfun.com.br. Post * GORILLAZ QUANDO sex. 30 de setembro de 2018 às 21h ONDE Jockey Club São Paulo - r. Dr. José Augusto de Queiróz, s/nº - Portão 1, tel. (11) 2161-8300 QUANTO de R$ 280 a R$ 560, no www.ticketsforfun.com.br; 12 anos
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Decepção na série C não tira esperança dos torcedores da Portuguesa
Olhares tristes e cabeças baixas evidenciaram o sofrimento dos torcedores da Portuguesa pela derrota por 2 a 1 para o Vila Nova, neste sábado (17). O resultado negativo diante do time goiano impediu que a Lusa subisse para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Mais de 17 mil pessoas compareceram ao Canindé -a grande maioria formada por torcedores da Lusa. Eles empurraram o time, mas de nada adiantou. "Ontem, às 18h, eu estava em Dourados, no Mato Grosso do Sul, fazendo hemodiálise. Vim para São Paulo e hoje fiz hemodiálise de novo para poder vir ao Canindé tamanha era a minha confiança. Agora, o meu sentimento é somente de tristeza, mas a esperança não vai acabar. A Portuguesa é muito forte", disse, com voz trêmula, o comerciante Vitor Diniz, 53. Nem todos, porém, saíram esperançosos. Muitos demonstraram perplexidade diante do que viram nos 90 minutos de bola rolando. "Decepção. Um time na série C consegue colocar tantos torcedores no estádio e o time se apresenta apático em campo. Quando vai ter isso aqui [estádio lotado] de novo?", questionou o empresário Alexandre Grimas, 30. SEM VAIAS Após dois rebaixamentos em dois anos, não seria surpresa que pipocassem protestos da torcida em direção aos jogadores, mas nada disso aconteceu. Alguns até aplaudiram e reconheceram o esforço de um time que, durante o ano, foi patrocinado por padarias paulistanas e outras empresas de pequeno porte, com verbas modestas para bancar gastos com jogadores. "A gente não pode desistir. Eu não vou desistir. A torcida compareceu, foi uma coisa linda", ressaltou o português aposentado Manoel Reis, 60. O que ficou para o torcedor da Portuguesa nesta noite de sábado (dia 17) foi a esperança de que um dia o time volte a figurar entre os grandes times do futebol brasileiro. Da época de ouro de Denner e companhia. "Eu vim aqui no último jogo e saí tão feliz [a Lusa havia ganho de 1 a 0 da Tombense]. Hoje saio triste, mas nem por isso vou deixar de ser Lusa", completou a aposentada Lucinda Fernandes, 71.
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Decepção na série C não tira esperança dos torcedores da PortuguesaOlhares tristes e cabeças baixas evidenciaram o sofrimento dos torcedores da Portuguesa pela derrota por 2 a 1 para o Vila Nova, neste sábado (17). O resultado negativo diante do time goiano impediu que a Lusa subisse para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Mais de 17 mil pessoas compareceram ao Canindé -a grande maioria formada por torcedores da Lusa. Eles empurraram o time, mas de nada adiantou. "Ontem, às 18h, eu estava em Dourados, no Mato Grosso do Sul, fazendo hemodiálise. Vim para São Paulo e hoje fiz hemodiálise de novo para poder vir ao Canindé tamanha era a minha confiança. Agora, o meu sentimento é somente de tristeza, mas a esperança não vai acabar. A Portuguesa é muito forte", disse, com voz trêmula, o comerciante Vitor Diniz, 53. Nem todos, porém, saíram esperançosos. Muitos demonstraram perplexidade diante do que viram nos 90 minutos de bola rolando. "Decepção. Um time na série C consegue colocar tantos torcedores no estádio e o time se apresenta apático em campo. Quando vai ter isso aqui [estádio lotado] de novo?", questionou o empresário Alexandre Grimas, 30. SEM VAIAS Após dois rebaixamentos em dois anos, não seria surpresa que pipocassem protestos da torcida em direção aos jogadores, mas nada disso aconteceu. Alguns até aplaudiram e reconheceram o esforço de um time que, durante o ano, foi patrocinado por padarias paulistanas e outras empresas de pequeno porte, com verbas modestas para bancar gastos com jogadores. "A gente não pode desistir. Eu não vou desistir. A torcida compareceu, foi uma coisa linda", ressaltou o português aposentado Manoel Reis, 60. O que ficou para o torcedor da Portuguesa nesta noite de sábado (dia 17) foi a esperança de que um dia o time volte a figurar entre os grandes times do futebol brasileiro. Da época de ouro de Denner e companhia. "Eu vim aqui no último jogo e saí tão feliz [a Lusa havia ganho de 1 a 0 da Tombense]. Hoje saio triste, mas nem por isso vou deixar de ser Lusa", completou a aposentada Lucinda Fernandes, 71.
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Na Síria, Putin começa o jogo na dianteira
Os primeiros ataques aéreos russos na Síria coroam a jogada estratégica do presidente Vladimir Putin ao intervir na guerra civil do país árabe. No primeiro momento, apesar dos grandes riscos envolvidos, tudo está dando certo para o Kremlin. Nas últimas semanas, sem aviso prévio, a Rússia montou uma base aérea em Latakia, região da minoria alauita à qual pertence o comando do regime sírio de Bashar al-Assad. O ditador, aliado histórico de Moscou, até então só tinha conseguido dos russos apoio diplomático: foi Putin quem desfez a insinuada ação americana contra o regime, imerso em uma guerra civil que já matou mais de um quarto de milhão de pessoas desde 2011. Latakia hoje abriga pelo menos dois esquadrões de aviões de ataque ao solo Sukhoi-24 e Sukhoi-25, além de algumas das versões do caça Sukhoi-27, de superioridade aérea. Suspeita-se que defesas antiaéreas sofisticadas já tenham chegado ou estejam a caminho. Um vídeo postado da região de Hama nesta quarta insinua, pela silhueta nos céus, que um dos dois modelos de ataque foi utilizado. O Kremlin não deu detalhes operacionais da ação. No fim de semana, Moscou havia chocado os EUA ao incluir o Iraque num comitê de troca de informações de inteligência sobre o Estado Islâmico ao lado de seus tradicionais parceiros na região, Irã e Síria. O Iraque, afinal de contas, é aliado americano e parceiro na coalizão ocidental que mira o EI. Com o trunfo, Putin desembarcou pela primeira vez em dez anos para falar na Assembleia Geral da ONU. Foi contundente e estabeleceu sua linha: só há solução para a Síria que inclua o regime de Assad. Obama, em que pese o usual charme e boa retórica, só conseguiu repetir as obviedades de sempre. Desde 2011, sua gestão titubeia, insistindo em que qualquer saída para a guerra civil passe pela queda do ditador. Hoje aviões americanos só atacam alvos do EI, e ainda assim de forma limitada, porque a barbárie da facção e a crise dos refugiados se fizeram muito evidentes. O líder americano até fez seu show, convocando dezenas de aliados para discutir ações contra o EI, mas a prática se viu nos céus da Síria _e com jatos russos. Naturalmente, como em toda ação liderada por Putin, as agendas ocultas são tão importantes quanto as públicas. Se diz que quer erradicar o EI, o russo não conta o quanto está disposto a destruir os rebeldes de outras facções, apoiados pelos EUA e Estados do Golfo preocupados em conter o poder regional do Irã. Analistas em Moscou são unânimes em dizer que o Kremlin vai ajudar Assad a sobreviver, ainda que para ao fim promover uma transição negociada. E que, aos olhos russos, o EI é tão nocivo quanto os outros rebeldes. O ataque inicial russo ocorreu em região ainda sob domínio do governo de Assad, colocando dúvidas sobre quais foram seus alvos —assim como não há transparência plena sobre aqueles atingidos pelos ocidentais. Do ponto de vista ocidental, especialistas apontam o tradicional cinismo de Moscou em ocultar suas intenções, como fez durante o processo de anexação da Crimeia —em que pese o fato de que ela decorreu da derrubada por golpe do governo pró-russo da Ucrânia. Não há inocentes neste jogo. Há riscos adicionais, como o de um confronto não intencional entre forças russas e ocidentais. No caso desta quarta, os ataques foram bem mais a oeste dos pontos usualmente bombardeados pela coalizão americana. Mas isso não quer dizer que acidentes não possam acontecer. Putin busca dois objetivos mais aparentes. Primeiro, tornar-se um fator central para a estabilização do Oriente Médio, ainda que às custas de um redesenho do mapa da Síria sob linhas étnico-confessionais. Com isso, estará em posição de força para tornar sua presença na Ucrânia um fato consumado e tentar retirar as sanções que asfixiam a economia russa e o colocam contra a parede. Segundo, ter uma presença militar que lhe permita projetar poder na região do Mediterrâneo, assegurando suas rotas de exportação de hidrocarbonetos da Ásia Central. Se o plano dará certo é incógnita, mas o presidente russo saiu com vantagem na primeira rodada.
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Na Síria, Putin começa o jogo na dianteiraOs primeiros ataques aéreos russos na Síria coroam a jogada estratégica do presidente Vladimir Putin ao intervir na guerra civil do país árabe. No primeiro momento, apesar dos grandes riscos envolvidos, tudo está dando certo para o Kremlin. Nas últimas semanas, sem aviso prévio, a Rússia montou uma base aérea em Latakia, região da minoria alauita à qual pertence o comando do regime sírio de Bashar al-Assad. O ditador, aliado histórico de Moscou, até então só tinha conseguido dos russos apoio diplomático: foi Putin quem desfez a insinuada ação americana contra o regime, imerso em uma guerra civil que já matou mais de um quarto de milhão de pessoas desde 2011. Latakia hoje abriga pelo menos dois esquadrões de aviões de ataque ao solo Sukhoi-24 e Sukhoi-25, além de algumas das versões do caça Sukhoi-27, de superioridade aérea. Suspeita-se que defesas antiaéreas sofisticadas já tenham chegado ou estejam a caminho. Um vídeo postado da região de Hama nesta quarta insinua, pela silhueta nos céus, que um dos dois modelos de ataque foi utilizado. O Kremlin não deu detalhes operacionais da ação. No fim de semana, Moscou havia chocado os EUA ao incluir o Iraque num comitê de troca de informações de inteligência sobre o Estado Islâmico ao lado de seus tradicionais parceiros na região, Irã e Síria. O Iraque, afinal de contas, é aliado americano e parceiro na coalizão ocidental que mira o EI. Com o trunfo, Putin desembarcou pela primeira vez em dez anos para falar na Assembleia Geral da ONU. Foi contundente e estabeleceu sua linha: só há solução para a Síria que inclua o regime de Assad. Obama, em que pese o usual charme e boa retórica, só conseguiu repetir as obviedades de sempre. Desde 2011, sua gestão titubeia, insistindo em que qualquer saída para a guerra civil passe pela queda do ditador. Hoje aviões americanos só atacam alvos do EI, e ainda assim de forma limitada, porque a barbárie da facção e a crise dos refugiados se fizeram muito evidentes. O líder americano até fez seu show, convocando dezenas de aliados para discutir ações contra o EI, mas a prática se viu nos céus da Síria _e com jatos russos. Naturalmente, como em toda ação liderada por Putin, as agendas ocultas são tão importantes quanto as públicas. Se diz que quer erradicar o EI, o russo não conta o quanto está disposto a destruir os rebeldes de outras facções, apoiados pelos EUA e Estados do Golfo preocupados em conter o poder regional do Irã. Analistas em Moscou são unânimes em dizer que o Kremlin vai ajudar Assad a sobreviver, ainda que para ao fim promover uma transição negociada. E que, aos olhos russos, o EI é tão nocivo quanto os outros rebeldes. O ataque inicial russo ocorreu em região ainda sob domínio do governo de Assad, colocando dúvidas sobre quais foram seus alvos —assim como não há transparência plena sobre aqueles atingidos pelos ocidentais. Do ponto de vista ocidental, especialistas apontam o tradicional cinismo de Moscou em ocultar suas intenções, como fez durante o processo de anexação da Crimeia —em que pese o fato de que ela decorreu da derrubada por golpe do governo pró-russo da Ucrânia. Não há inocentes neste jogo. Há riscos adicionais, como o de um confronto não intencional entre forças russas e ocidentais. No caso desta quarta, os ataques foram bem mais a oeste dos pontos usualmente bombardeados pela coalizão americana. Mas isso não quer dizer que acidentes não possam acontecer. Putin busca dois objetivos mais aparentes. Primeiro, tornar-se um fator central para a estabilização do Oriente Médio, ainda que às custas de um redesenho do mapa da Síria sob linhas étnico-confessionais. Com isso, estará em posição de força para tornar sua presença na Ucrânia um fato consumado e tentar retirar as sanções que asfixiam a economia russa e o colocam contra a parede. Segundo, ter uma presença militar que lhe permita projetar poder na região do Mediterrâneo, assegurando suas rotas de exportação de hidrocarbonetos da Ásia Central. Se o plano dará certo é incógnita, mas o presidente russo saiu com vantagem na primeira rodada.
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Não entendo a audiência dada a Domenico de Masi, afirma professor
Vivi na Europa em três ocasiões, duas delas na Itália, e não entendo a audiência dada no Brasil a Domenico de Masi (Intelectual brasileiro tem mentalidade de 3º Mundo, "Mercado", 1º/5) e a Boaventura de Souza Santos. Nos meios acadêmicos de lá, não se dá relevância ao que escrevem esses senhores. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Não entendo a audiência dada a Domenico de Masi, afirma professorVivi na Europa em três ocasiões, duas delas na Itália, e não entendo a audiência dada no Brasil a Domenico de Masi (Intelectual brasileiro tem mentalidade de 3º Mundo, "Mercado", 1º/5) e a Boaventura de Souza Santos. Nos meios acadêmicos de lá, não se dá relevância ao que escrevem esses senhores. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Jovem diz ter sido espancada por senador Telmário Mota até desmaiar
No último dia de 2015, a estudante universitária Maria Aparecida Nery de Melo, 19, procurou a Polícia Civil em Boa Vista (RR) para registrar um boletim de ocorrência contra um homem que, segundo ela, a espancara com chutes e socos com tal violência que a levara ao desmaio. Ela disse que viveu maritalmente com o suposto agressor por cerca de três anos e meio e agora estava "sofrendo ameaças de morte". Pediu as "devidas providências" à delegacia. Titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a delegada Verlânia Silva de Assis disse que ficou caracterizada "violência contra a mulher" e que as agressões foram confirmadas por exame de corpo de delito que apontou "múltiplas lesões". "É complicado você imaginar que alguém se lesionaria para prejudicar alguém", disse a delegada. O exame apontou "lesões na cabeça, boca, orelha esquerda, região dorsal, braço direito e joelho esquerdo". Seria mais uma ocorrência a se somar ao cotidiano de violência contra a mulher em Boa Vista não fosse por uma particularidade. O denunciado é um dos homens mais poderosos de Roraima: o senador Telmário Mota (PDT), 58. À Folha ele negou ter agredido a garota e ter mantido relacionamento amoroso com ela. "Não teve negócio de agressão, não existe isso, em nenhum momento, até porque não tenho nada com ela". Em novembro, o senador foi à tribuna para sugerir a "agilização" de "todos os projetos de lei e outras proposições que digam respeito ao combate à violência contra a mulher e coloque na cadeia os agressores valentões". De acordo com o boletim de ocorrência, Maria indicou que as agressões ocorreram após acesso de ciúme do senador durante um encontro com a família de Maria. Ele não teria gostado de cumprimentos dados a Maria por familiares. Então levou-a a um quarto, onde teriam ocorrido as agressões. Maria disse que teve a boca tapada para que a família não ouvisse seus gritos ou pedidos de socorro. A Folha também teve acesso a gravação, feita na época da denúncia, em que Maria aparece com ferimento arroxeado no braço direito e marcas no pescoço e na orelha. Ela narrou ter sido chutada quatro vezes no chão e empurrada contra a parede. Disse que o parlamentar passou a lhe dar murros na cabeça, o que a teria feito desmaiar. Ao acordar, por volta das 4h, disse que conversou com os familiares para saber o que fazer. Cinco dias depois, decidiu prestar queixa. Duas atitudes de Maria chamaram a atenção dos policiais civis. Dias após o registro da ocorrência, ela procurou a delegada Verlânia para tentar "retirar" a queixa. A delegada, porém, disse que isso era impossível porque as denúncias de agressões contra a mulher são consideradas ações "incondicionadas", ou seja, independem da vontade da vítima. Em seguida, no dia 22 de janeiro, Maria destituiu por escrito o advogado que a acompanhou no registro da ocorrência, Thiago Santos. Segundo o defensor, a cliente não explicou os motivos da sua decisão. O advogado afirmou: "Não tenho dúvida sobre os fatos narrados na primeira oportunidade que procuramos a polícia. Ela contou a verdade". Procurada ao longo de dois dias em Boa Vista na semana passada, Maria não deu resposta a pedido de entrevista. Como Telmário detém foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, a delegada encaminhou os autos à Procuradoria da República em Roraima. Em 31 de maio, o caso foi enviado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que abriu um procedimento preliminar interno. A reportagem apurou que a PGR já intimou, em 22 de junho, a defesa do parlamentar a se manifestar. Ao final dessa fase inicial de obtenção de informações, Janot decidirá se pede ou não ao STF a abertura de um inquérito. Falando em tese, sem conhecer nomes e o caso, dois especialistas em direito penal, o professor Pedro Paulo de Medeiros e o promotor de Justiça Thiago Pierobom, coordenador dos Núcleos de Direitos Humanos do Ministério Público do Distrito Federal, confirmaram que decisões recentes do STF consolidaram o entendimento de que casos de agressão a mulheres são "incondicionados", isto é, eventual recuo da vítima não tem o poder de impedir uma investigação. OUTRO LADO O senador Telmário Mota (PDT-RR) negou ter agredido Maria Aparecida Nery de Melo e ter mantido relacionamento amoroso com ela. "Não teve negócio de agressão, não existe isso, em nenhum momento, até porque não tenho nada com ela. [Não agredi] nem ela nem mulher nenhuma. Fui criado pela minha mãe. Agora, macho, não. Macho vou pra porrada mesmo. Desafio [provar], 58 anos e nunca houve [agressão a mulher]. Desafio. Inventaram essa onda toda, essa conversa", disse. O parlamentar afirmou que iria procurar Rodrigo Janot para prestar informações. Indagado sobre quem teria inventado as acusações, Telmário afirmou que seus "adversários" teriam tentado "usar" Maria. "Não tem nada, absolutamente nada contra mim em lugar nenhum." O parlamentar de Roraima descreveu Maria como "uma velha conhecida". Indagado se ela havia trabalhado para ele, Telmário disse que não de forma "direta". "Ela trabalhava. Era militante do PDT. Mas não trabalhava direto para mim, não. Militava, com os jovens lá." O senador disse que "nunca foi ouvido" pela polícia sobre o assunto. Apresentou uma "certidão" expedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil de Roraima que aponta "a inexistência de procedimento (inquérito policial, termo circunstanciado de ocorrência, boletim de ocorrência) tramitando ou arquivado em nome" de Telmário. O caso que trata do senador está sob análise em Brasília, não em Roraima.
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Jovem diz ter sido espancada por senador Telmário Mota até desmaiarNo último dia de 2015, a estudante universitária Maria Aparecida Nery de Melo, 19, procurou a Polícia Civil em Boa Vista (RR) para registrar um boletim de ocorrência contra um homem que, segundo ela, a espancara com chutes e socos com tal violência que a levara ao desmaio. Ela disse que viveu maritalmente com o suposto agressor por cerca de três anos e meio e agora estava "sofrendo ameaças de morte". Pediu as "devidas providências" à delegacia. Titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a delegada Verlânia Silva de Assis disse que ficou caracterizada "violência contra a mulher" e que as agressões foram confirmadas por exame de corpo de delito que apontou "múltiplas lesões". "É complicado você imaginar que alguém se lesionaria para prejudicar alguém", disse a delegada. O exame apontou "lesões na cabeça, boca, orelha esquerda, região dorsal, braço direito e joelho esquerdo". Seria mais uma ocorrência a se somar ao cotidiano de violência contra a mulher em Boa Vista não fosse por uma particularidade. O denunciado é um dos homens mais poderosos de Roraima: o senador Telmário Mota (PDT), 58. À Folha ele negou ter agredido a garota e ter mantido relacionamento amoroso com ela. "Não teve negócio de agressão, não existe isso, em nenhum momento, até porque não tenho nada com ela". Em novembro, o senador foi à tribuna para sugerir a "agilização" de "todos os projetos de lei e outras proposições que digam respeito ao combate à violência contra a mulher e coloque na cadeia os agressores valentões". De acordo com o boletim de ocorrência, Maria indicou que as agressões ocorreram após acesso de ciúme do senador durante um encontro com a família de Maria. Ele não teria gostado de cumprimentos dados a Maria por familiares. Então levou-a a um quarto, onde teriam ocorrido as agressões. Maria disse que teve a boca tapada para que a família não ouvisse seus gritos ou pedidos de socorro. A Folha também teve acesso a gravação, feita na época da denúncia, em que Maria aparece com ferimento arroxeado no braço direito e marcas no pescoço e na orelha. Ela narrou ter sido chutada quatro vezes no chão e empurrada contra a parede. Disse que o parlamentar passou a lhe dar murros na cabeça, o que a teria feito desmaiar. Ao acordar, por volta das 4h, disse que conversou com os familiares para saber o que fazer. Cinco dias depois, decidiu prestar queixa. Duas atitudes de Maria chamaram a atenção dos policiais civis. Dias após o registro da ocorrência, ela procurou a delegada Verlânia para tentar "retirar" a queixa. A delegada, porém, disse que isso era impossível porque as denúncias de agressões contra a mulher são consideradas ações "incondicionadas", ou seja, independem da vontade da vítima. Em seguida, no dia 22 de janeiro, Maria destituiu por escrito o advogado que a acompanhou no registro da ocorrência, Thiago Santos. Segundo o defensor, a cliente não explicou os motivos da sua decisão. O advogado afirmou: "Não tenho dúvida sobre os fatos narrados na primeira oportunidade que procuramos a polícia. Ela contou a verdade". Procurada ao longo de dois dias em Boa Vista na semana passada, Maria não deu resposta a pedido de entrevista. Como Telmário detém foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, a delegada encaminhou os autos à Procuradoria da República em Roraima. Em 31 de maio, o caso foi enviado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que abriu um procedimento preliminar interno. A reportagem apurou que a PGR já intimou, em 22 de junho, a defesa do parlamentar a se manifestar. Ao final dessa fase inicial de obtenção de informações, Janot decidirá se pede ou não ao STF a abertura de um inquérito. Falando em tese, sem conhecer nomes e o caso, dois especialistas em direito penal, o professor Pedro Paulo de Medeiros e o promotor de Justiça Thiago Pierobom, coordenador dos Núcleos de Direitos Humanos do Ministério Público do Distrito Federal, confirmaram que decisões recentes do STF consolidaram o entendimento de que casos de agressão a mulheres são "incondicionados", isto é, eventual recuo da vítima não tem o poder de impedir uma investigação. OUTRO LADO O senador Telmário Mota (PDT-RR) negou ter agredido Maria Aparecida Nery de Melo e ter mantido relacionamento amoroso com ela. "Não teve negócio de agressão, não existe isso, em nenhum momento, até porque não tenho nada com ela. [Não agredi] nem ela nem mulher nenhuma. Fui criado pela minha mãe. Agora, macho, não. Macho vou pra porrada mesmo. Desafio [provar], 58 anos e nunca houve [agressão a mulher]. Desafio. Inventaram essa onda toda, essa conversa", disse. O parlamentar afirmou que iria procurar Rodrigo Janot para prestar informações. Indagado sobre quem teria inventado as acusações, Telmário afirmou que seus "adversários" teriam tentado "usar" Maria. "Não tem nada, absolutamente nada contra mim em lugar nenhum." O parlamentar de Roraima descreveu Maria como "uma velha conhecida". Indagado se ela havia trabalhado para ele, Telmário disse que não de forma "direta". "Ela trabalhava. Era militante do PDT. Mas não trabalhava direto para mim, não. Militava, com os jovens lá." O senador disse que "nunca foi ouvido" pela polícia sobre o assunto. Apresentou uma "certidão" expedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil de Roraima que aponta "a inexistência de procedimento (inquérito policial, termo circunstanciado de ocorrência, boletim de ocorrência) tramitando ou arquivado em nome" de Telmário. O caso que trata do senador está sob análise em Brasília, não em Roraima.
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Supremo adia para próxima semana discussão sobre porte de drogas
O STF (Supremo Tribunal Federal) adiou nesta quinta-feira (13) o julgamento que pode definir se é crime ou não portar drogas para consumo próprio. Durante toda a tarde de hoje, a Suprema Corte discutiu ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul que pediu ao Judiciário definição de prazo para reforma no Albergue Estadual de Uruguaiana. A expectativa agora é de que o caso sobre porte de entorpecentes seja analisado na próxima quarta-feira (19), segundo informou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. O julgamento tem como base um recurso que chegou à Corte mais alta do país em 2011, em decorrência de um flagrante de maconha, dois anos antes, dentro do centro de detenção provisória de Diadema (SP). Clique na infografia: Entenda a descriminalização das drogas A partir desse episódio, o STF vai analisar se é ou não constitucional artigo da Lei Antidrogas que criminaliza o porte de entorpecentes. Três ministros ouvidos pela Folha avaliam que a tendência do tribunal é descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal. Segundo eles, a expectativa é de que o relator da matéria, ministro Gilmar Mendes, aumente o poder de decisão do juiz diante do flagrante do porte de drogas. Se hoje cabe à polícia decidir se a pessoa será enquadrada como usuária ou traficante, agora essa análise passaria a se feita pelo magistrado. Os ministros podem discutir ainda se uma eventual mudança na legislação atual tem efeito retroativo. Hoje, quem é flagrado com drogas para uso próprio pode ser penalizado com advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa. De toda forma, a condenação tira a condição de réu primário. AMICUS CURIAE Para chegar a uma decisão final, os ministros pretendem ouvir entidades interessadas em opinar sobre o tema - o chamado "amicus curiae". Na lista de participantes, estão por exemplo a Pastoral Carcerária, o Instituto Sou da Paz e o IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Vice-presidente da entidade, Cristiano Maronna defende a descriminalização do porte. Ele argumenta que o usuário não causa dano a terceiros e, portanto, não pode ser penalizado por carregar drogas para consumo pessoal. Em 2011, parecer enviado pela Procuradoria-Geral da República ao STF defendeu a manutenção da criminalização.
cotidiano
Supremo adia para próxima semana discussão sobre porte de drogasO STF (Supremo Tribunal Federal) adiou nesta quinta-feira (13) o julgamento que pode definir se é crime ou não portar drogas para consumo próprio. Durante toda a tarde de hoje, a Suprema Corte discutiu ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul que pediu ao Judiciário definição de prazo para reforma no Albergue Estadual de Uruguaiana. A expectativa agora é de que o caso sobre porte de entorpecentes seja analisado na próxima quarta-feira (19), segundo informou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. O julgamento tem como base um recurso que chegou à Corte mais alta do país em 2011, em decorrência de um flagrante de maconha, dois anos antes, dentro do centro de detenção provisória de Diadema (SP). Clique na infografia: Entenda a descriminalização das drogas A partir desse episódio, o STF vai analisar se é ou não constitucional artigo da Lei Antidrogas que criminaliza o porte de entorpecentes. Três ministros ouvidos pela Folha avaliam que a tendência do tribunal é descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal. Segundo eles, a expectativa é de que o relator da matéria, ministro Gilmar Mendes, aumente o poder de decisão do juiz diante do flagrante do porte de drogas. Se hoje cabe à polícia decidir se a pessoa será enquadrada como usuária ou traficante, agora essa análise passaria a se feita pelo magistrado. Os ministros podem discutir ainda se uma eventual mudança na legislação atual tem efeito retroativo. Hoje, quem é flagrado com drogas para uso próprio pode ser penalizado com advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa. De toda forma, a condenação tira a condição de réu primário. AMICUS CURIAE Para chegar a uma decisão final, os ministros pretendem ouvir entidades interessadas em opinar sobre o tema - o chamado "amicus curiae". Na lista de participantes, estão por exemplo a Pastoral Carcerária, o Instituto Sou da Paz e o IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Vice-presidente da entidade, Cristiano Maronna defende a descriminalização do porte. Ele argumenta que o usuário não causa dano a terceiros e, portanto, não pode ser penalizado por carregar drogas para consumo pessoal. Em 2011, parecer enviado pela Procuradoria-Geral da República ao STF defendeu a manutenção da criminalização.
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São Carlos elege como prefeito candidato mais rico do Estado de SP
MARCELO TOLEDO DE RIBEIRÃO PRETO O candidato a prefeito mais rico do Estado disse que uma de suas metas é melhorar a gestão dos recursos públicos e que vai governar olhando para os pobres. Também quer acabar com a Cracolândia. As afirmações acima, que se assemelham às de João Doria (PSDB) prefeito eleito em São Paulo, são de um político ainda mais milionário: Airton Garcia (PSB), que governará São Carlos (a 232 km de São Paulo). Com patrimônio declarado de R$ 439,6 milhões, Garcia retornará à sede da prefeitura no interior após 16 anos –foi vice-prefeito entre 1997 e 2000. Tem negócios, segundo ele próprio, nas áreas de construção civil, empreendimentos turísticos e imobiliários, reflorestamento e mineração. Afirmou ter dado "sorte" com algumas jazidas e declarou, ainda, ter R$ 7,7 milhões em espécie. Doria declarou patrimônio de R$ 180 milhões, o segundo mais rico do Estado. "Hoje não sobra nada do Orçamento, nem para comprar água mineral. Piorou muito a capacidade de investimento e isso precisa ser resolvido com gestão", disse. "Sempre ajudei essa população pobre. Quanto mais pobres eram os bairros, maiores foram os índices de votação que eu tive." Garcia foi eleito com 39,63% dos votos válidos, deixando para trás rivais como o atual prefeito, Paulo Altomani (PSDB), que amealhou somente 11,41% dos votos. No Estado, 54 mil candidatos a vereador, prefeito e vice declararam R$ 14 bilhões em bens, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral.
poder
São Carlos elege como prefeito candidato mais rico do Estado de SPMARCELO TOLEDO DE RIBEIRÃO PRETO O candidato a prefeito mais rico do Estado disse que uma de suas metas é melhorar a gestão dos recursos públicos e que vai governar olhando para os pobres. Também quer acabar com a Cracolândia. As afirmações acima, que se assemelham às de João Doria (PSDB) prefeito eleito em São Paulo, são de um político ainda mais milionário: Airton Garcia (PSB), que governará São Carlos (a 232 km de São Paulo). Com patrimônio declarado de R$ 439,6 milhões, Garcia retornará à sede da prefeitura no interior após 16 anos –foi vice-prefeito entre 1997 e 2000. Tem negócios, segundo ele próprio, nas áreas de construção civil, empreendimentos turísticos e imobiliários, reflorestamento e mineração. Afirmou ter dado "sorte" com algumas jazidas e declarou, ainda, ter R$ 7,7 milhões em espécie. Doria declarou patrimônio de R$ 180 milhões, o segundo mais rico do Estado. "Hoje não sobra nada do Orçamento, nem para comprar água mineral. Piorou muito a capacidade de investimento e isso precisa ser resolvido com gestão", disse. "Sempre ajudei essa população pobre. Quanto mais pobres eram os bairros, maiores foram os índices de votação que eu tive." Garcia foi eleito com 39,63% dos votos válidos, deixando para trás rivais como o atual prefeito, Paulo Altomani (PSDB), que amealhou somente 11,41% dos votos. No Estado, 54 mil candidatos a vereador, prefeito e vice declararam R$ 14 bilhões em bens, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral.
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Frederico Vasconcelos: MP-SP indica Hossepian para o CNJ
O Procurador de Justiça Arnaldo Hossepian Salles Lima Junior foi o candidato mais votado para a indicação de membro do Ministério Público do Estado de São Paulo para uma vaga no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na eleição realizada neste ... Leia post completo no blog
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Frederico Vasconcelos: MP-SP indica Hossepian para o CNJO Procurador de Justiça Arnaldo Hossepian Salles Lima Junior foi o candidato mais votado para a indicação de membro do Ministério Público do Estado de São Paulo para uma vaga no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na eleição realizada neste ... Leia post completo no blog
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Livro sobre cubismo é abrangente, mas lembra a Wikipédia
A importância do cubismo, o movimento que tem em Pablo Picasso (1881-1973) seu representante mais celebrado, é unânime. Dentro do que considera arte figurativa, ou seja, aquela que busca representar o real, o cubismo seria o mais radical rompimento com seus princípios. Isso ocorre pelo total abandono de um dos mais famosos recursos da pintura, o ponto de fuga, para se aproximar de múltiplas facetas na representação. A importância de Picasso está justamente em ter criado a obra-prima cubista "Les Demoiselles d'Avignon", em 1907, representando prostitutas sem uma perspectiva definida. "O Cubismo, Uma Revolução Estética", de Serge Fauchereau, aborda o movimento de maneira abrangente, mas tão generalista que acaba se tornando uma obra superficial. Capítulos curtos, que lembram verbetes da Wikipédia, sucedem-se em questões essenciais como a polaridade entre o real e o abstrato, a influência da arte "negra" (as aspas são do autor) ou o mundo urbanizado. "Para a maior parte do público e da crítica, que só respeitava a arte dos salões oficiais, ele foi por muito tempo uma velhacaria ou um erro", afirma o autor no capítulo dedicado ao cubismo na Europa. Fauchereau abusa de frases de senso comum sem de fato se aprofundar nas questões essenciais do movimento. Não que faltem à publicação informações consistentes e uma ampla contextualização do movimento. Um de seus melhores momentos é quando o autor aborda as aproximações cubistas na dança e no cinema com o balé mecânico de Fernand Léger, realizado em 1924, como um de seus grandes exemplos. Talvez o problema esteja em certa idealização romântica que Fauchereau empresta aos cubistas, como se fossem figuras visionárias. Entra-se em um campo de clichês, desculpa um tanto voluntarista para a aceitação de uma arte renovadora. Os cubistas, de fato, buscaram criar novas formas de representação a partir de seu tempo, contra ele ou mesmo apesar dele. O CUBISMO, UMA REVOLUÇÃO ESTÉTICA AUTOR: Serge Fauchereau TRADUÇÃO Marcela Vieira e Julia Vidile EDITORA: Estação Liberdade QUANTO: R$ 138,00 (256 págs.)
ilustrada
Livro sobre cubismo é abrangente, mas lembra a WikipédiaA importância do cubismo, o movimento que tem em Pablo Picasso (1881-1973) seu representante mais celebrado, é unânime. Dentro do que considera arte figurativa, ou seja, aquela que busca representar o real, o cubismo seria o mais radical rompimento com seus princípios. Isso ocorre pelo total abandono de um dos mais famosos recursos da pintura, o ponto de fuga, para se aproximar de múltiplas facetas na representação. A importância de Picasso está justamente em ter criado a obra-prima cubista "Les Demoiselles d'Avignon", em 1907, representando prostitutas sem uma perspectiva definida. "O Cubismo, Uma Revolução Estética", de Serge Fauchereau, aborda o movimento de maneira abrangente, mas tão generalista que acaba se tornando uma obra superficial. Capítulos curtos, que lembram verbetes da Wikipédia, sucedem-se em questões essenciais como a polaridade entre o real e o abstrato, a influência da arte "negra" (as aspas são do autor) ou o mundo urbanizado. "Para a maior parte do público e da crítica, que só respeitava a arte dos salões oficiais, ele foi por muito tempo uma velhacaria ou um erro", afirma o autor no capítulo dedicado ao cubismo na Europa. Fauchereau abusa de frases de senso comum sem de fato se aprofundar nas questões essenciais do movimento. Não que faltem à publicação informações consistentes e uma ampla contextualização do movimento. Um de seus melhores momentos é quando o autor aborda as aproximações cubistas na dança e no cinema com o balé mecânico de Fernand Léger, realizado em 1924, como um de seus grandes exemplos. Talvez o problema esteja em certa idealização romântica que Fauchereau empresta aos cubistas, como se fossem figuras visionárias. Entra-se em um campo de clichês, desculpa um tanto voluntarista para a aceitação de uma arte renovadora. Os cubistas, de fato, buscaram criar novas formas de representação a partir de seu tempo, contra ele ou mesmo apesar dele. O CUBISMO, UMA REVOLUÇÃO ESTÉTICA AUTOR: Serge Fauchereau TRADUÇÃO Marcela Vieira e Julia Vidile EDITORA: Estação Liberdade QUANTO: R$ 138,00 (256 págs.)
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Leitores divergem sobre coluna de Demétrio Magnoli
O artigo de Demétrio Magnoli de 24/1 ("Pelotão de fuzilamento") foi extremamente feliz. Tanto o Congresso Nacional como parte da população brasileira deveriam lutar contra essa excrescência que é a pena capital. As pessoas se preocupam com coisas comezinhas, como falta d'água, apagão etc. Perdemos a capacidade de nos indignar. PAULO SÉRGIO CORDEIRO (Curitiba, PR) * Não posso deixar de comentar as incoerências nos artigos de Demétrio Magnoli. Às vezes ele se comporta como se fosse de esquerda (critica a pena de morte), às vezes como se fosse de direita. Porém não convence: é uma argumentação sem consistência. Não tem uma linha clara, dá tiros para todos os lados, mistura tudo. Acho péssimos seus artigos. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Leitores divergem sobre coluna de Demétrio MagnoliO artigo de Demétrio Magnoli de 24/1 ("Pelotão de fuzilamento") foi extremamente feliz. Tanto o Congresso Nacional como parte da população brasileira deveriam lutar contra essa excrescência que é a pena capital. As pessoas se preocupam com coisas comezinhas, como falta d'água, apagão etc. Perdemos a capacidade de nos indignar. PAULO SÉRGIO CORDEIRO (Curitiba, PR) * Não posso deixar de comentar as incoerências nos artigos de Demétrio Magnoli. Às vezes ele se comporta como se fosse de esquerda (critica a pena de morte), às vezes como se fosse de direita. Porém não convence: é uma argumentação sem consistência. Não tem uma linha clara, dá tiros para todos os lados, mistura tudo. Acho péssimos seus artigos. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para [email protected]
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Cliente da Net ganha desconto na Justiça após saída de SBT e Record
O juiz Eduardo Francisco Marcondes, do Juizado Especial Cível do Foro Regional de Itaquera, condenou a operadora de TV paga Net São Paulo a restituir parte dos valores pagos por uma assinante, Amelia Ezequiel, pela exclusão de SBT, Record e RedeTV! de sua grade de canais. As faturas deverão sofrer uma redução de R$ 7,50 por mês, R$ 2,50 por cada emissora que deixou de ser transmitida pela Net. Além disso, o valor cobrado a mais desde a suspensão do serviço deverá agora ser restituído. Em sua sentença, o juiz paulistano escreve que a assinante "contratou os serviços mencionados da [Net São Paulo], respondendo esta, portanto, por vícios ou defeitos na prestação dos referidos serviços". Marcondes afirma, por outro lado, que não era o caso de determinar a volta dos canais à operadora, porque "se trata de uma questão que envolve contratação entre a [Net] e aquelas empresas [SBT, Record e RedeTV!], com efeitos em relação a todos os demais assinantes, ou seja, uma situação que não pode ser resolvida para apenas um consumidor". Procurada pela reportagem, a Net São Paulo afirmou que vai recorrer da decisão de primeira instância. A empresa não quis comentar a decisão. A exclusão dos canais ocorreu há quase dois meses, quando foi desligado o sinal analógico de TV aberta na Grande São Paulo, trocado pelo digital -como parte de uma mudança que deve se estender a todo o país. SBT, Record e RedeTV!, que se uniram na programadora Simba, passaram a cobrar das operadoras que retransmitiam os canais, até então gratuitamente. A falta de um acordo levou então ao corte da transmissão, de início por Net, Sky e outras, posteriormente também pela Vivo. Em sua sentença, o juiz Marcondes escreve que, "com o fim do sinal analógico, a transmissão depende de autorização expressa de cada canal aberto [e] poder-se-ia argumentar que não há como responsabilizar a [Net São Paulo] pela suspensão". No entanto, no processo julgado, "cuida-se de relação de consumo, na qual a [assinante Amelia Ezequiel] pagava um preço por uma serviço que incluía SBT, Record e RedeTV! [e] houve redução", sem queda equivalente na mensalidade cobrada.
ilustrada
Cliente da Net ganha desconto na Justiça após saída de SBT e RecordO juiz Eduardo Francisco Marcondes, do Juizado Especial Cível do Foro Regional de Itaquera, condenou a operadora de TV paga Net São Paulo a restituir parte dos valores pagos por uma assinante, Amelia Ezequiel, pela exclusão de SBT, Record e RedeTV! de sua grade de canais. As faturas deverão sofrer uma redução de R$ 7,50 por mês, R$ 2,50 por cada emissora que deixou de ser transmitida pela Net. Além disso, o valor cobrado a mais desde a suspensão do serviço deverá agora ser restituído. Em sua sentença, o juiz paulistano escreve que a assinante "contratou os serviços mencionados da [Net São Paulo], respondendo esta, portanto, por vícios ou defeitos na prestação dos referidos serviços". Marcondes afirma, por outro lado, que não era o caso de determinar a volta dos canais à operadora, porque "se trata de uma questão que envolve contratação entre a [Net] e aquelas empresas [SBT, Record e RedeTV!], com efeitos em relação a todos os demais assinantes, ou seja, uma situação que não pode ser resolvida para apenas um consumidor". Procurada pela reportagem, a Net São Paulo afirmou que vai recorrer da decisão de primeira instância. A empresa não quis comentar a decisão. A exclusão dos canais ocorreu há quase dois meses, quando foi desligado o sinal analógico de TV aberta na Grande São Paulo, trocado pelo digital -como parte de uma mudança que deve se estender a todo o país. SBT, Record e RedeTV!, que se uniram na programadora Simba, passaram a cobrar das operadoras que retransmitiam os canais, até então gratuitamente. A falta de um acordo levou então ao corte da transmissão, de início por Net, Sky e outras, posteriormente também pela Vivo. Em sua sentença, o juiz Marcondes escreve que, "com o fim do sinal analógico, a transmissão depende de autorização expressa de cada canal aberto [e] poder-se-ia argumentar que não há como responsabilizar a [Net São Paulo] pela suspensão". No entanto, no processo julgado, "cuida-se de relação de consumo, na qual a [assinante Amelia Ezequiel] pagava um preço por uma serviço que incluía SBT, Record e RedeTV! [e] houve redução", sem queda equivalente na mensalidade cobrada.
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Menino de 8 anos é baleado na cabeça e está em estado gravíssimo no Rio
Um menino de oito anos foi baleado na cabeça, neste domingo (3), durante uma tentativa de arrastão em Gramacho, na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ). Segundo informações da Polícia Militar, a ocorrência se deu nos arredores da favela do Retão, onde homens armados tentaram fechar a avenida Gomes Freire para abordar o pai da criança e outros motoristas. Durante a ação criminosa, o pai tentou manobrar o carro e fugir do local. Os assaltantes então abriram fogo contra o automóvel e um dos disparos acabou atingindo o garoto, que que estava no banco de trás. A vítima foi levada para o hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, também em Duque de Caxias. Ela está internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e apresenta quadro clínico gravíssimo, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. Não foram divulgados os detalhes do estado de saúde. À "TV Globo", na porta do hospital, um homem que se identificou como irmão do menino afirmou que, durante a madrugada, o paciente teve cinco paradas cardíacas. A Polícia Civil foi procurada, mas ainda não informou se houve registro de ocorrência para que seja realizada investigação sobre o caso. A instituição informou apenas que aguarda informações da delegacia da região. CRISE NA SEGURANÇA Com a política de segurança em crise, o Rio perdeu um policial militar a cada dois dias, aproximadamente, em 2017. Para efeito de comparação, o Estado de São Paulo registrou 22 policiais militares mortos de folga ou em serviço no primeiro semestre deste ano, sendo que a PM paulista tem quase o dobro do efetivo do Rio –87 mil agentes, ante 45 mil– e mais que o dobro da população –45 milhões de habitantes, contra 17 milhões. Ao mesmo tempo, as mortes provocadas por policias aumentaram 45% neste ano no Rio. Foram 551 mortes por policiais no primeiro semestre de 2017, ante 400 no mesmo período do ano passado. De modo geral, o número de mortes violentas no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior primeiro semestre desde 2009 (3.893). Assim com o segundo-sargento Santana, a maior parte dos PMs morreu em folga. Especialistas apontam uma série de hipóteses para isso. HISTÓRICO DE Pms MORTOS NO RIO - A série da estatística policial, iniciada em 1994, mostra que o problema da vitimização policial é antigo. No entanto, agora, todos os fatores que levam à morte de policiais foram exacerbados com a crise econômica que deixa um rombo de R$ 21 bilhões nos cofres fluminenses e uma série de servidores e pensionistas com vencimentos atrasados. No Estado, homicídios e roubos em geral estão em alta. PMs são vítimas frequentes de assalto e, por andarem armados, são mortos ao reagirem ou serem identificados. Muitos PMs costumam fazer os chamados bicos, trabalhando principalmente como seguranças privados, para complementar suas rendas. O Regime Adicional de Serviço, que permite que policiais militares e civis trabalhem na folga para as próprias polícias, complementando a falta de efetivo, não é pago desde setembro do ano passado. Policiais também não receberam o 13º salário. Também há aqueles que atuam no crime e morrem em decorrência de conflitos, em acertos de conta. VIOLÊNCIA GERAL - Mortes violentas no Estado do Rio no 1º semestre de cada ano*
cotidiano
Menino de 8 anos é baleado na cabeça e está em estado gravíssimo no RioUm menino de oito anos foi baleado na cabeça, neste domingo (3), durante uma tentativa de arrastão em Gramacho, na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ). Segundo informações da Polícia Militar, a ocorrência se deu nos arredores da favela do Retão, onde homens armados tentaram fechar a avenida Gomes Freire para abordar o pai da criança e outros motoristas. Durante a ação criminosa, o pai tentou manobrar o carro e fugir do local. Os assaltantes então abriram fogo contra o automóvel e um dos disparos acabou atingindo o garoto, que que estava no banco de trás. A vítima foi levada para o hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, também em Duque de Caxias. Ela está internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e apresenta quadro clínico gravíssimo, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. Não foram divulgados os detalhes do estado de saúde. À "TV Globo", na porta do hospital, um homem que se identificou como irmão do menino afirmou que, durante a madrugada, o paciente teve cinco paradas cardíacas. A Polícia Civil foi procurada, mas ainda não informou se houve registro de ocorrência para que seja realizada investigação sobre o caso. A instituição informou apenas que aguarda informações da delegacia da região. CRISE NA SEGURANÇA Com a política de segurança em crise, o Rio perdeu um policial militar a cada dois dias, aproximadamente, em 2017. Para efeito de comparação, o Estado de São Paulo registrou 22 policiais militares mortos de folga ou em serviço no primeiro semestre deste ano, sendo que a PM paulista tem quase o dobro do efetivo do Rio –87 mil agentes, ante 45 mil– e mais que o dobro da população –45 milhões de habitantes, contra 17 milhões. Ao mesmo tempo, as mortes provocadas por policias aumentaram 45% neste ano no Rio. Foram 551 mortes por policiais no primeiro semestre de 2017, ante 400 no mesmo período do ano passado. De modo geral, o número de mortes violentas no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior primeiro semestre desde 2009 (3.893). Assim com o segundo-sargento Santana, a maior parte dos PMs morreu em folga. Especialistas apontam uma série de hipóteses para isso. HISTÓRICO DE Pms MORTOS NO RIO - A série da estatística policial, iniciada em 1994, mostra que o problema da vitimização policial é antigo. No entanto, agora, todos os fatores que levam à morte de policiais foram exacerbados com a crise econômica que deixa um rombo de R$ 21 bilhões nos cofres fluminenses e uma série de servidores e pensionistas com vencimentos atrasados. No Estado, homicídios e roubos em geral estão em alta. PMs são vítimas frequentes de assalto e, por andarem armados, são mortos ao reagirem ou serem identificados. Muitos PMs costumam fazer os chamados bicos, trabalhando principalmente como seguranças privados, para complementar suas rendas. O Regime Adicional de Serviço, que permite que policiais militares e civis trabalhem na folga para as próprias polícias, complementando a falta de efetivo, não é pago desde setembro do ano passado. Policiais também não receberam o 13º salário. Também há aqueles que atuam no crime e morrem em decorrência de conflitos, em acertos de conta. VIOLÊNCIA GERAL - Mortes violentas no Estado do Rio no 1º semestre de cada ano*
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Chinesas fazem campanha de apoio a vítima de estupro em Stanford
"Beber não é crime, estupro é". "Você é capaz de nadar, não quer dizer que você pode estuprar". "Sem desculpas e exceções, estupro não!" "É estupro quando ela está inconsciente, ainda é estupro quando ele é um bom nadador." Cartazes com essas frases, em inglês ou em caracteres chineses, ganharam as redes sociais nos últimos dias, em campanha de apoio à vítima de estupro no caso Stanford. Fotos de chineses e chinesas segurando os cartazes foram reunidas no perfil Free Chinese Feminists no Facebook e em uma página semelhante no Weibo (rede social muito popular na China). Em 2015, uma jovem de 23 anos foi estuprada em uma festa de uma fraternidade da universidade na Califórnia. O autor era o estudante e nadador Brock Turner, 20, encontrado em cima da vítima. O caso gerou polêmica internacional no início do mês, quando o agressor foi punido com seis meses de prisão —3,5% do total que poderia enfrentar— e após o pai de Turner reclamar dos impactos da condenação na vida do filho por "20 minutos de ação". Logo após a condenação do agressor, a vítima contou em uma carta aberta detalhes sobre seu sofrimento físico e psicológico desde o ataque. "O agressor foi bem protegido, mas a vítima teve que repetir a dor que sofreu para convencer o público e o tribunal que ela foi machucada. Então, perguntei às minhas amigas: deveríamos fazer algo?", disse Zheng Churan, 26. A mensagem, diz ela, é "chega de desculpas para o estupro e os agressores, chega de culpar as vítimas". Li Maizi, que também gerencia o perfil, conta que ela e Zheng foram presas em 2015 em mobilização contra o assédio sexual em transportes públicos —o perfil foi criado em apoio a elas. "Depois que fomos detidas, reforçamos nossa solidariedade no mundo, devemos apoiar outras irmãs", diz Li.
mundo
Chinesas fazem campanha de apoio a vítima de estupro em Stanford"Beber não é crime, estupro é". "Você é capaz de nadar, não quer dizer que você pode estuprar". "Sem desculpas e exceções, estupro não!" "É estupro quando ela está inconsciente, ainda é estupro quando ele é um bom nadador." Cartazes com essas frases, em inglês ou em caracteres chineses, ganharam as redes sociais nos últimos dias, em campanha de apoio à vítima de estupro no caso Stanford. Fotos de chineses e chinesas segurando os cartazes foram reunidas no perfil Free Chinese Feminists no Facebook e em uma página semelhante no Weibo (rede social muito popular na China). Em 2015, uma jovem de 23 anos foi estuprada em uma festa de uma fraternidade da universidade na Califórnia. O autor era o estudante e nadador Brock Turner, 20, encontrado em cima da vítima. O caso gerou polêmica internacional no início do mês, quando o agressor foi punido com seis meses de prisão —3,5% do total que poderia enfrentar— e após o pai de Turner reclamar dos impactos da condenação na vida do filho por "20 minutos de ação". Logo após a condenação do agressor, a vítima contou em uma carta aberta detalhes sobre seu sofrimento físico e psicológico desde o ataque. "O agressor foi bem protegido, mas a vítima teve que repetir a dor que sofreu para convencer o público e o tribunal que ela foi machucada. Então, perguntei às minhas amigas: deveríamos fazer algo?", disse Zheng Churan, 26. A mensagem, diz ela, é "chega de desculpas para o estupro e os agressores, chega de culpar as vítimas". Li Maizi, que também gerencia o perfil, conta que ela e Zheng foram presas em 2015 em mobilização contra o assédio sexual em transportes públicos —o perfil foi criado em apoio a elas. "Depois que fomos detidas, reforçamos nossa solidariedade no mundo, devemos apoiar outras irmãs", diz Li.
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Sob Alckmin, metrô de SP tem atraso em todas as obras de expansão
Apesar de o governo Geraldo Alckmin (PSDB) pretender expandir a malha metroviária em 23 km até o fim de 2018, o avanço do metrô tem investimentos e prazos aquém do que o próprio governador prometeu à população em anos anteriores, além de projetos ora abandonados. Na campanha de 2010, quando se elegeu governador, Alckmin afirmou que até o fim do mandato, em 2014, entregaria a linha 4-amarela completa e 11 estações da linha 5-lilás –dois compromissos eleitorais frustrados. Outro exemplo de promessa não cumprida é o monotrilho da linha 17-ouro, que ligaria o Morumbi ao aeroporto de Congonhas a tempo da Copa de 2014 no país. Agora, sua conclusão é prevista para o segundo semestre de 2019, cinco anos após o megaevento esportivo. Esses episódios não configuram exceção. Todas as obras em andamento para expansão da rede do metrô em São Paulo têm atrasos. A conclusão da linha 4-amarela, por exemplo, ficará para o próximo governador. A estação Vila Sônia só deve ficar pronta no segundo semestre de 2019. E não há previsão para sair do papel a parada em Taboão da Serra, que já fez parte do plano. No caso da extensão da linha 5-lilás, iniciada com a abertura de Adolfo Pinheiro em fevereiro de 2014, o governo promete entregar até o fim do ano nove estações. Para chegar ao total de 11, restará a parada em Campo Belo, prevista para o ano que vem. O monotrilho da linha 15-prata, importante para a zona leste da cidade, havia sido prometido para 2016, mas agora o governo Alckmin se compromete a concluir as obras de oito estações no primeiro semestre de 2018. Há outros casos, no entanto, que não contam mais com previsão de inauguração. Prometidas para 2020, tanto a linha 6-laranja como a expansão da linha 2-verde até Guarulhos já não têm mais data certa de entrega, pois os trabalhos foram suspensos em razão de dificuldades no atual cenário econômico. Diferentemente dos demais projetos, o monotrilho da linha 18-bronze, que faria a ligação com a região do ABC paulista, nem sequer começou. Ao apresentá-lo, em 2014, o governo estimava concluir suas obras até 2018, mas esse prazo já foi prorrogado para 2020 –e mesmo essa data já não parece viável. Apesar de sofrerem atrasos significativos, gerando prejuízos à população, o governo ainda tem essas obras em seu radar. Não é o que acontece com outros projetos de expansão da malha metroviária que constam de documentos oficiais produzidos pelo Estado. Estão nesse limbo, por exemplo, as linhas 19-celeste, 20-rosa e 23-magenta do metrô, cuja construção constava do Plano Integrado de Transporte Urbano 2025. CORTE NOS GASTOS A redução no ritmo da expansão do metrô está diretamente ligada ao freio nos aportes previstos pelo Estado. No plano plurianual para o período de 2012 a 2015, a gestão Alckmin prometia um investimento significativo no transporte sobre trilhos: R$ 45 bilhões, valor que incluía R$ 13,4 bilhões de recursos privados (caso da construção das linhas 6-laranja e 18-bronze, por exemplo). Dos R$ 31,7 bilhões de responsabilidade estatal, contudo, apenas R$ 19,7 bilhões foram efetivamente gastos no período –62% do total. "Ninguém sabe por que o critério da Secretaria do Tesouro Nacional para nota de crédito é do jeito que é, e não conseguimos financiamento. Então como é que eu vou tocar linha nova sem recursos?", questiona Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitanos. MONOTRILHO Ouro, prata e bronze são os nomes das linhas de monotrilho de São Paulo. A execução de suas obras, contudo, está longe da ideia de excelência que esses metais representam nas medalhas olímpicas. Cada uma delas, aliás, enfrenta um tipo de dificuldade diferente. No caso da linha 15-prata, que passará pela zona leste, os trabalhos chegaram a ser interrompidos por erros de projeto. Descobriu-se, com as obras em curso, que não era possível perfurar o solo para fincar a estrutura de estações na região da av. Luiz Ignácio Anhaia Mello em locais que já haviam sido desapropriados. Isso porque os engenheiros desprezaram os riscos que galerias de água de um córrego que passava embaixo da avenida apresentavam à construção. Foi preciso paralisar as obras, com gastos adicionais e atrasos, para desviar essas galerias de água e avançar no monotrilho. Na linha 17-ouro, que ligará o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi da CPTM, o governo sofreu com outro tipo de problema. Litígios –inclusive judiciais– com empreiteiras que construíam lotes desse ramal colaboraram para que os prazos de entrega fossem descumpridos. No início de 2016, obras do monotrilho da zona sul foram suspensas por prazo indeterminado. O contrato foi rescindido, e um novo consórcio só retomou os trabalhos meses depois. Há um problema comum às linhas 15 e 17: o congelamento de 17 das 36 estações originalmente previstas nesses ramais. Com essa decisão, 21,9 km dos 44,4 km prometidos nesses trechos –que abrangeriam a favela de Paraisópolis, na zona sul, e o bairro de Cidade Tiradentes, no extremo leste– ficam sem data de entrega. Já no monotrilho da linha 18-bronze, em direção à região do ABC paulista, o consórcio que venceu a licitação para a PPP (parceria público privada) está pronto para iniciar as obras, mas não consegue porque o governo não conseguiu liberar recursos com o governo federal para pagar desapropriações. A opção de construir monotrilhos em São Paulo sofre resistência de especialistas em metrô, mas o governo Alckmin defende o modal por ter, em tese, custo mais baixo e construção mais rápida. TRANSPORTE ESTAGNADO - Metrô atrasa novas linhas e extensão de atuais ramais OUTRAS LINHAS Ramais previstos no planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos em 2013, mas que não tiveram nem as obras iniciadas Linha 19-celeste (Campo Belo - Guarulhos) Linha 20-rosa (Limão - Santo André) Linha 23-magenta (Lapa - Dutra)
cotidiano
Sob Alckmin, metrô de SP tem atraso em todas as obras de expansãoApesar de o governo Geraldo Alckmin (PSDB) pretender expandir a malha metroviária em 23 km até o fim de 2018, o avanço do metrô tem investimentos e prazos aquém do que o próprio governador prometeu à população em anos anteriores, além de projetos ora abandonados. Na campanha de 2010, quando se elegeu governador, Alckmin afirmou que até o fim do mandato, em 2014, entregaria a linha 4-amarela completa e 11 estações da linha 5-lilás –dois compromissos eleitorais frustrados. Outro exemplo de promessa não cumprida é o monotrilho da linha 17-ouro, que ligaria o Morumbi ao aeroporto de Congonhas a tempo da Copa de 2014 no país. Agora, sua conclusão é prevista para o segundo semestre de 2019, cinco anos após o megaevento esportivo. Esses episódios não configuram exceção. Todas as obras em andamento para expansão da rede do metrô em São Paulo têm atrasos. A conclusão da linha 4-amarela, por exemplo, ficará para o próximo governador. A estação Vila Sônia só deve ficar pronta no segundo semestre de 2019. E não há previsão para sair do papel a parada em Taboão da Serra, que já fez parte do plano. No caso da extensão da linha 5-lilás, iniciada com a abertura de Adolfo Pinheiro em fevereiro de 2014, o governo promete entregar até o fim do ano nove estações. Para chegar ao total de 11, restará a parada em Campo Belo, prevista para o ano que vem. O monotrilho da linha 15-prata, importante para a zona leste da cidade, havia sido prometido para 2016, mas agora o governo Alckmin se compromete a concluir as obras de oito estações no primeiro semestre de 2018. Há outros casos, no entanto, que não contam mais com previsão de inauguração. Prometidas para 2020, tanto a linha 6-laranja como a expansão da linha 2-verde até Guarulhos já não têm mais data certa de entrega, pois os trabalhos foram suspensos em razão de dificuldades no atual cenário econômico. Diferentemente dos demais projetos, o monotrilho da linha 18-bronze, que faria a ligação com a região do ABC paulista, nem sequer começou. Ao apresentá-lo, em 2014, o governo estimava concluir suas obras até 2018, mas esse prazo já foi prorrogado para 2020 –e mesmo essa data já não parece viável. Apesar de sofrerem atrasos significativos, gerando prejuízos à população, o governo ainda tem essas obras em seu radar. Não é o que acontece com outros projetos de expansão da malha metroviária que constam de documentos oficiais produzidos pelo Estado. Estão nesse limbo, por exemplo, as linhas 19-celeste, 20-rosa e 23-magenta do metrô, cuja construção constava do Plano Integrado de Transporte Urbano 2025. CORTE NOS GASTOS A redução no ritmo da expansão do metrô está diretamente ligada ao freio nos aportes previstos pelo Estado. No plano plurianual para o período de 2012 a 2015, a gestão Alckmin prometia um investimento significativo no transporte sobre trilhos: R$ 45 bilhões, valor que incluía R$ 13,4 bilhões de recursos privados (caso da construção das linhas 6-laranja e 18-bronze, por exemplo). Dos R$ 31,7 bilhões de responsabilidade estatal, contudo, apenas R$ 19,7 bilhões foram efetivamente gastos no período –62% do total. "Ninguém sabe por que o critério da Secretaria do Tesouro Nacional para nota de crédito é do jeito que é, e não conseguimos financiamento. Então como é que eu vou tocar linha nova sem recursos?", questiona Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitanos. MONOTRILHO Ouro, prata e bronze são os nomes das linhas de monotrilho de São Paulo. A execução de suas obras, contudo, está longe da ideia de excelência que esses metais representam nas medalhas olímpicas. Cada uma delas, aliás, enfrenta um tipo de dificuldade diferente. No caso da linha 15-prata, que passará pela zona leste, os trabalhos chegaram a ser interrompidos por erros de projeto. Descobriu-se, com as obras em curso, que não era possível perfurar o solo para fincar a estrutura de estações na região da av. Luiz Ignácio Anhaia Mello em locais que já haviam sido desapropriados. Isso porque os engenheiros desprezaram os riscos que galerias de água de um córrego que passava embaixo da avenida apresentavam à construção. Foi preciso paralisar as obras, com gastos adicionais e atrasos, para desviar essas galerias de água e avançar no monotrilho. Na linha 17-ouro, que ligará o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi da CPTM, o governo sofreu com outro tipo de problema. Litígios –inclusive judiciais– com empreiteiras que construíam lotes desse ramal colaboraram para que os prazos de entrega fossem descumpridos. No início de 2016, obras do monotrilho da zona sul foram suspensas por prazo indeterminado. O contrato foi rescindido, e um novo consórcio só retomou os trabalhos meses depois. Há um problema comum às linhas 15 e 17: o congelamento de 17 das 36 estações originalmente previstas nesses ramais. Com essa decisão, 21,9 km dos 44,4 km prometidos nesses trechos –que abrangeriam a favela de Paraisópolis, na zona sul, e o bairro de Cidade Tiradentes, no extremo leste– ficam sem data de entrega. Já no monotrilho da linha 18-bronze, em direção à região do ABC paulista, o consórcio que venceu a licitação para a PPP (parceria público privada) está pronto para iniciar as obras, mas não consegue porque o governo não conseguiu liberar recursos com o governo federal para pagar desapropriações. A opção de construir monotrilhos em São Paulo sofre resistência de especialistas em metrô, mas o governo Alckmin defende o modal por ter, em tese, custo mais baixo e construção mais rápida. TRANSPORTE ESTAGNADO - Metrô atrasa novas linhas e extensão de atuais ramais OUTRAS LINHAS Ramais previstos no planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos em 2013, mas que não tiveram nem as obras iniciadas Linha 19-celeste (Campo Belo - Guarulhos) Linha 20-rosa (Limão - Santo André) Linha 23-magenta (Lapa - Dutra)
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Murais mantêm Hugo Chávez presente na Venezuela; veja galeria de fotos
Completam-se nesta quinta-feira (5) dois anos da morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez, mas sua presença continua por toda a parte na Venezuela. Partidários cobriram muros em todo o país com murais coloridas retratando o líder, que é considerado responsável por tirar milhares da pobreza. Atualmente, o país sul-americano enfrenta uma recessão profunda, e a pobreza está aumentando pela primeira vez em muitos anos. Mas a maioria dos chavistas continua reverenciando o ex-líder, e não o culpa pelos atuais problemas do país.
mundo
Murais mantêm Hugo Chávez presente na Venezuela; veja galeria de fotosCompletam-se nesta quinta-feira (5) dois anos da morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez, mas sua presença continua por toda a parte na Venezuela. Partidários cobriram muros em todo o país com murais coloridas retratando o líder, que é considerado responsável por tirar milhares da pobreza. Atualmente, o país sul-americano enfrenta uma recessão profunda, e a pobreza está aumentando pela primeira vez em muitos anos. Mas a maioria dos chavistas continua reverenciando o ex-líder, e não o culpa pelos atuais problemas do país.
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Google lança 'antispoiler' para 'Star Wars' e jogo que faz do celular um sabre de luz
O Google lançou uma ferramenta para o navegador Chrome –o jogo "Fuga com Sabre de Luz"– que transforma seu smartphone na arma mais característica da saga "Star Wars". Para jogar, é preciso acessar o endereço lightsaber.withgoogle.com no navegador do Google em um computador, Mac ou PC. O site fornece, então, outro endereço eletrônico, que deve ser acessado no smartphone. Depois de calibrado, o celular vira um sabre de luz para lutar contra "stormtroopers", que aparecem na tela do computador. Vale a pena ligar o som do computador para ouvir os clássicos barulhos do sabre. A brincadeira, porém, deve ser limitada a poucos usuários: o jogo não está disponível para tablets e tampouco é compatível com qualquer aparelho. Funciona nos iPhones 5, 6, 6 Plus, 6S e 6S Plus, nos modelos Nexus 4, 5, 6, 5X e 6P, nos celulares Samsung Galaxy S3, S4, S5, S6, S6 Edge e Galaxy Note 3 e 4 e, por fim, no Moto G2. EXTENSÃO Para quem estiver determinado a não deixar a internet estragar nenhuma surpresa do novo filme da saga, "O Despertar da Força", uma outra recém-lançada extensão do Chrome promete bloquear spoilers do filme. Chamada de Force Block, a extensão avisa o usuário caso uma página acessada tenha algum spoiler. É possível ignorar o aviso e seguir para o site ou adicioná-lo a uma lista que não é bloqueada. O sétimo episódio de "Star Wars" estreia no Brasil nesta quinta-feira (17).
tec
Google lança 'antispoiler' para 'Star Wars' e jogo que faz do celular um sabre de luzO Google lançou uma ferramenta para o navegador Chrome –o jogo "Fuga com Sabre de Luz"– que transforma seu smartphone na arma mais característica da saga "Star Wars". Para jogar, é preciso acessar o endereço lightsaber.withgoogle.com no navegador do Google em um computador, Mac ou PC. O site fornece, então, outro endereço eletrônico, que deve ser acessado no smartphone. Depois de calibrado, o celular vira um sabre de luz para lutar contra "stormtroopers", que aparecem na tela do computador. Vale a pena ligar o som do computador para ouvir os clássicos barulhos do sabre. A brincadeira, porém, deve ser limitada a poucos usuários: o jogo não está disponível para tablets e tampouco é compatível com qualquer aparelho. Funciona nos iPhones 5, 6, 6 Plus, 6S e 6S Plus, nos modelos Nexus 4, 5, 6, 5X e 6P, nos celulares Samsung Galaxy S3, S4, S5, S6, S6 Edge e Galaxy Note 3 e 4 e, por fim, no Moto G2. EXTENSÃO Para quem estiver determinado a não deixar a internet estragar nenhuma surpresa do novo filme da saga, "O Despertar da Força", uma outra recém-lançada extensão do Chrome promete bloquear spoilers do filme. Chamada de Force Block, a extensão avisa o usuário caso uma página acessada tenha algum spoiler. É possível ignorar o aviso e seguir para o site ou adicioná-lo a uma lista que não é bloqueada. O sétimo episódio de "Star Wars" estreia no Brasil nesta quinta-feira (17).
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Marcos Valério acerta delação com a PF; acordo aguarda aval do STF
O publicitário Marcos Valério fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal de Minas Gerais, após ter a oferta negada pelo Ministério Público Federal. O acerto foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aguarda homologação. A colaboração envolve políticos de foro privilegiado e, por isso, depende do aval do Supremo. Marcos Valério deve narrar detalhes sobre o mensalão tucano —esquema de desvios de recursos públicos de estatais mineiras para a fracassada campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. De acordo com a PF, o acordo foi assinado no último dia 6, quando foi apresentada "vasta documentação" e prestado depoimento. A delação depende de homologação do Supremo para que possa ser usada em ações penais. Durante o período de recesso do STF, caberá à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, validar o acordo ou distribuir para outro ministro quando as atividades forem retomadas. Condenado a mais de 37 anos de prisão pelo mensalão e réu no processo do mensalão tucano, Valério foi transferido nesta segunda (17) de uma penitenciária em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para um centro de detenção onde os presos fazem a própria segurança. A mudança para a Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), em Sete Lagoas (MG), faz parte do acordo de delação. Valério é o único acusado pelo mensalão que ainda cumpre pena em regime fechado. A decisão do juiz Wagner de Oliveira Cavalieri, que autorizou a transferência, afirma que a própria PF solicitou a mudança "a fim de concluir procedimento de colaboração premiada sob análise do Supremo Tribunal Federal".
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Marcos Valério acerta delação com a PF; acordo aguarda aval do STFO publicitário Marcos Valério fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal de Minas Gerais, após ter a oferta negada pelo Ministério Público Federal. O acerto foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aguarda homologação. A colaboração envolve políticos de foro privilegiado e, por isso, depende do aval do Supremo. Marcos Valério deve narrar detalhes sobre o mensalão tucano —esquema de desvios de recursos públicos de estatais mineiras para a fracassada campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. De acordo com a PF, o acordo foi assinado no último dia 6, quando foi apresentada "vasta documentação" e prestado depoimento. A delação depende de homologação do Supremo para que possa ser usada em ações penais. Durante o período de recesso do STF, caberá à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, validar o acordo ou distribuir para outro ministro quando as atividades forem retomadas. Condenado a mais de 37 anos de prisão pelo mensalão e réu no processo do mensalão tucano, Valério foi transferido nesta segunda (17) de uma penitenciária em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para um centro de detenção onde os presos fazem a própria segurança. A mudança para a Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), em Sete Lagoas (MG), faz parte do acordo de delação. Valério é o único acusado pelo mensalão que ainda cumpre pena em regime fechado. A decisão do juiz Wagner de Oliveira Cavalieri, que autorizou a transferência, afirma que a própria PF solicitou a mudança "a fim de concluir procedimento de colaboração premiada sob análise do Supremo Tribunal Federal".
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Rolling Stones provocam fãs nas redes sociais e prometem anúncio na quinta
Os Rolling Stones estão preparando os fãs para um anúncio que farão na quinta-feira (7). A banda divulgou um teaser e algumas imagens nas redes sociais nesta segunda (3), prometendo anunciar um novo trabalho no dia 6 de outubro. Tudo indica que finalmente lançarão, até o fim do ano, o prometido álbum com covers de blues de Chicago, que contará com participação de Eric Clapton em duas faixas. Em seguida ao anúncio, o grupo tocará na Desert Trip, ao lado de Bob Dylan, Paul McCartney, Neil Young, The Who e Roger Waters, nos dias 7, 9, 14 e 16. Publicação no Instagram Teaser
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Rolling Stones provocam fãs nas redes sociais e prometem anúncio na quintaOs Rolling Stones estão preparando os fãs para um anúncio que farão na quinta-feira (7). A banda divulgou um teaser e algumas imagens nas redes sociais nesta segunda (3), prometendo anunciar um novo trabalho no dia 6 de outubro. Tudo indica que finalmente lançarão, até o fim do ano, o prometido álbum com covers de blues de Chicago, que contará com participação de Eric Clapton em duas faixas. Em seguida ao anúncio, o grupo tocará na Desert Trip, ao lado de Bob Dylan, Paul McCartney, Neil Young, The Who e Roger Waters, nos dias 7, 9, 14 e 16. Publicação no Instagram Teaser
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Sete atitudes de consumo consciente que cada um pode adotar no dia a dia
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste domingo (5), o Instituto Akatu reuniu sete atitudes de consumo consciente que todos podem adotar em seu cotidiano para preservar os recursos naturais. A ideia é mostrar que essas medidas podem ser praticadas em qualquer lugar, em casa, na escola, no trabalho ou nos espaços públicos das cidades. As ações foram pensadas para serem usadas uma por dia, como parte da campanha #MudançaDoDia, realizada na última semana. Confira como você pode ajudar a preservar o planeta:
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Sete atitudes de consumo consciente que cada um pode adotar no dia a diaEm comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste domingo (5), o Instituto Akatu reuniu sete atitudes de consumo consciente que todos podem adotar em seu cotidiano para preservar os recursos naturais. A ideia é mostrar que essas medidas podem ser praticadas em qualquer lugar, em casa, na escola, no trabalho ou nos espaços públicos das cidades. As ações foram pensadas para serem usadas uma por dia, como parte da campanha #MudançaDoDia, realizada na última semana. Confira como você pode ajudar a preservar o planeta:
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Noite fresca da gentil Montevidéu amenizou perda de meu primo-irmão
Aí uma hora chega aquela última viagem. A definitiva. A última me atropelou neste domingo. Aqui estou em Montevidéu, viajando pelas vinícolas do Uruguai. Tinha um jantar marcado com uma amiga jornalista e uma famosa enóloga, "madame Tannat". O restaurante, Manzanar, é de um dos donos do Parador la Huella, próximo a Punta del Este. (O La Huella é uma espécie de Fasano/Gero: por sua excelência, tem sempre alguém que saiu de lá abrindo algum restaurante que o toma como referência. Mas no caso do Manzanar, é de um dos donos mesmo.) O que me faria cancelar, como o fiz, este jantar em local promissor e com boa companhia? A abrupta notícia de que meu primo mais velho, o jornalista e publicitário Franco Paulino, figura histórica da bossa nova, havia muito morando no Rio, embarcara na última viagem. Um primo-irmão na acepção mais radical: além de primo em primeiro grau, ele foi criado por minha mãe, bem antes que eu nascesse. Apesar de mais velho, era conhecido na família pelo diminutivo: Franquinho. E também pelos amigos. Chico Buarque, seu padrinho no primeiro casamento, assim o chamava. Tom Jobim também –mas recebia otroco: meu primo só o tratava por Tomzinho. Amoroso, cheio de filhos e amigos, se dirigia a todos com voz macia e palavras carinhosas. Ao piano, tocava de ouvido acordes de jazz e bossa nova. Aos 20 anos era o influente crítico de música do jornal "Última Hora" de São Paulo, e compôs o júri dos famosos festivais da canção dos anos 60. Então engrossou a leva de jornalistas atraídos pelas agências de publicidade para ganhar dez vezes mais. Virou diretor de criação premiado, chegou a abrir agências próprias, mas que não vingavam muito. Franquinho tinha talento de sobra, mas não a ferocidade de rapina, a ambição cega, a paixão insaciável pelo dinheiro que move os empresários da publicidade. Meu amoroso primo se foi; eu fiquei perdido e impactado no quarto estrangeiro de hotel. Desmarquei com minha amiga, "falleció un primo querido en Brasil. Estoy triste. Ya no tengo ganas de comer. Ni seré buena compañía. Me quedaré en el hotel. Disculpe por eso". Horas depois o quarto ficou pequeno. Olhava para o laptop e lembrava que, como não tinha vontade de comer, menos ainda tinha ânimo de escrever uma introdução de um livro que já estava atrasada, começar um artigo para uma revista americana, responder a uma dezena de emails ou escrever a coluna para "Turismo" (esta). Amargando a perda de uma pessoa querida, e que ademais era o último elo próximo da minha vida passada (ele tinha convivido com minha mãe e meu pai mesmo antes de mim), achei mais saudável sair um pouco. Caminhei até um pequeno restaurante perto do hotel, o Trouville. Ele representa uma instituição da cidade: locais simples e baratos (como o histórico Facal e o Sportman, no centro), animados, com pizza e sanduíches, mas também com massas e carnes. Ali a clientela busca as pizzas, especialmente com fainá, um hábito exótico também porteño (é um disco de farinha de grão de bico assado no forno, que colocam em cima da pizza, formando uma espécie de sanduíche –achou apetitoso?). Mas o item campeão é o chivito. Uma churrasquinho de tudo (além da carne, vale colocar presunto, queijo, pimentão, tomate, ovo cozido). É bizarro, mas foi onde mergulhei meu estupor, banhado em vinho nacional barato. Enquanto isso observava uma bela mulher com seu filho adolescente numa mesa; um casal com duas crianças pequenas em outra; e me convencia de que no meu caso, com filhos que ainda acalento, melhor ir driblando esta última viagem, e tocando as outras que não param. Na entrada da primavera, depois de alguns dias chuvosos, o ar estava limpo e fresco, com uma lua crescente no céu. A calma noite da gentil Montevidéu me confortou, e voltei para meu laptop. Muito ainda está pendente, algo não se reatará jamais –mas esta coluna, ao menos, chegará a você no horário.
colunas
Noite fresca da gentil Montevidéu amenizou perda de meu primo-irmãoAí uma hora chega aquela última viagem. A definitiva. A última me atropelou neste domingo. Aqui estou em Montevidéu, viajando pelas vinícolas do Uruguai. Tinha um jantar marcado com uma amiga jornalista e uma famosa enóloga, "madame Tannat". O restaurante, Manzanar, é de um dos donos do Parador la Huella, próximo a Punta del Este. (O La Huella é uma espécie de Fasano/Gero: por sua excelência, tem sempre alguém que saiu de lá abrindo algum restaurante que o toma como referência. Mas no caso do Manzanar, é de um dos donos mesmo.) O que me faria cancelar, como o fiz, este jantar em local promissor e com boa companhia? A abrupta notícia de que meu primo mais velho, o jornalista e publicitário Franco Paulino, figura histórica da bossa nova, havia muito morando no Rio, embarcara na última viagem. Um primo-irmão na acepção mais radical: além de primo em primeiro grau, ele foi criado por minha mãe, bem antes que eu nascesse. Apesar de mais velho, era conhecido na família pelo diminutivo: Franquinho. E também pelos amigos. Chico Buarque, seu padrinho no primeiro casamento, assim o chamava. Tom Jobim também –mas recebia otroco: meu primo só o tratava por Tomzinho. Amoroso, cheio de filhos e amigos, se dirigia a todos com voz macia e palavras carinhosas. Ao piano, tocava de ouvido acordes de jazz e bossa nova. Aos 20 anos era o influente crítico de música do jornal "Última Hora" de São Paulo, e compôs o júri dos famosos festivais da canção dos anos 60. Então engrossou a leva de jornalistas atraídos pelas agências de publicidade para ganhar dez vezes mais. Virou diretor de criação premiado, chegou a abrir agências próprias, mas que não vingavam muito. Franquinho tinha talento de sobra, mas não a ferocidade de rapina, a ambição cega, a paixão insaciável pelo dinheiro que move os empresários da publicidade. Meu amoroso primo se foi; eu fiquei perdido e impactado no quarto estrangeiro de hotel. Desmarquei com minha amiga, "falleció un primo querido en Brasil. Estoy triste. Ya no tengo ganas de comer. Ni seré buena compañía. Me quedaré en el hotel. Disculpe por eso". Horas depois o quarto ficou pequeno. Olhava para o laptop e lembrava que, como não tinha vontade de comer, menos ainda tinha ânimo de escrever uma introdução de um livro que já estava atrasada, começar um artigo para uma revista americana, responder a uma dezena de emails ou escrever a coluna para "Turismo" (esta). Amargando a perda de uma pessoa querida, e que ademais era o último elo próximo da minha vida passada (ele tinha convivido com minha mãe e meu pai mesmo antes de mim), achei mais saudável sair um pouco. Caminhei até um pequeno restaurante perto do hotel, o Trouville. Ele representa uma instituição da cidade: locais simples e baratos (como o histórico Facal e o Sportman, no centro), animados, com pizza e sanduíches, mas também com massas e carnes. Ali a clientela busca as pizzas, especialmente com fainá, um hábito exótico também porteño (é um disco de farinha de grão de bico assado no forno, que colocam em cima da pizza, formando uma espécie de sanduíche –achou apetitoso?). Mas o item campeão é o chivito. Uma churrasquinho de tudo (além da carne, vale colocar presunto, queijo, pimentão, tomate, ovo cozido). É bizarro, mas foi onde mergulhei meu estupor, banhado em vinho nacional barato. Enquanto isso observava uma bela mulher com seu filho adolescente numa mesa; um casal com duas crianças pequenas em outra; e me convencia de que no meu caso, com filhos que ainda acalento, melhor ir driblando esta última viagem, e tocando as outras que não param. Na entrada da primavera, depois de alguns dias chuvosos, o ar estava limpo e fresco, com uma lua crescente no céu. A calma noite da gentil Montevidéu me confortou, e voltei para meu laptop. Muito ainda está pendente, algo não se reatará jamais –mas esta coluna, ao menos, chegará a você no horário.
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Brasil: Com trechos abandonados, Rio-Santos foi idealizada como Rio-Cubatão
JOSÉ MARQUES, DE SÃO PAULO Ao falar sobre a criação de estradas em terrenos inexplorados, o engenheiro civil Nilson Franco Martins, 68, frequentemente recorre a metáforas com o corpo feminino. É assim, por exemplo, que ele exemplifica dois projetos abandonados ... Leia post completo no blog
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Brasil: Com trechos abandonados, Rio-Santos foi idealizada como Rio-CubatãoJOSÉ MARQUES, DE SÃO PAULO Ao falar sobre a criação de estradas em terrenos inexplorados, o engenheiro civil Nilson Franco Martins, 68, frequentemente recorre a metáforas com o corpo feminino. É assim, por exemplo, que ele exemplifica dois projetos abandonados ... Leia post completo no blog
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Hoje na TV: Botafogo x São Paulo, pelo Paulista
7h - Real Madrid x Granada, Espanhol, ESPN Brasil 7h30 - Zenit x CSKA Moscou, Russo, ESPN 8h30 - Copa do Mundo de ginástica artística, etapa da Eslovênia, SporTV 2 8h45 - Racing Metro x Saracens, Europeu de rúgbi, ESPN + 9h - Bordeaux x Lens, Francês, SporTV 9h30 - Burnley x Tottenham, Inglês, ESPN Brasil 11h - Stock Car, etapa de Ribeirão Preto, SporTV 11h - Toulon x Wasps, Europeu de rúgbi, ESPN + 12h - Valencia x Villarreal, Espanhol, ESPN 12h - Sunderland x Newcastle, Inglês, Fox Sports 12h - Nantes x Caen, Francês, SporTV 2 14h - Masters 1.000 de Miami, tênis, SporTV 2 14h - Oklahoma City Thunder x Houston Rockets, NBA, SporTV 3 16h - Botafogo x São Paulo, Paulista, Band e Globo (para SP) 16h - Botafogo x Madureira, Estadual do Rio, Band e Globo (menos SP) 16h - O. Marselha x PSG, Francês, ESPN Brasil e SporTV 16h - River Plate x San Lorenzo, Argentino, Fox Sports 18h - San Jose Earthquake x Real Salt Lake, Americano, ESPN 18h15 - Huracán x Boca Juniors, Argentino, Fox Sports 2 18h30 - Ponte Preta x Penapolense, Paulista, SporTV 19h30 - Carolina x Notre Dame, baquete universitário fem., ESPN + 20h - San Antonio Spurs x Golden State Warriors, NBA, SporTV 2 21h - Chicago Cubs x St. Louis Cardinals, beisebol, ESPN 22h - Maryland x Connecticut, basquete universitário fem., ESPN +
esporte
Hoje na TV: Botafogo x São Paulo, pelo Paulista7h - Real Madrid x Granada, Espanhol, ESPN Brasil 7h30 - Zenit x CSKA Moscou, Russo, ESPN 8h30 - Copa do Mundo de ginástica artística, etapa da Eslovênia, SporTV 2 8h45 - Racing Metro x Saracens, Europeu de rúgbi, ESPN + 9h - Bordeaux x Lens, Francês, SporTV 9h30 - Burnley x Tottenham, Inglês, ESPN Brasil 11h - Stock Car, etapa de Ribeirão Preto, SporTV 11h - Toulon x Wasps, Europeu de rúgbi, ESPN + 12h - Valencia x Villarreal, Espanhol, ESPN 12h - Sunderland x Newcastle, Inglês, Fox Sports 12h - Nantes x Caen, Francês, SporTV 2 14h - Masters 1.000 de Miami, tênis, SporTV 2 14h - Oklahoma City Thunder x Houston Rockets, NBA, SporTV 3 16h - Botafogo x São Paulo, Paulista, Band e Globo (para SP) 16h - Botafogo x Madureira, Estadual do Rio, Band e Globo (menos SP) 16h - O. Marselha x PSG, Francês, ESPN Brasil e SporTV 16h - River Plate x San Lorenzo, Argentino, Fox Sports 18h - San Jose Earthquake x Real Salt Lake, Americano, ESPN 18h15 - Huracán x Boca Juniors, Argentino, Fox Sports 2 18h30 - Ponte Preta x Penapolense, Paulista, SporTV 19h30 - Carolina x Notre Dame, baquete universitário fem., ESPN + 20h - San Antonio Spurs x Golden State Warriors, NBA, SporTV 2 21h - Chicago Cubs x St. Louis Cardinals, beisebol, ESPN 22h - Maryland x Connecticut, basquete universitário fem., ESPN +
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Presidente afastado do Comitê Olímpico Irlandês ganha liberdade no Rio
GABRIEL VASCONCELOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO A Justiça do Rio de Janeiro revogou, nesta segunda-feira (29), a prisão preventiva do presidente afastado do Comitê Olímpico Irlandês Patrick Hickey, 71. Acusado de repassar ingressos da Rio-2016 para um esquema milionário de venda ilegal da THG Sports, Hickey estava preso há 10 dias no complexo penitenciário de Bangu. O habeas corpus foi concedido pelo desembargador Fernando de Almeida, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (segunda instância), a pedido dos advogados de Hickey. Esta foi a segunda investida da defesa, que já teve o pedido negado pelo Plantão Judiciário. Apesar da decisão, o irlandês está impedido de se ausentar do país e deverá devolver o passaporte às autoridades nas próximas 24h. O desembargador justificou a soltura alegando que nenhum dos crimes pelos quais Hickey responde têm pena superior a quatro anos. Também ex-executivo do COI, ele foi indiciado por marketing de emboscada (três meses a um ano de prisão ou multa), desvio de ingressos para venda a preço superior ao tabelado (dois a quatro anos de prisão) e formação de quadrilha (um a três anos de prisão). Segundo as investigações, Hickey desviava bilhetes reservados ao Comitê Irlandês para a THG Sports, que os revendiam por até US$ 8.000 (cerca de R$ 25 mil). O esquema movimentaria mais de US$ 10 milhões (cerca de R$ 32,3 milhões). Além do irlandês, comitês de outros sete países também estão implicados. Hickey estava hospedado com a sua mulher no hotel Windsor, na Barra da Tijuca, quando foi surpreendido por policiais civis na manhã da quarta-feira (17). Ele tentou se esconder em um quarto diferente do seu e sua mulher chegou a dizer que ele havia voltado para a Irlanda. Ao ser encontrado, alegou mal estar e foi levado para o Hospital Samaritano. Liberado no dia seguinte (18), prestou depoimento sobre o caso na Cidade da Polícia e foi levado na sexta-feira (19) para a penitenciária Bangu 10. Na sexta (26), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) já havia determinado a liberação de outro irlandês envolvido no esquema, o diretor da empresa THG Kevin Mallon, 56. Mas ele permaneceu na cadeia por mais um dia devido à falta de tornozeleiras eletrônicas no Estado do Rio, sendo solto na noite do sábado (27), sem o equipamento. Com Mallon, foram apreendidos 813 ingressos. Desses, 84 foram destinados ao comitê irlandês. Havia ainda bilhetes dos comitês da Letônia, Eslovênia, Chile, Paraguai, Guatemala, Panamá e Barbados, além da própria Irlanda.
esporte
Presidente afastado do Comitê Olímpico Irlandês ganha liberdade no Rio GABRIEL VASCONCELOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO A Justiça do Rio de Janeiro revogou, nesta segunda-feira (29), a prisão preventiva do presidente afastado do Comitê Olímpico Irlandês Patrick Hickey, 71. Acusado de repassar ingressos da Rio-2016 para um esquema milionário de venda ilegal da THG Sports, Hickey estava preso há 10 dias no complexo penitenciário de Bangu. O habeas corpus foi concedido pelo desembargador Fernando de Almeida, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (segunda instância), a pedido dos advogados de Hickey. Esta foi a segunda investida da defesa, que já teve o pedido negado pelo Plantão Judiciário. Apesar da decisão, o irlandês está impedido de se ausentar do país e deverá devolver o passaporte às autoridades nas próximas 24h. O desembargador justificou a soltura alegando que nenhum dos crimes pelos quais Hickey responde têm pena superior a quatro anos. Também ex-executivo do COI, ele foi indiciado por marketing de emboscada (três meses a um ano de prisão ou multa), desvio de ingressos para venda a preço superior ao tabelado (dois a quatro anos de prisão) e formação de quadrilha (um a três anos de prisão). Segundo as investigações, Hickey desviava bilhetes reservados ao Comitê Irlandês para a THG Sports, que os revendiam por até US$ 8.000 (cerca de R$ 25 mil). O esquema movimentaria mais de US$ 10 milhões (cerca de R$ 32,3 milhões). Além do irlandês, comitês de outros sete países também estão implicados. Hickey estava hospedado com a sua mulher no hotel Windsor, na Barra da Tijuca, quando foi surpreendido por policiais civis na manhã da quarta-feira (17). Ele tentou se esconder em um quarto diferente do seu e sua mulher chegou a dizer que ele havia voltado para a Irlanda. Ao ser encontrado, alegou mal estar e foi levado para o Hospital Samaritano. Liberado no dia seguinte (18), prestou depoimento sobre o caso na Cidade da Polícia e foi levado na sexta-feira (19) para a penitenciária Bangu 10. Na sexta (26), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) já havia determinado a liberação de outro irlandês envolvido no esquema, o diretor da empresa THG Kevin Mallon, 56. Mas ele permaneceu na cadeia por mais um dia devido à falta de tornozeleiras eletrônicas no Estado do Rio, sendo solto na noite do sábado (27), sem o equipamento. Com Mallon, foram apreendidos 813 ingressos. Desses, 84 foram destinados ao comitê irlandês. Havia ainda bilhetes dos comitês da Letônia, Eslovênia, Chile, Paraguai, Guatemala, Panamá e Barbados, além da própria Irlanda.
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CVM investiga dívida de 400 milhões de euros da Oi
A Oi tenta se blindar na Justiça em relação a seu maior acionista, os portugueses da Pharol, grupo que reúne os antigos sócios da Portugal Telecom (PT). No centro da disputa está uma dívida de € 400 milhões (R$ 1,45 bilhão) que virou alvo de investigação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) neste mês. O órgão regulador apura se houve fraude no processo de recuperação judicial para favorecer a Pharol. Essa dívida foi contraída pela Oi em 2014 para que a fusão com a PT não fosse comprometida. Naquele momento, a ameaça foi a descoberta de uma dívida de € 897 milhões da Rio Forte com a PT. A Rio Forte era um braço do Banco Espírito Santo, um dos sócios da tele portuguesa. A dívida reduziria o valor da tele portuguesa na fusão e, para revisá-la, seria preciso recomeçar o processo nos órgãos regulatórios no Brasil e em Portugal. Para resolver a crise, a saída foi fechar um acordo em que a Oi incorporaria as subsidiárias da PT, mas a empresa controladora (então chamada de PT SGPS) ficaria responsável por qualquer tipo de pendência que surgisse futuramente. Com a venda da PT Portugal para o grupo Altice, o fisco português passou a cobrar uma dívida de € 400 milhões da PT Portugal. O pagamento, no entanto, passou a ser feito pela Oi. Caso a tele deixe de pagar, os portugueses poderão executar as garantias dadas pela tele brasileira. Em recuperação judicial com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, a Oi declarou todas as suas dívidas à Justiça. Elas serão pagas seguindo o plano de recuperação –que prevê descontos de até 70% e carência de três anos para pagar. As dívidas fiscais também são declaradas, mas não podem ser negociadas no âmbito da recuperação judicial. São pagas "por fora". A Pharol considera que os € 400 milhões são uma dívida fiscal e, portanto, ficam fora da recuperação judicial. À CVM a Oi não declarou a dívida, e sim um "valor ilíquido". Ou seja: algo que está em discussão. Na recuperação judicial, a pendência também aparece dessa forma. Por trás disso, a Oi tem uma estratégia. Assumir esse pagamento como resultado de um acordo privado por uma dívida que, na verdade, já era da PT (hoje Pharol). A Oi quer agora que ela seja incluída como os demais créditos privados para pagá-la com descontos. Oi e Pharol não se pronunciaram. O promotor de Justiça que acompanha a recuperação da Oi no Rio informou desconhecer o caso. A CVM disse que "não comenta casos específicos". A Anatel também não se manifestou.
mercado
CVM investiga dívida de 400 milhões de euros da OiA Oi tenta se blindar na Justiça em relação a seu maior acionista, os portugueses da Pharol, grupo que reúne os antigos sócios da Portugal Telecom (PT). No centro da disputa está uma dívida de € 400 milhões (R$ 1,45 bilhão) que virou alvo de investigação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) neste mês. O órgão regulador apura se houve fraude no processo de recuperação judicial para favorecer a Pharol. Essa dívida foi contraída pela Oi em 2014 para que a fusão com a PT não fosse comprometida. Naquele momento, a ameaça foi a descoberta de uma dívida de € 897 milhões da Rio Forte com a PT. A Rio Forte era um braço do Banco Espírito Santo, um dos sócios da tele portuguesa. A dívida reduziria o valor da tele portuguesa na fusão e, para revisá-la, seria preciso recomeçar o processo nos órgãos regulatórios no Brasil e em Portugal. Para resolver a crise, a saída foi fechar um acordo em que a Oi incorporaria as subsidiárias da PT, mas a empresa controladora (então chamada de PT SGPS) ficaria responsável por qualquer tipo de pendência que surgisse futuramente. Com a venda da PT Portugal para o grupo Altice, o fisco português passou a cobrar uma dívida de € 400 milhões da PT Portugal. O pagamento, no entanto, passou a ser feito pela Oi. Caso a tele deixe de pagar, os portugueses poderão executar as garantias dadas pela tele brasileira. Em recuperação judicial com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, a Oi declarou todas as suas dívidas à Justiça. Elas serão pagas seguindo o plano de recuperação –que prevê descontos de até 70% e carência de três anos para pagar. As dívidas fiscais também são declaradas, mas não podem ser negociadas no âmbito da recuperação judicial. São pagas "por fora". A Pharol considera que os € 400 milhões são uma dívida fiscal e, portanto, ficam fora da recuperação judicial. À CVM a Oi não declarou a dívida, e sim um "valor ilíquido". Ou seja: algo que está em discussão. Na recuperação judicial, a pendência também aparece dessa forma. Por trás disso, a Oi tem uma estratégia. Assumir esse pagamento como resultado de um acordo privado por uma dívida que, na verdade, já era da PT (hoje Pharol). A Oi quer agora que ela seja incluída como os demais créditos privados para pagá-la com descontos. Oi e Pharol não se pronunciaram. O promotor de Justiça que acompanha a recuperação da Oi no Rio informou desconhecer o caso. A CVM disse que "não comenta casos específicos". A Anatel também não se manifestou.
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Rocha Loures deposita R$ 35 mil que faltavam da mala da JBS
O deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) fez um depósito no valor de R$ 35 mil em conta judicial para completar o valor que estava na mala de dinheiro supostamente pago pela JBS. Um dos auxiliares mais próximos do presidente Michel Temer, Rocha Loures foi acusado por Joesley Batista de ter recebido R$ 500 mil de propina. Eles são investigados em inquérito aberto pelo ministro Edson Fachin no STF (Supremo Tribunal Federal). Na segunda (22), seus advogados devolveram a bagagem à superintendência da Polícia Federal em São Paulo. No entanto, havia 9.300 cédulas de R$ 50 em uma mala "de cor predominantemente preta", no valor total de R$ 465 mil. Ou seja, faltavam R$ 35 mil do total entregue e relatado pelos delatores. De acordo com Joesley, Rocha Loures foi indicado pelo presidente para tratar de assuntos de interesse da JBS. A PGR (Procuradoria-Geral da República) chegou a pedir a prisão do aliado do presidente.
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Rocha Loures deposita R$ 35 mil que faltavam da mala da JBSO deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) fez um depósito no valor de R$ 35 mil em conta judicial para completar o valor que estava na mala de dinheiro supostamente pago pela JBS. Um dos auxiliares mais próximos do presidente Michel Temer, Rocha Loures foi acusado por Joesley Batista de ter recebido R$ 500 mil de propina. Eles são investigados em inquérito aberto pelo ministro Edson Fachin no STF (Supremo Tribunal Federal). Na segunda (22), seus advogados devolveram a bagagem à superintendência da Polícia Federal em São Paulo. No entanto, havia 9.300 cédulas de R$ 50 em uma mala "de cor predominantemente preta", no valor total de R$ 465 mil. Ou seja, faltavam R$ 35 mil do total entregue e relatado pelos delatores. De acordo com Joesley, Rocha Loures foi indicado pelo presidente para tratar de assuntos de interesse da JBS. A PGR (Procuradoria-Geral da República) chegou a pedir a prisão do aliado do presidente.
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Famílias de vilarejo atingido pela lama definem área para reconstrução
Famílias que moravam em Paracatu de Baixo, subdistrito de Mariana (MG) atingido pela lama após o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em novembro de 2015, decidiram que o vilarejo será reconstruído em uma área de 84,8 hectares a 2 km do antigo distrito, conhecida como Lucila. A votação aconteceu entre as 8h e as 17h deste sábado (3) em evento no Centro de Convenções de Mariana. Dos 103 representantes de famílias que participaram da escolha, 67 optaram pelo terreno. As outras opções eram terrenos conhecidos como Joel e Toninho, também próximos ao distrito destruído. Os locais escolhidos para a votação atendem a sete critérios estabelecidos previamente pela comunidade. Além da proximidade do antigo distrito, também foram levados em conta abastecimento de água, disponibilidade de energia, facilidade de acesso, manutenção da vizinhança de Paracatu, relevo-topografia adequado e acesso a transporte público. O próximo passo será a realização do levantamento de expectativas com as famílias para definir como será o projeto urbanístico da nova comunidade, detalhes da estrutura e características de acabamento das casas. Segundo o porta-voz da Samarco, José Luiz Santiago, a empresa dará andamento ao processo de aquisição da área escolhida e deverá fazer sondagens para avaliar o subsolo no local. A distribuição de terrenos será definida em parceria com os membros da comunidade. No acordo feito com Estados e União, está previsto que a reconstrução do vilarejo deve acontecer em até três anos. Atualmente, as pessoas que tiveram as casas destruídas pelo incidente moram em residências alugadas pela Samarco. OUTRAS COMUNIDADES Paracatu de Baixo é o último dos três vilarejos soterrados pela lama que deverão ser reconstruídos. Os outros são Bento Rodrigues (Mariana) e Gesteira (Barra Longa). Os antigos moradores de Bento Rodrigues escolheram em maio o local onde a comunidade será reassentada. O terreno no distrito de Camargos, conhecido como Lavoura, tem uma área de 350 hectares,. Em junho, os habitantes de Gesteira, em Barra Longa, optaram pelo terreno de Macacos, de 7 hectares, que abrigará 55 famílias.
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Famílias de vilarejo atingido pela lama definem área para reconstruçãoFamílias que moravam em Paracatu de Baixo, subdistrito de Mariana (MG) atingido pela lama após o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em novembro de 2015, decidiram que o vilarejo será reconstruído em uma área de 84,8 hectares a 2 km do antigo distrito, conhecida como Lucila. A votação aconteceu entre as 8h e as 17h deste sábado (3) em evento no Centro de Convenções de Mariana. Dos 103 representantes de famílias que participaram da escolha, 67 optaram pelo terreno. As outras opções eram terrenos conhecidos como Joel e Toninho, também próximos ao distrito destruído. Os locais escolhidos para a votação atendem a sete critérios estabelecidos previamente pela comunidade. Além da proximidade do antigo distrito, também foram levados em conta abastecimento de água, disponibilidade de energia, facilidade de acesso, manutenção da vizinhança de Paracatu, relevo-topografia adequado e acesso a transporte público. O próximo passo será a realização do levantamento de expectativas com as famílias para definir como será o projeto urbanístico da nova comunidade, detalhes da estrutura e características de acabamento das casas. Segundo o porta-voz da Samarco, José Luiz Santiago, a empresa dará andamento ao processo de aquisição da área escolhida e deverá fazer sondagens para avaliar o subsolo no local. A distribuição de terrenos será definida em parceria com os membros da comunidade. No acordo feito com Estados e União, está previsto que a reconstrução do vilarejo deve acontecer em até três anos. Atualmente, as pessoas que tiveram as casas destruídas pelo incidente moram em residências alugadas pela Samarco. OUTRAS COMUNIDADES Paracatu de Baixo é o último dos três vilarejos soterrados pela lama que deverão ser reconstruídos. Os outros são Bento Rodrigues (Mariana) e Gesteira (Barra Longa). Os antigos moradores de Bento Rodrigues escolheram em maio o local onde a comunidade será reassentada. O terreno no distrito de Camargos, conhecido como Lavoura, tem uma área de 350 hectares,. Em junho, os habitantes de Gesteira, em Barra Longa, optaram pelo terreno de Macacos, de 7 hectares, que abrigará 55 famílias.
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